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Os 7 maiores riscos que advêm da não formação de mercado futuro na música

ARTIGO: NELSON JUNIOR

OS 7 MAIORES RISCOS QUE ADVÊM DA NÃO FORMAÇÃO DE MERCADO FUTURO NA MÚSICA

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NELSON JUNIOR

Guitarrista, produtor, especialista de produtos, instrutor musical, sideman, atuante no mercado desde os 13 anos de idade, colaborador didático de publicações musicais e escritor.

As mazelas do mundo dos negócios começam na não observação do óbvio. Às vezes o excesso de teorização dos “especialistas” flerta com o desconhecimento

Tenho imensa aflição ao escrever ou falar sobre assuntos de negócios, de ser confundido com os tais coaches e afins (milagreiros modernos). Fujo de termos desnecessariamente pomposos, apenas narro a verdade.

O básico em qualquer negócio é oferta e procura, e a troca de algo de valores entre as partes. Simples... Mas o que acontece se a procura diminuir? O óbvio... No mercado musical estamos tendo uma drástica diminuição de interessados em ser músicos, porque não existe incentivo. Por outro lado, trabalho tem realmente faltado aos músicos, o que tem criado uma situação de “remarginalização” dos profissionais, e a pergunta preconceituosa “Você é músico, mas trabalha com quê?” começa a fazer sentido.

A falta de artistas de destaque inspiradores numa nova geração preocupa tanto quanto a ausência de uma cena musical significativa (não estou falando de youtubers tocando virtuosamente, e sim de shows, músicas autorais e a motivação por meio do exemplo).

Podemos estar em vias de um caminho sem volta 1. Com a quantidade de e-commerce, sites de serviços e comércio presencial, o não incentivo à formação de novos músicos e entusiastas amadores inverte a pirâmide de oferta e procura, colapsando os setores de atuação diretamente.

2. Sem novos músicos profissionais, a virtualidade cria a ausência da necessidade de investimento, torna-se hobby e, com isso, ser bem-sucedido num comércio “hobista” se tornará uma coisa rara. 3. Com a ausência de interesse e a falta de oportunidades, sem contar remuneração justa, músicos abandonam o autoral. E com a ausência do novo, em todos os nichos, e toda a ques

tão de direitos sobre obra intelectual e artística estar banalizada, não há o sustentar comercial da música. 4. Na ausência de mercado em expansão, remuneração e meritocracia, somem a mão de obra especializada, peritos e especialistas de produto, e também a venda de loja, já que a procura decai. 5. No mercado musical, tecnologia sempre é aliada, virtualização sem

Se as pessoas têm motivação, elas adquirem bens e, por isso, agora mesmo, sair a campo e preparar novos consumidores é necessário pre é inimiga, pois não são a mesma coisa, e não observar isso gera uma ilusão, que os números de um simples balanço mensal desmascaram. 6. Sem investimento na carreira de artistas por parte do mercado, os exemplos que inspiram desaparecem. 7. Não estamos numa realidade de ficar parados esperando, ou dispensar a coletividade de esforços, políticos e sociais, de incentivo ao mercado. A Anafima e a Fremúsica (enquanto associação e como ação no Brasil), e mesmo a Música & Mercado, são passos imprescindíveis para revitalizar o mercado, mas olhar o que dá certo e o que dá errado ao redor do mundo, e não praticar o mau exemplo no quintal, é bem importante. Via de regra, se você quer vender sapatos, não incentive ou permita o andar descalço, e na importância de vender instrumentos e acessórios, o objeto do desejo deve estar agregado ao sonho, com possibilidade de realização, ou a pessoa não “usa o calçado” da ideia em sua jornada de vida.

Parem de teorizar e ouvir “gurus”, porque é simples. Se as pessoas têm motivação, elas adquirem bens e, por isso, agora mesmo, sair a campo e preparar novos consumidores é necessário. Independentemente da crise, algumas pessoas não tiram selfies com celulares caros em casas sem reboco?

O que nos afunda não é só pouco dinheiro, mas a frase “VOU SER MÚSICO PRA QUÊ?”. A única área isenta de formação de mercado futuro é comida, pois as pessoas precisam disso para viver.

Quem quer a segurança e o conforto de no investimento só pensar em compra, venda e preço, pode ter êxito com uma rede de pontos de venda de churrasquinho grego com suco grátis (bem simples, com dependência apenas de ponto em via movimentada, boas margens, treinamento, mínimo de funcionários etc.), e, mesmo assim, a mínima atenção ao mercado é imprescindível.

Mas quem lida com o mercado musical não pode se dar ao luxo de ignorar que o mercado da música existe porque a música existe, e a música existe porque o músico existe, e sem a garantia de carreira na profissão, o resto colapsa. n

PRÉ-FEIRA MUSIC SHOW EXPERIENCE

FEIRA MUSIC SHOW EXP CONVOCA EMPREENDEDORES DO MERCADO DA MÚSICA

Feira quer ampliar networking, informação, comércio e estimular o empreendedorismo no mercado da música

Empreendedorismo musical será o tema central da 3ª Music Show

Exp, feira da música que se realizará no mês de setembro em São Paulo.

