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A0

ARQUITETURA.URBANISMO.DESIGN.INOVAÇÃO JUNHO

2016

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I

EDIÇÃO

PERFIL

ARTE

Como a arte influência na vida de uma comunidade?

Já conhece a casa mais sustentável do mundo?

DICAS Arquitetura e sustentabilidade presentes cada vez mais no mundo contemporâneo

a

comunidade

que

reviveu

com

a

arte


02 Favela no México tem diminuição de violência graças a arte!

04 Sustentabilidade presente na Arquitetura de diferentes formas

10 Casa em Vila Matilde, vence prêmio internacional

reflexão

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Mobilidade Urbana, como acontece em Ribeirão Preto? Arquitetura da exclusão/acessibilidade

AJUDE TAMBÉM



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“Favela no México tem diminuição de violência graças a arte!” Munido de tintas, pincéis e boas ideias, o coletivo de arte Germen Crew conseguiu diminuir os crimes na comunidade de Las Palmitas, na cidade de Pachuca, conhecida por ser uma região extremamente violenta do México. No processo, que durou cerca de 14 meses, os artistas pintaram 209 casas, somando cerca de vinte mil metros quadrados, com cores vibrantes e alegres, que formam uma espécie de arco-íris para quem observa o morro a certa distância. Os artistas envolveram os moradores em todo o trabalho, antes da pintura ser feita, os moradores do local evitavam sair de casa quando escurecia. Durante a noite, a região ficava deserta. Segundo Enrique Mybe Gomes, diretor do projeto, após a iniciativa, os vizinhos passaram a conversa e a sair mais. Este tipo de experiência, proporciona à comunidade inúmeras vantagens. Os impactos ocasionados prevalecem aos positivos. Em uma escala de fora para dentro, a intervenção melhora a aparência da cidade, diminiu violência e pode tornar-se até mesmo um atrativo turístico. Em um escala menor, a comunidade ganhe ainda mais com tal. A arte pode propor inúmeros programas sequintes melhorando a interação e comportamento dos moradores. Observe nas ilustrações seguintes o antes e o depois da intervenção na comunidade.


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“Bairro é planejado e sustentável” Um dos maiores empreendimentos imobiliários em construção em São Paulo, o bairro Jardim das Perdizes fica na região da Barra Funda. O bairro recebeu a certificação Alta Qualidade Ambiental (Aqua) da Fundação Vanzolini, que examina quesitos como economia de água, energia e qualidade urbanística. O loteamento tem 30 torres, elas cercam um parque de 50 mil m². O terreno é público, mas deve ser administrado pela associação de moradores. A porcentagem de área verde é exigência da legislação, mas usá-la como parque público foi ideia da construtora de olho na oportunidade de ligar o loteamento com o entorno e claro, valorizá-lo. O plano é uni-lo a um parque linear que deve ser construído pela prefeitura. Entre os cuidados do urbanismo, fios elétricos subterrâneos, postes de luz com luminárias de LED e calçadas com fossos subterrâneos onde a água da chuva se acumula, podendo ser absorvida lentamente pela terra. O pavimento do parque absorve 90% da água. O empreendimento está relativamente próximo de centros culturais e shoppings e tem quatro prédios comerciais, com lojas e escritórios. A ideia que as pessoas percorram pequenos percursos para fazer compras, ir ao trabalho e se divertir.


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“Tijolos de Mariana” Em novembro de 2015, o município de Mariana, em Minas Gerais, foi devastado pelo pior desastre ambiental do país que destruiu a região e deixou milhares de famílias desabrigadas. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e os alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Grey Brasil e a Ecobrick, montaram o projeto Tijolos de Mariana, que irá reutilizar a lama para fabricar tijolos artesanais e reconstruir casas populares, hospitais e escolas. O processo de fabricação, executado por alunos da UFMG, funciona da seguinte forma: depois de captada, a lama passa por uma filtração, sendo transformada em um composto limpo e atóxico chamado Metakflex. Depois, ganha o formato de tijolo por um processo ecológico que não envolve emissão de gases.Se o projeto der certo, os tijolos poderão ser encontrados à venda em lojas de materiais de construção de todo o Brasil, com lucro revertido para a região.

