Sax & Metais #21

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A REVISTA PARA QUEM TOCA E AMA INSTRUMENTOS DE SOPRO

PIONEIRISMO

Dílson Florêncio comenta o polêmico sax erudito

SAX NA REDE GLOBO

Sérgio Galvão revela detalhes de seu trabalho na emissora

POP? ROCK? George Israel

, do Kid Abelha, fala sobre jazz, MPB e a experiência de tocar para o grande público

TA E PALHEILHA BOQU a fundo

os Analisam s da Rico en as vantag da boquilha e Reserve ren T27 Vando

GOSPEL Os melhores instrumentistas do estilo para inspirar você

SAX&METAIS•2009•Nº 21•R$ 8,90

ESPECIAL

4 AULAS IMPERDÍVEIS PARA SAX E TROMPETE


teco

cardoso

Uni f ormi d ade, consi s t ê nci a , e qual i d ade tonalde. pontUma produt o que al i a t e cnol o gi a e acabament o art e sanal , sempre com ótimos resultados!”

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Teco Cardoso usa palhetas Rico Hemke para saxofone

www.musical-express.com.br

Marco Aurelio Olimpio

Teco Cardoso Final.ai 3/4/2009 10:02:54



índice edição 21 14 Daniel Muse

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22 Especial

SEÇÕES 6 EDITORIAL 8 CARTAS 10 LIVE! 14 VIDA DE MÚSICO Daniel Muse (saxofonista)

18 Sérgio Galvão

20 Dílson Florêncio

CAPA

George Israel

16 VICE-VERSA Carlos Malta e Mauro Senise 36 REVIEWS – CDs e Livros 38 VITRINE 40 ANÁLISES Boquilha Vandoren T27 Palhetas Rico Reserve sax soprano

MATÉRIAS 5 MINUTOS COM

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Sérgio Galvão Dentre as muitas faces de seu trabalho, ele é o responsável por diversas trilhas da TV Globo 5 MINUTOS COM

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Dílson Florêncio O saxofonista conta como se tornou o pioneiro em sax erudito no Brasil

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SAX & METAIS

ESPECIAL

22 Os

mestres do sopro na música gospel

WORKSHOPS 42 Manu Falleiros SAXOFONE Timbre mais encorpado: dominando os harmônicos do sax II

Conheça alguns dos principais expoentes desse gênero tão difundido nos dias de hoje

44 Goio Lima SAXOFONE

CAPA

46 Rubinho Antunes TROMPETE

28 George Israel O músico revela como é a sua vida fora do Kid Abelha e quais foram as suas influências no saxofone. Confira!

Referências para a formação de estilo Princípios da improvisação I

48 Sérgio Galvão SAXOFONE Estudos de escalas cromáticas



c a rt a a o l e i t o r Esta revista apoia

Bons ‘ventos’

em 2009

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ais um ano se inicia e com ele muitas incertezas. É o dólar que sobe, a bolsa que cai, o principal país do mundo com novo presidente. Apesar de tudo isso, é bom estarmos com esperanças renovadas. Quem sabe as coisas logo voltam para o lugar? Mas e nós aqui, brasileiros, por quantas crises já passamos? É, os ‘caras’ lá não estão acostumados com isso. Inflação de 20% ao mês, imagine! Remarcações no supermercado todos os dias, Plano Bresser, Plano Collor, Plano Verão, cruzado novo, cruzeiro novo, corta zero, real...ufa! Bom, mas não estamos aqui para falar de ‘desgraça’, nosso compromisso é com a música, e vamos que vamos! George Israel: Após um breve recesso de fim de carreira rica em diversos estilos ano, estamos de volta com mais uma edição da nossa querida Sax & Metais e com novidades. Na seção Reviews, trazemos como sempre os lançamentos do que há de melhor na nossa música, e agora acrescentamos um ‘minirreviews’, onde você irá conhecer alguns dos álbuns mais famosos da história da música popular mundial, indispensáveis em sua discografia. Outra novidade é a seção Vice-Versa. Nela você irá conhecer o que um grande músico pensa de outro. Na estreia, escolhemos Mauro Senise e Carlos Malta. Confira! É cada vez mais comum encontrarmos naipes de sopros ou pelo menos um instrumento de sopro nas famosas bandas de música pop, como Skank, Os Paralamas do Sucesso, Ivete Sangalo, Banda Eva. Fomos conversar com um dos pioneiros nesse ‘negócio’, o músico George Israel, do Kid Abelha. Ele falou de sua trajetória com a banda e também de sua recente carreira-solo. Mais novidades! Aniversário de 100 anos da Weril, com uma nova linha de instrumentos, a P. Weingrill, e eles preparam mais surpresas para nós no decorrer do ano. A pedidos, escolhemos dois acessórios para análise – a boquilha Vandoren T27, para sax tenor, e as palhetas Rico Reserve, para sax soprano. Conheça-as, vale a pena! Coincidentemente, selecionamos três grandes músicos de Brasília para as entrevistas da edição. Dílson Florêncio é sax erudito, Sérgio Galvão, sax popular, e Daniel Musy, saxofonista do grupo Roupa Nova e apadrinhado de Milton Guedes. Confira as novidades em Live e estude com nossos Workshops. Divirta-se, sem crises, e feliz 2009!

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SAX & METAIS

EDITOR / DIRETOR Daniel A. Neves S. Lima EDITOR-CHEFE Rogério Nogueira MTB: 43.362 SP EDITORA TÉCNICA Débora de Aquino DIREÇÃO DE ARTE Alexandre Braga alexandre@lupecomunicacao.com.br REVISÃO Hebe Ester Lucas DEPARTAMENTO COMERCIAL Carina Nascimento e Eduarda Lopes ADMINISTRATIVO / FINANCEIRO Carla Anne ASSINATURAS Barbara Tavares assinaturas@musicaemercado.com.br Tel.: (11) 3567-3022 IMPRESSÃO E ACABAMENTO Vox Editora FOTOS Pedro Manoel, Ana Luisa Marinho, Guido Paternó e Divulgação COLABORADORES Rodrigo Bento, Moisés de Paula, Carlos Malta, Mauro Senise, Rubinho Antunes, Goio Lima, Manu Falleiros e Sérgio Galvão DISTRIBUIÇÃO NACIONAL PARA TODO O BRASIL Fernando Chinaglia Distribuidora S/A Rua Teodoro da Silva, 907 • Grajaú CEP 20563-900 • Rio de Janeiro • RJ Tel.: (21) 2195-3200 ASSESSORIA Edicase Soluções para Editores SAX & METAIS (ISSN 1809-5410) é uma publicação da Música & Mercado Editorial. Administração, Redação e Publicidade: Caixa Postal 21262 • CEP 04602-970 São Paulo • SP • Brasil Todos os direitos reservados. PUBLICIDADE Anuncie na Sax & Metais comercial@musicaemercado.com.br Tel./Fax: (11) 3567-3022 www.saxemetais.com.br e-mail: ajuda@saxemetais.com.br editorial@saxemetais.com.br



cartas Workshop Parabéns ao Rodrigo Bento pelo workshop da última edição. Sempre que o Rodrigo me lembra do quanto é enriquecedor o estudo de métodos clássicos, minha técnica no sax melhora sensivelmente. Muito bacana a matéria. Marden Barros Orkut Muito se fala sobre harmônicos, ou superagudos, no saxofone, mas pouco se explica. Gostei muito de como o assunto foi tratado por Manu Falleiros na última edição, apresentando de forma clara e prática como conseguir fazê-lo passo a passo com exercícios muito objetivos. Estou ansioso pela segunda parte. Guilherme Herani SP

Tecnologia Gostei de saber da existência de um programa de computador muito simples de

usar e com ótimos resultados para fazer playbacks. Para nós, que tocamos saxofone, é sempre uma solidão o estudo sem acompanhamento. Fiquei fã do programa, segui o tutorial da Débora e aprendi a fazer meus primeiros playbacks. Agora já estou arriscando fuçar e descobrir outras ferramentas ainda mais interessantes. Estela Castro SP

Paulo Sérgio Santos Muito legal a Sax & Metais dar uma capa para o grande clarinetista Paulo Sérgio Santos. Gostei muito de conhecer os bastidores da vida

Fale com a Sax & Metais: envie suas dúvidas e sugestões para editorial@saxemetais.com.br ou escreva para Rua Alvorada, 700 Vila Olímpia • CEP 04550-003 • São Paulo • SP • Brasil

desse músico e do jogo aberto ao falar sobre os problemas da profissão dentro das grandes orquestras. Parabéns ao Michel Moraes, outro excelente músico, pela bela entrevista. Ivan Carvalho MG Faz tempo que acompanho a carreira de Paulo Sérgio Santos, principalmente porque sou estudante de clarineta e superfã do músico. Adorei ir à banca e encontrar essa revista, não perco uma edição. Parabéns a todos que fazem esse belo trabalho. André Campos SC

SAX & METAIS NO ORKUT Para saber informações da revista e trocar ideias com outros músicos de sopro, participe da comunidade da Sax & Metais no Orkut – http://www.orkut.com/ Community.aspx?cmm=12315174. Já são mais de 2.100 integrantes que enviam comentários sobre instrumentos, músicas, críticas e sugestões para fazer a revista cada vez melhor.

TIRE SUAS DÚVIDAS Ultimamente venho sofrendo com ‘apitos’ e ‘guinchos’, depois de alguns minutos de estudo de saxofone. O que estou fazendo de errado? Gabriel de Godoy – Piracicaba, SP

Nunca entendi direito para que servem as letrinhas em cima das notas das partituras. Alguém pode me explicar? Sérgio Sampaio – RJ

Olá, Gabriel. Temos basicamente três observações a fazer. Primeiro: você está mordendo demais a palheta, embocadura muito tensa; segundo: a sua boquilha pode ser muito fechada com uma palheta muito macia; terceiro: sua palheta já está desgastada, portanto muito macia. Sugiro primeiro que você tente relaxar a embocadura. Depois experimente uma palheta nova de mesmo número. Se os ‘apitos’ continuarem, troque a palheta por uma meio ponto acima da densidade que estava usando. Se ainda assim não conseguir resolver, experimente trocar sua boquilha por uma de abertura maior. Esses ‘apitos’ e ‘guinchos’ normalmente aparecem porque você está pressionando, mordendo demais a palheta. Ao aumentar a densidade da palheta ou a abertura da boquilha, você terá de fazer um pouco mais de força a princípio, mas a embocadura tende a se equilibrar.

Essas ‘letrinhas’ são a cifragem da música. Basicamente servem para os instrumentos harmônicos (violão, piano, guitarra). Cada símbolo daquele corresponde a um código que deve ser acatado por esses instrumentos. Para nós, instrumentistas de sopro, a cifragem serve de base para análise de estudos de improvisação. Nas edições 12, 13 e 14 fizemos uma sequência de matérias sobre introdução à harmonia. Na primeira parte temos Construção de Escalas Maiores, na segunda Construção de Tríades, Cifragem e Análise Interválica, e finalmente, na terceira, Construção de Acordes com Sétima e Campo Harmônico. Acredito que se você ler com atenção e paciência, terá plenas condições de entender esse assunto, que foi abordado de forma clara e objetiva. Boa sorte!

! A Sax & Metais abre um espaço para você ter suas dúvidas respondidas por profissionais especializados.

CIPE PARTI

Encaminhe suas perguntas pelo correio para Rua Alvorada, 700, Vila Olímpia, São Paulo (SP), CEP 04550-003 ou escreva um e-mail para editoriatecnica@saxemetais.com.br. A revista se reserva o direito de resumir o conteúdo das dúvidas recebidas.

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LIVE! Músicos do Brasil Uma Enciclopédia

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epois de intensos trabalhos de mais de um ano, ficou pronta a Enciclopédia Eletrônica e Permanente da Música, que pode ser conferida no site Músicos do Brasil – Uma Enciclopédia (www.musicosdobrasil.com.br). O projeto foi criado por Maria Luiza Kfouri (www.discosdobrasil.com.br) e Fernando Barcelos, com direção tecnológica de Maura Caldas, do blog Loronix (www.loronix.blogspot.com), e é patrocinado pela Petrobras. Essa enciclopédia é a primeira base de conhecimentos dedicada inteiramente à música instrumental brasileira. O trabalho conta com centenas de verbetes sobre nossos instrumentistas, dissertações universitárias cedidas por seus autores, além de ensaios que foram escritos especialmente para essa finalidade.

Aqui você confere a agenda de shows e encontros de músicos em todo o Brasil e fica antenado com as novidades do mundo do sopro

Circular BR

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stá de volta, em sua 5a edição, o Projeto de Música Instrumental Circular BR. Mantendo a proposta inicial de miscigenar a cultura brasileira, o projeto circula com diversos shows pelas cidades de Curitiba, Aracaju, Recife, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Niterói, mostrando o que há de melhor no cenário da música instrumental brasileira. As apresentações começaram no dia 9 de novembro de 2008, no Teatro Municipal de Niterói, com o Trio Bonsai, grupo do saxofonista Mané Silveira, que teve Ulisses Rocha como convidado especial. No dia 14 de dezembro foi a vez do gaitista Gabriel Grossi, com Raul de Souza como convidado. Os shows não param por aí e seguem até 12 de março. Entre os destaques, há ainda o trombonista Zé da Velha e o trompetista Silvério Pontes. Confira a programação completa em www.circularbr.com.br

Banda Mantiqueira lança DVD

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O SITE MÚSICO EM DESTAQUE: Cada vez que o site é aberto, a enciclopédia seleciona um músico diferente dentre todos os artistas constantes nos verbetes, e com foto. Clicando sobre o músico, você será levado para o verbete correspondente, onde terá informações completas do artista. RÁDIO MÚSICOS DO BRASIL: É um player presente logo na página inicial. É composto por 15 músicas variadas, cedidas pelos artistas, e a programação é modificada de hora em hora. Excelente oportunidade para conhecer nossos talentos! É possível percorrer alfabeticamente todos os verbetes disponíveis e, assim, conhecer os nomes incluídos na enciclopédia, na seção Músicos. Há também, em Dissertações e Teses, um conjunto de trabalhos que podem ser lidos, baixados e impressos. Alguns contêm até arquivos de imagem e som. Acesse e pesquise!

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banda paulista Mantiqueira, do alto de sua maioridade, completando 18 anos de estrada, finalmente tem seu trabalho registrado e lançado em DVD. O show foi gravado em 2006, no espaço Itaú Cultural SP, em São Paulo, e produzido em parceria com a gravadora Maritaca (www.maritaca.art.br). No repertório, um mix dos temas que constam de seus três CDs, Bixiga, Aldeia e Terra Amantiqueira. São oito faixas com clássicos da música brasileira, de Dorival Caymmi a João Bosco. Entrevistas com os músicos falando sobre o trabalho completam o material.


