www.museudodouro.pt
ANO II, NOVEMBRO 2021
museu do douro
newsletter 17
índice Editorial Faz falta saber Exposições Coleção Museu do Douro Serviço Educativo Desafio Rede de Museus do Douro Loja do Museu Restaurante Prisma do visitante
4 7 16 18 26 31 37 50 51 54
museu do douro · novembro
4
editorial A criação, concretização e posterior desenvolvimento do Museu do Douro resultou de iniciativas e do trabalho de muitas pessoas e de diversas instituições. Era uma antiga aspiração das populações da região do Douro, apoiada por muitos que viviam fora mas admiravam a maravilha única no mundo que é essa tão extraordinária parte de Portugal. Os trabalhos ciclópicos realizados por muitas gerações de homens e mulheres, trabalhadores e empreendedores, adaptaram um território majestoso para a produção do vinho do Porto. Daqui resultou a criação pioneira da primeira Região Demarcada em todo o mundo, no século XVIII. Já nos nossos tempos não deve ser esquecida a grande e muito importante obra para a navegabilidade do rio Douro, aproveitando as barragens construídas no século XX, que foi uma iniciativa dos Governos da AD presididos por Dr. Francisco Pinto Balsemão (1981 a 1983). É sabido que foi a Assembleia da República que criou o Museu do Douro pela Lei n.º 125/97 de 2 de dezembro, aprovada por unanimidade. Depois de uma inicial Comissão Instaladora, foi criada uma Estrutura de Projeto do Museu que desenvolveu nos anos 2002 a 2004 uma ação muito importante, designadamente tendo alargado o apoio de todos os quadrantes e conseguido a colaboração de toda a região. Teve grande relevo a proposta de que o museu a criar não fosse um
museu-coleção mas antes um museu do território com estrutura poli-nuclear que tivesse competência nas áreas de museografia, documentação e ação cultural. A classificação do Douro Vinhateiro pela UNESCO como património mundial foi o mais que merecido reconhecimento da sua enorme importância cultural e do seu caráter único em todo o nosso planeta. Ao assumir o cargo de ministro da Cultura em abril de 2002 empenhei-me na solução de um problema que já tinha sido estudado: a escolha definitiva e posterior compra do edifício para sede do Museu, preferencialmente na cidade da Régua, devendo ser na chamada Casa da Companhia, de acordo com a opinião claramente dominante. Limitei-me a usar o apoio de muitos, pois nunca acreditei na possibilidade de alguém resolver problemas isolado. Perante a difícil situação orçamental dessa altura o XV Governo Constitucional tinha deliberado suspender toda e qualquer aquisição de imóveis por parte de todos os organismos públicos. Continuavam entretanto as negociações com a Administração da Real Companhia Velha, que tinha demonstrado o maior empenho em vender este seu imóvel por um preço conveniente para o erário público. Argumentando que, por razões históricas e de localização do edifício dentro da cidade da Régua, se tratava da melhor, se não mesmo a única opção foi possível obter uma
5
situação de exceção com a concordância da Dra. Manuela Ferreira Leite, ministra de Estado e das Finanças, tendo sido obtido o apoio do primeiro- ministro Dr. José Manuel Durão Barroso. Quando foi possível desbloquear as verbas necessárias para a compra do edifício para sede do Museu esta foi aprovada pelo Conselho de Ministros em 15 de abril de 2004 (publicação no D.R. em 30 de abril desse ano). Segui com muito interesse a constituição da Fundação do Museu e a ação que esta foi desenvolvendo ao longo dos anos, sobretudo depois da inauguração da sede. Quero destacar o excelente trabalho das Administrações presididas pelo Professor Fernando Pinto nos últimos onze anos. As excelentes exposições organizadas, o estabelecimento de uma verdadeira rede de museus constituída pelos mais de cinquenta polos do Museu do Douro e a criação de um “passaporte” para acesso a todos eles estimulam as pessoas para conhecerem o território. Finalmente quero sublinhar o estímulo aos serviços educativos, realizando múltiplas ações com escolas, bem como programas como: ”Eu sou paisagem” visando integrar e preservar a paisagem. Também a existência de um café central em todas as aldeias permite a animação cultural, com leituras, música, etc. Deste modo, o Museu do Douro é verdadei-
editorial