AJUDE TAMBÉM


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PROCESSO DE PRODUÇÃO Interessante sabermos como acontece o processo de produção destes tijolos, que não apenas constróem, e sim, reconstróem vidas e histórias!

Todo mês, 60 toneladas de lama são retiradas do meio ambiente, servindo de matéria-prima para a produção de tijolos.

Com a tecnologia da UFMG, a lama dos rejeitos é transformada em um composto limpo e atóxico chamado Melakflex.

O composto é então transformado em tijolos através de um processo ecológico que não envolve emissão de gases.

Depois de prontos, os tijolos são utilizados para reconstruir a infraestrutura local e gerar renda para a região.


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A casa mais sustentável do mundo! A casa tem o título de mais energeticamente eficiente do país, arrematando o prêmio de melhor Novo Edifício Doméstico, o Swig Awards, na categoria Eficiência Energética. Os proprietários Colin e Jenny Usher tem um dos postos mais desejados do mundo: eles mantém a residência funcionando com apenas £ 15 por ano – cerca de 7 reais por mês. Arquiteto há 35 anos, Colin não fez o projeto apenas para tentar diminuir suas despesas. Apaixonado pelo uso de energia de fontes renováveis, a construção da casa permitiu a experimentação de suas próprias ideias e teorias sobre o tema. Colin interpretou as leis da termodinâmica para criar um esquema arquitetônico no qual a casa perde apenas um grau por dia quando o sistema de aquecimento está desligado. É mais simples do que se pode imaginar: as bases para a construção foram o isolamento térmico, a geração de energia e o sistema de aquecimento. O custo total da construção – incluindo a compra do terreno e a demolição da propriedade preexistente – foi de £ 440.500, valor próximo ao custo de casas de quatro quartos na região.


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As escolhas não só dos materiais estruturais, mas o revestimento é uma arma importante para que complemente o conforto ambiental de qualquer edificação. Através das fotos, podemos ver que revestimentos que facilitam na limpeza da casa, a torna ainda mais sustentável no sentido econômico. Se toda a sociedade seguisse modelos como este, teríamos cidades muito mais evoluídas!


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“Casa Vila Matilde vence prêmio internacional” A casa é de Dona Dalva e fica localizada na Vila Matilde, na zona Leste, em São Paulo. O que chamou a atenção é que o projeto foi feito com muita qualidade e baixo custo pelo escritório paulistano Terra e Tuma. Com apenas 150 mil reais, a mudança foi completa, incluindo preço do projeto e a construção. A casa Vila Matilde ganhou na categoria casa o prêmio internacional ArchDaily Building of the Year 2016, que elege entre milhares de projetos os 14 melhores do mundo. O desafio dos arquitetos foi compatibilizar uma solução arquitetônica que fosse adequada ao orçamento restrito da cliente e ao mesmo tempo, que fosse possível de se construir rapidamente, uma vez que Dona Dalva não poderia viver muito tempo de aluguel enquanto sua nova casa era construída. A solução foi então optar por fazer fechamentos em blocos de concreto e as lajes pré-fabricadas de concreto armado. O acabamento é concreto aparente, típico da arquitetura moderna paulista, e também usado na arquitetura contemporânea.


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A disposição dos ambientes é simples e funcional e no segundo andar, além da suíte de do filho, há uma laje livre, que atualmente recebe uma horta. Todas as áreas comuns foram projetadas de forma integrada para gerar um espaço amplo.


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reflexão Mobilidade Urbana, como acontece em Ribeirão Preto? A Mobilidade urbana vai além de um deslocamento ou de uma viagem, sendo um conjunto de políticas de transporte e circulação, e é todo um sistema para satisfazer as necessidades da população no espaço geográfico das cidades, proporcionando um acesso democrático e amplo a este. Assim tratando de criar uma integração de modos diferentes que formam um sistema de mobilidade destas, envolvendo o trânsito de veículos e também de pedestres, seja através do transporte individual (carros, motos, etc.), seja através do uso de transportes coletivos (ônibus, metrôs, etc.) A mobilidade urbana se apresenta como um desafio nos grandes centros urbanos, tanto no Brasil como em grandes metrópoles do mundo. Sendo esse assunto, nos últimos anos, bastante discutido no Brasil, pois a maior parte das grandes cidades do país está encontrando dificuldades em desenvolver meios para diminuir a quantidade de congestionamentos e excessos de pedestres em áreas centrais, sendo notórios também os grandes impactos ambientais, visuais e de poluição sonora e atmosférica. Uma das principais causas deste problema é a grande quantidade de uso de transporte individual, pois proporciona um conforto maior e, consequentemente, os transportes públicos em nosso país, estão em péssima qualidade. Além disso, temos a herança histórica da política rodoviária do país, entre outros fatores.