Bends reforça o time de endorsees

Despedida

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Bends Harmônicas traz para o seu quadro de endorsees mais cinco grandes nomes da gaita brasileira. Omar Izar é o veterano da turma, um dos mais antigos gaitistas brasileiros, depois de Edu da Gaita, a fazer carreira profissional com o instrumento. A outra novidade é Mariana Borssatto, primeira mulher a integrar o time da Bends e considerada uma das principais mulheres gaitistas brasileiras de blues da atualidade. Completando as novidades, estão Edson Tadeu, cujo trabalho é voltado para a música erudita, Joe Marhofer, gaitista de Santa Catarina, e Engles Espíritos, um dos músicos mais representativos de Brasília.

Omar Izar

Novo Site de J.T. Meirelles

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á está no ar o novo site do ‘pai do samba jazz’, J.T. Meirelles (www.jtmeirelles.com.br), gerenciado por sua filha, Jasmin. O saxofonista, flautista, compositor, arranjador e produtor, falecido em 3 de junho de 2008, agora tem um site à altura do seu trabalho. Lá você poderá conferir sua biografia, discografia completa, fotos, vídeos e muito mais. Fora isso, há um álbum de partituras em PDF, que pode ser baixado livremente, com 21 músicas contendo melodia e cifra.

rederick Dewayne Hubbard era considerado o principal nome do trompete surgido depois de Miles Davis. Hubbard faleceu no dia 29 de dezembro, aos 70 anos de idade, vítima de complicações decorrentes de um ataque cardíaco, sofrido dias antes. Uma das últimas lendas vivas do jazz, o trompetista tocou ao lado de grandes nomes do gênero, como Ornette Coleman, Thelonius Monk, John Coltrane, Art Blake e Eric Dolphy. Em uma carreira de mais de 50 anos, participou de mais de 300 gravações e recebeu diversos prêmios, dentre eles um Grammy em 1972 de melhor disco de jazz, First Light, álbum que lhe trouxe reconhecimento.

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LIVE!

ESPECIAL

Weril: 100anos fabricando instrumentos de sopro

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onversamos com o diretor da Weril, Nelson Eduardo Weingrill, sobre a empresa e seu centenário. Confira abaixo: >> Como teve início a Weril? Quais foram os primeiros instrumentos a serem fabricados? A Weril foi fundada em 1909 pelo austríaco Pedro Weingrill e hoje é dirigida pela quarta geração da família. Passamos por diversas sedes e atualmente estamos no distrito industrial de Franco da Rocha, interior de São Paulo. Os primeiros instrumentos produzidos foram da linha de metais, em especial o trompete. Hoje temos uma marca mundialmente reconhecida e produtos comercializados em mais de 40 países. >> As flautas e os clarinetes têm um processo de fabricação totalmente separado dos metais. Por quê? Na verdade, a montagem da estrutura dos instrumentos divide-se em montagem estrutural de instrumentos de bocais e montagem estrutural de palhetas. Os funcionários que montam esses instrumentos são especialistas em determinada linha de produto. A flauta e a clarineta são instrumentos menores e mais ‘delicados’, portanto, precisam de atenção especial para que saiam da fábrica atendendo às exigências de nossos consumidores. >> Por que a empresa decidiu importar instrumentos que fabrica, caso das flautas Gemeinhardt e da clarineta Andino? Estamos trazendo com exclusividade essas duas marcas ao Brasil utilizando a mesma linha de raciocínio que temos na fabricação de nossos produtos: entregar ao mercado instrumentos de alta qualidade. A clarineta Andino, feita sob a consultoria do consagrado clarinetista chileno Luiz

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Rossi, é um instrumento feito em madeira grenadilla e a Weril não fabrica esse modelo de clarineta, portanto é um item adicional em nossa lista. Já as flautas Gemeinhardt são reconhecidas mundialmente e desejadas por muitos flautistas no Brasil. Para atender a essa demanda, estamos trazendo esse instrumento de altíssima qualidade. Trouxemos dois modelos estudante. A novidade é o modelo com chaves vazadas, que a Weril também não fabrica. >> Para as comemorações dos 100 anos da Weril, está sendo lançada a nova linha P. Weingrill. Fale um pouco sobre esses instrumentos. A linha P. Weingrill foi apresentada ao mercado na Expomusic 2008, dando início às comemorações do centenário da empresa.

Os instrumentos dessa linha vêm com a assinatura original do fundador da empresa, Pedro Weingrill. A linha é atualmente composta por trombones, trompetes, flugelhorn e sax alto, tenor e soprano. São instrumentos de nível profissional e que já fazem sucesso nos principais eventos de que participamos no Brasil e nos EUA. Trouxemos melhorias para os instrumentos que irão colocá-los entre os melhores do mundo! >> Estão preparando mais novidades para as comemorações dos 100 anos? Sim! Não podemos contar tudo, mas teremos novos lançamentos que farão um rebuliço no mercado! Também teremos novidades na linha de percussão, além de edição especial da revista Weril sobre os 100 anos da empresa.



POR DÉBORA DE AQUINO

DANIEL MUSY O

brasiliense Daniel Musy está prestes a lançar seu primeiro CD-solo, mas para chegar até aqui, um longo caminho foi percorrido. O multi-instrumentista iniciou seus estudos em Brasília, nos anos 80. Influenciado por outro grande músico, Milton Guedes, trocou o seu primeiro instrumento, o violão, pelo saxofone. “Além de grande amigo e influência, o Milton tornou-se meu ‘padrinho’ musical.” Concluiu o curso técnico de saxofone em sua cidade natal, mas queria mais. Pesquisando, conseguiu encontrar um curso que fez sua cabeça: bacharelado em Saxofone e Produção/Engenharia Musical, na consagrada Berklee College of Music, nos EUA, onde permaneceu por dois anos. Terminou sua formação no Brasil e, na volta a Brasília, começou a atuar com alguns artistas de renome, tais como Sandy e Júnior, Natiruts, Hamilton de Holanda, Oswaldo Montenegro e o ‘padrinho’ Milton Guedes. Foi o próprio Guedes quem o indicou para fazer um trabalho com o músico Ricardo Feghali, do grupo Roupa Nova. Hoje, além de integrar o grupo Roupa Nova, atua como produtor musical ao lado de Torcuato Mariano, no TDM Studio.

cana. Meu professor de sax, por exemplo, dava aulas durante a semana e excursionava com a Diana Ross nos fins de semana.”

O RETORNO “De volta ao Brasil, transferi meu curso para a Universidade de Brasília. Porém, era tudo completamente diferente, e também muito bacana. Brasília sempre teve como tradição o surgimento de grandes bandas. Formei, com mais cinco amigos, um grupo pop, o Bigroove, que foi bastante importante na minha trajetória musical. Viajamos por várias capitais do País e ganhamos experiência. Após cinco anos e muitos trabalhos, decidimos terminar o projeto. A partir desse momento, comecei a trabalhar como músico acompanhante.”

“Não tenho do que reclamar, amo o que faço!”

BERKLEE COLLEGE OF MUSIC “Quando terminei meu curso técnico, na escola de música de Brasília, fui buscar uma faculdade que se enquadrasse nos meus objetivos. Tomei conhecimento do curso de bacharelado em Sax e também o de Produção/Engenharia Musical. Decidi me mudar para os Estados Unidos e estudar na Berklee. Encontrei um mundo bastante diferente e o que mais me encantava era a oportunidade de estudar com grandes músicos que estavam presentes na cena musical ameri-

O que Daniel Musy usa Sax soprano Yanagisawa Sax alto Selmer Super Action 80 série II Sax tenor Selmer Super Action 80 série II Flauta Armstrong 104 Gaitas: “Sou endorser da Hering Harmônicas, utilizo a cromática Stan Harper e diatônicas BlackBlues.” www.myspace.com/danielmusy

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ENCONTRO COM O ROUPA NOVA: “Em 2003 recebi um telefonema do Milton Guedes dizendo que havia indicado meu nome para fazer um trabalho com um produtor do Rio de Janeiro, Ricardo Feghali, do Roupa Nova. Fui para a cidade conversar com ele, mas o fato de ainda morar em Brasília me impediu de assumir o projeto naquela época. Feghali estava lançando um artista e precisava de um músico de imediato. Para minha sorte, no ano seguinte o Roupa Nova gravou o projeto RoupAcústico e fui convidado para excursionar com o grupo.”

Reconhecimento por meio do trabalho

PRIMEIRO CD-SOLO “O convite para realizar o projeto Roupa Nova Convida Daniel Musy foi um grande presente. Já são cinco anos viajando o Brasil com a banda. A ideia do trabalho era trazer uma roupagem instrumental para algumas dessas músicas, interpretadas com sax, flauta e gaita. Ficou maravilhoso. Um dos grandes diferenciais do projeto é o fato de o Roupa Nova ter participado pessoalmente de todas as 12 faixas do CD, tocando e fazendo coro. Isso trouxe uma magia muito grande ao trabalho.”

PRODUÇÃO MUSICAL “No ano passado, recebi o convite de um grande músico, produtor e amigo, Torcuato Mariano, para nos associarmos e montarmos a TDM Produções Artísticas. É um estúdio de finalização de áudio 2.0 e 5.1 com o que há de melhor em tecnologia. Produzimos, gravamos, mixamos e finalizamos todos os tipos de trabalho relacionados a áudio: CDs, DVDs, trilhas, filmes. Passo a semana gravando ou mixando no TDM Studio, e nos fins de semana sempre viajo com o Roupa Nova. Não tenho do que reclamar, amo o que faço!”

Foto: Pedro Manoel

vida d e m ú s i co

v ida d e m ús i co



Nesta seção, colhemos depoimentos de dois músicos, cad o outro. Confira nesta edição os relatos de Mauro Senise e

v ic e -v e r s a

CARLOS MALTA vice -v ers a

COMENTA SOBRE MAURO SENISE

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primeira vez que vi Mauro Senise foi na foto de uma reportagem do Jornal do Brasil, feita durante um ensaio com o Hermeto Pascoal e seus ‘Campeões’. Eles iriam fazer show no Rio. Fui à apresentação, no Pão de Açúcar, em um lugar mágico, mas infelizmente descoberto. A chuva torrencial que caiu fez com que o show fosse suspenso no meio. Ao menos pude ouvir um pouco daquilo que era o suprassumo do instrumental do Brasil. A partir desse dia, passei a acompanhar o Mauro e, onde ele tocava, eu ia. Era com a Joyce, o Paulo Moura, o Egberto Gismonti, o Milton Nascimento, o Toninho Horta. Só ‘filé-mignon’. O que sempre me chamou a atenção no Mauro é sua versatilidade, tanto nos instrumentos quanto nos estilos. Creio que a seriedade que ele passa no palco seja uma extensão do que ele é na vida, no dia-a-dia. Ele é um estudioso, dedicado, e por ter iniciado ‘tarde’ seus estudos, soube dar direção à sua carreira com bastante objetividade. Tive o privilégio de tocar ombro a ombro com Mauro por inúmeras vezes, quando ele ia dar canja nos shows do Campeão. Chegava para nós e dizia: “Vão lá e quebrem tudo!!” Tocávamos um som improvisado, num grau de diálogo sublime, algo que só aquele momento pedia. Íamos do mais intimista ao incendiário com uma fluidez que só os seres que possuem afinidades sutis alcançam. Essa afinidade nos levou a muitos encontros felizes, principalmente quando nosso saudoso ‘Queridão’ Márcio Montarroyos, que tocava num clube na Barra, nos chamava para jam sessions às segundas à noite. Tocávamos com liberdade e felicidade, realizando uma verdadeira celebração. Márcio e Mauro são grandes referências para mim, como exemplos de músicos profissionais que sempre tiveram uma postura confiante e com grande autoestima. Quando montei uma banda só com ex-integrantes do grupo para fazer o show ‘Remexendo o caldeirão do Hermeto’, o Mauro foi o primeiro com quem falei. Acredito que nossos caminhos se cruzarão muito, afinal, somos todos afluentes de um grande rio chamado Música do Brasil e, caudalosos que somos, temos a oportunidade de passar adiante essa arte e seus segredos. Certa vez, numa conversa com minha saudosa esposa Ana Malta, ela falou: “Já está na hora de você seguir seu caminho, deixar o grupo do Hermeto e fazer sua carreira. É possível! Veja o Mauro Senise. Ele toca com o Cama de Gato, com a cravista Rozana Lancelot, com Gilson Peranzetta, cada coisa com um som diferente do outro. Se a música gostar do seu dom, o seu dom tem de gostar de todas as músicas”. O que fiz foi seguir este sábio conselho para abrir as portas da minha estrada. Desde então venho realizando meus projetos com grande sucesso. Porém, nunca perdendo de vista as eternas influências, os eternos parceiros, as eternas referências.

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músicos, cada um falando sobre ro Senise e Carlos Malta

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arlos Malta segue a linha bem brasileira de Hermeto Pascoal. Essa influência é natural e saudável, presente também na minha música, no meu modo de tocar. Ele explora muitíssimo bem o pífano, todos os saxofones e as diversas flautas, os quais domina muito bem. Criou o Pife Muderno, grupo em que também mostra seu lado de compositor e arranjador e do qual fazem parte a ótima flautista Andréa Ernest Dias e músicos de primeiro time. O show deles é campeão! Malta também tem outras formações musicais, mostrando ser um músico com a cabeça aberta para novas experiências. Como eu, Malta é muito dedicado aos seus instrumentos e à sua carreira. Além do seu trabalho pessoal, ele participa ativamente de outros grupos como convidado e também viaja bastante, levando a música bem brasileira que faz para além das nossas fronteiras. Conheço o Malta há mais ou menos 20 anos! Toquei com Hermeto Pascoal durante uns oito anos e ele assumiu os sopros no grupo assim que eu saí. Desde o início ensaiava como Campeão. Foi aí que percebi seu grande potencial, sua enorme disposição e talento. Pouco tempo depois, Hermeto já me contava que estava muito satisfeito com o trabalho dele. Várias vezes fui visitá-lo em Bangu e passava a tarde toda assistindo aos ensaios e, claro, dando canja. Percebi logo o rápido amadurecimento técnico do Malta, sua concepção musical nos improvisos, na interpretação. Para um músico encarar os temas supercomplicados do Hermeto, tem de ter muito amor pela música, uma entrega total e, lógico, muito talento. Tudo isso o Malta tem de sobra. Tocar com o Hermeto foi uma experiência fantástica que ficou marcada para o resto da minha vida e, tenho certeza, na vida do Malta também! Aprendi muito com o Hermeto e até ganhei uma música dele, É Nossa e Ninguém Tasca, gravada no meu primeiro disco-solo, em 1985. Malta soube aproveitar muito bem a experiência riquíssima de tocar com o Campeão. Cresceu muito, assim como o Itiberê, o Márcio Bahia, o Jovino Santos, e todos nós que fazíamos parte da trupe hermetiana. Malta e eu nos conhecemos nessa época de transição e, algumas vezes, tocamos juntos em canjas com o Hermeto e com outros artistas. Sempre nos divertimos muito nessas ocasiões! Enfim, acho que o Malta merece todo o reconhecimento que tem tido como o músico e artista que é. Palmas porque ele merece!