ramente exemplar, aplicando as mais recentes Convenções do Conselho da Europa, ratificadas por Portugal, como a Convenção Europeia da Paisagem assinada em Florença em 20 de outubro de 2000,que entrou em vigor em 1 de março de 2004, a qual preconiza a conservação integrada para o desenvolvimento global e sustentável nos planos económico, social, cultural, científico e ambiental. O Museu do Douro nas suas multifacetadas ações concretiza o conceito de património cultural consagrado na Convenção-Quadro do referido Conselho sobre o Valor do Património Cultural na Sociedade Contemporânea assinada em Faro em 27 de outubro de 2005, entrada em vigor em 1 de junho de 2011: “conjunto de recursos herdados do passado que as pessoas identificam, independentemente do regime de propriedade dos bens como um reflexo e expressão dos seus valores, crenças, saberes e tradições em permanente evolução. Inclui todos os aspetos do meio ambiente resultantes da interação entre as pessoas e os lugares através do tempo” Sendo a Cultura um elo fundamental entre o passado, o presente e o futuro penso que a ação da Fundação do Museu do Douro tem sido e será um exemplo maior, cada vez mais conhecido e apreciado em Portugal e no mundo. Pedro Roseta
museu do douro · novembro
6
7
faz falta saber NOVOS HORÁRIOS A partir do próximo dia 1 de novembro entra em vigor o horário de inverno. Assim, o horário de funcionamento do Museu do Douro passa a ser das 10h00 às 17h30.
museu do douro · novembro
MENÇÃO HONROSA O projeto Identificar para Conservar, do Museu do Douro, foi distinguido com a Menção Honrosa na categoria Intervenção em Conservação e Restauro, dos Prémios APOM 2021, que decorreu no passado dia 29 de outubro no Museu de Marinha, em Lisboa.
8
9
faz falta saber
MENÇÃO HONROSA O Passaporte MuD - da Rede de Museus do Douro ganhou a Menção Honrosa na categoria Informação Turística dos Prémios APOM 2021, atribuídos pela Associação Portuguesa de Museologia.
museu do douro · novembro
10
11
MÃOS QUE FAZEM BISALHÃES 29 novembro | Museu da Vila Velha, Vila Real Exposição comissariada pelo Museu do Douro que pretende dar a conhecer a arte do barro negro de Bisalhães, classificada pela UNESCO como património imaterial da humanidade desde 2016. A mostra, e o respetivo catálogo, centram-se na comunidade de oleiros, testemunhando aspectos da sua vida e contexto familiar, associando-o a peças, objetos e imagens. As mãos de Bisalhães têm uma história, um percurso dentro da comunidade que se deve conhecer para melhor salvaguardar a arte, um saber-fazer ancestral que se faz e transmite com as mãos.
faz falta saber
museu do douro · novembro
12
10ª SESSÃO DO CURSO DA HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA E IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSOS FOTOGRÁFICOS, POR JOSÉ PESSOA 24 de novembro – 10:30 – 12:30 “História dos Processos fotográficos – A maravilhosa aventura de 183 anos de investigação” Diversas etapas e principais derivados; Sua evolução técnica e variação das possibilidades artísticas e científicas; Ganhos e perdas da actual prática social e do uso tecnológico pelas várias ciências; Sugestões para temas futuros.
https://us06web.zoom.us/webinar/register/9416347243270/WN_bAfD0CR8QyC4wm3a-Lzkrw
13
museu do douro · novembro
14
15
INSPIRA DOURO, CULTURA & PATRIMÓNIO A Fundação Museu do Douro, a Fundação Côa Parque e o Município de São João da Pesqueira promovem o projeto INSPIRA - programação cultural em rede no qual serão realizados 60 concertos (música e outras artes performativas) pela região do Douro. » 6 de novembro | Wine Bar do Museu do Douro | 11h30 | Cotovia Arisca; » 6 de novembro | Biblioteca Municipal de Sabrosa | 19h00 | Cotovia Arisca; » 14 de novembro | Museu do Côa | 16h00 | A Guitarra e o Fado; » 27 de novembro | Museu do Vinho, São João da Pesqueira | 18h00 | Ciglia Ensemble; » 27 de novembro | Pequeno Auditório do Teatro de Vila Real | 21h30 | La Ideal Orquestra Típica de Tango Argentino; » 28 de novembro | Museu do Douro | 15h00 | Ciglia Ensemble;
A entrada é livre em todos os espetáculos, mas o acesso será limitado ao número de espectadores permitido por recinto, de acordo com as normas de segurança sanitária definidas pela Direção-Geral de Saúde e pelo Governo de Portugal. A utilização de máscara é obrigatória.
