Música & Mercado #36

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WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR | MAIO|JUNHO DE 2008 | Nº 36 | ANO 5 | R$ 15

M &SICA

✓ GERENTE COMPRADOR VENDEDOR 1 VENDEDOR 2 VENDEDOR 3

VENDA PROIBIDA

EXEMPLAR DE

ASSINANTE

INFORMAÇÃO PARA QUEM COMPRA E VENDE ÁUDIO E INSTRUMENTOS MUSICAIS

E MESS MUSIK

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Feira b

a Confira ra cobertu

Por que eles

vendem mais? Modelos chineses barateiam o violão – instrumento mais procurado nas lojas – e promovem reestruturação das fabricantes nacionais

LOJISTA

Center Som, do Sul, transfere mercado de fonográficos pelo de instrumentos musicais

PÉS BEM CALÇADOS

Os tênis para bateristas da Urban Boards irão o para o exterior ainda neste semestre

ENQUETE

Músicos revelam o que procuram na hora de comprar um instrumento

E MAIS: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL RESOLVE PROCESSOS EM ATÉ TRÊS MESES MM36_CAPA4.indd 1

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EDITORIAL

Feiras regionais Desde o final de 2007 e ao longo de 2008, a Música & Mercado tem realizado feiras regionais em diversos Estados do Brasil. Descobrimos um universo pouco explorado nesses eventos. Lojas com alto potencial de crescimento, novos empreendedores, amigos de longa data, músicos profissionais e representantes comerciais que estimulam o mercado de forma ímpar. As Feiras Regionais da Música & Mercado têm o objetivo de somar ao trabalho realizado em São Paulo pela Abemúsica e Francal. É nosso dever trabalhar para desenvolver o mercado musical, levando para as grandes capitais do País oportunidades de negócio, palestras profissionalizantes, expositores com promoções especiais, tudo isso visando um aumento na margem de lucro de sua loja. Nosso negócio está baseado fundamentalmente em promover o relacionamento entre fornecedores e varejo, seja pelo meio impresso, digital ou através de feiras.

Mudando de assunto: nesta edição da Música & Mercado chamamos a atenção para o mercado de violão. Facilitado pela baixa do dólar, o produto é um campeão de vendas nas lojas do Brasil. Nesse ínterim, a indústria nacional teve de se adaptar para não perder mercado e muitas empresas passaram a importar. Fatos como esse ocorrem em todos os países do mundo, até onde a diferença cambial entre o dólar e a moeda chinesa permitir. Se o lema do mercado agora é “Preço, marca ou morte”, opte pelas marcas que mais fazem pelo mercado. Elas são os pilares que ajudam a sustentar este universo em que vivemos e fazem o caixa de sua loja tilintar. É o que muitos também chamam de música. Boa leitura! DANIEL NEVES

EXPEDIENTE Daniel A. Neves S. Lima EDITOR/DIRETOR

Gabriela Gasparin

Christian Bernard, Clarissa Muniz, Joel de Souza, Luis Eduardo Vilaça, Tom Coelho COLABORADORES

PRODUÇÃO, REPORTAGEM E EDIÇÃO - MTB: 52.156

Flávio Americano CORRESPONDENTE INTERNACIONAL

Eduarda Lopes DEPTO. COMERCIAL

Nancy Bento RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Carla Anne ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO

Renato Canonico DIREÇÃO DE ARTE

Hebe Ester Lucas REVISÃO DE TEXTO

M&M NO ORKUT www.orkut.com/ Community. aspx?cmm=4008784 Parcerias

MÚSICA & MERCADO® Rua Alvorada, 700 – Vila Olimpia CEP 04550-003 – São Paulo – SP Todos os direitos reservados. Autorizada a reprodução com a citação da Música & Mercado, edição e autor. Música & Mercado não é responsável pelo conteúdo e serviços prestados nos anúncios publicados. PUBLICIDADE Anuncie na Música & Mercado comercial@musicaemercado.com.br TEL/FAX.: (11) 3567-3022 www.musicaemercado.com.br E-MAIL: ajuda@musicaemercado.com.br

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ÍNDICE maio/junho 2008 / nº 36 / ano 5

CAPA

52

SEÇÕES 16 EDITORIAL 20 ÚLTIMAS 32 ENQUETE 38 LOJISTA 44 VIDA DE LOJISTA 104 PRODUTOS 108 RESUMO DA EDIÇÃO 110 PAINEL DE NEGÓCIOS 114 MIX DE PRODUTOS

VIOLÕES: OS DONOS DO MERCADO A indústria do violão, instrumento mais popular no Brasil e no mundo, tem passado por constantes adaptações após o advento dos produtos chineses no País, desde 2004. Fabricantes adotam diferentes estratégias para sobreviver

68 ONERR muda de estratégia e foca negócios no mercado interno

84 FLORENCE MUSIC investe em logística e conta com novas instalações

72 Investir na pós-venda é estratégia da ANTERA para driblar concorrentes

88 A alemã HOHNER faz aniversário de 150 anos batendo recorde

74 Calçados da URBAN BOARDS chegam ao exterior ainda neste semestre

90 Economistas dão dicas sobre como agir diante da instabilidade do DÓLAR

82 Mercado brasileiro é cada vez mais importante para a SOMECO

96 MUSIKMESSE 2008 bate recorde de público e de expositores

COLUNISTAS ➻ 34 ESTRATÉGIA por Tom Coelho ➻ 36 PDV por Christian Bernard ➻ 48 SEU DINHEIRO por Joel de Souza ➻ 78 SEU DIREITO por Clarissa Muniz ➻ 80 PSICOLOGIA GERENCIAL por Luis Eduardo Vilaça 18 WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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Últimas M&M

CHEIO DE GRAÇA

A Anafim (Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais), criada por Alberto Bertolazzih e hoje presidida por Anselmo Rampazzo, mudou de nome. Agora é Anafima e engloba fabricantes de áudio. A associação tem caminhado de forma sólida, ganhando liderança e apoio das empresas brasileiras.

ATENTEM... ... para o site da Michael Instrumentos Musicais. A empresa antecipou a tendência de diversas frentes e reuniu várias formas de comunidades on-line. ARRUMANDO A CASA

A Strike Music, importadora da Habro Music, trocou dois dos três vendedores da equipe.

CASA ARRUMADA

Já a Florence Music está em novo prédio. A empresa promete um sistema de distribuição adequado às novas diretrizes e, principalmente, rápido.

GIBSON SE UNE

A empresa norte-americana Gibson se fundiu com a TC Group, um dos líderes em áudio profissional. “A sinergia entre as duas

AQUARIAN NO BRASIL A Izzo oficializou a distribuição exclusiva da Aquarian no Brasil durante a Musikmesse, em Frankfurt. Com isso, a Izzo reforça seu mix de marcas no segmento de acessórios de bateria.

empresas dará a nós uma enorme vantagem no desenvolvimento de produtos com tecnologia em áudio. Além disso, são duas grandes marcas mundiais”, explica o CEO da Gibson, Henry Juszkiewicz.

ERRATA Diferentemente do que foi publicado na pág. 90 da edição nº 35 da M&M, Casio Poleto é representante da Seymour Duncan.

JUNTINHAS

A Taylor será distribuída na Europa pela Fender. A notícia deu o que falar na NAMM Show de janeiro. Diversos boatos surgiram em torno da compra da Taylor pela Fender. Ambas negam, o assunto é somente distribuição.

MÚSICA NAS ESCOLAS

Circula na internet um movimento de apoio ao ensino musical nas escolas. A Música & Mercado apóia a iniciativa. O site é: www.queroeducacaomusicalnaescola.com

ESPANHA

A revista Música & Mercado, desde janeiro de 2008, também é distribuída para todas as lojas e fornecedores da Espanha. Ao todo são 21 países. Olé!

COMPLETINHA

A C.Ibañez, tradicional fabricante de baquetas brasileira, iniciou as vendas de baterias e acessórios com marca própria da empresa.

TODOS JUNTOS

O Departamento de Música da Universidade de São Paulo (CMU/SP), em parceria com a Roland Brasil, criou uma sala de pianos digitais para aulas na USP. Com fones de ouvidos, os estudantes podem tocar os pianos simultaneamente.

LOJA DO MUNDO

Em meio à bucólica Nice (França), a Musique Delrieu se destaca pela venda de métodos musicais.

FOTOGANG

Cada vez mais as baterias de Sergio Di Nardo, da Gang Music, tem aparecido nas lojas do Brasil.

ALTERNATIVO

O caminho de alguns representantes está delineado. Enquanto mui-

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Últimas M&M

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Jan-Abril/2007 (4ª semana) 45,818

33,047

12,771

Fonte: Ministério do Desenvolvimento

Mais endividados A inadimplência dos consumidores aumentou 6,5% no primeiro trimestre de 2008 na comparação com mesmo período de 2007, de acordo com a Serasa. Na comparação entre março de 2008 e março de 2007, o endividamento da população registrou crescimento de 4,7%.

Vendas em alta As vendas do comércio aumentaram 10,7% no primeiro trimestre de 2008 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Serasa.

3,76%

Conta garantida

5,46%

Taxa média

4,16%

Queda livre Após alta da Selic, o dólar atingiu seu menor patamar desde 1999, chegando a R$ 1,658 em 17 de abril. Especialistas prevêem que a moeda norteamericana não deve ultrapassar R$ 1,75 em 2008. R$ 2,00

R$ 1,00

10,3%

18/10/07 16/11/07 17/12/07 17/1/08

Com o dólar fraco, a indústria nacional exporta, mas sofre. Quem pensa que isso é coisa de brasileiro se engana. Nos países europeus o problema é igual.

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10,7%

1º trim. 07 1º trim. 08

tos morrem no ostracismo, outros colhem os frutos de agirem como gerentes de vendas regionais e estruturarem seus escritórios. A GV Representações tem assumido o controle das vendas do interior de São Paulo para a importadora Wolf Music. Eduardo Vilaça, com experiência adquirida em outras empresas, auxilia importadoras a realizar compras no exterior.

FRACOTE

Desconto de cheques

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Jan-Abril/2008 (4ª semana) 50,436

Desc. de duplicatas

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Exportação Importação Saldo

3,92%

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Período

Capital de giro

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BALANÇA COMERCIAL (R$ BILHÕES)

JUROS MENSAIS / MARÇO 2008

1,74060

Desequilíbrio O superávit da balança comercial ficou em US$ 4,170 bilhões de janeiro à quarta semana de abril deste ano, queda de 66,5% ante o mesmo período do ano passado (US$ 12,771 bilhões).

...Ânimo lá embaixo Com isso, a taxa de juros mensal para pessoa jurídica, que já tinha subido de 4,05% em dezembro de 2007 para 4,16% em março de 2008, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), deverá sentir novas altas neste ano. Essa é a maior taxa de juros desde abril de 2007.

1,80630

Juros lá em cima... O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano, no mês de abril. A alta na taxa não acontecia desde maio de 2005.

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Fonte: Banco Central

CARA NOVA As empresas Eagle, Florence Music e Meteoro estão com novo website.

A UNIÃO FAZ A FORÇA

O representante Raimundo Budião, da Ramasi Representações e Comércio, de Salvador (BA), elaborou dicas para aquecer o mercado: ● Montar uma associação onde possam ser ministrados cursos de aperfeiçoamento ● Eleger um diretor que organize a pauta de reuniões, nas quais se discutirão assuntos como precificação de produtos, política de fornecedores e segurança da região. ● Fazer propaganda comunitária das lojas por meio de um jornal semanal, com as promoções de cada comércio. ● Pensar numa transportadora única com um preço melhor para todos.

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Últimas M&M

PROTESTO

O deputado federal Edigar Mão Branca (PV-BA) tocou violão dentro de uma gaiola na Câmara Federal, no dia 16 de abril, para lançar a Frente Parlamentar em Defesa da Música, dos Compositores e Músicos Brasileiros. Ele protestou contra a proibição de showmícios nas eleições (do blog “Os amigos do presidente Lula”).

NOVOS FUNCIONÁRIOS

● Claudio Adoglio Diretor comercial da Condortech ● Deivid Miranda Gerente de vendas da Cabrera Pickups ● Nilton Corazza Coordenador de comunicação da Roland Brasil ● Patrícia Afonso Representante da Condortech na Bahia ● Márcio Guimarães Representante da Condortech em São Paulo

TOP 4

Confira quatro dos instrumentos mais vendidos no final de abril nos sites:

Submarino

● Contrabaixo California Precision Bass Special NT - Fender ● Amplificador para Guitarra 50W MG50 DFX - Marshall ● Sax Alto Mib WASM35 Laqueado - Michael ● Bateria Acústica Completa DM825K WR - Michael

JAPINHA

Ricardo Di Roberto, o ‘Japinha’, baterista do CPM 22, é o novo endorser da Evans, distribuída pela Musical Express.

Americanas

● Violão Iniciante Kashima Aço Ref. MG-9155 - Casio ● Teclado com Teclas Iluminadas LK-100KT - Casio ● Amplificador de Potência: LA 6000 1000 Watts - Leac’s ● Piano Digital Privia PX-310 KT Prata - Casio

RENOVAÇÃO

A Adah realizou em abril a 1ª Convenção Nacional de Representantes de Vendas na cidade de São Paulo, que treinou uma equipe 80% nova.

TREME TREME

A Izzo trouxe para o Brasil o Vibrass, um vibrador bocal para massagear os lábios de quem toca instrumentos de sopro. A empresa anunciou o produto na revista especializada em sopro Sax & Metais.

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Últimas M&M

QUATRO PERGUNTAS PARA MARCELO FAVIEIRO, DIRETOR SUPERINTENDENTE DA SELENIUM HÁ 50 ANOS NO MERCADO, SELENIUM MANTÉM INVESTIMENTO EM P&D.

● Como foi o ano de 2007 para a Selenium? A empresa consolidou uma estratégia que havia sido planejada em 2006, cujo prazo de conclusão era de cinco anos. ● Como você vê o atual mercado de áudio profissional? Com o desaquecimento internacional, por causa da crise norte-americana, concorrentes procurarão novos mercados. O Brasil é uma alternativa e nossa exposição vai aumentar. Como estratégia, a Selenium investe em tecnologia. ● Como o governo pode colaborar com a exportação? Com o fomento às novas tecnologias, por meio de forte incentivo em educação. O governo também precisa desonerar a cadeia de impostos.

FAVIEIRO, DA SELENIUM

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● Quais são as expectativas da empresa para 2008? Esperamos um crescimento acentuado por causa das eleições, que geram alta de 25% na produção. A empresa vem crescendo num patamar de 50% ao ano.

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Últimas M&M

CRÉDITO SEM CRISE

FÁBIO CAMPOS, GERENTE DO SEBRAE, DÁ DICAS SOBRE COMO O EMPRESÁRIO PODE CONSEGUIR MELHORES CONDIÇÕES DE EMPRÉSTIMO NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

E

m época de crise externa internacional e cautela do governo brasileiro em relação a mudanças nos juros, a tomada de crédito para capital de giro e investimentos ficou mais cara tanto para o pequeno quanto para o grande empresário. A taxa média de juros para pessoa jurídica, que estava em queda e chegou a 4,05% em dezembro de 2007, subiu para 4,16% em março, segundo dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). No entanto, de acordo com o gerente da assessoria de Serviços Financeiros do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Fábio Campos, o cenário não é motivo para desânimo. Em entrevista à Música & Mercado, o especialista explica como um bom planejamento de negócios pode ajudar na conquista de melhores condições para empréstimo junto aos bancos.

load na página do Sebrae na internet no campo “Quero abrir um negócio”. Uma vez coletadas as necessidades, deve-se ir ao banco onde já se é cliente e mostrar o plano de negócio. » Por que o empresário deve ir à instituição financeira onde possui conta? Porque o banco já conhece o histórico de cada cliente, o que torna a operação de empréstimo mais acessível. Com o plano em mãos, é possível convencer o gerente de que o investimento é bom e conseguir melhores condições de financiamento, como juros menores. » É importante pesquisar diferentes linhas de financiamento?

Claro. A pesquisa ajuda o empresário a encontrar a modalidade que melhor se encaixe na sua necessidade. No site da nossa entidade em São Paulo, no campo “Melhorando seu Negócio”, também há uma lista com todos os serviços existentes no mercado para comparação. » Como é possível saber se o retorno do investimento pagará o empréstimo tomado? O negócio tem de dar lucro sempre. O futuro investimento deverá ter rentabilidade suficiente para pagar os juros e ainda precisa sobrar um pouco para o lucro. Se nas contas do plano de negócios essa conta não fechar, o empresário precisa mudar a estratégia da empresa em busca de melhor retorno.  PLANEJAMENTO SEGUNDO CAMPOS, UM PLANO DE NEGÓCIOS BEM FORMULADO É ÓTIMO ARGUMENTO PARA DEMONSTRAR CREDIBILIDADE JUNTO AO BANCO

» É possível contornar o momento da alta dos juros e conseguir crédito mais acessível? Todo negócio vai bem se o empresário souber fazer um planejamento. É necessário elaborar um plano de negócios. Isso significa colocar no papel todos os gastos previstos. Com os números em mãos, dá para se fazer uma projeção de fluxo de caixa e descobrir o montante necessário para o investimento. Um modelo de plano de negócio está disponível gratuitamente para down-

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Últimas M&M

NOVO CONCEITO A HOSMIL, DISTRIBUIDORA DOS ÓRGÃOS VISCOUNT E HAMMOND NO BRASIL, QUER DIFUNDIR A CULTURA DO INSTRUMENTO PAÍS AFORA E AMPLIAR VENDAS

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epresentante exclusiva dos órgãos das marcas Hammond e Viscount no Brasil, a Hosmil atua no mercado de comércio exterior desde 1992. Atualmente sob comando dos irmãos Wagner e Valquiria Carneiro, a empresa foi fundada pela mãe Maria do Carmo Almeida Carneiro, em 1982. Hoje, a importadora comercializa de dez a 14 instrumentos ao mês no País. Com crescimento de 30% no ano passado em relação a 2006, impulsionado principalmente pelo trabalho de divulgação do instrumento junto ao público profissional, a expectativa para 2008 é obter resultados melhores ainda. Entre os moti-

vos estão o início dos negócios com piano acústico, a partir de julho, e a parceria com uma escola de música, como explica Wagner Carneiro em entrevista à Música & Mercado. » Qual é o maior desafio para se trabalhar com instrumentos de maior valor como o órgão? O principal desafio é o próprio cliente. Por ser um instrumento específico, o comprador possui muito mais informação de música do que outros nichos de consumidores. O preço final da unidade varia entre R$ 8 mil e R$ 140 mil nas lojas. Por isso, o músico interessado na compra de um órgão já é profissional ou semi-

profissional. Para melhor atender os clientes, fazemos todo um trabalho de treinamento e apoio com os representantes de venda. Eles devem estar aptos a passar todas as informações necessárias ao comprador, uma vez que um órgão chega a ter de dois a três manuais. Isso tem ajudado a melhorar as vendas. » Como é o trabalho da empresa para a divulgação do instrumento junto ao público? Nossa preocupação é difundir e ampliar a cultura do órgão junto aos músicos. A tendência é dar um novo conceito ao instrumento, que ficou um pouco esquecido após MERCADO EXIGENTE POR SER UM INSTRUMENTO ESPECÍFICO, CONSUMIDORES JÁ ENTRAM NA LOJA COM MUITA INFORMAÇÃO SOBRE O PRODUTO: VENDEDORES PRECISAM ESTAR PREPARADOS

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Últimas M&M

o advento do teclado digital, em meados dos anos 90. Temos tido sucesso nesse sentido. Fazemos um trabalho de divulgação junto aos músicos profissionais. O Hammond tem mais de 15 milhões de combinações de sons e pode ser tocado inclusive junto com guitarra, baixo e bateria. Bandas como Capital Inicial e Roupa Nova são exemplos. Para ampliar o trabalho de divulgação, começamos este ano uma parceria com a Escola de Música e Tecnologia para um curso específico de Hammond. Os alunos poderão chegar perto do instrumento, tocar e aprender. » Qual é a diferença entre os órgãos Hammond e Viscount? Que marca vende mais no País? Trabalhamos primeiro com o Viscount, erudito, em 1992. Começamos a comercializar o Hammond,

que é voltado à música popular, em 1996. Ambas as marcas vendem na mesma proporção. Em julho deste ano passaremos a trabalhar também com pianos acústicos. » O bom cenário vivido pela economia nacional no ano passado colaborou para os bons resultados da empresa em 2007? Eu não atribuo isso ao crescimento da economia em 2007. Entre os anos de 2001 e 2005 sofremos um grande abalo no mercado em decorrência das mudanças do câmbio no País. Nesse período, nossos negócios caíram pela metade. A partir de 2006, o que aconteceu foi uma recuperação do cenário que vivíamos em meados de 1999 e 2000. » A crise norte-americana pode prejudicar os negócios da empresa neste ano?

Acredito que o Brasil está mais forte. Antes éramos contaminados pelas crises externas, agora sofremos apenas uma leve gripe. Para 2008, estamos otimistas e vemos um mercado promissor. » Por ser o órgão um instrumento litúrgico, o público gospel tem muita influência nos negócios da empresa? A comercialização com o mercado gospel representa 5% das vendas da empresa. Vendemos para diversas religiões, como católicos, presbiterianos e batistas, entre outras. Estamos buscando entrar em outras igrejas mais novas que ainda usam o teclado digital, como a Assembléia de Deus. Os 95% restantes de nossas vendas são representados pelo mercado em geral, como músicos profissionais e escolas, entre outros. 

