Catolicismo, 1997, números 553 a 564

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Nesta Ed i çao C. Caráter sacra/ da civilização católica Está implícito que uma tal ordem de coisas é fundamentalmente sacra!, e que ela importa no reconhecimento de todos os poderes da Santa Igreja, e particularmente do Sumo Pontífice: poder direto sobre as coisas espirituais, poder indireto sobre as coisas temporais , enquanto dizem respeito à salvação das almas. Realmente, o fim da sociedade e do Estado é a vida virtuosa em co111um. Ora, as virtudes que o homem é chamado a praticar são as virtudes cristãs, e destas a primeira é o amor de Deus . A sociedade e o Estado têm, pois, um fim sacra! 1• Por certo é à Igreja que pertencem os meios próprios para promover a salvação das almas. Mas a sociedade e o Estado têm meios instrumentais para o mesmo fim, isto é, meios que, movidos por um agente mais alto, produzem efeito superior a si mesmos.

eles 2 • E, por este motivo, um povo que não professe a verdadeira Reli g ião não pode duravelmente praticar todos os Mandamentos 3 . Nestas condições, e como sem o conhecimento e a observância da Lei de Deus não pode haver ordem cristã, a civilização e a cultura por excelência só são possíveis no grêmio da Santa Igreja. Com efeito, de acordo com o que disse São Pio X, a civilização "é tanto

mais verdadeira, mais durável, mais f ecunda em.frutos preciosos, quanto mais puramente cristã; tanto mais decadente, para grande desgraça da sociedade, quanto mais se subtrai à idéia cristã. Por isto, pela força intrínseca das coisas, a Igreja torna se também de.fato a guardiã e protetora da civilização cristã" 4 • E. A ilegitimidade por excelência Se nisto consistem a ordem e a legitimidade, facilmente se vê no que consiste a Revolução. Pois é o contrário dessa ordem. É a desordem e a ilegitimidade por excelência.

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Revolução e Contra-Rcvolw:,:ão

Entrevista Diretora dos

Cultura e Civilização católica

Meninos Cantores fala a Catolicismo

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4 A palavra do Diretor

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Verdades Esquecidas Vingança divina contra a impiedade

Página Mariana A Padroeira da Polônia

29 Escreve1n os leitores

7 A realidade concisamente Sem coletivismo, celeiro do mundo

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30 Vidas de Santos Zelo apostólico do primeiro mártir católico na China

A palavra cio sacerdote Casamento civil Confissão comunitária

10 Brasil real Brasil brasileiro

34 Santos e festas cio m.ês

36 S.O.S. Família Violações à Lei de Deus

Sermão do Beato Anchieta em 1568

38 Internacional

13 Destaque

Crimes do comunismo: 80 anos

Rock e drogas

D. Cultura e civilização por excelência

14 Nobreza e elites análogas

De todos estes dados é fácil inferir que a cultura e a civilização católica são a cultura por excelência e a civilização por excelência. É preciso acrescentar que não podem existir senão em povos católicos. Realmente, se bem que o homem possa conhecer os princípios da Lei Natural por sua própria razão, não pode um povo, sem o Magistério da Igreja, manter-se duravelmente no conhecimento de todos

No próximo número, reproduziremos os tópicos em que são analisados os valores metafisicos da Revolução: o orgulho e a sensualidade.

Os novos peregrinos de Lourdes

A excelência do espírito aristocrático

16 Capa

Notas: 1. Cfr. São Tormís, De Re11i111i11e Pri11cipu111 , 1, 14 e 15. 2. Cfr. Co11cf/io Va1icano /, sess. Ili , cap. 2 - D. 1786. 3. Cfr. Concílio de 7i·e1110, sess. Vl ,cap. 2 - D. 812. 4. Enc íc lica // Fermo Proposilo , ele 11/6/ 1905 , Bonne Presse, Paris, vo l. li , p. 92.

41 Discernindo

42 TFPs em ação Atuação contra Projetos condenáveis

Mártires da tirania sovi~tica

21 Atualidade Meninos Cantores de Viena: 5 séculos

44 Ambientes, Costun,es, Civilizações Nossa Senhora de Aachen

C AT O L IC IS MO

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A Padroeira da Polônia:

Nossa Senhora de Czestochowa

Amigo leitor, Em nossa primeira edição de 1998, temos o prazer de assegurar-lhe que tudo faremos para continuar merecendo sua acolhida que muito nos honra. Neste número Catolicismo publica como matéria de capa um tema de grande importância, embora pouco conhecido - ou mesmo desconhecido - do grande público: "Católicos martirizados na Rússia comunista". Quando se fala em mártir ou martírio, vem logo à nossa mente a imagem do Coliseu e da perseguição aos primeiros cristãos no Império Romano pagão. Ou então as figuras de valorosos missionários que enfrentaram o martírio mais recentemente em territórios pagãos, como, por exemplo, o Bem-aventurado Francisco Capillas, torturado e morto devido a ódio votado à Igreja católica na China, em pleno século XVII. O vulto extraordinário desse herói da Fé é focalizado na seção Vidas de Santos na presente edição. Entretanto, o que muitos talvez não saibam é que, em nosso século XX - cujo crepúsculo estamos assistindo-, legiões de pessoas deram sua vida por amor à Fé. E arrostaram muitas vezes nos Gulags soviéticos, ou em outros cárceres marxistas, torturas mais cruéis que as da Antigüidade pagã, pois elas foram requintadas mediante processos cientijframente inspirados sobretudo na psicologia moderna. Essa matéria, estou certo, será de grande valia e estímulo especialmente para aqueles que, não raro, são vítimas hoje de um outro tipo de perseguição: a do sarcasmo por parte daqueles que zombam de nossa santa Religião. Embora incruenta, ela é uma das piores perseguições de nossa época. Haja vista o grande número de pessoas que, tendo resistido a situações com grave risco da própria vida, estremecem diante do riso dos maus. Catolicismo oferece a presente edição, de modo particular, a todos os que sofrem qualquer tipo de perseguição por sua fidelidade à doutrina católica. Para estes nossos irmãos na fé é oportuno recordar a promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo ao fundar a Santa Igreja: "As portas do inferno não prevalecerão contra Ela" (Mt 16, 18). E igualmente lembrar uma das bemaventuranças do Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5, 10). Assim sendo, desejo que esta leitura ajude também a todos os caros leitores em suas dificuldades e provações do dia-a-dia.

Em seu santuário na Montanha Branca, Ela multiplica os milagres - 1300 devidamente autenticados -, expulsa os invasores protestantes e protege a Fé de seus filhos durante a dominação nazista e comunista Leonardo Prz b Correspondente Polônia

Cracóvia -

Em Jesus e Maria,

-?~7 Paulo Corrêa de Brito Filho DIRETOR

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Janeiro de 1998 ,

Preços da assinatura anual para o mês de JANEIRO de 1998: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

Existem aqui na Polônia 670 santuários dedicados à Virgem Maria, sendo que 288 de suas imagens são tidas por milagrosas. Entretanto, há um cujo nome ultrapassa o de todos os outros pelos portentos ali ocorridos: o de Czestochowa (pronuncia-se chestôcóva), em Jasna Gora (que significa Montanha Branca ou Montanha de Luz). A imagem, segundo piedosa tradição, teria sido pintada pelo Apóstolo São Lucas e as madeiras que a sustentam seriam as mesmas da mesa da Sagrada Família em Nazaré! De Jerusalém, teria sido conduzida a Constantinopla e posteriormente trazida até a Polônia. O fato concreto é que essa narração manifesta sobretudo a antigüidade da imagem. O Cônego Jan Dlugosz (sec. XV), em sua obra Libe r Beneficio rum, informa que o príncipe Wladyslaw Opolczyk, ao fundar o convento dos padres Paulinos em 1382, dedicado a Maria Santíssima, ofereceu-lhes o quadro da Mãe de Deus, que rapidamente conquistou o coração dos poloneses. Escreveu Dlugosz em 1430: "Aqui acorre o povo fiel da Polônia inteira e mesmo dos países vizinhos -

O milagroso ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, vendo-se em sua face direita as duas marcas do sacrílego atentado

Silésia, Morávia, Prússia e Hungria para as f estividades da Mãe de Deus, em vista dos surpreendentes milagres que, pela intercessão da Senhora e Medianeira Nossa, aqui se realizam". A imagem mede 1,22 m por 0,82 me é feita de três pranchas de tília cobertas por um tecido e este por leves camadas de gesso. É sobre este último que foi pintada a figura de Nossa Senhora, tendo em Seu braço o Menino Jesus. A Virgem Maria apresenta grande majestade e seus olhos parecem estar voltados mais para o observador postado diante dEla do que para Seu Divino Filho.

Seriedade da imagem e sacrílego atentado Ao contrário de tantas imagens da Virgem que manifestam bondade, doçura e até sorriso, a Madona Negra caracteriza-se por uma grande seriedade, que parece dar a entender que Ela comparti-

lha com os homens as tribulações próprias a este vale de lágrimas. O que mais chama a atenção na imagem são as cicatrizes que Ela traz em sua face direita. Com efeito, em 1430, sacrílegos ladrões organizaram um assalto contra o santuário. Roubaram o que puderam, assassinaram sacerdotes, queimaram a igreja. Não podendo levar o sagrado ícone, um dos profanadores desferiu dois golpes de sabre no rosto da imagem, cujas marcas permanecem até hoje. Registra a história que resultam inúteis as tentativas de cobrir as marcas do sabre que atingiram a santa face do ícone. Levado para a capital - Cracóvia o próprio rei Wladyslaw Jagielon assumiu os trabalhos de sua restauração, para o que contratou artistas da Rússia e, posteriormente, da corte dos Habsburgs, na Áustria. Como sinal de reparação pelo sacrilégio o rei fez coroar o ícone e o revestiu de um manto de prata. Foi então levado em solene procissão de volta a Czestochowa, acompanhado de grande multidão de fiéis. O sacrilégio concorreu para aumentar ainda mais a devoção a Nossa Senhora. A começar por Jagielon, todos os reis poloneses, com exceção do último, Estanislau Augusto Poniatowski (17321798), após sua coroação se dirigiam a Czestochowa para homenagear a rainha da Polônia e pedir sua proteção, oferecendo-lhe normalmente nessa ocasião valiosos presentes. Em 1656, o rei João Casimiro ofereceu a Nossa Senhora de Czestochowa todo seu reino com seus ducados, seus exércitos e seus povos.

Poucas centenas de católicos derrotam 3 mil protestantes Em Czestochowa, a Virgem Santíssima multiplicou os milagres: tem-se oregistro de 1.300 devidamente autenticados, realizados entre 1402 e 1948. ►

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No decorrer de suas tantas vezes dramática história, foi junto ao altar da Virgem de Czestochowa que os poloneses encontraram consolo nos revezes e alento na Juta pela defesa de sua fé . Em 1683, após haver passado por Czestochowa, o intrépido Rei polonês João Sobieski foi libertar Viena assediada pelos turcos muçulmanos e salvar assim a Cristandade. À sua volta, deixou no santuário da Padroeira de seu país muitos troféus conquistados ao inimigo.

Para resgatar igualitarismo dos jugos nazista e comunista: desigualdades harmônicas

Visão do altar no qual se encontra o ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, por ocasião de seu milênio, em 1966

Entre os numerosos milagres operados por Nossa Senhora neste seu santuário, merece especial destaque a expulsão dos protestantes suecos, por ocasião do cerco de Czestochowa, em dezembro de 1655. Tendo os protestantes conquistado praticamente o país inteiro, só lhes restava a pequena fortaleza de Czestochowa, que contavam dominar em brevíssimo tempo. Testemunhas idôneas narraram que Nossa Senhora fazia voltar contra os assaltantes as balas de canhão que estes disparavam contra o santuário. A epopéia da vitoriosa reação se deve ao bravo Padre Augusto Kordecki que, entrincheirado atrás das muralhas que cercavam o convento e o santuário, decidiu resistir até o fim, não tendo senão algumas centenas de homens para se opor a um exército de 3 mil soldados. Aos que vacilavam entre resistir e se render, o corajoso sacerdote mandou abrir uma das portas para que pudessem sair aqueles que quisessem. Fechadas as po1tas, o destino seria a morte ou uma milagrosa vitória. Nossa Senhora coroou esse ato heróico, obrigando o inimigo a levantar o cerco. Assim começou o primeiro revide que provocou reações de entusiasmo em cadeia, acabando com a expulsão do invasor. Catolicismo, em sua edição de agosto de 1972 (nº 260), publicou pormenorizada e documentada narração da fulgurante vitória desses autênticos e destemidos católicos. 6

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De 1939 a 1945, a Polônia sofreu novo martírio, acompanhado de perseguição religiosa, massacres de sacerdotes e freiras, destruições de igrejas. Czestochowa, porém, permaneceu como sempre um sinal de esperança. Os acordos de Yalta em 1945 entregaram esta nação à dominação comunista. Sem embargo disso, este povo continuou fiel a Nossa Senhora, alimentandose da devoção mariana para conservarse inabalável em sua Fé. Assim, por exemplo, no dia 8 de setembro de 1946, 700.000 peregrinos se reuniram no santuário de Jasna Gora, e um milhão de fiéis em 26 de agosto 1956. Ali se ajoelharam para agradecer à Mãe de Deus os poloneses que se salvaram dos terríveis campos de concentração nazistas, assim como os que voltaram do exíli o forçado na gélida Sibéria. E também aqueles que recorreram a Ela pedindo forças para suportar com resignação cristã a morte de parentes e amigos vitimados pe la sanha comunista e nazista. Ali se prostram hoje diante do venerando quadro os verdadeiros poloneses, pedindo solução não só para seus próprios problemas, mas também para tantos males que atormentam sua pátria, resultantes das devastações que o comunismo causou por todas as partes, inclusive nos espíritos, embotando-os em relação a certos princípios fundamentais da doutrina católica. Tal embotamento dificulta em grande medida o soerguimento moral da sociedade polonesa. Em conversa com um jovem advogado preocupado com a "herança" deixada

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pelo regime comunista em seu país, ouvi estas palavras: "Como a igualdade nos foi impingida durante quase meio século, o que se deve fazer agora, para corrigir o caos nos espíritos daí decorrente, é exatamente o oposto: começar por pregar a desigualdade favorecendo, por exemplo, o princípio da propriedade privada, apresentando os fundamentos religiosos e naturais desse princípio. Tal princípio, quando retamente praticado, é fator de justiça, daí decorrendo, de modo autêntico e natural, a constituição de uma sociedade composta de classes desiguais que não se digladiam, mas harmonicamente se completam. Assim, com a ajuda de nossa Padroeira, a Polônia por-se-á nos devidos trilhos e reerguer-se-á.Agradarme-ia muito ouvir uma pregação como esta do púlpito de ]asna Gora!" - concluiu o advogado. É quase um programa de reevangelização! Vem muito a propósito, com vistas a essa reevangelização da outrora tão católica Polônia, recordar a jaculatória que se reza no fim da oração Veni, Creátor Spíritus e da Ladainha do Divino Espírito Santo: Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado. E renovareis a face da Terra! ♦

Sem coletivismo, celeiro do mundo ....

Bomba atômica na maletinha

Antes da Revolução Comunista de 1917, a Rússia czarista era chamada o celeiro do mundo, pelas grandes quantidades de trigo que exportava para a Europa Ocidental. Durante o mês de outubro último, a Rússia exportou cerca de um milhão de toneladas de trigo, o que não acontecia desde a Revolução comunista, quando passou a importadora do cereal. Apesar do caos em que se encontra, o recuo do coletivismo e o avanço da propriedade privada vão restaurando na grande nação eslava sua vocação histórica de país agrí♦ cola exportador.

Você já imaginou que dentro da maleta de mão de algum pacato transeunte pode estar sendo transportada uma bomba atômica? A Rúss ia admitiu recentemente, após negativas anteriores, que possui um arsenal de armas nucleares portáteis, que podem ser carregadas até em maletas. Mas o Ministro da Defesa procurou tranqüilizar o pú-

Droga nova em Brasília O entorpecente mais consumido em Brasília tem um nome estranho: merla. Feito a partir da pasta da coca, em sua composição entram ainda ácido sulfúrico, querosene, metanol, cal virgem e outros elementos. Mais destruidora do que o crack - e custa só a metade - , não apenas alucina, mas também corrói o organismo. 51,5% dos usuários de drogas em Brasília a consomem. 90% dos que a fumam são do sexo masculino e têm entre 16 e 18 anos de idade. 30% dos que a usam são da classe média e alta. Entre seus consumidores, 68,7% roubam para sustentar o vício, 17% se envolveram no tráfico para poder comprá-

dente da República. E que até o ano 2000 todas serão destruídas. Essa declaração não é suficiente para neutralizar o receio de especialistas ocidentais, de que o atual caos na administração russa permita que algumas dessas armas caiam na mão de grupos terroristas que, com elas, poderiam manter como reféns grandes populações civis e chantageai· governos! ♦

blico, afirmando que nenhuma delas pode ser utilizada sem autorização do presi-

Marcha à ré no ensino misto la e 20,5% tentaram o suicídio para fugir da depressão ou da síndrome de abstinência que a suspensão do seu uso acarreta. É mais um efeito devastador da orfandade moral da juventude de Brasília, semelhante a tantas outras situações no Brasil e no mundo. ♦

Avanço do ocultismo Até há pouco, explorar a credulidade pública mediante "previsão" do futuro era crime no Brasil. Dizemos "até há pouco" porque o Senado aprovou projeto que retira o artigo 27 da Lei de Contravenções Penais. Agora ler cartas, tarô, manigâncias de videntes são legais. E os políticos chegados ao assunto - e não são poucos - podem proclamar, sem medo da ilegalidade, que consultam seus adivinhos e pitonisas antes de se lançarem em arriscadas manobras eleitoreiras. ♦

Na Califórnia teve início uma experiência-piloto que pode modificar o ensino nas escolas de segundo grau dos Estados Unidos Um estudo da Associação Norte-Americana de Mulheres Universitárias constatou que o desenvolvimento das capacidades de meninas e mocinhas fica prejudicado em classes mistas, havendo melhor aproveitamento em classes apenas femininas. Muitas escolas estão dividindo as classes segundo o sexo. Para levar adiante a experiência, o Governo estadual da Califórnia dá 500 mil dólares a cada cidade que criar escolas não-mistas, só para rapazes ou só para moças. Segundo informações colhidas, estudantes de ambos os sexos estão satisfeitos com a experiência, pois se sentem menos inibidos em expressar opiniões e dúvidas. Esta iniciativa está de acordo com a doutrina tradicional católica sobre a educação dos jovens, exposta na encíclica Divini illius magistri, do Papa Pio XI, em 31 de dezembro de 1929: "Igualmente errôneo e perigoso para a educação cristã é o método da co-educa çã o ... . que identifica a legítima convivência humana com uma promiscuidade e igualdade de sexos totalmente niveladora". ♦

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Cônego J OSÉ LUIZ VILLAC

PERGUNTAS 1. Por que as pessoas que vivem juntas, casadas só no civil, não podem confessar-se nem receber a Sagrada Comunhão? Fico triste por não poder fazer a comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados porque sou casada só ·no civil. Como também sinto muita pena quando vou à Missa aos domingos e vejo as outras pessoas se dirigirem ao altar para comungar, enquanto sou obrigada a permanecer em meu lugar. A Igreja não poderia ser mais tolerante com esses casais católicos, devotos de Nossa Senhora, que rezam o terço todos os dias , mas que infelizmente são forçados a uma vida em comum sem o casamento religioso?

2. Na cidade onde moro é muito difícil confessar-me com o padre, no confessionário, pois são poucos padres para muitos fiéis e a eles sobra pouco tempo para atender confissões individuais. Por isso, uma vez por mês eles organizam uma confissão comunitária, ou seja, uma absolvição comum para muitas pessoas que tenham confessado seus pecados diretamente a Deus e estejam internamente arrependidas deles. A este propósito, pergunto se é válida para o perdão dos pecados a confissão feita diretamente a Deus, com ou sem absolvição comunitária, e se esta é válida para perdoar os pecados não declarados pessoalmente ao sacerdote.

RESPOSTAS

Tendo em vista responder às perguntas em concreto, permitam-me os leitores lembrar alguns pontos da doutrina da Igreja sobre o casamento. Pois, como sacerdote católico, sinto-me na obrigação de expor tais pontos a fim de que possam compreender bem a atitude da Igreja em relação às pessoas que vivem em concubinato e a proibição que lhes impõe a Santa Igreja de receberem a Sagrada Hóstia. Pela moral católica, a vida conjugal só é lícita dentro do casamento religioso, o sacramento do matrimônio, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para santificar tal união. Esse casamento reli-

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CATOLICISMO

gioso é monogâmico e indissolúvel, isto é, casamento de um só homem com uma só mulher e que deve durar a vida toda, só se dissolvendo pela morte de um deles. Quem casa no religioso não pode separar-se para depois casar com outra pessoa, como também não pode ter relações sexuais fora do casamento, pois deve fidelidade ao outro cônjuge. A vida em comum e as relações sexuais fora do casamento constituem pecados graves contra o 6º e o 9° Mandamentos da Lei de Deus. São pecados mortais que podem levar ao inferno quem morre após tê-los praticados sem se arrepender de os ter cometiJaneiro de 1998

do e sem se confessar. A vida em comum sem o casamento religioso constitui mesmo wn estado de pecado, ou seja, um pecado permanente contra Deus e que põe em grave risco a salvação da alma de quem vive assim. Quem é solteiro(a), viúvo(a) ou separado(a) deve observar a continência sexual, pois, como foi dito, as relações sexuais só são lícitas no matrimônio. Quando o marido trai e abandona a mulher, ou quando esta faz o mesmo em relação ao marido, ou ainda quando o convívio entre os dois se torna de tal maneira insuportável que impeça o prosseguimento da vida em comum, a Igreja permüe a separação física pelo desquite. Porém, nem o desquite nem o divórcio pela lei civil rompem o vínculo matrimonial. Aos olhos de Deus e da Igreja eles continuam casados, embora vivendo separados. O casamento meramente civil entre batizados não tem qualquer valor religioso para a Igreja, que continua a considerá-los solteiros e vivendo em pecado por se terem unido sem o casamento religioso. É um mero contrato civil, estabelecido em cartório e que surte efeitos meramente civis. Por isso a Igreja tolera, mas não recomenda, que alguém casado só no civil e separado, depois case no religioso com outra pessoa. Fica assim bem claro que a vida em comum fora do casamento religioso constitui um estado permanente de pecado mortal, uma gravíssima ofensa feita a Deus Nosso Senhor.

Pecado mortal, Confissão e Comunhão Por outro lado, visto que

comungar é receber Nosso Senhor Jesus Cristo em Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade, a Igreja exige dos fiéis que o façam dignamente, com a alma limpa, pelo menos dos pecados mortais. Pois quem O recebe indignamente, tendo pecados mo1tais na alma, comete um pecado maior ainda: o pecado de sacrilégio, que transforma um meio de salvação em meio de condenação, como já advertia São Paulo em sua primeira epístola aos Coríntios: "Todo aquele que comer este pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque aquele que o come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação, não distinguindo o corpo do Senhor" (1 Cor. 11, 27-29). Por isso a Igreja obriga os fiéis a se confessarem de seus pecados mortais antes de comungar. Mas, para que a confissão seja válida, é preciso que o penitente mostre um sincero e profundo arrependimento de seus pecados e um firme propósito de não mais cometê-los. Só assim poderá receber a absolvição do s mesmos, validamente, recuperar o estado de graça e comungar. Porém, aqueles que vivem em estado de pecado mortal - ou seja, que não têm apenas um ou outro pecado mortal na alma, mas cuja condição de vida já constitui por si mesma um pecado grave - só mostram verdadeiro arrependimento e firme propósito se a situação pecaminosa for desfeita previamente à confissão. Pois, se ela permanecer, é sinal de que não houve nem arrependi-

Confessionário da Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. Tendo se difundido bastante em nossos dias a confissão comunitária, os confessionários vão sendo votados ao esquecimento...

mento nem propósito, o que torna a confissão inválida. Por isso as pessoas que vivem em estado de pecado mortal, como é o caso dos que vivem em concubinato, não podem confessar-se nem comungar enquanto a situação pecaminosa não for desfeita. Assim, em condições habituais, a confissão para ser válida deve ser feita a um sacerdote católico, no confessionário, onde o penitente deve declarar todos os pecados mortais cometidos desde a última confissão, movido por um profundo arrependimento de os ter cometido e por um firme propósito de não voltar a pecar. Só assim poderá receber a absolvição e a penitência imposta pelo confessor, recuperando o estado de graça e a paz de Deus.

Confissões comunitárias = absolvições comunitárias As chamadas confissões comunitárias na realidade não passam de absolvições comunitárias, pois nelas geralmente os fiéis não declaram seus pecados, mas se arrependem deles internamente, quando muito, e recebem uma absolvição coletiva. Esta prática de absolver

pecados mortais sem uma prévia declaração dos mesmos ao confessor, só é permitida em condições excepcionais, como: 1º) o perigo iminente de morte; ou 2º) a poss ibilidade de os fiéis se virem forçados a permanecer por longo tempo em pecado grave sem receber os sacramentos. Mesmo assim devem proceder à confissão individual de seus pecados graves logo que possível (cfr. Cânones 960 a 964 do Código de Direito Canônico vigente). Portanto, confessar-se diretamente a Deus, como os protestantes dizem fazer, não é um meio normal de obter o perdão dos pecados, segundo a doutrina católica. Pois Nosso Senhor Jesus Cristo concedeu à Sua Igreja o poder de perdoar os pecados e só por meio dEla - ou seja, de seus ministros - são eles habitualmente perdoados. Com efeito, disse Ele, dirigindo-se a São Pedro: "Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que liga res sobre a terra, será ligado também nos céus; e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus" (Mt 16,19). E mais adiante diz o mesmo aos discípulos: "Tudo o que ligares sobre a terra será

ligado tamb ém no céu; e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também no céu" (Mt 18, 18) E depois da Ressurreição confirma esse poder de perdoar os pecados, concedido aos Apóstolos e discípulos: "Aqueles a quem perdoardes os pecados, serlhes-ão perdoados; e aqueles a quem os retiverdes, serlhes-ão retidos" (Jo 20,23). Os protestantes negam à Igreja esse poder de mediação, a Ela conferido por Seu Fundador.

Conveniência das confissões e comunhões freqüentes Embora a Igreja imponha aos fiéis a obrigação de se confessarem somente uma vez ao ano, é muito recomendável a prática da confissão freqüente, mesmo de pecados veniais. Pois a confissão, sendo um sacramento, é um veículo da graça de Deus, indispensável para se viver sempre de acordo com os Seus Mandamentos . E também é uma ocasião propícia para se renovar o arrependimento dos pecados e das faltas mais freqüentes, bem como o firme propósito de corrigir-se delas. Em resumo: 1º) resti tui ou aumenta a Graça Santificante; 2º) é prodigiosa mina de graças atuais! Do mesmo modo, a Igreja obriga a comungar apenas uma vez ao ano, pela Páscoa da Ressurreição. Mas também é muito recomendável à comunhão freqüente, e até diária, pois nela se obtém não apenas o aumento da graça santificante, mas se recebe o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, fonte e Autor de toda a graça. O fiel não precisa confes-

sar-se todas as vezes que for comungar, se houver cometido apenas pecados veniais. Pois a própria comunhão os apaga. A confissão antes de se comungar só é exigida para os pecados mortais, perdoados pela confissão sacramental, como vimos. Assim , recomendamos insistentemente aos nossos leitores a prática salutar da confissão e da comunhão freqüentes, desde que recebidas com as disposições necessárias. Especialmente a comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados do mês, pedida por Nossa Senhora em Fátima, em desagravo ao Seu Imaculado Coração. E também a comunhão reparadora das nove primeiras sextas-feiras, em desagravo às ofensas assacadas contra o Sagrado Coração de Jesus. São duas práticas incomparavelmente salutares, mais do que quaisquer outras exaltadas e propagadas por Sumos Pontífices, Doutores e Mestres da vida espiritual que certamente contribuirão para um fervor crescente na vida espiritual, maior resistência às tentações e maior faci lidade para trilhar sempre o caminho da virtude e da ♦ salvação. Aos prezados assinantes de Catolicismo participo que os tive especialmente incluídos nas intenções do Santo Sacrifício da Missa na noite de 25 de dezembro e na passagem de Ano, rogando à Sagrada Família favorecê-los com preciosas graças do Presépio. Com minha bênção sacerdotal, devotamente subscrevo-me

e AToLIeIsMo

in lesu et Maria Cônego J. L. M. Vil/ac

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do-Lhe contínuos combates mediante nossos pecados. Porque o sermos vencidos por Ele, eis a nossa mais gloriosa vitória que podemos alcançar.

Saulo: lobo crudelíssimo e faminto. Jesus Cristo: manso cordeiro

R elatamos, em nossa edição de junho p.p. (nº 558), mi lagres pouco conhecidos do Pe. José de Anchieta, que despertaram profunda impressão em nossos leitores. É natural que em um ou outro tenha surgido a pergunta: como seriam os sermões desse homem de Deus? Com que pala vras se d irigia aos seus ouvintes? No dia 25 de janeiro de 1568, comemorava-se o jubileu particular - com aprovação do Papa São Pio V (15661572) - pelos quatorze anos da fundação de São Paulo. Para tal circunstância, o Bem-aventurado Anchieta escrevera de próprio punho um sermão em português, mas com numerosas citações em latim da Sagrada Escritura. Dele destacamos a seguir a lgumas passagens. 1568-1998: 430 anos ... Suas palavras, porém, contin uam inteiramente atuais, conforme os leitores poderão constatar. Imag inemo-nos , pois, entre os presentes que tiveram a ventura de ouvir tal sermão e abramos nossas almas à voz da graça, transmitida através dos lábios do Apóstolo do Brasil• :

Apreciemos, como católicos, assistir essa grande luta Nos desafios de pessoas grandes, como de príncipes e senhores que entram em desafio sobre alguma grande empresa, costuma haver grande concurso de gente de parte a parte, desejando cada uma delas que seu príncipe saia com a vitória. E comumenteos homens

guerreiros e valentes folgam e gostam 10

CATOLIe ISMO

Poema à Virgem Maria - Óleo de Firmino Monteiro, Museu da Abolição, Recife

Sermão do Beato Anchieta na festa da conversão de São Paulo A luta entre Nosso Senhor Jesus Cristo, o Leão da Tribo de Judá, e Saulo, o lobo voraz que perseguia a Santa Igreja: lições que devemos tirar muito de vir a achar-se presentes em semelhantes espetáculos. Ora, somos chamados todos a um espetáculo semelhante. Ternos diante dos olhos um notável desafio e batalha, que se faz entre duas pessoas mui notáveis, que são Jesus e Sau lo. Há mui grande concurso de gente de parte a parte.

Se somos guerreiros, como devemos ser, pois "a vida do homem na terra é batalhar" (J ó 7, 1), se somosesforçados , como devemos ser, pois somos cristãos - e cristão não quer dizer outra coisa senão homem de Cristo,

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nosso verdadeiro e valentíssimo capitão, o qual ungido com o óleo da graça nos ungiu a nós, para sermos valentes e esforçados lutadores e guerreiros contra o diabo, o mundo e a carne - , de-

E para que entendamos alguma coisa dessa batalha de Cristo com Saulo, e a maneira de pelejar de um e de outro, ponho diante dos olhos um lobo crudelíssimo e mui faminto, desejoso de se fartar de sangue; e, de outra parte, um cordeiro mansíssimo, que não faz mais do que defender-se, com padecer e sofrer os bocados e dentadas, que lhe dá o lobo. Saulo, lobo cruel, Jesus, manso cordeiro. Saulo, como lobo faminto e desejoso de se fartar de carne e sangue dos cristãos, depois de se ter cevado no sangue do glorioso mártir Santo Estêvão, não contente com isso , entrava pelas casas e tirava delas arrastados os homens e mulheres, com grande crueldade , e fazia-os encarcerar e açoitar. E, em cada um dos cristãos que as-

sim perseguia, encarcerava e açoitava o próprio Cristo. Era Jesus Cristo pacientíssimo . Com incrível paciência e mansidão estava sofrendo todos aqueles golpes. Trabalhava e sofria e vencia a ira de sua divina justiça, lembrando-se daquela grandíssima misericórdia, que o constrange a tomar forma de cordeiro, e como tal ser esfolado e morto na Cruz.

Diferença entre os combates empreendidos pelos homens e por Deus Nosso Senhor

vemos gostar muito de ver este tão grande desafio, para nele aprendermos a vencer e ser vencidos.

Vedes aq ui travada a peleja de parte a parte, e tanto mai s maravilhosa da parte de Cristo, quanto seu estilo é menos usado no mundo. Agora acham os homens que não poderão vencer seus inimigos, senão dando [luta] e matando. Acham que, se não vingam uma

Porque uma coisa e outra nos é necessária: vencer o diabo, mundo e carne, que continuamente contra nós pelejam e trabalham por nos vencer e deixarmo-nos vencer por Jesus, contra o qual trazemos contínua guerra, dan-

injúria, que logo ficam afrontados e desonrados. Têm-se persuadido, ensinados por Satanás, mestre infernal que, se uma palavrinha que se soltou a seu próximo, se lhes passa sem responderem vinte, e sem fazerem gran-

des autos e papeladas sobre ela, que perdem todo o seu crédito, e lhes cuspiram os outros no rosto . E não olhando a seu capitão Jesus Cristo, que peleja sofrendo e vence padecendo, seguiam o exemplo de Sau lo, lobo cruel, querendo, como ele, vencer e calcar seus irmãos, a poder de dentadas. Os ricos roendo os pobres, e os grandes os pequenos, e os que se têm por sábios, os simples e ignorantes. Ó irmão, que não sabes pelejar. E onde achas que vences, ficas vencido. Porque no ponto

que desprezas a teu próximo, te despreza Deus. No ponto que calcas a teu irmão, és calcado pelo diabo. Ficas vencido por tua ira e pelo pecado, que é o mais baixo e vil senhor a que te podias sujeitar, como fazia Saulo. Mas tornemos à batalha de Saulo com Jesus.

O Leão da tribo de Judá vence o lobo devorador Este Saulo, lobo voraz e tragador, não farto com o sangue dos cristãos que fazia prender em Jerusalém, ouvindo que na cidade de Damasco havia homens que criam em Jesus e confessavam seu santo nome, determina de ir lá se fartar. Cristo Jesus, que até aque le tempo, esteve esperando Saulo, com grandíssima paciência e misericórida, vendo que [Saulo] já saía a campo, como homem que sai ao desafio, e se ia a outras cidades para O perseguir, determina deixar

por um pouco a paciência e fraqueza de cordeiro e usar da fortaleza de leão, mostrando o poder de sua divindade, e sair com ele ao campo do desafio para o acabar de vencer.

Sai aquele grande leão da tribo de Judá, Cristo Jesus, ao encontro de Saulo. E porque muito maior vantagem, sem nenhuma comparação, levava Cristo a Saulo, do que leva um grande leão real a um lobo, não houve mister andar aos golpes naquele desafio, mas arregalando os olhos o leão contra o lobo,

mostrando Cristo a Saulo uma faísca dos olhos de sua divindade , cai o lobo ao chão vencido, cai Saulo no chão vencido e fica Cristo vencedor. E notai que é próprio do leão real e generoso contentar-se com o vencer, sem querer despedaçar nem tragar como

o lobo. Assim Cristo Nosso Senhor, fortíssimo leão e rei eterno, não quer tragar a Saulo e entregá-lo aos lobos infernais, como mereciam suas obras, mas contenta-se com o ter vencido. Não quer mais que despedaçar-lhe o coração, e abri-lo para se meter dentro. E para esse efeito, lhe começa a dizer:

"Saulo, Saulo, por que Me persegues?" (At 9,4). Que males viste em mim, que más obras te tenho feito, Saulo, para que me persigas como a inimigo mortal? Quem achas que sou? Eu sou Jesus, teu salvador, que para te salvar desci do Céu à Terra, e tu andas me perseguindo.

Eu sou Jesus, que como manso cordeiro não abri a boca para me queixar, ainda que sempre a tive aberta para por ti a meu Pai rogar. E tu andas como lobo, com a boca aberta para me engolir e fazer com que não seja o meu nome conhecido no mundo. Trabalhosa coisa te é dares coices contra o aguilhão da minha Morte e Paixão. Por demais é quereres tu, com tua perseguição que me fazes, vencer a grande paciência e misericórdia, que mostrei em minha Paixão. Antes, com o mesmo aguilhão de minha Morte te quero aguilhoar e vencer, usando contigo de misericórdia. E fazer-te vaso escolhido, em que Eu infunda minha graça, e fazer-te meu pregador.

Saulo, com tais coisas, que vos parece que faria? Ali aquele rapazinho doido e sem juízo, como ancião cheio de sabedoria divina, como humilde e manso cordeiro, responde a Jesus: "Senhor, que quereis que faça?" (At. 9,6). Mandai-me morrer, que eu morrerei. Porque daqui por diante " Longe de mim

gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo" (GI 6, 14).

Somos pecadores: estamos em luta contra o próprio Cristo Jesus, desafiando Sua misericórdia Sabeis que coisa é a vida de um pecador? É um contínuo desafio, que traz com Cristo Nosso Senhor, com que sempre o anda desafiando e provocando que tome a espada de sua ira , e se meta em campo com Ele. Que vos parece que faz um pecador, quando, sem temor de Deus, está fazendo

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Deixa-te ferir por Cristo, que não um e depois e vinte pecad~s mortais? fere senão para sarar. Deixa-te derruEstá desafiando Cristo, está dizendo bar por Ele que não derruba, senão para com más obras que não l poderoso Crislevantar. Deixa-te vencer por Ele, que to para vingar suas injúrias. não vence, senão para coroar e fazerCristo Nosso Senhor, para não ente vencedor de teus inimigos . frentar uma pulga e menos do que pulga, e com um cão morto, que é o pePecador, pecador, cador, que ainda que ladre e roa, morpor que Me persegues? to é e abominável diante de Deus, e a Ouve, surdo pecador, ouve a voz ninguém faz mal senão a si mesmo, matando sua alma e empeçonhen- de Cristo, que está bradando: pecatando com o mau cheiro de sua vida dor, pecador, por que Me persegues? seus próximos e vizinhos, dissimula Eu sou Jesus, a quem persegues, quando pecas. Eu sou Jesus, a quem com o pecador e faz que não atente outra vez crucificas em teu coração, para suas ·injúrias. E em lu gar de lançar mão da espada da sua justiça e dar quando cometes um pecado mortal. Eu com ele no inferno, lança mão de sua sou Jesus , teu salvador, a quem ainda misericórdia e aceita o desafio, não persegues e injurias, e ainda estou para o matar, sim para o converter e aparelhado para te salvar, se tu deixares de pecar. fazer-se seu amigo. Deixa-te derrubar a seus pés. Cristo Nosso Senhor, para o conDize-lhe: "Senhor, que quereis que verter, dá-lhe tanta graça, quanta lhe basta para ele mudar sua vontade do faça?" E, para melhor o fazeres, derpecado, em que está, à virtude. E mete- ruba-te aos pés do confesso r e pai se com ele aos golpes para derrubar e que estais em lugar de meu Se nh or e meu Deus. vencer, se o pecador deixasse de lhe A ninguém ensina Cristo o caminho resistir. Ora lhe dá um golpe com a de sua salvação, nem se pode salvar, se lembrança da morte, lembrando-lhe primeiro não entra na cidade da Santa que pouco há de viver nesta vida. Igreja, sujeitando-se à santa fé católica e Outras vezes lhe dá um revés de aos prelados dela, como é o Papa, Bisfortuna, dando-lhe perda de fazenpos, vigários, e seus superiores seculares, da, dando-lhe doenças, trabalhos e como são capitães, ouvidores e juízes, morte dos filhos. Outras vezes fere quando mandam o que é justo. Porque com o temor do juízo e inferno, a nesta santa Igreja, que é cidade de Deus, que hei de estar a juízo diante de Deus e de seus Anjos e de todo o tudo se rege e governa por obediência. Ó pecador desventurado, moramundo , onde hei de ser envergonhado e desonrado, e sobretudo lançado d o r do Brasil, vaso de barro no inferno em perpétua desonra e esburacado e fendido com mil vícios e pecados, que não podes guardar em tormentos infinitos . ti o óleo da misericórdia divina, de Outras vezes lhe dá uma estocaque Deus quer usar contigo. Que esda com a espada do amor divino, traperas, senão seres feito vaso de ira, zendo-lhe à memória quanto deve a cheio de borra? Deus, que tanto o ama. Finalmente Fartas-te da borra dos pecados, quantas pregações ouve um pecador, também te hás de fartar da borra quantos exemplos vê de virtuosos, quantos bons conselhos lhe dá seu · da ira de Deus, ainda que te pese. E sabes que borra é? "Fogo, enxofre e amigo, quantos momentos de tempo vento arrasador é a porção de tua lhe dilata Deus a vida e o espera à taça" (Sl 10,7). Desta te hás de te farpenitência. tar, se te não emendas . E sabes quanPois que esperas, pecador? Por que te arredas de Deus? Por que lhe do? Quando Cristo Nosso Senhor, pões diante este coração mais duro que com a vara de ferro de sua justiça, a pedra e mais rijo que o escudo de aço, "há de espatifar-te como a um vaso em que recebes todos estes golpes sem de barro" (S l 2,9), lançando-te no inferno para sempre. sentir nenhum? 12

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Um planeta de

maconheiros? Na cabana do índio Pindobuçu Benedito Calixto, 1920, coleção particular. Em 1563, Anchieta e Nóbrega permaneceram em lperoig (atual Ubatuba) como reféns dos tamoios, sendo acolhidos na cabana do índio Pindobuçu, o qual zelou pela vida dos dois missionários, constantemente ameaçada por silvícolas hostis

Deixemo-nos transformar de vaso de barro em vaso de ouro e de prata Queres finalmente não pecar? Entra na cidade da Glória, lembrando-te que diz São João, que lá não entram a soberba, nem a inveja, nem outro pecado, nem entram lá os olhos desonestos, nem orelhas aparelhadas a ouvir mexericos, nem língua maldizente, nem mãos que obram maldade. Rompe tu também, irmão, este teu duro coração, para que entre Cristo nele. Deixa de pecar, pois vês que na cidade do Céu não entra o pecado. Deixa-te vencer por Cristo, sujeitando-te a seus Mandamentos, que poderoso é Ele, com sua graça, para de vaso de barro, que és, fazer-te vaso de ouro e de prata escolhido, e posto à sua mesa celestial. ♦ Fonte: Pe. Joseph de Anchieta S.J., Sermões, Obras completas, 7° vol ume, pesqui sa, introdução e notas do Pe. Hélio Abranches Yiotti S.J., Edições Loyo la, São Pau lo, 1987, pp. 60-78.

Nota:

* Não coloca mos - a fim de não tornar fat igante a leitura - as indicações de omissões de certas passagens, as citações lat in as , bem como sub stitui mo s algumas palavras e expressões por outras de uso mais corrente. Os subtítulos são no ssos.

B ras ília, sábado para domingo, madrugada de 9 de nove mbro, Minas Tênis Clube. Dentro, um ambie nte pesado , com um show da banda roqueiraPlanet Hemp (P laneta Maconha), assistido por se is mil pessoas, a maioria adolescentes. Entre os presentes, alguns jovens fumam adroga (três del es foram presos em flagrante) . No meio da pl atéia, vestidos de camisões, calças jeans ou bermud as, um delegado de polícia e seus agentes gravam e filmam a apresentação. Estão munidos de um mandado de prisão contra os se is integrantes da banda (B lack Alien, Jackson, Formiga, D2, Bacalhau e Zé Gonzales). Terminada a apresentação, sendo comprovado o estímulo ao uso da maconha - quase todas as letras cantadas faziam apologia da droga- o delegado fo i ao camarim dos músicos, deu-lhes ordem de prisão e os levou a CPE (Coordenadoria de Polícia Especializada). Nas lojas do ramo de Brasília os discos da banda roqueira foram apreendidos. Eric Castro, o delegado em questão, é chefe da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes. Abriu o inquérito e indiciou os músicos nos artigos 12 e 18 da Lei 6.360, que trata da repressão ao uso de drogas. E declarou à imprensa: "Não adianta fa zer pressão política. Daqui só saem por uma decisão judicial". Pressão política houve muita. O senador Roberto Freire (PPS-PE [ex-PCB]), o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), Hamilton Pereira, Secretário de Cultura do Distrito Federal, além do grande defen-

A prisão dos seis componentes da banda Planeta Hemp foi mais uma confirmação do "casamento" rock-droga

sor da legalização da maconha, o deputado verde Fernando Gabeira, visitaram os músicos. Comissões de artistas mobilizaram-se em favor de les. Até o Presidente do Conselho Federal de Entorpecentes do Ministério da Justiça criticou a prisão. Para tirá-los de lá, foi contratado um grande criminalista, o advogado Nabor Bulhões, defensor do ex-Presidente Fernando Collor. Os mús icos estão soltos. Ficou uma lição: há uma grande susceptibilidade no mundo político e publicitário de esquerda em relação aos propagandistas e difusores do uso de drogas. Para eles todas as simpatias. Para os que os punem frieza e antipatia. Isso faz lembrar o conluio natural existente em . algumas regiões do mundo, mas nem sempre confessado, entre o narcotráfico e a guerrilha comunista, como, por exemplo, na Colômbia. São dois elementos subversivos de uma mesma Revolução. Está na natureza das coisas que se unam. Nunca é demais ♦ denunciar a existência dessa união para o mal.

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Brilho da nobreza: valor não conferido pelo dinheiro • NOBREZA E ELITES TRADICIONAIS ANÁLOGAS

Destacamento da Guarda Nobre Pontifícia. Segundo Pio XII, o apostolado da Tradição é o maior serviço que a nobreza pode prestar à Igreja e à Pátria

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A excelência do espírito aristocrático e o apostolado característico a ser exercido pelos nobres: o da tradição PLJNIO COR.RÊA DE ÜLJVEIRA

Imaginem uma sociedade burguesa, como a atual, mas onde houvesse nobres em todas suas classes sociais. Alguns, que conservaram sua fortuna, ou pelo menos grande parte dela, poderiam figurar nas primeiras categorias da sociedade, tendo a fortuna realçada pelo brilho do título de nobreza. Outros, de acordo com o que lhes restasse da antiga fortuna, estariam numa situação análoga aos anteriores, tendo o brilho da fortuna mais algo que é o brilho da nobreza. A nobreza sem fortuna brilha de um certo modo, e a fortuna sem nobreza brilha de um modo bem diferente. Um homem qualquer que ficou muito rico, nunca terá o brilho de um duque menos rico que ele. A nobreza confere um acréscimo de brilho que o dinheiro de si não dá. Existem famílias nobres que têm um modo de vida correspondente à média burguesia. Nessa classe social, elas ocuparão a primeira linha, acima de outros mais ricos, devido àquele brilho especial que a condição de nobre acrescenta. E se houver nobres proletários, entregues ao trabalho manual porque caíram na miséria, uma miséria que imagino imerecida e não conseqüente a taras ou pecados, eles estarão colocados numa posição superior ao comum dos proletários. Há sempre um brilho a mais, um superávit, por onde o brilho nobiliárquico dá ao nobre algo que o dinheiro não dá. Janeiro de ,1998

Espírito aristocrático: fator de excelência A presença de nobres, de alto a baixo, nas várias classes sociais de uma sociedade burguesa, é como um pó rutilante espalhado nos vários degraus dessa sociedade. A nobreza assim difusa no meio social, não é apenas preciosa, mas até indispensável para a sociedade, desde que esta não exista para o gozo da vida, mas para a elevação de alma. Antes da Revolução Francesa, havia profissões que eram proibidas ao nobre, como sendo indignas dele. Mas naquele tempo a nobreza tinha apoios, por meio dos quais os nobres eram sustentados, mesmo que viessem a cair em extrema pobreza. Por isso se podia proibir a um nobre o exercício de certas profissões. Porém, atualmente ele já não tem esses sustentos, havendo momentos duros que o nobre é obrigado a suportar, numa situação muito delicada e, às vezes, humanamente falando, humilhante. Mas se guarda o espírito aristocrático, em qualquer setor onde estiver, o nobre pode se tornar insígne. O espírito aristocrático católico, bem entendido, pois o pressuposto é a dignidade de católico.

no, comete um crime, compreende-se que perca a condição de nobre. Mas se é um homem comum e descende de outro que fez uma grande ação de valor humano - e mais ainda se de valor também sobrenatural - que fez bem à Cristandade e ao país, ele se torna credor da gratidão do país. Se um homem empresta uma parte de sua fortuna a alguém muito rico, quando ele morre, seu filho fica senhor desse crédito, porque o crédito econômico passa de pai a filho. Ora, se o crédito econômico passa, o crédito moral passa também, porque o filho é hei'deiro do nome e do mérito d.o pai.

Apostolado próprio da nobreza: o da tradição Em matéria de apostolado, estamos acostumados a uma concepção puramente individual, ou seja, o apostolado feito por uma pessoa em relação a outras. Esta visão não é falsa, mas é incompleta. Pois uma classe social, no seu conjunto, pode e deve fazer apostolado em relação a outra classe social. Uma classe deve ser considerada como um todo moral, exercendo um apostolado sobre a sociedade. E esta como um conjunto de classes moralizando-se reciprocamente. E o apostolado a ser feito pela nobreza é, por excelência, o apostolado

da tradição. Pois ela é uma classe que deve ser tradicional e conservar as tradições de um passado cató lico numa sociedade como a de hoje, que já não é mais católica. Pio XII insiste que o apostolado da tradição é o maior serviço que a nobreza pode prestar à Igreja e à Pátria. Nada de melhor se pode fazer à Igreja e à Pátria do que a conservação desta tradição. Este respeito à tradição, que faz parte do espírito católico, constitui missão não apenas da nobreza, mas também das elites tradicionais, análogas à nobreza. Se estas tiverem consciência de seu papel, deveriam brilhar pelo pudor, pelo respeito à moralidade, pela reverência a todas as tradições do passado. E em vez de construírem para si casas extravagantes, mobiliadas e decoradas com o mau gosto característico da arte moderna, deveriam manter a tradição do passado no aspecto interno e externo de suas casas, como também nas maneiras de trajar, de se comportarem, etc. Esse apostolado não é só dos nobres . O não nobre também pode e deve ensinar o nobre a ser nobre. Quando vir que um nobre quer rebaixar-se para ser engraçado, ser popular, etc, não deve achar graça, mas fazer sen-

Legitimidade da nobreza hereditária O motivo pelo qual os revolucionários mais se revoltam contra a nobreza é a idéia de que o filho do nobre não tem o mérito daquele que por uma ação corajosa se tornou nobre . Portanto, não tem o direito de herdar o prêmio que seu pai mereceu por aquela ação. De fato, um homem que tenha praticado um ato de coragem, deixa algo desse ato, algo desse mérito para seus filhos, desde que estes não sejam indignos. Se um filho é indig-

O Arquiduque Carlos de Habsburgo no dia de seu casamento com a Princesa Zita de Bourbon-Parma, em 1911. Após subir ao trono imperial, Carlos 1- o último dos Imperadores austríacos foi destronado em 1918, suportando depois, junta mente com sua família, uma situação de infortúnio, com grande dignidade, na ilha da Madeira, onde veio a falecer

A Sagrada Família, Anônimo,

escola peruana de Cuzco. Embora levassem uma vida modesta, Nossa Senhora e São José sempre mantiveram a dignidade de participantes da linhagem principesca da Casa de Davi

tir ao nobre o seu pesar. E quando encontrar um nobre que mantém sua tradição, deve manifestar seu respeito, seu afeto, sua estima. É um apostolado de baixo para cima. A nobreza deve manter vivo o esplendor dos séculos passados que ainda hoje a ilumina e põe em realce. E esse papel ela deve conservá-lo mesmo na mendicância, para que esse perfume dos séculos passados, ainda que sejam apenas algumas gotas, perfume ainda o mundo contemporâneo e chegue até o Reino de Maria. Para isso eu falo, para isso estão sendo feitas estas conferências. ♦ Nota da Redação: Excertos de conferência pronunciada pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, em 16- 1 l-92, comentando, a pedido destes, a obra de sua autoria Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana. Sem revisão do conferencista.

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"Reafirmo que sou hostil ao poder soviético. Reafirmo que o comunismo é incompatível com o cristianismo, que estão em luta, e nessa luta estou inteiramente do lado do cristianismo contra o comunismo" (Nora Rubasêva , religiosa, durante o

i...,,'

Brutal perseguição religiosa na ex-URSS

interrogatório a que foi submetida)

Recente obra, baseada em documentos dos próprios arquivos da KGB, desvenda o requinte de perversidade de que foram vítima numerosos católicos - sacerdotes, religiosas e leigos muitos dos quais receberam destemidamente a gloriosa coroa do martírio Juan Mi uel Montes Correspondente

Itália

Roma - "Reafirmo que sou hostil ao poder soviético. Reafirmo que o comunismo é incompatível com o cristianismo, que estão em luta, e nessa luta estou inteiramente do lado do cristianismo contra o comunismo", proclamou destemidamente Nora Rubaseva, uma das numerosas freiras católicas submetida a interrogatórios e maus tratos pelos comunistas. Esse admirável testemunho de fé é registrado numa obra ainda inédita e desconhecida no Brasil a respeito da perseguição anti-religiosa efetuada pelos soviéticos. Tal obra chegou a nossas mãos mediante tradução italiana, sendo seu con-

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teúdo particularmente significativo para aqueles que guardam no coração as auspiciosas palavras de Nossa Senhora em Fátima sobre a conversão da Rússia. Se il mondo vi odia... (Se o mundo vos odeia ... ), de Irina lsopova (Ed. Casa di Matriona, Milão, 1997, 315 pp.), talvez seja o relato mais completo que se tenha publicado sobre a história da perseguição movida contra os católicos no antigo império soviético. Certamente é o mais documentado, tendo a autora realizado pesquisas durante cinco anos nos arquivos da famigerada KGB. Nele é traçado um panorama histórico de singular clareza, desde a situação do catolicismo no tempo dos czares,

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e que percorre sucessivamente as diversas etapas do calvário sofrido pelos católicos durante o comunismo, até 1955. É interessante ressaltar que, nos úl timos anos do czarismo, apesar das dificuldades institucionais contra a Igreja Católica, o catolicismo era uma realidade florescente na Rússia, "não tanto quantitativamente quanto qualitativamente". Isto se devia às conversões bastante freqüentes de conhecidas personalidades da elite cultural e social do país. Um fenômeno análogo ao Movimento de Oxford, observado na Inglaterra vitoriana, quando representativas personalidades daquela nação converteram-se ao catolicismo.

Entretanto, nos anos subseqüentes à deflagração da revolução russa, as principais figuras dessa primavera católica acabaram no exílio, nos campos de concentração ou diante dos pelotões de fuzilamento. Mesmo assim, alguns dentre eles nutriram a ilusão de que, com os novos homens do poder, as coisas tornar-se-iam mais fáceis do que antes. Não faltaram, como na época dos lapsi romanos, as tristes defecções. Pessoas de grande prestígio que sucumbiram psíquica e fisicamente aos interrogatórios e torturas dos carcereiros. A legalidade não mais ex.istia, os processos podiam ser judiciais ou extra-judiciais, estes conduzidos pela polícia política e inapeláveis ...

Repete-se o heroísmo dos primeiros mártires cristãos Entretanto, as páginas mais belas foram escritas por aqueles e aquelas que permaneceram fiéis até o fim. Muitas eram freiras, como as do Mosteiro fundado pela convertidaAnnaAbrikosova. Esta senhora, prestigiosa figura da alta sociedade e da cultura, havia se separado do marido, de comum acordo com

ele, para seguir a vida religiosa. O marido, também convertido, foi ordenado sacerdote e morreu no exílio. Uma das religiosas desse convento, Nora Rubaseva, submetida a interrogatórios, declarou: " Reafirmo que sou hostil ao poder soviético. Reafirmo que o comunismo é incompatível com o cristianismo, que estão em luta, e nessa luta estou inteiramente do lado do cristianismo contra o comunismo" (p. 60). A freira Kamilla Krusel' nickaja, fu-

zilada em 1937, proclamou: "Tendo fé, estou em oposição ao poder soviético. E reafirmo que na Rússia não se pode professar abertamente a própria f é. A Igreja é perseguida em vários sentidos, os seus melhores filhos estão oprimidos" (p. 65). É impossível não estabelecer um paralelo entre a altaneria com que essa mártir contemporânea arrostou seus iníquos juízes marxistas - depois , o pelotão de fuzilamento - e o espírito destemido mediante o qual Santa Cecília e tantas outras mártires da Antigüidade pagã enfrentaram pretores romanos e crudelíssimos su pi ícios ! Às vezes, as freiras se queixavam dos sacerdotes que cediam aos interrogatórios. Assim Soror Vera Gorodec, do Mosteiro dominicano de São Pedro, comenta um desses tristes episódios com o Bispo Mons. Neveu, Administrador apostólico para os católicos russos : "Como era terrível pensar que sacerdotes, que nós chamávamos pais, haviam nos traído e ao seu Bispo" (p. 77). Esse eclesiástico, pároco da igreja de São Luís dos Franceses recebeu na Igreja Católica numerosos cismáticos con-

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"Tendo fé, e~tou em oposição ao poder soviético. E reafirmo que na Rússia não se pode professar abertamente a própria fé. A Igreja é perseguida em vários sentidos, os seus melhores filhos estão oprimidos"

"A Igreja católica assumiu ainda mais o papel de inimigo interno. Os órgãos da NKVD prendiam todos os católicos que despertavam alguma dúvida; e a mínima suspeita de 'espionagem' terminava com o fuzilamento"

(Kamilla Krusel'nickaja, freira fuzilada em 1937)

sinais de boa vontade da parte dos so~ viéticos, denunciou repetidamente di~1 ante do mundo as perseguições religiosas em curso na Rússia. A única 1 resposta soviética foi um tratamento ainda mais cruel em relação aos católicos nos campos de __ . concentração. J ; , Se já em 1938 não se achava julho de 1927. Foi sobretudo ~ -..,-'J em liberdade um só sacerdote ou esse fato que atiçou as iras dos ~ _ ___,!it4•rífl' fiel da única igreja católica de soviéticos contra os sacerdotes e Moscou (São Luís dos Franceses), a comunidade daquela igreja católidurante a II Guerra Mundial piorou ca de Moscou . ainda muito mais a situação dos catóTambém nos campos de concentralicos na União Soviética. "A Igreja cação as religiosas praticavam, de forma tólica assumiu ainda mais o papel de homenagem à virtude dessas santas.... indômita, a virtude da fo1taleza. Alguinimigo interno. Os órgãos da NKVD mas escreveram a um grupo de apoio · Nas prisões, nos campos de concentração, nos trabalhos forçados, nos luga- prendiam todos os católicos que des na Alemanha uma carta interceptada res de deportação: por todas as partes pertavam alguma dúvida; e a mínipela NKVD: "Sejamos fortes no espíma suspeita de 'espionagem' termionde as religiosas permaneceram fiéis rito, não existe nem campo de concennava com o fu zilamento" (p. 81 ). tração nem NKVD que possam afastar à própria vocação e aos próprios sanE assim continuaram as coisas, ao tos votos, difundiram a fragrância de do reto caminho os filhos e as filhas da menos até 1948. Em 1956 "não restava Cristo e a luz da nossa santa fé!" (p. 83). única Igreja católica. Nós procuramos vivo qualquer sacerdote de rito orientambém aqui reunir devotosfervorosos 32 Sacerdotes fuzilados tal, que pudesse animar ao menos uma da Igreja católica" (p. 78). em apenas dois meses! comunidade católica russa" (p. 83). Mons. Neveu, referindo-se às numeA rivalidade que às vezes opusera Entre 1928 e 1930, o Papa Pio XI, rosas religiosas vítimas da repressão, escreveu: "Estou orgulhoso de prestar que até então esperara pacientemente católicos de rito latino aos de rito vertidos, sacerdotes e leigos, que haviam pertencido à chamada Igreja Ortodoxa (1.0.). Eles não quiseram seguir seus hierarcas, oficialmente _ comprometidos com o regime comunist,:t após a desconcertante "Carta Pastoral" do Metropolita Sérgio, de 16 de

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bizantino-eslavo se desfez completamente quando padres poloneses da Ucrânia foram presos, e encontraram o exarca Fedorov e os seus irmãos grecoromanos no primeiro campo de concentração da história, o das Ilhas Solovki. As páginas em que se descrevem a vida e a espiritualidade dos deportados em Solovki são comovedoras. No diário deixado por Mons. Boleslas Sloskans, Bispo latino de Minsk-Mohilev, lemos: "No início de junho de 1929 foram deportados para Solovki 22 representantes do clero católico. Amontoaramnos todos juntos numa só cabana e nos isolaram completamente dos outros detidos. A vantagem era que, sendo todos sacerdotes, desde o início havíamos pensado sobretudo como e onde celebrar a Missa. Com duas malas improvisamos um altar no sótão e, naturalmente, às escondidas, celebrávamos todos os dias" (p. 102). Um outro grupo que padeceu nos campos de concentração das Ilhas Solovki foi o das figuras de destaque entre os católicos da República Alemã Autônoma do Volga. Seus sacerdotes

Comunistas e cismáticos: nova aliança contra a Igreja Católica

foram acusados pelas autoridades comunistas de haverem incitado os camponeses alemães à rebelião contra a coletivização das terras e de fazer espionagem para o Vaticano e a Alemanha. Por seu lado, os poloneses foram acusados de trabalhar pela Polônia e pela Santa Sé. Ao concluir o capítulo referente ao calvário de católicos russos, ucranianos, poloneses e alemães na extinta União

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Recentemente uma aliança estabelecida entre a hierarquia cismática da chamada Igreja Ortodoxa (1.0.) e deputados nacionais-comunistas possibilitou a aprovação na Duma (Parlamento russo) de uma lei fortemente discriminatória contra a Igreja Católica, a qual, segundo eles, não teria um verdadeiro passado histórico na Rússia. O livro de lrina lsopova desmente, com fatos documentados, essa falácia, demonstrando que há muito tempo a árvore sagrada da Igreja Católica foi implantada na Rússia e que suas raízes se nutriram do sangue e dos sofrimentos de numerosos mártires.

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"Todos os pro,cessos coletivos cont r a s ace rdote s católicos nos anos l937-38 foram concluídos com o fuzilamento. O mesmo ocorreu nos campos de concent r ação. Na s ilhas Solovki, por exemplo, apenas em outubr o e novembr o de l937 foram fuzilados 32 sa ce rdote s catól i co s" Sov iética, escreve a autora: "Todos os processos coletivos contra sacerdotes católicos nos anos 193738 foram concluídos com o fuzilamento. O mesmo ocorreu nos campos de concentração._Nas ilhas Solovki, por exemplo, apenas em outubro e novembro de 1937 foram fuzilados 32 sacerdotes católicos" (p. 116).

Sacerdotes oferecem a própria vida por zelo apostólico A autora narra ainda, com base em farta documentação, o heroísmo dos sacerdotes do SeminárioRussicum, que penetravam clandestinamente na União Soviética entre os anos 1939-1955. Com efeito, a Santa Sé havia organizado em Roma, junto à Congregação para as Igrejas Orientais, o Russicum, ou seja, um seminário intemaci-

onal onde os estudantes aprendiam "a língua, a literatura e a história russa, bem como a liturgia adotada pela igrej a ortodoxa, e também eram explicados os fundamentos da ideologia soviética" (p. 168). Não se sabe exatamente quantos desses clérigos conseguiram entrar na Rússia após seus estudos na Cidade Eterna, mas a autora afirma que ao menos 15 se registraram oficialmente para celebrar a missa nas igrejas católicas russas. Muitos desapareceram "sem deixar vestígio", pelo menos dois foram fuzilados, outros ainda retornaram à pátria após um longo período nos campos de concentração. Entre os ex-alunos do Russicum, o padre itali ano Pietro Leoni merece particular menção. Muito querido por seus fiéis, grande orador em língua russa e homem de grande espiritualidade, foi

internado em campo de concentração devido à sua total franqueza e destemor nas críticas que faz ia dos sov iético s. Após anos de trabalho forçado nas condições mais inuman as, continuava com espírito indômito: interrompia as conferências de doutrinamento organizadas pela polícia para os detidos, produzindo verdadeiras balbúrdias, di zia a verdade sem rebuços nos interrogatórios da polícia, resistia a todas as punições sem nunca se dobrar. Por fim, sua tenacidade fez com que o regime, por motivos diplomáticos,julgasse mais prudente deixá-lo voltar ao Ocidente, o que se deu em 1955. Irina lsopova conclui seu comovente livro com um utilíssimo elenco alfabético dos confessores da fé na URSS: exi lados, fuzilados, desaparecidos ou que suportaram durante anos a terrível vida do Arquipélago Gulag. ♦

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Carlos E. Schaffer Correspondente

Áustria

Instituição protegida pela Igreja e por Imperadores contou com grandes nomes da música universal. Constitui ela um dos preciosos restos da civilização cristã que ainda ilumina e alegra nosso cinzento mundo contemporâneo eA

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Monte das Cruzes, na lituânia. Os católicos lituanos organizaram uma grande concentração de cruzes e crucifixos, a fim de comemorar os mártires do comunismo e também para testemunhar sua fé

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O pequeno Mozart no colo da imperatriz Maria Teresa d'Áustria

Célebres compositores como Mozart e Haydn fazem parte da história do Coral dos Meninos Cantores

Acima, duas fotos menores: no Jardim da Infância da Escola já se inicia a formaçâo vocal

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Viena - Envolve-nos ainda um tanto, neste começo de ano, a benfazeja atmosfera do Natal. Ecoam já saudosamente em nossos ouvidos os acordes das tradicionais canções natalinas, destacando-se entre elas a comovente Noite Feliz, tradução para o português da canção austríaca Stille Nacht, heilige Nacht . E quem se lembra de canções de Natal alemãs recorda-se logo do mais famoso coro infantil: os Meninos Cantores de Viena . Precisamente neste ano que se inicia, comemora essa jóia da cultura ocidental cristã seu 500º aniversário. Em 1498 , Maximiliano I, Imperador do Sacro Império Romano Alemão, criou com 12 meninos vocalmente muito bem dotados o coro então chamado Hofséingerknaben (Meninos cantores da Corte), destinado a embelezar com sua arte as cerimônias da corte imperial. Desde o início, foram os Hofséingerknaben confiados à proteção da Igreja, que zelava pelo alto padrão de desempenho musical do mesmo, bem como pela educação e necessidades materiais dos meninos . No coro estavam representadas todas as classes sociais. O critério de seleção para seus integrantes era a excelência da voz, o bom ouvido musical e o amor pelo canto. Durante o reinado anticlerical de José li (1741 - 1790), filho da Imperatriz Maria Teresa, foram Hofsüngerknaben colocados sob a direção do exército. Grandes nomes da música universal fazem

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parte da história desse coral: Christoph WilJibald Gluck (1714-1787) e WolfgangAmadeus Mozart ( 17 56-1791) foram contratados pela corte como compositores; Joseph Hayd n e seu irmão Michael, embora fizessem parte do coro da catedral de Santo Estêvão (Viena) quando meninos, cantaram muitas vezes com os Hofsiingerknaben; Franz Schubert (1797-1828) foi menino cantor de 1808 a 1813; Anton Bruckner ( L824- l 896) foi organista e professor do coro. Nas freqüentes apresentações teatrais realizadas todos os anos na Wiener Staatsoper (Ópera do Estado, em Viena), já atuaram sob a batuta de famosos dirigentes deste século como Claudio Abbado, Leonard Bernstein, Nikolaus Harnoncourt, Herbert von Karajan e outros. Por mais de 400 anos a história desse conjunto musical esteve intimamente ligada à da família imperial e sua corte. De todos os campos da cultura fo i o da música aquele que, de longe, mais mereceu a atenção daquela ilustre estirpe.

Os embaixadores cantantes da Áustria Até a queda da monarquia austríaca, em L9 I 8, usavam os meninos cantores um uniforme imperial, que comportava inclusive uma espada prateada. A partir de 1924, naquele difícil período histórico pelo qual passou a Áustria, severamente castigada pelas nações vencedoras após a I Guerra Mundial , a instituição dos Meninos Cantores sofreu alterações.

O trabalho abnegado do Pe. Joseph Sc hnitt, ex-capelão da corte, salvou-os do desaparecimento, iniciando-se, desde então, o período das tournées no exterior, mediante as quais conseguiu-se financiar as despesas de manutenção e desenvolvimento do coral. Essas tournées contribuíram muito para que a humilhada Áustria reconquistasse seu prestíg io no concerto das nações. A este título , os Hofsüngerknaben foram denominados os embai-

xadores cantantes da Áustria. Com a queda da monarquia austríaca, o nome do coral foi mudado para Wiener Siingerknaben (Meninos Cantores de Viena). Eles constituem hoje uma associação inteiramente independente do Estado, financiada pelas tournées internacionais sem subsídios de órgãos públicos, com um organismo diretor constituído por 70 pessoas, todas ex-membros do coral por determinação estatutária. Os uniformes de marinheiro com as armas do Estado austríaco, criados em 1964, tornaramse também muito conhecidos no mundo inteiro.

Como é a vida quotidiana dos Meninos Cantores de Viena? . Nos primeiros séculos de sua existência, os candidatos, cuja idade podia variar de oito a onze anos, deviam já possuir uma formação musical e um treino vocal acabados, devendo provar suas capacidades diante de uma severa banca examinadora. Bons candidatos não faltavam, pois os tempos eram de alta cultura.

Em nossos dias os critérios tiveram que ser afro uxados . A Escola dos Meninos Cantores de Viena organ iza todos os anos atividades abertas ao público em geral, nas quais as famílias interessadas levam seus filhos para um teste. Testes análogos são também realizados em o ut ras escolas de Viena. As únicas qualidades exigidas são: voz excelente, bom ouvido musical e interesse pela arte coral. A for mação pode comecar já no Jardim de Infância da Escola, que dispõe de vagas para 20 meninos. Instalada desde 1948 no Palácio Augarten, circundado por um esplêndido parque, perto do centro de Viena, a Escola dos Meninos Cantores continua a formação dessas crianças nos quatro anos de ensino primário, seguindo o currículo normal das outras escolas acrescido de uma intensa formação musical , vocal e instrumental. Há cursos para piano, violino, oboé, guitarra, violoncelo e flauta . Neste currículo há vagas para 60 alunos. A atividade do menino como membro do coral se inicia no fim do curso p rimário, permanecendo durante três anos do curso ginasial, até que se perceba a mudança da voz. No ginásio há vagas para 100 alunos e o regime é de internato a partir do 4º ano primário. Todos os cursos são inteiramente gratuitos. Os Meninos Cantores de Viena possuem hoje quatro coros de 25 meninos cada um, que receberam os nomes de grandes compositores austríacos: Haydn, Mozart, Schubert e

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tfl Fotos acima: 1 - Ensaio de canto na Escola dos Meninos Cantores; 2 - Prática de esporte no parque do Palácio de Augarten

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Bruckner. Todos eles possuem os mesmos níveis musicais e dominam o mesmo repertório. Anualmente se apresentam em quase todos os países da Europa. Uma ou duas vezes por ano viajam aos Estados Unidos. A cada três anos fazem uma tournée pela Ásia, sendo o Japão o país onde suas estadas são mais longas. América do Sul, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul são visitadas cada quatro anos. Para compensar os dias de aula perdidos nessas tournées, os estudos são intensificados, sendo os alunos distribuídos em classes de seis, onde os professores têm mais possibilidade de acompanhar o aproveitamento de cada um. Os excelentes resultados deste método se fazem notar no prosseguimento da vida escolar de quem foi aluno no colégio de Augarten. No prédio onde funciona a escola, foram acrescentadas instalações para salas de aulas, centro de esportes, áreas de lazer em geral. Cursos de desenho, pintura, modelagem e fotografia são também ministrados. Quem visita Viena em qualquer época do ano poderá assistir a uma tradição que se mantém ininterruptamente desde a fundação da instituição: a Missa cantada na capela do Palácio Imperial a Hojburg - todos os domingos, às nove horas.

A Escola dos Meninos Cantores foi instalada, desde 1948, no Palácio Augarten (foto ao lado), perto do centro de Viena

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Música moderna: ameaça para esta pérola da cultura ocidental A nova orientação que está sendo aplicada aos Meninos Cantores de Viena - como se verá na entrevista que Catolicismo publica a seguir - tem, a par de aspectos positivos , outros que causam bastante apreensão. De fato, a música moderna vai cada vez mais se afastando do verdadeiro conceito de arte e do belo. O que se ganha incorporando-a a um repertório que, durante séculos, manteve a alta reputação daquele coral? O desejo de introduzir mudanças para se "adaptar aos tempos modernos" tem sido a causa da decadência de muitas instituições seculares que, no passado, atingiram um alto grau de prestígio. Não permita Deus que tal venha a suceder com esta pérola da cultura ocidental e cristã. O futuro dirá se nossas apreensões têm fundamento. ♦

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Entrevista com a Sra. Agnes Grossrnann, Diretora artística dos

Meninos Cantores de Viena

Quais foram os marcos principais de sua carreira musical? Sra. Grossmann - Meu pai foi durante mais de 30 anos Diretor Cultural dos Meninos Cantores de Viena. Há aqui, portanto, uma tradição já estabelecida. E le e minha mãe proporcionaram-me desde criança esmerada formação musical e vocal. No início de minha carreira artística fui pianista, tendo sido aluna da Escola Superior de Música de Bruno Seidlhofer. Um acidente em minha mão direita impediu-me, entretanto, de continuar minhas atividades nesse campo. Decidi então voltar-me para a direção de orquestras e corais. Não era fácil para uma mulher naquela época, década de 70 e início dos anos 80, impor-se na Áustria como maestro . Resolvi então transferir-me para o Canadá. Encurtando uma longa história, fui durante seis anos dirigente da Chamber Players of Toronto e por quase 10 anos dirigente da Orquestra Metropolitana de Montreal, além de exercer diversas outras atividades com corais e orquestras em Toronto, Montreal e Ottawa. Em 83, voltei a atuar na Áustria, como diretora artística da Academia de Cantores de Viena, que desenvolve suas atividades em conjunto com a Orquestra Sinfônica de Viena. Desde o início do ano passado, sou diretora artística dos Meninos Cantores de Viena. A partir de 89, tenho também regido coros e orquestras no Japão.

Catolicismo -

O Japão situa-se numa área cultural inteiramente diversa da ocidental. Poderia a Sra. falar algo sobre a influência que a música ocidental exerce naquele país? Sra. Grossmann - É absolutamente incrível o que no Japão, nestes últimos 25 anos, se tem criado em matéria de corais. É verdadeiramente difícil descrever tal atividade.

Agnes Grossmann, uma dirigente musical excepcionalmente bem dotada, que alcançou em sua carreira artística grandes sucessos na Europa, na América e no Japão, foi nomeada diretora artística dos Meninos Cantores de Viena no início de 1997, e pretende dar-lhe nova orientação eATo

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Quando se considera o . úmero de concertos que se realiza diariamente, apenas em Tóquio, fie -se realmente surpreso. Há cinco salas de extensas dimensões para concertos e cerca de 10 grandes orquestras. Meu pai foi um dos primeiros professores de canto da Europa que regularmente ia ao Japão, exercendo lá sua profissão. Teve início então uma verdadeira invasão de japoneses na Europa, que vinham buscar inspiração musical. Foi criada no Japão a Fundação Ferdinand Grossmann, a qual, cada dois anos, realiza um-grande concurso de corais naquele país, com brilhante sucesso. Continuo viajando regularmente ao Japão a fim de orientar a formação de corais, dirigir seminários visando este

turalmente os Meninos Cantores de Viena? Sra. Grossmann - Houve no ano retrasado uma mudança de diretoria e, com isto, também uma mudança de orientação. Em agosto de 96 fui convidada para este cargo, mas somente no início de 97 pude assumi-lo.

Catolicismo - Quais são as celebrações planejadas para a comemoração dos 500 anos de existência dos Meninos Cantores de Viena? Sra. Grossmann - Para o ano de 1998 está prevista uma apresentação de As estações do Ano na sala de concertos da Sociedade de Música, sob a minha direção, além de concertos especiais na Hojburgkapelle (Capela do Palácio

vocal individual de 20 minutos por dia, além das duas horas diárias de formação coral. A partir de tal formação, poderão surgir muitas vocações para solistas ou para coros de vozes adultas. Pretendemos desenvolver uma formação que permita às crianças atuarem com desembaraço no palco, em peças teatrais . Também introduziremos modificações na vida interna do colégio, na programação dos lazeres, transformando os antigos grandes dormitórios em unidades menores. É nossa intenção fazer com que as crianças possam sentir-se crianças, suavizando assim a antiga educação espartana. Queremos também favorecer a criatividade de cada uma. Há, por exem-

rão possibilidade de receber formação musical. O coral exclusivo de meninos será mantido, mas meninas serão igualmente admitidas no Jardim de Infância da escola, para receberem a mesma formação musical dos meninos. O repertório musical será expandido, tanto no que se refere à música barroca, quanto à musica popular. Não só canções populares de todo o mundo, como também Spirituals, Jazz e até música Rock serão incluídos no repertório. Os programas, no futuro, serão compostos de músicas do repertório tradicional acrescidos desses novos gêneros. Tal inovação será levada a público pela primeira vez na abertura da primeira semana das comemorações do 500º

pio, na instituição, um menino muito bem dotado que, com 13 anos, já compôs uma missa. Tal iniciativa contou com nosso apoio. Estamos dando também mais importância à formação do ouvido musical, desenvolvendo a sensibilidade artística da criança. Catolicismo - Como tem sido o recrutamento de novos elementos para o coro? Há sempre candidatos suficientes? A qualidade das vozes é sempre a mesma? Sra. Grossmann - Nos últimos tempos temos sentido certa dificuldade para encontrar o número de crianças suficiente, tendo em vista completar os quatro coros de 25 elementos cada um. Há hoje menos interesse pela música

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clássica. Foi necessário intensificar nossas atividades de recrutamento nas diversas escolas de Viena. Por outro lado, o abandono das canções populares tradicionais nas escolas e nas fan1ílias, a atração pelo Rock e pelas músicas modernas têm modificado a primeira formação vocal das crianças. Elas procuram imitar esses cantores desenvolvendo somente os tons mais baixos e cantando muito alto. Encontramos muitas crianças altamente dotadas, com bom ouvido musical, mas que já prejudicaram suas vozes com tais hábitos. É também perigoso cantar acompanhando o que se ouve com fones de ouvidos, porque então se cria a tendência de cantar muito ♦ alto, o que prejudica a voz.

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É comum encontrar-se, nas famílias brasileiras, meninas que ao serem batizadas recebem o prenome Aparecida. Será que todos conhecem a verdadeira história e os impressionantes milagres da Padroeira do Brasil?

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"Há na instituição, um menino muito bem dotado que, com 13 anos, já compôs uma missa. Tal iniciativa contou com nosso apoio. Estamos dando também mais importância à formação do ouvido musical, desenvolvendo a sensibilidade artística da

Imperial) e uma grande série de conceitos com coro e orquestra nos Estados Unidos e Europa. Estava prevista também Catolicismo - Os povos de lingua uma tournée na América do alemã possuem uma impostação voSul em julho, mas infelizcal de si já muito adequada ao canto mente não foi possível mancoral. Que dificuldades ou facilidater isto no programa. Estas apresentades a Sra. encontra nesta matéria ções foram adiadas para 99. Mas isto entre os japoneses? fará ainda parte das festividades prograSra. Grossmann - Naturalmente, no madas para a comemoração dos 500 modo de falar dos japoneses, a voz se anos e, nessa ocasião, certamente o Braproduz muito na garganta. É muito difícil para eles, no início, impostarem . si! figurará em nossas apresentações. bem a voz, sem utilizar a garganta. Isto Catolicismo - Em que consiste a muexige deles um grande esforço. Mas o dança de orientação que a nova didesejo de assimilarem o patrimônio retoria pretende imprimir aos Menicultural europeu e de produzirem algo nos Canores de Viena? nesta linha é tão grande que vencem Sra. Grossmann - No quadro dessa essa dificuldade natural. nova estrutura, haverá grande número Catolicismo - Em que circunstânci- de inovações. Pela primeira vez na história do coral, as meninas também teas foi a Sra. convidada a dirigir cul-

objetivo e presidir aquele concurso bienal. Repito, é simplesmente maravilhoso o que lá se produz nessa matéria.

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incontáveis igrejas de nossa pátria há um altar a Ela dedicado, ou um lugar de honra para Sua imagem. Muitas festas regionais e rodeios são inaugurados com uma imagem d Ela, conduzida em procissão sob aplausos calorosos do público. Quando um pastor protestante deu um pontapé na imagem de Nossa Senhora Aparecida, numa rede nacional de televisão, o Brasil inteiro se indignou e protestou! No entanto, quantas pessoas conhecem a verdadeira história de Nossa Senhora Aparecida? Como surgiu a devoção a Ela? Como se deu o encontro milagroso de Sua imagem nas águas do rio Paraíba? Como devemos invocar Sua mediação para que nossas preces cheguem mais rapidamente ao Trono do Altíssimo? Foi para responder a essas e outras questões que a Coleção Catolicismo lançou o livro A Ma-

aniversário, em 8 de maio próximo, num grande concerto ao ar livre, em frente à prefeitura de Viena. Outro grande objetivo dessa reforma é recuperar uma certa unicidade na formação vocal, que no passado caracterizou o timbre deste coro, e que, com a condução simultânea de diversos sistemas de ensino, havia sido perdida nos últimos tempos. Queremos também preparar as crianças , que, em nosso coro atuam somente durante três anos e meio, para uma carreira artística futura, proporcionando a cada uma delas formação

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ravilhosa História e os Milagres de Nossa Senhora Aparecida. Um livro agradável de ler, amplamen-

te ilustrado, que conduz o leitor numa viagem pelo Vale do Paraíba, à época da descoberta dessa veneranda imagem de Nossa Senhora. Baseada em documentos oficiais da Igreja, a obra está repleta de narrações de milagres que poucos conhecem. O leitor verá que, embora Nossa Senhora Aparecida seja pródiga em atender pedidos de auxílios no plano material, são inúmeras as graças e ajudas de ordem espiritual concedidas por nossa Padroeira. A devoção a Ela foi responsável pelo alívio de milhões de almas angustiadas que recuperaram a paz: famílias desunidas, que se reconciliaram; filhos extraviados, que voltaram ao bom caminho; pecadores empedernidos, que se converteram; pessoas piedosas, que se afervoraram. Eis aí a explicação do sucesso desse livro, lançado pela Coleção Catolicismo em julho do ano findo, cuja 1 ª edição já está se esgotando.

Os interessados podem solicitá-lo, ao preço de R$9,90, pelo telefone (011) 25 7-1088.

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., "Mensagens maravilhosas que me fazem refletir"

Deus às vezes também se vinga dos ímpios na vida presente''

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Nodia 31 do corrente mês, come-

"Como a santidade do Evangelho condenasse sua vida licenciosa, atirou-se com ódio feroz contra a religião e especialmente contra Jesus Cristo, seu Autor. "Depois de ter cogitado mil meios para convencer todos que ele não acreditava em nada, teve o atrevimento sacn1ego de escrever a seu amigo d'Alambert "O fim funesto de Voltaire e esta blasfêmia: 'Ainda vinte Rousseau prova que Deus às vezes anos e daremos cabo de Deus' também se vinga dos ímpios na vida (25 de fevereiro de 1758). presente. "Enganou-se porém, porque "Voltaire nasceu em Chatenay, pevinte anos mais tarde, e precisaquena cidade da França. Seu verdamente a 25 de fevereiro, foi surdeiro nome é Francisco MariaArouet. preendido por um vômito vioSão João Bosco (foto tirada em 1886) Seu pai o chamou Voltaire por ter-lhe lento, e ele esqueceu logo sua indado algumas propriedades que tinham este nome. Curcredulidade. Manda chamar o cura de São Sulpício com sou os estudos em um colégio de Jesuítas, onde mani- quem se confessou e se retratou autenticamente de sua festou engenho vivo, porém soberbo, e muita obstinaimpiedade e de seus escândalos. ção em suas idéias. Certo dia, um professor seu, espan"Livre já do perigo, voltou à impiedade. Porém, tado pela audácia de seus raciocínios, exclamou: 'Este daí a pouco tempo caiu novamente enfermo para não será o precursor da incredulidade na França'. melhorar. Pediu um confessor, porém seus amigos im"Terminado o curso dos estudos literários, seu pai pediram a este chegar-se à cama do infeliz moribunqueria dedicá-lo aos ofícios civis, porém Voltaire recudo. Então Voltaire, enfurecido, começou a gritar: 'Essou e deu-se a escrever sátiras e livros imorais. Não há tou, pois, abandonado de Deus e dos homens!' Ora obscenidade à que não se tenha entregado, ou que ao invocava ao Senhor, ora blasfemava-O; agitava-se menos, não tenha tratado de descrever com as mais vi- em contorsões e acabou por morrer nos horrores vas cores por meio de seus escritos. Isto causou-lhe tais do desespero. Ano 1778 (Lepan e E bel, "Vida de inimizades e discórdias, que foi preso várias vezes e fiVoltaire", op. cit., Livraria Salesiana Editora, São nalmente desterrado. Paulo, 1946, p. 217). mora-se o 110º aniversário da entrada de São João Bosco (1815-1888) na glória eterna. Seu exemplo e suas obras continuam a brilhar no firmamento da Santa Igreja, apesar dos esforços feitos pelo demônio e seus sequazes para ocultá-las. Eis uma passagem do Compêndio de História Eclesiástica, de autoria do Fundador dos Salesianos:

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~ É com imenso prazer que começo a receber Catolicismo. Gostaria de parabenizá-lo pessoalmente pela excelente revista. Garanto ser assinante até quando Deus permitir. São mensagens maravilhosas que me fazem refletir muito, cada vez que eu as leio. Como jovem, tenho só 24 anos, creio que tiro proveito de tudo que leio e com certeza me ajudará muito no futuro que me espera pela frente. (H.B.L. -

Dourados-MS)

"Manancial de boas novas"

~ Nada tenho a acrescentar que venha melhorar este manancial de boas novas. O que percebo em minha cidade entre aqueles que são assinantes de Catolicismo é um entusiasmo próximo à euforia por sentirem que há esperanças e preocupações com o destino que se está tomando, inclusive dando uma luz, vinda do Espírito Santo, para seguirmos o verdadeiro caminho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Parabéns para vocês e feliz somos nós que temos um rumo que tanto buscávamos. Muito obrigado e que Deus vos abençoe. (C.A.A.M. -

Castanhal-PA)

"Catolicismo constitui uma necessidade vital"

~

Meu propósito é fazer-lhe chegar estas linhas de gratidão e felicitações pelo conteúdo de Catolicismo. Em meio das trevas do caos atual, cada número da revista chega como um foco luminoso de verdade. Em numerosas ocasiões, tanto por temas doutrinários quanto por assuntos de atualidade, recorro a Catolicismo como fonte segura de ortodoxia e informação veraz.

Creio que a causa do êxito e do vigor da revista tem sua raiz na fidelidade ao pensamento e à obra do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. Hoje, mais do que nunca, precisamos da sã orientação que Catolicismo sabe oferecer. Ante a confusão geral e face à debilidade cúmplice de muitos, ao entreguismo suicida de outros e à covardia de tantos, o conteúdo esclarecedor de Catolicismo constitui uma necessidade vital. Juntamente com minhas calorosas congratulações, auguro com todo fervor renovados êxitos para esta revista. (Prof. Alexander Torres Mega, Diretor-responsável do boletim "Flashes Culturales" Montevidéu/Uruguai)

Maravilhado com os conhecimentos obtidos

~ Ao renovar a assinatura da revista Catolicismo, agradeço pelo ensejo de participar e vir a presentear com uma assinatura a minha filha, assim como um exemplar do livro sobre os Santos Anjos. Estou maravilhado com os conhecimentos que se adquire ao ler mensalmente esta revista que tanto nos atualiza com seus ensinamentos. É realmente uma bênção ser assinante e participante da mesma, como também da Campanha "Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!" (J.R.R. -

São Paulo-SP)

"Acima de tudo, uma mensagem de esperança"

~ Não é de hoje que conheço Catolicismo. A revista é para mim como se fosse uma lufada de ar fresco no ambiente irrespirável em que vivemos hoje. O desregramento, a banalização do sexo, os atentados violentos contra a família e a permissividade sufo-

cam os que defendem a família, a tradição e a propriedade. Catolicismo é, acima de tudo, uma mensagem de esperança. Muito obrigado pela remessa da medalha de Nossa Senhora de Fátima. (J.M.C. -

Rio Verde-GO)

"O melhor presente que recebi em 97"

~ Fiquei muito feliz em receber Catolicismo, pois eu desejava muito ter essas revistas que comentassem sobre assuntos importantes como a vida dos Santos, sobre a Religião, etc. Também agradeço por este presente tão maravilhoso que foi a carta me convidando para ser assinante desta revista. Sei que foi o melhor presente que recebi neste ano de 97. Vou incentivar pessoas da minha comunidade e comunidades vizinhas a participar destas maravilhosas revistas que vêm nos informar sobre assuntos tão importantes. (M.M.S. -

Orobó-PE)

"Faz um bem sem límites às famílias"

~ É com satisfação que pela primeira vez me comunico diretamente com Vossa Senhoria. Gostaria de agradecer pelas campanhas que recebemos e por tudo que os vossos serviços vêm desenvolvendo. Isto deixa as pessoas mais ligadas e ocupadas com a Religião e, no mais, faz um bem sem limites às famílias que participam . Porque a Religião tem muito poucos operários e a messe é grande, e vocês estão dando uma complementação a muitos, principalmente àqueles que se acham e se sentem acomodados. Eu pessoalmente diria que vossa equipe está de parabéns. E daqui torcemos para que continue assim para melhor.

C AT O L IC IS MO

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Sinop-MT)

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F rancisco Fernando de Capillas nasceu em 14 de agosto de 1607, em Baq uerin de Campos (Castell a a Velha). Seus pais, D. Baltazar Fernandez e Da. Anna de Capillas, eram descendentes da respeitável fidalguia espanhola denominada Cristianos viejos, isto é, de linhagem genealógica do mais nobre sangue cristão. Aos 17 anos, em 1624, entrou no Convento Dominicano, em Valladolid. Cedo seu zelo apostólico manifestou-se heróico, cavalheiresco e com o brio dos melhores da Espanha. No capítulo da Ordem realizado em Tolosa, apenas quatro anos após sua entrada na vida religiosa, apresentou-se como candidato às perigosas missões orientais. No oriente, a cristandade nesse tempo estava sendo extirpada a ferro e a fogo. Aceito seu oferecimento, partiu como simples diácono em 19 de junho de 1631 rumo às Filipinas, e aí, no convento de São Domingos, terminou seus estudos, tendo sido ordenado sacerdote no dia 5 de julho de 1632.

Be111-aventurado

Filipinas: longos trajetos, intempéries e borrascas

Francisco Fernando de Capillas 111issionário co111 ardente fogo apostólico, pri111eiro 111ártir na China O sangue desse valoroso herói da fé é semente de cristãos nos dias de hoje, sustentando a destemida Igreja Católica naquele país, que vive em catacumbas, suportando impiedosa perseguição ÜSCAR M. MOTITSUKI

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e ATO

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Iniciou seus trabalhos apostólicos em Cagayan, província situada a nordeste da ilha Luzón, nas Filipinas. Durante l Oanos permaneceu naquela região, entre indígenas e colonos espanhóis. Viajando de um lugar a outro, em longos trajetos, a pé ou em frágeis barcos, enfrentando caminhos ásperos, intempéries e borrascas, foi, dia a dia, forjando sua alma para os grandes embates da vida apostólica. Em atenção aos seus desejos de uma vida de maior sofrimento por amor a Jesus Cristo, foi transferido para Fokien, na China. Ele queria ardentemente verter seu sangue para a conversão dos gentios chineses, seguindo os anseios de São Francisco Xavier.

Igreja de São Paulo, em Valladolid, originalmente Convento Dominicano, no qual ingressou o Bem-aventurado Capil/as, aos 17 anos

tavam disseminadas as forças de reação contra a sua presença. Em especial, havia uma li ga secreta denominada Pe-lien-kaos, Rosa branca do mar, que aglutinava adeptos para uma reação contra o invasor. Ciente disso, em 1647 o governo central enviou emissários para esmagar toda e qualquer reação que pusesse em perigo o novo governo imperial. Em agosto a ordem chegava a Fokien.

Primeiros sinais de perseguição

Perseguição brutal "baseada" em calúnias

Naquela região do território chinês, nessa época, encontravam-se apenas o padre João Garcia - superior da Ordem e experimentado apóstolo - e seu companheiro, padre Francisco Diaz. Capillas tinha o especial dom de penetrar nas consciências dos que conversavam com ele. Tal era a santidade de sua vida, que pelo exemplo arrastava as almas à conversão. O profundo recolhimento, a modéstia sem afetação, a mente povoada de elevadas cogitações impressionavam vivamente os que dele se aproximavam. Nessa época a China estava em plena convulsão. Os manchus haviam invadido o império, e em 1644 apoderaram-se de Pequim, destronando o último imperador da dinastia Ming. Todas as províncias do norte caíram sob o domínio manchu, o qual ameaçava outras partes do imenso império chinês. Tal era o ímpeto dos invasores, que em 1646 já haviam atingido Fokien, a província dos nossos missionários. As hostes manchus usaram extremo rigor nas províncias do sul, pois aí eseAT

Nessa cidade havia um partidoradicalmente hostil aos católicos, liderado por um tal Shcin-wan-hoei, sendo a ordem proveniente de Pequim um excelente pretexto para esmagar os cristãos que o mencionado líder tanto detestava. Tendo em vista tal objetivo, enviou um requerimento ao supremo juiz dos manchus, acusando os católicos de pertencerem à odiada liga dos Pe-lien-kaos. Denunciava ainda, sem nenhum fundamento, estarem aqueles preparando a ruína do império chinês com doutrinas opostas às leis e tradições do país; e acrescentava uma série de nefa11das calúnias, entre as quais a de que os missionários fascinavam de tal maneira as donzelas chinesas que estas passavam a desprezar o casamento. O juiz acolheu favoravelmente as acusações e lançou um edito de proscrição, pelo qual os missionários seriam expulsos, os católicos desterrados, sua doutrina eliminada, as igrejas destruídas e os livros cristãos queimados. ► O L IC ISMO

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Vendo tanta constância, o mandarim tentou suborná-lo e lhe ofereceu enormes vantagens se ele renegasse a Fé. O heróico mártir respondeu-lhe que nem pela coroa do império chinês trocaria a felicidade de padecer por Jesus Cristo. Raivoso com essa resposta, mandou novamente arrastá-lo pela sala e maltratá-lo com golpes de bambus rachados.

Fiéis da Igreja Católica subterrânea assistem Missa na China comunista em nossos dias: o sangues dos mártires foi semente de cristãos

Apesar de coberto de feridas, catequiza os prisioneiros e reza o terço Sede pagã: saciava-se somente com sangue... A sanha dos inimigos de Cristo evidentemente se reacendeu num furor diabólico. Certo dia, organizou-se um magote ébrio de sangue cristão que começou a percorrer as casas onde moravam os católicos para as destruir e matar seus moradores. Uma das primeiras vítimas foi opadre Francisco Diaz, morto a pedradas. O magote infernal gritava com ódio contra os cristãos, especialmente os três missionários dominicanos. Além disso, escarnecia da Cruz do Salvador e das virgens consagradas a Deus. Uma donzela cristã indignada procurou reagir, mas foi ferozmente maltratada; ferida, caiu banhada de sangue. O Padre Garcia sentiu o perigo que ameaçava sua vida. Dirigiu-se depressa à igreja e escondeu os objetos preciosos. À noite fugiu para fora da cidade por um canal subterrâneo e dirigiu-se a Ting-teu.

Prisão, terríveis torturas e fortaleza sobrehumana Certo dia, ao retornar da visita que fizera a um moribundo, Padre Capillas foi preso por uma quadrilha de manchus e conduzido ao mandarim-civil. Após breve interrogatório, esse ordenou que os carrascos lhe aplicassem uma tortura conhecida como kia-kuen, que consistia em achatar os pés com duas tábuas atarracadas. Esta tortura produzia uma dor tão dilacerante que sua vítima costumava uivar em virtude do sofrimento que ela provocava. No primeiro momento o padre 32

eATOLIeISMO

Capillas soltou um grito de dor. Mas em seguida se refez, lembrando-se que padecia como testemunha da Fé em Cristo. Começou então a repetir: "Meu Deus, graças vou dou! Meu Deus, ajudai-me a não sucumbir!" O mandarim perguntou-lhe se já tinha a felicidade que procurava. "A alma se alegra em poder sofrer por Cristo, embora o corpo sinta grandes dores", respondeu-lhe o sacerdote. À vista dessa resposta, o mandarim mandou-lhe aplicar mais aJgwnasdelícias. Os algozes ape1taram ainda mais os pés já dilacerados. O missionário não soltou nenhum gemido; sofria a dor terrível em silêncio, por amor a Jesus Cristo.

Nem a coroa do Império o faria apostatar... A um sinal, o torturador ergueu a cabeça do Padre Capillas para que seu chefe pudesse ver melhor sua face dilacerada pela dor. Qual não foi sua surpresa ao vê-la tranqüila e em paz. Furioso com o maJ resultado dessa tortura, mandou que o sacerdote fosse arrastado violentamente pelo chão. Soltaram as cordas que amarravam seus pés e o sangue jmTOu com ímpeto das feridas. Vendo tal valentia, o mandarim pensou que o missionário estivesse enfeitiçado. Pegou o breviário, e julgando que este contivesse as fórmulas de feitiçaria, ordenou ao Padre que o lesse. O Padre Capillas começou a ler. Tratava-se do martírio de Santa Catarina, cuja festa se comemora a 25 de novembro. Movido por uma graça especial, explicou o heroísmo das virgens cristãs.

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O Padre Capillas caiu desmaiado, todo ensangüentado. O mandarim mandou levá-lo ao cárcere mais escuro, sem qualquer alimento, para vergar sua perseverança na Fé. Mais tarde, João Schnag, seu fiel criado, visitou-o na prisão. Encontrou-o ainda todo chagado, mal podendo mover-se, mas sua fisionomia estava alegre. Embora a prisão estivesse cheia, novos prisioneiros chegavam quase todos os dias. Com o passar do tempo, a todos que podia, instruía nas verdades da Religião Católica. Sua devoção preferida consistia em rezar o Santo Rosário com eles. Decorridos dois meses de prisão, quase toda a população carcerária havia abraçado a Fé católica, em virtude do exemplo e dos ensinamentos do valente e abnegado missionário. Muitos receberam ali mesmo o sacramento do batismo . Por seu lado, os cristãos de Fokien começaram a se articular para pedir a liberdade do sacerdote, pagando um resgate ao mandarim . Essa iniciativa, embora movida pelas melhores intenções, desagradou o prisioneiro, pois este queria continuar a padecer por amor a Jesus Cristo Crucificado.

Novas mentiras e torturas Certo dia, o mandarim que o mandara prender apareceu no cárcere . E ficou furioso quando viu o prisioneiro fora das condições que determinara. Mandou então castigar severamente o carcereiro e ordenou que se açoitasse novamente o religioso com bambus rachados, de pontas agudas.

Tal foi a violência dos golpes que Padre Capillas ficou inteiramente imobilizado durante três dias. O mandarim exigiu que o prendessem no local determinado anteriormente. Pouco tempo depois , esse cruel mandarim encontrou seu merecido fim. Estando a cidade sitiada pelos chineses, inimigos dos manchus, foi ele examinar a posição dos sitiantes. Um certeiro tiro de arcabuz o feriu mortalmente. O novo comandante, ocupado com os negócios da guerra, esqueceu momentaneamente os prisioneiros . E assim o Padre Capillas pôde continuar o apostolado com seus companheiros de cárcere. O cerco à cidade continuava. O novo mandarim fustigou seus sitiantes, pois estes constituíam brigadas sem muito treinamento. Porém, sua maior preocupação era que alguma traição o envolvesse internamente e pusesse em perigo sua cidadela. Em uma sortida campal, os manchus prenderam alguns soldados chineses. O mandarim mandou infligirlhes a tortura do cavalete para que contassem detalhadamente a organização do exército e os planos secretos que os mantinham vinculados a seus comparsas da cidade. Os infelizes contaram tudo o que sabiam e disseram também que havia muitos conspiradores dentro da cidade. Assistira a esse interrogatório o chinês que denunciara os cristãos anteriormente; logo reiterou suas falsas acusações e apontou como conspiradores vários cristãos importantes. Acrescentou que o pior de todos estava na prisão à espera da sentença.

Obtida a ambicionada palma do martírio O comandante, furioso, mandou imediatamente prender os cristãos proscritos e buscar o Padre Capillas na prisão. Os soldados o encontraram rezando os mistérios dolorosos do Santo Rosário com os prisioneiros. Recebendo ordem de os acompanhar, o missionário percebeu que o esperado e fatal momento chegara. Despediu-se cari-

Depois de lhe atar ambas as mãos ao peito, obrigaram-no a se ajoelhar. O soldado recuou para poder vibrar a arma com mais ímpeto. O mártir rezava enquanto o cutelo sibilava no ar; ouviuse, em seguida, uma forte pancada. O golpe foi certeiro e fulminante. Num instante, a cabeça rolou pelo chão. De seu pescoço decepado jorrou um jato de sangue que caiu sobre sua serena fisionomia. Sua bem-aventurada alma deixou esta Terra de exílio no dia 15 de janeiro de 1648. E subiu ao Céu, onde contempla a Deus em sua essência de infinito poder, beleza e perfeição.

Perseguição post-mortem ... e glorificação final

Sâo Pio X beatificou o Padre Capil/as em 1909

nhosamente dos prisioneiros e com serenidade de alma seguiu os soldados. Os últimos momentos de sua vida se aproximavam. Antes de entrar na sala do comandante o sacerdote viu os corpos de seis decapitados estirados no chão. Não lhe restava dúvida, o seu fim era aquele. O comandante ao vê-lo se enfureceu. Acusou-o de ser o cabeça dos conspiradores e disse-lhe que teria a morte merecida. Padre Capillas permaneceu em silêncio. Sua resposta foi um profundo recolhimento interior. Encomendou sua alma a Deus, entregando-a interiormente ao Criador. A graça do martírio lhe daria forças para vencer o medo e a covardia. Os soldados conduziram-no então a uma pequena colina. Sem qualquer cerimônia começaram a despi-lo. Quando tentaram tirar-lhe a camisa, ele esboçou uma pequena resistência. Mas logo percebeu que sua reação seria vã. Pediu-lhes apenas uns instantes para a oração final. De joelhos começou a rezar. Após um breve tempo, levantou-se, tirou a camisa e a entregou aos seus algozes. Tentaram tirar-lhe também as meias, mas elas estavam tão coladas em seus pés chagados que desistiram.

O cadáver do Padre Capillas não foi poupado . Por causa das calúnias lançadas contra os missionários, seu corpo de virginal pureza foi desonrado; e depois jogado numa cova comum, junto às muralhas, com outros cadáveres de criminosos supliciados. Um destemido cristão resgatou sua cabeça e a enviou ao Padre Garcia. Este mais tarde trasladou-a para Manilha e depois, finalmente, para o Convento São Paulo, em Valladolid. Seu corpo, porém, só foi resgatado após dois meses, já em decomposição, sendo reconhecido por causa das meias coladas aos pés. O Padre Garcia recebeu o corpo e o escondeu na casa de um pagão, que o guardou em segurança. Mais tarde, foi ele trasladado para a capital Futscheu e, durante a perseguição dos mandarins, desapareceu , não se tendo mais notícia dele. No Pontificado de Clemente IX [1667-1669) iniciou-se o processo de Beatificação do primeiro mártir da China. Porém só 261 anos depois, mais precisamente a 2 de maio de 1909, o Papa São Pio X o beatificaria. ♦

Fontes de Referência:

*

Antonio Huonder, S.J ., Campeões da Cru z Biografia de Missionários Católicos, Vozes, Petrópolis, 1915. * Missei Domin.icain Quotidien - selon te Rite de l'Ordre des Freres Prêcheurs, 4eme édition, Éditions du Cerf, Paris, 1948.

e AT oLIe Is

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rude perseguição e longo desterro. Neste escreveu 12 livros sobre a Santíssima Trindade, que lhe valeram o título de Doutor da Igreja.

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São Timóteo, Mdrtir, e São Tito, Confessor

QUA

+ Ásia Menor, Séc. I. Dois di scípulos de São Paulo. Timóteo foi seu preferido e fi e l companhe iro, a quem escreveu duas cartas cheias de conselhos. Bispo de Éfeso, morreu apedrejado pe los pagãos. São Tito també m acompanhou o Apóstolo em a lgum as viagens, tornando-se depois Bispo de C reta, onde morreu.

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São Félix de Nota., Confessor

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+ 256. Sacerdote, passou por vários suplícios nas persegui ções de Décio e Valeriano, saindo incólume. Na piisão, foi liberto por um Anjo que o conduziu para junto de seu Bispo que, num esconderijo, morri a à míngu a.

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Santos Reis Magos

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SANTA MARIA. MÃE DE DEUS

São Raimundo de Peiíaforte, Confessor

(Anti gamente, Circunci são do Menino Jesus)

2 São Ba.sí/:lo Magno, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja São João Basco

São Paulo Apóstolo

+ Cesaréia, 379. Considerado o Colosso da Igreja oriental e o Pai dos monges do Oriente. Com suas regras, deu forma definitiva à vida monástica. Lutou denodadamente contra o arianismo - a mais satânica heresia da Igrej a primitiva - e o Imperador Valente, que a favo recia.

3

+ Espanha, 1275. Dominicano, Príncipe dos canonistas e g rande confessor, foi igualmente célebre por seus milagres . Com São Pedro Nolasco fundou a Ordem das Mercês para .a redenção de cativos.

8 São Pedro Tomás, Bispo e Confessor + C hipre, 1366. Carmelita, e nca rregado pontifício de delicadas mi ssões diplomáticas.

Santo André Corsini, Confessor

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+ Fiésole, 1373. Também Carmelita e conte mporâneo do anterior, de uma das mais ilustres famílias de Florença, fez-se relig ioso depois de vida mundana. Ele ito Bispo de Fiésole, levou suas virtudes a um grau heróico .

Santo Antão Abade, Confessor

+ Cluny, 1048. Um dos grand es abades de C luny, cujo papel foi primordial na Idade Médi a. A ele se deve a introdução da Trégua de Deus, que tinha por finalidade controlar o espírito extremamente belicoso do tempo.

5 São Simão Estilita, Confessor + Síria, 459. Santo para ser mais admirado que imitado, fo i despedido de moste iro em mosteiro dev ido ao seu modo s ingu lar de fazer penitência. Acabou construindo para si uma coluna, a fim de iso lar-se em seu topo. Desse púlpito improvisado falou a imperadores, reis, religiosos, e converteu muitos pagãos.

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e ATOL

São Raimundo de Peflaforte

I C ISM O

+ Roma, 309. Reorgani zou a hierarquia ec les iás tica de struída pe las perseguições de Diocleciano. Sob Maxêncio foi exilado e ob1i gado a viver num estábulo , onde morreu em conseqüência dos mau s tratos.

+ Paris, 512. Consagrou-se a Deus como virgem aos 14 anos. Quando os hunos ameaçaram invadir Paris, Genoveva saiu às mas exortando os parisienses à penitência; inesperadamente e sem razão natural aparente, Átil a afastou-se da cidade com seus bárbaros, o que levou o povo a atribuir à Santa a preservação da cidade.

Santo Odilon, Abade

Santa Inês

16 São Marcelo I, Papa e Mdrtir

9

4 Batismo de Nosso Senhor

Santo Amaro ou Mauro, Confessor + Subíaco, 584. Filho de um senador romano, aos doze anos foi entregue a São Bento para ser educado. São Gregório Magno o exalta pelo seu amor à oração e ao silêncio. Avançado na vi1tude, apesar de sua pouca idade, São Bento o mandou diri gir monges e mosteiros.

Santa Genoveva, Virgem

10 + 1209. Grande amante da solidão, entrou na Ordem de Cister de onde a obediência o tirou para ocupar a arquidiocese de Bourges, no centro da França.

11 Santo Higino, Papa e Confessor + Roma,

142. Grego de origem, por sua virtu-

de e coragem foi escolhido para suceder a São Telésforo, que sofrera o martíri o. Lutou contra vários heresiarcas e animou os cri stãos perseguidos pe los pagãos, acabando e le mesmo por dar sua vida por Cri sto.

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BA11SMODE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

EPIFANIA DO SENHOR, OU SANTOS REIS

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Epifa nia s ig nifica Manifestação. Com a adoração dos Magos, Nosso Senhor se manifesto u não só aos judeus, mas a todos os povos da Terra.

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São Guilherme de Bourges, Bispo e Confessor

Santo Hilário de Poitiers, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja + 367. O Atanásio do Ocidente lutou aci rradamente contra os arianos dos quai s sofreu

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+ Eg ito, 356. Viveu longos anos de penitênc ia no deserto, onde era freqüentemente atacado pelo demônio. Depois agrupou os solitári os sob sua direção lançando os primeiros alicerces da vida em comum.

18 Santa Prlsca ou Prlscila., Virgem e Mdrtir + Roma, Séc. I. É considerada por muitos como a primeira mártir do Ocidente. Batizada por São Pedro aos 13 anos, foi martirizada pouco depois por não ter querido queimar incenso aos deuses.

Santa Ângela Merici, Virgem + Bréscia, J540. Consciente de que as desordens da sociedade provêm, em grande parte, da corrupção da famflia, fundou o instituto re ligioso das Ursulinas, para a educação da juventude feminina e a formação de mães cristãs.

Santo Tomás de Aquino

21 Santa Inês, Virgem e Mdrtir + Roma, 304. A fortaleza dessa menina de 13 anos asso mbrou mesmo seus verdugos , que no e nta nto a mataram c rue lmente. Co m Santa Cecíli a, Santa Inês tornou-se uma das mais conhec idas e cultuadas mártires de Roma.

22 Santos Vicente e Anastdc-lo, Mdrtires + 304 e + 628. São Vicente foi um valoroso diácono de Zaragoza que enfrentou toda sorte de tormentos para provar sua fidelidade a C ri sto. E Anastácio foi um monge persa decapi tado com outros 70 cristãos pelo rei Cosroes.

23 Santo Ildefonso, Bispo e Confessor + Toledo, 667. Di sc ípul o de Santo Is idoro, Arcebispo de Toledo e ze losíssimo defensor da virgindade de Maria contra os hereges, escreveu um livro refutando-os. A Virge m aparece u-lhe, revestiu-o com uma casula, di zendo: "Tu és meu capelão e meu.fiel notário; recebe esta casula que meu Filho te envia". Esse acontecimento passou a ser festejado an ualmente em Toledo.

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Santos Mdrio e Companheiros, Mdrtires

São Francisco de Sales, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja

+ 270. Mário, a esposa Marta, e dois filhos, viajaram da Pérsia a Roma para venerar os sepul c ros de São Pedro e São Paulo. Ao vis itar depoi s os cristãos nos cárceres, foram també m detidos e martiri zados.

+ Annecy, 1622. Bispo de Genebra, animado de profundo amor de Deus e das a lmas, dotado de uma bondade e suavidade excepcionais no trato, sólida cultura e 01todoxia, fundador e d iretor de incontáveis almas que guiou com passo firme no caminho da perfeição, São Francisco de Sales é um mestre da vida espiritual. É patrono dos jornalistas e publ ic istas católicos.

20 São Sebastião, Mdrtir + Roma, 288. Centurião da guarda pretoriana de Diocleciano, sustentava, com grande zelo apostólico, o confessores da íé e os mártires. Denunciado, foi trespassado com fl echas; curado milagrosamente, arrostou os açoites que provocaram sua morte.

25 Conversão de São Paulo Apóstolo Ao cair do cavalo, o perseguidor tomou-se Apóstolo. Instmído pelo própiio Ciisto Jesus, foi o maior propagador do Ciistiani smo entre os gentios.

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28 Santo Tomás de Aquino, Confessor e Doutor da Igreja + Fossa Nuova, 1274. O maior teólogo da Igreja. Aos cin co anos foi confiado aos monges beneditinos de Monte Cassino, entrando depois para os dominicanos. Foi cognomi nado Doutor Angélico, por sua pureza de vida e elevação de doutrina, que transcende à pura inteli gê nc ia humana. É o patrono das escolas católicas.

29 São Constdncio, Bispo e Mártir + Perúgia, 178. Notável pelo espírito de mortificação e generosidade para com os pobres, aos 30 anos foi eleito Bispo de Perúgia. Não querendo sacrifi car aos ídolos, foi colocado em termas aquecidas a alta temperatura, mas nada lhe aconteceu. Na prisão, converteu seus carcereiros. Finalmente, foi decapitado.

30 Santa Jacinta Marlscotti, Virgem + Viterbo , 1640. Se bem que ed ucada cristãmente, levou vida frívola e mundana mesmo no convento onde entrou por ordem do pai. Adoecendo gravemente, o confessor da casa não a quis atender di zendo que o Céu não era feito para pessoas vãs e soberbas. U m te,rnr sa lutar levou-a ao a1Tependimento, ao remorso, e à reparação, transformando sua vida numa contínua e edificante penitê nc ia até sua morte.

31 São João Bosco, Confessor + Turim , 1888. Fundador da Pia U ni ão dos Cooperadores Salesianos e do Instituto das F ilhas de Maria Auxiliadora. "O êxito dessa obra, di z ia São Pio X, só pode explica r-se pela vida sobrenatural e santidade de seu Fundador". De alma simp les, a legre e ardente, não hav ia obstác ul o que o detivesse na linh a do bem e da virtude.

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lJj cito, o bem e o mal. Daí, o cego e imo-

Em

Violada a Lei de Deus . na família, toda a sociedade é terrivelmente afetada

edições anteriores, transcrevemos importantes textos mostrando quais são as obrigações e direitos existentes na celula-mater da sociedade: dos esposos entre si, dos pais para com os fi lhos e vice-versa. No presente número, reproduzimos alguns documentos pontifícios que mostram os graves malefícios que acontecem quando não se cumprem os Mandamentos divinos na instituição familiar.

A guerra, funesta conseqüência da descristianização da família Discorrendo sobre as causas profundas da I Guerra Mundial, diz Pio XI na encíclica Ubi Arcano, de 23 de dezembro de 1922: "Decidiu-se até que nem Deus nem Jesus Cristo presidiriam mais a fundação da família e se fez entrar na categoria dos contratos civis o casamento do qual Cristo fizera um grande sacramento (Eph. V, 32) e que, no seu pensamento, devia ser o símbolo santo e santificador do liame indissolúvel que une o próprio Jesus Nosso Senhor à sua Igreja. Assim se obscureciam nas mas-

sas populares as idéias e os sentimentos religiosos que a Igreja infundira na célula mater da sociedade que é a família; desapareceram a ordem doméstica e a paz do lar; a união e a estabilidade da família estão dia a dia mais comprometidas; o fogo das baixas paixões e do apego mortal a mesquinhos 36

CATOLICISMO

interesses com tal freqüência violam a santidade do matrimônio, que as fon-

tes mesmas da vida das famílias e dos povos estão infectadas . .. .. "Quem, pois, renega os princípios de sabedoria cristã, não tem o direito de admirar-se de que os germes de discórdia, por toda parte semeados, como em solo bem preparado, tenham produzido o execrável fruto de uma guerra que, em vez de enfraquecer pela fadiga os ódios internacionais e sociais, apenas os alimentou mais abundante-

"A dignidade, os direitos e os deveres da família, estabe-

lecida por Deus como célula vital da sociedade, são

por este fato tão antigos como a humanidade ..... Ora, precisamente porque a família é o grande elemento orgânico da sociedade, todo

atentado perpetrado contra ela é um atentado contra a humanidade. Deus pôs no coração do homem e da mulher, como um instinto inato, o amor conjugal, o amor paterno e materno, o amor filial. Por isso, pretender arrancar, paralisar este tríplice amor, é uma profanação que mete horror por si mesma, e

que leva fatalmente à ruína a pátria e a humanidade . ....

A indisciplina dos costumes, erigida em liberdade indiscutível: causa da desagregação familiar

Cena da I Guerra Mundial

mente, pela violência e pelo sangue" (Documentos Pontifícios, nº 19, Vozes, Petrópolis, 1950, 2ª ed., p. 14).

Todo atentado contra a família é um atentado contra o próprio gênero humano Da alocução de Pio XII, de 20 de outubro de 1949, aos delegados da União Internacional dos Organismos Familiares:

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derado amor próprio, a sede dos prazeres, o alcoolismo, as modas dispendiosas e impúdicas, a criminalidade mesmo de menores , a ambição do poder, a negligência com relação aos pobres, a cupidez de riquezas iníquas, o abandono dos campos, a leviandade em contrair o matrimônio, os di-

"O que importa antes de tudo, é que a família - a sua natureza, a sua finalidade, a sua vida - sejam encaradas sob o aspecto verdadeiro que é o de Deus, da sua lei religiosa e moral. "Não é realmente uma dor de alma ver as soluções dos problemas mais delicados a que desce uma mentalidade materialista? Desagregação da famí-

lia pela indisciplina dos costumes, erigida em liberdade indiscutível; esgotamento da família pelo eugenismo em todas as suas formas, introduzido na legi slação; escravização material ou

moral da família quanto à educação dos filhos, quando os pais são reduzidos quase à condição de condenados despojados do poder paterno! A concepção da fa-

mília, encarada sob o ponto de vista de Deus, fará necessariamente voltar ao único princípio de solução honesta: usar de todos os meios para colocar a família em estado de sebastar a si mesma e de prestar o se u contributo ao bem comum" (Documentos Pontifícios, nº 86, Vozes, Petrópolis, 1952, pp. 16, 17 e 18).

Entibiamento do afeto mútuo entre pais e filhos, conseqüência do desprezo pelos mandamentos divinos De Pio XII, na encíclica Sertum Laetitiae, de 1° de novembro de 1939: "Se se desprezam os divinos mandamentos, não só não se obtém a felicidade posta além do breve espaço de tempo assinado à existência terrena, mas vacila a própria base na qual assenta a verdadeira civilização da humanidade, e ó se devem esperar lastimáveis ruínas; é que os caminhos que levam à vida eterna são a força viva e seguro alicerce das realidades temporais . .... "Em toda parte - segundo a confissão de homens sérios - é esta a raiz amarga e fértil de males: o desconhecimento da divina majestade, a negligência dos preceitos morais oriundos do alto, uma lamentável inconstância que hesita entre o lícito e o ilí-

vórcios, a desagregação das famí-

lias, o resfriamento do mútuo afeto entre pais e filhos, a desnatalidade [prática da contracepção], a degenerescência da raça, o enlanguescimento do respeito para com as autoridades, o servilismo, a revolta, a negligência dos deveres para com a pátria e para com o gênero humano" (Documentos Pontifícios, nº 58, Vozes, Petrópolis, 1950, p. 9).

"Quando a instituição cristã da família vacila, desabam os fundamentos da civilização" Na encíclica Ad Petri Cathedram, de 29 de junho de 1959, João XXIII reafirma o ensinamento de seus predecessores: "Exortamos instante e paternal mente todas as famílias a que procurem alcançar e reforçar aquela união e concórdia, a que convidamos os povos, os governantes e todas as classes sociais. Se não há paz, união e concór-

dia nas famílias, como poderá havêla na sociedade civil? Esta ordenada e harmônica união, que deve sempre reinar dentro das paredes domésticas, nasce do vínculo indissolúvel e da santidade própria do matrimônio cristão e contribui imenso p'ara a ordem, progresso e o bem-estar de toda a sociedade civil. O pai faça, por assim dizer, as vezes de Deus no lar e oriente, não só com a autoridade, mas também com o exemplo. A mãe, com a delicadeza da alma e a virtude, procure educar forte e suavemente os filhos ; para

com o marido seja boa e afetuosa; e com ele prepare os filhos, dom preciosíssimo de Deus, para uma vida honesta e religiosa. Os filhos, por sua vez, sejam sempre obedientes aos pais, como devem, amem-nos, consolemnos e, sendo necessário, ajudem-nos. Dentro das paredes domésticas reine aquela caridade que abrasava a Sagrada Família de Nazaré, floresçam todas as virtudes cristãs, domine a união dos corações, e brilhe o exemplo duma vida honesta. Não aconteça nunca como pedimos ardentemente a Deus que seja perturbada tão bela, suave e necessária concórdia; quando a ins-

tituição cristã da família vacila, quando são negados ou violados os mandamentos do Divino Redentor sobre este ponto, então desabam os fundamentos da civilização, a sociedade civil corrompe-se e corre grave perigo com prejuízos incalculáveis para todos os cidadãos" (Documentos Pontifícios, nº 128, Vozes, Petrópolis, 1959, pp. 15-16) .

Desvirtuar o matrimônio compromete o futuro da humanidade Do discurso de João Paulo II no Encontro com os Bispos e com os participantes do Congresso Teológico-Pastoral, no Centro de Congressos Riocentro (RJ), em 3 de outubro p.p.: "Entre as verdades obscurecidas no coração do homem, por causa da crescente secularização e do hedonismo reinantes, ficam especialmente afetadas todas aquelas relacionadas com a fanuua . .... "A mesma fidelidade conjugal e o respeito pela vida, em todas as fases da sua existência, estão subvertidos por uma cultura que não admite a transcendência do homem criado à imagem e semelhança de Deus.

Quando as forças desagregadoras do mal conseguem separar o matrimônio da sua missão de respeito à vida humana, atentam contra a humanidade, furtando-lhe uma das garantias essenciais do próprio futuro" (O Papa no Brasil - Pronunciamentos oficiais - II Encontro Mundial com as famílias, Editora Vozes, Petrópolis, 1997, pp. 18 e 19).

CATO LIC ISMO

Janeiro de 1998

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Ao

Acima:

Acusado de cumplicidade com o capitalismo: vítima do comunismo chinês é apresentada diante de um "Tribunal revolucionário", em 1950 À esquerda: Milhares de crâneos e ossos humanos são expostos após a descoberta de um dos numerosos cemitérios espalhados pelo Camboja

Ce111 111ilhões de assassinatos:

o maior massacre da História

Macabro balanço de 80 anos de crimes do comunismo ALFREDO MACHALE

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e ATO L Ie ISMO

Janeiro de ,t 998

TERMINAR a Segunda Guerra Mundial com a derrota do nazismo, os aliados procederam, em Nuremberg (Alemanha), ao julgamento de acusados de crimes cometidos por representantes desse regime, dando a conhecer a extensão alcançada por suas práticas sangüinárias. Desde então, ao tomar conhecimento da cruel repressão movida pelos governos comunistas contra seus opositores, muitas pessoas esperaram que um dia se fizesse um julgamento análogo dos verdugos vermelhos, para libertar de uma vez o gênero humano desse flagelo. Ao final da década de 80, a queda da URSS deu lugar a que diversos arquivos secretos fossem abertos aos interessados. Apesar disso, poucos estudos foram publicados sobre a brutal repressão comunista, em geral com escasso eco na opinião mundial. Formou-se um vazio em torno de tudo aquilo que denunciava ta] repressão, exercida até então pelos regimes marxistas. Esse vazio levou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a publicar, em 1990, um Manifesto de interpelação aos dirigentes comunistas das nações livres (vide quadro à página 40). O documento perguntava a tais dirigentes se conheciam ou não a trágica situação de miséria e opressão em que jaziam os países do bloco vermelho e se queriam o mesmo para suas pátrias. Não obstante, continuava o silêncio sobre a ação demolidora e opressiva das tiranias comunistas. Tal silêncio, porém, quando obtido por métodos muito artificia is, pode ser quebrado. Se a mídia sente-se desacreditada diante da opinião pública por não cumprir adequadamente seu papel de informar, ela se empenha logo em corrigir suas omissões e passa a revelar o que antes queria ocultar. Algo assim parece ter ocorrido no caso da repressão comunista. Ao cumprir-se, em novembro último, 80 anos da Revolução bolchevista, mediante a qual a seita vermelha começou os ma sacres em grande escala, um grupo de historiadores franceses -excomunistas, ex-maoístas ou extrotskistas , porém ainda de clara

Milhares de prisioneiros encontraram a morte entre 1932 e 1933 nos canteiros de obras do canal que liga o Mar Branco ao Mar Báltico, no território da ex-URSS

militância esquerdista - sob a direção de Stéphane Courtois, publicou em Paris um estudo completo das tragédias que afetaram os diferentes países dominados pelo comunismo. Trata-se do Livro Negro do Comunismo: crimes, terror e repressão (Ed. Robert Laffont, 850 páginas), no qual Nicolas Werth exam ina os massacres no bloco soviético; Jean Louis Margolin na China, Vietnã e Camboja; Karel Bartosek no Leste europeu; Pierre Rigoulot na Coréia do Norte; Yves Santamaria na África; Pascal Fontaine na América Latina; por fim, Jean Louis Panné e Stéphane Courtois os realizados pelo Komintern no âmbito internacional. Cabe perguntar por que foram esquerdistas que fizeram o estudo. Segundo os próprios autores, eles não quiseram "deixar a uma extrema-direita, cada vez mais presente, o privilégio de dizer a verdade" ao analisar e condenar o comunismo. Ou seja, já que não se podia conti-

nuar deixando o assunto no esquecimento, acharam melhor que a seita vermelha fosse julgada por eles, relativamente amigos - se bem que não incondicionais - que por um a equ ipe inteiramente inimiga ... Um fato recente, ocorrido no último verão europeu, parece haver sido o fator que desencadeou essa inesperada mudança, de uma unânime campanha de silêncio sobre o terror comunista a um esforço de denúncia mundial. Foi a descoberta, em um bosque de Carelia (República da ex-URSS, situada na prute noroeste do antigo território soviético), de um ossário com os restos de 9.000 vítimas de Stalin ... Silenciado pela imprensa naquela ocasião, agora é noticiado. Os historiadores, preocupados em chegar a conclusões fidedignas, calculam o total de vítimas fatais em torno dos cem milhões de pessoas, assim distribuídas: 20 milhões na ex-URSS, 65 milhões na China, 2 milhões em Camboja, 2 milhões na Coréia do Norte, 1,7

Arame farpado destinado a impedir que prisioneiros se jogassem da amurada, na prisão de ToulSleng, no Camboja. Neste terrível cárcere, 20.000 cambojanos foram torturados e mortos.

C AT O LI

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JJJiJl:LfJj)JJjJJJJ, JJJiJJJ

A peregrinação das almas sofredoras

Inexplicável atitude dos chefes dos PCs ocidentais Por que continuaram comunistas os chefes dos PCs, em todo o Ocidente, apesar de conhecerem a miséria provocada pelo comunismo nas nações juguladas por Moscou? Por que, conhecendo a situação miserável da Rússia comunista e das nações cativas, consentiram em chefiar um partido político que não tinha outro objetivo senão arrastar para essa situação de escravidão e vergonha os próprios países do Mundo Livre, em que haviam nascido? Por que, enfim, desejavam essa tenebrosa situação? Por que ocultavam a verdade a seus próprios asseclas, alguns dos quais - pelo menos - se a conhecessem, teriam desertado das fileiras vermelhas? Por que os historiadores ocidentais, durante o longo período de dominação soviética, narraram de modo

otimista e superficial o que se passou no mundo comunista? Por que tais historiadores se contentaram em dizer tão pouca coisa sobre desgraças tão imensas? Estas e muitas outras penetrantes indagações formulou-as em alto e bom som o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira no Manifesto Comunismo e anticomunismo na orla da última década deste milênio, publicado na "Folha de S. Paulo" de 14-2-1990 e transcrito em numerosos órgãos de imprensa tanto do Brasil quanto do exterior. Em tal manifesto o insigne pensador católico ainda lança a seguinte apóstrofe: "Esta atitude dos líderes comunistas das várias nações livres, conjurados com Moscou para desgraçarem cada qual a respectiva pátria, há de ser considerada, pela posteridade, um dos grandes enigmas da História".

Campo de concentração chinês (laogai). Milhões de vítimas pereceram nesses laogai

milhão na África, 1 milhão no Vietnã, 1 milhão no Leste europeu e cifras menores em outras nações. No início da Revolução comunista, as vítimas eram os nobres, os capitalistas, os governantes antimarxistas ou burgueses, os proprietários em geral, ou

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CATO LI

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seja, as classes que o comunismo queria destruir. Depois começavam as lutas entre as diversas facções que disputavam o poder e se dizimavam reciprocamente. Entre os motivos dessas divisões internas, figurava o método a ser utilizado para levar avante a Revolução universal,

Janelrode , 1998

preconizada por Marx. Uns ansiavam construir o que chamavam "o homem novo"; outros concebiam o terror como arma do governo para mudar as mentalidades; outros, enfim, queriam "reeducar" a sociedade no sentido do igualitarismo total e da anarquia completa. No fundo, todos visavam a mesma utopia: um desvario evolucionista e igualitário e uma rebeldia contra Deus e a natureza humana, tal como Ele a criou. Atacavam o Decálogo, negavam o livre arbítrio, odiavam a Santa Igreja, investiam contra todas as superioridades que refletem a Deus e contra todas as desigualdades que, ainda que acidentais, devem ser respeitadas pela ordem social. Resumindo, esses verdugos queriam um mundo que fosse imagem e preparação não do Céu, mas do Inferno. Nada mais compreensível que sua obra seja a pior série de crimes de toda a História. Esperamos que, apesar de todos os silêncios cúmplices, sua tenebrosa recordação fique para sempre gravada na lembrança de todos os povos, como nota infamante para seus responsáveis e clamorosa advertência para impedir as reincidências. ♦

Cada vez mais o Santuário de Lourdes, na França, é procurado por pessoas fisicamente sãs, mas que sofrem profundamente na alma: lá encontram bênção, paz e lenitivo C.A.

Üs

milagres operados em Lourdes pela intercessão de Nossa Senhora, continuam a produzir seus frutos altamente benéficos. Embora sua divulgação seja sabotada, é claro, por certa imprensa sensacionalista, que prefere veicular a degradação moral e a revolta social. A restituição da vista aos cegos, do andar aos entrevados, a cura de doenças e ainda outras manifestações sobrenaturais são fatos ainda observados com certa frequência em Lourdes. Fala-se menos porém - bem menos até! - dos milagres de ordem espiritual que Nossa Senhora obtém para os que a Ela filialmente recorrem naquele abençoado lugar de peregrinação. Ao lado, imagem deN.Sra. de Lourdes da gruta de Massabielle, em Lourdes. Abaixo, a famosa procissão das tochas. Entre seus componentes encontram-se os que vfim pedir ou agradecer consola ões

São conversões de pecadores, arestituição da paz à alma aflita, a solução de intrincados casos familiares. É um verdadeiro bálsamo espiritual que está ali à disposição de todos os que pedem, suplicam e têm Fé, com vistas à salvação eterna de suas almas. Inúmeras vezes, em conversa com este ou aquele, o saudoso Prof. Plínio Corrêa de Oliveira se referia a essas almas chagadas que encontram em Nossa Senhora sua protetora compreensiva e cheia de bondade.

* * *

Ultimamente - informa a revista francesa "L'Express" (6-11-97) - há um aumento ponderável do número de pessoas que procuram Lourdes para obter favores espirituais: "é a chegada da dor moral nesse templo da dor física". Deprimidos, vítimas de situações familiares complicadas, desempregados, endividados e até drogados cada vez mais se aproximam da fonte dos milagres, misturados aos peregrinos. Em Lourdes "é comum cruzar com 'doentes' que andam, se deslocam,

parecem em boa forma. Seus males são outros". São 500 mil os jovens que buscam anualmente as graças de Nossa Senhora naquele lugar abençoado. Entrevistada pela revista, uma senhora, vinda da Alsácia, sentindo-se extremamente só, lançou este grito de alma: "Eu não tenho ninguém a quem pedir um conselho". Lourdes é para ela o oxigênio de que necessita. Ali ela encontra, invisível aos olhos da carne, mas falando no fundo das almas, a Mãe do Bom Conselho. Um casal de agricultores, atormentado por uma situação financeira catastrófica, decepcionado por filhos que não correspondem a suas aspirações, também procuram lenitivo em Lourdes. Para constatar as graças que todos esses recebem, não há um bureau, como no caso dos médicos que atestam as curas físicas : "não há um centro de constatação para as almas ressuscitadas, para todos aqueles que, em Lourdes, passam da morte à vida". Mas nem por isso os benefícios são menos profundos ou menos evidentes. Na medida de suas possibilidades, Catolicismo procura ajudar os que necessitam de um bom conselho, de reconforto e de paz espiritual. E para isso recomendamos, de modo especial, uma entranhada e crescente devoção a Nossa Senhora. Ela, Medianeira de todas as graças, jamais deixará de atender seus ardorosos devotos. Que Nossa Senhora de Lourdes - cuja festa se comemora no próximo dia 11 de fevereiro ajude maternalmente a cada um de nossos leitores em suas necessidades materiais, mas sobretudo nas espirituais. ♦ Janeiro de 1998

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Adia

s O Sr. Paulo Henrique Chaves, coordenador da Campanha O Amanhã de Nossos Filhos (centro), no ato de entrega das 62 mil assinaturas ao Presidente da Câmara Federal, dep. Michel Temer (SP) (direita), tendo à sua esquerda o 2° Vice-presidente da Câmara, dep. Severino Cavalcanti (PE)

As

campanhas O Amanhã de Nossos Filhos e Vinde Nos sa Senhora de Fátima, não tardeis! - iniciativas da TFP - desempenharam importan te papel para que houvesse as sadias reações verificadas por ocas ião do recente adiamento da inesperada votação do Projeto de Lei do dito "casamento" homossexual , de autoria da dep. Marta Suplicy (PT/SP), e do Projeto abortista, dos deputados Eduardo Jorge (PT/SP) e Sandra Starling (PT/MG) . Para tal êxito co ntribuíram os numerosos adere ntes das du as me nc ionadas campanhas , espa rsos por todos os Estados da Federação, bem

como os Correspondentes e Esclarecedores daTFP. Mani festaram eles aos seus res pectivos deputados - através de telefo~emas,ji:-1xs, telegra mas - seu repúd io à aprovação de ambos Projetos atentatórios à doutrina e à moral cató li ca. E pediam que votassem contra ta is Projetos. Com efeito, os leitores de Catolicismo puderam tomar conhecimento, através das páginas de sua edição de outubro p.p. (nº 562, p. 42), do histórico da batalha que vem sendo travada a respeito do impopular Projeto nº l.l 5 l /95 que "disciplina a união civil entre pessoas do mesmo sexo" . Mais

Dep. Marta Suplicy:

A

di scussão relativa ao "casamento" homossexual, realizada no dia 4 de deze mbro, despertou reações inesperadas. Pela primeira vez os defensores desse infa me Projeto sentiram o grau de resistência dos deputados e por isso manobraram para retirá- lo de pauta de votação . Segundo sua autora, "para explicar melhor o proj eto, porque ele não está sendo bem compreendido" . O líder do PFL, deputado

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C ATO L I

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Caravanistas da TFP, em campanha numa rua de Manaus, colhem assinaturas na cruzada antiabortista promovida pela entidade

corrente muito forte contra"

11

Inocêncio de Oliveira, bradou: " isto é uma pouca vergonha" . E acrescentou: "Este projeto é um desrespeito à Câmara dos Deputados. É uma aberração contra à natureza". Foi várias vezes apl audido e elogiado. É .interessante notar que, quando fo i apresentado, as reações co ntra tal Projeto eram tímidas e seus autores apareciam como modernos e superiores aos preconceitos. Como se a virtude fosse um tabu e a

Janeiro de

do que impopul ar, co nstitui ele um a brutal violação à Lei de De us, um a vez que visa legali zar um a cond uta que clama aos Céus por vingança. Após várias tentat ivas frustras de fazer aprova r seu Projeto, a dep. Marta Sup li cy hav ia desistido de levá- lo à votação, ficando esta ad iada para depois das eleições de outubro próximo (cfr. "Folha de S . Pau lo" , 18-8-97). E is que, de repente, o própr io ga binete da deputada petista "entrou em pânico" na tarde do dia l º de dezembro, quando soube que o Presidente da Câmara, dep. Michel Teme r, havia decid ido votar o Projeto do "casamento" homossex ual no dia 4. Marta Supli cy temia - e a qu ão justo título! - que seu Projeto fosse rejeitado e desejava articular melhor sua votação (cfr. "Fo lha de S. Paul o" , 2- 12-97). Como se isso não bastas-

se, o dep. Michel Temer também co locou na pauta para votação o Projeto abortista acima referido. Qua l o motivo profundo dessa inesperada decisão? Simplesmente "limpar a pauta"? Se ambos Projetos não contam com a simpatia popular a tal ponto que seus propugnadores preferem de ixá-lo para depois das ele ições - , por que colocá-los agora em votação, à toque de caixa? Não dispomos de elementos para dar uma resposta à ques tão . Apenas deixamos registrada a perplexidade que tal atitude do Presidente da Câmara suscita. Mas vejamos como transcorreram os debates .

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depravação um símbolo da modern idade. Retirou-se a matéria da pauta e agora só pensam e m reapresentá-la depoi s das e leições ... quando julgarem a mortecidas ou desmobili zadas psi cologicamente as reações. "'Eu sabia que havia uma corrente muito forte contra, mas para mim foi uma surpresa assistir àquelas manifestações de homofobia ', di zia ontem pela manhã (5/12/97) ain -

da aturdida Marta Suplicy, autora do Proj eto de união civil" ("Jornal do Brasil", 6-12-97). Se o povo autê nti co, por meio de seus representantes, não deseja que se aprove determinado Proj eto de Lei - e sobretud o no caso co ncreto e m que se trata de um atentado à Lei de Deus e à Lei natural por que impô-lo? O nde está a coerência dita democrática dos propugnadores do "casamento" homossexual?

En

Voto pró-abortista prejudica reeleição de deputados

nossa cdiç, o de novcmbro último (nº 56 ), atolicismo I ubli co u um res um o dos rece nt es lan cs da luta an t iaborti sta da TFP (p. 18). Raz, o pe la q ual não nos deter mos ' m re petir o hi stórico da tramit aç, o do Projeto de le i aborti sta 20/9 1, acim a menci onado. /\qui nos res trin giremos aos 'p is6di os mais recentes lcssa cm zor/a cm Idesa da vida ino · ·nt ' qu e a entidade vem d s ·nvo lv 'll(IO. Nos prim ·iros dias de deze mbro, s l ·ios · ·oopcradores ·0111 a ·spccia l coda TFP laboraç f o dos 111 •mbros do Escritório du c111 id ade na capital f'cd ' !'Il i ' lltrcga ram pessoa l111 ·nt • nos de putados mi ss iva nu q11 11 I se r ·c.:ordam as sólidas ra z< ·s p11ra vo tar co ntra o aborto . /\ 11 •xo i\ ca rta fo i entregu ' u111 l' t·111pl ar do liv ro 50 PerM1111tr1s ,. 50 Nl'spostas em dejes11 r/11 l'ida i11ocrnte. Dcntr • us r11uit us repcrc ussões, dua s 111 ·n·rc m menção. Um d put11do do Parnná mosLro u a s · i os d11 TrP um ca lha11111ço d • t'llr tas, aba ixoassinados l' .fi11.1· p •d indo- lhe qu e vol11SSl' t'llllt 1·u os dois Pro0 (1, q . ,,ara a direita: Sr. P.111/0 1-1 11rlq11 Cha ves, d p. aldi (SP) Toshyio rtoli,

jetos. Ele so rriu, enqu anto seg urava as corres pondê ncias e indagou: "Como posso votara favor ?" E outro parlamentar, representa nte de Minas, o dep. Lael Vare i la, ex ibiu centenas de co rres pondências de se us co nte rrâneos so li c itando-lhe que votasse co ntra o abo rto. No dia 4 de deze mbro, à tarde, um a comitiva das me nc ionadas campanhas e ntrego u ao Presidente da Câmara dos Deputados 62 mil ass inaturas . O coo rd e nador de O Amanhei de Nossos Filhos , Sr. Paulo He nrique Chaves, passo u às mãos do de p. Michel Temer ca rta ressa ltando que "tanto o Projeto de Lei 20/9 1 (aborto) quanto o PL l . 15 1195 (ho mossexualidade) carecem to talm e nt e de re prese ntatividade, por C(fi·ontar os prin cípios morais do eleito rado majoritariamente católico de nossa Pátria" . Acompanharam a comitiva nesse ato o 2º Vice-Presidente e Corregedor da Câ mara, dep. Severino Cava lca nti, de Pe rnambuco e o dep. OI avio Rocha, do Pará. O Presidente da Câmara, dep . Michel Temer, agradece u aos sóc ios daTFP terem contribuído para o conhecimento e discussão do assunto. "A 111aio ri a dos líde res partidários e os deputados si111páticos ao projeto do deputado Eduardo Jorge - regi stra o "Jo rn al do Bras il " do Rio de Ja ne iro , em s ua ed ição de 6 de dezembro p.p. querem adiar a votaçcio para depois das eleições d e 1998. 'Ningué m que r votar i so', disse o lí-

O dep. Inocêncio de Oliveira (PE), líder do PFL na Câmara Federal, em conversa com o Sr. Roberto Toshyio /shihara (esquerda) e Sr. Paulo Henrique Chaves, membros da TFP

der do PSDB, deputado Aécio Neves. Os parlamentares temem que· o voto a favor do projeto prejudique sua reeleiçcio, já que o lobby de grupos e entidades religiosas é muito forte". E, mais adiante, ac rescenta o quotidiano ca ri oca: "A organização Tradiçcio, Família e Prvpriedade (TFP) entregou ao presidehte da Câmara, deput ado Mi c hel Tem e ,; um abaixo-assinado com 62 núl signa tários contra a perrnis-

são de abono, nos casos amparados em lei, no sistema público de saúde" . O "Jornal de Brasília" também pub li co u duas matérias referindo-se às ass inaturas entregues ao Presidente da Câmara (cfr. "Jorn al de Brasília" ele 6 e 8/ 12/97). Mai s do que recea r a perda dos votos, os Srs. deputados deve m te mer as contas a pre tar diante do Tribunal de Deus pelo qu e fizerem desta Terra de Santa Cruz. ♦

Acima: Dep. Etevalda Grassi de Menezes (ES) com o Sr. Paulo Henrique Chaves (esquerda) e o Sr. Nelson Barretto, encarregado do Escritório da TFP em Brasília

À esquerda: Dep. Lael Varei/a (MG) (direita) com o Sr. Nelson Barretto

eAT

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FEVERE I RO

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Nesta Ediçao 3. A Revolução, o orgulho e a sensualidade - os vai-Ores metafísicos da Revolução

ao pecado ex iste ntes no home m c m conseqüência da trípli ce concupi scência: a da carne, a dos o lhos e a soberba da vida 1•

Duas noções concebidas como valores metafísi cos ex primem bem o espírito da Revol-ução: igualdade absolu ta, liberdade completa. E duas são as paixões que mais a serve m: o orgulho e a sensualidade. Referindo- nos às paixões, cumpre escl arecer o sentido em que tomamos o vocábul o neste traba lho. Para maior brevidade, confo rmando-nos com o uso de vári os autores espiritu ais, sempre que fa lamos das paixões como fa utoras da Revolução, referim o- nos às paix ões desordenadas. E, de acordo com a linguagem corre nte, incluímos nas pai xões desordenadas todos os impul sos

A. Orgulho e igualitarismo A pessoa orgulhosa, suj eita à autoridade de outra, odeia primeirame nte o jugo que e m concreto pesa sobre ela. Num segundo grau , o orgulhoso odeia genericamente todas as autoridades e todos os jugos, e mais aind a o própri o princípi o de autoridade, considerado cm abstrato. E porque ode ia toda autorid ade, odeia també m toda superi oridade, de qu alquer orde m que seja. E ni sto tudo há um verdadeiro ódi o a Deus2 • Esse ódi o a qualquer des igualdade tem ido tão longe que, mov idas por ele, pessoas co locadas e m alta situação a têm posto em grave ri sco e até perdi do, só para não aceitar a superioridade de quem está mais alto. Mais ainda. Num auge de virulência o orgulho pode ri a levar alguém a lutar pela anarquia, e a recusar o poder supremo que lhe fosse oferecido. Isto porque a simples existência desse poder traz implícita a afirm ação do princípio de autoridade, a que todo homem enquanto tal - e o orgulhoso também - pode ser sujeito. O orgulho pode conduzir, ass im , ao igualitari smo mais radical e completo.

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Revolução e Contra-Revolução

Internacional

Os valores metafísicos da Revolução

Essa rainha-mártir tornou-se um símbolo anti-Revolução Francesa, a qual levou o erro do igualitarismo a um paroxismo

20

4 A palavra e.lo Diretor

s

Capa A impressionante Mensagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso

Discernindo Otimismo de 1 século atrás substituído por pessimismo

7

26 Vidas de Santos Um baluarte da Igreja na crise do século XI

A realidade concisamente

30

Barbárie neopagã agora é incivilidade

Entrevista

8

Avenir de la Culture defende tradições na França

Destaque Opinião pública repudia programação imoral de TVs italianas

34 Sant.o s e festas do mês

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9 A palavra do sacerdote O que pensar da cremação de cadáveres

S.O.S. Fam.ília Obediência devida aos pais: limites

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10 Brasil real Brasil brasileiro A matriz do Patrocínio de Jaú

12 Nacional

Atualidade A lei que instituiu a

Cadaverbrás entra em vigor e já perturba

39 Escreve1n os leitores

40

Trabalhadores contra a Reforma Agrária

15 Dia 16 de outubro de 1793, execução de Maria Antonieta (Gravura de Monnet, coleção Hennin, Biblioteca Nacional, Paris)

Rejeição do euro na Baviera

TFPs em ação Lançado Guia prático para prevenir invasões de terra

Verdades Esquecidas No próximo número, transcreveremos alguns dos aspectos desse igualitarismo radical. Notas : 1. Cfr. 1 Jo 2, 16. 2. Cfr. fi em " 111" , infi'a.

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Conselhos de São Francisco de Assis aos governantes

Ambientes, Costumes, Civilizações

16

jóia da Veneza medieval

Forte do Relógio:

Cultura Roquefort: queijo francês, fruto de um multissecular aprimoramento

CATO L IC IS MO

Fevereiro de 1998

3


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Com a palavra ... o Diretor .

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Um novo milênio se aproxima. O que pensar dele?

Amigo leitor No fim do século XVI e início do século XVII, em Quito (Equador), Nossa Senhora do Bom Sucesso falou de nossos dias como "aquele século, quando a corrupção de costumes será quase geral e a luz preciosa da Fé estará quase extinta". Imagine o leitor o efeito de tais palavras sobre Madre Mariana de Jesus Torres, que as ouviu há mais de 300 anos! Que ato de fé terá sido necessário para ela imaginar e acreditar que se chegaria a tal estágio de decadência e impiedade. Entretanto, para nós que tomamos conhecimento dessas profecias, tais palavras servem de luz e consolo para o entendimento dos fatos atuais. E como a maior pai.te de tais profecias já se concretizou, isto dá maior consistência à possibilidade de realização das que ainda não se cumpriram. Quais são elas? A resposta se encontra no documentado artigo de Plínio Maria Solimeo, cuja leitura certamente será de grande benefício espiritual para todos. * * * Dar boas notícias é salutar e estimulante. Continua crescendo - com a ajuda de Nossa Senhora - o número cie assinantes de Catolicismo. É consolador constatar que, a cada dia, novos lares passam a receber esta publicação de inspiração católica. Isto significa que cresce o número daqueles que procuram uma revista dirigida especificamente para o público católico. Um público sério, refletido, constituído de leitores que sabem observar e sentir a realidade contemporânea, à luz da doutrina da Santa Igreja. Leitores que entendem a necessidade de se invocar princípios sólidos que fundamentem uma proposta de solução válida para os incontáveis problemas que nos afligem. Pessoas conscientes de que "ser católico" significa não querer a estagnação e, menos ainda, a decomposição e a ruína. O leitor de Catolicismo compreende que um reto "caminhar para a frente" nada tem a ver com uma correria desatinada, desenfreada e aloucada, ao sabor do capricho, da improvisação e da mera fantasia. Para ele a posição certa é caminhar com sábia continuidade na linha da autêntica tradição, legada por nossos maiores. E, sobretudo, é avançar pela senda sólida e inabalável dos preceitos perenes da Igreja Católica, inspiradores, através dos séculos, dos benditos usos e costumes da civilização cristã. Pareceu-me oportuno expor o que vai acima, em vista das circunstâncias presentes, na certeza de que tais considerações possam ser úteis aos nossos caros leitores.

e.A.

NAFAMOSA TORRE EIFFEL, em Paris, em aeroportos internacionais pelo mundo todo e ainda em outros locais de grande evidência das mega lópoles modernas, relóg ios especiais j á marcam, não o presente mas o futu ro. Trata-se de mecani smos luminosos que indicam quantos di as faltam para chegar o ano 2000. Há uma expectativa generali zada a respeito da passagem do milênio, como se o mundo in teiro pressentisse algo de extraordinário que deverá passar-se nessa ocasião . O que será?

O século XIX terminou eufórico

DIRETOR

4

CATOLICISMO

Fevereirode . 1998

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Cumpre lembrar que a última passagem de século - portanto bem mais modesta do que a passagem de um mi lênio - foi muito festejada. O sécul o XIX viu chegar o século XX na eufo ria das grandes invenções (eletricidade, telégrafo, telefone, etc.) e na esperança de outras ainda maiores. Uma certa idéia de redenção das mi sérias da humanidade, a ser obtida pela ciência, fazia-se então muito presente. Incl usive no campo da medicina, da qual se esperava a cura de tod as as doenças e até, na fímbria mais otimista do hori zonte, uma superação da morte.

As decepções trazidas pelo século XX

Em Jesus e Maria,

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Preços da assinatura anual para o mês de FEVEREIRO de 1998: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

Assim, o sécul o XX fo i recebido com gra nde festa, mas pouco depois começou a decepc ionar. As tão esperadas invenções trouxeram consigo a poluição ambiental e o corre-corre frenético das cidades, com graves conseqüências para a saúde fís ica e mental das popul ações.

Ao fi nal do século XX, o prestígio da técnica e da ciênci a, tão elevado no tempo de nossos avós, encontra-se fortemente abalado, substituído pelo culto à ecologia e ao tribalismo. O modo de ser das tribos primitivas chega a ser proposto como modelo para nossa época. Se o homem do fi nal do século XIX

A Exposição Universal de 1900, organizada em Paris num clima de euforia e otimismo, exaltava as grandes invenções da técnica de então

era um otimista quanto às possibilidades humanas de vencer a parada da vida sem Deus, no fin al do século XX ele se sente derrotado e pessimista. ►

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Jjl.J) ' Espectros acachapantes s,e somam. As famílias vão desaparecendo pela prática do divórcio, do concubinato, do adultério e do amor livre. As drogas vão minando a juventude, a criminalidade se mostra incontenível, a televisão se tornou um câncer purulento de imoralidade dentro do próprio lar. A propriedade está continuamente ameaçada de novas violações. Os governos promovem ou dão decidido apoio a uma desagregadora Revolução cultural, que inclui, entre outras abominações, a legalização do aborto, a difusão da contracepção, o favorecimento da homossexualidade e a corrupção de crianças por uma perniciosa educação sexual nas escolas. Na pintura, escultura e arquitetura o belo foi, com freqüência, substituído pelo horrendo e monstruoso. Na música, cada vez mais nota-se o predomínio do rock com sua cacofonia impregnada de satanismo.

No término do século XX, o homem contemporâneo está frustrado e pessimista; algumas correntes de pensamento atuais chegam mesmo a exaltar o modo de vida das tribos primitivas, apresentando-o como ideal para a humanidade

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No teatro e no cinema, sexualidade e pornografia são os temas mais explorados. Até em matéria de automóvel, adistinção, a elegância e o aristocratismo desaparecem. Assim, por exemplo, a fábrica Rolls-Royce - produtora de carros que transportaram reis e rainhas, chefes de Estado e personalidades notáveis - está à venda. De outrn lado, os onipresentes computadores, com suas redes internacionais, ameaçam "a vida privada na sua essência íntima", afuma o insuspeito Philippe Quéau, diretor da divisão de info1mática da UNESCO ("L'Express", Paris, 4-12-97).

O inseguro ou o otimista: qual o mais distante do Criador? Apesar de tudo, acreditamos que o milênio que se aproxima trará aos homens o triunfo do Imaculado Coração de Maria prometido em Fátima pela Virgem Santíssima. No mesmo sentido falam as profecias de Nossa Senhora do Bom Su. cesso, que publicamos nesta edição. Nessa perspectiva de uma restauração religiosa e humana, o homem desiludido do final do século XX é mais receptivo para a ação da graça do que o homem otimista de 100 anos atrás. O otimismo baseado unicamente em

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razões humano-científicas punha de lado, ainda que subconscientemente, a Providência Divina, tida por inútil. O importante era o cientista e não Deus. Formavam-se assim, nas mentes das pessoas, como que barreiras psicológicas contra a ação da graça, vista como intrusa e indesejável. Tal estado de espírito cegava a humanidade para os tesouros de santidade e de verdadeira felicidade de que é depositária a Santa Igreja Católica. Felicidade que, nest~ Terra, não é o contrário da Cruz e do sofrimento, mas está em consonância com eles. O homem do final do século XX, pelo contrário, tendo visto esboroaremse aquelas esperanças humano-científicas, caiu na frustração, posição de alma que também não é boa. Mas que é menos fechada às solicitações da graça do que aquele otimismo de que falamos.

•~ Ti elevei os meus olhos, ó Tu que habitas nos Céus" De fato, quando o homem se desilude de alcançar aquela felicidade humana que perseguia com sofreguidão, fica-lhe mais fácil voltar-se a Jesus Cristo, através de Nossa Senhora, pedir perdão e readquirir confiança. Se as profecias que nos falam de grandes castigos e grandes sofrimentos se realizarem prontamente, é possível que muitos dos que agora gemem sob o peso da frustração e do desânimo venham a abrir os olhos para realidades mais altas: Morte, Juízo, Céu e Inferno. E sobretudo elevem os olhos a Nossa Senhora, aplicando a Ela aquele versículo do Salmo 122: "Ad te levavi oculos meos, qui habitas in coelis" (A ti elevei meus olhos, que habitas no céu). Quem fizer isso com um coração contrito e humilhado, mas cheio de esperança, pode estar certo de ser atendido. Com almas assim, fortalecidas pela graça de Deus, poderá ter plena realidade o Reino de Maria, previsto em Fátima e tão almejado pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP e inspirador desta revista. É deste modo que nos devemos preparar para o terceiro milênio da Era cris♦ tã, que tão brevemente chegará.

Barbárie neopagã agora é ... inci,ilidade

O sacerdote católico HoangNgoc-Minh da cidade de Kontum, no Vietnã, morto pelos comunistas em 1975

Balanço sinistro: vergonha para católicos de esquerda Na Rússia de hoje, a Igreja Católica tem 462.000 fiéis, 1 Arcebispo, 2 Bispos, 123 Sacerdotes e 109 freiras. Antes da Revolução comunista de 1917, a Igreja Cató li ca contava com 500.000 fiéis, 150 paróquias, 2 seminários e 1 Academia de Teologia. Entre uma e outra situação, transcorreram os anos negros da perseguição comunista. De 1917 a 1959, na Rússia e nos países em sua área de influência foram assassinados 55 Bispos, 12.800 Sacerdotes e Religiosos, além de 2.500.000 católicos. Foram ainda encarcerados ou deportados 32 .000 sacerdotes e 10.000.000 fiéis. Ademais, 15.700 sacerdotes foram proibidos de exercer o mitústério, 1.600 conventos foram dissolvidos, 31.799 igrejas foram fechadas e 400 jornais ou revistas proibidos. Todas as organizações católicas foram extintas. E tal regime era elogiado no Ocidente porcatól icos de esquerda, que apregoavam suas realizações humanas! ♦

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Revistas femininas: imagem distorcida da mulher

Na França, generalizaUm grupo de sociólogos, Entre as característise a preocupação com delijornalistas e professores unicas da mulher-alvo destos juvenis. Na passagem do versitários da Inglaterra esse tipo de revista figuano, dezenas de automóveis tudaram a imagem que as reram as seguintes: não foram queimados, sem ratem filhos, vive para o vistas especializadas aprezão aparente, em Paris, prazer num mundo sem sentam da mulher moderna. Estrasburgo e outras capivalores, trata as tragédi"As revistas jamais tais. Em Saint-Etienne, no mencionam os.filhos", afiras como espetáculo. centro do país, jovens ateama um dos autores do estuEm outras palavras, ram fogo em 17 automódo. "Sósefala emsexo, mas tais revistas não atenveis. Durante o ano de 1997, dem às apetências natununca de crianças, nem de 570 carros foram queimacasamento ou de relações rais e legítimas da mudos só em Estrasburgo. duráveis. Não há noção de lher e, na prática, são O fenômeno vem sendo responsabilidade". fatores de corrupção. ♦ qualificado de incivilidade juvenil. Falta civismo aos jovens ... E os educadores · Aliança da compaixão familiar não sabem o que fazer. · com o capitalismo financia Cuba No Brasil,fenômeno paO povo de Cuba, que vive num dos últimos paraísos recido, mas com cores bem mais carregadas, já no escomunistas da Terra, encontra-se numa situação econôpectro do macabro, tem lemica pavorosa. Seu povo ainda sobrevive, contudo, devivado grupos de jovens a do ao vínculo existente entre compaixão e capitalismo. queimar mendigos. O caso Anualmente chegam à ilha da miséria, enviados por do índio pataxó em Brasília, parentes e amigos que vivem nos prósperos e capitalisconfundido com um deles, tas Estados Unidos e Canadá, mais de I bilhão de dólares aos sofridos cidadãos cubanos. Esta cifra não inclui é flagrante. Tudo isso é sintoma de ♦ o valor dos remédios, alime ntos e outros artigos, um fenômeno, embora este não seja comentado: muitos hábitos de educação, herdados das eras da civilização cristã, que refreavam a ener* '(.• * * "Os pacotes gia juvenil e habituavam os *~ S,i" estão vazios, )°( jovens à temperança, não são mas é tão belo crer no mais ensinados, nem pelos i'\ Papai Fidel!" !:' pais, nem pelas escolas. Intemperantes e imatuCharge de * "L'Express", ros, eles se lançam então em Paris, loucuras. É o neopaganismo 18-12-97 que progride. O que nos reserva o futuro , com jovens desse gênero? Que espécie de pais de família e de educadores semelhante geração ♦ poderá fornecer? ,(t

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trárias à doutrina cristã" (Código de Direito Canônico, cânon 1176 par. 3).

Opinião pública repudia programação imoral de TVs italianas Â

três grandes redes da televisão da Itália - RAI, Mediaset e Telemontecarlo - prometeram seguir um código de auto-regulamentação, que vem ao encontro 1os protestos da sociedade italiana, cada vez mais preocupada com as agressões de imoralidade e violência, praticadas sobretudo contra as crianças. Entre outras med idas, as três redes prometeram: 1 - Não transmitir, entre 7h e 22h30m, cenas particularmente brutais, chocantes e vulgares que possam causar ofensas e danos ao desenvolvimento psíquico e moral dos menores. 2 - Não veicular propaganda de bebidas alcoólicas e de anticoncepcionais, ou ex ibir publicidade mos-

trando crianças em situações de violência entre 16 e 19 horas. 3 - Não entrevistar menores em situação de crise, como fuga de casa e prostituição. A supervisão do código de comportamento será entregue a um comitê formado pelos representantes das próprias emissoras. Tal controle parece um pouco entregar a guarda do galinheiro às raposas ... De qualquer modo, essas redes de difusão agiram pressionadas pelo clamor popu lar e podem temer reações do público exigindo providências mais drásticas. O tempo dirá se tais disposições tiveram a eficá♦ cia que delas se poderia esperar.

Ninguém está imune à influência deletéria exercida por certa tnídia Atendendo ao pedido feito por vários de nossos leitores, transcrevemos - a título meramente exemplificativo - dois documentos do Magistério da Igreja, relativos à maléfica influência exercida pelos meios de comunicação social que difundem a imoralidade e a violência. * Assim, já em 1936 alertava o Papa Pio XI: "Justamente na idade [referindose à infância, adolescência e juventude] em que nasce e deve tomar forma o senso de honestidade, em que os princípios de justiça e probidade se desenvolvem no espírito, quando emerge a noção do dever e surgem as me- · lhores resoluções de perfeição de vida, é então que o cinema exerce sua influência e consegue sua maior eficácia. E, ó dor!, em nossos dias tal eficácia, com extrema freqüência, é perniciosa e nos traz à memória, ao contemplar tão grande ruína para as crianças e

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sobretudo para os jovens, cuja integridade e castidade correm perigo nas salas de espetáculos, aquela duríssima sentença de Jesus Cristo contra os corruptores de menores: a quem escandalizar, porém, a um destes pequeninos que crêem em Mim, seria melhor pendurar-lhe no pescoço uma pedra de moinho, e submergi-lo no fundo do mar (Mt J8, 6). "Hoje em dia é de necessidade imperiosa trabalhar com o maior empenho para que tais espetáculos não sejam escolas de vício, mas contribuam eficazmente para a educação dos homens e para elevar o nível dos costumes" (Pio XI, Encíclica Vigilanti Cura, de 15-7-1936, nº 12).

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* Em seguida vejamos o que afirma o Pontifício Conselho Para as Comunicações Sociais, em documento de 1989: "Ninguém pode considerar-se imune aos efeitos degradantes da pornogra-

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fia e da violência, ou a salvo da erosão causada pelos que atuam sob sua [dos meios de comunicação social] influência. As crianças e os jovens são especialmente vulneráveis e expostos a serem vítimas. A pornografia e a violência sádica depreciam a sexualidade, pervertem as relações humanas, exploram os indivíduos - especialmente as mulheres e as crianças - , destroem o matrimônio e a f amaia, inspiram atitudes anti-sociais e debilitam a fibra moral da soâedade" (Pontifício Conselho Para as Comunicações Sociais, Pornografia e violência nas comunicações sociais, nº 10, Cidade do Vaticano, 7-5-1989, in Documentos Pontifícios nº 228, Vozes, Petrópolis, 1989, p. 8). Durante o período que medeia entre os documentos acima citados, houve vários pronunciamentos pontifícios a respeito do assunto. E, mais recentemente, S.S. João Paulo II tem se pronunciado sobre o mesmo tema. ♦

GOSTARIA QUE Catolicismo publicasse um artigo sobre o pensamento da Igreja Cató lica em relação à cremação de cadáveres. Aos olhos de Deus é permitida a cremação? E o que fazer com as cinzas? RESPOSTA

O tema está na ordem do dia. Está se tornando moda pedir para ser cremado ... A cremação é a destruição violenta do cadáver humano por meio do fogo ou de grande calor, no forno crematório. Muitos povos pagãos da Antigüidade usavam acremação. Pelo contrário, o povo judeu e, mais tarde, os cristãos sempre rejeitaram a cremação como indigna e não conveniente à reverência devida ao corpo humano, templo da Santíssima Trindade. Entretanto, de si, a cremação não é boa nem má, podendo mesmo ser utilizada como necessidade em casos de peste, de catástrofes, nas quais a corrupção lenta de um grande número de cadáveres pode ser perigosa para a saúde (exalações pestilenciais , contágio, etc.). A razão pela qual a Igreja se opõe à cremação não é por que esta, de si, seria contra o dogma católico da ressurreição. A ressun-eição dos corpos não se torna mais difícil pela cremação do que pela corrupção dos corpos. Deus, a partir de uma minúscula célula do corpo humano (contido seja na cinza fu-

nerária, seja no resultado da corrupção orgânica) o reconstitui por inteiro. Trata-se de um milagre semelhante ao da criação. Até 5 de julho de 1963 a disciplina canônica era severa no tocante à cremação dos corpos dos fiéis falecidos. Punia negando a Exéquia ou seja a Encomendação do corpo, e a celebração das Missas de corpo presente, de sétimo e trigésimo dia àqueles que postulassem a cremação de seu cadáver. Se a Igreja condena acremação é antes de tudo porque ela se opõe à antiqüíssima tradição que remonta às próprias origens da humanidade e que se radica nos justos sentime ntos de reverência para com o corpo humano, santificado pela intimidade com a alma elevada pela graça, que o torna templo vivo do Espírito Santo. A atual lei da Igreja, a partir do Concílio Vaticano II, ao tratar do sepultamento diz o seguinte:

Nos casos em que razões psicológicas (certas neuroses de ser enterrado vivo) ou outras razões levem alg uém a desejar a cremação (ou nos casos de calamidades acima mencionados), as cinzas do defunto devem ser guardadas com respeito, como as cinzas retiradas da sepu ltura quando se completa a deterioração do cadáver pela corrupção orgânica. O local apropriado para guardá-las são as urnas nos Cemitérios, onde as pessoas podem ir rezar e se recolher para ]em-

brar-se piedosamente do finado . Mas qualquer lu gar digno pode ser utilizado. Enterrar os mortos é uma das obras de misericórdia e a ela se dedicaram inúmeras confrarias piedosas durante os séculos em que a fé predominou na sociedade ocidental. Mais importante do que tudo é, entretanto, rezar pelas almas dos falecidos, as benditas almas do Purgatório. Deus, em virtude da caridade que nós tivermos para com elas, dispensar-nos-á graças abundantes, durante a vida e abreviará o nosso purgatório depois da morte. ♦

Corpo incorrupto de Santa Catarina de Bolonha sentado num trono, Santuário do Corpus Domini, Bolonha (Itália). Se na época da morte da Santa estivesse generalizado o costume

da cremação de cadáveres, hoje não seria possível admirar o prodígio da conservação de seu corpo e venerá-lo ...

"A Igreja aconselha vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar o cadáver dos defuntos; sem embargo, não proíbe a cremação, a não ser que haja sido eleita por razões con-

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Em Jaú, uma histórica e artística igreja Matriz Lurz NAZARENO DE AssuMPÇÃO FILHO J AÚ (SP) FOI SEMPRE uma cidade acentuadamente religiosa. Sua fundação ocorreu em 15 de agosto de 1853, festa da Assunção de Nossa Senhora, tendo como Padroeira Nossa Senhora do Patrocínio, cuja imagem primitiva lá chegou nesse mesmo dia, trazida de Itú. De início, a futura Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio era um pequeno e modesto templo, construído pelo sistema de taipa de pilão, que continha uma capela-mor muito exígua e baixa. O PaclreAntonio Pires Guerreiro demoliu-a em 1888 (35 anos após a fundação da cidade), para construir uma nova igreja com paredes de tijolos. Sete anos depois, em 1895, esta foi também derrubada, para ser edificada a atual igreja. No dia 24 de novembro de 1895 foi lançada a pedra fundamental do novo templo. Essa data é considerada o marco inicial da atual Matriz. Daí a comemoração de seu centenário em 1995. Na mencionada solenidade, após a bênção da primeira pedra, foi esta colocada na entrada da porta principal. Em sua concavidade foram depositadas a ata da cerimônia, cartões de visitas de pessoas presentes ao evento, jornais de São Paulo, um número do jornal "Correio de Jaú" e várias moedas. Em seguida, o então Juiz de Direito da Comarca, Dr. José Soriano de Souza Filho, tomando um martelo enfeitado, deu algumas batidas simbólicas, completando a cerimônia inaugural. A velha igreja de taipa ficou ainda funcionando no adro (terreno em frente ou em volta de uma igreja) da atual. 10

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A planta da nova igreja apresenta o templo em forma de cruz, com 40 metros de comprimento por 19 de largura, sendo a altura da torre de 60 metros. Foi ela inaugurada oficiosamente no dia 9 de julho de 1901, com grande festividade, apesar de não estar totalmente concluída. Isto só ocorreu 4 anos depois, em 1905, sendo a inaugu- li ração oficial no dia 15 de outubro daquele ano. A Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio

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é um dos prédios de Jaú que mais chama a atenção, não só por seu valor arquitetônico, mas também por seu significado histórico e religioso. Assemelha-se mais a uma catedral do que a uma simples igreja. Sua arquitetura é de esti lo gótico, bem caracterizado pelas abóbodas em forma de ogivas, pela divisão em nave central e duas laterais e pelos vitrais bastante decorados. Na passagem do século, as fam ílias Moraes Navarro e Almeida Prado doaram à Matriz do Patrocínio vitrais que ainda se encontram no templo. A doação oficial ocorreu no dia 9 de junho

de 1901, tendo sido confeccionados sob encomenda. Em 1982 a mesma firma alemã que os construiu restaurou-os, pois já estavam desgastados pelo tempo. No dia 14deoutubrode 1905, véspera da inauguração oficial, foi colocada a cruz no alto da torre da Matriz do Patrocínio. Ela pesa 340 quilos, tem 4,5 metros de altura e 3,5 metros de largura. Era iluminada por lâmpadas especiais, o que na época constituía novidade no País. Internamente, o teto, as paredes e os painéis foram pintados pelos artistas Orestes Sarcelli e Carlos de Servi, em 1921. Em 1964 os painéis foram restaurados, tendo sido mudadas as gravuras pelo famoso casal Makk, o que conferiu à igreja um majestoso aspecto interno. Os lustres foram doados pela família Chammas, em 1953. E os púlpitos, que ladeiam o altar-mor, foram encomendados pelos Srs. José de Almeida Leme do Prado e Joaquim Ferreira do Amaral. Ambos contrata-

ram o escultor Marino Del Favero para executar o serviço. O órgão do templo, que apresenta muitos recursos, foi construído em 1914 na Alemanha e montado nesse mesmo ano na Matriz por um técnico alemão. Em 27 de junho 1991 o instrumento foi apresentado ao público pelo grande organista José Luiz Aquino, que se exibiu em belíssimo concerto. Ladeando todo o prédio há uma mureta trabalhada em arcos. Na fachada eleva-se a torre, bastante alta, com quatro relógios, um de cada lado, e sinos em seus quatro cantos. Os sinos, que até hoje batem as horas e meias horas, foram confeccionados pelos irmãos Bellini, do Rio Grande do Sul, tendo chegado a Jaú em outubro de 1953. São eles em número de cinco, pesando respectivamente, em ordem crescente, 350, 650, 870 quilos, uma e três toneladas. Este último tem a função de marcar as horas certas. A igreja Matriz é muito freqüentada pelos fiéis que fazem visitas ao Santíssimo Sacramento e vão pedir graças à gloriosa Padroeira. Considerada como um dos pontos turísticos de Jaú, a bela Matriz não sofreu desde então alterações na sua ar-

A imagem primitiva de Nossa Senhora do Patrocínio foi trazida de /tu para Jaú, em 1853

quitetura e decoração. Imponente, destaca-se no meio do largo que leva o nome da Padroeira da cidade, Nossa ♦ Senhora do Patrocínio. Fonte de referência: Católicos perplexos, Marco Antonio de Souza, proj eto pós-graduação em História do Brasi l na Universidade do Sagrado Coração (USC) de Bauru (SP), 1997.

O valioso órgão foi construído pela fábrica alemã E. F. Sauer, em 1914

Interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais, vendo-se, ao fundo, o presbitério e o belo altar-mor A Matriz do Patrocínio está situada no largo que leva o nome da Padroeira da cidade

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Em Minas, trabalhadores contra a Reforma Agrária PLINIO V1D1GAL XAVIER DA SILVEIRA

E NGENHEIRO DOLABELA é uma pequena localidade situada ao norte de Minas Gerai s, pertencente ao município de Bocaiúva, próximo de Montes Claros. Ali ocorreu um fato que merece ser registrado com destaque na história do Brasil de hoje. É toda uma população pobre e trabalhadora que rej eita categoricamente a Reforma Agrária. O problema fundamental passou-se em torno da Usina Malvina, que após uma administração desastrada, causa de seu endividamento, foi recentemente adquirida por um grupo paulista. Os novos proprietários arrendaram a Usina à Indústria e Comércio Americana Ltda., que se comprometeu a pôla em funcionamento, pagar imediatamente os salários atrasados dos operários e saldar as dívidas da empresa dentro de um prazo razoável. O que de fato começou a ser feito com êxito. Convém esclarecer que a Malvina

poss ui 19 mil hectares de terra e comporta 800 trabalhadores na lavoura de cana, além de 350 na própria Usi na.

Reforma Agrária cai de pára-quedas As coisas estavam nesse pé, qu ando o Prefeito de Bocaiuva começou a falar na necessidade de se fazer Reforma Agrária nas terras da Usina. Pouco depois o Governo estadual de M inas

entrava com uma ação judicial, por meio da qual adjudicou (recebeu em propriedade) aquelas terras em compensação pelas dívidas da Usina. E passou a negociar com o INCRA para cederlhe as terras. Não nos interessa aqui entrar no mérito da questão judicial. Os atuais arrendatários da Ma lvina garantem ter condições de saldar as dív idas, dentro de um prazo razoável, sem necess ida-

Reunião em Engenheiro Do/abela, promovida pelo Prefeito de Bocaiúva

de da adjudicação. Também não sabemos se a Usina continuará a funcionar nas novas condições, pois passará a depender da produção de cana dos fu turos assentamentos que o INCRA pretende realizar.

Passeata e plebiscito contra

a Reforma Agrária O fato importante que desejamos salientar é a posição que os trabalhadores de Engenheiro Dolabela tomaram

no caso, contrários à Reforma Agrária e desejosos de continuarem como empregados da Usina. Chegaram eles a fazer uma passeata contra a Reforma Agrária pelas ruas de Bocaiuva, com faixas e cartazes . Ademais, votaram contra a Reforma Agrária num plebiscito local realizado sobre o mesmo tema. Enviados do "Informativo Rural", boletim eilitado pela TFP, percorreram as ruas de Engenheiro Dolabela pergun-

tando a esmo, a este ou aquele, o que pensa da Reforma Agrária que o Governo está querendo fazer nas terras daquela localidade. Não encontraram praticamente pessoas favoráveis à Reforma Agrária. A população é maciçamente anti-agro-reformista. E com conhecimento de causa. Deseja a população que as terras permaneçam com a Usina Malvina, a qual lhes proporciona empregos com garantias.

Depoimentos significativos Acima eà esquerda: passeata dos trabalhadores de Engenheiro Dolabela contra a Reforma Agrária, em Bocaiúva

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Falam alto, no sentido anti-agroreform ista, os dados e entrevistas que a equipe do "Informativo Rural" obteve em Engenheiro Dolabela e Bocaiuva, durante o mês de novembro p.p. Abaixo publicamos algumas dessas declarações.

Edson Eustáquio da Silva Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar de Bocaiúva, desde janeiro/1995 "A Reforma Agrária é uma ilusão do trabalhador do campo. Eu não acredito que fun cione.

"Em Dolabela e arredores temos mais ou menos 1.600 pessoas adultas. Fizemos um plebiscito, no qual votaram umas 600 pessoas e 80% disse NÃO à Reforma Agrária. "Os que trabalham na Usina não são todos sem-terra. Há muitos proprietários de terra que preferem trabalhar na Usina como emprigados. Temos até um diretor do Sindicato, o Roberto Prates, que o pai dele tem um pedaço de terra bom, muita terra mesmo, e trabalha como empregado. "Acho bom a TFP divulgar o livro sobre o fracasso dos assentamentos no Brasil.

"Meu ponto de vista é que tivesse emprego para todos. Eu acho que o Brasil hoje não tem sem-terra, tem sememprego. O Governo procurando a ReformaAgrária só vai arrumar mais funcionários públicos no campo".

Vicente Gonçalves Costa Vice-Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar de Bocaiúva e membro muito antigo desse Sindicato "Houve uma experiência de Reforma Agrária em Dolabela, no passado, quando a Usina era dos Matara zzo. ►

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"Estive presente. Quando ele pediu opinião, eu disse que a Usina devia funcionar; que ReformaAgrária não dá certo aqui, que a Empresa está dando emprego para o povo. Ele não gostou. Eles não aceitaram. Disseram que eu estava tumultuando a reunião e pediram para um cabo da PM que me retirasse do Colégio. Só porque eu discordei. "O direito de propriedade deve ser respeitado ".

Ai de quem se esquece e se afasta de Deus!

Aírton Virginio de Menezes

Sr. Vicente Gonçalves Costa, Vice-Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar de Bocaiúva

"Lá na Colônia do Breno do Prado, os Matarazza fizeram um assentamento de experiência, para umas 40 famílias. Deram casa pronta, terreno todo cercado, escola,foi muito bem preparado. Não deu resultado. Hoje em dia, só tem lá duas ou três famílias. O resto vendeu tudo. "Na época, receberam todas as condições. Foi uma festa muito bonita, Prefeito, todas as autoridades locais assistindo a festa. Foram chamados um por um recebendo seu título da terra. Não deu resultado. "O pessoal deixava o assentamento e vinha trabalhar na Usina".

Diretor-Bibliotecário do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar de Bocaiúva (MG) "Na época em que os Matarazza cuidavam da Usina, eles tiraram uma área de terra que era perto da Usina, chamada Embaraçaia, e assentaram 100 famílias. 3,5 alqueires para cada família, com casas muito boas. "Resultado: hoje restam 2famílias. . Fracasso total. "Foi feito um plebiscito aqui em Dolabela, em 17 de outubro, sobre a Reforma Agrária. Não houve nenhuma manipulação. O resultado foi: 559 votos contra a Reforma Agrária, 30 a favor, 1 voto nulo e outro em branco".

Manoel Messias da Silva 36 anos, casado, 2 filhos, neocomerciante, trabalhou 11 anos na Usina Malvina "Participei da passeata em Boca iúva. Saímos daqui às 14 horas, reunimo-nos na Prefeitura. Fomos recebidos por alguns vereadores, muito bem. Houve muito aplauso da população, até a Rádio Clube de Bocaiúva disse que a população está apoiando o pessoal de Dolabela. "De Dolabelaforam umas 600 pessoas. Foi pessoal daqui, de Joaquim Felício, Boinópolis, Engenheiro Navarro. "Depois disso, veio uma comissão com o Prefeito de Bocaiúva e um ônibus e fi zeram uma reunião no Colégio daqui, em Dolabela.

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Airton Virgínia de Menezes, Diretor-Bibliotecário do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Açúcar de Bocaiúva (MG)

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S ão Francisco de

Dr. Santílio Ramos Pessanha, Presidente da Usina Americana (antiga Malvina)

Santílio Ramos Peçanha Presidente da Usina Americana que arrendou a Usina Malvina "Conhecendo o Movimento dos Sem Terra e a Reforma Agrária em geral, vê-se que tem acontecido muita miséria nos assentamentos. Eles têm fracassado. E o assentamento de Malvina, seria mais um. "A terra aqui, devido ao clima, só dá capim ou cana. E eu nunca vi assentado pecuarista, ia ser o primeiro assentamento pecuarista do Brasil. "Eu tenho fa zendeiros, sitiantes, que são meus empregados. Tenho diversos proprietários da região que vêm me oferecer as terras porque não têm condições de cultivá-las. Se esses têm a terra e vêm ser meus empregados, para serem assalariados, por que os daqui vão querer adquirir terra? "Gostaria de mandar um recado à classe política para que viesse aqui, olhasse essa população, ouvisse o povo". ♦

Assis quando chegar o dia da mor(1181-1226) distinguiu-se por te, 'tudo o que entendiam um santo amor à pobreza. Popossuir ser-lhes-á tirado' (Lc rém, ele não praticou apenas 8,18). E quanto mais sábios essa virtude. Sua santidade e poderosos houverem sido manifestou-se também com neste mundo, tanto maiores seu zelo pela glória de Deus e 'tormentos padecerão no inpela salvação das almas. ferno' (Sb 6,7). Transcrevemos a seguir, "Por isso aconselho-vos na íntegra, sua Carta aos encarecidamente, meus segovernantes dos povos, na nhores, que deixeis de lado toqual podemos admirar oudos os cuidados e solicitudes tros aspectos da grande alma e recebais com amor o sando Poverello [Pobrezinho] tíssimo corpo e o santíssimo de Assis, Fundador dos sangue de Nosso Senhor JeFranciscanos: sus Cristo, por ocasião de sua "A todos os podestades, santa memória. cônsules, juízes e regentes no "Diante do povo que vos mundo inteiro, e a todos foi confiado, prestai ao Sequantos receberem esta carnhor este testemunho público ta, Frei Francisco, mísero e de veneração: todas as tardes pequenino servo no Senhor, mandai proclamar por um deseja saúde e paz. pregoeiro, ou anunciai por alSão Francisco de Assis - Pintor anônimo, "Considerai e vede que século XIII, Capela de São Gregório, Subíaco (Itália) gum sinal, que todo o povo 'se aproxima o dia da morte' deverá render graças e lou(Gn 47,29). Peço-vos, pois, com todo o respeito de que vores ao Senhor Deus todo-poderoso. E se não o fizerdes, sou capaz que, em meio aos cuidados e solicitudes que sabei que haveis de dar conta perante vosso Senhor Jetendes neste século, não esqueçais o Senhor nem vos sus Cristo no dia do juíza. afasteis dos seus mandamentos. Pois todos aqueles que • "Os que levarem consigo este escrito e o observaO deixam cair no esquecimento e 'se afastam dos seus rem saibam que serão abençoados por Deus nosso Semandamentos' são amaldiçoados (Sl 118,21) e serão nhor" (Escritos e biografias de São Francisco de Assis, por Ele 'entregues ao esquecimento' (Ez 33,13). E 7ª edição, Editora Vozes, Petrópolis, 1996, pp. 98-99).

SÃO FRANCISCO DE ASSIS CAT O LIC IS MO

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efort: ••

queI10 simbólico da culinária francesa

Paris - Com a história do célebre queijo Roquefort pretendo narrar o que o espírito francês chama, de modo cavalheiresco, a aventura do Roquefort. Foi casualmente que, numa viagem ao Sul ela França, hospedei-me ao lado de antiga Commanderie - caserna ele uma Ordem de Cavalaria medieval na árida região do Larzac. Trata-se da Commanderie de Santa Eulália: muralhas, torres, e uma igreja, recolhida e sóbria, como a vida dos religiosos cavaleiros daquela época. A região é pontilhada de Commanderies: a poucos quilômetros está a de La Cavalerie. Mais além a de La Couvertoirade, primor de cidadela medieval.

A epopéia do Roquefort Nas cercanias, incrustrada na rocha, encontra-se a pequena cidade de Roquefort-sur-Soulzon. Tive a curiosidade atraída por ela. O famoso queijo Roquefort que ali se faz é o resultado de uma feliz conjugação entre as ovelhas do Larzac, as hervas que só vicejam naqueles campos e um acidente geológico ocorrido antes da era cristã, no enorme rochedo de Combalou. Outrora majestoso, o Combalou, len16

e AT

OLICISMO

tamente erodido por olhos dágua, um dia ruiu fragorosamente. Imensos blocos destacaram-se, caindo uns sobre os outros, formando grutas, algumas enormes. Quando o vento bate nas ruínas do Combalou e penetra pelos vãos das pedras, atinge as grutas muito úrnidas, favorecendo assim o aparecimento de uma flora, desconhecida na aridez do Larzac. Certo dia, nos remotos tempos da dominação romana, um pastor, fatigado da ordenha, castigado pelo sol, recolheu-se em uma das g rutas do Combalou.A atmosfera era fresca, corria ali um pouco dágua. Numa pedra depositou seu balde de leite e sobre outra apoiou-se preguiçosamente. Repousado, resolveu explorar um labirinto - um daqueles vãos por onde con-e ar. Surpreso, encontrou outras grutas, muito maiores, de um odor e de um frescor arrebatadores. E nelas se perdeu. Não soube reencontrar seu balde, o que não o incomodou tanto, pois sua descoberta bem valia o leite perdido. Não foi difícil encontrar outra saída para casa. Dias depois encontrou seu leite. Evidentemente estava coalhado. Mas, sobre ele o vento que invadia os túneis depositara folículas e pólens daquela

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Originário da Gália romana, o Roquefort foi se aprimorando através dos séculos, transformando-se num dos exemplos mais típicos de um requintado bom gosto no comer Nelson Ribeiro Fragelli Enviado especial França

flora rústica. O conjunto fermentara e o produto era um queijo de agradável sabor, até então desconhecido. Provado, ele fez saltar de contentamento as papilas inadvertidas do nosso pastor. Tinha nascido o Roquefort. As grutas pouco a pouco transformaram-se em centros de produção da nova descoberta. Pelo Larzac, na então Gália, passavam mercadorias destinadas ao poderoso Império Romano. Essa rota comercial favoreceu a expansão do novo queijo. Gregos e ibéricos o importavam. Plínio o Velho faz menção, em sua História Natural, de um queijo do Larzac que chegava a Roma pelo porto de Óstia. Os primeiros séculos do cristianismo assinalam, na mesma região, um queijo "produzido em abundância, que sacia camponeses, encontrando-se também à mesa requintada de senhores". Tudo leva a crer que fosse o Roquefort. Carlos Magno, grande civilizador de

povos, desejava que os conventos por ele fundados em toda a Europa formassem não só santos e educadores, mas também administradores e agrônomos. Cada mosteiro deveria ser um centro civilizador. Assim, cerca de 40% das cidades francesas são de origem monástica. Segundo uma tradição cara ao Roquefort, o Imperador Carlos recebia todos os anos, no Natal, em seu palácio de Aix-la-Chapelle, um carregamento de queijo portado em lombo de mula. Ordens monásticas e militares, cistercienses, cavaleiros de Malta, templários, ali estabelecidas para defesa da região contra os assaltos muçulmanos, reconheceram o alto valor do Roquefort. Aprimoraram técnicas de utilização do solo e trato de ovelhas, sistematizaram a produção.

Polêmica sobre o número de queijos Queijo em francês se diz fromage. Tal é o sutil poder dos grandes queijos sobre as disposições do homem que um estudioso da cultura francesa disse que a palavra bem poderia ser derivada de fro-magie: uma forma de magia para encantar o espírito. Não falta jocosidade à observação. Não lhe falta também um fundo de verdade. No mesmo sentido, recordo-me da observação do General de Gaulle, quando chefe de Estado, lamentando-se das dificuldades em dirigir seu irriquieto país: "Não é fácil governar um povo que criou mais de 430 tipos de queijo". Observação que não fez senão aumentar a polêmica, pois seus governados jamais se puseram de acordo sobre tal número, sucedendo-se debates e demonstrações de que são 523, talvez 367. Até hoje ainda se publicam correções a esses números . O fato inegável é que os queijos são numerosos e deliciosos. E que influem na opinião. Duas afirmações que, milagrosamente, obtêm o consenso francês.

A vitória do imperador dos queijos..'. Como comprovar essa mag ia exercida pelo Roquefort ? A reação de um velho amigo brasileiro, ao prová-lo pela primeira vez, ser-

ve bem de ponto de referência para medir o efeito sobre o ân imo de quem dele se serve com gosto. Em férias, ele desejava conhecer palácios, igrejas e pinturas da Renascença. Renascença que ele louvava como tendo sabido dar ao senso artístico humano aprimorada expressão. Acompanhei-o em honra à velha camaradagem. Era uma segunda-feira chuvosa e gélida quando chegamos a Sévérac-LeChâteau, perto de Roquefort Atrasamonos pelas estradinhas estreitas e perigosas que serpenteiam os precipícios ao longo do ri o Tarn. Dez horas da noite. Tarde para as cidadezinhas da região. Todos os restaurantes fechados, e nós com fome! Para não dormir famintos, a dona do hotel propôs servir-nos alguns queijos. Não seriam muitos, disse ela, pois não reserváramos jantar. Ela serviria, com outros dois, o Roquefort. Ao ouvir esse nome delectável, pensei: estamos sal-' vos, não passaremos fome. Aconchegado junto a uma lareira cujo fogo se extinguia, embora esfomeado, meu amigo hesitou em tocar o Roquefort. (Disse-me mais tarde que o odor ativo, lembrando curral de ovelhas, o espantara). Serviu-se dos outros queijos. Fingi não notar sua perplex idade. Esperava encorajá-lo. Visto ser ele apreciador da cultura, gostaria de iniciá-lo nas artes daquela magia. Servi-me abundantemente. Ele me olhou desconfiado. Tendo liquidado os dois outros queijos e estando ainda com fome, fitava interrogativo, ora o Roquefort, ora minha impassibilidade, como que pedindo socorro. Aquele Roquefort estava insuperável: sua massa, branca como o leite, pontilhada pela germinação esverdeada das hervas, maturado nas grutas do Combalou, tinha sabor inigualável. Com certa pena, perguntei-lhe se não prestaria honras ao imperador dos queijos. C01tei-lhe uma fatia, recomendando o vinho como acompanhante de estilo. À primeira dentada estremeceu. Tivera a falsa impressão de roer a perna de um carneiro curtida em pimenta. Um sabor agressivo invadiu-lhe a capac idade degustativa. Para não sufocar-se tomou doi s goles de vinho. Senti u- se aliviado.

As ovelhas da região de Roquefort-sur-Soulzon, no Larzac, entraram na história da culinária refinada ...

E u nada via para deixá-lo à vontade em seu combate. Passado o susto, sentindo os primeiros agrados da combinação pão-Roquefort-vinho a aquecê-lo internamente, arriscou um segundo pedaço. Este fundiu-lhe na boca como um sorvete. Ele nunca notara isto num queijo, pois a característica é exclusiva do Roquefort. Esvaeceu-se o cun-al. E passou a ter o paladar acariciado por flocos de lã de alvas ovelhas. Fungos e hervas, de um verde musgo, se incrustavam naquela branCLU'a única e a tudo temperavam, transformando o que de início julgou ser pimenta, em pétalas de flores campestres. Ele ficou meditativo ao terminar a modesta fatia que lhe dera. Matizados pelo vinh9, os sabores do Roquefort, passando pela degustação, subiam-lhe à mente como um fogo de artifício no qu al, a cada momento, uma cor reluz mais do que as outras. E entre sabores que lhe percorriam ordenadamente a sensibilidade e o bem estar do corpo vigorosamente nutrido, em si lêncio, contemp lava os restos do Roquefort como um leão domado apresentando a juba para ser cofiada. Descontraído, confiante, atacou nova fatia. Satisfeito, pensei que ele procurasse o repouso. Qual nada. Propôs-me andar pelas ruas desettas de Sévérac-Le-Château, sob chuva fina e fria. Subimos até o castelo. Falava contínua e meditadan1ente. Perguntou sobre queijos da região, as Commanderies, as Ordens de Cavalaria, etc. Parecia esquecido dos primores artísticos da Renascença, prestes a se inscrever numa delas e partir para a Cruzada. Dominando o Roquefort, era por ele modelado. Lembrei-me então daquelas gloriosas Ordens militares, dos queijos de de Gaulle e dafro-magie. Meu amigo passara por uma aventura: a aventura do Roquefort. ♦

C ATO L IC I S MO

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tesanato, a Baviera dese nvolve u nos últimos anos uma indústria de alta tecnologia que a colocou como a mais importante zona econômica da Alemanha do Sul, com uma reduzida taxa de desemprego: apenas 8%, quando a média do país é de 11,2%. Essa rica e próspera região tem receio de que a introdução do euro, com a centralização econômica dela decorrente - o que acarretará uma correlata padronização social e política - altere preciosos usos e costumes que provêm da Idade Média. Tradições estas que constituem jóias do rico patri mônio cultural bávaro. Conhecidos pela sua cordialidade e alegria de viver, os bávaros querem manter suas tradições. Seria uma perda irreparável se desaparecesse, por exemplo, a Octoberfest que, anualmente, atrai cerca de 7 milhões de visitantes. Ou então a Festa de Corpus Christi, a maior comemoração religiosa do ano. Nessa ocasião, decorações ricas e variadas transformam as ruas de Munique em maravilhoso cenário para a tradicional procissão, da qual participam o Clero secular e regular, personalidades do mundo político e cultural, bem como corporações de estudantes católicos e ♦ diferentes corporações de ofício.

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... A pitoresca cidade medieval de Regensburg, às margens do Danúbio, na Baviera

Palácio de Maximiliano em Munique, capital da Baviera

Edifício da Prefeitura de Munique, vendo -se à esquerda a igreja de Santa Maria (séc. XV)

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O Hamburgo Berlim O

ALEMANHA

A Baviera não quer o euro Esse Estado alemão - majoritariamente católico, conservador e próspero - defende suas tradições ameaçadas pela implantação da moeda única européia Frankfurt - "A Baviera não defen deu sua identidade durante mil anos para deixá-la hoje no vestíbulo de Bruxelas ou de Bonn", afirmou Edmund Stoiber, Governador da Baviera. O Estado da Baviera tem sua história marcada por lances de fidelidade à Fé católica e pela defesa de suas gloriosas tradições. Hoje em dia, permane18

e ATO L I e I S M O

ce a forte maioria católica que sempre foi um apanágio de sua população. Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), Maximiliano I, Duque da Baviera, transformou a capital bávara, Munique, no bastião do catolicismo na Alemanha, dividida então entre cató1icos e protestantes. Desafiando a União evangélica, levantou-se a Li-

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Atilio G. Faoro Correspondente

Alemanha

ga católica, sustentada pela Baviera. Além de resistir à pseudo-reforma protestante, o Estado bávaro opôs-se à política anticatólica de Bismarck que, entre 1862 e 1890, tentou criar aferro e afogo umaAlemanha centralizada sob a tutela da Prússia protestante. Em 199 5, alegando neutralidade religiosa, a Suprema Corte Federal

alemã proibiu a presença de crucifi xos nas salas de aula das escolas públicas em todo o país . A proibição fo i repudiada pelos bávaros. O próprio Governador decidiu ignorar a decisão, seguido por muitas pessoas de diversos níveis de autoridade. Em setembro do mesmo ano, por ocasião de uma impressionante manifestação popu lar em Munique contra a decisão da Corte Suprema, o Ministro das Finanças Theo WaigeJ recordou que "quando era menino, também os nazistas retiraram o crucifixo de minha sala de aula". Atualmente a Baviera trava uma batalha contra a implantação da moeda única européia - o euro - tendo sido criada com essa finalidade a Bund Freier Bürger (Aliança dos cidadãos livres). O euro, uma das mais desastrosas conseqüências do Tratado de Maastrich, deverá preju -

dicar a economia de diversos países e regiões da Europa. Voltada até a década de 70 especialmente para a agricultura e o ar-

CATO LIC IS MO

Manifestação em Munique contra a proibição - decidida pela Corte Suprema - de crucifixos nas escolas primárias, em setembro de 1995

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No final do séc. XVI e no séc. XVII, Nossa Senhora previu, mediante uma série de aparições e revelações ocorridas no Equador, catástrofes ·espirituais e materiais para o nosso século XX, que chega ao seu fim ...

F rancisco dei Castilho estava atônito. Viera dar a última demão à imagem que esculpira e não só a encontrara terminada, mas transformada até nos entalhes. "Madres! esta imagem não é obra minha, mas angélica", exclamou tomado de temor reverencial. Madre Mariana de Jesus Torres e suas monjas sabiam que isto era verdade. A imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, que o hábil escultor iniciara, fora milagrosamente terminada por Anjos que entoavam o hino Salve Sancta Parens , ouvido por toda a Comunidade ... Não era a primeira vez que Mariana de Jesus Torres y Berriochoa, uma das sete espanholas fundadoras do Monasterio Real de la Limpia Concepción, em Quito, deparava-se com um fato dessa natureza. Sua vida, desde os 13 anos de idade, não tinha sido senão um contacto contínuo com o sobrenatural. As aparições de Nosso Senhor, de Sua Santa Mãe, de Santos e de demônios, eram-lhe freqüentes. A essa filha de San·ta Beatriz da Silva foi desvendado o futuro como a poucos. E as revelações que lhe foram feitas, sobretudo as concernentes aos nossos dias, impressionam pela precisão, riqueza de detalhes e semelhança com as de Fátima. 20

CATOLIC I SMO

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profecias e esperanças para nossos dias PLINIO MARIA SüLIMEO

. "Sou Maria do Bom Sucesso, Rainha do Céu e da Terra" Foi a 2 de fevereiro de 1594 que a Santíssima Virgem apareceu pela primeira vez à então Priora das Concepcionistas na capital equatoriana. Comemora-se, pois, a 2 de fevere iro a festa litúrgica dessa adm irável invocação mariana . Catolicismo já se ocupou dela mais de uma vez, especialmente em sua edição de fevereiro de 1996. Entretanto, nunca o fez com a amplitude e a profundidade com que apresenta agora o mesmo tema, de tanta transcendência para a compreensão de nossos conturbados dias, que presenciarão os acontecimentos desse fim de século e de milênio. Madre Mariana, com a fronte em terra, com lágrimas e suspiros, suplicava à Divina Majestade remédio para os muitos males que afligiam aquela colônia e seu convento. Ouviu então uma voz celestial que a chamava pelo nome. Viu à sua frente Nossa Senhora refulgindo em meio a imensa claridade. Trazia o Menino Jesus no braço esquerdo, e um báculo de ouro na mão direita. - "Sou Maria do Bom Sucesso, Rainha dos Céus e da Terra", declarou-lhe a Mãe de Deus. "Tuas orações, lágrimas e penitências são muito agradáveis a nos-

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so Pai celestial. Quero que fortaleças teu coração e que o sofrimento não te abata. Tua vida será longa para glória de Deus e de sua Mãe, que te fala. Meu Filho Santíssimo te presenteia com a dor em todas as suas formas. E, para infundir-te o valor que necessitas, toma-O de meus braços nos teus". Ao tomar o Menino Jesus nos braços, sentiu um desejo maior de sofrer e de se consumir como vítima para aplacar a Justiça Divina, se possível, até o fim do mundo. Na seguinte aparição, em 16 de janeiro de 1599, Nossa Senhora deu-lhe conhecimento de vários fatos futuros. E declarou a Madre Mariana de Jesus: "É vontade de meu Filho Santíssimo que tu mandes executar uma estátua minha tal qual me vês, e a coloques sobre a cátedra da Priora para que daí governe meu Mosteiro. Que os mortais entendam que Eu sou poderosa para aplacar a Justiça Divina e alcançar piedade e perdão a toda alma pecadora que a mim recorra com coração contrito. Porque eu sou a Mãe de Misericórdia, e em mim não há senão bondade e amor". Durante os anos segu in tes, Madre Mariana sofreu um terrível calvário e foi só a 5 de fevereiro de 1610 que o escultor foi chamado. Francisco dei Castilho, espanhol de

Acima: O rosto da im agem de Nossa ~enhora do Bom Sucesso reflete grande majestade. A direita: Pintura de Madre Mariana de Jesus Torres

nobre linhagem, vivia santamente em Quilo com a esposa e três filhos. Recebeu a encomenda como uma graça do Céu. E a 9 de janeiro seguinte declarou que a imagem estava praticamente pronta. Faltava a última demão de pintura. Ele iri a procurar as melhores tintas existentes na Colônia, e voltaria no dia 16 para concluir o trabalho.

São Francisco e os três Arcanjos refazem a Imagem inacabada Na madrugada desse dia, quando as religiosas se dirigiram ao Coro para rezar o Ofício, encontraram-no todo iluminado por luz sobrenatural, e ouviram vozes angélicas que cantavam o "Salve Sancta Parens". Da Imagem inacabada saíam raios vivíssimos. A pintura-base aplicada por Dei Castilho caía ao solo junto com aparas de madeira, os traços da Imagem tornavam-se mais suaves e sua fisionomia mais celeste. Mas somente Madre Mariana via que, como pedira, São Francisco e os três Arcanjos refaziam a Imagem. Francisco dei Castilho não se limitou a dizer que a Imagem não era obra sua, mas de Anjos. Lavrou um documento no

qual repetia tal afirmação sob juramento, declarando ainda que a encontrara terminada de maneira diferente da que deixara. Entregou o documento às religiosas para perpetuar a prova do milagre 1•

Nossa Senhora do Bom Sucesso profetiza sobre os séculos XIX e XX Madre Mariana contou pessoalmente os detalhes do ocorrido ao Bispo de Quito. E acrescentou algo que nos diz muito respeito: o sucedido, bem como sua vida, só seriam revelados no século XX, por causa da "muita decadência da fe"' e do papel que deveria ter então essa invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso. - "É vontade de Deus reservar esta invocação e tua vida", dissera-lhe Nossa Senhora em outra ocasião, ''para aquele século, quando a corrupção de costumes será quase geral e a luz preciosa da Fé estará quase extinta" 1 . E, em uma aparição de Nossa Senhora a 8 de dezembro de 1634, a Rainha do Céu e da Terra assim profetizou a Madre Mariana: "O meu culto sob a consoladora invocação do Bom Sucesso .... será a sustentação e salvaguarda da Fé na quase total corrupção do século XX''.

Profecias já realizadas Para se avaliar a credibi lidade de previsões feitas por uma pessoa, abarcando épocas diferentes, é de boa lei considerar se algumas já se cumpriram e de que modo. No caso de Madre Mariana de Jesus Torres, é historicamente comprovado que a maior parte das revelações que Nossa Senhora lhe fez se cumpriram. E com tanta exatidão, que não seria prudente pôr em dúvida o que ainda está por se realizar. • Independência do Equador Entre essas várias revelações, citamos a da aparição de 16 de janeiro de 1599: "A pátria em que vives de ixará de ser Colônia e será República livre, conhecida pelo nome de Equador. Então necessitará de almas heróicas para sustentarse através de tantas calamidades públicas e privadas". • "Presidente verdadeiramente cristão" que receberá a palma do martírio Mais de uma vez a Virgem profetiza a vinda do heróico Presidente equatoriano Garc ia Moreno e de seu martírio, em termos muito elogiosos. Na mesma aparição afirmou: "No século XIX haverá um presidente verdadeiramente cristão, varão de cará-

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ter, a quem Deus Nosso Sen~o,r dará a palma do martírio na praça onde está este meu convento. Ele consagrará a República ao Divino Co ração de me u Filho San.tíssimo e esta consagração sustentará a Religião Católica nos anos posteriores, os quais serão aziagos para a Igreja". • Proclamação dos dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção de Nossa Senhora Na aparição de 2 de fevereiro de 1634, Nossa Senhora do Bom Sucesso entregou o Menino Jesus a Madre Mariana. Este revelou-lhe: "O dognw. de fé da Imaculada Conceição de Minha Mãe será proclamado quando mais combatida estiver a Igreja e encontrar-se cativo meu Vigário 3. Do mesmo modo [será proclamado] o Dogma de f é do Trânsito e Assunção em corpo e alma aos Céus de minha Mãe Santíssima".

• O Santo Cura d' Ars Na última aparição à sua fiel serva, em 8 de dezembro de 1634, ao falar da decadência do Clero no século XX, Nossa Senhora anunciou também a presença do Cura D ' Ars nestes termos: " Os sace ,dotes, a partir do século XIX, deverão amar com toda a alma João Maria Vianney, um servo meu. que a Bondade Divina prepara para com ele agraciar aqueles séculos como modelo exemplar do sacerdote abnegado". • Canonização de Madre Beatriz da Silva Em seu testamento espiritual, Madre Mariana de Jesus, falando da ligação das Concepcioni stas com os Franci scanos, afirma às suas filhas: "Quem pretender prescindir de Francisco e Beatriz (Fundadora das Concepcionistas) não pertencerá à real e verda-

deira Ordem Concepcionista Franciscana. E, portanto, nem este santo Pai Francisco nem a Santa (sic) Beatriz as reconhecerão por filha s. Esta subirá aos altares no século XX".

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• Profecias que se estão cumprindo ou por se cumprir: a Revolução Para indicar o agente da crise tão catastrófica que descreve em suas profecias sobre os séculos XIX e XX, Nossa Senho ra do Bom Sucesso se refere às heresias em geral e às seitas, ou simplesmente à seita. Essas heresias ou seitas teri am poder para estender suas garras desde o recinto sagrado do Te mplo até o lar, influenciando perniciosamente todos os campos da atividade humana.

• Libertinagem, impureza, corrupção das mulheres e crianças " ...Extra vasarão as paixões e haverá total corrupção dos costumes por quase reinar satanás .... , o qual visará principalmente a infância a fim de manter com isto a corrupção geral. Ai dos meninos desse tempo! Difi.cilmente receberão o Sacramento do Batismo e o da Confirmação. A seita, havendo-se apoderado de todas as classes sociais, "possuirá sutileza para introduzir-se nos ambientes domésticos, que perderão as crianças 4 . Nesse tempo infausto mal se encontrará a inocência infantil. Desta forma perder-se-ão as vocações para o sacerdócio e será uma verdadeira calamidade". • A virgindade praticamente desaparecerá "A atmosf era saturada do espírito de

impureza que, à maneira de um mar imundo, co rre rá pelas ruas, praças e logradouros públicos... Quase não haverá almas virgens no mundo. A delicada flor da virgindade, tímida e ameaçada de completa destruição, luzirá de longe" . • Porta aberta para o divórcio, concubinato, filhos ilegítimos, educação laica ... " Quanto ao Sacramento do Matrimônio, que simboliza a união de Cristo com a Igreja, será atacado e profanado em toda a extensão da palavra. .... Impor-se-ão leis iníqua:,· com o objeti vo de extinguir esse Sacramento, fa cilitando a todos viverem mal 5, propagando-se ageração de fi lhos mal-nascidos, sem a bênção da Igrej a. Irá decaindo rapidamente o espírito cristão. "Apagar-se-á a luz da Fé até se chegar a uma quase total e geral corrupção

de costumes. Acrescidos ainda os ef eitos da educação laica, isto será motivo para escassearem as vocações sacerdotais e religiosas" . • Dar-se-á pouco valor à Extrema-Unção "Nesse tempo o Sacramento da Extrema Unção, posto que f altará nesta pobre Pátria o espírito cristão, será pouco considerado. Muitas pessoas morrerão sem recebê-lo por descuido das fàmílias .. . • A Sagrada Eucaristia será profanada e calcada aos pés " O mesmo sucederá com a Sagrada Comunhão. Mas, ai! quanto sinto ao te manifestar que haverá muitos e enormes sacrilég ios públicos e também ocultos de prof anação da Sagrada Eucaristia . .. .. Meu Filho Santíssimo ver-Se-á j ogado ao chão e pisoteado por pés imundos" .

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Heresias, vícios e calarnid des dos séculos XIX e XX

Santo Antonio Maria C/aret

Santo Antonio Maria Claret (1807-1870), Fundador dos Claretianos, recebeu também várias revelações extraordinárias do Céu a respeito de diferentes temas. Algumas delas vão no mesmo sentido das profecias feitas por Nossa Senhora do Bom Sucesso a Madre Mariana de Jesus Torres. Assim, em sua Autobiografia escreve ele: "No dia 23 de setembro [de 1859], às sete e meia

C ATOLI C I S M O

da manhã, disse-me o Senhor. Voarás pela Terra, ou andarás com grande velocidade e pregarás os grandes castigos que se aproximam. O Senhor me deu a conhecer grandes coisas sobre aquelas palavras do Apocalipse, 8, 13: Et vidi et audivi vocem unius aquilae [E olhei, e ouvi a voz duma águia], que voava pelo céu e dizia com grande e alta voz: Ai! ai! ai! dos habitantes da Terra por causa dos três grandes castigos que virão. Estes castigos são: "1 2 O protestantismo, comunismo ... "2 2 .Os quatro arquidemônios que promoverão de modo espantoso o amor aos prazeres - o amor ao dinheiro - a independência da razão - a independência da vontade. "3 2 As grandes guerras e suas conseqüências". ... .

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Fevereiro d e 1998

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"No dia 27 de agosto de 1861 , .. .. o Senhor me fez conhecer os três grandes males que ameaçavam a Espanha e que são: o protestantismo, ou melhor, a descatolicização, a república e o comunismo. Para cortar estes três males me deu a conhecer que deviam ser aplicadas três devoções: o Triságio [hino de louvor à Santíssima Trindade], o Santíssimo Sacramento e o Rosário. "Na festa de São Pedro, .... conheci que devia tanto pregar como orar a fim de que o Senhor se digne considerar com olhos piedosos e e/ementes os homens na Terra e os faça tremer, estremecer e se converter" (Escritos Autobiograficos y espirituales, Biblioteca de Autores Cristianos, Madri, 1959, pp. 381, 382 e 384).

Triunfo de Nossa Senhora no século XX Nas famosas Memorie biografiche dei Ven. D. Giovanni Bosco, de autoria do salesiano D. Giovanni Battista Lemoyne (Tipografia SAI.D. "Buona Stampa", Turim, vol. IX, 1917), podese ler: "Enquanto [São João Bosco (1815-1888)] santificava as almas, continuava realizando novos trabalhos para a construção da Igreja de Maria Auxiliadora. Cada um dos dois campanários, ladeando a fachada, deveria ter acima um Anjo em cobre batido e dourado, de dois metros e meio de altura. Dom Bosco havia dado o desenho deles. À direita, um Anjo, conduzindo com a mão esquerda uma bandeira, na qual, batido no metal e com grandes caracteres, está escrito: 'Lepanto'[a gran-

de vitória dos católicos contra os maometanos, mediante milagrosa intervenção de Nossa Senhora, em 1571 ]. À esquerda, um outro, no ato de oferecer com a mão direita uma coroa de louros à Santíssima Virgem, dominadora, sobre a cúpula. "Em um primeiro desenho, que nós vimos, também o segundo Anjo levava uma bandeira sobre a qual achava-se a cifra 19.. seguida de dois furos. Indicava uma nova data, isto é mil novecentos, omitidas a dezena e a unidade dos anos. Colocou-se depois na mão do Anjo uma coroa, conforme foi dito acima. Mas não nos esquecemos mais daquela data misteriosa, a qual, segundo nossa opinião, indicava um novo triunfo de Nossa Senhora. Que isto apresse e atraia todas as

gentes sob o manto de Maria! (Op. cit., p. 583) . E, mais adiante, transcreve relato do próprio São João Bosco: "Na vigília da Epifania do ano em curso de 1870, desapareceram todos os objetos do quarto e me achei em consideração de coisas sobrenaturais". Passa em seguida a descrever os pecados e os castigos para a França e a Itália especificamente, com as seguintes palavras - de advertência e de esperança - que ouvira de Nosso Senhor nessa ocasião: "Quero punir a imoralidade, o abandono e o desprezo da Minha Lei, diz o Senhor. .... Mas vós, ó sacerdotes, por que não correis a chorar entre o vestíbulo e o altar, invocando a suspensão dos flagelos? Por que não tomais o escu-

do da fé e não ides em cima dos tetos, nas casas, nas estradas, nas praças, até mesmo nos lugares inacessíveis, levar a semente de Minha palavra? Ignorais que essa é a terrível espada de duas lâminas que abate os Meus inimigos e que rompe as iras de Deus e dos homens? "Estas coisas deverão acontecer inexoravelmente uma depois da outra. "As coisas acontecerão muito lentamente. "Mas a Augusta Rainha do Céu está presente. "O poder do Senhor está nas suas mãos; dispersa como neve os seus inimigçs. Reveste o Venerando Ancião de todas as suas antigas vestimentas. "Acontecerá ainda um violento furacão. "A iniqüidade está consumada, o pecado terá fim e, antes que transcorram

São João Bosco

dois plenilúnios do mês das flores, o arco-iris da paz aparecerá sobre a terra. "O grande Ministro verá a Esposa do seu Rei vestida para festa . "Em todo mundo aparecerá um sol tão luminoso como nunca houve, desde as chamas do Cenáculo até hoje, nem se verá até o último dos dias" (Op. cit., pp. , 780,

782 e 783).

e AT O L I e I S M O

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Acima: corpos incorruptos de quatro Fundadoras do Mosteiro Real da Limpa Concepção, de Quito. No alto, à direita: claustro do Mosteiro das Concepcionistas, em Quito

Crise da Fé, crise na Igreja Por sua especial importância, trataremos a matéria abaixo aparte. Para nós, católicos, é forçoso relacionar a crise religiosa e moral em que afundou o mundo com a decadência verificada nas fileiras do Clero e das Ordens religiosas. Sendo o Clero o sal da terra e a luz do mundo, como disse Nosso Senhor, se tal luz deixa de iluminar, que resultado se obtém senão o aparecimento das trevas? Foi, de certo modo, o que Nossa Senhora do Bom Sucesso revelou a Madre Mariana de Jesus. Senão vejamos: ■ Muitas nações são castigadas pelos pecados dos sacerdotes e religiosos "Saiba ainda que a Justiça Divina costuma descarregar castigos terríveis sobre nações inteiras, não tanto pelos pecados do povo quanto pelos dos Sacerdotes e religiosos, porque estes últimos são chamados, pela perfeição de seu estado, a ser o sal da Terra, os mestres da verdade e os pára-raios da Ira Divina". ■ Por quererem servir às meias, serão renegadas por Deus O Menino Jesus revelou a Madre Mariana que muitas almas religiosas e sacerdotais "querem servir-Me às meias, conservando seus caprichos e gênios, em tudo satisfazendo suas vontades e tomando liberdades incompatíveis com seu estado e profissão. Eu não as tolero; nada pela metade Me agrada. Eu as abandono e deixo que sigam todos os desejos de 24

CATOLICISMO

seu coração pervertido para desconhecê/as diante de Meu Pai Celeste. Ai daqueles e daquelas!". ■ Calar-se-á quem devia falar "Quase não se encontrará a inocência nas crianças nem pudor nas mulheres, e nessa sup rema necessidade da /greja,calar-se-á aquele a quem competia a tempo falar". Essa grave omissão é repetida por Nossa Senhora em outra aparição, em 2 de fevereiro de 1610: "Campearão vícios de impureza, a blasfêmia e o sacrilégio naquele tempo de depravada desolação, calando-se quem deveria falar". ■ Os que deveriam defender os direitos da Igreja dão as mãos aos seus inimigos E Nossa Senhora faz à sua dileta filha esta declaração terrível: "Tempos funestos sobrevirão, nos quais .... aqueles que deveriam defender em justiça os direitos da i greja, sem temor servil nem respeito humano, darão as mãos aos inimigos da Igreja para f azer o que estes quiserem".

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* *

Quando tudo parecer perdido, será o início do triunfo da Santa Igreja Como em Fátima, após a previsão de catástrofes para a Igreja e a civilização cristã, é prevista uma vitória. Assim, ao tratar da propagação das

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heresias nos séculos XIX e XX, Nossa Senhora do Bom Sucesso revela a Madre Mariana de Jesus Torres: "O pequeno número de almas que guardará o tesouro da Fé e das virtudes sofrerá um cruel, indizível e prolongado martírio. Muitas delas descerão ao túmulo pela violência do sofrimento e serão contadas como mártires que se sacr/ficaram pela Igreja e pela Pátria. "Para a libertação da escravidão dessas heresias, aqueles a quem o amor misericordioso de meu Filho Santíssimo destinará para esta restauração, necessitarão de grande força de vontade, constância, valor e muita confiança em Deus. Para pôr à prova esta fé e confiança dos justos, haverá ocasiões em que tudo parecerá perdido e paralisado. Será, então, o feliz princípio da restauração completa". E, logo após o trecho sobre a prevaricação verificada nas fileira s do Clero, Nossa Senhora afirma: "Ora com instância, clama sem cansar-te e chora com lágrimas amargas, pedindo ao Pai Celeste que Se compadeça de seus Ministros e ponha termo quanto antes a tempos tão nefastos, enviando a esta igreja o Prelado que deverá restaurar o espírito de seus sacerdotes. "A esse filho meu muito querido, amamos meu Filho Santíssimo e Eu com amor de predileção, pois o dotaremos de uma capacidade rara, de humildade de coração, de docilidade às divinas inspirações, de fortaleza para defender os direitos da Igreja e de um coração terno e compassivo. "Em sua mão será posta a balança do Santuário para que tudo se faça com peso e medida, e Deus seja glorificado". Para retardar a vinda desse Prelado, o demônio e seus asseclas provocarão, com seus vícios, "toda sorte de castigos como a peste, a fome, disputas internas e com outras nações e a apostasia, causa de perdição de um considerável número

de almas . .... Haverá uma guerraformidável e espantosa ... Esta noite será horrorosíssima, porque humanamente o mal parecerá triunfante. "Será chegada então a minha hora, em que eu, de forma maravilhosa, destronarei o soberbo e maldito satanás, calcando-o debaixo dos meus pés e acorrentando-o no abismo infernal. Assim, a Igreja e a pátria estarão, por fim, livres de sua cruel tirania". Quem será esse Prelado santo? Já anteriormente, na aparição de l599, Nossa Senhora se tinha referido a ele como sendo provavelmente o Bispo de Quito: "Vindos os tempos de ouro para este meu Mosteiro, será feli z e premiado de Deus aquele Prelado,filho meu tão que-

Notas:

rido, o qual, conhecendo com luz divina a necessidade da sujeição imediata aos [Frades] Menores [isto é, aos religiosos franciscanos] para a santificação e perfeição das filhas de minha Imaculada Conceição, pedirá ao Vigário de Meu Filho na Terra que os Menores governem este mosteiro . .... Este dia virá quando a corrupção dos costumes 110 mundo parecer chegar ao ápice ... ". Portanto, essa previsão parece serrestrita a Quito. Noutra aparição Nossa Senhora também fala do triunfo da Igreja, e menciona um filho eleito. Mas não se refere a um Prelado, como também não diz se é a mesma pessoa. O que é certo é que ele surgirá quando o mal parecer triunfante

2. O presente artigo baseou-se na obra Vida Admirable de la Rda.

l. Este doc um ento e outros de altíssimo valor - como a biografia das santas Fundadoras do Mosteiro Real da Limpa Concepção, de Quito, que constituem o chamado Cuadernón, e a autobiografia de Madre Mariana de Jesus - foram guardados em orifício de uma das paredes do mencionado convento durante a guerra da Independência, e que ninguém mai s soube identificar. A santa Abadessa reve lou às suas filhas o futuro desaparecimento desse tesouro, e que so mente com muita oração e sacri f"ício poderiam as monjas posteriores obter de Deus a graça de reencontrálo, o que até hoje não se deu.

Madre Mariana de Jesús Torres, espatiola y una de la s fundadoras dei Monasterio rea l de La Limpia Co11.cepción e11 la Ciudad de Quito, esc rita em torno de 1790 por

Frei Manuel So usa Pere ira, O.F.M., em doi s tomos. Este auto r era portu guês, mi litar, de famí lia ilustre por se u sangue e por sua posição sóc io eco nômi ca. Deveu sua co nversão à le itu ra de uma vida de Madre Mariana de Jes us. En trou para a Ord em dos franci scano s em sua terra natal. Fo i ordenado sacerdote na Espanha, em 1777. Pouco tempo depois , foi mandado para Quito, onde tor-

e "a autoridade" prevaricar. "Mas quando parecerem triunfantes e quando a autoridade abusar de seu poder cometendo injustiças e oprimindo os débeis, próxima está sua ruína, cairão por terra estatelados. "E a Igreja, qual terna menina, ressurgirá alegre e triunfante, e adormecerá brandamente, embalada em mãos de hábil coração maternal do meu filho eleito, muito querido, daqueles tempos. Fá-lo-emos grande na Terra e muito maior no Céu, onde lhe temos reservado um assento muito precioso. Porque, sem temor dos homens, combateu pela verdade e defendeu impertérrito os direitos de sua Igreja, pelo que bem o po♦ derão chamar mártir".

nou-se co nfes so r de div e rsas co ncepcioni stas. Ele, por sua vez, para escrever essa biografia, teve em suas mãos o Cuademón, ainda não desaparecido, e muitos outros documentos fided ignos. 3. Nessa época, com a invasão da Cidade Eterna pelas tropas revolucionárias, Pio IX teve que se refugiar em Gaeta, de 1848 a 1850. O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado em 8 de dezembro de 1854, em Roma. Entretanto, sua vo lta para Roma não significou que o ódio e as maquinações contra o Papa ti vesse m cessado. Muito pelo contrário (vide Historia de la lglesia Católica, Bernardino Llorca S.J. , Ricardo Garcia Villoslada S.J .,

vol. IV, Biblioteca de Autores Cristi anos, Madrid, 1951). 4. Não parece ser essa uma clara alusão à TV imoral e a seus perniciosos efeitos? S. A conspurcação do Sacramento do Matrimônio não poderia ter chegado ao seu ápice sem a aprovação, em diversos países, do assim chamado casamento homossex ual. Outras obras consultadas: Modera para Esculpir la lmagen de una Santa, Mons. Dr. Luis E.

