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MEDWAY vai desenvolver vagões inteligentes para transporte de mercadorias

Projeto “Smart Wagons” é uma das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial

vai desenvolver vagões inteligentes para transporte de mercadorias

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A MEDWAY, através de um consórcio formado por 10 entidades, vai desenvolver uma estratégia para recuperar a indústria ferroviária de fabrico de vagões em Portugal, com o intuito de devolver capacidade produtiva ao país, com a criação de vagões inteligentes para mercadorias – “Smart Wagons”.

Fazem parte deste con sórcio cinco empresas (MEDWAY Maintenance & Repair, MEDWAY Terminals, MEDWAY Operador Ferroviário de Mercadorias, Nomad Tech e EVOLEO Technologies), quatro ENESIIs (Entidades Não Empresariais do Sistema de Investigação e Inovação – Instituto Superior Técnico, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e ISQ) e o cluster para a competitividade, a Plataforma Ferroviária Portuguesa, capaz de produzir um produto de elevado valor acrescentado, com a incorporação de tecnologia, conhecimento técnico-científico e produção industrial, cobrindo todo o ciclo de vida do vagão.

Bruno Silva, Diretor Geral da MEDWAY destaca que “este consórcio, do qual a MEDWAY faz parte, pretende transformar o perfil português, potenciando a capacidade produtiva de vagões para mercadorias e de sistemas de sensorização, bem como a implementação de metodologias de manutenção preditiva, reduzindo desperdício e aumentando a disponibilidade deste ativo. Além do impacto no perfil de especialização da economia portuguesa, este investimento também permitirá recuperar a indústria ferroviária de Portugal e inverter a balança comercial do país, substituin-

O projeto “SmartWagons” vai permitir a criação de 65 postos de trabalho diretos, na região do Médio Tejo, colmatando o recente desafio de gerar novos postos de trabalho em compensação pelo encerramento da Central Termoelétrica do Pego.

do importações por exportações.” O desenvolvimento dos “smart wagons” terá ainda um impacto significativo na redução das emissões carbónicas, diminuindo em 55% as emissões de CO2 durante o processo produtivo, uma vez que, além de uma manutenção mais eficiente, a produção recorrerá a energias renováveis e irá incorporar materiais reciclados.

Paulo Duarte, Diretor Executivo da

Foto: Rodrigo Antunes - Lusa

Plataforma Ferroviária Portuguesa refere que “é uma oportunidade irrecusável para demonstrar a nossa capacidade produtiva industrial, aliada às tecnologias inovadoras e de alto valor acrescentado e diferenciadoras no mercado ferroviário, mostrando os resultados que é possível efetuar, num trabalho de equipa e de valorização nacional, a partir do Cluster Ferroviário”.

Este investimento vai permitir a criação de 65 postos de trabalho diretos, na região do Médio Tejo, colmatando o recente desafio de gerar novos postos de trabalho em compensação pelo encerramento da Central Termoelétrica do Pego.

O projeto “Smart Wagons” foi uma das 18 novas Agendas Mobilizadoras contratualizadas com o Estado português, no âmbito do PRR. O projeto foi apresentado pelo Diretor Geral da MEDWAY, Bruno Silva, no dia 17 de setembro, em Lisboa, no evento Agendas Mobilizadoras e Agendas Verdes para a Inovação Empresarial, onde foram assinados estes 18 novos contratos, “que irão gerar 9077 postos de trabalho, dos quais 6230 altamente qualificados, com um investimento associado de 1,3 mil milhões de euros em áreas tão diversas como saúde, automóvel aeronáutica e espaço, economia do mar ou fabricação aditiva, entre outras”.

“Este programa é um verdadeiro trampolim para a transformação da economia portuguesa. Hoje foram assinados 18 novos contratos que, somados aos 13 já em marcha, envolvem 756 empresas e 86 entidades do sistema científico”, disse o Primeiro Ministro António Costa, que presidiu à assinatura do novo lote de contratos, acompanhado pelo Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e pelo Secretário de Estado da Economia, João Neves.

AS AGENDAS MOBILIZADORAS

“O que estas agendas permitem é que em cada uma destas novas atividades acrescentemos valor onde não tínhamos valor, e nas atividades que já desenvolvíamos, acrescentemos valor ao valor que já produzimos. E é isso que nos permite aproximarmo-nos dos países mais desenvolvidos”, disse o Primeiro-Ministro, acrescentando que “se queremos ter “Através de um convergência com a União Europeia, no peso dos salários consórcio, a MEDWAY vai desenvolver e na riqueza nacio- uma estratégia para nal e termos mais recuperar a indústria e melhor emprego, temos de ter empreferroviária de fabrico sas com produtos e de vagões em Portugal, serviços de maior com o intuito de valor acrescentado, porque só assim é devolver capacidade que o emprego é produtiva ao país, com sustentável e o a criação de vagões aumento dos salá rios é também pos inteligentes.” sível”.

António Costa prosseguiu, referindo que “se queremos que isto tudo aconteça numa trajetória onde o Estado vá saneando as suas finanças públicas e onde cheguemos ao final da legislatura com o peso da dívida do produto abaixo dos 100%, temos mesmo de fazer crescer a nossa economia com base naquilo que é fundamental: o investimento no tecido empresarial, o investimento privado para o qual o Estado pode e deve ajudar a alavancar, mas em que o core desse desenvolvimento tem de ser feito pelo setor privado”. No seu discurso, o Primeiro Ministro explicou que o fulcro das agendas mobilizadoras “é precisamente termos criado condições para que fosse essencial a criação de consórcios que, em primeiro lugar, dão escala e ajudam a resolver um dos problemas que temos no nosso tecido empresarial. Aqui temos centenas de empresas, grandes, pequenas e médias empresas que se associaram”. Em segundo lugar, António Costa realçou a importância de pôr definitivamente a trabalhar em conjunto o tecido empresarial com as instituições do sistema científico e tecnológico. “Neste aspeto, o programa tem sido um sucesso. A dotação inicial eram 930 milhões de euros, a dotação final são 3 mil milhões de euros. Tivemos que mais do que triplicar a dotação para dar resposta à enorme mobilização que o tecido empresarial e o sistema científico tiveram para nos apresentarem um conjunto de projetos que significam um investimento de mais de 7 mil milhões de euros na economia portuguesa, entre 2022 e 2026”. “E mais importante do que este investimento, é o efeito reprodutivo que este investimento vai ter, porque vai ser feito para que as novas fábricas, equipamentos, produtos e serviços existam, mas depois de existirem é que efetivamente a economia vai crescer mais porque significa que vamos ter bens e serviços de maior valor acrescentado”, concluiu o Primeiro-Ministro. Com as 18 novas agendas contratualizadas, ficam a faltar cerca de 20 projetos. Todos os investimentos previstos das agendas mobilizadoras têm de estar concluídos e com resultados concretizados até ao final de 2025. De referir que a MEDWAY é uma empresa que oferece serviços logísticos multimodais e integrados. Dispõe de um terminal situado em Riachos e Entroncamento. 

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