entre a
arquitetura
e a arte:
intervenções nos espaços
públicos
Natália Bomtempo Magaldi
entre a
arquitetura
e a arte:
intervenções nos espaços
públicos
Universidade de Brasília | UnB Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | FAU
Natália Bomtempo Magaldi Trabalho apresentado à banca final da disciplina Ensaio Teórico, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. Orientadora: Prof. Dra. Maria Cecilia Filgueiras Lima Gabriele Banca examinadora: Prof. Dr. Eduardo Pierrotti Rossetti Prof. Me. Leandro Cruz
Brasília 2015
“A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte...” Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer
Apresentação Este Ensaio Teórico corresponde ao trabalho de conclusão da disciplina de Ensaio Teórico, que encerra a Cadeia de Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. Tem-se por tema geral, o estudo de intervenções urbanas realizadas em núcleos urbanos.
Sobre a escolha do tema Sou aluna de graduação em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade de Brasília, desde julho de 2009. Durante o decorrer do curso, pude experimentar e vivenciar diferentes vertentes da Arquitetura e Urbanismo. Em 2013, tive a oportunidade de participar do programa de intercâmbio estudantil oferecido pelo Governo Federal, o Ciências sem Fronteiras. Durante um ano, frequentei a École Supérieure Nationale d’Art, em Bourges, na França. Lá, pude aprender um pouco mais sobre as Artes plásticas, fato que fomentou em mim a busca por uma maior ligação entre os campos das Artes e a Arquitetura – se é que existe, de fato, um limite entre ambas. Diante disso, a construção deste Ensaio Teórico se deu frente a um complexo - porém instigante - universo de possibilidades, dentre as quais a possibilidade de a Arquitetura e as Artes criarem, de maneira harmônica e conjunta, novas formas de vivenciar os espaços. Sendo assim, busco assimilar, compreender e aplicar, neste Ensaio, as ideias próprias destas áreas do conhecimento, de forma a criar uma ligação entre Arte e Arquitetura. Por fim, buscarei aplicar tais conhecimentos em projetos futuros, profissionais e/ou acadêmicos.
Sumário INTRODUÇÃO....................................................................................17 Objetivo Geral.................................................................18 Objetivos Específicos......................................................19 CAPÍTULO 1 - As intervenções artísticas na cidade.....................23 Projeto Arte/Cidade.......................................................29 A Arte entre o utilitário e o lúdico.................................32 CAPÍTULO 2 - Os doze padrões......................................................39 CAPÍTULO 3 - Repertório..................................................................51 Considerações Finais......................................................................77 Bibliografia e Referências...............................................................78 Referências de imagens.................................................................79
INTRODUÇÃO
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No decorrer da história, a arte contribuiu de maneira valiosa para a qualidade do espaço urbano, por meio do uso de monumentos, esculturas, fontes, detalhes em construções e decorações. A arte nos causa percepções sensoriais, físico e/ou racionais: transmitenos beleza, emoções, memórias, ideologias, críticas e reflexões. Além disso, caracteriza-se por seu potencial enriquecedor de um espaço urbano, através do provimento de experiências valiosas em si. Pelo uso das Artes e da Arquitetura, praças e ruas podem ser projetadas de forma a oferecer experiências únicas, apelando a outros sentidos que não apenas o da visão. Uma determinada obra, a par de seu apelo visual, pode permitir, ao seu apreciador, a percepção sonora de ruídos próprios do conjunto (como, por exemplo, o som de uma fonte de água); a sensação táctil de diferentes texturas; o senso olfativo de cheiros distintos; etc.
ca por repertório para a elaboração do projeto de Diplomação, trabalho que corresponde à disciplina de conclusão do curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Resumidamente, apenas como esclarecimento, propõem-se, no projeto de Diplomação, projetar intervenções urbanísticas em alguns espaços públicos do Varjão, pequena vila próxima ao Plano Piloto. Como metodologia, ao longo deste estudo, foi elaborada a comparação de dez tipos de intervenções realizadas em espaços urbanos, de diferentes cidades, com base nos estudos de Jan Gehl. A escolha destes dez casos foi feita dentro de uma amostragem bem maior. No entanto. Buscou-se escolher exemplos que utilizaram das Artes na tentativa de resgatar a qualidade do espaço público.
Este Ensaio Teórico foi fruto de uma vontade pessoal de compreender as Intervenções artísticas em espaços públicos. Com efeito, esse anseio originou de observações particulares feitas em estudos de casos, necessários na bus-
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Objetivo Geral “Não suportamos espaços vazios; neles nos sentimos desconfortáveis. (...) Necessidade e utilidade sempre criam certa definição que nos conforta”. (MONDRIAN, 1942-44)
O presente ensaio intenta sugerir reflexões sobre o espaço público e analisar intervenções artísticas realizadas nestes ambientes. Para tanto, buscou-se referências em obras de Site Specific Art1, por apresentarem relações diretas com os espaços nos quais estão inseridas. Em sendo assim, objetiva-se apresentar dez intervenções utilizadas como estratégias de atuação no espaço público. A seleção dos casos foi influenciada pelas questões da cidade como um lugar de encontros, e, a partir dessa premissa, como esses espaços permitem essas interações. Para amparar as análises realizadas, foram considerados os padrões definidos pelo arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl, em sua obra Cidades para pessoas (2010), os quais exemplificam como o planejamento físico de um espaço pode convidar ou repelir as pessoas. Os padrões de Gehl – doze no total – servirão como auxílio na identificação de características positivas e valorizadoras das instalações ora analisadas.
1 Site Specific Art tratam de obras feitas a partir das características dos locais onde estão instaladas, de modo que, se realizadas em quaisquer outros lugares, ganhariam conotação e sentido diversos. (SCHUTZ-DORNBURG, 2002)
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Objetivos específicos Traçadas as linhas gerais, os objetivos específicos a serem atingidos ao longo da construção deste Ensaio são os seguintes: 1. Compreender o processo histórico de transição da Arte, própria dos museus e galerias, para as ruas; 2. Identificar propostas de requalificação de espaços públicos que fizeram uso de intervenções artísticas; 3.
Analisar os padrões desenvolvidos por Jan Gehl;
4.
Identificar os padrões nas intervenções;
O Ensaio é divido em três capítulos e as respectivas considerações finais. No primeiro capítulo – As intervenções artísticas nos espaços urbanos – discute-se o contexto histórico no qual houve a ruptura de paradigmas no campo das Artes, fazendo com que obras artísticas deixassem de ser meras exposições em museus e galerias, para ganharem as ruas. Relaciona-se, também, a introdução das Artes nas ruas com o caráter lúdico presente nos utilitários urbanos. O segundo capítulo – Os doze padrões – vem a pontuar e discutir os padrões criados por Jan Gehl, citados em Cidades para pessoas (2010), para categorizar um bom espaço público. O terceiro capítulo traz o repertório das dez intervenções que foram escolhidas a partir de uma pré-seleção de casos aleatórios. Por serem, visualmente agradáveis e funcionais selecionaram-se os dez casos aqui compreendidos, para serem estudados e, sob a ótica dos princípios de Gehl, tentar compreender estes exemplos tidos como bons espaços públicos. Por fim, busca-se compilar, nas Considerações Finais, as conclusões atingidas com o desenvolvimento deste Ensaio. Em especial, a observação da existência das infinitas possibilidades quando se diz respeito a intervenções urbanas.
