Novo ano, novos rostos “O NEEC-AAUAv tem o prazer de anunciar a chegada de uma nova professora ao corpo docente de Economia. A Professora Anabela Botelho é uma docente catedrática em Economia e irá começar a leccionar no ano lectivo 2014/2015. Antes de mais bemvinda à Universidade de Aveiro em nome dos alunos de Economia. Poderia fazer uma breve apresentação para os seus futuros alunos? Como foi o seu percurso académico e profissional até agora? Antes de mais, quero saudar todos os alunos da Universidade de Aveiro e agradecer a simpatia com que me recebem. Eu sou licenciada em Economia pela Faculdade de Economia do Porto, doutorada em Economia pela Universidade da Carolina do Sul, Estados Unidos América, e com agregação em Economia (Métodos QuantitativosEconomia Experimental) pela Universidade do Minho. Dentro do programa de doutoramento, que contava com dois anos e meio de intensa parte curricular, especializei-me na área de Micro/Quantitativos e Economia Industrial, e aprofundei desenvolvimentos econométricos com aplicação na economia do trabalho/educação e desenvolvimentos de teoria de jogos e economia experimental com aplicação na análise económica do direito e na economia da saúde e do ambiente. De um modo geral, a minha investigação tem-se debruçado sobre estes sectores de actividade com recurso aos métodos econométricos, teoria de jogos e economia experimental, e tem sido publicada em revistas internacionais de referência nestas áreas. Estas metodologias têm-me também servido na realização de trabalhos fora da academia, como, por exemplo, os que realizei para a Entidade Reguladora da Saúde, para a Administração da Região Hidrográfica do Algarve, para o Tribunal do Trabalho de Braga (de que fui Assessora Técnica durante quase uma década), ou para o Conselho Superior de Estatística (de que sou membro efectivo desde 2008). As minhas actividades de docência têm-se, de um modo geral, desenvolvido no âmbito destas mesmas metodologias—estatística, econometria, teoria dos jogos e economia experimental. Os estudantes de programas de mestrado que tenho orientado são oriundos de variados sectores de actividade, e as suas dissertações de mestrado têm versado temas de Economia do Ambiente, Economia da Saúde, Economia Industrial, Economia das Telecomunicações e Economia do Trabalho. As teses de doutoramento que tenho orientado situam-se essencialmente nestas mesmas áreas do conhecimento, mas os estudantes têm sido unicamente oriundos da academia— Universidade do Minho, Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, Universidade Federal Rural de Pernambuco-Brasil, etc. Este quadro teórico e metodológico a que tenho dedicado grande parte do meu trabalho esteve também na origem dum Núcleo de Investigação, dum Laboratório de Economia Experimental e de programas de Mestrado que criei e dirigi ao longo do percurso profissional. Em suma, o meu percurso é já, naturalmente, algo longo, tendo passado enquanto estudante, docente e/ou 1
investigadora, por diversas universidades nacionais e estrangeiras: a Universidade do Minho, a Universidade do Porto, a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro, a Universidade de Barcelona, a Universidade Nacional de Timor-Leste, a Universidade Católica da Beira-Moçambique, o Instituto de Radio-Engenharia, Electrónica e Automação de Moscovo, e, nos Estados Unidos, a Universidade da Carolina do Sul, a Universidade da Central Florida, a Universidade do Arizona e a Universidade da Califórnia. O que a fez escolher a Universidade de Aveiro para leccionar? Tenho as melhores referências sobre a Universidade de Aveiro. É uma Universidade dinâmica, pautada por princípios de transparência e moderna agilidade nas actividades de gestão e administração que informam/enquadram a consecução cabal da sua missão nas vertentes do ensino, da investigação e da extensão universitária. Ainda que jovem, é uma Universidade que tem sabido afirmar-se com distinção no seio da academia nacional, com reconhecidas ligações e contributos ao meio cultural, empresarial e económico envolvente, atestados nomeadamente por diversas avaliações (vulgarmente traduzidas em “rankings”) conduzidas por importantes instituições internacionais. Além disso, tem sido sempre com enorme