O Órgão de Tubos do Museu Regional
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om cerca de 200 anos de idade, o órgão de tubos do Museu Regional foi construído quando São João del-Rei era ainda uma vila. Após um longo período de silêncio, foi totalmente restaurado e, desde 2010, encontra-se em pleno funcionamento. Hoje, a música do Século XVIII encontra-se viva e ressonante no museu, através de um instrumento possivelmente produzido no Brasil e pertencente à região do Campo das Vertentes. Preservado como acervo museológico e usado durante recitais, o órgão de tubos faz parte da herança cultural do município, como parte do patrimônio musical da cidade. Apresentações musicais realizadas pelo museu revivem diversas melodias do período colonial e imperial e trazem para o público as músicas escritas por compositores locais, como o Pe. José Maria Xavier.
O órgão chegou ao Museu Regional na década de 1960, advindo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Naquela época, o instrumento se encontrava em mal estado de conservação, faltavam-lhe muitas flautas e seu mecanismo interno já não funcionava mais. Sua história, no entanto, é bem mais antiga.
As origens do órgão Não se sabe com exatidão a data da construção, ou quem foi o organeiro responsável pela confecção do órgão, mas algumas informações, reunidas ao longo de anos de pesquisa, conseguem situar uma idade aproximada e uma origem para a obra. O registro mais antigo do instrumento é datado de 1824. Em seu testamento, um padre de São João del-Rei deixava o órgão de tubos para a Ordem do Carmo. Pelo mesmo documento, é possível saber que o Padre Jerônimo Pereira de Carvalho morava na Fazenda da Bela Vista, na região onde hoje situa-se o Distrito de São Miguel do Cajuru. Apesar do primeiro registro documental ser do início do século XIX, durante o restauro chegou-se à conclusão de que o instrumento foi construído em um período anterior. Com os documentos encontrados nos dutos de ar não foi possível determinar a idade e a autoria da peça. No entanto, o diagnóstico da empresa restauradora concluiu que o modelo do teclado e as técnicas dos tubos, além dos detalhes decorativos, são características utilizadas durante o século XVIII. Já os estudos da organista e pesquisadora
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