A origem da sedução da propaganda nazista

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COLÉGIO SANTA AMÁLIA

ADRIANO GOMES RIBEIRO

A ORIGEM DA SEDUÇÃO DA PROPAGANDA NAZISTA

SÃO PAULO, 2005 COLÉGIO SANTA AMÁLIA


COLÉGIO SANTA AMÁLIA

A ORIGEM DA SEDUÇÃO DA PROPAGANDA NAZISTA

Monografia apresentada à disciplina de Metodologia de Pesquisa como exigência parcial para a conclusão da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Santa Amália. Orientação: professores André Vinícius Martinez Gonçalves e João Pires.

SÃO PAULO, 2005 COLÉGIO SANTA AMÁLIA 2


"Uma coisa t達o simples como o bater das asas de uma borboleta, pode causar um tuf達o do outro lado do mundo." Teoria do caos

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Dedico a monografia aos meus orientadores, que me guiaram para um trabalho decente. Ă€ Nuria Aluz, que fez o favor de ler e apontar meus erros ortogrĂĄficos e de concordância nominal. Aqui, fica o meu obrigado.

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AGRADECIMENTOS

O clichê é sempre bem-vindo. Agradeço ao meu pai, João Ribeiro, e a, minha mãe, Zulmira Ribeiro, que me ensinaram todos os valores primários para poder seguir só. À minha avó, Felisbela Miranda, minha criadora e segunda mãe. Às minhas irmãs, Andréa e Adriana Ribeiro, obrigado por me ensinar a caminhar com autonomia, defendendo meus pensamentos. Às "psicólogas", Thaís dos Santos, com quem mantenho uma amizade verdadeira há 10 anos; Paula de Oliveira, a quem confio pôr meus pés no chão com um carinho supremo; Tatyana Clara Ribeiro, que me ensina a pensar antes de agir. A todo o 2º ano do Ensino Médio. Eu não seria o que sou sem vocês. Especialmente a Daniel Villa, Kamille Chagas e Lara Raineri. À Carolina Goulart, Flávia Monéa, Jéssica Takano, Julianna Kaneko, Marcela Yuka, Marianne Amaral, Thaiane Betarelli e Vivian Gobato, pessoas das quais recordo com carinho. E a André Vinícius Martinez – realista; Celso Cavicchia – sincero; Daniella Bérgamo – amiga; Fernando Piu – alegre; Gisele Schmidt – brilhante; João Pires – crítico; Jussara Fonseca – jovial; Luciana Moura – inteligente; Luciana Sobral – instigante; Márcia Zarantonelli – persistente; Minam Pirani – exigente; Paulo Fernando Martins - amigo e Sandra Dumbra - dedicada. Cito também, duas companheiras de constantes pesquisas, Denise Poli e Olga Jordão. Carrego, por esses anos, cada fragmento de vocês.

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ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Suástica Fonte: www.rabisco.com.br

Figura 2. Revista Ostara Fonte: www.segundaguerra.net

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Figura 3. Anton Drexler Fonte: www.lethist.lautre.net

Figura 4. Arquiduque Franz Ferdinand Fonte: www.wikipedia.org

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Figura 5. Livros Min Kampf vols. 1 e 2 Fonte: www.th.ioffer.com

Figura 6. Leni Riefenstahl Fonte: www.imdb.com

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Figura 7. Cart達o perfurado Fonte: www.thecuttingedgenews.com

Figura 8. Tabulador Hollerith Fonte: www.jewishvirtuallibrary.org

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TABELA

Judeus mortos pelo Nazismo* Polônia

3 milhões

União Soviética

700 mil

Romênia

270 mil

Tchecoslováquia

260 mil

Hungria

180 mil

Lituânia

130 mil

Alemanha

120 mil

Holanda

100 mil

França

75 mil

Letônia

70 mil

Iugoslávia

60 mil

Grécia

60 mil

Áustria

50 mil

Bélgica

24 mil

Itália

9 mil

Estônia

2 mil

Noruega

1 mil

Luxemburgo

1 mil

TOTAL**

5,1 milhões

* Período de 1933 a 1945 ** Estimativas apontam entre 5,1 e 6 milhões de judeus mortos pelo Nazismo, variando conforme as fontes. Para a tabela, foram utilizados números do cientista político e historiador Raul Hilberg, reproduzidos em “Memória da Barbárie”, de Roney Cytrynowicz, economista, historiador e escritor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................12 1. A ORIGEM DA LOUCURA ...................................................................................................14 2. DA ASCENSÃO À QUEDA ....................................................................................................20 2.1 PROPAGANDA PARA TODOS .........................................................................................20 2.1.2 A Queda dos Fracos .......................................................................................................25 3. A GUERRA PROPAGANDISTA ...........................................................................................28 3.1 SETE IDEIAS POR TRÁS DA GUERRA ...........................................................................28 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................32