Cadena yA lmeida, Foundation for a Chri stian Civilization, NY, 1987, e Enquête sur les Apparitions de La Vierge , Yves Chiron , Librairie

Académ ique Perrin/Mame, SaintAmand-Mon trond (França) 1995, pp. 103 e ss.

ln Memoriam

Pe. Anastasio Gutiérrez Poza C.M.E Faleceu no dia 6 de janeiro último, e m Roma, o sacerdote claretiano Revmo. Pe. Anastasio Gutiérrez Poza. O insigne extinto foi postulador da Causa de Canonização do Fundador de sua congregação religiosa - Santo Antonio Maria Claret - e Decano da Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade Lateranense. Foi também promotor da criação do primeiro Colégio Teológico Internacional - o Claretianum - e do Instituto Jurídico Claretiano, ambos sediados em Roma. Em 1965 fundou uma associação de

leigos denominada "Seguimi", hoje em dia presente na Espanha, Itália e Zaire. A produção bibliográfica do ilustre religioso claretiano é imensa, tendo ele, até seu falecimento, sido consultor de numerosos dicastérios da Santa Sé. O Revmo. Pe. Anastasio Gutiérrez foi um admirador do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e de sua obra, tendo-lhe dirigido missiva altamente elogiosa arespeito do livro Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio X/1 ao Patriciado e à Nobreza romana, de autoria do Fundador da TFP,

quando a obra veio a lume em 1993. Posteriormente, em 8 de setembro do mesmo ano, remeteu ao Prof. Plínio Corrêa de Oliveira carta de louvor a Revolução e Contra -Revolução, obra mestra deste eminente pensador católico, na qual se lê: "Atrever-me-ia adizer que é uma obra profética no melhor sentido da palavra; ainda mais, que seu conteúdo deveria ser ensinado nos centros superiores da Igreja, para que ao menos as classes da elite tomassem consciência clara de uma realidade esmagadora" . ♦

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São Pedro Damião: destemido defensor da Igreja numa era de crise Para combater os males que se abateram sobre a Igreja e a Cristandade no século XI, a Divina Providência suscitou Santos de envergadura incomum V ALDIS

ERA TERRÍVEL A CRISE que a

ro, pois não visavam em sua atuação a maior glória de Deus, mas sim desfruSanta Igreja atravessava no início do sétar as vantagens humanas proporcionaculo XI. Tinha aquela como causas prindas por seus cargos. cipais a intromissão do Poder temporal Criava-se assim um problema que na vida da Igreja, a venda dos cargos parecia insolúvel. Aparentemente, era eclesiásticos e a falta de observância da um círculo vicioso. Pois, para se obter castidade por parte dos sacerdotes. Bispos virtuosos era necessário um bom Essas causas estavam relacionadas Papa que os nomeasse; e para se conseentre si, pois da primeira delas decorguir um Papa virtuoso, deveria haver riam as outras. bons Prelados que o elegessem. De fato, ao interferir na eleição do Deus, entretanto, que nunca abandoPapa e dos Bispos, procuravam os . na a Santa Igreja, mesmo nas horas de governantes temporais obter a nomeapior crise, suscitou dois homens para ção de Prelados que não lhes criassem sanar esses males: o Papa São Gregório muitos problemas. E naturalmente os VII, que combateu principalmente os eclesiásticos ambiciosos e oportunistas inimigos externos da Igreja e vibrou o aproveitavam-se dessa circunstância, golpe decisivo contra a indébita intromuitas vezes comprando descaradamissão no plano espiritual; e São Pedro mente os cargos. Damião, que batalhou eficazmente soCompreende-se que tal gênero de bretudo contra os inimigos internos, deeclesiásticos relapsos constituíam um nunciando e extirpando seus vícios. fator de difusão da imoralidade no Cle26

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GRTNSTEINS

Ambos tornaram-se figuras exponenciais do movimento que se empenhou na realização da reforma dos costumes eclesiásticos no século XI, e que teve salutares reflexos na própria ordem temporal. Outro fator decisivo desse movimento reformista foi a extraordinária atuação empreendida por uma série de mosteiros beneditinos em toda a Europa sob a liderança da famosa Abadia de Cluny, na França. Convém lembrar a propósito que São Pedro Damião fez uma viagem à referida abadia para se encontrar com São Hugo, um dos célebres abades santos desse mosteiro.

* * * São Pedro Damião nasceu em Ravena (Itália), em 1007, de família extremamente pobre. Era o último de muitos irmãos. Sua mãe, desesperada pelos apertos que passava para alimentar sua numerosa prole, a.bando-

nou-o certa vez em plena rua. Foi então recolhido por determinada mulher, que vivia pecaminosamente com um sacerdote, sendo mais tarde devolvido à casa paterna. Ficando órfão em tenra idade, um irmão encarregou-se de sua subsistência, mas tratou-o como escravo, ordenandolhe que cuidasse dos porcos que possuía. Outro irmão, chamado Damião, que era arcipreste de Ravena, libertou-odessa situação e ajudou-o a iniciar os estudos. Em sinal de gratidão, Pedro juntou seu pré-nome ao dele, passando assim a ser conhecido como Pedro Damião. Terminados seus estudos, dedicouse ao ensino, chegando a lecionar em Faenza e Ravena. Porém, não sendo esta sua vocação, aos 28 anos ingressou na Ordem Camaldulense, fundada pouco antes por São Romualdo. Entrou no Mosteiro de Fonte Avellana, onde, estimulados pelo exemplo de sua vida virtuosa, os monges o elegeram Abade, após o falecimento do superior daquela casa religiosa. Sua atuação nesse honroso cargo foi altamente benéfica para a Ordem, não só pela fundação de vários mosteiros, como pela reforma da Ordem dos Monges da Santa Cruz. Vários discípulos seus atingiram a santidade, como São Rodolfo, São João de Lodi e São Domingo Loricato.

São Gregório VII, o grande Papa reformador, utilizou São Pedro Damião para a realização de delicadas missões

Fachada da igreja de Santo Apollinare Nuovo, em estilo bizantino, (séc. VI), em Ravena, cidade natal de São Pedro Damião

Imbuído por verdadeira caridade, Pedro Damião não se contentou em vi ver tranqüilamente em seu mosteiro, enquanto numerosas almas se perdiam no mundo. Julgou seu dever atacar com vigor os erros e vícios da época, especialmente os disseminados nos ambientes eclesiásticos.

A imoralidade dos clérigos: alvo do Santo reformador São Pedro Damião percebeu com clareza que a imoralidade reinante entre os sacerdotes era o primeiro inimigo a ser debelado, visto ser ela a fonte de outros pecados - avareza, inveja e soberba que devastavam o Clero naquele tempo. Não julgando sufic'iente apenas apregação contra esses males, escreveu em 1051 uma obra que até hoje suscita polêmicas: O livro de Gomorra. Nele, empregando uma linguagem fo1te, vitupera todo tipo de pecados contra a castidade, fustigando aqueles que deveriam impedir este estado de coisas e não o faziam.

O Papa reinante, São Leão IX, acolheu esse livro com significativas palavras de elogio. Mas, naturalmente, os atingidos por tal ataque ficaram indignadíssimos. E conseguiram o apoio ele numerosos sacerdotes que, apesar de deplorar a imoralidade vigente, julgavam não ser oportuno desvendar de forma tão clara os vícios existentes no seio do Clero. O clamor produzido foi tal que o próprio Sumo Pontífice ficou um tanto perturbado. São Pedro Damião, porém, não se deixou abater e escreveu ao Papa uma carta na qual, a par da reverência e submissão devidas ao Sumo Pontífice, justificava sua posição e a necessidade de semelhante obra naquelas circunstâncias muito especiais. Com isso, a tormenta esmoreceu um tanto, mas ainda continuou viva por vários anos. Conhecedor, por sua grande experiência, que as paixões da carne se vencem mortificando a carne, tornou-se um

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jou conceder o chapéu cardinalício ao incansável Abade do Mosteiro de Fonte Avellana como recompensa pelos grandes serviços prestados à Igreja. E nomeou-o também Bispo de Óstia. São Pedro Damião, entretanto, recusava com tal vigor o convite que foi necessário ameaçá-lo com a excomunhão, caso persistisse na recusa. Após sua elevação ao cardinalato e sagração episcopal, não deixou de pedir várias vezes demissão daquela primeira dignidade, pois a considerava um obstáculo para sua união com Deus. Chegou ao ponto de, muitos anos após a m011e de Estêvão IX, chamá-lo seu perseguidor, por lhe haver imposto o episcopado.

decidido promotor, e até reh vador, do velho costume da auto-filagelação. Essa luta contra a imoralidade no Clero durou toda a vida de São Pedro Damião, valendo-lhe numerosos inimigos, os quais não sentiram qualquer escrúpulo em lançar contra ele as mais variadas calúnias.

Eliminação da simonia: decisiva vitória do Santo Outro campo de batalha abriu-se para São Pedro Damião, cujo zelo pela causa da Jgreja era inesgotável: a luta contra a venda de cargos eclesiásticos, conhecida como simonia (palavra derivada de Simão Mago, que tentou comprar com dinheiro o poder de São Pedro para crismar, conforme narram os Atos dos Apóstolos (At. 8, 18-19). A esse respeito, começaram a aparecer na época doutrinas absurdas. Uma delas afirmava que se um Bispo houvesse comprado seu cargo, perdia o poder de conferir o sacerdócio. Ora, · se as ordenações sacerdotais, conferidas por ele, não eram válidas, os sacramentos administrados por esses padres também não o eram. É óbvio que a aplicação de tal doutrina provocaria logo grande desordem. De fato, começou a estabelecer-se uma confusão generalizada, em meio à qual Bispos reordenavam sacerdotes por medida de segurança. Três Concílios foram convocados, sem conseguir solucionar o problema em seus justos limites. Para cortar o passo a tamanhos absurdos, São Pedro Damião redigiu uma obra intitulada Gratissimo, na qual defende a verdadeira doutrina católica sobre a matéria, demostrando a tese de que o Sacramento da Ordem conferido por um Bispo, apesar de simoníaco, é válido. O autor ilustra sua tese apresentando exemplo de Santos sacerdotes, . ordenados por Bispos simoníacos. Normalmente a refutação de doutrinas errôneas é um processo longo, que suscita polêmicas. A mencionada obra de São Pedro Damião, contudo, de tal maneira esclarecia a questão, que sua simples leitura era suficiente para extinguir as controvérsias. Assim, em pouco tempo os Bispos - e o próprio Papa São Leão IX 28

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Missões delicadas e importantes

São Romualdo, Fundador da Ordem dos Camaldulenses, na qual ingressou São Pedro Damião aos 28 anos de idade

tomaram posição a respeito do tema, sendo a simonia condenada num Concílio efetuado em Roma no ano de 1049. Posteriormente, foi ela igualmente condenada em outros Concílios. Entretanto, nosso Santo não ficou inativo após este grande triunfo. Combateu ainda a ignorância dos clérigos de seu tempo e fundou numerosos mosteiros.

Contra sua vontade, Cardeal e Bispo de Óstia Após essas lutas em defesa da Igreja, desejava São Pedro Damião retirarse novamente para uma vida solitária, própria à sua vocação de camaldulense, de monge contemplativo, na qual pudesse retemperar a alma. A história desse Santo, porém, é um caso característico do tratamento que Deus reserva aos que mais ama: desperta na alma o desejo de um tipo de vida e obriga a seguir outro. A exemplo de São Bernardo, esse grande contemplativo foi compelido a uma vida ativa, repleta de viagens e polêmicas, oposta à solidão e ao silêncio de um claustro. Após a morte de São Leão IX, foi eleito novo Papa, que morreu logo depois. Seu sucessor, Estêvão IX, dese-

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Conhecedores de suas virtudes, os Papas encarregaram-no de executar várias e complicadas missões, que exigiram dele viagens freqüentes. A primeira delas foi a reforma do Clero da diocese de Milão, onde quase todos os sacerdotes eram simoníacos e grande número deles mantinha concubinas. Tentativas anteriores , lideradas por Santo Arialdo - o qual morreu mártir por essa razão - haviam fracassado. A intervenção paciente e caridosa de São Pedro Damião, porém, foi decisiva. O próprio Prelado de Milão escreveu Carta Pastoral condenando os vícios da simonia e a impureza reinantes em seu Clero. Em comovente cerimônia, todos os clérigos da diocese juraram abandonar estes dois vícios e aceitaram as penitências que lhes foram impostas. Apenas concluída tal missão, o Santo participou ativamente da luta a favor do novo Papa Alexandre, contra o antipapa que havia sido suscitado na Alemanha.A esse respeito escreveu um livro denominado Disputa Sinodal, no qual expõe os princípios pelos quais um Papa, para subir ao Sólio Pontifício, não necessita aprovação do Imperador do Sacro Império Romano Alemão.

São Pedro Damião e São Gregório VII: profunda amizade com divergências Um dos episódios mais interessantes da História da Igreja dessa época foi

o relacionamento entre São Pedro Damião e oArquidiácono Hildebrando, futuro Papa São Gregório VII. Ambos Santos, animados de grande ardor pela reforma da Igreja, admiravam-se mutuamente, mas possuíam temperamentos muito diversos e divergiam no modo de conceber a reforma eclesiástica. São Gregório VII era reservadíssimo, muito prudente, diplomático, discreto e um tanto frio. Hábil político e estrategista, não se movia sem traçar um plano que seguia rigorosamente, derrotando um inimigo após o outro. São Pedro Damião era impetuoso e apaixonado, embora sabendo dominarse quando necessário. Não elaborava planos e combatia o primeiro inimigo que divisava pela frente da melhor forma que podia. E nem prestava atenção nos golpes que recebia. A maior divergência que surgiu entre eles era a atitude a ser tomada em face da reforma eclesiástica. São Gregório VII considerava um deverestar presente no meio da sociedade para reformá-la. São Pedro Damião, com vocação contemplativa, julgava mais eficaz retirar-se para a solidão do claustro, a fim de converter o mundo mediante a oração. Dessa divergência surgiram disputas entre ambos, sempre sobre o tema do múnus episcopal, que para São Gregório VII era um dever e para São Pedro Damião um obstáculo. Assim, o Arquidiácono Hildebrando conseguia frustrar invariavelmente as tentativas de demissão do cargo por parte de São Pedro Damião junto ao Papa Alexandre II. Como último recurso, resolveu o Santo enviar uma carta ao Sumo Pontífice e outra a Hildebrando, na qual o chama de seu Santo Satanás e o acusa de ter para com ele uma compaixão e piedade neroniana, além de tê-lo acariciado com garras de águia. Não foi essa a única vez que qualificou o Arquidiácono de "Santo Satanás", tendo repetido tal expressão em outras cartas . Contudo, sempre teve admiração e dedicou profunda amizade àquele amigo , sobre quem Deus tinha especiais desígnios, os

quais, naquele momento, escapavam ao seu entendimento.

Últimas cruzes e morte antes de voltar à almejada contemplação Além das numerosas viagens que teve de empreender, não faltaram a São Pedro Damião as mais diversas cruzes. Ele próprio chegou a ser acusado de simoníaco pelo povo de Florença, pois tendo sido chamado a julgar uma causa entre o bispado e monges locais, constatou que a justiça estava do lado do Prelado. O povo da cidade, contudo, não gostou dessa decisão ... Acusavam-no também de credulidade excessiva, pois, para provar suas teses, utilizava com freqüência fatos sobrenaturais. O que não impediu, porém, que fosse declarado posteriormente Doutor da Igreja. Ademais, é preciso ressaltar que durante toda sua vida teve que suportar uma saúde frágil, sofrendo especialmente de insônia e de dores de cabeça, motivo pelo qual é invocado contra tais males. Com o fim do cisma provocado pela eleição do antipapa Honório II, tão atacado por ele, parecia ao Santo ser possível afinal retirar-se para seu tão almejado mosteiro. Foi quando surgiu o caso do Imperador Henrique IV, que desejava divorciar-se de sua legítima esposa, tendo para isso convocado uma assembléia em Frankfurt. O mau exemplo de um Imperador poderia disseminar tal pecado por toda a Cristandade. O Papa Alexandre II, por meio do Arqu idi ácono Hildebrando, enviou nosso Santo à Alemanha para resolver o problema. O que poderia um Cardeal contra o homem mais poderoso de sua época, na esfera temporal? São Pedro Damião todavia contava mais com os auxílios sobrenaturais do que com suas próprias forças ou influência. Por isso consegui u impedir que o Imperador consumasse o escândalo. Sem nenhum temor ourespeito humano, ameaçou excomungálo ele próprio, naquela mesma assembléia e diante de todos seus súditos. O Imperador, apesar de ser muito so-

São Pedro DamiãoNicolau Alunno, Detalhe do políptico de São Rufino (1460) , Catedral de Assis (Itália)

berbo e não querer dobrar a cabeça, compreendeu ser impossível enfrentar o Santo, preferindo reconciliar-se com sua mulher. Após essa missão vitoriosa, foi encarregado ainda de outra, que seria a última de sua vida: a reconciliação de sua cidade natal, Ravena, com o Papa. O Arcebispo dessa cidade tinha sido excomungado, mon-endo sem ser absolvido, o que levou o povo a uma atitude de revolta contra Roma. Foi necessário o Santo empregar toda sua caridade e inteligência para tranqüilizar os ânimos e restabelecer a paz. Obtida essa, estava São Pedro Damião a caminho de Faenza, quando a morte o colheu aos 65 anos, no Mosteiro de Santa Maria dos Anjos, onde foi sepultado. Era o dia 22 de fevereiro de 1072. Seu corpo foi trasladado várias vezes de sepultura, e pelo menos até o ano de 1595 encontrava-se incorrupto. Leão Xlll concedeu-lhe o título de Doutor da Igreja. ♦

Fontes de referência:

* * *

Alfonso Capece latro, Storia de S. Pier Damiano e dei suo tempo, Desclée, Lefêvre e Cia., Roma, 1887. Pe. João Leite, SJ, Santos de Cada Dia, Editorial A.O., Braga, vol. I, 3' edição, 1994. Pe. Campos Góes, Os Santos do Ano, Edições Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1953 .

CATO L IC IS M O

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Catolicismo - Como surgiu Avenir de la Culture?

Participantes de uma das campanhas de Avenir de la Culture, diante do Palais Royal, em Paris, antes

de entregar as listas de abaixo-assinados. No centro, o Presidente da entidade, Sr. Luc Berrou, tendo à sua esquerda o Dr. Gérard Ducrey, advogado da associação

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embates vitoriosos pela civilização cristã na França Em

nossa edição de novembro p.p. apresentamos noticiário a respeito do 11 Encontro Mundial das Famílias, realizado no mês anterior, no Rio de Janeiro, cuja sessão de encerramento foi presidida por S.S. João Paulo li. Entre os participantes de tal evento estava o Sr. Luc Berrou , Presidente de Avenir de la Culture (Futuro da Cultura) , associação que vem desenvolvendo intenso e meritório trabalho na França. Entre suas atividades destacam-se: • a defesa da honra de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Sua Mãe Santíssima, ultrajada em filmes blasfemos; • a proteção da inocência das crianças contra a perver-

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são sexual propagada por amplos setores da mídia francesa; • a preservação da cultura da nação "filha primogênita da Igreja", comprometida por tantas insídias dos inimigos da civilização cristã. Nada mais justo, pois, que Catolicismo dê conhecimento aos seus leitores dos êxitos que vem obtendo em seu país essa destacada associação. E, assim, revigorar as esperanças de que é possível uma sadia reação, acompanhada das bênçãos de Maria Santíssima. Pedimos ao nosso enviado especial, Sr. Nelson Ribeiro Fragelli, que entrevistasse o Presidente de Avenir de la Culture.

Sr. Luc Berrou - Nossa associação foi criada em março de 1986, quando os franceses já haviam sofrido cinco anos de regime mitterrandesco, com tudo o que isso comporta, sendo então Ministro da Cultura o famigerado Jack Lang. É sabido - e ele não o escondeu - que sua atividade no poder consistiu em promover, por todos modos possíveis e imagináveis, o que ele mesmo chamou revolução cultural. Ora, na França a televisão revelouse um excelente instrumento de tal revolução cultural. Contra ela surgiu uma reação que foi crescendo e se organizando, constituindo hoje nossa associação, Avenir de la Culture (Futuro da Cultura). Entre suas atividades contam-se campanhas de opinião de envergadura nacional, envios postais pelo sistema de mala direta e de seu boletim informativo a dezenas de milhares de aderentes e de correspondentes disseminados por toda a França, além de possuir antenas locais [ou seja, pessoas que trabalham ativamente em seus ambientes para obter os fins almejados pela entidade], etc. Catolicismo - Como se estabelece o relacionamento dos Srs. com os aderentes de Avenir de la Culture?

Sr. Luc Berrou - Nós nos dirigimos a centenas de milhares de pessoas e dezenas de milhares nos escrevem. A relação existente entre nossos aderentes e a associação é antes de tudo epistolar. Mas há pessoas que têm necessidade de contatos mais estreitos com a direção de Avenir de la Culture: por telefone ou, melhor ainda, mediante contatos pessoais. Para nossas antenas locais e esses aderentes mais próximos, organizamos na região parisiense - mas também, de tempos em tempos, no interior - reu-

Sr. Luc Berrou, Presidente de Avenir de la Culture, em seu escritório, na sede da entidade no Jaglu, em Saint Sauveur-Marville

niões de informação que são seguidas com muito interesse. A convicção de cada um, de que está fazendo algo de útil pela França, aumenta muito nesses encontros. Desse modo, a ação de nossos aderentes em relação às cadeias de televisão, prefeitos ou deputados , bem como junto aos pais e educadores, ganha em força e eficácia na defesa da família e dos verdadeiros valores morais. A corrente de opinião representada por Avenir de la Culture não constitui urna reação epidérmica. Pelo contrário, trata-se de uma reação autêntica e eficaz. Catolicismo - Existe alguma relação entre Avenir de la Culture e a TFP francesa?

Sr. Luc Berrou - Em 1985 os cinemas ousaram exibir o filme Je vous salue Marie de Jean-Luc Goddard. Eu me estenderei menos a respeito do caráter blasfematório desse filme - bem conhecido, creio eu, dos leitores de Catolicismo - do que sobre a provocação que ele representou para os católicos de nosso país e para os fiéis de todo o mundo. Naquela ocasião, a TFP francesa publicou um estudo sobre o conteúdo do filme e organizou uma campanha de repúdio e orações em reparação em relação aos ultrajes desferidos contra os Mis-

térios divinos e a Santíssima Virgem. Graças a Deus, a reação foi boa e a correspondência de apoio muito abundante. Nos meses que se seguiram, os católicos que se manifestaram em defesa de Nossa Senhora solicitaram à TFP francesa que promovesse uma campanha de maior envergadura, para combater não só os filmes blasfemos no cinema, mas também a degradação moral na televisão, cuja nocividade se fazia sentir terrivelmente. Após madura reflexão, um grupo de pessoas - várias dentre elas já integradas nas atividades da TFP - decidiram criar Avenir de la Culture. Catolicismo - O Sr. poderia mencionar algumas das campanhas mais importantes promovidas por Avenir de la Culture?

Sr. Luc Berrou - Cada uma de nossas campanhas é uma espécie de peripécia em grande escala, porque tem por meta denunciar aos olhos do maior número possível de franceses o que há de perverso em tal ou qual emissão de rádio ou de televisão, circular ministerial, projeto de lei .. . Os agentes da revolução cultural são obrigados a dissimular suas verdadeiras intenções. Uma campanha de Avenir de la Culture tem por objetivo desmascará-los tanto quanto possível.

CAT O L IC IS M O

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ruptoras. E essas vitórias incutem mais coragem aos bons.

Catolicismo - Qual a tática que vêm

Participantes do li Encontro Regional das Antenas locais, realizado no Jaglu (Sede do Secretariàdo Nacional de Avenir de la CultureJ, Saint-Sauveur-Marville, no ano passado

Uma vez que o Sr. me pede exemplos, darei sem hesitar o de L'amour en France. Tratava-se de uma série de 10 episódios que pretendia traçar o perti 1 dos franceses em matéria de sexualidade. A imprensa qualificou nossa campanha como pugnaz. De fato, mai s de 130.000 protestos foram enviados, por sugestão nossa, à · cadeia pública de televisão Antenne 2. No ano seguinte, tivemos novamente que mobilizar nossas forças para alertar o público contra os episódios dos desenhos animados Le bonheur de la vie. A televisão queria se substituir aos pais e se atrogar o direito de ministrar educação sexual às crianças, até às muito pequenas, incitando-as a todas formas de perversão sexual. O resultado foi de peso: segundo "Lyon Figaro", 600.000 protestos submergiram a cadeia pública televisiva FR3.

Catolicismo -

Qual foi o resultado dessas duas campanhas? Sr. Luc Berrou - Com tais campanhas, nossa entidade atingiu uma notoriedade importante na França, o que suscitou também, como se pode imaginar, sentimentos de ódio entre os promotores da imoralidade . Porém, longe de nos desanimar ou desarmar, isso nos incentivou a conti nuar a luta. As campanhas se seguiram: contra certas emi ssões de televi são que fora m efetiva me nte s uprimidas, contra a pornocantora qu e se faz c hama r de Madonna ... , etc. Sobretudo, não deixamos de alertar a população, difundindo junto aos pais,

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e ATO L I e I S M O

educadores, bibliotecas e Poderes Públicos nosso opúsculo Les méfaits de la télévision sur nos enfants (Os danos da televi são sobre nossas crianças), o que nos valeu cattas de felicitações provenie ntes de todas as partes, até do Presidente Jacques Chirac! ... Também estivemos presentes, porrazões de intercâmbio e de comunicação, em encontros internacionais, como o de Praga (República Tcheca) , em mai·ço do ano passado. E, mais recentemente, no II Encontro Mundial das Famílias, realizado e m outubro no Rio de Janeiro. Todas essas experiências têm tido res ultados excele ntes e reforçado a efi cácia da associação .

adotando os adeptos da corrupção moral (inclusive de crianças) face às denúncias de Avenir de la Culture? Sr. Luc Berrou - De negrir. Jamais uma atitude honesta da parte deles. É conhecida a frase de Vo ltaire - " Menti, menti .. . algo sempre ficará" , método ao qual eles sempre recorreram . Mas eles utilizam também a tática do silêncio. Tais pessoas, que se dizem democráticas, oferecem generosamente o auxílio de ceita mídia a um corpúsculo de vinte ou trinta dos seus; e ignoram acintosamente as dezenas ou centenas de milhares de franceses que manifestam seu descontentamento a propósito de tal emissão ou de tal circular oficial. É o que hoje se denomina politicamente correto .. .

Catolicismo -

Futuro da Cultura: o nome diz muito. Além de tais campanhas contra a imoralidade na televisão, que outras atividades os Srs. desenvolvem em prol da cultura na França? Sr. Luc Berrou - Falando de cultura, não pos so deixar de referir-me à H istória e de me ncio nar nosso bole-

Catolicismo - Qual o último lance de

Catolicismo -

O Sr. poderia dar outros exemplos da repercussão que ela vem encontrando junto ao público? Sr. Luc Berrou - O número de aderentes de Avenir de la Culture não cessa de aumentar. É inegável que a fração do públi co que está decepcionado talvez até mesmo enojado pelos desvi os morais de nossa sociedade - sentese inclinado a se unir a uma ação semelhante à nossa. Infelizme nte isto não ocorre com 100% dos fra nceses, pois sabemos qu e muitos se deixaram contaminar pela imoralidade atu almente existente. Graças à nossa ação, contudo, um filão sadio estruturo u-se e pôde reagir, pesando inclu sive no pl ano eleitoral. Fato este que fo i registrado na imprensa francesa. A tal fil ão oferecemos a possibiidade de se exprimir, de obter reais vitóri as sobre as correntes cor-

tim "Bicentenaire e n questions", editado em 1989. Fest iv idades fa laciosas estavam previstas pa r a a comemoração do bicentenário da Revolu ção Francesa. Como não interv ir no debate, tendo em vista fazer conhecer melhor e defender a verdade histórica? Organ izamos e promovemos conferências que foram proferidas pe lo escritor e historiador Georges Borclonove, por Landric Raill at; organizamos concertos no Jag lu (nosso secretariado naciona l), bem como numerosas visitas culturais para nossos aderentes ou aqueles q ue se ded icam a Aven ir de la Culture como voluntários. Muitas vezes fomos também solicitados por nossos aderentes a empreender a defesa ela língua francesa. E bem recentemente, quando se in iciou em Hanói (Vietnã) a reunião ele cúpu la dos países francófonos, manifestamo-nos a favor da língua francesa, em Paris. Protestamos, então, junto ao M inistro ela Educação, Claude Allegrc, que não hes itara em declarar: "Os franceses devem deixar de considerar o inglês como uma língua estrangeira". A cultura, todos o sabem, tem necessidade da língua como veículo. Se desaparece a língua, acaba a cu ltura!

Avenir de la Culture?

Sr. Luc Berrou - O Governo socia1ista Jospin, no poder desde junho último, não perdeu tempo. Menos ele um mês após a instalação ela nova Assembléia Nacional, deputados socialistas apresentaram infame projeto de lei visando colocar em pé de igua ldade o casamento, como ele se acha consignado em nosso Código C ivil, e um pseudo-casamento homossexual.

Catolicismo -

Sr. Luc Berrou: "Para nossas Antenas locais e para os aderentes mais próximos organizamos reuniões de informações"

Perdão que o interrompa para fazer uma observação, mas não deixa de ser sintomático o fato de que no Brasil exista a mesma tentativa. Exemplo característico da amplitude dessa revolução cultural, conforme denunciou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em sua obra Revolução e Contra-revolução*. Sr. Luc Berrou - Redigimos, então,

um manifesto dirigido ao mesmo tempo ao Pres idente da República e ao Presidente da Co nferê ncia Epi scopal fra ncesa, solicitando-lhes recusar com indignação essa nova tentat iva soc ialista de destruição ela fa nú lia, ao mesmo tempo em que mani festa mos nossa dolorosa perplexidade face ao silêncio e à inércia do Episcopado cio País. Tal ma ni festo j á fo i subscri to, até o presente momento, por mais de l0.000 pessoas. Várias organizações e personalidades ig ualme nte estão se mov imentando no mes mo sentido: B ispos e prefeituras começam ti midamente a reagir. De nosso lado, assim agindo, clamamos a Deus para intervi r e ev itar que essa infâm ia se estabe leça na França.

Catolicismo -

Com a experiência que o Sr. adquiriu, poderia dizer se existe uma relação entre socialismo e imoralidade? Sr. Luc Berrou - Numa sociedade cio tipo soc ialista, em que a verd adeira instituição familiar deve ser abolida, a pornografia e a imorali dade desempenham um papel mais importante qu e o próprio regime po li cialesco. No Ocidente, está provado que a pornografia goza de cu mplic idades dos Governos e partidos soc iali stas. O casamento homossexual é um objetivo constante e de longa data no programa cio Pa rtido Soc iali sta fra ncês tenho as citações à mão - pelo menos desde fins cios anos 70. No Proj eto socialista para os anos 80, de M itterrand , era man ifesto o desejo de reab ili ta r a homossexua lidade e eq ui parar o casamento autêntico ao amor livre. As etapas foram ultrapassadas, as mentalidades se deterioraram e o que constituía então um objetivo dos mais ousados constitui hoje um projeto de lei. Os lobbys homossexuais alegrai·am-se com a vitória cio Primeiro Ministro Jospi n nas últimas eleições, o que é muito significativo. De outro lado, é de ·se temer que haja traição, ou ao menos moleza culposa por parte de mov imentos que deveriam estai· em pé de guerra pat·a defender a fa míl ia.

Sr. Luc Berrou: "Para definir Avenir de la Culture com uma palavra, eu diria que se trata de uma reação"

Sr. Luc Berrou - Há dois as pectos. No plano natural, para restaura r a França é prec iso contar com um soerguimento de suas elites autênticas. Po is o po vo fra ncês, ainda relativamente sadio na sua base, permaneceu profund amente unido de coração a tudo aquilo que construiu a grandeza da F rança. Poré m, a França autêntica é a França católica. E aí, no plano esp iritual, é preciso contar com um a in tervenção cio Céu, pois tal restauração é di fic ilme nte imaginável de outro modo. Lemb remos, e ntretanto, que para operar a multiplicação dos alimentos destinados às multidões qu e O segui a m, Nosso Senhor Jesus Cristo pediu a Seus discípul os que L he fo rnecessem alguns pães e peixes. Se minha co mparação é válida, então é presumível que Nosso Senhor Se dignará aceitar o esforço de todos os que hoje navegam contra a corrente e que denunciam a imora lidade. ♦ Nota : * Op. Cit. , Parte lll , Comentário fe ito em

Catolicismo - Quais são as esperança s dos Srs. quanto ao futuro da França?

1992: Guerra psico lógica revo luc ionári a: "revolução c ul t ural " e revo lu ção nas te nd ê nc ias, C heva leri a Artes Grá fi cas e Ed itora Lida., São Pa ul o, 1993, p. 189.

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de:Ja,aeitO

1 + Toscana (Itália), 1242. Murada numa cela, viveu 34 anos na sua cidadezinha. Cumulada de favores celestiais, obteve de Nosso Senhor compartilhar as perseguições sofridas por Santo Antão, por parte dos demônios. São Francisco de Assis foi visitá-la por volta de 1221. São Silvino

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Santa Dorotéia, Virgem e Mártir

+ Bréscia (Itália), cerca ele 120. Dois irmãos - o primeiro sacerdote e o segundo diácono - fora m interrogados pessoalmente pelo César Adriano. Após serem submetidos a torturas, foram clecapitaclos.

Santa Juliana de Bolonha

Nossa Senhora do Bom Sucesso

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7 + (Itália), cerca de 430. O grande Santo Ambrósio compôs magnífico panegírico das virtudes desta Santa, a quem compara com a mulher prudente dos Livros Sagrados.

8

São Brás, Bispo e Mártir

Santa Quinta (ou Coynta), Mártir

+ Sebaste (Armênia),+ 316. Padroeiro contra as doenças da garganta.

+ Alexandria, 249. Levada para o templo dos ídolos, obrigaram-na a adorá-los. Negando-se, foi arrastada por toda a cidade, atormentada sobre as pedras de moinhos, enquanto era chicoteada, e, por fim, lapidada.

Beato Stefano Bellesin~ Confessor + Genazzano (Itália), 1840. Devotíssimo de Nossa Senhora, foi pároco do célebre santuário no qual se encontram o milagroso quadro da Mãe do Bom Conselho, bem como o corpo incorrupto deste Bem-aventurado.

4 São José de Leonissa, Confessor + Nápoles (Itália), 1612. Recebeu no batismo o nome de Eufrásio. Antes dos 17 anos tomou o hábito de capuchinho, mudando o nome para José. Em 1687 foi nomeado, a seu pedido, missionário em Constantinopla a fim de conceder alívio e instrução aos cristãos que se achavam escravizados pelos maometanos. Tendo sido acusado de assassinato, foi supliciado e milagrosamente salvo por um Anjo que lhe ordenou voltar à Itália.

9 São Romão ciliciano, Solitário + Turquia, séc. IV. Durante o reinado do Imperador romano pagão Galério (305-311), sofreu cruéis tormentos, sendo enforcado dentro do cárcere.

10 Santa Escolástica, Virgem + Úmbria (Itália), 543. Irmã de São Bento, fundou uma Ordem que chegou a ter 14.000 conventos espalhados por todo o Ocidente.

11 Nossa Senhora de Lourdes Na França, em 1858.

5 Santo Avito, Bispo

Nossa Senhora de Lourdes

Santo Onésimo

+ Vienne (França), por volta de 525. Descendente da nobreza romana, sucedeu ao pai Isíquio como Bispo de Vienne. Graças a ele, Sigismundo, rei dos Borguinhões, abjurou a heresia ariana. Sua influência estendeu-se até Roma, onde aju-

15 Santos Faustino e Jovita, Mártires

Apresentação do Menino Jesus no Templo e Purificação de Nossa Senhora

Quito, Equador - vide matéria de capa à p. 20

+ Síria, cerca de 423 . Mo nge que viveu perto da ciclacle ele Cir, na Síria. Favorecido com o dom cios milagres, atraiu gra nde número ele discípu los. Tivera, como primeiro mestre e como modelo na vicia ascética, São Zebino. O cu lto ele São Marão foi reconhecido pelo Papa Bento XIV em l 753.

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Esta festa é também chamada das Candeias ou Candelária.

Apresentação do Menino Jesus no Templo e Purificação de Nossa Senhora

dou o Papa Símaco a afastar o antipapa Lourenço. Devido ao prestígio que desfrutou e à sua virtude, Santo Avito foi um dos que mais contribuíram para libertar a Gália da heresia ariana.

+ Cesaréia (Turquia), 320. Presa durante a perseguição de Diocleciano (284-305), preferiu morrer a renegar sua fé.

SantoAvito

São Polieucto, Mártir + Armênia, 258. Oficial ela 12ª legião romana estacionada em Melitene (Armênia), foi clecapitaclo após arroj ar por terra os ídolos durante uma procissão pagã.

São Marão, Solitário

Beato Stefano Bellesini

Santa Veridiana, Penitente

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16 Santo Onésimo, Bispo e Mártir + Roma, em torno ele 95. Escravo ele um cristão ele Colossos chamado Filemon, praticou um roubo e fu giu para não ser cast igado. Em Roma, onde se escondeu, encontrou São Paulo, que o converteu.

17 São Silvino, Bispo + Auchy (França), 717. Passou os primeiros anos na corte cios reis Chilclerico II e Teodorico 111. Fez várias peregrinações, vi sitou túmulos ele Santos, fo i até à Palestina e Roma, onde recebeu o presbiterado e foi sagrado Bispo.

18 São Flaviano, Patriarca + Turquia, 449. Patriarca ele Constantinopla (446449), tomou pai.te no Concílio que o Imperador Teodósio lJ convocat'a, o qual se realizou numa igreja ele Éfeso (Turquia) a 8 ele agosto ele 449. Quando se deliberava a respeito ele Êutiques e cio seu monofisismo (segundo o qual em Nosso Senhor Jesus Cristo só haveria uma natureza e não duas), uma multidão ele solclaclos, mat'inheiros e monges exaltados, invadiu a igreja e espancou os padres conciliares que se opunham a Êutiques. As iras voltaram-se principalmente contra Flaviano, que fo i levado preso. Morreu devido aos maus tratos recebidos durante aquele tumulto, que foi denominado "a pilhagem. de Éfeso" .

Monumento "O Triunfo da Cátedra de São Pedro" Ábside da Basifica de São Pedro, Roma

século V, govern ava pacificamente o seu rebanho, quando Genserico, rei cios Vândalos, apoderou-se ela cidade em 438. Este príncipe ariano atormentou-o por ódio à fé católica. Mas não conseguindo fazê-lo apostatar, colocou-o junto com outros fi éis em barcos avariados, com a esperança ele que perecessem nas águas. Milagrosamente preservados, chegai·am sãos e salvos à Campân ia, Itália cio Sul.

20 Santo Euquério, Bispo + Hasbain, 738. Na juventude, o Santo já era tido como prodígio ele ciência e, sobretudo, ele santidade. Foi devotíssimo ela Santíssima Virgem, que a nomeava constantemente como sua querida Mãe. Foi Bispo de Orleans durante mais ele 15 anos até que, caluniado, foi desterrado para Hasbain . Durante seis anos passou uma vida toda celeste, por cujo influxo se reformou o convento no qual vivia, até que recebeu o prêmio eterno por suas virtudes.

21 São Pedro Damião, Bispo, Coll;{essor e Doutor da Igreja (Vicie seção Vidas de Santos, p. 26)

Constantinopla, quando lá reinava Teófilo, iconoclasta furioso, que mandou lançá-lo numa cloaca, ele onde conseguiu escapar, voltando depois a pintai·. O Imperador mandou que se lhe queimassem as palmas elas mãos, mas a Imperatriz Teodora escondeu-o numa igreja, tratou-o e conseguiu restabelecê-lo. Vmclo ela a ser regente por morte ele Teófilo, esta p1incesa liqüiclou a discussão sobre as in1agens, que clw·ara mais ele um século. Lázat·o foi encatTegaclo ele levar a Roma esta notícia. Diz-se que ele morreu num naufrágio.

25 Santo Avertano e Beato Romeu, Confessores + Luca (Itália), 1386. Avertano, quando chegou ao ponto ele escolher seu estado ele vicia, teve a inspiração de entrar na ordem cios Carmelitas, na qual efetivamente ingressou. Tendo manifestado grande desejo ele fazer uma peregrinação a Roma, os superiores deram-lhe por companheiro Romeu, irmão leigo cio convento. Contagiados pela peste negra, tiveram ele se deter na cidade ele Luca, onde ambos morreram com intervalo ele uma semana.

26 São Nestor, Bispo e mártir + 250. Quando se desencadeou a perseguição ele Décio, ocupava o Santo a Sé episcopal ele Magiclos, na Panfília. Preso, o irenarca ou oficial romano começou por se mostrar benévolo para com Nestor, mas durante o interrogatório logo se tornou violento. O Bispo disse ao magistrado que ele estava possesso cio demônio, pelo que foi ameaçado com os piores tormentos. Após novos interrogatórios, foi condenacio a morrer numa cruz.

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Cátedra de São Pedro

São Leandro, Bispo

Anteriormente comemorava-se neste dia a Cátedra (ou Cadeira) ele São Pedro em Antioquia e, em 18 ele janeiro, a Cátedra ele São Pedro em Roma. Chamam-se Catedrais as igrejas onde se encontra a cadeira ou cátedra cio Magistério episcopal. A igreja ele São Pedro em Roma poder-se-ia chamai· a catedral elas catedrais.

+ Sevilha (Espanha), aproximadamente 600. Irmão de Santo Isidoro, abraçou muito cedo o monacato e foi eleito Bispo ele Sevilha em 579. Desempenhou papel importantíssimo na sorte religiosa ela Península , sa l vanclo-a do arianismo. O Papa São Gregório Magno dirigiu-lhe algumas cartas, nas quais externa grande afeição que votava a seu amigo.

23 São Policarpo, Bispo e Mártir

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+ Cesaréia (Turquia), 304. Foi discípulo ele São João Evangeli sta. "Policarpo, diz Santo Ireneu no Tratado das Heresias, ,yão só foi ensinado

Santos Romão e Lupicitio, Religiosos

pelos Apóstolos e conve rsou com. muitos que tinham conhecido em vida Jesus Cristo, mas deveu aos mesmos Apóstolos a sua eleição para Bispo de Esm.ira, na Ásia". Por increpar

sacerdotes pagãos, teve sua cabeça decepada.

Santo Antonio Cauleas, Patriarca

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+ Constantinopla, entre 895 e 901. Patriarca de Constantinopla, fez os maiores esforços para restabelecer, na Igreja do Oriente, a paz abalada pela cisma de Fócio.

São Quodvultdeus, Bispo

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+ Itália, aprox imada mente 444. Seu nome significa O que Deus quer. Bispo ele Caitago no

São Lázaro, Monge + entre 856 e 867. Pintava ícones ou imagens em

+ meados do séc. V. Romão começou a vicia religiosa quando tinha cerca ele 35 anos, entrando num mosteiro perto ele Lyon (França), cio qual saiu para levar vida mais recolhida em um recanto, esquecido do mundo. Mais tarde, juntou-se-lhe seu irmão Lupicino, que enviuvara. Fundaram um mosteiro em Leucone. Romão foi ordenado sacerdote cerca cio ano ele 444, por Santo Hilário ele Arles. Fundou mosteiros até na Alemanha.

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Divini lllius Magistri, Documentos Pontifícios, nº 7, Vozes , Petrópolis, 1956, pp. 14-15).

Limites da Ll~

Os limites da obediência: em função da ordem de um superior mais elevado e quando este manda algo que não é de sua alçada

Ela não é absoluta nem perpétua: os progenitores não podem mandar coisas ilícitas, nem dar ordens em matérias, nas quais, pela natureza das mesmas, os filhos são livres O poder dos pais: nem absoluto nem despótico, mas subordinado à Lei divina e natural

Conjunto escultural no jardim dos Buissonets, Lisieux (França) Santa Teresinha do Menino Jesus pede a seu pai, Monsieur Martin, licença para entrar no Carmelo. Apesar de lhe ser muito penosa a separação decorrente desse pedido, o progenitor da Santa concede a autorização

Da encíclicaDivini Illius Magistri, de 31 de dezembro de 1929, de Pio XI: "O homem, antes de ser cidadão, deve primeiro existir, e a existência não a recebe do Estado mas dos pais, como sabiamente declara Leão XIII: 'os filhos são alguma co isa do pai e como que uma extensão da pessoa paterna: e se quisermos falar com rigor, não por si mesmos, mas mediante a comunidade doméstica, no seio da qual foram gerados, começam eles afazer parte da sociedade civil' (Rerum Novarum, nº 20). Portanto: 'o poder dos pais é de tal natureza que não pode ser nem suprimido nem absorvido pelo Estado, porque tem o mesmo prin cípio comum com a mesma vida dos ho mens' (Rerum Novarum, nº 21), diz na mesma encíclica Leão XIII. "Do que, porém, não se segue que o direito educativo dos pais seja absoluto ou despótico, pois que está inseparavelmente subordinado ao fim último e à lei natural e divina, como

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declara o mesmo Leão XIII em outra memorável Encíclica ' sobre os principais deveres dos cidadãos cristãos', onde ass im expõe, em síntese, a súmula dos direitos e deveres dos pais: 'Por nature za os pais têm direito à forma ção dos filhos, com esta obrigação a mais, que a educação e instrução da criança esteja em harmonia com o fim, em virtude do qual, por benefício de Deus, tiveram prole. Devem portanto os pais esforçar-se e trabalhar ene rgicamente por impedir qualquer atentado nesta matéria, e assegurar de um modo absoluto que lhes fique o poder de educar cristãmente os filhos, como é da sua obrigação, e principalmente o poder de negá-los àquelas escolas em que há o perigo de beberem o triste veneno da impiedade' (Encíclica Sapientiae Christianae)" (PIO Xl,

Ensina Santo Tomás de Aquino, na Suma Teológica:

"De dois modos pode-se dar que um súdito não esteja obrigado a obedecer em tudo ao superior. "Primeiramente, por causa da ordem de um superior de mais elevada categoria. Assim, diz o Apóstolo: Aqueles que resistem à potestade, a si mesmos trazem a condenação. E comenta a Glosa: ' .... Quando o imperador dá uma ordem contrária ao que Deus manda, devemos desobedecer àquele para obedecer a Deus'. "De outro modo, o inferior não está obrigado a obedecer ao superior quando este lhe manda o que não é da sua alçada . ... . No que respeita ao movimento interior da vontade, ninguém está obrigado a obedecer senão a Deus. "Mas estamos obrigados a obedecer a outrem no que respeita aos atos corporais externos. "Contudo, no que pertence à natureza do nosso corpo, a ninguém estamos obrigados a obedecer, senão só a Deus, porque todos os homens são iguais por natureza; por exemplo, no que respeita ao sustento do corpo e à geração da prole. Por onde, .... os filhos [não devem

obedecer] aos pais, quando se trata de contrair matrimônio, de conservar a virgindade ou de coisas semelhantes. "Mas, no atinente à disposição dos atos e das coisas humanas, o súdito está obrigado a obedecer ao superior pela razão mesma de ser superior. Assim, o soldado, ao chefe do exército, em matéria de guerra; .... o filho, ao pai, no que respeita à direção da vida e da casa, e assim por diante" (Suma Teológica, 11-11, q. 104, a. 5).

Deve-se obedecer aos pais nas coisas que agradam a Deus, e não nas que Lhe desagradam De Santo Afonso Maria de Ligório

(1696-1787), Doutor da Igreja, Padroeiro dos Confessores e Moralistas: "É preciso notar a última palavra

do texto de São Paulo: 'Obedecei a vossos pais no Senhor'. Significa que se deve obedecer nas coisas que agradam a Deus - 'no Senhor' - e não naquelas que Lhe desagradam. Se, por exemplo, a mãe ordenasse ao filho que roubasse ou batesse em alguém, seria ele obrigado a obedecer? Não, sem dúvida, e se obedecesse pecaria. "Do mesmo modo, na escolha de um estado de vida, seja o casamento, seja o celibato, seja o estado eclesiástico, seja o estado religioso, como ensi-

nam os doutores com Santo Tomás (11-11, q. 104, a. 5), não se é obrigado a obedecer aos pais. "Quanto ao casamento, entretanto, pecaria quem quisesse contrair uma aliança que desonrasse a família. "E quanto ao estado religioso, quem tivesse pais numa grave necessidade e os pudesse socorrer pelo trabalho, não poderia abandoná-los. "De outro lado, pecariam mor-

talmente os pais que coagissem seu filho a entrar para o estado eclesiástico ou para o estado religioso; e se coagissem sua filha a se fazer religiosa ou a se retirar a um convento, incorreriam na excomunhão proferida pelo Concílio de Trento (Sess. 25, cap. 18).

"Os pais pecam igualmente, se forçam os filhos a casar, quando estes querem guardar o celibato, ou se os impedem de abraçar o estado religioso. Há pais que não têm qualquer escrúpulo de desviar um filho de sua vocação; mas devem saber que isso é pecado mortal.

"Devemos encontrar nossa salvação seguindo a vocação que Deus nos dá: se abraçamos o estado religioso, quando somos chamados por Deus, salvar-nos-emos; mas se permanecemos no mundo, por instigação do pai ou da mãe, levaremos má vida e no s condenaremos" (Santo AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, Oeuvres Completes Oeuvres Ascétiques, Casterman, Tournai, 1877, 2ª ed., t. XVI, pp. 470-471).

Nas coisas que dizem respeito à natureza do corpo, nenhum homem está obrigado a obedecer a outro homem Do Compendium Theologiae Moralis de Gury-Ferreres, elogiado em documento assinado pelo Papa São Pio X: "Devem os filhos obedecer aos pais na escolha do estado? "De si, não, porque todo homem é absolutamente independente dos outros homens no que diz respeito ao estado de vida, através do qual deve tender para Deus, como seu último fim. "Em conseqüência, pecam gravemente os pais que, contra a vontade dos filhos, forçam-nos direta ou indiretamente a escolher o estado religioso, o clerical ou o conjugal. Ou, então, se, pelo contrário, os impedem absolutamente contra a vontade e sem causa justa, de escolherem determinado estado de vida. "Vem ao caso, diz o Pe. Ballerini, lembrar os dois princípios que aplica Santo Tomás nesta matéria, a saber: 1) Deve-se obedecer mais a Deus que chama do que aos homens que contradizem; 2) naquelas coisas que dizem respeito à natureza do corpo, o homem não está obrigado a obedecer a outro homem, mas só a Deus, porque todos os homens são iguais segundo a natureza. De onde se segue que 'os filhos não estão obrigados ... a obedecer aos pais no que se refere a contrair matrimônio, conservação da virgindade, ou outro'[estado de vida] (cfr. Santo Tomás II-II, q. 101, a. 4, e q. 104, a. 5). "Eu disse: de si, pois se deve dizer o contrário se os pais por graves e razoáveis causas contradizem os filhos. Por exemplo, se estiverem em grave necessidade e precisarem do subsídio do filho, e este não dispuser de outro meio para socorrê-los a não ser permanecendo com eles (cfr. Santo Afonso nº 335; Elbel)" (GURY-FERRERES SJ, Compendium Theologiae Mora/is, Eugenius Subirana Pontificius Editor, Barcelona, 1915, 7" ed. espanhola, t. I, ♦ pp. 265-266).

CATO L IC IS MO Fevereiro de 1998

Fevereiro de 1998

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Confisco de órgãos agride direitos da família

E NTROU EM VIGOR no primeiro dia de 1998 a Lei de Doação Presumida, cujo projeto foi do Senador Lúcio Alcântara, do PSDB do Ceará. Pela nova lei, a doação dos órgãos é compulsória para todas as pessoas que não manifestaram em vida o desejo de serem excluídas. Caso seja possível o transplante, não cabe à família nem aos médicos decidir o contrário, advertiu o Sr. Edelberto Luiz Silva, consultor jurídico do Ministério da Saúde. E continuou: "Categoricamente afirmo que não é preciso pedir permissão à família para promover a retirada dos órgãos". Advertiu ainda que médicos e famílias estão sujeitos a processos civis, penais e administrativos, podendo ser acionados por pessoas que se julgarem prejudicadas. Ou seja, a lei é draco- . niana, ditatorial e persecutória. Desconhece o direito que a família tem sobre o cadáver de seus membros. Mas, por enquanto, entrou em cena o jeitinho brasileiro. Os médicos estão consultando as famílias e esta é a recomendação do próprio Ministro da Saúde: não cobrar a execução rigorosa da lei. Por quanto tempo? O Dr. Arnaldo Pineschi, vice-pre38

CATO LI

e I SMO

Fevereiro

sidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) ponderou: "Esta lei entra em conflito com o Código de Ética dos médicos, que prevê o respeito ao desejo dos parentes dopaciente. Acredito que a prática médica será mantida: nenhum médico vai fa zer um transplante, sem antes ouvir a família" . De outro lado, o conceito de morte encefálica, base para autorizar a retirada dos órgãos não é incontroverso entre os médicos. O ne urologista Cícero Coimbra, professor dessa especialidade na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), afirma que em certos casos as células cerebrais podem estar inertes , mas ainda vivas quando a morte cerebral é decretada. E se houvesse tratamento adequado, o paciente teria possibilidades de recuperar as funções cerebrais. Lembra ainda que o Japão não aceita o conceito de morte encefálica. Diante disso, parece mais prudente estudar melhor a questão e evitar precipitações. É verdade que muitos pacientes necessitam transplantes, estão há muito tempo em listas de espera, e podem ver agravada sua situação pela falta de um órgão que a outro já não faria falta. Há milhares de pacientes no Brasil precisando de órgãos os mais diversos. A caridade leva a atendê-los com toda solicitude por meio da doação voluntária, e não do confisco. O ato de doar é

de

1998

justificado, meritório e nobre, totalmente diferente do confisco. E para a execução daquilo que de si é louvável, deve haver liberdade, sem necessidade do recurso às leis. Pessima respublica, plurimae leges, o pior Estado é aquele que tem muitas leis. Por outro lado, os direitos da família sobre seus membros falecidos são anteriores aos eventuais direitos dos candidatos a transplantes . Catolicismo - em suas edições de março e mai s especialmente na de junho de 1997 - já apresentava uma bem fundamentada crítica a essa lei que estatiza os cadáveres. Chamava-a de Cadaverbrás. Seria sapiencial que se melhorasse a estrutura atual da rede hospitalar para o atendimento dos transplantes. Entretanto, tal melhora médico-científica de nenhum modo deveria lesar o princípio de Lei natural, segundo o qual o corpo do morto pertence à familia deste. A ela cabe decidir se seus órgãos poderão ser concedidos para transplante. Evitar-se-ia assim uma violação da própria Lei natural e os traumas que a nova lei causará nos familiares . A família do morto e os médicos não correriam o risco de serem processados por candidatos a transplante que, erroneamente, se julgassem prejudicados por negativas. Afinal, o corpo humano não pode ser considerado como matéria re c icláve l. O que se dá, por exemplo, com automóveis que vão para um desmanche e têm suas peças postas à disposição... ♦

Alterar esse quadro de agressão e desagrado ao Imaculado Coração de Maria

~ Estou recebendo agora os dois primeiros exemplares de Catolicismo. Tudo que está neles inserido é de grande valia e de ensinamento para que possamos inverter esse quadro de agressão e desagrado ao Imaculado Coração de Maria. Conforme Ela própria prometeu em Fátima, haverá o tempo da compensação. Tendo Ela como nossa guia, chegaremos lá. (J.N.L. -

Sete Lagoas-MG)

"Novo Cruzeiro do Sul a brilhar e iluminar o Brasil"

~

Segundo o meu modo de ver e sentir, a revista Catolicismo é como um novo Cruzeiro do Sul a brilhar e iluminar o Brasil. Quantas coisas boas e edificantes vemos em suas páginas, e quanto podemos sentir de bom e de belo! É por demais lamentável sentirmo-nos hoje em dia rodeados pela conupção dos usos e costumes, e o que é mais horrível, o abandono religioso. Seria muitíssimo agradável que essa nobre revista pudesse penetrar em todos os corações brasileiros, levando a cada um a verdade, a paz. (M.L.S. - Varzea Alegre-CE)

Voltando aos braços de Deus

~ Recebi sua amável carta, datada de 21 de novembro p.p., a qual muito me alegrou. E tenho uma notícia espantosa para lhe dar, um autêntico milagre concedido por Nossa Senhora de Fátima. Pouco tempo depois que lhe escrevi, minha filha (que já tem 16 anos), sem que eu lhe dissesse algo, chegou para mim e disse: "Pai, vamos à Missa das dez no domingo ? O senhor vai comigo àquela igreja bonita?" Eu fiquei emocionado. Não

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esperava por isso. Ela não queria saber mais de igrejas e ... de repente, me faz esse convite. Fomos à Missa e continuamos a ir. E tive outra surpresa: ela me disse que queria voltar a comungar e eu lhe disse que precisava confessar-se antes. Esta semana, iremos nos confessar e pretendo que não mais nos afastemos da Igreja ... .. Preciso também mencionar o apoio espiritual que tenho recebido das Campanhas Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, O Amanhã de Nossos Filhos, e da revista Catolicismo, as quais me fizeram ver o quanto eu estava errado, e como precisava, urgentemente, voltar aos braços de Deus. Quero agradecer a gentileza de ter-me escrito e confesso, sinceramente, que não esperava sua resposta. Pois, como diretor, deve ter muito pouco tempo livre e, com certeza, não pode responder a todas as cartas que lhe chegam às mãos, diariamente. Por isto foi que me alegrei com sua carta e pode ter ce1teza de que ela é para mim um grande incentivo. Parabéns pela revista Catolicismo, uma jóia preciosa, o fermento de que precisamos para não nos afastarmos do Pão da Vida, que é Jesus. Obrigado! Que Deus e Nossa Senhora de Fátima o iluminem sempre em sua árdua missão e a todos aqueles que colaboram com este apostolado. (D.B. -

Mogi-Mirim-SP)

"Maravilhando-me com os diferentes artigos"

~ Quero muito agradecer ao Sr. ter providenciado o envio dos números atrasados de Catolicismo que chegaram rapidamente pàra mim. Estou lendo aos poucos e me maravilhando com os diferentes artigos. Por exemplo, Nobreza hoje: como pensa? Como vive? (edição de junho 1997). Desde logo, em todos eles, Re-

volução e Contra-Revolução é o primeiro em minhas leituras. Tive agradável impressão com a leitura do artigo sobre a Confeitaria Colombo. Acontece que uma senhora brasileira amiga minha me falou tanto da Colombo que tirei cópia e lho enviei. Um artigo que me tocou muito foi aquele sobre a devoção aos cinco primeiros sábados. Tenho falado desse assunto com as pessoas de minhas relações, pois aqui neste país muito pouco se fala dessa devoção tão importante. (E.G.G. -

Miami-Estados Unidos)

"Baluarte na defesa da Igreja Católica, Apostólica, Romana"

~ Considero-me um privilegiado por ser assinante dessa revista, pois o Catolicismo, a meu ver, é um baluaite na defesa da autêntica Igreja Católica, Apostólica, Romana. Com efeito, gostaria de todo coração poder fazer chegar a todos os lai·es do Brasil essa primorosa obra legada pelo inesquecível e saudoso Dr. Plinio Con-êa de Oliveira. Não tenho o menor receio em afirmar que o Catolicismo é um eficaz instrumento de combate aos inimigos de nossa fé. (1.R.C. -

Rio de Janeiro-RJ)

Motivo de sincera alegria

~ Fiquei imensamente feliz em receber sua carta com um convite pai·a ser assinante de Catolicismo. Eu tinha muita vontade de receber em minha casa uma revista que falasse sobre Deus, Nossa Senhora, religião, etc. E este convite veio me trazer muita alegria mesmo. Fiz a assinatura de imediato e já estou recebendo o segundo mês. Suas matérias são ótimas, atuais, maravilhosas. Muito obrigada e que Deus e Nossa Senhora os ajude a ter êxito e levar em frente este excelente trabalho. Que Jesus, Maria e José os abençoe.

C ATO L I C I S M O

(M.B.A. -

Natal-RN)

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BRASIL

Violência dos ''Sem-Terra''

uitos dos conflitos no campo poderiam ser ev itados se aqueles que devem defender sua propriedade conhecesse m me lhor seus direitos e os meios de defesa que a Lei lhes permite. Sem tal conhecimento, os produtores rurais tornam-se vítima fáci l de uma organização g uer rilh eira

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C AT

oLICtSMO

que se auto-intitu la Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. "Caro amigo, o que você faria se centenas de homens, bem organizados e armados, usando crianças e mulheres como escudo, e aprovei tando-se de uma impunidade quase total, invadissem sua fa zenda?"

Fevereiro de 1998

Ass im começa a carta que a campanha S.O.S. Fazen deiro, da TFP, está enviando a milhares de faze ndeiros, de norte a su l do País, acompanhada do Guia Prático de Prevenção Contra Invasões de Terra. Esse Guia é o resultado do trabalho de uma equipe ele S. O.S. Fazendeiro, que se dedica integralmente à análi se meticulosa de inú meros processos de invasão e de desapropriação. Du rante meses essa eq uipe compilou milhares de jornais, revistas, livros e documentos, além de estabelecer contatos com fazendeiros que tiveram suas terras invadidas e com ex-integrantes do MST. Um longo estudo, que desvendou os métodos profissionais dos assim chamados "sem-terra". Por todo o Brasil, bandos organizados de revolucionários usam a força física para tirar os proprietários ele suas fazendas e de suas casas. Muitos desses espoliados gastam anos numa vã e so litária luta para conseguir dos tribunais e da polícia a devolução de suas propriedades , outrora produtivas e cheias de benfeitorias. Ao mesmo tempo, os guerrilheiros rurais organizam continuamente mais invasões com precisão mi-

litar, dirigindo essa verdadeira guerra com telefones celu lares e redes de computadores. Eles agem tranqüilos, confiando na imp revidência e no despreparo de suas vítimas. Por isso sabem que na maior parte das invasões a vitória é certa. O Guia Prático de Prevenção Contra Invasões de Terra orienta o fazendeiro sobre o modo de agir, dentro da lei e da ordem, evitando a invasão de sua fazenda e criando condições desfavoráveis para que sua propriedade faça parte do "listão" dos invasores. Agindo assim, a TFP co labora mais uma vez para que se estabeleça a paz no campo, permitindo que os produtores rurais possam dedicar-se integral mente àqui lo que o Brasil precisa e que eles sabem fazer bem: produzir. ♦

Os interessados em adquirir o Guia Prático de Prevenção Contra Invasões de Terra

podem solicitá-lo no telefone (011) 257-1352.

ESTADOS UNIDOS

TFP lidera protesto contra blasfêmia em Los Angeles Orlando L a r. Correspondente

Estados Unidos

Los Angeles - Nem o frio nem a chuva puderam arrefecer o ânimo da multidão de fié is que compareceu ao Rosary Rally (Reunião do Rosário) promovido pela TFP norte-a me ri cana no dia 7 de dezembro último, em Los Ange les. . Tratou-s ele um ato de protesto e reparação, motivado por uma scultura da excel sa Mã d D us representada de modo bl a. remo, e m exposiçã no Mu seu de Arte Contemporâ nea lc. ta cidade. De aut ri a 1, Ro b rt Gober, a csc u ltu ru blasfematória rc pr s · nt a Nossa Senhora das raças, ·111 tamanho natural. Em bro hurn promo cional , o a rti sta 'tlllressa que foi in sp irad o a ruz.cr essa obra d e r11·11• p •los conflitos "vio/(' 11/0,1· 1•11/re sua homosse 11alidndl' ,, os ensiname1110,1· lmdicio nais católicos" s ohr' o parto virg inal d ' No ssa Senhora. É supérfluo di :,, ·r qu' !ai blasfêmia revoltou os 'a l licos de todo País, sohr ' tudo por tratar-s' d · um a ofensa monstruosa prnt i ·u-

A imagem de Nossa Senhora de Fátima presidiu a Reunião do Rosário, promovida pela TFP norte-americana

da na véspera da festa da Imacu lada Conceição (8 de dezembro) e, também, pouco dias antes do Natal. Participando vivamente dessa indignação, a TFP nort -americana, através de sua ampanha A América Ne·essita de Fátima, convocou milhares de fiéis a comparecer ao ato de protesto rea1izado em frente ao museu que exibi a a infame escultura ao público. ato consistiu na recitaç, o do rosário diante de uma cóp ia da imagem pereg rina de Nossa Senhora de F, tima (q ue em 1972 v · rtc u lágrimas e m Nova O rl ea n ), be m como em di scursos de protesto. Revezaram-se ao microron c, e ntre outros, Raymoncl Drake, presidente da TFP do Estados U nidos,

Robert Dornan, deputado por Lo s Angeles e Joe Sheidler, presidente da Liga Pro-Vida de Chicago. Vár ias es tações de TV e rádio deram cobertura ao protesto promovido pela TFP, so bre tudo a rede EWT N (Eter nal Word

Te l ev ision N e twork), a maior cade ia de rádio-TV católica do mundo , com aproximadamente 100 milhões de ouvintes e telespectadores no s cinco continentes. Nas semanas que antecederam ao evento, milhares de cartas e telefonemas de protesto chegaram ao mencionado mu seu, a ponto de congestionar suas linhas telefônicas e provocar pânico na direção da instituição. Vi sivelme nte surpreso com a fo rte reação católica , Paul Schimmel , c urador do mu seu, decidiu limitar a ex ibição até 17 de dezembro e cancelar outras amostras que estavam programadas em vários es♦ tados da Federação.

Dois dos cartazes exibidos durante o Rosary Rally

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1

C ATO L I C I S M O

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FRANÇA

Háq uatro anos tiveram iníc io as caravanas da TFP francesa aos países da ex U nião Soviética, conduzindo uma bela cópia da imagem milagrosa de Nossa Senhora de Fátima, q ue chorou em Nova Orleans, em 1972. Assim, difundem elas a. devoção mariana em terras tão sequiosas de autêntica religiosidade. Em nossa edição de dezembro p.p., noticiamos q ue tais caravanas haviam percorrido a Ucrânia, Polônia e Lituânia. Agora fornecemos aos nossos leitores outros dados concernentes a tais peregrinações no Leste europeu. As caravanas estiveram presentes em várias festas organizadas em honra àVirgem Santíssima. Assim, em 15 de agosto, festa de Sua gloriosa Assunção, estiveram em Moscou (Rússia) eAglona (Letônia). Em 8 de setembro, festa de Sua Natividade, partic iparam da peregrinação da Padroeira da Lituânia, Nossa Senhora de Siluva. Por todos os lugares

Chegada da procissão na cidade de Tytuvenai, na lituânia

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CA T O L I

e

I SMO

Estandarte rubro-áureo da TFP na República Checa, Bielorrússia, Rússia, Letônia e Estônia ... A imagem circundada por fiéis, após a distribuição de estampas de Nossa Senhora de Fátima, numa igreja da U crânia

livro A História de Jacinta em letão: 5.000 exemplares; • segunda edição da mesma obra em lituano: 5.000

Seg und o o últim o Anuário Es ta tísti co da Ig rej a Católica, a ma io r t axa de c resc im e nto de católi cos pelo mund o loca li za-se na parte o ri e ntal da ex-U ni ão S o vi é ti ca, c uj as est im a tiv as faze m

Crianças ostentam estampas de Nossa Senhora de Fátim a no interior ele uma igrej a paroquial, 110 interior da lituf'111i,1

exemplares;

passa r de 122 mil a l mi l hão de fi é is ( cfr. "Ac tu al i té R e li g ie use", Pa ri s, 15/10/97). A tal progresso, certame nte não está alhe io o es..-fo rço desenvolvido pe los pa rti c ipa ntes das ca mpanha s e mpree ndid as pe la TFP francesa Luzes sobre o Leste (com grandes envi os po r corre io de obras de inspiração católica), suas caravan as - co mo as ac im a menc ionadas-, bem como as da assoc iação ita li a na Luci sull 'Est, que ve m desenvolvendo análogas atividades . Co la bora m assim para a concreti zação da profec ia de Nossa Senhora de

Fátim a de que a Rú ss ia se converterá. Que isso se dê o ♦ quanto antes !

A imagem diante da igreja cios poloneses, em Riga, capital da Letônia

• terceira edição de Fátima, mensagem de tragédia ou de esperança em lituano:

10.000 exemplares; que passavam, as caravanas da TFP proporcionaram vigoroso encorajamento aos católicos. Na Rússia foram distribuídos terços nas igrejas católicas de São Petersburgo, Moscou e Vladimir. E também 5.000 estojos, cada um de les co ntendo um terço e um livreto com texto em russo intitulado Rezemos o terço em honra da Santíssima Virgem. Essa devoção ainda é pouco conhecida na Rússia, onde os fiéis estão muito preocupados com a recente lei votada pela Duma - Casa legislativa dominada pelos comunistas - que restringe a ação apostólica da Igreja Católica. No total, foram distribuídos 60.000 livros aos católicos que iam venerar a

Fevereiro de 1998

imagem de Nossa Senhora de Fátima. Para os habitantes das regiões mais longínquas, as obras foram enviadas por correio. Assim, 15.000 livros foram remetidos para reconfortar almas desejosas de receber a mensagem de esperança da Santíssima Virgem. Para tal ocasião, diversas edições foram preparadas: • Fátima, mensagem de tragédia ou de esperança em estoniano: 5.000

• e a prime ira edição e confecção do estojo Rezemos o terço em honra da Santíssima Virgem em rus-

so: 5.000 estojos.

Biografia do Fundador da TFP lançada e111 São Paulo N Roberto de M aLLei

A imagem é venerada pelos fiéis numa igreja da cidade de Sigulda, na Letônia

O cruzado do século xx Plínio Corrêa de O li veira

exemplares; • A História de Jacinta em ucraniano : 10.000 exemplares; • segunda edição do livro Fátima, mensagem de tragédia ou de esperança em letão: 30.000

exemplares; •

l',-rfiíá1, do

Cardeal A/fon.'\ Maria Stid:lt•r

C.!ff

o último di a 13 de dezembro, da ta e m qu e o Prof. Pl1111 0 Corrêa de Oliveira, Fund ado r da TFP, compl etaria 89 anos de idade, fo i oficia lmente lançada no Brasil a versão em língua po1tuguesa do livro fl crociato del secolo XX, do Prof. Roberto de Mattei. O bi ógrafo é professor titular de H istóri a Moderna da U niversidade de Cassino, na Itália. A primeira ed ição de sua obra, em língua italiana, fo i publicada em outubro de J 996 pela E di to ra P ie m me, de Ro ma. Poucos meses depois, saía a tradução francesa pela Ed. L' âge d ' homme, de Lausanne (S uíça). A edição em nosso idi o ma foi publicada em Portugal, pela prestigiosa Liv ra ria Civilização Edi tora, do Porto, tradução de Leo Da-

nie le, co m re visão e proj eto gráfico de Antoni o Carlos de Azeredo. Te m por título Plinio Corrêa de Oli veira, o Cruzado do Século XX, co nstituindo um belo volume de 394 páginas, ilustrado, encadernado, difundido no Brasil , com exc lu sividade, pela Artpress Indú stri a Gráfica e Editora Ltda. O volume conta com prefácio do CardealAJfons Maria Stickler S.D.B. O lançamento fo i reali zado na Sede do Co nselho N ac io nal da TFP, e m São Paulo, e m concorrida sessão à qual estiveram presentes sóc ios, cooperadores e correspondentes da entidade. Na ocas ião, fora m ofertados exe mpla res da obra a representantes tanto de g rupos da TFP bras ileira qu anto de TFPs do Exterior presentes ao ato.

segunda edição do

CATO L IC IS M O

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FORTE DO RELÓGIO: JÓIA DA VENEZA MEDIEVAL ~

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PLINIO CORRÊA DE ÜLIVEIRA

1

Ü

EDIFÍCIO

qu e figura · nesta co ntracapa é um dos prédio s mais fa mosos de Ve neza. Poss ui ele um corp o ce ntral, de nomin ado Fo rte do Relógio . D e cada lado há três and ares q ue fo rm a m um a co mo qu e moldu ra - muito bo nita, mas di scre ta - para a torre. A torre foi co ncebid a para ser uma homenagem a Nossa Se nhora. E m sua parte mais visível vê-se uma imagem da Mãe de Deus co m o Menino Jes us. Por ocasião do Natal tem lugar uma cena mecâni ca, medi ante a qual fazem reverência di ante de Nossa Senhora escultu ras representando os Reis Magos, com a intenção de homenagear a Virgem Santíssima e o Divino Infante. O relógio é be lo e artísti co. O qu adrante apresenta um azul bem esc uro, co m desenhos incru strados em dourado, sendo os números escritos em círculos de pedra. Em cada ângulo enco ntra-se um pequeno círcul o vazado. Veneza não se esqu eceu de si própria nessa obra artística: colocou num lu gar me nos central, mas bastante evidente, o seu símbolo. Como se sabe, a Basílica da cidade é dedi cada ao Apóstolo São Marcos, que é representado por um leão. A cidade adotou co mo seu o símbolo do Evangelista.

Na parte superior do edi fíc io, enco ntra-se um a esc ultura representa nd o dois gigantescos mouros com um martelo na mão, os qu ais, movid os meca ni ca mente, bate m o sino nas horas certas . Es te é um pré dio d a vid a c ivi 1. Co mo os edifícios civi s costum avam ser impreg nados de símbo los re li iosos na era hi stóri ca e m qu e essa torre fo i construíd a, e m qu ase todo motivo decora tivo e nco ntra-se um a alu são religiosa. Assim , os mo uros que es tão bate ndo no sino lembram qu e e m Venez·i havi a escravos mouros , apri io nados e n1 guerras muitas vezes travadas po r motivo religioso. M esmo nessa representação, es tá afirm ado o triunfo da C ru z so bre o I s lã - e nt ão o gra nd e inimi go d a Igrej a Católi ca e da Crista nd ade .

1

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Excertos de conferência proferida polo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 7 de d zembro de 1988. Sem revisão do autor.

O Forte ou Torre do Relógio, constru ído por Codussi entre 1496 e 1499, é um dos mon11111c11• tos arquitetônicos mais fotograf aclos ele Von o%fl. O enorme quadrante situac/o sobre a 11ort,1 de entrada ela torre é uma obra-prima m ccli n l 11 do final cio séc. XV, con struído por Gia mp,10/0 o Giancarlo Ranieri, artistas nascidos em Pamw. O engenhoso aparelho indica as estaçôc <lo ano, as horas e as fases ela lua.



M ARÇO

DE

1998

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5 6 7

Nesta Ed i ç ão SÃO V ÁRCOS os aspectos desse igualitarismo radical e metafísico: • a. Igualdade entre os homens e Deus: daí o panteísmo, o imanentismo e todas as formas esotéricas de reli gião, visando estabelecer um trato de igual a igual entre Deus e os homens, e tendo por objetivo saturar estes últimos de propriedades divinas. O ateu é um igualitário que, querendo evitar o absurdo que há em afirmar que o homem é Deus, cai em outro absurdo, afirmando que Deus não existe. O laicismo é uma forma de ateísmo, e portanto de igualitarismo. Ele afirma a impossibilidade de se ter certeza da existência de Deus. De onde, na esfera temporal, o homem deve agir como se Deus não existisse. Ou seja, como pessoa que destronou a Deus. • b. Igualdade na esfera eclesiástica: supressão do sacerdócio dotado dos poderes de ordem, magistério e governo, ou pelo menos de um sacerdócio com graus hierárquicos. • e. Igualdade entre as diversas religiões: todas as discriminações religiosas são antipáticas porque ofendem a fundamental igualdade entre os homens. Por isto, as diversas religiões devem ter tratamento rigorosamente igual. O pretender-se uma religião verdadeira com exclusão das outras é afirmar uma superioridade, é contrário à mansidão evangélica, e impolítico, pois lhe fecha· o acesso aos corações. • d. Igualdade na esfera política: supressão, ou pelo menos atenuação, da desigualdade entre governantes e governados. O poder não vem de Deus, mas da massa, que manda e à qual o governo deve obedecer. Proscrição da

monarquia e da aristocracia como regimes intrinsecamente maus , por antiigualitários. Só a democracia é legítima, justa e evangélica*. • e. Igualdade na estrutura da sociedade: supressão das classes, especialmente das que se perpetuam por via hereditária. Abolição de toda influência aristocrática na direção da sociedade e no tonus geral da cultura e dos costumes. A hierarquia natural constituída pela superioridade do trabalho intelectual sobre o trabalho manual desaparecerá pela superação da distinção entre um e outro. • f. Abolição dos corpos intermediários: entre os indivíduos e o Estado, bem como dos privilégios que são elementos inerentes a cada corpo social. Por mais que a Revolução odeie o absolutismo régio, odeia mais ainda os corpos intermediários e a monarquia orgânica medieval. É que o absolutismo monárquico tende a pôr os súditos, mesmo os mais categorizados, num nível de recíproca igualdade, numa situação diminuída que já prenuncia a aniquilação do indivíduo e o anonimato que chegam ao auge nas grandes concentrações urbanas da sociedade socialista. Entre os grupos intermediários a serem abolidos, ocupa o primeiro lugar a família. Enquanto não consegue extingui-la, a Revolução procura reduzi-la, mutilá-la e vilipendiá-la de todos os modos.

Na próxima edição veremos outras formas desse igualitarismo. Nota: * Cfr. São Pio X, Carta Apostólica Notre Charge Apostolique, de 25/8/ 1910, A. A. S., vol. li , pp. 615 a 619.

2

18

Revolução e Contra-Revolução

Destaque Revolução Cultural

Vários aspectos do igualitarismo

ameaça infância e juventude brasileiras

4

20

A palavra do Diretor

Verdades Esquecidas

s

Em certas circunstâncias, a indignação é um dever

Página Mariana

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Anunciação e Encarnação do Verbo

Capa

A realidade concisamente

O brilho de uma época caluniada - a Idade Média

Nos regimes comunistas: atletas - instrumentos de propaganda

Vidas de Santos

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29

Discernindo

São Casimiro, modelo de cavaleiro, baluarte da Igreja

Brasil: primeiro produtor mundial de suco de laranja

Santos e festas do mês

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9

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A palavra do sacerdote

Entrevista

Juízo particular, Juízo Final e ressurreição dos corpos

Dep. Lael Varella fala sobre Reforma Agrária

10 ln ternacional Relatório de Pax Christi quebra mito castrista

1 1 Atualidade No mundo de língua alemã, catolicismo em crise

14 S.O.S. Família Exemplos de pais modelares

38 Escrevem os leitores

39 TFPs em ação Lançada no Hotel de Crillon, em Paris, biografia de Plinio Corrêa de Oliveira

44 Ambientes, Costurn.es, Civilizações Dois tipos de imagem, dois matizes de religiosidade

16 Brasil real Brasil brasileiro Gaúchos: legenda guerreira

C AT O L IC ISMO

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Com a palavra... o Diretor ..,,.,c,,,.,,..-..,.-._,-,Te-,,-,c_-,,,,-..,-,..-,,;- - - ---~c#-,=-'"-,' ~-.--,-;-;•.s-,,_-,;,--. -

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A Anunciação- L. Seitz (1892-1902), Capela Alemã, Loreto (Itália)

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Amigo leitor, Quem nunca ouviu críticas à Idade Média? Uns a denominam de fdade das trevas, outros Era obscurantista e assim por diante. O costume generalizado sempre foi criticar a Idade Média. É isso que normalmente se aprende desde o lº grau, em qualquer manual escolar. Mas, na mente de alguns permanece uma certa dúvida. E na de outros uma perplexidade: como se pode criticar dessa forma a época em que se edificaram grandes catedrais, imponentes castelos e tantos outros monumentos, que até hoje encantam milhões de visitantes do mundo inteiro? Como se pode negar ou aviltar o patrimônio artístico e cultural de uma era histórica, durante a qual nasceram as universidades e se originou a filosofia escolástica? Nunca é demais lembrar as palavras do Papa Leão XIII, ao referir-se àquela fase histórica, em sua Encíclica lmmortale Dei, de 1º-11-1885: "Então [durante a Idade Média] a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda a parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados . .... Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda a expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer." Mas a moda sempre mandou criticar esse período histórico. Moda que, na Europa, vai gradativamente se tornando velheira, graças a estudos realizados por historiadores e pesquisadores de renome. Publicando tal matéria especial sobre a Idade Média, Catolicismo quer colaborar para que o Brasil - tão inclinado a seguir modas provenientes do Exterior - também tenha acesso a esse movimento de regeneração histórica a respeito de uma Idade de Luz. Estamos certos de que, com a leitura do texto ora apresentado, de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, os prezados leitores aprofundarão seu conhecimento sobre os séculos em que a Cristandade atingiu o seu apogeu. E poderão assim melhor apreciar as luzes da Idade Média, em contraste com o túnel sombrio da era neopagã em que vivemos. ·,

Anunciação e Encarnação do Verbo de Deus A fes ta da Anunciação, que se come-

Em Jesus e Maria,

Paulo Corrêa de Brito Filho DIRETOR

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"O Anjo do Senhor anunciou a Maria"

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o mundo era indigno, diz Santo Agostinho, de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, Ele o deu a Maria afim de que o mundo o recebesse por meio d Ela". 1 Para nos explicar o amor de Deus por Maria, diz o teólogo domini cano francês Pe. Garrigou-Lag range: "O Verbo feito Ca rne ama todos os homens, pelos quais está preparado a derramar Seu Sangue. Ele ama de um modo especial os eleitos, e entre eles, de um modo ainda mais especial, os apóstolos e os santos. Porém, seu amor por Maria, destinada a estar mais intimamente associada com Ele em Seu trabalho pela salvação das almas, é o maior de todos. Mas Jesus é Deus. Assim, Seu amor por Ela produz na alma de Maria graças em superabundância, de modo a transbordar para as outras almas" .2

Preços da assinatura anual para o mês de MARÇO de 1998: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

mora no dia 25 de março, é uma das maiores da Cristandade, pois nela comemora-se o Mistério sublime da Encarnação do Verbo no seio puríssimo de Maria. Desde o século V já se tem indícios da comemoração desta fes tividade mari ana. A esse Mistério foram dedicadas em toda a Cri standade inúm eras igrej as , mosteiros, ordens religiosas e inclusive uma Ordem Militar de Cavalaria, a da Anunciação, na França do século XIV.

Maria, a obra-prima das mãos de Deus No Oriente, havendo uma fes ta especial para celebrar o papel de Nossa Se-

nhora na Redenção a 26 de dezembro, a festa da Anunciação é considerada uma comemoração de No sso Senhor Jes us Cristo, a Encarnação do Verbo de Deus. Na Igreja Latina sempre foi uma festa de Nossa Senhora. Isso é bem compreensíve l, como explica o Doutor Marial por excelência, São L uís Maria Grignion de Montfort: "Deus Padre só deu ao mundo seu Uni gênito por Ma ria. Suspiraram os patriarcas e pedidos insistentes fizeram os prof etas e os santos da lei antiga du rante quatro milênios, mas só Maria o me rece u e alcançou graça diante de Deus pela / orça de suas orações e pela sublimidade de suas virtudes. Porque e

Narra São Lucas: "E o anjo, aproximando-se, disse-lhe: Sa lve, eh.eia de graça; o Senhor é contigo". Nessa narração do Evangelista, simples em sua sublimidade, há um primei ro ponto a ser notado . Como bem pondera o Pe. Garrigou-Lagrange, seguindo Santo Tomás, "e ra conveniente que a Anunciação f osse feita por um anjo, como embaixador do Altíssimo. Um anjo rebelde causou a Queda; um anjo santo, o mais alto dos arcanjos, anunciaria a Redenção". 3 "Não nos deve escapar", observa por sua vez um renomado teólogo norte-americano, "que o anjo omite o nome de Maria em sua saudação, e a designa somente pela graça (de que está cumulada). Isso denota que Ela era preeminente entre todas as criaturas pela prerrogati va da graça ". E acrescenta: "Na Teologia católica graça é o princípio que vivifica a alma com vida e poder espiritual, e a to rna agradável a Deus . ... "O grau de graça a que havia chegaAT

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do Maria estava acima de qualquer outro concedido a simples C,(.iatura" 4 . Isso porque, diz ainda o Pe. GarrigouLagrange, "o progresso de Maria foi o mais contínuo de todos. Ele não encontrou obstáculos, não foi impedido nem retardado por apegos ao próprio ser ou às coisas deste mundo. Foi o mais rápido de todos, porque o grau em que começoufoi determinado pela plenitude de graças em Maria, e portanto suplantou o de todos os santos " 5 .

"Ela turbou-se ... considerando que forma de saudação era aquela" "Há uma evidência de força e de gravidade feminina no silêncio de Maria ponderando a mensagem do anjo. Ela está perturbada, mas composta e pensativa. Que apropriada atitude de alma para receber uma manifestação da vontade divina - silêncio e pen.sarnento! "6 O Arcanjo Gabriel apressou-se em tranqüilizá-la, e o fez numa linguagem solene de acordo com a sublimidade de sua missão, agora a chamando familiarmente pelo nome para pô-la mais à vontade. O futuro da humanidade dependia desse assentimento. Poderia Maria Virgem, concebida sem pecado original, recusar esse tremendo privilégio? Como não? Lúcifer, em quem também não havia pecado original, colocado ante uma escolha, disse não. Portanto Nossa Senhora, dotada do livre arbítrio como todos os homens, podia dizer sim, ou não. Se, por uma humildade mal interpretada, Ela recusasse essa graça corno honra imerecida, o rumo da História teria sido outro.

tade de Deus. E agora Deus faz-lhe saber que Ela deve ser mãe..." 7• Explica- lhe então o anjo como isto realizar-se-ia por acumulação, e não por excl usão. Comentando esse singular privilégio, o cantor da Virgem, São Bernardo, afirma: "Não há senão uma só coisa na qual Maria não tem modelo nem imitadores: é na união das alegrias da maternidade com a glória da virgindade. Ela escolheu a melhor parte. E isto é fora de dúvida pois, se a fecundidade do matrimônio é boa, a castidade das virgens é melhor. Mas o que supera uma e outra, é a f ecundidade unida à virgindade, ou a virgindade unida à fecundidade. Ora, esta união é o privilégio de Maria " 8 .

"Faça-se em mim segundo Tua palavra"

Para felicidade não só dos homens, mas de todo o mundo criado incluindo o angélico, essa Virgem fiel disse sim. Ten. do a verdadeira humildade, sabia que, se fora cumulada de tantas graça , não o fora senão por uma misericórdia e por um desígnio de Deus. Daí a sublime resposta que deu ser repetida por todos os séculos enquanto o mundo for mundo: "Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo Tu.a palavra". A respeito dessa subli me resposta, comenta o Pe. Garrigou-Lagrange: "Santo Tomás acrescenta que Seu sobrenatural e meritório consentimento foi dado em nome de toda a raça humana, que necessitava do Redentor prometido " 9 . Segundo os teólogos, no momento desse sublime "fiat" deu-se a Encarnação. E acrescenta aquele autor: "Santo Tomás nos diz que a plenitu"Como se fará isso ... ?" de de graças em Maria cresceu notavelmente na Encarnação por meio da preEntre os judeus a mulher estéril era sença do Verbo de Deus.feito carne. [De considerada desprezível, porque não timodo que] se Ela não tivesse sido ainda nha possibilidade de vir a ser a mãe do confirmada em graça, deveria sê-lo a Messias. Que jovem judia teria hesitado partir desse momento 1°. um segundo em dar seu jubiloso consenO que, pouco depois, levaria Maria timento à inexprimível honra de,ser esSantíssima, ai nda abismada e extasiada colhida para mãe do Messias? em sua in exprimív el ventura, ao ser Enlrelanlo Maria hesitou. Havia feilouvada por Santa Isabel, irromper num to voto de virgindade e sabia que este tisublime hino de louvor e de ação de nha sido aceito por Deus. Por isso Ela graças: "Minha alma engrandece o Se"de um lado, amava seu virginal estado nhor e meu espírito exulta em Deus, que a unia tão intimamente a Deus; de meu Salvador". outro, desejava avidamente fazer a von&

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"Ir à Mãe, para chegar ao Filho" Afirma São Luís Grignion de Montfort: "A conduta das três Pessoas ela Santíssima Trindade na Encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, é a mesma de todos os dias, de um modo visível, na Igreja, e esse procedimento há de perdurar, até a consumação dos séculos, na última vinda de Cristo. Ou seja, por meio de Maria sempre virgem". E esclarece: "Deus Filho comunicou. à sua Mãe tudo que adquiriu por sua vida e morte: seus méritos infinitos e suas virtudes admiráveis. Fê-La tesoureira de tudo que seu Pai lhe deu em herança; é por Ela que Ele aplica Seus méritos aos membros do Corpo Místico, que comunica Suas virtudes e distribui Suas graças. É Ela o canal misterioso, o aqueduto, pelo qual passam abundante e docemente Suas misericórdias" 11 • Que melhor fruto podemos tirar da festa da Anunciação do que seguir o Filho, util izando o mesmo caminho que E le fez para vir até nós? "O felix culpa que nos obteve um tal Salvador", diz a liturgia da Semana Santa referindo-se ao pecado original e à Redenção. Com toda a propriedade podemos nós acrescentar, "e que nos deu. Mãe tão terníssima, Advogada tão poderosíssima, verdadeiro penhor de ♦ salvação e de vida eterna" .

Notas: 1. São Luís Maria Gri gnion de Monfort, Tratado

da Verdadeira Devoção à Sa111íssi111a Virgem , Ed itora Vozes, Petrópo li s, 1953, p. 26. 2. Fr. Reginald Garrigou-Lagrange O.P., The Mother of th.e Saviour and our interior Life, trans lation by Fr. Bernard J.Ke ll y, CSSp, D.D., B. Herder Book Company, Saint Lo ui s, MO (USA), 1953, p. 1O1. 3. Idem, ibidem p. 99. 4. Fr. A.E.Brcen, Ph.D ., D.D., A Harnonized Expos ition of lhe Four Gospels, Keystone Printing Service, Inc., Mi lwakee, Wis. , (USA) 1927, vo l. 1, p. 69. S. Fr. Regina ld Ga rri gou-Lagrange, op. ciL. p. 89. 6. Fr. A.E.Breen, op. ciL. p. 7 1. 7. Idem, ibidem, p. 75. 8. São Bernardo, Notre Mere, ColeçãoDieu et Moi, La Croisade, Paris, 1927, p. 23. 9. Fr. Regina ld Ga rri gou-Lagrange, op. cit. p. 99. 10. Idem, ibidem, p. 1O1. 11. São Luís Maria Grignion de Montfort, op.c it. , pp. 30,3 1.

Barulho de trio elétrico ensurdece Médicos da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e ela Fundação Jorge Duprat Figueredo, de Salvador, informaram que 40,6% dos 187 músicos, operadores de som, contra-regras e motoristas dos 18 principais trios elétricos da Bahia apresentam perda auditiva pro-

Absurda pista preferencial para o Islamismo A Arábia Saudita proíbe a prática pública ou privada de qualquer rei igião que não seja o Islamismo. Nos Emirados Árabes Unidos, Robert Hussein foi condenado à morte por ter-se convertido ao cristianismo. No Paquistão, o católico pode a qualquer hora ser condenado pelo crime de blasfêmia. Como não acei La Maomé como profeta, está de fato in curso na lei que proíbe qualquer ofensa ao fundador do Islamismo. No Egito, os cristãos são submetidos a toda sorte de desmandos. No Ocidente em geral, pelo contrário, o Maometanismo pode ser praticado livremente. Chegamos assim a essa absurda inversão de valores: os católicos, seguidores da única Religião verdadeira, são vilipendiados; os islamitas, que os perseguem, expandem livremente sua influência em países ocidentais ... ♦

Multidão de muçulmanos em oração numa via pública de cidade francesa. Nos países islãmicos, a recíproca não é verdadeira ...

vocada pelo ruído das bandas. As lesões são irreversíveis. Carlos Miranda, médico do trabalho, explicou que esses trabalhadores ficarão totalmente surdos em I O anos, caso continuem a trabalhar nas atuais condições. A DRT deu 60 dias para os trios elétricos adotarem medidas que mudem a presente situação; em caso contrário ♦ serão multados.

Para regimes comunistas: atletas instrumentos de propaganda

No início de janeiro último, na mala de uma nadadora da China comunista, que chegava a Sidney, na (Des)educação para Austrália, foi descoberto a imaturidade hormônio de crescimento, muito utilizado para aumenA educação é muito estar o volume e a força dos pecialmente uma preparamúsculos. Suas chances de ção para a maturidade , o nadar mais depressa - e de ensino da autonomia e da ganhar a competição - auresponsabilidade. Alé os mentariam, se ela tomasse animais criam os filhotes tais drogas. As autoridades para que possam viver por chinesas não permitiram que si. A educação frouxa e ela fosse examinada. Ordepermissivista das últimas naram que a atleta e seu treidécadas criou um fenômenador voltassem imediatano novo. De acordo com mente para a China. uma pesquisa do Instituto O caso fez lembrar que Louis Harris, da França, em 1994 as chinesas surprefeita em novembro de endentemente ganharam 12 1997, os filhos não saem das 16 medalhas no Cammais da casa dos pais.Acupeonato Mundial em Roma. mulam diplomas, empregos O fato deu ainda nova atusem futuro, namoros expe- :. alidade ao escândalo de atlerimentais, mas nada definitas de países da Europa Oritivo e com um rumo certo. ental, como Bulgária, TcheSão inseguros, têm medo coeslováquia eAlemanha Oridos riscos, porque não foental, que usavam drogas para ram educados para ter segumelhorar seu desempenho em rança e conatural idade com Olimpíadas durante os anos da o incerto e o perigoso. ♦ Guerrn Fria.

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Há atletas e dirigentes esportivos pedindo a anulação de resultados de Olimpíadas passadas. Mais de 400 medalhas seriam redistribuídas apenas no que se refere aos prêmios ganhos pelos alemães-orientais. Na Alemanha, de momento, estão em curso mais de 90 investigações: 680 técnicos, médicos e altos funcionários ligados ao esporte caíram na suspeita de conduta irregular. ♦

Comprovou-se o uso de drogas por parte de atletas comunistas: vitórias fraudulentas e danosas seqüelas para a saúde deles ...

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ção, segundo doutrina geralmente aceita em nossos dias.

Suco de laranja e propriedade privada C.A.

Colheita de laranjas numa plantação do País, o qual apresenta um dos maiores índices mundiais de produção por hectare

V ocÊ SABIA que o suco de laranja é apreciadíssimo no Exterior, e que o Brasil é o maior produtor mundial dessa bebida? Assim, esse produto é uma importante fonte de recursos para o País, contribuindo para a estabilidade financeira

da população. Tudo com base na livre ini ciativa e na propriedade privada! Muita gente que lê jornais diariam e nte ou vê televis ão, não tem nenhuma idéia disso. A se dar ouvidos crédulos a certa mídia, fica-se com a impressão de que nossa atividade agropec uária está dividida entre imensos latifú ndios improdutivos e uma multidão desemterra famintos. Nada mais desastroso para o Brasil do que essa falsa vi são. Por vezes é preciso procurar em revistas estrange iras para se e ncontrar um quadro mais de acordo com a realidade brasileira. Temos em mãos a edição da revista francesa "L'Express", de 1º/1/98. Em circunstanciado artigo dedicado ao s uco de laranja, se u a uto r, Georges Dupuy, afirma: "O consumo mundial está em forte ascensão. Dominado por brasileiros e por um francês, esse mercado muito rendoso é também muito cobiçado". Com a conhecida síntese francesa, o artigo assim descreve o co njunto de atividades q ue estão envolvid as nessa produção:

Produção mundial de suco de laranja

Consumo mundial Estados Unidos

Brasil (região de São Paulo)

Europa

Estados Unidos (região da Flórida)

9%

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"Quilômetros de laranjeiras plantadas em fila, milhares de trabalhadores agríco las mobilizados entre maio e j aneiro, montanhas de frutas cítricas, usinas de extração do suco, centros de estocagem, mistura e engarrafamento, e uma co rrente incessante de caminhões e navios". E m 1996 fora m be bid os no mundo mais de 13 bilhões de litros de suco de laranj a, co m um valor g loba l de cerca de 100 bilhões de francos. O consumo aume nta numa taxa de 5 a 6% ao ano . Houve uma "i rresistível ascensão do Brasil, catapultado ao primeiro plano da produção mundial ... . A ordem brasileira reina sobre o planeta laranja .... Quem deterá o rolo compressor dos paulistas ?" Os maiores co nsumidores de suco de laranja do mund o são os americanos: 20 litros por pessoa a cada ano . Os fra nceses "descobriram muito tarde os encantos do suco de la ranj a. O boo m data do fim dos anos 80 .... Somente os brasileiros, que propõem preços baixos e grandes volumes, po dem satisfazer as taxas de progressão de 15% ao ano. Os franceses consumiram 1 milhão de litros de suco de laranja em 1996". ♦

Outros Países

1. Quando nós morremos, para onde vai nossa alma? Visto que ressuscitaremos no último dia, se ressuscita só o corpo, onde fica a alma neste espaço de tempo? 2. Com a Ressurreição de Cristo e sua Ascensão ao Céu - como primogênito de Deus - todos os povos do Velho Testamento já ressuscitaram? 3. Haverá arrebatamento do povo de Deus no final dos tempos? Ou seremos julgados no último dia?

RESPOSTA

1. Após a mo1te, segue-se imediatamente o juízo particul ar, com o qual se determina de maneira irrevogável nossa sorte por toda a eternidade. O juízo particular será confirmado publicamente por ocasião do juízo final, no fim do mundo. A alma do home m que morre e m es tado de graça, se m pecados veniais e se m pena a expi ar pelos pecados cometidos em vida, mas já perdoados na Confissão, vai diretamente ao Céu. Porém, se a alma tiver pecados veniais (pecados leves, que não impedem a amizade de Deus) ou precisar exp iar ainda as penas devidas aos pecados já perdoados, antes de ir ao Céu gozar da felicid ade eterna, deverá passar pelo Purgatório. Nesse local de purificação, a alma não vê a Deus e sofre graves penas, de acordo com a maior ou menor expiação que deve fazer pelos seus pecados. O tempo de permanência no Purgatório e as penas nele sofridas podem ser mitigadas pelas orações e sacrifíc ios que nós, aq ui na Terra, oferecemos pelas almas do Purgatório; mais ainda, pelas Missas mandadas celebrar em benefício dessas almas.

Aquele que morre em estado de pecado mortal vai diretamente ao in ferno logo após seu juízo particular. Portanto, a alma toma seu destino eterno imediatamente após a morte, ficando separada do corpo até o Juízo Final, no fim do mundo. Após a ressurreição geral, a alma e o corpo juntam-se novamente, o que aumenta a fe licidade e o gozo dos justos no Céu, bem como o tormento dos condenados no inferno. Pois o corpo passará a ser um elemento de gozo ou de sofri mento a mai s para o homem. Co ntrariam e nte ao que afirmam os espíritas e certas pessoas supersticiosas, as almas, uma vez separadas dos corpos pela morte, não ficam "vagando" pelos espaços ou "aprisionadas" em algum lugar da terra. Também não podem se "reencarna r". A alma não é um espírito "encarnado" num corpo, mas é um esp írito unido a ele, e esta união só é possíve l com aquele corpo para o qual Deus criou aq uela alma. A alma é criada por Deus no momento mesmo de ser infundida no corpo da criança, o que se dá logo após a concep-

2. De fato, a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo co nstitui as primícias da ressurreição de todos os homens, co mo di z São Paulo (cfr. l Cor, 15 , 20-23). Mas tal ressurreição geral só ocorrerá no fim do mundo. Quarenta dias após a Ressurreição, com a Ascensão de Nosso Senhor, as portas do Céu foram novamente abertas (haviam sido fechadas pelo pecado original) e as almas dos justos da Antiga Lei (Antigo Testamento) abandonaram o Limbo onde aguardavam essa libertação e subiram gloriosamente ao Paraíso celeste. Co nv ém nota r, por ém, que não houve uma ressurreição dos corpos desses justos.

Gravura representando os juízos particulares de um justo (à esquerda) e de um réprobo

Isto só ocorrerá no fim do mundo, junto com os demais homens. Segundo a doutrina da Igreja, no Céu atualmente só se e nco ntram os corpos ress urrectos de Cri sto Jesus e de Maria Santíssi ma, que pela Ascensão e Ass unção, respectivamente, subi ra m em co rpo e alm a ao Céu. O Novo Testamento forma um só todo com o Antigo, ou Velho Testamento. Os traduto-

res da Bíblia empregaram o termo testamento (manifestação final da vontade de alguém) para significar a ali ança de Deus com os homens. Aliança feita por Deus com o povo eleito med iante Moisés, Antiga Aliança (ou Testamento), e aliança com toda a humanidade reali zada por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo, Nova AI iança (ou Testamento). Todo o Antigo Testamento vai prenunciando a vinda do Messias, Divino Mestre e Rede ntor, pre parando - por meio de preceitos morais, imposições rituais, profecias, etc. - o povo para recebê-Lo. O Novo Testamento apresenta a vinda e a ação do Salvador, Sua doutrina, o ensinamento dos 12 Apóstolos, os primeiros tempos do cristianismo, etc. Com a fundação da Igreja, a instituição dos Sacramentos e do Sacrifício da Missa como único sacrifício públi co da Nova Lei, todo o ritual contido no Antigo Testamento ficou abolido.

3 . Os homens só serão julgados em seu conjunto no Juízo Final, mediante o qual manifestar-se-á toda a verdade sobre a humanidade. Será uma grande li ção de História ap resentada pelo próprio Deus. " ... O mesmo Senhor, ao mando (de Deus), à voz do Arcanj o e ao som da trombeta de Deus, descera do Céu ..." (1 Tess - 4, 15). Dar-se-á então a ressurreição dos mortos , seguida do Juízo Universal com a sentença definitiva e públi ca. Os bons subirão ao Céu e os réprobos serão lançados no infe rno. E o mundo será renovado, pois " realmente esperam.os, segundo a sua promessa, novos Céus e uma nova Terra, nos quais habite a justiça" (2 Pd, 3, 13). ♦

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Armazém em Havana: há anos que as prateleiras das casas de comércio estão desguarnecidas, devido à carência generalizada de produtos

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VERDADEIRO terremoto psicológico sacudiu as dependências da representação diplomática da Cuba comunista na Cidade Eterna, afetando também diversas organizações não-governamentais pró castristas que ali atuam . Tratou-se do lançamento do livro Cuba: a realidade por detrás do símbolo, com informações impressionantes sobre o panorama de injustiça, miséria e sangue imperante na ilha-cárcere do Caribe. O mal-estar dos diplomatas cubanos - registrado pela correspondente Lota Galán, de "EI País" de Madri - deveuse sem dúvida ao conteúdo da obra, do qual constam dados atualizados e reveladores da verdadeira face do regime de Fidel Castro. Mas também lhes doeu o fato de a denúncia ser proveniente de uma entidade holandesa afim com posições de esquerda, como o é a Pax Christi. Com efeito, os autores do relatório, jovens membros dessa entidade, que viajaram a Cuba encabeçados por Erik Laan, reconhecem que chegaram à ilhacárcere com uma atitude prévia de "simpatia pelos objetivos da revolução". Mas tiveram a retidão suficiente de abrir os olhos para a dramática realidade da ilha, que contrasta diametralmente com os mitos da revolução castrista trombeteados por certos órgãos da mídia. Sobretudo, tiveram a valentia de denunciar ante o mundo tal realidade. "Nunca imagináramos encontrar o que vimos, deparamo-nos com uma realidade muito diferente de nossas expectativas", reconhecem os autores, aos quais chocaram a férrea ditadura policial e psicológica, bem como a miséria imperante. "O medo é o instrumento básico de controle político", produzido por um eficiente "sistema de repressão" que "continua muito forte", observam eles. O resultado dessa situação é que os cubanos, segundo fontes por eles entrevistadas, "estão psicologicam.ente ater10 1)

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Mito da revolução cubana desmascarado até por esquerdistas GONÇALO GU IMARAENS

rorizados". Como conseqüência moral desse clima, segundo um sacerdote entrevistado, "as pessoas se têm habituado à mentira e à simulação". "As ruas e os prédios estão sumamente deteriorados, as lojas vazias, os quiosques sem jornais ou revistas, o povo sem outra coisa afazer senão procurar meios para sobreviver" , acrescenta o relatório. Sobre os investimentos estrangeiros, a obra de Pax Christi assevera que estes "só têm servido para que o regime continue no poder, sem que tenham produzido qualquer mudança no sistema político". Contém igualmente o mencionado relatório uma oportuna denúncia sobre o drama das populações rurais, algo praticamente desconhecido no exterior: "A repressão contra os habitantes do campo, que estão mais isolados e sem contato com observadores estrangeiros, é ainda mais forte que em Havana" . Similar estado de abandono é assinalado em relação às novas gerações de

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presos políticos: se bem que "alguns presos políticos mais conhecidos no exlerior têm sido liberados" - num "esforço de relações públicas" do regime, para consumo internacional - "dezenas de líderes oposicionistas menos conhecidos têm sido encarcerados", e misturados com delinqüentes comuns. Os autores lamentam que certas correntes ditas progressistas, "especialmente na América Latina e Europa ocidental, ainda não tenham aberto os olhos para a realidade da revolução". Mais ainda, "nem sequer estão interessadas em conhecer a verdade sobre Cuba". Por isso, é particul armente dramático o apelo transmitido por cubanos da ilha aos membros da delegação: "Façam saber ao mundo a realidade cubana!" O relatório de Pax Christi aponta um urgente passo prévio para que a comun idade internacional possa efetivamente ajudar o povo cubano: "O mito da revolução cubana deve ser quebrado". ♦

Nova Revolução protestante? Graves problemas abalam o catolicismo no mundo de língua alemã Carlos Eduardo Shaffer Correspondente

Austria

Viena - E m sua consagrada obra Revolução e Contra-Revolução, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira analisa os grandes movimentos históricos que caracterizaram o processo de destruição da civilização cristã desde o seu apogeu, na Idade Média, até os catastróficos dias em que vivemos. Ele os denomina: as grandes Revoluções da História. A primeira delas foi a Pseudo-reforma protestante no séc ul o XVI; a segun-

da, a Revolução Francesa, no fim do século XVIII; a terceira, a Revolução com unista já no início ge nosso século. Finalmente, a quarta, da qual somos contemporâneos, teve como episódio detonador mais característico o movimento que ec lodiu na Sorbonne, em maio de 1968. Ela se caracteriza por transformações profundas de ordem cultural e corporificou-se, em suas primeiras fases, no movimento hippy.

E m algumas dessas fases do processo revolucionário, exercera m os autores alemães uma influênc ia marcante. ► Da esquerda para a direita: D. Johann Weber, Bispo de Graz, Presidente da Conferência Episcopal austríaca, favorável ao diálogo com os líderes da KirchenvolksBegehren; Cardeal Groer, ex-Arcebispo de Viena; Cardeal Franz Kónig, antecessor do Cardeal Groer na Sé Arquiepiscopal de Viena, um dos principais líderes da ala progressista no Concílio Vaticano li

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O ex-Bispo de Innsbruck, Reinhold Stecher, não vê "nenhuma heresia" no texto do Plebiscito na Igreja (Kirchenvolksbegehren)

sona l idades nos campos da fiJosofia e da teo logia, uma carta na qual defende maior participação dos leigos na vida da Ig reja. A missiva acabou sendo d iv ul gada pe la imprensa, causando grande polêmica em todo o mundo de língua germân ica.

Contestação da moral católica tradicional

Muito afeitos ao exercíc io do pensa me nto, te nd entes a procurar para tudo uma explicação racional, fora m tais autores, especialmente na Pseudoreforma protestante e na Revolução comunista, os pivôs de ta is doutrinas, que se tornaram a expressão teológica o u filosófica destinada a justificar e in spirar revoluções.

Recentes acontecimentos nas regiões de língua alemã fazem recear que um novo movimento de revolta esteja eclodi nd o dentro da Igreja Católica, como ocorreu por ocasião da primeira Revolução. O sintoma mais característico disso fo i um abaixo-assinado, com data de 3 de junho de 1995, promovido por le igos da diocese de Innsbruck, cap ita l do Tirol austríaco. O principal responsável por essa iniciativa fo i um professor de religião, Thomas Plankensteiner. O texto, que recebeu o título de

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propugnava as segu intes reformas: 1. Construção de uma Igreja fraternal: igualdade de direito entre todos os fiéis pela abolição das diferenças entre Clero e laicato; participação da igreja local na escolha dos Bispos.

2. Total igualdade de direito para as mulheres: participação delas em todos

Plebiscito na Igreja: uma rebelião interna

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Kirchenvolksbegehren (Plebiscito na Igreja) e cuj a plataforma e ra definida pelo s l ogan Nós somos a Igrej a,

os níveis de decisão dentro da Igreja e acesso ao sacerdócio. 3. Livre escolha para os sacerdotes entre o celibato e o casamento.

4. Reavaliação positiva da sexualidade: reconhecimento da decisão de "consciência-responsável" em matéria sexual, mais compreensão, em vez de condenação generalizada em matéria de relações pré-matrimoniais e homossexualidade; maior ênfase em o utros pontos importantes, em vez de rigidez em questões sex uais.

5. Mensagem de alegria, em vez de mensagem de ameaça: maior com-

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preensão para com pessoas e m situações difíceis, co mo divorciados ousacerdotes que aba ndonaram a vocação para casar. Num país como a Á ustria - que durante muitos séculos distinguiu-se entre as nações católicas por sua fidelidade à Igreja-consegu iu esta petição, tão contrária à doutrina católica tradicional, em poucos meses, o impressionante número de 500.000 assinaturas de apoio. Mais ainda. A ela aderiram muitos sacerdotes que colocaram li stas para serem assi nadas nas portas de suas igrejas. O movimento se estendeu à Alemanha e Suíça, onde também recebeu o apoio de padres, tendo sido coletadas muitas ass inaturas. O Bispo de Graz, Johann Weber, Presidente da Conferência Episcopal austríaca, um mês após o iníc io da coleta de ass in aturas declarou estar disposto a recebê-las e iniciar um diálogo exaustivo com os promotores do movimento O Bispo de Innsbruck, Reinhold Stecher, declarou em um programa de rádio, no iníc.io de julho de 95, que não via no texto do aba ixo-assinado "nenhuma heresia". O Bispo de Sa nk t Põ lten, Kurt Kre nn , ass umiu um a posição contrária ao movimento, criticando-o severamente. Recordou ele que, em outra ocas ião, a maioria do povo austríaco também se tinha enganado, tendo isso ocorrido em 1938, quando votou a favor da anexação da Á ustria à Alemanha de Hitler. A discussão em torno dos temas levantados por esse abaixo-ass inado tem aflorado constantemente, desde junho de 1995 até o presente momento, na vida da Igreja Católica na Áustria. Em novembro do ano passado, o B ispo de lnnsbruk envi o u a seus colegas de Episcopado da Á ustria, A lemanh a e Suíça, bem como a diversas per-

Na A lemanha a opin ião pública cató lica vem sendo abalada, também desde junho de 1995, por uma d iscussão de caráter moral a propósito da lei que regulamenta o aborto. Tal lei permite que o aborto sej a praticado até a décima segunda semana da gravidez, desde que a gestante se faça aconselhar por uma junta oficia l, a qual, em princípio, deve sempre defende r a vida da criança. Ao término das entrev istas, seja qual for a decisão tomada pela mãe, a junta deve emitir um certificado de aconselhamento, o qual permite que o aborto seja fe ito sem conseqüências penais tanto para a mulher quanto para o médico que o praticar, embora o fato seja considerado, pela lei , como c rime. É um del ito que não pode ser punido ... Ora, acontece que um grande número de juntas d e aconse lh amento é mantida pela Igreja Católica que, para isto, mantém um convênio com o Estado alemão. A emissão de tal certificado constitui uma "cooperação em ações mora lmente más" (cfr. João Paulo II, Carta EncíclicaEvangelium Vitae, n.74), o que é condenado pela moral católica, como foi claramente demonstrado pelo teólogo jesuitada Uni versidade de Munique, Pe. Giovanni Sala S.J .. Desde o início da aplicação dessa lei , o Bispo Johannes Dyba, de Fulda, tomou a decisão de manter as juntas de aconselhamento de sua Diocese, porém sem emitir o mencionado certificado, qualificado por muitos "a sentença de morte para a criança" . Até o início deste ano era o único Bispo alemão que assumira esta posição. Em janeiro deste ano, João Paul o II enviou ao Episcopado a lemão uma carta, na qual determina que as juntas de aconselhamento dependentes da Igreja Católica proc urem co ntinu ar

aconselha ndo as mulheres que recorrerem a este serviço, sem emiti r entretanto o atestado que permite a efetivação do abo rto. Embora o Pontífice não tenha estabelecido uma data limite para o cumprimento dessa determinação, causou muita estran heza nos meios ant iabortistas o longo prazo que o Episcopado acha necessário para se adaptar a tal o ri entação do Vaticano: os estudos para se encontrar uma solução poderão durar até um ano . D urante este tempo, eis certificados continuarão a ser em itidos como até agora o foram. No dia 22 de janeiro último o Cardea l Meisner, de Colôn ia, declarou que em sua D iocese os certificados não serão mais emitidos. Em sentido contrário, isto é, pela emissão do certificado em qualquer circunstância, manifestaram-se na mesma data, os B ispos de Trier, Limburg e Freiburg. Em dezembro do ano passado, causou muita polêmica uma declaração do Arcebispo-bispo de Mainz, Presidente da Conferência Episcopal Alemã, atribuindo a Lutero a honra de ser "doutor das duas igrejas" , a católica e a protestante.

perior da Ordem a abandonar o cargo de superior daAbadia de Maria Roggendorf, que ocupava desde que se desligou da diocese de Viena (cfr. "Frankfwter Allgemeine Zeitung", 20- 1-98). M uitos são os comentaristas que prevêem para um futuro não muito d istante uma nova divisão na Igreja Católica dentro do mundo alemão, de proporções difíceis de aquilatar. A situação não é muito diferente em outras nações européias . Em que medida um a at itude de romp im ento com a doutrina e a moral trad iciona is na Igreja Cató li ca , nesta parte da E uropa , será pretexto para atitudes seme lh antes em o utras reg iões ? O caso de Mgr. Gaill ot, na F rança, hoje um tanto fora dos noticiários, não voltará à cena? Peçamos a Nossa Senhora de Fátima, que veio em l 9 l7 adverti r o mundo daquela época pelos graves desvios que já se faz iam sentir, a graça de uma intervenção divina, a fim de evitar desvios ainda maiores. Roguemos a Ela q ue o se u Imacu lado Coração logo triunfe, mesmo que para isto ten hamos que suportar severos castigos. ♦

Desvios em matéria de costumes Alé m dos graves erros de caráter doutrinário acima mencionados e outros mais, agravam a situação, tanto na Á ustria como na Aleman ha, escândalos em matéria de costumes atribuidos a membros do C lero. Numerosos são os casos de abuso de menores e de homossexua lid ade, praticados por religiosos, sem fa lar de ligações amorosas com pessoas ad ul tas do outro sexo. O caso que teve mais repercussão internacional foi o do Cardeal Groer, Arcebispo de Viena, que em 1995 foi acusado de atitudes homossexuais em relação a um aluno, quando era professor num seminário. O Cardeal não se defendeu dessas acusações e pediu demissão do cargo. No início do prese nte ano fo i novamente acusado do mesmo vício, desta vez por confrades seus da Ordem de São Bento. Em vista disso, foi obrigado pelo sue

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D. Kurt Krenn, Bispo da Diocese de Sankt Pólten, considerado o mais conservador do Episcopado austríaco

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Santo Agostinho (centro) e Santa Mônica ouvem a pregação de Santo Ambrósio - Quadro de Jaume Huguet (séc. XV), altar de Santo Agostinho, igreja do Santo, Barcelona (Espanha)

recordação; falava dela ao povo de Hipona, nos sermões, com encantadora beleza, manifestando,jwztamente, o gra,ule amor e a reconhecida piedade de filho e a assombrosa elevação de sábio e <le santo" (Mons . Bougaud, Santa Mónica, Edição da Typ. de S. Francisco, Bahia, 1928, pp. 20-2 l) (Grifos nossos).

"Quase todos os Santos fizeram remontar as origens de sua santidade a suas mães" (Henri Delassus, Le Probleme de L' Heu re Pré.sente, Desclée de Brouwer, Lille, 1905, Tomo II, pp. 575-576).(Grifos nossos)

São Gregório Nazianzeno: aponta os pais como seus intercessores celestes

Pais apresentados como modelos por Santos e pessoas eminentes em virtude T ALVEZ a responsabilidade paterna pelo futuro dos filhos nunca tenha sido tão pesada como e m nossos dias , tais são as circunstâncias do mundo neopagão em que vivemos. Cumpre, pois, salientar a importância do exemplo dos pais - e sobretudo das mães - para a formação da prole. Amanhã, se colherá o que for semeado hoje ... Assim, na presente edição, apresentamos alguns exemplos que podem servir de incentivo aos pais na árdua tarefa de educação dos filhos, pelos quais deverão prestar contas a Deus.

"Na origem da santidade: virtudes das próprias mães" Do famoso escritor católico fran14

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cês Monsenhor Henri De lassus (1836-1921): "Ó meu Deus! Devo tudo à minha mãe!", dizia San.to Agostinho. "No seu reconhecimento por havêlo impregnado tão profundamente da doutrina de Cristo , São Gregório Mag-

. no mandou pintar sua mãe, Silvia, ao lado dele, trajando um vestido branco, com a mitra dos Doutores, erguendo dois dedos da mão direita como para abençoar, e segurando na mão esquerda o livro dos Santos Evangelhos , sob os olhos do.filho . .... "Mais próximo de nós, a alguns que o felicitavam por ter tido tão cedo o gosto pela piedade, o Santo Cura d'Ars diz: 'Depois de Deus, isto é obra de minha mãe'.

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Lê-se em conhecido Dicionário de Teologia católica: "São Gregório Nazianzeno (329 390) mostra sua mãe Nonna respondendo às orações de seus filhos; ele exprime também confiança na intercessão de seu pai (Carm. II, 78, P.G. t. XXVIII col. 52)" (P. Sejourné, verbete Saints, Culte des, in Dictionnaire de Theo logie Catholique, Letouzey et Ané, Paris, 1939 , tomo XIV, p. 894) (Grifos nossos) .

Acendrado amor de Santo Agostinho por Santa Mônica Conta Monsenhor Bougaud em sua obra em que narra a vida de Santa Mônica (322-387), mãe de SantoAgostinho:

"Agostinho amava com delírio a sua mãe, falava dela sem cessar e embalsamou, com a sua lembrança, quase todos os escritos. Vinte anos depois da morte de Santa Mónica, envelhecido, mais pelo trabalho do que pelos anos, encanecido na penitência, quando chegou a esse estado em que o amor de Deus, rompendo os diques e inundando o coração, havia destruído nele todos os demais amores, Agostinho não podia recordar-se da mãe, ainda mesmo no púlpito, sem que os olhos se lhe enchessem de lágrimas. Abandonava-se então aos encantos desta

"Filho relata em livro vida piedosa da mãe" Do Decreto sobre a heroicidade das virtudes de Madre Maria da Encarnação ( [599- 1672), publicado por ordem de São Pio X: "Maria Guyart, também chamada da Encarnação, nasceu em Tours no V dia das Calendas de novembro (29 de outu-

Para São Bernardo, sua mãe: verdadeiro "mestre de noviços" De São Bernardo de Claraval ( 1090- I 153) conta uma biografia escrita por um monge cisterciense: "Como poderia Bernaido esquecer sua mãe, aquela alma tão extraordinária que, com doçura e perseveran ça, formara sua consciência ?

"Quantas vezes Bernardo e seus irmãos reconheceram que para eles, o verdadeiro 'mestre de noviços' tinha sido sua mãe, a Bem-aventurada Alice de Montabar! Desde os primeiros anos ela foi ensinando a todos a ter fé, essa fé cega nas doutrinas da Igreja, incu lcando o respeito e a veneração pelo Vigário de Cristo, fazendo-os compreender que em meio às flores do mundo se encontravam muitos espinhos que picavam as mãos e faziam sangrar os pés ao tentar colhê-las ... Ajustava-se à sua mentalidade de crianças, primeiro, de adolescentes, depois, de jovens que haviam de decidir o seu porvir mais tarde ... Fê-los obediente, mortificados, piedosos, e, ainda antes de terem o uso da razão, ensinou-os também a rezar, a voltar-se para o céu q uando a alegria reinava à sua volta ou quando as lágrimas turvavam os seus olhos, para que não ficassem em tolas lamentações, mesmo nos pequenos sofrimentos, nas contrariedades in significantes ou nos desejos não satisfeitos ..... "Jamais retrocederam naquele rumar para o alto no qual os colocou sua boa mãe, se bem que, certamente, por caminhos diferentes" (Fr. Ma. Gonzalo Martinez Suares, Bernardo de Claraval, Editorial El Perpetuo Socorro, Madri, 1964, pp. 314-316) (Grifos nossos).

Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira: processo de beatificação iniciado em Roma

bro) do ano de J599. .... Ela teve um .filho que logo consagrou a Deus tanto quanto estava em seu poder fa zê-lo . .... Após a morte de seu marido .... e depois de suportar, naquela época de sua vida, muitas provações, ela pôde, finalmente, fa zer o voto de castidade como desejava há longo tempo. Pouco depois, tendo confiado seu filho Cláudio, de doze anos, aos cuidados de uma irmã muito dedicada, e apesar da oposição deste, ela fe z pro.fissão religiosa na Ordem das Ursulinas. Esse ato teve um feliz resultado: com efeito, Cláudio , após ter recebido uma excelente educação dos padres Jesuítas,abraçou a vida monástica na Ordem de São Bento e, depois de ter sido ordenado Padre, relatou em um belo livro a vida de sua piedosíssima mãe"

(Chanoí'ne J.L. Beaumier, Marie Guyart de L'/n.carnation, Éditions d u Bien Public, Trois-Rivieres, J 959, pp. 233234) (Grifos nossos) .

"Honrar sua mãe é ajuntar um tesouro" Do prefácio de um livro sobre a Madre Maria da Encarnação, fundadora das Ursulinas em Québec, escrito por uma freira dessa Ordem: "Antes de escrever a Vida de sua santa mãe (a Veneráve l Maria da Encarnação), Dom Cláudio Martin nos abre seu coração de monge timorato.A grande voz de Maria da Encarnação acaba de extinguir-se, mas ela canta ainda na alma de seu filho benediti no . .... São Gregório Nazianzeno falava bem de seu pai, de sua mãe, de sua irmã e de seu amigo Basílio, nas suas Orações e suas Poesias ..... "Ó! grande irmão Cláudio, não esqueçais do que nossa mãe vos escrevia um dia para vos encoraja r a glorificar São Bento:

'" Um bom filho louva seu pai e isto lhe fica bem'. "E eu, de minha parte, digo com o Eclesiástico: 'Honrar a sua mãe é ajuntar um tesouro' (3, 5)" (Soeur Marie-Emmanue l OSU, Marie de L'ln.carnation, Les Éditions de L'Université, Ottawa, l946, p. 9) (Grifos nossos).

Dom Vital: mãe virtuosa na origem da sua devoção mariana Sobre Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1844-1878), Bispo de Olinda, cujo Processo de Beatificação está em curso, comenta um frade capuchinho, irmão de hábito do Pre lado pernambucano: "Dos lábios maternos aprendeu António (o futuro D. Frei Vital) os princípios da nossa fé e as primeiras orações .

"Mais tarde comprazia-se em dizer que sua terna devoção a Nossa Senhora, à Virgem Imaculada, era fruto dos conselhos e exemplos de sua virtuosa mãe" (Fr. Félix de Olivola, Um Grande Brasileiro, Imprensa Industrial, 3ª ed., 1937, p. 21) (Grifo nosso).

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ição e religiosidade CARLOS SODRÉ LANNA

NAÉPOCA do descobrimento do Brasil, a região que hoje constitui o estado do Rio Grande do Sul era habitada pelos índios minuanos, charruas e caaguaras. Somente a partir de 161 Oos padres jesuítas espanhóis começaram a se estabelecer na área, organizando os aldeamentos de índios civili zados, as famosas missões ou reduções. Foram eles que introduziram no território as primeiras cabeças de gado, e o índio das missões foi o primeiro vaqueiro do Rio Grande do Sul. Este trabalho civilizador e evangelizador dos jesuítas espanhóis se concretizou naquilo que

Geou conhecido como Os sete Povos das Missões. O gaúcho primitivo teve origem étnica na mestiçagem entre portugueses, espanhóis e índios. A partir de 1740 iniciou-se o povoamento sistemático com a vinda dos açorianos e moradores de Laguna, hoje Santa Catarina. Em 1824 chegaram os imigrantes alemães e em 1870 os italianos. Os portugueses povoaram mais o litoral. O território gaúcho ficou como uma ponta de lança do Brasil para o sul, além do meridiano de Tordesilhas (*), em vista das terras conquistadas por seus habitantes. Estes passaram então a defender nossa fronteira contra os espanhóis, acumulando ao longo de sua história uma tradição de lutas e de heroísmo. Com o apoio dos portugeses, paulistas, açorianos, catarinenses e índios puseram fim às pretensões dos vizinhos argentinos e umguaios, ocupando o território do atual Rio Grande do Sul.

Fazendeiros: defensores da fronteira do Sul O gado e os cavalos vindos das Missões jesuítas viviam'soltos, à lei da natureza, pelas coxilhas gaúchas. O homem defendeu a terra e dedicou-se à pecuária, em torno da qual tudo girava. Não se concebe o gaúcho sem o cavalo, brasileiro típico da fronteira sul.

De início, a caça ao gado, os tropeiros, as invernadas. Mais tarde as estâncias, as fazendas , as charqueadas, os rodeios. Diante do inimigo hispânico ao sul e a oeste, o gaúcho estava a serviço dos reis portugueses, defendia nosso País e suas estâncias ou querências. Os interesses dos fazendeiros harmonizavamse com os do Estado nas linhas fronteiriças. As pressões dos vizinhos criaram no gaúcho o espírito de disciplina, o respeito à autoridade e fizeram dos corajosos peões verdadeiros soldados. Os fazendeiros fundaram seu prestígio na ocupação das planícies e no valor militar demonstrado nas coxilhas. E as estânc ias tiveram uma função civilizadora, na formação da alma gaúcha, com a criação de uma legenda guerreira e um profundo amor às tradições que persiste até nossos dias.

A imigração alemã e italiana deixou profundas marcas nos costumes, na ar. quitetura e na culinária gaúcha. Esses novos gaúchos adotaram sem demora o chimarrão, o churrasco e o cigarro de palha. Em troca legaram o macarrão, a polenta, o pão cuca, o arado, a semeadeira e a carreta para transporte de carga pesada. As roupas típicas gauchas parecem trajes de festas. Usam sempre uma bombacha (calça larga). No inverno cobrem-se com o poncho, um pano de tecido grosso, enquanto no verão utili zam a pala, de tecido leve. Calçam botas de cano longo e usam esporas barulhentas que marcam seus passos . No pescoço colocam um lenço colorido e na cintura um cinto largo, ou guaiaca, onde é pendurada uma faca ou adaga. Na cabeça um chapéu mole, de abas largas, seguro por uma tira de couro.

Novas imigrações: assimilação rápida

Centros de Tradições Gaúchas e religiosidade

O Rio Grande do Sul é rico em belezas naturais, possuindo um litoral com lindas praias. Coberto por campos e florestas, os primeiros ocupam dois terços do território. No inverno a geada cobre todo o Estado e na região norte cai neve em vários municípios.

Por todo o Brasil, nos lugares onde há gaúchos, surgem os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), com seus galpões para reuniões, churrascadas, músicas e danças típicas, chimarrão, trajes e costumes do Rio Grande do Sul. Consta já haver mais de 800 dessas associações espalhadas nos diversos estados do país. Esses centros demonstram como é grande o número dos que se orgulham de ter raízes gatíchas, portadores de

* Linha demarcatória entre as terras de Portugal e da Espan ha na América do Sul, como decisão do tratado de mesmo nome.

um legado histórico marcado por lan ces de grandeza. A Religião Católica deixou traços profundos na alma do povo gaúcho, como se pode notar em todas as regiões do Rio Grande do Sul. Um exemplo típico é a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, realizada no dia 2 de fevereiro, todos os anos, em Porto Alegre. Milhares de fiéis em centenas de barcos participam da procissão fluvial no rio Guaíba, que banha a capital. A imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é previamente retirada da igreja onde fica habitualmente e colocada em outra. A procissão se destina a reconduzi-la à sua igreja, onde fica rá até o ano seguinte. Durante o percurso os gaúchos lançam presentes nas águas do rio, como flores, fitas e grinaldas, para Nossa Senhora dos Navegantes. No final da procissão, começa a festa, com numerosas barracas, comidas e bebidas típicas de uma comemoração gaúcha. ♦

Bibliografia: 1. Carlos Reverbel, O gaúcho, L&PM editores Ltda. , Porto Alegre, 1986. 2. Bra:,i//História, Costurnes e Lendas, Ed itora Três, Ltda., São Paulo, l983. 3. Gui lhennino César, O conde de Piratini e a est{/ncia da nuísica, Porto Alegre, 1978.

Junto ao fogo do churrasco, uns goles de mate no chimarrão, entre uma e outra música tocadas na sanfona ...


Jovens da 5'' à 8'' série serão as principais vítimas, caso a proposta de reforma curricular do MEC - autêntica revolução cultural - seja implantada

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Ministério da Educação (MEC) não se contenta mais em orientar a instrução. Quer mais. Deseja por em prática no Brasil, na surdina, uma das metas mai s ambicionadas pelos totalitários : o Estado pedagogo. Trata-se, no caso, de uma verdadeira revolução cultural. O que vem sendo preparado tem uma envergadura imensa. Seu objetivo - não-confessado - é extirpar as raízes cristãs das mentes adolescentes, com vistas á formação de um povo constituído por neopagãos. Um povo que renegue seu passado e suas tradições de país católico. Assim estará o Brasil do Padre . Anchieta quando amadurecerem os frutos venenosos da nova proposta de reforma curricular do MEC. Os comentários que apresentamos abaixo baseiam-se em diversos pontos da mencionada proposta - ainda não divulgada oficialmente ao público - publicados na edição de 7-1-98, do quotidiano "Folha de S.Paulo". Os burocratas-doutrinadores do MEC, de acordo com as informações contidas na referida matéria, pretendem mudar os princípios doutrinários dos alunos, modificar seus costumes e impor uma nova mentalidade às sucessivas levas de adolescentes que cursam aos milhões os estudos secundários no Brasil. A campanha ideológica irá da 5" à 8ª série.

Espaços de transformação As escolas não serão apenas locais de instrução, isto é, de transmissão de conhecimento. Serão mudadas em espaços de tranformação. O objeto dessa transformação são as mentes dos alunos, cujo domínio é o objetivo último do Estado totalitário. Segundo quais princípios?

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Revolução cultural: , seria ameaça para crianças e jovens brasileiros Fim das relações sociais hierarquizadas O MEC reconhece que as relações no Brasil são hierarquizadas. Esta hi erarquia tem como critérios a idade, a educação, a família, a condição social, o patrimônio, a cultura, a inteligência, a retidão moral. Portanto, critérios legítimos que, de algum modo, deitam raízes na própria natureza. É bom que seja assim. Mas para o MEC é péssimo. Ele deseja o estabelecimento de relações sociais igualitárias, em um país nivelado, para acabar com aquilo que denomina marca autoritária da sociedade ... Esse objetivo levado à sua últi -

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ma conseqüência lógica produz uma sociedade comunista. O MEC vai doutrinar os ado lescentes nesse sentido.

Restrições ao âmbito individual "Questões antes restritas ao âmbito da vida privada, individual , ganham dimensões sociais". Em outras palavras, o MEC pretende aumentar o poder do Estado sobre a vida pessoal , quer por meio da burocracia estatal, quer por meio da coletividade, que , em nossos dia s, exerce influência ou pressão especialmente mediante as ONGs. A proposta deixa vago até que ponto irão

os domínios do coletivo, bem corno quais as restrições a serem impostas à autonomia individual. O brasileiro jovem vai ser educado para achar que isso é bom. Exemplos dos ternas com dimensão social: desperdício, consumo, bens descartáveis, decisão de usar ou não o automóvel. Sobre tudo isso o jovem vai ser doutrinado para achar que apresente autonomia é danosa. Por isso ela deve ser regulamentada e restringida. A dona-de-casa está ameaçada de perder a liberdade de encher a despen sa como bem entender. A coletividade pode intrometer-se, acusando-a de desperdício e consumismo. Quem usar o automóvel para fazer uma visita, pode ser repreendido pela coletividade, através de alguma ONG, e advertido de que teria sido melhor usar o ônibus, para evitar esse excesso de individualismo egoísta ... O MEC vai doutr in ar os alunos para que achem correto tal intervencionismo, no fim do qual se encontra a perda completa da liberdade. É a volta a uma certa forma de escravidão, exercida agora por aqueles que costumam gritar contra ela. Como nos Comitês de quarteirão da Revolução cubana, que tiranizam a vida dos moradores .

Tratar do aborto, virgindade, homossexualismo e pornografia nas aulas O principal objetivo desse item é ensinar que o sexo deve ser exercido com prazer e responsabilidade. É preciso evitar a AIDS, a gravidez indesejada e o abuso sexual. Em outras palavras, será um ensino de como evitar as conseqüências danosas da devassidão. É um amplíssimo programa moral, em que o MEC se coloca como mestre em matérias do âmbito próprio da Igreja Católica e dos pais. Com a diferença de que, neste caso, o assunto deve ser tratado mais cedo, a partir

da lª série, isto é, dos sete anos de idade, e não da 5ª série! Os pobres alunos que ainda tiverem noções aprendidas no Catec ismo, vão tê-las extirpadas pela educação libertadora dos pedagogos do MEC.

Pôr em tela de juízo as noções do feminino e do masculino O MEC, mediante seu intervencionismo doutrinário libertador, quer apresentar as noções de feminino e masculino, não como um dado da natureza, isto é, algo que decorre de uma realidade biológica, mas como produto ela cultura: "Produto de construção social e não dado da natureza". O que colocarão tais pedagogos igualitários e utópicos nas cabeças cios adolescentes? E que seqüelas prejudiciais haverá para eles ao longo ela vida? Assim, pode-se presumir que, se a menina quiser brincar de boneca e o menino participar ele jogos que simulam uma luta armada, é preciso intervir, pois se trata de uma imposição cu ltural que é necessário combater e exterminar!

Divisão do trabalho doméstico Em decorrência da confusão entre o masculino e o feminino, é necessário dividir o trabalho doméstico. A natural habilidade e propensão das mulheres para o trabalho doméstico, que inclui o cuidado com os filhos pequenos, parece não contar. O homem precisa fazê-lo junto. Obviamente, a mulher precisa também consertar o carro, cortar a grama, aparar as árvores, trocar fechaduras e portas, pintar a casa, que são trabalhos domésticos em geral feitos pelo homem. • É mais uma imposição artificial de doutrinas antinaturais para destruir as barreiras que separam o que é caracteristicamente feminino do que é especificamente masculino.

Revolução cultural: o Estado pedagogo O Estado, pela via dos fatos , abandona a condição de neutro em matéria doutrinária, como até então se vinha apresentando, de acordo com o figu rino da mitologia laica e libera l, e assume a função de pedagogo. Passa a ser o difusor de uma concepção igualitária e atéia do ser humano, excluindo e combatendo a verdadeira concepção do homem, ou seja, a catól ica. Transforma-se assim em agente claro de uma revolução social, mais propriamente, da chamada revolução cultural. Começa no Brasil sem alarde, mas per modumrac,i, a trágica era do Estado pedagogo. Quem domina o Estado, domina uma máquina doutrinadora e formadora de mentalidades. Hitler e Stalin eram adeptos fervorosos desse tipo de "educação". Tal máquina vai destruir na mente cios ado lescentes os princípios perenes ensinados pela Igreja Católica, como também tenderá a eliminar os legítimos direitos dos pais. É uma imposição sobre o povo, que mais uma vez vai ser tratado como cobaia de laboratório, à sua revelia. Se a experiência não der certo, como obviamente não dará - , deixando nos adolescentes graves seqüelas ele ordem religiosa, moral e psíquica e produzindo jovens rebeldes , libertários, devassos , perversos, incapazes de assumir com responsabilidade qualquer tarefa, virá apenas uma lamentação hipócrita de que esse resultado não estava previsto. E que foi uma pena ter acontecido! ... Antes que isso aconteça, todos aq ueles que defendem a vigência da Lei e do Direito Natural no Brasil, católicos e não católicos, devem opor o mais intransigente, radical e militante combate a esse plano desagregador, impedindo assim que ele venha a corromper e deteriorar a mente da infância e da juventude em nosso País. ♦

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Quando a indignação

é um dever S anto Atanásio (297-373), Bispo-Patritrora. É este o motivo que me levou a arca de Alexandria e Doutor da Igreja, enpensar nessa história, a fim de que vós viou uma circular a todos os Bispos no reconheçais a analogia dos acontecimenano 340. Em tal documento, exorta os Pastos atuais com os dessa época e quanto tores a que se consumam de zelo diante os de hoje ultrapassam em horror os que da grave situação na qual se encontrava a se davam então. Vós deveríeis arder de Santa Igreja em sua época. uma indignaçãocontra os malfeitores A analogia de situações com os premaior do que houve naquela época. Pois sentes dias é tão eloqüente que as própria ferocidade da perseguição contra nós as palavras de Santo Atanásio tornam disultrapassa também a essa. A desgraça do pensáveis quaisquer comentários: levita é pequena em comparação com o "O que nós sofremos é terrível e que se empreende contra a Igreja. Jamais Santo Atanásio quase insuportável. Não é possível fase ouviu coisa pior no mundo inteiro e Miniatura do Menologio lar disso como seria necessário. Mas ninguém sofreu maior dor. Naquele temescrito pelo Imperador para que a atrocidade dos acontecipo, era uma só mulher que sofrera a inBasílio li (976-1025), Biblioteca Vaticana, Roma mentos seja mais rapidamente conhejustiça, um só levita que fora perseguido. cida, pensei que seria conveniente Hoje é toda a Igreja que sofre a injustiça, relembrar uma passagem da Sagrada Escritura. o sacerdócio foi desprezado além de todas as medidas e [Santo Atanásio passa então a narrar o episódio - o que é pior - o temor de Deus foi perseguido pelo que se encontra no livro dos Juízes (Jz. 19 e ss.): a ateísmo. Naquele tempo cada tribo ficou horrorizada à esposa de um levita - pertencendo ela à tribo de Judá vista dos restos mortais de uma só mulher. Hoje se vê - foi assassinada do modo mais brutal. Terrificado, toda a Igreja desmembrada ... .. o levita enviou os restos mortais de sua esposa às di"Deixai-vos tocar; eu vos conjuro, não como se apeversas tribos de Israel, a fim de que todos juntos sonas nós, mas como se todos vós também tivésseis sofrifressem por um tal crime]. do a injustiça. Cada um deve participar como se ele pró"Mas se eles [membros das tribos de Israel] não prio sofresse. Se não, em breve prazo, a ordem eclesiásse importassem com tal fato, deveriam suportar a vertica e afé da Igreja desabarão . .... gonha pelo mesmo, como se eles próprios fossem os "Que o conservado desde o início até nossa época assassinos . .... nas Igrejas não sej a abandonado hoje; que o confiado a "Vós, meus irmãos, vós conheceis esta narração e o nós não seja traído por nós . ... . Deixai-vos tocar; vendo que as Sagradas Escrituras querem fazer significar claque tudo é subtraído pelos outros (in Migne, col. 219ramente com ela ..... 240, apud Mons. Dr. Rudolf Graber, Athanase et l 'Église "Eu me esforçarei para atrair vossa atenção sobre o de notre temps, Éditions du O~dre, Paris, 1973, pp. 21que se passa agora e que é muito mais terrível que ou23). (Grifos nossos). 1

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Na vída urbana: a ríqueza das corporações Duque Cardeal

Regionalismo: p1vdigiosa liberdade província/ e munícípal

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Aperfeíço~1mento d1 função íudící..itia: a autonomia íudící.'11

Marquês

Arcebispo

Ejpecítlcaç§o das funções Onus e prívilégíos Conde Bispo

Visconde

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Atividade legislativa: o povo era o legislador

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A lei consuetu inária

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O povo legislava meôiante leis consuetudinárias. Consuetudo é uma palavra latina ~ue siginifica costume.

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Príndpío uníven,ítálio: predoso regulador da vída polítíco-socíal

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"Pi. palavra universiaaae (universitas) não significava aP.enas a universidade no sentido hodierno da palavra, mas a adaP.tação âe uma P.Ulavra latina, universus. Os comerciantes ~ue faziam transP.Orte fluvial no rio Sena constituíam um

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a força da pureza no combate pela Fé Ü SCAR M. MOTITSUK I

Esse jovem Príncipe polonês tornou-se um exemplo de cavaleiro cristão, modelo de castidade e baluarte da Igreja contra o . cisma russo e a heresia protestante

D etentor de merecidos títu los de grandeza terrena como Prínc ipe ela Polônia e Rei natural da Hungria , São Casimiro foi, entretanto, maior ainda por s ua inteira submissão à vontade el e Deus. Seguindo as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo, procurou moldar sua alma segundo a fisionomia moral do Divino Redentor, tornandose oprime iro santo jovem leigo ela era dita moderna.

Foi ele o segundo cios 13 filhos que teve Casimiro IV ( 1427-1492) , Duque da L ituânia e Re i da Polônia, com a Princesa austríaca Elisabeth de Habsburgo, filha de Alberto II, Imperador cio Sacro Impér io Romano Alemão. Casimiro nasceu em 3 de outubro de 1458, no castelo de Wawel , em Cracóvia . Para a educação de seus filhos, Casimiro IV nomeou o polonês João

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Igreja construída em 1604, como recordação da canonização de São Casimiro, em Vilnius, capital da Lituânia

D lu gosz (1415-1480) , Cônego de Cracóvia, que se distingüia por grande saber e provada virtude. Era costume na época colocar os príncipes sob a influência de professores filiados a correntes renascentistas. Por isso o jovem Prínc ipe Casimiro, que teve como mestre o itali ano Fi lipp o Bonaccorsi, cognominado Calímaco, o qual ensinou- lhe latim e retórica. Esse mestre passou a chamar o discípulo jovem div inizado, por causa de suas virtudes. Visando sujeitar seu corpo às leis do espírito, Casim iro utilizava-se do cilício e da disciplina, jejuava e dormia em dura terra, em meio ao ambiente de frivol idade que as cortes renascentistas criavam. Com isso sua alma desprendia-se dos prazeres fáceis da vida mundana, evolando para celestes grandezas da perfeição cristã.

Contemplação dos mistérios da Paixão: fonte de fortaleza A paz interior de sua alma manifestava-se na louçania e serenidade do seu semblante, afeito à contemplação . Mesmo com as ocupações inerentes ao seu

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alto cargo, não se esquecia que, além dos deveres de estado, mais ainda devia zelar pela honra do Divino Sa lvador, que padeceu cruéis sofrimentos por amor aos homens. Sua alegria consistia em estar junto ao Sacrário para adorar Aquele que é o Soberano absoluto de todos os corações, tanto dos reis quanto dos súditos. Por isso, entrando nas igrejas, ajoelhava-se diante de Jesus Sacramentado, esquecendo-se de tudo quanto era terreno. Passava aí muitas horas da noite na contemplação dos mistérios da Paixão. Muitas vezes, não continha as lágrimas ao contemplar o D ivino Cruci ficado, considerando as ofensas por Ele suportadas, ao mesmo tempo em que ardia em desejos de repará- las. Seu rosto ficava então inundado por uma luz sobrenatural. Tinha muita caridade para com os necessitados de qualquer espécie: amparava os fracos, encorajava os oprimi dos e levava o bálsamo de uma pa lavra cheia de afeto aos prisioneiros, enfermos e angustiados. Se assim procedia em relação aos desvalidos, seu trato na Corte era igualmente exímio. Tinha tal aptidão para os estudos, que, aos 13 anos, proferiu primoroso discurso em latim, saudando o Legado Pontifício. Dois anos depois, com mesmo talento, homenageou o embaixador veneziano.

Baluarte contra o cisma russo e a heresia protestante A pedido de seus partidários húngaros, esse casto e valente Príncipe, com apenas l 3 anos de idade, em 2 de outubro de 1471 precisou armar-se como um verdadeiro guerreiro para conquistar a coroa de Santo Estêvão, à frente de um exército de 12 mil homens. Não lhe fal_tavam , por parte de sua mã.e, os títu los dinásticos para depor o então Rei da Hungria. Do trono de São Pedro, Sixto IV, vendo que o perigo turco ameaçava a Cristandade européia, interveio no sen tido de serenar os ânimos, evitando assim a dispersão das forças cristãs em lutas intestinas. Mesmo tendo se submetido ao apelo do Papa, São Casimiro conservou o

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títul o de "senhor natural por direito de nascimento do reino de Hungria". Em suas terras , lutou valentemente para que a verdadeira Igreja fosse favorecida. Atacou duramente as heresias e os movimentos subversivos da época, tendo mesmo estabe lecido um pacto de defesa antiturca com os Estados italianos. Após a morte de Sixto IV, São Casimiro tornou-se inquebrantável escudo da verdadeira ortodoxia contra as heresias provindas da pseudo-reforma protestante e dos erros da igreja cismática russa. Acompanhou sempre seu pai na administração do reino bem como nas viagens que este empreendeu a reinos vizinhos . Por saber o latim, seu pai o utilizou em Danzig como intérprete no encontro que manteve com o Rei sueco Cristiano. Aquela foi uma época em que se verificavam muitos confrontos do Rei polonês com os senhores fe udais revoltados. Além disso, ferrenhos combates foram travados com os Cava leiros da Ordem Teutôn ica, já em franca decadência, que foram obrigados a assinar um tratado de paz com o Reino polonês, mediante o qual cederam a este a Prússia Ocidental.

Fiel ao voto de castidade, não temeu a morte Em 1483 ocupou-se da administração dos Ducados da Lituânia, preocupandose sempre com o bem dos súditos. Nessa ocasião que seu pai manifestou-lhe o desejo de que ele se casasse com a filha do Imperador alemão Frederico III. Tendo São Casimiro contraído tuberculose, os médicos julgavam que o casamento o curaria, pois acreditavam que a vida austera do jovem Príncipe era a causa da doença. Singular constatação! São Casimiro, porém, preferiu permanecer fiel a seu voto de castidade perfeita. A tuberculose na época e ra uma doença incurável. Assim a moléstia agravou-se rapidamente e sua morte não tardou. Com os olhos postos numa imagem do Crucificado e in vocando Maria Santíssima, ele a enfrentou com a serenidade de alma própria aos santos.

Recebeu com devoção os santos sacramentos , e em 4 de março de 1484 e ntrego u sua alma ao Criador. Suas últimas palavras, depois de osc ul ar co m amor o crucifi xo, foram: "Em vossas mãos, ó Jesus, entrego o meu espírito" . S ua alma, segundo testemunhas, sub iu ao Céu em meio a grande lumjnosidade.

Corpo incorrupto e perfume: imagens de castidade perfeita A morte o colheu aos 25 anos, em Gard inas, mas seu corpo foi enterrado na catedral de Vilnius, capital da Lituânia, na capela dedicada a Nossa Senhora. O primeiro bi ógrafo do santo fo i Zacarias Ferreri, enviado à Polônia a mando do Papa Leão X, para coletar dados sobre a vida de Cas imiro, cuja santidade já era conhecida e confirmada por muitos milagres. E ntre estes, destacam-se a cura de doentes incuráveis e a ressurreição de uma menina, natural de Vilnius. O mesmo Papa Leão X canon izou São Cas imiro em 1521. Em 6 de agosto de J 604 - para gáudio e edificação dos fiéis cató li cos e glória de São Casimiro - sua sepul tura foi aberta na presença de várias teste munhas . Devido a um milagre, seu corpo enco ntrava - se inteiramente incorrupto. As roupas também estavam intactas, apesar da umidade ex istente. Como admirável símbo lo de sua castidade, o corpo exalava um agradáve l

perfume. Encontro u-se também e m seu peito o hino Omni die dic Mariae laudes animae [Minha alma , cada dia, dirija um canto a Maria], um dos mais belos cânti cos da Idade Média, dedicado à Virgem Santíss im a (Acta Sanctorum, Martii I, Pari si is, 1865) . Seu nome é glorificado no cale ndário litúrgico em 4 de março, quando, segu ndo velho costum e, milh ares de fiéis vão venerar suas preciosas re líqui as em Vilnius. E m J943 o Papa P io Xll proclamou São Casim iro Patrono principal da juventude litu ana e m qualquer parte do mundo. É também Padroeiro da Polônia.

Admirável na Terra, mais ainda no Céu São famosas, ainda, as aparições de São Casimiro. A primeira deu-se no ano de 1518 quando um grande exército moscov ita estava prestes a dominar a c idade de Polotsk, baluarte na defesa da L ituânia, sit uada na confl uê nc ia dos rios Dauguva e Palata. O fogoso exército litu ano, co mposto de dois mil homens partiu intrépido para socorrê-la. Entretanto o transborda mento do rio Dauguva impedia que eles alcançassem o inimigo, postado à outra margem. O que fazer? Enquanto estavam nesse impasse, os li tuanos viram surgir um jovem cavaleiro montado em corcel branco, convidando-os a segui -lo rumo à outra margem.

Impelidos pelo e ntu s ias mo, os litu anos seguiram o valente cavaleiro, e atravessando o rio num lugar propício atacaram os moscovitas, alca nçando brilhante vitóri a. O cavaleiro da veste alva desapareceu como por e ncanto. Mas todos reco nh ecera m nele São Casim iro, se u protetor. Outra aparição ocorreu e m 1654 ao comandante russo Sermetj ev, que ocupara a cid ade de Polotsk e transformara a igreja em estábulo . O Sa nto apareceu-lhe, increpando-o de tentar a Deus, que o puniria de modo exemplar. As aparições de São Cas imiro tornaram-se um símbolo da luta co ntra Moscou e a propagação da igrej a c ismát ica ru ssa. Por esse motivo a Rúss ia czarista votava um ód io implacável ao Sa nto, cerceando-lhe o cu lto de todos os modos. Uma frase em latim , alusiva a São Cas imiro bem sintetiza a extraord in ária vida do jovem P ríncipe polonês neste mundo e sua gloriosa atuação após ter alcançado a bem-aventurança eterna: "Casimiro, admirável na Terra, mais admirável ainda no Céu" . ♦ Fontes de referência: São Casimiro - O primeiro santo jovem leigo da era Moderna - 1458 - 1484. Pe. Pranas Gavena s, Editora Sa les iana Dom Bosco, São Pa ulo , 1984. A rtigo de Cas imi ro Sá nchezA li secla. i11 A110 Cri.~tia ,10 - dirigido pelos Cated rát icos ela Un ivers idade Pontifícia de Sa lamanca , Bibli oteca ele A uto res C ri sti anos, Madrid, 1959.

Castelo real de Wawel junto ao rio Vístula, em Cracóvia, onde nasceu São Casimiro

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1 São David, Bispo e Confessor. + Menevia (País de Gales) 588 . Patrono do País

de Gales, fundou vá ri os mosteiros notáveis pela vida de contínua oração e austeridade. Anunciação do Anjo e Encarnação do Verbo

+ Bamberg (Alemanha) 1040. Esposa de Santo

Henrique, com quem vivia em perfeita casticlacle, foram ambos coroados Imperadores do Sacro Império cm Roma pelas mãos cio próprio Papa. Após a mo,tc do marido empregou sua fortuna em erigir bispados e mosteiros, terminando sua vida como simples rel igiosa num deles. São José

4 São Casimiro, Confessor. + Polônia, 1484. (v ide Vicias de Santos da presente edição, p. 29)

5 São João José da Cruz, Confessor. + Nápoles, 1734. "A 1de11te discípulo de São Francisco de Assis e de São Pechv de Alcântara, acrescentou grande glória à 01de111 Será.fica. Foi admilido pelo Papa Gregório XVI no Canon dos Santos" (cio Martirológio Romano).

6 Santa Colete, Virgem. + França, 1447. Reformadora das Terceiras Franciscanas, foi das figuras mais impo1tantes da Igreja no século XV. Com São Vicente Ferrer aconselhou três cardeais que reclamavam a tiara pontifícia a renunciar, e a se proceder nova eleição.

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São Paulo, o Simples, Eremita. + Egito, 339. Este Santo é um patrono dos que t 998

8 + Espa nha , 690 . Sob sua direção a Sé ele Toledo tomou a primazia entre toda s ela Espanha e de Portugal. Presid iu vários sínodos, revi u e desenvolveu a Liturgia Mozárabe, tendo sido um cios mais importantes eclesiásticos de seu tempo.

Santa Cunegundes, Viúva, Imperatriz.

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aspiram à santidade em idade avançada. Agricultor, aos 60 anos descobriu que sua mulher o traía. Fugiu então para o deserto e obrigou, por insistência, o grande Santo Antão a cliri gí-lo.

São Chad, Bispo.

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das imagens, fo i por isso exilado pelo ímpio Imperador bizantino Leão, o Armênio, morrendo vítima dos maus tratos. É famoso pelos milagres que operou.

13 Sa11ta Eufrásia, Virgem.

São Julião de Toledo, Bispo.

Cedd, foi educado por Santo Aiclano, na Irlanda. De volta à Inglaterra tornou-se Bispo de Mércia e Linclisfarnc. São Becla o Venerável ena lteceu suas virtudes.

Santa Gertrudes de Nive/les

de '--7}1arçO

2 + Lindisfarne (Inglaterra) 672. Irmão de São

Santa Teresa Margarida Redi

ce ícce~m

9 São Domingos Savio, Confessor. + Riva ele Chieri, 1857 . "A ntes morrer que pecar" foi sua reso lução ao faze r a Primeira Comunhão. São João Bosco, para harmoniza r sua clebilidacle física com seu ardor pela santidade, mostrou-lhe que esta não consiste necessariamente em grandes penitências, mas em aceitar e oferecer alegremente todas as pequenas cruzes e so frimentos diários. Assim chegou à santidade, fa lecendo aos 15 anos . É um dos patronos ela juventude.

+ Eg ito, 410. Da nobreza romana, ao fa lecer seu pai, fo i com a mãe para o Egito. Aos sete anos pedi u-lhe licença para servir a Deus num mosteiro próx imo. Muito assaltada pelo demônio, li vrava-se dele faze ndo os trabalhos mais humildes cio convento.

14 Santo Eutíquio e Compa1lbeiros, Mártires. + Arábi a, 74 1. Patrício romano, capturado pelos mao metanos contra os quais guerreava, foi com seus companheiros torturado e morto por não querer renunciar à Fé católica.

15 Siío Longi110, Mártir. + Capadócia, Séc. L Segundo a tradição, ele é o

centurião romano que, durante a Crucifixão, reconheceu Cristo como o Filho de Deus. Alguns o identificam com o soldado que perfurou o lado cio Salvado,: Foi martirizado na Capadócia.

16 São Julião de A11azarbus, Mártir. + Cilícia (na atua l Síria) 302. São João Cri sóstomo faz o elogio deste mártir que preso, em virt ude de sua Fé ca tóli ca, so b Diocleciano, depois ele exibido durante um ano pelas cidades da Cilícia, foi colocado dentro de um saco cheio de escorpi ões e serpentes e atirado ao mar.

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19 São José, Esposo da Santíssima Virgem, Patrono da Igreja Universal e da Boa Morte. Para se ter idéia da grandeza desse Santo, considere-se apenas que foi esposo ela Rainha dos Céus e pai adotivo cio Redentor da humanidade.

20 São Martim de Braga, Bispo. + Mondonheclo (Es panha), 580. Monge na Pal estina, evangeli zo u depois a Galícia, na Espanha. Bispo de Braga e metropolitano ele toda a Galícia, fo i dos maiores sábios de seu tem po, deixando vários tratados.

São Endeus ou Enda, C01ifessor. + Arranmore (Irlanda), 590. Brilhante militar, irmão de Santa Fanchea, é considerado o fundador do monasticismo na Irlanda. Teve como discípulos os Santos Kleran e Brenda n.

22 São Deogracias, Bispo. África. Durante três anos procurou meios para redimir os cativos levados pelos vândalos de Genserico, que anterionnente haviam saqueado Roma. Famoso pela virtude e boas obras.

23 São Toribio de Mongrovejo, Bispo. +

Lima, 1660. "A rcebispo (de Lim a), por cujos

labo res a f é e a disciplin a eclesiástica se disseminaram. pela Am.érica" (do Martirológio

ocasião ela invasão dos bárbaros, que procurou converter; aprovou os decretos cio Concílio de Calceclônia e sustentou os católicos ori entais contra os hereges monofisi tas, amparados pelos imperadores de Bizâncio.

+ Holanda, 659. Filha cio Bem-aventu rado Pepi-

São Simão de Trento, Mártir.

no de Lanclen e ela Bem-aventurada lta. À morte de Pepi no, mãe e filha fundam o convento de NiveUes, no qual ingressaram, Ge1t 111des como abadessa aos 20 anos. Renunciou ao cargo IO anos depois para entregar-se à penitência e ao estudo das Escri turas. Por sua hospitalidade para com os viajantes, é considerada sua padroeira.

+ 1475. Menino de dois anos e meio seqüestrado por judeus nas vésperas da Páscoa, fo i cru elmente martirizado. Deus o g lorifi co u mediante muito s mil ag res. A Santa Sé concedeu o culto litúrgico do San to mártir e sua in scrição no Martirol óg io Romano em 1588.

12 São Teófano, Abade. + Samotrácia, 818. Ele e a esposa renunciaram à imensa fortuna para fazerem-se religiosos. Teófano fundou do is mosteiros , sendo abade de um deles. Grande promotor do culto

+ Châlons (França), 592. Rei ela Borgo nha,

após divorcia r-se e mandar executar seu médico, cheio de remorsos aba ndonou as pompas do mundo. Empregou então sua fortuna na construção de igrejas, mosteiros e na di stribuição de es molas, vivendo na mai s ri gorosa penitência. São Gregório ele Tours narra sua vida.

29 São Cirilo de Heliópolis, Diácono e Mártir. + Líbano, 362. Tendo Juli ano, o Apóstata, reintroduzido o paga nismo no Império, esse di áco no destruiu mui tos ídolos, tendo por isso "seu fígado arrancado de seu abdô1nen e devorado pelos pagãos como beslas selvagens"

(do Martirológio Romano)

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Sa1lto A1lselmo de Luca, Bispo.

ANUNCIAÇÃO DO ANJO E ENCARNAÇÃO DO VERBO

retirou-se ele sua diocese de Luca para fazerse monge beneditino. São Gregório VII o chamou ele volta àq uela Sé episcopal, onde tento u reformar os cônegos relaxados, que se revoltara m. O Papa os excomungou. Com o apoio cio Imperador, os rebelados ex pulsaram o Bispo, o qua l dirigiu-se a Canossa, onde se tornou confessor da Condessa Mati lde.

Martirológio Romano).

Romano).

Santa Gertrudes de Nivelles, Virgem.

+ Luca, 1086. Sobrinho do Papa Alexandre II,

de e, entre outras manifestações de virtude, sobressaia grande espírito de profecia; predisse ao Imperador Teodósio suas vitórias sobre os tiranos Máxim.o e Eugênio" (Do

+ Cartago, 457. Bispo dessa cidade, ao norte da

+ 483. Governo u a Igreja dura nte J5 anos, por

+ Florença, 1770. Aos 18 anos entrou para o convento carmelita ele Florença, onde em pouco tempo chegou a grande santidade. Faleceu aos 23 anos ele idade.

+ 394. Murou -se em uma ermida com apenas uma pequena janela de onde pregava, aos sábados e domingos, para grande número de peregrinos. Era "ho111.em de g rande santida-

São Go11tran Rei, C01ifessor.

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27 São João do Egito, Anacoreta.

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São Simplfcio, Papa.

Santa Teresa Margarida Red~ Virgem.

cios suaves, atraiu grande número ele bárbaros saxões à fé de Cristo. Em vista disso, Carlos Magno empenhou-se em sua nomeação como primeiro Bispo ele Mlinster.

São João Clímaco, Confessor. + Monte Sin ai, 605. Ingressa ndo no mosteiro situado nesse monte aos 16 anos, abandono u-o mais tarde para viver em maior solidão . Aos 75 anos foi chamado de volta e eleito abade . Seu li vro Clímax, ou Escada da Pe1feição, do qual lhe ve io o cognome Clímaco, foi das obras mais ap rec iadas na Idade Média .

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Dos mais importantes acontecimentos da Histó ri a: o Verbo de Deus se encarna no seio puríssimo de Maria.

26 Sa1lto Ludgero, Bb,po e C01ifessor. + Mlinster (Alemanha), 809. Mediante méto-

São Guy de Pomposa, Abade. + Itália, 1046. Por sua santidade e sabedoria,

atraiu tanta gente a seu mosteiro que fo i obri gado a fundar outro. A seu pedido, São Pedro Damião ministrou a seus monges aulas sobre as Sagradas Escrituras durante dois anos. No fim ela vida, so freu perseguições da parte do Bispo de Ravena.

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Catolicismo - Deputado LaelVarella, temos conhecimento de sua posição contrária à implantação da Reforma Agrária socialista e confiscatória. Portanto, uma atitude afim com a de nossa revista , que sempre denunciou tal reforma como sendo mera falácia. Seria interessante relatar aos nossos leitores como tem sido sua atuação neste sentido, enquanto parlamentar? Dep. Lael Varella - A Co mi ssão

Catolicismo -

Como funciona este Banco da Terra ou Fundo de Terras?

Dep. Lael Varella É um siste ma parec ido co m o fi nancia me nto da casa popul a r. A pessoa interessada escolhe uma g leba de terra e te m 10 anos para paga- lá com a sua própri a produção. A terra fica co mo ga rantia até a quitação do fin anciamento. Assim os agricultores darão valor à sua terra, porque esta será paga com o fr uto do seu tra balh o. O in te ressado também escolhera a sua gleba e não será jogado em terras imprópri as para ag ri -

muitas vezes co m indi cação de fun cionári os do INCRA , para de pois sere m desa propri adas. Do lado dos pro pri etários, não haveri a resistência, porque há muita ofe rta de terras para vender. Além das terras devolutas da Uni ão, Estados e Muni cípios, a Proposta prevê a utili zação das terras de reservas indígenas que fo re m desproporcionadamente grandes em relação ao número de índios que nelas vivem. Por exemplo: os índios ianomanis não chegam a três mil e tê m uma área maior do qu e o te rritório Portu ga l.

de Co ns ti tui ção e Ju s tiça aprovou, no fin al do a no pas sado , a P ropos ta de E me nd a à Co nst itu ição PEC 396/96 - aprese ntada por ~ JORNAL • mim e m 26 de junho de 1996, Catolicismo - Enquanto parlano se nt ido de da rm os um bas ta mentar, como V. Exa. vem acoma esta de m agó g ica Refor m a panhando a aplicação dessa CÂMARA P OS DEPUTADOS Ag rár ia. Reforma Agrária? Poderia haver Ü S MAIS ATUANTES DE 97 O nob re co lega paraense, novos confrontos entre os invaDep. Ge rson Peres, relato r da sores de terras e os legítimos matéri a, sa lie nto u e m seu pareproprietários? ce r junto àq uela Co mi ssão, q ue Dep. Lael Varella - Venho não só minh a Proposta pre te nd e im·-:.7~-;aco mpanh ando, mas te nho fe ito pl anta r uma nova Política Agrípro nunciamento manifes tan_ . :: cola e F und iár ia, de forma qu e do minha perplex idade quano Governo possa contar com um to à aplicação dessa Reforma prog ra ma de coloni zação de terAgrária, que aliás já se arra ta ras at r avés dos d ispo s i t ivos po r déca d as. Na ve rd ade, co nstituciona is. esta mos todos ass istindo ao Para tanto, possibilita ela o fi m espetácul o de o Governo sedo confronto entre proprietários mear assentamentos de Refor, rurais com os ditos sem-terra e o Agrária por todo o Brasil. Mas ma ,,,._.r.,, Governo, po is o novo texto pero que ve m colhendo ele? De um j~~:~ miti rá a util ização de terras partilado, miséria e deso lação para os cul ares por me io de li citação púditos be nefi c iá ri os; d e o utro , bl ica. Permi tirá ainda a escolha de intra nqüilidade para nossos produterras de melhor qualidade e mais be m Capa do 'Uornal Congresso Nacional". tores ru rais e fa veli zação de nossos camNo destaque, focalizando Minas Gerais, loca li zadas , agi li zação da compra e pos ... Ali ás, tal processo de fa velização foto do Dep. lael Varella melhor utili zação dos recursos financeifoi descrito com riqueza de depoimenros destin ados a ess a nova Política tos, e m fa tos e fotos , no li vro-reportaAgríco la e Fund iári a. c ul tura, como tem acontecido nos asgem divulgado pelaTFP Reforma Agrásentamentos do INCRA. Muitas vezes ria semeia assentamentos - AssentaCatolicismo - Há outras propostas os assentados são jogados em terras are- dos colhem miséria e desolação . ou projetos tramitando no Congresnosas, sem ág ua, ou até debaixo dág ua A situação no campo está caminhanso Nacional que confluem para essa co mo aco nteceu em Tocantins. do para um confronto de proporções sua tomada de posição em face da M inh a Proposta va i gi lé m da cri ação imprevi síveis e indesej áveis. Prec isaReforma Agrária? do Banco da Terra. Ela acaba com a demos e ncontrar solução conc ili atória e Dep. Lael Varella - Pouco antes de sapropr iação para fins de Refo rm a justa para esse pro ble ma. Pa ra isso, o minha Proposta ter sido ap rovada na Agrária, tirando assim o pretex to para Governo precisa da r um giro de 180 CCJ da Câmara, o Plenário do Senado as invasões. graus em sua política! Existe atualm ente uma ve rdadeiapreciou e aprovou Projeto de Lei - o O própri o Francisco G raziano, exPLS 25/97 - , de autoria do Senador ra indústri a de invasões, co m todos os pres ide nte do INCRA, hoje Secretário Espi ridião A mim, que "cria o Fundo de requin tes de p lanej a me nto e c ru eld ada Agri cultura do Estado de São Paul o, Te rras e dá outras providências" . des. As propri edades são invadid as, reco nheceu que seri a melh or dar aos

~Congresso-.cional · SEMAHÁAIO APAA ll 0ARIO E OAtNICIATIVA PRIVADA

Entrevista com o autor de

Delenda Reforma Agrária!, Deputado Lael Varella Catolicismo já publicou várias vezes matérias alusivas à destemida atuação do Dep. Lael Varella em defesa da propriedade privada e contra a Reforma Agrária socialista e confiscatória no Brasil. Deputado Federal pelo PFUMG, exercendo terceiro mandato, o parlamentar é produtor rural , ex-Presidente do Sindicato Rural de Muriaé

(MG), empresário do setor de revendas de automóveis e veículos pesados, bem como •autor do livro Delenda Reforma Agrária!. Nosso entrevistado acabou de ser contemplado pela publicação "Jornal Congresso Nacional" de Brasília (DF) , como o Deputado mineiro mais atuante na Câmara, no ano legislativo de 1997 (ver foto na p. 35).

Na entrevista concedida a nossa revista em seu gabinete na Câmara Federal em Brasília, que publi camos a seguir, o Deputado expõe o conteúdo dessa obra e explica o sentido da importante Emenda Constitucional que apresentou no ano passado, com vistas a anular a atual Reforma Agrária danosa pa ra o País.

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Dep. Lael Varei/a: "Estou surpreso com o porte da repercussão de meu livro Delenda Reforma Agrária!"

sem-terra um bo m e mpregá' na ag ric ultura do que um ãsse ntamento sem futu ro .

Catolicismo -

V. Exa. poderia resumir para nossos leitores as principais vantagens de sua Proposta de Emenda Constitucional concernente à Reforma Agrária? Dep. Lael Varella - M eu proj eto vi sa acabar co m a desapropriação em Títul os da Dívida Agrári a, um in grediente esc uso para ve rdade iros confi scos, e não raras vezes para fac ilitar trapaças fin anceiras do INCR A. Co m meu projeto, eliminaríamos ta l expedi ente, po is as terras serão compradas através de li citação pública. Re produ zo a no va red ação d ad a ao a rt. 184 na minh a P ro posta:

Catolicismo -

Como vem repercutindo suas tomadas de posição contrárias a essa Reforma Agrária? Dep. Lael Varella - G raças a Deus, muito bem. Alé m da impre nsa de me u Es tad o es tar sempre dando cobertura a meus pronunc iamentos, te nho estampado artigos em j ornais de qu ase todo o Brasil. Calculo te r publi cado mais de 60 títul os alu sivos à matéri a da Reforma Agrária só no ano de 1997 , perfaze ndo um tota l de 400 pub licações. Não há uma só semana e m que e u não pronunc ie um discurso contrário a essa malfa dad a política qu e nos ve m sendo imposta insensatame nte. C heguei mes mo a lançar um livro conte ndo uma coletânea de meus pronunc iamentos contra a Reforma Agrária .

Catolicismo -

Isso é novidade para nós. Que título V. Exa. deu para essa obra? Como está sendo divulgada e qual a aceitação que ela vem recebendo por parte do público? Dep. Lael Varella - P ublicado pelo Centro de Doc umentação e Infor mação - Coorde nação d e P ubli cações B ras íli a 1997, Detenda Reforma Agrária! consiste numa coletânea de meus di scursos proferidos no P le ná ri o d a Câ mara du ra nte os anos de 1994 a 1997, cri ticando a Reforma Agrári a, as invasões do MST, a be nevo lência do Gove rno em re lação a estas, e defendendo uma po lítica agrícola nacional. Ao liv ro dei o nome ac ima, parodi ando Catão (234- 149 A .C.), estadista ro mano, homem sensato e previdente. Ao perceber e le o perigo representado por Cartago - c idade do norte da Áfri ca e rival de Ro ma - para o Império Romano, sempre terminava seus di scursos adve rtindo o Senado e o povo romano com o d ito que fico u célebre: Defenda Cartago ! ou seja, É preciso destruir

Cartago!

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e A TO L I e

IS MO

E ntre nós, o poeta O lavo Bil ac esc reveu um poe ma ép ico, sobre a gue rra e ntre Ro ma e Cartago, com a epígrafe

Defenda Cartago! Preve ndo a catás trofe qu e a aplicação grad ual mas impl acável da Reforma Agrária representa e representará um a catás trofe para o Brasil , a partir de certo mo me nto passe i a te rmin ar me us p ro nun cia me ntos a lu sivos à Refor ma Ag rária, na Câ mara dos Depu tados, pa rafrasea ndo Catão. Da í res ul tou o no me do li vro. Nosso obj etivo é fi xar nas me ntes dos ho mens públi cos bras il eiros e de nosso povo tal idéia, c uj a realização deve mos perseguir com pe rseverança e para a q ua l devemos e deve remos estar se mpre ate ntos. Estou surpreso com o porte da reperc ussão de meu livro. Não são apenas leitores de meu Estado que vêm adqui rindo a co letânea, mas tenho recebido pedid os pra ti ca mente do Bras il inteiro . De um le itor de Ubera ba recebi carta d ii endo- me. q ue leu as 230 pág inas de um a "sentada só" .

Março de 1998

"A rt. 184 - A Política Fundiária é o prog rama de colonização de terras, visando proporcionar ao trabalhador rural sem terra condições adequadas para que ele se torne proprietário. § l° - O Governo destinará para a Política Fundiária: 1- as terras públicas fe derais, estaduais e municipais; li- as terras particulares por ele compradas para esse f im; JJJ- as terras aptas para exploração rura l, que sejam recebidas em pagamento de dívidas tributárias; IV - as terras de reservas indígenas que f orem des propo rcionadamen te grandes em relação ao número de índios que nelas vivem." Enumero algumas de suas vantagens: 1ª - Aca bare mos co m o confro nto e ntre os d itos sem-terra e os prop rietári os. Estes últimos, interessados e m vender suas terras, deixari am de ter seus leg ítimos direitos ameaçados pelos peritos do INCRA e pe las invasões programadas pelo M ST. 2ª - Poderemos escolher terras de melhor qualidade e mais bem localizadas. 3ª - Tere mos agilid ade na co mpra da te;Ta, !icando livre de questionamentos jurídicos intermináveis.

Dep. Lael Varei/a: "A Comissão de Constituição e Justiça aprovou, no final do ano passado, minha proposta de Emenda constitucional contrária a esta demagóg ica Reforma Agrária"

4ª - Fare mos enorme economi a, po is os processos judicia is res ultam o m a is d as vezes e m ind e ni zações a ltíss im as. E m P romissão (SP), só a indenização de uma propri edade fi cou em 385 milhões de rea is para um assentame nto de 623 fa mílias ! Portanto, a des pesa absurda de 617 mil reais por fa mília só na desapropriação, se m contar os créditos s ubsidiados como os do PROCERA.

Catolicismo - V. Exa. tem enfrentado oposição quanto aos seus pronunciamentos e, de modo particular, quanto à sua Proposta de Emenda à Constituição? Dep . Lael Varella O D ep. José Genoíno (PT/SP), aprese ntou na CCJ seu vo to em separado, na tentativa de opo r arg umentos contrári os à minh a PEC . Se examinados tais argumentos, eles carecem de consistênc ia. Por amo r à brevidade, cito apenas dois sofism as do deputado petista: 1 - Seg undo o Dep . Geno ín o, as Encíclicas Papais, embora reafirmando o dire ito de prop riedade, entretanto o condicionariam ao "bom uso da propriedade". • Tal afi rmação, data vênia, não se sus• tenta. É claro que a doutrina pontifíc ia exorta ao bom uso da propriedade, nem poderia ser de outro modo . Q uem pode querer um "mau uso"? Entretanto, o seu "bom" ou "mau" uso não afeta o direito de propriedade enquanto tal. Isso é claro nos documentos pontifíc ios. Para não me alongar, vej a-se, por exemplo, o que di z o Papa Pio XI: "É alheio à verdade

pe rcorre m atu a lm ente o E pi scopado Nac iona l. Tal di visão ace ntuou-se e normemente com a penetração nas fil e iras do Episcopado da chamada teologia da libertação. Essa teologia, co ndenada pelo Vaticano, in feli zmente influ enciou no passado, e co ntinu a a influenc iar no presente, certo número de Prelados, fazendo co m que adotem , e m maté ri a políti co-soc ial, pos ições q ue mais se asseme lham ao socialismo marx ista do que à doutrina social da Igrej a. De modo que um posicionamento da cúpula epi scopal bras ileira, em matéria sóc io-econ ômica, não pode ser tom ad o, se m ma is, como sendo a pos ição unânime da ·Igrej a no Bras il. A Com issão Pastoral da Terra, por exemplo, ligada à CNBB, sempre e m nome da Reforma Agrária, não te m cessado de apoiar e incentivar os movimentos de invasões de terras, contrariando expressamente a sábia diretriz do Papa João Paulo II a Bispos brasile iros : "A

dizer que se extingue ou se perde o direito de propriedade com o não uso ou abuso dele" (Pi o XI, Encíclica Quadragesimo Anno) .

Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, que,: por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas" (João Paul o II, ao receber, em

2 - O Dep. Genoíno cita em abo no de suas teses um pro nunc iamento da CNBB. Mas, infe lizmente, o faz sem as cautelas que o ass unto exige. São conhecidas do Brasil todo as profunda s dive rgênc ias internas que

2 1-3- 1995 , os B ispos b ras ile iros da Regional Sul 1, Estado de São Paulo, à fre nte dos quais estava o Cardeal A rn s; "ActaApostolicae Sedis", 10- 11-1 995). De outro lado, em se tratando de matéria sócio-econômica, o próprio D ireito

Canôni co e m vigor (Câno n 227) concede ao fiel o dire ito de exprimir livreme nte seu pensamento, independ enteme nte do q ue di ga a Autoridade re li g iosa. Desde que o faça, é cl aro, de modo respe itoso . Pois e m maté ria de âmbito te mpora l, como é a Refo rma Agrária, que depende em sua aprec iação concreta de dados téc nicos (eco nômi cos, sociais, po líticos), não está pro metida nenhu ma fo rma de infa libilidade à CNBB. Minha resposta ao Dep. Geno íno fo i longa, o qu e me levari a a ex trapo lar os limites q ue CATOLICISMO está me concedendo. Q ue m sabe se em o utra ocasião poderemos tratar disso, pelo que fi carei muito honrado e di sting uido pela deferênc ia a mim co ncedida por este balu arte de li teratura católi ca que é a revi sta de c ultu ra CATOLICISMO.

Catolicismo -

Segundo a imprensa vem noticiando, V. Exa. é o deputado mais conservador da bancada mineira. Como V. Exa. costuma receber tal qualificativo? Dep. Lael Varella - Graças a De us, te nh o a honra de representar um Estado que fo i, é e co ntinu ará a ser um bas tião da Cristandade no B rasil. Nesse sentido, alé m de receber tal qu ali fica tivo co mo uma ma ni fes tação de afeto po r parte de me us conte rrâ neos, ten h o razões d e so bra para ficar comprazido. ♦

eATOLIeIs

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M arco de t 99B

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ESTADOS UNIDOS

Honrado e privilegiado

~ Com muita alegria recebo todos os meses a Revista Catolicismo. Sinto-me honrado e privilegiado. A Revista é de uma rara qualidade. Desde a apresentação gráfi ca até aos mínimos detalhes.As matérias expostas são claras e a· doutrinação segura. Isto é raro nesse Brasil de tantas "revi stas". Vossa S". está de parabéns juntamente com sua Equipe de redatores. Como Sacerdote, só tenho que agradecer a Deus e à Piedosíssima Virgem Maria por tão precioso Tesouro. Conte sempre com o meu apoio e com as nossas humildes Orações. F icam aqui também os nossos penhorados ag radecimentos pelo serviço maravilhoso que a Revista Catolicismo nos presta. (Pe. J.B.S. - S. José do Alegre-MG)

1.

Nota da Redação: Agradecemos as orações e o apo io, principa lm ente quando este parte de uma pessoa consagrada a Deus. Também sentímo-nos honrados de tê- la como ass inante, assim como tantos outros clérigos que apl audem o e mpe nho de Catoli cismo e m difundir por nosso País-continente este tesouro inapreciável que é a Doutrina Católica.

Conhecendo mais a Vida de Nossa Senhora

pouco de tudo e nos põe a conhecer a realidade do nosso di a a di a. E muito obrigada pelas medalhas que recebi . (N.P.S. -

~

Estou muito contente em ser um assinante da revi sta Catolicismo, gosto muito ele ler a revi sta, porque os assuntos todos são muito fáceis de compreende r. Minha opinião é que todos os bras ileiros devem ser ass inantes de Catolicismo.

~ Ou eu sou dessas pessoas que aceita tudo que o papel aceita, ou a revi sta Catolicismo é perfe ita! Como acredi to ser uma pessoa que não aceita ele tudo, principalmente não creio em tudo o que leio, então a rev ista Catolicismo só pode ser perfe ita, irretocáve l, sem necessidade de mudar uma vírgul a, os ass untos são super variados, esc larecedores, ori entadores, enfim perfe ita, eu leio, estudo, de poi s empresto para as pessoas que sei não ter condições para faze r uma assinatura , de pois quero ele vo lta. Enfim , creio em tudo o que a rev ista traz em seu maravilhoso conteúdo. (L.S.S. -

Estou adorando esta revista, pois estou conhecendo mais a vida de Nossa Senhora, e assim posso tê- la mais perto de mim . Poi s já fui catequista, e sendo assim , temos a Maria como exemplo para nossas vidas . Também estou adorando a parte que conta as Vidas dos Santos, pois nem sempre temos a oportuni dade de ler algo com simplicidade. Enfim vocês estão ele parabéns pela excelente rev ista, pois tem um

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Mineiros do Tietê - SP)

Assuntos super variados

~

eATo LIe Is

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Rio Claro - SP)

Revista maravilhosa

~ Estou envi ando a resposta. sobre a revista Catolicismo, realmente é uma rev ista maravilhosa, estou encantada co m todos os comentá rios que nela contém, principalmente sobre as Vidas dos Santos . Achei muito importante as di vulgações sobre prob le mas sociais bras ile iros.

Março de 199B

(J.C.O. -

Maceió - AL)

Rio de Janeiro - RJ)

"Todos os brasileiros devem ser assinantes de Catolicismo"

(A.M. -

Que o Sr. continue divul gando corajosa mente para todos os lares brasileiros estas reportagens.

TFP dos Estados Unidos e os católicos cubanos

Riqueza de todas as matérias desenvolvidas

~ Recebi pela primeira vez a revista. Catolicismo números 558 e 559 relativos aos meses de junho e julho do ano passado. Faço parte ela Campanha "Vinde Nossa Senhora de Fátima não Ta rdeis!", mas ainda não tinha visto a rev ista Catolicismo. Para béns, nota l O. F iquei rea lmente im pressionada pela apresentação e a riqueza de todas as matérias desenvo lvidas por essa revi sta, traze ndo para nós católicos, muitos esclarecimentos. Quero ta mbém, agradecer a linda medalh a q ue recebi, e ele hoje em d ia nte será co m certeza a minh a companhe ira. Muitíss imo obrigada . (L.M.G.F. -

Rio de Janeiro - RJ)

Amor crescente às palavras de Deus, Jesus e Maria

~ Com imenso prazer lhe comunico que estou recebendo a rev ista Catolicismo. Leio, com muita atenção, com ela estou aprendendo a amar cada vez mais as palavras de Deus, Jesus e Ma ri a. Desejo êx ito em uma obra tão bela e importante como esta, que Deus e Nossa Senhora de Fátima os abe nçoe e proteja. Rogo a Deus, por todos que trabalham p,u-a divulgm· as mensagens ele fé nos lares brasileiros . Quero agradecer a medalha que recebi ao fazer mi nha assinatura, muitíssimo obrigada. (P.M.T. -

ltuiutaba - MG)

Flllal Con1lder111tlon, o i lhe Amerlcan TFP on the Eve oi lho Popo's Vlslt to Cuba

Say But a Word and Cuba Will Be Saved

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O diário "Washington Times" publicou o documento da TFP norte-americana em sua edição de 15-1-1998

"DIZEI UMA s6 pa lavra pa ra a d ve rti r a op inião ca tó lica cont ra esses pe rigos, e para d issipar os ma les p resentes, que Cu ba, graças à pro teção da Santíss ima Virge m, será sa lva" . Ass im termina o man ifesto da TFP nOJte-americana, publicado em janei ro último, pouco antes da chegada de João Paulo II à Cuba, em quatro órgãos da imprensa dos Estados U ni dos: "The Was hington T imes" , "The

Wanderer", "Human Events" e "Dim·io lasAméricas", este último de M iam i e d iri gido espec ialmente à numerosa co lônia de c ubanos que vive naq uela reg ião . Esse manifes to mostro u co mo um a in te r p re tação te ndenc iosa dos propós itos do Pontífice poderia m ser aprove itados pelos cató li cos progressistas: 1. Risco de que as concessões feitas pelo Episcopado cuba no fossem profundas e d urado uras, enquanto as do

regime peque nas e mo mentâneas, revogáveis a qu alquer mo me nto por Castro. A lé m d o desco nce rto que causa ria nos fi é is el a iI ha, isto ado rmeceri a a resistência católi ca ao gove rno ficl e l ista, favo rece nd o sua perpetu ação. 2. Ri sco de que o cas troco muni s mo, ao ca minh a r na direção da meta utópi ca de Ma rx - uma soc iedade a utoges ti onária e m que coex istam ao mesmo te mpo a iguald ade e a liberdade fosse saud ado pelos me ios d e co muni cação co m o favo recedor de um a liberali zação interna. No caso dessa ma rcha rumo a um a soc iedade ana rco- 1ibertária, have ndo silê nc io a res pe ito de certos pontos da do utrin a cató li ca - co mo a fa míli a e a propri eda d e pri va d a - n o ensiname nto ministrado aos fi é is, os ca tólicos fica ri am suje itos à tentação ele ac har que se us Pastores favo recem um a política de a pare nte liberalização, mas de rea l aprofun da m e nto do marxis mo. E isso traria prejuízo para sua Fé. 3. O risco de que se cri e um a atmosfera ele dú vid a sobre a legitimidade da propriedade pri vada e da ili ceicl ade de sua e li m in ação, o que poderi a prejudicar a opos ição ao reg ime coletivista de tiran ia e m iséri a ex istente em C uba . O úni-

co ca minho da prosperid ade é a re núnc ia ao coletivismo e esse ponto preci sa fi car cada vez mai s claro. 4. O ri sco de que, com o fim cio e mbargo, empresas multin ac io na is se estabe leçam em C uba, pagando salári os mi seráveis aos trabalhadores, e sem a ameaça da revo lta o perária, porque a tirani a co muni sta ga rantirá a tranqüilidade labora l. Esse fato será vantaj oso para as e mpresas que terão lu cros fáceis, será vantajoso para o cons umid o r oc ide nta l qu e rece berá produ tos baratos, será va ntaj oso para o Estado c ubano, qu e reco lherá impostos, a lé m de fi car menos suj eito à opos ição interna e às críti cas exte rn as, po is o fa to será vi sto como a introdução cio capitalismo na ilha. Mas será imoral. Have rá uma ex ploração selvagem cio o pe rá ri o c ub a n o, tratad o co mo virtu a l mão-de-obra escrava. E há precedentes e m outros regimes co muni stas.

* * *

O ma nifesto re perc utiu vivame nte e ntre os c ubanos ci o ex íli o e e m seto res d a o pini ão públi ca norte-americana, po is pede fi I ialmente a intercessão de que m possui a ma ior influê ncia junto aos cató licos c ubanos. Alé m di sso, ao apontar os pe ri gos de uma ação ingênu a e crédul a em C uba, o docume nto ela TFP justifi cou o rece io daqueles que considera m a atual políti ca cas tri s ta a pe nas ma is um passo do que até agora fo i seu contínuo e imutável obj etivo: a perpetu ação do comuni s mo e m C ub a e s ua fun ção de cabeça-de-ponte ♦ para o utros países.

C ATO L IC IS MO

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ESTADOS UNIDOS

25 anos de marcha pela vida Orlando L ra r. Correspondente

Washington - Desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o aborto, há 25 anos, o País dividiu-se em dois. De um lado, os assim chamados pro -choicers (pela escolha) transformaram o massacre de inocentes numa verdadeira indústria macabra, que anualmente elimina 1,5 milhão de crianças e movimenta bilhões de dólares. Estimase que, desde 1973, quando o famigerado caso Roe vs. Wade abriu as portas para o aborto, cerca de 37 milhões de crianças tenham sido assassinadas no ventre materno, o que constitui o maior holocausto de todos os tempos. Contra tal pecado he-

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e A To LI e Is Mo

diondo, encontram-se os pro lifers (defensores da vida), que não medem esforços para por fim a esse horrendo massacre. Em torno de uma causa comum, centenas de organizações reunem-se todos os anos em Washington, para protestar contra aquela decisão do Judiciário nmte-americano.A manifestação desse esforço é a já conhecida Marcha pela Vida, que em 22 de janeiro último congregou 150 mil pessoas na capital federal. Enfrentando temperaturas abaixo de zero, ventos, neve e chuvas, esses norteamericanos percorrem, por vezes, milhares de quilômetros para participar do evento-símbolo da luta antiabortista em todo o mundo.

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Longe de perder o entusiasmo, a cada ano que passa eles crescem em dedicação e número, notadamente em ambientes da juventude. Neste ano a proporção entre jovens e adu ltos que tomaram parte na Marcha pela Vida foi de três teenagers para um adulto. Por outro lado, no Congresso, os pro-l!fers estão apertando o cerco contra o aborto. Eles já possuem dois terços dos deputados para aprovar medidas restritivas a este crime. No Senado, faltam-lhes apenas três votos para derrubar o veto presidencial que impede a proibição do partialbirth abortion. Recentes pesquisas mostram uma contradição curiosa na opinião pública deste País com relação ao aborto. Perguntado se é "pela escolha" (pro-choice), 50% do público entrevistado responde afirmativamente. Mas per guntado se é a favor do aborto, 56% diz que não. Isso tem provocado, na mídia, o comentário de que o nmte-americano típico é "pro-choice, mas contra o aborto"! Tal contradição pode ser explicada, mas apenas em parte, pela tática abortista de esconder, aos olhos do público, o lado macabro da matança de inocentes. Os abortistas aplicam truques de linguagem, não falando em aborto, mas em escolha, em interrupção da gravidez, direito à privacidade e coisas do gênero. E, acima de tudo, nunca focalizam o aborto do ponto de vista do nascituro a ser sacrificado, da vida inocente e indefesa que será 0

cruelmente eliminada. Para eles o aborto é apenas um problema da mulher, que tem o direito de interromper uma gravidez indesejada, ou de livrar-se logo de um feto malformado. Assim, desviando o assunto da criança para a mulher, conseguem eles maquiar a trágica realidade do aborto. Mas, com o correr do tempo, o público norte-americano vem cada vez mais associando o aborto à idéia de infanticídio, notadamente quando se trata do partialbirth abortion. Neste caso, a criança, já inteiramente constituída, é parcialmente retirada do ventre materno, ficando para trás apenas a cabeça, que é literalmente esmagada, sendo o cérebro do indefeso nascituro sugado por uma máquina. Tais cenas de horror têm chocado consideráveis parcelas da opinião pública dos Estados Unidos, que cada vez mais vêem com simpatia a causa pela-vida. Para ajudar a desfazer as mentiras difundidas pelos abmtistas, a Sociedade Americana de Defesa da Tradição, Familia e Propriedade distribuiu, por ocasião da última Marcha pela Vida (foto acima), dezenas de milhares de cópias do folheto intitulado Roe vs. Wade: 25 Anos de Mentira, no qual a entidade refuta as 10 principais alegações da propaganda abortista. Além disso, a fanfarra da TFP americana já se tornou elemento capital na Marcha pela Vida, infundindo entusiasmo e coragem aos que, por um quarto de século, dizem não à matança de inocentes. ♦

FRANÇA

Modernidade e atualidade da Contra-Revolução Simpósio realizado na França reúne representantes das TFPs de vários continentes Benoit Bemelmans Enviado Especial Fran a

Paris - De 12 a 17 de janeiro último, organizado pela TFP francesa, foi rea1izado na Borgonha (França) um simpósio de estudos, que teve como base conferências do Prof. Plínio Corrêa de OI iveira obre doutrinas e táticas da Contra-Revolução , relativas à propaganda e ao esclarecimento do público. O local escolhido foi uma antiga abadia cisterciense do século XIV, hoje transformada cm hotel , havendo mais de 70 participantes, membros destacado · das TFPs de 16 paí es: Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chil , olômbia, Estados Unidos, França, Itália, Peru, Polônia, Portugal, Reino Unid , Uruguai e Venezuela. Estar na Borgonha foi uma excelente ocasião para apreciar alguns aspectos dos mais expressivos legados da civilização cristã na Europa, que ali floresceu intensamente. Mas não foi sobre isso que se fixou especialmente a atcn-

ção dos pruticipantes, mas sim no simpósio, que transcorreu todo num ambiente de intenso ritmo de trabalho. Os estudos - em forma de exposição - começavam às oito e meia da manhã e se estendiam até às 18:30 hs, com intervalos apenas para as refeições, em que se conversava sobre os temas tratados. Após a última exposição, todos assistiam à Santa Missa, celebrada pelo Cônego José Luiz Marinho Villac, que viajou do Brasil

especialmente para tomar parte nos trabalhos. A presença do Príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança conferiu um brilho especial ao simpósio. Entre outra presenças ilustres, cabe destacar a de três membros do Conselho Nacional da TFP brasileira: Dr. Caio Xavier da Silveira, Dr. Eduardo de Barrós Brotero e Dr. Plínio Vidigal Xavier da Silveira. Aproveitando a ocasião favorável, foi lançada nova edição francesa de Revolução e Contra-Revolução

Abaixo: Vista aérea do Château de Gil ly, na Borgonha, antiga Abadia cisterciense edificada no século XIV, hoje transformada em hotel, no qual se realizou o Simpósio

- obra mestra do saudoso fundador da TFP brasileira e da família de almas das TFPs e entidades afins de todo o mundo - , que vem suscitando vivo interesse no público daquele país. Foram cinco dias de grande significado para a história das TFPs, devido à seriedade dos estudos realizados e à determinação inabalável de seguir trilhando na fidelidade, de forma cada vez mais corajosa, sob o olhar protetor de Maria Santíssima, a via iniciada pelo Prof. Plínio Corrêa ♦ de Oliveira.


FRANÇA

Paris - Na capital francesa, a imensa Place de la Concorde sempre cons(';rvou algo da majestosa grandeza dos monarcas que a construíram e embelezaram. É para ela que se volta instintivamente o melhor do pensa1~ento francês, saudoso de seu passado de glórias. Nela foram decapitados Luís XVI e Maria Antonieta, quando a fúria da Revolução Francesa tentou erradicar do solo da França - filha primogênita da Igreja - as elites que por mais de oito séculos a tinham modelado. Precisamente na Place de la Concorde, num dos salões do Hotel de Crillon, situado junto ao local onde se armou a guilhotina que decapitou Luís XVI, fra nceses ávidos da ordem e da dignidade da vieille France aplaudiram a apresentação do livro O cruzado do século XX - Plinio Corrêa de Oliveira, escrito pelo professor universtário italiano, Roberto de Mattei. Dentre as personalidades presentes destacamos : Mons. Gilles Wach, fundador e Prior Geral do Instituto Cristo Rei; representantes da Fraternidade São Pedro; S.A.R. a Duquesa de Orléans e o Duque e a Duquesa de la Roche-Guyon; o Marquês Luigi Coda Nunziante; o Conde Robert de Moustier; membros da aristocracia francesa como o Conde des Grottes, da Associação da Nobreza Francesa (ANF) e o Conde du

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eAToLIeIsMo

Réau, Presidente daAssociação dos Descendentes de Zuavos Pontifícios; representantes qualificados de associações como Daniel Raffard de Brienne ("Renascença Católica") e Michel de Poncins ("Católicos pelas Liberdades Econômicas"). Ao abr ir a sessão, o presidente da TFP francesa, Benoit Bemelmans, perguntou : "Por que nos reunimos aqui em torno do pensa mento de um brasileiro nós que sempre tivemos pensadores de vulto, modelos de tantos outros?" E respondeu: "Lendo esta biografia, os Srs. entenderão porque aqui nos reunimos em torno do pensamento de um brasileiro. E pela leitura de Revolução e Contra-Revolução, que o Prof de Mattei

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afirma ser a perfeita união entre a teoria e a ação, os Srs. terão um complemento a essa resposta". Pela ordem, falou o sacerdote francês Franck Quoex, do Instituto Cristo Rei, tradutor do livro, que ressalto11i o ideal que animou Plinio Corrêa de Oliveira, sua inteligência e clareza de espírito, sua ardente piedade e a eminente qualidade de suas virtudes, a intrepidez de sua luta e de sua coragem, predicados que o levaram a receber o raro títu lo de "Cruzado do Século XX'. Para o jovem e erudito religioso, no momento do declínio da civilização cristã, quando a ameaça do comunismo se fazia cada vez mais opressiva, procurando levar a humanidade à anarquia e ao caos, Plinio Corrêa

A mesa que presidiu a sessão, composta pelos quatro oradores. Da esquerda para a direita: Rev. Pe. Franck Quoex, Príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança, Prof. Roberto de Mattei e Dr. Eduardo de Barros Brotero

de Oliveira colocou toda sua esperança na Santa Igreja CatólicaApostólica Romana. Em seguida o Dr. Eduardo de Barros Brotero, diretor do Conselho Nacional da TFP bras ileira, felicitou o Prof. de Mattei pela biografia do homenageado, que reuniu a leveza do estilo à erudição do estudo universitário. Ressaltou ainda as justas palavras do Cardeal Stickler no prefácio de O Cruzado do século XX: "Nos períodos de crise e de confusão que a História freqüente mente registra, as biografias dos homens eminentes podem às vezes, mais do que

os abstratos vo lumes de moral ou de f ilosofi a, indicar o reto caminho." Causou viva impressão nos presentes a referência fe ita pelo orador às Notas de Viagem na América do Sul, de Geo rges Clémenceau , onde o conhecido políti co francês tem a respeito da cidade de São Paulo no iníc io do sécul o as seguintes palavras: "A cidade é tão curiosamente f rancesa em alguns de seus aspectos que, durante toda uma se mana, não ti ve a sensação de me encontrar f ora da França". Ainda em sua oração, o Dr. Eduardo de Barro, Brotem mostrou como, lo po nto de vista espiritual, o Prof. Plínio Co rrêa de Olive ira benefi ciou- e da profund a pi edade de sua mãe, Da. Luc íli a Corrêa de Oli ve ira , além da educação recebida dos padres jes uítas. Por fim , o orado r ressal tou ter sido graças à fideli dade ao pr grama cl vici a descrito no li vro cio Prof. de Matte i, qu e Plini o orrêa de Olive ira to rn ou-s um cruzado no se nl ido spiri-

tu a l e c ultura l, marcad o pelo idea l de restauração da c ivili zação cri stã e pe la confi ança na intercessão da Santíss ima Virgem Mari a. O Prof. R o be rto de Matte i, com o espírito uni versa l que caracteri za o romano, sali entou sua alegri a profunda ao homenagear o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira como um grande protagonista do sécul o XX, que ele não só admira mas do qual se considera di scípul o. "Escrevi meu livro em lembrança do eminente personagem que tive o privilégio de conhecer pessoalmente, sobretudo para propo,; na pessoa e na obra de Plínio Co rrêa de Oliveira, um mo-

dela de homem de pensamento e ação, um itinerário de vida para nosso tempo. Isso constitui bem a fu nção primeira das biograf ias". Após expli car o se ntido da palavra "cruzada" ao lo ngo da Histó ria , co ncluiu que tal disposição de a lm a tão ge nuin a me nte cri stã e européia fl oresceu na alm a de um j ove m bras il e iro, nas cid o e m São Paulo, em l908. Para o Prof. de Mattei, o nome e a viagem do Titanic pareciam simboli zar a hi stóri a deste século, que se abri a num a atmosfe ra de euforia e otimismo para terminar em naufrágio. Entretanto, essa eufo ri a e esse otimi smo não tocaram o co ração do jove m Plíni o que, anos mais tarde escreveu: "Quando ainda muito j ovem, considerei enlevado as ruínas da cristandade; a elas entreguei meu coração. Voltei as costas ao meu f uturo e .fiz daquele passado ca rregado de bênçãos o meu porvir. .. "

Vi ão parcial do se /elo público que compareceu ao salão Des Aig les do Hotel de Crillon, em Paris, onde se realizou a essão

Por fim , S.A.I.R. Do m Be rtrand de Orl éa ns e Bragança, que presidiu a sessão-, enquanto Príncipe de sangue do Brasil e também da França - entusiasmou o numeroso público que lotava o Salon des A igles (Salão das Águias) ao discursar de improviso sobre a ami zade recípro ca que uni a o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira a seu pai , o Prín c ipe Do m Pedro Henrique de Orl éans e Bragança. A tal ponto que este não hesitou em confi ar ao saudoso homenageado o co mpl emento da form ação de seus dois filhos pe1tencentes à TFP: Do m Lui z de Orléans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e o próprio orador. Após suas palavras, uma senhora fra ncesa, nobre ela mesma, comentou: "Se nós tivéssemos cinco ou seis príncipes como este, o mundo não teria afun dado no caos em que nos encontramos!" Terminada a sessão, foi servido um coqu etel no salão Ma rie -Anto in ette. A conversa, sempre animada, prol ongou- se por mais de uma hora num clima de cortes ia, g ravid ade e ornato. Sentia-se um pouco o ambi ente da vieille France. ♦

eATOLIeISMO

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Dois ti()os ~éligiosidade PUNIO CORRÊA DE ÜLIVEIRA

A BELA ·IMAGEM de nosso Redentor apresentada à esquerda, venerada no conhecido Santuário do Bom Jesus de Pirapora (SP), exprime bem o estilo de religiosidade brasileira. Não entra nessa afirmação qualquer conotação nacionalista, mas digo isso em outro sentido. Assim como a cada pessoa, individualmente, a Providência Divina concede graças especiais, muitas vezes Ela o faz também a uma nação. E o estilo dessa imagem é o que procura comover o fiel pelo doce olhar de Nosso Senhor Jesus Cristo; ao mesmo tempo em que Ele sofre por nós, Ele nos ama e perdoa. Durante a Paixão, São Pedro havia negado o Divino Salvador três vezes. Mas um só olhar do Redentor da humanidade, cheio de amor e compaixão, comoveu o Princípe dos Apóstolos e o modificou inteiramente. O povo brasileiro, que é dotado de um temperamento muito afetivo, pode sensibilizar-se pela manifestação de um carinho desinteressado, do amor que se dedica sem esperar retribuição, por mera bondade. Ao brasileiro tal manifestação de dileção toca especialmente. Essa forma de sensibilidade difere da religiosidade dos povos ibéricos. O estilo de piedade espanhol, por exemplo, é um tanto distinto. Qual é a diferença? A meu ver, ela reside num matiz. Mas, em se tratando de Nosso Senhor, os matizes são muito importantes. Nas imagens da Paixão esculpidas na Espanha, há uma nota de tragédia. Nosso Senhor exprime um estado de luta contra a dor, como que num combate contra Sua natureza humana, revelando suportar imenso sofrimento. E as disposições de Nosso Salvador em relação a Deus Padre, expressas na frase-:- "Faça-se a Vossa vontade e não a Minha" - mani1festa, com propriedade, certos traços da alma hispânica. Tal atitude não corresponde bem à posição de alma - mais doce - do brasileiro ... Enfim, Deus atrai alguns homens de uma maneira, e outros de modo diverso. Mas, apesar dos matizes dissemelhantes, somos todos filhos do mesmo Criador. Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores daTFP em 14 de abril de 1987. Sem revisão do autor.

Abaixo: Detalhe de esc11lt11r,1 espanhola, ,111/or desconheci<lo Museu do Esl,ICIO, Amsterdá (Hol,1111/,1)



\ ABR I L

DE

1998

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5 6 8

Nesta Ed i çao

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g. Igualdade econômica: nada pcrtcncc a ninguém , tudo pertence à coletividade. Supressão da propri edade pri vada, do direito de cada qual ao rruto integral de seu próprio trabalh o e ü escolha de sua pro fi ssão.

• h. Igualdade nos aspectos exteriores da existência: a variedade redunda facilm ente em desi gualdade ele nível. Por isso, diminuição quanto possíve l da variedade nos trajes, nas residênc ias, nos móveis, nos hábitos, etc. • i. Igualdade de almas: a propaganda como que padroniza todos as almas, tirando- lhes as peculiaridades , e quase a vida própria. Até as dil'crcnças de psicologia e atitude entre sexos tendem a minguar o mais possível. Por tudo isto, desaparece o povo que é essencialmente uma grande ramília ele almas diversas mas harmônicas, reunidas cm torno cio que lhes é comum. E surge a massa, com sua grande alma vazia , coletiva , escrava 1 •

• j. Igualdade em todo o trato social: como entre mais velhos e mais moços, patrões e empregados, professores e alunos, esposo e esposa, pais e filhos, etc.

Comprec nd ' s -, poi s, qu ' a Revolução. runda111 ·11t al111 ent ' i •ua lít ár ía, so nhe cm f'undir todas as raças , todos os po vos e todos os Estad os ' lll uma s6 rn~·a, um sô povo e um só Estado ' .

• 1. Igualdade entre as diversas partes do país: pelas mes mas razões, e por um mecanismo análogo, a Revolução tende a abolir no interior das pátrias ora existentes todo o sadio regio nali smo político, cultural , etc.

• m. Igualitarismo e ódio a Deus: Santo Tomás cnsina 1 que a diversidade elas criaturas e seu esca lonamento hicnírquico são um bem cm si. poi s assim melhor resplandecem na criação as perfei ções do Criador. E di z que tanto entre os Anjos·' quanto entre os homens, no Paraíso Terrestre como nesta terra de exílio' , a Providência instituiu a des igualdade. Por isso, um universo de criaturas iguais seria um mundo cm que se teria eliminado cm toda a medida do possível a semelhança entre criaturas e C riador. Odiar, cm princípio , toda e qualquer desigualdade é, pois . colocarse mctafisicamcntc co ntra os melhores elementos de semelhança entre o Criador e a criação, é odiar a Deus.

• k. Igualdade na ordem internacional: o Estado é constituído por um povo independente exercendo domínio pleno sobre um território. A soberania é, assim , no Direito Público, a imagem da propri edade. Admitida a idéia ele povo, com características que o dil'crcnciam dos oult'os, e a de soberania, estamos forçosamente cm presença ele clcsi gualcladcs: ele capacidade. de virtude, de número, etc. Admitida a idéia de território, temos a desigualdade quantitativa e qualitativa dos vários espaços territoriais.

Na próxima edição, publicaremos a correlação que o autor de Revolução e Contra-Revolução faz entre o orgulho, gerador de todo o igualitarismo, e a sensualidade, causadora do liberalismo.

Nota~: 1. cl"r. Pio X II . Radiomcnsagcm do Na1al de 1944 "D iscors i e Radi omcssaggi". vo l. VI. p. 239. 2. cfr. Pane I Ca p. XI. l 3. cfr. Co111ra Gcnlilcs. li . 45: Suma Tco16gica. 1. q. 47. a. 2. 4. cfr. Suma Tcol<\:ica. 1. q. 50. a. 4. 5. cl"r. op. ci1. . 1, q. 96. a. 3 e 4.

2

20

Revoluc;ão e

Congresso

Contra-Revoluc;Jo

TFP convoca correspondentesesclarecedores

Igualitarismo: exemplos em diversos campos

23

4

Capa

!\. palavra do Diretor

5 P ~'ígina Mariana Milagre da imagem de N. Sra. da Soledade, de Caracas

7

Reflexão sobre as causas dos sofrimentos de Cristo na Paixão e de Seu Corpo Místico

29 S.O.S. Fan1.ília A força do exemplo

A realidade concisarnen.tc No Sudão, cristãos perseguidos e escravizados

a

30 Vidas ele Santos Santo Estêvão Harding: cofundador de Cister

A palavra do sacerdote

34

Espírito sobrenatural e superstição; idolatria e culto às imagens; casa,nento ,nisto e reencarnação

Entrevista

10

Atuação marcante da

Associação Ale111ã pró Civilização Cristã

37

f fistcíria

Escrevern os leitores

As três etapas do processo demolidor da Cristandade medieval

Santos e festas e.lo mês

38

14

40

Nacional

Verdades Esquecidas

Dados errados na raiz da Reforma Agrária

A inimizade entre Nossa Senhora e o demônio

16

41

Internacional

TFPs em ação

China comunista: tirania política, blefe econômico

Imagem milagrosa de N. Sra. de Fátima na TFP brasileira

19 Destaque

44

No Brasil, esplêndido livro sobre Sta. Teresinha

An1bientes, Costu1nes, Civil izac;ões A gaita, a jandaia e o realejo

CA TO LICISMO

Abril de 1998

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;_:,~p~::. ~ir~~~tr~.:;-ª:ow~tor .

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,

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...

,

Nossa Senhora da Soledade

Amigo leitor,

Lançada ao mar, imagem milagrosamente salva

"E as portas do inferno não prevalecerão contra Ela" (Mt 17 , 18)

Com essa promessa, quis o Divino Mestre nos dar uma garantia, fundamental para nossa fé, da indestrutibilidade de Sua Igreja. Conhecedor do futuro, Nosso Senhor Jesus Cristo já antevia as inúmeras provações pelas quais passariam os católicos fiéis, os quais, apoiados nessas palavras, conseguiriam vencer as tentações de desânimo, que podem ameaçar a própria fé. Com efeito, com a certeza da indefectibilidade da Santa Igreja, podemos o lhar de frente certas misérias e mesmo tragédias que A assolam, mantendo a tranqüilidade dos homens confiantes, cuja certeza da vitória é inabalável. Com base nesses pressupostos, recomendamos especialmente à atenção de nossos leitores o artigo de capa desta edição Paixão de Jesus Cristo, Paixão da Santa Igreja, amplamente documentado. Que ele seja lido com a tristeza e seriedade de urna meditação sobre a Paixão de Nosso Senhor, que é comemorada neste mês, mas com os olhos postos no triunfo da Páscoa da Ressurreição.

A História prodigiosa de uma das mais antigas e veneradas invocações marianas da Venezuela comprova, a exemplo das maravilhas operadas pela Mãe de Deus em suas aparições ao cacique da tribo dos Coromotos, o amor e a proteção que Ela dedica àquela nação hispano-americana

* * * Antes de terminar, um comentário: Houve época em que o centro cio noticiário e das matérias divulgadas pe los órgãos de imprensa era o universal. Hoje, tal centro se vai deslocando cada vez mais para o individual. A tendência crescente do leitor moderno é interessar-se por acontecimentos que lhe sejam próximos, que se tenham passado corno que tocando em sua pessoa. Ora, Catolicismo sempre deu preferência a publicar em suas páginas matérias de interesse universal. Por isso, os altos índices de renovação de assinaturas que temos obtido indicam o nível elevado de nossos leitores, que sabem discernir e apreciar nas páginas de Catolicismo o enfoque dos temas com urna visão panorâmica dos acontecimentos, tanto na esfera espiritual quanto temporal. É urna boa notícia que nos dá imenso agrado consignar. Em Jesus e Maria,

9:~07 D IRETOR

4

C A "r O L I C I S M O

V AL IJJ S

DoM JOÃO DEL CORRO e sua es-

Preços da assinatura anual para o mês de ABRIL de 1998:

posa, Dona Felipa de Ponte e Villena, hav iam sobreviv ido anos a fio a todos os desafios que faz iam parte da vida quotidiana de um colono espanhol na Venezuela de 1650. Porém, agora Dona Felipa estava morrendo. Não falecia como res ultado de um terremoto, tão comum naquelas regiões; o último de grande porte ocorrera em 1641. Nem de um ataque de piratas protestantes, verdadeiro flage lo da época. O inglês Jackson, o holandês Balwin e o francês Gramont tinham sido felizmente repelidos pelas tropas espanholas em 1643 e 1645. Também não fora vítima do ataque de índios selvagens, os temíveis caribes do cacique C hiparara, o qual preparava a última insurreição indígena contra os colonos. Nem sequer fora atingida por uma das epidemias de varíola, que qua-

G RI NS'J'EJNS

se despovoaram o v izi nho va le de Caracas; o u atacada por feras e cobras ! E la morr ia Imagem de N . Sra. da So/edade, igreja de São Francisco, Caracas ao dar à luz seu fil ho Francisco. Os escassos conheciEspan ha - para a igreja de São Franc isco, de Caracas. mentos médicos da época, ainda mais numa remota região da costa do Mar do A Santíss ima Virgem ouviu a oraCaribe chamada Naiguatá, não alimenção confiante desse angustiado devoto tavam esperanças de que Dona Felipa e tanto a mãe quanto o fil ho sobreviveram . Restava agora o problema do cumpudesse sobreviver. primento da promessa. Prom~ssa Em nossos dias seria fácil. Mas no século XVII as dificuldades de comuniHomem de fé, seu esposo não hesi cação eram imensas. Na Venezuela colotou em recorrer à proteção da Santíssima Virgem . Prometeu que , se sua esposa e nial de então não havia quem pudesse fazer o trabalho. Poder-se- ia encomendar a filho sobrev ivessem, ele faria a doação imagem no México ou no Peru , onde flode uma cópia da imagem de Nossa Seresciam escolas de escu ltura sacra. Mas nhora da Soledade - que se encontra uma disposição emanada de Madri proino Convento da Vitória , de Madri ,

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C AT O L IC IS MO

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JjlJJ'-~~-~~~-~~ JJ1 bia o comércio entre as colônjas. Tudo ·~ . devia ser pedido à Metrópole. Foi por isso que só efn 1653, ao partir uma nau para a Espanha, Dom João pediu ao seu comandante, Dom Sancho de Paredes, o favor de obter a almejada imagem . Dom Sancho era ami go da família e o encargo que recebeu ilustra bem orelacioname nto humano daq uelas épocas de Fé e retidão. Prometeu que, ao chegar à Espanha, mandaria executar a cópia da imagem pelo melhor escultor que conseguisse, bem como. os trajes e ornamentos para revesti-la, tudo a fio de ouro e prata. Só depois de retornar ele lhe apresentaria a conta, que Dom João ass umiu o compromisso de pagar, mesmo qu e para isso tivesse que vender todo o seu patrimônio, que consistia num a esplêndida fazenda, situada e m larga faixa de terra, d as monta nhas até o m ar. Tal contrato, que a atualmente soa como algo incompreensível, tomou-o Dom Sancho com toda naturalidade. Assim , quase um ano depois, retorna da Es panh a em direção ao porto de La Guaíra, próximo à fazenda Naiguatá, de propriedade de Dom João. A imagem, com seus ornamentos, foi aco ndic ionada numa grande caixa. E a conta a ser paga não era pequena!

Tragédia: a imagem é atirada ao mar! A navegação corria normalmente até que, no mar do Caribe, seu navio, o São Fernando, depara-se com um furacão. A um leitor brasi leiro é difícil imaginar o que possa ser uma borrasca marítima naquela região, ademais tratando-se de uma precária embarcação de madeira daquela época. E m plena noite, em meio aos vagalhões, marinheiros desdobram-se por toda parte para manter o navio flutuando. De seu posto de comando, Dom Sancho tudo coordena. Mas vê-se obrigado, em certo momento, a mandar jogar ao mar parte da carga, pois do contrário a nau afu ndaria. Ocorre então a tragédia. Apavorados e confundidos pela escuridão, os marinheiros acabam lançando ao mar a pe6

C ATO L IC ISMO

sada caixa contendo a própria imagem da Virgem e seus ornamentos. Qual terá sido a deso lação de Dom Sancho, uma vez terminada a tormenta, ao verificar o fato irre paráve l. Porém, era també m ele um home m de fé e nessa situação angustiante elevo u fervorosas preces Àquela que é a Mãe de Misericórd ia. O mal estava fe ito e j á não havia remédio senão expli car o ocorrido ao seu ami go, Dom João. Para não falar da pesada conta a ser resgatada. Naquele tempo, a chegada de um a nau, av istada em alto mar, era notíc ia de grande importância. Não tardou Dom João a acorrer ao porto para ag uardar que a São Fernando atracasse. Foi e ntão que ouviu do angustiado Dom Sancho o relato da perda da imagem.

Inexplicável desembarque E ntretanto, para sua surpresa, Dom Sancho notou que o amigo permanecia inteiramente calmo, apesar da brusca e trágica notícia. Dom João disse- lhe então para não se preocupar, pois já hav ia conseguido a imagem tal qual desejava. Q ue partissem imediatamente para vê-la.

-Aqui na Venezuela? Mas se não tem quem afaça!, redargüiu Dom Sancho. - É, mas consegui uma. Venha à minha fa zenda e a verá, acrescentou Dom João. E le não quis contar, naq uele mome nto, que dias antes fora chamado por seus empregados, que haviam encontrado na praia da fazenda um a caixa. Ao abri-la, depararam com um a magnífica imagem de Nossa Senhora da Soledade, com todos os seus ornamentos. Vendo que a imagem correspondia exatamente ao seu pedido, logo concluiu que se tratava de um portentoso milagre. Mas desejando tirar a limpo o fato, nada disse ao deprimido capitão. Este, ao c hegar à faze nda, viu a imagem e ficou pasmo e admirado. Após observá- la atentamente comentou:

- Se não estivesse tão certo de ter lançado ao mar a imagem que eu trazia, diria que é esta, de tal modo se parece com ela. Foi só neste momento que Dom João levou o amígo para uma sala ao lado, onde se e ncontravam a caixa em que estava a imagem, os vestidos e os galões de prata e ouro. Ao ver estes obje-

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tos, Dom Sancho certificou-se do grandio so mila g re. A pesada im age m , lançada ao mar a muitos quilô metros de di stância, chegara à fazenda no mesmo dia e m que fora atirada n' água. O prodigioso acontecimento não tardou a ser conhec ido em toda a colônia. E o traslado da imagem à Igreja de São Francisco, em Caracas, onde é venerada até nossos dias , marcou é poca .

* * *

Ta l mil agre não é um fato isolado na história da Venezuela. Somam-se a ele as maravilhosas aparições de Nossa Senhora ao caciq ue da tribo dos índios Coromotos, em J652 (*), portanto apenas dois anos antes do ocorrido com a image m da Soledade. Na mesma época tiveram início as mi ssões e ntre os índios pe los frades capuchinhos, 23 dos quais seriam martirizados por esses ferozes pagãos. Tais acontecimentos desencadearam um afervoramento religioso entre os colon os e favoreceram e norme me nte a catequese e assimilação dos indígenas. É realmente impressionante constatar como a Divina Providência suscitou a fundação de tantas novas nações, sobretudo na Íbero-América, justamente na época em que a Santa Igrej a sofria o terrível embate do protestantismo, surg ido no século anterior, mas que conquistara vários países da Europa e ainda assolava o Velho Continente. E no mesmo século XVII, no decorrer do qual outra terrível heresia - o jansenismo - tentava desviar os fiéis, especialmente na França e na Bélgica, da ortodoxia católica, para fazê-los abraçar, em boa medida, princípios protestantes mitigados. Os fatos narrados fazem parte da gloriosa história do nascimento de uma dessas nações, a Venezuela, que teve uma origem tão cató li ca. ♦ (*) Ver in Catolicismo, Nossa Senhora de Coromoto, História de uma predileção, (Set./76, nº 309).

Fontes de referência 1. Irmão Nectario Maria, Ven ezuela Mariana, lm primerie de la Seine, Montreuil -sous-Boi s, França, 1930. 2. Franc isco Izquierdo Martí, lmágenes de Maria en Venezuela, in rev ista "La lnmaculada" , Caracas, 1904.

Drogas em aumento: ameaçada Jll\lentude brasileira Desde 1987 houve quatro levantam entos entre a juve ntude brasileira sobre consumo de drogas. O último, feito e m 1997 co m 15.503 ado lescentes, entre l Oe J8 anos - nascidades de Belém , Belo Horizo nte, Bras íli a, C uritib a, Fortaleza, Porto Alegre, Rec ife, Rio de Janeiro, Salvador e São Pau lo - , apresenta resultados preocupantes.

Cristãos do Sudão: perseguidos e escravizados! Dos habitantes do Sud ão - país locali zado na África, ao su l do Eg ito, 60% são muçulmanos, J5 % cristãos e o resto pertence a rei igiões loca is, geralmente an imi stas. A imposição da sharia [lei maometana com base no Corão] transformo u a vida cios cristãos sudaneses num calvári o contínuo . Um Bispo suda nês dec larou: Não nos dão licen-

ça para construir centros culturais, nem igrej as. Quem não é muçulmano, é um cidadão de segunda classe. A Igreja lamenta ainda a destruição de templos e escolas. Isto não é tale rânc ia". Em Cartum , a cap ita l, onde ex istem 500 mil fiéis cató li cos , o governo só perm ite duas paróquias. As minorias cristãs do su l do país são perseguidas e escravizadas, tendo surgido,

A pesquisa fo i realizada pelo Centro Bras ile iro de lnformações sob re Drogas Psicotrópicas, cio Departamento de Psicologia ela Universidade ele São Paul o. O índice cios que já consumi ram drogas, pelo menos uma vez, subiu em JO anos de 2 1, 1% para 24,4%, variando entre 30,5% em Po1to Alegre e 19% em São Paulo.

na região, uma resistência armada para preservar os princípios cristãos. Dezenas ele alde ias são arrasadas mensalmente e seus habitantes vendidos co mo escravos . Os meninos são ed ucados na religião de Maomé e as meninas entreg ues como co ncubi nas a muçulmanos ri cos. Uma organi zação suíça,

Solidariedade Cristã Internacional, compra escravos no Sudão para os libertar depois. Paga 80 dó lares por escravo. Desde 1995 já resgatou 800 deles. Mas há dezenas de milhares que continuam no cativeiro! ♦

Em tod as as c idades, o consumo é maior e ntre os estudantes do sexo masc ulino. Entre os al unos maiores de 18 anos, o consumo, pe lo menos uma vez, pulou de 30, 1% para 34,5%. A maconha, a cocaína e também o álcoo l - que não esteve nos resultados finais ela pesquisa, por ser legal - são as de uso freqüente. Pe rg untad o sobre a descriminação da maconha,

Sou totalmente contra. Não há sombra de dúvida de que a maconha é a porta de entrada para o consumo de drogas pesadas". É óbvio que o aumento do co nsu mo de drogas é sintoma da decadê ncia da formação moral e religiosa. ♦

Sua roça está sendo devorada? Seja sócio de um índio ... O advoga d o Minoro Massuda é o propagandista desta sol ução ori ginal. Preside nte cio Centro Ecológi-

co de Reprodução e Integração Animal, que representa comunidades indígenas, e le afirma que tem o apo io de sindicatos patronais de 23 municípios cio Vale cio Ri beira, em São Paul o. E também vai fazer propaganda ele sua saída engenhosa na A lta Noroeste ( outra região de São Paulo), onde bandos ele capivaras estão destrui ndo lavouras e pastagens.

"Basta o branco fa zer parceria com o índio, a quem constitucionalmente pertence a fauna e a flora do País", aconselha o Dr.

Combatente cristão no Sul do Sudão reza antes de entrar em combate

o General Alberto Cardoso, C hefe do Gabinete Militar da Presidênc ia ela República, responde u: "Nem pensar.

