Arquivo BH

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Ano 1, Edição 1| Belo Horizonte, Junho de 2013

FOTOS: REPRODUÇÃO

A CAPITAL DE TODOS Reportagem conta o nascimento da Cidade Jardim e a importância dos imigrantes em BH | Páginas 6 e 7

Gosto di Minas

BH em campo

Educação

Confira os principais pratos estrangeiros que fazem sucesso com os mineiros. | Página 3

Qual a ligação dos gigantes de Minas com os estrangeiros? Veja! | Páginas 4 e 5

A influência espanhola na construção de vários colégios em Belo Horizonte. | Página 12


Jornal Arquivo BH | Edição n°1

LINHA DE PARTIDA

Eram outros os tempos e os imigrantes Por Christian Sima e Wilson Albino O surgimento, a edificação e o desenvolvimento de Belo Horizonte são assuntos fascinantes, culturais e extremamente importantes. Muitas histórias, estrangeiras e nacionais, germinaram, floresceram, frutificaram e foram sepultadas em valas gerais. Incontáveis imigrantes pensaram que o Eldorado era aqui. O Brasil sempre agregou imigrantes em seu solo desde os tempos de Cabral. Aarão Reis, que chefiava a Comissão Construtora durante a fundação de BH, recepcionou, selecionou criteriosamente e contratou as mãos europeias que trabalharam na carpintaria, na arquitetura e pintura da Cidade Jardim. O positivismo que defendia a arte "dos brancos", se pudesse, à medida que elevasse a nova cidade, destruiria Vila Rica para que o barroco existente em cada canto da capital antiga sumisse do mapa e da lembrança.

Os portugueses, italianos, judeus, sírio-libaneses e os espanhóis influenciaram tanto quanto foram influenciados. O que houve aqui foi uma imbricação, uma “marchetaria social” perfeita em todos os setores da sociedade mineira. Na culinária, pratos internacionais receberam como complementos, ingredientes vindos das Alterosas: a couve, o agrião e o alecrim, conferiram um sabor mais que especial aos pratos, até então, tradicionais. Já a costelinha, o chouriço e a língua bovina, substituíram elementos considerados nobres, tais como os frutos do mar. Na educação, colégios de renome, foram criados, e modernizaram a pedagogia em nossa capital. Bairros receberam nomes de famílias e profissões dos nossos parceiros. O comércio e a indústria ganharam novos empreendedores proativos. Hospitais foram erguidos por mãos

e doações estrangeiras. Surgiram grandes potências e lendas futebolísticas, principalmente, celestes e alvinegras. A construção acelerada após o projeto de edificação da nova capital, o crescimento desordenado das favelas (Favela do Leitão), os espetáculos, a greve dos trabalhadores da construção civil que parou BH por mais de 15 dias, o Carnaval, a Gripe Espanhol, que matou mais de 230 pessoas, são provas de que sempre houve uma Belo Horizonte para ricos e outra para os miseráveis. A cidade, desde a sua inauguração, deixou há muito tempo de ser ruralista. Os tempos e os imigrantes atualmente são outros. O sorriso da gente mineira é o mesmo, um modo de agradecer a contribuição dos antepassados de varias nações que derramaram o sangue, o suor e as lagrimas em Belo Horizonte, este pedacinho de chão mineiro. JORNAL ARQUIVO BH

EXPEDIENTE: JORNAL ARQUIVO BH: Aline Caroline Carinna Viganor Christian Sima Danilo Silveira Mirianne Torres Monyck Anne Warley Carvalho Wilson Albino 2

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Abel Silva

DIAGRAMAÇÃO: Guilherme Pacelli

INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E DESIGN: Prof: Rodrigo Neiva

SITE:

COORDENAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO: Prof: João Carvalho

A equipe do Jornal Arquivo BH agradece ao Amílcar espaMartins Filho, por ceder o

www.arquivobhjorn.wix.com/arquivobh

AGRADECIMENTOS:

ço do Instituto Cultural Amílcar Martins para a entrevista com Humberto de Vasconcelos, mesmo após o encerramento do expediente. À equipe do Jornal Impressão, que nos deu conselhos valiosos que muito contribuíram para a elaboração dessa edição. Em especial, ao amigo de curso, Guilherme

A equipe do Jornal Arquivo BH: Warley Carvalho, Danilo Silveira, Christian Sima, Wilson Albino, Monyck Anne, Mirianne Torres, Carinna Viganor e Aline Caroline

Pacelli Fiuza, que colaborou na diagramação deste jornal. JUNHO DE 2013


GOSTO DI MINAS

Edição n°1 | Jornal Arquivo BH

O prato especial de hoje é: Paella Culinária melhor que a mineira não há. Tanto que as receitas internacionais, quando realizadas nas Gerais, recebe aqui um toque de mestre. A gente nossa é quem guarda todos saberes e entende de todos os sabores Por Wilson Albino A Paella é um prato apreciadíssimo na Espanha. Surgiu no século XV, na região de Valência. Quando os camponeses saiam para trabalhar levando consigo apenas arroz, óleo de oliva e sal. Cozinhavam no campo. Usavam uma panela rasa, com duas alças, a qual chamavam de "Paella". Para montar o prato, além do arroz, eram adicionados: carne de caça, principalmente lebre e coelho, vagem e ervilhas. O ingrediente que mais de destaca na Paella é o açafrão – especiaria retirada de uma flor, que dá ao arroz um tom amarelado. Com o tempo foram adicionados outros ingredientes, como os frutos do mar. Hoje, há uma diversidade de receitas.

