nmagzine 7

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m agazine magazine PA R A A N OVA G E R AÇ Ã O D E PA I S

CULTURA

Músicos revelam as canções que ouvem com os filhos

VIAGEM

Londres: passeios para fazer com as crianças

magazine

BRINQUEDOS

Carrinhos, bonecas, bikes e muito mais!

FASHION

A tendência color block na versão infantil

MODA BEBÊ

Oba! Roupinhas para curtir a primavera

JAMIE

OLIVER O CHEF MAIS FAMOSO DO MUNDO EM UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA!

nmagazine.com.br PRIMAVERA 2011 R$12 ISSN 2176-6371

9 772176 637007

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São Paulo R.Oscar Freire, 232 - casa 04 | 11.30623339

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BORDADO A MÃO EM UM PAÍS TROPICAL


sCARTA AO LEITOR

Nós aqui da n.magazine adoramos memórias, principalmente aquelas saborosas histórias dos tempos de criança. Aliás, essa nossa mania vem desde quando estávamos elaborando o projeto da revista lá nos idos de 2008 - nossa, quase virando lembrança do passado. Na hora de cravar um dos lemas da Naif, nossa antecessora espanhola, foi proposto: a revista que resgata a nostalgia da infância. Pois é, todos gostamos de recordar esse tempo, e é para ele que corremos nos momentos que buscamos conforto ou precisamos buscar na memória um aprendizado que tivemos. Inevitável, então, que aqui e ali nas edições da n.magazine você encontre saborosas memórias. Neste número, especialmente, temos uma reportagem repleta delas. Convidamos oito músicos a montarem para a gente seu playlist com as cinco canções top 5 da relação com os filhos. E choveram boas histórias. Simoninha lembrou da música que tocava no exato momento que seus gêmeos, Tom e Gabriel, nasceram – ok, antecipo: Alguém Me Avisou, de Dona Ivone Lara. Céu lembrou que Tem Gato na Tuba, da Turma do Balão Mágico, era a música que alegrava a filha, Rosa, quando bebezinha. E Taciana Barros, do Pequeno Cidadão, não tira da cabeça a imagem do filho ouvindo Bold as Love, de Jimmy Hendrix, no walkman. Quer mais? Na edição tem ainda o jornalista Diogo Schelp recordando o dilema recente que viveu dividindo-se entre dois nascimentos, o de Valentina, sua primeira filha, e do seu livro de estreia na literatura. Tem a ativista americana Annie Leonard contando histórias importantes para o futuro do mundo. Tem o chef-celebridade Jamie Oliver em uma entrevista exclusiva falando de suas memórias no pub da família. Tem muito mais! Mas um pouco de suspense deixa a história ainda mais interessante, não? Eduardo Burckhardt


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Sonhos

Primeira viagem Entre textos e fraldas

Internet Deu no blog

Minha festa Vamos brincar de Lego?

Check-in

Vitrine

DNA.N Especial

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48 Tendências Olhar exterior

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Playfood Garçom, tem pessoas no meu prato!

10 Colaboradores

sSUMÁRIO

ENT REVISTA

MÚSICA

BAT E-PAPO

O aclamado chef, astro de TV e escritor de livros best-seller de culinária fala para a n.magazine sobre seus projetos sociais, infância e a alimentação dos quatro filhos

Convidamos oitos músicos a revelarem as músicas que ouvem com os seus filhos. Nas playlists, há desde Turma do Balão Mágico a Bob Marley e Beastie Boys

Conversamos com a autora do alarmante documentário anti-consumo Story of Stuff, visto por mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo

Jamie Oliver

Pocket show

Annie Leonard


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Moda French toast

Bazar Roupas de bebê

Bazar Brinquedos

Social SpecialKids

Portfolio Guerrilha Verde

Conto Era uma vez...

Eventos N.

