CAPA
EDITORIAL
07 de Julho: Dia do Produtor Rural, 28 de Julho: Dia do Agricultor Faça chuva ou faça sol, lá estão os produtores rurais trabalhando, pensando unicamente em levar o alimento à mesa da população. Cumprem uma missão de vida e são peças importantes na engrenagem do desenvolvimento nacional. Grande ou micro produtor, todos eles cumprem com esmero esta árdua missão de plantar, colher e saciar a fome de todos os brasileiros. Precisamos, portanto, fazer com que estes trabalhadores tenham o seu valor devidamente reconhecido. A resposta a isto, com certeza, virá em substancial aumento da produção agrícola do Brasil. Ganhará o País, que terá mais alimento para o abastecimento interno e até para exportação, ganhará a população, com o conseqüente aumento da oferta, que reduzirá os preços.
SUMÁRIO
Hoje em dia, não basta ter conhecimento sobre a forma de plantar determinado produto ou em que tipo de terreno aplicá-la. Na área rural, é crescente o número de propriedades que passaram a visualizar a administração com os mesmos critérios de empresas, se
profissionalizando e investindo tanto em comunicação e treinamento de funcionários, bem como em novas tecnologias. Este movimento tem proporcionado maior lucratividade, produtividade e reconhecimento internacional do padrão dos produtos agropecuários brasileiros, criando um mercado diferenciado no país, composto por empresas rurais. Nossos cumprimentos e agradecimentos a todos os produtores rurais, que contribuem para o desenvolvimento do agronegócio regional e mundial. Lembrando um dos versos do Poema do Milho de Cora Coralina: “Em qualquer parte da terra, um homem estará sempre plantando, recriando a vida, recomeçando o mundo”. Nosso reconhecimento ao produtor rural pela nobre missão de cultivar e conservar o solo, garantindo a sustentabilidade do ambiente e a existência humana. Obrigado produtor rural, pelo seu trabalho, pelo alimento e por nos garantir a vida!
03 04 06 08 10 A palavra do Vice-Presidente
COMIVA realiza ciclo de palestras
IBGE divulga dados da economia
Praça Deputado José de Assis, 11- Centro - Caixa Postal 25 - Mineiros - GO CEP: 75830-000 - Fone: (64) 3672-7000 - Fax: (64) 3661-1141 CNPJ: 01.167.501/0001-20 / e-mail: comiva@comiva.com.br Insc. Est. 10.015.731-9 / Site: www.comiva.com.br Diretoria Executiva: Presidente: Júlio Sânzio Vilela Vice- Presidente: Marco Antônio Oliveira Campos Secretário: Vanderci Dundi Conselho de Administração: Gustavo Costa Vilela, Célio Marcos de Rezende, Almiro Alves Pereira (Luquinha), Luiz Carafini e Samuel Silva Barbosa
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IDH cresce mais em regiões agrícolas
Importância da saúde da bezerra
Conselho Fiscal Efetivo: Régis Resende Machado, Rafael Borges Rodrigues e Eduardo Sandri Suplentes: Arlô Francisco Alves, Ney Wagner Marques das Neves e Manoel Rodrigues de Freitas Supervisão Geral: Juicebox Fotos: Maisa Resende, Maria Júlia e Top Mineiros Jornalista Responsável: Maisa Resende (Reg. Prof. nº 2036- DRT- 60) maisa.resende@comiva.com.br | Celular Comunicação: (64) 9933-8868 Revisão: Maisa Resende Arte e Diagramação: SOU Propaganda Impressão: Gráfica Mineiros - Tiragem: 2.000 exemplares
JORNAL DO PRODUTOR
AÇÕES QUE CONSTROEM
Vice-Presidente da COMIVA fala sobre a importância da Cooperativa para o desenvolvimento do agronegócio regional O tema deste ano para o Dia Internacional das Cooperativas, o qual foi comemorado no dia 05 de julho, é “As cooperativas conquistam desenvolvimento sustentável para todos”. Em termos gerais, a sustentabilidade é a capacidade de apoiar, manter ou resistir. Desde os anos oitenta, o conceito evoluiu para abranger a inclusão das dimensões ambiental, econômica e social. Mais uma vez, as cooperativas aparecem aqui como os precursores da sustentabilidade moderna. Ao se concentrarem nas necessidades humanas, elas respondem à crise de sustentabilidade atual e oferecem uma forma peculiar de “valor compartilhado”.
