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NERSANT organiza Roadshow para promover as oportunidades de negócio no Ribatejo junto de potenciais investidores do Uruguai

A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém está a promover o potencial económico do Ribatejo no mercado do Uruguai, com a realização nos dias 8 e 9 de setembro, de um roadshow online durante o qual foram apresentadas perante diversas entidades locais, as oportunidades de negócio e investimento na região.

Oprimeiro webinar no dia 8 de setembro, foi dedicado ao setor alimentar, e o segundo webinar, no dia 9, abordou o setor da construção no Ribatejo, e contou com a participação de Jorge Salvador, especialista sobre o setor da construção do AICEP, agência de investimento portuguesa, de Diego O’Neill, presidente da Câmara de Construção do Uruguai e empresas convidadas. A sessão de encerramento contou com as intervenções do Embaixador do Uruguai em Portugal, Álvaro Malmierca, e do presidente da NERSANT Domingos Chambel.

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OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO NO RIBATEJO PARA OS INVESTIDORES DO URUGUAI

A sessão de abertura contou com as intervenções do Embaixador de Portugal em Montevideu, João Pedro Antunes, e do presidente da direção da Nersant, Domingos Chambel.

O presidente da NERSANT fez uma apresentação da Associação Empresarial da Região de Santarém e das potencialidades do Ribatejo. Referiu que as relações históricas entre Portugal e o Uruguai, remontando a 1877 o primeiro protocolo para o comércio de vinhos portugueses no Uruguai. Salientou que o Ribatejo é uma região de oportunidades para os investidores uruguaios, oferecendo uma excelente localização geográfi ca central, servida de 4 importantes autoestradas e duas linhas ferroviárias, e parques industriais com preços simbólicos e várias infraestruturas de apoio à atividade empresarial. Sublinhou a existência de instituições de ensino superior, com destaque para os politécnicos de Tomar e Santarém, e vários centros de investigação e transferência de conhecimento, destacando o Agrocluster do Ribatejo, o Tagusvalley em Abrantes, o Ecoparque do Relvão, grande centro de tratamento de resíduos industriais e de indústrias na área do ambiente e a plataforma logística do terminal multimodal do Vale do Tejo. Referiu a importância do trabalho da Nersant, que oferece dois centros de incubação de empresas em Santarém e Ourém, para o apoio à criação, instalação e desenvolvimento de empresas. Um apoio que pode ser determinante para os potenciais investidores uruguaios que venham a estabelecer parcerias de negócios em Portugal. “A NERSANT está disponível para acolher os potenciais investidores uruguaios e dar-lhes todo o apoio que necessitem para desenvolver os seus negócios”, concluiu o presidente da NERSANT.

Por seu lado, o Embaixador de Portugal em Montevideu, João Pedro Antunes, falou da tendência de crescimento das exportações de Portugal que se verifi cava desde 2009 e que a pandemia veio travar em 2019. Ainda assim, os primeiros 6 meses de 2021 registam uma recuperação. Refere que o Governo estabeleceu como meta ambiciosa que as exportações portuguesas venham a representar 60% do PIB. Salienta a existência de um conjunto de apoios às empresas portuguesas para que exportem os seus produtos para novos mercados externos. Nesse sentido, salienta que há boas oportunidades de negócio para as empresas portuguesas no Uruguai e também para os investidores uruguaios no Ribatejo.

MESA REDONDA SOBRE SETOR AGROALIMENTAR

Seguiu-se uma mesa-redonda sobre o setor alimentar, com as intervenções de Iara Martins, especialista na área da alimentação e bebidas da AICEP, agência de investimento portuguesa, e de Ana Laura Fernández e de Facundo Bentancor, representantes da Câmara de Comércio e Serviços do Uruguai.

Iara Martins apresentou uma caraterização do setor agroalimentar português. Vinho, azeite, produtos de pastelaria, frutas, conservas de peixes, peixe e tomate concentrado são os principais produtos das exportações do setor. A fi leira agroalimentar é estratégica para a economia portuguesa e tem vindo a registar um crescimento constante e exponencial, com produtos marcadamente portugueses e dirigidos a hábitos alimentares saudáveis e com reconhecida segurança alimentar.

Salienta que o setor é competitivo, marcado pela inovação e pela qualidade, com “um futuro verde e risonho”.

Diversificar mercados, aumentar a notoriedade dos produtos portugueses, através da organização de ações de promoção internacionais são algumas das prioridades apontadas pela especialista da AICEP.

Quanto às tendências para o futuro no mundo, aponta para a necessidade produtos novos, únicos e inovadores, para a redução de desperdício, peal resposta à procura de produtos mais verdes, alternativas saudáveis ao sal e açúcar, produtos mais apelativos, que respondam à procura dos consumidores por experiências diferentes, por petiscos saudáveis, por refeições prontas e saudáveis, com boa relação qualidade preço. As questões do bem-estar animal, da eliminação de ingredientes indesejáveis e do eco design são igualmente a considerar com tendências de futuro no setor alimentar.