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Últimas M&M

FOCO NO BRASIL PARA A ASK MUSIC, ALTA CARGA TRIBUTÁRIA NACIONAL IMPEDE INÍCIO DAS EXPORTAÇÕES. NEGÓCIOS CONTINUAM DIRECIONADOS À EXPANSÃO NO PAÍS

A

ASK Music, criada em 1988, entrou no mercado fabricando suportes para TV e para os então modernos videocassetes. Na época, a indústria ocupava uma área de pouco mais de 100 m2. Só depois de uma encomenda de modelos para instrumentos musicais é que a empresa percebeu o quão promissor era o segmento e direcionou os negócios para o novo ramo. Em 1998, foi feita a aquisição da fábrica de suportes Metalline. Hoje, são quatro unidades e uma área de 11 mil m2. Em entrevista à Música & Mercado, o diretor comercial Marcio Simões de Assis revelou faltar incentivos por parte do governo para a exportação nacional. » Como foi 2007 para a ASK? O ano contou com resultados satisfatórios. Conquistamos quantidade expressiva de novos clientes. » Como concorrer com os importados em alta por causa da queda do dólar? Enxugar custos e investir em ferramentas, moldes e muita melhoria dos produtos. Sabemos que não é o suficiente para a indústria brasileira, que está sufocada e estrangulada. » A empresa pretende exportar? Já importamos e continuamos trabalhando e desenvolvendo produtos para exportação. Mas com a carga tributária do Brasil tornou-se inviável. Vamos fazer uma comparação com os produtos brasileiros e os da

MARCIO DE ASSIS COM JERFERSON COSTA E RAQUEL SALLES (DA ESQ. PARA A DIR.), DO SETOR DE VENDAS

China, que é nossa concorrente. As indústrias lá são tributadas em 10% do lucro líquido, não existe a quantidade de impostos que há aqui. Vamos exportar depois de uma reforma tributária. » Quais são os desafios para alcançar o mercado externo? Olhar para o concorrente lá fora de igual para igual. Outra saída é montar uma fábrica fora do Brasil. » Quais são as expectativas para 2008? São boas porque é um ano eleitoral. Com isso haverá investimentos no País e aquecimento do comércio. » Qual é a estratégia para se destacar no mercado? Se não pudermos atender à expectativa do mercado em que atuamos,

acabaremos destacando o nome do concorrente. Portanto, estratégias devem ser colocadas em prática constantemente, com o objetivo de estar sempre evoluindo. » Qual é o público-alvo dos produtos da ASK? Tentamos atingir todas as condições financeiras. A ASK conseguiu, com uma produção em escala maior, reduzir o preço dos acessórios no mercado musical no final dos anos 80 e início dos anos 90. As duas linhas de produtos são bem-aceitas. Direcionamos a linha adequada para o lojista certo. » A empresa planeja novidades para 2008? Sim. O objetivo é lançar produtos de que o mercado necessita e melhorar os que já temos em linha. 

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ENQUETE

EM BUSCA

DE UM INSTRUMENTO MÚSICOS CONTAM O QUE PROCURAM NA HORA DE COMPRAR UM NOVO EQUIPAMENTO E O QUE ESPERAM DE UMA LOJA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

PERGUNTAS

1

O QUE VOCÊ PROCURA NA HORA DE COMPRAR UM INSTRUMENTO MUSICAL?

2

OS PRODUTOS CHINESES ESTÃO CADA VEZ MAIS PRESENTES NO MERCADO NACIONAL. QUAL É A SUA OPINIÃO A RESPEITO DESSES MODELOS?

CUSTOBENEFÍCIO Para os músicos, a compra de um instrumento que servirá como companhia na maior parte do tempo precisa ter uma boa relação custo-benefício. Não adianta o produto ser muito caro se não tem qualidade para tal, nem muito barato se não responder às necessidades pretendidas. Além disso, o instrumento precisa estar acompanhado de um bom atendimento dos vendedores para ser de fato ‘o escolhido’.

ULISSES DE CASTRO, Pianista São Paulo/SP

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Busco sempre a qualidade do instrumento em termos de timbre e técnica. Se o modelo não estiver ao meu alcance monetário, espero para comprar ou procuro um equipamento mais barato que não perca muito em qualidade.

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Já experimentei dois pianos chineses Young Chang, um de meia cauda e um de armário. Fiquei surpreendido com a qualidade técnica e sonora dos dois. A precisão e o peso do teclado eram incríveis. O timbre entre os agudos, médios e graves era equilibrado.

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O QUE É ESSENCIAL PARA VOCÊ NUMA LOJA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS?

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VOCÊ É FIEL A UMA LOJA OU TROCA CONSTANTEMENTE?

Procuro comparar teclados (sintetizadores) e pianos digitais ou acústicos para sentir as diferenças de toque e sonoridade. Gosto quando existe variedade de marcas. Não vou pela mais famosa ou mais cara, pois elas podem não me atrair em todos os quesitos.

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Se existe uma pessoa fiel, sou eu. Quando gosto da loja não a troco, salvo se o controle de qualidade começa a cair.

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Maira Andrade

ANDRÉ MACHADO RIBEIRO, Guitarrista e baixista Recife/PE

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Qualidade. Se o instrumento for caro, mas bom, acredito que valha a pena.

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Nunca experimentei e também ainda não me ofereceram. Os meus instrumentos são todos americanos. No entanto, alguns colegas comentam que, em casos específicos, como pratos para bateria, há modelos chineses bons.

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Bom atendimento, que acredito que valha para tudo. No entanto, se não existir diversidade, algo que me atraia até a loja, o local pode ter o melhor vendedor do mundo que sairei de mãos vazias.

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Vou a várias. No Recife não temos uma grande variedade de lojas. Eu vou àquela que tem o que eu quero e, lógico, se tiver o que eu quero em mais de uma loja, compro na mais barata.

CELY RODRIGUES, Harpista São Paulo/SP

MICHAEL RUZITSCHKA, Violonista São Paulo/SP

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Quanto às harpas, não tenho ainda ciência de que chineses fabriquem esse instrumento nos modelos que conhecemos. Os chineses têm, sim, o seu modelo de harpa, chamada GhuZeng, que se toca na horizontal.

Eles estão melhorando. Mas a China ainda não tem experiência com violões. Empresas antigas, inclusive nacionais, fazem violões com mais qualidade. No caso de contrabaixos, vários colegas meus estão usando os da China e gostam.

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3

Procuro primeiro qualidade. Não temos fabricantes de harpas no Brasil (à exceção do luthier Aldo Casarotti, cujas harpas são feitas com material importado). Os principais fabricantes estão no exterior. Eu importo harpas.

Excelente atendimento, incluindo o conhecimento técnico do vendedor sobre o instrumento ou acessório. Amplas opções e condições de negociação. Variedade de produtos, com possibilidade de test-drive, se necessário.

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Sou fiel à qualidade sonora do instrumento. Onde este instrumento estiver, lá irei.

O item fundamental é a afinação. O visual também conta. Modelos bons costumam ser bem-acabados. No entanto, a pessoa busca o instrumento de acordo com os limites financeiros. Em geral, o preço mais alto compensa.

O vendedor tem de ter disposição e paciência para conversar e mostrar o produto ao cliente. Também sinto falta de um local silencioso para experimentar o instrumento, como uma sala. Vi isso em outros países e gostei.

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Sempre comparo os preços em várias lojas. No entanto, é bom criar relações com os vendedores. Nesses casos, se vejo que o produto custa a mesma coisa em duas lojas, volto para aquela em que criei um vínculo.

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tom coelho formado em Economia pela FEA/USP e em Publicidade pela ESPM/SP, com especialização em Marketing pela Madia Marketing School e em Qualidade de Vida no Trabalho pela USP, é consultor, professor universitário, escritor, palestrante e diretor da Infinity Consulting. Também é diretor estadual do NJE/Ciesp. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br

A arte da

possibilidade

Um líder de uma empresa deve agir como um maestro de uma orquestra: capaz de conduzir as pessoas juntas e em direção a uma mesma visão

estratégia

Num ano de Olimpíadas, para emitir um parecer instantâ- seja, todos emitindo o mesmo som. prepare-se para uma overdose neo, ainda que por vezes inidôneo. Este objetivo é alcançado pela de artigos, debates e ensaios las- Já o mercado insiste em burlar mediação de um personagem em treados em temas esportivos. As leis, romper contratos, ignorar re- particular. Trata-se do maestro, empresas acreditam-se modernas, gras. E a justiça, por sua vez, tem aquele mesmo que permanece em atuais, antenadas com o momento braços largos, porém lentos; olhos destaque durante a apresentação, ao optarem por atletas, técnicos, abertos, porém vendados. tem sua foto estampada na capa comentaristas e toda sorte de proFoi nesse contexto que encontrei de CDs e DVDs, profere palestras fissionais — ou ex-profissionais uma metáfora mais adequada para e concede entrevistas, mas que — vinculados ao esporte como a argüir sobre liderança empresarial. curiosamente é o único músico que solução mágica para questões do Ela advém de uma outra arte: a mú- não emite um único som. mundo corporativo. Aprendi com Benjamin Zander, sica. Observe uma orquestra. Ela é É inegável que podemos constituída por diversos músicos e regente da Orquestra Filarmôencontrar no desporto grandes variados instrumentos, divididos nica de Boston desde sua fundametáforas à realição, em 1979, que o papel dade de empresas do líder não é conquistar Para gerenciar uma equipe, e profissionais. Aspoder, mas tornar os ouvocê utiliza os músculos e a sim, Ayrton Senna tros poderosos. O líder é razão. Para liderar de verdade, aquele capaz de conduzir era exemplo de use também o coração. excelência; Oscar as pessoas juntas e em di(Abraham Shashamovitz) Schmidt, ícone da reção a uma mesma visão, obstinação; Pelé, levando-as até onde não referência em marketing pes- em quatro grandes grupos: cordas, iriam se estivessem sozinhas. soal. Embevecidos que fica- madeiras, metais e percussão, cada Muitas são as oportunidades no mos com as fascinantes conquistas qual produzindo isoladamente um cotidiano das empresas para valoperpetradas pelos atletas, diante som característico. rizar e elevar seus colaboradores. de sua superação e espírito de cooEnquanto num esporte coletivo Porém, continuamos a testemunhar peração que envolve e transforma a equipe pode alcançar a vitória líderes que criticam em público e uma equipe, deixamos de notar graças a um lampejo de geniali- elogiam em particular. Líderes que que a realidade do universo em- dade ou sorte de um único atleta, ocultam os acertos e expõem os erros. presarial é distinta e mais comple- mesmo com uma atuação medíocre É preciso compartilhar a visão, culxa, de modo que muitas lições não em toda a partida, numa orquestra tivar o brilho nos olhos, promover o são aplicáveis e ponto. todos contribuem para o êxito do relacionamento. Liderar não é verbo Nos esportes, há regras claras resultado final. Por isso, o produto intransitivo. Se o líder está sozinho, e um ou mais juízes preparados que entregam é uma ‘sinfonia’, ou ele não está liderando ninguém. ¢ 34 www.musicaemercado.com.br

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CHRISTIAN BERNARD é diretor de criação da Get It! Comunicação. E-mail: contato@getit.com.br

SUA MARCA, SEU MAIOR ATIVO PARTE 2: ENTENDA O VALOR QUE UM BOM NOME AGREGA AOS NEGÓCIOS

A

PDV

pós falar na última edição sobre a importância e o conceito de marca, trataremos agora de como entender seu valor, questão que povoa a cabeça de todo empresário. Essa compreensão é fundamental para o empreendedor que quer usar a marca como meio de impulsionar os negócios. O valor de um nome pode aumentar conforme cresce o negócio, mas o ideal é que ele alavanque a alta. Isso se faz tornando a marca reconhecida e associada a valores positivos, o que pode acontecer por meio de campanhas de marketing, bom atendimento ao cliente e também pela responsabilidade social. No momento de uma avaliação profissional do preço da marca, são levados em consideração dois principais ‘valores’, detalhados a seguir. VALOR PSICOLÓGICO Traduz-se na força junto aos seus diversos públicos — consumidores, fornecedores e funcionários, entre outros. Ou seja, impacta diretamente no custo de mercado. O valor dos seus

ativos é maior quanto mais os consumidores pagam por sua marca. Outros fatores que mensuram o preço de um nome são o crédito que os fornecedores dão à empresa em função do respeito que têm por ela e o empenho dos funcionários no trabalho e na busca pela qualidade dos produtos e serviços, graças à admiração que têm pela marca.

VALOR FINANCEIRO Para avaliar o valor financeiro de uma marca, devem-se analisar fatores que determinem a valorização da mesma: Visibilidade – Sem reconhecimento e visibilidade não existe marca. Por mais incrível que pareça, o ‘principal’ dono da sua marca não é você. É o seu cliente! Quer exemplos? A Federal Express, uma das maiores empresas de logística do mundo, fundada em 1971, foi por muito tempo chamada pelos americanos de ‘Fedex’. Finalmente, em 1994, a marca Fedex foi adotada. No Brasil, a Companhia Vale do Rio Doce acaba de lançar sua nova marca, que é o nome que o mercado e o público em geral já haviam adotado: Vale. Qualidade – A qualidade cria um tipo de associação que se estabelece com a marca e que afeta particularmente a lucratividade. Ela é medida como retorno sobre o investimento. Quanto mais o verbete ‘qualidade’ for associado à marca, certamente maior será o valor da mesma. Elementos – É tudo o que o cliente vincula à O CRÉDITO E O RESPEITO QUE OS FORNECEDORES DÃO A UMA EMPRESA TAMBÉM AJUDAM A MENSURAR O PREÇO DE UMA MARCA marca (imagens, atribu-

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tos do produto, situações, asso- é quase que sinônimo para IPod. ciar na web e ocupa o 20º lugar no ciações organizacionais, persona- Conhecido como ‘alma e persona- ranking, com alta de 44% no valor lidade e símbolos agregam valor lidade’ da Apple, Steve Jobs relata de sua marca (US$ 17.837.000) no financeiro à marca). que “A inovação não precisa ser tec- mesmo período. Fidelidade – A fidelidade cons- nológica, pode ser um novo meio de Investimentos – Projeções de gatitui a ‘espinha dorsal’ do valor fazer as coisas com mais simplicida- nhos futuros com investimentos financeiro para qualquer marca. de e eficiência”. em qualquer um dos fatores acima Atualmente, o valor se vincula Segundo o Best Global Bran- ‘turbinam’ o valor da marca, pois fundamentalmente ao tamanho da dings 2007, estudo publicado pela sinalizam que a valorização cerbase dos clientes fiéis. Há consu- consultoria Interbrands, a Apple tamente se transformará em divimidores que compram pelo preço, ocupa o 33º lugar no ranking das dendos e maior lucratividade. outros que compram Pensando nesses porque crêem que é o valores, você enten“É BOM LEMBRAR QUE EM MERCADOS melhor produto e um derá o que fazer para MUITO ATRELADOS AO PREÇO, COMO O terceiro grupo que que sua marca se deNOSSO, AS MARCAS NÃO APENAS CRIAM senvolva. É bom lemcompra porque criou VALOR, MAS CONSTITUEM GRANDE relação com a marca. brar que em mercados Inovação – A corrida muito atrelados ao ALTERNATIVA EM RECESSÕES” pelo novo é constante preço, como o nosso, e infinita. Poucas marcas conse- marcas mais valiosas, com um as marcas não apenas criam valor, guem ser inovadoras. Um dos maio- crescimento de 21% no valor de mas constituem grande alternativa res exemplos é a Apple, que a cada sua marca (US$ 11.037.000) em em recessões. Em tempos de ‘vacas lançamento muda o comportamento 2007 em relação ao ano de 2006. magras’, ter um nome forte é imporde milhares de pessoas. O design de Outro crescimento notável é o do tante. Ele cria condições de manter computadores nunca mais foi o mes- Google, que revolucionou a forma a lucratividade sem investimentos mo após o IMac. ‘Ouvir música’ hoje de buscar conteúdo e de anun- em publicidade, por exemplo. 

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lojista

Do vinil aos

instrumentos musicais A Rede Center Som, no Sul do País, atua no mercado fonográfico desde 1989. Com o advento da internet e da pirataria, a saída foi trabalhar com instrumentos e acessórios, o que tem rendido bons resultados No mercado há 19 anos, a Center Som foi, até meados de 2006, uma rede de lojas no Sul do País voltada exclusivamente ao segmento fonográfico. No período, o mix de produtos ofertados passou pelos antigos discos de vinil e fitas cassete até chegar aos ‘modernos’ CDs e DVDs. No entanto, com o advento da internet, do MP3 e da pirataria, a sobrevivência no setor tornou-se praticamente impossível. A saída foi entrar, aos poucos, no setor de instrumentos musicais. Hoje, os equipamentos de música e seus acessórios ainda representam 35% dos negócios da rede, mas a pretensão é aumentar essa fatia à medida que o mercado fonográfico encolher ainda mais. O novo segmento tem dado bons resultados à Center Som. Depois de chegar a fechar algumas lojas e a venda de CDs e DVDs sofrer queda de cerca de 30% nos últimos anos, aconteceu um incremento de 18,5% no faturamento da rede em 2007, alta impulsionada pelos instrumentos musicais e acessórios. Para este ano, a previsão é suprir toda a queda do antigo setor com os equipamentos musicais e incrementar em 15% os negócios, como explicou à Música & Mercado o gerente de compras Edison Luiz Stein. A profissionalização de funcionários e a ampliação de pontos-de-venda ajudarão no alcance das metas.

MUDANÇA DE RUMO O gerente de compras Edison Stein revela que o novo segmento ‘salvou’ a rede

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ParTIcIPaÇÃo TecLados e acordeoNs: 12%

PercUssÃo: 4% acessÓrIos: 28% INsTrUmeNTos de corda (exceto violão): 16,5%

VIoLÕes: 38% INsTrUmeNTos de soPro: 1,5%

» Como surgiu a idéia de criar a Center Som? A Center Som já está no mercado há quase 19 anos, desde o tempo do vinil e da fita cassete. A idéia veio de um sonho de negócio próprio do dono, Paulo Luíz Schutz, que até hoje acompanha de perto as atividades da empresa. O início foi em 2 de setembro de 1989. Seu primeiro endereço foi onde ainda temos uma loja, no centro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. Hoje são 12 unidades. » De que forma funcionou o processo de ampliação da rede? No início, a ampliação restringiuse apenas a lojas na própria cidade. Com o surgimento do CD e posteriormente do DVD, percebeu-se a possibilidade de ampliação dos negócios para outras cidades. Com isso, aumentamos nosso poder de compra e de negociação com os fornecedores, o que resultou nas vendas por atacado também. Até hoje trabalhamos com os dois tipos de vendas. Atendemos todo o Estado

de Santa Catarina, parte do Paraná e Rio Grande do Sul. Temos ainda setor de telemarketing e a loja virtual. Nossa última unidade montada foi no Shopping Iguatemi, em Florianópolis, em abril de 2007. » Como a venda de CDs e DVDs foi diminuindo? Todos sabem das dificuldades que o mercado fonográfico enfrenta com relação à pirataria e à internet. Foi e está sendo inevitável tentar conter a queda nas vendas desses produtos. Fomos obrigados a buscar alternativas para nos manter no mercado. É aí que entraram os instrumentos musicais. Na transição e queda de vendas de CDs e DVDs, tivemos de fechar algumas lojas, principalmente unidades nos shoppings, responsáveis por custos de manutenção muito elevados, incompatíveis com o mercado. » Qual a participação dos instrumentos musicais no mix de produtos? A venda de CDs e DVDs ainda é responsável pela maior fatia do nosso faturamento. Em percentuais, aproximadamente 65% corresponde à venda de itens fonográficos e os outros 35% a instrumentos musicais e acessórios. Estaremos neste mercado de CDs e DVDs enquanto ele nos for viável e existir um consumidor potencial. » Como surgiu a idéia de mudar o mix de produtos para instrumentos musicais? O investimento foi grande? Ainda não mudamos completamente o mix das lojas e não temos

os cDs e DvDs ainDa rePresentam 65% Dos ProDutos. a ParticiPaÇÃo Dos instrumentos Deve aumentar caDa veZ mais www.centersom.com.br

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lojista

essa pretensão enquanto existir o consumidor de CDs e DVDs. Logicamente que, à medida que o mercado fonográfico for encolhendo, ele será ocupado pelos instrumentos musicais e acessórios. Os investimentos estão acontecendo principalmente na reestruturação e adaptação das lojas para o novo tipo de produto. A maneira de exposição e de trabalho é totalmente diferente. Tivemos de dispor também de recursos consideráveis para a aquisição dos novos materiais. » Quais instrumentos vendem bastante e têm boa representatividade no faturamento? O violão, dentro do setor, é o carrochefe e corresponde a cerca de 55% das vendas entre os instrumentos musicais, excluindo-se os acessórios. Vendemos muito bem guitarras e teclados. Todos eles, porém, na linha mais popular e acessível. Em algumas lojas, principalmente

Atendimento Conhecimento no setor de instrumentos passou a ser exigência para a contratação de novos funcionários

nas de shoppings, estamos trabalhando com uma linha um pouco mais sofisticada. » Por que você acha que o violão é tão procurado? Porque ele pode ser considerado um dos instrumentos mais acessíveis. Além disso, as escolas estão, pouco a pouco, incentivando o uso de algum instrumento. » Qual é o perfil do público da Center Som? Sem dúvida, nosso maior público ainda é o popular. No entanto, conforme vamos nos aperfeiçoando no setor, certamente atingiremos um público premium. Estamos buscando esse equilíbrio. » Como está o mercado em geral para a loja? Tivemos uma boa surpresa ao entrar

neste segmento. Sempre vendíamos violões, por exemplo, mas somente a linha bem básica. Faz pouco mais de um ano que decidimos investir forte no setor e o retorno está sendo surpreendente. Estamos ampliando a área de instrumentos em todas as nossas lojas. » Depois que a Center Som passou a trabalhar no setor de instrumentos, o faturamento aumentou? Novos funcionários foram contratados? Tivemos um acréscimo no faturamento total. A venda de CDs e DVDs sofreu uma queda de aproximadamente 30% nos últimos anos, que foi suprida por este novo mercado. Quanto aos funcionários, no processo seletivo passamos a levar em consideração o conhecimento em instrumentos musicais, pois o cliente quer sentir segurança nas informações do vendedor. Apesar de sempre termos trabalhado com música, o CD e o DVD não exigiam um conhecimento técnico sobre o produto.

