EcoDixit Julho de 2013
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EcoDixit Julho de 2013 Caros colegas,
mais do que criadas, e o meu desejo é para que este trabalho seja contínuo, e que os esforços realizados até
Com o encerramento do ano
então, não caiam por terra.
letivo, chegam também ao fim,
Sendo um elemento diferenciador das restantes
os primeiros seis meses de
Instituições de Ensino Superior, damos-te a conhecer
mandato
NEEC-AAUAv.
os mecanismos de apoio da tua Universidade através
Semestre este, recheado de atividades nas mais
de um artigo de opinião. A questão da “Consciência
variadas vertentes, que pretenderam responder de
Social” assumida como um dos grandes pilares de
uma forma diversificada às exigências de todos os
intervenção da Universidade de Aveiro, reflete-se hoje
estudantes do curso de Economia.
nos vários mecanismos de apoio/intervenção social,
do
A aposta clara no desenvolvimento de atividades de cariz pedagógico tem sido um dos pontos de maior preocupação e intervenção ao longo deste semestre. O projeto “CEO Meetings” a par com a “Semana do Emprego”, são a prova viva disso mesmo, e o seu
tentando dar resposta às dificuldades crescentes dos estudantes,
resultantes
da
conjuntura
atual
atravessada no nosso país, oferecendo respostas que evitem que qualquer aluno prescinda dos estudos, ou deixe de ter os apoios básicos necessários aos seu bem estar, por falta de meios financeiros.
sucesso responde por si. A questão dos mestrados não foi posta de parte, a tendência dos últimos anos foi questionada e abordada nesta edição numa perspetiva global. Quisemos ouvir o lado do corpo docente, mas sobretudo dar voz aos estudantes por nós representados. É aqui que se pode fazer a diferença, só se consegue evoluir, e alterar o
Finalizando, e direcionando uma palavra aqueles que finalizam
o
seu
percurso
académico
nesta
universidade, desejo-lhes um futuro de sucesso, esperando que sejam os principais embaixadores da Universidade de Aveiro, mas essencialmente, do Curso de Economia da Universidade de Aveiro.
paradigma, ouvindo os principais intervenientes. As condições para que haja uma evolução, quer na atratividade, quer
no melhoramento
do plano
curricular no segundo ciclo de estudos estão
Ficha técnica:
Saudações académicas, Fábio Marques Coordenador do NEEC-AAUAv Tiragem: 50 exemplares Colaboradores
Título: EcoDixit Data de saída: Julho de 2013
Edição: Ana Ferreira, Cristina Faria, Hugo Pereira, Viviana Ferreira e Fábio Marques
Universidade de Aveiro, Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial
Grafismo: Ana Ferreira, Sara Fernandes, Cristina Faria e Fábio Marques
Telefone: 969376186 E-mail: neec@aauav.pt
Nota: Alguns artigos encontram-se ao abrigo do novo acordo ortográfico, de acordo com a vontade dos próprios autores.
Periodicidade: Semestral
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EcoDixit Julho de 2013
CEO MEETINGS
Durante este semestre tivemos a oportunidade de assistir a 4 sessões deste novo projeto. E em que consiste o CEO MEETINGS? O objetivo passa por criar um ambiente casual de partilha de conhecimentos entre CEOs, pessoas ligadas à gestão de empresas relevantes a nível nacional e alunos. Assim, é possível uma maior aproximação das empresas da região aos nossos alunos, através do relato das experiências por parte dos convidados, que também estão sempre disponíveis para responder a qualquer questão vinda do público. É expetativa do NEEC-AAUAv que este projeto sirva para a criação de mais-valias para os nossos estudantes numa abordagem ao mercado de trabalho, numa altura em que o sucesso académico perdeu relevância face a outro tipo de competências, as soft-skills. Então, o espírito empreendedor deve ser alimentado, bem como o interesse dos alunos em iniciativas que promovam a sua evolução noutro género de competências.
A primeira edição aconteceu no dia 19 de Março, e tivemos o privilégio de contar com a presença de Mário Vasconcelos, representante da TUPAI. Este fez uma apresentação da empresa e abordou também a responsabilidade ambiental da empresa, a relação com os fornecedores e a filosofia Kaizen que permitiu aumentar a eficiência da empresa. Posteriormente, correspondeu a um público bastante curioso que contribuiu para que nesta sessão existisse muita interatividade. .
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EcoDixit Julho de 2013 Eugénio Campos foi o convidado da 2ª sessão, no dia 4 de Abril. Este, deu a conhecer a história do seu grupo e o seu trajeto pessoal, orientando o público presente para as dificuldades que terão de ser enfrentadas no momento em que o passo seguinte for o mercado de trabalho. Contou também alguns segredos do sucesso do seu grupo, baseados na dinâmica, motivação, paixão e empenho da equipa com a qual trabalha diariamente. A marca Eugénio Campos tem assumido a sua posição no mercado de jóias, apesar de todas as contrariedades. No decorrer desta sessão começou por ser feita uma apresentação da empresa. Esta cria, fabrica e comercializa, tanto a nível nacional como internacional, jóias de qualidade e com um design inovador. Mais à frente, foi explicado como é que o grupo atravessou as situações mais adversas, os ajustamentos necessários e as decisões que tiveram de ser tomadas ao longo do tempo por Eugénio Campos para que a empresa mantivesse o seu lugar no ramo. À sua equipa, incute gosto pelo trabalho. Este é o segredo do sucesso, segundo o CEO, que tem uma equipa que classifica de motivada, apaixonada e empenhada, fruto de um grande dinamismo. O contexto económico vivido em Portugal, obrigou a que o grupo se internacionalizasse e aproveitasse outros mercados mais rentáveis.
Mas este processo apresentou muitas
dificuldades, ao terem de ser ultrapassadas inúmeras barreiras para que a internacionalizção do grupo fosse possível. Aproveitando todas os obstáculos que foi obrigado a ultapassar ao longo do tempo, o CEO fez um discurso motivador para a plateia, alertando que os primeiros anos lhe trouxeram mais tristezas do que alegrias, e que por isso não se deve desistir. Reforçou ainda a ideia de melhoria contínua, aplicando-a a si, e tentando transmiti-la para os estudantes e futura geração de Portugal, aquela a quem está incumbida a (difícil) missão de mudar o estado do país. No dia 29 de Abril, contámos com a presença do CEO do grupo industrial multinacional Martifer, Carlos Martins. Este começou por fazer uma apresentação daquilo que o seu grupo representa, do ponto de partida da empresa, dos obstáculos que teve de ultrapassar e das novas exigências que atualmente se apresentam, onde evidenciou a entrada do grupo em novos mercados e a aposta na diferenciação de produtos e na internacionalização. Adicionalmente, o CEO da Martifer apresentou um pouco da sua experiência profissional, incentivando os presentes à
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EcoDixit Julho de 2013 criação de uma empresa própria e ao fomento do espírito empreendedor. Carlos Martins aproveitou ainda para deixar a sua opinião sobre a crise que Portugal vive hoje, apontando para uma maior aposta no turismo, nomeadamente o turismo de saúde e realçando que nem todas as Parcerias Público-Privadas são ruinosas para o país e que estas deviam ser exploradas em benefício do país.
O último convidado do semestre foi Sérgio Ribau Esteves, no dia 8 de Maio. Este iniciou a sessão com um esclarecimento sobre a atividade da Teka Portugal e da contextualização desta num grande grupo a nível mundial. . Fugindo ao que é comum hoje em dia no mundo empresarial, a TEKA Portugal está a crescer e a criar empregos, sendo em termos de grupo a empresa com melhores resultados. Esta capacidade de ultrapassar os diversos obstáculos é baseada nos vários produtos que a empresa fabrica e na sua complexidade (muitos produtos, muita tecnologia e posse de quase tudo o que é necessário para processar o produto). O diretor industrial da TEKA Portugal realçou como vantagem competitiva a inovação e o facto de a empresa se apresentar como multimarca, multi-produto e multi-serviços, abrangendo diversas áreas. Esta “é das empresas com maior verticalização da produção”, segundo Sérgio Ribau Esteves. Apesar de subcontratar algumas coisas, tudo o resto é feito internamente. Depois, foi indicada a grande vantagem da Teka, a flexibilidade, que acontece desde o processo produtivo, levando a empresa a adaptar-se às especificidades dos clientes, apostando em novos produtos e fugindo da “pressão asiática”. Foi também apontado que as “fronteiras estão demasiado abertas” e que portanto entraram produtos que não correspondiam às normativas. Por fim, foram discutidas algumas políticas para sair da crise. Com euro? Sem euro? Dupla Moeda? Centralização? Descentralização?
Comum a todas as sessões foi a indicação de um excesso de capacidade instalada em Portugal, face às exigências do mercado, bem como a necessidade de apostar em novos produtos e novos mercados, reforçando a internacionalização, como meio para crescer num contexto económico desfavorável para a progressão das empresas.
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EcoDixit Julho de 2013
A seguir à licenciatura Por João Almeida
licenciatura aqui em Aveiro? Recomendarias a Licenciatura em Economia na Universidade de Aveiro?
Antes de mais, gostaria imenso de agradecer o
Confesso que antes de começar o Mestrado estava
convite para esta entrevista
reticente se conseguiria corresponder ao nível de
e
grande
conhecimento que esperava ser requerido ao nível de
trabalho que o NEEC tem
segundo ciclo, na Universidade para onde me estava a
feito
Tenho
candidatar. Creio que todos nós reconhecemos que a
acompanhado, através das
UA é ainda pouco reconhecida por Economia, algo que
redes sociais, todo o tipo de
já não acontece nos ramos de Engenharia, onde
iniciativas que o núcleo tem desenvolvido e é, nesse
claramente marca distinção internacional. No entanto,
sentido, um grande orgulho para mim ter feito parte
toda essa ansiosidade se desvaneceu no primeiro
do curso que este organismo representa.
contacto com os novos colegas de trabalho. Nunca me
enaltecer
este
o
ano.
senti pouco preparado ao nível técnico. Contudo, a adaptação a um ritmo de trabalho muito mais 1) Porquê a opção pelo mestrado?
acelerado foi para mim um desafio. Importa porém dizer que este foi também um obstáculo para os
Considero que as licenciaturas, no modelo que hoje estão desenhadas, representam um período de
colegas licenciados pela Instituição onde hoje sou estudante.
aprendizagem curto para as exigências do mercado de trabalho. Comparando os dois cursos que frequentei na UA, Engenharia Mecânica e Economia, é curioso que o primeiro está desenhado sob a forma de Mestrado Integrado. Neste sentido, acho que a licenciatura em Economia é um trunfo poderoso pelo leque de conhecimentos que confere aos alunos mas, ainda assim, de especialização reduzida. É por este último argumento que desde o segundo ano de licenciatura soube que queria tirar Mestrado, mais precisamente Mestrado em Finanças.
Neste sentido, é minha opinião que a licenciatura em Economia na UA está, em geral, bem desenhada em termos de conteúdos programáticos, mas creio que existe ainda trabalho a desenvolver no ritmo de trabalho que se impõe aos alunos. Aqui em Lisboa o mecanismo que permite solidificar a reputação internacional de um ensino de excelência é criar uma crescente rede Alumni global. É uma vertente que se desenvolve
formando
profissionais
que
estão
2) Sabemos que estás numa Universidade altamente
preparados para enfrentar qualquer tipo de desafio.
reconhecida pelo ranking de Universidades Mundiais.