COMENTA SOBRE CARLOS MALTA

MAURO SENISE SAX & METAIS

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5 MINUTOS COM

m inu t o s c o m

Sax polivalente

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ara os ouvidos mais atentos, os saxofones da abertura da série da TV Globo, Casos e Acasos, são de sua autoria. Sérgio Galvão atua na área de gravações para a dramaturgia da emissora desde 1993, entre novelas, minisséries, seriados, programas e casos especiais. Oriundo de uma família de músicos, o que decisivamente influenciou sua formação musical, dedicou-se à atividade ainda bem jovem. O pai gostava de assoviar pela casa, a mãe e a irmã cantavam muito bem, os irmãos tocavam violão e já eram profissionais quando Galvão nasceu. Até então, Sérgio estava mais ligado nos esportes, sendo basquete o seu favorito. Mas eis que um sonho o direcionou definitivamente para a música. “Só pensava em basquete e estava jogando no melhor time da cidade, na minha categoria, até que um dia, depois de um treino cansativo, dormi e, no meio da noite, acordei querendo tocar saxofone. Os solos do Victor Assis Brasil estavam ‘pipocando’ na minha cabeça há alguns anos e ficava assoviando alguns trechos. Naquela noite, tive uma epifania maravilhosa. Corri até a casa de um vizinho e peguei emprestada uma flauta doce, que ficava 24 horas em ação, até que um grande amigo me emprestou uma clarineta.” Não demorou muito para chegar ao saxofone, e do sonho de menino nasceu esse músico que já foi sideman de artistas do cenário nacional e internacional, dentre eles Guinga, Leny Andrade, Roberto Carlos, Simone, Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Djavan, Ivan Lins, Rosa Passos, Jeff Andrews, Cliff Korman, Flávio Venturini, Beto Guedes, Jorge Benjor, Martinho da Vila, entre outros, tanto em shows como em gravações, com participações em mais de uma centena delas.

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SAX & METAIS

POR DÉBORA DE AQUINO

Galvão

Sua carreira como solista também não foi deixada de lado e hoje desenvolve trabalhos à frente de grandes orquestras populares brasileiras. >> Como foi seu início na música, com o clarinete, e depois com o saxofone? Meu irmão Zequinha (baterista) sempre me deu a maior força e me levou para estudar no Sesi, onde dava aulas. Depois, entrei na Escola de Música de Brasília (EMB). Comprar o meu primeiro saxofone foi uma verdadeira saga. Rodei a cidade inteira, meses a fio. Perturbava o meu pai para que comprasse um Enzo Market de um músico militar que descobri nessas andanças. Na véspera de fechar o negócio, quando fui guardar minha clarineta embaixo da cama, lá estava um sax alto Weril Rex 3, novinho em folha, que meu pai havia comprado com o aval do meu irmão Lula, que já estava ficando expert no assunto de tanto eu sonhar em voz alta com os instrumentos. >> Sua carreira sempre foi mais direcionada à atividade de sideman de grandes artistas? Como essa trajetória começou e qual foi o primeiro nome com quem trabalhou? Meu começo foi meio diferente do normal. Aos 19 anos integrei uma banda dos ‘rock 80’ de Brasília, que de rock não tinha nada. Tocávamos um misto de música afro-caribenha-brasileira. Chamava-se Obina Shok e era um sucesso nacional. Viajávamos pelo país afora e aparecíamos nos programas de televisão da época. Era uma vida de pop star (risos). Minha carreira como sideman começou com o Flávio Venturini e a Leila Pinheiro, simultaneamente. Numa tarde em que estava entediado, esperando um aluno que não aparecia, resolvi ligar para o Venturini.

O que Sérgio Galvão usa • Sax alto e tenor Selmer Super Balanced Action • Sax soprano Yanagisawa 901 reto • Boquilhas: JAF e Norberto • Palhetas: Vandoren Java #3 • Microfones: Audio-Technica Pro 35R, AKG 419 e Shure SM98


>> Como é esse trabalho de gravar para a Rede Globo? Como funciona o processo? Tudo começou quando estava tocando com a cantora Rosana, que em sua banda tinha dois músicos que estavam entrando para o casting de produtores musicais da Globo, o Rodolpho Rebuzzi e o Ricardo Ottoboni. Depois vieram, entre outros, Armando Souza, André Sperling, Victor Pozas e Alexandre de Faria, todos grandes amigos. Gosto muito de fazer esse trabalho, e como tenho um pequeno estúdio, me envolvo mais nos projetos. Participo de trilhas incidentais. Por exemplo, no caso de novelas, cada personagem tem uma música e cada um desses temas precisa ter versões alegres, tristes, tensas, sensuais. Nos demais programas, as gravações acontecem de acordo com a demanda. Assim, o trabalho é variado, não havendo um modo padronizado para sua efetivação. >> Muito se fala sobre boquilhas e palhetas. Em sua opinião, qual é a melhor forma para encontrar um conjunto ideal boquilha/palheta? Qual é a maior dúvida a esse respeito que você observa em seus alunos? Acho que a relação boquilha/palheta é 70% do ‘lance’. Dizem que o Mark VII foi feito para os músicos americanos e europeus, geralmente altos e com mãos grandes, por

isso tem as chaves maiores e é um instrumento mais robusto. Acredito que as boquilhas muito abertas também vão nesse viés. O conselho que dou é que se você tem um pulmão e um ‘fole’ que tope qualquer parada, vá fundo e use-os. Agora, também não é sensato abrir tanto a boquilha para enfraquecer na palheta nem o contrário. O equilíbrio é a meta. >> Você faz algum tipo de ajuste em suas palhetas? Como cuida delas? Todas as minhas tentativas de mexer nas palhetas foram frustradas, ‘os pacientes morreram na mesa de operação’ (risos). Tenho certeza de que elas podem durar muito mais se tomarmos certos cuidados bem simples. As palhetas não gostam de umidade, muito menos de luminosidade. É bom guardá-las em um lugar escuro e seco. Nunca deixe que o primeiro contato da palheta seja com a saliva, porque ela contém muitas impurezas que vão se impregnar nas fibras logo na primeira dilatação. O ideal é colocar a palheta dentro d’água e deixar por um ou dois minutos, no máximo. Toque com ela por não mais do que dez minutos, recolocando-a pelo mesmo tempo de antes na água. Somente depois de seca você poderá guardá-la. Repita essa operação pelos próximos dois dias e depois use-a normalmente. Isso aumenta a sua vida útil.

Falando de tecnologia As opiniões de Sérgio Galvão sobre: Audio-Technica Pro 35R – “Tem a frequência bem próxima do som real e sua outra vantagem é a ‘garra’ bem funcional e anatômica. A única desvantagem é o cabo, que a meu ver é curto e muito frágil na junção, provocando estalos, além de comprometer sua vida útil.” AKG 419 – “Depende de uma ‘empenadinha’ na mesa para atingir uma timbragem mais próxima da real. A haste é um pouco longa (a do 418 é curta), o que, às vezes, prejudica a monitoração. A qualidade do material impressiona.”

Ele, que já conhecia o meu trabalho e havia me prometido uma audição, me convidou para fazer um som em sua casa, acreditando que eu estivesse no Rio. Naquela noite, ele daria uma festa para comemorar o fim da Guerra do Golfo. Surpreso com a situação, respondi de imediato que estava na cidade. Peguei o primeiro avião e cheguei a tempo à tal festa, onde se encontravam, entre outros convidados, Leila e Jane Duboc. Tocamos por várias horas. Foi muito legal e saí de lá com duas apresentações.

Shure SM98 – “O timbre é muito bom e a qualidade do material é ótima, mas a garra é aparafusada, o que atrapalha muito na hora de uma troca de instrumentos, por exemplo. Esses microfones são originais para os tambores da bateria, por isso as garras são tão complicadas.” “Dentre meus equipamentos, também costumo usar um mixer. Atualmente, existem os da Behringer (Xenix), que já vêm com efeitos embutidos e são bem pequenos e práticos. Dependendo do modelo, cabem dentro daquelas bolsas acopladas ao case do instrumento. Para quem já viajou com mesa, efeitos, equalizadores e até pares de monitores, isso é bem legal. Hoje levo minha mesa, meus microfones e um par de fones para eu mesmo preparar meu som, otimizando a passagem de som, que fica mais tranquila e rápida. Já mando meu som pronto, equalizado e com a quantidade de efeitos de que gosto. Assim, me livro de vários problemas, como o de ter só um efeito no palco e que já está sendo usado. Não sei se todos concordam, mas os técnicos de som, salvo raras exceções, não têm muito tempo e paciência para nós, sopros. Geralmente, quando chega a nossa vez, o tempo está estourado, assim como a paciência deles.”

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5Dílson Pioneiro

5 MINUTOS COM

m inu t o s c o m

POR DÉBORA DE AQUINO

no sax erudito

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ode-se dizer que Dílson Florêncio é um dos responsáveis pela criação do primeiro curso de saxofone erudito no Brasil. Esta foi a primeira de muitas conquistas do músico. Desde o prêmio, no IV Concurso Jovens Concertistas Brasileiros, em 1985, até o 1° Prêmio de Saxofone no Conservatoire National Supérieur de Musique de Paris, sendo o único sul-americano a obtê-lo. Nascido em Recife, aos 8 anos mudou-se para Brasília e lá, além das aulas normais, havia um segundo período em que as atividades da Escola Parque eram educação física, artes industriais, artes plásticas e música. “Os alunos mais interessados em música também contavam com a possibilidade de aprofundar seus conhecimentos no Setor de Técnicas Instrumentais (Seti), uma extensão da Escola de Música de Brasília”, lembra Florêncio. Dessa forma, e com o incentivo dos pais, começou a tocar flauta doce e, aos 11 anos, veio o saxofone. O estudo desse instrumento, porém, começou sob orientação de um professor de clarineta, Hugo Lauterjung. Mais tarde, o Seti foi extinto e Florêncio continuou seus estudos na Escola de Música de Brasília. “Curiosamente, desde o início de meus estudos queria tocar saxofone erudito, embora naquela época todos fossem unânimes em dizer que isso não existe. Mandavam-me tocar clarineta ou oboé.” Mas o jovem saxofonista não acreditou nessa história e contou com a ajuda de um grande incentivador, o professor Luiz Gonzaga Carneiro. Confira mais na entrevista a seguir. >> Como foram os seus estudos até o ingresso na Universidade de Brasília (UnB)? Em 1975, com a extinção do Seti, continuei meus estudos na própria Escola de Música de Brasília, onde tive aulas de saxofone com o professor de clarineta Yone Guimarães. Entretanto, por volta dos meus 14 anos, o professor de clarineta da UnB, Luiz Gonzaga Carneiro, empolgado com o meu desempenho, passou a me dar aulas de graça até que eu ingressasse na UnB.

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Florêncio >> Foi a partir daí que começou a ideia de um curso de saxofone erudito? No início da década de 1980 não existia curso superior de saxofone no Brasil. Incentivado pelo professor Gonzaga, me inscrevi no vestibular para clarineta, mas fiz a prova no saxofone. A banca também ficou maravilhada com minha performance e era grande o entusiasmo do professor Gonzaga, que já estava articulando a criação do primeiro curso superior de saxofone no Brasil. Ingressei na UnB em julho de 1979 e nos primeiros quatro semestres ainda saía no meu histórico escolar que eu cursava clarineta, embora só tocasse saxofone. Somente no quinto semestre o curso de saxofone foi finalmente implantado. Imediatamente meu histórico escolar mudou para saxofones I a IV. Continuei sendo o único aluno no curso e, quatro semestres depois, em julho de 1983, tornei-me o primeiro brasileiro diplomado em saxofone por uma universidade brasileira. Isso tudo graças ao visionário e saudoso professor Gonzaga, meu grande mentor, falecido em agosto de 2007. Desde 2005 o curso de saxofone na UnB é ministrado pelo professor Vadim Arsky. >> Como é o estudo do saxofone erudito no Brasil? Assim como na maior parte do mundo, o saxofone erudito é fundamentado nos ensinamentos do mestre francês Marcel Mule. Baseia-se numa embocadura firme, mas ao mesmo tempo relaxada, que fornece uma sonoridade homogênea em toda a extensão do instrumento, além de controle total da coluna de ar, facilitando o fraseado, e precisão rítmica e de articulação, atingidas por meio do estudo constante com utilização do metrônomo.

>> Quais as dificuldades e facilidades do ‘mundo erudito do saxofone’, já que o instrumento é muito mais visto na música popular e uma referência no jazz? Lembro que, na década de 1970, em uma das vezes que tentei me inscrever em um concurso no qual o saxofone não fazia parte da lista de instrumentos, recebi por escrito a seguinte resposta: “Realmente o saxofone não faz parte do concurso. Que tal na clarineta?” O fato de o instrumento ser muito conhecido na área popular faz com que as pessoas achem que o saxofone erudito não existe, o que não é verdade. Eu mesmo já fui solista em 57 concertos – 43 com orquestra e 14 com banda sinfônica (por sinal, um ‘bis’ de um desses concertos está no YouTube, no qual resgatei meu primeiro saxofone, um alto Conn de 1940 (http://br.youtube. com/watch?v=4_ Lr_gSjqvU). Se por um lado existem poucos saxofonistas eruditos, por outro apenas o currículo às vezes não adianta muito, pois até hoje muitos maestros têm preconceito, chegando a afirmar, por falta de conhecimento, que o saxofone tem um timbre que não dá certo com orquestra. >> Como é o repertório para saxofone erudito? Destaque algumas das principais peças para o instrumento. Até que não é um repertório pequeno,


pela UFMG como o primeiro professor brasileiro dedicado exclusivamente ao saxofone. Criei, então, um quarteto com os alunos da graduação. A partir daí, comecei a pôr em prática um sonho, que era o de fazer música brasileira com a qualidade da erudita, ou seja, com igualdade de timbre, afinação e precisão rítmica. Em 1997, com o nome de Minasax, lançamos o primeiro CD brasileiro com a formação ‘quarteto de saxofones’, exclusivamente com músicas brasileiras.

“Por sua fama na música popular, muitos acham que não existe saxofone erudito” Paule Maurice. Solo: Caprice en Forme de Valse, Valse de Paul Bonneau e Maï, de Ryo Noda. Quarteto de saxofones: Introduction et Variations sur une Ronde Populaire, Populaire de Gabriel Pierné; Andante et Scherzo, Scherz de Eugène Bozza e Quatuor, de Pierre Max Dubois.

Em 2007, lançamos mais um CD, já com o atual nome, Monte Pascoal. Esse último CD traz quase que na totalidade arranjos e composições do Renato Goulart, meu ex-aluno na UFMG, o qual considero um verdadeiro gênio. Da formação original do quarteto, restamos apenas eu e o Flávio Macedo (sax alto). Os outros atuais integrantes, também ex-alunos meus, são o Ivan Egídio (sax tenor) e o Vinícius Augustus (sax barítono).