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lojista » As expectativas de trabalhar no segmento foram superadas? Sim, com certeza. Estamos muito satisfeitos. Ainda nos consideramos principiantes, mas estamos buscando aperfeiçoamento e vemos grandes oportunidades pela frente. » Quantas peças são comercializadas pela rede ao mês? Considerando o setor de instrumentos musicais, cerca de mil unidades ao mês. Nossa loja campeã de vendas está no centro de Curitiba, na Praça Osório, com ampla vitrine e grande fluxo de pessoas. Um tradicional pontode-venda no segmento. » A Center Som planeja expandir mais a rede? Nosso principal objetivo hoje é nos estruturar para poder atender com qualidade nossos clienViolões Eles representam 55% do total de instrumentos vendidos. Ao todo, a rede Center Som conta com 12 lojas no Sul do País

tes. Temos muita coisa a fazer. Claro que à medida que as oportunidades forem surgindo, elas serão analisadas, dentro das nossas possibilidades. » A crise norte-americana pode influenciar os negócios da loja? Sim, porque grande parte dos nossos instrumentos é cotada em dólar. Havendo oscilações, sentiremos aqui, tanto para melhor quanto para pior. A crise norteamericana também afeta a estabilidade do mercado nacional e todos sofrem. Um clima de insegurança e de incertezas nunca é bom porque desacelera o consumo. » O ano de 2007 foi bom para a rede? O que impulsionou o resultado? Não podemos dizer que foi um ano bom para a rede em função da crise no mercado fonográfico, que ainda representa a maior parte do nosso faturamento. Foi um ano muito bom no setor de instrumentos musicais e acessórios. Tivemos um incremento de 18,47% no fatu-

ramento das lojas, impulsionado pelo setor de instrumentos. » Quais são as expectativas da Center Som para 2008? Sabemos que a queda no consumo de CDs e DVDs deve continuar. Esperamos poder suprir essa queda com a venda de instrumentos e ainda ter um aumento no faturamento total da empresa em torno de 15%. » Como atingir o incremento esperado? Continuar investindo, ampliando e melhorando os setores nos pontosde-venda, bem como procurar profissionalizar nossos vendedores. Center Som www.centersom.com.br São 12 pontos-de-venda: dez em Santa Catarina e dois no Paraná Jaraguá do Sul: (47) 3371-2847 / (47) 3275-2005 Joinville: (47) 3433-3374 / (47) 3455-2294 / (47) 3422-4621 Brusque: (47) 3351-3886 São Bento do Sul: (47) 3633-1235 Curitiba: (41) 3322-1982 / (41) 3029-6424

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VIDA DE

L O J I S T A

Neste espaço são publicadas experiências vivenciadas ao montar uma loja. Para contar sua história, envie o depoimento e fotos (em 300 dpi) para texto@musicaemercado.com.br, com o assunto “Vida de Lojista”

CONCRETIZAÇÃO

DE UM SONHO

ENTRE A IDÉIA DE MONTAR UMA LOJA E A INAUGURAÇÃO DO ESPAÇO, WILSON DE OLIVEIRA, DE TUPÃ, INTERIOR DE SÃO PAULO, ESPEROU DOIS ANOS

D

“Desde quando eu tinha 4 ou 5 anos, já batucava no braço do sofá assistindo à televisão. Meu pai tocava violão e acordeom. Interessei-me e me tornei músico profissional. No entanto, o tempo foi passando e os filhos crescendo. Senti a necessidade de algo mais sólido. Ser músico já não bastava. Um dia fui comprar um violão em Marília e lá estava um amigo meu de Tupã. Ele me apresentou ao dono da loja, o Clésio, que me chamou para trabalhar como vendedor. Isso foi em 2001. Minha família ficava em Tupã e eu viajava três vezes por semana para trabalhar. Após seis meses, nos mudamos para a cidade. Minha esposa começou a trabalhar como caixa e eu fui promovido a gerente. Minha filha mais nova sempre dizia: ‘Pai, por que a gente não abre uma loja nossa?’ E eu respondia: ‘Abrir como, filha? Precisamos de dinheiro e não temos condições’. Quando decidi sair de Marília e voltar para Tupã, meu patrão disse: ‘Você é louco, vai largar um emprego com esse salário?’. E eu falei: ‘Ainda vamos abrir juntos uma loja na minha cidade, porque eu não tenho condições de abrir sozinho’. Sendo assim, voltei para Tupã e continuei tocando em casamentos, bares e festas em geral. Um dos motivos por eu ter retornado foi o falecimento do meu pai. Em janeiro de 2003, minha filha mais velha comentou inconfor-

mada: ‘Voltamos a Tupã para ficar pior do que estávamos em Marília? E a loja que a gente ia montar?’ A família inteira me apoiava, mas eu não tinha condição nenhuma.

TELEFONEMA Um dia, desanimado, minha esposa perguntou se não íamos abrir a loja. Eu respondi: ‘Abrir como? Não temos dinheiro. Ela me in-

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centivou a pegar o telefone e ligar para o Clésio. ‘Seja humilde. Diga para ele: vamos tentar uma loja em Tupã, minha cidade natal. Sou músico aqui há muito tempo. Conheço muita gente. Tenho certeza de que vai dar certo’. Peguei o telefone, liguei e ele me chamou para conversar. Chegamos a um acordo e saímos atrás de um espaço em Tupã. O sonho começava a ser realizado. Achamos um ponto de cinco por oito metros, no começo da avenida principal da cidade. No dia 31 de março de 2003 inauguramos a Casa do Músico. O Clésio era o

dono e eu teria, depois de um ano, 20% de participação. Meu cunhado disse: ‘Você vai trabalhar um ano para obter 20% da loja? E o restante, como irá comprar do seu sócio? Para dar certo, uma sociedade tem de ser 50% de cada.’ A loja já tinha dois meses e vendia todo o estoque, impressionante. Como eu era muito conhecido, os clientes apareceram de maneira surpreendente. O fato de eu ter um sócio que já tinha uma loja facilitou a relação com os fornecedores. Foi quando eu tive a idéia de ligar para ele e dizer: ‘Quero ser seu sócio de igual para igual’. E ele me disse: ‘Tudo bem. Como você vai me pagar se montei a loja sozinho?’ Com uma dor no coração eu disse: ‘Você aceita o equipamento que uso para tocar como parte do pagamento?’. Ele aceitou e fizemos a primeira alteração contratual. Para continuar com meus trabalhos musicais, pegava instrumentos emprestados com colegas. Passado um ano, com a ajuda de Deus, a loja cresceu assustadoramente. Num belo dia, Clésio me disse: ‘Tupã para mim está fora de mão. Você não quer comprar minha parte e ficar sozinho com a loja?’ Fui pego de surpresa e pedi uns dias para pensar. Conversei com minha família e vários representantes. Dois deles me disseram para comprar e não pensar duas vezes. Mas o Clésio pedia muito dinheiro. Eles me aconselharam: ‘Parcela, dá um jeito e paga. Um dia você vai virar para a gente e dizer: vocês tinham razão’. E assim foi feito. Além de várias parcelas em dinheiro, tive de dar parte do esFAMÍLIA REUNIDA ATUALMENTE, ALÉM DE OLIVEIRA, TRABALHAM NA LOJA SUA ESPOSA, AS TRÊS FILHAS (UMA DELAS NÃO ESTÁ NA FOTO) E OS TRÊS FUNCIONÁRIOS

MÚSICA A relação de Wilson de Oliveira , 43 anos, com a música, como ele mesmo contou, começou cedo. Aos 10 anos, o primeiro instrumento que o músico tocou foi o violão, influenciado pelo pai. Com 15 anos, Oliveira passou a participar de bandas pequenas, como baterista, e logo se tornou músico profissional. Entre os grupos de seu portfólio, encontram-se nomes conhecidos em sua região, no interior do Estado de São Paulo, e também no País. Exemplos são o Manito, dos Incríveis, Luiz Ayrão e Nelson Gonçalves. No entanto, a vontade de ter banda própria foi realizada aos 20 anos, quando Oliveira montou conjunto próprio que teve duração de quatro anos. Nessa ocasião, sua função era a de baixista. Por ter um sócio e ambos começarem a ter idéias diferentes, o conjunto acabou. O músico passou então a tocar teclado, por ser um instrumento com o qual ele fazia o próprio show sozinho. Nessa época, havia também um parceiro cantor. Foi só depois de ter passado por todas essas experiências como músico que o visionário passou a trabalhar numa loja de instrumentos musicais e se interessou em ter seu próprio negócio.

toque da loja. Isso ocasionou um vazio muito grande no prédio, que já não era grande. Em 12 meses, a Casa do Músico de Tupã era somente da minha família. Foi uma grande conquista e é motivo de muito orgulho para nós. O tempo passou e a loja foi crescendo. Só trabalhavam eu, minha esposa e um funcionário, que também era músico, o Eliel. Foi quando o ponto maior ao lado ficou livre e o alugamos para ampliar o comércio. A loja passou a ter mais variedade de produtos, tendo assim mais clientes e a necessidade de mais um funcionário. Contratamos outro músico, o Néio. Passaram-se mais dois anos no prédio novo e alugamos a parte do WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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fundo, que havia ficado livre. Deixamos o espaço da frente maior, com novas instalações e um mix de produtos bem variado: áudio profissional, instrumentos, acessórios, iluminação etc. Com o aumento, houve a necessidade de mais um funcionário: outro músico, o Allan. Nossas três filhas também sempre trabalharam com a gente. VENDAS O que mais se vende na loja é o violão. O nosso público se divide

OLIVEIRA PRECISOU OFERECER SEUS INSTRUMENTOS DE TRABALHO COMO PARTE DO PAGAMENTO DA LOJA

L O J I S T A

PÚBLICO ENTRE OS CLIENTES DA CASA DO MÚSICO, 40% PROCURAM ÁUDIO PROFISSIONAL E 30% INSTRUMENTOS EM GERAL

em 40% para áudio profissional, 30% para instrumentos em geral, 20% para acessórios e 10% para iluminação e instrumentos de sopro, entre outros. Com o nosso bom atendimento, prezando sempre o cliente e produtos com boa qualidade e garantia, o crescimento foi considerável. O novo ponto expandiu 50%, em média, em relação à loja antiga. Fizemos uma reforma no começo deste ano. Hoje trabalhamos com quatro bandeiras de cartão de crédito, tudo para facilitar a compra e continuar crescendo. Sempre sem esquecer que o mais importante é a pós-venda. Clientes não são eter-

nos, você tem de sempre estar conquistando sua confiança e amizade. A loja atual tem 200 m2 e conta com oito colaboradores. Fazemos o possível e o impossível para ser sempre assim: a loja crescendo. E nesses cinco anos de sucesso, que completamos no dia 31 de março de 2008, nunca perdemos a nossa essência. Fazemos o melhor hoje, e logicamente o amanhã será igual. A gente planta e espera para colher.”  CASA DO MÚSICO Proprietário: Wilson José de Oliveira Endereço: Avenida Tamoios, 1547 Centro - CEP 17600-005 - Tupã/SP Telefone: (14) 3441-1609 Número de funcionários: 8 Área: 200 m2 E-mail: tupacasadomusico@terra.com.br

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joel de souza é matemático, professor do curso de Pós-Graduação em Gestão Empresarial da Fundação Getulio Vargas. Há 11 anos ministra cursos de Finanças e Estatística Empresarial no Senac e é diretor de Métricas Econômicas do Instituto Real de Pesquisas Empresariais. E-mail: joel@institutoreal.com.br.

Um Brasil de

empreendedores

S

finanças

e perguntarmos para qualquer empreendedor, independente do segmento, sobre o tempo que espera que a sua empresa dure, a resposta mais provável é que dure por muitos e muitos anos, décadas de preferência. Isso nem poderia ser diferente, pois todos desejamos que as nossas lojas de instrumentos musicais sejam centenárias, altamente competitivas e lucrativas. Esses fatores traduziriam o que os empreendedores chamam de um empreendimento de sucesso. Antes de conhecermos os fatores que contribuem para o sucesso das empresas centenárias, vamos apresentar as características de um empreendedor e o que este pode enfrentar. O que é ser empreendedor Ser empreendedor é empenharse para realizar um sonho. Um empreendedor é aquele que imagina, desenvolve e implementa suas visões. É um otimista que vive no futuro, transformando crises em oportunidades e exercendo influência nas pessoas para guiá-las em direção às suas idéias. É aquele que cria algo novo ou inova o que já existe e está sempre pesquisando. É o que busca novos negócios e oportunidades com

Ricardo Zupa

Para que um negócio dure, é preciso determinação e clareza sobre o objetivo que se pretende alcançar

Igor Andreis, gerente comercial da Playtech, uma das principais lojas do setor

a preocupação de melhorar produtos e serviços. Suas ações baseiam-se nas necessidades do mercado. Quando bem-sucedidos nessas empreitadas, são chamados de visionários; quando fracassam, são chamados de loucos, irresponsáveis, incompetentes e coisas do gênero. A maioria dos empreendedores traz dentro de si o desejo de ascensão social, a necessidade de assumir responsabilidades e de ser independente. Para se tornar um empreendedor de sucesso, é preciso reunir criatividade, determinação,

habilidade de organizar, liderar pessoas e de conhecer tecnicamente etapas e processos, profundos conhecimentos do segmento em que pretende atuar, além da capacidade de analisar os competidores. A geografia do tempo de vida das pequenas empresas Apesar de todo o otimismo dos empreendedores, as estatísticas recentes mostram um tempo de vida muito curto para as empresas brasileiras — apesar de essa taxa de mortalidade

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ter se reduzido. O número de micros e pequenas empresas que fecharam as portas no País caiu de 35,9% para 22% entre 2003 e 2006, segundo o levantamento “Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micros e Pequenas Empresas”, realizado pela Vox Populi. A pesquisa fez o diagnóstico de 14.181 empresas, 13.428 ativas e 753 extintas de todas as regiões do Brasil. Especificamente no Sudeste, o índice de fechamento caiu de 39,1% para 16,1%. A mortalidade está em declínio desde 2000, quando a quebra chegava a 61,1% no Sudeste e a 59,9% no Brasil. Os principais motivos A mortalidade das empresas tem explicações claras. Os empresários apontaram que a falta de clientes foi a razão que mais contribuiu para o fracasso do negócio. Em seguida, aparecem a carga tributária, os encargos e os impostos como fator decisivo para fechar o negócio no período.

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Ser empreendedor é empenhar-se para realizar um sonho. Um empreendedor é aquele que imagina, desenvolve e implementa suas visões O que as estatísticas indicam Não basta ter criatividade, não basta também sonhar e ser motivado, outros traços marcantes do brasileiro. Não é à toa que tantas iniciativas de negócios, apesar de muito criativas, acabam não se consolidando. É bem verdade que a burocracia e a tributação excessiva dificultam a missão de abrir — e mais ainda de manter — uma empresa legalmente constituída, mas isso não é justificativa para uma iniciativa não dar certo. Aliás, para o empreendedor que tem convicção e está disposto a batalhar por seu sonho, essas dificuldades são apenas obstáculos

a serem superados. O verdadeiro empreendedor não procura desculpas nem culpados para as suas dificuldades. Segue em frente, sabendo o que tem de fazer. Determina, com clareza, o objetivo que deseja alcançar e desenha um roteiro para chegar lá. Define todas as ações que fazem parte do roteiro e segue-as com determinação, mas também com jogo de cintura para contornar as dificuldades que surgem no meio do caminho. Empreendedorismo e percepção da realidade Enquanto os empreendedores acreditarem que basta ter um sonho ou uma sacada criativa para abrir um

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é verdade qUe a BUroCraCia e a triBUtaÇÃo eXCessiva diFiCUltam a missÃo de manter Uma empresa legalmente ConstitUÍda, mas isso nÃo é JUstiFiCativa para a iniCiativa nÃo dar Certo

finanças

serÁ pOssível ensinAr empreendedOrismO? Diversas escolas estão voltando seu ensino para o comportamento empreendedor e, por isso, as pessoas estão mudando sua concepção com relação aos empreendimentos e profissões. Movidas por uma necessidade (perda de emprego, por exemplo) ou por visualizar uma oportunidade no mercado, algumas pessoas podem iniciar um pequeno negócio e ter sucesso por toda a vida. Outras podem não ser tão bem-sucedidas, e terem de se deparar com um fracasso, apesar de seu esforço. Para alguns, o sucesso dos negócios é pura sorte, mas para o empreendedor, é apenas o resultado de sua visão acompanhada de uma ação, pois todos os dias são feitos para se realizar algo. Não ficam reclamando do sol ou da chuva, pois estão ocupados em atingir o que planejaram para a sua vida. Os obstáculos que surgem são retirados de sua frente com trabalho e garra, não servindo nunca como ‘desculpas’ para afastá-los de seus objetivos. A ousadia é outra carac-

terística de pessoas de sucesso. Até mesmo porque, para empreender no Brasil, só mesmo com muita garra e perseverança. As dificuldades são extremas e poucas pessoas têm coragem para enfrentar os desafios que surgem em seu caminho. Por isso, o verdadeiro empreendedor não pode, em primeiro lugar, buscar o lucro, porque ele será o resultado das ações da empresa. Ele tem de estar sempre ligado ao mundo, buscando cada vez mais novos conhecimentos para enfrentar os desafios. Então, qual será a razão de alguns empreendimentos serem bemsucedidos e outros fracassarem? Entre os diversos motivos, estão a falta de planejamento, pesquisa, conhecimento do negócio e do mercado. ricardo zuPa

negócio, seu projeto ficará no ar. É preciso botar os pés no chão para materializar o sonho, e para isso existe o plano de ação. Depois, é seguir o caminho traçado com motivação, fé e convicção. O sonho no empreendedorismo é a idéia a partir da qual se consegue fazer um planejamento estratégico e um plano de negócios. O que não é planejável é fantasia, e essa nem papel aceita.

Outro fator é que existem pessoas que não possuem características comportamentais empreendedoras necessárias para os negócios, como coragem para assumir riscos, persistência, planejamento, rede de contatos, comprometimento, entre outras; ou, se as têm, não as identificaram ou as aprimoraram para se lançarem no mercado. Muitas pessoas têm idéias, porém ficam somente nelas, não passando nunca para a ação, atitude necessária para transformálas em realidade fazendo as coisas acontecerem. E isso somente ocorrerá se a pessoa tiver uma verdadeira paixão por aquilo que faz, pois este é o combustível necessário para entusiasmar-se por seu projeto de vida. O verdadeiro empreendedor é um campeão que não desiste jamais, pois acredita em sua capacidade e vê os fracassos como oportunidade de aprender cada vez mais. Não fica esperando a vida passar. Ele somente tem olhos para o futuro, sendo capaz de investir todo o seu tempo na realização de seus sonhos! 

oZIel PAtrÍcIo, gerente de VendAs dA hendrIX WorldmusIc: eXemPlo de sucesso

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CAPA

OS DONOS DO INSTRUMENTO MAIS POPULAR DO MUNDO, O VIOLÃO TEVE SEU MERCADO REESTRUTURADO NO PAÍS POR CAUSA DO ADVENTO, EM 2004, DOS MODELOS CHINESES. PARA CONTINUAR NA BRIGA, EMPRESAS NACIONAIS PASSARAM POR GRANDES ADAPTAÇÕES

A

chegada em grande escala dos violões chineses ao mercado nacional, a partir de 2004, fez com que as vendas do instrumento nas lojas, que já eram representativas, aumentassem ainda mais. De lá para cá, por causa dos melhores preços asiáticos, a participação do violão nas vendas subiu de 30% para 50% em alguns comércios. Se de um lado lojistas e importadoras ganharam com a novidade, fabricantes tiveram de buscar estratégias para sobreviver. Alguns não resistiram e fecharam as portas. Entre os que permanecem na briga cada vez mais acirrada, focar em produtos de maior qualidade ou passar a importar foram as alternativas encontradas. É o caso da Tagima Brasil, por exemplo, que desde 1994 fabrica guitarras e contrabaixos e, em 2004, passou a importar violões. O que atraiu a empresa foi

NA MÔNACO MUSIC, NO CENTRO DE SÃO PAULO, OS VIOLÕES REPRESENTAM 50% DAS VENDAS MENSAIS. AO TODO, SÃO COMERCIALIZADAS CERCA DE 150 PEÇAS AO MÊS o mercado em expansão, decorrente dos melhores preços vindos de fora, além da possibilidade de expandir a linha de produtos oferecidos aos clientes. Hoje, o instrumento representa 50% tanto das vendas como do faturamento. A importadora traz peças de países asiáticos como China e Coréia. “Optamos por diversificar e ampliar o leque por meio da importação. Além de economicamente viável, ela oferece condições de trazer para cá produtos com qualidade”, explica o proprietário da empresa, Ney Nakamura. A Tagima hoje comercializa tanto produtos de menores valores, como de R$ 100, até modelos profissionais, que custam cerca de R$ 1.500 nas lojas. Nakamura acredita que a demanda por violões é grande pela facilidade de se tocar o instrumento, uma vez que ele não precisa de amplificador. “A entrada do violão beneficiou muito nossos negócios. Seria um absurdo ter mantido a empreEXPOSIÇÃO POR EXPOR DO MODELO POPULAR AO MAIS REQUINTADO DE FORMA HOMOGÊNEA, O PAINEL CANALETADO (SLAT WALL) É A ESCOLHA DA MAIORIA DOS LOJISTAS

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MERCADO sa somente com base na fabricação de guitarras e contrabaixos”, diz. O crescimento da empresa foi em torno de 30% a 40% no ano passado. Em 2004, antes da chegada do violão, a expansão era de aproximadamente 20% ao ano. Hoje, 85% dos negócios acontecem em função da importação. Além da influência do violão nos resultados recentes, o lançamento de produtos diferenciados e o trabalho de pós-venda foram cruciais para os bons resultados da marca em 2007. “Usamos a estrutura da fábrica para oferecer assistência técnica aos nossos produtos.” O bom desempenho da economia em 2007, como a queda dos juros, o aumento do emprego e do crédito, foram outros fatores que colaboraram para a alta. MERCADO Os negócios com o violão também são representativos na Condortech, onde respondem por 30%

A FLORENCE MUSIC IMPORTA MODELOS DA MARCA LYON, FABRICADOS NA CHINA. TODAS AS PEÇAS PASSAM POR CONTROLE DE QUALIDADE

a 35% do faturamento. Dos 5 mil instrumentos comercializados ao mês, mais de 3 mil são violões, o que representa 60% do total de vendas. A maioria das peças é voltada ao mercado econômico. No entanto, a estratégia da Condortech para driblar a concorrência foi investir no segmento de linhas de melhor qualidade, como unidades que já vêm com afinador e pré-amplificador. “Além disso, trabalhamos com marcas mais caras, como a Taylor”, ressalta o gerente de marketing Gustavo Pedroso.