Making of

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Livros

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Endereços

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MODA

CASAS NO MUNDO

VIAGEM

Embarque numa fantasia de luzes e cores captada pelo fotógrafo Ioram Finguerman para apresentar as roupas infantis que seguem a tendência color block

Um loft descolado em Barcelona foi transformado para dar lugar a um quarto de criança. Conheça a solução encontrada e a decoração cheia de estilo feita pela mãe

Os melhores passeios para se fazer com os filhos na capital inglesa e, nas fotos que ilustram a reportagem, a visão de um menino de 8 anos sobre a cidade

Nossos mundos

Um quarto para crescer

Londres


pDeu

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INT ERNET

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no blog p

Por PAULA ALBUQUERQUE

MEUS AMIGOS IMAGINÁRIOS O designer e diretor de animação americano Aaron Stewart recriou seus álbuns de infância acrescentando às fotos monstrinhos e amigos imaginários. Assim nasceu o livro Little Aaron - Me and My friends (Ed. Pictoplasma). plaidoranges.com

LÁ NA LADEIRA As irmãs gêmeas Joana e Júlia Mendes comandam o ateliêloja Lá na Ladeira, no bairro da Glória, no Rio, onde vendem criações próprias e reformam mobílias antigas deixando tudo super colorido e único. lanaladeira.com.br

AMY CREAM A Frappé, marca que cria objetos divertidos, idealizou uma linha de almofadinhas inspiradas em ícones da música, como John Lennon e e Amy Winehouse – aliás, a Amy Cream foi sorteada no blog, em homenagem a ela, frappe.com.br

FABILULI DOLLS & TOYS A marca produz brinquedos de tecido feitos à mão e inspirados na pedagogia Waldorf, para a qual é essencial transmitir às crianças valores sensoriais e emocionais, valorizando assim a infância e a criatividade. fabiluli.com.br

A MENINA-PÁSSARO O filme holandês Iep!, dirigido por Ellen Smit, conta a história de Dorinha, uma menina que tem asas ao invés de braços. Com muita sensibilidade, a película fala de liberdade e sobre o respeito pela diferença. http://youtu.be/WclyqvXkE40

INDIE PARA A CRIANÇADA O CD Colours are Brighter reuniu canções infantis de grandes nomes da indie music britânica para arrecadar fundos para a ONG Save the Children. A seleção foi feita pela banda Belle & Sebastian. myspace. com/coloursarebrighter

DING BERLIN De Berlim, chega uma ideia de negócio criativa: Ding Berlin. Sua criadora, a designer Renata Faccenda, pernambucana que mora na capital alemã, distribui por aqui roupas e objetos selecionados que garimpa por lá. dingberlin.wordpress.com

SPIRODIRO Lançada no desfile da Casa dos Criadores, a coleção da nova marca Spirodiro traz roupinhas lúdicas, com modelagens surpreendentes! O universo das crianças traduzido de uma maneira muito criativa. http://on.fb.me/oIJvgH

AC E S S E n - m a g a z i n e . b l o g s p o t . c o m


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MINHA FESTA

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pVamos Por DUDA HEMMER

brincar de Lego? p

Gabriel não podia acreditar no que estava vendo: um boneco gigante de Lego em cima da mesa. E a surpresa não parava por aí. Aquele era o seu bolo de aniversário! Fanático pelas clássicas pecinhas, ele não teve dúvida ao escolher o tema para sua festa de 6 anos. E lá saiu a mãe, Estela Curioni, pensar em tudo relacionado a Lego. Perfeccionista, a proprietária da Caraminholando, um ateliê de festas infantis, não quis deixar por menos no aniversário do próprio filho. A inspiração nas pecinhas estava em todos os cantos: no chocolate que servia de convite, na decoração dos docinhos, na lembrancinha e até nos talheres das receitas “para os adultos”. Foram três meses envolta no tema – com direito a pedir para os amigos trazerem do exterior mais e mais bloquinhos coloridos. Com eles, Estela montou, inclusive, os suportes para bolos. Tudo sob o olhar atento de Gabriel, que também colocou a mão na massa e acabou descobrindo que pode criar muito mais coisas diferentes com seus Legos. Matéria-prima não vai faltar para dar vazão à sua criatividade: na festa foram usadas 3 600 pecinhas – e adivinhe quem ficou com elas no final?