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1
capítulo
As intervenções artísticas na cidade 19
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Capítulo 1 - As intervenções artísticas na cidade
Nos últimos anos, vários projetos de intervenções urbanas foram desenvolvidos com a intenção de revitalizar os espaços públicos. Nessa ideia, a Arte teve importante papel nesta nova forma de se encarar os ambientes urbanos. No final dos anos 1960, artistas passaram a entender a Arte como uma forma mais ampla de expressão. Os espaços dos museus já não eram suficientes para a exposição das obras, que adquiriram diferentes perfis. O minimalismo foi a corrente que provocou a ruptura do espaço institucional e arte moderna, e com a falta de relação entre a obra e o lugar em que estava inserida. “Quando a Arte deixou o Museu em busca de um público maior, tornou, consequentemente, e de forma mais incisiva, ‘pública’ a presença da arte e do artista. O artista ‘público’ contemporâneo trabalha in situ, ou seja, analisa meticulosamente as condições do lugar (a escala, o usuário e a complexidade do contexto), visto que o sucesso da obra depende da recepção do observador. Com isto, o artista ampliou seus meios e passou, também, a construir incorporando novas fontes de referência como a ciência, a biologia, a construção, a iluminação, a decoração, o som, a moda, o cinema, os computadores etc. A transição das instalações efêmeras para as construções permanentes estabelece aproximação com a arquitetura, principalmente no que se refere ao modo de conceber o espaço e a sua psicologia de uso. Os limites entre a Arte e a Arquitetura tornam-se difusos à medida que, tanto uma quanto outra, inspiram-se na experiência física do sujeito determinada pela natureza do lugar. A Arquitetura sempre foi, por definição, pública, contudo, as transformações contextuais dos últimos vinte anos levaram esta disciplina a um processo de adaptação (tal qual a Arte)”. (CARTAXO, 2006, p. 73-79) IM[1] Robert Smithson, “Spiral Jetty”, 1970
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Ao tomar os espaços públicos como área de exposição, a obra e o papel do artista também sofriam mudanças de paradigmas. O caráter social passava a fazer parte do contexto do trabalho. A arte, quando toma as ruas, tem o caráter transgressor por ser a interrupção do óbvio e do esperado. Esse elemento surpresa não tem sítio específico. Dito isso, muitos artistas passaram a utilizar materiais de uso cotidiano na criação de suas obras, criando releituras da organização e do próprio significado dos espaços públicos. A escultura, que anteriormente era vista como ser único e completo, passou a ter uma forte relação com o espaço onde estava inserida, deixando de ser um mero objeto de apreciação, para se tornar um vínculo com a Arquitetura e a paisagem urbana. Com isso, em consequência, o expectador adquire um status maior: abandona sua posição de simples observador e se incorpora à própria vivência da experiência estética da cidade. Surge o conceito de “arte de sítio específico” – Site Specific Art – que diz respeito à relação entre uma obra de arte e o espaço no qual está inserta, de maneira que, somente naquele ambiente referida obra deteria um significado específico. Apesar desta relação não ser bem evidenciada em alguns casos – o que possibilitou que algumas obras tenham sido expostas em museus posteriormente – artistas como Richard Serra, passaram a criar obras de sítio específico, recorrendo a escalas maiores, materiais e implantação objetivando um olhar crítico a situação urbana. Intervenções como a de Richard Serra possibilitaram a reflexão sobre o caráter afetivo dos lugares públicos e, como tais obras poderiam redefinir a experiência urbana. O caráter estético não é mais suficiente perante questões políticas, econômicas, históricas e institucionais do lugar.
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Portanto, neste contexto, a cidade é entendida como espaço com sua própria linguagem, administração pública e tipos de propriedade e de uso, ideologia, economia e política. Com efeito, tais questões passaram a ser consideradas importantes na implantação das obras. Logo, no final dos anos 1980, a procura por espaços para práticas artísticas tornou-se quase uma regra. Trabalhos de land-art e site specific buscavam criar uma relação com diferentes paisagens, urbanas ou não. (PEIXOTO, 2012) IM[2] Richard Serra, “St. Johns Rotary Arc”, 1975/80
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Dentre esses trabalhos, vale destacar os dos precursores do land-art: o casal de artistas plásticos Christo e Jeanne-Claude, que criavam instalações na paisagem. Seu método consiste, basicamente, no uso de elementos inusitados instalados no horizonte, em espaços públicos, ou edifícios. Utilizam o artifício da fotografia para registro das obras, uma vez que a natureza do trabalho é efêmera, não durando mais que algumas semanas. A intenção da dupla era fazer com que as pessoas percebessem algo que não percebiam antes da intervenção. (PASSOLD, 2011)
IM[3] Valley Curtain, Rifle, Colorado, 1970-72 Christo e Jeanne-Claude
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Nesta incansável tentativa de se apropriar dos espaços públicos, vários locais anteriormente vistos como abandonados induziam “um exotismo local” (PEIXOTO, 2012). Espaços ociosos e sem utilidade passaram a ser, cada vez mais, “objetos” de intervenções. No âmbito da arquitetura, o artista americano Gordon Matta-Clark (1943 – 1978), desenvolveu trabalhos que tangiam a arquitetura e as artes plásticas através de intervenções em locais específicos na década de 1970. É famoso por seu trabalho building cuts, uma série de intervenções em edifícios abandonados, nos quais ele removia partes do piso, teto e paredes dos andares encenando metáforas com o intuito de questionar e criticar a autonomia e a lógica econômica pós1950 nas quais os edifícios eram rapidamente lançados em detrimento de sua função pública.
IM[4] Building Cuts (1970) - MattaClark
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Por vezes, o expectador tinha que perambular pela obra para compreender o intuito da intervenção realizada. Com isso, a tradicional visita aos museus e galerias foi sendo, em parte, substituída por percursos ao longo das ruas. As intervenções artísticas, portanto, vieram a contribuir com a redefinição do espaço urbano, criando junto com a Arquitetura e o Urbanismo novas maneiras de se entender os espaços públicos, evidenciando que tais ambientes estão em constante transformação. De fato, uma obra não se adequa passivamente à malha urbana; ela é um meio de questionamento e oposição ao espaço no qual está inserta. Veja-se, assim, que a Arte ultrapassa a concepção da cidade como essa sendo apenas um fruto da Arquitetura. Em verdade, a Arte cria um vínculo com o ambiente urbano, à medida que cria uma noção da cidade como um espaço público a ser funcionalmente ocupado e vivenciado. Os artistas, portanto, passam a propor intervenções distantes dos espaços tidos como tradicionais para levar a arte aos mais distintos grupos e redefinir a experiência do lugar.