A REI DOS VIOLÕES, QUE CHEGOU A FABRICAR MIL PEÇAS POR DIA, TEVE DE FECHAR AS PORTAS NO ANO PASSADO POR CAUSA DA CONCORRÊNCIA COM OS PRODUTOS CHINESES. WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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CAPA A constante desvalorização do dólar vem impulsionando o crescimento da empresa, que girou em torno de 10% a 15% em 2007 na comparação com 2006. “Por causa da queda do câmbio, um violão que custava cerca de R$ 1 mil há dois, três anos, continua no mesmo valor hoje. Isso colabora para que os menores preços sejam repassados ao cliente final.” Investir no segmento de produtos com maior valor agregado esbarra no próprio perfil do consumidor brasileiro. Segundo o gerente, a maioria procura o melhor preço em substituição à qualidade do instrumento.

O QUE ATRAIU A TAGIMA NO MERCADO DE VIOLÕES FOI A SUA EXPANSÃO DECORRENTE DOS MELHORES PREÇOS VINDOS DE FORA. A POSSIBILIDADE DE AUMENTAR A LINHA DE PRODUTOS OFERECIDOS AOS CLIENTES FOI OUTRO MOTIVO. Os produtos da linha econômica da empresa são fabricados na Coréia, China e Indonésia, sob especificações da Condortech. A importadora está otimista para 2008. Segundo Pedroso, os primeiros meses deste ano começaram fortes, com alta de 5% a 7% sobre o verificado no início de 2007. “Acredito que a crise norte-americana afetará um pouco os nossos negócios, mas não com muita intensidade. Os Estados Unidos estão em ano de eleição e o cenário deve melhorar”, opina. A desvalorização do dólar colaborou de igual maneira

para os negócios da Florence Music, que importa violões da China desde 2005. A Lyon (marca de violões distribuída pela Florence no País) é hoje a terceira marca mais vendida da empresa. Direcionada aos violões de aço (dos cinco modelos comercializado pela Florence no País, quatro são de cordas do metal), os produtos da marca – uma linha “B” da Washburn – contam com preço mais acessível. Segundo a gerente de marketing, Renata Gomes, uma maneira de trabalhar com a grande concorrência do mercado é destacar os diferenciais do produto em relação ao custo-benefício, além de atuar com a pós-venda. A importação de violões também é peça-chave na Crafter Brasil e representa 40% dos negócios. No ano passado, o crescimento nas vendas do produto acompanhou o resultado da empresa e foi de invejáveis 30%. “O violão hoje é o item mais importante no nosso mix”, revela o diretor Leo Gandra. A Crafter comercializa violões desde 1972. Também feliz com a queda do dólar, a empresa trabalha com expectativa de crescimento em torno de 35% para este ano. AsNEY NAKAMURA “A ENTRADA DOS VIOLÕES NO NOSSO LEQUE DE PRODUTOS, EM 2004, BENEFICIOU MUITO OS NEGÓCIOS DA TAGIMA. ESCOLHEMOS PARTIR PARA A IMPORTAÇÃO E TRAZER INSTRUMENTOS DA CHINA. SERIA UM ABSURDO TER MANTIDO A FÁBRICA SOMENTE EM CIMA DAS GUITARRAS E CONTRABAIXOS. HOJE, OS VIOLÕES REPRESENTAM 50% DOS NOSSOS NEGÓCIOS”

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CAPA sim como a maioria, os produtos são importados de países asiáticos como China e Coréia. Apesar do otimismo, Gandra acredita que a crise econômica internacional pode vir a prejudicar não só o segmento de instrumentos musicais como todo o mercado nacional. O gerente de marketing da Yamaha Brasil, Carlos Aberto Pardal Ferrari, é mais tranqüilo. “É claro que se a crise chegar ao País haverá uma redução do mercado. No entanto, historicamente, nosso setor sobrevive muito bem durante momentos ruins da economia.” Ferrari complementa que, apesar de o mercado de violões da empresa ser muito pequeno e representar apenas 1% do faturamento anual, os instrumentos de corda recebem grande atenção da marca, que tem os teclados como carrochefe. A empresa cresceu 40% em 2007 ante 2006 e prevê crescimento de 15% para este ano. Para ele, a popularidade do violão tem origem em três motivos: é um instrumento relativamente barato, com ampla divulgação e fácil de tocar. FABRICANTES Enquanto o mercado de importação comemora a queda do dólar, as fabricantes nacionais encontram estratégias para driblar a concorrência dos produtos asiáticos. É o que fez a Rozini, que, há cerca de três anos, passou a investir numa linha de violões mais caros e com maior qualidade.

DIFERENÇAS SOCIAIS INSTRUMENTO

CLASSE A1*

A2

B1

B2

C

Violão

53%

64%

64%

63%

56%

Teclado/Sintetizador

35%

30%

19%

15%

18%

Guitarra

41%

16%

15%

7%

8%

Flauta

12%

6%

16%

9%

7%

0

0

8%

4%

7%

29%

6%

3%

5%

2%

Cavaquinho

0

6%

5%

4%

4%

Violino

0

4%

1%

7%

4%

Gaita

6%

4%

3%

5%

3%

Contrabaixo/Baixo

12%

6%

1%

1%

6%

Bateria

12%

2%

0

2%

6%

Viola

6%

2%

0

3%

2%

Piano elétrico

0

4%

5%

1%

1%

Saxofone

0

2%

3%

1%

2%

Trompete

0

0

0

1%

2%

Trombone

0

0

1%

1%

1%

Violoncelo

0

0

0

1%

1%

Outros

0

6%

9%

9%

10%

Percussão (bongo, pandeiro, instrumentos de pagode, etc.) Piano

Fonte: Synovate/Música & Mercado

“Com a concorrência dos importados, não conseguíamos entrar no mercado popular”, afirma o presidente da empresa, José Roberto Rozini. Segundo ele, 90% dos consumidores são amadores ou iniciantes que compram o instrumento por impulso. Os produtos chineses a preços até 60% mais baratos chamam a atenção desse público.

* O tópico A1 tem 17% de erro amostral

Um exemplo da concorrência foi o fechamento da Rei dos Violões, fabricante dos populares Tonante, no ano passado. Entre todos os modelos de corda, a empresa chegou a fabricar mil peças por dia. Depois de tentar reduzir o custo de produção ao máximo e diminuir o quadro de funcionáAPÓS CHEGAREM DO EXTERIOR, OS MODELOS DA TAGIMA PASSAM POR TESTES E CONTROLE DE QUALIDADE

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O violão está presente em 60% das residências com instrumentos musicais no País, segundo revelou a pesquisa Synovate/Música & Mercado. Segundo o estudo, há instrumentos musicais em 25% das residências brasileiras. A pesquisa também detectou que o instrumento está presente com igualdade em todas as classes sociais. Ou seja, dos entrevistados da classe A2 com algum instrumento em casa, 64% têm violão. Na classe C são 56%, e na B2, 63%. O cenário é diferente em relação ao piano, por exemplo. Por causa do preço elevado, 29% da população mais rica possui o instrumento, contra 2% das pessoas de classe C. rios, a situação tornou-se insustentável e houve a necessidade de parar a produção, segundo uma ex-funcionária da gerência da empresa, que preferiu não divulgar o nome. Outra fabricante nacional que precisou encerrar as operações no ano passado pelo mesmo motivo foi a Del Vecchio. ALTERNATIVAS Na Rozini, os violões representam hoje 15% da linha de produção. Os 85% restantes são divididos entre a viola e o cavaquinho, modelos que enfrentam menor concorrência dos importados e são o carro-chefe da marca. “Os chineses ainda não conseguiram fazer instrumentos de boa qualidade para o mercado interno”, revela. No caso dos violões, a saída encontrada foi focar os negócios nos músicos profissionais, seguindo o

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que já ocorreu com a viola e o cavaquinho na empresa. Apesar de ainda recente, a decisão, de acordo com Rozini, tem dado certo. A divulgação do produto está focada em bons músicos e escolas de formação profissional, que atuam como agentes multiplicadores do novo conceito da marca. “É um trabalho de formiguinha. Vamos colher os resultados em longo prazo.” São produzidas dez peças, em média, por dia — o restante da produção, cerca de 70 unidades, corresponde à viola e ao cavaquinho. O diferencial do produto, segundo Rozini, é a madeira utilizada para LEO GANDRA “OS VIOLÕES REPRESENTAM 40% DOS NEGÓCIOS DA CRAFTER NO PAÍS. NO ANO PASSADO, OS NEGÓCIOS COM VIOLÕES CRESCERAM 30% NA EMPRESA. NOSSOS MODELOS SÃO IMPORTADOS DA CORÉIA E DA CHINA, O QUE TEM BENEFICIADO NOSSOS NEGÓCIOS POR CAUSA DA QUEDA DO DÓLAR.”

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CAPA

CONSUMO O engenheiro Alfredo José Mancuso, 51 anos, de São Paulo, é capaz de ficar de cinco a seis horas sozinho em seu quarto tocando violão. Ele, que representa a camada da população que possui o instrumento como hobby, sempre teve um antigo modelo da Rei dos Violões em casa. Apesar do longo período dedicado ao passatempo, Mancuso só passou a levar a prática a sério quando um amigo que, entre outras coisas, é violonista, o visitou e despertou nele a vontade de tocar violão. O fato aconteceu há cerca de quatro anos e, de lá para cá, o engenheiro já comprou dois novos violões – um Takamine (aço) e um Tagima (náilon) –, além de ter levado o Rei dos Violões para uma ‘reforma’, a fim de preservá-lo. O gosto pelo instrumento o levou a adquirir também duas guitarras, uma Gibson e uma Tagima – a compra de uma terceira está em estudo. As aquisições dos violões, segundo ele, levaram em conta o custo-benefício de cada produto. “Como não sou profissional, não adianta investir muito num instrumento”, opina. Segundo ele, com os modelos chineses, a aquisição de um instrumento ficou mais acessível aos consumidores.

a fabricação, que demora de um a dois anos para secar. A maior parte da matéria-prima vem do Brasil. No entanto, o material para o tampo do violão é de pinho sueco, não encontrado no País. “A qualidade da nossa mercadoria faz com o que a sonoridade do instrumento fique melhor com o passar dos anos. Em alguns modelos importados, costuma acontecer o contrário”, comenta. O presidente acrescenta, no entanto, que o poder aquisitivo da população brasileira ainda é uma barreira para melhores resultados do mercado de instrumentos musicais no País. O reflexo da influência desse cenário pôde ser percebido por meio do bom desempenho da economia nacional no ano passado, que resultou em acréscimo nas vendas. Com a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 5,4%, a queda dos juros e o aumento do emprego e da renda, o mercado interno em geral registrou boas taxas de crescimento. A Rozini cresceu no patamar de 10% em relação ao ano anterior e contratou quatro novos funcionários. Na Giannini, que fabrica violões há mais de cem anos, a estratégia para driblar a concorrência internacional e atender à demanda do mercado interno por produtos po-

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NA CONDORTECH, OS NEGÓCIOS COM O VIOLÃO TAMBÉM SÃO REPRESENTATIVOS. ELES SIGNIFICAM DE 30% A 35% DO FATURAMENTO. DOS 5 MIL INSTRUMENTOS COMERCIALIZADOS AO MÊS, MAIS DE 3 MIL SÃO VIOLÕES, O QUE SIGNIFICA 60% DO TOTAL DE VENDAS. pulares foi importar unidades da China. A marca é a mesma e os produtos são encomendados com características próprias. As importações começaram em 1995 e hoje representam 40% dos negócios no mercado brasileiro. “Os produtos a serem vendidos com preços mais populares vêm de fora. A fabricação nacional está concentrada nos modelos das linhas alta e média, com foco em qualidade”, explica Flávio Giannini,

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diretor comercial e de marketing da empresa. Segundo ele, comprar produtos de fora foi a saída encontrada para sobreviver no mercado. Mesmo com a importação, a queda do dólar tem prejudicado os negócios da empresa, que é exportadora desde 1946 e atualmente comercializa modelos em 20 países. “O mercado foi bom no ano passado, mas, em termos econômicos, o resultado não foi muito satisfatório”, ressalta. Apesar dos entraves, o crescimento foi de 10% em 2007 ante 2006. Lá fora, 90% dos produtos comercializados pela Giannini são de origem nacional. Na Di Giorgio, a solução encontrada para vencer a concorrência asiática foi a mesma adotada pela Rozini. “Agregamos valor aos produtos. Nosso objetivo é nos distanciar da concorrência da China. Não é interessante entrar em uma briga direta com eles”, diz a gerente comercial Vera Machado. Segundo ela, os itens chineses já atrapalharam bem mais. Apesar das barreiras, os negócios em 2007 tiveram alta de 20% em comparação com 2006, como explicou a gerente comercial. Novos lançamentos impulsionaram os resultados. O pico do acréscimo foi no segundo semestre, com alta de 40% ante os primeiros seis meses do ano. A empresa,

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CAPA JOSÉ ROBERTO ROZINI “DE TRÊS ANOS PARA CÁ, POR CAUSA DA CHEGADA DOS PRODUTOS CHINESES NO MERCADO, PASSAMOS A INVESTIR EM VIOLÕES DE MELHOR QUALIDADE. O VIOLÃO TEM DE SER BOM PARA SER VENDIDO A UM PREÇO MAIS ALTO E É NESSE SEGMENTO QUE ESTAMOS FOCANDO NOSSOS INSTRUMENTOS. OS PRODUTOS CHINESES CHEGAM A SER 60% MAIS BARATOS DO QUE OS NOSSOS NAS LOJAS.”

responsável pela produção de 4 mil violões ao mês, planeja um crescimento em torno de 10% em 2008 em relação ao ano passado. LOJAS Enquanto os fabricantes e distribuidores correm atrás de maneiras para tornar seus violões mais atraentes ao consumidor final — seja em preço ou em qualidade —, quem trabalha direto com o público procura oferecer a melhor variedade de modelos do instrumento, uma vez que ele garante pelo menos 50% das vendas mensais.

Esse é o cenário vivido na Mônaco Music, loja localizada há 16 anos no centro de São Paulo, na rua do Seminário. Lá, a concorrência entre estabelecimentos do setor é grande. “Sem dúvida alguma, o violão é a mercadoria que mais vende aqui na loja”, diz o proprietário Jeferson Gonçalves Moreira. Segundo ele, um comércio do setor musical que não vende violão não vai para a frente. O comerciante revela que o público que procura violão na loja é

variado. “Em dezembro, o interesse por modelos mais baratos, em torno de R$ 100, é maior. Isso porque o pessoal tem costume de dar o violão como presente de Natal. Já no decorrer do ano, unidades com valores médios, em torno de R$ 300, são mais buscadas”, comentou. Para tornar a exposição dos instrumentos mais atrativa, Moreira escolheu colocá-los em painéis canaletados. Ao mês, são vendidos cerca de 150 violões na loja, sendo que mais da metade é de modelos baratos. Com o câmbio reduzido, os produtos importados entraram de vez nos negócios. Hoje, 80% dos violões comercializados pela Mônaco Music são de fora. Os menores preços são repassados ao consumidor. “Quem não fizer isso, não consegue vender o produto”, explica Moreira. De acordo com ele, o comprador em geral procura primeiro o preço e só depois olha para a qualidade do instrumento.

ATRATIVO 5 MOTIVOS PARA VENDER VIOLÃO EM SUA LOJA 1. É o instrumento mais popular no Brasil (e praticamente no mundo todo) 2. O item é o mais procurado por iniciantes 3. Há modelos acessíveis 4. A maioria dos músicos toca violão (além de outro instrumento) 5. Depois da compra do violão, o cliente retorna à loja à procura de acessórios (encordoamentos, capas, caixas amplificadas)

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PARA SE MANTER NO MERCADO, A ROZINI DIRECIONOU A PRODUÇÃO PARA VIOLÕES DE MAIOR VALOR AGREGADO. A FÁBRICA TENTA AGREGAR AO VIOLÃO O MESMO PADRÃO DE QUALIDADE DAS SUAS VIOLAS E CAVAQUINHOS. CONSUMO Os bons resultados da economia nacional em 2007 também trouxeram crescimento para os lojistas. Depois de queda de até 30% no faturamento anual do comércio em 2005, a Mônaco Music conseguiu alta de 4% no faturamento no ano passado em comparação com 2006. Quase a totalidade dos resultados foi por causa de um público específico: o gospel, que representa atualmente 75% das vendas do estabelecimento. “O músico em si não tem muito dinheiro para comprar instrumentos. Ele tem o sonho, mas poucas vezes consegue comprar o melhor produto.”

A mesma opinião tem Cláudio Alves, da loja Antonio Ésio, em Fortaleza, no Ceará. O Estado é responsável pela maior concentração de residências com violão no País, segundo a pesquisa Synovate/Música & Mercado (veja quadro na pág. 56), e está presente em 77% das casas com instrumentos musicais da localidade — no Brasil em geral, 25% das casas contam com algum instrumento musical, sendo que em 60% dos casos, o item que impera é o violão. “O violão é prático. Todo mundo gosta de reunir a turma e fazer uma roda de música”, sugere. No entanto, um importante fator que está ligado à fama do violão

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APESAR DE O FOCO DA ROZINI SER AS VIOLAS E OS CAVAQUINHOS, OS VIOLÕES REPRESENTAM 15% DA LINHA DE PRODUÇÃO

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CAPA O CEARÁ É O ESTADO COM A MAIOR CONCENTRAÇÃO DE VIOLÕES NAS RESIDÊNCIAS. NA LOJA ANTONIO ÉSIO, EM FORTALEZA, O INSTRUMENTO PASSOU A CORRESPONDER A 50% DAS VENDAS APÓS A CHEGADA DAS UNIDADES CHINESAS. na cidade também é, assim como no restante do País, o custo acessível. “Boa parte do público não é composta por músicos profissionais. Às vezes eles até querem tocar outros instrumentos mais caros, mas geralmente se começa mesmo pelo violão”, revela. De acordo com Alves, a cada dez violões vendidos na Antonio Ésio, sai uma guitarra. “Isso acontece pela diferença entre os preços. Enquanto um kit completo de guitarra gira em torno de R$ 700, um violão sai por R$ 100.” Na loja, o instrumento também é responsável por cerca de 50% das vendas e possui uma área específica para exposição. Eles ficam divididos entre os mais caros, na parede, e os mais baratos, numa ilha. A participação do violão entre as vendas do estabelecimento aumentaram a partir de 2004, quando os produtos chineses chegaram às lojas. Antes disso, as vendas correspondiam de 25% a 30% do total.

