HORA
DE PA
RTICI
6
PAR!
69
E D A R HO R A P I C PARTI PESSOAS
CHAVES
1
Mestre Aladin - Grupo Raízes Dentre esses, o Mestre Aladin (Gabriel) é famoso por suas aulas de Capoeira para jovens e adultos que acontecem às terças e quintas-feiras às 19h, na Casa de Cultura do Varjão.
2
Alunos de Capoeira - Grupo Raízes Os alunos de Capoeira do Professor Aladin são por volta de 15 meninos e meninas que têm de 6 a 18 anos. Esse grupo acompanhou as etapas de participação.
No Varjão é possível identificar "celebridades", são as pessoas que se destacam perante a comunidade e são até vistos como exemplos por muitos.
3
Camila e Kevin - Coletivo das Ruas O coletivo das Ruas realiza várias atividades com jovens do Varjão, dentre eles, Sarau, Teatro, Apresentações de Hip-hop... Dentre os integrantes, o casal Camila e Kevin são os principais responsáveis pelas atividades desenvolvidas.
4
D. Gonçala Dona Gonçala foi uma das pioneiras no Varjão. Chegou na vila com 12 anos.
70
1 3
4 2 71
K L A W JANE’S & MAPAS M
ENTAIS
Tendo os jovens como enfoque nas diretrizes do projeto, foi preciso criar alternativas palpáveis que promovessem o envolvimento deles com as propostas desenvolvidas. Para isso, utilizou-se como exemplo o trabalho realizado pelo Grupo SOBREURBANA que existe em Goiânia (GO), e realiza intervenções culturais e artísticas na cidade promovendo a cultura urbana e a melhora da experiência das pessoas nas cidades através da ativação dos espaços públicos e sua adequação às dinâmicas da vida social.
Panfleto distribuído pelo Varjão divulgando a Caminhada
Com auxílio e contato realizado com o SOBREURBANA foi possível conhecer o projeto chamado Jane’s Walk, criado por um instituto com o mesmo nome, no Canadá, que busca reaver o discurso de Jane Jacobs em Morte e Vida de grandes cidades (1960). As caminhadas, que acontecem esporadicamente e são abertas a todos os públicos, promovem o debate sobre as cidades. Logo, com o auxílio e apoio da Administração do Varjão, organizouse uma Jane´s Walk no Varjão, intitulada a 1ª Caminhada do Jovem do Varjão, no dia 1°de maio de 2015, com o intuito de promover uma troca de saberes e o debate, com a comunidade, sobre problemas e potencialidades urbanísticas da vila. Alguns jovens participaram e posteriormente sete deles participaram de uma dinâmica na Casa de Cultura do Varjão, por meio de um questionário pontuando o que é mais importante para eles na cidade, do que eles gostam e não gostam no Varjão e do que eles sentem falta nos espaços públicos da cidade. Em seguida, houve a criação de mapas mentais do percurso feito durante a Caminhada, realizados em forma de desenhos. Estes mapas são importantes para a percepção dos diversos elementos que favorecem a criação de uma identidade, sua visibilidade, a força ou a fragilidade da imagem da cidade (LYNCH, 1999: p.18). 72
Caminhada, e aplicação de questionários e mapas mentais
Do que você mais gosta no Varjão?
QUESTIO
NÁRIO
E do que você MENOS gosta no Varjão?
Do que você sente falta nos espaços públicos do Varjão?
! O questionário também foi aplicado à turma de Capoeira, e as respostas também encontram-se acima.
73
S
I A T N E AS M
MAP
A partir da análise dos mapas foi possível identificar elementos que são marcantes na memória dos jovens tais como: a Escola, o C.R.A.S (Centro de Apoio à família), a loja de conserto de bicicleta - que também é um ponto de encontro -, o posto policial, os P.E.C (Ponto de Encontro Comunitário) e a arborização de alguns trechos das ruas. Além disso, em alguns desenhos foi possível identificar anseio, como a Pista de Skate. Esta análise gerou subsídios para a etapa de análise morfológica e geração de padrões espaciais.
