Sax & Metais #1

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ARRASADOR!

WAYNE SHORTER

para consevar melhor seu instrumento e comprar com segurança

GAITA NA VEIA

Truques e toques de Sérgio Duarte

SAX&METAIS•2006•Nº 1•R$ 8,50

O percussionista Robertinho Silva fala sobre o emocionante encontro com um dos maiores gênios do sax

35 DICAS

Ravi Coltrane E outros grandes músicos no Congresso de Jazz em Nova York

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5 AULAS

INCRÍVEIS

Leo Gandelman mostra os segredos do improviso Workshops de Daniel Garcia, Workshops Ivan Meyer, Mário Valle e Mauro Senise

E MAIS:

Hugo Hori, do Karnak: Retorno à vista? O pop bacana de George Israel 11/4/2006 10:19:27


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EDITORIAL

NOSSO PRIMEIRO SOPRO DE ALEGRIA

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uando tivemos a idéia de fazer uma revista voltada para os mercado de sopro, sabíamos que a missão não seria das mais fáceis. Deu um frio na barriga, claro. Afinal, somos os primeiros a nos aventurar nesse vasto universo, o que aumenta a responsabilidade. Por outro lado, a sensação desafiadora de desbravar esse mundo também nos animou. Instrumentos como saxofone, flauta, clarinete e a própria gaita, sem esquecer do trompete e do trombone - não queremos ser injustos com ninguém! - estão cada vez mais populares, e queremos, com a Sax & Metais, dar uma injeção extra de ânimo para ajudar nesse processo de popularização. Vale a pena: é um universo fascinante e quem faz parte dele sabe disso muito bem. Para tanto, pensamos em uma revista com um formato que atendesse ao maior número possível de instrumentos, com profissionais de renome e matérias úteis para seu dia-a-dia. Neste primeiro número, conversamos com músicos do quilate dos saxofonistas Leo Gandelman e Carlos Malta e do maestro Roberto Sion. Ele participou do congresso da Associação Internacional para o Estudo do Jazz, em Nova York e nos contou como foi encontrar nomes famosos do jazz, do blues e da música do mundo todo, reunidos em um mesmo saguão de hotel. Veja também um emocionante depoimento do mestre da percussão Robertinho Silva, contando sobre seu encontro com outro gênio da música, o saxofonista Wayne Shorter, na seção Do Lado de Lá, que promove um intercâmbio com instrumentistas de outras “praias”. Sem esquecer do lado prático da vida, preparamos uma matéria com 35 dicas para você conservar seu instrumento - da limpeza à forma correta de guardá-lo. São orientações de pessoas ligadas ao meio e com respaldo suficiente para ajudá-lo a aumentar a vida útil do seu equipamento. Aliás, essa foi uma exigência de toda nossa equipe: procurar as melhores fontes, para levar até você as melhores informações, lições e workshops e ajudá-lo a ser cada vez melhor no que faz: tocar música. Essa é a nossa grande motivação. E, nessa jornada que inicia-se a partir de agora, estamos esperando também sua participação. Opine, critique, dê sugestões, fale sobre seu instrumento. O canal está aberto! Boa leitura e até a próxima! Regina Valente 4

Esta revista apóia Editor / Diretor Daniel A. Neves S. Lima Diretora de Redação Regina Valente MTB: 36.640 Reportagem Rafaela Bueno Supervisão Técnica Débora Aquino Revisão Esther Alcântara Gerente Comercial Marina Markoff Administrativo / Financeiro Carla Anne Direção de Arte Dawis Roos Impressão e Acabamento Gráfica PROL Fotos Daniel Neves, Marcello Kamio, Marcelo Rossi Colaboradores Ivan Meyer, Leo Gandelman, Maria Luiza Kfouri, Mário Valle, Mauro Senise Distribuição Nacional para todo o Brasil Fernando Chinaglia Distribuidora S/A Rua Teodoro da Silva, 907 - Grajaú CEP: 20563-900 - Rio de Janeiro / RJ Tel.: (21) 2195-3200 Assessoria Edicase Soluções para Editores Sax & Metais (ISSN 1809-5410) é uma publicação da Música & Mercado Editorial. Administração, Redação e Publicidade: Rua Guaraiúva, 644 Brooklin Novo • CEP: 04569-001 São Paulo / SP / Brasil Todos os direitos reservados. Publicidade Anuncie na Sax & Metais saxemetais@musicamercado.com.br Tel./Fax: (11) 5103-0361 www.musicamercado.com.br e-mail ajuda@musicamercado.com.br

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ÍNDICE MATÉRIAS 22 Marcelo Monteiro comanda o sax no Projeto Cru 26 A parceria entre prática e teoria é fundamental, diz Débora Aquino 28 Especial traz 35 Dicas de manutenção de instrumentos de sopro 34 George Israel: o sax pop do Kid Abelha 35 O saxofonista Hugo Hori fala sobre o Karnak, paixão antiga, e novos projetos 35 A gaita acelerada e criativa de Sérgio Duarte

22 IAGE - NY Congresso de Jazz reúne grandes nomes da música de todo o mundo, como o trompetista Clark Terry (foto). A conferência acontece todos os anos nos Estados Unidos e contou, em 2006, com a participação de músicos brasileiros

SEÇÕES 4 Editorial 8 Live! Shows, projetos e novidades do universo do sopro 12 Novidade Carlos Malta e o Pife Muderno 26 Do Lado de Lá Robertinho Silva fala sobre o dia que conheceu Wayne Shorter 36 Reviews Dicas de instrumentos, acessórios e CDs 70 Produto em destaque Trompete Twister 86 Página aberta A pesquisadora musical Maria Luiza Kfouri conta sobre a gravação do show “Um Sopro de Brasil”

WORKSHOPS 20

LEO GANDELMAN Segredos do Improviso

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IVAN MEYER Aplicando arpejos diminutivos em arpejos dominantes

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MAURO SENISE Explica a música “Sonoroso”, de K-Ximbinho

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DANIEL GARCIA Música: a eterna “Donna Lee”

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MÁRIO VALLE Traz a clássica Caravan para a gaita

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TESTE NOVIDADE ESTÚDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!

SAX & METAIS RECOMENDA: ARES DE NEW ORLEANS NO CROWNE PLAZA

LIVE!

Aqui você confere dicas de shows, cursos e encontros de músicos em todo o Brasil e fica antenado com as novidades do mundo do sopro

Orquestra Tabajara celebra 73 anos com gravação de novo CD

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omandada pelo maestro Severino Araújo, a orquestra comemora 73 anos de atuação ininterrupta e, para alegria dos amantes da boa música, deve lançar seu novo CD em abril deste ano, intitulado “Bodas de Prata Dourada”. Dom Onofre, trombonista da Tabajara e criador do projeto,conta que o disco trará os maiores sucessos da orquestra desde o início de suas atividades. “Teremos principalmente as canções com arranjos criados entre 1937 e 1990 por

Severino Araújo”, explica, citando as faixas “Espinha de Bacalhau”, “Brejeiro”, de Ernesto Nazareth e o samba “Onde o céu azul é mais azul”, de João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho. A tradicionalíssima “Cidade Maravilhosa”, de André Filho, foi gravada em ritmo de samba. A Orquestra Tabajara é composta por 23 músicos, sendo quatro trompetes, quatro trombones, cinco saxs, piano, baixo, guitarra, dois bateristas, dois percursionistas, cantor e cantora.

Música de Cuba

O maestro Severino Araújo, presença sempre de destaque à frente da Orquestra Tabajara, durante as gravações do novo CD.

Composto por cinco músicos cubanos da mesma geração que se reencontram no palco para um show com repertório de clássicos instrumental e jazz cubanos: baterista Dafnis Prieto, os irmãos Yosbany e Junior Terry (sax e baixo), Julio Padrón (trompete) e o pianista Yaniel Matos.

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série, parte do projeto Arte de Cuba, foi apresentada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, durante o mês de fevereiro. Com três shows inéditos por aqui, representantes da música cubana mostraram três importantes vertentes daquele país: o universal, a tradição e a identidade. O grupo Cuba Jazz Plus abriu a sessão de shows.

À direita, o saxofonista Yosbany Terry e, acima, o trompetista Julio Padron.

Escola de criatividade

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Fábrica de Criatividade, complexo de ensino com proposta diferenciada, chega aos moradores do bairro de Capão Redondo, um dos mais violentos de São Paulo, trazendo a única escola de criatividade da América do Sul. Países como Itália e Estados Unidos já possuem escolas que incentivam a criatividade, para os mora-

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dores, em geral, opções de lazer, dentro do conceito, são apresentadas no anfiteatro como musicais de bandas e grupos de dança. No quesito música, aliás, a comunidade está muito bem servida: profissionais formados por universidades como USP, Unesp e Los Angeles Music Academy vão coordenar aulas de diversos instrumentos,

incluindo saxofone, gaita, piano, guitarra, entre outros, além do canto, nos estilos MPB, rock, pop, blues, pagode e gospel. Quem gosta do estilo clássico, tem as opções da flauta transversal, violino, entre outros. Para conhecer mais sobre o projeto, visite www.fabricadecriatividade.com. br ou ligue (11) 5511-0055.

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Jazz descomplicado

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esde criança, o radialista Daniel Daibem tinha uma quedinha especial pela música e, quando conheceu o jazz, se apaixonou. Guitarrista por hobby, Daibem hoje apresenta o programa Sala dos Professores, às segundas, quartas e sextas, às 19h40, com 20 minutos de duração, e agora está envolvido em um novo projeto ligado ao programa de rádio: o Sala de Professores Buchanan, uma jam session ao vivo, direto do tradicional centro do jazz e blues paulistano, o Bourbon Street. A primeira edição foi ao ar em 22 de fevereiro, e contou com a participação do trombonista Bocato, do guitarrista Kenny Brown e do Bourbon Street Jazz Quartet. Quem comparecer ao local, pode ficar para o show da noite que, no programa de estréia, ficou a cargo do Blue Jeans e de Kenny Brown. Além disso, poderá também adquirir o Whisky Buchanan (R$ 150,00) com um CD exclusivo, o Sala do Professor Buchanan´s, em que Daibem escreveu notas de degustação no cartucho. Estão confirmadas mais quatro apresentações mensais: 21 de março, 18 de abril, 16 de maio e 06 de junho. O programa é transmitido ao vivo pela rádio Eldorado FM, de São Paulo (92,9 Mhz), pelo canal por assinatura 885, da DirectTV, e pelo site www.radioeldorado.com.br. Confira um rápido bate-bola com o apresentador. Sax & Metais - Como é a produção dos programas? Daniel Daibem - Eu mesmo seleciono o repertório e os entrevistados do programa. Para o Bourbon, eu mesmo escolhi as músicas

Notícias Rápidas Tributo a Luis Americano

Encabeçado pelo saxofonista carioca Rafael Velloso, o projeto pretende prestar uma homenagem ao instrumentista de Aracaju que, entre sua imensa discografia, já tocou ao lado de estrelas do rádio como Orlando Silva e Carmem Miranda, além de Pixinguinha, compondo arranjos em clarinete e sax e tornando-se um dos mestres do choro no Brasil. Ao lado de Carlos Monje (violão), Di Lutgardes, (pandeiro), Alessandro Valente (cavaco) e Kiko Horta, (acordeon), Velloso apresentará canções de Americano durante a Semana Nacional do Choro, que começa em 23 de abril. Entre as atividades estão palestras, cursos e um show, que será registrado e transformado em CD, incluin-

como Angel Eyes, com Ella Fitzgerald, Blue Monk, do Thelonius Monk, Chet Baker em Blue Moon, Miles Davis com So What, entre várias outras. Procuro chamar músicos não só do jazz, mas que tenham o que eu chamo de “espírito jazzístico”. O (Gilberto) Gil, por exemplo, é um artista que, na minha opinião, tem alma de jazzista, porque possui um enorme talento para improvisar e se recriar, fazer várias versões de uma mesma coisa. E é esse meu intuito, mostrar às pessoas a beleza e diversidade do jazz e blues, que podem ser acessíveis a todos. S&M - Qual sua relação com o jazz? DD - Como eu toco guitarra, procuro sem-

pre estudar para me aprimorar. Num desses estudos, descobri o uma escola, a Groove e comecei a ter aulas com o mestre Levi Miranda, que me mostrou o jazz e me abriu as portas para essa nova paixão. Ele sempre me ensinou que o jazz pode ser simples, e eu incorporei isso e hoje quero quebrar esse conceito de que é um estilo feito para a elite. S&M - E como levar isso para o programa? DD - Principalmente no modo de fazer as entrevistas e apresentar o show. Procuro fazer de forma espontânea e descontraída, como é o meu jeito. Gosto de conversar com as pessoas, ser natural. Não faço o estilo de locutor formal, que fala com aquele vozeirão grosso.

do as partituras com os arranjos das músicas apresentadas. Para mais informações, acesse www.rafaelvelloso.com.br ou ligue para (21) 8228-1942 / 2535-6960.

mo site www.discosdobrasil.com.br a partir de sua própria discoteca particular: mais de 5 mil títulos, 1.510 intérpretes, 36 mil músicas, 13.500 músicos, 2 mil arranjadores e 8.950 compositores, todos brasileiros. No site, que reúne material coletado desde 1965, você encontra as discografias completas de artistas, ouve 30 segundos da maioria das músicas e ainda fica conhecendo os músicos e instrumentistas que participam das faixas.

Programa D’Jazz

Novidade da Rádio MPB FM (90,3 Mhz), do Rio de Janeiro, a atração produzida e apresentada por Luís Nicolau traz, toda terça, entrevistas com músicos, compositores, arranjadores e cantores do jazz brasileiro. Com uma hora de duração, das 22h às 23h, o programa pode ser acompanhado ao vivo também pela internet, pelo site www.mpbfm.com.br. Além de entrevistas, o ouvinte confere os lançamentos e clássicos do jazz nacional. Músicas do Brasil

Em uma iniciativa arrojada, a jornalista e pesquisadora Maria Luiza Kfouri criou o ótiSAX & METAIS MAIO / 2006

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LIVE!

Sax & Metais Recomenda

Ares de Nova Orleans no Crowne Plaza Banda de jazz liderada pelo clarinetista Tito Martino volta a se apresentar no hotel paulistano

TESTE NOVIDADE ESTÚDIO TECNOLOGIA REVIEW

The Red Horse Bar, no hotel paulistano Crowne Plaza, ganhou um toque de charme com o retorno da Tito Martino Jazz Band ao palco. Em sua quarta temporada no bar, a banda apresenta-se todas as quintas-feiras à noite e transita com qualidade pelo jazz clássico de nomes como Benny Goodman, Teddy Wilson e Gene Krupa. Com três cds e oito long-plays gravados, Tito Martino é um representante digno do puro jazz e seu repertório

acompanha o estilo. “Meu grande objetivo é difundi-lo, torná-lo mais acessível às pessoas”, diz o veterano clarinetista, há mais de 40 anos na ativa e que, curiosamente, teve seu primeiro contato com o clarinete durante o curso de engenharia, quando aprendeu também a tocar banjo e piano. Formou uma banda com colegas de faculdade e não mais parou. Martino começou tentando imitar o clarinete de Johnny Dodds, mas logo descobriu Sidney Bechet, Albert Nico-

LIVE!