Acho que para Economia em Aveiro se posicionar a
Achas que saíste bem preparado da licenciatura em
este nível, vai necessariamente ter que começar a
Economia aqui no DEGEI? Qual a tua opinião sobre a
elevar o grau de exigência. Outro ponto que considero fundamental é a necessidade de alertar os estudantes
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EcoDixit Julho de 2013 para a importância de experiência profissional prévia
entanto, acredito que nos tempos que correm uma
aquando da candidatura ao mercado de trabalho. Esta
licenciatura confere diminuto grau para ascensão na
experiência cria-se ingressando em Estágios de Verão,
carreira profissional. No meu caso, após terminar a
permitindo uma formação não meramente académica
licenciatura, estava perfeitamente ciente que queria
durante o período de licenciatura, objecto este que é
aprofundar os meus conhecimentos na área de
bastante valorizado pelas empresas. Concluindo a
Finanças e, como tal, pareceu-me a solução óbvia
resposta a esta pergunta partilho, com a maior
continuar a estudar.
honestidade, que todos os dias recomendo a licenciatura em Economia na UA. No entanto quem
5) Como está a correr o Mestrado?
desejar forma-se em Economia por Aveiro deverá estar
Está tudo a correr bem, obrigado. Estou a aprender
consciente que poderá enfrentar dificuldades no futuro
imenso e já estou completamente integrado. Está a
pela falta de reconhecimento do DEGEI.
corresponder plenamente às minhas expectativas, o
4) Aconselhas a fazer mestrado antes de entrar no mercado de trabalho?
que é óptimo para permitir motivação diária para trabalhar. Acreditem que já só distingo os fins-desemana e feriados dos dias úteis da semana pelo
Acho que as pessoas só devem partir para o segundo
número de carros no parque da Universidade. Num
ciclo se estiverem motivadas para tal. Se no fim do
ritmo destes é absolutamente crucial desenvolver
primeiro ciclo a oportunidade de Mestrado não se
capacidade de gestão de tempo, a meu ver a grande
revelar estimulante, creio que deverão experimentar o
lição que mais me orgulho de estar a aprender.
desafio de entrada no mercado de trabalho. No
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EcoDixit Julho de 2013
II Ciclo em discussão Por Marta
Profª.
Drª
A Universidade de Aveiro assume-se como uma
Ferreira
referência seja no panorama de ensino nacional seja à
Dias
escala internacional, e sendo o DEGEI um dos departamentos
Várias
são
as
questões que se
com
maior
notoriedade
na
Universidade, este tem igualmente um legado de sucesso que vincula todos os alunos e docentes.
podem colocar a um aluno no final do seu 1º Ciclo de Estudos. Neste pequeno texto vou tentar responder às
O 2º Ciclo em Economia na Universidade de Aveiro tem
questões que mais frequentemente me são colocadas
por objectivo a formação de profissionais com elevada
principalmente pelos alunos do 3º ano.
qualificação e capacidades para desempenhar a função de
Porquê um mestrado? Se estiverem à procura de competências para começar a vida activa então inscreverem-se num mestrado é a melhor decisão que podem tomar. Um mestrado indica um nível de compromisso e de especialização numa determinada área que corresponde às exigências dos
economista
nas
suas
diversas
valências.
A capacidade para aplicar e integrar conhecimentos, a capacidade de compreensão e resolução de problemas em situações novas e em contextos alargados e multidisciplinares são competências básicas que se pretendem ver desenvolvidas. O que é oferecido no 2º Ciclo em Economia no DEGEI?
empregadores. A oferta no 2º Ciclo em Economia divide-se em duas Há um número crescente de pessoas que acabam o I
áreas de especialização: Economia e Finanças e
Ciclo, por isso há um número crescente de pessoas
Economia da Empresa. Desta forma é dada a
qualificadas para os melhores empregos. Como
flexibilidade necessária aos alunos para escolherem a
resultado, a maior parte das ofertas exigem maiores
sua formação dentro da Ciência económica de acordo
qualificações que distingam os candidatos. Ter um
com os seus interesses e aspirações futuras.
mestrado no CV pode melhorar as vossas perspectivas de emprego num mercado de trabalho cada vez mais
A escolha na oferta destas duas vertentes prende-se
competitivo e ajudar na promoção mais rápida na vida
com o contexto empresarial no qual a Universidade de
profissional futura.
Aveiro se insere em que dominam as PME e no qual a Universidade de Aveiro alcançou reconhecimento e
O que é fundamental na oferta de um mestrado? O mestrado deve oferecer formação de base sólida, bem como oportunidades para a especialização dos alunos nas suas áreas de interesse e/ou necessidade.
prestigio. A organização curricular do 2º ciclo de Economia associa uma formação científica avançada em teoria económica e métodos quantitativos, oferecendo perfis de especialização direccionados para as necessidades
Porquê o mestrado em Economia no DEGEI, UA?
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EcoDixit Julho de 2013 identificadas no mercado e de acordo com as valências
conhecimentos sólida que lhes permita desenvolver o
e competências do corpo docente do DEGEI.
seu trabalho de dissertação ou projecto de estágio.
A conjugação das disciplinas core (microeconomia e macroeconomia) com opções direccionadas para cada uma das áreas permite aos alunos ter uma base de Plano curricular:
1º ano › 1º semestre Macroeconomia Microeconomia Métodos Quantitativos Avançados Mercados e Instrumentos Financeiros Economia da Informação e Incerteza 1º ano › 2º semestre Econometria Aplicada Economia da Empresa Economia da Inovação Seminário de Teoria e Prática Económica Opção I Análise e Gestão do Risco Avaliação de Empresas Multinacionais e Investimento Estrangeiro 2º ano › 1º semestre
a.c. t|tp|p E 0|3|0 E 0|3|0 n.a. 0 | 0 | 0 E 0|3|0 E 0|3|0
ects 6 6 0 6 6
a.c.
ects
E E E E n.a. E E E
t|tp|p 0|3|0 0|3|0 0|3|0 0|3|0 0|4|0 0|3|0 0|3|0 0|0|0
6 6 6 6 6 6 6 6
a.c.
t|tp|p
ects
Estágio/Projecto/Dissertação Opção II Economia das Pmes Gestão de Carteiras de Investimentos Opção III Corporate And Project Finance Estratégia e Competitividade Multinacionais e Investimento Estrangeiro
E n.a. E E n.a. E GES E
0 | 0 | 12 0|4|0 0|4|0 0|3|0 0|4|0 0|3|0 0|3|0 0|0|0
18 6 6 6 6 6 6 6
2º ano › 2º semestre Estágio/Projecto/Dissertação
a.c. t|tp|p E 0 | 0 | 20
ects 30
Ao escolherem a sua área de especialização os alunos
O 2º Ciclo em Economia beneficia das parcerias
têm a garantia de ter uma formação adequada para o
desenvolvidas com os agentes económicos da região e
desenvolvimento de uma carreira profissional ao nível
proporciona aos seus alunos a possibilidade de realizar,
das diferentes instituições públicas e privadas e em
se for do seu interesse, a entrada na vida activa através
diversos sectores de actividade económica, incluindo o
de um estágio curricular. A sólida formação dos alunos
exercício de funções de direcção e coordenação de
é reconhecida pelo mercado, e substancia-se numa
estudos socioeconómicos avançados, em actividades
mais-valia em contexto de trabalho.
de planeamento e de gestão, bem como aos que pretendam prosseguir a sua formação académica.
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EcoDixit Julho de 2013
3ºano do 1ºCiclo em Economia Por Rúben Leal
de opções é curto e que as cadeiras são na sua
A decisão de fazer mestrado não é uma decisão que se tome de ânimo leve, e a escolha da instituição para o realizar também requer uma análise criteriosa, afinal de contas é o nosso futuro que
generalidade as mesmas, por este motivo muitos alunos rumam essencialmente para a FEP, onde o leque de escolhas é vasto e mais capaz de chegar às necessidades de mais alunos, por isto aproveito também este espaço de opinião para lançar um apelo a quem está encarregue de gerir os mestrados na UA, para que aumente as possibilidades de mestrados de
está em jogo. Ao optar pela UA a minha decisão baseou-se na convicção de que o ensino cá é de excelência, não ficando atrás do praticado nas outras instituições do ensino superior, há uma proximidade entre aluno e professor que é de louvar e porque o plano curricular
maneira a não se notar este êxodo pós licenciatura que se verifica no curso de Economia. Não faz grande sentido estar-se a formar jovens e a investir tempo e recursos neles para depois saírem para as outras instituições e dar o bom nome às mesmas. Num contexto económico tão problemático como o
vai de encontro aos meus interesses. Citando Albert Camus "A vida é a soma de todas as suas escolhas.", e no meu caso e saliento que neste texto de opinião falo apenas em nome individual, não julgando aqueles que optaram por outras vias, tenho plena convicção da minha escolha e que com a mesma serei um profissional capacitado para enfrentar os desafios que o mercado de trabalho impõe a quem
que Portugal enfrenta, e em particular as universidades portuguesas, faria sentido cativar os alunos para permanecerem na Universidade de Aveiro e gerarem mais receitas para a instituição. Temos no DEGEI pessoas capazes e bem instruídas e que poderiam ajudar a dignificar a UA, como uma referência na área e não como uma academia de formação das outras universidades.
procura o seu primeiro emprego. Ao ler o que escrevi, que não se pense que tudo é um mar de rosas, no que diz respeito ao mestrado penso que todos os alunos de Economia sabem que o leque Por Ana Ferreira A
decisão
de
“ir
o mercado de trabalho está tão competitivo, optar por
embora” não foi fácil.
um mestrado que realmente me diferencie pareceu-
Estou de saída de uma
me a melhor opção, ao invés de prosseguir num
casa que tão bem me
mestrado em Economia. Outro fator, secundário na
acolheu há três anos e que me fez crescer, tanto a nível
minha escolha, foi a relação das duas instituições com
académico como pessoal. A minha decisão deveu-se,
o mundo empresarial, sendo que esta está mais
quase em exclusivo, à oferta pequena e pouco
avançada na FEP, onde será porventura mais fácil
diversificada a nível de mestrados. Numa altura em que
atingir
a
visibilidade
necessária
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EcoDixit Julho de 2013
2ºano do 1ºCiclo em Economia Por Cristina Faria
destacar e, neste momento, não consigo encontrar isso aqui. Nunca deixarei de orgulhar quem me acolheu tão
Enquanto aluna de 2º ano da licenciatura em Economia na Universidade de Aveiro a decisão de prosseguir os meus estudos na UA ainda é uma questão a ponderar durante mais algum tempo, contudo a quase inexistente diversidade na oferta é o grande fator que me faz querer mudar de instituição. No momento em que estamos penso que temos de nos
bem durante estes anos, até porque a nível de 1º ciclo acho que saímos muito bem preparados para qualquer adversidade. Outro fator que me faz pensar em sair da UA, este mais a nível pessoal, é o facto de querer experienciar coisas novas e, quem sabe, porque não fazer mestrado fora do
país?
Ainda falta algum tempo e esta será, certamente, uma das dúvidas que me acompanhará até ao final da licenciatura.
focar intensamente no que queremos, mas mais importante no que somos bons e para isso apostar numa formação que nos complemente e nos ajude a
Por André Souta Após terminar a licenciatura, e apesar de ainda faltar um ano, tenciono continuar os estudos em Economia, prosseguindo para o mestrado aqui na Universidade. Porquê continuar aqui? Porque acredito no departamento e no curso, na enorme margem de progressão que têm, e porque estamos a falar de um curso, e até mesmo de uma Universidade, jovem. Como o mestrado que quero seguir é em Economia faz sentido para mim continuar no departamento, pois já estou habituado à dinâmica das aulas, já conheço os docentes e o nível de exigência (apesar de no mestrado o nível de exigência ser superior ao da licenciatura, claro está). Também o programa de cada cadeira, e segundo o que já ouvi de várias pessoas, não difere em nada do de outras universidades. E isto é realmente o mais importante, aprender, da melhor forma possível, o que outros colegas de outras universidades também aprendem na mesma área. Para além disto, e na minha opinião, ao ter entrado na UA e estudar durante os três anos da licenciatura, incorremos nos chamados custos afundados de que é exemplo a própria aprendizagem da forma como funciona a Universidade e da sua organização. Se quisesse seguir outro tipo de mestrado, mas dentro da área da economia, como por exemplo Econometria Aplicada, aí não teria outra hipótese senão ir estudar para outra instituição, o que acarreta outros custos e a adaptação a uma nova cidade e até mesmo a novos métodos de trabalho. No que diz respeito à relação com o mercado de trabalho, todos sabemos que Aveiro é uma região bastante empreendedora e com um tecido industrial peculiar. Muitos colegas, e talvez com razão, apontam o facto de a ligação do curso com as empresas não ser a melhor, mas está também nas nossas mãos alterar essa situação.
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EcoDixit Julho de 2013 Esta é, por agora, a minha opção, pois considero ser a que melhor responde às minhas exigências e acredito que num futuro breve o curso, principalmente ao nível do mestrado, possa atrair ainda mais estudantes e responder também às suas necessidades e expetativas.