74
75
DINÂMIC
A DOS PA
DRÕES
A partir do desenvolvimento dos padrões, a fase seguinte foi a inserção deles no mapa do Varjão. A dinâmica ocorreu no dia 18 de agosto de 2015, com a turma de Capoeira do grupo Raízes que ocorre todas terças e quintas-feiras na Casa de Cultura do Varjão, e é composta por cerca de 15 alunos, meninos e meninas de 4 a 18 anos. Ao grupo, foram apresentados os padrões em forma de cartilhas, as quais eles puderam inserir no mapa do Varjão, identificando e apontando quais áreas necessitam de quais “soluções”, conforme mostrado nas imagens, têm-se o resultado da dinâmica mostrando as diversas saídas para várias problemáticas, por eles, identificadas.
Participantes: Gabriel Alves Moreno de Souza Daniel Oliveira Mateus Oliveira Breno Carvalho Pedro Henrique Ferreira da Silva Gabriel Vieira Vinicius Vieira Marques Thalyson da Silva Sousa Nathanal da S Sousa
Crianças inserindo padrões no mapa
Ao longo da dinâmica de inserção de padrões morfológicos no mapa, os jovens foram identificando várias problemáticas vivenciadas por eles no dia-a-dia. Logo, a metodologia adotada se mostrou satisfatória, conseguiu oferecer mais subsídios na elaboração do projeto de intervenção urbanística no Varjão a partir da visão dos principais usuários. Além disso, o resultado desta metodologia mostrou o interesse dos jovens por técnicas participativas na elaboração de projetos urbanísticos. Em cada procedimento, em que se contou com a participação das crianças e adolescentes, observou-se o contentamento em participar ativamente no processo de planejamento. Pode-se dizer que a experiência até este ponto atingiu ao objetivo principal.
76 Mapa com padrões inseridos
AVE
NID
AC
ON
TOR
NO
Pequenas praças públicas
Espaços para feiras
Hortas urbanas
Sala de estar externa
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Ciclovias
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Espaços para feiras
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Eventos noturnos
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Hortas urbanas
PA
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Crianças na cidade Espaços para apresentações
Sala de estar externa
Pedestres
S
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Pedestres
Faixas de pedestres
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Ciclovias
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IP
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A
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Eventos noturnos
AV
ID
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C
IP
A
L
RESULTADO
77
M E V O J O D A U R A
A PRIMEIRA RUA DO LAZER DO VARJÃO!
Como parte do planejamento, o fechamento da Avenida Principal se tornou uma maneira de incentivar a prática aos moradores do Varjão.
Confecção e aula de Berimbau (Berimbalata)
Aproveitando a Semana da Mobilidade DF que ocorreu de 20 a 27 de setembro, e em contato com a ONG Rodas da Paz, surgiu a ideia de fechar um trecho da Avenida Principal no dia 20 de setembro, sendo assim, o marco de início da Semana da Mobilidade.
O Rodas da Paz, mobilizou seu grupo para realizarem a ocupação da rua.
Com essa ideia, procurei por Coletivos do Varjão que pudessem apoiar a causa. O primeiro grupo que me recebeu foi o Coletivo das Ruas criado pelo casal Camila e Kevin, que atua também no Varjão, oferecendo aulas de Teatro, Danças e realizando apresentações para os jovens. Eles se entusiasmaram com a ideia, e começaram a elaborar possíveis atividades e oficinas que poderiam acontecer no dia 20.
O Coletivo das Ruas entrou em contato com artistas do Varjão para que fizessem apresentações.
Foram dez dias entre o primeiro encontro com o Coletivo das Ruas e o evento intitulado a “Rua do Jovem a Primeira rua de Lazer do Varjão”. A divulgação ocorreu através das redes sociais, panfletagem e por um carro de som que passou três dias antes do evento e no dia anterior. O evento, foi marcado para 12h. A Administração ficou responsável pelo equipamento de som, pelas tendas e pela distribuição de água. Logo que o Detran fechou parte do trecho proposto, os jovens foram chegando aos poucos, com suas bikes, skates e patins.