Portugal Prato: Bacalhau ao Brás

É popular em Lisboa e aqui. É muito consumido em Portugal. O excelente sabor depende principalmente da quantidade de cebola em relação ao bacalhau e o azeite usado para fazer o prato. A sua popularidade levou-o a atravessar a fronteira também da Espanha.

Ingredientes:

6 postas de bacalhau emolhadas 2 cebolas grandes 6 dentes de alho 1 decilitro de azeite 500g de batatas palha 12 ovos Pimenta Salsa picada Azeitonas pretas

Modo de fazer:

Escalde o bacalhau, retire as peles e as espinhas, e depois desfie-o. Refogue as cebolas, alhos e azei-

A Paella geralmente é feita só em dias especiais tais como: batizados ou casamentos. Dizem também que o nome Paella surgiu do hábito dos camponeses, que após longos períodos distante do lar ao chegarem saudosos das suas esposas, preparavam esse delicioso prato "para ella"

Variações: Nas Minas Gerais, e na capital belo-horizontina o legado hispânico ganhou variação, inclusive no nome: Paella Mineira, no qual é feita, principalmente, com costelinha, carne de sol, chouriço, linguiça e outros ingredientes mineiros. ARQUIVO PESSOAL JÉSSICA TOLENTINO

Dicas de receitas As dicas dessa edição foram mandadas pela Jessica Tolentino, estudante de culinária da faculdade Estácio de Sá. Os pratos são de Portugal e da Itália. te, junte o bacalhau e deixe-o absorver o azeite. Adicione depois a batata palha mexendo bem. Quando estiver quente, junte os ovos batidos previamente com a pimenta. Envolva bem, mexendo sempre com uma colher de pão até os ovos começarem a coagular. Polvilhe com salsa picada e sirva com azeitonas pretas.

Itália Prato: Tiramisu

É de Florença. Mas, Existem muitas versões desta sobremesa. Em geral prepara – se com savoiardi, uns pequenos biscoitos fofos e achatados ( como os biscoitos champanhe ).

Ingredientes:

6 gemas de ovos 1 1/4 xícara (250 g) de açúcar 1 1/4 xícara (280 g) de queijo mascarpone 1 3/4 xícara (420 ml) de creme de leite 700 g de biscoito champanhe (aproximadamente 4 pacotes) 1/3 xícara (80 ml) de licor de café Para a decoração: 1 colher (chá) de cacau em pó 25 g de chocolate meio-amargo

Modo de fazer:

Ponha água na parte de baixo de uma panela de banho-maria. Na parte de cima, coloque as gemas e o açúcar. Depois que a água

estiver fervido, abaixe o fogo e cozinhe as gemas por uns 10 minutos, mexendoconstantemente. Tire do fogo. Com a ajuda de batedor de arame, bata as gemas até que fiquem mais espessas e mais claras. Adicione o mascarpone às gemas e bata até incorporá-lo. Em outra tigela, bata o creme de leite até formar picos firmes. Misture delicadamente o creme de leite às gemas. Reserve. Arrume a metade dos biscoitos champanhe na lateral e no fundo da tigela de vidro alta. Pincele-os com o licor de café. Ponha a metade do creme do tiramisu sobre os biscoitos champanhe. Faça outra camada com os biscoitos, pincele-os com o licor de café e por cima deles coloque mais uma camada do creme. A última camada do tiramisu deve ser feita com o creme. Para decorar o tiramisu, polvilhe-o com o cacau em pó e as raspas de chocolate. Mantenha o tiramisu na geladeira por várias horas ou de um dia para o outro antes de servir. 3


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BH EM CAMPO

Cruzeiro: um italiano em BH Em 92 anos de história, o time azul tem seu passado ligado à Itália Por Christian Sima No dia 2 de janeiro de 1921, nascia um dos principais clubes de Belo Horizonte, um time com raiz europeia, a Societá Sportiva Palestra Itália. Esse foi, inicialmente, o nome escolhido para o Cruzeiro. Por quê? O time celeste foi fundado por um grupo de italianos, que se reunia na Rua dos Caetés. O objetivo era fazer um time para a colônia italiana, tanto que, no começo, era permitida somente a participação de jogadores e funcionários italianos ou de descendentes, porém, poucos anos depois, por volta de 1925, o clube liberou a entrada de pessoas de outras nacionalidades. O uniforme também possuía ligação com a Itália, ele era composto pelas mesmas cores de sua bandeira: verde, branco e vermelho.