Acreditamos que temos muito para comemorar, pois inúmeras foram as conquistas da nossa Cooperativa ao longo de seus 42 anos de existência, principalmente quando voltamos no tempo e percebemos o salto quantitativo e qualitativo que a agropecuária obteve com a expansão das lavouras comerciais, o melhoramento genético do nosso rebanho, tanto de corte quanto de leite, a elevação nos níveis de produtividade agrícola e pecuária, fruto da introdução de tecnologias avançadas, proporcionando melhoria da renda e consequentemente da qualidade de vida no campo.
Com esta visão, a COMIVA, nestes 42 anos de existência, tem procurado melhorar a prestação de serviços para os associados, que é o nosso objetivo principal. Isto tem sido feito ao longo do tempo, inicialmente através da armazenagem, na comercialização de grãos e bovinos. Ações que possibilitaram um maior desenvolvimento. Depois disso, foi possível fazer investimentos nas lojas agropecuárias e unidades armazenadoras, assim como investimos também em uma fábrica de ração, aumentando a sua capacidade produtiva. Tudo isso é resultado dos esforços que a cooperativa emprega buscando equilibrar o que repassa para o cooperado em relação ao valor dos insumos agrícolas, assim como na aquisição de seus produtos e na transformação da matéria-prima em produtos industrializados, fato que agrega valor à produção, sendo benéfico a seus cooperados. Marco Antônio O. Campos Vice-Presidente da COMIVA
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AÇÕES QUE CONSTROEM
COMIVA realiza Ciclo Cooperativista de Palestras para associados O 14º Ciclo Cooperativista de Palestras da COMIVA foi uma oportunidade para o produtor rural buscar conhecimento, ampliar relacionamentos e fazer negócios.
A Cooperativa Mista Agropecuária do Vale do Araguaia - COMIVA, realizou entre os dias 02 a 05 de julho sua 14ª edição do Ciclo Cooperativista de Palestras, durante a EXPOMINEIROS, no Parque de Exposições de MineirosGO. O objetivo do evento foi proporcionar aos associados novas experiências, informações e aprendizados nas diversas áreas do agronegócio. A programação contou com variados temas e renomados palestrantes, reunindo no Stand da COMIVA, associados, clientes, dirigentes e lideranças ruralistas da região. Com localização estratégica e um ambiente agradável e familiar, produtores e parceiros puderam confraternizar e comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo, celebrado no último dia 05 de julho, data que contou com a presença do consultor Pedro Diesel e da Engenheira Florestal Selizângela Barbosa, os quais realizaram o 1º Fórum de Planejamento Ambiental Rural, abordando temas relacionados à Recuperação e Preservação de Nascentes. Neste mesmo dia, também houve palestra motivacional, com o consultor Ainor Lotério, o qual abordou o tema“Cooperativismo, Família e Juventude: Valorização, Sucessão e Motivação. O Presidente da COMIVA, Júlio Sânzio Vilela agradeceu a presença de todos os associados que participaram do
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evento e destacou que o produtor rural não consegue sobreviver sem a sua Cooperativa, pois ela representa a referência para produtos e serviços por ele demandados. Ainda que ela tenha de conviver com a concorrência acirrada na comercialização de grãos, de insumos agrícolas e pecuários e na prestação de serviços de assistência técnica agronômica e veterinária, nos últimos anos, conseguimos alavancar os negócios e obter a credibilidade de nossos parceiros (associados, colaboradores, fornecedores, instituições financeiras, prestadores de serviços, entre outros). Na oportunidade o Presidente faz um apelo aos associados, para participarem mais das ações da COMIVA e lembrá-los que as Cooperativas são o modelo mais adequado para desenvolver e construir sustentabilidade. O Ciclo de Palestras da COMIVA, contou ainda, com a presença do Professor e Engenheiro Agrônomo, Sila Carneiro da Silva, Tarcísio Cobucci e Médico Veterinário da Tortuga, Hugo José R.Cunha. Para a realização e sucesso do evento a Cooperativa teve apoio das seguintes empresas parceiras: Tortuga, Morlan, Electro Plastic, Belgo, Casa Utilar, FMC, Dupont, Fertigran, Rotoplast, Madeiras Vale do Araguaia, SICOOB, Ombu, Pinheiro, Nidera Sementes, Giro, Agroeste, Cheminova, Sal Potiguar e Racco Cosméticos.
