Rua do Jovem [Parte 1]

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Universidade de Brasília | UnB Faculdade de Arquitetura e Urbanismo | FAU

NATÁLIA BOMTEMPO MAGALDI | ORIENTADORA: LIZA ANDRADE

A RUA DO JOVEM Projeto de intervenções urbanísticas e culturais no Varjão por meio de processo participativo

Projeto apresentado à banca avaliadora da disciplina Trabalho Final de Graduação - TFG, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

Banca avaliadora: Prof. Dra. Maria Cecília Filgueiras Lima Gabriele Prof. Dr. Valério Medeiros

Brasília 2015



“A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte...” Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer



Agradecimentos Meus agradecimentos não serão capazes de expor a minha gratidão a todos que serão citados. No entanto, vale o esforço. Aos meus pais, José Luiz e Cida, pelo exemplo de persistência; A minha irmã Babi, pela companhia e motivação; Ao meu namorado, Marcos, pela paciência, compreensão e ajuda em todos os momentos; As minhas cachorras – não posso deixa-las de fora-, Jade e Lola, pela companhia e carinho incondicional; A professora, e amiga, Liza Andrade, por todo o conhecimento que me é passado, e por despertar em mim um interesse especial por Urbanismo e pelo Processo Participativo; Ao professor Valério Medeiros por todo suporte e auxílio nas análises feitas, e Maria Cecília, por todas contribuições; Às minhas amigas Débora De Boni, Júlia Solléro, Eduarda Aun, e todo o semestre 2/2009, por me acompanharem em todos os momentos nesses seis anos de Faculdade; Aos jovens do Varjão que, da sua maneira, têm me ensinado tanto. O meu muito obrigada.

Colaboradores eduarda aun júlia sollero juliana lopes andre lopes louise boeger marcos cherulli milton lemos (administração do varjão) margarethe (administração do varjão)


E C I D ÍN

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RESUMO

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1 – INTRODUÇÃO | O QUE É Por que o Varjão?

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O projeto

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Objetivo

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2 – CADA CANTO DO VARJÃO Localização

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Área de intervenção

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Histórico

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Avenida Principal

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Os espaços temáticos

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Área de múltiplos usos

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Praça Central

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Manifestações culturais

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Legislação

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3 – REPERTÓRIO Boa Mistura

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Cidade Escola

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Mercado Sul

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Sou da Paz

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Medellin

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Micropolis

33

Hortas comunitárias

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Instituto Elos

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Liga Peatonal

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5 – AS DIMENSÕES MORFOLÓGICAS E OS PADRÕES

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6 – HORA DE PARTICIPAR! Pessoas-chaves

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Jane’s Walk e mapas mentais

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Dinâmica dos padrões

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A Rua do Jovem

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Maquete coletiva

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7 – O PROJETO Diretrizes de projeto

86

Avenida Principal

88

Praça Central

98

Praça da Escada

102

Praça da Mangueira

106

Beco do Rap

110

Praça do Bosque

114

Área de Múltiplos Usos

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8 – PRÓXIMOS PASSOS

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9 – BIBLIOGRAFIA

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4 – O PASSO-A-PASSO Metodologia

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A participação comunitária

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Linha do tempo

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o m u s e r O Varjão do Torto, em Brasília, é caracterizado pela grande concentração de crianças e jovens, os quais possuem o hábito de permanecer nas ruas durante os dias. Esses jovens são vítimas da falta de espaços públicos interessantes e da falta de atividades destinadas a eles. A Avenida Principal é a rua de maior conectividade no local e, a partir dela, o bairro se desenvolve. Este trabalho tem como objetivo principal desenvolver um projeto de intervenções urbanísticas nos espaços públicos do Varjão. Demonstra-se o processo da participação dos jovens na elaboração de padrões espaciais visando estabelecer uma conexão entre os espaços públicos e o atendimento das necessidades do grupo alvo. Com isso, intenta-se propiciar ao grupo maior motivação em suas atividades. Como metodologia de diagnóstico do contexto da Avenida Principal, utilizou-se processo participativo dirigido aos jovens da região, realizando-se uma caminhada inspirada no movimento “Jane’s Walk”, além da elaboração de imagens mentais para elaboração de padrões espaciais, baseados nos trabalhos de Alexander [et. al] (1977) e Andrade (2014). Durante o processo, com o apoio da Administração Regional do Varjão e a mobilização da comunidade, organizou-se uma espécie de “rua do lazer”, o qual recebeu o nome de A” Rua do Jovem”, que contou com a participação de diversos membros da comunidade na realização de oficinas e atividades voltadas para os jovens. Os resultados do processo participativo demonstram que os jovens possuem certo interesse por práticas participativas quando se diz respeito a planejamento urbano. 9


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1

INTRO

É E U Q O | O Ã DUÇ

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? O Ã J R A V O POR QUE Além das peculiaridades já citadas, é curioso perceber atributos de uma cidade interiorana que se relaciona à malha urbana de Brasília. Exemplo disso é a constante presença de pessoas nas ruas, nos comércios, nas esquinas e nas praças ao longo dos dias. Percebe-se que a escala do bairro é a do pedestre, diferentemente do que ocorre com o Plano Piloto de Brasília, o qual é dominado em sua grande maioria por veículos. Os comércios locais, geridos por comerciantes que conhecem boa parte dos moradores da região, são marcantes pelas vitrines coloridas e chamativas. Às quartas-feiras, no final da tarde, há uma feira que ocorre logo no acesso à vila, marcada por diversos am- bulantes, que também tomam os espaços das calçadas da Avenida Principal do Varão para venderem frutas, legumes, lanches, bibelôs e etc., recepcionando os moradores do bairro quando retornam de seus trabalhos ou outras atividades. Quanto aos meios de locomoção, é notável que as bicicletas tenham destaque nas ruas do Varjão. Contudo, competem com automóveis o espaço, uma vez que a ciclovia existente apenas margeia o bairro, não havendo qualquer conexão com a malha urbana do Varjão. Segundo relatos de alguns jovens, são frequentes os atropelamentos de jovens de bicicleta na rua principal. Em função da localiza- ção privilegiada do bairro, a 12 quilômetros do centro da capital, é pos- sível identificar o efeito da especulação imobiliária na região, ocasionando um interes- sante convívio de pessoas ocupantes de diferentes classes sociais. Construções de até três pavimentos convivem com barracos ou casebres na mesma rua. De maneira geral, mesmo que ainda não haja uma demanda específica, os espaços públicos do Varjão não proporcionam qualidade adequada para descanso e diversão da população, principalmente para os jovens, que são constantes nas ruas, durante o dia e à noite. Assim, a Avenida Principal torna-se um lugar apropriado para receber atividades e espaços culturais e de lazer e, consequentemente, atrair os jovens para vida urbana.

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O PROJETO Este projeto intenta promover uma requalificação dos espaços públicos do Varjão, de forma mais detalhada na Avenida Principal, Praça Central e Área de Múltiplos usos e definindo diretrizes gerais para os demais espaços. O projeto foi desenvolvido por meio da participação popular dos jovens. Buscou-se a construção de padrões espaciais que auxiliassem na construção de diretrizes para futuras intervenções na rua principal do Varjão, tendo em vista a necessidade de espaços de lazer e cultura da população. O centro urbano desta Região Administrativa do DF é caracterizado pela grande concentração de crianças e jovens. Segundo dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), em 2013, esta região abriga uma população de aproximadamente 9.254 habitantes, sendo 33,63% da população jovem de 15 a 24 anos. Embora existam alguns projetos sociais sem fins lucrativos e desenvolvidos por próprios moradores em parceria com a Administração do Varjão, que visam ocupar o tempo dos jovens, essas ações não são suficientes para conter o ócio de boa parte da população. Portanto, existe uma demanda real e uma potencialidade de se trabalhar a comunidade jovem em projetos socioculturais participativos devido à existência de muitas organizações sociais. O surgimento do Varjão se deu a partir de uma ocupação irregular iniciada em 1960. Durante anos, o crescimento da vila ocorreu de forma desorganizada, sem um planejamento prévio. Foram várias as tentativas de controlar o crescimento, principalmente pelo fato da área se encontrar em região de fragilidade ambiental: a existên-