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INTRODUÇÃO

Muitos já se perguntaram: "E se durante a I Guerra Mundial alguém tivesse atirado no, até então, soldado Adolf Hitler?”. “Com certeza o mundo, hoje, seria outro", podem imaginar. Seria mesmo. Depois do final da II Guerra Mundial (1939 - 1945), desencadeada por Hitler e pela Alemanha nazista, o mundo foi praticamente dividido em duas partes. As metades pertenciam às potências, firmadas com o fim da guerra, Estados Unidos da América e (URSS) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas1. Pouco depois, iniciou-se a Guerra Fria (1945 - 1991), período de disputas estratégicas e conflitos indiretos. O duelo ideológico foi responsável pela atual configuração da massa continental. Fato é que Adolf Hitler ajudou no desenho da Europa; foi uma figura decisiva para os últimos 60 anos. Podemos, a partir dessa conjuntura, analisar todo o processo discriminatório decorrente da maior e, possivelmente, a mais sangrenta guerra. Todas as ações, as vidas, pública e privada, do personagem são intrigantes e incoerentes. Hitler promoveu uma das mais históricas atrocidades à humanidade com apoio, mesmo que passivo, de milhões de pessoas que acreditaram em suas ideias racistas e autoritárias. Como ele convenceu os populares a acreditarem em um pensamento radical? E a crerem em uma absoluta superioridade e aniquilação de raças, homossexuais, ciganos, deficientes, entre outras minorias? É possível dizer que Hitler era um gênio do mal, pois, friamente, percebe-se que ele e o Partido Nazista2 conduziram o mundo sob artimanhas eficazes. Repugnante é perceber que o ditador levou a cabo suas intenções. Matou e praticou crimes com milhões de seres humanos, sobretudo, judeus. 1 2

Estado socialista constitucional que existiu na Eurásia entre 1922 e 1991 (NSDAP) Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães

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Hitler é um personagem que jamais deve ser esquecido. Lembrando-nos o quão autodestrutiva e letal as ações da espécie humana são. E para que nunca repitamos episódios como a II Guerra Mundial e o Holocausto. A proposta da monografia é explicar como a propaganda em massa foi responsável pela disseminação do movimento nazista, e, consequentemente, ajudou Hitler e seu partido na difusão da imagem.

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1. A ORIGEM DA LOUCURA "Cada um de nós tem apenas um desejo, que os que tiverem a sorte de rever a pátria encontrem-na mais pura e limpa da influência estrangeira, para que, através do rio de sangue que aqui corre todos os dias, contra um mundo internacional de inimigos... nosso internacionalismo doméstico seja destruído"— Adolf Hitler em carta à família, escrita na linha de frente ocidental, em 1915.

Em setembro de 1908, em uma tentativa de admissão para a Academia de Belas-Artes de Viena, Adolf Hitler foi eliminado na fase de testes. O examinador disse-lhe que as pinceladas não eram suaves. Era capaz de reproduzir gravuras, mas não de criar representações impressionantes. O que o avaliador não imaginava é que o estudante, inapto à elaboração de uma tela, constituiria uma das maiores matanças, em massa, do planeta. Alguns estudiosos acreditam que a rejeição o influenciou para a formação de novos caminhos culturais alemães. O complexo é compreender o por quê tamanha amargura? Ainda que carregasse um histórico de miséria e humilhações3. Seu pai, Alois Hitler foi um filho ilegítimo de Anna Maria Schicklgrüber, que mais tarde se casou com o dono de um moinho, chamado Hiedler. A identidade do pai de Alois nunca foi descoberta, mas, mesmo assim, adotou o sobrenome do padrasto, Hitler. Alois casou-se por três vezes; a última foi com Klara Pölzl, filha de seu primo-irmão. Do casamento, nasceu Adolf Hitler, em 1889, na Áustria. Na medida em que crescia, o menino conhecia a tirania do pai. Certa vez, o definiu como "um decidido campeão da lei e da ordem" Dois anos após a morte do genitor, Hitler, que até então estudara contra vontade, largou a escola. Começa a jornada pelo autoconhecimento, não mais como filho submisso às ordens do tutor. 3

WEPMAN, Dennis. Os grandes líderes: Hitler. São Paulo, Editora Nova Cultural, 1987.

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Logo, Linz, na Áustria, se tornara pequena para tanta ambição. Queria mais, uma cidade grande. Desejava a capital, Viena. Ao completar 18 anos, viu em mão parte do dinheiro da herança do pai. Essa poderia lhe sustentar. Tempos depois, partiu rumo à Viana. Mas viu seus planos arruinados com a morte da mãe, a quem tinha apreço. Em seguida, veio a segunda rejeição da Academia de Belas-Artes de Viena se confirmou. Vivia em situação de rua. Com algum dinheiro, dormia em abrigos ou quartos alugados e se alimentava em igrejas, que prestavam assistência aos necessitados. Naquela época, como em qualquer outra, a política e a economia eram rodeadas de especulações, transformando, fugazmente, teorias absurdas em crenças. Essas ideias eram espalhadas entre pessoas preconceituosas. A revista Ostara4, leitura obrigatória para Hitler, aclamava pensamentos antissemitas. A publicação lançara a teoria de uma raça superior a qualquer outra, o louro povo. Conhecido, também, como ariano. Pouco a pouco, cada edição culpava judeus, ciganos, eslavos, homossexuais, deficientes, e outros grupos, pelos problemas sociais nos quais o país se encontrava. Hitler estava mergulhado em obsessões antissemitas. O leitor deve se questionar, “Não foi Hitler quem criou o Nazismo?” Não. Hitler, na verdade, absorveu pensamentos racistas e antissemitas já existentes. Mas foi quem colocou o extermínio em massa em prática. O (DAP) Partido dos Trabalhadores Alemães foi fundado em 1919, por um ferramenteiro, Anton Drexler5 e pelo escritor Karl Harrer. Mais tarde retirados da função de líderes do cargo por Hitler. Sob os cuidados de Drexler, a bancada não obtinha relevância, possuindo sete membros. Após acompanhar uma discussão entre um Hitler e um convidado, sobre pangermanismo6, 3