SAX & METAIS RECOMENDA: ARES DE NEW ORLEANS NO CROWNE PLAZA

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las e o grande universo dos clarinetistas de jazz e se viu em um universo cheio de possibilidades. O instrumentista apresenta-se com mais cinco músicos: Carlos Lima (pistão), Luchin Montoya (pianista e tecladista), Paulinho de Lima (bateria e washboard), Zeca Araújo (contrabaixo acústico e elétrico) e Simielli júnior (banjo). Além de boas músicas para apreciar, há um telão estrategicamente posicionado atrás da banda, que exibe imagens de nomes importantes do jazz. “É uma maneira de transmitir um pouco da cultura do jazz enquanto toco”, sugere Martino. Durante o intervalo da apresentação, os vídeos ganham som, para entreter o público, que se acomoda em um local bastante aconchegante, com um saboroso buffet de tapas espanholas (R$ 20,00 por pessoa), e drinks temáticos (entre R$ 13,00 e R$ 17,00).

TITO MARTINO JAZZ BAND Local The Red Horse Bar Crowne Plaza São Paulo Rua Frei Caneca, 1.360 Informações e reservas (11) 4501.8000 Data Todas as quintas-feiras, a partir das 20h30 TitoMartinoJazzBand:projetounemúsicae cultura

Capacidade 80 pessoas

Samba do jazzista doido Festival cearense une carnaval, jazz e blues, em plena época de folia do Carnaval nordestino

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os palcos: jazz e blues. Nos bares e restaurantes: vinho, chocolate quente, cozinha francesa, italiana e alemã. Na bagagem dos visitantes: casacos. Você já está se imaginando em Campos do Jordão ou em alguma outra cidade serrana, curtindo o frio gostoso de julho? Pois esse clima alpino acontece durante o carnaval, em uma cidade do nordeste (e não é ficção). Em meio à enorme riqueza geográfica brasileira, encontramos a pequena Guaramiranga, conhecida como a “Suíça do Ceará”, a 865 m de altitude, no Maciço de Baturité. Desde 2000, é lá que acon-

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tece o Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga, que foge da tradicional bagunça carnavalesca e mostra os artistas dedicados a esses dois estilos musicais. A sétima edição do festival, realizada entre 25 e 28 de fevereiro, apresentou convidados de peso do jazz e do blues nacionais, como Leny Andrade, Leo Gandelman, André Christovam, Toninho Ferraguti, além do trio Márcio Montarroyos com Manassés e Alex Holanda, especialmente formado para essa edição do festival, e João Donato, compositor e pianista. Também participaram artistas locais,

como a banda De Blues em Quando, uma das revelações na nova cena cearense, que esteve entre as selecionadas da última edição do Ceará Music. Vieram de fora a jazzista sueca Lina Nyberg e o bluesman americano Kenny Brown. Aproveitando o clima ameno da cidade (a 110 km da capital, Fortaleza), já que a temperatura média anual fica entre 18 e 25 graus C, visitantes de todo o País triplicaram a população local (estimada em pouco mais de 5.700 habitantes, segundo dados do IBGE de 2000), formando um público de 15 mil pessoas.

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Depois do Carnaval, veio a música instrumental

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e 17 a 23 de março, Salvador recebeu a 14a. edição do Festival de Música Instrumental da Bahia, na Sala Principal do Teatro Castro Alves. Foram três atrações por noite com ingressos a preços populares: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). Na edição de 2006, tivemos a apresentação de nomes já tradicionais da música brasileira como Naná Vasconcelos, Wagner Tiso, Banda Mantiqueira e Duofel; artistas locais como Ramiro Musoto, Alfredo Moura, Rowney Scott e também internacionais: grupos Guafa (Colômbia), Hancara (Argentina) e Editus (Costa Rica). Para o pianista Fernando Marinho, um dos produtores do evento, o festival “é uma vitrine que oferece diversidade musical, para todos os gostos: de música eletrônica, étnica, erudita, jazz, chorinho, samba, rock, tango, percussão a outras vertentes, que a cada ano se renovam, fortalecendo a música instrumental”.

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O maestro Severino Araújo, presença sempre de destaque à frente da Orquestra Tabajara

O maestro Severino Araújo

Duofel

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LIVE!

Sax & Metais

Festival em Londrina reúne grandes nomes

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TESTE NOVIDADE

o festival vem cumprindo seu papel de tornar o jazz mais accessível, já que as apresentações tinham entrada gratuita ou a preços simbólicos (R$ 5 e R$ 10). Além disso, o evento foi totalmente aberto às novas vertentes e inspirações do jaz moderno. Além de Hermeto Pascoal, participaram o saxofonista Leo Gandelman, o trompetista Bocato, o baterista argentino Dámaso Cerruti, Dino Rangel, Duofel,

ESTÚDIO TECNOLOGIA REVIEW

Leo Gandelman comanda o sax

LIVE!

SAX & METAIS RECOMENDA: ARES DE NEW ORLEANS NO CROWNE PLAZA

cidade do norte do Paraná recebeu personalidades do meio musical na terceira edição do Londrina Jazz Festival, em dezembro. No show de abertura, quem se apresentou no palco do Teatro Ouro Verde foi o multinstrumentista Hermeto Pascoal e sua banda. Idealizado pela Madame X Produções, o Londrina Jazz Festival contou 15 shows de músicos locais, nacionais e internacionais. Embora novo,

M.Takara, DJ Bruno E., Patrícia Marx, Tortured Soul (EUA) e do DJ Tim Adams (Canadá). Entre os músicos locais, passaram pelo festival o Londrina Jazz Trio, Acústico Blues Trio, Ricardo Penha e Rodrigo, Sem Palavras Trio, Rodrigo Oliveira e Banda e Eduardo Batistella. O Londrina Jazz Festival também deu seu pontapé inicial ao projeto educativo “Jazz do Futuro”, para formar novos músicos na cidade, que apresentou o workshop “A História da Bateria” com Dámaso Cerruti.

Workshop na praia

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om a supervisão de André Carlini (foto à direita), um dos mais elogiados gaitistas brasileiro da nova geração e professor da Escola de Música e Tecnologia (EM&T), instrumentistas de todos os níveis se reuniram em Santos (SP), em feve-

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reiro, para trocar informações sobre os métodos de gaita. Entre os temas abordados estavam escalas, técnicas de vibrato, bends, articulação dos maxilares, construção de timbres, padrões ritmicos, fraseado, improvisação e vibrato gutural. “Além disso, Carlini respondeu todas nossas dúvidas”, conta Rodrigo Morenno, que participou do encontro de dez gaitistas de todo o estado paulista. Os participantes receberam apostila com métodos de estudo de Carlini, que ainda disponibilizou CD com bases de blues, entre outros materiais. O grupo de estudos seguirá com reuniões mensais em todos os últmos sábados. Para saber mais, visite www.andrecarlini.com.br.

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LANÇAMENTOS

Lançamento

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DurvalPereira– zabumba Participaçãoespecialdo violoncelista Hugo Pilger e do arranjador Luis Brasil. Produçãofonográfica: CarlosMalta

LIVE!

MarcosSuzanoe BernardoAguiar– pandeiro

REVIEW

OscarBolão- caixa e pratos

ESTÚDIO TECNOLOGIA

AndréaErnestDias – flautas

Este segundo trabalho traz, na opinião do músico, um maior equilíbrio técnico e artístico: houve uma preocupação e tempo maiores para a produção, ao contrario do primeiro CD, gravado em poucas horas. “Desta vez, exploramos mais a criatividade, o tipo de instrumento que cada música pedia e a qualidade do som”, conta. “Paru” teve a participação de outros músicos também envolvidos no projeto do Pife Muderno, banda de pífaros indicada ao Grammy Latino em 2000.

NOVIDADE

Carlos Malta - arranjos, flautas e direção artística

gulo, caixa e pratos. “O índio brasileiro nos dá uma grande lição ao demonstrar enorme conhecimento intuitivo para construir instrumentos musicais capazes de produzir sons que nos emocionam”, comenta o músico.

TESTE

FICHA TÉCNICA

PARA TODAS AS TRIBOS

LANÇAMENTO • CARLOS MALTA • PARA TODAS AS TRIBOS • FOTOS: DIVULGAÇÃO

edicado aos índios Yawalapitis do Alto Xingu, especialmente ao pajé Paru, o arranjador, instrumentista e compositor Carlos Malta lança seu segundo CD com sua banda de pífaros Pife Muderno, que leva justamente o nome do chefe da tribo. “Trouxe elementos da tradição desses povos antigos para conviverem com linguagens contemporâneas, criando um diálogo sem fronteiras”, explica Malta, que compôs nove das 17 faixas do álbum. O encontro entre Malta e o pajé aconteceu no Memorial dos Povos Indígenas (DF), durante as comemorações ao dia do índio do ano 2000. O músico ganhou algumas flautas de presente – feitas pelo próprio Paru – e com elas compôs dois temas em homenagem ao chefe indígena (Toque de Chegada e Toque de Despedida). O mais interessante deste trabalho de Malta, gravado no estúdio Tenda da Raposa (RJ) em outubro de 2005, é a mistura de flautas de diferentes etnias, todas elas feitas de bambu: jaqui, vetuiá, uruá (do Alto Xingu); bansuri (Índia); Di-Zi (China) e pife (Nordeste do Brasil). O instrumentista usou também flautas em dó, em sol e as raras flautasbaixo em forma de bengala, o saxofone soprano, os pandeiros, zabumba, triân-

Gravado no estúdio Tenda da Raposa (RJ) – Outubro/2005 Engenheirode gravação:Carlos Fuchse DanielVasques Engenheirode mixagem e masterização: Fabriziode Francesco(Defra) Auxiliarde estúdio:Erik Medeiros Produçãoartística:Ana Maria Maltae ElianeBraga(Salamandra Produções Artísticas)

Título:Paru Artistas:Carlos Malta e Pife Muderno SAX & METAIS MAIO / 2006

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CLÁSSICOS COM TEMPERO JOVEM

TESTE NOVIDADE ESTÚDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!

PROJETO CRU • SOM EM ESTADO BRUTO • FOTOS: DIVULGAÇÃO

NOVOS TALENTOS

Blues

Umadas Uma dasgratas gratas surpresas surpresas do cen doácen rio musical, musical, aa Prado Prado Blues Blues Band Band apresenta apresenta releituras de releituras de cláclssicos ssicos de deblues blues e jazz e jazz anos anos 30 e30 40,ecom 40,um com toque umde toque modernidade de modernidade

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dealizada pelos irmãos Igor e Yuri Prado, que já trabalharam com vários artistas do universo do blues de São Paulo - Robson Fernandes, Sérgio Duarte (veja matéria sobre o gaitista na pág. 35), a Prado Blues Band vem se aprofundando em um estilo pouco difundido no Brasil, o chamado Jump Blues. O ritmo mistura o blues tradicional com o swing jazz dos anos 30 e 40. “É um blues mais acelerado e dançante”, conta o gaitista Ivan Márcio, que toca com os irmãos Prado desde 1999 e com eles, em 2000, fundaram o grupo. Nos shows, a banda busca a maior fidelidade ao estilo tanto nos equipamentos, originais da época, como no figurino e repertório, que varia desde versões de Little Walter a Ray Charles. “O jump blues, ou West Coast blues, foi muito difundido nos Estados Unidos por artistas contemporâneos como William Clarke, Rod Piazza, Kim Wilson, Mark Hummel, Junior Watson, Little Charlie Baty, entre outros, pouco conhecidos no nosso país”, explica Márcio, que toca gaita há 15 anos e já se apresentou com nomes importantes da música nacional, como a Trupe do Clube da Viola e An-

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dreas Kisser, e internacional, como o grande gaitista Howard Levy, além de Danny Vicent, Greg Wilson, entre outros. O grupo lançou o primeiro disco em 2003, pelo selo independente Blues & Associados, de São Paulo. No ano passado, veio o segundo trabalho, também independente, intitulado “Blues and Swing”, uma produção de nível internacional: foi gravado no Brasil e na Califórnia, e conta com a participação de artistas como Nuno Mindelis, JJ Jackson, Enrico Crivellaro, Johnny Rover, Steve Guyger, entre outros. O disco mostra uma forte influência do blues tradicional (chicago blues, west coast blues, vintage R&B, Swing), característica marcante da banda. “Nós fazemos uma interpretação própria desses clássicos, adicionando gaita, metais e piano, em alguns momentos”, diz Ivan Márcio. O fraseado da gaita segue a linha do saxofone, bem ao estilo Louis Jordan, para aproximar a sonoridade dos dois instrumentos. “A gaita tem um momento certo para se destacar e, por isso, busco sempre um equilíbrio. Por isso, optei por frases semelhantes às do sax”,

Além do gaitista Márcio, a Prado Blues Band é composta por Marcos Klis (baixoacústico),Yuri Prado(bateria) e Igor Prado(violão e vocais).

SETUP DE IVAN • Amplificador customizado Tequila, fabricado pelo luthier Loester • Amplificador Celpha 20W, nacional, da década de 60. “Produz um som mais antigo e uso para apresentações menores, por ter potência mais baixa • Microfone da década de 50 (Astatic), com cápsula dos anos 60, da Shure • Pedaleira VX Amp, da Behringer. “Para tocar música eletrônica em meus ensaios em casa”.

GAITAS • HeringBlues • Vintage 1923 • Hering Blues Low - afinada em dó, ré, fá e mi bemol

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PROJETO CRU

AlfredoBello, MarceloMonteiro e SimoneSoul

SOM EM ESTADO BRUTO

TESTE NOVIDADE ESTÚDIO TECNOLOGIA REVIEW LIVE!

PROJETO CRU • SOM EM ESTADO BRUTO • FOTOS: DIVULGAÇÃO

Arranjos de sopro em sons experimentais, combinações inusitadas e diversidade de ritmos fazem do Projeto Cru um verdadeiro universo a ser explorado pelos ouvidos e pela mente

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ntuitiva, experimental, regional, feita para incomodar e agradar ao mesmo tempo. Essas são algumas das características que marcam a música do grupo Projeto Cru. O diferencial está na presença dos arranjos de sopro (em sax e flauta), produzi-

dos pelo músico Marcelo Monteiro, complementando a percussão de Simone Soul e o conjunto de baixo, sinths e samplers de Alfredo Bello. “O resultado é uma mistura bem feita de sons, como uma trilha sonora de um filme imaginário”, define Monteiro.

Embalado com a produção do primeiro CD (com lançamento previsto para abril), o Projeto Cru promete desafiar os conceitos tradicionais de música, com um som instigante e, ao mesmo tempo, agradável. “Tocamos um estilo livre, com elementos de jazz, eletrônica e ritmos regionais, como o maracatu, o forró, o choro e a bossa-nova”, conta o instrumentista, que se juntou à banda três anos depois de Simone e Alfredo, após terem formado o grupo, em 2001.

O ARSENAL DE MARCELO MONTEIRO Sax Barítono - CONN 1917 (raro) • Boquilha metálica nº 8 do Norberto (luthier de São Paulo) • Palhetas Rico Royal nº 2 e Fibracell Soft SaxTenor- Yanagisawa • BoquilhaOttolinknº 7* • Palhetas Rico Royal 2½, Vandoren Java 2½ e Vandoren V16 2½ SaxSoprano- Yanagisawa Elimona • Boquilha Bare nº 64 • PalhetasFrederickHemke2½ e RicoRoyal2½ Flauta transversal - Germenhardt

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REVIEW PROJETO CRU

“Eles me mostraram um CD só com bases em baixo e bateria e me pediram para criar linhas melódicas com o sopro”, relembra Monteiro. A partir daí, surgiu o grupo na atual formação, ensaiando em média oito horas por dia e uma mesma música, para acertarem o compasso entre bases e melodia para o show de estréia, que aconteceu em março do mesmo ano.