cia de mananciais muito importantes para o equilíbrio do regime hídrico da região do Distrito Federal. Após a reurbanização do bairro em 2005, o assentamento foi se configurando. Contudo, fizeram-se necessárias diversas intervenções governamentais para frear o desenvolvimento urbano desordenado e estabelecer uma organizada malha urbana. Em 2008, a estrutura urbana foi reformulada com a construção de algumas praças, calçadas e alargamento de vias. Entretanto, a população não se apropriou desses espaços, os quais não receberam a manutenção devida ao longo dos anos e, hoje, encontram-se em péssimas condições. Por outro lado, por estar muito próximo ao Plano Piloto, a especulação imobiliária está se aproximando cada vez mais da área, expulsando a população mais pobre. Nesse sentido, torna-se imprescindível ações do governo e da sociedade que incluam a população no processo de apropriação dos espaços do Varjão. Os projetos participativos são fruto da necessidade de uma ligação afetiva por parte da comunidade com o lugar. Percebe-se o valor que a população dá ao espaço onde está inserida quando os próprios habitantes participam do seu processo de planejamento e se apropriam futuramente daquele lugar. A realidade da localidade, conforme entendida pelos membros da própria comunidade, pode ser bastante distinta daquela idealizada nos ambientes acadêmico e profissional da Arquitetura e Urbanismo. Nem sempre os órgãos públicos responsáveis pelo planejamento urbano conseguem uma troca real de informações entre a comunidade e a equipe profissional o que pode ocasionar nos habitantes um vácuo de emoções, frieza e falta de cuidado com o espaço público. Assim, é necessário um estudo mais aprofundado que

vá além das plantas urbanísticas e da topografia. O levantamento de informações e diagnósticos, desenvolvidos anteriormente ao projeto urbanístico, deve ser realizado junto à comunidade, a qual desempenha importante papel quanto aos aspectos afetivos, de orientabilidade, de identidade e simbólicos do lugar. (PRONSATO, 2005). Do ponto de vista prático, a participação comunitária no processo de desenvolvimento do projeto tende a aumentar as capacidades e aptidões, únicas e individuais, dos moradores envolvidos. A comunidade se sente valorizada ao lhe ser possível auxiliar no procedimento, aumentando a autoestima e o sentimento de “pertencimento” dos indivíduos. Pensando-se nisso buscou-se criar e aplicar técnicas de participação com a população jovem na elaboração de padrões espaciais para espaços públicos. No entanto, além da participação, cabe ao técnico, também, entender os aspectos morfológicos dos espaços públicos e seus efeitos, neste caso a anatomia da rua, para que o técnico auxilie a comunidade nas tomadas de decisão.

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OBJETIVO Feitas tais considerações, este projeto vem a propor intervenções nos espaços públicos do Varjão, de forma a propiciar espaços mais agradáveis e saudáveis para os jovens. O objetivo principal, portanto, é propor intervenções urbanísticas nos espaços públicos do Varjão. A “Rua do Jovem” será o conjunto de espaços onde os jovens terão a oportunidade de permanecerem, se encontrarem, se divertirem, e exercitarem as mais diversas atividades para um desenvolvimento saudável. O eixo balizador do projeto é a Avenida Principal, que corta a malha urbana do Varjão, e tem início logo no acesso à Região Administrativa. Conceitualmente, pretende-se conectar essa via, desde a Área de Múltiplas Funções até a Praça Central, agregando os espaços identificados com potencial de serem áreas de convívio. O processo participativo será de grande importância no projeto, uma vez que auxiliará a identificação da demanda real existente na Vila. Logo, ao longo do trabalho será demonstrado o processo desde construção de padrões espaciais até o projeto de intervenção nos espaços públicos da Avenida Principal na Vila do Varjão, Distrito Federal, a partir da análise morfológica e da participação popular dos jovens por meio de técnicas participativas de aproximação.

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Tendo feito tais considerações, propõem-se: 1) identificar os espaços com potencial de agregar pessoas, promover encontros e outras espécies de atividades socioculturais; 2) indicar intervenções urbanísticas que atendam a demanda existente por espaços públicos de qualidade;. Para tanto, fez-se necessário buscar um amplo repertório de projetos similares, os quais envolveram o processo participativo da comunidade. Nesse contexto, de ser mencionada a inspiração advinda do Projeto Boa Mistura, realizado pelo coletivo na cidade de Madrid, na Espanha, com o auxilio da população. Assim, percebe-se que a intervenção artística será fundamental na criação de um vínculo afetivo por parte dos jovens ao projeto e terá o papel de propiciar o encontro entre os sujeitos, a troca de ideias e o conhecimento do plano.


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No Urbanismo tático busca-se atores locais que testem novos conceitos antes de assumir compromissos políticos ou financeiros substanciais. Possui cinco características: • Uma abordagem voluntária e gradual para instigar a mudança; • Um processo de criação de ideias para os desafios do planeamento à escala local; • Um compromisso de curto de prazo e de expectativas realistas; • Uma atividade de baixo risco com a possibilidade de gerar recompensas elevadas; • Desenvolvimento de capital social entre cidadãos e a construção de capacidade institucional entre as organizações públicas, privadas, não lucrativas, e ONG´s e os seus membros. Fonte: Urbanismo Tático

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localização O Varjão se encontra na sub-bacia do Ribeirão do Torto, inserida na Bacia do Paranoá que por sua vez é formada por quatro “braços” principais, equivalentes aos quatro principais afluentes que são: Ribeirão do Torto, Ribeirão Bananal, Ribeirão Riacho Fundo e Ribeirão do Gama. Na poligonal do Varjão são identificadas cinco grotas que deságuam no Ribeirão do Torto, um dos principais afluentes do Lago Paranoá. Este fato chama a atenção, pois o Varjão encontrase em uma área muito sensível do ponto de vista geográfica e ambientalmente.

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área de

O Ã Ç N E V R INTE A área a ser trabalhada compreende a Área de

Múltiplas Usos, a Avenida Principal, Praça Central e arredores. A proposta inicial é promover a integração das duas grandes praças por meio da Avenida Principal de uma forma lúdica, artística e condizente com a realidade existente.

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Esta área foi escolhida para atender ao grande fluxo pedestres, ciclistas e veículos existente nesta região.

Legenda: Praça Central

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Área de Múltiplos Usos

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N 19


HISTÓRICO

Terras pertencentes à TERRACAP, fruto de um desmembramento do Município de Planaltina e incorporada ao Distrito Federal.

1960

terras subdividid as e vendidas 65 que em 19 Estima-se 0 1 e d a lt o v havia por ndo de e famílias viv na Vila. ra u lt agricu

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Foi realizado o primeiro estudo para a fixação da população pela GEPAFI (Grupo Executivo para assentamento de Favelas e Invasões).

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Imagem aérea 1986, Fonte: CODEPLAN

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1965

1984

Brasília Revisitada. Criação oficial do Setor Habitatacional do Taquari Varjão se enquadra na mancha “F”, área autorizada a sofrer expansão. “(...)a ocupação deve prever Quadras Econômicas ou conjuntos geminados para atender à população de menor renda.”

1987 1989

Chegada de várias famílias de agricultores oriundos principalmente da região Nordeste.

Foi elaborado o Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental – EIA / RIMA. Após analisar os aspectos físicos, sócio-econômicos e antrópicos chegaram à conclusão que a área onde se encontra o Varjão não seria favorável ao parcelamento urbano.

1990

Foi instituída a APA do Lago Paranoá


Após a entrega do Relatório, o GDF realizou uma licitação para elaboração de um novo projeto que seguisse o que havia sido determinado pela RIVI, com a finalidade de ingressar no Subprograma de Urbanização de Assentamentos Subnormais do “Programa Habitar Brasil”.