Figura 2 Figura 3 6 Movimento político do século XIX que defendia a união dos povos germânicos da Europa Central 5

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Drexler prestou atenção no “pupilo”. Naquele tempo, o partido acreditava na "libertação" dos trabalhadores do Marxismo7 e impediaos de desenvolver uma perspectiva internacional. O clima era de crise. O governo austríaco enxergava os jovens de boa saúde como a quem era chegada a hora de prestar serviços militares. Hitler já era um moço apto a ir para a guerra, mas fugiu para Munique, na Alemanha, onde, talvez, teria a chance de virar artista. Depois de interceptado pela polícia, foi dispensado por ser fraco demais para carregar uma arma. Em 28 de junho de 1914, a notícia do assassinato do arquiduque Franz Ferdinand Karl Ludwig Joseph Maria von Österreich8, herdeiro do trono Austro-Húngaro, se espalhou. O assassino, um terrorista sérvio. Assim estoura a I Guerra Mundial. Hitler decide ajudar a Alemanha nessa empreitada. Não lhe interessava servir a Áustria, mas, sim, à nova "nação", a Alemanha. Como anteriormente não foi aceito no exército da Áustria e, ainda, não era cidadão alemão, apresentou-se como voluntário. Aceito, foi para o 16° Regimento de Infantaria da Reserva da Baviera. A Alemanha, depois de uma longa guerra, sai perdedora e devastada. Hitler era um soldado dedicado, mas, em razão de seu sotaque austríaco, e pela falta de estudos, não teve chance de seguir carreira militar. A máxima posição alcançada foi a de cabo, hierarquia cima de soldado, prestando serviços de portador de informações secretas no meio do fogo cruzado. Em 1916, foi ferido na perna, sendo afastado da fronte e enviado para a Alemanha, voltando mais tarde para a arena de guerra. Em março de 1919, retorna. Tem em mãos a missão de buscar suspeitos ligados ao Comunismo9. Nesse ínterim, fez curso de instrução política, para discursar em palestras, expandindo o 7

Doutrina política, econômica e filosófica desenvolvida pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels a partir da crítica ao Capitalismo e que serviu de base para regimes socialistas 8 Figura 4 9 Sistema social no qual não existe propriedade privada individual. A terra e os meios de produção pertencem à coletividade e, os bens, são partilhados de acordo com as necessidades de cada um

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pensamento nacionalista e condenando o Comunismo. Em 28 de junho de 1919, com o encerramento da I Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes foi assinado, sendo um acordo entre a Alemanha e as potências aliadas (Estados Unidos da América, Inglaterra e França) e vencedoras da I Guerra Mundial. O batalha tirou a vida de 8 milhões de militares, feriu, aproximadamente, 22 milhões e resultou no desaparecimento de 7,7 milhões. Sob os termos da convenção, a Alemanha cedeu a cidade alemã Danzig para a Polônia. O município, rico em carvão, ficaria à mercê da França por 15 anos, perdendo o total de 65 mil quilômetros quadrados. Outra restrição foi a posse de um exército com mais de 100 mil homens. Além de entregar navios, locomotivas, gados, entre mercadorias e materiais dos quais ultrapassassem 1600 toneladas. Também não poderiam aplicar pesquisas para fins bélicos, possuir submarinos ou realizar projetos militares. Em 12 de setembro de 1919, Adolf Hitler foi chamado para espionar um grupo denominado (DAP) Partido dos Trabalhadores Alemães, precursor do partido nazista, (NSDAP) Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Infiltrado em um dos encontros, se indignou com o discurso. Levantou e se manifestou; foi ouvido e aplaudido por suas ideias de união dos povos germânicos. Gradativamente, Hitler tornou-se um político carismático. Suas palavras tinham base em humilhações causadas pelo Tratado. O objetivo era vingar-se dos traidores da pátria que permitiram a derrota da Alemanha. Uma semana depois, recebeu no quartel do 2° Regimento de Infantaria um anúncio de que foi aceito como sócio do partido. Tornou-se o sétimo associado do DAP. Depois de, aproximadamente, cinco meses, o partido lança as bases. A Alemanha, com uma sociedade desestruturada pela guerra, pessoas desempregadas e famintas, 17


