LIMA, K. R. de S.. (Org.). Capitalismo dependente, racismo estrutural e educação brasileira: diálogos com Florestan Fernandes. Uberlândia: Navegando Publicações, 2020
XIV
RACISMO ESTRUTURAL E A POLÍTICA DE COTAS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS* Michely Mezadri
INTRODUÇÃO O presente estudo é fruto do acúmulo teórico desenvolvido com a dissertação de mestrado,1 que trata do trabalho da(o) assistente social na implementação das cotas sociais nas universidades federais do estado do Rio de Janeiro. Neste capítulo, apresentamos o conteúdo elaborado acerca da política de cotas para as universidades federais brasileiras a partir da promulgação da Lei nº 12.711/2012, compreendendo-a no contexto de uma política de ação afirmativa. Pensar a política de cotas para as universidades federais brasileiras requer a inserção desta num contexto mais amplo, exigindo a compreensão das particularidades das nossas universidades e, por sua vez, da nossa formação social enquanto nação capitalista que se insere de forma dependente no capitalismo mundializado, determinação que expressa à necessidade de lutar por ações afirmativas. Desta feita, distribuímos o capítulo em duas partes, um breve debate em torno da formação social brasileira, a partir das elaborações do intelectual militante Florestan Fernandes, com destaque para o racismo enquanto estrutural dessa formação para, num segundo momento, tratar da implementação da política de cotas nas universidades federais brasileiras com a promulgação da lei federal 12.711/2012.
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DOI – 10.29388/978-65-86678-36-9-0-f.265-282
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Dissertação de mestrado defendida em julho de 2020 com o título “O trabalho da/o Assistente Social na implementação da Política de Cotas Sociais nas Universidades Federais do Estado do Rio de Janeiro, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Katia Regina de Souza Lima do Programa de PósGraduação em Serviço Social e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense UFF.
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