Palestra Itália, Segunda Guerra Mundial e Vargas No ano de 1939, começava a II Guerra Mundial, o presidente era Getúlio Vargas, e, o nosso país tinha ligações com os americanos e com a Alemanha. O Brasil teria que tomar uma decisão: deveria apoiar um dos

dois nessa guerra. Em 1942, Vargas escolheu o lado dos Aliados, ao invés do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). Muda, então, toda a história do Palestra Itália. Como? O presidente Vargas proibiu o uso de termos e denominações ligado aos inimigos. Então, o Palestra deveria mudar seu nome e seu escudo. A primeira tentativa foi o nome Ypiranga, mas, uma derrota para o Atlético Mineiro, seu maior rival, fez com que a diretoria repensasse o nome da agremiação. O novo nome escolhido, por unanimidade, foi Cruzeiro Esporte Clube, fazendo uma referência ao Cruzeiro do Sul, tanto que, no escudo, a constelação está presente. As cores do uniforme passaram a ser azul e branco. Um grande clube não esquece suas origens, e não foi diferente com o Cruzeiro. Em 2011, o clube lançou uma camisa comemorativa, com o escudo do Palestra Itália, camisa verde e calção branco, assim como era o uniforme no inicio de sua história, reverenciando e estampando o orgulho de ser um brasileiro com sangue italiano.

Contra o Atlético pelo Campeonato de 1938 no estádio do América 4


BH EM CAMPO

Edição n°1 | Jornal Arquivo BH

Said, o presente árabe ao Galo A história de um dos integrantes do Trio Maldito e sexto maior artilheiro alvinegro Desde a criação do clube, o Atlético Mineiro permitia a entrada de jogadores e funcionários de qualquer classe social e de outras nacionalidades. Por essa razão, no século 20, o jogador de descendência sírio-libanesa, Said Paulo Arges, se transferia do Syrio Horizontino para o time alvinegro. Said vestiu também a camisa de outros clubes, como: Sírio/SP, Olimpic de Barbacena/MG e Fluminese/RJ. Nascido em Congonhas, Minas Gerais, no dia 8 de outubro de 1905, o meia-direita ficou famoso pelo seu chute potente e preciso, tanto que o jogador foi apelidado de Abi-Chute (abi, em árabe, significa “pai”). Além de jogador, Said foi técnico e Diretor de Futebol do Atlético, também se formou em Direito, ocupou o cargo de Deputado Estadual e foi diretor da TV Vila Rica (atual Rede Bandeirantes).

do Atlético, e lembrado pelos mesmos como o primeiro grande ataque atleticano. Para ter uma ideia da eficiência dessa trinca alvinegra, Mario de Castro e Said estão entre os 10 maiores goleadores do clube, terceiro e sexto colocado, respectivamente. Estes três jogadores foram primordiais na popularização do clube na capital, já Said foi um dos principais nomes para conquistar a simpatia da comunidade árabe pelo Galo. Tal simpatia foi mantida por membros importantes e também descendentes árabes, como o maior presidente da história do clube, Elias Kalil e, hoje, quase 80 anos após a passagem de Said pelo Atlético, a influência sírio-libanesa continua presente do clube, representada na figura do atual presidente atleticano, Alexandre Kalil (filho de Elias Kalil).

O Trio Maldito

Em sua carreira, conquistou três títulos estaduais pelo Galo, em 1927, 1931 e 1932. Após uma passagem, em 1933, pelo Fluminense, voltou ao Atlético no ano seguinte para encerrar sua brilhante carreira. Seu último jogo foi na vitória de 2x0 contra o rival América. Com a camisa alvinegra, Abi-Chute balançou as redes 142 vezes.

Além de sua habilidade e facilidade de marcar gols, Said teve a ajuda, em especial, de outros dois jogadores para cravar seu nome na história do Galo: Mario de Castro e Jairo. Estes três formavam o tão temido “Trio Maldito”, assim chamado pelos torcedores

Galo: títulos, gols e aposentadoria

Alexandre Kalil, atual presidente do Atlético

Said (esquerda), Jairo (centro) e Mário de Castro (direita) 5


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ESPECIAL

BH: O começo de tudo Historiador autodidata conta sobre a origem da capital Por Wilson Albino

Humberto Vasconcelos

Nascido e criado em BH, Humberto de Vasconcelos é um estudioso da história de Minas. Durante uma hora ele falou de modo apaixonado sobre um assunto que ama e domina. Por meio das palavras, “topografou”, planejou e edificou a Cidade Jardim e tudo que nela há. Desenhou no ar os contornos das montanhas. Gesticulou com vigor afim expressar quão grandiosa foi a contribuição dos imigrantes na formação cultural Belo-horizontina. Dono de um senso crítico apurado, Humberto de Vasconcelos apresentou fatos que marcaram o inicio da historia de BH. O estudioso citou datas e nomes de pessoas que muito contribuíram para a construção da nova capital. O autodidata faz dos livros bons companheiros. Lê muito e sempre. Visitou quase todas as cidades mineiras. “Garimpou livros/joias”, gastou parte da vida buscando manuscritos tão precisos quanto ouro. “Procurei livros que revelassem os segredos das Gerais”, afirma.