Mass uda. Ele lembra ainda que a Constituição e o Estatuto dos Índios garantem tota l liberdade para os sil vícolas explorarem os rec ursos naturais. "O homem branco é preso quando ma-

Parceria com índio: saída engenhosa para se livrar de capivaras ...

ta um animal silvestre, o índio não " , observa. E conc lui ; "No Norte, eles vendem madeiras e outras riquezas e, em São Paulo, fariam parceria com os fa zendeiros para vender capivara, passarinhos e plantas medicinais ". Convenhamos, a extravagânc ia ele nossas leis pode ser motivo de pasmo no mundo inteiro... ♦

CATO LICISMO

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Cônego J OSÉ LUIZ VILLAC

PERGUNTA 1. O que tenho que fazer quando chega um crente e fala com a gente? Devo atender ou dar desculpa e mandar ir embora? 2. Qual é a difere nça entre rezar e orar? O que tem sido muito explorado por determinada Re ligião. 3. Gostaria que o Sr. esclarecesse a diferença entre superstição e espírito sobrenatu ral. Mais especificamente o que é espírito sobrenatural. 4. Por que a Bíblia combate tanto a idolatria re lativa à imagem e outros dogmas, quando a Igreja Católica a pratica abertamente. 5. Sou casado com uma moça evangélica, às vezes entramos em choque de opin iões, como devo proceder? Meus fi lhos de 6 e 14 anos ainda não fo ram batizados. 6. A Bíblia não fala em reencarnação, porém tenho estilo de outras vidas e sinto que já vivi em outro lugar.

RESPOSTA

1. Devido ao grau de fanatismo dos crentes que vão de porta em porta, não adianta tentar convertêlos. Por outro lado, o católico não deve expor sua Fé em discussões com gente mal-intencionada. Há sempre o perigo de o demônio aproveitar-se de uma situação dessas para tentar a pessoa contra a Fé. Como a Fé é o maior bem que possuímos, o melhor é dizer logo, clara e abertamente, que se é católico e não se quer discutir. Deve-se dizer isso com firmeza, mas sem brutalidade e dar por encerrada a entrevista indo embora ou fechando a porta. 2. Não existe ' nenhuma diferença real. Rezar, ou orar, é dirigir-se a Deus para adorá-Lo, agradecerLhe, desagravá-Lo, manifestar-Lhe o nosso amor,

a

CATO LIC ISMO

ou para pedir-Lhe algo relacionado com a salvação, ou em alguma necessidade da vida. Entretanto, rezar indica mais geralmente a oração vocal, aquela em que, além da aplicação .da mente, se pronuncia fórmulas ou pedidos como súplica. Orar é mais aplicado àquela forma de silencioso colóquio com Deus, meditando de modo discursivo a respeito de verdades da Fé, pontos de moral, vida espiritual, etc. ou contemplando de modo intuitivo os atributos de Deus ou os Mistérios da Fé. É o que se chama oração mental, meditativa ou contemplativa. 3. Superstição é atribuir a uma coisa, a uma fórmula, a um ato, um valor desproporcional a eles. Por exemplo, que se pode descobrir nos astros o fuAbril de 1998 ,

turo (astrologia), ou que usar roupas de uma determ i nada cor ou figas e amu letos podem trazer sorte ou evitar males (vã observância). É também fazer orações a Deus e aos Santos, mas num espírito supersticioso errado, como se fosse compra e venda: eu rezo, eu prometo, logo eu consigo. Isso é não levar em conta a liberdade divina, os planos que Deus tem para cada alma. A eficácia e a infalibilidade prometida por Nosso Senhor à oração depende, por exemplo, no caso de súplica, de que se peça coisas razoáveis, úteis à própria salvação ou à salvação do próximo, e que sempre redundem na Maior Glória de Deus. Em última análise, a superstição está presente na magia que pretende obter efeitos superiores às causas, ou obrigar Deus a satisfazer às ambições e aos caprichos do homem mediante a intervenção do demônio. Foi a tentação com que a serpente induziu e conseguiu que Adão e Eva desobedecessem a Deus e comessem do fruto proibido: "sereis como deuses" (Gn 3,5). O espírito sobrenatural, pelo contrário, é obra da graça é desinteresseiro, ama a Deus sobretudo por causa dEle, por ser Ele amável sobre todas as coisas. Ama-O como Pai amoroso, e por isso pede continuamente coisas a Ele, como um filho faz em

relação ao próprio Pai. Pede com confiança, com amor, com abnegação, mas não como uma exigência, e m uito menos querendo obrigá-Lo a atender o suplicante por meio de fórmulas ou ritos supersticiosos . É preciso ter em vista que as fórmulas das orações aprovadas pela Igreja, os ritos sacramentais, etc., nada têm de mágicos, mas foram indkados pelo próprio Deus, ou inspirados por Ele e aprovados pela Igreja. É muito diferente dessas fórmulas supersticiosas, cheias de coisas estranhas e descabidas. O espírito sobrenatural é fruto da Fé, da crença inabalável na santidade e no poder de Deus, na santidade da Igreja, no poder de intercessão dos Santos, dos Anjos, e das almas piedosas. Ele é o contrário doespírito mundano e naturalista das pessoas que só vivem para este mundo, como se este fosse o nosso destino definitivo. O Céu é a Pátria que devemos almejar. Para lá devem tender continuamente nossas almas, nossas súplicas, nossos desejos. Quem tem espírito sobrenatural vive continuamente em vista de seu fim último, e faz da vida da graça, oriunda do Batismo e mantida pelos sacramentos e pela oração o centro de sua vida. 4. Idolatria é prestar um culto de adoração a um ídolo. Ídolo é a represen-

tação de uma falsa divindade. Os povos antigos e ainda hoje muitos povos pagãos - cultuavam essas falsas divindades, às vezes com ritos sangrentos ou obscenos "Os seus deuses são demônios", diz a Sagrada Escritura! O pecado de idolatria é de suma gravidade pois vai contra a Majestade divina, prestando ao demônio um culto só devido ao Criador. A Igreja Católica sempre c_ondenou severamente o culto idolátrico, pois Ela promove o culto de adoração somente ao Deus único e verdadeiro e não a falsos deuses ou ídolos. O culto que se presta às imagens de Nosso Senhor, de Nossa Senhora e dos Santos, não é tomando tais imagens como se fossem habitadas por deuses como criam os pagãos mas sim como símbolos, como representações do Salvador, de Sua Mãe ou dos Santos. É um culto de veneração, que se dirige a eles através de seus símbolos. 5. A Igreja proíbe severissimamente o casamento entre católicos e não católicos - chamado "casame nto misto" pelos perigos que corre a Fé nesses casos. Para contrair casamento com

pessoa não católica é preciso dispensa eclesiástica, q ue só é concedida face a razões gravíssimas, e mediante cautelas ajuramentadas assinadas pela parte não católica. Uma vez casados, nas discussões entre o casal a respeito de religião, a parte católica deve proceder com

mente se descuidarem desta obrigação, protelando por mais de 10 ou 11 dias - sem motivo justo - o batismo de seus filhos. É esta a sentença do "Príncipe dos Moralistas", Santo Afonso Maria de Ligório. 6. A teoria da reencarnação já foi levantada por filósofos da Antigüidade e

Moisés, impelido por santa ira, atirou as tábuas da Lei em terra e as quebrou. E depois lançou ao fogo o bezerro de ouro que o povo israelita, pervertido à idolatria, estava adorando (Gn 15, 19 e 20)

caridade e absoluta firmeza, procurando demonstrar a verdade de sua Fé. Para tanto é preciso que estude e se informe a respeito dos temas mais objetados pelos protestantes. Quanto ao batismo dos filhos, os pais têm grave responsabilidade em fazer batizar os filhos logo que possível, para que participem da vida da graça e se tornem membros da Igreja, libertos da escravidão do demônio. Eles pecam grave-

era propalada por várias religiões pagãs . No entanto é um absurdo tanto filosófico como teológico. Por que razão Deus, infinitamente sábio e poderoso, iria criar um ser dotado de inteligência e vontpde, como o é o homem, e fazê-lo passar por existências sucessivas? A personalidade humana exige unicidade, pois pela sua inteligência abarcati va e vontade livre o homem conhece o que lhe

é necessário e escolhe que via trilhar. Ele é plenamente responsável pelos seus atos e sabe que será premiado ou castigado por eles. Se houvesse várias reencarnações, um homem teria várias personalidades, e portanto não haveria unicidade no homem. Do ponto de vista religioso, o Verbo de Deus se encarnou para Nosso Senhor Jesus Cristo salvar cada ho mem. Então, não haveria sentido várias voltas à terra para o mesmo homem ser redimi d o, uma vez que a Redenção já foi operada de uma vez para sempre pelos méritos infinitos de Nosso Senhor. O prêmio ou castigo pelas virtudes ou pelos pecados o homem já pode receber uma parte aqu i na Terra, mas isto dar-se-á plena e definitivamente no Céu ou no Inferno, onde ele ficará fixo pela eternidade. Há, porém, certos fenômenos psicológicos mediante os quais o homem muitas vezes tem a impressão ilusória de já ter visto uma cena, passado por uma cidade, etc. É um fenômeno estudado pelos psicólogos e resulta da fantasia e da imaginação - geralmente exacerbadas - que provocam essas estranhas sensações. ♦

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çou a prega r que estava próximo o fim do mundo, que e le era o anjo predito pelo Apocalipse para a nunciar toda uma série de catástrofes. E as catástrofes de fato co meçaram no séc. XVI, com o Protestantismo.

1ª Revolução O protestantismo: revolução religiosa provocada pelo orgulho e a sensualidade.

Da esquerda para a direita: Lutero, Danton e Marx, homens-símbolo, respectivamente, das três Revoluções protestantismo, Revolução Francesa e Revolução comunista

As três Revoluções*:

etapas da destruição da Cristandade medieval Apresentamos a seguir aos leitores excertos da conclusão da conferência do Prof Plinio Corrêa de Oliveira, cuja primeira parte publicamos na edição de março sob o título "Idade Média: caluniada por ser realização da Cristandade na História" fuós A DESCRIÇÃO da ordem medieval, torna-se muito mais fáci l a exposição das Três Revoluções, ressaltando melhor o nexo existente e ntre elas. Quando estudamos a Idade M édia, verificamos que e la teve altos e baixos, que foram superados; e crises de orgulho e sensual idade, também dominadas. Entre essas crises está a do séc. XIII, quando Nosso Senhor suscitou a Ordem 10

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· dos Franciscanos, que praticava em grau exímio a humildade e a pureza. Suscitou a Ordem dos Dominicanos, para pregar essas mesmas virtudes num terreno mais intelectual . São Francisco, São Domingos, Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, e tantos outros santos dessas Ordens, foram luzeiros que repeliram a maré montante do orgu lho, da sensualidade e das heresias, salvando assim a Idade Média.

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Por essas ou aquelas razões, no séc. XV o orgulho e a sensualidade cresceram de novo, de modo imenso, talvez sem precedentes. E não apareceram mais santos para apregoar a necess idade de uma reforma de costumes, para dar nova vida à pureza e à humildade, para pregar com o calor e o êxito de São Dom ingos, São Francisco e outros santos, que conseguiram desviar o curso das coisas na sociedade inteira. O res ultado fo i que se levantou um sa nto, São Vicente Ferrer, que come-

* Es te é o título ori gin al de co nferências que o Prof. Plíni o Corrêa de O li veira pronunciou a partir da década ele 40. Ao repetir a mesma ex posi ção pa ra sóc ios e cooperadores ela TFP em 25 ele março ele 1965, o orador, discernindo uma 4" eta· pa, então nascente, cio processo revo lucionário, denunciou a revolução anarqui sta hippy. Sem rev isão cio A utor.

A Igreja Cató lica , segundo ensinamento de São Pio X, é uma Igreja de desiguais. Uns foram instituídos para ensi nar, governar e santificar. E outros para serem e nsinados, governados e santificados. Estes últimos são os le igos (cfr. Encíclica Vehementer, de I l-2-1906) . Nesta sociedade de desig uai s há uma hierarquia: Cardeais, Arcebispos , Bispos, cônegos, párocos e coadjutores. Em baixo, o povo fiel, que está para a Igreja, como a plebe para a sociedade civil. O protestantismo nega a autoridade doutrinária da Hierarquia ec les iástica. Cada qual tem o direito de interpretar a Bíblia como quer. A partir desse momento deixa de haver hierarquia. Todas as seitas protestantes têm esse denominador comum igualitário: não há mestres para interpretar o Evangelho, cada um é mestre de si mesmo. E las negaram o monarca da Igreja Católica, o Papa, exceto os anglicanos, que reconhecem ao Papa um vago primado de honra, mas não jurídico. Na seita protestante angl icana continuaram os arcebispos, bispos, certos dignitários eclesiásticos à maneira de cônegos, párocos, coadjutores. A seita luterana também admite esses graus. Mas Ca lvino , que foi um heresiarca pouco posterior a Lutero, negou os Arcebispos e Bispos, admitindo ape nas os padres; são os chamados presbiterianos. Surgiu depois uma outra seita, a dos nivelado res, também conhecidos por quackers, que não admitiam sequer os padres. F icaram abolidos todos os graus,

restando apenas o povo. É uma hierarquia que se destruiu . Dentro das próprias seitas protestantes esse trabalho de demolição continuou. Na igreja anglicana como na luterana, a autoridade dos homens que continuaram a se dizer bispos e arcebispos foi reduzida a quase a zero. Não tem comparação com a autoridade de um Bispo católico. Os bispos anglicanos não passam de figuras decorativas. O título ainda existe, mas nada significa. Também entre os presbiterianos o títu-

Gravura representando Lutero no ato de queimar a Bula papal que condenou suas doutrinas

lo de padre, de ministro, ainda existe, mas quase nada significa. Eles não têm autoridade doutrinária sobre seus fiéis. Esse movimento igualitário não ficou apenas dentro do protestantismo, mas tentou penetrar várias vezes na Igreja Católica. E acabo u penetrando e triunfando por meio do progressis mo, que quer reduzir a Igreja a uma república, em que o povo fiel tem o direito soberano de mandar, e o Papa e os bispos fazerem Õ que o povo quer. Portanto, o contrário da organização hi erárqu ica que estudamos; no fundo não haveria governo, seria a anarquia, o fim da Igreja. Os protestantes acabaram com as ordens religiosas. Confiscaram, saquearam, fecharam. Algumas se mantiveram

na aparência, mas com um ar de mero pensionato. O estado religioso desapareceu nas seitas protestantes. Toda a hierarquia eclesiástica começou a sofrer uma corrosão, cujo termo último é o progressismo em nossos dias.

Tendência igualitária atinge o plano político Em meados do século XVII houve uma primeira manifestação de igualitarismo político: a revolução inglesa, chefiada por Cromwell, mandou decapitar o rei Carlos I, proclamou arepública na Inglaterra, e virtualmente aboliu os títulos de nobreza. A seita de Cromwell não admitia desigualdades religiosas; e, coerentemente, insurgiu-se també m contra as desigualdades civis. Porque, se alguém odeia toda desigualdade por causa do org ulho , este se molesta tanto com a desigualdade civil quanto com a religiosa, e acaba se atirando contra ambas. A revolução inglesa foi relativamente efêmera. Morto Cromwell, seu filho governou muito pouco tempo e veio logo o restabelecimento da monarquia, com o rei Carlos II. Mas essa tendência igualitária na ordem política explodiu sobretudo na França, país que fora fortemente trabalhado pelo protestantismo. No século XVI gra nde parte da França tornou-se protestante. Se não fosse o auxílio de Felipe II, Rei da Espanha, e a intervenção dos Papas, a França ter-se-ia tornado protestante. Em seu aspecto rei ig ioso, a Revolução manifestou -se e ntão na heresia jansenista, que foi uma forma larvada de protestantismo. Depois vieram os enciclopedistas, que primeiramente se diziam deístas , só acreditando em Deus. Depois declararam-se ateus. Foi nos meios enciclopedistas que se gerou, sobretudo através de Rousseau, a doutrina da igualdade civil completa e do contrato social. A idéia de Rousseau é que os homens eram felizes quando viviam em anarqu ia, na natureza. A civilização foi um mal e a sociedade nasceu de um contrato estabeleci-

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:r Revolução Marx: igualitarismo quanto à propriedade privada o comunismo

Decapitação de Luís XVI em 21-1-1793Pintura da época

do entre os homens. O povo seria então o verdadeiro soberano e a verdadeira lei a da igualdade.

2'1 Revolução Revolução Francesa: na ordem civil, ação análoga à do protestantismo Essa doutrina socia l cios encic lopedistas degenerou em idé ias políti cas, que se propagaram na França, dando origem, em l 789, à Revo lução Francesa. Esta fez, na ordem civi l, aquilo que o protestanti s mo fizera na ordem espiritual. Levados pelo orgulho, pelo ig ualitarismo, os republi canos franceses muito coadjuvados pelos protestantes proc lamaram a república e aboliram os títu los de nobreza. Mais ainda. Sendo a França um país católico, promul garam uma lei que visava obrigar a Igreja Cató li ca a aceitar a mentalidade e a estrutura de uma Igreja protestante. De acordo com essa Constituição Civil do Clero, a Igreja da França ficava independente de Roma. E os cargos ec lesiásticos - como os de Arcebispos, Bispos, etc. - tornavam-se mais ou me12

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nos eletivos, introduzindo o republicani s mo na Igreja. Como os padres católi cos, na sua ime nsa ma iori a, não aceitaram essa le i, a Revolução Francesa proibiu o funcionamento da verdadeira Igreja Católica na França. Isto mostra como a Revolução Francesa é o outro lado da medalha da Revolução Protestante. E la proveio de protestantes antigos e tentou impl antar na França um neoprotestantismo. Ainda segundo os ideólogos da mesma Revolução , sendo os homens iguais perante a le i, são também ig uais politicamente. E declaravam que a monarquia era o furto do poder do povo em benefício de uma família, e a aristocracia o furto do poder político em benefício de um grupo de famíli as. E conc lu íam que a única ordem de coisas moral e legítima é a ordem igualitária e popular. Resultado: quando a Revolução Francesa estava no seu declínio, mostrou-se quase com uni sta: editou leis contra as propriedades, perseguiu os ricos, etc. Não chegou a declarar forma lmente abo li da a propriedade privada, mas os d iscursos dos deputados jacobinos contra a mesma, nessa fase, eram tipicamente comunistas. E logo depois houve a revolução de Babeuf, declaradamente com uni sta, para implantar a propriedade co letiva.

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Mesmo depo is de extinta a Revolução Francesa, continuou a haver pe la E uropa um número e norme de pessoas que se diziam favoráveis à propriedade coletiva, com base no princípio da igualdade: se os homens são iguais em tudo, têm que sê- lo também em fortuna. Quando Marx publicou seu Manif esto em l 848, o número desses soc ia1istas chamados utó picos era bem grande na Europa, os quais já haviam tentado várias revoluções. Marx deu uma formulação e uma organização a essas tendências, surg indo então o comuni s mo, último surto da igualdade que derrubou o poder restante. E da velha estrutura medieval nada mai s restou. Os senhores têm aí as Três Revoluções que se consumaram . É o apogeu do orgu lho que chegou à plenitude do igualitarismo. Do ex posto resulta c laro o nexo profundo que existe entre a primeira Revolução, que é a Revolução Protestante, e a últim a, que é a Revolução Comunista.

4ª Revolução que nasce O último esboroamento: a revolução anarquista após o comunismo Poder-se-ia ainda acrescentar mais algo. O com unismo parece o termo final, mas dentro dele ainda há um esboroamento. Os comunistas tipo Marx, Lenine, Stalin e outrns reconheciam que o Estado, o Poder Público com sua máquina, sua adm inistrnção, etc., ainda era um resto de clesigualclacle. E deveria vir o dia em que não existiria mais o Poder Público, todas as a utoridades seriam supressas e haveria apenas cooperativas, e nada mais. Esse é o objet ivo da revo lu ção marcusiana, a revolução hippie, que é anarq ui sta e visa suprimir até o Estado. Eis o último esboroamento que dentro do com uni smo ainda se pode dar.

Papel da sensualidade nessa tríplice Revolução O protestantismo estabeleceu o divórcio, que é uma satisfação ao in stinto desregrado ela sensualiclacle, acabando com a monogamia. Pois o que é o divórcio, se não a poligamia a prestações? Lutero a li ás - e este documento se descobriu muito tempo após s ua morte e nem mesmo os protestantes o negam - autorizou o landgrave de Hasse, na Alemanha a ter mais ele urna esposa ao mesmo tempo. Esse nobre escreveu um a carta a Lutero e a o utros co ri feus cio lu teranismo, explicando que e le tinha de viajar muito - nuns estadinhos comparáveis a pequenos municípios brasileiros - para administrá- los, e que ficava muito caro deslocar-se com a princesa, porque , ele aco rd o com os protocolos do tempo, esta precisava ir com um séq uito, etc. De um lado , não podia levar a s ua esposa, mas de outro, era muito duro permanecer sozinho durante as viagens. Não via outro meio senão ter uma esposa suplementar. Lutero, que necess itava muito dele naquela ocas ião para defender-se contra a investida política dos cató li cos, redigiu e assinou, juntamente com vários o ut ros teólogos protestantes de Wittemberg, um documento - ao qual o Pe. Leonel Franca S.J. alude em sua obra A Igreja, a Reforma e a Civilização * - autorizando-o a praticar a bigamia, "contanto que o caso se mantivesse secreto". Mas, no rigor de sua doutrina, isso era permitido e ele mesmo contraiu um pseudo-casamento com uma ex-freira. O protestantismo acabou com o ce1ibato sacerdotal, conseqüência forçosa da explosão sensual. Além disso, generalizou-se no mundo inteiro uma tolerância para com a impureza e urna intolerância pelo contrário. Ou seja, a idéia de que o homem

tem o direito de cometer o pecado de impureza não é condenável. Pe lo contrário, o homem casto é um atrofiado, um cretino, um complexado, quando não um homossexual. Todos já ouv iram zumbir essas infâmias em torno de si e, quando eu era menino, elas já eram velhas . Tal erro estabeleceu uma tolerância para com a prostituição. Porque quem diz que o homem não peca procurando urna prostituta, não pode achar que a

Lenine, ao centro, ladeado por dois chefes bolchevistas - Stalin (à esquerda) e Trotsky-, em fevereiro de 1918, quatro meses após sua ascensão ao poder

prostituta peca entregando-se ao homem. Que sincera condenação da prostituição propugnará um homem que acha que pode procurar a prostituta? Pior a inda : depois ele casado, habituar-se-á e le à fidelidade conjugal? Quem se habituou à pluralidade e à fantasia das relações sexuais, poderá depoi s habituar-se à fidelidade conjugal? Que ascese precisará ter para ser fiel! Pelo argumento da igualdade de direitos entre o homem e a mulher, se a impureza é lícita ao homem, também o será à mulher. O igualitarismo leva assim a uma autorização do amor livre para ambos os sexos. O divórcio gerou o amor livre; a sensualidade, muitas vezes, gerou o amor livre sem passar pelo divórcio. O que visa o comunismo em matéria de casamento? É o amor livre. Se se pode dizer, em alguma medida, que o divórcio é a condição de casamento própria

ao mundo posterior à Revolução Francesa, pode-se dizer que o amo r li vre é a condição de casamento, ele relação entre os sexos, própria ao com unismo. Vamos mais longe. Porque a partir do momento e m que se permite o amor livre entre home ns e mulheres, ele também deverá ser permitido entre pessoas do mesmo sexo, porque é esse o amor 1ivre em toda a sua força. Há de chegar o momento, desejado pelos marcusianos e pelos anarquistas, cio nud is mo total e ela inteira total liberdade ele relações sex u a is, corno entre os anima is. Fale i do nudi s mo. Não vamos cam inh ando para lá também? A exigü id ade cada vez maior dos trajes não caminha para o nudismo ? Onde estamos? Estamos, pois, na apoteose do orgulho e ela sensual id ade, nas vésperas da a narquia total , se Nossa Sen hora não intervier, tendo pena cio mundo.

Do reino da Revolução ao Reino de Maria Os homens que representavam a ordem medieval pecaram ele mil modos, inclusive por moleza. Essa ordem foi destruída: no comun ismo, radicalmen te; no que resta ele países não comunistas, quase até suas últimas fímbrias. Por causa daquela idéia da pereni dade do poder ele Jesus Cristo, da realeza de Cristo na Terra, acredito que esse triunfo da Revolução não poderá realizar-se completamente. E que haverá a implantação de uma ordem de coisas que vai ser o contrário de tudo isto. De um extremo se volta ao outro extremo. No relógio, quando o pêndulo chega até um extremo, ele volta depois ao outro lado. Nós, do mesmo modo, vamos passar do reino da Revolução ao Reino de Maria. ♦ *

Crf. A Igreja, a Reforma e a Civilizaçiio, Indústria Tipográfica Romana, Roma, 1923, p.p. 45 1 e 452

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A verdade sobre a

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Apresento hoje aos leitores desta seção alguns dados altamente esclarecedores sobre problemas da Reforma Agrária, da qual tanto se fala ... e tanto se esconde! São informações diversas, colhidas de fontes diversas PLINIO VIOIGAL XAVIER DA S I LVEIRA

En

12 de novembro último, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da Pesq uisa Nacional por Amostragem de Domi cílios (PNDA) referente a 1996. O total da popu lação empregada caiu 2,3% em relação a 1995. No campo a situação é espec ialmente ruim, a queda fo i de 8,3%. Houve uma redução de 1,6 mil hão de pessoas no mercado de trabalho, das quais l,5 milhão na agricultura. Segundo o técnico do IBGE, Manoel Antonio Soares da Cunha, em 1996 dimin ui u a oferta de empregos no campo. Disse que "o problema maior do campo, · hoje, está nos com-pouca-terra, que não de voltarem a ser assalariados", contou contam com incentivos". Não é pottanto Dora Herrera, representante da Asum problema de Reforma Agrária. soc iação dos Trabalhadores do Campo. Já houve redução de 17% no númeOs sandinistas haviam entregue 4 ro de estabelecimentos agríco las nos milhões de hectares - a metade de toda últimos 10 anos (cfr "O Estado de São área agricu ltável do país - a 150 mil Paulo", 13-11-97). famílias de sem-terra. Reforma Agrária volta Também no México, onde se fez a corajosamente atrás na primeira Reforma Agrária da América Nicarágua e México Latina - e com grande radicalidade começa um novo processo de concenNa Nicarágua, a terra que havia sido confiscada de grandes fazendeiros para .tração de terra. Os assentados - em tese beneficiaser distribuída aos sem-terra, durante os dos pela Reforma Agrária - começa1O anos de governo sandinista, comeram a desfazer-se das terras. Até 1992 çou a voltar às mãos dos antigos donos. eles estavam impedidos de vender, arO retorno já atingiu 15 % das terras rendar ou hipotecar os lotes. Foi só o confiscadas. Governo lhes dar título de propriedade, Foi tal o fracasso da Reforma Agrária naquele país, que "houve casos de traba- que 70% dos assentados já arrendaram suas terras a empresários (cfr "Correio lhadores rurais que devolveram as terras brasiliense", lº/ l 1/97). para seus antigos patrões, na esperança 14

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Os guerrilheiros sandinistas (na foto, um grupo deles, em 1989), chegando ao poder, realizaram radical Reforma Agrária, de cunho socialista, que redundou em estrondoso fracasso

Por que insistir no Brasi l em fazer a Reforma Agrária, se ela está destinada ao fracasso? Que ideologias há por detrás disso?

Estudo sério mostra que Reforma Agrária é feita com dados errados Como a Reforma Agrária socialista é uma afronta à realidade e ao bom senso, ela só consegue caminhar com base em ilusões (para não dizer falsidades ... ). Mas de vez em quando sai algum estudo sério, que evidentemente é logo desconsiderado e posto de lado pelos agro-reformistas. A Secretaria da Agricultura de São

Paulo pesq uisou minuciosamente cada uma das 277 .124 unidades produtivas do Estado (projeto LUPA, levado a cabo por 1,5 mi l técnicos). O que encontrou?

INCRA: erros grosseiros 1. O leva ntamento cadastral anteri ormente feito pe lo INCRA em São Pau lo está cheio de erros grosseiros. Segundo o INCRA, haveria maior quantidad e de latifúndios por dimensão em São Paulo do que em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins somados ! 2. O Estado é domin ado por dezenas de mi lhares de propriedades pequenas e médias . De um total de 277.124 uni dades de produção, 64% ( 178.145 propriedades) têm 30 hectares ou menos, com área média de 13,28 hectares. As propriedades com menos de 50 hectares são 207 mil. Em São Paulo predomin a o minifúndio, ao contrário cio que apregoa o MST. 3. Os médios agricultores, com propriedades entre 50 e 200 hectares, somam 50,5 mil. Somados aos pequenos, significam 93% dos agricultores paulistas, ocupando 42,5% da área agrícola (a área méd ia é 33 hectares).

4. Apenas 96 propriedades têm acima de 5 mil hectares. Algumas são usinas de açúcar, outras produzem soja, laranja ou são ocupadas com gado. Muitas são áreas de reflorestamento. Representam em geral grandes empresas rurais produtivas. 5. Somente 1,6% das terras ele São Paulo estão sem uso. Outros 5,6% estão ocupados com pastagens pouco produtivas, abaixo de 0,5 cabeça por hectare. Essa ociosidade encontra-se nas pequenas e médias propriedades.

O problema dos sem-terra é político 6. O secretário da Agricultura, Franc isco Graziano, comenta: "O problema agrário de São Paulo não está ligado aos sem-terra, mas sim aos com-terra, um universo de quase 180 mil produtores com menos de 30 hectares, que precisam melhorar a produtividade. (. .. ) O problema dos chamados sem-terra é meno,; circunscrito e político, em.bora potencializado por uma ação eficaz e pela mídia que transforma uma questão localizada no grande problema da agricultura de São Paulo". Além de não

existir "terra ociosa no Estado, (. .. ) terra ociosa não é sinônimo de especulação e talve z signifique crise na agricultura". 7. O grande garga lo está no crédito rural: apenas 14,7 % dos agricultores paulistas têm acesso aos financiamen tos rurais . 8. Para Graziano, o potencial de produção paulista é elevado, mas "ficou comprometido com o abandono a que foi submetida a agricultura brasileira nos últimos 15 anos". 9. A reportagem perguntou a Graziano: por que então o governo Covas se empenha em considerar como terras públicas todo o Pontal cio Paranapanema, criando enormes problemas na região? Ao que o secretário da Agricu ltura disse que não sabia responder direito a essa questão, que está li gada à Secretaria da Justiça e ao Instituto de Terras. 1 O. Reservadamente, Graziano desabafa: "Estamos livres do cadastro do INCRA , que é absolutamente irresponsável e quer mostrar, forçando a barra, que 46% do Centro-Sul do País é de terras ociosas. ( .. .) isso fo i publicado no Atlas Fundiário do INCRA e está errado, só confunde.( ... ) Os dados e os índices do INCRA não podem se r utilizados como indicadores da reforma agrária; nosso censo, o LUPA, pode terfalhas, mas é o mais confiável no momento e deve rá ser atualizado permanentemente" ( cfr. OESP, 3-1 1-97 e 6- 12-97).

Para que Reforma Agrária? Se a Reforma Agrária tem sido um fracasso um pouco por toda parte; se ela no Brasil é feita com dados errados; se o problema dos sem-terra é político; pergunta-se? a) para que serve a Reforma Agrária? b) por que gastar com ela tanto dinheiro tirado de nossos bolsos? O leitor que responda! ♦

Família do Assentamento Pirituba, no município paulista de ltapeva. A vida miserável dos assentados leva-os, com freqüência, a desfazer-se de seus lotes e a abandonar os assentamentos

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CHINA VERMELHA: Fila de desempregados chineses tentam obter emprego. Há uma população flutuante de 100 milhões de pessoas circulando por todo o país, em busca de trabalho

mundo chinês, em contraste com a mi seráve l população subjugada alé m da Co rtina de Bambu. O progresso econômico desses focos da livre empresa estendeu-se a grande parte do sudeste as iático, vinculando toda a região - com laços fin anceiros, indu striai s e comerciais - às mai s importantes potê ncias do mundo. Em vista disso, para ela afluíram grandes investimentos. Amparada por tal prosperidade, cresceu a aludida diáspora chinesa, que articula forças econômicas dessa origem em todo o mundo, influindo de modo decisivo na região próxima à China. Muitos desses capitalistas chineses defendem a livre empresa, não em virtude de princíp ios morais ou reli giosos, mas por desejo de lucro, por saberem não ser este possível sob os regimes comunistas, fora das camarilhas do governo. Essa av idez de lucros levou algun s a at uar de modo incoerente, faze nd o arri scados in ves tim entos na C hin a,

A recente crise financeira que assolou o Sudeste asiótico desnudou a precariedade da situação interna reinante na China comunista ALFREDO MAC HALE

D urante 1997 muitos fatos políticos e econôm icos mostraram o desejo de importantes forças internac ionais de dar crescente relevo à Chin a vermelha no cenário mundial, com o objet ivo de transformá- la a méd io prazo numa grande potência, graças à aj uda do cap itali smo, mas continuando a ser porta-voz e promotora do coletiv ismo. E ntretanto, nos últimos meses tais perspectivas foram aba ladas pelas crises econômicas ocorridas no Sudeste asiático, as quais deixaram ver a precariedade da situação da China com unista, apesar do apoio a ela concedido por nações livres e empresas multinacionais. Já tratamos nas páginas desta revista da capitulação do Governo britânico - com óbvio beneplác ito dos Estados Unidos - ante a China, ao entregar- lhe Ho ng Ko ng em julho do ano passado, mediante a ilu sória cond ição 16

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de que ela mantivesse nessa ilha o reg ime capitalista, seg undo o slogan: "um país, dois sistemas" . Apenas seis meses depois tal condição mostrou ser irreal, pois não há prosperidade capitalista que possa compensar indefinidamente a ruína causada pelo comunismo. E isso vale especialmente para Hong Kong e alguns países médios ou pequenos, conglomerado este que se deseja transformar na alavanca para sustentar um enorme país coletivista, com uma população ·demais de um bilhão de habitantes. Entretanto, há sintomas de que o Governo de Pequim tentará repetir com Macau e Taiwan a manobra de dar garantias enfáticas, mas inconsistentes, aos capitalistas que deseja seduzir. Tal manobra visa que esses territórios - os únicos do povo chinês onde hoje subsiste a liberdade - também caiam sob o domínio vermelho.

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Para isso, a estratég ia dos comunistas ch ineses tenta instrumentalizar a seu favor a chamada diáspora chinesa: esta é induzida a colaborar com os planos hegemónicos do governo chinês, na medida em que funciona como cabeça de ponte junto às grandes forças econômicas mundiais, com vistas a que também estas ajudem aos projetos da camarilha comun ista.

Totalitarismo na China gera miséria; livre iniciativa favorece a prosperidade Durante décadas de domínio comunista na China, saíram sem cessar para o ex ílio súditos inconformados com o co letivismo e a tirania; muitos deles se estabeleceram em Hong Kong e Taiwan para refazer suas vidas, o que aj udou a tornar estes territórios autênticos oásis de livre iniciativa e prosperidade no

com o intuito de obter as ilu sórias vantagens imediatas prome tidas pelo reg im e co muni sta. Tal erro induziu muitos deles a considerarem a enorme popu lação chinesa, a curto prazo, apenas como um provedor quase inesgotável de mão-de-obra barata para as multinacionais que desejavam trabalhar lá; e, num futuro mediato, só como imenso mercado que tais empresas poderiam abastecer, obtendo grandes lucros. Tal situação preparou a convergência e ntre comunistas maquiavélicos e capitalistas interesseiros, para estabelecer na China regiões onde se tolera algo de in iciativa privada, a fim de atrair capitais externos. Isto visa enriquecer tais investidores e fortalecer a eco nomia de Estado comunista. Esta ma nobra também funcion a como uma tentativa de diminuir o até hoje patente contraste entre o progresso dos países livres e a crônica miséria do gigante coletivista asiático. E propicia ao governo comunista chinês a continuação da política de utili zar empresários sem princípios éticos como inocentes úteis. Por o utro lado, grande parte do Ocidente - tam bém cada vez mais esq uecido dos princípios morais - ass iste co m d es preve nção e até simpati a tal fenômeno, pois certos defenso res da liberdade no âmbi to econôm ico supõem que

esta acabe amolecendo os regimes tirânicos, gerando, a longo prazo, a li be rdade política e soc ial.

Apesar das mudanças, a repressão permanece A situação interna da China, porém, constitui flagrante des mentido dessa vi são otimista dos inocentes úteis . A repressão geral tornou-se apenas mai s seletiva, sem perder seu ca ráter implacável; o reg ime concedeu alguma libe rdade circunscrita de ntro do Partido Co muni sta, mas nun ca fo ra dele, de modo que os germes de opos ição são sempre es magados . Os sindicatos que ostentam o rótulo de livres não têm verdadeira independência em face do Estado, de suas empresas e dos hierarcas do regime. Ou seja, os sindicatos autênticos - que, segundo o f olclore soc iológico moderno, impedem a exploração dos operários - não ex istem, pois as entidades nas quais se afivelou tal máscara encarregam-se exatamente de favorecer essa exploração, efetuada pelo Estado co muni sta, tornando-a poss ível e dificilmente evitável. Por sua vez, a tolerância parcial e ocasional da livre empresa serviu para e nriqu ecer perso na lid ades-chaves do reg ime e para forta lecer o próprio Estado, mas nunca para aliv iar o conjunto da popul ação, de modo que o domínio estatal torna-se, por vezes, mai s duro do que na época anterior às mudanças. Po r fim, a tirania proletária e

Acima: jovem operário desempregado manifesta desânimo, tendo a seu lado um papel em que exibe suas qualificações profissionais, numa rua de Pequim

À direita: grupo de três operárias - duas delas ociosas - numa fábrica estatal de fiação de lã, na capital chinesa. O excesso de mão-de-obra industrial é uma das pragas que assolam o país

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À esquerda: operários sentenciados da fábrica-prisão de ônibus marca Lanzhou, situada ao noroeste da província de Gansu. A repressão política continua implacável para quem não pertence ao Partido Comunista

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Livro sobre Santa Teresinha do Menino Jesus

E FATO incontes tável que

À direita: a crônica miséria do setor agrícola chinês, como a destes camponeses da região de Lignan, constitui flagrante contraste com o progresso econômico alcançado pelos países asiáticos que adotaram o sistema capitalista

ca udilhi s ta ass umiu um aspecto tecnocrático e impessoal. Diminuiu no Governo a representação de so ldados, camponeses e operários, mas aumentou o poder dos funcionários de organismos e e mpresas estatais, um conjunto muito coeso e rad ica lmente comunista, mais apto a dominar o País e mais brutal em seus procedimentos políticos.

Rejeição dos princípios morais: prejudicial, no fundo, aos próprios interesses materiais Nessas condições, o suposto pragmatismo empresarial resultou, como tantas vezes acontece quando se esquecem as normas morais, num grande insucesso, dentro e fora da China. De fa to, a colaboração com o com unismo chinês não ajudou, mas quebrantou as economias das nações envo lvi das nessa manobra, gerando uma crise regional, cujos efeitos - ainda não inteiramente avali ados - atingem não só a região do Sudeste as iático, corno também outras áreas do mundo. Assim, a produção em massa e muito barata realizada na Chin a, de artigos de má qualidade destinados à exportação, executada por j o int ventures estabelecidas entre o Estado comunista 18

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e empresas estrangeiras, roubou muitos mercados aos países mais prósperos da região, os chamados tigres asiáticos. Em conseq üência disso, importantes empresas e bancos foram precipitados em crises que, de nenhum modo, estão resolvidas. Por sua vez, a crise financeira regiona l também afetou a economia ch inesa, pois ca usou a desva lorização das moedas de várias dessas nações, que dec idi ram aumentar assim sua competitividade no mercado in ternaciona l. Este fato determinou que suas empresas reduzissem os custos e diminuí ssem a quantidade de seus operários. Ora, é difíc il para a C hina - repleta, como todos os países comunistas, de imensos contingentes laborais de pouco rendimento e que não podem ser reduzidos sem a aprovação do Partido Comuni sta - adaptar-se às novas ·circunstâncias do mercado. Daí resulta não conseguir e la conco rrer nos mercados internacionais nas instáveis cond ições de hoje. Ademais, os bancos estatais chineses encontram-se em difícil situação, pois muitos dos grandes créd itos, por eles concedidos na época do otimi smo regional, hoje não estão sendo pagos, justamente por causa do clim a de apre-

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ensão geral, ao qual veio somar-se uma aguda recessão no setor imobiliário. Nessas condições não é difíci l saber quem pagará os custos das medidas financeiras de aj uda internacional, não só aos tigres asiáticos agora em crise, mas também ao gigante chinês, que tanto contribuiu para causar os problemas atuais e que pode ainda agravá- los consideravelmente. É óbv io que será o mundo li vre e cap it alista quem arcará com este ônu s. Com efeito, agora e le se enco ntra d ia nte de um dilema: - Ou deixar que a cri se continue, atingindo outras nações e quiçá todos os continentes, o que terá como efeito grandes perdas, inclusive de muitos capitais aplicados no sudeste asiático; - ou remediar de forma provisória a situação ... canali zando para lá mais investimentos, assumindo mais riscos e criando mais ilusões, com novo aux ílio à reg ião, quer de forma direta, quer mediante organ ismos multinacionais. E tudo isso para manter ele pé o mito da conversão da China ao reg ime cap itali sta ! Os pés de barro desse gigante comunista impedem-no de andar, mas ... o Ocidente capitali sta o está carregando ... ♦ Até quando?

numerosos católi cos vêe m Santa Teresinha do Menino Jesus como sua grande mestra na via da santidade. De sde 1995 a c hamada " urna do Brasil" - precioso relicário doado por brasileiros, contendo os restos mortais da Santa carmelita de Lisieux vem percorrendo várias nações do mundo. O relicário j á foi recepcionado, durante o ano passado, em diversas dioceses de nosso País, devendo percorrer, até o final deste ano, um total ele 90 em todo o território nacional. Esta peregrinação está comprovando, uma vez mais, quanto Santa Teresinha é venerada pelo povo brasileiro! Ela declarou que qu eria passar o Céu fazendo o bem na Terra. Os católicos sabem que buscar a santid ade é deve r de todos, mas ... muitos se perguntam se isso é possível nos dias de hoje, no limiar do sécul o XXI. Fo i para eles que Santa Teresinha inaugurou uma nova via espiritual , que é um verdade iro atalho para a santi dade: a pequena via - poi s é acessível até para os que se sentem pequenos e fracos. Engana-se quem pensa ser a santi dade privilégio de grandes personalidades e dos grandes homens de Deus. A santidade é possível e acessível a todos. Por isso, Nosso Senhor se compraz em reali zar tantos prodígios por intercessão de Santa Teresinha, para tornar ampl a mente conhecido esse atalho para a santidade. Para praticar a virtude, não é ne-

Fotografia de Santa Teresinha tirada em 7-6-1897, quatro meses antes de sua morte

cessário esperar por grandes ocasiões, mas aproveitar as pequenas oportunidades de cada dia. Essa magnífica escola de espiritua lidade encontra-se muito bem descrita no livro Santa Teresa do Menino Jesus, de autoria do Padre Thomas de Saint-Laurent. A Editora Padre Belchior de Pontes, numa fe liz iniciativa, propôs-se trazer ao Brasi l esse excelente livro - lançado em Portugal no ano passado, por ocasião do centenário da morte da Santa - com o desejo de que se torne uma luz na vida de seus incontávei s devotos. Possui ele várias fotografias originais de Santa Teresinha, pouco conhecidas do público brasi leiro, tiradas por s ua irm ã Ce l in a no Car melo de

Lisieux. Tais fotos foram publicadas somente em 1961 , após a mo11e de Celina. Santa Teresinha profetizou que realiza.ria do Céu a sua missão, ao afirmar: "Depois da minha morte, farei cair uma chuva de rosas". Os acontecimentos comprovaram essa profecia. Pouco depois de falecer, ela fez descer do Céu uma chuva maravilhosa de graças e de milagres que não cessa de cair sobre os que a invocam. Ela se ocupa ativamente dos seus devotos. Cura as doenças, leva a bom termo os assuntos mais complicados e realiza prodígios incríveis. É tão forte o seu poder, que na história dos santos raramente se encontra um tão grande número de milagres como os operados pela jovem religiosa francesa. Assim ela cumpre sua promessa. Quantas preocupações te rríve is e angústias nos assaltam, e nos esquecemos de que temos, no Céu, uma Protetora maravilhosa que se ocupa ativamente de seus devotos ! Santa Teresinha é uma irmã espiritual que sempre nos ajuda e nos atende. Podemos confiar na sua simplicidade e na sua intercessão. ♦ Os leitores podem solicitar o referido livro pelo telefone (011) 257-1088. Essa obra não se encontra em livrarias. Reserve o quanto antes seu exemplar. Estoque limitado. Presenteie seus amigos e espalhe você também essa chuva de rosas.

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na ação apostólica dos Correspondentes e Esclarecedores, a ex posição fo-

A mesa de presidência durante a sessão em que foi apresentado o tema A vocação dos Correspondentes e Esclarecedores, segundo o Prof. P/inio Corrêa de Oliveira. Da esquerda para a direita: Prof. Antonio Carlos de Carvalho, Dr. Celso da Costa Carvalho Vidigal, S.A.I.R. Dom Bertrand de Orléans e Bragança, o orador Dr. Plínio Vidigal Xavier da Silveira, Dr. Eduardo de Barros Brotero, Desembargador Dr. Júlio César Paraguassu e o Sr. Marcos Lui:z Garcia

TFP convoca correspondentes-esclarecedores: expandir-se ainda mais em 1998 A formação doutrinária gera a indispensável fidelidade aos princípios e a eficácia na ação. PAULO HENRIQUE CHAVES

São Paulo - Num c lima de autêntico entusiasmo, realizo u-se o II Congresso de Correspondentes e Esc larecedores da TFP no Hotel e Centro de Convenções Pampas Palace, em São Bernardo do Campo, a 20 minutos do centro da capital pau lista, nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro último. Com mais de 300 representantes, proven ientes de 27 cidades dos estados de São Paulo, Espírito Santo, Goiás, M inas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, R io de Janeiro e do Distrito Federal , o evento contou ainda com a participação de uma expressiva delegação da Argentina, além 20

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de representantes das TFPs dos Estados Unidos, do Peru e da França. Os três dias de reuniões foram dedicados à aná li se do pensamento e das normas de ação traçadas pelo Prof. ·P línio Corrêa de O liveira, fundador da TFP brasileira e insp irador das demais TFPs , para a atuação dos aderentes da entidade sobre a opinião pública. Tais normas constituem parte de um amplo trabalh o de expansão dos valores bás icos da civilização cristã - a trad ição, a fam íli a e a propriedade- diante do caos que se observa neste fim de sécu lo e de milênio.

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A sessão de abeitura realizou-se às 9 hs do dia 22 de fevereiro, domingo, com um solene cortejo com a cópia da imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Na ocasião, o Dr. Plín io Vidigal Xavier da Si lveira, Diretor da TFP e responsável pela coordenação dos Correspondentes e Esclarecedores, dirigiu aos congressistas amáveis palavras de acolhida. A conferência in aug ura l esteve a cargo do Dr. Paulo Corrêa de Brito Fi lho, Secretário do Conselho Nacional da TFP e Diretor de Catolicismo. Sob o título O papel da vida espi-

ritual e da devoção a Nossa Senhora

calizo u o conteúdo de duas obras-chaves da espiritu ali dade católica, que tiveram pape l sa li ente na fo rm ação espi ritual do fund ador da TFP: A Alma de todo apostolado de Do m João Batista C ha utarcl, abade da Trapa de Sept Fons (França) ; e o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São L uís G ri g ni on de Montfort, o gra nde miss ionário francês e Do utor mariano, que viveu no séc ulo XVII e início do séc ulo seguinte. A primeira das obras traça os grandes princípios da espiritu alidade cató li ca tanto da vida interior quanto da vida ativa, que deve m nortear a ativ idade apostóli ca. O livro de .São Luí Gr ig ni on de Montfort é um verdadeiro tratado de Mario logia, no qual o autor propõe aos fi é is a escrav idão de amor à Santíss ima Virgem como método efi caz e seguro para obter o progresso nas virtudes e a lcançar a salvação eterna. À tarde, fo ram proferidas mais duas confe rênc ias pelo Dr. Gregório Vivanco Lopes sob o tema: Plinio Corrêa de

Oliveira e as três Revoluções. Baseado em texto do fundador da TFP, o conferencista exp lanou a adm iní.vel ordem religiosa, política e soc ia l ex istente na Idade Méd ia, toda e la baseada na hi erarq ui a e na desigualdade proporcionada e harmônica. Sali entou especia lmente o caráter sagrado dessa orde nação, na qua l ressaltava a estre ita co laboração entre a Igreja e o Estado. Deteve-se o orador e m a na li sar a justiça inerente a tal ordem ele coisas. Por fim, mostrou como sua derrubada só fo i possível devido à o nda avassaladora de orgulho e sensualidade, de que res ultou um a Revolução reali zada em vár ias etapas: Protesta nti s mo (séc. XVI), Revo lução Francesa (séc. XVIII) e Com uni smo (séc. XX). Descrevendo os di as atuais, apo ntou o confere ncista a quarta etapa que se desenvolve aos nossos o lhos. Seus sintomas mais salientes são os movimen tos hippy, punk, a mú sica rock-androll, a proliferação das drogas, o nudi smo , a revolução sex ua l e, po r fim , o tribalismo.

Aspecto parcial do Auditório numa das sessões do Congresso

Na seg unda-fe ira pe la manhã os congress istas vi sitaram a Sede do Conse ll10 Nacional ela TFP, situada no Ba irro de H ig ienópo li s, na capital pauli sta. Muitos que já a conhec iam manifestaram sua alegri a pelo bom gosto que presid iu a reforma pe la qual a sede acabou de passar. Todos se depararam com uma nov idade num de seus salões: um quadro a ó leo do Prof. P líni o Corrêa de Oliveira, de autoria de Daniel Hap, pin tor, gravuri sta e conservador do Museu de Versalhes, na França. Para mui tos que a vi sitavam pela primeira vez, a sede ul trapassou suas expectativas. O programa teve prosseguimento à tarde com a confe rência de S.A.I.R. Dom Bertrand de Orléans e Bragança, cujo te ma fo i: A Irrever-

sibilidade da Revolução e da Contra-Revolução. No início de sua ex pos ição, o orador lembrou aos congress istas uma refl exão feita pelo Prof. Plínio Corrêa ele Oliveira, para sócios e coo-

Cópia da Imagem Peregrina de N. Sra. de Fátima esteve presente no Auditório durante os três dias do Congresso. Aos pés da Imagem: relíquia da Imagem de N. Sra. do Bom Sucesso (Quito, Equador); embaixo: peça do vestuário cedida pela Abadessa do Mosteiro das Concepcionistas de Quito aos correspondentes da TFP brasileira daquela Imagem milagrosa

peraclorcs da entidade, a respeito cio verdadeiro entu siasmo que deve animá- los : "Não é puro senlimenlo, vibração de nervos, nem ,nera impressão de momento, mas pelo contrário, reflete convicção pro.fúnda e assimila a pal'On.alidade inteira, a convicção tranqüila e ufana, capaz das maiores atividades e das maiores ousadias a partir da calma mais profunda ". Em seguida o Sr. Valdis G rin ste ins coordenou duas reu ni ões, nas qu ais vári os expos itores apresentaram a ação elas TFPs no mundo. Inicialmente o D r. Eduardo de Barros Brotem, Diretor da TFP, narrou como transcorreu o simpós io do qual participaram membros de 16 TFP , realizado em G illy-les-C iteaux, França, em janeiro p.p .. Igualmente tratou cio lançamento cio I iv ro do Prof. Roberto el e Mattei Plínio Corrêa de Oliveira: o Cruzado do século XX, ocorrido no conhecido Hotel de Crillon, em Par·is. Ato contín uo fa lou Mme. Cathérine Goyarcl , secretária da assoc iação francesa Avenir de la Culture, que ressaltou como um pequeno mas decidido grupo de pessoas pode atrapalhar, e até deter a influência deletéri a da televisão, mesmo num país onde e la exerce e norme influência, como a França. Foram ainda narradas atividades ela TFP norte-americana co mo, por exemplo, um ato púb li co rea I i zaclo em Los Angeles contra bl asfê mi as

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Durante o Congresso, stands ofereciam aos participantes objetos de piedade e livros editados pela TFP, bem como obras de orientação contrarevolucionária

Paixão de Jesus Cristo, Paixão da Santa Igreja •

A Semana Santa - que, segundo o calendário litúrgico se comemora neste mês - é ocasião propícia para os fiéis fazerem uma profunda

reflexão sobre as causas dos padecimentos do Divino Redentor e de Seu Corpo Místico: os pecados cometidos pelos homens em toda a História. Dentre aqueles, é recomendável que focalizemos os responsáveis pela imensa crise que assola a Santa Igreja em nossos dias

Aspecto de uma refeição durante o Congresso, num dos dois restaurantes do Pampas Palace Hotel, em que aparecem membros das delegações de Campos e Cardoso Moreira (RJ)

lançadas à Virgem Santíssima naquele país - e também das TFPs da A lemanha, Argentina, Austrália, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal e Reino Unido. Na te rça-fe ira o Sr. José Carlos Sepúlveda da Fonseca falou sobre A

vocação dos Correspondentes-Esclarecedores . Baseado nos ensinamentos do Prof. Plini o Corrêa de Oliveira, o orador rea lçou a necess idade e o alcance da atuação dos Corres pondentes e Esclarecedores da TFP e m seus própri os me ios, te ndo em vista a defesa ci os idea is ela tradição, ela família e ela propriedade, pilares básicos da c ivili zação cristã. O co nfe re nci sta reco rd ou e ntão como o autor ele Revolução e ContraRevolução, baseado nos princípios e panoramas hi stóricos a li descritos, havia de lineado um quadro cio atual estág io cio processo revolucionário. Após as meta morfoses do comunismo, assiste-se a uma ime nsa revo lução cultural , caotizante e demolidora. Tal revo lução, segundo seus próprios ideólogos, tem em vista não apenas a realização ele mudanças f>Olíticas e soc iai s, mas também atingir os indi víduos no que tê m ele mais profundo, ou seja, a própri a natureza humana.

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PUNIO MARIA SüLIMEO

A MEDITAÇÃO da Paixão de Diante desse quadro, o cató lico especificamente aquele que é animado pelos princípios contra-revolucionários tem obrigação de opor-lhe, em todos os seus as pectos, uma resistênc ia inte ligente e eficaz, inc lusive na vida cotidiana. Destacou fin a lm e nte o orador a importância ele ex pandir as atividades ela TFP, be m co mo d e desfazer as inve rdad es e detrações a respe ito el a e ntidade, clifuncliclas tantas vezes el e boca a ouvido. Ainda no período ela manhã, o Dr. Plínio Vicligal Xav ier ela Si lveira e o Sr. Marcos Luiz Garcia e ncerraram o cicl o de confe rê nc ias tratando do tema: Ação

pública dos Correspondentes-Esclarecedores da TFP. Durante a ·essão de e ncerrame nto, falou em nome ·clos correspondentes cio Brasil o Desembargador Dr. Júlio César Paraguassu, cio Tribunal ele Justiça do Rio ele Janeiro, que te rminou suas flu entes e ca lorosas palavras recordando arecomendação cio saud oso Prof. Plinio Corrêa de O li veira : "Ação, ação, ação;

confiança, confiança, confiança!"

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A Sra. Déli a Maria Go nclra usou ela

Conversa num intervalo entre duas sessões; da esquerda para a direita: Dr. ldelfonso Homero Barradas, Revmo. Côn. José luiz Marinho Vil/ac, Srta. Maria Teresa de Barros Brotero, Sr. Valdir Trivellato e Revmo. Pe. David Francesquini

palavra e m nome da delegação argenti na, ressa ltando as agraciáve is recordações qu e e la e s ua família conservavam do Prof. P lini o Corrêa de O li veira, quando ele suas viagens a B ue nos Aires. Mme. Cathé rine Goya rd , fa land o agora e m português - segundo ela, líL1gua cio país que deu origem às TFPs agradeceu penhoraclamente tudo o que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira fez e continua fazendo - ela Etern idade - pela França, a Filha Primogênita da lg1-eja. Em seguida foram retra ns mitidas as palavras cio Prof. Plínio Corrêa ele O li veira ao conc luir, em ocasião análoga, na qua l e le concitava os corresponde ntes-esclarecedores a se dedi carem sem pre mais aos idea is perenes ela Tradi ção, Fam íli a e Propriedade. Encerraram-se ass im os três dias ele estudo, re fl exão e oração no mesmo c li ma ele e ntu siasmo que caracte ri zo u o ♦ iníc io cio evento .

Nosso Senhor Jesus Cristo sempre foi uma das fontes de reafervoramento dos fiéis e caminho para a santidade. Entretanto, para evitar que tal meditação fiqu e apenas em co nsiderações teóricas, sem efeito prático para nossas vidas, é muito conveniente fazê-la tendo também e m vista a paixão de Seu Corpo Místi co, a Santa Igreja Católica, Apostóli ca, Romana. É o que recome nd ava o inesq uecível Prof. Plínio Corrêa de Oli veira, fundador da TFP: "Não nos adianta apenas acompanhar com ternura os vários episódios da Paixão; isto seria excelente, não porém suficiente. Devemos dar a No~so Senhor, nestes dias, provas sinceras de nossa devoção e amor. Estas provas nós as damos pelo propósito de emer1.dar nossa vida e de lutar com todas as forças pela Santa Igreja Católica . .. .. Se queremos, pois, condoernos com a Paixão de Nosso Senhor

Jesus Cristo, meditemos sobre o que Ele sofreu na mão dos judeus. Mas não nos esqueçamos de tudo qucl/1.to ainda hoje se.faz para.ferir o Divino Coração" 1• Assim agia, e m se u tempo, a grande Santa Teresa de Ávila. Tendo prese nte em suas orações e meditações o mal qu e o protestantismo nascente provocava na Europa, exc lamava: "Padre Eterno! Vede que não se podem esquecer tantos açoites e injúrias e tão gravíssimos tormentos (sofridos por vosso Filho). Pois, como podem entranhas tão amorosas como as vossas, sofrer que seja tido em. tão pouca conta o que se .fez com tão ardente amor de vosso Filho? O mundo está pegando fogo; querem tornar a sentenciar Cristo. Pretendem demolir Sua Igreja: desmantelados os templos, perdidas tantas almas, abolidos os Sacramentos" 2. Essa situação que e la, com acentos tão pungentes, lamentava no século XVI, atingiu tal paroxismo no

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simo", que em nossos dias transbordou, infectando todos os ambientes. uMeu Pai, Meu Pai, dizia Ele, se é possível afaste-se de Mim este cálice"

Cristo dos ultrajes - Fra Ange/ico (séc. XV), M useu de São Marcos, Florença (Itália)

(Lc 22,42) 6

No que consistia esse cálice? Qual o objeto dessa tremenda provação que levou o próprio Filho de Deus a tremer e a padecer de pavor? O Verbo de Deus humanado deveria sofrer por todos os pecados da humanidade pecadora. E o faria por todas as épocas, até à consumação dos séculos, conforme predisse o Profeta Isaías: "Ele carrega sobre Si nossos pecados e sofre por nós" (Is 53,4). Desse modo, naquele momento, o Divino Salvaqor viu desfilar ante si todas as abominações, blasfêmias, traições, apostasias e sacrilégios que se cometeriam até o fim dos tempos.

tar a encontrá-Lo e pedir-Lhe perdão; de modo que quis antecipar-se, para poder reiterar o pedido de desculpas diretamente no Paraíso" 7 . Esta última frase, ademais, indiretamente chega a admitir a liceidade do suicídio! Tal posição escandalosa causa espanto. "Não cantará o galo sem que me tenhas negado três vezes"(Mt 26, 34) São Pedro negou Nosso Senhor, mas chorou toda sua vida essa defecção e a lavou com sangue. Quantos min istros do Senhor hoje em dia renegam a doutrina moral da Igreja e o próprio Magistério Eclesiástico! E isto na própria capital da Cristandade! É o que se depreende da leitura desta notícia: "Roma: 38% dos sacerdotes romanos confiam à res-

Aus liebe z.ur Kirch~

fina l do sécu lo XIX, que levou o Papa Leão XIII a bradar em tom apoca líptico: "Eis que o inimigo antigo e homicida se ergueu com veemência... O dragão maldito transvasou, como rio imundíssimo, o veneno de sua iniqüidade em homens depravados de mente e corruptos de coração. Incutiu-lhes o espírito de mentira, impiedade, bla~fêmia, e seu hálito mortífero de luxúria, de todos os vícios e iniqüidades . ... Encheram de amargura a Igreja, Esposa Imaculada do Cordeiro e a inebriaram com absinto. Ali, onde está constituída a Sede do Beatíssimo Pedro e Cátedra da Verdade para iluminar os povos, aí colocaram o trono de abominação da sua impiedade, para que, ferido o Pastor, se dispersassem as ovelhas" 3• Em nossos d ias, Pau lo VI falou de 24

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O beijo de Judas - Giotto (séc. XIV), Capela de /'Arena, Pádua (Itália)

"Se queremos, pois, condoer-nos com a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, meditemos sobre o que Ele sofreu na mão dos judeus. Mas não nos esqueçamos de tudo quanto ainda hoje se faz para ferir o Divino Coração". Plinio Corrêa de Oliveira

'Uudas, com um ósculo entregas o Filho do Homem?" (Lc 22,48) uma "autodemolição" na Igreja 4, admitindo mesmo que nEla tinha penetrado, por alguma fissura, "a fumaça de Satanás" 5 • "Se perseguir a Igreja é perseguir Jesus Cristo - comenta ainda o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira - e se hoje também a Igreja é perseguida, hoje Cristo é perseguido. A Paixão de Cristo se repete de algum modo também em nossos dias". Por isso para nós, católicos, torna-se uma obrigação acompanhar a Semana da Paixão tendo esse fundo de quadro. Infelizmente não faltam exemplos dessa trágica situação, reinante tanto na Igreja quanto na sociedade temporal. Para auxiliar o leitor nessa pia e indispensável meditação, forneceremos aqui alguns aspectos desse "rio imundís-

L-------''-----'-------1Kirchenvolks-

É desconcertante constatar que uma revista católica tenha procurado reabilitar Judas Iscariotes - protótipo de traição e vileza em todos os temposatribuindo ao Divino Mestre a culpa pelo suicídio do traidor. De fato, após afirmar que Judas se arrependeu, artigo publicado na Revista "II Messaggero", do Santuário de Santo Antônio de Pádua, (Itália), acrescenta: "pois, no fundo, Judas amava muito a Nosso Senhor e só queria pô-Lo em d(ficuldade para forçá-Lo afundar um reino temporal em Jerusalém". Esperava dEle o perdão, mas em vez disso, ouviu a famosa frase: "Melhor seria que não tivesse nascido". Então, "tomado de desespero, suicidou-se, pois seu amor a Nosso Senhor era tal que não poderia ter esperado a morte natural para vol-

À direita: Thomas Plankensteiner, professor de Religião em Innsbruck, no Tirol austríaco, promotor do abaixo-assinado intitulado Plebiscito na Igreja, o qual propõe reformas de cunho nitidamente protestante

"Se perseguir a Igreja é perseguir Jesus Cristo - comenta ainda o Prof Plínio Corrêa de Oliveira e se hoje também a Igreja é pers~guida, hoje Cristo é perseguido. A Paixão de Cristo se repete de algum modo também em nossos dias".

Begehren

vom 3. bis 25. funi 1995

ponsabilidade dos cônjuges a escolha de usar a pílula; 41% não teriam nenhuma dUiculdade em confessar com uma mulher-sacerdote; 77% sustentam que o ensino religioso nas escolas deveria responder aos critérios de liberdade de pensamento e de consciência dos cidadãos". "À sombra da grande cúpula vive um clero em que há uma notável independência de espírito e que não tem problema em contradizer as normas papais sobre alguns pontos. Talve z sejam minoria. Mas minoria significativa, que freqüentemente chega a um terço de todo o corpo sacerdotal" 8 . CATO LIC ISMO

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Após ler essas desoh~1çras notícias, é oportuno recordar as seguintes palavras do fundador dâ'TFP: "A Igreja, sofredora, perseguida, vilipendiada, aí está a nossos olhos indiferentes ou cruéis. Ela está diante de nós como Cristo diante de Verônica. Condoamo-nos com os padecimentos dEla. Podemos estar certos de que, com isto, estaremos dando ao próprio Cristo uma consolação idêntica à que Lhe deu Verônica".

São Domingos adorando o Crucifixo - Fra Angélico (séc. XV), Museu de São Marcos, Florença (Itália)

"E vendaram-Lhe os olhos, e davam-Lhe no rosto, e interrogavam-No dizendo: adivinha quem é que te bateu"(Lc 22, 64)

"E, cuspindo-Lhe, tomavam a cana, e batiam-Lhe na cabeça" (Mt 27, 30) Infelizmente, muitos daqueles que deveriam ser o "sal da terra" e a "luz do mundo" agravaram seriamente os padecimentos do Redentor da humanidade. É o que, com imenso pesar, comprovamos pelas notícias que seguem: "O Arcebispo de Viena, Groer, acusado de pedofilia por ex-seminaristas, renunciou à presidência da Conferência dos Bispos Austríacos, cargo para o qual havia sido reeleito na quarta-feira" ("Jornal do Brasil", 7-4-95). Para a revista alemã "Stern", "o Arcebispo de Viena não é uma clamorosa exceção à regra da castidade. Na Áustria metade dos padres teria ligações sexuais estáveis. Já nos Estados Unidos, "no ano passado, 188 dioceses pagaram US$ 500 milhões a vítimas de abusos sexuais por parte de pa~ dres. Na Irlanda, uma série de programas de televisão sob o tema Igreja e Sexo gerou 260 telefonemas de pessoas que queriam denunciar padres molestadores. Segundo "Stern", o muro do sagrado silêncio que cercava a Igreja parece estar sendo derrubado. ("O Globo", Rio, 14-4-95). 26

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No Canadá a Canadian Broadcasting Company (CBC-TV) levou ao ar o No Chance to Real, uma perturbadora apresentação, cujo tema era: como líderes da Igreja de Ottawa e Toronto saldaram a conta de 580 abusos sexuais envolvendo os Christian Brothers (Irmãos Cristãos ) 9 .

"A Igreja, sofredora, perseguida, vilipendiada, aí está a nossos olhos indiferentes ou cruéis. Ela está diante de nós como Cristo diante de Verônica. Condoamo-nos com os padecimentos dEla. Podemos estar certos de que, com isto, estaremos dando ao próprio Cristo uma consolação idêntica à que Lhe deu Verônica". Plinio Corrêa de Oliveira

Sendo a decadência geral, era compreensível que ela atingisse também as virgens consagradas, as que deveriam consolar o Cordeiro sem mancha: "Durante quase quatro anos um grupo de pais vinha pedindo um encontro com o Arcebispo ( agora Cardeal) William Keeler. O assunto: alarmantes denúncias de corrupção da fé, da moral e da liturgia católica no melhor colégio de Baltimore para moças, o Preparatório Notre Dame, com 600 selecionadas alunas, 120 anos de tradição e dirigido pelas freiras da Ordem das Irmãs de Nossa Senhora" 10. "E nós? - aplicamos outra vez aqui as palavras do insigne líder católico - importamo-nos com isto ? Rezamos por que estas almas se convertam? Fazemos penitência? Fazemos apostolado? Onde nosso conselho? Onde nossa argumentação? Onde nossa caridade? Onde nossa altiva e enérgica defesa das verdades que eles negam ou injuriam?" "Então os seus discípulos, abandonando-O, fugiram todos" (Me 14, 50) Não é de admirar que as ovelhas não sejam melhores que os Pastores.

Senão vejamos: 1. De acordo com pesquips do sociólogo Franco Garelli, Roma é cristã apenas de nome. "Seus habitantes têm uma sólida propensão para a magia e as superstições, e são fascinados pelo paranormal". Alguns dados espantosos: 70% dos romanos acreditam no Deus da Bíblia e da tradição cristã, mas menos de 35% crêem na Ressurreição e na origem divina da Igreja. O diabo é considerado plausível para a maioria, mas apenas 40% acreditam no inferno ou nas aparições da Virgem de Lourdes e de Nossa Senhora de Fátima. E, pior: apenas 36% dos habitantes da Cidade Eterna estão convencidos de que "há algo depois da morte". Apenas 14% consideram o aborto totalmente ilícito. 70% defendem o divórcio, a livre convivência, as relações sexuais pré-matrimoniais e a masturbação. O tabu do homossexualismo é dado como superado por 53 % dos romanos 11 • O diário romano "La Repubblica" registra que apenas 23% dos que se dizem católicos freqüentam regularmente os ritos, mas nem todos se aproximam com igual regularidade dos sacrame nto s . Com ungam semanalmente 12% dos romanos, a mesma porcentagem acha necessário confessar-se uma vez por mês, enquanto 60% disseram que jamais se confessam 12 • Diante desse quadro, bem pode Nosso Senhor ter se perguntado: "Quae utilitas in sanguine Meo?" (Qual a utilidade de meu sangue derramado?) 2. Em vários países, proliferam movimentos de emancipação dentro da Igreja, de teor inteiramente protestante. Apenas um exemplo que extraímos da edição anterior de Catolicismo: Abaixo -assinado promovido por

"Não nos adianta apenas acompanhar com ternura os vários episódios da Paixão; isto seria excelente, não porém suficiente. Devemos dar a Nosso Senhor, nestes dias, provas sinceras de nossa devoção e amor. Estas provas nós as damos pelo propósito de emendar nossa vida e de lutar com todas as forças pela Santa Igreja Católica". Plinio Corrêa de Oliveira

católicos leigos do Tirol austríaco propugna entre outras coisas: igualdade de direito entre todos osfzéis pela abolição das diferenças entre Clero e laicato; participação na escolha dos Bispos, total igualdade de direito para mulheres: participação delas em todos os níveis de decisão dentro da Igreja e acesso ao Sacerdócio 13 . 3. "A Igreja Católica está sofrendo perdas em todo o mundo. Ao mesmo tempo ver(fica-se o crescimento da influência do islamismo e das igrejas protestantes, especialmente do ramo evangélico pentecostal, que dá ênfase a curas e exorcismos. "No Brasil, onde o catolicismo já foi a religião oficial, a situação não tem sido d(ferente" 14 • E tal consideração é feita para chegar à conclusão de que é preciso modernizar para atrair... Novamente o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira: "É, de certo modo, o próprio Sangue de Cristo que eles profanam quando, em suas almas resgatadas, acolhem princípios, máximas, normas contrárias à doutrina da Igreja". "Eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça" (Lc 22, 32)

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A Descida da Cruz Fra Angélico (séc. XV), Museu de São Marcos, Florença (Itália)

O leitor poderá ficar acabrunhado, e não sem razão, diante desse panorama desolador. A dinâmica do mal é tão avassaladora, a crise tão profunda, a fraqueza dos bons tão gra nde, que parece não haver solução. Duas promessas, porém, nos devem dar alento: a de Nosso Senhor, de que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja; e a de Nossa Senhora em Fátima: "Por fim, Meu Imaculado Coração triunfará". Foi quando o Divino Salvador disse "Tudo está consumado!" e parecia tudo perdido - que raiou a manhã da Ressurreição. C A TO L I C I S M O

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E já há sintomas inditando que a hora de nossa libertação se aproxima. Pois, apesar de toda a corrupção do mundo atual - e talvez mesmo por ca usa da saturação de vu lgaridade, de imoral id ade, de fa lta de princípios - as garras dessa deterioração já não penetram toda a contextura da alm a do homem contemporâneo. Como explicava o Prof. Corrêa de Oliveira em outra ocasião 15, ressaltando o enorme vazio mental do homem sem ideologia, sem temperamento e sem convicção: "Mas nós verificamos, com quanta alegria e com quanta consolação, que este vazio é receptivo; e que, por maior que seja o vazio de alma do homem de vidro, ele recebe sementes; e essas sementes são precisamente as sementes que a causa de Nossa Senhora deita". Isso mostra uma nova sede do religioso, uma abertura para valores representados pelos símbolos da TFP, um significativo e crescente interesse por nossa revista, bem como o verdadeiro entusiasmo que se nota pela campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, entre outras coisas. São alguns dos sintomas que indicam que o Filho Pródigo, farto das bolotas dos porcos, já se põe o problema de voltar para a casa paterna, que é o primeiro passo para fazê-lo. E prossegue o ilustre pensador e escritor católico: "Há, portanto, um começo de algo~ E assim como, por debaixo da neve, as plantas germinam e não morrem; e quando chega a hora do degelo, se verdtca que toda a natureza está viva, assim também, no apogeu deste inverno, há algo que está começando a germinar, algo que está começando a querer quebrar esta crosta de neve. 28

C ATO L ICISMO

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Noli me tangere (Não me toque) - Fra Angélico (séc. XV), Museu de São Marcos, Florença (Itália)

"Porque tudo quanto Deus faz por Ela [Maria Santíssima] e em nome dEla é obra prima dEle. Ele reservou para Ela todas suas grandezas. O triunfo pessoal dEla tem que ser o triunfo mais maravilhoso da História". Plínio Corrêa de Oliveira

"E isto já não é apenas algo que merece que a Providência poupe o mundo, mas é algo mais ainda, que indica que a hora da misericórdia já chegou, que a hora do perdão vem se aproximando, e que o dia de amanhã está sendo preparado radioso dentro das tristezas do dia de hoje. " Há mais do que isto, porque há a promessa de Nossa Senhora, quando Ela diz: "Meu Imaculado Coração triunfará". É um triunfo dEla e não pode deixar de ser um triunfo esplêndido. Porque tudo quanto Deus fa z por Ela e em nome dEla é obra prima dEle. Ele reservou para Ela todas suas grandezas. O triunfo pessoal dEla tem que ser o triunfo mais maravilhoso da História". Essa é a nossa esperança e a razão de nossas vidas. ♦ Notas 1. Reflexões durante a Se111a11a Santa, in " Lcg ion,í-

rio" , 30/3/47 . Deste artigo serão todas as ou tras ci tações cio Prof. Plinio Corrêa ele O li veira, co m exceção ela última . 2. Santa Teresa, Caminho da Pe1feiç:ão. 3. Exorcismu~· in Satanan et Angelos Apostaticos. 4. C fr. Di scurso ao Pontifício Sem in ário Lombarda, e m 7- 12-68 . 5. Cfr. Homilia Resisti/e Fortes in Fie/e, e m 29-6-72. 6. As c itações evangé licas que fig uram neste arti go foram ex traídas ela Concordânc ia dos Santos Evangelhos, D. Duarte Leopoldo e Si lva, 4a. ed ição, Linográfica, São Paulo, 195 1. 7. "li Messaggero", Pádua, 2 1-2-95. 8. Marco Po li ti. E os sacerdotes disseram sim à pílula entre esposos, "La Repubblica", Ro ma, 22- 10-94. 9. Cfr. Um escândalo de trágicas proporç6es ... , in "The Wanclerer", Sa in t Pau l, Minnessota, EUA, 9-5-96, p. 7. 10. Idem, 16-3-95, p.p. 1 a 10 . 11. Cfr. Roma: cidade católica, mas ne111 1a1110 , in "O Estado ele São Pau lo", 1 1-5-95. 12. Cfr. Marco Politi , Sexo, oração e o alé111 , "La Repubblica", Roma, 9-5-95. 13. Carlos Eduardo Schaffer, Nova Revolução protesta11te, Catolicismo, nº 567, março/98. 14. Igreja Católica soji-e perdas no 111w1c'-5!, in "O Estado ele São Pau lo", 17-6-96. 15. Conferênc ia para sóc ios e cooperadores ela TFP, na cap it al pauli sta, cm 29/1/67.

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As palavras movem, mas os exemplos arrastam!"

O adágio supra era citado com freqüência pelo

Prof. Plínio Corréu Oliveira, a fim de recordar a importância dos bons exemplos, os quais persuadem muito mais eficazmente do que as palavras. Para esta seção, dedicada à família católica, tal provérbio é de um valor capital, pois os filhos espelham-se nos pais; assim como forem os pais, normalmente serão os filhos. T RECHO EXTRAÍDO da Encícl ica Divini lllius Mag istri,de Pio XI (31 de dezembro de 1929) "O primeiro ambiente natural e necessário da educação é a família, precisamente a isto destinada pelo Criado ,: De modo que, em geral, a educação mais eficaz e duradoura é aquela que se recebe numa família cristã bem ordenada e di sciplinada, tanto mai s eficaz quanto mais clara e constantemente aí brilhar sobretudo o bom exemplo dos pais e dos outros domésticos. "Não é nossa intenção querer tratar aqui propositadamente da educação doméstica. [. .. ] Queremos porém eh.amar de um modo especial a vossa atenção, Veneráveis Irmãos e amados Filhos, sobre a lastimável decadência hodierna da educação familiar. Para os ofícios e profissões da vida temporal e terrena, com certeza de menor importância, jazem-se longos estudos e uma cuidadosa preparação, quando, para o ofteio e dever fundamental da educação dosfi.lh.os, estão hoje pouco ou nada preparados muitos pais demasiadamente absorvidos pelos cuidados temporais. [. .. ] "Rogam.os instantemente, pelas entranhas de Jesus Cristo, aos Pastores

de almas, que nas instruções e ca1equeses, pela palavra e por escritos largamente divulgados, empreguem todos os meios para recordar aos pais cristãos as suas gravíssimas obrigações não só teórica ou genericamente, mas também praticamente e em particular cada uma das suas obrigações relativas à educação religiosa, moral e civil dos fi lhos e os métodos mais apropriados para atuá/a eficazmente, além do exemplo da sua vida" (grifos nossos).

A autoridade dos pais deve visar, acima de tudo, a reta educação dos filhos "Cuidem por isso os pais e com eles todos os educadores de usar retamente da autoridade a eles dada por Deus, de quem são verdadeiramente vigários, não para vantagem. própria, mas para a reta educação dos fi lhos no santo e filial 'temor de Deus, princípio da sabedoria' sobre o qual ~e funda exclusiva e solidamente o respeito à autoridade, sem o qual não podem subsistir nem ordem, nem tranqüilidade, nem bemestar algum na.família e na sociedade" (Pio XI, Divini lllius Magistri, Documentos Pontifícios n. 7, Vozes, Petrópoli s, 1956, pp. 29 a 31).

Na noite de Natal, camponeses pobres oferecem presentes a uma família de mendigos itinerantes - Ferdinand Georg Waldmüller (1854), Museu da Província da Styria, Graz (Áustria) O casal de camponeses dá o exemplo da prática de caridade a seus filhos pequenos

Má influência ou descuido podem produzir conseqüências para toda a vida da criança Da Alocução de Pio XII a senhoras da Ação Catól ica, em 26 de outubro de 1941 : "Se São Gregório não duvidou cham.a r a todo o governo das almas 'ars artium', a arte das artes (Regula pastoralis, l.l, c.1- Migne PL, t. 77, col. 14), é certamente arte difícil e laboriosa a de plasmar bem as almas das crianças; almas tenras.fáceis em deformar-se por impressões imprudentes ou por falsos estímulos, almas das mais difíceis e delicadas de se guiarem, nas quais muitas vezes, mais que na cera, wn.a influência.funesta ou um descuido culpável bastam para lhes imprimir vestígios indeléveis e m.alignos. Felizes aquelas crianças que encontram na mãe junto do berço um segundo anjo da guarda para a inspiração e o caminho do bem!" (Pio XII, Davanti a questa, Documentos Pontifícios, n. 61, Vozes, Petrópolis, 1953, pp. ♦ 4-5) (grifo nosso).

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Santo Estêvão Hard1ng,

Os religiosos foram ali recebidos pelo Arcebispo Hugo, que era também legado papal na França. Discernindo os caminhos de Deus, ele os liberou dos compromissos em Molesmes, local que abandonaram definitivamente.

cofundador, da ·Ordem Cisterciense

Um Santo de origem inglesa, pouco conhecido, cumpriu fielmente a insigne vocação de fundar famosa Ordem religiosa e formar São Bernardo de Claraval Htuo

Até o século XVI -

quando foi arrebatada do grêmio bendito da Santa Igreja Católica pela heresia anglicana - a Inglaterra se inseria no belíssimo concerto das nações católicas européias que constituíram a Cristandade medieval. Foi nesse ambiente carregado de bênçãos que, no século XI, veio à luz Estêvão Harding, de cuja vida na Inglaterra só nos consta o nascimento - de pais ricos e nobres - e a passagem pela Abadia de Sherborne, em Dorsetshire, onde se formou nas ciências e na piedade. . Pois logo em seguida dirigiu-se à Escócia e a Paris, para depois, na companhia de um amigo, partir em peregrinação a Roma.

VIANA

Em Molesmes, chamado à vida religiosa

Quando regressavam da Cidade Eterna, atravessando numa noite a floresta de Langres, na França, depararam com um conjunto de cabanas toscas, onde monges dividiam o tempo entre a oração e o trabalho manual. Além de rezar, plantavam para sobreviver e tornar fecunda a terra que, como em toda a Europa, era ainda inóspita e coberta por densa vegetação. Aquele lugar denominava-se Molesmes e Estêvão sentiu-se intensamente atraído pela vida de seus monges, cujo fervor lhe pareceu muito edificante. Não era para menos. O Abade era São Roberto e o Prior São Alberico. Dois santos, numa pequena e incipiente comunidade perdida na floresta, como era muito comum na Idade Média. O companheiro de Estêvão resolveu prosseguir caminho, deixando-o com aqueles homens de Deus. Nosso santo ali permaneceu durante alguns anos, numa vida de pobreza, oração e mortificação. Entretanto, com o passar do tempo, percebeu que começava a arrefecer-se o espírito religioso que caracterizara até então aquela comunidade. Isto o levou, juntamente com o abade, o prior e quatro outros monges, a encetar uma viagem a Lyon.

• Abaixo do título: Selo da Abadia de Molesmes, na qual permaneceu Santo Estêvão Harding durante alguns anos, antes de ingressar em Cister

Estêvão Prior. Situação entretanto relativamente passageira, pois no ano seguinte Alberico entregava sua alma a Deus e passava a ocupar, por toda a eternidade, o esplêndido trono que lhe estava reservado no Céu. Com a morte de Alberico, foi eleito Abade EsFundada a Abadia-mãe de Cister: têvão, que tudo fez para evitar o cargo. futuro glorioso Logo de início procurou tornar mais rigorosas as Como o espírito de sacrifício e amor à Cruz de regras. E com vistas a preservar o isolamento dos monNosso Senhor Jesus Cristo estavam entre as princiges, proibiu o acesso a Cister dos nobres que ali iam pais características celebrar suas festas e da Idade Média, proreuniões. Atitude que curaram nossos o indispôs temporarimonges uma localiamente com o Duque dade solitária e inHugo, sucessor de culta para se fixaOdon, que não comrem. Encontraram preendera a medida. então Cister, um terTambém procureno pantanoso no rou levar o espírito coração da floresta. de pobreza a um A terra pertencia a grau heróico, através Reinaldo, Senhor de da adoção de objetos Béaune, que não apesimples, embora semnas a cedeu, mas ainpre muito dignos, inVista aérea da Abadia de Cister, hoje pertencente aos padres trapistas da, juntamente com clusive para o culto Odon, Duque da divino. Mas sem Borgonha, forneceu os operários para a construção qualquer concessão ao miserabilismo, tão ao gosto do mosteiro. Era a feliz concórdia entre a Igreja e o dos progressistas de nossos dias. poder temporal, outra bela característica da CristanEsse rigor excitou murmúrios em conventos vidade medieval tão enaltecida pelo Papa Leão XIII. zinhos, que se viram contundidos em sua moleza Finalmente, em 21 de março de 1098 era inaue começaram a difundir calúnias contra Cister. gurada a nova Abadia, com a qual se iniciava a Por outro lado, o homem medieval, que amava Ordem Cisterciense, tendo Roberto como Abade, a beleza e a pompa, ainda não compreendia muito Alberico como Prior e Estêvão como subprior. Dirbem que uma vida de pobreza pudesse existir em se-ia que tudo correria às mil maravilhas, pois que função de um bem maior. E que aquela praticada mal poderia advir a uma instituição encabeçada pelos monges não era o contrário do belo e do ceripor três Santos? monioso, mas um elemento indispensável para que eles pudessem existir em sua justa medida. No crisa/ das provações Por causa disso, os habitantes da região foram-se Mas Deus prova a fidelidade dos seus eleitos. afa~tando de Cister, e com eles os eventuais noviços. No ano seguinte, os monges remanescentes de Uma réstia de luz Molesmes, vendo que a situação estava cada vez no celeiro dos monges pior sem o seu antigo abade, decidiram recorrer a Roma para pedir a volta de Roberto. O que sem Foi num desses terríveis dias de isolamento e dificuldade obtiveram. penúria que Estêvão decidiu enviar, com apenas Com a sua saída, Alberico tornou-se Abade e três moedas, o provedor da Abadia a cidade Vézelay.

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Travou-se em seguida um belíssimo diálogo entre os dois, pois o monge glorioso não queria partir sem antes receber a bênção de Estêvão: - É hora, Senhor Abade, de eu retornar Àquele que me enviou; peço-te despedir-me com a virtude da tua bênção. - Que me propões, glorioso irmão? Passaste da corrupção à incorrupção, da vaidade à realidade, das trevas à luz, da morte à vida e queres receber a minha bênção, de mim que gemo sob o peso de todas essas misérias? É a ti que compete abençoar-me. - Não, retrucou o irNovas provações mão, o Senhor te deu o poprecedem graças der de abençoar, és constiextraordinárias tuído em dignidade e eu não sou senão teu discípulo; foi No entanto, a provação pelos teus cuidados que escontinua a lhes bater à porcapei das imundícies deste ta. Uma misteriosa doença mundo. Convém-me receber sobrevém nos anos 1111 e a tua bênção e não partirei 1112, ceifando a vida da enquanto não a tenha recemaior parte dos monges. bido de ti. Até que um dia, levado pelo Confuso, Estêvão abendesalento e perguntando-se çoou-o e em seguida a vi- como acontece com fresão desapareceu. qüência entre os Santos "Os que semeiam em láse estava realmente fazengrimas ceifarão com aledo a vontade divina, EstêPintura de São Bernardo de Clara vai gria", está dito em um dos vão ordena a um religioso Mosteiro de Zinna, nas proximidades de Berlim, Salmos do Nome de Maria. em agonia que volte após a (Alemanha) Quanto gáudio aguardava a morte para lhe revelar os Ordem Cisterciense a partir dessa celeste reveladesígnios de Deus a respeito de sua obra. ção, ela mesma um imenso gáudio! Este adquiriu ali três carroças com os respectivos cavalos, com o propósito de voltar com as mesmas carregadas de víveres. Tarefa coroada de êxito graças à sua dedicação, pois através de um conhecido conseguiu que um rico homem prestes a morrer doasse todo o necessário para suprir aquela emergência. Ao se aproximar de Cister, deparou-se com uma procissão que entoava salmos: era o santo Abade revestido de seus paramentos que, juntamente com os monges, fora recebê-lo para agradecer a Deus a imensa dádiva.

"Como abelhas a enxamear a colméia ... "

Surge Bernardo, à frente de 30 nobres

Certo dia, quando trabalhava no campo, apareceu-lhe todo envolto em magnífica luz o referido monge, dizendo-lhe que não somente aquele gênero de vida era agradável a Deus, mas que em breve acorreriam candidatos que, "como abelhas a enxamear apressadamente e a extravasar a colméia, voariam para longe e se espalhariam por muitos lugares da Terra".

Qual terá sido a reação do porteiro, e como terá ele transmitido ao Abade e aos poucos monges remanescentes daquelas duras provas, a notícia de que na portaria havia trinta nobres, a maioria ainda muito jovem, pedindo para ingressar em Cister? Era a Providência Divina, que premiava assim a fidelidade de Estêvão e dos seus, encaminhando àquela predileta flor plantada no meio da mais inós-

pita floresta o belo enxame prometido, para dela Santo Alberico, para não ser eleito abade, também retirar o néctar que logo se espalharia para muitos agora o nosso Santo retira-se, só que definitivamenlugares da Terra. te, após governar a Ordem durante 20 anos, a fim de A partir de então, o número de noviços não cesse preparar para o solene encontro com o Criador. sou de crescer, e com ele o das novas fundações, Humildade em face da morte como Pontigny, Morimond e Claraval. Esta última tendo como Abade o grande e nobre Bernardo, enQuando já velho e cego jazia no leito de morte, tão com apenas 24 anos, Estêvão ouviu seus moncujo nome ficou para semges tecer-lhe elogios, dipre associado ao lugar. ze ndo que ele poderia Qual velho e magnífiapresentar-se sem temor co carvalho vergado sob o na presença de Deus. Ao peso das intempéries, de que o Santo, erguendo-se, algum modo Santo Estêos repreendeu: vão Hardi ng poderá ter re"Na verdade, eu vos petido nessa ocasião, em afirmo que estou para relação a São Bernardo, o comparecer diante de cântico de Simeão ao lhe Deus, tremendo e angusser anunciado o nascimentiado como se nunca tito do Salvador: "Agora vesse praticado nada de deixe partir este servo... " bom, porque, se houvesPois doravante ele se se algo de bom em mim e eclipsa aos olhos dos morse minha pequenez tivestais para dedicar-se às duas se produzido algum frugrandes tarefas de sua vida: to, teria sido com o auxía formação de Bernardo e lio da graça divina; e eu a constituição da Ordem de receio imensamente ter Cister. Em 1114, São feito talvez economia da Bernardo e outros monges graça de Deus com mede Cister fundaram a célenos zelo e menos humilbre Abadia de Claraval. dade do que deveria". Foi em 1119, quando Com esses belos senSão Bernardo toma posse, com monges de Cister, · ·, h · nove Ab ad ias Ja aviam da Abadia de Claraval- Gravura de Crônicas abreviadas timentOS entregou a alma nascido de Cister e Clade Borgonha, manuscrito do século XV. a Deus. Seu quarto estava 1 · · d d Após receber a formação de Santo Estêvão Harding, rava , part1c I pan o e São Bernardo e seus companheiros iniciam a resplandecente de luz. Era gloriosa história de Claraval um capítulo geral que se O d ia 28 de março de reunia anualmente em Cister, que Estêvão redi1134. Foi canonizado em 1623, sendo sua festa celebrada pelos cistercienses e nas dioceses de giu um corpo de normas, denominado Carta da Caridade, a qual organizava os cistercienses ofiWestminster e Plymouth no dia 28 março, enquancialmente como Ordem e regulamentava seu to nas demais, no dia 17 de abril. ♦ modo de vida. Essa Carta recebeu confirmação Fontes de referência: do Papa Calixto II no ano seguinte. Em 1128 ele assiste com São Bernardo ao Con1. Vie des Saints , Les Petits Bollandistes, Bar-le-Duc, Typographie eles Cél estins, Ancienne Maison L. Guérin, 1874. cílio de Trento. 2. Vie des Sai111s, par les RR. PP. Bénédictins de Paris, Librairie Letouzey Finalmente, em 1133, com o mesmo espírito com et Ané, 1946. o qual se ausentara momentaneamente à morte de 3. Vida da.1· Santos de Butler, Ed. Vozes, Petrópo lis, 1984.

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Alemães defendem patrimônio de suas tradições cristãs Na Alemanha de hoje, uma benemérita entidade que atua em defesa da civilização cristã tem alcançado êxitos dignos de nota. Tratase da Associação Alemã pró Civilização Cristã (DVCK), que vem promovendo importantes campanhas junto ao público alemão. Pareceu-nos oportuno informar nossos leitores a respeito desse eficaz trabalho em prol dos valores tradicionais da civilização cristã, profundamente vulnerada pelo secular processo revolucionário que visa estabelecer, em âmbito 34

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universal , um estado de coisas anticristão. Assim , solicitamos ao Sr. Atílio Faoro - nosso correspondente em Frankfurt, estabelecido no Bureau Trad ição, Família e Propriedade dessa cidade - que entrevistasse o Sr. Benno Hofschulte, Presidente da Associação Alemã pró Civilização Cristã. Este recebeu nosso correspondente na sede da entidade, situada naquela mesma cidade, tendo concedido a entrevista que apresentamos a segu ir.

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Catolicismo - O Sr. poderia expor os objetivos visados e os métodos utilizados pela Associação Alemã pró Civilização Cristã?

Sr. Benno Hofschulte -A DVCK (Associação Alemã pro Civilização Cristã) foi fund ada em 1983. Num a é poca em que espec ialmente a juventude sofre de uma grande desori e ntação religiosa, mora l e c ultura l, propusemo-nos levantar bem alto os ideais e va lores perenes da c ivili zação cri stã. E mostrar que a aceitação e defesa desses valores dá sentido à vida. Foi esse o objetivo que visávamos ao fund ar nossa assoc iação. Os me ios que uti lizamos são os me i-

os cl ássicos: programações de informação c ultural e re li giosa na sede da enti dade, passeios e viagens a centros hi stóricos para va lori zar a herança cu ltural ela civilização cri stã ocidenta l. Procura-se colocar as gerações mais recentes a par cio que existe de belo e atraente na hi stó ria ela cri standade, na cu ltura européia, tão marcada pela Igreja, e sobretudo na Re ligião católica. E depois ir form and o - eu qu ase diri a c ivili zando - o jovem contemporâneo. Porque na grande maioria dos casos, os tesouros da cri standade não são conhecidos em seu signifi cado s imbó1ico ma is profund o, mas ape nas de modo supe rfic ial e materia l.

reta, uma carta concl amando a opini ão pública germâni ca anti -aborti sta a parti cipar cio debate político em defesa da vida das crianças não nascidas, remetendo um cartão postal pré-redigido à Presidente do Parl a mento ale mão, deputada Rita Süssmuth . Teve início então nossa campanha denominada S. O.S. VIDA. Estávamos empenhados e m influenciar os debates referentes à reforma da lei do aborto, no sentido ele defender a vida da criança a partir da concepção. A maioria dos políticos, inclusive do Partido Democrata Cristão, tido como conservador, insiste até hoje no dire ito de autodeterminação da mulher quanto à decisão fin al ele realizar ou não o aborto.

Catolicismo - Uma iniciativa, segun-

Catolicismo - Quais os resultados obtidos por S.0.S. VIDA contra esse pretenso direito de autodeterminação da mulher?

do nos consta, que vem alcançando expressivos resultados e repercussão na opinião pública alemã é a campanha S.0.S. VIDA, promovida pela entidade desde o fim da década de 80. O Sr. poderia resumir seus principais lances?

Sr. Benno Hofschulte - No fim da década de 80 está vamos procurando um meio de alcançar nosso objetivo ele atingir a opinião pública alemã ele um modo ma is ampl o e e fi caz. E ra a época da queda do muro ele Berlim e a conseqüente re unifi cação da Ale manha. A práti ca cio aborto , inte ira me nte libe rada por le i na Alemanha comuni sta, era co nsiderada uma conquista cio soc ia li smo. Percebíamos que a te ndê nc ia po líti ca era de ace itar essa matança de in ocentes na legislação da Alemanha re unifi cada . A extre ma grav idade do ass un to to rnou-se clara para nós, quando ass isti mos a um co ng resso na c id ade el e Dresden, em setembro de 1990 , organi zado pe la seção a lemã da Ação Européia de Médicos, que reúne médi cos anti-abortistas. Era prec iso pô r mãos à o bra para inte rv ir no de bate po líti co so bre a nova reg ul a me ntação do pa rág rafo 2 18 da le i do Códi go Pe nal A lemão, que trata do aborto. Ass im , em dezembro de 1990 começamos a enviar, pelo siste ma de mala di -

Sr. Benno Hofschulte - Já no prime iro an o de atividad es da ca mp a nha S.O.S. VIDA, havi a caído sobre a mesa da pres idente do Parlamento mais de 50 mil cartões postais de nossa campanha. Cada dois meses, alguma in stânc ia po1ítica ou comi ssão parl amentar recebia dezenas de milhares de tomadas de posição dos aderentes de S.O.S . VIDA. A coligação dos partidos co nservado res, no entanto, não ass umiu pos ições dec is ivas para impedir a aprovação do proj eto das esquerd as, e m junho de

1992, que despenalizava o aborto até a 12ª semana de vida do nasc ituro e até a 22ª seman a de cri anças presumivelmente defeituosas. Após mais três anos ele di scussões, de bates e inte rve nções do Tribun a l Con stitu c io nal, a tra ição dos partidos conservadores consumou-se em junho de l 995, quando o Parl amento aprovou um proj eto conjunto ele socialistas, li berais e conservadores, qu e liberava o aborto até o terce iro mês de g ravidez e, em caso de peri go de vida para a mãe ou de defeito presumíve l da criança, até o fim do nono mês de ges tação, ou sej a, até o nasc ime nto. Para que o aborto possa ser praticado até o terceiro mês de gravidez se m incursão em pena - pois e le continua sendo crime-, a le i exige que a mulher apresente ao médico um atestado de consulta- pré via, e mitido nos escri tóri os de aconselhame nto para mu lheres grávidas . Para que um escritó ri o de aconselhamento seja reconhec ido pelo Estado e de le receba ajuda fin anceira, é obri gado a emitir o atestado sempre que a mulher o ex ij a. ► Sr. Benno Hofschulte:

''.41 Campanha denominada S.O.S. VIDA teve início em dezembro de 1990, mediante carta cone/amando a opinião pública alemã anti-abortista"

C A TO L I C I S M O

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Sr. Benno Hofschulte junto à cópia da Imagem Peregrina Internacional de N. Sra. de Fátima: "O elemento básico da Campanha A ALEMANHA NECESSITA DA AJUDA DE MARIA consiste na difusão do livro Fátima: Mensagem de tragédia ou de esperança?"

Ora, esse serviço de aconselhamento é feito também pelas instituições soc iais da Igreja Católica. Para que tais instituições sejam reconhecidas pelo Estado e não percam o auxílio financeiro estatal, elas se submetem às exigências da lei , que obriga a emissão do atestado de aconselhamento.

carta oficia l ao Episcopado germân ico pedindo insistentemente o desligamento de organi smos cató li cos do sistema que emite atestados de aco nse lhamento. Infelizmente a Conferência dos Bispos da Alemanha fixou o prazo de um ano·para estudar o melhor modo de atender ao pedido de João Paulo II. É de se temer que os Prelados não atendam à solicitação papal e continuem permitindo que se coloque nas mãos da mulher uma licença para matar. Essa atitude do Episcopado alemão é realmente perplexitante para um católico bem formado!

Catolicismo -

A DVCK, além do S.0.S. VIDA, tem exercido algum outro tipo de atuação?

Sr. Benno Hofschulte - Sim, nossa assoc iação mantém duas outras campanhas: CRIANÇAS EM PERIGO e A

Catolicismo -

A campanha S.0.S. VIDA tem mantido contatos com o Episcopado alemão?

Sr. Benno Hofschulte - Desde 1992 nossa campanha tem insistido junto aos Bispos alemães para que os referidos organismos católicos saiam do sistema estatal de aconselhamento de mulheres grávidas. Pois com a emissão do atestado, a Igreja põe nas mãos da mulher a permissão para matar legalmente seu próprio filho. Contra tal participação no crime do aborto, João Paulo II escreveu uma Sr. Benno Hofschulte: "Desde 1992 nossa campanha tem insistido junto aos Bispos alemães para que organismos católicos saiam do sistema estatal de aconselhamento de mulheres grávidas"

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CATOL I C I SMO

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ALEMANHA NECESSITA DA AJUDA DE MARIA. A primeira tem como tema centra l a influência maléfica da mídia sobre as crianças, espec ialmente da televisão. Já publicamos vários livros sobre o tema. Ultimamente a campanha contra a onda de blasfêmias tem alcançado muito boa repercussão, tanto nos meios políticos quanto na imprensa. Está sendo debati do no leg islativo, por iniciativa de três deputados conservadores, o artigo que pune blasfêmias. Um aspecto muito importante de todas as nossas campanhas é o de não permitir que os temas li gados à degradação moral da sociedade saiam da discussão pública. Através da campanha A ALEMANHA NECESSITA DA AJUDA DE MARIA , estamos fazendo ampla difusão da mensagem de Fátima e da devoção a Nossa Senhora. O elemento básico de tal ini ciativa é o livro Fátima: Mensagem de tragédia ou de esperctnça, do sóc io da TFP brasileira Antonio A. Borelli Machado. A aceitação é excelente. Temos ainda difundido uma Via Sacra de autoria do Prof. Plínio Corrêa de Oli veira, milhares de rosários e de estampas da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima. ♦

Concordância parcial

~ Concordo com todos os temas que se prendam a fatos relig iosos. Não concordo com art igos pol ítico-hi stórico-revol ucionári os; c ríticas feitas em relação às outras religiões e/ou críticas de assuntos que não estejam li gados à doutri nação cristã. Já que me foi dada esta oportunidade faço minhas sugestões: temas que se prendam à evangeli zação, doutrinação e formação do homem à imagem e semelhança de Jesus Cristo, nosso Salvador, bem como a influência de inúmeros outros artigos de autoria dos integrantes de Vossa equ ipe religiosa que possam contribuir para semear o amor nos corações de Vossos leitores fazendo brotar na consciência de cada um que somente o amor e a crença em Deus, nosso Criador, pode levar a humanidade à conscientização da responsabilidade em salvar o nosso planeta para um mundo de paz. Nota 10 pela capa e pelos temas que narram fatos reli g iosos. (L.M. -

Rio de Janeiro - RJ)

Nota da Redação: Para responder de modo sucinto a essa objeção, cumpre lembrar inicialmente uma distinção básica para se ter uma noção completa da doutrina católica: o campo espiritual e o terreno temporal. E é natural que uma revista de inspiração católica, como Catolicismo, tenha em vista propiciar a seus leitores uma formação integral, que abranja tanto uma quanto outra dessas esferas. A prezada leitora concorda com a matéria que publicamos so-

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bre "temas que se prendam a fatos religiosos" . Agradecemos tal concordância com essa parte da formação que oferecemos aos que nos distinguem com sua atenção. E somos igualmente gratos pelos elogios que figuram nas linhas finais da carta. A missivista, porém, diverge de nossas posições em maté rias do campo temporal , como os artigos sobre temas políticos e hi stóricos, re lacionados com o processo revolucionário. A esse respeito é necessário acentuar que não estaríamos cumprindo nosso dever de publ ici stas de orientação católi ca, se apresentássemos um a visão incompleta da doutrina da Igreja. E tal dever é ainda mai s grave numa época como a nossa, em que o neopaganismo avança não só no plano espiritual - mediante as mais variadas formas de naturali smo, de esoteri smo, etc. - mas também na esfera temporal. Assim, presenciamos tais manifestações anticatólicas não só através dos brutais ataques à instituição fam ili ar (divórcio, aborto, educação dos filhos , corrupção da infância e juventude, etc.), como também do sistemático combate ao princípio da propriedade privada (Reforma Agrária socialista e confiscatória, invasões de terras, etc.). Além disso, é oportuno recordar que mesmo esses temas, de caráter mais especificamente temporal, têm raízes no plano espiritual. Pois as violações ao princípios básicos da instituição fami I iar estão in c luídas nos Mandamentos do Decálogo (4°, 6º e 9º). E as transgressões ao princípio da propriedade privada se inserem no conteúdo

de outros mandamentos (7º e 1Oº) . Vê-se, portanto, que o conceito de religioso admite uma acepção muito mais ampla do que o apresentado na missiva de nossa cara assinante. Catolicismo timbra em basear seus artigos na mais límpida doutrina católica: Magistério Eclesiástico, Doutores da Igreja e autores consagrados. E o faz com tanto mais empenho quanto mais estejam eles ligados aos temas de ordem temporal. Pois mesmo estes, ao envolver problemas de ordem moral - como nos casos acima apresentados - ficam subordinados às sábias orientações e diretrizes do Magistério da Igreja.

Concordância parcial, em sentido contrário...

~ Pude constatar que a revista está excessivamente religiosa, mais ou menos 50%. Não que eu não seja católico, mas acho que ficaria mais interessante se substituísse parte do conteúdo religioso por um conteúdo sócio-eco nômico nacional e mundial, omitindo a posição extremamente conservadora da TFP, assim tirando parte da subjetividade de tal entidade. Agradeço-lhe antecipadamente sua compreensão. (L.M.B. -

Montes Claros - MG)

Nota da Redação: A resposta à carta anterior vale, mutatis mutantis, para a presente. Com um acréscimo: tanto as posições de Catolicismo quanto as da TFP - da qual nossa revista é o órgão portavoz - em matéria sóc io-econômica fundam -se, como já foi dito em Nota da redação anterior, nas fontes mais puras do tesouro doutrinário da Igreja.

CATOLICISMO

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') ') ') ') ') ') Afrescos de cenas da Paixão Fra Angélico (séc. XV), Museu de São Marcos, Florença (Itália)

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A entrada triunfal em Jerusalém

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3 10 17 24

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de

1 São Macário, o Milagroso, Abade. + Ásia Menor, 830. Abade ele Pelecete, nas proximidades de Constantinopl a, fam oso pelos mi lagres que operava, fo i duas vezes ex ilado pelos Imperadores bi za ntinos contrári os ao cul to das image ns, fa lecendo na segunda vez, dev ido aos sofrimentos que lhe for am infli gidos. Santa Maria Egipcíaca, Pe11itente. graça, fugiu para o deserto, onde viveu mais ele 40 anos faze ndo penitência. A São Ciríaco, que a encontrou no fim desse período, contou sua vida pouco antes de falecer. Muito popular na Idade Média, sua vida de u ori ge m a muitas legendas.

3 São Ricardo de Chichester, Bispo. + [nglaterra, 1253. Chanceler ela Uni versidade de Oxford, conse lheiro cios Arcebi spos ele Cantuári a São Edmundo Rich e São Bonifácio. Teve qu e lutar contra a prepotência do rei Henrique Ili. Morreu em Dover, quando pregava a Cruzada.

4 São Benedito, o Mouro, Confessor. + Palermo, 1589. Escravo liberto, irmão-leigo e coz inhe iro do co nve nto fra ncisca no de Palermo, por sua virtude e prudência fo i escolhido como superior, apesar de analfabeto. Muito procurado pela fa ma de seus mil agres e dom de conselho, acabou na velhice renunciando ao cargo e voltando à cozinha. É o padroeiro cios negros americanos.

26 Santo Estêvão de Perm, Bispo e Confessor.

meu caro amigo Marcelino.

7 Sa11to He11rique Walpole, Mártir. + Inglaterra, 1595 . Reconciliado com a Igreja

após ter aderido ao cisma de Henrique VIII , ordenou-se em Roma no Colégio cios Ingleses. Como jesuíta voltou ao seu país, onde socorria os católicos nas catacumbas. Foi preso e martiri zado em York por ódio à fé.

8 São Perpétuo, Bispo, Confessor. + Tours, 490. Bispo dessa cidade francesa, restaurou a disciplina eclesiástica, pôs em prática o jejum, regulamentou os Dias ele Festa, reconstruiu a Basílica de São Martinho e esmerou-se em inculcar nos fiéis os fund amentos ela Fé du rante 30 anos de episcopado.

9 QUINTA-FEIRA SANTA Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio

10 SEXTA-FEIRA SANTA Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jejum e Abstinência.

11 SÁBADO SANTO Jes us Cristo no sepulcro e a soleclade de Nossa Senhora.

12

+ Moscou, 1396. Monge russo, foi missioná-

rio junto aos Urai s e depois Bispo ele Perm . Por se opor às heresias de hussitas locai s, teve que fugir para Moscou onde faleceu.

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15

Santo Antimus, Bispo e Mártir.

Sa11ta Hunna, Viúva. + Estrasburgo, 679 . Filha ele um duque da Al sác ia, casada com um nobre de Es trasburgo, dedicou-se totalmente aos pobres chegando a ir ajudá- los a lavar a própri a roupa, pelo que passou a ser conhecida como a Santa la vadeira.

16 São Benedito José Labre, Co1ifessor. + Roma 1783. Mendi go voluntári o, peregrinava entre os mai s célebres sa ntu ári os da Europa sofrendo humilhações e maus tratos. Ao fal ecer em Roma, as cri anças espontaneamente sa íra m gritando pelas ru as:

Santa Maria Eufrásia Pelletier

+ Nicoméclia, 303. Bispo que "por sua confis-

em sua diocese pela ajuda aos necessitados. DunU1te a invasão dos dinamarqueses na [nglaterra foi martirizado por não querer pagar seu resgate com o dinheiro destinado aos pobres.

são de Cristo, obleve.... u111 glorioso martírio por decapitaçcio. Quase todos seus f iéis o segui rarn, alguns dos quais o juiz mandou que f ossem decapitados à espada, outros queimados vivos, outros colocados num navio e afogados no mar" (cio Martirológio Romano).

21

28

Sã-O Conrado de Parzham, Corifessor.

São Paulo da Cruz, C01ifessor.

+ Bav iera , 1894. Irmão-leigo capuchinho e porteiro do Santuário de Nossa Senhora em Altõtting por mais ele 40 anos. Grande devoto ela Virgem, notável por sua caridade, dom de profecia e habilidade em ler os corações.

+ Roma, 1775. Fundador cios Passionistas dedicados à contemplação da Paixão cio Sa lvador e à pregação ele missões populares. Favorecido com os dons de profecia, milagres e curas, fo i um dos maiores pregadores do seu tempo, convertendo criminosos e os pecadores mais empedern idos.

" Faleceu o Santo" .

17 Santo Estevii-0 Hardillg, Abade, Confessor. (Vide seção Vidas de Santos, p. 30)

18 Santo Apol,ônio, o Apologista, Mártir. + Roma, 185. "Senador romano que, sob o Imperador Cômodo, fo i traído por 11111 escravo, como cristão. Quando lhe fo i pedida explicação de sua.fé , compôs um f amoso li vro que leu no Senado. No entanto, por sentença do mesmo f oi decapitado pelo amor de Cristo"

(do Martirológio Romano)

19 São Leão IX, Papa e Co,ifessor. a inconti-

+ 1054. Lutou contra a simonia e

DOMINGO DE RAMOS

"Cristo ressuscitou, ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!"

13

20

+ Áfri ca, 413. Representante do Imperador

Abril de 19'98

Honório na África, para fa zer cessar a agitação produzida pelos hereges clonatistas, os quais mandaram assassiná- lo ao lhes impor o retorno à verdadeira Fé. Santo Agostinho dedica sua famosa obra A Cidade de Deus ao

nência ec les iástica. Excomungo u o Patriarca de Constantinopla Miguel Cerulário, que expulsara daquela cidade todo o clero latino.

São Marcelino de Cartago, Mártir.

CATO LICIS MO

mem muito agradável a Deus por suas virtu des", segundo a tradição, fora antes sapateiro.

"Ator que, enquanto pa rodiava os sagrados ritos dos cristãos no teatro, converteu-se repentinamente e os apro vou, não somente por palavras mas também pelo testemunho de seu sani ue " (do Martirológio Romano).

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

6

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+ Alexandri a (Egito) séc. l. Discípulo e sucessor de São Marcos na Sé ele Alexandria, "ho-

+ Localidade desconhecida. In ício cio séc. IV.

5 Triunfal entrada de Cri sto Jesus em Je rusalém po ucos di as antes de Sua Pai xão na mes ma cidade.

Páscoa da Ressurreição

Santo Aniano, Bispo.

Santo Ardalion, Mártir.

J

+ Palestina, 500. Atri z e pecadora, tocada pela

A descida da Cruz

'5llbril

25

uma só vontade em Cri sto. O Imperador Constâncio II, ele Constantinopl a, adepto da seita, mandou-o seqüestrar, julgar e condenar à morte, comutada depois pelo ex ílio, onde veio a morrer ele fome e maus tratos. Foi o último Papa mártir.

14

2

Instituição da Eucaristia na última Ceia

ce íice~~

São Martinho I, Papa e Mártir.

Sa11to Aifege, Bispo e Mártir.

+ Criméia, 656. Assim que assumiu o Papado

+ Greenwich (lnglaterra) 1O12. Abade, Bi pode

convocou um Concílio em Latrão e condenou o monoteli mo, heresia segundo a qual havia

Winchester e depois Arcebispo de Cantuária, de grande austeridade ele vida, eliminou a pobreza

22 Santo Agapito I, Papa e C01ifessor. + Constantinopla, 536. Eleito para a Sé ele Pedro já ancião, morreu em Constantinopla onde fo ra tentar co nve nce r o Imperador Justiniano a não invadir a Itáli a e a remover da Sé de Constantinopla seu Patriarca monotisita. São Gregório Magno fe z seu panegírico.

23 Sã-O Jorge, Mártir. + Lydia (Palestina) 303. Patrono da Inglaterra,

Portugal, Alemanha, Aragão, Gênova e Veneza e um dos mais popul ares santos no mundo, dele sabe-se co m certeza so mente que sofreu o martírio em Lyclia, devendo ter pertencido à Guard a imperial. Na Jclade Média, seu culto desenvolveu-se no Ocidente sobretudo devido aos cru zados .

29 Sa11to Hugo de Clu11y, Confessor. + França, 1109. Recebido na abadia ele Cluny

por Santo Odilon aos 16 anos, sucedeu-o como Abade aos 25, governando por 62. Serviu a nove Papas, foi conselheiro ele Imperaclores, reis, Bispos e superiores religiosos, exerceu influência dominante na esfera política e religiosa ele sua época. Com ele Cluny tornou-se o fa ro l da ldade Médi a.

30 Santo Eutrópio de Saintes, Bispo e Mártir. + França, 404. Romano, aco mpanhou São Dionísio à França sendo o primeiro Bispo de Saintes. "Após ler exercido durante longo tem.-

po o ofício de pregado,;foi decapitado em testemunha a Cristo, morrendo em triunf o" (do

24. Santa Maria Eufrásia Pelletier, Virgem.

Marti rológio Romano).

+ Angers, 1868. Nascida em plena Revolução

Nota

Francesa, conservou intacta sua fé e têmpera de es pírito. Fundou o Instituto das Irmãs do Bom Pastor para regeneração de mulheres transviadas e amparo às que se encont ravam em perigo de se perder.

Como em cada dia é comemorado mais de um santo, aqueles focalizados no calendário dos diversos meses deste ano podem não ser os mesmos que foram tratados nos mesmos dias do ano passado. Porém, isto facilitará aos nossos leitores o conhecimento de dados a respeito da vida de um maior número deles.

C ATOLI C I S MO

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Uma inimizade Deus estabeleceu Imagem de S. Luís Grignion de Montfort pisando o demônio, o qual tenta rasgar o Tratado da Verdadeira devoção

IMPOSSÍVEL HAVER harmonia entre virtude e vício, verdade e erro, honestidade e vileza, justiça e iniqüi dade . Como também é impossíve l have r consórcio entre a lu z e as tre• vas , os filhos da Virgem e os filhos da serpente infernal. Pois os inimigos de Deus não podem ser nossos amigos. Vejamos o que, a esse respeito, diz o grande apóstolo marial, autor do célebre Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís Grignion de Montfort:

"lnimicitias panam inter te et mulierem, et semen tuum et semen illius; ipsa conteret caput tuum, et tu insidiaberis calcaneo eius" (Gn 3, 15 ): Porei inimizades entre ti e a mulher, e enl:re a tua posteridade e a posteridade dEla. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar.

"Uma única inimizade Deus promoveu e estabeleceu, inimizade irreconciliável, que não só há de durar, mas aumentar até o fim: a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio; entre os filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e sequazes de Lúcifer; de modo que Maria é a mais terrível inimiga que Deus armou contra o demônio.

Ele lhe deu até, desde o paraíso, tanto ódio a esse amaldiçoado inimigo de Deus, tanta clarividência para descobrir a malícia dessa velha serpente, tanta força para vencer; esmagar e aniquilar esse ímpio orgulhoso, que o temor que Maria inspira ao demônio é maior que o que lhe inspiram todos os anjos e homens e, em certo sentido, o próprio Deus. Não que a ira, o ódio, o poder de Deus não sejam infinitamente maiores que os da Santíssima Virgem, pois as perfeições de Maria são limitadas; mas, em primeiro lugar; Satanás, porque é orgulhoso, sofre incomparavelmente mais, por ser vencido e punido pela pequena e humilde escrava de Deus, cuja humildade o humilha mais que o poder divino; segundo, porque Deus concedeu a Maria tão grande poder sobre os demônios, que, como muitas vezes se viram obrigados a confessar; pela boca dos possessos, infunde-lhes mais temor um só de seus suspiros por uma alma, que as orações de todos os santos; e uma só de suas ameaças, que todos os outros tormentos. "O que Lúcifer perdeu por orgulho, Maria ganhou por humildade. O que Eva condenou e perdeu pela desobediência, salvou-o Maria pela obediência. Eva, obedecendo à serpente, perdeu consigo todos os seus filhos e os entregou ao poder infernal; Maria, por sua perfeita fidelidade a Deus, salvou consigo to-

dos os seus filhos e servos e os consagrou a Deus. "Deus não pôs somente inimizade, mas inimizades, e não somente entre Maria e o demônio, mas também entre a posteridade da Santíssima Virgem e a posteridade do demônio. Quer dizer, Deus estabeleceu inimizades, antipatias e ódios secretos entre os verdadeiros filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e escravos do demônio. Não há entre eles a menor sombra de amor, nem correspondência íntima existe entre uns e outros. Os filhos de Belial, os escravos de Satã, os amigos do mundo (pois é a mesma coisa) sempre perseguiram até hoje e perseguirão no futuro aqueles que pertencem à Santíssima Virgem, co mo outrora Caim perseguiu seu irmão Abel, e Esaú, seu irmão Jacob, figurando os réprobos e os predestinados. Mas a

humilde Maria será sempre vitoriosa na luta contra esse orgulhoso, e tão grande será a vitória final que Ela chegará ao ponto de esmagarlhe a cabeça, sede de todo o orgulho. Ela descobrirá sempre sua malícia de serpente, desvendará suas tramas infernais, desfará seus conselhos diabólicos, e até o fim dos tempos garantirá seus fiéis servidores contra as garras de tão cruel inimigo". (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, Ed. Vozes - VII Edição, Petrópolis, 1971, pp. 54-56) (grifos nossos).

SÃO LUÍS GRIGNION DE MONTFORT

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CAT O L ICIS MO

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Nossa Senhora de Fátima P ROVENIENT E dos Estado s Unidos, c hego u ao Brasi l na manhã de 4 de março p.p. a Imagem Peregrina Internac io nal de Nossa Se nh ora de Fátima que por 14 vezes verteu lágrimas mirac ulosamente na c idade norte-americana de Nova Orlean s, em 1972 para uma vi sita à TFP. Uma del egação de membros da entidade foi ao Aeroporto Internacional de Guarulhos recepc ionar a mil agrosa Imagem, a qual viajou acompanhada pelo Sr. Richard Fasanell o, seu Guardião, e pe lo Sr. T homas McKe nna , só cio da TFP dos Estados Unidos. Durante os quatro dias em que permaneceu na Sede do Conse lh o Nacional da TFP, várias centenas de pessoas e ntre sócios , cooperadores, correspondentes e simpatizantes ela entidade, além de sig nificativo número de devotos de Nossa Senhora de Fátima puderam comprova r o ambiente de graças que a extraordinária Imagem cria cm torno de Si. Graças que se tornam , por vezes, palpáveis, med iante indi zíve is mutações de f"i sion mia - uma das ca-

racterísticas mai s sa li entes e constantes da m iracu los a Imagem. Durante sua permanência entre nós sucederam-se recitações coletivas do rosário, cânt icos, vigílias ininterruptas e horários de veneração destinados a distintas categorias de pessoas. Na tarde do dia 6 ele março a Imagem foi co nduzida por um cortejo de carros à Sede da entidade situada na Serra do Japy, a 60 quilômetros de São Paulo. Neste loca l foi há pouco concluída a construção de amplos ed ifíc ios, nos quais funciona o Êremo (Sede de trabalhos e estudos de sóc ios e cooperadores da TFP) de Nossa Senhora da Divi-

na Providência. Essa mesma Imagem já visitara a TFP brasileira nos anos de 1973 , 1974, 1975 , l 98 1, 1985 e l 992. Assim, tinha-se a im pressão de que Ela estava muito comprazida em voltar ao convívio de seus fi lhos devotíssimos. Às vezes, com a expressão cio olhar e de toda a fisionomia, parecia dizer: "Vol-

tei, meus filhos queridos, para ampará-los". A frase pronunciada pelo

Guardião da Imagem em sua viagem ao Brasil , Sr. Richard Fasanello (ve r box) vai nessa linh a . E também a este propósito, lembramos com e moção as palavras por assim dizer proféticas do in esquecíve l fundador da TFP, Prof. Pl ínio Corrêa de Oliveira, por ocas ião ela pri meira visita da Imagem ao Brasil, em maio de J973, ao despedir-se clEla: "O que esta expressão [ela Imagem ·! dizia o tempo

inieiro a todos nós? - "Vossa Mãe está aqui: Vossa Rainha está aqui: " Teria sentido Ela vir aqui, antes· da tempestade, sair e nos deixar sozinhqs expostos à tempestade? "Não há uma promessa de permanência dEla conosco durante a tempestade? "E não será esta a mensagem da Imagem? - "Estarei convosco. Eu quis vir visitar-vos antes da luta para vos indica r que estarei convosco na luta. - "Que Eu farei acontecer, Eu também, coisas imprevisíveis".

CATOLICISMO

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1 - Pouco antes de sua partida para o aeroporto, em 7 de março, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima e membros da TFP no jardim da Sede do Conselho Nacional da entidade 2 - Sócios, cooperadores e correspondentes da TFP diante da milagrosa Imagem, na Sala dos Alardos (h a/1 nobre), no último dia da permanência da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima em São Paulo 3 - No primeiro dia de sua permanência, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima num troneto da Sala do Reino de Maria, é venerada por sócios e cooperadores da entidade

Início do cortejo de desp edida na entrada do Aeroporto de Guarulhos. No primeiro p lano, os diretores da TFP, da esquerda para a direita: Dr. Celso da Costa Carvalho Vidigal, Dr. Paulo Corrêa de Brito Filho, Dr. Eduardo de B arros Brotero e Dr. Plinio Vidigal Xavier da Silveira; atrás, no centro, S.A.I.R. Dom Bertrand de Orléans e Bragança; Revmo. Cônego José Luiz Marinho Vi/fac (esquerda) e Revmo. Pe. David Francesquini

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Acima: A milagrosa Imagem de Nossa Senhora de Fátima e o cortejo que a conduzia causaram grande impacto no público dentro do Aeroporto; os circunstantes aplaudiram-na, acompanharam oraçôes e cânticos e vários deles fotografaram -na e filmaram-na

À direita: fotografia da milagrosa Imagem na Sala do Reino de Maria (Sede do Conselho Naci onal da TFP), tirada no dia 6 de março


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PUNIO CüRRÊA DE OLIVEIR A

ESIDO E TRABALHO em Higienópolis [n a ca pital pauli sta]. São aos milhares os ruídos indesej áveis que neste bairro se propagam de so l a so l. Entre eles distingo, de quand o em vez, a ga ita arca ica, porém tão caseira, afável e simpáti ca co m que anuncia sua presença um afi ador de facas. Passo a passo percorre ele as ru as oferecendo os seus préstim os por essa form a sonora, ta l qual j á o faz iam , entre 1920 e l 930, os seus co legas e predecessores no bairro - então nobre e confortavelmente residencial dos Campos Elísios . A tradi ção é uma força e uma potência. E entre outras marav ilhas que opera, está a de impregnar de poes ia e de encanto até mes mo o velho so m de uma gaita de outrora, que seri a menos simpáti ca se não fosse ve lha e se não tro uxesse à memóri a record ações de antanho. Conservar vida e enca nto até mes mo do arcaico, qual a força capaz di sto, senão a Tradição? Os ares da H igienópoli s, ao mesmo tempo famili ar e um pouco hierática e pomposa daqueles tempos, eram percorridos de quando em vez pelas ondul ações musicais partidas de um rea lej o robi.,sto mas ordinári o, que tocava alguma alegre música de Strauss - se não me engano - e com o mes mo espírito vienense, leve e despreocupado desenvo lvia os acordes da "Giovinezza" . O queixudo Duce tão dramático, por certo faria uma das suas mais amarradas carrancas se ouvisse assim interpretado o seu hino. Sej a como for, ignorando Strau ss e totalmente despreocupadas com o Du ce, de uma ou outra casa as domésti cas do tempo (as "criadas" se di zia numa

R

fórmula menos jurídica e mai s familiar) se precipitava m para a rua à procura do homem do realej o. É que este trazia consigo uma ga iola feia cm que mal cabi a uma j andaia gord alhona. A j andaia _: uma espécie de minipapagaio verde, l ento mudo - era a melh or co laborad ora do homem do rea lej o e a mais firm e torcida das cri adas. Es tava ela ades trada a p ga r pelo bi co, ao so m do rea lej o e por ord em do dono (um " c/0 11 0 " que dá "o rdens" outra co isa que va i morr ' 11 do nes te mundo, qu ' tem cada vez m ' nos donos e mais crentes e no qu al cada v ''/, menos , e obcdc · ' u ordens), un s papclu chos dobrados, nos quais o hábil encenador csc rcv 'ra vati cíni os otimi stas . Sôfregas, as cri adas pagavam uma mo ·dn e em troca r c bi am da j andai a o va li ·í11 io · que se punh am a 1 ' I' imedi atamcnt . Depo is vo ltavam para casa alegres, levand o co nsigo o sonho da semana: vá lido até qu ' um a decepção o matasse ou até que viessem d novo co m o homem, o rea lej o e a j andaia, novos vai ic1 ni os e novos so nh os. Ainda hoj e, o rea lej o pe,'corre de vez cm qunndo Higienópoli s. Jamais tive tempo de ir à j an ' IH pnrn ver se será co ndu zido pelo mes m homcn1 , • s' 11 11 gaio la aind a es tá a j andaia gordalhona. Provav ·I mente sim , pelo menos quanto à j and aia. 1 ois di ze m que os papaga ios, co itados, vive m mais do ~ h •111 que os homens. E - lembro de passa ' 111 certo que não terão depois um Céu para ·omp ·ns:í los das gaiolas e das agru ra da vici a. Excertos de artigo escrito pelo Prof. Plínio Corrôo d Ollv Ira para a "Folha de São Paulo" de 21 de outubro d 1977 .



Porta-voz da TFP MA I O

DE

1 998

N º

N esta Ed i çao Na ediçã o anterior de Cat oli c ismo, reproduzimos ma i alguns it ens do Cap. VII (Parte /) de Revolu ção Co ntra-R volu ção, nos quais o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira de nuncia magi tra imente o objetivo do igualitarismo re volucionário no s ntido de transformar o povo em massa. Na presente edição, o autor mostra a jun ção entre igualdade e liberdade.

• n. Os limites da desigualdade: c laro es tá que de toda es ta ex plan ação doutrinária não se pode concluir que a des igua ld ade é sempre e necessa ri ame nte um be m. Os ho me ns são todos igua is por natureza e dive rsos a pe nas em seus ac ide ntes. Os dire itos que lhes vê m do simpl es fato de serem home ns são iguai s para todos : direito à vida, à ho nra, a condições de ex istê nc ia sufi c ie ntes, ao trabalho , po is, e à pro pri edade, à constitui ção de fa míli a e , so bre tudo ao conhec ime nt o e prát ica da verdade ira Re1ig ião. E as des ig ualdades que ate nte m contra estes dire itos são contrári as à orde m da Providê nc ia. Po rém, de nt ro destes limites, as des igualdades proveni e ntes de ac ide ntes como a virtude, o ta le nto, a be leza, a fo rça, a famíli a, a tradi ção, etc., são justas e conformes ü ordem do uni ve rso*

B. Sensualidade e liberalismo A par do orgulho gerador de todo igualitari smo, a sensualidade, no mais largo sentido do termo, é causadora cio li bera l ismo. É nestas tristes profundezas que se encontra a junção e ntre esses dois princípi os metafísicos da Revo lução, a igualdade e a li berdade, contraditórios cm tant os pontos de vista. • a. A hierarquia na alma: De us, que imprimiu um cunho hi erárqui co c m toda a cri ação, vi síve l e invi sível, fê-lo també m na alma humana. A inte li gência deve g ui a r a vo ntade, e esta deve governar a sensibilid ade . Co mo consc-

qüênc ia cio pecado ori g in al, ex iste no home m um co nstante ai.rito e nt.re os apetites sensíve is e a vo ntade gui ada pel a razão: " Vejo nos 111e11s m embros outra lei, que combate contra a lei da minha ra -:;ü o " (Rom . 7,23). Mas a vo ntade, rainh a redu z ida a gove rnar súditos postos e m contínuas te ntati vas de revo lta, te m me ios de ve ncer se mpre ... desde que não res ista à graça de De us (e:{, : Ro 111. 7,25 ). • b. O igualitarismo na alma: o processo revo lu c io n á ri o, qu e vi s a o ni velame nto geral , mas tantas vezes não te m sido senão a usurpação da fun ção retri z por que m deveri a obedecer, uma vez transpos to pa ra as re lações entre as potênc ias da alma have ri a de produ zir a lame nt ável ti ra ni a de todas as paixões desenfreadas, sobre uma vo ntade débil e falida e uma inteligê nc ia obnubilacla. Es pec ia lme nt e o do míni o de um a se ns ualidade abrasada sobre todos os sentime ntos de recato e ele pudor. Quando a Revolu ção proc lama a li berdade a bso luta como um princíp io metafísico, fá-lo uni ca me nte pa ra justifi car o li vre c urso das pi ores pa ixões e cios erros mais funestos.

Na próxima edição, public a remos a explicitação de como a Revolução manipula as paixões desregradas , com vi sta s à impl ant ação do utópico anarquismo marxista.

*

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21

Revolução e Contra-Revolução

Capa

Limites da desigualdade; s ensualidade e liberalismo

Milagre de N. Sra. de Fátima: retirada das tropas soviéticas da Áustria

4 A palavra do Diretor

5 Apostolado leigo Importância da sacralização da o r dem temporal

8 A palavra do sacerdote

26 Discernindo A volta do transporte fluvial

28 Vicias ele Santos Santo Antonino enfrenta neopaganismo renascentista

A questão das indulgências; comprovação bíblica do Colégio Apostólico

Santos e festas do mês

10

Escrevem os leitores

32 34

A realidade concisan1ente Na China vermelha: macabro comércio de órgãos humanos

1 1

35 Destaque Mito da educaç ão mista desmentido pela realidade

Verdades Esquecidas

36

Respeito à autoridade legítima e igualitarismo socialista

S.O.S. Família Deveres dos pais em relação à prole

12

38

Nobreza e elites análogas

Entrevista

Hereditariedade robustece a instituição familiar

A brutal perseguição muçulmana contra os católicos no Sudão

15

42

lnternacion~1 l

TFPs en1 ação

Há trinta anos eclodia a Revolução da ~orbonne

Carta e abaixo-assinado da TFP contra invasões entregues ao Ministro da Justiç a

18 Nacional

C fr. Pi o X II ,

Rodio111(' 11.\'llge111 do Notai de 1944 -

TFP analisa documento do Pontifício Conselho Justiça e Paz

44 Ambientes, Costumes, Civili zac,;ões

" Discors i e Radiomcssagg i". vo l. V I. p. 21 9) .

Churchill

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Amigo leitor Quem se inte irou das aparições de Nossa Senhora em Fátima, fi cou certamen te impressionado com o estupendo mi lag re que consistiu no inusitado movimento do so l, ocorrido em 13 de outubro de 19 17, quando a Mãe de Deus apareceu pela última vez aos três videntes. Durante IOminutos, o astro-rei "dançou" no céu. E impulsionado três vezes por um mov imento louco, pareceu tremer, sacudir-se, e precipitar-se sobre a mu ltidão aterrorizada. Finalmente, o globo de fogo volto u em ziguezague ao ponto ele onde havia se lançado, permanecendo tranqüilo, com o mesmo ful gor habitual. O portentoso milagre veio comprova r a autenticidade da série de aparições da Virgem Santíss ima em Fátima. A ad mirável hi stóri a dessa invocação mariana está ponti lhada ele graças insignes, concedidas individualmente a pessoas das mais diversas categori as, e também de mi lag res. Entretanto, Nossa Senhora de Fátima terá operado algum prodígio, atendendo a súp licas de comunidades ou nações? A matéri a de capa desta edição, enviada por nosso correspondente em Viena, narra um fato extraordinário, muito pouco conhecido no Brasil, que consistiu precisamente num mi lagre dessa natureza. Ele representa um digno complemento - porque de grande porte - do prod ígio ocorrido com o sol. O Anti go Testamento registra exemplos frisantes ele pecados coletivos cometidos pelo povo judeu, os quais fora m seguidos de súplicas a Deus, de perdão e de ad miráveis intervenções divinas. Ass im , por exemplo, quando o Profeta Daniel diri giu ao Cri ador comovente oração durante o cativeiro do povo de Israel na Babil ôni a, reconhecendo nesta prece os grandes delitos cometidos pelos judeus e impl orando o perdão divino (Dan. 9, 4- 19). Deus atendeu a oração do Profeta e as súplicas de seu povo, favo recendo o regresso dos israelitas à Pa lestina, a reconstrução ela cidade de Jerusalém e a reed ificação do Templo. Analogamente, em nossos dias, uma nação inteira - a Áustria - recorreu a Nossa Senhora de Fátima espec ialmente através da rec itação do rosário, e, de fo rma miracul osa, obteve o que parecia impossível do ponto ele vista natu ral: sua libertação do jugo comuni sta. Se, de um lado, é reconfortante comprovar essa manifestação de mi sericórdia ela Mãe do Verbo Encarnado, acolhendo uma solicitação específica a Ela dirigida pela nação austríaca inteira, é imperioso, de outro lado, constatar um fato doloroso e inteiramente objetivo: continua a pesar sobre a humanidade pecadora a ameaça de castigos, enunciados pela Virgem Santíssima em Fátima, por ocasião de sua terceira aparição, em 13 ele julho ele 19 17. Infelizmente, os homens, ao invés ele seguir os conselhos ele Nossa Senhora constantes naq uela Sua grandiosa Mensagem, não deixaram ele ofender a Deus. Pior do que isso, intensificaram seus ultrajes ao Criador med iante pecados indi viduais e coletivos. É o que se comprova quando observamos, por exemplo, o divórcio, o aborto e, mais recentemente, até a eutanás ia e a legalização de uniões homossexuais serem introd uzidos, de modo crescente, nas legislações dos países. Em Jesus e Mari a

?~7 Paul o Corrêa de Brito Filho DIRETOR

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CATO LIC IS MO

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111issão específica dos leigos no apostolado da mensage111 de Fátima Sos

Preços da assinatura anual para o mês de MAIO de 1998: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

O TÍTULO em epígrafe, o Engº Antonio Augusto Borelli Machado - destacado sócio da TFP bras il e ira, autor do best-seller internac iona l As aparições e a mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia e membro da Academia Marial de Aparecida - proferiu uma conferência no aud itório do Augustinianum, em Roma, no dia 25 de outubro p.p .. Sobre a prestigiosa sessão comemorativa do 80º an iversário das apar ições de Fátima, no decorrer da qual fo i apresentado o trabalho ac ima a ludido, já publicamos detalhada notícia na edição de dezembro último. Pareceu-nos oportuno estampar nesta ed ição de maio - por ocas ião do 81 º aniversário da primeira aparição de Fátima - excertos capitais da s ubstanciosa conferência do Dr. Antonio Augusto Borelli Machado. Os subtítulos que figuram no texto são desta redação. * * * O apostolado de São Franc isco Xav ier no Japão trouxe para a Igreja Cató lica um número incontável de almas. Porém, como era previsível, logo se levantou a perseguição, que produziu a coorte de mártires de Nagasaki, Shimabara e vários outros lugares. Veio, por fim, o decreto de proibição de todo cu lto católico naquela nação. Somente 250 anos depois, aproveita ndo um tratado comercial do Japão com nações do Ocidente, mi ss ionários católicos p uderam reiniciar, muito timidamente, seu apostolado . Ofic ialmente só lhes era permitido dar assistência religiosa aos estrangeiros que lá se encontravam em missão d iplomática ou a negócios. Obtiveram assim a utorização para edificar uma igreja. Certo dia ocorreu um episódio comovente. Um missionário católico observou um grupo de cerca de 15 pessoas, homens, mulheres e crianças, para-

das diante da igreja, que era mantida habitualmente fechada. Via-se que não estavam ali por mera curiosidade. Movido por um feliz pressentimento, o Pe. Petitjean - tal era o nome do missionário - abriu a porta, en trou na igreja e ajoe lhou-se diante do altar princi pai. Poucos minutos depois , três mulheres de seus 50, 60 anos de idade, ajoelharam-se ao lado do Padre, e urna delas disse-lhe, com toda a poesia oriental: "Ocoração de todos nós aqui é o

mesmo que o vosso".

Engº Antonio Augusto Borelli Machado, autor do best-seller internacional As aparições e a mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia

Transido de emoção, o missionário ficou sabendo então da existência de toda urna comunidade cató li ca que permanecera fiel à Igreja, na c landestinidade, durante dois sécu los e meio!

Efeito dissolvente da secularização do mundo moderno O episódio hi stórico que acaba de ser narrado serve de introdução ao tema de nossa exposição. Mais um sécu lo se passou, e desde então o cato lici smo se expandiu pouco a pouco no país do Sol Nascente. Mas, no e ntreternpo, os princípios do mundo moderno fizeram suas devastações também no Brasil. A secularização pervadiu todos os ambientes, mesmo os mais religiosos, e numerosos imigrantes japoneses que procediam de famíl ias católicas, em poucos anos de Brasil se afastaram da prática da Fé, ateiza.rarn-se completamente ... Eles, os descendenC ATO LICISMO

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cediam os pontificados deste século, mais especialmente por Pio XI e Pio XII. Na alocução de 5 de outubro de 1957, para o II Co ngresso Mundial do Apostolado dos Leigos, Pio XII afirmava: "As relações entre a Igreja e o

sua querida Esposa como que reproduzida nas almas, a elas descerá abundantemente, enchendo-as de seus dons, particularmente do dom da sabedoria, a fim de operar maravilhas de graça .... Ut adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariae"'

mundo exigem a intervenção dos apóstolos leigos. A 'consecratio mundi' é, no essencial, obra dos próprios leigos" (Discorsi e Radiomessaggi,

(op. cit., nº 217).

vol. XIX, p. 459). Assim, há quarenta anos, Pio Xll já cunhara a magnífica expressão consecratio mundi (sacra lização do mundo), que obviamente se opunha à

Esta afirmação não deve causar qualquer surpresa, pois, segundo a teologia mariana de São Luís Grignion de Montfort, Maria é o caminho que nos conduz a Cristo. Na perspectiva desse santo, como na de Fátima, o Reino de Maria será especificamente o Reino do Seu Imaculado Coração. Isto é, o reino do coração materno da Mãe de Deus, re ino de grande esplendor, tanto sobre as almas consideradas individualmente, como sobre a sociedade temporal e a Igreja, pela abundância das graças derramadas pelo Espírito Santo.

secularização do mundo. Esta última expressão é freqüente hoje em documentos emanados da Santa Sé, para designar a laicização do mundo moderno. O secularismo pode se r definido como o banimento de Deus, o banimento do sagrado, quer da vida individual, quer da vida familiar, social e política. Podemos dizer que, em oposição ao secularismo, a sacralização do mundo consiste em impregnar a esfera temporal com os princípios do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e que esta é, no essencial como dizia Pio XII - a tarefa do laicato católico.

Sacralização: implantação do Reino de Maria Os três videntes de Fátima, Lúcia, Francisco e Jacinta

tes dos heróis que haviam permanecido fiéis- sem sacerdotes e sem Sacramentos - durante dois séculos e meio, imersos numa sociedade pagã! O efeito dissolvente da secularização do mundo moderno foi mais forte que o de uma sociedade totalmente pagã!

Consagração do mundo e secularização: conceitos antitéticos A missão própria da Sagrada Hierarquia se situa incomparavelmente acima da missão do leigo. Haveria muito que dizer sobre a excelência da missão dos Pastores, mas este não é o tema da presente exposição. Limito-me a manifestar o reconhecimento e a veneração que lhes devemos. Faço-o com empenho tanto maior quanto infelizmente houve incompreensões neste ponto, e alguns leigos, empolgados com a missão que a Igreja assinalava à Ação Católica, julgaram-se superiores ao próprio Clero. Afastando-nos decididamente desse erro funesto, nada nos impede de reconhecer a grandeza da missão que a Igreja aponta aos leigos, desde os tempos apostó licos. Mas a natureza dessa missão foi sendo exp licitada com mais clareza à medida que se su6

C ATO L IC IS MO

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Este é um aspecto do apostolado de Fátima que mereceria ser posto em especial realce. Pois se o aposto lado individual é digno de todos os encômios, não podemos perder de vista que a ação organizada dos leigos deve visar urna meta de ainda maior envergadura. Com efeito, esta ação não tem um fim meramente negativo (isto é, combater o secularismo). A sacralização da ordem temporal implica, em última análise, na implantação do Reino de Cristo na Terra. Ora, esta é exatamente a promessa que nos foi dada em Fátima. Depois de todos os transtornos pelos quais o mundo tenha que passar para purgar os seus pecados, um desfecho é certo, como nos assegura a própria Virgem Mãe de Deus: "Por fim,

o meu Imaculado Coração triunfará". - E em que consiste o triunfo do Imaculado Coração de Maria? Descreveu-o em termos grandiosos São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu famosíssimo Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Diz ele:

"Quando virá este tempofeliz em que Maria será estabelecida Senhora e Soberana nos corações, para submetê-los plenamente ao império de seu grande e único Jesus? Quando chegará o dia em que as almas respirarão Maria, como o corpo respira o ar? Então coisas maravilhosas acontecerão neste mundo, onde o Espírito Santo, encontrando

"Que venha o Reino de Maria, para que assim venha o vosso Reino" - isto é, o de Jesus Cristo.

Reino de Cristo e Reino de Maria: noções coidênticas Fica assim mais fácil compreender corno o Reino de Maria é coidêntico ao Reino de Cristo. De fato, a respeito deste, e is o que Pio XI afirma na encíclica Quas primas, de 11 de dezembro de 1925, com a qual instituiu a festa de Cristo Rei:

"A realeza de nosso Redentor abraça a totalidade dos homens . .... E, neste particular, não cabe fazer distinção entre os indivíduos, as famílias e os Estados: pois os homens não estão menos sujeitos à autoridade de Cristo em sua vida coletiva do que na vida individual. Cristo é a fonte única de salvação para as nações como para os indivíduos. .... Não podem, pois, os homens de governo recusar à soberania de Cristo, em seu nome pessoal e no de seus povos, públicas homenagens de respeito e submissão" (encíclica citada, nº 14).

Pio XII cunhou a magnífica expressão consecratio mundi, na alocução para o li Congresso Mundial dos Leigos

De onde conclui o Pontífice: "Precisamente por isso, o convite evangélico à penitência e à conversão, expresso com as palavras da Mãe, continua ainda atual. Mais atual mesmo do que há sessenta e cinco anos atrás. E até mais urgente" (lnsegnamenti di Giovann i Paolo li, Libreria Editr ice Vaticana, 1982, vo l. V, 2, p. 1575).

A civilização cristã é fundamentalmente sacra/

cidadania e a negação de Deus difundiu-se nas ideologias, nas concepções e nos programas humanos!" - É bem o processo de secularização - oposto à sacralização - que o Sumo Pontífi-

O apostolado específico de Fátima que compete aos leigos consiste em combater o secularismo dominante no mundo moderno. E procurar reconstituir a civilização cristã, "fundamentalmente sacra!", como a define o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em sua obra fundamental Revolução e Contra-Revolução (Parte II, cap. II, nº 1). Os leigos católicos que se dedicam a essa tarefa - urgente, no dizer de S.S. João Pau lo II fazem-no com convicção tanto maior quanto sabem que, de acordo com a Mensagem de Fátima, Deus, por fim, intervirá nos acontecimentos humanos e fará com que os dias tenebrosos e angustiantes do secularismo cedam lugar a outros, nos quais a Santa Lei de Deus seja inteiramente acatada pelas naç_ões. Tal é a civilização cristã, fundamentalmente sacra!, como a concebemos, em que a grande maioria dos homens viva habitualmente em estado de graça e na feliz perspectiva da salvação eterna. Será este - segundo entendemos - o glorioso cumprimento da magnífica profecia de Nossa Senhora em Fátima: "Por.fim, o meu Imaculado Co-

ce tem em vista.

ração triunfará".

Quão longe estamos deste ideal! Quanto se caminhou, até, em direção oposta a ele, que era, entretanto, a meta para a qual apontava a Mensagem de Fátima!

Mensagem de Fátima, mais urgente do que nunca A este respeito, João Paulo II teve palavras dignas da maior consideração. Em sua primeira viagem a Fátima, na homilia da Missa do dia 13 de maio de 1982, disse ele: "O pecado adquiriu assim um forte direito de

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Cônego

José LUIZ VILLAC

PERGUNTA

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"Os protestantes (luteranos) afirmam, em revista , que nos tempos de Lutero a Igreja vendia aos mais abastados lugares no Céu . Acusam-na e as autoridades eclesiásticas da época de serem 'camelôs de indulgência'. É justa esta acusação? Como refutá-los? "É difícil justificar a posição de nossos irmãos separados de que o 'Mandamento' da Igreja foi imposto pelo Divino Mestre só aos Doze Apóstolos e, co nseqüentemente, à Igreja. Como convencêlos disso?"

RESPOSTA

Todo pecado acarreta uma dupla conseqüência: uma culpa, que nos afasta da amizade de Deus, e uma pena temporal ou eterna que pune a infração cometida. O sacramento da Confissão, ou o arrependimento perfeito, libera a alma da culpa, restabelecendo a amizade com Deus. Mas nem sempre, ao menos totalmente, li bera da pena temporal exigida pela suprema justiça e majestade de Deus e que nós pagaremos aqui nesta Terra ou na outra vida, no Purgatório. Para remir o pecador dessa pena temporal , no todo ou em parte, a Igreja recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo o poder de utilizar para esse fim os méritos obtidos pela Sua Paixão, bem como os méritos de Nossa Senhora e de todos os Santos. Isto se baseia no Poder das Chaves comun icado a Pedro e à fgreja: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus" (Mt 16,19).

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É também conseqüência da Comunhão dos Santos, ou seja, a íntima união que existe entre a Igreja Triunfante (os bem-aventurados no Céu), a Igreja Militante (os que ainda batalhamos nesta Terra) e a Igreja Padecente (as benditas almas do Purgatório). Conforme ensina São Paulo, por misericórdia ele Deus todos formamos um só Corpo Místico, do qual Cri sto Nosso Senhor é a cabeça enquanto nós somos os mem-

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bros. Esse Corpo Místico de Cristo é a Santa Igreja Católica (Cfr. Rm 12, 4s.; 1 Cor 12, 12-27; Ef 1, 23 ; 5, 23-29; Col 1, 18-24; 2, 19 etc.). E ntão podemos rezar un s pelos outros e participar, at.ravés da Igreja, dos méritos do Redentor e dos Santos. Esta é a base da concessão pela Igreja elas chamadas indulgências. A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, remissão que a autoridade eclesiástica, tomando-a do tesouro da Igreja, concede aos vivos à maneira de absolvição, e aos defuntos a modo de sufrágio. Como se vê, tal doutrina nada tem a ver com a acusação ridíc ul a ele que a Igreja " vendia lugares no Céu". Quanto a terem havid o abusos, por parte de pregadores inescrupulosos ou ignorantes, isto pode acontecer com as coisas mais santas neste vale de lágrimas . E a própria Igreja, no Concílio de Trento, condenou toda espéc ie ele abusos

ou fa lsas concepções a respeito elas-indu lgências. Mas os protestantes, a começar por Lutero, serviram-se desses possíveis e esporádicos abusos para combater a própria doutrina das indulgências, ou seja, o poder de a Igreja distribuir e aplicar, por sua autoridade, os méritos adquirido. por Nosso Senhor Jesus Cristo e pelos Santos para mi tigar a pena temporal devida por nossos pecados. Essa prática a Igreja uti lizou desde seu início, estando ela li gada a certas formas piedosas de devoção: romarias, cruzadas, orações, sacrifícios, esmo las, etc. A condição bás ica para receber indulgências, convém lembrar novamente, é estar em estado de graça, na amizade de Deus. Quanto à negação dos protes tantes de que Cristo constituiu um Colégio Apostól ico, ao qual conferiu poUrna de prata que contém

os restos mortais do Apóstolo São Tiago, na Basílica de Santiago de Compostela, diante dos quais peregrinos rezam, sendo favorecidos por indulgências

deres especiais ele ensinar, santificar e governar, muito resum idamente pode-se dizer o seguinte : Os Evangelistas narram a esco lha feita por Jesus de 12 entre os di scípulos, a quem deu o nom e de Apóstolos (Mt 10,2-4;Mc3, 13-19;Lc 6, 13 , l 6). Ele os instruiu de maneira partic ular e os associou à sua obra, mandandolhes que pregassem o reino de Deus (Mt 10, 5-42; Me 6, 7-13;Lc9, 1-6) . O texto mai s e loqüente relativo ao Colégio Apostólico (que continua na fgreja através do Papa e dos Bispos, sucessores dos Apóstolos) é talvez o de São Mateus, ao fim de seu Evangelho, referido também pelos demais Evangeli stas (Mt 28, 16-20; Me 16, 14- 18; Lc 24, 36-49; Jo 20, 19-23) : "Os 12 discípulos foram para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. Quando O viram, adoraram-No; entretanto, alguns hesitavam ainda. Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: 'Toda autoridade me foi dada no Céu e na Terra. Ide, pois e ensinai todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito San.to. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo ' ". Essas palavras, em seu sentido geral, podem ser apli cadas a todo cri stão, ao signifi ca r que todo bat izado deve ser um apósto lo. Mas em sentido próprio e estrito, se aplica apenas àq ueles que receberam não somente a ordem genérica de pregar e santificar, mas o Sacramento da Ordem com os meios necessários para. sua plena eficácia, isto é, o poder sacerdotal ou Ordem, e o poder de

As peregrinações a Santiago de Compostela, na Espanha, cuja majestosa Basílica vê-se na fotografia acima, foram beneficiadas há séculos por indulgências concedidas pela Igreja

Jurisdição, que permitem oferecer o Santo Sacrifício, perdoar os pecados, ensinar e governar co m autoridade. Ou sej a, Nosso Senhor Jesus Cristo fundou Sua Igreja como uma sociedade Hierárquica, de regime aristocrát ico-monárquico, com membros desiguais quanto à função e ao poder. A hierarquia (Papa e Bispos) tem o poder de governar, ensinar e sa ntifi car os fiéis, os quais participam desse poder apenas passivamente, tendo ensinado, santificado e governado, e assim refletindo os ensinamentos e as normas dadas pelos sucessores dos Apóstolos, especialmente pelo Soberano Pontífice. Fo i neste sentido que os

cristãos sempre entenderam a Igreja, o que é confirmado pela leitura do livro dos Atos dos Apóstolos e das Epístolas de São Paulo. Também os escritos dos primeiros autores e apologistas cristãos, bem como os monumentos e pinturas encontrados nas catacumbas e nas antigas igrejas refletem essa inconfundíve l concepção hierárquica. Como os protestantes só aceitam como fonte de Re_velação as Escrituras, e ainda assim conforme sua própria interpretação, desprezando todo Magistério instituído por Nosso Senhor e o testemunho da Tradição, eles, em última aná li se, só acreditam naqu il o que querem acreditar. Para serem

coerentes, deveriam abandonar qua lquer confissão protestante e ficarem em suas casas interpretando a Bíbli a como lhes desse na cabeça. Sem uma autoridade efetiva, com poder real de governo, é impossível haver uma sociedade organi zada e se cai na completa anarquia . Isto que é verdade na sociedade doméstica, nos corpos intermed iár ios e no campo civil, é ainda mais verdadeiro no campo religioso, sobretudo onde a base é a Fé. Pois, se não há uma autoridade que interprete autenticamente esta Fé, é impossível haver uma crença comum e uma disciplina comum, e, portanto, uma sociedade religiosa visível, uma Igreja. ♦

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Shopping centers: perigo para jovens A notícia vem da Hungria. Peter Dubai, secretário-geral do Conselho de Prevençélo à Delinqüência, lamentou que os shopping cen/ ers se transformaram numa espécie de droga para os adolescentes. E les passa m hora s diante do s fliperamas. "Estes menores

são capazes de roubar dinheiro em. casa, ou de alaca r e roubar as crianças menores", advertiu Dubai. "Nélo conseguem. parar de jogar", concluiu . O problema não é só húngaro ; existe também no Brasil. Aqui os jovens estão sujeitos a perigos iguais. É mais um amargo fruto da cri se da família. Elas não conseguem mai s entreter os filhos em casa, que procuram diversões nas ruas, muitas delas destruti vas, co mo a mania do s fliperamas. ♦

órgãos humanos comerciados na China comunista A ce na passo u-se num discreto quarto de hotel em Manhattan, bairro de Nova York. Alguns chineses estavam concluindo um negócio. Dois deles vend iam, por alguns milhares de dólares, rin s, có rn eas, fígados e pulmões de condenados à morte na China ver melha, onde se executam cerca de seis mil pessoas por ano. Entretanto, o com prador, Harry Wu , que havia passado 19 anos nas pri sões comunistas, estava ali apenas para gravar clandestinamente a cena. Com a fita nas mãos, fez a denúncia. O Governo chinês vem confiscando órgãos de condenados e trocando-os por moeda forte. O FBI já ordenou a prisão de dois implicados. Há outro braço do comércio infame. Estrangeiros ricos têm viajado à China e lá, em hospitais militares, pagando entre 1O e 40 mil dólares , recebem órgãos novos. ♦ Cadáveres de sentenciados à morte, na província de Yunnan, na China. Órgãos dos executados são vendidos a estrangeiros.

Católicos martirizados na Índia Doze sacerdotes catól icos foram assassinados por ódio à Fé nos últimos três anos na região norte da Índia. Muitos são mortos com requintes de selvager ia, como dois sacerdotes e um seminar ista que, antes de serem executados, tiveram o nariz e as orelhas cortados a golpes de machadinha. Também diversas freiras, após serem v iolentadas, sofreram a mesma terríve l e gloriosa sorte. ♦

Os jogos eletrônicos tornam-se mania até de crianças com poucos anos de idade

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Respeito à autoridade legíti111a, antídoto contra o igualitaris,no socialista

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Drogados estatais: experiência fracassada na Suíça Pouco tempo atrás, o Estado helvético iniciou um programa de fornecimento gratuito de drogas a vic iados, a fim de ev itar que continu assem nas mãos dos traficantes e tornar possível um acompanhamento por especialistas. O programa fracassou no geral. Dos 1. 146 dependentes, 330 abandonaram o tratamento após algumas semanas e voltaram ao consumo c landestino ; 36 morreram enquanto estavam no programa ou logo depois de hav ê- lo abandonado. Causas de morte: suicídio, AIDS , intoxicação, overdose. Os que ficam, em geral não se emendam. Para muitos dependentes, a droga

fornecida pelo Estado é apenas um suplemento fáci l e g ratu i to. Co ntinuam a procurá- la clandestinamente. E entre eles não diminuiu o co nsumo das drogas quími cas e do álcoo l. Mas o programa f ez com que eles sumissem das estações, parques e ruas. O prob lema é muito mais profu ndo para ser possível reso lvê-lo com medidas aparentemente pa1iativas, mas que, na realidade, agravam o mal. Sua raiz é moral e decorre da corrupção que se alastra pela sociedade inteira. Só o combate às causas dessa corrupção poderá trazer resultados duradouros na l uta contra o ♦ consumo das drogas.

"E no que se refere a esta depravada doutrina e sistema, já é conhecido por vós que seu principal ponto de m ira está em introduzir no povo, abusando dos termos l i berdade e igualdade, estas invenções perniciosas do comunismo e do socialismo. "Consta que os mestres, tanto do comunismo quanto do socialismo, tendem, ainda que procedendo por métodos diferentes, a um propósito comum de manter os operários e as demais pessoas de condição modesta em constante agitação, enganados com suas falácias, iludidos com a promessa de uma vida melhor, empurrando-os pouco a pouco a desmandos cada vez maiores. "Seu fim é poder servir-se da ajuda dos operários para atacar todo regime de autoridade superior, para saquear, destruir e invad ir as propriedades, primeiro as da Igreja, e depois as de qualquer outro, para violar assim todo direito divino e humano, para destruir o culto divino e subverter toda ordem das sociedades civis . "Em meio a tão graves perigos, veneráveis irmãos, é missão vossa apelar a todos os mei-

os do ze lo pastoral para que o povo fiel conheça que, caso se deixe enganar por semelhantes e perversas doutrinas e sistemas, cairá juntamente na ruína espiritual e temporal. "A dvirta- se portanto aos fi éis confiados a vosso cuidado, que tem relação com a própria natureza da so-

ciedade humana que todos obedeçam à autoridade legitimamente constituída, e que não se pode mudar nada nos preceitos de Deus que estão na Sagrada Escritura sobre este ponto. Pois está escrito: 'Sede sujeitos a

toda criatura humana por respeito a Deus, seja o rei, enquanto está sobre Lodos; sejam. os prefeitos, como delegados seus para castigo dos malfeitores e elogio dos bons. Esta é a vontade de Deus, que fazendo o bem, façais calar a ignorância dos néscios; como Livres, mas sem cobrir com um véu de malícia esta liberdade, porém como servos de Deus.' (1, Pe, 2, 13- 16). "E em outro lu gar: 'Toda alma está sujeita a potestades superiores, já que todo poder vem de Deus. As coisas que existem foram ordenadas por Deus. Assim, o que resiste à autoridade, resiste à o,denaçélo de Deus; e os que resistem, buscam a condenaçélo.' (Rom. 13 , 1-2)" (Encíclica Nostis et nobiscum, 8-12-1849, §§ 17, 18). Nota da redação: Pio IX fo i dec larado Veneráve l por decreto da Sagrada Congregação para a causa dos Sa ntos, promul gado em 6 de ju lho de 1985.

PAPA PIO IX

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'· Hereditariedade: fator de robustecimento e continuidade da família NOBREZA E ELITES TRADICIONAIS ANÁLOGAS

Para o apeefeiçoamento de uma sociedade, é necessário que seus membros, sob o sopro da graça divina e da moral católica, aliem suas qualidades pessoais aos dotes e caracteres recebidos por herança P U NJO CüRRÊA DE OLIVEIRA

Pio XII define a hereditariedade como sendo "o passar através de uma estirpe, perpetuando-se de geração em geração, um rico acervo de bens materiais e espirituais, a continuidade de um mesmo tipo físico e moral, conservando-se de pai para filho, a tradição que une através dos séculos os membros de uma mesma familia". Portanto, a famíli a não é apenas um grupo de pessoas que está reunido em determ inada época, mas tem uma conti nui dade histórica, perpetuando-se de pai para filho. É preciso que esta continuidade da família se manifeste e produza seus efeitos, não apenas no espaço, mas também no tempo. Pio XII também mostra que essa hereditariedade é uma coisa grande e misteriosa. Mas pelo fato de ser misteriosa e complexa, nem por isso deixa de existir. É preciso tomá- la em consideração, pois, do contrário, ela por assim dizer se vinga, produzindo efeitos nocivos, e não os benefícios que normalmente deve produzir. À esquerda: Francisco José I, Imperador da Áustria e Rei da Hungria (1830-1916) - Pintura de Fra(Jz Matsch no palácio de Shõnbrun, em 7-51908, Museu do Estado, Viena. O penúltimo soberano da dinastia de Habsburg subiu ao trono em 1848, manifestando durante seu longo reinado qualidades de cunho político, características de sua família.

À direita: Rodolfo Ide Habsburg (1218-1291) Cópia da lápide funerária na Catedral de Speirer, 1518, Museu de Arte e História, Viena. Esse soberano do Sacro Império Romano Alemão foi o monarca que deu início à dinastia imperial de Habsburg, cujos dotes políticos tornaram-se patentes em várias gerações através dos séculos

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Assim, quando uma família tem um encargo que deve desempenhar corretamente segundo as leis da hereditariedade, e ela não toma em devida conta essas leis, educando culposamente mal seus filhos, a própria hereditaried ade se vinga, faze ndo com que certas taras e certos vícios se tornem heredi tários. Deus retrai graças extraordinárias e exuberantes que daria àquela família, caso ela cumprisse bem sua vocação, deixando que a hereditariedade· prolongue seus defeitos. Atualmente os governos e a sociedade quase não tomam em consideração a hereditariedade. A herança dos patrimônios está sendo cada vez mais combatida. Isto se faz por meio de pesados impostos na transmissão de propriedade, não só por herança, como também entre pessoas vivas. Por outro lado, Pio XII declara que não adianta combater a transmissão de caracteres hereditários de pai a filho. Pois existe uma hereditariedade de talentos, de feitio pessoal, de aptidões que se transmite independentemente da legislação civil. O que faz, por exemplo, com que uma família produza uma série de di plomatas, outra uma série de almirantes e outra uma série de administradores. É um bem para a nação que haja um rico acervo de qualidades materiais e espirituais, de dons e talentos, que podem passar de pais a filhos, de geração em geração. Entretanto, o homem não é um autômato da hereditariedade. Ele tem condições para realizar - sobretudo quando vive longamente - a fusão dessa hereditariedade, ou seja, dos dotes e caracteres recebidos por herança, com suas próprias características pessoais.

Leopold Mozart (1719-1787) - Pintura atribuída a Pietro Antonio Lorenzoni, Mozarteum, Salzburg (Áustria). O pai do genial compositor Wolfgang Amadeus Mozart já foi um músico de renome

profundamente impregnadas de esp írito revolucionário, cada geração transmite à seguinte uma carga revolucionária ainda maior que a recebida, o que torna a família um poderoso fator de progresso da Revolução. E a família se transforma numa escrava da moda, obedecendo à tirania daqueles que a ditam.

Transmissão hereditária das qualidades e do mérito como patrimônio familiar

Wolfgang Amadeus Mozart e sua irmã, tendo ao fundo o quadro de sua mãe Anna Maria Detalhe do quadro de Johann Nepomuk Dei/a Croce, Mozarteum, Salzburg (Áustria). Na família de Mozart foi notória a hereditariedade de qualidades musicais

Esta fusão é um trabalho que a pessoa, sob o sopro da graça de Deus e da moral catól ica, rea li za instintivamente muito bem, aumentando a riqueza espiritual e cultural da famíl ia. Pois quem faz isto como deve, transmite aos filhos em grau aumentado aquilo que ele próp-rio recebeu dos pais. É assim que um a família pode ir crescendo, ao longo dos séculos, em virtudes e aptidões naturais. Quando a instituição da família vai mal, isto pode ser um fator de perdição para toda a sociedade. Numa época em que as famílias estejam

A transmissão hereditária do status soc ial através da família é um fato constatado e estudado por muitos sociólogos. Além do status, as qualidades também podem ser transmitidas pela família. Cada geração transmite à seguinte seus próprios valores morais e culturais, o que torna cada uma das gerações capaz de impor-se por sua própria capacidade. A transmissão hereditária do mérito, porém, embora intimamente relac ionada com a das qualidades, tem recebido escassa atenção e pode parecer estranha a muitos. Para uma mentalidade democrática, que só reconhece a recompensa devida ao mérito pessoal, a transmissão hereditária desse mérito seria uma das grandes injustiças de um regime aristocrático, em que muitos já nascem numa situação vantajosa, ou seja, num status social e econômico herdado de seus antepassados. Porém, se muitos negam que o mérito possa ser herdado, muitos também julgam razoável que a gratidão possa ser manifestada, não só diretamente na pessoa do benfeitor, mas também em seus descendentes. Assim , quando alguém recebe ele outro um grande favor, pode retribuí-lo em forma ele benefício para o filho do benfeitor. Por exemp lo, se um homem recebe de outro um auxílio para ajudálo a sair ele uma situação difícil, uma vez que esta tenha sido superada, o beneficiado pode perfeitamente manifes-

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tar sua gratidão na pessoa dq filho do benfeitor. E ninguém, ou qL ase ningué m, julgaria estranha ou injusta esta forma de mani fes tar a gratidão. Portanto, segundo o senso comum de todas as épocas, pode-se retribuir na pessoa do filho uma gratidão devida ao pai. Isto se deve ao princípio de que todo o patrimônio do pai é hereditário, inclusive o patrimônio moral , ou seja, a gratidão a que tem direito devido aos favo res e atenções que fez a diversas pessoas ou ao Estado. O pai ama no filho uma projeção de sua própria personalidade. De maneirn que ele considera tomo um bem feito a si próprio o bem feito ao filho. Assim, manifes tar a gratidão devida ao pai na pessoa do filho é reconhecer neste um prolongamento do pai, uma continuidade hereditária entre pai e filho. Isto que se passa entre duas pessoas, pode passar-se também entre um indivíduo e o Estado, sendo este o beneficiário da ação meritória e aquele o benfeitor. Por exemplo, um pai que prestou insignes serviços a um rei, ficou credor do afeto desse rei, portanto de um bem puramente moral, não avaliável em termos materiais. Mas como fico u credor do afeto, ficou também do benefício, que o rei deve conceder aos filhos, na falta do pai. Cumpre acrescentar que a legitimidade de sere m os descende ntes credores do méri to ou da gratidão devida aos ante passados é sancionada pelo próprio Deus, e m diversas passagens da Sagrada Escritura. Pois é sabido que vári as vezes Ele poupou castigos ou concedeu favo res ao povo ele ito, e m atenção aos méritos de seus grandes vultos, como Abraão, Isaac, Jacó, Mo isés, Davi e o utros (cfr. Ec li . 44, 1,13,20-24). Também Papas e Santos constataram e ratificara m a transmi ssão dos méritos e das qualidades dos antepassados aos seus descendentes. Em suas alocuções ao Patriciado e à Nobreza ro mana, ou à Guarda Nobre Pontifícia, Pio XII por mais de uma vez a isso se refere (cfr. Alocuções de 1942 e 1950 ao PNR e de l 94 1 à GNP; São Carl os ♦ Borromeu, Homil ia em 8-9- 1584). Nota da redação: Excertos ele conferê ncia pronun~ ciacla pe lo Prof. Plí nio Corrêa ele O li veira para sóc ios e cooperadores ela TFP e m 18- 11 - 1992, na capital pauli sta , comentando, a pedido destes, a obra ele sua auto ri a Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à No breza romana (Ed itora C ivili zação, Porto, 1992). Sem rev isão cio autor.

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Dois significativos exemplos históricos

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A HISTÓRIA COLONIAL dos Estados Unidos, o reconhecimento da transmissão de méritos e qualidades dos antepassados a seus descendentes se manifestou quando William Penn recebeu do rei Carlos li , da Inglaterra, os territórios onde atualmente se situam os Estados da Pennsylvania e Delaware, em agradecimento pelos serviços que o pai de Penn havia prestado à dinastia dos Stuarts. Como narra o historiador George Tindall , "após a morte de seu pai, Penn herdou a amizade dos Stuarts e um substancioso patrimônio, inclusive o direito à devolução de um considerável empréstimo que seu pai havia feito à Coroa . .... Em 1681 ele recebeu de Carlos li os direitos de donatário sobre uma extensa área da América. A terra foi denominada Pennsylvania, por insistência do rei, em honra ao pai de William Penn" William Penn (George Tindall, America: A Narrative History, W.W. Norton, New York, 1984, Vol.l p.78) . * * * Outro caso muito bonito e exemplificativo dessa forma de hereditariedade ocorreu durante a guerra civil espanhola, segundo relato do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira: "Durante a Revolução espanhola os comunistas sacrificaram centenas de vidas, entre as quais as vidas sagradas de numerosos sacerdotes. A violação desses direitos fundamentais não moveu as chancelarias americanas a nenhuma atitude. Mas quando os comunistas quiseram fuzilar o Duque de Veraguas, último descendente de Cristóvão Colombo, todas as Repúblicas americanas (bem insuspeitas, como repúblicas, de preconceitos aristocráticos) protestaram. Por quê? Porque o fato de alguém descender de Colombo é um título para que, aos olhos das repúblicas americanas, seu direito à vida seja mais sagra do" ("O Legionário", 15-9-1946) . O pedido foi acolhido e o governo espanhol , embora comunista, libertou o Duque. Este fato é um reconhecimento de que a gratidão pode ser manifestada num descendente daquele que teve o mérito. No mesmo artigo de "O Legionário", o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira ainda relata que, nos Estados Unidos, todos os descendentes do marquês de Lafayette, o militar francês que lutou pela independência daquele país, embora nascidos em outros países, têm cidadania honorária americana, com a proteção e os proveitos daí decorrentes, como reconhecimento pelos méritos que seu antepassado adquiriu perante a nação. Em artigo publicado na "Folha de São Paulo", em 18-12-1968, o autor faz referência aos mesmos fatos expostos no artigo de "O Legionário" acima citado.

Paris, 11 de maio de 1968: a rua transformou-se num cemitério de carros

Há 30 anos, em maio de 1968, começava uma agitação estudantil convencional em Nanterre, periferia de Paris. Essa agitação logo se estendeu, se radicalizou e transformou-se numa contestação global não só ao Governo e à sociedade, mas também à razão, à moral e à cultura. Ela convulsionou numerosas cidades francesas, iniciando um processo revolucionário que vem deteriorando profundamente a civilização contemporânea.

A três décadas da Revolução da Sorbonne ALFREDO MACHALE

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A TÉ ESSA época, de Oliveira, visa mosapesar de no Oc idente trar que os agentes da terem ocorrido grandes Revolução - multi smanifes tações de impi sec ular processo de root ébronlé el edade, subsistia ainda destruição da civili oNfJLENT LA VOffi prec ioso efeito da civi zação cri stã - dec ipour ren chos&er. li zação cristã: um fundo di ra m desfech ar um c ultu ra l em co ntra~ te _..,_ ..... ·-imenso golpe na tracom o qual o público juldi ção cultural catógava os erros revolucionários , o que gelica, abrindo caminho aos ousadíssimos rava obstácul os para que estes se impuerros que surgiriam nas décadas seguinsessem de fo rma rápida e defi nitiva. tes. Fo i esta a fun ção da chamada ReEste artigo, cuj as idéias mestras são volução da Sorbonne. basead as e m confe rê ncias profe rid as Poucos anos antes, a ond a de pro'para sóc ios e cooperadores da TFP na testos e a cri se mora l qu e eclodi ra m capital pau! ista, pelo Prof. P linio Corrêa na juventude norte-ame ri cana hav iam C ATO LICISMO

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Barricadas diante da Faculdade de Medicina, em Paris

mostrado o enorme avanço alcançado pelo ig ua li tarismo e pe la imoralidade. Ta l avanço acentuou-se com a revolução co ntestatária da Sorbonne, não tanto devido à má doutrina q ue a in spirava, mas à utilização da força im pu lsiva das más tendências co mo arma de agressão revo luc ionária. O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira lendo os jornais da época, com o notici ário das convulsões que, a partir da Universidade da Sorbonne, incendiavam Paris, comentou em reunião para sócios e cooperadores da TFP na capital pauli sta, em 156-68. "É um impulso universal que nasce, que sacode a mocidade inteira. A caracteríslica singular [do movimento da Sorbonne Jé ser um puro impulso .... É uma era histórica nova. É o homem que renuncia à razão e surge a civilização do inslin10 - se é que se pode chamar civilização - que se opõe à moribunda civilização da razão, da inteligência e da vontade."

Agentes do caos obrigados a voltar temporariamente a seus antros A contestação impugnava todas as regras de conduta, seguindo o famoso slogan "é proibido proibir". Esta ex pres~ão aparatosa e de um a incoerê ncia desafiante procurava causar impacto psicológico no público para exacerbar as 16

e A To LI e I s Mo

sóc ios e cooperadores da TFP, em 20/6/ 71 , o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira fez o seguinte prognóstico: "Eu disse que a Revolução de Maio de 68 iria fracassar, mas que ela recolheria os seus restos nas sacristias. "Depois, a doutrina da Revolução de Maio ganharia os meios especificamente eclesiásticos e, através destes, estimularia os meios religiosos a uma atitude idêntica." Confirmando essa penetração das idé ias sorbonnianas nos meios católicos, o Cardeal Jean Marie Lustiger, Arcebispo de Paris - que em fins dos anos 60 foi capelão da Universidade de Paris escreveu e m suas Memórias que "o espírito de Maio de 1968" expandiu-se por todo o corpo social, invadindo até mesmo instituições da Santa Igreja: "Vi que uma parte do meio eclesimás tendências e inibir a razão. E à meástico entrava na mesma loucura, utilidida que se delineavam as sinistras mezava as mesmas noções, transpunha tas e a radicalidade do movimento, crespara a instituição eclesial as mesmas c ia na burguesia o temor de que os rescategorias, as mesmas manipulações, tos de ordem fossem arrasados pela anartomando como objeto a própria igreja quia. Esta reação contra o auge do caos e seu .fúncionamento.. ." não afetou as raízes do mesmo, de modo O Purpurado foi mai s longe: que, quando terminou a fase mais turbu"Estava escandalizado com a idéia lenta da desordem, o mundo hav ia sofride que padres ou leigos tratassem a pródo uma substancial modificação. pria Igreja e sua Hierarquia como os Foi-se tornando cada vez mais freestudantes ou os grupos esquerdistas traqüente aceitar como normais as excentavam a instituição universitária... E isso tricidades, lo ucuras e depravações di não cessou de repercutir, porque uma fund idas por aq uela revolução cultural, boa parte do que alguns chamaram perejeitando o raciocínio e o bom senso. Desde então as esquerdas radicais j orativamente de 'pós-Concílio' - ou seja, a crise progressista da era pós-confizeram um recuo tático de suas ideolociliar - ao menos na França nada tem gias para me lhor co ntam in ar a sociedaa ve r co m o Concílio Ecu mên ico de com tendências opostas à civ ili zação Vaticano li, mas depende do 'pós-1968 ', e à moral cri stãs, frente às quais a resisde sua mitologia e de seus slogans" . tênc ia da opin ião ocidental fo i muito Em que pese a op inião do Cardea l menor que a demonstrada ante o sociaArceb ispo de Paris, a verdade total é li smo e o comuni smo. que, debilitada a op inião católica pela Inércia da opinião católica crise pós -conciliar, suas convicções diante da revolução não fora m bastante fortes para rejeitar contestatária por co mpleto os germes revo lucionários da Sorbonne. Com as aberrações anarq uizantes da Tais germes refugiaram-se nas saSorbonne sucedeu o que muitas vezes cristias - e também, naturalmente, desocorre em nossa época com os erros da de os antros da avant-garde esquerdismoda, sobretudo quando estes se enconta - para tentarem reiniciar o procestram em estado germinativo: penetraram so, muito mai s lento e laborioso, de confaci lmente em todos os ambientes, danquistar os a mbientes estudanti s para nodo origem a contestações contínuas, até vas ofensivas violentas, tão logo as cirmesmo nos me ios cató licos. cunstânc ias o permitissem. Numa conferência pronunciada para

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Violência inédita em intensidade, método e propósito A Revolução da Sorbonne mostrou desde o início a intenção de impor violentamente seus desígnios, derrubando as classes e instituições que aparentemente sustentavam o mundo da época, intimidando os setores conservadores da opinião pública com um presumido poder an·asador. A agitação era liderada por ativistas extremamente violentos, de origens e matizes diversos, entre os quai s - convém destacar - moviam-se aqueles que, alguns anos depois , traumatizariam o mundo com o brutal genocídio que di zimou a população do Camboja. Com efeito, um desses líderes foi o recentemente falecido Pol Pot, responsável pela execução de aproximadamente 2 milhões de cambojanos. Desejavam eles acabar com toda forma de civilização ex istente naqu e le país, seg undo um projeto de contracultura de alcance mundi al. Tal violênc ia omnímoda, gerada em pequenos antros infiltrados no mundo universitário, era uma voragem infe rnal, que crescia, avançava e aniquilava, procurando devorar o mundo e lançá- lo na pior forma poss ível de mal, de sabor anárquico e óbv ia inspiração satânica.

Após um auge, moderação; na crise moral, um abismo após o outro Apesar da inércia externada inicial mente pela opinião pública diante da rebelião, afinal, quando tal opinião viu a gravidade desta, reagi u com indignação, impondo aos agitadores derrotas, retrocessos e silênc ios. Isto, porém, não impediu que nos últimos anos o esquecime nto e a indolência tenham exerc ido o efeito de uma an istia, a qual abre caminho às piores reincidências. Nessa pe rspectiva cabe perguntar: persiste hoje esse aspecto da índole anarquista que se observou na Sorbonne de 1968 e que penetrou e m tantos ambientes nos anos seguintes? Obviamente, enq uanto tal não se manifesta, pois o ímpeto contestatário cessou quando o que poderíamos chamar de temperamento público sentiu-se saturado da violência. A partir de então o grosso da juventude deixou-se levar pela ânsia da prosperi-

dade e gozo da vida, típicas do mundo de hoje, mostrando-se satisfeita, sem ideais, princípios ou preocupações sérias, procurando um ponto intermediário entre a contestação e um resto de tradição. Assim, dir-se-ia que o movime nto da Sorbonne foi derrotado e que não há peri go de que o fenômeno se repita. M as o esquec imento indole nte desses crimes mostra que a rejeição aos mesmos está longe de ter a força necessária para impedi -los.

Nova violência após um recuo estratégico? De qualquer modo, o que sucederá se essa ânsia de prosperidade e gozo da vida terminar num a súbita dece pção, como acontece co m tanta freqüência no instável mundo de hoj e? Q ue influência poderão ter os princípios morais sustentácu los dos povos nos momentos críticos - uma vez que os fa utores da contestação consegui ram qu e aq ueles fossem mac içamente aba ndo nados? Na realidade, todas as grandes revoluções seguiram um processo pe lo qual avançaram até certo ponto. Porém, ao extravasarem dos pequenos antros onde foram e laboradas para ambientes maiores, começaram a provocar indignações, mesmo entre os revolucionários moderados que, de início, as tinham apo iado. Então, tornou-se necessário interromper o processo, pois , do contrário, surgiri a uma reação muito ma is impetuosa e talvez inconteníve l da sociedade inteira. Quando isso se produziu por ocasião da rebeli ão de Maio de 1968, muitos acreditaram que o ideal revolucionário havia perdido força. Mas , na realidade, e le simplesmente adaptara-se a novas formas de sensibilidade, para consolidar suas conqui stas e ntre os frouxos, e de acordo com o gosto deles; isso, depois de haver derrubado as opos ições mais duras, à espera de novas c ircun stânc ias que permitissem outr&s radicali zações.

Na sinistra herança sorbonniana: revoluções sexual e indumentária Após a Revolução da Sorbonne, os germes que as provocaram penetraram nas capilaridades da vida social, com graves e avassaladoras conseqüências, ocupando

hoje efetivamente o campo que os revolucionários de início pl anejaram conq uistar. Com efeito, a revolução indumentária então lançada vai desde o unissex às modas é/nicas, ou seja, de inspiração indígena; do nudismo aos punks; das tatuagens ao uso constante de bluejeans e tênis, abarcando auges de extravagância e imoralidade sem precedentes na História. E também a revolução sexual , iniciada naquela época, acabou com o recato, levou o casamento à sua fase terminal , dissem inou o amor livre e erotizou por completo a sociedade. Isto prova que não só se cumpri ram as metas da Sorbonne, mas que o mundo fo i muito mais longe nessa matéria. Mais ainda: a queda das res istências ao crime e ao pecado, o desprestígio que se lança sobre as autoridades, as le is e os princípios, vão fazendo com que as mul tidões esqueçam cada dia ma is a ordem moral ensinada pela Igreja. Assim, legaliza-se o abo rto, expandem-se despudoradamente a droga, a homossex uali dade e toda sorte de aberrações e m matéria de costumes; generalizam-se o concubinato e o divórcio, crescem a delinqüência e a impunidade, produzindo efeitos globa is de uma anarquia sempre maior. Eis os nefastos frutos que estão sendo co lhidos das sementes jogadas em maio de 1968 pela Revolução da Sorbonne! ♦ Avenida dos Champs Elisés, tendo ao fundo o Arco do Triunfo, 30 de maio de 1968: gigantesca manifestação de 1 milhão de franceses contra a rebelião e de apoio ao Govemo


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Doc~ u mento do Pontifício Conselho Justiça e Paz Análise da TFP mostra que a realidade brasileira não se ajusta às situações apresentadas no estudo "Para uma melhor distribuição da terra - O desafio da reforma agrária" PuN10 V10 1GAL XAVIER DA SrLVEIRA

Quando lhe disserem que um órgão da Santa Sé publicou um documento sobre invasões de terras e Reforma Agrária; e que, portanto, é preciso começar a apoiá-las, responda que a TFP iá estudou o assunto e mostrou que o documento não se aplica ao Brasil.

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eAToLIeIs Mo

Maio de 1 9'9s

estatização no campo, com todas as péssimas seqüelas da estatização.

Já a meta enunciada no DRA- "enfi·entar o dramático problema da apropriação indevida e da concentração da terra no latifúndio" (nº 2) - não exprime adequadamente nossa realidade. Somos um País de 8,5 milhões de quilômetros quadrados - o que equivale praticamente a cinco vezes as áreas somadas da Alemanha, França, Itália e Espanha - em que boa paite das terras não constitui propriedades particulares, mas continua inculta nas mãos do Estado. A distribuição da terra no Brasil é seme lhante a de países desenvolvidos como os Estados Unidos e a Inglaterra.

4. Fazer bem aos índios é sobretudo trabalhar para sua conversão e civilização

Agrária brasileira, o que posteri ormente foi desmentido.

1. Influência da CPT no documento?

O DRA cita entre suas fontes documentos da Conferênc ia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de modo paiticular da Comissão PasNesta edição publicamos um toral da Terra (CPT). resumo dessa análise da TFP, para Terá o DRA adotado a visão seu conhecimento e utilização. Se da CPT? Como é público e notólhe interessar o trabalho complerio entre nós, a CPT representa no to, é só pedir para: Brasil uma posição de esquerda das mais extremadas em matéria Informativo Rural de Reforma Agrária. Está mesmo na origem de movimentos de Rua General Jardim, 770 - cj. 8 A invasões de terra, como o MST. 01223-01 O - São Paulo - SP Ao que parece, a CPT nunFones (011) 257-1352 / 256-3766 ca se incomodou com a firme Fax (011) 258-4654 advertência de João Paulo II aos Bispos brasileiros: "Recordo as palavras do meu predecessor Leão X/li quando ensina que 'nem a justiça, nem o bem comum consentem em danificar alguém ou invadir o título acima o Pontifício Cona sua propriedade sob nenhum pretexto' ·elho Justiça e Paz, da Santa Sé, lançou (RerumNovarum, 55). A Igreja não pode um documento a respeito da Reforma Agrária, datado de 23 de novembro de estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de ter1997. Citamos aqui a edição em língua ras, quer por invasões pelo uso da forportuguesa da Libreria Editrice Vaticana. ça, quer pela penetração sorrateira das Pai·a facilidade de exposição, referir-nospropriedades agrícolas" (Papa João Pauemos ao documento como DRA. Ele só lo II, ao receber, em 2 l de março de l 995, foi dado a lume em 13 de janeiro de 1998. A imprensa chegou a afirmai· que se os Bispos brasileiros da Regional Sul l, tratava de um pronunciamento que tiEstado de São Paulo, "Acta Apostolicae Sedis", 10-11-95). nha especialmente em vista a Reforma

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2. À margem da realidade brasileira

O DRA não parece preocupar-se com o destino eterno de tantos indígenas, por vezes escravizados até a práticas abomináveis, como o infanticídio ritual e mesmo o suicídio. O número de índios remanescentes no Brasil é diminuto, pouco mais de 0,2 % da população do País (350 mil índios em 160 milhões de habitantes) , freqüentemente colocados em reservas im ensas, que permanecem tota lmente inaproveitadas e mesmo abandonadas por falta de habitantes. No Brasil , 82,9 milhões de hectares são considerados áreas indígenas, o que é quase a soma dos territórios da França e da Itália! (cfr. "Jornal do Brasil" e "O Estado de S. Paulo", 4- l 1-97). Aliás, uma idéia mítica do índio, completainente desligada da realidade, vem sendo veiculada há algum tempo no Brasil por uma neomissiologia de esquerda. A denúncia foi feita pelo Prof. Plínio Corrêa de O liveira em seu livro Tribalismo indígena, ideal comuna-missionário para o Brasil no século XXI ( 1977).

5. Ênfase demasiada na destinação universal dos bens

Contraste flagrante: em primeiro plano, assentamento em Vazerlândia, MG... puro matagal. Ao fundo, terras cultivadas de uma propriedade particular.

O conjunto do DRA situa-se em considerações basicamente temporais, sobre as quais qualquer católico esclarecido pode opinar livremente, como a segura o Código de Direito Canônico: "É direito dos fiéis leigos que se lhes reconheça, nos assuntos terrenos, a liberdade que compete a todos os cidadãos" (cânon 227).

3. Reforma Agrária, uma história de fracassos. Por que insistir? No item "As experiênciasfalhadas de reforma agrária" (nºs 7 ss.) o DRA atesta: "em síntese, as intervenções de reforma agrária falharam nos seus objetivos". Por que então insistir no fracasso? Pai·a tentar remendar esse fracasso, o DRA sugere um enorme empenho do Governo no fornecimento de infra-estrutura para os assentamentos. O que redundaria, num espetacular aumento de

O Capítulo II do DRA é de índole doutrinária e procura acentuar mais o fato de Deus ter concedido a terra a todos os homens, do que o fato, também escriturístico e de direito natural, da liceidade e mesmo necessidade da apropriação privada da terra. Talvez por ter feito essa opção pela "destinação universal dos bens", o DRA não salienta - como o fazem os documentos pontifícios tradicionais - o papel da propriedade privada como necessária para o reto exercício dessa mesma "destinação universal " e para o bem dos pobres. Com isso, fica-se com a impressão de um certo desequilíbrio de acentuação doutrinária no documento. Esperamos que tal desequilíbrio não se preste a resvalar para uma interpretação da destinação universal dos bens

no sentido de uma quimera e, ao mesmo tempo, uma panacéia, à maneira das fracassadas utopias sociali stas e com unistas que tanto infestaram - e conti nuam a infestar - este nosso século .

6. Hipertrofia da função social da propriedade O DRA c ircunscreve ainda o direito de propriedade "dentro dos limites de uma substancial função social da propriedade" (nº 30). Cumpre ter em vista que ''.função social " não é apanágio do direito de propriedade. Ela faz parte de todos os direitos humanos, inclusive o direito à vida. É, por exemplo, em vista da função social da vida, que o Estado tem o direito de requi sitar seus cidadãos pai·a a guerra, quando esta for justa e se tornai· necessária. É preci o ter claro, conforme explica reiteradamente em várias de suas obras o Prof. Plinjo Corrêa de O liveira (cfr. por ex ., Projeto de Constituição angustia o País, 1987) que uma função não pode desenvolver-se tanto que venha a matai· o órgão que a exerce. Se o fígado, por exemplo, se põe a produzir tanta bílis que acaba por extenuar-se, isso é um mal e não um bem. Se a propriedade privada, de tanto atender sua "função social", deperece, cai-se no absurdo. Convém ainda ter claro que o exercíc io reto e normal da propriedade pri vada já traz, de si, enormes benefícios para a sociedade toda e cumpre ass im uma preciosa "função social", indepen dente de qualquer esforço adicional num sentido comunitário.

7. Por que urgência numa Reforma Agrária mal definida? O DRA afirma que "a doutrina social da Igreja é muito explícita e indica a reforma agrária como uma das mais urgentes a ser empreendida sem demora" (nº 35). Que a doutrina soc ial da Igreja ensine os princípios morais referentes à Reforma Agrária e exija seu cumprimento , é sua missão. Mas como pode a doutrina social da Igreja indicar um conjunto de medidas concretas preferencialmente a outro, para solucionar determinado problema

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Barraco de um assentado no Projeto de Assentamento Casa Verde em Nova Andradina, MS

de um país, desde que as medidas em questão em nada firam seus princípios? Convém esclarecer que não existe uma reforma agrária em tese. O conjunto de medidas que um país adote sob o rótulo de reforma agrária será diferente de uma nação para outra. Qual desses conjuntos seria adotado pela doutrina social da Igreja? O da Cuba castrista, do México de Zapata, do Chile de Allende, do Peru de Velasco A Ivarado, do Brasil atual , outro? ! E por que não pode um país, para resolver eventuais problemas econôm icos e sociais no campo, adotar uma forma de política agrícola que não seja a Reforma Agrária? Isto é proibido pela doutrina social da Igreja?

8. Atrofia quanto à condenação às invasões de terras D iz o DRA que a "ocupação" de terra "continua a ser um ato não conforme aos valores e às regras de uma convivência verdadeiramente civil" (nº 44). A restrição, como se vê, é bem leve: as "ocupações" não são conformes aos valores e às regras da convivência civil. João Paulo II, pelo contrário, citando Leão Xill, usou de uma linguagem bem mais firme: as ocupações são contra a justiça e o bem comum (texto citado na página 18). Como justificar um abrandamento das restrições aos invasores?

redatores do DRA tiveram em vista pouco cond iz com a realidade brasileira. E que a Reforma Agrária, tão preconizada pelo documento, não só não é solução para o Brasil, mas poderia faci lmente arrastar-nos a um caos econômico e social de conseqüências imprevisíveis. * * * A presente situação é de caos na sociedade e nas almas, mesmo entre os cristãos: "É necessário admitir realisticamente, e com profunda e sentida sensibilidade, que os cristãos hoje, em grande parte, sentem-se perdidos, confusos, perplexos e até desiludidos: foram divulgadas prodigamente idéias contrastantes com a Verdade revelada e desde sempre ensinada; foram difundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebe liões; alterou-se até a Liturgia; imersos no 'relativismo' intelectual e Assis BeneditQ da Silva faz várias viagens ao dia em sua carroça, para buscar água no Projeto de Assentamento Gleba XV, no Pontal do Paranapanema, SP

9. Conclusão

O DRAnão é

aplicável ao Brasil Após tudo quanto fo i dito, ressalta com evidência que a situação que os 20

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moral, e por conseguinte no permissivismo, os cristãos são tentados pelo ateísmo, pelo agnosticismo, pelo iluminismo vagamente moralista, por um cristianismo sociológico sem dogmas definidos e sem moral obj etiva" (João Paulo II , A loc ução de 6-2-8 1, in "L' Osservatore Romano", 7-2-81). Ante esse quadro, importa sobretudo manter-nos fiéis à doutrina tradicional da Igreja, único faro l a nos iluminar nos dias te nebrosos e borrascosos por que passamos. Fo i à lu z dessa doutrina que o Prof. P líni o Corrêa de Oliveira respondeu afirmativamente à seguinte questão, que figura como título de uma de suas obras: "Sou católico, posso ser contra a Reforma Agrária?" (1981). As palavras que ele dirigiu então à CNBB - cuj o documento agro-reformista era analisado naquela obra - nós as fazemos nossas, dirigindo-as desta vez ao Pontifício Conselho Justiça e Paz: "Não se veja no presente estudo uma invectiva contra a CNBB, nem contra qualquer personalidade católica, eclesiástica ou leiga. Divergir de idéias ou de metas não importa em ataque pessoal. É apenas enunciar e justificar seu próprio pensamento, guardando a consideração e a fidelidade devidas a todo membro da Sagrada Hierarquia. "Valha pois o presente estudo como um cortês convite ao diálogo com quem discorde do pensamento aqui afirmado". ♦

Dois grandes 111ilagres da Virge111 de Fáti111a: rotação do ~oi e libertação da Austria

Cruzada Reparadora do Santo Rosário, com uma Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, obteve autêntico milagre em maio de 1955: a evacuação das tropas russas do território austríaco Carlos Eduardo Schaffer Corre"fflondente

Austria

Viena - Diante da grave decadência da fé e dos costumes, notáve l j á no início deste século, apareceu Nossa Senhora no ano de 19 17, em Fátima. Essa aparição teve por fin alidade pedir ao mundo , através de três pastorinhos, o arrepend imento dos pecados cometidos, a mudança de vida, a penitência e a oração. Se estes pedidos fossem atendidos, o mundo teria paz. Caso contrário, viriam novas guerras, a Igreja seria perseg uida, o Santo Padre teria muito que sofrer, muitas nações desapareceriam. Para comprovar a veracidade de S ua Mensagem, a Mãe de Deus operou, na última aparição, e m outubro de 1917, porte ntoso milagre, testemunh ado por milhares de pessoas prese ntes em Fátim a e no s arredores: o so l começo u a dançar no cé u, cau-

san do a impressão que iri a se precipitar sobre a Terra. Após esse prodígio, nenhum outro milagre operado pela Virgem de Fátima teve a transcendência de um acontecimento pouco realçado da H istóri a contemporânea: a inexplicáve l (em termos meramente naturais) retirada das tropas soviéticas da Áustria, mediante o Tratado que reconheceu a independênc ia do país, firmado em 15 de maio de J 955. Portanto, há 43 anos.

Humanidade pec;adora não atende pedidos de Nossa Senhora Dolorosamente devemos constatar que está prevalecendo a segundo hipótese. A decadência dos costumes ace lerou-se vertiginosamente desde então,

Acima: A Imagem de Nossa Senhora de Fátima que presidiu a Cruzada Reparadora do Santo Rosário. Foi confeccionada, por iniciativa do Pe. Petrus, pelo artista português que esculpiu as Imagens Peregrinas Internacionais. No mapa: das quatro ZOIJaS de ocupação das potências aliadas na Austria, a soviética continha a parte mais rica do país e sua capital, Viena.

tendo como conseqüência um catastrófico afastamento dos fiéis em relação aos Mandamentos da Lei de Deus. E a crise interna da Igreja dá sinais de uma iminente nova grande apostasia, de proporções talvez maiores do que a revo lução protestante do séc ul o XVL Isso é tanto de se temer, quanto em diversos países vêm eclodindo casos de rebeldia pública de Bispos contra Roma. Os castigos por esses desvios vão sendo registrados pela História. A lém da Segunda Guerra Mundial, o mundo tem sido constantemente abalado por guerras locais ou por revolu ções internas, em países dos cinco con -

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ria ter acontecido se os pedidos de Nossa Senhora feitos em Fátima tivessem sido atendidos? N a hi stória da pequenina Áu stria de depois da Segunda Guerra Mundial parece ter querido a Providência Divina nos mostrar os benefício s que estava disposta a conceder à humanidade, se esta tivesse levado em conta os apelos da Santíss ima Virgem.

No pós-Guerra, lamentável situação da Áustria

Rezando diante da Imagem Magna Mater Austriae, no Santuário Nacional de Mariazell, o Pe. Petrus ouviu, em 2 de fevereiro de 1946, uma voz interior que lhe dizia: "Fazei o que eu vos digo e tereis a paz".

tinentes. O total de v ítimas, somente das revoluções, j á é mais de cinco vezes superi or ao da última Grande G uerra. As persegui ções à I greja nos países mu çulm anos é cada vez mais in tensa, sendo respon sáve l por milhares de mart íri os. E m toda a E uro pa os adeptos rad ica is do Islã vão conqui stando terreno e ameaçam , num futu ro não muito di sta nte , do min ar países como a Espanha, a França, a A lemanha e a Itáli a. E não encontram neste ava nço nenhuma res istência séri a. N ão são poucas as pessoas que j á vêem se acumular no hori zonte as nuvens sombri as da ameaça de uma nova guerra mundial, que poderá eclodir a partir de uma cri se no Ori ente M édi o. Ou de uma reação inesperada dos militares comuni stas, ainda in stalados no exército ru sso, contra a crescente influência das nações oc identais nos países antes dominados pela ex-Uni ão Sov iéti ca. Ou aind a de outras causas que, no rumo caótico cio s acontec imentos atuai s, podem surgir em qualquer parte do globo de um momento para o outro . Esta é a tri ste situ ação em que nos encontra mos. E ntretanto, o que pode-

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Com a anexação da Áu stria à Al emanha nazista em março de 1938, fi caram os destinos dos doi s países intimamente unidos. A s devastações cau sadas pelos exércitos al emães, ao qu al se incorporaram os contin gentes au stríaco s, durante a Seg und a Gu erra Mundi al, foram imputadas naturalmente a ambas as nações . D esde 1943 cogitavam os Ali ados que sanções aplicar à Á ustri a após a vitóri a final sobre as nações do Eixo. Pensou-se até mesmo em ri scá-la cio mapa anexando seus territórios a outros países. Fi cou fin almente clec icliclo manter sua exi stência política, mas sujeita a um período não definido ele ocupação . Seu território foi dividido em qu atro partes, que foram entregues respectivamente aos Estados U nidos, à Franca, à Inglaterra e à Uni ão Soviéti ca. A esta coube a chamada baixa Á ustri a, a parte mais ric a do país, pelos seus campos de petró leo, agri cultura e indú strias; e nela se locali zava a cidade ele Viena. Embora a A lemanha tivesse muito maior c ulpa pelas co nseqüências da guerra, doi s anos após o término do conflito ela j á começara a adquirir certa independência e vida própri a, ao menos nas partes ocupadas pelos ameri canos, franceses e ingleses. Fo i fe i ta uma reforma monetária, votada uma lei bás ica cio Estado, que até hoje tem os efeitos de uma constituição. Surgia ass im, das cinzas da guerra e separada ela parte ocupada pelas tropas ru ssas, a República Federal da Al emanha, que começou logo a mostrar sua puj ança e capacidade ele recuperação. N a Á ustri a, pelo contrári o, passavam-se os anos e não lhe era concedida senão uma autonomi a muito redu zida.

Maio de 1968

Os russos apoiaram reivindicações territoriai s cio ditador comunista da Iugoslávia, Tito, sobre partes cio já redu zido território austríaco habitadas por minorias croatas. E também incentivaram, entre 29 de setembro e 6 de outubro de 1950, um putsch comuni sta em Viena, que vi sava abocanhar o governo de toda a Áu stri a. Além disso era evidente que eles, no clima criado pela chamada Guerra Fria, não tinham intenção alguma ele abandonar a parte que ocupavam, do território austTíaco, como também não pretendiam

Os comunistas austríacos tentaram em

vão, com o apoio do Governo soviético, tomar o poder na Áustria, durante oito dias: de 29 de setembro a 6 de outubro de 1950

desocupar os países bálticos, a Polônja, a Tchecoslováquia, a Hungria, a Romênia, a Bulgária e a Alemanha Oriental. É sabido que até a mudança de ori entação da política comuni sta, ocorrida por volta do fim da década ele 80, no governo de Gorbachev, nunca os comunistas abandonaram um país conquistado ou renunciaram ao domínio de uma região ocupada, a não ser quando obrigados pela força das arm as. E mesmo ass im ap ós enca rni çad a res istênc i a co mo sucedeu por ocas ião da guerra

civil espanhola ele 1936 a 1939, durante a qual o regime republicano e socialista daquela nação ibéri ca foi notoriamente sustentado por Moscou.

O mesmo conselho da Virgem em duas ocasiões: Fátima -1917; Mariaze/1-1946 Foi em meio a essas sombri as perspectivas quanto ao futuro da Áu stria que o Padre capuchinho Petrus Pavlicek, a 2 de fevereiro de 1946, dia de Nossa Senhora elas Candeias, depoi s de pedir as orações de um convento ele freiras ela

cidade de Graz, dirigiu-se ao principal santu ário mari ano do país, M ari aze ll , a fim de rezar intensamente di ante da imagem mil agrosa e pedir luzes para atender às necess idades de seu povo. Em certo momento percebeu, com in teira clareza, que uma voz interi or lhe dizia:

" Fazei o que eu vos digo e tereis a paz" . M ai s tarde terá ele conhecimento de que essas fo ram as mes mas pal av ras qu e N ossa Se nh ora di sse ra aos t r ês pastorinhos em Fátima. Durante um an o inteiro, proc urou interpretar o sentido dessas palav ras para sa ber co mo atender ao pedido el e N ossa Senho ra. Fo i co ntudo em fevereiro de 1947 que lh e oco rreu a idéia

de fundar um movimento de orações , reunindo pessoas qu e se comprometessem rezar o ro sá rio em horas di ferentes, de maneira a haver co ntinuamente, 24 horas po r dia, qu em esti ve sse honrando Nossa Senhora, pedin do a conversão dos pecadores, a paz no mundo e espec ialmente a libertação da Áu stri a. Com a autorização de seus superio res , mas sem nenhum apoio fin anceiro destes, poi s a guerra tinha deix ado a Ordem dos capuchinhos em difícil situação, passou então a percorrer o país pregando missões naquelas intenções. Conseguiu que o Bi spo ele Leiria, em Portugal, encomendasse ao mesmo escultor das imagens peregrin as intern ac ionais de N ossa Senh ora de Fátim a mais um a cópi a, a qual , depois de ser introdu zida na Áu stri a através da Suíça, passou a acompanh á- lo sempre. E m cada cidade ou aldeia qu e percorri a, obtinha sempre maior número ele adesões, dando ao movimento o nome ele Rosenkranzsühnekreuzzug, (Cru zada Reparadora do Santo Rosári o) . Para não provocar uma atitude repress iva por parte elas autoridades ru ssas, pedi a aos participantes da cru zada que rezassem pela paz mundial e pela conversão dos pecadores. Todos , porém , entendi am que tal paz começava pela libertação ela Á ustri a cio jugo comuni sta. Um a elas notas tôni cas de suas pregações era o pedido central de Nossa Senhora nas apari ções ele 1917, a con versão dos pecadores. In sisti a muito para que seus ouvintes recebesse m o sacram ento da penitência. Conta-se que, ao perco rrer 1 1 aldeias da região de Am stetten, ouviu apro x im adamente 5.700 confi ssões. E m o utra ocas ião, passou literalm ente di a e noite no co nfess i o nári o, num to tal el e 72 ho ras ininterruptas . [números são os casos de conversões ele pecadores empedernidos atribuíd as ao zelo apostólico ci o Padre Petru s. E le possuía um dom todo es pec ial para obter ele Deus essa graça, não raro, aco mpanhado de bastante esperteza. Ass im certa vez, um pobre homem puxava ladeira acima pesado carro de fe no. Se m ser v isto po r causa da quan tidade de feno, o humilde capuchinho

Dados biográficos do apóstolo mariano asceu o Padre Petrus Pavlicek em 6 de janeiro de 1902, em lnnsbruck-Wilten , no Tirol. Seu pai, Augustin Pavlicek, era oficial dos exércitos imperiais. Sua mãe, Gabriele Alscher, era filha de um comerciante. Ambos procediam da Morávia. Sentiu-se desde jovem atraído pela vocação religiosa, mas afastouse da fé durante alguns anos de sua juventude. Em 1935, no decurso de uma grave doença, recebeu a graça da conversão, retomando o propósito de abraçar a vida religiosa . Entrou , por conselho da vidente alemã Teresa Neumann , para a Ordem dos capuchinhos , ramo da Ordem Franciscana. Foi ordenado em 14 de dezembro de 1941. Recrutado durante a Segunda Guerra Mundial para os serviços de saúde do exército alemão, destacou-se por sua dedicação. Sendo aprisionado pelos Aliados em 15 de agosto de 1944, ganhou a confiança dos comandantes dos campos onde esteve na França, exercendo seu ministério como capelão dos prisioneiros. Em 16 de julho de 1945, festa de Nossa Senhora do Carmo , foi libertado e voltou para a Áustria , onde pouco depois veio a fundar a Cruzada Reparadora do Santo Rosário, obra à qual dedicou todo o resto de sua vida. Faleceu em 14 de dezembro de 1982, sendo tido por todos que o conheceram como homem de muita fé, grande piedade e exemplar devoção mariana.

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Logo após a assinatura do tratado que pôs fim à ocupação da Áustria pelas potências aliadas, em 15 de maio de 1955, o primeiro ministro, Julius Raab, apresenta o documento à multidão reunida diante do balcão do palácio Belvedere, em Viena

À esquerda: grande concentração popular na Heldenplatz, em Viena, para i}gradecer a Nossa Senhora a libertação da Austria, em 10 de setembro de 1955

compreendo por que o carro parecia tão leve." Padre Petrus tomou isto como pretexto para uma conversa, e ali mesmo ouviu-o em confissão. E m outra ocasião, ao se preparar para celebrar a Missa numa aldeia, percebeu que dentro da igreja só havia mulheres. Perguntou então onde estavam os homen s e as crianças. Responderamlhe que ali se tinha estabelecido o hábi to de estes só entrarem na igreja após o sermão. Já todo paramentado, diri giuse então até o portal da igreja e disse: "Ou todos entram, ou eu venho celebrar a Missa aqui fora." Assim conseguiu quebrar aquele péssimo costume.

A Cruzada domina as bases e, por fim, · move as cúpulas Acima: o primeiro ministro Julius Raab (à direita) e o ministro das Relações Exteriores Leopold Fig/ compareceram à manifestação

pôs-se a e mpurrar o carro. Só quando chegaram em cima percebeu o home m o que se tinha passado e disse: "Agora

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CATOLICISMO

Em setembro de l948 iniciou o Pe. Petrus, na igreja dos capuchinhos de Viena, os Atos de Devoção Reparadora (Sühneandacht) , com Missa, pregações, confissões, bênção de doentes, recitação do terço. Por vezes, duravam tais devoções cinco dias consec utivos . E le denominou-os Assaltos

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de oração (Sturmg ebete): "A paz é um dom de Deus e não obra de políticos e os dons de Deus obtêm-se com orações", dizia o missionário. Era preci so conquistar de Deus essa graça como os soldados conquistam uma fortaleza mediante assalto. Organizou ele procissões com a imagem de Nossa Senhora de Fátima nos dias 13 de cada mês. Estas tomaram um tal vulto que resolveu promover, no dia da Festa do Nome de Maria ( l2 de setembro) de cada ano, uma grande procissão, convidando todas as paróquias de Viena a dela parti ciparem. Essa festa havia sido instituída em 1683 pelo Papa Inocêncio XI, para que toda a Cristandade assim comemorasse a intervenção da Santíssima Virgem para a obtenção da vitória dos exércitos católicos, sobre os turcos , que naquele cercavam Viena. A data era muito simbólica: duas grandes ameaças para a Cristandade: a muçulmana e a comunista. Só a Virgem Santíssima poderia obter esses triunfos . Não somente o povo devia participar de tais movimentos, mas também seus representantes oficiais. Assim, em 1948 o Padre Petrus escreveu ao Cardeal Tnnitzer, de Viena, convidando-o a participar das procissões, o que certa-

mente impressionaria muito o povo. Este, durante algum tempo, negou-se a tomar parte naquela manifestação de Fé. Ele já tinha sido contrário à vinda da imagem de Nossa Senhora de Fátima à igreja dos capuchinhos alegando que naquele templo já havia outra imagem e que "Nossa Senhora é uma só". Padre Petrus foi então à catedral de Viena e lá contou 35 diferentes representações da Santíssima Virgem. Com isso, conseguiu fazer cessar tal oposição. Mais tarde, pressionado pelo êxito obtido pelo movimento, o Purpurado sentiu-se obrigado a participar da procissão. O primeiro ministro Leopold Fig! recebeu também uma carta convidandoo a se associar às orações e a participar das grandes procissões. Neste caso não foi necessário maior insistência. Em todas as grandes ocasiões, comparecia ele com outros membros de seu gabinete de vela e terço na mão. Por ocasião do primeiro convite e diante daresposta negativa do Cardeal, respondeu Leopold Figl ao Padre Petrus: "Mesmo que só nos dois estejamos presentes, eu irei, minha Pátria o exige!" Em 1953, Julius Raab sucedeu a Leopold Fig! no cargo de primeiro ministro e também se uniu aos esforços do religioso capuchinho tomando oficialmente parte nas grandes procissões. O movimento ia crescendo sempre de maneira surpreendente, atingindo a Áustria inteira e transbordando para a Alemanha e a Suíça. Até 1955 mais de 500 mil austríacos (o país teria na época cerca de cinco 'milhões de habitantes) haviam-se comprometido a participar daquele imenso clamor de orações que, dia e noite, subiam aos Céus, rogando a Deus, por intercessão de Nossa Senhora de Fátima, pela libertação da Áustria, a conversão dos pecadores e a paz mundial. O número das pessoas que participavam das procissões e dos Assaltos de orações era ainda muito maior. Durante todo esse tempo, desenvolviam-se em Londres as conferências de paz entre representantes das nações vencedoras e uma delegação austríaca. Realizaram-se 260 reuniões em oito anos, sem que nada de concreto para a desocupação da Áustria ficasse resolvido.

A Guerra Fria intensificava-se cada vez mais e o comunismo requintava seus métodos de perseguição religiosa nos países ocupados. Parecia que Deus queria provar a confiança daqueles que tanto pediam a libertação de seu país.

Milagre de Noss~ Senhora de Fátima salva Austria Provada a confiança, a graça foi concedida. No dia 24 de março de J 955, os governantes soviéticos convidaram os austríacos para uma conferência em Moscou. Antes de partir, o primeiro ministro Julius Raab pediu ao sacerdote: "Por favor, reze, faça seus fiéis rezarem mais do que nunca" , pois ele pressentia que ali se decidiria o futuro da nação. Após rápidas conversações, o im possível acontece. Inesperadamente, ainda no transcurso do mês de abril, o regime de Moscou anunciou a determinação de, num curto espaço de tempo - três meses apenas - , retirar todas as suas tropas. No dia L5 de maio, represe~tantes das quatro potências ocupantes assinaram em Viena o Tratado de independência definiti va do país. A Áustria estava finalmente livre da ocupação e, mais importante do que tudo, da ocupação soviética. Caso único na história do comunismo até então e por muitos anos mais.

Todos os anos, em 12 de setembro, Festa do Santíssimo Nome de Maria, milhares de pessoas se congregam no Salão da cidade de Viena, para rezar à Mãe de Deus em agradecimento pela insigne graça por Ela concedida à nação austríaca, em 1955

No dia 26 de outubro de 1955, o úl timo soldado das tropas de ocupação deixou o solo austríaco, o que na Alemanha só se deu em 1995. Antes mesmo que isso sucedesse, foi organizada em Viena, no dia 12 de setembro, uma grande procissão "aux .flambeaux" em homenage m a Nossa Senhora ele Fátima, da qual participou enorme multidão e inúmeras personalidades da vida pública. O prim e iro mini stro pronunciou um di sc urso , no qual reconhecia a importância que o movimento do Padre Petrus dese mpenhara no desenro~ar dos acontecimentos. E terminou com estas palavras: "Hoje queremos nós, que temos o coração cheio de fé, enviar ao Céu uma oração alegre e essa oração nós a ence rramos com estas palavras: Nós estamos livres, Maria ♦ nós Te agradecemos."

Fontes de referência: " Wi e es zur Freiheit Ôsterreichs Kam" (Como a Áustria a lcanço u a liberdade), Editora Rosenkranz - Siihnekreuzzug um den Frieden der Welt, Vi ena , 1995. Hild e Firtel, Vorbeter Jür Million e n P. Petrus Pav/icek OFM, Editora Rosenkran zSiihnekreu zz ug 11111 den Fri eden d e r Welt , Viena , 1995.

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vel barco, co ntemp lando as margens cheias de vegetação! Foi através dos rios que se fez o trabalho de desbravamento e colon ização de nosso interior. A monumental e meritória obra dos bandeirantes utilizou as vias fluviais como meio normal de deslocamento.

Quando a tranqüilidade,

a poesia e a beleza se unem à economia

Navegar não é só poético; é também econômico quando se quer transportar com fretes baratos. Desenvolver as hidrovias em substituição das estradas asfaltadas é inteligente, benfazejo e despoluinte. C.A.

fusTALADO apertadamente num automóvel que corria a 120 quilômetros por hora numa movimentada estrada brasileira, preso ao banco pelo obri gatório cinto de segurança, meu espírito entretanto estava livre e divagava. 26

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Como seria mais interessante, pensava e u, se em lugar de rodar sobre este asfa lto árido, cercado de um casario esparso e sem-graça, a viagem estivesse sendo fe ita sobre as ág uas movediças de um rio, no interior de um aprazí-

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Essas divagações, que algum leitor poderá e ncontrar um tanto poéticas e se m alcance prático, tem e ntretanto seus lados utilitários até do ponto de vista econômico. Não que eu ache que o aspecto material é mais importante que o espiritu al. Deus me livre! Mas é que ambas as co isas se co mpl etam harmonicamente. É a lição que tantas vezes, comprazido, ouvi de meu incomparável mestre, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, nos saudosos tempos em que tive a dita de com ele conv iver. O homem é esp írito e matéria, e sente-se inteiramente atend ido em suas necess idades so mente quando a parte espiritual e a material forem consideradas. Poesia e econom ia têm cada qual seu papel na vida humana. É mesmo um dos maiores fatores de opressão da civilização atual, preocuparse exclusivamente - ou quase tanto com os aspectos materiai s das coisas. Essa ojeriza pelo asfa lto, em favor do caminho das águas, foi sempre um rasgo de alma atraente da personalidade do inesquecível mestre. E tal propensão encontrava, no fundo, calço em sua obramagna Revolução e Contra Revolução. Com efeito, nesse renomado ensaio, o fundador da TFP mostra como a Revolução - processo multissecular que vem destruindo a civi li zação cristã - atua por etapas e "tem sua ori gem última em determinadas tendências desordenadas que lhe servem de alma e de força propulsara mais íntima (Cap. V, l) . E mais ad iante observa que os ambientes , na medida em que favorecem cost um es bons, "podem opor à Revolução as admiráveis barreiras da reação, ou pelo menos, da

inércia, de tudo quanto é sadiamente consuetudinário" (Cap. X, 3) . Compreende-se que o ilustre Autor tenha considerado o caminho das ág uas - pela tranqüilidade, poesia e mesmo beleza que o caracterizam - como formando um ambiente que constitui uma barreira a tendências desordenadas da alma, desejosas das exc itações e trep idações que as estradas de rodagem, com freqüência, provocam na sensibilidade hum ana. E, por certo, o insigne pensador católico julgou que a navegação flu vial - um importante meio de transporte de nossa história, na época das bandeiras e das monções - poderi a atuar, pelo me nos, como uma "barreira da inércia" no espírito do brasileiro de outras épocas. Se tal barreira não fo i sufi ciente para impedir a hipertrofi a atual das estradas de rodagem no Bras il , ela deve ter influído mais recentemente para que nossos conte mporâneos voltassem ao bom senso e redescobri ssem as ex celências do transporte fluvial.

Hidrovias superam rodovias O automóvel em que e u viajava ultrapassou diversos caminhões de carga poluindo e e ngarrafando as estradas. Se todo esse peso fosse transportado por hidrovias, co mo seria? É sabido que a Holanda, por exemplo, transporta 75 % das cargas por hidrovias, pagando um frete muito mais barato, e o Paraguai 49%. O Brasil , apesar dos avanços no sistema Tietê-Paraná, limitase a transportar pouco mai s de 2% sobre a água. E note-se que o Brasil possui bacias hidrográficas das maiores do mundo. A hidrovi a Tietê-Paran á serve os Estados de São Paul o, M in as Gera is, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Dentro de mais alguns anos o percurso de barco será possível - graças à inauguração, no dia 15 de janeiro passado, da ecl usa de Jupiá, no Rio Paraná até o nordeste do Paraguai, sendo possível navegar por uma extensão de 2.400 quilômetros, onde há oito eclusas. (Cfr. Transportes - Suplemento de domingo do "Jornal do Brasil", 29/3/98). O consumo de combustível na navegação fluvial é muito menor. O comboio flutuante Cley Scholzu, de 2.200 toneladas de capac idade, pode levar a

carga de 70 caminhões. Outros há bem mais potentes, que carregam o eq uivalente a 200 caminhões, tornando o frete muito vantajoso. As ec lusas - comportas implantadas e m rios - possibilitaram uma ampliação das rotas de navegação. A hidrovia Tietê-Paraná transportou 5,7 milhões de toneladas em 1997. Por sua vez, o grupo de navegação Libra, um dos maiores do País, criou uma subsidiária, através da qual espera transportar 500 mil toneladas de carga neste ano. Ela já comprou cinco comboios (cada um com duas embarcações e um empurrador). O grupo L ibra poss ui em Santos o termin al 37, o primeiro a ser arrendado para a iniciativa privada há dois anos, e que já movimentou , no mês de novembro de 1997, 14 mil containers. Quando era estatal, esse terminal movimentava apenas 1,9 mil unidades mensais. No momento, o ponto principal para o transporte fluvi al é obter cargas de retorno, o que o tornaria muito mais barato. Porém, mes mo sem as cargas de re-

43 mil km de rios Economicamente viáveis 42.827 km Peso nos transportes do País 19% Hidrovias em uso comercial 27.420 km De potencialidade navegável 15.407 km Carga transportada em 1997 12 milhões Produtos transportados grãos (65%) Principal bacia Amazônica

torno, o frete hidroviário é mai s vantajoso e m relação aos demais sistemas. O custo por tonelada é de US$0,013 a cada quilômetro, enquanto na ferrovia é de US$ 0,024 e na rodovia de US$ 0,30. Noticiou-se ainda que produtores da Chapada dos Pareeis, responsáveis por 60% da produção de grãos do Estado de Mato Grosso, estão empenhados na construção da Hidrovia Madeira-A mazonas para escoar a safra de soja, arroz e milho. A maior parte do investimento será bancada pela iniciativa privada. A hidrovia poderá criar uma nova fronteira agrícola em Rondônia e no Sul do Amazonas. O diário "O Estado de S. Paulo", que publicou a informação aci ma, conta um fato pitoresco. No remoto ano de 1726 partiu de Porto Fe li z (a 80 quil ômetros de São Paulo) a maior expedição para povoamento e co mérci o com garimpos de ouro no Mato Grosso. Levava 3 mil pessoas em 308 canoas comandadas por Dom Rodrigo Césa r de Me nezes ("OESP", 18- l-98). É impossível não ver o aspecto poético do fato, ligado a sua fin alidade prática. Tudo isso em torno da utilização dos rios, essa forma imemorial ele navegação. Mas, por fim, depois de tanta sabotagem, parece que agora se descobriu o que estava descoberto desde que Cabral aportou neste imenso território-continente com sua formidável extensão de ♦ bacias hidrográfi cas . Eclusa na barragem de Sobradinho,

no rio São Francisco (BA)

Fonte: Ministério dos Transportes

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ffi essa teologia prática e necessária, que se ocupa dos casos de consciência. Para não participar da nódoa do cisma que então se pronunciara em torno do sólio pontifício, retirou-se de A dura prova da vocação Florença numa noite, juntamente com os religiosos de São Domingos. Pois queria permanecer fiel àquele que Dirigiu-se então a Frei Giovanni Dominici, Prior do seu mestre sem hesitação lhe designara, de acordo com Convento de Fiesole e mais tarde Cardeal-Arcebispo de Santa Catarina de Siena, como o verdadeiro Pontífice: Ragusa e Legado papal na Hungria. De porte avantajado Martinho V, cuja eleição poria mais tarde fim ao cisma. e eloqüência grave e majestosa, Frei Dominici tornouEstabeleceram-se então em Foligno, onde retomaram se, com Santa Catarina de Siena e São Raimundo de a vida santa e austera que lhes Cápua, o mestre da reforma dohavia prescrito Frei Giovanni minicana. E também de AntoDominici. Houve no entanto uma nino, que passaria a se considedevastadora peste, que os obrigou rar seu discípulo e continuador. a se refugiar em Cortona. Ali Vendo a débil compleição Santo Antonino tornou-se Prior, física do postulante e julgandoem 1418, com apenas 29 anos. º sem condições de suportar os A partir de então a reforma rigores da regra, perguntou-lhe dominicana, muito debilitada pelo Frei Dominici a que matéria era cisma e pela peste, tomou vigomais afeiçoado. roso impulso. Santo Antonino - "Ao Direito Canônico", cuja reputação de ciência, prudênrespondeu-lhe Antonino. A fim cia e santidade era de todos code melhor perscrutar os desígnhecida - tornou-se a alma desnios de Deus sobre aquela alma, se salutar movimento. No ano sereplicou-lhe então o Prior que guinte, 1419, faleceu na depois de aprender de cor todo Checoslováquia o seu querido e o Código, voltasse a procurá-lo. inesquecível mestre Giovanni Um ano depois retorna Dominici, Cardeal de Ragusa. Antonino, com todas as regras Enquanto permaneceu como e o texto do Direito Canônico Prior, esmerou-se em mostrar a aprendidos na ponta da língua. seus subordinados o que deveVendo nisso um evidente riam fazer e o que evitar, mais desígnio divino, pois que lhe do que pelas palavras, através pedira quase o impossível, dedos exemplos. Como entendia cidiu o ilustre dominicano imesse papel, ele mesmo o expripor-lhe então o hábito branco miu num capítulo essencial de dos frades pregadores. Era sua Suma Teológica, sob o títu1405 e Antonino contava apeA célebre catedral de Florença já estava edificada quando Santo Antonino foi Arcebispo da cidade lo Religiosos: nas 16 anos. "O primeiro dever é de dar Foi em seguida enviado o exemplo. O mestre deve prestar contas a Deus de para o noviciado em Cortona, onde em pouco tempo todos aqueles que lhe são submissos, e merece a morte fez grandes progressos na virtude e no saber, profescada vez que lhes oferece um mau modelo. O Prior tem sando os votos ao cabo de um ano. Ali conheceu o a obrigação de se inquietar a respeito de cada um de célebre Fra Angélico, expoente máximo da pintura seus religiosos, em particular de tratá-los segundo as sacra medieval. SU(lS necessidades. Que ele reprima os agitados, susNa festa de Pentecostes de 1406 retorna Antonino a tente e encoraje os timoratos, os escrupulosos, apóie Florença, acompanhado de três outros professos. os doentes; tenha paciência em relação a todos. Que De franzino religioso explique e faça observar a regra, zele para que sua a baluarte da reforma dominicana autoridade não seja desprezada. Mas o amor deve estar acima do receio, e a virtude que faz com que ele Com o tempo, aperfeiçoou-se nos estudos, tornanseja amado é a virtude da humildade." do-se eminente teólogo. Preocupou-se sobretudo por Foi nessa mesma igreja que lhe veio, aos 15 anos, o desejo de abraçar o estado religioso na Ordem Dominicana. Era Quaresma do ano de 1404.