FIM

Marcelo Monteiro

Música nua, crua e livre Na prática, o grupo explora o estado bruto do som, como em um processo de criação, que se manifesta pela diversidade de timbres que soam da bateria, da percussão, dos contrabaixos acústico e elétrico e dos samplers com latas, panelas, entre outros objetos. Ao ouvir as músicas da banda, somos remetidos quase que instintivamente aos ritmos tipicamente brasileiros, indígenas, afro-cubanos e africanos. Nos vocais, na maioria das vezes, os três cantam juntos. “São poucos solos, porque queremos mexer com as emoções mais na parte instrumental”, diz Marcelo. Apesar de desafiante, compor arranjos para um estilo de música diferente dos padrões da família de sopro foi um grande prazer para Marcelo. “Eu já tinha tocado com a Maria Alcina, o Moraes Moreira, a Elba Ramalho e o Alceu Valença. Tudo isso me ajudou a ter uma visão melhor desses regionalismos, que pude aplicar nos arranjos”, explica.

gente do calibre de Alceu Valença, Elba Ramalho, Moraes Moreira, Maria Alcina, Hélio Braz e Cris Aflalo”, conta. Entre 1989 e 2004, o músico e compositor participou de diversas bandas como a Orquestra Nossa Filarmônica, As Madamas, Farraforró, Peixelétrico, Sindicato do Groove, Groove Brothers, Funk Trunk e Chill Out Company. Também é interessante é o lado de pesCriatividade quisador musical de Monteiro, que busca Musical estar atento às novidades do seu instruDuas características marcantes de mento, mas também a sons diferentes, pelo Marcelo Monteiro são a técnica apurada próprio trabalho que desenvolve junto ao e o carisma do instrumentista quando Projeto Cru, tocando sax, flauta e pife, em algumas canções. “Gosto também de utilizar efeitos como delay e oitavador, para Antes e depois de cru criar uma harmonia com os samplers do O instrumentistachegou ao Cru com RenatoCiganoe com gruposde diversos Alfredo (Bello) e deixar o som mais promuitas referênciase muitos anos de estu- estilos,comoreggae,forróe até ska. fundo, principalmente da flauta”, explica do.Aos9 anos,Monteirocomeçoua tocar o músico, que usa o KAOS-PAD. flauta.“Minhavontadede aprenderveio Monteiro também integra a banda Luz pela admiraçãoque tinha desdepequeno de Caroline, que ele criou em 2001, que faz pelo Jethro Tull”, diz o arranjador,em um som autêntico. Um bom exemplo de criamençãoao ilustregrupobritânicode quatividade musical com instrumentos de sopro se 38 anos de existência,em especialao é a canção “2x0”, composta pelo instrumensoprode LanAndesone MartinBarre, tista e que, segundo ele, mistura drum’n’bass ambosgrandesflautistas.Inspiradopelos sessentista com uma melodia acelerada pelo músicosdessabanda,que fez histórianos sax barítono. “A música ‘Chegando lá’, que anos 60, decidiutambémestudarsax. eu também gravei com a banda, é um baião Fez sua carreiratocandoem bandas eletrônico bem interessante”, diz o músico, e compondo arranjos, até começar no que ainda tem tempo para acompanhar o JonathanNoyce(baixo,esq.)Doane ProjetoCru, em fevereirode 2004. Antes cantor e compositor pernambucano Junio Perry (cima esq.), Ian Anderson, Andrew disso,já haviatocadocom o acordeonista Barreto e a banda Dona Zica. Giddings e Martin Barre sobe ao palco junto aos companheiros do Cru. Sua carreira musical começou em 1986, aprendendo flauta transversal no Conservatório Musical e Dramático de São Paulo. A partir daí, percebeu que o estudo é vital na vida de um músico. “Não podemos parar no tempo”, diz. Monteiro soube aproveitar as oportunidades que surgiram durante sua trajetória. Teve bastante contato com profissionais renomados como Marta Ozetti, Demétrio Lima, Mané Silveira, Ivan Meyer e Vinícius Dorin e, junto deles, aprimorou seu trabalho de palco. “Foi muito bom ter tocado com

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DO LADO DE LÁ ROBERTINHO SILVA

Depoimento a Regina Valente

Robertinho Silva DO LADO DE LÁ

FOTOS: RAFAEL WAIMBERG

“ Quando falei com Wayne Shorter pela primeira vez, me emocionei”

Esta é uma seção feita para os instrumentistas de todas as tribos contarem uma história diferente, emocionante ou curiosa, mostrando seu envolvimento com o sopro. Para começar em grande estilo, um baterista e percussionista reconhecido no Brasil e no exterior pelo seu enorme talento como instrumentista, compositor e arranjador: Robertinho Silva. O carioca volta ao passado (e se emociona) ao contar como foi o primeiro encontro com Wayne Shorter, um dos gênios do saxofone e de onde vem sua ligação com esse instrumento

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“C

omecei a ouvir jazz no rádio quando menino ainda, no final dos anos 50. Sempre gostei de bateria e percussão, mas a sonoridade do jazz no sopro me emocionava muito. Por volta de 1959, conheci um jovem que tocava sax, chamado Carlinhos Trapo, que me ensinou tudo sobre jazz e o instrumento. Acabei me apaixonando ainda mais pelo sax, principalmente por um instrumentista em especial, Charles Parker, mestre do improviso. Nesse mesmo ano, o maravilhoso baterista Art Blakey lançava um garoto em sua banda. Era justamente Wayne Shorter, que se tornaria, no futuro, um dos maiores saxofonistas da história da música. Quando o ouvi tocando pela primeira vez, foi como amor à primeira vista. Encantei-me de uma forma incrível e passei a procurar tudo que se referisse a Wayne Shorter. Ele tinha um estilo diferente, era carismático, um profissional muito autêntico. O tempo passou, e em 1971 a banda em que Shorter tocava – Weather Report

(algo como “repórter do tempo”, em português) – veio para o Brasil pela primeira vez. Assim que Wayne Shorter chegou ao Brasil, já famoso e com nome no jazz, ele fez questão de tocar com Milton Nascimento, que é muito aclamado pela critica, principalmente lá fora. E, por uma dessas coincidências do destino, eu conhecia Milton, pois havia feito alguns trabalhos com ele aqui no Brasil. E foi ele mesmo quem me convidou para tocar com Wayne Shorter.

Encontro com o mestre do sax, em Los Angeles, há quase 26 anos

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DO LADO DE LÁ ROBERTINHO SILVA

FIM

Eu fui, sem medo. Eu fiquei muito animado com a chance de ver um grande ídolo de perto e, principalmente, tocar ao lado dele! Curiosamente, eu não ficava com vergonha ou medo de tentar falar, eu sempre fui ousado e com aquela ambição, aquela vontade, de poder conhecer e ver de perto suas referências musicais, conversar com essas pessoas. E, assim que eu o vi, falei: “Você é meu ídolo, Wayne”. Ele, sempre simples e simpático, respondeu que conhecia e gostava muito do meu trabalho também. Foi muito emocionante, houve um retorno da parte dele que eu jamais imaginei… e esse retorno perdurou, tanto que

Autoditada, o músico toca bateria e percussão.

Em 1998,tocoucomJoãoBosco no antigo Canecão, no Rio de Janeiro

Silva com George Benson, em 2004, durante gravação de CD

nos tornamos muito amigos. Eu ia para os Estados Unidos, me hospedava na casa dele, acompanhava-o tocando, podia ver de perto a rotina dele. Era algo realmente fantástico poder desfrutar dessa convivência. Um tempo depois, eu estava gravando o CD Bodas de Prata e pensei: “Por que não chamar o Wayne para tocar comigo?”. Minha idéia era tocar uma música dele mesmo, chamada Speak no Evil. Quando perguntei à esposa dele quanto ele cobraria por essa participação, ela respondeu em tom de brincadeira: “Você vai ter dinheiro para pagar?”. Logo em seguida me disse que seria um prazer para Wayne participar,

O percussionista começou a carreira no final dos anos 60 e até hoje é reconhecido pelo seu trabalho também fora do Brasil

pois ele me tinha como ídolo. Foi mais uma emoção indescritível para mim. O mais bacana da gravação é que foi tudo super rápido e muito bem feito. Gravamos de primeira, sem precisar de ajustes e Wayne gostou da versão que eu sugeri, com ritmo mais latino, uma mistura de Brasil com Caribe, e contei com a participação de outro grande músico, o pianista Luisinho Avellar. Foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira. E só reforçou minha paixão pelo saxofone. Nada mais emocionante para um baterista como eu perceber o saxofonista olhando para trás no palco, como uma troca de agradecimentos pela sonoridade da música que se pode conseguir em parceria”. SAX & METAIS MAIO / 2006

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Encontro dos Mestres CONGRESSO IAJE • NOVA YORK

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CAPA

Mais de sete mil pessoas, entre estudantes, profissionais, professores e imprensa especializada se reuniram em um importante congresso que discutiu os rumos e as tendências do jazz em todo o mundo. O trompetista Jon Faddis à frente da orquestra que leva seu nome, em grandeperformance na conferência em Nova York

Imagine-se em um saguão de hotel e encontrar Ravi Coltrane, Clark Terry, Buddy de Franco, Omette Coleman, T.S Monk juntos ou tocando em vários salões. Pois esta cena foi possível durante o 33° Congresso da Associação Internacional dos Educadores de Jazz (IAJE), em Nova York. A metrópole norte-americana recebeu, entre os dias 11 e 14 de janeiro, mais de sete mil pessoas de 35 países, entre educadores, músicos, representantes da indústria fonográfica, expositores, estudantes e imprensa. A cidade sedeará o evento também em 2007 e, em seguida, passa a bola para Toronto, no Canadá.

Foto: R. Andrew Lepley

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CONGRESSO

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TESTE NOVIDADE NOVIDAD E ESTÚDIO TECNOLOGI A REVIEW LIVE!

O GRANDE ENCONTRO DE JAZZ • CONGRESSO IAJE / NOVA K YOR

ara quem desejava aprender, ter contato com informações novas e discutir os rumos da música, a Conferência da IAJE foi uma ótima oportunidade. A cada hora, aconteciam workshops variados, abordando temas como os métodos de ensino musical, computer music, influências musicais do mundo e, claro, o jazz. Também se apresentaram big bands internacionais e artistas renomados, houveram cerimônias de premiação, mostras de tecnologia e shows com grupos de escolas da Europa, Austrália, Croácia, Peru, Israel, Canadá e Estados Unidos. “O programa foi pensado para uma cidade que serviu à vanguarda do jazz por mais de 50 anos e refletiu como a IAJE se tornou a associação que representa o jazz oficialmente”, comenta o diretor-executivo do encontro, Bill McFarlin.

BRASILEIROS QUE MARCARAM PRESENÇA Estudantes e profissionais já gabaritados puderam conferir apresentações de grandes nomes do meio, como o aclamado pianista Chick Corea, que recebeu o prêmio NEA Jazz Masters, além de personalidades influentes da música como Tony Bennett e Ravi Coltrane, filho de John Coltrane. Entre os brasileiros que participaram do evento, um dos destaques é Roberto Sion, saxofonista, flautista e clarinetista, reconhecido pelo seu trabalho como compositor, arranjador, maestro e professor. Sion, regente titular da Orquestra Jovem Tom Jobim, já havia estado no congresso de

1997 e, mais uma vez, voltou dos Estados Unidos impressionado com a qualidade e o profissionalismo do ensino musical naquele país. “Soube, durante o congresso, que existem cerca de 30 mil big bands de jazz universitário nos EUA. Aqui no Brasil, se tivermos 20, é muito”, observa. As bandas universitárias se apresentavam no lobby do Hotel Hilton, onde a conferência foi sediada. Surpreendeu também a qualidade desses grupos, que, segundo Sion, vinham com uma formação diferente, trazendo vocais dobrados: dois sopranos, dois contraltos, dois tenores e dois baixos, ampliando o efeito da voz na música, além do acompanhamento, com arranjos modernos de um quarteto de instrumentistas. Outras bandas profissionais também passaram pelo congresso. A WDR Big Band, da cidade alemã de Colônia, por exemplo, apresentou-se duas vezes e também foi um dos destaques: na primeira apresentação, levou ao palco o guitarrista Biréli Lagrène, em um tributo a Django Reinhart. Na segunda antecipou, com exclusividade, o lançamento de um concerto de clarinetistas com arranjos e produção de Michael Abene, para um convidado especial, Paquito D’Rivera, com direito até a transmissão ao vivo por uma rádio alemã. Corea, que já venceu o Grammy, tocou pela primeira vez com Jack de Johnette e Eddie Gomez, em um dos shows mais concorridos durante toda a conferência.

OVERDOSE DE INFORMAÇÕES

Sion, a exemplo do consagrado pianista Antonio Adolfo, foi o primeiro músico brasileiro a participar da Conferência da IAJE, há quase dez anos. Em 2006, ele se apresentou por uma hora, tempo determinado para os workshops e shows, ao lado do acordeonista Toninho Ferraguti, formando um duo de acordeon e sopros. “Tocamos música brasileira, de Dorival Caymmi a Dominguinhos”, comenta o maestro, que destaca também a feira com uma incrível variedade de produtos à venda: livros, partituras, instrumentos e acessórios. Outro brasileiro que chamou a atenção foi o violonista e compositor Oscar CastroNeves. “O show dele foi um dos poucos que ficou lotado”, ressalta Sion. Também participaram dois ex-alunos de Adolfo: Philippe Baden-Powell, terceiro lugar na Competição para Pianistas de Jazz em Montreaux, na Suíça; e Thiago Trajano, que apresentou Após apresentar-se com a orquestra US Army uma aula sobre música brasileira para violoJazz Blues Esemble, o premiadíssimo Buddy nistas e guitarristas. O pianista também orDeFranco faz sua demonstração solo no palco

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Um dos premiados do evento, o saxofonista norueguês Kjetil Moster toca com a Trondheim Jazz Orchestra

ganizou uma recepção para os participantes da América Latina, que contou com a presença de músicos, jornalistas e diretores da IAJE. Indicada ao Grammy 2006 na categoria melhor vocal de jazz feminino (e pela terceira vez na carreira), a cantora brasileira Luciana Souza também esteve presente e comandou um workshop. “Fazendo um balanço geral, foi muito importante para o Brasil termos levado nossa cultura musical para os americanos”, diz Sion.