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Projeto Arte/Cidade No Brasil, um projeto de intervenções urbanas que teve notório significado no campo das artes foi o Arte/Cidade. Realizado em São Paulo, esse projeto propõem diferentes tipos de intervenção se fazendo uso das Artes plásticas, unida à Arquitetura e ao Urbanismo. O projeto sugere problemáticas no urbanismo contemporâneo, à medida que questiona a maneira como se configurou a paisagem urbana na cidade de São Paulo. A particularidade do projeto foi basear-se em uma visão holística da cidade. É dizer, assim como a paisagem urbana faz parte das intervenções, a Arquitetura, a política, as questões culturais e artísticas também fazem. Todos os aspectos da cidade deveriam ser compreendidos de maneira integral e não meramente por suas partes individualizadas. No entanto, toda intervenção é pontual. Predomina-se o princípio da ação e reação, logo, cada intervenção provoca rearranjos, dando funções e sentidos novos para os espaços. As duas primeiras fases do projeto Arte/Cidade foram realizadas pela Secretaria de Estado e Cultura de São Paulo. O princípio era oferecer uma alternativa ao modo habitual de incentivo à cultura, com base na ideia de que a cidade, um espaço catalizador de produções artísticas, possibilitaria diferentes linguagens e interpretações, dos mais diversos núcleos sociais. As terceira e quarta fases foram concretizadas por uma entidade própria, o Grupo de Intervenção Urbana, reunindo diversos personagens ativos nas produções culturais da cidade. De maneira específica, a primeira fase – intitulada Cidade sem janelas – foi idealizada em 1994. O local escolhido foi um antigo
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matadouro localizado na Vila Mariana, zona sul da cidade, desativado em 1927. Cerca de dezesseis artistas entre escultores, pintores, escritores, atores, bailarinos, performers, músicos e arquitetos se reuniram por diversas vezes no local para, juntos, discutirem os projetos a serem instalados no sítio. Várias intervenções foram feitas no matadouro, originalmente constituído por galpões construídos em espeças paredes de tijolo e vigas de ferro. Por certo, um local desprovidos de memória.
[IM 6] [IM 7] Intervenção de Anne Marie Sumner (1ª fase) Esta intervenção contou com uma estrutura criada em telas metálicas paralelas, de diferentes comprimentos, que permitem a visão dos galpões através de sua malha, contudo, bloqueiam a visão panorâmica do lugar. Estas se adaptam ao terreno que possui um desnível de 1.90m. A obra não pode ser compreendida de apenas um ponto de vista, é necessário o percurso completo que possibilita a assimilação do espaço por inteiro.
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A segunda intervenção, batizada de A cidade e seus fluxos, teve área demarcada por três edifícios, no centro da cidade. O projeto ocupou o topo dos prédios, uma área de vale e as ruas circundantes. Vinte arquitetos e artistas participaram na concepção de projetos para cada espaço. A terceira parte chamou-se A cidade e suas histórias e ocorreu em 1997, abrangendo uma estação de trens juntamente às linhas ferroviárias adjacentes e locais significativos da cidade, como um antigo galpão restante de um complexo industrial na zona oeste de São Paulo. Nesta, houve a participação de cerca de quarenta arquitetos e artistas que aparelharam uma série de intervenções, pelas quais os visitantes percorriam de trem ou a pé. Por fim, a quarta fase ocorreu em 2000, na Zona Leste de São Paulo, em uma antiga fábrica de tecidos e contou com diferentes intervenções interativas. É de mencionar a concebida por Ana Tavares, que construiu um percurso em labirinto unindo todos os andares de um determinado edifício.
[IM 8] Intervenção de Rubens Mano (2ª fase) Esta intervenção dispôs de dois grandes holofotes, dispostos perto de um viaduto, que, ao lançarem feixes de luz de diâmetro de 1,50m, recortam as silhuetas dos transeuntes. Permite-se que a pessoa seja vista, mas evidenciase seu anonimato.
[IM 9] [IM 10] Intervenção de Ana Tavares (3ª fase) “A intervenção pretende criar um dispositivo de circulação análogo aos túneis subterrâneos projetados para o fluxo de pessoas em espaços públicos das grandes cidades. As passarelas e escadas industriais fazem parte dos equipamentos de trânsito _ como as catracas, estribos e assentos _ que constituem os espaços públicos contemporâneos.”
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A arte entre o utilitário e o lúdico Feitas tais considerações, a arte específica do lugar coloca em questão o modelo existente na arte pública contemporânea à medida que essa transforma o espaço urbano, tradicionalmente um local de mera passagem, em local de permanência. Esse debate vigente incentiva à integração das linguagens arquitetônicas e artísticas, com a intenção de criar espaços sociais interativos que propiciem beleza e conforto aos usuários. (SILVA, 2005) Com efeito, nos Estados Unidos, começaram a surgir diversos projetos de arte pública com características utilitárias. Iniciou-se uma necessidade por parte dos artistas em passarem as mais diversas emoções aos usuários. Em 1990, a artista Elyn Zimmerman desenvolveu a obra intitulada Santuário, construída no Hospital do Câncer da Universidade de Tampa, no sul da Flórida. Essa obra, instalada ao livre, foi inspirada nos templos gregos e sua função primordial era acolher os pacientes e visitantes em um ambiente externo, confortável e imaginativo.
[IM 11] [IM 12] Santuário por Elyn Zimmerman - Flórida, Estados Unidos
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Em 1992, o artista Tom Otterness esculpiu no Hudson River Park, em Nova York, elementos caracterizados por toques de surrealismo e provocação de divertimento, medo e surpresa aos seus observadores, criando um ambiente de fantasia. As esculturas se integram à paisagem do parque e se misturam ao mobilário urbano, propiciando diferentes experiências. É de se notar a grande relação que a arte inserida nos espaços urbanos cria com os mobiliários urbanos, originando novas maneiras de percepção do espaço público, a par da originalmente proposta.
[IM 13] [IM 14] [IM 15] Praça The real world - NY, Estados Unidos
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No entanto, historicamente, não foi a primeira vez em que a arte e o mobiliário urbano se harmonizam. Não estariam tais artistas sendo inspirados por Antoni Gaudí (1852 -1926)? Apesar da linguagem do arquiteto catalão ser claramente distinta, as obras “gaudinianas” propiciavam a perfeita integração entre mobiliário e a arte.
[IM 16] Bancos do Parc Guell No bairro barcelonense de La Salut, Eusebi Guell quis construir um condomínio inspirado no conceito de cidade-jardim. Antoni Gaudí foi chamado a ajudar na construção deste parque entre 1900 e 1914. A princípio o parque era particular, porém, percebe-se a intenção de Gaudí na concepção de vários serviços necessários para a coletividade: viadutos, praças, ruelas, muros de fechamento, escadarias, bancos. O grande banco que serpenteia a praça do complexo foi construído à base de módulos pré-fabricados com desenho ergonômico. Cabe destacar a interação entre a arte e arquitetura que se harmonizam pelo parque.
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2
capítulo
Os doze padrões
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Capítulo 2 - Os doze padrões Feitas as considerações sobre Intervenções artísticas no espaço público, torna-se indispensável definir o que é espaço público.
“Toda e qualquer abordagem sobre a arte urbana passa necessariamente pela discussão da dicotomia entre o público e o privado(...). ” (SILVA, 2005)
O Espaço Público sempre foi lugar de encontro, de comércio e de circulação (GEHL & GEMZOE, 2001). Espaço público, portanto, compreende todos os espaços na cidade onde todos têm o direito de ir, vir e permanecer.