URUGUAI REPRESENTA GRANDE POTENCIAL DE NEGÓCIOS PARA O SETOR AGRO-ALIMENTAR DO RIBATEJO

Ana Laura Fernández e Facundo Bentancor, representantes da Câmara de Comércio e Serviços do Uruguai, apresentaram uma panorâmica geral do comércio externo do Uruguai. Os principais destinos das exportações uruguaias são a Ásia e o Médio Oriente (China, India e Israel) que recebem 32% das exportações, com destaque para a carne de bovino, soja e celulose. Seguem-se os países vizinhos da América do Sul, Brasil, Argentina e Paraguai, que compram 22% das exportações uruguaias, principalmente plásticos, produtos lácteos e malte. A Europa recebe 18% das exportações uruguaias, sobretudo celulose, carne e arroz, que vão para os Países Baixos, Itália e Turquia. A América do Norte, EUA, Canadá e México, recebem 11% das exportações, principalmente carne de bovino, concentrado de bebidas e madeira. A África recebe apenas 6% das exportações, sobretudo soja, produtos lácteos e pescados.

O Uruguai produz atualmente alimentos para 30 milhões de pessoas, mas tem capacidade para 50 milhões, sendo a carne de bovino, os produtos lácteos, o arroz e o mel as principais produções do país.

Quanto a importações, o Brasil representa 23% sendo o principal mercado fornecedor, seguindo-se a China e a Argentina. O Uruguai importa sobretudo carne e derivados (25%), gorduras e óleos animais e vegetais (10,4%), preparados de hortaliças e frutas (8%), preparados alimentares (7,4%), café, especiarias e erva mate (7,1%), preparados à base de cereais, farinha, amido, fécula ou leite (6,6%), açúcar e artigos de confeitaria (5,8%).

As exportações uruguaias para Portugal atingiram um máximo histórico em 2019 com 120 milhões de dólares, tendo caído em 2020 para 44 milhões. Exporta sobretudo madeira para a indústria de papel, que representa 47% das exportações para Portugal, couro de bovino (8%), couros naturais para bancos de automóvel (7%), limões (6%), carne de bovino congelada (6%) e fresca (5%).

Já as importações uruguaias de produtos portugueses atingiram um máximo de 16,8 milhões em 2018, tendo caído em 2019 para 11,9 milhões de dólares. Os principais produtos portugueses importados pelo Uruguai são os moldes para matéria mineral (18% das importações de Portugal), o leite em pó (10%), arame de ferro e aço (9%), e rolhas de cortiça (5%).

Os dois especialistas da Câmara de Comércio e Serviços do Uruguai apresentaram ainda um estudo sobre os alimentos e bebidas que Portugal exporta e o Uruguai adquire desde diversos países de origem: Azeite (Espanha, Itália e Argentina), Frutas (Chile, Itália, Grécia, Argentina e Espanha), produtos de Padaria, Bolachas (Chile, México, Espanha e França), Vinho (Argentina, Chile, França e Espanha), Pasta Concentrada de Tomate (Itália, Espanha e América do Sul), Cerveja de Malte (Brasil, Argentina, México, Espanha e Alemanha). Da lista fazem parte também citrinos frescos, maçãs e peras, açúcar de cana, leite e natas concentradas, em pó, polvo congelado, bolachas, vinhos fi nos de mesa, morangos e framboesas.

Os dois técnicos explicaram resumidamente quais os organismos intervenientes e as exigências para a importação de alimentos para o Uruguai, serviço em que a Câmara de comércio e Serviços pode apoiar.

NERSANT E AGROCLUSTER RIBATEJO PODEM APOIAR INVESTIDORES

José Coimeiro, presidente executivo da empresa Cabena e membro da direção da NERSANT, fez uma apresentação do que é o Ribatejo e das suas principais oportunidades para os potenciais investidores uruguaios. “A Nersant pode ajudar as empresas uruguaias na sua instalação em Portugal, facilitando muito o processo e permitindo-lhes assim penetrar no mercado europeu, salientou José Coimeiro.

Por último, Carlos Lopes de Sousa, presidente da direção do Agrocluster Ribatejo, salientou a qualidade da produção agro-alimentar do Ribatejo, como elo de ligação com o Uruguai. Referiu a excelência de produtos como a pasta de tomate, o azeite e os vinhos do Ribatejo. “O Agrocluster do ribatejo está disponível para apoiar o esforço de internacionalização das empreas, em colaboração com a NERSANT”, concluiu o presidente do Agrocluster do Ribatejo. 

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