faz falta saber
museu do douro · novembro
exposição permanente Douro: Matéria e Espírito Douro: Matéria e Espírito foi concebida como uma síntese temporal e geográfica da Região Demarcada do Douro (RDD). Estruturada como a grande porta de entrada no Douro, apresenta as singulares características da geomorfologia da região, determinantes fatores históricos e o engenho do Homem que fundaram os alicerces da especialização deste território na produção vinícola. É a combinação de fatores naturais e humanos que Douro: Matéria e Espírito expõe. Todos os dias: das 10:00 às 17:30
16
exposições
17
exposições temporárias Douro e Outras Paisagens de Manuel Casal Aguiar Exposição Temporária » Patente ao público até ao final do mês de novembro de 2021. Exposição que fixa as paisagens do artista Manuel Casal Aguiar no Douro e pelo oriente. Do Douro ficam os momentos anotados em caderno de viagens nos anos 1990 durante um percurso pelo rio e quando preparava o mural de azulejo junto à estação de Peso da Régua. Em contraste estão as paisagens de Timor, marcadas pelo cromatismo e exotismo formal.
museu do douro · novembro
18
19
coleção Museu do Douro Coleção Noel Magalhães Máquina fotográfica de placas, de fabrico alemão, da marca Emil Wünsche Nachf "Foco”, datada de inícios do século XX. Na época foi anunciada como uma máquina portátil, que dava ao utilizador a possibilidade de usar diferentes formatos fotográficos incluindo: 9x12 cm, 12x16.5 cm, 13x18 cm e 18x24 cm. Esta peça pertencia a Noel Magalhães, que a usou sobretudo como uma curiosidade.
coleção Museu do Douro
museu do douro · novembro
20
Coleção Instituto dos Vinhos do Douro e Porto - IVDP Ao longo dos últimos dois anos, o IVDP tem vindo a transferir o seu espólio histórico para o MD, em particular o material de laboratório e documentação associada. Alguns destes objetos têm uma grande carga histórica dentro da Instituição, não apenas pela sua utilidade mas pelo esforço na sua aquisição. Na década de 1960, o laboratório da 3ª divisão do IVP, responsável pelas análises e controlo de qualidade do vinho do Porto, levou a cabo uma atualização dos seus equipamentos, procurando adquirir material de grande qualidade e avanço para a época. Entre eles, destaca-
-se a aquisição de uma estufa Memmet, modelo W150, adquirida por 3.450$00 à empresa António Moutinho & Cª. Lda., em 5 de dezembro de 1964, após consulta ao mercado envolvendo sete fornecedores. Esta estufa era usada para auxiliar na determinação de extrato seco das amostras de vinho.