MAESTRO DO SOPRO VOLTA A IAJE Vanguardista em conciliar elementos do jazz com a música brasileira, Roberto

Ravi Coltrane em performance solo

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CONGRESSO AIIA CONGRESSO JE - NY NY O GRANDE ENCONTRO DE JAZ Z

Sion começou ao piano aos cinco anos e, aos oito, iniciou no saxofone, clarineta, solfejo, harmonia e canto coral no Conservatório Lavignac, de Santos. Estudou na Berklee School of Music, onde aprofundou seus conhecimentos de arranjo e improvisação. Estuda análise e composição com Damiano Cozzella, Olivier Toni,

FIM

Willy C. Oliveira e H. J. Koellreutter. Tocando desde os 11 anos, tem em seu currículo sete álbuns gravados, apresentações como solista em vários países da Europa, Estados Unidos, Japão e Israel. Desde 1998 atua no Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, em São Paulo, onde é regente titular da Orquestra Jovem Tom Jobim.

O maestro e instrumentista brasileiro Roberto Sion, que teve uma elogiada apresentação durante o congresso nova-iorquino

38 anos em nome do jazz

F

undadaem 1968 sob o nome de AssociaçãoNacionaldos Educadoresde Jazz,a organizaçãofoi originalmentecriada para garantira inclusãodo jazz como parteda educaçãomusicalnas escolasnorte-americanas em vários níveis. Com a realizaçãoda primeiraconferênciaanual,em 1972, a associaçãoacelerou sua expansãoe passou a oferecer uma série de programasvoltadospara escolas,comoos festivaise a convocaçãode líderesvoluntários,incluindoartistase personalidadesdo meio.Parte do valor pago mensalmentepelos integrantesda agremiaçãoera destinadoao Estadode onde vinham,parafomentara culturae o ensino do jazz em todas as regiões do país. Em meados da década de 80, a então NAJE teve um crescimentoespantoso, passandoa contarcom mais de 4 mil integrantese ampliouseu planode açõescom o lançamentode publicaçõespróprias,programaspararevelarnovostalentose comissõesanuais.Em 1989,mudouo nomepara AssociaçãoInternacionaldos Educadores de Jazz,refletindomaisfielmentesua condi-

Com um histórico que dispensa comentários, Sion foi nome importante do Brasil em Nova York, participando pela segunda vez no Congresso da IAJE. O primeiro convite surgiu há dez anos, por iniciativa de um assessor cultural da prefeitura de Chicago, onde se realizava o evento naquela época. “Ele viu minha apresentação com big band de jovens alunos no Sesc Ipiranga e achou interessante que eu fosse aos Estados Unidos, para conhecer a Associação Internacional de Educadores de Jazz”, conta o maestro, que completa: “Quando cheguei lá, entendi o porquê do convite: é uma combinação de informação, cultura e consumo impressionante”. Ele também ministrou um workshop para alunos de flauta sobre a música instrumental brasileira. Não só por absorver novos conhecimentos, a Conferência é uma grande reunião de mestres da música. “Estive com o saxofonista Benny Carter, o pianista Chick Corea, Phil Woods, Dave Brubeck... Todos os personagens do jazz circulavam pelo hotel”, lembra Sion. Durante o dia, as atividades se dividiam em uma dezena de workshops e palestras e, à noite, os esperados shows.

A ssoc ia ç ã o Na c iona l dos Educa dores d e Ja z z

Chick Corea comanda a Trondheim Jazz Orchestra durante a Conferência da IAJE

ção de formadorade opiniãoe educadora. Em 2001,voltoua trocarde nomee adotou o título de AssociaçãoInternacionalpara o Ensinodo Jazz).Conta,atualmente,com mais de 8 mil associados em 42 países. O profissionalismo e a seriedadeda instituiçãomerecemelogios.Para se ter idéia, entre as opçõesque a IAJE oferecea seus

associados,há o TeacherTrainingInstitute (para treinamentode professores),o Artist OutreachNetwork(rede de comunicação entreos artistas)e o Sistersin Jazz(“Irmãs no Jazz”).A conferênciaanualrecebe,em média,seis mil visitantespor edição,atraindo músicos,professorese estudantesde toda a comunidade do jazz no mundo todo. SAX & METAIS MAIO / 2006

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A PRÁTICA PRECISA DA TEORIA

DÉBORA AQUINO

A prática precisa da teoria

DÉBORA AQUINO FOTOS: DIVULGAÇÃO

A PRÁTICA PRECISA DA TEORIA Com uma sólida formação acadêmica, Débora Aquino é uma instrumentista dedicada a fortalecer o ensino musical no Brasil. E está conseguindo muita coisa Ela cresceu ouvindo Elis Regina, Zimbo Trio, João Bosco, Milton Nascimento e muita bossa nova. A influência musical era forte, apesar de a família não ser de músicos profissionais. “Meu pai era engenheiro e tocava violão, minha mãe era terapeuta e gostava de cantar”, conta a flautista e saxofonista Débora Aquino, coordenadora do departamento de sopro do Centro Livre de Aprendizagem Musical (CLAM), em São Paulo. Aos sete anos, ela começou seus estudos de flauta doce em um conservatório de bairro e, um ano depois, chegava ao CLAM, onde continuou sua iniciação musical por mais dois anos. Mas as coisas não transcorreram tão bem como ela imaginava. “Ganhei de presente do meu pai uma flauta transversal, com 11 anos, mas o primeiro ano foi muito difícil, porque eu era muito pequena e não conseguia assoprar direito. Quase desisti”, lembra. Ainda bem que ficou no “quase.” Com o passar dos anos, Débora se destacou entre os alunos da escola e, aos 19, começou a aprender saxofone enquanto passava por treinamento para tornar-se professora do CLAM, o que aconteceu em 1997. “Estudei flauta erudita com Toni-

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nho Carrasqueira e piano com o Amilton Godoy, para ter uma melhor noção harmônica, fundamental na formação de um instrumentista de sopro”, conta. Depois, mergulhou nos estudos acadêmicos na Unesp, onde

OS EQUIPAMENTOS DE DÉBORA AQUINO A professorado CLAMpossuiuma flauta transversal Armstrong104 e uma Armstrong80BGN,um sax soprano Yanagisawa991, um sax alto Yanagisawa 991 e um sax tenorYamaha23. “Estepretendotrocar, em breve,por um Yanagisawa991 ou por um Yamaha 62, ainda não decidi”, conta. Ela inclusiverecomendaos instrumentosYamahapela relaçãocusto-benefício,bem como os modelosda marca Yanagisawa.“Encontreio timbreque eu queria,mais próximodosinstrumentosvintage, diferentedosYamahas,que tem um timbre mais abertoe estridente,mas é tudo uma questãode gosto”,indica a musicistaque, durantesuas apresentações,utiliza microfoneShure sem fio de lapela para a flauta e microfone comum tipo SM58 para o sax.

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A PRÁTICAPRECISADA TEORIA DÉBORAAQUINO

FIM

Estilo brasileiro, o preferido Com tantos anos de estudo musical, Déborahoje é capaz de tocar em diversas formações:desdecompletarnaipesem grandesbandas,até atuarcomosolistaem um duo, comofaz com o pianistaAmilton Godoy. “Minha formaçãoé calcada na músicabrasileira,com sotaquese fraseados com característicasdos instrumentistas em que sempreme espelhei,parasomarà minha forma de interpretação”, explica. A musicistatambémé assistentede Godoy em trabalhosde arranjoe confecção de partiturasparao CLAMe parao Zimbo Trio, adaptandoas composiçõespara piano solo,em duode flauta(ou sax)e piano.

cursou Composição e Regência e teve uma experiência muito intensa: conheceu gente importante do mundo erudito, aprendeu a tocar em orquestra, regeu pequenos grupos, teve aulas de arranjo, orquestração, história da música popular e erudita. Respaldada por anos de estudo e conhecimento, Débora se dedicou com afinco, decidida a ampliar ao máximo o acesso ao ensino musical de forma sólida, em contraponto à tradição brasileira de aprender a tocar só “de ouvido”. “É um aprendizado limitado, a teoria é necessária para um pleno desenvolvimento, sem contar em uma série de vícios que o principiante adquire, e que mais tarde são difíceis de serem corrigidos”, defende. A causa é nobre, mas a instrumentista é muito consciente de que esse é um caminho cheio de percalços, especialmente quando se fala em cultura geral. SUPERDICAS DA PROFESSORA • O bom músico é aquele que toca bem, tem técnica,boa sonoridade,tem boas influências,ouve coisas boas e importantes não só parao seu instrumento,e buscauma formação musical ampla. • Débora é uma grande apreciadorada tecnologiana música:softwaresde gravação digital,tratamentoe ediçãode partituras são itensde primeiranecessidade.“Trabalhohá váriosanoscomediçãoatravésdo Finale,consideradoo maiscompletoparaa confecçãode partiturasde diversasnaturezas. Com softwaresde gravação,trabalhei com o CakeWalk,e agorautilizoo Sound Forge.Saberutilizaressatecnologiaé mais uma fonte de renda,já que trabalhocomo copista para diversosmaestrose faço pequenas gravações em meu home studio.”

“Fizemosuma pequenaamostradessetrabalhoem BeloHorizonteem 2004,depois continuamose gravamosum CD em outubro de 2005, e, este mês, começaremos o processode mixagempara lançar talvez aindano primeirosemestre”,adianta Débora, que também esteve envolvida no grupo MIB (MúsicaInstrumentalBrasileira), criada em 2003, formada por professores.“Tocávamosmúsicabrasileira em diversosbares de São Paulo, por dois anos e meio, com novos arranjos, adaptadospara a nossa formaçãoque era piano,baixo,bateria,guitarra,e dois sopros.Mas a bandafoi desativada,sem perspectiva de retorno, por enquanto”.

Débora Aquino em apresentação no Tom Tom Jazz, em São Paulo.

“A boa música está ficando mais distante de nós porque, cada vez mais, aparece apenas o que as gravadoras querem. Também falta infra-estrutura, ou seja, locais apropriados para o ensino, professores capacitados, além do que, há um total descaso com o ensino das artes em geral”. Tudo bem, demos o direito à crítica. Mas, imediatamente, vem a pergunta: se o cenário parece tão desfavorável, como melhorar? Débora se encarrega de respondê-la de forma prática. “Uma alternativa é termos algumas boas escolas particulares, como é o caso do CLAM, que tem ambiente próprio para o aprendizado, professores treinados para suprir as necessidades de cada aluno, que não só disponibiliza o aprendizado de um instrumento, mas também proporciona aulas de Prática de Conjunto, que foram muito importantes

em minha formação, Harmonia e Integração Musical”, sugere. Ela lembra também que, além de formar instrumentistas, é importante transformar os alunos em bons ouvintes, pessoas capazes de exercer sua auto-crítica para tentar, aos poucos, “reverter esse quadro horroroso que assola as artes no País”. Para os instrumentistas de sopro, vale o mesmo pensamento. Até porque, segundo Débora, não é difícil ensinar sax, flauta, clarinete. Depende muito mais do desempenho e do esforço do aluno, como na maioria dos casos. “No caso do sax, por exemplo, sentir a palheta vibrar é o primeiro passo; em seguida, passamos para o processo de estudo de nota longa para conhecer o instrumento, sentir qual é a sonoridade certa, ter firmeza de embocadura, e tocar a primeiras melodias”, observa. SAX & METAIS MAIO / 2006

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REVIEWSEquipamentos DiretodosEUA

A Dynasty traz uma série de instrumentos de sopro com a campana frontal, como nos instrumentos de marcha. As opções de acabamento pode ser dourado (banhado a ouro) e laqueado (tuba sinfônico e souzafone, ideal para bandas de marcha). Os instrumentos vêm acompanhados de estojo preto. Na foto, trombone de marcha M566 Sib, que pesa 1,8kg, tem 12,7mm de calibre e campana de 216mm. À venda na Arwell, por R$ 1.800,00. (11) 3326-3809 ou www.arwell.com.br.

Linhacompleta

A Planeta Júpiter, fabricante de instrumentos musicais, de Londrina (PR), lançou a linha Wind de saxonofone, clarinete e flauta. O saxofone alto Eb, por exemplo, traz acabamento dourado ou laqueado, escala do Bb (si bemol) grave ao F# (fá sustenido) agudo, além de campana destacável com 123mm, apoio do polegar regulável, boquilha completa e palheta. Na linha de clarinetes, a Planet Wind Bb, com 17 chaves niqueladas, 6 anéis, corpo em ABS e acompanha boquilha e palheta. E a flauta é do modelo transversal, prateada, com todel de 4mm. Vem com vareta para afinação e creme lubrificante. Preços sob consulta. Informações pelo telefone (43) 3324-9745 ou acesse www.planetajupiter.com.br. Os saxofones da marca vêm com acessórios como creme lubrificante para o todel, flanela de limpeza e luvas brancas para manuseio, correia de nylon e escova para limpeza interna

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Parao gaitistaprevenido

A Jackivelô tem este cinturão 12harps (pesa 275g, R$ 70) especialmente feito para deixar a gaita sempre à mão. Carrega até 12 harmônicas diatônicas em duas camadas para seis instrumentos cada. Feito de espuma e uma tira de elástico, recebe uma costura que prende firmemente as gaitas, mesmo se você precisar se agachar para ajustar um amplificador ou um pedal. Quando fechado, torna-se um estojo discreto, que pode ser utilizado como uma pequena mochila. Disponível também na versão 7harps (215g, R$ 50), com uma tampa protetora anatômica. Criado e produzido pela artista plástica Jackeline Veloso, de Itabira (MG). Informações pelo e-mail info@jackivelo.com ou visite www.jackivelo.com.

SoproSupremo

O nome é para inspirar qualquer instrumentista. Com visual sofisticado e detalhes burilados com toque semi-artesanal, a Weril lançou o saxofone Supremo, em três versões: alto, tenor e soprano. Disponíveis nos acabamentos laqueado, niquelado, dourado, prateado, jateado em ouro ou prata, envelhecido, escovado ouro ou escovado laqueado. Você também pode personalizar o sax com cores vibrantes no acabamento. Possuem madrepérolas originais, que proporcionam uma digitação mais suave e eficiente. A acústica apurada do novo sax proporciona sonoridade equilibrada, encorpada, de acordo com os padrões internacionais. As chaves e articulações são em aço. R$ 5 mil (preço médio). Informações pelo telefone (11) 4443-1300 ou visite www. weril.com.br.

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REVIEWS

EQUIPAMENTOS, LIVROS E CDS

Pau Brasil

GabrielGrossi

26 anosde históriacomo jazz

Boaestréia

2005 Biscoito Fino

Aos 26 anos de vida, o grupo Pau Brasil, um dos maiores expoentes do jazz brasileiro instrumental lança seu oitavo CD, intitulado “2005”, mantendo seus preceitos de antopofagia cultural, conforme proclamouse na semana de Arte moderna, em 1922, misturando música brasileira urbana, rural, indígena, a africana e ainda a americana e européia, em uma linguagem única. O Pau Brasil ressurge trazendo mais dois de seus componentes originais, Nelson Ayres (teclados) e Paulo Belinatti (violão), além dO saxofonista Teco Cardoso e ainda apresenta o baterista Ricardo Mosca. “2005” é o primeiro trabalho da banda com a gravadora Pau Brasil, e traz um repertório bastante eclético, contando com versões de “Baixa do Sapateiro”, de Ary Barroso, “Bye Bye Brasil”, de Roberto Menescal e “Martelo”, de Chico Buarque. Apresenta também a segunda parte das Bachianas Brasileiras n.5 de Villa Lobos, entre outros destaques.