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AGRICULTURA
IBGE divulga desempenho da economia Divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 30/07, o desempenho da economia no 1º trimestre deste ano deu destaque para o setor da agropecuária, com aumento de 3,6% em relação aos três meses anteriores. Os dados apresentaram um crescimento modesto, com alta de 0,2% em relação ao trimestre anterior, somando R$1,2 trilhão. Entre os principais fatores que desencadearam este baixo crescimento, destaca-se a redução no consumo das famílias, com um recuo de 0,1% frente ao último trimestre, o que não ocorria desde 2011. Além disso, outro ponto que afetou negativamente o crescimento do PIB neste trimestre foi a queda nos investimentos.
O crescimento do setor foi de 3,6% no comparativo com o trimestre anterior, contra 0,4% do setor de serviços e uma queda de 0,8% da indústria. Entre os produtos agrícolas que tiverem destaque neste período, com safras significativas e que registraram alta, destacaram-se a soja (6,3%), o arroz (7,7%), o algodão (23,5%) e fumo (0,4%). O milho apresentou recuo de 7,2% influenciado pela queda na área plantada na safra de verão em todo o país. (Fonte: IBGE)
A formação bruta de capital fixo teve uma queda de 2,1%, confirmando o pessimismo de grande parte dos analistas financeiros. Entre os principais fatores destacamse a queda das importações de bens de capital e o recuo da construção e da produção interna. Na comparação entre os três principais setores, a agropecuária teve destaque, apresentando a maior alta.
Pesquisa sobre Helicoverpa terá investimento de R$ 2 milhões A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e a Universidade Federal do Estado de Goiás (UFG) assinaram recentemente um acordo de cooperação técnica e acadêmica para pesquisa sobre Helicoverpa armigera, praga que assombrou produtores do país durante o ano de 2013. Representando a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz, que também é presidente da Aprosoja Goiás, ressaltou a importância da ação. Ainda hoje, 1,200 milhão já foram liberados para o início dos estudos. O evento foi realizado na reitoria da UFG. No total, serão repassados, do Tesouro Estadual, R$ 2 bilhões para serem investidos em quatro pesquisas sobre o tema. Entre elas: ‘Subsídios para implementação de um Programa de Manejo e Resistência de Helicoverpa
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AGRICULTURA
Farmigera e Inseticidas na Cultura do Tomateiro no Estado de Goiás’ e ‘Mapeamento de Helicoverpa armigera nos Sistemas de Cultivo em Goiás’. A praga atinge mais de 180 espécies de plantas hospedeiras, podendo alimentar-se de praticamente todas as culturas de interesse econômico, como soja, milho, tomate, feijão, algodão, sorgo, hortaliças e citros. A lagarta apresenta ainda uma ampla capacidade adaptativa e reprodutiva. Uma mariposa fêmea, por exemplo, pode depositar até 1,5 mil ovos por ciclo, de forma isolada, e migrar a uma distância de até mil quilômetros, comprovando sua alta capacidade de dispersão. Maíra Zaíra Turchi, presidente da Fapeg, afirmou não ter dúvidas de que Goiás será uma grande referência no estudo da praga, como já tem sido por meio da professora Cecília Czepak, que fez a primeira coleta em Goiás.