Arquivo BH - Como se deu o povoamento de Belo Horizonte? Humberto de Vasconcelos - O local começou a ser povoado em 1701 com a chegada do Bandeirante João Leite da Silva Ortiz. Foi ele quem fundou a Fazenda do Cercado. Dedicou-se ao plantio e a criação de gado. Em pouco tempo o local já era habitado por mais de 30 famílias. Nas proximidades foi construída uma capela, onde hoje é a Catedral da Boa Viagem. Foram os habitantes quem deram o nome de Curral Del Rei ao lugar. O gado que era arrebanhado ali servia como pagamento de taxas ao Rei.

verno mineiro foi transferida de Vila Rica para Belo Horizonte, e quem decidiu o momento da mudança? HV - Há pelo menos dois motivos importantes. O primeiro foi a decadência da mineração. O segundo foi a localização geográfica da então capital de Minas Gerais, cidade de Ouro Preto. A incontável quantidade de morros não apresentava chance para o desenvolvimento local. Além disso, Ouro preto possuía arquitetura colonial. As influências do

barroco, as senzalas e as marcas de um passado monárquico destoavam com os ideais republicanos. Quem formulou o decreto foi para a transferência foi Augusto de Lima, isso em l891, presidente do estado na época. ABH - Quais regiões faziam parte do Curral Del Rei? HV - Contagem, Sete Lagoas, Neves e Esmeraldas. Há outras. ABH - Foi estudada a hipótese de outra região tornar-se es-

ABH - No arraial as famílias viviam apenas da lavoura? HV - Sim. Depois de muitos anos sugiram as primeiras e pequenas fábricas de farinha. Mas, tudo muito simples. Tudo muito rudimentar. ABH - Há registros do crescimento demográfico do povoamento? HV - Sim. Antes de ser demolido para a construção de BH, o Arraial já contava com 300 casas distribuídas ao longo de oito ruas e dois becos. Ou seja, para alcançar esta marca passaram-se dois séculos. ABH - Por que a sede do go6

Planta de Belo Horizonte: A cidade foi projetada para 200 mil habitantes

colhida para a construção da nova capital? HV - Sim. Aliás, muitos projetos com sugestão de localidades foram analisados. Barbacena, Paraúna, várzea do Marçal e Juiz de Fora concorreram. Entretanto, o projeto vencedor foi apresentado pelo então deputado Augusto Clementino, que sugeria Belo Horizonte. ABH - O que o local escolhido possuía para ser a nova capital?


ESPECIAL

Edição n°1 | Jornal Arquivo BH

HV - Era rico em água, o clima agradável e possuí a fácil acessibilidade. ABH - Quando foi inaugurada a nova capital? HV - Em 12 de dezembro de 1897, mas, o nome ainda era cidade de Minas. Só em 1901 passou a ser chamada de Belo Horizonte. ABH - Como a cidade foi planejada? HV - Em termos de modernidade, a cidade foi planejada a exemplo de Washington e Paris. Com 50 km² de área, no projeto original de Belo Horizonte havia 65 ruas, 12 avenidas e 24 praças. A planta privilegiava retas e quadrados. Tudo proporcional e contornado por uma imensa avenida. O projeto era perfeito. Houve preocupação com o saneamento, transporte, educação, assistência médica, repartições publicas e estabelecimentos comerciais. ABH -Quem ficou responsável por executar o projeto vencedor? HV - Na verdade, criou-se uma comissão técnica, que recebeu o nome de Comissão Construtora. Quem a chefiou foi o engenheiro Aarão Reis que ficou responsável por acompanhar a seguintes áreas: Administração Central, a Contabilidade, Estudo e Preparo do Solo e do Subsolo, Preparo das Edificações, Instalações e viações. ABH - Há registros de como e quando surgiu a primeira favela em BH? HV - A Favela do Leitão foi a primeira. Era formada por operários que não tinham para onde ir após o término das obras. Ficava próximo ao Instituto de Educação. Ocupava parte da Avenida Afonso Pena. ABH - Houve algo que chocasse a cidade nas primeiras décadas?