TAYLOR A CONDORTECH DIRECIONA AS VENDAS PARA VIOLÕES COM MAIOR QUALIDADE. A EMPRESA É A DISTRIBUIDORA DA MARCA TAYLOR NO BRASIL

IMPULSO Outro fator que faz as vendas dos violões serem representativas é a compra por impulso ou até mesmo para presente, como comenta Mauro Borges, da JF Guitar Shop, de Juiz de Fora, em Minas Gerais. “Tem gente que acha bonito, vê

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CAPA que não é tão caro e compra. Às também é de 70% de unidades com vezes esse consumidor nem usará cordas de náilon para 30% com mao instrumento. O público é difeterial de aço. O motivo, segundo renciado na compra de uma o violonista Miguel de Laet, A ORIGEM DO VIOLÃO guitarra, por exemplo. é a própria cultura brasiPor Luciano Cesar Morais* Nesse caso, há clientes leira do samba e da MPB. que trazem até o profesEsses estilos musicais Quem acha que o ‘violão redondo’ usado por Juca sor para testar se o mosão influenciados pelos Chaves é uma moda que ele inventou, não faz idéia da delo é bom antes de levar modelos de violão vindos homenagem do Juca à história do violão. O instrumento para casa”, conta. da colonização Européia, do músico é inspirado no alaúde, de origem árabe, Na JF, os violões corcontinente onde a tradiantepassado da guitarra barroca e da vihuela. Esses respondem a 40% em venção é a corda de náilon. últimos, por sua vez, são antepassados do violão. das. “O violão de náilon Os instrumentos com Na história desse popular instrumento, distinguimos para iniciantes é o mais corda de aço, no entanduas épocas: antes e depois dos anos 1780. Até cerca procurado”, ressalta. O loto, têm recebido maior de 1770, os instrumentos citados acima variavam em jista revela que, apesar atenção do mercado número de cordas, tamanho e tessitura. Ao chegarmos a de vender bastante, em nos últimos anos. A 1780, um trabalho de Ferranti para a guitarra barroca de cinfaturamento os violões justificativa, além da co cordas duplas foi reeditado e se transformou numa versão significam cerca de influência de banfuncional da tradicional guitarra com seis cordas simples. 10% do total do esdas jovens fazendo O modelo principal de violão seguido pelos construtores e fábricas tabelecimento. “É shows acústicos, até hoje tem origem na Espanha dos anos 1860, quando Antonio Jurado preciso vender dez é o crescimenTorres aumentou a caixa de ressonância do instrumento e instalou cravelhas violões, por exemto da indústria para facilitar a precisão da afinação. Francisco Tárrega (1853–1909) foi o violoplo, para chegar gospel no País. nista que adaptou a técnica ao modelo. Um aluno seu, Miguel Llobet, foi professor ao preço de uma Segundo de do grande Andrés Segovia (1893–1987). Por meio de um novo repertório e padrão guitarra.” Laet, essas de excelência, Segovia colocou o violão sob os holofotes da mídia na música erudita. O forte da músicas são A palavra ‘guitarra’ é a mais relacionada ao violão em todo o mundo, exceto loja de Borges baseadas no no Brasil e em parte de Portugal. Acredita-se que o nome em português tenha são os acessóblues nortevindo da semelhança, apenas visual, com a ‘viola’ caipira, que, por sua vez, é rios. Para ele, americano, uma corruptela de ‘vihuela’. mesmo o violão local onde sendo um atrateve origem o * Luciano Cesar Morais, violonista membro do Trio Ibirá e mestre em tivo na loja, o que violão com corda Música pela USP, é professor de violão do Curso de Música da mais desperta o intede aço. Exemplo Universidade Cruzeiro do Sul. resse do consumidor é desse cenário são as uma vitrine com um mix de vendas na loja Antonio produtos diversos. “A variedade é Ésio, no Ceará. Lá, por causa A ESTRATÉGIA DA o que chama a atenção do cliente.” do público gospel, a procura por cordas de aço é maior e, segundo GIANNINI, QUE AÇO OU NÁILON? o representante Cláudio Alves, a FABRICA VIOLÕES HÁ Os modelos com cordas de náilon cada três unidades com corda de MAIS DE CEM ANOS NO aço, vende-se uma de náilon. ainda são a principal pedida do PAÍS, FOI IMPORTAR consumidor nacional. Na Di GiorVIOLÕES DA CHINA gio, eles correspondem a 90% dos DEMANDA negócios, contra 10% de aço. Na Apesar de estar em 60% das casas PARA MANTERRozini, são 70%. Já na Tagima, a com instrumento musical no País, SE NO MERCADO participação do modelo na comera impressão é que o violão tenha DE POPULARES. A cialização é de 60%. maior representatividade. “Pensei FABRICAÇÃO DE No comércio, a representatique fosse até mais”, comenta Nei UNIDADES PREMIUM É Nakamura, da Tagima, ao tomar vidade é parecida. Um exemplo é MANTIDA NO BRASIL. a JF Guitar Shop, onde a divisão conhecimento do dado. Em decor64 WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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CAPA

60%

Violão

Participação

50%

rência da fama, é consenso no mercado o instrumento ser peça-chave para os negócios. “Acreditamos que é um produto popular não só no Brasil, mas no mundo inteiro”, disse Leo Gandra, da Crafter. Renata Gomes, da Florence, sugere que o custo cada vez mais acessível pode ser um dos principais fatores para a disseminação do violão mundo afora. “Além, claro, das raízes culturais que carregam o violão como instrumento base de muitos dos estilos de expressão musical.” E é para atender a essa demanda da própria sociedade que tanto lojistas quanto fabricantes tentam adequar seu leque de produtos às necessidades dos consumidores. “Normalmente a pessoa que está

começando não quer comprar um modelo muito caro. Mas há exceções”, disse Alves, da Antonio Ésio. Por isso, a loja tem em seu leque de produtos modelos variados. Na rede Center Som, que conta com 12 lojas no Sul do País, os modelos populares correspondem

A IMPORTAÇÃO DE VIOLÕES É PEÇACHAVE NA CRAFER BRASIL E REPRESENTA 40% DOS NEGÓCIOS. “O VIOLÃO HOJE É O ITEM MAIS IMPORTANTE NO NOSSO MIX”, DIZ O DIRETOR LEO GANDRA.

Outros

Violoncelo

Trompete

Saxofone

Trombone

0

Piano elétrico

Viola

Bateria

Contrabaixo

Gaita

Violino

Cavaquinho

Piano

Percussão

10%

Flauta

20%

Guitarra

30%

Teclado/Sintetizador

40%

a aproximadamente 75% das vendas. No total, os violões somam 55% da comercialização de instrumentos musicais – a loja trabalha também com acessórios e com o mercado fonográfico. “Temos uma seção especial para os violões e estamos adaptando as lojas para uma melhor apresentação do produto. O modelo utilizado são as paredes Slat Wall (painéis canaletados)”, disse o gerente de compras Edison Stein. Como fabricante, José Roberto Rozini sente na pela as dificuldades de corresponder à procura do consumidor final por menores preços. “A gente entende essa realidade. No entanto, para sobreviver no mercado não é possível fazer milagre.”

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TECNOLOGIA

MUDANÇA

DE ESTRATÉGIA

DIANTE DA DESVALORIZAÇÃO DO DÓLAR, ONERR DESACELERA EXPORTAÇÕES E DIRECIONA OS NEGÓCIOS NO MERCADO INTERNO

D

iante do cenário cada vez mais competitivo do mercado brasileiro, intensificado com a queda do dólar e o boom dos produtos importados no País, a Onerr, fabricante nacional de pedais de efeito há 22 anos, freou o investimento nas exportações e planeja um 2008 voltado à expansão da marca internamente. Com o foco em equipamentos de qualidade e alta tecnologia e a previsão de lançamentos nos próximos meses, a meta é aumentar em 20% o faturamento neste ano. A pretensão de crescimento, no entanto, é ousada se comparada aos resultados de 2007 em relação a 2006. Por causa das dificuldades com o mercado externo, o incremento previsto para o ano passado, que era de 15%, acompanhou o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e ficou na casa dos 5%. “A constante queda do dólar vem sendo uma barreira para o crescimento da empresa. “Investimos muito na exportação nos anos anteriores e, com a moeda americana desvalorizada, tivemos grande perda do lucro

vindo dos negócios já firmados. Isso porque nossos preços permanecem os mesmos até hoje”, explicou o diretor Gesner Souza. Souza revela que a empresa até tem a intenção de aumentar os preços das exportações para diminuir o prejuízo, mas acrescenta que esta prática brasileira não é bem-vista lá fora. “Numa feira recente, nosso distribuidor

na Inglaterra me disse isso sem piedade. Disse também que este (o aumento dos preços) é um fator inibidor para que os distribuidores internacionais invistam mais nas marcas brasileiras.” Em decorrência disso, a Onerr tem optado por atender aos pedidos externos apenas para manter o bom relacionamento internacional. A intenção é permanecer com essa política até

EXPORTAÇÃO SEGUNDO GESNER SOUZA, A PRÁTICA BRASILEIRA DE ELEVAR PREÇOS NÃO É ACEITA LÁ FORA. “A MAIORIA DAS EMPRESAS MANTÉM A EXPORTAÇÃO PARA MANTER O BOM RELACIONAMENTO.”

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que seja possível elevar os valores. A empresa exporta há seis anos, sendo que nos últimos dois o ritmo vem sendo decrescente. Medidas de incentivo ao exportador, anunciadas pelo governo em março, como a possibilidade de as empresas manterem o capital oriundo de exportações fora do Brasil, ainda são vistas como preliminares para o diretor. “A facilidade soa bem, mas vejo isso apenas como início de ações que devem ser tomadas para que o comércio exterior seja novamente atrativo. Não errarei muito

PARA ESCAPAR DA CONCORRÊNCIA CHINESA, A ONERR OPTOU POR INVESTIR NA QUALIDADE E NA TECNOLOGIA DOS SEUS EQUIPAMENTOS INTERNAMENTE

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se disser que 90% das empresas exportam hoje apenas para cumprir o protocolo e manter o bom relacionamento, sem resultados significativos na receita.” Diante do novo cenário, até a participação em feiras internacionais, como a Musikmesse, em Frankfurt e a Namm, nos Estados Unidos, foi descartada em 2008. “Não sei ainda se foi a melhor escolha. Só o tempo dirá.” A última participação da Onerr em eventos no exterior foi em 2007. IMPORTADOS Outra barreira que a empresa vem contornando nos últimos tempos, assim como todas as fabricantes nacionais do mercado de instrumentos musicais, é a difícil con-

corrência com os produtos importados. Apesar de dificilmente terem a mesma qualidade, as peças baratas vindas na maioria das vezes do mercado asiático têm feito com que as empresas busquem diferentes alternativas para competir. Como para Souza concorrer em termos de preços é mera ilusão para qualquer fabricante brasileiro no momento, a aposta da Onerr é em modelos de melhor qualidade e durabilidade. Como conseqüên-

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TECNOLOGIA

cia da decisão, os preços de venda são um pouco mais altos. “Optamos anos atrás pelo investimento em áudio digital, gerando produtos com mais tecnologia embarcada. Mesmo assim, no segmento de alta qualidade, nossos preços ainda são mais competitivos.” A corrida para se igualar em 100% à tecnologia do segmento premium, segundo Souza, continua. “Iniciamos uma corrida praticamente em último lugar, se considerarmos o tempo e o dinheiro que as grandes empresas internacionais do nosso setor já investiram.” Depois disso, a meta para driblar a concorrência é pensar em diferenciações significativas de produtos. “Isso (a diferenciação) se inten-

CORRIDA PELO DESENVOLVIMENTO EMPRESA BUSCA IGUALAR EM 100% A TECNOLOGIA DE SEUS PRODUTOS COM A DOS IMPORTADOS. DEPOIS DISSO, O FOCO SERÁ EM PROJETOS COM ALGUM DIFERENCIAL

sificará naturalmente, à medida que novas tecnologias vão sendo adquiridas e assimiladas pela engenharia da empresa.” Para o diretor, não existe segredo em nenhum mercado. “Preço muito baixo nunca foi sinônimo de qualidade. Se tentarmos reduzir custos, abriremos mão da qualidade em algum momento. Não acredito que essa seja uma boa estratégia para o futuro da marca.” PRODUTOS Hoje a Onerr conta com cerca de 60 produtos em linha. Em 2008, os lança-

mentos principais estão reservados para a Expomusic, como amplificadores e pedaleiras. Outros produtos como pedais MIDI e interface USB para instrumentos também estão no planejamento de médio prazo. O foco na alta tecnologia será mantido. Souza cita modelos como o amplificador Block 20 FX Plus e a pedaleira digital GEP 50 como exemplos. O foco nos modelos de maior valor agregado deve continuar e, com isso, a empresa acredita que a expectativa de crescimento de 20% é tangível. “Podemos sentir isso pelo desempenho do primeiro trimestre.” No passado, o objetivo da Onerr foi investir em efeitos digitais para pedais. No entanto, a aplicação da tecnologia em amplificadores teve bastante aceitação no mercado, como revelou o diretor. “Esses produtos superaram o faturamento vindo dos pedais de efeito, que eram nosso carro-chefe.” 

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ÁUDIO

INVESTINDO NA

PÓS-VENDA COM FOCO NA FABRICAÇÃO DE CAIXAS ATIVAS, ANTERA CREDITA O CRESCIMENTO DE 20% À MANUTENÇÃO DOS PRODUTOS

U

ma das primeiras empresas a apostar na comercialização de caixas ativas (caixas acústicas com amplificador) no mercado interno, em 1998, a Antera comemora neste ano o décimo aniversário com uma marca estruturada. O foco no custo-benefício e na pós-venda dos produtos fez a fábrica não ser atingida diretamente pelas mercadorias importadas e crescer cerca de 20% em 2007 em relação a 2006. O desempenho acompanha a alta de 10% a 20% verificada nos últimos anos, segundo a empresa. Para 2008, a expectativa é continuar no mesmo patamar de crescimento. A política direcionada ao marketing e ao conceito de base da marca é outro fator que impulsiona o incremento dos negócios, como explicou o gerente comercial Hélio Mestrello. “A nossa caixa não tem segredo. Buscamos descobrir o que o músico precisa no equipamento. Não adianta copiar o produto de fora. Procuramos adaptá-lo ao mercado nacional”, explica. PRODUTO COMPACTO MESTRELLO, VALDIR E JURANDIR TECCO (DA ESQ. PARA A DIR.). IRMÃOS FORAM ALGUNS DOS PRIMEIROS A ACREDITAR NAS CAIXAS ACÚSTICAS NO PAÍS

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A idéia de fabricar caixas ativas veio por meio da percepção de uma necessidade dos consumidores. Nos anos 90, os atuais proprietários da Antera, os irmãos Jurandir e Valdir Jorge Tecco, tinham uma assistência técnica de eletrônica. Sempre em contato com os músicos, eram questionados sobre a necessidade de um produto compacto no mercado nacional. Apesar de o equipamento já ser comum em outros países na época, o modelo não fazia muito sucesso no Brasil. Foi então que ambos resolveram produzir o material. EXPANSÃO Com o passar do tempo, todo o mercado abriu os olhos para o produto por causa de sua praticidade. Hoje, segundo Mestrello, as caixas ativas são responsáveis por mais de 80% das sonorizações de pequeno, médio e, em alguns casos, até de grande porte no País. Praticamente todas as empresas de áudio comercializam o item atualmente. Na Antera, o produto é responsável por 90% dos negócios. A proliferação do produto pelo mercado fez a Antera buscar alternativas para ser competitiva. “Há cinco anos, havia duas, três empresas que trabalhavam com caixas ativas. Hoje são todas. Apesar de ser difícil se manter, procuramos focar o trabalho no desenvolvimento de nossos produtos. Se ficarmos de olho no concorrente, não faremos nada”, afirma Mestrello. COMÉRCIO EXTERIOR Diferentemente da maioria das fabricantes nacionais, a empresa ainda não foi em busca do comér-

FÁBRICA DESENVOLVE NOVOS PROJETOS DE ACORDO COM A NECESSIDADE DO MERCADO INTERNO

cio exterior. Isso vale tanto para a exportação como para a importação. Por enquanto, o direcionamento da marca é aprimorar-se no Brasil. “Enquanto não existir uma política equilibrada, principalmente de impostos, no mercado brasileiro, fica difícil pensar em grandes investimentos na exportação. Pensamos na possibilidade de exportar num futuro próximo.” PÓS-VENDA Consciente de que há modelos importados com mais tecnologia, o gerente justifica por que a empresa não sentiu muito o impacto do aumento dos itens vindos de fora em 2007, devido à desvalorização do dólar. “Um produto importado de alta tecnologia é mais caro que o nosso e não possui uma pós-venda de qualidade no País”, diz. A justificativa é a mesma sobre os produtos chineses, por exemplo. Segundo Mestrello, apesar de se-

A EMPRESA BUSCA APRIMORAR OS EQUIPAMENTOS PARA ATENDER À DEMANDA DO CONSUMIDOR NACIONAL. IGREJAS REPRESENTAM 80% DOS NEGÓCIOS Qual a sua opinião sobre a pós-venda da Antera?

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rem mais baratos, eles não contam com boa tecnologia. “O consumidor final é informado sobre riscos com importados. O profissional de áudio busca qualidade de manutenção desse produto em uso.” Para 2008, a Antera continuará desenvolvendo novos produtos, sempre com o foco no custobenefício. A empresa não gosta de taxar suas mercadorias como premium ou populares. Segundo Mestrello, o ideal é tentar desenvolver a mercadoria de acordo com a demanda. “Nossos equipamentos possuem destinos diferenciados. Há situações que exigem produtos de alto desempenho e outras em que não há esta exigência.” O público gospel, de acordo com Mestrello, é responsável por 80% dos negócios. “Eles procuram cada vez mais soluções para sonorizar as igrejas.” Também não há estratégia de negócios definida para o ano. “A situação é mutável. Procuramos sempre acompanhar e esclarecer fatos geradores ou indicadores de mercado, tais como política de preço, de faturamento e, principalmente, a parceria com nossas revendas.”  WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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EXPORTAÇÃO

EXPORTANDO CRIATIVIDADE

ÚNICOS, OS TÊNIS DA BRASILEIRA URBAN BOARDS – DRUMMER SHOES DEVEM CHEGAR AO EXTERIOR A PARTIR DO SEGUNDO SEMESTRE

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A Urban Boards – Drummer Shoes, única marca específica de calçados para bateristas no mundo, nasceu por meio de mera curiosidade de seu fundador, o empresário brasileiro Rodrigo de Castilhos. Há cerca de quatro anos, ele ficou

intrigado ao ver o baterista de sua banda — a Urbanos, de pop reggae — trocar de sapatos antes de começar a tocar. Dois anos depois, em 2006, era lançada a marca. Os negócios deram tão certo que hoje a linha de acessórios com o mesmo nome está para ser lançada e as exportações começam até o meio do ano.

“Se não fosse aquele ensaio e eu não tivesse visto o baterista trocando de sapatos, acho que a Urban Boards não existiria. Obrigado, Nenê (Carlos Alberto Flores, o baterista), pela inspiração e ajuda com os primeiros protótipos”, agradece Castilhos, que hoje comemora os bons resultados da marca 100% nacioSOCIEDADE EM FAMÍLIA CASTILHOS COM AS DUAS IRMÃS, ROBERTA E RAQUEL DE CASTILHOS. ELAS SÃO RESPONSÁVEIS PELA ADMINISTRAÇÃO E PELO SETOR ARTÍSTICO E CRIATIVO DA MARCA

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nal. Todos os tênis são fabricados na região de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. A comemoração do empresário não é em vão. Atualmente, os calçados Urban Boards são encontrados em mais de 80 lojas de instrumentos musicais no País. O otimismo também acontece em relação ao mercado externo. “Participamos este ano de feiras internacionais como a Namm, nos Estados Unidos, e a Musikmesse, na Alemanha. Vários distribuidores se mostraram interessados em levar a marca e o conceito para seus países”, diz. Além do comércio exterior, a novidade para os próximos meses é o desenvolvimento de novos modelos e produtos, como uma linha de acessórios com o mesmo conceito. O projeto está praticamente finalizado — serão peças de roupas COM O BATERISTA ROBBY AMEEN. MODELOS FORAM ACEITOS NO MERCADO MUSICAL e luvas desenvolvidas também para os bateristas. “A idéia é fazer modelos leves para facilitar os meio disso formular o conceito. É a qual a empresa não existiria. O movimentos do músico”, afirmou. preciso saber de onde veio e para know-how do mercado de calçado Os bateristas suam bastante e onde se pode ir sem perder a iden- veio do próprio fundador, que é fazem muitos movimentos, por tidade. Sem ela, todo o trabalho designer do setor há mais de 15 isso, um dos tecidos usados para o vai por água abaixo.” Castilhos anos. A ajuda e as dicas de múvestuário será o Dri-fit (feito com acrescenta que a raiz da Urban sicos profissionais também foram poliamida e elastano). Boards é a própria música, sem essenciais, uma vez que Castilhos não sabe tocar bateria. Com todas essas novidades, Além disso, antes de ena expectativa de crescimentrar realmente a fundo no neto em 2008 é de 30%. No ano Para desenvolver os calçados, o empresário Rodrigo gócio, o proprietário fez uma passado, o acréscimo foi alto. de Castilhos contou com a ajuda de bateristas, abrangente pesquisa que reNo entanto, os resultados não além do seu conhecimento sobre o mercado de velou não haver, na época, nepodem ser comparados com o calçados – ele trabalha há mais de 15 anos como designer no setor. Antes de chegar ao que é hoje, foi nhum calçado específico para ano anterior, porque as ativi- necessário passar pelas seguintes etapas: a prática no mercado. dades da empresa começaram PESQUISA: Um estudo abrangente de mercado revelou que não havia calçados para bateristas no Mesmo com todo o conceino meio de 2006. mundo to formado, o começo foi mais DESENVOLVIMENTO: Estudo de materiais e formas que facilitam o manuseio da bateria difícil do que o esperado. O CONCEITO empresário explica que, na Além da criatividade e da ino- CREDIBILIDADE: Montar um produto forte o suficiente para garantir a aposta dos primeiros época do desenvolvimento de vação, o segredo do sucesso lojistas nos tênis alguns modelos, os bateristas está em saber traçar objetivos EMPREENDEDORISMO: Correr atrás de Zé Montenegro e Aquiles, que e construir uma identidade, informações e eventos do setor para ampliar o leque de clientes, inclusive começar a exportar ajudaram na elaboração dos como ressalta o empresário. INOVAÇÃO: Desenvolvimento de uma linha tênis, quase o deixaram louco. “É importante ter um motivo, de acessórios da marca, como roupas e luvas “Tive de mudar coisas do prouma raiz para a marca e por específicas para bateristas

HISTÓRICO

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EXPORTAÇÃO nal, no sentido do real mais forte, prejudica o melhor desempenho da empresa e, conseqüentemente, a indústria nacional de calçados como um todo.