21
coleção Museu do Douro
22
museu do douro · novembro
© MIDU
exposições itinerantes
Via Estreita, de Carlos Cardoso Auditório Municipal | Freixo de Espada à Cinta » Até 12 de dezembro de 2021
Rui Pires na coleção Museu do Douro Exposição Exterior | Espaço público | Vila Flor » Até 14 de novembro de 2021
Concurso Internacional de Fotografia 2020, “Douro Património Contemporâneo” – Memória com Futuro Casa da Cultura de Mêda » Até 31 de dezembro de 2021
exposições
23
9 meses de inverno e 3 de inferno, de João Pedro Marnoto
Percursos pela Arquitetura Popular no Douro, de António Menéres
Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes | Mirandela
Museu de Arqueologia e Numismática | Vila Real
» Até 3 de janeiro de 2022
» Até 16 de janeiro de 2022
Rui Pires na coleção Museu do Douro Exposição Interior | Museu Imaginário Duriense (MIDU) | Tabuaço » Até 10 de janeiro de 2022
museu do douro · novembro
24
25
museu do douro · novembro
26
serviço educativo
Café Central. Lugares percorridos entre 2020 e 2021
eu sou paisagem Educação-Museu do Douro eusoupaisagem é mote e ação do programa de educação. Agir e pesquisar sobre as relações evidentes e menos evidentes entre os lugares e os seres humanos e não humanos que os habitam e que os constroem. Café Central 2021 Mostra em cartazes Museu do Douro
Goujoim – Armamar | Favaios, Sanfins do Douro, São Mamede de Ribatua, Vila Verde, Vilar de Maçada – Alijó | Lagoaça, Ligares, Mazouco – Freixo de Espada à Cinta | Murça | Celeirós, Paradela de Guiães, Provesende, São Martinho de Anta – Sabrosa | Nagoselo do Douro, Trevões – São João da Pesqueira | Salzedas, Ucanha – Tarouca | Guiães, Nogueira – Vila Real | São João de Lobrigos – Santa Marta de Penaguião.
serviço educativo
27
Café Central. Covas do Douro. Sabrosa (2021, Paula Preto©)
Todas as terras têm um (ou mais) Café Central. Este é um programa para estar presente em diferentes lugares deste extenso território, com as pessoas que nele estão. Para conhecer as pessoas que cá vivem, os cafés são lugares que marcam as paisagens entre a casa e a rua, entre o público e o privado. Os cafés são lugares de fronteira e de encontro. Que centralidades, que periferias? Nesta mostra apresentamos uma primeira seleção das passagens pelos vários cafés realizadas ao longo de 2019, 2020 e 2021 com a fotógrafa Paula Preto. Este é um convite a permanecer a estar nos espaços tão centrais que são os cafés nas vidas destes lugares. Procura-se questionar o que é centro e o que são as periferias, desmontar as
lógicas de representação que são sempre redutoras das vidas do dia-a-dia que importa cuidar. Café central é uma das frentes de ação do eu sou paisagem – programa de educação Museu do Douro. Fotografia| Paula Preto Julho 2021 Obrigado à Branca, Mafalda, Marta, Paula, Teresa e Vera.
museu do douro · novembro
Café Central. Covas do Douro. Sabrosa (2021, Paula Preto©)
28
serviço educativo
29
Dizer ALTO [trovoada]
Oração a São Gregório
Na tarde daquele dia choveu muito. Uma trovoada formidável correu no céu pardacento e convulso. Na terra, os homens sentiam que a natureza voltava a exigir-lhes mais trabalho. Músculos tensos para limpar a horta da areia do enxurro. Os gravatas diziam que a trovoada era bonita. Tudo era belo. Que eram choques de eletricidade. E o pobre pensava que ia ter mais fome. E outra vez suaria para que na horta pudesse crescer a «boa da couve lombarda», o repolho, o feijão. A trovoada era bonita. Eles até tiravam fotografias. Bonita! Mas a malta não entendia assim. E havia presságios de fome porque a chuva deu cabo das semeaduras e das plantações. Na igreja, o reitor velho ajoelhado, de sobrepeliz e estola, rezava em coro com a multidão, a Magnificat – anima mea, Dominum. Nos vitrais da igreja, a chuva batia com fragor. Rufava. Os miúdos em algazarra – «olha, inté saltam»; «olha, ò Zé - menino, inté faz cacharolas». Mais relâmpagos e mais chuva. E o reitor continuava: Et misericórdia – cuja misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que O temem. Para as bandas do Douro corriam os novelos negros das nuvens inchadas, que pareciam de poeira de chumbo. Vinham carregadas e negras, como o ventre das Rondas, que trazem já o negro da desgraça. E os cordões de água continuavam a fustigar rijo a terra. Os círios tinham luz movediça e o reitor: - suscepit Israel. – O pobre lembra a prometida misericórdia de Deus, porque lhe disseram que Deus é infinitamente misericordioso. Não sabe rezar. Garganta seca, olhos fuzilantes chispas, continua o seu esforço.