1ºano do 1ºCiclo em Economia Por Maria Teixeira
perspetiva. Em primeiro lugar, a oferta formativa na área na qual estudo, em termos de mestrado é um
O meu nome é Maria Teixeira e
pouco reduzida na Universidade de Aveiro, quando
sou estudante do 1ºano de
comparada a outras universidades. Mas essa não é a
Economia. Confesso recear não
principal razão que me motiva a querer prosseguir
estar à altura para abordar uma
estudos numa outra universidade. É importante termos
temática tão importante, sendo a minha experiência na
em conta que ao continuarmos numa mesma
vida académica ainda muito reduzida.
universidade e ao fazermos um mestrado na área em
A verdade é que a tentação de continuar na mesma
que fizemos a licenciatura, corremos o risco de ter
universidade na altura de fazer um mestrado, quiçá
cadeiras muito semelhantes, o que se pode tornar
uma pós-graduação, será certamente muita, por
maçador. Isso será menos provável se mudarmos de
diversas razões: já conhecemos os professores,
universidade. Por último, mas não menos importante
conhecemos colegas mais velhos que nos podem
vejo com bons olhos o facto de conhecermos pessoas,
ajudar, já temos um grupo de amigos, uma casa na
porque assim vamos multiplicar a nossa rede de
qual gostamos de estar. No fundo, já nos acomodamos
contactos, uma vez que, certamente não perderemos
e é duro pensar na hipótese de começar do zero mais
os anteriores.
uma vez. No entanto, vejo a questão por uma outra função suprimir as lacunas de matérias que não são Por Tiago Azevedo
leccionadas, ou que são leccionadas sem o aprofundamento que se exigiria
Como estudante do 1º ano
num curso desta natureza. É da minha opinião que
da Licenciatura em Economia
estas lacunas existentes no primeiro ciclo de estudos
pela Universidade de Aveiro
são naturais devido à escassez de tempo para se
(UA) olho para o Mestrado
leccionar tudo o que uma licenciatura em Economia
em
leccionado
exigia, visto que o ciclo de estudos é de apenas 3 anos.
nesta instituição de ensino como um curso de
Julgo por isso ser importante, e até mesmo fulcral, dar
complementaridade da licenciatura
continuidade aos estudos via mestrado, seja nesta
Economia
instituição de ensino ou noutra, sendo que a vantagem na área. Olhando para o plano curricular do mesmo,
de se prosseguirem os estudos na Universidade de
vejo o curso como um limar de arestas antes de sermos
Aveiro é
lançados para o mercado de trabalho; tem como
especificamente planeado para complementar a
que
o Mestrado em
Economia foi
12
EcoDixit Julho de 2013 Licenciatura na mesma área leccionada pela própria
possível para arranjar um emprego, pois o mercado de
instituição. Enquanto aluno, vejo-me perfeitamente
trabalho está esgotado e é cada vez mais competitivo.
motivado em prosseguir para o Mestrado em
O trunfo passa por deixar a Universidade com
Economia pela UA porque confio plenamente na
competitividade
instituição e nos docentes, pois pelo que já me foi
proporcionem
possível perceber do relativamente pouco tempo que
enfrentar o mercado de trabalho com maiores
frequentei esta Universidade, os docentes são
possibilidades de termos algo de valor para oferecer ao
competentes e capazes de nos orientar para sermos
mesmo. Para isso, o Mestrado em Economia pela UA
elementos de valor na sociedade, tanto como
pode ser a ferramenta que nos faculta todas estas
trabalhadores como pessoas criticas e capazes
características que considero fundamentais para
de
perspectivar uma entrada de sucesso no mercado de
fazer
a
diferença.
Vivemos tempos difíceis e em que a recessão
trabalho
económica ao nível mundial deixaram de ser a notícia
.
e uma
conhecimentos maior
que
nos
versatibilidade
para
devido ao número de vezes que o assunto já foi noticiado e abordado. Não vivemos num tempo em que seja fundamental sair licenciados o mais depressa
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EcoDixit Julho de 2013
EDUCAÇÃO FINANCEIRA: o que é e para que (nos) serve? Por Profª. Drª. Raquel Matias da Fonseca O mundo é uma aldeia global. Poderemos dizer que o
Da definição surge a palavra “decisões”, com as quais
cliché se tornou uma realidade, por vezes assustadora.
diariamente somos confrontados, e que requerem
A ideia de mercado mundial, a velocidade da mudança
algum nível de conhecimento financeiro, como sejam:
nos mercados financeiros, bem como a existência de produtos financeiros cada vez mais complexos e não padronizados, tornam a educação financeira um tema
- o pagamento de contas; -
a gestão dos rendimentos do agregado
familiar;
central.
- a escolha do crédito à habitação; Um pouco por todo o mundo, também fruto da crise
- a escolha de produtos de poupança e de
económico-financeira generalizada, os Programas de
crédito, entre outros.
Educação Financeira têm assumido um papel de relevância
na
política
financeira
de
países
desenvolvidos e em vias de desenvolvimento.
Os resultados de uma má escolha são, por muitos, conhecidos e amplamente estudados. A enorme
Desta forma, será interessante questionarmo-nos
diversidade e complexidade dos produtos bancários
sobre:
disponíveis acrescentam dificuldades a essa escolha. - o que é a literacia financeira ?
Fraudes, burlas, situações de sobre-endividamento das famílias são, infelizmente, a consequência por vezes
- qual a sua importância ?
inevitável.
-o que é a educação financeira, que funções
De acordo com o Banco de Portugal (2013), “a redução
desempenha e qual a sua eficácia?
do rendimento disponível das famílias, a deterioração da situação no mercado de trabalho e, em particular, o
De acordo com a OCDE (2012):
aumento da taxa de desemprego, continuaram a
“Literacia financeira abrange o conhecimento e
traduzir-se numa significativa materialização do risco
compreensão dos conceitos e dos riscos financeiros,
de crédito no segmento dos empréstimos bancários a
bem como as ferramentas, motivação e confiança para
particulares para consumo e outros fins, cujo rácio de
poder aplicar esse conhecimento e compreensão, a fim
incumprimento mantem uma tendência acentuada de
de tomar decisões eficazes em vários contextos
aumento desde 2008. Em contrapartida, o rácio de
financeiros, para melhorar o bem-estar financeiro dos
incumprimento nos empréstimos para aquisição de
indivíduos e da sociedade, permitindo um participação
habitação, embora também apresente uma tendência
ativa na vida económica.”
de subida, mostra uma dinâmica mais moderada”.
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EcoDixit Julho de 2013 com a maioria das intervenções políticas, o primeiro passo a dar, no sentido de melhorar a literacia financeira, passará por medi-la. Afinal, por que motivo se considera que a educação financeira é necessária, em primeiro lugar? Pesquisas em todo o mundo indicam, consistentemente, que os níveis de literacia financeira são baixos em países com rendimentos per capita elevados. Há menos dados disponíveis para países de médio e baixos rendimentos, mas os níveis, nestes países, parecem ser ainda menores. Além disso, estudos indicam que os baixos níveis de literacia financeira estão associados e muitas vezes são os responsáveis por uma situação económico financeira desfavorável.” No caso português, e no que respeita a estudos neste âmbito, salienta-se, pela sua escala, o Inquérito à Literacia
Financeira
da
População
Portuguesa,
promovido pelo Banco de Portugal, cujos resultados iniciais foram publicados em Outubro 2010, num total de 2.000 entrevistas realizadas. Em 2007, no âmbito de uma dissertação de Mestrado da Universidade de Aveiro1, já um outro inquérito fora realizado a este propósito, embora numa escala mais reduzida (515 entrevistas a residentes no território), cujos resultados foram defendidos e publicados em Julho de 2010. Em
face
dos
números
expostos,
que
são
preocupantes, depreende-se a urgência em formar
A amostra de 515 respondentes era composta,
financeiramente os cidadãos. A importância deste tipo
maioritariamente, por pessoas do sexo feminino
de formação é salientada em vários estudos realizados
(60,4%), com idades que variavam entre os 16 e 74
pelo Banco Mundial, pela OCDE, por autoridades não-
anos, situando-se, a maioria, na faixa etária dos 25 aos
governamentais, Universidades,entre outros.
34 anos (32,7%) e 45,4% dos inquiridos tinham filhos. De referir, ainda, que a amostra incluía inquiridos de diversas áreas de formação.
Segundo Xu e Zia (2012), do Finance and Private Sector Development Team do Banco Mundial, “como é o caso
1
Cf. Henriques, Sandra (2010). Aspetos da literacia financeira dos portugueses. Um estudo empírico. Dissertação de Mestrado em
15
EcoDixit Julho de 2013 O inquérito encontrava-se dividido em grupos. Numa
- Apesar da massificação na utilização das contas de
primeira abordagem, auscultou-se a opinião do
depósito e cartões de débito (88,5% possuía depósito à
inquirido relativamente a informação e educação
ordem; 67,1% possuía
financeira, englobando questões diversas ligadas ao
cartão de débito e 70,2% utilizava cheques) verificou-
autoconhecimento
se que apenas menos de metade dos inquiridos sabia
e
informação
financeira,
relacionamento com as instituições financeiras e
depósitos a prazo; 72,9%
distinguir uma conta conjunta de uma conta solidária.;
tomada de decisões, atuação das entidades ao nível da educação e importância das decisões e da formação na área financeira. Num outro grupo, avaliou-se a posse e conhecimento de determinados produtos/serviços financeiros, para, por fim, passar, efetivamente, à aferição do conhecimento dos inquiridos, num grupo com várias questões de escolha múltipla . De acordo com Henriques, S. (2010), “numa análise global da população portuguesa, os resultados obtidos mostraram um cenário não muito favorável e até preocupante no que respeita aos níveis de literacia financeira. De uma forma geral, foi patente a falta de conhecimentos financeiros, sobretudo em questões relacionadas com tipos de taxas, juros e aplicações em bolsa, com
estreita ligação a aplicações para
investimento.” “A maior parte dos inquiridos reconhece que os seus conhecimentos financeiros, bem como a informação financeira fornecida por diversas instituições, são insuficientes. É, no entanto, de salientar, o facto de haver uma elevada consciência, relativamente à importância de formação adicional neste domínio.”
- Observou-se um forte desconhecimento quanto ao significado dos termos Euribor e spread
2
(com
respostas erradas de cerca de 80% e 55 %, respetivamente), embora os inquiridos acreditassem conhecer o seu correto significado e mostrassem até alguma confiança . Foi realizada uma análise de clusters hierárquica, que permitiu identificar segmentos de residentes com diferentes níveis de literacia , dando origem a 3 clusters: “os menos letrados”, “os medianamente letrados” e “os mais letrados”. Os resultados obtidos revelaram que o nível de literacia está geralmente associado a variáveis como a idade, sexo, estado civil, habilitações
literárias,
situação
profissional,
rendimento e posse de certos produtos financeiros. Os resultados do estudo de Henriques, S. (2010) mostraram, entre outros aspetos, que as pessoas com maior nível de literacia financeira – os “mais letrados” – têm mais habilitações literárias, rendimentos mais elevados, são casadas ou a viver maritalmente; pertencem
ao
sexo
masculino;
encontram-se
empregadas; têm idades compreendidas entre os 25 e Apresenta-se, de seguida, alguns dos resultados do
44 anos de idade; e conhecem ou possuem alguns
trabalho realizado por Henriques, S. (2010):
produtos e serviços financeiros (principalmente cartão de débito, ações e/ou obrigações e certificados de
- A maioria dos inquiridos identificou corretamente e
aforro). Os “mais letrados” são também aqueles que consideram que possuem mais conhecimentos e
soube distinguir as características respeitantes ao saldo contabilístico e saldo disponível, assim como ao cartão de débito e de crédito;
2
A Euribor é o indexante mais utilizado em Portugal nos contratos de crédito à habitação, que 42,60% da amostra referiu possuir.