. evitar iretrizes: 1 a d is a ip c n lt Pri anos em a núcleos urb , 2. respeito às e declividad ientais quanto b m a s a ero norm entos, núm m a st fa a s e a ao re á r o ntes p rutura, st de habita -e e infra d o ã ç ta n ação ao impla de preserv r a rua s a ix fa r a ri dota 3. c grotas, 4. a o longo das existente, como eix já l, a principa ra urban da estrutu orientador go da mesma n onde ao lo s de uso misto te lo lçadas estariam encial), ca d si re l/ ia rc (come amento. e estacion

O GDF por meio do decreto 13.132, de 19/01/1991, estabeleceu a fixação da população no Varjão onde apresentou o primeiro projeto urbano, prevendo a criação de 684 lotes distribuídos em: habitação Unifamiliar, habitação/ comércio, comércio, institucional e áreas especiais.

1991

1997

2001

Elaborado o Relatório de Impacto de Vizinhança – RIVI, que determinou a revisão imediata das restrições impostas pela legislação ambiental.

1996 Novo projeto: Proposta de adensamento

as & Casseb. or da licitação: Rib Escritório venced : O projeto procurou amento anterior, ao el rc pa ao to ei lmente - Resp te e às áreas lega en ist ex rio viá a m siste protegidas; contorno, sistema viário de ento; - Adoção de um am limites do assent visando definir os s grotas; - Canalização da ógico no um corredor ecol de o - Implantaçã das encostas rar a preservação intuito de assegu le do Torto; Va ntagem e do Co da a ad ap os para da Ch ços mais arborizad pa es os r ita ve ro idade à - Ap icos dando continu original; criar espaços públ ão da pela ocupaç tradição já esboça tes residenciais que dão s lo rjão, tanto - Criação de novo çado inicial do Va tra ao e ad id inu nt co criação agem, quanto na nos eixos de dren rdeste foi es. Na direção no letiva. de novos quarteirõ co o s para habitaçã proposto dois lote

2002 É criada a APA do Planalto Central onde o Varjão está incluso dentro desta poligonal. Com isso, a emissão da Licença de Instalação (LI), passa a ser de responsabilidade do IBAMA e não mais da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF (SEMARH).

2004 No dia 29 de março de 2004, finalmente foi emitida a Licença de Instalação desde que fossem retiradas as famílias que estavam em áreas irregulares e, além disso, que considerassem outros acertos elaborados com base nos últimos laudos técnicos exigidos para o local.

21 Imagem aérea 2002, Fonte: Google Earth


L A P I C N I R P A D I N E AV Na via principal ficam os principais edifícios e equipamentos, como: o Posto Policial, a Escola Pública de até 5° ano, Creche comunitária, o C.R.A.S. - Centro de Referência de Assitência Social, Galpão Social, a Praça Central. Esta via é referência no Varjão e é caracterizada pelo comércio local, pelas vias largas, pelos carros estacionados, pelas barracas e quiosques nos finais de semana e pela presença de muitos ciclistas.

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OS ESPAÇOS TEMÁTICOS PRAÇA DA MANGUEIRA Esta pequena praça é ponto de encontro por se localizar em frente a um bar com sinuca, onde os jovens se encontram.

Atualmente, o Varjão é dividido em onze quadras e sua malha urbana é caracterizada por pequenos vazios nos quais se localizam praças. Ao longo da Avenida Principal, identificam-se espaços comumente utilizados com os mesmos fins. Para estes espaços, foram definidos alguns temas de acordo com os usos.

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PRAÇA DA ESCADA Esta pequena praça é ponto de encontro dos moradores da região e dá acesso à Praça Central.

PRAÇA DO BOSQUE Neste trecho há a passagem de uma das grotas ainda existentes no Varjão.

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N BECO DA QUADRA 4 Esse beco dá acesso da Avenida Principal à Quadra de Esportes da Quadra 4.


E D O Ç A ESP S O S U S O L MÚLTIP Ainda próximo ao Espaço de Múltiplos usos há o Galpão de Reciclagem e a Casa da Cultura. No Galpão de reciclagem trabalham mulheres que separam o lixo coletado no Varjão e no Lago Norte com a intenção de entregar a parte que pode ser reciclada a empresa CAPITAL Reciclagens, que por sua vez encaminha à São Paulo para o tratamento devido.

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A Casa de Cultura abriga diversos tipos de eventos sociais, cursos e eventos planejados pela própria Administração ou por particulares.

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1 Área de Múltiplos Usos

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40m

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80m

8 Ponto de Encontro Comunitário (P.E.C.) 7 Quadra Esportiva

2 Casa de Cultura

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4 Galpão de Eventos

6 Parquinho

3 Galpão de Reciclagem


A Ç A R P L A R T CEN A Praça Central se localiza ao fim da Avenida Principal e é rodeada pela Escola pública, pelo C.R.A.S., por um parquinho também em más condições e uma arquibancada bastante utilizada como ponto de encontro. A Praça Central, ou Praça da Escola, possui alguns equipamentos e mobilários urbanos que são comunentes utilizados pelas crianças e jovens que estudam na Escola Classe. O C.R.A.S. é subordinado à Secretaria do Desenvolvimento Humano e Social e é responsável por atendimentos a famílias com vulnerabilidade (violência doméstica, etc.). A equipe do C.R.A.S. conta com psicólogos e assistentes sociais que encaminham os atendimentos a órgãos conveniados e oferecem cursos e serviços.

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6 Arquibancada

3 Escola Classe Varjão 4

Pergolado e mesas

Legenda: 1 Posto Policial 5 Parquinho

2 C.R.A.S. 8 Avenida Principal

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25m

50m


MANIFESTAÇÕES

S I A R U T CUL

Foi feito um mapeamento das atividades culturais que ocorrem no Varjão. Assim, pôde-se identificar grupos e pessoas com destacada atuação nos âmbitos cultural e artístico da região. São exemplos:

1. Jiu-Jitsu para todos Local: Creche Comunitária Público: Crianças e Adultos Horário: Adultos: 2ª, 4ª e 6ª das 19h30 às 22h / Crianças: 3ª e 5ª das 19h30 às 22h. 2. Varjão Futebol Clube Local: Campo sintético na entrada do Varjão Público: Jovens Horário: 2ª, 4ª e 6ª de 9h às 11h e 15h às 18h. 3. Reforço escolar (Casa da Cultura) Local: Casa da Cultura Público: Jovens Horário: 2ª a 6 ª pela manhã 4. Café da manhã para todos (Casa da Cultura) Local: Casa da Cultura Público: Todos Horário: 2ª a 6 ª pela manhã

5. Aulas de Arte (Casa da Cultura) Local: Casa da Cultura Público: Todos Horário: Varia 6. Aulas de Capoeira com o Grupo Raízes Local: Casa da Cultura Público: Crianças e Jovens Horário: 2ª a 6ª - Manhã, Tarde e Noite

Dia das Crianças Fonte: página Facebook

CarnaVarjão 2015 Fonte: página Facebook Administração do Varjão

Administração do Varjão

Aniversário 25 anos Varjão Fonte: Acervo Particular Aniversário 25 anos Varjão

Aniversário 25 anos Varjão

Fonte: página Facebook Administração do Varjão

Fonte: Acervo Particular

Fonte: Acervo Particular

7. Aulas de Precursão (Casa da Cultura) Local: Casa da Cultura Público: Todos Horário: Varia 8. Mala do Livro Local: Casa da Cultura Público: Todos Horário: Varia

Aula de Capoeria Grupo Raízes

Aula de Jiu-Jitsu

Fonte: página Facebook Administração do Varjão

CarnaVarjão 2015 Fonte: página Facebook Administração do Varjão

Além destes programas sociais, ao longo do ano ocorrem diversas ações sociais afim de mobilizar, incentivar, educar, entreter a população do Varjão. No Carnaval por exemplo ocorrem desfiles, bandas e shows.