>> Falando em quarteto de saxofones, você também é integrante do Monte Pascoal. Como andam os trabalhos do grupo? Quando retornei da França, em 1987, tinha em mente criar um quarteto de saxofones com a formação francesa, isto é, utilizando um soprano, um alto, um tenor e um barítono. A formação norte-americana, oriunda da big band, tem mais um alto no lugar do soprano. Em 1990, fui contratado por concurso

>> Existe algum critério especial ou técnico para escrever para a formação de quarteto de sax? Para que os arranjos funcionem a contento e explorem toda a riqueza dessa formação é necessário, além de um profundo conhecimento harmônico, ser mestre em contraponto, pois, caso contrário, corre-se o risco de colocar um saxofone fazendo solo e os outros três harmonizando. >> Como é tocar em um quarteto de saxofones? É uma ótima experiência. A sonoridade dos quatro saxofones, embora distinta, se unifica, desde que todos os integrantes tenham a mesma escola (embocadura, sopro, fraseado, entre outros) e utilizem material similar (boquilha/palheta).

O que Dílson Florêncio usa

Foto: Robson Vasconcelos

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principalmente se levarmos em conta que o saxofone é um dos instrumentos mais recentes que existem (foi inventado por volta de 1840). As peças que julgo serem as mais importantes e belas são os concertos para saxofone e orquestra: Concerto, de Alexander Glazounov; Concertino da Câmera, Câmera de Jacques Ibert; Konsert Konsert, de Lars-Erik Larsson; Ballade, Ballade de Frank Martin e Fantasia, de Heitor Villa-Lobos. Com piano: Sonata, de Paul Creston e Tableaux de Provence Provence, de

• Saxofone soprano: Selmer Série III com boquilha JAF S25 e palheta Vandoren tradicional #3. • Saxofone alto: Selmer Super Action Série II com boquilha JAF E20 e palheta Vandoren tradicional #3.

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especial

POR MOISÉS DE PAULA

sopro na música gospel Confira na matéria abaixo um apanhado geral desse estilo rico e tradicional em metais

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música é usada como um agente facilitador do culto cristão desde os primórdios da história. Textos bíblicos importantes mostram a atividade de grandes coros, grupos de instrumentos de sopro, cordas e percussão. Os cristãos até hoje são conhecidos como o povo que canta! A música gospel, como é mais conhecida, nasceu nos Estados Unidos. Sua origem é marcada pelas canções que os negros cristãos entoavam enquanto trabalhavam como escravos, no início da história americana. Desde então, vem evoluindo, influenciando e sendo influenciada pelo jazz, blues, R&B e funk. O gospel é mais um estilo de vida do que um estilo de música. Seus principais representantes são cristãos compromissados e interessados em anunciar, por meio da música, as boas novas do evangelho. As letras são marcadas pelo louvor a Deus e testemunhos do que Ele tem feito em suas vidas. Artistas importantes no mundo inteiro tiveram seu primeiro contato com a música cantando ou tocando nas bandas das

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congregações que frequentavam quando pequenos. Whitney Houston, Elvis Presley, Mahalia Jackson, Aretha Franklin, Ray Charles, John Patitucci, Paul Jackson Jr., Abe Laboriel são apenas alguns exemplos. Muitos dos grandes mestres do jazz, como Charlie Parker, têm a música gospel como base de sua formação musical. É importante deixar claro que o gospel é um estilo musical. O termo ‘música gospel’ é uma forma de generalizar e incluir tudo o que está ligado à música cristã. A música gospel também é conhecida como música cristã contemporânea e admite vários estilos musicais, mas sua raiz é a adoração a Deus. No Brasil, por exemplo, usamos bossa nova, samba, baião e outros estilos bem regionais. Márcio Cardoso, Priscila Barreto, Júnior Salvador, Miguel Garcia, Silvestre Kuhlmann, Atilano Muradas e João Alexandre são ótimos exemplos de artistas cristãos que fazem uso da música brasileira para expressar sua adoração e gratidão a Deus. A maioria das orquestras e bandas brasileiras tem em seus naipes um grande núme-

ro de músicos cristãos, que são excelentes no que fazem e que se destacam por sua técnica, sensibilidade e expressão. No universo dos saxofones e flautas existem grandes músicos que encontraram lugar de destaque no meio artístico, tornando-se ótimos referenciais de qualidade musical. Meu objetivo, ao escrever este texto, é trazer ao seu conhecimento um pouco da vida e da obra de alguns desses artistas, cooperando para a manutenção da história de grandes mestres, que têm causado um enorme impacto em gerações com seu trabalho e estilo de vida. Espero que você possa conhecê-los melhor e aprender com eles, ouvindo seus CDs, assistindo a seus vídeos, tirando temas, transcrevendo solos e recebendo todo o conhecimento que eles têm para compartilhar. Quer saber mais sobre Moisés de Paula? Acesse o site www.moisesdepaula.com.br ou entre em contato pelo e-mail contato@moisesdepaula.com.br

Fotos: Divulgação

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Os mestres do


Kirk Whalum

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Fotos: Divulgação

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atural de Memphis (EUA), nasceu em uma família de músicos. Iniciou sua formação musical estudando bateria, mas o som do saxofonista Arnett Cobb o fez migrar para o instrumento. Logo estava tocando em clubes locais. Amparado por uma bolsa de estudos da Texas Southern University, em Houston, começou sua jornada em busca de maturidade musical. Construiu uma forte reputação como sideman em Houston, tocando nas melhores casas de jazz e acompanhando músicos experientes como Sonny Rollins e Sonny Stitt. O pianista Bob James conheceu o talento de Whalum e convidou-o para ser integrante de sua banda, seu primeiro trabalho importante e que lhe abriu as portas para as grandes gravadoras. Contratado pela Columbia Records, lançou cinco discos muito importantes: Floppy Disk, And You Know That at, The Promise, Caché e In This Life. Em 1987, Whalum recebeu um telefonema do guitarrista Larry Carlton, convidando-o para gravar com ele. Carlton ouviu uma música de Kirk no rádio e ficou impressionado com a interpretação apaixonada do saxofonista. Após esta gravação, Whalum mudou-se para Los Angeles e logo se tornou um dos saxofonistas mais requisitados em estúdios. Gravou com Nancy Wilson, Al Jarreau, Luther Vandross, Barbara Streisand, Quincy Jones, entre outros. Também gravou a trilha sonora de alguns filmes, como Boys in the Hood, Grand Canyon, The Prince of Tides e The Bodyguard (O Guarda-costas), com Whitney Houston, com quem trabalhou por sete anos, gravando e viajando por todo o mundo. O saxofonista é o responsável por aqueles solos inesquecíveis das canções da cantora. Trabalhou também como capelão da equipe de Houston, dando assistência espiritual. O tempo que passou com Whitney Houston deu a Kirk Whalum fama internacional e seu trabalho pôde ser conhecido mundialmente. Em 1996 Whalum começou seu relacionamento com a Warner Bros Records, cooperando com a produção do disco Joined at the Hip, do pianista Bob James. Dali

para a frente sua carreira decolou. Lançou seu primeiro álbum produzido pela Warner em 1997, Colors, pregando a igualdade racial e a diversidade cultural. O ano de 1998 também foi crucial na vida deste grande músico americano. Seu álbum For You foi lançado e superou todas as suas expectativas, ficando na lista dos mais vendidos por meses. Lançou neste mesmo ano o álbum The Gospel According to Jazz – Chapter I. Apesar de ser um artista premiado e do sucesso absoluto, tem dedicado sua carreira

a assistir pessoas em situação de risco em todo o mundo, desenvolvendo inúmeros projetos para beneficiar entidades que cuidam do bem-estar do ser humano, como a Stroke of Hope, fundação que organiza e capacita pessoas para cuidarem de sobreviventes de acidente vascular cerebral (AVC). O seu álbum mais recente é The Gospel According to Jazz – Chapter III, que acaba de ser lançado nos Estados Unidos. Whalum acredita que tudo o que aconteceu em sua vida é fruto da graça de Deus, e que se não fosse Ele, não seria ninguém!

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TÉCNICA

especial

Angella Christie WWW.ANGELLACHRISTIE.COM

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ntegrante da nova geração de grandes instrumentistas da música cristã contemporânea, Angella Christie é dona de uma técnica apuradíssima e de um som arrebatador. A base de sua formação musical é a música gospel. Filha de missionários, cresceu sob orientação cristã e, desde criança, convive com os princípios do evangelho. Seu primeiro saxofone foi comprado por sua mãe e custou a bagatela de US$ 300 em uma casa de penhores em Houston. Nessa época, suas principais influências musicais eram Yolanda Adams, Douglas Miller e The Clark Sisters. Aos 12 anos de idade foi para a Rebecca Home for Girls, onde ficou por um ano. Lá recebeu sólida educação cristã e conhecimento bíblico. Seu grande sonho era ser uma estrela do rock, mas depois da primeira vez que tocou saxofone na igreja, o que fez sob a insistência de seus familiares, Angella entendeu que havia nascido para aquilo. Na banda da igreja aprendeu a

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improvisar e cresceu tocando com músicos mais experientes. Em 1985, assim que concluiu a faculdade (formou-se em Música e Serviço Social na Houston Baptist University), fundou com seu irmão, que também é seu engenheiro de som, o Angella Christie Sound Ministries. Desde então, tem dedicado sua vida a divulgar os princípios do evangelho por meio da música. Viaja por vários países tocando e anunciando as boas novas do Reino de Deus. África do Sul, Nigéria, Inglaterra e Alemanha são alguns dos países que receberam o talento e a espiritualidade da saxofonista norte-americana. Escreveu o livro Draw The Line,, sobre o estado da igreja contemporânea. Seu desejo é fazer com que sua mensagem seja ouvida pelo maior número de pessoas possível. Para isso se dedica à produção de CDs, que carregam muito mais do que boa música. Transmitem a mensagem do evangelho e comunicam que ainda há uma esperança para aqueles que já a perderam.


Ron Brown

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primeiro trabalho importante na carreira do norteamericano Ron Brown foi junto à orquestra de Duke Ellington e, a partir daí, sua carreira decolou. Tocou com grandes nomes da música, como Natalie Cole, Diana Ross, Anita Baker, Whitney Houston, Stevie Wonder, Joe Sample, Aretha Franklin, Al Jarreau, Todd Hunter, Norah Jones, Kirk Franklin e muitos outros. Foi sideman por muitos anos, até que deu início à sua carreira como solista. Seu primeiro trabalho foi o álbum From My Eyes Only, Only produzido pelo guitarrista Doc Powell, indicado ao Grammy. Com o objetivo de alavancar sua carreira, Brown criou a Mankind Records e produziu o aclamado álbum Urban Dreams, Dreams que mistura jazz, R&B, hip hop e gospel e conta com a participação de Kirk Whalum, Jonathan Butler, Kenny Garrett e Mulgrew Miller. Durante uma turnê com Diana Ross, começou a usar drogas e lutou contra isso por quatro anos. Brown é convicto de que seu relacionamento com Jesus Cristo é que lhe deu condições de vencer a luta contra as drogas e voltar a ter uma vida digna. Em 2001 lançou um novo álbum, chamado In The Spirit, uma celebração a Deus por tudo o que Ele fez em sua vida. O CD é permeado por clássicos da música gospel e algumas músicas novas bastante interessantes. Hoje Ron Brown dedica-se à produção musical de novos talentos e desenvolve sua própria carreira, além de continuar atuando como sideman de grandes artistas, sendo um dos principais representantes do saxofone na música gospel. Recentemente lançou o álbum Restored pela Mankind Records.

Justo Almario WWW.MYSPACE.COM/JUSTOALMARIO

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ascido na Colômbia, Justo Almario certamente é um dos maiores expoentes da música instrumental no mundo. Estudou na mundialmente conhecida Berklee College of Music, em Boston, onde recebeu conhecimento para fundir os mais diversos estilos musicais e desenvolver um trabalho prodigioso. Trabalhou com grandes artistas do cenário mundial: Jennifer Lopez, Tânia Maria, Freddie Hubbard, Roy Ayers, George Duke, Tito Puente, Dave Grusin, Alex Acuña, Abraham Laboriel, Charles Mingus, Chaka Kahn e muitos outros. Almario tem entre suas maiores influências o brasileiro Antônio Carlos Jobim, além de John Coltrane, Cannonball Adderley, Bach, Bartok e Debussy. Toca com muita habilidade todos os saxofones, flautas e clarinetes. Também exerce com maestria as funções de arranjador e compositor. É conhecido por sua capacidade criativa na improvisação e maneira única de interpretar suas músicas. Gravou importantes trilhas sonoras para o cinema, dentre elas: Happy Feet, Sideways (vencedores do Oscar), Lost City, Romance and Cigarettes e Living Out Loud. Love Thy Neighbor (2006) é o título do álbum mais recente do mestre colombiano, que foi gravado com seu quarteto. A música de Justo Almario é fonte de cura e inspiração para muitos. Sua devoção a Deus e o compromisso com sua família também são dignos de apreciação.

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especial

Pedro Eustache

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ersatilidade é a palavra perfeita para resumir o trabalho deste venezuelano que ganhou o mundo com o som de seus instrumentos. Além de saxofones e flauta transversal, toca vários instrumentos étnicos (ou worldwinds) com muita habilidade. Com uma formação musical bastante sólida na escola clássica e também na popular, se destaca pelo domínio que tem das diversas linguagens musicais que se propõe a tocar. Seja no jazz, no clássico, tocando um saxofone ou um duduk, parece que nasceu fazendo aquilo! Não é por menos que Eustache é reconhecido mundialmente! Participou da gravação de trilhas sonoras importantes do cinema: Munique, Diamante de Sangue, Hulk, Piratas do Caribe III, Ocean of Fire, sob a direção de John Williams, Steven Spielberg, Hans Zimmer e outros. No filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, é o principal solista da trilha sonora, que foi indicada ao Oscar.

Trey Eley C

omeçou a sua história na música aos 3 anos de idade estudando piano. Aos 9 conheceu a flauta transversal e apaixonou-se completamente por esse instrumento. É um defensor inveterado da flauta. Decidiu que seria músico ainda na infância e tem trabalhado duro para isso. A base da sua excelente formação musical foi construída na escola, participando de bandas e coros. Aos 16 anos começou a tocar na Ark of Safety Christian Church, congregação onde atua até hoje. Conquistou o segundo lugar em um concurso de jovens solistas (Prince George’s County Solo & Ensemble Festival and the Maryland State Solo & Ensemble Festival), tocando a peça O Voo do Besouro, de Nikolai Rimsky-Korsakov. Os juízes disseram que ele teria ficado com o primeiro lugar se o pianista que tocou com ele

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WWW.PEDROFLUTE.COM

Sua curiosidade por novas sonoridades fez com que ele fosse o único latino-americano a estudar com Ravi Shankar, um dos grandes mestres da world music. Integrou várias orquestras, dentre elas a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, La Sinfonietta Caracas e a Orquestra Sinfônica da Venezuela. Também atuou como solista da Filarmônica da Califórnia, Orquestra da Academia Santa Cecilia de Roma, Sinfônica de Londres, Sinfônica de Praga, entre outras. Pedro Eustache toca há mais de dez anos com Yanny, com quem excursionou por todo o mundo. É dono de uma coleção de cerca de 500 instrumentos de sopro de todos os cantos do planeta, o que faz dele um músico extremamente preparado para qualquer situação. Eustache é um dos instrumentistas mais ativos hoje e primeiro

WWW.TREYELEY.COM fosse um pouco melhor. Trocou de pianista e, no ano seguinte, venceu o mesmo concurso! Assim que terminou o colegial, Eley deixou a música para estudar Ciências da Computação na Universidade de Maryland. Terminando a faculdade, voltou a se dedicar exclusivamente à música e desde então tem tocado com músicos como Eric Byrd (Eric Byrd Trio), Anthony Walker, Stephen Hurd e vários outros. Trey Eley estuda até hoje com o saxofonista Paul Carr e continua sua jornada musical com muito bom gosto e ousadia. Vale a pena conhecer o trabalho deste jovem flautista, apaixonado por seu instrumento e pela música que faz.

nome da lista dos grandes produtores musicais no mundo inteiro. Apesar de ter perdido sua filha há alguns anos, vítima de câncer no cérebro, Eustache não se intimida, agradece publicamente a Deus e dedica sua arte ao Criador, que valida sua existência com um forte propósito e significado.