16
EcoDixit Julho de 2013 informação financeira, para quem o relacionamento
entrevistados considera “muito importante” planear o
com as instituições financeiras e tomada de decisões é
orçamento familiar e em que apenas um quinto dos
mais fácil e que consideram importantes (prioritárias)
entrevistados tem perspetivas de poupança a médio e
as decisões e formação na área financeira.
longo prazo, a ausência de conhecimento dos termos
O Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa, promovido pelo Banco de Portugal, em 2010, embora com uma dimensão e estrutura algo 3
diferentes do anterior , acabou por, de certo modo, confirmar o que já vínhamos sabendo.
financeiros do dia-a-dia, tal qual se apresentam, soa contraditório. Ainda bem que cerca de 85% afirma ler a informação pré-contratual e extratos bancários. É uma luz ao fundo do túnel. Por fim , a percentagem de respostas erradas, neste inquérito, leva a crer que as pessoas sobreavaliam os
Este inquérito incidiu sobre cinco grandes áreas temáticas: inclusão financeira, planeamento de despesas e poupança, gestão de conta bancária, escolha de produtos bancários e compreensão financeira. A posse de conta bancária é comum a cerca de 90% dos entrevistados, 29% dos quais não possuem outros
seus conhecimentos neste campo. Estes resultados são consistentes com um grande número de estudos internacionais. Face ao que acima se acabou de expôr, confirma-se, à semelhança do que vem acontecendo noutros países, a necessidade de avaliar, continuamente, níveis de literacia.
produtos. No que respeita a hábitos de gestão de conta bancária
Somente através desta aferição de (des)conhecimento
e escolha de produtos, é patente a
influência do
será possível perceber onde se encontram as principais
contacto pessoal na escolha do banco e dos produtos,
lacunas, definindo áreas prioritárias de ação, no que
com cerca de 54% dos entrevistados a recorrer a
toca à educação financeira e à identificação dos grupos
conselhos dados ao balcão para realizar as suas
populacionais mais vulneráveis, onde essa intervenção
escolhas .
requer uma maior urgência.
O desconhecimento das comissões cobradas e do valor
Referências:
da taxa de juro nos empréstimos detidos assume valores preocupantes: 40% no primeiro caso e 22% no
Banco de Portugal (2013), RELATÓRIO DE ESTABILIDADE FINANCEIRA. Departamento de Estudos Económicos, Lisboa.
segundo. No que toca a compreensão financeira, conceitos
Banco de Portugal (2010), Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa. Departamento de Supervisão Bancária, Lisboa.
associados a empréstimos, como Euribor e Spread, à semelhança
do
que
já
tinha
sido
observado
previamente, têm valores corretos de apenas 9% e
Henriques, Sandra (2010). Aspetos da literacia financeira dos portugueses. Um estudo empírico. Dissertação de Mestrado em Contabilidade e Auditoria da Universidade de Aveiro.
17%, respetivamente.
OECD
Numa altura em que 48% dos entrevistados afirma não
Mathematics, Reading, Science, Problem Solving and Financial Literacy, OECD
(2013),
PISA
2012
Assessment
and
Analytical
Framework:
Publishing.
fazer poupanças (88% dos quais por não ter rendimentos
que
o
permitam),
metade
dos
Xu, L., Zia, B. (2012), Financial Literacy around the World. An Overview of the Evidence with Practical Suggestions for the Way Forward. The World Bank
3
Foi contratada a Eurosondagem para a realização do trabalho de campo deste inquérito.
Development Research Group Finance and Private Sector Development Team, Junho 2012
.(WPS6107).
17
EcoDixit Julho de 2013
FIRM(U)S ALIVE AVEIRO : VISITAS DE ESTUDO - UMA EXPERIÊNCIA Por Profª. Drª. Aida Isabel Tavares European
aula
Business
e
a
realidade,
favorece
o
desenvolvimento das soft skills
Summit é uma cimeira europeia anual, onde se
2) Para as empresas: a visita de estudo é uma
debate o melhoramento
oportunidade de abertura e aproximação à
das condições das empresas e do seu ambiente. O
academia, de diálogo com fornecedores de
tema deste ano é Unlocking Industrial Opportunities -
competências, da potenciação de respostas
An EU Strategy for Competitiveness.
aos problemas e desafios que as preocupam, de promoção da complementaridade com o
Um dos debates nesta cimeira é o da Educação para o
conhecimento académico.
Emprego. É clara a posição defendida que é necessário O
O projecto “Firm(u)s alive” materializa esta estratégia
crescimento da produtividade e do emprego passam
de visita de estudo às empresas da região de Aveiro,
necessariamente por uma política de educação e
para além de ser uma importante peça no marketing
formação compatível com a nova realidade social,
relacional do DEGEI e na definição de contratos
económica e tecnológica. A defesa de uma reforma aos
relacionais de longo prazo.
mudar
a
abordagem
europeia
ao
ensino.
sistemas de educação e formação é requerida para que possa existir uma melhor compatibilização entre as competências criadas e as necessidades das empresas. Dois dos requisitos sublinhados nesta reforma são
Numa experiência pouco habitual na licenciatura e mestrado em Economia e, apesar do cepticismo de alguns académicos, foram feitas 3 visitas de estudo.
precisamente os da: i) cooperação estreita entre empresas e instituições de educação e formação e ii)
1ªVisita de estudo – Renault: CACIA, SA
educação não deve ser medida em termos de horas mas
em
termos
de
competências
realmente
adquiridas. As visitas de estudo são uma estratégia que responde bem a estes dois requisitos. 1) Para os alunos: a visita de estudo é uma oportunidade de aprendizagem fora da sala de aula, promove a interligação entre a sala de
A
empresa
Companhia
Aveirense
Componentes
Indústria Automóvel, SA do grupo Renault, está
18
EcoDixit Julho de 2013 localizada em Cacia. Produz fundamentalmente caixas
As marcas do papel mais conhecidas produzidas pelo
de velocidades e bombas de óleo, e ainda árvores de
grupo Portucel Soporcel são a Navigator, Pioneer,
equilibragem e outros componentes em ferro fundido
Explorer e Discovery no segmento de papel para
e alumínio. A empresa factura cerca de 268M€ ano e
escritório e Soporset e Inaset no segmento de papéis
100% da sua produção destina-se à exportação. A
gráficos.
totalidade dos produtos destina-se a fábricas Renault e Nissan de montagem veículos e de mecânica situadas
Para além da pasta de papel e do papel, o grupo
em países como Espanha, França, Roménia, Turquia,
Portucel Soporcel ocupa também uma posição de
Eslovénia, Brasil, Chile, Marrocos, Africa do Sul, Irão e
destaque no sector da energia, como primeiro
Índia.
produtor nacional de "energia verde" a partir de biomassa, uma fonte renovável de energia. A fábrica de Cacia é uma importante produtora de energia eléctrica,
sendo
auto-suficiente
para
as
suas
necessidades energéticas. A visita à fábrica decorreu sob chuva e vento que inviabilizaram a visita à “torre”. No entanto, visitar a unidade fabril foi surpreendente, todas as máquinas e A pequena dimensão do grupo de alunos viabilizou
equipamentos gigantescos deram um tom “gótico” à
uma visita detalhada a diversos pontos da unidade
visita.
fabril. Os três momentos altos da visita foram, sem dúvida, a conversa com o operador do robot de testagem de caixas de velocidade, o “armazém” vertical com mais de 10000 peças e as “fornalhas”.
Ficámos a saber que o grupo Portucel Soporcel tem um elevado investimento em tecnologia mais amiga do ambiente e tem conseguido significativas reduções no
2ªVista de estudo – Soporcel/Portucel
consumo de recursos naturais, como a água e os
O grupo Portucel Soporcel dispõe de fábricas de pasta e papel em Setúbal, Figueira da Foz e Cacia, que são uma referência internacional em dimensão e nível de tecnologia. As exportações do grupo têm destinos muito variados pelo mundo e representam 3% das exportações portuguesas e 0,7% PIB. A fábrica de Cacia tem uma posição consolidada a nível internacional em segmentos de mercado como os
combustíveis fosseis. Por outro lado, tem existido uma
papéis décor, os papéis revestidos ou ainda os papéis
clara
tissues de alta qualidade.
investigação e desenvolvimento que permita melhorias
estratégia
de
inovação,
bem
como,
19
de
EcoDixit Julho de 2013 nos processos produtivos e na produtividade dos
ultracongelados é uma permanente preocupação da
terrenos de cultivo do eucalipto. O Raiz – Instituto de
empresa. A empresa tem um volume de negócios na
Investigação da Floresta e Papel, detido em 94% pelo
ordem dos 47M€ e sendo mais de 50% concretizado no
Grupo e localizado em Aveiro, tem como missão o
mercado externo.
melhoramento genético do eucalipto e melhoria das práticas de gestão florestal.
A visita à fábrica decorreu num momento de interregno da “campanha da fava”. Pudemos ver todo o processo de tratamento da ervilha. Desde a chegada,
3ªVisita de Estudo – Friopesca
à
triagem,
congelação
e
embalagem.
Fomos
surpreendidos pelos sensores de leitura óptica de A
empresa
Friopesca
Miradouro/Friopesca.
faz
parte
do
grupo
A Friopesca é um complexo
selecção dos legumes, uma tecnologia que permitiu ganhos significativos de produtividade e qualidade.
agro-industrial, onde as empresas estão verticalmente
A experiencia radical que nos vamos lembrar para
integradas,
transformação,
sempre foi a de entrar numa camara frigorifica a 20º
congelamento, embalagem e comercialização de
negativos e depois vir ao exterior com 20º positivos.
produtos
pré-cozinhados
No final da visita fomos brindados com uma surpresa:
ultracongelados. Os produtos da Friopesca são bem
um teste de qualidade às castanhas de ovos congeladas
conhecidos e comercializados com a marca Frip.
Frip. Podemos garantir que o teste superou as
desde
hortícolas,
a
produção,
pescado
e
expectativas, as castanhas de ovos são mesmo muito A Fripesca é o maior produtor nacional de vegetais
boas.
ultracongelados e um dos mais importantes na congelação e processamento de peixe. É a única
A todos os que nos acompanharam e viabilizaram estas
empresa em Portugal com meios próprios para a
experiências, o nosso muito obrigado.
colheita mecânica da ervilha e feijão-verde. E o esforço
Aida Isabel Tavares
na inovação e melhoria nos processos de produção de forma a garantir a máxima qualidade dos produtos
20
EcoDixit Julho de 2013
De aluno a professor Por Prof. Dr. Miguel Viegas
Como é sabido, com trabalho e afinco, tudo se
44 Anos, pai de três filhos
sua tese de doutoramento sobre dívida pública e
consegue. Em finais de 2010, conclui com distinção a
Nasceu em França no ano da graça de 1969. Chegou
processos de consolidações e passa a dedicar-se a 100% à carreira académica.
a Portugal com 10 anos
A vida a complexa e multifacetada. De mentalidade
prosseguindo os estudos
irrequieta,
não
consegue
ficar
indiferente
aos
no Liceu Francês em Lisboa. Lá tirou a muito custo a
acontecimentos que o rodeiam e tem o péssimo hábito
sua
na
de meter o bedelho em tudo o que mexe. A sua
Universidade Técnica de Lisboa, e com este diploma na
intervenção social começa em 1998, quando encabeça
mão, foi ganhando a vidinha, e aumentando a sua prol.
um movimento social contra o encerramento da
A sua estreia no mercado de trabalho foi na Sicasal.
maternidade do Hospital de Ovar. A militância política
Posteriormente, divagou por outras empresas em
no PCP veio logo a seguir, com diversas candidaturas
vários locais do país, passando pela Guarda, Fundão,
aos órgãos autárquicos do concelho de Ovar e mais
Leiria, Coimbra e Ovar onde viveu entre 1998 e 2011.
tarde para a Assembleia da República. Nestas batalhas
licenciatura
em
medicina
veterinária
Foi durante este período de relativa estabilidade que tirou a sua licenciatura em economia na Universidade de Aveiro entre 2000 e 2004. O seu bom desempenho (melhor nota de curso) chamou a atenção da direcção do curso de onde partiu a proposta para ingressar na
foi eleito em 2009 para a Assembleia Municipal de Ovar, mandato que tem exercido com muito gosto e afinco até ao presente. Para além da intervenção política é também dirigente sindical do SPRC/Fenprof (Sindicato dos Professores da Região Centro).
carreira académica. Aceite o desafio, inicia-se um
Há quem diga que quem toca muito burro, algum fica
período infernal de 6 anos onde se conjugam, para
para trás. Admite-se que sim. De facto, não faltam
além da vida pessoal e familiar, as aulas no DEGEI, o
burros por aí a precisarem de ser tocados. Mas a
doutoramento na Faculdade de Economia do Porto e o
verdade é que existem tantas coisas boas na vida que
exercício profissional na empresa onde trabalha desde
seria uma pena desperdiça-las. Por isso o seu lema é:
1997, situada em Valongo, e claro, o mais importante
organizem-se e procurem aproveitar as 24 horas do dia
de tudo, a canoagem praticada religiosamente 3 a 4
da melhor forma possível!
vezes por semana.