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Quem tem filhos na casa dos 3, 4, 5... anos sabe o desconforto que eles sentem na hora de sentar-se em cadeiras “normais”, com os pezinhos balançando e fora da altura ideal na mesa. Para eles, a Stokke criou esse móvel, com apoio e fácil regulagem de altura. E ainda: pode ser utilizado até por bebês (com acessórios) e adultos.

putumayo.com

aturmadonariz.com.br

scandinavia-designs.com.br

Na altura certa

CADEIRA T RIPP T RAPP

Estes três simpáticos bonecos fazem parte da Turma do Nariz, projeto criado pela multiartista Suppa. São personagens que vão figurar em dez livros escritos e desenhados por ela – o primeiro da série, O Nariz de Anaíz, acabou de sair – além de produtos como camisetas e estas fofuras em tecido.

Projeto com arte

A TURMA DO NARIZ

Cada CD da coleção para crianças do incrível selo Putumayo é um sonho musical. Selecionamos aqui nossos preferidos: Kids World Party e African Dreamland. Mas há mais de 20 opções. Não encontrou alguma delas no Brasil? É possível pedir no site.

Músicas de todo o mundo

PUTUMAYO KIDS

VIT RINE

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RUNNING CAR

Nara, Nico e Renô - a rena, o unicórnio e o rinoceronte acima - marcam a estreia da novíssima IUNI, empresa especializada em objetos decorativos feitos em MDF. A primeira coleção, lançada em agosto, aposta na tridimensionalidade, leveza nas formas e um design bacana para enfeitar paredes, estantes, prateleiras... Faz parte da diversão montar o “bicho”. Depois de destacar as peças, basta seguir as instruções simples e, voilà, surge um novo objeto de decoração. Você pode manter a textura natural da madeira ou customizar pintando ou fazendo colagens - as composições mais criativas serão apresentadas no blog da IUNI!

O clima das antigas corridas de carro pode ser incorporado na decoração do quarto da garotada com esses modelos de possantes super estilosos. Melhor: depois que as crianças crescerem, as peças podem “estacionar” em outros ambientes da casa como uma peça de decoração com ares vintage.

iunistore.com.br

modali.com.br

Estilo vintage

IUNI

Decoração animal!

VIT RINE

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ENT REVISTA

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JAMIE OLIVER MENU COMPLETO Ele é astro da T V, cozinheiro de mão cheia, pai coruja de quatro filhos, globetrotter e ainda arranja tempo para engajar-se em programas sociais – e responder uma entrevista exclusiva à n.magazine Por MANUELA NOGUEIRA Fotografias DAVID LOFTUS


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s

ENT REVISTA

E

Ele é o pai das meninas Poppy Honey, Daisy Boo e Petal Blossom Rainbow, além do menino Buddy Bear. A mais velha tem 9 anos e o mais novo, apenas 11 meses. Casado com Juliette, a quem chama de Jools, gosta de tocar bateria e se declara fã da banda The Cure. Nas horas vagas, é um dos chefs mais famosos do mundo. Jamie Oliver começou na televisão em 1998, quando seu primeiro programa foi ao ar. Desde então, o inglês tem cativado o público pelo jeito descomplicado de ensinar técnicas da culinária. Nascido numa vila de Essex, a pouco mais de uma hora de Londres, Jamie foi apresentado ao universo dos aromas e dos sabores ainda quando criança. Seus pais, Trevor e Sally, eram donos do pub The Cricketers e cabia ao pequeno Oliver ajudar em algumas tarefas da cozinha. O resultado é que aos 12 anos ele já sabia assar um frango com certa habilidade. Na escola, contudo, seu desempenho não era o mesmo. O chef admite que, por causa de sua dislexia, jamais foi brilhante nas nas aulas. Tanto que abandonou os estudos aos 16 anos e, mais tarde, cursou gastronomia no Westminster Catering College. Sua chance na TV veio quando já estava formado. Em 1997, Jamie trabalhava no River Café e participou de um documentário sobre o celebrado restaurante londrino. A postura relaxada diante das câmeras chamou a atenção da equipe de produção, que o convidou a comandar seu próprio programa. Um ano depois, a série The Naked Chef estreou na Inglaterra. Com a ideia de desmistificar a figura do cozinheiro, Oliver usava técnicas simples e pregava que qualquer um podia cozinhar. O sucesso veio rapidamente. A atração conquistou um prêmio da Bafta (British Academy of Film and Television Arts), foi adquirida pela BBC e ganhou um livro que se tornou best-seller. Atualmente, o chef já alcançou status de celebridade. Tem mais de um milhão de seguidores no Twitter e aparece constantemente em programas de talk show, tanto no Reino Unido quanto nos EUA. Acumula 21 séries televisivas, transmitidas para 100 países, e 14 livros, traduzidos para cerca de 30 idiomas. Sua última obra, Jamie’s 30 Minute Meals, publicada em 2010, vendeu mais de um milhão de cópias apenas na Inglaterra. O cozinheiro também comanda nada menos que 25 restaurantes – a grande maioria fica em Londres, mas também há unidades em cidades como Sidney, Dubai e Amsterdã. Três deles pertencem à rede Fifteen, que, além de ser uma cadeia de restaurantes, é um projeto social. Jamie criou esses endereços para dar uma segunda chance a jovens desempregados. Todos os anos, moças e rapazes carentes são selecionados, treinados e empregados nessas casas. E o dinheiro arrecadado ali é revertido para a Fundação Jamie Oliver, cuja missão é “educar e empregar pessoas para amar e usufruir de boa comida”. A idéia gerou uma das séries televisivas mais elogiadas de Oliver. O projeto mais recente de sua fundação também tem dado o