lança uma plataforma de ação política e econômica irresistível e baseada em 25 tópicos: 1. Reunião de todos os alemães na Alemanha; 2. Abolição do Tratado de Versalhes; 3. Reivindicação do espaço vital10; 4. Definição de cidadão: só quem for de sangue alemão; 5. Exclusão dos judeus da comunidade alemã; 6. Quem não for cidadão alemão, estará sujeito às leis dos estrangeiros; 7. Quem não for cidadão alemão poderá ser expulso caso o estado não esteja em condições de assegurar alimentos à população alemã; 8. Os cargos públicos estão reservados aos cidadãos alemães; 9. O dever e o direito de trabalho; 10. A abolição das rendas não derivadas do trabalho; 11. Eliminação da escravidão do interesse; 12. Confisco dos lucros de guerra; 13. Nacionalização das indústrias monopolistas; 14. Participação dos trabalhadores nos lucros das grandes empresas; 15. Incremento da previdência para a velhice; 16. Fortalecimento da classe média; 17. Reforma agrária; 18. Punição dos usuários e traficantes do mercado negro, com pena de morte; 19. Substituição do Direito Romano por um Direito Alemão; 20. Reforma da escola num sentido nacionalista; 21. Proteção da mãe e da criança; 22. Criação de um exército popular; 23. Limitação da liberdade de imprensa e de arte; 24. Liberdade de credo religioso, desde que não contrarie a moralidade da raça germânica; 25. Criação de uma forte autoridade central do reich11; Nas 25 ideias, é visível a centralização de poder e de antissemitismo. Nem todo projeto ou 10

Política expansionista que visava a delimitação do espaço vital (Polônia e Ucrânia) para a sobrevivência da raça ariana 11 Reich é um dos três grandes impérios alemães que existiram, particularmente a Alemanha nazista.

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sistema é totalmente arbitrário e cruel. O Tratado de Versalhes culminou com o rancor das humilhações e acusações infindáveis, que seria cobrado da pior maneira, por meio da II Guerra Mundial. O sentimento de injustiça e a alta indenização paga, em uma época de crise econômica, dariam início à ascensão de Hitler. Quando Hitler, em 1921, é nomeado presidente do partido, começa a fazer comícios e aparições públicas para mobilizar as massas e expandir propostas. Nesse meio tempo, tenta conquistar o governo da Baviera12, que estava em conflito com o governo central de Berlim - alguns bávaros queriam que a província se tomasse um estado independente, outros que houvesse uma coalizão com a Áustria -, mas falha. É sentenciado a cinco anos de prisão na fortaleza de Landsberg. Cumpre nove meses de pena. Como produto, escreve o livro Mein Kampf13 (Minha Luta) e, nele, reúne as bases da doutrina. Na obra, é possível sentir o tom ditatorial no momento em que afirma a necessidade de que uma mão forte para governar em nome de todos. Argumento em contra partida do Liberalismo14, que restringe os poderes do Estado em beneficio da iniciativa particular.

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Em latim, Bavaria. Hoje, maior estado alemão A obra, dividida em duas partes, combina elementos autográficos e ideológicos políticos de Hitler. O volume 1 foi publicado em 1925 e o 2, em 1926 14 Doutrina que preconiza a liberdade do trabalho e das trocas e a não-intervenção do Estado em matéria econômica 13

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2. DA ASCENÇÃO À QUEDA

"A principal função [da propaganda] é convencer as massas, cuja lentidão de entendimento exige que lhes seja dado tempo para absorver a informação. Por isso, só a repetição constante poderá ter sucesso em reprimir uma ideia em suas mentes." - Adolf Hitler

2.1 PROPAGANDA PARA TODOS

Desde jovem, Hitler tentou, inutilmente, firmar-se como artista em Linz e Viena. Por essa linha artística, o exército alemão contratou Hitler para desenvolver tarefas propagandistas durante a I Guerra Mundial, na Alemanha, para neutralizar o crescimento comunista e pró-bolcheviques15 das tropas. Recém-ingresso no DAP, em 1919, o chefe militar nazista inspirava-se na obra wagneriana16 para enfáticas aparições oratórias. Comparava àquele momento como a entrada em um palco de teatro, se fazendo visível ao observador. Hitler preocupava-se com os mínimos detalhes. Queria reproduzir uma atmosfera digna de tragédia heroica e romântica, inspirada, geralmente, na mitologia guerreira, em que todas as atenções são voltadas para o deus OTAN17. Nunca mascarou o uso do artifício lúdico. Tão importante a propaganda foi para o novo regime, que Hitler subiu ao poder da Alemanha, em janeiro de 1933, que criou o Ministério da Propaganda do Reich18, entregue, posteriormente, a Paul Joseph Goebbels.