26 CarnaVarjão 2015 Fonte: página Facebook Administração do Varjão

Aniversário 25 anos Varjão

Fonte: Acervo Particular


LEGISLAÇÃO Coeficiente De Aproveitamento Avenida Principal: CfAM=CfAB=2,4 (1) VARJÃO Quadras 01 a 11 e Área Especial 1 e 2: CfAM=CfAB=1,4 (2) Exceções Coeficiente Máximo e Coeficiente Básico (1) – Av. Principal QD 01 Conjunto D Lotes 1a, 1 a 5; QD 02 Conjunto A Lote 13; QD 05 Conjunto A Lote 17; QD 07 Conjunto D Lotes 1, 1a e 2: CfAM=CfAB=1 (2) – QD 02 Conjunto E Lote 2; QD 09 Conjunto J Lote 1: CfAM=CfAB=0,8 – QD 01 Conjunto A Lote 6; Conjunto D Lote 2; QD 03 Conjunto A Lotes 1 e 8; QD 04 Conjunto E Lotes 1 a 4; QD 05 Conjunto H Lotes 17 e 18, Conjunto I Lote 3; QD 06 Conjunto A Lote 6, Conjunto H Lotes 1 a 7; QD 07 Conjunto C Lotes 1 e 2, Conjunto E Lote 1; QD 08 Conjunto F Lote 1; QD 11 Conjunto G Lotes 1 a 3: CfAM=CfAB=1 – QD 05 Conjunto L Lote 1, Conjunto M Lote 1, Conjunto P Lote 1: CfAM=CfAB=1,3 – QD 03 Conjunto B Lote 18: CfAM=CfAB=1,54

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Zona Urbana do Conjunto Tombado Zona Urbana de Uso Controlado I Zona Urbana de Uso Controlado II Zona Urbana Consolidada Zona Urbana de Expansão e Qualificação

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Zona de Contenção Urbana Zona Rural de Uso Controlado Zona Rural de Uso Diversificado Macrozona de Proteção Integral Área de Proteção Ambiental - APM

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Mapa elaborado pela Secrataria de Desenvolvimento Urbano SEDUMA

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Na Zona Urbana de Uso Controlado I, o uso urbano deve ser compatível com as restrições relativas à sensibilidade ambiental da área, observadas as seguintes diretrizes: I – manter o uso predominantemente habitacional de baixa densidade demográfica, com comércio, prestação de serviços, atividades institucionais e equipamentos públicos e comunitários inerentes à ocupação; II – respeitar o plano de manejo ou zoneamento referente às unidades de conservação englobadas por essa zona e demais legislação pertinente; III – proteger os recursos hídricos com a manutenção e a recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente; IV – adotar medidas de controle ambiental voltadas para áreas limítrofes às Unidades de Conservação de Proteção Integral e às Áreas de Relevante Interesse Ecológico inseridas nessa zona, visando à manutenção de sua integridade ecológica; V – preservar e valorizar os atributos urbanísticos e paisagísticos que caracterizam essa área como envoltório da paisagem do Conjunto Urbano Tombado.

Qu

E

Segundo o Art. 68 do PDOT DF, o Varjão está situado na Zona Urbana de Uso Controlado I que integra o conjunto de áreas com baixa densidade demográfica, ou inseridas em sua maior parte nas Áreas de Proteção Ambiental – APA do Lago Paranoá. Esta Zona integra: O Lago Norte, Varjão, Lago Sul, Agrovila da Vargem Bonita, Quadras 6 a 29 do Setor de Mansões Park Way – SMPW, Setor habitacional Taquari, Setor de Mansões Dom Bosco, Núcleo Urbano do Paranoá.

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PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal

N

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28


3

O I R Ó T R E P E R

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A pesquisa de repertórios é importante para a identificação de potencialidades comuns a outros projetos já executados. Buscou-se o levantamento de casos onde o foco tenha sido o jovem, nos quais a apropriação do espaço tenha acontecido de forma natural por parte dos moradores, formas de incentivar a participação popular e a arte como forma de integração. Desde processos participativos de intervenções em bairros e áreas livres públicas que tenham uma ocupação emergente na direção do URBANISMO TÁTICO.

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1. Boa Mistura

O coletivo Boa Mistura surgiu em 2001, é oriundo de Madrid e realiza trabalhos de intervenções artísticas na cidade em forma de pintura e grafite. A ideologia é fazer com que as pessoas criem um vínculo afetivo com o lugar através da participação nas pinturas. Eles já realizaram trabalhos na África do Sul, Brasil, México, EUA, Reino Unido, Geórgia, Argélia, Noruega, Reino Unido, Sérvia e no Panamá. “Nós somos a luz” foi um trabalho realizado pelo coletivo em 2013. Neste projeto, um edifício em uma comunidade da periferia no Panamá recebeu, com ajuda dos moradores, uma pintura que se transformou em uma colorida e abstrata composição.

Fonte: www.boamistura.com


2. Cidade Escola A associação Cidade Escola Aprendiz foi criada em 1997, em São Paulo, e promove diferentes atividades voltadas à comunidade desde workshops a práticas artísticas através do programa Bairro-Escola que atua em diversos estados, pesquisando e compartilhando experiências em educação integral, aproximando iniciativas comunitárias e ações dos diferentes setores, promovendo diferentes atividades para crianças e jovens. Um dos projetos realizados pelo Bairro-Escola foi o “100 muros”, que propôs uma intervenção realizada por crianças e jovens através de oficinas de arte no próprio espaço urbano. Muros, praças, postes e calçadas ganharam novas formas e cores pelas mãos da comunidade por meio da técnica do mosaico. Interessante perceber a participação dos próprios jovens na intervenção das ruas.

Projeto 100 muros - Cidade Escola - Fonte: cidadeescola.org.br

3. Mercado Sul

O Mercado Sul surgiu em Taguatinga, nos anos 50, antes mesmo da inauguração de Brasília. Foi um dos primeiros centros comerciais do DF marcado por muitas pessoas e seu caráter de feira livre. Nos anos 70, com o surgimento de supermercados, açougues e outros comércios, o Mercado Sul foi perdendo seu diferencial e vários comerciantes chegaram a falência. Passaram-se vinte anos de decadência, até que o Mercado foi alvo de uma revitalização, para se tornar um verdadeiro centro cultural de Taguatinga. Hoje, o espaço conta com projetos sociais que incentivam a participação dos jovens na comunidade, como aulas de teatro e aprendizado de técnicas em feiras orgânicas.

31


4. Sou da Paz

Antes

O instituto Sou da Paz atua em São Paulo promovendo o envolvimento da comunidade na revitalização de praças. Propõe a democratização dos espaços públicos em periferias. As praças tornam-se ativas de forma a promoverem espaço para debates sobre a vida pública, de trocas e encontros. O potencial encontra-se em terrenos abandonados localizados em área densas, mas carente de infraestrutura. Nesses espaços foram adicionadas quadras esportivas, plataforma para o grafite, tabela de basquete, mesas de jogos, playgrounds, arquibancadas, espaço para reuniões e festas, espaço para conversar, empinar pipa, jogar bola, assistir, sentar-se brincar, contemplar a paisagem e etc. O instituto acredita no poder transformador dos jovens. Através de ações sociais, culturais, esportivas e comunitárias fortalecem o tecido social e contribuem com a redução da vulnerabilidade e da violência. Ao todo foram revitalizadas 5 praças públicas da periferia de São Paulo com a participação da comunidade e da juventude. Os moradores se envolveram em todo o processo: do planejamento da reforma à organização de atividades de esporte, cultura e lazer.

Praça Jardim Ângela, Sonho Azul, São Paulo

Praça Sete Jovens, Brasilândia, São Paulo Moradores conferem mudanças propostas em maquete

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Fonte: www.soudapaz.org.br/

Vila Iolanda II, Lajeado, São Paulo

Depois


5. Medellín, Colômbia

6. Micrópolis

Por causa do auge industrial e pela consequente demanda por serviços e moradia, Medellín passou por um acelerado crescimento que ocasionou em ocupações de baixa qualidade, e muita desigualdade. O caso da intervenção urbana na cidade de Medellín é interessante de ser estudado, pois tirou a cidade de uma crise social e política bem agravante, deixando de ser uma das cidades mais desiguais e violentas do mundo para se tornar inovadora. A estratégia de transformação baseou-se na implementação de um sistema de transporte público e de acessibilidade eficiente e qualificado, provisão de serviços públicos de qualidade para toda a população e planejamento urbano territorial em longo prazo. O cuidado com as calçadas, um sistema integrado de ciclovias e até escadas rolantes foram utilizados como estratégia para a mutação urbana e social.