Em poucos minutos havia muitas crianças Depois, o foi o Grupo Raízes, responsável pelas aulas de Capoeira para jovens do Varjão. O Mestre de brincando, mesmo sob o sol quente. Capoeira, Aladin, se mostrou disposto a ajudar e a fazer Além das atividades citadas, inspirado nos trabalhos uma oficina de Capoeira com seus alunos. do Liga Peatonal, pintamos junto aos jovens, uma faixa de pedestres colorida na Avenida Principal. Portanto A ideia então, foi levada a Administração houve Capoeira, apresentações musicais, Maracatu, Regional do Varjão, mais especificamente, ao Milton aula de Zumba, corrida da tartaruga, oficina de conserto Lemos, que se entusiasmou com a possibilidade e de bicicletas promovida pelo Rodas da Paz, banho de prometeu ajudar no que fosse preciso. mangueira, lanche... Ao longo dos próximos dias, fomos em busca de atividades que poderiam ser ministradas e realizadas com os jovens. Enquanto isso, a Administração se responsabilizou por encaminhar os Ofícios ao Detran, pedindo o fechamento da Avenida. O Coletivo Oca do Sol, que se encontra no Taquari, se predispôs a realizar uma atividade de 78
Evento divulgado no Correio Braziliense
VENHA PARTICIPAR DA PRIMEIRA RUA DO LAZER DO VA RJÃO!
o dia sem carros na avenida principal!
oficinas gratuita s
No painel "Se essa rua fosse minha, eu mandava..." Os jovens puderam expor algumas de seus desejos paras as ruas do Varjão, como:
!
A RUA DO JOVEM Varjão
BRILHAR PINTAR
QUANDO: DOMINGO , 20 DE SETEMBRO, 20 15 HORA: DE 12h ÀS 17 h ONDE: AVENIDA PRIN CIPAL, em frente à Es cola
bora #ocupar a
LIMPAR PISCINA POLICIAIS
rua
E mais! EPIDEMIA SO NORA, BLACK ART, SA RAU, OFICINAS DE MINHOCÁRIOS, CO NFECÇÃO DE BERIM BAU (BERIMBALATA), RO DA DE CONVERSA...
BRINCADEIRAS ILUMINAR
Realização: Rua do Jove m, Coletivo das Ruas, Rodas da Paz, Administ do Varjão ração Regional Apoio: Nossa Brasília, M.O.B., Oca do Sol
FECHAR MOLHAR
Panfleto distribuído pelo Varjão
Inspirado no Coletivo Liga Peatonal, pintamos uma faixa de pedestres na Avenida Principal. A Pintura da faixa, remete à importância dos pedestres na Avenida Principal, que, assim como em boa parte do Brasil, são colocados de lado, enquanto os carros se mantém na preferência. Trecho fechado
79
Oficina de Construção de Berimbau - Berimbalata Capoeira
Pintura da Faixa de Pedestres
Pintura da Faixa de Pedestres
Corrida da Tartatura
Apresentação Grupo de Jiu-Jitsu
Banho de Mangueira
Oficina de Conserto de Bicicleta Aula de Zumba
Bike na rua! Painel “Se essa Rua fosse minha...” Corrida da Tartatura Capoeira
80 Oficina de Conserto de Bicicleta
81
maquete
coletiva
No dia 10 de novembro de 2015, os alunos da Capoeira do Grupo Raízes puderam expor seus maiores desejos para a Praça Central e Área de Múltiplos Usos. Primeiramente, lhes foram apresentados uma série de imagens de repertório, sobre as quais, eles puderam discutir quais eram as mais interessantes. Com uma base de maquete feita a partir da imagem aérea de ambas as praças, os alunos puderam criar equipamentos e mobiliário usando massinha de modelar, palitos, papel, tesoura e cola. Também foi oferecido a opção do desenho para aqueles que não se sentiram confortáveis com os materiais para a maquete.