21
EcoDixit Julho de 2013
Escuridão Por Prof. Dr. Miguel Lebre de Freitas
sabe, Portugal tem uma lei que prevê tudo e mais alguma coisa, mas em Portugal a aplicação da justiça é demasiado lenta. Tal lentidão onera as transacções e gera incertezas acrescidas junto daqueles que se
“Faz o Governo saber que, até nova ordem, tendo em consideração a actual situação das contas públicas e como medida de
envolvem em relações contratuais. A lentidão da justiça tem sido há muito apontada como uma das maiores barreiras ao crescimento económico em Portugal.
contenção de despesas, a luz ao fundo do túnel será desligada”. [Anedota de internet]
Mas na actual conjuntura, o principal foco de incerteza relativamente aos direitos de propriedade provém do
Dizem os entendidos que o principal factor que explica
lado fiscal.
o progresso económico das nações é a protecção dos direitos de propriedade. A razão é simples: aquilo que
Os
leva os agentes económicos a trabalhar, a investir em
nacionalização. Em lugar de retirar a titularidade dos
capital físico e humano e a adoptar novas tecnologias é
activos aos agentes económicos privados, o Estado,
a perspectiva de se apropriarem dos benefícios desse
através dos impostos, apodera-se de uma fatia do
esforço. Quando, pelo contrário, existe um elevado
rendimento gerado por esses activos. Por exemplo,
risco de destruição ou de perda dos activos assim
quando entregamos 30% do nosso salário ao Estado, é
gerados, seja por actos de vandalismo, por apropriação
como se o Estado fosse proprietário de 30% do nosso
indevida por parte de terceiros ou mesmo devido a
capital humano. O mesmo se passa com os nossos
uma depreciação rápida do valor desses activos, é
depósitos a prazo, com as nossas acções e com as
natural que os agentes económicos se retraiam. Sem
nossas casas. A diferença é que, ao manter a
surpresas, economias onde não exista paz social, onde
titularidade do lado de cá, o Estado preserva os
os atentados à propriedade privada sejam frequentes
incentivos correctos: os agentes económicos mantêm o
ou onde os próprios agentes do Estado se dediquem a
interesse em rentabilizar ao máximo os seus activos e
práticas de extorsão, são economias que tendem a
em efectuar novos investimentos e isso é bom para
apresentar níveis de investimento muito baixos, fuga
todos, pois aumenta o tamanho do bolo.
de capitais e emigração elevada.
impostos
são
uma
forma
inteligente
de
Mas para que as coisas funcionem minimamente, a
Em Portugal, a Lei protege os direitos de propriedade.
fracção dos rendimentos que fica afecta à causa
O roubo e os actos de vandalismo são puníveis em sede
pública não deve ser demasiado elevada nem
de direito criminal e existe um quadro normativo que
demasiado incerta. Se for demasiado elevada, os
restringe a possibilidade de nacionalização de bens por
agentes
parte do Estado. Na prática, nem sempre é fácil fazer
suficiente para compensar o esforço e o investimento.
cumprir os direitos de propriedade. Como toda a gente
Se for demasiado incerta, isso significa que, a qualquer
económicos
não
encontrarão
retorno
22
EcoDixit Julho de 2013 momento, o Estado pode alterar a partição entre a
gente que teme pelos seus depósitos a prazo, pelo
propriedade pública e privada dos rendimentos
imposto que terá que pagar pelas suas casas amanhã
gerados pelos activos, o que na prática é equivalente a
ou pela rentabilidade dos seus negócios hoje. A
uma expropriação sem aviso prévio. Por isso, os
qualquer momento, outra derrapagem orçamental ou
sistemas fiscais devem ser transparentes e estáveis.
mesmo uma paragem súbita do financiamento à República podem conduzir a uma nova vaga de
Ora, no actual quadro orçamental, estabilidade fiscal é coisa que não existe. E a principal razão para isso é o
repressão fiscal, com contornos que o cidadão comum não consegue adivinhar.
sucessivo incumprimento das metas estabelecidas para a despesa pública. Portugal sofre de um problema
Este clima económico é simplesmente assassino para
crónico de execução orçamental, que na prática resulta
os negócios. Bem pode a mão-de-obra ser abundante e
em níveis de despesa sempre superiores aos previstos.
barata, bem pode o Governo anunciar simplexes, bem
E quando assim é, os impostos acabam por aumentar.
podem as oportunidades de exportação ser imensas:
Assim, de promessa de não aumento de impostos,
enquanto os agentes económicos em Portugal não
passamos a aumento de impostos que seriam os
vislumbrarem um quadro orçamental minimamente
últimos e a novos aumentos de impostos. Ao mesmo
estável – o que pressupõe uma execução da despesa
tempo, as taxas de juro da dívida pública continuam a
exemplar a partir de ontem - não haverá investimento
subir porque os agentes económicos não acreditam.
suficiente para absorver o desemprego nem luz ao fundo do túnel.
Neste contexto, é natural que as pessoas estejam assustadas. Com ou sem razão, há hoje muito boa
JN 9/11/2010
23
EcoDixit Julho de 2013
A Liberdade de ser Diferente
Por Profª. Drª. Aida Isabel Tavares
“A liberdade não é uma filosofia e nem sequer é uma ideia: é um movimento da consciência que nos leva, em certos momentos, a proferir dois monossílabos: Sim ou Não. Na sua brevidade instantânea, como a luz do relâmpago, desenha-se assim o sinal contraditório da natureza humana”. Octavio Paz, La otra voz
que damos ao que nos acontece e; b) ainda que tenhamos a liberdade de tentar alguma coisa, não é - Professora, escreva algo motivador… que seja
garantido que a vamos obter.
inspirador…
Se não nos conhecermos a nós próprios, a nossa
- Sim claro, com todo o gosto…
liberdade esbarra nos muros que os outros nos
Uppsss… e agora? Que vou eu escrever? Mas que
impõem, e garanto-vos que esses muros são muitos e
desafio difícil… seria mais fácil escrever sobre o modelo
altos.
de rent seeking…
Não é fácil assumir a nossa liberdade porque ela
Numa das minhas aulas, um estranho flash de memória
implica assumir a responsabilidade do caminho que
fez-me recordar um livro que li faz muitos anos, logo a
escolhemos e, por vezes, é mais fácil empurrar essa
seguir
responsabilidade para que outros escolham o nosso
à minha
licenciatura.
O
título
não
é
particularmente sugestivo… “Ética para um jovem” de
caminho.
Fernando Savater… mas o seu conteúdo ficou-me para
Não é fácil assumir a nossa liberdade porque no
sempre.
caminho que escolhemos, por vezes, tropeçamos e
O que eu gostaria para os meus alunos é que
caímos. Depois temos que procurar uma força interior,
escolhessem a liberdade de ser diferentes.
que teima em estar escondida, para nos levantarmos e
Não convém perguntar a alguém o que devemos fazer
continuarmos a assumir a liberdade do nosso caminho.
com as nossas vidas, devemos perguntar-nos a nós
Supostamente, nada é fácil (nothing worth having
próprios, buscar no foro interior a nossa vontade. Sim,
comes easy)… pelo menos para a maioria do comum
eu sei que queremos orgulhar os nossos pais e que por
dos mortais.
vezes ouvimos mais as suas palavras do que a nossa
Sois todos competentes e inteligentes (trabalhei com
palavra. Mas há que levar a sério a nossa liberdade
vocês 2-4 anos), fazei uso dos instrumentos que foram
própria porque ninguém nos pode dispensar da
colhendo e aprendendo ao longo da vossa formação de
responsabilidade criadora da escolha do nosso próprio
Economistas e de Pessoas Humanas e atrevam-se à
caminho. E por muito estreitas que sejam as
liberdade do vosso caminho. Perguntem-se: o que
circunstâncias, há sempre vários caminhos a seguir.
quero? E SWOTizem-se a vocês próprios. No final o
A liberdade da escolha do próprio caminho quer dizer
troféu da satisfação própria ser-vos-á entregue e eu
que: a) ainda que não possamos escolher o que nos
espero um email a contar-me a vossa própria história
acontece, temos a liberdade de escolher a resposta
da liberdade de ser diferente.
24
EcoDixit Julho de 2013
Descobrindo a Europa… Por Ivo Santos 2 Anos, 2 Países, 1 Campus Europae, 1 Erasmus Estágio Há alguns anos atrás ouvi alguém dizer que só existem duas maneiras de se enriquecer gastando dinheiro: estudando e viajando. De facto, pensando no assunto, torna-se difícil encontrar outras alternativas com um pay-off tão elevado quanto estas duas. No entanto, esta situação apenas se adequará provavelmente a quem, tal como eu, tiver curvas de indiferença com utilidades que valorizem o conhecimento muito mais que outros aspectos da vida. Aliando então a minha sede pelo Saber ao facto de estudar uma ciência social, tornou-se óbvio que seria um desperdício não abraçar a oportunidade de estudar lá fora por pelo menos um ano. Para além disso, outros motivos profissionais não faltavam: no início de 2011 (quando me candidatei) só ouvia falar de “intervenção externa”; ter experiência internacional foi e sempre será uma mais-valia num currículo; tenho empatia por
autorização para ter aulas com esses alunos enquanto trabalhava na minha dissertação. Fantástico! Em Setembro de 2011 dou por mim no aeroporto do Porto sozinho, com um grande nó no estômago e com destino ao que me é completamente desconhecido. Por falta de voo directo lá tenho eu de passar a madrugada no chão do aeroporto de Londres e quando o avião faz a aproximação à pista do aeroporto de Riga dou conta de várias sucateiras com carros soviéticos enferrujados que só tinha visto em filmes… A ansiedade está em alta mas assim que apanho um táxi em direcção ao dormitório a ansiedade dá lugar à admiração. A cidade é limpa, verde, cheia de vida e a arquitectura é de facto impressionante. Chegado ao dormitório surge então a necessidade de conhecer pessoas, algo que acontece de forma natural até porque a cidade de Riga acolhe várias centenas de estudantes estrangeiros todos os anos. Convivi
com
albaneses,
alemães,
americanos,
Economia Internacional e ambiciono uma carreira internacional; o factor imigrante desperta o sentido de empreendedor nas pessoas; etc.. Então, e apesar das várias razões pessoais para ficar em Portugal, decidi focar-me nos motivos para partir. O programa escolhido – Campus Europae – é um irmão do programa Erasmus com a particularidade de “forçar” a ficar pelo menos um ano académico no estrangeiro e a aprender a língua do país de destino. O destino, Riga: capital da Letónia, cidade repleta de Art
australianos, búlgaros, chineses, coreanos, espanhóis,
Nouveau, país longínquo, antiga URSS, inverno
italianos, letões, lituanos, japoneses, montenegrinos,
rigoroso, língua completamente estranha para mim.
polacos,
Tudo parecia bem encaminhado para ter uma
nacionalidades.
experiência completamente fora da minha zona de
interessantes, quer seja o facto de sul-coreanos
conforto. A minha universidade de destino até tinha
comerem carne de cão (as coreanas nem tanto, pois é
um programa de MBA focado na exportação e eu tinha
um símbolo de masculinidade) ou de búlgaros
russos,
suecos, De
todos
turcos eles
e
outras
descobri
20
coisas
25
EcoDixit Julho de 2013 abanarem a cabeça verticalmente para dizer não e
inverno congela permitindo uma agradável caminhada
horizontalmente para dizer sim. Deles todos ouvi
sobre o próprio mar báltico.