ChicoCésar

De uns tempos pra cá Biscoito Fino O tempo passou e ChicoCésarficou Dez anos depois do primeiro disco, “Aos Vivos”, Chico César buscou se renovar, como gosta de fazer sempre. Neste novo trabalho, o artista tentou se entregar à alegria e inquietação, permeadas com uma dose extra de liberdade criativa e a participação especial de Proveta e sua turma de metais, que deram toque original às melodias. Todas foram gravadas com Quinteto da Paraíba, e boa parte delas já estava escrita há muito tempo. Mas só agora ele sentiu que era hora de “liberá-las”. Uma delas é a faixa “Utopia”, do princípio dos anos 80, da época em que César cursava faculdade de jornalismo na Universidade Federal da Paraíba, épocade greves e passeatas, revoluções, que ele quis transmitir na música. É uma espécie de comentário sobre a não-aprovação das eleições diretas para presidente pelo Congresso Nacional. Outras melodias, como a de título curioso “Por causa de um ingresso do festival matou roqueira de 15 anos”, contou com a influência indireta (na criação e no estilo) de Elba Ramalho e Pedro Osmar.

Diz Que Fui Por Aí Delira Música

Um dos destaques da nova geração de gaitistas, Gabriel Grossi é tem um currículo consistente, como co-arranjador e músico da banda de Zélia Duncan no CD “Eu Me Transformo em Outras” e gravou CD e DVD da cantora Beth Carvalho. Gabriel também tocou e gravou com Leila Pinheiro, Lenine, Dominguinhos, Chico Buarque, Paulo Moura e Wilson das Neves. Depois dessas experiências, o brasiliense radicado no Rio de Janeiro decidiu arriscar um vôo sozinho e, em seu disco de estréia, mostra bastante maturidade e um repertório bem selecionado, cheio de brasilidade. Para completar, chamou nomes de peso para participações especiais como Maurício Einhorn, Hamilton de Holanda e Hermeto Pascoal, apreciador declarado do trabalho do jovem gaitista, que atua na faixa “Os Curupira”, composição do próprio Grossi, autor de três canções do disco e que aproveita sua facilidade em improvisar, dando um tempero extra às melodias.

Furunfunfum & SoproBrasileiro Furunfunfum no Carnaval MCD

Para divertir dos 8 aos 80 A festa vai começar sem hora pra terminar. Em sua estréia fonográfica, a dupla formada por Marcelo e Paula Zurawski chamou o Sopro Brasileiro para incrementar os arranjos das músicas. Juntos há 14 anos, ambos se dedicam à criação de espetáculos teatrais para crianças. A história do CD Fufunfunfum no Carnaval nasceu há seis anos, quando a dupla estreou, no SESC Pompéia (SP), o espetáculo de mesmo nome com marchinhas carnavalescas tradicionais. Desde então, vem apresentando o espetáculo todos os anos. As apresentações eram bem peculiares: idosos cantam e dançam com as crianças, em uma verdadeira confraternização de gerações. Em 2005 o Furunfunfum associou-se ao Sopro Brasileiro e a dupla Marcelo e Paula Zurawski, junto com Roberto Gastaldi (líder do “Sopro..”) decidiu produzir o álbum, que teve co-produção da arranjadora vocal Fernanda Gianesella. SAX & METAIS MAIO / 2006

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REVIEWS

EQUIPAMENTOS, LIVROS E CDS

Gaudêncio Thiago de Melo Bem Brasileiro Com alguns sotaques Ethos Brasil

Brasil em várias versões Criador da chamada percussão orgânica, o multi-instrumentista, arranjador e compositor Gaudêncio Thiago de Mello é incansável. Aos 72 anos, o amazonense lança o CD Bem brasileiro com alguns sotaques pelo selo Ethos Brasil, como uma celebração sonora de suas sete décadas de vida. O artista polivalente, radicado nos Estados Unidos desde 1966, volta os ouvidos às raízes amazônicas para elaborar uma obra que combina os ruídos das águas, a melodia dos ventos e o canto dos pássaros com suas andanças mundo afora. Para dar aquele fino acabamento, Gaudêncio chamou uma turma do sopro poderosa: Mauro Senise, Carlos Malta, Paulo Moura e Paulo Sérgio Santos, entre outros, para pincelar com as cores do Brasil seus temas, alinhavados por uma bonita base de baixo, violão, piano e bateria. Thiago de Mello abdica de alguns solos percussivos muito por conta do fundamento orgânico de seu trabalho, uma vez que ele utiliza fragmentos da natureza no fabricação de seus instrumentos exóticos: unha de Tapir, casulo de borboleta, paude-chuva e apitos indígenas, dos quais extrai cerca de onze sons diferentes.

LiberTango LiberTango Delira Música

Homenagem a Astor Piazzola Depois de dez anos de banda, o LiberTango decidiu ir a estúdio gravar seu primeiro CD. O intervalo de tempo foi útil para formar bases sólidas e inteligentes do trabalho de estréia em homenagem ao grande compositor argentino Astor Piazzola. São tangos, milongas, valsas, com a inovação típica de Piazzolla, em que, muitas vezes, a voz assume o papel principal. “Foi um trabalho longo, testamos e consolidamos um repertório e amadurecemos nossa leitura da música do gênio portenho”, conta Alexandre Caldi, flautista, saxonofista e arranjador do grupo, que começou quando os amigos Estela Caldi (pianista argentina), ele e Marcelo Rodolfo (voz) decidiram tocar e compartilhar com as pessoas a paixão em comum pelo músico.

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FIM

Nascia então o Astor Piazzola Trio. Em 2002, dez anos após sua morte, o grupo ganhou a presença do acordeonista e arranjador Marcelo Caldi, surgindo então o LiberTango. Em 2005, o contrabaixista Bruno Migliari se integrou ao grupo. A produção do CD ficou toda a cargo do próprio LiberTango, que contou com a participação de Nicolas Krassik (violino) e Márcio Bahia (bateria). Os arranjos e transcrições são de Alexandre Caldi nas faixas 1, 4, 5, 8 e 9.

Métodode Saxofone Autor:CésarAlbino Acompanha CD Ed. Gondini

Em 122 páginas, o autor explora diversas possibilidades para que o instrumentista evolua tecnicamente: exercícios de digitação, rítmica, pequenos duetos, articulação, escala cromática, exercícios de sonoridade, acordes, entre outros temas. Dividido em sete capítulos, é uma boa ferramenta para o saxofonista se orientar. Custa R$ 38,90.

Como Improvisar Jazz e tocar por Jamey Abersold Ediçãoem Português Acompanha CD Para instrumentos em C, Bb, Eb, F

Este livro é uma excelente alternativa para ajudá-lo a entender melhor o sistema de improvisação no jazz. Alguns deles são mostrados neste volume: acordes, escalas pentatônicas, escalas bebop e seus usos, tempo e feeling, desenvolvimento melódico, exercícios práticos e padrões, nomenclatura, além de um CD para treinamento, entre outros tópicos. O preço é R$ 67,90.

David Sanborn Songs importado Acompanha CD Para instrumentos em C, Eb, F, Bb

Uma excelente mistura leve de canções compostas pelo inovador David Sanborn e seu parceiro musical Marcus Miller. A obra traz partituras completas com técnicas e arranjos produzidos pelo tecladista George Whitte, neste kit para você aprimorar sua técnica. Entre as músicas, destaque para Snakes, Chicago Song, Corners, Run For Cover e Straight To The Heart. R$ 57,90.

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GOSPEL

Oficina de Sopro

WERIL E FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA CRIAM OFICINA DE SOPROABERTAAOSALUNOS

LIVE!

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ESTÚDIO TECNOLOGIA REVIEW

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NOVIDADE

SAX & METAIS

TESTE

O saxofonista Sílvio Depieri, que ministra as aulas na Oficina de Sopro

om o objetivo de disseminar o gosto pelo uso de instrumentos de sopro e fortalecer sua presença junto às instituições que oferecem aulas de música, a Weril Instrumentos Musicais está firmando uma série de acordos inéditos para a criação de oficinas de música. Um exemplo é a parceria com a Faculdade Teológica Batista de São Paulo, que já acontece desde o semestre passado. A iniciativa visa o empréstimo de instrumentos para a Oficina de Sopros, criada em 2005 para oferecer uma qualificação musical especializada aos alunos matriculados na instituição. De acordo com o diretor da divisão de música da faculdade, Emirson Justino, esse tipo de parceria motiva os alunos a conhecerem uma diversidade de instrumentos. O curso de Música Sacra da Faculdade é realizado há 32 anos. No início, os alunos contavam apenas com aulas de piano e órgão. Com o passar do tempo e a mudança do perfil dos estudantes e do público presente nas igrejas, novos instrumentos foram incorporados às aulas. Hoje, a divisão de música conta também com oficinas de teclado, cordas e violão. Além dos instrumentos, a parceria engloba o fornecimento do método Da Capo, elaboradopelo músico brasileiro Joel Barbosa com o apoio da Weril. O material consiste em um sistema de ensino coletivo que trabalha simultaneamente vários instrumentos de sopro e parte para a prática logo na primeira aula, com foco na percepção musical. Com isso, em apenas alguns meses, é possível realizar as primeiras apresentações públicas com o grupo de alunos, o que os motiva ainda mais a permanecer no curso.

EQUIPAMENTOS • DIÁRIODE BORDO• UM SOPRODE BRASIL

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Dicas de

Saxofone Eagle

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compra e manutenção

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35 DICAS DE COMPRA E MANUTEN ÇÃO

PARTE 1: COMO IDENTIFICAR PROBLEMAS

1.

O vazamento de ar é o principal problema em um instrumento de sopro. Qualquer furo ou rachadura nos tubos altera o som das notas, ou seja, interrompe a passagem de ar pelo tubo. É preciso fazer uma vedação para que o ar volte a fluir normalmente.

2.

No caso das madeiras (flauta, oboé, fagote, clarinete), normalmente feitos de ébano (menos o fagote), a maior preocupação é a mudança de temperatura. A madeira reage conforme a intensidade de calor, e pode dilatar, mudando o formato do instrumento. As partes parafusadas são pressionadas por conta da oscilação de temperatura e racham a madeira.

3.

No caso dos metais (trompete, trompa, etc), o maior problema é quando ocorre vazamento nos encaixes e nas sapatilhas, deixando-as frouxas.

4.

Se você sentir que o som está estranho, preso, abafado, é sinal de que pode estar vazando ar. Para testar, coloque uma tira de papel sob a sapatilha para ver se ela está prendendo. O correto é deslizar sem interrupções e encostar por igual em toda a superfície do furo. Se ainda assim continuar vazando é porque o couro pode ter rasgado, e a sapatilha se desprende.

PARTE 2: CUIDADOS E REPAROS

7.

No caso dos instrumentos de madeira, o reparo consiste em elevar a temperatura (esquentando a madeira por dentro) e fazer a rachadura ampliar ao máximo. Com um jato secador, a rachadura expande e preenche-se o espaço com resina (normalmente um pó da própria madeira) e uma cola específica. O instrumento fica secando até contrair e a rachadura é tampada.

8.

Nos metais, a chave que fecha o furo (lugar certo para dar efeito da nota musical) costuma ser coberta com uma tampa de pele de animal. Na luthieria (oficina de reparos), o instrumento é totalmente iluminado por dentro, para descobrir de onde vem o vazamento. Essa chave de ligação é então refeita para fechar por igual, sem deixar o ar passar. É colada com cola térmica, por dentro, e aquecida para poder ser regulada.

9.

A revisão mecânica deve ser realizada uma vez ao ano. Nela, é feita uma lubrificação no instrumento para evitar que molas e parafusos enferrujem.

10.

No caso das madeiras, deve ser feito um banho de óleo de amêndoas doces, todo ano, de preferência. Coloca-se uma espécie de pena com o produto dentro do instrumento, que fica três dias parado, para penetrar bem, sem deixar atingir a sapatilha.

11.

Após tocar, é essencial limpar e secar o instrumento por causa do acúmulo de vapor, resultado do condensamento do ar dentro do instrumento. Utilize kits de limpeza próprios. No caso do saxofone, use escovas secadoras e limpe boquilhas, bocais, tudéis. O melhor tecido é o algodão puro, como o das fraldas de pano para crianças. As flanelas podem ser usadas, com mais cuidado. O essencial é utilizar um pano bem absorvente.

12.

Retire a palheta da boquilha após tocar, sequea e guarde em estojos apropriados. Existem modelos que retiram a umidade e outros mais simples, que ajudam a conservar a palheta em bom estado, evitando que empenem e prejudiquem a sonoridade.

13.

Não utilize produtos do tipo limpa prata ou metais para tirar manchas de gordura e suor do corpo do instrumento, pois eles podem danificá-lo.

14.

Sempre guarde o instrumento no case original, se possível, ou procure um adequado ao seu instrumento. Os hard cases são os melhores, principalmente para o transporte. Cuidado com as bags; qualquer descuido pode comprometer o bom funcionamento do instrumento, porque não protegem de eventuais tombos ou batidas.

5.

Quem toca há mais tempo, percebe melhor quando o instrumento está com um problema. Se você é iniciante, poderá sentir alguma dificuldade, mas não se preocupe. Faça um teste: toque todas as notas possíveis e veja qual está difícil.

6.

Conheça seu instrumento, estude-o. Lembre-se também que, para tocar não é necessário força, mas jeito, além da forma correta de colocação de ar e pressão nas chaves. Observe se você não está apertando demais, principalmente nas notas graves, nessa hora você consegue teclar, um possível vazamento que deve ser corrigido nas oficinas especializadas.

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Gaita Delta Blues, da Hering

zer um novoacabamento”, contaMaurício César,da Cezar Som, de Mairiporã(SP). O segredo da boa conservaçãoestá Já na revisão,o instrumentotem condição na manutençãoperiódica,que vai deter- de uso, mas apresentafalha nas notas e minar o tipo de procedimentopelo qual o deve ser verificadonos mínimosdetalhes instrumentodeve passar.Em linhasgerais, como regulagem,molas,calços,afinação, a reforma é feita quando o instrumento etc. São checadasa alturados abafadores chega sem as condiçõesmínimasde uso. (sapatilha),calços,molas e cortiças.Con“Nessecaso, peças danificadassão refei- sulte sempre seu professor(para quem é tas, a afinaçãoé confirmadae pode-sefa- iniciante) ou alguém de sua confiança.

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35 DICAS DE COMPRA E MANUTEN ÇÃO

15.

Para limpar pequenos vãos, utilize um pincel de pintura, e passe por entre os eixos, retirando as sujeiras ali depositadas. Limpe as molas com um cotonete, e pode lubrificá-las com óleo de relojoeiro.

16.

Nunca deixe seu instrumento no carro, principalmente se ficar estacionado sob o sol. O calor interno pode atingir 60º, danificando sapatilhas e calços de cortiça, além do risco de serem roubados.

17.

Lave, com freqüência, bocal e boquilhas em água corrente para retirar o acúmulo de saliva. O tudel do sax também pode ser lavado, para isso cubra com durex a cortiça e a pequena sapatilha para evitar contato com a água.

18. 19.

Deixe o case aberto periodicamente para tirar a umidade que se acumula e arejar o instrumento, evitando o mofo.

FIM

23.

Peça sempre garantia de, no mínimo, um ano. Instrumento de sopro, por absorver saliva, requer uma boa matéria prima em sua fabricação. A origem é também um fator muito importante na hora da compra. Exija nota fiscal.

