Museu da Língua Portuguesa Relatórios sobre projetos de pesquisa 4o trimestre de 2013
PROJETOS DE PESQUISA LINGUISTICA Ataliba T. de Castilho Assessor linguístico do MLP
1. PESQUISA E ENSINO DO PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA O ensino do Português Brasileiro como língua estrangeira vem sendo ministrado há anos pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, através dos Centros de Cultura Brasileira. Atualmente, há 21 desses centros, sendo 15 na América Latina, 3 na Europa e 3 na Ásia. A criação do Mercossul ampliou o interesse pelo ensino do Português e do Espanhol na América Latina. Muitas iniciativas foram tomadas pelas universidades e por associações científicas, mas sem dúvida faz falta, por parte do Brasil, a organização de uma instância coordenadora das ações do governo federal, por ora concentradas no Itamaraty. Portugal tem o seu operoso Instituto Camões, a Espanha dispõe do Instituto Cervantes. O governo brasileiro tem buscado identificar suas obrigações linguísticas, matéria que segue em debate em diversos ministérios. Segundo José Carlos Paes de Almeida Filho, em relatório que escreveu em 1997, a perspectiva do ensino da língua portuguesa a falantes de outras línguas potencializou a pesquisa aplicada em alguns centros nacionais de pós-graduação. Há uma demanda crescente de professores de Português, brasileiros e estrangeiros, por publicações teóricas sobre os processos de ensinoaprendizagem (por exemplo, a questão metodológica do ensino de línguas muito próximas, como o Português e o Espanhol) e por cursos de atualização, especialização e pós-graduação stricto sensu. Materiais didáticos e publicações voltadas para a formação do professor serão progressivamente requeridos nos próximos anos por governos, secretarias, Ministérios da Educação e das Relações Exteriores, agências internacionais e universidades. A Universidade Estadual de Campinas, a Universidade de Brasília e as Universidades Federais Fluminense, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul têm oferecido respostas concretas a essa demanda. A primeira criou em 1991 o Exame Unicamp de Proficiência em Português, que serviu de base ao Exame Nacional de Proficiência, aprovado em 1992 pelos Ministérios da Educação, da Cultura e das Relações Exteriores. Daí resultou o CELPBRAS, uma prova de proficiência aplicada hoje aos interessados em estudar em universidades brasileiras.