Santo Antonino Arcebispo de Florença: exímio combatente do neopaganismo renascentista Embora frágil de corpo, tornou-se um dos gigantes da admirável reforma da Ordem Dominicana do século XV e um baluarte contra o espírito e os costumes renascentistas que começavam a minar a civilização cristã medieval HÉLIO VIANA

De pequena estatura - daí seu nome, diminutivo de Antonio - , nasceu Antonino em Florença, no ano de 1389, filho único de Nicolau e Tomasina Pierrozi. Viveu na confluência da Idade Média com a Renascença, e soube contrapor a austeridade medieval à busca infrene de prazeres que o neopaganismo renascentista procurava ressuscitar. Se naqueles primórdios do movimento renascentista tivesse surgido uma verdadeira coorte de Santos que o combatesse como o fez Santo Antonino, por certo a

Renascença, com seu espírito naturalista e neopagão, não teria domjnado os espíritos e penetrado nos ambientes católicos como ocorreu nos séculos XV e XVI. Aos 10 anos, costumava Antonino ir todos os dias à igreja de São Miguel, onde rezava aos pés do Crucifixo e diante do altar de Nossa Senhora, em cuja honra recitava sempre o responsório Sancta et lmmaculata Virginitas. A Santíssima Virgem concedeu-lhe a excelsa virtude da pureza, que Antonino conservaria até a hora da morte.

ffi - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - _ _ _ _ _ : ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ffi 28

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ffi - - - - _ _ _ _ . _ . , . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ;;t--- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ffi privada como a do Palácio Arquiepiscopal ele fez cercar da antiga austeridade medieval . Pelo exemplo, lutou o novo Em 1439, já sob o pontificado de Eugênio IV, que Arcebispo contra a sede insaciável de prazeres que o espísucedera a Martinho V, Santo Antonino tornou-se Prior rito renascentista de então suscitava intensamente nas aldo Convento de São Marcos em Florença. Ele viu aquela mas. Além do exemplo, sua vigorosa atuação anti-renascasa re li g io sa ser ma g nific a mente restaurada, centista manifestou-se igualmente eficaz. embelezada pela generosidade dos Médicis e pelos inEra auxiliado por apenas seis pessoas, que ele fazia comparáveis trabalhos artísticos de Fra Angélico, além questão de dotar com bons proventos, impedindo asde dotada de excelente biblioteca. sim que pudessem ser objeto de suborno da parte de Com o falecimento do Cardeal Bartolomeu Zarabella, quantos buscavam os préstimos da Arquidiocese. vagou-se a importante Arquidiocese de Florença. A poTomava conhecimento de todas as causas que devipulação desejava, para substituíam ser julgadas em seu tribunal. lo, alguém que fosse perfeito nas Todos se sentiam tão bem com letras e nos costumes. os julgamentos, opiniões e conEmbora houvesse em Florenselhos do Santo, que antes mesça muitos homens doutos e virmo de ser nomeado Arcebispo já tuosos, não foi entretanto fáci 1 era conhecido co mo Antonino encontrar quem reunisse em si dos Conselhos. aqueles predicados. Tanto é asSua humild ad e tornava-o si m que a Arquidiocese permaduro e intransigente para consineceu vaga durante nove meses. go mesmo, enquanto sua mansiAté que o olhar do Papa Eudão fazia-o magnânimo, paciengênio IV, por sugestão de Fra te e afável para com os outros. Angélico, incidiu sobre AntoniMuito solicitado por visitantes, no, sendo este nomeado Arcebisrecebia todos, não se conhecenpo de Florença. do Prelado de acesso mai s fácil: O Santo contudo recusou-se ouvia as queixas, mesmo as mais obstinadamente a aceitar a nomelongas, com uma paciência infaação, pensando mesmo em fugir tigável, res pondendo co m uma para a Sardenha, até a escolha de doçura que nada desarmava. Ele outro sucessor. Foi preciso o Papa resolveu o difícil problema de ameaçá- lo, em nom e da santa não separar a doçura da severiobediência, sob pena de pecado dade indispensável a um chefe. mortal e até de excom unhão, para Seu único desej o era de fazer Fra Angélico - Detalhe do quadro que final mente se resignasse a Disputa do Sacramento, Rafael (séc. XVI), Vaticano voltar os culpados à emenda. aceitar o cargo. Apesar das inúmeras obrigaAo fazê- lo, exclamou: "Senhor, aceito este cargo ções impostas pelo seu múnu s episcopal, jamais perdia contra a minha vontade, para não resistir àquela de a solidão, a paz e a serenidade de coração, estando convosso Vigário. Assisti-me, pois, Se nho r, porquanto tinuamente voltado à contemplação das coisas de Deus. sabeis que necessito." Era tal a justiça de seus ju lgamentos, que o Papa Partiu de Fiesole pela manhã, indo celebrar a Santa proibiu de se recorrer das sentenças que ele ditava. Missa numa igreja de São Gallo, próximo de Florença. O Santo soube muito bem uti lizar-se deste favor Ali foram o Clero e o povo recebê-lo com grande apaem benefício da Igreja, livrando sua Arquidiocese das rato, enquanto os sinos repicavam. Toda a cidade se práticas ímpias, imorais e funestas da magia; da charejubilava pelo fato de possuir tão digno e santo Pastor. ga da usura; dos charlatães e dos comediantes . Todas Era o dia 13 de março de 1446. Antonino tinha 56 anos essas nódo as j á eram co nseq üê nci a do espírito e haveria de dirigir a Arquidiocese durante 13 anos. renascentista, que então se expandia por todas as classes e ambientes da Cristandade. Arcebispo-antítese Inventara-se um jogo através do qual a juventude do espírito renascentista florentina perdia diariamente grossas somas de dinheiOs hábitos do Santo em nada se modificaram após asro, com grande prejuízo para as famílias. Inicialmente cender a tão alto e cobiçado cargo, pois tanto a sua vida o Santo proibiu esse jogo, sob pena de excomunhão.

Superior e amigo do célebre Fra Angélico

Em seguida, passou a ir aos lugares onde se jogava, expulsando os que ali encontrava, virando as mesas, os dados, o dinheiro e as apostas. Seu zelo livrou as igrejas da presença de pessoas insolentes, que profanavam a santidade do local com conversas sacrílegas. Não temeu sequer opor-se aos magistrados e ao braço secular, quando, abusando de seu poder, violavam os direitos e as imunidades da Igreja. Reprimiu as suas violências com censuras eclesiásticas, sem se importar com as ameaças que lhe eram fe itas. Certo dia, alguém ameaçou atirá-lo pela janela e privá-lo do Arcebispado, ao que o Santo, calmamente, respondeu dizendo que não se julgava digno do martírio e sempre desejara ser destituído do Episcopado .. . Para a reforma do Clero, quis controlar tudo pessoalmente. Visitou uma a uma todas as igrejas, não somente de sua Arquidiocese, mas ainda dos B ispados sufragâneos de Fiesole e Pistoia. Chegando de improviso, exigia que se lhe prestassem contas. Muitas das obras de Santo Anto nino foram escritas para responder a consultas. O objetivo de sua Suma Teológica - o primeiro livro a apresentar em plano tão amplo o estudo da teologia moral - foi de fornecer matéria aos pregadores, um guia aos co nfessores e um a regra de vida aos fiéis, segundo as exigências de sua situação. É sobretudo a moral cristã, em suas aplicações práticas, que constitui o tema de sua obra visando a reforma interior do homem. Deus concedeu a Santo Anton ino uma graça insigne, um contraforte harmônico de s ua a usterid ade reformadora: o dom dos milagres. Um nobre de Florença tinha um filho muito doente, que acabou fa lecendo. O pai chorou mui to essa morte e se dirigiu a Santo Antonino, pedindo-lhe que o ressuscitasse. Diante de tão árduo pedido, e movido pela compaixão, o Santo pôs-se em oração. Ao terminar, consolou o pai, dizendo-lhe que não chorasse mais,

porque chegando em casa encontraria o filho vivo, o que de fato aconteceu.

Previsão da própria morte No mês de abril de 1459 seu estado se agravou, sendo conduzido à casa de campo de San' Antonio-delVescovo. Tentou-se encoraj á- lo, como se faz com os doentes, falando- lhe de sua convalescença. Ele respondeu apenas: Fiat voluntas tua, lembrando que havia completado os 70 anos do Salmista. No dia 30 ele fez seu testamento, de comovedora simplicidade. Pediu então para ser enterrado no coro da igreja de São Marcos de Florença. Em lº de maio recebeu a extrema-unção, enquanto os dominicanos cercavam seu leito recitando o ofício das Matinas. Pronunciou algumas palavras impeifeitas ou mal formadas, entTe as quais se entenderam estas: "Servir a Deus é reinar", além de repetir várias vezes o responsório de Nossa Senhora Sancta et immaculata virginitas. Na madrugada de 2 de maio, vigília da Ascensão, Antonino entregou sua alma virginal a Deus, após uma longa agonia. Seu corpo fo i velado durante oito dias, exalando um agradável odor. O Papa Pio II, que se encontrava em Florença, concedeu sete anos de indulgência a todos que visitassem o Santo e lhe osculassem os pés. À vista dos vários milagres operados em sua sepultura, o Papa Adriano VI assinou o decreto de sua canonização em 1523 . ♦ Fontes de referência: 1. Les Pelit s Bo ll andi sLes, Vie des Saint.,·, Ba r- le- Duc, Ty pographic des CélesLins, A ncie nne Ma ison L. G uérin , 1874, L. V, p. 436 a 440. 2. Pe. Diogo do Rosá ri o, Fios Sanctoru111 , T ipogra fi a Universa l, Lisboa, 1870, t. V, p. 128 a 139. 3. Vie de.,· Sai111.1·, par les RR. PP. Bénéd ictins de Pari s, Librairie Letouzey et Ané, 1946, vo l. V, p. 200 a 206. Santo Antonino - Estátua de bronze de Frei Domenico Portigiani (séc. XVI), igreja de São Marcos, Florença (Itália)

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inúmeros peregrinos qu e iam a Compostela, construindo para eles uma estrada (ca lzada) , uma pollle e uma hospedari a. Muitos milagres se operaram em se u túmulo, sobre o qu al foi construído um santuário.

13 Aniversário da primeira apariçiio de Nossa Senhora em Fátima. ♦

São Servatus, Bispo e Confessor.

Ascensão do Senhor

1

6

São José Operário, Esposo da Santíssima Virgem

+ Antioqui a, séc. l. Segundo a Tradição, foi

Siio Sigismundo Re~ Mártir. + Orleans, 524. Vândalo ariano, converteu-se

antes de subir ao trono da Borgonha. Mandou matar um filho que maltratara a madrasta. Arrependendo-se, ex piou o crime com penitências, esmolas e boas obras. Ao ser derrotado numa batalha contra pagãos, refugiou-se numa abadia. Descoberto, fo i morto por ódio à fé e lançado num poço onde ocorreram muitos milagres. Primeira Sexta-Feira do Mês

2

São Sigismundo Rei

+ Mil ão, 303. Mouro da Mauritânia, conver-

3 Santos Timóteo e Maura, Mártires.

4

teu-se ao Cristi anismo ainda criança. Soldado na Guarda Pretoriana, por não querer sacrificar aos ídolos fo i torturado e decapitado sob Max imiano. É um dos patronos de Milão.

9 São Beato de Vendôme, Confessor. + França, séc. III. Missionário na Gália antiga, por suas palavras, exemplo e santidade de vida converteu inúmeros pagãos.

10 Santo Antonino de Florença, Bispo e Confessor. (Vide seção Vidas de santos, p. 28)

11

+ Tyburn (Inglaterra) 1535. Abade da Cartuxa de

Siio Francisco de Giro/amo, Confessor.

5 Santo Hilário de Arl.es, Bispo. + França, 449. De fa mília pagã da alta nobreza,

C A TO L I C I S M O

8

São Roberto Lawre,ice, Abade, Mártir. Beauvale, em Nottinghamshire. Tendo recusado · o Ato de Supremacia, pelo qual o infame Henrique VIII se nomeava cabeça da Igreja na Inglaterra, fo i barbaramente torturado e enforcado.

32

+ Inglaterra, 72 1. Monge beneditino e depois Bispo de York, onde sucedeu a São Bosa. Notável por sua contemplação contínua, santidade de vida e dom de milagres, teve sua biografia escrita por São Beda, o Venerável, a quem ordenou sacerdote.

+ Panfília (Ásia Menor) 140. Esta fa mília de

Santa M ariana Paredes

Santo Antonino de Florença, no leito de morte

7 Siio Joiio de Beverly, Bispo.

São Vítor o Mouro, Mártir.

+ Egito, 298 . Marido e mulher, "após vários tormentos, o pref eito Ariano ordenou que f ossem pregados numa cruz onde permaneceram vivos por nove dias, confirmando um ao outro nafé, e alcançando assim o martírio" (do Mart iro lógio Romano) (anteriormente: Invenção da Santa Cruz)

São Beda, o Venerável

um dos 72 Discípulos do Senhor, sucedendo a São Pedro na Sé de Antioquia, onde recebeu a palma do martírio.

Santos Exupério, Zoé, Ciríaco e Teodolus, Mártires. escravos, pais e filh os, fo i severamente açoitada e queimada viva por se rec usar a parti cipar ele ri tos pagãos. Primeiro Sábado do Mês Santo Hilário de Arles

Santo Evódio, Bispo e Mártir.

exercendo elevado cargo no governo, renunciou a tudo quando fo i convertido por seu parente Santo Honorato, a quem seguiu no mosteiro de Lerins e depois sucedeu no Bispado de Arles.

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+ Nápoles, 1716. Outro pregador popular, jesuí-

ta, passou a vida evangeli zando o sul da Itália onde seus sermões atraíam multidões. "Mostrou maravilhosa caridade e paciência em procurar a salvação das almas" (do Martirológio Romano).

12 São Domingos de la Calzada, Confessor. + Es panha, l l09. Este eremita teve a singular

vocação de tornar menos rude o caminho dos

+ Tongres (França) 384. Armêni o de ori gem, Bispo de Tongres, defendeu Santo Atanásio no Concíli o de Sárdica e deu-lh e hos pedagem qu ando foi banid o. Predi sse a invasão dos hunos e morreu na vo lta ele uma peregrinação penitencial a Roma. "Para que seus méritos f ossem conh ecidos por todos ", di z o Ma rtirológio, durante o inverno, a neve nunca cobria seu túmulo, milagre que levou seus diocesanos a construir uma basílica sobre ele".

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26

Santos Pudê11cio, Mártir e Pudenciana, Virgem.

Santa Mariana Paredes, a Açucena de Quito

+ Roma, Séc. li . Puclêncio era um Senador Romano bati zado pelos Apóstolos e martiri zado por sua fé, so,te que coube também a uma ele suas filhas, Santa Praxecles. A outra filha, Pudenciana, após ter reverentemente sepultado muitos má,tires e di stribuído sua fo,tuna enu·e os pobres, faleceu santamente aos 16 anos ele idade.

+ 1645 . Perdeu os pai s ainda crian ça, send o criada pela irmã mai s velha e seu marido. Vivencio como so litári a na casa ela irmã e praticando grandes austeridades, teve o dom da profecia e cios mil ag res . Qu ando um terremoto seguido de epidemi a se abateu sobre Quito, ofereceu-se como vítima ex piatóri a pe los pecad os ela cidade, vindo a fal ecer pouco depois.

20 Santo Austregésilus, Bispo e Corifessor. + Bourges, 624. Abade em São Ni zier, Lyo n, depois Bispo ele Bourges. Já era honrado como santo em vicia, tal o brilho ele suas virtudes.

ASCENSÃO DO SENIIOR

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Santa Maria Mazzarello, Virgem. + Ni zza Monferrato, 188 1. "Cofwz dadora do

+ Vallumb rosa (Itália) , 13 1O. Casad a aos 15 anos, perdendo dois filh os e o marid o, resolve u entrar para o du plo co nve nto ele Santa Perpétu a. Fundou de pois o ram o fe mini no de Yallumbrosa.

15 Santo Isaías de Rostov, Confessor. + Rússia, 1090. Monge, Abade cio Mosteiro de São Demétri o, em Ki ew. Por fi m, Bispo ele Rostov. Trabalhou para converter os pagãos. Notável pelo dom de pregação e mil agres.

16 São João Nepomuceno, Mártir. + Praga, 1393. Consagrado a Deus pelos pais desde o nascimelllo, tornou-se confessor da rainha e "cônego da catedral. Tentado em vão (pelo rei Wenceslau) a trair o sigilo co,!f'essional, foi lançado ao Rio Moldávia, merecendo assim a palma do martírio" (do Ma rtirológio Romano).

17 São Pascoal Bailão, C01ifessor. + Valência, 1592. Irmão leigo franciscano, ele

pureza angé li ca , passa va horas di ante cio Santíssimo Sacramento. Recebeu aí a profun da ciência com que refutava hereges e ex plicava sabiamente os mistérios de nossa Fé. Padroeiro cios Congressos Eucarísticos.

18 São João I, Papa e Mártir. + Ravenna (Itália), 526. "Aí aprisionado por Teodorico, o rei ariano da Itália, por causa de sua fé ortodoxa foi longamente afligido na prisão até morre,: Seu corpo foi levado a Roma e enterrado na Basílica de São Pedro" (do Martirológio Romano).

+ França, 476. Depois ele levar vicia dissoluta

na juventude, reform ou-se com o casamento. Falecendo a esposa, tornou-se sacerdote, sucedendo depoi s a São Justino na Sé de Orange. Reorgani zou com zelo e dedicação a di ocese recém devastada pelos visigodos.

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Santa Humilitas, Viúva.

In stituto das Filhas de Nossa Senhora Auxílio dos Cristcios. Ilustre por sua humildade, prudência e ca ridade" (do Martirológio), fo i grandemente elogiada por São João Bosco.

27 Santo Eutrópio de Orange, Bispo e Co11fessor.

23 São Desidério, Bispo e Mártir. + França, 607. Por reforçar a disciplina eclesiástica, combater a simonia e denunciar a conduta imoral da Rainha Bruinilda, esta o ac usou ao Papa ele paga nismo. Exonerado e bani do, retornou quatro anos depois, sendo assassinado por ordem do Rei Teodorico, a quem também tinha publicamente censurado.

28 São Bernardo de Montjoux, Cotlj'essor. + Aosta, 108 1. Vigá rio Geral ela diocese ele

Aosta, durante mais ele 40 anos trabalhou como missionári o na região cios Alpes. Fundou duas hospedari as nos passos chamados Pequeno e Grande São Bernardo, onde estabeleceu um mosteiro ele monges agostinianos que se dedicaram a socorrer, com se us grandes cães, viajantes extrav iados na neve.

29 Siio Cirilo de Cesaréia, Mártir. + Ásia Menor, 251 . Menino ainda, abraçou o Cristianismo sem conhecimento cio pai . Este o ex pulsou de casa e o denunciou. Como se negou a renunciar a Fé, foi decapitado.

24 Nossa Senhora Auxiliadora ♦

São Vicente de Lérins, Co1ifessor. + França, 445. Nobre ga ul ês, abandonou a carreira militar para entrar na Abad ia de Lérins. Autor do fa moso "Commonitorium", que traz a clouu"ina católica ortodoxa so bre o ensino e Tradi ção. É dele o conceito de que somente devem ser consideradas como verdacleiras as doutrin as que fo ram sustentadas "sempre, em todo lugar e pela maior parte dos.fiéis".

25 Siio Beda o Venerável, Corifessor e Doutor da Igreja. + Wearm outh-Jarrow (Inglaterra), 735. Um cios homens mais sábi os ele se u tempo, é considerado o pai da históri a inglesa. Nele a ciência e a piedade estavam a par com a simpl iciclacle e amor de Deus. Não o podendo chamar ele Santo em vicia, chamava m-no ele Venerá vel.

30 Siio Fer11ando III de Castela, Confessor. + Sevilha, 1252. Primo- irmão ele São Luís ele

França, expul sou os mouros ele Ubecla, Córdoba, Cácli z e Sevilha. Sábio governante e excelente admini strador, fund ou a Universidade ele Salamanca, recon struiu a catedral ele Burgos e converteu a mesquita de Sevilha em Catedra l. Jamais perdeu uma batalha contra os mouros ou deixo u de conquistar cidade qu e tivesse sitiado.

31 DOMINGO DE PENTECOSTES "Vinde ó Espírito Criador e enchei de graça infinita os corações que criastes" (cio Hino "Veni Creator").

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A verdadeira doutrina da Igreja sobre a Reforma Agrária

~ Estas poucas linhas têm por fim pedir esclarecimentos sobre a Reforma Agrária. Conforme a orientação da Igreja, ninguém é dono absoluto da propriedade, pois esta tem um valor social, tem que ver a necessidade do próximo. Quem tem milhões de hectares de terras improdutivas, tem o Estado o poder de fazer a Reforma Agrária para os colonos sem terra. Isto não é contra o direito de propriedade, pois isto é orientação da Igreja, sem se intrometer em partido político. (O.S.B. -

S. Fco. de Paula - RS)

Nota da Redação: Em resposta à carta acima, expomos a seguir alguns dados que esclarecem a verdadeira situação agrária do País, bem como apresenta.mos argumentos que fundamentam a posição assumida por Catolicismo quanto à Reforma Agrária, posição esta inteiramente conforme à doutrina social da Igreja Católica. A Reforma Agrária se compõe de um conjunto de medidas, em geral de índole econômica, mas também política e social, que visa reformar uma situação concreta no âmbito da produção e do bem-estar social. Tais medidas devem obedecer, é claro, aos princípios da sã moral. A doutrina social da Igreja ensina esses princípios morais e exige seu cumprimento. É o que

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encontra.mos fartamente enu nciado nos documentos dos Papas. Mas não cabe à doutrina social da Igreja indicar um conju nto de medidas concretas, preferencialmente a outro, para so lucionar determinado problema de um País, desde que as medidas em questão em nada firam seus princípios. Ora, uma parte muito ponderável do território brasileiro está ainda constituída de terras - em geral agricultáveis - pertencentes aos Poderes Públicos federal, estaduais e municipais. O montante das terras assim disponíveis é superior às áreas territoriais somadas de vários países europeus! Desse modo, os trabalhadores manuais desejosos de adquirir terras devem ser atendidos gratuitamente (e até com auxílio estadual) mediante áreas pe1tencentes ao Poder Público. O que torna inescusável que este último mantenha incultas e inúteis suas próprias terras, as quais formam o maior latifúndio inaproveitado do mundo atual, enquanto desapropria a preço vil e confisca.tório as terras de particulares. Essa situação espantosa não é contestada nem pelos agroreformistas, que não ousam afirmar o caráter prioritário do aproveitamento das terras particulares sobre as terras públicas, para efeito de Reforma Agrária. A TFP já publicou numerosas obras, em que trata dos aspectos morais e técnicos do problema agro-reformista. Sugerimos ao missivista que as consulte.

Ademais, nota-se um espetacular fracasso dos assentamentos de Reforma Agrária implantados no País, geralmente improdutivos (cfr. Reforma Agrária Semeia Assentamentos, Assentados colhem Miséria e Desolação - Artpress Tnd. Grá.f. Ed. Ltda., 1996). O que indica ser a Reforma Agrária totalmente rejeitável como solução para os problemas do campo. Caso o prezado assinante deseje adquirir essa obra ou algum dos outros livros editados pela TFP sobre a Reforma Agrária, poderá fazê-lo pelo telefone: (O ll) 257-1088.

Efeitos nocivos da educação mista

Repúdio a invasões de prédios

~ É com grande alegria que recebo a revista Catolicismo todos os meses. Aproveito a oportunidade para saudá-lo pelo trabalho realizado que é de um dinamismo realmente muito grande no tocante à publicação de assuntos que, se não for Catolicismo, outro meio [de comunicação social] com certeza não publica. Dr. Paulo, um dos assuntos que gostaria que fosse levado ao conhecimento de todos, é meu repúdio a essa baderna em que se encontra o nosso País. É uma vergonha que se permita tanta falta de respeito para com a população, invasões de prédios públicos por manifestantes que têm como líderes autênticos baderneiros, que só querem ver o circo pegar fogo e depois tirar o corpo fora. (A.e.D.A. -

São José das Palmeiras - PR)

A

NTES FOI a Califórnia, onde o Estado está concedendo prêmio de 500 mil dólares anuais às municipalidades que promovem escolas não-mi stas. Tal política tem por base um trabalho ela Associação Norte-Americana de Mulheres Universitárias. Este estudo constatou que o ensino misto vem prejudicando as meninas e as mocinhas. l_Ver a respeito Marcha à ré no ensino misto em Catolicismo, janeiro/98 p. 7 J. Agora a mesma questão aflora na Europa. Três Estados alemães (Schleswig-Holstein, Renânia cio Norte-Vestfáli a e Berlim) vão modificar sua política educacional. Angélica Birk, Secretári a de Educação ele Sc hl eswig-Holstein, declarou que reintroduzirá o sistema de aulas separadas por sexo. Observou Angélica: "Os interesses são diferentes" . Por exemplo, "as meninas se interessam pelo processo que dá origem ao arco-íris, enquanto os meninos querem saber o que fa z um motor entrar em movimento". Por seu lado, em Berlim , a social-democrata

Ingrid Stahmer, também Secretári a de Educação, afirmou que a partir ele abril o sistema de separação das classes por sexo será rei ntroduziclo, embora não obrigatoriamente. Foram realizados testes em J 56 escolas e se comprovou que nas classes só de meninas o aproveitamento delas é muito ma ior. Sentem-se mais em casa. Desaparece nelas uma certa inibição, prejudicial aos estudos. A situação piora depois dos J 2 anos, quando os meninos passam a ver suas colegas como mulheres já formadas. E começa uma competição danosa para o aproveitamento escolar. Assim, durante décadas meninas e mocinhas foram as principais vítimas de um igualitarismo ~ti natural e ele um femin ismo fanático. E tudo isso feito sem verificações científicas. Já estava na hora de voltar ao bom senso. E nós? Vamos continuar subdesenvolvidos e anacrônicos, prejudicando a juventude feminina, fingindo que o problema não existe, só para servir a um dogma ele um modernismo ultrapassado?

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Afeto, educação e exemplo: deveres dos pais Notur bilh ão da profu nda

traria na família a malquerença, a discórdia.

crise q ue devasta impetuosamente a institu ição da família nos presentes dias, nada melhor que nos reportarmos aos pr incíp ios fu ndamentais da mo ra l cató li ca tradiciona l. Respe itando-os, floresce rá a civi lização plena; transgredindo-os, o que ainda resta de civili zação cristã em nossos dias acabará por exting uir-se. Assim sendo, oferecemos abaixo, para reflexão de nossos leitores, a lguns trechos extraídos do famoso Manua l de Instrução Religiosa do autor francês A. Boulenger, o qua l trata, na 6ª lição, do 4º Mandamento da Lei de Deus:

2. Educação

Honrar pai e mãe. DEVERES DOS PAIS PARA COM OS FILHOS

1. Afeto "Não será preciso insistir muito nesta obrigação prirnordial, pois Deus fez o coração do pai e da mãe, um tesouro de amo,; um escrínio de ternura. Este sentimento, entretanto, seria cego e nefasto, se idolatrasse tudo nos.filhos, inclusive as falhas, os defeitos. O amor dos pais deve ser, pelo contrário, esclarecido e inteligente, isto é: a) sem fraque za. Não se conceda, aos filhos, o que, porventura, fora prejudicial a seus verdadeiros interesses. Carinhos demasiados, sensibilidade exagerada seriam culposos, e trariam conseqüências desastradas. Quem sabe amar, sabe punir, é ditado sempre verificado; b) sem egoísmo. A meta dos pais, o alvo de todos os seus anelos e e~for-

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C A TO L I C I S M O

Santana Mestra - Imagem em marfim, séc. XVIII - Museu de Arte Sacra de São Paulo. Santana, enquanto educadora de sua Filha -a obra-prima da criação e a Mãe do Verbo Encarnado - é um excelso modelo para todas as mães.

ços, deve ser o aproveitamento, o bem e a felicidade dos filhos, e não vantagens próprias; e) sem predileções. O amor dos pais não pode fa zer diferenças. O mesmo para todos. As preferências, que se manifestassem a favor deste ou daquele, provocariam inveja, aborrecimento, raiva nos outros, e assim en-

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"A educação tem objeto duplo: corpo e alma. Seu fim é desenvolver as facu ldades físicas, intelectuais e morais da criança. a) Os pais têm obrigação de proporciona,; aos fi lhos, a subsistência material. É um dever que se impõe logo no alvorecer da existência da criança. Cabem à mãe, os primeiros desvelos. Ela é quem há de, primeiro, alimentar a criancinha. E não podefalhar à sua missão providencial. Não pode, sem motivo ponderoso,furtar-se ao papel essencial da maternidade: criar, ela m es ma, a prole . Quando maiorzinha essa, será o pai, mais particularmente indicado para prover ao sustento material da família . Ou melhor, pai e mãe hão de conjugar seus labores, cada um na esfera de sua atividade, para ministrar aos filhos o de que precisam, quanto ao alimento e à roupa, segundo as exigências de sua posição social e as possibilidades de sua situação. b) Cumpre, além disso, que zelem pelo desenvolvimento das forças corporais de seus fi lhos, incitando -os a lançar mão, para isto, de exercícios físicos em harmonia com a idade: a saúde do corpo é, com efeito, poderoso fator de saúde da alma (mens sana in corpore sano). É no enrUar dos elementos de resistência do organismo, que os menores habilitar-se-ão a enfrentar os embates da existência, as lutas da vida, e a dobrar-se, serenos e

inamolgáveis, às duas leis magnas do sofrimento e do sacrifício. e) Enftm, precisam acostumar os .filhos ao trabalho. O meio mais eficaz, nisto como em tudo, não esqu eçam que é o bom exemplo. Trabalhar com afinco, perseverante e aturadamente, muito embora suas posses lhes permitam eximir-se, viver no ócio e nos divertimentos. EDUCAÇÃO INTELECTUAL E MORAL "Consiste na.formação das duas.faculdades mais nobres da criatura humana: a inteligência e a vontade, por meio da instrução e da educação propriamente dita. a) Instrução - É da máxima importância o cultivo do espírito. Antes, porém, de encaminhar os filhos neste ou naquele ramo, de enfronhá-los nestas ou naquelas ciências, os seus mentores hão de levar em conta, os gostos e as aptidões dos pequenos. Do contrário, teriam, mais tarde, de curtir amargas decepções, cruéis e irremediáveis desenganos. Devem descobrir e auxiliar os planos divinos; logo indagar da vocação dos filhos, .favorecê-los de toda a maneira, abstraindo por completo dos interesses mesquinhos, ou de estultos sonhos de megalomania. b) Educação - Por mais alevantado que seja, o valor da instrução, ela seria vã, balofa, e até extremamente prejudicial, se não ombreasse com ela, emparelhando, a educação. É pérola preciosa, um. espírito acepilhado. Jóia

de maisfino quilate, porém, a vontade reta e forte, o caráter adaman.tino. Consegue-se esta lapidação lenta, pela persuasão, pela autoridade, pela i,~fluência moral de todas as horas. Exige, dos pais, o cumprimento escrupuloso de dois deveres de relevância suma: vigiar e corrigir:

de remover tudo quanto pudesse serestorvo ou tropeço para a virtude cios fi lhos ; más compan hi as, livros e jornais, que desrespe itam a fé ou os costumes. Hão de ensinar- lhes com paciência inesgotável, os nobilíssimos princípios do

na união prudente da mansidão com a fú·me za. Pouquíssimas vezes, se deixará que a coação un icamente forc e à obediência, os educandos. É preciso, certamente, domar e disc iplinar a vontade, nunca oprimí-la. "A cima, e antes de tudo, deve ser religiosa a educação. Infelizmente, não é penhor infa lível do triw~fo da moral, a educação religiosa. Mas, a experiência secular mostra que é erro colossal, separar da religião a moral, e que a educação divorciada da religião acarreta, logicamente, o divórc io da moral. Portanto, que os pais ,nandem batizar os fi lhos, quanto antes. Ensinem-lhes, desde o despontar das faculdades, os nomes de Jesus e Maria , as orações, os rudimentos dafé.

dever, do sacrifício, da honra, da dominação dos ímpetos e do gênio.

3. Bom exemplo

Vigilância "Vigiar, é prevenir o mal; é espantá-lo, antes que apareça; é destruí-lo no germe.Os pais , para isso, hão

Correção "Não bastará sempre, a vigilância. Será preciso corrigir: Corrigit; quer dizer endireita,; traze r os filhos ao rumo certo, quando se tresma lham: tarefa melindrosa, porque beira dois excessos opostos, funestos por igual: indulgência dema is, ou demasiada severidade. De um lado, uma repreensão.fraca é quase incentivo para reincidência. De outro lado, a autoridade despótica é.fonte de desgostos, dá resultados contraproducentes. Pior do que tudo, talvez, o passar de um extremo a outro, do rigo r ao relaxamento: é desmo ronar rápido e fatal de toda a obra. A arte de mandar está

"A inda que se esmerassem, com todas as veras da alma, os pais, na educação dos filhos, não surtiriam efeito bom, todos estes empenhos se viessem. desacompanhados do exemplo. Palavras sem exemplo, diz o grande Vieira, são tiros sem ba las. De fato que fruto log raria quem pregasse a virtude, encomiasse a oração, a assistência à missa, afidelidade às leis da abstinência, o cumprimento do dever da comunhão, não praticando ele próprio, nada disso?" (A. Boulenger, Doutrina Católica - Manual de Instrução Religiosa Coleção de livros d idáticos - FID, Ed. lncl . Gráfica S iqueira S/A, S. Pau lo, 1955 , 2a. parte, pp. 73 a 76) (Gr ifos nossos) . ♦

À esquerda: Ir. Maria do Divino Coração, Condessa Droste Zu Vischerig {1863-1899 ), que foi elevada à honra dos altares.

À direita: família dos Condes Droste Zu Visherig, pais da Ir. Maria do Divino Coração, antiqüíssima estirpe nobre católica de Münster, Alemanha, no seio

da qual a Santa religiosa recebeu uma formação que a predispôs para alcançar a heroicidade das virtudes. Na fotografia, Maria é a segunda da direita para a esquerda.

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À direta: Dom Macram Max Gassis cumprimenta memblôs de seu rebanho, ao chegar às montanhas Nuba, situadas em sua diocese de EI Obeic/

A

Agência Boa Imprensa (ABIM) , intimamente vincu lada a Catolicismo , teve o privilégio de entrevistar nos Estados Unidos S. Exa. Revma. Dom Macram Max Gassis , o exilado Bispo da Diocese de EI Obeid , no Sudão, nação situada no centro do continente africano. O texto dessa entrevista foi cedido com exclu sividade pela referida Ag ência a nossa revista.

*** Ainda sacerdote, Dom Macram Gassis exerceu durante 1O anos de 1973 a 1983 - o cargo de Secretário-Geral da Conferência Episcopal de seu país , sendo-lhe então confiada a administração da diocese de EI Obeid , a maior do . Sudão, duas vezes e meia o tamanho da Itália. Em 1988 foi sagrado Bispo de EI Obeid . Convém acentuar a antigüidade da Igreja Católica nesse país afri cano : ela data da época do Apóstolo São Filipe. Dom Gassis explicou inicialmente ao correspondente da ABIM e de Catolicismo nos Estados Unidos, Sr. Orlando Lyra, por que se encontra no exílio: "A questão dos direitos humanos causou-me muitas dores de cabeça. Eu não podia manter-me calado. Se o fizesse, trairia a missão da Igreja e do meu povo. Portanto eu a denunciei [a perseguição] numa

A Paixão da Igreja Católica no Sudão Bispo sudanês denuncia perseguição muçulmana, cuja crueldade evoca o ódio persecutório no Império Romano pagão

Cor1um • ' •AI Fnshlr

SUDAN e Waw

sessão do Congresso em Washington, em 1988. Começa ram então meus sofrimentos e minha agonia. "Em 1989, regressando de uma visita à Europa após o golpe dado 38

C ATOLI C I S M O

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pelo regim e fundamentalista [do Sudão] , meu passaporte foi confiscado. De fato, eu deveria ter sido imediatamente detido no aeroporto, mas como ainda possuía amigos do sul do país no governo de Cartum,

nenhum dos policiais destinados a prender-me ousou fazê-lo. "Registraram meu passaporte e, em seguida, o devolveram. Alguns agentes policiais chegaram inclusive a trazer-me a acusação, que pude ler e tomar algumas notas. Tive de me apresentar ao Procurador Geral, que me atirou nas mãos do Promotor público. Fui interrogado e libertado sob fiança. "Julguei que o assunto estivesse encerrado, mas um advogado cristão de EI Obeid telefonou-me dizendo que não era bem assim. Ele sabia, porque o Procurador Geral não utilizara um procedimento legal indicando que estava terminado. Portanto eu estava em perigo. "Não prestando atenção [no perigo], saí do Sudão em 1990, com a intenção de retornar, tendo deixado todos os meus pertences em EI Obeid. Mas enquanto estava fora, des cobriram que eu tinha câncer. "Em conseqüência, submeti-me a uma cirurgia no Hospital da Universidade de Georgetown. Nessa oportunidade, um amigo cristão, que participava da Junta Militar, informou o Vaticano que eu não deveria regressar, pois minha vida estava em risco. "Assim o Bom Deus praticamente salvou-me de dois inimigos mortais: o câncer e o regime fundamentalista islâmico de Cartum. "O caso da Igreja no Sudão tem sido continuamente posto de lado. Até mesmo algumas organizações dizem que se eu quiser atrair a atenção da comunidade internacional não devo falar de perseguição religiosa : 'Fale de conflitos raciais, de violações dos direitos humanos'. Como se a liberdade religiosa não fosse parte dos direitos humanos! "Seria bom que pessoas como os senhores saíssem a público denunciando a questão da perseguição religiosa . 'Falemos da intolerância religiosa e da perseguição religiosa no Sudão."' A seguir, apresentamos, em pri meira não no Brasil , a interessantíssima entrevista do heróico Prelado sudanês.

Dom Macram Max Gassis é recebido pela população da diocese de E/ Obeid, por ocasião de uma festa em sua homenagem

ABIM - V. Exa. poderia dizer algo sobre o contexto histórico dessa perseguição? Temos lido muitas notícias nos jornais a respeito de atos terroristas do Estado sudanês contra a Igreja Católica. Existe uma perseguição contra todas as religiões, com exceção da muçulmana, ou os cristãos são o alvo principal dessa perseguição, cujo ódio anticristão parece evocar as perseguições no Império Romano pagão?

Dom Gassis - Os cristãos naturalmente são o alvo principal, porque los muçul manos l desejam governar um país que tenha a mesma cultura, a mesma religião e a mesma língua, que é o árabe. [De acordo com eles], o povo deveria ser arabizado. Quando o Sr. arabiza um povo através da língua, pode mudar-lhe tam bém os costumes e as tradições. A língua traz consigo a religião, que é o islamismo. Hasan Abde l e l-Turabi , o dono das me ntes no fund amenta li smo islâmico , é dipl o ma do pe la So rb o nn e e po r Oxford . Ele diz que o Sudão é um a nação árabe-muçulmana, que o Cri sti anismo é importação do co loni ali smo e qu e a verdadeira re li gião para o Sudão e os suda neses é o islami smo. Em resposta ao Sr. Hasan el-Turabi , adm ito que historicamente o Sudão não é o berço do Cristiani smo. Cri sto não nasce u na África, mas e m Belém. M as perg unto: o nde nasceu M aomé? Certa-

mente não no Sudão, no continente afri cano. Ambas as relig iões vieram de fora . Po ré m, e nquanto M aomé nunca pi sou no co ntine nte afri cano, C ri sto o fez quando a Sagrada Família fu giu para o Egito da perseguição de Herodes. Como a qu e le ho me m o usa di ze r qu e o i Iam ismo é a re li gião do Sudão? Os antigos monumentos cri stãos da Núbi a atestam que o Sudão fo i cri stão, desde os prime iros séc ulos até o século XI. G radu a lme nte o re in o cri stão foi sendo destruído pe la invasão muçulmana provenie nte do Eg ito e do Mar Vermelho. O Cri sti ani smo chegou ao Sudão antes do islami smo. ABIM - V. Exa. poderia dizer algo sobre a presente conjuntura de perseguição no Sudão?

Dom Gassis - A destruição de igrejas é um dos alvos das milícias islâmicas e do exército de Caitum. Ultimamente eles têm visado as Montanhas de Nuba, ao sul de El Obeid, bem no centro do país. O futuro da Igreja depende atualmente das Montanhas de Nuba e de seu distrito, bem como de Daifor, igualmente ao sul. ABIM- Por que V. Exa. diz "o futuro"? Dom Gassis - Digo fu turo porque essa é a região onde vive o grupo de etni a africana. Ao norte da Di ocese a população é composta sobretudo por árabes ou tribos arabi zadas, que são muçulmanos e portanto quase não há o que fa zer. ►

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Algum tempo atrás houv~,ataques de he licópteros, que bombardearam c ivi s inocentes. Depois o exército passou a agir. Começam [os so ldados] por dessacrali zar as igrej as. Saqueiam o que pode m: retiram portas, jane las, cade iras, bancos e até mesmo coisas com as quai s não sabem o que fazer, como os paramentos. O que vão fazer com os paramentos? O que vão fazer com as cruzes? O que vão fazer com os catec ismos ou com as bíblias? Mas tudo é levado. Também pilham as alde ias, seqüestrando crianças e moças . Naturalmente matam os velhos . Tomam as moças como instrume nto de prazer ou como concubinas. As cri anças que nascerem dessas violações são consideradas muçulmanas. Os jovens são levados como escravos ou destinados a treinamento mili tar. E são de tal modo reciclados que passam a cons iderar seus parentes como inimigos, sendo enviados para matá- los.

segu ição contra os cristãos. Ele promulgou le is islâm icas. Tais le is são discriminatórias dos não-m uçulmanos. Portanto, se temos le is islâm icas no Sudão, isso significa que os cristãos não gozam dos mesmos direitos e privilégios dos muçulmanos. E les se tornam autom aticamente cidadãos de segund a c lasse .

ABIM - E eles o fazem? Dom Gassis - É diabólico. Os jovens são e nvi ados ao campo, para trabalhar ou cu idar do gado. Isso é escrav idão, e é uma vergonha que ... Houve uma reunião na Alemanha, com a presença de grandes jornalistas e outros que pretendiam conhecer a África melhor do que os africanos. Eles questionavam se era precisa a nossa terminologia quando nos referíamos à escravidão. Quando uma pessoa é privada de sua liberdade, ela é escrava! Quando é raptada pelo uso da força e levada para algum lugar, a fim de trabalhar sem pagamento, isso é escravidão! Quando uma moça é seqüestrada e violada, isso é escravidão! Não sei que tipo de semântica ou definição essas pessoas desejam de nós. Estou falando por experiência própria. Ninguém pode contradizer-me afirmando que não ex iste escravidão no Sudão. A ntes de deixar minha diocese, libertei 50 rapazes e moças. Foi pago tudo quanto os seqüestradores exigiam e os jovens foram libertados.

ABIM -

O regime oficial está portanto ligado a essa perseguição? Dom Gassis -Não é que o regime oficial esteja ligado; o regime oficial é o

promotor da perseguição no Sudão! É o regime que está perpetrando essa per-

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C ATO L IC IS MO

Dom Gassis dirige palavras de encorajamento a seus diocesanos, exortando-os a permanecer fiéis à Fé católica

Desejo dizer algo muito triste. O si lêncio do denominado mundo cristão é um consentimento tácito ao que nos está acontecendo. Esse silênc io está matando o nosso povo. Ass im como Deus pergunto u a Caim "Onde está o teu irmão?", eu pergunto aos meus irmãos e irmãs da Europa, Estados Unidos, Canadá e América Latina: "Onde estãos os vossos irmãos sudaneses?"

ABIM -

E a Caritas, Adveniat e outras instituições alemãs católicas de caridade, que enviam milhões de · dólares para o Brasil, ajudam v_ Exa_? Elas auxiliam os cristãos sudaneses? Dom Gassis -A Adveniat trabalha so-

mente na América Latina. Recebemos ajuda da Caritas, mas não é suficiente. Queremos a cooperação de irmãos e irmãs dos Estados Unidos e do Canadá. O que eles estão fazendo? Existe aqui um potencial que pode

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ajudar a Igreja no Sudão. Eu nunca ouvi que se dissesse, em qualquer igreja: "Façamos um dia de orações pela Igreja perseguida no Sudão". Vivi numa paróquia da Itália, o nde era conhec ido desde o início da década de 70. Estava celebrando Missa e chegou o momento da Oração dos Fié is: "Rezemos pelo sofrido povo da Somália; rezemos pelo povo da África do Sul; rezemos pela população, não sei, de Serajevo ...". E eu estava a i i, um Bispo, um Pastor da Igreja perseguida do Sudão ... Mal podia im agin ar. Resolvi e ntão falar. E afirmei: "Não é estranho que tenhais aqui um Bispo de uma igrej a perseguida, o qual quase se tornou umfilho adotivo de vossa paróquia, e sequer rezais pelo seu povo?" Do mesmo modo, por que as conferências episcopais não dizem: "Bem, vamos falar a respeito da Igreja sofredora"? Se o Cristianismo está se ndo destruído no Sudão, creia-me, a islami zação da África será rápida! Os fundamentalistas mulçumanos têm uma agenda. Sua agenda é a conquista da África negra. Depois disso eles vão se voltar para a Europa. Não é algo que va i acontecer da noite para o dia . É um processo, e o processo é ativo. E ninguém está prestando atenção. O Sr. mencionou a questão do comunismo. É um assunto sobre o qual refleti muito. Na Igreja, em nosso período de formação, dava-se muita ê nfase nos estudos em mostrar como combater e deter o avanço do comunismo. Nós estudamos o comunismo, fizemos sua análi se crítica e comparativa, porque é um mal que devemos combater. Porém ninguém cons iderou que eríamos depois ameaçados pelo Is lã. E tanto os nossos líderes políticos como os espirituais estão despreparaclos. Diga-me, quantos padres ou Bispos tomaram o Corão para estudar, para saber o que está escrito ali? Em conseqüência, tornamo-nos ingênuos, a ponto de comprometer a nossa Fé! Chegamos a ponto de dizer: Ó diálogo! Ó mútua coexistência pacífica! Pergunto: Sabem o que é o Islã? Consentem em dialogar com base na ignorância? Por que os Bispos e os líderes cristãos não começam, no perío-

do de formação, a estud ar o islami smo e m profund id ade? Por que não esco lh emos , entre os le igos, homens e mulheres com conhec imentos juríd icos e que, ao invés de estudarem so mente a le i c ivil , estudem a jurisprudênc ia islâmi ca? Amanhã essas pessoas se to rnariam peritos para a so lução de certos casos.

ABIM -

As Sociedades de Defesa da Tradição, Família e Propriedade concordam com V. Exa __ Já por volta de 1947, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, naquela ocasião diretor de "O Legionário", órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo, disse o que V. Exa. está afirmando agora. Dom Gassis - E provave lmente e les

também não o ouviram. ABIM - É interessante que os teóricos comunistas estão unificando as filosofias comunista e islâmica. Tem-se um bom exemplo disso na afirmação de Roger Garaudy, o comunista que se converteu ao islamismo: "Agora temos as mesmas máximas do comunismo, mas em nome de Alá, não no de Marx''.

Dom Gassis - Parece-me que o islamismo na França torn o u-se uma realid ade podero a. E s franceses não sabe m lidar com e le. O próximo país será a Ing laterra, depoi . a Alemanha ... Onde está a maior mesq uita na Europa? Em Roma. É um a vergonha! Nos países muçulmanos não é permitido aos cristãos sequer ter um quarto .. . para rezar! Uma mulher nã pode sair com um crucifixo ao pescoço; precisa escondêlo. Quando se entra cm qua lquer porto da Arábia Saudita, vasculham toda a bagagem. Se encontram uma Bíblia Sagrada, dá problema. Por que não p sso ler minha Bíblia? Mas e les pod m viajar pelo mundo inteiro com o Corã . Onde e. tá o mundo cristão? Onde? ABIM - v_ Exa. crê que esteja haven-

O mes mo sucede na In g laterra e A le manha. Porta nto, não penso que seja mais s il enc iosa; é esca ncarada , à nossa frente. Não quero falar dos Estados Un idos ... Não se i quantos cios afro-ameri canos são realmente muçulmanos. Penso tratar-se realmente mai s ele assunto po lítico do que re li g ioso, mas ex iste o perigo. Não o ignoremos. AB/M -Ouvimos falar de uma mensagem dos Bispos do Sudão, intitulada: "Apertareis a mão coberta de sangue cristão". v_ Exa_ tem conhecimento disso? Dom Gassis - Eu a ouv i diversas ve-

zes . Q uand o o Santo Padre viajo u ao Sudão para uma visita, nós, os Bispos que vivemos do outro lado, não ficamos contentes com ela. Dissemos que não era oportuna naquele mome nto. Pensávamos que o reg ime iri a manipular aque la mensagem. E manipulou! Sentimos que, um a vez q ue a comunidade internacional havia co meçado a conde nar o reg ime, a vis ita cio Santo Padre conco rre ri a para lhe confer ir certo tipo de leg itimi dade, a qu a l se ria exp lorada em benefíc io próprio. E ass im foi! Do u-lhe um exe mplo . Quando discursei na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, fui surpree ndido pelo chefe da de legação do

Sudão, que se levantou e disse que o Bispo estava dizendo mentiras, porque até o Papa havia estado lá e vira, com os próprios olh os, que não hav ia perseg uição, que ex istia mútua coex istência entre muçulmanos e cri stãos, se m extermínio étni co ne m genoc ídi o. O Santo Padre esteve [no Sudão l por apenas sete horas. Penso que a visila papal fo i bem-sucedida no sentid o de encorajar os cristãos e mostrar ao regime que não somos uma minoria insignificante. No entanto, nenhum aco rdo ou promessa que o regime fez ao San to Padre fo i observado. Nenhum 1 E les continu am a destroçar os nossos centros; os cristãos não e ncontram trabalho para se sustentar, nem às suas famí li as; os cristãos são as pessoas mais pobres; nossas igrejas estão se ndo des truídas; os c ri stãos não poss ue m escolas; não podemos seq uer ter orfa natos; não permite m que cristãos e ntrem no país. Que tipo el e liberdade é essa? Penso que tudo o que se diz através de suas [do Governo sudanê ] emba ixadas é mentira, e mentira escabrosa. Este gove rno de ta l maneira ve ic ul a mentiras que isso se tornou para ele uma segunda natureza. ♦ O Bispo Macram Max Gassis distribui medicamentos a crianças do Sudão

do uma espécie de invasão silenciosa do Ocidente pelos muçulmanos?

Dom Gassis - É defin itivamente uma invasão. E não mais silenciosa. Ela agora está nos ating indo. O simples fato de na França se pedir o reconhecimento do islamismo como segunda religião do país, de e les terem suas próprias escolas, prova que não estão mais silenciosos. Estão nos atingindo. CATOLIC I SMO

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TFP pede fim à impunidade dos invasores de terras P AULO H EN RJ QUE CHAVES

Nodi a 24 de março p.p ., uma co mi ssão liderad a pelo Sr. N elson Ramos B arretto, direto r do Escritório da TFP em Br as íli a, entrego u ao Mini stro da Ju sti ça, Iri s R ~zende, uma carta da Campanha S.O.S. Fazendeiro, ini c iativa da Soc iedade B ras il eira de D efesa da T radi ção, Famíli a e Propri edade - TFP. Da comi ssão faziam parte dois sacerd otes e os D eputados L ael Varella (MG) e Roberto Ya ladão (ES). A mi ss i va acompanh ava um primeiro lote de 7 . 126 ass in aturas, em fo rm a de peti ções, co letadas espec ialmente junto à c lasse de produtores rurai s. (Ver docu-

mento abaixo). Na carta, a Campanha S.O. S. Fazendeiro pede ao Mi ni stro que avalie a in ati sfação de nossa cl asse rural com o grave problema das invasões de terras, cada vez mais peri goso e preocupante, e tome as medidas necessári as para que cessem, de fato, esses atos de il egalidade e violênci a. Entre os signatári os encontram-se J I D eputados Federa is, além de um express ivo número de sacerd otes e pessoas representativas de vári os segmentos sociais. No ato da entrega, o M inistro Iris Rezende agradeceu a ini ciati va da campanha da TFP, enaltecendo o direito de propriedade e o respeito que se lhe deve. Sali entou ainda que o Govern o j á desapropri ou terras mais do que suficientes para assentar todas as pessoas, e que, portanto, não se justificavam mais invasões.

Ato da entrega do abaixo-assinado. Da esquerda para a direita: Ministro /ris Rezende, Sr. José Diniz Bidueira, sócio da TFP, Dep. Lael Vare/la e Sr. Nelson Barretto, responsável pelo escritório da TFP em Brasflia.

Publicado

O Universo é uma Catedral Quem ama realmente a Deus não pode contentarse com a mera moralização da sociedade. Deve querer muito mais: que todas as coisas sejam belas, de tal maneira que reflitam a Deus. É esta visão católica superior e magnífica qu e encontramos no livro "O Universo é uma Catedral " recentemente editado(Artpress, SP) , contendo uma co-

Cidade,

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CATO L ICISMO

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letânea de pensamentos do inesquecível Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, recolhidos pelo sócio da TFP, Sr. Leo Daniele. De forma bastante original e sugestiva, a obra não se compõe de capítulos, mas de sete horizontes, que vão subindo cada vez mais, a partir das coisas simples da vida quotidiana - um gato, um chopp - até atingir os píncaros da Criação, numa visão maravilhosa. Como não poderia deixar de ser num livro cujo assunto é o Be lo, está ele profusamente ilu strado a cores , contendo , em suas 300 páginas, cerca de 500 fotos ou ilustrações.

Nota: Este livro não se encontra em livrarias. Faça seu pedido pelo telefone (O 11) 220-4522

C AT O LIC IS MO

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A

CENSÃO~de Churchill f oi em linha reta, é o zênite. A s mais diversas form as de inteligência, de tino político e de coragem nele se !"oram patenteando e reful gindo. E cada vez mai s, à medida que o iam ex igindo as contingências da luta. Qu ando a guerra termin ou, Churchill fo i o mais famoso dos vencedores. A pr o pag and a ali ad a aprese nt ava-o freqüentemente ao lad o dos outros do is Roosevelt e Stalin - como que a querer nivelálos. M as o es forço fo i inú til. E até contraproducente. Enqu adrado entre o ve lho pres idente ianque, de olh ar co mum e de inex press ivo ri so-padrão, de um lado, e do outro, o sini stro ditador sovi éti co, sob cuj as sobrance lh as hir sut as f a i sca vam d o i s o lh os ignaros a chi spear ameaças , e sob cuj a bi godeira fa rta e descuidada se delin eavam lábi os mai s própri os PUNI O Cü RR ÊA DE ÜUY EIRA para injuri ar e beber do que para falar, a fi sionomi a superexpress iva de Sinto que não estaria descrevendo Churchill Churchill se destaca va de um modo por inteiro, se não lhe ac rescentasse um traço . que qu ase se diri a espl endoro so. M embro autênti co da "gentry" inglesa, adorPara brilhar não basta obvi amente ser muito nado - é bem este o term o - co m o charm e ex press ivo. Cumpre ademais ex primir algo que varonil de um ari stocrata de alta classe, em valha. Fazia-o às ca tadupas o velho leão inglês. Churchi li co incidiam as ruti lações da cultura Em sua calva parec ia uni versitári a, do talenreluzir um pensar diploto j ornalísti co, da oramáti co vi goroso e sutil. tóri a parl amentar e da Seus o lh os - quanto glóri a militar, com adehaveri a de di zer sobre mais, um não-se i-quê eles ! - exprimi am sude diret o, pos iti vo , cess ivamente fa sc inandesco nce rtan temente tes profundid ades de ativo, típi cos dos "buobserv ação , refl exão, sinessm.en" norte-ame"h.umour" e gentil eza ri canos da "belle-époari stocrática. Suas larque" . É que sua mãe gas bochechas mu scuera uma ianque, filh a losas nada perderam do de um estuante "self vigor, com a idade. Pamade man" . reciam dois contraforConversando certa Da esquerda para a direita, na Conferência tes faciai s, a emoldurar vez so bre C hu rc h ili de Yalta: Churchi/1, Roosevelt e Stalin vigorosamente a fi siocom o arquiduque Ott nomia tão altamente intelectu ali zada. E davam de H absburg, dele ouvi um lúcido co mentári o. à face um não-sei-que de decidido, estável, quaEstá na ordem das co isas - di zia ele - e ai · se se diri a de perpétuo: símbol o express ivo da entre os vegetais, que de vez em qu ando a )aforça multissecular da monarqui a inglesa. Seus reça m, nesta ou naquela vari edade, cs p lábi os , fin os e de contorn o incerto, pareciam g igantescos . São fenô menos da nat acompanhar o movimento dos olhos e, poi s, Churchill fo i um deles. f) sempre prontos a se abrirem para uma ironi a, Excertos de artigo escrito pelo Prof. Plínio Corrêa um a pal avra de ordem, um di scurso monumende Oliveira para a "Folha de S. Paulo" e 19 do tal. .. ou um charuto. dezembro de 1977.

CHURCHIIL



Porta-voz da TFP

N esta Ed i çao Em nossa última edição, o autor aponta a sensualidade como causadora do liberalismo, o qual leva os homens a dar livre curso às piores paixões, uma vez que violada a reta hierarquia entre as potências da alma humana, a inteligência não guia a vontade, e esta não governa a sensibilidade. Em continuação, explicita-se o modo como a Revolução manipula as paixões desregradas para conceder completa liberdade ao mal e cercear inteiramente o bem.

Parte I, Capítulo VII, B. ... • e. lgualitarismo e liberalismo: a inversão de que falamos, isto é, o direi to de pensar, sentir e fazer tudo quanto as paixões desenfreadas exigem, é a essência do libera li smo. Isto bem se mostra nas formas mais exacerbadas da doutrina li bera l. Ana li sando-as, percebe-se que o li bera li smo pouco se importa com a liberd ade para o bem. Só lhe in teressa a I i he rdade para o ma 1. Quando no poder, ele faci lmente, e até alegremente, tolhe ao bem a li berdade, cm toda a medida do possíve l. Mas protege, favorece, prestigia, de muitas maneiras, a liberdade para o mal. No que se mostra oposto à civilização ca tólica, que dá ao bem todo o apoio e toda a li berdade, e cerceia quan to possível o mal. Ora, essa liberdade para o ma l é precisamente a liberdade para o homem enquanto "revolucionário" cm seu interior, isto é, enquanto consente na tirania elas paixões sobre sua inteligência e sua vontade. E ass im o libera li smo é fruto da mesma árvore que o igualit arismo. A li ás. o orgulho, enquanto gera o ód io a qualquer autoridade (cfr. item A), induz a uma atitude nitidamente liberal. E a este título deve ele ser cons iderado um fator ativo do libera li smo. Quando, porém, se deu conta de que, se deixarmos livres os homens, desi gua is por suas aptidões e sua aplicação, a liberdade engendrará a desigualdade,

a Revo lução, por ód io a esta, deliberou sac rifi car aq uela. Daí nasceu sua fase soc iali sta. Esta fase não constitui senão uma etapa. A Revolução espera, em seu termo final, rea li zar um estado de coisas em que a comp leta liberdade coexista com a plena igualdade. Ass im, historicamente, o movimento socia li sta é um mero requinte do movimento libera l. O que leva um liberal autên ti co a ace itar o soc iali smo é preci sa mente que, neste, se proíbem tiranicamcntc mil coisas boas, ou pelo menos inocentes, mas se favorece a satisfação metódica, e por vezes com aspectos de austeridade, das piores e mais violentas paixões, como a inveja. a preguiça, a luxúria. E de outro lado, o liberal entrevê que a ampliação da autoridade no regime sociali sta não passa, dentro da lógica do sistema, de meio para chegar à tão almejada anarquia fina l. Os en trechoqu es de certos liberais ingênuos ou retardados , com os social ista s, são, pois, meros episód ios superficiais no processo revolucionário, inócuos qui pro quo que não perturbam a lóg ica profunda da Revolução, nem sua marcha inexorúve l num sentido que, bem vistas as co isas, é ao mesmo tempo socia li sta e liberal. Na próxima edição concluiremos o Cap. VII da Parte I de Revolução e Contra-Revolução, em que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira discerne o objetivo utópico almejado pela Revolução para a futura humanidade totalmente igualitária

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20

Revolução e Contra-Revolução

ln mc1norian

Extirpação da liberdade para tentar alcançar igualdade utópica

4 A palavra do Diretor

Falece historiadora Régine Pernoud

21 Capa Santo Sudário: glorificação às vésperas do terceiro milênio

s

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Página Maria na

Destaque A Terceira Via de Blair

Nossa Senhora do Sagrado Coração: poderosíssima advogada dos homens

8 A palavra do sacerdote O verdadeiro conceito de matrimônio

28 Vidas de Santos São Bonifácio, Apóstolo da Alemanha

32 Santos e festas e.lo 1nês

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34

Verdades Esquecidas União entre Poder Espiritual e Poder Temporal

1 1

Entrevista Dr. Upinsky, especialista do Santo Sudário, confirma autenticidade deste

A rcalic.la(le concisa1nente

38

Os felizes sern-televisão

S.O.S. Família

12

Responsabilidade dos pais perante Deus

Eleic;ões-98 Como escolher bem um candidato?

15 Escreven1 os leitores

40 TFPs em ação Porto Alegre: Encontro Regional de CorrespondentesEsclarecedores

16 lnternac.ional

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Maio de 68:

Arnhientes, Cost"umcs. Civilizações

a virada da rnesa

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A Casa do Rei em Bruxelas

Brasil real Brasil brasileiro São Luís do Maranhão: tradição e requinte

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Com a palavra... o Diretor

Am igo le itor, A Igreja Cató lica - Corpo Místi co dAquele que di sse "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" - não teme a ci ê ncia. É o q ue fi ca evidente em nossa matéri a de capa e na entrevi sta da presente edi ção, que versam sobre o Santo Sudári o, o qual está sendo ex ib ido publi came nte nestes di as em Turim , pela prime ira vez em 20 anos. O Sudário é para os cató li cos uma das mais significativas Re líqui as cio Redentor. E para a ciênc ia um cios obj etos mais eni gmáticos de todos os tempos. Houve em sua hi stória um fato dec isivo cujo centenári o se co me mora neste ano : a fo tografi a de Seco ndo P ia , que reve lo u em seu negativo a fi gura de um homem que passara po r um sup lício atroz mas, ao mes mo te mpo, de urna majestade impo nente. Foi essa característica um cios fatores de divi são q ue se estabeleceu entre os c ienti stas . E nquanto un s afirm avam a autenticidade do tec ido, cuja origem remontava ao te mpo de Nosso Senhor, outros di z iam tratar-se de urna fa lsifi cação, produ zida na ldade Média. Os testes reali zados em 1988 com o carbo no 14 são atual mente contestados pe la co muni dade científi ca internac io nal, que atribui a essa experi ênc ia uma segurança de apenas 5% em seus resultados. Por diversas vezes o Santo Sudário escapou ela destrui ção, corre ndo o risco ele desaparecer. Segundo o biógra fo ele João Paulo li , Yittori o M essori , o in cêndi o ocorri do no ano passado pode faze r parte ele "um complô internacional" visa ndo destruir o Sagrado Tecido. Catolicismo te m o prazer ele pub li car neste número substanc iosa matéri a sobre o Santo S udário. O le itor conhecen"í elementos ela descoberta dessa Santa Relíq ui a, de seu hi stó ri co, elas co ntrovérsias q ue e la susc itou, cio teste cio carbo no 14 a que ro i submetida, além ele urna entrevi sta inédita co m o Dr. Arnaucl-Aaro n Up insky, gra nde autoridade intern ac io nal em estudos sobre o Santo Sudári o. Essa é uma elas matéri as qu e faz pa rte de nosso comprom isso com a Verdade e co m nossos caros le itores, no se ntido de inl"orrná- los com objetividade e aprimorar seus conhec imentos a res pe ito das co isas da Santa Igrej a, bem como da orde m tempo ral à luz ela do utrin a cató li ca .

Imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração - Santuário do mesmo nome, Québec (Canadá)

Em Jesus e Mari a PL!NIO CORRÊA DE Ü LJVEIRA

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Preços da assinatura anual para o mês de JUNHO de 1998: Comum: Coopera dor: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

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Esta invocação implica em dizer que temos no Céu uma poderosíssima advogada

CAT O L IC IS MO

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este mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, reproduzimos substancioso artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, publicado em "O Legionário", edição de 21-7-1940. As considerações que nele tece o insigne líder e pensador católico, há 58 anos, são de uma impressionante atualidade. Estamos certos, porém, de que se ele quisesse fazer algum acréscimo ao artigo, repetiria a frase do mesmo: ccse não há catástrofes que não deva temer uma humanidade impenitente) não há misericórdias que não possa esperar uma humanidade arrependida)). E agregaria a essa consideração uma constatação óbvia: como a humanidade, de 1940 a esta parte, não manifestou, em seu conjunto, nem mesmo ccum simples início de arrependimento eficaz) sério e profundo))' mas, pelo contrário, agravou seu estado de pecado, Deus só poderá aplicar Sua Justiça.

roxismo do mal chega a esgotar a própria indulgência materna, Deus não se cansa. Porque a misericórdia de Deus beneficia o pecador até mesmo quando a Justiça divina o fere ele mil desgraças no caminho da iniqüidade.

O autor do artigo (foto ao lado), grande devoto do Sagrado Coração de Jesus, na sala de visitas de seu apartamento. Sobre uma coluna, bela imagem de alabastro dessa devoção.

gemendo nas torturas de mil crises e de e há um a época para cuja mimil angústias, e que a despeito disso não séria só pode existir esperança se penitencia; quando consideramos os de remédio no Sagrado Coração progressos assustadores do neopade Jesus, esta é a nossa. Inútil seria atenuar a enormidade dos . ganismo, que está nas vésperas de ascender ao governo da humanidade inteira; crimes que por toda a parte pratica a huquando vemos, por fim, a pusilanimidamanidade em nossos dias. Disse Pio XT, de, a imprevidência, a desunião daqueles em uma de suas Encíclicas, que a degraque ainda não se bandearam para o mal, dação moral do mundo contemporâneo nosso espfrito se apavora na previsão das é tal, que o coloca na iminência de se ver catástrofes que acumula sobre si própria precipitado, de um momento para outro, em condições espirituais mais miseráveis a impiedade obstinada desta geração. Há algo de liberal ou de luterano, do que aquelas em que se encontrava em imaginar que tantos crimes não mequando veio ao mundo o Salvador. Em outros termos, os erros acumurecem castigo, e que uma tal apostasia das massas se operou por um mero erro lados pelos séculos que nos precederam intelectual, sem grave pecado para a - os delírios da Pseudo-Reforma, as humanidade. A realidade não é esta. audácias diabólicas da Encic lopédia, a Deus não abandona suas criaturas, e se libertinagem desenfreada dos costumes, estas se encontram longe dEle a culpa os crimes da Revolução Francesa, a só a elas pode caber, e não a Deu . apostasia dos filósofos alemães - criO quadro contemporâneo não é searam um ambiente de universal cornão este: de um lado uma civilização rupção, que culminou nas desordens, iníqua e pecadora, e de outro lado o nas catástrofes, no desmando, no desCriador, empunhando o azorrague das bragamento da concupiscência a que assiste a humanidade do sécu lo XX. E pun ições divinas. tal é a iniqüidade profunda em cujo abis* * * Não haverá, então, para a humanimo nos precipitamos, que Pio XI temia ver cancelados, para a grande maioria dade, outro desfecho nos dias de hoje, dos homens, os benefícios infinitos da senão desaparecer em um dilúvio de lama e de fogo? Não se poderá espeRedenção que Nosso Senhor Jesus Cristo veio trazer ao mundo. rar para ela outro futuro neste século, senão um ocaso ignominioso, em que A vista de tantos crimes sugere natua impenitência final será castigada peralmente a idéia da vingança divina. Quando olhamos para este mundo pecador, los flagelos supremos, prenunciados &

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pela Escritura como indícios do fim do mundo? Se Deus deixasse agir exclusivamente Sua Justiça, sem dúvida. E nem sabemos se em tal caso o mundo teria chegado até o sécu lo XX de nossa era. Mas como Deus não é apenas justo, mas também misericordioso, não se fechou ainda para nós a porta da salvação. Uma humanidade perseverante na sua impiedade tudo tem a esperar dos rigores ele Deus. Mas Deus, que é infinitamente misericordioso, não quer a morte desta humanidade pecadora, mas sim "que ela se converta e viva". E, por isto, sua graça procura insistentemente todo os homens, para que abandonem seus péssimos caminhos e voltem para o aprisco do Bom Pastor. Se não há catástrofes que não deva temer uma humanidade impenitente, não há misericórdias que não possa esperar uma humanidade arrependida. E para tanto não é necessário que o arrependimento tenha consumado sua obra restauradora. Basta que o pecador, ainda que no fundo do abismo, se volte para Deus com um simples início de arrependimento eficaz, sério e profundo, que ele encontrará imediatamente o socorro de Deus, que nunca se esqueceu dele. Di-lo o Espírito Santo na Sagrada Escritura: ainda que teu pai e tua mãe te abandonassem, eu não me esqueceria de ti. Até nos casos extremos em que opa-

Estas duas imagens essenciais, da justiça e da misericórdia divina, devem ser constantemente postas diante dos olhos do homem contemporâneo. Da justiça, para que ele não suponha temerariamente salvar-se sem méritos. Da misericórdia, para que não desespere de sua sa lvação desde que deseje emendar-se. E, se as hecatombes de nossos dias já fa lam tão claramente ela justiça de Deus, que melhor visão para completar este quadro, do que o sol da misericórdia, que é o Sagrado Coração de Jesus? Deus é caridade. E por isto mesmo a simp les enunciação do Nome Santíssimo ele Jesus lembra a idéia do amor. O amor in sondável e infinito que levou a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade a se encarnar! O amor expresso através dessa humilhação incompreensível de um Deus que se manifesta aos homens como um menino pobre, que acaba de nascer em uma gruta. O amor que transparece através daqueles trinta anos de vida recolhida, na humildade da mais estrita pobreza, e nas fadigas incessantes daqueles três anos de evangelização, em que o Filho do Homem percorreu estradas e atalhos, transpôs montes, rios e lagos, visitou cidades e aldeias, cortou desertos e povoados, falou a ricos e a pobres, espargindo amor e recolhendo na maior parte do tempo principalmente ingratidão. O amor demonstrado naquela Ceia suprema, precedida pela generosidade do lava-pés e coroada pela instituição da Eucaristia! O amor daquele último beijo dado a Judas, daquele olhar supremo posto em São Pedro, daquelas afrontas sofridas na paciência e na mansidão, daqueles sofrimentos suportados até a total consumação das últimas forças, daquele perdão mediante o qual o Bom Ladrão roubou o Céu, daquele dom ex -

tremo de uma Mãe celestial à humanidade miserável. Cada um destes episódios foi meticulosamente estudado pelos sábios, piedosamente meditado pelos Santos, maravilhosamente reproduzido pelos artistas, e sobretudo inigualavelmente celebrado pela liturgia da Igreja. Para falar sobre o Sagrado Coração de Jesus

Imagem do Sagrado Coração de Jesus Catedral de Frankfurt (Alemanha)

só há um meio: é recapitular devidamente cada um deles. Realmente, venerando o Sagrado Coração, outra coisa não quer a Santa Igreja senão prestar um louvor especial ao amor infinito que Nosso Senhor Jesus Cristo dispensou aos homens. Como o coração simboliza o amor, cultuando o Coração, a Igreja celebra o Amor.

* * * Por mais variadas e belas que sejam as invocações com que a Santa Igreja se refere a Nossa Senhora, em nenhuma delas deixaremos de encontrar uma relação entre Ela e o amor de Deus. Essas invocações, ou celebram um dom de Deus, ao qual Nossa Senhora soube ser perfeitamente fiel, ou um poder especial que Ela tem junto ao Seu Divino Filho. Ora, o que provam os dons de Deus,

senão um amor espec ial do Criador? E o que prova o poder de Nossa Senhora junto a Deus, senão este mesmo amor? Assim, pois, é com toda a propriedade que Nossa Senhora pode ao mesmo tempo ser chamada "espelho de justiça" e "onipotência suplicante". Espelho de Justiça, porque Deus a amou tanto, que nEla concentrou todas as perfeições que uma criatura pode ter, e por isto mesmo em nenhuma Ele se espelh a tão perfeitamente como nEla. Onipotência suplicante, porque não há graça que se obten ha sem Nossa Senhora, e não há graça que Ela não obtenha para nós. Portanto, invocar Nossa Senhora sob o título do Sagrado Coração é fazer uma síntese belíssima de todas as outras invocações, é lembrar o reflexo mais puro e mais belo da Maternidade Divina, é fazer vibrar a um só tempo, harmonicamente, todas as cordas do amor, que tocamos uma a uma enunciando as várias invocações da ladainha lauretana, ou da Salve Rainha. * Mas há uma invocação que quero lembrar especialmente. É a de advogada dos pecadores. Nosso Senhor é Juiz. E por maior que seja a sua misericórdia, não pode também deixar de exercer a sua função de juiz. Nossa Senhora, porém, é só advogada. E ninguém ignora que não é função do advogado outra coisa senão defender o réu. Assim, dizer que Nossa Senhora do Sagrado Coração é nossa advogada implica em dizer que temos no Céu uma advogada onipotente, em cujas mãos se encontra a chave de um oceano infinito de misericórdia. O que de melhor para se mostrar a esta humanidade pecadora, à qual, se não se fa la de Justiça de Deus, se embota cada vez mais no pecado, e se dela se fala desespera de se salvar? Mostremos a Justiça: é um dever cuja om issão tem produzido os mais lamentáveis frutos. Ao lado da Justiça que fere os impenitentes, nunca nos esqueçamos, entretanto, da misericórdia que ajuda o pecador seriamente arrependido a abandonar o pecado e, assim, a se salvar. ♦

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Cônego J OSÉ LUIZ VILLAC

PERGUNTA Aprendi que o matrimônio é o sacramento do amor por excelência. Até no casamento civil o amor é tido como elemento base para ter ca ráter de validade. Deus é amor. Então, como pode Deus estar presente num casamento por interesse, ou num casamento forçado? Poi s, quando não há amor entre as pessoas, não há casamento. Nesse caso pode haver separação? Qu ando há separação, nessas situações, as pessoas podem casar novamente na Igreja? .. .. Por outro lado, é verdade que um casamento feito na igreja evangélica (protestante) não é válido para a Igreja Católica?

RESPOSTA

O matrimôn io é um sacramento instituído por Nosso Senh or Jesus Cristo para e levar ao plano sobrenatural e santificar a união monogâmica e indissolúvel entre o homem e a mulher. Tem por finalidade a perpetuação da espécie e co nveniente educação da pro le, que constituem o seu fim primário, e o bem dos cônjuges, ou seja, a mútua sa nti ficação e a mitigação da concupiscência, que constituem o fim secundário do matrimônio. Essa união é de ordem natural - embora sendo de D ireito natural secundário, conforme veremos adiante - , estabe lecida por Deus para ser observada por todos os homens que se unem em casamento, qua lquer que seja sua religião, até mesmo pelos pagãos. O sacramento do matrimônio consiste na ce-

a

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lebração de tal união e ntre duas pessoas validamente batizadas, de sexo diferente, seg undo os ritos prescritos pela Igreja e as ex igê ncias qu e Ela impõe para tornar válida essa celebração. A Igreja não considera vá lido o casamento meramente civi l entre duas pessoas batizadas. Segundo a moral católica, estas continuam sendo solte iras vivendo em concub in ato, portanto em estado de pecado mortal. Para que o sacramento do matrimônio seja válido, a condição mais essencial é que haja o livre consentimento e a recíproca entrega de ambas as partes. E que esse consentimento seja manifestado de forma exp lícita por ocasião da celebração, geralm ente pela resposta em voz alta à pergunta do sacerdote, perante as testemunhas. Portanto, não contrai Junho de 199~

validame nte matrimônio quem casa sob grave coação física ou moral , por exemplo, sob ameaça de morte ou de agressão física, caso se recuse a casar, ou por medo grave proveniente de causa externa. Também impedem ou tornam inválido o matrimônio os chamados impedimentos dirimentes, tais como a pouca idade, ai mpotência para a realização do ato gerador, o vínculo de matrimônio anterior, a disparidade de cultos, o recebime nto anterior de ordens sagradas por uma das partes, o voto público perpétuo de castidade num instituto re ligioso, o rapto ou o cri me de adultério ou conjun gicidio para conseguir o casamento, o parentesco próximo por consangüinidade ou afinidade, ou por adoção. Assim, vê-se que, para a validade do matrimôni o, a Igreja não exige a exi tência do cham ado amor, se ntimental e romântico, entre os nube ntes . O amor que deve existir em ambos é o autêntico amor de Deus, manifesto na firme decisão de observar Se us Mandamentos e as prescrições da moral católica sobre o casamento . Só assim poderão fr utificar as graças inerentes ao sacramento, penhor da verdadeira harmoni a e feli cidade no lar. O amor de um cônjuge pelo outro deve ser a expressão do ve rd adeiro amor de Deus, e não só de

um amor sentimental e romântico, como acima foi observado, centrado ape nas na outra pessoa, e m suas reai s ou supostas qualidades e atributos. Poi s este tipo de amor freqüentemente é de curta duração e jamais poderia servir de base para um matrimônio estável e para a construção de um verdadeiro lar católico. Quem se casa julgando ver nesse amor a razão de ser do matrimônio, vai querer separar-se quando perceber que aque le está se extinguindo, e desejar constituir nova uni ão gravemente pecaminosa com algum novo objeto de tal amor. Ou seja, é a realização do amor livre. E isto a Igreja não permite de forma algum a. O vínculo matrimonial é indi ssolúvel, só desfeito pela morte de um dos cônjuges. Quando o convívio entre ambos torna-se impossível pela traição contumaz de um deles, pelo abando no do lar, por agressões físicas ou morais, ou por divergências temperamentais de tal monta que impeçam o prosseguimento de um convívio normal , a Igreja permite a separação física de ambo s, não exigindo que continuem a habitar sob o mesmo teto. Mas tal separação, regulamentada pelo desquite, não permite que os cônjuges separados contraiam novas uni ões com outras pessoas, nem mesmo a

parte inocente, pois o vínculo matrimonial continua existindo para ambos, embora vivam separados. O desquite eclesiástico ou a infame lei civil do divórcio não rompem o vínculo matrimonial. Qualquer nova união contraída por cônjuges separado s será uma união pecaminosa, uma vida em estado de pecado mortal , de ofensa perm ane nte a Deus, que co loca em sério risco a salvação eterna da própria alma. É interes sa nte notar que o livre consentimento exigido pela Igreja para a validade do matrimônio, não significa necessariame nte livre esco lha. Ou seja, uma moça pode consentir em casar com um homem que não tenha sido escolhido por e la, mas pelos pai s, para satisfazer a vontade deles. E pelo qu al não sinta qualquer espécie de amor do j á c itado tipo, sentimental ou romântico. O casamento será perfeitamente válido. O que ela não pode é ser obrigada a casar com alguém, contra a sua vontade, sob coação ou ameaça. Esse tipo de casamento, muitas vezes chamado de interesse, foi o mais com um até certa época, e costumava dar mais certo e ter mais estabilidade que os chamados casamentos por amor. Pois o que se tinha e m vista em primeiro lugar não era a.felicidade pessoal - e sentimental - dos cônjuges, mas a

maior glória de Deus e os superiores interesses da família enquanto instituição e o bem comum da sociedade . Os n oivos compreendiam tais exigências e sabiam ordenar seus sentimentos pessoais em vista de um bem superior e mais vasto. E a Prov idência os recompensava larga mente com um tipo de fe li cidade de sit uação muito mais só lida e duráve l que aquela felic idade fugaz e insegura, quando proveni ente só da satisfação de sentimentos e paix ões. Por fim, ap resentamos abaixo algumas considerações sobre a pergunta se um casame nto realizado na igreja evangéli ca é reconhecido como válido pela Igreja Católica. Na ig reja evangé lica luterana, em que o batismo é válido, o casamento e ntre os fi éis dessa confissão é reco nhec ido também como válido pe la Igreja Católica, inclu sive como sacra mento, pois o contrato matrimonial entre cr istão s bati zado s é sempre sacramento . Em outras seitas protestantes, em que o batismo não é válido, não há sacram en to , em bora a Igrej a Católica possa reconhecer como válido o casa mento, excl usivamente com base na lei natural, como reco nhece o casamento entre os pagãos, ou seja, os não batizados. As exigênci as da unidade e da indi sso lubi-

!id ade são necessá ria s pa ra qualqu e r espéc ie de casamento, mes mo naquele em que não haja sacramento, pois são de Direito natural , embora secundár io. Diz-se qu e algo é de Direito natural secundário, quando não foi diretam ente introduzido pela própria natur eza, mas

e m vi sta a utilidad e da vida hum ana. E, sobretudo, foram confirmadas pelo dire ito divin o na Nova Le i. Com efeito, só o casame nto de tipo mono gâmico e indissolúvel torna as relações entre os cônjuges harmônicas e a instituição familiar robustecida. É o casamento católico! ♦

pel a inteligência dos homens , para a utilidade da vida hum ana (cfr. Santo Tomás de Aquin o, Sum a Teológica I" IIª, q. 94, a. 5, ad tertium). • Assim, a unidade e a indissolubi lidade matrimoniais não foram diretamente introduzidas pela própria natureza, mas sim por uma co nsideração racional do homem, tendo

Os desponsórios da Virgem

(1303-1305) Giotto, Capei/a Scrovegni, Pádua (Itália)

Nossa Senhora e Seu castíssimo Esposo São José constituem modelo excelso de casal em toda a História

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Os felizes sem-teleJtísão

Feliz concórdia entre Sacerdócio e Império

Entrada das tropas do Khmer Vermelho em Phnom Penh, capital cambogiana, em abril de 1975: início de um dos maiores genocídios da História. Fato, porém, menos grave que a legalização e favorecimento do aborto.

A maior vergonha de nosso século A união entre o Poder Espiritual e o Poder Temporal é defendida em documentos do Magistério ecl es iástico e escritos de grandes Doutores da Igreja. A título de exemplo, transcrevemo s a segu ir tópico da E ncícl.ica "Immortale Dei" de Leão XIII e, mais abaixo, carta de São Bernardo a Conrado, Imperador do Sacro Império Romano Alemão:

"Então [na Idade Méd ia] a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma f eliz concórdia e pela permuta amislosa de bons oj[cios." (Encíclica "Immortale Dei", de 1°- 11 - 1885 - nº 28, Ed. Vozes, Petrópolis, 1954, Doe. Pont. nº J4, p.15)

Papa Leão XIII

"A realeza e o sacerdócio não podiam estar unidos por mais suaves e mais fortes vínculos do que estiveram na pessoa de Jesus Cristo, que nasceu Sacerdote e Rei, descendente das tribos de Levi e de Judá. Ademais, reuniu Ele uma e outro [realeza e sacerdócio] em seu Corpo Místico, que é o povo cristão, do qual Ele é a Cabeça, de modo que esta progênie de homens é chamada pelo Apóstolo: a raça eleita, o sacerdócio real (I, Pedr., II, 9); e em outra passagem, todos os predestinados são qualificados de reis e sacerdotes (Apoc. , I, 6; V, 10). "Portanto, não separe o homem o que Deus uniu! Pelo contrário, procure ele pôr em prática o que sancionou a Lei divina. Aqueles que estão unidos por sua instituição, estejam igualmente unidos pelo espírito e pelo

coração; que se enlreajuclem, apóiem-se e se defendan·, mutuamente. "Se um irmão aj ud a o irmão, diz a Escritura, ambos se co nso l ar ão" .

Porém, se entram em rixa e se f erem, ca irão na desolação. " Longe de mim aprova r os que pre1e11dem que a paz e a liberdade ela Igreja sejam nocivas aos interesses elo Império, ou que a prosperidade e a grandeza elo Império sejam contrárias aos interesses da Igrej a! Deus.fundador de um e ele outra, não os uniu para que se destruíssem, mas para que se edfficassem reciprocamente" (São Bernardo, Epístola 244, a Conrado, Rei dos Romanos, em l 146; apud Mons. Henri Delassus, La mission posthume

de Sainte Jeanne cl'Arc et le regne social de Notre-Seigneur Jésus-Christ, t. II, e. LI, pp. 302-303).

São Bernardo

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"A maior vergonha elo século XX, que conheceu as mais horrendas infâmias da História, como os múltiplos e vários genocídios nele perpetrados, foi, sem dúvida alguma, alegalização e o financiamento público do aborto", afirmou o Cardeal Giacomo Biffi, Arcebispo de Bolon ha.

Antes, tinham vergonha: ag ora estão ufanos. Jea n Lotus, uma ex-jornalista de Chicago, guardava um segredo: não assistia televisão, nem possuía o aparelho. Não o contava a ninguém. Achava que não a compreenderiam. Até que um dia um am igo lhe disse: "Joguei meu aparelho de TV janela abaixo. Estou enojado com a programação!' Jean então contou-lhe seu segredo.

Compartilhada a opinião, começaram a arregimentar todos os que não queriam ter televi são em casa . Jea n Lotus lançou agora um boletim, o White Dot(Ponto Branco). E vai publicar um livro Get a Life: The Little Red Book of the White Dot (Comece a viver: o livrinho vermelho do ponto branco). Formam nos Estados Unidos uma corrente nova: o ufano grupo dos sem-televisão. ♦

Polidez x Grosseria Na França, pátri a da boa educação, a polidez, artigo que andava meio fora de moda, voltou à ordem do dia.Tornou-se manchete de revi sta, entrou no di scurso dos po líticos, sempre sensíveis ao que dá popu laridade, e aparece nas vitrines das livrari as. Dois livros, um de S. Roché e outro de L. Fournier, convidam seus leitores a fazerem o caminho oposto ao trilhado nas últimas décadas: deixar a grosseri a e acostumar-se à po l idez. É um convite que vale também para muitos ♦ outros lugares .. .

N a Fra nça, a desprezada polidez agora está na moda

Se não fosse o voto obrigatório ... Uma pesqu isa do instituto Vox Populi constatou que, com o voto facul tativo, apenas um terço dos ele itores brasile iros continuaria votando em todas as eleições. Um terço deixaria de votar, simplesmente. Outro terço, depende: se gostasse do cand idato, ou se a eleição fosse muito importante, aceitaria ir até a urna. De fato, a obrigatoriedade do voto tenta esconder o desinteresse e a desconfiança em relação aos homens públicos, a falta de sintonia entre o povo e os políticos. O eleitorado não se sente repre♦ sentado por eles.

China: armadilha para investidores Mi stério, ou incompetência? Roland Berger é um alemão, fundador da mai s importante empresa européia de consultoria , qu e l eva se u nome. Aconselha de momento aplicações no Brasil. E dá algumas razões bem curiosas:

"A Rússia não está desenvolvida o suficiente; as instiluições russas co locam um alto risco em qualquer investimen-

to. O risco ele investimento na Ásia, incluindo a China, é bem alto. Eu não sei de um único investidor que tenha tirado lucro da China, com exceção da Volkswagen, que está lá há mais ele 20 anos. Nin guém realmente ganha dinheiro na China. Muitas pessoas já perceberam que a China é uma espéc ie de armadilha para o dinheiro." ♦

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Mais uma eleição sem idéias? Às vésperas das eleições, cada um se pergunta: em quem votar? Mas previamente a essa .pergunta, há outra mais importante: como escolher bem um candidato? PuN [O Vm1G1\L XAvrnR DA S1LvEJRA

Numa democracia, o eleitor confere ao candidato de sua preferência um mandato, para que o exerça em funções leg islativas (senador, deputado, vereador) o u executivas (presidente, governador, prefeito). Tal preferência se exerce com base num programa de atuação que o candidato deve expor normalmente ao conhecimento dos e leitores durante a cam panha. Supõe-se que o eleitor esteja ciente desse programa previamente à eleição e o ratifique com seu voto. Assim, uma vez eleito, o cand idato deve portar-se co mo executor da vontade de seus eleitores, aos quais representa. Será um executor fie l se agir de acordo com o programa com o qual se apresentou às urnas. Caso contrário, será infiel. Tal é o ensinamento cristalino e incontestável obre o funcionamento normal da democracia, que nos é dado pelo Prof. P lini o Corrêa de Ol ive ira em sua obra Projeto ele Constituição angustia o País 1• Tudo o que está exposto neste artigo a respeito de vícios da democracia, como a existência da "democracia-sem-idéias" e dos "políticos-profissionais", é um resumo do que está explanado com mai s detalhes na referida obra.

Vícios da democracia brasileira

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BOM, VOCÊ PEGA A CAIM tJUE MAIS GOSTAR: COM BIIJOOE OU COSTELETA; CARECA OU CABELUOO; (J{JRIJA OU MAIJIM, ETC.; OU ENTÃO, ESCOLHE UM NÚMERO, COMO NA LOTERIA ...

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Entretanto, na prática, as coisas nem sempre se passam com essa lisura. O mais das vezes - no Brasil, pelo me nos - passam-se de modo diferente e até bem diferente. É o que nos convém ter em vista em face das próximas eleições. Conhecendo o funcionamento normal da democracia, como também seus vícios, torna-se menos quimérico para o eleitor escolher bem seu candidato.

Falamos em vícios do processo democrát ico . Quais são os mais comuns? Citemos as próprias palavras do saudoso mestre: "A autenticidade elo regime democrático repousa por inteiro sobre ocaráte r genuíno ela representação . .... Pois, se a democracia é o governo elo povo, ela só será autêntica se os detentores do Poder Público ... .forem escolhidos, e atuarem, segundo os métodos e tendo em vista as metas desejadas pelo povo. Se tal não se dá, o regime democrático não passa de uma vã aparência, quiçá ele uma.fraude" 2 •

Eleição representativa: condições Ora, a mais básica das cond ições para que uma eleição seja representativa é que o eleitor tenha efetivamente opinião formada sobre os diversos assuntos em pauta no prélio eleitoral. Mas, em um Estado de nossos dias, posto no torvelinho das ideologias e das ambições que se entrechocam, bem como das surpresas que se sucedem em rápida cadência, para que os eleitores tenham opiniões sobre os diversos assuntos de interesse do bem comum, é necessária uma preparação da opinião pública, não só próxima, nas semanas ou meses que antecedem a eleição, mas também remota, de longo prazo.

Isso supõe a existência de grupos, instituições e meios de comunicação que despertem a formação dessa opinião e lhe sirvam de porta-vozes.

Palpites e shows: eleições não sérias É preciso ainda erradicar da população o vezo de votar de modo irrefletido, sem estudo nem reflexão a respeito de problemas do bem comum, baseando-se unicamente em palpites e simpatias ou fobias pessoais, o que produz a inautenticidade institucional. Convém reproduzir aqui o penetrante comentário do Prof. Plinio Corrêa de O liveira, a respeito dos sempre mais freqüentes comíciosshow: "A presença cada vez mais marcante do show nos comícios políticos prova que, no Brasil hodierno, o debate sério tende rapidamente a desaparecer. E quando existe interessa pouco. O que constitui uma prova a mais de quanto urge extirpar do Brasil o voto não sério, tornando .freqüente, interessante, ·conclusiva a exposição - quando não o debate dialético ou polêmico - dos grandes temas nacionais. "Se tal não se fizer, não adianta clamar, bradar ou uivar a favor ela democracia ". 3 Há entre os brasileiros uma feliz

Nos comícios-show que preparam eleições-sem-idéias, os atores populares desempenham papel saliente

aptidão para a intuição. Entretanto, tem ela seus inconvenientes. As pessoas ou ambientes abusivamente "intuicionistas" exercem em torno de si uma influência ev identemente propícia ao voto irrefletido, o que facilmente pode levar a uma democracia-sem-idéias, caracterizada por um pragmatismo vazio de perguntas e de rumos.

Uniformidade centrista, monotonia e modorra O grande número de partidos ou de candidatos a disputar as eleições de nenhum modo evita o problema da eleição-sem-idéias . Pois esses partidos têm todos mais ou menos o mesmo ideário. Neste sentido é característico o caso da Reforma Agrária. Todas as pesquisas de opinião que versam sobre o tema, apresentam uma considerável parcela da opinião pública contrária à Reforma Agrária. E quando esta é apresentada como desapropriação de imóveis particulares pelo Governo, o número dos contrários cresce até chegar a ser maioria. Se, ademais, a Reforma Agrária

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vem ligada - às invasões . . de ter-. ras, entao essa maiona contrária é esmagadora. ... Entretanto, nenhum partido político apresenta como programa combater a Reforma Agrária... Essa homogeneidade monótona nos programas partidários, praticamente todos eles girando em torno do centro-esquerda ou do centro, contribui para o amortecimento da controvérsia autenticamente democrática. Esse fenômeno é muito generalizado. " Nas grandes forças propulsoras da opinião pública no Brasil - a CNBB, os partidos políticos realmente ponderáveis, as associações profissionais com alguma ressonância publicitária, os órgãos da mídia de grande vulto - a tendên- . Carência de eia ostensiva é centrista 4 ou então profissionais-pai íticos; de centro-esquerda. excesso de O centrismo é de si uma posição políticos-profissionais ideológica pouco própria a despertar "A política facilmente desinteresgrandes entusiasmos. E, como é nasa, assim, à grande maioria da poputural, a monotonia gera a modorra. Modorra de pensamento, em primei- lação. E, em conseqüência quase inero lugar. Isto é, modorra no informar- lutável, na política só atuam os que se, no analisar as informações obti- estão em condições de fazer dela uma das, no opinar, no tomar atitude defi- profissão. No Brasil, político tornouse freqüentemente sinônimo de polínida ante os problemas. "E, conseqüentemente, modorra tico-profissional. 6 Poucas são as condições para que no conversar e no discutir, no lar como nos locais de trabalho ou de surjam políticos por idealismo ou meslazer, sobre os grandes temas da atu- mo profissionais-políticos, isto é, reprealidade" 5, observa o insigne pensa- sentantes autênticos das mais variadas profissões ou campos de atividade. dor católico.

Se Oswaldo Cruz (ao lado) estivesse vivo, destacar-se-ia por certo como representante natural da classe médica do País, sendo um exemplo de possível profissional-político

Com isso, nossas últimas campanhas eleitorais têm sido espantosas pelo seu vazio ideológico. Em geral, as torrentes de faixas ou cartazes que inundam as paredes e muros das cidades brasileiras contêm tão-só o nome do candidato, sua sigla partidária e seu número de registro. Como esclarecimento para o eleitor, apenas frases como esta: Demerval é federal. O grande, o único argumento em favor do candidato, na grande maioria dos cartazes, tem sido sua fotografia. Conforme as posses econômicas dele, a fotografia é colorida! A esse show gráfico, em que preponderam caras e não idéias, grande número de brasileiros costuma responder pela displicência do voto nulo ou pelo mutismo do voto em branco, quando não pela ausência eleitoral. Como censurá-los? ♦ Notas 1. Plínio Corrêa de O liveira, Projeto de Constituição angustia o País, Vera Cru z, S. Paulo, 1987. 2. Op. cit., p. 16. 3. Op. cit., p. 17. 4. Op. cit., p. 22. 5. Op. cit., p. 23. 6. Idem, ibidem.

A TFP face à democracia-sem-idéias "Extrapartidária por definição, a TFP não opta por formas de governo. Ela aceita o ensinamento de Leão XIII, confirmado por São Pio X, de que nenhuma das três formas de governo - monarquia, aristocracia ou democracia - é intrinsecamente injusta. "Mas ela não exorbita de sua posição extrapartidária ao pleitear que, uma vez instalada uma for-

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ma de governo, esta seja aplicada com coerência. "Assim, posto que estamos em regime de Abertura {democrática], cumpre que essa Abertura seja coerente. O que certamente conduz à vigência da democracia-com-idéias. E à rejeição da democracia-sem-idéias". (Plinio Corrêa de Oliveira, Projeto de Constituição angustia o País,

Temor de Deus

~ Minhas críticas são que a revista, em algumas partes, enfoca um Deus que castiga, que é mal, se fazemos algo errado já somos condenados, sendo que Deus é amor, um pai que perdoa. As reportagens levam a quem ler a amar a Deus por medo e não por um espontâneo amor, levando as crianças {aterem] um medo terrível de Deus, um pai castigador .. . Não se deve impor a Deus na pessoa, pois somos livres para amar a Deus ou não, mas que Ele nos ama com a mesma misericórdia de quem eu sou, porque a Sua misericórdia é infinita. (M.C.W. -

Rio Negro - PR)

Nota da Redação: Prezada senhora. Quem ama de fato, tem um horror imenso a tudo o que se opõe a seu amor. Uma mãe que quer muito bem a seus filhos, por exemplo, sente pavor de vê-los em companhia de traficantes de drogas. Deseja a emenda desses bandidos, mas se eles não se endireitarem, prefere vê-los na cadeia a que possam fazer de seus filhos uns perdidos . Mesmo entre as feras, o instinto as faz agir de maneira parecida. Ai de quem ameaçar um leãozinho, estando por perto a leoa. Ela o estraçalharia. Essas realidades naturais são um pálido reflexo do que existe em Deus, criador de todas elas. Deus, que é o Amor infinito, a perfeição sem limites, tem uma recusa infinita por tudo o que é contrário a Ele: o erro e o vício. Veja, por exemplo, o que fez Nosso Senhor Jesus Cristo contra os que profanavam o Templo: "Jesus entrou no templo de Deus, e expulsava todos os que vendiam e com-

pravam no templo; e derrubou as mesas dos banqueiros e as cadeiras dos que vendiam pombas edisse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós fi ze stes dela um covi l de Ladrões "(Mt 21, 13). Catolicismo procura mostrar esses dois aspectos em Deus: o amor ao bem e a recusa do mal. Segu indo o exemplo divino, nossa revista não pode ser parcial. Para elucidar outras dúvidas, estamos à disposição da senhora. Ver também sobre esse tema artigo nas pp. 5,6,7 da presente edição.

Cadáverbras & Cia.

~ Estou lhe escrevendo para dizer o quanto eu admiro a rev ista Catolicismo. Eu a leio com muita atenção e sempre fico ansiosa que chegue o próximo mês para receber o próximo exemplar. Eu gosto muito de saber que tem pessoas honestas como vocês que se preocupam e lutam pelo futuro da humanidade. A ganância pelo dinheiro, pelo poder, está destruindo a raça humana. Por dinheiro matam, roubam, se prostitui, usam até crianças inocentes para obter dinheiro, tudo vale pelo dinheiro .. . Agora estão roubando até os órgãos do próximo! Olha que quando Deus criou o homem, eu acho que nem Ele previu tanta monstruosidade. Nesta última revista Catolicismo, o que mais me impressionou fo i sobre esta lei , que criaram sobre a doação de órgãos. Eu, às vezes, fico meditando e conversando com Deus, no meu silêncio, e fico horrorizada com tudo isso. (L.N.P. -

Urussanga - SC)

Dr. Plinio continua a orientar Catolicismo

~ Parabenizo os responsáveis por Cato licismo pela excelente qualidade com que primam sua publicação. Ela trata assuntos candentes, que são os que devem ser tratados, com uma abordagem e qualidade que convencem e entusiasmam o leitor, atraindo-o para o bom combate da causa católica, jamais se afastando dos ensinamentos perenes da Santa Igreja. Nisso tudo, vejo a continuação da obra monumental de Dr. Plinio Corrêa de Oliveira que do Céu, com toda a certeza, continua a orientar Catolicismo. Não vejo, nesses tempos, outro monumento, outro faro l, outro estandarte, como o conjunto de instituições fundadas pelo Dr. Plín io, entre os quais se situa Catolicismo. Dessa colocação dou testemunho em todas minhas conversas, em todas as minhas ações. Percebo que as pessoas retas olham essa obra com admiração, enquanto as dopoder das trevas vêem-na com ódio. (A.A.L. -

São Paulo - SP)

Lágrimas de emoção e de alegria

~ Recebi hoje o 2° número da revista Catolicismo. Mais uma vez a emoção tomou conta de mim e não pude conter as lágrimas. Foram lágrimas de emoção e de alegria. Esta revista era tudo que eu precisava para os meus momentos de meditação e lazer. Obrigada para a equipe que trabalha para nos presentear todos os meses com esta maravilha. Que De us os proteja agora e sempre. (G.A. -

Cons. Lafaiete - MG)

Vera Cruz, S. Paulo, 1987, pp. 20-21 ).

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Os

estudantes rebelados em face dos

policiais no Quartier latin, no início da série de conturbações que teriam curso durante todo o mês de maio de 1968

Ledo engano. Os estudantes da Sorbonne e de Nanterre hav iam engendrado nova forma de revolucionários, que levaram a cabo o fim que tinham em vista: o poder político ficava nas mãos do velhos, enquanto os jovens anarquistas começavam a mudar a maneira de ser e de viver! Maio de 68 virou a soci edade como se vira um a mesa: tudo foi pelos ares. Ferida de morte na sua célul a-mãe, a fa míli a, e subvertida e m sua finalid ade última, a soc iedade está agoni zando. A a náli se rac io nal da realid ade, apoiada no bom senso, cedeu lugar ao devaneio da sensibilidade exacerbada e à perda da luz da razão. Essa loucura destrutiva pe netrou até nos sagrados recintos da Igreja, como se fosse um a " fu maça de satanás", segundo a própria expressão de Paul o VI.

Anarquistas ontem, burgueses hoje

Maio de 68: o mes em que a mesa virou'' A

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Há 30 anos estourava na Sorbonne a revolução cultural que está pondo abaixo os últimos escombros da civilização Benoit Bemelmans Enviado Especial Fran a

Paris - Quando a Revolução de Maio de l 968 acabou, as aparênc ias enganavam. As barricadas nas ruas de Paris desfeitas, os parale lepípedos de grani to recolocados nas calçadas, os gazes lacrimogêneos da polícia dissipados, os clamores de apoio a de Gau ll e na ave16

e ATOL I e I SMO

nida dos Champs~Elysées evanec idos, as e le ições legi slativas varrendo os esq uerdistas e dando maioria esmagadora à s ituação gaul ista co nse rvadora. Tudo fazia crer que a ordem ant iga tinha vencido e os revo ltosos perdido a parada.

Junho de 19,98

Essa autocelebração da Revolução da Sorbonne constitui um verdadeiro delfrio. Não há e mi ssão de TV em que não apareça Dani el Cohn Bendit, líderestudantil e m 68 e hoje deputado euro peu ecologista. Dezenas de livros e álbun s de fotografias invadiram as liv rarias: memórias, análi ses, revelações. Todos os órgãos de imprensa lançaram números especiais comemorat iv os, co m reedições de artigos da época. Mu itos jornais relatando o dia-a-dia dos acontecimentos de 30 anos atrás. A explicação dessefrenesi é simples. A velha ordem burguesa cio pós-guerra já se encontra na lata de lixo da História. Os revolucionários de 68, hoje com mais de cinqüenta anos, estão no poder, na política, na mídia, nas empresas importantes e nas estatais, enquanto suas idéias subversivas vão liquidando com os últimos escombros da civilização. E les organizam assim a celebração de seus delírios de juve ntude.

De meras tendências revolucionárias aos fatos A revolução de Maio de 68 não tinha programa explícito: uma de suas

características era contestar tudo se m propor nada. Era sobretudo um grito de revolta co ntra todos os poderes, co ntra todos os deveres, a favo r de uma pseudoespontaneidade e da manifestação direta das massas. É verdade que os es tudantes rebe lados referiam-se a Marx e ao marxismo, mas a revolução stalinista não gozava de suas preferências. Mao-TseTung era posto em realce por causa da revolução cultural chinesa: invocando esse rótulo, cuj a realidade na China consistiu em massacres de mi lhões de pessoas, os sorbonianos que ri am mudar a vida e passar a impor a toda a sociecla...... '111

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de, nos fatos, uma verdade ira revolução das tendências. O utros guru s fo ram postos na moda e m 68, como o pseudo- fi lósofo teutoamericano Herbert Marcuse. Al ém di sso, as contestáveis teori as freudianas foram invocadas co mo pretexto para a liberação sexual, o hedoni smo, o gozo desenfreado, e també m para combater as estruturas da família e os preceitos da Reli gião. Aliás, fo i a mesma revo lução que deu impulso ao Movimento de Libertação Feminista na França, cuj as ini ciadoras e ram membros de um grupú sculo maoísta, bem como aos vários movi me ntos de reivindi cações dos direitos dos homossex uais, o primeiro deles denominado Frente homossexual de Ação Revolucionária.

liberação dos costumes, destruição da família Essa revo lução destruiu o s istema de e nsino, a famíli a, o casamento. Ela fo i a virada da mesa qu e derrubou a ordem políti ca, socia l e moral vigente no período pós-segunda guerra. Ela suscitou a revolta contra a moral cató lica e até a idéia de casamento mudou radicalmente. Com efeito, nos trinta anos subseqüentes o divórcio se generali zou (hoje na França é mais com um uma O páteo da Universidade da Sorbonne tranforma-se em praça dos insurrectos, atraindo até turistas desejosos de comprar publicações

Daniel Cohn-Bendit, ou Dany-o-Vermelho, um dos principais líderes da agitação e homem-símbolo da Revolução Sorboniana: olhos ferozes, sorriso sarcástico

criança ter os pais divorciados cio que casados legitimamente) . Também passaram a ter li vre curso a contracepção, o aborto, a eutanás ia e o homossexuali smo, fa ltando "apenas" a lega li zação do "casamento" homossex ual. Um dos frutos podres dessa revolu ção é o deses pero e sua co nseq üência, o suicíd io, que se torna cada vez mais freq üente . Maio de 68 foi a insurreição in solente de uma geração que co meço u a lançar os para lelepípedos vestin do terno e usando ainda cabelo curto , antes de inventar a liberação cios costumes, a vo lta à natureza, o pacifismo, os cabelos longos e suj os, os concertos de rock, a vida em comunidades alternativas, o uso habitu al de drogas.

Sorbonne nas tendências, nas idéias, nos fatos O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, e m sua magna obra Revolução e Contra-Revolução, descreve, com IO anos de antecedência, o que seria o papel da rebelião da Sorbonne e dos 30 anos que se segui ram, no contexto da grande crise do homem ocide ntal e cristão: "A primeira [profundidade da Revolução], isto é, a mais profunda,

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consiste em uma crise nas tendênci;\, ' as. Essas tendências desordenadas, que por sua própria rfatureza lutam por realizar-se, já não se conformando com toda uma ordem de coisas que lhes é contrária, começam por modificar as mentalidades, os modos de ser, as expressões artísticas e os costumes, sem desde logo tocar. de modo direto - habitualmente pelo menos - nas idéias. "Dessas camadas profundas, a crise passa para o terreno ideológico. ... . Assim, inspiradas pelo desregramento das tendências profundas, doutrinas novas eclodem. Elas procuram por vezes, de início, um modus vivendi com as antigas, e se exprimem de maneira a manter com estas um simulacro de harmonia que habitualmente não tarda em se romper em luta declarada. "Essa transformação das idéias estende-se, por sua vez, ao terreno dos fatos, onde passa a operar, por meios cruentos ou incruentos, a transformação das instituições, das leis e dos costumes, tanto na esfera religiosa quanto na sociedade temporal. É uma terceira crise, já toda ela na ordem dos fatos." (Op. cit., Parte I, cap. V).

Crise mundial e castigo divino A Sorbonne tornou-se o símbolo da revolta de 68. Porém, essa explosão não ocorreu só em Paris e na França. Houve manifestações estudantis também no México e nas universidades da Califórnia. Os Estados Unidos, forçados pela pressão interna a abrir negociações com os comunistas vietnamitas, perderam a vontade de ganhar-lhes a guerra. Em Praga, a revolta contra o sistema soviético não foi outra coisa senão a prefigura da queda do muro de Berlim. Os otimistas pensaram no fim do perigo vermelho, sem entender essa metamorfose do comunismo: a destruição do Estado e do partido como condição prévia para destruir a sociedade. A geração dos 20 anos, em 68, cresceu em idade nas décadas do progresso material triunfante e da euforia: conquista do Cosmos, aumento do poder aquisitivo e férias pagas, progresso na 18

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São Luís: epopéia, tradição e requinte CARLOS SODRÉ LANNA

Culinária francesa: igualmente vítima da Revolução Sorboniana Couve recheada, exemplo de prato da Nouvelle cuisine reflexo de Maio de 68 na culinária francesa, tradicionalmente quintessenciada

medicina, desenvolvimento da televisão e da informática. Essa geração, em todo o mundo ocidental, estava convicta de que a revolta só podia trazer o sucesso, que a utopia estava ao alcance da mão. Em trinta anos, a geração de 68 obteve a vitória: o mundo mudou completamente e parece que definitivamente. Terá encontrado a felicidade? Não! A mesa virada em 68 não foi recolocada de pé. O mundo ocidental, mergulhado numa crise multiforme crescente, parece prestes a soçobrar. As nações européias se suicidam, na medida em que abandonam suas soberanias para realizar a utopia da Europa unida. A família tende a desaparecer como instituição, a prática religiosa declina . sensivelmente e o clero diminui assustadoramente. O fanatismo islâmico constitui ameaça crescente para o Ocidente decadente, como outrora os bárbaros o foram para o Império romano. Diante desse auge de mal e de pecado, a Justiça divina não poderá deixar de intervir a seu tempo. Serão castigos purificadores. ♦

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arte culinária francesa também não escapou da ação desagregadora exercida pela revolução de 1968. O movimento denominado Nouvelle cuisine, aparentemente derrotado e rejeitado, acabou influenciando a fundo a confecção de muitos pratos. A imag inação desregrada tomou conta também da panela. A chamada cozinha burguesa, com seus sabores ricos e fortes dos pratos franceses tradicionais foi posta de lado. O exotismo culinário foi inspirar-se no Tibete, nos legumes microscópicos cozidos no vapor, no peixe sanguinolento, nos molhos à base de água e de vento. A revolução cultural de 1968 cortou a culinária do contato com o mundo real. Os alimentos deixaram de ter a aparência de saborosos para ter o sabor da aparência. A moda imposta foi a de denegrir a tradição. Para isso, verdadeiros analfabetos em matéria de cozinha impuseram seus delírios, baseados numa culinária mundialista sem alma, sem princípios, sem personalidade, apontando para o nada e o vazio, incapaz de elevar o ser humano. Brasileiro! Após uma experiência da neo-comida francesa pós68, desintoxica-te urgentemente com uma boa feijoada, com uma moqueca de camarão ou um vatapá. É o conselho amigo de um francês, bom conhecedor do Brasil...

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m dezembro de 1996, São Luís, capital do Estado do Maranhão, foi incluída pela UNESCO no grupo de cidades que são patrimônio da humanidade, como já o fora, vários anos atrás, Ouro Preto - o imponente conjunto arquitetônico colonial, outrora denominado Vila Rica, antiga capital da Província de Minas Gerais. Essa decisão deve facilitar a obtenção de verbas nacionais e internacionais para a restauração de uma relíquia arquitetônica e cultural de nossa história.

* * *

O povoamento do Maranhão foi iniciado em 1612, quando 500 colonos franceses lá chegaram em três navios comandados por Daniel de la Touche. Estabeleceram eles então a chamada "França equinocial" na ilha a que deram o nome de São Luís, hoje capital maranhense. Em 1614 os portugueses reagiram à ocupação, organizando um exército chefiado por Jerônimo de Albuquerque, que venceu e expulsou os franceses na batalha decisiva de Guaxenduba, travada em 19 de novembro daquele ano. Nessa batalha deu-se um fato milagroso, digno de ser realçado no estudo de nossa história pátria. No fragor da luta entre os soldados luso-brasileiros e os invasores franceses, uma Senhora diáfana e radiosa apareceu como por encanto entre as fileiras de nossos ancestrais. À medida que as percorria ia incentivando os combatentes à luta. Quando faltava munição, apanhava areia da praia e a oferecia aos soldados, já transformada em pólvora, para que recarregassem suas armas. Era Nossa Senhora das Vitórias, que dessa maneira revigorava os luso-brasileiros com sua real presença e como verdadeira comandante da batalha. Em vista disso, foi proclamada Padroeira de São Luís. Na derrota em Guaxenduba terminou o domínio francês no Maranhão. Com a expulsão dos franceses, a cidade passou às mãos dos brasileiros, tornando-se importante centro de comércio marítimo. Foi elevada a capital do Estado em 1621. Em 1641 holandeses calvinistas invadiram São Luís a gol• pes de traição, oc01Tendo por toda a parte saques às propriedades, atentados à vida e à honra das familias, bem como sacrilégios praticados contra as igrejas. A reação foi imediata, e a luta prolongou-se até o início de 1644, quando, após intensos com1 - Bairro da Praia Grande - o maior conjunto arquitetônico de origem portuguesa da América Latina; 2 - Visão da cidade de São Luís; 3 - Teatro Artur Azevedo

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bates, os hereges holandeses foram derrotados e expulsos do ten-itório'maranhense.

Influência europé}a O Maranhão, no conjunto do País, é o oitavo Estado e m superfície e o nono em popul ação. Notam-se em seu território aspectos físicos e econôm icos de três regiões brasile iras: Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste. É a terra das pai me i ras, dos buritis, da carnaúba e do babaçu, onde quase não ocorrem secas ou enchentes. São Luís, situ ada na e ntrada da baía de São M!lrcos, é o principal centro de atração turística do Estado. Quase metade da sua área urbana é tombada, sendo conservada e defendida contra alterações pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O fato de ter sido fundada por franceses católicos, constitui motivo de orgulho para os habitantes da cap ital, que invocam sempre com ênfase essa ori gem de sua cidade. São Luís já esteve mais perto do continente europeu que do Rio de Jane iro. Da Europa vinha tudo aq uilo que constituía o req uinte material de suas e lites sociais: pratarias do Oriente, porcelanas francesas, cerâmicas portuguesas, sedas, linho, cas imira ing lesa, etc.

Por outro lado, o brilho da cultura européia - embora já sob a influência das toxinas de doutrinas revo lucionári as anticatólicas - exerceu ponderável influência na capital maranhense. São Luís fo i sempre uma cidade onde se cultivou com esmero a aite literária em seus diversos estilos, como a oratória, a prosa e a poesia, notando-se uma inclinação especial pela aite de falar e de escrever bem. Não é por acaso que figuras relev,mtes de nossas letras durante os séculos XIX e XX tenham nascido naque le Estado. Esse gosto pelas coisas do espírito é uma cai·acterística que vem de longe, tendo suas raízes na secular Universidade de Coimbra, Po1tugal, onde estudai·am, no passado, muitas gerações de mai·anhenses.

Cidade dos azulejos A c idade é sossegada. Não se agita no vai-e-vem de seus habitantes e veícu los. As ruas e praças da cap ital maranhense não perderam ainda o traçado tradicional das anti gas vias com alguns séculos de hi stória. Observa-se ne las reco lhimento e paz, que evocam seu passado hi stórico de req uintes e tradições. A ai·q uitetura da cidade, e m seu conjunto, co nstitui uma j ó ia do estil o colonia l brasileiro. O que mais impressiona em São Luís

Falece em Paris a famosa historiadora Régine Pernoud Régine Pernoud nasceu em 17 de junho ele 1909 em Chateau-Chin on. Desde jovem, teve sua atenção atraída pelos es plendores ela Idade Média, por seus grandes vultos ec lesiásticos e militares, bem como pela condição social de justiça, trnnqüilidacle, hai·monia e elevação então ex istentes. C ursou a conce itu ada École eles Charles. Organi zou o Museu ele Reins e o M useu ele H istóri a cio Arqui vo Nacional. No ano passado, a Academia Fra ncesa concedeu-lhe o prêmio Gobert. Suas pesquisas rigorosas revelaram

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ao público a Idade Média real, desfazendo chavões surrados, destituídos de qualquer base hi stórica, segundo os quais os tempos medievais foram despóticos e obscurantistas. Seu livro A Luz da Idade Média mai·cou época. O público ap laudiu-a, sua vasta obra difundiu-se lai·gamente. Não lhe faltara m obviamente críticas bem orquestradas. Seu espírito de autêntica cru zada em prol ela verdade histórica nunca se deixou intimidar. Adm iradora cio papel civili zador da Santa Igreja, de extrema afabilidade, católica fervorosa, Régine Pernoud 111anteve com a TFP fra ncesa relações ele ami zade, tendo-lhe concedido en-

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são os casai·ões e sobrados construídos há mai s de dois séculos pela chamada nobreza da terra - ricos fazendeiros, donos de engenhos - e por abastados comerciantes, todos em estreito e freqüente contacto com centros europeus. Tais edifícios são ricos em adornos , ostentando grande variedade deprec iosos az ulejos fixado s nas paredes, provenientes de Portugal. Também merecem menção os beirai s de porce lana nas jane las e varandas , obras de artesanato com ricos desenhos. É considerável a variedade desses sobrados, que encantam pelo conjunto de suas linhas sóbrias, no estilo barroco adaptado ao Brasil. São Luís é cidade típica de um Brasil onde se cultivaram dons do espírito, as aites e o bom uso da língua portuguesa. Expressão de um Brasil autêntico, com suas igrejas, conventos, sobrados, mirantes e fontes. Enfim, uma cidade familiarizada com os centros europeus, mas profundamente afi m com as tradições nacionais. ♦

Bibliografia 1. Astul fo Serra, Guia histórico de São Luís do

Maranhão Editora C ivili zação Brasileira, Ri o de Janeiro, 1965. 2. Brasil, Histórias, costumes e le11das , Ed itora Três Llda, São Paul o, 1993. 3. Enciclopédia Delta U11iversal, Editora De lta, Rio de Jane iro, 1990 .

trevista e uma esplêndida conferência sobre a Cavalaria med ieval. Por ocasião do 15° centenári o do Ba ti smo de C lóv is, nosso envi ado especial na França, Nelson Ribeiro Fragelli , obteve da renomada hi storiadora interessante entrevis ta, publi cada na ed ição de set./96 de Catolicismo. Conferencista internac ional, foi muito convidada por universidades de todo o mundo. Falecida no último 22 de abril, convidamos nossos leitores a rezar pelo repouso eterno de sua alma. Acima, à esquerda: capa de Lumiere du Moyen Age (A luz da Idade Média), obra editada em 1944, que realçou documentadamente o flash da Idade Média real, contribuindo para pulverizar o slogan calunioso - Noite de mil anos


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O advogado Secando Pia, primeiro fotógrafo do Santo Sudário

100 anos, cm 1898, um devoto do Santo Sudário, o advogado ita li ano Seco ndo P ia, não imagin ava que um simples e despretensioso gesto se u iri a mudar substanc ialmente a hi stóri a daquela sagrada re líqui a. Se nd o fotógrafo amador, foi e le quem pe la primeira vez fotografou o venerável tecido durante um a expos ição pública, no período de 25 a 28 de maio daquele ano. Q ua l não fo i s ua s urpresa ao constatar, quando revelou o filme , ter aparecido no negativo a figura de Nosso Se nh or Jesus Cristo, imperceptíve l na observação direta do pano. D iante desse acontecimento, o Santo Sudário saiu do quase anon imato, a que estava reduzido, para a glória. A descoberta foi considerada como "a revelação de .fim de século", reacendendo o antigo fervor na devoção ao Sagrado Linho . Esta devoção, até então apenas popular, passou a ser um verdadeiro desa-

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fio à c iênc ia . Pesquisadores dos mais diversos países acorreram a Turim e debruçaram-se sobre o misterioso lençol para tentar decifrar o seu e ni gma. Afinal, qual a origem daquele tecido? O que ele representava? Como foi estampada aq ue la figura na foto? Para a piedade cató li ca, porém, não havia dúvidas. Aq ue la imagem impressa no negativo era a prova mais evide nte da Pa ixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. E por isso a relíquia era d igna de toda veneração.

Médico católico demonstra: ·é Nosso Senhor Jesus Cristo O primeiro estudo sobre o Sudário que se tornou público foi a aná li se médico-científica fe ita pelo Dr. Pierre Barbet, em 1932. As concl usões, descritas no livro A paixão de Cristo segundo o cirurgião (Ed. Loyo la, São Paul o, J 976), foram impressionantes: • na face havia sinais de contusões,

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o nari z estava fraturado e a cartil agem descolada do osso; • no corpo foram contados 120 sinais de golpes de açoite, produzidos por dois flage ladores, um de cada lado da vítima; • o fl age lo utili zado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas o u três corre ias de couro, termina ndo em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo co m duas bo las nas extre midades; • duas c hagas marcavam o o mbro direito e o o mop lata esquerdo; • o pe ito muito sa li e nte denotava a terríve l asfi x ia s upo rtada durante a agonia; • os pulsos apa rec iam perfurados, tendo o prego perfurante sec ionado em parte o nervo med iano, fazendo contrair o polegar para dentro da palma da mão; • pela curvatura das pernas e as perfurações nos p6s, tem-se a nítida impressão de que o esquerdo fo i sobreposto ao direito e presos ao madeiro por um único prego; • os dois joe l hos estavam chagados; • havia um sina l ele sangramento, produz ido por grande ferida, no lado direito do tórax; • por fim, havia 50 perfurações na fronte, cabeça e nuca, compatíveis com uma coroação ele espinhos ... Não hav ia mais dúvidas! Era uma constatação c ientífica, totalmente coerente com a descrição evangé lica ela Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tratava-se realmente do Santo Sudári o que envo lvera o corpo do 1

Como São Tomé, a ciência "meteu a mão no lado" do Sudário Mas os céticos, ate us e materiali stas não podiam concordar. Não teriam sido aque les sin ais sobre o pano pintados por alg um háb il fa lsifi cador para que os homens cressem tratar-se ele Jes us C ri sto? A Santa Igreja não teme a c iênci a. Pe lo contrário, abre possibilidades para que e la , usa ndo seus métodos ele pesquisa e análi se, diga o que lhe compete para comp rovar a veracidade de um fato ou a autenti cidade de um obj eto. Ass im como São Tomé só acred itou na Ressurreição de Nosso Senhor quando meteu o dedo no lugar dos cravos e a mão na chaga aberta pe la lança, o mesmo aco nteceu com a c iê ncia a propós ito do Santo Sudário. Partindo da hipótese de que poderia ser uma fa lsidade, os c ienti stas oc uparam-se em estud á-lo. E a cada progresso nas pesquisas , novas marav ilh as foram sendo descobertas. Em 1959 foi fundado o Cen tro In ternacional de Sindonologia em Turim. Nos Estados Un idos, formou-se um grupo de investigação denominado Proj eto de Pesquisa do Sudário de Turim (STURP) . E m 1978 uma eq uipe de c ie ntistas desse grupo efetuo u um a série de exames num total de 120 horas. 2 Dentre os vários testes aplicados, cumpre destacar fotos e microscopia e letrôn ica, raio-X, espectroscopia , fluorescênc ia ultravioleta, termografia e aná li ses químicas. 3 Os res ultados dos exames laboratoriais demonstraram que o desenho que aparec ia no pano não poderia ter sido feito por mãos humanas e que não se tratava de uma pintura. As manchas de sangue marcaram o tecido de modo diverso do que seriam

as produzidas por um cadáver comum. Quando a impressão se produziu , tudo leva a crer que o tec ido não es tava co mprimido pe la pressão do corpo. Tratava-se rea lmente de sangue humano, de tipo sangüíneo AB. ·1 Um crimino log ista e botânico suíço, Max Fre i, identifico u célu las de pólen de quarenta e nove plantas d iferentes presentes no tecido, sendo algumas delas europé ias e tr in ta e três ori gin ári as da Pa lestina e da Turquia. Este fato confirma o percurso cio Santo S udári o de Jerusa lé m a Turim nos seus vinte sécu los de existênc ia. ' Dois físicos da Força Aérea norteamericana notaram a presença de obj etos c irculares co locados sob re os olhos e levanta ram a hipótese de que fossem moedas. Franc is F il as, professor da Uni versidade Loyo la, de Ch icago, comprovou por análi se de computador que se tratavam realmente de moedas de Pônc io P ilatos, cunhadas entre os anos 29 e 32 de nossa era . Estudos arq ueológ icos em cem itérios judaicos co nfirmam que os judeus no primeiro sécul o costumavam co locar moedas sobre os olhos dos mortos para manter as pá lpebras cerradas.6

Milagrosa impressão tridimensional do tecido Em 1977 fo i descoberta a tridimensiona l idade do Santo S udário pelo gru po de c ie nti stas do STURP Dois oficiais da Força Aérea no rteamericana, Jo hn Jac kso n e Eric Jumper, anal isando o Sudário perceberam que a figura foi im pressa ele man e ira tridimensional, de ta l forma que é possíve l co nhecer a d istâ nc ia e ntre o tec ido e as d iversas partes do co rpo de Nosso Senh or, o que não aco ntece numa fotografia co mum. Ass im , partes do corpo que não estiveram e m contato co m o tecido também se achavam m iste ri osamen te impressas na fo tografia ela mortalha 7 • Normalme nte os c ien ti stas só conseg ue m reconst ituir um a im age m tridimens io nal a pa rtir de fotos, quando tiradas de eno rmes distâncias, como as de planetas long ínquos. De tal modo que a distância possa influ enc iar, de mane ira mensurável, a intens idade de luz recebid a ou refl etida pelos objetos. Para a reconstituição da trid imensionalidade, utili za-se um aparelho chamado VP-8. Jackson eJumper tomaram uma simples fotografia do Santo Sudário e a

Após a exposição pública do Santo Sudário em 1978, uma equipe de cientistas norteamericanos efetuou uma série de testes sobre o Sagrado Linho durante 120 horas

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No mês ele outubro daquele ano a equ ipe de Oxford, em conferência no British Musewn, declarou que a análi se do carbono 14 indi cava que o tecido era introduziram no aparelho. Qual não fo i origem medieval , tendo sido produde o seu espanto ao constatar que se constizido entre os anos 1260 e 1390! tuiu uma imagem tridimensional da SaO espanto fo i geral, poi s a ciência 8 grada Face de Nosso Senhor! parecia entrar em contradição com tudo o que ficara demonstrado anteriormenE o carbono 14 falhou ... te. E para abalar ainda mais a convicTudo isso, entretanto, não bastou para ção dos fi é is, houve uma declaração convencer os céticos, positivistas e madesconcertante do mesmo cardeal, em terialistas: Era preciso ainda provar cicomunicado oficial publicado no dia 14 entificamente a idade daquele tecido. O de outubro daquele ano, no "Osservaúnico método possível seria submetê-lo tore Romano": ao chamado teste do carbono 14. "Por interm édio do D1: Tite, do No dia 2 1 de abril de 1988, o ArceBritish Museum, coordenador do probispo de Turim, Cardeal Anastácio j eto ... comun icaram .finalmente em 28 Ba lestrero, com o auxílio do microde setembro de 1988 ao guardião biólogo italiano Giovanni Riggi, cortou pontifício do Santo Sudário os resultauma pequena amostra de 10x70 mm do dos de suas pesquisas. tecido do Sudário, bem distante da fi "Este documento estabelece, com gura central e de qualquer área queima- . uma taxa de co11fiabilidade de 95%, que da ou remendada. Partiu-a em três peo tecido do Sudário tem sua origem quenas amostras e as distribuiu para reentre 1260 e 1390." presentantes de três centros de estudos O que se manifestara tão ev idente - Zurich, Oxford e Arizona - a fim pelas análises anteriores parecia ca ir por de que fossem submetidas à aná li se da exame e da declaraterra depois desse idade, por meio do referido teste. O carção do Cardeal Balestrero. bono 14 existe em todas substâncias orSalvo duas vezes cio fogo, o Santo gânicas e começa a decrescer em quanSudário parecia agora cair no tidade após a morte delas, sendo ass im descrédito em vista daquele possível estabelecer a idade aprox imacomunicado. 9 da cio objeto anali saclo.

Mortalha de Jesus:

bandeira da vitória "José de Arimatéia e Nicodemos, quando compraram aquele tecido, São João e as santas mulheres, quando ajuda ram a envolver Nosso Senhor naquela sagrada morlalha, não imaginariam que aquele sudário; muitos séculos depois, seria um triunfo colossal sobre a impiedade. "E o que parecia o pano da humilhação e da derrota, o pano da tristeza e da do,; o pano do desconcerto, da aflição e do descoroçoamenlo, este pano transformar-se-ia na bandeira da vitória ".*

* Excerto de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, na capital paul ista, em 28-4-84.

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Por que aceitar assim, sem maiores discussões, o resultado apresentado por esses laboratórios? Por que não realizar o utros exames de partes diferentes do tec ido? O Sudário não teria sofrido alterações na quantidade ele carbono 14, por ter sido atingido por doi s incê ndi os, o ele 1532 e outro anterior, cujos vestíg ios podem ser detectados na sagrada mortalha? E a verdade históri ca? Há documentos be m anteriores à Idade Média que atestam a existência cio Sagrado lenço l (ver quadro ela crono log ia do Santo Sudário à p. 26).

Reações enfáticas e. generalizadas ao teste do carbono 14 As reações não se fizeram esperar. Em 1993 o cie nti sta ru sso Dmitri Kouznctsov, entus iasticamente apoiado por John Jackson, um dos líderes elas pesqui sas de 1978 , afirmou que os dados do teste cio carbono 14 estavam errados, em conseqüência cio incêndi o a que esteve exposto o Sudário em 1532. Pois este muito provavelmente teria a lterado a quantidade ele carbono 14 na venerável mortalha. 10

Dr. Leoncio Garza-Yaldes, um pediatra especiali sta em microbiologia e arqueologia, demonstrou que ex istem determinados tipos de bactérias que produzem uma espécie de verniz sobre tec idos, em condições especia is. Ao examinar a reg ião em que foi extraída a amostragem para o exame cio carbono 14, verificou que este fenôme no aii se produziu, o que poderia ter alterado os resu ltados do teste. 11 O utro argumento contra a credibilidade desses resultados é que a parte do tecido utili zada para o teste não seria adeq uada para o mesmo , por estar danificada, segundo depoimento do químico A lan Adler, professor na Wes le rn. Conneclicut Sta/e University . 12 C ientistas que ana li saram os resultados do teste do carbono 14 chegaram à conclusão de que são insustentáveis. Além do mais, recenteme nte o próp ri o Michael Tite, coordenador dos testes c ientíficos e diretor do Museu Britâ nico, reconh ece u em carta diri g ida ao prof. Luigi Gonell a, consultor técnico cio Arcebispado de Turim, que o carbono 14 não oferece prova a lguma a favor de sua tese e confessa que "houve inlenção deliberada de enganar o público" 13 • Esta espantosa notícia foi publicada no Boletim da Agência Informativa Católica Argentina, nº 2084, de 27 de novembro de 1996, e até o momento não foi desmentida. Catolicismo publica nesta ed ição entrevista exc lusiva com o Dr. ArnaudAaron Upinsky (p. 34), autoridade mundial e m estudos do Santo Sudário, na qual reafirma a autenticidade científica da relíquia. Recomendamos com e mpenho a nossos leitores que tomem conhecimento dessa importante matéria.

1997: mais uma vez salvo das chamas Satanás, que tudo fizera para an iqui lar Nosso Senhor durante Sua vida aqui na Terra , não poderia ficar indi -

ferente a tão preciosa re líqui a, prova de S ua Paixão e Morte na Cr uz e , sobretudo, testemunha de S ua g lo ri osa Ressurreição. Foi por isso que, às 23 :25 hs do dia 11 de abri l de 1997, um incêndio, c riminoso o u não, irrompe u na Capela Guarini, contíg ua à Catedra l de Turim. Não fosse o heroísmo e a fé do bombeiro Mario Trematore, podería -

O Cardeal Giovanni Saldarini, Arcebispo de Milão, vendo -se ao fundo a foto tridimensional da imagem frontal do Santo Sudário

mos ter perdido para sempre uma das mai s prec iosas relíquias da Cristandade . Como ele mesmo declarou, "senti algo dentro de mim, qualquer coisa superior que me gu iava" (ver Catolicismo nº 558, junho de 1997, p.23 , art igo Deus me deu forças para salvar o Santo Sudário). 14

O apelo do Rede(ltor Depois dessa análise sintética, circunscrita aos limites do presente arti go, ainda uma consideração - esta de caráter reli g ioso - sobre a matéria. Comemora-se neste ano o centenário de um dos principai s ep isód io s da história do sagrado tecido: a foto-

grafia de Secondo Pia . Se a Providênc ia permitiu es te fato, mediante o qual o Sa lv ador se revelou de forma tão clara à hum an id ade, não foi e le uma derradeira tentativa para impedir que , nos cem anos seguintes, o mundo descambasse até o grau de abjeção que at in g iu hoje? A Provid ê ncia , se mpre bondo sa, certamente qui s le mbrar à humanidade o seguinte: há 1900 anos o Homem -Deus a amara tanto que ace itara sofrer por e la as piores ignomínias , inclusive com o sacrifício da própria vida. Não seria então para lembrar sua Pa ixão e Morte na Cruz, que Ele consentira em reve lar-se aos home ns por meio da fotografia de Seconclo Pia? Se a humanidade tive sse atendido àq uele pungente apelo, o mundo não estaria na lamentável situação em que se encontra, um sécu lo depois , nesta virada de milê nio. E tal ape lo era semelhante ao que, muito antes ela vinda de Nosso Senhor, o Profeta Jeremias co locara na boca do Messias: "Ó Vós rodos qu e passais pelo carninho, alendei e vede se há dor sem.elhan.te à minha dor!" (Jer., l Lam., 12).

Notas 1. Cf'r. Beno1L Yvcs Michael Bemelmans, O Sa nto Sudário de Ti1ri111 , 1esten111nho da Paixão, Morte e Res.rnrreição de Nosso Senhor, in Catolicismo abri I de 1988. 2. Si11do11e 98 - Suplemento de "Avvenire", Milão, 6 de março de 1998. 3. Idem, ibidem. 4. Idem, ibidem. 5. Idem, ibidem. 6. Idem, ibidem. 7. C ír. BenoiLYves Michael Bemelmans, arl. ciL., i n Catolicismo ab ri I de 1988. 8. Idem. ibidem. 9. Cfr. David va n Biema, " Science and the Shroucf' , in " Time" , 20-4- 1998 . 10. Idem, ibidem. 11. Idem, ibidem. 12. Idem, ibidem. 13. Cfr. Cientista confessa fraude contra Santo Sudário, in Catolicismo, abri l/ 1997). 14. Cfr. Bombeiro que salvou o Sa nto Sudário, entrevistado por Cat oli cismo in Catolicismo, novembro de 1997.

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Socialismo requentado

Aproveitando fase de prestígio, o trabalhista Tony Blair, primeiro-ministro britânico propôs uma Terceira Via que, na prática,

T ony Blair, primeiro-mi-

A cronologia do Santo Sudário*

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554 - Especialistas identificam a "imagem de Edessa"

1939 - o Santo Sudário é transferido para a Abadia de

(atual Urfa na Turqu ia) com o Santo Sudário. 944 - O Sudário de Edessa é transferido para Constantinopla. 1147 - Luís VII , Rei de França, venera o Sagrado Tecido em Constantinopla. 1204 - Muitas relíquias foram saqueadas durante a ocupação de Constantinopla pelos participantes da quarta cruzada.Perde-se o paradeiro do Santo Síndone. 1353 - O Santo Sudário reaparece na posse do Conde Gofredo de Charny, em Lirey (França). A partir de então a história do Santo Sudário é documentada com precisão. 1453 - Margarida de Charny cede o Santo Sudário ao Duque Luigi de Saboia, que o leva para Chambéry. 1506 - O Papa Julio 11 abençoa o Santo Sudário e autoriza seu culto. 1532 - (4 de dezembro): incêndio na sacristia da capela depositária do Santo Sudário. Uma gota de prata derretida queima um dos ângu los do tecido dobrado. 1534 - (15 de abril - 2 de maio): as religiosas Clarissas de Chambéry aplicam remendos triangulares, visíveis ainda hoje. 1578 - O Sagrado Tecido é transferido para Turim pelo Duque da Saboia, Emanuele Filiberto, por ocasião da peregrinação de São Carlos Borromeu para venerar a relíquia. 1694 - (1 º de junho) : o Santo Sudário é depositado na capela projetada pelo arquiteto Guarini. 1898 - (25-28 de maio): o Santo Sudário é fotografado, pela primeira vez, por Secondo Pia.

Montevergine, a fim de ser proteg ido da destruição, por ocasião da Segunda Guerra Mundial. 1946 - O Santo Sudário é transferido para a capela Guarini, em Turim. 1969 - (16-18 de junho) o Cardeal Michele Pellegrino nomeia comissão para examinar o Santo Sudário. 1973 - (23 de novembro): o Santo Sudário é exposto pela primeira vez através da televisão. 1978 - (26 de agosto - 8 de outubro): 44 especialistas foram autorizados a fazer pesquisas diretamente sobre o tecido por um período total de 124 horas. 1983 - (18 de março): o Rei Umberto de Saboia transfere a propriedade do Santo Sudário para a Santa Sé. 1988 - O Santo Sudário é submetido ao teste do carbono 14. 1992 - (7 de setembro): comissão de especialistas estuda metodologia correta para a conservação do Santo Sudário. 1993 - (24 de fevereiro): o Santo Sudário é transferido temporariamente para o altar principal da Catedral de Turim , devido ao trabalho de restauração da Capela Guarini. 1995 - (5 de setembro): o Cardeal Giovani Saldarini, Arcebispo de Turim e guardião do Sagrado Lençol, anuncia as próximas exposições da relíquia, em 1998 e no ano 2.000. 1997 - (12 de abril): incêndio devasta a Capela Guarini, mas o Santo Sudário é salvo sem sofrer dano.

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Progetto S. Sindone - Cattedra di lnformatica, (www.sda.un ito.iV ned/sindone/sindhome.htm) , La cronologia dei/a S. Sindone.

nistro da Inglaterra, vive um momento de popularidade. Está co m a mesma aura de prestígio que cerco u Felipe Gonzalez, quando este assumi u o Governo espa nh o l em 1982. O que Felipe Gonza lez foi para o início dos anos 80, Tony Blair é para o fim dos anos 90. Tem propostas coruscantes e indeterminadas, é loquaz, apresenta-se bem apessoado e com fam ília simpática, manifesta-se descrente dos velhos slogans do coletivismo soc iali sta. Ele aproveitou-se da maré a seu favor para pôr em circulação uma idéia aliciante, ainda que imprecisa. Para ele, urna perspectiva excitante que oferece grandes esperanças: quer urna nova Internacional que eng lobe partidos de centro-esquerda de fisionomia renovad a. Chama a isso de Terceira Via, um espaço entre a velha esquerda e a nova direita . Gostaria de ter como companheiros da empreitada os Presidentes Bill Clinton e Fernando Hen rique Cardoso. O primeiro mandatário brasileiro não se manifestou muito entusiasmado com a iniciativa. Foi evas ivo. Comentou que as vias são várias. Não apenas três ... Tony Blair pretende uma ofensiva ideológica contra o liberalismo, para reparar os danos que a desmoralização do coletivismo estata l e do BemEstar Social sofreram nos últimos anos, quando o socialismo, para atrair e ser factível , recorreu às receitas de seus antigos adversários: diminuição do

não passa de um socialismo requentado

pape] do Estado, privati zação, reforço da propriedade privada e da livre ini ciativa, mercado livre. Suas propostas são vagas. Advoga urna união dos valores históricos da esquerda com economia de mercado e coesão social. Quer redes sociais e

comunitárias fortes. O que incumbi a antes ao Poder Púb lico no socia l ismo estatal caberia agora às tais redes . Darão co nta do recado? Não darão. Só urna soc iedade fortemente baseada na famíl ia teria condições de assumir tarefas de segurança, proteção e educação, hoje cuidadas - mal e in suficientemente - pelo Estado. E isso se a família estivesse em seu estado de normalidade, morali zada e protegida pelas leis. Ora, a proposta neo-socialista neste ponto vai em rumo oposto. É perrnissivista, pretende legalizar costumes que agridem, desagregam e destroem a instituição familiar. Torna inviável uma sociedade que possa cuidar efetivamente dos seus problemas. É utópica. Na prática, o que estamos vendo nada mais é do que um soc iali smo requ entado. Traz em si os germes que causaram o fracasso das incontáveis experiências socialistas anteriores. Mas os socialistas de todos os matizes não aprendem. Não gostam da realidaqe, apesar de serem agredidos por ela ...

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São Bonifácio, monge inglês e grande Apóstolo da Alemanha Com zelo e energia surpreendentes esse missionário ímpar implantou o cristianismo em

terras germânicas, civilizando-as; coroou sua gesta apostólica com a efusão do próprio sangue HÉLIO V IANA

Foino ano de 680, na localidade de Kirton, no re ino ang lo-saxão de Wessex, que ve io ao mund o Winfrid , o futuro Bo ni fác io. S ua fa míli a brilh ava pe la Fé .e pe la pos ição , soc ia l. Com apenas c inco anos, Winfrid j á suplicava , ao pai que o deixasse abraçar a vida monásti ca. ~ Este, após re petidas instânc ias e não poucas hesitações, fin alme nte cedeu. 1 Winfrid tinha então sete anos e se dirigiu à Abadia de Exeter, onde inic io u seus estudos sob a condu ta do santo abade Wo lphard . A lgun s anos depois e le os prosseguiu na Abadi a de Nursling, Diocese de Winc hester. Nessas duas abadias sua alma se desabrochou. Em Nursling, seus rápidos progressos nas c iênc ias literári as e levaram-no em pouco tempo à situação de professor. Nessa ocasião co mpôs uma gramáti ca latina, que ainda ex iste. Aos 30 anos recebeu a ordenação sacerdota l e po uco de pois, e m decor rênc ia de um sínodo do qual parti ciparam o rei ln a e o Clero, fo i envi ado num a embaixada junto ao Arcebispo de Cantenbury, que deveri a aprovar as deci sões daque le sínodo. Ele se houve co m tanta habilidade e prudênc ia nessa negociação, que a partir daí passou a ser convidado a participar de todos os sínodos. Mas Win frid não se interessava apenas pe la c iênc ia profana ou por tais embaixadas . Sem intuito de vã erudição, entrego u-se ao estudo da Sagrada Escri tura, atraído pe la sua beleza. E logo começo u a ensiná- la aos que

o cercavam; até mesmo de conventos di stantes aco rri a m monges a fim de ouvi -lo. Naquela alma começava a nascer o futuro mi ss io nári o, qu e só pe nsava em fu gir das honras e da própri a pátri a, para ir levar a lu z da Fé aos deserdados pagãos . •••=--• Em 71 6 partiu para a Al e1nanha, terra de seus antepassados, co m três companhe iros de Nurs ling. Chegaram a Utrecht, capital de Friesland, então compartilhada pe los Países Baixos e a Alemanh a, e que atraía espec ialmente o apóstolo por se mostrar mais refratári a ao Evange lho. Seu rei, Radbod, era grande perseguidor da Fé católi ca. A li ha vi a es tado rap ida me nte Sa nto Amand e Sa nto Elói. Mais tarde torno u- e seara de São Willibrord , ~ B ispo, que após a morte de Pepi no de Heri stal, em 714, teve ele se reti rar para a Abad ia de Echternach dev ido à fe rocidade dos habitantes. Winfrid tampo uco pôde se estabelece r na reg ião e logo reg resso u a N ursling, de onde esteve a ponto de nunca ma is sair, pois com a morte do ve lho abade Winbrecht, foi designado por unanimidade para lhe suceder. Entretanto, ingentes instânc ias suas e do B ispo de Wincheste r obtiveram que fosse e leito um outro candidato. Novamente liv re e munido de cartas de seu amigo, o Bispo Dani el, partiu para Ro ma no outo no de 7 18. Fo i patern a lme nte aco lhid o pe lo Papa Gregório TI, que lhe concedeu, na

primavera ele 7 19, uma carta de investidura câ nones dos Concíli os e cartas de recomendapara preg ar a Fé aos id ó la tras ela ção, especi a lme nte a Carl os Marte!. O DuGermânia. Recomendou-lhe que sequ e dos francos di spensou-lhe boa acogui sse as regras da liturgia romana lhida e deu-lhe um sa lvo-conduto. para a administração dos sacramenA proteção do Duque, mas sobretudo a mi ssão co ncedida por Roma e tos, consultando a Santa Sé nos cao caráter episcopal de que se ac hava sos difíceis. E mudou-lhe o nome de Winfrid para Bonifác io. doravante reves tido g ranj earam-lhe Devido à situação co nfusa da novo prestígio aos olhos do germaGermâni a, o Papa não hav ia denos. E o Santo não perdeu tempo. A popul ação de Hesse tomava por signado ao zelo do novo mi ss iodivindade o carvalho sagrado de Thor, nári o nenhuma província espena monta nh a de G ud e nberg, e m cífi ca.. Após vis itar a Bavie ra e a Turíng ia, a esco lha de Geisma.r. Bonifác io decidiu ir com a lBonifác io recaiu novamente guns companheiros a.batê- lo. Apenas sobre Fries land , que acabava iniciada a tarefa, a árvore veio abaide se r reco nqui sta da pe los xo, como se ti vesse sido atingida por fr a ncos e pa ra o nd e ha vi a um vento impetuoso. Os pagãos vireto rnado o Bispo Willibrord , ram nisso um julgamento de Deus. E di ante da impotência dos ídolos seu compatri ota. em se defenderem, passaram em Es te, j á ve lho, viu co m grande número para a Fé cri stã. O alegri a a chegada do jovem mi ss ion á rio , e qui s logo Bispo serviu-se da made ira para São Bonifácio como missionário torn á- lo seu coadjutor e suedificar, no local, uma cape la em - Relevo de Albermann em Eichsfeld cessor. Contudo, ma is preohonra de São Pedro. Ao ca bo de um a no, B o nifác io jul go u a e va ncupa.do co m o trabalho do q ue com honrari as, Bonifác io ge li zação e m Hesse sufi c ie nteme nte ava nça.da para qu e dec idiu , após três anos de labuta e de experi ênc ias fec unpu desse des locar-se à Turín g ia, o nd e pe rm aneceria du das, ir levar a Fé a regiões mais necess itadas . rante sete a.nos (7 24 a 73 1). Atração pelas tarefas árduas A li , e mbora j á ti vesse hav ido pregação cató li ca, a vida Partiu ass im para interior da Alemanh a. reli giosa encontrava-se extremamente langorosa, com o Foi e m Hesse que decidiu lançar inic ialme nte a rede. C lero ig norante ou re laxa.do. O terri tório de pe ndia. dos francos e j á hav ia sido visitado B o nifác io dec idiu e ntão fund ar o Moste iro de São por mi ss ionári os irl andeses como Santo K ili on, mas perMi guel de Ohrdruff, perto de Goth a, que viria a ser uma manec ia profunda mente pagão. Bo ni fác io inic iou um a fo rtaleza do cri stiani smo. Para povoá-lo, e a fim de obter evangelização metód ica estabe lece ndo em A moenburg a auxiliares para sua obra, a.pe lou a seus amigos ingleses, primeira fund ação monásti ca. ho me ns e mulhe res. Estes, vendo o ardor que animava. o mi ss ionári o, a.co rreram logo e em grande número. Desejoso de levar ao conhecimento do Sumo Pontífice seus primeiros resultados, Gregório II convidou-o a voltar a Roma. Para a consolidação dessa empresa muito contribufra.m os O Papa tinha a intenção de e levá- lo à dignidade ep iscoirlandeses, tanto pela sua generosidade quanto por seu santo pal, mas antes queri a interrogá-lo para certificar-se de sua exemplo e zelo apostólico, havendo fundado vários mosteiros. doutrina. Boni fác io enviou-lhe então, por escri to, uma proRecebe apoio dos grandes; fi ssão de Fé. Foi somente aí que Gregório II reve lou-lhe o autonomia preservada . projeto de torná-lo B ispo. E Boni fác io, que havi a recusado Bonifácio e os seus introduziram um método mi ssionário aná logo desej o de São Willibrord, não ousou res istir a.o especial, que consistia. em procurar o apoio dos reis e dos Ro ma.no Pontífice: fo i sagrado em 30 de novembro de 722. grandes, sem co ntudo a eles se e nfe udar. Para apoi ar o Tornou-se B ispo, não de uma diocese partic ul ar, mas dependente diretamente da Santa Sé. Nessas c ircu nstânc iapostolado e manter os resultados, apelavam a.os mosteiros . as, presto u ju ramento de persistir na pureza da santa Fé Assim, em Hesse houve fundações nas cidades de Amoenburg católica, na unidade da Igrej a uni versal e na fide li dade a.o e de Fritzla.r; na Turíngia, em Orhdruff para homens, e em Vigári o de Cri sto. O Papa enviou-lhe uma coletânea dos Ki tzingen, Ochsenfurt e Bischoffsheim para mulheres.

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Esses mosteiros na realidade eram verdadeiras escolas de civilização, ensinando a agricultura, as artes e sobretudo a Fé cristã. A última correspondência enviada por Gregório [I a Boni_fác io que nunca deixou de colocar o Papa a par de tudo quanto fazia - precedeu de pouco a morte do Pontífice, ocorrida em 11 de fevereiro de 731. Sucedeu- lh e Gregório III, a quem Boni fác io ap ressou-se em fe1icitar e informar a respeito de seus trabalhos. Em resposta , o novo Papa nomeou -o Arcebispo e conferiu-lhe o pálio. Faltava agora prover de Bispos as diferentes províncias alemãs evangelizadas por Bonifácio, que velaria sobre o conjunto e atenderia a seus interesses. Permaneceu por isso sem sede fixa. A província que desde logo atraiu seu zelo foi a Baviera. Evangelizada por São Ruperto e São Corbiniano, ela ainda se mantinha sem qualquer organização hierárquica e abrangia boa parte da Áustria, sendo uma das maiores regiões da A lemanha. São Bonifácio permaneceu naquela província durante quase nove anos (732 a 741), sendo es a fase de sua vida entremeada por uma estada em Roma de cerca um ano (738739), quando foi manifestar ao Sumo Pontífice sua veneração e submissão, conferir com ele sua atuação e externar o peso das preocupações e sofrimentos que o acabrunhavam. Chegou à Cidade Eterna com vários companheiros, viu o Sucessor de Pedro, assistiu a um Concílio e regressou consolado, encorajado, esclarecido e carregado de relíquias para suas novas fundações. Além disso, conquistou dois irmãos, igualmente ingleses: Wunnibald, que fora em peregrinação a Roma e ali se tornara monge ; e através dele Willibald, que estendera sua viagem até Jerusalém e depois juntou-se ao irmão na Alemanha, onde São Bonifácio mais tarde o faria Bispo. Regressou à Baviera para retomar a evangelização e provê-la de dioceses , estabelecendo-as em Salzburg,

Catedral de Mainz. São Bonifácio foi nomeado Arcebispo dessa cidade.

Freysing, Regensburg e Passau. Uma vez dotada de organ ização regular e expu lsos os elementos de desordem, a Fé retomou novo vigor. Isso feito, voltou São Bonifácio a Hesse e à Turíngia. Na Turíngia meridional ou Francônia, nosso Santo criou uma diocese em Wurzburg. Para unir essas terras aos domínios da Baviera, criou outra sede episcopal, desta vez em Eichstadt, da qual fi cou sendo bispo o já citado Willibald, e onde foram logo fundados dois mosteiros. Desse modo, decorridos cerca de vinte anos, São Bonifácio havi a edificado uma vasta e sólida cristandade nos territórios submissos aos francos. Mas ainda restava coroar essa obra. Já se viu o amor que São Bonifácio tinha pelos mosteiros e a importância que lhes atribuía, a ponto de cada diocese possuir um ou vários . E de há muito nutria o desejo de ver um implantado no centro da Alemanha, que lhe servisse ao mesmo tempo de lugar de repouso e quartel-general. Encarregou então Sturmi, um jovem monge, de descobrir nas florestas de Hesse e da Turíngia um local bastante amplo, e ao mesmo tempo rico e bem protegido, para nele receber um considerável número de monges e missionários. A procura foi longa e penosa, mas finalmente Sturm i encontrou, no coração da floresta, um homem que lhe indicou o local sonhado. Sturmi já havia visto esse local, mas não soube avali ar sua aptidão para a finalidade visada. Uma verificação mais atenta convenceu-o, e após abençoar o lugar, voltou radiante para avisar São Bonifácio. Este pediu em seguida ao rei Carlomano a cessão desse terreno, em Fulda, e puseram mãos à obra.

A constituição do Mosteiro de Fulda No dia 12 de janeiro de 744, Sturmi e sete outros monges tomaram posse do lugar. Todos os anos São Bonifácio

a li se dirigia, para repouso e reco lhimento, bem como para instruir aq ue les jovens nas tradições monásticas. O Mo teiro de Fulda transformou-se na base sólida para a evangelização da Alemanha, e contava, à morte de São Bonifácio, com 400 monges. Para a realização da importante tarefa que tinha em vista reali zar através dela, obteve do Papa Zacarias imunidade pontifíc ia, o primeiro privi lég io do gênero conhecido na História. Mas o zelo do Apóstolo da Alemanha ia mai s longe. Com a morte de Carlos Martel, em 741, o reino franco foi dividido e ntre seus filhos Pepino e Carlomano. Este último, íntimo amigo de São Bonifácio, terminaria seus dias como monge, na Abadia de Monte Cassino, na Itáli a . Mas como herdou a A ustrás ia, dele dependeria doravante São Bonifácio. Ambos decidiram então eliminar muitos abusos de leigos desejosos de deter os benefícios e as honras na Igreja - que haviam receb ido em recompensa por serviços prestados a Carlos Martel - , substitu indo-os por pessoas santas que de fato os mereciam. E ao mesmo tempo proceder a uma reforma na disciplin a dos monges ce ltas, muito independentes em relação à Hierarqui a.

Enérgico reformador da disciplina eclesiástica Em 742, com o consentimento do Papa Zacarias, decidiu São Bonifácio convocar Concíl ios a fim de empreender a reforma da disciplina eclesiástica. Pepino também quis para si algo de análogo, e assim foi realizado um Concílio em Soissons (743), para os seus Estados, e no ano seguinte outro, geral, com a presença de todos os B ispos francos. Sem esses Concílios o belo período de prosperidade da época carolíngia não teria ex istido. E o mérito por quase tudo isso se deve a quem os dirigiu, ou seja, a São Bonifácio. Eis algumas das medidas tomadas: estre itar os laços dos padres com se us Bispos e destes com se us Arcebispos; destituir os Prelados indignos e subst ituí-los por Bispos sa ntos (entre os quais convém citar Santo Crodegang, Bispo de Metz, que trabalhou eficazmente na reforma do Clero e na institui ção dos cônegos regulares) ; impor aos nobres a devolução dos bens eclesiásticos por eles confiscados. Em 747 foi convocado um Concílio para sancionar as deliberações dos anteriores. Todos os Bispos presentes assinaram uma profissão de Fé, a qual foi depositada no trono de São Pedro antes de ser entregue ao Papa, para marcar a união da Igreja franca e sua submissão ao Vigário de Cristo. Os cuidados que prodigalizou à Igreja franca não fizeram São Bonifácio esquecer as necessidades da Igreja germânica, cuja organização e le quis comp letar.

Não tendo sede fixa, pensou estabelecer-se em Colônia, de onde poderia dirigir ao mesmo tempo a Gáli a, a Germânia e Friesland, que pretendia reconquistar. Mas como hav ia muitos elementos irredutíveis no C lero fra nco de Colônia, acabou aceitando, em 747 , a Sede primacial de Mainz. Nesse mes mo ano Carlomano abdicou e retirou-se para a Abadia de Monte Cassino. Em 752 São Bonifácio sagrou Pep ino o Breve como Rei dos francos, em Soissons, dando início à época carolíngia.

Coroação da vida pelo martírio Já septuagenário, São Bonifácio quis partir para Friesland . Pressentindo entretanto a morte que se aproximava, antes de viajar pediu para ser sepultado em F ulda. Dirigiu-se a Utrecht em 753, retomando as viagens apostólicas, até o momento em que, surpreendido pelo fanatismo dos pagãos, foi por eles martirizado em Dok.kum, juntamente com 52 companheiros. Era o dia 5 de junho de 754. Seus restos mortais foram transportados in icialmente para Mainz, e em seguida, atendendo seu desejo, para Fulda, onde repousam. ♦

Fontes de referência 1. Vie eles Sainls, Les Petits Bo llandistes, Bar-le-Duc, Typog raphie des Cé lcstin s, Ancicnnc Mai so n L. Guérin , 1874, t. V, p. 459 a 464.

3. Vie eles Sa i111s, par les RR . PP. Bénéd ictins de Paris, Librairie Letouzey et Ané, 1946 , vol. V, p. 83 a 93.

Morte de São Bonifácio - Quadro de Martin Feuerstein, Basílica de Santo Antonio, Pádua (Itália)

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suía também o dom ele ler as co nsciênci as. Por denunciar o mal existente nos mai s altos postos da soc iedade onde vivia , sofreu vários atentados, sendo por fim envenenado pela co ncubina de um nobre à qual ele o havia convenc ido ele abandonar.

13 Santo Antônio de Pádua, Corifessor e Doutor da Igreja. + Pádua (Itália), 123 1.

São João Fisher

Sa11ta Película., Virgem e Mdrtir.

1

Reg ulares (Premonstra tenses). Arcebispo de

São Patifílio e Cmnpa11heiros, Mártires.

Magdeburgo, sofreu vários atentados quando implantava uma verdadeira reforma. Primeiro Siíbado do mês

+ Cesaréia (Palestina), 309. O maior dos exegetas do seu tempo, Panfílio fundou uma escola Bíblica, centro de saber e virtude, tendo como discípulo o futuro historiador Eusébio. Encarcerado e torturado pela Fé, foi depois martirizado com alguns discípulos e companheiros de prisão.

7 OOMJNGO DA SANTÍSSIMA 1RINDADE

14

8

São Metódio de Consta11ti11opla, Bispo e Confessor.

2

São Medard, Bispo e Co11fessor.

+ Constantinopla (Turquia), 847. ltaliano de nas-

São Nicolau, o Peregrino, Co11fessor.

+ França, 558. Irmão de São Gi ldard, Bispo de Rouen, foi eleito para a diocese de Noyon, à qual foi unida mais tarde Tournai.

cimento, foi para a capital cio Lmpério do Oriente em busca de fortuna; tocado pela graça, fez-se monge. Por ser valente opositor dos iconoclastas, permaneceu sete anos na prisão, sendo então libe1tado pela regente, Imperatriz Teodora, e nomeado Pau"iarca de Constantinopla.

+ Trani (Itá li a), 1094. Jovem grego, visitava

os santuários do sul da Itáli a a pé, carregando pesada cruz e ca ntando Ky rie Ele ison . Tido e tratado como demente, fa leceu aos 19 anos de idade. Muitos milagres se operaram em seu túmu lo.

9 Beato José de A11chieta., Apóstolo do Brasi~ Co11fessor. + 1597 ♦

Le Saint-Sang de Bruges

3

São Columbano, Co11fessor.

São Carlos de Luanga e 22 Compa11heiros, Mdrtires. + Uganda, 1886. Carlos, oficial do Rei de Ugan-

+ lona (Escócia), 597. Poeta, e111dito, grande lí-

da, convertido com outros funcio nários pelos Padres Brancos, foi com eles queimado vivo. Entre eles estavam !Gzito, de 13 anos, e Mbanga, ainda mais jovem e sobrinho do carrasco, que o matou antes de lançá-lo às chamas.

4 São João Francisco Régis

São Francisco Caraccio/o

São Fra11cisco Caracciolo, Confessor. + Agno ne (Itáli a), 1608. De nobre família napo li tana, ''.fundador da Cong regação dos Clérigos Regulares Menores. Inflamado por profundo amor de Deus e do próximo, e um mais ardente zelo pela propagação do culto à Sagrada Eucaristia" (do Martirológio Roma-

Santo Itamar, Bispo e Confessor. + 656. Nativo de Kcnt, foi o primeiro anglosaxão a ser nomeado Bispo ele uma Sé inglesa, sucedendo a São Paulino como Bispo de Rochestcr.

11 FESTA DO CORPO E SANGUE DE CRISTO

5

São Parísio, C01ifessor. + Trev iso (Itália), 1267. Aos 12 anos entrou para a Ordem cios Camaldulenses. Exerceu o cargo de capelão elas monjas do mosteiro de Santa Cristina por 77 anos.

6

12

São Norberto, Bispo e Confessor.

São João de Sahagum, C01ifessor. + Sa lamanca (Espanha), 1479. Da Ordem

+ Magdeburgo (A lemanha), 11 34. Cléri go

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10

(Vide seção Vidas de Santos, p. 28) Primeira Sexta-feira do mês.

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der religioso, esse irlandês de nascimento fundou vários mosteiros em seu país antes de mudar-se para a ilha de Iona, onde fundou um mosteiro que em pouco tempo se tornou o maior da Cristandade. Considerado Apóstolo ela Escócia.

no). Dotado de êxtases e do dom de profecia.

São Bonifácio, Bispo e Mártir.

São Metódio de Constantinopla

+ Roma, Sec. I. Irmã ele Santa Pelronila, após o mrutírio desta foi dei xada na prisão por 15 dias sem alimento, sendo poste1iormente to1turacla e sufocada num esgoto da cidade. São Nicomedes recobrou seu corpo, sepultando-a na Via Arcleati na.

mundano convertido por um raio, como São Pau lo ao ser lançado do cavalo, tornou-se pregador itinerante fundando depois os Cônegos

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dos

Erem ita s de

Santo Agostinho,

" renomado por seu zelo pela f é, santidade de vida e milagres" (do Martirológio), pos-

15 Sa11ta Germa11a Cousin, Virgem. + Pibrac (França), 1601. Pobre, escrofulosa, negligenciada pelo pai e maltradacla pela madrasta, passava os dias em oração no campo, com as ovelhas. "Viveu em humildade e pobre-

za, tendo suportado com paciência os muitos trabalhos" (do Martirológio Romano), morreu abandonada em seu leito de palhas no celeiro de seu pai , aos 22 anos.

16 São João Francisco Régis, Cotifessor. + França, 1640. Desde muito jovem notável pela inocência, modéstia e amor à oração, aos 18 anos entrou para a Companhia de Jesus. Ded icou-se às mi ssões populares, aos homens do ca mpo, aos prisioneiros, às mulheres de má vicia e aos hereges, entre os quais conseguiu inúmeras conversões, auxi liado por mui tos milagres . Instituiu Confrarias do Santíssimo Sacramento para auxili ar os arrependidos na perseverança.

17 Santa Teresa de Portugal, Viziva. + 1250. Fi lha ele Sancho I ele Portugal. Tendo sido o casamento com seu primo Afonso IX de Leão declarado nulo por motivo de consangüinidade, voltou a Portugal e fundou um convento cisterciense. Suas duas irmãs, Mafalda e Sancha, são beatas.

18 Sautos Marcos e Marceli110, Mdrtires. + Roma, 287. De acordo com a tradição, na perseguição movida por Diocleciano esses dois irmãos gêmeos ''foram presos a estacas por afia-

dos pregos nos pés; e como ncio deixavam de louvar a Cristo, tiveram o lado tran.1passado por lanças, entrando assim no Reino dos Céus pela glória do martírio" (cio Mrutirológio Romano).

19 FESTA DO SAGRADO CORAç,fO DEJESUS Festa instituída para ser celebrada na sex ta-feira seguin te à Oitava ele Co ,p us Christi, como um prolongamento da mesma. "O culto ao Sa grado Coração" , escreve o Cardeal Pie, "é a quintessência do Cristianismo, o compêndio e sumário de toda a religião".

20 FESTA DO IMACULADO CORAç,fO DE MARIA (neste ano). (A nteriormente essa festa comemorava-se a 22 de Agosto)

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Santo Agostinho a quem adm irava. Com ele combateu a doutrina cios sem ipelagianos sobre a graça. Indo a Roma, tornou-se secretário do Papa São Leão Magno. Escreveu poemas e tratados, principalmente as Crônicas, História universa l, desde a Criação até a invasão de Roma pelos vândalos, em 455.

26 Santos João e Paul.o, Mártires. + Roma, 362. "O primei,v era o governador de palácio e o segundo o camareiro da virgem Constância, fi lha do Imperador Constantino. A,nbos· obti verarn a palma do martírio sob Juliano o Apóstata, morrendo pela espada" (do Martirológio Romano).

27 São Ladislau da Hungria, C01ifessor. + Nitra (Boêm ia), 1095 . Considerado um dos herói s da Hungria, esse rei derrotou sucessivamente os poloneses, russos e tártaros. Pela morte da irmã, anexou ao reino a Dalmácia e a Croácia. Apoiou São Gregório VII contra o Imperador Henrique IV, incenti vou o trabalho missionário em seus territórios, construiu vários mosteiros e igrejas.

Santo Engelmundo, Co,ifessor.

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+ Holanda, 739. Inglês de nascimento, sacerdote

São João Southworth, Mártir.

e abade, uniu-se a São Willibrorcl para evangelizar os Países Baixos. Por sua ciência e santidade, seu trabalho missionário alcançou muitos frutos, especialmente na região de Haarlem.

+ Tyburn (Inglaterra), 1654. Ordenado sacerdote na França e enviado à missão na Inglaterra, fo i várias vezes preso e libertado pela intercessão da Rainha Henriqueta, esposa de Carlos I. Notabilizou-se por sua caridade durante a peste de 1636 em Londres. Finalmente, após a execução desse rei, sob o regime ditatorial de Cromwell , foi aprisionado e martirizado. Seu corpo foi comprado pelo embaixador espanhol e enviado ao conti nente. Escondido durante a Revolução Francesa, fo i redescoberto em 1927 e colocado na catedral de Westminster.

22 Santos João Fisher e Tomás Morus, Mártires. + lnglate1rn. Bispo de Rochester, homem de lelJ·as e piedade, João Fisher foi decapitado por se opor ao divórcio do sensual Henrique VUI e a seu Ato de Supremacia, mediante o qual este soberano se declru·ava Chefe da Igreja na Inglaterra". Pelo mesmo motivo, o ex-chanceler Tomás More recebeu também a coroa cio martírio.

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29 COMEMORAç,fO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, APÓSTOLOS

São Liberto Bispo, C01ifessor.

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+ Cambrai (França), 1076. De nobre fa mília,

São Teobaldo de Provins, Eremita, C01ifessor. + Salonigo (Itália), 1066. Filho cios Condes de

sucedeu ao tio como Arcebispo ele Cambrai. Excomungou o castelão de Cambrai por oprimir o povo, sendo por isso aprisionado e maltratado. Liberto pelo Conde de Flandres, fa leceu pouco depois devido aos maus tratos recebidos.

Champagne, uocou a crureira militar pela vicia eremítica. Depois de uma peregrinação a Roma, entrou para a ordem dos Cru11aldulenses em Salonigo.

24 · Nota

FESTA DO NASCIMENTO DE SÃO JOÃO BATISTA

25 São Próspero de Aquitdnia, Co1ifessor. + França, 463 . Leigo e casado, devotou-se ao estudo da teologia, correspondendo-se com

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Como em cada dia é comemorado mais de um santo, aqueles focalizados no calendário dos diversos meses deste ano podem não ser os mesmos que foram tratados nos mesmos dias do ano passado. Porém, isso facilitará aos nossos leitores o conhecimento de dados a respeito da vida de um maior número deles.

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Sudário: autenticidade comprovada pela ciência Dr. Upinsky, grande autoridade internacional em estudos sobre a Sagrada Mortalha: "Cientificamente temos a certeza total de que o homem que ali esteve era o Homem dos Evangelhos" OR OCASIÃO DO CENTENÁRIO da primeira fotografia que o advogado italiano Secando Pia tirou do Santo Sudário, e coincidindo com a abertura do Congresso científico internacional que se realiza em Turim, a 4 deste mês, sobre a venerabilíssima Mortalha do Salvador, Catolicismo entrevistou um dos maiores especialistas a respeito do assunto. Trata-se do francês, renomado matemático, epistemólogo, filólogo e historiador das ciências, Arnaud-Aaron Upinsky. Ele escreveu recentemente nova obra sobre o Santo Sudário, que já se transformou em best se/ler na França, intitulada O enigma do Sudário - profecia para o ano 2000. As pesquisas do Dr. Upinsky têm como âmbito o poder da linguagem, as mutações sociais e os modos de pensar, tendo servido seus trabalhos de orientação para a reforma do ensino médio francês de 1985. O entrevistado é mundialmente conhecido por seus estudos sudarísticos à luz da epistemologia, tendo ele concebido o método demonstrativo da autenticidade do Sagrado Lençol. O resultado apresentado pelo teste do carbono 14, em 1988, negando a autenticidade do Santo Sudário, abalava a comunidade científica internacional, já na época decididamente inclinada a aceitar tal autenticidade. A magistral refutação feita pelo Dr. Upinsky desse resultado causou sensação no Congresso científico internacional realizado em Paris em setembro de 1989 (ver Catolicismo, dez./89). Em 1993 ele presidiu o Simpósio de Roma, cujos trabalhos encerraram a questão da autenticidade do Santo Sudário. Num salão do conhecido hotel parisiense Lutecia, Dr. Upinsky concedeu, no início de abril último, a nosso enviado especial, Sr. Nelson Ribeiro Fragelli, a interessante e atualíssima entrevista que publicamos a seguir.

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Dr. Upinsky: •~ grande novidade que introduzi, a pedido da comunidade científica, foi a utilização sistemática da epistemologia, que é a ciência de realidade, sendo considerada o tribunal das ciências"

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Catolicismo - Dr. Upinsky, como nasceu seu interesse pelo Santo Sudário? Dr. Upinsky - Meu interesse pelo Santo Sudário originou-se por ocasião da publicação do resultado obtido pela análise do carbono 14 (C14), em razão da contrad ição que esse resultado estabelecia com a ciência. Fui então chamado a fazer a síntese epistemológica* dos resultados obtidos até aquela época pelos mais

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diversos ramos das ciênci as que vinham anali sando o Sudário.

* Epistemologia: Es tudo críti co dos princípios, hipóteses e resultados das c iê nc ias j á const ituída s, visa ndo deter minar o s fund a mentos lógicos, o va lo r e o a lca nce obj eti vo de las; teoria ela ciênc ia. As sim , o Dr. Upin sky fez o es tudo c ríti co, do po nto de v ista c ie ntífi co , das pesq ui sas que hav iam sid o reali zada s no Sudár io até aq ue la época.

Naque le mome nto, a comunidade cie ntífi ca intern ac ional era posta à prova pe lo teste do C J4. Tornava-se necessário eliminar a contradição, respondendo à questão fund amental: o material do Santo Sudário - refiro-me ao tecido onde foi impressa a imagem do homem morto - seria proveniente da Idade Média, segundo o resul tado do C l4, o u de há dois mil anos, dos tempos de C risto, como afirmava inequivocamente o conjunto dos resultados anteriores apresentados por indagações c ientíficas do mais alto níve l? Esse era o desafi o que o C14 nos fazia em 1988. Como eu tinha realizado investigações uti li zando o método epistemológico, cienti stas franceses desejaram conhecer minha opini ão sobre o discutido assunto . A maioria de mi nhas investi gações di zia respeito a questões de autenticidade e de co ntrad ições c ientíficas . O que me fascina no método epistemológico é o modo inexoráve l co m que permite trazer à luz o que está velado.

Catolicismo - Por que o Sr. inseriu no título de seu último livro a palavra enigma, referindo-se ao Sudário de Turim ? Dr. Upinsky - Depois que foi fe ita a primeira fotografia do San to Sudário pe lo fotógrafo italiano Secondo Pia, em 28 de maio de 1898, um enigma s urg iu . A im agem que o mundo então co nte mpl o u, através dessa fotografia, era a de um ho mem q ue passara por um s uplício atroz, mas, ao mesmo tempo, de uma majestade impo ne nte. As opiniões no mundo da ciência imediatame nte se dividiram : uns d iz iam tratar-se de um mil agre, pois viam nela a fig ura de Cristo, outros a consideravam uma contrafação, pois era muito bela para que fo se verdadeira. O e ni gma, portanto, era este: de onde vem tal imagem ? Quem poderia tê-la feito? O morto ne la visto, seri a de fato Je u , o Crucificado, cujo cadáver desapareceu de seu sepulcro, mas que reaparece na foto de Secondo Pia, podendo ser e ntão contemplado na realidade terrível de sua morte? A questão não dizia respeito uni camente à ciência - ela tem imp li cações religiosas importantíssimas - , mas o interesse por tal e ni g ma apaixonou desde o início a ciência. Esta, fiel a se us fins, não pedia urn a devo ção a tal r e líqui a, ma s s im uma e lu cidação d a misteriosa formação daquela image m. Viu -se logo qu e esse objeto é o mais carregado de significado científico de todos os tempos.

Catolicismo - Qual a razão do título de sua recente obra sobre o Santo Sudário: Uma profecia para o ano 2000? Dr. Upinsky - D urante este último século, a comu nidade científi ca internac iona l fez descobertas notáveis a respeito do Sudário. Até mesmo a contradição representada pelo teste do C l4, em 1988, permitiu darmos grandes passos na e lucidação do referido en ig ma . Para ci tar apenas uma ciê ncia - a Quím ica - os peritos dessa matéria j á o estudaram por mais de 150 mil horas. Os americanos dedicaramse com afi nco a tal estudo. Ora, meu recente trabalho e muitos outros mostram que, segundo os resultados das análises

O teste do carbono 14 entrou em contradição com todos os outros métodos científicos de determinação da origem do Santo Sudário

Dr. Upinsky: "Essa afirmação [de que o teste do carbono 14 oferece um nível de certeza, a respeito do Sudário de Turim, de apenas 5%] desacredita inteiramente tal método ao confrontá-lo com as outras ciências, cujos graus de certeza atingem hoje a certeza absoluta"

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Dr. Upinsky: "Tendo certeza total de que o Sudário é autêntico, cientistas internacionais continuam pedindo às autoridades eclesiásticas proprietárias do mesmo-que introduzam o processo oficial de autenticação do Sudário"

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científicas, a maneira como aquele cadáver im' pregnou o tecido do Sudário - por suas feridas, seu sangue derramado, etc., - corresponde exatamente, em todas as minúcias, ao Homem descrito nos Evangelhos, sua Paixão e morte de cruz. Trata-se, portanto, da confirmação pela c iência do fato fundamental do cristianismo: Paixão, Morte e Ressurreição (da qual fa lare i em seguida) de Cristo. No momento em que a c ivili zação cristã é ameaçada de desaparecimento, atacada pelo laici smo, ateísmo e formas de vida inco mpatíveis com o cristiani smo, essa prova espetacular da fund ação do cristian ismo nos é fornecida pela análi se do Santo Sudário. Ele é um verdadeiro filme do que se passou na Paixão de C ri sto. Um filme que nós, c ientistas, mostramos estar inte iramente de acordo com a narração dos Evangelhos. A isto cham o eu um a profecia, contida no Sudário, e que hoje, às vésperas do ano 2000 , é revelada aos homens. A mensagem c ientífi co-eva ngéli ca do Sudário não pode nos deixar indife rentes. E la tem uma impli cação em nossas vidas. Ela pede uma decisão: cedo às influências que destroem a c ivilização cristã, ou me aprox imo a inda mais dAquele que fundou o Cristiani smo?

Catolicismo - Qual o método de estudo que o Sr. utilizou em suas pesquisas ? A grande novidade que intro-

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duzi, a pedido ela comunidade científica, foi a utili zação sistemática da epi stemolog ia, que é a ciência da rea lidade, pois ela estabelece a harmoni a entre os resultados de todas as c iê ncias, sendo considerada como o tribunal das ciências. Esse método permite chegar a uma co nc lu são cuja certeza é absoluta. Hoje, a certeza que a co munidade científica tem a respeito da veracidade do Santo Sudário é total. Em resumo, a finalid ade ele meu estudo era passar da probabilidade à certeza. Atualmente não se pode mai s di zer ser muito provável que o Sudário de Turim rea lme nte envolveu o co rpo de C ri sto. C ientificamente temos a certeza total de que o homem que ali esteve era o Home m dos Evangelhos. Sobre essa certeza todas as c iências estão de acordo.

Catolicismo -

O Sr. pertence à corrente de opinião, segundo a qual o resultado do C14 é falso. Esse resultado dizia ser o tecido do Sudário de confecção medieval. Qual o principal argumento da comunidade científica internacional contra o C14? Dr. Upinsky - O C l4 estava em contrad ição com todos os outros métodos científicos ele determinação ela o ri gem cio Sudário. Os resul tados obtidos co m tais métodos convergiam harmonicamente, recon hece ndo o S ud ár io como originário dos tempos de C ri sto. E reco nhece m também in equivocamente uma das maiores maravilhas do Sudário: ocadáver envo lvido por aq ue le tecido, ao se retirar, descolando-se dele, deixou-o intacto, sem a mínima a lteração de s uas fibr as, sem arrancá- las nem modificar os traços de sang ue entre o co rpo e o tec ido. O que é impossível acontecer com um corpo comum, sujeito às leis comuns da natureza. Um cadáve r coberto ele chaga não poderia jamais ser retirado do pano que o continha sem alterar o pano e os sinais ne le deixados pelo sangue e pelas fe ridas. Co mo então foi ele descolado dali deixando intactas e nítidas até as mínimas fibras do tecido que estava colado nas feridas? Este fato decis ivo não é contestado por nenhuma ciência. E e le só se expli ca pela Ressurreição; isto é, pela "desmaterialização" do corpo chagado, que se retira daquele invó lucro não mais suj e ito às le is impostas pela natureza. Somente este fato seria sufic iente para refutar a opin ião, segu ndo a qual aquela imagem impressa sobre o S udário provém dos séculos XUI ou XIV, como se poderia crer, caso se aceitasse o resultado cio C 14.

Segundo este resultado , a imagem cio Sudário teria sido fa lsificada por alguém . Mas como, pergunto eu, pois se com os e lementos ultradesenvolvidos ele todas as c iências modernas jamais foi possível fazer um outro igual? O Sudário é úni co no mundo; é impossíve l fazer dele uma répli ca. Quem ser ia esse fa lsá ri o, que na Idade Média teria obtido , com sua fa ls ifi cação, um res ultado mais genia l do que todas as c iê nc ias mode rna s? U m outro ponto , freqüentemente esq uecido pe los críti co do Sudário, é a afirmação dos próprios c ienti stas adeptos do C 14, segu ndo a qual e te método oferece um nível de certeza, a respeito cio Sudário de Turim , de apenas 5%. Esta afirmação desacredita inte iramente tal método ao confrontá- lo com as outras ciênc ias, cujos grau s de certeza atingem hoj e a certeza abso luta, como disse no iníc io de minha entrev ista.

Catolicismo - O Sr. teria algo mais a dizer aos leitores de Catolicismo a respeito dessa inestimável relíquia? Dr. Upinsky - Lamento ter encontrado por parte de autoridades ec les iásticas - proprietári as do Sudári o - pouco apreço pelos resultados dos estudos cie ntífi cos . Não digo que todos os eclesiásticos tenham se comportado assim, mas os que ainda duvidam de sua autenticidade. Co nstato que certas declarações aberrantes sobre as pesquisas c ientíficas ares-

peito do Sudário não são contrabalançadas por declarações ele reli giosos favoráveis às mesmas. Apesar de ser conc lusão das numerosas ciências que estudaram o Sudári o, a de que ele verdadeiramente conteve o corpo de Jesus Nazareno crucificado, certas auto ridades ec lesiásticas o consideram ai nda simp lesmente como um ícone e não como relíquia. Tendo a certeza total ele que o Sudário é autênti co, cientistas internacionais continuam pedindo às autoridades ecles iásticas, proprietá ri as cio mesmo, que introduzam o processo ofic ial de sua autentifi cação. Para tal, os e lementos são ab undantes. Essa relíquia pode desaparecer. Em 1532 um in cênd io a danificou, em Chambéry, na França. Pensemos no incêndio cio ano passado que, por pouco, não a consumiu. O escrito r ita li ano Vittorio Messo ri , biógrafo do Papa, declarou ao jornal "Ogg i", naquela ocasião: " Creia -me, alguém desejava des -

truir o Sudário: não excluo a possibilidade de um comp lô internacional." Por que não ter um relato definitivo, com todas as provas científicas, de sua verac idade e ele sua inteira congruência com os Evangelhos? Esse relato-auten tifi cação seri a um trunfo inestimável nas mãos ela Igreja, resguardado ele todos os acidentes, ou .. . atentados . ♦ CATO LIC IS MO

Na foto à esquerda, o bombeiro Mario Trematore quebra os oito vidros que protegiam a urna que continha a preciosa Relíquia, por ocasião do incêndio ocorrido em 11-4-97, na p,1rte de trás do Palácio Real e na Capela Guarini, contígua a este. Na foto acima, flagrante do incêndio.

Dr. Upinsky: "Meu recente trabalho e muitos outros mostram que aquelas feridas, o sangue derramado, etc., correspondem exatamente ao Homem descrito nos Evangelhos, Sua Paixão e morte de cruz" Junho de 1998

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Juízo universal -

a ti e aos teus fi lhos depo is de ti, tendo feito o que é agraciável aos olhos do Senho r' (Deut. 12, 25) . Quem quiser saber se a conduta de um pai de família é boa ou má, examine a conduta do .filho. 'Pe lo fr uto conhecereis a árvore' (Mt 12, 33), diz Nosso Senhor. Quando um pai de fa inília morre, mas deixa um f ilho, é como se ele não tivesse morrido, pois este filho o perpetua, o continuará. 'Este homem morre, mas é como se não tivesse morrido, po is e le deixa em se u fi lho um outro ele mesmo depois dele' (Ecl. 30, 4). Pelos .filhos que blasfemam, que di zem palavras impuras ou roubam, pode-se perceber os vícios do pai. Pois, diz o Eclesiástico, 'Um homem conhece-se pelos fi lhos q ue deixa' (Ecl. 11, 30).

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Responsabilidade dos pais

Fra Angélico (séc. XV), Museu de São Marcos, Florença (Itá lia)

Os pais perante Deus Os pais que se ocupam em educar bem seus filhos não serão confundidos no Juízo particular e no Juízo universal. Triste, porém, ser á o juízo de pais empenhados em apenas gozar a vida e despreocupados da educação de sua prole

Naedição de Catolicismo de novem-

Nas páginas de S.O.S.-Família probro de 1997 (Nº 563), publicamos exorcuramos oferecer a todos que desejam manter fidelidade integral à moral catações de Santo Afonso Maria de Ligório tólica, subsídios para resistir corajosa(1696-1787) sobre os deveres dos filhos em relação aos pais. Na presente edição mente à avalanche que busca desagregar e até extinguir a família, célula destacamos o que o insigne Mestre da mater da sociedade. Teologia Moral ensina acerca dos deveEm sua obra Revolução e Contra Reres dos pais para com os filhos. volução, o Prof. Plínio Corrêa de OliveiTendo em vista a intensa e crescenra claramente denuncia tal objetivo da te oposição aos ensinamentos da Santa Igreja observada em nossos dias, é deRevolução, multissecular processo que ver de Catolicismo propagar a moral vem destruindo a civilização cristã. Ascatólica tradicional. sim, no Cap. VII, n. 3, f, ele declara: "EnNeste sentido, é notório o conflito · tre os grupos intermediários a serem abolidos, ocupa o primeiro lugar a família. entre duas categorias de pessoas: os que Enquanto não consegue extingui-la, a desejam bem formar suas famílias de acorRevolução procura reduzi-la, mutilá-la e do com esses ensinamentos tradicionais; vilipendiá-la de todos os modos". e aqueles que, devido às influências do Como poderoso auxílio aos pais de neopaganismo atual - como as provenifamilia, transcrevemos alguns princípios entes da televisão, que invade incontáveis que o grande Doutor da Igreja, Santo Alares com suas telenovelas e programas de teor anticatólico-, procuram se adapfonso Maria de Ligório, fundador dos Retar às máximas da mentalidade moderna. dentoristas, proclamou em seus Sermões.

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"Quando Deus abençoa os pais dando-lhes filhos, o que Ele tem em vista não é a vantagem da casa; mas que os .filhos sejam educados no santo temor e formados para a salvação eterna. Daí estas palavras de São João Crisóstomo: 'Olhemos os filhos como precioso depósito, velemos por eles com toda a solicitude possível'. Se os.filhos fossem um dom oferecido apenas aos pais, estes poderiam dispor deles como quisessem; mas como são um simples depósito, os pais deverão prestar contas a Deus por cada.filho que se perca por sua negligência.

Conseqüências de uma boa ou má formação "Para nos fazer compreender que os pais, vivendo segundo a vontade de Deus, atraem as bênçãos celestes sobre eles e sobre toda a casa, a Sagrada Escritura diz: 'Para que suceda bem

"Tranqüila e feliz será a morte dos pais e mães de família queformam seus filhos na vida cristã. 'Aquele que se ocupa em bem educar seus filhos, no dia da morte não será consternado nem confundido' (Ecl. 30, 5). E diz São Paulo: 'Elas serão salvas por causa de seus filhos' ( lTim. 2, 15). Graçasàboaeducaçãoque lhes terão dado. Ao contrário, bem triste, e mesmo desesperada, será a morte desses pais que unicamente cuidam em aumentar a fortuna e o brilho de sua casa, para gozar a vida, sem se preocupar nem um pouco em educar seus filhos. 'Se alguém - diz ainda São Paulo - não tem cuidado com os eus, e principalmente com os de sua casa, negou a fé, e é pior do que um infiel' (lTim. 5, 8) .... "Se ao menos certos pais cuidassem de seus fi lhos tanto quanto por seus animais! Quanta solicitude para que nada falte a estes! Que atenção para que a comida seja dada no tempo certo! E, com a atenção inteiramente posta nisso, não se preocupam se seus fi lhos conhecem ou não o catecismo, se assistem à missa e se co11fessam. 'Sim - lamenta São João Crisóstomo cavalos e ani mais de carga lhes tomam mais o coração que os próprios filhos!'.

capazes de educá-los, mas, pior ainda, indiferentes às suas condutas: que vêem seus .filhos em más companhias, discutindo, divertindo-se em relacionamentos ruins, e, em vez de repreendê-los e punilos, os escusam dizendo: 'Não se pode fazer nada, são coisas da juventude'. Bela máxima... bela educação! .... "Assim como é fácil aos .filhos, ainda crianças, adquirirem bons hábitos, é difícil ao homem maduro corrigir-se dos maus hábitos contraídos na mocidade. "Passaremos ao segundo ponto, e eu vos suplico, pais e mães de .família, de reterdes bem isto que vos direi sobre a maneira de bem educar vossosfilhos".

A disciplina compreende o ensinamento da religião e da moral "No que consiste precisamente a boa educação dosfilhos? São Paulo nos diz claramente em duas palavras: 'Educai vossos filhos na discipli na e na correção do Senhor' (Ef. 6, 4). "Em primeiro lugar, por disciplina, é preciso compreender tudo que os pais devem fazer para formar os filhos nos bons costumes. Consiste em instruí-los e dar-lhes o bom exemplo. "Que os pais tenham antes de tudo o dever de ensinar aosfilhos o temor de Deus e a fuga do pecado. Assim fazia o justo Tobias em relação a seu.filho. Com efeito, lemos na Sagrada Escritura: 'Ao qual ensinou desde a infância a temer a Deus e abster-se de todo o pecado' (Tob. 1, 1O).

"Que consolações e que alegrias o Céu reserva em recompensa pela solicitude dos pais cristãos! Sim, diz o Sábio: 'Educa bem o teu fil ho, e ele consolar-te-á e será as delícias da tua alma' (Prov. 29, 17). Mas, se o fi lho bem instruído é a alegria de seus pais, osfilhos ignorantes os enchem de tristezas; pois, ignorar as regras da vida cristã e se conduzir mal, é uma só coisa. "Conta Thomas de Cantimpré que, em 1248, um sacerdote foi encarregado de fa zer um discurso ao clero de Paris reunido em Sínodo. Este sacerdote era muito ignorante e, estando na presença de seu auditório, se confundiu completamente. Então o demônio veio em sua ajuda e lhe sugeriu que pronunciasse as seguintes palavras: 'Os príncipes das trevas saúdam os príncipes da igreja, e nós lhes agradecemos vivamente pela negligência em instruir ao povo. Pois, as almas estagnadas na ignorânc ia, seguem o caminho do mal e chegam ao inferno'. Linguagem semelhante bem se poderia dirigir a certo pais". (Sermons de S. Alphonse de Liguori, Analyses, commentaires, exposé du systeme de sa prédication, par le R.P. Basi le Braeckman, de la Congrégation du T. S. Rédempteur, Tome Second. Jules de Meester-Imprimeur-Éditeur, Roulers, pp. 464-472). ♦ No mundo atual, há famílias que se preocupam mais com animais do que com filhos

Conseqüências da negligência dos pais "É uma grande desgraça para os filhos terem maus pais, não somente in-

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BRASIL

Consagrar-se a Nossa Senhora, um feliz convite A Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não

tardeis!, da TFP, está enviando a todos os seus particip~ntes um convite para que se consagrem à Santíssima Virgem Maria. O lance é da mais alta expressão para cada um dos convidados e também para o futuro do Brasil. Pois, sendo Nossa Senhora a mais poderosa e benévola medianeira junto ao Coração de Jesus, tudo se pode esperar de sua intercessão durante os castigos previstos em Fátima, em 1917. Dona Este la chega à sua casa, no fim da tarde, cansada, após um dia de trabalho. Mas não deixa, como sempre o faz, de dar uma olhada na caixa do correio, junto ao portão. Olhar vago e distraído, pois não contava encontrar correspondência. Entretanto, que surpresa! No fundo da caixa, achou um nutrido envelope da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, uma iniciativa da TFP. Nem esperou entrar na casa e já foi abrindo o envelope. Só ao folhear os papéis, percebeu que havia na carta um belo impresso com uma fórmula de Consagração a Nossa Senhora. O coração de Dona Estela bateu mais forte. Católica e devota da Virge m Santíssima, sentiu logo que havia ali um convite para ela. Convite de quem ? Certamente da Campanha. Mas não só. Convite vindo também da própria Mãe de Deus, através daquela carta. Como sentiu isso? São os caminhos da graça, que fala a cada alma de um jeito e nos momentos mais inesperados. Já sentada numa cadeira, junto à mesa, tendo a filhinha menor ao colo e o filho maiorzinho de pé, a seu lado, Dona Estela começou a ler:

Trechos da carta "Esta carta lhe traz uma mensagem importantíssima. Refiro-me a sua Consagração a Nossa Senhora. "Sim, como mostrar-lhe-ei, estamos dando o avanço mais importante de nosso movimento com vistas à conquista de todo o Brasil para Nossa Senhora de Fátima.

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" Fazer a Consagração é algo muito simples. Bastará ler com reta intenção o texto em anexo. "Todos sabemos que Deus não pode estar contente com este mundo onde seus Mandamentos são praticamente ignorados. De acordo com o que disse Nossa Se nhora em Fátima, uma intervenção punitiva terá lugar. "Como é possível afirmar que a criminalidade, a droga, a imoralidade, o ateísmo e o satanismo deixarão, por si mesmos, de avançar e tomarão o caminho inverso ao atual? "E o que é consagrar-se a Nossa Senhora? É entregar-se totalmente a Ela e assim colocar-se de .forma especial sob sua maternal proteção. Mas em conseqüência é também RECEBER TUDO DELA. "As ameaças de guerras são atualmente grande preocupação dos governantes. Ora, segundo Jacinta, elas são castigos de Deus. Que falar então de doenças, cataclismos etc.. . "Não é verdade que se a maioria dos brasileiros fos se de Nossa Senhora, o Brasil seria outro País?"

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Dona Estela consagra-se a Nossa Senhora Dona Estela, um tanto comovida, foi procurar no calendário a festa mais próxima de Nossa Senhora. Não demorou a chegar o dia da Festa de Nossa Senhora das Candeias, que se comemora em 2 de fevereiro . Preparou tudo de modo muito simples, mas com devoção: uma imagem de Nossa Senhora, adornada com flores e tendo uma vela de cada lado . Após o jantar desse dia, junto com o marido e os fi lhos, rezou um terço e a lada inha de Nossa Senhora. Em seguida, de joelhos, leu pausadamente a fórmula da Consagração, incluindo toda a família. Todos estavam cheios de alegria. Mas, melhor do que isso, as bê nçãos de Nossa Senhora pairavam de modo muito especial sobre aquele lar, protegendo-o e comunicando-lhe forças para enfrentar as adve rsi dades da vida. Quem visita Dona Estela pode contemplar na parede da sala de sua casa a fórmula da consagração, devi damente enquadrada, perpétua recordação desse grande passo rumo ao Céu.

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inte rnacionalmcnte famo sa imagem peregrina de Nossa Senhora de Fú l i ma , a mes ma que em 1972 verteu lágrimas em Nova Orl6ans (EUA), visitou a Lilu fi nia durante 28 dias por inic iati va da campanha Luzes sobre o Leste, que é dcsenvol v id a conjuntamente p la TFP francesa e pe la assoc iaçiio italianaLuci .\'/ll/ '8sl. Mon s. Juozapas Malulaiti s, Bispo de Kai siadorys e Mons. Juozas Zcmaitis, Bispo de Vilkavi skis, so li citaram a visita da Imagem a suas dioceses. Dois meses mais tarde, desembarcava

Chegada da Imagem à Matriz de Sirvintus, inteiramente lotada pelos fiéis

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Bispo de Leiria, que a destinou para peregrinar nos Estados Unidos, já que fora um ameri cano, o sr. John Haffe rt, que a encomendara. A imagem percorreu mai s de 100 países, inc luindo a Rússia e a Ch ina comunista, leva ndo a mensagem da Mãe de Deus. Em 1972, pouco tempo depois de ter sido aprovada pela Suprema Corte americana a prática do aborto, a imagem chorou milagrosamente pela primeira vez em Nova Orléans. ►

Lituânia: triunfal peregrinação da milagrosa Imagem de Fátima pe la primeira vez em Vi lniu s a Virgem Peregrina. Esculpida com a partici-

pação descritiva da própria Jrmã Lúcia, a imagem foi benta em 1947 pelo então

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Na cripta da igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, em Alytus, grande número de devotos reza o último rosário aos pés da Imagem Peregrina, antes de sua partida daquela cidade

Desde então tem e la percorrido os c inco continentes, renovando seu maternal pedido de co nversão e de reparação pelas inumeráveis ofensas cometidas diariamente contra Seu Imaculado Coração.

Visita da Mãe de Deus: corações se abr.em, multidões afluem Mu ito mais do que curas milagrosas , como as que comprovadame n te ocorrem em Lo urdes, os milagres que a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fáti ma opera são de caráter esp iritual. Nos 28 dias de peregrinação pela L ituânia, durante a Quaresma, e la visitou 19 cidades, onde lotou as igrejas e fez voltar um rebanho disperso pelo caos contemporâ neo e pelo neopagan ismo . Em Alytus, por exemplo, que figura entre as

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mais impo rtantes cidades litu anas, na diocese de Vilkaviskis, a Imagem ficou exposta na lg reja de Nossa Senhora Auxiliadora, imponente ed ifíc io em fase final de construção, ocupando o cimo da co lin a mais a lta da cidade, de onde domina toda a região. A afluência do público naquela c idad e fo i tão grande, que se tornou necessária a trasladação da Imagem para novo edifíc io, apesar de este não oferecer a ind a cond ições para tal. Ali, de 13 a 25 de março, de maneira crescente e contínua, aflui u gente de toda a região su l do país. A catequese, que voltou a ser ministrada nas escolas _desde a libertação do jugo soviético, teve na peregrinação um tema de esco l. Diariamente, muitas vezes sob a neve, dedicadas professoras traziam um a méd ia de oito a IO c lasses que caminhavam 15 minu-

tos até a igreja, passavam 15 minutos diante da Imagem para conhecer a lgo da mensagem de Fáti ma e rezar. Essas c lasses voltavam depois rapidamente para a esco la. Isto porque a visita à Imagem deveria realizarse dentro do horário da au la de Religião. Desde os a lb o res da manhã até cerca de 2 1h, às vezes mai s tarde, um público numeroso e fiel rezava diante da Imagem. Durante todo o dia,jamais a Imagem esteve só. No final da tarde comparec ia sem pre um público de l .000 a 1.500 pessoas, e as visitas dominicais co ntavam sempre com a presença de oito a 10.000 fiéis. A rádio e a TV anunciaram a presença da Imagem Peregrina, Lendo entrev istado os responsáveis pela peregrinação. Na Festa da Anunciação, no dia 25 de março , a Imagem sa iu da diocese de Vilkaviskis, dirigindose para a diocese de Kaisiadorys. Recebida pelo Sr. Bispo, Mons. Matulaitis, fo i so lenemente e ntroni zada no Santuário de Pivasiunai , segu ind o depois para a Sede da diocese. Co meço u e ntão a segunda parte da peregrinação, destacando-se as visitas a Moletai e S irvintu s,

o nde praticamente toda a população veio rezar diante da Virgem Peregrina. Os milhares de pedidos esc ritos, depos itados aos pés da Virgem de Fátima, foram incinerados no último dia da v is ita a essa diocese, 5 de abri l, domingo, às portas da Catedra l de São José, em Kaisiadorys.

25.000 pedidos atendidos! Aproveitando a peregrinação da Imagem , o secretariado de Luci sull 'Est procedeu à preparação e envio postal indi vidual de mais 25.000 exemp lares do livro do Eng . Antonio A. Borelli Machado que relata a Mensagem de Fátima e m ru sso, dest in ada aos países da ex-URSS. Essa remessa teve em vista atender os pedidos, receb i dos no decorrer de 1996 e 1997, de pessoas que,já tendo lido a obra, indicavam o nome de outras para que a obra fosse envi ada diretamente a e las. O país mai s atendido foi a Rússia (cerca de 65% dos pedidos), seguid da Ucrânia, Kazaquistão e Bielorússia. Mas foram feitos envios para todas as 12 repúblicas da atual Confederação dos Estados indep e nd e ntes (CEI), prevendo-se até o final do ano a remessa postal de mais 75.000 livros. Tais indicações são recebidas continuamente, e o escritório de Luzes sobre o Leste em Cracóvia (Polôni a), de responsabi lidade da TFP, encarrega-se dessa ♦ correspondência.

Porto Alegre: Encontro Regional de Correspondentes-Esclarecedores os dias 1, 2 e 3 de maio último realizou -se em Porto Alegre (RS) mais um Encontro Region al de Correspondentes-Esc larecedores da TFP, por iniciativa do Dr. ldelfonso Homero Barradas, encarregado das atividades da entidade naquele Estado. Diversas exposições foram feitas aos participantes, toda s elas seg uidas de perguntas, debates e animadas conversas sobre os temas tratados. O Dr. Plinio Vidigal Xavi er da Silveira, diretor da TFP, falou sob re o problema da Reform a Agrária no Brasil, as tensões e o clima de in stabilidade que traz ao campo essa co nstante ameaça ao direito de propri d de. Mo strou aind a o impasse em que se encontra a aplicação dessa m sma Reforma Agrária, fruto da inju s ti ça de suas le is, da radicalidad de suas medidas e das justas reações qu suscita. Por su v z, o Sr. Luís E. Dufaur expôs o ensln m nto do Prof. Plinio Corrêa de Oliveir

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cipais de uma sociedade verdadeiramente católica , a qual o saudoso fundador da TFP denominava muito adequadamente sociedade orgânica. Ou seja, uma sociedade que funcionasse como um organismo vivo, respeitando inteiramente a Lei Divina e a Lei natural. A Providência sempre bondosa, apesar de tudo, não abandona a humanidade, e quanto mais os homens afastamse dEla, mais insistentes são os seus apelos. Assim foi a mensagem de Fátima, assim foi a estupenda revelação do Santo Sudário no negativo da fotografia de Secondo Pia, a qual completa no presente ano seu primeiro centenário. O Sr. Diogo Waki abordou esse tema em sua exposição, na qual ressaltou a tese de que, segundo a ciência , o Sagrado Lençol realm ente envolveu o corpo de Nosso Senhor Jesu s Cristo. Quando o filho pródigo do Evangelho chegou às bolotas dos porcos, começou a sentir saudades da casa paterna. Atualmente pode-se dizer que o mundo

já experimenta as amarguras do filho que foi buscar a felicidade onde ela não se encontrava. Isso talvez explique os excelentes resultados da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, que o Sr. Valdir Trivellato expôs com detalhes em sua palestra . Por seu turno, o Sr. Armando Alexandre dos Santos mostrou aspectos edificantes da luta empreend ida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira contra a Revolução, enfocados especialmente nos primeiros anos de sua vida pública e apostólica. O orador ressaltou os altos desígnios que tinha a Providência ao chamá-lo para a especialíssima vocação de lutar pela Santa Igreja e pela civilização cristã nestes aziagos tempos. Sob o título Angústias e esperanças nos umbrais do J !l Milênio, o Príncipe D. Bertrand de Orléans e Bragança pronunciou a última conferência do Encontro. Ela teve lugar no salão do Hotel Embaixador, situado no centro de Porto Alegre . Depois de apresentar uma série de fatos ocorridos no Brasil e no Exterior, os quais exemplificam a profunda crise que assola o mundo hodierno, o orador apontou as graças concedidas por Nossa Senhora e mesmo as intervenções da Mãe de Deus que justificam esperanças em relação ao futuro, desde que a humanidade se volte para a única solução dos problemas: a Santa Igreja. No final da palestra, o ilustre expositor respondeu diversas perguntas. Por fim , o ciclo de conferências encerrou-se com um an imado jantar realizado no mesmo hotel. ♦

Aspecto cio Ja11IM 110 último dia do Encontro, no Hotel Embnlxnrlo,· Con(or II la do encerramento 110 auditório do Hotel EmbalxMlor. Ao (1111clo, na mesa de presidência: no co11lro, cio /J , o conferencista D. Bertrand de Orléans o Br.1y,111ç11; ,; sua direita, Dr. Plinio Vidigal Xavier da Sllvolr.11 o ,; sua esquerda, D r. Ce lso da Cost11 C,,rva/ho Vidigal, diretores da TFP.

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'1! ~~:minado os nesse palácio Casa do Rei, porquanto foi a residência do Rei da Espanha, situado na Praça do Mercado da capital da Bélgica - a beleza das várias seqüências de ogivas. O prédio, cuja visão mais detalhada nos oferece a fotografia menor bem acima, é constituído por três andares e uma mansarda, com o mesmo estilo arquitetônico - o gótico -, exibindo, contudo, harmônicas e elegantes distinções entre suas diversas partes. O andar térreo apresenta uma galeria com colunas, sobre as quais repousam ogivas muito abertas. Sobre esta galeria, como fachada do primeiro andar, ergue-se outra, cujo número de colunas e ogivas é o dobro das colunas e Qgivas de baixo,

com exceção das duas colunas e da ogiva do centro do edifício, que se repetem nas duas galerias. Todas as ogivas são trabalhadas finamente; de repente, elas se adelgaçam e terminam numa ponta. Ficaria meio sem-graça ogivas com apenas uma abertura; mas, com essa ponta, elas ganham charme e adquirem encanto. No terceiro andar as janelas, em for.ma ogival, descansam o espírito em relação ao que está abaixo, bem como à mansarda superior. O primeiro e o segundo andar, juntamente com a mansarda, constituem ordens ou estágios muito parecidos e, ao mesmo tempo, muito distintos, sobretudo bastante harmoniosos.

Na mansarda sobressaem quatro janelas, também ogivais, de cada lado do edifício. Nas duas extremidades dela afloram dois pequenos torreões. Como florão de honra, rumo ao qual tudo está construído, um torreão maior, todo enfeitado, todo ornado, emerge da mansarda. Ele constitui o centro do edifício, dando-lhe unidade e nobreza. Toda a glória da Casa do Rei como que se concentra nesse torreão. A Casa é digna, altiva e afável. Sua fachada encanta quem a vê. A pessoa sente-se honrada, se for autorizada a transpor seus umbrais; e tranqüilizada, se for conduzid a um quarto de dormir, ond pode repousar serenament .

Nota da redaçao O orador também, em ção, à fotografi Casa do Rei (a se vê acima, que se tirou to possível d minação q palácio. e apresenta u rica do edifí de duas o ções, com o da Praça conjunto envolto como qu

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Porta-voz da TFP

Nes t a Na edição anterior foi expo t a a xpli itaçã o do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a respeito da manipulc1 çao da paixões desregradas, operada pela Revolu çao, a fim d p rmilir a lib erdade apenas para o mal. Agora publica remos o último il en do Cap. VII da Pari I de Revolução e Contra R volu çã , qu aborda o l m a da g ração que se deixa guiar pelas imp r o s e não pela razão, vivendo sob o influxo de uma utopia: a ociedade sem hierarquia.

2 Revoluc;ão e Contra-Revoluc;Jo A geração do "rock and roll"

4 A palavr~1 do Diretor

• d. A geração do "roc k and roll": o processo rev luc ionári o nas almas, ass im desc rito, prod uziu nas gerações mais recentes, e espec ialmente nos ado lescentes atuais que se hipn o ti za m co m o "rock anel rol/", um fe itio de es pírito que se caracteriza pela espontane idade das reações primári as, sem o controle da inteli gênci a nçm a parti cipação efetiva da v.ontade; pe lo predomínio ela fantas ia e elas vivências sobre a análi se metódica da rea lidade: fruto , tudo, em larga medida, ele uma pedagog ia qu e " redu z a quase nada o papel ela lógica e ela verdade ira form ação da vontade. • e. Igualitarismo, liberalismo e anarquismo : co nforme os itens anteri ore ("a" a "d"), a efervescênc ia el as pa ixões desregradas, se desperta ele um lado o ódio a qua lquer fre io e qualquer lei , ele outro lado provoca o ódi o contra qualqu er des igua ld ade. Tal efervescência conduz assim à concepção utópica do anarquismo marxista, segundo a qual uma hum ani dade evoluída, vivencio numa soc iedade sem c lasses ne m governo, poderia gozar da orde m perfeita e ela mais inteira liberdade, se m que desta se ori"ginasse qualquer des igua l-

daele. Co mo se vê, o idea l simultanea mente mais libera l e mais igualitári o que se possa imaginar. Co m efeito, a utopi a anárquica do marxi smo consiste em um estado ele coisas e m que a personalidade humana teria alcançado um alto grau ele prog resso, ele tal mane ira que lhe seria poss íve l desenvolverse livremente numa sociedade sem Estado nem governo. Nessa sociedade - que, apesa r de não ter governo , viveria em plena orde m - a produção eco nô mi ça estari a organi zada e muito desenvolvida, e a di stinção entre trabalho inte lectu a l e manu al estari a supe rada . Um processo se le tivo ainda não determin ado levari a à di reção da econo mi a os mais capazes, se m qu e da í decorresse a fo rmação ele c lasses . E.t es seri am os úni cos e insignifi ca ntes res íduos de des ig ua ldade. Mas, como essa sociedade comuni sta anárqui ca não é o te rm o fin a l da Hi stó ri a, parece leg ítimo supor que tais res íduos seri a m abolidos c m ulterior evo lução. Iniciaremos, na próxima edição, o Cap. VIII:

18 Escrevetn os leitores

19 S.O.S. Família Conselhos de um Doutor da Igreja aos pais de família

5

21

P.igina Mariana

Atualida(le

Santuário de Einsiedeln : centro de resistência católica na Suíça

Esclarecimento da TFP

7 A realidade concisamente Libertação comunista: do campo de trabalho forçado à prisão domiciliar com sentinelas ...

a A palavra llo sacerllote Nossa Senhora do Carmo e o uso do Escapulário

22 Capa TV brasileira: imoralidade e sordície crescentes

30 Vidas de Santos S. Antonio Maria Zacaria: adversário do paganismo renascentista

34 Santos e festas do m(·s

10

36

Discernindo Fraudes fotográficas para reforçar frágeis teorias dar\/Vinistas

12

Entrevista Euro - nova moeda da União Européia: perigo para tradições e nacionalidades

Caridade

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Apoio Fraternal: auxílio à pobreza envergonhada

TFPs en.1. ac;flo

15 Verdades Esquecidas

Simpósio em Campos do Jordão : aprofundamento doutrinário e de métodos de ação

Importância do exame de consciência

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16

Atnhientes, Costun1.es, Ci v ilizac;;ões

Internacional

P i erre Touss aint

Bombas atôm i cas dos pobres r e ssuscita pe rig o de hecatombe nuc lear

A Inteligência, a Vontade e a Sensibilidade, na Determinação dos Atos Humanos.

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Com a palavra... o Diretor '""

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Nossa Senhora das Ermidas de Einsiedeln

Amigo leitor, A televisão está atingindo índices de imorali dade insuportáveis para as famílias brasileiras. A sucessão de atentados contra a moral apresentados na TV tem causado indignação crescente, sobretudo em lares católicos. M uitos pais e mães de familia, apesar do cuidado que têm de formar sua prole de acordo com as recomendações da moral católica, vêem seus filhos enveredarem por maus canunhos dev ido à péssima influência da televisão. Se Nosso Senhor disse daquele por cuja obra ocorrer o escândalo, que melhor seria se a seu pescoço amarrassem uma pedra de moinho e o lançassem ao mar (cfr. Mt 18, 6; Me 9, 41), pode-se avaliar qual o juízo de Deus · a respeito da agressão maciça que se exerce contra crianças e jovens at:ravés da telev isão. Enquanto a maior parte das revistas contenta-se apenas em relatar- muitas vezes de forma parcial - o que acontece na TV, considerando o aumento da imoralidade apenas como fenômeno sociológico, Catolicismo sente-se na obrigação de alertar os espíritos contra essa verdadeira subversão moral, que visa demolir os princípios cristãos sobre os quais se deve basear a sociedade. Foi com essa preocupação que publicamos o artigo que figura como matéria de capa da presente edição. Nele o prezado leitor verá como é tragicamente real o perigo apresentado pela enxurrada de imoralidade que está inundando a televisão brasileira. E poderá constatar a necessidade de campanhas como O Amanhã dos Nossos Filhos - uma iniciativa da TFP - que está promovendo pesquisa de âmbito nacional para motivar os políticos a criarem meios de defesa contra tal imoralidade, mediante os quais a população possa se proteger contra as agressões praticadas pela TV. Na presente edição, vai encartado o formu lário da pesquisa Minha Opinião sobre o Código de Defesa do Telespectador. Ao preenchê- lo o leitor estará participando desta autêntica cruzada. Estará dizendo NÃO à minoria constituída pelos que desejam impor uma verdadeira anti -educação à sua família. Estará lutando pelo direito das crianças crescerem no ambiente de um lar que pauta sua conduta pelos princípios sempiternos da moral católica. E pelo direito de não serem alvo dos ataques permanentes da TV contra tais princípios. Participe também dessa oportuna e benemérita iniciativa!

O maior Santuário mariano da Suíça abriga antiga e venerável imagem da Mãe de Deus, cuja invocação é especialmente adequada para socorrer o homem moderno em sua triste solidão,

no ambiente neopagão da civilização contemporânea V AL IJIS

C oMO EXPLICAR que o Santuário

Em Jesus e Maria

9:~07 DIRETOR

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C ATOLICI S MO

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Preços da assinatura anual para o mês de JULHO de 1998: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar BVUIBO:

Mariano que recebe maior número de peregrinos da Suíça - e um dos mai s vi sitados de todos os países ele língua al e mã - seja dedicado a Nossa Senhora das Ermidas? Não são os ermitãos pessoas que se retiram do mundo para viver a contemplação de Deus na soli dão? E como algué m poderá viver na sol idão se estabe leceu -se num movi mentado Santuário? Entretanto, a invocação de Nossa Se nhora das E rmidas, c uj a festa ce lebra-se no primeiro domingo após o dia 16 de julho, entende-se ao percorrermos sua história. O Santuário está situado entre as lindas e impone ntes montanhas da Suíça, a 40 qui lômetros de Zurich, onde outrora se estendia sombria floresta. No século IX um monge do convento de Reiche nau , São Meinrado, depoi s ele ter formado uma escola ele monges retirouse para a floresta, a fim ele viver como eremita, numa estrita solidão. Esta foi tragicame nte viol ada no dia 21 ele janeiro ele 861 , quando dois criminosos o assassinaram. Seu corpo foi recolhido com veneração e enterrado no conve nto de Reichenau. E m 934 São Eberardo decidiu insta lar no local daque le crime uma comu nidade de monges beneditinos. No dia 14 de setembro de 948 aí foi dedicada a primeira igreja. A tradição registra que e la foi consagrada por Nosso Senhor Jesus Cristo, rodeado de anjos. Por isso, ainda hoje o aniversário dessa dedicação denomina-se a Festa dos anjos.

GR INSTE INS

Tendo-se cli fun d ido rapidame nte a notíci a de tal mil ag re, o mosteiro em pou co te mpo a lca nço u grande fa ma, crescendo o número ele seus monges. As regras dessa casa re li g iosa fo ram até adotadas por numerosos moste iros cio mundo al emão. Prova desse fl orescimento consti tuiu a partida ele São Wolfgang, no fi nal cio século X, para um país até então pouco conhecido e habitado por terríveis pagãos: a Hungria. Este heróico monge de Einsiecleln conseguiu aos poucos nele semear a Fé, a tal ponto que permitiu ao Re i Santo Estêvão unir seu país às nações católicas nos primórdios cio século XL Nessa época era tal a fa ma do Mosteiro de Ein siedeln , que seu Abade fo i elevado à categori a de Príncipe do Sacro l mpéri o Romano Alemão em 1O18. E também devi do a esse renome, co nseg ui ra m os monges da mes ma Abadia que as relíquias ele São Meinrado fosse m trasladadas ele Reichenau e co locadas em sua igreja no ano ele 1036.

In iciadas as peregrinações Após a conversão ·c1os hún garos e ci os norm a nd os, e a exp ul são dos sarracenos cio sul ela França, as estradas da Europa to rnaram -se mais seguras, firmando-se o poder cios nobres, os quai s se encarregavam ele policiar as vi as ele suas terras. Tal normali zação favoreceu o C ATO LICISMO

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lha de Arbedo; e a ele 1498, na qual os inicio das grandes peregri nações por suíços vitoriosos ofereceram ao Santuátodo o continente e uro eu, ;,rnito esperio de Nossa Senhora o trono de ouro cia lm ente aque las que se diri g iam a Roma e a Santiago de Compostela, na do Duq ue da Borgonha, Carlos o TemeEspanha. Peregrinos mais ousados iam rário, trofé u este capturado na bata lha de Grandson. até Jerusalém . Em toda Europa surgiram loca is de peregrinação, aos quais Posteriormente, com o advento da terrível revolução protestante, na qual afluíam pessoas a fim de implorar graperderam a verdadeira Fé numerosos ças para solucionar suas necess idades. suíços pervertidos por Calv ino, o SanNo séc ulo XIII as pereg rinações a Eins iede ln não eram mai s compostas tuário tornou-se um dos centros de rede pequenos grupos, tornando-se muisistência da Fé cató li ca, a partir dos to concorridas. As pessoas eram mai s quais foi possíve l a recuperação de paratraídas pela história de São Me in rado te do país à Igreja Católica. e a miraculosa dedicação da Abad ia do que propriamente pela imagem de Nossa Senhora. Mas no século XV tais peregrinações já tin ham como objetivo principal venerar a imagem de Nossa Senhora, embora permanecessem as devoções anteriores. Ass im , em 1466 a Festa dos anjos atraiu cerca de 130.000 peregrinos durante 15 dias. Pode-se imaginar o que isto significava numa época em que não havia . meios de transporte coletivos (viajavase a pé ou a cavalo), nem grandes hotéi s, restaurantes, etc .. As peregrinações não consistiam num passeio turístico, mas representavam uma penitência.

Santuário verdadeiramente suíço Os suíços são conhecidos na Europa como um povo de bons so ld ados. Embora seja uma população que não ataca seus vizinhos, ela não permilc que outro povo interfira em seu país. E por serem os suíços bons soldados, vários monarcas europeus os contratavam para formar sua guarda pessoal. É por isso que até hoje o Papa mantém uma guarda suíça encarregada de protegê-lo. No decurso da História os s uíços afirmaram s ua identidade nacional e repeliram os ataques d e diversos agressores. Sempre que obtinham algum triunfo militar não deixavam de dirigirse em peregrinação ao Santuário de Einsiedeln para agradecer a Nossa Senhora a proteção concedida à sua pátria. Assim ficaram registradas na História várias peregrinações de so ldados hei véticos vitoriosos, entre elas a de 1422, composta pelos militares da cidade de Lucerna, vencedores da bata6

CATOLICISMO

O famoso Suntuário de Einsiedeln, na Suíça

As provações na história do Santuário Muitos pensam que o melhor da vicia é não sofrer provações, e assim passar por e la de forma cômoda e macia. O lvidam - e, porém, de que não é isso o que Deus determinou para os home ns, pois os sofrime ntos bem s uportados constituem meios de adquirir méritos com vistas à vida eterna. As vidas de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Nossa Senhora const ituem exemp los excelsos de ex istências repletas de pad ecime ntos e provações. O mesmo sucede com pessoas a quem Deus ama de modo especial; e também com se us Santuários.

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O Santuá ri o de Einsiedeln teve que passa r por numerosas provações. Em primeiro lugar, vários incêndios o arrasaram. Ocorreram eles nos séculos XJ e XIII, e também em 1465, 1509 e 1577. Após cada uma dessas catástrofes, os monges recon truiam o Mosteiro e o Santuário de Nossa Senhora. Durante a Revo lu ção Francesa, as tropas revolucionárias, impuls ionadas por seu ódio a todo o sag rado, chegaram até o Mosteiro para devastá- lo e expu lsaram todos os monges. Mas não co nseguiram destr ui r a image m de Nossa Senhora, sa lva por um camponês que a escondeu e m o utra provín c ia, até o término ela tormenta revolucionária. E m 180 l os re li g io sos puderam finalmente voltar à sua vida de contemplação. Ve ncida a provação, Deus premeia a perseverança ele seus filhos fiéis. Assi m, os monges expulsos co nseguiram após a tormenta tantas vocações, que fundaram quatro novos mosteiros na América. Atualmente 200 religiosos co nst ituem a comunidade da Abadia de E in siecle ln.

Solitários em meio à multidão Assim como os monges desse Mosteiro continuam a ficar sós com Deus no ambiente de um Santuário tão movimentado, muitas pessoas hoj e, nas modernas c idades neopagãs, estão solitárias em meio aos milhões de seus habi tantes, quase sempre sem o C ri ado r. Não será então a imagem de Nossa Senhora de Einsiedeln um bom amparo para tantos e tantos que estão perd idos nos seus prob lemas, sem ter como resolvê- los no meio de tanta gente? Invoquemos, pois, com confiança Nossa Senhora sob esta invocação. Ela sa be me lh or cio que ninguém como nos socorrer. E talvez esteja esperando apenas uma oração de nossa parte para nos ajudar. Julgamos estar sós, mas na realidade estamos junto Àquela que é a Rainha do Céu e da Terra, Onipotência Suplicante e Medianeira de Todas as Graças. ♦

Comunistas chineses "libertam". .. Bispo católico

Dentro das m uralhas chinesas, uma libertação sui g eneri s

CPT desmentida A Comissão Pastoral da Terra (CPT) afi rmava que entre 1964 e 1996, 673 pessoas haviam sido mortas no Pará em decorrência de conflito s entre fazendeiros, pistoleiros e policiais. Era um dado a mais para por fogo na agitação: provaria que o campo está conflagrado e que o desejo ele terra arde nos corações dos sem-terra sublevados. O que levaria a acelenu- as desapropriações. Entretanto, o dado parece inflado. O Grupo Espe-

cial de Trabalho sobre Assassinatos no Campo (GETAC) , criado pela Se-

"A China libertou ontem, de um campo de trabalho, o Bispo católico Zeng Jin gtnu, 78. Ele está doente e passará a cumprir prisüo dom iciliar" ("Folha de S. Paulo", 12-5-98). O que não vem narrado nessa notícia é que o Governo comunista chinês só tomou ta l medida depois que o Vaticano apelou, de modo solene, à comunidade internacional , no sentido de pressionar o regime de Pequ im para a libertação do Bispo.