também relatos que me surpreenderam, por exemplo
O ensino (pelo menos na minha universidade) era
de ser normal para montenegrinos pagarem subornos
bastante diferente do vivido no DEGEI: as aulas eram
quando vão a um hospital público ou as histórias na
muito mais práticas e com muitos trabalhos,
primeira pessoa de antigos refugiados do Kosovo que
apresentações e testes divididos ao longo do semestre,
sofreram na pele os efeitos da guerra.
e cujas aulas de mestrado apenas aconteciam em
A Letónia era na altura um país fortemente afectado
horário pós-laboral.
pela crise financeira de 2008. Desemprego de 17,5 em
Foi então em consequência das muitas tarefas –
2009, 19% em 2010 e 16,5% em 2011. Recessão de
trabalhos/testes/apresentações somados à minha
17,7% em 2009, 0,9% em 2010 e crescimento de 5,5%
dissertação de mestrado – que me levaram a ter vários
em 2011. Pelo meio houve bancos falidos e outros
dias sem ver o sol durante o inverno (já que os passava
nacionalizados. E embora – na minha opinião – a rede
na biblioteca) que decidi desistir da dissertação nesse
de transportes públicos seja de fazer inveja a Portugal
ano académico e tirar mais partido das oportunidades
tratava-se de um país que económica e politicamente
que este intercâmbio me estava a dar. Aliás, a solução
dava poucos motivos para sorrir, facto que os próprios
para a minha dissertação passou por um outro período
letões confirmam afirmando que sempre que alguém
de mobilidade no ano seguinte.
sorri dentro de um autocarro é porque se trata de um
A minha experiência Erasmus Estágio na Polónia viria a
turista. No entanto, o cavalheirismo está sempre
ser muito diferente da Letónia. O país tem uma grande
presente – assim como no resto da europa de leste –
extensão geográfica, tem quase 40 milhões de pessoas,
onde todos os homens estão “treinados” a abrirem
a economia embora tenha abrandado desde 2008
sempre as portas a mulheres e a ajudá-las a vestirem
continuou sempre a crescer e o desemprego tem desde
os casacos. Por outro lado as mulheres têm uma
2008 estado nivelado com a média da União Europeia.
preocupação muito elevada com a sua aparência,
Além de tudo isso é um país mais ocidental e com
nunca dispensando o salto alto e a maquilhagem em
menos símbolos soviéticos, no entanto não deixa de
qualquer ocasião do seu dia-a-dia.
ser um país de leste com vários hábitos que contrastam
A geografia da Letónia é superinteressante para os
com os nossos em Portugal. Os ambientes continuam a
hábitos portugueses: o país é completamente plano (o
ser mais formais que em Portugal, o cavalheirismo dos
ponto mais alto é 300 metros acima do nível médias
homens para com as mulheres contínua presente e no
das águas do mar); a vila de Kolka permite ver quer o
local de trabalho era curioso ver que os polacos
nascer, quer o pôr-do-sol a acontecer no mar; durante
cumprimentavam com um aperto de mão toda a gente
o verão o pôr-do-sol é às 23:30 e o nascer às 03:30; o
no escritório excepto as mulheres a quem se limitavam
inverno é de tal forma rigoroso que atravessar um rio
a desejar um bom dia mas sem o aperto de mão. Por
ou um lago a pé torna-se numa coisa normal; o mar
outro lado, nesta minha aventura pela Polónia afastei-
tem ondas tão pequenas como as provocadas pela
me um pouco dos ambientes internacionais e tentei
passagem de um moliceiro na ria de Aveiro e no
rodear-me essencialmente de polacos. Daí resultou um convite para um casamento católico polaco onde tive a
26
EcoDixit Julho de 2013 oportunidade de ver hábitos que me surpreenderam:
desenvolvidas e das viagens a 8 capitais e 10 países – o
os idosos (60,70,80 anos) vinham até mim e até aos
que me fica na cabeça é o facto de regressar a Portugal
restantes jovens a cada 5 minutos para bebermos shots
com uma mentalidade diferente. A minha visão do
de vodka; os noivos e os pais dos noivos eram
mundo, das pessoas, das empresas, da política, dos
levantados no ar sentados nas cadeiras; descobri que a
Estados e dos governos mudou, acredito mesmo que
própria música pimba é um fenómeno internacional
tenho agora uma perspectiva muito mais consciente
dos casamentos; entre muitas outras coisas.
dos vários aspectos das sociedades em que vivemos.
No final destes 2 anos – além das muitas histórias vividas, das competências técnicas aprendidas, softkills
Por Sara Nogueira
O programa de mobilidade Erasmus é uma experiência única que enriquece uma pessoa a vários níveis. Eu tive a oportunidade de poder viver esta experiência na República Checa, em Liberec e é algo que seguramente jamais irei esquecer. Por muito que me esforce para partilhar esta vivência, as palavras não são suficientes. No início somos apenas uns estranhos. Viver num país com ideologias, moeda, língua, história, alimentação e clima diferentes é um desafio, por vezes um pouco amargo, mas que mais tarde se torna uma realidade tão normal que ficamos com a sensação que eramos capazes de viver lá para sempre. Uma das melhores faces desta experiência é que não estás sozinho! Todos os alunos de ERASMUS dos vários pontos da Europa sentem-se como nós e é aos poucos que vamos criando uma família ERASMUS. Deparamo-nos todos com os mesmos obstáculos e as mesmas oportunidades. ERASMUS muda-nos, torna-nos seres mais flexíveis, maturos, multiculturais e acima de tudo tolerantes à diferença! Na minha opinião, todos os alunos deveriam ter a mais-valia de fazer parte do mundo Erasmus! Once Erasmus, forever Erasmus!
27
EcoDixit Julho de 2013
Porque a “Consciência Social”, em Aveiro, não nasceu com a crise Por
Pedro
Antigo
Lages,
Membro
do
Conselho Geral da UA Respondendo
inscrita no seu DNA esta conceção de Instituição concretizadora de uma verdadeira Educação Superior. Esta é a identidade UA!E este sonho só foi possível ser
ao
hoje uma realidade com o envolvimento e empenho de todos os agentes que a compõem.
desafio lançado pelo Núcleo de Estudantes de
Economia
da
Associação
Académica
A criatividade e inovação uma vez mais dariam os seus
da
frutos. Na década de 90, onde ainda ninguém sonhava
Universidade de Aveiro abordarei, ao longo desta
com a crise que atualmente enfrentamos, já se davam
redação, um dos parágrafos mais marcantes da visão
os primeiros passos na efetivação desta ação social.
estratégica da Universidade de Aveiro, nos seus já 40
Criava-se assim o Fundo Social Ativo e a Universidade
anos de história. De desafio também pouco terá, uma
de Aveiro tornava-se pioneira nesta nova forma de
vez que “Consciência Social” sempre foi um dos pilares
apoiar os seus Estudantes. Através de receitas próprias
mais robustos da sua arquitetónica, avizinhando-se
dos
portanto como uma leve tarefa esta que agora inicio.
complementava os apoios do Estado como forma de
A UA desde a sua criação se foi demarcando no panorama do Ensino Superior em Portugal. Quis ser uma
Instituição
de
referência
na
investigação
produzida, fazendo da ciência e tecnologia as suas maiores áreas. Privilegiou a inovação como via singular de
aproximação
ao
tecido,
impulsionando
seus
Serviços
incumbidos
desta
missão,
manutenção da sua coesão social interna. É certo que o Estado deveria garantir uma abrangente igualdade de oportunidades no acesso e frequência do Ensino Superior mas a UA, uma vez mais, colocava-se na linha da frente.
o
Hoje em dia, os apoios que inicialmente se cifravam
desenvolvimento de uma região. Mas uma outra visão
nos 200.000€ atingem os 500.000€, em consequência
sobressaiu neste percurso, a tal “Consciência Social” a
de desenvolvimentos anteriores e que fizeram
que me referia anteriormente. A meu ver uma das suas
canalizar para o agora Fundo Social parte do valor pago
mais distintivas marcas.
em propinas pelos Estudantes. Este novo fundo, que nas suas origens já conhecia uma diversa fisionomia de
Uma Universidade inclusiva, baseada nas preocupações sociais e apoios prestados aos seus Estudantes, elementos fundamentais para a sua existência, teria o sucesso garantido. E o sucesso, neste caso, não se mede unicamente na capacidade de atrair mais Estudantes, mas fundamentalmente na capacidade de permitir que os que cá entram não se vêm forçados a abandonar 1ou desistir da sua formação, em consequência de distúrbios económicos. Foi assim
aplicação, adotou agora uma renovada abrangência. Sob a ação da Associação Académica, instituição com um papel fundamental nesta modernização, e dos diversos órgãos da UA corporizou-se a distribuição vigente. Entre os inicialmente definidos como apoios, situam-se o apoio na alimentação, alojamento, apoio pecuniário em 50% do valor da propina fixada anualmente, assim como nos transportes e aquisição de material escolar e bibliográfico. Isto significa que
28
EcoDixit Julho de 2013 mais de 500 Estudantes da UA são apoiados desta
e de apoio psicológico, estando todos estes apoios sob
forma.
alçada dos Serviços de Ação Social, entidade competente para a identificação dos Estudantes que
A par destes foi também criada a Bolsa de Mérito
deles possam necessitar.
Social que incorpora uma compensação monetária aos Estudantes que participem e desempenhem ações de
Fazendo valer o seu desígnio inovador, em paralelo
valor para a nossa comunidade universitária. Nesta
com a sua capacidade criativa e de desenvolvimento
nova conformação integra-se ainda o investimento na
contínuo, não poderemos esperar menos que novos
melhoria das condições de vida dos Estudantes na UA,
programas e novas formas de apoiar, com reforçados
parâmetro que permitirá reforçar as infraestruturas de
incentivos à manutenção de uma coesão social
apoio à prática desportiva ou cultural assim como
acrescida. É missão de todos quantos participamos
residências universitárias, dotando-as de aperfeiçoados
nesta Academia impedir situações de rutura!
requisitos. Em simultâneo criaram-se ainda o Centro de Saúde Universitário e a LUA (Linha da Universidade de Aveiro) que permitem o usufruto de consultas médicas
Porque para se ser a melhor Universidade do País foram precisos 40 anos e para assim se manter basta existir da forma a que nos habituou.
29
EcoDixit Julho de 2013
Desporto: Taça UA, CNU’S e Intra’13 Economia na Taça UA No Futsal Masculino a equipa de Economia ficou em 5º no grupo 2 da II Divisão. Não alcançado o objetivo da subida ao escalão principal desta modalidade, a participação deste ano destacou-se pelo espírito de equipa e pelo espetáculo desempenhado em campo. A equipa de Futsal Feminino que militava no primeiro escalão da modalidade conseguiu alcançar a manutenção, falhando por escassos pontos o acesso aos Playoffs. Esta equipa demonstrou a cada jogo um futsal melhor, podendo queixar-se de pura falta de sorte por não ter atingido mais este ano.
No que diz respeito ao Andebol a equipa alcançou um honroso 2º lugar no final do campeonato, apurando-se para os Playoffs da modalidade. Em noite decisiva para a equipa, as coisas não correram da melhor forma, com duas derrotas a ditar um escasso 4º lugar, ofuscando completamente o desempenho da equipa.
No Basquetebol, este ano a competição foi dividida em 2 fases regulares, marcadas pelo 4º lugar e 3º lugar respetivamente. Na fase final, os Playoffs, Economia entrou a perder na meia final, mas arrecadou o trofeu de 3º classificado. Esta equipa praticou sempre um basquetebol técnico e de espetáculo constante.
No Voleibol o campeonato terminou ditando a equipa de Economia um 3º lugar dividido por 3 equipas sendo que por critério de desempate a nossa equipa foi a mais penalizada sendo afastada dos Playoffs. Mesmo assim, nesta equipa destaca-se principalmente o gosto pela modalidade e a persistência pela vitória.
30
EcoDixit Julho de 2013 Destaque aqui também para o Badminton nas modalidades individuais, onde Ivo Neves conquistou a medalha de Ouro para Economia. Sem nunca ter sido federado, Ivo lutou com todas as forças contra atletas federados, com a garra que todos lhe conhecem, vencendo assim categoricamente.