Rampas de Skate praÇa central
Palco 82
espaço de múltiplos usos
Poste de Iluminação Jardins
Água
Palco
Pista de Skate
Quebra - molas
83
84 Imagem feita por Natรกlia Magaldi e Eduarda Aun
O PRO
7
JETO
85
DIRETRIZE
S DE PROJ
ETO
Os padrões espaciais definidos com base nos estudos de Christopher Alexander, bem como as atividades realizadas pelos alunos da turma de capoeira do projeto Raízes, serviram de base para as diretrizes gerais do presente trabalho. Além disso, pretendeu-se englobar sugestões de intervenções passiveis de serem realizadas pela própria comunidade, tais como criação de mobiliários urbanos, oficinas de grafite, mutirão de criação de brinquedos urbanos, pintura da rua, criação e conservação de hortas comunitárias, dentre outros. Com relação à mobilidade, sugeriu-se a conexão entre a ciclovia projetada à ciclovia já existente, margeando o Varjão paralelamente à Avenida Principal. Esta, por sua vez, teria o sentido do tráfego alterado para mão única, privilegiando o conjunto de obras proposto para a área. Em consequência, o caminho contrário seria feito pela avenida paralela à Principal, que também recebeu o desenho que sugere a diminuição da velocidade dos veículos. Além disso, mantiveram-se três paradas de ônibus e criou-se uma nova na Avenida paralela.
86
Plano Macro
Ponto de 么nibus proposto Pontos de 么nibus mantidos Novo sentido da via
Ciclovia existente Ciclovia proposta em m茫o dupla 0
25
50
100m
87
Padrões utilizados
Ciclovias
Árvores frutíferas
Espaços para feiras
Forma diferenciada dos passeios
88
Passeios públicos
Vias em “loops”
Faixas de pedestres
Acessibilidade
L A P I C N I R P A D I N AVE Pavimento permeável
Harmonia entre carros ciclistas e pedestres
Calçadas mais altas
Pedestres
Sala de estar externa
O projeto sugere uma intervenção na Avenida Principal do Varjão com a criação de reentrâncias e curvas em “zig-zags”. Com isso, intenta-se traçar uma estratégia para “acalmar o tráfego” (traffic calming) a partir da necessária redução das velocidades dos veículos ao passarem pela Avenida. Realizado o desenho da Avenida nesse molde, faz-se possível a criação de jardins de chuva, responsáveis por auxiliar na absorção das águas pluviais, além de criar espaços agradáveis e sombreados para a população. Ao longo da Avenida Principal, identificaram-se espaços temáticos, sobre os quais foram propostas pequenas intervenções que atraíssem a atenção dos usuários, como por exemplo, a praça do bosque, o beco do rap, o espaço do churrasquinho e a praça da mangueira.
89
Avenida Principal - Antes
90
Avenida Principal - Depois
91
Praรงa Central
Det. 2
Det. 1
Praรงa da Mangueira
Praรงa da Escada
Beco do Rap
N 92
0
25
50
100m
Área de Múltiplos Usos
Praça do Bosque
93
Detalhamento 1
0
94
5
10
20m
95
Detalhamento 2
0 96
5
10
20m
97
Padrões utilizados
Vegetação
Árvores frutíferas
Espaços para apresentações
Área externa coletiva
PRAÇA CENTRAL Hortas urbanas
Pontos de encontro
A Praça Central do Varjão localiza-se num espaço no interior do bairro, sendo circundada pela Escola Classe, pelo Centro de Referência de Assistência Social – C.R.A.S., por um posto policial e por estabelecimentos comerciais. Basicamente, é composta por mobiliários de cimento já desgastados, arquibancadas em formato de anfiteatro e dois pequenoss parques de diversões infantis. Visando compreender os desejos do grupo-alvo para o espaço, propô-se aos jovens participantes do grupo Raízes de capoeira a elaboração de maquete, na qual aqueles poderiam inserir figuras representativas de intervenções que para eles seriam atrativas. Vê-se que os jovens indicaram, predominantemente, a construção de rampas de skate e um palco.