CASTILHOS NA NAMM 2008, COM WILL CALHOUM, BATERISTA DO LIVING COLOUR

jeto inicial. O mais difícil foi achar a sola certa, com o grip (aderência) e designs exatos”, explicou. Nessa fase, foram cinco meses de trabalho com os fornecedores. Tudo isso para encontrar o modelo ideal para o músico. O conceito dos pares Urban Boards é oferecer tudo que um baterista pode precisar para melhorar sua performance com o instrumento: flexibilidade, sensibilidade, conforto, durabilidade e um design diferenciado. Castilhos explica que os tênis são de alta tecnologia e formulação especial. A fórmula proporciona o tão procurado grip ideal. Além disso, os forros possuem antibactericida, solução que

deixa os pés sempre secos, amenizando até chulés. Outro diferencial está no peso: todos os modelos têm menos de 200 gramas. A empresa não conta com uma fábrica própria e produz a mercadoria com terceiros. A desvalorização do dólar, entretanto, não tem colaborado muito para os negócios. Por causa da concorrência do mercado internacional, as fábricas de calçados têm muita dificuldade de trabalhar, como explicou o empresário. “A região do calçado do Sul do País está prestes a ser extinta. Muitas fábricas já fecharam e continuam fechando.” Dessa forma, o bom desempenho da economia nacio-

A PESQUISA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MARCA DUROU DOIS ANOS. ENTRE OS DESAFIOS, ESTEVE A ADAPTAÇÃO DOS CALÇADOS À NECESSIDADE DOS BATERISTAS

VENDAS Com o produto ideal em mãos, o segundo obstáculo encontrado pela marca foi aquele que soa estranho até para os consumidores em geral: a venda de sapatos em lojas de música. Foi essencial a aposta das primeiras lojas no produto. “Devo muito à Mil Sons, à Musical Carioca e à Playtech. Se não fossem elas, eu teria de pensar em outro caminho.” Hoje, os tênis Urban Boards são comercializados apenas em lojas de música, mas já há a expectativa de expandir as vendas para as lojas convencionais. “Bolamos os mesmos tênis, mas com materiais comuns, para a venda em lojas. Dessa forma, dá para produzir um material mais barato que pode ser vendido ao mesmo preço do profissional nas lojas de calçados. Isso porque o mark up (multiplicador usado no varejo para chegar ao preço de venda) dessas lojas é mais alto.” No comércio, um par de Urban Boards custa em torno de R$ 150. O fundador explica que, mesmo sendo modelos feitos especificamente para os bateristas, outros músicos e personalidades do meio também usam os calçados. “Isso nos inspirou a fazer uma linha fashion dentro do nosso conceito, com outro canal de distribuição, em que os modelos não competem entre si.” Castilhos acrescenta que a aceitação no mercado do conceito criado por ele é muito gratificante. “Depois de tantas dificuldades que encontrei no caminho, a aceitação do público em geral significa muito mesmo.” 

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CLARISSA MUNIZ é advogada. E-mail: clarissa@advocacianainternet.com.br

JUSTIÇA SEM BUROCRACIA JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (JEC) AJUDA OS LOJISTAS A RESOLVEREM QUESTÕES JUDICIAIS COM MAIS RAPIDEZ E ECONOMIA

O

SEU DIREITO

Juizado Especial Cível o caso demandar produção de pro- ano-calendário, receita bruta igual (JEC), órgão do Poder Ju- vas técnicas (pericial tradicional), ou inferior a R$ 240 mil”. diciário brasileiro criado o procedimento rápido torna-se inO pedido deverá conter o nome, para solucionar de forma rápida compatível por causa dos critérios estado civil e profissão do interese econômica questões simples do norteadores do processo. sado, além do endereço das partes Pode-se utilizar o JEC em ques- envolvidas. É preciso fazer um bredia-a-dia, pode ser de grande valia para os lojistas do segmento tões que envolvam cobranças de ve relato do ocorrido, com o valor de instrumentos musicais. Por ser crédito (até o limite fixado pela lei) do pedido a ser ressarcido, datar e destinado a promover o julgamen- ou causas de qualquer valor como: assinar. Cópias autenticadas de doto e a execução das causas consi- taxas de condomínio; ressarcimen- cumentos relacionados com o pedido deradas de menor porte, o JEC to por danos causados em acidente devem ser anexadas. Caso existam pode vir a solucionar questões com de veículos terrestres; retomada testemunhas que queiram depor a menos burocracia e favor, é possível indicá-las menores custos. quando o pedido for regisSÓ É POSSÍVEL TER ACESSO Os processos no trado no Juizado. Também AO JEC QUANDO O PREJUÍZO órgão são encerrahá possibilidade de o autor FOR FINANCEIRO E NÃO dos no prazo de um do processo listar as testeULTRAPASSAR O VALOR DE 40 até três meses. Só munhas até cinco dias anSALÁRIOS MÍNIMOS. SE A AÇÃO é possível ter acestes da data marcada para PASSAR DESSE VALOR, É PRECISO so ao JEC quando o a realização da audiência prejuízo for financeiO indicado também pode PROCURAR A JUSTIÇA COMUM ro e não ultrapassar ser intimado judicialmente o valor de 40 salários mí- para uso próprio de imóvel aluga- a comparecer à audiência. nimos (nacional). Se a ação do; arrendamento rural e parceria No início da audiência será proultrapassar esse valor, é preciso agrícola; ressarcimento por danos posta uma tentativa de conciliação. procurar a justiça comum. Caso provocados em imóvel urbano ou Não havendo acordo, o caso é transferido para o juiz e é apresentada a quantia seja de até 20 salários rural, entre outros. mínimos, pode-se recorrer ao JEC Para abrir o processo basta defesa do réu, sendo designada nova com ou sem um advogado. Sendo o que o interessado apresente um audiência de instrução e julgamento. prejuízo maior do que 20 salários pedido, escrito ou verbal, na se- Ouvidas as partes e as testemunhas mínimos, é obrigatório comparecer cretaria do próprio Juizado. Além presentes, o juiz dará a sentença. à audiência com um advogado. de pessoas físicas, microempresas Nos Juizados Especiais, as partes Existe também uma limita- também têm acesso ao JEC. Pela não estão sujeitas a pagamentos. ção em razão da complexidade da legislação, “microempresa é a pes- Isso ocorrerá apenas se a parte venmatéria posta em julgamento. Se soa jurídica que tenha auferido, no cida desejar recorrer da sentença. 

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Endereços nos Tribunais de Justiça Estaduais, em www.stj.gov.br (‘links’)

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eduardo vilaça é representante comercial, administrador de empresas, consultor em comércio exterior e mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia de Informação pela Universidade Católica de Brasília. E-mail: edvilaca@uol.com.br

O DISCURSO

UNÍSSONO Uma comunicação harmoniosa dentro da empresa colabora para a obtenção de diferencial competitivo no mercado

O psicologia gerencial

tema deste artigo, o ‘dis- negociação em que o vendedor for- rem tempo com ações desconexas e curso uníssono’, está re- nece um preço e o diretor, ao ser descontínuas, devem investir mais lacionado à comunicação abordado, concede um desconto to- tempo e energia para unificar a cointerna das empresas. Uníssono talmente fora do padrão, ou seja, municação, tratando desde assunquer dizer som único ou igual e, no faz um verdadeiro milagre para tos primários, como informação sentido deste texto, discurso unís- este mesmo cliente. A conseqüên- equivocada ou insuficiente, a tópisono se refere a uma comunicação cia é que o cliente, além de ficar cos mais sutis e complexos. harmoniosa, coerente e única. Obter um discurso único, ou confuso, enxerga a falta de sinTenho observado, na maioria tonia como uma desorganização, seja, permitir ao cliente perceber das empresas do nosso segmento, levando-o, na maioria dos casos, à uma coerência nas mensagens instrumentos musicais e áu- desistência da compra. que lhe são transmitidas é um dio profissional, uma falta de Alguns empresários dizem in- dos grandes desafios das organiclareza e de unizações atuais. As emcidade na comupresas que alcançam Existem discordâncias básicas nicação para com que são conseqüência de falta de uma unidade na sua os seus clientes. agregam informação. Um exemplo é quando comunicação É comum um venum valor incalculável o vendedor informa um prazo dedor sugerir um para os negócios. de garantia de um produto e o determinado proA comunicação é duto ou serviço, gerente ou diretor informa outro a ‘cara’, a imagem da o gerente quando empresa e, portanto, indagado oferecer outro pro- vestir em treinamento para os necessita de cuidados especiais duto e o diretor propor uma seus funcionários. Será que eles por parte dos seus colaboradores. terceira opção totalmente também participam dos treina- Por fim, percebe-se que a busca destoante dessas duas. Não mentos? Não adianta um vende- por uma comunicação coerente, há uma coerência entre as propos- dor fazer um curso de vendas de por um discurso uníssono não é, e tas ou soluções apresentadas para uma semana, um mês ou um ano, jamais será, uma tarefa fácil para o mesmo cliente. se os seus ‘chefes’ não têm a me- uma organização, e pode ser consiExistem discordâncias básicas nor idéia dos temas que estão sen- derada por muitos como uma utoque são conseqüência de falta de do abordados em tal curso. E mais pia. No entanto, empresas consinformação. Há também discor- ainda — muitas vezes esses chefes cientes da importância de avançar dâncias mais complexas que são não dão chance de os ensinamen- nesse sentido obtêm diferencial e ocasionadas pela falta de trans- tos serem aplicados na prática, já uma relevante vantagem competiparência e comunicação uniforme que discordam de sua eficácia. tiva frente às suas concorrentes e entre toda a equipe, como numa As empresas, em vez de perde- ao mercado como um todo. ¢

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IMPORTAÇÃO

de olho no

mercAdo interno NEGÓCIOS NO PAÍS REPRESENTAM 20% DO FATURAMENTO DA SOMECO NAS AMÉRICAS. PARA 2008, EXPECTATIVA É CRESCER 50%

O

Brasil tem um peso cada vez maior para as marcas do grupo Someco, representando hoje mais de 20% do faturamento da empresa na América. A importadora atua no mercado nacional desde 1997 e está presente em mais de 25 países do continente americano. A expansão de linhas de áudio profissional e o início da representação dos nomes Peavey e Crest Audio no País em 2007

impulsionaram um crescimento superior a 25% em comparação a 2006. Para este ano, a expectativa é aumentar em 50% o faturamento, com o lançamento de uma linha de instrumentos musicais da SKP até o final do ano. O crescimento para 2008 também será sustentado pelo aumento do leque de produtos de linhas já existentes que ainda não são exploradas 100% no País, como explica o diretor-geral Marcelo Palácios. Atualmente, são comercializados mais de 400 itens pelo grupo. “A tendência dos últimos anos vem sendo focar o mix de vendas em

unidades de maior valor agregado e alta tecnologia. Isso continuará em 2008”, completa. Exemplos são amplificadores (Crest Audio e SKP) e mesas de som (Peavey e SKP). De acordo com Palácios, a marca mais significativa em termos de vendas hoje é a SKP Pro Áudio, da qual a Someco é detentora. A B52 e a Novik Neo também são da empresa. Há, inclusive, uma linha de alto-falantes da Novik fabricados no Brasil. “A produção nacional ainda é uma pequena fatia do faturamento, porém, com crescimento contínuo”, ressalta. O restante

DAS CINCO MARCAS COM AS QUAIS A IMPORTADORA TRABALHA, A SKP PRO ÁUDIO, A NOVIK NEO E A B52 SÃO PRÓPRIAS

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Leque de produtos Segundo o diretor-geral Marcelo Palácios, o foco em 2008 será o investimento em linhas que ainda não são 100% exploradas

petitivo, o foco da distribuidora é oferecer soluções inovadoras tanto em termos de produto quanto na qualidade do atendimento e do serviço pós-venda. Outro foco é investir em modelos mais acessíveis. Dessa forma, a atuação com produtos de maior valor agregado e com unidades mais populares faz os negócios da Someco atingirem por completo a demanda do mercado. “Até os profissionais têm buscado opções com custos abaixo das grandes marcas.” Para trabalhar paralelamente com produtos populares e premium, o diretor revela que se deve procurar entender a necessidade individual em cada negociação.

dos produtos é importado da China, e alguns modelos da Peavey, dos Estados Unidos. Com a subida dos preços dos itens orientais, por causa da alta das matérias-primas e do aumento dos custos de produção por lá, a queda do dólar tem ajudado a Someco a manter valores sem repasse significativo aos clientes. “Sempre que possível, temos mantido o benefício cambiário.” Com isso, as expectativas para 2008 também são boas. Os primeiros meses do ano já demonstraram otimismo e a empresa espera resultados melhores que em 2007. Como estratégia para

alcançar o crescimento, o calendário prevê uma exposição por mês em diferentes estados do País. A crise norte-americana, apesar de não assustar a empresa, é motivo para atenção, como explica Palácios. O diretor acredita que, apesar de os abalos da economia internacional não afetarem tanto os negócios da Someco, pode haver queda no consumo de instrumentos musicais. “É natural uma pessoa ouvir o termo crise e, por precaução, imediatamente adiar os gastos”, comenta. Para segurar possíveis abalos e se manter no mercado cada vez mais com-

Apesar da alta dos preços chineses, a Someco tem conseguido manter valores sem grandes repasses aos clientes por causa da queda do Dólar

Instrumentos Mesmo sendo uma empresa especializada em produtos de áudio profissional, a partir do momento em que fechou acordo com a Peavey para representá-la novamente no Brasil — a primeira ocasião foi em 2000 —, a Someco tem investido no desenvolvimento de uma equipe de vendas com especialização em instrumentos musicais. Entre 2003 e 2006, a Peavey montou uma linha de produção própria no País. Como a empreitada não foi para a frente, a Someco voltou a distribuir a marca internamente. Dentro da empresa, a linha de amplificação e instrumentos da Peavey vem ganhando relevância. Produtos como Peavey Valveking 100 Head (amplificador valvulado de 120 watts que é sucesso no mundo) ou as guitarras Raptor, Predator e Generation EX, da Peavey, estão alavancando a expansão da Someco no segmento. ¢ www.musicaemercado.com.br

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LOGÍSTICA

FLORENCE

QUER SER GRANDE COM NOVA DISTRIBUIDORA, IMPORTADORA ATENDERÁ CLIENTES COM MAIS RAPIDEZ E PRETENDE ELEVAR CRESCIMENTO EM 2008

O

ano de 2008 é de mudanças para a importadora Florence Music, de casa nova desde abril. Todas as instalações foram transferidas para o complexo da Microservice, distribuidora logística terceirizada com sede em Barueri, São Paulo. Com a novidade, o objetivo é sair do médio porte e atingir patamares de grandes empresas do setor. Para isso, o foco no planejamento estratégico de marketing e vendas, iniciado no ano passado, deve continuar. O lançamento de uma nova linha de instrumentos de sopro também colaborará para os melhores resultados. A nova distribuidora logística — a terceirizada anterior era a Metropolitan Logística — ocorreu por uma necessidade de infra-estrutura da Florence Music, que está há cinco anos no mercado. “A Microservice trabalha com uma malha de distribuição muito grande. Com isso, as mercadorias chegarão mais rápido aos clientes. A mudança gerará um incremento nas vendas,

mas ainda não podemos estimar isso em quantidades”, explica o diretor Leandro Florence. Segundo ele, a opção por contratar o serviço terceirizado aconteceu há cerca de dois anos — na época, a Metropolitan — e se deve às próprias limitações e dificulda-

des que um sistema logístico interno gera. “Não somos especialistas no setor e resolvemos procurar alguém que tivesse conhecimento profundo.” Antes da terceirização, a empresa trabalhava com um galpão próprio onde era feito todo o trabalho de chamar transporta-

ESTRATÉGIA PARA O GERENTE-GERAL JOEY GROSS BROWN (ESQ.) E O DIRETOR LEANDRO FLORENCE (DIR.), O FOCO NO MARKETING E EM SOLUÇÕES PERSONALIZADAS COLABORA PARA O CRESCIMENTO

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NOVOS RUMOS O QUE MUDOU? • A nova operadora logística é a Microservice. As instalações de toda a empresa foram transferidas para a terceirizada • As entregas serão feitas pela transportadora diretamente nas lojas e sem custo adicional (não serão permitidas retiradas de produtos pelos lojistas) • A equipe de vendas está treinada para oferecer ‘soluções

personalizadas’ aos clientes. Cada lojista recebe o atendimento de acordo com suas necessidades e perfil • Uma linha própria de instrumentos de sopro, a Lumini, foi lançada em abril. Os produtos, destinados a um público iniciante, são fabricados na China

doras para a coleta e distribuição. “Isso se torna fator limitante de crescimento. Mesmo que você tenha dimensionado o espaço para trabalhar com o dobro de mercadorias, chega uma hora em que é necessário crescer mais”, revela. Segundo Florence, os próprios

lojistas serão beneficiados com a mudança, uma vez que a entrega será feita na porta pela Microservice, sem custo adicional. “Houve um aumento de tabela natural. Os reajustes que fizemos em preços foram decorrentes do acréscimo nos valores de produtos da China”, explicou. A alta girou em torno de 7% a 10% para alguns instrumentos e chegou a cerca de 15% para a bateria, por exemplo. Isso porque os preços das matérias-primas e da mão-de-obra ficaram mais altos naquele país. “Não tem jeito de não repassar. O que consigo fazer, na melhor das hipóteses, é retardar o repasse”, argumenta. Isso porque valores chegam mais altos dos fornecedores com a justificativa de que os preços aumentaram na própria fábrica. O diretor acredita que os fornecedores não aproveitam a alta dos preços na China para reajustar em cima. “Sinto que o repasse é honesto.”

O QUE DEVE MUDAR? • Com a nova estrutura, a empresa pretende atingir patamares das grandes importadoras

MERCADO A desvalorização do dólar, apesar de impulsionar o aumento do volu-

PERFIL A empresa está há cinco anos no mercado e trabalha com 13 marcas atualmente. Entre os produtos, são comercializados tanto modelos destinados a um público premium como aqueles voltados ao consumidor intermediário ou popular. As marcas são: ESP, Washburn, Samson, Roxy, Vinci, Parker, Oscar Schmidt, Ludwig, Sit, Bad Dog, SoundKing, Hartke e Lyon.

me de vendas, nem sempre colabora em grande escala para a alta do faturamento, como explica o gerente-geral Joey Gross Brown. “Como os preços caem, precisamos vender em maior quantidade para suprir. Essa alta acontece porque os valores estão menores. No entanto, o ideal seria o câmbio se estabilizar, pois isso permitiria a decisão e o planejamento no longo prazo”, afirma. Brown complementa que o mercado nacional parece estar acostumado com a volatilidade do dólar e já é cauteloso em caso de uma mudança brusca. “Se a moeda aumentar agora, por exemplo, isso será absorvido pelo mercado. O que faz o consumidor comprar hoje é a facilidade do crédito.” VENDAS Atualmente com 13 marcas no portfólio, a estratégia da Florence Music para vender bem cada uma delas é o que foi chamado de ‘solução personalizada’. Como a empresa trabalha tanto com produtos classificados de premium como com os intermediários e até mesmo mais populares, a inten-

COM ALTAS DE 7% A 15% NOS PREÇOS DOS PRODUTOS CHINESES, REPASSES AOS LOJISTAS FORAM INEVITÁVEIS. EMPRESA PROCURA SEGURAR OS AUMENTOS AO MÁXIMO WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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LOGÍSTICA

ção é direcionar o atendimento de acordo com a necessidade de cada cliente. A equipe de vendas vem sendo treinada para atuar dessa forma desde o ano passado. Apesar de Florence não conseguir especificar a participação dos diferentes segmentos entre os negócios da empresa [esta entrevista foi feita na época das mudanças], ele explicou que a importadora trabalha dentro da proporcionalidade que o mercado pede. O lançamento neste ano da marca própria de instrumentos de sopro, a Lumini, também segue a tendência de atender às necessidades do mercado. Os modelos são destinados ao público iniciante.

INFRA-ESTRUTURA CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS DA MICROSERVICE POSSIBILITARÁ CRESCIMENTO ESTRUTURADO, UMA VEZ QUE A TERCEIRIZADA ESTÁ PREPARADA PARA AUMENTO DE DEMANDA

MARCAS Há também uma política para se trabalhar com os diferentes perfis das marcas dentro do mercado brasileiro, como explicou a gerente de marketing Renata Gomes. “É necessário dar a devida atenção aos produtos no Brasil, pois o mercado nacional é diferente. Adaptamos o perfil da mercadoria para trazer as melhores condições dentro da cultura, consumo e poder aquisitivo do País”, revela. Segundo Renata, o próprio es-

tilo individual das marcas facilita a divulgação dos instrumentos. Exemplos são as marcas de guitarra ESP e Washburn. “Elas têm perfis diferentes. A Washburn, por exemplo, é mais voltada para o clássico rock’n’roll. A ESP tem ligação com o rock mais pesado. No entanto, isso não significa que ambas não possam ser usadas por outros públicos. São apenas segmentos dominantes para os quais as marcas se propõem.” A importadora também tem como definição trabalhar com marcas que oferecem bom custo-benefício. Para Renata, além de lucro e preço competitivos, é importante buscar marcas que se preocupem com o produto como um todo. 

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INTERNACIONAL

TRADIÇÃO

GERMÂNICA HOHNER CELEBRA ANIVERSÁRIO DE 150 ANOS EM GRANDE ESTILO E PRETENDE AUMENTAR OS NEGÓCIOS NA AMÉRICA LATINA

A

Hohner, empresa alemã conhecida por seus tradicionais acordeons e gaitas — estas chegaram a ter os Beatles como garotos propaganda —, completou 150 anos em 2007. Como comemoração, 3,9 mil pessoas formaram a maior orquestra de gaitas do mundo, em Trossingen, na Alemanha. Em 2008, para se manter competitiva, a empresa continuará relacionando a marca à inovação, como explicou o diretor-geral Klaus Stetter à Música & Mercado.