“Fisicamente, o espaço público é, antes de mais nada, o lugar, praça, rua, shopping, praia, qualquer tipo de espaço, onde não haja obstáculos à possibilidade de acesso e participação de qualquer tipo de pessoa. Essa condição deve ser uma norma respeitada e revivida, a despeito de todas as diferenças e discórdias entre os inúmeros segmentos sociais que aí circulam e convivem, ou seja, as regras do convívio e do debate devem ser absolutamente respeitadas. “ GOMES (2012 p.160)
[IM 17] Rua para pedestres em Barcelona, Espanha
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O livro New City Life (GEHL, GEMZØE e KARNAES, 2006) oferece uma abordagem histórica da vida urbana. Dentre o vasto conteúdo presente na obra, nota-se a evolução ocorrida na concepção da qualidade dos espaços públicos. Hoje, sabe-se que os espaço de convívio nas cidades são cruciais para o desenvolvimento urbano e a integração social. Tendo isso em vista, os autores promulgaram doze critérios que permitem inferir que o espaço público é de qualidade. Ressalta-se que esses doze padrões não devem ser considerados únicos e certeiros. Ou seja, não servem à utilização como se fosse um check-list a ser preenchido. Por isso, faz-se necessária especial cautela ao estudá-los e aplicá-los. Pois, pensar em espaço público requer conhecimento de questões sociológicas, políticas, éticas, culturais, econômicas, estéticas, e etc. Contudo, tais critérios podem servir como uma base na determinação de diretrizes de projetos, pois colocam em pauta uma série de fatores que interferem na percepção do espaço, os quais poderão ser idealizados com maior cuidado. Os critérios são:
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1. Proteção contra o tráfego; 2. Segurança nos espaços públicos; 3. Proteção contra experiências sensoriais desagradáveis; 4. Espaços para caminhar; 5. Espaços de permanência; 6. Ter onde se sentar; 7. Possibilidade de observar; 8. Oportunidade de conversar; 9. Locais para se exercitar; 10. Escala humana; 11. Possibilidade de aproveitar o clima; 12. Boa experiência sensorial. 39
O primeiro item refere-se à proteção contra o tráfego de veículos e segurança para os pedestres. Percebem-se, cada vez mais, cidades livrando-se aos poucos – ao menos nas zonas centrais – do uso dos carros. O carro, antigamente visto com bons olhos, em especial no idos dos anos 1960, hoje é o “grande vilão” das grandes cidades, por poluírem o ambiente e provocarem lentidão no tráfego. Madrid (Espanha), Paris (França), Chengdu (China), Hamburgo (Alemanha), Milão (Itália), Copenhagen (Dinamarca), e Helsinki (Finlândia) são exemplos de algumas cidades que adotaram medidas para proibir ou diminuir o fluxo de carros em seus centros urbanos. Sendo assim, a ideia presente no primeiro critério é reincorporar a escala humana nas cidades, tendo em vista que, em grande parte das cidades, o foco é o automóvel perante o pedestre. [IM 18] Pedestres, ciclistas e carros: via em Barcelona, Espanha
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Quanto ao segundo critério, a segurança em um espaço público pode ser aferida pelo fluxo de pessoas na região. Sabe-se que quanto mais pessoas circulando no espaço, maior é o sentimento de segurança aos usuários. A presença de “olhos nas ruas” contribui para um maior conforto ao caminhar nas ruas, na maioria dos casos. Além disso, a facilidade de deslocamento e o uso do espaço em intervalos diversos do dia e da noite conferem uma maior circulação de pessoas, fato que também ocasiona numa maior sensação de segurança.
[IM 19] Fête des luminères Em Lyon, na França, ocorre o Fête des luminères – algo como Festival das Luzes. Durante três dias há projeções artísticas em edifícios por toda a cidade.
Ainda nesse contexto, outro fator a ser considerado é o oferecimento de boa iluminação. A iluminação do espaço urbano tem grande impacto na orientação, segurança e qualidade visual. (GEHL, 2014)
[IM 20] Grand Place Em Bruxelas, Bélgica, há a Grand Place que é conhecida como a praça mais bonita do mundo. Todas as noites ela é cenário para um espetáculo de luzes nas fachadas dos edifícios.
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Como proteção contra experiências sensoriais desagradáveis entende-se a abrigo em face de intempéries ocasionadas por condicionantes climático naturais, como o vento, a chuva e a incidência da luz solar. Como exemplo, cite-se a utilização de áreas verdes como meios para amenização de altas temperaturas, combate à degradação ambiental e fuga da poluição sonora. Outro critério considerado, os Espaços para caminhar revelam-se importantes para um bom espaço público, pois promovem o contato dos usuários com outras pessoas. Esses espaços são tidos ideais quando se faz possível apreciar fachadas ou paisagens interessantes ao longo de seu caminho, quando inexistirem obstáculos ou superfícies irregulares, tornando-os acessíveis a todos. Por certo, locais públicos agradáveis apresentam espaços de permanência unidos à possibilidade de observar.
Espaços de permanência dizem respeito às áreas convidativas. Quando as pessoas estão realizando suas atividades pela cidade, há momentos nos quais são precisos os “espaços de transição”, que, segundo Gehl, são espaços onde as pessoas precisam ficar quietas, seja esperando alguém ou apenas descansando. Em sendo assim, os espaços convidativos têm como características alguns fatores que levam as pessoas a quererem permanecer nestes lugares, tais como: espaços bem definidos, pontos de apoio, infraestrutura e a escala humana, a qual, por sua vez, diz respeito ao alcance que as pessoas podem ter na infraestrutura. Para Gehl, é de vital importância a consideração da perspectiva das pessoas para a construção de um bom espaço público. Em bons espaços públicos, a paisagem agrega à arquitetura do lugar a opção de contemplação do cenário. Impõe-se, portanto, a possibilidade de observar. De maneira complementar, ter onde sentar é um ponto determinante ao bom espaço público, pois há sempre a demanda por locais destinados ao descanso nos espaços de transição. Por isso, faz-se importante o
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uso de mobiliários urbanos confortáveis, acessíveis e que convidem à interação entre as pessoas. Bancos confortáveis influem na duração de permanência. Em estudo realizado em 1990 por Jan Gehl, em Estocolmo, percebe-se que as pessoas preferem ficar em locais onde possam ver tudo, mas que não sejam vistas.
[IM 21] [IM 22] Espaço Públicos em Bordeaux, França
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Praças e ruas que oferecem oportunidade de conversar estão associadas a níveis de som. Consideramse agradáveis à conversação os locais com níveis de 60 a 65 decibéis. Nessa faixa, impreterivelmente encontram-se os locais sem a presença de veículos, que sejam caracterizados com a realização de atividades essencialmente humanas como caminhadas, conversas, brincadeiras entre crianças, etc. Outro fator se refere ao posicionamento do mobiliário urbano. Corriqueiramente, os bancos em áreas públicas não favorecem o diálogo, uma vez que são posicionados distantes uns dos outros, ou de maneira linear, evitando o contato visual entre as pessoas. Uma solução é o posicionamento dos bancos uns em frente aos outros, criando ambientes propícios a conversas. Os locais para se exercitar são convidativos quando apresentam equipamentos públicos de qualidade para a prática de esportes, entretenimento e atividades na rua, independentemente do horário ou clima. Esse ponto é muito associado às brincadeiras de crianças, que tomam escadarias, desníveis, balanços, áreas para correr e pular. Isso, no entanto,
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vem sendo pensado em bloco. Ou seja, o que é visto nas cidades hoje são cercas delimitando parquinhos para crianças. No entanto, os espaços podem oferecer oportunidades para brincadeiras que não sejam padronizados em um playground infantil.