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Superintendente da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), José Manoel Caixeta falou sobre a responsabilidade da ação e da necessidade de ser ágil. Reitor da UFG, Orlando Afonso também se alegrou ao falar da parceria e dos benefícios que a mesma acarretará. “Acreditamos que o retorno será mil por um. Vamos ter tranquilidade de saber que uma entidade excelente está trabalhando a favor dos produtores. Esta verba destinada à Fapeg atende à demanda do produtor. Pesquisadores como a Cecília poderão dar continuidade à pesquisa já desenvolvida. Estamos trabalhando e esperamos que, para a próxima safra, os riscos sejam menores”, completou Bartolomeu. Fonte: FAPEG e UFG
AGRICULTURA
Regiões agrícolas crescem mais em IDH do que as não agrícolas, conclui estudo
As regiões essencialmente agrícolas no Brasil devem manter um crescimento mais acelerado do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que as não agrícolas ao menos pelos próximos 10 anos. A avaliação foi feita no dia 29/7 pelo CEO da consultoria Kleffmann no Brasil, Lars Schobinger.
Para sustentar a tese de que o IDH nas regiões agrícolas vai manter um crescimento mais acelerado que as não agrícolas, o CEO da Kleffmann no Brasil argumentou que a demanda por produtos deve se manter, especialmente na Ásia e o Brasil tende a continuar como um importante fornecedor.
A consultoria fez uma pesquisa comparando a evolução do IDH em áreas agrícolas (considerando culturas de soja, milho, algodão e cana) e não agrícolas no país, com base em dados de 1970 até 2010. Nas agrícolas, de um modo geral, o Índice cresceu 69%, passando de 0,424 para 0,718. Nas não agrícolas, a alta foi de 57%, com o IDH passando de 0,458 para 0,717.
Lars Schobinger ressaltou também que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que o Brasil tem condições de atender a cerca de 40% da demanda mundial por alimentos até 2050, quando a população mundial deve estar em 9 bilhões de pessoas. “Além do quantitativo de pessoas, há o qualitativo de renda. O crescimento da renda faz as pessoas comerem mais e melhor. Se essa expectativa se mantiver, o agro vai manter essa tendência.”
“Se tomarmos como exemplo regiões produtoras de algodão, a gente vê que eram municípios muito pobres, com baixa distribuição de renda, e que, com a chegada da agricultura, foram se desenvolvendo”, disse Schobinger, em conversa por telefone com a reportagem da Globo Rural. Segundo ele, o crescimento do IDH em áreas agrícolas foi mais acelerado nas chamadas “fronteiras” do que em áreas mais tradicionais na produção. “A agricultura levou outras oportunidades de vida para essas populações e acabou trazendo desenvolvimento para outras parcelas da sociedade.”