Nas outras modalidades, Rui Carneiro alcançou o 6º lugar no Xadrez, uma competição de rápidas. Por outro lado, no Ténis de Mesa, Nélson Santos alcançou o 11º posto enquanto André Dias ficou logo atrás em 12º. Obrigado a todos pela participação na TAÇA UA!!!
INTRA'13 Nesta 3ª edição, é de realçar o alargamento para duas modalidades e a inclusão obrigatória de um elemento do sexo feminino. Assim, o INTRA'13 passou a contar com dois campeonatos nas modalidades de Futsal e Voleibol. O Futsal
veio a consagrar a equipa "Sem Trocos" como
vencedora, equipa que se destacava por nos seus quadros contar apenas com alunos de 1ª matricula. Ainda nesta modalidade, Armindo Malheiro foi o melhor marcador com 15 golos, e a equipa dos "Traçadinhos United" registaram a melhor defesa com apenas 10 golos sofridos. No Voleibol, na noite de 17 de Abril, os "Moura I Love U" venceram com vitórias em todos os jogos. Assim, na classificação final tivemos: 1º - Sem Trocos 2º - Moura I Love U 3º - Traçadinhos United 4º - Iraque Unita 5º - Xadeiros Team 6º - Hárem do PêPê Parabéns a todos e para o ano há mais.
Felicitamos ainda os atletas de Economia que participaram nas competições nacionais (CNU's). Gonçalo Casal sagrou-se vice-campeão de Andebol Masculino, enquanto Tiago Costa ficou em 16º nos CNU de Bilhar.
31
EcoDixit Julho de 2013
HOBBIES Por Rita Carvalho Sobre o canto só
juntos a ensaiar. Ora, o mais sensato foi fazer uma “pausa”, como lhe quisemos chamar.
tenho meia dúzia
Percebi ao longo destes meses longe da “pseudo-vida-
de coisas a dizer…
de-artista” que talvez aquilo que eu sentia no meio
Já alguém dizia
daquele enorme turbilhão de coisas, era verdade! Era
que “quem canta, seus males espanta” e eu concordo
demais para mim! Foi demais para mim. Às tantas,
plenamente! Faço-o quando estou bem-disposta,
andei por um caminho que não era o meu. Fui atrás
porque fico ainda mais… mas por casa, no meu sossego
pela novidade e diversão e teve piada enquanto durou!
e conforto. Virei-me para os vídeos para depois postar no Durante algum tempo tive uma banda de garagem com
Facebook. Recebi um feedback positivo, melhor do que
mais 4 amigos. Aquilo era engraçado: muitas luzes,
pensava! Percebi que isto da música é porreiro, mas
muita adrenalina, muitos nervos, muita animação,
em casa com um micro e uma webcam, não para sentir
muita água, muitas noites em claro, muita expectativa,
a responsabilidade que em tempos sentia. Gosto de
muitos quilómetros. Eram mil e uma coisas a acontecer
cantar, sim, mas faço-o como hobby e aconselho toda a
ao mesmo tempo e eu fui-me deixando estar na
gente a fazer o que gosta, não por imposição ou por
companhia delas.
Eu sentia que não estava
dizerem “Eh pá, tu até tens jeito para isto!”, mas
completamente dentro daquele ritmo, que era demais
porque acham que devem fazê-lo para se sentirem
para mim e, para além disso, chegou a ser impossível
bem convosco!
de conciliar com os estudos e cada vez era mais difícil arranjar fins-de-semana em que todos estivéssemos Por Marco Jesus
convicção que devemos dar o máximo em todas as
Nos dias de hoje, todos nós
situações do nosso dia-a-dia, nas nossas funções, quer
passamos
grandes
sejam a nível profissional, quer a nível académico. É
dificuldades, a actual conjuntura
necessário sermos responsáveis, credíveis, mostrarmos
económica leva-nos a fazer uma
“serviço”, mostrarmos que merecemos a confiança das
vida com cada vez mais restrições financeiras. Essas
pessoas, acreditarmos em nós e no nosso trabalho, no
mesmas restrições levam-nos a fazer opções, que
nosso valor, ter a consciência que se facilitarmos e não
muitas vezes exigem de nós alguns sacrifícios e
aproveitarmos as oportunidades que nos dão, ninguém
escolhas, por isso, hoje em dia é normal que não
vai ter pena de nós e passamos “à história” num “abrir
possamos fazer nem usufruir de uma série de
e fechar de olhos”.
por
actividades lúdicas (lazer).
É neste contexto, que nós estudantes, temos
Actualmente, com o desemprego que se
vindo a ser confrontados (e preparados) todos os dias
verifica e com a grande e feroz competitividade no
pela imprensa, professores, oradores, palestrantes,
mercado de trabalho, acordamos com a sensação e a
familiares,
entidades
académicas,
associações,
32
EcoDixit Julho de 2013 empresas…
Como
podem
imaginar,
todo
este
completamente, e devido às circunstâncias tive de
“ambiente” causa em nós um clima de “pressão”,
optar por deixar o que mais gostava de fazer, praticar
apreensão, incerteza perante o futuro, alguma
futebol. Foi e é sem dúvida uma das minhas grandes
ansiedade diária, pois eu sei e acredito que tal como
paixões.
eu, vocês também tentam ser e fazer o melhor possível
Com o passar do tempo fui sentindo a
todos os dias, para que no futuro possamos estar
necessidade de fazer algo diferente, algo de que
preparados para as mais variadas situações e
gostasse, que me desse gosto e ao mesmo tempo me
oportunidades.
ajudasse a “limpar” a cabeça das aulas e dos problemas
Mas apesar de tudo isto, e felizmente, é
do dia-a-dia.
necessário termos outras “preocupações” que nos
Foi então que surgiu a ideia de criar um blog!
levam a “esquecer” toda esta tensão diária. E é aqui
A ideia foi um pouco repentina, mas como sempre
que surge, na minha opinião, a importância dos
gostei de escrever, porque não tentar fazer algo
chamados “hobbies”.
diferente?!
Um
hobby
é
uma
actividade
de
Avancei,
e
nasceu
assim
o
entretenimento que desenvolvemos sozinhos ou
“rabiscosetextos.blogspot.com”. O nome não tem
colectivamente e cujo principal objectivo é ajudar-nos
qualquer significado especial, apenas tentei que fosse
a abstrair da nossa rotina, dos nossos problemas.
simples e prático, que fosse fácil de identificar. Porquê
É algo que gostamos muito de fazer, mas que por uma ou outra razão, devido a circunstâncias da
a escrita? Bem, é uma pergunta muito fácil de responder.
vida de cada um não o fazemos profissionalmente ou a
Em primeiro lugar, sempre adorei Português,
tempo inteiro. É um passatempo que nos dá realmente
principalmente as composições, especialmente as de
prazer e que nos preenche a nível pessoal, faz-nos
tema livre, mas tudo o que tivesse a ver com
sentir bem.
comentários, histórias, reflexões, interpretações, era
É
muito
importante,
na
minha
óptica
algo que também me dava “pica”.
desenvolvermos capacidades por nós próprios, fora do
A segunda razão prende-se com a minha
que aprendemos diariamente no nosso curso, é sem
maneira de ser, ou seja, nunca fui muito de demonstrar
dúvida uma mais-valia termos interesse em diversas
os meus sentimentos em relação aos outros, bem
áreas, ajuda-nos a descobrir novas competências,
como partilhar as minhas ideias, o que penso sobre
novos mundos, novas histórias… Enfim, a preparar-nos
determinados assuntos, e através da escrita foi sempre
de uma forma diferente para acontecimentos que
mais fácil relacionar-me e exprimir-me.
vamos encontrar ao longo do nosso percurso académico agora, e mais tarde a nível profissional.
Depois, na minha opinião, o factor mais importante e que me deu realmente gozo optar por
Posto isto, vou falar-vos sobre o meu mais
este “passatempo”, foi sem dúvida o poder que a
recente “hobby”, a razão principal pela qual fui
escrita tem! É sem dúvida um meio de comunicação
convidado a escrever este artigo.
indispensável, e quando bem utilizada pode gerar
Tudo
começou
com
a
vinda
para
a
capacidades importantíssimas na nossa vida.
Universidade de Aveiro, a minha rotina diária mudou
33
EcoDixit Julho de 2013 A escrita é infinitamente útil, tem como função central a informação que obtemos dela, mas não se pode negar a sua relevância na construção do conhecimento.
sido positivo e isso incentiva-nos a continuar, como em qualquer outra actividade. Em jeito de conclusão, quero apenas dizer que se têm e gostam realmente de um hobby, seja ele de
O magnífico da escrita é que nos pode
que tipo for, usufruam ao máximo dele, é saudável
transportar para mundos completamente abstractos,
termos algo que nos ocupa os “tempos mortos”, ainda
através dela somos livres de inventar o que quisermos,
para mais quando nos ajuda a desenvolver as nossas
histórias, opiniões, podemos imaginar novos mundos,
capacidades e a adquirir competências.
novos contextos, não há um limite pelo qual nos temos
Sempre que quiserem podem acompanhar o
que guiar. E isso é fantástico, na escrita somos nós que
meu blog, em “rabiscosetextos.blogspot.com”, ou nas
ditamos as regras, cada um à sua maneira, e por isso
publicações que faço através do Facebook, aceito
existem todos os dias milhões e milhões de notícias,
sugestões para abordar qualquer assunto que seja do
histórias, livros, estudos, enfim, tudo o que se possa
vosso interesse e aguardo com entusiasmo todas as
imaginar e tudo o que não imaginamos.
vossas críticas.
Foi por esta ideia que me guiei, e é por isso
Agradeço o convite do NEEC-AAUAv para escrever este
que no meu blog existem textos do mais variado
artigo, é sinal que o nosso curso está atento aos seus
possível, não existe uma única linha temática,
alunos e ao que eles fazem de bom, dentro e fora da
simplesmente escrevo sobre o que me vem à cabeça.
universidade.
Artigos de opinião, homenagens, reflexões, histórias, ou simples rabiscos sem interesse podem surgir nesta página. No entanto, tenho o sonho de um dia escrever um livro, e portanto é natural que vão aparecendo textos com algumas histórias, narrativas, monólogos, tudo da minha autoria. Em todos os textos que escrevo tento sempre passar uma mensagem para os leitores, e a forma como são escritos têm o objectivo de prender a sua atenção, de tal modo, a que em cada publicação consigam identificar-se com algo que escrevi. Sei que surgirão publicações melhores do que outras, mas aos poucos vou tentando aprender algo mais, de modo a que no futuro todos os textos possam ser sempre melhores. Comecei há pouco tempo, os artigos ainda não são muitos, mas tenho tido críticas, e isso é de facto importante. Só assim podemos evoluir, o feedback tem
34
EcoDixit Julho de 2013 forma contrária o desfecho final previsto pelos
A irracionalidade dos mercados bolsistas
modelos económicos tradicionais. Por Miguel Silva Se tudo isto é verdade, de que forma podemos lucrar com este tipo de comportamentos? Qual a melhor A
teoria
tradicional
económica pressupõe
a
forma de investirmos nos mercados bolsistas, sabendo que os agentes têm atitudes irracionais? De que forma
racionalidade dos agentes
podemos
económicos.
transformá-las em oportunidades?