HV - Que chocasse não. Que paralisasse sim. Literalmente. Os trabalhadores da construção civil fizeram uma greve exigindo melhores condições de trabalho em 1912, durando 15 dias. ABH - Quais fatores o senhor considera decisivos para a vinda de imigrantes para Belo Horizonte? HV - Acredito que dois fatores contribuíram para isso: As guerras e a Abolição da Escravatura. ABH - Quais foram os povos que emigraram para Belo Horizonte? HV - Para BH vieram muitos estrangeiros. Italianos, espanhóis, portugueses. Sírios e libaneses. Muitos vieram na tentativa de fugir da miséria causada pelas guerras. Os imigrantes viram em Belo horizonte uma chance para recomeçar. ABH - Qual povo emigrante o senhor considera que mais contribuiu com a cultura de BH? HV - Creio que seja o povo italiano. Pois, há registro de um número muito grande de gente vindo de toda parte da Itália. Tanto que se fundou em Belo Horizonte uma colônia italiana. Há evidência de contribuição cultural por parte dos italianos em todo setor da sociedade belo-horizontina. Tanto arquitetônico quanto musical, gastronômico, artístico, educacional e até esportivo. ABH - Que diferencial possuía os italianos que imigraram

para Belo Horizonte? Era gente da construção civil. Trabalhavam com carpintaria e arquitetura. Também esculpiam e pitavam. Ou seja. Não estavam diretamente envolvidos com o plantio ou atividades industriais. Há uma razão para esta vinda de italianos para Belo horizonte? Muitas. Na Itália havia desemprego. A industrialização gerou riqueza, mas, também miséria. O que aumentou o número de favelas italianas. Fora isso, houve na Itália problemas com vulcões e seca. ABH - Qual foi a contribuição dos espanhóis? HV - Os espanhóis eram especialistas no corte de pedras. Seus trabalhos ainda hoje estão na Catedral de Boa Viagem e na Praça da Liberdade. Os Espanhóis também eram bons educadores, fundaram colégios, eram bons administradores de restaurantes e artistas. ABH - Os sírios e os libaneses com o que contribuíram? HV - Os libaneses, sírios e os judeus eram ótimos negociantes e administradores. Trabalhavam com malharias, com tecelagem e venda de móveis. Só a titulo de curiosidade, em l923 BH já possuía 680 lojas. Muitas ocupadas por sírios e libaneses. Aqui eram chamados de turcos. Justamente por trabalharem com vendas e não com agricultara ou construção civil, encontraram algumas dificuldades de adaptação, mas ainda assim conseguiram destaque, até

mesquitas foram construídas. As casas comerciais ficavam na Rua dos Caetés e na Rua Santos Dumont, projetadas para ser o centro comercial da nova capital. ABH - Houve contribuição por parte dos Portugueses? HV - Sim houve. A contribuição dos portugueses foi na indústria, na religiosidade, na gastronomia e na cultura. Por meio de contatos portugueses muitos companhias teatrais se apresentaram em BH. Em suma todo povo emigrante contribuiu de algum modo para formação do povo de belo horizonte. ABH - Para finalizar, é possível citar os acontecimentos mais relevantes no período da edificação de Belo Horizonte? HV - É uma tarefa difícil. Bom, ocorreram diversos fatos importantes. Desde a construção acelerada após o projeto de edificação da nova Capital até a quase estagnação no período da primeira Guerra. Há registros de que em l9l6 foram realizadas 207 construções. Em 1907, 102. Já em l918 só 25 edificações. A chegada dos estrangeiros é muito relevante. A morte de 230 pessoas por causa da epidemia de Gripe Espanhola é algo que merece ser destacado. A fundação do Palestra Itália, que já foi também Palestra Mineiro e hoje é o Cruzeiro Esporte Clube. Os Espetáculos, as conferências literária, o carnal, o crescimento desordenado da periferia. Em fim todos os acontecimentos foram relevantes cada qual com sua intensidade. 7


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URBANISMO

Um sonho italiano Com mais de 60 anos, o hospital se tornou um dos mais famosos da Cidade Jardim Por Carinna Viganor Um dos hospitais mais tradicionais de Belo Horizonte, o Felício Rocho é mais uma contribuição dos imigrantes para a capital mineira. O hospital foi inaugurado em 21 de junho de 1952, anos depois da morte de Felício Rocho que faleceu um mês depois da aprovação da planta do projeto. Com o ocorrido Américo Gasparini assumiu os trabalhos da fundação e da construção do hospital. Felice Nicola Rosso era de Bagtaglia, província de Salerno, Itália. Antes de sua vinda para Belo Horizonte, Felice morou em Juiz de Fora cidade localizada na Zona da Mata mineira. Lá trabalhou como negociante de ferragens e, logo depois, virou um pequeno empresário do ser-

viço funerário. Nesse período Felice abriu sua conta bancária, e ouve a mudança de seu nome para a versão abrasileirada que passou a ser Felício Rocho. Felício Rocho se transferiu para Belo Horizonte a convite do prefeito da Capital na época Bernado Monteiro. Além de continuar com o serviço funerário, Felício também se tornou proprietário dos hotéis Avenida e Internacional. Sua grande amizade na capital mineira foi com o advogado capixaba Américo Gasparini, o mesmo que assumiu a diretoria da fundação depois de sua morte. A amizade era baseada principalmente no idealismo, obstinação e seriedade.