São Gregório se levantou No seu cajadinho pegou Nossa senhora lhe perguntou: Onde vais ò São Gregório? Vou espalhar a trovoada que no céu anda armada. Se vais espalha bem espalhada Onde não haja nem eira nem beira, Nem pão, nem vinho Nem bafinho de menino, nem ramo de oliveira Nem coisa que nos faça mal.
Alberto Lopes. A última estação. – Lisboa: Editorial Século, 1956, p. 96
recolha oral, Maria do Céu, 77 anos. Peso da Régua
Se nos quiser fazer chegar um texto, gravado por si, em voz ALTA, envie para: educativo@museudodouro.pt
museu do douro · novembro
immer#3
Encontro Internacional sobre Educação e Pesquisa em Museus Repensando a teoria e as práticas dos museus 4 a 6 de Novembro de 2021 Museu do Douro, Peso da Régua, Portugal
O IMMER - Encontro Internacional sobre Educação e Investigação em Museus é um encontro científico que resulta de uma parceria entre o i2ADS - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade e o Museu do Douro , através do seu Departamento Educativo. A primeira edição ocorre em 2018, a segunda em 2019 e desenha-se, agora, a sua terceira edição a acontecer em 4,5 e 6 de novembro de 2021. O IMMER procura na sua terceira edição dar continuidade ao processo de reflexão e de discussão em torno das questões emergentes, processos de investigação e possibilidades práticas, desenvolvidas no território do educativo nos museus. A realização do encontro tem por base reunir investigadores, estudiosos e profissionais nos campos da educação artística prática, curadoria e estudos museais e conjuntamente criar um espaço aberto à reflexão e ao diálogo, incorporando e confrontando as diversas narrativas atuais, num quadro de amplitude local, nacional e internacional. O campo da educação em museus é hoje confrontado por um conjunto de críticas e de posicionamentos em relação à história da articulação entre a instituição museal e o campo educacional, às missões e progra-
serviço educativo 30
mas dirigidos à participação, à avaliação, reprodução e manutenção de valores hegemónicos ocidentais. As perspetivas pós-estruturalistas, feministas e decolonizadoras têm vindo a tornar evidentes as relações de poder dentro deste campo e os processos de subjetivação a elas inerentes. Propõe-se criar um campo e uma imersão crítica em torno das questões e posicionamentos das instituições atuais face à cultura contemporânea, debruçando-se sobre uma “teoria de mudança” perante as narrativas hegemônicas paternalistas ou colonialistas ainda dominantes no contexto institucional atual. Assim, na sua terceira edição, o IMMER colocará em debate a questão da transformação. Durante três dias, o grupo de participantes será convidado a olhar para o presente político no sentido de abrir possibilidades de outras alternativas possíveis, expondo contradições, ambiguidades, fracassos, e anexando a questão de um futuro, não de forma antecipatória, mas antes como possibilidade de reimaginar o que ainda não sabemos, abrindo possibilidades inexpectáveis. Que transformações, poderemos operar nas nossas próprias de modo e podermos explorar soluções transformadoras? À semelhança das edições anteriores, o IMMER, define alargar a discussão a uma esfera internacional, terá um conjunto de convidados, internacionais e investigadores neste campo. São eles: Aida Sánchez de Serdio (Barcelona), uma dupla da organização Trafo. K, Renate Höllwart e Simon Nagy (Viena), Maria Vlachou (Portugal) e Matilde Seabra (Portugal).
31
museu do douro · novembro
32
33
desafio Memórias de Hoje Propomos este desafio à população em geral, mas igualmente às instituições envolvidas no terreno. Enquanto instituição de memória, e com um importante fundo arquivístico, o Museu do Douro pretende recolher documentos e testemunhos associados à vida dos durienses neste desconhecido tempo. Sejam de origem institucional, produzidos por Câmaras, Juntas de Freguesia, Escolas, sejam testemunhos na primeira pessoa, como fotos, vídeos, poemas, diários. A ideia é criar um fundo arquivístico que fique como memória para as futuras gerações, de como a região viveu este período: o confinamento, a necessidade de adaptação familiar, o teletrabalho, ensino em casa, continuar as atividades normais do mundo rural (a natureza não para), etc. Queremos documentar o confinamento mas igualmente os seus efeitos na vida da região. O que mudou, as práticas sociais, agrícolas, etc. » Envie o seu testemunho para: museologia@museudodouro.pt
desafio
museu do douro · novembro
34
35
museu do douro · novembro
36
37
rede de museus do douro A Rede de Museus do Douro, ao unir diferentes tipos de espaços museológicos, pretende também contribuir para a sua divulgação junto das comunidades de visitantes. Seja aproximando a comunidade local dos seus espaços, seja divulgando estas estruturas a quem nos visita. Esta publicação é também um incentivo para partir à descoberta do território duriense. Através de diferentes coleções, os espaços aderentes permitem conhecer outras facetas do Douro, um território cuja paisagem é património Mundial! Todos os meses divulgaremos neste espaço as atividades/ações que nos forem enviadas pelos núcleos aderentes e, de modo aleatório, será apresentado um núcleo museológico.