satisfação (e curiosidade) que ouço o sentido de compromisso e orgulho na instituição com que os seus colaboradores (estudantes, bolseiros, investigadores, docentes, não-docentes, etc.) descrevem a Universidade de Aveiro. Está entusiasmada por leccionar nesta instituição, nomeadamente no curso de Economia? Certamente! Pelas razões acima descritas, sendo com ansiedade que aguardo a vivência diária num ambiente de trabalho saudável, cooperativo, empenhado e comprometido com metas partilhadas e objectivos comuns que promovam e beneficiem a investigação e o ensino da economia e, desta forma, a Universidade de Aveiro e todos os que nela trabalhamos e estudamos, reforçando as externalidades positivas que se espera da instituição e dos seus agentes no meio envolvente, bem como o seu contributo para o bem-estar da sociedade em geral. Que expectativa traz consigo para este novo projecto? Ainda que a minha formação académica seja exclusivamente de economia, tenho forte crença na necessidade da adopção, não só da multidisciplinaridade, como sobretudo da interdisciplinaridade e até transdisciplinaridade, da ciência. Julgo que a livre integração entre disciplinas é hoje requisito para enfrentar prementes problemas sociais cuja resolução exige de “alunos e professores”, globalmente compreendidos, competências humanas e profissionais mais sólidas, mais inclusivas/abrangentes, mais críticas e mais competentes do que a organização tradicional das ciências possibilita. Infelizmente, as “tradições” têm forte resistência à mudança e ainda que a necessidade de integração livre 2
e descomplexada das disciplinas (quer a nível teórico, quer metodológico) se vá tornando cada vez mais evidente, as estruturas de investigação e ensino continuam, em muitos casos, fortemente fragmentadas. Creio que a reunião, em espaço único, das valências do DEGEI—economia, engenharia industrial, gestão, turismo—constitui oportunidade única e extraordinariamente valiosa para, salvaguardadas as especificidades de cada curso e nível, concretização de um sistema de ensino e de investigação verdadeiramente interdisciplinar/integrador, moderno e robusto. Sente que a sua visão vem complementar a forma como o nosso curso está a ser direccionado? Além do conhecimento académico/científico que adquiri, a vivência nas diversas instituições porque já passei possibilitou-me o experienciar de diferentes “modos de fazer”, contribuiu para o enriquecimento das minhas capacidades pedagógicas e para uma visão mais aprofundada dos oportunidades, dos obstáculos, dos desafios e dos caminhos possíveis que a todo o momento se colocam à prossecução da ciência, do seu ensino e da sua aprendizagem e, por conseguinte, das instituições e dos actores que a têm por missão. A vivência na Universidade de Aveiro, e no DEGEI em particular, certamente me trará a oportunidade de novas aprendizagens, nomeadamente quanto ao caminho seguido para o sucesso já conseguido do curso de economia da Universidade de Aveiro, traduzido nomeadamente numa das maiores taxas de empregabilidade dos licenciados em economia do país. Nestes contextos, no entanto, os caminhos são sempre de dois sentidos: se, por um lado, aprenderei mais com os colegas e estudantes do DEGEI, por outro lado, creio/espero que a minha já longa experiência na investigação e ensino da economia em diversas instituições contribuirá para, em conjunto, delinearmos formas de enfrentar com sucesso os desafios já presentes com que as instituições de ensino superior se deparam nomeadamente no que se refere à investigação e ao ensino da ciência económica. Deseja deixar uma breve mensagem para os seus futuros alunos? Sim, além de agradecer novamente a generosidade e simpatia deste convite para contribuir para a interessante e importante NEEC-Newsletter, partilho convosco a ansiedade por vos conhecer na sala de aula (e não só!) e pela oportunidade de contribuir para a vossa formação e para o sucesso dos vossos projectos de aprendizagem, de investigação, de trabalho que, estou certa, com o vosso/nosso empenho conjunto, será garantido. Até breve, Anabela Obrigado pela sua disponibilidade e pelas suas palavras e um até breve nas salas de aula (e não só)."
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