Felício não se casou e também não tinha herdeiros, como tinha uma boa condição financeira doou mil contos de reis para a Santa Casa, aos seus 70 anos de idade. Seu amigo, advogado e testamenteiro, Gasparini o convenceu a fundar um hospital para que pudesse ajudar quem precisava. A ideia que teve acolhimento na colônia italiana contou com a ajuda de Antônio Falci, Arthur Savassi, Vicente Longo, Enne Ciro Poni, Anielo Anastasia, Américo René Gianetti e do médico Braz Pelegrino. Rocho assinou no dia 24 de março de 1937, a escritura pública que declarava a Fundação Felice Rocho. Gasparini comandou a Funda-

ção até 1971, ano de seu falecimento, depois de também ter doado todos os seus bens à entidade. Seu sucessor foi Rubens Resende Neves, que passou a comandar a diretoria em 1972. O foco de Rubens sempre foi priorizar o padrão técnico e científico do hospital. Sua gestão foi marcada por maior acordo dos profissionais que hoje formam o corpo clínico do hospital. Com anos de reeleição até 2003, Rubens deixou a diretoria para dar lugar ao Dr. Renato Falci. Em 2009, o conselho diretor da Fundação Felice Rocho (BH), passou a ter como presidente: o advogado e ex- deputado federal Dr. José Rezende de Andrade que permanece no posto até hoje.

Toque espanhol na estrutura da cidade Apesar de não serem reconhecidos espanhóis ajudaram a construir a capital mineira Por Mirianne Torres Em termos de números Belo Horizonte não consta como principal rota de imigrantes como aconteceu em outras capitais pelo país. O interesse surgiu por volta de 1900, na construção da capital mineira, como a mão de obra era valorizada principalmente de pedreiros e marceneiros, os imigrantes espanhóis que resindiam em São Paulo e Bahia migraram em busca de emprego e uma vida melhor. Com a necessidade de abrigar os imigrantes, em 1896 foi criada a hospedaria dos imigrantes e também o Hotel Monte Verde de propriedade do espanhol Carlos Monte Verde, devido ao êxito do negócio, anos mais 8

tarde em parceria com Eduardo Spiller, inaugurou o Hotel Floresta. Onde conta a lenda que devido a tamanha influência e apelo popular do Hotel na região, foi batizado como Bairro Floresta, obrigando assim o poder público a oficializar a denominação naquela localidade, mas há controversas. Como no início da cidade, época do Arraial Curral Del Rei, havia uma grande mata. Uma terceira história, conta que o bairro tinha um bar muito tradicional, cujo proprietário era um espanhol chamado Floresta. Uma dos bairros mais tradicionais em BH tem uma grande referencia espanhola, o bairro

Gutierrez, homenagem a Leonardo Alvares Gutierrez y Bardon, foi empreiteiro na edificação de vários prédios e também da Praça da Liberdade, é prova do que foi dito em entrevista realizada pelo jornalista Marco Lacerda no programa FrenteVerso, pela Rádio Inconfidência FM (100,9) de Belo Horizonte, em 21 de maio de 2009. Ângela Gutierrez, neta de imigrantes italianos e espanhóis, é fruto dessa imigração violenta que veio para Belo Horizonte. Segundo Ângela, se você der uma “voltinha” no museu de artes e ofícios, verá a mão do imigrante trabalhando concretamente na criação desta cidade.

O sobrenome Gutierrez veio do avô paterno, que nasceu na Espanha. Ele veio já adulto para o Brasil, para ajudar na construção desta capital. Em arquivos da família constam que as construções estavam um pouco lentas, complicadas, precisavam de alguém que tivesse um conhecimento muito grande de construção. Ele trabalhou com Arão Reis e sua equipe, e ajudou a construir a cidade. Algumas obras bonitas, como a escadaria do Palácio da Liberdade, consta que foi ele que montou, que fez a escada acontecer. Mas, na verdade, ele veio como um grande construtor.