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George Israel

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Ver sa ti “ li N da de incansável O saxofonista e instrumentista do Kid Abelha, George Israel, faz um apanhado de toda a sua carreira, conta suas influências, técnica e traça um compêndio de seu trabalho Por Rogério Nogueira e Débora de Aquino | Fotos Divulgação

unca havia falado tanto sobre saxofone em uma entrevista.” Foi isso que George Israel confessou após mais de uma hora de conversa com a Sax & Metais. Teve espaço para tudo: desde seu começo de carreira à frente do Kid Abelha, um dos mais importantes grupos de pop/rock do Brasil, passando pelo seu trabalho-solo e os diversos projetos que encabeça até hoje. Israel, muito mais do que um simples músico pop, é um instrumentista de gosto versátil. Do jazz ao reggae, passando pelo rock, blues e black music, fica clara a importância de seu papel na cena musical, não só dos anos 80, mas até os dias atuais. São quase três décadas compondo, arranjando, gravando e, o mais importante, tocando. Confira a seguir entrevista exclusiva em que Israel fala sobre tudo. Principalmente de saxofone.

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ca p a » Sax&Metais – Como foi o processo de criação de seu último disco-solo, Distorções do Meu Jardim? George Israel O Kid Abelha deu uma parada no começo de 2007, comecei a pegar canções que já havia feito e gravei tudo em voz e violão, escolhendo o repertório. Ao mesmo tempo, no final da última turnê do Kid Abelha, comecei a articular com alguns parceiros, escrevendo mais. Quando fiz esse demo, tinha umas três músicas em parceria com o Leone. Fazia uns 15 anos que não trabalhávamos juntos. Em uma dessas músicas, Noite Perfeita, que abre o disco, achamos que poderíamos gravar com bateria e baixo – uma banda mesmo. Liguei para o João Barone (baterista do Paralamas do Sucesso), o Leone tirou seu baixo do armário e fomos gravar. Começamos o disco assim. Nem havia essa intenção, a princípio, mas acabei gravando o álbum inteiro. Apesar de já ser meu segundo álbum-solo, ainda há aquele sentimento de mostrar o que tenho. Precisava ‘esvaziar a gaveta’ (risos). O compositor, quando não grava suas músicas, fica um pouco desestimulado. Também há um sentimento muito pessoal, por se tratar de um disco meu. Aproveitei para pensar no que eu realmente gostaria de dizer, de passar. Também quis gravar com pessoas com quem nunca tive a oportunidade, como o Marcelo Camelo (ex-Los Hermanos). » De onde surgiu a ideia do título do álbum? GI Eu tinha uma ideia de, já no primeiro disco, intitulá-lo de Meu Jardim. Tem um significado metafórico, de coisas que plantamos, da relação da pessoa que cria com aquela que ouve. Você começa mostrando as músicas para os amigos, a família, depois vem o produtor, os músicos, aí o álbum sai e vai para todos os fãs. É um crescimento mesmo. O artista vive dessas sementes de criatividade que crescem até chegar ao público. Entretanto, achei que estava poético demais e acabei colocando ‘distorções’ para quebrar um pouco isso, já que havia uma banda tocando comigo – com bateria e guitarra. Acabou combinando. » Como você define esse trabalho? GI Um trabalho de compositor mesmo. No meu caso, um desenvolvimento das possibi-

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lidades que tenho como músico. Eu canto e toco outros instrumentos. O principal é o fato de cantar todas as músicas. Sempre tive uma perspectiva de compositor e de dar as músicas para outros cantarem. Quando você passa uma música para alguém cantar, acaba pensando: “Que música bonita” ou “Ficou legal esta música”. Quando você vai cantar, precisa ser algo além disso. Precisa ser visceral mesmo, ter vontade de cantar a música. Musicalmente, não houve uma quebra muito grande do que costumo fazer com o Kid Abelha. Na banda, também produzo, participo bastante do processo de arranjos e gravação. Então, são as músicas que comandam no disco. O repertório é que manda. » Quais são os músicos que o acompanharam no disco? GI Teve o João Barone, que já citei, além do Leone, que também gravou uma, e o baterista Kadu Menezes, que acompanhou o Kid Abelha por muito tempo. O Nilo Romero produziu e tocou baixo. O grupo Os Britos e o guitarrista Billy Brandão também participaram. Teve o pessoal de Os Roncadores, que é um naipe de metais apenas com saxofonistas, do qual eu também faço parte, além de outros. » Como surgiu o grupo Os Roncadores? GI Possuo um estúdio e, durante as segundas-feiras, convidava alguns músicos para fazermos jams, improvisando e compondo. Um que sempre aparecia era o Gustavo Contreras, meu professor de sax. Começamos a compor algumas músicas bem voltadas aos temas de sax e ficamos, Gustavo e eu, apenas tocando sax. A partir daí, fomos chamando mais saxofonistas para participar. Em um desses dias, apareceu meu primo, Rodrigo Chá. Os arranjos estavam ficando muito legais, usando menos instrumentos harmônicos e aproveitando o saxofone para harmonizar. Depois, fizemos um som com os três saxofones, Gustavo, Rodrigo e eu, e uma percussão apenas. O formato ficou bem interessante, valorizando bastante o timbre dos saxofones, pois não havia nenhum outro instrumento. Ficamos empolgados e começamos a compor e fazer arranjos. Nós três temos boa noção para fazer os arranjos

e fazíamos tocando mesmo. Acho que só uma música foi feita com arranjo escrito. Fomos revezando, uma hora um fazia a melodia e os outros, a harmonia; depois revezávamos, e os três faziam apenas as harmonias. Enfim, ficou muito legal. Virou uma banda performática, entramos no palco de terno e óculos escuros. Agora estamos pensando em gravar um disco. Creio que posso definir o som da banda como um ‘hot jazz’ brasileiro. Israel em show com sua banda-solo: mais liberdade para improvisar e explorar novas sonoridades


» Voltando ao Distorções do Meu Jardim, quais as diferenças desse álbum para o Quatro Letras, lançado em 2004? GI O primeiro disco tem uma onda um pouco mais referenciada nos anos 70, quando comecei a ouvir música. Um lado mais psicodélico, progressivo. Usei citar, mais cordas, algo mais lisérgico. O Distorções do Meu Jardim possui músicas com formatos mais simples. Tive mais

tempo para trabalhar nele, então montei uma banda mesmo. » Existem planos para gravar outro álbum com o Kid Abelha? GI Estamos parados no momento, deixando as coisas correrem. Essa pausa não foi apenas férias, nós compomos, gravamos discos, cada um desenvolvendo seu próprio trabalho. Estamos esperando esse momento passar naturalmente para voltar.

“Sempre fui muito fã de Stan Getz, Chat Baker, uma coisa mais ‘cool’”

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ca p a

C A PA

» Que solo de sax do Kid Abelha ficou mais famoso? GI Pintura Íntima possui um solo que ficou muito marcado por ser a primeira música nossa a fazer sucesso. Quer dizer, não chega a ser um solo, são algumas frases. Enfim, acabou ficando bem conhecida, até porque foi tocada exaustivamente. Ela transformou-se em uma espécie de (I Can’t Get No) Satisfaction – música do Rolling Stones – nossa, sempre tem de tocar. A música ficou com a cara do Kid Abelha, com a participação do saxofone em uma banda, algo que marcou muito. A maioria do que faço não é exatamente solo, mas

algo como riffs ou temas, que acabaram ficando bem conhecidos também. Sempre fui mais de fazer riffs, temas e melodias, nunca fui muito de solos, até por esse meu lado mais compositor.

Com Herbert Vianna, do Paralamas do Sucesso: parceria de longa data

» Como você começou? GI Logo que comecei, fui direto tocar em bandas. Na época, tocava violão. Passei seis meses fora do Brasil, na Europa, e não levei o instrumento. Um dia, entrei em um ensaio de uma banda e tinha um cara que fazia a segunda guitarra e tinha também um saxofone que ele tocava em algumas músicas. Fiquei observando, fascinado com

11 solos de sax selecionados e indicados por George Israel SEVERINO ARAÚJO Espinha de Bacalhau “Os choros são os mais agradáveis. Estudo técnico para saxofone, pois além de serem uma expressão brasileira, são ótimos de tocar, mesmo sem acompanhamento. K-Ximbinho e Pixinguinha são essenciais saxofonistas e compositores.” OS PARALAMAS DO SUCESSO Ska “Tive o prazer de tocar

nos discos/DVD ao vivo que o grupo lançou, mas o original foi gravado em estúdio pelo mestre Leo Gandelman. Pressão total, ótima para shows, levanta até defunto.”

DIRE STRAITS Your Latest Trick (com Michael Brecker)

“O solo que fez muita gente começar a aprender saxofone nos anos 80. É, provavelmente, a introdução mais marcante da época.”

ROLLING STONES Waiting On A Friend (com Sonny Rollins)

“Usando todo suingue e criatividade, é um solo arrepiante sem ser virtuosístico, tocado por uma das últimas lendas vivas do jazz. Sabe tudo!”

SADE Smooth Operator “Excelente clima no tenor.” PINK FLOYD Money (com Dick Perry) “O som do sax rouco no som do Pink Floyd deu muito certo em algumas músicas, principalmente em Money. ‘Viagem’ total.”

GERRY RAFFERTY Baker Street (com Rafael Ravenscroft) “O solo mais sampleado.”

RITCHIE Pelo Interfone e Menina Veneno “Gravadas pelo Zé Luis

Signorelli, têm um sentido pop totalmente assoviável, do começo ao fim. Como dizia o Lobão: ‘cantabile’. Gravei no DVD Geração 80 e fiquei muito feliz, pois sempre curti muito.”

ROLLING STONES Brown Sugar (com Bob Kiss) “Referência de

solo rock’n’roll, bem sujo e com muito feeling. Adoro! No Brasil, o Manito, que tocou com a Rita Lee, manda muito nessa praia, assim como o Beto Asaroldi, que toca com o Erasmo Carlos.”

PHIL COLLINS I Cannot Believe It’s True “Ele usou muito bem o naipe e o sax nessa música. São deliciosos e ‘funkeados’ na medida certa.”

MEN AT WORK Who Can It Be “Mestre nos riffs e frases simples e

bem marcantes. Possui um paralelo no modo como coloco o sax nas músicas do Kid Abelha.”

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SAX & METAIS

o instrumento. Acabei tocando com eles e me disseram para aprender tocar o saxofone também. Fiz aulas por um mês, com um sax alugado pelo meu professor. Tocava dentro das cabines telefônicas, para não ser expulso da pensão onde morava. A primeira música que ele me passou foi Confirmation, do Charlie Parker, que é supercomplicada. Achei legal, mas não era muito a minha praia. Quando voltei da Europa, parei em Nova York, já fissurado em comprar o instrumento. Quando fui comprar o saxofone, entrei na loja, que era de quatro andares, e estava na seção de violões. Os saxofones ficavam na parte de cima e comecei a ouvir da escada uma pessoa tocando muito saxofone, de maneira maravilhosa. Fiquei abismado com a técnica dela. Subi correndo e vi que era o Sonny Rollins experimentando um tenor. Sentei e fiquei umas duas horas ouvindo-o. Na sequência comprei o meu, um Busher 1926, que tenho guardado até hoje. A partir daí já ia aos ensaios das bandas com o saxofone. » Qual é a sua avaliação sobre o Kid Abelha? GI Quando o Kid Abelha começou, eu já tinha o sax há um ano. Já tinha um lado de compositor meu mais aflorado. Resolvemos então montar uma banda autoral e acredito que tenha dado certo por ter sido algo muito original. É uma banda pop de preferência


Kid Abelha: o sucesso do grupo proporcionou aparições em programas de televisão e shows de auditório

musical muito mais do que comercial, não foi um grupo montado por algum produtor, algo feito para dar certo. Nem tínhamos essa intenção, era mais pelo prazer de fazer um som mesmo. Acabou aparecendo a oportunidade para gravarmos Pintura Íntima, em um estúdio de uma agência de publicidade, fomos fazendo mais shows e a coisa foi tomando seu próprio rumo, naturalmente. O engraçado é que comecei a estudar mais saxofone há cerca de quatro anos apenas, por causa do Os Roncadores. » Quais foram as suas influências? GI Desde novo frequentava a casa de uns primos meus, uns quatro anos mais velhos, que tinham uma grande coleção de discos, com alguma coisa de bossa nova e principalmente de jazz. Escutei jazz desde muito novo e sempre tive essa conexão com os instrumentos de sopro por conta disso. Sempre fui muito de fã de Stan Getz, Chat Baker, uma coisa mais ‘cool’, e também dos discos do João Gilberto com o próprio Stan Getz e dessa mistura da bossa nova, música brasileira, com o jazz. Assisti a muitos shows de artistas como Benny Carter e Phil Woods, e também de outros como o Vitor Assis Brasil, um dos artistas brasileiros de que mais gosto, assim como o Paulo Moura. Frequentava muito ambientes de free jazz. Outro de que gosto muito é o Sonny Rollins, protagonista daquela história que

contei. Ele tem um lance rítmico muito legal, algo mais caribenho, que não é só fraseado. Posso citar o John Coltrane também. Um estilo bacana para se estudar sax é o chorinho, que poucos comentam também. Um lado que não é muito considerado pelos músicos em geral, mas que eu adoro, é o lance mais black, como Motown e James Brown, do tipo de naipe de metais que vem desse gênero, de nomes como King Curtis e Maceo Parker. Essa é a minha praia. » Como foi essa junção do pop/rock com o saxofone que vocês realizaram no início de carreira? Como você vê as bandas atuais que foram influenciadas por vocês e que também possuem metais em sua formação? GI Acho que nos anos 80, quando a gente começou, não existiam bandas de rock com

“Nunca fui muito de solos, até por esse meu lado mais compositor”

5 melhores álbuns, por George Israel NOVOS BAIANOS Acabou Chorare OS MUTANTES Technicolor BEATLES Help! ROLLING STONES Tattoo You FRANK SINATRA & TOM JOBIM Sinatra & Jobim JORGE BEN Jorge Ben