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DNA.N ESPECIAL

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GRANDES PROJETOS, MINI NAVEGANTES Nesta edição especial da seção DNA.N, apresentamos os profissionais que criaram três projetos que já conquistaram milhões de crianças na internet – e arrebataram também os pais Por EDUARDO BURCKHARDT


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DNA.N ESPECIAL

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STELA LODUCCA

Com a internet os livros estão fadados a desaparecer? Na visão da publicitária Stela Locucca é justamente o contrário: a rede pode ser um excelente canal para despertar na garotada o hábito de ler – e a consequente busca pelos livros. E esta tem sido sua grande batalha. Durante dois anos, Stela participou de um trabalho de incentivo à leitura com crianças pequenas de um projeto social em uma favela de São Paulo. Nesse período, constatou, por exemplo, que meninos de 10 anos ainda não conseguiam recontar uma simples história. “Faltava repertório, organização de pensamento, postura crítica. Tudo porque não eram estimulados a ler e a se expressar”, diz. Foi então que começou a elaborar o projeto do site O Pequeno Leitor. Lançado em 2011, o portal usa histórias animadas, jogos de interpretação de textos e brincadeiras para enriquecer o vocabulário dos usuários mirins. Além disso, as crianças são incentivadas a criar suas próprias histórias e compartilhá-las com os outros usuários. A escolha da internet não foi por acaso. “O número de lan houses em regiões mais pobres é enorme”, diz. “E o acesso a um computador acaba sendo mais fácil do que aos livros”. Além disso, o meio virtual age como uma espécie de “armadilha do bem”. Ele desperta de imediato o interesse da criança pelo poder de interação que proporciona. “Cria-se primeiro um vínculo pelo prazer e não pela obrigação de ler”, diz Stela. O site O Pequeno Leitor é gratuito, basta fazer um cadastro com o email e o CPF dos pais, para que eles possam acompanhar de perto a participação do filho no portal – e, claro, babar nas historinhas que seus rebentos criarem por ali. opequenoleitor.com.br


TEM GATO NA TUBA A Turma do Balão Mágico De todas as músicas que eu cantava para a Rosa quando ela ainda era bem bebezinha, essa era aquela que sempre arrancava um sorriso... Ela podia estar chorando ou emburrada, mas quando eu começava a cantar, era garantia de sucesso! O LEITINHO Pequeno Cidadão A Rosa ama todas do Pequeno Cidadão, mas a do leitinho é muito divertida de cantar junto. Às vezes, ela substitui a palavra leitinho por alguma outra coisa que goste, tipo: “Ai, ai que bolo bom. Ai, ai que bolo bom...”

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MÚSICA

URSINHO PIMPÃO A Turma do Balão Mágico Essa ela ama! Pois, além de ser uma música linda, quem fez foi o vovô Edgard [Poças].

CÉU MÃE DE ROSA, 2 ANOS

SAUDOSA BAHIA na versão de Seu Jorge e Alaz Outra que alegra o dia e ganha até coreografia.

