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Riscos cibernéticos: de emergentes a emergência

De emergentes a emergência

Desde o início do século, os padrões e barómetros de risco têm colocado os riscos cibernéticos no topo dos que apresentam maior potencial de crescimento e, simultaneamente, de dano às Organizações.

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Ana Duarte

Diretora UN Lisboa da F. REGO

Face aos condicionamentos decorrentes da pandemia, o ritmo da digitalização da economia foi tremendamente acelerado, exponenciando em superior proporção a exposição aos riscos cibernéticos. Esta transição acelerada e impreparada, com deficientes infraestruturas tecnológicas de suporte e insuficientes mecanismos de proteção de dados, resultou na permeabilidade da esmagadora maioria das organizações a intrusões virtuais.

O cenário torna-se ainda mais preocupante quando percebemos que este processo levou igualmente as empresas a tornarem-se mais dependentes dos sistemas informáticos para as suas operações, consequentemente aumentando a letalidade dos impactos de uma eventual anomalia.

É neste quadro que Portugal tem experienciado, nas últimas semanas, um volume de ataques sem precedentes, quer em número, quer em impacto, afetando algumas das maiores e mais relevantes organizações do país. Invasões que comprovam o crescente profissionalismo e eficácia destes grupos criminosos e a enorme dificuldade de resposta ao assalto, bem como as ramificações que atingem clientes, fornecedores e parceiros.

Este crescimento é confirma do pelos dados disponíveis. Depois de um aumento de 79%, em 2020, o número de ataques cibernéticos a empresas portuguesas duplicou, no ano de 2021. Portugal está entre os 30 países com maior número de ciberataques registados, o que se revela particularmente alarmante quando constatamos que apenas 1% das organizações nacionais está protegida por seguros contra estas ameaças.

O setor segurador tem sido ágil no desenvolvimento de soluções de seguro cibernético altamente abrangentes e completas, mas igualmente de célere ativação e aplicação, respondendo aos constrangimentos de tempo impostos por este tipo de ameaças. Este género de coberturas afigura-se como essencial para a capacitação, quer financeira, quer de know-how, das empresas para uma réplica eficaz e contundente aos múltiplos impactos destes ataques.

Estas apólices podem incluir a cobertura das perdas de lucro líquido, as despesas inerentes à contratação de investigadores, auditores jurídicos, peritos e negociadores, o trabalho de advogados e consultores de relações públicas, a remoção dos dados de ameaça e os custos de defesa de multas e sanções.

Embora com múltiplas configurações, especificidades técnicas e variações de alcance, os impactos financeiros de um ataque cibernético são muitíssimo avultados, configurando uma despesa obrigatória, imediata e de cálculo arriscado. Sem prejuízo da indispensabilidade do investimento numa infraestrutura informática altamente profissionalizada e com rigorosos mecanismos de segurança e proteção, é fundamental que as organizações disponham da capacidade financeira para responderem, com a prontidão e assertividade necessárias, a um eventual ataque.

Em plena era digital, em que os ciberataques se posicionam como uma das mais letais armas contra Estados, empresas e sociedade, a proteção das Organizações perante os mesmos afigura-se não só como uma prioridade, mas igualmente como uma emergência. A prevenção é, neste caso, a chave – através de uma dupla proteção de risco, assente na infraestrutura informática e na cobertura seguradora. 

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