URBANISMO

Edição n°1 | Jornal Arquivo BH

REPRODUÇÃO

WARLEY CARVALHO

Bairro Gutierrez, 1950 WARLEY CARVALHO

Busto de Felício Rocho

WARLEY CARVALHO

Busto de Américo Gasparini REPRODUÇÃO

Entrada principal do hospital

Serraria Souza Pinto, 1910 9


Jornal Arquivo BH | Edição n°1

Por Danilo Silveira

D’ VERSOS

Vidas e vindas

Era uma vez um povo feliz, vivia em paz andando pelo Mundo, mas moravam longe de onde eram oriundos. Moravam distante, pois pela inveja foram expulsos de suas casas para abrigar desconhecidos implicantes. Perdidos pela Europa, separados, mas a fé os manteve ligados, mas ainda continuavam sendo injustiçados. Vem, volta, sai daqui, vá para ali. Grande dilema, triste fora a cena que fizeram aos Judeus, talvez tivessem sido esquecidos por Deus. Batalharam, prosperaram, migraram e imigraram. Triste partida, largar o conforto de suas casas, seus lares, suas vidas. El Dourado para os espanhóis, Terra de Santa Cruz para os portugueses, finalmente os filhos de Judá encontram um alento onde pudessem morar? Tampouco fora, a inquisição veio e os levou, e os expulsando novamente não se sabe o que ficou. A perseguição religiosa se foi, mas outras vieram e os fizeram recorrer por outras identidades que talvez os fizessem viver em paz e liberdade? Anarquistas, comunistas, socialistas. Bem aventurados foram aqueles que conseguiram escapar dos tríplices aliados. Retornaram a “terra de Deus”, que com os braços abertos recepcionou o povo que o “matou”. E na Europa, pobres daqueles que lá ficaram, todos agora eram discriminados, obrigados a vestirem pijamas com listras; “malditos nazistas”. Vieram os cães, “malditos alemães”... E aqui, na terra do redentor, partiram da costa para o interior onde havia salvação. Na cidade maravilhosa não conquistaram nada, decidiram arrumar as malas – “Belo Horizonte será nossa redenção”.

Por Wilson Albino

Grande esperança, velhos, adultos, jovens, crianças. Puseram-se em Belo Horizonte, a terra natal já estava distante. Irmãos, amigos que já estavam aqui, facilitavam a adaptação dos que chegavam. Embora, Deus seja Jeová, cada um era de uma etnia, cultura, rotina e monotonia. Era Ashkenazitas tentando entender seus irmãos Sefarditas. Mas mesmos diferentes, todos se faziam crentes que o Deus de Israel é único – “somente”. Pela cidade a fora, via-se mascates, engraxates, artistas, trapezistas – “Judeu depende do suor para se sustentar, não há mais deserto, não há mais maná”. Apesar de grupos diferentes, a comunidade que em BH se fazia presente fizera os judeus se ajuntar. Etnia já não era motivo de discussão, mas pensamentos políticos modificaram a situação. “Vocês progressistas não amam Israel, vós serão amaldiçoados debaixo dos céus” – Mas que ousadia, os Sionistas não deixavam um só dia de conclamar contra seus irmãos que tinham outra maneira de pensar. De ambos os lados, o “outro lado” era sempre o errado. Agora em outro país há alguém que diz – “Não há motivo pra ficar preocupado” – War is Over. Mas o que adiantou todo o horror que na guerra acontecia, se não havia concordância na maneira de pensar. Cada grupo se viu obrigado a se distribuir para que a tensão não voltasse a fluir – “Não ficaremos aqui na Rua do Comércio... Há uma sinagoga na Olegário Maciel, lá iremos nos ajuntar”. “Ó, Israel, o que diria Abraão de seus descendentes?”, que deprimente.

Lágrimas Itálicas

Certa vez, vi um estrangeiro perdido em BH. Ele era italiano. Os gestos e os olhos úmidos pediam ajuda. Percebi seu medo. Notei que ele pronunciava e gesticulava, mas, ninguém o compreendia. Que desacerto! Pensei comigo. Seria bom que o mundo inteiro falasse a mesma língua. Talvez houvesse chance de erros serem evitados, conflitos mediados e vidas poupadas. Prefiro crer ao menos que a língua serviria de ponte ao invés de barreira. O italiano assustado me fez pensar em alguns de seus compatriotas ancestrais. Boa parte destes sim vivenciou um drama na capital das alterosas. Foram enganados. Tudo parecia bom demais: uma vida nova, propostas de trabalho, possibilidade de enriquecimento, viagem gratuita até a terra prometida e ajuda de custo. Vieram iludidos para a região do Curral Del-Rei. Que pena! Muitos acabaram traídos por seus próprios sonhos. Os recém-chegados ficavam desconfortáveis em “hospedarias de imigrantes". Verdadeiros depósitos de gente de acordo com documentos da época. Lugares imundos. Difícil até para respirar. A condição de vida que já era ruim piorou muito. A crise financeira que assolou Belo Horizonte antes da inauguração impediu o governo de apoiar estrangeiros. Foram muitos os gastos, tanto com a mão de obra quanto com material empregado na edificação. Findadas as construções na cidade jardim, os italianos possuidores de algum capital iniciaram negócios. Muitos que abriram restaurantes prosperaram. Quem era pobre partiu rumo às áreas rurais. Meteu-se no mato. Contribuiu para o crescimento da cidade oferecendo o que de mais precioso possuía, sua força de trabalho. Enquanto observava o sufoco pelo qual passava o italiano perdido, não consegui imaginar o que pode ser pior: Deixar a terra natal sem esperança de regressar um dia; ou abandonar-se em solo estrangeiro, e viver travando a batalha das línguas. Pelejar diariamente como se fosse parte integrante de uma interminável Torre de Babel. 10


