Informática educativa no Brasil: das origens à década de 1990

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34|Informática Educativa no Brasil: das origens à década de 1990.

A questão político-econômica da política de Informática na Educação Uma análise mais detida do momento histórico que serviu de raiz a essa política militarista em Informática na Educação leva-nos a perceber que sob os regimes autoritários de Vargas e dos militares surgiram várias ideologias do tipo “nacionalista”, as quais legitimaram diferentes partidos e alianças. Na era Vargas (tanto no Estado Novo como depois via Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, e o Partido Social Brasileiro – PSB), tivemos a ideologia da superação do “subdesenvolvimento” pelo “desenvolvimento autodeterminado” (nacionalismo-desenvolvimentista). Entretanto, como assinala Covre (1986), esses projetos se defrontaram com dois componentes contraditórios: “o da proposição ‘nacionalista’ de desenvolvimento numa era ‘monopolista’”, o que fez com que esses modelos, de certa forma, acabassem servindo ao grande Capital em emergência, pois acelerou o industrialismo do tipo capitalista. Já durante a ditadura militar, esse modelo político de desenvolvimento “autodeterminado” foi sobreposto pelo modelo da Escola Superior de Guerra ou Doutrina de Segurança Nacional, que pretendia resolver a “contradição nacional” sobre o Capital internacional mediante a criação de um Estado-burocrático-militar que assegurasse os interesses do grande Capital, fazendo uma retórica do “Brasil Grande Potência”, o que, em sua análise, permitiu o transnacionalismo internalizado e uma nova relação imperial. A esse respeito Florestan Fernandes (1986b, p. 13) julga


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