E também após uma delegação americana - enq uanto realizava uma pesquisa sobre a religião naquele país - fazer o mesmo. O Prelado, de fato, encontra-se em prisão domicili ar na residência de um irmão, mas sem direito a receber senão parentes, tendo sentine las permanentemente à sua porta. É importante ressaltar que o fato ocorreu às vésperas da visita do presidente C li nton à China (Cfr.

cretaria de Segurança Pública do Pará, ao investigaressas mortes, concluiu que em 209 casos e las nada tinham a ver com a disputa pela terra. Decorriam ele bebedeira, brigas passionais, questões trabalhistas, abortos, suicídios. Desmascarada, a CPT protestou. Mas Da. Onéia Dourado, coordenadora do GETAC, confirmou o resultado da investigação: "A

CPT está com medo que a verdade venha à tona". A esquerda, de fato, usa habitualmente esse recurso de inflar números que lhe possam favorecer. Foi o que aconteceu . ♦

Incongruências do "Paraíso" cubano "Os cubanos estão inconformados com a pobreza e a escassez de alimentos e artigos de higiene pessoal, cansados de ter de usar roupas e sapatos remendados, de soji-er as consequências de blecaules, de viver em cidades sem ônibus e não ter óleo para cozinhar" . Quem afüma isso é o jornal oficial do Partido Comunista Cubano, o "Granma". Entretanto, ressalta o

"Ég lis e d ' Asie", nº 265, 16-5 -98). Em outros termos, o ato humanitário do Tigre de Papel chinês foi causado por cons iderações meramente políticas. Ressalte-se que D. Zeng Jingmu é Bispo da Igreja Católica Romana, não reconhecida pelos comunistas chineses, os quais criaram uma

Igreja Católica Patriótica simulacro da verdadeira Igreja-, inteiramente submissa ao regime comunista. ♦

Recomeça a perseguição religiosa na Rússia A lei que discrimina as minorias religiosas na Rússia - entre as quais figuram os católicos - já coÁ l _meça a surtir efeiJ1 tos. Os vistos de .,.,, . - estad ia, antes 1 _,,,, concedidos por --~· um ano, são

- ~l\

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Catedral de S. Basílio, em Moscou:

dados agora apenas por três meses. Os missionários precisam voltar à sua pátria quatro vezes por ano, com grandes gastos e incômodos vários. ♦ o mais famoso templo da igreja cismá tica russa, beneficiada pela nova lei

diário que, apesar desses inconvenientes, os cubanos estão de acordo com o sistema que lhes traz essas benesses, pois lhes garante educa-

ção, saúde e tranqüilidade social. Certamente não estão de acordo com o regime os milhares de habitantes do "Paraíso" castrista que se lançaram ao mar, arriscando suas vidas, para fugir dele ... Para piorar o panorama, já negro, a colheita de cana de açúcar, principal produto da ilha-prisão,

promete ser a pior em 40 anos de

Revolução caslrista (cfr. "Dia.rio ele las Américas", Miami, 5-5-98). Segu ndo o "Granma", o regime consegue realizar um notável milagre: pessoas inconformadas, cansadas de viver miseravelmente, continuam a apoiar o sistema porque, embora com o estômago vazio, têm escolas (onde é imposto o aprendizado marxista), hospitais (com o lamentável nível médico dos hospitais da ex-URSS) e a tranqüilidade socia l dos campos de concentração... ♦

Bibliog.-afia: Jean L aclamc , Notre Da111e de 10111e I 'Europe, Ecl . Rés iac, MontsOrs, 1984.

CATO LICISMO

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Cônego J OSÉ LUIZ VILLAC

PERGUNTA Tenho ouvido falar muito sobre o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo. Mas ninguém sabe me explicar o que ele é senão mediante generalidades e considerações imprecisas. Seria possível o Sr. dizer algo preciso sobre sua origem, promessas, condições para recebê-lo? Ouvi dizer que ele serve de proteção, mesmo contra peri gos materiais. É isso exato?

RESPOSTA

Realmente, o Escapulário do Carmo é um penhor da proteção e do materno carinho de Nossa Senhora para com os homens. O que é propriamente um escapulário? Originariamente, na Idade Média, era uma espécie de avental que caía na frente e atrás (Scapulae), usado sobre a roupa comum, sobretudo por criados ou funcionários de palácios, instituições etc. A cor, ou certos dese nhos nele bordados, indi cavam a quem serviam.

Origem do Escapulário Carmelita Como surgiu o Escapulário do Carmo? Aqui é preciso expor um pequeno histórico. A Ordem do Carmo remonta, segundo antiga tradição , aos Profetas E lia s, E li seu e seus discípulos, estabelecidos no Monte Carmelo, na Palestina. De acordo com essa tradição , e les já veneravam Aquela que viria a ser Mãe do Redentor, simboi izada pela nuvenzinha que apareceu quando Elias pedia o fim da seca que asso lava a Palestina (cfr. 3Reis

e

C A TO L I C I S M O

18, 4 1-45), e da qual ca iu a chuva bendita que revives ceu a terra. Esses eremitas, que viviam em pequenos eremitérios, ter-se-iam sucedido através das gerações até que, na Idade Média, quando os mu ç ulmano s conquistaram a Terra Santa, tiveram que fu gir para a Europa. Lá não foram muito bem recebidos pelas outras ordens mendi cantes que já existiam. P r isso encontraram gra ndes di rtculdades, passando até pel o ri sco de extinção. Foi nessa ocasião que o carme lita in g lês Simão Stock, homem penite nte e de muita sa ntidade, foi e leito Superior Geral. Angustiado com a situação em que e encontravam os carme litas, começou a s uplicar incessantemente a Nossa Senhora que protegesse sua Ordem . Exatamente no dia 16 de Julho de 1251 , quando o Santo rezava mais fervorosamente em se u convento de Cambridge (Inglaterra), aparece u-1 he a Mãe de Deu s revestida do hábito carmeli tano, portando o Menino Jesus e apresentando-lhe um

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escapulário. O nome Escapulário vem da palavra latina "Scap ulae", que s ig nifica ombros. É o nom e dado à peça do hábito reli g ioso, que pende dos ombros, caindo sobre a parte anterior e o dorso da túnica de quem o porta.

"Recebe, caríssimuJilhu," di sse E la, "este Escapulário

da tua Ordem, sinal de minha confi"atemidade, pri vilégio para ti e para todos os car1nelitas. Todo aquele que morrer com ele revestido, não arderá nas chamas do h1f'erno. Ele é, pois, um sinal de salvação, uma segurança de paz e de eterna aliança". É a primeira Promessa, chamada " Grande Promessa" . Quando se tornou públi ca essa prova de predileção da San-

tíss im a Virgem em re lação à Ordem Carmelita, esta começou a florescer. No séc ulo seguinte, e m 13 14, a Mãe de Deus aparece u novamente, desta vez ao Papa João XXII, confirman do sua especial proteção aos que usassem o escapu lário, e prometendo ainda que o li vrar ia do purgatório no pri me iro sábado após a mo rte . É a segunda Promessa, chamada " Privilégio Sabatino". Isso le vou Pontífice s, Monarcas, re ligiosos de outras Ordens e pessoas de todas as condições a querer participar desse privilégio, recebendo o escapulário como um símbolo ele devoção a Maria e ele Sua salvaguarda contra os inimigos da alma e do corpo. Pio XII

com es mero a castidade seg undo seu estado; c - tivessem rezado diariam ente o Ofício Menor ele Nossa Senhora ou as orações prescritas pelo sacerdote que impôs o escapulário ; Quai s são as condições para se merecer esses privi légios? É prec iso receber o escapulário de um sacerdote que te nha a utoridade para impô- lo e portá-lo piedosamente até a hora da morte . Até mesmo aos pecadores pode ser imposto! Ser-lhes-á um grande penhor ele conversão. São Simão Stock

chegou a afirmar, em c.:u-ta aos carme litas e m preparação para o sétimo centenário da entrega cio Escapul ário a São Simão Stock que, dentre as devoções exteriores à Mãe de Deus, "devemos coloca r em

primeiro lugar a devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Ca rmo que, pela sua simplicidade, ao alcance de todos, e pelos abundantes fi"utos de santificação, se encontrn extensamente divulgada entre os f éis cristãos". Privilégios concedidos

Imagem de N. Sra . do Carmo segurando o Escapulário

Podemos dividir os privilégios li gados ao escapulário do Carmo em duas partes: 1. Morte em estado ele graça para aqueles que o tiverem trazido piedosamente durante a vida e com ele morrido (promessa a São Simão Stock); 2 . o chamado " Privilégio Sabatino". Nossa Senhora tiraria do Purgatório no primeiro sábado após a morte (promessa ao Papa João XXII): a - os que tiverem trazido piedosamente o escapulário e com ele morrido ; b - tivesse m g uardado

Algumas observações práticas O esca pulário deve ser de tec ido de pura lã, marrom. Não pode assim ser de fe ltro, al godão ou de tecidos sintéticos. O cordão, entretanto, pode ser ele outro tecido e cor. Somente o primeiro escapul ário qu e se recebe deve ser bento por um sacerdote com poder para isso. Os outros, não. A pessoa mesmo pode fazê-lo e colocá-lo ao pescoço sem necess idade ele mandar benzê-lo. E le el e ve ser usado ao pescoço ele maneira que parte caia sobre o peito, e parte sobre as costas. " O Escapulário no bolso nada vale e não protege" afirmava Pio XII. Aqueles que tenham alergia a lã ou outro inconveniente para usar o escapulário, poderão usar uma medalha benta corresponde nte, mas após ter-lhe sido impo sto o escapu lário de lã (privilégio concedido pelo Papa São Pi o X e m de ze mbro de 1910). Mas, o mesmo Santo Pontífice recomendava a todos os fiéi s a continuar usando o Escapulário de lã, como foi revelado por Nossa Senhora.

"Penhor e sinal de salvação" O escapulário representa um grande tesouro, como afirmou o Papa Pio XII: "Não é co isa de pequena impo rtância procurar-se a aquisição da vida eterna, segundo a tradicional promessa da Virg em Santíssima; trata-se, com e.fe ito, da empresa mais importante e do ,nodo mais seg uro de a levar a cabo". Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja, não só o trazia consigo, como o louva e m seus livros e o recomendava a todos como sina l de santidade e forta leza. Dizia que, quando somos tentados, elevemos apertar o santo escapu lár io com as mãos para que o demônio deixe de nos atormentar. E São Cláudio de la Colombiêre , confessor de Santa Margarida Maria Alacquoque, confide nte do Sag rado Co ração de Jesus , afirmava: "Creio que às vantagens que se atribuem aos devotos de Maria, se podem acrescentar outras mais notáveis em favor dos confi'ades do Carmo, que são todos os que usam o escapulário". E prosseguia: "Não; não basta dizer que o Escapulário é um sinal de salvação. Eu estou certo de que não há outro que faça nossa predestinação tão certa como este do Escapulário, e sob o qual nos devemos acolher com o maior zelo e constância". . Um grande apóstolo ela devoção ao escapulário foi o Servo de Deus, Pe. Francisco Rodrigues da Cruz, o mesmo que foi um dos primeiros a crer nas Aparições de Fátima (Dr. Formigão) deu a Primeira Comunhão a Lúcia e ensinou muitas ora-

ções e j ac ulatórias aos três pastorinhos , recomendava àqueles a quem ele impunha o escapu lário que o osculassem todos os dias ele manh ã, rezando três Ave-Marias, e pedindo a Nossa Senhora a graça de não cair em pecado grave naquele dia (Cfr. Pe. José Leite, Santos de cada Dia, Editorial A. O., Braga, J 987 , 3. Yol., p. 427). Faz bem le mbrar que na úl tima aparição de Nossa Senhora em Fátima, a Mãe de Deus apareceu revestida do hábito carmelitano. Este "sinal certo de salva ção", passaporte seguro para o Céu, não pode prestarse a abusos? Infelizmente sim, corno todas as coisas neste nosso vale de lágrimas. Por isso o mesmo Papa Pio XII alertava:

"Não julgue quem o usar que pode conseguir a vida eterna abandonando-se à indolência e à preguiça espiritual" . Quantos casos houve de pessoas que, abusando dessa promessa, levavam uma vicia depravada, gabando-se de que se salvariam porque usavam o escapu lário, e que, no momento da morte o tiveram arrancado do pescoço por a lgum acidente ou por si próprios nos este1tores da agonia! Entretanto, se ele não é pa ssa porte infalível para quem o usa indignamente e com presunção, pode servi r de grande meio de conversão, movendo almas empedernidas ao arrependimento e ao amor de Deus. Conta-se de conversões obtidas na hora da morte unicamente ao impor- se ao moribundo o Escap ulário cio Carmo. Por isso, não só usemos piedosamente o escapulário, mas sejamos também se us propagadores. ♦

CATOL I C I SMO

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Darvvin: falsificador de fotografias para de111onstrar sua teoria Veio à tona mais uma escandalosa comprovação de que Darwin - chamado o pai do evolucionismo utilizou fraudes para tentar fazer passar de contrabando a teoria de que o homem provém do macaco e. A.

Charles Darwin (1809-1882)

D arwin usou fotos fa lsificadas em livro d ito cientifico, escri to para defende r sua estranha teoria de que o homem se o ri g ina do macaco. A revelação desse escandaloso fato ve io agora a lume no conceituado diário ita liano "Corriere de ll a Sera" (28-4-98). E m 1859 Darw in pub li cou As origens das espécies, obra em que expôs sua teoria de q ue o homem é uma espéc ie evo luída de macaco . E ntre as críti cas q ue a obra susc itou, estava a de que mui tas expressões hu manas não existiam nos an imais, o q ue era um argumento contra a evo lução das espécies . Não querendo dobrar-se à ev idênc ia, Darwin de u a lume outro livro sobre o evo luc io ni s mo, desta vez destinado a respo nder objeções, c ujo títu lo era As expressões das emoções no homem e nos animais. Ne le te nto u provar que sensações como a legri a, temor, desgosto eram expressas de modo seme lhante nos homens e nos a ni mais.

Como se deu a falsifica ção Darw in deparou-se, porém, com uma di fi c uldade : era q uase impossível 10

CAT OL IC ISMO

encontrar fotos que doc ume ntassem a amp la gama de e moções h u ma nas. A fotografia estava então em suas ori ge ns, e quase todas mostravam pessoas tesas, na postura de u m retrato ofic ia l. sem exprim ir sentime ntos o u sensações de qua lquer espéc ie. Na tentativa de refutar seus c ríticos, Darw in não hes itou em recorrer a cam inhos tortuosos, reve lou agora o pes.q ui sador americano Phili p Prodger, en carregado de lançar nova edição da disc utíve l obra. Não podendo provm· o que escrevera, o Pai do evolucion ismo recorreu a Oscar Rej lander, um fotógrafo de rei utação dúbia. Este, a serviço de Darwin , utili zo u todos os truques que conhecia: desenhos fa lsificados corno fotos, expressões sim ul adas, retoques nas imagens. Uti lizando freqí.ienternentc sua mulher c a si mesmo corno modelos, o fotógrafo forneceu ao discutido autor a ampla gama ele expressões encomendadas. Al6m disso , u m fisiólogo francês e ncarregou -se ele fornecer a Darwin uma s6rie de imagens ele fisionom ias humanas estimu ladas por impu lsos e létr icos, com os quais obtinha caretas e deformações. As fotos foram depo is retocadas por Darwin para fazer desaparecer os fios e létricos.

Tentativa fru stra de desacreditar o relato bíblico Não é a primeira vez que se descobre terem os mais conhecidos evoluc ionistas - o Pe. Teilhard de Chm-d in , por exemplo - uti lizado fra udes para "provar" suas teorias *. O que mostra q uanto dific il mente se ajustam à rea li dade . Nos prime iros tempos do evo luc io-

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nismo, a propaga nda qu is fazer crer q ue se tratava de um a descobe rta c ie ntífica irrefutáve l. Ma is a inda : um ve rdadeiro prog resso no ca m po do conhec imento h uma no. Não estava d ito, mas o que nas entrelinh as se v isava era desmora lizar o re lato bíb li co. De fato, a Escritura nos e ns in a que houve uma in tervenção d ireta de Deus para formar os corpos de Adão e Eva, dos quais descende todo o gê ne ro humano. É a teor ia do mo nogenismo, segundo a q ua l os ho me ns descendem de um só casal, e não de um número indefinido de casa is de macacos evoluídos. O evo luc io ni smo, corno tantas outras manifestações até ias dos últimos sécul os (as teori as de Fre ud, por exemp lo), ma is constituía u m ataque à Religião Cató lica do q ue outra co isa. Natu ra lme nte, ta is teo ri as foram contestadas. E nas te ntativas de resposta às obj eções, as fra udes apareceram de modo ma is ev idente.

Os riscos do evolucionismo mitigado Mas não foram só fra udes que os defensores do evoluc io ni s mo utili zaram para im por suas idé ias. E m certo mome nto, a nte a d ificu ldade ele levar à fre nte seu intento e ntre os cató li cos, ape l aram para u ma mitigação de sua teoria. Foi assim que surg iu o evo luc ion ismo moderado ou mitigado. Procurava e le evitar uma coli são d ireta com o dogma da criação do ho mem d iretamente po r Deus, e ass im to rn a r-se ace itáve l pelos cató licos. Esse evo luc io nismo mitigado, e mbora continuasse a d izer q ue o corpo do ho mem surg ira através de um processo

evo luti vo, c ujo e lo ma is rece nte e ra o macaco, de ixava e m a berto a poss ibili dade de Deus te r infundido di reta me nte a a lma nesse macaco evoluíd o, que a partir de certa fa se te r-se- ia tran sformado num ho me m . A intervenção dire ta e pessoa l ele Deus no processo seria dec is iva para a constitui ção do ser huma no . Essa hipó tese fo i uma te ntativa de baldear os cató licos para o ca mpo evoluc io ni sta, ao qu a l eram a té e ntão profun da m e n te co n t rá r ios. E não se pode negm· q ue, do ponto de vista estratégico, a jogada evo luc ionista produz iu seus efei tos. Po is a o posição católi ca à teoria de Dmwin - até e ntão a mais fe rre nha e a mais im po rtante - d im inu iu muito de intens idade. E vá ri os re lig iosos passara m a olhm· o evoluc ioni smo com simpatia, sem que este tivesse apresentado, pm·a ser aceito, um só argumento verdade irame nte convincente.

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Não se dobrar ante os ídolos do dia Sej a co mo for, aq ue la una nimidade e m to rn o do evo lu c io ni smo, que certa propaganda a princípio te ntou difundir, fico u muito prej udi cada. De descobe rta cient(fica, como ini c ia lme nte te ntou se ap resentar, o evo lu c io ni smo teve de contenta r-se em passa r a teoria científica e até a me ra hipótese cien1ífica. Mais a inda, é comu m e ncontra r-se hoje que m lhe negue qualque r caráter c ie ntífico, red u z in do-o a me r a e lu c ubração cerebrina de uma escola de sonhado res . Esse fato co ntém para nós a lg uma li ção? Parece ev idente que s im. Conforme sempre e nsino u o insigne pensador cató lico Prof. Plínio Corrêa de O li veira fu ndador da TFP - , q ua ndo os católi cos permanecem ufa nos em sua fé, não se do brando aos ído los do d ia, e m geral bafejados pela mídia, são esses ídolos q ue ao cabo de a lg um te mpo vêm dobrar-se d ia nte da verdadeira do utrina da lgreja. O im porta nte é deixar passar o vendaval da propaganda, se m se incomoda r com o q ue ela diz o u in s inua. Ta l atitude é, pri me ira mente, uma o brigação de consciênc ia de todo ve rdadeiro cató li co, por fide lidade a Jes us C ri sto e a sua Santa ig rej a. Mas é ta mbém um a atitude de fo rta leza e bo m sen-

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so d ia nte d as nov idades qu e s urgem e que parece m levar tudo de ro ldão. O evo luc io ni smo é hoj e uma velhe ira do sécul o X [X, e m bora e nsin ad a ainda como teo ri a c ientífi ca em vári os c ursos de 2° gra u tanto do Brasil q ua nto do Exterior. Mas ho uve tempo em q ue era a ponta da moderni dade, até em a m bie ntes uni vers itá ri os. D ize r-se evo lu c ionista era estar no vento. Fo i a fi de lidade de m uitos, que não qu ise ra m d ob ra r-se ao so pro ate u e malfazejo com que e le se a presento u de

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início, que o obrigo u a s ucess ivos recuos, até o mo me nto presente e m que suas fraudes vão se ndo revelad as até para o grande público. Q ue Nossa Senhora, c uja fo rta leza inque brantável contra o erro e o mal, a Igreja procla ma com os títulos de Torre de Da vi e Torre de Ma rfim, nos ajude nestes te mpos e m q ue, mais do que nunca, a virtude da fo rtaleza se faz necessária. ♦

*

Sob re o ass unt o ve r também Catolicismo , agos to/90 e abri 1/9 1.

C ATO LIC IS MO

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,.,,.,

·Apoio Fraternal: assinalada obra de assistência católica O auxílio à pobreza envergonhada efetuado por uma entidade caritativa do Rio de Janeiro, cujos dirigentes mantêm-se no anonimato, é uma aplicação plena do preceito evangélico: "A mão direita não saiba o que faz a esquerda" (Mt 6,3} P AU LO H EN RIQUE C I-IAV l, S

Riode Jane iro, 3 de março de 1998. Por vo lta das 14 horas, tocamos a campa inha do nº 1 1O na trad ic io na l ru a das Laranje iras. O casarão está a apenas a lg un s passos do Parq ue Gui nle e seus fundos limi ta m-se com o Palác io das Laranje iras. Ao a lca nça r a po rta prin c ipa l, deparamo-nos com uma discreta placa ass inalada por uma cruz enc imando a silhueta de uma pessoa que se apó ia sobre outra e as palavras Apoio Fraternal. O es pírito que ani ma os q ue ali traba lha m é aco lhedor e meri tóri o. Da rua 12

CAT O LIC ISMO

não se te m a míni ma idé ia da ativ idade que lá se dese nvo lve e m pro l da caridade c ri stã. A senhora que nos atende u foi mui to cordi a l. D isse q ue nos recebia co m muita a legria, mas teríam os de nos comprometer a nada grava r o u fotografar, excetuando as fo tos da fachada externa da casa e da g rac iosa cape la, situada no própri o terre no da institui ção , à dire ita da casa. E e m nossa matéria sequer citar seus no mes. No sa lão, aprese ntou -nos o utra senhora, chamada de dona da casa. Pouco a pouco fo mos nos fa m i I iari za ndo co m o aposto lado a li dese nvo lvid o, comprazidos com seu cun ho verdade ira mente católi co. Nossa anfitriã informou-nos que a Institu ição é di rigida por uma Diretoria Executiva, um Conselho Deli berativo e por · senhoras dotadas de espírito cristão, resolutas em manterem-se no anonimato. Naque le dia, haveria uma reunião das visitantes (senhoras que traba lham diretamente com os apoiados). À proporção que iam chegando, amave lmente se dispunham a nos dar informações a respe ito ela hi stóri a do Apoio Fraternal. Ente nde ndo-se muito be m entre s i, e las mostrava m-se conte ntes e no bili -

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tad as po r exe rce r u ma a t iv id ade marcada pe lo es pírito da ve rdade ira caridade cató li ca. Uma de las pro ntifi co u-se cortesme nte a nos atende r ma is de moradame nte, res po ndendo pe rgun tas que fazía mos sobre a Institui ção. A conversa pro lo ngou-se por quase duas horas. Disse-nos que os fundadores da Instituição - Dr. Álvaro Sil va Lim a Pere ira e sua esposa, D. lzo lin a Fre itas Pere ira (fotografias na página ao lado) - era m pessoas de caráte r ínteg ro e bo ndoso. " Possuíam. fé e amor inquebrantáveis, que constituíam a razão de suas vidas. E, se a fé opera pela carida de, esta constitui a base do amor ao pró.ximo. O Apoio Fraternal nasceu e enraizau-se a partir da caridade cristã." E co ncl uiu com e nt usias mo: " No olhar de D. l zolina via-se mais que um olhar comum. Não é no valor; é no modo como se pratica o ato que se valoriza a bondade. Quando se referia à capela de sua residência, D. lzalina advertia: 'Enquanto houver adoradores nesta Capela, nadafaltará ao Apoio Fraternal, pois quem deposita co11fiança em Deus jamais perderá a paz de alma"'.

* * *

Afinal, o que é o Apoio Fraternal ? Uma assoc iação de le igos cató l icos fund ada e m 1938 - po rta nto há 60 a nos - que visa es pec ifica me nte

pra ti car a carid ade e m re lação à pobreza envergo nhada. Ta l caridade é feita com toda a discri ção possíve l, através de do nativos e m espéc ie. Até mesmo para os remédios há uma farmácia credenciada, sob a revisão de uma médica também voluntári a, para ev itar eventuais abusos, ali ás raros, na história da Jnstituição que ass iste a 70 famíl ias. Por ora, as inscri ções enco ntram-se fechadas, po is os do nativos vê m diminuin do nesses últimos meses. A div isão dos trabal hos é fe ita com cri téri o, procurando-se d istri bui r os assistidos entre as visitantes, de acordo com a proxim idade de residênci a entre un s e ou tras. As visitas se dão com urna freq üê nci a mínima de uma vez ao mês, em dia e horá rio incerto. Enquanto conversávamos, não ficamos indife rentes ao intenso movimento no in terior da casa, naque la tarde de terça-fe ira . Uma reunião com cerca de 30 pessoas realizava-se num sa lão contíguo. Pudemos contar pelo me nos I O máq uin as de costura e m outro sa lão, o nde senhoras voluntárias costuravam , bordavam e faziam crochê, preparando refi nados traba lhos que são ve ndidos nos três bazares que a instituição realiza d urante o ano. Após pro longada e ntrevista, a senhora conhec ida como a dona da casa, sempre muito solícita, levou-nos a percorrer as outras dependênc ias : biblioteca, sa lões o nde se encontra m as máquinas de costura, copa, cozinh a. E m seg uida conduziu-nos ao andar superior, para onde nos dirigimos subindo uma escada de 27 espaçosos degraus, primorosame nte be m conservados. Nesse a ndar fic a o de pós ito dos donativos recebidos e a sala de triagem dos mesmos. Os donativos que não servem são encaminhados a outras instituições de caridade. Num vasto salão deparamos com ternos, casacos, gravatas, vestidos, sapatos, bolsas ... era o brechó. Duas vezes por se mana, senhoras voluntárias do Apoio Fraternal recebem visitas para o brechó, onde os interessados podem adqu irir a preços módi cos qualquer peça exposta. Funciona às terças e sextas-fe iras, das 14 às 17 horas.

Os fundadores do Apoio Fraternal

Dr. Álvaro Silva Lima Pereira

D. lzolina Freitas Pereira

Por fi m, fo mos conduzidos à capela, construção em forma de L, com um mag nífico sacrári o, bancos de made ira

revestidos de pa lhinha e cobertos de ve ludo verme lho.

Associação análoga em São Paulo Convém registrar a existência de uma entidade análoga a o Apoio Fraternal na capital paulista, desde a década de 30. Essa meritória organização foi objeto de artigo encomiástico nas páginas do "Legionário" - então órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo - em sua edição de 9-2-47. Seu autor é o insigne inspirador e principal colaborador de Catolicismo, Prof. P línio Corrêa de O liveira, na época diretor daquele semanário católico paulistano. Destacamos desse artigo um tópico bem s ignificativo: " Um grupo de senhoras de nossa Sociedade vem trabalhando na sombra - há 1O anos já - em favor do que, na tradição da caridade cristã, se chama a 'pobreza envergonhada'. Nada há de firme e estável neste mundo e as pessoas mais educadas, dignas, prósperas, podem ser atiradas, de um momento para outro, ao arena/ sem fundo das complicações econômicas e da penúria. Com uma tradição a manter, um nome por que zelar, não podem apelar para a caridade pública com o desembaraço de um pobre qualquer. "Não há falso orgulho, neste retraimento. Há apenas pundonor e dignidade. Como estes sentimentos são, hoje, de uma alarmante raridade, é possível que nem todos o compreendam, e não percebam o que torna a 'pobreza envergonhada ' digna de especial simpatia, e vejam orgulho onde há dignidade. Aliás, a Igreja, que é a mestra infalível da verdade e da moral, não só aprova o retraimento discreto e nobre dos chamados 'pobres envergonhados', mas condoída especialmente de seus padecimentos, sempre multiplicou os recursos de sua industriosa caridade, para os socorrer sem os melindrar".

C ATO L IC IS MO

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O artístico altar do Apoio Fraternal

Abrindo exceção, nossa amável cicerone p~rmitiu que tirássemos fotografias, tomando o c uidado de afastarse sempre do foco da câmera. Contou-nos que as dirigentes da Instituição vêm se deparando com um problema grave, pois o teto da capela, re-

vestido de made ira, foi atacado por cupins e ameaça ruir. Elas já ped iram quatro orçamentos , mas ne nhum estava ao alcance de suas possibilidades. Enquanto responsávei s pe la presente reportage m , apelamos aos donos de Construtoras de E ngen haria Civil , co m

da

capela

senso de tradição e magnanimidade e dispostos a prestar ajuda ao Apoio Fraternal, para que e ntrem em contacto com as dir ige ntes dessa benemérita associação, no endereço e telefone abaixo transcritos:

Rua das Laranjeiras, 11 O 22240-000 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (021) 205-1531

Opção preferencial pelos pobres não exclui análoga opção pelos nobres Transcrevemos abaixo excertos da obra Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira (Editora Civilização, Porto, 1992, p. 4) os quais ilustram e enriquecem a matéria versada na presente reportagem. Papa Pio XII

"Opção preferencial pelos nobres: a expressão quiçá possa surpreender à primeira vista aos que se familiarizaram com a fórmula cara a João Paulo li, "opção preferencial pelos pobres". Porém, é exatamente uma opção preferencial pelos nobres que anima este livro. "A grande objeção que essa afirmação pode suscitar é que, ex natura rerum - pelo menos - um nobre é relacionado, importante e rico. Ele tem, pois, múltiplos meios para sair de uma situação de penúria em que incidentalmente se encontre. A opção preferencial já foi exercida a favor dele pela Providência, que lhe deu tudo quanto é necessário para que ele se soerga. "É precisamente o contrário o caso do pobre. Ele não é ilustre , não dispõe de relações úteis, freqüentemente faltam -lhe recursos para remediar as suas próprias carências. E, em conseqüência, uma opção preferencial que o ajude a atender às suas

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necessidades - pelo menos as essenciais - pode ser de estrita justiça. "Assim, uma opção preferencial pelos nobres parece quase um sarcasmo atirado contra os pobres. "Na realidade, essa antítese entre nobres e pobres tem cada vez menos razão de ser, se se considera a pobreza que vai atingindo gradativamente um número maior de nobres, conforme é lembrado por Pio XII nas suas alocuções ao Patriciado e à Nobreza romana. E o nobre pobre encontra-se em situação mais confrangedora do que o pobre não nobre ..... "A opção preferencial pelos nobres e a opção preferencial pelos pobres não se excluem, e menos ainda se combatem, segundo ensina João Paulo li: Sim, a Igreja faz sua a opção preferencial pelos pobres. Uma opção preferencial , note-se, não, portanto, uma opção exclusiva ou excludente , porque a mensagem da salvação é destinada a todos"(*). "Essas diversas opções são modos de manifestação do senso da justiça ou da caridade cristã, que só podem irmanar-se no serviço do mesmo Senhor, Jesus Cristo, que foi o modelo dos nobres e modelo dos pobres, segundo nos ensinam com insistência os Romanos Pontífices". (*) "Ad Patre s Cardinales et Curieae Pontificalisqu e Domus Prelatos, immin ente Nativitate Domini coram admissos", 21-1284, Acta Apostolicae Sedis, Typis Polyglottis Vaticanis, 1985, vol. LXXVII , nº 5, p. 511.

Exame de Consciência e Progresso Espiritual Para evitar o contágio de alguma doença, é natural que se tomem todos os cuidados possíveis, todos os remédios prescritos e se façam todos os gastos necessários. Se para salvar nosso corpo, que é mortal, são normais todos esses cuidados, muito maior deve ser o empenho para se obter a salvação de nossas almas, que são imortais. Infelizmente há muito mais preocupação em salvar o corpo, que morrerá um dia, do que a alma, que deverá prestar contas a Deus. O pecado, para a alma é um mal análogo à doença que ataca o corpo. Então, que cuidados devemos tomar para nos esquivar-nos do pecado, que pode causar a morte eterna da alma !. .. Consideremos um eficiente remédio que o Venerável Padre Alonso Rodríguez S.J. (1526 -1616) nos apresenta para fugirmos do pecado: o exame de consciência.

*

* *

Conselho de São João Crisóstomo "São João Crisóstomo, ao comentar as palavras do real Profeta David (Sal. 4, 5): 'Refleti nos vossos corações, nos vossos aposentos' , trata deste exame e aconselha que seja.feito cada noite, antes de deitar. E para isso aponta duas boas razões. "A primeira, é para que no dia seguinte nos encontremos mais dispostos e preparados para não pecar, nem cair nas mesmas faltas que hoje caímos. Porque, tendo hoje nos examinado e arrependido delas, e fe ito propósito de emenda, claro está que isto servirá como freio para não voltar a cometê- las aman hã. "A segunda é que, mesmo para o dia de hoje, servirá como freio sabermos que à noite devemos nos examinar, dar conta cio

que fizemos. Jsto nos fará andar com ma is atenção e viver com mais recato . Pois, assim como um senhor - diz São João Crisóstomo - não consente que seu encarregaJo de compras deixe de prestar contas cada dia, para não haver descuidos e esquecimentos que sejam motivo ele contas mal prestadas, assim também elevemos nos examinar cada dia, para que o descu ido e o esquecimento não conturbe as contas que elevemos prestar.

Cortar a erva daninha A alma que não é cuidadosa em examinar-se, é semelhante à vinha do homem preguiçoso, da qual diz o Sábio (Prov., 24, 30-31) que passou por ela e viu que estava caída e cheia de urtigas e espinhos: 'Passei pelo campo do homem preguiçoso, e pela vinha do homem insensato; e vi que ludo eslava cheio ele urtigas, e que os espinhos cobriam a sua superfície, e que o muro ele pedra eslava caído'. Assim está a alma daquele que não se preocupa em examinar sua consciência, com.o uma vinha que não se cuida, abandonada, repte/a de ervas daninhas e espinhos. " Nesta má terra ele nossa carne nunca deixam de brotar algumas ervas daninhas. Assim, é preciso andar sempre com a enxada na mão, arrancando a má erva e a má semente que brota. Para isto serve o exame de consciência, como enxada, para cortar e arrancar o vício e o mal sinistro que começa a brotar, não o deixando progredir nem criar raízes". (Ejercicio de pe1j'e cció11 y virtude.\' c ristiwws , por el Padre A lonso Rodrígue z S.J., E ditorial Testirnonio de Autores Catolicos Escogidos SIA. , Madrid, 1985, pp. 402-404).

São João Crisóstomo - Pintura sobre a tampa de uma caixa de madeira (séc. XI) - Biblioteca Vaticana, Museu sacro

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PLINIO MARIA SOLIMEO

Os a i iados cios Estados Unidos - Ing laterra, França e Rússia que haviam dec idi do não adota r as represá! ias propostas, após as primeiras explosões reso lveram in centivar a Índia a comp letar seu programa. No país verifico u-se verdadeira euforia popular e clima ele desforra. Só que m conhece ele perto o povo indi ano pode ter idéia ele seu nacionalismo:

O jornalista indiano Prem Shankar Jha, cio "The Hindu", afirmou que a Índia não teve outra saída senão realizar os testes: "Com a continuidade da qjt1da

"Temos orgulho da nossa Índia. Podemos ser pobres, mas mostramos que estamos entre os melhores do mundo" exclamou um

As detonações que acordaram o Mundo Os testes nucleares realizados pela Índia e Paquistão abalaram o sonho otimista dos que acreditavam numa era pacifista definitiva com o término da Guerra Fria.

Apesar da eres ipela de rfr. pequenas gue rras loca is ---"• 1 l-,, · ---· espalhadasporquasetodo --~ o planeta, a segurança da - ""-r· ·,.,~.. ~-~ paz mundial não parec ia • ameaçfa; _ Pois, em 1996, as c inco potência nuc leares - Estados Unidos, Grã Bretanha, França, Rússia e Ch ina - tinham ass inado um tratado ele controle nuclear proposto pela ONU. Inesperadamente, duas nações rivais, que apesar de pobres têm empenhado fo rtunas em tecno logia, su rpreenderam o mundo vangloriando-se da rea li zação de vários testes nuc leares. Estes haviam passado despercebidos aos mais sofisticados sistemas de controle.

A Experiência indiana Um cios programas turísticos mais apetecíveis oferecidos pela Índia cons iste em percorrer os fabu losos pa lác ios cio Rajastão. Não longe de um deles, o de Jodpur, começa o deserto no qual a atenção cio mundo se concentrou no dia 1 1 ele maio último: em seu subso lo, o governo indiano reali zara três testes nucleares. A experiência ludibrio u até o mais aperfeiçoado e custoso aparato montado pela Agênc ia Central de Inte ligênc ia norte-americana, a famosa CIA, para controlar a proliferação nuclear. De tal modo que esse poderoso organismo só tomou conhecimento cio sucedido pela imprensa! Não foi só a CIA a ser apan hada de surpresa. Um a lto oficial do setor cio

Deus' isso não é possível! Nós estávamos vigiando aqt1ela regiüo 1" ("Time", edição Latino-Americana, 25-5-98). Segundo informara m à imprensa altos funcionários ela Administração C li nton, embora os saté lites ele espionagem tivessem mostrado ativ idade intensa e crescente no desértico campo ind iano ele provas nucleares , os agentes da CTA não perceberam que se preparavam testes. E se is horas antes de sua reali zação, sina is ev identes de preparativos foram registrados pelo saté li te. Mas ... os analistas encarregados de avali ar as imagens só viram as fotos no dia seguinte, quando chegaram ao traba lho (cfr. "O Estado de S. Paulo", 14-5-98). O próprio presidente Clinton só tomou conhecimento dos testes através das agências internac ionai s, que divulgaram dec larações do prime iro-ministro indiano Vajpayee, comun icando a realização dos mesmos.

Departamento de Estado para Asst1ntos do Sul da Ásia, ao tomar conhecimento do fato pela televisão, exclamou: "Meu 16

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chinesa ao Paquistão no desenvolvimento das armas e dos mísseis nucleares", e a "cegueira dos Estados Unidos em relação à ameaça qt1e isso representava para a Índia", não havia outra saída para esta senão lançar-se na aventura nuclear ("O Estado ele S. Pau lo", 3 1-5-98). Ig norando a ameaça de sanções, menos de 48 horas depo is a Índ ia surpreendeu novamente o mundo efetmrndo mais duas experiências nuc leares:

"Os testes com bombas de baixa potência foram realizados a fim de se obter i11fo rmações adicionais para as simt1lações por computador", informou candidamente o Governo indiano ("O Estado ele S. Paulo", 14-5-98). Popu lares indianos manifestam alegria pelos testes nucleares realizados em seu país

lojista refletindo a opinião de mi lhões de seus compatriotas. E pobres, de fato, e les, são. "Com 2,5% da população mundial ... quase

metade dos indianos não sabe ler nem escrever. A renda per capita é de 350 dólares. Há cerca de 75 milhões de crianças 111alnutridas aba ixo dos cin co anos de idade" ("Veja", 20-5-98). Apesar disso, o país manté m um exérc ito de mais de um milhão ele homens, possui sofisticado armamento e gasta fortunas no campo ela defesa.

Revide paquistanês Após esses eventos, o qu e todos temiam suce deu. Em seguida a uma conversa de 25 minutos com o presidente Cl inton, no dia 27, d urante a qual o Chefe cio Executivo norte-americano tentou dissuadi-lo ele repetir o erro ela Índia, o primeiro-ministro paquistanês Sharif anunciou à nação que o Paqu istão realizara também cinco testes nucleares. Apontou a omissão do Oc idente diante das "provocaíões indianas" como causa de sua decisão. O delírio popular ocorrido naquele país após as experiências nucleares também foi enorme. E mostrou que sua população está disposta a fazer o que dissera em 1974 o então primeiro-ministro A li Bhuto, quando a Índia explodiu sua primeira bomba atôm ica: mesmo que o povo paquistanês tivesse que comer grama, fa- lo- ia para obtê- la também.

Popu lares paquistaneses queimam um boneco representando o primeiro ministro indiano Vajpayee

nuc l ea r e ntre Índ ia, China e Paquistão" come nta J effrey Smith cio " W as h i n g ton Post" (apucl "O Estado de S. Pau lo, 13-5-98) .

Ta l declaração não é uma figura ele retórica, pois esse país é be m pobre. "Do

"O calafrio percorre nossa espinha, porque eles íos testes] oco rreram quando a era do terror nuclear parecia terminada" acrescenta Johan-

alto de sua economia de anão, apesar dos sonhos de grandeza, o Paquistão é muito mais dependente de ajuda internacional do que a Índia " come nta a

na McGeary na revista no rte-a me ri cana " Time". "Ago ra ela es tá de volta.

rev ista "Veja", em sua edição ele 3-698. O que levou Sharif, te mendo uma corrida aos bancos, decretar feriado bancário no d ia 29 e "alertar a população

("Tim e", 25-5-98, p. 12). O mundo percebeu então, que a pesar de todo o sistema de vigilâ nc ia e sanções, o pesadelo nuclear está mais vivo cio q ue nunca. E ao a lcance ele terroris tas inte rn acio na is e nações pobres que, por orgulh o nac io nal, rivalidades, chantagem o u o utras razões quaisquer, podem a qualque r mo me nto acender o estop im ele uma hecatom be nuc lear de alcance un iversal! fsso mostra que, por mais que os homens recorram à tecnologia e aos recursos naturai s parn manter a paz universa l, estarão correndo sempre fora ela pi sta. Poi s, o maior problema mundi a l - a raiz de todas as crises contemporâneas - é de orde m m ora l e re li g iosa. E como neste campo a s itu ação do mundo se vem deteriorando dia-a-dia, não é de adm irar que a Providência uti li ze uma causa segunda - como essa rival id ade Índia-Paquistão para a deflagração ele uma g ue rra internacional de proporções imprev isíveis. O que estaria inte ira mente na lóg ica do que Nossa Senhora pred isse e m Fátima, tendo-se em vista a degradação moral ela huma nidade em nossos dias. ♦

que deverá e11fren tar 11111 período de at1steridade e medidas duras por causa das 'injustas' represálias in ternacionais". ("O Estado de S. Paulo, 31-5-98, pp. 1, A 18 e 19). E para co locar-se ad ian te de seu ri va l, no d ia 31 o Paquistão an unc io u ter realizaclo o sexto teste nuclear, dando- lhe vantagem ele um teste sobre a Índia ...

Fátima e a precariedade da paz mundial Seja qua l for a exat idão dessas in formações fornec id as pelos do is países liti gantes (e pa ira m sér ias dúvidas sobretudo quanto ao nú mero elas exp losões paq ui stanesas), _o mundo so freu um aba lo:

"Nos milésimos de segundo necessários para ativar as bo111bas nuclea res ... o gove rno da Índia fez explodir a antiga estratégia do mundo ocidental de preservar a estabilidade no subcontinente asiático e prevenir wna perigosa corrida armamentista

Qual nação será a próxima a se vang lo riar de suas proezas atômicas?

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Por que não tentar?

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Esta revi sta Catolicismo , como també m Ecos de Fátima , é uma g rande se mente que o saudoso Exmo. Dr. Prof. Plínio Corrêa de Ol ive ira de ixo u p lantada na TFP, e cada vez ma is, dando fru tos sabo rosos a fortal ecer os lares bras il e iro s e o mund o inte iro . É co mo o so l a bri lhar. Eu fi co tão emoc ionada cad a vez qu e rece bo a m in ha revista, a a leg ri a é tão g rande que e u e levo o meu pe nsame nto ao Céu, pedind o a Noss a Se nh o ra para que alcance de Deus e de Se u Filho Jes us, um a graça tão i mportantc, para qu e tod os os lares possam te r esse g ra nde pri vi lég io de recebe r todos os meses o bo letim Ecos de Fátima e a revista Catolicismo. (R.C.E. -

Minas Gerais)

Meio de informação precioso

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É com muita alegri a que partic ipo deste qu adro. Eu sou cató li ca, mas nunca tinha tido o prazer ele ser ass inante de um a rev ista tão maravi lhosa. Esta rev ista tem sido um me io de inform ação muito prec ioso para nós cató licos. Hoje fa la-se mu ito em resgatar as famíli as, ou sej a, seus val ores; poré m, tudo o que destró i as nossas fa míli as, continua entrando em milhares de lares e m todo Brasil. Eu fi co muito feliz e m saber que ex istem pessoas preocupadas com a s itu ação e m que vivemos . Que Deus abe nçoe todos vocês e que Maria cubra cada um de vocês, com seu manto. Podem co ntar com minhas orações. (M.D.V.B.A. -

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Bahia)

~ Um dia estava toda triste, ang ustiada no maior baixo as tra l, passei perto de uma loja e vi um fo lheto de propaganda da revista Catolicismo e me pergunte i: por que não tentar? Tente i e hoje di go para mim mesma : nunca mai s fico se m Catolicismo, a revista que leva até a nossa casa, fé, harmoni a e amor ao próximo. Parabé ns a vocês da revista e ta mbé m não poss o esqu ece r da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima 1/Cio wrdeis!. (V.M.B.O. -

Minas Gerais)

O mundo cató lico todos os meses

Bahia)

Nota 100!

~ ( .. .) Quando recebemos a revi sta Catolicismo nós a le mos com sofreguidão. Está é a prime ira le itura. A segunda é feita pausadamente, re fl etindo cada tópico e procurando aprove itá- los ao máx imo . .. .. Agrad a sobretudo pe la riqu eza e vari edade do co nte úd o ve rsand o sobre ass untos po lêmicos e da atu -

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(M.F.B .B. -

Bahia)

Sobre A Palavra do Sacerdote

~ É com imenso prazer que escrevo, não para dar nota IO ao último exe mplar de Catolicismo, e sim para dar nota I O a todos os exemplares da revi sta. Não vejo qualquer motivo para c ri ti car e sim para elog iar, nada preci sa ser mudado, apenas, se poss íve l, ampli a r mai s as considerações do querido Sr. Cônego Marinho Yillac que são muit o instrutivas para nós cató licos. (CL -

~ Me nsalme llle s into um prazer indesc ritíve l ao recebe r o tesouro que é a rev ista Catolicismo . So u propagandi sta de Fátima e ass inante dessa e log iáv e l re vista. Estava fa ltando nos la res um a revista que tro uxesse a me nsagem de "Deus Vi vo" e q ue co m dete rmi nação nos e nvo lvesse c m re po rtagens be m reali zadas sobre te mas atu a is e nccesséírios. O mundo cató lico chega às minhas mãos todos os meses com inform ações úte is. (D.S.L. -

a lidade , dando uma o ri e ntação esc larecedora e segura sobre a doutrina . Nossa nota: 100!

São Paulo)

A messe é grande ... poucos os operários

~ Ag radeço- lhes pe la exce le nte revi sta q ue, em boa ho ra, vocês edita m e nos pass am às mãos no deco rrer de cada mês. Tão e mpo lgado fiqu e i, que reso lvi pa rtilh ála co m o utras pessoas qu e gos tam e prec isam ler, e qu e não tê m co ndi ção de fazer a sua própri a ass inatura. Ass im , fi co fe li z po r pode r leva r a e las um po uco de fe li c idad e e co nh ec im e nto de al g o qu e, de uma fo rma o u de outra , poderá se r importante para e las . Resta- me, apenas, rogar ao Senhor da messe qu e forta leça e dê âni mo sufi c ie nte aos obre iros que aí es tão, e, se poss íve l, a ume nte o núme ro de les para qu e a seme nte não se perca por falta de se meado r. Quero di zer que me s into dec idid a mente o rgulhoso po r pode r participar dess a campanha maravilh osa. (A.A.P. - Ceará)

Práticas úteis aos pais de família Na seção S. O.S. - Família da edi ção anteri or, publicamos a lgun s princípios fund amenta is, e nsin ados cm serm ões po r Sa nt o Afo nso Mar ia d e Li gório, vi sa ndo poss ibilitar aos pais mini strar a seus fi lhos um a boa f'o rmação. Estes, não ra ramente, seg uind o o exempl o dos pa is, agirão co mo eles, de aco rdo co m a boa ou má for mação que rece bere m. Em vi sta di sso, os proge ni tores, em certa med ida, são responsáve is ante Deus pe la conduta ci os li lhos. De o utro lado, seg undo a do utrina cató li ca, o ho mem é um a cri atu ra raciona l dotada de li vre arbítri o. Portanto, inde pendentemente da boa o u má fo rmação recebid a dos pais, a partir da idade da razão os filh os poss ue m ca pac idade de di scernir e ntre a verdade e o erro, o be m e o mal ; e rece be m graças

para rej e itar o ma l e pratica r a virtude. Na presen te ed ição, dando seqüênc ia ao tema iniciado na ed ição anterior, serão expos tas inst ru ções cio mesmo Do uto r da Igrej a sobre como os pa is deve m instru ir os filh os a respe ito das verdades fundamenta is de nossa Fé, elas práti cas rei ig iosas, cios atos de piedade, cios princípi os cris tãos e das boas no rmas de cond uta. * * * "P rim e ira me nte, os pa is devem in st ruir se us filh os ' nas verdades da Fé, a co meçar pe los quatro pr inc ipais m is tér ios: ■ Q ue há um só Deus, C ri ado r e sobera no Senhor de todas as co isas. ■ Q ue este Deus recompensa os bo ns e casti ga os ma us. Na outra vicia, dura nte toda a eternidade, Ele recom-

pensa os justos no Céu e pune os mau s no inferno. ■ Que em Deus há três pessoas : o Pai, o Fil ho e o Espírit o Santo. Entretanto, há um só Deus, porq ue as três pessoas d ivin as tê m uma só e mes ma essê ncia: é o mistér io da Sa ntíss im a Trindade. ■ A este último é preciso acresce11 tar o 111istério da E11ca rnC1çüo: o Ve rbo d ivino, Filho de Deus e verdC1de iro Deus e le 111e.1· 1110, se fe z h omem n o se io p w úsinw de Maria, pC1deceu e 111orreu por nossa salvaçüo.

Encargo próprio dos pais "Um pa i ou uma mãe, para se escusa r desse encargo, poderi a alega r não conhecer estas coisas. Mas se igno ram estas verd ades fun damentais, são obri -

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gados a aprendê-las e depoi~\e!1siná-las aos seus filhos. Ou, pelo menos, mandálos ao catecismo. ., "Que infelicidade ver tantos pais e mães que não ensinam aos filhos as verdades fundamentais de nossa religião, e, além disso, proíbem-nos de ir ao catecismo. Não causará espanto, que, quando crescidos, não saibam o que é pecado mmtal, inferno, eternidade. Eles não sabem sequer o Credo, o Pai Nosso e a Ave Maria, que nenhum cristão pode ignorar sem se tornar culpado de grave negligência.

Práticas religiosas de cada ·dia

País: modelos para os filhos

"Além dessa instrução, inteiramente indispensável, os pais cristãos devem ensinar a seus filhos os atos de piedade de cada manhã, ao levantar, e que consistem em: ■ Agradecer a Deus de nos ter conservado durante a noite. ■ Oferecer a Deus todas nossas ações e todos nossos sofrimentos deste dia. ■ Rezar a Jesus e Maria para nos preservar de todo pecado. "Durante o dia, rezar os atos de fé, esperança e de caridade, recitar o terço, fazer visita ao Santíssimo Sacramento. Animados do verdade iro espírito cristão, certos pais fazem diariamente, com toda família, meia hora ele oração precedida ele alguma leitura ele um livro de meditação. "À noite examinar a consciência e, em seguida, rezar o ato ele contrição. "Assim cumprern esta recomendação do Espírito San.to: 'Tens filhos? Ensinaos bem, e acostuma-os à sujeição desde a infância' (Ecl. 7, 25). Desse modo os filhos, mais tarde, graças ao bom costume que contraíram, cumprirão os deveres de piedade sem dificuldade. Acostumai-os desde a ü1fância à co11fissão e à cornunhão e cuidai de que não atrasem o sacramento da co11firmação.

Princípios do mundo e princípios cristãos "Nunca é demais recomendar aos pais inculcar em seus filhos os princípios verdadeiramente cristãos. Infelizes as famílias nas quais reinam os princípios cio mundo, como estes: 'É preciso sairse bem na sociedade e nunca ficar por 20

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baixo'. ' Deus é misericordioso e indulgente, sobretudo com certas faltas .. .' "Pobre jovem a quem assim se encoraja às fraquezas! Não são estas as máximas ele uma família cristã. Ensinai aos vossos filhos certas máximas cio cristianismo, como estas: 'De que adianta ganhar o mundo inteiro, se vier a perder sua alma?' 'Tudo acaba aqui na Terra, mas na etern idade não terminará nunca'. 'Antes perder tudo que perder a Deus ' . Uma dessas máximas, gravadas no coração ele vosso fi I ho, poclê-lo-á manter em estado ele graça por toda vicia.

"Para bem educar os.filhos, aspalavras não são suficientes, é preciso sobretudo o exemplo dos pais. Como podem eles esperar formá-los na vida cristã se lhes dão maus exemplos? Assim, não é de espantar que se repreenda um j ovem por sua má conduta e ele responda: Que que reis que eu faça? Meu pai fa z a inda pior! 'Os filhos ele um pai ímpio queixam -se dele, pois se encontram por causa dele vivencio no opróbrio' (Ecl. 41, 10) .... "Há pais que, por vezes, corrigem os filhos, mas, que podem todas aspalavras se as obras as desmentem pelo ,nau exemplo? É conhecido esle provérbio: Os homens crêem mais pelos olhos que pelos ouvidos. Santo Ambrósio disse no mesmo sentido: 'O que toca meus olhos me impress iona mais que as palavras que tocam meu s ouvidos'. " Inútil alegar: Meus .filhos já nasceram co111 uma 11a1ureza ruim. - Eis o que di z Séneca: ' É um erro crer que o vício nasce co nosco. Não. O vício é in troduzido em nós'. E como é inlroduzido? Precisamente pelos 1·11aus exemplos. "Senhores pais, se 11ão derdes bons exemplos, vossos filhos não serão virtuosos. Freqüentai os sacramentos, ·recilai cada dia o terço, dai um basta às solicitações desonestas, às blasfêmias, às rixas e vereis vossos.filhos se confessando , rezando o terço, falando de coisas apropriadas, praticando o respeito para com Deus e a caridade para com o próximo. Mas notai bem na sentença já citada: 'Tens filhos? Ensinaos bem, e acostuma-os à sujeição desde a infância ' (Ecl. 7, 25). É preciso que

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as crianças sejam, desde os primeiros anos, form.adas nos bons costumes. Pois, à medida que elas crescem e que os maus hábitos se forti.ficam, encontrareis sernpre mais d(ficuldades em.fazer aceitar vossas sábias advertências.

Vigilância: livrar os filhos das ocasiões perigosas "Alguma coisa certamente fa ltaria à educação cios filhos, se os pais não tomassem cuidado em livrá-los elas ocasiões perigosas. Devem em conseqüência: ■ Pro ibir-lhes sai r à noite, ir a algum lu gar suspe ito, freqüentar alguma m,'í companhia. As más companhias são a ruína dos jovens fracos. Mas não basta aos pais evitar que o ma! seja cometido sob seus olhos. Isto feito, resta ainda um dever: examinar, in dagar junto aos próximos, e mes mo aos estranhos, que conduta têm seus filhos quando saem de casa, a que lu gares vão, que am igos freqüentam. ■ Tirar-lhes os objetos de que possam fazer mau uso, como maus livros, rom ances com máximas ímpias ou aventu ras ga lantes, quadros imora is, pinturas etc., que possam suscitar maus pensamentos. Muitos vício , eriam ev itados se as crianças não tivessem ao alcance certos objetos perigosos .... ■ Proibir todos os jogos de sorte, que freqüentemente arruínam as famíli as e as almas. Proibir também bailes, teatros e reuniões perigosas. ■ Não dormir junto com os filhos, nem deixar dormir juntos meninos e meninas. ■ Proibir que as meninas tenham conversas a sós com homens, velhos ou jovens. Alguns pais podem querer argumentar: 'Mas que boas lições dá o professor à menina, e que santidade ele tem! ... ' - Nada de ilusões quanto às boas lições ou à santidade! Os santos estão no Céu; quanto a estes aqui na Terra, são de carne e podem muito bem, aparecendo a ocasião, transformar-se em demônios!". ♦ (Sennons de S. Alphonse de Liguori. Anatyses. co111111 e111aires, expos é c/11 systeme d e sa prédica1io11. parl e R.P. Basile Braeckman, de la Congrégat i o n du T. S. Réclempteur, Tome Second. Jules de Meester- lrnprirneur-Éd i teur, Roulcrs, pp. 472-48 1).

1. A TFP é a corporificação da obra do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, seu F undador. As regras da estrutura organizacional da entidade foram também por ele inspjraclas e aprovadas, e por isso correspondem perfeitamente à natureza e ao modo ele ser da TFP. Assim, essas regras sempre foram aceitas de modo irrestrito por todos os que pertencem e pertenceram à TFP desde sua fundação, em L960. 2. Somente com o falecimento do Prof. Plínio, ocorreu que um veterano integrante ela TFP, João Scognamiglio Clá Dias, que se auto-atribui a missão de suceder ao Fundador, conseguiu arregimentar em torno de si um grupo de ativistas, procurando utilizar-se de instrumentos processuais para tomar o contro le da entidade e de seu patrimônio. O Poder Judiciário, desde o primeiro instante, vem repelindo essas tentativas, como restou claro cios rr. despachos ini ciais em medidas cautelares propostas pelos dissidentes (processos nº 2733/97 da 3" Vara Cível e nº 2865/97 da 9" Vara Cível da Comarca de São Pau lo). A TFP já apresentou sua posição em Juízo, acentuando que as regras de seus Estatutos - incluídas as relativas ao direito de voto - são perfeitamente legais, tanto que existem muitos exemplos semelhantes em associações culturais, educacionais, espoitivas, etc. A validade de regras dessa espécie já foi confümada pelo Supremo Tribunal Federal ( ver acórdão em R.E. 74.820-SP - Rev. Trimestral de Jurisprudência nº 68, pg. 787/799). A ação judicial movida por João Clá e seu grupo, portanto, não passa de uma

tentativa de valer-se do Poder Judiciário pru.·a obter objetivos políticos. Não haverão os autores de logra r sucesso nesse intento. 3. Para fu gir do problema jurídico, no qual sentem-se fracos, os autores da ação tentam escudar-se no as pecto numérico, inflacionando, aliás, o contingente de seus aderentes com a inclusão de pessoas que têm com a TFP apenas uma relação de simpati a. A fim de repor a questão em seus termos exatos, é necessário dizer que supera largamente quinze mil o número de sócios, cooperadores, corresponde11tesesclarecedores e propagandistas (estes, signatários de termo de adesão a campanhas da TFP), que seguem a orientação imprimida pelos Diretores. 4. De igual modo fa ntasiosas são as afirmações sobre represálias contra os que movem a ação. Todos os que o desejam continuam a usufruir de morad ia e alimentação nas sedes da TFP. A distribuição dos recursos da Sociedade cuj os critérios fundamentais não foram alterados - é tarefa que cabe à Direção, conforme indiquem as necessidades e os objetivos estatutários. Esse princípio foi afirmado pelo Poder Judiciário nas decisões acima referidas, de que os autores não se atreveram a recorrer. Houve, sim, modificações introduzidas na es trutura ad mini strativa da TFP para tornar seus órgãos mais áge is e eficazes na consecução dos objetivos sociais . 5. Não corresponde à verdade ç1 afümação que consta na reportagem de que "o repasse de verbas para a manutenção

de grande parte das 60 sedes, escritórios e moradias de membros foi cortado". Basta di zer que, ao longo deste mês de junho, até o dia da publicação ela reportagem, os repasses para sedes dirigidas por autores ela ação, e ainda os dispêndios ele manutenção pessoa l desses autores , já custaram para a Tesouraria da TFP mais de R$ 200.000,00. Está claro, portanto, que essas sedes têm à sua disposição recursos mais que suficientes para prover às despesas ele aluguel, água, luz, telefone e alimentação, ao contrário do que se afirma na matéria de "Isto é". A excelência das condições dessas sedes está claramente visível na fotografia que ilustra a reportagem. Qualquer atraso no pagamento de alguma dessas despesas, se tiver ocorrido, será de responsabilidade excl usiva dos que dirigem essas unidades. A TFP aguarda confiante o desfecho da ação judicial e prossegue, sob a proteção de Maria Santíssima, no desenvolvimento das ativ idades em defesa da Tradição, da Família e da Propriedade valores básicos da Civili zação Cristã fiel aos princípios e objetivos traçados por seu inesquecível Fundador. São Paulo, 22 de junho de 1998

Eduardo de Barros Brotero Vice-Presidente no exercíc io da Presidência do Conselho Nacional

Luiz Nazareno de Assumpção F" Superintendente da D iretoria Ad mini strativa e Financeira Nacional (Transcrito da "Folha de S. Paulo", 23-6-98)

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mesmo gênero do que é apresentado pelo SBT. ... Vendo que não adiantava mudar de canal, pois que na Recorei poderia deparar-se com o Ratinho entrevistando vítimas de estupro, Eduardo ia des li gar a tel ev isão. Nesse in stante, a esposa convidaa se ntar-se à mesa, pois o jantarestava se rvido. A pequena Mônica, porém, segura o braço do pai , tentando evitar que ele desligasse o aparelho. As cenas do aviltante programa da Manchete fascinavam a póbre menina, uma das milhões de crianças brasileiras vítimas de programas moralmente corrosivos.

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almas. Primeiro rouba-lhes a inocência; e depois a juventude, dando-lhes a entender que não exi ste esperança de futuro promissor. A vida, no fundo , lhes é apresentada como uma grande ilu são, que somente o refocilamento na lama moral pode tornar suportáve l. Só isso explica tanta insistência no sórdido , no vulgar, no francamente rejeitável, de que estão encharcados nossos programas te lev isivos como Domingo Legal, com as cenas da Banheira do Gugu, Domingão do Faustão, Casseta

& Planeta , Sai de Baixo, Torre de Babel e tantos outros . Segundo a rev ista "Época" (25-598), o orçamento da novela Torre de Babel, que a Rede Globo ap resenta atualmente ao público, está previsto para 20 milhões de doláres. A em issora não recuo u diante do c usto qu e represe nta a destruição de um shopping por um incêndio, ape nas para valorizar um dos capítu los da nova série! Ao mes mo tempo em que a Rede

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Avalanche de lama Se é bem verdade que contristou a todos nós recente tragédia ocorrida no s ul da Itália, onde a peque na localidade de Sarno fo i invadida por lama descida de uma montanha, quanto mais nos deve entristecer outro fato: uma nação inteira como o Brasi l, com 160 milhões de habitantes , ver-se soterrada por lama muito mai s avassa ladora e pútrida que a dessa cidade italiana, despejada diariamente do a lto das torres de tran smissão ' Naquele país a avalanche de lama física submergiu uma centena de corpos; aqui a televisão soterra milhões de

MARIO CESAR CARVALHO da Reportagem Loal

A Justiça proibiu ontem o

progr.una do Ratinho de expor crianças e adolescentes "a vexame, a constrangimento e violação de sua intimidade e identidade". Uma· ·

paços e objetos pessoais". O juiz; estipulou uma m de RSIOO mil para cada c · ou adolescente que trado em situação ve Segundo o juiz, o· "Ratinho Livre" Show" estão pr

Acima: Recorte da "Folha de S. Paulo", • de 19-6-98, que noticiou a proibição judicial de se expor menores a constrangim entos no programa do Ratinho. À esquerda: Em Sarno, Itá lia, a lama descida da montanha submergiu cen tenas de seus habitantes

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"51 palavrões, 143 insultos trocados entre os participantes dos programas e 67 entre eles e a platéia. Foram 90 atos violentos, entre tapas, golpes de cassetete na mesa e puxões de cabelo. "As apresentadoras lideram platéias que participam do programa ofendendo os convidados. "Na terça, o tema do programa do SBT foi religião. '" Márcia' contabilizou 30 insultos, um a cada dois minutos de programa."

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Ratinho é proibido de c_onstranger crianças

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"cenas

E quem pode gara ntir que esse índ ice não tendení a crescer, em decorrência, por exemplo, de cenas oferecidas ao públi co infanti l pe la apresentadora Xuxa , qu e se ex ib e ostentando d es pudo radamente sua grav idez? Quais as co nseqü ências para as cri anças e j ovens, co mo também para suas famílias, que se vêem ass im diante do inu sitado e da vergonha? Repetimos: quem m·cará com as conseqüências? - A televisão, ce11amente não.

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* * *

Essa cena imaginária - mas que poderia perfeitamente ocorrer em algum dos inumeráveis lares brasileiros escravizados ao vídeo - pode ser considerada simbó lica de uma verdadeira calamidade nacional: o nível degradante a que chegou a TV brasileira.

Globo se dá ao lu xo dessa so.fisticaçc7o de o rdem técni ca, consegue s uperar-se na costumeira e já absurda ex ploração de imora lidade e vio lência: faz passar como prática normal o homossex ualismo masc ulino e fe minino, as infideli dades conjuga is, o aborto, o homicídio de uma es posa a golpes de pá pe lo marido . Eis aí algun s dos infames ingredi entes da Torre de Babel! Avalie o leitor o deprimente resultado da pesq ui sa efetu ada pela "Fo lha de S. Paulo" ( 17-5-98), após acompanhar durante 15 hora s os progra mas Márcia, Magda/ena, Man chete Vereia de e Ratinho Livre:

São exemp los co mo esses que levaram Dona Lindinalva da Co nce ição Si lva, de 5 1 anos, a declarar àq ue le matutin o: "Tenho vergonha de sentar com meu n·,arido e assisti,: Ainda mais com meus.filhos".

Conseqüências dos maus exemplos Por outro lado, têm surg id o e m noticiário da impre n a c ifras aterradoras, como as recentemente publicadas, também pela "Folha de S. Paulo" (3-5 -98): no Brasil, só e m 1997, mais de um mi lhão de ado lescentes - mui tas de I O a 12 anos engravidaram. Como explicar essa catástrofe sóc io-famili ar? O le itor avalia be m o que representa para um país essa c ifra impress ionante? Se os exempl os arrastam, qua ntas dessas adolescentes e ngrav idaram influ enciadas pelo que viram na telev isão?

Floresta de pequenas antenas parabólicas no prédio: veículos de lama moral despejada nos lares

É a fam íli a - e com e la o Bras il q ue tem o direito e o dever de ex ig ir para seus filhos - tendo em vista seu bem esp iritu al, mora l e psíquico - um futuro plasmado em pad rões mora is bem diversos. Ou sej a, nos ensiname ntos tradicionais da Santa lgreja Cató li ca Apostó li ca Romana sobre mora l e costumes, derivados da Lei Natural e dos Mandame ntos da Lei de Deus .

Vejamos um po uco mais a ex ten são a que chegou esse mal. Em matéria publicad a na "Fo lha de S. Paulo", em 3 el e maio p.p. , so b o título Imitação da TV leva as crianças ao sexo, Gi lbe rto Dim e nste in e Pri sc il a Lambert esc reve m:

•••••••••••••••• "'Qua l a banda de música que você mais gosta?' A pergunta foi feita , no final do ano passado, a jovens de 9 a 18 anos em sete cidades brasileiras pela CPM, empresa de opinião pública especializada em adolescentes . "Ve nceu a banda 'É o Tchan' , exconjunto de Carla Perez, famosa por ter popularizado entre as crian ças as danças do 'tchan', entre outras - to das com carga erótica na letra e na dança. "A pesquisa também quis saber qual era a personalidade mais admirável do país. Carla Perez abocanhou um quarto lugar, acima de Betinho e de Pelé. "Perdeu por pouco de Ronaldinho. A campeã foi Xuxa, produto que também mistura entretenimento infantil e erotismo. "Educadores e psicólogos são unânimes ao afirmar que o relacionamento sexual começa cada vez mais cedo. 'Essas danças são um convite à erotização. Estamos deseducando a juventude, queimando etapas, provocando dificuldade de aprend izado', afirma a presidente da Flapia , Maria Thereza de Moura Vasconcelos."

•••••••••••••••• Vulgaridade como padrão de comportamento Al ém da imoralidade, os telespectadores são também ag red id os pe la ch uli ce, da qual o ma is recente expoente é o Ratinho. Gilberto de Me ll o Kujawiski ("O Estado de S. Paulo", 9-4-98) :

•••••••••••••••• Há qualquer coisa de errado com o público quando se vê a grande imprensa concedendo tanto espaço ao fenômeno Ratinho, que vem estourando os índices de audi-

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ência na TV Até a imprensf1, francesa

dos, não abrangendo portanto a TV por assinatura. Foram consultados 1.008 pessoas (a base inicial era de 1.058, mas 4, 7% declararam não assistir televisão) de São Paulo, nas faixas etárias entre 15 e 29 anos; 30 a 49 anos e mais de 50 anos, das classes A, B, C e O/E. "Na pesquisa recém-realizada , cenas de sexo e violência deveriam ser submetidas a uma censura prévia na visão de 76,8% (violência) e 82,9% (sexo) dos pesquisados. A exigência é mais

noticia: 'Nova estrela do~lbope, Ratinho ultrapassa, em horário nobre, os limites da vulgaridade e da sord idez, embora a TV brasileira seja pródiga nisso' ("Le Monde"). Naquele programa, os portadores de doenças repelentes e deformações monstruosas, em vez de provocar a compaixão do telespectador, só despertam horror e repulsa. "Os bad boys da imprensa (que fazem o gênero oposto ao bommocismo) abrem fogo contra o que consideram 'hipocrisia', alegando que é disso que o povo gosta, esse é o estilo popular. Aí mora o en no. Quando se fala no 'popu-;:.. • 1 lar', é preciso respeitar _ ~ i".,·~mais o povo. Atrações do tipo Ratinho Livre confuno,,~ 1} ºººº dem o gosto popular com gg 0 o gosto da ralé, cantor1i ='l>,M :,. .. me observou muito bem ·: .· · _.. o crrtico Inácio Araújo. Poderíamos acrescentar que -..1t.o1!1Gi111'1111 a ralé é a corrupção do popu ar, assim como o novo-rico é a corrupção do aristocrata."

=~

•••••••••••••••• Falsa popularidade Programas como os aqui citados fa zem a sua devastação em nome · da popularidade. Serão de fat populares? ...,..,.._.:..,:11. Para se comprovar o co ntrári o , ta verificar os res ultados de pesq ui sa rea li zada pela revi sta " Imprensa" (scte m bro/96) , ela qual trata Lenita Outsuka em matéria intitulada São

Paulo quer censura contra a violência e o sexo:

•••••••••••••••• "Violência e sexo estão sendo mostrados com exagero nas TVs, consideram, em sua maioria, os espectadores de São Paulo. Tanto que boa parte deles acredita nos efeitos saneadores de uma censura prévia. A pesquisa foi realizada antes da decisão do Ministério da Justiça de formar um conselho, com representantes das emissoras, que será responsável pela classificação dos programas nacionais. "A pesquisa foi centralizada nas emissoras comerciais, acessíveis a to-

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forte na classe D/E: 80,6%, caindo para 66, 1% na classe A, em relação à violência; 88% na D/E e 67, 7% na A, para o sexo. Os mais velhos são mais conservadores: a faixa com idade superior a 50 anos tem 82, 1% (violência) e 90,2% (sexo) favoráveis a uma censura e/ou controle das cenas transmitidas. E na questão 'quem deveria exercer a censura ou controle ', a maior parte afirma que essa tarefa caberia ao Estado. "A maioria dos espectadores acha que seria saudável a implantação de controle ou censura prévia. Em relação à violência 79, 1% acham que cenas de violência têm de ser censuradas - e o índice sobe para 85,3% em relação às cenas de sexo. "O rigor é maior em relação às ce-

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nas de sexo: apenas 14, 7% acham que devem ser liberadas - e destes, 27, 6% estão na classe A."

•••••••••••••••• Poder-se-á objetar que o programa Ratinho livre reverte essa tendência no tocante às classes D e E, uma vez que é posterior à rea li zação ela referida pesqui sa. C umpre notar entretanto que a popularidade daquel e programa advém sobretudo cio fato cio s entrevistados e teles pectadores estarem desej osos não propri amente das cenas bi zarras nele apresentadas, mas sobretudo ela so1ução a ser dada aos vários problemas do dia-a-dia.

Criação do Código de Defesa do Telespectador Diante de tanta devastação e falta de vergonha, j á é hora ele os brasileiros di zerem um BASTA! Ou isso se faz, ou então capitularemos diante do Cavalo de Lama que se introduziu dentro ele nossas casas, como outrora os troianos ante o Cavalo de Tróia, pu xado pelos gregos para dentro elas muralhas daquela cidade. A esse propósito, eis que novamente alça sua voz a benemérita Campanha O Amanhã de Nossos Filhos - uma iniciativa da TFP - , propondo a criação ele um Código de l)e.fesa do Te/espectador. Sim, caro leitor. Se formos logrados no preço de determinado produto, podemos apelar para o PROCOM; se nossa saúde está cm grave ri sco, telefonamos para o Pronto Socorro; se nossa residência ou estabelec imento comercial está pegando fogo, chamamos o Corpo ele bombeiros. Por que, então, não se criar um órgão a ser acionado quando nossas crianças estão com a saúde mental e mora l minada pelos produtos péss imos que a tel ev isão lhes vende, e nossa casa está envolta pelas chamas ela mai s compl eta libertinagem lançadas através cio vídeo?

TV imoral e Delegacia do Telespectador Tran screvemo s a seguir três pa rágrafos do que propõ e a Campanha

O A111anhã de Nossos Filhos: nove anos de uma Campanha eficaz Publicamo s abai xo al gumas da s principais ini ciativas dessa Campanha. O leitor prec isa ser inrormado arespeito do que já se fez em defesa da mora lidade, diante da desagregado ra avalanche televis i va:

• Abril de 1989 - Lançamento da pesquisa TV-Plebiscito sobre os programas de televisão. Foram obtidas 7 .068 respostas, das quais 6.719 (95 ,06%) afirmando: "Sim, estou de acordo em denunciar a degradação moral na TV'. Apenas 349 (4,94%) responderam: "Não estou de acordo, deixe a TV como está". • Novembro de 1989 - Envio de 1O mil cartas aos candidatos à Presidência da República, concitandoos a declarar de público a sua posição e as medidas que pretendiam tomar face ao problema da imoralidade e da violência televisiva , caso fossem eleitos. • Setembro de 1990 - A convite do Ministério da Justiça, uma delegação de O Amanhã de Nossos Filhos esteve presente ao sem inário A problemática da comunicação de massa: reflexões e soluções, no qual se debateram propostas visando sanar o grave problema da imoralidade e violência na TV. Pouco depois era editada Portaria daquele Ministério estabelecendo medidas classificatórias quanto aos programas de televisão. • Outubro de 1991 - Abaixo-assinado ao Papa João Paulo li, suplicando ao Pontífice que, em sua visita ao Brasil, condenasse a imoralidade e a violênci a televisiva. 102.411 assinaturas em 42 dias. • Maio de 1992 - Telefonemas de pressão junto à TV Bandeirantes e à Cia. Souza Cruz para obrigar o cancelamento do filme blasfemo A última tentação de Cristo. No segundo dia de campanha, a Souza Cruz anuncia a retirada do patrocínio ao filme. • Abril de 1993 - Petição ao Ministro da Justiça para que inclua,

no anteprojeto de revisão do Código Penal , um novo ilícito penal que caracterize os atentados aos " valores éticos e sociais da pessoa e da família", conforme reza a Constituição, em programas de TV. 31 .426 petições foram entregues àq uele Ministério. • Agosto de 1993 - Lançamento do opúsculo TV: uma escola, mas de quê?, com cerrada argumentação e baseado em renomados estudiosos do assunto. Destina-se a auxiliar pais e educadores na tarefa de se contraporem à influência dos falsos modelos promovidos pela TV. • Agosto de 1994 - Mensagem ao Diretor do Departamento de Classificação Indicativa pedindo rigor na classificação de programas televisivos apresentados em horários ditos nobres , com vasta aud iência infanto-juven il. 18.000 apelos foram encaminhados . • Outubro de 1995 - Carta ao Ministro da Saúde em protesto por propaganda sobre AIDS, do Programa DST-AIDS, daquele Ministério, veiculada pelos canais de TV. Propaganda esta que, por seu caráter amoral, mais favorece do que combate a AIDS . • Setembro de 1996 - Apelo ao Ministro da Justiça pedindo uma volta-atrás na decisão de entregar aos dirigentes das TVs a classificação indicativa dos programas, atribuição própria do Poder Público. • Fevereiro de 1997 - Cartão Mais respeito às famílias, Sr. Roberto Marinho, em que os participantes da Campanha, além de protestar contra os e/ases escandalosos da TV Globo no carnaval, prometiam boicote aos programas da emissora no decorrer do ano, caso a linha de imoralidade e violência da programação não fosse revertida. • Março de 1997 - Mobilizando-se em três frentes simultâneas - Ministério Público, telefonemas a patrocinadores e à TV

Manchete - O Amanhã de Nossos Filhos obtém da Justiça no Rio de Janeiro, suspensão de cenas da novel a Xica da Silva, em que a figura sacra! da freira católica era vilipendiada. • Junho de 1997 - Brado de Alerta contra o caráter imoral da educação sexual proposta a toda a rede de ensino público do País, pelo Ministro Paulo Renato Souza. Campanha de coleta de assinaturas dirigidas ao Ministro, ainda em curso. • Junho e Agosto de 1997 - Telefonemas e fax aos deputados e às lideranças de partido contra o Projeto de Lei de casamento homossexual. Entrega do parecer de 19 Bispos e do abaixo-assinado de 606 sacerdotes contra o citado projeto. Pressentindo a derrota, a própria deputada Marta Suplicy, autora do Projeto, pede adiamento da votação. • Julho de 1997 - Aderentes de O Amanhã de Nossos Filhos de Ribeirão Preto, mediante apelo dirigido aos vereadores e ao prefeito daquela cidade, conseguem evitar a aprovação de Projeto de Lei estabelecendo o aborto nos hospitais do município. • Agosto de 1997 - Comitiva de O Amanhã de Nossos Filhos entrega ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal 62 .500 assinaturas contra os projetos abortistas e de casamento homossexual em curso. • Setembro de 1997 Na iminência da votação final do Projeto da Lei abortista 20/91, veemente apelo é dirigido aos deputados pedindo a rejeição do aludido projeto. Campanha ainda em curso. • Outubro de 1997 - Aerograma endereçado ao Ministro da Justiça solicitando a constituição de um órgão para salvaguardar a família brasileira contra as emissões de TV imorais, violentas e aviltantes. Campanha ainda em curso.

(continua na p. 28)

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O Amanhã de Nossos Filhos neste parti cular, em oportuna mensage m env iada a se us aderentes:

Cinema: precursor da TV Advertências do Magistério Pontifício O Papa Pio XI teceu severas críticas ao cinema, há mais de 60 anos . O que diria hoje sobre a televisão? Publicamos abaixo as graves advertências do Pontífice proferidas em 1936. Valem elas certamente - e com quantas agravantes - para a televisão dos presentes dias.

"Esta é a causa principal do fascínio exercido por essas representações sobre a infância, a adolescência e a Juventude; de modo que Justamente na idade em que nasce e deve tomar forma o senso de honestidade, em que os princípios de justiça e probidade se desenvolvem no espírito, quando Pio XI emerge a noção do dever e surgem as melhores resoluções de perfeição de vida, é então que o cinema exerce sua influência e consegue sua maior eficácia. E, ó dor!, em nossos dias tal eficácia, com extrema freqüência, é perniciosa e nos traz à memória, ao contemplar tão grande ruína para as crianças e sobretudo para os Jovens, cuja integridade e castidade correm perigo nas salas de espetáculos, aquela durfssima sentença de Jesus Cristo contra os corruptores de menores: a quem escandalizar, porém, a um destes pequeninos que crêem em mim, seria melhor pendurar-lhe no pescoço uma pedra de moinho, e submergi-lo no fundo do mar (Mt 18,6). Hoje em dia é de necessidade imperiosa trabalhar com o maior empenho para que tais espetáculos não sejam escolas de vício, mas contribuam eficazmente para a educação dos homens e para elevar o nível dos costumes" (Pio XI, Encíclica Vigilanti Cura, de 15-71936, nº 12). Desde tenra infância as crianças ficam fascinadas pelo vídeo: precoce intoxicação moral e psíquica

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"Você terá a quem dirigir sua reclamação, caso sinta-se agredido pelo que está sendo transmitido em determinada novela e em determinado prog rama vulgar ou imoral. Poderá, assim, registrar por telefone a sua queixa. "Então, a partir de um certo número de queixas, a.fútura D elegaci a do Telespectador va i instaurar inquérito e encaminhar a conclusão ao Poder Público, que aplicará pesadas multas e poderá até mesmo ti rar a program açã o do ar, em ben efício d a moralidade públi ca.

" Sab e o que vai acontecer a partir de então? Quando os produtores f orem criar um prog rama, primeiro perguntar-se-ão: será que esse meu programa não vai parar na DETEL ?"

Uma pesquisa nacional Vi sando tão nobre fim , O Amanhã de Nossos Filhos está promovendo uma Pesqui sa Nacional , para a qual pretende obter a adesão de pelo menos um milhão de brasileiros. Promete em seg uid a levar ess as

adesões ao Co ngresso Nac io nal , a fim ele obter de deputados simpáti cos à sua cau sa a elaboração e apro vaçã o de um a lei qu e asseg ure, no referente a pro g ramas de TV, a boa moral em noss os lares. Estamos certos de qu e os leitores de Catolicismo darão de bom grado assentimento a essa patri óti ca iniciativa. A esperança de atin gir tal objeti vo é tanto maior quanto finalm ente nossos legi sladores parece m estar se movendo no sentid o desej ado por O Amanhã de

Nossos Filhos. C om efeito, em arti go publicado no dia 12 de maio último por César Felício no " Jornal do Brasil ", fi gura a notícia de que o Senado divul gou um relatóri o de mais ele 6 10 páginas, propondo a cri ação de um espaço fi xo para as produções educati vas infantis. E também a informação de que as TVs teri am que submeter o conteúdo de seu program a à censura, qu e seri a exercida por um con selho de comuni cação soc ial. Recomenda ainda, o referido relatório, qu e se obri guem as pro vedoras de TV a cabo a fornecerem sistema de bloqueio de canai s pa ra seus ass inantes . E ainda que se co ndi cione a co ncessã o das verbas public itári as do Govern o a padrões e critério s obj etiv os e qualifi cáve is, para que funci one co mo m ei o de co ntro le do conteúdo dos programas de te lev i são. N o mes mo senti do tamb ém se pro nun c io u, do plenári o ela Câ m ara, o D eputado Seve rin o Cava lca nti ("Jorn al da Tard e", 165-98), ao afirm ar que a nove la Por A mor, da TV G lobo, "é a total

Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: necessidade de se discernir os programas da mídia "Ninguém pode considerar-se imune aos efeitos degradantes da pornografia e da violência, ou a salvo da erosão causada pelos que atuam sob sua influência {dos meios de comunicação social}. As crianças e os Jovens são especialmente vulneráveis e expostos a serem vítimas. A pornografia e a violência sádica depreciam a sexualidade, pervertem as relações humanas, exploram os indivíduos - especialmente as mulheres e as crianças -, destroem o matrimônio e a família, inspiram atitudes anti-sociais e debilitam a fibra moral da sociedade. "Convidam-se os pais para que multipliquem seus esforços em ordem a uma completa formação moral das crianças e dos Jovens. Isso supõe uma educação em favor de uma sadia atitude frente à sexualidade humana, baseada no respeito à dignidade da pessoa como filha de Deus, na virtude da castidade e na prática da autodisciplina. Uma vida familiar equilibrada, na qual os pais sejam fiéis praticantes e totalmente entregues um ao outro e aos seus filhos, constituirá a escola ideal de formação para os sadios valores morais. "As crianças e os Jovens do nosso tempo necessitam da educação que lhes permita discernir os programas e amadurecer a sua condição de usuários responsáveis da comunicação. O exemplo dos pais é determinante nesta matéria. A passividade ou auto-indulgência diante de certos programas será fonte de ma/entendidos prejudiciais para a Juventude" (Pontifício Conselho Para as Comunicações Sociais, Pornografia e violência nas comunicações sociais, Cidade do Vaticano, 7-51989, in Documentos Pontifícios nº 228, Vozes, Petrópolis, 1989). Torres de transmissão de TV - ,inálogas à montanha junto à cidade de Sarno, na /lá/ia lançam constantemente em milhões de lares imagens corrosivas dos valores morais

destruição da família e do a111bientefamiliC1r". E ci tou a trama de M anoe l Carl os co mo parte de "uma campanhll

só rdidll qu e visa a de ses trutu ra r as .fámí/ias brasileiras, solapando todos os valores momis, éticos e cristüos". ♦ C ATO LIC ISMO

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Sto. Antonio Maria Zaccaria, fundador e zeloso apóstolo Tendo falecido ainda jovem, esse santo extraordinário fundou os Barnabitas e as Angélicas, sendo também, como Santo Antonino de Florença no século anterior, destemido adversário do paganismo renascentista A.

A ntonio Maria Zaccaria viu a lu z em 1502, na cidade de Cremona, ao norte da Itália. Seu pai , Lázaro, pertenc ia à nobre família dos Zaccaria, cuja fama em Gênova era ainda maior do que em C remona. Antonio Maria teve por mãe à virtuo sa Antoni eta Pescaroli, viúva aos 18 anos, poucos meses depois do nasc imento de seu único filho. Surgiu este enviado ele Deus qual " lírio em m e io a u111 111011/uro de corrupção", pois a Eu ropa - e particularm ente a Itáli a - achava- se ato lada na cri se moral provocada pela revo lução renascentista. A Antonio Maria Zaccar ia in cumbiria - co mo a outros santos suscitados por Deus para co mbater aqueles mal es - o por cliques ao avanço da Revolução e restabelecer os princípios religiosos e morais que vigoravam na Cristandade medieval.

Vigilância em face da corrupção renascentista Após uma infância marcada por profunda piedade junto de sua mãe, que recusou novo casa mento para se dedicar à educação cio filho, Antonio Maria, então com 15 anos, partiu para Pavia, a fim de es tudar Filosofia. Ali permaneceu durante três anos. Sua passagem por essa cidade co incidiu co m a revo lta do monge apóstata Martinho Lutero, na vizinha Alemanha, qu e em 3 1 ele outubro de 1517 mand ou afixar na porta do caste lo ele Wittenberg suas 95 teses contra as indul gências. Em 1520, então com 18 anos, Antonio Maria dirigiu-se a Pádua, a fim de estudar Medicina. Naquele mesmo ano, no dia I O ele dezembro, Lutero mandou queimar a Bula ele

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excomunhão papal , dando início à cisão com Rom a e à guerra reli giosa. Todos os centros de estudos fi caram - ora mai s. ora menos - abalados pelo acontecimento. No Norte ela Itália, devido à presença cios alemães que para lá acorrem, rumo à Universidade ele Pádua, havia um acentuado ambiente ele antagonismo entre italianos e alemães. Na mente cio italiano, o alemão é o dominador execrado, enquanto para este, o italiano é um povo mole, lev iano e voluptuoso. Foi esse ambiente que Antonio Maria encon trou naquela Universidade, tornando-se imperioso tomar as devidas cautelas a fim de enfrentar com êxito os perigos daí decorrentes. Mas almas assim são ele molde a despertar outras que também se senti am iso ladas, por não pactuarem com o ambiente de impiedade e degradação reinantes. Fo i o que sucedeu com Serafim Aceti, cuj a am i zade com A nton io Maria perdu rou mes mo depois ele co nc lu ído o curso, tornando-se pregador de fama, autor reputado ele obras ascéticas e cô nego regular ele Latrão.

Discípulo de São Lucas e zelo apostólico de São Paulo Terminado o curso ele med icina em 1524, Antonio Maria voltou a Cremo na. Como médico debruçou-se sobre a dor e a miséria alheias, para curá- las e confortá-las. Mas não se limitou a tratar os males cio co rpo. Seu ze lo não conheceu limites em fazer bem à alm as, afastando-as cio erro e conduzindo-as a Jesus Cri sto e à Sua Igreja.

Estava cônscio ele que, seg undo São Paulo, "a ca rida de 111111 ca ltâ de acaba r; 111as as prqf'ec ias pcts.1·a rc7o, as fin guas cessarc7o e a ciência serâ abolida" ( 1 Coríntios , 13, 8). Vendo assim que a medi cina não lhe abria à generosidade senão um campo superfi cial , Antonio Maria voltou -se inteiramente para a med icina das almas. Co nfiou -se ent ão a um douto dominicano de Cremona, Pe. Marce lo, abandonando praticamente a medicina pela Hi stória Sagrada, pela Teologia e - como se lê no dia de sua fes ta , 5 de _julho - " pela ciência supereminente de .Jesus C risto" . Sentia-se entretanto indi gno ele ser cio núm ero daqueles que possuíam o invulgar privi lég io ele transrormar o pão e o vinho em Corpo e Sangue ele Nosso Senhor Jes us Cri sto. Por essa razão pedia muito a Deus que lhe ilumi nasse os passos quanto à vocação a seg uir. Agradavam-lhe as harm oni as esp irituai s de São To más ele Aquino, para qu em "a atividade do minis té rio deve sa ir da plenilude da cont empla çc7o"; deleitavase co m as belas formulações ele São Boaventura; mas o mod elo de ze lo apos tó li co qu e mai s o entu siasmava era o el e São Paulo, co m qu em repetia: " N em a m o rt e, nem a vida, nem os anjos, ne111 os principados, nem as virtudes, nem (IS co isas present es, n em asjitturas, n em a.força, n em{/ altura, nem a pro/itndidade, n em qualquer 0 11/ra c riat11ra nos eocfercí separa r d o amor de De11s, que está em .les 11s Crist o Nosso Se nh o r" (Ro m.

8, 38-39) . Co meço u seu aposto lado na pequena igreja de São Vida! , vizinha de sua casa, reunindo crian ças, pobres e ricas, interpretand o- lhes a palavra sagrada: "Venite.filii ..." Era m leituras curtas, conferências sobre a doutrina cri stã, homili as co mpostas cuidadosa mente em cadernos esco lares, eivadas ele princípios mora is, em contraposição à mentalidade laxi sta e pagã ela Renascença. Além elas crian ças, começaram a acorrer também os moços, as mães, as irmãs, os parentes e os amigos, para ouvir "o {/1\jo de De11s".

Apostolado sacerdotal afronta espírito renascentista Tornando-se aquele ambiente pequeno para co nt er os se us ouvintes, e grande s os mal es e os escâ ncla los qu e g ra ssava m nas ruas, clecid i u ir até elas para , com o cruc ifi xo na mão, o desassombro ele um guerre iro e a dignidade de um fidal go, exproba r os tran se untes ele se us peca-

cios c inc i tá- los à emenda através ela pregação cios so fr imentos cio Redentor. A conse lho cio Pe. Marcelo, tomou o hábito ecles iástico e recebeu as ordens menores. Julgando-se entretanto indigno, não prosseguiu. Nesse interim morre o Pe. Marcelo, se ndo substituído pelo Pe. Batista ela Crem a. também clom111icano e que haveria de desempenhar importante papel na vicia ele Antonio Maria, como desempenhara na de outro Santo, Caetano ele Thienne, fundador dos Teatinos. Foi ele qu e co nvenceu Antonio Maria a ordenar-se, o que foi feito em 1528, quando tinha 26 anos ele idade. Na primeira Mi ssa, à hora da Consagração, uma luz não acesa na Terra transfi gurou o altar como um Tabor. E segundo tradi ção ininterrupta, o oficiante foi cercado por um grupo visível ele espíritos ce lestes, curvados ao seu lado na mes ma adoração, até o momento em que as sagradas espéc ies foram consumidas. Penitente convertida cio Pe. Batista ela Crema, a Condessa Torelli, de Guastalla, duas vezes viúva aos 25 anos e sem filhos, tornou-se o principal apoio cio Pe. Antonio Maria. 1nstada pe lo Pe. ela Crema, a Condessa deu todo o apoio necessá r io ao Pe. Antonio Maria , não somente em Guastalla, co mo ainda em M i lão, onde ela havia comprado uma casa para levar vicia reli giosa _juntamente com um gru po de moças e senhoras. Numa época em que tudo se queria reform ar, havia uma verdadeira e uma pseudo-reforma. Emb lemMica desta Ciltima foi o protes tantismo e a própria Renascença, tão enaltec ida pelos co mpêndi os ele Hi stória. Santo A ntonio Maria Zaccaria foi um cios pilares ela verdadeira Reforma que se opôs ao paganismo renascenti sta e à pseudo-reforma protestante.

Em Milão, suscitados dois primeiros discípulos Em 1530 Antonio Maria dirigiu-se a Milão. Pretendia obter, através de métodos próprios, resultados análogos aos que, em maio ele 1524, por in sp iração do mesmo Pe. da Crema, Caeta no ele Thienne obtive;' ra com a fundação ela O rdem dos Teatinos (que levava o espírito ele pobreza e de co nfian ça na Providência ao ex tremo de nada ped irem enquanto não lhes fosse dado). ► N a célebre Ca tedra l de Milão rea lizou-se a prim eira ado ração de 40 horas, solene e perpétua, em 11 -6- 1534

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que se tornou , por desejo do Santo, o primeiro s uperio r ela Com a diocese vacante há mai s de 50 anos, a paz naqueOrdem, conservando-se se is anos no cargo. Entretanto, la c idade e ra mai s aparente que rea l, torn ando-se foco pere nquanto o fundador viveu, Moríg ia continuou a deferir a mane nte de irrad iação das novas idé ias revo lucionárias. Zaccaria toda a honra ela direção, sempre cleciclinclo sePara contrapor-se a essa difícil s ituação, susc itara ali a g undo o aviltre de le. Providência, desde os primórd ios do sécu lo XVI, a SocieFinalmente, em 18 ele fevereiro ele 1533 , o Papa C ledade da Sap iência Eterna, c ujas reuniões se realizavam na me nte Vll , devido à boa fama ela Obra e às informações ig reja dos Agosti nianos ele Santa Marta. E ntre seus sóc ios recebidas, aprovou os C lérigos Regulares, os qua is, com a fi g uravam João Angelo Medie i e Miguel Ghis lie ri (futuros Bu la ele Pau lo Ili ele 24 ele ju lho de 1535, passaram a dePio IV e São Pio V), te ndo sido honrada com a be nevolê nnominar-se C lé ri gos Regulares de São Paul o. Até a vi s ita cia de Lu iz Xll e Francisco 1, e com o patroc ínio dos Papas. apostólica ele 1551 , eram conhecidos como C lé rigos ReApenas c hegado a Mil ão, Antonio Maria é apresentag ulares ele São Pau lo Decapitado, e nquanto as Angé licas , do a Sapiência Eterna por Dom Laudini, verdadeiro c hefe s uas irmãs e m re li g ião, se reuela Diocese. E mbora quase desniram sob o a pe lativo de São co nhec ido, conquistou grande Paulo Conve rtido . simpatia, e ntus iasmando os preElas foram ousadamente sentes com suas palavras. esta bel ec id as pe la Condessa E ntre e les e ncontravam -se Tore ll i, so b assistência ele nosdois cavalheiros ligados por laços so Santo, e m 24 casas ela freele p,u-entesco, amizade e aspirag ues ia de Santa E ufê mia, outroções ele perfe ição. C hamavam-se ra ocupadas co m antros ele prosTiago Antonio Morígia e tituição. Esse lu ga r ele infâmia Bartolomeu Ferrari. Ambos proseri a doravante habitado por vinham ele famíli as ilustres e se num erosas virge ns co nsag radesdobraram em zelo e caridade das, rea li za ndo assim ant ig a por ocasião da peste ele 1524, que Casa Generalícia dos Barn abit as, em Roma profec ia ele um bem -aventuratransformou Milão numa hecl ido franciscano , que após ter c horado sobre esse bairro o nda c idade ele esq ue letos, moribundos e cadáveres. ele perdição, proclamou qu e o mes mo seri a tran s formado Surgem os Clérigos Regulares e m "deliciosa moradia dos anjos". Ali, no a no de 1535 , de São Paulo - os Barnabitas te rminou -se ele e ri g ir um mosteiro cuja ig rej a é de dicada à conversão ele São Paulo. Segundo a l g un s, T iago e Bartolom e u j á h av ia m excog itaclo a idé ia ele formar uma soc iedade ele sacerdotes Devoção eucarística das 40 Horas ded icada à reforma do C lero e cio povo. E ntre ta nto, tal Para a regeneração ele uma sociedade que hav ia voltaidé ia só se c ri sta lizo u por ocas ião cio e ncontro com Antodo as costas a Deus, não bastavam as orações, as admoesni o Maria e m 1530, que marcou o in íc io ela Congregação tações, os j ejuns e as penitências; era mi ster reintrodu zir o dos C lér igos Regu Ia r es ele São Pau Io, co nh ec i ci os Divino Mestre ofendido para ser alvo ela ado ração a que comume nte por Barnabitas, pe lo fato de se re unire m na tem direito da parte ele seus súd itos. igreja de São Barn abé. Em Milão, João Bellot in sti tuíra uma adoração ele quaPara a elaboração elas regras ela nova Ordem, conto u re nta horas, para aplacar a có lera divina em face cio sacríleZaccaria com a assídua e precio a co laboração cio Pe. Bago assalto que em 1527, à frente ele 20 mil luteranos , o tista da C re ma, que viri a a falecer quatro anos depois. E Condestável de Bourbon fizera a Roma, seguido ele saques, também com a inestimável ajuda ela Condessa Tore lli , na orgias e profanações que se prolongaram por se is meses. aq ui s ição ele imóve is e m Milão. Essa adoração, porém, feita para recorda r as quarenta Aprovação pontifícia para horas em que Nosso Senhor pe rm aneceu no-sepulcro, reaos Barnabitas e as Angélicas li zava-se somente quatro vezes por a no, conservando o caráter ele exercíc io particular ao pé cio altar, de cujo Com o fogo cio Apóstolo, continuava Zaccaria a incensacrá rio o Santíssimo não saía. tivar sua peque na co munidade, à qual se incorporam vári Zaccari a a quis sole ne e pe rpé tua, valendo-se para isso os milaneses ela me lhor sociedade. cios bo ns préstimos cio Duque Franci sco Maria Sforza. Este, Em abril de 1532 Bartolomeu Ferrari é o rde nado sac uj o casamento se realizara e m maio ele 1534 na Catedral cerdote. E no dia 4 de julho cio ano seguinte, Tiago Morígia,

ele Milão, mag nifi came nte e nga lanada para o ato, pediu que a Catedral estivesse revestida co m a mesma po mpa para o dia 11 ele junho, quando se celebrari.a a fes ti vidade ele Corpu s C hristi . Assim se deu, tendo o Santíss imo s ido regiamente exposto à vista de todos. A partir de então, a cerimônia se espa lhou por todo o o rbe .

Em face de grandes provações: fortaleza heróica

tra a Co ndessa Tore li i e seu Instituto. Para isso valeu-se cio concurso ela ca marilha ele parentes ela ri ca e a bnegada viúva, c uj a herança viam a meaçada pe la s ua liberalidade . A pós numerosas idas e vindas, e a interve nção inclus ive cio Sumo Pontífice, no dia 2 L ele agosto ele 15 37 foi dada a sente nça, não ape nas com a abso lvi ção elas pessoas inc rimin adas, mas com uma home nagem oficial a e las. Tão logo tomo u conhec ime nto cio resultado, Paulo III publi cou um Breve ampliando o privilég io elas Angélicas, autori zando-as a penetrar e m todos os co nve ntos ele Milão .

Co mo não pod e ria deixar de se r, o inimi go ele nossa sa lvação tudo fa ria para armar c il adas co ntra esse filho Combatente ainda jovem do bom combate ela Virge m. Uma de las sobreve io e m 15 32, através ele um reli g ioso A ex ig í.iiclacle ele espaço não nos pe rmite ir além na carmelita, que em suas pregações não apreciação da vicia do heróico Antopoupava ameaças aos C lé rigos Reguni o Maria Zaccaria. lares ele São Paulo, tac hando-os de Ainda jovem, na idade ele 36 anos, doidos, fanáticos, hipóc ritas etc. Tais vergado pe lo peso ela luta, tomb a ameaças culm inaram co m um a exausto em Guasta ll a. Acama-se e o tríp lice de núnc ia ao Arcebispado ele mal se agrava. Impossibilitado de ir Mi lão, ao tribuna l ela Inqui s ição e ao expirar no me io ele seus companheiSenado. ros, pede para ser conduzido junto à Confiante na assistência do Cé u, mãe e m C re mona . Ao vê-la chorar, Zaccaria e nfrentou com determinação profetiza: "A h, mãezinha, deixai de a torme nta, começando por levanta r, chorar 1 Breve, goza reis conÚ[?O daa exemplo do Divino Mestre, o â niquela glória eterna em que, desdejá, mo ele seus discípulos a te mori zados. espero entrar". E declara que fa leceInicia do o processo, o uvido o rá no dia ela oitava cios Santos Apóscaluniador, prescritos os inqué ri tos, tolos Pedro e Pau lo . c itadas as testemunhas, os juízes só Após ter ced ido um pouco, o mal se tiveram diante ele s i a ev idê nc ia ele agrava. Vindos ele G uastalla, estão à sua uma iníqua maq uinação. A ta l ponto cabeceira Ferrari e Cacc iaguerra; e proque mai s ta rde exc lamari a o presidencedentes ele Milão, o Pe. Soresina e te cio Senado, Tiago Fe lipe Sacco c iSerafim Aceti, cuja ami zade e le gra njeO Papa Clemen te VII apro vo u em 1533 os tando o Livro ela Sabedori a: " In senara em Pádua. Rezam e choram, enquanClérig os Regul ares, p osteriormen te de nomisatos que éramos! A vida desses hoto Zaccaria, com voz serena, lhes transnados Clérigo s Regul ares de S. Paulo mens nos parecia loucura, e seu fim mite ternas e graves recomendações. vergonhoso, e contudo ei-los de par/ilha com os santos!" Após oferecer-se como vítima expiatóri a e receber o (Sab. 5, 4-5). viático, este seguido r do "combatente do bom combate" o Apóstolo cios Genti os - entregou sua a lma a Deus, assisApós a tormenta, tido, seg undo a tradição, pe lo próprio São Paulo. Era sábavitória das duas congregações do, dia 5 ele julho de 1539, qua ndo começavam nas igrejas De tal modo os juízes se afe içoaram aos C lé ri gos ele as vésperas da o itava dos Apóstolos Pedro e Paulo. São Pa ulo, c uja vicia por dever ele ofício foram o bri gados A ca u sa ele beatificação ele Antonio Maria foi a conhecer, que um d ia C ri velli , cio tribunal ela ]nquisição, introdu z id a em 1806, no po ntifi cad o ele Pio VI, e a interrogado pelo Papa Paulo III, respondeu-lhe que a cada hewic iclacle ele suas virtudes proclamada e m 1849, sob Pio um dos padres a plicavam -se as palavras ele D e us a resIX; Leão XIII cano ni zo u-o e m 27 de maio de 1897. ♦ peito ele Jó: "Vir simplex et rectus". O próprio caluniador, Fontes de referência: antes de morrer, fez honrosa retratação entre os braços 1. Guy Chastel, San to Antonio Maria Zacca ria, Editora Vozes Ltcla., de Zaccaria. Petrópoli s, 1943. Não pode ndo atacar novame nte a reputação cio Sa nto 2. Peres Bénécl ict in s de Pari s, Vi es eles Sa int.1· et des bie11he11re11x, e sua obra, o ódio do adversário dirigiu-se desta feita conLibrairie Lctouzcy et Ané, Paris, 1949.

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1 Sa11to Olivério Plimkett, Bispo e Mártir.

Santa Olga

+ Londres, 168 1. Irlandês, aprendeu a Reli gião ca tólica i1s ocultas, dada a proibi ção ele seu ensino decretada pelos reis angli ca nos ela Inglaterra. Foi ordenado sacerdote em Roma. Depois eleito Bispo e Prim az ela Irlanda. Foi martiri zado em Londres.

de

z}ulho

preso no dia ele sua Primeira Comunhão. Li berado por ser ve lho e pai ele oito li lhos, passo u a auxiliar os catól icos perseg uidos. Para isso uniu-se ao Pc. Rogério, ajudando-o cm seu mini stério oc ulto entre os católicos. Preso co m o mencionado saccrclolc, recusou-se a abjurar a vcrclaclcira lê, sendo executado co m ele.

8 São Quiliano, Bispo e Mártir.

2 Siio Bernarditlo Reali110, Confessor. S. Bernardino Reatino

Sta. O. Plunkett

+ Leccc (Itáli a), 16 19. Formado em Direito Civ il e Ca nô ni co, advogado fi sca l ele . A lcssanclria cio Piemonte, tudo abandonou para serv ir a Deu s na Companhia ele Jesus.

+ Wurt,.burg (A lemanha), 689 . Irlandês ele origem, partiu para evangeli zar a Bav iera. Q uando se u apostolado ia ser coroado ele sucesso co m a co nversão do Duque de Wurtzburg, a mulher de seu irmão, com quem vivia, qual nova Hcrodíades, mandou-o assassinar na ausência cio Duqu e.

3 Sa11to A11atólio, Bispo e Confessor. + Laoclicéia (Síria ) , Séc. III. Natural ele A lexandria , brilh ava na s c iênc ias profana s. Dirigiu-se para a Ásia M enor (hoj e Turqui a), onde foi aclamado Bispo ele Laocli cé ia.

Sta. Margarida

S. Francisco Solano

4 Santo Ulrico, Bispo e Co11fessor. + Augsburg (A lemanha), 972. Ze lou pel a cli sc i p li na do C l ero em sín odo s anu ai s, rca fcr voro u o povo por meio da pregação e visitas pastorais, protegeu os pobres e fundou mosteiros.

5 Sa11to A11tonio Maria Zaccaria, confessor (Vide seção Vidas de Sa111os, p. 30)

6 Santo Henrique li

/saias, Profeta e Mártir. +Séc.V III A.C. Teve os lábios purificados por um anj o com um carvão ardente, tornando-se, durante 40 anos, o porta-voz ele Deus junto ao povo hebreu.

7 Beatos Rogério Dickenso11 e Raul Milner, Mártires. Sta. Luíza de Sabóia

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Sta. Arsênio

CATO LIC ISMO

+ Winchcstcr (Ing laterra), 159 1. Raul , agri cultor ana lfabeto, abjurando o protestantismo J'oi

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9 Beata Paulina do Coraçiio de Jesus Ago11izante, Virgem. + São Paulo, 1942. Oriunda ela Itália, aos dez anos em i gro u com a íamí li a para Sa nta Ca tarina. Fundou a primeira co ngregação relig iosa femin in a brasil eira, el as fm1ü:i11lw.1· da Imaculada Co11ceiçcio. Em 1899 ela s abriram cm São Paulo uma casa para cuidar cios fi lho s ele ant igos esc ravos. Eleita Superiora Geral vitalíc ia da co munidade, l'oi de la al'astada , bem como da Casa cio Noviciado que rundara na cap ital pau li sta. Faleceu repetin do sua jaculatória fa vorita: " Faça-se a vo111a-

de de Deus".

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Beatos João Jones e Joiio Wa~ Mártires.

Siio Filastro, Confessor.

+ Inglaterra. 1598 e 1679. De família ca tólica ga l esa , João Jon cs entro u na Or dem Francisca na em Roma . Enviado para a mi ssão in g lesa, acabou sendo preso, decapitado e esquartej ado por 6dio a ré. João Wall , também franciscano, traba lhou na clandestinidade durante 22 anos no Condado de Worccstcr, onde l'oi executado. Ambos rora m beatificados por Pio X I no mesmo dia.

3 Santo Ilellrique II e Sa11ta Cu11egundes + Ale manha, 1024 e 1033. Santo Henrique era Duque ela Bavi era, quando recebeu cio Papa a coroa cio Sacro Império Romano Alemão por seu ze lo pela propagação ela Fé e por sua vicia profundamente religiosa. Influiu na conversão de Santo Estêvão cht Hungria. Guardou a virgindade com sua es posa, Santa Cuncg undcs, a qual, após a morte do marido, ingressou num mosteiro por ela runclaclo .

J -1 Siio Francisco Sola110, Confessor. + Lima (Peru ), 1610. Nascido na Espanh a, este franci scano é o Ap6stolo ela América Meridional , tend o evange li zado Peru, Bolívia, partes da Argentina, Chil e e Paragua i. Êmulo ci o Po verello de Ass is, atrai a a si aves e outro s anim ais, e até índios ferozes, mediante o som de seu v iolino. Sua sa ntidade já era reco nhec ida em vida .

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19 Sa11to Arsênio, Confessor. + M enti s (Eg ito), 4 12. Romano, ret irou-se para o deserto no Egito, a lim ele rugir elas cil adas do mundo. Dominou sua vontade e seu corpo com ri gorosas penitências.

20 Santa Margarida, Mártir. + Constantin opla, Séc. Ili. Pouco se sa be da vici a dessa mártir. Seu culto roi trazid o ao Ociden te pelos Cruzados. Muitas Rainh as, burguesas e cam ponesas que alcançaram a honra dos altares portaram seu nome.

26 Sa11ta Bartol.omea Capita11io, Virgem. + Bréscia, 1833. Sua pai xão era servir aos necess itados de corpo e alma, ra 1.cndo-o no hospital da cidade, nas escolas e cm suas casas. Fundou o Inst ituto que leva seu nome.

27 Santa Natália e Companheiros, Mártires. + Córdoba, 852. Natália e o marido, ele ori gem mu çulmana, converteram-se ao cristianismo, sendo imitados por Fél ix e Liliosa, também cr istãos ocultos . Todos !'oram co ndenados it morte junto com um mon ge palestino, Jorge, a quem davam abrigo.

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Santo Inocêncio I, Papa.

Sa11ta Praxedes, Virgem.

+ Roma, 4 17. Papa numa elas mais turbul entas épocas ela Igreja, cm que a Itáli a era invad ida pelos godos e pela heresia pelagiana, co ndenou esta última a pedido ele Santo Agostinho .

+ Roma. Séc. li. Contemporânea cios Apóstolos e irmã ele Santa Pruclcnciana, fo i ele su ma generos idade para com os cr istãos, manifestando intrepidez cm auxiliar os mártires.

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Santo O/avo Rei, Co11Jessor.

Beato Agostinho Fangi, Confessor.

+ Noruega, 1030. Subiu ao trono ela Noruega aos 21 anos, e estabeleceu o catoli cismo co mo Religião oficial cio Estado, o que levantou contra ele os pagãos e ca uso u longa guerra civ il. Faleceu heroicamente aos 36 anos numa batalha contra aqueles adversári os.

+ Venc1.a, 1493. Domin ica no, apresentado co mo mode lo ele paciênci a e humildade cm meio às dores e às doenças. Seu co rpo foi enco ntrado intei ramente incorrupto três anos depois ele sua morte, apesar do túmulo estar inundado pelas águas cio mar.

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Siio Donald, Confessor. + Og il vy (Escócia), Séc. VII. Ao morrer, a esposa rcco mcnclou- lhc que enco ntrasse bons maridos para as nove filhas. Como todas mani restaram vocação rei igiosa, transformou a casa num mosteiro do qual foi superi or.

16 Nossa Sellhora do Carmo

Beato Pacifico, Confessor.

+ Bélgica, 1230. Trovador coroado pelo Imperador no Capit ólio como o Príncipe dos Poetas, converteu-se aos 50 anos ouv indo pregar São Francisco, que o recebeu cm sua Ordem. Enviou-o depoi s ele estabelecê-la cm Pari s.

Siio Sisenando, Mártir.

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+ Bréscia ( Itáli a), 386. Acérrim o inimi go cios ari anos a quem combateu pela palavra, refu tando-os inúmeras vc1.cs. A mi go íntimo de Santo A mbrós io e ele Santo Agostinho. Nomeado pároco de Bréscia.

Patrono dos motori sta s. De sua vida pou co se conhece, tendo, de acordo co m a tradi ção, sido martiri zado.

+ Córdoba (Espanh a), 85 1. Português de ori gem, fez se us estudos cm Córdoba, recentemente tran sformada cm Califado pelos invasores mu çulmanos. Pregador audaz e íogoso, f'o i lançado ao cárcere e depoi s martiri zado.

Santa Olga, Viúva.

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+ Kiew (Ucrâni a), 969. Esposa cio Prín cipe lgor, Grão-duque ele Ki ew, co m a morte cio marido assumi u a Regência, recebendo o bati smo em Constantinopla. Teve a alegria ele ver o Catoli cismo cstabclcc iclo como Reli gião cio Estado por seu neto São Vlad imir.

Beata Teresa de Santo Agostinho e Companheiras, Mártires. + 1794. Essas 16 ca rm elitas ele Compi cg nc, na França, f'oram guilhotinadas em Paris por ódio a Fé, ol'erecendo suas vicias ''pela pa: da

11!,reja e pela Fm11ça''.

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São Justi110 de Jacobis, Confessor.

Santo Apolinário, Bispo e Mártir.

+ Eti ópia, 1853. Lazarista italiano, foi Vi gário Apostó li co na Ab issínia, onde entregou-se iis mi ssões popu lares. Obteve a vol ta ao se io ela Igreja de 5 mil abexins.

+ Dalmácia, Séc. 1. Discípu lo ele São Pedro. J'oi por ele sagrado Bispo ele Ravena, de onde foi expu lso pelos pagãos, sendo martiri zado na Dalmácia.

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31 Siio Germa110 de Auxerre, Bispo e Confessor.

Santa Luiza de Sabóia, Viúva. + Orbe (Suíça), 1503 . Descendente cio Beato Amadeu IX ele Sab6ia, para obedecer aos pais casou-se com Hugo ele Chalons, excelente cri stão que governou sua casa na mai s estrita moral cristã. Perdendo o marido I O anos depois, entrou no co nve nto franciscai10 no qual v ivera Santa Coleta, onde entregou-se aos o fícios mais humildes, brilhando por sua celestial bondade.

25 Siio Cristóviio, Mártir. + Síria, Séc. Ili. Segundo a tradição , atravesso u ca udaloso ri o levando o M enino Jesus cm se us ombros . Por esse motivo tornou-se o

+ Ravcna ( It áli a), 450. Doutor c m Direi to Canônico e Civil , viv ia tranqüilamente com a ri ca esposa. Tocado pela graça, separou -se da mulher que se entregou its obras ele misericórdia. Ao morrer Santo Amador, Bispo daquela ciclaclc, Germ ano J'oi eleito para seu lugar.

Nota * Como em cada dia é comemorado mais de um santo, aqueles focalizados no calendário dos diversos meses deste ano podem não ser os mesmos que foram tratados nos mesmos dias do ano passado. Porém, isso facilitará aos nossos leitores o conhecimento de dados a respeito da vida de um maior número deles. ♦

CA TOLI C I S MO

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Euro, a nova moeda da União Européia: um salto no escuro Um dos eventos, no campo sócio-econômico, mais importantes neste fim de milênio é certamente a introdução do euro - moeda única a ser imposta a 11 países europeus. A nova moeda entrará em vigor, eliminando as atuais moedas nacionais, no dia 1º de janeiro de 1999. Para fazer uma análise crítica a respeito do euro, Catolicismo convidou o Dr. Carlos Patrício dei Campo, agrônomo pela Universidade Católica do Chile e com doutorado em Economia Agrária (M.S) pela Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA) . Nosso enviado especia l, Paulo Henrique Chaves, entrevistou-o na Sede dos Correspondentes da TFP, na cap ital gaúcha, à rua Santo Inácio, 164. Nosso entrevistado escreveu juntamente com o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, o livro Sou Católico: posso ser contra a Reforma Agrária? (1981) e A Reforma Agrária socialista e confiscatória - A propriedade privada e a livre iniciativa no tufão agro-reformista (1985). Radicado no Brasil desde 1972, atualmente reside e trabalha em Porto Alegre-RS.

Dr. Carlos· dei Campo: "Se agora foi a vez de renunciar ao direito de ter sua própria moeda, pressupõese que não tarde a vez de se renunciar a possuir exércitos próprios, a manter uma organização política própria com sua conseqüente· política exterior independente, e assim por diante"

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Catolicismo -

Nossa revista costuma apresentar a seus leitores os principais acontecimentos políticos, sociais e econômicos ocorridos na Europa. Tendo em vista a próxima implantação da moeda única - o euro - para os países membros da Comunidade Econômica Européia, o Sr. nos poderia dizer no que consiste propriamente a unificação das moedas vigentes naqueles países? Dr. Carlos dei Campo - Tal como o rea l pa ra o Bras il ou o dó lar para os Es tados Uni dos, ass im será o curo para a E uro pa. Ele será introdu zido co mo moeda única para os pa íses me mbros da Comunidad e Econ ômi ca E uropé ia. Com e feito , j á a partir do dia 1º de jane iro do próx imo ano, o valor das ações e dos títulos

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públicos deverão ser ex pressos em curo. Os bancos e as in stituições financeira s deverão reg istrar suas operações nessa moeda, paralelamente co m a moeda de cada país- membro. Do is anos mais tarde, todos os preços deverão estar convertidos e m curo e as moedas locais como o franco francês, o marco ale mão, etc., começarão paulatinamente a ser trocadas por euros, até qu e definitivamente deixem de ex istir a partir de julho do ano 2002.

Catolicismo: Como será admini strada essa moeda única, levand o e m consideração que cada pa ís-membro possui po lítica econômica própria? Dr. Carlos dei Campo: Quem administrará o curo será o recém-fundado Banco Central Europeu. Sua dire toria está formada por repre-

sentantes dos países- me mbros, na qual o presidente ele ito exercerá um mandato de oito anos. Como se pode perceber, o Banco Central E uropeu substituirá os respectivos Bancos Centrai s dos países- membros. Sob este ponto de vista, os pa íses partici pantes terão de renunc iar ex plicitamente a uma parte significativa de suas respectivas sobe rani as, e m favo r de uma entidade supranaciona l. Poi s perde rão a liberdade ele e mitir moeda, definir metas e impl antar políticas monetárias visando seus interesses particulares.

Catolicismo - E que países adotarão o euro como moeda? 01: Carlos dei Campo - Inicialmente, o curo abrangerá 11 países ela Europa: Alemanha, Áustria, Bé lg ic a, Es pa nh a, Finl â ndi a, F ra nça, Holanda, Irlanda, Itália, Lu xemburgo e Portugal. Quanto à Dinam arca, Ing laterra e Suécia, apesar ele pertencerem à Co munidade, não aderiram à unificação ela moeda. Portanto continuarão a manter suas moedas nac ionais. A Gréc ia també m está excluída dessa unificação porque não cumpriu determinadas metas macro-econôm icas, exig idas pe los países-membros da Comunidade Econômica Européia. Um dado que va le a pe na ressa ltar é que os 11 países mencionados representarão a segunda economi a mundial e m níve l ele produção depoi s dos Es tados Unidos. Catolicismo - O Sr. poderia avaliar, para os nossos leitores, qual o alcance da implantação de uma moeda única entre um conjunto tão grande de países, cada qual com características tão peculiares? Dr. Carlos dei Campo - Ta l medida ve m sendo pre parada há anos, mas só recentemente veio a público a qu estão el a moeda única. Para a con secução ele tal obj etivo, o prim eiro passo fo i definir as paridades e ntre as difere ntes moedas dos pa íses partic ipantes. Estabe lecidas tais paridades, por exe mpl o, quantos francos vale um marco, qu antas Iiras val e um franco, etc, foram corre lac io nadas ao ECU (U nidade Contáve l Europé ia), uma espéc ie ele URV (Unidade Refere ncia l de Valor) , cri ada no Brasil antes el a impl antação cio Pl ano Real. Essa U nidade Contáve l E uropéia será a base cio curo, pe rmitindo que a moeda única tenha paridades fi xas em re lação às dife rentes moedas locai s e, ao mes mo tempo, vari áve l e m relação ao dó lar. Desta fo rma, todas as moedas passarão a oscil ar juntas no tocante ao dólar,

mas mantendo seus va lores fix os entre e las. Em outros termos, as moedas cios di fe re ntes países europeu s ficarão e ngessadas e ntre si através de uma taxa fi xa de câmbio. Como é sabido entre os es pec ial is tas, tal tipo ele política faz com que os e feitos el as flutuações eco nô micas e finan ceiras, proveni entes ele situações c ríti cas inespe radas, ou do próprio desenvo lvimento em um co ntex to econômi co g lobali zado, re percutam di retamente na parte real ela econo mia, co mo, po r exe mplo, no níve l ele produção e emprego. O amortecedor ou.fi/1ro - a política cambial e mo netária - de ixa ele exi stir como in strume nto ou fe rramenta econô mi ca local. Ilu stro com um exe mp lo ele um passageiro dentro ele um carro. Nesta ana log ia, o passage iro representari a a popul ação e o carro o pa ís. Num carro se m am o rteced o res o u co m a mo rteced o res gas tos, os impac tos sobre os buracos, de uma hipotética estrada, afe tam diretamente a comodidade cio passageiro. Entretanto, no caso de um automóvel cuj os amortecedores estejam e m perfe ito estado pode aco ntecer que o passageiro nem sequer perceba os buracos ex iste ntes. Ou sej a, os amortecedores .filtra m as irregul aridades d a es trada faze ndo co m qu e o passage iro não sinta os solavancos no seu perc urso.

Catolicismo -

Em última análise, quais serão as conseqüências para a população de cada país-membro? Dr. Carlos dei Cam po - Para res po nde r a essa pe rg un ta, re po rto- me ao a uto móve l hipotét ico ela res pos ta a nte ri or. Se o curo sig ni fica renun ciar aos amo rtecedores o u te r amortecedo res gastos, a co modid ade do passage iro va i d e pe nd e r esse nc ia lm e nte d as condi ções d a es tra da. N um a estrad a asfa ltada e se m buracos, um a uto móve l, a in da qu e não es tej a co m os a mo rteced o res em ord e m, afe tará. po uco a co mocl id ade do passageiro . Pode-se até permi tir um ma io r dese mpe nh o na ve loc idade ci o carro, pe rmi tind o ao passage iro c hegar mais rap ida me nte ao se u dest in o. Por outro lado, num a estrada es bu racada, um carro sem amortecedo res te rá que andar devagar e o passageiro sentirá diretamente os efeitos do mau estado ele conservação da estrada. ►

CA TO LIC IS MO

Dr. Carlos dei Campo: "Os países que adotarão o euro terão de renunciar explicitamente parte significativa de suas respectivas soberanias em favor de uma entidade supranacional"

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Nesse exemp lo , a estrada representa o grau de desenvolvimento de cada país em re lação aos outros. E m outras palavras, q uan to maiores sejam as diferenças entre os aspectos tecnológicos, g rau s ele competitividade cios diversos mercados - espec ia lmente o mercado ele trabalho - , efi c iênc ia na distribuição dos recursos, maiores serão os buracos na estrada.

Catolicismo -

Dr. Carlos dei Campo: "Alegar que a mera transformação das moedas locais [européias] em euro dá maior transparência e facilita significativamente as transações comerciais entre os países não parece muito relevante, sobretudo tendo -se em vista as facilidades de comunicação informatizada hoje existentes"

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O Sr. poderia explicar qual o efeito desses amortecedores na economia dos 11 países europeus que implantarão o euro? Dr. Carlos dei Campo - Pode-se imag inar que devido à relativamente longa ex istência cio Mercado Comum Europeu, tais diferenças não sejam muito significativas no que se refere ao mercado ele bens. Mas, serão ce rtamente quanto aos outros mercados, co mo o de trabalho e o de serviços. Nestes podem ocorrer solavancos não pequenos que poderão resultar em confl itos políticos sociais localizados. Sem tais amortecedores, as a utoridades locais poderão ser obrigadas a apelar para o Governo Centra l, transferindo as crises nacionais para o âmbito internacional. Isto porque qualquer medida para amortecer os efe itos cios buracos na estrada, o u simp lesmente tampá-los, tem necessariamente um custo, que, em decorrência cio euro, deverá ser pago pelo conjunto cios países-membros. Será que um alemão desejará pagar para taprn· buracos de uma estrada francesa ou italiana, por exemplo? Considero prematuro fazer um juízo cio ponto vista econômico do que possa suceder, mas são questões que afloram ao espírito ele um econom ista. De qualquer modo, parece uma hipótese árdua imaginar que a implantação cio euro não causará dor. O resultado poderá ser, em muitas circunstâncias, bem diferente daquele que seus propugnadores imaginam. Em vez ele uma Europa em paz e em harmonia, o euro poderá conduzi-la a um pulular ele confl itos sociais e políticos ele conseqüências difíceis ele prever.

Catolicismo -

Segundo o noticiário da imprensa, parece que a maioria dos dirigentes europeus vem colocando o advento do euro como algo inevitável. É bem isso do que se trata?

CATO LI C I S M O

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Dr. Carlos dei Campo - Creio que não. A implantação cio euro obedece a um programa político mai s cio que a urna necess iclacle inev itável cio ponto de vista econô mi co e soc ial. De modo gera l, os países ela Europa vêm ating indo índices significa ti vos ele desenvolvimento e de bem-estar econômico. É verdade que o desemprego tem-se mantido alto nos anos recentes, mas sua ori gem não reside nos aspectos monetários das economias e uropéias. Reside ele espec ialme nte em as pectos instituc ionais que criam obstáculos para um funcionamento ágil e fl exíve l cio mercado ele trabalho. Por exemplo, a legislação trabalhista predominante faz com que os c ustos da mão-deobra sejam incompatíveis com a produtividade, dificultando ipsofacto o aumento cio níve l ele emprego. Isto torna-se a inda mais signifi cativo no contexto ele uma eco nom ia aberta ao se verificar que o c usto ele contratação ele um trabalhador e urope u é signifi cativamente maior cio que o cios Estados Unidos e ele o utras regiões cio mundo. É óbv io que a impl antação cio euro, ao expressar os preços cios bens e serv iços e m uma moeda única, e limin a a lguns aspec tos, como flutuações aleatórias elas taxas ele câmbio e ntre as moedas, que cr iam incertezas e dificultam a transparência nas transações comerc iais. Mas, para que esse feito seja duradouro é indispensável que os países-membros - e ntre outras medidas - ten ham equi líbri o fisca l em suas contas públicas, pois sem isso o eu.-o terá vicia curta. Ora, essa disciplina fisca l em um regime com moedas diferentes como o atual, e liminaria também grande parte elas in ce rtezas provocadas pelas flutuações cambiais aleatórias, pela mesma razão ele que estas são, em grande medida, conseqüênc ia ele políticas fiscais incorretas. Logo, por si mesma, a implantação cio euro não diminuiria significativamente os graus ele incerteza. Em outros termos, se os Governos europeus estiverem dispostos a instaurar uma disciplina fiscal nas contas públicas ele seus respectivos países e promoverem , entre outras medidas, reformas efetivas nas suas legislações trabalhistas, os benefícios que aufeririam em termos ele maior bem-estar econôm ico e aumento ele competitiviclacle seriam equivalentes. A partir desse raciocínio, pode-se conc luir que as vantagens adicionais da implantação do euro, por si mesmas, não parecem muito sign ifi cativas. A legar que a mera transformação elas moedas locais em euro dá maior trans-

parê nc ia e facilita s ign ificat ivamente as transações comerciais en tre os países não parece muito re levante, sobretudo tendo em vista as faci liclacles ele comunicação i nformatizacla hoje ex istentes. F inalm e nte, poder-se-ia a lega r - como alguns líderes políticos vêm afirma ndo que o euro forçará os governos a realizar as reformas necessárias apesar elas resistências loca is que vêm e nfre ntand o, e que, portanto, e le ser ia um meio eficaz e necessár io para melhorar a compet itiviclacle ela eco nom ia europé ia. Tal conclusão não nos parece muito lóg ica. As resistências podem aumentar em vez de diminuir, dado que as refo rm as aparece rão como uma imposição ele um organi s mo es trange iro. As manifestações ele descontentamento de setores da produção que vêm acon tecendo num passado recente - co mo reação a medidas impostas pela União E uropé ia - são exemplos do que poderá ocorrer diante ele medidas ainda mais abrangentes.

Catolicismo - Considerada a questão do euro tecnicamente, qual o seu parecer: os horizontes estão mais ou menos luminosos do que a primeira vista poderiam parecer? Dr. Carlos dei Campo - A tal pergunta respondo com as palavras ele meu inesquecível ma"itre à penser o Prof. PI ini o Corrêa ele Oliveira. Escritas há 55 anos, e las se aplicam e ntreta nto ele modo impressionante à s ituação atual, como que aponta ndo ho ri zontes so mbrios: "Para o progresso ela humaniclacle, para a grandeza espiritua l e material do gêne ro humano, é preciso que os homens vivam unidos na variedade. Cada povo tem a sua índole naciona l, sua psicologia co letiva, suas tradições próprias. Este.fato, que é ele comes inha observação, não existe sem um sábio e amoroso desígnio da Providência Divina. Mostrá-lo-emos e111 duas palavras. Consideremos por in sta ntes o mapa ela Europa. Houve tempo em que cada um cios seus países tinha uma cultura própria, nitidamente individualizada e distinta dos dema is. Cada uma destas cultura s, expressão florescente dosfeitios diversos ele cada povo, constitui um tesouro. "Como teria sido mais pobre a civilização ocidental e cristã, se todos os povos europeus tivessem tido a mesma a rte, a mes111a cultura, a mesma mentalidade! Coordenadas e han110nizlldlls esslls tendências variegadas, dentro da

grande, a11glfs!C1 e subswnciC1I lfnidC1cfe de espírito cfCI CristC111dC1cle, elCI em, nc7o ger111e ele luta nem.fonte ele atritos, mas excfusiva111ente expressc7o ele pujança, de riqu e-::.a, de capacidade criadora". ("Legionârio", São Paulo nº 560, 2-5- 1943).

Catolicismo -

Afinal, o Sr. pensa que, além das razões econômicas apontadas para a formação dos Estados Unidos da Europa, há razões de natureza política ou mesmo filosófica?

Dr. Carlos dei Campo -

O

que parece mais relevante na implantação do euro é a intenção ele co nst ituir uma pan-Europa sem fronteiras e e liminar os costumes ele cada povo, clesaparecenclo gradual mente a noção dos países soberanos que a compõem. Se ago ra foi a vez ele renunc iar ao direito ele ter sua própria moeda, pressupõe-se que não tarde a vez ele re nunc ia r a possuir exérc itos próprios, a manter uma organização política própria com s ua conseqüente política exterior independente, e assim por dia nte . É verdade que as normas cio Tratado ele Maastricht estabelecem o princípio ele subsicliariedacle para definir os limites ela intervenção ela autoridade central sobre as autoridades locais. Mas, na prática, será difícil estabelecer tais limites. Medidas impostas no passado aos países membros ela U ni ão Européia, pelo Parlamento E uropeu ou organismos administrativos, indicam bem que a incl epenclênc ia cios Estados soberanos está sendo sistematicamente erodida . É ele se temer que o euro sirva ele pretexto para impor medidas que tendam a limita r o funcionamento cios mercados locais em prol de uma pseudo-eficiência na distribuição de recursos ela Europa, como um todo. Ta~ imposição, acompanhada ele enormes recursos propaganclísticos, poderá levar a mudanças desastrosas na sociedade européia, ainda perfumada com restos ele sociedade o rgânica nascida sob o bafejo ela Igreja Católica, especia lm ente na lclacle Média, restos estes que constituem o encanto ele milh ões ele adm iradores no mundo inteiro. ♦ CATO L IC IS MO

Dr. Carlos dei Campo: Pode-se temer que a imposição de certas medidas, "acompanhada de enormes recursos propagan dísticos, poderá levar a mudanças profundas na sociedade européia, ainda perfumada com restos de sociedade orgânica nascida sob o bafejo da Igreja Católica, especialmente na Idade Média"

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1,6 MILHOES de

BRASIL

Medalhas Milagrosas Campanha promovida pela TFP visa distribuir um milhão e seiscentas mil medalhas milagrosas até o final de 98, como primeira etapa de uma meta de 20 .milhões. Na revelação da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças , a própria Virgem Santíssima prometeu conceder a todas as pessoas que a usarem, trazendo-a ao pescoço com confiança, grandes e abundantes graças. A Campanha Vinde Nossa Senhora de Fâti111a, não tardeis! , da TFP, acaba de lançar iniciativa que tem p~r obj etivo a di vul gação e di stribui ção mac iça de 20 Ml LH ÕES de M edalhas Mil ag rosas a fim de propi c iar que as graça espec iais prometidas por Nossa Se nhora d ifundam-se imensa mente pelo Brasil. A meta para este ano é ini ciar com 1,6 milhões de medalhas até dezembro. A reve lação ela Meda lha Mil ag rosa a Santa Catarina Labouré, e a mensagem ele Fátim a aos três pastorinhos, anun c iando o casti go para a humanidade pecadora e o triunfo final ele Seu Imac ulado Coração, são as duas pontas luminosas cio grande ci clo ele apari ções de Nossa Senh ora para o Mundo Moderno. A M eda lha Milagrosa ini c io u seu es pl endoroso cortej o de mil ag res durante a e pide mi a de có lera ocorrida na França, e m 1832. De lá a esta parte, Nossa Senho ra, mediante a M edalha Mil agrosa, te m continu ado se u lumi noso ca minho esparg indo ass ina ladas graças àque les que usam com confi ança ta l medalha.

Hí em 1839 mai s de I O M fLHÕ ES ele Medalhas havi am sido difundidas pe los cinco continentes. E re latos ele milagres chegavam ele todo o mundo: Estados Unidos , Pol ô nia, C hina, Abi ss ínia .. . "Agora precisamos colocar o Brasil nessa lista, pois se milhões de brasileiro.1· levarem essa meda lh a ao pescoço serc7o fa vorecidos de umaf'orma muito especial por Nossa Senhora. E quando isso oco rrer certa111e11te terá início uma grande tran.1formaçc7o em nosso País." A campanha - que eleve se este nder a todo o território nac ional , ating indo crianças , jovens e idosos, a lém de diversos locais co mo hospitai s, esco las e pri sões - está di stribuindo medalhas cunhadas na observância rigorosa cio mode lo aprovado por Sa nta Catarina Labouré . Junto com as Medalhas estão sendo di stribuídos a Novena da Medalha Milagrosa e um livreto intitulado a Hi stó ria da Medalh a Mila g rosa re velada a Santa Catarina Labouré que conté m inform ações impress ionantes sobre o be m extraordinário que essa medalha pode fa zer à vicia es piritual elas pessoas que a usam com devoção e confiança. ♦ Abaixo, o cupom mediante o qual se oferece a Medalha Milagrosa ao público; à direita, o livreto contendo a história dessa Medalha

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CAT O L ICISMO

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Núcleo da TFP em Brasília: pujante atuação Sócms e cooperadores da TFP em Brasília têm saído às ruas da capital federal e cidades satélites três vezes por semana para difundir Catolicismo e outras publicações da entidade, como os livros sobre Fátima, Rosário, Aparecida e os boletins Informativo Rural e Operário. Também distribuíram mais de um milhão de folhetos da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!. Ademais, têm visitado famíl ias para apresentação de palestras ou audiovisuais. Nos finais ele semana promovem, em sua chácara São João Bosco, programação cultural e reli giosa para rapazes. Periodicamente fazem reuniões para os correspondentes da entidade. E quatro vezes por ano realizam um Encontro dos assinantes locais de Catolicismo. Recentemente, com o núcleo da TFP de Campo , os sócios e cooperadores de Brasília organizaram dois simpósios na chácara São João Bosco. O primeiro teve como terna: O modelo do Cavaleiro Medieval e do católico militante de nossos dias. O segundo versou sobre a TFP. ♦

Manifestação de cooperadores da TFP, do Núcleo de Brasília, diante do edifício do Congresso Nacional

Acima, à esquerda: cooperadores e correspondentes de Brasília veneram relíquias de Sta . Teresinha. À esquerda: simpósio de estudos na Chácara S. João Bosco, para cooperadores da TFP, de 18-4 a 21-4-98

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Simpósio em Campos do Jordão Sócios e cooperadores da TFP bras ileira e de entidades coirmãs da América do Sul e da Europa Ocidental reuniram-se de 26 a 29 de maio último no Hotel Toriba de Campos do Jordão (SP). Dentre os participantes, alguns atuaram em países do Leste europeu, propagando a devoção a Nossa Senhora de Fátima. Durante quatro dias as 69 pessoas que compareceram ao Simpósio estudaram principalmente questões referentes à opinião pública. Nesse campo, a experiência legada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira foi preciosa para o êxito dos trabalhos. As exposições e círculos de estudo permitiram fazer um levantamento dos prob lemas da sociedade temporal contemporânea, analisando-os à luz da doutrina católica. Em todos o países observa-se atualmente diminuição da prática religiosa, desagregação das familias, violência wbana, imoralidade e vulgaridade avassaladoras . Em suma, manifestações do multissecular processo revolucionário que vem destruindo a civilização cristã. A par dos graves problemas analisados, existem também fato res que justi-

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CAT O LICIS MO

À dire ita : Foto dos participantes do simpósio. Sentados: no centro, Revmo. Pe. Davi Francesquini, tendo à sua direita Dom Luiz de Orléans e Bragança, e à sua esquerda o Príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança, sendo ladeados por Diretores da TFP

Turim, a cidade do Santo Sudário

À esquerda: Quadro a óleo do Pro(. Plínio Corrêa de Olive ira, que presidiu os trabalhos, de autoria de Daniel H ap, pintor, gravurista e conservador do Museu de Versalhes.

ficam esperanças. Dentre estes, merece especial menção o revigoramento, em todos os países do mundo ocidental e da Europa orienta l, da devoção à Santíss ima Virgem. Catolicismo já tem info rmado seus leitores a respeito do promissor apostolado marial efetuado em países cujas populações, até há pouco, gemiam atrás da exCortina de Ferro . De fato, no Leste europeu mu ltidões esperançosas são atraídas pela grandiosa Mensagem de Nossa Senhora de Fátima. A messe é grande ... O simpósio de Campos do Jordão tonificou em seus participantes a responsabilidade que lhes cabe nesse auspicioso traba lh o ele robustecimento da Fé e da civilização cristã no seio da sociedade temporal. E permitiu-lhes aprofundar tanto a doutrina quanto métodos de ação indispensáveis para o embate ideológico contra os fatores revolucionários. ♦

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À esquerda : peregrinos ven eram o Santo Sudário a três mel ros de distância; Acima: grupo de 60 pereg rinos de diversas TFPs, du ra nte a visit a à Catedral de Turim para venerar a Sagrada Relíquia, em 11 -5-98

Atílio Faoro Enviado Especial

Itália

Turim - A capital d Pie monte é uma

Visão parcia l do restaurante, durante uma refeição

c idade e le an l , prós pe ra e che ia de vida. Seu pl ano ele co nstrução remo nta essenc ia lm ' nt aos séc ul os XVII e XVlJI : gra ndes artérias regul ares, praças es paçosas, nu mero as áreas verdes. Nessa ·ida I steve exposto o Sanri sto e ntre os di as 18 to S udári o d clea bril 14 de j unho. Fotos, li vros lembranças di versas ela Sag rad a rac' podi am ser adquiridos e m nurn · rosos q uiosques e loj as da c ida le p la multi dão cios 30 mil pereg rin o q u c hc ava m li ariame nte a Turim . ra m ·sp meios cerca de 5 mi lhões ele visitant s dura nte o período de ex po ição ci o anto S ud ári o. Ao co ntrári o cio q u se poderia imaginar, o. peregrinos d s fi lavam ordenada mente d iante da re líqui a, com a pi edade, ca lma e disc iplin a das proc issões ele outrora. Q uase não havi a necess id ade de po li c ia men to, fil as, ne m lo ngas esperas . A vi itas, s mpre e m grupos , eram rea lizad as 0 111 preno tazione, ou sej a, co m ho rári os marcados para cada g rupo ele peregrinos. O Santo Sudá ri o estava e xposto atrás do altar-mor da cated ral de Turim . Para chegar até este loca l, os peregrinos tinh am que passar p los be los j ardin s cio Pa lácio Real, contíguo à ca-

tedral. O trajeto, que dura 15 minutos, era fe ito em respe itoso silênc io. Na longa passa re la coberta que atravessa os j ardin s rea is, hav.ia g rand e quantidade de qu adros e fo tos alusivos à hi stória do Santo Sudário. Antes de chegar à catedral, os peregrinos, em grupos ele 200, eram convidados a entrar numa grande sa la de projeções para ass istir um filme de JO minutos, que consistia numa breve apresentação da Santa Relíquia. Eram então projetados os vári os sinais do Home m cruc ificado envo lvido pe lo Sagrado L inho: na cabeça, os sina is das fe ridas da coroa ele espinhos; nas mãos, os dois cravos; nas costas, cente nas ele marcas da fl age lação; no pe ito, uma e norme ch aga aberta pela lança de Longinu s ... Para a veneração do Santo Sudário, os peregrin os, se mpre em g rupos , fi cava m a três metros ela urna ele cri sta l que, e m pos ição ho ri zo ntal, oste ntava o prec ioso tecido. Um representante da Di ocese co nvidava todos a rezar e adorar o Sa nto Sud ári o ele Nosso Senhor Jesus Cristo . Terminado o tempo concedido ao gru po, os peregrinos se reti ravam mui to impressionados , vári os até como vi dos. Algun s voltavam ao rec into da catedral, ele onde ainda se podi a co nte m-

pi ar o Santo Sudário, embora a uma di stância de 20 metros. Era ocas ião para reza r, pedir graças e adorar Nosso Senhor Jesus Cri sto que qui s, por um ato de imensa misericórdia, fo rtalecer nossa pouca fé, de ix ando-nos uma prova materi al, ace sível e vi íve] de sua Paixão e morte na C ruz.

Peregrinos de várias TFPs visitam o Santo Sudário U m gru po de 60 peregrinos pertencentes às TFPs da França, Alemanha, Estados Unidos, Bras i I e do Bureau elas T FPs e m Roma vi sitara m o Santo Sudário de Turim no último dia l l de maio. O referido grupo, diri gido pelo Dr. Caio Xavi er ela S ilve ira, direto r da TFP brasile ira, venerou afa mosa re líqui a que se encontrava exposta e m Turim . Os pe regrin os el as TFPs rezaram nessa ocas ião pe los interesses da c ivili zação cri stã e pe la expansão dos idea is ela Tradição, Famíli a e Propriedade no mundo inte iro, be m co mo pe lo Prof. P linio Corrêa ele Olive ira, fundador da TFP brasile ira e inspi rador de entidades afin s a esta, ex iste ntes hoje ♦ em vários continentes.

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Quem foi

Pierre Toussaint A fo tografi a acima apresenta- nos Pierre Toussaint, negro, na expressão mais categóri ca da palavra, cujo processo de beatificação fo i ini ciado e m Roma, no ano de 1989. Esse home m tão humilde, entretanto que senso de ~ dignidade revela ! Ele comporta-se co mo muitos ricos não o faze m. Se To ussaint fig urasse no meio de pessoas do j et set, ou seja, do núcleo intern ac ional dos ri cos entre os ri cos, sendo bra nco e com tal porte, diri am que sua atitude refl e tiri a pretensão e ari stocratismo insuportáveis. Não é verdade . Ele é um fi lho de Deus cônscio de sua dignidade, com a segurança própria das pessoas que tê m fé e lóg ica, sabendo onde pi sam, ao nde vão, conscientes do que di zem. É um homem certo e seguro, de olhar fir me, cabeça ereta, porte di gno e qu e con hece o caminho que deve seguir: o caminho do Céu. Direi urna coisa que talvez cause espanto . Ele provavelmente teve que lutar contra a moleza, contra o il ogismo e ambi güidade das atitudes. Evidentemente, a energia, a lógica, a fo rça da fé, a clareza das atitudes incluem-se nas característi cas de sua Luz primordial , ou seja, aq uele conjunto de determinadas virtudes di vinas que cada homem é chamado particul armente a amar e praticar. Portanto, os vícios capi tais e pendores especialmente maus de Pierre Toussaint orientava m-se em sentido contrári o. Sua fi sionomi a é, até certo ponto, a de um vencedor, mas dignificado, porq ue venceu-se a si próprio. Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 21 de ma io de 1991 . Sem revisão do autor.

iiB!;a

Como escravo de católica família de nobres franceses, proprietária d • plantação de cana de açúcar em Sainl Pierre (hoje Haiti), Pierre Toussaint viveu feliz trabalhando na casa de seus donos, sendo encorajado por eles a h.•r e escrever, devido à sua inteligência e precocidade. Quando o clima da Revoluçíio

Francesa atingiu aquela ilha, mudou se ele com seus senhores para Nova York, onde aprendeu a prolissfio ck cabelereiro, na qual logo se notabUi zou, tornando-se o preferido da cHk local. Com isso pôde sustentar sua dona quando esta 1>erdeu o marido a fortuna.

l'

"Pierre Toussaintfoi admirado"'''" aristocracia protestante branca d,• Noll(t York que o tratava como 11111 igu(I/, confiava [-lhe suas preocupaçõ ·s I e .,.,, aconselhava com ele" ( 'hristim1 'l'ykr, A fábrica de Santos de João /'(111/o li, "Financial Times", apud "(;11z(•l11 Mercantil" 14/15 março/ 1998). Casado aos 45 anos com u11111 l'S • crava que resgatara, Toussaint morreu octogenário, cm 30-6-1853, st·ndo enterrado na igreja de Saint P •kr, qm· ajudou a construir e frcqli •111011 du rante sessenta anos, al · sua mork.



Porta-voz da TFP

N es t a No capítulo anterior, o Prof Plinio Corrêa de Oliveira discorreu sobre a Essência da Revolução, o orgulho e a sensualidade enquanto valores metafísicos da Revolução. No capítulo que se inicia na presente edição, o renomado escritor católico passa a explicitar as relações entre erro e paixão e o papel deles no processo revolucionário.

Capítulo VIII

da Revolução, e acarreta em co nseqüência a adoção de m todos contra-revolucionári os inadequados. Sobre o modo por que as paixões podem influir nas idé ias, há algo a acrescentar aq ui.

1. A naturez a decaída, a graça e o livre arbítrio O homem , pelas simples forças de sua natureza, pode con hecer muitas verdades e praticar várias virtudes. Entretanto, não lhe é possível, sem o auxíl io da graça, permanecer durav •!mente no conhe imcnto e na prática de todos os Mandamentos (cfr. Parle I ap. VII , 2, D). Isto quer dizer que cm todo homem decaído hás ·mpr · a dchilidadc da intcli gCnc ia e uma lcmlCnc ia primeira, e anterior a qualquer raciocínio, que o inc ita a rcvohar-sc con1ru a Lei (Donoso Cortes, in " nsayo sohrc el a1o li c ismo, c l Liberalismo y e l Sociali smo" "Obras completas", 8 . A. ., Madrid, 1946, tomo li , p. 377 - dá um importante desenvolvimento dessa verdade, o qual muito se relac iona com o presente trabalho).

conu·ários à Lei moral e à doutrina revelada, enquanto tai s, o que constitui um pecado contra o Es pírito Santo. Quando esse ódi o começou a dirigi r as tendências mais profundas ela História do Ocidente, teve .início a Revolução cujo processo hoje se desenrola e em cujos erros doutrinári os ele imprimiu vigorosamente sua marca. Ele é a causa mai s ativa da grande apostasia hod ierna. Por sua natureza, é ele algo que não pode ser reduzido simpl esmente a um sistema doutriná ri o: é a paixão desregrada , em altíssi mo grau ele exacerbação. Como é fácil ver, ial afirmação, relativa a esta Revolução em concreto, não impli ca cm dizer que há semp re uma paixão desordenada na raiz de todo erro. E nem implica cm negar que mui tas vezes foi um erro que desencadeou nesta ou naque la alma, ou mesmo neste ou naq ue le grupo soc ial, o des regramento da s paixões. Afirmamos tão so mente que o processo revo lu cionário, cons iderado em se u co nj unto, e també m em seus principais e pisódios, teve por germe mai s ati vo e profundo o desregramento elas paixões .

2. O germe da Revolução Tal te ndência fundamental à rcvo l. ta pode, em dado momento, ter o consentimento cio livre arbítrio. O homem decaído peca, ass im, violando um ou o utro Mand ame nto. Mas sua revo lta pode ir além, e chegar até o ód io, mais ou menos inconfessado, à própria ordem mora l em seu conjunto. Esse ód io, revolucionário por essência, pode gerar erros doutrinários, e até levar à profissão consciente e ex pl ícita ele princípios

19 Entrevista Especialista fala sobre o aquecimento global

As potências da alma, a natureza decaída e o germe da Revolução

21 Destaque

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A Inteligência, a Vontade e a Sensibilidade, na Determinação dos Atos Humanos As anteriores considerações pedem um desenvolvimento quanto ao papel da inteligência, da vontade e da sensibili dade, nas relações entre erro e paixão. Poderia parecer, com efeito, que alirmarnos que todo erro é concebido pela inteli gência parajustilicar alguma paixão desregrada. Assim , o moralista que afirmasse uma máxima libera l seria sempre movido por uma tendência libera l. Não é o que pensamos. Pode suceder que unicamente por fraqueza ela inteli gênc ia atingida pel o pecado original , o moralista chegue a uma conclusão liberal. Em tal caso terá havido necessariamente alguma falta moral de ou tra natureza, o descuido, por exemp lo? É questão alheia a nosso estudo. Afirmamos, isto sim, que, hi storicamente, esta Revolução, teve sua primeira origem em uma violentíssima fermentação ele paixões. E estamos longe de negar o grande papel dos erros doutrinários nesse processo. Muitos têm sido os estudos de autores de grande valor, como de Maistre, de Bonald, Donoso Cones e tantos outos, sobre tais erros e o modo por que foram e les derivando uns dos outros, do século XV ao séc ulo XVI, e ass im por diante até o séc ulo XX. Não é, pois, nossa intenção insistir aqui sobre o assunto. Parece-nos, entretanto, particularmente oportuno foca li zar a importância dos fatores "passionais" e a influência destes nos aspectos estritamente ideológicos do processo revolucionário em que nos achamos. Pois, a nosso ver, as atenções estão pouco vo ltadas para este ponto, o que traz uma visão incompleta

2 Revolu(.,'ão e Contra-Revolução

Granada reconquistada pelo Islã

A palavra cio Diretor

s

22

Página Mariana

Capa

Nossa Senhora, exemplo da prática de importante virtude: a confiança

MST visa implantar o socialismo no Brasil

7

Vic_las de Santos

28 São Luís IX: o poder unido à santidade

A realidade concisarnente Cardeal Stepinac, mártir do marxismo

32 Santos e festas cio tTtês

8 A palavra e.lo sacerdote

34

A intermediação de pessoas que morreram piedosamente

[nternacional A preocupante situação colombiana após as eleições presidenciais

10 Brasil real, Brasil brasileiro

37 Verdades Esquecidas

Romarias e Peregrinações

Misericórdia e Bondade divinas

12

38

Nobreza e elites análogas

Escreven1 os leitores

40

Desigualdades sociais harmônicas e paternalismo

TFPs crn ação AGÊNCIA BOA IMPRENSA:

14 Na próxima edição de Catolici s mo publicaremos o final desse capitulo VIII; nele, o autor do ensaio

Revolução e ContraRevolução trata do tema da perda de objetividade no homem que se deixa levar pelas paixões desordenadas.

45 anos de sadio jornalismo destinado a publicações do Brasil e do Exterior

S.O.S. Família A família na História da Civilização

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16 I Iistóri.a contemporânea

An-tbientes, Costurnes, Civilizações

Imitando Nixon, Clinton capitula diante da China

Basílica de São Marcos, em Veneza

C AT O LI

eISMO

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Com a palavra... o Diretor

Nossa Senhora modelo de confiança

Amigo leito r, N umerosos assi nantes de Catolicismo têm -nos consul tado sobre o j uízo que um cató lico deve fazer a respeito do Movimento dos Sem-Terra (MST). Alguns pergun tam se a atuação do MST baseia-se na doutrina cató li ca, uma vez que dito movimento conta com o apo io público de a lgun s membros do Episcopado nac ional. E há quem indague também se um cató lico pode ser contra esse movimento, que promove invasões, saques, violência e até mortes. Ora, sendo nossa rev ista de inspiração cató li ca, e qu e timbra desde a sua fu ndação -e m defender a ortodox ia cios ensinamentos do utrinários da Igrej a Cató lica, Apostóli ca, Romana, não poderia ela se furtar a esse compromisso com a reta informação. Por ta l razão, uma com issão de estudos ele CATO LI CISMO, após ter pesquisado as causas da ag itação ag rária e m curso no Brasi l, elabo rou um verdade iro docume ntário, que constitui a matéria ele capa ela presente ed ição:

Com os olhos postados na Mãe de Deus, pratiquemos essa virtude, tão necessária nos dias caóticos em que vivemos V/\LD IS

P OUCOS ATOS são tão difíce is de

Sou católico: posso ser contra o MST? Posso e devo Com essa matéria, CATOLICISMO torna patente para no. sos le ito res como desvios no plano temporal podem afetar profundamente a vicia es piritua l ele um povo. O artigo reve la também a verdadeira face d M T mostra que, sob a capa de urna preten sa justiça soc ia l, ex iste, na verdade, uma pcrni cio a ideologia anticristã de cunho marx ista que impu lsiona ta l moviment o. CATOLICISMO esc larece a inda que o a1 oio ele seto res ditos progressistas da Igreja Católica ao MST reve la apenas que ec les iásti cos e leigos que os compõem desviaram-se da sã doutrina católica, apostó lica, ro mana. O verdadeiro cató lico não só está desobri gado de concordar com a doutrina de tais setores em questões po líticas, soc iai s e econômicas, mas ainda tem obrigação de se opor integra lmente a q ualquer ensinamento que o afaste de sua Fé. Ademais, a matéri a chama a atenção cios leitores . ob re os delitos efetuados por integrantes do MST, como, por exemplo, saq ues e rapinas. Pois não se encontrando no estado de urgente necessidade, não podem e les pretender gozar do direito ao chamado furto famélico. Co m essa inic iativa - que visa contribuir para a formação de nossos prezados leitores - CATOLICISMO está cumprindo sua mi ssão de ser um sustentáculo na tarefa de preservar os princípios autenticamente católi cos em nossa sociedade. Esperamos que tal matéria tenha o mérito de a lertar as almas para o perigo que o MST representa tanto para a Fé cató lica quanto para o futuro de nosso País, despertando nelas a consciênc ia da necess idade de uma oposição eficaz à ação desagregadora exercida por esse org;mismo.

Em Jesus e Ma.ria

9~7 Paulo Corrêa de Brito Fi lho D IRETOR

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eAToLIe Is Mo

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GR INSTEINS

Preços da assinatura anual para o mês de AGOSTO de 1998: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor:

se praticar como a virtude da confiança. Po is co n -fiar é f icar "c um fiducia", é pe rma necer firm e na Espe ran ça. Ou seja, terminadas as razões merame nte naturai s para es pe rarmos algo, mesmo assim continuar esperando , de vido a urna convicção prove nie nte da Fé. Santo Tomás de Aquino ass im a define: "A confiança é uma esperança forta lecida por sólida convicção" (Suma Teológica, II Jlae, q . 129, art. 6, acl 3). Para o home m, vulnerado pe lo pecado original, tornou-se especia lmente difíci l reconh ecer sua dependência a outros, e, de modo especial, sua subordinação a Deus. O Criador, como um Pai amoroso, desejando corrigir nossa alma, permite que muitas vezes permaneçamos em situações de incapac idade para agir, que tornam patente um fato: pe las próprias forças, não sa iremos de certos impasses. Acabadas as esperanças humanas, Deus nos indica a saída - a ún ica: acreditar na sua Onipotência e infinita mi sericórdia e justiça, e permanecermos firme na Fé e inflexiveis na Esperança, portanto "co11fian1es". Mas não se esgota aí a bondade divina. Para ensiname nto nosso, a História oferece exemp los luminosos de pessoas que ficaram totalmente desamparadas, e contra toda expectativa natura l, foram socorridas e viram rea lizadas suas esperanças. De todos os exemplos que a História registra, certamente ne nhum sensibiliza tanto urna alma católica qua nto certos epi sódios da vida Santíssima de Nossa Senhora.

Quadro de Nossa Senhora da Confiança - Seminário Romano, Roma

conhecesse seu voto de virgindade; de o utro, não era crível que Deus não tivesse guiado os passos do Sumo Sacerdote, auto ridade a quem Ela deveria obedecer. Se Ela contraísse matrimônio, como manter-se- ia o voto de virgindade? Caso E la se rec usasse a casar, como e vitar a desobed iê ncia à auto ridade posta por Deus para gu iá-la? Além do ma is, a virgindade entre os judeus, no Antigo Testamento, não era e nte ndida como hoj e, poi s todas as israe l is tas contraíam matrimônio na esperança de se tornarem a mãe do Mess ias. Não conhecendo os desígn ios do Criador a seu respeito, ta l situação para a futura Mãe do Messias era de molde a causar perplexidade. E, sobretudo, fo i a hora da confiança: Ela devi a ter Fé em Deus, que proveria para que mantivesse seu voto de virgindade, mesmo de ntro do matrimônio. Chegada a ocasião para se escolher o esposo, apresentaram-se vários candidatos. Uma outra pessoa estava presente, mas era por um motivo ju ríd ico. Sendo Nossa Senhora órfã, estabelecia a lei que dev ia estar presente para aprovar o matrimôn io o parente mais próxi mo da Virgem. Este era São José. Como também ele havia feito voto de virgin dade, compareceu à cerimônia de escolha do marido apenas corno testemun ha. Os cam inhos de Deus, porém, eram outros. Inspirado por E le, o Sumo Sacerdote submeteu os candidatos a uma prova: aquele cujo bastão floresces se tornar-se-ia esposo ele Maria. Para sur-

O Matrimônio de Maria: confiança em meio a perplexidades Segundo a Tradição, Nossa Senhora ainda muito jovem consagrou-se ao servi ço de De us no Templo de Jeru salé m. Durante esse período de sua vida, faleceram seus pai s, São Joaqu im e Santa Ana. E nos prime iro s anos de sua existê nc ia, a Virgem Santíssima ofereceu a Deus sua virgindade, pois, desta forma, ficava Ela livre de todo liame q ue A imped isse de se dedicar totalmente ao Criador. Certamente esperava Ela ficar servindo a Deus no Templo, pois, que lugar me lhor do que esse para fazê-lo? Mas ... então Deus a submete a uma dura prova. Sendo E la órfã, foi confiada aos cuidados do Sumo Sacerdote do Templo. Ating indo os 14 anos de idade, este comunica-lhe que pretendia encontrar para Ela um esposo. Para Nossa Sen hora fo i uma surpresa! Mas como?! De um lado, e ra impossíve l que o própr io Deus não e

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To L I e I s Mo

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presa de São José sua vara fo~a.que floresceu, mesmo não sendo ele aspirante à mão daquela sua parenta. Mas diante do evidente sina l divino para que secasasse, São José aceitou desposar a Virgem Maria. Sendo também ele casto, para Nossa Sen hora esclareceu-se então uma parte do e ni gma: sua virgindade não ficaria comprometida. Restava, contudo, outra perplexidade. Por que teria Deus desejado seu matrimônio, uma vez que tinha o desígnio de que perm anecesse virgem? Não seria mais adequado não se casar? Mais uma vez confiou Nossa Sen hora na Sabedoria e Onipotência de Deus, cuja intenção tornou-se clara mediante a Anunciação do Arcanjo São Gabriel. A E la caberia a altíss ima vocação de ser a Mãe do Messias - o Verbo Encarnado! - , que nasceria por obra do Espírito Santo, te ndo por pai adotivo aos olhos dos homens o casto São José.

Morte do Redentor: prova supereminente para a confiança Outro exemplo de confiança nos ofereceu a Santíssima Virgem em sua existência mortal. Durante os três anos de sua vida púb li ca Nosso Senhor Jesus Cristo operou os maiores milagres, provando que era o Filho de Deus. Mas por um plano altíssimo do Criador - a Redenção do gênero humano - era necessário que Ele se entregasse como vítima, pois era o Cordeiro de Deus. Isso, que hoje é tão claro para qualquer católico, não o era naquela época. Pode-se imaginar a perplexidade dos homens fiéis de e ntão: tendo visto tantas vezes o Redentor curar cegos, leprosos e até ressuscitar mortos, presenciá-Lo entregar-se sem res istência às autoridades que tramavam sua morte. Não só se entregou, como proibiu São Pedro que O defendesse com a espada. Diante desse comportamento aparentemente inexplicável, débeis na Fé, os Apóstolos fugiram. Talvez alguns fiéis esperassem que, do alto da Cruz, o Salvador realizasse algum milagre portentoso que demonstrasse definitivamente sua divindade. Mas isso não ocorreu ... e E le morreu e foi sepultado. 6

C ATO LIC ISMO

"Não me toque" -

Fra Angélico, séc. XV, afres-

co, Museu de São Marcos, Florença (Itália) O afresco representa a cena do encon -

tro de Santa Maria M adalen a com o Redentor ress uscitado. Antes da Ressurreição, com exceção de N ossa Senhora, tanto os Após tolos quanto os discípulos e as sa ntas m ulheres n ão acreditava m nesse gra n de m ilagre do Divin o Redentor

Os Evangelhos narram que após a morte de Nosso Senhor Jesus risto, os Apósto los, os discípulos e as santas mulheres ainda não acreditavam na Resurreição, apesar de Nosso Senhor a ter anunciado várias vezes. Maria Santíssima entretanto acreditava e confiava . Sua Esperança era invencível. Ela conservou a Fé e a Esperança nas promessas divinas, apesar de parecerem estas desmentidas pe la mais ev idente das constatações. Desde a hora cm que Nosso Sen hor expirou na Cruz, na Sexta-Feira Santa, até o domingo ela Ressurreição, somente Nossa Senhora permaneceu inabalável em sua Fé na Divindade ele Nosso Senhor e na Esperança da Ressurreição. Por conseguinte apenas E la, com perfeição e heroísmo, conservou a virtude ela Fé. Pois, como diz São Pau lo , sem a crença na Ressurreição, nossa fé seria vã. Assim, durante o Sábado Santo, apenas Nossa Senhora, em toda a Terra, personificou a Fé da Igreja nascente.

Maria: arca de esperança dos séculos futuros A esse respeito, é oportuno recordar aqui um comentário cio Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "Como só Ela re-

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presentou, nesta ocasião, a Fé, podemos dizer que se também Ela não tivesse crido, o mundo teria acabado. Porque o mundo não pode existir sem a Fé. A partir do momento em que não existisse mais Fé no mundo, a Providência acabava com o mundo. Devido à sua admirável Fé, Nossa Senhora sustentou o mundo, e só Ela deu continuidade às promessas evangélicas. Porque todas as promessas constantes nos Evangelhos, todas as promessas que j,guram no Antigo Testamento de que o Messias reinaria sobre toda a Terra e seria o Rei da glória, o centro da História, todas essas promessas não se teriam cumprido se, em determinado mornento, a virtude da Fé tivesse se extinguido. Se tal hipótese se concreti zasse, o mundo teria que acabar. Nossa Senhora foi, portanto, a arca de esperança dos séculos futuros. Ela encerrou em Si, como numa semente, toda a grandeza que a Igreja haveria de desenvolver ao longo dos séculos, todas as virtudes que Ela haveria de semear, todas as promessas do Antigo Testam.ento e todas as ações praticadas na vigência do Novo Testamento. Tudo isto viveu dentro de uma só alma, a alma de Nossa Senhora. " No domingo da Ressurreição, toda a confiança heróica que Ela tinha mantido viu-se recompensada. Ensinam vários teólogos que a primeira pessoa a ver Nosso Senhor ressuscitado foi a Santíssima Virgem, a quem Ele apareceu. Pode-se imaginar a felicidade da Mãe ao ver seu Filho resplandecente de glória, tendo cumprido de forma maravilhosamente heróica sua vocação de redimir o gênero humano. Tal foi o prêmio da confiança: Ela viu antes dos outros o triunfo de Nosso Senhor. Nos dias de hoje, em que tantas aflições agitam os corações dos católicos fiéis, façamos corno Nossa Senhora: Confiemos!. O escritor francês Edmond Rostand, proferiu uma frase célebre: "É de noite que é belo acreditar na I uz! " Sirvam essas considerações para que jamais nossa confiança seja abalada, a exemplo da Mãe do Redentor da humanidade. ♦

Mais um mártir do marxismo: Cardeal Stepinac

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Na co me moração do cen tenário do nasc ime nto do Cardea l Alojzieje Stepinac, Arcebispo de Zagreb, capital da Croác ia, Mons. Juraj Batelj a, postulador da causa de beatificação do Cardeal, fez duas revelações impress ionantes, segundo o bo letim itali ano "Corri sponde nza Romana" de 16-5-98: "Nos ossos do Cardeal, após a exumação de seu cadáver em 1993, foi encontrado veneno. Foi a vingança do regime comunista iugoslavo contra quem nunca se dobrou, nem abaixou-se ou se comprometeu". Além disso, a exumação confirmou um ultraje praticado pelos verdugos vermelhos em relação ao cadáver do heróico Arcebispo: seu co♦ ração foi extirpado e queimado em praça púb li ca!

Agrave responsabilidade dos anti-abortistas portugueses Face ao descontentamento da opinião púb lica portuguesa com uma lei de aborto aprovada pelos deputados,

o Governo daquele país decidiu convocar um plebisc ito para que o povo decid isse pelo sim ou pelo não. Contrariando as expectativas, aproximadamente 70% do eleitorado não compareceu para votar, o que tornou inválida a consulta popular.

As pesquisas e mesmo os primeiros resultados indicavam que a maioria ainda votaria con tra o crime do abo rto. Ma is uma vez a omissão, a moleza e o comodismo daqueles que defendem o bem ocasionou a perda de ótima ocas ião para mostrar aos po líticos que eles não representam a verdadeira vontade pop ular. A maioria anti -abortista, que não participou do plebi sc ito, assumiu perante Deus uma grave responsab ilidade: por sua om issão não se impediu , num país mac içamente cató lico, a matan♦ ça dos inocentes!

Até no futebol, proibição (muçulmana) do sinal da Cruz! Os jogos olímpicos e as competições esportivas internacionais normalmente são apresentados como areligiosos e a- ideológicos. Talvez se pudesse dizer que um de seus objetivos - velado e deteriorante - é precisamente derrubar as barreiras religiosas e ideológicas do mundo. Entretanto, alguns episódios mostram que isso não é tão simples assim . Comprova-o o s ucedido com Nurredin Naybet, um dos jogadores marroqu inos, no último Campeonato Mundi al de futebol. Ao comemorar um gol durante um jogo efetuado pela seleção daquele país, e le fez o s in a l da cruz. Ta l '"" atitud e foi co nsi- , ~ derada um sacrilégio pelos mu- , çulmanos marroquinos, que ped iram sua expulsão da se leção, apesar de ser o melhor jogador... ♦

eAToLIeIsMo

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Cônego

José

LUIZ VILLAC

PERGUNTA 1. No fim do ano passado passei por uma experiência de vida enorm e que até então não esperava: o falecimento de meu esposo - ainda muito jovem - aos 24 anos que completari a no dia 25 de março. Temos um filhinho de .1 aninho. Desta data para cá, mais do que nunca, Nossa Senhora - mãezinha - veio preencher todos os vazios de minha casa e do meu coração . Graças a Catolicismo pude saber muitas coisas a respeito da vida etern a. Na oportunidade gostaria, se possível , que respondessem a estas perguntas: • por ocasião da minha morte encontrarei com meu esposo? • ele agora em outra vida sabe que eu e meu filho ficamos aqui na Terra? • de onde ele está - seja no Purgatório ou juntamente com Deus - ele nos vê, a mim e ao nosso filhinho? • na outra vida, saberei que sou Orlinda e ele saberá que foi Advar um dia? 2. Constantemente ouvimos notícias de apari ções de Nossa Se-

nhora. Por ex., em Baturité, Jacareí, Niterói, e tantos outros lugares. O Sr. poderia dizer o que devemos pensar dessas aparições?

RESPOSTA

1. Uma das verdades mais consoladoras, para nós cató1icos, é a Comunhão dos Santos. Trata-se de urna real e contín ua intercom uni cação dos tesouros da Caridade e ntre os me mbros do Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cri sto, que é a Igreja, distrib uída, como se sabe, e m Igreja Triunfante, dos anjos e dos bem-aventurados que se encontram no Céu; Igreja Padecente, das santas almas do Purgatório, daque les que morreram na a mi zade de Deus, mas têm ainda a cumprir as penas contraídas pelos pecados mortais - embora confessados e perdoados em vida - e a purgar-se dos apegos aos pecados veniai s não subjugados antes da morte; e, Igrej a Militante,

e

CAT O LIC ISMO

·

·

dos fiéis que ainda militam - lutam! - nesta Terra ele exíli o. Tantas vezes(!), ao rezarmos o Credo, afirmamos nossa crença na Co111unhcio dos Santos. Mas na vida concreta de todos os dias e de todas as horas não nos damos conta de que somos realmente membros viv os de um Corpo Místico presidido por Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua divina Cabeça, e vivifi cado pe lo Divi no Espír ito Santo, Sua Alm a, mananciais inesgotáve is da Carid ade que circulam , une m e e nri quecem os membros todos do referido Corpo. É a maravilhosa Comunhão dos Santos! Um só Corpo e uma só Igreja, em seus três estágios, formando um a só unidade na Caridade e no amor a Deus. Agosto de 1998

Então, nós aqui na Terra, da Igreja Mi I itante, podemos pedir socorro e co ntar com a intercessão dos bem-aventurados que estão no Céu, bem co mo das santas alm as do Purgatório, e também rezar por estas últimas, para que Deus a brev ie e alivi e seus padec ime ntos. Por mi sericórdia de Deus e na economia da Providência, tanto as almas do Purgatório corno os Santos do Céu tomam conhec imento do que se passa com as pessoas com as quais foram re lac ionadas , seja por graus de parentesco, de amizade, ou de outra ordem . Para os que já partiram, como para nó. , seremos sempre nós mesmos, isto é, conserva remo s noss a própria identidade. Tanto no Céu, para nossa eterna felicidade, ou no in fe rno, para nossa suprema desgraça , seremos a mesma pessoa por toda a ete rnid ade. Assim co rn o Deu s é empre "Aquele que é" (Ex 3, 14 ), nós ta mbém seremos sempre aqueles que somos. Portanto, os esposos, os fi lh os e os pai s, os ami gos deverão se reconhecer e se amar no Céu, usufruindo com isso uma felic idade espec ial. É muito louv áve l, portanto, ped ir a intercessão das almas de nossos próximos que morreram piedosamente. Deus atende muito especia lmente as orações feitas por sua valiosa intermed iação. Mas não deixemos de reza r pe las almas do Purgatório, poi s co nst itui um a obra de caridade muito do agrado de Deus.

2 . Hoje em dia fala-se muito em apari ções de Nossa Senhora, de imagens suas que choram, e de tantos outros fenômenos extraordin ários.

O que pensar disso? É prec iso ev itar dois extre mos: uma cred ulidad e lev iana e excessiva, ou um ce ti c is mo rac io na li s ta e militante. Deus, em Sua sabed oria e onipotê ncia, pode co mu ni car-se com as pessoas através de graças inte rn as ou manifestações extern as . Entre estas últimas figuram as apar ições , revelações , mil ag res , etc. A Igreja, porém, se mpre recomendou a prudência di a nte do extraordinário. Porq ue, como diz São Paul o "o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz" (2 Cor 11, 14). Portanto - se Deus assim o permitir - , o demônio pode simular aparições de Nosso Senhor, de Nossa Sen hora, dos Santos, bem co mo forjar " reve lações", pred izer o futuro necessári o (de forma ape nas aproximativa), etc. As revelações feitas a Santa Margarida Maria Alacoque sobre o Sagrado Coração de Jesus estimularam o estudo dos teólogos e da Santa Sé sobre a matéria

Os eleitos -

Detalhe do quadro Ju ízo Final - Fra Angélico (séc. XV), Academia de Belas Artes, Florença (Itá lia). Podemos pedir socorro e contar com a intercessão dos eleitos no Jufzo Final, que já ingressaram no Céu, tomando-se bem-aventurados.

Se na História da Igreja são incontáveis as verdadeiras apari ções ele Nosso Senhor, de Nossa Senhora e dos Santos, também incontáveis são as fa lsas apari ções provi ndas do mali gno, que é o "pai da mentira" ... Então, corno procede r? É preciso distinguir o ceticismo da prudência. O primeiro é uma atitude ácida, até ia, orgu lh osa, de quem estabelece o seu próprio julgamento corno norma última de todas as coisas. A segu nda procede de urn a graça, é uma virtude cardeal (que dirige o agir humano) do bom filho da Igreja que, antes de se pronunciar, estuda bem a questão, pede o conselho de pessoas competentes, examina os efeitos que o fato "extraordinário" provoca, etc. Como norm a, urn a apari ção ou reve lação só deve

se r ace ita com toda seg ura nça depois que a auto ri dade re ligiosa competente, isto é, o Bispo do lu gar, e posteriormente a Santa Sé, após minu c ioso exame dos fatos e das doutrinas, pronun c ia-se a respeito num se ntid o favorável. Como a Revelação oficia l de Deus terminou com a morte do último Apósto lo, toda revelação pa1ticu lar, mesmo da parte de Nosso Senhor e Nossa Senhora, tem um sentido apenas indicativo, de exortação para o afervorarnento e a conversão, ou para que se incentive uma espec ial devoção. Ass im , por exemplo, as reve lações fe itas a Sa nta Gertrudes, Sa nta Hildegarda e Sa nta Ma rgarida -Maria Alacoq ue sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, est imul aram o es tudo do s teó logos e da Santa Sé sobre

a matéri a, até c hegar-se ao triunfo des a devoção com a Consagração, feita pelo Papa Leão XIII, do mundo a esse adorável Coração. Nas aparições de Nossa Senhora em La Salette, Lourdes e Fátima, reconhecidas co mo autênticas e aprovadas pela Igreja, as mensagens foram de pen itência e oração, para a conversão do mundo . E m Fátim a, Nossa Sen hora deu ênfase aos perigos representados pelo com uni smo e pela imoralidade. E nqua nto a a utoridade eclesiástica não se pronunciai:. portanto, é prec iso muita caute la a res peito de aparições e reve lações, sobretudo quando elas se multiplicam co m muita freqüênc ia ou são excessivamente prolongadas. A Providência não é tagarela, e nem usa de meios extraordin ários co nt inu ame neATo

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te. E la ex ige de nós a Fé robusta e humilde - e a confiança, sem a ansiedade pelo extraordin ário. Se nós refl etirmos no extraordinário que é a Consagração no Sa nto Sacrifíc io el a M iss a, a Co munhão , a Absolvição sacramental, nós veremos que Deus está co ntinuamente se mani fes tando a nós, e mbora at ravés de mi steriosos Sinais sensíveis: os Sacramentos. O mesmo São Paulo, com aq uela clareza que é toda sua, e ns in a aos co ríntios: nesta vida "caminhamos pela fé e não pela visão" (2 Cor. 5,7). Cultivemos especialmente a fund amental virtude da Fé, pela nossa vida de oração, mas também pelo estudo da doutrina cató lica, buscando livros e autores em c uj a ortodox i a pos samo s confiar plenamente. ♦ M

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rio da Sa ntíssima Trindade, temos a contar o seguinte. Por volta de 1840, no local denominado Barro Preto, hoj e Trindade, Constantino Xav ier e sua esposa Ana Rosa, e nco ntraram e m um pasto, e nqu anto cortavam capim, um medalhão de mais de um palmo de di âmetro, no qual estava gravada a im age m da Santíssima Trindade coroando Nossa Senhora. Sob o influ xo da graça, o casal começou a rezar o terço com seus fa mili-

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romarias e peregrinações são ornadas empreend id as por nativos religiosos a um santuário, a um lugar sagrado e milagroso, onde as pessoas vão pedir graças especiais, cumprir promessas e agradecer favores recebidos. Em todo o mundo ocorrem romarias e peregrinações. A Terra Santa e Jerusalé m, desde os primórdios do cristianismo, foram pólos religiosos que atraíram multidões de peregrinos. Na diversidade dos contextos hi stóricos e geográfi cos, as romarias sempre apresentam algo de comum: o costume de caminhar, de des locar-se percorrendo grandes distâncias, rumo a um local onde são concedidas, de modo especial, graças e favores espiritu ais. Com essa motivação, os peregrinos enfrentam o desafio das longas distâncias , fome, sede, cansaço, às vezes doenças, e tantas outras dific uldades. Em toda a História da Igreja Católi ca as peregrinações constituíram sempre expressões de grande fervor re ligioso. Uma promessa é feita quando normalmente j á se esgotaram os recursos humanos para reso lver uma situação difícil, representando um ato de fé e confiança. O cumprimento de uma promessa é um agradecimento, uma ação de graças de forte conteúdo simbólico, como o extenso caminho percoITido, o portar vela acesa, o oferecimento de perna de gesso ou de muleta numa sala de ex-votos. Com o tempo as peregrinações foram criando, ao lo ngo de seu trajeto, hosp itais, hospedarias e transportes para os romeiros. Fundara m-se associações para prestar-lhes auxíl io, como a Confraria dos Peregrinos da Terra Santa criada em Paris, no ano de 1325 - e as 10

CATO LIC ISMO

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Acima: antigo santuário da Santíssima Trindade Ao lado: o novo santuário, poderoso pólo de peregrinações

Romarias . e,,., peregr1naçoes Em meio à corrupção crescente do mundo moderno, a pujança das romarias, especialmente aos santuários marianos em nosso País, constituem um alento para todos os católicos Ordens M ili tares, que vi savam primordialmente a defesa dos Santos L ugares na Palesti na e a proteção aos romeiros, corno a Ordem dos Templários e a dos Cavaleiros de São João. No universo católico, além da Terra Santa, os maiores centros de peregrinação são a cidade de Roma e o Vaticano, os grandes Santuários marianos de Lourdes (França) e Fátima (Portugal), a casa da Sagrada Família e m Loreto (Itál ia), transportada miraculosamente por anjos. Em todas as nações católi cas existem lugares de peregrinação, co mo o Santuário de Nossa Se nh ora de Guadalupe, no México, e Nossa Senhora de Luján, na Argentina.

Peregrinações no Brasil Sendo a nação de maior pop ul ação cató li ca no mundo, o Brasil conta com

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ares aos sábados diante do medalhão . Logo outras famí li as assoc iaram-se a essa oração. A casa de Constantino Xavier em pouco tem po tornou-se ex ígua para abrigar os devotos, tendo sido construída então uma cape la. Em pouco tem-

po esta fo i transformada e m Santuário, devido ao aflux o crescente de fiéis. Nessa ocas ião, Constantino Xavie r e ncomendou a José Joaquim da Veiga Vale, residente a 120 quilômetros de distância de Barro Preto, a escultura da imagem com base na figura gravada no medalhão. De ixou seu cavalo com o escultor, para ajudar o pagamento do trabalho, e voltou a pé para casa. Fo i assim, ele próprio, o primeiro peregrino a fazer um a romaria em homenagem à Santíssima Trindade ... Com o passar cios anos multipl icaram-se os milagres e prodígios operados através da imagem da Santíssima Tr i ndacle . No a lta r-mor do Santu ári o tornou-se e la, há um séc ul o e meio, poderoso pólo ele pereg rinações, que atrai hoje em dia milhares de pessoas. Por isso, todos os anos, no mês ele julho, tem lugar há mais de 150 anos a grande romaria da Trindade, da qual participam peregrinos de Go iás e de o utros estados, perfazendo longa caminhada.

Motoromaria de jovens a Aparecida do Norte Há 16 anos realiza-se anualmente uma romaria de jovens motocicli stas ao Santuário Nacional de Aparec ida do Norte.

No dia 17 de maio último teve lugar a 16ª Romaria Nacional de Motocicl istas, qu e re uniu 80 mil participantes. Motocic li stas das mai s variadas locali dades do País co ngregaram-se e m Aparec ida, sendo recebidos pelo prefeito e autoridades loca is. Um im e nso co mboio ele moto s, com escolta de honra, partiu da cap ital paulista para Aparecida, co ndu zindo uma rép li ca da im age m da Padroeira do Brasi l. Em determinados trechos da estrada, a fila de motos atin gia 35 qui lô metros. É conso lado r registrar essa demo nstração de fé e espírito re li gioso ele jovens brasi le iros, numa época e m q ue se tornam ca d a vez ma is preocupantes os s into mas de corrupção da juve ntude, co mo a atual escalada do uso de drogas. ♦

Fontes de referência 1. Fragmentos de Cultura, Revi sta do Instituto de Fil osofia e Teo logia de Go iás, Goiania , nº 26, setembro de 1997. 2. Enc ic lopéd ia Britâ nica do Brasil Publi cações Llda. Rio de Jane iro 1997 3. "Fo lha de São Pau lo", 17-5-98

Peregrin os diante da Basílica de N ossa Senhora, em Fátima, sa ntuário es te que atrai anualmente m ilh ões de fiéis

numerosos centros de romarias, localizados seja em pequenos povoados dos mai s recônditos e di stantes, seja em lu gares dos mai s conhecidos e visitados. Dentre estes, a título de exe mplo, citemos: • a Basílica de Nossa Senhora da Conce ição Aparecida, a Padroeira nacional, em Aparecida do Norte (SP); • a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém (PA); • a Igreja do Senhor do Bonfim, em Sa lvador(BA); • a Igreja de São Franc isco das Chagas, em Canindé (CE); • o Santuário de Bom Jes us da Lapa (BA); • o Santuário da Santíssima Trindade, em Trindade (GO). A respeito da origem das romarias ao último loca l menc ionado, o Santuá-

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· Desigualdades sociais harmônicas

NOBREZA E ELITES TRADlClONAIS ANÁLOGAS

As desigualdades de nascença são desejadas por Deus, sendo legítimos tanto o paternalismo exercido pela nobreza junto a outras classes, quanto sua função de mantenedora dos costumes

PLINIO CORRÊA DE ÜLIVEIRA

Um

Na foto abaixo: aspectos do edifício da Real Maestranza de Caba/leria, de Sevilha, famosa instituição da nobreza espanhola. Na p. 13: Santa Isabel da Hungria, Duquesa da Turíngia, lava e cura feridas de doentes Pintura de Murillo, 1672, H ospital da Santa Caridade, Sevilha (Espanha).

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fato r de hostilidade co ntra as e lites tradi c io na is está no preco nce ito revo lu c io ná ri o que qu a lquer des igua ld ade de berço é contrári a à justi ça. Admite-se habi tua lmente q ue um ho me m possa destacar-se pe lo seu mé ri to pessoal. Não se admi te, po rém, que o fa to de proceder de uma estirpe ilu stre sej a para e le um títul o espec ial ele ho nra e de influênc ia. A este respe ito, o Sa nto Pad re Pio XII nos dá um prec ioso e nsin amento: "As desigualdades sociais, inclusive as li gadas ao nascimento, são inevitáveis. A natureza benigna e a bênção de Deus à humanidade iluminam e protegem os berços, osculam-nos,

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porém não os nivelam" (A locução ao Patriciado e à Nobreza romana e m 5 de janeiro de 1942, Discor.1'i e Radiomessagg i di Sua Santità Pio XII, Tipografi a Po li glotta Vati cana, pp. 345-349) . Essa frase é magnífi ca. Deus ama todos os berços, mas não os ni vela. E le ama todos os recém-nascidos, mas Sua bênção não os iguala. Ele não deseja que sejam iguais, Ele quer a desigualdade oriunda, inc lusive, das dife renças ele estirpe. É claro que tais desi gua ldades desej adas pelo Criador elevem ser harmônicas e proporcionadas. A frase do Ponlífice é prec iosa para que m empreende a defesa ela nob reza do ponto de vi sta da re li gião calólica, segundo o e ns inamento da Ig rej a. Por oulro lado, a frase é muito prudente. Pio Xll Lcm noção da força do preconceito que ele eleve e nfre nlar e por isso quer deixar bem cl aro que Deus ama a todos. A frase é muito característica ele carinho, mas no fundo afirma: não nivela. E mais adiante e le prossegue: "Uma mente instruída e educada de modo cristão não pode considerar tais desigualdades senão como disposição desejada por Deus, pela mesma razão que Ele quis as desigualdades no interior da fa mília, e portanto destinadas a unir mais os homens entre si na viagem da vida presente para a pátria celeste, uns aj udando os outros do mesmo modo que um pai aj uda a mãe e os f ilhos" (Idem, ibide m). Portanto, não é p ossível considerar essas des igualdades de berço senão co mo algo desej ado por Deus. Deus ama as des igualdades a tal po nto que na soc iedade primeira, a mais elementar, que é a família, Ele a di spôs de tal maneira que ela é des igual por essênc ia. E po r isso mesmo a soc iedade

maior, que é um tecido de fam íli as, també m é des igual. É nesse espírito fami li ar que as des igualdades devem ex istir.

O verdadeiro se n tido do paterna l ismo A gló ria cri stã das e lites tradi c io nais consiste e m se rvir não só à Ig rej a, mas també m ao be m comum . A a ri stoc racia pagã ufanava- se ex clu s iva mente de sua ilu stre progêni e. A nobreza cri stã ac rescenta, a esse títul o, o utro a inda ma is a lto : o de exercer uma fun ção pate rn a l junto às o utra s c lasses. Exe mpl os típi cos dessa ari stoc rática bo nd ade de tra to e nco ntram-se e m muitas fa mílias nobres, qu e sabe m ser ex ími a me nte bond osas para co m seus subordin ados, sem consentir de modo a lgum qu e sej a negada o u aviltada sua natu ral superi o rid ade. Isto passo u a ser denegrido pe los revolucionários como coisa vil, designada por um termo a que deram um fa lso sentido pej orativo: paternali smo. Antes era prestigioso di zer que um diretor ou pro pri etári o de fábri ca exercia um a influência pate rna sobre seus ope rári os . Atu a lme nte é co ns id erado como a lgo sum amente rej eitáve l, pois, segundo o jargão revo luc ionári o, os operári os têm seus dire itos, não po r um a bondade paterna do propri etá ri o, mas conqui stados por sua fo rça. Seri a o mesmo di zer que os fi lhos nada recebem por amo r e bo ndade do pai, mas porque têm seus dire itos próprios. O ra, segundo a tradição católi ca, até os grandes homens que serve m ao bem comum têm função palerna. Eles são os pai s da pátri a, os patrícios - como os de no mina P io XIJ neste sentido da palavra - que exercem dig namente seu pape l de nobres defe ndendo o bem comum na guerra ou na paz, em todas as ocasiões da vida.

Fun çã o da nobreza: manter os hábitos na família e as leis na sociedade Quando uma fa míli a é verdade iramente católica, e la forma hábitos que só se alteram em condi ções especiais, mui to de licadas.

Ass im , te nde e la a permanecer mora nd o na mes ma casa durante vári as gerações, co m os retoques e adaptações que se fizerem necessários. Mas essencialmente é a mesma casa. Do mes mo modo, os me lhores obj etos da res idênc ia são mantidos na mes ma famíli a de geração em geração. Na maneira de se tratare m e viverem, os membros de uma fa míli a vão for mando hábitos, que são uma expressão da virtude ex istente na fa mília. Tudo aq uil o que adquire uma certa continui dade se prende à rea lidade por vínculos às vezes imperceptíve is, notados apenas qua ndo há muda nça e se percebe q ue fo i errado mudar. Porque continuar é algo análogo a viver e mudar é algo análogo a morrer. Ass im co mo os hábitos sadi os de uma fa míli a elevem perma necer, tam bém as le is justas de um pa ís, sa lvo grave necess id ade, não de ve m ser mudadas. Porque alterá- las é contra a sabedoria, uma vez que a natureza é conservadora e proc ura conservar o mais possível todas as co isas . Como e ns ina Sa nt o To más d e Aquin o : "Só se modifica retamente a lei quando mediante esta mudança se contribui para o bem comum. Porém, a simples mudança de uma lei já é, em si mesma, um prej uíza para o bem comum " (Suma Teo lógica, 1-II, q.97, à.2,c) . Portanto, tendo em vista o bem comu m, só e m c ircunstâncias mui to graves se justifica a mudança de uma le i. E continua o Do utor Angélico: "Porque o costume contribui muito para o cumprimento das leis, a tal ponto que se consideram graves todas as coi-

sas estabelecidas contra os costumes, apesar de em si mesmas serem leves. Por isso, quando se mod!fica uma lei seu poder coativo .fica diminuído, na medida em que impeça o costume" (Idem). Assim , o costume contribui para o cumprime nto de urna le i. Se uma le i anti ga, ve ne ráve l, que se mpre se c umpriu , é abo lida para se r instituída outra , a le i nov a não terá a seu favor o costume e poderá ser mal cumprid a ou não cumprida . Como o costume de ita raízes no povo , a le i nova, pe lo s impl es fato de ser nova , j á nasce fraca, porqu e o costume está jogando sua força contra e la. E conclui Santo Tomás : "Daí que não se deva modificar a lei humana, a não ser que, por outro lado, haja uma compensação equivalente para o bem comum, correlativa à parte derrogada da lei. E isto acontece: ou porque da nova disposição legal se tira um proveito muito grande e notório, ou em caso de extrema necessidade, ou porque a lei vigente continha man!festa iniqiiidade e o seu cumprimento era sumamente nocivo. Por isso diz o Jurisconsulto que, tratando-se de estabelecer novas normas, a sua utilidade deve ser evidente, para que seja justificado o abandono daquilo que durant e muito tempo foi considerado como eqüitativo " (Idem). Portanto, para que o povo se res igne a uma le i nova, é preciso que a utili dade dessa mudança seja evidente, porque não se tira o povo de um costume j á estabelecido. Isto é tradi ção. Poder-se- ia obj etar que este tema fi ca um pouco à margem da nobreza. M as isto não se dá. A nobreza, mai s que as outras classes sociai s, é a mantenedo ra dos costumes, das tradições. El a vive da tradição, e la lembra um passado, e um passado que ela fa z continuar ♦ no presente. Esta é a sua fo rça. Nota da redação: Excertos el e conferênc ia pronunciada pelo Prof. Plínio Corrêa ele O li veira para sóc ios e coo peradores ela T FP e m 23- 11- I 992, na capita l pauli sta, co mentando, a pedido destes, a obra ele sua a utoria Nobreza e elites tradi cionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana (Editora Civili zação, Porto, 1992). Sem rev isão cio autor.

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A instituição familiar na História da Civilização Deus conduziu Abrãao - Patriarca suscitado pelo Criador para ser o fundador do povo eleito para fora de sua tenda, e disse-lhe: "O lh a para o céu, e conta, se podes, as estre las. Assim será a tua descendência"

ENDO A INSTITUIÇÃO fa mi liar um dos principais alvos dos pro motores da corrupção dos costumes em nossos dias (basta recordar a matéria de capa da úl tima ed ição de Catolicismo, sobre o papel da telev isão na desagregação da fa míli a), há grande necess idade de alicerçar essa instituição em conceitos sólidos, para que ela possa defender-se com mais fac ilidade contra o mar de lama moral que ameaça submerg i-la. Para esse efeito, publicamos a seguir trechos se letos do esplêndido livro O Espírito Familiar no lar, na Cidade e no Estado, de Mons. Henri Delass us (ver quadro abaixo), no qual este co nceituado escritor e polemista católico demonstra a importância da famíl ia na ori gem hi stórica da C ivili zação, como

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O mesmo aconteceu com os gentios "Fustel de Coulanges, no seu célebre li vro A C idade Antiga, demonstrou que nas ilhas gregas, corno também na Itália dos rom.anos, o Estado nasceu do lar doméstico. A fratri a dos gregos (sociedade de irmãos ), como a gens dos romanos (sociedade das.famílias.formadas a partir do mesmo tronco), eram apenas uma f amília mais ampliada reunida sob um mesmo chefe, que em Roma tinha o nome de pai, pate r, e em Atenas o de Eupátrida, pai bom. "Na origem das civili zações assíria, egípcia e outras encontram-se também uma fa míl ia ou algumas fa mílias que se desenvolvem, e em torno das quais outras fa míli as vêm se agrupar para fo rmar a tri bo, e depois as tribos se aglomeram para fo rmar as nações" ....

Família enquanto geradora da pátria

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fo nte de vida das sociedades, segundo os planos do Criador.

* * * "Deus criou Adão, e depois tirou do corpo dele a carne da qual.fez o corpo de Eva. Abençoou então o homem e a mulher, e lhes disse: 'Sede fecundos, mul tip licai -vos, enchei e domin ai a terra'. "Deus criou assim a famíli a, transformou-a numa sociedade e a constituiu de acordo com um plano totalmente diverso da igualdade social: a mulher submissa ao homem e os filhos submissos aos pais. "Nas próprias origens do gênero humano, portanto, nós encontramos as três grandes leis sociais: a autoridade, a hierarq uia e a un ião. A autoridade, que perte nce aos autores da vida; a hi erarq uia, que torna o homem superior à mulher e os pa is superi-

ores aos filhos; e a uni ão, que deve conservar entre si aq ueles que o mes mo sangue vivifica".

Os Estados são originários dessa sociedade primeira "A família - diz Cícero - é o princípio da cidade, e de alguma for ma a semente dares publica.A fam íli a se divide, embora permanecendo un ida; os irmãos, bem como seus fi lhos e netos, não podendo mais abrigar-se na casa paterna, saem para fundar casas novas, como novas co lônias. Eles formam alianças, donde surgem novas afinidades e o cresc imento da famí li a. Po uco a po uco as casas se mu ltiplicam, tudo cresce, tudo se desenvolve, e nasce ares publica" (República, livro I, 7). "Tais são propriamente as origens do povo de Deus . No início Abraão fu nda uma famíli a nova, e dela surgem doze tribos que vêm a constituir um povo" .

"O conjunto das pessoas sob a autoridade do pai de f amília chama-se fa mília. A partir do século X, [na França] o conjunto das pessoas reunidas sob a auto rida de do se nh ot; c hef e da mes nie, (*) chama-se f amília. O conjunto das pessoas reunidas sob a autoridade do barão, chefe do f eudo, chama-se f amília. E veremos que o conjunto das.fàmíliasfi·ancesas f oi go vernado como uma f amília. "O território sobre o qual se exerciam essas diversas autoridades, quer se tratasse do chefe de.família, do chef e da mesnie, do barão feudal ou do rei, era denominado da mesma forma nos documentos: pátria, o domínio do pai. 'A pátria - diz Funck-Brentano - fo i na sua origem o terri tório da fam ília, a terra do pai. O uso da palavra se estendeu à terra senhori al e ao reino inteiro, em que o rei era o pai do povo. O conjunto dos terri tórios sobre os quais se exercia a autoridade do rei chamava-se pátria"' ... .

Papel da família como celula mater "Por toda parte a civilização começou pela fa míl ia. Aq ui e ali nascem homens nos quais se desenvolve m e atuam mais poderosamente o amor paterno e o desej o de se perpetu ar nos seus

descendentes. Eles se dedicam ao trabalho com mais ardor, impõem aos seus apetites um freio mais contínuo e mais sólido, governam sua fa mília com mais autoridade, in spiram-lhe costumes mais severos, que e les imprime m nos hábi tos que a fa zem contrair. Esses hábitos se transmite m pela educação, e se tornam tradi ções que ma ntê m as novas gerações na vi a aberta pelos ancestrais. A marcha nessa vi a conduz a fa míli a a um a situação cada vez mais alta. Ao mesmo tempo, a uni ão que conserv am entre si todos os ramos do tronco pri mi tivo lhes dá um a puj ança qu e cresce dia a dia, com o número qu e se multi pli ca e as riqu ezas que se ac umul a m pelo trabalho de todos. "Nessa situ ação e minente, esta famíli a torna-se o centro de atenção daque las que a circundam. Estas lhe pede m abri go e proteção, e e m contrapartida prometem ass istência. E ntre eles há os que se sente m estimulados pela prosperidade que presenciam, e a ambicionam para si mesmos, deixando-se governar e instruir, esforçando-se por praticar as virtudes cuj os exemplos e resul tados eles têm diante dos olhos" ....

do o Conde,de Maistre ressaltou a frase da Sagrada Escritura 'Sou Eu que faço os reis', ele não deixou de acrescentar: 'Isto não é uma metáfora, mas uma lei do mundo político. Ao pé da letra, Deus faz os reis. Ele prepara as raças reais, e as amadurece em meio a uma nuvem que esconde as suas origens. Assim elas aparece m co road as de g lóri a e honra"' . (Mgr. Henri Delassus, L'Esprit Familia! dans la Maison, dans la Cité et dans l' État, Société Sai nt-Augustin , Desclée, DeB rouwer,Lille, 1910, pp. ll -2 1). ♦ Nota: * Mesn.ie,

magnie, maison.: casa, fa míli a, co mo se diz ainda hoj e "a casa de França".

Papel da família na edificação da Cristandade "No caso da França, em meio às ruínas acumul adas pelas invasões dos bárbaros [principalmente dos normandos e magiares a partir do século X], não havia mais ordem, porque não havi a mais autoridade. Sob a ação dos santos, vári as fami lias se ergueram, animadas pelos sentimentos que o cri stiani smo começava a difundir no mundo: sentimentos de de votamento pelos pequenos e os fracos, sentimentos de concórdia e amor entre todos, sentimentos de reconhecimento e de fidelidade para com os protegidos. A hagiografi a dessa época nos faz assistir por todo lado a esse espetácul o de famílias que se erguem dess~ modo acima das outras, pela força das suas virtudes. "Acima de todas se ergueu, no século X, a fam ília de Hugo Cape to, que edificou a França pela paciência do seu espírito, pe la pe rseverança do seu devotamento, pela continuidade dos seus serviços. É necessário acrescentar: 'E pela vontade e a graça de Deus'. Quan-

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CATOLICISMO

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Há 26 anos, o Prof Plinio Corréu de Oliveira diante do entreguismo de Nix on em face do comunismo chinês, previu, com penetração, capitulações maiores que se realizaram durante a recente viagem do presidente Clinton à China Luís DurAuR

D esde tempos imemori ais a C hina constituiu o cerne do mundo amare lo , quer pe la sua situação geográfica, dimensão territoria l e contingente populacional, quer pela irradiação cu ltural. Era a Ch in a dos mandarins, das porcelanas, dos marfins enta lhados, das pinturas em lenços de eda, da poesia e da mús ica, das especiarias e das maravilhas de arte suti l e quintes cnciacla. O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira narrava um fato ocorrido com e le num restaurante romano, no início dos anos 60. À mesa, entre Prelados de várias nacionalidades, havia chineses. O fundador da TFP conversava por meio de intérprete e ficou maravilhado com a musicalidade da língua chinesa. Ela lembrava gongos emitindo todos os matizes e riquezas de som que se possa im ag in ar. Pondo de lado os aspectos malsãos e deformantes cio paganismo - muito pronunciados sob diversos âng ulos - o papel cultu ral da C hina no mundo amarelo era comparável ao da França no Ocidente. O gigante chinês tinha entretanto uma organização política muito e lástica e vaporosa, que lhe permitiu conservar-se unido apesar das invasões de nações vizinhas. Ao lado da China, destaca-se o Japão. Em certo sentido esse país é o oposto de seu viz inho continental. Ele é constituído por um arquipélago ele superfíc ie exígua, oc upado por um povo industrioso que preza a ltame nte a cond ição militar. A classe nobre e o povo japonês formavam um conjunto homogêneo, fechado e coeso em torno do Imperador. O papel do Japão no Extremo Oriente é aná logo ao da Alemanha na Europa. Aque le país, fiel à sua natureza belicosa, invadiu partes da China. Até a rI Guerra Mundial controlava e le importante parcela ele território ch inês: o ass im-chamado Manchoukuo, hoje denominado Mongólia. 16

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Após os fam igerados aco rdos de Yalta, a C hina, através de uma revo lu ção marxista, foi lan çada na esfera comuni sta. A parte mai s dinâmica dos ch ineses anticomunistas refu g iou -se então na ilha de Formosa, ou Taiwan. O comunismo ch in ês ficou tristem e nte cé lebre pe la devastadora e sa ng üin ária Revolução C ultural dos anos 60, que praticou toda a sorte ele desvios no sentido igualitári o. Ela in spirou a metamorfose marxista em favo r de uma Revolução Cultural promovida nos moldes da g lobali zação . A C hina tornou -se foco contínuo ele guerras ele expa nsão cio comunismo. As mai s importantes ocorreram na Coré ia, no Vietnã, no Cambodge e no Laos . O Japão, contudo, permaneceu na esfera do Mundo Livre, constituindo um clique potencial ao expansion ismo comunista. E le manteve estreita colaboração com os Estados U nidos e influenciou grande número ele países cio Extremo Oriente.

A viagem precursora de Níxon Em 2 1 de fevereiro ele 1972, o então presidente america no Richard Nixon ini ciou polêmica viagem à China. Tal ini ciativa representou mais um passo ela política de distensão com o comu ni smo, aná loga à aprox im ação que a Ostpolitik vaticana empreende u e m relação às nações do bloco soviético. Naquela viagem Nixon fez todas as conce ões que pôde. Porém, moderou várias e adaptou sua linguagem, a fim de abafar a onda de reações surg ida nos Estados Unidos. O macro-capitalismo publicitário, os empresári os oc identais simpáticos ao comu ni smo e os comuno-progressistas - sempre igua is a si próprios festej aram o lance. Os gestos generosos dos Estado s Unidos, diziam, desarmariam o co muni smo amare lo; as torrentes de dólares inundariam a China, a boa vontade e a colaboração prevaleceri am. No fim de uma cascata ele concessões, a paz chegari a. Naquela época, o Prof. Plinio Corrêa ele Oliveira, ana li sando as info rm ações da imprensa, previu que tal empreendimento traria conseqüências catastrófi-

Pequim, fevereiro de 1971: encontro de Nixon e Mao -Tsé -Tung, marco decisivo da desastrosa política de distensão do Ocidente com o mundo comunista

cas. Em 17-7-71, comentando o anúncio da viagem e seus possíveis resultado , em conferência pronunciada para sócios e cooperadores da TFP, afirmou: "A guerra do Vietnã fica praticamente liqüidada . .... Em que espírito va i ser liqüidada a guerra? Num espírito de entrega. Quer di zer, os Estados Un idos aceitam uma tal humilhação com a viagem. do Nixon à China, .... não pairando dúvida de que eles deixam transparecer qu e ace itarão .... uma rendição incondicional. As potências anticomunistas do Extremo-Oriente ficam abandonadas .... Cambodge, aquilo tudo." Ta l previsão viu -se logo tragicamente confirmada. Em 29-3-73 os últimos so ldados americanos abandonaram o Vietnã, que se rendeu incondicionalmente aos comunistas em 30-4-75. Ficaram para a História as fotografias ele vietnamitas desesperados, tentando subir no último helicóptero superlotado que deixava o teto da embaixada americana em Saigon e sendo repelidos pelos tripu lantes. Como também a cena do presid~nte no rte-americano Gerald Ford correndo, fugindo cios jornalistas, incapaz de apresentar uma resposta conv incente para explicar aquela tragéd ia. A bandeira americana foi banida cio Vietnã maculada ele vergonha, não por fa lta de coragem ou capac idade militar ele seus so ld ados, mas devido ao otimis-

mo imbecil e entreguista ela política de concessões. Como conseqüência desse espírito, o comunismo foi engo lindo os demais países ela antiga Indochina. No Camboclge, o horror atingiu o clímax. Em abril ele 1975, os guerrilhe iros khmer-rouge, pró-chineses, ocuparam a capital , Phnom Penh . Em 24 horas, a população foi evacuada pela força. Nos hospitais, as intervenções cirúrgicas foram interrompidas pe lo meio, e os doentes que não podiam caminhar foram chacinados. Os guerri lheiros in cend iaram os bairros populares para desalojar os habitantes escond id os. Q uando estes apareciam entre as chamas, eram crue lmente metralhados. A população foi levada brutalmente a campos de extermínio no mato. Essa operação constituiu um dos piores genocídios ela História, quando cerca de 30% a 40% da população cambogiana pereceu em poucos meses. Foram assentamentos pioneiros, d iri am , talvez, alg uns partidários ela Reforma Agrária socia li sta e confiscatória radical. .. Na referida conferênc ia sobre a viagem ele Nixon à China, o Prof. Plíni o Corrêa ele Oliveira também previu que esta tornaria "um fato consumado que a China fosse admitida no Conselho de Segurança da ONU , subst ituindo Chang-Kai Chek fTaiwanl ". Em 25- 107 1, antes mesmo ele N ixon pisar no solo chinês, o regime ele Taiwan foi expu l so

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da ONU e pouco depois :~ Chin a era ad mitida no Conselho de Segurança. ... Dissipando eventu ais o bj eções, o Fundador da TFP afirmou: "Existe lá Hong-Kong, que é um território britânico. A Inglaterra não será de algum auxílio para essa gente?" E respondeu: "Hong-Kong vai murchar. Eu creio que não levará muito tempo para que a In glaterra entregue Hong-Kong aos chineses." A previsão também se cumpriu anos mais tarde.

A exemplo de Nixon, Clinton abandona o Japão

potência do século XXI" , que se ergue com .. . os próprios cap itais norte-ameri canos' Pequim, sem dúvida, abocanhará as vítimas oferecidas na bandeja. Mas foi só uma entrega finance iro-co mercial? A C hina ex igiu e obteve de Clinton tecnologia de vanguarda para gui ar seus mísseis nucleares. E apontá- los contra o quê? Suas virtuais províncias as iáticas? Os Estados Unidos? Possuindo a Ch in a bomba atômica, mísseis e satéli tes avançados, torna-se realidade outra pre vi são do fundador da TFP: "O Pacíftco sul caminhará para ser um mare nostrum comunista" . Enquanto isso, a Chin a fo rnece mísse is ao Paq ui stão, e mpe nh ado num a agressiva corrida nuclear contra a Índia. E a Coréia do Norte faz ameaças de lançar bombas atôm icas fornecidas pe lo com.unismo j et-set de Pequ im.

E o Japão? Sobre seu futuro , assim exprimiu-se o insigne pensador católico: "O Japão fará uma proeza mantendo-se independente durante um certo tempo. Se o Japc7o não.ficar protegido por um guarda-chuva atômico, ... . terá condições de resistir?" O Japão manteve-se um quarto de Política que elimina a sécul o após a viagem de Nixon. Agora o pres idente C linton fo i à C hin a nas . razão de ser americana pegadas tintas de sangue e de vergonha Desde seus primórdios os E tados de seu predecessor, para completar sua Un id os se a utoatr ibuíram a mi ssão obra. Já antes de chegar, a impre nsa inmessiânica - ali ás contestável - de ternacional salientava que o grande saimplantar no mundo a democrac ia e os crificado neste lance seria o Japão. Efedireitos hum.anos da Revolução Francetivamente, Clinton recusou-se a pisar o sa. E, de fato, foram os exec utores moterritório j apo nês durante a viagem, derados, mas de mão firme, dos pseudoideais que atingiram seu parox ismo na obedecendo a ex igências de Pequim. Os Revo lução Francesa, durante a era do amb ientes nipôni cos mai s e mpenhados em defender seu país levara m com)sso Terror em 1793 . um go lpe demoli dor. Porém, com o tempo essa bandeira N ixon entregou a antiga Indochina, tornou-se velha face às formas igualitádisputada pelas armas. Hoje, e m plena ri as mais avançadas do comunismo. Na guerra co mercial e financeira e na crifracas ada versão soviética, primeiro; e se que abala um mundo globalizado, na ver ão j et-set chinesa, depois. Clinton empurra o Japão e seus aliaSob esse ponto de vi sta, a viagem de C linton rep rese ntou outra claudi dos econôm icos para a esfera de influê ncia c hinesa. cação fund amental. Exceção feita de Tal entrega se fez de modo desairoalgumas frases genéricas visando an uso. C linton chegou à China elogiando o lar opositores, Clinton tornou patente regime de Pequim pelo fato de este ter que os Estados Unidos não levarão mais ameaçado os Estados Unidos de desva- · a sério as ex igências de democrati zação lori zar a moeda ch inesa e have r sido e de direitos humanos quanto ao com usa lvo pelo dinh eiro ame ricano . Agiu nismo ch inês. Isto é, os Estados Un idos como quem cede a uma chantagem e abdicaram do messianismo humanitádepoi s ainda agradece a atitude responrio, laico e democráti co que adotaram sável do chantagista; e por fim , rebai - como razão de ser. xa-se diante dele. Man ifesto u ass im toClinton obteve algo em troca? dos os sintomas de que os Estados UniSim . A promessa de que os mísse is dos são urna potência incapaz de contichineses não continuem apontados connuar a sê- lo. E reverenciou a "g rande tra o seu país. Porém, tais mísse is po18

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de rão ser reconfigurados contra e le e m apenas IO minutos, graças à tecnologia que o próprio Clinton está cedendo ao dragão vermelho. O C hefe do Executi vo americano também obteve licença do pres idente chinês para fa lar diretamente ao público pela televisão. Porém, em termos que agradassem o regime, di ante de auditóri os se lec ionados pelo mesmo regime e sem tradução simultânea ... O que revelou uma ingenuidade primária por parte do pres idente norte-ameri cano. Na me lh o r das hip óteses, só pouquíss im os elementos de co nfi ança do regime e ntenderam ... palavras que não prejudicavam o regime! Em matéria comerc ial, C linton concedeu tudo e nada ganhou . Resumindo, recebeu "promessas cínicas" e e nvergonh ou os Estados U ni dos, seg undo ressaltou o co nhec ido j orn a li sta do " New York Times", Wi lli am Safire.

Conversa quente, ciência fria

Pecado de ateísmo atrai castigo divino C linton preferiu fazer co ncessões morais e materiais devastadoras. Sacrificou a honra americana e compromi ssos assumidos, com a ilusão de obter as vantagens de uma ca lmaria da crise econômica asiática. Nisto imitou Nixo n antes da catástrofe do Vi etnã e do genocíd io cambogiano, e, mai s remotamente, C hamberlain e Dalad ier e m Munique face a H itle r, antes do s morticínios da II Guerra Mund ial. O que concluir de todos esses acontec imentos? Que os prognóst icos do Prof. Pl ini o Co rrêa de O liv e ira, e m 197 1, sobre a viagem prec ursora de Nixon adquirem rea lidade ainda maior com a ida de Clinton. De modo espec ial, quando considerados na perspectiva dos grandes cast igos anunciados por Nossa Senhora em Fátima. Com efeito, para o Prof. P lini o, a políti ca de entrega in iciada por Nixon press up õe " um pecado de ateísmo atroz". "Po r que de ateísmo?, perguntava e le naquela ocas ião. Porque, qucindo um indi víduo afirma que a vida terrena vale mais do que tudo, .... ainda que ele creia em Deus, na prática, seu procedimento é ateu. Esse pecado de ateísmo é a rejeição completa de Deus, que traz os castigos de Deus" . ♦

Prof Fred Singer: "Há pessoas que têm motivos puramente ideoló gicos, num sentido verdadeiramente anti-religioso, quanto à questão ambientalista"

Catolicismo -

A mídia com freqüência aponta o aquecimento global como algo real, iminente, e que representa ameaça para a vida humana. Há fundamentos científicos para tais afirmações?

Prof. Singer -

Esta pergunta é muito comp li cada. Há vários aspectos a serem cons iderados nesse tema. Em prime iro lugar, ex i tem concom itantemente um aq uecime nto e um esfriamento globai s. O clima muda co ntin uame nte. Por exemplo , ho uve um aquecimento substancial e ntre L900 e 1940, o qual se deveu a causas inteira• mente natura is. Houve um fo rte esfriame nto entre 1940 e 1975 , que fo i registrado pelos observadores. Portanto, o c lima esfr ia e esq uenta, de• pe nde ndo da época ... A questão é: isto representa um probl ema para o gênero hum a• no? Pode ser que sim , espec ialm ente o es-

Para cientistas que buscam fama e fortuna tornou-se mais fácil explorar os temores irracionais a respeito de calamidades ambientais do que enfrentá-las. Não é o caso do Professor Fred Singer, um dos principais especialistas sobre energia e assuntos ambientais nos Estados Unidos, que nunca se alinhou às idéias em voga. Perito em física espacial e atmosférica, o Prof. Singer foi pioneiro no desenvolvimento de tecnologia de foguetes e satélites, e autor do projeto do primeiro satélite para medir o ozônio na atmosfera. Foi ai nda um dos principais elaboradores de satélites metereológicos científicos. Pesquisador adjunto ao Instituto Independente de Oakland, na Califórnia, e presidente do Projeto Científico de Política Ambiental, Fred Singer é professor emérito de Ciência Ambiental e membro do Centro de Estudos Políticos sobre Energia da Universidade da Virgínia. O correspondente de Catolicismo nos Estados Unidos, Sr. Orlando Lyra Jr. , entrevistou-o em Washington , durante o Simpósio da Sociedade de Filadélfia , em maio passado.

friamento. O esfriame nto pode ser muito perigoso. J ul gando a partir da hi stó ria humana nos úl timos doi s mil anos, há reg istro do que aco nteceu quando o clima esfriou. O fenômeno afetou a ag ric ultura, causou danos às colheitas, danos estes que causaram fome e grande miséria. No conjunto, o aq uecim ento tenderia a ser mais benéfico para a atividade humana do qu e o esfriamento. Assim as coisas podem se eq uilibrar. Eu p referiria um clim a mai s que n► te do que frio.

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Catolicismo - Muitos QO'(.ernos procuram aprovar leis que controlam emissões de ga... . ses poluentes. O que o Sr. pensa a respeito desses controles?

Prof. Singer -A ntes de mais nada, se o Sr. se refere aos gases do efeito estufa, em particular ao dióxido de carbono, resultante da queima de combustíveis, ele não é poluente. Não se deveria usar essa palavra. O motivo pelo qual não o classifico como poluente deve-se ao fato de que ele não é poluente, não afetando a saúde humana. Na realidade, temos dióxido de carbono em nosso sangue. Nós exalamos dióxido de carbono, o qual é benéfico. Ele alimenta as plantas, que vivem de tirá-lo da atmosfera e utilizálo para o crescimento. Os produtos das plantas são, basicamente, dióxido de carbono retirado da atmosfera que se transforma em material das plantas. Este é o primeiro ponto. Em segundo lugar: podemos controlá-lo? O dióxido de carbono aumentou li geiramente nos últimos cento e poucos anos, como resultado da atividade humana. Não resta dúvida quanto a isso. Se isso é bom ou mau , creio que no conjunto seja bom, pois fornece mai s alimento para as plantas crescerem. E vemos um crescimento das florestas, provavelmente como resultado do maior nível de dióxido de carbono na atmosfera. Se se pretende controlar o dióxido de carbono, há, em resumo, dois métodos. O primeiro é controlar as emi ssões, e o outro seria removêlo da atmosfera. Seria possível removê- lo da atmosfera, por exemplo, aumentando-se o plantio de árvores. Se as florestas forem incrementadas, retira-se necessariamente o dióxido de carbono da atmosfera colocando-o na árvores. Isso seria um modo de control ar o dióxido de carbono. Agora, a questão é: compen aria? Deveríamos fazer isso? Isto se torna uma questão política e econômica. Catolicismo - O que há por trás desse assunto do ambientalismo?

Prof. Singe1· - Há muitas coisas ni sso. Várias pessoas possuem interesses diversos. Para alguns isso não diz nada. Temem realmente um clima mai s quente porque não compreendem a situação. Não foram instruídos a respeito. Espero fazer-me ouvir por e les. Outros possuem um interesse. Por exemplo: alguns podem ganhar dinheiro com isso. Pode-se enriquecer com isso, tornar-se famoso, obter poder político. Obviamente, se a pessoa é um burocrata internacional, se ela trabalha no programa ambientalista das Nações Unidas, isso

Uma Reconquista ' as avessas

En

para elas é muito bom, porque lhes dá mais dinheiro, mais oportunidades para fazer coisas, mais viagens ... E, caso se leve em conta que há 160 paí es que assinaram o tratado sobre o clima, cada um deles tem delegados para essas reuni ões que se realizam continuamente. Se alguém pertence a um pequeno país, ele pode obter um emprego para toda a vida. É uma boa vida. E, claro, há pessoas que têm outros interesses. Alguns preferirão uma soberania internacional que nacional a respeito do tema ambienta li smo, serão favoráveis a um Governo internacional , e isso representaria um passo para o Governo internacional... Catolicismo -

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O Sr. se refere a um Gover-

no Mundial?

Prof. Singer - Sim, sim. Algumas dessas pesoas são seguramente idealistas, utopistas. Outras são guiadas por razões menos louváveis. E, finalmente, há pessoas que - provavelmente os mais perigosos - têm motivos puramente ideológicos, num se ntido verdadeiramente anti-re li gioso quanto à questão ambientalista. Isto é, uma posição oposta aos valores tradicionais que sustentam nossa civilização, a qual co loca a existência hum ana acima de tudo, porque somos criados à imagem de Deus. Essas pessoas crêem que a humanidade não é o pináculo da criação. E que, na realidade, os homen s são contrários à natureza, a antítese da natureza, devendo-se fazer todo o possível , se não para acabar com a humanidade , pelo menos para reduzi -la e nivelá-la aos an imai s. Em outras pa lavras, não crêem que os seres humanos sejam diferentes dos animais. ♦

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As florestas e todas as plantas utilizam o dióxido de carbono, retirado da atmosfera, para seu crescimento

J492, ano em que Cristóvão Colombo descobriu a América, os Reis Católicos, Fernando e Isabel, conqu istaram Granada, o último bastião mow-o na Pe1únsula Ibérica, pondo fim a uma guerra de Reconquista que durara quase 800 anos. Agora - não mediante armas, mas com petro-dólares e pacificamente - os muçulmanos estão, pouco a pouco, reconquistando essa cidade-símbolo da vitória cristã, onde repousam os restos mortai s de sua grande libertadora, Isabel, a Católica. * * * No bairro de Albaicin, bem em frente ao famoso Alhambra - pérola da arqu itetui-a moura em terras hi spânicas-, ricos magnatas árabes estão comprando as mai s belas mansões. E as características ruas do bairro, tortuosa e estreitas, já estão se enchendo de comércio miúdo, docerias, perfumarias , restaurantes islâmicos, o que lhes dá uma aparência tipicamente oriental. "Pouco a pouco eles estão conquistando todo o Albaicin", lamenta a proprietária de uma doceria junto a uma peq uena igrej a cató lica, que é tudo o que resta de cristão na rua. Enquanto os decadentes espanhóis, descendentes dos valorosos cruzados da Reconqui sta, vêem com indiferença essa aberração, os maometanos não dormem: uma nova e grande mesquita está sendo constru ída em terreno adqu irido pela Líbia. Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes e até o paupérrimo Paquistão destinam grandes fortunas a grupos muçulmanos que se ded icam ao proselitismo e a trabalhos ele benefi cência em territóri o espanhol. Quer dizer, a Espanha tornou-se país de missão para os seguidores ele Mafoma. E, infelizmente, não faltam cristãos renegados espanhóis para auxil iar o secular inimigo a penetrar nas muralhas sagradas da ex-c ivili zação cristã na Península Ibérica. O emir cio qual dependem muitos árabes e espanhóis pervertidos ao Islã é um ex-jornali sta de Pontevedra, sequaz do maometan ismo há 20 anos. Desde o ano passado reclama ele para se us corre ligionários os mesmos direitos conced idos em 1492 - em caráter excepcional e provisório - por Isabel, a Cató lica, aos mouros da Andaluzia: autonomia para poder dispor de justiça própria, de fund ações reli giosas e de propri edades para manter atividades beneficientes. Em outras palavras, o que fora concedido como condição de rendição a vencidos de guerra, de modo provisório, e que desaparecera com o tempo, é reivind icado agora como um direito por um apóstata da Religião Católica. Além da grande mesqu ita, os sectários de Maomé planejam construir uma escola destinada às cri anças de todas as religiões (melhor meio de proselitismo), um colégio para estudantes universitários muçulmanos, e um órgão que, através da Câ mara do Comércio e Indústria, cuide das relações comerciais com os países islâmicos (cfr. Mino Yignolo, Os emires reconquistam Granada, "Corriere deli a Sera", Milão, Jl -4-98). Enquanto isso, os católicos espanhóis dormem, atingidos por urna sonolência análoga à que causou a queda do Império Romano cristão do Ocidente... ♦

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Abaixo: Igrej a cató lica no bairro de Albaicin: templo ilhado, devido à inundação muçulmana na região ...

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Acima: páteo dos leões no palácio Alhambra

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João Pedro Siédile: "Nós im aginamos ser impossível implantar o socia lismo no Brasil se não se fizer a reforma agrária"

ATUAÇÃO do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) te m e voluído de modo preocupante. Todos o percebem. Ainda recentemente, saques de armazéns, cam inhões e supermercados; invasões generalizadas não só de terras no interior, mas também de propri edades públicas nas cidades, de agências bancári as, delegacias de polícia e até te rre nos e prédios parti cu lares. Estão seus diri gentes a serviço da esque rda comunista? Trata-se, pelo contrário, de um show? Com que fina lidade? Afinal, para onde o MST está querendo emp urrar este nosso Brasil? E mpurrar, dizemos, pois é ev idente que a grande maioria dos br as il e iros, in c luíd a a s imp át ica população interiorana, prefere a ordem e a tranqüilidade, e não a ag itação e o caos. O povo brasileiro, tradiciona lme nte pacato, até por temperamento é avesso às agitações e desordens. D ia nte dessa situação so mbria e ameaçadora, que atitude elevem tomar os cató li cos? Apoiar o MST, como os re li giosos fra nciscanos - que figuram na capa da presente edição - e vários Pre lados brasileiros? Ou rejeitar, e m nome da verdadeira doutrina soc ial da Ig reja Cató lica, esse movimento revo lucionário ele orientação marxi sta? A única opção legít ima para os catól icos é, a nosso ver, a seg unda. Isso fica ressa ltado no título de capa ela presente ed ição, todo ele in sp irado na im portante obra do Prof. Plíni o Corrêa de O li ve ira, "So u Cató li co, posso ser co ntra a Reforma Agrária?", ed itada em 198 1 (v ide quadro ao lado).