Pequenas praças públicas
Crianças na cidade
98
Sala de estar externa
Uso de materiais recicláveis
Espaços para todas as idades
PRAÇA CENTRAL Maquete elaborada pelos alunos de Capoeira Grupo Raízes
Com base em tais parâmetros, sugeriu-se algumas intervenções que tornassem a Praça Central mais atrativa e propiciasse sua ocupação pelos jovens, mas sem desconsiderar outros grupos etários. Além disso, que favorecessem aos usuários um sentimento de zelo, diversão, beleza e vontade de ocupação. Nesse sentido, foram criados novos espaços para parques infantis com brinquedos feitos em materiais alternativos recicláveis (pneus, manilhas e cordas); um palco central em frente à arquibancada; hortas comunitárias; estruturas para coleta e armazenagem subterrânea de águas pluviais, que também irá alimentar uma pequena fonte; pintura da rua e do asfalto, especialmente faixas de trânsito; abertura de espaços para ciclovia; e arborização.
Pintura de Rua
Fonte
Palco
ESCOLA
A’
Pergolado
Brinquedos feitos com pneus, manilhas e cordas
+2,00m
Parquinho
Horta
0,00
+3,00m
+1,00m
Parquinho
A
Ponto de ônibus
N
Configuração existente Pintura de Rua
2
5
PRAÇA CENTRAL Corte AA’
10m
99
Praรงa Central - Antes
100
Praรงa Central - Depois
Imagem feita por Natรกlia Magaldi e Eduarda Aun
101
Padrões utilizados
Uso de materiais recicláveis
Área externa coletiva
Forma diferenciada dos passeios
Sala de estar externa
102
Arte Urbana
Vegetação
Pequenas praças públicas
Escadas para sentar
PRAÇA DA Hortas urbanas
Pontos de encontro
ESCADA
Localizada numa passagem entre os conjuntos B e C da Quadra 6, a praça da escada consiste num ligação entre a Avenida Principal e o interior da Quadra por meio de uma escadaria. Em razão de sua disposição, possui imenso potencial de modificação visando ser mais atrativa às pessoas. Originariamente, o local contém apenas bancos de concreto dispostos em frente às casas que formam a abertura e um único poste de iluminação. As fachadas das residências, já em avançado grau de deterioração, tornam a passagem um ambiente sem vida, hostil e intimidador. Em razão disso, buscaram-se intervenções que revitalizassem o local e o tornasse mais atrativo à presença das pessoas e transmitissem maior sensação de segurança, tais como reforma das fachadas das casas, pintura de grafites com o uso de cores fortes, reconstrução e pintura da calçada e da própria escadaria, arborização e reforma do mobiliário. Ainda, propôs-se a construção de hortas comunitárias como forma de criar sentimentos de zelo pelo local por parte dos moradores. Destaque-se que, com a reforma da escadaria, o local serviria como novo e inovador ponto de encontro para as pessoas, que poderiam se sentar nos próprios degraus, a exemplo do que ocorre em diversas cidades européias.