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Doutrina da ala radical e majoritária do Partido Operário Social-Democrata Russo, baseada nas teses defendidas por Lênin e Plekhanov, em 1903, e favorável à tomada do poder à força pelo proletariado 16 A obra wagneriana é um gesamtkunstwerk ou "obra de arte total"; faz uso de todas ou muitas formas de arte 17 Variante de Wotan, do grupo linguístico alto-alemão, e Wōden; correspondente ao deus nórdico Odin, associado com a guerra, batalha, vitória e morte, mas, também, a sabedoria 18 Fundado em 13 de março de 1933 e responsável pelo controle da imprensa na Alemanha nazista

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Em um regime assumido como absoluto, todo material impresso que circulasse, em espaços públicos e privados como ruas, escolas, edifícios, estádios, deveria receber a aplicação de mensagens, slogans e símbolos do partido nazista. O führer19, que tudo supervisionava, não gostava dos documentários propagandísticos feitos pela gente do partido. Pareciam-lhes improvisados, toscos, amadores. No governo, a situação era outra. Possuía os recursos do estado alemão, agora, dominado por ele e por seus seguidores. Foi assim que, ao encontrar-se com a cineasta Helene Bertha Amalie Leni Riefenstahl, indicou-a como a profissional de confiança. Bailarina, artista, diretora e cineasta, Leni Riefenstahl, nasceu em Berlim, em 1902, e tornou-se a principal musa do movimento nazista na década de 30. Famosa por atuar em películas de montanha, dirigiu o primeiro deles em 1932. Leni daria toque e talento ao filme documentário político alemão, adequado às barulhentas concentrações das massas, situações organizadas pela bancada nazista. O Nazismo transformou-se na religião do estado alemão com a ajuda do ministro Paul Joseph Goebbels e das propagandas de massa, veiculadas em meios de comunicação como teatro, livros, revistas e, principalmente, rádio e cinema. Os imponentes desfiles militares transmitiam a imagem de força e unidade e ressaltavam o heroísmo mitológico. Em temporada por Viena, Hitler tinha como divertimento a ópera. Dali, algumas obras de Richard Wagner20 ajudaram na propagação de ideais nazistas. Essas obras glorificavam o passado mitológico da Alemanha. Ao fazer uso dessa estratégica melodramática, encheu o povo de prosperidades econômica e de vida. O führer era vangloriado pelos súditos com a saudação nazista21 "Heil, Hitler!” 22. Com o braço direito estendido a 90° e a mão espalmada gritavam a expressão. 19

Em alemão, líder, condutor, dirigente, chefe Maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão 21 Em alemão, Hitlergruß ou Deutscher Gruß, respectivamente, Saldação de Hitler e Saudação Alemã; sinal da lealdade e culto 22 Em alemão, “Salve, Hitler! 20

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Para difundir mais a doutrina e, assim, criar uma jovem legião, as escolas tomadas com base no Nazismo induziam os estudantes a se juntarem a Juventude Hitlerista23. Uma verdadeira lavagem cerebral. Com a propaganda política nazista, Hitler, sem recorrer à força militar, conseguiu as anexações da Áustria e da Tchecoslováquia ao reich, e a queda da Franca. Na obra Minha Luta, Hitler estabeleceu os fundamentos da propaganda política nazista, que seriam, mais tarde, ampliadas e estruturadas por Goebbels. Antes da criação de alguma publicidade, uma pergunta é necessária, “A quem se dirige a propaganda política, aos intelectuais ou à massa menos culta?” Segundo Hitler, a propaganda sempre teria de ser dirigida à massa: "Toda propaganda deve ser popular e estabelecer o seu nível espiritual de acordo com a capacidade de compreensão do mais ignorante dentre aqueles a quem ela pretende se dirigir. Assim, a sua elevação espiritual deverá ser mantida tanto mais baixo quanto maior for a massa humana que ela deverá abranger (...). A arte da propaganda reside justamente na compreensão da mentalidade e dos sentimentos da grande massa. Ela encontra, por forma psicologicamente certa, o caminho para a atenção e para a correção do povo (...). O povo, na sua grande maioria, é de índole feminina tão acentuada, que se deixa guiar, no seu modo de pensar e agir, menos pela reflexão do que pelo sentimento".24 Em um documento encontrado por norte-americanos em Berlim, 1945, escrito em forma de diário no período de 20 de janeiro de 1942 a 9 de dezembro de 1943, Goebbels narra os princípios propagandistas que nortearam a propaganda política de Hitler. Em resumo: •

Os propagandistas devem ter acesso à informação sobre acontecimentos e opinião pública;

Toda propaganda só pode ser planejada e executada tomando como base a informação

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Instituição obrigatória que treinava crianças e adolescentes alemães de 6 a 18 anos, de ambos os sexos, para os interesses nazistas 24 RIBEIRO, João Júnior. O que é Nazismo. 2a ed. São Paulo, Editora Brasiliense, 1987.

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existente; •

A propaganda deve ser planejada e executada por uma só autoridade;

A propaganda deve possibilitar o deslocamento do sentimento de agressão para o ódio.