O Micrópolis é formado por jovens e recém formados em Arquitetura na cidade de Belo Horizonte, e desde 2010, realiza trabalhos independentes e com colaboradores externos, propondo transformações no espaço urbano e na vivência da cidade. Os trabalhos realizados pelo coletivo contam com a participação da comunidade onde as intervenções ocorrem. Rua de Sapucaí (2010) Esse projeto foi realizado na Rua de Sapucaí, em Belo Ho¬rizonte, e buscou agregar os usos predominantemente comer¬cial e residencial da região. A área sofre pelo rompimento de fluxo causado por uma linha férrea presente na localidade. A proposta foi trabalhar com elementos arquitetônicos tais como rampas e mobiliário urbano que possibilitem a

Oficina Qualquer um é arquiteto Esta oficina experimental foi realizada com o fim de auxiliar o conjunto a fazer a zequipe do Plugminas repensar em uma reconfiguração espacial de uma porção do refeitório. As atividades foram criadas para incentivarem as pessoas a recriar o espaço a ser alterado. As representações espaciais, as maquetes e o projeto coletivo de mobiliário resultante da oficina foram baseados em materiais residuais encontrados nas redondezas do PlugMinas - pallets, madeira e blimp.

articulação das atividades cotidianas existentes.

Antes

Depois

Fonte: www.micropolis.com.br Foco no pedestre e Arte urbana Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-122788/comofazer-cidades-o-modelo-de-medellin

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7. Hortas Comun itária

s

Implantadas em terrenos ociosos em comunidades na Zona Leste de São Paulo, as hortas comunitárias criam espaços verdes e revelam-se uma boa forma de integrar a paisagem à natureza. O projeto CIDADES SEM FOME transforma terrenos públicos e particulares da Zona Leste, periferia da megacidade, em hortas comunitárias. O projeto visa melhorar a precária situação dos habitantes através de projetos sustentáveis de agricultura urbana, baseados em processos de produção orgânica. Através deste projeto, 115 pessoas trabalham como agricultores urbanos em hortas comunitárias, o que beneficia não só eles mesmos, mas também suas famílias. Com isso, a subsistência de 650 pessoas está sendo garantida. Foram realizados cursos de capacitação profissional para quase 1.000 pessoas, que receberam instrução sobre plantio e comercialização.

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8. Instituto Elos O Instituto Elos é oriundo de Santos e atua em todo país impulsionando o movimento de fazer acontecer. A VIVÊNCIA OÁSIS oferecida pelo Instituto Elos é um processo que convida líderes de diferentes setores de ambientes urbanos a participar de uma experiência de engajar grupos e comunidades numa iniciativa de alto impacto. Tive a oportunidade de participar da Vivência Oásis em Brasília do dia 23 de outubro a 9 de novembro de 2015. A área de intervenção foi uma praça no Recanto das Emas. O processo ocorreu de forma a levar os participantes a experimentarem uma maneira dinâmica e viva de engajar comunidades na implementação de soluções colaborativas, de modo que possam aplicar novas práticas em seu trabalho e vida pessoal. O objetivo da Filosofia Elos consiste em impulsionar processos de desenvolvimento local, a partir de uma ação prática, mão na massa. O programa é vivido em etapas: 1) OLHAR A ABUNDÂNCIA: Reconhecer potencialidades do lugar, 2) CRIAÇÃO DO AFETO: Conhecer as pessoas que vivem na comunidade, 3) IDENTIFICAR OS SONHOS: Buscar sonhos em comum na comunidade, 4) PROJETAR JUNTOS: Concatenar sonhos e transformá -las em projetos reais dentro das potencialidades e recursos da comunidade, 5) MÃO NA MASSA: Colocar os sonhos em prática com a ajuda da comunidade. 6) CELEBRAÇÃO: Depois de cada etapa concluída celebra-se.

O praça da Quadra 102 do Recanto das Emas foi transformada com os recursos existentes na região e com a ajuda da comunidade.

7) RE-EVOLUÇÃO: Identificar com a comunidade quais são os próximos sonhos a serem realizados.

O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO é nítido naqueles que ajudaram a construir cada pedacinho daquela praça. 35


9. LIGA PEATONAL A Liga Peatonal é uma rede de pessoas, coletivos e organizações dedicados à promoção e defesa dos pedestre que atua no México. Dentre os principais objetivos da Liga estão: Construir cidades justas, seguras, sãns, com escala humana, com zero mortes ou lesões permanentes por acidentes de carro. Acreditam que caminhar seja um ato de direito de todos e é a base para a convivência e cidadania. Um trabalho da Liga que é inspirador é a pintura de faixas de pedestres em diversas cidades com o apoio e auxílio das comunidades.

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38


O PAS

SO - A

4

- PAS

SO 39


A I G O L O D A METO Os espaços públicos de circulação como as ruas exercem um papel fundamental do planejamento e desenho urbano que ultrapassam meras definições de mobilidade. No âmbito global, formam conexões importantes e torna-se possível identificar o movimento natural das pessoas pela leitura do espaço e, no âmbito local, possibilitam o encontro e permanência de pessoas, segundo o nível de atratividade e conforto que exercem. O processo de projeto buscou agregar quatro metodologias: • Análise morfológica do espaço por meio da análise dimensional do DIMPU - Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (HOLANDA e KOHLSDORF 1996; KOHLSDORF, 2006; QUEIROZ, 2000) para elaboração do diagnóstico que contempla os aspectos funcionais, econômicos, bioclimáticos, expressivo-simbólico, topoceptivos e copresenciais/sociológicos; • A Participação comunitária por meio da caminhada Jane’s Walk (utilizada pelo grupo Sobreurbana) e de elaboração de mapas mentais baseados em Lynch, (1999). Posteriormente na elaboração de padrões espaciais • A elaboração de Padrões espaciais baseados no trabalho Alexander et al. (1977) em A Pattern Language e em Andrade (2014). A partir dessas análises foram sintetizados padrões espaciais no formato “problema/ contexto - recomendação/ilustração” baseado em Alexander et al (1977). • Dinâmica de inserção dos padrões morfológicos desenvolvidos, no mapa (vista aérea) do Varjão, pelos jovens. • Maquete Coletiva com os jovens. 40

Funcional

Sociológica

Análise das Dimensões Morfológicas

Topoceptiva e Expressivo Simbólica

Criação de mapas mentais

Jane´s walk

Bioclimática Econômico Financeira

Criação de padrões espaciais

Participação Comunitária

Maquete Coletiva

Dinâmica de inserção dos padrões no mapa


RIA

UNITÁ M O C O Ã Ç A RTICIP

A PA

Definição Por “participação comunitária” entende-se o envolvimento das comunidades nas tomadas de decisão que lhes dizem respeito ou que afetam o seu desenvolvimento futuro. O objetivo da participação comunitária é conferir a todos os membros de uma comunidade a oportunidade de, em igualdade de circunstâncias e num ambiente democrático, ter uma voz ativa e tomar parte nas tomadas de decisão que afetam essa comunidade e a sua qualidade de vida. (Participação da Comunidade em processos de desenho urbano Levantamento e descrição de métodos e técnicas, 2013)

A importância da participação da comunidade Os projetos participativos são fruto da necessidade de uma ligação afetiva com o lugar. Percebe-se o valor que a comunidade dá ao espaço onde está inserida quando os próprios habitantes tiveram participação em seu planejamento. A realidade da localidade, conforme entendida pelos membros da própria comunidade, pode ser bastante distinta daquela idealizada nos ambientes acadêmico e profissional da Arquitetura e Urbanismo.