Sob
e
Pintura de Rua
Horta em manilhas
PRAÇA DA ESCADA Planta baixa
N
103
Praรงa da Escada - Antes
104
Praรงa da Escada - Depois
PRAร A DA ESCADA Perspectiva Imagem feita por Natรกlia Magaldi e Eduarda Aun
105
Padrões utilizados
Pequenas praças públicas
PRAÇA DA
MANGUEIR
A praça da mangueira consiste numa simples intervenção feita na esquina entre os conjuntos A e B da Quadra 6 e a Avenida PrinPontos de encontro
cipal. O local abriga uma grande mangueira na calçada, em frente a um bar, que tende a afugentar a presença das pessoas em razão da intimidação provocada pelos freqüentadores do estabelecimento. Todavia, a árvore ali erguida cria um es-
106
Arte Urbana
Sala de estar externa
Espaços configurados por árvores
Árvores frutíferas
Área externa coletiva
Escadas para sentar
paço favorável ao encontro de pessoas e à simples ocupação, principalmente pelas sombras que nascem ao seu redor. Dessa forma, sugeriu-se a construção de um desnível na calçada, em forma de bancos, para criar a ambiência de uma sala de estar ao ar livre.
A
B’ 0,00
- 0,40m
+ 0,15m
B
N
PRAÇA DO MANGUEIRA Planta Baixa
PRAÇA DO MANGUEIRA Corte BB’ 2
5
10m
107
Praรงa da Mangueira - Antes
108
Praรงa da Mangueira - Depois
Imagem feita por Natรกlia Magaldi e Eduarda Aun
109
Padrões utilizados
Uso de materiais recicláveis
Pequenas praças públicas
Arte Urbana
Eventos noturnos
BECO DO RAP Escadas para sentar
Pontos de encontro
Uma das características mais evidentes do Varjão é a constante referência à cultura urbana de seus moradores. De modo especial, os jovens possuem nítida identificação com movimentos culturais próprios dos grandes centros, tais como o grafite e o estilo musical “rap”. Quanto a esse último, isso se dá, principalmente, pelo teor das mensagens trazidas nas músicas, com constantes referências à violência urbana e temáticas políticas e sociais, sempre constantes no dia-a-dia dos moradores de uma típica comunidade suburbana. Tendo isso em vista, a intervenção Beco do Rap surgiu de uma reflexão sobre a influência em que o estilo musical e o grafite exercem sobre os jovens do Varjão, em sua grande maioria. Pretende-se a construção de um local no qual as pessoas, além de poderem se encontrar, sirva de área propícia para a divulgação de trabalhos artísticos e culturais dos moradores do Varjão. O Beco localiza-se na passagem entre os conjuntos A e B da Quadra 4 e estende desde a Avenida Principal até uma quadra poliesportiva localizada no interior do quarteirão. Assim como se propôs na intervenção “Praça da escada”, pretende-se valorizar o local com a revitalização das fachadas dos prédios que formam a passagem, com o uso de pinturas em grafite e pallets armados no chão como se fossem sofás, inspirando verdadeiros pontos de encontro.
110
C’ C
BECO DO RAP Planta Baixa
2
5
10m
BECO DO RAP Corte CC’
111
112
BECO DO RAP Perspectiva
Imagem feita por Natรกlia Magaldi e Eduarda Aun
113
Padrões utilizados
PRAÇA DO BOSQU
E
Vegetação
Acesso à água
Forma diferenciada dos passeios
No Varjão, há uma área verde cortada pela Avenida Principal, entre as quadras 3 e 5 de um lado e as quadras 2 e 4 do outro, na qual corre uma contínua grota que desagua no Ribeirão do Torto. Percebe-se que tal espaço é constantemente alvo de degradação ambiental por parte dos moradores, que comumente abandonam lixo, materiais de construção e sucatas diversas, objetos esses que acabam por poluir o leito d’água.
114
Área externa coletiva
Hortas urbanas
Árvores frutíferas
Sala de estar externa
Ciclovias
Pontos de encontro
Pavimento permeável
Pequenas praças públicas
Uso de materiais recicláveis
Visando criar um vínculo de respeito com a área, pensou-se em intervenções que, ao mesmo tempo, propiciasse a contemplação natural e fosse de utilidade para os moradores do Varjão. Em sendo assim, foram propostas a criação de hortas comunitárias ao longo do leito da grota; mobiliário urbano; coberturas para recolhimento de aguas pluviais, cujo armazenamento poderia servir ao próprio cultivo nas hortas; pequeno mirante para apreciação do espaço; e paisagismo, com espécies diversas de palmeiras e árvores frutíferas.