Tanto
nas
aproveitar
as
nossas
fragilidades,
e
finanças como na economia, vários pressupostos são assumidos para que essas teorias “façam sentido”. A
Bem, se estão à espera de respostas concretas como
minha visão é ligeiramente díspar deste “mundo
de uma aula de álgebra se tratasse, não consigo dar. O
perfeito”. O mercado bolsista é um campo de batalha,
que posso dizer é que o melhor é escolher um rumo,
em que não existe informação perfeita, o preço de
ouvir quem por lá já passou e ter espírito aberto.
mercado não é revelador do justo valor de uma
Planear, definir objetivos, obter o máximo de
empresa e não existe nenhuma “mão invisível” que
informação possível, contar com os fatores cognitivos e
faça o ajustamento do preço de mercado. No mundo
emocionais dos agentes económicos e, quando tiverem
real, para que um ganhe outro vai ter de perder e este
de arriscar sigam o vosso instinto.
jogo de posições leva a comportamentos irracionais por parte dos agentes económicos. A ganância é o motor por trás da irracionalidade dos mercados. Muitos de vós devem estar recordados da famosa frase
Aqui chegados devem estar a pensar: Então por é que não nos ensinam isto na Universidade? Porque é que os modelos são todos tão perfeitos, e na realidade falham tantas e tantas vezes?
de Michael Douglas no papel de Gordon Gekko no filme Wall Street I em que afirma: “The point is ladies
A teoria económica tradicional não se esgota em si
and gentlemen that greed, for lack of a better word is
mesma.
good”, e isto demonstra bem o espírito dos mercados.
racionalizar sobre o problema, criar conceitos, analisar
Os
modelos
tradicionais
permitem-nos
os problemas e encontrar soluções. Permitem-nos, O ramo da Economia que estuda este tipo de comportamentos é a Economia Comportamental, e dentro deste ramo existem áreas mais específicas como as Finanças Comportamentais. A Economia Comportamental usa conceitos da psicologia e aborda a teoria económica tendo em conta os aspetos
desde que compreendamos que os mercados reagem de forma impetuosa e frenética, ajustar as nossas ações por forma a rentabilizarmos os nossos proveitos. Quanto melhor compreendermos a teoria económica tradicional, melhor iremos perceber porque é que ela falha e daí retirar benefícios.
cognitivos dos agentes económicos. Apesar de relativamente recente, a Economia Comportamental
Nunca se esqueçam que a Universidade é um ponto de
conta já com um vasto campo teórico e empírico,
partida, o resto do caminho tem de ser feito por cada
demonstrando que comportamentos menos racionais
um de nós.
por parte dos agentes económicos influenciam de
35
EcoDixit Julho de 2013
O
BALANÇO
FINAL:
O Auto da Barca de Economia
FAINA
E
ALUVIÕES
Dia do Batismo, a pescaria mais aguardada. Todos se mobilizam para receber formalmente estes aspirantes
A 10 de Setembro de 2012, debaixo de um imenso sol e
a marinheiros. A noite ia agradável, os ventos
vestidos de negro, lá estávamos nós, membros da
sopravam fraco mas eis que o Adamastor se levanta. O
faina, no cais esperando aqueles que se tornariam os
Batismo estava cancelado, pois a faina mandou remar
futuros marinheiros desta grande Barca que é
em terreno proibido. Mais que nunca era preciso força
Economia.
e determinação, a bússola perdia o seu Norte, a linha
Não tínhamos ideia do que íamos encontrar mas eles
do horizonte estava encoberta. Contra ventos e marés,
foram vindo a pouco e pouco, com ou sem medo,
prosseguimos o rumo e acabamos por realizar a
receptivos a navegar neste mar salgado, ao comando
cerimónia a 4 de Dezembro, sem “perigos e guerras
do Mestre de Curso, que ocupa o lugar de Mestre do
esforçados”.
Leme nesta aventura.
Por entre redes e pescarias, a comunidade uniu-se em
A viagem começou e a Barca rasga as primeiras ondas.
torno da mesa por 4 vezes, lembrando feitos e criando
Quarta-feira dia 19, dia da primeira pescaria; 50
laços de união e respeito para que nunca nenhum
nervosos aspirantes, ansiosos pelo que viria e nós
Homem seja deixado em terra.
faina, essencialmente composta por veteranos, não se
A
podia dizer que não estávamos receosos de partir para
contratempos, parando de vez em quando em terra
o mar. Estava um belo plano de corações aos pulos!
para que as festas se concretizassem e toda a
Infelizmente muitos aspirantes perderam a coragem e
comunidade se juntasse, para ver o melhor dos novos
decidiram não embarcar, mas aqueles que ficaram
membros, intimidados sobre o olhar atento da faina.
mereciam todo o nosso empenho.
Num dia de céu limpo eis que alguém grita “Terra à
Com muitos ou poucos, embarcamos na onda do
vista!” e ei-la de facto, a ilha do Enterro. O percurso
Grande Aluvião e não nos afundamos. Mantivemos a
estava no fim mas as provas mais duras vinham agora.
postura de sempre e o respeito que só Economia
Para conseguir atracar em porto seguro havia que
conhece. Pelas mesmas razões, o Grito Académico no
remar com muita força e gritar “vivas” aos deuses de
Bodegas Bar não era para nós um mar impossível de
forma a contornar o Triângulo das Bermudas. Durante
navegar. Preparamos as redes, içamos as velas e
uma semana, a faina e os seus “discípulos” puseram
seguimos a viagem. Fomos bem sucedidos, o júri
mãos à obra e construíram um bote salva-vidas com a
agraciou-nos com bons ventos, pescamos ESSUA e só
melhor madeira, os melhores cabos e a maior força
faltava pescar EGI. Não o fizemos, a maré tornou-se
que existe em toda a comunidade aveirense, chamado
brava e as tempestades empurraram-nos para fora da
“o carro do desfile”. Nesse bote era visto o ouro, que a
rota. Mas não desanimamos, sabíamos que era uma
todos nos custa ganhar e que é como que atirado para
luta nunca tão complicada como agora e o sentimento
as profundezas do mar engolido por quem quer
de pleno esforço foi sentido por todos.
mandar em nós.
viagem
seguia
a
sua
rota,
sem
grandes
36
EcoDixit Julho de 2013 Eis que o momento chega, o bote pousa nas águas
Um mundo novo, cheio de novas experiências e
turbulentas, entoam-se cânticos em jeito de magia e
aventuras. Um dos novos conceitos que se introduzia
prece mas, em “Abril, águas mil” e o bote parece que
naquele momento na nossa vida académica era a
não
praxe.
consegue
aguentar,
rodeado
de
tubarões
desesperados por destruir esta nossa embarcação.
Engane-se quem pensa que Economia “morreu na
Muitos de nós pensávamos já tudo saber mas nem perto estávamos da realidade. Nas primeiras praxes, muitos acharam que aquilo não era para eles, outros
praia” e não mais se levantou. Mesmo por sinuosos caminhos a faina e os seus aspirantes chegaram a terra, sãos e salvos. Um 24º lugar no porto, reflecte a tentativa de muitos tubarões e outras abomináveis criaturas marinhas de tentarem levar-nos ao fundo, destruir-nos, acabaram só por atrasar a nossa chegada. Mas a nossa voz jamais se
simplesmente
não
queriam
aproveitar
aquela
experiência maravilhosa e ainda havia aqueles que por motivos pessoais tiveram de abandonar as praxes. Mesmo assim, ficou o grupo dos resistentes, que todas as semanas vestiam a camisola e colocavam o panamá e embarcavam nessa aventura.
perdeu entre as ondas, manteve-se firme e sublime tal
Nem sempre foi fácil. Mas, juntos, ultrapassámos
a proa deslizando pelas águas.
barreiras, apoiámo-nos uns aos outros, sem nunca virar
A rota foi traçada, o destino foi alcançado e os nossos
as costas a nada e a ninguém.
aprendizes fizeram-se Homens para levarem a Barca além mares. Foi uma viagem atribulada, com muitos altos e baixos, um mar de rosas com espinhos que só nos fez crescer e preparar para as marés cheias da vida. Que Economia leve sempre a sua Barca a bom porto, são os desejos desta faina que com muita saudade e apreço vos deixa, lembrando-vos que terão sempre em
Mais tarde chegou o grito académico. Sentíamos uma enorme responsabilidade porque, nos dois anos transatos, o nosso grandioso curso tinha conquistado esta competição. Então, com esforço e dedicação, ensaio após ensaio, tentávamos ali mostrar que Economia é um curso glorioso. Tudo parecia estar encaminhado, pois tínhamos chegado à final, mas não
nós um porto de abrigo.
conseguimos vencer. O desalento e a desilusão eram
Obrigada a todos!
bem visíveis nos nossos rostos. A Faina Académica de Economia,
Levantámos a cabeça e continuámos a nossa
por Diana Pereira
caminhada. As noites contribuíram para este levantar de cabeça pois, em cada festa, em cada saída, o espírito economista estava sempre lá.
Aluviões 2012/2013
O ano continuou, as praxes continuaram, e os valores Recém-chegados à universidade, com o pensamento e sentimento de liberdade, inicimos o nosso percurso como
aluviões.
Nada
sabíamos,
nem
imaginávamos do que viria daí para a frente.
sequer
que nos foram incutidos começaram a ser postos em prática. Até que chegou a semana académica. Foi uma semana muito enriquecedora para nós. Primeiro por nos entreajudarmos na construção do carro, com a orientação da nossa faina. Segundo, pelo espirito de
37
EcoDixit Julho de 2013 união, amizade e solidariedade que fortalecemos, já
Agora, há um sentimento de saudade deste ano que
que nunca deixávamos um companheiro nosso
passou. Estamos eternamente gratos à nossa faina, de
apanhar a bebedeira sozinho. E, por último, podermos
quem
desfilar por este grandioso curso, que é o melhor da
“Há pessoas que entram na nossa vida por acaso, mas
academia. Passar a tribuna, fazer a atuação foi mágico.
não
Decerto que será recordado por todos nós.
Um muito obrigado.
nunca
é
por
nos
acaso
que
iremos
elas
esquecer.
permanecem”.
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EcoDixit Julho de 2013
Finalistas Por André Ferreira Economia. Eu podia ficar aqui a tarde toda a falar sobre a crise atual, ou a globalização, ou até algo tão simples como a inflação pode ser algo benéfico ou prejudicial. Mas a verdade é que não sei. Claro que antes dos exames sabia isto tudo e ainda mais, caso contrário não estaria aqui, mas agora, neste momento final, o que fica são as memórias. É a minha nossa praxe, são as minhas nossas quintas, são os meus nossos amigos, são os meus nossos anos. Os melhores anos. Obrigado economia.
Caros Finalistas, Está a chegar ao fim um ciclo da vossa vida, que vos marcará e deixará saudades.
Certamente levam a bagagem necessária em termos académicos para enfrentarem os próximos desafios, mas mais importante, levam uma bagagem repleta de vivências, amizades e momentos que vos marcarão para toda a vossa vida. Aveiro será sempre a cidade que vos acolheu, e vos viu “crescer” durante
estes últimos
anos.
Ser finalista no contexto atual poderá ter um sabor agridoce, a felicidade do objectivo alcançado, contrapõe-se com os desafios de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente, onde os melhores prevalecem. Contudo crise é sinónimo de oportunidades, e espero que
essas
oportunidades
vos
batam
à
porta
e
que
vocês
sejam
capazes
de
lutar
por
elas.
Espero que continuem a elevar o nome da instituição por onde passaram (da qual fazem parte), mas sobretudo que continuem a elevar o bom nome do Curso de Economia da Universidade de Aveiro, pois serão vocês os próximos embaixadores dos vossos colegas que ambicionam/sonham alcançar o dia, que vocês hoje, tiveram a oportunidade de viver. Desejo
a todos
os finalistas
as maiores felicidades,
um
futuro
com
muito trabalho,
e
sucesso.
Fábio Marques, Coordenador do NEEC-AAUAv
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Passatempos e Cartoon Sabedoria Economista Sete razões para estudar Economia: 1. Economistas são “armados” e perigosos: “Cuidado com as nossas mãos invisíveis!”; 2. Economistas podem oferecer quando são procurados; 3. Pode-se falar de dinheiro sem sempre ter de fazer dinheiro em alguma coisa; 4. Mick Jagger e Arnold Schwarzenegger estudaram Economia e veja no que se tornaram; 5. Quando está na fila de desempregados, ao menos você sabe porque está lá; 6. Embora a ética ensine que a virtude tem sua própria recompensa, na Economia nós aprendemos que recompensa tem a sua própria virtude; 7. Quando você está bêbado, você pode falar para todo o mundo que está apenas pesquisando a leia da utilidade marginal decrescente
Q: Quantos economistas da Escola de Chicago são precisos para trocar uma lâmpada? R: Nenhum. Se a lâmpada precisa ser trocada, o mercado fará isso por si próprio.
Q: Quantos economistas neoclássicos são
precisos
para
trocar
uma
lâmpada? R: Depende do nível de salários.
Q: Quantos economistas keynesianos são
precisos
para
trocar
uma
lâmpada? R: Todos. Assim serão gerados mais empregos, aumentando o consumo e deslocando a procura agregada para a direita.
Fonte: http://www.oocities.org/collegepark/grounds/3375/piadas.h
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Retirados de “O Económico”
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