[IM 23] Wavedeck em Toronto, Canadá: Rampas que se tornam escorregadores.
A possibilidade de aproveitar o clima refere-se aos espaços abertos que possibilitem atividades ao ar livre e que se adaptem ao clima e topografia do local onde são construídos. Cidades de clima quente exigem espaços sombreados, úmidos e que utilizem materiais que não absorvam calor. O último critério, a boa experiência sensorial, faz menção às áreas
verdes, uso da água, mobiliário urbano com materiais que permitam sensações diferenciadas, design e acabamentos de qualidade, etc. É essencial despertar sentidos além da visão. “A experiência de conforto e bem -estar nas cidades está intimamente ligada ao modo de estrutura urbana e o espaço da cidade se harmonizar com o corpo humano, seus sentidos, dimensões espaciais e escalas correspondentes. ” (GEHL, 2014)
À luz de tais critérios, foram analisadas dez intervenções artísticas em cidades distintas, identificando-se os critérios cabíveis em cada uma delas.
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3
cap铆tulo
O Repert贸rio
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Capítulo 3 - O Repertório A escolha dos projetos apresentados a seguir se deu de maneira aleatória. Foi realisada busca de intervenções que tenham feito o uso da arte na requalificação urbana. Para tanto, consideraram-se como “intervenção artística” aquelas que fizeram uso de elementos lúdicos e de caráter único. Ou seja, projetos que, à luz do conceito fornecido pelo Site Specific Art, foram elaborados para ocupar o sítio específico, não podendo, portanto, ser reproduzidos em demais localidades. As dez intervenções escolhidas foram realizadas em diversos países: Canadá, Suíça, Escócia, França, Japão, Israel, Estados Unidos, Espanha, Grã-Bretanha e Áustria. Embora seja evidente a singularidade das culturas dos países listados, percebe-se a existência de uma homogênea demanda mundial por espaços urbanos de qualidade. Assim, cada um dos dez casos analisados contém características únicas que permitem servir como exemplos de entusiasmo na requalificação de espaços públicos, tais como praças, ruas, caminhos, orlas, píeres, passagens e parques.
Países nos quais as intervenções foram analisadadas
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NOME LOCAL
1 2 3 4 5
Bat-Yam,
St. Gallen,
Toronto,
Canadá
Estados Unidos
Inglaterra
2005
2008
2009
2010
Suíça
Suíça
FUNÇÃO
San Antonio, Littlehampton,
Wavedeck
ARQUITETURA/Carlos Martinez ARTE Arquitetura
COMPRIMENTO
On the way to the sea
City Lounge
ANO
ÁREA/
The longuest bench
The Main Plaza
2010
West8 + DTAH Rios Clementi Studio Weave Derman Verbakel A Hale Studio Arquitetura Canadá
Estados Unidos
Reino Unido
15.000 m²
650 m²
243 m²
621 m
Praça, Mobiliário Urbano
Deck sobre lago
Praça, Fonte
Banco, escalada, monumento
Criação de um deck, área de contemplação e passagem
Revitalização da Praça, criação de sombras
Aprox.
Israel
Israel
Aprox.
210 m² C
Deck, Mobiliário Urbano
NA CIDADE
OPERAÇÃO PROJETUAL
Criação de um quarteirão lúdico
NÍVEL DO PEDESTRE
ESCALA HUMANA
Tabela com os dados de cada projeto
Requalificação Bat-Yam Biennale urbana da orla of Landscape marítima Urbanism
F
NOME
6 7 8 9 10
LOCAL ANO
ARQUITETURA/ ARTE
Centro Abierto de Actividades Ciudadanas
Phoenix Flowers
Córdoba, 2010
Espanha
Paredes Pino Arquitetos, Espanha
COMPRIMENTO
ÁREA/
11.920 m²
FUNÇÃO
Praça, abrigo para diferentes atividades
Flederhaus
Pocket Square Kikushi
Parque Clos Layat
Glasgow,
Viena,
kikuchi-city,
Japão
Lyon,
França
2010
2011
2012
2014
Heri & Salli TAKAO Shiotsuka
BASE landscape designer mandatory + ARCADIS + Les Eclaireurs
Áustria
Escócia
rankinfraser landscape architecture e 7N Architects
Áustria
Atelier Japão
200 m²
praça A - 273,59m² praça B - 265,85m²
3 ha
Passagem subterrânea Local de descanso
Praças
Parque
Reino Unido
150 m
Aprox.
França
A NA CIDADE
B
OPERAÇÃO PROJETUAL
NÍVEL DO PEDESTRE
Primeira fase de Requalificação regeneração da urbana área
Área para abrigar visitantes e transeuntes na praça dos museus de Viena
Requalificação urbana
A B
ESCALA HUMANA
A B
Requalificação do parque
1
City Lounge
Local: St. Gallen, Suíça Arquiteto/Artista: Carlos Martinez Arquitetura e Pipilotti Rist (Artista) Operação projetual: primeira fase de regeneração da área de Speirs Lock, promovida pelo Conselho Municipal de Glasgow. Funções: Praça, lounge, mobiliário lúdico, arte Área: Aproximadamente 5.800 m² Ano: 2005 O City Lounge é um espaço externo localizado no centro de St. Gallen, Suíça, projetado pelo arquiteto Carlos Martinez em colaboração com a artista plástica Pipilotti Rist. Trata-se de projeto vencedor de concurso promovido pela instituição
bancária Schweizer Verbandes der Raiffeisenbaken (SVRB), em cooperação com a cidade de St. Gallen, para criação de uma grande sala de estar pública. A motivação para tanto era a aparente falta de coerência da malha urbana, a qual era formada por nume-
1. Proteção contra o tráfego
9. Locais para se exercitar
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12. Boa experiência sensorial: Piso e mobiliário em borracha
[IM 46] Planta baixa do projeto [IM 47] Carro revestido em espuma; espaço lúdico
1. Proteção go: contra o tráfe Áreas só para pedestres
rosos espaços vazios entre os prédios. Esses espaços, com formas irregulares e desconexos entre si, deveriam ser articulados e interligados de alguma maneira, visando adquirir uma identidade homogênea. O projeto é caracterizado pelo piso na cor vermelha, que se prolonga ao redor dos edifícios localizados na área central do distrito comercial de St. Gallen, recriando variados espaços de relaxamento e convivência. Com efeito, a perspectiva criada com a sensação de conexão entre os diferentes espaços se dá pela aplicação dos materiais utilizados, todos em vermelho. Áreas para pedestres e de recreação são forradas
8. Oportunid de conversa ade r
com borracha granulada, ao passo que as áreas de movimento são asfaltadas. Conhecida também por Stadtlounge, algo como “sala pública”, é uma intervenção que impressiona por seu contraste na [IM 48] Vista aérea
2. Segurança: Iluminação [IM 49] Vista a nível do pedestre
paisagem arquitetônica, em especial, pela diferença entre a coloração vermelha da estrutura e o cinza dos edifícios ao seu redor. Ademais, quanto à iluminação utilizada na intervenção, revela-se a ideia de reinterpretar o desenho de interiores, mas em uma escala urbana. As grandes luminárias arredondadas que flutuam sobre o Stadtlounge relembram verdadeiros candelabros. 5. Espaços de permanência 6. Ter onde sentar
10. Escala humana [IM 50] Detalhes dos bancos Fonte: http://landarchs.com/plaza-design-turns-dead-space-intovibrant-livingroom-stadtlounge-switzerland/;e
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2
Simcoe WaveDeck
Local: Toronto, Canadá Arquitetura/Arte: West 8 e DTAH Operação projetual: primeira fase de um grande plano estratégico para a área de Central Waterfront Funções: Deck sobre lago Área: 650 m² Ano: 2009 O Simcoe WaveDeck, um dos quatro decks ondulados construídos na área da Central Waterfront, em Toronto, é um píer urbano considerado tão artístico quanto funcional. Localizado ao oeste da Rua Simcoe, é feito em madeira e apresenta um informal espaço público, nas formas de anfiteatros ou escorregadores infantis, com curvas que plainam a mais de 2,6 metros acima do nível da água. Inspirado nas cabanas canadenses e nas orlas dos grandes lagos de Ontário, o conjunto de decks intenta conferir aos habitantes de Toronto uma sensação de vida na natureza, às margens dos lagos. O projeto de implantação foi parte da primeira fase de um grande
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[IM 24] Localização
4. Espaços para caminhar
[IM 25] Vista lateral
plano estratégico para a área de Central Waterfront, preparado conjuntamente pelos escritórios West 8 e DTAH. Foi inaugurado em junho de 2009.