D’ VERSOS

Desabafo Por Mirianne Torres Não sou desta terra, Ninguém aqui me conhece, A minha língua é diferente, Falo lento, Falo rápido, Falo coisas que ninguém entende (ala-Deus)‫هللا‬ ¡gracias (abrigado) , Grazie (obrigado), Ora pois. Mas, aqui eu falo uai, “trem bão “, “Nossinhora”,”sangue d’Jesus’’ Minha dança favorita... O vira, Passo-doble, Tarantella. Bom odori, Dança do ventre. Mas, já acostumei com o chorinho, MPB, forró, samba. Até arrisco uns passinhos, tímidos confesso... Minha religião é complexa! Foi obrigado a mudar, Para me adaptar rapidamente... Mesmo assim pratico às escondidas... Aprendi que nesta terra Tenho que me adaptar ao jeitinho belo-horizontino. Não é que eu queira esquecer o meu passado e a origem. Fato é que tenho que sobreviver, para um dia voltar para minha terrinha. Quando voltar? Já constituo família aqui, Pois a família de lá também merece carinho e respeito Lá que me constituí Mas aqui é meu porto seguro. Não sei o que fazer!

Edição n°1 | Jornal Arquivo BH

Guia passo a passo: como construir uma capital Por Wilson Albino Invada e aproprie-se dos horizontes Delimite várzeas, bosques e montanhas Cultive roças e crie gados Atraia vizinhos Meça uma área de 50 km² Analise o solo Classifique os recursos naturais Importe ideias Faça projetos Use bons materiais nas edificações Delegue funções administrativas Estratifique. Divida as camadas sociais Defina papeis urbanos, suburbanos e rurais Busque entre europeus recém-chegados arquitetos, marceneiros e artistas Sobrando estrangeiros, meta-os de dia em lavouras, à noite em favelas Ache empreendedores, gringos ou nacionais Dê casas aos funcionários públicos ainda moradores da velha capital Promova educação, saúde e cultura Construa hospitais, cemitérios e casas de tolerância Ps:. Orgulhe-se de si. Admire seus feitos. Só não fique desiludido quando a frase positivista “ORDEM E PROGRESSO” se transformar em bagunça e retrocesso. WILSON ALBINO

Minha veia corre sangue... Europeu, Asiático, Árabe. Mas meu peito bate forte quando escuto... “Oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais!” Peço que não entenda mal, na verdade é uma constatação. Sou saudosista, vivo entre duas paixões. Minha terra natal e a terra que escolhi de coração. 11


Jornal Arquivo BH | Edição n°1

EDUCAÇÃO

Educação à espanhola Vários colégios tem origem espanhola e até hoje, tem algumas peculiaridades do seu país de origem Por Mirianne Torres Colégio Imaculada de Belo Horizonte: Iniciou-se as atividades em BH no ano 1918. Mas antes de chegar em Belo Horizonte, iniciou a atividade pedagógica em 1911 no estado de Goiás na cidade de Pirenópolis. Hoje o tradicional colégio se localiza na rua da Bahia 1534, bairro Lourdes. Fundado na Espanha, no ano de 1873, pela Madre Cândida Maria de Jesus, criadora das Filhas de Jesus.

O Colégio São José, foi fundado em 1936 pelas Irmãs Escolápias, religiosas das Escolas Pias. O colégio iniciou as suas atividades, na rua Sergipe, com o segmento Jardim da Infância. Hoje é situado na rua Bueno Brandão, N°: 151, bairro Floresta.

O colégio Loyola foi inaugurado no dia 19 de março de 1943 foi inaugurado oficialmente, pelo padre Dainese, sua primeira sede situava-se na Rua Gonçalves Dias, N° 1218. No início de 1949, mudou-se para a Avenida do Contorno, 7919, no bairro Cidade Jardim, atual endereço.

Colégio Santa Maria - Cidade Nova. Em janeiro de 1985 foi inaugurado, fato convencional na história do colégio, onde á extensão do currículo de estudos, implantando progressivamente, assegurará aos alunos o reconhecimento dos seus cursos pelo Governo Espanhol em 1999. Seu endereço é na Rua Ildefonso Alvim, 131 bairro Nova Floresta, Belo Horizonte.

São Miguel de Arcanjo Fundado em julho de 1951, por José de Calasanz, com o auxilio de outros membros da igreja em Belo Horizonte e se expandiu para o resto do Brasil. Com o principal objetivo de levar educação ao menos favorecidos.

Santo Agostinho o projeto foi iniciado pelo padre Carlos Vicuña e por padre Agostiniano, e por outros membros da mesma congregação por isso o nome do tradicional educandário, no ano de 1934. Iniciou as atividades na Avenida Olegário Maciel (então, Av. São Francisco) com rua Tupis. Um ano após a inauguração do primeiro prédio foi iniciada a construção do segundo prédio inaugurado no dia 28 de março de1936, na Avenida. Amazonas, 1803, onde funciona até hoje.

FOTOS: WARLEY CARVALHO

Colégio Santo Agostinho 12

Colégio Imaculada


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