PARTICIPAR

=

EMPODERAR

É possível, inclusive, cogitar que em órgãos públicos responsáveis pelo planejamento urbano a postura adotada pelos projetistas e urbanistas seja impositiva, não havendo uma troca real de informações entre a comunidade e a equipe profissional. Essa atitude compulsória – que nega a reciprocidade entre quem projeta e quem habita – pode ocasionar nos habitantes um vácuo de emoções, frieza e falta de “querer bem” ao espaço público.

explica Sylvia Pronsato em Arquitetura e Paisagem, projeto participativo e criação coletiva. Portanto, é de fundamental importância um estudo que vá além das plantas urbanísticas e da topografia. O colhimento de informações e diagnósticos feitos anteriormente ao projeto urbanístico devem ser realizados junto à comunidade, a qual desempenha importante papel quanto aos aspectos topoceptivos e simbólicos do lugar. (PRONSATO, 2005) Do ponto de vista prático, a participação comunitária no processo de desenvolvimento do projeto tende a aumentar as capacidades e aptidões, únicas e individuais, dos moradores envolvidos. A comunidade se sente valorizada ao lhe ser possível auxiliar no procedimento, aumentando a autoestima e o sentimento de “pertencimento” dos indivíduos. Além disso, a troca de informações propicia um maior número de dados necessários para a tomada de decisões projetuais (Participação da Comunidade em processos de desenho urbano - Levantamento e descrição de métodos e técnicas, No ponto de vista organizacional, essa metodologia reduz conflitos que podem consumir tempo e recursos, prejudicando o desenvolvimento do projeto. Desta forma, os resultados acabam por ser mais adequados às especificidades de cada comunidade.

Noutras palavras, os espaços públicos sem identidade definida, e vazios de significados, criam um sentimento de estranheza aos seus usuários, os quais deixam de zelar e cuidar daquele ambiente, conforme

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MAR

ABR

MAI

Análise das Dimensões Morfológicas:

JUN

Identificação dos padrões urbanísticos desenvolvidos por Christopher Alexander em Uma Linguagem de Padrões (1977).

1. Bioclimáticas; 2. Topoceptivas; 3. Expressivo-Simbólicas; 4. Sociológicas; 5. Funcionais

Criação de Mapas mentais.

O P M E T O LINHA D 42

Caminhada dos Jovens do Varjão

Aplicação de questionário

JUL Dinâmica de inserção dos padrões no mapa


AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

1ª Rua do Lazer do Varjão:

A RUA DO JOVEM Execução da Maquete Coletiva

Pintura da Faixa de Pedestres na Avenida Principal

Apresentação à comunidade

Desenvolvimento do projeto Desenvolvimento do projeto

Legenda: PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

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44


5

DIMENSÕES MORFOLÓ

GICAS

e os padrõ

es! 45


As Dimensões Morfológicas A maneira de compreender a arquitetura como situação relacional vem a suprir a necessidade que se tem de identificar as correlações existentes entre a arquitetura e diversos campos do conhecimento, dentre eles: os sociais, econômicos, bioclimáticos, psicológicas e de funcionais. Logo, todos os sítios naturais possuem “estruturas profundas”, que devem ser compreendidas antes e durante o processo criativo da arquitetura. Ora, cada uma destas disciplinas arquitetônicas constitui certa abordagem do fenômeno, cada uma constitui certa revelação analítica de uma dimensão abstrata das coisas, não das coisas em si. Também, cada uma delas tem necessariamente de desenvolver uma adequada teoria descritiva, de maneira a selecionar, das coisas analisadas, os atributos adequados para os seus próprios objetivos. Arquitetura se torna assim não uma coisa, mas certa família de relações com as coisas, mais precisamente, de certas relações do homem com o espaço. Em tais relações, os homens procuram satisfazer uma determinada família de expectativas que eles têm para com o espaço, expectativas que supostamente têm algo em comum na medida em que justificam uma profissão para lidar com elas e um correspondente campo de conhecimento, ambos mutantes ao longo do tempo. (...) (HOLANDA e KOHLSDORF) Portanto, este projeto vem a sintetizar situações e ações capazes de transformar a conjuntura atual existente do Varjão em outra, imaginada e desejada, a partir de análises que vão compreender: - aspectos funcionais: Dimensão Funcional - aspectos sociológicos: Dimensão sociológica - aspectos bio-climáticos: Dimensão bioclimática - aspectos topoceptivos e simbólico; Dimensões Topoceptiva e Expressivo-Simbólica - aspectos econômicos; Dimensão Econômico-financeira 46


Mapa de Pontos Referenciais e de Uso Legenda: Uso Misto Uso Residencial Uso Institucional Praças, parques

Dimensão FUNCION

AL

A dimensão funcional analisa-se a operacionalidade dos espaços, sua adequação e eficiência ao desenvolvimento das mais diversas atividades básicas a uma cidade: circulação, transporte, características das atividades, índice de aproveitamento. (KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2004)

Posto Policial

Casa de Cultura

Escola Classe

Centro de Reciclagem

Creche

Centro de Múltiplos Usos

Conselho Tutelar

Galpão de Eventos

Mapa Linha de Ônibus

Legenda Linhas de Ônibus Sentido: Varjão Sentido: W3 Norte e Sul L2 Norte e Sul Lago Norte Rodoviária

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Mapa das Ilhas Espaciais

Dimensão A

IC G Ó L O I SOC

A configuração (vazios, cheios e suas relações) implica maneiras desejáveis de indivíduos e grupos (classes sociais, gênero, gerações etc.) Ter visibilidade do outro, localizar-se nos lugares, e se mover por eles são condições desejadas para encontros. (Holanda, 2010)

N 100 200 400(m) Área50 Total: 27,19 ha Y= 26,24 ha (área dos espaços abertos) LEGENDA: Ilhas Espaciais Espaços Livres Área verde

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Mapa Axial Global

Mapa de Conectividade Visual No mapa de conectividade visual percebe-se em tons alaranjados e avermelhados os espaços que têm maior abrangência visual. Esses espaços são importantes para a percepção do ambiente. Em espaços que a abrangência visual é maior, há - salva a interferência de outros fatores - um maior sentimento de segurança.

(1) (2)

Definição “É a forma de representação configuracional baseada em linhas que revela a acessibilidade da trama existente por meio de uma escala cromática, de tons de cinza ou espessura de eixos. Esta acessibilidade pode ou não corresponder aos fluxos reais, tendo em vista uma possível preponderância de outras variáveis (incluindo tipos de pavimentação, existência de magnetos, crises sociais, etc.): por isso se diz que um mapa axial ilustra o movimento potencial e não o real.” (MEDEIROS, 2013)

O Mapa axial, resultante da Análise de Integração Global, mostra em vermelho e laranja, as vias mais acessíveis, ou seja, aquelas que têm maior potencial de serem utilizadas. O potencial resultante da configuração mostra que: Um trecho da Avenida Principal (1), de fato possui um grande fluxo, conforme o vivenciado atualmente no Varjão. No entanto, a Avenida paralela (2), apesar de ser tida como via local, possui um grande potencial de fluxo, em função de suas conexões existentes. Dito isso, propõem-se que a Avenida Principal seja de sentido único no trecho (1), e tenha o sentido inverso no trecho (2).

Percebe-se que na Avenida Principal até o trecho onde será realizada a intervenção, há um alto grau de abrangência, que é importante nos atos de caminhar e permanecer nas ruas.

Mapa de Integração

No mapa de integração global nota-se em vermelho e laranja os pontos no espaço, que, em uma perspectiva de campo visão, são os mais fáceis de serem alcançados. Elementos focais de transformação, como obras de arte de rua, devem ser, portanto, alocadas em regiões onde haja um maior potencial de serem vistas. A mesma lógica se aplica à sinalização, que deve ser fixada em áreas que sejam mais fáceis de serem vistas. 49


Dimensões

A V I T P E C TOPO

e

Mapa mental, feito por Michael, no Varjão

EXPRESSIVO - SIMBÓ

LICA

Na dimensão Topoceptiva são incorporadas as análises referentes às características configurativas dos espaços que interferem na noção de localização dos indivíduos, em termos de orientação e identificação. A dimensão expressivo-simbólica observa as características configurativas dos espaços incidentes na possibilidade de criação de vínculos emocionais, por meio da fruição visual ou da evocação de conteúdos coletivamente significativos. (KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2004) 50

O desenho de mapas mentais corresponde a representação imagética, segundo elementos de Kevin Lynch, de lugares em referências topoceptivas, apenas com o auxílio da memória. Nos mapas criados, é possível

Os caminhos: observa-se os vários trajetos registrados na imagem da área considerada, sejam vias veiculares ou caminhos de pedestres, consolidados ou trilhas informais;

identificar:

Limites: observa-se a representação de bordas ou fronteiras entre os espaços da área considerada. Pontos focais: observa a reprodução na imagem mental de pontos ou regiões da área considerada que são atrativas de pessoas e, por isto, são importantes na orientabilidade e percepção do espaço. Marcos visuais: observa-se a representação de elementos que se destacam visualmente na área considerada, tornando-se referências topoceptivas.