24.

Verifique, na hora da compra, a afinação, a estrutura (soldas dos mecanismos e seu acionamento, que deve ser macio e anatômico); regulagem (se as molas proporcionam uma boa vedação das sapatilhas, se há lubrificação adequada, etc); acondicionamento (instrumentos de sopro devem ser acompanhados de cases com formato adequado, resistência suficiente contra impactos e acessórios para limpeza e conservação) e acabamento.

Outra opção, com maior valor estético do que funcional, são as pinturas complementares: agem como um verniz, e possibilitam colocar cor no instrumento (azul, verde, rosa, preto, ouro velho, entre outros), dão acabamento e impermeabilizam (apenas para os metais).

25.

Em média, a revisão de um saxofone leva duas horas, mais o tempo que ele deve ficar calçado (normalmente um dia), quando recebe pedaços de cortiça para que as chaves possam vedar a sapatilha na sua saliência, deixando-o fechado, evitando vazamento de ar. Essa medida dificulta a dilatação das sapatilhas.

27.

34.

20.

Cuidados com resíduos de chocolates, balas, entre outros alimentos na boca, que podem danificar o instrumento. Mantenha sempre a higiene da região.

21.

22.

Flautas devem ser restauradas com banho de níquel e prata apenas, pela própria composição. Mas fica a recomendação: quanto mais macio o dedilhado, melhor o timbre e a reverberação do som. O banho pode tirar esse brilho e alterar o som.

32.

No caso da afinação, teste a extensão das notas desse instrumento (chave de Fá agudo). Alguns instrumentos mais antigos não oferecem esse recurso.

33.

A revisão custa, em média R$ 150 (trompete), R$ 50 (clarinete) e R$ 60 (saxofone). Primeiro, faz-se uma análise geral do instrumento para então definir as opções de reforma e o orçamento específico.

O lado bom da ação do tempo é que ela faz as notas soarem melhor porque o timbre fica mais fechado, e dá a sensação de um som “vintage”, mais original.

31.

26.

Verifique os parafusos e aperte-os se necessário, sempre tomando cuidado para não apertar demais, o que pode prejudicar o bom funcionamento e tornar a mecânica mais pesada. Aperte e experimente para ver se está tudo em ordem. Com o tempo, a tendência é o instrumento manchar. Para resolver, é feito um banho ácido para tirar toda a laca e deixar com aspecto envelhecido, como de cobre fosco. Outra opção é dar um banho de ouro ou prata.

30.

Banhos de ouro reforçam o visual e valorizam o instrumento. São feitos com cianeto de potássio e cianeto de ouro. Já a niquelação é o banho galvânico mais comum, pois oferece uma espécie de acabamento final contra oxidação e aumenta a durabilidade.

PARTE 3: COMPRA CERTA

No caso da gaita, se você é iniciante, identifique primeiro seu gosto musical. Quem prefere rock, blues e afins deve optar a gaita diatônica, que se encaixa melhor com esses ritmos pelos efeitos que produz. Quem prefere MPB, samba, jazz, choro, bossanova,clássico, deve escolher a cromática. Ainda sobre as gaitas, atente para marcas, modelos e tonalidade (escala). É recomendável começar por uma gaita na afinação C (dó), que está posicionada em uma região média e facilita a execução dos exercícios.

28.

35.

29.

Fontes consultadas: Danilo Bittencourt, diretor da Pauta Musical, de Porto Alegre (RS); Débora Aquino, coordenadora do departamento de sopro do CLAM-SP; João Cuca, diretor da Ébano Instrumentos Musicais, Maurício Cesar, da Cezar Som; Melo Music (equipe de vendas); Musical Jô Instrumentos Musicais (equipe de vendas) e Renato Maestrelli, do departamento de produtos entry-level da Equipo.

Na primeira aquisição de instrumento, abasteça-se com o máximo de informações possível. Peça orientação a instrumentistas mais experientes, ao seu professor, para certificar-se de qual modelo é o melhor para seu aprendizado. Se você já é profissional, cuidado para não ser induzido à compra de modelos de fabricantes menos conhecidos. É sempre bom evitar decepções com o desempenho do instrumento.

Ao terminar de tocar, vire a gaita para baixo, e bata-a de leve sobre um pano macio e seco, tirando assim a saliva das palhetas.

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CINCO MINUTOS COM

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CINCO MINUTOS COM

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Hugo Hori

HUGO HORI

HUGO HORI

FOTOS: DIVULGAÇÃO

do Funk Como Le Gusta: Karnak, uma paixão eterna

Conversar com o saxofonista Hugo Hori sem lembrar do Karnak chega a ser um pecado tão grande como falar de Romeu e esquecer de Julieta. O grupo, no qual tocou por dez anos (de 1992 a 2002), foi um dos mais aclamados pela crítica (e pelo público) na época, mas, por ironia do destino, nunca chegou a ser um estouro de vendas nem de exposição na mídia.

D

epois do fim do grande amor, sem ressentimentos, diga-se de passagem, Hori mergulhou fundo em seus projetos profissionais e sua carreira está indo de vento em popa: integra o Funk Como Le Gusta, banda de funk e soul que coloca qualquer um para balançar, e a The Central Scrutinizer Band, formada por dez músicos admiradores de Frank Zappa, que tocam as músicas do próprio Zappa. Filho de pai apaixonado por jazz, o saxofonista cresceu ouvindo boas referências do estilo e, segundo ele mesmo se define, nunca foi um instrumentista do tipo virtuoso. “Sou um músico de ouvido mesmo, sempre tive essa facilidade”, conta Hori, que também toca flauta e gosta do popular. “Dá para tocar o pop, o rock, sem ser brega, e eu tenho certeza de que faço um ótimo trabalho nesse sentido”, diz o instrumentista. Sax & Metais – Você enveredou para um viés mais pop e rock da música. Sempre foi assim? Hugo Hori – Sim, mais pela minha formação, porque tenho uma melhor desenvoltura com partituras desses esti-

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los, sou um músico de ouvido. E, conforme minha carreira foi acontecendo, fui sendo chamado pelas bandas mais pop rock, até meio intuitivamente. Mas não sou fechado, é aquele estilo e pronto. Não é porque toco popular que nunca tocarei jazz ou blues, por exemplo. Sou contra qualquer radicalismo, porque considero limitante. S&M – Como assim? HH – A especialização traz um conhecimento melhor do ritmo ou do estilo, mas, ao mesmo tempo, limita os seus contatos, o número de pessoas que você pode conhecer. No mais, acredito que uma segmentação musical muito forte acaba mudando sua visão de mundo, de realidade, porque se foca apenas em um determinado assunto. Mas isso é uma característica muito própria da minha personalidade. S&M – Na sua opinião, erudito e popular podem conviver em um mesmo espaço? HH – Claro, e como podem! Conheço muitos músicos eruditos que gostam do popular, tocam. O barato do pop é que ele é muito diversificado, quase universal, há muito

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CINCO MINUTOS COM:

HUGO HORI

mais gente que gosta, mais possibilidades, no meu caso. Enfim, para mim, deixa a vida mais colorida, gosto de transitar por vários ritmos. S&M – Era assim com o Karnak? HH – Ah, com certeza. Foi um período maravilhoso, como um casamento mesmo. Formamos uma família, compartilhávamos as experiências alegres, as difíceis, viajávamos muito. Fomos para os Estados Unidos três vezes, para o Canadá, França. Valeu a pena. S&M – Como você conheceu o André Abujamra, líder e vocalista do grupo? HH – Foi totalmente por acaso. Eu tinha uma banda com um amigo americano que conhecia o André. Esse amigo chegou um dia e disse: “O André voltou do Egito empolgadíssimo e está com idéia fixa de montar uma banda”. Aí me colocaram em contato com ele, sem nunca termos nos falado. A empatia foi instantânea. Conversamos muito e o Gordo (como Hori chama o companheiro de banda) me chamou pra tocar na banda, de primeira. S&M – Com tanto sucesso de público e aceitação da mídia, por que a banda acabou? HH – É curioso isso. Nesses 13 anos, o Karnak foi a banda da minha vida (o conjunto se apresenta anualmente em São Paulo, no Sesc Pompéia, sempre em dezembro), éramos amigos, as pessoas adoravam, mas não vendíamos. Comercialmente, a banda não era viável. Além disso, exigia muita dedicação de todos nós e o tempo era curto, cada um tinha sua vida profissional paralela. Para dar conta da banda, era preciso uma estrutura muito grande e complexa para nós, que fazíamos tudo: ensaios, gravações, arrumar figurino, produção... O ideal seria contar com uma equipe de apoio, como uma gravadora, empresário, produtor. A falta de retorno de vendas e shows acabou acelerando esse processo de

FIM

O segundo da esq. para dir., Hugo Hori no Funk Como Le Gusta

término. Não íamos à televisão, ao rádio. A banda não tinha esse apelo comercial forte. Mas foi tudo muito tranqüilo, sem brigas, foi uma decisão conjunta. S&M – Sente saudade dessa época? HH – Sinto, mas como tocamos todo final de ano no teatro do Sesc Pompéia, dá para matar essa saudade. Claro que não é a mesma coisa. S&M – Vocês pensam em retomar o Karnak? HH – Engraçado você fazer essa pergunta, porque, outro dia, o Gordo me ligou e disse: “Temos que voltar, acho que não vai ter jeito.”. Eu toparia voltar na hora. Aliás, temos metade de um disco pronto, na gaveta. S&M – E o que falta para voltar? HH – Temos que nos reunir, ver até que ponto vale a pena... Enfim, ver se teríamos uma estrutura de apoio. Fazer por nossa conta não dá, não temos tempo pra isso, pois vivemos de música e, como em qualquer profissão, é preciso garantir nosso ganha-pão. S&M – Você falou que é um “músico de ouvido”. Como é isso? HH – Até os 15 anos não, eu só brincava de tirar de ouvido; mesmo sem saber os nomes das notas, eu conseguia tocar as músicas que ouvia. Depois é que fui ter aula

em um conservatório, tive também professor particular. Aos 18 anos, já tocava profissionalmente. Sempre quis seguir carreira de músico, tocando em bandas. E eu tenho esse lado cara-de-pau, de enfrentar tudo com coragem. Nunca tive medo de palco, de público. Até na minha casa a briga era essa, porque minha mãe achava que eu não iria sobreviver de música. Hoje eu brinco com ela que não passo fome (risos). S&M – Você tem referências familiares na música? HH – Meu pai era um aficionado por jazz, então passei a infância ouvindo músicas desse estilo. Apesar de eu não tocar jazz muito bem, adoro. Além disso, influenciou muito a minha escolha de instrumento. Comecei com a flauta transversal e passei para o sax. Gosto muito da versatilidade desses instrumentos. S&M – O que seria essa versatilidade? HH – São instrumentos que me permitem tocar ritmos e estilos variados. Com a flauta toco de choro até rock progressivo dos anos 70. O sax transita superbem entre o pop, o rock, o funk e o próprio jazz. É o que me encanta.

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GEORGE ISRAEL

GEORGE ISRAEL

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O sopro bacana do Kid Abelha

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George Israel Parte do sucesso do trio pop vem dos solos e arranjos de sax de George Israel, responsável pelo timbre tão marcante dos metais. Multiinstrumentista – toca também violão e piano –, Israel entrou relativamente tarde para o mundo do sopro, com 20 anos, pois já tocava violão.

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gosto pelo jazz, pela música instrumental e pela bossa nova sempre despertou em Israel uma atração especial pelo saxofone. “Além disso, a beleza do instrumento no seu estojo de veludo já é uma obra de arte”, conta. De fato: em 1979, o músico viajou para a Alemanha levando no bolso uma gaita e, ao visitar o ensaio de uma banda, ficou seduzido por aquele instrumento dourado, de fácil amplificação e com o tal estojo de veludo. Os solos de Israel, de 45 anos, não passam despercebidos em muitas músicas, a exemplo de “Distração”,

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“Pintura Íntima” e “Por que não eu”, três grandes sucessos do grupo. “Ao vivo, principalmente, o sax funciona muito bem. Adoro tocar em shows, variando com o violão, o bandolim, e o próprio naipe com meu camarada Jefferson Victor no trompete”, conta o carioca, casado e pai de três filhos, que compõe letras, melodias e arranjos para o Kid Abelha e tem outros trabalhos paralelos. Foi difícil aprender saxofone porque você já tocava violão e piano? Achei fácil aprender o básico. A embocadura e a digitação do sax não são das mais difíceis. Logo no primeiro mês eu

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CINCO MINUTOS COM:

GEORGE ISRAEL

FIM

já arranhava um pouco nas bandas que tocava, na maior cara-de-pau. Na verdade, tocar violão ou piano ajuda muito quem aprende qualquer outro instrumento. Mas, depois que se aprende o básico do sax, é preciso ter muita disciplina para aprimorar o som e a técnica. Eu penso no sax como arranjador, na colocação dele na música, gosto de criar riffs e frases, mas não costumo usá-lo para compor melodias de uma canção. Isso faço cantando e tocando violão ou piano. Quais músicas do Kid Abelha que você mais gosta de tocar? Assis Brasil e o Bob Kiss, dos Rolling Stones. Além disso, gosto muito das bandas que usavam sax como Men at Work, Roxy Music, sem contar os naipes do Earth Wind & Fire. Acho bacanas, também, as orquestrações de música brasileira, principalmente dos anos 60/70 e de reggae, estilo que adoro. Você toca bastante sax em casa? E como é seu dia-a-dia com esse instrumento? É engraçado, porque voltei a ter um sax em casa de quatro anos pra cá. Antes, ficava sempre no estúdio. Agora toco bem mais regularmente. Tenho aulas com o Gustavo Contreras, com quem formei a banda “Os Roncadores”, que conta ainda com o saxofonista Ro-

drigo Sha. Somos um duo de saxes em brasa acompanhados só de percussão. O repertório é totalmente saxofonístico e nos divertimos bastante tocando e compondo juntos. Que dicas você dá para quem está começando a tocar? Primeiro, ter um instrumento que afine, com uma combinação de boquilha e palheta que facilite a vida. É sempre bom pedir ajuda a um saxofonista. Posso indicar o sax Júpiter, marca da qual sou endorser e que tem ótimo custo–benefício. Outra coisa importante é ter aulas e procurar um professor que estimule musicalmente. Para finalizar, indicaria mais dois aspectos fundamentais: ouvir muuuuuita música e tocar com outras pessoas.