Cobertura com coleta d’água pluvial
Hortas
Ponte em madeira
Hortas em manilhas
D’
Pequeno mirante
Acesso à água
D
N
PRAÇA DO BOSQUE Planta Baixa
PRAÇA DO BOSQUE Corte DD’
115
Praรงa do Bosque - Antes
116
Praรงa do Bosque - Depois
Imagem feita por Natรกlia Magaldi e Eduarda Aun
117
Padrões utilizados
Vegetação
Espaços para feiras
ÁREA DE M
ÚLTIPLOS USOS
Skatepark
Espaços para apresentações
A Área de Múltiplos Usos do Varjão encontra-se na entrada do bairro, sendo visível a todos aqueles que passam pela Estrada Parque Paranoá. Consiste num amplo espaço de piso intertravado, contendo estacionamento, calçadas e postes de iluminação. Na sua parte sul, encontram-se a Casa de Cultura do Varjão, o Galpão de Eventos, o Centro de Reciclagem, uma quadra poliesportiva e um parque infantil. Algumas vezes é utilizado para realização de feiras, shows e eventos que comportem maior quantidade de público. Todavia, muito embora pareça ser um local atrativo, a maior parte do tempo o local permanece ocioso e sem ocupação.
Acesso à água
118
Árvores frutíferas
Pedestres
Área externa coletiva
Escadas para sentar
Pontos de encontro
Arte Urbana
Sala de estar externa
Espaços configurados por árvores
Posto o contexto, elaborou-se trabalho participativo com o grupo de capoeira Raízes, composto por crianças e jovens de 5 a 17 anos, para a construção de uma maquete da Área que revelasse os anseios do grupo. Assim, identificou-se com o trabalho o desejo por intervenções que proporcionassem atividades físicas e recreativas e de bem-estar para as crianças, jovens e outros grupos. Com a premissa de aproveitamento do que já estava construído na área, sugeriu-se a instalação de uma cobertura temporária de tecido, possibilitando sombra para possíveis eventos no local; fonte e coberturas de captação de água, as quais também serviriam para servir aos pequenos eventos que ali acontecem (como feiras); pista de skate, com variadas formas e obstáculos; uma pequena arquibancada em forma de anfiteatro; e paisagismo.
ÁREA DE MÚLTIPLOS USOS Maquete elaborada pelos alunos de Capoeira Grupo Raízes 119
E’
Cobertura e fonte
Estacionamento
Cobertura em tecido,flexível
Pequeno Anfiteatro
Palco
Rampas e Escada
Skatepark
Configuração existente ÁREA DE MÚLTIPLOS USOS Esc. 1:400 120
E
Cobertura em tecido,flexível
Palco Skatepark
ÁREA DE MÚLTIPLOS USOS Corte EE’ 2
5
10m
121
122
PRÓXIMOS P
8
ASSOS
123
Mais que um trabalho de conclusão de graduação universitária, o projeto Rua do Jovem tornou-se uma parceria entre mim e a Administração Regional do Varjão durante o desenvolvimento do tema. Com a realização do evento no último mês de setembro, pode-se perceber que a participação da comunidade, especialmente dos jovens, saindo para a rua e ocupando os espaços públicos do Varjão, fixou o interesse dos administradores para realizarem outras atividades de cunho inovador. Tanto é assim que existe a possibilidade real do projeto ter continuidade no ano de 2016, com a intenção de ser realizado uma vez por mês, sendo viabilizado por meio de recurso fixo a ser disponibilizado.
JOVENS
Desse modo, as propostas de intervenções sugeridas ao longo do presente trabalho poderão ser efetivamente direcionadas à comunidade, no intuito de serem implementadas.
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO VARJÃO (PODER PÚBLICO)
UNB
DIÁLOGO AÇÕES
124
Reuni達o do Conselho de Cultura do Varj達o
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