Propaganda inflacion a importância do MST Exam ine mos o que vem se desenrolando e m torno das atuações cio Movimento dos Sem-Terra (MST). As pesqu isas de opinião têm mostrado reiteradamente que as ações cio g rupo não contam com apoio popular. Para c itar apenas algu mas dessas pesquisas: 1. Levantamento feito pe lo Instituto Vo.x Populi junto à classe média brasileira, em outubro/97, mostrou que 75% dos entrevistados são contra as invasões do MST e apenas 21 % favoráveis. Perguntados ainda sobre qual o problema mais grave do País atua lmente, apenas 3% disseram ser a Reforma Agrária; 2. Em pesquisa cio lbope, em março/98 , 83% consideraram o direito de propriedade essencial ao País (apenas 10% discordaram). Logo, diria o Co nse lhe iro Acácio, eles não querem uma Reforma Agrária que go lpe ie a propriedade privada, como a que está sendo feita. Contra as invasões, na mesma pesquisa, pronunciou-se a maioria absoluta: 59 % (só 34% a favor). E quando se trata de terras produtivas, os que são contra as invasões aumentam para 65 % (só 29% a favor). 3. Após os saq ues no Nordeste, em pesquisa feita pela agência de propaganda Standard Ogilvy & Mather, 50% dos entrevistados acham que o MST usa a Reforma Agrária como um pretexto para fazer agitação e 70% disseram que o Governo não pode tolerar saques a armazéns e clepó-

Em 1981, mereceram especial atenção da parte do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP e insigne pensador e líder católico, as investidas agro-reformistas partidas da CNBB e dadas a público por essa entidade episcopal em um documento intitulado Igreja e problemas da terra (/PT). Tal documento, o fundador da TFP o refutou cuidadosamente em livro - escrito em colaboração com o abalizado economista Carlos Patrício dei Campo - ao qual quis dar o sugestivo título: Sou Católico: posso ser contra a Reforma Agrária?. A essa pergunta, ele respondia: Posso e devo. Nessa obra, o IPT foi cuidadosamente analisado do ponto de vista doutrinário e econômico. Realmente, as posições agro-socialistas, então publicamente defendidas por um alto órgão episcopal , como é o caso da CNBB, criavam mal-estar entre os católicos , os quais compõem a maioria

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dos brasileiros. O livro de Plínio Corrêa de Oliveira trouxe grande alívio pelo esclarecimento que prestou, circulou largamente e nunca foi objeto de qualquer contestação. Os tempos mudam, as situações se repetem, ao menos se assemelham . O apoio ostensivo que presentemente vem sendo dado ao MST por altos Prelados da Igreja Católica no Brasil - e pela "esquerda católica" de modo geral, ainda hoje encharcada dos princípios da teologia da libertação, já condenada por João Pau lo 11 - vai criando semelhante mal-estar nos meios católicos e no público brasileiro de modo geral. Tal circunstância nos leva a perguntar inspirados na excelente obra de Plínio Corrêa de Oliveira : Sou Católico : posso ser contra o MST? E a resposta , como se pode ver pelo artigo que aqui publicamos , não pode ser outra senão : Posso e devo.

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sitos. Setenta por cento opj uim que o MST é um movimento muito agressivo e que tem causado prob emas. Não obstante, certa mídia promove o MST de modo impressionante, beneficiando-o com uma propaganda da qual não se tem memória na História do Brasil para nenhum outro gênero de associação. E isso apesar de os assentamentos contrnlados pelo MST representarem um rotundo fracas so do ponto de vista da produção. Nesse sentido, são signifi cativos os testemunhos contidos na obra Reforma Agrária semeia assentamentos - Assentados colhem miséria e desolação - Reportagem da TFP revela a verdade inteira, Artpress, São Pau lo, 1996.

Invasões e saques: impunidade Ao que parece, há um ângulo de visão debaixo do qual os assentamentos não são tão fracativos assim . É o ângu-

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lo da mobili zação ideológica. De fato, os assentamentos constituem presentemente um imenso conj unto de ilhas dissemin adas por nosso te rritório, cujos ocupantes estão mais ou menos prontos para sere m mobilizados pelo MST, a qualquer momento, a fim de alcançar os objetivos de seus chefes. Nesse sentido, a popul ação estranha muito a qu ase compl eta impunidade de que goza o MST. Recentemente a TFP, através de sua Campanha S.O.S Fazendeiro, teve a oportunidade de entregar ao Ministro da Justiça, então Dr. Íris Rezende, mais de 7 mil petições de rurali stas e pessoas li gadas à atividade rural pedindo o fim da impun idade das inva ões de terra. O Ministro recebeu cord ialme nte a co mi ssão - da qua l participaram os deputados Lael Varell a (MG) e Roberto Valadão (ES), além de doi s sacerdotes - e fez um discurso favorável à propriedade privada.

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propósito dos saques de caminhões, supermercados etc., ocorridos no Nordeste, e que ocuparam largamente as manchetes dos jornais brasileiros, a esquerda católica, coadjuvada por alguns políticos e jornalistas, procurou dar a idéia de que se tratava do chamado furto famélico. Ou seja, aquela forma de apropriação que alguém faz de um bem de outro, em estado de necessidade extrema, para matar a fome, como último recurso. Nesse caso não há mal nem pecado. Alguns Bispos como D. Antonio Fragoso, de Crateús (CE), D. Mauro Morelli, de Duque de Caxias (RJ) e D. Tomás Balduíno, presidente da CPT, chega-

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ram a citar Santo Tomás de Aquino em defesa dessa tese. Acontece que o grande Doutor da Igreja, Santo Tomás de Aquino, explica claramente as condições em que pode ocorrer o furto famélico: deve haver uma necessidade urgente e evidente; o autor do furto deve estar "em perigo iminente e não pode socorrer-se de outra forma" (Suma Teológica 11 llae, q. 66, a.7). Haveria pessoas nessas condições durante os saques? Se havia, essas sim, então não cometeram roubo. Seria entretanto de toda conveniência examinar bem a situ ação para ver quem de fato estava nessa condição de perigo iminente de vida , por fome, e não tinha outro meio

Dom Tomás Balduino

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Reportagem sobre o ato de entrega fo i publi cada em nossa revi sta (maio/ 98) e no boletim Informativo Rural, da TFP (maio/j unho-98). A impunidade das invasões de terras e ntretanto continu a e o c lamor pú blico contra ela tornou-se gene rali zado. Ap rese ntamos a seg uir algum as queixas bastante signifi cativas contra ta l impunid ade. O Mi ni stro da Refo rma Agrária, Raul Jun g mann , dec laro u: "Quando esti ve no sul do Pará, cerca de 10% das reivindicações apresentadas se referiam a problemas agrários; o restante, ou sej a 90%, era de reclamações por causa da impunidade" ("Cor re io Braziliense", 18-4-98). Quando ainda Min istro da Agricul tura, Arlindo Porto declarou: "Minha avaliação como Ministro, mineiro, cidadão, senador, é de que há necessidade de uma ação enérgica em rela-

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para socorrer-se, e quem pura e simplesmente roubou, aproveitando a ocasião. Aos que de fato estivessem em condições desesperadoras, a Igreja, o Governo, os particulares, as associações caritativas deveriam empregar todos os meios lícitos para ajudá-los a sair dessa situação inumana sem precisar recorrer a ações tão extremas. Mas o problema fundamental não é esse. O que todo o Brasil assistiu foi o aproveitamento inescrupuloso de uma situação lamentável, ocasionada pelo clima, para promoção da desordem, da agitação social e política, numa palavra, do caos. Tudo na tentativa de criar um quadro de insegurança no País, como caldo de cultura para aplicação de ulteriores planos de revolução social.

Colunas de sem -terra atingem Brasflia, ponto terminal da marcha promovida pelo MST em abril de 1997

ção às invasões de terras" ("D iário do Nordeste", 10-2-98). O Secretário da Segurança Púb li ca do Pará, Sette Câmara, adm ite que a impunidade tem sido a principal causa de violê nci a agrária (cfr. "O Liberal", Belém, 2 1-4-98) . O Encontro Naciona l dos Co man dantes Gerais das Polícias Mi li tares e Corpos de Bombeiros Mi li tares do Bras il divulgou, em 3-4-98, a Carta do Recife, a qua l se mostra apreensiva com a esca lada da v io lênc ia rural e urbana "patrocinada pelo MST'. Na ocas ião, o presidente eleito do Conse lho Nacional do s Co mandantes Gerais, Ce l. Luiz Fernando de Lara, disse que o MST usa tática de guerrilha (cfr. "O Estado de S. Pau lo", 4-4-98). O conhecido jornalista Boris Casoy, comentando as invasões de prédios públicos pelo MST, disse: "Mais do que a paralisia e a perplexidade que tomam conta do Governo Federal, a resposta das autoridades não poderia ser pior: sucumbem ante as exigências do MST' ("Diário Popular", 22-3-98). Já para o jornalista Assis Corrêa Neto, "não se pode entender a passividade do Governo, que está dando aos

sem-terra um tratamento preferencial, ao invés de aplicar sobre essa organização o peso da lei, sempre que a transg rida" ("O Dia", Rio de Janeiro, 21-3-98). Ed itorial do "Jornal do Bras il " (75-98) d iz: "Ou o governo e a Justiça enquadram na lei o MS7; ou estará aberto precedente grave, que pode evoluir para a anarquia generalizada. Se supermercados podem ser saqueados e propriedades rurais invadidas, o direito de propriedade inscrito na Constituição foi revogado pela força". O desprestígio do MST c resceu muito depois da onda de saques promovidos a pretexto da seca do Nordeste ( ver quadro na página anterior). Ficaram c laros os rumos que o MST quer imprimir aos destinos do País, contra os quais é prec iso pôr e m guarda todos aqueles que não querem ver o Brasi l arrastado pelos vagalhões da demagogia e do caos social.

Reforma Agrária: meio utilizado pelo MST para impor o socialismo Quais são os objet ivos do MST? Seus diri gentes mesmo os têm dec larado em doc umentos oficiais: tomar o poder para impor ao País o sociali smo. O VI Encontro Nacional dessa organ ização, rea li zado na c idade de Piracicaba (SP), em l 99 1, aprovou o

Documento Básico do MST, elaborado evidentemente por intelectuais marxistas que nada têm de sem-terra. Logo na Apresentação está dito que esse é "o documento mais importante da vida interna do MST'. Nele lemos que campo neses e operá ri os devem unir-se para tomar o pode r e que a Reforma Agrár ia é um meio para isso: "Também aos operários interessa a realização da Reforma Agrária .. .. pelo caráter político da aliança com os camponeses para a tomada do poder" (p. 20). E a tomada do poder destina-se a im por ao País o soc iali smo: "As ocupações e ou tras formas massivas de luta pela terra vão educando as massas para a necessidade da tomada do poder e da implantação de um novo sistema econômico : o socialismo!" (p. 20). Sociali smo de tipo sov iético, cubano ou ch inês, ou mesmo sob nova roupagem, pouco im porta. O que e les querem é a demolição da propriedade privada (o idea l de assentamentos para eles é comunitário), a destruição dos restos de civilização cristã que ainda existem e a implantação de um regime no qual todas as desigualdades, mesmo as justas e harmônicas, sejam abolidas em favo r de um iguali tarismo de tipo marxi sta. E nesse sentido são educados seus mili tantes, desde a infância (vide quadro à p. 26).

MST: um movimento revolucionário Mas o MST não é um movimento que propugna a Reforma Agrári a, para reso lver o prob lema dos sem-terra? pergu ntará alguém. A pergunta denota a presença de um espíri to pouco habituado às li des das esq uerdas. A Reforma Agrár ia que o MST quer levar adiante não é algo diferente do socia li smo. Ela é um degrau necessário a ser franqueado para se alcançar esse patamar igual itário. É claro que, em tese, pode haver uma reforma agrária boa, não socialista, que poderia ser intitulada mais adequadamente de sad ia política agrária: "Pode-se fa lar de uma reforma agrária sadia, que constitua autêntico progresso, em harmonia

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com nossa tradição cristcY' (P.ljnio Corrêa de Oliveira, ReformaAg1;éria Questão de Consciência, Editora Vera C ru z, São Paulo, 1962). Os princípios que norteiam o Programa Cédula da Terra parecem ir nesse sentido, pois tratar-se-ia de financi ar a compra de terras por pequenos agricu ltores. Não é disso que aqui tratamos, evidentemente. Nesse sentido, uma extensa reportagem, publicada na ed ição de 3-6-98 da revi sta " Veja", tran screve s ignificativa declaração do marxi sta e ex-sem inari sta João Pedro Stédile, ideólogo e líder máximo do MST, altamente reve ladora dos objetivos do movimento: 1 . "A Reforma Agrária interessa a toda a classe trabalhadora e deixou de ser apenas uma questão econômica para resolver o problema dos sem-terra que estão passando fome. Ela passou a adquirir um caráter revolucionário" . 2 . "Nós imaginamos que vai ser impossível implantar o socialismo no Brasil se não se fi zer a reforma agrária, ao mesmo tempo em que não se conseg ue a reforma agrária sem implantar o socialismo". A re versibilidade e ntre a Re forma Agrária desejada pelo MST e o soc ialismo encontra-

se perfeitamente expressa nessa declaração. Seria difícil ser mais explícito quanto ao fato de que, haver ou não fome, é perfeitamente secundário para o MST. O que o movimento quer mesmo é impl antar o socialismo. E o instrumento para isso é a Reforma Agrária. Aliás, se o problema fo sse a.fome, nem se poderia pensar em socialismo, pois é sabido que este, onde implantado, não só não acaba com a miséria, mas a dissemina largamente. Cuba aí está para comprová-lo. Pensamento semelhante ao do MST é o que move a chamada esquerda católica, verdadeira inspiradora e propulsora dos movimentos de invasões. Representante característica desse tipo de esquerda é a Co mi ssão Pastoral da Terra (CPT), uma das pastorais mais em ev idênci a da CNBB. Ela tem por presidente D . Tomás Balduíno, o qual recentemente declarou: "O nome Reforma Agrária é apenas aceitável. Na verdade, o que se busca é mais uma revolução agrária" ("Jornal dos Sem-Terra", setembro/97). No afã de propulsionar sua Revolu-

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ção Agrária, a CPT fabrica periodicamente relatórios sobre violência no campo, sempre tendentes a favorecer os in vasores. O último desses relatórios, que indicava 673 mortes só no Pará, de 1964 a 1996, foi fortemente contestado pelo "G rupo Especial de Trabalho sobre Assassinatos no Campo - Getac", promovido pela Secretaria de Segurança do Pará. O Getac eng loba instituições altamente respeitávei s como o Tribunal de Justiça, o Mini stério Público e outras. O Getac mostrou que pelo menos 209 dos casos apontados nada têm a ver com di sputas de terras. Trata-se de crimes pass ionais, mortes por bebedeiras, brigas, questões trabalhi stas e até abortos e sui cíd ios. A CPT cata logou tudo isso como luta pela terra ... Segundo a coordenadora do Getac, Onéia Dourado, "A CPT está com medo que a verdade venha à tona" ("O L ibera l", Belém, e "O Estado de S . Paulo", 19-4-98).

N a essência da Reforma Agrária do MST: ideologia igualitária Explica a citada reportagem de "Veja" que a "distribuição de terras é apenas uma etapa do projeto global. As lideranças do

Assentamento 17 de Abril, do MST, Eldorado do Carajás-PA Crianças e/esse assenta mento, sob o retrato de Che Guevara, são (cle)formadas para virem a ser futuros invasores ele terras

Escolas de tipo cubano-fascista exemplo da educação cubana, a educação proporcionada pelo MST a seus filiados, inclusive crianças, é para o socialismo: "Não se faz segredo algum de que o professor deve ser um ideólogo na sala de aula, já a partir das primeiras séries do ensino fundamental .. .. o projeto pedagógico do MST não difere muito do implantado na década de 30 pelo fascismo" ("O Estado de S. Paulo", editorial, 11 -6-98). Nas escolas do MST, crianças de 7 a 14 anos são (de)formadas para virem a ser futuros invasores a serviço da Reforma Agrária: "A estratégia

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do MST é a formação ideológica das crianças" ("Jornal da Tarde", 7-6-98). "A forte influência marxista na sala de aula é um aspecto que os militantes não escondem de ninguém" ("O Estado de Minas", 15-6-98). É, portanto, a escola confessional que volta, só que desta vez não mais para ensinar a sã doutrina católica, como outrora, mas sim para ministrar as arengas de Marx e seus seguidores e assim formar revolucionários. As escolas do MST costumam ser batizadas com nomes de líderes comunistas como "Che" Guevara, Mao-Tsé-Tung e outros.

MST querem transformar a sociedade e, se possível, abocanhar o poder, para fa zer do Brasil um país 'socialista e igualitário', como dizem em seus documentos". E transcre ve esta d ec laração de Stéd ile que não deixa qualquer margem de dúvida sobre a finalidad e igualitária dos planos do MST: "Queremos uma sociedade socialista e igualitária. Este é um. conceito doutrinário, não uma reivindicação. Junta duas utopias realizáveis. O socialismo é igualdade". Essa ênfase no as pec to igualitário pode parecer, talvez, estran ha para quem esteja habituado a ver no comunismo e se us congêneres soe i a i i stas apenas uma realidade política, que se esgota na tomada do Poder. De fato, o socialo-comuni smo vai muito mais longe do que seu aspecto in stituc ional indica. Ele constitui toda uma filo sofia a ntinatural de vida, toda uma visão deturpada da realidade, qu e faz dele uma metafísica e mesmo uma verdadeira reli gião. O igualitarismo se constitui no fundo comum, mai s sensível e mai s dinâmico, dos vários tipos de sociali smo, ej a e le o sociali smo marxista, nazista, utópico, autogestionário ou qualquer outro. É impossíve l não constatar, a esta altura, o ace rto verdadeiramente profético do modo pe lo qual o Prof. Plí ni o Corrêa de Oliveira pensou e levou adi ante o combate contra o agro-reformi smo igua litário. O fundador da TFP nunca se deixou iludir pelas aparências e nga nosas de projetos, le is, planos etc., que ap resentavam a Reforma Agrária sociali sta e confiscatória como te nde nte a benefici ar o trabalhador rural pobre: " O qualificativo 'agro- reformi sta' é correto. Porém. quiça insuficiente, pois designa a reforma [agrária] sem lhe especificar o espíriLO e o rumo. Dir-se-ia com mais precisão 'agro-igualitári a', expressão que fa z ver, ademais, o sentido do reformismo agrário nacional, pois este tende desde Logo para a supressão das propriedades grandes e médias, e a

transforma ção d e nossa estntlura fundiária em urna imensa rede de assen tamentos composto.1· de indivíduos nivelados no que diz respeito a sua condição pessoal enquanto assentados" ("A Ref orma Agrária socialista e confiscatória - A propriedade privada e a livre inicia tiva, no fL!fâo agro- reformista" , Editora Vera C ru z, São Paulo, 1985, p. 5). Ao longo de toda sua vida, Plínio Corrêa de O liveira batalhou se m cessar

mentas desiguais, como desiguais são os membros do corpo humano: torná/os todos iguais é impossível; resultaria disso a própria destruição da sociedade hum.ana. "A igualdade dos diversos membros sociais consiste som.ente no fato de todos os homens terem a sua origem em Deus Criador; .forarn resgatado.1· por Jesus Cristo e devem, segundo a reg ra exata dos seus méritos, serjulgados por Deus e por Ele recompensados ou punidos. "Disto resulta que, segundo a ordem estabelecida por Deus, deve haver na sociedade príncipes e vassalos, patrões e proletários, ricos e pobres, sábios e ignorantes, nobres e plebeus, os quais todos, unidos por um Laço comum de amor, se ajudam mutuamente para alcançarem o seu fim último no Céu e o seu bemestar moral e material na Terra" (São Pio X, Motu P roprio Fin dalla Prima, 18- 12- 1903).

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Q uão afastados da verdade se encontram , pois , aque les que julgam que o apo io dado pe la esquerda católica ao MST represe nta o pensamento da Igreja Cató li ca. Tal pensamento encontra-se adm iravelmente expresso nos documentos ponti fícios, e se consubstanci a numa doutrina anti-soc ia li sta e antiigualitária, da qual Plínio Corrêa de Oliveira se fez se mpre o eco fid e líssimo. Suas advertê ncias foram co nfirmadas pe las palavras de João Pau lo 11, na Aloc ução de 2 l -3-9 5 aos Bispos brasileiros da Regional Su l 1, Estado de São Paulo: "A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas". E m face de tudo quanto acima fo i exposto, fica comprovado a legitimidade e acerto do título de nossa capa: Sou católico : posso ser contra o MST? Posso e devo! ♦

Plínio Corrêa de Oliveira

contra as te ndênc ias igualitárias e anticristãs do mundo moderno. Atacou o co muni smo porque igualitário , e por idêntica razão bateu- se contra o nazismo e o fascismo. As várias décadas consagradas à luta contra o soc iali smo agroigualitário formam o mai s extenso capítulo de se u ingente esforço ideológico contra o pernicioso víru s revolucionário de nosso século . Sempre ressa lvando que há uma igualdade fundamental boa de todos os home ns, pelo fato de. sua natureza comum e de serem filhos de Deus, o insigne líder e pensador católico salientava que as desigualdades acidentais são necessárias e fazem parte do plano divino para a soc iedade humana. Já o grande Pontífi ce santo, Pio X, ensinava: " A soc iedade humana, tal qual Deus a estabeleceu, é .formada de elee

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São Luís IX Rei, estadista e cruzado "Cada · época histórica te1n um homem que a representa. Luís IX é o homem modelo da Idade Média: é um legislador, um herói e um santo ... Marco Aurélio [Imperador romano pagão] mostrou o poder unido à filosofia; Luís IX, o poder unido à santidade. Avantajou-se o cristão" (Chateau briand, Estudos históricos). HÉLIO VIANA

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surpreende muito que um ho me m, retirado num c laustro e separado das ocas iões de pecado, domine as inclinações desregradas da natureza e progrida na prática das mais belas virtudes do Cristi ani smo. Mas que um prínc ipe, ao qual não se tem a libe rdade de repreender ne m contradi zer, e que vivendo e m me io às honrari as e às mais perigosas volúpias, domine suas paixões, conservando a inocênc ia e a pureza de co ração, é realmente adm irável, podendo ser chamado um prodígio na ordem da graça. E ntretanto, aq uilo que é impossíve l para as fo rças do homem, não o é para Deus. E se a História do Anti go Testamento nos apresenta muitas cabeças coroadas que souberam ali ar a santidade co m a autoridade soberana, e a qualidade de profeta à de chefe, de juiz e de rei , a História do Novo Testamento nos fo rnece um número bem maior em quase todos os rei nos cristãos. Nesse mês , dia 25, a Igreja nos propõe um prínc ipe, que pode mos chamar de pérola dos soberanos, glória da coroa da França, mode lo de todos os príncipes cristãos; e para dizer tudo em d uas palavras, um Monarca verdadei rame nte segundo o coração de Deus, da Igrej a e do povo. É o incomparável São Luís, quadragésimo Rei da França desde o in íc io da monarquia, e o nono da terceira raça, da qual Hugo Capelo fo i o tronco. Seu pai fo i Luís VIII, filho de F ilipe Augusto, e sua mãe a princesa Branca, de quem os hi storiadores atribuem

a glória de haver s ido filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de as facções por um a proteção visíve l sobre a pessoa sagrareis. Co m efeito, seu pai foi Afonso IX, Rei de Castela, da desse jovem Monarca. que infli giu aos mouros séri o revés na bata lh a ele Navas de Uma minoridade tão co nturbada servi u de ocasião para Tolosa, qu ando mai s de duzentos mil infié is pereceram no fazer re lu zir a prudê nc ia, o valor e a bondade daque le que ca mpo de bata lh a; era sobrinha dos reis Ricardo e João, da se tornaria um protótipo do Re i Cató li co. Inglaterra; esposa de Luís Vlll , Rei Matrimônio da França; irmã ele Henriq ue, Rei abençoado por Deus de Caste la; mãe ele São Luís IX e de Carlos, Rei de Nápo les e da No dia 27 de maio de 1235, Sic íli a; e tia, através de suas irmãs pouco depo is de comp letar 20 Urraca e Berengüe la, de Sanches, anos, casou-se com Margarida, fi Rei de Portugal, e de São Fernando lh a mais ve lh a de Ra imund o III, Rei de Leão. Béranger, Conde de Provence e de Nasceu São Luís no Castelo de Forcalqu ier, e de Beatr iz de Po issy, a 30 qui lô metros de Pari s, Sabóia. Era uma princesa que a no dia 25 de abri l de J 2 15, quando graça e a natureza haviam dotado em toda a Cristandade procissões de toda sorte de pe rfe ições, e que solenes comemoravam o dia de São lhe dar ia, ao longo de uma santa e Marcos. Vivia a inda seu avô, Fili harmon iosa ex istênc ia, 1O filhos , pe Au gusto, o qual acabava de gac in co homens e c inco mulheres . nhar a célebre bata!ha de Bou vines, Acompanhou e la o j ovem esposo oito anos antes de lhe suceder seu na sua primeira exped ição a lémfilh o, o futuro Luís VIII. mar, e após a morte deste, retirouA infâ ncia de São Luís fo i um se no Moste iro de Santa C lara, espe lho ele honestidade e sabedoo nde terminou seus dias e m 20 de ria. Seu pai , que uni a virtude e zelo dezembro de 1285. Seu corpo, pe la reli gião a uma bravura marci precedido e segu ido por pobres, al que lhe valeu o nome de Ledo, q ue a chamavam de mâe, fo i e nEstátua eqüestre de São Luís IX em frente ao foi parti c ul armente zeloso na sua terrado e m Saint-Den is. Museu de Arte da cidade de Saint Louis (EUA) ed ucação. Deu-lhe bons preceptoLuís [X procurava ac im a de res e um sábio governante: Mateus II de Montmorency, tudo tributar a Deus o serv iço e a honra que Lhe eram primeiro barão cristão; G uilherme des Barres, Conde de dev idos. Este lhe retribuía ass istindo-o em todas as necesRochefort; e C le mente ele Metz, marechal -ela-França, que sid ades, aconselhando-o nos empreendimentos, protegenlh e in s pirar am os se ntim e ntos qu e deve ter um rei do-o dos inim igos ·e conduzindo a bom termo todas as suas cristianíss imo e um fi lho primogênito ela Igreja. inic iativas. Sua mãe, Branca, não poupou esforços para torná-lo O segundo de se us fi lhos varões foi Filipe III, que lhe um grande rei e um grande Santo, sobretudo após a morte sucedeu no trono, e cujos filhos foram, por sua vez, Reis, de seu fi lho prim ogênito, Fi lipe. E la lhe repetia com freaté Henrique III. O caç ul a de São Luís foi Roberto de qüênc ia estas palavras, dignas de serem imi tadas por toda Bo urbon, cuj a descendê ncia subiu ao tro no fra ncês duranmãe verdadeiramente cató li ca: "Meu filho, eu gostaria te nove gerações. Das filhas, com exceção de uma, fa lecimuito mais ver-te na sepultura, do que maculado por um da prematuramente, todas foram esposas de Reis.

só pecado mortal ". Com a morte prematura do Rei aos 40 anos, em 1226, na c idade de Montpellier, quando voltava da guerra contra os hereges albi genses, nosso Santo subi u ao tro no, sob a tute la da mãe, tendo sido sagrado na Catedral de Reims em 30 de novembro daquele mes mo ano . Sua minoridade foi pródiga e m guerras intestinas, causadas pela a mbição e orgu lho de senh ores feudais do re ino, que desejavam valer-se da pouca idade do soberano para impo r as suas pretensões. Mas Deus dissipou todas

Educação cristã dos filhos: modelo de pai Ao contrário de outros Monarcas, que neg li genciam a educação dos filh os, ou os deixam, sem maior preoc upação, aos cuidados de govern antes, São Luís chamava pessoa lme nte a si o cuidado de os instrui r, imprimindo-lhes na alma o desprezo pelos prazeres e va idades do mundo e o amor pelo soberano C riador. E le os exercitava normalmente à noite, após as horas Completas, quando os fazia vir a seu quarto a fim de o uvir as suas piedosas exorta-

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c_.:ões. E nsinava- lhes, a lé m d i so, a rezar diariamente o Pequeno Oficio de Nossa Senhora, obrigava-os a ass istir às Mi ssas de prece ito, e incutia-lhes a necessidade da morti ficação e da penitê ncia. Às sextas-feiras, por exemplo, não pe rmitia que portasse m qua lquer ornamento na cabeça, porqu e foi o di a da coroação de es pinhos de Nosso Senhor Jes us C risto. Ainda hoj e ex istem os manuscritos das instruções por e le de ixadas à sua filha Isabe l, Rainha d a Navarra: são tão santas e cheias do es pírito d e Nosso Senhor, que nenhum d iretor esp iritual, por ma is esc larec ido qu e sej a, seria capaz de apresentar o utras mai s exce le ntes.

O governante: justiceiro e moralizador dos costumes

Nomeava, acima de les, juízes ex traordinários para examina r sua cond uta e re ve r seus ju lga mentos, a exemplo de De us, que assegura qu e ju lgará a Justiça. E se por acaso encontrava que em a lgo haviam ag ido ma l, impunha-se prime iramente a s i mes mo uma severa pen itênc ia, como se tivesse s ido o cu lpado pe lo excesso praticado por e les, e e m seguida mini strava- lhes seve ra puni ção, obrigandoos a restituir o que haviam tomado do povo, se fosse esse o caso , ou a re parar aque les que havi am sido co ndenado s inj ustam e nte. Pelo contrário, quando tomava conhec imento de q ue hav iam cumprido di g namente os seus deve res, reco mpe nsava -os reg ia me nte e os fazia ascende r a fun ções mai s honrosas. Além de admin istra r Ju sti ça, não negligenc iava o Santo Monarca o cuidado dos pobres.

Se São Luís so ube educar tão Zelo pela ortodoxia bem os fi lhos, fo i entretanto a ine piedade da mais admirável em governar os negóc ios púb licos. Nunca a FranSe foi notório se u ze lo e m ça ex perimentou tanta paz e prosex tirpar a libe rtin age m no re ipe ridade como e m sua é poca. E nno d e França , o que di zer de seu e mpe nho e m re lação ao ex te rmíquanto as outras nações, e m todas as latitudes , estavam e m co nnio d a he res ia e ao estabe lec ivulsão, os franceses por e le gome nto da Fé e da di sc iplina crisve rnados gozava m de uma fe liz tã? Para isso tomou-se d e gra nA Santa Capela, parte superior, tranqüi !idade, assegurada pe la sade afe ição pe lo s rel ig io sos d e que São Luls IX mandou construir em Paris, para bedor ia do Monarca. E le so ube São Domingos e de São Fran abrigar a Coroa de espinhos de nosso Redentor banir do Estado , através de sábi as c isco, a qu e m ele via co mo ins lei s, todos os des regramentos e ntão ex istentes. O primeiro trumentos sagrado s d os quais a Prov id ê ncia qu e ria se se rvir para a sa lvação d e um a infinid ad e d e almas resde les foi a blasfêmia e os jura me ntos ímpios e execráveis. Foram tão rigorosas as punições contra e les estipulados, gatadas pe lo prec ioso Sangue d e No sso Senhor Jes us C ri s to. E le os co nvidava co m certa freqüência para j a nque o Papa C lemente IV julgo u dever atenuá-las. Outros desregrame ntos que se esforço u em exterminar tar, sob retudo São Tomás d e Aquino e São Boaventura, foram os due los, os jogos d e azar e a íreq üe nlação a lugadois lu ze iros a ilumin ar o firm ame nto da Santa Ig reja res de tole râ nci a. Antes de São Luís, ne nhum Rei havia a partir da Id ade Média. proibido os due los: to leravam -no, e às vezes o ordenavam, Um dos traços e m qu e a re li g ios idade desse g rande a fim de se conhecer o dire ito das partes; o que importava Monarca mais se m a nifes to u foi a aq ui s ição , junto a me io e nga noso e contrário aos precei.tos da justiça. Balduíno II, Imperador de Co nstantinopla, da Coroa de Es pinhos de Nosso Senhor Jesus C ri sto, para a qua l man Modelo em tudo para os homens públi cos de todos os do u ed ificar essa verdadeira ma rav ilh a da arqu itetura góte mpos e sobretudo de nossos dias, L uís IX o era de modo espec ia l no tocante à boa admini stração dos bens do Estado tica que é a Sainte-Chapelle, na Íle-de-/a-Cité, no corae ao ex ímio cumprimento da lei. Assim, por exemplo, quando ção d e Paris. enviava juízes, oficiais e outros em issários às províncias para Voto de cruzar-se: realiza -se a VI Cruzada a li exercere m durante a lg um tempo Ju stiça, proibia- lhes de adquirir be ns e e mpregar seus filh os, com receio de que Deus, quando susc ita numa alma um grande desejo, isso pudesse ensejar a que viessem cometer injustiças. fá- la não raro passar por uma g rande provação antes de

ate ndê - la. Foi o que sucedeu com São Luís, que cm 1245 Seu reg resso fo i aco lhi do com e loqüentes man ifestaca iu g ravem e nte enfermo, a ponto de a lg un s te rem como ções de d il eção do Papa C lemente IV e de Hen ri que III, certa sua morte . Nessa contingência os franceses, que o Rei da Ing late rra. amavam como a um pai, fizeram vio lê ncia ao Céu, orgaProvações e santa morte do Rei Cruzado ni zando vi g ílias, proci ssões e outros atos de piedade pela sua conva lesce nça. O Monarca fez e ntão um voto: caso Dec idiu e ntão o Santo lan çar uma VII Cruzada, a úl sobrev ivesse, partiria para libe rtar o Santo Sepu lcro. tima d a Hi stória, para a qua l se apresentaram seus filhos C umpriu-o três anos d e poi s, e R icardo, Rei da In g l aterra, ao partir para Lyon, onde se e nalém de num e rosos prínc ipes e controu com o Papa Inocente ]V, senhores. Após te re m s ido tomade que m rece be u a bênção aposdas todas as providências , partitó lica. Diri g iu - e e m seguida para ram em d ireção a Túnis, no d ia A ig ues-Mortes , onde o aguarda4 de ju lho de 1270. vam as 'e mbarcações que deve riMai s uma vez no mar, e e is a m co ndu zi- lo co m os cru zados que outra g rande te mpestade di sao Oriente. E ra o dia 25 de agospe rsa as e mbarcações, fazendo to de 1248, d ata e m que se ini c ico m que mu itas sejam imped iava a VI Cruzada da História. das de partir. São entretanto reAs na us tocaram inicia lm e nparadas e c hegam todas a Túnis. te a Ilh a d e C hipre, onde o MoMas o re i daquel as te rras, bárnarca se viu ob ri gado a permabaro , tra idor e infiel, que havia necer durante o inve rno , d e v ido chamado São Luís à África d ia u ma peste que arrebatou a sexzendo q ue q ueria to rn ar-se crista parte de se u exérc ito. Sua d etão, sequer permitiu qu e s ua armora e essas perdas foram co nmada descesse. O e mbate cometudo de a lg um modo recompenço u então ali m es mo , com os sadas pe la co nqui sta do R e i de franceses assediando vários pon Chipre, a qu em São L uís contos nevrálg icos dos infi é is e a seg uiu co nve nce r de juntar-se à própria cap ital. Co mo esta res isex pe di ção. tisse, dec idira m dominá- la corReenceto u o Santo Cruzado a tando os víveres. Os emires muçulmanos oferecem a São Luís, durante sua ex pedi ção no dia 13 de maio seu cativeiro no Egito, as insígn ias da soberania Mas a decompos ição da c ida- Pintura de Cabanel, no Panteon de 1249, à fre nte de uma formidáde ating iu o exército francês , que vel armada de 1800 e mbarcações, g randes e pequenas. E nfoi logo empestado por todos os lados, ceifando inúmeras tretanto, devido à tempestades, mai s da metade delas desvidas . São Luís viu morrer seu filho Jean Tristan, nascido viou-se da rota. De orle que, ao passar e m revista suas tropo r ocasião do seu cativeiro no Egito, e pouco depoi s ele pas, e ncontrou apenas 700 cavalei ros, dos 2800 de que se mes mo e ntregari a serena e santamente s ua be la a lma a compunha seu exército. Deus, o que se de u no dia 25 de agosto de 1270, preci saDe bata lh a e m ba ta lha ; vitor ioso numas e co m re veme nte 22 anos após s ua partida para a VI C ruzada. ses e m outras; passa nd o por humilhações pelos pecaAs re líquias de São Luís foram levadas pa ra a França dos de se us so ld ados o u por ho nra rias e m pleno cative ipor seu filho Filipe, com exceção das e ntranhas, destinaro (os e mires do Egito qui se ra m e legê- lo Su ltão !); se ndas à Abadia de Montréal, na Sicília, a pedido do Rei do inform a do do nasc im e nto d e um d os filho s e m Carl os, irmão do Santo Monarca. O resto de seu corpo Dam ie tte , e m p le na é po ca d e negoc iação com os re pou sa na Abadia de Saint-De ni s. Seu cu lto foi jurid icaa lgozes, e do fa lecimento d e s ua bo nd osa mãe, a Rai mente examin ado e aprovado pelo Papa Bonifácio VIII, nha Branca, na F ran ça; e nfre nta nd o pestes e na ufrág ique o canonizou e m 1297 . ♦ os, retomou o Rei-Cruzado , em 25 de ab ril de 1254 , festa de São Marcos, o caminho da doce Fra nça, o nde Fonte de referência: aportou no dia 19 de julho do mes mo a no. Em 5 de setembro e nco ntrava-se no Castelo de Vincennes , e no dia Le s Petits Bo llandi stes, Vie des Sa int.1·, Typographie eles Cé les tins , seguinte e ntrava solene mente e m Paris. Ancienne Mai so n L. G ué rin , 1874, t. V, p. 192 a 2 17, Bar-le- Duc.

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Sa11to Euplúsio, Mártir.

São Luís d'A11jou, Bispo e Confessor.

Santa Teresa de Jesus Jor11et-e-lbars, Virgem.

+ Tou louse, 1297. Sobrinh o-neto de São Luís, Rei ele França, franciscano. A maturidade e a prudência que o caracteri zavam foram determinantes para sua nomeação para Bispo de Toulouse aos 23 anos. Governou com sabedoria sua diocese por dois anos, quando fa leceu "esgo tado por seu zelo e .fi·ág il saúde" (cio Martirológio Romano - Monástico).

+ Líria (Espanha), 1897. "Nascida na Cata lunha de umafa111ília de ag ricultores, consag ,v use inicialmente ao en.l"ino, e depois .fim.dou o ' Instituto das Irmãzinhas dos Idosos Abandonados' "(cio Martirológio Romano - Monás-

+ Catâni a, séc. IV. Este intrépido cri stão, mo-

vido pela graça, ap resentou-se à entrada cio tri bunal ela cidade e gritou: "Desejo morre,; porque sou cristão" . Depois de diversas torturas foi decapitado. É muito popular na Sicília, onde basílicas lhe são consagradas.

13 Sa11ta Radegullda Rai11ha, Viúva.

r, re i cios francos, por sua virtude exerceu grande influência na Corte. Reti rou-se depois para um mosteiro que fundou em Poi tiers. + Poitiers, 587. Esposa ele Clotário

1 Santo Etelvoldo, Bispo.

Transfiguração de No sso Senhor

+ Winchester, 984. Mo nge beneditino, abade e depois bispo de Winchester, 'foi um dos prin cipais reformadores da vida monástica em seu país, depois da grave crise do séc. IX" (do Martirológio Romano - Monástico*) .

2 Santo Estêvão I, Papa e Confessor. + Roma, 257. "Opôs-se energ icamente ao costume africano de rebatizar os hereges quando estes retomavam à Igreja Católica" (do Mar-

tirológio), sendo ni sso apoiado energicamente por Santo Agostinho, o qual afirmou que a validade dos sacramentos não depende da santidade ou dign idade do ministro.

3

+ Alcalá, 304. Estudantes, foram tortu rados e

postos à morte pelo ímpio govern ador Daciano, por ódi o à fé. São eles Padroeiros de AIcalá e Madrid.

7 São Sisto II, Papa, e Companheiros, Mártires. + 258. Como o perverso Imperador Valcriano

estabelecera a pena de morte no Império Romano "sem julgamento, só com verificação da identidade" contra Bispos, padres e diáco nos cristãos, Sisto 11 foi executado na Via Ápia, no mesmo lugar em que celebrava clandestinamente os Santos Mistérios. Com o Pontífice foram martirizados seis diáconos que o assistiam.

+ 11 05. De nobre família, tendo entrado ainda

+ Londres, 1570. Sua esposa, por ser am iga ela pérfida Isabel 1, obtivera o priv ilégio de ter um

São Sisto li

Santo Aristarco, Mártir. + Séc. 1. Nascido cm Tcssalônica (Macedônia), fo i convertido por São Paulo, de quem se tornou inseparável companheiro de viagem, correndo os mesmos riscos e prisão: "Aristarco, meu companheiro de cativeiro saúda-vos", escreve de Roma aos Colosscnses, o Apóstolo.

5

São Fiacre

Sa11to Abel de Reims, Bispo e Confessor. + Lobbes (Bélgica), séc. VIII. São Bon ifácio, chamado por Pepino, o Breve, para reformar a Igreja na Gália, escolheu Abel para Bispo de Rei ms. lmpccliclo de tomar posse dessa diocese, refugia-se na Bélgica, onde morreu entregue à oração e penitência por suas ovelhas.

capelão em casa. Mas isso não impediu que o marido, por afi xar na porta cio Bispo ele Londres a bula mediante a qual São Pio V severamente excomungava a sobera na, fosse esquartejado vivo.

9 Sa11tos Julia110, Maria110 e Companheiros, Mártires. + Constantinopla, séc. VIII. Esses IOeclesiás-

ticos, por terem clefcncliclo o culto elas imagens, sofreram "imíme,vs tormentos e foram mortos pela espada" (cio Martirológio).

10 São Deodato, Confessor. + Roma, séc. VI. "Em Roma, São Deodato, sapateiro. Segundo São Gregório, ele distri buía no sábado tudo quanto havia gan ho na semana precedente" (cio Martirológio).

11 Santa Susa11a, Mártir.

6 Tra11sji.guração de Nosso Senhor Jesus Cristo

Santa Anas tácia

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14 Sa11ta Anastácia, Abadessa. + Egina (G récia), séc . IX. Por duas vezes teve que se casar contra sua von tade. Mas o segundo marido, com o qual se dedicava às boas obras, resolveu fa zer-se monge, e ela fundou , no deserto ele Tímia, um mosteiro que governou até sua morte.

15 ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA AOS CÉUS ♦

São Tarcfsio, Mártir da Eucaristia. Jovem romano, "levava os mistérios de Cris-

8 Beato João Felton, Mártir.

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Santo Agapito

Sa11tos Justo e Pastor, Mártires.

São Pedro de Anagni, Bispo e Confessor. jovem num mosteiro daquela cidade italiana, foi nomeado seu Bispo pelo Papa lá exilado, e por ele enviado a Constantinopla como embai xado r junto ao Imperador bi za ntino. Santo Euplúsio

+ Séc. Ili. Matrona romana, foi decapitada por ódio à fé em sua própria casa, transformada, no século VI, em igreja dedicada ao seu cul to.

to, quando 111ão.1· criminosas se empenharam em profaná-los: preferiu deixar-se chacinar a e/llregar aos cães raivosos o co,po do Salvador" (ela inscrição ele São Dâmaso, Papa, se-

gundo o Martirológio Romano).

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Solenidade de Nossa Senhora dos Prazeres

São Felisberto, Confessor. + Noirmoutiers (França), 685. Educado na Corte

do rei merovíngio Dagoberto, ela Gália, retirouse cio mundo para fazer-se monge, acabando por fundar a célebre Abadia ele Jumiges. Fundou também outro mosteiro na ilha ele Noirmoutier, onde terminou santamente seus dias.

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29 São Seba Rei, Confessor.

peraclor e te ndo estát.ua no Foro romano por sua eloqüência, tornou-se o poeta oficial ela Corte e prefeito ela cidade imperia l. Foi posteriormente Governador e Bi spo no Auverne durante a invasão cios visigodos. Faleceu aos 50 anos de idade, tendo sido dos maiores literatos ele seu tempo.

+ Essex (Inglaterra), 700. Rei ele Essex, dele di z São Beda, o Venerável: "Era home111 muito

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18 Sa11to Agapito, Mártir.

(Antigamente a 3 1/5 . E, neste dia, Imaculado Coração ele Maria)

+ Palestina, séc . m. Com apenas 15 anos, mas já in flamado pelo amor ele Deus, foi duramente fl agelado com nervos ele boi, depois entregue aos leões que não o tocaram, e finalmente teve a cabeça cortada.

23 São Felipe Benfcio, Confessor. + Florença, 1285. Jovem médico, ingressou na Ordem cios Servos ele Maria, recém-fundada, que governou até a morte. Empen hou-se em resolver o conflito entJe os partidos cios Güelfos e cios Gibe/inos, que dilacerava a Florença.

24 Sa11ta Emília de Via/ar, Virgem + Marselha, 1856. "Fundadora da Cong regação das Irmãs de São José da Aparição, que se dedica111 ao serviço dos doen tes e dos pobres"

(Do Martirolório Romano -

30 + França, 670. Filho ele um Rei ela Escóc ia,

NOSSA SENHORA RAINHA

São Si11foria110, Mártir.

+ Polônia, 1257. "Depois de ter estudado em Cracóvia, tomou o hábito dosfi-ades pregadores em Roma, das mãos do próprio São Domingos. Fundou a província dominicana da Polônia e estendeu seu apostolado para a Rússia e Prússia" (cio Martirológio).

dado a Deus ... Preferia uma vida isolada de caráter monástico a toda.1· as riquezas e todas as honras do reino.. "

São Fiacre, Co11fessor.

+ Autun (França), séc. m. De nobre fa mília, foi aprisionado e torturado por desprezar os deuses pagãos, e finalmente condenado à morte.

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Séc . lll. "Companheiro de São Ferreolo, seguia secretamente Cristo .wb o u11ifór111e militw: Durante a perseguição de Diocleciarw,.fói detido e teve o pescoço co rtado" (Do Mar-

+ Auverne, 480. Casado com a fil ha do fm -

+ Montpellier, séc. XIV. Perdendo os pais, aos

São Jaci11to, Confessor.

28 São Juliano, Mártir.

ti ro lógio).

São Sidô11io Apolinário, Bispo e Co11fessor.

São Roque, Confessor. 20 anos, part iu cm peregrinação para Roma, passando pelos lugares empestados para tratar cios enfermos. Voltando à sua cidade natal, foi tomado por revoltoso e levado à prisão, onde morreu ele mi séri a ao cabo ele cinco anos.

tico) que logo espraiou-se por toda a Es panha e também para o ex teri or.

Monástico).

25 São Luís Rei de Fra11ça, Co11Jessor. (Vicie seção Vidas de Santos, p. 28)

instalou-se na França onde constru iu um mosteiro. Monge desbravador, foi muito venerado pelos jardineiros e hort icu ltores, tornando-se muito popular na França.

31 Sa11to Aristides, Confessor. + Atenas, Séc. li. An tes ele converter-se ensi-

nava fil osofia em Atenas. Depois ele convertido, diri giu ao Imperador uma apologia ela Religião cristã, mostrando que os bárbaros, os gregos e os judeus formavam uma idéia fa lsa da clivinclacle, e que só os cristãos a conheciam verdade iramente. * Martilv lógio Ro111ano - Monástico, Abad ia ele S. Pierre ele Solesmes, tradu zido e adaptado para o Brasil pelos Monges cio Mosteiro ela Ressurre ição, Ponta Grossa (PR), 1997. Nota • Como em cada dia é comemorado mais de um santo, aqueles focalizados no calendário dos diversos meses deste ano podem não ser os mesmos que foram tratados nos mesmos dias do ano passado. Porém, isso facilitará aos nossos leitores o conhecimento de dados arespeito da vida de um maior número deles.

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Colômbia: o paradoxo pós-eleitoral se os mais altos do mundo; o seqüestro atingiu uma intensidade sem precedentes, ameaçando sobretudo as pessoas de maior projeção. Pior ainda, é mínimo o número de casos em que tais crimes tenham ocasionado processos judiciais que cheguem à etapa de sentença, podendo-se claramente dizer que não existe mais Justiça no país.

Embora a opinião pública reaja contra o caos, o país ruma para nova frustração ALrREOO MAC HALE

Catolicismo, em matérias anteriormente publicadas, já demonstrou que a Colômbi a precede os demais países americanos no processo de instauração do caos. Isso devido a seus dramáticos índices de violência e corrupção, à impunidade de que gozam aqueles que as praticam e promovem, ao desânimo e à degradação gerados por esses fatores e à conseqüente deterioração das instituições. Convém descrever e analisar a situação colombiana - clímax do processo de caotização - , por apresentar um caráter parabólico e indicar os problemas e tragédias que se abaterão sobre outras nações de nosso Co ntinente, na medida em que seguirem análogo caminho. Na verdade, tais fatores caotizantes corroem a Colômbia há varias décadas , porque as principais figuras de seus sucessivos Governos foram complacentes tanto com a g uerrilha e o terrorismo com uni stas quanto com o narcotráfico, apesar dos enormes danos e sofrimentos que tais fatores vêm causando em grande parte da nação.

Co erência na vida pública não assegurada por conveniências eleitorais Em diversas ocasiões, tal aberrante complacência suscitou reações por paite da opinião pública, mas em geral frustradas devido ao sistema biprutidário vigente no país. Quando essa condescendência era praticada por membros do Governo, os dirigentes da oposição lideravam odes-

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Abaixo: Gilberto Rodríg uez, o líder do poderoso Cartel de drogas de Cali e um dos maiores traficantes da Colômbia, é preso naquela cidade, em j unho de 1995

Escândalo Samper: auge revelador da situa çã o política da na ção

Andrés Paslra na, Presidente eleito da Colômbia

contentamento pai·a galgar o Poder. E, ao alcançá-lo, tornavam-se também indulgentes em face de tais forças nefastas, sem corrigir as concessões a elas feitas e sem restaurai· a ordem violada. A autodemo li ção do Estado colombi ano vem, portanto, de longe. A guerri lh a e o narcotráfico progrediram assustadoramente, adq uiriram grande poder, aliaram-se, obtiveram importante s cúmpl ices, traumatizaram e subjugaram regiões cio país em número cre cente, rumo a um domínio sobre a nação inteira. Ao aliar-se ao narcotráfico, a guerrilha somou a seu caráter comunista aspectos extremamente sangü inários de uma nova forma revolucionária anarquista. Criou-se assim uma enorme organização criminosa que vai tornando parcelas do Poder, mediante um ataque múltiplo, composto de deterioração moral, luta de classes, violência e crimes brutais, bem como da eliminação das figuras de relevo que possam resistir a esse processo. Nos últimos anos, os índices de mortes violentas na Colômbia tornaram-

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A cumplicid ade de muitos políticos colombi anos com a chamada narco guerrilha chegou ao auge com o escândalo em que foi e nvolvido o Presidente Ernesto Samper. Este foi ac usado inc lu sive por colaboradores próximos - de ter recebido grande ajuda econômica de líderes do chamado Cartel de Cctli para conquistar a chefia do Exec utivo, em 1994. Tal auxílio difici lmente poderia deixar de contemplar, em contrapartida, alguma promessa de impunidade em relação aos mencionados traficantes. No obstante esse escândalo, Samper permaneceu no cargo, graças a certos lances ele combate ao narcotráfico executados por e le para eximi- lo das suspeitas de conivência com narcotrafi cantes, bem como pela sol idari edade de certos políticos. Alguns destes foram objeto de análogas acusações, enquanto outros, opostos a Sarnper, tornaram-se subitamente indulgentes em relação ao Governo, graças às prebendas concedidas por aquele Presidente. De fato, como de acordo com a Constituição colombiana a Câmara de Representantes deveria decidir se havia mérito para julgar o Presidente por essas acusações, o Executivo iniciou urna política de captatio benevolentia em relação aos congressistas, mediante a concessão de car-

Acima: Após denúncias de ter sido eleito com dinheiro do narcotráfico, apresentadas, entre outros, por seu ministro Fernando Bolero, o Presidente Ernesto Samper enfrentou uma votação da Cãmara de Representantes, em 1995, quanto a um possível impeachment de seu mandato

gos e parcelas orçamentais, visando seu apoio nas votações. Desse modo Samper fo i absolvido, apesar do con enso que se formou, no sentido de que e le tinha graves culpas. Foi entretanto tão c lara a conivência cios congressistas, que dois anos depois da última eleição presidencial - na qual o candidato opositor, Andrés Pastrana, derrotou o governista Horácio Serpa por uma margem ele votos muito maior que a prevista - , a Corte Suprema de Justiça resolveu julgar por prevaricação os 111 Representantes que votaram a favor de Samper naquela ocasião.

Go verno: fa l ta de credibilidade e de iniciativa Nos últimos anos, o Governo Samper, privado da confiança da maioria dos colombianos, enfraqueceu-se duplamente: por não querer enfrentar a subversão, e por não contar com o apoio da opinião pública para tal capitulação. Em conseqüência, a Colômbia viveu três anos de incertezas e paralisação. Seu governo débil , incapaz de resolver a crise produzida em boa medida por ele próprio, era questionado por todos os setores, bem como pelas nações mais

importantes do mundo, e objeto de suspeita geral por sua indulgência para com os inimigos da pátria. Nesse período, o Executivo procurou obter populai·idade empreendendo obras públicas, concebidas muitas vezes não em função de sua utilidade real , mas para favorecer certos membros cio Congresso. Com tal política, esbanjou recursos, aumentou o déficit fiscal e o desemprego, estimulou a inflação e rebaixou as condições gerais de vida no país. Com efeito, as atividades produtivas enfrentam dificu Idades crescentes - num contexto de comércio internacional livre para competir com os demais países, já que uma nação que afunda no caos não pode concorrer com países que desfrutam de uma relativa normalidade.

Oportunidade pe rdida para res taurar a ordem Nessas condições, era fácil para os candidatos da oposição, nas recentes eleições, denunciar a conivência do regime samperista com as forças demolidoras e alcançar uma categórica adesão dos mais importantes setores do

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país. Isso lhes permitiria dar uma solução de fundo aos graves problemas que o atormentam. Porém , mostrando mais uma vez existir um desígnio misterioso entre os políticos colombianos no sentido de permitir a continuidade da subversão e de assegurar sua impunidade, os candidatos foram omissos e confusos sobre esse ponto fundamental. Assim , não se delineou claramente na ca mpanha e le itora l, o principal dilema no qual se debate a Colômbia atual - a ordem ou o caos - , o que beneficiou Horácio Serpa, o candidato govern ista. A opos ição, não obstante, venceu o pleito eleitoral. Mas o repúdio da população colombiana à fraqueza diante cios delitos narcoguerrilheiros não teve a força necessária. para susc itar uma so lução. Assim, depois da vitória, o Presidente e leito Andrés Pastrana começou a insistir em sua aberrante proposta ele alcançar a paz mediante concessões à guerri lha, como se nunca, nas últimas décadas, se tivesse pensado em tal expediente, ou co mo se este tivesse se revelado a lguma vez eficaz.

Narcoguerrilh a imporá condições para dialogar Obviamente, as primeiras exigências da narcoguerrilha ao novo Governo pai-a dialogai· com ele são muito sintomáticas e reveladoras: 1 - que desmantele as agrupações defensivas formadas por suas vítimas; 2 - que impeça o Exército de a combater seri amente, afastando-o ele vári as regiões, a serem entregues à narcoguerrilha. Quando Pastrana se submeter a essas absurdas pretensões, os subversivos exig irão que os militares mais combativos na defesa da pátria sejam afastados cio serviço ativo, e mesmo julgados por supostos abusos cometidos contra os narcotraficantes e guerri lheiros. Assim, permitir-se-á que esses avancem ainda mais e se apoderem de regiões vitais, o que enfraquecerá as forças sad i-

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À esquerda: Universitários promovem manifestação diante do pa lácio presidencial, em janeiro de 1996, pedindo a renúncia do Presidente Samper

sarnente a partir do momento em que interveio ta l mediador, o que indu z a pensar qu e este lhes dava orientação sobre as quantias que pode ri am obter e m cada caso.

Con spiração ve rg onhosa: fracassada e reeditada

À direita: O Presidente colomb iano eleito, Andrés Pastrana, ladeado pelos dois chefes guerrilheiros das Forças Armadas Revo l ucionárias Colombianas (FARC), "Tirofijo" e "Mono Jojoy", os quais envergam uniformes militares norte-americanos de camuflagem. Esse encontro, realizado "em algum lugar das montanhas ela Colômbia", em 10 de julho último, constitui uma atitude marcadamente capitulaci onista no novo Presidente diante da guerrilha.

as do país, aumentando o tráfico de drogas e o caos. Agravando-se esses males, haverá pretexto para novas e m ais desagregadoras capitulações no futuro. Os guerrilhe iros farão ainda ao Governo outras exigências para participar da coméd ia de paz: 1- a realização de Reformas Agrá ri a e Urbana radica is, segundo os postulados marxistas; 2 que tolere o domínio da narcoguerrilha em grandes extensões do país, permitindo-lhe intervir na gerência de fundos das prefeituras dos respectivos municípios, as quais serão assim transformadas em cen tros propulsores da subversão e da produção de drogas, uns e o utros causadores futuros de enorme deterioração moral; 3 - que a exp loração de riquezas naturais - como ouro e petróleo - seja arrancada do âmb ito privado e entregue à pilhagem que promoverão os a li ados da subversão; 4 por fim, que o Estado se mantenha inerte ante a violência que a gue rri lha queira praticar, como se isto constituísse um direito dela.

N os passos de Samper O novo Governo, antes mesmo de assum ir suas funções, procura incutir na população uma euforia artificial em vista de uma pretensa pacificação, a qual, abrindo caminho para desmobilizar o Exérc ito e as forças vivas da nação, fa-

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e A To LI e I s Mo

vorecerá a impunidade dos crimes praticados pela guerri lh a em grau muito · maior do já abs urdamente a lto observado nos últimos tempos . Os promotores desse corrosivo processo farão com que a Co lômb ia pague um preço absurdo pela mera promessa de paz. A qual implicará numa concessão voluntária de uma parte do poder à narcoguerrilha, incapaz de conquistá- lo por outra via, devido ao repúdio da opinião pública. Nesse sentido, inic iara m-se há pouco e m Mainz, perto de Frankfurt, na A lemanha, negociações entre a guerrilha colombiana e representantes de diversos setores da nação - ec lesiásticos, políticos e empresariais - sob os auspícios do Governo e do Episcopado teutos, com o beneplácito do Episcopado colomb iano e do Presidente recém-eleito. O principal promotor dessas negoc iações é o alemão Werner Mauss, j á co nh ecido na Co lômbia, o nde há um a no e me io esteve preso durante se is meses, pelo fato de manter contactos c landestinos com a guerrilha, supostamente para que esta libertasse alguns seqüestrados. Atuou também para que as famíl ias e empresas das vítimas pagassem à guerri lh a grandes quantias a título de resgate ... Ademais, houve casos em que as exigênc ias dos seq i.iestradores e levaram-se ab rupta e imen -

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O age nte secreto Mauss - que portava, quando foi preso, mais de um a dúzia de passaportes fa lsos, o que s ugere a idé ia de manter vínculos com organi smos do Estado alemão - fez uma c uri osa oferta . Gaba ndo-se de seus contactos com Bonn e com importantes e mpresas a le mãs, de um lado, com m e mbro s do gove rno Samper e do Ejército de Liberación Nacional ( ELN), de outro lado, propôs-se como rnediador em eventuai s negociações de paz. E para tal, ac rescentou contar também com os a uspícios dos Ep iscopados a lemão e colomb iano, bem como do próprio Governo de seu país. Contudo, devido à desconfiança susc itada por tais contactos c landestinos, e ao desprestígio em que se encontrava o Govern o de Samper, o plano fracassou. Tal insucesso obrigo u seus promotores a aguarelar a ascensão de um novo Governo, para aproveitar-se ele seus primeiros meses ele atuação antes que venha a cair em análogo desprestígio. A tal plano prestou-se agora avidamente Anclrés Pastrana . De um lado, o Presidente e le ito resolveu entrevistar-se em plena selva com o chefe ele outro grupo g uerrilheiro, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( FARC), para iniciar negociações; e, ele outro, encorajou as conversações ele Mainz, preferindo pas, ar para a História como o enésimo Presidente que tentou o'bter a paz mediante negociações entreguistas, ao invés ele ser o primeiro mandatário desejoso ele alcançá-la através de judiciosa mescla ela diplomacia e da força, com vistas a aplicar a lei e a instaurar a Justiça. Como ensina a experi ê nc ia, caso se prossiga negociando o conteúdo e a apli cação das leis com aque les que se empenham em infringi-las, os efe itos inelutáve is dessa política serão: pessoas honestas cada vez mais intimidadas, criminosos cada dia mais prepotentes, e domínio do caos crescente no país. ♦

Abusar da n1isericórdia de Deus é desprezar Sua Bondade DA

MISERICÓRDIA de Deus muito se fa la, mas pouco de Sua justiça. Abusa-se da misericórdia divina, para, assim, se continuar numa vida pecaminosa, apenas fazendo um propósito: Mais para o fim. da vida.farei uma confissão e Deus me perdoará. Mas, e se o fim da vida for amanhã ... ? O inferno está cheio de bons propósitos, disse um santo. É o próprio demônio que nos engana, incutindo-nos uma fa lsa idéia de misericórdia para ofendermos ainda mais a Deus e tornarmo- nos indignos de Seu perdão. Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja, Príncipe dos Morctlistas, adverte-nos a respeito desse gra nde perigo para nossa vida esp iritu a l, num sermão no qua l demonstra que abusar da misericórdia de Deus 6 desprezar Sua bondade:

* * * "Pode ser que haja, no meio de vós, 111eus irmãos, alguém que se encontre com a alma carregada de pecados e que - longe de pensar em se livra r deles pela confissão e penitên ·ia - não cessa de cometer Santo Afonso novos pecados, se sobrecarregando ainda mais. Este, certamente, abusa da misericórdia divina; pois, a que .fi111 nosso Deus Leio bom deixa que este pecador viva senc7o para que ele se converta e, por conseqüência, escape da desgraça de perder sua alma? "Ele merece as severas censuras que o Apóstolo dirigiu ao povo judeu impenitente: 'Porventura desprezas as riquezas da bondade, da paciência e da longanimidacle de Deus? Ignoras que Sua bondade te convida à penitência? Mas que na tua dureza e coração impenitente, acum ulas para ti um tesouro de ira no dia da ira e ela manifestação cio justo juízo de Deus' (Rom. Jl. 4,5). "Eu quero vos afastar, meus irmãos, desse.funesto abuso, e vos preservar da desgraça de cair na morte eterna do inferno. A esse propósito, chamo vossa atenção para a seguinte verdade: Quando uma alma abusa da misericórdia divina, a misericórdia <livina está bem próxima de a abandonar.. ..

Misericórida e justiça divinas: infinitas "Santo Agostinho observa que, para enganar os homens, o demônio emprega ora o desespero, ora a co11fi.ança. "Após o pecado, o demônio nos m.ostra o rigo r da justiça de Deus para que desconji'enws de Sua misericórdia. Entretcl/l.to, antes do pecado, o demônio nos coloca diante dos olh os a grande misericórdia de Deus, a fim de que o receio dos castigos, devidos ao pecado, nc7o nos impeça de satisfazer nossas paixões . .... "Essa misericórdia sobre a qual vós contais para poder pecar, dizeime, quem vo-la prometeu? Não Deus, certamente, mas o demônio, obstinado em vos perde,: C uidado! , diz Sc7o João Crisóstomo, de dar ouv idos a este monstro infernal que vos promete a misericórdia celeste .... " ' Deus é cheio ele misericórdia, eu pecarei e em seguida confessar-mee i'. Eis aí a ilusc7o, ou antes, a armadilha que o demônio usa para arrastar tantas almas ao inferno! .... "Nosso Sen.ho,; aparecendo um Maria de Ligório dia a Santa Brígida, queixou-Se: 'Eu sou justo e misericordioso, mas os pecadores não querem ver senão minha misericórdia ( Ego sum justos et misericors; peccatores ta11tum misericordem me existimant - Rev. 1. I. c. 5). " 'Não duvideis, di z São Basílio, que Deus é misericordioso, mas sa ibamos que E le é também justo, e estejamos bem atentos para não considerar apenas uma metade de Deus'. Uma vez que Deus é justo, é impossível que os ingratos escapem do castigo .... Misericórdia! Misericórdia! Sim., mas para aquele que teme a Deus, e não para aquele que abusa da paciência divina!". (Sermons de S. Alphonse de Liguori, An.alyses, commentaires, exposé du systerne desa prédication, par le R.P. Basile Braeckman, de la Congrégat ion du T. S. R6dempteur, Tome Second. Jules de Meester-ImprimeurÉditeur, Roulers, pp. 55-60).

Santo Afonso Maria de Ligório e A To LI e I s Mo

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• Tempo recuperado

~ E u já recebi a primeira e a segunda rev ista Catolicismo. Meu Deus! Veja o que tenho perdido nesse tempo em que eu não fui assinante da revista. Cônego José Luiz, eu quero que saiba, são muito especiais os seus escritos, gostei muito. Recebi a medalha e fiquei muito feliz. Mu ito obrigado, que Deus abençoe agora e sempre a grandiosa Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! (O.P.C. -

Pará)

Pensamento e ação

~

Mando-lhe esta carta declarando meu agrado à rev ista Catolicismo. A cada mês eu aprendo mais a respeito de ser um verdadeiro cristão. Por ainda ser jovem, o conteúdo ajuda-me muito como agir e pensar em diversos aspectos. (P.P.R. - Rio Grande do Sul)

Dedicação

~ Se eu fosse mais nova, tivesse saúde, seria um grande prazer trabalhar para difundir a revista dos Srs. (H.S. - São Paulo) Apostolado

~ Sou um leitor assíduo de Catolicismo desde 1995. Repasso a revista entre colegas de trabalho, assim q ue termino de lê-la. Sou também Propagandista de Fátima ( ... ). Pode não parecer muito, mas tenho consciência de que estou fazendo a minha parte, plantando as sementes da palavra de Deus em lu-

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eATo LIe Is Mo

gares muito pouco assistidos de igrejas católicas. (M.S.M. - Rio de Janeiro)

Fundador

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Todos os números da revista

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opinião é que houvesse um trabalho com e les. (M.P. - Sta. Catarina)

rase desoladas cons iderações em suas Alocuções de 7-12- 1968 e de 29-6-1972. E mais recentemente, João Paulo II lamentou que "fo-

Nota da Redação: O prezado leitor sugere que a TFP - da qual Catolicismo é o porta-voz - realize

ram difundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas confusões e rebeliões" (A locução de

Catolicismo são especiais no que Graça recebida

~ Agradeço a Deus e à Santíssima Virgem, a bênção de fazer chegar até minhas mãos a proposta de a sinatura dessa graça. A revista, ao mesmo tempo, que se apresenta veraz, informativa, unitiva, agracia-nos com mensagens de Fé, Amor e Esperança, bem como alertas e discussões sobre assuntos da atualidade. ( ... ) Esta revista é mais uma graça dentre muitas que recebo. (G.A.G. e A.M.A.G. - Rio de Janeiro) Nada igual

~ Acho excelente a revista Catolicismo. Não se encontra nada igual tão coerente com a doutrina Católica, Apostólica, Romana. Para mim , Catolicismo é só continuar como está e divulgar o máximo possível. (C.J.K. - São Paulo)

Opção

~ Estou muito alegre por ter feito esta opção assinando Catolicismo. Ela é ótima, nos traz informações maravilhosas. Seria bom que todas as pessoas fizessem um pouco de esforço e assinassem Catolicismo, assim muitos iriam conhecer histórias, milagres e muitos acontecimentos importantes que acontecerão ou venham a acontecer. Obrigado por esta maravilhosa revista. (P.M.O. - Rio Grande do Nort~)

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concerne à religiosidade e cultura, ressaltando os artigos mais importantes, como a campanha contra o aborto, o "casamento" homossexual, o comunismo e também as diversas seitas surgidas há mais de 20 anos. Quero aqui também ressaltar a figura humana do fundador da TFP - P lín io Corrêa de Oliveira. (J.G.F. - Rio de Janeiro)

Sede da verdade

~ Que Deus e a Santíssima Virgem, abençoe esta revista séria e que ela continue ajudando os leitores que têm sede da verdade, mesmo estando dentro do mundo moderno, onde a revolução reina; dentro dos lares cristãos, onde parece mais uma " torre de babel " , onde as famílias perderam seu s valores. ( ... ) Que Nossa Senhora continue derramando graças, cobrindo cada um dos Senhores com Seu manto celestial. (V.C.S. - São Paulo) Relacionamento TFP-Clero

~ Sr. Diretor, eu leio e releio, com muita atenção, todos os artigos do Catolicismo e confesso que não acho motivo para críticas, pois falam a todos os homens o que precisam ouvir e saber de toda a verdade. Uma opinião: em nossa ci dade, há por parte do clero muita oposição quanto à sigla TFP, o que muito dificulta os nossos trabalhos, e que nos torna antipáticos diante dos mais chegados ao clero. Minha

um trabalho de esclarecimento em relação a elementos mais chegados ao Clero. A TFP é uma sociedade civil de inspiração cató lica. É importante assinalar que, do ponto de vista religioso, a entidade atua estritamente dentro das normas do D ireito Canônico, pois este faculta às associações particulares de fiéis católicos agir livremente (cfr. cânones 215, 225 §§ 1 e 2; 298 § 1; 299 §§ 1 e 2; 310), ficando elas sujeitas às autoridades eclesiásticas apenas quanto à fé e à moral. Na verdade, significativo número de eclesiásticos, entre os quais figuram a lguns Prelados, assinam ou recebem prazerosamente nossa revista. E conservamos em nossos arquivos correspondência de bom número de membros do Clero e de religiosos e religiosas que nos têm distinguido com palavras de apoio e estímulo. De outro lado, constatamos as reservas que outros eclesiásticos, como também leigos estreitamente vinculados a eles, têm manifestado quanto à atuação da TFP, e, conseqüentemente, às posições assumidas por Catolicismo, como o caro assinante observou em sua carta. Como explicar tal oposição? É público e notório que a Santa Igreja atravessa em nossos dias uma profunda crise. Sobre as calamidades que sobrevieram para a Esposa de Cristo após o Concílio Vaticano II, Paulo VI fez seve-

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não causaram satisfação nesses eclesiásticos atitudes tomadas pelo insigne fu ndador da TFP. Vem a propós ito lembrar aqui as palavras que sobre esse il ustre pensador e líder católico pronunciou S. Ema. o Cardeal A lfons Maria Stickler, Bib li otecário e Arquivista emérito da Santa Igreja Romana, prefaciando o li vro, O

6-2-1981). Em sentido semelhante pronunciou-se poster iormente o Emmo . Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Co ngregação para a Doutrina da Fé : "Os Papas e os

cruzado do século XX, Plinio Corrêa de Oliveira: "Todos os fundadores e personalidades de relevo na história da Igrej a sofreram incompreensões e ca lúnias. Não admira, pois, que também Plinio Corrêa de Oliveira tenha sido obj eto, e possa continuar a sê- lo no.futuro, de campanhas difamatórias, alimentadas habilmente por aqueles que se opõem ao seu ideal de recristianização da sociedade. Tais campanhas ca luniosas também atingiram, no nosso século, muitas outras associações católicas, contra as quais se quis lançar a pecha demoníaca de 'seitas '. É interessante notar que tais campanhas se tornam tanto mais agressivas quanto maior é a.fidelidade católica das associações atingidas" (op. cit., Roberto de Mattei,

Padres conciliares esperavam uma nova unidade católica e, pelo contrário, se caminhou para uma dissensão que - para usar aspalavras de Paulo VI -pareceu passar da autocrítica à autodemolição (cfr. Vittorio Messori, A coloquio com il cardina le Ratz inger, Rapporto sulla fede, Edizioni Pao line, Mi lano, 1985, pp. 27-28). É compreensível que uma crise de tal magnitude tenha afetado não só a normalidade de condições de existência de leigos, mas também de ec lesiásticos, bem como o relacionamento entre eles. E isso ocorre tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Ora, Catolicismo - surgido há 47 anos sob a insp iração do Prof. Plinio Corrêa de O li veira, fundador da TFP, e que encontrou nele sempre seu sustentáculo - foi desde os primórdios o órgão das Verdades esquecidas e defensor desassombrado da ortodoxia católi ca. É claro que-essa invariável posição assumida por nossa revista não pode agradar um certo número de membros do Clero, afetados pela mencionada crise do chamado progressismo católico. Como também

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Livraria Civilização Editora, Porto, l997, p. 8). Feitos esses esclarecimentos - necessários para se compreender a raiz do problema enunciado na carta - pode o missivista ficar certo de que tanto Catolicismo quanto a TFP têm procurado manter com os membros do Clero, bem como com as pessoas a ele chegadas, as relações mais cord iais, segundo os princípios da caridade cristã e as normas impostas pelos sagrados cânones.

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Vigorosa reação contra Torre de Babel A Campanha nacional O Amanhã dos Nossos Filhos - uma iniciativa da TFP está organizando enérgico movimento contra a televisão imoral. O alvo agora é a novela Torre de Babel, da Rede Globo, de autoria de Silvio de Abreu. ..,. .... 1,...

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Á TEMPOS, a programação imoral da TV vem agredindo as famílias , os bons costumes e os princípios autenticamente cri stãos de nosso povo. Mas agora isso vai mudar! O OANF mai s uma vez dá um passo à frente no combate à TV imoral lançando um veemente protesto contra as aberrações apresentadas na novela Torre de Babel. Contando com a participação maciça de seu s aderentes, o OANF acaba de dirigir uma g igantesca onda de ca rtões de protesto ao autor da novela, Silvio de Abreu . A meta da campanha é bloquear o s istema posta l da Rede Globo com ce ntenas de milhares desses cartões, provenientes de todo Brasi 1, e di zer ao escritor:

Respeite nossas famílias!

Com isso, pretende-se mostrar ao promotores da imoralidade - que in s istem em leva r ao a r suas id é ias pútridas - que o povo brasile iro não aprova esse desrespeito, esse acinte à moral e à di g nidade da família. Quando o Sr. Silvio de Abreu sentir o peso do protesto, com a inundação de cartões chegando à Rede G lobo , e, assim rever o rumo despudorado do seu enredo, ainda que seja pelo temor ao lBOPE. Nossa rev ista aplaude essa nobre ini ci ativa de OANF! Afina l, já havia soado o gongo de a lg uém combater essa torre de lixo que a Rede G lobo quer levantar cm cada lar brasileiro.

Protesto organizado Estão sendo e nviados três cartões de protesto para cada um dos aderentes. "A idéia é que cada aderente, além de seu protesto, convide outros dois amigos para fa zerem o mesmo; daí os três cartões", afirmou Paulo Corrêa de Brito Filho, Coordenador Geral da campa nha e Dire~or de Catolicismo. " Dessa forma - continua - OANF garantirá a todos o direito de participar dessa importante campanha ♦ em prol da família brasileira e da moralidade" .

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O Amanhã de Nossos Filhos utiliza agora a Internet para combater imoralidade na TV

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Para agilizar sua atuação contra os abusos ocorridos em programas de televisão, a campanha O Amanhã de Nossos Filhos, promovida pela TFP, criou um site na rede internacional de computadores. Agora todos terão acesso às denúncias mais recentes sobre tais abusos e também poderão estar informados a respeito das ações promovidas contra a decadência moral na TV. No Web site o leitor encontrará igualmente à sua disposição as ed ições do boletim informativo da referida campanha, intitulado TV Debate. Se o leitor tem acesso à Internet visite o site www.oanfiihos.org.br, deixe sua opinião , o seu email, e fique atento! Pois a qualquer momento OANF poderá entrar em contato com os interessados, via Internet, solicitando o seu apoio a mais uma iniciativa de protesto contra as agressões morais que certos programas de TV praticam em relação a nossas famílias. Contando agora com a agilidade de comunicação que a Internet proporciona, OANF começa a fechar o cerco em torno da imoralidade no vídeo.

Recente iniciativa da Campanha de OANF: êxito marcante

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stávamos fechando esta edição quando nos chegou a notícia de que os aulores da sórd ida n vela Torre de Babel darão 111archa à ré em seu e nredo. A nova iniciativa da campanha O Amanhã de Nossos Filhos, promovida pela TFP, alcança assim parte de cu objetivo: reunir I milhão de protestos contra a imora lidade e a vulgaridade que programas ele Lclcvisão despejam em nossos lares. Com efeito, os autores de programas televisivos imorai s csLão sendo obrigado a retroceder, pois constataram que a família brasilei ra, começa areagi r e não cs lá indo na onda cio 111ar de la111a lançado através dos vfdeos. Re fl exo d ssa sadia reação constitui a principal matéria publi cada no s uplemento "TV- FO LHA" (ver fac-sími le ao lado), da edição de 12-798 do quotidiano "Folha de S. Paulo", cuja manchete é a seguinte: Globo cede às pressões de conservadores e soterra o casal tle lésbicas da novela "Torre de Babel". A reportagem - que sinlcticamcntc transcrevemos < de autoria de

Rui Dantas e apresenta na capa do mencionado suplemento, significativo título: EXPLOSÃO CONSERVADORA. E abaixo, o subtítulo: No capítulo desta quarta da novela "Torre de Babel ", serão mortos na explosão de um shopping persona gens que co m eteram "pecados", como o homossexualismo e o adultério, e que foram alvos de forte reação de alguns setores da sociedade. Assim ini c ia-se a reportagem: "A Globo capitulou. Após inúmeras pressões de segmentos da sociedade contra os supostos abusos da novela 'Torre de Babel', a em issora decidiu 'en-

dearam uma verdadeira cruzada em favor da moral e dos bons costumes. "Setores da chamada direita da sociedade elaboraram moções de repúdio aos temas abordados na novela, como o lesbianismo, as drogas e a violência ... ." Com o s ubtítulo PARA TFP, NOVELA É "VENENO" , a reportagem apresenta a posição da entidade em face da mencionada novela. Dessa matéria destacamos os tópicos abaixo: "A TFP (Tradi ção, Família e Propriedade) c1firma ter recebido inúmeros pedidos de seus associados para que se manifestassem contra a novela 'Torre de Babel'. "É difícil tratar de pontos positivos numa obra repleta de ensina8 tvfo]ha ~

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mentas e atitudes contrárias à moral católica e à tradição de nosso povo. Seria como, num copo com água envenenada, tentar tomá-la sem o veneno", afirma o diretor de imprensa da entidade, Paulo Corrêa de Brito Filho, por fax . "O diretor também coordena a campanha da TFP 'O Amanhã de Nossos Filhos', cuja.finalidade é 'protestar contra a imoralidade desenfreada de programas de TV'. "Seg undo Brito Filho, a campanha existe deste 1989, atua em 3.000 cidades brasileiras e tem 40 mil associados .... "ATFPafirma, ainda, que não vai deixar de se pronunciar contra a novela, independentemente da morte do casal homossexual e do viciado .... ". ♦

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BRASIL

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Norte Fluminense: Excursão-acampamento

_r--_ PROVEITANDO O FERJADO de Corpus Chri sti, dezenas de j ovens cooperadores da TFP de Campos-RJ empree ndera m u ma ex c ursão-acampamento à Faze nda Sesmaria, situada no mun ic íp io vizinho de Bom Jes us do Itabapoana-RJ , ent re os d ias 11 e 14 de j unho p.p.

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ABIM

1953-1998 Há 45 anos a Agência Boa Imprensa - ABIM enviava seu prime iro bo letim de notícias a jorn ais bras ile iros . Destinava-se ele às páginas de nossos quotidi anos ou peri ódi cos que apresentava m análi ses, preoc upações, mas ta mbém apetê ncias, do Brasil p rofundo, isto é, daque le setor de nosso públi co que enco ntrava em ex p1·essões c ul tura is de nossa tradi ção cristã uma interpretação, mas também um repo uso em me io às agitações deste século.

De in ício, os j ovens cooperadores compareceram à Santa M issa de preceito celebrada pe lo Rev mo. Pe. Davi Francesquini na c idade de Cardoso Moreira-RJ. Ao chegarem ao local do acampamento, os excursionistas assistiram a uma encenação teatral sobre a ação maléfica do demô ni o e a importância da recitação do Rosário para neutralizar tal ação . Além das recreações próp ri as à vida no campo, reali - . zaram-se substanciosas reuniões sobre a crise do mundo moderno, bem como a respeito da História da Igreja e da vida de heróis e de santos. U ma representação pelo sistema de sombra-chinesa narrou a interessante história de um menino que havia sido privado desde a infância do contato com outros homens. Encantado ao ver o sol pela primeira vez, sai à procura, entre as várias religiões, dAquele que havia criado o sol. E ncontra-O na Santa Igreja Católica Apostólica Romana, Corpo Místico do Verbo de Deus encarnado, Nosso Senhor Jes us Cristo. Jogos como Paintball, da lanterna, de mímica e da caça ao tesouro, entre outros, constituíram um sad io lazer, que se a lternavam com as re uniões de formação . O va ri ado p rograma dos d ias de acampame nto transcorreu num cl ima de muita cordialidade e e ntu siasmo j uvenil. ♦

45 anos noticiando e comentando à luz da Fé A ABIM - q ue pe rte nce , como também Catolicismo, à Edi tora Pe. Belchior de Pontes - , ori entada pe lo id ea l evocado pe la cruz de seu logotipo - a Cru z da Ordem de Cri sto - quer, med iante e la, lembrar a seriedade dos aco nteci me ntos huma nos relatados pe la impre nsa. Essa mes ma cru z ornou as ve las das naus da esqu adra de Cabral, qua ndo o Brasil , ao ser descoberto, era retirado das sombras do desconhecimento.

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Sem q uerer ser original, o j orna li smo da Agência Boa Imprensa e ntretanto não cop iou ne nhum estil o nas notícias e co mentári os destin ados a órgãos do Brasil e do Exteri or. Tem sido ininterrupta cond uta daABIM apresentar a seu públi co te mas amenos mas séri os, ass un tos graves mas co loridos, com as tin tas de fatos maravilh osos, sempre do agrado de nosso povo sen♦ sível e imagin ati vo. AGt NCIA

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NOTICIAS I COM lNTÁRIOS DUTINADOS AÓRCÃOS 00 IUI.A.SIL 1 00 IXTP..1O._

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Basílica de São Marcos: jóia do estilo bizantino

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fotografia 1 desta seção apresenta uma visão interna da nave centra l da céle bre Basíli ca de São M arcos , e m Ve neza, num ho rá ri o favo rável, em que e la está inte irame nte vazia. É prec iso fam ili ari za r-se com o estil o desse te mplo re i ig ioso: o bizantino * S ua pla nta te m a fo r-

ma da c hamada c ru z g rega, isto é, c ru z c uj as quatro extre midades o u braços tê m a mes ma extensão . A idéia da c ru z, do sacrifício, da mo rte, e, po rtanto da Redenção infinitamente preciosa de Nosso Senhor Jes us Cri sto, fica simboli zada arti sticamente de modo muito adequado pela disposição da nave central, das naves laterais e suas respectivas cúpulas. Logo no primeiro pia-

Plinio Corrêa de Oliveira no da fotografia, novamente o s ímbo lo m áx imo do C ri s tia ni s mo: um a im e nsa c ru z, s uspe ns a po r uma lo nga corre nte, ao centro da c úpu la que serve de cobe rtura para a parte ini c ial da nave centra l. O pi so do inte rior da Basíli ca é form ado po r artísticos mosaicos, c uj os desenhos geométricos, pode m ser parc ia lme nte observados na foto gra fi a. Essa foi ti rada na me nc io nada parte ini c ial, portanto sob a c úpu la que lhe serve de teto . Ta l rec in to é , e parado por um arco do espaço centra l da Bas íli ca - o centro da pl anta e m forma de cru z grega - , qu e tem a cúp ul a m a ior como cobertura. Tal reci nto é, po r sua vez, separado de uma te rceira área da nave centra l por uma vi ga e nstituída de má rmo res poli cromados, suste ntada por o ito co lu nas, obre a qual vê-se uma g ra nd cruz ele bronze dourada, ao centro , ladeada pe las imagens do Divino Redento r, dos Evangeli stas e dos Dou to res da Igreja. Na fotog rafia 2, pode-se admi ra r um de ta lh e desse co njunto escultu ral , a be leza dos J')lármores , be m como, à esq uerda, a impone nte tribuna també m marmó rea, q ue data do séc ul o X IV A referida separação, constituída pe la c ru z e pelas im age ns de Nosso Senhor Jesus C ri sto, dos Evange li stas e dos Doutores da . Ig rej a, marca be m a di stinção e ntre o sacerdote e os fi é is, a Ig reja Docente e a Igreja D iscente . O sacerdo te é o mini stro de Deus, esco lhido pelo C riado r para representá~Lo perante os fi é is. Ele te m o pode r de cele brar a Mi ssa e , mediante s uas pal avras, opera-se a Transubstanc iação.

Os fi é is não detê m dito poder. Essa separação tão categórica é, co ntudo, estabe lec id a com amor. D aí o fato de a Santa Ig reja, através da a rte sacra, o rn a r e e mbe leza r tal d istinção, a qual constitui um a hi erarqui a fund a me ntal in tituída pe lo D ivino Sa lvado r no interi o r ele Seu Corpo Místi co . Por fim , pode-se observar, na fotog rafia 1, um segundo arco sobre o aludido conjunto escultura l, qu e separa o centro da Basílica d o utro rec into da nave central , recobe rto por um a te rce ira c úpul a . Nesse es paço e ncontra-se o altarmor, qu e es tá coroado po r um ba ldaquino de cor escura, apo ia do so bre qu at ro co lun as cl ' a la bastro o ri e ntal , també m visfw l na fotografia .

* O estilo bizantino, originado d co mbin ação de e le me greco-romana e de influ • tomou sua fisionomia e culo VI DC, no reinado d berano do Império Ror Excertos de conter ncl ciada pelo Prof. Oliveira para sóc dores da TFP, na lista, em 7-12-88 . são do autor.



Nesta

Poder-se-ia talvez opor a seguinte objeção: se taJ é a importância das paixões no processo revolucionário, parece que a vítima deste está sempre, em alguma medida, pelo menos, de má fé. Se o protestantismo, por exemplo, é fi lho da Revolução, está de má fé

forma e da Revolu ção Francesa, não queremos com isto dizer qu · os adeptos daqueles dois movimentos eram, conscientemente, marxi stas avant la lettre, e que ocultavam hipocritamente suas opiniões. O próprio da virtude cristã é a reta disposição das potências da alma e, pois, o incremento da lucidez da inteligência iluminada pela graça e guiada pelo Magistério da Igreja. Não é por outra razão que todo o Santo é um modelo de equilíbrio e de imparcialidade. A objetividade de seus juízos e a firme orientação de sua vontade para o bem não são debilitados, nem de leve, pelo bafo venenoso das paixões desregradas. Pelo contrário, à medida que o homem decai na virtude e se entrega ao jugo dessas paixões, vai minguando nele a objetividade em

todo protestante? Não colide isto

tudo quanto com às mesmas se re-

Entrevista

lacione. De modo particular, essa objetividade fica perturbada quanto aos julgamentos que o homem formule sobre si mesmo. Até que ponto um revolucionário de marcha lenta do século XVI ou do século XVHI, obnubilado pelo espírito da Revolução, se dava conta do sentido profundo e das últimas conseqüências de sua doutrina, é em cada caso concreto o segredo de Deus. De quaJquer forma, a hipótese de que fossem todos eles marxistas conscientes é de se excluir inteiramente.

Irmã Célia Cadorin: a beatificação de Frei Galvão

Santos e festas do mês

14

Vidas de Santos

Nos itens 1 e 2 do Cap. VIII - que publicamos na edição de agosto - da luminosa obra de Plinio Corrêa de Oliveira, o autor discorreu sobre o papel da inteligência, da vontade e da sensibilidade nas relações entre erro e paixão; a fermentação de paixões que deu origem à Revolução; e sobre a tendência do homem decaído de revoltar-se contra a Lei moral natural, levando-o ao ódio à própria ordem moral. Hoje publicamos o item 3, no qual se responde à objeção: a vítima do processo revolucionário está sempre de má fé? E trata também da perda de objetividade no homem, à medida que decai.

3. Revolução e má fé

com a doutrina da Igreja que admite que haja, em outras religiões, almas de boa fé? É óbvio que uma pessoa de inteira boa fé, e dotada de um espírito fundamentalmente contra-revolucionário, pode estar presa nas malhas dos sofismas revolucionários (sejam de índole religiosa, filosófica, política, ou outra qualquer) por uma ignorância invencível. Em pessoas assim não há qualquer culpa. Mutatis mutandis, pode-se dizer o mesmo quanto às que têm a doutrina da Revolução num ou noutro ponto restrito, por um lapso involuntário da inteligência. Mas se alguém participa do espírito da Revolução movido pelas paixões desregradas inerentes a ela, a resposta tem de ser outra. Pode um revolucionário nestas condições estar persuadido das excelências das suas máximas sub-

São luls Gonzaga (1568-1591) - Quadro da época, existente no Museu Histórico e Artístico de Viena, coleção de pinturas Ambras Essa fisionomia expressa bem a realidade de que "todo o Santo é um modelo de equillbrio e de imparcialidade"

versivas. Ele não será, portanto, insincero. Mas terá culpa pelo erro em que caiu. E pode também acontecer que o revolucionário professe uma doutrina da qual não esteja persua. dido, ou da qual tenha uma convicção incompleta. Será, neste caso, parcial ou totalmente insincero ... Parece-nos que, a este propósito, quase não seria necessário acentuar que, quando afirmamos que as doutrinas de Marx estavam implícitas nas negações da Pseudo-Re-

Na próxima edição, transcrever-se-á o Cap. IX - "Também é filho da Revolução o semi-contra-revolucionário" - e o Cap. X sobre a importância da cultura, das artes e dos ambientes na marcha da Revolução.

2

20

Revolução e Contra-Revolução

A realidade concisamente

Virtude cristã e reta disposição das potências da alma

MST expulsa pequenos proprietários de suas terras

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4 A palavra do Diretor

5

Destaque Tirania comunista provoca exílio de crianças tibetanas

Página Mariana Nossa Senhora de Coromoto, Padroeira da Venezuela

22 Capa

A palavra e.lo sacerdote

Frei Galvão, o primeiro brasileiro nato, é beatificado pela Santa Igreja

Diferença entre Javé e Jeová; os primeiros filhos de Adão e Eva

S.O.S. Família

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Família: modelo para a estrutura do Estado

e

Atualidade Sepultamento do Czar Nicolau li e sua família em São Petersburgo

15

30

32 34 Há 900 anos nascia a grande mística Santa Hildegarda

39 Escrevem os leitores

Internacional Euro: trágica aventura para a Europa

18

40 TFPs etn ação Campanha da TFP provoca forte reação da esquerda na França

Discernindo O rotundo fracasso da Reforma Agrária no Egito

44 An1hicntes, Costumes, Ci vili?'.ações Alma e mentalidade do povo russo

CATO L IC ISMO

Setembro de t 99B

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Com a .palavra... o D~etor .

Nossa Senhora de Coromoto: majestade e misericórdia

Amigo leitor, Neste mês, dedicamos nosso artigo de capa a Frei Galvão. Muito conhecido em todo Brasil pelas curas operadas mediante suas famosas pílulas, distribuídas pelas religiosas do Mosteiro da Imaculada Conceição, da Luz, na capital paulista, - fundado no século XVIII por ele próprio - o franciscano Frei Antônio de Sant' Anna Galvão será beatificado por João Paulo Il no próximo dia 25 de outubro. Com essa decisão da Santa Sé, um brasileiro nato, pela primeira vez, será elevado às honras dos altares. Com efeito, o fundador do Mosteiro da Luz nasceu em duaratinguetá, tradicional cidade do Estado de São Paulo. Além dessa matéria, apresentamos nesta edição interessante entrevista, podese dizer inédita no Brasil, de Ir. Célia Cadorin, que executou decisivo trabalho no processo de Beatificação de Frei Galvão. Tenho certeza que a leitura dessas matérias agradará e edificará os leitores de nossa revista, que poderão assim conhecer, com mais profundidade, o perfil de nosso insigne compatriota que será, cm breve, proclamado Bem-aventurado pela Santa Igreja . E devemos rezar, de modo especial, para que o admirável franciscano o quanto antes venha a ser canoni zado. Se o leitor residir em São Paulo, ou estiver em viagem por esta cidade, não deixe de programar uma visita à maior obra reali zada por Frei Galvão: o Mosteiro da Luz, situado no bairro do mesmo nome. Além da paz e do ambiente como que impregnado pela prc cnça do novo Beato, poderá o visitante admirar as preciosas obras expostas no Museu de Arte Sacra, instalado no próprio edifício do convento, e anexo a este.

V ALDIS

A Padroeira da Venezuela, cuja festa se comemora a 8 de setembro, revela especialmente a grandeza da bondade que vence toda ingratidão ao converter o empedernido cacique Coromoto

Aproveito a oportunidade para informar os leitores a respeito do êxito obtido pela matéria estampada em nossa cdiçã de julho, sobre a decadência moral promovida por programas de televisão. Fo i encarta lo, como se recorda, na referida edição, um cupom de pesqui sa promovida pela campa nha O Amanhã de Nossos Filhos. Os leitores de Catolicismo indignados com a imoralidade de tais programações, aprovaram maciçamente tal iniciativa, respondendo de modo afirmativo à pesquisa efetuada por OANF sobre a constituição de um Código de Defesa do Telespectador. Até o fechamento da presente edição, continuam a chegar novos cupons da pesquisa, preenchidos por nossos leitores. Agradeço sinceramente a todos por esse valioso apoio, com menção especial àqueles que não mediram esforços para ampliar o efeito de tal iniciativa, solicitando mais impressos de pesquisa, a fim de coletar assinaturas entre suas relações. Tal esforço é um poderoso estímulo para a obtenção da meta da campanha: 1 milhão de assinaturas' Em Jesus e Maria

~~7 DIRETOR

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e A T o L I e I S MO

Setembro de 1998

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homens, parece muito difícil conciliar certas virtudes. Como combinar, por exemplo, a bondade e a severidade, ou a justiça e a clemência? A idéia que erroneamente alguns têm é a seguinte: se alguém é bondoso não gosta de ser severo,

superior das coisas, pois sabe como estas se coordenam e como fazer para que tudo se ordene. Por outro lado, é adequado que Nossa Senhora esteja sentada num trono, e que a Sede do Menino Jesus seja Sua própria Mãe, pois, assim, a mais perfeita das criaturas serve de trono ao Criador. Ela sustenta Seu Divino Filho como Rainha, mas também com a delicadeza de Mãe. Tudo nesta imagem infunde respe ito. Qualquer um que se aproxime dEla é colocado em seu devido lu-

e deixa correr o ma,jim para

gar imediatamente. Por ou-

não ter que castigar. Ora, Nosso Senhor Jesus Cristo reúne em Si todas as virtudes. Logo, se Ele é ao mesmo tempo bondoso e severo; bondade e severidade não são contraditórias, existindo entre elas um equibbrio que permite serem praticadas pela mesma pessoa. Para melhor entender como podem coexistir numa mesma pessoa virtudes que parecem antagônicas consideremos a foto ao lado. É da imagem de Nossa Senhora de Coromoto, Padroeira da Venezuela.

tro lado, na própria fisionomia da imagem transparece sua realeza. Os traços do rosto são finos, delicados, de grande majestade. Se esta é notória na imagem, o que dizer da bondade?

P ARA O COMUM dos

* * *

Preços da assinatura anual para o mês de SETEMBRO de 1998:

GRJNSTEINS

... mas também a bondade de Rainha A consonância entre majestade e bondade é superiormente explicada num comentário do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira a respeito da imagem que se vê à esquerda: "Ela está com

A majestade expressa numa imagem ...

Imagem de Nossa Senhora de Coromoto que se venera na Sede do Conselho Nacional da TFP brasileira, à Rua Maranhão, 341, em São Paulo

À primeira vista impressiona o porte de Rainha de Nossa Senhora. Não apenas devido à coroa, mas sobretudo à postura ereta da imagem, que reflete a plena consciência que

a Virgem Santíssima tem como Rainha dos Anjos e dos homens. Ela tem o direito de ordenar e manda. Ela reflete como Rainha uma visão

inteira solicitude para quem se encontra diante dEla, e sendo Nossa Senhora tão superior, dá a impressão de que não nota - porque não quer notar -a extrema inferioridade de quem está na frente. Ela nem faz a comparação, e com isto eleva a pessoa à sua categoria. Ela não faz uma

e ATOLIe ISMO

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e mudou-se com toda sua tribo para morar no local indicado por eles. Ficou "encomendado" a um espa: nhol chamado Juan Sánchez, --1 que recebeu o encargo ele cuidar ela tribo Coromoto e 1 'fi_, lhe ensinar as verdades ela Fé í ~ católica. JJ., No início tudo correu 'i." bem, pois ainda perduravam na alma do cacique Corornoto os efeitos da visão que tivera de Nossa Senhora. Vários índios foram batizados. Mas, para o cacique, logo veio a provação. Ele aban' 1 clonou as lições de catecismo e começou a sentir sau. clacles da vida desordenada '\ - que levara na selva, onde ~ não trabalhava, podia ir e vir 1 • a seu bel prazer, não prectsava cumprir aqueles manilliil...__~ ,;;;;~, , clamentos aparentemente 1 árduos que estabelecia a \

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/ O cacique Coromoto diante da nova aparição de Nossa Senhora, bradou: "Até quando hás de me perseguir?"

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agora, no mês cm que é celebrada a festa litúrgica da Padroeira da Venezuela, ao mesmo tema, embora sob nova focalização.

análise de quem está frente a Ela dizendo: 'Você tem culpa' ou 'você Desvelo maternal é ruim'. Ela só faz uma pergunta: diante da rebeldia 'O que você deseja? Você é meu fiNo ano de 1652 o cacique dos ínlho e Eu tenho misericórdia. O que dios Coromoto perambulava pelas você deseja?' É uma pergunta que, por causa do olhar e da pequena montanhas da zona de Guanare, na propensão da cabeça para frente, é Venezuela, quando uma formosíssima dirigida de tal forma que dá a im- Senhora, sustentando em seus braços um radiante Menino, apareceu-lhe capressão de ser Ela toda atenção". Tal impressão de bondade é res- . minhando sobre as águas do rio dasaltada quando tomamos conheci- quela mesma denominação. A Mãe de mento de tudo o que Nossa Senhora Deus dirigiu-lhe a palavra na língua fez para converter o índio Coromoto, nativa dele, recomendando-lhe que fosse viver junto aos brancos para na Venezuela do século XVII. "poder receber água sobre a cabeça Catolicismo, em sua edição de e assim poder ir ao Céu". novembro/76, já apresentou a seus Encantado pela milagrosa apaleitores a maravilhosa história das rição, o cacique procurou os espaaparições da Virgem Santíssima nhóis que colonizavam aquela zona àquele cacique indígena. Voltamos 6

e ATO L I e I S M O

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Religião católica. Ele cultuava seus deuses, quando e , comdodb~m Ren t~~~ia.dCo_ nvdertid_o a ver a etra e 11giao, ev1a om1nar suas paixões, corrigir seu temperamento, acostumar-se ao trabalho metódico, assistir com regularidade aos atos de culto. Em sua alma ia se formando uma tormenta instigada pelo demônio, que via escapar de seu domínio aquela alma que antes era sua escrava. Na tarde do dia 8 de setembro de 1652, o cacique negou-se a assistir aos atos de devoção que Juan Sánchez preparara. Enfurecido, dirigiuse ao seu bohio (choça), onde se encontrava sua mulher e a irmã desta, Isabel. Ao lado brincava um menino, filho de Isabel. Entrando de mau humor, foi recostar-se, já decidido a voltar à sua vida anterior, e arrastar com ele toda a tribo, que faria apostatar em massa.

Bondade materna vence dureza de coração É neste momento de suprema revolta que Nossa Senhora aparece-lhe novamente, na porta de seu bohio, em

meio a uma luz intensa. Qualquer pessoa, vendo a Mãe de Deus, extremamente linda, boa e maternal, tão disposta a perdoar, teria caído de joelhos e pedido perdão. Entretanto, não fo i o que ocorreu com o indígena-cacique, pois o coração humano é capaz de durezas inimagináveis. Pensando que talvez Ela viesse queixar-se dele, o cacique Lhe diz: "Até quando hás de me perseguir? Podes voltar, pois não farei o que me mandas! Por ti deixei minhas terras e conveniências e aqui vim a trabalho!" Horrorizada com a ingratidão e, ao mesmo tempo, admirada com a Mãe de Deus, a esposa do cacique chamoulhe a atenção: "Não jàles assim com a Bela Mulher; não tenhas mau coração!" Tais palavras, contudo, enfureceram ainda mais o cacique, que decidiu então lançar uma flecha contra Nossa Senhora. Ao ir pegar seu arco diz: "Matando-te me deixarás!" Mas, neste momento de suprema rebeldia, Nossa Senhora demonstra seu carinho pelo filho revoltoso. Ela entra no bohio e coloca-se junto ao cacique, de tal modo que este não tinha sequer espaço para puxar o arco e disparar a flecha. Mesmo assim o cacique não se comoveu. Jogou arco e flecha no chão e lançou-se contra Nossa Senhora, tentando empurrá-La para fora do bohio. No momento de agarrar Nossa Senhora, Ela sorri e desaparece, deixando nas mãos do índio uma espécie de pedra ovalada, na qual está milagrosamente gravada a imagem da Mãe Deus sentada num trono, tendo o Divino Infante ao colo. É a relíquia que até hoje se venera na Basílica de Guanare, cidade à qual afluem peregrinos de todas as partes da Venezuela.

Na hora extrema, misericórdia sem limites Nem mesmo essa visita de Nos-

sa Senhora conseguiu apaziguar os maus instintos do cacique, que desejava voltar à sua vida selvagem e estava empedernido, ou seja, como uma pedra, nesta reso lução. Assim é, por vezes, o coração humano: duro como pedra, impedindo a entrada da graça divina, que o salvaria! Mas ... se tão empedernido estava o

Depois de tentar em vão agarrar a visão da Mãe de Deus e do evanescimento desta, o cacique Coromoto percebeu em suas mãos a pedra ovalada, com um desenho da Rainha dos Céus e de Seu Divino Filho, que se vê acima

índio, ainda mais decidida era Nossa Senhora em sua misericórdia! No dia seguinte ao da aparição, o cacique reuniu os membros de sua tribo e partiu com eles de volta aos montes. Não só abandonou a Fé católica, mas obrigou aos que dele dependiam a fazer o mesmo. Pouco tempo haviam caminhado de regresso à selva, quando uma cobra muito venenosa picou o cacique Coromoto. Percebendo que morreria em pouco tempo e reconhecendo neste fato um castigo do Céu, por sua péssima conduta em face da Rainha dos Anjos e dos homens, o silvícola começou a arre-

pender-se. Rogou aos gritos o Batismo, pois sabia que sem "receber água na cabeça" não iria para o Céu, como lhe dissera a "Bela Mulher". Mas, como conseguir quem o batizasse dentro de 15 a 20 minutos, naquela zona até hoje despovoada? Sua sorte eterna parecia selada! Rejeitou a misericórdia materna quando a tinha à mão! E agora... Seria não conhecer a misericórdia de tal Mãe imaginar que, tendo Ela se empenhado tanto por urna alma tão ingrata, fosse agora abandoná-la por ressentimento ... Pelo contrário, veio Ela em socorro do arrependido, e dispôs que, naquele momento, passasse pelo local um católico da cidade de Barinas. Este ministrou o Batismo, pois em caso de morte ou extrema necessidade qualquer pessoa pode ser ministro desse sacramento. Nossa Senhora, Rainha e Mãe, havia disposto para que tudo corresse segundo sua incomensurável misericórdia. E para o tão favoreci do índio Coromoto melhor não poderia ser, pois é sabido que o Batismo apaga todos os pecados da vida passada. Assim faleceu ele, arrependido e ordenando aos membros de sua tribo que voltassem para junto dos brancos, a fim de conservar a verdadeira Fé católica. Morreu, e foi contemplar eternamente Aquela que o quis salvar apesar de inauditas recusas e ingratidões. Basta esse exemplo para se compreender a aliança harmônica, na mesma pessoa, dessas duas virtudes que parecem antagônicas: majesta♦ de e misericórdia.

Fontes de referência He rmano Nectar io Maria, Historia de Nues tra Seí'ílwra de Coramoto, Ed ic iones de la Pres idencia de la Repúb lica, OCI, Caracas, 1996. Herma no Nectario Mar ia, Vene zue la Marina, Jmprimerie de la Seine, Montreu il , 1930.

eATOLIe ISMO

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Cônego JOSÉ LUIZ VILLAC

PERGUNTAS 1. A seção que mais gosto é a do esclarecimento feito pelo Sr. Cônego José Luiz Vill ac, e venho, por meio desta, sugerir um esclarecimento o qual, se for possível, gostaria de obter resposta. Por que Nossa Senhora e São José não colocaram o nome de Emanuel em Jesus Cristo, como estava escrito nas profecias conforme diz o Novo Testam ento? No que se referia Jesus Cristo ao dizer a Pedro que o levaria a lugares que ele não gostaria de ir? Por que alguns chamam DeusPai de Javé e outros de Jeová? 2. Peço me sanar uma dúvida. A Bíblia Sagrada, Gênesis, nos relata que Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel. Depois comenta que Caim matou seu irmão Abel. Em seguida diz que Caim e sua mulher tiveram um filho Enoque. Pergunto: quem era a mulher de Caim? Uma vez que os únicos seres viventes, pelo que entendi, eram somente seu pai Adão e sua mãe Eva, na época do início do ser humano a habitar a Terra.

1. Profetizando quase oitocentos anos antes, o nasci mento do Salvador, Isaías exclama: "Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel" (7,14). São Mateus, ao narrar o nascimento de Jesus relembra esta profecia: "Ora tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta, que diz: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que quer dizer Deus conosco" ( 1,22). Mas , tanto São Mateus quanto São Lucas ressaltam que o próprio Deus, através do Anjo, indicou que o Divino Infante deveria chamar-se Jesus.

e

e A To LI e Is Mo

Assim, na Anunciação, o Anjo diz a Nossa Senhora: "Eis que conceberás e darás à luz um Filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus" (Lc 1,31). Ao aparecer em sonhos a São José, a fim de esc larecê-lo sobre a maternidade divina de Maria Santíssima, o espírito celeste explica; "Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados" (Mt 1,21). Em hebraico Jesus (Yeoshua) significa Salvador, Javé salva, Javé é ajuda. Embora esse nome tenha sido utilizado por muitos judeus antes de Jesus, ele só se aplica com

propriedade ao Divino Redentor e tornou-se um nome "que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no Céu, na Terra e nos infernos. E toda a língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor", conforme diz tão belamente São Paulo, na Epísto la aos Filipenses (2, 19-11). Emanuel é um nome simbó lico que indica a natureza e a missão do Redentor. Não o seu nome pessoal. Tanto Emanuel como Jesus têm, portanto, o mesmo significado profundo: o Filho da Virgem Maria será o próprio Deus encarnado, Salvador e Redentor do gênero humano. Será o "Deus conosco", ou seja o "Emanuel"! Devemos dedicar sumo amor ao nome de Jesus e invocá-Lo continuamente em nossas necessidades, como costumam fazer os Santos. Jesus prevê a morte de São Pedro

Em relação à advertência feita por Nosso Senhor a São Pedro, "quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro cingir-te-á e levar-teá para onde não queres" (Jo 21, 18), o sentido dela é expresso pelo próprio Evangelista, que comenta: "Por estas palavras ele [Nosso Senhor] indicava o gênero de morte com que [São Pedro] havia de glorificar Deus" (Jo 21, 19).

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De fato, seg undo a Tradição, São Pedro teve as mãos amarradas como Cristo e foi conduzido à crucifixão. Por humildade, e provavelmente recordando sua tríplice negação, pediu e obteve ser crucificado de cabeça para baixo , para marcar sua abismal inferi oridade e diferença em relação ao Divino Salvador. Não há diferença entre Javé e Jeová

Quanto ao nome atribuído a Deus no Antigo Testamento, lemos no livro do Êxodo: quando Moisés perguntou a Deus seu nome, Ele respondeu : "EU SOU AQUELE QUE SOU". E ajuntou: "Eis como responderás aos israelitas: AQUELE QUE É me enviou a vós. Deus disse ainda a Moisés: Assim falarás aos israelitas: É JAVÉ, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, quem me envia junto de vós. Este é o meu nome para sempre, e é assim que me chamarão de geração em geração" (3, 14-15). Javé significa AQUELE QUE É ou Ele É; simplificação do nome divino EU SOU AQUELE QUE SOU (ou QUE É), em hebreu Yahvéh. Em português tanto se pode dizer Jeová como Javé; os dicionários apresentam-nos como sinônimos. O que importa é ter sumo respeito para com o nome de Deus e jamais tomá-lo em

Painel da Anunciação (A expulsão do Paraíso - detalhe) - Fra Angélico (séc. XV), Museu do Prado, Madri

vão, como prescreve o segundo Mandamento. Os primeiros filhos de Adão e Eva

2. A Sagrada Escritura tanto o Antigo como o Novo Testamento - é composta de Livros históricos , didáticos e proféticos, que têm Deus como autor principal e o hagiógrafo, ou escritor sagrado, como autor secundário ou instrumental. Os Livros Sagrados estão redigidos em vários gêneros literários- narrativo, didático, poético, etc. - por vezes mesclados, embora ora predomine um, ora outro. Dessa forma, em suas narrativas, a Bíbli a não se

detém meticulosamente em detalhes , como faria uma obra de história profana a respeito de datas, pessoas, apresentando com exatidão todos os personagens em sua sucessão histórica, mas procede também por meio de pinceladas, alusões, subentendidos, de modo que muitos e los ficam faltando, do ponto de vista histórico. Mas, como a Sagrada Escritura tem o próprio Deus por autor principal, "a inseiração divina estende-se a todas as partes da B (biia sem a menor exceção, não podendo haver erro no texto inspirado" (Bento XV, na Encíclica "Spiritus Paraclitus"). E como os autores secundários e instrumentais,

por exemp lo, Moisés , Isaías, Salomão, São Mateus, São Paulo, etc. "escreviam unicamente aquelas coisas que o Espírito Santo os ordenava escrever" (Leão XIII, na Encíclica "Providentissimos Deus"), a abso luta inerrância das Sagradas Escrituras tornase uma verdade de Fé. É certo que nossos primeiros Pais foram Adão e Eva, e que antes deles não existiram outros homens e nem houve ser humano posterior que não descenda deles. Embora o livro do Gênesis não mencione todos os filhos desse primeiro casal, destaca, no entanto, e põe em relevo os personagens históricos Abel e Caim, por seu aspecto simbólico e didático, para mostrar a fidelidade a Deus do primeiro e condenar a inveja e o ódio homicida do segundo. E tal narração é feita para nos dar uma lição moral a respeito do verdadeiro espírito mediante o qual devemos rezar a Deus, como também, a humildade e o amor fraterno que devemos praticar. Uma vez que a humanidade estava em seus primórdios, por disposição divina e natural, os irmãos casavam com as irmãs (as quais não são mencionadas no Livro Santo) até que o parentesco foi se distanciando ao longo das gerações, estabelecendo-se então, também por disposição divina, a necessária proibição do casamento consangüíneo (casamento entre parentes próximos). ♦

e ATOL I e ISMO

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Depois, em 1994, elaborei o processo do milagre, graças ao qual Frei Galvão foi beatificado.

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Ir. Célia Cadorin:

"Eu me dediquei a uma pesquisa em vários arquivos do Rio de Janeiro, de Aparecida, mas, sobretudo, no arquivo da Cúria da Arquidiocese de São Paulo"

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TEMA DA ENTREVISTA que apresentamos a seguir está intimamente vinculado à nossa matéria de capa. A entrevistada é a Irmã Célia Cadorin, nascida em Nova Trento (SC) e pertencente à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada em 1890, no Estado de Santa Catarina, pela Beata Madre Pau lina do Coração Agonizante de Jesus, de nacionalidade ital iana. Irmã Célia foi indicada por sua Congregação, em 1982, para trabalhar na causa de beatificação de sua fundadora. A atuação eficiente e pertinaz daquela religiosa, durante cinco anos, contribuiu eficazmente para que Madre Paulina fosse beatificada em 1989. Em 1990, com o beneplácito da Autoridade eclesiástica da Arqu idiocese de São Paulo e autorizada pela Madre Geral de sua Congregação, Irmã Célia começou a trabalhar na causa de beatificação de Frei Antonio de Sant'Anna Galvão, sendo vicepostulador da mesma o Revmo. Pe. Arnaldo de Sant Bel i. Após quase oito anos de intenso labor executado por Irmã Célia, alcança agora as honras dos altares o primeiro brasileiro beatificado. Nosso colaborador, Paulo Henrique Chaves, entrevistou durante várias horas essa religiosa na Fundação Nhá Chica, dirigida pelas Irmãs Franciscanas do Senhor, em Baependi (MG), tendo sido recebido amavelmente por ela no dia 15 de julho último.

Catolicismo - Que documentação a Sra. • encontrou no início de seu trabalho sobre Frei Galvão? Ir. Célia - Verifiquei que o primeiro postulador da Arquidiocese de São Paulo, Frei • Ortimo, OFM, nomeado para trabalhar na causa de beatificação de Frei Galvão, tinha conse• gu ido obter muita documentação a respeito do • novo Beato e, sobretudo, havia entrevistado • muitas pessoas no anos de 1938 e 1939. O último postulador, Frei Campane, OFM, também empreendeu um louvável trabalho, completando com novos documentos o acervo preparado • pelo primeiro postulador. 10

CATO LICISMO

Setembro dff 199B

Catolicismo -

A Sra. Poderia expor como ocorreu esse milagre?

Dediquei-me a uma pesquisa em vários arquivos do Rio ele Janeiro, de Aparecida do Norte, mas sobretudo no arquivo ela Cúria da Arquidiocese de São Paulo. De posse desse material, comecei a elaborar a biografia documentada do novo Bem-aventurado e apresen tei-a em Roma ao relator do processo de beatificação . Tal biografia foi necessária, pois tratavase de uma causa histórica. Redigi o texto em português, o qual foi traduzido para o italiano. Depois fiz o processo da continuidade da fama de santidade ele Frei Galvão - que é o forte do novo Beato. Para isso, procurei pessoas de categorias diferentes, de lugares diversos, a fim de comprovar que essa fama continua e permanece viva. Também fizemos a exumação dos restos mortais de Frei Galvão, sendo encontrado, dos mesmos, infelizmente, poucos elementos, porque o Mosteiro está locali zado em local muito úmido .

Catolicismo -

Quais as etapas seguintes de seu trabalho?

Ir. Célia - Viajei então para Roma e comecei a preparar o trabalho sobre as virtudes do Bemaventurado. Foi rápido, porque já em 1993 a biografia estava impressa. Esse estudo sobre as virtudes foi entregue à Comissão Histórica da Congregação da Causa dos Santos.

Ir. Célia - Trata-se da cura de uma criança de quatro anos, Daniela Cristina ela Silva, filha de Valdecir da Silva e Jacira Francisco da Silva, residentes em Vila Brasilândia, à rua Padre José Materni, 598, na capital paulista. Em maio de 1990, devido a complicações bronco-pulmonares, a criança foi internada e tratada com antibióticos e metoclorpramida. Obtida a alta hospitalar, Daniela vo ltou para casa, mas logo depois começou a apresentar sonolência e crises convulsivas, sendo encaminhada por seu ped iatra, na noite de 24 de maio de 1990, ao Hospital Emílio Ribas (hoj e Instituto de lnfectologia Emílio Ribas), em São Paulo. Havia suspeita de que a moléstia fosse meningite ou hepatite. Levada para a UTI do hospital, o diagnóstico inicial foi: coma por encefalopatia hepática, causada por hepatite do vírus A, insuficiência hepática grave, insuficiência renal aguda e intoxicação por causa da metoclorpromida. Havia ainda hipertonia intensa nos membros inferiores e superiores. Com o diagnóstico posterior de "insuficiência hepática fulminante", a criança sofreu ainda parada cárdio-respiratória. O quadro clínico evoluiu com a ocorrência de epistaxe, sangramento gengiva l, hematúria, ascite, progressivo aumento da circunferência abdominal, broncopneumonia, parodite bilateral, faringite, além de dois episódios de infeção hospitalar. A menina permaneceu 13 dias (de 25 de maio a 7 de junho de J990) na UTI. A intervenção divina para salvar a criança foi pedida por pais, parentes, amigos, vizinhos e religiosas do Mosteiro da Luz, que, unidos numa só prece, invocaram com muita fé a intercessão de Frei Galvão. Da UTI, a criança passou para a Seção de Pediatria do mesmo hospita l. A 13 de junho, foi efetuada uma biópsia hepática, cujo resultado foi: "Hepatite aguda colestática". Em 21 de junho de 1990, Daniela recebeu alta hospitalar, sendo "considerada curada". Acompanhada amb ulatori alrn ente, a menina não apresentou depois nenhuma recaída. Em 1995, o pediatra, que cuida da saúde de Daniela desde seu nascimento, atestou: "A menor foi examinada por mim nesta

data (4-8-95), estando a mesma em perfeitas condições de saúde física e mental". O mesmo médico, perante o Tribunal Eclesiástico, afirmou o seguinte a respeito da cura da criança: "Eu atribuo à intervenção divina não s6 a cura da do ença, mas a recuperação total dela". Após Daniela receber alta do hospital, seus pais, parentes e amigos levaram-na diretamente ao túmulo de Frei Galvão, na capela do Mosteiro da Luz. E, algum tempo depois , realizaram urna comemoração para agradecer a Deus a cura miracu losa. Vários médicos depuseram no processo. Conseguimos todas as provas científicas da cura, tendo sido esta comprovada de maneira límpida. Hoje, Daniela, com 12 anos, é uma menina saudável e alegre, cursa a 6ª série e continua a residir com se us familiares em Brasilânclia.

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Catolicismo -

Quais são as várias etapas de um processo de beatificação? E depois o que é preciso para a canonização? (ver quadro à p. 13).

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Ir. Célia - Quando um Bispo diocesano instaura o processo de beatificação de uma pessoa em sua circunscrição eclesiástica, esta recebe a denominação ele Servo ele Deus. Depois é feita a pesquisa de documentos sobre o Servo de Deus, a qual é reduzida a um escrito, completado pe la biografia documentada daquele, pelo estudo de suas virtudes, da forma de santidade. Se for uma causa histórica, que supõe pesqu isas, a documentação é es-

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CATOL I C I SMO

• • Ir. Célia Cadorin: •

"Após Daniela receber alta do hospital, seus pais, parentes e amigos levaram-na diretamente ao túmulo de Frei Galvão, na capela do Mosteiro da Luz. E algum tempo depois, realizaram uma comemoração para agradecer a Deus a cura miraculosa"

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lha; 3. dinheiro, porque é necessário custear o trabalho de pessoas qualificadas, engajadas no processo, as quais devem ser pagas à altura. Em vista disso, não julgo uma exorbitância o que se gasta num processo de beatificação ou canonização.

O processo canônico de beatificação

Catolicismo -

A Sra. poderia esclarecer qual foi a quantia gasta para se concluir o processo de beatificação de Frei Galvão?

Ir. Célia - 85 .000 dólares mais ou menos. Catolicismo -

E como foi obtida essa

quantia?

h: Célia - O Mosteiro ela Luz pagou inteira-

• tudada por uma Comissão Histórica da Con• gregação para a Causa dos Santos. "O Mosteiro da Luz Após a causa de beatificação ser anali sapagou inteiramente • • da por consu ltores teólogos, ela recebe o pareas custas do pro• cer de Cardeais e Bispos da mencionada Concesso. • gregação pontifícia e sobe à consideração do As irmãs podiam • Sumo Pontífice. Caso ele aprove o processo, passar fome, mas : um decreto pontifício declara que o Servo de não tocaram no Deus praticou virtudes em grau heróico, pasdinheiro recebido, o • sando então ele a ser chamado Venerável. A qual era todo • autenticidade de virtudes heróicas é atestada destinado a essa por escritos e depoimentos de pessoas que cofinalidade" nheceram ou conviveram com o Venerável , conforme vimos. • Depois, para ser considerado Beato, a San: ta Igreja exige a ocorrência de um milagre que • comprove, por via sobrenatu ral, a heroicidade • de virtudes . •• O milagre autên tico apresenta quatro ca• racterísticas, a saber, a cura deve ser : 1. ins• tantânea ou muito rápida; 2. perfeita; 3. dura• doura; 4. pretcrnatura l, isto é, a ciência médi•• ca não a pode expli car, escapando ela do âm• bito científico. •• Para o Beato ser considerado Santo, isto é, • ser canonizado, é necessário mais um milagre.

Ir. Célia Cadorin:

• Catolicismo -

O que é preciso fazer para agilizar os processos de beatificação e de • canonização, os quais são muitas vezes tão •• demorados?

••

• Ir. Célia -

Acredito, com a experiência que

•• adquiri, serem necessárias três coisas: 1. cabe• ça, para saber como se faz uma pesquisa. Mon-

•• ta-se uma biografia e encontram-se as virtudes • nos documentos e depoimentos; 2. coração, para se amar a causa em favor da qual se traba-

•• 12

e ATOL I e I SMO

Setembro dp 1998

mente as custas do processo. Tudo o que as irmãs do Mosteiro recebiam era desti nado a pagar o processo. Elas podiam passar fome, mas não tocavam no dinheiro recebido, o qual era todo destinado a essa finalidade.

Catolicismo -

Qual foi a colaboração do Mosteiro da Luz para se obter essa beatificação, além de custear a causa?

Ir. Célia - Natura lmente, orações e sacrifícios. É necessário reconhecer todo o esforço que cs, as re li giosas empreenderam para se atingir tal objetivo. Muitas Abadessas se empen haram intensamente nesse sentido. Eu devo muito a Madre Ruth Bacchio, uma santa religiosa, que ofereceu a vicia pela causa ele beatificação ele Frei Galvão, tendo ela fa lecido quatro ou cinco anos atrás .

Catolicismo - E, para finalizar, a Sra. poderia dizer uma palavra sobre as "pílulas" de Frei Galvão e as graças alcançadas por seu intermédio mais recentemente?

Ir. Célia - Remédios e consultas médicas hoje são caros. Nosso povo tem fé e, por isso, as "pílu las" de Frei Galvão são cada vez mais procuradas no Mosteiro da Luz. Há um boletim que as irmãs concepcionistas dessa casa religiosa publicam todo o mês denom in ado "Celeste Orvalho". Nele, são relatadas as graças recebidas mediante a intercessão do novo Beato, as quais são comuni cadas pelos beneficiários, por escrito, ao Mosteiro da Luz. Chama a atenção, neste último mês, o fato ele que muitas pessoas apresentavam câncer num primeiro exame. Submetidas a um segundo, não denotavam mais nenhum sintoma ela doença. Eu levei para o Vaticano um registro ele tais graças, obtidas desde 1930 até 15 de setembro de 1990: o total era 23.920 graças ! ♦

Para se compreender os trâmites atuais de um processo de beatificação, como o de Frei Galvão - iniciado na diocese de origem, prosseguindo depois na Congregação para a Causa dos Santos, em Roma - reproduzimos abaixo trecho de uma entrevista publicada em nossa edição de set/97, nº 561. O entrevistado é o Revmo. Pe. Alberto Royo, oratoriano espanhol, doutor em Direito Canônico e que presta colaboração em processos de beatificação e canonização na mencionada Congregação romana. * * *

super martyrio. Ou seja, aceitase ou não o que está relatado sobre as virtudes heróicas ou o martírio. O voto "suspensivo" é dado quando se encontram aspectos não inteiramente esclarecidos, segundo a opinião dos consultores, ou quando falta documentação concludente. Se dois terços dos seus votos forem afirmativos, a causa passa aos Cardeais, Arcebispos e Bispos membros do Dicastério, que a examinam por turnos. • Também eles deverão aprová-la para que possa ser apresentada de modo resumido "O processo de beatificação ao Romano Pontífice. Normalconsta das seguintes etapas: mente, se os teólogos aprovam Revmo. Pe. Alberto Royo uma causa, os Cardeais e Bis• Interrogam-se as testemupos confirmam a decisão. Há casos, porém, em que tal nhas, caso ainda estejam vivas. Algumas são apresentadas pelo postulador, enquanto outras são designão se dá, pois o parecer destes não está sujeito ao nadas ex oficio pelo tribunal do Bispo. dos teólogos. • Depois, pelo menos dois censores examinam os • O Papa é, em definitivo, o único juiz da Causa. escritos do Servo de Deus, caso existam. Os passos prévios são, na realidade, meramente consultivos. Se o Papa confirma o juízo aprobatório descri• Se a causa se refere a um Servo de Deus que to previamente, declarará Venerável o Servo de Deus, não faleceu recentemente, o Bispo precisa convocar título com o qual se reconhece sua heroicidade de viruma comissão histórica que recolhe todo o material tudes ou seu martírio. existente e julga sua validez. • Simultaneamente à fase dos interrogatórios e da • O passo seguinte é o reconhecimento do milagre post mortem. avaliação dos escritos, é necessário um decreto do Bispo certificando a ausência do culto público, segundo norSe se trata de uma Causa de martírio, não é necessário o milagre para a beatificação. O martírio é um fato ma promulgada por Urbano VIII. preciso: o Servo de Deus ter sido morto por ódio à reliTudo isso deverá ser enviado a Roma, onde se esgião, o que é mais fácil de demonstrar do que a heroicitabelece a validade do processo, ou seja, a constatadade das virtudes. ção de que nada falta para o seu prosseguimento. • Depois, o postulador pede que se nomeie um O milagre é discutido apenas quando se examina a relator da causa, o qual, junto com o postulador e oupossibilidade de beatificação, em causa devida à tros colaboradores, elabora a Positio, que é um livro, às heroicidade de virtudes. vezes em vários volumes, que resume toda a documen• Primeiro, submete-se o suposto milagre a uma junta médica de cinco membros . tação. Esse resumo passa a ser julgado depois pelos • Se esta o aprova, passa-se ao voto dos teólogos. Cardeais, Bispos e teólogos membros da Congregação. • Concluída a Positio, ela deve ser entregue à Con• Em seguida, ao dos Cardeais e Bispos. gregação, que a coloca na lista de espera. Devido à • Finalmente, ao Papa, que reconhece ou não o grande quantidade de causas, podem transcorrer várimilagre. Se reconhecer, o Venerável poderá então ser os anos até que chegue sua vez de ser examinada. beatificado. • A Positio será então estudada por oito consul* * * tores teólogos e pelo Promotor da Fé, os quais deve• Para a canonização, será necessário outro milagre. rão emitir seus votos "afirmativos", "suspensivos" ou Também no caso do mártir, é necessário o milagre para "negativos" no "Congresso Peculiar" super virtutibus ou sua canonização. Com isso conclui-se o processo." ♦

eATOLIe ISMO

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.,·O sepultamento da família imperial russa na perspectiva de Fátima ~

As circunstâncias que presidiram às exéquias da família dos Romanoff - inimagináveis até há pouco - afiguram-se como um indício de grandes mutações históricoreligiosas, na linha das predições de Nossa Senhora em Fátima

Abaixo: Cerimônia religiosa antes do sepultamento do Czar Nicolau li e sua família na fortaleza de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo

Luís DurAuR

Acima: Desenho representando a chacina da família imperial russa, em 17 de julho de 1918

A

IMPRENSA MUNDIAL difundiu recentemente uma fotografia que há bem pouco tempo pareceria impensável: o presidente da Rússia, Boris Ieltsin e sua esposa, reverenciando os féretros de Nicolau II e da família imperial, na capela mortuária dos Czares, em São Petersburgo, antiga capital da Rússia czarista. Junto aos ataúdes estavam postados os descendentes, por vários ramos, do último autocrata ele todas as Rússias e quase 50 embaixadores. Tal cena, que passará para a História, faz lembrar o salmo: "Qui habitat in caelis irridebit eos" (Ps, 2,4) ("Aquele que mora nos céus rir-se-á deles"). O versículo expressa a atitude do Criador diante das confabulações dos ímpios - no caso, dos comunistas de 1918 no dia de Sua Justiça.

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Com efeito, a Revolução comunista de 1917 derrubou o trono dos Czares e perseguiu a nobreza com ódio satânico, em nome do pseudo-ideal da igualdade total entre os homens. O Czar e sua esposa, a Czarina; seu filho, o Czarevitch, e suas filhas, as jovens e frágeis Grãduquesas, foram encarcerados numa 14

eATOLtetSMO

casa de n me lpaticff, cm Ekaterinburgo, cidadezinha perdida nos confins da Sibéria. Ali viveram os seus últimos dias, vi gia los por carcereiros, sob o terror ele iminente execução. Pode-se imaginar o pavor que sentiram, quando, em 17 de julho ele 1918, foram brutalmente conduzidos ao porão da casa. Ali ouviram o decreto ele morte. Imediatamente, os esbirros comunistas quebraram-lhes os ossos a coronhadas ele fuzil e, por fim, fuzilaram-nos . O laudo legal apurou que as pancadas sofridas pela czarina e pelas princesas foram tais que racharam pedras preciosas que elas traziam sob as •vestes. Os corpos desfeitos e desnudados foram jogados num poço, no qual foi lançado petróleo e ateou-se fogo. O noticiário da horrenda chacina da mais augusta família da Rússia difundiu-se pelo mundo, consolidando a falsa idéia de que a nobreza perdera toda a sua razão de ser. Entrava-se na era da "democracia" revolucionária bolchevista, mais tarde qualificada "democracia

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popular". A igualdade total proclamada pela Revolução Francesa começava - ao menos teoricamente, pois na prática é inviável - a imperar no mundo. Hollywood, no plano dos costumes e mentalidades, tentava realizar, na mesma época, igualmente um nivelamento total. E o futuro era festejado sob o ritmo do charleston e do fox-trot .. . Os jornais de todo o orbe, intoxicados pela aversão às elites, não raro ironizavam a trágica sorte de algum nobre reduzido à miséria e obrigado a exercer um emprego servil para sobreviver. O comunismo chinês, já na década de 50, ofereceu o exemplo arquetípico dessa tendência generalizada em anos anteriores: o último imperador do Celeste Império foi obrigado a acabar seus dias como varredor de rua em Pequim.

* * * Oitenta anos depois do nefando crime praticado em Ekaterinburgo, verificou-se uma reviravolta hi stórica colossal. O ódio e o menosprezo à nobreza perderam dinamismo, sendo suplanta-

dos pela ... saudade. Saudade de uma nobreza paterna, esplendorosa, bondosa, benfazeja, pairando sobre uma sociedade tranqüila, hierarquizada, na qual, apesar das contingências humanas e de dificuldades, a vida desenrolava-se essencialmente co m naturalidade. Entendeu isso o atual presidente russo que, na década de 80, executando ordens de Moscou e enquanto chefe comun ista da região, mandara arrasar a casa Ipatieff para que esta não se transformasse em centro de peregrinação. Aliás, o mesmo Ieltsin inicialmente havia-se recusado a participar das exéquias imperiais. Entretanto, mudou abruptamente de idéia. Mais ainda. Declarou so lenemente durante as honras fúnebres czaristas, haver sido praticado, em 1918, um "monstruoso crime", "um dos mais vergonhosos episódios de nossa história", tendo acrescentado que, "ao dar sepultura aos despojos dos inocentes sacr!ficados, estamos expiando os erros de nossos antepassados". Por sua parte, a Igreja cismática russa - santuário intocado e composto por elementos comprometidos com o antigo regime soviético - opôs-se decididamente ao enterro cristão da família imperial. E, igualmente, é lamentável constatar - a julgar pelo noticiário que nenhum representante católico se fez notar durante a cerimônia, seja a título diplomático ou humanitário. Em sentido contrário, com um misto de curiosidade, saudade e compunção, milhões de russos acompanharam avidamente a programação das TV s sobre a cerimônia que evocava a corte dos Czares e as cenas enternecedoras dos aristocráticos membros da família Romanoff, nas suaves alegrias da vida íntima. Tão assombrosa inversão de tendências - na qual se é levado a ver a mão da Providência - ficará só nisso? Nossa Senhora em Fátima prometeu, em 1917, que a Rússia se converteria e o mundo alcançaria a paz. A reviravolta, ocorrida por ocas ião do enterro de Nicolau II e sua família, não poderá ser um indício de que fatos ainda mais espantosos e maravilhosos estão por acontecer? Ou de que, em certa medida, eles já estão começando a se realizar? ♦

O Euro : a louca aventura da moeda única A população está fria. Os políticos são ambíguos. Os governos, com ajuda de tecnocratas, avançam rumo ao desconhecido William Cruz Correspondente Alemanha

Frankfurt - A partir de 1º de janeiro de 1999, uma nova moeda terá curso legal e substituirá, por etapas, as atuais 11 divisas dos países participantes do Euro: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Fin lândia, França, Irlanda, Itália., Luxemburgo, Países Baixos e Portugal. Para um brasi leiro, e também para muitos europeus, é difícil entender as vantagens dessa mudança. Desde o fim ela II Guerra Mundial, começou um movimento para construir a Europa. Uma série de tratados foram assinados visando abater as barreiras então existentes no Continente, permitindo a livre circulação de pessoas, mercadorias e capitais. Em março de 1967 foi criada a Comunidade Econômica Européia (CEE) e quatro anos depois aparece pela primeira vez o plano de uma moeda única. Em dezembro de 1995, o Conselho europeu resolveu acelerar esse plano: a moeda chamar-se-á Euro. Para sua entrada em vigor, um calendário é estabelec ido: em janeiro ele 1999, as moedas atuais serão convertidas em euros; em janeiro de 2002, as notas e moedas do Euro entrarão em circulação; seis meses depois, em julho de 2002, desaparecem de circulação e perdem o seu valor as moedas nacionais. "O Euro - comenta o quotidiano "Le Monde" - é evidentemente uma

aventura" *. O fato não tem precedentes históricos. Como explicar que 11 países independentes tenham aceitado renunciar, em tempo de paz, a este elemento essencial da soberania que é o cunhar moeda?

Sem debate prévio O Euro "é hoje o prelúdio de uma união política de 320 milhões de pessoas, das mais variadas culturas, histórias e tradições, sem que tenha havido até agora o menor debate sobre o interesse dessa união", assinala I ves Mamou, articulista do "Le Monde"*. A opinião pública européia mostrase fria em relação ao Euro, e, sobretudo, à união européia. Os candidatos políticos, se mpre muito sensíveis ao eleitorado, refugiam-se na ambigüidade. O candidato socia l-democrata a chanceler da Alemanha, Gerhard Schroder, fez seu este adágio: "Pode-se perder as eleições fazendo campanha contra a Europa unida. Também não se pode ganhá -las ... " * Ou seja, o tema não interessa aos políticos. Os povos concernidos nunca foram realmente consultados sobre todos os aspectos dessa união. O tratado de Maastricht não era explícito sobre a união po lítica. Os atuais governantes adotaram a tática do fato consumado: ocultaram o ponto de chegada e apresentam à popu lação a idéia de que, agora, voltar atrás é mais doloroso do que ir para a frente.

A meta: união política O que significa propriamente ir para a frente? O diplomata italiano Sérgio Romano, que representou durante muitos anos seu país na OTAN antes de ser emba ixador em Moscou, exp lica: "A meta.foi sempre a Europa política. En-

CATO L t C t S MO

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Bandeira da União Européia: símbolo de futuro pesadelo?

diosos temem o risco de guerra. Dois sobre três alemães são contra a troca do marco pelo euro". Para a antropóloga, o problema é a doutrina que está por trás da união européia. "Este projeto é

marxista: tende a construir uma igualdade forçada, baseada em critérios econômicos. A História da Europa foi construída através da diferença. Falamos 11 línguas diversas. Esta é a nossa riqueza. E querem acabar com tudo". **

Em face das reações ao Euro, truques

para iludir o povo tretanto, em determinado momento este plano pareceu muito ambicioso. Para contornar o problema, fize mos um percurso dec isivo até a moeda única" . O que se passará com o Euro? Responde Romano: "Não temos nenhuma idéia sobre o que acontecerá, sobre os escândalos e crises que o Euro provocará . Por isso, não temos nenhum proj eto na gaveta para o.futuro".

Um bem ou um mal?

Na A lemanha e na França, é público e notório que a maioria da população é hostil ao Euro. Segundo pesquisa preparada pela revista italiana "Limes" de fevereiro de 1998, apenas 41 % dos fra nceses e 39% dos alemães estão dispostos a aceitar a união européia. Na Inglaterra, o Instituto Mori realizou uma pesquisa sobre o Euro, a qu al indico u q ue 58% dos eleitores britâ nicos são contrários à adoção dessa moeda comu m em substituição à libra esterlina. A campanha contra o Euro é liderada pelos deputados conservadores e jornais de direita. Em fins de junho, odiário "Thc Sun", com tiragem de 3,9 milhões de exemp lares, publicou uma foto do primeiro-ministro inglês, Tony Blair, sob a qual figurava a pergunta: "Este é o homem mais perigoso do país? E o próprio j ornal respondia: "Será, se

Do ponto de vista dos interesses da civilização cristã, esta união é um bem ou um mal? Na medida em que ela se faça em prejuízo das tradições e das características dos países membros, será um meio de acabar com o patrimônio cristão desses países, fu ndindo-os nu m como q ue único e imenso país. [Ver quadro na página ao lado] "O proj eto de união européia é ina- • abandonar a libra". Na Itália, em sentido análogo, o ceitável para o povo", declara a antroCentro Cultural Lepanto promoveu vápóloga italiana Ida Magli, que acaba de rias conferê ncias e encontros para escrever um livro intitu lado Contra a alertar a opinião pública a respeito do Europa. E exp lica: "As nações perderão a democracia, o controle sobre seus Euro e dos riscos conexos à construção da E uropa unida. O Prof. Roberto De próprios governantes e as próprias caMattei, Presidente do Centro, proferiu racterísticas da identidade nacional". conferências sobre o tema nas cidades Ida Magli adverte: "As conseqüêncide Udine e Catânia. Em 7 de maio p.p., as podem ser catastróficas. Muitos estu16

e AT o L Ie Is Mo

Se tem bro die 199 8

Lepanto real izou na sede do Parlamento e uropeu, na capital itali ana, conferência apresentando uma crítica à E uropa do Tratado de Maastricht. O C hance ler Kohl , da Alemanha, que espera obter o seu quinto mandato nas eleições deste ano, considera a moeda única o fruto de sua sutileza política. Como consegui u o Chanceler tal proeza? Para os alemães, isso significa uma dura opção: renunciar ao forte e estável Deutschmark. O semanário alemão "Der Spiegel", em recente artigo, coloca a mão na chaga, pergu ntando: "Deve a Alemanha

abandonar o símbolo de seu poder, o marco, para ficar suportável aos olhos de seus vizinhos?" Em outros termos, se os alemães não renunciarem ao marco, terão que enfrentar um novo complô - insinua-se que organizado pela França - para diminuir ou limitar a grande infl uência alemã na E uropa. De modo análogo, o truque vale também para os franceses: sob o pretexto de conter a ameaça de hegemonia alemã, a França tem que fazer a dolorosa renúncia do franco. Basta dizer que, de 1969 a 1985, o franco perdeu 75% de seu valor em relação ao marco. É preciso impedir a degringolada do franco aceitando ... o Euro! Desta forma, os governos da França e da Alemanha, simulando estarem em briga, tornaram aceitáveis para ambas opiniões públicas uma renúncia que seria impensável em tempos de paz. Na prática, as etapas decisivas da implantação do Euro foram decididas sempre no eixo Bonn-Frankfurt-Paris. Quase nunca em Londres, Roma, Madri ou Bruxelas.

O futuro: caos ou Governo europeu? Para os analistas políticos, a E uropa vai e ntrar no próximo mi lênio dentro de uma difícil alternativa. Uma vez que ela aceitou o Euro - pela goela abaixo, diga-se de passagem mais uma vez em breve terá ela diante de si uma outra alternativa: caos ou um governo po lítico continental.

A Europa só será uma grande potência no sécu lo XXI - come n ta Jacques Attali, antigo conselheiro especial de Mitterrand - se der outros pas-

sos além elo E uro, adotando um governo político, uma defesa comum e decidindo cortar definitivamente o cordão umbilical com os Estados Unidos. Se não, condenamo-nos à barbárie". * Tecnicamente fa lando, os problemas devem surgir no momento em que não houver acordo sobre as taxas de conversão de moedas de tal ou qual país. Quem resolverá esse conflito? Ademais, prevê-se desde j á que o super-Estado europeu custará mais caro ao bolso dos contribuintes do que os atuais Estadosmembros. Estarão todos de acordo e m aumentar os impostos para que as contas não fiquem em vermelho? Como reagirão os espanhóis se virem, por exemplo, que tudo fico u para eles mais caro e que estão perdendo a competitividade? Q ue farão os industriais italianos quando sentirem que as taxas de câmbio e o controle monetário prejudicam suas exportações? Que dirão os aposentados franceses q uando seu poder aquisitivo ficar redu zido? E os alemães: estarão de acordo em pagar as contas das eventuais desordens e falcatruas cometidas pelos governos dos Estados-membros? E q uanto ao conj unto desses povos, agora companh eiros de uma viage m forçada, atenderá o Euro os interesses do pão quotid iano: crescime nto, emprego, segurança, salário? Não há razões para otimismo. Pelo contrário, o sonho pode tornar-se pesadelo. Será por esta razão que os atuais homens políticos e urope us, todos os partidos confu ndidos, colocaram-se discretamente de aco rdo para ev itar um grande debate continental prévio? Temor de q ue as divisões comecem antes da hora? De tempos em tempos, nações e mesmo povos inteiros esq uecem o bom senso e preferem embarcar nas vias da utopia. A que preço? No presente caso, a aventura pode custar o escangalhamento irremediável da Europa cristã, de suas tradições, de sua cultura. Valerá mesmo a pena? ♦

Notas:

* "Le **

Monde", Pa r is, 28-4-98 , caderno O euro entra na Europa. "Bell 'Europe" , Mil ão, j unho/98.

Nos textos abaixo o leitor poderá conhecer o pensamento do Prof. Prof. Plínio Corrêa de Oliveira a respeito do estabelecimento de uma possível República Universal - e o conseqüente desaparecimento de Estados soberanos - expresso em sua magna obra Revolução e Contra-Revolução (Diário das Leis Ltda ., S. Pau lo, 2ª ed ., nov/82, Parte 1, Cap. VII p. 31; Parte 11 , Cap. XI, 2, pp. 54 e 55).

Cap ítulo VII

A Essência da Revolução * k. Igu a ldade na ordem internaciona l: o Estado é constituído por um povo independente exercendo domínio pleno sobre um território. A soberania é, assim, no Direito Público, a imagem da propriedade. Admitida a idéia de povo, com características que o diferenciam dos outros, e a de soberania, estamos forçosamente em presença de desigualdades:

de capacidade, de virtude, de número etc. Admitida a idéia de território, temos a desigualdade quantitativa e qualitativa dos vários espaços territoriais. Compreende-se, pois, que a Revolução, fundamenta lmente igua litária, sonhe em fundir todas as raças, todos os povos e todos os Estados em uma só raça , um só povo e um só Estado.

Capítu lo XI

2. Cristandade e República Universal A Contra-Revoluça.o, inimiga da Republica Universal, também não é favorável à situação instável e anorgânica criada pela cisão da CRISTANDADE e pela secularização da vida internacional nos Tempos Modernos. A pl e na s oberan ia de cada nação não se opõe a que os povos que vive m na Igre ja, form a ndo um a vasta fa mília espiritual , constituam, para resolve r suas questões no plano internaciona l, órgãos profundamente "impre gn a dos de esp írito cristão e pos sive lmente pres ididos por repre senta ntes da S a nta S é. Tais órgãos poderiam também favorecer a cooperação dos povos católicos para o be m comum em

todos os s e us aspe ctos, especi a lmente no que diz res peito à defesa da Igreja contra os infiéis, e à proteção da liberdade dos missioná rios em te rras gentíl icas ou dom inadas pelo comunismo. Pode riam tais órgã os, por fim , entrar em contacto com povos não catól icos para a manute nção da boa ordem nas rela ções internacionais. Sem ne gar os importantes serviços que em varias ocasiões possam ter prestado neste sentido organismos leigos, a Contra-Revolução deve faze r ver sempre a te rrível lacuna que é a la icidade destes, bem como a lertar os e s píritos contra o risco de que e sses organismos se transformem num germe de Republ ica Un iversal.

e A To L I e I s M o

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A esquerda fracassa até na previsão

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O Brasil, aprende a lição! Até no Egito a Reforma Agrária fracassou C.A.

Com base em abundante documentação remetida pelo correspondente de Catolicismo no Cairo, este artigo mostra como a Reforma Agrária egípcia - imposta ao país por Nasser, em 1952 -foi cancelada após 45 anos de vigência, devido a seu estrondoso fracasso. Novo sistema agrário passou a vigorar baseado na lei da oferta e da procura. ÁREA CULTIY ÁYEL no Egito é mínima se comparada à do Brasil. Apenas o va le do rio Nil o - cuja largura vari a de cinco a 20 quilômetros, alargando-se no delta tem servido aos egípcios, desde tempos imemoriais, para suas atividades agríco las. O delta, com sete canais pri ncipais e centenas de braços secundários, estende-se por uma área de 160 quilômetros de comprimento e 200 de largura. E mbo ra o rio N ilo seja o terceiro maior do mundo em extensão (6.700 quilômetros, sendo 1.200 em território egípcio), a área aproveitável para agricultura equivale a apenas 4% do total do país ! Nada mais desaconselhável, pois, do que submeter essa exígua faixa de terra a um contro le estrito, sufocando-a com a ca mi sa-de-força de uma Reforma Agrária.

A

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eATOLIeISMO

O socialismo agro-reformista de Nasser Mesmo assim, na terra das pirâmides como por toda parte, o socialismo, sempre igual a si mesmo, não sossegou enquanto não impôs a Reforma Agrária ao país. E isto se deu em 1952, sob o governo de Gamai Abdel Nasser. As terras dos grandes proprietários, acima de 50feddans (= 21 hectares)- latifú ndios, dir-se-ia entre nós - , foram nacionalizadas e distribuídas aos camponeses em pequenos lotes de 2 a 5 feddans cada um(= 0,84 a 2, l hectares). Mas a característica mais marcante da Reforma Agrária nasseriana consistiu nas normas para o sistema de arrendamento, sistema largamente difundido naque la nação. Segundo as leis agrárias então impostas, o arrendamento das terras era obrigatoriamente feito por um preço mínimo de 40 libras egípcias (aprox imadamente R$ 12,80; cada libra = R$ 0,32) porfeddan (= 0,42 hectare), ao ano, equivalente a apenas sete vezes o imposto territorial dessa superfíc ie. E

Setembr o df' 1 998

o arrendador nunca podia reaver sua terra li vremente, pois era obrigado a manter nela o arrendatário para sempre. "A lei Nasser havia imposto aos proprietários arrendar suas terras a baixo preço, sem poder aumenlar os aluguéis nem mudar os arrendatários" ("Le Progres Egyptien", lº-10-97).

Amargos frutos Tudo isso feito, como sempre se diz, para ajudar os pobres. Mas, na rea lidade, o socialismo que assim se impunha só pod ia gerar miséria e opressão. Ademais de todo tipo de negociatas, como transmissão do arrendamento por sublocação e também a herdeiros que nada entendiam de plantio. Passaram-se os anos, passaram-se as décadas, e o agroreformismo foi dando seus amargos frutos, inclusive para a economia do país.

Gamai Abdel Nasser impôs ao Egito uma Reforma Agrária socialista e confiscatória, verdadeira catástrofe para a economia do país

Deserto do Saara

Abusos evidentes se produziam. Sob a lei Nasser, o proprietário que desejasse vender suas terras devia pedir permissão aos arrendatários. Estes, protegidos por seu contrato, exigiam do proprietário que lhes cedesse gratuitamente a metade da área antes de vender o resto. Ou, então, exigiam que a terra só fosse vendida com a condição de o novo proprietário obrigar-se a mantê-los no lugar. Constituía-se, assim, uma verdadeira ditadura cios arrendatários. O prefeito de AI-Hakamna, Hag Youssef, explica: "O proprietário possuía a terra e ncio podia beneficiar-se da colheita. Abusando dos privilégios que lhes concedia a lei [de 1952], os arrendatários ncio pagavam o aluguel completo e não cediam ante as súplicas do proprietário" ("A IAharam", 11-11-97) *. Nova le i de 1992 acaba com a Reforma Agrária, adotando um período de transição de cinco anos. É receb ida pacificamente pelos camponeses. A coisa chegou a tal ponto, que o governo egípcio viu-se obrigado a rever a legislação, cancelando a Reforma Agrária. A nova lei é de 1992, e elevou ovalor do arrendamento para 600 libras egípcias (22 vezes o imposto). Esta disposição teve curso até 1997, quando então os arrendamentos, após cinco anos de transição, passaram a ter livre preço, dependendo da combinação entre as partes, segundo a oferta e a procura. Ademais, cessou a obrigatoriedade de manter na terra o arrendatário, o qual pode ser despejado caso não haja acordo. "Pela primeira vez, após 45 anos, os proprietários de terras podem aumentar o aluguel dos arrendamentos " ("Le Progres Egyptien", 3-10-97).

Os partidos de esquerda prev iram que haveria um levantamento geral dos camponeses contra essas med idas. Falava-se e m revo lução social e em sangue que iria correr. Nada disso aconteceu . Semelhante aliás ao que ho uve no Brasi l na década de 60, q uando D. Hélder tonitroava que haveria um levante gera l caso não se fizesse imediatamente a Reforma Agrária. Ela então não se fez e não ho uve levantamento algum. No Eg ito, mesmo as mov imentações cio Centro da Terra pelos Direitos Humanos (CTDH) j unto aos camponeses tiveram pouco efeito. Houve pequenos problemas locali zados, prontamente reso lvidos e pac ificados. Du rante os cinco anos de transição, 96% cios casos ficaram resolvidos. O cancelamento da Refo rma Agrária, "a propósito do qual a oposição de esquerda havia dito que poria fogo no campo, entrou em vigor sem maiores contratempos . .... A imensa maioria dos camponeses entregou aos proprietários, sem vio lência, as terras que eles arrendavam há mais de 45 anos" ("AlAhram", 11-11-97). "Em sua cruzada, os partidos de esquerda acabaram ficando isolados e não puderam suscitar um verdadeiro movimento de resistência popular" (idem). Aos arrendatários que desejem tornar-se proprietários, o Governo se comprometeu a conceder-lhes créditos para a compra de terrenos através cio Banco de Crédito Agrícola, com juros menores do que os comerciais e reembolso num período de 7 a 10 anos, conforme o tamanho da terra. Todos os ped idos de crédito foram aceitos, informa o Ministro da Agricultura.

* * * É mais um país em que fracasso u a Reforma Agrária. Porém, é pouco provável que os agro-reformistas brasi leiros tirem disso alguma lição, pois a ideolog ia de esquerda que os move tornaos cegos para a realidade. (*) As edições de "AI-Ahram" (principal jornal egípc io), que citamos, são as hebclomadárias, em língua francesa. Na mesma língua, as ed ições do diário "Le Progres Egyptien". ♦ e AT O LIe

O que dizem as autoridades egípcias O Ministro da Agricu ltura (que é també m vice-primeiro ministro) , Youssef Wali , declarou que a nova lei agrá ria era necess á ria "para o restabelecimento da justiça social" e para "o equilfbrio entre proprietários e locatários de terras agrícolas" ("AI Ahram", 7-10-97). "As terras devem ficar sob o controle direto dos proprietários. Eles são os melhores gestionários", afirmou um alto funcioná-

rio do Ministé rio da Agricultura e g ípcia , Mohamad Sala h ("AI Ahra m", 23-7-96). Para o presidente da Comiss ão Agrícola da Assembléia do Povo, Essam Radi, "a produtividade aumentará, pois os camponeses desenvolverão mais esforços para poder pagar seu novo arrendamento" ("AI Ahram", 11 -11 -97).

Para o vice-decano da Faculda de de Agricultura , Mazhar Fawzi, a nova le i "obrigará os arrendatários a cultivar a área, segundo a vontade dos proprietários e para o bem da terra .... vai aparecer um novo tipo de proprietário, que, daqui em diante, se interessará por sua terra, ele se esforça rá por fazê-la frutifica r e para conservá-la em bom estado .... A lei dará emprego aos camponeses aplicados: mesmo que eles não possam pagar o valor exigido pelo arrendamento, poderão trabalhar como empregados" (idem).

IS MO

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Condenação em Pequim: cortina de fumaça... O ex-secretário do Partido Comunista em Pequ im e ex-prefeito da cidade, Chen Xitong, foi condenado a 16 anos de prisão por ter desviado nada mais nada menos do que 2,2 bilhões de dólares dos fundos públicos. Para atrair a simpatia do Ocidente, o comunismo chinês tenta salvar as aparências, condenando alguns corruptos. E governantes e empresários oc id entais "acreditam' nesse engodo, "esquecendd' que qualquer regime comunista baseia-se num grande roubo estatal. "Olvidam -se" também , vi sando pretensas vantagens políticas e econômicas, das inumeráveis atrocidades cometidas pelo regime de Pequim e de sua implacável perseguição contra os herói c os cató licos do

Mordomia de índio O cacique Megaron, da tribo txucarramãe , e nviou ofício à Fundação Nacional do Índio (Funai) exigindo um avião Sêneca e 500 mil reais para sua manutenção, como pagamento por serviços prestados à Nação. O líder indígena sustenta: foi a dança da chuva dos paj és caiapós que extinguiu o in cêndio destruidor de boa parte das matas de Roraima. Que a lg uns índios tenh a m fe ito esse pedido , compreende-se. O que será incompreensível (mas não de todo impossíve l ): é que a Funai, movida por nacionalismo indigenista, ac redite na pajelança salvadora e ... lá se vão um Sêneca e 500 mil reais. ♦

país. ♦

O uso do tratamento companheiro, versão tropical do camarada soviético, está cedendo lugar a senhor, fórmula excomungada pelos comuni stas ele Havana, até agora tolerada apenas no tratamento em relações comerciais com pessoas do exterior. Mas o povo cubano sente saudades cios tempos ele outrora. Daí começar a usar senhor com mais freqüência, no dia-a-dia, reservando o tratamento de companheiro ape nas a Fidel Castro, ou quando conversa com desconhec ido ou policial. O jornal "Granma", órgão oficial do Partido Comunista cubano, protestou contra o novo costume: Por que "devemos nos distanciar de uma palavra ... que nos fa z sentir mais próximos e iguais?", pergunta o diário. Eis aí uma forma suti I cio povo reagir contra o igualitarismo antinatural cios marxistas. ♦

Nem pequenos proprietários ... poupa o MST . cm-te rra in vad iram a FaHá 14 anos os militantes (ou guerri lh e iros) do MST (Movimento d os

Sem-terra)começaram invadindo latifúndios ditos improdutivos, e sobretudo o - - -- - ---L,L -produtivos . Numa egunda $ () PERME'RCAIOOS _ _ ;;;s fase, to maram prédio públi .)(,1 _ó, sw_GoRoor .· '\ _ _ _ __ _ cose agências bancári l'Ao, vocE M41'A A F, - ACREDtl'A llt4 FOM E as. Depois, usand o U IDA ? MINHA -:9t, - - --~ E E oE rvr como pretexto a fo me ~~ f ,,_ ,;.,.,,w;.~,X\ / ,,, - , -,. e seca do Nordeste, ~t};,·f ..íjJi'.7~~\ iniciaram os saque a ca;"'\! ... t;,,;, 1 ,\ \ ;, -··"·•,, ,_. . ._ , · .<,!,~'' minhões e s uperrnerca,("\} í; ~,:; dos. Agora, nem mesmo os ~-"'-: : - \ pequenos proprietários são \,: · ,,--,,. . /~ __-,.,. ,)-:', poupados. Recentemente os · \! \

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z nela Figueira, q ue fora destinada pelo governo gaúcho a um projeto de incentivo aos pequenos agricultorcs sem recursos, e que poderiam adquirir a terra. Das 41 fam ílias que estavam cadastradas para adquirir os terrenos, seis foram expulsas pelo MST. Os minifundiários, até agora preservados da onda invasora cio MST, que ponham as barbas de molho.. . ♦

;-. Saques d o MST: "extrema necessidade" virou elástica ...

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e AToLIeISMO

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No Teto do Mundo, órfãos de pais vivos

Companheiro: tratamento ultrapassado em Cuba

'T Silêncio de católicos preocupa A prefeitura de Pisa (Itália) aceitou no dia 7 de julho último o registro de duas mulheres, uma de 54 anos de idade e outra de 51 anos, reconhecendo legalmente a relação homossexual mantida por e las. Mario Agnes criticou duramente no "L:Osservatore Romano" - órgão oficioso da Santa Sé - a decisão das prefeituras de Pisa, Turim e Roma de reconhecer como está ve l a união de duas pessoas, sejam e las concubinos heterossexuais, sejam homossexuais masculinos ou fem ininos. O articulista ainda conclamou os católicos a reagir e disse que seu si lêncio é preocupante. No Antigo Testamento, Deus fez cair o fogo do céu sobre Sodoma e Gomorra para castigar seus habitantes pela prática do homossexualismo. Será que os católicos a ludidos por Agnes, que não reagem contra esses pecados violadores da própria natureza humana, se esqueceram da terrível lição bíblica? ♦

IBETE, nação de contrastes. Lado a lado, conv ivem maravilhas fascinantes e horrores assombroso . Está a li a Cordilheira do Himalaia, na qu al sobressai, dominador e majestoso, o pico mais a lto do mundo, o Everest, com 8.800 rn, convidando as pessoas para desafios abisrnáticos e ascensões fulgurantes. Mas ali também estão mosteiros budistas em que se pratica um ocultismo especialm ente cavernoso. Luz esplendorosa nas níveas alturas; eflúvios maléficos nas difundidas práticas das trevas. E hoj e tudo isso atrai imensamente. O turismo rico o proc ura para o exotis mo e as escaladas aventurosas dos altos montes gelados. Homens enfeitiçados vão atrás cio bafo tóxico que sai de seus mosteiros, tentando conseguir para si urna enganosa ciência das escuridões. No me io das maravilhas naturais e dos horrores humanos, vive um povo simpático, inteligente e cordial, mas ainda imerso, de modo geral, nas trevas do paganismo. É uma gente pastoril, simples, de hábitos fruga is e resistente aos infortúnios. Aos infortúnios da inc lemênc ia do clima e da aridez montanhosa, acrescentou-se, nos úl timos anos, uma terrível desdita para os tibetanos: a oc upação comunista chinesa. Mas, como esse povo atrai pouco a atenção ela mídia, tal desventura é praticame nte ignorada no Ocidente. Sobretudo um drama desse povo passa despercebido: a tragédia das crianças tibetanas. Enq uanto turistas ricos e bem alimentados sobem, falantes, as trilhas das montanhas, indiferentes ao comunismo que oprime mu ltidões de crianças.

Estas, famintas, maltrapilhas, perseguidas e incompreendidas estão descendo em fila os caminhos e deixando para trás a terra ele seus antepassados. Estão indo embora por desejo dos pais. Mas sem eles. Os pais ficam. Não podem sair. Mas as crianças só conseguem fugir no inverno, quando o frio é terrível. Os próprios guardas da China comunista abandonam Nangpa La, posto de controle a 5.800 m. E bandos de meninas e meninos passa m por ali , a pé, demandando o Nepal e a Índia. Fogem com pouca proteção, vários agasalhos sujos cobrindo o corpinho, sob o comando de guias ambiciosos e impacientes. Muitas caem mortas pelo camin ho, e sua tumba é a neve que beira as estreitas trilhas elas montanhas. Algumas chegam sem os dedos dos pés, gangrenados por causa do frio intenso. Por que fogem, no frio, do calor de seus lares? O caso é o seguinte: a partir de quatro anos, os pais já começam a mandar seus filhos para o Nepal ou a Índia. Querem que aprendam tradições, línguas e costumes tibetanos, proibidos no Tibete sob a ocupação chinesa. É um amor explicável dessa gente a seus costumes pastoris. Desejam ainda que as crianças tenham possibi lid ade de um futuro digno num país livre, o que lhes é negado na própria pátria, onde, para elas, só há pobreza, vagabundagem e a suj eição ao comunismo chinês. A preocupação com o porvir dos filhos provoca a dilacerante decisão dos pai s. Na Índia e no Nepal, a ONU ou organizações de tibetanos lhes dão um auxílio que infelizmente é mínimo. Três crianças numa cama. Mas elas podem estudar. Mais tarde, muitos anos depois, terão de escolher: voltar para o Tibete? Continuar na Índia? Procurar outro país? Enquanto isso, estão longe dos pais, pobres reféns

de um poder estrangeiro comunista, que em bom número de casos nem sabem se os filhos estão vivos, não despertam compaixão humanitária de partidários dos direitos humanos. As pobres criaturas não merecem compaixão. Cometeram, sem o saber, um crime terrível: são as vítimas inocentes - mas que importa isso? - de um regime progressista ... Se o leitor, um dia, visitar o Teto do Mundo - e mesmo agora - não se esqueça de rezar ao menos uma prece pelas meninas e meninos do Tibete. Sobretudo que a luz da verdadeira Fé brilhe para eles. E que venham ter um futuro terreno à altura das maravilhas arrebatadoras da terra de seus antepassados, antes de atingir a felicidade eterna. ♦

À direita: Esta menina já caminhou duas semanas na trilha rumo à lndia

e ATOL I e

I SMO

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A ·Jill!'lir df! oÍÚubro'pr.6tjmo,.•.o -Brasil mscr_everá··,

. nas ptig~as :da próprfq h!stória .a pr.im~iro . . .de sens filhos, -~asçi<Jo em t~rr1tório .~ational, ·· · . a ser declá.r<!-dÔ '.Beato oficialJ11.ente·pela S'ant(!. . . ,' . .. Igreja:.FrefAntônio de '. Sant'Anna . GQ.lvão, . :

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-:pertencenJe ª· 'iitistre·. estirpe ·pau)j$ta, · . insigne r.epresen.-tante da N,~~reza da terra1 ·

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ARMANDO ALEXANDRE ,·

õos SANTÓS . . . ..

No

PRÓX~O·.d.iri ;5 .de outubro será·soiene~erú~ beàtifica: ,do, ~m -_ R,oma, _Frei Antônio . de · · San.t'Anna G:aivãÓ, furidido1: c!Ó . Mosteiro ·cta Luz, na· capital pau.lista, .' nascido ~~ G~aratinguetá ~!Tl .l 739, ·e·.<. .. fale~idci em Sâo. Pa~Jo em ·1s22 . .. :_ · · O,novÓ -bem~a"'.énturado fqi chama- · .do, n.uma biografia'. clássica que lbe de~ . ·· dicou. uma freira do-Mostei_ro da Lui .2 , "Bandeirante de -Cristo'.' .. Seríà djfícil . àtribui'r--füe úrría des\gn-~ç_ão 111ais ade 0 '. ·. quada, tendo ·em vistá sua gig<1ntesca · es.tatu.r~· mo1'.al. · · · A. expansão ·do_s· bandeirantes pau~ ._ . · ·.l istas pelo interior _d ó .cont_iriente sul'- . americano tem.ceita an·a logia com a dos · navegador'es portugúe~es pélos mares d_e ' ' todo 6 mundÓ. Foi, de certa forma, local e em ciçcu~stância~ ·dif~(e~tes, a .c ontinuação del_a . . .Vítlal que·se enc~ntra na Categ;a·I . A populaçã_0 paulistanà foi sempre de SJmtq !lntoàio de Guaratinguetá; .

em

onde·o ·novo Beato foi-batizado.- ·

muito peqm;na nos t~iri,p'o s das lhnçlc:;i~ ' · . . : · · ·· ~-as : Somente ein fins do século x:v1ir ·. cou.sua ·gtandeza de ânirt10 e seu v~Jo~· . . -ela .atingii:Í -~·ca~a das 10 mi'I almas. A:. exC:epcional n~o naÚ.ploi·ação de ser. 'viia::ê dépois a 6tdádê de SãQ Paulo ~ra; . tões, na de's cqberta·de n'lin~s e· ~a fone ·.: · . 110 en~anto;.sede '.administràtiva de dação de cidades; mas na conquista:"de · -' .'é api tania ql.!e .· cÓ~preendia os ituils - · -algq muiiõ mais notite e el~vàdo: as~~" . .: -13,stados de S.ão .];>au_io, Minas Geniis, tidade: . .. . Nasce'u Antônío G·a lvãó de, Françá .. Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Ca:-tari_n a ·e Grande do Sul. . . ·. - o futuró F~ei AJitôt:io de Sant? Anna . ''Se :"m.âis.múndo h9uv.erd, lá cheg'a: · Çialvão -e!TI 1739, na \íila de Gua.ra--. rà", disse Ca'mõés do 'navegador lÚso; tingué"t(filho legítiino de outro Antô-"se mais .sertão houvera, lá <;hega;a", . · .nio Gal'(ãçi 4e França, Çapitão--MÔr da . poderíamos d.izer do bandeirante. mesma vila e natural de .Faro, n<;> ex. Esta . introdução ·é· nec;essâ.ria par~ ·.· tremo suJ de Portug~I; .e de .Doni;i Isa·.s~ êomp.reenéler o ç:opteiçto em que· nas, ; ' bel Leüe de n ·;:irros, p'aulista d~ Pin-t:eu ·e -E;é criou.. o i3~·á to Frei Gal~ão. ·. · darilonh~ngaba. · · · · Descendente e\~ ban'd~lrantes, perten-- · • . · ; O pai do novo bem--aventqradç pet-: ceú ele também à mesma ''.raça d~ gj 0 terrcia por certô _a uma família.ilustre no ga~tes"~. F9_i.uni _bandefràn_te 9ue .ll-Pli~ Reino: S~a escrita ~'.e vela qÚe tivera edu~ ·

um~ .

._ · · ·.. Externamos aqui nosso:r.espeitoso' r,ecó·: nheci~ento à Revma. Madre Joana Angélica; Abadessa do Mos.teiá/dà L,uz, .que gentilmim~ .te concedeu licença para ·á reportdg~m 4r Çatolicismo cQlher fotografias no edifício. · ·Agradec·~~o.s.tà.mbém a ~,r,ável :j:olàbora;. . . ·ção de Da~ .1;heteza Regina de ·Camargo Maia, _Diretora do·,·Museu Frei Galvão, .e,µ :Guaratinguetá, 'que f o_rnei:e'µ . vàlioSO$ tJados e ilustrações,. aprove(tados.no pres.ente ar~giJ..

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Acima, ~ esquerda: Fo.togra:{ia 'flé quaé/ro a óleo· ~ O Vale -dá Padroeirá-''. do Pro(ErJÍ~sto Qui!fsak (1957}, . rf/presentando um lr.echo d.o rio . Paraíba, iias proximidades de Guaratirfyuetá. ·_ • : '· · Acimá (detalhe) ; . Pintura a ·óleo de. Freí'Galvão··(1946) '· - Anádía ·Quissak Fígueíred'o; . , . Museu°Frei ~allÍão, Guar;Jtfn{l'Uetá. : ·

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Cinto que pertenceu a Frei Galvão - Museu Frei Galvão, Guaratinguetá

Azulejo representando o Mosteiro da Luz, existente no vestíbulo de entrada do mesmo.

cação acurada e os talentos que revelou no comércio, na milícia e na administração pública, mostram que era homem de projeção, com qualidades muito aci ma da média. Da. Isabel Leite de Barros era filha do Capitão Gaspar Corrêa Leite e de Da. Maria Leite Pedroso, descendendo por ambos os lados dos mais antigos e tradicionais troncos paulistas. O famoso Fernão Dias Paes Leme, o Governador das Esmeraldas, era trisavô do Beato, por linha feminina. Dos filhos do casal, Frei Galvão era o quarto. Três morreram ainda crianças e os ou tros sete casaram e deixaram larga descendência. Corno desde cedo revelou tendência para a vida religiosa, aos 13 anos de idade partiu para estudar na Bahia, no Seminário de Belém, que a Companhia de Jesus manti nha a 130 km de Salvador. Lá permaneceu cerca de cinco anos. Recebeu formação das mais sólidas, porque sempre foi conhecido, em São Paulo, corno excelente latinista e possuidor de ótima base humanística. Telha que data da época da fundação do Mosteiro da Luz - Museu Frei Galvão, Guaratinguetá.

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eAToLIe ISMO

Fez seu noviciado no Con vento franciscano de São Boave ntura de Macacu , na Capitania do Rio de Janeiro. Na vida religiosa, adotou o nome de Frei Antônio de Sant' Anna Galv ão , corno sinal de devoção à Mãe da Santíssima Virgem . Santa Ana era a padroeira da família Galvão de França.

Ordenação sacerdotal anterior aos estudos eclesiásticos Foi ordenado sacerdote ainda antes de cursar regularmente Filosofia e Teologia, em caráter excepcional - o que depõe, obviamente, em favor de sua ótima formação cultural e, sobretudo, da confiança que os superiores manifestavam em suas virtudes. Após a ordenação, realizada em 1762, foi enviado para São Pau lo, onde passou alguns anos aplicado aos estudos de Filosofia e Teologia. Em 1768, já concluídos os estudos regulamentares, foi nomeado, pelo Capítulo provincial de sua Ordem , Pregador, Confessor de Seculares e Porteiro do Convento de São Fran cisco, em São Paulo. A partir daí, e sempre andando a pé, estendeu suas ativid ades apostólicas muito além da cidade de São Paulo. Sorocaba, Porto Feliz, Itu, Parnaíba, Indaiatuba, Mogi das Cruzes, Paraitinga, Pin-

Setembro de

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damonhangaba, Guaratinguetá, foram marcadas por sua presença e edificadas por seus sermões, assim corno pelo bom exemplo de suas virtudes. Por volta de 1770, Frei Galvão assum iu o cargo de confessor do Recolhimento de Santa Teresa, também na capital paulista. Lá conheceu Irmã Helena Maria do Sacramento, alma privi legiada que representaria, a partir daí, papel fundame ntal em sua vida e em suas tarefas apostólicas. Irmã Helena nascera em 1736 na região de Paranapanerna, filha de Francisco Calaça e Maria Leme. Havia já muitos anos que levava vida reli giosa austera no Recolhimento de Santa Teresa, quando recebeu mensagens sobrenaturais de Nosso Senhor, ordenandolhe que fundasse um novo Recolhimento em São Pau lo. Confiou essa ordem ao confessor, pedindo sua orientação. Frei Galvão, equilibrado e prudente, não se apressou a dar sua aprovação ao projeto da recolhida. Examinou com Restos do caixão de Frei Galvão - Museu Frei Galvão, Guaratinguetá.

todo o cuidado as circunstâncias em que se havia dado a comunicação sobrenatural , analisou a ps icologia da religiosa, recomendou a ela que tivesse muito cuidado para evitar enganos do demônio em matéria tão delicada. Mas, tudo bem ponderado, formou o juízo de que a Irmã Helena era realmente inspirada por Deus no seu desígnio. Não confia ndo em seu discern imento, ainda quis consultar sobre o caso outros eclesiásticos conhecidos por sua sabedoria e ciência. Todos unanimemente concordaram com o juízo favorável que Frei Galvão formara.

Fundação do convento contra proibição de ministro anticlerical Entretanto, o que Nosso Sen hor queria da Irmã Helena parecia impossível. Com efeito, o governo do ímpio Marquês de Pombal, então ministro todopoderoso de D. José I, proibia terminantemente a fundação de novos conventos em todos os domínios de Portugal. Se a vontade de Deus era clara, a religiosa acabaria por triunfar. Irmã Helena não recuou diante dos obstáculos aparentemente intransponíveis, e da mesma forma procedeu seu confessor, que a partir daí empenhou-se pessoalmente na fundação, a ponto de ter feito dela a grande obra de sua vida. O Cônego Antonio de Toledo Lara, que então governava o Bispado por estar vacante a Sé, mostrou-se favorável à iniciativa. Decisivo foi o apoio dado pelo nobre e piedoso Governador, D. Luiz Antonio de Souza Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus. O Morgado pertencia a uma antiga família fidalga de Trás-os-Montes, a qual tinha como devoções particulares Nossa Senhora dos Prazeres e o Santíssimo Sacramento. Chegado a São Paulo, D. Luiz Antonio mandara restaurar uma antiga ermida dedicada a Nossa Senhora da Luz, que existia nos Campos do Guaré (atual Bairro da Luz), e pretendia consagrá-la às duas aludidas devoções. Essa ermida fora edificada em 1603 por um piedoso povoador de São Paulo, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, de nome Domingos Luiz, conhecido pela

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o Mosteiro da Luz, entre as mais preciosas re líquias de Frei Galvão, conserva-se o original de seu ato de consagração como escravo a Nossa Senhora, escrito com sua própria letra em 1766, quando tinha 27 anos de idade: "Sa ibam todos quantos esta carta e cédula virem, como eu, Fr. Antônio de Sant'Anna, me entrego por filho e perpétuo escravo da Virgem Santíssima Minha Senhora, com a doação livre, pura e perfeita de minha pessoa, para que de mim disponha conforme sua vontade, gosto e beneplácito, como verdadeira Mãe e Senhora minha. E Vós, Soberana Princesa, dignai-vos de aceitar esta minha pessoa, venda, e filial entrega, não duvideis em me admitirdes ao vosso serviço, a este vil servo .... Nas vossas piedosíssimas mãos entrego meu corpo, alma, coração, entendimento, vontade e todos os mais sentidos, porque de hoje em diante corro por vossa conta e todo sou vosso .... Para o que vos ofereço desde agora todos os meus pensamentos, palavras e obras, e tudo o mais meritório que fizer e indulgências que ganhar, para que apresenteis junto com os vossos merecimentos a vosso Filho Santíssimo, dispondo vós de todos eles conforme for vossa vontade ... . Sejam também meus intercessores o Arcanjo São Gabriel, e o Anjo da minha guarda, e todos os mais Anjos, de todos os coros Angélicos, ê todos os Santos e Bem-aventurados, principalmente meu pai São Francisco, digo, primeiramente os gloriosos Santos vossos pais e esposo, meu pai São Francisco, Santa Águeda, o Santo do meu nom e, São Pedro de

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Alcântara, Santa Gértrudes, meu pai São Domingos, São Tiago Apóstolo, São Benedito, os Reis Magos, São Jerônimo, Santa Teresa, São Francisco de Borja, a minha Mãe Isabel, e Irmãos, e parentes e amigos, se é que todos gozam da vossa vista, como o espero e piamente suponho, e a todos os mais que é vossa vontade que eu peça em particular. E rogo a todos estes referidos Santos que orem a vós por mim, e me sirvam e/e testemunhas irrefragáveis desta minha filial entrega e escravidão. E para que conste que esta minha determinação foi feita em meu perfeito juízo faço esta Cédula de minha própria letra, e assinada com o sangue de meu peito. Hoj e, dia do patrocínio de minha Senhora e Mãe de Deus, 9 de novembro de 1766. De minha Senhora Maria Santíssima indigno servo. a) Frei Antônio de Sant'Anna".

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alcunha de "o Carvoeiro" 3. Em redor da capela viveram eit~rhitas, ao longo de todo o sé©u lo XVII e nas três primeiras décadas do século XVIII. Depois, a capela foi sendo relegada ao abandono, até que a restaurou o nobre Morgado de Mateus, com a finalidade de a consagrar ao culto de Nossa Senhora dos Prazeres e ele nela instituir adoração perpétua cio Santíssimo Sacramento. Autorizada por Frei Galvão, a Irmã Helena escreveu, em novembro de 1773, uma carta reservada ao Governador, expondo seus planos e pedindo apoio. No mês seguinte o Governador respondeu, concedendo seu beneplácito e comprometendo-se a arcar com todos os gastos da instalação, mediante algumas condições: que no recolhimento houvesse Laus perenne (louvor perene) ao Santíssimo Sacramento; que a padroeira dele fosse Nossa Senhora sob o título cios Prazeres; que nele se rezasse pela salvação eterna dele e de sua família, e para que sempre procedesse com acerto no serviço de Deus, cio Rei, e cio Povo pelo qual tinha responsabilidades. D. Luiz Antonio viu, na instituição cio Recolhimento, um meio ele realizar seus planos pessoais, com relação às duas devoções ele sua família. E procurou habilmente conciliar seus planos com os ela Irmã Helena. Maior habilidade ainda mostraria mais tarde na forma de comunicar ao governo pombalino a notícia de que algumas senhoras de São Paulo se tinham reunido para viver numa casa de retiro, com.o se fossem religiosas. Não se tratava de vicia rei igiosa propriamente dita, já que as senhoras não tinham votos e poderiam, quando quisessem , retornar às suas famílias.

Astúcia do Governador salva o convento Essa comunicação, D. Luiz Antonio a fez a posteriori, ele passagem, num relatório oficial, em meio a outros muitos assuntos ele governo. Quando chegou ele Lisboa a resposta ao relatório, nenhuma palavra havia sobre o Reco26

CATO L I

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Setembro

Placa comemorativa do bicentenário do nascimento do novo Bem-aventurado (31 -12-1939)

lhimento ... Era precisamente o que o Governador esperava: tacitamente, estava confirmada por Lisboa a autorização que ele dera. Já antes dessa confirmação, Irmã Helena, que passou a usar o nome ele Madre Helena Maria do Espírito Santo, juntame nte com oito jovens, se haviam recolhido à ermida da Luz, no dia 2 de fevereiro de 1774. A idéia inicial de Madre Helena é que vivessem segundo a regra de Santa Teresa. Mas, como já havia outro Recolhimento carmelita na cidade, o novo Bispo, o franciscano Dom Frei Manoel da Ressurreição, que chegou a São Paulo em março de 1774, preferiu que seguissem a espiritualidade da Ordem Concepcionista, ao que elas acederam de boa vontade. O Morgado de Mateus providenciou também a doação para o Recolhimento, pela Câmara Municipal de São Paulo, de amplos terrenos nos arredores da ermida. E instituiu, com a finalidade de promover com esplendor a festa de Nossa Senhora cios Prazeres, a Irmandade da Nobreza, a qual seria constituída pelos Governadores e congregaria os membros do governo e os militares de mais alta patente da Capitania. Essa ir<fe

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rnandade, cuja alta função social foi salientada pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira4, perdurou até 1890. U rn ano após a instalação do Reco lhi rnento, em fevereiro de 1775, as recolhidas, que viviam em grande pobreza e na maior austeridade, tiveram a tristeza ele perder sua fundadora, fa lecida em odor de santidade. Foi um duro go lpe para a comunidade que ainda dava seus primeiros passos. Mais duro ainda foi o golpe que sofreu em junho do mesmo ano. O Morgado de Mateus, protetor do Recolhimento, concluiu seu fecundo governo em São Paulo e foi substituído por Martim Lopes de Saldanha - que, contrariamente a seu antecessor, deixou péssima recordação na história de São Paulo. Um cios primeiros atos do novo Governador - ao que parece inimigo pessoal do Morgado de Mateus - foi exigir do Bispo que fechasse o Recolhimento. O Prelado teve a fraqueza de ceder, e no dia 29 de junho, Festa de São Pedro, Frei Galvão, obedecendo à ordem episcopal, celebrou Missa na Ermida, distribuiu a Santa Comunhão às religiosas e demais presentes, e depois, com urna tranqüi lidade de ânimo que demonstrava o extremo domínio que tinha sobre si mesmo, anunciou às recolhidas que o estabelecimento, por ordem superior, deveria ser fechado, podendo e las se retirar para as casas de suas famílias.

Aspecto do exterior do Mosteiro da Luz, na capital paulista

Passou-se então, naquele local , urna elas mais belas páginas da história paulista: com exceção de três que saíram, todas as outras sete religiosas resolveram, heroicamente, ficar dentro do Recolhimento fechado (a ordem fora fechá-lo, não fora abandoná-lo ... ), à espera de urna intervenção da Providência. Ali permaneceram mais de um mês, em sublime resistência, entre privações sem nome e também - foi a contrapartida da Providência - sendo prodigiosamente mantidas por Ela: As Crônicas do Mosteiro registram esses heróicos tempos: "Foram imensos os trabalhos, fomes e misérias que passaram. aquelas que com um.a constância heróica se resolveram. a.ficar .... Com.iam sem.farinha, sem sal, inteiramente entregues à Providência, póis até as pessoas da cidade que faziam algum.as esmolas ao Recolhimento ignoravam. que elas existissem. mais ali, crendo que todas tinham. saído, pois viam todas as portas fechadas, e nenhum sinal ele existir ali criatura viva. "Deus, porém, cuja Providência vela especialmente sobre aqueles que

O servem com constância, manifestou então seu amor, sustentando-as com a sua graça, e dispensando alguns milagres, entre os quais referiremos dois mais especiais. "O primeiro foi que, tendo eslaclo o tempo seco por alguns dias e faltando portanto inteiramente água, num dia sereno e claro, resolveram-se as Religiosas a implorar a clemência divina, e

reunindo-se no Coro, começaram a orar com.fervor; imediatamente cobriu-se o céu de nuvens, começou a trovejat; caiu uma pancada ele água, quanto era necessário para encher as talhas e mais vasos que havia na casa, e logo que estes foram cheios, cessou a chuva. "Outro foi que, havendo na casa um pé de morangas, o qual continuamente era despojado dasfolhas tenras e grelos

Resignação e resistência heróica dentro da obediência O respeito às autoridades constituídas, ainda quando ordenam algo que nos desagrada, é característica da verdadeira santidade. Nenhuma murmuração, nenhuma palavra de revolta ouviram as religiosas daquele varão que via, de um momento para o outro, ser injusta e arbitrariamente destruída a obra a que se dedicara com tanto ardor.

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Lápide da sepultura do novo Beato, capela do Mosteiro da Luz. Sobre ela, a frase latina: "Aqui jaz Frei Antônio de Sant'Anna HIC JAG :f

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que brotavam, em razão da grande.fome e.falta de outros alirnentos, não obstante isto prosperou, e estendeu-se tanto, e no tempo próprio produziu tanta abundância de frutos, que as Religiosas não podendo dar consumo a todos .... até viram-se na necessidade de deixar apodrecer grande parte das morangas. " Porém Deus Nosso Senhor não as deixou por muito tempo neste abandono, pois tendo o Exmo. Sr. Bispo restituído as coisas ao antigo estado, o novo estabelecimento começou a prosperar" 5 .

Socorro da Providência Divina: apoio do Vice-Rei Afinal, chegam do Rio de Janeiro cartas do Vice-Rei Marquês do Lavradio, sob cuja autoridade estava o Governador de São Paulo. O Vice-Rei, ao qual Martim Lopes comunicara ter mandado fechar o recolhimento irregularmente permitido pela adm ini stração anterior, não o apoiou, mas pelo contrário o censurou e deu ordem para que deixasse as recolhidas em paz. Certa vez Martim Lopes condenou à morte, injustamente, um soldado. A injustiça da condenação era flagrante, e o Beato uniu sua voz à de inúmeras outras pessoas que defendiam o acusado. Sem embargo disso, Martim Lopes fez 28

Galvão, ínclito fundador e diretor deste Mosteiro, tendo sempre em suas mãos a própria alma, placidamente dormiu no Senhor no dia 23 de dezembro de 1822"

CATOLIC I SMO

executar sua sentença e condenou o Beato à pena de exílio: deu-lhe ordem de que partisse imedi atamente para o Rio de Janeiro. O Beato, sempre respeitoso das autoridades constituídas, obedeceu e pôs-se a caminho. Mas, nem bem se afastara da cidade quando recebeu aviso de que podia voltar, pois o Governador cancelara a arbitrária ordem. Na realidade, o que acontecera é que a população de São Pau lo, revoltada pelo fato de estar sendo expulso o religioso que todos admiravam como santo, cercara ameaçadoramente a residência do Governador e o obrigara a, mais uma vez, voltar atrás. Desde a partida de Martim Lopes, ocorrida em 1782, nunca mai s o Mosteiro da Luz e seu egrégio fundador sofre ram qualquer espécie de dificuldades por parte do poder público. O Beato pôde, então, co nsagrar-se por inteirn a duas tarefas ingentes. Em primeiro lugar, a de fo rmar na virtude e na piedade as reli giosas da Luz, dando- lhes um estatuto de vida que, com algumas adaptações, elas seguiram até 1929, quando finalmente, após um processo canônico, o Recolhimento ela Luz foi regularmente incorporado à Ordem Concepcionista.

o mosteiro. Desde o início as reli giosas levavam sua vida consagrada em condições precárias, mas pouco a pouco o Beato foi ed ifi cando o mosteiro magnífico que ainda hoje vemos. Nessa obra, ele foi o arquiteto, o engenheiro, o mestre de obras e, muitas vezes, o trabalhador manual. Era quem dirigia os numerosos escravos que trabalhavam na obra, aproveitando a ocasião para fazer bem às almas cios pobres negros. Quando mo1Teu, em 1822, ainda faltava edificar a torre da capela. Mas, na minúscula ce la que, com autorização de seus superiores, ele passara a ocupar no Recolhimento da Luz (sua saúde combalidajá não lhe permitia, como antes, ir a pé diariamente do Convento de São Francisco, onde residia, até a Luz), deixou dese nhado na parede o projeto arquitetônico que concebera para a torre. O Mosteiro da Luz até hoje desperta admiração dos visitantes, pela beleza de suas linhas e pela solidez ele sua construção. Assim o quis o Beato. Era paupérrimo em tudo o que lhe dizia respeito, como di gno filho de São Francisco, e zelava para que as reli giosas manti vessem o mesmo espírito de pobreza. Mas, na hora de construir a casa de Deus, não fazia economi as . Queria tudo da melhor qualidade, em tudo deixava a marca de seu bom gosto. Essas atividades o Beato precisou conjugar com funções de alta responsabilidade na Ordem Franciscana (foi mais de uma vez Guardião, isto é, superior, de seu convento), e com o apostolado contínuo que sempre realizou em São Paulo e em muitas localidades cio interior.

Dons sobrenaturais em vida - Numerosos prodígios post-mortem

Frei Galvão: engenheiro, mestre de obras e trabalhador manual

Foi favorecido com graças místicas extraordinárias: bilocação, levitação, etc. Era público e notório que, por privilégio divino, freqüentemente lia no segredo das consciências. Realizou cu-

Outra tarefa não pequena, a que o Beato dedicou, no total , 48 anos de esforços contínuos, foi edificar a capela e

Acima: Prato que foi utilizado por Fl'ei Galvão - Museu Frei Galvão, G11arating11etá

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ras extraordinárias, por vezes valendose das famosas "pílulas de Frei Galvão", que ensinou as freiras a fazer e que, até nossos dias, obtêm curas maravilhosas (ver quadro à p. 27). Quando morreu, foi sepultado na capela da Luz, onde até hoj e seu sepulcro é procurado por fiéis das mais diversas condições que recorrem a ele, confiantes ele encontrar no admirável franciscano, que goza ela Bem-aventurança eterna, a mesma bondade acolhe-

dora que sempre encontraram, enquanto vivia com seus contemporâneos. Entre 1930 e 1990, o Mosteiro da Luz recebeu relatos escritos de nada menos de 23.929 graças alcançadas pela intercessão de Frei Galvão, sendo 7 .028 curas, 2.702 partos bem sucedidos, 332 casos de pedras de rins, 123 conversões e 13.744 casos de outras graças. O processo de beatificação, aberto em 1938, após quatro fases chega agora a seu feliz termo.

Visão da fachada do Seminário Frei Galvão, da Ordem Franciscana, futuro Centro de Peregrinação, Guaratinguetá

Tem início o caminho para a canonização, após a qual Frei Galvão poderá receber o culto da Igreja universal. Invoquemos com confiança o Beato, em nossas aflições e necess idades. Quem sabe, Deus não estará à es pera de um pedido nosso para fazer o milagre necessário para a canonização? 6 ♦

Notas:

Fontes de referência:

1. A famíli a do novo Beato podia ser, com justiça, considerada integrante da chamada Nobreza da rerra (Cf. Plín io Corrêa ele Oli veira, Nobre za e elites rradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Parriciado e à Nobreza 1v 111ana, Livraria C ivi lização Ed itora, Porto, 1992, Apêndice 1). 2. Mari ste la, Frei Galvüo - Bandeiranre de Cristo, Mosteiro ela Imaculada Co nceição da Lu z, São Paul o, 2a. ed., 1978. 3. Domingos Luiz, que devia sua alc unha ao fato ele ser natural ela fregues ia de Santa Maria da Ca rvoeira, cm Marinhota, Portuga l, é antepassado direto do Prof. Plínio Corrêa de O liveira. 4. Cf. "Fo lha de S. Paulo", 4-8-74. 5. C rônica - lº Tomo: 1774 a 27 de agosto de 194 1 - transcrito na Biografia Documentada de Frei Galvão , Capítul o Sexto, doe . 3. 6. Quaisquer g raças obtidas deve m ser comuni cadas ao Mosteiro ela Imaculada Conceição ela Luz, Av. Tiradentes, 676, CEP 0 1102-000, São Pau lo - SP) .

Este artigo é baseado quase exc lu sivamente na Biografia Documentada de Frei Galvão, constante do volume li da " Posiçüo sobre a vida, as virrudes e a{a111a de santidade" utili zada e m seu processo de beatificação. É documento acess ível a qualquer le itor brasi le iro, pois sua tradução, ele autori a da lrmã Cé lia Cadorin , Postu ladora da Ca usa de Beatificação de Frei Ga lvão, acaba de ser editada c m São Pau lo, pelas Ed ições Loyola. Es tá à venda no próprio Mosteiro da Luz. Serv iram também à redação dele c inco artigos que o Prof. Plínio Corrêa ele O liveira publicou na "Folha de S. Paulo", so bre Frei Galvão e Madre Hel ena Maria cio Espírito Santo, fundadores do Convento da Luz, intitul ados respec ti vamente: Ncio leiam ou leiam 111 eu próximo artigo (2 l -7-74); A nu.vem, a onça e o mancebo (28 -7-74); Ca rásrrofe, 111/cio e durabilidade (4-8-74); Resistência na São Paulo colonial (22-12-74) e Co11sag raçcio, liberdade suprema (29- 12-74).

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Ruínas do Forum Romano: neste conjunto de edifícios, na Roma antiga, desde a época republicana desenvolvia-se a vida pública do Estado romano, na qual ocupava papel saliente organismos como as gentes

a seção de S.O.S Família ela edição anterior, publi camo s alguns trechos escolhidos cio livro O Espírito Familiar no Lar, na Cidade e no Esta do, de autoria de Mons. Henri Delassus ( 1836-1921 ), sobre o desíg nio do Divino Criador para a instituição fami liar, na gênese da Civilização. Em continuação, o escritor cató lico antimodernista nos faz ver que os Estados, à medida que espelham, em ponto maior, a famíli a bem constituída, florescem ; e à medida que e les se afastam desse princípio, descambam para o caos.

te era assim, e o que o demonstra de modo sensível é que os recenseamentos populacionais ncio contavam as pessoas, mas os fogos, isto é, os lares. Cada lar era considerado o cenlro de uma família , e cada família era, dentro do Estado, tanto uma unidade política e jurídica, quanto econômica. "Buisson qfirmou: 'O dever da Revolução é emancipar o indivíduo, a pessoa humana, célula elementar orgânica da soc iedade'. É bem essa, com efeito, a tarefa que a Revolução se impôs, mas que condu z a nada menos que desorganizar a sociedade e dissolvê-la. O indi* * * víduo é apenas um elemento dentro des"A.família não é apenas o elemento sa célula orgânica da sociedade, que é primeiro de todo Estado, mas o seu elemento constitutivo, de tal modo que a . a .família. Separar os seus elementos, sociedade regular - tal como ela exis- fa zer o individualismo, é destruir-lhe a te - não se compõe de indivíduos, mas vida, é torná-la impotente para preende famílias. Atualmente só os indivídu- cher seu papel na constituiçcio do ser os contam, e o Estado só reconhece cisocial, como o.faria, nos seres vivos, a dadãos isolados. Isto é contrário à ordissociação dos elementos da célula dem natural. Como disse muito bem vegetal ou animal. Savigny, 'o Estado, uma vez formado, "Isso era tão bem compreendido em Roma, que o Estado romano primitivo tem por e lementos constitutivos as fasó conhecia as gentes, e para se ter uma mílias, não os indivíduos' . Antigamen-

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situação legal era necessário ser membro de uma dessas corporações. Diz Flach: 'O fi lho de famí li a emancipado, o escravo liberto, os estrangeiros vindos a Roma à procura de asilo, deviam se submeter a um chefe ele famíl ia'. "Da mesma forma na França, du rante a alta Idade Média: 'Nenhum lugar para o homem isolado - diz o mesmo autor. Se uma família vem a decair ou a se dissolver, os elementos que a compõem elevem se agregar a uma outra. Não encontrar tal asilo significa a morte'. Em todos os luga res a família é, nas boas épocas da história dos po vos, aquilo em que a democracia ( *), para nossa desgraça, transformou o indivíduo: a unidade social.

As famílias são os pilares dos Estados "Reencontramos aqui as grandes leis que Deus estabeleceu por meio da criação do homem, na sociedade primitiva, a fim de que elas continuassem a reger todas as sociedades humanas, qualquer que seja o desenvolvimento que elas adquiram.

"Se ex istem le is para as formigas e abelhas - diz de Bonald -, como é possível pensar que não haja lei s para asociedade humana, e que ela tenha sido abandonada aos seus próprios caprichos? Rousseau pensou assim, e se pôs a formular para os Estados leis diferentes das que lhe deu o Criador. E os democratas, seus discípulos, esforçando-se para aplicar suas lições - e estabelecer nos Estados a igualdade, oposta à hierarquia, a liberdade, oposta à autoridade, a independência recíproca, oposta à união -, não podem senão destruí-la, e destruí-la pela base. "Se os povos são constituídos apenas de famílias vivas, e se as leis impostas por Deus à.família devem ser as de toda a sociedade, é necessário aos Estados reproduzir em si algo daquele prim.eiro tipo. Todos os estudiosos estão de acordo sobre este ponto. Os gregos e os romanos - diz o Pe. Fleury - , tão renomados pela sabedoria deste mundo, ensinavam a política governando as famílias. A família é uma imagem do Estado em ponto pequeno. É sempre conduzi r os homens vivencio em sociedade (Opuscules I, p. 292). "Segundo diz Jean Bodin no segundo capítulo do primeiro livro da sua obra: a mesnage é um direito governativo de vários indivíduos, sob obediência a um chefe de famíli a. A república é um direito governativo de várias mesnages, e do que lhes é comum, com poder soberano. É impossível que a república valha alguma coisa se as famílias, que lhe são os pilares, são mal fundadas. "Leão XIII ensina do mesmo modo: A família é o berço ela sociedade civi l, e é dentro desse círculo doméstico que se prepara, cm grande parte, o destino dos Estados. (Sapientia e ch.ristiana). Em outro local, afirma: A sociedade familiar contém e fortifica os princípi os e, por assim dizer, os melhores elementos ela vida social. Portanto, é disso que depende em grande parte a tranqüi lidade e prosperidade das nações. ( Quod multum). É com razão, portanto, que de Brmald diz: Quando as leis da socieda-

ele dos homens são esquecidas pela sociedade política, e las se reencontram na soc iedade doméstica ...." .

Rei: pai dos pais - Pai: rei dos filhos "Vio lle t, na sua Histoire eles Constitutions de la France, defuúu assún o caráter da nossa an tiRa monarquia [até a Revolução Francesa]: A autoridade do rei era quase a do pai de família . Também o poder patriarcal e o poder real são, na sua origem, parentes muito próximos . Voltando ao mesm.o

Num regime político - como o era a monarquia anterior à Revolução Francesa - essencialmente familiar, em que os reis eram paternos, os pais de família, no interior delas, comparavam-se a um rei. O desenho acima bem ilustra essa vinculação mesmo num lar modesto, no qual o pai exercia um poder como que régio sobre os membros da família

assunto em outro local, ele repete: É manifesto que o rei dese mpenha o papel el e um chefe de família patriarcal. "Como o pai ele família, o rei era no re ino a fonte de toda justiça. Summum justitiae caput .... Este é o papel mais importante do rei: ele é o justiceiro pac/ficador, o apaziguador das discórdias, o guardião das lib<!'rdades e da pa z pública, que veio a chamar-se a paz do rei. Além disso, o rei fa zia a justiça de modo diferente, ouvindo as reclamações como um senhor aos seus vassalos, como um pai aos seus filhos .... "É bem vetdadeira a observação de Fun ck-Brentano: Nada é mai s difícil

para um espírito moderno cio que compreender o que eram, na antiga França, a personalidade real e os sentimentos pelos quais os súditos lhe estavam uni dos. Dizia-se comumente que o rei era o pai de seus súditos. Estas palavras correspondem a um sentimento real e concreto, tanto da parte do soberano com.o da nação. La Bruyere, que prje sempre tanta precisão no que diz, afirma: Chamar o rei de pai cio povo é menos um e logio do que uma definição. E Tocqueville afirma: A nação tinha pelo rei , ao mesmo tempo, a ternura que se tem por um pai e o respeito que só se deve a Deus. "Escrevendo sobre afunçcio da realeza francesa, na Reforma Social, ele 1º de novembro de 1904, Fu.nck-Brentano afirmou: Originariamente pai de família, o rei morava na alma popular, vagamente e sem que ela disso se apercebesse, como o pai junto ao qual se vai procurar apoio e abrigo. Para ele, ao longo dos sécu los, se voltaram instintivamente os olhares em caso de desgraça ou necessidade .... "Com efeito, toda socieda de que conserva o espírito familiar prospera por assim di zer necessariamente, pelo fato de permanecer submissa à lei da natureza. Nada na História - diz FunckBrentano - jamais negou esta lei geral: Enquanto uma nação se governa de acordo com os princípios constitutivos da família, e la floresce; a partir do dia em que se afasta dessas tradições que a criaram, a ruína está próxima. Aquilo que serve para fundar as nações serve ♦ também para sustentá-las".

Nota da Redação: As críticas que neste tex to se fa zem à "democracia" e aos "democratas" deve m ser enlcnd iclas, cv idcnLcmcntc, no sentido da democrac ia revo lu cionária , baseada nos princípi os igualitári os e liberai s da Revo lução Francesa, co mo o são, ele modo gera l, as democraci as moderna s. Não da democraci a enquanto forma de govern o cm tese, que Santo Tomás de Aquino qua lifi ca co mo uma das formas

legítimas de governo, nem da democracia orgânica. Aos lei tores legitimamente desejosos de aprofundar

as diíercnças entre democrac ia orgâ nica e democracia revo lucionária aconselhamos a leitura da magnífi ca obra de Plíni o Corrêa de O li veira, "Nobreza e Elites Tradicionais A11álof(as 11as Alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Ro111a11a ", especial mente o capítulo Ili.

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São Miguel Arcanjo

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São João-Gabriel Perboyre, Mártir. + China, 1840. Depois ele haver trabalhado na

Aparição de Nossa Senhora em La Salette (França)

Beato Hermano Contractu~ Confessor.

formação da juventude em várias escolas católicas da França, foi enviado para a missão ela Chi na. Deus atendeu seu pedido, concedendolhe a graça cio martírio numa inesperada perseguição. Padeceu os mai s terríveis tormentos até ser estrangulado numa cruz.

Em l846 apareceu Nossa Senhora a dois pastorinhos, Maximino e Melânia, recomendando a oração quotidiana e a santificação dos domingos.

+ Baden, 1054. Filho de Condes, vítima de um traumatismo obstetrícia ao nascer, teve que ser

12 SANTÍSSIMO NOME DE MARIA

1 Santa Margarida de Rieli, Virgem.

Santa Pulquéria

+ Florença, 1770. De abastada família, grande mística, entrou para o Carmelo aos 19 anos, vindo a fa lecer aos 23 incompletos. Pelo seu empenho em não aparecer, fico u conhecida como a Santa da Vida Oculta, tornando-se em pouco tempo a realização mais pura e perfeita do ideal teresiano.

São Bertino

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14 EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

+ Stavelot, 664. Natural da Aquitânia, em sua

juventude conve1teu Bourges num centro ele vicia c1istã e ele piedade. Santo Elói, ministro do rei merovíngio Dagoberto, indicou-o para a Sé ele Maastricht, cujos cristãos eram tão bárbaros que assassinavam seus Pastores. Para apaziguá-los, Remáculo convenceu o Rei de que a solução seria estabelecer lá vários mosteiros. Foi o que fez, fundando as Abadias ele Malmedy e de Stavelot. Assim, pôde governar sua Diocese durante 12 anos, retirando-se para Stavelot onde faleceu .

Patriarca Moisés, Profeta. + Palestina, séc. XIII A.C. "Recebeu de Deus... a missão de libertar o povo de Isra el oprimido no Eg ito pelo Faraó . ... Fala va com Deusfacea-face como se fala a um amigo. Mediador da Lei solenemente promulgada por ocasião da teofania do monte Sinai, deu testemunho a Cristo, Mediador da nova e eterna Aliança, por ocasião da Tran4iguração, no Monte Tabor"

(cio Martirológio Romano -

Monástico).

5 São Bertino, Confessor.

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+ Luxeuil (França), 700. Este patriarca fundou com Santo Homero (vide dia 9) a Abadia de Luxeuil, da qual 22 monges foram elevados às

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+ Borgonha. Seu culto na Borgonha "é documentado desde o século V por uma basílica edificada sobre seu sarcófago. Uma tradição designa assim o lugar de Alésia: Aqui Césa r vence u a Gália; aqui, uma virgem venceu César" (cio Martirológio Romano-Monástico).

8 NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA

9 Santo Homero, Bispo e Co11fessor. + Países Baixos, séc. VII. Com Sã0Be1tino (vide dia 5), fundou a Abadia de Luxeuil ao redor da qual nasceu a cidade que tomou seu nome. Evangelizou as regiões do Artois e Flandres, tendo fundado a Sé episcopal de Thérouanne.

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4

São Remáculo

dadeiros pastores, of ereceram suas vidas por seus rebanhos durante a perseguição do rei Hun erico" (do Martirológio Romano).

+ Síria, séc. IV. "Jovem cristão de 20 anos,

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1-., '

+ África, séc. VI. Estes Prelados, "como ver-

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São Remáculo, Bispo e Confessor.

S. João-Gabriel Perboyre

Seis Bispos Africanos, Mártires.

+ França, 627 . Primeiro eremita, entrou depois para o mosteiro de Luxeuil, de onde saiu com São Romárico para fundar o mosteiro dúp lice de Remiremont. Estabeleceu entre as monjas o ofício perpétuo, dividindo-as em sete coros que se revezavam dia e noite, cantando o louvor divino.

Santa Regina de Alésia, Virgem e Mártir.

Martirológio Romano - Monástico).

Santa Catarina de Gênova

6

13 Santo Amado, Co11fessor.

Santo Antônio, Mártir. cortador de pedras por profissão, quebrou em pedaços ídolos pagãos. Por esse motivo, f oi condenado a morrer na própria construção de uma igreja em que estava trabalhando" (do

Nossa Senhora das Dores

honras cios altares. Depois de efetuar muitas viagens, fundando outros mosteiros, faleceu mais que centenário rodeado de seus monges.

Sa11ta PukJuéria Imperatriz, Viúva. + Bizâncio, 453. Batizada por São João Crisóstomo, ainda jovem fez, com suas du as irmãs mais novas, o voto ele virgindade. Aos 15 anos sucedeu ao pai em lugar do irmão, Teodósio II, dois anos mais moço. Raras vezes viu-se tanta prudência e tamanha precocidade. Tendo que se afastar da Corte devido aos ciúmes da cunhada, a ela voltou a pedido do Papa São Leão, a fim de combater as heresias de Eutiques. Com a morte do irmão, tornou-se imperatri z , casando-se, para estabelecer sua autoridade, com o ge neral Marciano, com quem viveu em continência. Perseguiu os partidários dos hereges Nestório e Eutiques, tendo obrigado Átila a afastar-se elas fronteiras cio Império Bizantino.

15 NOSSA SENHORA DAS DORES ♦

Santa Catarina de Gê11ova, Viúva. + 15 1O. "Depois de seu casamento levou vida dissipada, mas, tocada pela graça, consagrou-se ao serviço dos doentes. Enviuvando, dedicou-se inteiramente a Deus, sendo favorecida com muitas graças místicas, e viu discípulos agruparemse ao seu redor (cio Martirológio Romano).

16 Santa Edite, Virgem. + Wilton (Inglaterra) "Filha do rei da Inglaterra, Edgar. Con.l'Clgrada a Deus desde a mais tenra infância (no mosteiro de Santa Maria, em Wilton), morreu aos 23 anos pranteada unanimemente por suas irmãs, tanto por suas graças naturais como pelas sobrenaturais" (do

Martirológio Romano - Monástico).

17 Santa Hildegarda, Virgem. (Vicie Seção Vidas de Santos, p. 34)

20 Santos Eustáquio e Companheiros, Mártires. + Roma, 120. Eustáquio foi um cios maiores generais do exército romano imperial e notável por sua caridade, apesar de pagão. Numa caçada, o cervo que perseguia voltou-se para ele com uma cruz entre os chifres. Eustáquio converteu-se e sofreu o martíri o com a esposa e doi s fi lhos, assados dentro ele enorme estátua de metal aquecida.

21 São Castor, Bispo e Confessor. Apt (Fra nça) séc. V. Bispo de Apt, localidade próxima de Avinhão, foi um incentivador ela vida monástica. Pediu ao famoso anacoreta Cassiano que lhe escrevesse sobre os exercícios e usos monásticos da Tebaicla, no Egito, a fim de ap licá- los no co nvento de São Faustino, que fundara . Foi um dos Bispos nomeados pelo Papa São Bonifácio l para julgar o Bispo de Valence.

26 Santa Teresa Courdec, Virgem. + Lião, 1885. Fundadora da Congregação de

Nossa Senhora do Cenáculo, dedicada à obra cios retiros es pirituais para senhoras, sofreu toda sorte de humilhações, ingratidões, riva lidades, sendo mesmo destituída do cargo de Superiora da obra que fundara, sendo-lhe negado o título de Fundadora.

27 Santos Adu{fo e João, Mártires. + Córdoba, 852. Filhos ele pai maometano de

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alta estirpe de Sevi lha e de mãe cri stã, que os criou na verdadeira Religião. Com a morte do ma.rido, esta resolveu mudar-se com os fi lhos para Córdoba, onde os cristãos gozavam de liberdade. Os parentes paternos, como não con-

Santo Emera,w, Bispo e Mártir.

segui ssem persuadir seus consangüíneos a

+ Alemanha, séc. VII. Apóstolo da Baviera, foi martirizado pelos pagãos. Sobre o seu túmulo foi erg uida a Abadia beneditina de Kleinchelfenclorf, que se tornou lugar ele peregrinação.

abraçar sua seita, denunciaram os dois rapazes ao governador islâmico, que os fez executar.

28 Sa11ta Eustóquia, Virgem. + Palestina, 4 18. Virgem romana que, com sua

23 Santa Tecla, Virgem e Mártir. + Selêucia (Turq uia), séc. l . Convertida por São Paulo, sofreu inúmeras perseguições para conservm seu voto de virgindade, saindo incólume do tormento ela fogue ira, cios leões e das serpentes. Embora depois disso a tenham deixado livre, ela é considerada pelos Padres da Igreja como a "primeira das mulheres mártires" e "semelhante aos Apóstolos" (cio Marti ro lógio Romano).

mãe Paula, mudou-se para a Palestina a fim de se tornarem religiosas sob a direção ele São Jerô nimo. Elas se sucederam na direção cio mosteiro de Belém, onde o estudo e a meditação das Sagradas Escrituras eram especialmente observados.

29 Arca11jos Migue~ Gabriel e Rafael

30 Sa11to Honório, Bispo e Confessor. + Cantuária, 653. Discípulo e sucessor ele Santo

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Nossa Se11hora das Mercês

Beato João Macias, Co11fessor.

São Pedro Nolasco fundou, por inspiração da Virgem Santíssima, a Ordem das Mercês ou da Redenção dos Cativos, para resgatar cristãos da Península Ibérica escrav izados pelos mouros. O Breviário Romano mencionava que

+ Lima, 1645 . Conte mporâ neo ele São Martinho de Porres e, como ele, dominicano, embora em outro convento ele Lim a. Foi perfeitíssimo em todas as virtudes, principalmente obediência e pureza . Desde menino foi protegido por São João Evangelista. Operou vários milagres em vida e seu corpo mereceu a honra da incorruptibi lidade.

carregado no colo durante toda sua vida. Dai o cognome de Contractus ou Entrevado. Mas a Providência compensou essa lacuna corporal com dons ele inteligência que lhe mereceram outro cognome: o de Maravilha do século, por sua ciência e virtude. É também chamado de o Cantor da Virgem, por ter composto o Ave Ma ris Stella e várias seqüências em louvor ela Mãe de Deus.

"foi com o fim de agradecer a Deus e à Santíssima Virgem os beneficias de tal Instituição que se estabeleceu a festa de Nossa Senhora das Mercês" .

CATO LI

Agostinho na Sé de Cantuária, seguiu-lhe os passos na evangelização dos anglo-saxões. Nota * Como em cada dia é comemorado mais de um

santo, aqueles focalizados no calendário dos diversos meses deste ano podem não ser os mesmos que foram tratados nos mesmos dias do ano passado. Porém, isso facilitará aos nossos leitores o conhecimento de dados a respeito da vida de um maior número deles.

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Santa Hildegarda (1098 -

1998):

luz ani111ada pela inspiração divina Cresce em todo o mundo o interesse pela apaixonante vida dessa que foi uma das maiores Santas da Alemanha na Idade Média, reunindo ao mesmo tempo as qualidades de mística, profetiza, escritora, pregadora, conselheira, médica e compositora. Atílio Faoro Correspondente

Alemanha

Frankfurt -Após nove séculos, continua viva na memória dos católicos, especialmente os alemães, essa grande Santa - São Bernardo chamou-a luz animada pela inspiração divina- , que aconselhava Papas, Bispos e Imperadores. Neste nono centenário do nascimento da grande místi ca do sécu lo XII, vários estudos e publicações sob re sua vida e obra têm sido editados na Alemanha. Catolicismo, não poderia deixar de abordar esse importante tema na seção Vida de Santos, tendo em vista que a festa litúrgica de Santa Hildegarda comemora-se a 17 do corrente.

* * * Estamos no ano de 1097. A Cristandade, Oriente e Oc idente unidos, está dominada por um só pensamento: libertar a Terra Santa! Reinos católicos inteiros engajamse numa enorme mobilização que ficará conhecida na História como as Cruzadas. Há pouco, em 1095, multidões tinham aclamado com entusiasmo o Papa Urbano II que, em Clermont-Ferrant, França, havia exortado os cristãos a socorrer seus irmãos oprimidos em Jerusalém. Após um período de confusão e desordens, uma nova

era de fervor religioso parece começar. Em 1098, o monge beneditino Robert de Solesmes funda a Abadia de Citeaux, como resultado da reforma gregoriana. Desta abadia sairá o monge Bernardo, que funda por sua vez, em 1115, a Abadia de Claraval. Ela atrairá tantas vocações que, na morte deste campeão da Cristandade, em 1153, a Ordem de Citeaux contará com 343 mosteiros, dos quais 167 saídos de Claraval. Os cartuxos, fundados por São Brun o em 1104, e os premontratenses, fundados por São Norberto, são outros sintomas do fervor religioso que anima esta época.

Menina predestinada de origem nobre Neste mundo assim florescente e em ebulição, no ano de I 098, nasce uma menina que recebe o nome de Hildegarde von Bingen. Seus pais, Hildeberto e Matilde, provavelmente originários de Bermerschein, no Condado de Spanheim, pertencem à nobreza local do Palatinado. "Aos três anos de idade eu vi uma tal luz que incendiava minha alma. Aos oito anos, consagrei-me a Deus e até os 15 anos eu via em minha alma muitas coisas que escondia dos outros, pois notava que eles não tinham este tipo de visões." Assim começa a vida mística de Santa Nota: A bela ilustração ac ima de Santa Hi lclegarela é uma reprodução ele foLOgrafia publicada na rev ista "CD C lassic", ele feve rei ro ele 1998, editada cm S. Pau lo, tendo sido aquela autori zada por seu Ed i tor, Sr. José Roberto Prazeres.

Hildegarda, que aos oito anos foi confiada a um mosteiro, veitar a presença do Papa Eugên io III em Trier, onde, em para ali ser educada - prática que era comum naquela l 147, deve reunir-se um Sínodo preparatório do Concíl io época. O mosteiro escolhido fo i o de Disibodensberg, onde de Reims. O cenário é grandioso. Trier, a cidade do Impevivia uma religiosa de nome Jutta, filha do Conde de rador Constantino, que ali residiu com sua mãe Santa HeSpanheim , que tomou a si o encargo de cuidar dessa melena até o ano 316. O Papa - um cisterciense de Claraval, nina que dava sinais de uma grande vocação. formado por São Bernardo - reunia Cardeais, Bispos e Foi Jutta que ensinou a Hildega.rda o canto dos sa lAbades para um alto tema, qua l seja, confirmar mais uma mos e a arte musical. Naquele tempo, dizia-se "aprender vez as reformas empreendidas pelo Papa São Gregório VII. a ler é aprender a salmejar." Deste período de sua vida, Entre os ass istentes, a maior figura da Cristandade: São sabe-se apenas que ela tinha uma saúde muito frágil e que Bernardo ele Claraval. sempre era favorecida por visões, narradas com discrição Santidade atrai multidões de fiéis apenas a sua tutora e a um dos monges do mosteiro de Santo Disibold, chamado Volmar, que depois exercerá, duNessa importante assembléia, outro terna entra na paurante 30 anos, o ofício ele ta: a ortodox ia das visões seu secretário. ela Abadessa de um obscuAos 12 anos, idaro convento às margens do de em que uma moça era Reno. O Papa designa dois Prelados, o B ispo de Verentão considerada maior, a jovem mí st ica pede clun e seu Bispo-Auxiliar para fazer os votos relipara irem ao convento e ingiosos no convento em formarem-se sobre a conque vivia. Sua virtude soduta, escritos e vida dessa bressai de tal modo que, religiosa. Em poucos dias, voltam eles para apresenaos 39 anos, quando morre Jutta, as religiosas eletar um relato da visita, tragem Hi ld egard a como zendo ao Papa as partes já Abadessa. E m breve um escritas cio livro Scivias . g rand e a nt c im e nto Ce na impressionante: o decisivo na sua ex istência No dia da festa litúrgica de Santa Hildegarda, realiza-se uma procissão Pontífice resolve ler em vai engajá-la numa vida pelas ruas da cidade de Bingen (Alemanha), da qual participam religio - público as revelações da sas beneditinas, Ordem a que pertenceu a grande mística alemã totalmente nova. Abadessa. Atribu i-se a São Bernardo a conclusão da Vocação semelhante à assembléia: "É preciso impedir que se apague uma tão dos Profetas do Antigo Testamento admirável luz animada pela inspiração divina." "Aos meus 40 anos, tive uma visão onde uma voz dizia: O Papa pessoalmente escreve a Santa Hildegarda: 'Diga o que viste e entendeste, não à maneira de outro ho"Nós .ficamos admirados, minha filha , que Deus mostre em nosso tempo novos milagres. Nós te f elicitamos pela mem, mas segundo a vontade clAquele que sabe, vê e disgraça de Deus. Conserve e guarde esta graça." A carta é põe todas as coisas no segredo ele seus mistérios"'. Tratavase ele um a ordem decisiva que indicava a vocação de uma das 390 que aparecem no livro recentemente publicaHildegarda, semelhante à cios profetas cio Antigo Testamento, do na Alemanha sob o patrocínio ela Abadessa Walburga Storch OSB, da própria Abadia ele Santa Hi ldegarcla, em os quais eram as bocas de Deus. Sobre esta vocação, Hildegarda insistirá dizendo que "uma voz do Céu mandaRüdesheim-Eibingen. va-me tudo dizer e escrever, tal qual ouvia e era-me ensinaA partir desse episódio, começou uma nova vicia para do." Esta voz apresentou-se a ela como "a Luz viva que Santa Hilclegarda, cuj a fama difundia-se além do Reno. ilumina o que é obscuro." Santa Hilclegarda põe-se então a Fama não só devido a seus escritos, mas também aos mi escrever o seu primeiro livro Scivias (Conheça as vias do lagres. Narram as crônicas o episódio do monge ele Saint Senhor), trabalho que levará 1O anos para ser executado. Disibolcl, chamado Arnold, que se opôs à mudança das As visões e ativ idades da nova Abadessa chamam religiosas para um novo local que Deus havia indicado em a atenção das autoridades eclesiásticas, preocupadas com uma visão para a Santa. O monge levanta uma querela o eco dessas revelações e ela perp lexidade que alguns sencontra Hildegarda até o dia em que é atacado por um tutiam em face delas. O Arcebispo Henri, ele Mainz, Diocese mor na língua, que o impede de fechar a boca e mesmo onde localizava-se o convento de Hildega.rda, quer aprofalar. Tomado ele pavor, promete não mais opor-se à von-

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por terra por culpa da cegueira de teus olhos. Seja tal, que a graça de Deus não te falte!" Compreende-se o tom dessa missiva pelos fatos que se seguiram. O Imperador retoma a luta contra o Papado, destitui o Arcebispo de Mainz, fiel a Roma, manda suas tropas airnsar Milão e nomeia nada menos do que quatro antipapas apenas durante o pontificado de Alexandre III. Outro é o tom da correspondência mantida com o santo monge Bernardo de Claraval, que lhe escreve em termos elogiosos e sobrenaturais: "Agradeço a graça de Deus que está em ti. Eu te suplico de lembrar-te de mim diante de Deus .... " A esta missiva, depois de descrever como ela se sentia tomada pela graça de Deus nas revelações que recebia, responde: "Sinto-me consolada por tua sabedoria em coisas de que os homens estão cheios de erros. Tive uma visão, na qual te vi como um Repreensões a homem que olha o Sol sem supremas autoridades medo e com audácia. Meu bom nos planos espiritual pai, pede a Deus por mim, tu e temporal que és como uma águia que Se os milagres provaram olha o Sol...." a santidade de Hildegarda aos Ao Papa Anastácio IV, eleiolhos de seus contemporâneto em 1153, Hildegarda escreos, mais ainda o fizeram suas ve em termos duros: "Por que obra , ua enorme corresponnão cortais a raiz do mal que dência, como também pregasufoca a erva boa? Por que Urna contendo as relíquias de Santa Hildegarda, exposta ções que foi convidada a fanegligenciais ajustiça que vos durante a festa litúrgica da Santa, comemorada no dia zer em importantes cidades foi confiada? Como permitais 17 de setembro, em sua cidade natal, Bingen, na Alemanha da Alemanha. que esta filha de Rei seja joA correspondência de Santa Hildegarda surpreende pela gada por terra e que seus diademas e ornamentos de sua dignidade dos destinatários e dos remetentes de cartas e túnica sejam destruídos pela grosseria dos homens ? Vós pedidos: Papas, Bispos e um grande número de altas autoque pareceis ter sido constituído pastor, levantai-vos e ridades temporais, como, por exemplo, os Imperadores correi em direção à justiça de modo que, diante do MédiConrado III e Frederico Barbaruiva, da Alemanha. co supremo, não sejais acusado de não ter purificado os Frederico, que será conhecido na História como teus campos das imundícies. Vós, homem, mantende-vos Barbaruiva, pede que a Santa o visite em seu palácio de no bom caminho e sereis salvo!" Ingelheim, perto de Mainz. São conhecidos detalhes desComo se nota em suas cartas, Hildegarda recebeu a se encontro pelo conteúdo das cartas do Imperador e vocação de aconselhar, segundo os caminhos de Deus, os das respostas de Santa Hildegarda. Esta, não se deixanpotentados e as mais altas autoridades da época. Mas, igualdo intimidar pela alta posição do Soberano, increpa-o mente inúmeras pessoas simples, que a ela recorriam peem termos proféticos: "Sê vigilante, porque presentedindo um conselho. A todos Hildegarda respondia com esse tom solene, humilde e severo, que caracteriza o seu esti lo. mente todas as regiões do Reino estão dominadas por falaciosos que destroem a justiça .... Saiba, pois, que o Nas pregações: reprimendas Rei supremo te olha; e não sejas acusado diante dEle de ao Clero e ao povo não ter exercido corretamente teu oficio e não venhas Não é de estranhai· que uma tão grande personalidade, assim a envergonhar-te." alcandorada pela santidade, fosse convidada por Bispos Pede ela também que o Imperador "vele pelos costupara falar em suas Dioceses, sem abandonar seu estado de mes dos Prelados que caíram na abjeção", exortando-o a religiosa de clausura. São conhecidos os textos dessas que "tome cuidado para que o Supremo Rei não te lance tade de Santa Hildegarda. Imediatamente o tumor desaparece e o monge, arrependido, é o primeiro a se apresentar para trabalhar na construção do mosteiro que será fundado em Rupertsberg, a 30 quilômetros de Bingen. De toda a França e da Alemanha milhares de pessoas afluem ávidas para ouvir um conselho ou exortações de Hildegarda. Muitos pedem que ela cure as enfermidades do corpo, o que ela faz dando sua bênção. A Santa Abadessa tem a capacidade de penetrar nos pensamentos dos peregrinos e afastar-se dos que se aproximam com más intenções ou para provar sua virtude. Judeus vêm ouvi-la e ela exortaos à conversão à Fé verdadeira. Hildegarda chega mesmo a livrar uma possessa de Colôni a do demônio que a atormentava, esse espírito imundo que os sacerdotes da Abadia de Brauweisler não tinham conseguido expulsar.

