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apresenta :
esquadrinhando Quadrinhos
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ao LEItor Há quase 75 anos nascia nos Estados Unidos a New York Company, mas tarde tão conhecida por nós como DC Comics, a editora que criou o conceito de herois como Superman e Batman se tornou uma gigante do entretenimento e hoje é referência quando se fala em boas histórias e ótimos personagens. Falar um pouco sobre as melhores aventuras de alguns dos grandes personagens da DC é mais um projeto da Revista Nerdofobia e tenta explicar de maneira rápida o que representa cada saga para a nona arte e como algumas delas modificaram a própria maneira de se ler quadrinhos, influenciando até mesmo a criação de novos selos voltados para o mercado adulto e desmistificando a lenda de que quadrinho é coisa de criança. Para abrirmos essa compilação que tentará ser semanal, vamos começar com Batman e suas cinco grandes sagas, na nossa humilde opinião, não tinhamos como começar com outro personagem, uma vez que a própria ideia dessa seção partiu de um quadrinho lido por este que vos fala a muito tempo, mas que marcou a minha juventude e formou meu caráter. Esperamos que essa rápida introdução a grandes histórias dos personagens DC possam ser a porta de abertura para que você possa ler esses materiais indispensáveis para quem se diz fâ de quadrinhos, ou pelo menos, quer se tornar um.
Jefferson Lobo
Batman
O heroi mais soturno e sombrio da história dos quadrinhos foi criado em 1939 por Bob Kane e Bill Finger estreando em Detetive Comics 27. De lá pra cá, já se reinventou inúmeras vezes e se tornou um dos maiores ícones da cultura pop mundial. Sendo um dos poucos heróis que não tem poderes além da inteligência e treinamento, o cruzado encapuzado é emblemático em si mesmo e na mão de bons escritores se torna uma arma de reflexão , aprofundando sua leitura em algo que pode ser realmente considerado a nona arte. Começando a sequência da série esquadrinhando quadrinhos da DC não podiamos deixar de falar de talvez a melhor revista já publicada do heroi.
O CAVALEIRO DAS TREVAS
Anárquico e Brutal! Essas são as palavras para definir o retorno do morcego a ação. Cinquentão e sombrio, ele ressurge e marca a história dos quadrinhos como um divisor de águas para personagens psicologicamente abalados e profundos.
C
onsiderada como a melhor história do Batman em todos os tempos, a hq escrita e desenhada por Frank Miller redefiniu a forma de ver o cruzado de Gotham e a própria forma de se fazer quadrinhos.
Em um universo paralelo e não canone ( apesar de para alguns essa ser a história definitiva do personagem) os superheróis foram proibidos de lutar contra o crime pelo governo dos Estados Unidos. Nesse universo Batman se encontra aposentado, depois da provável morte do segundo robin, Jason Todd, e leva uma vida mais ou menos pacata para um bilionário anarquista e excêntrico. Como o mundo vive em plena guerra fria e com medo de uma guerra nuclear entre USA e URSS, ele começa a ter brechas para voltar a combater o crime em Gotham de maneira discreta, sem causar muito alarde. Mas como ele já é coroa (55 anos) liga um fodase e parte para uma verdadeira revolução social e para o conceito de ser um vigilante encapuzado do crime.
Um dos pontos marcantes do
quadrinho é o temperamento e a violência que o personagem emprega para resolver seus embates com os criminosos. O seu retorno violento e sangrento desperta velhos inimigos (Coringa) e amigos (Superman) para suas ações, além de colocar em cheque a autoridade de gente graúda como o próprio presidente dos Estados Unidos,muito semelhante na sua aparência a Ronald Reagan, o que mais para frente se mostra o desencadeador de um dos maiores embates já visto nos quadrinhos. Temos que falar que o contexto em que Frank Miller reconstruiu o mito do Batman beira a anarquia. Seu morcego é sorrateiro, soturno, muito porradeiro e em alguns casos escolhe o jeito mais doloroso de imobilizar ou incapacitar seus oponentes, fora que seu discurso é revolucionário e contra a ordem vigente. Um dos pontos mais legais da hq são a forma como Frank coloca os pensamentos do Batman (ranzinza, velho e ainda idealista) nas mais diversas situações, fazendo com que
seu raciocinio desenvolva a própria narrativa e mostre seu ponto de vista dos fatos. Também a maneira como ele faz os noticiários serem marcadores de tempo e de desenrolar de ações pelo mundo. A mitologia do heroi é aprofundada como se o tempo tivesse sido cruel com ele e de fato foi. Suas relações com antigos inimigos, em especial o Coringa são cheios de rancor e sofrimento. Destaque para as aparições do Duas-Caras, da Mulher-Gato e o Arqueiro Verde que teve seu braço arrancado pelo superman. Enfim, a própria amizade cordial com o azulão é muito bem explorada uma vez que o kryptoniano virou uma espécie de baba-ovo especial do governo americano, sendo o único superherói que age debaixo dos panos para defender o estilo americano de vida. Ou seja, o Batman é uma pedra no sapato do governo e do próprio super que em uma conversa revela que respeita o velho Bruce, mas não vai deixar ele destruir a pseudo paz alcançada a duras penas por ele. Só isso já seria motivo suficiente para ler e reler várias vezes o quadrinho, mas ainda temos a visão de Frank no desenvolvimento paternal de Bruce e sua nova robin, Carrie Kel-
ley, uma adolescente de 13 anos de idade que ajuda o quase sessentão a redescobrir suas forças e lutar contra o crime. Não esquecendo de antes do fim ter de derrotar o líder mutante das gangues de Gotham, ter um confronto animal e derradeiro com o Coringa, e literalmente chutar a cara do superman em uma das cenas mais icônicas de todos os quadrinhos até hoje. Depois de seu enorme sucesso, O Cavaleiro das Trevas se tornou uma referência de boa história e provou que os herois poderiam protagonizar tematicas mais adultas e que fazem o leitor refletir. Se você não leu ainda esse marco dos quadrinhos mundiais você não tem vergonha e se já leu indique para sua namorada(o), amigos, pai, mãe, tia, seu cachorro... A única coisa para dizer e que resume o sentimento sobre O Cavaleiro das Trevas é a seguinte: Épica!
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