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C A PA

ca p a sax em sua formação. Eu mesmo, quando vi nesse grupo da Alemanha sobre o qual contei a história, fiquei encantado com aquela possibilidade, de levar um som com o saxofone, pois era sempre guitarra. Acho até engraçado, porque os primeiros solistas de onde veio o rock ‘n’ roll, que é o swing, eram saxofonistas. No começo do rock ‘n’ roll os solos eram de sax. Simultaneamente apareceram músicos como o Chuck Berry e a guitarra começou a dominar o estilo. Os solos dos anos 60 e 70 no gênero são todos de guitarra. Talvez o Kid Abelha tenha sido o primeiro grupo no Brasil a usar o sax como parte da banda. Quem usava o saxofone nos anos 70 no Brasil era a Rita Lee, com o músico Manito, um excelente saxofonista. Só que ele tocava apenas solos. Eu tocava de outro jeito, fazia parte do arranjo. Isso chamava a atenção, diferenciava um pouco. Tinha o lance da Paula Toller cantando e a presença de um sax. Isso deu uma cara bem distinta à banda. Mas nos anos 80, no exterior, começou a aparecer sax nas formações de pop/rock. No Brasil, quem usou na mesma época foi o Ritchie, com alguns solos clássicos, como em Menina Veneno e Pelo Interfone. Tive a sorte de participar do DVD Geração 80 e foi uma delícia gravar esses solos feitos pelo Zé Luis. No fim dos anos 70, tinha o Oberdan Magalhães, que era da banda do Gilberto Gil e gravou uns solos de sax muito legais. O Lulu Santos talvez tenha sido quem usou o sax de maneira mais próxima da gente. Depois disso, acho que o saxofone durou um tempinho e sumiu desse tipo de formação. Nós mesmos acabamos utilizando menos, pois estava ficando

Naipe de metais: constantemente solicitado para tocar saxofone em outros grupos

um pouco enjoativo. As pessoas descobrem algo, usam bastante, depois viram a página e exploram outras coisas. Foi por isso que comecei a usar o sax de outras formas: como naipes, dobrar, e até em algumas músicas utilizo como ‘cama’. As pessoas nem percebem que há sax naquelas faixas. Usávamos o sax no lugar do teclado para fazer a ‘cama’. O Paralamas do Sucesso começou a usar naipe de metais mais tarde. Inclusive, acabei gravando as primeiras músicas deles com esse formato. Outra que colocou naipe de metais e na qual também tive participação foi o Barão Vermelho. Eu tocava com o pessoal da banda em outra formação, chamada Midnight Blues. No Kid Abelha havia um trompetista norte-americano chamado Don Harris e ele era um instrumentista completo. Sugerimos ao pessoal do Midnight Blues – músicos do Barão Vermelho – que saíssemos

5 melhores álbuns de Jazz, por George Israel VICTOR ASSIS BRASIL

Victor Assis Brasil Quinteto

STAN GETZ & JOÃO GILBERTO

Getz/Gilberto

J. T. MEIRELLES O Novo Som

GROVER WASHINGTON JR.

Winelight

SONNY ROLLINS & THELONIOUS MONK Sonny Rollins & Thelonious Monk

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do blues para algo mais soul e black music. Começamos a utilizar um naipe de metais e o resultado foi sensacional. Como o pessoal do Barão Vermelho já estava entrosado com essa galera dos metais, acabou fazendo um naipe também para o próprio Barão. » E nos anos 90, como foi? GI Essa década teve mais naipes de metais. O Skank é uma banda que utiliza. O Los Hermanos retomou isso de uma forma bem criativa e autoral. Eles realmente trouxeram o naipe em uma onda bem diferente. Gostei bastante. Tem uma banda chamada Reggae B, que é do Bi Ribeiro, baixista do Paralamas do Sucesso, de que eu gosto muito e utiliza o naipe de metais de uma forma bem legal. Sempre que posso, toco com eles também. É outra forma de fazer arranjos para naipe, menos funk e mais parecida com o que eu faço, com os temas e tudo mais. » Como você vê as características do George Israel no Kid Abelha e em trabalhosolo? Muda a forma de tocar? GI Em shows, muda; mas em discos, não. Nos álbuns, nunca houve nenhum tipo de limitação por parte do Kid Abelha. Nos shows-solo, acabo improvisando muito mais. Na banda, talvez tenha um ou dois solos mais improvisados, o resto é bem mais marcado. Mas nos meus shows-solo acentuo muito mais o improviso e as pessoas gostam e acabam me vendo mais como saxofonista. Esse lance de solar mais, uma coisa livre, como jams.



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POR DÉBORA DE AQUINO

ANÁLISES

1

ORQUESTRA DE SOPROS DA PRO ARTE

THE BEST OF ERNESTO NAZARETH

ARTISTA: ORQUESTRA DE SOPROS DA PRO ARTE SELO: RÁDIO MEC – WWW.SELORADIOMEC.COM.BR DISTRIBUIDORA: ROB DIGITAL – WWW.ROBDIGITAL.COM.BR

ARTISTA: DIVERSOS SELO: CHORO MUSIC – WWW.CHOROMUSIC.COM

Tudo começou há 18 anos, quando eles eram Os Flautistas da Pro Arte. O tempo passou e os meninos aprendizes tornaram-se profissionais, sendo este CD o resultado dos anos de trabalho. O grupo é formado por 34 jovens que se revezam entre flauta doce, flauta transversal, clarinete, saxofone e trombone, além de canto, dança ao som de percussão, piano, baixo e violão. O foco do trabalho é social e em parceria com a Petrobras. No repertório estão músicas de Tom Jobim, Moacir Santos, Hermeto Pascoal, Radamés Gnatalli e Baden Powell. Os arranjos são de Zeca Assumpção, Bilinho Teixeira, Ignes Perdigão, Raimundo Nicioli, Caio Senna, Carlos Malta e Jovino Santos Neto. A regência fica por conta de Tina Pereira.

Este é mais um lançamento da Choro Music, que já editou diversos songbooks com os principais temas de choro. O de Ernesto Nazareth já existe em dois volumes e, agora, é a vez de um trabalho apenas fonográfico, o CD The Best of Ernesto Nazareth. O álbum apresenta 16 choros de autoria de Nazareth, um dos maiores compositores do gênero, tais como Bambino, Apanhei-te Cavaquinho, Brejeiro, Zinha e Odeon. O ‘time’ de músicos também é de primeira. Só para citar os de sopro: Toninho Carrasqueira (flauta), Proveta (clarinete), Daniela Spielmann (sax soprano e tenor), Luca Raele (clarinete), Daniel Allain (flauta) e Daniel Dalarossa (flauta). Em breve este trabalho será lançado também no exterior e é uma ótima oportunidade para quem quer conhecer a obra desse grande mestre.

The Dave Brubeck Quartet TIME OUT “Este é um álbum do quarteto do pianista Dave Brubeck, que tem o saxofonista Paul Desmond como solista e foi lançado em 1959. A principal característica desse trabalho são as composições com fórmulas de compasso pouco comuns, como o 5/4, da famosa Take Five, e o 9/8 do Blue Rondo a La Turk.”

Miles Davis KIND OF BLUE “Considerado o melhor álbum de jazz de todos os tempos. Neste disco, também de 1959, o trompetista Miles Davis começou a explorar combinações harmônicas mais livres do que a harmonia tonal tradicional, e seus improvisos são mais baseados sobre os acordes do que sobre as melodias dos temas.”

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SAX & METAIS

2

AC JAZZ

SONGBOOKS

ARTISTA: AC DISTRIBUIDORA: TRATORE – WWW.TRATORE.COM.BR

TÍTULO1: FREVOS CANÇÃO, FREVOS DE BLOCO, GÊNEROS DIVERSOS AUTOR1: JOSÉ MENEZES E PARCEIROS TÍTULO2: FREVOS DE RUA AUTOR2: JOSÉ MENEZES EDITORA: COMPANHIA EDITORA DE PERNAMBUCO

AC Jazz é o novo disco do saxofonista carioca Afonso Celso. Para este trabalho, AC conta com os músicos Fernando Vidal (guitarra), Marco Tomaso (piano elétrico), Bruno Migliari (baixo) e Mac William (bateria). Todas as composições são de AC, com exceção de Hello Mr. Fagen, em parceria com Ana Azevedo; Crazy, de Sealhenri Samuel e Guy Sigsworth; e ainda a conhecida Watermelon Man, de Herbie Hancock. AC Jazz é o nome do grupo que divide o trabalho com AC, mas também deixa claro a dualidade do título, já que o CD tem características de acid jazz, lembrando por vezes soul music, disco e funk. Juntam-se ao quinteto, em duas faixas, o AC Horns, composto por Altair Martins e Nilton Rodrigues, trompetes, Renato Buscaccio, sax alto, Thigo Ferté, sax tenor e Chico Sá, sax barítono.

O instrumentista, arranjador, compositor e maestro José Menezes tem sua carreira dedicada exclusivamente ao frevo. São dele as principais composições do gênero: Freio a Óleo, Boneca e Ingratidão. Esses dois songbooks são resultado de três anos de dedicação do maestro para registrar sua obra de frevos-de-rua, bloco e canção. No livro Frevos de Rua, todas as partituras são apresentadas em forma de melodia e cifra. Já em Frevos Canção, Frevos de Bloco, Gêneros Diversos, o repertório em ordem cronológica é apresentado com arranjos originais, em forma de grade, com formação de orquestra de frevo completa. O objetivo de Menezes é a distribuição gratuita dos livros para orquestras de frevo. Informações: jxmenezes@globo.com

Cannonball Aderley SOMETHIN’ ELSE “Trabalho histórico na carreira do saxofonista alto Julian ‘Cannonball’ Aderley. Além da indiscutível competência de Aderley, o músico reuniu o ‘quarteto fantástico’ da história do jazz: Miles Davis, Hank Jones, Sam Jones e Art Blakey. É um disco de fácil audição para aqueles interessados em conhecer o jazz. Uma boa iniciação.”

John Coltrane A LOVE SUPREME “Para muitos, este disco é considerado o ponto alto na carreira de Coltrane. Referência para músicos dos mais diversos gêneros, do saxofonista de jazz Joshua Redman ao rockstar Bono Vox, do U2. Mais um álbum listado entre os grandes do jazz. A Love Supreme, uma obra mística, quase uma oração.”


CLÁSSICOS DO CHORO BRASILEIRO [Você é o solista!]

O songbook acompanha encarte de partituras (para flauta, clarineta, sax soprano, alto e tenor e bandolim) + CD com choros executados de 2 maneiras: por solistas e só com acompanhamento para você ser o solista!

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BONUS!

Level of difficulty: intermediate

Complete music scores for flutee or mandolin (C), Bb), and alto sax (Eb) clarinet or soprano/tenor sax (Bb), Com encarte de partituras para flauta, clarinete, sax alto/soprano/tenor e bandolim

BÔNUS!

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contém faixas play-along em formato partituras em formato PDF para flauta, bandolim,MP3, bem como sax e clarinete.

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“O material da Choro Music fará toda a diferença” Izaias do Bandolim

"Os álbuns da Choro Music săo presentes brasileiros que caíram do céu. Săo essenciais para qualquer músico que queira conhecer o Choro, pois nos levam diretamente a sua essência." Paula Robison, Boston, EUA.

www.ChoroMusic.com.br


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& Metais recomenda

Confira sugestões de instrumentos e acessórios que estão chegando às lojas e prometem fazer sucesso entre os músicos

VITRINE

Sax soprano curvo TJS 6433-1 L

Afinador TU-12BW O TU-12BW é destinado a sopros e metais, como saxofones, flautas, clarinetes e trompetes, entre outros. Conta com indicadores em LED e agulha, função ACCU-PITCH, que emite um sinal sonoro ao atingir a afinação correta, e tom de referência. INFORMAÇÕES:

www.bossbrasil.com.br

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www.weril.com.br

O sax da Shelter possui afinação Bb, apoio de polegar regulável, chave do Bb grave articulável, chave de F# agudo e acabamento laqueado dourado. Acompanha estojo e boquilha. INFORMAÇÕES:

www.habro.com.br

Saxofone modelo CSS 42 B Esse lançamento da Condor possui chave de Fá # agudo, dois (reto/curvo) todéis removíveis, braçadeira de boquilha metálica, proteção de boquilha metálica, boquilha em ebonite e correia. Acompanha estojo superluxo revestido em couro sintético e desumidificador. INFORMAÇÕES:

www.condortech.com.br

Tripé S4 Rocket O S4 Rocket serve para clarinete, sax soprano, trompete e flauta. Portátil, possui um cone emborrachado que evita danos ao apoiar o instrumento. Acompanha uma bolsinha para facilitar o transporte e uma ponteira especial para apoiar sax soprano. INFORMAÇÕES:

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Informações cedidas pelas empresas. A revista Sax & Metais não se responsabiliza por qualquer alteração nos produtos apresentados pelos fabricantes e/ou distribuidores.

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SAX & METAIS



análises AFINAÇÃO

POR RODRIGO BENTO

IMPECÁVEL E MAIOR DURABILIDADE

PALHETAS RICO RESERVE SAX SOPRANO ANÁLISES

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ara começar a falar das palhetas Rico Reserve, vamos entender um pouco como elas são fabricadas. Essas palhetas são feitas a partir dos nós intermediários da parte inferior da cana, onde a densidade é maior. Somente 5% das palhetas passam pelas normas de qualidade para se tornar a Reserve. Possuem corte francês, feito por lâminas de diamante, que não perdem o fio após sucessivos cortes. As palhetas ainda vêm protegidas em sua caixa por um sistema de controle de umidade que as mantém em boas condições desde a fábrica até o consumidor final, ajudando a não ‘ondular’ a ponta das palhetas após o uso, de um dia para o outro, por exemplo.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES Assim que recebi uma caixa de palhetas Rico Reserve 3.0 para sax soprano, percebi como

PALHETAS RICO RESERVE SAX SOPRANO Importador: Musical Express Fabricante: D’Addario Prós: Afinação, equilíbrio e durabilidade. Contras: Não tem. Preço médio: R$ 80,00 Garantia: Troca por defeito. Emissão......................... Afinação ....................... Sonoridade.................... Projeção........................ Custo-benefício............... Utilização recomendada ❏ Estudo ❏ Apresentações ao vivo ❏ Gravação em estúdio

são idênticas as características entre elas e as de sax alto, que já havia experimentado. Além disso, notei que, na mesma caixa, a semelhança entre as palhetas também é muito grande. Geralmente uso numeração 2.5, porém, essa Rico Reserve 3.0, mesmo sendo mais pesada, é bastante confortável, possui muito corpo de sonoridade e mantém perfeitamente a afinação em um instrumento já conhecido, por ser difícil nesse aspecto. Procurei tocar em todas as cinco palhetas para poder fazer uma análise segura. Coloquei-as em um copo com água por cerca de cinco minutos e fui tocando um pouco com cada uma. Utilizei sempre exemplos musicais idênticos, exigindo um pouco mais nos saltos longos de intervalos e variação de dinâmica. Senti um pouco o peso da numeração, porém, nada que pudesse dificultar a execução.