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alocuções, uma vez que, posteriormente , os Bispos pediram-lhe que as escrevesse: "Porque Deus está em vós, e Suas palavras saem de vossa boca, nós imploramos vossa dileção maternal para que nos escrevais expondo o que nos dissestes de viva voz", esc reve o Cura da catedral de Trier, em nome de todo o clero da Arquidiocese. Santa Hildegai·da havia ensinado nessa catedral, a mais antiga da Alemanha, co nstruída pelo Imperador Constantino, no início do século IV. Suas palavras constituem uma verdadeira obra de teologia e apo logética, que abrange desde a criação do mundo até a vinda do Messias. Tudo isto com vistas a mostrar que, em seu tempo, rejeitando a graças de Deus, "doutores e mestres recusam-se a soar a trombeta da justiça, o que acarretará, em breve, a destruição de cidades e claustros. E aqueles que se deixarem levar pelas fraquezas de mulheres serão punidos!" E la não poupa advertências à cidade de Trier, que diz ver animada por um fogo novo, mas "atualmente dominada pelos erros, pelos maus costumes e afligida por todos os tipos de males que só serão afastados pela penitência, como ocorreu no tempo do Profeta Jonas." Mais tai·de, encontraremos Santa Hildegarda dirigindo-se a Mainz, viagem expressamente mencionada no livro em que nai-ra sua própria vida. Posteriormente empreenderá uma viagem à Colônia, com escalas em Boppard e Andernach. Em Colônia, repete-se a solicitação do Cura da catedral de Trier: que ela escreva o que havia dito. Sem hesitação, ela responde: " Vejo que sois constituídos como o sol que deve brilhar para os homens pelo fogo da verdadeira doutrina e pelo brilho de uma boa reputação. Vós deveis ser luz, mas sois noite. Escolhei de que lado quereis ficar!" Palavras corajosas e vigorosas, especialmente por serem dirigidas não só ao povo, mas também ao Clero ...

Denuncia heresia dos cátaros e prevê vitória da Igreja E como sempre antecipando-se ao futuro, anuncia a eclosão de uma terrível heresia que sublevará o povo contra o Clero, pelo fato de que este "tinha uma voz e não ousou levantá-la", o que permitiu ao inimigo "oferecer os seus próprios bens, enchendo os olhos, as orelhas e o ventre de todos os vícios!" De fato, pouco tempo depois, explode a heresia dos cátaros, a qual ela descreve com um luxo de detalhes que deixa surpresos os hi storiadores. Entre outras coisas diz: "Minha estadia entre vós foi curta, mas não sem frutos. A verdade que por nós foi man(festada, não somente por palavras mas por atos (fazia ela alusão a seus milagres), desmascarou os lobos que, sob pele de ovelha, devoravam vosso povo. Eles estão desmascarados, mas não presos. Sob aparência de piedade, eles rejeitam a virtude, misturando palavras celestes com novidades profanas. Desconfiai deles!" A profecia de Santa Hildegarda vai além, prevendo a vitória da Igreja sobre essa heresia. Uma aurora de justiça surgirá "no povo espiritual, o que começará por um pequeno número que, sem ter riquezas dirá: piedade para nós, porque pecamos." Pode-se perguntar se ela também não anuncia, Coro masculino canta, durante a cerimônia, músicas compostas por Santa Hildegarda

Santa Hildegarda, compositora musical Outra surpreendente qualidade quis Deus dotar Santa Hildegarda: o dom da música. Autora de 77 sinfonias, de um estilo semelhante ao do gregoriano, apresenta ela o que se poderia chamar uma teologia da música. Em carta ao Bispo de Mainz, diz: "Lembremo-nos que, com o pecado, Adão perdeu sua inocência e, em conseqüência, perdeu também a voz que antes possuía, semelhante à dos Anjos do Céu. Tendo perdido esta capacida-

de de louvar a Deus, os Profetas, inspirados pelo Espirita Santo, inventaram os salmos e os cânticos para incitar os homens a se voltarem para esta doce recordação do louvor que gozava Adão no Paraíso. Também os instrumentos de música, pela emissão .de múltiplos sons, podem instruir interiormente os homens."

Essa visão teológica desdobrase numa luta entre o bem e o mal: "O diabo enganador, tendo ouvido

falar que o homem, sob inspiração de Deus, havia começado a cantar os salmos e, por esta maneira era convidado a se lembrar da suavidade da pátria celeste, ficou aterrorizado. E, imediatamente, começou a procurar, na sua maldade, de que maneira podia multiplicar no coração dos homens más sugestões e pensamentos imundos, perturbando ou impedindo a beleza dos cânticos e hinos espirituais."

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com essas palavras, uma era de fervor - que realmente se verifi cou no século XIII - representada espec ialmente p e la funda çã o d e Ordens reli g iosas como a do s franciscanos e dominicanos. Após esta estadi a em Co lôni a, Hildegarda empreenderá ainda duas mi ssões, uma à cid ade de M ainz, e outra ao Ducado da Suábi a, provavel mente no an o de 1 170.

Morte plácida e glorificação póstuma Esta grande figura religiosa - mística, profeti za, escritora, pregadora, conselheira, médi ca e compositora - passa seus últimos anos no convento de Eibingen, o terceiro que fundou, na outra margem do Reno, e o único que se salvou dos saques dos bárbaros e elas devastações das guerras. A respeito desses anos, pouco se conhece. E ncontrou-se apenas um relato de uma das reli g io sas, que narra a morte de Santa H ildegarcla: "Nossa boa Mãe, depois de comba-

ter piedosamente pelo Senhor; tomada de desgosto da viela presente, desejava cada dia mais evadir-se desta Terra para unir-se com Cristo. Sofrendo de sua enfermidade, ela passa alegremente deste século para o Esposo celeste, no octogésimo ano ele sua existência, no dia 17 de setembro de 11 79." Suas filh as, chorando amargamente a sep aração, foram consol adas pelos prodígios e fatos extraordin ári os que se seguiram. Sobre a casa onde j azia seu corpo, durante a noite, doi s arcos br ilhantes e de diversas cores aparecem no céu, dilatando-se de tal maneira, que se estenderam sobre os quatro pontos cardea i s. No centro, os dois ar cos se uni am . N esta lu z, viu -se uma cru z, pequena no iníci o e depoi s grand e como um so l, cercada de muitas outras pequenas cru zes, que iluminavam a Terra por trás do co nvento onde Santa H ildegard a v iveu. Por esse sinal , quis D eus certamente manifestar as luzes sobrenaturai s que havia concedido à sua dileta filha, hoj e, na gl óri a ce leste, e que se torn ou famosa no mundo por ter manifestado aos homens Aquele que é a Sabedori a E ncarn ada, N osso Senhor Jesus C ri sto. ♦

Nota: Aos le itores que desejare m aprofundar seu co nhec imen to sobre Sa nta 1-lilclegarcla, recome nda mos : Hildega rde de Bi11ge11 , ele Rég ine Perno ucl , Éclitio ns clu Roc her, Pari s, 1994; Hildega rd vo11 Bi11 ge11 - !111 Feuer der Taube/Die Briefe, Pattl och Verlag, Augsburg, 1997 ; Bernard Gorce ix, Hildegarde de Bingen - Le livre eles oeu vres divin es/Visions,, Albin Mi che l, Pari s, 1982, Le livre eles subtilités eles créatures cli vines, C laude Mettar, Écliti o ns Jérô rne Millo n, G re no bl e, 1996.

A medicina de Santa Hildegarda Embora não se tenha informações de que a Santa tenha feito estudos da ciência natural, botânica ou medicina, escreveu ela um Manual de medicina, publicado na Alemanha pelos doutores Gottfried Hertzka e Wighard Strehlow. O que maravilha os leitores da obra é a extraordinária quantidade de comentários e a diversidade de conhecimentos revelados por Santa Hildegarda, nos ramos acima indicados. O conjunto de sua obra demonstra grande conhecimento da natureza humana. Como poderia ela , sem sair de seu convento, adquirir tal conhecimento? Não existe resposta para esta indagação. Sabe-se que ela descreve o valor das águas, observando, por exemplo, que "a água do Rio Glan é boa para preparar alimentos, beber, banhar-se e lavar o rosto", enquanto a do Mosele "não é boa nem para cozer, nem como bebida, porque ataca as vísceras do homem por sua acidez." De maneira subtil , ela comenta o valor cu rativo ou simplesmente o efeito saudável de incontáveis plantas, pedras preciosas , frutas, animais e peixes. Para a Santa, cada elemento da natureza possui um valor, salutar ou maléfico. Sua medicina tem em vista o homem, o corpo e também a alma, elementos que ela nunca separa. Assim, a título de exemplo, indica plantas "que podem curar a melancolia", ou manda evitar as que "engendram humores maus, donde resultam problemas de metabolismo e que conduzem à depressão." Santa Hildegarda indica também em que consiste uma boa alimentação, ressaltando que "a saúde humana mantém-se por uma boa alimentação:' Dentre seus conselhos, um para afastar a cól era: "Pegar uma rosa, reduzi-la a pó e, no momento de cólera, apresentar esta rosa em pó diante das narinas." Tudo isso, que pode parecer um pouco simplista, chama hoje a atenção de renomados médicos que vêem, nesta medicina, a vontade de tratar o paciente por meios naturais, com o cuidado manifestado continuamente pela religiosa de "curar o doente e não a doença:'

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Apoio Fraternal

Melhora-/

Nota 1000

~ Como Presidente do Apoio Fraternal, quero registrar a excel en-

~ A revi sta melhorou bastante, gosto muito de ler a vida dos Santos, e as notícias internacion ais que a mídia não dá. Lei o a revi sta de ponta a ponta. (D.E.F. - Paraná)

~ É com grande satisfação que recebo a r evista Catolicismo . E m princíp io eu não ia assinar, por pensar que era mais uma revi sta que se l ê em qu alquer lu gar, mas es tou muito sati sf eito devido a ser uma revi sta com assuntos i mportantíssimos e bem dirigida. L eio todos os assuntos e nota 1000. Vocês estão de parabéns. (J.M.O.S. - Pará)

te e original reportagem sobre a nossa Instituição. É evidente que permanece o nosso pedido de não identificação. Eu me sinto orgulhoso de ter sido encaminhado pelas mãos de Nossa Senhora a esta posição ( ... ). Que a TFP se perpetu e por séculos, para que o nosso povo não perca as esperanças de um dia melhor. (Rio de Janeiro)

Nota da redação: "Pedido de não identificação", deve-se à norm a interna da entidade caritativa conhecida por Ap oio Fraternal, cuj os diri gentes mantêm-se no anonimato, segundo o be lo conselho evangélico: "A mão direita não saiba o que f az a esquerda " (Mt 6,3). É uma associação de leigos católicos, fund ada em 1938, que tem por mi ssão pratica r a ca ri dade em rel ação à chamada "pobreza envergonhada", ou sej a, cm relação àqueles que, tendo des frutado lc um passado próspero, ocupando na sociedade uma pos i ção de certo rea lce, vêem-se inesperadamente atirados numa situ ação ele penúri a dev ido a algum in fortúni o da v ida.

Algo faltava em nossos lares

~ Gosto muito da rev ista Catolicismo , algo que estava faltando em nossos lares . Quero cumprimentar toda equipe de j orn ali stas, por ser uma rev ista com ótim as reportagens e muito critério quanto aos assuntos . Através ela revi ta estou aumentando meus conhec imentos sobre nossa religião. (N.T.P. - São Paulo)

Melhora-li

~ Realmente a revista Catolicismo vem melhorando cada vez mais em assuntos e esclarecimentos importantes para nossa vida cri stã. Magnífi co também fo i o com entári o d o Cô nego José L ui z V ill ac, em resposta às perguntas sobre o Espiritismo. E u mesma ti nha bastante dúvidas. Enfim, gostei muito de tud o que li nesta maravilhosa rev ista que leva a todos os rincões de nossa Pátria uma concientização melhor para nossa vid a reli giosa. (R.V.V. - Minas Gerais)

Assim e sempre

Fl

F iquei muito feliz co m tud o qu e li . Olh a que eu não pensava qu e era tão útil ass im, que bom seri a se todos pudessem ass in ar esse teso uro, em vez de fi carem vend o ou lendo essas outras co i sas que não têm sentid o. Di zendo bem a verd ade: um a suj eira se m fim . E u qu eri a ter muito dinheiro para ass in ar para outras p essoas, m as não tenho co ndi ção, mas tudo é vontade de Deus e deve mos nos co nfo rm ar. Mas q uando acabo de l er eu passo para outras pessoas l erem também . O lha, vocês estão de parabéns, qu e Deus os conserve ass im e sempre. (M.E.P.A. - Goiás)

Nota máxima

~

E u quero agrad ecer à revi sta

Catolicismo e à T FP, pelo potenci al evangeli zador que têm. Tenho evoluído bastante em minh a parte espi ritu al ; e a cada dia através de Catolicismo e de Ecos de Fátima , aumentam os meus conhec imentos a respeito ela Virgem M ari a que j á os tinha, mas pouco. N a minh a opini ão tod os os exe mpl ares qu e recebo merecem nota máx ima, e este último não é diferente, gostei muito, poi s muitas dúvidas que eu tinh a foram escl arec idas . Princ ipalmente, qu ando o Cô nego José L ui z Vill ac, responde às perguntas. Fico na expectativa sempre do próximo número da revi sta. O brigada e que Deus os ilumine sempre. (J.A.G. - Distrito Federal)

Ótimas

R

Gostari a de parabeni zar a todos que participam da edição da rev ista Catolicismo. Todas as edições que recebi neste ano estavam óti mas, com assuntos importantes, atuais e bem di stribuíd os na revi sta. (A.F. - Rio Grande do Sul)

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À direita: Sr. Luc Berrou, Presidente de Avenir de la Culture,

Batalha acerca do casamento'' homossexual na França

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T ERMINANDO AS FÉRIAS de verão na Europa, uma batalha decisiva aguarda os franceses: já foi incluída na agenda parlamentar do novo período legislativo, a iniciar-se em outubro, a discussão de um projeto de lei que confere aos homossexuais o direito de se unirem como "casais", numa paródia grotesca do casamento entre homem e mulher. Se aprovado, os franceses terão de conviver com esse tipo de perversão em seu ambiente de trabalho, reuniões sociais, clubes, etc. E verem-se por exemplo obrigados a

aceitar que seus filhos tenham como professor um homossexual ou uma lésbica? No entanto, esse pesadelo não está longe de transformar-se em realidade, se não houver uma forte reação. Na França, a reivindicação de uma espécie de "casamento" para homossexuais não é nova. Essa péssima bandeira vem sendo agitada pelos partidos de esquerda desde o tempo em que Mitterrand era Presidente da República. Durante o longo período em que os socialistas estiveram

cuja eficaz campanha contra o "casamento" homossexual provocou reação indignada da esquerda

no poder, os homossexuais obtiveram várias reivindicações, mas nunca conseguiram a meta final do reconhecimento cio chamado "casamento" homossexual. O primeiro projeto de lei nesse entido data de 1990. De lá para esta parte, a esquerda sodomita já fez inúmeras tentativas, assumindo as denominações mais diversas, que correspondem às seguintes siglas: CVS, CUC, CUS, CUCS, PIC ... e agora PACS (Pacto Civil ele Solidariedade). OPA S resulta de uma composição dos vários projetos anteriores, de autoria do MDC (uma ala do Partido Socialista), do PS, do PC e dos "verdes". Esses partidos constituem a chamada "esquerda plural", atualmente com maioria na Assembléia Nacional Francesa. Detém o poder o Partido Socialista, ao qual pertence o Primeiro-mi-

nistro Lionel Jospin. Vários ministros comprometeramse com o lobby homossexual no sentido de atender suas reivindicações. No último desfile do "Orgulho homossexual" em Paris, durante a Copa do Mundo, marchavam na primeira fila a Presidente da Comissão das Leis, Catherine

Fúria da esquerda volta-se contra a TFP na França

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PALAVRA DE ORDEM foi dada pel jornal "Libération" ele 12 de agosto último: quatro páginas indignadas contra a campanha da associação Avenir de la Culture (Futuro da Cultura) contra o chamado "casamento" homossexual na França. Porta-voz ela esquerda libertária, nascido da revolução da Sorbonne (maio de 1968), "Libération" atracase àquela associação acusando-a de ser (oh crime horrendo!!) uma "emanação" da TFP brasileira, "uma seita que combate ao mesmo tempo comunismo e pornografia". Diversos outros órgãos da mídia deram ressonância à reportagem, espalhando-a em prosa e verso aos quatro ventos. Jornais como o "Corriere de lia Sera" e "La Repubblica", da Itá1ia; "Le Temps", da Suíça; "Internacional Herald Tribune" (uma versão cio "New York Times" e do "Wa-

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d'ottrtsd'mptih p.19Ul

O último artigo da reportagem destina-se a "malhar" a TFP, com base em man ipulação de dados antigos e falseados, na tentativa de rotular a entidade ele "seita". O público brasileiro "já viu esse filme" ...

, " Politique sexuel/e et mouvement social » Tnndls que, à l'exttême droite, l'associatlon Avenlr de la culture et lcs caU1ollqucs lraditionalistes ont falt parvenir, dnrant l'été, des mlJllcrs de lcllrcs à Malignon pour dénoncer le projet du pacte clvll de solldartté (PACS), qui, selon eux, tend à légaliser « u11 mariage 110mo ,,, ln gauche de la gauche a aussi commencé ses débats et son lobbylng, avant la dlscusslon en séance plénlere à l'Assemblée natlonale, lc 9 octobre. Les assoclatlons fémlnlstes, qui se souvlennent du succcs de leur manifestatton, en novembre 199.5, et des Asslses pour 1c drolts des femmes, en mars 1997, cherchent un second souftle dans cc débal de sociélé. Le 13 juin, le journaliste et écrtvaln Didier Erlbon, qul déplore qu'lrene 'J'héry, dans son rapport remis à Flllsaheth GulRou, ministre de la justice, ne reconnaisse aux homosexuels que le drolt au concublnage, organlsait, à l'Ecole normale supérteure, un colloque lntltulé: ., Polltlque sexuelle et mouvcmcnt social ,. , auquel partldpait le sociologue Pierre Dourdleu.

sh ington Post", publicada em Paris, em língua inglesa), bem corno jornais regionais franceses reproduziram versões próprias. Dirigentes de Avenir de /,a Culture foram procurados por revistas, emissoras de rádio e televisão. Qual o motivo ele tanta fúria?

mais - chegaram nas últimas semanas a Matignon" [palácio do governo]; Lionel Jospin é 'intimado' arenunciar "a esse projeto infame que destruirá os restos de civilização que ainda nos separam da barbárie ", lamenta-se Blandine Grosjean , de "Libération".

Campanha contra as uniões homossexuais

Situando os contrários, segundo critério próprio

A noticia denota c/11ramente

Avenir de la Culture desenvol ve uma campanha em defesa da família, ameaçada por um projeto de legalização das uniões homossexuais, a ser apresentado a 23 de setembro e discutido em 9 de outubro próximos. Trata-se do chamado Pacto Civil de Solidariedade (PACS) que o governo soc ialista do primeiroministro Jospin está empenhado em fazer aprovar. Em conseq üência: "cartas aos milhares - 70.000, 100.000, talvez

Em 19 de agosto, comentando a situação política francesa, o bem informado "Le Monde" também colocava "à extrema direita" a associação Avenir de la Culture e os católicos defensores da tradição, enquanto classificava de "esquerda da esquerda" os grupos descontentes da frente ampla que compõe o governo com os socialistas. A jogada é astuta! Situando artificialmente os inimigos e amigos incômodos nos extremos, o jornal da

elite esquerdista deixa o governo socialista na cômoda posição ele centro, pronto a casti 1 ar quem ouse atrapalhar seus planos. Em editorial de 12 de a osto p.p., "Libération" queixa-se precisamente de Avenir de la Culture co locar "os mais modernos meios f de co1111micação] a serviço de uma causa em inentemente conservadora", enquanto "a defesa do PACS repousa essencial-

Doutrina Pontifícia

Fac-sfmile da nota f)ubllcada no maior jornal francês, "Le Monde", de 19 de agosto p.p. o descontentamento de setores da esquerda radical com a Campanha, promovida por Avenir de la Culture contra o projeto do PACS, que propõe a infame legallzaç o do "casamento" homossexual na França

mente na militância homossexual, por sinal dividida sobre o projeto, que alguns julgam muito tímido ... "Mas os homossexuais não passam de uma minoria numérica", reconhece o editorial. Em outro artigo, a mesma publicação aponta para a insegurança dos políticos governistas: "Os próceres do PS não defendem mais o que era uma promessa eleitoral" ...

Dirigindo-se aos Bispos espanhóis em 19-2- 1998, João Paulo II condenou a legalização das uniões homossexuais. Seria então a Igreja Católica uma seita? O contrário, sim, é verdade. Os Papas com razão chamaram de "monstro horrendo" o comunismo e o socialismo e os qualificaram como "seitas abomináveis" (cfr. Pio IX, Enc. Noscitis et Nobiscum, 8-12-1849; Leão XIII, Encs. Diuturnum iLLud, 29-6-1881, Quod apostoüci muneris, 28-12-1878 e Libertas praestantissimum, 20-6-1888). De qualquer forma, uma coisa ficou claríssima após a furiosa investida da mídia ele esquerda contra Avenir de la Culture e a TFP: a eficácia dessas organizações na luta ideológica em defesa da instituição da familia.

CATO LIC ISMO

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CATOLICISMO

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Tasca, e o ex-mjnistro Jack Lang. A ministra da Justiça, desnaturar o direito do matrimônio, nem. de banalizá-lo, Elisabeth Guigou, prometeu levar a termo uma reforma colocando no mesmo plano outras realidades humanas do direito de família, concedendo uma pretensa igualdade de nosso tempo, que conduzem para bem longe dos valores fundamentais clafamília". de direitos para os homossexuais. Ex iste, portanto, um sério risco de vir a ser aprovado um projeto de "casamenMembros ou aderentes de Avenir de la Culture conto" homossexual, apesar da oposição majoritária da potactaram também deputados de todas as regiões da Franpulação francesa. ça, recebendo cartas de apoio de mais de 50 parlamentaAJém disso, o governo emprega a tática de atacar a famíres. Simpatizantes da associação atuaram igualmente junlia com vários projetos simultâneos. Além do mencionado to à federação dos prefeitos das comunas do interior. O PACS, existe o PIC (Pacto de InPresidente da Associação dos teresse Comum) e o relatório da Prefeitos da França, Jean-Paul L.1 PRffSIDEN'l' DR J.A H.ltPl:o.:.~m í"aris , lc I".\ ,na~ 1998 socióloga Irene Théry, que proDelevoye, escreveu a Avenir põe _reconhecer legalmente o de la Culture manifestando concubinato homossexual "afim sua preocupação: "A legalizaMnn!lieur 18 Pre..'lidor.t. de pôr fim. às discriminações ção e portanto o reconheciC'r., 1 AYt r 111 pln." ,e-,nndr. n1tr.t11 inn 'lllr. _'111 f'lri 'I r.n nr,ni~•l(ln(':,:' t1.~ w· rrr. introduzidas pela jurisprudênmento oficial do 'casamento idtre ,,ar litt11 r J lc v1J1L'I rrc íailcs l>ilrl tle vvti e uppo~.iilion ! la c~tion cfun Nltlll'AI .-f'uoinn f.()('iA ,~. fo m ):: 11(-. rn1n.r dt vtC c-ommunc a ltr-~, 11ltil au uuu i.&11,c, cia". Se for aprovada a reforma homossexual' teria muitas e aio.si que du mwiíeste qui l'tu....:omp~gnait. do Código Civil, proposta a pegraves conseqüências negatiJc p11nagr. ,•;-i11 réncxl on5, qul :lnt11 lns11irécr, r nr dJs pr~nccup('t{ion, dido do governo, pela sociólovas para a sociedade" . fo mllio.les. morales ct soctí\lcS. Vouc a11Jchcmcnt ti ln tnmmc e, à 1'.iJ151,i1ulioll du m,1rtnga C~t flU!L~ lc ml:m ga, na prática desapareceriam as Em abril, a imprensa esIr" n·m f fl ~, tr JOUr, l"lf: :tllisi r1,m 1t'.Xlt' ff't\lVt'rl\".llY'nlal li: proj.;-: que diferenças legais entre o casaquerdista do país rasgava as vous évv:px-2. uM.is 11 •1.t Jt:' 1,ui que ia tcl ~ v,i1 €tt c h: c,u. jc sem i.s ;Jors atlC.IIIÍÍ à cc qu:: dc.s ~rj1infr•....-.s vis111t à réçoud1c :\ cei 1:wJC:s J.ffo.:ulLês rt1JCut1ln.~• par mento legítimo, o concubinato vestes ante o sucesso da iniciaun= parOO li.e 11-.J:. r.:Lincito~ r.:. m: condui.'lt!nf JK.S i'l, rrenre en cn 1111e lc:1 ri?g\cq fcndam~nt4Je~.sur Jesquellei <cpose notrc c,rgan1S11t1011 so:iaJc. heterossexual e o concubinato tiva do Prefeito de Feulletin, homossexual. Michel Pinton, que obteve em k vouli pn t <le cruirc, ~ <,:,n,.;i~ur le l"lisillent. i\ l'a!lsurauc~ de JJ~s ,t numrnt,. k ~ l'!'"l"! llru ~ Entretanto, a maioria "plualgumas semanas mais de ral" terá de pensar duas vezes 12.000 assinaturas de prefeitos -..ss..a., ="--1-,--~-~-antes de aprovar qualquer propara um abaixo-assinado em \-t ón~icur Luc DBRROU .l acques C:HIR4C jeto nesse sentido, poi s uma defesa do casamento tradicioreação profunda e eficaz já se nal e condenando explicita/\vcnir li: la Culture f, Rue ifF,.•m~'I manifesta. mente o "casamento homosse75{J07 l'Al( IS Quando em 1996 o debate xual". Em junho. essa petição em torno do assunto começou superava 13.000 assinaturas. a esquentar, a associação Avenir de la Culture (Futuro com a adesão de mais de um terço dos prefeitos da França. da Cultura), uma iniciativa da TFP, enviou cartas em masOutras reações no mesmo sentido, especialmente de sa a seus centenas de milhares de aderentes denuncianjuristas e intelectuais de valor, fizeram -se notar. O tema, do as intenções da esquerda . oclomita. Esta mudou os polêmico por natureza, suscita indignação entre as pessonomes dos projetos e apresentou , cm 1997, novas proas que se negam a afundar no amoralismo presente. As posições de lei. Avenir de la Culture voltou à carga com associações homossexuais agem mais discretamente para uma carta aberta ao Presidente da República e ao Presinão chamar a atenção , mas tudo indica que a batalha dente da Conferência Episcopa l francesa, lembrando que legislativa em torno do assunto decidir-se-á até o final do a homossexualidade ou sodomia é condenada pelas Saano. Se ela for vencida pelos sodomitas, teremos em bregradas Escrituras, por Padres, Doutores, Papas e pelo Mave "casais" de homossexuai s ou lésbicas apresentando-se gistério da Igreja. * com naturalidade (melhor, dir-se-ia, com sua característiO Presidente da República, Jacques Chirac, que perca arrogância) em todos os ambientes sociais. Seria o triuntence a um partido de centro e governa em regime de cofo de Sodoma e Gomorra e talvez o toque de finados da abitação com o Primeiro-ministro socialista Jospin, resfanúlia no Ocidente inteiro, se consideramos a força de pondeu a Avenir de la Culture que compartilhava as reirradiação cultural da França. flexões da associação, "inspiradas por preocupações de Que Deus nos livre de tal desgraça! ♦ natureza familiar; moral e social" (acima, o fac -símile da * Catolicismo, em sua edição de Novembro/96, publicou um estudo carta do Presidente francês). a respeito , criticando o Projeto de Lei da Dep. Marta Suplicy (PT-SP) Mais tarde, o Chefe de Estado voltou a reafirmar com visando a legalização no Brasil de algo à maneira do "casamento" clareza sua posição: "Não se pode correr o risco de homossexual. A

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O Vice-Presidente da República, Sr. Marco Maciel (primeiro à esquerda) recebe o Guia prático de prevenção contra invasões de terra do cooperador da TFP, Sr. Hélio Brambila (o primeiro à direita)

Do Prata ao Amazonas, do m ar as cordilheiras, aplausos ao

Guia contra invasões TFP acaba d lançar a segunda ed ição, numa tiragem de 10.000 xcm plares, do Guia Prático de p rov ' IIÇcio contra invasões ele terra m 110 tomar medidas certas na hora •erfCI . A campanh a nac ional - por mal a direta e contato om fazendeiros em fe iras agrop uárius e ass ci ações de classe - continua r per uti ndo na imprensa. Num rosos jornais, ele norte a sul do Bras il , publi cara m notíc ias referentes ao Guia. Algum as favoráveis, outras contrári as, o que ev idencia que para alguns serviu de alento , para os partidários do MST, incom dou. Continu amente nos chega m pedidos de pessoas que souberam do Guia através de algum amigo ou leram notíci as nos jornais. Outras, ainda, leram cópias xerográficas da obra e pedem encarecidamente lhes enviemos o material.

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N a a bertu ra d a últim a Exp o -Ze bu/9 8, e m Ube rab a (MG), do is representantes da TFP, os Srs. Héli o Brambilla e Osmar da Rocha Pe nha estiveram com o Vice- pres idente da República, Sr. Marco Maciel, e entregaram-lhe um exemplar do Guia. "Fiquei sabendo através ele um amigo .. .. Não soufazendeiro .... mas não suporto ver esses baderneiros f azer o que estão f azendo . ... . Eu particularmente ainda não tenho esse manual, mas j á o li duas vezes", escreve-nos o sr. C.R. , de Palmas (PR). À medida que a campanha se desenvolve, vai despertando interesse cresce nte pe la obra, de alto a baixo ele nossa esca la social. ♦

Commm 8RAZ1UENs1:

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Setembro de 1998

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O QUE SE PODE DIZER da alma e da mentalidade russas? Convém fazer uma observação preliminar: ficaram submetidos ao jugo comunista durante 70 anos. E essa tirania foi de tal ordem, que se poderia di zer: salvo estes ou aqueles homens, a mentalidade autêntica do povo russo foi aniquilada. O que é um fato especificamente catastrófico para um país. Em face di sso, coloca-se outra pergunta: como eram os russos antes do comunismo? Havia duas Rússias . Uma, a de São Petersburgo e, outra, a de Moscou. São Petersburgo é uma cidade situ ada junto ao Ri o Neva, perto do Mar Báltico, que manté m comuni cações fáceis com a Europa Ocidental através do M ar do Norte e do M ar Báltico. Essa região do país era muito ocidentali zada. Havia també m a Rússia de M oscou, mais profunda, em que tudo se processava de aco rdo, ainda, com o que se poderia chamar de Idade M éd ia ru ssa. Essa época hi stórica correspondia à Rússia de lvan, o Terrível. Apresentava uma arqui tetura regional muito bonita, mas bastante misteriosa: sa las com sombras, penumInterior da majestosa Catedral de São Pedro e São Paulo, São Petersburgo, construída em estilo barroco

Coroação do Czar Nícolau li em 1894: cerimônia com solenidade, ricos paramentos

bras e escond erij os. Vid a de co rte no Kremlin - que era a res idênc ia do Czar de um fausto ex traordinário, que refletia lu xo muito g rande, correspo nd e nte à grandeza do lmpério ru sso.

*

* *

Como era a alma do povo? Deno mi no povo o conjunto da popul ação: desde o Czar até qualquer indivíduo de baixa condi ção soc ial. População inteli gente, não muito amiga do rac ioc íni o, mas si m da imaginação. Por isso, ne la eram menos freq üentes grandes sábios do que literatos de porte. Estes sim , numerosos c de renome intern ac ional. O gosto pela imag inação in c lin ava certa parcela desse povo a aprec iar a bebida e a menos prezar o trabalho. E os romances ru ssos era m marcados por tal mentalidade. Mas como os literatos desse povo poss uíam uma verdadeira capac idade de fazer sentir e m seus escritos o que eles pensam, os romances russos di fundiram -se pe lo mund o inteiro . Po r exemplo, as obras de Dosto ievski e uma séri e de outros escritores.

* * * Em virtude desse conjunto de fatores, nota-se uma certa desordem dos espírito . A que se deve tal desordem? Só ao temperamento nativo do povo?

Tenho forte impressão qu não . Mas que essa desordem devida ao fato que, ainda durante a Idade Média, o povo rus. o rompeu com a Igreja Católica e constituiu uma igreja denominada g reco-ci smática. Os ru ssos abraçaram o cisma grego contra Roma. Mas, tornando-se independ e ntes da Grécia e d e Roma, os Czares praticamenl e ri g iram -se co mo chefes da igreja cismática ru ssa. E todas as características da alma dcss · povo encontram-se também n ssa igreja cismática. As cerimônias re li g iosas a liturgia são esplendorosas, mas tê m uma origem anterior ao c isma, qu ' data de uma é poca em que a Rúss ia rn cató lica. Os paramentos riquíss imos , u liturg ia apresenta cerimônias muitos lo ngas, solenes e belas. Os padres c ismá ti os em gera l eram homens enormes, robustos, com longa barba e bigode, ostentan do olhares escuros - como costum am s ' r o dos russos, e m geral - , que lembram os o lh os de re is assírios da Antigi.iidad ·. Eis aí alguns traços do e tado c m qu • se enco ntravam a alma e a mcntalidad · russas antes de se abater sobre tal povo o fl agelo do co muni smo, em 19 17. Excertos da conferência proferida p lo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para ócio e cooperadores da TFP em 17 de s t mbro de 1992. Sem revisão do autor.

Fonte Grande Casc,,t,, sltu.tdil no parqm do Palácio denominado Corte P1•1lw, em São Petersburgo. Edificado 11010 Cmr Pedro, o Grande, no inicio dos cu lo XVIII, esse palácio rofloto do modo característico a Rú ssia ocldontallrnd11

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Porta-voz da TFP

Nesta Concluída a publicação do Cap. VIII, da Parte I, do livro "Revolução e Contra-Revolução" - "Revolução e má fé", na edição de setembro-, apresentamos a nossos leitores os Caps. IX e X. Neles o Prof.

Plínio Corrêa de Oliveira, após mostrar que na mentalidade dos semicontra-revolucionários entroniza-se a Revolução, ressalta a importância da cultura, das artes e dos ambientes na marcha da Revolução, tema, aliás, muito relacionado com a matéria de capa da presente edição.

Capítulo IX. Também é filho da Revolução o "Semi-Contra-Revolucionário" Tudo quanto aqui se disse dá fun damento a uma observação de importância prática. Espíritos marcados por essa Revolução interior poderão talvez, por um jogo qualquer de ci rcunstâncias e de coi ncidências, como uma educação em meio fo rtemente tradicionalista e moraliza lo, conservar cm um ou muitos pontos uma atitude contra-revolucionária (cfr. Parle 1- Cap. VI , 5, A). Sem embargo, na mentalidade destes "semi-contra-revoluciomírios" se terá entronizado o espírito da Rc-

volução. E num povo onde a maioria esteja em tal estado ele alma, a Revolução será incoercível enquanto este não mudar. Assim, a unidade ela Revo lução traz, como contrapartida, que o contra-revolucionário autêntico só poderá ser total. Quan to aos "sem i-contra-revolucionários" ·m cuja alma começa a vacilar o ídolo da Revolução, a situação e algum tanlo diversa. Tratamos cio ass unto na Parte 11 - Cap. X II , 10.

Capítulo X A Cultura, a Arte e os Ambientes, na Revolução Assim descrita a complexidade e amplitude que o processo revolucionário tem nas cmmtclas mais profundas elas almas, e portanto ela mentalidade cios povos, é mais frícil apontar toda a importância ela cultura, das artes e cios ambientes na marcha ela Revolução.

1. A cultura As idéias revoluciomírias fornecem às tendências ele que nasceram o meio ele se afirm arem com foros ele cidadan ia, aos olhos cio próprio indivíduo e ele terceiros. Elas servem ao revolucionário para abalar nestes últi mos as convicções verdadeiras, e para

assim desencadear ou agravar neles a revolta elas paixões. Elas são inspiração e molde para as instituições geradas pela Revolução. Essas idéias podem encontrar-se nos mais variados ramos do saber ou ela cultura, pois é difícil que algum deles não esteja im. plicado, pelo menos indiretamente, na luta entre a Revolução e a Contra-Revolução.

2. As artes Quanto às artes, como Deus estabeleceu misteriosas e adm iráveis relações entre certas formas , cores, sons, perfumes, sabores, e certos estados de

alma, é claro que por estes meios se podem influenciar a fundo as mentalidades e induzir pessoas, famílias e povos à formação ele um estado de espírito profundamente revolucionário. Basta lembrar a analogia entre o espírito da Revolução Francesa e as moelas que durante ela surgiram. Ou entre as efervescências revolucionárias de hoje e as presentes extravagâncias elas moelas e elas escolas artísticas avançadas.

3. Os ambientes Quanto aos ambientes, na med ida em que favorecem costumes bons ou maus, podem opor à Revolução as admiráveis barreiras de reação, ou pelo menos ele inércia, ele tudo quanto é sadiamente consuetudinário; ou podem comunicar às almas as toxinas e as energias tremendas cio espírito revo lucionári o.

4. Papel histórico das a1tes e dos ambientes no processo revolucionário Por isto, cm concreto, 6 necessário reconhecer que a democratização geral cios costumes e cios estilos ele vicia, levada aos extremos ele uma vulgaridade sistemática e crescente, e a ação proletarizante ele certa arte moderna, contribu íram para o triunfo cio igualitarismo tanto ou mais cio que a implantação ele certas leis, ou ele certas instituições essencialmente políticas. Como também é preciso recon hecer que quem, por exemplo, consegui sse fazer cessar o cinema ou a telev isão imorais ou agnósticos teria feito pela Contra-Revolução muito mais cio que se provocasse a queda de um gabinete esquerdi sta, na rotina de um regime parlament ar. No próximo mês iniciaremos a publicação do Cap. XI, no qual o Autor de screve as táticas da Revolução para destruir a noção de

bem e de mal, no homem contemporâneo.

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33

Revolução e Contra-Revoluc:,-ão

Escrevem os leitores

Artes e Ambientes no processo revolucionário

Vid as de Santos

34 São Francisco de Borja: nobre e Superior Geral da Companhia de Jesus

4 A palavra ( lo Diretor

38

s

San.tos e restas do n1ês

Cultura

40

Cochim e a colonização portuguesa na Ásia

TFPs en1 ac,-ão Ili Congresso de Correspondentesesclarecedores

7 A reaJi(ladc concisan1entc O escorpião, o sapo

e o MST

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a

An1hientes, Costu1nes, C i ViJ iza<_'ÕCS

A palavra <.lo saccr<.lotc

O milagroso quadro de Nossa Senhora de Genazzano

Esplendor do Vaticano e revolta de Lutero

10 Internaciona l Ao invés de unificação, "liqüidificação européia"

13 Capa Cristandade: características predominantes

1º de outubro: (esta litúrgica de Santa Teresinha, canonizada em 17-5-1925, na Basílica de São Pedro, em Roma. À direita, pintura de Soeur Marie du Saint Esprit, carmelita de Lisieux, representando a cerimônica. As relíquias da Santa estão percorrendo as paróquias do País durante o ano de 1998.

eAToLIe ISMO

Outubro de 1998

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Com a palavra... o Diretor ~"""""

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eeettIM

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Caro s leitores N este mês, Catolicismo record a o terceiro ano em que o Prof. Plini o Corrêa de O liveira entregou sua alma a D eus. Para prestar homenagem a seu in signe inspi rador, princi pa l colaborador e sustentácul o, nossa rev ista traz a lume um dos mais substanci osos e be los trabalhos de sua lav ra. Trata-se de obra póstuma, encontrada entre seus esc ritos após seu fa lec imento. Redig ido no início da década de 50, esse manuscrito não fo i submetido a revi são por parte cio Autor. Portanto, ao tomar conhec imento d lc, o I itor estará mergulhando nas refl exões mais espontâneas de Plini o orrêa ele O liveira e, co m um pouco de atenção, poderá perceber o g rm da potente concepção fil osófica que norteou toda a ex istência e a produ ção int lcctual do fundador el a TFP. Valendo-se principalmente de suas ob ervaçõcs p ssoai s, harmoni zan do-as com os ensinamentos da Santa Igreja e abcb ' rand o-se no I ensa mento do Doutor A ngéli co, Santo To más de Aq ui no, o Prol'. Plinio orrêa ele O li vei ra conseguiu em poucas pág inas sin t ti zar o s grcdo do que - utili zando uma exp ressão atual - pod r-se- ia cham ar uma verdad eira e plena reali zação soc ial e humana. Ao se in te irar da tese ora 111 foco, o leitor terá a oportunidade de compreender qual o j usto equilíbrio que dcv ' 'x istir nas ações humanas para que, na vida materi al, não s o lvide jamai s do es piritu al; e, analogamente, ao tra tarmos do espiritual, não nos ·squcçamos qu e somos também constituídos de corpo. isto ap li cado sobr ' ludo à ord m soc ial. N esse sentido, o Au tor de tão ori in al qu anto oportuna tese, leva-nos a co nsiderar de que forma nós hom ' ns podemos e devemos nos aprox imar dos Anj os - tema de atual idade cr 'SC ·nt - refl etindo at6, cm nossa soc iedade humana, algumas noções da sociedad , angélica. Mas, lembrando sempre que a natureza humana prcssupõ a ação da alma cm consórcio com o corpo, parte materi al de nosso ser. Por essa razão, o presente ensaio foi cuidadosamente i lustrad o pelo ateliê artístico de Catolicismo. Pois, con soante ao p nsamcnto ci o i lustre Au tor, o prático e o belo devem estar li gados de modo tão indi ssoc iáve l quanto o corpo e a alma ... Bem ... por mais que eu escreva, não conseguirei transmitir ao caro leitor toda a grandeza dessa preciosa obra do Prof. 1 1i n io orrêa de 0 1ivc i ra. Portanto, termino esta carta co m um c6nse lho: abra agora mes mo a revi sta na pági na 13, e boa leitura.

E m Jesus e Mari a

9~7 Paul o Corrêa de Brito Fil ho DIR ETOR

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CAT O LIC IS MO

Outubro de 1991[

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Preços da assinatura anual para o mês de OUTUBRO de 1998:

YJ SI TA N TE qu e chega de trem à lege ndári a Coc him, na Índi a - primeira base estáve l cios portu gueses em sua epopéia cio Oriente - tem uma primeira surpresa ao ler na plataforma da ferrovi a: Ernaku/a111 North. I sso se ex plica, porqu e a modern a Coc him (o u Koc hi , na lín gua local) consiste num ag lomerado ele cidades li gadas entre si pelo cresc imento. A maior e mais im portante delas é exatamente Em akulam , onde situam-se os melhores co mércios, hotéis e bancos. Es ta enco ntra-se no contin ente, e se para-se de Fort e Cochim (co mo é des ignad a atu almente a anti ga Coc him cio tempo cios portu gueses) por um estu ári o tão largo, que o visitan te jul ga ser já o mar ou um enorm e lago 1• Nesse es tu ári o há vá ri as ilh as habitadas, in c lu si ve a artifi c i al Willin g d o n lsla nd. Co nstruída pelos in gleses com a te rra reti rada ci o aprofund amento do lei to ci o ri o para a co nstru ção do por-

Embora essa cidade indiana, conquistada e evangelizada pelos portugueses desde o início do século XVI, tenha passado posteriormente para a dominação de holandeses e ingleses protestantes, a marca do catolicismo, bem como da língua e de costumes lusos é preponderante to, gran de co mo a Ilha do Go verna dor, no Ri o, em Willin gclon l slancl estão o aeroporto, hoté is, bases da Ma rinh a e um a ferrovia . Na Cochim atual, que conta aproximad amente com 1. 300.000 habitantes, estão as sedes de três circun sc ri ções eclesi ásti cas: a Di ocese ele Fo rte Cochim , fundada no tempo cios portugueses; a Arquidi ocese cle•Yerapoli (hoj e pequena localidade na grand e Coc him) também ele rito latino, trasladada para Ern akulam ; e, a menos de 100 metros desta, situ ada na mesma rua, a do rito ori ental cató lico Syro- M alabar, antes loca lizada em Angamali , cuj o Arcebi spo Mai or é também Cardeal.

Forte Cochim, base para futuras conquistas Quando Vasco da Gama chegou à Índi a, aportou em Ca li cute, no sudoeste do país. Essa cidade tinha como rei um potentado a que os lu sos chamavam ele Samorim , que devia em grande parte sua boa fortuna à presença de mercadores árabes que havi am feito desse porto um ri co entrepos to co mercial. Ora, desde data imemori al os muçulmanos e os ibéri cos eram inimi gos fi gadais e irreconci Iiáve is. Não é di fíci 1 de compreender qu e os primeiros di ssessem ao Samorim cobras e lagartos dos segundos, tornand o-lhes impossível qualqu er acordo ele ami zade ou comer-

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Saída de Miss na capela do Convento de Santa Teresa, em Cochim

cial. Por isso e m 1500, quando Pedro Alvares Cabral , após descobrir o Brasil, di rig iu a segunda expedição à Índia, procurou o utro local estratégico. O Samorim , aç ulado pe los islamitas que viam com terror o estabelecimento dos lusos em so lo indi ano, invadiu Cochim em represália pela boa acolhida que o rajá2 concedera aos portugueses, obrigando-o a refu g iar-se no forte da ilha Vypin. Mas não contava com a e ntrada em cena do mais extraordi nário personagem da odisséia portu gue a no Orie nte: Afonso de Albuquerque, que derrotou as tropas do Samorim e ali ados , repondo benignamente o raj á cm seu tro no. Este, agradec ido, não demorou m perceber as vantagens qu e lh e traria um a aliança com tão pocl rosos prot ' tores ... E proc lamou -se vassalo do Rei de Portugal. Nesse forte, é c laro, e rg ue u-se uma igreja, e o grande conqui stador deixou como cape lão seu próprio co nfessor. Assim começou a evangeli zação do país, pois os portugueses eram tanto aguerridos guerreiros quanto zelosos cristãos. A lém da igreja do forte, foi construída na c idade o primeiro Templo ele ri to latino ainda ex istente na Índ ia, dedicado a São Francisco de Assis. Nele, em 1528, Vasco da Gama enco ntrou sua última morada. E dois anos após, o grande Apóstolo elas Índias, São Franc isco Xavier, pregava aos gentios. Em reconhecimento pelos fe itos cios mi ss ionários lu sos naquele principado, o Papa Paul o IV, e m 1557 criou a D iocese de Coch im , e levando ao mesmo tempo a de Goa a Arq uidi ocese. Os limites da nova Diocese estendiam-se desde Cananore, ao norte do atua l estado de Kerala, até o Cei lão e toda a costa o ri ental cio subcontinente india no, inc luindo nele Burma. E m virtude do comércio d as espe6

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c iar ias passado dus 1n t os dos mouros ele a i 'C ut c para li dos portugueses ele ochim, ·s tu prosp ·rou tornando-se c m pou ·o t •mpo o m·tis importante porto d:t Coslll do Malabar. Mais tard ', uni ·s dn as· ·nsão de Bombaim, a cidad' s ·riu d ' nomin ada a Rainha do Mor do /\ráhio.

Cochim sujeita a hereges holandeses e ingleses Uma triste constante em toda a e mpr sa dos lusos no Oriente, foi o papel que h 'l''gcs holandeses invariavelmente d scmp ·nharam. Sempre que os prime iros conquistavam heroicamente novos reinos, desenvolviam-nos e evangeli zavam- nos, vinham depois os batavos ca lvinistas e roubavam-lhes, um a um. Assim se deu com Coch im e m 1663 . Por ódio à fé católica, os calvinistas clestruín~m o grande co légio jesuíta da ciclaclc, sua rica bibl ioteca, e todas as igrejas cató licas, com exceção da ele São Francisco, que passaram a uti Iizar para o culto he rético3. Construíram muitas casas ele campo nas ilhas do estuário, e os palácios Bolghatty e o Holandês, este e m Mattancherry, nos arredores de Cochim . Os batavos tiveram que travar árdua luta com o Tigre do Mysore, o sangui nário Tipu Sultão, o que os enfraqueceu a ponto de se tornarem fraca presa para outros hereges, os ing leses. O governo britân ico, estabelec ido em Cochim , de-

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dicou -se a várias obras púb licas, entre as quais a construção de um modern o porto, mediante aprofundamento do le ito do estuá ri o. Como ta nto holandeses quanto ingleses eram mais comercia ntes que mi ss ionár ios, fi ze ram pouco proseliti smo de suas seitas. Por isso, apesa r de os portugueses terem saído da região há mai s de três sécu los, sua presença é muito mais sensível não só quanto ao cu lto católico, como também nos sobrenomes de muitos fi é is, e no tocante ao próp rio vocabulário local, que conserva inúmeras pa lavras lu sas, mais ou menos deturpadas. Hoje em dia, na esfuziante Cochim , é muito comum ver-se ímbolos reli g iosos cató li cos em lojas, j oalherias e hotéis dos maiores da cidade, pertencentes a catól icos cio rito Syro-Ma labar. E, nas ruas, ôn ibu s e autorickshaws com nomes como Saint

Dinastia plebéia substitui dinastia imperial

Stress infantil, fenômeno inédito

O Pres ide nte da C hin a com uni sta, Jiang Zemin , nomeará o ex-chefe cio PC cio T ibete e atua l vice-presidente H u Jintao, corno vicechairman ela Comissão Militar Central (CMC). Analistas ocidentais consideram o fato corno um sina l ineq uívoco de que e le está sendo preparado para ser o herdeiro de Zemin . O mais curioso é que os comu ni stas chineses sempre combateram a dinastia imperial de seus país, criti cada em virtude do princípio da hered itariedade e verberada pelo negregado - segundo a mentali dade marxi sta - co ntinuísmo. Mas, e agora, camarada Jiang? Será que o continuísmo virou bom , só porque o camarada está preparando o am igo Hu para suceder-lhe? ♦

Uma reportagem publi cada na "Vej a", ele 19 ele agosto último, desperta a atenção do le itor para um problema que já está se tornando crítico: o stress infa ntil. Pesquisadores da Universidade ele São Paulo concluíram que dois terços das crianças enLTe 6 e 14 anos que vivem nas grandes c idades a prese ntam s in to mas de stress. E os psicólogos e psiquiatras, ela Faculdade ele Psicologia elas Faculdades Metropol itanas Unidas (FMU), declaram que 70% cios pacie ntes que atendem em seus consu ltórios são crianças. A causa principal ela doença é o excesso de atividades praticadas pelas crianças e a conseqüente cobrança ele sucesso por parte dos pais. Eis aí mais um indício da artifi c ia lid ade ela vicia moderna. Os pais de hoje, áv idos ele êxitos fáceis, não permitem aos filhos desfrutar das inocentes alegri as da infânc ia, quando vigorava o bom senso. Tendo em vista futuras vantagens econômicas ou mesmo prestígio soc ial, as cri anças vão sendo espremidas corno limão para obterem recordes nos mais diversos campos. Conseqüênc ia inéd ita na H istória: stress e até mesmo suicíd ios na ma is tenra idade! ♦

Itália, futura terra de missão? A "Fo lha ele S. Pau lo" ( 14/8/98) reproduz o resultado de uma pesquisa ele opinião promovida pela rev ista "L'Esp resso", ele Roma, junto a 408 católicos itali anos: - 53% são favoráveis ao aborto e 42% contrários; - 55,J % são favoráve is ao uso de anticoncepc ionais, 33% contrários; - 68,8% favo ráveis ao divórcio. Essas desconcertantes porcentagens em matérias, nas quais a moral cató lica é gravemente v uln eracla, são im ensame nte preocupantes. Se tal processo c rescente ele descatolização do povo itali ano prosseguir, é lícito perguntar: to rnar-se-á a península, Sede do Papado e centro da Cristandade, ♦ terra ele missão?

Joseph, St. Mary's , Christ the King ... Co m efe ito , por obra e graça dos portugueses, Kerala é o estado de maior popu lação cató li ca da Índia 4 . ♦

Notas 1. Mesmo alguns dos hab ita ntes loca is ora usam o termo lago, ora o rio, e até lago de ág 11a correnle, pois rece be as águas de vários rios que desce m ela cadeia montanhosa centra l, os Gha ts, em busca do mar. 2. Raja, rc111i signi ficam rei e rainha. Po r sua vez Maharaja, 111aharani significam grande rei (imperado r) e grande rainha. 3. Os in gleses passaram a usá- la depois para o culto angli ca no, ao qual pertence até hoj e. Fe li zmente os ossos de Vasco de Gama já haviam sido tran sferidos para Portugal. 4. Isso porque, embora proporcionalmente Goa ten ha mai s cató li cos (aproxi madamente uns 30% contra 22% de Kerala), sua popu lação é de apenas 3 mi !hões, enquanto a ele Kerala beira os 50 milhões.

Fontes de referência: Além de observações pessoais, foram consu ltadas para este artigo as segu intes obras: Coc him. , Microsoft® Enca rta. Copyrigh t © 1993 M ic rosoft Co rporation, Coc him . Cochi111 Diocese - A glorio11.1· past: Bis/,op Joseph Kureelhara - 20 years of Holy service , i n "lnd ian Co mmuni ca tor", Coc him, 9/2/96. Nayab Nascer, A Road Cuide to Kochi Emaku/am , TTK Phar ma Limi tecl - Printin g Division , Madras 600 044, (Coch i m). Chr istianity in Kera/a in retrospect, i n " lndi an Co mmuni cato r", Cochim, 9/2/96. p. 8.

O escorpião, o sapo e José Rainha ... Consta que, certa vez, um escorpião queria atravessar um rio. O sapo nadava alegremente, quando o escorpi ão lhe perguntou:

- Sapo, me dá uma carona para o outro lado do rio? - Você está louco 1- responde u o sapo - Eu o coloco nas costas e você me dá umaferroada ... e, adeus! - Ora, sapo, se você afundar eu também morro, pois não sei nadar... O sapo pensou um pouco e disse: - É verdade ... E colocou o escorpião nas costas. Mas, no meio do rio, o sapo gritou:

- Ai! Miserável! Você disse que não ia me ferroar! ...

- É... - respondeu o escorpião - sabe como é,foi por instinto ... E tanto o sapo quanto o escorp ião morreram.

* * * Essa fábula parece aplicar-se inteiramente ao caso do José Rainha, líder do MST. Por alguns dias, segundo a imprensa, e le passou por bonzinho. Entregou para a polícia um co lega pi stoleiro, começou a preocupar-se com a prod ução cios assentamentos, etc. etc. De repente, 1Ofaze ndas invadidas pelo MST em apenas um dia! Sabe como é ... fo i por instinto! O leitor não terá dificuldade em apontar o escorpião: José Rainha. E o sapo, quem será? ♦

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Cônego JOSÉ LUIZ VILLAC

PERGUNTAS 1. Qual foi o verdad eiro motivo que fez Mart in Lutero se revoltar contra a Igreja?

Segundo a História, foi porqu e ele era contra o luxo do Vaticano. O que a Igreja pensa sobre isso? 2. O que acontece com a alma daqueles que nasce ram com graves deficiências mentais, ou que vieram a adqu iri -las posteriormente, que im possibilitam qualquer disce rnim ento quanto aos atos prati cados durante suas vidas? Que destino têm suas almas? Como fi carão no Juízo Final?

RESPOSTAS

1. A afirmação de que Lutero revo ltou -se co ntra a Igrej a por ter-se escandali zado co m o lu xo do Vaticano, não é hi storicamente correta. Na real id ade, ta l revolta pode ser expli cada - ade ma is ele fatores pretern at ura is que não podem ser descartados, 1 rove n ie ntes ele um a v io le nta ação d iabó li ca contra a Santa lgrej a Cató lica - també m por fato res ps ico lóg iscos como o temperamento exa ltado e in submi sso, e o voto inconsiderado que fez Lutero de tornar-se re i ig ioso (por medo e não por vocação autê ntica, ao que tudo indica) e, finalmente, pela má formação fi losófica e teológica que recebeu, afetada de erros que já haviam sido conde nados . Com efeito, Lute ro reedi tou erros do inglês Wiclef, do checo Jan Huss e das heresias med ievai s que defend iam uma Igreja dos Santos, puramente cari smática e sem Hierarqui a.

Esplendor do Vaticano Em re lação ao espl endo r do Vaticano, é prec iso como pre mi ssa co n s i cl e rar qu e

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CAT O LIC ISMO

Deus deve ser louvado co m mag nifi cê nc ia e se u c ult o deve necessa riamente re i'! ' tir a infinit a g randeza e sa ntidade divinas. Por ord '111 'X pressa de Deus,jú no /\ 11ti go Testa m ·nto, Sa lo111 ,io co nstruiu o 1">mplo ·o rn o máxi mo de riqueza, nao so1il ' nte emprega nd o mad e ira s prec iosas, mas utili za ndo a ind a verdade ira prol'usão de o uro . Assim , lemos no lº L ivro dos Reis : "Mandou revest ir d e o uro todo o Temp lo, d e c im a a baixo; mandou reco brir de ouro também todo o altar destinado ao recin to dos fim dos. "No recinto dosfu11.dos o Rei mandou.fazer de madeira d e oli ve ira brava dois querubins, cada um com cin co metros de altura. Uma asa do qu e rubim m edia dois metros e meio e outros tantos media sua segunda asa, de modo que entre uma e outra extremidade das asas havia cinco metros. Também o segundo querubim tinha cinco metros, de modo que os

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dois querubins tinham a mesma dim ensão e aparência: a altu ra dos dois querubins era de cinco metros. Estes querubins, Salomão os colocou no meio do recinto interno; eles tinham as asas desdobradas, de modo que a asa de um tocava numa parede e a do outro tocava na outra parede, e no meio do recinto a asa de um encostava na do outro. Sa lomão mandou revesti-los de ouro. "Mandara cobrir de ba ixos-re levos esculpidos, re presentando q11er11bins, palmeira.\· e g rinaldas de Jlores entreabertas, todo o {}m /Jito das paredes do Temp lo, por dent ro e por .J<,m. Ta111bé111 o 11ovi111 e11to do Templo, revestiu-o de 011ro por dentro l' 110r,/(1m. "Na entrada para o recin w tios .fi111dos mandou .fabrirnr botentes de portas de ma-

las de ouro; aplicou as fo lhas de ouro batido nos querubins e nas palmeiras. Do mesmo ,nodo, fe z para a entrada do recin to central umbra is de madeira de oli veira brava, formando um quarto do conj unto. Fez igualmente duas.folhas de madeira de junípero; pôs duas alm ofadas giráveis numa das fo lhas da porta e duas almofadas giráveis na outra fo lha. Nas fo lhas mandou esculpir baixos-relevos de querubins, palmeiras e grinaldas de.flores entreabertas, revestin do -os de ouro bem cij11stado sobre os relevos. "Salomão ainda cons truiu o muro do pátio inter11 0 com três ca rreiras de pedra esquadriadas e uma carreira de barrotes de cedro. "No ano quarto, no mês de Ziv, tinharn. sido lança dos os fundam entos da casa do Senh or; e no ano J J, no mês de Bul, que correspon d e ao o ita vo mês, es tava terminada a casa, de acordo com todos os planos e requisitos. Sa lomão a levan tou etn sete anos. " Luxo a serviço de Deus

Martinho Lutero, monge apóstata e heresiarca - Desenho de Karl Bauer

e/eira de oli veira brava, .formando a padieira e o umbral a qu inta parte da porta . Quanto às duasfolha s da porta de madeira de oli veira brava , mandou escu lpir nelas baixos- relevos com querubin s, palmeiras e grinaldas de .flores entreaberta.1· e revesti-

Como vemos , o luxo a serviço cio lou vor de Deus não somente não é condenáve l, mas é v irtuoso e desejado por E le mesmo . A riqueza e esp lendor do s temp los ajudam-nos a compreender melhor a be leza e a grandeza divinas, predicados de sua santidade sem limi tes. E é um tributo que a criatura presta ao Cr iador e Soberano Senhor de todas as co isas, de todas as riquezas, de tudo o que ex iste. Os protestantes e os anti c lerica is que falam contra essa riqueza dos temp los são,

o Céu, o L imbo ou o In ferno, nessa nova condição da vicia eterna - e la terá plena luc idez e uso das facu ldades mentai s.

Juízo Particular

Baldaquino em bronze e ouro construído sobre o altar-mor da Basílica de São Pedro, em Roma, por Bernini, de 1624-1633

O estado futuro ela pessoa é dec idi do im ediatam e nte após a mo rte, qua ndo há o jul gamento partic ul ar. As a lmas dos que morrera m na am izade de Deus e com todas s uas dív idas para co m Deus sa ldadas, vão imed iatame nte para o Céu. Aq ue las que têm pecados veni ais ou não fi zeram penitê nc ia sufi c ie nte pe la pena dev ida aos pecados perdoados quanto à c ul pa, vão para o Purgatório por um te mpo que vari a de acordo co m a necess id ade de pu rgação. Por fim , aq ueles q ue mo rre m na inimi zade de Deus, em estado de pecado mo rta l, vão para o infern o ete rno.

Juízo Final no fundo , ig ua litários co m te nd ê n c ias soc ia l is tas e mi serab ili stas, co mo mostrou , al iás, o Prof. Plínio Corrêa ele O li veira em sua obra máx ima Revolução e Contra Revolução. Em relação aos protestantes, não devemos nos deixar e nredar por seus sofismas e pre te nder rebater ac usação por acusação, mas rejeitar em bloco sua doutrina - a do L ivre Exame - segundo o qual cada um pode inte rpretar a Bíb li a como bem ente nda, e que não é preciso um mag istério autê ntico e uma autoridade instituída por Deus para ensin ar, santificar e governar o povo fi e l. 2. Como ensina a Doutrina Ca tó li ca, toda pessoa é jul gad a mora lm e nte pe los atos que pratico u livre mente e com pleno co nhec ime nto

de causa. Assim se ndo , as pessoas q ue nasceram co m graves defici ê nc ias mentais ou vie ram a adquiri -las poste ri o rme nte, serão jul gadas por Deus ele acordo co m a responsab iI idade que tiveram por seu atos. Se um a pessoa nasce u e v ive u se m o uso das fac ul dades me ntais, po r de mê nc ia, o u a lg uma o utra anormalidade patológ ica, devemos conside rá- la na mesma s ituação d as c ri a nças q ue mo rre m a ntes ele ating ir o uso da razão . Se elas foram batizadas, irão para o Céu; se não o fora m , irão para o Limbo. Este é um estado e um lugar de felic idade natural perfeita, o nde não se goza, entreta nto, da visão beatifi ca de Deus e da fe li c idade sobre natural da vida g lo ri osa do Céu.

Dementes não de nascimento Q ua nto às pe ssoas que adquirira m a dem ê nc ia total depo is de um período de lu c id ez - po r exemp lo, um ado lesce nte o u adu lto que, e m virtude de doe nças o u ac ide nte, perde ram o uso da razão - , se rão e las jul gad as pe lo qu e fi ze ra m de vi rtu oso o u peca min oso, no período a nter io r a esse novo es tado ele de fi c iê nc ia me nta l. E ntre a comp leta loucura e a ple na lucidez, há estados intermed iários, que, nos do·e nte s me nta is, é difícil de determinar. Mas Deus julga tudo com sua infin ita sabedori a, justiça e mi sericó rd ia. É be m evide nte que após a morte cessam todas as enfe rmidades, mes mo as mentais, e quer a pessoa vá para

Ass im, tão logo morre, a pessoa j á é ju lgada individ ualme nte e a alma toma o seu destino ete rn o Uuízo particular) . Q uando ho uver o Juízo F inal , no fim dos te mpos, haverá a ressurreição cios corpos e dar-se-á a nova e definitiva uni ão da mesma alma e cio mesmo co rpo, ou para a fe li c idade sobre natural , beatifica e eterna no Céu, ou para a felicidade nat ural no Limbo, ou para a terríve l infe l ic id acle sem remi ssão no Inferno. Q ue Deu s, pela intercessão de nossa Mãe bondosíssima, nos conceda as graças necessárias para que sejamos fi é is até o fim de nossa vida, e possa mos gozar da be mave nturan ça etern a. "Cre io na ressurre ição da ca rn e e na v ici a e te rn a. Amém' " ♦

CATO LIC ISMO

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,·unificação Européia na encruzilhada JUAN GüNZALO LARRAJN CAMPBELL

Há quase meio século, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira já colocava os termos da candente questão atual: a união européia, ou se dará de modo autêntico, na senda de Carlos Magno, sob o influxo da Igreja Católica, ou será um estágio revolucionário e laico para a construção da República Universal.

UITO se tem fal ado ultimamente a respeito da formação dos Estados Un idos da Europa. A implantação do euro como moeda única, para os 11 países que até agora formam a Comun idade Econôm ica Européia, em 1° de janeiro de 1999, é já um importante passo nesse sentido Muitos leitores se perguntarão o que pensar a respeito da União Européia, do ponto de vista da doutrina católica. A resposta deu-a amplamente há quase 50 anos o Prof. Plínio Corrêa de O liveira2 . Dev ido à candênc ia do tema,

M

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Não sei... Vamos misturar as bebidas típicas de cada país e experimentar o coquetel. Perrferoí meu chopp ?

A Europa procísa do toque do xerez. Mas duvido que ele resista/

pareceu-nos oportuno expor se u pen samento a re spe ito. Quando, no longínquo 1952, ficou decidida a formação da Federação Européia, alertava ele para os perigos que a política de globali zação trazia em seu bojo. E manifestava ainda o temor de que a atualmente denominada Federação Européia, se não fosse bafejada pelo espírito da Igreja, viesse a constitu ir, por seu laicismo, um grande passo rumo à

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e ATOLIe ISMO

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Liquidificação Européia"

ARLOS MAGNO , segundo uma gravura de Alberto Dürer. O famoso artista alemão soube representar com admirável precisão o que a História narra sobre a personalidade do grande Imperador. Sua fisionomia exprime força , poder, hábito de dominar. Porém, uma força que não nasce do transbordamento brutal de um temperamento efervescente, mas de uma alta noção do direito do bem. Seu poder é menos o das armas, que o do espírito. Majestoso, é entretanto cheio de bondade. Há em toda a sua pessoa qualquer coisa de sagrado: é o homem providencial , que instaurou o Reino de Cristo na ordem temporal, e fundou os alicerces da civilização cristã; é o Imperador investido pelo Papa da missão apostólica de ser por excelência o paladino da Fé. Foi Carlos Magno o primeiro reali zador da unidade temporal da Europa cristã.

C

* * * Segue abaixo um res umo da visão de conj unto apresentada pelo Fundador da TFP sobre o assunto\ a qual constitui um prognóst ico do que viri a a acontecer 50 anos mais tarde. Federação Européia: marco histórico deste século "Uma das datas mais importantes deste século - afirmava ele - é sem. dúvida a da reunião de Paris, em que os representantes da França, da Itália, da Alernanha Ocidental, e das pequenas potências do grupo Benelux-Bélgica, Holanda, Luxemburgo - decidiram, em. princípio, a constiluição da Federação Européia, com a formação de uma só enlidade de Direito Internacional Público, e, conseqüentemente, de um governo comum, a se acrescenta,; com o caráter de superestrutura, aos vários governos nacionais".

E prossegue o in signe pensador cató li co:

Unificação européia: de fato,

homem providencial

República Universal.

Condições para a futura globalização

Meu pobre wísky, adeus!

Carlos Magno,

"Antes da última guerra mundial, passaria por sonhador quem idealizasse tal plano para o século XXI, e por débil mental quem o imaginasse viável para nossos dias. A Europa ainda estava incandescente do ódio franco-a lemão que ocasionara o co11flito de 19141918, e haveria de desempenhar importante papel na deflagração de 19391945. Todas as nações européias, estuantes de vida cultural e econômica própria, marcadas ainda em sua alma pelos ressentimentos, pelas ambições, pelas rivalidades herdadas dos Tempos Modernos, pareciam insusceptíveis de serem englobadas em um todo político

por mais vago efi··ouxo quefosse. Se ria necessária a tragédia da segunda guerra mundial e o conseqüente desmantelamento da economia das nações européias, para que, extenuado o fôlego de sua vida cultural.. .. as doutrinas unitárias encontrassem terreno propício, e o plano de uma Federação Européia se tornasse viável".

trativo, que existe entre Ohio e Massa chusets, Rio e São Paulo, ou Lucerna e Friburgo. "Como se vê, trata-se de um acontecimento imenso. São nações que desaparecem depois de ter enchido o mundo e a História com a irradiação de sua glória ... e um novo Estado Federal que aparece, cujo futuro não é fácil de prever".

Desaparecimento de nações gloriosas

Unificação autêntica e unificação revolucionária

Depois de mostrar o alcance da formação dos Estados U nidos da Eu ropa, definido por Alcide De Gasperi, então Pres idente do Conse lho de Mi ni stros da Itália, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira continua: "É o que, segundo o premier italia-

Pergu ntando se a Federação Europé ia é urna novidade, o Fundador da TFP responde que não, já que, sob o influxo da Igreja, o conjunto de fatores de uni dade que se iam delineando na Europa no começo da Idade Média fora catali zado pelo Imperador Carl os Magno. Este, entre outros grandes feitos, soube pôr a ordem temporal em consonânc ia com a Igreja e defender a Cristandade contra seus agressores. O Prof. Plin io Corrêa de O liveira prossegue, exp li cando em que consiste a verdadeira unificação e denunciando

no soube claramente exprimi,; e acaba de ser reso lvido na Europa. Entre a França e a Alemanha, a Itália e a Holanda, etc., haverá daqu i por diante, não os abismos que até agora existiam, mas apenas a linha demarcatória de interesse quase exclusivamente adminis-

CAT O LIC IS MO

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Protetora das independências nacionais e não a hidra devoradora

Imagem de São Pedro em bronze -Amolfo di Cambio (1232-1302), nave da Basílica de São Pedro, Roma. Ignorando a Igreja, como Corpo Místico de Cristo, o que se pode esperar da União Européia?

os peri gos que esta corre, se for bafejada pelo espírito ela Revolução: " ... . Q/(e pensar da Fe deração Européia ? "Assim, em princípio, vê-se que a Igreja não se limita a per111iti1; 11,asjávorece de lodo coração as .\'1/pereslmluras internacionais, desde q/(e se proponham um fim líc ilo. E111 essência , pois, só m erece aplau sos a idéia d e aproximar num to d o p o líti co b e 111 construído, os povos europel(S .. .. "Mas aprovar a idéia en, princípio é uma coisa. Aprová-la incondicionalmente, quaisquer que sejam suas aplicações práticas, é oulra. E até esta in condicionalidade não podernos chega i'. "Vivemos em urna época de esta/a/ização brutal. Tudo se centraliza, se plan!fica, se artificializ.a, se tiraniza. Se a Federação européia entrar por este caminho, aberrará das normas muito sábias do discurso do Papa Pio XII aos dirigentes do movimento internacional em .fávor de uma Federação Mundial " (cfr. Catoli cismo, nº 8, agosto ele 1951 ). 12

e ATOL 1 e I S MO

Ainda a respeito ela Federação Eu ropéia, adverte o líder cató lico: "Antes de tudo devemos fa ze r sentir que a Igreja é con!râria ao desaparecimento de Jantas nações para constituir um só todo. Cada nação pode e deve manler-se, dentro de uma estrulura supranacional, viva e definida , co111 seus limites, seu Jerritório, seu governo, sua língua, seus coslumes, sua lei, sua índole própria .. .. A A lemanha é uma nação, a Fran ça oulra, a /Júlia oulra. S e alguém as qu isesse fundir corno quem joga num cadinho jóias de .finú sinzo valo,; para as 1ra11.sformar num maciço lingote de ouro, inexpressivo, an guloso, vulga,; cerlam ente não agiria segundo as vistas de Deus, que criou u111a ordem natural, na qual a nação é uma realidade indestrutível. "Assim, pois, se a Federação Euro péia tomar esle caminho, será mais um mal, do que um bem. Deve ela ser a protetora das independências nacionais e não a hidra de voradora das nações. As autoridades.federais devem exislir para suprir a ação dos go vernos nacionais em certos assuntos de inleresse Sl(pra nacional; nun ca para os eli111inw'. S/(a atuação nl(nca poderá ter e111 vista a .\'{( pressão das ·aracterístirns nacionais de alma e Cl(/tl(ra, nws ontes, na 111edida do possível, sei( rolms/eci111e1110 . ... "De 011/ro fruto , n estm1111·a ção eco11ô111ica ll(io deve clte~ar a 11111 pla11eja 111 e11to tal, {fl( l' i1111>liq/( e 1111111a super-socialização. Se o socialis111 0 é um ,na/, sua 1ran.1posição para o pla110 superes1a1a/ mio poderá deixar de ser um mal ainda ma ior ".

Federação Européia leiga: precursora da República Universal? E conclui as con siderações feitas no arti go que vimos resumindo, manifestando seu te mor de que a tão propalada unificação seja um grande passo rumo à República Universal: "Por.fim, permita -se-nos uma afirmação bem fran ca. Nenhuma socieda de, seja ela dom éstica, profissional, recreativa, seja ela Estado, Federação de

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Estados, ou !111pério mundial, pode produ zir Ji·utos es!cíveis e duráveis se ignorar oficialmente o Hom em Deus, a Redenção, o Evang elho, a Lei de Deus, a San/a Igreja, e o Papado. Ocasiona lmenle, pode111 alguns de seusji·11 1os ser bons. Mas se forem bons não serão du ráveis e, se forem rnaus, quem/o 111a is duráveis /Cinto mais nocivos. "Se a Federa ção Européia se colo casse à sombra da Igrej a, foss e inspirada, animada, vivificada por Ela, o que não se pode ria esperar ? Mas, ignoran do a Igreja como Corpo Múlico de Cri.1·10, o que esperar dela ? "Sim, o que esperar dela '.! Alguns .fi"u/os bons, que convém notar e prolege r de todos os modos, sem dúvida. Mas como é fimdado esperar ta111bé111 outros .fi"utos! E se estes fi·l(/os.fore111 amargos, quanlo se pode temer que nos aprox imemos assi111 da República Uni versal ciija realização a maçonaria lt cí 1anto.1· séculos prepara ?" (Catoli cismo nº 14 - feve reiro ele 1952). Al gué m qu e manifestou a Ta ll ey ran I o desejo ele fundar uma re iigião, recebeu do célebre diplomata a seguinte res posta : " No q11e me di z respeilo, eu sô tenho 111110 observação a vos fa zer: Je.rns ris/ o, parafi111dar Sua Relig ião, fo i crl(cificado e ress/(scitou. Procurai fa zer 01(/ro ta11to ··. Parafraseando Tall eyrancl , o Prof. Plini o Corrêa ele Oliveira poderia dizer aos planif'icaclores ele gabinete ela atual unifi cação europé ia: "No que me di z respeilo só lenho uma observação a vos fa zer: a unificação não é, de si, uma no vidade. Carlos Ma gno.foi seu primeiro re ali zador. Pro c urai s e r outros Carlos Mag110 e fa zei outro tanto ". ♦

Notas 1. Ver: Euro, r, 11 011a 111oeda da U11ião Européia: 11111 .mir o 110 escuro , ent rev i sta de Carl os Patrício dei Campo a Cato lic ismo. nº 57 1, ju lho de 1998. Também: O Euro: a louca ave111ura da 111oeda IÍ11ica, Cato li c ismo, nº 573 , setembro ele 1998. 2. C fr. núm eros 8, 9, 11 e 12 el e Catoli cismo, 1952 Co111e111ários do Prof Pli11io Co rrêa de Oli veira. à alocução de Pio XII aos dirige11 1e., do Movi111e11/o U11iversal por 1111w co11federação 11u11ulial. 3. A Federação E11 ropéia à /11~ da dou1ri11a ca• râlica , Plíni o orrêa ele Oli veira , Cato lic ismo nº 14 - Fevereiro 1952.

Ao Leitor ESTA EDIÇÃO em que se comemora o terceiro aniversário do passamento do Prof. Plín io Corrêa ele Oliveira, publicamos um estudo por ele redigido no início ela década ele 50. É uma pequena homenagem ao insigne inspirador e sustentáculo ele Catolicismo. Suas múltip las e intensas ativ idades impediram-no ele concluir este estudo, o qual permaneceu arquivado até seu falecimento . Devido a essa circunstância, o texto original que hoje trazemos a lume apresenta um caráter ele esboço em muitas ele suas passagens. Entretanto, é ele ele um grande valor intelectual e moral e certamente será de enorme uti liclacle para nossos leitores. *

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Essas considerações transmitidas O poder infinito de Deus criou topor ele, como que evocavam Adão no dos os seres desiguais, cada um refletindo, a seu título e de modo único e · Paraíso, contemplando tudo o que Criador ali pusera, compreendendo a funinconfundível, perfeições divinas. Esta do a razão de ser de cada coisa, dandoregra se espelha com grande brilho no lhe um nome, para depois, ao entarfundador da TFP. decer, entreter-se com Deus que vinha Qual era esse modo de ser, único e visitá-lo. inconfundível, ele Plinio Corrêa de OliEssa mesma contemplação levava veira? Quando se tenta descobri-lo, ficaDoutor Plinio a enfrentar os erros gerase embaraçado, tal a riqueza de persodos pela Revolução, que ele tanto comnalidade e de valores morais e intelecbateu. De um lado, o materialismo: quer tuais que ele manifesta. O presente enna sua versão socialo-comunista, segunsaio, contudo, nos revela importantes do a qual o universo material e social elementos desse modo tão peculiar e tão só existe para satisfação das necessidaelevado de ser. des básicas do corpo do homem-massa; Esse algo, o próprio Doutor Plinio quer o materialismo pragmático, que o sintetizava como sendo uma visão visa exclusivamente satisfazer os capriharmônica, arquitetônica, hierárqu ica e chos arbitrários e sensuais do homemmornárquico-aristocrática* da Criação, hedonista. ressaltados os pontos que a Revo lução De outro lado, no extremo oposto, mai s procura combater. - que foi igualmente objeto de sua anáDesde muito jovem voltou-se ele lise crítica - a falsa piedade que confipara a admiração entusiasmada elas ruína da Cristandade. A partir delas, suna a religiosidade aos templos e sacristias, apresentando-a como uma experibia para a consideração ele grandes verência subjetiva, emotiva ou sensitiva. dades metafísicas e depois até as reali Segundo tal concepção da piedade, dades sobrenaturais, a Nossa Senhora, excetuados escassos eleitos favorecidos ao Sagrado Coração ele Jesus e aos espor fenômenos místicos extraordináriplendores do Padre Eterno. os, a esmagadora maioria dos fiéis eleve Contemplava as realidades natuvegetar mediocremente, na cinzenta barais com olhar calmo, inocente e nalidade ela existência quotidiana. hierarquizante. Depois as descreAmbos extremos convergem num via com linguagem nobre, ponto: a atividade social e terrena do rica, mas preci sa, clahomem comum deve restringir-se a uma ra e límpida. vicia sem horizontes nem transcendência metafísica ou sobrenatural. Plínio Corrêa ele Oliveira indicou e realçou o ponto ele equilíbrio, que con-

* Por "monárquico-aristocrático "

o Prof. Plínio Corrêa ele Oliveira não se referia principalmente aqui a um tipo ele regime políti co; sua concepção era incomparavelmente mais ampla e abarcativa. Era toda a ordem cio Universo que ele via desigual e hierárquica nos seus elementos con stitutivos e obediente ao princípio ele unidade em sua organização.

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Contraste arquitetónico chocante na Viena atual: a revolucionária Torre Danúbio - emissora de TV e restaurante - aparece atrás do belo edifício neogótico, quartel general de polícia da cidade

testa e elide ambos exageros. Ele atraiu a atenção de seus contemporâneos e dos que os sucederem para a reta contemplação da ordem temporal, a qual foi instituída pelo Criador precipuamente para que os homens, mediante ela, conhecessem, amassem e servissem a Deus. Em Doutor Plínio sobressai uma delicada e arguta sensibilidade que traz ao espírito as palavras de Santa Teresinha: "[Deus] pôs diante dos meus olhos o livro da natureza" . E além da natureza, eram objeto constante de sua contemplação enlevada as obras que frutificaram da civilização cristã. Sentia-se também nele a força de pensamento haurida em Santo Tomás de Aquino, ao explicitar suas percepções e intel ecções, erigindo como que uma catedral de doutrinas que se lançava aos céus, num é lan de entusiasmo amoroso. Integrava igualmente sua rica personalidade uma nota inconfundíve l de lóg ica inaciana, que punha os frutos de tal contempl ação e amor em ordem de batalha contra a Revolução gnósti a e igualitária. Merece er ressaltado aqui que anto Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus e coluna da Contra-Reforma, foi o autor cios célebres "Exercícios Espirituais ", nos quais ocupa saliente papel precisamente a contemplação de cenas da vida terrena de nosso Redentor. Cabe ainda fazer uma menção ao caráter "ministerial" da ordem temporal em relação ao plano espiritual, que o Prof. Plinio Corrêa ele Oliveira ressalta no fim do mencionado ensaio, referin do-se à "noção da Sociedade temporal ministra da Igreja". O que abre perspectivas para a compreensão da "Sociedade temporal sacra!". Tese esta ventilada por Santo Tomás ao afirmar: "Os

poderes seculares, quando aplicam penas para coibir o pecado, nesta tarefa são ministros de Deus: segundo o que se afirma na Epístola aos Romanos, 13,4: [O Poder Público] , mini stro de 14

eAToLIe Is Mo

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Deus, vingador para castigo daquele que pratica o mal". (II Ilae, q.19, a 3, ad 2). O ensaio que ora vem a lume constitui uma fundamentação da célebre seção que Doutor Plinio manteve durante muitos anos em "Catolicismo", intitulada "Ambientes, Costumes, Civilizações", a mais preciosa e original em toda a história de nossa revista. A época em que o fundador da TFP redigiu o presente trabalho coi ncidiu com a publicação das primeiras seções de

"Ambientes, Costumes, Civilizações". Nas idéias esboçadas neste e nsaio encontrase a medula do verdadeiro conceito de C ri standade e a mais profunda razão da luta que a TFP empreende em defesa da civilização cri stã. Tais idéias constituem igualmente e. leios da magna obra de Doutor Plínio, Revolução e Contra-Revolu ção, escrita pouc s an s dcp is. E m Cristamla,le des ponta a ind a a futura cxp licitaçã , cmprccn lida pcl Autor, da necessidade e da b I za das desigualdades sociais harmô ni as e pr porcionadas, contidas e m seu último livr : Nobreza e elites tradicionais análogas

na.v alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana. Por fim, o leitor também encontrará neste estupendo ensa io a explicação mais profunda da luta empreendida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, e com ele pela TFP, tanto contra as reformas de estrutura soc iali stas e confiscatórias, quanto contra os fatores de corrupção moral contemporâneos, tai s como o aborto, o "casamento" homossex ual , a imoralidade da TV etc. Males esses que a Revolução ig ualitária vem desencadeando sobre o mundo para tentar extinguir os vestígios de civilização cristã, especialmente neste convulsionado e caótico fim de milênio.

A Direção de Catolicismo CATO L IC IS MO

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'~ ordem temppral é uma criatura de Deus, devendo dar mais glória ao Criador do que a lua e as estrelas. Por certo, pertencem à Igreja os meios próprios para promover a salvação das almas, mas a sociedade e o Estado possuem meios instrumentais para alcançar o mesmo fim".

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ULGAMOS útil analisar alguns aspectos de uma das teses fundamentais da doutrina católica quanto ao problema das relações entre [a ordem] espiritual e a temporal, que é a "ministerialidade" * desta última em relação àquela. Parece-nos que o ambiente de nossos dias, de tal maneira inculca uma

As linhas do Shopping-center da capital de Porto Rico, San Juan, refletem o espírito materialista e frio da arquitetura moderna

•Notada Redação: Minister, e m latim , signifi ca servo, servidor; mini sterialidade significa pois, aquele que serve; ou seja, a ordem temporal deve serv ir a desígnios de Deus e da verdadeira Igreja, a Igreja Católica, Apostól ica, Romana, pois, esses desígnios são ma is altos do que a ordem temporal, que já se inserem na ordem sobrenatu ral. Em o utros termos, a sociedade e o Estado devem ser, a seu modo , in stru m e nto s de sa ntifi cação elas pessoas, aj udando-as a atingir seu fim último que é alca nçar o Céu.

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C ATO L IC ISMO

Outubro de , t


concepção materialista e puramente econôm ica da vid1 ' temporal, que exerce ui a infl uência sensível no fe itio de espírito, nos hábitos mentais e nas tendências ideológicas de pessoas que, em tese pelo menos, se presumem fiéis às grandes linhas do pensamento cató li co e até tomista. Tais pessoas teriam menos dificuldade em aceitar a posição da Igreja sobre a min isterialidade do temporal se se lembrassem bem exatamente de todo o conteúdo humano [ou seja, material e espiritual] da esfera temporal. Para que esse conteúdo não apareça tão claramente a todos os olhos, têm concorrido - involuntariamente é claro, e por motivos explicáveis -excelentes escritores.

ex ista] uma sociedade com todas as suas características essenc iais. Estabe lecida nesta base [ada observação da vida quotid iana], a demonstração, além de irrepreensível, é altamente didática, pois versa sobre fatos c laros, simp les, palpáveis que se situam no âmbito da observação direta e pessoal de qua lquer leitor. [Há, porém, outros argu mentos a considerar].

conseq üência im porta nte. Grande número de estudiosos se habitua a ver na soc iedade humana algo que existe ún ica, ou pelo menos principalmente, para atender as necessidades físicas do homem. Não que esta convicção decorra de uma afirmação expressa deste ou daque le tratadista; mas ela se forma no subconsciente à maneira de impressão gera l que, se não é lógica, é pelo menos

Verdade omitida: a sociedade humana deve satisfazer não só as necessidades do corpo mas também as da alma

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UTROS autores sustentam a doutrina de que a sociedade humana não existe em conseqüência de um pacto arbi trário estabelecido por certo número de homens em eras que se perdem na noite dos tempos, mas é uma conseqüência espontânea, legítima e inelutável da própria ordem natural. [Eles] expõem detidamente, e com todo o esmero, os argumentos proporcionados à sua tese pela observação da vida quotidiana: necessidade da especialização e da colaboração para assegurar a subsistência material e o progresso; necessidade de uma autoridade para di- " rigir essa colaboração etc. É, pois, necessidade natural [e não apenas contratual, que 18

CAT O L ICISMO

Compreende-se que um autor, premido pela obsessão de resumir, que o correcorre hodierno impõe, passe por alto sobre outros argumentos, ou si lencie mesmo sobre eles. É o que acontece não raras vezes com o argumento baseado no fato de que o homem é social pela natureza de sua própria alma, abstração feita de qua lquer necess idade do corpo. Em não poucos livros de toda espécie, feitio e tamanho, que põem ao alcance do público as linhas mestras do Direito Natural, esse argumento não é explorado em toda a sua riqueza. Decorre daí, na formação da mentalidade do leitor, uma Outubro de, 1998

Quando se esquece da predominância da alma sobre o corpo o homem se embrutece e as sociedades se degradam

explicável. Pois se os argumentos mais insistentemente mencionados, mai s largamente desenvolvidos, são os que se fundam nas necessi dades materiai s, econômicas, práticas, não é de surpreender que se forme a noção de que a sociedade existe sobretudo para atender a tais necessidades, e que aos poucos os fins da sociedade relativos à alma humana, passem do segundo plano para um olvi do completo. Como dissemos, a atmosfera contemporânea é de molde a favorecer poderosa-

mente esse fenôme no. Vivemos em um amb iente saturado de materialismo, em que a todos momentos ouv imos op iniões que só seri am verdadei ras ... , presenc iamos ações que só ser iam legítimas ..., somos postos em presença de instituições e costumes que só seriam razoáveis .. . se a alma humana não existisse. O mater ia li smo está imanente e subentend ido em quase tudo quanto se passa em torno de nós. Não é, pois, de espantar que, tantas e tantas vezes, se veja este ou aquele cató li co - que estudou honestamente as linhas gerais da filosofia moral e que leu em Santo Tomás (De Regimine Principum, Cap. I) que a sociedade temporal tem por fim remediar a insuficiência não só física mas intelectual do homem de viver só - tomar diante dos problemas políticos, sociais e econômicos com que se defronta, uma atitude prática que pouco difere da posição do materialista ou agnóstico.

Conseqüências trágicas do esquecimento da supremacia da alma sobre o corpo

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ENDO o homem constituído por do is princípios distintos, corpo e alma, é claro que em tudo quanto lhe diz respeito, será muito mais importante o que concerne à alma do que ao corpo; pois o que é espiritual e imperecível, vale mais do que o que é material e mortal. Toda a sociologia que procede dessa verdade deve dar o melhor de sua solicitude e atenção ao que diz respeito à alma humana, seu equilíbrio, seu bem-estar, seu desenvolvimento. Por mais interessan-

tese respeitáveis que sejam os problemas materi ais, por maior que seja o talento, a diligência, o vigor que se devam emp rega r e m os reso lver, cumpre nunca esquecer tal verdade fu ndamental. Ev id ente mente, não se trata de consagrar à vida material menos do que ela merece, po is o homem é homem e não um p uro esp ír ito angélico. Mas, ainda quando se dê largamente à matéria o que se lhe deve, é prec iso não romper a hierarquia dos valores. [Não se pode] conceber os prob lemas materiais dissociando-os da reali dade humana plena e total, isto é, de que te mos também uma alma, e que ela vale mais, incomparavelmente mais que nosso corpo. O mundo moderno desconheceu esses princípios, elevou o corpo à altura de um ídolo, e negou a prim azia da alma, quando não a própria existência desta. Tudo e le organ izou como se o homem tivesse apenas corpo. O resu ltado está diante de nós: as neuroses, as psicoses, as perversões sexuais monstruosas, o ex istencialismo, a

cacofoni a da grande confusão de nossos dias. O livro de Alex is Carrel ["L'homme, cet inconnu ", O homem, esse desco nhecido ] - ao q ual haveri a ali ás restrições a fazer - já se vai tornando velho, mas pode ser relido com vantagem pe los que desejam info rmar-se sobre o que está c ustan d o ao homem essa subestim ação ou negação da alma, no progresso téc nicomaterial de nosso século. Trata-se pois - e muitos o reconhecem - de restabelecer o primado do espiritual. Mas para que tal intento não fi que apenas no m undo das afirmações sonoras, e se transforme em uma ação palpável, de fi ns defi nidos, cumpre investigar no que consiste, bem exatamente, o papel do espiritual na vida que o homem leva em sociedade.

A sociedade dos homens deve espelhar~se na sociedade angélica

e

ONSIDERADA a alma hum ana em sua natureza, suas potências, sua atividade, em que sentido pode ela ter uma vida social? Um campo da vida social, comp reendendo re lações puramente espirituais de homem a homem, pode parecer situar-se em altura tão etérea, que nada de defin ido e de útil se possa dizer dele. Essa impressão dissipar-se-á caso recorramos ao que a Igreja nos ensina sobre os Anjos. O Anjo é um ser puramente esp iritual, criado para con hecer, amar, louvar e servir a Deus. Sendo esta a sua única razão de ser, é para tal Painel da Anunciação (detalhe) - Fra Angélico (séc. XV), Museu do Prado, M adri

fim que se ordenam todas as suas potências, todas as suas inclinações naturais. E é para esse fi m que o ilumin a e o sublima a graça, qu ando o eleva à ordem sobrenatural , dando-lhe a vi são beatífica e o amor sobrenatural . O Anj o tem, pois, necessidade de uma soc iedade: a de Deus. E não poderia viver na ig norânc ia do Criador. Mas esta soc iedade lhe basta por dois motivos. Primeiramente, porque Deus é a própria perfeição, e quem O possui não tem necessidade de mais nada. Em segundo lugar, po rq ue a natureza do Anjo se ordena para Deus e só para Ele. Em rigor, é tal a natureza de um puro espír ito, q ue Deus poderia ter criado só a ele, ou ter disposto que ele não conhecesse outro ser, senão o próprio Deus. O Criador constituiu entretanto de outro modo a criação angélica. Quis Ele que os Anj os se co nhecessem un s aos outros, estabelecendo, po is, entre si, uma vida social que, evidentemente, é toda esp iri tual.

Os Anjos enriquecem seu conhecimento de Deus ao contemplar o Universo criado

E

STA vida social, entretanto, tem Deus por objeto últi mo. Pois nos con hec imentos q ue os Anjos co mun icam uns aos o utros, transmitem o que cada qual pode anunciar de • Deus. De tal sorte que cada Anjo tem todas as operações de suas potências aplicadas em Deus de dois modos: um direto, na medida em que tem comércio imediato com Ele; e outro mediato [ou indireto l , enquanto se comu nica C A T O LI C I S M O

com E le por meio de outros Anjos. Assim eram as co isas antes da cri ação de nosso universo [material]. Quando este foi criado, seu conhec imento foi patenteado aos Anjos. E como nosso universo à sua mane ira também anuncia as grandezas de Deus, os Anjos adqui riram, em cada ser material cri ado, obj etos de conhec imento que os conduzem, por suas vi as própri as, a Deus, obj eto único, constante, de todas as operações angélicas.

São Francisco de Assis contemplando um beija-flor, que cântico de agradecimento e louvor a Deus entoaria o Poverello?

Por onde a consideração do sol, do chuvisco ou do trovão elevava a Deus o Salmista ... , ou por onde uma flor ou um pássaro elevava a Deus um São Francisco de Assis ... , ou ainda por onde as maravilhas do átomo podem elevar a Deus o homem moderno ... o Anjo as conhece e as util iza como vias para Deus. Quem poderá jamais nesta vida terrena - senão a Santíssima Virgem - retraça.r o que é a meditação e o amor de um Anjo, que conhece todo o nosso Universo, até o menor de seus segredos? Num só olhar [o Anjo] vê a pulsação simultânea da vida Outubro de 1998

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em todos os seres; e [também] o movimento incessan · te e misterioso da matéria nos espaços incalculavelmente grandes em que se movem os astros [ou] nos espaços incalculavelmente pequenos em que giram os universos e as constelações dos átomos. Em tudo [o Anjo] discerne a Sabedoria Eterna, o Poder absoluto e inabalável, a perfeição do Amor "que move o sol e as outras estrelas".

O Anjo não é apenas contemplativo, mas, a seu modo, tem natureza ativa. Ele é um guerreiro de Deus

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ALAMOS mais detidamente do conhecimento e do amor. Uma palavra sobre o louvor e o serviço de Deus. Feito .para louvar, o ser angélico é de uma natureza por assim dizer exclamativa. O conhecimento e o amor não se perdem sem ressonância nas augustas profundidades de seu próprio ser. Ele transmite, comunica, expri-

me o que lhe vai no íntimo, por um dever de justiça e de amor para com Deus, sem dúvida, mas também por um impulso de sua própria natureza. Daí o louvor angélico incessante, cuja magnificência a Escritura nos manifesta tantas vezes, com termos e símbolos tão diversos. Feito para servir, o Anjo não é apenas contemplativo, mas more suo [a seu modo] tem natureza ativa. Ele comunica aos outros o que conhece de Deus - é um serviço docente. Ele é o agente da vontade de Deus na direção do Universo, pois é por meio dos Anjos que Deus governa a criação visível. E esta função executiva comporta um aspecto militante, pois ele é o guerreiro de Deus, que antes dos séculos abateu Satanás e os exércitos rebeldes, e hoje combate o inferno, protege os fiéis e a Igreja na luta contra o poder das trevas. Eis, pois, o que o Anjo faz por sua própria natureza; o que ele faz como membro da sociedade angélica; e o que a sociedade angélica faz

em seu conjunto, enquanto sociedade, segundo o impulso e o desígnio de Deus.

"A alma humana é tão sociável que realizará seu destino eterno numa vida social que terá objeto puramente espiritual"

E

SSAS noções relativas à sociabi lidad e e à vida social dos Anjos são aplicáveis à alma humana, enquanto esta também é, em si mesma, inteiramente

espiritual. Porém, incorreríamos em grave erro se, fazendo a transposição dessas noções do reino angélico para a sociedade terrena, não tomássemos em cons ideração que a a lma humana foi criada para viver ligada a um corpo material, destinado a fazer com ela uma só pessoa; e que, pois, toda a natureza espiritual da alma humana se ordena a tal consórcio com a matéria, e só neste consórcio encontra seu modo de ser e de agir inteiramente normal. Tão íntimo é tal consór-

Acima: Coroação da Virgem no Céu - Fra Angélico (séc. XV), Galeria dos Ofícios, Florença.

À esquerda:Juízo Final (detalhe: os eleitos) - Fra Angélico (séc. XV), Museu de São Marcos, Florença (Itália). Mesmo no Céu os bem-aventurados viverão em sociedade

cio que, no período em que [depois da morte do homem] a alma viver [no Céu] dissociada do corpo, à espera da ressurreição, encontrar-se-á num estado de anomalia, por assim dizer de violência, certamente indolor porque gozará da felicidade celeste,

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CATOLICISMO

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Admirando um desfile militar, como o que se vê ,1 direita, em Londres, o observador como que assimila em sua alma o que nele há de belo

mas, e m todo o caso, de violênc ia autêntica que só aressurrei ção fará cessa r. Quando nossa alma reass umir o próprio corpo , não o fa rá como quem volta a um cárcere, ma s co mo qu e m readquire jubilosamente a plenitude de si mes ma. Pm·a considerarmos a parte do espírito e da matéria nas ope rações especificamente espirituai s do homem , e pois na sociabilidade e na vida social de sua alma, lembremos an~es de tudo qu e "no n habemus hic civitatem" 1nossa morada não é nesta Terral Fomos criados para o mesmo fim que o dos Anjos, como e les fomos e levados à ordem sobrenatural. E naque la eternidade diante da qual a vida terrena é um mero instante, deveremos participar da soc iedade esp iritu al dos Anjos, contemplando, amando, louvando e servindo a Deus. Tal é a afinidade entre a natureza e as operações de nossa alma e as dos espíritos angélicos. Nosso corpo parti cipará, é certo, dessas operações mas no estado de corpo g lori oso, isto é, de tal maneira e mbebido, por assim dizer, da esp iritual idade de nossa alma, e da graça de Deus, que seu próprio modo de ser e de operar será como que subli mado para além do níve l próprio à mera natureza humana e fixado na imortalidade. Feitas estas reservas íquanto ao papel do corpo], vemos que a alma humana é tão sociável que reali zará seu destino eterno numa vida social que terá objeto puramente esp iritual.

Na Terra e no Céu o homem tem essencialmente a mesma finalidade: conhecer, amar, louvar e servir a Deus

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STO nos pode ajudar tal vez a compreende r me1hor como . e realiza a vida, e mai s especia lme nte a vida soc ial das almas, na ex istênc ia terrena. E como esta vida socia l autêntica tem por objeto valores inteiramente espiritu a is. Se o nosso fim próprio é conhecer, amar, louvar e servir a Deus, nossa natureza, máxime enquanto e levada à ordem sob renatural, deve tender inteiramente para tal fim. Ou seja, todas as nossas atividades mentais e físicas devem dirigir-se para o conhec imento da verdade e a prática do bem. I to é real quanto à nossa natureza no Céu , mas também

na vida terrena, poi s a natureza humana já é o que deve ser eternamente, e, poi s, suas tend ências fundam e ntai s já são o que eternamente serão. E como a vida terrena não pode se r con trária à no ssa natureza, e la já é, de algum modo, e m sua substânc ia , no que e la tem de mai s interno, essenc ia l e íntimo - no plano nat ural como no plano sobre natural - a mesma vida de contemplação, amor, louvor e servi ço de Deus que teremos no Céu.

O homem prepara~se para o Céu contemplando os reflexos de Deus nas coisas criadas ...

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E É NISTO que cons iste o esse ncial de nossa v ida terrena, c umpre lemb rar e ntretanto que o modo pelo qual realizamos aqu i tais operações diverge profundamente do

C ATO L IC ISMO

modo pe lo qual as reali zaremos no Céu . Teremos na ete rnidade a visão bea tífica , sem véus nem obstácu los. Nosso amor terá ating ido uma definitiva plenitude. Nosso louvor e nosso servi ço serão sem jaça ne m desfalecimento. Na vida terre na , pelo contrár io, estamos em cond ição de prova. Temos dons naturais e sob renaturais a preservar e a desenvo lver. No ssas ações - ainda as me lhores - e, pois, também nosso louvor e nosso servi ço , estão e ivados de impe rfe ições. Nosso modo normal de ser nos sujeita muito mais à maté ria , do que quando nossos corpos tiverem sido tran s fi g urados pela g lória. Tudo isto não obstante, é bem verdade qu e o home m, mes mo o mai s di ss ipado , co nte mpla ativamente. Para nos darmos co nta disto, bas tará que esc lareçamos o que é co ncretamente, na vida terrena e no plano natural , uma co ntemp lação. O que faz um homem quando se detém no cam inh o para ver passa r um desfil e militar ou uma procissão reli g io sa , para co ns id e rar um ed ifíc io ou um pano rama , para observar uma cena particularmente g rave ou pitoresca da vida quotid iana , para assistir uma peç a de teatro? Co nte mpla, isto é , fixa a atenção sobre determinado objeto , toma co nhec im ento do que nele há de verdadeiro ou el e falso, de bom ou de mau; aceita, co nsente, como que assimi la em sua própria alma a verdade e o bem; experi menta uma dissonância, rejeita, opera como que uma purgação em si mesmo, do que a co isa lh e possa ter comun icad o de mau.

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Tendo diante dos olhos se res relativos e continge1i'tes, que têm e m s i o reflexo do Ser absoluto , o homem , pe los canai s dos se ntidos, con s idera nos seres contingentes al go que e xi ste absolutamente em D e us; como que se apropria de sse be m 1 no próprio ato em que o con sidera; confi g ura-se a es te be m. Em suma, fa z um ato caracteri sti came nte conte mplativo, e mbora marcado pelas condi_ções in separávei s desta vida te rre na . Muito s hom e n s, infe li z m e nte, ao reali zar tai s atos de co nte mplação, não se e leva m de nenhum modo até Deus, e se de tê m na frui ção ego ísti ca e c irc unscrita ao se r re lativo que tê m di ante de s i. Muitas vezes, seu conhec ime nto é vic ioso , e dá acolhida ao e rro e não à ve rdade; a co nte mplação os leva a ass imil a r o m a l e não o be m . É que, evide nte me nte, ass im co mo há conte mpl ações boas, há ta mbé m co nte mp lações más. São os tri unfos do mun do, da carn e e do de mô ni o. T udo isto não o bsta nte, a ação q ue rea li za m é esse nc ia lme nte co nte mpl at iva, e m bo ra possa ser me rame nte nat ura l, e é um a a firm ação de que há no ho me m um a in sopitá ve l veia ele conte mpl ação. Essa co nte mpl ação traz necessari a me nte co mo conseqü ê nc ia o lo uvo r, o u sua a ntítese que é a bl as fê mi a, po is na Terra co mo no Céu, co mo no infe rno, o ho me m é, co mo di ssemos, exc la mativo, isto é pro pe nso a comu ni car o que lhe va i na a lma. E leva ao serviço, po is o hom e m n at ura lm e n te se rve aquil o a que ama, a C idade de De us o u a C idade cio Demô ni o, a ve rdade o u o e rro, o be m o u o ma l.

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C ATO L IC IS MO

É por esta forma que a alma humana reali za desde já, nesta Te rra, para a sua salvação ou para a sua condenação, as grandes operações que é levada a realizar por toda a eternidade. C laro está que esta conte mplação , na medida e m que é feita à luz da Fé, é um a ope ração a ni mada pe la graça.

... recebendo o impulso para conhecer, admirar e se relacionar com outros homens

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O QUE fi co u dito, resulta a ev ide nte necess idade que te m a alma huma na de e ntra r e m co ntato co m o bjetos ex te rnos sobre os qu ais possa exercer sua ati vidade. A carê nc ia hi potética ele ta is o bj etos de ixa ri a na a trofi a suas potênc ias, e redu ziri a sua vicia ao s imples fato de ex istir. Ass im co mo o corpo hu m a no se pode a i i me ntar a pão e ág ua, mas adoecerá se passa r lo ngo te mpo só com estes alime ntos, ass im també m a alma hum ana não se pode alime ntar na mera cons ideração de um o bj eto, o u de um núme ro mu ito peq ueno lc o bj etos . S uas operações cm ta l caso ult ra passa ri a m, é c laro, as fro nteiras cio s imples ex isti r, mas leva ri a m a a lma a um o perar tão defe ituoso que daí se lhe seguiri a um de. eq ui 1íbrio. É o caso de certos o perá ri os, fo rçados po r sua profi ssão a pe rm a nece r horas inteiras com a atenção vo ltada sobre um mes mo fato s imples, po bre, qu ase asfix iante: um s in a l lumin oso, po r exe mpl o , c uj o ace nde r o u apaga r mais o u me nos irreg ul ar se trata ele registrar ele minu to e m minuto sobre uma fo lha de pa pe l, dura nte I Oo u

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12 horas ele trabalho quoti di a no. Certas con stituições mentai s e xc e pcionalme nte be m dotadas poderiam , qui çú, re fa zer-se deste trabalho por uma di spe rsão da atenção e m horas de lazer. Outras, poré m, sucumbiriam po r uma como que ane mia. Nossa alma foi fe ita para a conside ração cio U niverso, de todo o conjunto de seres sobre os quai s nossos sentidos te nd e m norm a l me nte a se apli car. Destes seres, o que oc upa o luga r ce ntral na ce na, o que do mina os o utros, o que ele certo modo os compe ndia a todos e m s i, é o pró pri o ho me m. A a lma humana, naturalme nte c riada para cons ide rar o Universo, é por isto mesmo pro pensa com a maior vee mê nc ia, pe lo impul so mais profund o e mai s o bstinado ele todo o seu ser, à conte mpl ação do que o Unive rso te m ele mais essencia l: os o utros ho men . Todo o Paraíso, com suas de lícias, era inadequ ado ao ho me m a ntes ela c riação ela mulhe r: " não e ra bom" que ne le o ho me m fi casse só . Nesta pro pe nsão esse nc ial cio ho me m para rea1iza r na Terra o q ue rará no

Céu, está incluída a necessi dade de conhecer e tomar contato com outros homens. E nisto está, do ponto de vista ela alma - isto é cio mais importante dos pontos de vi sta atine ntes ao home m - a verdad e ira necess idade da vida social. As fun ções de conhecer, amar, louvar e servir a D e us no espe lho ela criação deve m naturalme nte te r nas condi ções da vida te rrena, como obje to mai s con stante, mai s rico , ma is vivo, mais dire to, aqu e les cuj as a lmas são a pró pria image m e se me lh ança de Deus.

Contemplando, por exemplo, um belo cristal, pode~se compreen~ der as excelências de Deus

e

O MO se rea li zam ess as o pe rações? Conh ece nd o me lh o r o próx imo, que é a seme lh ança de De us, conhecemo- nos me lh o r a nós mes mos e ao pró pri o De us. Ass im il a ndo e m nós as virtudes cio próx imo , e nriqu ece m os nossa

alma com al go que lhe é de todo em todo conatural , e que com alto teor de realidade refl ete a Deus. Ass im , é certo que podemos te r alguma idé ia cio a mor, con s ide rando a proteção que a galinha dá a seus pintainhos, e com isto podemos c rescer em virtude. Mas muito mai s [perfeita] será nossa idé ia, muito mai s deci s ivo normalme nte o estímulo, fse J con s ide rarmos uma mãe protegendo se u fi lho . Isto, que r para formarmos uma idé ia do amor huma no , que r principalme nte cio amor divino . A co nte mpl ação não é ape nas conh ec ime nto , mas am o r. U ma el as afirmações ma is quentes e mais irres istíve is ele nossa soc iabi Iidade es tá nesta necess idad e el e ama r e de ser a macio, que é in se pa rá ve l da natureza de cad a home m. N osso amo r se volta para as co isas cio re ino mine ral , cio reino vegetal , do reino animal com al g uma adequação . Pode mos a mar um be lo c ri stal que e ncontramos à fl o r ela terra durante um passeio; mais adequada me nte amamos uma pl anta, uma rosa por exemplo; a palav ra amor se to rna rica de um sentido maior q uando ela tem por o bj eto um anima l, po r exemplo o cão, co mpanhe iro fi e l nos bo ns e nos maus di as. M as e le só é propri a me nte amo r quando te m por o bje to um ser de nossa espéc ie . Este úl timo amor, incomparavelme nte ma io r ci o que os o utros que acaba mos de enumerar, nos dá uma idéia •do amor que devemos Àquele que é o Ser absoluto, o Ser por excelê nc ia, o Ser q ue contém e m S i substancialme nte todas as perfeições. A co nte mpl ação não é mero conhecime nto, ne m mero a mo r: e la é ta mbé m ass i-

CATO LIC IS MO

milação . Pois o próprio cio amor é produzir a assimilação entre dois seres. Por isto, notase no homem , como um dos traços mai s esse nciais ele sua naturez a , uma profunda influenciabilidade por outros homen s, mas es pec ialmente por aque les a quem admira. Imitar é uma te ndência própri a a todos e está longe de ser, e m si mesma, coisa deg radante ou ridíc ula. Pode ha ve r imitaç õe s qu e tê m por obje to pessoas indi g nas. Pode have r imitações que tê m po r obj eto pessoas di g nas lmas I c ujas propri edad es a lg ué m proc ure Amor materno, reflexo criado do amor divino

ass imil a r ele modo excess ivame nte exato, e, po is, naquilo qu e é inco nfundível e m uma pessoa e intrans po nível para o utra. São os erros que ex iste m na operação ele imi ta r, co mo e m qualque r o ut ra o peração hu ma na. M as, e m s i mes mo , imitar, ass imilar, é uma fun ção leg ítim a, co nsta nte el a me nte hum a na, é uma sati sfação às ex igênc ias mais pro fund as ele nosso ser.

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Se assimi lamos o que devemos, se imitamos a quem devemos, aperfeiçoamo-nos e aumentamos nossa semelhança com Deus, refletido no espelho de suas criaturas. Imitar, servir de exemp lo, são obrigações de cada homem , operações essenciais ao aperfeiçoamento da alma, inerentes profundamente à vida social das almas. São maneiras dispostas pela própria Providência, e dotadas por Ela de eficácia relevante, para o exercício das potências da alma, desenvolvimento do espírito, e conquista daquela perfeição que é a veste nupcial com a qual nos habilitamos para o perfeito festi rn da alma, que é a perpétua contemplação de Deus.

No desenho acima, o filho pequeno já imita a profissão do pai: fotógrafo. Na foto abaixo, o traje e seus ornatos acentuam a expressão corporal do Imperador austríaco Francisco José

"Realizar dentro do mero campo natural uma como que transfiguração da matéria pela iluminação interior da alma"

e

OMO se dá este comércio entre as almas? Em outros termos, corno vivem elas sua vida social? Quando duas pessoas estão em contato entre si, por mais que sejam desiguais em inteligência, instrução ou força de persuasão, estão 24

CATO LI

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em cond ições de exercerem recíproca influência uma sobre a outra. O corpo hum ano é um in st rum ento maravilhoso para a exp ressão da alm a. Todas as nossas idé ias, mesmo as mai s abstratas, todas as nossas emoções, mesmo as mais sutis, são susceptíveis de uma ex pressão adequad a pela ação primordial da palavra em si mesma, comp letada e enr iqu ec id a pela infl exão da voz, pe la expressão do olhar, pe los gestos, pela atitude do corpo, pelo porte e até pelo modo de andar. Virg íli o nos diz que pelo simp les modo ele anelar, Dido se mostrava uma Deu sa: "et incessu patuil Dea ... " O poder de ex pressão de seu corpo, o homem o acen tua pelo traje e pelo ornato. Este poder chega a se r tão grande, que passa às vezes e, a li ás, erroneamente , por irresistível. Quando esta transparência da alma em todo o modo de agir e de ser do corpo se torna nít ida, e sobretudo quando tal transparência revela urna alma firme, c lara, lógica, reconhece-se estar em presença cio que se chama urna personali dad . Ter peronalidade, ser uma personalidade, é ter uma alma bastante desenvo lvida para diri gir, influenciar, brilhar em todo o corpo material. É realizar dentro do mero campo natural urna corno que transfiguração da matéria pela iluminação interior da alma, que é urna prefigura meramente natural, mas esplêndida em si mesma, da transfiguração sobrenatural, incomparavelmente mais radiosa e mais nobre, que os corpos glorio sos terão no

Céu, e de que Nosso Se nhor no Tabor, e também algun s Santos, nos têm dado um a vi são sensíve l nesta Terra de ex íli o.

As disposições da alma não só se irradiam ao corpo, mas se comunicam aos objetos sobre os quais o homem exerce sua influência

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ALMA não se exp ri me só através cio corpo. As formas, ascores, os sons, os odores, os sabores têm um a ana logia que não é mera mente convencional com as disposições da alma humana. E por isto as palavras que servem para designar estados da alma hu mana são correntemente empregadas para designar, por ana log ia, propr iedades de seres an im ais, vegetais ou minerais . Pode-se fa lar do cântico alegre de um pássaro, do aspecto risonho de um bouquet de flores, ou sim plesmente de um panorama; e isto do mesmo modo por

que se fala do riso alegre de uma jovem ou de urna criança. Pode-se falar da majestade de um Rei, corno da águia ou do trovão. Os exemplos disto poderiam ser multiplicados quase ao infinito. Dado este fato, pode o homem aplicar sua ação sobre os seres inferiores, com unicando- lhes urna certa expressão. Assim, é certo que asespécies animais domesticadas pe lo homem recebem dele como que ceita amenidade de comportamento, certa compostura, que os distingue dos congêneres selvagens por diferenças muito semelhantes àquelas que distinguem o homem civilizado do bárbaro. Certos animais, gatos angorás ou lulus da Pomerânia por exemplo, tomam urna como que distinção evidentemente afim com os ambientes humanos em que vivem. Uma ação do mesmo gênero pode também ser desenvolvida pelos homens sobre certas plantas, nas quais se distinguem as espécies selvagens e as cultivadas, antes diríamos as culturadas. Certa expressão de alma, o homem pode até comun icála a seres perfeitamente inanimados: quando faz, por exemplo, um quadro que terá uma expressão que de nenhum modo preexistiu na tela, no pincel ou nas tintas. E tal é a alma humana, que o próprio do homem é comunicar urna tal ou qual expressão a todos os objetos de que se cerca. Porque somos feitos de alma e corpo, queremos que os objetos que nos servem ao corpo falem também à alma. Um móvel cômodo é o que serve só ao corpo: um móvel elegante é o que serve também à alma. Um tecido resistente, agradável ao tato, adequado ao cli-

Na página anterior: A águia externa analogicamente no mundo animal, a virtude da majestade, enquanto certos gatos domesticados assumem uma distinção afim com os ambientes em que vivem. Abaixo: o feio, o agressivo, o revolucionário refletem-se em todos os elementos - móveis, lustres, paredes, etc. - de um apartamento em estilo moderno

ma, satisfaz ao corpo. Mas a alma tem exigências próprias e pede que ele seja belo.

Ambiente: quando entramos numa sala, parece sentir~se a persona~ tidade de quem a decorou

A

S OBSERVAÇÕES acima nos conduzem a uma noção essencial, que é a de ambiente. Quando às vezes entramos numa sala, parece-nos sentir a personalidade de quem a decorou. Dizemos que tem ambiente. O que quer dizer aí ambiente? É a expressão de alma que, pelo jogo das formas e das cores, urna pessoa conseguiu comunicar a objetos materiais. Nisto, corno em tudo, o homem imita Deus. Quando

Beleza, suavidade e tonus aristocrático no interior da residência do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira


to. O heroísmo dos cru zados fo i tipicamente cristão e, pois, diverso do heroísmo meramente natural de um legionário romano. É possível cons iderar o ambiente formado numa paisagem por um possante caste lo medieval, sem ter a impressão de que algo de tipicamente cristão nos toca a alma?

O ambiente exprime o estado de espírito dominante

O

Objetos como a cômoda france-

sa do século XVIII, ornada de laca japonesa (à esquerda), o elegante sapato inglês da mesma época (acima), a manta italiana confeccionada em fins do século passado (ao alto da página) e os copos de cristal (direita) favorecem o progresso espiritual do homem

contemplamos certos panoramas marítimos, quando à noite olhamos para o céu, sentimos uma expressão de alma que se desprende desse mundo: é o ambiente criado por Deus, e pelo qual Ele se exprime a nossos sentidos. Muito mais fácil ainda nos seria exemp lificar com os sons, os perfumes, os sabores. São Pau lo escreveu que o vinho , bebido com moderação, alegra o coração do justo. A Igreja se serve da música para formar nossa piedade. O aroma austero do incenso lhe parece adequado a ser respirado por nós na oração. Pelo contrário, os seus moralistas sempre nos premuniram contra os pe1fumes voluptuosos e capazes de excitar a moleza e a luxúria. Consideremos agora o ambiente em relação ao fim essencial da contemplação, que é conduzir-nos a Deus. Se os estados de alma são susceptíveis de se exprimir

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CATO L ICISMO

assim, está implícito que as virtudes e os vícios também. E les se manifestam com freqüência na face humana, na inflexão da voz, no gesto, no andar. E les são susceptíveis de marcar com sua nota própria tudo quanto o homem faz ou produz.

Um ambiente não pode ser moralmente indiferente. Ou será bom, e favorecerá as almas, ou será mau, e agirá em sentido oposto

A

INTEMPERANÇA ou a temperança de um autor não se nota só no fato de explorar [ou não] o nudismo. O ritmo de uma música pode, em si mesmo, ser lascivo; como a combinação de certos perfumes, ou a complicação de certos sabores. A falta de siso não se exprime só pelo sentido das palavras, mas pelo desaOutubro de, 1998

linhado do gesto, pela extravagância das linhas ou das cores de um traje , de um móvel, de um edifíc io. Neste ponto, como em outros, o homem é sujeito a erro e pode tachar de voluptuosas ou desatinadas co isas que só lhe parecem tais porque não está habituado a elas; não obstante, uma certa volúpia ou extravagância pode estar realmente na coi sa produzida ou fabricada por um homem voluptuoso ou extravagante. Sempre que estamos em presença de um "ambiente ", precisamente porque ele exprime um estado de alma, [devemos ter em conta que ele] não pode ser moralmente indiferente: ou será bom , e favorecerá as ai mas na consideração e assim ilação de Deus; ou será mau e agirá em sentido oposto. Isto é o que se poderá dizer da honestidade ou desonestidade natural dos ambien-

tes. Será lícito caminhar mais um passo, e falar em ambientes especificamente cristãos? Parece-nos que sim. A alma humana, tocada pela graça, adqu ire uma perfeição sobrenatural que por vezes se espelha na face. A hagiografia pulula de testemunhos disto. A Transfiguração, o que foi senão isto? Ora, a pintura e a escultura podem exprimir algo disto. E certos edifíc ios, em que estas esculturas e vitrais se encontram, têm com estes uma tal harmonia, que parecem à sua maneira exprimir amesma irradiação da alma humana místicamente incorporada a Nosso Senhor Jesus Cris-

UANDO a vida socia l das almas é regu lar e intensa num determinado grupo hum ano - uma fam íli a digamos, ou uma sociedade-, constitui se nele uma como que alma coletiva, ou seja, um conjunto de conv icções, algumas das quais prezadas como parti cu larmente importantes. Conseqüenteme nte, um a mentalidade coletiva, um estado de espírito comum exercendo uma influênc ia especial mente forte sobre todos os membros. [Nesse grupo] o vocabulário se define pelo uso mais insistente de certas palavras ou expressões que tomam por vezes até, dentro do grupo, urna tonalidade específica. Não raras vezes, aparecem até neologismos. De outro lado, o modo de trajar, de falar, de comportar-se, todas as preferênc ias pessoais tendem a receber a marca dos princípios comumente aceitos, e espec ialmente dos que são dominantes. Por fim, o ambiente material se satura desta influênt ia e aos poucos o quadro físico - casa de família, sede social etc. - vai sendo transformado de maneira a exprimir ele próprio o espírito dominante. Várias sociedades menores , formando entre si como eATO

LIC ISMO

que uma soc iedade de sociedades - um conjunto de famílias num a cidade, digamos - , podem manter um corno que comércio espiritu al com um , que forma o ambiente mais genérico, porém não menos afi rmativo , da vida da cidade. O florescimento de um co njunto de vocábulos, de trajes, de hábitos locais, a produção de obras de artesanato marcadas pelo estado de espírito local e até de influências artísticas nitidamente loca is, tudo isto é o resultante de uma sociedade espiritu al harmônica, definida e ativa. Ev identemente, poderíamos subir assim da c idade à região, desta ao país, e deste por sua vez às grandes zonas de cultura e de civilização. Sem entrar no debate inesgotável sobre o sentido de civilização, de cultura, de estilo artístico, chamemos aqu i cultura social o estado de espírito coletivo, a alma coletiva, pelo menos enquanto fecundado e ordenado pelo trabalho intelectual e enquanto ex istente como nota característica que marca também o trabalho intelectual. Chamemos civi li zação o conjunto das instituições, leis, costumes, enfim todo o modo de ser coletivo, enquanto marcado pela cultura. E [chamemos] esti lo às manifestações da arte, enquanto marcadas pe la cultura, e, pois, necessariamente afins com a civilização. Chamemos ambiente social à impressão de conjunto exercida sobre o observador pela ação harmônica da civilização, da cultura e do estilo, a transparência definida, forte, inequívoca do estado de alma e dos princípios doutrinários que são o que aquela sociedade de almas tem de mais intrínseco. Outubro de 1998

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A função contemplativa do homem nesta Terra normalmente se exerce apoiada no ambiente, na cultura, no estilo e na civilização gera~ dos pelo inter~ relacionamento espiritual das almas na ordem temporal

N

ESTE sentido, podemos e devemos dizer que o ambiente, a cultura, o estilo, a civilização, isto é, os bens intrinsecamente mais altos da sociedade humana, são o produto da vida social enquanto sociedade de almas. Estes bens são indispensáveis ao modo de ser habitual das almas, e justificam por si mesmos, independente de outros argumentos - todos legítimos aliás - a existência da sociedade. Pois ninguém pode conceber um convívio humano que não tenda, por seu dinamismo próprio, a produzir estes bens. Nem [pode conceber] condições normais de vida para a alma fora de tudo quanto se possa chamar ambiente, cultura, estilo e civilização. No mesmo sentido, devemos ainda dizer que a função contemplativa do homem nesta Terra - aprendizado, prova e prenúncio de sua função eterna no Céu - normalmente se exerce com apoio no ambiente, na cultura, no estilo e na civilização. Pois é com o auxílio de tudo isto que o homem melhor e mais adequadamente assimila ou rejeita os diversos aspectos do meio que o cerca. Ainda nesta ordem de idéias, devemos acrescentar que a formação do ambiente, da cultura, do estilo, da

civilização, constituem, embora produtos tipicamente espirituais, objetos próprios da sociedade temporal. Pois é esta ultima noção que nos permitirá prosseguir em nossas reflexões, chegando a uma perspectiva muito ampla, das relações entre a Igreja e a sociedade civil.

As características da mentalidade humana se entranham harmo~ niosamente no ambiente, como a alma no corpo

M

AS ANTES de chegar a este ponto, consideremos em suas mútuas relações os as-

pectos espirituais e materiais da vida temporal. De que maneira se relacionam as atividades atinentes à formação do ambiente, da cultura, do estilo, da civilização com as demais atividades cuja contextura forma a vida quotidiana dos homens e das sociedades? Consideremos o assunto na esfera limitada de uma família. Por mais ambiente que ela tenha, por mais que sua vida social-espiritual seja intensa, haveria um erro em imaginar que cada uma das suas atividades é dirigida pela preocupação inteiramente consciente, definida, intencional de formar um estado de espírito e de o defi-

nir. Muito disto é feito com a naturalidade e a despreocupação com que o corpo respira ou o sangue circula nas veias. No construir um móvel, fazer uma cortina ou escolher um quadro, as preocupações conscientes de ordem absolutamente prática, de caráter inteiramente circunstancial, podem até ter um papel preponderante. Tudo isto não obstante, as forças mais profundas da alma cooperarão também, e deixarão sua marca no ato, sem que, muitas vezes, a própria pessoa que faz o móvel, que escolhe a cortina ou o quadro, o perceba. [São] afinidades naturais vigorosas e entretanto tão discretas, entre as várias coisas adquiridas sucessivamente pelas diversas gerações de uma família. E que coexistem numa mesma casa, cujas características, entretanto reais e palpitantes da atmosfera doméstica, por vezes só as pessoas estranhas ao lar são capazes de notar. É o que explica a formação dos estilos. Nenhum deles é uma produção de gabinete, mas é obra de uma sociedade inteira. Os aitistas não são propriamente os criadores do estilo em uso em uma sociedade, mas seus intérpretes, seus propulsores na linha em que se vai desenvolvendo a própria mentalidade social. E é o que explica também que nos estilos verdadeiramente produzidos por uma sociedade, o prático e o belo, os elementos de utilidade física e as características de expressão mental se fundam tão harmonicamente. A vida propriamente mental se entrelaça tão intimamente, se embebe tão profundamente, se entranha tão indissociavelmente na vida material, como a alma no

corpo. E é nesta interpenetração que está a garantia da sanidade e da autenticidade de uma e de outra.

A sociedade temporal deve criar condições para o progresso tanto espiritual quanto material

O

UAL destas atividades [a utilitária ou a mentalJ é a mais importante na vida temporal? Concretamente, isto equivaleria a perguntai·, quando numa família se adquire um objeto - um armário, digamos - , o que é mais importante: que sirva para guai·dar roupas, ou que por seu aspecto acentue o poder de expressão do ambiente material do lar. Ou, em um país, ao fazer um Palácio da Justiça, o que mais importa, é sua utilidade prática para o funcionamento dos órgãos da judicatura, ou a majestade e gravidade com que deve penet:rai· o ambiente judiciário e exprimir a natureza mais íntima da função de julgar. Quando um objeto deve ter, por sua natureza, dois atributos, ambos essenciais, se um lhe falta, não vale nada. Em C ATO L IC ISMO

À esquerda: pitoresca casa camponesa da vila de Berchtesgaden (Baviera), Alemanha. Acima: no leque produzido artesanalmente, o belo e o prático conjugam-se harmonicamente

vez de escolher entre o armário materialmente útil e o "espiritualmente" útil; ou em vez de escolher entre o Palácio só materialmente adequado e o Palácio só espiritualmente adequado, seria o caso de começar por rejeitar um e outro. O homem tem o direito e o dever de ser suficientemente exigente, para não se contentar com um objeto que preste maus serviços à sua alma ou ao seu corpo. Não queremos, porém, fugir à questão que há pouco havíamos formulado. O fim imediato, próprio, natural de um armário não consiste em ser como que uma condensação de doutrina ou de mentalidade. Neste sentido, mais lhe importa guardar convenientemente roupas. Mas, como o serviço prestado à alma vale mais do que o que se presta ao corpo, em certo sentido é mais importante a função educativa de um mobiliário do que seu aspecto prático. Outubro de 1998

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O Presidente-mártir do Equador, Gabriel Garcia Moreno, católico fervoroso, durante seu governo, exerceu em seu cargo uma função ministerial a serviço da Santa Igreja

O mes mo se deve di zer da sociedade temporal, considerada como um todo . Sua situação não pode ser tid a po r normal, senão quando fo rnece condições de existênc ia e de progresso sati sfató ri as tanto para a alma quanto para o corpo. A recíproca influênc ia entre as duas esferas levará mes mo os progressos obtidos em cada uma a repercutir favorave lmente no dinami smo próprio à outra. Q ua1itati vamente, e ntreta nto , é bem verdade q ue os beneríc i os do es pírito impo rta m mais que os ela matéria. E por isto, e m qu e pese a certa me ntalid ade mod ern a, im porta mais a um país ter um a

c ultura própri a, um estil o própri o, costumes, in stitui ções, leis e m co nso nânc ia com o ambiente nacional, do que uma perfeita canalização ele águas e esgotos. A Ate nas cio te mpo de Péri cles brilhará para sempre no firmamento da História. A Ate nas de hoj e, inco mparave lm e nte s upe rio r à o utra como co modidade mate ri al de vida, que le mbrança deixará de si no futu ro?

A sociedade temporal exerce função ministerial a serviço da ordem sobrenatural, constituindo tal função instrumento útil e poderoso para a salvação das almas

T

RATA-SE, agora, de defini r as relações entre a funções da soc iedade temporal, que acabamos ele descrever, e a Relig ião. A Ig reja e ns in a qu e a vida terrena deve ser comparada a u m nov ic iado . O nov iço deve adqui rir os conh ec im e ntos e as v irtudes q ue o tornem a pto para a v ici a re li g iosa. O ho me m deve adq uirir na vida terrena

os conhec im entos e as virtudes que o tornem apto para o Céu. Por virtude se entende o hábito de operar segundo a reta razão. O que supõe um conhecimento dos ditam es da reta razão. As operações a que se referem estes ditames não são apenas as ex teri ores, mas as inte ri o res. Q ua lque r ato me ra mente inte ri or do homem, desde que tenha o consentimento da vontade, é susceptíve l de ser virtuoso o u não, conforme esteja em acor-

do, ou em desacordo, com a reta razão. A sociedade temporal-espiritu al é dotada de uma ação poderosa sobre o homem para o levar a pôr atos interiores ou exteriores confo rmes à razão . E la pode, pois, ser meio útil para salvar ou para perder. As ma is a ltas manifestações da vida te mporal se inserem, por sua própri a natureza, no âmago do problema da salvação e a ele não pode m fi car de nenhum modo alhe ias . Não é só pe lo co n-

curso das leis com que favorece a Ig rej a verd ade ira e reprime o erro, que a sociedade temporal pode servir à salvação. É pelas mil atividades espirituai s qu e constituem o que ela te m de melhor, isto é, o fato de ser uma sociedade de alm as, sem o que ne m seque r e la seri a sociedade. Dá-se pois co m a sociedade te mpo ra l - mutatis mutandis - o mesmo que co m a fa míl ia, soc iedad e também e la natural , temporal , mas destin ada pelo que e la te m de mai s vi sceral, a ativid ad es qu e c oinc id e m com as da Igrej a. Dada es ta interpe netração profunda de campos, desej a da pe la Prov idê n c ia , seri a absurdo supor que Deus não qui sesse uma cooperação entre a sociedade temporal e a Igreja. E, ma is, que nessa coo peração e ntre duas soc iedades intrin secame nte desig uai s, o temporal, natural, perec íve l não esti vesse e m pos ição mini steri a l em

relação ao espiritu al, sobrenatural , eterno ; o fim próxi mo em re lação ao fim último. Há nestas considerações base sufic iente para se ir mai s longe, sustentando que a soci edade te mpo ral , máxime enquanto sociedade de almas, não alcança a sua perfeição senão medi ante o Magistério e a graça de que a Igreja é depos itári a. M as isto nos levaria longe do nosso tema.

A Igreja alcança grandes frutos em sua atuação quando instituições, leis, estilos etc. constituem um ambiente católico

A

SOCIED AD E te mpo ra l te m, po is, tanto qu anto a fa mília, embo ra a se u mod o pró pri o , um a fun ção de apostol ado a e xe rce r na pró pri a esfe ra te mporal , sob a in spi ração e o magisté rio da Igrej a. Q ual a importância real de sua contribuição, na obra da

sa lvação? Trata-se, é cl aro, de uma contribuição de caráter meramente natural , poi s só a Igrej a é uma sociedade sobrenatural. Isto posto, pode-se e ntretanto suste ntar que tal importânc ia é imensa. A Providênc ia qui s que o ambiente de uma fa míli a, de uma sociedade cultu ral, profi ssional, recreativa ou qua lquer outra, o ambiente ele uma cidade, de uma provín c ia, de um pa ís exercessem sobre o ho mem uma influ ênc ia natural profund a, ela qua l, é certo, e le pode libertar-se com o auxili o da graça, caso ta l influência seja má, mas que em todo o caso atua em seu íntimo poderosamente . A prova di sto está na evidênc ia cios fa tos . Onde as leis, as instituições, os costumes, a cultura, o estilo, a c ivili zação constituem um ambiente profund amente católico, a ação espec ífica da Hierarquia Ecles iás tica logra hab itualmente grandes frutos, e a ação dos Sacra mentos, da pregação, a irradiação da san-

tidade cios M ini stros de Deus move as multidões. Onde pelo contrfü·io tudo se lhe opõe, as dificuldades para a ação el a Hi erarqui a se tornam imensas. São ve ncíve is, é certo, pois para Deus nada é impossível. M as atuam em si mesmas de modo desfavorável. É o que ex pli ca que países inte iros te nham caído repe n ti na m e nte n a he res ia , co mo a In g laterra, ou as nações esca ndin avas : todo o ambiente tinha uma nota apenas aparente de cato lic idade. O que era ve rdadeirame nte do minante, era a ind ife rença, a tibi eza. Em sentido contrário, poder-se-ia argume ntar com a ex pansão da Ig rej a so b as persegui ções e seu a frouxame nto de po is d e Constantino. O arg umento é intrinseca me nte tão fraco, qu e fa z so rrir. Q ue m pode admitir que a Es posa Mística de C ri sto só seja fec un da qu a ndo tratada a chibatadas ..., qu e seus verdadeiros be nfe itores sej am os Neros, e os Dioc lec ianos, e seus verd ade iros perseguidores São L uí s, São Fernando, ou Santo Henrique?


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--------1 =S Museu Frei Galvão

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Coroa do Imperador Rodolfo li; desde 1804 Coroa Imperial da Áustria

Insígnias imperiais do Sacro Império Romano Alemão, séc. XIV

Noção de sociedade temporal sacral

A

SOCIEDADE temporal, querida por Deus, ordenada por E le, realizando em si mesma uma obra que é de santificação, é uma sociedade santa, que tem uma função sagrada. [Ela permanece] sociedade inteiramente natural como a família, mas como e la [é] trabalhada a fundo pela vida sobrenatural que borbulha em seus membros. Sociedade santa e sagrada como o é a família cristã, à qual convém tão bem a designação de santa, que até o seu vínculo constitutivo é um Sacramento instituído pelo próprio Jesus Cristo. Santo Império, Santa Rússia, Santa França eram antigamente designações correntes e petfeitamente legítimas. E ninguém estranhava que o óleo sagrado servisse como um Sacramental para ungir os

Reis, que a sua investidura no poder temporal supremo se desse durante a Missa, numa função essencialmente religiosa, co m a participação do C lero; que a Cruz de C ri sto brilhasse no alto do símbolo do poder temporal , que era a coroa; ou que o título mais honroso do detentor supremo do poder temporal fosse um título religioso: Sacra Ma-

jestas, Rex Apostolicus, Rex Christianissimus, Rex Catholicus, Rex Fidelissimus,

eATo

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estranhava também] que os duques da Lorena - que se presumiam reis de Jerusalém - cingissem uma coroa cujo diadema era feito de espinhos, ou que o Rei da Lombardia tivesse em sua Coroa de Ferro um Cravo da Paixão de Cristo. Todos estes fatos atestavam a sacralidade da sociedade temporal e portanto do poder temporal, e mbora este fosse distinto da Hierarquia Eclesiástica.

Chegamos assim à noção da sociedade temporal ministra da Igreja, que abre amplas perspectivas para a noção da soc iedade temporal sacra!. Parece-nos que - se todos os que se interessam pelo problema das relações e ntre a soc iedade temporal e a Igreja tivessem bem claro no esp írito que a palavra temporal inclui a título capital imensos valores esp iri tuais, e quais sejam eles mais fácil lhes seria compreender a ministerialidade do temporal. ♦ * Nota da Redação: Esses títulos tão sign ifi cativos corres pondiam aos princ ipais mon arcas da Europa de então: Majestade Sagrada, título que correspondi a ao imperador do Sacro Impé ri o Romano Ale mão ; ReiApost6lico, ao Rei da Hungria; Rei Cristia11íssi1110, ao Rei da França; Rei Cat6lico, ao Rei da Es panha; Rei Fidelíssimo, ao Rei de Portugal; Defensor da Fé, Rei da Ing late rra.

Obs: O título, subtítulo e intertítulos do presente ensaio são da redação. Igualmente são da redação os pequenos esclarecimentos co locados entre colchetes [... ] para mais fáci l intelecção do texto.

Pintura do Rei Francês luiz XIV a cavalo, o Rex Christianissimus (Rei Cristianíssimo)

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Defensor Fidei*. [E ninguém

Outubro de

,f 998

Senhor Diretor Com muita satisfação, o Museu Frei Galvão recebeu e agradece o nº 573 da revista Catolicismo, com atraente capa e excelentes artigos dedicados a Frei Galvão prime iro brasile iro e levado às honras cios altares, nos 500 anos ela História cio Brasil. São esc la reci men tos assim - tão e ruditos quanto necessário. - para a divulgação de nossa hi stória re li gio a, que nos animam a continuar na difícil missão de levar o nome ele F re i Galvão rrente a Lodos os brasileiros. Para o " ato lie ismo de Frei Galvão" possa chegar às mãos de nossos pesquisadores e estudantes, através ele bibliotecas, o Museu Frei Galvão deseja adquirir I O revistas, que nos poderão ser env iadas porreembol so postal. Na certeza do pronto atendime nto à nossa soli c itação, este M useu renova sinceros agradecimentos, na certeza de poder contar com a prese nça de Catolicismo nas restas ele Ação ele Graças da Beatificação de Frei Ga lvão, a realizarem-se nesta cidade ele Guaratinguetá, entre 9 e 15 de novembro próximo, para as quais, em breve estaremos envi ando o convite detalhado. Atenciosamente (T.R.C.M. -

São Paulo)

Lamentamos

R

Sou assinante desta maravi lhosa Revista Catolicismo, estou encantada com a mesma, e indico para todos amigos e pessoas conhec idas. Mas , o motivo deste Fax é também para informar-lhes com imensa tri s-

teza, que não recebi o exemp lar ele maio/98, e gostari a ele saber a razão, pois recebi ontem o exemp lar de junho/98, embora ainda não têlo lido completamente, quero dizerlhe que está lindo . (A.B.L. -

Amazonas)

Nota da redação: Logo que a admini stração de Catolicismo recebeu o Fax acima transcr ito, prov ide nciou a re messa do exe mp lar, certamente extraviado. Esperamos qu e não tenha hav ido mais irreg ularidades nos envios. Aproveitando a ocasião, pedimos a todos nossos le itores que sempre que hou ver qualquer inte rrupção no receb imento men sa l ele Catolicismo, comu ni quem-nos logo a irregu lariclacle, para que possa mos tomar as devidas providê nc ias.

Tudo que queria

R

É a primeira vez que faço a assinatura ele uma rev ista. Gosto muito de ler e só leio livros e revistas ele caráter re lig ioso. E a rev ista Catolicismo era tudo o que c u q ueria, pois, além de estar fazendo o que gosto (ler) , tico bem informada. (M.A.S. -

Ceará)

Vida material e espiritual

~ Parabéns pela excelente rev ista Catolicismo; educativa, instruti va, cultural, sempre nos fazendo recorda r ou aprender mai s a lg uma co isa ela vida material e es piritua l. Só peço evitar publicação ele le itores com fatos sensacionali stas ou horri pi lantes, pois propagá-los só traz tristeza e poderia incentivar os mais fracos no erro . (H.S.C. -

Na. Sra. da Soledade

~ É com muita a legria que venho agradecer ao Sr. pelo g rande bem qu e vem fazendo por todos os lares brasileiros que recebem esta maravi lhosa revi sta Catolicismo. Que é através de la que temos nos sa ntificado muito. Gosto muito ela Vida dos Santos e também da Palavra do Diretor: Fiq uei encantada com o milagre ele Nossa Senhora da Soleclacle e não pude conter as lágrimas, e mai s outros textos que me impressionaram muito. Agradeço ao Catolicismo que nos traz mensa lmente estas maravilhosas notícias. (M.V.O.C. -

Sergipe)

Super contente

~ Com imensa satisfação lhe informo que estou super contente com a rev ista Catolicismo. Real mente fico e ncantada co m quanta co isa bonita, quanta riqueza por parte dessa obra linda que vocês fazem. Parabéns! Estou gostando especia lmente da seção A Palavra do Sacerdote e a parte que co nta a vida dus salllus. Quero também agradecer pe la lindíssima Medalha que recebi, muitíss imo obrigada. Que Deus e Nossa Senhora de Fátima vos abençoe e proteja. (O.M.F. -

Bahia)

Coragem

~ Venho recebendo regularmente a revista Catolicismo. Tenho aprec iado a independê ncia e a coragem dos comentários. Alguns ele d ifícil argume ntação cm vista ela atual desordem mundial.

Rio de Janeiro)

eATOLIe ISMO

(C.A.D.O.S. -

Outubro de 1998

MS)

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Como o costume exigia então, os filhos dos Grandes de Espanha passavam a juventude como paj e ns na Corte. Assim, ao c umprir 16 a nos, Franc isco foi env iado à ele

São Francisco de Borja glória da nobreza espanhola e da Companhia de Jesus Grande de Espanha, Marquês de Lombay, Duque de Gandia, Vice-rei da Catalunha, Geral da Companhia de Jesus, iluminou sua época com invulgar sabedoria política e altas virtudes AFONSO DE SOUZA

pequeno Ducado ele Gancl ia, pertencente ao Reino ele Valência, era governado no início do sécul o XVT por Dom João de B01ja. Sua mãe, viúva pela segunda vez aos 18 anos, logo que o filho pôde administrar o Ducado, retirou-se aos 33 anos ele idade para o mosteiro ele las Descalzas, como vulgarmente são denominadas na Espan ha as monjas c la ri ssas. Lájá se encontrava sua fi lha Isabel, que ecli ficava por s ua virtude. Dom João era casado com Dona Joana ele Aragão, neta, por um ramo bastardo, cio Rei Fernando ele Aragão, esposo ele Isabel, a Cató li ca . Expu lsando os mouros de Gra nada, no mesmo ano em que promoviam o descobrimento ela América, esses soberanos puseram fim a oito sécu los ele dominação moura na Espanha.

O

Francisco, primogênito dos Duques de Gandia, nasc ido a 28 de outubro de 151 O, deveu à mãe sua precoce piedade. Dona Joana tinha especial predileção por e le, devido a seu bom temperamento e natural inclin ação à virtu de. Não descuidando em que recebesse formação própria a seu ilu stre sangue, e co lheu para e le dois preceptores de con hecida erudição e comprovada virtude.

Modelo de virtude em luxuosa Corte Aos I O anos Dom Franc isco perdeu a mãe. Devido a es te falecimento , o menino deixou o convív io do pai e dos sete irmãozinhos, pois sua ed ucação foi confiada ao tio materno, Arcebispo de Saragoça. Com ele passou alguns a nos .

Quando, após 15 dias ele traslado, sob um so l abrasador, o Marquês teve qu e reco nh ecer ante os notári os aque le co rpo já e m adiantado estado de co rrupção, co nstatou nova me nte, de man e ira pungente, a fragil idade das gló ri as deste mundo. E re novo u se u propós ito de, se sobrev ivesse à esposa, dedicar-se inteiramente a Deus numa Ordem Religiosa . São João de Áv ila, a quem então abriu s ua alma, aprovo u- lhe a decisão.

Carlos V, jove m re i ela Espa nha e Impe rador cio Sacro Império. Es te logo afeiçoou-se ao adolescente pela no breza ele sang ue, seri edade, di ligê ncia e piedade. A Imperatriz [sabei, filha cio Rei de Portugal e esposa ele Carlos V, tinha tal dileção por Dom Francisco que, atingindo ele os 20 anos, deu-lhe por esposa Dona Leonor de Castro, sua melhor clama ele companhia, então Vice-rei da Catalunha com 17, e m cujas veias corria o mais "Exílio" em Gandia ilustre sang ue luso. Como presente ele Apenas vo lto u ele Gra nada, Ca rbodas, o Jmperaclor Carlos V concedeu los V nomeou-o Vice- rei da Cata lua Dom Francisco, além cio título ele nha, cargo ele grande co nfiança e resMarquês ele Lombay, a nomeação como ponsabi Iidade, ante ri o rme nte conceMantera-Mor de sua Casa. E a [mperadido somente a pessoas mais idosas e triz acrescentou-lhe o ele seu Cavalariçojá experime ntadas em funções semeMor, e à Marquesa, esposa ele Francislhantes. O Imperador reconhecia asco, o ele sua Camareira-Mor. sim , naquele vassa lo fiel ele 30 anos A Imperatriz quis ser a madrinha inco mpletos, a maturidade e prudêncio primeiro filho cio casa l, que rececia necessárias para tal cargo. beu o nome ele Ca rl os , em honra cio Nos três a nos de seu vice-reinaImperador. E também dispôs que seu do, Dom Franc isco acabou co m o filho Felipe - o futuro Felipe [( banditismo que infestava a reg ião, rofosse o padrinho. busteceu a fronteira com a França, Em meio a todas e sas distinções , impl ementou a marinha e , em tudo, sendo cios poucos a ter entrada livre mostrou -se hábil político e grande na câmara real e vivend cm faustosa aclm in istraclor. Corte, o jovem Marquês de Lombay Quando , em 1542, ia começar seu mostrava-se sempre s imples e recatasegundo triênio, o Marquês recebeu do, impress ionando a todos por sua a notícia do falecimento ele seu pai. rara virtude. Esta era fruto cio hábito Pediu e ntão licença ao Imperador para salutar que adqu irira ele domar semDom Francisco de Borja, ir pôr as coisas em ordem no Ducado pre suas paixões e más inc linações. IV Duque de Gandia que herdara. Para isso, util izava os métodos mais Esta foi-lhe concedida, mas Carl os V já o havia nomeaeficazes, como a oração, confi ssão e comunhão freqüendo Mordomo-Mor ela Princesa ela Espanha, Presidente de tes, a lém ele penitências voluntárias. Dona Leonor procuseu Conse lho e Superintendente de seu Erário. À Duquerava seguir a mesma trilha. sa, sua esposa, o [mperaclor nomeara Camareira-Mor; e às Deus os abençoou, concedendo-lhes cinco filhos e três suas duas filhas maiores, clamas ele honra. Todos entendefilhas, uma elas quais seguiria a senda da bisavó , entrando ram que, nomeando a Dom Franci sco Mordomo-Mor ele também para las Descalzas ele Gandia. Após o nascimenseu filho Felipe, Carlos V tencionava designar assim o prito cio oitavo filho, os Marqueses, ele com um acordo, decimeiro-ministro do próximo re inado. diram viver e m estado de continê nc ia, embora não tivesEntretan~o ... Deus queria para Dom Fra nc isco não a sem atingido ai nela os 30 anos de idade ... vicia na Corte, mas o governo cio pequeno Ducado; a fim O ano de 1529 marcou profundamente a vicia cio Marde' melhor prepará-lo para a grandíss im a missão que lhe quês. A Imperatriz Isabel fa leceu, após breve doença, no destinava. E ass im sucedeu que , quando Carlos V comuauge do poder e ele sua extraord inári a beleza. Como prova nicou à Família Real portuguesa qual a Casa e Servidores ele estima pelo casal, o Imperador dispôs que somente a que, com diligência, havia esco lhido para a futura rainha Marquesa amorta lhasse sua esposa e que fosse o Marquês ela Espanha , os soberanos portugueses , por motivos ignoquem acompanhasse os restos mortais dela até o Panteón rados, rejeitaram o Duque de Gandia. Real, em Granada.

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Dom Francisco, nos sete anos seguintes, dedicou-se inteiramente ao seu novo Estado e à v ida el e família. Fundou um Co lég io ela Companhia de Jesus, depoi s elevado a Univers id ade, para dar formação verdadeiramente católica não só aos filhos ele seus vas sa los, mas principalmente aos cios mouri scos res identes no ducado, que mal aprendi am a verdade ira Reli gião . Já se afeiçoara à nova milícia fund ada por Inácio ele Loyo la, dev ido à ami zade que mantinha com Pedro Fabro, Pe. A raoz e um dos jovens j es uítas que fo ram para o Co lég io de Ga ndi a, o futuro São Luís Be ltrão, Apóstolo ela Co lômb ia.

que "todcts as empresas e dificu ldades da Companhia na

Espanha e mesmo na Europa passavam por Gane/ia, buscando a direção e o juíw de Bor:ja, amparo de sua gran deza e abrigo em sua sombra".

Profissão secreta na Companhia de Jesus

Carlos V, que nun ca esquec ia o Duque, penso u em nomeá- lo Pres idente do Conse lho do novo reinado. Ao co nvoca r as Co rtes Gerais do Reino de Aragão, em 1547, esco lheu as pessoas que haviam de acompanhar se u filho Fe li pe, fi gurando na cabeça da li sta o Duque de Gand ia. Nomeo u-o também Tratador (um dos qu atro in Membro da term ed iários entre o Prínc ipe regente Companhia de Jesus e seus Es tados). Dom Felipe in sistiu Em 1546, o Duque teve a dor de então co m o Duque para que ace itasver morrer sua pi edosa esposa. Se, de se definitivam ente o cargo de M orum lado, com somente 36 anos, ele domo- Mor. se via livre para rea li zar seu projeto Dom Fra ncisco reco rreu a Santo ele consagrar-se a Deus, ele outro pren In ác io. Este foi im ed iatam ente ao dia-o ao mundo sua numerosa prol e, Vati cano, supli cando ao Santo Padre aind a quase toda na infância. uma di spensa ex traordinária para qu e Seu desejo de pertencer à Co mum nobre pud esse fazer a profi ssão panhia ele Jes us levo u-o a enviar a so lene na Co mpanhia, conservandoln ác io de Loyol a um a ca rta peclinª entreta nto em segredo, mantendo as clo- lhe humildemente que o ace itasaparências de sec ul ar, pelo decurso de se entre seus filh os e expo ndo- lhe três anos, a fim de co locar seus filhos. os obstáculos que se antepunham a Assim , esse nob re (cujo nom e foi Santo Inácio de Loyo/a recebe em tal desejo: a saber, sua co ndi ção de ocultado) ficaria livre de todos os asRoma a visita do Duque de Gandia pai e Duque. E nqu anto isso, fez voto sa ltos exteri ores. de castidade e obediência ao superi or cios j es uítas ele Obtida a di spensa, o fundador da Companhia envi ou-a Ga ncli a. ao Duque, recomendando- lhe qu e não se aproximasse de A carta de Dom Fran cisco chegou ao Gera l ela Co mpa Roma, pois era desejo cio Papa co nceder- lhe o chapéu nhia ele Jesus num momento de grande dor, pois este acacardinalício. O novo professo da Companhia continuou intervindo bara de perder o seu primeiro e muito amado discípu lo, Pedro Fabro, consumido por seu ex traord in ári o zelo. Sa nna reforma dos conventos relaxados. E quando os inimi to fn ác io, que por reve lação divina já so ubera que o Dugos da Companhi a lançaram uma campanha de calúni as que entraria para Companhi a, por nova lu z sob renatural co ntra seu fundador e os Exercícios Espirituais, por ele teve conhec imento de que ele seria digno substituto do red igidos, Santo In ác io escreveu ao Papa pedindo um exafilho perdido. me ri goroso dos mes mos, co m uma conseqüente sentença E, rea lmente, o fundador da Co mpanhi a tinha o Dupontifícia. Esta veio med iante o Breve Pastora/is O.fficii que em tão alta conta, que passo u a cons ultá- lo sob re proCura , uma aprovação ex plícita e honrosa da obra, concebl emas que ele enfrentava na Espanha, reco mendando ao dendo indul gências a quem dela se aproveitasse. Isso fez seu Prov inc ial que fi zesse o mes mo. ca lar e estremecer seus ca luni adores. Ao fim de quase três Certa vez, tratando-se de um a fundação em Sev ilha, à anos, conseguiu o Duque casar seus filhos maiores. Transqual Santo Jn ác io não estava muito inclinado, enviou ele a fe rira alguns de seus privil ég ios para seu segundo filh o, e Ganclia uma folha em branco co m sua ass inatura e deixanencarregara o mais velho de proteger e ed uca r os três medo ao Duque o poder de decisão. nores. Tudo parecia pronto quando, casando-se novamenDo papel que passou a ter Dom Francisco nos destinos te o Príncipe Felipe, pensou outra vez no Duque para seu da Companhia, dá prova o Card eal C ienfuegos ao afi rm ar Mordomo-Mor.

Encontro de dois Santos

Imperador salvou nova mente a Companhia. Pouco depoi s, Carl os V renun ciava ao trono e retirava -se para o mosteiro Dom Francisco esc reveu a Santo In ác io pedindode Yu ste, onde três anos depois termin ari a seus dias men lhe li cença para refugiar-se em Roma, uma vez que Pau lo 111 hav ia fa lec ido e o perigo cio chapéu cardinacionando em seu testamento o Pe. Francisco. lício estava momentaneamente afastado. O Geral da Superior, Geral da Companhia de Jesus Companhi a recebeu de braços abertos aquele filh o, que e glorificação post-mortem conhec ia só sobrenatural mente. Quando o Duque aj oeAo fa lecer Santo In ác io, o novo Geral, Pe. Laynes, delhou-se para ped ir-lhe a bênção, Santo Inácio fez o mesvendo ausentar-se ele Roma para parti cipar do Concílio ele mo e reuniram-se os dois santos num longo abraço. Trento com o Pe. Salmeron, na quaMas não tardou que o novo l idade ele teó logos cio Papa, chaPapa, Júli o Ili , co nh ece nd o mou à C idade E terna o Pe. Fran melh or o Duque, desej asse cisco, nomeando-o Vi gári o Gera l cumul á- lo el e honras, inc lusida Companhia. Jsso lh e preparava ve a co ncessão do c hapé u o sucesso r, poi s, rea lmente, quanca rdinalício. Santo Inác io man do faleceu o Pe. Laynes, Francisco dou-o então afastar-se de Roma de Bo1ja fo i eleito por unanimidae vo ltar para a Espanha. de terceiro Gera l da Companhia. Em sua pátria , recebeu fi Em seu governo, enviou seus fi nalm ente, corno Grande de lh os ao Novo Continente, inauguEspanha que era, a perm issão rou o nov iciado da O rd em, recede Carl os V pa ra fazer-se relibendo nele o futuro Santo Estag ioso. Já pod ia deixar os trajes ni slao Ko stka e muitos outros que seculares, usa r bali na e receber morreri am mártires em terras de a ordenação sacerd ota l. T inh a infi éis. então quarenta anos de idade. O Papa São Pio V, preparanPode-se imag in ar que redo sua c ru zada co ntra os turcos, percussão tal acontec im ento pediu ao Gera l da Co mpanhia, provocou na devota Espanha! devido a se u sa ng ue real e gran De todos os lados choveram de prestígio que gozava na Corte pedidos para sermões , visitas da Espa nh a, qu e fo sse pessoa le exercícios esp iritu ais. Máscara mortuária de São Francisco de Borja, mente tratar co m o rei Fe lipe li San to Inác io nomeou o exigreja do Gesú, capela de Santo Inácio, Roma sob re sua ajuda . Duque de Gandi a, apesar de Ao voltar para Roma, alquebrasua recente ord enação, Com isdo e co m a saúde muito abalada, Francisco de Bo,ja entresá ri o Gera l da Companhia para toda a Espanha. gou sua ai ma ao Cri ador, na noite ele 30 de setembro ele Ce rto dia, visitando nessa quali dade os j esuítas de 1572. Não só o povo, mas também Bispos e Cardeais acorÁv il a, estes referiram -se a uma freira, cuja vida estareram à casa da Companh ia para osc ular os restos mortais va pontilhada de eventos extraordinár ios e que era daquele que já cons ideravam Santo. muito perseguida e caluni ada. Assim encontraram-se Em 1671, Clemente XI canoni zou-o so lenemente. Toda São Francisco de Bo1ja e Santa Teresa de Jesus. O a Espanha vibrou , especial mente a nobreza, que o nomeou primeiro confirm ou que esta era gu iada pelo espírito se u patrono, obtendo ainda o traslado de seus restos mordivino, e transformou-se em seu ardente protetor. tais para Madri. ♦ Mas novamente o demônio e seus sequazes humanos recomeça ram a campanha de ca lúni as co ntra a Compan hi a de Jes us. O pró pri o Arcebispo de Footes de referência: Saragoça, tio do Pe. Fran cisco, pregava co ntra os jeAdro Xavi er, EL DUQUE DE GAND ÍA, EI Noble Santo dei Pri111er /111perio - Ap1111te.,· histórico.,·, Ecl ilora Espasa-Ca lpc, S. A., Madrid, 1950. suítas. Em algun s lugares foram estes apedrejados. Santo.,· de Cada Dia, Lomo Ili , 3 ele oulubro , São Franc isco ele Carl os V, vendo a tempestade que se formara, manBo,ja, Organ izado pe lo Pe. José Leite, S. J ., Ed itoria l A.O. , Braga, Pordou chamar seu anti go protegido. Em uma conversa tuga l, 1987. ele três horas, comprovou toda a santid ade do antigo Marce lle Aucla ir, Sanw Teresa de Ávila , Livraria Aposto lado da Im prensa , Porto, 1959. Duque e a malícia dos ca luni adores. A proteção do

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Santos Fausto, Januário e Marcial, Mártires.

cio-se à oração, j ej um e penitência, sendo visitada por seu Anj o ela Guarda, que a an imava. Foi reti rada do convento pelo pai, que a encarregou cios cuidados da fam íl ia.

São João Ogilvie, Mártir.

São Marcos, Papa, Confessor.

+ Glasglow, 16 15. Calvinista inglês convertido pelo célebre exegeta, o j esuíta Corn élio a Lapide, entrou para a Companh ia ele Jesus, voltando a seu país para socorrer os católicos perseguidos. Depois ele converter muitos hereges, fo i traído e entregue ao Arcebispo protestante. Na prisão teve, du rante três dias, o corpo constantemente perfurado com agulhas e estiletes, sendo depois executado em ód io à fé.

+ Roma, 336. Foi escolhido por sua vi rtude para suce der a São Si I ves tre no Só l i o Ponti fício. Colaborou com o Imperador romano cri stão Constanti no na tarefa ele organização ela Igrej a, apenas saída das catacumbas.

8 Santa Taís, Penitente.

Santa Teresa de Ávila, Virgem, Reformadora.

+ 1nglatcrra, 1282. Descendente de uma das

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Santo Eutímio, o Jovem, Eremita.

mais ilustres famíli as da Inglaterra, versado em teologia, direito civil e canônico, após ordenado foi chanceler da universidade de Ox ford e depo is Arcebispo ele Ereforcl .

São Luís Beltrão, Confessor. + Valência, 158 1. Sacerdote domin icano, aos

+ Pales ti na, 898. Figura elas mais célebres do monaquismo grego cio século IX, fo i sucessivamente anacoreta, fundador de la11rns (celas comun s), mos teiros e, f'ina lmcntc, eremita, chegando a imitar a vicia de ão Simão Estil ita, vive ncio vári os anos no alto de uma co luna.

São Tomás de Ereford, Bispo e Confessor.

3 São Francisco de .&>rja, Confessor. (Vide seção Vidas de Santos, p. 34)

23 anos mestre ele nov iços, seu ex traordi nário zelo levou-o a desej ar ir combater os protestantes. Mas a Prov idência encamin hou-o para a Co lômbi a, ond e du ra nte sel e anos evangeli zou os índios.

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São Paulino de York, Confessor.

Silo Francisco de Assis, Confessor.

+ Inglaterra, 644. Enviado por São Gregório M agno para evangeli zar a Inglaterra, rea lizou frutuoso apostolado nas regiões ele Kent e ela Nortúmbri a, converteu o Rei Edwin e fundou o B ispado ele York.

Santas Don/na e filhas, Mártires.

+ Síri a, 302. Esta heróica mãe e duas lilhas pre feri ram atirar-se a um rio para evitar a desonra com que as ameaçavam os soldados que as vinham prender por serem cristãs.

11 São Sármatas, Mártir.

5 Santa F/,or ou Fk>ra, Virgem. + Beaulieu (França), 1347. Filha ele pais nobres, entrou muito cedo como religiosa na hospedari a cios Cavaleiros de São João ele Jerusalém para cuidar dos doentes e peregrinos. Padroeira das fl ores.

6 Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, Virgem. São Geraldo M aj ela

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São Luís Beltrão

e AToLIeISMO

+ Nápoles, 179 1. Aos 16 anos, entrou para a Ordem Terceira el e São Francisco, cntregan-

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+ Tebaida (Egito), 357. Discípulo ele Santo Antão, fo i morto pelos sarracenos por ódio à ré. Dizia: "Prefiro um homem. que tenha peca-

do, reconhece esse pecado e faz penitência a um que não tenha pecado e se co11siderejusto".

xonaclos pela fi loso fi a pagã, foram orientados por Orígenes a voltar-se, em primeiro lugar, para a ascese divina" (do Martirológio Ro111ano).

15 ♦

16 Sta. Margarida Ma. Alacoque, Virgem. ♦

São Geraldo Majela, Co,!f'essor.

Santos João de Breõeuj, Isaac Jogues e Companheiros, Mártires.

17 Santa Mamelcta, Virgem, Mtirllr.

cristãos ganhar a verdadeira vida etem a ao perder aquilo que tu crês ser vida".

ceses que evangelizavam o Canadá, atua l norte cios Estados Uni dos, regaram essas terras com seu sangue ao serem marti ri zaclos pelos índ ios iroqueses .

Santos Vicente, Sabina e Criseta, Mártires.

Santa Maria Bertila .&>scardin, Virge»L + Trev iso, 1922. Entro u para a Congregação ele Sa nta Dorotéia clecli cacla, à assistência aos doentes. Passou a cuidar ele soldados. Faleceu numa operação cirúrgica, após oferecer sua vida pelo méd ico-chefe cio hospital, ateu, que se converteu.

Sa11to Hilarião, Abade.

+ A ntioqui a, Séc. Ili. Segundo São Jerônimo, " Malchion, padre muito eloqiie11te da Igreja de Antioquia, ensinou retórica nesta cidade com o maior êxito".

enviaram a estudar em A lexandria, converteuse e partiu para o deserto, onde foi di rigido por Santo Antão. Voltando para seu país, ai i viveu como anacoreta, atraindo um a multidão ele di scípulos . É por isso consiclcraclo o pai ci o monaquismo palestin o.

22 Santa Maria Sak>mé, Viúva. + Palestina, Séc. 1. Segundo a tradição, prima da Santíssima Vi rgem e mãe ele São Tiago e São João Evangelista, era uma elas Santas M ulheres que estavam aos pés ela Cru z, na Paixão ele Nosso Senhor. São Marcos a cita duas vezes em seu Evangelho, sendo seu culto muito antigo.

23 Sa11to Inácio, Bispo, Co11fessor. + Síria, 877. Filho ci o Imperador M iguel, tornou-se monge aos 14 anos, e depois Abade, f'uncla nclo tr ês mos tei ros. Pa tri arca de Antioquia, trabalhou em pro l ela uni ão ela Igrej a Cató lica no Oriente e no Oc idente.

São João Stone, Mártir.

São Serafim de Montegranaro, Confessor.

Sa11to Antenodoro, Bispo e Confessor. + Ás ia Menor, Séc. III. Irmão ele São Gregóri o

+ Itália, 1604. Irm ão leigo capuchinho, analfa-

Taumaturgo, ambos "extraordinariamente apa i-

29 Santa Ermelinda, Virgem. + Melclerl (Bélgica), Séc. V I. Adolescente, li lha ele pais nobres e ricos que a desej avam casar, cortou os cabelos para dedicar-se inteiramente a Deus, reti ra ndo-se para a solidão, onde levou vicia ele oração e penitência.

30 São Marcel-O Centurião, Mártir. + -fangcr, 298. Pai cios santos mártires Cláudio, Luperco e Vi tóri o, esse centurião espanhol fo i clecapitaclo por haver clec laraclo, numa elas restas cleclicacla ao Im perador, que era cri stão e servia a Jesus Cristo.

31 Santa Joana Delanoue, Virgem. + França, 1736. Herdo u cio pai modesto ba-

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28 Santos Simão e Judas Tadeu, Apóstok>s. Silo Malchio11, Confessor.

+ Palestina, Séc. IV. Filho de pagãos, que o

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12 São Lucas Evangelista, Mártir.

corajosamente a Fé diante de Daciano, governador romano, em Talavera, fugi u com as duas irmãs para Áv ila. Sendo aí aprisionados, louva ram o Se nhor até l erem suas cabeças esmagadas a pedradas.

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Santo Antonio Maria Claret, Bispo e Co,gessor.

27 + Á vila, Séc. IV. Vi cente, depois ele defender

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+ Pé rsia, 340. "Sace rdo tisa do templo de Artemi s, fo i convertida à Fé por uma de suas irm ãs que era cristã. Pagãos apedrejara m-na no mesmo dia em que havia acabado ele renascer pelas águas cio bati smo" (do Martirológio).

NOSSA SENHORA APARECIDA, PADROEIRA DO BRASIL

queimados vivos por se terem convertido ao cri stianismo, disseram ao jui z: "É a glória dos

+ Am érica cio Norte, Séc. XVII. Jesuítas l"ra n-

+ Dcliceto (Itália), 1755. Para segu ir o apelo ele Deus, fugiu de casa com o auxíl io de um lenço l. Entrou na Congregação dos Redentori stas como irmão leigo, tornando-se um modelo ele hum ilclacle, pac iência e morti licação.

26 Santos Luciano e Marcia110, Mártires. + N icomédia, Séc . li!. Condenados a serem

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+ Egito, Séc. IV. Inspirado por Deus, São Pafúncio deixou seu retiro no deserto para ir trazê-la ao bom caminho. Ela queimou seus vestidos e j óias e o segui u para um mosteiro no deserto.

SANTOS ANJOS DA GUARDA

São Serafim de Monteg ranaro

+ Córdoba, 307 . Esses três irmãos i ncreparam o novo govern ador ro mano ela Espanha, Eugênio, por sua cru eldade parn com os cristãos. Em resposta sofreram o sup líc io do cavalete e depois da foguci ra.

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

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Santa Teresa de Ávila

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lógio Romano - Monástico).

São Francisco de Assis

Outubro

belo, lia as consciências e explicava o Evangelho, sob a luz cio Espíri to Santo. Favorecido cios mai s altos dons ele contemplação, so l"reu todas as desolações características ci os místi cos.

1

+ Gand (Bélgica), 650. " Nobre pelo nascimento, renunciou a uma vida pouco edi li cante e à sua fortun a, após a morte da esposa, para seguir Santo Amândio, que acabara ele fu ndar o mosteiro ele São Pedro ele Gand" (do Martiro-

Santa M aria Francisca

ifeç~~

Santa Teresinha do Menino Jesus, Virgem. São Bavão, Confessor.

Nossa Senhora Aparecida

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zar que com habi I idade rez prosperar. Começou a ded icar-se também a obras de ca ridade a ponto ele ser chamada 111ãe dos pobres. Fun dou um as i lo a que chamou "A Providência", início ela Congregação ele Santa A na da Providência.

+

antuária, 1537 . Agos tini ano inglês, fo i ma rtiri zado por sua enérgica e lotai repulsa em reconhecer o lúbrico Henrique VIII, fu ndador ela igreja herética angli cana, como chefe da Igreja na Inglaterra.

Nota Os Santos aos quais já fizemos referência no Calendário de 1997 têm aqui apenas seus nomes referidos, sem nota biográfica.

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A nte

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um púb lico qualificado e ilu stre, que lotou um dos auditórios do con hec ido Hote l Ipanema Park, fo i reali zada, no último d ia 30 de junho, em Portuga l, na c idade do Porto, sessão de apresentação cio li vro O Cruzado do Século XX: Plinio Corrêa de Oliveira de autoria do Prof. Roberto de Mattei ed itado, pela prestigiosa editora Civilização . Abriu a sessão o Dr. Pedro Moura Bessa, diretor ela conhecida casa ed itorial portuense, que agradeceu a presença cio Príncipe brasile iro D . Lui z de Orléans e Bragança e do autor da obra, tendo convidado a todos a ouv ir o testemunho pessoal sobre o biografado e sobre a co rrente de pensamento que influ enciou e inspirou. O Prof. Roberto ele Mattei agradeceu a oportunidade de poder prestar homenagem ao fundador ela TFP, ele quem se cons idera discípulo. "A viela de Plínio Corrêa de Oliveira constitui um modelo de pensamento e de ação, que nos revela um caminho, uma via, para nós, para as nossasfamílias, para as nossas nações" , frisou. Em seguida o brilhante catedrático de História Moderna na Faculdade de Letras da U niv ers idad e de Cass ino , Ttália, discorreu sobre o sentido da existência ele Plínio Corrêa de O li veira, tendo destacado de que modo e le foi um verdadeiro cru zado . "Existe um espírito de cruzada que é a disposição de ânimo elo cristão pronto para so_fi-e,; para combater até à morte, para defender ou recuperar bens

40 .

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Lançado em Portugal livro sobre o fundador da TFP À esquerda: aspecto do seleto público presente à sessão

Abaixo: capa da obra do Prof. Roberto de Mattei e o Autor durante sua exposição

esp1ntuais mais elevados que a própria vida ... Nos pri111órdios do nosso século esta disposição de alma tüo intimamente cristã, européia e lusitana, .floresceu ele ma11 eira misteriosa, no outro hemi.1fério, no coração de 11111 jovem brasileiro, nascido em São Paulo, a 13 de dezembro de 1908". Após discorrer com profundidade a respe ito ela cru zada trava.ela por P lin io Corrêa de O li veira, e sobre o contexto na qual a mesma se desenvolveu, Roberto de Matte i ressaltou que o espírito de cruzada não é um impul so se ntimental mas uma at itude, cuj o funda mento doutrinário é o princípio da não-co ntradição , princípio segundo o qual é impossível qu e uma co isa sej a e não seja ao mes mo tempo, e que Santo Tomás definiu como o princípio primeiro e supremo do pensamento . Em seu di sc urso, o orador faz uma indagação e a respo nd e u nos seg uintes termos:

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"A Contra- Re voluçéio não é um regresso ao passado, nem uma reação genérica, mas uma ação direta contra a Revolução, assim como ela e.xiste hoje em concreto não somente no plano das idéias, mas também no mais profitnclo das tendências da alma. "Com efeito, as grandes vitórias da história são o f ruto do encontro entre a graça divina e a vontade humana: é a conversão do Imp ério romano, é afonnação da Idade Média, é a reco nquista da Espanha a partir de Covadonga. É a cruzada do século XX para a qual apela o Pro_f: de Oliveira num artigo -man(festo do ano ele 195 1 para instaura,; sobre as ruínas do mundo moderno, aquele Reino de Maria no Reino de risto, que será a Civilização Cristã elo século XXI" .

* * *

"Que m são os agressores da Civilização Cristã que Plinio Corrêa de Oliveira enfi-entou ? "Em prim eiro lu gar o comunismo, o inimigo mortal, mas também asfalsas alternativas ao comunismo, o nazismo e o fas cismo, o liberalismo, a hedonística wayoflifeamericana, o progressismo laico e católico. " Por detrás dessas di ve rsas m.anifestações elo erro, ele entrevê um único in imigo multiform e qu e através defases e me/amorfos es sucessivas visa adestruição lo/ai da Igreja e da Civilização Cristã. "Este inimigo constitui-

rá o objeto específico do estudo de Plinio Corrêa de Oliveira, que, apôs haver desvendado a natureza e as modalidades de açüo do adversário, proporá as linhas de uma eficaz reação para o aniquilar e restaurar a Civilização Cristã. "A este inimigo, a este processo de dissolução Plinio dá, segundo o Magistério da Igreja, o nom e de Revolução .... "O professor de Oliveira não se lirnila a uma denúncia implacável do mal: ele procura também delinear a única terapia que o pode derrotar: uma reaçüo de defesa que é uma cruzada.

E m segu id a, liri g iu -sc ao público o Príncipe D. Luiz de O rléans e Bragança. Ressaltou o i lustr orador, co m palavra. muito felizes e ap ropria.elas, o fato ele P lini o Corrêa de O li ve ira possuir uma cul tura profun damente lu sa, se bem que co m mui ta influê ncia fran cesa, ser um espírito uni versa l, tendo sempre uma palavra de a lento e de co nselho para todos aq ueles que lu tavam em prol da ContraRevo lução. E acrescento u: "A pessoa . de le era para mim o arquétipo do brasileiro, com tudo aquilo que tiveram os bandeirantes e, antes de les, os navegadores portugueses". ♦

Mesa que presidiu a sessão de encerramento do Congresso. Da esquerda para a direita: Príncipe D. Bertrand de Orléans e Bragança; Revmo. Côn. José luiz Villac; Príncipe D. luiz de Orléans e Bragança; Dr. Eduardo de Barros Brotero; o orador, Dr. luiz Nazareno de Assumpção Filho; Revmo. Pe. David Fra11cesquini; e Des. Júlio César Paraguassu

Ili Congresso de Correspondentes-Esclarecedores e Simpatizantes da TFP PAULO HENR IQUE CHAVES

fim ele aprofund ar o estudo da integridade da Contra-Revo lução, a TFP reuniu nos dias 5, 6 e 7 de setembro p.p., seu III Congresso de Correspondentes-Esclarecedores e Simpati zantes, em São Bern ardo cio Campo. O evento reali zo u-se no Pampas Pa lace Hotel e reuniu cerca de 400 congressistas proven ien tes ele 40 cidades de 11 Estados e cio Distrito Federal, além de representantes da Argentina, Chile e Uruguai. Para o fundador da TFP, "A modernidade da Contra-Revolução não consiste em f echar os olhos nem em pactuar, ainda que em proporções insignificantes, com a Revolução. Pelo contrário, consiste em conhecê-la em sua essência invariável e em seus tão relevantes acidentes contemporâneos, combatendo-a nestes e naquela, inteligentemente, argutamente, plan ejadamente, cqm todos os meios lícitos, e utilizando o concurso ele todos os filhos da luz". Após a abertura do Congresso no dia 5 de setembro p.p., às I O horas, o Dr. Ed uardo de Bar ros Brotero - Vicepres ide nte da TFP no exercício da Pre-

A

s idê nc ia - discorreu, na conferênc ia in augura l, sobre a gênese do pensamento co n tra-revo lu c ioná ri o de P líni o Corrêa de O li veira. No espíri to do fundador da TFP, o conhecimento dos princípios da Revolução e ela Co ntra-Revolução nasceram de uma profunda análi se ela ordem criada por Deus. Desde muito jovem di scerniu e le que a impi edade, a imora lidade e o igualitarismo, fo rmavam um "unum" que se op unh a catego ri came nte a outro "unum " constituído pela piedade, pela pureza e pela des igualdade proporcional e harmô nica existente entre os homens. Esses dois "ununs " - o mal e o bem são irreconci I iáveis entre si , o u sej a, o "unum" da Revolução é irreconc ili áve l com o ela Contra-Revo lu ção. Nessa mesma tarde, enquanto o Cel. Carlos A . E. Hofme ister Poli abordava o tema "A Revolução e a Conlra-Revolução no plano político e social ", para cerca de 150 veteranos ; o Sr. Abel de Oliveira Ca mpos tratava do mesmo tema, sob o pri sma reli g ioso, para outro grupo de 200 pes soas. Co ncomitantemente,

C ATO L IC IS MO

Outubro de 1998

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Aspecto parcial do auditório durante uma das conferências do Congresso Abaixo: Capa da recente e primorosa edição de Revolução e Contra-Revolução, editada pela Artpress, e distribuída como lembrança a todos os participantes do Congresso

num terceiro sa lão, os Srs. Nelson Ramos Barretto e Sérgio Bcrto li desenvolveram a temática "As três Revolu ções" para um grupo de 50 pessoas que participavam pela prim eira vez de um congresso da TFP. T rata-se da famosa tese defendida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oli veira de que as diversas crises do mundo moderno não são senão um a só crise, ele caráter moral e re li g i oso, que teve in íc io co m o Renascimento e o Protestantismo. Os conferencistas, embora falan do para três púb l icos distintos, ressa ltaram em suas ex pl anações a grande mentira rep resentada pelo igualitari smo moderno, analisando alguns dos mitos difundidos pela "m etcijfaica e religic7o" igualitári a. Ademais, rea lçaram o fato de que Deus cri ou o Universo profundamente desigual, no qual as cri aturas di ferenc iadas formam um conjunto harmônico, que espelha as virtudes div inas. No dia seguinte - domin go houve um ciclo de palestras teóri cas e outro teórico-práticas. Entre as primeiras, falou para a turma cios veteranos o Sr. Luís Ed uardo Dufaur, que ex pôs o ensinamento cio Prof. Plínio Corrêa de Oliveira sobre a IV e a V Revo luções.

42 .

eAT OLIe ISMO

Mostrou a profunda coerência entre as cinco Revo luções : a revo lta cio s in stintos desregrados contra toda norma e razão. Assim, na primeira revolução, o igual itarismo protesta nte revoltou -se contra o Papado; na segun da, a Revolução Fran cesa contra a nobreza e a monarquia; na terceira, o com uni smo co ntra as clesigualclacles sócio-econômicas. Por sua vez, a qu arta Revolução leva à aniquil ação ela própria razão, coroa do espírito humano. Abolida a razão, o homem iguala-se aos animais irracio nais. E prosseguiu o Sr. Dufaur:

"E111 e nde- s e por aí o fundo do ecolog is1110 a11árq11ico, do caos e111 q11e i111 e rg e o 1111111 do, do 1riba li s 111 0 'comu110-111issio11ário ' e das buscas de 'experiências ' religiosas em cultos supersticiosos do Orienle rolulados genericamenle de Nova Era". Falando para o utra turm a, o Dr. Gregorio Vivanco Lopes mostrou que a Revolução, vista em seu es pírito e no seu conjunto, visa a impl antação ele um es tado ele co isas cont rár io aos Mandamentos ela Lei ele Deus. Ela vem se desenvolvendo desde o séc ulo XVI e at inge presentemente seu auge com a revoluçc7o cul/ural, que visa mocli fi -

Outubro de 1998

car profundamente a alma hum ana. Tal revo lução tenta, o quanto possível, arrancar ao espírito humano sua semelh ança com Deus no campo mora l e torná-la semelhante a um ser in fe rn al. É o que se poderi a chamar ele IV Revolução, sucedânea das três anteriores: a protestante cio século XVI, a Revolução Francesa cio século XVIII e a comuni sta cio século XX. Para a turma dos novos, falaram os Srs. G ilberto Ghi otto e Fábio Card oso el a Costa sob re "O Tratado da Verdadeira Devoçc7o " . Após aprese ntarem um breve relato sob re o autor, São Luís Gri gnion de Montfort, e a hi stória ele seu livro "Tratado da verdadeira devoçcio à Santíssima Virgem ", ressa ltaram o papel desta obra na vida ele Plínio Co rrêa de O l iv eira e na esp irituali clacle ela TFP. O período ela tarde, foi consagrado a reuniões de ordem teórico-práticas.

N a seq üência elas turm as , fa laram o Dr. Ce lso da Costa Carva lh o Vicli gal sobre o tema: "Ação conlra -revolucio-

nária da TFP: passado, p resente e .fi,tu ro "; o Dr. arl os • du ar lo Sodré L ann a, juntament e co m o autor desta notíc ia, sobr as ai ividadcs da TFP três anos após o passa mento do Prof Plíni o orrêa de li vc ira ; e, por fim , o Dr. l ld ·l'onso Homero Gonça l ves Barradas, sobre o li vro "A alma de todo o

Aposlolado ". No últim o di a do Co ngresso, as palestras ve rsa ram sob re a atu ação práti ca da TF P e as perspec tivas de ação da entidade so bre a opini ão pú blica . Para os veteranos fa lou o Dr. Plíni o Vidi ga l Xav ier da Sil ve ira sobre a "A epopéia de Plínio Corrêa de

Oli veira no campo 1emporal ". Por sua vez, o Dr. Paul o Corrêa de B rito Filho, diretor desta rev ista, fez um breve hi stóri co de Catolicismo , porta-voz da TFP, ressaltando sua im portância na form ação dos correspondentes-esc larecedores e simpati zantes ela T FP, basea ndo-se em decl arações do Prof. Plíni o Corrêa ele O li veira. L embrou a penetração el as matéri as di vul gadas pe la Agência Boa Imprensa -ABIM , espec ialmente nos j orn ais méd ios e pequenos do interi or ci o País, há mais ele 45 anos . A presentou ainda as vá ri as rases cio Serviço ele Imprensa da TFP. Sendo tam bém coo rdenador g ral da ampan ha O Amanhã de Nossos Filhos, o conferenc ista mostro u os êx itos recentes alcançados por sla, 'S p cialm ntecontra a nove la 'l'orre de !Jabel, ela Rede G lobo, bem co mo no 10 ·ante à pesqui sa de âmbit o na ·iona l sobre o Có-

m aior mov imento ele di vul gação da M ensage m de Fá tima ci o mundo. A Ca mpanha j á atin giu cerca ele 64 MI LI-I ÕES ele folh etos convidand o o públi co a se interessar pela M ensagem ele Fát ima, e j á postou mais de 15 MI LH ÕES ele correspondências sobre o mes mo tema. O acerto na conclução desta importante Campanha da T FP, toda inspi rada e ori entada pelos sábios ensin amentos e pela ard ente devoção do Prof. Plíni o Corrêa ele Olivei ra a N ossa Senh ora ele Fátim a, confe ri ra m à mes ma um a ex traordin ári a fo rça de pro pagação, que permite esperarm os, co m tota l confi ança na proteção el a Santíssim a Virge m, um futuro aind a mais brilh ante. A firmou o expos itor : "A graça que

acompanha es/e i111porlante aposlola do ncio refluiu ern nenhum momen lo, apesar das ten1a1i va.1· Ji·us1ra.1· que o ma l le111 f ei10 ern alguns lugares para ti rar-lhe o brilho e a credibilidade". A lém lc reuni ões específi cas co m grupos de orresponclentes-Esc larecedores e i mpatizantcs, ao longo dos três dias do ongresso, fo i apresentado um interessantíss imo audi ov isual "O Cruzado do Século XX " .

E ncerrou o Co ngresso o Dr. Lui z N aza reno ele A ssumpção Filh o, qu e di scorreu sobre a cri se contemporânea, a qu al atinge se u c lím ax em nossos di as. Expôs também as animadoras perspecti vas de nossa ação sob re a opini ão pú blica em todo o mundo, faze ndo um apel o aos congress istas para que proclamem bem alto nossos idea is, tanto no campo doutrin ári o qu anto na atu ação concreta, nos res pecti vos ambientes que freqüentam. Fin ali zo u sua ex pos ição citando as seguin tes palavras cio Pro f . Plíni o Corrêa de O li veira: "Q uando o peso

de urn Brasil verdadeiramenle católico, a luz de urn Brasil verdadeiramente católico sejàça sentir em Ioda América, se f aça senlir em lodo inundo, compreender-se-á que urn novo País apareceu no rnundo e urna magnífica estrela se acendeu no Céu ". A adesão refl etida e entu siástica ci os congress istas duran te os três di as de estud o e oração fo i di gna ele nota, merecendo aqui menção espec ial. ♦

Os congressistas manifestaram vivo

interesse por publicações e objetos religiosos expostos durante o evento

digo de Def esa rio '/'e le.,·pe<· fodor e a Delegacia do 7'ele.,·pec /(l(lor. Depo is fez uso da pa lavru o oordenacl or Ge ral el a 'a mpu nh a Vinde

Nossa S e n h o ra d e Fâ 1i1110 , n cio fa rdeis!, Sr. M arcos L uiz :urciu , que apresentou um apa nh ado históri ·o do dese nvo l v im ento des te i111 por1u111 • mov imento, qu e e to rn ou, 1 rm; as , enorm e adesão cio públi co ·u tól i ·o, o

CAT O LICISMO

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Mãe do Boril ·CoBselho · de úêriazzaóo* Plinio Corrêa de Oliveira



Porta-voz da TFP

Nesta O capítulo X de Revolução e Contra-Revolução, que publicamos em nosso último número, deixou claro como os ambiente pod m influenciar as pessoas - tanto no sentido revolucionário, quanto contra-revolucionário. Agora, no Cap. XI, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira descreve as táticas da Revolução para destruir a noçao de bem e de mal, bem como para negar a Redenção.

Capítulo XI A Revolução, o Pecado e a Redenção - A Utopia Revolucionária Dentre os múltipl os aspec.:tos da Revolução, é importante ressa lt ar que ela induz seus lilhos a subestim arem ou negarem as noções de bem e mal, de pecado ori ginal e de Rcdençflo.

1. A Revolução nega o pecado e a Redenção A Revo lução é, como vimos, fi lha do pecado. M as, se ela o rec.:onhecesse, desmascarar-se- ia e se voltari a contra sua própri a causa. Ex plica-se, assim, por que a Revo luçflo tende, não só a o passar sob silêncio a ra iz de pecado da qual brotou, mas a negar a própria noçflo de pecado. Negaçflo radi c.:a l, que inclui tanto a culpa ori ginal quanto a atu al, e se efetua prin c.:ipalmenle: • Por sistemas lilosó fi cos ou jurídic.:os que nega m a va lidade e a ex istênc.:ia de qualquer Lei moral ou dão a esta os fundamentos vãos e.: ridícul os do laicismo. • Pelos mil proc.:cssos de propaganda que cri am nas multidões um estado de alma em que, sem se afirmar diretamente que a moral nflo ex iste, se faz abstraçflo dela, e toda a veneração dev ida à virtude é tributad a a ídolos <.:01110 o ouro, o traba lho, a efi ciênc.: ia, o êxi to, a segurança, a saúde, a b ·lc/a l'ís ica, a força musc.:ul ar, o gol.O dos scnt idos etc. (~ a pr >pri a noçao de JK'ra do, 11 distfi nc.: ia mcsnrn cnt n: o lw 111 l' o 11 1111.

qu e a Revo lução vai des truind o no homem c.:o ntem porâneo . E, ipso facto, vai ela nega ndo a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cri sto, que, sem o pecado, se torna incompreensível e perde qualquer relação lógica com a Hi stória e a vida.

uI11 11 'Olll'c p,;ao d11 ord ·111 liu111a11 a, cm qu • o i11di vfduo, l'L' JHll ndo um ·111 ' p ·rl' ·i1 0, 'l'il ludo, • o Es tado nada, ou qu as · nada, u111 mal n ·e ·ssfi ri o .. . provisori ,1111 ·nt i.: n '<.: ·ssá ri o, 1alvcz. hii o período c111 qui.: se pensava que a c.:ausa úni c.:a di.: todos os erros e cri mes era a ignorância . Abrir escolas era fechar pri sões . O dogma básico des tas ilusões foi a c.:onceição imaculada ci o indi víduo. A grand e arma do liberal , para se defender contra as poss ívei s prepotências do Estado, e para impedir a fo rm ação de camarilhas que lhe tira ssem a direção da co isa públi ca, eram as liberd ades políti cas e o sufrágio uni versa l.

B. A conceição imaculada das massas e do Estado

Já no século passado, o desacerto

2. Excmplifka~·ao his1orka : nega ·áo do Iwrado 110 lilx-ralismo e 110 sodaliMno Em rnd11 1111 111 dl' , 11 11, 1•i.1p1I,, 11 . Rcvohu;110 tt·111 prnr 111 111 l11 o,1 1h1•,1111t:11 ou m: ,:11· rndi t·11 l111t· 11h· 11p1•1111111

A. A co11

/ • o lm,, 11/,ul,1 do /11dlvld110 Nii l;t,l' llhl'I ili 1 111d1, tchi;ilio,111, l' i:t

1•11, 1111 111q111• 11 lt111111·111 r d111,11l11 dl' lllllil ra,1111 111 l 11 lt\l-l. d1· 11111,1 1·11111adl' f'orl c lº dt· p111 til' rI11 tll' s11'F' ,1I111·111os. Daí

desta conc.:epçflo s, torn ara patente, pelo menos cm parte. Mas a Revolução nflo r ·cuou. 1\111 vez de.: recon hecer seu ' 1To, ·la o suhslilu iu por outro. Foi a ·0 11 · •içao i 111 ac.:u lada das massas l' do lislado. Os ind ivíd uos são J)i'OJll'IISOS 110 TOÍSlllO ' podem errar. Mns IIS III IISSIIS lll' ·r1aI11 sempre. e j a111:ii s Sl' dl'ix 1111 1 li.:var pelas pa ixões. Sl•11 i11 1pl'l',iwl 1111:io di.: açflo é o Estado, Sl'II ittlal!vcl 111cio de ex pressão, o ,11l1al'i11 uni versal , do qual decorrem os p111 l:11111:1tlos impregnados ele pen'illltl'ttl o socialista, ou a vontade forte dl' 11111 di1ador cari smáti co, que guia .S l'tt1prc as massas para a reali zação da vo111adc delas.

2

20

Revoluc;~1o e Ccmtra-Revc)luc;ão

Verdades Esquecidas

A Revolução nega o pecado e a Redenção

Corrêa de Oliveira. A Parte li, referente à Contra-Revolução, virá em seguida.

21

4 A palavra cio Diretor

s

Capa O exemplo de Jacinta, vidente de Fátima

Brasil real

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Brasil brasileiro

Destaque

São Paulo, de 1895 a 1915

O papel da confiança na atual crise financeira internacional

7

28

A realidade concisamente Baleias, bruxedos, Aids e drogas

8

Vic.las de Santos Santo Odon, uma das colunas da reforma cluniacense

A palavra cio sacerdote Heresia ariana; Teologia da Libertação

32 s~mtos e festas e.lo mês

34

10 Polític1

l •:nt revista

Vitória da social-democracia na Alemanha

Processo de dissidentes da TFP: entidade põe os pingos nos is

12 Atualidade

38 Escreven.1. os leitores

Affaire Clinton corrói instituições norte-americanas

14 S.O.S. Família

Na próxima edição, publicando o Capitulo XII - so bre as utopias revolucionárias - , encerraremos a Parte 1 (A Revolução) da magna obra de Plínio

Justiça Divina premia os bons e castiga os maus

Restauração da família e reforma do Estado

16 Internacional O engodo da Terceira Via

40 TFJ>s cm ac;ão Avenir de la Culture: vitória histórica contra tentativa da esquerda de legalizar "casamento" homossexual

44 Ambientes, Costutnes, Civilizações Castelo de Valençay e outro gênero de analfabetismo

CATO L IC ISMO

Novembro de 199B

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Amigo leitor, Qual o segredo ele Jacinta, a vidente de Fátima? Respondendo a essa pergunta, Catolicismo apresen ta um dos temas mais fascinantes ela vida espiritual: o cam inho el a santidade. Ao longo da matéria o leitor irá con hecer, em profundidade, a personalidade de Jacinta. E terá oportunidade de compreender como atuou a graça divina numa alma, razenclo com que uma criança, aparentemente cm nada cli ferente elas ou tras, se transformasse numa grande Santa, capaz de praticar virtudes cristãs somente imagináveis em pessoas que atingiram às honras cios altares, ou ainda em adm iráveis heróis da Cri standade. Jacinta, com sete anos ele idade, já se propunha voluntariamente a fazer penitências em favor cios pecadores. A menor elas cri anças de Fátima, que fora beneficiada por uma elas maiores revelações divinas desde a vinda ele Cristo à Terra - palavras cio Postul ador ela Beatificação de Jacinta e Francisco - , dedicava sua ex istência a um único propósito: salvar almas pecadoras, oferecendo a Deus inúmeros e dolorosos sacrifícios. Que li ção el e vicia Nossa Sen hora nos ap resenta med iante seus pastorinhos! É por isso que, em todo o mundo e especialmen te no Brasi l, o número ele devotos de Nossa Senhora ele Fátima cresce a cada dia. Deus permita que a mensagem ele Fátima seja conhecida por toda a humanidade, pois, certamente, dentre os homens que não se converterem por amor às palavras ele Maria Santíssima, muitos poderão fazê- lo dev ido ao exemplo e às preces de uma criança que foi capaz ele sofrer portentosamente em benefício alheio. A mensagem ele Nossa Senhora e o so frimento heróico ele Jacinta projetam lu zes no verdadeiro cami nho que leva à santidade, e, portanto, a Deus e à felicidade eterna . É tal Cé.lminho que Catolicismo pretende mostrar ao leitor apresentando-lhe essa importante matéria.

Em Jesus e Maria

9~7 Paulo Corrêa ele Brito Filho D IR ETOR

PS: Aqui , como no artigo em questão, não queremos, é claro, ad ian tar-nos ao veredicto da Santa Igreja que um dia, esperamos, elevc:U·á Jacinta às honras dos altares. Em tudo nos submetemos ao infalível juízo da Esposa d · ri sto que, aliás, já proclamou oficialmente as virtudes herói ·as d · .li1r i11tn .

4

C /1 T O L I C I S M O

Q uando hoje entramos numa casa e vemos as cri anças tendo como principal "brinquedo" a te lev isão, difícil seria imag inar a alegria e criatividade destas com os brinquedos ele outros te mpos. Já as clonas-ele-casa, longe ela era ela tel evi são, encontrava m e m certos afazeres cloméslicos urna fo rma ele lazer, ele di stração e até ele progresso malerial para suas famílias. O presente arligo, contudo, não tem por obj etivo aborda r o tema cios efeitos deletérios ela televisão para as mentes e as famílias . A esse respeito, psicó logos e estudi osos diversos, bem como Catolicismo, tê m tratado bastante. O que prete nde mos é mostrar um tanto a outra face cio mundo: o quanto as pessoas eram ma is ativas e c ri ativas e m s uas horas vagas e como, desse aprove ilamento cio tempo, sa ía algo que bem se poderi a qualificar ele cultura.

Uma cultura real, natural, nascida com originalidade Como exemplo hi stórico ele uma vicia bem mai s orgânica, natural e tranqüil a cio que a Lrepiclante e estressante vicia cio dia-

É impossível fugir da comparação entre os hábitos

sadiosefamiliaresdosancestrais dos paulistanos contemporâneos e a crescente artificialidade e brutalização de vida a que estes vão sendo submetidos, à maneira de uma camisa-de1orça a-d ia conlemporâneo, escolhemos a então aprazível c idade ele São Paulo, ele aproximadamente um século atrás. De 1895 a 1998, que profundas diferenças se operaram no modo el e se r e el e viver cio s pauli stanos! Poderíamos acrescentar, não só destes mas ele todos os brasi leiros. No sentido cultural autênlico - em que se ve rifica uma supremacia cio espiritual (inc luídos neste conceito sobretudo os aspectos moral e inle lectual) - , in egave lmente a clecaclência foi im pressionante ...

Largo de S,fo Bento, vendo-se a rua de mesmo nome (com bondes elétricos), 110 tempo em que as crianças paulistanas brincavam de roda

Mas esq ueça mos os agress ivos lempos ele hoj e e a mcga lópo le paulislana cosmopolita aluai , para degustarmos a recordação iluslrativa cios sad ios costumes ele outrora.

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Na prim e ira década deste séc ul o, como descreve Jorge Ameri cano e m São

Paulo naquele tempo, "não ha via muilas lqjas de roupas f eitas para cric111 ças: Au Bon Diable, Empório Toscano, Casa Alemã. Nem sempre se encontrava o que se queria. "Tarnbém não havia vestidos-modelo, nem mesmo roupas para o bate-papo caseiro das senhoras. "Por isso proliferavam as costureiras que vinham buscar encomendas com os respecti vos moldes, e traziam a con.fecção três dias depois . ... . "Os vestidos de senhoras orientavam-se pelos .figurino.1· .fi·anceses, ou brasileiros que os copiavam escandalosam.enle. Gente de recursos médios chama va a coslureira, dava- lhe o mo/-

Novombro do 1998

CATO LIC IS MO

Novembro de 1998

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de tirado do .figurino, cortado em fo lhas de j orna l e depois ia experimentm: "Gente de menores recursos fazia isso ern cctsa, com a máquina de costu ra, que não falta va nas casas abaixo da média econônúca. "Assim, a dona-de-casa tinha o seu tempo absorvido . ... . "Uma das grandes ati vidades da dona de casa estava na confecção do vestuário dos fi lhos, no seu próprio, e na roupa de cama e 111esa, inclusive no bordado dos monogramas." E mbora em muitos casos baseandose nos figurinos franceses - no que não se pode deixar de ver um muito bom gosto .. . - é claro que nc sas confecções acabava sa indo algo ele origina l, pois a mão daque le que faz sempre deixa a sua marca.

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No que toca às brincadeiras elas crianças, é curioso ver a forma inocente e alegre como se divertiam, en trando já o lado poético com que o brasileiro viv ia sua infância. "As m.eninas - afi rm a o mesmo autor - brincavam de roda. Para sor-

tear quem .ficaria no meio, ou de fora da roda, wna ia recitando, acentuando as sílabas, pondo a mão nos ombros das outras: 'anga panga, sete panga, pipirá que ti vá lá'" . Aquela sobre quem recaía a síl aba lá era exc luíd a. Prosseg ui a o so rteio com rec itativo. A que sobrava ficava no meio da roda, ou do lado de fora, conforme o brinquedo.

"Quando o sorteio era suspeitado de fraude mudava-se: 'Uma, duas, an-goli-nha, mete o pé na pam-po-li-nha ... .' "Uma menina no centro da roda, com o rosto coberto pelas mãos, e as outras de mãos dadas, girando em torno:

'Senhora Dona Sancha, coberta de ouro e prata Descubra o seu rosto, Queremos ver sua cara. "A do centro respondia: 'Quem são estes anjos Que estão me rodeando De noite e de dia ? Padre Nosso, Ave Maria!' "Can tavam também: 'Nesta rua, nesta rua tem um bosque Que se chama, que se chama So lidão, Dentro dele, dentro dele tem um anjo Que roubou, que roubou meu coração!' "E ainda: 'Ciranda, cirandi11ha Va lllos nós a cirandc11; Va lllos dar a llleia volta, Vo lta e llleia vamos dar'. "Enteio 11111a das meninas virava-se de costas, continuando a roda,: Cada vez que terminavam a estrr4e, viravase outra lllenina, até .ficarem todas de costas . .... "Quanto aos meninos, as coisas eram rnais violentas e mais simples de conta ,: Brin cava-se de esconder, de 'acusado ', de '.m ute mouton ', de bola, de bo linha de gude, de empina r pa pagaios . ... . "À noite, as crianças sentavam-se no chão, fa zendo roda, para ouvir histórias, contadas pela mãe. Às ve zes, pelas empregadas. Raríssima.1· vezes pelo pai . ... . "O que mais emocionava quando o pai contava, era a 'importância' dada às crianças."

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O piano naqueles idos tempos ·ra al go muito difundido. "U111 e.1·crit1t l'(Í rio era 11m homem pobre, fl(l(lrdo 1110

netário equivalente a qualquer escriturário de hoje. .. .. "Como segundo escriturário os .filhos estavam na escola e todas as .filhas estudavam piano. Tocar bem piano era uma das maneiras de ser da boa sociedade. Os pianos eram importados da França ou da Alem.anha. O escriturário fazia economias e alugava o piano. Pagava ao professor 30 mil réis por mês (três aulas por semana) para ver se a menina tinha vocação (a lém dos 10 mil réis do aluguel). "Se tinha vocação, ia mantendo o aluguel e '.fazendo economias'. Ao .fim de três anos (25 mil réis por mês, mais os 10 de aluguel) comprava o piano (900 mil réis). "A inda não se imaginara o sistema de compras a prestações . .... "Desta necessidade de ensinar cada moça 'a ter urna prenda', resultava que toda moça devia aprender a tocar piano e cada rapaz só aprenderia se tivesse vocação ..... "Devido à divu lgação do piano, ninguém atravessava uma rua de bairro, desde o amanhecer até a hora do a l111 oço, sem ouvir som de teclado . Desde o do-ré-mi, até Schubert, Chopin, Lizst, Brahms, Cezar Frank, Beethoven ou Bach. "A menina de 7 anos, dedilhava no vizinho, o do-ré-mi e o vem-cá-vitu. Não cessavam de esbravejar até a hora do almoço. "Naquele tempo era possível percorrer a rua pela manhã, virar à esquerda, tomar à direita, sempre ouvindo música. Era, numa imagem audaciosa, algo como as 'No ites nos Jardin s de Espanh a' de Manuel de Falla" (cfr. São Paulo naquele tempo" ( 189519 15 ), Jorge Americano, Edição Saraiva, 1957). Poderíamos encerrar este arti go fazendo m ais uma co mparação, 1·mbranclo o anon imato a que ·stão relegados os pau li stanos hodi ·rnos, residente s numa v •rdml •ira h11hl'i d • 15 milhões de hahi tant cs. Mas pr'Cf"erívcl fina li za r aind:1 rl·spir:ill(lo ·sse bom aroma de outros tl' illJ H>S, ouvindo as harmonias i1n11l'in111 ias do pi uno, sem mesclá- las às 110111s 11 •H'ssiv11s do ,vck e aos desenl'1 u11 rn, pivs ·nt cs... ♦

Bruxedos, magias e... sucesso econômico? Georges St. Laurent Ili é o nome de um excêntrico industrial norte-americano que montou uma indústri a de computadores em Ilhéus, na Bahia, e segundo Peter Fritsch -

Curiosa ternura preferencial para baleias A ba leia "Keiko" to rno u-se célebre por ter estrelado em um film e, nos Estados Un idos. Fo i ela capturada quando Linha apenas dois anos. R ece ntem ente, depoi s de 16 anos de cativeiro, por pressão de eco logi stas foi posta cm liberdade e devolvida à Irlanda, sua terra natal. O ma is correto seria dizer seu mar natal. Sua libertação foi manchete ele j o rn ais e rev istas, além do grande destaque na mídi a eletrôni ca . Foi freta do um avião especia l para transportá-la para a Irlanda e criou-se até uma rivalida de entre duas c idades que di sputavam o direito ele acolher o famoso cetáceo. Vivemos numa época de con tradi ções. Enq u anto uma baleia desperta uma absurda ternura e consome quanti as elevadas para seu tran sporte, inocentes e i nclefesos seres humanos, víti mas cio aborto, não causam co mpai xão a muitos cios ecolog istas e ativi stas faná ticos cios pretensos direitos dos animais. Época neopagã, em que anim ai s são cu ltu ados e nasc ituros são m assac rados! Aplica-se bem ao caso a frase bíblica: "Abyssus abyssum invocar" (um abism o atra i outro abismo). ♦

repórter

do "Wall Street Journal Am éri cas" -

"se a tendência atual

continuar, a companhia que preside será a maior vendedora de PCs [computadores] do país em meados do ano que vem".

Até aí, digamos, trata-se de um indu strial bem-sucedido como tantos outros. O que chama a aten ção na reportagem publicada no diário norte-americano, de 16 de setembro último, é a afirmação de que o empresário teria sido "curado de uma doença mortal por um xamã colombiano que arrancou-lhe 14 dentes e espetou agulhas no seu fígado". " .... Ele carrega um pêndulo no bolso para medir 'auras' e na parede de seu escritório está pendurada uma tabela que explica como ter acesso aos órgãos internos das pessoas apenas pela observação da íris".

Chegamos ao fim do século e do mi lênio, tornando-se

AIDS e agora as drogas: estranho combate Há al g un s anos , el e modo o rqu estrado, as tubas ela propaganda cm todo o mundo começara m a fa lar ela AIDS co mo o grande mal cio sécul o. A so lução apresen tada, porém , fo i a de usar preservativos para continuar a pecar sem contrair a enfermiclacl c! Com essa falsa so lução não houve a derrota do HIV e os grandes vitori osos fo ram os fabricantes ele preservati vos e anliconcepcionais, bem como os propagadores ela imora l iclaclc. Mais uma barreira do horror ao mal foi, ass im , derrubada ... Nas últimas seman as intensifi co u-se na mídi a o combate às drogas: o número ele v iciados é alannanle, o tráfico é crescente e assustador e os efeitos elas drogas i mpress ionan tcs. Tal co mbale, c m princípio, tem toda razão de ser, pois pesquisa recente dem o nstra que 25% dentre 5.200 alunos elas facu lclaclcs ele medicina cio Estad o ele São Pau l o (e ntre 1994-

cada vez mais freqüente casos como este: empresários - e até cientistas - que não encontram no materialismo e na ciência a razão de suas vidas e que em vez de se voltarem para a Igreja Católica, onde encontrarão o verdadeiro Deus, vão procurar em práticas estranhas e até na bruxaria uma pseudo-solução. No fim desse caminho, ao invés da verdade, toparão com o Pai da mentira...

CATO LIC IS MO

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C AT O L IC ISMO

Novombro do t 998

Para combater o uso de drogas, a adoção de falsas soluções como s ua lib era lizaç,i o - s ó agravará o angus tioso problema

1995) confirmam o uso regular ele drogas e de álcoo l. A Secretari a ele Educação cio Rio ele Janeiro obri gou a inc lu são cio estudo ele clcpenclência quími ca nos es tabelecimentos ela rede púb li ca es tadual. Segundo notícia publicada no "Jorn al do Bras il ", ele 28 ele setemb ro último, o núm ero ele condenações ele usuários ele drogas c resceu 5.2 14% de 7 para 372 casos - entre 1996 e 1997. Po rém , sin ai s diverso~ fa zem Lcmcr que o combale às drogas, a exemp lo do que ocorreu com a AlDS, acabe por d ese mbocar num a "so lu ção ca nalh a", isto é: já que a droga ele tal forma se difund iu, é melhor libera li zá- la. A única so lução eficaz - a prática cios Mandamen tos da Lei de Deus - Lanlo num caso como no o utro, curiosamente é pouco lembrada 1 E sempre novas panacéias, como coel hos, são Li radas elas ca rto las de certos "mág icos" . Parece um espeUícu lo de teatro de más ♦ variedades...

Novembro de t 998

7


Cônego J OSÉ LUIZ VI LLAC

PERGUNTAS Ficaria muito grato em saber do que se trata: a heresia ariana e a Teologia da Libertação, apontadas várias vezes pela Revista como inimigas da sã doutrina Católica.

RESPOSTAS

A Igreja Católica prolonga místicamente a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo nesta Terra. Ela é o seu Corpo Místico e é o Emanuel, ou seja " Deus conosco". Tendo partido para o Pai, E le prometeu: "Não vos deixarei órfãos" (Jo 14, 18), e: "Eis

que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20). É normal, portanto, que na Santa Igreja se reproduza não somente as glórias do Salvador, mas também seus sofrimentos, persegu ições e traições. Fo i um Apósto lo, J udas, que O vende u aos que O queriam matar. E ao longo da H istória são também os maus discípulos de Cristo que destróem a unidade da comunhão e a integridade da doutrina com seus cismas e heresias. Vítima do orgulho, o homem tem dificu ldade em aceitar as verdades da fé tal como Deus as revelou e o Magistério da Igreja as formu lou . Sobretudo chocam sua va idade aquelas verdades mais sublimes e que estão muito acima de sua capaci dade de compreensão, pois Deus é infin ito - "incomprehensibil is", como ensina a

a

e

AT O LI

eIs

MO

Teologia - e o ho mem finito e mera criatura. Dessa forma, o augusto mi st rio da Santíssima Trindade, de um único Deus 111 três Pessoas i uais · real ment di stintas, t m encontrado muita oposi ·ão por parle daqu I s qu s' ·squ ·cem que "/)eus resiste aos .vober-

bo.~ ma.~ dá a sua graça aos humildes", ·onrorm • I ·mhra São Pedro m s ua pri 111 •ira Epístola (5, 5).

Ario, sacerdote herege Foi assim que, 1ouco d'· pois do ano 300 de nossa era, um sacerdote de Alexandria, no Egito, Ario (250-336), começou a difundir uma heresia negando que as três Pessoas da Santíssima Trindade são ab. olutamente iguais quanto à natureza e coeternas. Ele subordinava o Fi lho ao Pai , considerando-O quanto à natureza apenas semelhante e não igual à Primeira Pessoa da Santíssima Trindade, fazendo dEle um mero ser intermediáSanto Hermenegildo Pintura de Francisco de Zurbarán (1598-1664), Igreja de Santo Estevão, Sevilha (Espanha). Esse jovem Príncipe visigodo foi martirizado por ter se recusado a comungar das mãos de um herege ariano -

Novembro de' 1998

rio entre a divindade e o mundo criado. Deus Uno e Trino fôra atingido pelo heresiarca! Conforme ainda a fábula inventada por A ri o, Deus Pai teria imposto à Segunda Pessoa a provação de tornar-se homem, mas não no sentido católico de Deus e Home m verdade iro. Apesar da aberração de tal doutrina, envolta, aliás, no esfum açado de afirmações indec isas e as pectos contra-

ditórios, a heresia ari ana alastrou -se como uma labareda, c hegando quase a dominar todo o mundo j á cristianizado de e ntão. Ela foi condenada pe lo Co ncílio de Nicéa 1( 325), prime iro dos Concílios Ecumêni cos, e por vários outros Conc ílios.

Santos combatem heresia ariana Os dois gra ndes heró is, e ntre muitos outros Santos,

na Iuta contra esse flagelo, foram Santo Atanásio (293373), Bispo de Alexandria, e no Ocidente, Santo Hilário de Poitiers (315-367). Depo is de prati ca mente de rrotado, o arianismo, que encontrara ressonância entre os bárbaros germânicos, tornou -se nova ameaça para a Igreja, com a invasão desses povos nos países da Europa e na zona norte da África, que compunham, e m s ua maior parte, o Império Romano do Oc ide nte.

A Teologia da libertação Sob o rótu lo astuto de Teo logia da Libertação designa-se um amál gama de erros os mai s d isparatados e m matéria de teo logia, fi losofia, soc io logia, economia, etc. Ela é fruto dos erros teológicos e filosóficos que penetraram na Igreja e m fins do século passado e que foram

CorrêadeOliveira,jáem 1943, no li vro Em Defesa da Ação Católica, e posterio rmente em o utros livros, especialmente A Igreja ante a Esca-

lada da Ameaça Comunista - Apelo aos Bispos Silenciosos, de 1976. Marxismo místico Em síntese, a Teologia

Bispo difunde heresia Com efe ito, um Bispo ariano, Ulfila, tinha ido catequi zar tai s bárbaros, os quai s infeli zmente passaram, quase todo s, do paganismo ao arianismo. Somente depois de muita lula e ação de Santos é que e les mesmos se converteram rea lmente ao catolicismo e deram origem à magnífica Cristandade medieval. N a Espa nha o arianismo dos visigodos durou mais tempo . Santo Hermenegi ldo, fi lho do Rei vis igodo Leovi gildo, converteu-se ao cato1ici s mo e foi martirizado por ordem do própri o pai, no ano de 585, por recusar-se a comungar da mãos de um ari ano. Ainda nesse país fo i decisiva a a tu ação do grande Bispo de Sev ilh a, Santo Isidoro (560-636). Sob fo rm a miti gada , o arian ismo permanece até hoje implícito, ao menos ·ob algu ns aspectos, entre os protestantes, es pec ialmente quanto a seu ódio contra Nossa Senhora como Mãe de Deus: (Pois se Jesus C ri sto não é verdadeiramente Deus - arianismo! e homem , Maria Santíssima não é Mãe de Deus e não exerceu então uma participação excelsa na obra da Redenção, o que é contrário à Fé).

o ex-frade fra nciscano Leonardo Boff, no Bras il , que abandonou o sacerdócio e a Igreja, o Pe. G ustavo G utierrez, no Peru , e demais cori fe us, tiveram sua fo rmação de base e uropéia e fizeram cursos no Ve lho Continente. Seus mentores são espec ialmente progress istas a lemães e franceses marxistas ou fi lomarxistas. Para escapar da seve ra crítica recentemente extern ada pe la Sa nta Sé, os ade ptos da Teo logia da Libertação escamoteiam d izendo: o que fo i condenado pela Igreja fo i uma caricatura dessa doutrina, po is a Teologia da Libertação jamais teri a procurado integrar marx ismo e cristiani smo. Rea lmente, são termos co ntrad itó ri os no d izer de P io XI.

Teologia da libertação: fora de moda Em todo o caso o rótul o

Teologia da Libertação está

O sacerdote peruano Gustavo Gutierrez, como outros próceres da Teologia da Libertação, teve como mentores progressistas alemães e franceses marxistas ou filo-marxistas

condenados por São Pio X (Papa de 1903 a 1914) sob a denominação de modernismo. Tais erros visavam adaptar a Igreja e o povo fiel ao espírito e aos erros do mundo e da vida "moderna", os quais procuram satisfazer o orgu lho e a sensualidade deixados no coração humano pelo pecado orig inal.

Erros precursores da Teologia da Libertação As nefastas conseqüências ela in fi Itração desses erros nos meios católicos - bem antes do surg ime nto ela Teo-

logia da Libertação - foram denunciadas pe lo Prof. Plínio

da Libertação é uma espécie d e marxismo místico, que transforma o pobre (mais propriamente o revolucionár io, o qua l ela desig na de pobre) no verdadeiro Redentor da Human idade, e a luta de c lasses, no me io de red imir o homem. Por razões estratégicas e também c ircunstanciais, esse erro fo i difundido sobretudo a partir da América do Sul (Brasil, Peru e Chi le, principa lmente, e depois, Nicarág ua, na América Centra l), mas se us laborató ri os têm pouco a ver com o nosso continente. Seus próceres , como

e ATO LIe ISMO

um pouco fora de moda, ao menos para o grande púb li co, embora e la co ntinu e fazendo seus estragos nos ambientes de Se min ários, das CEBs (Com uni dades Ec lesiais de Base) e de o utros setores d itos "prog ress istas" da Igreja Cató lica em nossos d ias. Para se dar um ar de atua-

lizada, a Teologia da Libertação está cam inhando para um ecologismo radical, mas sem abando nar a lu ta de classes. M ui to ao contrário, basta ver o MST (Mov ime nto dos Sem-Terra) ou dos Semteto, que estão estabelecendo no Bras il um processo insurrecional com o apo io de Bispos e c lérigos dessa corrente, mediante li deranças formadas nos mov ime ntos cató li cos impregnados pela

Teologia da Libertação. Novembro de 1998

g


tetor ela indústria contra exigê nc ias sin dicais e ecológicas etc. Schrõder tornou se desse modo quase i na tacá vel pelo seu adversá ri o Helmut Kohl, democratac ri stão que govern ava e m coali zão com o pa rtido liberal.

Radicais moderados

Quando a esquerda se fantasia de centro Depois de 16 anos de governo centrista, o sociald em ocra ta moderado Gerhard Schrodcr, de 54 anos, 'venceu o recente pleito eleitoral na Alemanha. Com isso, assumem pela primeira vez a direção do País a geração pós-guerra e protagonistas da revolta estudantil de maio de 1968, na Sorbonne. Para galgar o poder, a esquerda se metamorfoseou em setor moderado da nação, para não assustar a maioria centrista do público alemão. 1O

CAT O L ICISMO

Ma lhias von Gersdorff Frankl'url

Em certo sentido, as últimas eleições alemãs foram as mais e nfadonhas das últimas décadas. Quem esperava que durante a campanha eleito-

Novembro t'Je 1998

Enviado especial Alemanha

ral ho uvesse di sputas acaloradas, gra ndes confro nta me ntos ideo lógicos, mani fcstaçõcs populares a favor deste o u daquele candidato, fi cou decepcionado. Os soc iai s-democratas, que esta va m na oposição nos últimos 16 anos, tivera m que entrar na campanha eleitoral co m um programa muitíssimo moderado. O ve ncedor e futuro chancele r, Gerhard Schrõder, co locou-se o mais à di reita possível. S ua popularidade lhe permitiu tomar posições contrá rias à ala esq uerd ista de seu próprio partido: e le manifestou-se contrári o à re núncia cio emprego da e nergia atôm ica nos próxi mos 20 anos; favoráve l à expu lsão ele estrange iros com fichas crimina is; pro-

Assum iram a res moderados não somente os socia is-de mocratas, mas também os verdes que, ainda na década passada, se defin iam como Antiparteien-Partei , o u seja, um par/ido antipartidos. E les criti cavam o sis tema políti co, soc ia l e eco nô mi co ge rmâ ni co co mo intrin seca me nte inju sto e des tru tivo ela natureza, ape lando para a necessidade ele uma revolução eco lóg ica na A lema nha. Consistiria esta em desmontar a indú stria pesada, acabar imediatame nte com a e nergia atôm ica, democratizar radicalmente a nação e m todos os seus setores etc. O modelo que os verdes apresentavam era uma espéc ie ele ana rquia eco lóg ica com economia autoges tionária e se m propriedade privada. Tal é o passado, pelo menos cios líde res parlamenta res verdes. Estes levaram o partido, através cios anos , a tomar posições cada vez mais moderadas. Ainda ex istem nos vereies setores s ignificativos que desejariam acentuar uma nota mais nitidame nte revolu ci o nária. Entre tanto, durante a campanha e le itora l, tais seg me ntos permanece ra m s il enc iosos e respe itara m o princípio ele que somente mostrandose moderados frente à opi ni ão pú b li ca - que na A lemanha é fortemente centri sta - a lg um dia poderiam c hegar a pertencer ao governo. Depois ela vitória nas urnas, em 27 ele setembro último, a tônica continua sendo moderada. Em hipótese alguma desejam assustar e, dessa forma, acordar a a nestes iada popul ação a lemã, a qu a l - segundo pesquisas realizadas após as e le ições - desejava uma vitoria menos retumbante ela esquerda. A palavra ele ordem é: continuidade.

Koh/: o Kerensky alemão? * O jovem Gerhard Schróder, com cabelos longos, participa do congresso do Partido Social-democrata, em 1979

Isso não é difícil admitir. Joschka Fische r, o líde r cios verdes, qualificou o c ha ncele r Helmut Kohl como "socia-

/is/a disfarçado de conservador" . Tal class ifi cação não parece muito eq uivocada, se se cons ide ra que, nos 16 anos ele seu govern o, aume ntaram os impostos e a quota estata l na econo mi a; a práti ca cio aborto foi mai s libera li zada; não fo i revogada a re fo rm a ag rári a co muni sta na a nti ga RDA (ex-A lemanha comunista) e tampouco fora m revogadas certas medidas cio governo socia l-democrata a nte ri or a Kohl, como a liberali zação ela blasfê mi a e ela porn ografia. Esse foi, em parte, um cios motivos ela derrota ele Ko hl. O e le ito rado c ri stão e co nservador ficou ele ta l ma ne ira clesilucliclo com os democrata-cristãos, que em la rga medida s impl esmente não foi votar, pois o voto na A leman ha não é obrigatório, como o é no Bras il. Será que o próximo governo " moderado" atuará co mo esquerdista disfarçado? É provável, pois se bem que até agora os novos líderes mostram-se mode rados e até in d iferentes e m certos pontos , como por exempl o no tocante à lu ta contra a c rimina lid ade os soc iais-democratas votaram a favor ele um a lei que permite à polícia escutar conversas em casas particulares uti li zando in strumentos e letrô ni cos - , e les não o são cio ponto ele vista s im bólico e em seu passado . O líder verde Joschka Fische r participou, por exemp lo, elas barri cadas e enfrenta mentos violentos nos anos 70 e fo i I ícler na revo lu ção estudant il ela Sorbon ne, em 1968. O advogado Otto Schil y, perito socia l-democrata em assuntos lega is , defende u, na década ele 70, terrori stas ela RAF as brigadas verme lh as alemãs. O utros provê m ele movime ntos ele esquerda rad ical, ta mbé m daquela mes ma década, como o movimento pac ifi sta o u o movime.nto femini sta . O próprio Schrõder manteve est re itas re lações A verdadeira posição de Helmut Kohl não foi a de um autêntico conservador, mas a de um Kerensky, cujas concessões à esquerda prepararam a ascensão de Gerhard Schróder ao poder

am istosas com I ícleres ela A lemanha comunista e defende u, na década passada, um anti go te rror ista ela RAF.