cerca de 1500 pessoas.
Seus idealizadores organizaram uma visão da Central Waterfront, produzindo um poderoso design, forte e simplista, que se destaca na área, criando uma sensação de interconectividade e identidade entre a cidade e o lago.
Iluminação: o deck é iluminado ao longo de seu assoalho por lâmpa-
Materiais: o deck é feito por cerca de 3670 tábuas (3050 tábuas curtas e 620 longas).
das em LED que refletem a luz sobre a água, conferindo um brilho abaixo do deck.
Dimensões: 10,7 m de comprimento por 60m de largura. Área total = 650m². A estrutura pode acomodar
[IM 27] [IM 28] Rampa que se transforma em área para espetáculos
9. Locais para se exercitar
5. Espaços de permanência
6. Ter
onde
r
senta
2. Segu
rança
[IM 26] Rampa que se transforma em escorregador
7. Possib il de obs idade ervar
Fonte: www.landezine.com/index.php/2009/08/simcoe-wavedeck/
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3
The Main Plaza
Local: San Antonio, Texas, Estados Unidos Arquiteto/Artista: Rios Clementi Hale Studios Rios Clementi Hale Studios Operação projetual: Proporcionar sombra na praça Funções: Dosséis que proporcionam sombra Área: 243 m² [IM 65] Vista aérea
Ano: 2009 A Main Plaza, ou Praça Principal, está localizada no centro da cidade norte-americana de Santo Antônio, no Texas. Construída no final do séc. XVIII, integra o conjunto arquitetônico da Catedral de São Fernando. Ocorre que, com a construção da praça, os grandes carvalhos que forneciam sombra à localidade foram danificados e, em consequência, vieram à morte ao longo dos anos. [IM 66] Vista a nível do pedestre
56
Diante disso, considerando o fato de que a localidade é constantemente utilizada para eventos culturais, o Conservatório da Main Plaza contratou o grupo Rios Clementi Hale Studios para projetar uma intervenção capaz de prover sombra à praça enquanto as novas árvores plantadas cresciam. Surgiu, assim, a ideia de se construírem dosséis, coberturas artificiais inspiradas nas copas mais altas de árvores.; Todavia, estabeleceu-se uma premissa: o desenho dos dosséis deveria refletir a história multicultural e étnica da cidade de Santo Antônio, assim como suscitar sua tradição no artesanato.
10. Escala humana
11. Possibilidade de se aproveitar o clima
5. Espaços de permanência
Cores:
[IM 67] Vista a nível do pedestre
Em sendo assim, cada dossel – feito de tiras de tecido coloridas em tons vibrantes, ligados a estruturas metálicas – proporciona uma média de 243 m² de sombra à praça.
[IM 68] Vista a nível do pedestre
Juntas, as coberturas criam verdadeiras formas esculturais. Além disso, conferem um dinâmico visual a depender da localidade do observador, assim como diferentes padrões de sombreamento à medida que a posição solar se altera. Fonte: http://www.rchstudios.com/wp-content/uploads/2013/01/UrbanSpaces_2013_MainPlaza.pdf
[IM 69] Projeto - planta
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4
The longuest bench
Local: Littlehampton, Grã – Bretanha Arquiteto/Artista: Studio Weave Operação projetual: Requalificação da orla Funções: Banco, escalada Comprimento: 621 metros Ano: 2010 [IM 39] Situação
O maior banco da Grã-Bretanha foi inaugurado em Littlehampton, no dia 30 de julho de 2010. Sentadas nos bancos cabem mais de 300 pessoas ao mesmo tempo. Projetado pelo Studio Weave, ao longo da orla de Littlehampton, a estrutura sinuosa viaja ao longo da calçada, serpenteando ao redor postes de iluminação e outros equipamentos. O banco comprido conta com dois “loops“ reforçados com aço que emolduram a paisagem litorânea. O
banco deixa de ser assento para se transformar em um elemento escultórico e lúdico. A primeira fase do projeto contou com o apoio de um programa governamental, gerido pela Comissão de Arquitetura e Ambiente Construído, responsável pela requalificação de cidades litorâneas. Para inspirar e desenvolver o projeto, o Estúdio Weave contou com o processo participativo de crianças da região. As cores e os desenhos dos [IM 40] A nível do pedestre
5. Espaços de permanência
58
cores variando sutilmente da cor rosa, amarelo e laranja na extremidade leste, e de roxo ao azul e verde na parte oeste. [IM 41] Relação com a paisagem
loops foram inspirados nas sugestões da turma. O desenho permite que o banco continue crescendo até atingir 621 metros. 9. Locais para se exercitar
A estrutura de suporte para o banco é feito de aço inoxidável reciclável. Estima-se que, em média, 70% do aço é oriundo de construções antigas. Os dois abrigos são estruturados em aço revestido com alumínio Bronze, o qual, com o passar do tempo, reage com a maresia e adquire uma nova tonalidade.
10. Escala humana
4. Espaços para caminhar
[IM 42] Escalada
Quanto aos materiais, o banco foi feito em ripas de madeira reaproveitada. Além disso, utilizou-se mais de uma dúzia de espécies diferentes que criaram a variação natural na cor.