Análise Sequencial

1 2

3 4 5

1

4

2

5

3

6

6 N 50 100

200

400(m)

A técnica de análise sequencial observa percursos da área de estudo como séries de momentos de percepção. Estações: Momentos de estímulo visual adequado ao registro perceptivo. Os campos visuais são cenas identificadas a cada estação. Estes geram efeitos topológicos e perspectivos que compõem os campos visuais das estações sequenciais.

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La

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Pa

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á Em azul, as grotas existentes antes da canalização. Destacada em amarelo, a grota ainda existente.

Imagem Aérea 1975 - Fonte: Codeplan

Grande parte da cobertura vegetal nativa foi destruída com o decorrer do crescimento da Vila. O Varjão é cortado por uma drenagem natural ortogonal em cinco partes, ou seja, são cinco grotas importantes para o equilíbrio do regime hídrico do Distrito Federal. A área arborizada restante é chamada de “Praça do Bosque”, e é por onde passa uma das grotas que, em alguns trechos, foi canalizada.

Dimensão A

IC T Á M I L BIOC

A canalização de grotas acontece apenas nas travessias das vias públicas. No entanto, o acúmulo de lixo e entulho provoca o entupimento das travessias e o transbordamento das águas pluviais nas vias internas e externas, prejudicando a pavimentação. (ANDRADE, 2014)

Ventilação

Esta dimensão diz respeito aos conceitos de natureza em relação com o homem. Valores ecológicos informam a situação atual do sítio em questão. Os fatores configurativos do espaço em questão são incidentes no conforto físico dos indivíduos.

Avenida principal - Trecho que corta a passagem da grota - Praça do Bosque

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Orientação solar e ventilação dominante


Com o crescimento de áreas irregulares no Varjão, especialmente no final dos anos 90, graves problemas de ordens ambiental e sanitário tomaram conta do bairro. As sucessivas ocupações de áreas públicas, grotas, encostas e áreas consideradas de alta sensibilidade ambiental fizeram com que, em 2001, o Varjão fosse incluído no Subprograma de Urbanização de Assentamentos Subnormais – UAS, parte do Programa Habitar Brasil, então custeado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

carreados pelas chuvas torrenciais e acumulam-se ao longo das vias e, juntamente com os esgotos acumulados nas grotas, alcançam o Ribeirão do Torto e são lançadas no Lago Paranoá (ANDRADE e GOUVÊA, 2004).

Segundo OLIVEIRA e ANDRADE (2012), desde a origem, referido projeto de urbanização recebera críticas e fora objeto de conflitos, em razão de questões ambientais, tais como ocupação de grotas e margens em áreas de preservação permanente, canalização

Muito embora não tenha sido possível a minuciosa análise técnica de plantas referentes ao sistema de drenagem do Varjão, sabe-se que, atualmente, o problema do escoamento do fluxo de águas no período de chuvas ainda é presente no bairro, causando inúmeros transtornos para os habitantes e comerciantes da região, além de contribuir para o alastramento da degradação ambiental das áreas de preservação próximas.

de grotas de drenagem pluvial e ocupação de locais com declividade superiores a 10%. Ainda assim, no ano de 2002, o projeto de urbanização do Varjão obteve a licença prévia da então Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, possibilitando a efetivação da contratação do

Dimensão

ECONÔMICO FINANCEIRA

Analizaram-se os apectos ecômicos do Varjão.

Programa Habitar Brasil junto ao BID e o consequente início das obras de Já em 2004, sob intensa pressão dos moradores do bairro e do Governo do Distrito Federal, foi expedida pelo IBAMA a licença de instalação das obras de urbanização, desde que obedecidas algumas condicionantes, como por exemplo a retirada de cerca de 500 família de áreas irregulares.

Modernamente, a concepção de sistemas de drenagem foge àquele modelo tradicional, no qual interrompe-se o ciclo natural do curso das águas; ou seja, tenta-se a água o maior tempo possível onde ocorre a precipitação, retardando a liberação para as áreas mais baixas ou favorecendo a infiltração no solo das águas

PDAD 2013 - Pesquisa Distrital de Amostras de Domicílios

Segundo ANDRADE (2005), foram executadas obras de canalização das duas principais grotas e obras de drenagem visando a solução da problemática referente ao escoamento da água. No local, a drenagem das águas pluviais aproveita os canais naturais de escoamento da chuva, os grotões e as valas a céu aberto localizadas nas laterais dos leitos das vias. A canalização de grotas acontece apenas nas travessias das vias públicas. O acúmulo de lixo e entulho nas grotas provoca o entupimento das travessias e o transbordamento das águas pluviais nas vias internas e externas, prejudicando a pavimentação. Em consequência, os materiais são

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S E Õ R D PA

ESPACIAIS IDENTIFICADOS NO VARJÃO

Os padrões aplicáveis ao Varjão foram definidos com o auxílio dos padrões desenvolvidos por Christopher Alexander [et al.], em Uma Linguagem de Padrões (1977), que permitem identificar problemas arquitetônicos e urbanísticos e propor possíveis soluções que podem ser adotadas. Os padrões mostram a conexão de todos os componentes existentes no meio para um urbanismo desenvolvido e consciente, mostrando que nada deve ser construído de forma isolada dos outros elementos. Cada padrão é expresso com um contexto, um problema e uma solução proposta e nenhum deles é representado de forma isolada, pois cada padrão está subordinado a outros e isso faz deles um elemento completo e conectado.

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DIMENSÃO

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Problema/Contexto

Solução

Ao longo das análises e visitas, percebeu-se que os carros trafegam em velocidades muito altas na Avenida Principal, sendo perigoso para os pedestres e principalmente para as crianças.

Padrão 49: Vias locais em “loops”

Foram identificados diversos espaços que não são acessíveis a cadeiras de rodas, portadores de necessidades especiais, carrinhos de bebê, etc. Fazendo com que estas pessoas corram risco andando nas vias destinadas aos carros.

Padrão 60: Praças acessíveis

Criar vias em loops para gerar situações nas quais o carro não pode atingir velocidades muitos altas.

Croqui

Ruas de Bourges, França: Os ”loops na rua”, também conhecidos por Chicanes fazem com que os carros diminuam a velocidade ao passar por suas curvas. Ao criar essas reentrâncias é possível cultivar jardins ao longo da Avenida, que auxiliam na permeabilização do solo.

Para isso, é preciso o tratamento das calçadas, equipamentos de forma a atender as pessoas portadoras de deficiência, pessoas com dificuldade de locomoção, carrinhos de bebê e etc.

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DIMENSÃO

SOCIOLÓG

Problema/Contexto

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ICA

Solução

A Avenida Principal do Varjão é compreendida como espaço de permanência, além de ser área de locomoção.

Padrão 31: Passeios Públicos

A rua, como não sendo apenas para circulação, carece de intervalos.

Padrão 121: A forma dos passeios

Falta de espaços de convivência que permitam reuniões e entrosamento entre membros da comunidade.

Padrão 67: Área externa coletiva

É local de mistura e interação com a comunidade. Esses passeios públicos devem ser confortáveis e acessíveis.

Permitir espaços para encontros, agradáveis e importantes para a convivência em meio a trajetos.

Lugares de reunião e lugares públicos, onde as pessoas se sintam cômodas, aumentam seu entrosamento com seu local e permitem maior consciência de sua conexão a um sistema social de maior alcance.

Croqui


Problema/Contexto

Solução

Em espaços abertos, sempre se procura um local onde se possa permanecer, com as costas protegidas, para observar o entorno.

Padrão 125: Escada para sentar

Há uma demanda por espaços onde possam ocorrer shows e eventos. Como foi visto nas visitas feitas no Varjão, percebeu-se que grande parte dos jovens escuta e é adepto a cultura do Hip-Hop.

Padrão 63: Dança na rua

Durante a noite, há um receio de passar por algumas ruas e ou praças.