» Como você descreveria o desempenho da Hohner em 2007? A empresa continuou a crescer tanto em faturamento como em lucro (o crescimento do segundo semestre de 2006 ao primeiro de 2007 ante o mesmo período entre 2005 e 2006 foi de 13,7%). A alta foi impulsionada por inovações, projetos de marketing e novas vendas no mercado internacional. » Como foi a celebração de 150 anos? Depois de um encontro com distribuidores, funcionários e parceiros, houve um festival de música. Foram realiza-

das atrações de todos os gêneros musicais, como blues e musicais infantis, além de visitas a exposições. Também reunimos 3.898 pessoas para tocarem juntas uma melodia com a gaita por cinco minutos, o que foi registrado no Guinness Book. » Qual é a sua impressão sobre o mercado latino-americano? A participação dos nossos negócios nesse mercado tem crescido. Ainda há música feita pela população como atividade para se passar o tempo com os amigos. A América Latina representa um importante campo de trabalho para a Hohner. ANIVERSÁRIO UM TOTAL DE 3,9 MIL PESSOAS FORMOU A MAIOR ORQUESTRA DE GAITAS DO MUNDO

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» Como uma empresa pode operar com o máximo de eficiência? Tendo empenho e motivação nos recursos humanos.

» Qual é a importância da Hohner no mercado de instrumentos musicais? A Hohner tem um papel fundamental. Gaitistas e acordeonistas sentem grande afeição pelos instrumentos. Essa pergunta deveria ser respondida pelos clientes.

» Como a Hohner convence o consumidor final a comprar produtos de maior valor agregado? O consumidor está disposto a pagar

certo preço por produtos que se adequam às suas necessidades em termos de especialização, design, qualidade e serviços. » Para quais mercados a Hohner exporta? Mercados não germânicos correspondem a 85% de nossos negócios. Praticamente todos os países do mundo são alimentados com os produtos da Hohner. 

» Como a Hohner atualiza os sistemas de gestão sem perder a tradição histórica? A empresa tem tido sucesso na adequação de modernos padrões de gestão. Um exemplo é a educação musical, uma chave importante para o sucesso no passado e que continua nos dias atuais. Não é um problema passar por mudanças. A questão está no profissionalismo com o qual esses elementos são geridos no moderno mundo dos negócios. » Liste cinco erros que uma empresa não deve cometer Não se preocupar com funcionários; ser arrogante; esquecer o cliente; fazer mudanças sem necessidade e não fazê-las quando necessário e abandonar as necessidades dos negócios.

METAS DA HOHNER PARA 2008: 1 Continuar a crescer 2 Lançar novos produtos 3 Aprimorar processos e a qualidade dos instrumentos 4 Investir em projetos de marketing 5 Crescer no mercado da América Latina

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NEGÓCIOS

O SOBE-E-DESCE

DO DÓLAR ALTOS E BAIXOS DO CÂMBIO PREJUDICAM O MERCADO EM GERAL. ECONOMISTAS DÃO DICAS PARA ENFRENTAR A INSTABILIDADE

D

iante da desvalorização do dólar e da queda do superávit da balança comercial nacional — o saldo de janeiro a março deste ano ficou em US$ 2,837 milhões, redução de 67,5% em relação ao primeiro trimestre de 2007 —, economistas ouvidos pela Música & Mercado revelam que é tempo de cautela e estratégia para a indústria brasileira: tanto exportadoras como importadoras precisam levar em conta que a economia do País — e também a mundial — é cíclica e exige das empresas planejamento ante períodos de altas e baixas nos negócios. Desde 1994, com a implantação do Plano Real, o País sente intensamente os reflexos da instabilidade do câmbio. Logo após

INCENTIVO À EXPORTAÇÃO: • Incidência da alíquota de 1,5% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o investimento estrangeiro em título público e em renda fixa no País • Fim da incidência de 0,38% de IOF nas operações de câmbio das exportações • Fim da cobertura cambial (recursos de exportações que as empresas são obrigadas a trazer para o País)

a instauração da nova moeda, o momento foi de êxtase. Viveu-se a queda da inflação e o aumento do consumo. Conseqüentemente, as exportações aumentaram. Em 2002, depois de medidas por parte do governo para conter o cenário, o câmbio chegou a atingir R$ 4. De lá para cá, a moeda americana voltou a cair até chegar ao atual patamar, em torno de R$ 1,70. Toda essa instabilidade, apesar de prejudicar o desenvolvimento, funciona como uma faca de dois gumes para a economia nacional,

VARIAÇÃO (últimos 12 meses) 2,10 2,00 Cotação do Dólar em Reais

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8/5/07

Data

9/4/07

8/3/07

1,00

1,70

Fonte: Banco Central

como explica Fábio Gallo, professor do departamento de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Por um lado, o real valorizado gera efeitos positivos, como o controle da inflação e produtos mais baratos tanto ao consumidor como para importadoras. No entanto, as exportadoras saem prejudicadas”, comenta. De acordo com Gallo, para as fabricantes tornarem-se competitivas, elas devem ofertar produtos com algum diferencial e qualidade. “Se o meu preço é mais alto, a mercadoria precisa ser melhor”, explica. O professor revela, no entanto, que provavelmente o empresário brasileiro encontrará outras barreiras na hora de aprimorar o produto, como difícil acesso ao crédito e à tecnologia. Diante dessas dificuldades em competir no mercado, Gallo acrescenta que, às vezes, o melhor a fazer é esperar por uma mudança no cenário. “É preciso segurar a onda e tentar melhorar a produtividade”, diz. É o que tem feito a Meteoro, que sofreu queda de 70% nas exporta-

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ções. Segundo o consultor de marketing e negócios da empresa, Mello Júnior, a empresa tem investido em serviços de marketing e reforçado parcerias para permanecer no mercado externo. As medidas anunciadas em março pelo governo para incentivar as exportações também foram vistas como tímidas pelo consultor. “Foi muito pouco, ainda há muito para acontecer. O governo deve estabilizar o preço do dólar em um valor compatível com a realidade e diminuir impostos para gerar incentivos”, opina. O professor Gallo acredita que, para resolver a questão, o governo precisaria atuar firme na redução dos juros. “Há anos optou-se por olhar a apenas a meta inflacionária.”

IMPORTADORAS: • Expandir os negócios • Adquirir equipamentos • Planejar um crescimento de longo prazo, levando em consideração possíveis altas da moeda (aqui pode estar a possibilidade de atuar também com fabricação)

FABRICANTES E EXPORTADORAS: • Investir em produtos de maior qualidade e tecnologia, de modo a torná-los competitivos • Reduzir custos e melhorar a produtividade • Atuar com importação • Estruturar-se e aguardar com calma uma mudança de cenário

DIVULGAÇÃO

IMPORTAÇÃO Enquanto as fabricantes tentam contornar a situação difícil, para as importadoras o momento é de preparar os negócios para possíveis mudanças no câmbio, como realizar bons negócios, estruturar o nome e incrementar a compra de equipamentos. O professor da Trevisan Escola de Negócios Pedro Raffy Vartanian acrescenta que, às vezes, a saída é atuar em ambos os mercados, o de importação e o de exportação. “Dessa forma, as empresas estão prevenidas em relação a possíveis crises.” 

O QUE FAZER EM ÉPOCA DE DÓLAR BAIXO?

PARA FÁBIO GALLO, O GOVERNO PRECISA ATUAR FIRME NA REDUÇÃO DOS JUROS E NÃO OLHAR SÓ PARA A INFLAÇÃO

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NACIONAL

FEIRA REGIONAL

MÚSICA E MERCADO EVENTO CRESCE A CADA EDIÇÃO E BUSCA FOMENTAR E APROXIMAR OS NEGÓCIOS NAS REGIÕES DO PAÍS

A

Feira Regional Música e Mercado cresce cada vez mais. A terceira edição, realizada em Brasília nos dias 12 e 13 de abril, contou com 19 expositores, número maior ao do evento anterior, nos dias 1º e 2 de março, em Curitiba, quando foram 12 empresas participantes. A primeira edição aconteceu em Porto Alegre (31 de julho e 1º de agosto de 2007) e contou com 11 expositores. Ao participar das feiras, fabricantes, distribuidoras, importado-

ras e lojistas aproximam contatos e estreitam relações de negócios em cada região do País. Em Brasília, foram 67 lojas e um público total de aproximadamente 180 lojistas. Em Curitiba, 47 lojas compareceram e o número de visitantes girou em torno de 90 pessoas. A próxima edição está prevista para os dias 31 de maio e 1º de junho , em Belo Horizonte, Minas Gerais. Entre os dias 20 e 21 de junho acontecerá o evento no Recife. De um modo geral, os encontros são vistos positivamente pelos participantes, que relatam terem efetuado boa quantidade de negócios,

além da aproximação com o mercado. A Santo Angelo, por exemplo, nos dois dias do evento em Curitiba conseguiu fechar pedidos que representam 50% da meta mensal para o Paraná. “Esperamos que nossa participação em feiras nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina possa adicionar por volta de 20% nos níveis atuais de faturamento para a região”, disse Rogério Raso, diretor da Santo Angelo. PALESTRAS Outro item bem-visto pelo público são as palestras promovidas, como

APROXIMADAMENTE 180 VISITANTES PARTICIPARAM DA EDIÇÃO EM BRASÍLIA. PÚBLICO CRESCE A CADA EVENTO

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DEPOIMENTOS “Obtivemos bons resultados e boas oportunidades, tanto comerciais como no nível institucional, por meio do contato direto do fabricante com lojistas locais em ambiente adequado.” ALBERTO BERTOLAZZI – HERING HARMÔNICAS “A Feira Regional, além de valorizar o mercado da região, possibilita um contato mais demorado com os clientes. Os resultados são satisfatórios, independentemente dos números

explicou Ewerton Grunewald, da Classic Jazz Instrumentos Musicais, de Apucarana, no Paraná. Ele participou da edição em Curitiba. “Por ter começado como comércio no final do ano passado, aprendi teorias que não conhecia em relação ao mercado.” Em Brasília foram três palestras. A Meteoro, por exemplo, ministrou um seminário com o tema Gestão da Qualidade de Vendas e Negócios Futuros. As outras empresas palestrantes foram a Tagima e a Condortech. Em Curitiba aconteceram palestras sobre marketing e gerenciamento de produtos. 

alcançados. Além das vendas, é possível realizar um trabalho de consolidação de marcas e novos produtos.” GETULIO DE ALMEIDA – MUSICAL EXPRESS “Sempre que participamos, algum negócio é fechado. A feira de Curitiba decepcionou pois existia poucos lojistas voltados ao mercado de som profissional. Mesmo assim, conseguimos resultados positivos.” SAMUEL MONTEIRO - STUDIO R

“Feiras regionais dão trabalho. Exigem produtos específicos, estratégias e bom relacionamento com os clientes locais. Custam caro e nem sempre o retorno é imediato. A Santo Angelo aproveita ao máximo a oportunidade de estar com clientes regionais para aprender sobre o mercado, formar parcerias, promover seus produtos e gerar bons negócios para todos os envolvidos.” ROGÉRIO RASO – SANTO ANGELO

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NACIONAL

ESTANDE DA CONDORTECH: INSTRUMENTOS DE CORDA, TECLADOS,

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MARCELLO, DA ONERR, FAZ NEGÓCIOS

ESTANDE DA HERING

IZZO: BOAS VENDAS E PÚBLICO NO ESTANDE

WERIL: PARCERIA COM LOJAS LOCAIS

NELSON, DA QUANTA MUSIC: SOLUÇÃO

ACESSÓRIOS E SOPRO

ALMEIDA, DA MUSICAL EXPRESS: FOCO NAS VENDAS

TAGIMA: DEPOIS DAS GUITARRAS, OS VIOLÕES

EM TECNOLOGIA

OCTAGON: EXPANDINDO A REDE DE NEGÓCIOS EM DF

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TURBO PERCUSSION: BATERIAS E

RENAN, DA METEORO, COM JEAN E JULIANO, DA TOKAI

MICROFONES CERTIFICADOS

RMV: VIOLÕES E SOPRO NO

SANTO ANGELO: ELITE DA TROPA DOS CABOS

PIERRE ROCHA, DA ORION CYMBALS: NOVOS NEGÓCIOS

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FEIRA

MUSIKMESSE

2008

E PROLIGTH & SOUND MAIOR FEIRA INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA MUSICAL TEM NÚMEROS RECORDES. O EVENTO REPRESENTA DE 10% A 15% DAS EXPORTAÇÕES DAS EMPRESAS

A

principal feira internacional do setor de instrumentos musicais, a Musikmesse, em Frankfurt, na Alemanha, somou recordes tanto de público quanto de empresas expostas na edição 2008, que aconteceu entre os dias 12 e 15 de março. Ao todo, foram 112 mil visitantes de 126 países, crescimento de 4% em comparação à edição do ano anterior, quando foram

107,6 mil participantes, segundo a organização do evento. Em relação ao número de expositores, a alta foi de 3%, com 1.625 empresas participantes de 47 diferentes nações — no ano passado, o total foi de 1.604 estandes de fabricantes. Junto com a Musikmesse aconteceu a Prolight & Sound, principal evento mundial de equipamentos de áudio e iluminação, que contou com 837 expositores de 42 países, elevação de 5% em relação à

edição passada. Na soma de ambas as realizações, foram cerca de 2,5 mil empresas expositoras. Ao todo, aconteceram mais de 250 programações dirigidas aos participantes, como workshops, debates e shows. O membro do conselho de administração da feira, Detlef Braun, explica que o intuito é impulsionar cada vez mais as vendas, o contato e a troca de experiência entre as empresas dos respectivos segmentos. “O mercado, a indústria, os músicos e prestadores de serviços encontraram em Frankfurt um cenário dinâmico, com destaques e novidades. Os participantes leva-

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O TAMANHO DA Entrada

Pavilhão 1.1 NOVO!

sopro: instrumentos de sopro de metal e de madeira e acessórios

Pavilhão 1.2

corda: instrumentos de corda e acessórios

Fórum.0

conjunto: todos os grupos de instrumentos

Pavilhão 3.0

ritmo: percussão e acessórios

NOVO!

NOVO!

conjunto: todos os grupos de instrumentos Pavilhão 3.1

letras: partituras e literatura especializada tablatura: guitarras acústicas e semi-acústicas, gaitas e acordeons

Pavilhão 4.0

pickup: guitarras, baixos, amplificadores e acessórios

Pavilhão 4.2

pickup: guitarras, baixos, amplificadores e acessórios musikbiz (mercado fonográfico): meios de armazenagem de áudio, gravadoras, editores de música, estúdios de áudio e vídeo, oficinas de edição, organizadores de shows, plataformas de marketing virtual e de festivais, institutos, academias e universidades focadas na música

Pavilhão 5.0 NOVO!

remix: equipamentos para DJ e acessórios midi: teclados, pianos digitais, sintetizadores, órgãos e acessórios conjunto: todos os grupos de instrumentos

Pavilhão 5.1

dados: software e hardware, gravação em disco rígido, multimeios e acessórios

Pavilhão 6.0 NOVO!

pianos: pianos, pianos de cauda, instrumentos de teclas históricos e acessórios

ram a seus países contatos para negócios.” De acordo com ele, as vendas da indústria musical cresceram consideravelmente no ano passado, o que continua acontecendo em 2008. PARTICIPANTES A opinião dos expositores sobre o evento é semelhante à de Braun, como explicou o presidente da Anafima (Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais e Áudio), Anselmo Rampazzo. Segundo ele, muitos negócios são fechados no próprio ambiente da feira, o que equivale a cerca de 10% a 15% do montante geral de exportações de um fabricante. “Mas é necessário trabalhar muito. Isso não acontece por acaso”, diz. Rampazzo explica que é importante participar de um evento como esse para sintonizar a demanda, a qualidade e os preços dos produtos com o mercado externo. Segundo a organização, 76% dos

NOVO!

Pavilhão 3

ÁUDIO PROFISSIONAL

Shows e Eventos NOVO!

Pavilhão 4.2

Pavilhão 3.Via

Pavilhão 3.Via

Pavilhão 4.2

Fórum 1

expositores ficaram muito satisfeitos com os resultados da feira e com o número de visitas aos estandes. Aumentou em 5% a quantidade de visitantes responsáveis por fechamento de negócios, o que representou 45% do público. Do total, 96% dos visitantes aprovaram o evento. Outra vantagem da Musikmesse foi o fechamento de muitas negociações que haviam ficado pendentes na Namm, feira americana realizada em janeiro. As empresas costumam esperar a realização da edição alemã para concluir negócios discutidos anteriormente. COMÉRCIO EXTERIOR No pavilhão brasileiro, organizado pela associação, participaram 16 empresas. Apesar do distanciamento do mercado internacional este ano, por causa da queda do dólar, o número foi maior em comparação à edição anterior, quando 13 empresas

marcaram presença. A montagem do pavilhão brasileiro valorizou os produtos e as marcas expostas. Entre os países com maior número de expositores em 2008 estiveram os Estados Unidos, com 151, e a China, com 120. Da Espanha compareceram dez empresas. O crescimento do mercado chinês também foi notado na Musikmesse. “Num momento em que o dólar está em queda, também há aumento de custo dos fabricantes chineses. Se uma fração dos instrumentos fabricados na China puder ser feita em outros países produtores, como Brasil, Espanha, Estados Unidos e Itália, o equilíbrio comercial será muito mais fácil”, completa Rampazzo. O presidente da entidade acrescenta que, na edição deste ano, foi possível notar crescimento da participação de empresas de países do Leste Europeu e da África, o que não era evidente em feiras anteriores.  WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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FEIRA

PAVILHÃO MUSIC FOR KIDS (MÚSICA PARA CRIANÇAS): MUSIKMESSE ESTIMULA A

ROGÉRIO RASO, DA SANTO ANGELO E GILBERTO, DA SELENIUM

SHRAGA E LISA, DA SABRASOM COM SEU DISTRIBUIDOR DE PORTUGAL

LUEN: AMPLIANDO MERCADO EXTERIOR

NORTHON VANALLI (BATERISTA) E RODRIGO, DA URBAN BOARDS: SUCESSO

EDUCAÇÃO INFANTIL

TUDO INFORMADO: MUSIKMESSE POSSUI UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO COMPETENTE

INTERNACIONAL

EQUIPE DA LIVERPOOL: BAQUETAS

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DA SENNHEISER

GIGANTISMO: A FEIRA É TÃO GRANDE QUE

MARCO AURÉLIO (MICHAEL), NORTHON VANALLI E ALEXANDRE SEABRA, DA SONOTEC

JOEY BROWN, DA FLORENCE MUSIC COM A PRESIDÊNCIA DA ROXY

LARANJA É LEGAL: ESTANDE DA ORANGE AMPLIFICADORES

ELIXIR: DEPOIS DAS CORDAS PREMIUM,

METEORO: ESTANDE GRANDE E MAIS

PRO-MARK: NOVA IDENTIFICAÇÃO NAS

CABOS COM DIFERENCIAIS

COMPRADORES INTERNACIONAIS

BAQUETAS

INTERNACIONAIS

SÃO NECESSÁRIAS ESTEIRAS ROLANTES ENTRE OS PAVILHÕES

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TAGIMA: MARCO E MARCIO ZAGANIN

ESTANDE DA FENDER

ODERY DRUMS: A MARCA DE MAURÍCIO CUNHA GANHA MAIS ADEPTOS

VLADIMIR, DA WOLF MUSIC E EDUARDO VILAÇA, DA BSB IMPORT

ALEXANDRE GUEDES, DA IMPORTADORA UM

NICACIO GALDINO E JOÃO CARLOS, DA MACHINE

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FEIRA

ÁLVARO HEVIA E EDVALDO MELLO, DA ADAH

JULIANO WALDMAN, DA EQUIPO, BOB ZILDJIAN, DA SABIAN E RICARDO ABELAN

MICHAEL MASCELLARO, DA SAMSON

DIRETORIA DA TYCOON PERCUSSION, DISTRIBUÍDA NO PAÍS PELA MADE IN BRAZIL

TAMA: DESTAQUE PARA ACABAMENTOS E

ÁLVARO HEVIA, DA ADAH, PAULINHO SORRISO, E LAURENT, DA ORION CYMBALS

LEANDRO E LEO GANDRA (CRAFTER), WELINGTON (LOJA W.E) E FABIANO (LOJA ACORDE)

ALBERTO BATISTA, DA DEVAL

JEAN PHILIPE BORRA, DA PRODIPE: SOFTWARES E MONITORES ACESSÍVEIS

SONORIDADE

SIMONE E PRISCILA STORINO, DA IZZO, COM AFONSO, DA MUSICAL PLUS

WERIL: CADA VEZ MAIS MERCADO

ESTANDE DA CASIO: PRESENTE EM TODAS

YAMAHA: ALTO PADRÃO EM BATERIA E

AS FEIRAS GLOBAIS

NOVOS PRODUTOS

GUITARRISTAS TOCAM COM OS EQUIPAMENTOS DA IK MULTIMEDIA

CARL SCHLACHER, DA WASHBURN

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FEIRA

ANSELMO RAMPAZZO, DA RMV, COM

MENINAS DA WARWICK

COMPRADORES ASIÁTICOS

ESTANDE DA RICO: PALHETAS REQUISITADAS

HERING: YAMAHA É DISTRIBUIDOR NO JAPÃO

CHERUB: NOVOS AFINADORES E PEDAIS

DISTRIBUIDORES DA STUDIO R NA EUROPA

ESTANDE DA SANTO ANGELO NA MUSIKMESSE

CONTEMPORÂNEA: FAMOSA NA EUROPA

PARA GUITARRA

NATALIO, DA KREST CYMBALS: VÔOS MAIS ALTOS

A feira em números A edição de 2008 da maior feira internacional de instrumentos musicais contou com vários recordes • 112 mil foi o número de visitantes, crescimento de 4% em relação a 2007

• 837 empresas de 42 países assistiram ao maior evento de áudio do mundo, Prolight & Sound, 5% a mais do que em 2007

• 10% a 15% é a participação dos negócios fechados na feira em relação ao montante geral de exportações de uma empresa

• 2,5 mil foi o total de expositores em ambos os eventos

• 1.625 expositores de 47 países participaram da Musikmesse, 3% a mais do que no ano anterior

• 126 países estiveram presentes tanto na Musikmesse como na Prolight

• 76% dos expositores ficaram muito satisfeitos com os resultados • 96% do público aprovou a Musikmesse 2008

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para a educação brasileira. Em 2007, foi aprovado no Senado um projeto de lei que torna obrigatório o ensino de música nas escolas. Este ano, o projeto de lei será discutido na Câmara dos Deputados. A volta da educação musical nas escolas significará para milhões de crianças a construção de valores pessoais e sociais, além de um maior desenvolvimento cognitivo, psicomotor, emocional e afetivo. Mas, para que esse projeto vire lei, você precisa fazer a sua parte, conhecendo e ajudando a pressionar por essa aprovação. Acesse: WWW.QUEROEDUCACAOMUSICALNAESCOLA.COM e saiba como participar. O futuro do Brasil vai aplaudir a sua contribuição.