[IM 43][IM 44] Detalhes
A variedade de madeiras rea[IM 45] Local para apreciação da paisagem proveitadas é intercalada com barras coloridas de cores vibrantes feitas em 6. Ter onde sentar aço inoxidável. As barras coloridas são ade ssibilid dispostas afim de criar um esquema de 11. Po eitar o Fonte: http://thelonguestbench.com, http://www.studioweave.com/projects/detail/longest-bench/
aprov de se clima
59
5
On the way to the sea
Local: Bat-Yam, Israel Arquitetura/Arte: Derman Verbakel Arquitetura Operação projetual: Requalificação da orla, projeto da Bat-Yam Biennale of Landscape Urbanism Funções: Mirante, deck, mobiliário urbano Área: Aproxim. 210 m² Ano: 2010 O projeto On the way to the sea foi idealizado para a Bienal de Paisagismo Urbano de Bat Yam, em Israel, pela equipe de arquitetos Derman Verbakel, em 2010, e transforma o espaço entre a cidade e o mar em um ambiente lúdico, que instiga o pedestre à sua ocupação. A intervenção é um convite ao deleite, à apreciação da paisagem e ao descanso nas margens do Mar Mediterrâneo. Os pedestres são atraídos ao envolvimento com o espaço a partir de uma rampa de acesso virada para a rua, que os encaminha para uma plataforma. Nesta, verifica-se uma série de barras fixas ao chão, além de bancos e mesas equipados com rodas. Em razão disso, as instalações propiciam aos habitantes e transeuntes realizarem intervenções próprias, nas quais eles mesmos possam criar novos layouts, ao manipularem os elementos pelo ambiente. O sombreamento do espaço é provido por espécies de cortinas retráteis presas entre as molduras fixas.
60
O último espaço é constituído por deck em madeira com espreguiçadeiras que permitem a vista para o mar. Juntos, os elementos da intervenção criam um ambiente favorável a diversos tipos encontros, interações e eventos, cotidianos ou especiais.
10. Escala humana
onde 6. Ter
r
senta
[IM 32] Detalhe do banco
9. Locais para se exercitar
de sibilida s o P . 11 itar prove a e s de a o clim
[IM 36] Escala humana
2. Se
gura
nça
[IM 33] Vista a nível do pedestre
[IM 37] Iluminação
12. Boa experiência sensorial
5. Espaços de permanência
8. Oportunid de conversa ade r [IM 38] Situação [IM 34] Vista para o mar
sca
10. E
ana
um la h
7. Possibilidade de observar
[IM 35] Área para encontros Fonte: http://divisare.com/projects/144759-On-the-Way-to-the-Sea
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6
Centro Abierto de Actividades Ciudadanas
Local: Córdoba, Espanha Arquitetura/Arte: Paredes Pino Operação projetual: Projeto vencedor do Procórdoba. Proyectos de Córdoba Siglo XXI Funções: Deck sobre lago Área: 6.922 m² Ano: 2010 [IM 27] Vista aérea
Os conhecidos guarda-sóis de Córdoba configuram um espaço de quase 7.000 m², tornando-o diferente e único na cidade espanhola. O projeto, feito em 2010, é assinado pela dupla de arquitetos Fernando García Pino e Manuel García de Paredes, os Paredes Pino. O CAAC localiza-se a 800 metros da estação de trens de alta velocida-
de da cidade, e tornou-se um ponto referencial e de acolhimento no núcleo urbano. A solução construtiva escolhida para os guarda-sóis foi elementos circulares pré-fabricados em aço, variando entre 7 e 15 metros de diâmetro, e de alturas entre 4 e 7 metros, dispostos de maneira espontânea e firme ao mesmo tempo – algo como uma “floresta
4. Espaços para caminhar
62
2. Segurança [IM 28] Vista a nível do pedestre
ção 1. Prote o tráfego contra
guarda-sóis. O cenário que se cria é de uma praça ampla, agradável e que pode acolher diversas utilidades. Com efeito, é recorrente o uso do espaço para a montagem de feiras e do mercado temporário.
[IM 29] Vista superior
urbana”. A estrutura da cobertura foi feita em alumínio pintado em diferentes cores, permitindo, ainda, a canalização da água pluvial. A parte interior da cobertura é de material reflexivo, que induz a ativação das cores pela luz indireta que reflete.
Por fim, o piso também recebeu um tratamento lúdico, fazendo referência a jogos de tabuleiro, permitindo inúmeras possibilidades de interpretações, brincadeiras e opções de apropriação. Fonte: http://architizer.com/projects/centro-abierto-de-actividades-ciudadanas-caac-paredes-pino/
Essa flexibilização da implantação dos guarda-sóis permite a passagem e reflexão de luz natural, proporcionando a sensação de se estar em meio a uma floresta “urbana”, onde, no lugar de árvores, há guarda-sóis.
10. Escala humana
9. Locais para se exercitar
12. Boa experiênc sensorial ia [IM 30] Piso que permite brincadeiras [IM 31] Vista superior
A iluminação artificial foi instalada na parte inferior das estruturas, de forma a iluminar a si mesmo e os demais
11. Possibilidade de se aproveitar o clima
63
7
The Phoenix Flowers
Local: Glasgow, Escócia Arquiteto/Artista: rankinfraser landscape architecture and 7N Architects Operação projetual: Primeira fase de regeneração da área de Speirs Lock, promovida pelo Conselho Municipal de Glasgow. Funções: Passagem subterrênea sob via de tráfego de veículos Comprimento: Aproxim. 150 m Ano: 2010
[IM 73] Projeto - Corte
A intervenção Phoenix Flowers, consistiu na primeira fase de regeneração da área de Speirs Lock, promovida pelo Conselho Municipal de Glasgow, na Escócia. O projeto faz parte de um grande plano de revitalização do centro da cidade de Glasgow, o qual fora demasiadamente atingida pela construção de uma autoestrada, na década de 60. A via então existente consistia numa passagem subterrânea, de aproximadamente 150 metros de extensão, que percorria abaixo de duas seções elevadas da autoestrada. Possuía pouca iluminação, drenagem inadequada e prolongadas ausência de manutenção. Considerada como escura, fria, barulhenta e intimidadora, a passagem servia como l1igação para pedestres e ciclovia entre o centro da cidade e o Canal de Forth & Clyde.
Cores:
1. Proteção contra o tráfego
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[IM 70] Projeto - planta
[IM 71] Detalhe flores
4. Espaços para caminhar
[IM 74] Vista a nível do pedestre
O plano arquitetônico de intervenção se ateve em três principais frentes: primeiramente, intentou-se “abrir o espaço”, perceptivelmente claustrofóbico: buscou-se reduzir, pela introdução de terraços ou pelo aumento da angulação das paredes, o impacto que as laterais, pouco inclinadas da área, causava. Ainda, aplicou-se uma simplória superfície em resina vermelha ao longo da via.
tomando a atenção em razão do evidente contraste que proporcionam com as edificações em concreto ao seu redor. Em 2010, o projeto foi eleito na categoria de a Melhor Construção para o Futuro – Best Future Building, no Prêmio Escocês de Design – Scottish Design Awards. Fonte: http://www.glasgowcanal.co.uk/regeneration-projects/phoenix-flowers
2. Segurança: Iluminação [IM 75][IM 76] Vista a nível do pedestre
Em segundo, buscou-se o aprimoramento de aspectos funcionais do local, tais como drenagem, iluminação e acessibilidade. Por fim, buscou-se um apelo visual ao local, de forma a atingir a atenção das pessoas para a significação das mudanças estruturais da área. Nessa etapa, cerca de 50 flores em alumínio foram instaladas no local, suspensas a cerca de 8 metros de altura,
65
8
FLEDERHAUS
Local: St. Gallen, Suíça Arquiteto/Artista: Carlos Martinez Arquitetura e Pipilotti Rist (Artista) Operação projetual: Funções: Praça, lounge, mobiliário lúdico, arte Área: Aproximadamente 15.000 m² Ano: 2005 O Bairro dos Museus - MuseumsQuartier Wien - é um dos dez maiores espaços culturais do mundo. Em uma área de 60.000 m², esta grande praça reúne instalações com os mais diversos gêneros artísticos, restaurantes, cafés e lojas em edifícios que misturam a arquitetura barroca e moderna. Neste espaço, as pessoas se encontram, se reúnem, descansam, apreciam o dia e relaxam. A intervenção Flederhaus foi criada a fim
de agrupar essas atividades em um protótipo de casa. O projeto é da dupla de arquitetos Heribert Wolfmayr (1973) e Josef Saller (1971) – heri&salli. Juntos, eles realizam uma série de projetos de intervenções urbanas com o foco na escala humana.