MUD
museu do douro · novembro
em destaque Novembro SANTUÁRIO DE PANÓIAS, VILA REAL
38
39
MUD
“Queridos condiscípulos: Há em Panóias, nos meus sítios, um grande santuário pagão que a sombra das carvalheiras cobre de melancolia. Formado por toscos altares cavados no granito, a credulidade dos nossos antepassados acalmava ali, sacrificando reses, a fúria dos deuses de então. No sopé dalgumas dessas aras de sangue de esperança, que vivido ritualmente sempre que posso, vêem-se ainda inscrições votivas.”, Miguel Torga, Diário VIII, Coimbra, 1959.
Estas palavras de Miguel Torga referem-se ao Santuário de Panóias. Trata-se de um dos dois únicos santuários de cultos orientais da Península Ibérica e de todo o Ocidente do Império Romano. Foi mandado construir por Caio Calpurnius Rufinus, funcionário imperial romano destacado na região. Para além das inscrições, em latim e em grego, que se reportam às atividades culturais aí realizadas, são visíveis ainda as fundações de três pequenos templos, escadas e cavidades. Conhecido e documentado desde o século XVIII, continua a ser estudado e a revelar alguns mistérios. Em investigações recentes, usando novas tecnologias, descobriu-se que para além de ter sido dedicado a Serápis, também foi dedicado a Ísis. O culto egípcio a Serápis e a Ísis tornou-se popular no Ocidente entre os séculos II e III. e terá sido por essa altura que o Santuário de Panóias terá sido construído.
museu do douro · novembro
40
41
“De tanto visitar este santuário pagão, acabei por me meter na pele de um seu qualquer devoto primitivo………..E chego a perguntar a mim mesmo se o alvoroço em que fiquei, quando o vi pela primeira vez, foi apenas uma reacção cultural ou era já o crente envergonhado que encontrava emocionadamente um templo de fé descomprometida.” , Miguel Torga, Diário XIII, Coimbra, 1983 Venha sentir este sítio! Classificado como Monumento Nacional desde 1910, é propriedade do Estado e está afeto à Direção Regional de Cultura do Norte.
//INFORMAÇÕES ÚTEIS: Horário de funcionamento: » quarta a domingo: 10:00 às 12:30 | 14:00 às 18:00 » Encerra às segundas e terças. Contactos: Email: panoias@culturanorte.gov.pt Tel.: 259 336 322 Bilhete: 2€ Passaporte Mud: 50% Morada: Rua de Panóias, Assento – Vale de Nogueiras, 5000 – 751, Vila Real
MUD
42
museu do douro · novembro
Museu do Imaginário Duriense (MIDU) EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “RUI PIRES NA COLECÇÃO DO MUSEU DO DOURO Patente no Museu do Imaginário Duriense (MIDU) até 10 de janeiro 2022.