“Depois que se aprende o básico do sax, é preciso ter muita disciplina para aprimorar o som e a técnica.” No show atual, gosto muito de “Na rua na chuva na fazenda”, “Te amo pra sempre”, “Alice” e a versões acústicas de “Grand Hotel” e “Lágrimas e chuva”. Quem são seus ídolos ou referências no sax? São muitos, mas eu citaria Sonny Rollins, Stan Getz, Cannonball Aderlley, Victor

GEORGE ISRAEL RECOMENDA Para ler Biografia de Miles Davis (existem várias no mercado, de várias editoras). “Ele conviveue tocoucom os grandesdo jazz.É fantástico”. Paraouvir SonnyRollins+ TheloniusMonk João Gilberto, Astrud e Stan Getz VictorAssistocaJobim Ballads,de JohnColtrane Paraver “Recomentodois filmesótimos:Bird (sobre a vida de Charlie Parker) e Round midnight”. SAX & METAIS MAIO / 2006

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GAITA:

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Sérgio Duarte

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Blues com pinga

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SÉRGIO DUARTE

SÉRGIO DUARTE

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Blues com Pinga

Em novo CD, banda Sérgio Duarte e a Entidade Joe mostra que o blues pode ter um jeitinho brasileiro sem deixar de ser autêntico

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efeito de uma bebida destilada como a pinga ou a vodka costuma ser rápido e, na maioria das vezes, intenso. É essa a sensação que o gaitista Sérgio Duarte quis passar em seu novo trabalho com a Entidade Joe (nome da banda, em menção aos seres de outro mundo, ou “iluminados”, como Duarte prefere definir os mestres do blues). O CD apresenta composições que abrangem desde o estilo tradicional até versões mais rock e pop, com participações importantes. Uma delas, talvez a de maior impacto, é a do vocalista Nasi, da banda Ira!, na faixa Amnésia, com um jeitão de surf music. Duarte explora mais seu lado solista nesse álbum, com timbres distorcidos da gaita eletrificada, como em Cromatic Suker, e do fraseado moderno e jazzístico, em Blues, Sombra e Água Fresca, com a participação do pianista Adriano Grineberg. “Considero esse trabalho mais atual,

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GAITA:

SÉRGIO DUARTE

com timbres mais elaborados e focado em temas marcantes”, explica o gaitista. A busca incessante, nesse CD, foi de encontrar uma intersecção entre o estilo norte-americano e uma versão brasileira autêntica do estilo. Para tanto, o gaitista contou com a produção de Alexandre Fontanetti, que tem no currículo nomes como Rita Lee, André Cristovan e Zélia Duncan. A gravação de “Destilado…” foi uma espécie de túnel do tempo, feita como nos velhos tempos, em fita rolo

FIM

de quatro polegadas e com microfones e amplificadores vintage, para tornar o CD um legítimo representante do blues. Além do vocalista do Ira!, o CD traz ainda as participações ilustres do naipe de metais da Banda Mantiqueira, dos trombonistas François Lima e Todd Murphy, da orquestra sinfônica de Diadema, do saxofonista Hugo Hori (Karnak e Funk Como Le Gusta, veja entrevista na página 46) e dos guitarristas Bob Brozman, Kenny Brown e Faiska.

DESTILADO N’BLUES SÉRGIO DUARTE & ENTIDADE JOE Bandaformadapor SérgioDuarte(gaitae voz), PaulinhoSorriso(bateria),CelsoSalim (guitarra) e Rodrigo Mantovani (Baixo). Gravado no estúdio Space Blues (São Paulo) Produzido por Alexandre Fontanetti * Microfones para gaita JC 30, greenbullet e turner * Amplificadores Meteoro (para gaita)** e Harmony Fender Delux 58 * Gaitas Hohner e Hering • Em lá bemol naa 3 posição (tonalidade si bemol) • Em fá • Em lá (2a posição) • Crossharpem mi • Gaitas cromáticas 48 e 64 vozes * Pedais: Octaver, deCayved * Tempo de gravação: 120 horas. As bases (baixo,bateriae guitarra)feitasao vivo **SérgioDuartedesenvolveuestes dois amplificadoresemparceriacoma Meteoroe outro gaitistarenomado,JeffersonGonçalves. Em duas versõesde potência– Harp Blues 15 e 50 – são os primeirosparauso exclusivo com harmônicas.O Harp 15 tem uma entradapara gaita,um alto-falantede 10’’, mede35,4 x 37,9 x 22,3cme pesa11,5kg. Já o modelode 50wtemdoisalto-falantesde 12’’, equalizadorgráficode nove bandas, mede53,2x 72,6x 27,3cme pesa31kg.

GAITA NA VEIA Sérgio Duarte não começou sua EspaçoCamerati,em Santo André (no carreira musical tocando gaita, mas, grandeABC, em São Paulo).A banda sim, violão e contrabaixo.A paixão repercutiue Sérgioviu a possibilidade pela harmônica aconteceu quando de estudarfora,com artistasnorte-ameouviu o instrumentopela primeiravez ricanos,para aprimorarsua técnica e em uma viagemde acampamento,em trazer mais conhecimentopráticopara meados dos anos80. ”Gosteitantoque o Brasil, algo escasso na época. compreiuma gaita para brincar”,lemPassouuma temporadanos EUA,em bra. Quandose deu conta, já estava 1993, estudandocom mestresda gaita completamenteenvolvidoe começoua comoJamesCottone WilliamClark.“Ele procurar material específico no Brasil. me ensinouos segredosda gaita cromáApesar da dificuldade, Duarte tica”, revela Duarte. Aprendeu,ainda, persistiu e aplicou na gaita a teoria duas técnicas que ele mesmo confessa musical que aprenderacom o violão. que ainda não dominava:a tongueblo“Acabei desenvolvendomeu próprio ck (bloqueiode língua)e a side by side método”,diz o músico.Foi entãotocar (tocar com os dois lados da boca),que com uma banda, a Tomate Inglês, no influenciou muito no estilo do gaitista. SAX & METAIS MAIO / 2006

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VINTAGE

Produto em destaque

RESGATE DO ESTILO VINTAGE

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PROJETO CRU • SOM EM ESTADO BRUTO • FOTOS: DIVULGAÇÃO

á diz o ditado que, quanto mais antiga a safra, melhor o vinho. Isso depende de vários fatores, assim como no caso de instrumentos musicais. Por um lado, esse conceito pode ser aplicado quando falamos em equipamentos, especialmente no quesito estética. Nesta edição, Sax & Metais traz como destaque um trompete feito artesanalmente, que pode ser personalizado. Batizada de Twister, a linha foi criada pelo artesão Davi Morais, de São Paulo, conta a intenção de suprir a necessidade de instrumentos de alta performance por um preço mais acessível. “São trompetes especiais que visam uma sonoridade mais potente”, conta Morais. Segundo ele, foram muitos meses estudando processos de fabricação, matéria-prima, cálculos para desenvolver o trompete, que custa R$ 2.000. O tamanho, de 50cm, respeita o padrão deste instrumento, que vem afinado em si bemol e traz um som mais cheio e profundo. A afinação, de acordo com o fabricante, é bastante precisa, como exige qualquer bom trompetista. O acabamento que dá aspecto de envelhecido dá um charme especial ao trompete, que tem capelotes pesados, chaves

TROMPETE TWISTER Características: acabamento envelhecido (opções prateado e dourado) Tamanho:50 cm (medida padrão) Preço:R$ 2.000,00 Ondeencontrar:Melo Music São Paulo - (11) 3086.2396

d’água profissionais e desenhos ousados. Também houve uma preocupação com a ergonomia e o resultado são a campana maior e calibres conforme o gosto do músico. Os pistos oferecem um dedilhado preciso. “O objetivo é que proporcionar um som de qualidade em escalas, arpejos, técnicas, efeitos”, sugere o artesão. O Twister vem com um kit bem completo, composto por estojo e bocal. Se você tem alguma novidade interessante para nos mandar, entre em contato com a Revista Sax & Metais - Seção Produto em Destaque, pelo e-mail saxemetais@musicamercado.com.br. Envie fotos do produto em alta resolução (300 dpi, em JPG) e um descritivo, apresentando as principais características: modelo, cor, tamanho, acabamento e preço. Se aprovado, nossa redação entrará em contato. Fotos que não estiverem com boa qualidade não serão aproveitadas.

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WORKSHOP

LEO GANDELMAN Segredos do Improviso

* Leo Gandelman é saxofonista, produtor, compositor e arranjador, com sólida formação clássica. É músico há 28 anos e o jazz e a MPB são sua inspiração para compor. Tem nove discos gravados.

Escalas: o caminho certo

TIPODE ESCALA

TONALIDADES

OBSERVAÇÕES

1

Maior (Jônico)

CDEFGABC

2

Menor (Dórico)

C D Eb F G A Bb C

Segundo modo da escala Maior

3

Menor Natural (Aeólio)

C D Eb F G Ab Bb C

Sexto modo da escala Maior

4

Jazz Menor Melódica

C D Eb F G A B C

5

Menor Harmônica

C D Eb F G Ab B C

6

Tom Inteiro

C D E F# G# Bb C

7

Simétrica Diminuta semitom / tom / semitom / tom etc...

C Db Eb E F# G A Bb C

Existem apenas três tipos desta escala: Começando em C / C# e D

8

Dominante (Mixolydian)

C D E F G A Bb C

Quinto modo da escala Maior

9

Escala Be-Bop (Dominante)

C B Bb A G F E D C

10

Escala Be-Bop (Maior)

C B A Ab G F E D C

11

Lydian (Escala Maior com a 4ª aumentada)C D E F# G A B C

12

Lydian c/ 7ª Dominante

C D E F# G A Bb C

13

Alteradas

C C# D# E F# G# Bb C

14

Escala de Blues

C Eb F F# G Bb C (1, b3, 4, #4, 5, b7, 1)

15

Pentatônica Menor (mais usada)

C Eb F G Bb (1, b3, 4, 5, b7)

16

Pentatônica Maior

C D E G A (1, 2, 3, 5, 6)

17

Hexatônica (qualquer superposição de duas tríades)

C D E F# G A

LIVE!

Confira, na tabela abaixo, os tipos de escala com uso mais freqüente, que vão ajudá-lo na improvisação. Escalas são seqüências de notas no sentido horizontal. Qualquer seqüência com cinco ou mais notas pode ser um tipo diferente de escala. (outra sugestão é consultar o Tesaurus of the Scales, que traz uma verdadeira enciclopédia de escalas.)

ESTÚDIO TECNOLOGIA REVIEW

• Treinamento da Audição Intervalos Ter a capacidadede identificara tônica dosacordese as escalasquesãotocadas: -2 / M2 -3 / M3 maiores,menores(que tipo de menor?), P4 / #4 P5 / #5 pentatônicas, diminutas, tom inteiro etc. Saberouviros instrumentosindividual-7 / M7 8va mente e coletivamente.Procure sempre cantaras coisasque vocêescutacomo1, • Articulação 3, 5 de cada acorde,melodiasetc. Tente • Atenção/ Disciplina/ Dedicação/ sempre entender a função de cada nota.Criatividade

NOVIDADE

Outros estudos importantes

TESTE

ais do que um talento especial, para se desenvolver na arte do improviso é necessário devotar um bom tempo estudando as ferramentas utilizadas para essa finalidade, como escalas, acordes, patterns, licks e músicas (standards e originais). É importante ouvir os grandes mestres e aguçar o ouvido, tirando solos e praticando qualquer outra atividade que você ache importante para se tornar um músico completo. Ouvir, ouvir e ouvir sempre os improvisos, com bastante atenção, tanto em gravações como ao vivo. Aproveite bem o seu tempo de estudo, não o gaste repetindo coisas que você já sabe. Isso é muito bom para o ego, mas não o levará adiante. Para avançar é necessário ter muita paciência com você mesmo. Não pense que você aprenderá tudo de uma só vez. As coisas nos acontecem quando estamos preparados para recebê-las! O estudo da música aumenta a auto-estima e a independência.

NA PRÁTICA • WORKSHOP LEO GANDELMAN • SEGREDOS DO IMPROVISO

M

Quarto modo da escala Maior

Contémb9 #9 #4 #5, além da tônica, a terça e a sétima menor.

Exemplo:C – C E G, D – D F# A

Obs.: As escalas de 6, 7, 8, 9, 12, 13 e 14 funcionam para acordes Dominantes. SAX & METAIS MAIO / 2006

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WORKSHOP

IVAN MEYER Aplicando arpejos diminutos em arpejos dominantes

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Acompanhe o arpejo com dois acordes. Mesmo que não tenha indicação na partitura do acorde diminuto, você pode fazê-lo sem problemas, pois este acorde

Ivan Meyer é coordenador de cursos de sopro do Conservatório Souza Lima, autor de livros de ensino do saxofone e de vídeo-aulas. Dirige o maior site sobre saxofone da América do Sul: www.explicasax.com.br (dominante) aceita estas alterações numa boa, ainda mais sendo um blues. Só não vai ficar legal se você usar este recurso numa música folclórica ou sertaneja, em que os acordes, ou melhor, o estilo, não aceita muita alteração dos acordes. Mas um blues ou um standard de jazz, estes sim aceitam e são bem vistos. É lógico, sempre dentro do bom gosto e sem exageros. Não vá fazendo arpejo diminuto em todos os acordes dominantes que você encontrar pela frente. Use com moderação, pois pode provocar dor de ouvido em quem

LIVE!

NA PRÁTICA• WORKSHOPMAUROSENISE• O SWINGDE SONOROSO

eremos agora como aplicar o arpejo diminuto nos acordes dominantes e como funciona a coisa. Como você já sabe, a diferença entre esses dois acordes é somente a tônica deles. Mas o interessante é que podemos somar o acorde diminuto ao acorde dominante simples, e o resultado é um acorde dominante com a 9ª bemol. Veja abaixo:

ficar lhe escutando por muito tempo! Veja alguns exemplos na página seguinte. Agora, vamos usar o que aprendemos até aqui e compor um blues de 12 compassos. Vamos então tocar um blues para sax, de minha autoria, e depois quero que você escreva um de próprio punho. Vamos escrever um blues com base nas três escalas autorizadas, ou seja: de blues, diminuta e bebop. Assim já teremos três escalas para dar um colorido legal em nosso blues. Escreva um blues usando a harmonia de Blusão de Lã, por exemplo, dando destaque na repetição rítmica e melódica. Não quero que escreva um improviso com uma frase diferente a cada compasso e sim um tema em que se deve explorar uma melodia, fazendo com que ela fique gravada e, principalmente, que tenha swing. Pense em uma bigband tocando para bailarinos e irá sentir a simetria e o balanço da música. Lembre da harmonia dos dois compassos iniciais, que devem se repetir no sétimo e oitavo.

BLUSÃO DE LÃ

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NA PRÁTICA• WORKSHOPMAUROSENISE• O SWINGDE SONOROSO

TRANSCRIÇÃO

MAURO SENISE O swing de Sonoroso

N

o começo dos anos 70, comecei a ter aulas com o mestre Paulo Moura e fiquei encantado com o swing com que ele tocava os choros de Pixinguinha, Luiz Americano e K-Ximbinho. Depois de tantos anos, continuo adorando tocar esses choros! Gostaria de conversar sobre “Sonoroso”, de K-Ximbinho. Em primeiro lugar, ela contém o principal para um solista se divertir: linda melodia, em que podemos nos deliciar com a delicadeza da primeira frase, em um arpejo descendente em ré menor (tom do piano) simples, já traduzindo o nome do Choro,”Sonoroso”. Dá até vontade de ficar meio preguiçoso nas três últimas semicolcheias do compasso inicial. Outro aspecto interessante é a região grave do sax soprano. Gosto muito de tocar nessa região do sax soprano. É mais encorpada, como aprendi com Paulo Moura. Relaxo um pouco a embocadura, deixando o ar sair ligeiramente pelo canto da boca, às vezes inflando um

* Mauro Senise, flautista e saxofonista, é carioca e tem mais de 20 CDs gravados (entre produções-solo e com outros grupos e cantores). Em 2005 lançou “Tempo Caboclo”, com o arranjador, pianista, vibrafonista e compositor Jota Moraes. O CD reúne obras de compositores clássicos brasileiros, com arranjos modernos.

pouco a bochecha, permitindo que o sax se “espreguice” um pouco... Na segunda parte, há um pouco mais de ritmo sincopado, com cromatismos, o que novamente permite uma interpretação indolente, sem pressa de chegar ao fim. A terceira parte, como é habitual no choro, vai para um tom maior (no caso ré maior), mais uma vez com arpejos descendentes, em que se sobressai o lado jazzístico de K-Ximbinho, excepcional clarinetista, saxofonista e improvisador. Esse trecho dá a qualquer solista uma maior liberdade de interpretação. Pode-se também acrescentar mordentes, glissandos e notas de passagem, como se fosse um improviso escrito. Em resumo, “Sonoroso” não tem grandes dificuldades técnicas, comuns

nos choros, dando ao solista uma chance de curtir a linha melódica e de poder trabalhar a primeira e a segunda oitava do sax soprano, resultando, assim, em uma ótima peça para ser tocada e ouvida, que enriquece, antes de tudo, nosso repertório e espírito.

