BIOÉTICA - E-BOOK

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E-BOOK – ESTÉTICA E BIOÉTICA

A bioética é a ética aplicada a nossa vida, nos conceitos primordiais do tratamento profissional x profissional e profissional x paciente. Quando pretendemos situar a ética no contexto das dimensões culturais, encontramos de pronto um primeiro problema. Como separá-la de outras manifestações como, por exemplo, o conhecimento científico e também a nossa cultura. A relevância da ética nos leva naturalmente a assinalar para um campo próprio, a partir do qual possamos reconhecer um modo singular de existir e também de desenvolver nossa profissão. Já na Bioética, a maior parte dos aspectos éticos está relacionada com os problemas éticos, assim, a bioética estuda estes problemas éticos provenientes de cada profissão. Um dos fatores primordiais da bioética é entender de forma concisa e avaliativa os princípios básicos da bioética, dos quais, podemos citar: São eles: Autonomia, não maleficência, beneficência e justiça e equidade. 1. Autonomia ou princípio da liberdade: O paciente tem o direito de ser

informado sobre o seu verdadeiro estado de saúde. 2. Beneficência ou princípio da não-maleficência: Toda tecnologia deve

promover benefícios a população e nunca causar malefícios. 3.

Justiça distributiva e equidade: Tratamento adequado e de qualidade a toda população, fomentando o caráter ético como princípio da sua avaliação entre profissional e paciente.


As principais áreas de estudo da Bioética são:

I.

Dimensão pessoal: está relacionada com a relação entre profissional e paciente.

II.

Dimensão social, econômica e política: equaliza a distribuição de recursos financeiros entre os municípios, estados e países.

III.

Dimensões ecológicas: relacionado com a proteção ao nosso meio ambiente e a toda biodiversidade que possa estar dentro dos limites da pesquisa da fauna e flora.

IV.

Dimensão pedagógica: visa melhorar o ensino nas instituições de ensino.

V.

Dimensões biológicas ou bioética especial: é a área da bioética que cuida de protocolos como engenharia genética, transplante de órgãos, eutanásia, entre outros.

O avanço tecnológico na área biomédica tem realizado procedimentos estéticos cada vez mais importantes e complexos, assim, a bioética vem para estudar os diversos problemas éticos que ocorrem no nosso dia a dia. A Estética é um ramo da Filosofia que trata a beleza e que define as melhores técnicas para promover à saúde e o bem estar das pessoas. Quando pela primeira vez se tentou ligar os conhecimentos da ética, o problema que surgiu foi justamente o da determinação necessária, isto é, a dificuldade de estabelecer parâmetros de necessidade para as ações e, principalmente, para os critérios pelos quais conferimos as ações profissionais aos nossos pacientes. Entretanto, é possível estabelecer condições gerais e necessárias que determinam o verdadeiro valor ético dentro das profissões. Aristóteles pensava que não, pois aquele que se julga esteticamente correto, na verdade, para Aristóteles, não o faz por merecer. Mas, aquele que age moralmente e desenvolve a ética como princípios de sua profissão, realça sua fidelidade para consigo mesmo e para com todos em uma sociedade altamente competitiva.


Dentro da filosofia bioética, dizer que as ações humanas são relativas é o mesmo que compará-las a um absoluto que as transcende. Este absoluto nunca se fará presente no universo das ações humanas, de maneira direta, mas constituirá sempre uma referência, pois agir bem significa realizar o bem no plano da Bioética. A extraordinária dificuldade que a Ética tem que superar é o reconhecimento das mediações que se interpõem entre o bem absoluto (=sabedoria) e as ações particulares e contingentes do ser humano para com seus pacientes. Porém, nesta mediação está contido e bem delimitado o DISCERNIMENTO, que é a distinção entre o bem e o mal sem qualquer regra teórica de identificação, onde chamamos de caráter pessoal. As ações humanas dentro da bioética acontecem sempre numa confluência complexa de circunstâncias, no meio das quais é preciso discernir o modo correto de agir, sendo sábio aquele que possui este discernimento “do agir correto” em sua vida pessoal e profissional, para mais tarde atuar de forma PROFISSIONAL com seus pacientes.