O TESTE Fiz o teste com um afinador de campana e o resultado foi muito bom. Variações mínimas no ponteiro, dentro da normalidade. O timbre também é muito bom. Já conhecia as Rico Reserve para sax alto e as de soprano seguiram na mesma linha. Som claro, sem interferências ou sobra de ar em todas as cinco palhetas. Soam bem para popular ou erudito. Testei com uma boquilha Morgan (mais fechada) e com a boquilha que sempre uso para popular, uma Norberto modelo Dave Liebman, bem aberta. Nos dois casos, a afinação se manteve boa.

Utilizei alguns playbacks e toquei em uníssono, obtendo um ótimo resultado. Continuei os testes nos dias seguintes e notei que a durabilidade também é uma característica interessante, além de perceber que o sistema de controle de umidade funciona como descrito na embalagem. As pontas das palhetas não ‘ondularam’ e ficaram prontas para o próximo uso. Gravei, com o soprano, um arranjo com trompete com surdina e flugelhorn, e a afinação estava impecável, além da qualidade do timbre.

CONCLUSÃO Trata-se de uma palheta muito equilibrada e de boa durabilidade, além de ótimos timbre e afinação, com uma embalagem e sistema de conservação perfeitos.

Tire suas dúvidas com o importador: info@musical-express.com.br. Quer falar com o autor desta matéria? Rodrigo Bento, saxofonista. Contato: bentosax@hotmail.com.

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SAX & METAIS


POR DÉBORA DE AQUINO

A

SONORIDADE DOS CLUBES DE JAZZ

BOQUILHA VANDOREN T27 F

alar de boquilhas é realmente um assunto delicado. Como chegar a um ideal? Usar o mesmo conjunto boquilha/ palheta do meu instrumentista preferido vai me fazer tirar um som igual? É provável que encontremos diversas respostas para essas perguntas, então saiba ler e entender essa análise da boquilha Vandoren T27 e tire daqui o melhor proveito para a sua música. Tive a sorte de poder ter como meu primeiro sax tenor o modelo 23 da Yamaha. Para mim, que já tocava o alto e o soprano, a adaptação foi bem simples. Por recomendação do meu professor à época, utilizei por alguns meses a boquilha original do instrumento, uma Yamaha 4C. Porém, logo quis uma sonoridade diferente, que ‘falasse’ mais. Optei por uma de metal, que não cabe aqui citar qual, e encontrei o som que queria. Durante vários anos nem pensei em mudar a sonoridade, nem mesmo experimentei outras boquilhas. Que felicidade a minha, não?

PRIMEIRAS IMPRESSÕES O tempo foi passando e finalmente consegui trocar meu Yamaha 23 pelo 62. Aí começou a dor de cabeça. A boquilha que até então me fazia muito satisfeita começou a não mais fazer minha cabeça. Apesar de ter em mãos um instrumento teoricamente melhor, não conseguia en-

contrar o timbre ideal, até que esta boquilha Vandoren T27 caiu em minhas mãos. A princípio, não achei que fosse gostar de uma boquilha aparentemente tão fechada, mas, para a minha surpresa, cheguei bem próximo da sonoridade que estava em minha cabeça.

ABERTURA E CARACTERÍSTICAS SONORAS A Vandoren T27 é uma boquilha de abertura meio fechada, por isso peguei uma palheta mais dura, uma número 3, para tentar encontrar um timbre interessante e, dependendo da palheta, até mesmo a 3 ½. Pelas características sonoras dessa boquilha, percebi claramente que foi pensada para execução de jazz. A T27 possui um equilíbrio fantástico em toda a extensão do saxofone, dos graves aos agudos. Os graves são de fácil emissão, até mesmo com a palheta mais dura, e os agudos são equilibrados e claros. Quando comecei a utilizar essa boquilha, senti dificuldade em tocar os harmônicos agudos, claro, por ser uma boquilha fechada e estar usando, a princípio, uma palheta 2 ½. A emissão ficou difícil, mas assim que decidi experimentar a palheta mais dura, esse problema foi resolvido. Apesar de a T27 não ser a boquilha ideal para a projeção de harmônicos, é realmente comportada quanto às características

sonoras. Possui um som ‘escuro’ e bem definido. É um som puro, sem outras grandes qualidades.

CONCLUSÃO Por ser uma boquilha de abertura meio fechada, a T27 é ideal para iniciantes que desejam começar bem. Fácil emissão, muito afinada e de excelente resposta e equilíbrio em toda a extensão do saxofone. Para músicos mais experientes, que desejam obter uma sonoridade mais intimista e agradável, típica dos ‘clubes de jazz’, também é uma boa opção. Agora, se você quer força e volume em seu timbre, não será com essa boquilha que irá encontrar essas características.

BOQUILHA VANDOREN T27 Importador: Musical Izzo Fabricante: Vandoren Prós: Timbre, sonoridade e afinação. Contras: Não tem. Preço médio: R$ 1.300,00 Garantia: 3 meses. Emissão......................... Afinação........................ Sonoridade.................... Projeção......................... Custo-benefício............... Utilização recomendada ❏ Estudo ❏ Apresentações ao vivo ❏ Gravação em estúdio

Tire suas dúvidas com o importador: sac@musicalizzo.com.br. Quer falar com o autor desta matéria? Débora de Aquino, saxofonista e flautista. Contato: editoriatecnica@saxemetais.com.br. SAX & METAIS

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WORKSHOP

workshop

SAXOFONE

POR MANU FALLEIROS

Timbre mais encorpado: dominando os

harmônicos do sax II C omo foi dito na primeira parte deste workshop (Sax & Metais ed. 20), o saxofone é um instrumento em constante evolução em sua técnica. Segundo Daniel Kientz, o conceito de sonoridade, herdado das escolas mais conservadoras, é limitante e medíocre se comparado com as enormes possibilidades de timbre que o saxofone pode proporcionar. Dando continuidade a esse assunto, apresento mais alguns exercícios e conceitos, algo incomum em métodos de sax, e que geralmente geram confusão nos alunos. Se você quer ter um timbre vibrante e encorpado e uma sonoridade rica e plena, pratique os exercícios a seguir. Praticar os harmônicos é fundamental, não só

para o timbre, mas também para o equilíbrio da sonoridade, o controle das passagens e o ajuste da afinação.

4 Controle dos harmônicos, flexibilidade O exercício a seguir já é mais difícil de executar. Como o saxofone pode ser considerado um instrumento híbrido, com qualidade do naipe das madeiras e dos metais, devemos também fazer exercícios típicos dos metais, como o de passar com total controle de um harmônico para o outro, chamado flexibilidade. Depois de fazer esse exercício, você notará que os saltos melódicos amplos e os de oitavas ficarão muito mais fáceis de executar.

Exercíco 5 5 Exercício

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5 Fundir O próximo exercício serve para ampliar o colorido sonoro e ajuda no reconhecimento da afinação. Deve ser feito da seguinte maneira: tocar a primeira nota Sol, pressionar com o dedo a chave e mudar bem lentamente para meio tom acima, Lá bemol, sem, no entanto, mudar o som da nota. Ou seja, fazer a digitação de Lá bemol, mas MANTER o som de Sol.

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Continue assim com as outras notas. Independente da digitação, a nota que soa é sempre a primeira que foi tocada. O segredo é prestar atenção na sua garganta e no fluxo de ar, deixando a embocadura relaxada. Quem tem uma embocadura tensa, que ‘prensa’ a boquilha e a palheta, quase nunca tem sucesso neste exercício. Você vai notar que depois de conseguir fazê-lo com perfeição, o seu timbre ficará muito mais encorpado e equilibrado entre as regiões graves e agudas, além de parecer que o sax ficou ‘desentupido’.


Exercício 6 Exercício 6

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6 Arpejos Praticar os seguintes arpejos com as posições harmônicas. Note que você deve mudar sutilmente a posição da garganta para obter a EXERCICIO Exercício 7 7

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Procure manter sua atenção na nota, esforce-se para obter uma nota limpa e firme. Depois de estudado com calma e quando dominar esta técnica, vai sentir muito mais segurança nas passagens por intervalos muito largos, como sair do agudo para o grave de uma vez só. Também espera-se obter mais equilíbrio de timbre, encorpando mais os agudos sem que seja preciso assoprar de maneira forte ou grosseira.

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nota. Não toque fazendo força ou com uma sonoridade agressiva, faça em mp (mezzo-piano) e de maneira bem musical. Não se esqueça de articular levemente.

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Espero que todos tenham aproveitado os exercícios e que façam deles parte de sua prática diária. Se você ainda não conseguiu fazer com perfeição, não desista! Os exercícios exigem concentração e paciência. Pratique todo dia que você logo vai dominar os harmônicos e obter um timbre muito mais rico e musical no seu saxofone! Boa sorte!

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autor

Manu Falleiros é saxofonista, mestre em Música pela Unicamp e professor de saxofone da Escola Livre da Unicamp. Contato: manuel.falleiros@gmail.com

SAX & METAIS

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workshop

SAXOFONE

POR GOIO LIMA

Referências WORKSHOP

G

para a formação de estilo

ostaria de dividir com você neste artigo algumas ideias sobre a formação de um estilo próprio ao saxofone. Costumo dizer aos meus alunos que ‘somos’ musicalmente aquilo que ouvimos. A importância das referências, seja na construção do timbre e da sonoridade ou na maneira de apresentar as ideias musicais na exposição de temas e improvisos, é inquestionável. É preciso saber até o tipo de som que buscamos para podermos escolher o equipamento (tipo e abertura de boquilha x tipo e dureza de palheta) que usaremos para esse propósito. Basicamente, podemos dividir o tipo de som do saxofone entre um som mais ‘escuro’ ou mais ‘brilhante’. Cada um tem suas características próprias e depende de um tipo específico de combinação boquilha/palheta. Uma boquilha de massa, de abertura pequena, aliada a uma palheta mais dura, gerará um som escuro, estilo Stan Getz. Já uma de metal, com abertura média, aliada a uma palheta mediana, pode levar a uma sonoridade mais brilhante, mais próxima do tipo de som obtido por Michael Brecker. A opção entre um tipo de som e outro talvez seja o passo inicial na escolha do caminho que prepara seu estilo próprio no futuro. Poucos são aqueles que já iniciam tendo uma noção clara do que querem em termos estilísticos ao saxofone. O mais comum é que tenhamos alguém de nossa predileção, que toca um estilo que nos agrade e que indique, por exemplo, o tipo de equipamento a ser escolhido. Daí em diante, é comum que tentemos copiar algumas frases, o tipo de articulação e certas inflexões e maneirismos desse modelo a quem imitamos. Isso é natural e faz parte de um aprendizado praticado desde tempos imemoriais. O perigo está em não ultrapassar essa fase. Já li em algumas revistas que o próprio Michael Brecker procurou parar de imitar o estilo do John Coltrane para não ser lembrado apenas como mais um de seus seguidores fiéis. De certa forma, foi a partir desse ponto que começou a desenvolver seu estilo pessoal pelo qual será lembrado na história do jazz. Acontece que nós, brasileiros, temos uma escola de educação musical ainda em formação, cuja principal característica é a di-

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SAX & METAIS

ficuldade de encontrar referências históricas que apontem uma linha evolutiva no estilo brasileiro de tocar o saxofone. É normal que conheçamos muito mais da história evolutiva do jazz do que a nossa própria. Alguns nomes como K-Ximbinho, Casé e outros mestres do passado ainda esperam por seu merecido reconhecimento. Não há um só método que trate das diferentes articulações de estilos tão diversos como o frevo, o baião e o choro.

donar nosso patrimônio construído com tantos percalços e talento pelos mestres do passado.

CONSTRUINDO UM ESTILO PRÓPRIO O começo de um estilo passa pela escolha da sonoridade, em primeiro lugar. Mestres como Coltrane e Stan Getz são reconhecíveis em duas ou três notas, tal a força de seu estilo. Cada grande mestre acaba gerando uma legião de seguidores

“O mercado de trabalho hoje pede saxofonistas cada vez mais ecléticos, mas isso pode acabar se tornando outra armadilha que o levará a lugar algum” Diante dessa situação, é mais do que natural que haja mais gente estudando e conhecendo o jazz do que outros estilos brasileiros, o que pode ser uma boa notícia. Há muito a ser pesquisado e escrito, e a internet é uma ferramenta fantástica de acesso a esse material brasileiro. Ideal seria se um jovem iniciante ao saxofone tivesse métodos que o auxiliassem e, conhecendo esses estilos brasileiros e suas linguagens, pudesse praticá-los em playbacks tocados por gente do ramo, sem os anglicismos tradicionais dos primeiros playbacks de bossa nova, que vinham do exterior. Lentamente, essa realidade começa a mudar com o lançamento de playbacks, principalmente de choro. Entretanto, é preciso que os jovens sejam orientados no sentido de buscar essas informações. Não há nada errado em começar seus estudos pelo jazz, muito melhor decodificado e explicado em diferentes tipos de mídia. Mas dar as costas para a riqueza cultural brasileira é aban-

que procuram imitar seu timbre, articulação e frases. A partir daí é que se dá o diferencial entre aqueles que conseguem partir para uma aventura em direção ao seu estilo próprio e aqueles que ficam conhecidos apenas como seguidores de um grande estilista. Acredito que só o fato de termos nos conscientizado dessa questão já é de grande valia para evitar a armadilha de sermos apenas cópia de um original. Por mais incompleto e cheio de falhas que possa ser, um estilo em formação, que procure ‘descolar-se’ de uma escola específica, tem mais chance de soar inovador do que aquele que procura apenas imitar. Em contrapartida, há também aqueles que tentam misturar diferentes elementos de diferentes mestres para formar seu próprio estilo. Essa opção é uma excelente saída. Eu mesmo reconheço em meu estilo um pouco dos ‘heróis’ que tive ao longo de minha (ainda em curso) formação estilística: Coltrane,


Dexter Gordon, Wayne Shorter, Paul Desmond, Stan Getz, Nivaldo Ornelas e Paulo Moura. Todos eles contribuíram com algum detalhe para a minha formação. Mas toda vez que percebi que a imitação estava chegando muito próximo do original, procurei mudar o rumo dos meus estudos e tentei ouvir outros músicos para me ‘desintoxicar’ da overdose de qualquer um deles.

ONDE BUSCAR NOVAS REFERÊNCIAS As novas tecnologias, principalmente a internet, tornaram o acesso às referências muito facilitado. Lembro-me muito bem quando iniciei meus estudos, em que alguns solos míticos eram buscados como preciosidades difíceis de

serem encontradas. Escutei alguns deles durante muito tempo em fita cassete e me espantei quando pude ouvir esses mesmos solos em mídias mais confiáveis. Os acompanhamentos (de cordas, principalmente) soavam mais instigantes e algumas frases passavam a fazer mais sentido. Hoje, isso já não acontece. O acesso tornou-se ilimitado com a troca de arquivos compartilhados, além de sites especializados e institutos que contêm a história de tudo que foi produzido pelos principais músicos, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Acho que todo aspirante a saxofonista deve despertar seu lado pesquisador. É por meio da ‘garimpagem’ de informação musical que podemos formar uma boa discografia em que possam estar grandes solos que nos ajudem a formar o próprio ‘caráter saxofonístico’. Sugiro começar pelos encontros entre grandes saxofonistas norte-americanos e a música brasileira.