ESCOLA E MÚSICA AGORA NUMA NOTA SÓ. Está na mão de todos nós um passo muito importante

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RODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS ➻ MUSICAL IZZO

BOCAL REABILITADOR VIBRASS Indicado para músicos de instrumentos de metais e de palheta dupla, o Vibrass massageia os lábios e os músculos faciais, melhorando a circulação. Possui oito diferentes adaptadores de bocal, além de ajuste eletrônico de seis etapas. Contato: (11) 3797-0100 ou www.musicalizzo.com.br

➻ FLORENCE MUSIC MICROFONE DINÂMICO Q1U O modelo da Samson pode ser ligado diretamente no computador, sem a necessidade de interface. Ideal para podcasts e gravações em geral, possui resposta de freqüência de 50 Hz a 16 kHz e impedância de 90 Ohms. Contato: (11) 3246-6000 ou www.florencemusic.com.br

➻ CASIO PIANO DIGITAL CDP-100 Apresenta sistema de teclas pesadas, ideal para iniciantes de piano acústico. Possui sistema de três níveis de sensibilidade e 88 teclas sensitivas (oito efeitos digitais). Sistema de som ZPI. Contato: (11) 3115-0355 ou www.casio.com.br

➻ PROSHOWS DESIGN 250 O Design 250 da PR Lighting destacase pelo desempenho ao ar livre. Impermeável, este equipamento com lâmpada de 250w Philips e sistema de cores CMY é uma solução completa para projetos de iluminação outdoor. Contato: (51) 3554-3139 ou www.proshows.com.br

➻ ROZINI VIOLA TIÃO CARREIRO RV182 Produto com braço de maple (com tensor fixo em pau-ferro), escala de ébano e tampo de abeto maciço. As cordas são de aço (J82A D’Addario) e há opção de modelo acústico ou eletroativo. Contato: (11) 3931-3648 ou www.rozini.com.br

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ODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS

➻ ORION CYMBALS

REVOLUTION 10 Produzida em liga B10 (90% de cobre e 10% de estanho), a nova linha de pratos apresenta sonoridade versátil, equilibrada pelo exclusivo martelamento PowerCross, com diferentes níveis de profundidade num mesmo ponto. Contato: (11) 3871-6277 ou info@orioncymbals.com.br ou www.orioncymbals.com.br

➻ TAGIMA CORDAS DE GUITARRA NICKEL PLATTED ROUND WOUND As cordas possuem bordões com núcleo hexagonal de aço com alto teor de carbono. O recobrimento é de aço niquelado redondo e as cordas primas são de aço com alto teor de carbono. Bolinhas em Brass 80/20. Contato: (11) 6915-8900 ou www.tagima.com.br

➻ CONTEMPORÂNEA

DARABUKA Instrumento criado no período neolítico, a darabuka sempre foi base da percussão árabe. O modelo da Contemporânea é feito de alumínio polido com acabamento colorido, sendo super-resistente. Possui afinação precisa e vem montado com pele leitosa. Contato: (11) 3399-6022 ou www.contemporaneamusical.com.br

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RODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS PRODUTOS ➻ DIMUSICA GUITARRA DAIZY ROCK Desenvolvidas especialmente para o público feminino, as guitarras Daizy Rock são leves e possuem braço estreito, ideal para as pequenas mãos das mulheres. Outro diferencial são as cores e desenhos femininos. Contato: (41) 3015-8055 ou www.generalmusic.com.br ➻ WERIL INSTRUMENTOS MUSICAIS ZILTANNAN B8 PRO Com liga B8 (92% de cobre com 8% de estanho), o set dos pratos Ziltannan B8 Pro é composto por Medium Hi-Hat 14” (topo e base), Medium Crash 16” e Medium Ride 20”. Contato: (11) 4443-1305 ou www.weril.com.br

➻ MUSICAL EXPRESS PEDAL AFINADOR CROMÁTICO O afinador da Planet Waves em formato de pedal é acondicionado em um estojo de metal, altamente indicado para o uso 'na estrada'. Ele possui um display circular e iluminado, que indica a nota tocada. Contato: (11) 3159-3105 ou www.musical-express.com.br

➻ YAMAHA PIANO DIGITAL YDP-S30 Compacto (3 centímetros de profundidade), o novo piano digital possui 88 teclas pesadas GHS (Graded Hammer Standard) e três pedais de controle expressivo (Sustain - half-pedal, Sostenuto, Una Corda). São 64 notas polifônicas. Contato: (11) 3704-1377 ou www.yamahamusical.com.br

➻ CRAFTER VIOLÃO TB BUBINGA Com tampo em engelmann spruce maciço, fundos e lados em bubinga e braço em mogno, o novo modelo possui tensor dupla ação e eletrônica LRT Pro com afinador. Contato: (32) 3222-9160 ou www.crafterguitars.com.br 106 WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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Confira aqui o resumo contendo o tema essencial de cada matéria, apresentado conforme a seqüência das páginas.

Em ano de Olimpíadas, é comum empresas vincularem ao esporte soluções mágicas para o mundo corporativo. No entanto, no esporte, muitas vezes um jogador que foi medíocre numa partida inteira tem um momento de sorte e consegue a vitória. Uma orquestra musical seria uma metáfora mais adequada para falar sobre liderança empresarial: músicos tocam na mesma sinfonia, sob a orientação de um maestro, o único que não emite som. PÁG. 34

❖ PDV - CHRISTIAN BERNARD Entender o valor da marca é fundamental para o empreendedor que quer usá-la como meio de impulsionar os negócios. Na avaliação profissional de uma marca são levados em conta dois valores: o psicológico e o financeiro. O primeiro se traduz na força do nome junto ao público. O segundo leva em conta questões como qualidade, visibilidade, investimentos e inovação, entre outros. PÁG. 36

❖ LOJISTA – CENTER SOM No mercado há 19 anos, a Center Som foi, até meados de 2006, uma rede de lojas voltada ao setor fonográfico. Com o advento da internet e da pirataria, a sobrevivência no setor tornou-se impossível. A saída foi entrar na área de instrumentos musicais, que tem dado bons resultados à rede. Depois de a venda de CDs e DVDs sofrer queda de 30% nos últimos anos, aconteceu um incremento de 18,5% no faturamento da rede em 2007. PÁG. 38

na sociedade. A loja passou por uma reforma e hoje conta com oito funcionários.

❖ SEU DINHEIRO - JOEL DE SOUZA Todo empresário espera que a empresa dure pelo maior tempo possível. Para ser centenário, um negócio precisa de um comando otimista. Um empreendedor transforma crises em oportunidades e exerce influência nas pessoas. Qual será a razão de alguns empreendimentos serem bem-sucedidos e outros não? Entre os motivos estão a falta de planejamento e de conhecimento do mercado. PÁG. 48

❖ CAPA – VIOLÕES: OS DONOS DO MERCADO A chegada em grande escala dos violões chineses ao mercado nacional fez com que as vendas do instrumento nas lojas, que já eram representativas aumentassem ainda mais. De lá para cá, por causa dos melhores preços asiáticos, a participação do violão nas vendas subiu de 30% para 50% em alguns comércios. Se de um lado lojistas e importadoras ganharam com a novidade, fabricantes tiveram de buscar estratégias para sobreviver.

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❖ ESTRATÉGIA - TOM COELHO

PÁG.

RESUMO

❖ VIDA DE LOJISTA – CASA DO MÚSICO Antes de montar a Casa do Músico, em Tupã, no interior de São Paulo, Wilson de Oliveira, 43 anos, foi músico e vendedor de uma loja de instrumentos musicais em Marília (cidade vizinha). O sonho de ter o negócio próprio só virou realidade em 2003, quando ele propôs sociedade com o dono da loja em Marília para montar uma unidade em Tupã. Ele chegou a vender seus instrumentos para comprar sua parte

❖ ONERR – MUDANÇA DE ESTRATÉGIA Diante do cenário cada vez mais competitivo do mercado brasileiro, intensificado com a queda do dólar e o boom dos produtos importados, a Onerr freou o investimento nas exportações e planeja um 2008 voltado à expansão da marca internamente. A meta é aumentar em 20% o faturamento. PÁG. 68

PÁG.

44

❖ ANTERA – INVESTINDO NA PÓS-VENDA Uma das primeiras empresas a apostar na comercialização de caixas ativas no mercado interno, em 1998, a Antera comemora neste ano o décimo aniversário com uma marca estruturada. O foco no custo-benefício e na pós-venda dos produtos fez a fábrica não ser atingida diretamente pelas mercadorias importadas e crescer cerca de 20% em 2007 em relação a 2006. PÁG. 72

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❖ LOGÍSTICA – FLORENCE QUER SER GRANDE

A Urban Boards – Drummer Shoes, única marca específica de calçados para bateristas no mundo, nasceu de uma mera curiosidade de seu fundador, o empresário brasileiro Rodrigo de Castilhos. Há cerca de quatro anos, ele ficou intrigado ao ver o baterista de sua banda - a Urbanos, de Pop Reggay - trocar de sapatos antes de tocar. Em 2006, era inaugurada a marca. Hoje a linha de acessórios com o mesmo nome está para ser lançada e as exportações começam até o meio do ano.

O ano de 2008 é de mudanças para a importadora Florence Music, de casa nova desde abril. As instalações foram transferidas para o complexo da Microservice, em Barueri, São Paulo. Com a novidade, o objetivo é sair do médio porte e atingir patamares de grandes empresas do setor. PÁG. 84

O Juizado Especial Cível (JEC) pode ser de grande valia aos lojistas. Os processos são encerrados no prazo de um a três meses. É possível ter acesso ao JEC quando o prejuízo for financeiro e não ultrapassar o valor de 40 salários mínimos. PÁG. 78

❖ PSICOLOGIA GERENCIAL - EDUARDO VILAÇA O discurso uníssono (som único) deve ser incorporado à comunicação interna das empresas para melhores resultados nos negócios. Há casos em que um vendedor fornece um preço ao cliente e o diretor, ao ser abordado, faz um verdadeiro milagre para o mesmo cliente. Com isso, o consumidor fica confuso. Empresas conscientes da importância de avançar na comunicação obtêm vantagem competitiva frente às concorrentes. PÁG. 80

❖ SOMECO – DE OLHO NO MERCADO INTERNO O Brasil tem um peso cada vez maior para as marcas do grupo Someco e hoje representa mais de 20% do faturamento do grupo nas Américas Latina, Central e do Norte. A empresa atua no mercado nacional desde 1997 e está presente em mais de 25 países do continente americano Para este ano, a expectativa é aumentar em 50% o faturamento com o lançamento de uma linha de instrumentos musicais. PÁG. 82

A Hohner, empresa alemã conhecida por seus tradicionais acordeons e gaitas, completou 150 anos em 2007. Como comemoração, 3,9 mil pessoas formaram a maior orquestra de gaitas do mundo. Em 2008, a empresa manterá a política de relacionar a marca à inovação, além de prosseguir com padrões de qualidade dos seus instrumentos. PÁG. 88

❖ NEGÓCIOS – O SOBE-E-DESCE DO DÓLAR Diante da desvalorização do dólar e da queda do superávit da balança comercial nacional, economistas revelam que é tempo de cautela e estratégia para a indústria brasileira: a economia é cíclica e exige das empresas planejamento ante períodos de altas e baixas nos negócios.

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❖ SEU DIREITO – CLARISSA MUNIZ

❖ HOHNER – TRADIÇÃO GERMÂNICA

PÁG.

PÁG.

74

❖ URBAN BOARDS – EXPORTANDO CRIATIVIDADE

❖ NACIONAL - FEIRA REGIONAL MÚSICA E MERCADO A Feira Regional Música e Mercado cresce cada vez mais. A terceira edição, realizada em Brasília nos dias 12 e 13 de abril, contou com 19 expositores, número maior ao do evento anterior, nos dias 1º e 2 de março, em Curitiba, quando foram 12 empresas participantes. PÁG. 92

❖ FEIRA - MUSIKMESSE E PROLIGTH & SOUND 2008 Maior feira internacional da indústria musical tem números recordes: 112 mil visitantes e 1.625 expositores. Negócios fechados no evento representam de 10% a 15% das exportações das empresas. PÁG. 96 WWW.MUSICAEMERCADO.COM.BR

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PAINEL DE NEGÓCIOS

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CONTATOS As empresas aabaixo são os anunciantes desta edição. Use estes contatos para obter informações sobre compras e produtos. Para referência, mencione que você obteve a informação por meio da Música & Mercado.

INSTRUMENTOS

RICO ............................ 11 3159-3105 • musical-express.com.br • 17

BENDS ........................................11 3064- 1909 • bends.com.br • 15

SANTO ANGELO ...........11 6423-2400 • santoangelo.com.br • 67,105

CONDORTECH ................... 61 3629-9400 • condormusic.com.br • 25

SG STRINGS ....................... 11 3797-0100 • musicalizzo.com.br • 41

CRAFTER .......................... 31 3222-9160 • crafterguitars.com.br • 99

SPARFLEX ................................ 11 6521-4141 • sparflex.com.br • 71

EAGLE ....................... 11 6931-9130 • eagleinstrumentos.com.br • 55

URBAN BOARDS .............. 51 2123-6800 • urbanboards.com.br • 101

EQUIPO ......................................... 11 2199-2999 • equipo.com.br • 3

VIBRASS ............................. 11 3797-0100 • musicalizzo.com.br • 91

FLORENCE MUSIC ...........11 2199-2900 • florencemusic.com.br • 31 HAMMOND ........................... 11 5535-1872 • hammond.com.br • 39

BATERIA E PERCUSSÃO

LOU CAPECE ................. 1 516 221 5596 • loucapecemusic.com • 81

ADAH .................................. 11 6231-5352 •adahmusical.com.br • 69

MICHAEL ................................. 31 2102-9270 • michael.com.br • 43

CONTEMPORÂNEA 11 3399-6022 • contemporaneamusical.com.br • 49

RMV ............................................. 11 6404-8544 • rmv.com.br • 116

LIVERPOOL ................ 47 3273-6125 • baquetasliverpool.com.br • 93

ROLAND ..................................... 11 3087-7700 • roland.com.br • 63

LUEN ............................................... 11 44481160 • luen.com.br • 37

ROZINI ........................................ 11 3931-3648 • rozini.com.br • 12

ORION CYMBALS ........... 11 3871-6277 • orioncymbals.com.br • 115

SUZUKI MUSICAL ........................ 11 3115-0355 • cweb.com.br • 47

PLANET ........................... 43 3323-0782 • planetajupiter.com.br • 29

TAGIMA ..................................... 11 6915-8900 • tagima.com.br • 67

TYCOON ................. 1 626 844 9226 • tycoonpercussion.com.br • 23

WOLF MUSIC ....................... 19 3312-2340 • wolfmusic.com.br • 35 YAMAHA ........................ 11 3704-1377 • yamahamusical.com.br • 2

DIVERSOS

AMPLIFICADORES / ÁUDIO PROFISSIONAL

EMG ...................................... +1(707) 525-9941 • emginc.com • 21

B&C ...................................... 51 3554-3139 • proshows.com.br • 51

GETIT COMUNICAÇÃO ..................11 4023-0386 • getit.com.br • 111

CICLOTRON ........................ 14 3642-2000 • ciclotron.com.br • 4,5,6

LEXSEN ................................. 51 3554-3139 • proshows.com.br • 27

BEHRINGER ................................ 11 2199-2999 • behringer.com • 13

DOBSOM ................................ 18 3279-9600 • dobsom.com.br • 110 FRAHM .................................... 11 47 3531-8800 • frahm.com.br • 8

FEIRAS / EVENTOS

LL AUDIO ................................... 08000 141918 • llaudio.com.br • 10

MUSIC CHINA ......11 5403-9500 • messefrankfurtfeiras.com.br • 107

MASTER ............................ 14 3406-5659 • masteraudio.ind.br • 110

NAMM ..........................................1 760 438 8001 • namm.org • 113

METEORO .......... 11 6443-0088 • amplificadoresmeteoro.com.br • 95 MOUG SOUND ..................... 11 2636-1118 • mougsound.com.br • 77 NCA .................................. 19 3542-8678 • ncaeletronica.com.br • 11 SELENIUM .............................. 51 3479-4000 • selenium.com.br • 65 SOMECO .................................. 11 6095-4190 • someco.com.br • 14 STUDIO R .................................. 11 5031-8660 • studior.com.br • 24 ACESSÓRIOS BOSS .................................... 11 3159-3105 • bossbrasil.com.br • 19 D`ADDARIO ................... 11 3159-3105 • musical-express.com.br • 7 DEVAL .......................................... 11 6451-8699 • deval.com.br • 79 ELIXIR ....................................... 11 5502-7800 • elixirstrings.com • 9 EVANS ......................... 11 3159-3105 • musical-express.com.br • 89 NIG ........................................ 11 4441-8366 • nigstrings.com.br • 87 PLANET WAVES 11 3159-3105 • musical-express.com.br • 57,59,61

E I C N U N A

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De 20 a 22 de junho de 2008 โ ข Nashville, Tennessee

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MIX DE PRODUTOS

A pesquisa é feita por meio de nosso telemarketing/e-mail para lojas aleatórias. Pesquisa realizada no mês de abril de 2008.

PAINEL DO LOJISTA

Esta pesquisa utiliza-se de respostas instantâneas, sem nenhuma interferência da revista Música & Mercado, por meio de indicação ou sugestão. Por vezes, alguns lojistas mencionam marcas regionais e, em alguns casos, trocam categorias (ex.: fabricantes por importadores). Música & Mercado opta por não interferir nas respostas dadas. EP3 INSTR. MUS. • PIRACICABA (SP) • Eder Palomo Soares

MUSIC WAY • LIMEIRA (SP) • Agnaldo Bella

Sopro

Condortech, Eagle, Michael

Sopro

Eagle, Michael

Violão

Condortech, Eagle, Walden/Wolf

Violão

Wolf, Strinberg, Di Giorgio

Guitarra

Tagima, Ibañez, Walczack

Guitarra

Tagima, Schecter, Strinberg

Contrabaixo

Condortech, Tagima, Ibañez

Contrabaixo

Condor, Schecter, Tagima

Viola

Rozini, Giannini

Viola

Rozini, Mater, Giannini

Case/bags

CR Bags, Condortech

Case/bags

MMC, Solid Sound, Lecourucci

Efeitos (guitarra/contrabaixo)

Zoom, Digitech, Behringer

Efeitos (guitarra/contrabaixo)

Line 6, Onerr, Behringer

Amplificadores (guitarra/baixo)

Meteoro, Warm Music, Sheldon

Amplificadores (guitarra/baixo)

Meteoro, Sheldon, Carvin

Amplificadores multiuso

Sheldon, Ciclotron

Amplificadores multiuso

LL, Sheldon

Bateria

Michael, RMV, Wolf

Bateria

Wolf, Michael, Adah

Peles

RMV, Remo, Michael

Peles

Luen, Evans

Baquetas

Vic Firth, Cauaf, Spanking

Baquetas

Liverpool, Vic Firth

Pratos de bateria

Orion, Sabian, Octagon

Pratos de bateria

Octagon, Krest

Percussão

Michael, Torelli

Percussão

Contemporânea, Luen, Gope

Teclado

Yamaha, Kurzweil, Casio/Privia

Teclado

Yamaha, Casio

Suporte de microfone/ instrumentos

RMV, Visão

Suporte de microfone/ instrumentos

Saty, ASK, IBox

Cordas

D’Addario, Giannini, Nig

Cordas

D’Addario, Giannini, Nig

Processador de áudio

Alesis, Behringer

Processador de áudio

Lexsen, Behringer

Potência

Unic, Studio R, Hot Sound

Potência

Machine, LL

Caixas acústicas

Side Box, Antera, Project Box

Caixas acústicas

Leác’s, NCA, Antera

Mesa de som

Ciclotron, Behringer, Lexsen

Mesa de som

Lexsen, Ciclotron, LL

Cabos

Santo Angelo, Wire Conex

Cabos

Planet Waves, Santo Angelo, Sparflex

Microfones

TSI, LeSon, Shure

Microfones

Superlux, LeSon, TSI

Surpresa*

Mesa Lexsen e Violão Walden

Surpresa*

Superlux

EM % DE FATURAMENTO, QUANTO VOCÊ VENDE: Guitarras/Baixo Violão Áudio profissional Acessórios

Teclados Bateria/Percussão Sopro Amplificadores

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Losango

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Para Soares, os violões Walden são destaque pelas vendas e bom custo-benefício

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Teclados Bateria/Percussão Sopro

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PRINCIPAL IMPORTADOR Condor DISTRIBUIDOR DE ACESSÓRIOS Musical Express FABRICANTE

A loja trabalha há dois meses com os microfones Superlux e o produto tem surpreendido em vendas

Giannini *Surpresa se refere a algum produto ou marca que chamou a atenção do dono da loja por venda ou algum outro motivo

28/4/2008 14:00:28


Untitled-5 1

25/3/2008 18:28:12


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3/3/08 9:15:37 AM


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