Foto divulgação

SAL E AMOR Tulipa Ruiz A música é do papai e ela gosta muito quando toca. A voz da Tulipa é maravilhosa e tem uma dicção incrível, a Rosa presta muita atenção!

POCKET SHOW PODE DORMIR Maquinado Minha filha Mabel canta inteira, se marcar, melhor do que eu. [Maquinado é seu projeto paralelo ao Nação Zumbi]

O SOL E A LUA Pequeno Cidadão Hit absoluto entre todos os mirins. MAS QUE NADA Jorge Benjor Essa é por causa do filme Rio. CHOCOLATE Tim Maia O refrão mais gostoso de cantar da história.

Fotos Pio Figueroa

LÚCIO MAIA, DO NAÇÃO ZUMBI PAI DE MABEL, 7 ANOS, E TOM, 4

EU MENTI PRA VOCÊ Karina Burh É certeira no carro na ida para a escola.


SALTIMBANCOS Vários artistas Vale qualquer música desse disco! Não existe a possibilidade de pensar em música para criança sem passar por essa obra prima. BOLD AS LOVE Jimmy Hendrix Nunca vou esquecer essa imagem: o Daniel, com 3 anos, no banco de trás do carro, ouvindo walkman. Pergunto para ele: “O que você está ouvindo?” Ele responde: “Dimi Endic”. Esse é o disco que mais me influenciou, e acabou fazendo parte da história dos meus filhos também.

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NEGRO GATO na versão de Luiz Melodia Um hit entre as crianças. E também uma música simples de ensinar para elas no violão.

Fotos Marcos Fertonani e Juliana de Lamare (detalhe)

GLORY BOX Portishead A Luzia cismou com essa música. Tivemos que ouvir no caminho da escola durante um ano! Quando lançamos o vinil do Pequeno Cidadão, decidimos que cada criança escolheria uma música para cantar. Luzia escolheu essa, e cantou muito bem, de olhinhos fechados.

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SOCIAL

TACIANA BARROS, DO PEQUENO CIDADÃO SOCIAL MÃE DE LUZIA, 10 ANOS, E DANIEL, 23 ANOS

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TREM AZUL Lô Borges Ouvi muito com o Dani pequeno. E não é que no ano passado estávamos os três fazendo trekking na Patagônia e começa a chover e ventar furiosamente? Para a Luzia não desanimar, começo a cantar essa música, trocando a letra para aquela situação. E conseguimos nos divertir muito! Até hoje lembramos da cena e da música com carinho.

Convidamos seis músicos a revelarem para a n.magazine qual o playlist das cinco canções marcantes na relação com os seus filhos. Sobe o som! Por ÉRIKA ARAÚJO

BAILE DO SIMONAL vários artistas cantando Wilson Simonal Eles ouvem música desde sempre. Eram embalados ainda na barriga da mãe e já nasceram escutando música, mas essas são especiais: são as músicas do vovô. PALAVRA CANTADA Este grupo é um dos preferidos deles. Não à toa: eles adoram ritmos e com um ano já faziam aula de percepção musical.

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ALGUÉM ME AVISOU Dona Ivone Lara Quando minha mulher foi ter os bebês, fiz uma seleção de músicas para colocar para tocar na hora do parto. Bem no momento que eles nasceram, estava tocando Alguém me avisou.

SOCIAL

WILSON SIMONINHA PAI DOS GÊMEOS TOM E GABRIEL, DE 4 ANOS

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WE WILL ROCK YOU Queen Eles gostam bastante dessa do Queen e até a tocam na bateria!

Fotos Rafael Kent

VINTE E SEIS DE DEZEMBRO Wilson Simoninha Essa música eu escrevi para eles no dia em que nasceram. Eles ainda são muito novos pra entender a letra, que tem um apelo emocional, mas é uma música deles.