Charlie Parker chegou a gravar Tico-tico no Fubá e Cannonball Adderley, muita bossa nova, que a partir dos anos 60 ‘invadiu’ o mercado norte-americano e quase nenhum jazzista ficou imune a ela. Mas acho que podemos selecionar algum desses encontros mais expressivos. O disco Getz/Gilberto tem, além dos dois principais que lhe batizam, ninguém menos que Milton Banana, Tião Neto e Tom Jobim na seção rítmica. Os solos de Getz são memoráveis, principalmente o de Desafinado. Outro momento feliz, mas bem pouco conhecido, é o encontro entre Paul Desmond, Milton Nascimento e Edu Lobo, no álbum From the Hot Afternoons. Repertório e arranjos muito bons, sendo Desmond uma excelente referência devido à sua sonoridade e lirismo.

Diferentemente dos dois saxofonistas associados ao Jazz West Coast, Wayne Shorter, mais ligado ao jazz de vanguarda e às primeiras experiências de world music com seu Weather Report, gravou um disco fantástico com Milton Nascimento: Native Dancer. A gravação de Ponta de Areia é antológica e figura entre os mais felizes, em minha opinião, desses encontros entre a música brasileira e grandes saxofonistas. Há outros desses encontros que não estão citados aqui, mas os relatados já são um bom começo para formar um banco de referências excelente.

ALGUNS SITES Sugiro que pesquise o Instituto Moreira Salles (http://ims.uol.com.br/ims/), que possui um belíssimo arquivo de músicas antigas, podendo fornecer uma ideia de como foi a trajetória da música brasileira desde as primeiras gravações.

Outro site muito bom é o Loronix (http://loronix.blogspot.com/), que possui muitas raridades e fornece as capas originais e ficha técnica dos discos, quando há. Ideal para conhecer as gravações e ir atrás dos originais. Enfim, com a ajuda dos sites de busca e dos programas de troca de arquivos, toda e qualquer informação musical está ao nosso alcance. Com um pouco de paciência e troca de informações, você com certeza conseguirá formar, aos poucos, seu banco de dados com excelentes exemplos que o auxiliem na formação de seu estilo.

FINALIZANDO É bom que você tenha em mente aonde quer chegar como saxofonista, quem são seus modelos e em que ‘praia’ quer atuar. O mercado de

trabalho hoje pede saxofonistas cada vez mais ecléticos, mas isso pode acabar se tornando outra armadilha que o levará a lugar algum. Tenha o ecletismo à mão, mas nunca deixe de ter em mente um estilo mais sólido no qual queira atuar, para não acabar se perdendo e deixando de criar seu próprio estilo. Antes de finalizar, quero deixar para você uma frase que ouvi o Tom Jobim dizer, citando alguém anterior a ele, acredito: “Se você é um músico ruim, faça música brasileira. Se você é um músico bom, faça música brasileira. Se você é um músico excelente, faça música brasileira”. Espero ter conseguido ajudá-lo um pouco com essas reflexões. Até uma próxima vez! autor

Goio Lima é saxofonista, integrante do grupo Havana Brasil, professor da Universidade Federal de São Carlos (SP). Contato: goiolima@terra.com.br

SAX & METAIS

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Por Rubinho Antunes

Princípios da improvisação I C omo o próprio nome diz, a improvisação é o ato de inventar outra melodia tendo como base a harmonia de uma música existente, criando-se uma melodia instantaneamente. Para que essa improvisação seja coerente com a harmonia da música tocada, algumas regras precisam ser seguidas.

Na série que começa nesta edição, serão propostos alguns exercícios melódicos sobre cadências harmônicas que são mais comuns em temas de jazz e música brasileira com linguagem jazzística. Serão trabalhados os arpejos das tétrades dos acordes da cadência conhecida como II V I. (II, segundo grau do tom; V, quinto grau ou dominante do tom proposto; I, tônica ou primeiro grau do tom proposto).

EXERCÍCIO 1

neira clara. Os arpejos são ascendentes, ou seja, começam na tônica e vão até a sétima. O ideal, em todo exercício de improvisação, é entender como é montado o exercício e praticá-lo somente lendo as cifras, sem escrever as notas referentes a cada acorde.

O foco deste exercício é tornar natural a leitura de acordes, principalmente para aqueles que têm pouco contato com leitura de cifras, começando a prática de maneira lenta e aumentando a velocidade gradualmente, mas sempre tocando as notas de maExercício11 Exercício

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EXERCÍCIO 2 Este exercício segue a mesma ideia do anterior, trabalhando leitura de acorde, sendo que aqui o arpejo é descendente, ou seja, começa na sétima e vai até a tônica. Exercício 2 Exercício 2

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EXERCÍCIO 3 Aqui o arpejo volta a ser ascendente, mas vai da tônica direto para a quinta e depois da terça para a sétima. Exercício 3 Exercício 3

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WORKSHOP

w ork s h o p T R O M P E T E


EXERCÍCIO 4 Segue o mesmo padrão do exercício 3, mas o arpejo é ascendente, começando na sétima e indo direto para a terça, depois da quinta para a tônica. Exercício 4 Exercício 4

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EXERCÍCIO 5 Mantém-se o padrão anterior, tocando o arpejo ascendente, indo direto da tônica para a sétima e depois da terça para a quinta. Exercício 5

Exercício 5

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EXERCÍCIO 6 Para finalizar os exercícios desta edição, toca-se o arpejo descendente, indo da sétima para a tônica e seguindo da quinta para a terça. Exercício 6

Exercício 6

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É muito importante que estes exercícios sejam tocados de maneira clara, aumentando a velocidade gradativamente. • Pratique somente lendo as cifras, sem escrever as notas referentes a cada acorde. • Toque em todos os tons. • Pratique um exercício a cada semana, aumentando o ritmo de estudo de acordo com o seu desenvolvimento. Como estamos falando de improvisação, que é uma maneira de criação musical espontânea, é interessante que você crie exercícios baseados nos propostos aqui. Quem se interessar pode enviá-los para mim para que eu dê algumas sugestões pelo e-mail: rubinho_antunes@yahoo.com.br Até a próxima!

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autor

Rubinho Antunes é trompetista, professor no Conservatório de Tatuí. No ano de 2006 lançou seu primeiro CD-solo, De Viterbo. Contato: rubinho_antunes@ yahoo.com.br, www.myspace.com/170320625

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w ork s h o p S A X O F O N E

Por Sérgio Galvão

cromática

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estudo da escala cromática é uma das tarefas mais importantes no aprendizado de qualquer instrumento. Para esta edição, preparei uma série de estudos com utilização dessa escala. Primeiro, vamos entender como ela é formada.

Dó# Ré# ou ou Réb Mib

A ESCALA CROMÁTICA Como sabemos, existem sete notas musicais: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. Essas são as notas ‘básicas’, porém, entre elas existem mais cinco: Dó, Dó #, Ré, Ré #, Mi, Fá, Fá #, Sol, Sol #, Lá, Lá # e Si. Se olharmos um teclado de piano, fica muito simples entender essa afirmação.

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Estes estudos consistem em dividir a Exercíco 11 escala cromática em duas, três e quatro Exercíco Exercíco 1

Exercício 1 A

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partes, articulando as primeiras notas de cada tempo do compasso. Toque tudo ligado e ataque com a língua onde está

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3 3 3

EXERCÍCIO 2 Neste exercício desça a oitava e vá até meio tom abaixo da tônica. Quando

Mi

Sol

Si

entre duas teclas brancas temos dois semitons, com exceção de Mi para Fá e de Si para Dó, onde não existe uma tecla preta. Entre essas notas existe apenas um semitom. Então, uma escala cromática é aquela em que todas as notas estão separadas por um semitom.

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marcado (>). Além de executar uma prática mecânica da escala, você estará exercitando a articulação.

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A distância que separa uma nota da outra é chamada de intervalo. Em nossa música, a distância entre uma nota e outra é de um semitom. Em uma escala cromática, todas as notas estão separadas por um semitom, daí ela ser formada por 12 notas. Observe que sempre

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EXERCÍCIO 1

Fá# Sol# Lá# ou ou ou Solb Láb Sib

>>œ # œ œ bb >>>œœ nn œœ œœ ## >>>œœ œœœ ### œœœ >œœ ## œœ œœ b œ n œ œ # œ

3 3 3

3 3 3

subir, você irá reparar que o ciclo recomeça, agora um tom abaixo da tônica original. Continue fazendo dessa forma,

3 3 3

3 3 3

>>œ bb œœ nn œœ >œœ b œ n œ . .. . 3 3 3

descendo sempre meio tom partindo das novas tônicas e encontrando novos ciclos um tom abaixo.

Exercício 2 Exercício 2

> >œ b œ n œ œ # œ œ # >œ n œ # œ n œ œ b œ >œ # œ n œ > œ # œ b œ œ n œ œ bœ œ #œ nœ #œ œ bœ nœ œ #œ œ bœ nœ œ & œ >

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SAX & METAIS

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WORKSHOP

Estudos de escala


œ œ œ 6 & 68> >œœ œœ bb œœ œ # œ n>œ b#œ>œn nœœ œ œ# œb œ œ œ ## >>œœ n œ>œœ# œœ n œœœ ## œœ bœœ b œ>n >œ œ # œ œ # œ œ bb >œœ œ # œ n œ # œ n œ >>œ b œ œ ##b œœ nn œœ œœ > œ œ œ œ > & 668bb >>>œœ >œœœ œœœ bnnœœœ œœœ ### œœœ nn>>>œœœœœ bb##œœ>œœnn nnœœœœ œœœ œœ### œœœbb œœ œœœ œœ #### >>œœœœ nnn œœœ>>œ### œœœœ nnn œœœœ # œœ bbœœ bb œœ>>>œœœnn###>>œœœœœ œœnnn œœœ## œœ œœ œœbb ##œœœœ œœœ ##bœœ>œ nn œœ ###œœœ nnœœœ bb##œœ nn œœ >>>œœœ ###bb œœœ œœœ #bb œœ nn œœ œœœœ & & 8 b œ œ n œ œ bœ œ > #œ œ œ œ #œ b #b œ n œ œ bœ nœ œ bœ nœ œœ & & & 68b >œ >œœ œœœ bbnœœœ œœ # œ n>œœ b#œ>>œn nœœ œ œ# œb œ œ œ # >œ n œ>œ# œœ n œœ # œ bœœ b œ>œn#>œœ œn œ# œ œ œb #œœ œœœ ##bb>œœ>œ nn œœœ ###œœœ n œ b#œ n œ >œ>œ #b œœ œœ #b œ n œ œ & 68b#>œ>œ nœœ œ n œ œ # œ n>œœœ b#œœn nœœ œ œ# œb œ œ œ # >œ n œ>œ# œœ n œœ # œ bœœ b œ>œœn>#>œœ œn œ# œ œ œb #œœ œ #>>œ n œ ##œœ nœœ b#œ n œ >œ> #b œ œœœ #b œ n œ œ & & 8b# >>œ nœ œœœ nbbœœœ œœ##œœ >n œ œ b œ œ # œ œ # >œ n œ # œ n œ >>œb >>œ## œœn œnn œœ œœ œ## œœb œœœ œbbb œœœ #>>œœœ bbbn œœœ # œœ ## 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Exagere bastante nicos de seu instrumento e > Exercício 3# œ n 3œ œ b œ œ3 # œ n œ # œ3 n œ œ b œ3 n œ œ #3œ œ # œ œ3 b œ n œ œ3 # œ > & > > > # œ n œ œ # œ > acima > da tônica > até que ela fique natural. vas articulações. > articulação >œ b œ n œ na œ b3œ até meio tom éExercício subir &>œ 866b3œ œœ3## >œœ# œnn 33œœ œ œb >œ œb3œ# œ nn>œœ# œ3 nœœ >œ# œb œ3 n œœ >œ ##3œœ œ # >œ œ3 b œ n >œn œœ33 ## œœ >œ # œ n œ œ b œ œ # œ n œ # œ n œ œ b œ & Exercício Exercício & & 863 >œ 3 3# œ3 œ œb >>œ œb œ# œ nn>>œœ# œ nœœ >œ# >œb œ n œ >œ # œ œ # >>œ œ b œ n œn œ3 >œœ ## œœ nn œœ œ b œ œ # >œ n œ # œ n œ œ b œ & 863 >œ # œ3 œ b œ n œ œ ># >œ œ > # œ œ b œ n œ3 >œ # œ n œ œ b œ œ # >œ n œ # œ n œ œ b œ & 8 >œ # œ œ b œ n œ œ # >œ œb œ # œn œ œ œ b œ# œn œ >œ b œ œ # œ œ n œb œ œœ b #œ>œ n œ # œ n œ œ b œ > œ #œ nœ #œ nœ & œ >b œ n œ œ # œ œ # œ > œ >œ b œ œ # œ n œ œ # œ > > b œ n œ œ b œ œ #œ nœ #œ nœ & >œ b œ n œ œ # œ œ # œ œ > bœ & >œ b œ n œ œ # œ œ # >œ œ b œ n œ œœ ## œœ >œœ b œ œœ ## œœ nn œœ œ b >œ œ # œ n œ # œ n œ & >œ b œ n œ œ # œ œ #b>œ>œ nœœ b œœ n#œœ œ b œ >œ œ œ b œ œ #œœ bn>œœ œœ #bœœ n œ # œ n œ & >œ œ # œ œ # œ œ >> b œ >œ œ œ b œ œ # œ n>>œ œ b œ œœ # œ n œ œ œ # œ n œ b œ > œ & œ œ #œ œ #œ #œ nœ > œ b œ >œ œ œ b œ œ & >œ œ # œ œ # œ œ b >œ n œ œœ ## œœ œ b œ >œ œ œ b œ œ ## œœ nn >œœ œ b œ œ # œ etc... nœ etc... & >œ œ # œ œ # œb œ œn œ b œ >œ n œ# œ œ b œ n œ œ # >œ œ œ n œ œ b œ > >œ œ# œ b œœ œœ #bœœ etc... nœ œ & ># œ œ # œ œ >œ # œ œ b œ n œ œ # >œ œ œ n œ œ b œ > >œ # œ œ etc... > b œ n œ œ b œ œ œ > & #œ œ #œ >œ # œ œ b œ n œ œ # œ œ œ n œ œ b œ >œ # œ œ etc... b œ n œ œ b œ > œ & #œ œ #œ œ >œ # œ œ b œ n œ œ # >œ œ autor œ n œ œ b œ >œ # œ œ de #estudo: a partir dos exemb œ n œ œ b œ > œ œ &Sugestão œ œ Sérgio Galvão já atuou como sideman ao lado de # œ 3/4 e 4/4 dados anteriormente, plos em > diversos artistas da MPB. Atualmente desenvolve

Exercício 2 Exercício 2

faça-os também no sentido ascendente.

trabalho como solista à frente de grandes orquestras de música brasileira. Contato: sergiogalvao.sax@gmail.com

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