Mobilidade no quadrilátero central de Ribeirão Preto O trânsito na cidade de Ribeirão Preto ao longo dos tempos foi se agravando de acordo com o crescimento da cidade, consequentemente como aumento da frota de veículos motorizados individuais. No quadrilátero central, se agrava ainda mais, as ruas dessa região possuem em torno de 12 a 14 metros de largura. Tais vias priorizam a passagem de veículos motorizados, e servem de passagem para quase todas as linhas do transporte publico coletivo, que não suporta a demanda da frota existente, fazendo com o pedestre da região sofra com o transito pesado, a poluição sonora e do ar e correndo riscos em sua caminhabilidade. Este trabalho tem como proposta elaborar novas diretrizes possíveis de mobilidade na região. Em primeiro plano, a retirada de linhas de transporte público atual do quadrilátero central, e a criação de um modelo que comporte as vias existentes, com a inserção de micro-ônibus. Em uma escala menor, na área de maior concentração de comercio e serviços, a reestruturação dos estacionamentos existentes, e o mais importante, um novo desenho urbano de calçadas, com dimensões adequadas, priorizando a passagem do pedestre, de forma acessível e universal. A largura das vias do quadrilátero central é limitante e com variações de quadra em quadra, mas que mesmo assim foi possível implantar diretrizes de projeto. Base para o texto: TFG de Marcus Milanelo / Estácio-Uniseb Escrito por Ariela, Ana Carolina e Isabelle.


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Arquitetura da exclusão/acessibilidade Entende-se como arquitetura da exclusão o uso de conceitos da arquitetura e do urbanismo em vários casos com o intuito de isolar um grupo específico, muitas vezes desfavorecidos socialmente, visando principalmente a segurança e o "bem estar" de um outro grupo que se considera alvo de ocorrências derivantes da desigualdade social. A forma como tratamos esses grupos desfavorecidos atualmente se mostra como potencializador de discriminação, muitas vezes vemos estruturas desconfortavéis e frias sendo colocadas em locais estratégicos que muitas vezes são utilizados como local de "refúgio" para desabrigados e mendigos, muros são construídos procurando por segurança, quando na verdade estamos apenas nos limitando e explicitando ainda mais a desigualdade. É claro que muitas outras coisas acarretam nesse tipo de ocorrência, não está apenas nas mãos da arquitetura lidar com esse tipo de situação, alias, acredito que não seja possível para a arquitetura sozinha solucionar esse tipo de problema, exatamente por que a arquitetura procura se adaptar a certas ocorrencias devido as condições atuais em que nossas vidas e a vida de outros ocorrem. Digamos que em uma sociedade desigual e violenta, nós erroneamenta criamos uma arquitetura que apenas colabore com a ideia de desigualdade e violência, através de muros, cercas, estruturas frias e violentas.

Entrando mais ainda no âmbito social, podemos analisar em como a arquitetura estéticamente também se mostra como um disceminador de desigualdades e de segregação, como exemplo podemos pegar uma família humilde, moradores de bairros mais simples por exemplo, se colocarmos essa família em um restaurante de luxo, essa familia provavelmente ira se sentir desconfortavel, pois tudo aquilo esta provavelmente fora do contexto para eles, pois a arquitetura muitas vezes seleciona e segrega, procurando satisfazer os anseios de um ao mesmo tempo em que exclui o outro simplesmente por apresentar uma estetica mais luxuosa, da mesma forma o contrário pode ocorrer. Mais uma vez, está longe de ser trabalho simplesmente da arquitetura e do urbanismo, seria necessária uma colaboração pesada do sistema político, da mídia e de outras áreas para que mudanças começassem a ocorrer e uma parcela cada vez maior da sociedade possa usufruir dos ideias de liberdade, igualdade e fraternidade propostos pela democracia. Escrito por Felipe, Maria Alice e Humberto.


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