Padrão 33: Vida noturna

Croqui

Em lugares públicos, é interessante a presença de pontos mais altos, onde se possa sentar. Percebe-se que lugares ligeiramente altos permitem uma visão panorâmica, mas que devem ser acessíveis ao transeunte.

Busca-se criar, nas praças principais, espaços suscetíveis a apresentações espontâneas e programadas.

Pensando em uma boa iluminação pública e propiciando bons espaços que permitam a apropriação durante o período da noite.

57


DIMENSÃO

58

SOCIOLÓG

ICA

Problema/Contexto

Solução

As cidades necessitam de praças públicas, mas quando estas são demasiadamente grandes não funcionam adequadamente.

Padrão 61: Pequenas praças públicas

Há o hábito de encontrar os amigos nas ruas e praças.

Padrão 163: Sala de estar externa

Observou-se a grande quantidade de jovens que fazem uso de skate, patinete e bicicleta.

Padrão Próprio 1: Skatepark

Os lugares abertos, destinados a praças públicas, devem ser pequenos, permitindo boa comunicação física, visual, a uma razoável distância.

Assim, como se precisa de um “local de encontro” no âmbito residencial, existe uma necessidade de interação com outros membros da comunidade em locais externos, com benefícios de se estar ao ar livre, com a presença de ventilação, aromas, sol, texturas, e diversos outros elementos que estimulem outros sentidos, além da visão.

O skatepark permite que haja o encontro entre os apreciadores do skate, e oferece uma área voltada ao lazer e esporte gratuitos.

Croqui


Problema/Contexto

Solução

Foram identificadas áreas nas calçadas que recebem ambulantes e pequenas feiras.

Padrão 124: Bolsões de atividades

Ao longo da vida é necessário estar em contato com outras etapas do ciclo. As etapas da vida, desde a infância até a velhice, carregam consigo dificuldades e experiências próprias. As particularidades de cada etapa acrescentam vida às comunidades.

Padrão 26: Ciclo da vida

Croqui

Compreender algumas transições nas calçadas como espaços que podem receber feiras algumas vezes por semana.

Os espaços públicos serão pensados a fim de atender à necessidade dos jovens, adultos e idosos, a fim de promover a interação e a troca de “saberes”.

59


DIMENSÕES

60

TOPOCEPTIVA

Problema/Contexto

Solução

Os espaços destinados às crianças são padronizados e cercados. Crianças gostam de desníveis, balanços, áreas para correr e pular. Isso, no entanto, vem sendo pensado em bloco. No Varjão hoje existem cercas delimitando parquinhos para crianças.

Padrão 57: Crianças (Jovens) na cidade

Muitos espaços degradados, sujos ou pichados

Padrão Próprio 2: Arte Urbana

Os espaços podem oferecer oportunidades para brincadeiras que não sejam padronizados em um playground infantil.

A arte urbana, em forma de grafitte, por exemplo, dá identidade, orientabilidade e sentimento de pertencimento ao local.

e

EXPRESSIVO - SIMBÓLICA Croqui


61 Fonte: http://avorwire.com/284670/15-amazing-playgrounds-from-all-over-the-world/


DIMENSÃO

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BIOCLIMÁTICA

Problema/Contexto

Solução

Quando as árvores são plantadas e podadas sem considerar sua capacidade de criar ambientes sombreados, acabam não atendendo às necessidades das pessoas

Padrão 171: Lugares configurados por árvores

As áreas onde há a passagem dos mananciais estão degradadas e malcuidadas, o que incentiva o acúmulo de lixo e entulhos.

Padrão 25: Acesso à água

Somente quando uma árvore, ou um conjunto delas, conforma lugares é possível perceber sua presença e extrair o seu real significado.

As pessoas normalmente se sentem atraídas por corpos d’água. Contudo, reconhece que a aproximação a estes locais pode destruí-los. Explica que estradas e indústrias destroem a orla d’água, tornando-a suja e perigosa.

Croqui


Problema/Contexto

Solução

Nas áreas onde há passagem de mananciais, não há um tratamento adequado, gerando espaços ociosos com mato alto e pouco atrativos.

Padrão 60: Vegetação acessível

Ao longo da Avenida Principal, na qual há constante fluxo de pedestres, a arborização existente é irrisória.

Padrão 170: Árvores frutíferas

O Varjão, encontra-se em uma área rica em mananciais. Durante o período chuvoso, há casos de alagamentos de algumas ruas.

Padrão 247: Pavimento permeável

Croqui

As pessoas precisam de lugares abertos e verdes, acessíveis no cotidiano. Sabe-se que somente aqueles que vivem a poucos minutos a pé de um parque é que os utilizam de forma plena. Geralmente, os parques são muito grandes e estão a longas distâncias.

Tanto em espaços públicos, como privados, as árvores frutíferas oferecem qualidade e identidade à cidade. Explica que árvores frutíferas em terrenos comuns enriquecem laços de vizinhança e de comunidade, proporcionando benefícios mútuos e responsabilidades, pois requerem poda e colheita anual, envolvendo, de forma natural, as pessoas.

Embora o asfalto seja fácil de limpar, ele não estimula que se caminhe sobre ele, nem permite que a água das chuvas penetre no solo, de modo a beneficiar as plantas, nem auxiliam na drenagem natural. Os pavimentos permeáveis são mais convidativos a passeios, contemplação; irriga o solo, auxiliando no crescimento vegetal; contribui imensamente na drenagem pluvial, evitando acúmulos de água e problemas decorrentes disso.

63


DIMENSÃO

ECONÔMICO FINANCEIRA

Problema/Contexto

64

Solução

Carros estacionados na Avenida Principal dificultam a visão do ciclista. Oferecendo, ainda, perigo para pedestres, quando transitam no mesmo nível.

Padrão 56: Ciclovias

Os veículos têm o poder de assustar e subjugar os pedestres.

Padrão 54: Faixas de pedestres em vias movimentadas

Áreas públicas degradadas com potencial de cultivo, ao longo da Avenida Principal.

Padrão 177: Horta

As ciclovias oferecem aos ciclistas, skatistas, pedestres e motoristas, um sistema mais seguro e eficaz de transporte.

As faixas de pedestres bem sinalizadas oferecem maior segurança aos pedestres.

Em uma cidade saudável, cada família pode cultivar as verduras necessárias para seu sustento. Os legumes e verduras são os alimentos mais básicos. São os únicos capazes de sustentar, sozinhos, a vida humana; em um mundo ecologicamente equilibrado, o homem tem que alcançar uma relação equilibrada com sua alimentação diária.

Croqui


Problema/Contexto Logo no início da Avenida Principal há um Galpão de Reciclagem onde se separa o lixo reciclável do Varjão e Lago Norte.

Solução

Croqui

Padrão 207: Materiais apropriados Os equipamentos a serem desenvolvidos no Varjão serão feitos em materiais recicláveis, incentivando a população a reciclar.

Os veículos oprimem os pedestres e ciclistas.

Padrão 55: Passeios elevados

Falta de sinalização, calçamento adequado, muitos carros estacionados ao longo da Avenida Principal.

Padrão 52: Rede harmônica de vias de veículos e pedestres

Sabe-se que os pedestres se sentirão mais seguros se as calçadas forem suficientemente largas, permitindo o seu afastamento da rua, e se as calçadas forem suficientemente altas, impedindo que o carro não suba acidentalmente.

Embora os carros sejam perigosos para os pedestres, é na combinação de ambos que se desenvolvem as atividades. A vida urbana se intensifica apenas onde estes dois sistemas se encontram.

65


Skatepark

Forma diferenciada dos passeios

Árvores frutíferas

Harmonia entre carros ciclistas e pedestres

Ciclovias

Hortas urbanas

Crianças na cidade

Espaços para apresentações

Passeios públicos

Vias em “loops”

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Faixas de pedestres

Espaços para feiras

Pequenas praças públicas

Acesso à água

Eventos noturnos

Vegetação

Calçadas mais altas

Pedestres

Área externa coletiva

Escadas para sentar

Pontos de encontro

Arte Urbana

Pavimento permeável

Espaços configurados por árvores

Sala de estar externa

Acessibilidade

Espaços para todas as idades

Uso de materiais recicláveis


OS PADRÕES


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