Com as mudanças ocorridas nos últimos anos, baseadas na digitalização da música, seus serviços, novos conceitos de espetáculos e a tecnologia embarcada nos produtos de áudio, iluminação e instrumentos musicais, a 3ª Music Show Exp focará o empreendedorismo como pilar do desenvolvimento musical.

A 3ª Music Show Exp será realizada entre 24 e 27 de setembro, nos pavilhões 7 e 8 do São Paulo Expo, e será dividida por áreas que abrangem networking, conhecimento, produtos e serviços. “Estamos trabalhando em todas as melhorias necessárias. Com a máxima certeza, o evento de 2020 será muito superior ao do ano passado em conteúdo, marcas e apresentação”, reforça Fábio Mascotto, cofundador da Music Show Exp.

Music Coworking — cauda longa no mercado da música “O mercado da música se descentralizou e está pulverizado; para alguns, o setor morreu. Mas na nossa visão ele está se tornando um processo compartilhado e digital. Creio ser um erro dizer que o setor está morrendo”, comenta Daniel Neves, também cofundador da Music Show Exp.

“Estamos na era dos ‘nanonichos’ da

Music Coworking: projeto similar ao da Comic Con Brasil

música, que vão da composição à venda de produtos e se multiplicam de forma incrível. Esta (a feira) é uma excelente oportunidade para expor e ampliar seu networking e os negócios”, completa.

Um exemplo de como será planejado o Music Coworking são as áreas com projetos similares existentes nas feiras SXSW (Estados Unidos), Comic Con Brasil, com a Artists’ Alley, Websummit (Portugal) e NAMM Show (EUA).

O preço das mesas de coworking na Music Show Exp começa em R$ 950, para pagamento à vista, e R$ 1.190, para pagamento parcelado.

O Music Coworking da Music Show terá disponibilidade nas diversas áreas de negócios da música: produtos de áudio, instrumentos musicais, educação (music business, instrumentos, áudio, iluminação), acessórios, merchandising, escritórios para venda de shows/eventos, produtores artísticos, estúdios, canais de YouTube, assessoria de comunicação para o setor musical, entre outros.

Music Academy O número de debates, treinamentos, workshops e pitchs da 3ª edição da Music Show também terá atenção redobrada. “Levantamos a bandeira do empreendedorismo no setor. A troca de informação é parte fundamental para o crescimento de todos que trabalham com música”, explica Daniel.

A feira em breve publicará a agenda de conteúdo em seu site. n

Mais informações musicshowexp.com.br

MusicShowExp

PRÉ-FEIRA MUSIKMESSE

MUSIKMESSE E PROLIGHT+SOUND ADIAM SUA EDIÇÃO DE 2020

Devido à rápida disseminação do Coronavírus, os organizadores da Messe Frankfurt decidiram adiar as feiras Musikmesse e Prolight + Sound este ano

Como todos sabemos, o Covid-19 está se espalhando por todo o mundo e, por isso, na Europa, a Messe Frankfurt decidiu adiar suas feiras Musikmesse e Prolight + Sound 2020.

“A saúde de expositores, visitantes, contratados e funcionários tem a maior prioridade para a Messe Frankfurt. As novas datas serão anunciadas em breve”, afirma o comunicado oficial.

Por outro lado, os eventos regionais “Musikmesse Plaza” (3 e 4 de abril) e o ‘Musikmesse Festival’ (31 de março a 4 de abril de 2020) serão realizados conforme o planejado, uma vez que visam principalmente o público regional da área metropolitana de Frankfurt.

Devido à expansão contínua do Covid-19 na Europa, os organizadores reavaliaram a situação junto às autoridades de saúde pública de Frankfurt e decidiram tomar medidas para impedir que visitantes de regiões de alto risco que viajam para Frankfurt visitem a feira enquanto estiverem doentes.

Outro fator que influenciou a decisão de adiar as feiras foi o crescente número de restrições de viagem, o que impedirá muitos visitantes e expositores em potencial de chegarem a Frankfurt.

“A situação atual representa um grande desafio para a feira e as empresas expositoras de todo o mundo. Lamentamos que os aniversários de ambas as feiras não possam ser comemorados. No entanto, estamos aguardando ótimos shows para os fãs na região com o Musikmesse Festival, que será realizado em uma variedade de lugares por toda Frankfurt. Além

disso, continuamos a estender nosso convite aos amantes da música para visitar a “Praça Musikmesse”, onde eles podem não apenas ver e comprar instrumentos, produtos de gravação e estilo de vida, mas também participar de inúmeros eventos”, disse Detlef Braun, membro do conselho executivo da Messe Frankfurt GmbH.

As datas da Musikmesse ainda não foram anunciadas, mas sim as da Prolight + Sound. A feira será realizada de 26 a 29 de maio. n

Mais informações musik.messefrankfurt.com pls.messefrankfurt.com

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