Goebbles, diante de alguns reveses de guerra, se postava, propositalmente, contra um determinado grupo considerado marginal, os judeus. A propaganda e o uso de técnicas de persuasão tinham como respaldo mecanismos psicológicos sofisticados: a exaltação do orgulho nacional, com slogans correspondentes aos mitos do romantismo alemão, religião e a liturgia comunitária; com desfiles, paradas e festivais militares majestosos, em meio ao decadente pós-guerra alemão, contribuíram para o sucesso do Nazismo. A Alemanha, seduzida, seguiu seu führer em um impulso, até o fim, servindo-o incansavelmente. "Adolf Hitler é a Alemanha. Alemanha é Adolf Hitler. Quem presta juramento a Adolf Hitler faz juramento à Alemanha" dizia Rudolf Hess25. Para agregar mais valor à própria figura, Hitler utilizou a suástica como símbolo. A insígnia era usada por culturas celta, budista, grega, islâmica, hindu, japonesa, chinesa e em tribos americanas. Em todas as civilizações, representava algo positivo. A palavra suástica vem do sânscrito26. O prefixo "su" significa bem e o sufixo "ast" expressa bondade, fortuna, sucesso. Existe diversas representações para a suástica; a mais simples, desenhada em duas linhas retas, com braços perpendiculares nas extremidades, em direções opostas. Também chamada de hakenkreuz e cruz gamada, pode ser apresentada nos sentidos horário e anti-horário. Na primeira versão, simboliza as forças da criação, e na segunda, as forças da destruição. Para o Nazismo, os braços foram voltados para o lado direito e a figura é inclinada, de 25 26

RIBEIRO, João Júnior. O que é Nazismo. 2a ed. São Paulo, Editora Brasiliense, 1987. Grupo de línguas indo-europeias da Índia, em uso desde 1200 a.C.

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modo que a extremidade de um dos braços Ê voltada para o topo, significando o poder. TambÊm por se assemelhar a uma engrenagem, gerou o interesse de Hitler.

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2.1.2 A QUEDA DOS FRACOS

A política de extermínio em massa, detonada pelo Nazismo durante a II Guerra Mundial, foi única na história da humanidade. A conduta foi inspirada sobre preceitos do racismo e da eugenia, respaldados por países mais desenvolvidos nas décadas de 20 e 30. A perseguição nazista aos judeus, entre 1933 e 1945, aconteceu através de procedimentos de esterilidade, eutanásia e genocídio. Sob outro aspecto, o massacre contribuía para a proliferação da raça superior, permitindo, a homens seletos, o direito de estupro às várias mulheres, desde que arianas. Para cada patologia psíquica, condição, física e comportamental, uma classe de aniquilamento: •

Esterilização: aplicada em pessoas insanas, pervertidas e criminosas habituais;

Eutanásia: enfermos críticos, idosos e deficientes mentais recebiam injeções de fenol27 e eram abandonados sem alimentos;

Extermínio: método de maior abrangência; câmaras de gás eram disfarçadas de caminhões e chuveiros e expeliam zyklon B, um pesticida.

Em campos de concentração precários, era usado o gás monóxido de carbono, cujo efeito letal demorava horas. Assim, milhões de judeus, 200 a 500 mil ciganos, 4 mil deficientes mentais e físicos, homossexuais, comunistas, idosos, sacerdotes e sociais-democratas foram assassinados. Os selecionadores tinham o compromisso de separar os fracos, os doentes e os velhos, bem como crianças, e enviá-los para as câmaras de gás. Enquanto isso, outro grupo, constituído por sadios e jovens, era mantido vivo para a execução de trabalhos forçados nos campos e fábricas. Quando soldados alemães ocupavam países vizinhos, o estupro era estimulado para repor as baixas de guerra das quais a Alemanha sofria. As crianças, resultados dessa ação, eram criadas

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Poderoso veneno cáustico e, em solução diluída, serve como desinfetante

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em orfanatos, pelo programa Lebensborn28 sob a supervisão do estado nazista. Até então, o Nazismo se baseava em teorias darwinistas, em que a exclusão é determinada pelo DNA. A eugenia nada mais é de que uma teoria criada em 1907 na Universidade de Londres, que pregava a superioridade dos germânicos sobre as demais raças brancas. Para creditar mais veracidade às teorias, Hitler possuía uma legião de apoiadores renomados, médicos, cientistas, laboratoristas, pesquisadores, antropólogos, legisladores e militares políticos. Não só judeus foram mortos, mesmo em maioria, mas muitos deficientes, mentais e físicos, também serviram de cobaias em experiências a respeito de dimensões cranianas, característica que, supostamente, determinava uma raça inferior. Edwin Black, jornalista investigativo, liga a (IBM) International Business Machines Corporation norte-americana à "caçada às bruxas". Há quem acredite que sem a IBM o número de mortos seria extremamente menor, outros acham que de nada serviu a ajuda. A IBM, naquela época, não tinha, ainda, computadores, mas detinha de máquinas de cartões perfurados, que eram usadas para o censo americano, e, posteriormente, foram usadas para dizimar o povo judeu, e outros, pelos nazistas. O sistema consistia na perfuração de cartões29 através do tabulador Hollerith30, capaz de catalogar e ajudar na análise de dados codificados, que identificavam características individuais. As colunas e as linhas numeradas resultavam em inúmeras combinações. As colunas definiam as categorias e as linhas a particularidade do indivíduo. As colunas três e quatro enumeravam 16 tipos de cidadãos. O furo na linha três identificava a homossexualidade, a oito judeus e a 12 indicava ciganos. Mesmo quando a perseguição tornou-se extermínio, a empresa continuou o trabalho. Porém, 28