1. Proteção contra o tráfego
[IM 51] Dentro da estrutura [IM 52] Vista aérea
66
A Flederhaus foi construída em madeira e brinca com a tipologia de casa que se conhece. Ela é formada por térreo + 4 pavimentos, e a delimitação que existe é apenas a estrutura em madeira que cria o convencional formato de “casa”. Nos pavimentos, há várias redes que convidam os usuários a desfrutarem de um momento de ócio e contemplação a praça.
[IM 53] Vista a nível do pedestre
10. Escala humana
[IM 54] Vista do terceiro nível
5. Espaços de permanência
[IM 55] Croqui
7. Possibilidade de observar
[IM 56] Níveis
ar
e sent
ond 6. Ter
67
9
Pocket Square Kikushi
Local: Kikuchi, Japão Arquiteto/Artista: Takao Shiotsuka Operação projetual: Requalificação urbana Funções: Praças Área: 273 m ²(Praça A) e 265 m² (Praça B) Ano: 2012 10. Escala humana
[IM 57] Vista aérea praça A
Instaladas na cidade de Kikuchi, no Japão, as "Praças de bolso de Ki12. Boa experiência sensorial kuchi", projetos do arquiteto japonês Takao Shiotsuka, formam o conjunto de três praças distintas, inseridas em meio a uma área residencial de antigas ruas. A Praça A – Kiriake, com cerca de 273 m², contém dois rasos espelhos d'águas formados naturalmente pela água do solo, que em conjunto com o piso branco e o mobiliário que lembram pedras, evocam os jardins japoneses.
[IM 60] Projeto - praça A
68
11. Possibilidade de se aproveitar o clima [IM 58] Vista a nível do pedestre - praça A
[IM 59] Vista a nível do pedestre - praça A
5. Espaços de permanência
ntar
e se er ond
6. T
[IM 61] Vista a nível do pedestre - Praça B
A Praça B – Yokomachi possui 265 m² e é formada por uma série de caminhos delimitados por tubos metálicos curvos, que simulam redemoinhos. Bancos de madeira são apoiados na estrutura para criar espaços de repouso e contemplação. A motivação para o espaço é a fluidez das alterações humanas. A iluminação é indireta e proporciona contrastes de cheios e vazios entre a estrutura metálica. Por fim, a praça C – Kamimachi, ainda em construção, tratar-se-á de um pátio em frente a um templo Shinto, e retratará uma praça de “cerimônias de dedicação”, à luz daquelas que ocorrem em lutas de sumô, e conterá lavatórios para as mãos e os pés. 5. Espaços de permanência
2. Segurança: Iluminação
[IM 62] Vista da a nível do pedestre - Praça B
[IM 64] Iluminação - Praça B [IM 63] Projeto - Praça B
Fonte: http://www.archello.com/en/project/kikuchi -pocket-park
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10
Parc du Clos Layat
Local: Lyon, França Arquiteto/Artista: BASE + Arcadis ESG + Les Eclaireurs (França) Operação projetual: Requalificação do parque Funções: Parque, fonte, playground Área: Aproxim. 31.000 m² Ano: 2014 12. Boa experiência sensorial
O projeto tem lugar em uma área de Lyon afastada dos maiores parques urbanos e cujos habitantes sofrem com a falta de espaços destinados ao lazer. Localizado entre o 7º e o 8º Distritos e Vénissieux, o parque Clos Layat balanceia as características presentes em parques públicos com a possibili-
9. Locais para se exercitar
[IM 77] Fonte
dade de descoberta da natureza e da biodiversidade por meio de atividades ao ar livre. A área, cercada por muros e árvores, cobre cerca de 3 hectares do terreno pertencente ao Hospital SaintJean de Dieu. [IM 78] Locais para sentar
6. Ter onde sentar
70
5. Espaços de permanência
7. Possibilidade de observar
[IM 80] Espaço para crianças
ade . 1 1 veitar o r p a de se a o clim
ibilid [IM 79] Vista Possaérea
[IM 81] Vista aérea
A expansão do antigo parque do hospital fez possível o desenvolvimento gradual da localidade, transformando uma floresta urbana meramente destinada a passeios, piqueniques e observações da natureza, em um amplo espaço aberto, com um extenso gramado útil à recreação e diferentes atividades externas, tais como um anfiteatro verde, solários, campos de futebol, playground, equipamentos para fitness, etc. Quanto ao aspecto da iluminação, visando o uso noturno do parque, o projeto de intervenção buscou a utilização criativa e sustentável com lâmpadas de LED. Fonte: http://landarchs.com/how-clos-layat-park-is-bringing-biodiversity-back-to-the-city
[IM 82] Vista a nível do pedestre
71
Consideraçþes finais
Analisando-se as intervenções desenvolvidas nas últimas décadas, é possível perceber que, em todas as partes do mundo, há cidades que carecem de espaços públicos de qualidade. As intervenções artísticas em espaço público, então, decorrem de uma vontade particular ou pública de revitalizar, requalificar ou dar novos usos a espaços que, anteriormente, não possuíam caráter agregador. Diante desse fato, cresceu nos meios urbanos um movimento em sentido contrário, de reagir e incentivar políticas de convite às ruas. Percebe-se uma característica em comum entre essas políticas urbanas: indivíduos e/ou instituições visionárias, sejam eles arquitetos e urbanistas, artistas, conselhos urbanos, políticos, consultores e etc. Esses intervalos nas cidades são necessários e não precisam necessariamente ser padronizados ou copiados a cada praça indeliberadamente. Cada local tem uma história, uma cultura e um “semblante”. Em sendo assim, as intervenções artísticas no espaço público atuam como reestruturadoras do tecido urbano, respeitando as necessidades e valorizando a cultura de cada cidade. Além disso, elas têm o potencial de reforçar a identidade dos lugares através de símbolos, cores, materiais, criando um vínculo afetivo com os moradores da cidade em questão. Como observou-se ao longo deste trabalho, há um universo de possibilidades quando se diz respeito a requalificação urbana, tais como: o uso de materiais que instiguem todos os sentidos humanos, contar com a participação da comunidade, interligação
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de espaços através de pintura no chão, a possibilidade dos usuários alterarem o layout do espaço, dentre outras. Por fim, pode-se definir o papel das intervenções: fazer da área atingida um local de conurbação, que provoque ecos pela cidade, em um movimento contínuo de transformações positivas, sejam elas psicológicas, sociais e/ou estéticas.
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