A dica do Mauro Para os apreciadoresde choro:não deixem de assistir aos shows do grande clarinetista, saxofonista e arranjadorNailorProveta(que toca também na Banda Mantiqueira)e do meu grande mestre Paulo Moura. Eles tocamdivinamentequalquer choro, dando uma aula de elegância, fraseadoe improviso.

SONOROSO

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NA PRÁTICA• WORKSHOPDANIELGARCIA• A ETERNADONNALEE

TRANSCRIÇÃO

DANIEL GARCIA A eterna Donna Lee

T

LIVE!

ema tocado por todos os jazzistas, alguns dizem que pertence a Charlie Parker, enquanto outros afirmam que Miles Davis é seu verdadeiro pai. Polêmicas à parte, escolhi esse tema pela sua versatilidade: pode ser tocado em praticamente todos os ritmos, com variados andamentos e acentuações. Há alguns anos, trabalhava em uma casa noturna e sempre tocávamos esse tema em ritmo da gafieira, direcionado para a dança. Dava certo sempre. Apesar de sua dificuldade técnica, com um pouco de dedicação consegue-se tirar bom proveito do tema. Como toda música um pouco mais difícil, deve ser estudado, no início, em uma velocidade que seja cômoda para o nível de técnica do instrumentista. Isso significa que você não deve tentar tocar em um tempo mais rápido do que consegue. O uso do metrônomo é imprescindível, começando com um andamento lento e acelerando gradativamente, até se alcançar a velocidade desejada. O tempo de Charlie Parker era por volta de semínima a 230.

* Daniel Garcia é saxofonista, do Rio de Janeiro. Atua tanto na música instrumental como em gravações e shows com artistas importantes da MPB, como Gonzaguinha, Johnny Alf e Ana Carolina.

Articulação e improviso Nesse ponto, o importante é tentar tocar com bastante naturalidade, pois o tema tem uma característica melódica fluente, bem própria de frases de improviso. É importante notar, também, que a articulação é um fator de grande relevância, porque praticamente induz à compreensão da melodia e marca o estilo que se está usando no momento. Se estiver tocando como jazz, a articulação deve ser a convencional desse estilo (nos grupos de quatro, ataca o 1, liga o 2 com o 3 e o 4 com o 1, sucessivamente). Só um aviso: isso deve ser feito com bastante leveza, para ficar bonito. Se for samba, pode-se variar entre ligaduras maiores e notas atacadas, dependendo do momento, sempre procurando a leveza e a boa fluência de som. Claro que são apenas dicas, o seu bom senso e a sua musicalidade é que mandam. A outra parte é o improviso. Como

toco sax tenor, o tom fica em Bb. O maior desafio é buscar caminhos mais originais, pois o perigo é cair no óbvio. Em minha rotina de estudo, uso o programa Band in a Box. Nesse tema, por exemplo, divido a harmonia em partes: os primeiros oito compassos, depois mais oito e assim por diante, até fixar as conexões. Pode-se, também, no primeiro momento, estabelecer certas regras, como, por exemplo, só tocar as terças e as sétimas de cada acorde e, à medida que for ficando mais fácil, agregar as outras notas do acorde. Crie uma frase curta, de três ou quatro notas, e toque em todos os acordes da música. Tente, também, aplicar escalas características do estilo. Exemplo: escala de bebop, escala alterada, diminuta. Procure ouvir o solo de vários músicos nesse tema e perceba as diferenças e semelhanças. Pratique, pratique e pratique. Boa sorte!

DONNA LEE

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NA PRÁTICA• WORKSHOPMÁRIOVALLE•CARAVAN,UM CLÁSSICODO JAZZ

TRANSCRIÇÃO

Gaita

MÁRIO VALLE Caravan, um clássico do jazz

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aravan é, sem dúvida, uma pérola da música contemporânea. Com um tom misterioso, ela nos remete aos mais variados climas musicais, desde o balanço do latin jazz ao charme do swing. Suas nuances possibilitam ao músico certa liberdade a mais, se comparada aos standards em geral. Não quero com isso abrir uma discussão subjetiva sobre a busca da melhor canção para se exercitar a improvisação. O que ocorre com os standards, de um modo geral, é que eles se parecem muito uns com os outros quando são observados a partir de uma análise de suas estruturas rítmicas e harmônicas, ou seja: sempre o mesmo quatro por quatro e sempre o mesmo II - V - I. Isso sem contar as melodias, baseadas geralmente na escala diatônica ou nos modos dóricos. Esse clássico do jazz, ao contrário, abrenos uma possibilidade musical sem igual, que dá ao músico a chance de experimentar novos caminhos, pois ele será lançado a um universo de elementos diferentes. O primeiro deles é sua divisão rítmica em 2/2, pela própria escolha feita pelo mestre Duke Ellington (que imortalizou a canção) da harmonia utilizada; e a melodia,

C

onsideradoum dos maiorescompositorese músicosde todos os tempos,EdwardKennedyEllington, ou Duke Ellington,nasceuem 29 de abril de 1899,em Washington.Veio dos pais a inspiraçãopara a arte: com eles,aprendeua entendero poder emocional da música.

Duke Ellington 48

* O gaitista Mário Valle é mineiro, mas mora em Manaus (AM). Toca na banda Soda Billy (www.sodabilly.com), que mistura ritmos de jazz, rockabilly, blues, woogie boogie e surf music.

por si só, remete-nos a esse espaço exótico. Caravan é um clássico do jazz. A música nasceu em 1937, composta por Juan Tizol e Duke Ellington (música) e Irving Mills (letra), parceiros de longa data. Essa composição enfeitiçou vários músicos de diversas vertentes, transcendendo a seara do jazz. Tanto é verdade que várias bandas de rock fi-

zeram e fazem versões desse clássico, algumas se mantendo fiéis à versão original e outras a transformando completamente. Destaque para a versão de Bill Haley, gravada no Hammersmith Palace em 1972, quando o baterista fez um solo incrível. E, ainda, a versão do Brian Setzer, que ganhou o Grammy de melhor tema instrumental em 2001.

Dicas para tocar melhor Para a harmônicaCromáticaem dó, o tom da músicaem fá menorfacilitabastante sua execução,além de proporcionar trocasde notasmaciascomo acionamento da chave. As partesA e C podemser executadasemritmolatinoe, no compasso11,12 e 13, é possívelfazera escalacromática decrescentecom um temperode chorinho.Em algumaspartes,a notadeverser seguradapor até três compassos,preser-

vando sua melodia característica. A parte B é marcadapor um ritmo de swing suave, conduzidopela bateria e pela linhade baixo.A melodiasimples, commuitosligadosnasnotas,permiteuma interpretaçãomais livre de cada músico. Para facilitara leituradessapartitura,coloqueiembaixode cada nota uma tablatura paragaita.Cadanúmerorepresenta um orifíciona gaita,e a letralogoabaixo significa soprar (S) ou aspirar (A).

Dukecomeçoua ter aulasde piano aosseteanose nãosentia-setãoà vontade,queriamesmoerajogarbeisebol. Tanto que seu primeirotrabalhofoi comovendedorde amendoimdurante os jogos do Washington Senator. Temposdepois,quandoas aulas de piano pareciam ter se tornado eventos do passado, Duke passou a demonstrarsua veia artística.Freqüentou a ArmstrongManual TrainingSchoole começoua ter conotato com pianistasfamososda cidade.A partir daí, não mais parou. Em 1917, formou seu primeiro grupo, The Duke Serenaders.Nos dois anos seguintes,ele foi morar sozinho, tornando-se independente, o que se refletiufortementeem seu trabalho. Passou a gerenciar a agendade sua banda e a fazer muito mais showsfora de sua cidade. Acaboumudando-separa Nova York,ondeencontrouumagamade opçõespara estudare ampliarsua

redede contatosna música,e se tornavacadavez maisconhecido. Em 1928, Ellingtone Irving Mills assinaramcontratode parceria,em que Mills produziriae divulgariaa músicado pianista.A popularidade de Duke triplicoudeste então e sua banda transformou-seem uma das mais conhecidasdos EstadosUnidos e até no mundo.Dentreos mais importantestrabalhosdo músico,podemosincluir“Rockin’in Rhythm”,“Satin Doll”, “New Orleans”,“A Drum is a Women”,“Take the ‘A’ Train”, “Happy-Go-Lucky Local”,“The Mooche”, e “Crescendo in Blue”. Ellington tocou com músicos do quilatede MilesDavis,Cab Calloway, Dizzy Gillespie,Ella Fitzgerald,Tony Bennette Louis Armstrong.Chegoua apresentar-se paraa RainhaElizabeth 2a. e para o presidenteNixon.Antes de morrer,em1974,DukeEllingtonescreveue gravoucentenasde composições,queaté hojefazemsucesso.

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CARAVAN

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EQUIPAMENTOS • DIÁRIODE BORDO• UM SOPRODE BRASIL

PÁGINA ABERTA

Diário de Bordo

UM SOPRO DE BRASIL

Por Maria Luiza Kfouri

Em CD e DVD, projeto mostrará estes, e a todos aqueles que não tiveram esta shows, workshops e entrevistasfelicidade, Um Sopro de Brasil será lançado, com grandes nomes da música no mês de maio, em um pacote que traz um livro e um DVD duplo. Fora do pacote, três instrumental brasileira

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LIVE!

m novembro de 2004, duzentos e cinqüenta músicos apresentaram-se no palco do teatro do SESC Pinheiros, em São Paulo, em oito shows que marcaram o maior encontro do sopro brasileiro em todos os tempos. Produzido por Myriam Taubkin e Morris Picciotto, o projeto Um Sopro de Brasil reuniu desde alunos da Escola Municipal de Educação Artística até nomes consagrados, como Altamiro Carrilho, Paulo Moura, Carlos Malta, Léa Freire, Maurício Einhorn, Nailor Azevedo Proveta e a Banda Mantiqueira, Grupo Uakti, Quinteto VillaLobos, Teco Cardoso, Joatan Nascimento, Vittor Santos, Roberto Sion, Zezinho Pitoco, Mauro Rodrigues, Mané Silveira, Vinicius Dorin, e artistas pouco conhecidos no eixo São Paulo – Rio, como Tavares da Gaita, João do Pife, Sexteto Brassil, Adolfo Almeida Jr., Caboclinhos 7 Flechas, Carimbó Os Quentes da Madrugada, Spok Frevo Orquestra, além da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, regida por Abel Rocha. Na banda de apoio aos sopros, Benjamin Taubkin, Zeca Assumpção, Caíto Marcondes, Guello, Webster Santos e Rodrigo Campos. Quem teve o privilégio de acompanhar toda a jornada de shows certamente não esquecerá aqueles quatro fins de semana de rara conjunção entre diversidade e qualidade. Para

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Empresa Arwel Condortech Equipo Habro Hendrix World Music IBOX Krocodille Musical Express Musical Izzo Plander Rico RMV Solid Sound Visão

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CDs, cujo primeiro volume já se encontra nas lojas, trazem as gravações dos shows. Nos DVDs, o registro dos shows, dos ensaios, dos “workshops” realizados durante o evento, dos músicos falando sobre seus instrumentos, e depoimentos de Moacir Santos e Raul de Barros. Tudo isso magistralmente gravado e montado pela Mutante Filmes, com supervisão de Myriam Taubkin. O livro traz as fotos da verdadeira celebração que foram aqueles shows feitas por Gal Oppido, um fotógrafo que é também músico e tem a sensibilidade mais do que apurada para captar a magia de cada um dos grandes intérpretes que passaram pelo palco. Além das fotos, textos que apresentam o projeto e, em quatro capítulos, o conceito, a história e a vivência do sopro. Em “Olhares”, textos do psicoterapeuta José Ângelo Gaiarsa, do oboísta e construtor de instrumentos de sopro Leonardo Fuks, do clarinetista e maestro Gil Jardim, do maestro e professor de harmonia, arranjo e orquestração Cláudio Leal Ferreira e dos músicos Nailor Azevedo Proveta e Teco Cardoso. Em “Mestres”, depoimentos de Moacir Santos, Severino Araújo e Raul de Barros. Em “História”, trinta e seis verbetes – que tive a honra de pesquisar e escrever – com os grandes nomes do passado, de Joaquim Antônio da Silva Callado a Vic-

tor Assis Brasil, passando por Pixinguinha, Benedito Lacerda, Abel Ferreira e Edu da Gaita, entre outros, além de uma discografia selecionada e da bibliografia utilizada na pesquisa. Em “Instrumentos”, a reprodução dos principais instrumentos de sopro utilizados em formações sinfônicas, bandas de música, pequenos grupos e pelos solistas. Tudo isso embalado em projeto gráfico de Gal Oppido e Teresa Maita. Myriam Taubkin, na apresentação do livro, escreve que “o sopro sonoro expressa sensações e cria códigos que fazem parte da cultura de um povo; é o assobio que chama o companheiro de turma, que reconhece a beleza de uma mulher ou que identifica o passarinho; é o apito do juiz nas quadras, do guarda no trânsito, do mestre de bateria numa escola de samba; o berrante que une a boiada ou a gaita que avisa a chegada do amolador de faca, do vendedor de sorvete e de tantos outros ambulantes”. Os instrumentos de sopro estão na raiz da tradição brasileira, mesmo antes que alguém “chorasse na flauta todas as minhas mágoas de amor”, como dizia Vinicius de Moraes. Todos nós, envolvidos neste projeto, pretendemos que esta seja uma obra de referência, um tributo ao passado e ao presente, e uma luz ao futuro dos “escultores do vento” da música brasileira. Maria Luiza Kfouri é pesquisadora musical há mais de 30 anos e editora do site www.discosdobrasil.com.br

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Telefone 11 3326-3809 61 3361-1181 11 2199-2999 11 3224-9787 11 3086-4033 14 3203-6355 11 3064-1617 11 3159-3105 11 3611-2666 41 3323-3636 11 3159-3105 11 6404-8544 41 3373-2521 11 6601-3727

Site www.arwel.com.br www.condormusic.com.br www.equipo.com.br www.habro.com.br www.hendrixmusic.com.br www.ibox.com.br www.instrumentosusados.com.br www.musical-express.com.br www.musicalizzo.com.br www.plander.com www.musical-express.com.br www.rmv.com.br www.solidsound.com.br www.visaopedestais.com.br

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