//INFORMAÇÕES ÚTEIS: Horário de funcionamento: » segunda a sexta: 9:00 às 12:30 | 14:00 às 17:30 » sábados, domingos e feriados: 10:00 às 12:30 | 14:00 às 17:00 Contactos: Email: museum@cm-tabuaco.pt Tel.: 254 787 019 Bilhete: Gratuito Morada: Rua Macedo Pinto, 5120 Tabuaço
MUD
43
ESPAÇO MIGUEL TORGA » Programação para novembro: EXPOSIÇÃO PAREDES DE ESTUQUE, DE JORGE MARINHO » Patente de 02 a 30 de novembro de 2021; PROJETO SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS “MAZE”, ANDRÉ NEVES » Dia 6 de novembro, às 18h00; André Neves, mais conhecido como Maze no âmago da cultura Hip Hop, desde os anos 90 que escolhe como arma de intervenção a palavra. Começou por se evidenciar pelas mensagens que pintava para colorir o cinzento da Invicta e pelas criações gráficas que desenhava para, mais tarde, se dedicar à escrita e à transposição para o papel e sob a forma de versos daquilo que não podia expressar de outra forma. Durante mais de duas décadas, tem desenvolvido de forma exemplar o papel de ativista, agitador e divulgador cultural, artista visual, poeta e educador, sendo ainda embaixador da música feita a Norte no programa Ginga Beat da Red Bull Radio, transmitido semanalmente na Vodafone FM, e que se dedica à música Lusófona. Em paralelo com esta dinâmica, Maze dedica-se à formação integral do indivíduo através da instrução da arte marcial tradicional coreana - Maha Kuk Sool. O Rap cativou-o no início dos 90's quando ainda eram as cassetes na boombox que forneciam a banda sonora da vida. Do graffiti saltou para a escrita e em 1996 embarcou na missão Dealmática juntamente com Mundo Segundo, Fuse, Expeão e DJ Guze. Imbuídos do "espírito pentagonal" levaram a música a vários palcos de Norte a Sul do país, numa carreira que se estende por mais de 20 anos e de onde se extraem “O Expresso do Submundo”, o álbum homónimo editado em 2003,
“V Império”, o EP “Arte de Viver”, e ainda os trabalhos “A Grande Tribulação” e “Alvorada da Alma”. Ao longo desta odisseia, assinaram colaborações com nomes como Mind da Gap, Blasted Mechanism, Sam the Kid, Manuel Cruz, Marta Ren, Dino de Santiago, NBC, Kid MC, Woyza, entre tantos outros, sendo que também ao vivo, são inúmeros os artistas com a qual dividiram plateia. A solo, Maze editou em formato digital o EP "Homem em Missão" e, mais recentemente, a primeira longa duração intitulada “Entranhas”, figurando em diversas mixtapes e discos de terceiros para a qual foi convidado, o último dos quais a cargo de Sam the Kid. É também a solo que assina um dos maiores clássicos do rap nacional, o tema “Brilhantes Diamantes”. Porém, o espírito criativo e inquieto de Maze levou-o a experimentar outras sonoridades. Juntamente com o produtor Soma assina o projeto sUB_vERSO, é um dos membros fundadores da editora Faca Monstro, para a qual contribuiu também como produtor sob o nome de Spaced Out. PROJETO PALAVRAS CRUZADAS | “MANUELIZANDO O CROUPIER” - blablaLab » Dia 12 de novembro às 21h00. A partir de "A Canção do Croupier do Mississipi", de Leopoldo María Panero “Manuelizando o Croupier” é uma leitura polifónica, multilíngue e orquestrada à boa maneira “manuel sur scène”, inventada pelo escritor Alvaro García de Zúñiga, para os seus próprios textos. Desta vez a obra em cena é "A Canção do Croupier de Mississipi", de Leopoldo María Panero (1948-2014) lida por um elenco de 5 a 7 leitores de cada vez, nas versões original, castelhana e portuguesa. A leitura estreou em 2019 na programação
44
museu do douro · novembro
do Instituto Cervantes de Lisboa para a Noite da Literatura Europeia e na programação das Festas de Lisboa de 2019 no Centro Galego de Lisboa. A leitura tem uma duração aproximada de 15 minutos, ao fim dos quais a roleta literária reorganiza os papéis e recomeça a leitura em sessões sequenciais com uma duração máxima total de 1h15. JOANA GAMA – PROJETO NOVAS CANÇÕES DA MONTANHA » Dia 13 de novembro às 18h00. Em Outubro de 2020, Joana Gama deu início à divulgação da obra do compositor alemão Hans Otte em Portugal, num concerto na Culturgest, com a obra "O Livro dos Sons". E é esta obra-prima do compositor alemão, um momento de rara luminosidade da criação artística do século XX, que a pianista trará ao Espaço Miguel Torga. "É um antigo sonho meu, descobrir a natureza dos sons, e não usar os sons para dizer uma outra coisa" disse Hans Otte, e é esta vontade feita música que poderemos escutar neste concerto intimista. CONTO CONTIGO – HORA E LOCAL A DEFINIR » Dia 27 de novembro às 18h00.