Em alemão, Fonte da Vida, programa de realocação e auxílio à infância iniciado pelo líder nazista Heinrich Himmler, em apoio à herança racial do Terceiro Reich 29 Figura 7 30 Figura 8

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durante a II Guerra Mundial, as companhias norte-americanas foram proibidas de servir a Alemanha. Mas as subsidiárias europeias, sobretudo, a suíça e a alemã, Dehomag, não. Em 1937, Thomas John Watson, fundador da IBM, foi premiado com a medalha da Ordem da Águia Alemã, por Hitler. Por sua conduta obscura, a companhia de tecnologia paga indenizações às famílias até a atualidade. Em 1939, a IBM fornecia cerca de 1 bilhão de cartões perfurados ao governo alemão. “Isso a despeito de memorandos internos darem conta de que a Wehrmacht, exército alemão, estava usando o material ‘para todos os propósitos imagináveis’”, diz Edwin Black, autor do livro The Transfer Agreement. Acima de qualquer desconfiança, a matança de judeus não levantava suspeitas pela Europa. Desse modo, muitos apoiavam o fascínio do führer.

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3. A GUERRA PROPAGANDISTA "A crueldade impressiona. As pessoas querem ter medo. Desejam se submeter a alguém com tremor. As massas precisam disso. Precisam de alguma coisa para temer." - Adolf Hitler

3.1 SETE IDEIAS POR TRÁS DA GUERRA

1ª ideia: a aprovação da ciência Como um indivíduo contribui com a matança de milhões de pessoas e mantém a "consciência limpa”? Isso acontece quando se crê que atos como esses trarão o bem à humanidade. Hitler acreditou que, por suas mãos, nasceria um mundo melhor; é a teoria de Darwin sendo trabalhada a favor do holocausto. A teoria de eugenia surgiu em 1858, no livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin, que apresentou a tese de que as espécies não são imutáveis. Evoluem a partir de um antepassado comum, à medida que os seres mais aptos vivem mais e deixam mais descendentes. O conceito foi distorcido por eugenistas, entre eles, Francis Galton, que alegou que a hereditariedade determinava características mentais. Acreditava que se membros das melhores famílias se casassem com parceiros escolhidos, poderiam gerar uma raça de homens mais capazes. A partir das palavras gregas "bem" e "nascer", Galton deu o nome de “eugenia” à nova teoria. Os eugenistas viam na genética o argumento perfeito para explicar suas ideias. Logo, misturar genes "puros" com "impuros", para eles, inutilizaria a linhagem. A solução para evitar a “perda”, seria manter a raça pura. A priori, a ideia se instalou nos Estados Unidos. Lá, começou a fase de testes em cidadãos pobres do estado de Virgínia, EUA, além de negros, judeus, alcoólatras e outros. Assim sendo, a 28


conquista de Hitler só foi possível graças ao suporte de estudiosos. 2ª ideia: ódio hereditário Ciganos, deficientes, físicos e mentais, e homossexuais, foram mortos. Mas por quê o ódio direto aos judeus? O primeiro ato antissemita da história de que se tem conhecimento aconteceu entre os romanos, que não toleravam os costumes judaicos. Quando o cristianismo foi adotado, pelo império romano, a igreja culpou os hebreus pela morte de Cristo. A acusação só foi retirada em 1965. Mitos de que os judeus eram aliados ao diabo e tramavam o domínio do mundo se proliferaram. Para serem distinguidos nas ruas, seguidores da religião tinham a obrigação de usar uma insígnia nas roupas. Cristãos e judeus eram proibidos de se casarem ou mesmo manter relações sexuais. Até o século XIX, judeus podiam se converter, mas foram impedidos. 3ª ideia: amor à nação Hitler seguiu os passos do primeiro-ministro Otto Leopold Eduard von Bismarck-Schönhausen e levou os países germânicos a conhecer, pela primeira vez na sua história, a existência de um estado nacional único, em 1871, fundando o Segundo Reich. A utopia hitleriana foi fundamentada sobre três erres: rei, raum e rasse31. Hitler queria expandir o território e dar à história alemã seu verdadeiro sentido, devolvendo, ao povo, o espaço vital. 4ª ideia: a frieza da modernidade O holocausto aconteceu na sociedade moderna e racional. O holocausto foi moldado de forma contemporânea: lógico, planejado, com respaldo científico, especializado, burocrático e eficiente. Com uma solução moderna, os cartões perfurados IBM, os nazistas conseguiam localizar suas vítimas. A IBM não forneceu aparelhos, mas estabeleceu um sistema e prestou assessoria para

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Respectivamente, império, espaço e raça