MEDICINA E BIOMEDICINA ESTÉTICA

O texto abaixo foi resumido a partir do artigo: Estética e Bioética de João Batista Blessmann Weber (2011) Link do artigo na íntegra: http://www.amrigs.org.br/revista/55-03/0000045956-Revista_AMRIGS_3_bioetica.pdf

A Biomedicina estética tem vivenciado um aumento constante na busca por procedimentos com finalidades estéticas, assim, várias técnicas e novos produtos com esta finalidade têm surgido no mercado, assim como clínicas de Medicina e de Biomedicina Estética. Entretanto, o Conselho Federal de Medicina e o Conselho


Federal de Odontologia não reconhecem a Medicina Estética e a Odontologia Estética nem como especialidade, nem como área de atuação. Existem procedimentos médicos e odontológicos com finalidades estéticas dentro das diversas especialidades. Portanto, a Biomedicina Estética está em vantagem neste quesito, uma vez que o Conselho Federal de Biomedicina reconhece a especialidade gerando o respaldo necessário à classe. Entretanto, ainda há necessidade de melhorar e aperfeiçoar a relação do Conselho com essa recente especialidade. “As Banhistas” – Pierre August Renoir (1887) Porque, cada vez mais, os pacientes estão procurando procedimentos que visam melhorar, ou mesmo alterar, sua estética? É claro que todo ser humano tem alguma preocupação com sua estética pessoal. Todos querem ter uma aparência agradável e uma boa saúde. Mas será que esta busca por procedimentos estéticos visa sempre uma melhora de saúde para o paciente? Qual o limite entre a saúde e doença na busca por uma perfeição muitas vezes inatingível?

Vale a pena ler o artigo em sua íntegra no link acima.


Ética xTecnoética Nesta abordagem, Casals diz que a ética para uma era tecnológica significa “atingir o equilíbrio entre o extremo poder da tecnologia e a consciência de cada um, bem como da sociedade em seu conjunto”, ou seja, os avanços tecnológicos nos remetem sempre à responsabilidade individual, bem como ao questionamento ético dos envolvidos no debate – profissional x paciente, especialmente formular de forma ética e coesa esses questionamentos para atingir a sabedoria em benefício do ser humano e de sua eficácia para outros estudos e novas tecnologias Estéticas. Para Aristóteles, o centro da ética era focado na felicidade chamado de eudaimonia, ou seja, um estado de autonomia vivido em termos pessoal e social na autorealização do cidadão em sua dimensão pessoal e social, portanto, Aristóteles definiu que a ética é o campo para as ações éticas de cada indivíduo, pois o fim de toda a ação humana está baseado na felicidade, assim, o principal papel da ética é averiguar como se chega a esse fim chamado “felicidade”, ou “satisfação pessoal”. Para muitos dos pensadores que se dedicam ao estudo da ética, a grande problemática da ética ocorre na relação entre ciência, tecnologia e a própria ética, em decorrência do tipo de civilização que se constitui a nossa modernidade, ou seja, uma civilização determinada pela racionalidade própria às ciências modernas e tecnológicas. Mário Bunge é um dos poucos autores que apresenta uma definição para Tecnoética – a qual é o ramo da ética que investiga os problemas morais levantados pela nossa tecnologia.

Link para o artigo em sua íntegra:

http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro2/GT/GT09/mario_alencastro.pdf


Ética e Estética como processos de formação de valores

O texto abaixo foi modificado do artigo de Marcos Cordioli (2005) e, está na sua íntegra no link: https://cordiolli.files.wordpress.com/2009/07/cordiolli_fh005_etica_estetica.pdf

Uma vida em sociedade promoveu a realização de regras, costumes, culturas e tecnologias próprias em nossa sociedade, assim, cada indivíduo coloca-se perante a si mesmo e/ou a um grupo de pessoas, valores e padrões de condutas próprios que denominamos de Ética, além disso, fazem um julgamento do que é belo que podemos definir como estética. Assim, podemos definir Moral e ética: a) MORAL – como sendo um conjunto de regras que regulam o modo de agir das pessoas, assim, a conduta humana é definida dentro da moral como sendo, o respeito, a virtude, a bondade, a honestidade, etc. b) Ética – conjunto de valores e padrões de conduta de uma pessoa perante uma sociedade. A ética e a moral são temas relacionados, mas apresentam diferenças, enquanto a moral está relacionada a obediência das normas e dos costumes do ser humano, a ética busca uma fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver entre as pessoas que nos circundam.