//INFORMAÇÕES ÚTEIS: Horário de funcionamento: » 1 de novembro a 31 de março | terça a domingo: 9:00 às 12:30 | 14:00 às 17:30 Encerrado às segundas e feriados. Bilhete: gratuito. Contactos: Email: geral@espacomigueltorga.pt Tel.: 259 938 017 Morada: Rua Miguel Torga | 5060 – 449 S. Martinho de Anta
MUD
45
CENTRO INTERPRETATIVO DAS MINAS DE ARGOZELO Continua patente ao público, até dia 31 de dezembro, a Exposição temporária O Mundo dos Minerais em Selos, no Centro Interpretativo das Minas de Argozelo
//INFORMAÇÕES ÚTEIS: Horário de funcionamento: » dias úteis: das 9:00 às 17:00 Passaport Mud: 50% desconto.
MUSEU DE GEOLOGIA FERNANDO REAL Em novembro decorre, a nível nacional, a Semana C&T 2021. O Museu de Geologia da UTAD irá colaborar em ações dentro e fora da UTAD.
Contactos: Email: museugeo@utad.pt Tel.: 259 350 351 Visita guiada: 1€ Passaport Mud: 50% desconto. Morada: Edifício Fernando Real, Quinta de Prados – 5001 – 801 Vila Real
museu do douro · novembro
46
47
MUD
MUSEU MUNICIPAL ARMINDO TEIXEIRA LOPES Durante o mês de novembro pode visitar no Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes a exposição de fotografia “Nove Meses de Inverno e Três de Inferno”, da autoria de João Pedro Marnoto. » Esta exposição estará patente até dia 26 de dezembro. Terão também lugar outras atividades relacionadas com esta exposição, conforme cartaz em anexo. //INFORMAÇÕES ÚTEIS: Horário de funcionamento: » segunda a sexta: das 9:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30 » sábados: das 14:30 às 18:00 » domingos e feriados: marcação prévia.
NÚCLEO MUSEOLÓGICO DE FOTOGRAFIA DO DOURO SUPERIOR Nome da Atividade: S. Martinho – Imagens e Representações » 12 de novembro | 10h00/15h00 Realização de atelier’s de desenho e pintura no Museu bem como projeção de imagens alusivas à quadra festiva S. Martinho e a sua relação com a herança judaica e suas tradições. Especial enfoque ao S. Martinho de Maçores. Público Alvo: Aberto à Comunidade escolar
Contactos: Email: museu@cm-mirandela.pt Tel.: 278 201 590 Bilhete: Gratuito
Observações:
Morada: Rua João Maria Sarmento Pimentel, n.º 161 | 5370 – 326 Mirandela
»Necessidade de cumprimento das disposições e normas da DGS relativamente à Covid 19.
» Atividade com inscrição prévia na LIT,( loja interativa de turismo) através de telefone e/ou email; » Limitado a 20 pessoas no interior do museu;
museu do douro · novembro
48
49
50
museu do douro · novembro
loja museu do douro Novidades na Loja do Museu do Douro. http://loja.museudodouro.pt/
51
restaurante a companhia Novidades em novembro. //MAIS INFORMAÇÕES:
» Facebook da Companhia: www.facebook.com/ acompanhia.pt » Através do e-mail: info.acompanhia@gmail.com companhia.regua@gmail.com
loja museu do douro & restaurante
museu do douro · novembro
52
53
museu do douro · novembro
prisma do visitante
54
55
prisma do visitante
museu do douro · novembro
56
57
museu do douro · novembro
58
59
museu do douro newsletter
geral: (+351) 254 310 190 | loja: (+351) 254 310 193 e-mail: geral@museudodouro.pt website: www.museudodouro.pt
Rua Marquês de Pombal 5050-282 Peso da Régua