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que tudo funcionasse corretamente. 5ª ideia: beleza ilusória Por trás da morte de, aproximadamente, 5,1 e 6 milhões de pessoas, estava um sonho mais puro e mais belo para Hitler. Uma nova Alemanha surgiria, mais forte e bonita, em um sonho no qual só os artistas poderiam dar forma. À 5ª ideia, se juntou a Joseph Goebbels, ministro da propaganda, que escreveu romances, peças teatrais e desenhou a bandeira, os estandartes, uniformes e a suástica. A morte de todos os judeus contribuía com a reformulação estética. 6ª ideia: a religião O Nazismo usou amplamente a religião a favor de seus planos. Hitler desejava aparecer como o redentor da raça ariana, arrancando o povo das garras do Judaísmo e Comunismo, e, assim, conquistar o poder. O judeu para o Nazismo é como o diabo para o cristianismo. A religião da raça ariana permitia obter terror e submissão, generalizada, dos fiéis. O antissemitismo deixa de ser o ódio ao judeu para se transformar em uma religião na qual o judeu deixa de ser uma pessoa e passa a ser um mal. 7ª ideia: o führer Hitler simbolizava a ordem social e a política totalitária, por ser independente de organização. O poder do führer resultava da força física. A personalidade de Hitler é onipresente e capaz de estabelecer um forte laço com a massa. O führer é o primeiro entre os cidadãos, nunca erra, é infalível, pois, age por audácia e decisão. Não cabe a ele respeitar homens ou ideias. Cabe a ele fazer história.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Para entendermos o Nazismo, precisamos entender, primeiramente, a ideologia e as estratégias que o partido seguiu à risca. Hitler, sozinho, não chegaria ao ápice se não tivesse sustentado por uma estrutura inabalável. A maioria da propaganda na Alemanha foi produzida pelo (Promi) Ministério da Conscientização Pública e Propaganda. Joseph Goebbels foi encarregado desse ministério logo após a tomada do poder por Hitler, em 1933. A propaganda teve ação esmagadora nas massas. Os nazistas entendiam a propaganda como uma ferramenta vital para atingir objetivos. Adolf Hitler se impressionou com o poder da propaganda aliada durante a I Guerra Mundial. Apontava a propaganda como a causa principal do colapso moral e das revoltas na Alemanha. Meios de comunicação precisavam de prévia aprovação para divulgar qualquer trabalho. Mas, Adolf Hitler e alguns alto-oficiais nazistas não possuíam escrúpulos, difundiam nas mídias informações, sabidamente falsas, como parte da doutrina. A Alemanha passava por uma profunda crise financeira e Hitler usou desse momento para conseguir poder. Dizer que civis alemães não tiveram parcela de culpa, se assim podemos denominar, é infundado. As ideias do partido eram claramente xenófobas, preconceituosas e antissemitas. Mesmo assim, Hitler recebeu apoio popular. Quando se viu encurralada, não pôde reagir, a situação fugira do controle. Dessa maneira, o holocausto significou uma das maiores matanças da humanidade, sobretudo, significou a carnificina de judeus, ciganos, negros, homossexuais, comunistas, doentes, físicos e mentais, entre diferentes grupos minoritários. A ascensão nazista extinguiu os partidos políticos, implantou o monopartidarismo32 e levou para os campos de concentração os opositores do regime.

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Política em que existe apenas um partido

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVROS BERTONHA, João Flávio. (Que guerra é está?) A Segunda Guerra Mundial, editora Saraiva, 2001 CARNEIRO, Maria Luisa Tucci. (História em movimento) Holocausto: Crime Contra a Humanidade. São Paulo, editora Ática, 1ª ed., 2002 HILLS, Ken. (Guerras que mudaram o mundo) A Segunda Guerra Mundial. São Paulo, editora Ática, 9ª ed., 1999 PEDRO, Antonio. (Discutindo a história) A Segunda Guerra Mundial. São Paulo, editora Atual, 2ª ed., 1987 RIBEIRO, João (Coleção Primeiros Passos) O que é Nazismo?. 2ª ed., São Paulo, editora Brasiliense, 1987 VIGEVANI, Túlio. (Guerra e Paz) A segunda Guerra Mundial. São Paulo, editora Moderna, 2ª ed., 1986 WEPMAM, Dennis. (Os grandes líderes) Hitler. São Paulo, editora Nova Cultura, 1987

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ARTIGOS BLECHER, Nelson. Com o fim da batalha, o início da gestão. Revista Exame, sem volume, (sem número): 104 – 106, maio 2005 EDUARDO, Cléber. Reality show do horror. Revista Época, sem volume, (363): 120 – 121, maio 2005 MERLIO, Gilbert. A resistência dentro da Alemanha. Revista História Viva, sem volume, (14): 54 – 60, dezembro 2004 National Geographic, Atlas da história do mundo, 2004. Ed. abril VELLOSO, Beatriz. O peso do passado Nazismo. Revista Época, sem volume, (364): 108 – 115, maio 2005

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SITES

www.brasilescola.com/historiag/Nazismo Acesso: 05/03/2005 www.terra.com.br/educação Acesso: 21/07/2005 www.nationalgeographic.com Acesso: 20/08/2005

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