Em exemplo de bioética no dia a dia: Link para a leitura do artigo em sua íntegra: file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus %20documentos/Downloads/TESE_FINAL_HELIO_JR.pdf

Nas últimas décadas houve uma mudança cultural na imagem masculina e no seu cuidado. Neste contexto, surge a Vigorexia, uma doença na qual a pessoa se torna obcecada com a ideia que seus músculos não são grandes suficientes. A busca pela perfeição traz consigo um mal-estar ou deterioração clínica na vida cotidiana. Estas pessoas praticam várias horas de academia e dão uma excessiva atenção à dieta para alcançar o objetivo, abandonando atividades sociais ou ocupacionais pela necessidade compulsiva de manter seu horário de treinamento e sua dieta. Esta doença ainda não consta na Classificação Internacional das Doenças da OMS, pois alguns autores consideram-na como um subtipo do TDC. Os avanços tecnológicos têm propiciado o desenvolvimento de equipamentos progressivamente mais desenvolvidos que têm trazido grandes benefícios para os pacientes. Frequentemente, este avanço traz consigo questões éticas. Qualquer tecnologia radicalmente inovadora deverá ser considerada investigativa e, desta forma, ser submetida ao processo previsto nas normas éticas brasileiras de pesquisa em seres humanos, comprovando sua segurança e utilidade.


Deixo uma sugestão para leitura complementar nos links abaixo para cada profissão atuando na Estética.

Código de ética da profissão do Biomédico http://www.cfbiomedicina.org.br/documentos/codigodeetica.pdf

O código de ética para profissão do Farmacêutico http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/596.pdf

O código de ética de Odontologia: http://cfo.org.br/wp-content/uploads/2009/09/codigo_etica.pdf

O código de ética de Fisioterapia: http://www.coffito.org.br/site/index.php/fisioterapia/codigo-de-etica.html

O código de ética de Enfermagem: http://www.coren-ro.org.br/codigo-de-etica


O link abaixo fala sobre a DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS. file:///C:/Users/gabrielavs/Downloads/Declara%C3%A7%C3%A3o%20universal %20sobre%20bio%C3%A9tica%20e%20direitos%20humanos.pdf Vale a pena fazer uma leitura deste link.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Clotet J, Feijó A. Bioética: uma visão panorâmica. In: Clotet J, Feijó A, Gerhardt de Oliveira M. Bioética: uma visão panorâmica, 1ª ed. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2011, 9 – 20. 2. Clotet J. Por que Bioética? In: Clotet J. Bioética: uma aproximação. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2003, 14 – 26. 3. Beauchamp TL, Childress JF. Principles of biomedical ethics, 3ª ed. New York: Oxford; 1989. 4. Loch JA. Modelos de análise de casos em Bioética Clínica. In: Clotet J, Feijó A, Gerhardt de Oliveira M. Bioética: uma visão panorâmica, 1ª ed. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2011, 9 – 20. 5. Veatch RM. Models for ethical medicine in a revolutionary age. Hastings Cent Rep. 1972; 2 (3): 5 – 7. 6. Emanuel E, Emanuel L. Four models of the physician-pacient relationship. JAMA. 1992; 267 (16): 2221 – 2226. 7. Organização Mundial da Saúde (OMS): Classificação Internacional das Doenças Edição 10 (CID 10). Disponível em: http://www.datasus.gov.br. 8. Bessa GR, Cruz C, Garbin GC, Valiatti BB, Weber MB. Prevalência de transtorno dismórfico corporal e sintomas de depressão e ansiedade em um ambulatório de dermatologia clínica e cirúrgica. In: Reunião anual de dermatólogos latinoamericanos, 28, 2010, Buenos Aires. Anais... Buenos Aires: RADLA, 2010, n. 0604. 9. Behar R, Molinari D. Dismorfia muscular, imagem corporal y conductas alimentarias em dos poblaciones masculinas. Ver Med Chile. 2010; 138: 1386 – 1394.


10. Francesconi CF, Goldin JR. Bioética clínica. In: Clotet J, Feijó A, Gerhardt de Oliveira M. Bioética: uma visão panorâmica, 1ª ed. Porto Alegre: EDIPUCRS; 2011, 9 – 20. 11. Conselho Federal de Medicina: Resolução CFM Nº 1931/2009. Disponível em http://portal.cfm.org.br. 12. Conselho Federal de Biomedicina: Resolução do C.F.B.M. – Nº 0002/1984. Disponível em http://www.cfbiomedicina.org.br. 13. Weber JBB. Estética e Bioética. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 2011: 55 (3), 302 – 305.


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