“ Ter um filho 44

LIFEST YLE

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é o maior ato de fé na humanidade ”

Conheça a ativista que está mexendo com a consciência de governos e cidadãos de todo o mundo através da internet. A criadora do documentário anti-consumo The Story of Stuff (A História das Coisas), Annie Leonard, fala à n.magazine sobre ecologia, consumismo e maternidade. Por ROCÍO MACHO Fotografia CHRISTY MCDONALD

Os desenhos são quase infantis, sem modernidades 3D ou algo do tipo. Porém, prendem a atenção como um filme arrasa-quarteirão apocalíptico. Isso porque carregam mensagens alarmantes sobre o sistema de produção e descarte de produtos no mundo que interessam a qualquer espectador. Quando lançou no YouTube o vídeo Story of Stuff (A História das Coisas), em 2007, a ambientalista americana Annie Leonard não imaginava a repercussão. O filme foi visto por milhões de pessoas e reproduzido por outras milhares. Ele condensa o resultado de seus 10 anos de pesquisa em cerca de 40 países. Locais onde a Annie conheceu fábricas, visitou lixões e descobriu, afinal, o real destino das “coisas”. O vídeo foi transformado em livro, em 2010, e Annie seguiu em sua batalha anti-consumo e de conscientização com outros filmes similares distribuídos gratuitamente pelo YouTube. Como o sucesso de Story of Stuff afetou sua vida? O retorno que o vídeo recebeu me enche de esperança. Estou há 20 anos trabalhando em temas sobre poluição, resíduos e consumo e, durante todo esse tempo, me sentia como se nadasse contra a corrente. A recepção incrível de The Story

of Stuff [já foi visto por mais de 12 milhões de pessoas] demonstrou que não estou sozinha. Por isso, apesar das estatísticas nefastas sobre o estado deteriorado do meio ambiente, sinto mais esperança do que nunca. Como influenciou o fato de você ser mãe em sua luta por um mundo melhor? Ser mãe transformou minha preocupação com relação ao meio ambiente em uma necessidade imediata e real. Aos meus compromissos relacionados aos problemas de poluição, mudanças climáticas e consumismo, uniu-se o desafio de proteger a vida de um bebê – o meu bebê – de todos esses perigos. Como mãe, quero o melhor para minha filha. Por isso, passei a prestar mais atenção em todos esses temas: desde os elementos tóxicos nos produtos de consumo até o orçamento do Estado, que corta os fundos dedicados para as escolas públicas enquanto financia as grandes companhias petrolíferas. Creio que em muitas frentes não estamos fazendo o que é correto para nossas crianças. Quando olho para minha filha, penso em que tipo de mundo espero que ela cresça e me dá vontade de trabalhar com mais afinco para conseguir que esse mundo seja uma realidade.


LIFEST YLE

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french toast Fotografia JAVIER FERRER VIDAL Styling ANALIA LANFRANCO Produção PAULA LUIZE BURCKHARDT

VALENTINA Camisa QUE T E ENCANT E! Short GREEN Lenço KAT VIG Sandálias T IP TOEY JOEY


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MODA

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GUSTAVO Camiseta CARINHOSO Jaqueta na cintura ARCOBALENO Calça BONPOINT Tênis SUPERGA para LUDIQUE ET BADIN


NOSSOS MUNDOS Fotografia IORAM FINGUERMAN Styling BÁRBARA CHIRÉ Light painting UIRA HUMBERTO PEIXEIRO 61

MODA

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PIETRA Bata MISS CECILE Calça MA POUPEÉ Adereços siri SANTA PACIÊNCIA Sandálias acervo


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CASAS NO MUNDO: ESPANHA

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UM QUARTO PARA CRESCER

Um loft descolado em Barcelona passou por uma transformação para abrigar o quarto do pequeno Bruno quando ele completou 2 anos. Idealizada pela mãe, Silvia, a decoração fugiu dos clichês: pintura cinza e objetos vintage tomam conta do novo ambiente Por ROCIO MACHO Fotografia LUIS HAUSMANN