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No entanto, o executivo descarta a possibilidade das áreas agrícolas terem maior influência sobre o IDH do Brasil como um todo. Ele destaca que 87% da população do país está em áreas urbanas, bastante carentes de políticas públicas em áreas essenciais, como educação e infraestrutura. “Seria preciso um salto muito grande, mas não para imaginar essa possibilidade porque o processo de desenvolvimento humano é mais lento.” Fonte: Globo Rural
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PECUÁRIA
Leite UHT sobe, mas não segura queda aos produtores Em junho os veículos de comunicação destacavam a queda de preços no mercado de leite longa vida (UHT) no atacado, o que justificaria a pressão baixista nos preços pagos aos produtores. A pressão aos produtores se confirmou e os preços cederam 1% no pagamento do mês passado, de acordo com a ponderação da Agroconsult. Segundo o Cepea/Esalq-USP, na média nacional, o produtor recebeu R$ 1,098/litro em junho, queda de 0,56% em relação ao pagamento anterior. Na média calculada pelos critérios adotados na Agroconsult, o produtor recebeu R$1,064/litro em média durante o mês passado. Observe os preços na tabela 1. A maior parte dos estados registrou queda nos pagamentos. A exceção fica para os preços praticados em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia. O relatório do Cepea destaca as reduções nos preços nos estados acompanhados de Minas Gerais e Goiás, onde foram registradas quedas significativas de 2,03% e 3,53%, espectivamente, nos preços líquidos médios pagos ao produtor.No entanto, o mercado do leite longa vida, apontado como um dos motivos do enfraquecimento das cotações entre maio e junho, reverteu a queda e fechou o mês negociado a preços 2,2% acima do que havia sido praticado em maio. O preço médio diário negociado em São Paulo, segundo o acompanhamento do IEA-Instituto de Economia Agrícola, foi R$ 2,21/litro, o valor nominal mais alto desde outubro de 2013.O mercado de queijos também reagiu e subiu 5,5%, em média, durante o mês de junho. Em um ano, o aumento nominal médio dos queijos já soma 14,2%. Dentre os principais produtos, apenas o leite em pó registrou queda nas cotações, acompanhando a tendência do mercado internacional. Expectativa de estabilidade Segundo o Cepea, em julho, a expectativa dos compradores consultados é de estabilidade nos preços. Entre os entrevistados, os que representam 56,3% do leite amostrado acreditam que os preços ficarão no mesmo patamar e os que representam 35,9% do volume captado indicam que haverá nova queda. Os demais 16,7% entrevistados, responsáveis por 7,8% do volume da amostra, esperam alta dos pagamentos de julho. Mesmo
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com a opinião dos compradores tendendo à estabilidade, é difícil desenhar um cenário em que os preços não reajam, mesmo que pouco. No atacado, as cotações estão respondendo. Mesmo que as margens das indústrias ainda não tenham se recuperado, o mercado segue regras de demanda e não de ajuste de rentabilidade. Se os preços melhoram, aumenta o apetite da indústria.Do outro lado, além do mercado favorecer, não houve alteração significativa no índice de captação de leite. O Cepea registrou estabilidade na captação, mantendo a média do ano em patamares 14% acima do que o mesmo período de 2013. A publicação dos dados da pesquisa trimestral do IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nos intriga ainda mais. Portanto, parece claro que estejam ocorrendo três fatores básicos: aumento da produção, formalização do mercado e aumento de “share” no público amostrado pelo Cepea. Trata-se de metodologias e públicos diferentes, o que justifica diferenças acentuadas entre as informações. Cenário favorece especulação Pois bem, o interessante é que mesmo com o aumento do volume, aparentemente o mercado brasileiro esteja absorvendo o aumento da oferta e possibilitando a redução das compras no mercado internacional. E aí, sim, viria a única provável fonte de especulação para queda nos preços pagos aos produtores, nesse momento. A queda nas cotações internacionais poderia favorecer as compras externas. É importante frisar a palavra especulação, pois é sabido que o volume comprado não seria suficiente para reverter a tendência do mercado interno no Brasil. E até maio, nem sinal de que as importações estariam provocando alguma influência negativa no mercado.Por ora, ao que tudo indica, a tendência mais provável seria de estabilidade com viés de alta para o pagamento de julho. E dependendo do desempenho dos derivados, o mercado poderia até voltar a reagir a partir de agosto.Vale a pena ficar de olho nos preços dos supermercados e do que tem sido praticado pela indústria. As variáveis de 2014 estão um pouco mais complexas do que em anos anteriores. Maurício Palma Nogueira, engenheiro agrônomo, sócio e coordenador da Divisão Pecuária da Agroconsult (maurionogueira@agroconsult.com.br / www.agroconsult.com.br)