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CASAS NO MUNDO: ESPANHA

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Quando Bruno nasceu, seus pais, a estilista Silvia Rademakers e o fotógrafo Luis Hausmann viviam em um loft descolado em Barcelona perfeito para um casal sem filhos. A falta de intimidade daquele grande espaço com poucas paredes nunca havia sido um problema para eles. Nos primeiros anos do pequeno, um berço que “caminhava” pelos ambientes resolvia bem a questão. Porém, depois que Bruno completou 2 anos e souberam que mais um bebê estava por vir, resolveram que era hora de transformar o loft. Contaram com a ajuda de um amigo, o designer industrial Albert Dalmau, para idealizar o quarto de Bruno. A condição: não queriam que o espaço se transformasse em um apartamento tradicional. Dalmau então projetou um móvel multifunção para criar uma divisão na casa. Além de servir como parede do quarto, de um lado ele é uma estante e, do outro, um armário. Uma porta de correr foi incorporada para facilitar a entrada. O designer também projetou a cama com dois gavetões para guardar roupa de cama e outros badulaques do pequeno. Silvia se encarregou da decoração. Romântica e nostálgica, como ela mesma se define, a estilista criou para o filho um ambiente com ares adulto e infantil ao mesmo tempo. A ideia principal é que o quarto não fique datado ao seu período de bebê e possa ir evoluindo com Bruno à medida que ele cresça. As paredes ganharam uma cor

O quarto combina objetos modernos com outros antigos, como a maleta verde (acima) que Silvia e Luis encontraram na rua e restauraram para servir como porta-brinquedo


VIAGEM

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LONDRES

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Descubra os programas mais bacanas para crianรงas na capital inglesa e conheรงa a cidade pelas lentes de Pedro, de 8 anos, que fotografou toda a viagem com as culturadas mรกquinas Lomo Por PATRร CIA PAPP Fotografias PEDRO PAPP


Londres era uma cidade enorme, eclética, cheia de tribos, de pubs. Eu e meu marido, Nuno, já havíamos ido para a capital da Inglaterra, mas nunca com nossos filhos – Pedro, de 8 anos, e Luiza, de 3. Então, desta vez foi bem diferente: ao invés da metrópole que lança bandas, moda e tendências, descobrimos uma cidade completamente mágica. Foi como se estivéssemos levando nossos filhos para um reino de conto de fadas moderno, com direito a castelo e rainha de verdade, uma ponte enorme que se abre para os barcos passarem e uma roda gigante maior do que eles podiam jamais ter imaginado. Tudo era mágico aos seus olhos. E isso foi desde o início. Para chegar a Londres, pegamos em Paris um dos trens mais rápidos do mundo e passamos por um túnel que vai por baixo da água. Desembarcamos em St. Pancras. Logo que saímos, já vimos a Kings Cross, estação que Harry Potter usa para ir para Hogwarts. O carrinho que ele e os amigos usam para atravessar a parede mágica está lá, tornando palpável o sonho da garotada. PRA LÁ E PRÁ CÁ A locomoção pela cidade foi simples e divertida. As crianças acham muito mais legal andar de metrô, trem e ônibus (de dois andares!) do que entrar num automóvel, onde não têm nenhuma liberdade. O carrinho da Luiza continua firme e forte nas nossas viagens, levando tanto ela como o Pedro – e, às vezes, os dois. As calçadas são planas e na maioria das estações de metrôs há elevador. Como não estava chovendo nem era quente demais, pudemos fazer os principais pontos turísticos em duas caminhadas No primeiro dia, começamos pela tradicional troca da guarda no


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PORT FOLIO

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GUERRILHA VERDE Folhas secas, barro, musgo, plantas e itens encontrados no lixo substituem o spray em uma nova forma da arte de rua: o grafite verde. Conheรงa alguns dos principais expoentes dessa vertente no mundo Por ROCร O MACHO


Intervenções e instalações de Anna Garforth: garrafas plásticas, cones de papel feitos de jornais velhos e folhas secas a serviço da arte-verde

ANNA GARFORTH (REINO UNIDO)

A artista inglesa usa materiais reciclados, como embalagens, papel, utensílios jogados fora e folhas para fazer interferências nas cidades, criando pequenas obras de arte sustentáveis. Musgos viram letreiros, cascas de de árvores assumem a forma de animais e o lixo ganha versões divertidas. Anna tem uma ampla experiência como designer gráfica e, atualmente, seus trabalhos também saíram das ruas e podem ser vistos em eventos, exposições e publicações. Já se renderam à sua arte-verde clientes como Deutsche Bank, The Ecologist e Very Magazine. crosshatchling.co.uk



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