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PECUÁRIA
Bezerra saudável e bem nutrida significa maior produção de leite no futuro
Dentro de um sistema convencional de produção de leite a maior parte da receita mensal provém da venda do leite e de animais de descarte. A criação de bezerras e novilhas, por sua vez, necessita de investimentos e cuidados especiais para que os animais tenham desenvolvimento satisfatório, sendo encarado muitas vezes apenas como um dreno de dinheiro da propriedade. No entanto, estudos vêm demonstrando que a criação de fêmeas de reposição em instalações adequadas e com manejo sanitário e nutricional apropriado pode reduzir a idade à primeira parição, aumentar a produção de leite, assim como a vida útil dos animais no rebanho, ou seja, o número de lactações. Isso significa dizer que produtores que fazem a cria e recria de forma adequada possivelmente serão melhores remunerados ao fim de cada mês, além de contribuírem para a maior longevidade do rebanho. Visando comprovar tais pressupostos, pesquisadores americanos conduziram um experimento buscando saber quão grande é a influência das práticas de manejo adotadas nos primeiros 4 meses de vida de bezerras sobre a primeira lactação, o número total de lactações e
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a idade de descarte do rebanho. Para tanto, 795 bezerras de 21 propriedades do estado da Pensilvânia/EUA foram monitoradas durante 10 anos. Durante os primeiros 4 meses de vida dos animais, dados relativos ao manejo, nutrição e saúde dos animais foram coletados a cada 15 dias. Após esta fase, avaliou-se trimestralmente o desempenho dos animais na primeira lactação e a idade em que estes foram retirados do rebanho por não apresentarem produção satisfatória. As variáveis utilizadas para estudar os efeitos do manejo dos animais sobre a produção e tempo de permanência da vaca no rebanho foram: dificuldade do parto, idade ao desaleitamento, ingestão de matéria seca ao desaleitamento, idade que as bezerras apresentaram consumo 0,91 kg de concentrado pela primeira vez, número de dias em que as bezerras apresentaram diarreia ou tosse durante os quatro primeiros meses de vida, número de dias durante os primeiros quatro meses de idade de tratamento com antibiótico, idade ao primeiro parto e peso vivo ao primeiro parto.
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PECUÁRIA
Carbúnculo Sintomático: O Mal do Ano
Peste da Manqueira, Quarto Inchado, Mal de ano, Peste de Ano, independente do nome dado em cada região, o Carbúnculo Sintomático atinge uma parcela grande de animais em todo o Brasil, podendo levar à morte até 100 em cada 100 animais afetados. O agente causador é uma bactéria anaeróbia, o Clostridium chauvoei. Encontrados na pastagem, os esporos deste clostrídio após ingeridos pelos animais atingem o fígado e intestino, entram na circulação sanguínea até se alojarem na musculatura, permanecendo em estado de latência até que ocorra um grande trauma, como uma agressão ou colisão. Após o trauma, ocorre uma queda da circulação no local e com a diminuição de oxigênio, o clostrídio se prolifera, produzindo toxinas e o seu sintoma mais característico, a manqueira.
A recuperação é rara e na maioria das vezes, a doença só é diagnosticada com o animal já morto. A prevenção contra esta clostridiose, apesar de não ser obrigatória, é fundamental para qualquer criação de bovinos, pois os prejuízos em um rebanho atingido podem ser enormes, uma vez que após o início dos sintomas, os animais podem vir à óbito dentro de 12 a 96 horas. A vacinação protege o rebanho contra várias clostridioses, incluindo o carbúnculo sintomático. A Excell 10 da Vencofarma é a melhor opção, pois em uma única aplicação é possível prevenir os animais contra 10 clostrídios. Esta é a vacina mais completa do mercado, a melhor e mais segura escolha contra clostridioses. Fonte: Fencofarma, parceira da COMIVA
Nos grandes grupos musculares podem surgir inchaços com a presença de bolhas de gás (edemas crepitantes).
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