Importância da Revolução Cultural no processo de esquerdização Não somente por essas razões , mas para atender suas bases esq uerdistas, o novo governo não poderá ser moderado em todos os setores. Por isso, podese prever q ue - já no at ua l período legislativo, que termina no a no 2002 serão la nçados para debate te mas radi ca is em matéria de revolução c ultural , como o "casa mento" homossex ua l, a libera li zação ele ce rtas drogas, amp liação lega l de casos que perm itam o aborto, medidas que favoreçam o feminis -


mo etc. Porém, mes mo pr(.\~c indindo de medidas leg islativas um a po líti ca de revo lução cultural, se ap li cada, poderá ocasionar fo n es mud anças no cli ma cultural e soc ial germ âni co. A rti stas e literatos homossex uais, eco logistas e femini stas serão favorecidos com mai s dinheiro e prestíg io, a telev isão tornar-se-á mai s li vre para transmit ir progra mas blasfemos ou porn ográficos, o ensin o nas esco las será ainda mais esquerdi sta etc. Para se chega r a essas tran sformações não são ncccssá ri as nova s leis, mas apenas um a nova ori cillação por parte das autori claclcs políti cas qu e em breve assumi rão o poder. Será também nesses pontos que poderão oco rrer os mai ores enfrentamen tos ideológicos entre a esq uerda e os setores cri stãos e conse rvadores na A lema nh a. Q ue papel ass umirá a De mocrac ia C ri stã, agora na opos ição? De mom ento, apenas pode-se conjccturar. Ex istem fortes setores nesse pa ri ido que desejam enveredar mai s para a esquerda para transform ar tal agremiação política em um "parlido

popular 111oderno".

O que será a Europa "social" da esquerda alemã?

O verme da imoralida-

de corroendo o Estado norte-americano Luís DuFAUR

Ü

Para vencer as eleições, Schrõder afivelou na face máscara moderada e a extrema esquerda do Partido Social-democrata, duran te a campanha e leitoral, guardou estratégico silêncio...

dãos e não apenas para os interesses •comerciai.1· da grande indúsl ria. A lgo di sso tem insinuado Schroder, defendendo a idéia de que reformas sociais, hoj e em dia, devem rea li zar-se no plano europeu e não apenas naciona l. Veremos quanto dessa insinuação será concretizada pelo novo govern o, cm vista da cri se fin anceira e da nova recessão econômica que desponta no

Co m o atua l triunfo de Sc hrodcr, 9 dos 1 1 países ela Co munidade Eu~rimn~. ♦ ropé ia são govern ados pe la esq uerd a. Que efeitos terá isso? É cl il'íc il faze r Nota: * AIL:xand rc l'codorov i1 ch Kcrcnsky. soc iali sla co nj ectu ras prec isas, po is as d iferenmi li1an1 e, parti cipo u ativa ,nen te da revo lução ças nac i o nai s são co nsid eráve i s. russa de março de 1917, que depôs o Czar Sc hroclcr - que j á fa z ali anças com Nicolau 11. Em julho. ascendeu ao cargo de Pri os ve reies - tentará aproximar-se meiro-ministro de um reg ime repu bli ca no bu rguês, co m pode res ditatoria is. mais cio soc iali smo rosa cio britâni co Kcrensky, após a qu eda da monarquia, deTony B lair, seguindo sua Terceira Via ? se nvol veu f'ace ao com uni smo uma po lítica de O u ori entar-se-á ma is pe lo soc ialismo sucess iva s concessões. Kornilov, c hefe ela s francês, ma rcadamente esquerd ista ? É Fo rças Armadas. dispôs-se a li quidar o pa rt ido co muni sta - qu e então era débi l. Mas ainda muito cedo para tirar co nc lu Kerensky, o "socilllislll" moderado, repudiou sões. Em todo caso, algo a esq uerd a essa proposta. Acabou i nclis po nclo-se co m tratará ele fazer. Os esqu erdi stas criti Korn il ov e mandou -o prender, ma is ou menos ca m o fato de a Europa unifi cada ter ao mes mo tempo em qu e l iberto u Stalin e sido construída - pela direita, dizem . Tro tsky da pr isão. Resultado: em no ve mbro ele 19 17. a revoeles - com base em princípios ecolução bo lchevi sta derru bou se u governo e in snômicos liberai s. En tretan to, com o ta lou-se no pode r. .. Em vista disso. passou para triunfo da esquerd a na A lema nh a a Hi stória co mo o protótipo do governante fraco. que dev id o il sua es tratég ia ent rcgui sta e país- locomotiva cio processo ela unifi mes mo co ni ven te co m o ad versá rio, preparou cação européia - chegou, de acord o o ter reno para a ascensão de L enin e e dos co m os esq uerdi stas, a hora ele uma bol chev istas ao governo tirfi ni co e marx ista que se in sta lou na Rú ss ia. Europa soc ial, vo ltada para os cicla-

12

CAT O L I

e

ISMO

AHaire Clinton

Novembro Je 1998

leitor dotado de senso cató li co e bom gos to terá aco mpanhado com distância - e, co mpreensivelmente, co m repugnância mora l - o not iciári o a respeito dos escândalos que envo l veram o Pres idente america no B ill C linton. A imprensa, ali ás, exp lorou abu sivamente as pectos escab rosos do caso e si lenciou muitos daqueles que interessam ao bem com um . De sua parte, o Pres idente norteamericano apresenta-se quase co mo um rapaz travesso, ao mes mo tempo meio arrep ndido e meio comp lacente co m suas v iolações morai s. E também não inteiramente consc iente do prejuízo que elas ca usam a seu Estado e ao mundo. Com efeito, o caso abala os Estad os Unidos enq uanto um a tempestade se abate sobre as finanças mundiais. As turbul ências que se iniciaram na Ás ia

Kenneth Starr, o Promotor especial que conduziu as investigações sobre o affaire Clinton, encaminhou ao Congresso relatório propondo a abertura de um processo de impeachment do Chefe do Executivo norte-americano

atingi ram a enigmáti ca Rú ss ia e agora ataca m a Améri ca Latin a, espec ialmente o Brasil. As potên cias européias e a norte-ameri cana sentem a fundo suas repercussões. Onde entra, a cri se toma ares de in stalar-se de modo crônico, es tilhaça econom ias e perturba a ord em soc ial. Dos Estados U nidos poderi a vir uma I iderança firm e para enfrentá- la mas, na hora cru cial, aq uele país se debate nos epi só dio s suj os do affaire C linton' Onde isto va i parar?

rn enle correias. E ntretant o, a

mai oria cios no rte-a meri ca nos deu de ombros, continua a apo iálo, e ele perm anece na Casa Bran ca, embora c hafurdado no escâ ndalo. Se a nação norte-a meri ca na não reag ir ante tão ce nsuráve is ações prati cadas por um C hefe ele Es tad o, não se rá de admirar qu e casos aná logos pro li ferem nos grau s iní'eri ores da adm ini stração púb li ca e que o descontro le ca usado pe la im ora li dade e pela falsidade id eo lóg ica aca... * * be desagrega ndo o Es tado no rO caso americano complicate-a meri ca no. A mai or potênc ia se pela presença de fatores conmateri al da Hi stóri a poderá entraditóri os . Presidente Bill Clinton, protagonista do tão desmoronar como a anti ga rumoroso affaire que está abalando as instituições Os Estados Un idos - como Ro ma. E isso oco rrerá não pela do pais mais poderoso da Terra as demais nações de maioria proforça de se us adversá ri os, mas testante - cons tituíram-se sobre um equilíbri o religioso por sua d isso lu ção mora l in te rn a. difícil. O li vre exame de Lutero introduziu um laxismo :j: moral que leva ao amor li vre; e, ao mesmo tempo, a um Os católi cos dos Estados Unidos seriam , normalmeniguali tarismo reli gioso que forma es píritos avessos a qualte, um rator ele res istência a tal desa bamento. Es tarão eles quer autoridade. Ade mai s, neste século, tanto o cinema de alertas para, cristã e patri oti camen te, erguer bem alto o Hollywood quanto a TV, vêm incitando o públi co de modo estandarte da verd ade ira moral - a católi ca - e ela civili vee mente e onipresente à imora lidade desenfreada, impezação autênti ca: a cristã, austera, sacra ! e hi erárqui ca? lindo a nação rum o ao cinismo mora l e fil osó fi co, à impieO u estarão eles penedade sem di sfarces e ao pandemôn io soc ial. trad os pe lo espíri to do Como contrapeso vigorou, desde os primórdios da nac hamado progressismo ção norte-americana, um puritanismo de Estado que puca ló lico, anál ogo ao nia, até severamente, os excessos no campo moral . Votalax ismo e ao igualitari sram -se leis anti -b lasfêm ia. As próprias notas de dólar íamo protestante que está zem profi ssão de fé num vago "deís mo". corroendo o país? ♦ O puritani smo ofic ial impunha tam bém aos govern antes um a mora li dade, digamos assi m, correia. Q uer dizer, restring ia a imora lidade aos limites li xados pelas pseudo- igreHenry Hyde, Presidente da Comissão de Justiça da jas protestantes. Ex igia o mes mo dos dirigentes das emCâmara de Representantes, presas privadas que quisessem ser tidas na conta de séri as a qual recomendou a esta nos meios econôm icos e finance iros. A prática dessas norCasa Legislativa que aprovasse o pedido de mas, bastante relativas ali ás, caraterizava o "polilica l/y abertura de processo de carreei'' (po litica mente correto) . A violação púb li ca delas impeachment do Presidente Clinton; desq uali ficava de fo rm a fulminante seu transgressor. tal solicitação foi aprovada O caso Clinlon ev idenciou profundo aba lo nesse equ ipor 258 votos contra 176, líbri o precário. O Pres idente prati cou ações não polilicaem 8 de outubro passado

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..,

respondeu: ' Nós estávamos aqu i bem antes de vós. Não sei ao certo quanto tempo, mas são ma is de 600'. Mons. /soarei observa: "Eis aí dois homens nos qua is ainda não fo i comprimi do e torturado um dos mais profundos, dos ma is pode rosos sent ime ntos do home m, aquele que gera o espíri to de trad ição. Esse espírito pode ser co ntrariado na sua expansão, pode ser quebrado o seu esforço por a lguns momentos, mas é indestrutível, porque o homem roi feito para a vida".

Restauração da família Pressuposto para a Reforma do Estado

111ília de Na zaré, descendo de uma geraçüo a 011/ra e depo is subindo novamente. Maria e José, como todos os ju de us de então, sabiam que co11stituía111 com seus ancestrais uma só e mesma f amília, que remontava a David, como David remonlava a Judá, um dos_Fllws de Jacô, e co11w Jacô remontava a Noé, o resta11rador da raça hu111ana. De Noé saíram três gmndes ramos, que a cada geração produziam novos ra,nos, e cada

Rousseau rebaixou S TRECHOS selecionados da obra de Mons. He nri De lassus - O Espírito Familiar no La,; na Cidade e no Estado - , que publicamos na edição de setembro, versaram sobre a importância de os Estados se espelharem na institui ção fam il iar. Para a presente edição escolhemos outros tópicos do mencionado li vro, nos quais o Autor demonstra que, para salvar as nações, corroídas pelo materiali smo, é necessário que as instituições - particularmente a família - sejam impregnadas mais pela prática das virtudes morais e sociais do que por obras concretas.

O

* * * "Não são as vitórias dos homens de guerra, nem os sucessos dos dip lomatas, nem mesmo as concepções dos home ns de Estado, que conservam nas nações a prosperidade e a grandeza. Isso se obtém pela força das suas virtudes morais" (Funck-Brentano, La Civilisation et ses Lois). "Não existe caminho de salvação [das nações] a não ser o das virtudes morais e sociais, que aparecem na origem de todas as sociedades, dando lhes nascimento e depois construindo sua prosperidade, pe la concórdia e apoio mútuo. "Também não basta que se obtenha de algumas pessoas, mesmo que elas sejam numerosas, a prática dessas virtudes. É necessário que elas impregnem as instituições. "A primeira dessas instituições, a mais .fundamental, aquela que é uma criação divina, é a família. A família, j á o dissemos, é a célula orgânica do corpo social. É nela que se encontra o 14

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o homem ao nível animal

hábitat das virtudes morais e sociais. É a partir dela que vimos irradiar-se o seu poder, penetrando com ele todos os órgãos sociais e o próprio Estado ....

Não mais existe a família de outrora "Antigamente a família constituía um todo denso e homogêneo, que se gove rnava com inteira independência em relação ao Estado, sob a autoridade absoluta de seu chefe natural, o pa i, e na via das tradições e costumes legados por seus ancestrais .... "A concepção de família que vigorava outrora, nós não a temos mais, isto é, a concepção que possue111 todos os povos que vivem e prospera,n. Não se vê hoje, numa .fa111ília, além da ge ração a/ua i. Esta ncio forma mais, em nosso pe11sc11nento e mesmo na realidade, com as gerações precedentes e as subseqüentes, aquele co11junto homogêneo e solidário que atravessava os séculos, mantendo sua unidade viva. "Em uma das conferências que pronunciou no Oratório, Mons. !soarei disse muito bem: "A vida de um indivíduo é única, mas pode ser decomposta em três elementos, nas forças diversas de três épocas distintas. O homem tem o sentimento de já ter vivido em seu avô, em seu bisavô. O que eles pensaram, ele reencontra em si mesmo. A vida dos seus ancestrais é o começo da sua própria vida, e constitui a primeira época. "Na segunda, o presente, a vida individual, é como o floresc imento da primeira. Eu continuo a obra do meu bisavô e ampl io o seu pensamento. O que ele de-

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Na gravura acima, que representa uma feira livre em cidade da época medieval, refletemse uma sadia alegria popular e organicidade de vida, provenientes de uma estrutura político -social inspirada na instituição familiar

sejava fazer, eu o faço e prolongo sua ação no mundo. Ah! eu viverei por muito tempo nesta Terra, onde já vivi tantos anos de infância em meus antepassados, de adolescência em meu pai, de maturidade em minha própria existência! "A terceira época de vida é a que ele ama, que vigia incessanteme nte. Ele viverá nos seus filhos, nos seus netos, nos seus bisnetos. Seu bisavô, em relação a ele, o antevia de muito longe, e como que na bruma, enquanto trabalhava, conservava, economizava. Já ele olha

da mesma forma para o futuro. Pensa, deseja, trabalha em função dos bisnetos, aqueles que estão lá longe, nos limites do horizonte. "Desta forma , todo homem que vive num tempo em que reina o espírito de tradição é um elo intermediário entre várias gerações. Ele vive em cada uma delas, sente que sua própria vicia foi preparada pelas que o precederam, e que continuarão a viver ainda por muito tempo nas que virão depois dele".(*) "Mons !soarei relatou uma conversa que ouvira, enlre um senhor e seu colono. Este úllimo dizia: ' No mês passado completaram-se 347 anos desde que nós estamos convosco'. E o senhor

"O Estado que surg iu da Revoluçcio Francesa, que roubou à.família sua in dependência, f ez 1a111bé111 leis para suprimir essa coesão e essa perman ência. "Entre os sofismas que J.J. Rousseau - o doutor do Estado revolucionário e evangelista da sociedade moderna - tirou da pretensa bondade natural do homem, encontra-se no 'Con1ra10 Social ' este: 'As crianças permanecem uni das ao pai apenas enquanto têm necessidade dele para manter-se. Tão logo essa necess idade cessa, o víncu lo natural se desfaz. As crianças livres da obediência que deviam ao pai, e o pai livre dos cuidados que dev ia ao fi lho, adquirem igualmente sua indepe ndência . Se eles permanecem unidos, não se trata mais de um fato natura l, mas vo lunt,íri o, e a própria família só se mantém por convenção'. "Estas palavras rebaixam o homem ao nível dos animais. Enlre eles, defato, o vínculo se dissolve quando cessa a necessidade. A Re volução, que quis.fazer entrar nos costumes, por meio das suas leis, todas as idéias de Rousseau, não deixou de apossar-se desta, e tirou dela a lei do divórcio ... . "Os e.feitos dessa lei são desastrosos, fanfo para o E~tado quanlo para a família. Ela vemsesomaraodivórcioeaocasamenlo civil, para conseguir que a.família não tenha mais, não possa ter mais, a permanência que a f ez varar os séculos. Apesar disso, essa per111anê11cia calha tüo bem na ordem desejada por Deus, que se encontra ensinada em toda a Bíblia. "O Evangelho nos fa z ler em dois sentidos a genealogia da Sagrada Fa-

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) Aquarela do séc. XVIII, Museu Camavalet, Paris. Esse autor, em seu "Contrato Social", defendeu uma série de sofismas endossados pela Revoluçiío Francesa

um desses ramos guardava religiosamente as genealogias pelas quais eles se ligavam ao tronco comum". (Mgr. Henr i Delassus , L'Espril Familiai dans la Maison , dans la Cité e/ dans l 'État, Société Saint-Augustin, Desclée, De Brouwer, Lille, 19 10, pp. ♦ 104- 11 3).

Nota: (*) O japonês Naom i Ta111 ura, regressa ndo ele uma viagem aos Es raclos Unidos. publi cou um livro sobre a famíli a. no qua l ex pl ica que em seu país o casarnenlo se fundam enta sobretudo na idéia da raça: "'A vidll de 11111 lw111e111 1e111

111 e11os i111portâ11cia que a de 11111a fa111ílill. No reg ime feudal, o castigo mais terrível era a

ex1i11çüo de 11111a .fà111ílill exis1e111e 1,â vário.,· séculos. Ai11da il!!ie. 1odojapo11ês i11s1mído crê q,,e a r>xtinçtio da sua raça é a 111aior ca /a111i-

dade que possa (lfi11gir 11111 ser l1111110110 "'.

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·, .

Terceira Via: ucentro radical" ou etapa avançada do marxismo? R. A. F ARÂN I

Apresentada como alternativa entre direita e esquerda, a Terceira Via rumaria de fato para · a fase mais adiantada da revolução marxista

UMDOS E VENTOS principai s deste sécul o fo i a impl antação do regime comuni sta na Rúss ia, o mais tirâ ni co que a Hi stóri a registra. De 19 17 (ano da revolução bo lchevique) a esta parte, vári os pa íses, em todos os contine ntes, so freram e m maior ou menor gra u as conseqüênc ias da difu são da doutrina comuni sta, atingin do os mais vari ados campos da atividade humana: religioso , c ultural, social, político e econômi co. A partir de e ntão, praticamente todas as guerras, gue rri lhas, pe rsegui ções e massacres tiveram como mola propul sora a aceitação ou reje ição desse reg ime. Com a queda do Muro de B e rlim, e m 1989, e, doi s anos de poi s, da URSS , ence rrou-se o mode lo sovi ético de revolu ção comuni sta. O s efe itos desastrosos de mais de 70 a nos de ditadura do proletariado na Rúss ia e nos países saté lites fic a ram expostos aos olhos do mundo . Poré m, mai s do que horrori zar-se diante desse estado de coi sas, tornou 1&

C A To LI e ISMO

MANSUR GutR1o s

se preme nte reve rtê- lo. De ixar tai s países à de riva, alé m de ser inumano, pode ria provocar invasões da Europa Ocidental por ho rdas de neobárba ros. Assim , fa zer com que tai s nações adotassem o sistema de ini c iativa pri vada e propri edade partic ul ar seri a a solução salvadora.

Fracassos econômicos a Leste e a Oeste Seguindo esse raciocínio, e vi sando recuperar a parte ori e ntal de seu território libe rada do jugo comuni sta, a A lemanha ali despejou cente nas de bilhões de dó lare , de poi s da unifi cação. Apesar di sso, tal po líti ca fi cou frustrada, e m boa medida por e ncontra r na popul ação do Leste um a indolê ncia e nraizada, triste herança de décadas de medo e de fa lta de ini ciati va. E é apo ntada como uma das causas da recente derrota e le itoral de Helmut Ko hl. Aprox imadame nte no mesmo período, na Rú ss ia, as inversões de capital vieram de ba ncos e outras in sti tuições financeiras oc identais. O potenc ia l de consumo de um futu ro mercado ru sso serviu de estímul o a temerári os investimentos por parte do Ocide nte. Por razões que escapam aos limi tes deste arti go, mas que se li gam à mesma Com a queda do Muro de Berlim, em 1989 (foto à direita), e com a extinção da URSS, em 1991, ficou patente aos olhos do mundo o fracasso do regime marxista

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Conferência de Ya lta, fevereiro de 1945. Da esquerda para a direita: Churchill, Roosevelt e Stalin. Este, reconhecendo a necessidade de trabalhar alianças que proporcionassem uma base para ações práticas 110 caso, abocanhar e manter o jugo sobre a Europa cio Leste - sentou-se ao fac/o daqueles líderes ociclentais. Teria sido o ditador soviético, por causa disso, de centro?

indolê nc ia j á referida e a o utros fatores, ta mbé m lá essa mac iça inve rsão de capita l teve insucesso . E a ba nca rrota da Rú ssia está na ori gem de desequil íbri os financeiros e econômicos muito além de suas fronte iras. Tais fracassos seri am absorvíveis se, por seu turno, o capitali smo globali zado não esti vesse ta mbém e m cri se. Como ma nifestação mais protube rante de la, cabe lembra r ele passagem a cri se fin ance ira que asso lou seriame nte e a inda a bala a economi a de pa íses as iáticos. Além cios Tig res asiáticos, o próprio Japão não escapou ao fu racão fin anceiro. Desse modo, países que adotaram o mode lo do capitali s mo g loba li zado estão e ncont ra ndo dific ul dades cada vez maiores para solucionar seus problemas. A bu sca desenfreada de riquezas te m produ zido di storções até mes mo na robusta econo mi a norte-a me ri cana.

Terceira Via: nova panacéia Há algun s a nos, aquil o que poderíamos chamar ele intelligenlsia esquerdi sta ve m propalando o fracasso ele ambos os mode los, e sugere algo novo: nem ca pita li s mo, ne m co muni s mo. U ma nova v ia - a te rceira - seri a a saída para o impasse. A idéia, prove ni ente ele velh os marxistas, causa suspe itas ... Essa Terceira Via teri a, di zem eles, o apoio das massas. Na A lema nha, a recente vitó ria social-democrata nas urnas g uindo u ao pode r Gerh ard Schroede r, pondo fim a 16 anos ele governo ela Democracia cri stã, tido co mo conservador. Com ta l vitória, 9 cios 1 1 países ela União Euro pé ia têm hoje governos social-clemocratas, soc iali stas ou trabalhi stas . A respe ito da Terceira Via mui to se fala, pouco se conh ece. Q ua l é a sua do utrina? No q ue e la se d isting ue do soc iali smo? Há ne la e le me ntos de capita li s mo, de marxis mo? Q ual a consistênc ia dessa via? O que di ze m de la seus propug nado res?

O corifeu, o mestre e a escola Na Inglaterra, a e le ição para Primeiro- mini stro de Tony Blair, em mai o ele

1997, e ncerrou 18 anos de governo co nservador. É e le o co ri fe u dessa Terceira Via. Por trás do Prime iro-mini stro bri tâ ni co, e apontado como seu me ntor inte lectu al, há uma fi gura: o professor Antho ny G iddens. E há també m uma esco la, a presti g iada London School of Economics, el a qu al Gidclens é o diretor. Autor do livro Para além da esquerda e da direita , G idde ns acaba de pu bli car outra obra, The Third Way (A Te rceira Vi a) . A esse pro pós ito, arti gos e e ntrev istas tê m sido es tampados pe la mídi a. Contudo, o pe rfil real que emerge da Terceira Via não podia ser outro: um a esquerda di sfarçada de ce ntro. Po r s uas próprias características, e la tem que aparecer sorridente. S uas defini ções são vagas e imprec isas. Em seus métodos, não estão au sentes e le me ntos da ve lha praxis marxista. Sua Jn eta, sobretudo, co inc ide com o obj etivo último da esqu erda : uma sociedade igualitári a. Em entrevi sta a "Vej a", Giddens di z: "A expressão ' terce ira via ' .... nas últi-

mas lrês décadas .foi muito empregada na Eu ropa, sobreludo em países como a Itália e a Suécia, exatamenle nessa linha de sociali smo ele mercado. Fala -

va-se num sislema misto, combinando planejamento central e instituições do mercado. A maioria dos estudos, porém, demonstra que a idéia é inviável. Resultaria em desemprego, eslagnação, caos.financeiro. Não existe ' terceira via ' desse tipo" ("Veja", 30-9-98, p. 11 ). "A 'terceira via' def endida por nós é a social-democracia moderni zada . Ela é um movimento de cenlro-esquerda, ou do que temos chamado de 'centro radical'. Radical, porque não abandonou a política de solidariedade que tradicionalmente foi def endida pela esquerda. De centro, porque reconhece a necessidade de trabalhar alianças que proporcionem uma base para ações práticas. Da comparação entre os diversos países que têm lidado com essa hipótese, percebe-se que está emergindo uma agenda comum. Seus principais objetivos são ( 1) a reforma do Estado, (2) a revitalização da sociedade civil, (3) a criação de fórmulas para o desenvolvim.ento sustenlado, (4) preocupação com uma nova política internacional. Dito assim parece vago, mas é exatamente o que políticos como o inglês Tony Blair, o francês Lionel Jospin, o italiano Romano Prodi e, por que não ?, Fernando Henrique Cardoso estão fa zendo hoje em dia " (id. , ib., os números acima são da redação) .

Definição que não define Pelo menos num ponto estamos de acordo: essa definição é realmente vaga. E al ém di sso não define, como veremos. Quanto a ser "radical porque não

abandonou a política de solidariedade que tradicionalmente.foi def endida pela esquerda, cabe perguntar: a política lradicional da esquerda foi a 'socialização"' dos meios de produção, a coleti vização dos campos, a perseg uição dos que discordavam de la, o envio ele centenas de milhares de pessoas aos gulags,

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Tony Blair (primeiro, da direita para a esquerda), o corifeu da Terceira Via ou Centro Radi cal -acompanhado de Gerhard Schróder (no meio) e Lionel Jospin (esquerda) - fórmu las aparentemente inócuas e vagas, mas que escondem o ovo de uma serpente marxista extremada

clacle ou não ele haver cada vez mais leis aos paredões etc. É isto ser so lidári o? regul ando a vicia privada, diz: Co m quem? Com os da esq uerd a? "A de111ocracia ain.da está tentando E quanto a ser de centro, o que é tracriar laços co111 u111a vida privada que balhar afianças para açDes práticas? Significaria que Stalin, quando sentou-se .foi compfeta1nente revolucionada nas junto a Churchill e Rooseve lt, cm Ya lta, • últimas décadas. Cu /1ura/111 e11te, a seseria ele também de centro, por querer xualidade saiu do dornínio da tradiçeio. estabelecer a fianças visando ações práti.. .. Ofato de nascer co111 esse ou aquele gênero neio estm111 m 111ais nossos pacas para açambarcar meia Europa? péis na vida .... Ser ho111e111 significava É extremamente preocupante saber ter u111 destin o 111ais 011 111enos traçado que países como os acima citados têm 110 111e rcado de trabalho. Ser 11111/h er lidado com essa hipótese. Hipótese da qual emerge uma agenda co111u111 , cujos significava ter u111 destino previsível: casc11; gera r .filhos ou enteio encaixar-se quatro principais objetivos, amplíss imos, e111 outras categorias, como a da pro.1·atingem o conjunto ela soc iecla lc. Tanto titula e a da santa. Ser homossexual, mais que, sentindo a íalta ele substância nu111 país co1110 a !11g faterra , sign ificadessa " terceira via", seu principal teóri va ter grandes chances de se encrenca r co apressa-se em af'irmar: parece vago. com a polícia. Mas a democracia peneE, segundo ele, só não seria vago porque trou na vida cotidian a. Homens, 111ulhetal " via" está sendo adotada cm diversos res e até mesmo crianças esteio aprenpaíses .. . É como afirmar que uma !'rase dendo a tratar-se como iguais. Tal mu deixa de ter um sen tido vago, só porque 3 o u 4 pessoas a pronu nc i aram I É dan ça cria ansiedade.,· que às vezes precisam ser contmlada.1· por meio da lei ". desconcertante esse raciocín io, se é que Ante a ind agação cio repórte r se se pode chamar a isso de raciocínio' "isso é bom ou rui111 ", G iddens responA respeito cios quatro principais obde: "Pessoalm ente. prefiro pensar na j etivos apresentados por G iclclens, é preciso ainda indagar: co mo e cm que sencarga de transfór111açeio progressista contida nisso tudo" (id. , ib. ). tido deve ser en tendida a refor111a do Aqu i G iclclens, além ele radical , é Estado? Reformar o quê? Para se chelad in o. ga r a quê? Segundo ele, a "democracia" preci E a questão da revitafizaçeio da sosa "criar laços co1n u11,a vida privada ... ciedade? Revitalizar é dar vida novamente à sociedade, composta de dois revolu cionada". No se ntido ele que a setores: público e privado. Vejamos o "sexualidade saiu do domínio da tradiçeio " . [sto é, o homem, a mulher e o hoque G iclclens pensa a propósito disso. mossexual não signilicam a mesma coiRespondendo à questão da lcgitimi -

1B

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sa que no passado. O papel cio homem alterou -se: Há homens que cuidam cios filh os e mulheres que trabalh am fora. Há famílias monoparentais. Existem os homossexuais, que já não encrencam com a polícia. Como "a democracia " entrou e todos "esteio aprendendo a tratar-se como iguais", eleve-se leg islar para acabar com as "ans iedades". Então, resta saber: se um homossex ual vive com outro, e ambos têm ansiedade.1· para serem considerados um "casal", é preciso legislar para efetivar a democracia que considera todos iguais?... É bem isso o que está insinuado no seu rac iocínio? Tudo leva a crer que sim. Para um rclativist~, tal fenômeno não pode ser qualifi cado ele bom ou ruim , verdadeiro ou errado. É preferíve l "pensar na cc11ga de tram:fónnação

progressista contida nisso tudo" ....

Definição que define: socialismo democrático Seguindo os passos desse mestre, o Primeiro-min istro Tony B lair af"irmou:

"A Terceira Via .... neio é si111ple.rn1e11 1e um acordo entre a esquerda e a dire ita. Ela busca pegar os valores essenciais do centro e do centro-esquerda e aplicáios a um mundo de mudança.1· sociais e econômicas funda111 entai.1· e fa zer isso li vre de ideologias ultrapa.1·.1·adas" (A Terceira Via - Uma social-democracia moderna in "O Estado ele S. Paulo", 2 19-98) . Qua is são "esses valores essenciais do centro e do centro-esquerda a serem aplicados a u111 mundo de mudanças sociais e econômicas.fundamentais?" Procurando expl icitar seu pensamento, o Primeiro-ministro ingl ês afirma: "A Terceira Via .... extrai vitalida-

de da 1111ieio das duas grandes correntes de pensa111e11to à esquerda e ao censocialis1110 de111ocrático e liberatro lism o - cujo divórc io neste sécu lo 1c111to fe z para enjr-aquecer a polít ica pmgressista em todo o Ocidente"(iclem). Portanto, a força motora dessa nova v ia está no socialismo democrático e no liberalismo (icl., ib.). O que são eles?

O socialismo democrático, ao que parece, seria aque le sistema sócio-econômico-político em que o governo cio povo (de mocrac ia) soma-se ao socialismo, este último respo nsável por um a distribuição iguali tária cios bens (economia) e um nivelamento soc ial. Seria diferente cio soc iali smo clássico no sentido ele que, neste, tal distribuição e tal ni ve lamento se operavam pela força ele um poder estatal onipote nte. Na nova "terceira via" se operariam por fo rça ele um consenso popu lar democrático. Estamos pois no reino ela pura utopia. A esse estado ele coisas se acrescentaria o liberalismo , mas não mais o li beralismo cláss ico, em cuj o sistema a li vre concorrência no mercado e a livre iniciativa levavam a clesigualclacles maiores ou menores ele fortuna e ele situação socia l. O liberalismo da terceira-via , ao mesmo tempo que parece abri r campo a uma certa iniciativa privacla,julga poder contê- la dentro cios limites ele um igualitarismo socia l e econômico. Quais seriam os mecan ismos ele controle para ev itar as clesigualclacles, uma vez que o Estado clirigista parece estar fora de cogitação? Ao que tudo indi ca, estamos novamente diante ela idéia ele um a regu lamentação consensual levada a cabo pelo Estado ele acordo com os particulares. Ou seja, um Estado fraco e um conjunto ele organ izações não-estatais ele múltiplas cabeças atuando ele com um acordo. Os grandes conglomerados, formados nos vários campos da atividade eco nômica - financeira , industrial, co merc ial - seriam os parceiros cio Estado na direção cio País. Se for assim, é preciso convir que estamos diante ele uma concepção singular ele libera li smo, na qual este acaba por se confund ir com o sociali smo, uma vez que o pequeno proprietário e o pequeno investidor pouca ou nenhuma liberclacle leriam para se afirmar diante ele moloch.1· estatais ou privados , pouco importa, que exerceriam verdadeiro poder monopolístico e imporiam suas condições e seu domínio. Tudo isso, entretanto, é muito vago, para não di zer que é muito confuso. Em qualquer caso, porém, o lhando a realidade e não a utop ia, fica-se a um passo da realização da meta última cio

marxismo, ou seja, a aboli ção do Estado em favor ele um mundo sem governos nem clesigualclacles, mas que por um passe ele mágica ainda não exp licado mergulharia, sem se autoclestru ir, na an-arquia (sem governo). Será este o obj etivo dessa nova via? O que Blair diz em continuação parece confirmar tal hipótese .

Novidade: veneno oculto da serpente! De fato, a Terceira Via vai lon ge. Com um tom por assim di zer profético, co ntinua Blair: "Ta mb ém devemos

reinvenlar o próprio go verno para a nova era. [O s]governos precisam aprender novas habilidades: Jrabalhar em parceria com os setores privado e voluntário; dividir a responsabilidade e responder a um público muito mais exigente "(icl ., ib.).

çado um gra u de liberdade, de igualdade e de fraternidade até aqui insuspeitável" (Revolução e Contra-revolução, Parte III, cap. III, l , p. 180, 4ª ecl., Artpres s, São Pau lo, 1998). Representa a Terceira Via uma tentativa ele implementar essa etapa? É certo que há um esforço incomum propalando as virtudes dessa via. Porém , não é possível saber se, diante elas inúmeras cri ses que se acumulam no horizonte, ela se desenvolverá inteiramente, no sentido de tentar alcançar ele pronto aquele estado de coisas utópico, propugnado pelos mai s avançados revolu cionários comunistas. ♦

Em outras palavras, o governo para a

nova era eleve despojar-se, ao menos em boa medida, ele seu pape l governativo, equiparar-se ao setor privado, compartilhar a responsabilidade e prestar contas, talvez de igual para igual, a um público mais ex igente. É preciso reconhecer, os comuni stas, historicamente, não tinham chegado até esse ponto. O chamado "sociali smo real" sov iético, chinês ou cubano ficou nos limites cio Estado totalitário. Mas não é ele surpreender. Em seu j á célebre ensa io Re-

volução e Contra-revoluçeio, o Professor Pl ínio Corrêa ele Oliveira tratou ela [V Revolução nascente, que sucede às três ante ri ores - a Pseudo-Reforma Protestante, a Revolução Francesa e a Revolução Com uni sta - , nos segu intes termos: "Ela

deverá ser a derrocada da ditadura do proletariado e,n conseqüência de uma nova crise, porfórça da qual o Estado hipertrofiado será vítLma de sua própria hipe rtrofia. E desaparecerá, dando origem a um. estado de coisas cient ~/icis la e cooperativista, no qual - dizem os comunistas o homem terá alcem-

CATO L IC ISMO

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A mesma Divina Justiça que premia os justos, castiga os maus Do

excelente livro, Elevação da mente, a Deus pelos degraus da coisas criadas, escrito em latim por São

ção e angústi a, um di a de ca lamidade e miséri a, um di a de trevas e de escuridão, um di a de nuvens e tempestades, um di a de trombetas e de clangores (Sof I, 15- 16).

Roberto Bellarmino em 16 14, então com 72 anos, destacamos uma grande verd ade - muito esquec ida "Não só todos os pecados serão enunciada no título ac ima. punidos, mas serão ainda punidos Al guém poderá, talvez, objetar com horrendos e pa vorosos suplíciser essa uma verdad e muito dura de os, os quais serão tão g randes, que ser ouvida. A resposta é: ou a pena dificilmente podem agora ser imaca tólica escreve a verd ade ou usurginados pelos homens. pa este títul o. Outro ainda poderi a, "E do mesmo ,nodo que ' Nem qui çá, alegar que a mi seri córdi a di o o lh o viu , nem o ouvido ouviu, vin a é infinita, que Deus só tem minem entrou no co ração do homem se ri córdi a. Esqu ece, qu em ass im o que D eus preparou para aqu eles pensa, qu e D eus é tanto Ju sti ça que o amam ' (Is, 64, 4;1 Co r. 2,9), quanto Miseri córdi a. A miseri córdi a assim também olh o algum viu, oudivina ex iste e perdoa os que verdavido algum ouviu, em coração aldeiramente se arrependem de suas gum de homem entrou aquilo que o faltas, mas não é pretexto para se perSenhor tem preparado para os seus mitir a práti ca inso lente do mal. inimigos. São Roberto Bellarmino O Santo Doutor da Igreja, dota"Com e.feito, as calamidades dos do de uma inteli gência pri vileg iadíss ima e pro fun da erudi pecadores no inferno serão muitas, e absolulas, isto é, desção, nasceu de famí li a nobre, cm Montepul c i ano, na p rovidas de ioda a consolação, e, o que aumenta ao inji11.ito o seu soJi-imenlo, serão eternas .... Toscana, a 4 de outubro de I 542. Tendo ingressado na Co m"A u,nentará ainda o remorso da consciência, a recorpanhi a de Jesus, ordenou-se Sacerdote em I 570. Foi elevado à cli gniclacle de Ca rdea l cm I 599, e nomeado A rcebispo dação destes tempos I atu ais I em que os fmpios teriam podido , se o ti vessem querido, evitar f aci/111e11te aquelas peele Cápua em 1602, pelo Papa Clemente V III. Veio a fa lecer nas e goza r no Paraíso as perenes alegrias .... em I 7 de setembro de I 62 1, em odor ele santi dade. Bcat i fi cado pelo Papa Pio X [ a 13 de maio ele 1923 , fo i canoni zaO sumo mal é o pecado, por ser ofensa do em 29 de julho de 1930 e proc lamado Doutor ela Igreja, a Deus, que é o sumo Bem ainda pelo mesmo Pontífice, a I 5 de agosto de 193 1.

* * * "É man(/esto que não há pecado algum, grande ou pequeno, m.uilo g ra ve ou muito leve, que possa júgir à justiça castigadora de Deus, e vingado ra. dos pecados, se não li ver sido prim.eiro apagado pela penitência. Porquc111 to, tanto agora é maior e mais abundan./e a misericórdia de Deus em perdoa,; quanto, depois desta vida, será mais iriflexível e severa a sua justiça em punir.

"Se alguém fica r talvez surpreendido que Deus, tão clemente, tenha estabelecido penas Ião atrozes e tão longas para pecados que passam com extrema rapidez e ncio parecem tão graves, ouça o que diz Santo Agostinho no li vro da Cidade de Deus: 'Quem pensa ser excess iva ou inju sta essa condenação, não sabe por certo medir qu anto tenha sido grave o pecado de quem podi a com toda a facilidade não pecar (Liv. 74, cap. 15) " '.

O dia da Ira de Deus " Do tempo júluro que virá depois desta vida c/cuna So/ 011.ias: Esse di a será um di a de ira, um di a de tribul a-

( Elevação da

111 e111e

a De11s pelos deg ra11s das coisas criadas, tradu -

ção do A ba lc A ngelo dcll a C iai a)

São Roberto Bellarmino 20

CATO LICISMO

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Jacinta era uma criança quando Nossa Senhora apareceu. Entra na História aos sete anos, precisamente na idade que habitualmente se costuma indicar como a do começo da vida consciente e da razão. Em que medida uma criatura dessa idade é capaz de praticar a virtude? E de praticá-la de modo heróico? A história da espiritualidade católica tem exemplos surpreendentes de santidade a pouca idade: Santa Maria Goretti, martirizada aos 11 anos com plena consciência do que fazia; São Domingos Sávio, que morreu aos 15 anos. Jacinta - e seu irmão Francisco - depois de um r1goroso processo em Roma, tiveram reconhecidas suas virtudes heróicas, podendo ser venerados privadamente como santos. Qual o segredo da santidade de Jacinta? O tema vem ocupando atualmente a atenção dos católicos e merece ser conhecido por nossos leitores.

acinta Fátima Frankfurt -Jamai s se vira, naquele lugar, uma co isa igual: 70 mil pessoas, vin das de todas as partes de Portu ga l, estão reunidas, sob a chu v~, no loca l que se cham a Cova ela Iri a. O que aconteceu? Es tam os no di a 13 de o utub ro de 19 17. A duras r enas, os três pastorinh os tentam varar a m ultidão rumo a suas peq uenas casas em A ljustrel. A menor da s c ri anças - nossa Jac inta - é co nd uzida atra vés de atalh os por um so ldado, qu e a protege das manifesta-

CATO L I

Alílio Faoro Co rrespondente Alemanha

ções ele entusias mo de pessoas que desejam vê- la e d iri g ir-l he a palavra. Mi lhares de pergun tas, ped idos de oração e intercessões . Conversões, lágrim as de alegri a... As cri anças - L úc ia, Fran ci sco e Jacinta - não prestam atenção na mu ltidão reunida, a qual presenciara o m il agre do sol ao final ela última apari ção. Suas mentes estão tomadas pela subli midade e pelo esplendor do ex traordin ári o fato sobrenatura l que há pouco aca-

eISMO

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mente o farelo da doença que a levari a ü morte, Jacinta trilhou o caminho da santiclacle. Já nessa tão precoce idade conheceu profundamente a rea lidade da vicia. Sua ex istência foi curta, porém repleta ele acontecimentos ex traordinári os e até mes mo fascinantes . A desc ri ção deles extrapolaria os limites deste artigo. Temos que nos cingir aos traços marcantes ele sua alma, a algumas cenas ele sua vicia e mencionar alguns testem unhos. O cam inho ela santidade, a que já nos referimos, esta menina o percorreu ele tal maneira qu e se us pais e parentes chegara m a exc lamar arespei to dela e cios outros doi s viden tes : "É li/li 111islério que não dcí para

bam de contemplar. A Senhora do Céu, com quem haviam falado seis vezes, acabava de reali zar o milagre prometido ...

Desapego quanto a louvores dos homens Jac inta Marto, com apenas sete anos de iclaclc, é dotada de se ri edade marca nte. A fronte franzida indi ca profunda preocupação. Os o lh os, que ainda refl etem maravi lhosamente o bri lho do que hav iam contemp lado, estão co ntraídos mas ca lmos, indicando uma alma inclinad a ao reco lhimento. O qu e dizer desta fi sionomia ? Ta lvez Jacinta se esteja lembrand o ci os penosos ca minhos percorrid os anteriormente cm meio ao desprezo, aos i mpropérios e até aos go lpes daque les qu e agora estão no me io ela multidão. Não, a alegria do momento não a impress iona, ela conh ece bem a inconstância do espírito humano. Sua vo ntade está posta cm Deus, no cumprimento de Sua vontade, ele tal modo que, depois das apari ções, levou vcrclaclcirarncnlc a vida ele um a grande santa. A Congregação para a Causa cios Sa ntos constatou: sua vo ntade era inteiramente submissa à ele Deus. Corn o seri a útil, principa lmente para os nossos d ias, conh ecer a vida desta crian ça.

A caminho da santidade No espaço ele tempo que va i cios sele aos dez anos, em que suportou heroica-

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e AToLIe ISMO

co111pree11de1: São crianças como ouIras quaisque1: No enlanto, percebe-se nelas qualquer coisa de ex!raordincírio!" Sim, o que hav ia ele ex traordinári o nessas crianças que as pessoas (até hoj e!) não conseguem cnlcnclcr? Quem foi Jacinta Marto? Última ele um a grande prol e, nasceu c m 1 1 el e março ele 19 1O. De natureza meiga, era uma cri ança como as outras. Brin cava , cantava, tinha seus dc f"citos maiores ou menores, o seu tempera mento e, natura lmente, suas preferências ... até 13 ele maio de 19 17.

Oração e sacrifícios resgatam pecadores Dcpo i s desse dia , em prcencleu Jaci nta uma mudança interior profunda , uma conversão ele sua vicia como Nossa Senhora tinha pedido. As palavras ele Maria San tíssi ma impregnaram ele modo inclclévcl sua alma e passaram a ser o conteúdo, o ideal ele sua vicia. Mai s ainda, co locou esse ideal em prática.

"Fazei penilência pelos pecadores! M11ilos vc7o para o inferno porque 11ing11é111 reza e se sacrifica por eles." Tai s palavras encontraram profundares. sonância cm Jac in ta. E com que inqu ebrantáve l vontade fa zia ela penitência! Aqu i vão mencionados algun s exempl os des ta j ovem e já grande sa nta. Ela não hes itava em freqüentemente j ejuar um dia intei ro, se m nada co mer ou beber, dando alegremente seu pão às crian ças pobres. Em ou tros dias, co mia ju stamente aq uil o que mai s detestava. Trazia como penitênci a uma corda em tor- ►

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Padre Luis Kondor

"Privadamente, Jacinta pode ser venerada como santa!" O Padre L uí s Konclor, SYD, é o Postul ador elas Ca usas ele Beatifica ção ele Jacinta e Francisco. Nasceu na Hun gri a, onde, como sacerd ote, so freu a persegui ção co muni sta. Em 1949, saiu ele sua pátri a. Vinte anos depois , quando pretendeu retornar, não lhe fo i permitida a entrada. Atualmente vive em Fátim a, na sede ela Pos tulação cios Pas l orinh os, ond e co ncedeu a nosso enviado es pecial, Fe lipe Ba rancliarán, a interessa nte entrevi sta que publicamos a seguir.

sos pelo Papa, uma vez que as Co mi ssões el a Congregação para a Causa ci os Santos, em Roma, manifestaram a opi ni ão ele qu e cri anças e jovens co m até aquela idade não eram capazes ele praticar hero icamente as virtudes , que é o primeiro passo para a beatificação, tratando-se ele crian ças e j ovens não mártires. Em 1979, quando os process os ele Jacinta e Francisco chegara m a Roma, a Congregação para a Causa cios Sa ntos resolveu reestudar a cláusula papal que i mpccl ia processos referentes a menores ele 17 anos. D epois ele ouv i r teó logos , psicó logos, m édi cos, eclucaclorcs e peritos ele todo o gê nero, os Cardea is membros ela Congregação pronunciaram-se pela admissão cios processos ele Jacinta e Franci sco, considerando que, embora crian ças não sej am hab itualmente chamadas a um grau heróico de santidade, podem existir, na ação ela graça, exceções a essa regra . E ass i 111 , os processos foram aco lhidos. E desde então outros processos ele cri anças estão em curso.

Catolicismo - Quando V. Revma. recebeu o encargo de ser o Postulador da Causa de Beatificação dos Pastorinhos? Padre Kondor - Fui nomeado e fi z juramento no dia 19 ele março ele 196 1. Portanto, há 36 anos. Em 1963 comecei a ed itar um boletim , cm sete línguas, que agora tem uma tira gem ele 80 mi I exemplares e que é enviado para todos os Bispos cio mundo. Ini cial mente quero esc larecer que as Ca usas el e Bea tifi cação Icios dois pastorin hos l não tinham nenhuma esperança ele serem bem suced idas. Em 1937, os processos ele crian ças e jovens até 17 anos foram suspen-

Catolicismo -

E quando começou propriamente o processo? Padre Kondor - Em 195 1. Mas ele era consiclcraclo com muita incerteza, pois ex isti a a referida proibição. O que se seguiu depois foi muito ráp ido. Em 1980, fui nomeado Postulador em Roma . Nove anos depo is, a 13 ele maio ele 1989, o Papa dec larou as virtudes heróicas. Portanto, os pastorinhos passa ram a prova co m "s u111ma c1.1111 laude". Todos os peritos-sete peri tos para cada um cios processos depois ele exam inarem durante sele anos tais processos, votaram finalmente a fav or, ele modo un ânime, fi cando

estes concluídos . Isto permite venerar parti cularm ente os pasto rinh os co mo sa ntos. Para a veneração públ ica a Igrej a ex ige a beatificação. E para a beati fi cação é necessári o um outro processo, é necessário provar um mi lagre, cicnt i fi ca mente, e que es te mi lagre tenha sido produ zido pela ação ci os pastorinhos . Já tivemos uma cura em M álaga, na Espanha. Mas, ao final , uma séri e ele médicos cons ideraram que a cura que parecia milagros a - poderia ter causas naturai s. O caso roi então arqu ivado. Nem sequer roi apresentado à Congregação. Agora es tamo s exa minand o outro processo, ela cura ele uma senhora que estava há 22 anos paralítica , tendo agora co meçado a anelar. Isto oco rreu cm Leiria, Portu gal. O processo tcrm i nou e já se enco ntra na rc l'cricl a Co ngregação. Esta senhora na sceu em 1930, e durante 22 anos esteve na cama , sem mover-se . Da cintura para ba i xo não sentia nada. Depo is el e ra zer uma novena, perguntou a Jac inta, ele sua carna, se se ria curada. E ouviu uma voz que lh e di zia: "Se nta-te , porque podes". Co meço u então a sentir qu e o sangue principiava a c ircular pelas veias elas pern as. Sen tiu -se curada e sentou -se na ca ma. Um autêntico alvoroço formou -se às al ta s horas ela noite em s.ua casa : "A mélia senlou-se!"

Os médi cos peritos cio processo consideram que o fato não apresenta ex plicação natura l.

Catolicismo - Que significa Fátima em sua opinião? Em m i nha opinião, Fát ima é a maior revelação desde a vinda ele N osso Se nhor Jes us C ri sto. Uma interv enção so brenatural tão grand e nunca houve na Hi stória. Em qu alquer país ci o mundo a palavra Fátima é conhecida. Nun ca na Hi stória ela I greja duas crian ças roram tão co nhecidas e esti madas quanto Francisco e Jacinta. Elas têm trazido inúmeras almas para ocaminho ela perfeição . A espiritualidade ele Jacinta fi cou marcada com seu empenho pela conversão cios pecadores e para ev itar que eles vão para oi nfern o. Franci sco, ele sua parte, carac teri zou sua mi ssão com a fra se " Deus está triste, elevemos conso lá-Lo" .

Pe. Kondor -

Durante sua dolorosa moléstia final, Jacinta mostrava-se sempre paciente e despretenciosa.

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no ela cintura. N ada, nenhu 11 sacrifíc io lhe parec ia demasiado grande, tratandose da sa lvação das alm?s!

O pecado e o Céu em sua espiritualidade De fato, pode -se di ze r qu e a esp iritualidade de Jacinta funda-se nos pedidos formulados por Nossa Senhora. Ela contém doi s aspectos importan -

tes: 1) claro conceito do pecado; 2) noção muito definida da beleza sobrenatural do Céu. Exata mente dois pontos em relação aos quai s nossa época está imensamente distante. Não se fala mai s em pecado. Esta palavra está sendo omitida na catequese e banida do pensamento das pessoas. Juntamente co m isso, vai sendo também eliminada necessariamente a idéia do

próprio Deus! Pois, ele que outra coisa se trata senão da honra divina que é ofendida pelo pecado? Estreitamente relacionado com esse pensamento vem o seg und o ponto: a noção clara da beleza sobrenatural do

Analogia entre as ações exercidas por Nossa Senhora sobre os pastorinhos de Fátima e a humanidade Jacinla linha um por/e se111 "A verdadeira diretora Deus não sofre con/ivnlos. Em dois anos a Virge m pre sério, modeslo e amável, espiritual de Jacinta, Franque parecia lraduzir apreSan!Úsima conseguiu erguer cisco e Lúcia/oi, essencialsença de Deus em lodos os m ente, Nossa Senho ra. A os dois irmãozitos - Fran seus ctlos, próprios das pescisco e Jacinta - a/é os cubondosa Senhora da Cova soas já avançadas em idade mes mais elevados da sanlida Iria lomou à sua conla a e de grande virl11de. Não lhe dade crislã. O relrC/IO que C/ realização dessa obra-prima 111ão segura de Lúcia nos Ira vi nunca aquela demasiada e, como não poderia deixar . leviandade e o enlusiasmo ça de Jac inla é re velado,' de ser, a levou a cabo com ,..... pleno êxito. Das suas mãos ,,. .::.,,...1-... prodigiosas saíram !rês C/n 1_ jos revestidos de carne, 111as ' r(" '-, \ , '{ que, ao mesmo 1e111po, era111 ,, - ~-- ('l1 ), !rês au lênticos he ró is. A ti~,J~',11\_ 1na1éria prima era de ~ uma plasticidade admirável e da Ar!isla o . "'1' que mais dizer? Na sua •:;,, ~ escola os· . !rês· . serranilos ' ·' ~f>-, ,,,..')ll:4~(1'/í, deram em breve lempo passadas de gigan/es no caminho da perf eição. Nela se ver(ficou à feira as palavras de um gran d e d e voto d e Maria, São Luiz Maria Grignion de Mo1fort . .., Na escola da Vi1 ge111, a alma progride mais numa semana do que num ano / ora e/Ela. A pedagogia da Mãe de

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CATOL I C I SMO

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Céu . Quanto mais intensamente uma alma tem essa noção do sob renatural celeste, tanto mais fácil será sua correspondência às solicitações da Mãe de Deus. Jacinta é um exemplo concreto arrebatador de tal correspondência. A mensage m ele sua vida convida-nos a reconhecer esses aspectos da men sagem de Nossa Senhora e torná-los o eixo orientador ele nossas vicias.

Comentário do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira:

próprios das crianças pelos en/eiles e brincadeiras. "Não posso dizer que as oulras crianças corressem parajunlo dela, cm11ofaziam para ju1110 de 111im, isso la/vez porque a seriedade do seu porte era denwsiado .rnperior à sua idade. Se na sua presença alguma criança ou 111esmo pessoas adu//as diziam alguma coisa ou fa ziam qualquer ação menos convenie11/e, repreendia -as di zendo: ' N ão fa çam isso que ofendem a Deus, Nosso Senhor, e Ele já está tão ofendido"'. (Do livro do Padre Demarch i, "Era u111a

Senhora mais brilhe/li /e do que o sol ...", Seminário das Miss6es de Nossa Se nhora d e Fá!ima , Cova da ' Iria, 3ª Edição) .

"Esse trecho apresenta uma graça marcante, porque ele nos indi ca uma porção de aspectos grandes e pequenos da obra de Nossa Senhora em relação a essas três crianças. "Mas nós devemos, antes de tudo , considerar o valor simbó lico da obra de Nossa Senhora nas crianças. Enga nam -se aqueles que imag in am qu e tal obra é apenas sobre três crian ças; ela é uma obra que transformou suavemente essas crianças, de um momento para outro, pelo simpl es fato elas reiteradas aparições de Nossa Senhora .... "Nós temos aqui algo de parecido com o Segredo de Maria , quer di zer, uma dessas ações profundas da graça na alma , ações qu e se desenvolvem sem que a pessoa se dê co nta, a pessoa vai se sentindo cada vez mai s livre, cada vez mais desembaraçada para praticar o bem e os defeitos que a tolhem e que a prendem no mal vão se disso lvendo. "E a pessoa cresce no amor de D eus, cresce em vontade de se dedicar, cresce em oposição ao pecado. Mas

Enormes penitências salvaram muitas almas Profundamente impress ionada pela visão do inferno e pelo mistério da eternidade, Jacinta não poupou nenhum sacrifício vi sando a conversão cios pecadores. Em sua doença - uma tubercu lose que a levou à morte - oferecia principalmente suas dores: "Sim, eu

so.fi"o, porém ofereço ludo pelos peca -

tudo isso dá-se maravilhosamente dentro da alma , de maneira que ela não trava as grandes e metódicas batalhas da ascensão adm irável ao Céu, à virtude, à santidade daqueles que lutam de acordo com o sistema clássico da vida espiritu al; mas, Nossa Senhora as muda de um momento para outro. "E se a obra ele Nossa Senhora em Fátima, especial mente com essas duas crianças chamadas para o Céu, foi uma ob ra ass im , podemos bem nos pergunLar se isto não tem um valor simbólico, e não indi ca qual será a ação de Nos a Senhora sobre toda a humanidad e, quando E la cumprir as promessas feitas em Fátima.... "E, portanto, se nós não devemos ver aí um começo do Reino de Maria, enquanto se ndo o triunfo do Imaculado Coração sobre duas almas qu e foram pregoe iras da grande revelação de Nossa Senhora, e que depoi s ajudaram no Cé u - por seus sacrifícios e orações na Terra e depois as suas orações no Cé u - enorm emente as almas a ace itarem a mensagem de Fátim a. E que ainda ajudam.

dores, para desag ra var o Ima culado Coração de Maria. Ó Jesus, agora podeis salvar muitos pecadores porque esle sacriffcio é n-1ui10 g rande" . Todos os que conhec iam Jacinta sentiam certo respe ito por ela. Lúcia, sua prima , escreve: ".Ja cinla era 1ambérn

aquela a quem, me parece, a Santíssima Virgem deu a maior plenitude de graças, conhecimenlo de Deus e da virlu-

"Esta primeira observação parece-me que condu z diretamente ao seg uinte: se isso é assim , então Franci sco e Jacinla são os intercessores naturais para se pedir, para se obter de Nossa Senhora que comece o Rein o de Maria em nós des de logo, por essa tran sformação misteriosa que é o Se-

gredo de Maria. " Devemos, poi s, pedir in stanteme nte - tanto a Jacinta como ao Fra ncisco que comecem a no s transformar, a nos conceder os dons que eles receberam, e qu e eles ve lem, espec ial mente pela sua oração na Terra, por aquel es que têm a missão de pregar a mensagem de Fátima, de vivêla, co mo acontece conosco. "A esse respeito, seri a, cre io eu, muito importante di zer uma palavra sobre a relação entre a mensagem de Fátim a e a TFP. Já foi mil vezes dito entre nós, qu e

nossa vida esp iritual cresce na medida em que tomamos a sé rio o fato de que o mundo atual está numa decadência lastimáve l e que se avi zinha de sua ruína. De que tal ruín a representa a ap li cação dos castigos previstos por Nossa Senhora em Fátima e que, em conseqüê ncia, quanto mai s nos co locamos ne ss a perspectiva , tanto mai s nossa vida es pi ri tual se afervora. E que, pelo co ntrári o, quanto mai s nos afastamos dessa v isão, tanto mai s nossa vida es pi ritual deca i .. .. "Ass im , podemos, por interm édio ele Francisco e .Jacinla di zer à Nossa Senhora: Venha a nós o Vosso

Reino, mas venha, Senhora, venha urgenlemente a nós o Vosso Reino." (Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, em 13 de outubro de 1971. Sem revisão do autor).

A obra de Nossa Senhora sobre a alma dos videntes não indicará a ação que Ela exercerá, de futuro, sobre a humanidade?

CAT

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de. Ela parecia re.fletir em ~udo a prese11ça de Deus." Mesmo na sua dolorosa moléstia l"flOStrava-se sempre paciente, sem reclamações, inteiramente despretensiosa. Co nduta que não correspondia ao seu caráter natural. O que possibilitava a essa cri ança a prática de tal fortaleza e manifestar semelhante comportamento? A própria Jacinta dá resposta a essa pergunta em sua exclamação: "Gosto tanto de Nosso Se11 hor e de Nossa Senhora que nunca me canso de di::.er que Os amo. Qua11do eu digo isso muitas vezes, parece-me que· tenho um lume no peito, mas nüo me queima! " O amor ardente a Jesus e Maria! Este foi o amor que transformou Jacinta e que fez dela uma cópia fiel elas virtudes ela Virgem Santíssima.

Último sacrifício: na morte, isolamento Tão heróica foi a morte quanto a vicia ele Jacinta, num hospital ele Lisboa, inteiramente sozinha. Este fato foi objeto de uma elas últimas previsões receb idas por Jacinta, diretamente ele Nossa Senhora. Com que coragem conservou a menina este pensamento! Deixemo-la narrar esta profecia, por ela confiada a Lúcia: "Nossa Senhora disse -me que vo11 para Lisboa, para 011/ro hospital; que nüo te torno a vet; nem aos meus pais; q11e depois de sq/i·er muito, morro

sozinha; mas que não lenha medo, que me vai lcí Ela me buscar para o Céu." Nossa Senhora anunciou também o dia e a hora em que deveria morrer. Quatro dias antes, a Santíssima Virgem tirou -lhe todas as dores. Como ning uém esteve presente nesse gra ndi oso momento, podemos apenas imaginar a cena. Como terá sido a recepção deste pequeno lírio no Céu? Diante ele Nossa Senhora,: aquele rosto virginal não estará mais contraído pelo sofrim ento, mas resplanclcccntc em presença clAquele que foi o Fundamento de sua vicia: "Se eu pudesse meter no coraçc7o de toda a gente o lume que tenho ccí dentro dopei10 e afazer-me goslar lanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!" De que maneira o conhecimento ela vicia ele Jacinta atua sobre as almas, podese deduzir elas palavras cio postulador elas Causas ele Beatificação dela e ele seu irmão Francisco: "Nunca na His16ria da Igreja duas crianças.foram tão conhecidas e es fin,ada.1· quan/o Francisco e Jacinta. Elas tên, /ra zie/o inúmeras almas para o caminho da pe,.feição". Desejamos que a vicia ele Jacinta tenha no Brasil grande divu lgação para a sa lvação elas a lmas e o breve triunfo do ♦ fmaculaclo Coração de Maria!

O Revmo. Pe. Luís Fischer, grande apóstolo de Fátima, examina o corpo de Jacinta durante sua primeira exumação, em 12-9-35. A face da vidente foi encontrada incorrupta .

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CATO L IC ISMO

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Na raiz da crise financeira, crise de confiança CARLOS PATRICIO DEL CAlvlJJO

Decreto da Santa Sé declara as virtudes de Jacinta 3 de maio de 1989, um decreto da Congregação para a Causa cios Santos, assinado pelo Cardea l Angelo Feli ci, declarou a hero ic idade elas virtudes ela Serva ele Deus Jacinta Martos. O documento, lembrando as palavras de Nosso Senhor "Se não .fizerdes como um destes pequeninos não entrareis no Reino dos Céus" (Mt l8 ,3), afi rma qu e Jacinta "correspondendo sem reservas à graça divina realizou rapidamente uma grande perf'eiçüo na imitação de Cristo e volun/ariamente consumiu sua breve existência pela glória de Deus, cooperando na salvação das almas mediante .fervorosa oração e assídua penitência". Depois ele resumir sua vida, o decreto declara que "sua entrega à vontade de Deus foi total ", o esforço "para corresponder ao amor e às graças de Deus foi constante", dando provas de "possuir ern alto grau as virtudes teologais e as virtudes da prudência,jusliça, temperança, humildade, sinceridade e modéslia". Na mesma data, a Santa Sé declarou as virtudes cio Servo ele Deus Francisco Marto, irmão ele Jacinta.

CONO MIA MUNDIAL está diante ele u111a ele suas 111aiores cri ses desde a depressão dos anos 30. Até o 1110111cnto, no 111unclo oc identa l ela se te111 manifestado por uma queda substanc ial no preço dos papéis em itidos pelos países emergentes e por importa ntes diminuições no valor das ações negociadas nas principai s bolsas de va lores. Isso tem trazido co mo conseqüência a debilitação cio sistc111a bancário e rinanceiro 111unclial e até a quebra ele algumas instituições ele peso. Se não se tomarem algu111as 111ecliclas urgentes em â111b ito internacional , essa situação pode produzir u111a forte recessão da eco no111i a mundial que, dependendo do caso, pode transformar-se em uma dep ressão análoga à ocorrida nos anos 30. Ou seja, uma situação de desemprego em massa, com convu lsões soc iai s difíceis de se prever. Ev iden teme nte, o Brasi I não ficaria imune a tal depressão. Pelo contrário, tendo em vista a situação finan ceira e econômi ca alllal cio País e sua dependência em relação ao resto cio 111undo, no Brasil a crise 111anifestar-sc-ia intensamente. Por detrás cios aspectos estritamente técni cos, que descrevem essa crise, surgem algumas perguntas básicas e fundamentais. Depois do fracasso do sociali smo, estaría111os diante ela falência ele uma organ ização econôm ica e socia l própria cio sistema capitalista? Em face dessa hipótese, alguns espíritos apressados buscam a so lução numa chamada terceira via, mal definida. O pon to final dessa terceira via no que consisti ria? Na centralização mundial elas decisões finan ceiras numa espécie ele ONU da ccono111i a? Ou na passagem para uma civi lização não- industrial nem comercial, mas ele tipo ecológ ico e tribal ? A resposta a tal conjunto ele perguntas ex igiria um verdade iro tratado. O presen te co111entário é nccessaria111ente limitado e aborda apenas um ponto-chave dentro do panorama: a questão ela co nfi ança co1110 !'ator necessário para funcionamento cio mercado. Inicialmen te, é preciso distinguir. O que está e111 jogo são principal111ente os aspcc-

tos finan ceiros e não os econô111icos. O Brasil, por exemplo, te111 um potencial econômico respeitáve l, represen tado espec ialmente pela sua capaciclacle agrícola e agroindu stri al. Já os aspectos financeiros, que envolvc111 a movimentação da moeda e elas ações, são muito mai s in stáveis. Mas na atual interdependência ela economia globalizada , o desenvolvimento da econom ia pátria depende em larga 111eclida cios jogos fi nanceiros nacionais e internacionais. No atual mundo capitali sta globalizaclo, o que se obse rva cspcc ial111 ente é um a hipertrofia dos 111crcados financeiros. Essa hipertrofia possibilita ap licar cap itai s nas for111as mais diversas, em qualquer parte cio mundo, e movimentá-los com rapidez quase que instantânea. Se, ele um lado, isso apresenta aspectos vantajosos para o desenvolvimenta econôm ico, de outro lado essa hipertrofi a permite que as fraquezas do atual sistema financeiro apareçam facilmente. Ou seja, ele não func iona, ou fun ciona ma l, se não houver uma atmosf'era de con f'iança e ele relações adequadas entre aqueles que tomam as decisões e os que recebem o im pacto cios lucros ou prejuízos gerados por essas decisões. O sistema ele mercado ex ige um nível 111ínimo ele confiança. Esta é uma cond ição necessária para que ele possa funcionar adequadamente. Em termos muito si111plif'icaclos , trata-se da confiança mútua entre os donos cio dinheiro (investidores) e os usuários finais. Ora, a hipertrofia cio sistema postula uma intermediação quase levada ao infinito en tre os agentes econôm icos (investidores e usuários tinais). Como conseq üência disso, uma quebra da confiança entre algu ns destes elos l'acilmcnte pode condu zi r a uma reação em cadeia de quebras de confiança . Assim, uma crise que poderia ficar li111itada a uma determinada área, penali zando os verdade iros responsáveis por sua ec losão , pode fac ilmente disseminar-se , atingindo populações inteiras, se m que estas tenham responsabi Iidade pelas decisões que levaram a tal quebra de confiança. Uma organ ização econôm ica em que os erros ou acertos não recaem apenas sobre

os age ntes econômi cos que os ca usara m, parece fadada ao fracasso. Em outro termos, ela prejudica gravemente o bem-esta r social dessa organ ização. Tal situação anômala é, pois, art iricial e nada tem a ver com os f'undamentos naturais cio sistema cap itali sta, como a propriedade privada e a li vre iniciativa. Ela é fruto ela mcntaliclacle liberal materialista e atéia que predomina no mundo contemporâneo. Tal mentalidade leva a uma orga ni zação sóc io-econô mi ca que ignora as li mitações naturai s cio indivídu o, baseandose como que excl usivamente na tecnologia e no conhecimento cios jogos artificiais ele mercado. Entretanto, o homem concebido no pecado original tem limitações e defe itos inte lectua is e morais que não são eliminados pela tecnologia nem pela movimentação fi nanceira e que influem negativa e decidi damente nos resultados alcançados. Mais ainda, a tecno logia e a globalização da eco110111 ia podem leva r a uma amplifi cação inimagi nável das conseqüências ele tais defeitos e limitações. Não é cli fícil imaginar que a const rução ele uma organi zação sócio-econômi ca nos moldes aqui comen tados pode conduzir a uma situação ele caos genera li zado. Em face dessa situ ação, toda ela artificial, é de se temer que su1jam vozes propondo a centrali zação das decisões finan ceiras cm institui ções supranacionai s, com vistas a regular os mercados e controlar os fluxos financeiros internacionais, passando por cima das sobera ni as nacionais. Co mo ta111bém não seria de estranhar que, ao lado ele propostas descabidas como essa , surjam outras totalmente opostas a elas, mas não menos descabidas. Ou seja , sob pretexto de que a situação não tem mais saída, o caminho apontado seria o da destruição dos próprios fundamentos da civ ili zação ocidenta l, reputada como necessariamente má, em benefício de um estado ele co isas de tipo "ecológico" ou "1riba/ " , como a defendida pelos estruturalistas em que os "hippies ", os ''p1111ks" e mesmo os índios soltos na f'lorcsta seriam o funesto modelo. ♦

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Magislrados. Então o Sacerdócio e o Império eslavam ligados entre si por uma fe liz concórdia e pela permuta amistosa de bons o.fteios. Organizada assim, a sociedade civil deu.fi·u1os superiores a toda expectativa, cuj a mernória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros docum ento.1· que arlif'ício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer" 3.

Santo Odon Abade de Cluny

Nascimento de Odon, fruto da oração paterna

Restaurador e consolidador dos fundamentos da Idade Média P LI N IO MARIA SOLIMEO

OS SÉCULOS VIII e fX, a Europa passou por uma profu nda c ri se re lig iosa e soc ia l; ocasionada, em gra nde pa rte, pe las invasões dos viki ngs que, devastando c idades e q ue ima ndo ig rejas, aba laram as estruturas po líticas, soc ia is e econô micas então existentes. A pa r d isso, most_e iros e abad ias, antes refúgio el a piedade, arte e c ul tura, estavam em decadência, devido a abusos de membros cio a lto C lero e ela nobreza, os qua is apoderavam-se de bens e re nd ime ntos ec lesiásticos. Ade rn a is, a lg un s no bres no meavam abades, os quais mu itas vezes eram le igos, seus apa ni g uados. "Os monges, se os havia, estavam reduzidos a um canlo, deixados à

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sua própria sorte, sem .fiwica liberdade e sem verdadeira obediência, reduzidos a vegelar" O re laxamento c hego u a tal ponto que levou o Papa João XI a exclamar: "Já não há, por assim dizer, um só mosleiro em que a regra sej a observada!" 1

A situação, infe li z me nte, não era me lhor na Sé ele Pedro, Cáted ra da Ve rdade e luz dos povos. Atravessava esta urna terrível noite escura, sucedendo-se os Papas em períodos ele pouco ma is de do is anos, vítimas q ue eram cio veneno assass ino o u de trágicos ac ide ntes naturais. Só entre 822 e 894, 32 Pontífices passaram pelo T ro no de São Pedro! 2 . Para reverter essa situação, era necessá ri o uma série ele Santos susc itados pela Prov idênc ia d ivi na, os quais por sua ação reformassem a o rdem espiritua l para que esta permeasse, e m toda a ordem te mporal e no âmago ela vicia dos povos, a seiva cio Evangelho ele Nosso Senhor Jes us Cristo. Um de les, e sob certo aspecto ta lvez o ma is providenc ia l, fo i Santo O clo n (879-942), Abade ele C luny, c hamado a restaura r, o rd e na r e consolidar e m seus fu nda me ntos

a soc iedade temporal ele então, para que e la se elevasse e ating isse seu apogeu , merecendo assim o título - que um auto r fra ncês atri bui u à lclacle Média - ele "a doce prima-

vera da Fé". In ic iando Sa nto Oclon a chamada reforma c/uniacense, imp resc indível para mudar aque le estado ele co isas, sua profunda e benéfica influência fez-se logo notar nas duas esferas, a tempora l e a espiritua l, g raças ao gra nde número de Santos e homens providenciai s que formou , e o papel que estes dese mpe nharam. Basta lembrar o g rande Papa São G regório VII , o monge Hildebrando saído ele urna elas abadias reformadas por C luny. C luny torno u possível uma tão profunda mudança, que perm itiu à Idade Média merece r ele Leão XIIT ( 1878-1903) o célebre e logio:

"Tempo houve em que ajilosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a i11fluência da sabedoria cristã e sua virlude div ina peneiravam as leis, as instituições, os coslumes dos povos, todas as calegorias e Iodas as relações da sociedade civil. En1ão a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era .florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proleção legítima dos

in stante me nte q ue se apied asse de le, e o condu z isse pe la rela via da santifi cação. No d ia seguinte, Odon, e ntão com 16 a nos, a ma nheceu com te rr ível dor de cabeça, incapaz de ma nter-se de pé. O estranho ma l, que du ro u três anos, fo i se agrava ndo de modo a te mer-se po r s ua vida. Fo i só e ntão que o pai, ass ustado e ve ndo ni sso uma puni ção de São Ma rtinho, nar rou ao fi lho a co nsagração fe ita, aco nse lha ndo-o a re nová-la po r si mesmo . Odo n o fez, promete ndo se rvir o Santo até o fim da vicia . A c ura fo i instantâ nea!

O sáb io Abon, pertence nte à nobreza militar franca e ligado a Cônego de São muitas das casas reinantes ela é poMartinho, monge ca, mais nobre a inda pe la virtude cio Agindo e m conseqüênc ia, O do n que pelo brasão ele armas, via os dirig iu-se a Tours para servir a Deus anos escoarem-se se m Le r f ilhos. na ig rej a de São Martin ho . Seu antiNuma véspera ele Natal, cheio ele go pro tetor, Foulq ue d' A njo u profervor, sup licou com lág rimas ao porc ionou- lhe uma erm ida perto da Divino Salvador que, pe la virtude igreja, e fu ndo u nesta uma Cano ni a ele Seu nascimento temporal e pela para fo rnecer a Odon a necessá ri a fecundidad e de Sua Santa Mãe, torsubs istênc ia. Ali , e ntre a prece e o nasse fecunda sua esposa, estéril e estudo, Odon passou a lg uns a nos já passando à maturidade . nu ma vida de austeridade e peni tê nNo ano seguinte, 879, seus vocia que em ulava com a cios antigos tos foram ouvidos, dando sua m umonges do deserto. Partiu depo is lher à luz um me nino, que recebeu para Paris, a fim de prosseguir seus o nome ele Odon, que e le se apresestudos fi losó fi cos e musicais. sou em consagrar a São Martinho De vo lta a Tours, c rescendo ne le ele Tours, um cios Santos ma is poo desejo do iso lamento, diri g iu-se pulares da é poca. Quando Odon para o Moste iro de Baume, reforatingiu a idade da ra zão, Abon mado po r São Bernon. Este hav ia deu- lhe como preceptor um piedoo btido do Papa uma bu la co locanso sacerdote, que o formou na virFrontispício da Bibliotheca cluniacensis, do seu mosteiro e os q ue viesse a tude e no rudime nto das le tras. Paris, 1614. No desenho, figuram os grandes Abades de Cluny: fun da r d iretamente sob a tute la do Na pube rdade, Odon transforNo alto: Pedro, o Venerável; à esquerda, em cima: S u mo Pontífice. Ev itava ass im mara-se em um be lo rapaz, cheio de Santo Odon; abaixo: Santo Odilon; à direita, q ua lquer ingerência do poder te mem cima: São Maio/o; abaixo: Santo Hugo encanto e boa disposição. O pai, por poral. E m penho u-se e m que se us apego, em vez de c umprir o voto monges observassem ri gorosamente a Regra de São Bento. que fizera a São Martinho, destinou-o à carre ira das arIsso atraiu- lhe m ui tos varões desejosos de praticar a virmas, enviando-o para a co rte de Fou lques II , Conde tude, entre os q uais Santo Odon e Santo Adgrin. O moste iro d' Anjou, e depois para a de Guilherme, o Piedoso , Duque já não podia conter ta nta gente. Gu ilherme, o Piedoso, D uda Aquitânia. que da Aqu itânia, veio em seu aux ílio, cedendo- lhe uma Não é de estranhar que, na vida de corte, o jovem Odon, propriedade que possuía em C luny. Desse modo, fundava-se cada vez mais e ntusiasmado com caçadas, aprendizado das em 9 1O a Abadia q ue viria a ser como q ue a a lma da Idade armas e jogos, fosse deixando seus exerc ícios de piedade. Méd ia 4 • O exemplo de G uilherme foi segui do por o utros Mas Deus, que o queria para Si, fa zia com que, por mai s potentados, e São Bern on viu-se à testa de seis mosteiros, que procurasse, ele não encontrasse ni sso senão desgosfundados o u reformados como o ele Baume. tos. Ao mesmo te mpo, sonhos terríve is - nos quais via a O Abade viu logo em Odon qua li dades de inte li gê nc ia punição de uma vida tíbia e re laxada - o aterravam. Ane de a lma q ue prometiam asseg urar- lhe o fu turo de sua g ustiado com esse estado de coisas, o adolescente recorobra. Dedicado à instrução dos nov iços e numerosos penre u à Santíssima Virgem: numa noite ele Natal suplicou-Lhe

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sion istas do mosteiro, Odon formou-os nas letras humanas e divinas com prudência e raro ta le nto. Como mestre de noviços visava sobretudo incutir-lhes o desapego dos bens terrenos e a procurar em tudo somente Jesus C ri sto.

Migalhas de pão transformadas em pérolas Um milagre que ocorreu nessa época evidencia quanto Odon era di leto ao Criador. Segundo os hábitos do mosteiro, era de regra que os monges pegassem toda miga lha ele pão que sobrasse ao redor cio prato e a pusessem na boca antes de terminada a le itura. Ora, Odon as havia recolhido, mas absorto com o que era lido, não as levara à boca a tempo. Como, pela regra, não podia comê- las nem deixá- las, não sabendo o que fazer, esperou o término da oração ele ação de graças, ío i ao meio cio refeitório e, prosternando-se diante cio Abade, acusou sua falta . Co mo este não ente ndeu o que di ssera, Odon abriu a mão para mostrar-lhe as mi ga lhas. Estas ti nham se tran sformado em pérol as ele espec ial valor, que foram depo is e mpregadas nos orn amentos ela igreja. Co m permissão cio Abade, Oclon íoi à casa paterna dar ass istênc ia re iig iosa a seus idosos pais. Fa lo u-lhes com tanta unção cio desapego deste mundo, que ambos, apesar da idade, renunciaram a tudo e entraram num mosteiro para terminar seus dias. À sua volta o monge, apesar ele sua re lutânc ia, recebeu o sublime Sacramento da Ordem, tornando-se sace rdole eternamenle.

Abade de Casa religiosa esteio de uma época Antes de fa lecer, e m 927, São Bernon dividiu seus mosteiros entre seu parente G uy e Odon. Este fi cou com os ele Déo ls, Massay e C luny. Foi neste último que e le se fixou, sendo por muitos cons iderado seu fundador, pois foi quem organizou e dese nvolveu a fundação nascente. Se São Bernon tornara suas abadias conhecidas na Aquitân ia e Borgonha, Santo Oclon dar-lhes- ia reputação universa l. Prevendo o papel que a Providência Divi na reservava a seus mosteiros, procurou arde nte mente aumentar a santa milícia que os compunha e dar-lhe formação proporcional ao pape l que desempe nharia no futuro. Nesse trabalho o Abade unia, ao mes mo te mpo , intransi gência férrea, bondade profunda e um humor sem-

Vista lateral da Basílica de Cluny - Desenho de P. F. Giffart, in Annales Ordinis Saneti Benedicti de G. Mabillon, Paris, 1713

pre a legre que co nqui stava se us mon ges: "no recreio faz-nos rir até as lágrimas", dizia um deles . Mas era sempre e le o prime iro no exemp lo da observânc ia às reg_ras, na mortificação e nas mai s humilhantes penitê ncias. O sil êncio e ra tão ri go roso em C luny, que os monges haviam se acostumado a falar por gestos, c o faz iam mesmo quando estavam e m missão fora do mosteiro, o u como no caso ele dois aprisionados pelos Normandos, na prisão onde se encontravam . A fama de Odon atrai u ao redo r de C lun y muitos anacoretas, desejosos de aproveitar sua direção e conse lhos.

O Império monástico cluniacense: sustentáculo do apogeu medieval "Tudo, nesse grande San to, tinha proporções admiráveis: sua influência, suas boas obras, sua energia" 5. Por isso, muitos Senhores feudais pediam-lhe que aceitasse abadias para reformar, ou fundasse novas em seus domíni os. Ass im , o abade de C luny tornou -se tão grande Senhor te mporal , que concorria para a paz ela Europa, na qualidade de pacificador e conse lheiro, procurado como árbitro en tre liti gantes. Desse modo vi sitou Roma três vezes a pedido cios Papas Leão Vll e Estêvão VIII. Foi- lhe soli citado, numa das vezes, que reconciliasse o Príncipe de Roma, Alberico, com seu sogro Hugo, Rei dos Lombarclos. Se não obteve deles uma paz definitiva, entretanto ambos foram concordes em testemunhar-lhe grande veneração. Alberico estabel eceu Oclon como Arqu imandrita de todos os mosteiros situados na vizinhança de Roma, incumb iu-o ele reorgan izar o Mosteiro romano de São Paulo-fora-dos-Muros, ocupar-se ele Subíaco, de Santa Maria no Aventino, de São Lourenço e outros famosos mosteiros roma nos ou elas cercanias. E m suas constantes viagens apostó I icas, o Abade de C lun y vi sitou com sucesso Pavia, Monte Gargano, Salerno etc . Mas nada obteve e m Farfa, devido à opos ição ele dois de seus monges, assass inos cio último Abade. Somente após a morte do Santo é que uma ex pedi ção militar conseguiu instalar ali um re formador. Assim, Odon percorreu praticamente toda a França e parte da itália ac rescentando casas reli g iosas a seu imenso império monástico .

Em cada comuniclaclc, no va ou reformada, o Sanimpério monásti co, no qual se praticava a observância to passava uma temporada, fa zendo observar a regra mai s estrita: "De Benevento ao Oceano A1/ântico os mais c luni acense, seus usos e costumes. Conqui stava priimporlan les mosteiros da Itália e das Gá /iasfelicita va111me iro os re li g iosos mai s anti gos e os de boa vontade, se de eslar submissos a seu comando " e, Ele podia cantar e depois , pouco a pou co, os demais . o seu "Nun.c dimittis" (Leva i-me agora, Senh or), como Para isso , co nvocava cada manhã os monges para o Profeta Simeão após co nhece r o Redentor. Estando e m um cap ítulo, no qual ia lendo e comentando a Regra, Roma, grave doe nça íez- lhe pressentir que seu fim estare s pond e nd o perg unta s e va próximo. Odon ped iu então aplainando clific ul clades. Desmuito a seu patrono, São Mart isa forma, com s uave firmeza, nh o, qu e lh e fosse co nced id o atraía todos para o mai s alto. morrer junto a seu túmulo, tendo Q uando con statava já progreseste Santo lh e restituído a saúde. sos, deixava a lgu ns cios seus Depo is dos muitos sofrimentos e monges continuando sua obra, fadigas ele tão lo nga viagem e m e passava a outro mosteiro. De lombo ele bu rro e a pé até Tours, tempo s e m tempos, vo ltava lá chegou no próprio dia da festa para reafervorar os tíb ios e esde São Martinho. timular os fervorosos. Santo Odon ce lebro u a Mi ssa Para preservar a unidade ele com um fervor extrao rdinário , regime, de estatutos, de regra oferecendo-se a Deus co mo víti e ele di sc iplin a nessas abad ias, ma im olada à Just iça Div in a. Três era sempre o Abade ele C luny dias depoi s, caiu novame nte de que as governava através de cama, e co meçou a preparar se us filhos esp iri tuais para prossegui um Prior local. C lun y tornou-se ass im a metrópol e e care m sua obra em me io a lamenbeça desse s iste ma abac ial , tações e preces de milhares de les modelo depois seguido por ouproveni entes de várias casas. Astras abad ias, princ ipa lmente sim entrego u sua a lm a de fogo ao Criador. por C istcr. E m viagem, era comum Santo Oclon selec ionara e forver o poderoso Abade descer mara os discípulos na esco la que Campanário da Água benta cri ara. C luny continuari a por mais de s ua cava lgadura para socore campanário do Relógio (séc. XI e XII), remanes rer um necess itado, e, muitas de um séc ulo a ser dirig ida por centes da Basílica de Cluny, hoje em ruínas vezes, colocá-lo na cavalgadudi scípulos que deram origem à fara, pu xando ele a rédea até a localidade ma is próximosa série dos "Santos Abades de Cluny ". Esta começa ma. Sua caridade não con hec ia limi tes. Mandava que por seu sucessor direto, Beato Ai mar, substituído por São Ma io lo, elevando-se depoi s Santo Odi lon, para c ulminar os restos de pão e de vinho que sobrassem no refeitório fossem distribuídos aos pobres peregri nos. C luny com aq ue le que talvez foi o maior de todos eles: São Hugo, alimentava 18 pobres por dia, sendo que, durante a que levo u C luny a seu apogeu. ♦ Quaresma, chegava a distribuir víveres para mai s ele 7 mil indigentes. Grande músico, Odon compôs 12 antífonas a São Notas Martinho, um hino ao Santíssimo Sacramento, uma antí1. C f'r. Vie eles Sai111s e/ eles Bie11/Je11reux, RR . PP. Bé néditin s de Pari s, Éditi o ns Letouzey c t A né, 1954, to mo IX, pp . 624-25. fona a Santa Maria Madalena, tendo escrito tam bém 2. Sa111os de Cada Dia. O rgani zação cio Pc. José LciLe, S. J., Ed itorial um trabalho teórico sobre música. Conta-se que nas via· A.O. , Braga, 1987 , vo l. Ili . p. 326. gens o santo Abade ensinava os pastores a cantar suas 3. Encícli ca lm111or1a/e Dei, 1- 11- 1885, Bonne Presse, Pari s, Vol. li , p. 39. antífonas, presenteando-os quando o faziam bem. 4. C fr. Ce lso da Cos ta Car va lho Vid iga l, Clu11y, Alma da Idade Média ,

"Nunc dimmitis", após concluída a obra E nfim , a obra providencial de San to Odon estava terminad a. Dera o impulso inici a l desse verdadeiro

i n Catulici.1·1110 nº 6 1, jane iru de 1956. 5. Lcs PeL it s Bo ll ancli stcs, Vie des Sai111s, cl 'aprcs le Pere G iry, par Mgr Paul G uérin . Typog rap hi c eles Cé leslin s, Bar- lc- Duc, 1874, tomo

X III , p. 495.

6. Idem .

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TODOS OS SANTOS ♦

São Maluri1lo, Coufessor. + França, Séc. Il i . "Nobre galo-ronwno que se converreu ao crisrianismo com roda a família. Tornando-se presbítero, evangelizou a região de Câtin. Suafa111a de santidadefoi tal que o Imperador Maximiano ofez ir a l?oma para curar sua .filha Teodora, o quefoi obtido corno e,nprego do Sinal da Cruz" (do Marti rológio Romano).

2 FINADOS

Santa Catarina de Alexandria

Beato Nuno Álvares Pereira

6 Beato Nuno Álvares Pereira, Coufessor.

1

Revelação da Medalha Milagrosa a Santa Catarina Labouré

ce iíce~~

+ Armado cavaleiro aos 13 anos, Condestá ve l de Portugal aos 25, a ele D. João I deveu seu tron o e Portugal sua independênc ia pela retumbante vitóri a em Aljubarrota. Depois de muitas vitórias em bata lhas, entrou para o Convento do Carmo, que edifi ca ra, onde faleceu sob o nome de Frei Uno de Santa Maria.

7 São Vilibrardo, Bb.JJO e Confessor. + Alemanha, 739. Nasc ido na Irlanda, foi consagrado Bispo de Echternac h, de ond e se us mi ss io nár ios partia m para eva nge li za r a Renânia. Seu zelo chegou até a Dinama rca. Bati zou Pepino o Breve, pai de Carlos Magno.

8

São Malaquias, Bispo e Confessor.

São Claro, Confessor.

+ Clarava l, I 148 . lrlandês, depo is de restau-

+ Tours, 386. Pertencente a família de alta no-

ra r a Abad ia de Bangor e a Diocese de Cannor, destruídas pelos Vik ings, tornou -se Arcebispo de Annagh. Perseguido pelos inimigos, refugiou-se em Clarava l, j unto a São Bern ard o. Nomeado Legado Apostólico para a Irl anda, com seu zelo transform ou-a num dos países mais catól icos da Cri standade.

breza, foi ainda jovem ord enado sacerdote, deixando tud o pa ra ir viver junto do grande Bispo de Tours, São Mart inho, cuj a virtude lhe servia de fonte de edifi cação. Até a morte cui dou cios jovens com vocação sacerdota l.

3

9 Dedicação da Basílica de São João de Latrão, Roma.

São Martinho de Porres, Confessor.

4

Santa Sílvia

ATOL I C I SMO

15 Santo Alberto Mag110, Bispo e Doutor ,ta Igreja.

16

20 Santa Inês de Assis, Virgem. + Itália, 1254. Irmã mais nova de Santa Clara, qu a nd o es ta part iu para a hab itação das Bened itinas, Inês, que tin ha so men te 15 anos, seguiu-a. A famíl ia fez de tudo para arrancá-la de lá, maltratando-a fi sicamente. Mas diz-se que ela ficou como chumbo quando quiseram carregáIa. São Francisco então cortou seus cabelos e a enviou com Clara para São Damião; fo i depois reformar as benedit inas de Monlicelli , que queri am levar a vida fra nciscana, voltando para falecer em São Damião aos 56 rn1os ele idade.

Santa Gertrudes, a "Magna'~ Virgem. ♦

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São José Moscati, Confessor.

APRESENTAÇÃO DE Nem-A SENHORA

+ Nápoles, I927 . Médico e professo r da Faculdade de Medi ci na da Uni versidade de Nápoles, atendi a os pobres gratu itamente, e não ocu ltava a nin guém sua fé. Es te modelo ele médico cristão fa leceu aos 47 anos de idade.

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22 Santa Cecília, Virgem e Mártir. ♦

FESTA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI

Santos Agrícola e Vital, Mártires.

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dote, ded icando-se à salvação elas almas. Entro u depois pa ra a Ordem dos Teatinos, tornando-se Mestre de Noviços. Fundou casas em Mi lão e Placença.

Santa Biida, Virgem.

São Clemente I, Papa e Mártir.

+ Inglaterra, 690. Filha do primeiro rei cri stão da Nortúmbria (Inglaterra), depois de viver 33 anos na Corte, querida e cortejada por todos, retirou-se co m a irmã e al gum as co mpanheiras para as margens de um ri o para viver reli giosamente. Foi então chamada a diri gir o mos te iro de Hart epoo l e ed ifico u o de Straneshalch.

+ Roma, Séc. I. Terceiro sucessor de São Pedro, conhece u os Apóstolos e conviveu com eles. Sua carta dirigida aos Corínti os é documento fundamenta l para comprovar as teses do primado uni versal cio Bispo de Ro ma e da constitui ção hierárqui ca da Igreja.

foram presos por serem cristãos. Para atemori za r o senhor, rico e poderoso, açoitaram Vita l até a morte. Mais edificado que atemo ri zado, Agrícola increpou os juízes por sua cruel. dade, pelo que foi crucificado.

Santa Sílvia, Viúva.

e

+ Roma, 18 11. Nobre espanhol de ori gem italiana, entrou aos 15 anos para a Co mpan hi a de Jesus. Ordenado sacerdote, dedicou -se ao magistéri o e ministérios apostó li cos. Ao ser extinta a Companhi a de Jesus e expu lsos os jesu ítas da Espa nh a, depois de itinerar por vários países, ded ico u-se por 30 anos ao estudo e a obras de caridade, indo depois para a Rússia, úni co país onde ainda ex istia a Companhia. De vo lta à ltália, traba lhou com ardo r para a restauração ela Companhia ele Jes us, o que ocorreu graças a seus esfo rços, mas só em 18 14, três anos após sua morte.

+ Rio Grande do Su l, 1628. Mi ssionários jesuítas que eva ngeliza ram a região das Missões. Na ele Caaró (RS), quando o Pe. Roque termi nava a Mi ssa, índios subl evados pelo pajé partiram-lhe a cabeça com a clava . O mesmo fi zera m co m o Pe. Afonso Rodríguez. O Pe. Juan dei Castill o tinha sido martirizado anteriormente, na mi ssão ele Pirapó. Relataram os próprios índ ios que, depois de des pedaçarem o corpo do Pe. Roque, de le saiu uma voz increpandoos pelo martírio e por terem ult rajado um a imagem ela Mãe de Deus.

Santo André Avelino, Confessor.

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14 São José Pignatell~ Confessor.

Santos Roque Go11zales e Companheiros, Mártires.

+ N,í poles, 1608. Advogado, ordenou-se sacer-

Santos Zacarias e Isabel, Pais do Precursor, São João Balista.

São Estanislao Kostka

+ Roma, 1567. PerLencente a fa mílias das mais nobres ela Po lôni a, sua vida é palmilhada de marav il has. Recebido por São Pedro Canísio no Noviciado da Companh ia de Jesus na Alemanha, fo i enviado a Roma e paternalmente aco lhi do por São Francisco de Bo,ja.

19

5

Santo André Avelino

13 Santo Estanislao Kostka, Confessor.

de São Pedro, o primeiro Papa ; a segunda, na Via Ósti a, fo i co nstruída no loca l do se pu ltamento de São Paul o, o Apóstolo das Ge ntes.

São Carl.os Borromeu, Bispo e Confessor.

+ Bolonha, 304. Agrícola e seu escravo Vital

Santa Inês

10 São Leão I MagnQ Papa e Confessor.

teiro biza ntino ele Stucli os, que contou até com mil monges, um cen tro de Santos, sá bios e mártires, vít imas da persegui ção iconoclasta.

+ Roma, Séc. VI. Patrícia da mais alta sociedade romana e mãe do Papa São Gregó ri o Magno, ass istia o filh o em suas necess idades domésticas.

Novembro d'e 1998

11 São Bartol.omeu Abade, Coufessor. + Grotaferrata, 1065. Calabrês, muito jovem entrou para um mosteiro ítalo-grego, colocando-se sob a direção de seu fundador, seu compat ri ota São Ni lo. Como Abade, transformou o mosteiro num centro de ciência e de arte.

12 São Teodoro Studita, Confessor.

Santa Isabel da Iltmgria, Viúva.

18 Santo Odou de Clzmy, Co11fessor: (Vicie seção Vidas de Santos, p. 28) ♦

+ Co nstantinopla, 826. Considerando as ordens

Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

monásticas "os nervos da Igreja", fez do Mos-

Na primeira, no Vaticano, encontra-se o túmu lo

25 Santa Catarina de Alexandria, Virgem e Mdrtir. + Séc. IV. Uma elas sa ntas mais popu lares cios primeiros séc ul os, aos I7 anos tinh a recebido o dom ela Sabedori a, ele tal manei ra qu e era tida como a mai s sábia elas jovens do Impéri o. lncrepo u o Imperado r por perseg uir os cri stãos, co nfundiu e converte u, com suas respostas, os 50 melhores f-ilóso ros da provínc ia. Estes, com suas esposas e mais 200 ofic iai s que também se co nverteram, fora m martirizados. Sofreu então o suplício das rodas.

26 São Pedro de Alexandria, Bispo e Mártir. + 3 11 . "O historiador Eusébio saudava-o COll'IO um desses pastores divinos pela vida virtuosa e por sua sagrada eloqüência. Foi 1,11na das úlrimas vítimas das perseguições romanas" (do Martiro lógio Romano).

27 Santa Catarina Labouré, Virgem. ♦

FESTA DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA A Medalha Milagrosa fo i revelada pela própria Mãe de Deus a Santa Catari na Labouré no convento das Filhas ela Caridade, em Paris, em I830.

28 Santo Estêvão e ComJJa,theiros, Mártires. + Constantinopla, 764. Monge do Mosteiro ele Studios (vide dia I2), fo i martiri zado com centenas ele outros co mpanheiros por tere m defendido o culto às imagens.

29 São Francisco Antonio Fasan~ Confessor. + Itá li a, 1742. Franciscano no convento dos Frades Menores Conventuais ele Lucera, doutorou-se em teologia tornando-se exímio pregador, diretor de almas, conselheiro, defensor dos pobres e humildes. Foi Superior do co nvento e Ministro Prov incia l.

30 Santo André Apóstol.o, Mártir. ♦

24' Santos André Dung-Lac e Companheiros, Mártires. + Vietnã, Séc. XVI. Vietnamitas "convertidos pelos 111issio1tários dominicanos que haviall'I começado a evangelizar a reg ião, foram marririzados sob a acusação de estarern introduzindo no país uma religião estranha" (cio Martirológio Romano).

São Zózimo, Corifessor. + Palestina, Séc . VI. Monge na Palestina, era considerado por São Teodoro Studita (v ide dia 12) como "a jóia da humildade". Nota Os Santos aos quais já fizemos referência no Calendário de 1997 têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

eATOLIeISMO

Novembro de 1998

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TFP põe os pingos nos -1s Paulo H. Chaves:

"Os Esta tutos da TFP foram inspirados pelo próprio Dr. Plínio e por ele

cuidadosamente revistos nas suas alterações"

: Há precisamente um ano : dissidentes da entidade ini•• ciaram processo reivindi: cando alterações substanci• • ais nos estatutos idealizados • pelo Prof Plínio Corréu de • Oliveira. • : Sentença em 1ª instância re: jeita as absurdas alegações. •

• • • • ••

• •

34

Com fr eqüência crescente, membros da imensa família de almas de Catolicismo nos têm escrito ou telefonado pedindo esclarecim entos sobre fatos internos ocorridos na TFP (Sociedade Brasilei ra de Defesa da Tradição, Família e Propriedade). Sob re esses fatos, ocorridos "intra-muros", preferiríamos fazer silêncio e resolvê-los internamente na TFP. Mas uma vez que nossos oponentes sairam a público, abriram um processo contra a TFP, bem como procuraram a mídia para divulgar tais fatos, nosso silêncio estava se tornando inexplicável, pois, como diz o velho ditado, quem cala consente. Assim , Catolicismo, no afã de sempre esclarecer e alertar seus leitores, decidiu entrevistar o Sr. Paulo Henrique Chaves, Asses~or de Imprensa da TFP, para que nos falasse sobre esta delicada questão. Ele atendeu amavelmente a nossa reportagem em seu escritório, respondendo calma e decididamente a cada pergunta formulada.

CATOLIC ISMO

Novembro d e 1998

Catolicismo - Sr. Paulo Henrique, o primeiro ponto que nossos leitores mais nos têm perguntado, é como e quando começou esta questão interna na TFP.

Paulo Henrique Chaves - A TFP, na sua j á lo nga ex istência de q uase 40 anos, foi objeto de 12 grandes estro ndos publi c itári os movidos por nossos ad versários, mu itas vezes apo iados pelos grandes meios de comu nicação. Ela os enfrento u com a sereni dade e altaneri a que lhe são própri as. Desta vez o ataq ue surg iu de maneira com pletamente dife rente. Após o falecimento, em 1995, do Prof. Plini o Corrêa de O li veira, líder e pensador católi co, fundador da TFP e Pres idente vi talíc io de seu Co nselho Nac iona l, fo i co nvocada um a Assemb lé ia Geral para eleger a nova d iretoria, conforme ex igiam os Estatutos. Reso lveu-se e ntão manter vago o cargo de Pres idente do Conselho Nacional da entidade, e m homenagem a seu fun dador, e fo i e le ito Vice-pres idente o Dr. L ui z Nazareno de Ass umpção F ilho, que já era di retor desde 1960. A mesma d iretoria co mpletou seu mandato. O Vice-preside nte exerceria as fu nções da pres idência. Cu mpre de passagem esclarecer que tais Estatutos foram inspirados pelo própri o Dr. Plinio e por ele cuidadosamente rev istos nas alterações que se segui ram à primeira redação. Em 1997, do is anos após o fa lecimento de Dr. Plíni o, sócios e cooperadores manifestaram-se descontentes com os Estatutos, pelo fato de que estes não lhes concediam o direito de voto, como sempre ocorreu desde a fun dação da entidade, em 1960. Visando talvez tomar a di reção da TFP, abriram um processo civil contra a entidade. Dó i dizêlo, pe la primeira vez em sua história a TFP fo i obj eto de um processo j udicial mov ido por pessoas a ela ainda pertencentes .

foi pre parado com bas tante a ntecedê nc ia. Ex plico- me. A entrada do processo no Fórum da ca pita l pauli sta deu-se no di a 2 1 de nove mbro de 1997. Três meses antes, no dia 23 de agosto do mesmo ano, pessoas li gadas aos di ss ide ntes j á hav iam fu ndado uma nova soc iedade civi l intitul ada Associação Cultural Nossa Se nhora de Fátima, e reg istrada no Cartório de Ca mpinas e m 5 de setembro de 1997(*) cuj a semelhança de nomes e de objetivos co m a imensa e bene méri ta campanha, Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, da TFP prestar-se-ia a causar confu são nos partic ipantes da mes ma.

Catolicismo - Que prejuízos tais dissidentes vêm causando à TFP, que sempre obteve a confiança e o respeito de grande número de brasileiros? Paulo H. Chaves - U ma vez que o processo judicial, ao qual acabo de referir-me, não Lhes corria favorave lmente, começaram os di ss identes a visitar os participantes da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, numa tentativa de convencê-los a aba ndonar esta ca mpanha e passar a apoiar a nova associação por e les criada. Co nfir ma-se assim a confusão, anteriormente referida, que a semelhança das campanhas e dos nomes cria.

Paulo H. Chaves - Hoj e, anali sando os fatos, tudo ind ica que o pl ano dos diss identes

por que inovar? "

Catolicismo - O Sr. falou em processo. Em que consistiu tal processo?

Paulo H. Chaves:

Paulo H. Chaves - Sempre contestando as autori dades legítim as da TFP, os di ss identes movera m um processo contra a e ntid ade , na tentati va de conseguir, através do Poder Ju diciár io, mod ificar os Estatutos da TFP. Po is es tes, segund o cos tum a m arg um e nta r, os im pedi am de ass umir uma influ ênc ia dec isiva na d ireção da TFP, j á que só os sóc ios fu ndadores têm dire ito de voto. O mais in crível é que as mes mas pessoas que durante a vida do Pro f. P lini o Co rrêa de O li veira mostravam-se ard o rosos co mb ate ntes e adversários de princípios revo luc io nári os, de repente começaram a uti Iizar j argões igual itários e soc ia li stas própri os dos partidos e movimentos de esquerda, saindo a públi co FIJIJ IAllES.l'AULO

,~,,•!rito,

•J<kJu 111..,Jo1~

"Pessoas que durante a vida do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira mostravam-se ardorosos combatentes e adversários de princípios revolucionários, de repente começaram a utilizar jargões igualitários e socialistas"

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Catolicismo -

O Sr. poderia explicar melhor o que fizeram esses dissidentes?

Mes mo ass im, a maioria dos partic ipantes da ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fá tima não tardeis! - os qu ais tantas vezes fora m favorec idos po r imensas g raças, através da mesm a - não acredito u nos di ss identes. De um advogado mine iro pude ou vir incontinenti : "Se def endemos a tradição,

,srot.11:..01 .omoo

(*) Ca rtó ri o Pri vativo de Reg istro C ivil elas Pessoas Jurídicas ele Dire ito Privado el a Co marca de Ca mpin as, reg istro nº 1 1.722, li vro A-39, fl s . 159.

C AT O LI C I S M O

Novembro de 1998

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•,numa contestação declarada à autorid ade constituída, exatamente como fazem o PT, a CUT e os Boffs da esq uerda católica. Isso não passou despercebido a órgãos de imprensa como no caso da rev ista "Isto é", de 8-7-98, que qualificou judiciosamente um dos dissidentes de o "Boff da TFP". E também da "Folha de S. Paul o" de 19-8-98, que ao noticiar o resultado da sentença judicial dando vitóri a ü TFP, ressaltou mediante epígrafe, no alto da página: "'Cons(! rvadores' derrotam 'progres-

sistas ' sobre estatuto da entidade". Catolicismo -

Quando saiu a sentença judicial e qual foi a decisão do processo?

Paulo H. Chaves -

No dia 19 de julho, vigília da Festa de Santo Elias, o Dr. Car los Eduardo Ferraz de Mattos Barroso, Juiz ele primeira in stâ nci a, ela 3ª Vara Cível ela Comarca ele São Paulo, assinou a sentença, Paulo H. Chaves: dando inte iro ganho de causa à TFP. "No dia 19 de julho, A principal reivindicação cios dissiden o Dr. Carlos Eduartes era o direito ele voto ele todos os sócios, do Ferraz de Mattos • cooperadores e correspondentes da TFP. A Barroso, Juiz de isso o Juiz respondeu peremptoriamente: "O

primeira instância da 3ª Vara Cível da comarca da São Paulo, assinou a sentença, dando inteiro ganho de causa à TFP"

direito de voto não é pleno e irrestrito conforme pretendem fa zer crer os autores [da açãol Pelo contrário, a própria legislação das sociedades comerciais estipula, expres• samente, a possibilidade da existência de sócios votantes e não votantes. A estes últimos é assegurado o sagrado direito de retirada ". Catolici.rnw - Haveria, na referida senten• ça, mais algum tópico a ser ressaltado?

• Paulo li. Chaves -

Há vários, mas cito apenas mais um . Os dissidentes haviam ma•• nife tado descontentamento em relação à di • retoria da TFP, ao que o Juiz sentenciou:

• "Se durante estes anos a administra• ção f eita pelos sócios fundadores os conten•• tou e atualmente a gerência lhes desagrada, resta o direito de retirada da sociedade •• e não a sua mod!ficação, como que surgin• do judicialmente uma nova pessoa jurídica, • conforme os interesses daqueles que nunca • tiveram direlto estatutário a voto".

Catolicismo -

rece que a TFP não vai alterar seus Estatutos para contentar tais dissidentes. Seria bem isso?

Paulo H. Chaves -

A TFP não pode abrir mão cios traços fundamentais definidos pelo seu fundador. Lembro-me com saudades de um ep isód io histórico , comentado por Dr. Plinio em mais ele uma reunião para sóc ios e cooperadores ela TFP. Em meados cio século XVIII, começou uma verdadeira onda de perseguição à Companhia ele Jesus. A primeira investida foi em Portugal , através do Marquês de Pombal. E m seguida, foi a vez da França. A luta estava renhida. O re i Luís XV, numa tentativa ele conc ili ação, propôs como so lução a lterar alguns pontos do Estatuto da Companhia. Ficou célebre a res posta do então Superior Geral, dos jesuítas, Pe. Ricci: "Aut sint ut sunt, aut omnino non sint" (Ou sejam [os jesuítas] como são, ou de todo não existam). E o Estatuto não fo i alterado. Por desgraça, 11 6 jesuítas franceses cederam e aderiram à heresia galicana.

• Paulo H. Chaves -

Sim. Ele deu , conclu-

• "Cumpre apenas salientar que a for• ça de uma associação de pessoas vem do número e da qualidade de seus associados. Se os autores [ela ação] são inúmeNovembro de 1998

térios da História porque a certos homens faltou critério". No di a 23 ele ju nho p.p. , a TFP publicou na "Fo lha de S. Paulo" um esc larec imento à opinião púb li ca brasileira sobre esse assunto, esclarecimen to este que foi, aliás, reproduzido na ed ição ele julho/98 , nº 57 l , ele Catolicismo, e do qual destacamos o seguinte tópico, que responde a essa pergunta:

"Somente com o fal ec imento do Prof: Plinio, ocorreu que um veterano integrante da TFP, Jo ão Scognam iglio Clá Dias, que se auto-atribui a missão de suceder ao fundado,; conseg uiu arregimenta r em torno de si um grupo de ativistas procurando utilizar-se de instrumentos processuais para tomar o controle da entidade e de seu patrimônio". Catolicismo -

Catolicismo -

Além do processo judicial em São Paulo, houve algo mais digno de nota pelo Brasil afora?

Paulo H. Chaves -

Infeli zmente o ato de indisciplina atingiu alguns setores da TFP. Em Campos (RJ), um grupo de dissidentes invadiu a sede principal que a entidade man tém naquel a cidade, efetuando em seu interior manifestação muito parec ida com as invasões promov idas pelo MST em edifícios de órgãos públicos. Os manifestantes desobedeceram o encarregado local da sede, o qual temia o agravamento da situação. A TFP obteve então, de um Ju iz local , med ida liminar proibindo outras manifestações semelhantes. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro confirmou, por unanimidade, a decisão liminar do Juiz daquela Comarca.

Catolicismo -

: indo:

e ATOLIe ISMO

Catolicismo - Com base nessa vitória, pa-

O Juiz deu alguma saída

para a questão?

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ros, basta aos des contentes que busquem criar uma nova pessoa jurídica, mais de mocrática, e condizente com os fins sociais por estes pretendidos".

A experiência, seja histórica, seja político-social, comprova o fato de que um movimento desses não surge sem um líder. Quem lidera tais dissidentes?

Paulo H. Chaves -

Isso me faz lembrar urna frase de Dr. Plin io que anotei: "Quanta

O Sr. gostaria de dizer algumas palavras a mais para os leitores de Catolicismo?

Paulo H. Chaves - Por amor à brevidade, faço um ape lo não apenas aos le itores de Catolicismo, aos quai s me dirijo es pecialmente, mas aos participantes e ade rentes das Ca mpanhas Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! e O Amanhã de Nossos Filhos - esta última tive a honra ele coorcle-

nar por se is a nos - , bem como aos ruralistas contrários à Reforma Agrária socialista e co nfi scatória e demais simpati zantes de todas as benemér itas iniciativas promovidas pela TFP. Tal apelo é para que abram os o lho s quanto às pretensa s inovações dos dissidentes ele nossa entidade. Co laborando com a TFP desde os ba ncos univers itári os , no início da década de 60, ten ho razões ele soPaulo H. Chaves: bejo para fazer este "Cuidado com os apelo. Encerro minhas • lobos travestidos palavras afirmando que de ovelhas! até Deus respeita o li Nosso Senhor vre arbítrio cio homem , pois qualquer um é os já advertia livre de tomar um rumo ou outro. Mas cuiprimeiros cristãos dado com os lobos travestidos de ovelhas! a respeito Nosso Senhor já advertia os primeiros crisdesse perigo" tãos a respeito desse perigo. Alguém poderá observar que nunca imaginaria que urna coisa dessas pudesse acontecer na TFP. Pois bem, eu respondo: veja a História ela Igreja , veja o primeiro Co légio Apostó li co. Como poderia ter surgido um Apóstolo que trairia o próprio Homem Deus que o escolhera? Na verdade, lamentamos muito o que aconteceu. Jamai s deveria ter ocorr id o. Mas lembremo-nos de que, onde há o homem, podem aparecer a va idade e o pecado. Terrível herança, após o Pecado Original, dos filhos ♦ de Adão.

Aviso aos leitores de Catolicismo Algumas pessoas têm sistematicamente visitado em diversas regiões do País os assinantes de Catolicismo, alegando que a revista está sendo substituída por outra intitulada "Dr. Plínio" .

NÃO É VERDADE! Catolicismo, com 47 anos de existência, continua sua gloriosa trajetória ascensional desde que foi fundada por iniciativa e sob a inspiração do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, sendo a única revista porta-voz da TFP. A revista denominada "Dr. Plinio" nada tem a ver com a TFP.

coisa boa fi cou estirada ao longo dos cemiCATO L IC ISMO

Novembro de 1998

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Não bastam os inimigos de fora?

Protesto

~

Faço uma contribuição mensa l para nossa gra nde TFP e fiquei preocupado com o que jornais publicaram sobre o que esta acontecendo., que muita tri steza causa a Nossa Senhora . Poderia env iar-me uma cópia da notícia que sa iu na revista "Isto É"? Que está aco ntecendo com esse pessoal , teria ficado maluco? Será que já não bastam os inimigos de fora e agora arrumamos dentro? Também sou assinan te do Catolicismo. (L. R. via e-mail lnternet-SP)

Nota da Redação: Fazemos votos que a entrev ista publicada nesta edição à p. 34, escla reça, um pouco pelo menos, essa delicada s itu ação. Caso o prezado le itor - bem como outros am igos - deseje mai s pormenores a respeito, estamos à disposição para e lucidar todas as dúvidas. Não publicamos aqui os outros pedidos de esc larecimentos, por falta de espaço e porque Lodos e les vão na mesma linha do mi ss ivista acima. Apenas alertamos nossos leitores: quando forem procurados para cance lar a assinatura de Catolicismo e, em contrapartida, para assinar a rev ista chamada " Dr. Plínio" - do qual nos honramos de ser discípulos - saibam que tais pessoas são dissidentes da TFP; e que, contrariamente aos ens inamentos de Dr. P lini o, de quem se proclamam arautos, eles não acatam a autoridade legít ima da entidade. Tais dissidentes movem , a li ás sem sucesso, ação judicial contra a

TFP.

38

CATO LI

e

IS MO

~ Recebi o último nº de Catolicismo [Agosto/98] e fiquei surpreso e sentido pelo editorial , pois se trata de uma ofensa a Igreja, representa que a Igreja está dividida: em direita e esquerda. A Igreja tem preferência pelos pobres e excluídos, por exemplo os "sem-terra". E nquanto os ricos e poderosos latifundi ários não cedem um pedaço de terra para os excluídos sobrev iverem. Eu estou pela Doutri na Social da Igreja, por exemplo os primeiros cristãos repartiam seus bens e não havia excl uídos entre e les. O direito de propriedade tem limites. Não devemos apoiar latifundiários e poderosos que têm tudo em seus poderes, enquanto outros morrem de fome . .... Não sou a favor do com uni smo, mas numa distribuição mais justa, .... Jesus estava do lado dos pobres e excluídos. A Cornunidade Eclesial de Base está a favor dos excluídos. (O.S.C. - RS)

Nota da Redação: O missivista que, a julgar por sua última frase, parece falar em nome das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) - di z que é uma "ofensaàlgreja"afirmar que ela está dividida. Mas, de outro lado, di z que há uma divisão e nlre "Latffundiários " e "exclu{dos". De nossa parle, cremos que a verdade se encontra na afirmação de Pau lo VI de que a Igreja está passando por um processo como que de "autodemolição" e que a ''.fumaça de Satanás" penetrou, infeli zmente, até no lugar sagrado. O atual Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina ela Fé, Cardeal Ratzinger, também foi bastante explícito : "Os resul!ados que se

Novembro d'e 1998

seguiram. ao Concílio parecem cruelmente opos/os às expectativas de todos, a começar do Papa João XXII/ e depois de Paulo VI. .... Os Papas e os Padres conciliares esperavam uma nova unidade ca1ólica e, pelo contrário, se caminhou para uma dissensão que - para usar as palavras de Paulo VI - pareceu passar da autocrílica à aulodemolição" (Rapporto sullafede, Ed izio ni Paoline, Milano, 1985). O caro missivista adota, ademais, sem qualquer crítica, slogans que eram correntes anos atrás e que hoje já estão ultrapassados por terem sido refutados pelos fatos. Por exemplo, que há latifund iários poderosos que "têm tudo ern seu poder", e nquanto outros morrem ele fome (ter "tudo" em seu poder, mais parece um atributo divino ... ). A esse respeito, o próprio Ministro ela Política Fundiária, Raul J ungman , conhecido esquerdista, tem declarado que o latifúndio não é mais problema, que o prob lema agora é organ izar os assen/amentos. O mi ss ivi sta faz muito bem e m dec larar que não é a favor cio comuni s mo, poi s, caso contrário, suas afirmações poderiam levantar dúvi das a respeito. Quanto a dizer que "Jesus eslava do lado dos pobres e excluídos", é verdade, desde que não se insinue com isso que e le estava promovendo uma espéc ie de luta de c lasses contra os ricos. Basta le mbrar, por exemplo, que Nosso Senhor freqüentava a casa ele Lázaro, homem rico da época. O Div ino Redentor não "excluia" os ricos, queria a salvação de todos - e não apenas ele a lguns ... Sobre os "limites" cio direito ele propriedade, a que se refere o missi vista, convém lembrar que não cabe aos "sem-terra" determinar esses li -

mites. João Pau lo IT é muito claro a esse respeito:

" Recordo as palavras do meu predecessor Leão XIII quando ensina que ' nem ajustiça, ne m o bem comum consentem e m danificar a lguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretex to ' (Rerum Novarum , 55). A Igreja não pode

estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorraleira das propriedades agrfco las". ("Acta Aposto lic ae Sed is, 1O- l l - l 995"). Diversidade dos assuntos

~ É com muita satisfação e interesse que estou le ndo a revista Catolicismo. Meus parabéns pela diversidade dos assunto , e todos muito interessant s. Oxalá que, com o auxílio de No sa Senh ra e ajuda de Deus, esta maravilhosa revista pos a continuar por muito tempo. Naturalmente, com muito praze r serei sócio. (T.J.F. - São Paulo) Nossa Senhora de Fátima

~ Sãoashorasmaisfclize quando recebo as revistas, me sinto mui to contente com a le itura. Tenho muita fé em minha 111· Nossa Senhora de Fátima e gostaria que minhas filhas, como e u, estiv 'SSen cio lado dEla, que rezo o terço Lodos os dias. (J.F.S. - Sergipe) Clima melhor

~ Antes de conhecer a ampanha de Nossa Sen hora, em casa o clima era tão ruim. Meu filho não fo lava em Deus, muito menos ia à lgre-

ja. No ano de 97, comecei a receber a revista Catolicismo e tudo mudou para melhor. E le tinha certos amigos que só davam maus consel hos e agora afastou-se de todos eles, porque viu que não dava. Estava totalmente afastado até dos tios, hoje, g raças a Deus, a Nossa Senhora e a Catolicismo, minha cabeça é outra co isa. (F.A.S. - São Paulo)

mudou muito a minha vida. Peço muita oração para que Nossa Senhora de Fátima me ajude para que, no ano que vem , eu possa renovar a assinatura desta santa rev ista. Que Nossa Senhora ajude a todos os senhores para continuarem com esta valorosa campanha, que traz muita esperança de d ias me lhores para todos. (D.M. - São Paulo)

Desligando a TV Diferente

~

Há muitos anos venho assistindo a decadência dos programas de TV, razão pela qual vivo num mundo à parte, escolhe ndo eu mesma os passatempos e distrações no lugar distante onde resido. Me ocupo nos afazeres domésticos e nos horários destinados à oração, rezo meu terço, leio um trecho da Bíblia, li go o rádio para ouvir a Ave Maria e outros programas católicos de minha preferência. As revistas Catolicismo, muito têm me ajudado a conhecer melhor nossa re ligião e ocupar meu precioso tempo sem me preocupar com as sujeiras e imundíc ies que se passam pelo mundo afora. Desligando a TV, me desligo do mundo. Será muito difícil o mundo voltar a ser melhor, a tendência natural é piorar, até que Deus mande um novo Dilúvio ou similar. (J.S.F. - Rio de Janeiro)

O dia mais feliz

B

Recebo a revista mensalmente. É a revista mais importante que eu já li na minha vida. Foi o dia mais fe li z esse bendito dia que eu fiz a assinatura para receber Catolicismo. Quando começa o mês j á fico pensado no dia de receber a próxima, que me traz muita paz de espírito, e

CATO LI

~ Adm iro muito a rev ista Catolicismo. Admiro por ser muito conservadora a respeito de coisas que o mundo gos taria de ser diferente, por exemplo, sobre o aborto. Gosto pelo fato da revista ser assim. Também pela posição contra o homossexuali smo, sobre algumas mudanças na Igreja, o modo de trajar ao comungar, etc. Apoio tudo que o S r. fa la. (M.A.R.S. - Maranhão)

Alerta!

~ Comunico-lhe que gosto mui to da revista Catolicismo por ser uma rev ista de cun ho católico, que visa fazer o bem, sendo um grande a le rta para o que acontece no mun do de hoj e. Chama a atenção cios leitores, informando o que vai acontecer, as catástrofes que virão como Nossa Senhora profetizou em Fátima (Portugal), se o povo não se converter, se não fizer penitência de seus. pecados e se não rezar, tudo poderá acontecer em breve, até o pior que é a guerra mundial. Parabenizo seu diretor e toda a equipe que faz parte de tão importante revista e desejo muito progresso em todos os seus empreend imentos. (M.E.G. - Rio Grande do Norte)

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Projeto de 11 casamento'' homossexual rejeitado na França Maioria de esquerda sofre derrota 11 humilhante e histórica'' Wilson Gabriel da Silva Enviado Especial Fran a

PROJETO DE LEI que legali zaria o "casamento " homossex ual na França, chamado Pacto Civil de Solidariedade (PACS), foi rejeitado no último dia 9 de outubro na Assemb léia Nacional. Os deputados da oposição minoritária, pressionados pelo eleiLorado e por associações como Avenir de la Culture - que já desenvolveu campanhas em parceria com a TFP francesa - , compareceram em massa, enquanto do lado da minoria esquerdista houve importantes deserções, especialmente ele deputados soc iali ·tas do interior do país. A chamaela "maioria plural" é composta por socialistas (PS e MDC), comuni stas (PCF) e "verdes". Na véspera da discussão ela matéria , o Primeiro- ministro L ionel Jospin empenhou todo o seu prestígio político falando no horário nobre da rede estatal de televisão France 2. A entrevista

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do chefe de governo foi prece-

vem viver sob o mesmo teto. É uma forma de amenizar a vincu lação do PACS aos homossex uai s e torná-lo assim menos rej eitável. Temendo que se repitam as detecções em seus quadros, por não comparecimento às sessões, o PS tentará obter a assi natura de todos os seus deputados em apoio ao novo PACS. Após a "sexlaJeira negra" (9 de outubro) em que o PACS foi rejeitado, a maioria de esquerda teve uma "terça caótica" que terminou com o esface lamento do projeto. Assim, agora não há apenas uma proposição de lei, mas cinco: asocialista, a comunista, a do partido verde, a do Movimento dos Cidadãos (MDC) e por fim a dos radicais de esquerda. "A esquer-

O Primeiro-ministro francês Lionel Jospin (à direita) não conseguiu ignorar a eficácia da campanha de Avenir de la Culture contra o PACS: numa entrevista à TIi, em cadeia na-

da mais dividida do que nunca sobre o PACS"; "A esquerda se afoga no PACS", são os títulos, respectivamente, do "Le Mon-

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e e do "•tgaro" de 15- 1O. dida por uma reportagem soEstarão todos os deputados na qual se ressai- cional, externou sua ira em relação a essa associação da esq uerda d.Ispostos a sacn·t··IJ-\. b re O P'"CS, tava o papel de Avenir de la Culture na oposição ao procar um sábado e um domingo para discutir o novo PACS? jeto. O próprio Primeiro-ministro fez uma alusão despectiva Michel Crépeau, prefeito de La Rochelle e presidente à associação, ao responder perguntas de jornalistas. do grup o RCY, que compõe a "esquerda plural " goverUm despacho da Agência France Presse qualificou o 9 ni sta, já disse que não. E le alega qu e já trabalha 70 hode outubro de "dia negro" para a maioria de esq uerda. A ras por semana e não está disposto a abrir mão do oposição comemorou a rej eição do PACS por inconstituweekend. cionalidade, como "a primeira grande derrota" de Jospin. "Um governo que fe z a lei das 35 horas podia ao meEntretanto, é ele notar que foi vencida uma batalha, não nos deixar-me decidir como dividir o tempo entre a Asa guerra. Pois o Partido Socialista apressou-se em apresembléia e La Rochelle!", defende-se o deputado, queisentar novo projeto, o qual deverá ser examinado em piexando-se que já não é menino de colégio para ser punido nário nos próximos dias 3, 7 e 8 de novembro (um fim de por faltar a algumas sessões extras. se mana!) e ser votado no dia I O. O governo arrisca-se, portanto, ao vexame de uma nova O novo PACS governista beneficia não apenas os hoderrota, se algum fator novo não vier em socorro ele sua mossex uai s, mas também irmãos e/ou irmãs que comproposição. ♦

40 '

CATO LI

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Associação co-ir111ã da TFP,

Avenir de la Culture, i111põe respeito aos adversários "Sacos inteiros de cartões-postais de protesto inundam Matign on [o palácio do governo franc ês]" ("Le Monde", 2-9-98): a eficácia de uma pequena associação que consegue mover centenas de milhares de aderentes teve papel fundamental no sucesso da campanha contra a legalização do "casamento"homossexual na França. A influ ência do poderoso lobby homossexua l na mídi a francesa fazia parecer impossível qu a lqu er reação : comentaristas , pesqui sas de opinião, políti cos, altas personalidades do governo, tudo jogava a favor da aprovação do PACS. Até mesmo certas rev istas da "es querda católica" (muito de esquerda e nada católi cas) apresentavam o projeto como um passo necessário para adaptar a legislação à evo lução dos costumes. A revista "La Vie" , por exemplo , defendeu em ed itori al (1 º de outubro de 1998) que os Bispos, "pressionados uma vez mais por certos meios tradiciona-

listas ", teriam se pronunciado cedo demais sobre o PACS, pois, as modif ic ações introduzidas por Jospin teriam tornado o texto "apresentável". Pergunta-se: pode-se chamar "ca tólica" uma revi sta que defende assim o in fame "casamento" homossexual? Entretanto, acabou prevalecendo "a força das idéias e das organizações da reação ", que já vinham preocupando a deputada socialista e presidenta da Comissão de leis da Assembléia francesa, Catherine Tasca (cfr. "Libération", 258-98), que desfilara à testa do Gay Pride em Paris, em 20 de junho. Depois de obter que

seus aderentes enviassem mais de cem mil cartas de protesto ao governo, Avenir de la Culture aparece em primeira linha na luta contra o PACS, porque tem o savoir-faire (saber faze r) na matéria, conforme ressaltou um jornal da região Centro. Mas a associação co- irm ã da TFP não se limita a ações publicitárias. Avenirelaborou um substancioso dossierde 80 páginas sobre os projetos de "casamento" ou concub in ato homossexual, mostrando como eles provêm todos do mesmo quadrante ideológico (comuno-socialista) e representam um passo importante no sentido de uma revolu-

ção cultural destinada a demolir a moral cristã e a instituição da família. "Uma hidra ataca a moral cristã e a família", intitula-se precisamente o opúsculo. Enviado aos deputad os e aos principa is aderentes da associação, o dossier apresenta ainda a posição da Igreja, com os principais textos das Sagradas Escrituras e do Magistério contrários à homossexual idade, um pecado que brada a Deus por vingança, segundo o Catecismo tradicional. ♦

Cartão-postal de protesto: aproximadamente 150 mil exemplares dele choveram sobre o palácio do governo francês

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1 __________ [

Madame ou Monsieur

J . t ,ie "maria9e .. 1tomose1tuel Non au proJe "' . 1 et de destruction de la familie .

Député de Assemblée Nationale 126, rue de l'Université 75355 PARIS

CATO LIC ISMO

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,.

Pais e mães de família contra programa Domingo Legal do SBT

TFP amplia ação em países da ex-União Soviética À esquerda,

lcTOpiH ~

A Campanha O Amanhã de Nossos Filhos, que congrega pais e mães de famíli.as preocupados com a situação de descalabro de programas de TV em nosso País, mobiliza-se desta vez contra as imoralidades do programa Domingo Legal DEGRADAÇÃO MORAL promovida pelo SBT aos domingos não passou despercebida aos aderentes ela campa nha O Amanhã de Nossos Filhos. No mês ele setembro, a Coordenação ela campanha iniciou mais uma poderosa ação que visa mobilizar pais e mães ele família ele 5.000 cidades cio Brasil contra o programa Dorningo Legal, cio apresentador Gugu , o qual constitui hoj e um cio s mai ores atentados à moralidade na TV. Segu ndo Paulo Corrêa ele Brito Filho, Coordenador Geral ele OANF e Diretor desta rev ista, a estratégia é a seguinte: OANF está enviando a seus aderentes ele todo o País uma Petição/ Protesto. Em carta anexa, que denuncia pormenorizadamente o contexto i nclecoroso cio programa, so l ici la-se que o aderente assine a Petição/Protesto e a reenvie para OANF.

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llmo. Sr

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Incomodando os promotores da imoralidade Com tal atitude OANF visa co locar uma desconfortável pedra no sapato cios promotores ela imoralidade que, infelizmente, hoje dominam a TV brasileira. Catolicismo não poderia deixar ele manifesta r seu apoio aos nobres ideais propugnados por O Amanhã de Nossos Filhos. Afinal , clefcn clcr a família contra a ação maléfi ca exercida pela TV imoral é conduta lou -

vávcl, afinada com os ideais clcfencl icl os por nossa rev ista. Se o lei tor tem acesso ü I ntcrnct. fica aqui uma sugestão: v isite hoje m esmo o sil e ele OANF ½'WW.oanfilhos.org.br - e participe também dessa ini ciat iva, enviando seu e-111ail ele protesto contra o programa

Do111i11go Legal. • (j;)

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A Petição/Protesto é dirigida a Sílvio Santos, proprietário cio SBT. Nela, OANF pleiteia que se determine a cessação elas atuais perversões exib idas no programa apresentado por Augusto Liberato aos domingos. A Petição lembra a Sí l vio Santos que o fato ele seu

C ATO L I

•m¾\@M;+;;:.;,;:~=~de nossas famílias! t'll'U'Pi-1-Mi:M4!·i·fi-

programa ter muita audiência no fina l ele sema na, não lhe dá o direito ele agredi r esse pú blico com as imoralidades cio programa Domingo Legal.

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....t'. 1,

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Protesto em forma de Petição

42 '

• Sr. Silvio Santos• tome medidas e f •

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GUGU

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ca mpanh u L11111ier es s11r l'Est l , u:t. ·s sobre o Lcsl '), pro movith I ela TrP fr:in · ·su, • que possui umas •d• d0 rnprcscnlação · m 'ra ·óv ia, na Po lônia, i111 •nsifi ca sua ação 11 0 1, 'S I • •uropcu, no scn1ido d · divul •ar literatura r •l i •iosu, sob retudo a M ·11s11 • •11 1d· Fátima. A proxi1nid 11d • dns fronteiras d· v1í 1fos pu ís0s do exblo ·o sovi C-ti ·o co m a Po lô11i 11 l'm·ililu, com cfeil , 1ul lrulmlho, tornandoo 111 ·11<>:-. un ·roso. Acrcscc-s • 11 isto a considerável i11i"lt1l' 11ri11 r ·li giosa da Pol 11 i:1 i,ol)l'l' dilos paí-

A

Ecliço1•, 1wl11m • ,, 1 11craníana da ohr,, tio IJ, . An/01110 A11g11,to ll111 t11/1 M,1c/1.1do

ses, enqu anto nação maj oritari amente católica. Entreta nto, se ria i lu são im agin ar qu e o servi ço ele correios nesses países, até há algun s anos sob jugo cio comunismo sov iéti co, funciona a contento. Com freqüência o destinatário não recebe a correspondênci a ou a recebe com grande atraso. Assim, a entrega mais garantida é... pessoal. Atual mente é objeto de larga divulgação o livro

Fátima, mensagem de tragédia ou esperança? , ele autoria do Dr. Antonio A . Borelli M achado, em ucrani ano, ru sso, lituano e letão. Além disso houve uma recente ed ição em polonês, de 10 mil exempl ares , destinada às co lôn ias polonesas na B ielorúss ia e Casaqu istão. Foi também editado em ucraniano um livreto intitu l ado História de Jacinta , i g ual mente com I 0mi l exemp lares, narrando para crianças a Mensagem el e Fát ima . A brochura Historia Sagrada , ele

· )KacimH

na extremidade: sede da TFP em Cracóvia, dirigida por nosso representante, Sr. Leonardo Przybysy.

À esquerda: capa do livro História de Jacinta, em ucraniano

São João Bosco, editada j á há algum tempo em ru sso e co m dezenas de milhares ele exempl ares, está quase inteira mente esgotada. Não há mãos suficientes para atender a tantos pedidos re ce bido s por essa Ca mpanh a. A título exemp lificativo, destacamos alg um as repe rcussões. De um a ca rta recebi cla recentemente ela Ucrânia: "Em nom e ela

comunidade paroquial, co11firrno o recebimen lo de 45 exemplares ele Hislória ele Jacinta. Agradeço de todo coração! Ficaria mui/o agradecida se lhesfosse possível enviar ainda oulros exemplares." Outra: "Acu.w o recebimento da caixa contendo os 83 exemplares ele História de Jacinta. Muilo gra fo! Com aleg ria c/islribuí às crianças, que o receberam com aleg ria

ainda maior! Mas isso é pouco! Cos!aria ele pedir mais. Nossa cidadezinha !em cerca de 30.000 habitantes, cios quais wna quarta parte é cons!ilu.ída de católicos. Além disso, lemos cerca de 10 aldeias. Que Deus lhes pague! E esperamos novo envio. " * * * A sede ela TFP em Cracóvia promove regu larmente reuni ão para estudantes universitários. É ele se notar o grande interesse que eles manifestam por assuntos até recentemente proibidos pelo regime com uni sta, que escrav izou esse país por décadas. Por exemplo, eles têm um viva atração pelos temas de fundo reli gioso e político analisados à lu z do livro do Prof. Plinio Corrêa ele O li veira, Revo-

lução e Con tra- Revolução, no qual eles discernem a chave para a interpretação e compreensão da tremenda cri se que assola o mundo moderno. ♦

CATOL I C I SMO

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~fJJ ~JJ d DJ' Plinio Corrêa de Oliveira PRlM ElRA IMPR ESS Ã O , ao se obser va r esse cas telo. situado no vale do ri o L oire, na Fran ça, é de des lumbram ento. U ma co isa maravilhos a! U m co njunto de to rres que se elevam garbosas para o ar, indi ca ndo senhori o, poder, grand eza e espl endor. São torres de um castelo- fortal eza. O intuito da rortili cação es tá muito ex presso

m a e arbu stos, es tabelecendo um a certa di stin ção r eve r enc ial entre qu em es t á o lhando para o cas telo e o própri o castelo . O parqu e mantém a di stân c ia. T udo quanto é res peitável, ao mesmo tempo atrai , mantém a di stânc ia. É o própri o da rcs p ' itabilicl ade. O m odelo infinito e perfeito di sso é N osso Senhor Jesus C ri to. O lhando as

na carênc ia ele jan elas. Perce be-se que ele

verdad eiras im agens cio Divino Redent o r, nossa alma sente uma tendência I ara vo ar

um lado fo ram abertas j anelas, mas não ex istem j anelas I o r toda parte. D eve haver

até o coração d Ele e ... aj oelh ar-se. 1 o rqu • tudo quanto é respeitável e elevad o atrui ,

falta de ar e el e luz c m algumas partes des-

mas mantém a hierarqui a.

se ecli fíc io. M as isto era necessá ri o para a constru ção não poder ser arrombada , vio-

O castel o el e Valençay atra i . Mas, '- o u não é verdade que ele incute respeit o?

lada por pessoas qu e qui sessem penetrar nela. São torres el e fortaleza .

Eu pergunto: não é verd ade que fari n

Percebe-se que, por bai xo ci o teto arredo ndado, cm fo rm a de chapéu, e el as cha-

bem a um sem -número ele pessoas s '. uo in vés el e ter para obser va r as lam bid os l'

*

*

*

min és no outro bl oco lo ccliríc io, que se

fri as prereituras munic ipai s el e hoj e ' 1ll di u,

vêem na fotogral'ia ci o alto ela pág ina, ex istem ainda as am eias de uma torre medi e-

pudesse admirar um ce ntro el e co nstrt1 c;o ·s dessa natureza?

va l. Tud o quanto é em ângul o só pode m ais fac ilmente evoc ar um a id éia m ilitar, el e

to: um camponês analfabeto, mas qu • vi sit11

co mbate, cio qu e forma s arred o ndadas. Esse como que c hapéu co loca do no alto ela torre (à direita, na referid a fotografi a)

O utra pergunta ousada. Quem é mais ·til com freqüência o referido castelo e apr ·ndl' 11 admirar, a amar, e a respeitar, ou um 01111 0, que vi ve nas condições cm qu , ai 1 u11 s viv1·111

co nrcre um ar c ivili sta ao castelo ...

hoj e no interi or: aprende a 1·r, u ·s1·1 ·v1·1,

Al ém cio des lumbramento, aludido no iníc io ela matéri a, qual a primeira impres-

aprende as quatro opcrac;õ ·s u1it1111ti ·1 1~ l'

são que ocorre ao espírito, qu and o se examina o castel o? N ossos subconscientes estão impregnados co m os horro res e as ca retas ela arquitetura moderna . Surg ida ele repente uma obra arquitetônica co mo esta, é princ ipalmente a idéia do contraste que vem a nosso espírito .

al guma coisinha d geogruli a. 11 111s so 11·11111111 contato co m a prcf -itura 11111nil' ip11 I, 11 ch•lt· gacia de políc ia, a r • · ·I ·dori n di' r ·11t h1,. N ão é ver lad ' qu • u111 11 Pi'SMlll q11 t· s1 il ll' aprec iar esse ·dirí ·io · l' i1n11 ll 11 lw to, 1·11 tende m elhor as co isas do q11 · 11111 11 ll 11 lw ti zad o que não salw 1m •,-,11r iss ci'/

D e um lado, a pl ebeidade, o aspec to prole-

Então,'- pr • ·iso rl'rn nh 'l'l'l'(lll i' h11 1111 111 outra fo rma d · 11111ill'n lw tis1110 . N110 t' 1q11t'

tário enfeitado de tantos préd ios que ex istem nas ciclaclcs contemporâneas; e el e ou-

lc c m ra ,r,ao do qu al 11110 sr s11 lw 11·1 t' t'M 1t· ve r ; mas '- u1n • 111·ro d1· i11 11 ill'n l w t1 s111n dn

tro lado, tal edifício que fal a de ornato, que ostenta beleza e nobreza. Esse compl cx

·s pfrit o, 111 •di 111ll · o q11 11 I 11110 s1· t'llllM'/'i lt' s' ntir us h •1i•,-1 1s i' us 11 11 11·11v ill111h d11 1111•,

arquitetônico form a um todo em oposição

da ·ultur:i • tl 11 ·i v ili 1i1,1 10 ...

a um conjunto m odern o.

* * *

O jardim é espec ialmente belo. · lc é constituíd o po r g randes ca nteiros com >ra -

Excertos da c Prof. Pllnlo cios coop agosto d 1



Porta-voz da TFP

Nesta Os itens 1 e 2 do Capítulo XI de Revolução e Contra-Revolução, reproduzidos na edição anterior, tornaram claro por que a Revolução nega a noção de pecado e, assim, a própria Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na presente edição, reproduzimos o item 3 do Cap. XI e todo o Cap. XII, nos quais o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira denuncia a utopia pacifista para a qual a Revolução tenta impelir a humanidade.

3. A Redenção pela ciência e pela técnica: a utopia revolucionária De qualquer maneira, depositando toda a sua confiança no indivíduo considerado isoladamente, nas massas, ou no Estado, é no homem que a Revolução confia. Auto-suficiente pela ciência e pela técnica, pode ele resolver todos os seus problemas, eliminar a dor, a pobreza, a ignorância, a insegurança, enfim tudo aquilo a que chamamos efei to do pecado original ou atual. Um mundo cm cujo seio as pátrias unificadas numa República Uni versal

não sejam senão denominações geográficas, um mundo sem des igualdades sociais nem econômicas, dirigido pela ciência e pela técnica, pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, a felicidade definitiva do homem: eis a utopia para a qual a Revolução nos vai encaminhando. Nesse mundo, a Redenção de Nosso Senhor Jesus ri sto nada tem a fazer. Pois o homem terá superado o mal pela ciência e lerá transformado a terra cm um "céu" tecnicamente delicioso. E pelo prolongamento indefinid o da vida esperará vencer um dia a morte.

Capítulo XII Caráter Pacifista e Antimilitarista da Revolução O exposto no capítulo anterior nos faz compreender facilmente o caráter pacifista, e portanto antimilitarista da Revolução.

1. A ciência abolirá as guerras, as Forças Armadas e a Polícia No paraíso técnico ela Revolução, a paz tem de ser perpétua. Pois a ciência demonstra que a guerra é um mal. E a técnica consegue evitar todas as causas das guerras. Daí uma incompatibilidade fundamental entre a Revolução e as forças armadas, que deverão ser inteiramente abolidas. Na República Universal haverá apenas uma polícia, enquanto os progressos ela ciência e da t cnica não acabarem de eliminar o crim •.

2. Incompatibilidade doutrinária entre a Revolução e a farda A farda, por sua simples presença, afirma implicitamente al gumas verd ades, um tanto genéricas, sem dúvida, mas de índole certamente contra-revolucionária : • A ex istênci a de valores que são mais que a vicia e pelos quais se . deve morrer - o que é contrári o à mentalidade ociali sta, toda feita d • horror ao risco e à dor, de adoraçao da segura nça, e do supr •mo 111w •o il vida terrena. • A cx isl n ·ia 1k 1111111 111or 11 l, pois a condiçoo milit11r l1 trnl111• 111 11111 dada sohrc idéi11s dl· honrn , d1· hll\'11 posta ao Sl"rviço do lw111 1 vo h11d11 rnn Ira o mal l'll'.

2

25

Revolução e Contra-Revolução

A realic.lac.le concisamente

Utopia revolucionária: mito pacifista da Revolução

4 Homenagem Entrada dos Corpos da Primeira Guarda de

Lanceiros no páteo da caserna em Rennweg, em Viena - Pintura de F. Zeller v. Zellenberg, 1868, Museu de História Militar, Viena

Plinio Corrêa de Oliveira: duas datas marcantes

Hippis"1o, pornografia, heroísmo católico

26 Destaque Cerimônia da beatificação de Frei Galvão em Roma

27 Escrevetn os leitores

6 3. O "temperamento" da Revolução é infenso à vida militar Por fim , entre a Revolução e o espírito militar há uma antipalia "temperamenta l". A Revolução, enquanto não tem todas as rédeas na mão, é verbosa, cnrcdadcira, declamatóri a. Resolver as coisas diretamente, drasticamente, secamente "more militari", desagrada o que poderíamos chamar o atual temperamento da Revolução. "Atual", fri samos, para aludir a esta no estiígio em que se encontra entre nós. Pois nada há de mais despótico e cruel do que a Revolução quando é onipotente: a Rússia dá disto um eloqüente exemplo. Mas ainda aí a divergência subsiste, posto que o espírito militar é coisa bem di ferente do espírito de carrasco.

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Anali sada assi 111 1•111 s!'11s viu ios aspc 'los a 11t opi11 n·vo h1rw11,11111, da mos pm 1·11 11rl 11 íd11 o 1·s1tulo d11 l<i-voh1\·,111 1•I ol11 ç o) 1d

28

Legislação Doação de órgãos: vitória do senso moral

8

Vidas de Santos Santa Joana de Chantal: exemplo de esposa, mãe e religiosa

A palavra do sacerdote

32

Confissão sacramental; dissoluções matrimoniais

Santos e festas do mês

34

10 Natal Inocência infantil manifesta-se em correspondência

Entrevista Presidente da TFP norte-americana fala sobre a atuação da entidade

12

38

Nacional

Atualidade

A vitória do desinteresse

Prêmio Nobel ao escritor comunista português José Saramago

14 Internacional

40

Caso Pinochet: dois pesos e duas medidas

TPPs em ação

16

TFP brasileira organiza programas para jovens estudantes

Capa Reflexões de Plinio Corrêa de Oliveira sobre o Natal

21 A palavra do Diretor

44 Atnbientes, Costurn.es, Civilizações O Palácio da Senhoria de Florença

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remos xlmo a Par -Revolução

CAT O L IC ISMO

Dezembro de 1998

3


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Plinio Corrêa de Oliveira 1 ~1)~ ~

-v 2 Datas inesquecíveis p.ara todos os componentes de nossa extensa f amília de almas: há 90 anos nascia o fundador da TFP, inspirador e orientador de Catolicismo; e há 70 anos iniciava ele sua militância pública em defesa da Santa Igreja Católica Apostólica Romana e da Civilização Cristã. 13 de dezembro de 1908: data do nasci mento de Plinio Corrêa de Olive ira, e em retribui ção e gratidão àque le que bem poderíamos chamar a "alma de Catolicismo" e seu insubstituíve l co laborador, manifestamos nossa homenagem admi rativa, nossa profunda gratidão. Pa ra de al g um modo e xprimir o quanto lhe devemos, fa zemos nossas as palavras por e le mesmo pronunciadas:

"Se eu conhecesse a alma à qual eu devo a minha 'conversão' à qual eu devo minha perseverança posteri0 1; eu não teria como ag radece,; não teria como amar: Eu liqüef ar-m.e-ia de confusão e, ao mesmo tempo, de entusiasmo diante da idéia de uma pessoa que m.orreu de doença atro z, nas pro1

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4

CATO LIC ISMO

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vações espirituais as mais duras, para conseg uir misericórdias de Nossa Senhora .... para me fa ze r a nda r no caminho dEla, eu não saberia como agradecer". 2 Ass im , nós, colaboradores de Catolicismo , g ratos a Plinio Corrêa de Olive ira , es tare mos agradecendo a Nossa Senhora, uma vez que devemos a ele o fato de nos ter orientado rumo a Ela.

9 de setembro ele 1928: oulra grande data que aqui muito es pec ia lmente recorda mo . Plinio Corrêa de Oliveira neste ano de 1998 completari a 70 anos de militância católica. No fin al da década de 20, e le con siderando a decadênci a generalizada, a "americanização " 3 dos costumes e o indi fe renti smo re li g ioso que grassava nos ambientes da sociedade que freqüentava, estava à procura de outros círculos onde pudesse encontrar pessoas di spostas a reag ir contra aque les fatores malsãos e que viessem a partic ipar de uma verdade ira Cruzada em prol de um autêntico reerguimento re li gioso, ela restauração ele uma catolic idade sem jaça na sociedade brasile ira. Em 1928, ele e ncontrava-se ·o mo que "ilhado" e m seu ambi nt • so ·ial , se bem que muito amparado p •lu s ·nho ra sua mãe, Da. Lueilia Rih ·iro dos S11 11 tos Corrêa ele liv •ira , a res1wi1 0 d11 q11 11 I afirmou: "Ela e11si11011 1111•" 1·1111111r1 1•11 1

der e a a 111w· , , Sontn lgr,:jo ( '1110/lrn <' me i11c11ti11 " d1• 11o(·l111 oo S11>1r111/o ( 'o raçc7o de Je11s <' n Nosso S/'1111111·11 " ,

Dt1zt1mbro d • ' 1998

.Congresso da Mocidade Católica Imerso nessa perplexidade, o j ove m universitário Plinio, ao cruzar a Praça do Patriarca na capital pauli sta, de ntro de um bonde e létri co, viu uma faix a colocada di ante da igrej a Santo Antonio . E le quase não pôde acreditar nos di zeres: Congresso da Mocidade Católica. E pe rguntava a si própri o: "Em

São Paulo?! Mas existe então uma mocidade católica? Inacreditável! Estarei sonhando?!". Desceu imedi atamente do bonde e ccrti fi cou-se de que, realmente, estava marcado um congresso católico de 9 a 16 de setembro daque le ano. Inscreveuse logo para partic ipar do mesmo, sentind o enorme regozijo. No Moste iro ele São Bento, no centro ele São Paul o, onde se reali zou o Congresso da Mocidade Católica, o que encontrou e le na data marcada? Joven s para os quais a way of life [maneira de viver; literalmente: caminho da vida] não era ' imposta por Hollywood com suas influê nc ias neopagãs; mas para quem o caminho e a vida era a Santa Igrej a. To mava ass im contato com um ambiente no qu al seus idea is - que culti vara desde me nino n ·onlni ra m ·o nsonânc ia. ld ais ·ss ·s, sinl ·ti ,-,ndos pore i , cm palu vras (Jll í' :i k·11 11 <;u ru 111 1 rand • rcp ' I' ' ll SSllO:

"Q111111do aluda muito jovem "(,'011slde,·e/ enlevado m, r11l11as da Cristandade. 'li\ ela~ entreguei o meu coração. "Vollel as costas ao meufuturo, "e fiz daquele passado carregado de bênçãos "o meu Porvir. .. " 4

Primórdios da atuação pública Inici ava-se então a Cruzada tão desejada por Plíni o Corrêa de Oliveira. Pouco depois cio Congresso da Mocidade Católica, ingressou e le na Cong regação Mari a na da Leg ião de São Pedro, na Paróquia de Santa Cec íli a, e o movimento mari ano propagou-se rapidamente, adquirindo g rande expressão. Atesta-o be m o comentário cio Bispo el e Nova Friburgo , D. Clem e nte Isnarcl , O. S.B .: "o m.ovimento mariano

havia crescido extraordinariamente no Estado de São Paulo: fa ziam-se concentrações que eram movimentos de massa nunca vistos" 5.

Breves recordações

"O Legionário" convidou alguns membros de relevo do movimento mariano, os qu ais, anos depoi s, torn ara m-se os principai s col aboradores ele "Catolicismo", fund ado em jane iro ele 1951. Esses doi s grupos - cio "Legionário" e de "Catolicismo" - por muito te mpo foram conhecidos co mo o "Grupo do Plinio" e dedi caram-se de corpo e alma ao jornalismo cató li co. Os me mbros cio "Grupo ele Catolicismo" foram , quase uma década depoi s, os colaboradores de Plinio Corrêa de Oliveira na fund ação da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP, em 26 de julho de J960.

* * * Concluímos esta breve ho menagem recome ndando àque les de nossos leitores que desejem conhecer com maiores detalhes a vida e as atividades do Fundador da T FP, a adquirir o livro Um

Homem, uma Obra, urna Gesta"

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A Direção de Catolicismo

Na página anterior, Plínio Corrêa de Oliveira, por ocasião de sua formatura como bacharel em Direito Embaixo: O Prof. Plinio e o corpo redatorial de "O Legionário" em visita ao Arcebispo de São Paulo, D. Duarte Leopoldo e Silva

No espaço limitado destas páginas, impossíve l seri a narrar, ainda que sumariame nte, os desdobramento s qu e teve nos anos subseqüe ntes a militância católica ele P líni o Corrêa ele Oliveira. Apenas recordamos de passagem - e sem menc io nar a extensa produção li terária do insigne líder e escritor cató li co - que, no in ício ela década ele 30, por sugestão sua ao então Arcebi spo de São Paulo, D. Duarte Leopoldo e S ilva, nascia a Liga Eleitoral Católica , para que fosse a voz dos cató li cos e defendesse os princípi os da Santa Igreja na Assembléi a Nac ional Constituinte. Segundo o ex-Mini stro ela Justi ça, Paulo Brossarcl , "a Liga E le itoral Católica f oi a organização extrapartidária

que na histó ria do Brasil exe rceu a maior inf luência política eleitoral" 6. E m 1933, Plinio Corrêa de Oliveira

Notas:

foi e leito deputado à Assembléia Nacional , tendo sido o mais jovem e o mais votado dos candidatos em todo o Brasil. A par da marcante atuação na Assemblé ia Constituinte e no magistério, continuou o pensador e ho mem de ação católico a militar ininterruptamente nas fil eiras marianas. A inda em 1933, ass umiu a direção ele "O Legionário", órgão oficial ela Congregação Mariana de Santa Cecília e mais tarde órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo. Para o quadro redatori al de

1. O termo "converscio ", Plíni o Corrêa de O li veira o torna aqui num se ntido muito lato e analóg ico . De fa to, criado e educado em ambi ent e católico, ele desde sempre aderiu profund amente à Santa l grej a Católica . "Converscio" , aqui , signifi ca simples mente a deci são por ele torn ada qu ando aind a muito moço de se ded icar exc lu siva mente ao ser v iço da l grej a, com preterição de qu alquer in teresse ou va ntagem pessoal, mes mo os mais legíti mos. 2. Pa lavras proferi das em reuni ão rea li zada na sede da TFP em A mparo (S P), em 1965 . 3. M edi ante o termo "americanização" , o Pro f . Plíni o aludi a à influ ênc ia que os Es tados Unidos exerceram sobre o Brasil após a Pri -

meira Grande Guerra - part icul armente através cios film es prod uzidos em Hollywood e que gerou novos estil os de v icia. "A estag naçcio 111e111al brasileira era co111pleta. O fa moso j azz bancl, o shirn y, o ci11e111a e o sport,

111011opolizava111 todos os espíritos" ("O Legionári o", nº 32 1, 5- 10-38).

4. "Meio Século de Epopéia A11 tico111u11ista ", Editora Vera Cru z, São Pa ul o, 1980 . 5 . D . C l emen te José Ca rl os l snard , Ap ucl Be rn ard B oll e, O.S.B. , " O 111ovi111 e11 10 /i1,írgirn ", Ed. Pa ulin as , São Paul o, 1978 , p. 2 17. 6. " Jornal de Minas", Be lo Horizonte, 3-7-86. 7. Ed ições Brasil ele A manh ã, A rtpress - In dústri a Gráfica e Edi tora Lida. Rua Javaés, 68 1 - O1 130-01 O - São Paul o - SP. Fone: (01 1) 220-4522; Fax: (011 ) 220-563 1.

CATO LIC IS MO

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Doaçao de orgaos o senso n1oral pode con1en1orar un1a prin1eira vitória LÉO ÜANIELE

A veemente repulsa à retirada irregular de partes do corpo humano para transplantes determinou a bela reação popular que derrubou a doação presumida C vMPRINDO com sua obrigação, Catolicismo avisou: Vai chover! E choveu. "O brasileiro - dizia artigo publicado nesta revista em junho de 1997 não é infenso a doar seus órgãos. O neoautoritarismo está arrombando uma porta aberta [forçando a doação por meio de uma lei]. Disto, não gostamos. O normal é que haja reação". A advertência dizia respeito a uma lei sobre doação de órgãos para transplante. Segundo essa lei, todo brasileiro que não declarasse expressamente não desejar ser doador, poderia ter seus órgãos retirados, em caso de morte. Essa lei cheirava a confisco, ou melhor dizendo, era um confisco. E a reação veio, abundante, espontânea, portentosa. A fotografia de uma enorme fila ilustrava a primeira página da "Folha de S. Paulo", de 3 1 de dezembro de 1997. E a legenda expli cava:

"Como em outros Estados, pessoas formam fila em São Paulo para refazer seus RGs com a informação de que não são doadoras de órgãos".

medo de ser ' reta lhado ' a partir da entrada em vi gorda lei, na virada do C/1/0 ". N te-se que muitas das pessoas que se registraram como não doad ras haviam anteriormente manif"cstaclo por e crito sua dispo ição ele fornecer órgãos . Julgando que havia a lgo e tranho na nova lei, voltaram atrás, e cancelaram sua autorização. A nova lei, assim , teve um efeito contraproducente. Finalmente despertado pelo clamor popular, o governo prometeu não apli car literalmente a lei e, em 6 de outubro do corrente ano, por meio da Medida Provisória nº l.718, arquivou a doação presumida nos seguintes termos:

"Na ausência de manifestação de vontade do potencial doado,; o pai, a mãe, o filho ou o cônjuge poderá manifestar-se contrariamente à doação, o que será obrigatoriamente acatado pelas equipes de transplante e remoção".

Uma lição de não-onipotência

O detalhes são eloqüentes. Muitas pessoas ficaram até ete horas na fila , sem almoçar. Segundo a "Folha de S. Paulo", "a preocupação era uma só: o

É fora ele dúvida que a mídia procu rou influenciar -as massa para aceita rem a doação presumida. O Executivo não vetou essa pari • do projeto, como se esperava. A reação que surgiu foi im ·nsn L' é cu rios - prati ·am ·nl · •spo111 11 ' ti.

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C A T O L 1C I S M O

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Não foi capitaneada em nível nacional. Mesmo na Hierarquia ec lesiástica só se ouviram vozes isoladas sobre o assunto. Ficou demonstrado que é falsa a idéia de que é possível impor ao público qu alquer coisa, ele qualquer j eito, de de que se respeitem as regras do markeling político. Onipotentes senhores, meditem nessa singela lição de não onipotência ! E os que estão desanimados, os que acham que não adia nta fazer nada, gravem bem na memória que foram apenas pessoas comuns e anônimas que preponderantemente produziram essa esplêndida reação, que merece passar para os anais. A abolição da doação presumida de órgãos foi uma vitória do homem da rua. Dos pseudo-fracos contra os pseudoonipotentes.

"O rim que fica e o rim que roda " Mas o mau odor da L i 9.434 ainda não foi d •fini1ivu111 ·n1c r movido. S ·gundo •xpli ·u um matutino p1111li s111 , ll:ivcrin , por parte dos popularL·s, 111 ·cio d1: qu • "lenham a vida abrep/(1(/r/ ///ll "U

o /'<'tirada de órgãos". 1

li111 ll'1·111os mai s d.iretos, existe orel't•io dt• qu ' aquele que talvez ainda ti-

mais razão não o pratica o médico que, vesse possibilidades de se recuperar totalmente, morra com a retirada irregue m vez de salvar um doente, o mata? lar e antecipada dos órgãos. O que pode Critérios frouxos acontecer com qualquer pessoa. ou duvidosos? Isto porque, quando surge alg um paVeja-se a cronologia estampada nesciente cujos órgãos possam ser retirados ta página: quem não gostaria de ver que para transplante, se estabelece uma presa mudança do conceito de morte não tisão, muitas vezes passional, para que a vesse sido alterado tão em cima das retirada se faça o quanto antes. novas necessidades representadas pelos Ademais, os médicos responsáveis transplantes cardíacos? pela retirada dos ó rgãos podem deixarse levar pelo que alguns chamam Se se for ana li sar a questão mais de perto, há realmente certa margem para de "interesses transplantistas". I Não adianta "tapar o sol com uma peneira" . Isso existe! Basta dizer que até pouco tempo atrás, na gíria desses ambientes, havia a prática, hoje ilegal, do "rim que fica e do rim que roda'', ou seja, como cada homem tem dois rins, um Dez./67 deles era enviado para o primeiChristian Ba.rna.rd efetua ro doente da li sta ele espera, e o o primeiro transplante de coração. outro ficava reservado para a Jan./68 eq uipe de captação. 2 Um mês depois, começa a reunü-se Um crime hediondo a Comissão ad hoc da Escola Harvard de Medicina para examinar a definição O que ainda resta a fazer? de morte cerebral. Essa questão se divide em duas. Em primeiro lugar, é preciso que Jun./68 haja maior severidade para coiA Comissão termina seus trabalhos, bir a retirada irregular de órgãos redefinindo e revolucionando de pessoas em estado grave deno conceito milenar de morte. tro dos critérios vigentes. E em segundo lugar, é necessário qúe fiquem dirimi das de dúvidas, as quais não parecem ter ficauma vez por todas as dúvidas sobre o do inteiramente elucidadas. acerto científico dos critérios atuais. Óra, essa questão envolve, como é Catolicismo já informou seus leitores sobre a viva polêmica que se instaóbvio, problemas morais tão graves lou na Itália, sobre o mesmo assunto, quanto os referentes ao aborto ou a eutanásia. Pois é o direito à vida que está com base em estudos de cientistas ingleses e norte-ame(icanos. involucrado no crime de retirada irreguiar de órgãos. Em nosso País, o neurologista Cícero Galli Coimbra e seu irmão, o advogaFica feita aqui uma sugestão: uma do Celso Galli Coimbra, entraram com vez que tantos atos são considerados, interpelação judicial contra o Conselho "crimes hediondos" 3, por que não inFederal ele Medicina e.chegaram a procluir nessa classificação o falso diagnóstico da morte com finalidades espúripor uma ação cautelar pedindo a suspenas? Pois esse diagnóstico assassino consão dos critérios de morte clínica deterfigura a ignóbil traição do médico à minados pela resolução nº 1.480/97, do CFM, atualmente em vigor. missão de amparar o paciente que lhe foi confiado: de protetor, ele se transPara tal, aquele médico, chefe da muda em carrasco. disciplina de Neurologia Experimental Se quem falsifica um remédio coda Universidade Federal de São Paulo mete um crime hediondo, com quanto (Unifesp), tomou como base pesquisas

internacionais, apoiado em ampla bibliografia. Suas razões, publicadas de forma resumida em um matutino paulista 4, podem ser apreciadas mais extensa.mente em três páginas da internet 5 • Para Coimbra, os critérios vigentes são obsoletos, do ponto de vista científico. "Os testes aplicados medem so-

mente a atividade dos neurônios, e não a vitalidade deles". Ou seja, as células cerebrais podem estar inertes, mas ainda vivas, quando a morte encefálica é decretada. O especia li sta esc larece:

"Não tenho nada contra os transplantes e sim contra o diagnóstico de morte encefálica". Falem os médicos! Não cabe a quem não é cientista, nem mesmo médico, como quem subscreve este artigo, tomar posição nessa polêmica eminentemente científica. Mas cumpre registrar que ela existe. E se existe discussão, a questão parece ser, em alguma medida, duvidosa. O tema nos levaria longe, se fosse abordado pelo aspecto filosófico. Porque é certo que, desse ponto ele vista, ainda está vivo aquele homem que respira, cujo coração bate, cujo corpo está quente, que sente dor, cujas células não estão se decompondo, por mais que se lhe diagnostique a morte encefálica. Se do ponto de vista filosófico vida é movimento imanente, ali continua a existir vida. Pode o critério filosófico estar em ruptura com o critério científico? É outra pergunta que se coloca. Resumindo: Enquanto essa questão não ficar inteiramente elucidada, o assunto estará longe de ter tido um final feliz. Terá sido vencida apenas uma batalha, mas não a guerra! ♦

Notas: 1. Cfr. "O Estado de S. Paulo" , 30- 12-97. 2. Idem, 9-5-98. 3. Const itui ção Federa l, artº 5, XLIII; Le i 8.072 de 25-7 - 1990. 4. "O Estado de S. Pau lo", 30-12-97. 5. O especialista coloca à di sposição dos que se intere ssarem três páginas na Internet, nos endereços: http:/ /www.epm.br/neu ro/ mortencefa l ica.htm ; http://www.epm.br/ neuro/apnea. htm ; http://www. e pm.br/ brdeath.htm l, esta última vazada em inglês .

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Cônego JOSÉ LUIZ VILLAC

PERGUNTAS 1. Senhor Cônego, todas as manhãs ofereço, em união com o Sacrifício de Cristo, meus sofrimentos, trabalhos, sacrifícios a Deus em (eparação de meus pecados. Será que deste modo meus pecados são perdoados? Ou tenho ainda que confessá-los a um padre? 2. Como advogado que sou , venho observando ao longo de minha carreira que o número de dissoluções matrimoniais incide sistematicamente em maior número aos cônjuges de Religião católica romana. Confesso que fiquei perplexo ao verificar que os que cultuam as re ligiões adversas destacam-se em plano menor. Os evangélicos, popularmente chamados de crentes, raramen- · te se separam ou se divorciam . Gostaria de uma abordagem sobre esse assunto.

RESPOSTAS

1. A prática de o ferecer todas as manhãs, ao acordar, seus so frime ntos, trabalhos e sacrifícios a Deus, e m uni ão com o sac rifíc io redento r de Cri sto em reparação dos próprios pecados, é exce lente e di gna de ser imitada. Não esquecendo de recorrer se mpre à intercessão de Maria Santíssima, Medianeira de todas as graças, que nos aproxima mai s ele seu Filho adoráve l. Entretanto, o oferec ime nto de so frim entos e sacrifícios não di spen sa a pessoa ele confess ar seus pecados ao sacerdote na sag rada Confissão. Com e feito, todo pecado, além de acarretar uma culpa em relação a Deus, por tê-Lo desobedecido e ofendido, torna o pecador també m réu de uma pena te mporal que deve desag ravar a maj es tade de D e u o fe ndido. Os nossos sacrifícios, boas

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CATO LICISMO

obras, etc., feitos em uniao com os sofrimentos cio Redentor, são muito valiosos e até necessári os para amorti zar as penas devidas por nossos pecados. Mas e les não perdoam a culpa prove niente da ofen sa feita a Deus. Essa culpa só o próprio Deus pode perdoar, e Ele, normalmente, o fa z através do Sacramento ela Confi ssão. A a bsolvi ção sacram e ntal obté m assim o perdão da culpa, restaurando em nós a ami zade ele Deus - caso ela tenha s ido rompida pe lo pecado mortal - , e perdoando parte da pena devi da em razão cio pecado. Mas como não perdoa toda pena, e ntão nós deve mos fazer sacrifíc ios, penitê nc ias e ace ita r como um ca 'li go merecido as provações que De us nos maneia, co mo sej am as difi uldad . da vida, nf rmidades, pri vações etc. É prec i o considera r do is as pectos e m re lação ao pecado: o da c ulpa e o ela

Dozombro d tl 1998

alma se apresente diante dEle no Céu j á inte iramente santa e pura. A confissão de nossos pecados impli ca num ato de humildade e de reconh ecim e nto da infinita santidad e de Deu s, que é muito necessário não somente para nossa salvação ete rna, mas para nossa sa ntificação. Devemos sempre preparar com cuidado a confi ssão, sem te mor servil nem supe rfi c ialidade; para um bo m exa me de con sc iê ncia, convé m reza r especi a lm ente a Nossa Se nhora, para que Ela nos auxili e a preparar-nos adequadamente para fazermos uma boa co nfi ssã o . N ão é E la a "Aux iI iadora dos Cristãos"?

Divórcio corrói a família pena. Toda ofe nsa feita a Deus, leve ou grave, produz uma manc ha, uma nódoa na alma, como conseqüência da adesão que demos ao mal e da ruptura havida com Deus. Se o pecado é grave, essa c ulpa nos leva a pe rd e rmo s a g raça sa ntifi cante, ou sej a a ami zade de Deus, o que é o máx imo de infe licid ade . A alm a de quem morre nesse estado de afasta mento de De us irá indi sc utive lmente para o [n fe rno. Co m a a bso lv ição sa c ra me ntal (Confissão) ou o perdão ex traordinário obtido através de um ato de caridade pe rfe ita (na imposs ibilidade ele confessa r-se), a nódoa na a lma e a inimi zade de De us cessa m. A culpa é perdoada. Mas resta a pena. A fa lta de uma ex pi ação pe rfe ita, aqui na Te rra, elas penas me recidas por nossos pecados, far-nos-á ex pi á-las no Purgatório. E ntão, quanto mai s nos purificarm os aqui neste mundo, através da p ni tê nc ia ace ita o u vo luntá ri a, menos padeceremos nesse I uga r de expi ação e so frimento, qu e a mi seri córdi a de Deus pr ' paro u para permiti r que a

D0111 Bosco confessa Jovens alunos de um colégio salesiano. A ,1/Jsolvição sacramental obtém o perd,io da culpa.

2. Infe li z mente, a praga do divórcio, que ve m corroendo a fa míli a, está mui to difundida até entre os maus cató li cos. E, no entanto, quem abriu o ca mi nho para o mes mo no Oc idente fo ram os ass im c ha mados "ref ormadores" : Lute ro, Ca lvino, Zwin g li o, He nriqu e VIII, etc ... , conhec idos heres iarcas. E nquanto os católi cos se mantinham fervorosos e fi é is aos Dez Mandamentos, o di vórc io era relativame nte raro. Mas, a partir do processo de pagani zação cios costumes, co m a aceitação pac ífi ca e indo le nte das modas mais imorai s e até mes mo do nudi smo, ao mesmo te mpo cm que um a crise ele fé e de indi sc iplin a aba la a Igreja, o divórc io e nco ntrou se u ca minho livre ta mbé m e ntre os católi cos, in fe li zmente. De fa to, torno u-se bem ma is di fíc il manter a fa míli a una e indi ssolúvel a úni ca em consonâ nc ia com os prin cípi os do Evangelho - , te ndo-se em vista a contínu a so lic itação para o adul téri o, a forni cação, isto é, para a infide li dade conju gal. Basta li ga r a televi são, ler um j o rna l ou sair à ru a, para qu alquer pessoa se ver agredida por ta is soli c itações. Es tabe leceu-se uma verdadeira ditadura de um tipo de vida liberado e sem qua lquer freio e compromi sso mora l. E m vi sta di sso, poucos tê m a coragem de se manter fi é is aos verdade iros princípi os. Essa fide lidade entretanto é necessá ri a. Po r outro lado, quando as pessoas como as de hoje - raramente reza m, pede m forças, não freqüentam os Sacra-

me ntos e não têm es pírito de sacrifício, qua lque r co nvívi o, sobre tudo íntimo co mo o da família , torna-se desagradáve l. Pe lo contrário, quer-se apenas gozar, e gozar o mais intensame nte possíve l a vida. Se m nenhum fre io moral , sem ascese, sem respo nsabi I idade, como vive rem unidas pessoas do minadas e o bcecadas pe lo egoísmo? O casamento ex ige uma doação mútua, uma entrega generosa dos esposos entre si e aos filhos, um amor feito de respeito, de dedi cação e ele afeto. E também ele sacrifíc io. É o Matrimônio Cri stão! Entretanto, quando não se a ma verdadeiramente a Deus sobre todas as coi sas, co mo se poderá amar rea lmente o próx imo como a si mesmo, sobretudo num contato íntimo e consta nte, no qual aparecem todos os peque nos (e às vezes grandes) defeitos de cada um ? A pa ixão - que serve de base à maioria dos casamentos e m nossos di as - , como tud o o que é sensíve l, é trai çoeira e não res iste às difi culdades da vida. Ela cessa ou muda de obj eto (outra pessoa ou outro inte resse) co nforme os va is-e-vens dos apetites e capric hos. A li a-se ao "Mundo" e ao " Pai da me nti ra" e leva o lar à destrui ção. A úni ca base só lida para o amor sobre tudo o amor co njuga l - é o sacri fício, a di spos ição ele doa r-se, de tolerar os defe itos do out ro, de ajudá- lo a vencê- los, com pac iê nc ia, com caridade, co m a serenidade que ve m da graça. Mas tal só se consegue quando se tem a base, q ue é o amor a Deus sobre todas as co isas, e quando se ordena e subordina a e le todos os o utros amores. Quando se compreende que esta Terra é um vale de lágrimas e não se está im buíd o de uma mentalidade ro mânti ca e irreal, cari catu ra do espírito cató li co, aí sim a famíli a é estáve l e ag rada a Deus.

Protestantismo não protege a família Q ua nto aos chamados crentes, no Brasil , em sua maiori a são ex-católicos que apostataram de sua fé, muitas vezes levados por essa mesma crise que domina todo o mundo católi co. Em princípi o, seu pecado de apostasia, por ser um pecado de espírito e diretame nte contra Deus, é mais grave do que o peeATO

cado da carne. Mas, cedo ou tarde , condu zirá a este último, como acontece u em todos os países protestantes, nos quais , introdu zido o divórc io, o casame nto acabou por se tornar quase uma mera forma lidade provisória, destituída de um valor rea l, e sobretudo sacramental. A esse respe ito, pe rmito-me citar uma refl exão muito esclarecedora do Prof. Plini o Corrêa de Olive ira, em que e le mostra como a c hamada austeridade protestante não é um o bstácu lo sério à sede de gozo de vida insuflada pela Revo lução universa l: "Penetrando em certos ambientes, a Revolução enconl rou muito vivaz o amor à austeridade. Assimformou-se um 'coágulo'. E, se bem que ela aí tenha conseguido em matéria de orgulho todos os triunfos, não alcançou êxitos iguais em matéria de sensualidade. Em tais ambientes, goza-se a vida por meio dos discretos deleites do orgulho, e não pelas grosseiras delícias da carne. Pode até ser que a austeridade, acalentada pelo org ui ho exace rbado , tenha reag ido exageradamente contra a sensualidade. Mas essa reação, por mais obstinada que seja, é estéril: cedo ou tarde, por inanição ou pela violência, será destroçada pela Revolução. Pois não é de um puritanismo h.irto,ji-io, m.um.!ficado, que pode partir o sopro de vida que regenerará a terra" (" Revolução e Contra-Revolu ção", Parte I, Cap. VI, Se). Como e ntão resolver o problema? Aqui nos deparamos com uma questão de tal magnitude, que somente um auxílio muito especial de Deus, at~ mesmo um a inte rve nção e xtraordin á ria , como a previ sta po r Nossa Senhora e m Fátima, pode trazer a so lução. Vamos, poi s, desanimar e ficar de braços c ru zados? D e forma al g um a ! Devemos fazer tudo aqui lo que pudermos para combater tal tendência neopagã e mal éfica , e m seus e feitos e em suas causas, combatendo valentemente a imoralidade, esclarecendo as pessoas, mas sobretudo rezando muito para que a Providência abrevi e estes dias de humilh ação e de ve rgonha que estamos vivendo, neste século ele orgia e de revo lta. Mas, "Qui s ut Deus?" - "Quem como De us?" - brade mos como São Mi guel Arcanjo. ♦ LIC IS MO

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A leitura de uma graciosa carta de criança sobre Papai Noel e da resposta que lhe foi dirigida, constitui salutar refrigério para nosso fim de século tão materializado Numa manhã de setembro do ano de 1897, o redator-chefe do jornal nova-iorquino "The Sun" _encontrou sobre sua mesa de trabalho a seguinte carta de uma menina de oito anos: ?,e..2.0..do Sr. Re..do..l:o,: íe.. n h.o o~l:o o.. nos de. ~do.de.. Afiv-'M.0..S de. 'M.~nh.o..s O..'M.~'t-o..s se'Y"Lfíe 'M.e d~z.e'M. iv-e nã-.o e..:><~sl:e.. o ?o..ro..~ Noef. ?o,é.'M., 'M.ev- fO-~ o..~~í'M.O.. iv-e.., se esso.. e:><~sl:lnc~o.. o ''í'n.e.. Sv-n con~~í'M.o..,, enl:ã-.o é. ce,l:o iv-e.. e:><~sl:e o ?o..ro..~ Noe..f. ?o, ~o..vo,, d~io.. - 'M.e.. o.. ve,do..de: e:><~sl:e.. 'M.€.S'M.o o ?o..ro..~ Nod.?

Francis Church, redator do "The Sun", com relutância e hesitação tomou a si a tarefa de responder à carta de Virgínia. Contudo, tendo começado a escrever, as palavras saltaram rápidas sobre o papel, e assim surgiu a seguinte carta: "Virginia: Tuas amigas não têm razão. Elas sofrem de urna doença péssima e que mais tarde trar-lhes-á ainda muitas dores. Torna cuidado para que essa doença não te pegue. Trata-se de urna doença de alma. Nós, os adultos, chamamo-la de incredulidade, espírito de crítica, falta de inocência. Tuas amigas e outras pessoas que tentaram te convencer pensam que são sábias e espertas, porque só admitem corno real aquilo que

podem ver com os olhos e tocar com as mãos. Contudo, elas não sabem quão pouco é isso! Ora, pequena Virgínia, imagina todo este imenso Globo terrestre com seus lagos e montanhas, com seus rios e mares, e, pairando sobre nossas cabeças, o céu infinito com suas miríades e miríades de estrelas . Imagine quantas espécies de seres existem no mar, nos ares e sobre a terra. O homem é apenas um entre mi lhares de seres, e adernais quão pequeno! Diante das imensidões do universo, ele é pouco mais do que um besouro ou uma formiga. Como então pode o homem ver tudo o que existe e com seu pequeno entendimento querer explicar todas as coisas? Sim, Virgínia, existe o Papai Noel! Tão certamente quanto existem o carinho e a alegria, o amor e a bondade, os quais, porém, não podemos ver com nossos olhos e apalpar com nossas mãos. Mas tudo isso existe. Tu mesma já os experimentaste. E não trazem eles beleza e alegria em tua vida? Ah, corno seria triste o mundo sem o Papai Noel! Tão triste como se não houvesse mais Virginias, como se não houvesse mais os contos de fadas, os anjos, as canções, as histó rias infantis escritas pelos poetas. Ou, pelo contrário, só houvesse gente que jamais se encanta com nada, que jamais sorri! Então estaríamos todos perdidos. E aquela luz eterna, que jamais se apaga, com a qual as crianças iluminam o mundo e que acompanha toda crianc inha que nasce, esta apagar-se-ia para sempre. Não acreditar no Papai Noel?! Então ninguém mais precisaria crer em fadas e anjos. Tu poderias convencer teu pai a colocar vigias diante de cada chaminé, na noite de Natal, para que eles pudessem agarrar o Papai Noel. O que ficaria então provado se eles não o vis em descer pela chaminé? Ora, ninguém vê o Papai Noel! Isso porém não prova que ele não existe. As coisas que neste mundo são verdadeiramente reais, não as podem ver nem crianças nem adultos. Já viste alguma vez uma fada dançar sobre os prados floridos? O fato de não a teres visto não prova que a fada não dance na pradaria. Ninguém pode compreender todas as maravilhas invisíveis do universo. Tu podes bem desmontar um chocalho de bebê, a fim de ver corno se produz propriamente o ruído das

pedrinhas que se chocam umas contra as outras. Porém, sobre o mundo invisível há um véu estendido, o qual não pode ser rasgado nem mesmo pelo homem mais forte da terra, e nem sequer pela força conjunta de todos os homens fortes de todas as épocas. Somente a fé e a caridade podem levantar um pouquinho a ponta deste véu e assim contemplar a beleza e o esplendor sobrenaturais que se escondem atrás dele. Será tudo isso realidade? Ó, Virgínia, sobre a Terra não há nada de mais real, de mais verdadeiro do que isso ! Graças a Deus que o Papai Noel vive e viverá eternamente! Nos próximos mil anos - oh! que digo, pequena Virginia - , nos próximos I O mil anos multiplicados por outros tantos mil anos, o Papai Noel continuará a fazer com que os corações puros das crianças se alegrem e batam com mais força na abençoada noite de Natal.

Nota: Artigo qu e o jorna l "The Sun" trazia a I ume Lodos os anos até a década de 50. Depois disso o diário alemão "Die Wclt" passou a publicá- lo também anualmente até 1991 . É claro que, do ponto de vista da doutrina católica, caber iam a lg uma s ponderações e mesmo restrições ao texto aci ma. Por exemplo, ele parece equiparar os anjos, cuja ex istênci a é certa pela Fé, com as fadas e outros seres imaginat ivos. Porém, tais ponderaçfü:s são mais ou menos intuitivas, e o que aqui se quer ressa ltar é apenas a necess idade qa crença num mundo sobrenatural e maravilhoso, que encontraremos plenamente no Céu, em oposição a certa mentalidade materiali sta moderna para a qual só tem ex istência rea l o que é palpável. Por outro lado, co mpreende-se que a autora da carta, sendo norleamerica na, tenha aludido à figura imaginária do Papai Noel. Convém ressaltar entretanto que tal personagem, de ori gem mais ou menos recente, está associado à tendência moderna de paganizar e comerciali zar o Natal. E que o Papai Noel, infelizmente cm larga medi da, substituiu a tradi ciona l fi gura do Bispo católi co da cidade de Myra, no Oriente, São Nicolau, do século 111.


O Brasil a caminho da Terceira Via 1 P U N JO VJDIGAL XAVIER DA SILVEIRA

Devido à sonolência e ao desinteresse, o eleitorado nacional, ante os erros dos candidatos conservadores, acabou sendo levado por manobras da esquerda

A

Terceira Via proposta pelo primeiro-ministro inglês Tony Blair 1 tem algo a ver com os rumos que vai tomando o Bras il ? Espec ialmente depois das últi mas eleições? A meu ver tem , e muita. Essa Terceira Via é apresentada pelo soc iali smo internac ional como soluçãopanacéia para o mundo moderno. A vitória de Gerard Schrõder, na Alemanha 2 , e a presença de soc iali stas ditos democ rát icos na maior parte dos gove rnos europeus, parecem reforçar a impressão de que a civili zação atual cam inha para um a Terceira Via . De acordo com seus ideólogos, ela é conceituada como um Centro Radical, isto é, algo à maneira de um meio termo e ntre capitalismo e comunismo, que pretensamente evitari a os abusos e desvios desses dois sistemas econômicos. Acontece que algun s políticos brasileiros são como certas senhoras, sempre atentas a seguir a última moda. Assim , comentam analistas políticos, o PT vai lentamente de rivando para uma posição de centro-esquerda, mencionando cada vez menos a palavra sociali smo em seus palanques. Alguns chegam mesmo a dizer explicitamente que o PT bu sca alcançar essa Terceira Via. O deputado José Genoíno (PT-SP), ex-guerrilheiro dos anos 70, ree leito com a maior votação da última eleição (306 mi l votos), dec lara: "A política de renovação da esqu erda press up õe um. discurso universalista. Não podemos ficar presos aos velhos dogmas" ("Jo rn al do B ras il " lº- 11-98). À lu z desse qu adro, o qu e pen sar do resultado das últimas eleições brasil eira s? 12

eATOLIe ISMo

Eleições-sem-idéias e vitória do desinteresse O fe nôme no das eleições-sem-idéias, verberado e m 1987 pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira no famoso livro em que analisa o texto da Constituição brasil eira, então em debate, ultimame nte não fez senão acentuar-se. A ausê ncia de ideo log ia na últim a campanha eleitoral parece ter levado os votantes a considerar mais a capacidade admini strativa dos candidatos do que suas posições doutrinárias. Nessas condições, terá sentido fazer uma análise e tirar conclu ões ideo lógicas de tal conjuntura? Com cuid ado, sim. Nota marcante fo i a reduzida presença de candidatos conservadores no panorama, o que levou eleitorado simpático a essa posição a votar em nome menos esque rdi stas ou que tivessem a aparência de ser melhores admin istradores. São casos característicos a disput a pres id e nc ia l entre Fe rnando Henrique Cardoso e Lula, bem como as eleições para governador no Paraná (Jaime Lerner e Roberto Requião), em M i-

Candidatos

Votos

nas Gerais (Itamar Franco e Eduardo Azeredo) e em Pernambuco (Jarbas Vasconce los e Miguel Arraes). Na grande maioria desses casos, os ca ndidatos menos e querdistas obtiveram a vitória por boa margem de votos. Fernando Henrique Cardoso teve, na realidade, 33,87% de todo o colégio eleitoral bra ilei ro, se levarmos em consideração a abstenção, os votos em branco, nulo e em candidatos sem maior expressão eleitoral. Refeitos ass im os cálculos, verifica-se que o candidato vitorioso teve o apoio de somente 1/3 cio eleitorado, ou seja, alca nçou 5.300.000 votos a menos cio que os eleitores que manifes taram seu desinteresse. Por outro lado, a votação real ele Lul a e Ciro Gomes foi também pouco expressiva (v icie gráficos abaixo). É indi scutíve l que, consideradas essas porcentagens, o grau de desinteresse ou de insatisfação do eleitorado em face cios candidato ex istentes constituiu fator preponderante na eleição. O mesmo des interesse (44,88% cio colégio eleitoral) na opção entre dois candidatos ele esquerda manifestou-se, por exemplo, na votação decidida já no primeiro turno em Pernambuco. Já nos Estados em que a deci são ocorreu no segundo turno entre um candidato mais conservador e um esquerdista, o desinteresse caiu significativamente: 24, 1% em São Pau lo e 26,82% no Rio de Janeiro.

Total do eleitorado

106.101.067

Total votos válidos

67 .723.047

Abstenções

22.798.904

Votos em b ranco

6.688.612

Votos nulos

8.884.426

% sobre % sobre eleitorado total votos válidos

FCH

35.936.918

33,87%

53,06%

Lu la

21.475.348

20,24%

31,71%

Ciro Gomes

7.426.235

7%

10,97%

Outros

2.884.546

2 ,70%

4,25%

22 .798.904

21,49%

Brancos

6.688.612

6,30%

Nulos

8.884.426

8,37%

Total

106.094.989

99,96%

Abstenções

Dezembro de 1998

Desinteresse 38,86%

99,99%

Esquerda com new look moderado Os partidos de esquerda, para atrair os eleitores centristas, passaram a se apresentar geralme nte moderados na campanha, escondendo sua atuação progressista do passado. Sinal característico disso é a mudança da bandeira do PT e a campan ha "morali sta" de Marta Supli cy, combatendo a imoralidade na TV ! (ela parece ter-se esq uec ido que é autora de um abominável projeto delegalização do "casamento" homossexual, ainda em pauta na Câmara Federal). No mesmo diapasão se enquadra a campanha de Dante de Oliveira, apresentado como bom administrador que resolveu a crise financeira do Estado de Mato Grosso, tendo sido eclipsada em sua propaganda eleitoral a rad ical posição agro-reformista que sempre adotou. Por outro lado, conhecidos políticos do PDT abandonaram esse partido para aderir a outros menos esquerdi stas ou até mesmo tidos como conservadores, como Jaime Lerner, que ingressou no PFL e Dante de Oliveira, no PSDB. Ao quadro acima exposto, uma observação entretanto deve ser acrescentada. O eleitorado vai perdendo o receio de votar numa esquerda que parece centro. E esta, apresentando-se com máscara de moderação, consegue carrear votos para si e produzir a impressão de que está realmente crescendo.

A insegurança dos conservadores Os políticos conservadores, inseguros do apoio popular às suas posições, atuaram de maneira difícil de ser compreendida. Os partidos nos quai s ele preferência se in sc reve m (PFL, PPB, PMDB e o peque no PL) foram incapazes de esquecer as rivalidades pessoa is ou regionais e de apresentarem um candidato único à Presidência da República. Acabaram, por razões políticas , apoi ando o candidato que corresponde a um perfil soc ial-democrata: Fernando Henrique Cardoso. Um exemplo expressivo da união do PFL com o PPB deu-se em Santa Catarina, onde Espiridião Amin foi eleito no primeiro turno com 58,92% dos votos váli dos e 40,66% do colégio eleitoral.

A vitória do desinteresse* * abstenções + votos brancos + votos nulos + votos em candidatos sem expressão eleitoral

Desinteresse

FHC

Lula

Ciro Gomes

Qual teria sido o resultado das eleições em todo o País se os conservadores ti vessem se unido, apoiando nomes conservadores, em lugar ele favorecer um cand idato apenas menos esquerdi sta ou se dividindo entre dois esquerdistas? E m São Pau lo, fo i considerado erro político o modo como se deu o apoio ele Francisco Ross i a Pau lo Maluf no segundo turno. Tal apoio parece ter afastado muitos eleitores deste último devido à posição declaradamente protestante de Rossi. Em Goiás,-a inesperada derrota de Íri s Rezende parece ter como principal causa sua afirmação ele que Go iás tornar-se-ia o primeiro Estado protestante do Brasil. Esses dois fatos causam a nítida impressão de que, por in egurança, muito con ·ervaclores, receando perder determinadas parcelas do eleitorado, cometeram erros que afastaram ele si muitos votos católicos. Os marqueteiros de Pau lo Malu f parecem não ter compreendido que sua base eleitoral é em inen temente conservadora e diri giram a campa nha focalizando sua imagem ele político e administrador. Perderam eles, assim, uma esplêndida ocas ião de atacar, por exemplo, o gran de comprometimento de Má.rio Covas com as impopu lares invasões do MST, especialmente no Pontal do Paranapanema. Erro análogo fo i cometido e m Mato Grosso pe lo ex-Governador Jú lio Campos, que não adotou posição combativa em relação ao esquerdismo e não criticou o apoio ostensivo de Dante de Oliveira ao MST

li zar as comprometedoras atitudes de adversários, assumidas no plano moral. · Atitudes evidentemente inaceitáveis por expressivas parcelas do eleitorado: apoio ao aborto, legalização do "casamento" homossexual , luta contra a propriedade privada, principalmente mediante a Reforma Agrária sociali sta e confiscatória, imoralidade e violência na TV etc. Feitas essas considerações, não se pode negar que houve um progresso das esq uerdas, fortemente aux ili adas pela atitude moderada ele seus candidatos e pela in segurança manifestada pelos conservadores, que levou estes últimos a cometer vários erros na avali ação cio verdadeiro modo de pensar do povo brasil eiro.

Conclusão: papel da sonolência e do desinteresse Desse modo, é forçoso reconhecer que a interpretação corrente do resultado das eleições está em boa medida di storcida. Será o povo brasileiro realmente tendente a aceitar uma Terceira Via de tipo esquerdista? Se se trata de uma aceitação consciente, é muito duvidoso. Terão alguns políticos a coragem de compreender esse profundo pensar conservador do brasileiro e assumir, nos próximos pleitos, uma posição capaz de atrair o apo io de grande parte desses 41 milhões ele eleitores, que manifestaram de forma tão significativa seu desinteresse? E se é verdade que o povo tem o governo que merece, impõe-se uma pergunta: quando a opinião pública brasileira despertar da sonolência em que se encontra e começar a trabalhar seriamente para o aparecimento de líderes autênticos, que verdadeiramente a representem nos pos♦ tos de governo, quem será eleito?

Notas:

Erro: proscrever o debate ideológico Finalmente, em todo o País, candidatos conservadores foram tomados pela mesma insegurança e não souberam uti-

1. A respeito da Terceira Via , Catolicismo publ icou em seu número anteri or, de novembro, um substancioso arti go ao qual remetemos o_ leitor. ,. 2. Sobre a campanh a eleitoral de Schrõder, ver também nossa edição de novembro último.

eATOLIeIs MO

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Processo contra Pinochet: sua razão verdadeira... e velada ALFREDO MAC HALE

Em seu ódio contra o anticomunismo, as esquerdas em todo o mundo passam por cima de elementares princípios do Direito, visando atingir o antigo Chefe de Estado chileno, homem-símbolo do combate ao comunismo em seu pais

A

IMPRENSA inte rn ac io na l deu muito re levo à detenção, cm Londres, e ao pedido ele extradição para a Espanha cio Genera l Augusto P inochet, q ue fo i P residente cio C hile durante 15 anos e figura ele proa cio golpe militar que depôs o marxista Allencle e m 1973. P inochet tornou -se senador vitalício desde que deixou o comando cio Exérc ito. A ac usação alegada para as med idas anti-Pinochet foi a ele violação cios direitos huma nos ele comuni stas e terroristas, os quais são apresentados apesar ele incontáveis provas ele s ua ação subve rs iva - como vítimas inocentes . Os possíveis a busos havidos na repressão fe ita pelo Governo Pinochet não constituem o objeto deste artigo. O que queremos mostrar é que tais ac usações, feitas pela esquerda, não passam ele pretexto para ating ir outros objetivos, como logo veremos.

Em meio século, quase ausência de processos do gênero Na verdade, desde os processos ele Nüremberg contra os hi e rarcas nazistas, 14

eATOLIeISMO

quase não houve julgamentos ele elitadores ou tiranos, por ma is ferozes que Lenham s ido. Não os houve contra os dés1 otas comunistas após a queda cio Muro ele Berlim e, posteriormente, da orL in a le Ferro, com exceção de causcsc u, que foi objeto ele julgament popular. També m não ho uve processo contra Po l Pot, o sang uinário marxista responsável pe la morte ele milhões ele camboclgcanos , o qual morre u recentemente nas lva cl seu país, rodeado ele sequazes. Nem cm re lação a Erick Honeckcr, o tirano ela A lemanha Oriental responsável pe la morte de muitos compatriotas seus, que procuravam escapar cio "paraíso comun ista " cruz,111clo o M uro ele Berlim . Honeckcr, após · fu g ir para a Rússia de Gorbac hev, com a queda deste viajou para o Chi le, onde terminou impune mente seus dias .

Perguntas embaraçosas para a Justiça espanhola Por q ue, e ntão, tanta sanh a contra o General Pinochet? Q uer-se instaurar um novo s istema pelo qual um juiz, ele qualquer nação, possa a qualquer momento

Dezembro de 1998

jul ga r os de li tos supostamente cometidos e m o utra nação? O u, para ev itar esse abs urdo, deseja-se instituir um tribun a l mundial ele competênc ia internaciona l, mo nitorado por ONGs que forneceriam promotores, ofic iai s ele justiça, provas, testemunhas, advogados, pressão public itária e inclus ive jui zes para processar a quem quiserem? Com que base a Ju stiça espanho la a lega ter competência para julga r fatos que se passaram há aprox imada mente 25 anos em outro país, num contexto que e la desconhece e sobre o qual, ao que parece, foi informada por fontes facciosas, a ponto ele dizer que lá hou ve ge noc ídi o? Ela espera que o governo c hil e no abd iqu e de sua soberania , participando ele um a fa rsa jud ic ia l que violaria os princípi os ma is e le me ntares do D ireito? De fato, o Genera l P in ochet goza ele imunidade parl amenta r no C hile e diplomática fora dele, bem como foi beneficiado por uma lei ele anistia, - aprovada há mais ou menos 20 anos com o apoio ele todo o espectro político cio país - pois, cons iderava-se ser a única forma ele encerrar um capítu lo vio le nto e complexo, a q ual abarca tanto os c ri mes ela subversão marxista, co mo os excessos ela repressão.

Derrogada a anistia, julgamento de todos os seus beneficiários Entre o utras co isas, se essa an istia for derrogada, não só Pinochet será

julgado, mas sê-lo-ão também muitos outros oficiais elas Forças Armadas e colaboradores destas, incontá ve is políti cos ele todas as te ndê nc ias, funcio nários cios quatro últimos gove rnos, a lé m dos agitadores e terroristas qu e na época fugiram. Seriam també m proce ssa do s inúmeros particulares que, d ada a extre ma polari zação e virtual a usê ncia de ordem jurídica nos últimos meses ele Allencle, la nçaram se e m práti cas il ega is, ou qu e, quando fora m vítima s delas, fizeram ''.jus tiça" com as próprias mãos. Além cio mai s, como jul gar os que, por me io ela força militar, salvaram o Chile cio comuni smo e ao mesmo tempo poupar todos os que tornaram forçoso que isto ocorresse, seja por c ru zar os braços a nte o ataque ve rme lho o u até por colaborarem com e le? Para se ana li sar o caso do C hile, cumpre record ar a s ituação desse país e cio mundo nos anos 70. Ver-se-á que, para a lém cio jul ga me nto sobre se o General Pinochet é responsável ou não pelas violações a legadas, o que está e m causa é o seguinte: e le agiu eficazme nte para livrar essa nação do jugo do comunismo e é por isso que pretendem levá-lo agora à barra dos tribunais e urope us.

Necessário retrospecto histórico Há pelo me nos três décadas que, insi stindo-se na idéia da morte elas ideolog ias, proc ura-se influenciar a opinião pública no sentido ele prestar cada vez menos atenção em princípios re li g iosos, mora is e filosóficos, ele modo que as preocupações sejam só com inte resses imediatos. O prin c ip a l beneficiário d essa clesicleologização ela opini ão pública foi o soc ialo-comuni smo, pois e la aten uo u a resistê ncia ela população a a lgu ns ele seus as pectos essenc iais : o coletivi smo, a antinatural ig ua ldade sócio-econômica, a luta d e classes e a onipotência estata l. E m conseqüência, a opos ição ao socialo-comuni smo centrou-se em censurar sua ação violenta. Ao mes mo tempo, o m arxismo começou a prometer respeito às le is e à libe rdade, o que lhe vale u simpatias em

vários setores cio mundo, apesar ele, na prática, fazer o contrário. Foi o que ve rifi cou-se no C hil e cios anos 60 e 70: a Democracia C ri stã, que ascendeu ao go ve rno afi rmando que evitaria o comunismo, ele fato condu z iu o país a e le. E quando isto aco nteceu, os marxistas inic iaram seu progra ma ele governo di ze ndo que não violariam as leis e estabeleceriam o socialismo em

liberclade. Obviamente, a realidade no C hil e era muito diferente : o coletiv ismo foi im posto à população, ele modo grad ua l mas impl acável, através ela força combinada ele le is socia lis tas, ela prepotência cio reg im e ele Al lencle - inc lu s ive policialesca - , cios ataq ues e a meaças de terroristas infiltrados e m ó rgãos estatais e ela subve rsão nas Forças Armadas. Tudo articu lado pe lo go ve rn o, apesar de seu pretenso respeito à le i. O comba te m arx ista à iniciativa privada, unido à voracidade estatis ta, ao totalitarismo e à demencial política eco nô mi ca, ge rou um a e norm e crise, determinando escassez de a limentos, mercado negro, rápida proletari zação cio país, descontentamento exacerbado e extrema ag udi zação das tensões. Esse era o ca ldo de cu I tu ra medi ante o qual os marxis tas preparavam a revolução soc ia l para instaurar ocomuni s mo .

peranclo a c ri se. Os militares estancaram a g uerra c ivil que esteve a ponto ele eclod ir sob o regime de All ende e reduz ira m as hostes ma rxistas à c landestini dade durante uma década e meia. Soc ia lo-com uni stas e inocentesúteis ele todo o mundo, manifesta ndo agora o desejo ele co nde nar o Gene ral Pinochet, fazem uso dos "dois pesos e duas medidas", o qual procuram velar. O que deseja m tia realidade? Q uere m para o te rro ri smo e o comunismo i mpunida cle, como sucede com Ficle l Castro, e into lerâ ncia e feroc idade em re lação ao a nti com uni smo, como sucede com P i noc het. ♦

Manifestação pró-Pinochet no centro de Santiago, em 24 de outubro último

Para o terrorismo, impunidade; para o anticomunismo, ferocidade Todo o C hil e se compenetrou então ele que, chegadas as coisas a esse extremo, era im possíve l ev itar o imenso perigo por meios pacíficos. Para os c hil e nos, o bem comum ex ig ia, pois, que se fizesse logo uso ela força, uma vez que m a is tarde ter-se-ia que ap licála mais in te nsame nte, causando maior número de vítimas. Derrubado Al lendç e postos e m fuga ou na prisão muitos de seus auxili ares, o novo govern o, e mpe nhou-se em restabelecer a ordem pública e acabar com a subversão. Ademais, procurou obter a estabilidade política e econômica. Gara ntiu a propriedade privada e a iniciativa individual, e atribuiu ao Estado um papel subs idi ário, o que permitiu ir su-

C A TO LI C I SMO

Dezembro de 1998

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E

M ANOS ANTERIORES, nas proximidades do Natal, era nosso costume pedir ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira algum artigo, ou alguma mensagem de Natal, para a edição de dezembro de nossa revista. Após marcar um horário com seu secretário particular - Sr. Fernando Antunes Aldunate - ou com algum auxiliar do secretariado, nossa solicitação era atendida e, na primeira ocasião propícia, Dr. Plínio começava a ditar suas reflexões sobre o Santo Natal, cada vez com algo inédito e geralmente correlacionado com os acontecimentos do ano em curso. Já se passaram mais de três anos desde que o insigne fundador da TFP entregou sua alma a Deus. Assim, para este dezembro de 1998, no qual Plínio Corrêa de Oliveira completaria 90 anos de vida, no dia 13 - e, ademais, 70 anos de militância católica, pois foi em 1928, quando ainda freqüentava a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, que ele entrou para o Movimento Católico - , a direção de Catolicismo pesquisou em seus inúmeros trabalhos e conferências, algo que melhor se adaptasse a nossos dias, sobre o Natal. Deparamos com uma única e grande dificuldade .. . o embaraço da escolha! Sim, em meio a tantos preciosos escritos que ele nos legou, a tantas conferências profetidas pelas várias regiões de nosso tenitó1io-continente, a tantos comentáiios a respeito do Natal, qual escolher?

Escolha nada fácil! Cada peça tem seu aspecto único e não se sabe o que mais admirar: se a precisão dos termos, se a lógica de tipo inaciano, se a beleza das formulações, se o amor, o afeto e o enlevo para com a Virgem Mãe do Menino Jesus, se a adoração por Aquele que é, ao mesmo tempo, Deus verdadeiro e a mais admirável de todas as criaturas, Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim sendo, selecionamos para esta edição natalina alguns trechos de diferentes conferências pronunciadas em auditórios da TFP, nas quais o inspirador e sustentáculo de Catolicismo tece luminosos comentários sobre essa Magna Festa da Cristandade. De início, oferecemos a nossos leitores a descrição de uma maravilhosa cena imaginada pelo Prof. Plinio, na qual um pecador aproxima-se da Gruta de Belém; e, em seguida, reflexões sobre um exame de consciência, súplicas, atos de agradecimento e de reparação que um fiel poderia apresentar junto ao Presépio do Divino Infante, aquecido pelo amor de Sua Mãe Santíssima e de São José.

Confiteor aos pés da celeste tldvogada "O penitente arrependido, humilde, de cabeça baixa, acerca-se da [gruta onde está aJ manjedoura e dirige-se a São José e a Nossa Senhora. A São José, dizendo que não é digno, mas que o Padroeiro da San.La Igreja obtenha para ele, de Nossa Senhora, um olhar de compaixão. Obtém uma resposta de São José afirmaLiva e um apelo deste dirigido a Nossa Senhora. A Virgem Santíssima atende, sim, e recebe o penitente ultra-maternalmente. Ele então pede a mediação e/Ela para chegar até o Menino Jesus ... "Ele sente-se indigno de entrar, e canta do lado de fora da gruta: 'Até o 16

eATOLIeISMO

Dezembro de 1998

que pode ser interpretado corno o gesto instintivo de uma criança, mas que tem o sentido de um perdão".

Súplica à Imaculada e Extremosa Mãe bafo dos bois é considerado digno de estar aí dentro, porque está in serido na ordem criada por Deus. Mas eu sou o pecador que rompi, em determinado momento, com a ordem divina. E não sou digno de chegar aí perto. Onde até os animais entram, e u não entro! Mas se Vós, minha Mãe, cobrirdes-me com vosso manto, eu ouso tudo!' Ela oco-

bre, e ele recita, então, um Confiteor. Depois, o Menino Jesus fa z um gesto,

"Mãe nossa, Senhora do Universo, pedimo-Vos que depositeisjunto ao Presépio de vosso Divino Filho este exame de consciência. "Obtende-nos do Menino-Deus, Vós que sois Sua Mãe extremosa e sem mácula, uma contrição verdadeira e profunda por tanta indUerença, dúvida e mundanismo neste ano que se encerra. lndUerença, dúvida e mundanismo ante o sublime e o hediondo que marcam a fundo os acontecimentos atuais. ►

eATOLIe ISMO

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~~~~'#,~ "Indiferença, dúvida e mundanismo, sinais inequívocos de um transbordante egoísmo e de uma inquietante falta de amor de Deus. "Vós, porém, tomastes a iniciativa da reconquista de nossas almas, a mais dij[cil das reconquistas .... "Acabai, pois, Senhora, a obra que começastes. Não se detenha vosso braço no iníc:io da tarefa, nem. descansem vossos pés antes de atingir a meta. Comunicai-nos a plenitude de vosso espírito, preparai-nos para os grandes lances que se apresentam. diante de nós. "Faze i com. que o vosso espírito sagrado transponha os abismos de nossas misérias e de nossas infidelidades, como outrora o Verbo de Deus transpôs os abismos que O separavam. da Criação para se unir a Vós. "Mas, sobretudo, Senhora, fa zei com. que os acontecimentos finais se produzam., que a grande batalha profética se trave, que São Miguel venha e que Vós vençais. "Tom.em.os em consideração, na história do Menino Jesus, o que se passou na sagrada casa de Nazaré nas conversas dEle com. Nossa Senhora".

ti casa da Sagrada Família: reflexões "Ela [Nossa Senhora] pensando no que aconteceria, considerando também que viria um. determinado momento em que os Anjos haveriam. de exercer seu poder sobre essa casa santa e levá-la pelos ares, a fim. de que ela não caísse nas mãos dos maometanos. Prevendo que a santa casa de Nazaré ia ser de positada num. lugar chamado Lo reto, na Itália, e que ali um. número incontável de peregrinos, provavelmente até o fim. do mundo, iriam. venerar as paredes 18

e ATOL I e ISMO

santas que circunscreveram o local onde ecoaram as conversas da Sagrada Família. Onde se ouviram os risos cândidos e cristalinos do Menino Jesus; onde se ouviu a voz grave, paterna, afetuosa de São José; onde se ouviu a voz modelada quase ao infinito, com.o um órgão, de Nossa Senhora, exprimindo adoração, veneração, em todos os seus graus, em. todas as modalidades. Em. tudo isso Ela pensava. "Ela refletia sobre os milagres da vida pública de Nosso Senhor, nos m.ila-

Interior da Casa de Nazaré - Santuário de Nossa Senhora de Loreto (Itália) Que maravilhas ocorreram entre essas Sagradas paredes!

gres que o Divino Redentor iria operar, nas almas que Ele iria atrair. Como tudo isto desfecharia no momento em. que Ele começaria a ser recusado pelos judeus; recusado e esquecido por seus próprios Apóstolos, devido à moleza e tibieza deles; e ainda na traição de Judas. "Depois Ela pensava em Pentecostes, na dilatação da Igreja por toda a bacia do Mediterrâneo, por lugares misteriosos por onde andaram. os Apóstolos, enchendo a Terra com. sua presença. Meditava Ela na libertação da Igreja pelo Imperador Constantino, na Igreja que brilharia na.face da Terra,

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na invasão dos bárbaros; e depois em São Bento, o qual conseguiria sair de um. pantanal e caminharia até Subiaco; e que ali, ele, o Patriarca do Ocidente, começaria nova vida espiritual, da qual nasceria a Idade Média, com. todos seus esplendores. "Nasceria a Idade Média, mas com.o réplica infame a São Bento, o pecado imenso: começaria a Revolução, e as .ondas que subiriam, as injúrias atrozes. O Renascimento, o Humanismo, o Protestantismo, depois a Revolução Francesa, a Revolução Comunista, a Quarta-Revolução (o hippism.o, o punkismo etc.). Esta última, com um.a gestação tão enigmática, tão difícil de definir em. seus verdadeiros contornos, tão infame em tudo quanto dela já sabem.os. "Tudo isso, mas também, também ... um desígnio de Nossa Senhora pelo qual, em. certo momento, sobre esse mar de lama, começasse a boiar um.a pétala de rosa .... [o Autor refere-se a grandes graças que a Divina Providência dispensaria às almas e à sociedade humana em nossa época]. "Depois, nosso chamado. Cada um pode voltar-se, aos pés do Presépio, para narrar sua história individual e expor com.o caminhou a graça divina em sua alma .... os altos e baixos, os 'sins' e os 'nãos' os movimentos do orgulho ... meu Deus! os movimentos da sensualidade; a vitória, às vezes a derrota, mas depois de novo a vitória e a misericórdia de Deus. Mas haveria alguns que cairiam pelo caminho, que jazeriam. ao longo da estrada; e haveria a prece dos que não caíram por aqueles que caíram., e a mão de Nossa Senhora que, de ve z em quando, reergueria algum. para que voltasse ao bom. caminho ".

Súplicas e gratidão de um batalhaâor católico "Tudo isto ocorreria através de obscuridades que nós não conhecemos, até o advento da intervenção de Nossa Senhora: que venha o Reino de Maria' [predito pela Mãe de Deus, em Fátima]. "Tudo isto nós devemos considerar quando estivermos aos pés do Presépio e dizer: "- Ele [o Menino Jesus] é a Pedra de divisão, a Pedra de escândctlo que divide a Histó ria ao meio. Tudo qucinto está com Ele é a Co ntra -Revo lu ção, tudo quanto é contra Ele é a Revolução. (*) "Aqui está um, Senhor Jesus Cristo, trazido pela graça, que vossa divina Mãe, vossa celeste Mãe, por suas preces obteve de Vós; aqui está este batalhador, qjoelhado diante de Vós, antes de tudo para Vos agradece,: "Agradeço a vida que destes a meu corpo, agradeço o momento em que Adoração dos Reis Magos -Afresco de Giotto (séc. XIV), Capela dos Scrovegni, Pádua (Itália)

insuflastes minha alma. Agradeço o plano eterno que tínheis a respeito de mim, como de qualquer homem, um plano determinado e individual, mediante o qual deveria havei; nos desígnios de Deus, alguém que seria eu, que dentre os homens haveria de ocupar este lugar, mínimo que seja, mas um lugar no enorme mosaico de criaturas humanas que devem subir ao Céu. "Agradeço-Vos por terdes apresentado uma lula em meu caminho, para que eu pudesse ser herói. "Agradeço-Vos a força que Vós me cedestes para resistir e para lutar, para combater e rezw'. .. 'A Dios orando y con el mazo dando' (A Deus rezando e golpeando com o bordão), dizia Santo Antonio Maria C/aret, o fundador dos Padres do Coração de Maria. "Airadeço-Vos tudo isso, mas agradeço mais, agradeço- Vos todos os anos de ,ninha vida que já se foram e que se tenham passado na vossa graça. "Agradeço-Vos os anos que seforam e que não se passaram em vossa graça, porque Vós os encerrastes, num deter-

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minado momento, com vossa graça, abandonando eu o caminho da desgraça, para entrar de novo na vossa amizade. "Agradeço-Vos, ó Divino In fante, ó Menino Jesus ... . tudo o que .fiz de difícil para combater meus defeitos; eu Vos agradeço por não Vos terdes impacientado comigo e por me lerdes conservado vivo, afim de que eu ainda tivesse tempo de corrigi-los alé a hora de morrer. E se uma prece eu Vos posso dirigir nesta noite de Natal, Senhor Jesus, é a prece que se encontra num. dos salmos: '"Não me chames na metade dos meus dias' (Salmo 101). Eu a tran.\formo [a prece] um. tanto, não quero saber quantos foram os meus dias - talvez já Lenham uma duração exorbitante - , mas eu a altero: 'Não me tireis os dias, na metade da minha obra'; e me ajudeis para que m.eus olhos não se cerrem pela morte, rneus músculos não percam seu vigor, minha alma não perca suaforça e agilidade an/es que eu tenha, por vossa glória, vencido em mim mesmo todos meus de.feitos,. galgado todas as alturas interiores pq.ra as quaisfui criado; e que, no vosso campo de batalha, eu tenha, porfeilos heróicos, prestado a Vós toda a glória que esperáveis de mim quando Vós me criastes".

Belém... Tabor... Calvário... Juízo Final "Senho r Jesus, quantas as contradições com as quais quisestes coroar a noite mil vezes gloriosa de vosso Santo Natal! "'Coroa 'sim, é bem este o vocábulo que convém com precisão inteira, a esse CATO LICI SMO

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Com a palavra... o .Diretor :, Caros Ami gos de Catolicismo,

conjunto de circunstâncias, mediante as quais quisestes cercar a hora tão rica em símbolos de glória e de dor. [Hora] em que, nascendo do seio da Virgem Mãe, quisestes iniciar a caminhada esplendorosa: conduzindo-Vos da gruta de Belém até o alto do Tabor, e deste último ao Calvário. Esse trajeto haveria de encontrar seu termo final no momento esplendoroso e terrível em que destruireis o anti-Cristo, aniquilareis os últimos mortais, encerrareis por um terrível decreto de extermínio a História da humanidade, e baixareis à Terra para iniciar o Julgamento de todos os homens! "Contemplando todas essas cenas de do r e de vitória, de glor(ficação suprema, como de condenação implacável e extrema, situamos a Festa de vosso santo Natal em sua plena perspectiva histórica. Sim, uma perspectiva na qual Deus e o demônio, o Céu e o Inferno, num contraste implacável, em uma luta extrema, haveriam de desfechar os seus golpes. Até o momento em que, cessada

a História, só restariam em confronto bons e maus, uns votados pela Justiça eterna para a f elicidade inteira, perfeita, gloriosa e sem fim; e outros, para o abismo perpétuo e insondável de dores, de opróbrios e de vergonhas, onde tudo não é senão derrota, insucesso, gemido e revolta perfeitamente inútil! "Dir-se-ia que não, já que na Noite Feliz os Anjos cantam 'Glória a Deus no mai s a lto dos Céus, e na Terra paz aos home ns de boa vontade' . (Lc 2,14).

"Sim, aos homens de boa vontade! Porém, já havia também sob a abóbada celeste constelada de estrelas, homens de má vontade. E eles continuariam a existir até o derradeiro instante do último dia. Ce rtamente não era para eles - os malditos, os prec itos - o precônio da paz, mas o da inexorável e total desgraça".

Noite de Natal: glórias de aturdir, doçuras msondáveis " Vós quisestes que rodeassem vosso Presépio não só as glórias de aturdir, que a Vós tocam na infinitude de vossa Santidade, mas as doçuras insondáveis do perfeito Co ração de Mãe que vos adorou desde o primeiro instante de vosso ser. "É no ápice de todas essas perf eições que nossos olhos Vos contemplam hoje, na Noite de Natal. "De tantas contradições, ao mesmo tempo magnificas e supremas, deslumbrantes e terríveis, decorre um ensinamento que, súpli-

ces, Vos pedimos marqueis em nossos corações. Também o mundo contemporâneo está imerso na contradição. Vemos a contradição entre a verdade e o erro, o bem e o mal: Vós, Senhor Jesus, e vossa Santa Mãe, a cujo lado refulge a santidade de José; e, de outro lado, o oceano das ignomínias, dos crimes, das abj eções, nas quais vai se precipitando o mundo de hoje, ' totus positus in mali gno' (todo imerso no maligno). "Para onde quer que voltemos nosso olhar, algo vemos, algo ouvimos que Vos ofende, Vos ultraja, e conspira contra Vós. Não há hoje, não há para o dia de amanhã algo que não se volte para Vos escarnecer, Vos golpear, Vos pôr em sangue e Vos arrastar à Cruz. "Tudo em torno de Vós é contradição, no sentido de que, em torno de Vós, quase não há senão mal e o mal é essencialmente contraditório. "Fazei, Senhora das Dores, que compreendamos esta hora de contradição, mantendo-nos genujlexos aos pés da Cruz, mas, ao mesmo tempo, eretos e destemidos como guerreiros - como Anjos, em pleno campo de batalha. "Guerreiros implacáveis, de coração abrasado de amor a Vós e a vosso Divino Filho, para esmagarmos o mal, destroçarmos as contradições e elevarVos ao fa stígio da glória de vosso Reino, ó Maria! " Ut adveniat Regnum Christi, adveniat Regnum Mariae!

Terminar o ano colecionando vitórias é muito bom! Mas, melhor do que isso, é começar o novo ano co m excele ntes perspectivas pela frente. É assim que Catolicismo se prepara para entrar em 1999 ! Sua revista mudou a cada mês . Esse foi o fruto cio esforço de uma equipe que nunca se contenta com o que apenas eslá bom. Nossa mela é o ótimo. E que m aco mpanhou o trabalho desenvolvido por Catolicismo desde jane iro deste ano, poderá co nstatar o verdade iro grá fi co ascendente que representa cada edição e m matéria ele qualidade. E quando se trata de perseguir o ótimo e a perfeição, para o cató lico só o Céu é o limite. Para isso Catolicismo reali zou um simpós io ele seus co laboradores e m 8 e 9 de novembro p.p. e reserva um estoque de surpresas que serão reve ladas logo no início cio próx imo ano: nova s seções, aumento ele maté rias da atualidade, reformul ação jornalísti ca para que a le itura seja ainda mais atraente, informativa e estimulante, com vi stas à prática elas virtudes católi cas e ao e nriquec imento cultural ele seus leitores. Te mos consciência de que os le itores de Catolicismo formam hoje uma gra nde família• que espera, todos os meses, uma palavra de es perança e de orie ntação, e m meio ao caos re inante em nossos dias. Isso nos co loca diante ele um dever: jamai s fa lhar e m nossa tarefa ele a mparar essa família e procurar se mpre oferecer-lhe o me lhor. Não desejaríamos encerrar este a no sem agradecer a generosa colaboração ele nosso caríssimo Cônego José Lui z Yillac. Embora recente, sua seção tornou-se logo uma das mai s lidas dentre as matérias de nossa revista, devido à seriedade e a segurança doutrinária com que trata as questões formuladas pelos le itores. As cartas de elogio nos chegam continuamente. Ademais, Catolicismo não poderia terminar o ano se m presentear seus amigos e le itores. Por essa razão, na virada cio ano será celebrada uma Santa Mi ssa na inte nção ele cada assinante, bem como elas crianças, cios idosos, cios enfermos e elas pessoas falecidas que haja e m sua famí li a. E, para acompanhá-lo durante todo o ano de 1999, uma re produção da artística escultura gótica ele nossa capa, acrescida ele um ca lend ário. Bem, caros amigos, o Natal se aproxima. Não raro, as vicissitudes inerentes à ex istênc ia humana - triunfos e alegrias, pesares e di ficulclacles que se sucedem ao longo cio ano - trazem-nos à a lma uma certa angústia, às vezes uma tristeza. Mas, ass im como as dificuldades ele um dia podem ceder ante a suavidade portentosa de um belo c repúsculo, também os sofrim entos de um ano podem ser suavi zados ante uma doce reflexão sobre o Nasc imento Sagrado de nosso Redentor. Aproveitando a proximidade ele tão sublime comemoração, Catolicismo brin da seus le itores co m um a coletânea de refl exões das mais belas de Plínio Corrêa de O li ve ira sobre as festas natalinas. A todos desejamos um Santo Nata l e abençoado I 999, cumulado ele graças espec iai s conced idas pela Virge m Santíssima e por seu Divino F ilho.

(Para que venha o Reino de Cristo, ♦ venha o Reino de Maria!)

Nota: Textos ex traídos de conferê nc ias proferidas pelo Prof. Plínio Corrêa de Olive ira a sóc ios e cooperadores da TFP, por ocasião dos Nata is dos anos 1988, 1989 e 1993.

*

Esses te rmos são aqui e mpregados seg undo o conceito ex posto pe lo Prof. Pl ínio Corrêa de O li veira na magistral obra Revolução e Contra-Revolução, a qual vem sendo reproduzida em nossa página 2. Revolução é o processo quatro vezes secular que vem desagregando a C ivili zação Cri stã. Contra-Revolução é o movimento que visa res taurar essa mesma C ivilização.

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Em Jesus e Maria

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Preços da assinatura anual para o mês de DEZEMBRO de 1998:

Paulo Corrêa de Brito Filho DIR ETOR

P.S. Aproveitamos o ensejo para informar que no último dia de Finados, Catolicismo fez celebrar uma Santa Mi ssa pelas a lmas elas pessoas fa lec idas pertencentes às famílias de nossos ass inantes.

CAT O LIC ISMO

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~:=-.~~ ri'lll~~~ -; Adoração dos Reis Magos- Pierre des Chelles (1318), coro da Catedral de Notre Dame, Paris

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Na Arábia Saudita, heroísmo católico Um católico fil ipino leigo que trabalhava nesse país foi preso durante 18 meses, por ter sido encontrada em seu poder foto de uma reun ião clandestina de católicos presidida por ele. Acusado de ser sacerdote e exercer seu ministério sem autorização, Donnie Lama foi interrogado e torturado, conforme declarou ao diário católico "Awenire", de Roma. Autoridades policiais sauditas queriam que assinasse uma declaração reconhecendo sua culpa num homicídio jamais cometido por ele. "Salvou-me minha fé e a de muitas

Egito

Hippies cibernéticos Há 30 anos, os primeiros hippies embrenharam-se nas selvas e levavam consigo drogas. Hoje, os novos hippies usam painéis solares e computadores. No que dará esse preocupante conúbio de hippismo com tecno logia? É de se temer que resulte numa mescla terrível em que os frutos podres do primeiro se tornem ainda piores devido à contribuição da técnica. Foi descoberta há pouco a última tribo de alternativos do País de Gales, na Inglaterra. Em 1993, o arquiteto Julian Orbach, de 45 anos, decidiu com a mulher e sete am igos abandonar Cardiff, capital do País de Gales, e mudar-se para a floresta, no Parque Nacional de Pembrokeshire. Construíram uma cidade autônoma

pessoas que rezaram por mim", afirmou Lama. "Foi de grande ajuda [para minha liberação] o apoio de vários países e organizações que pediram ao governo saudita minha libertação". Cerca de seis milhões de trabalhadores estrange iros de diversas re li giões, residentes na Arábia Saud ita, estão proibidos de constru ir locais de cu lto e de celebrá-los, mesmo de forma privada. Com a proibição de organ izar-se em estruturas eclesiásticas, os 600 mil cató licos provenientes das Filipinas, Coréia, Índ ia, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio vêm-se compelidos a formar grupos de oração clandestinos. A participação nessas reu niões, que se realizam em domicíli os particulares ou em âmb ito extraterritorial, como as embaixadas, não se faz sem risco. Possuir material re ligioso, como rosário, cruzes, imagens ou a Bíblia, acarreta a detenção e a expu lsão do país. Assim, enquanto lá a verdadeira Religião - a Católica, Apostólica, Ro-

mana - é perseguida, em países ocidentais de tradição católica o islamismo propaga-se ameaçadoramente... ♦

qual não há dinheiro, cultivam tudo o que co mem , as roupas são tec idas à mão, a água é tirada de poços e as casas são de madeira. Entretanto .. . a eletricidade, obtid a por painéis so l ares, não é só para aquecer e cozinhar, mas também para fazer funcionar um computador! ♦

e AT OLIe

Avalanche pornográfica e lição vinda da Polônia Devido à crescente e sal utar reação contra a invasão de revistas pornográficas ocidentais, editadas em polonês, que enchiam as bancas de jornais da Pol ônia, a Comissão Legislativa do Senado daquele país pronunciou-se por LO votos contra 6 a favor da penalização da pornografia. Andrzej Gierech, um perito convocado por tal Comissão para preparar o projeto de lei, declarou que o Código de Direito Penal de 1932 (pmtanto anterior à tomada do poder"pelos comunistas) era um modelo nesse ponto, pois defendia a moralidade social. Mas que a reforma do Código Civil efetuada pelo governo ex-comunista, em 1997, rompeu com essa tradição, passando a defender a "liberdade sexual". Observou ainda que se deveria tratar a pornografia como a prostituição, ou seja, penalizá-la com o argumento de que dela se aufere lucro. A reação popul ar vem forçando os proprietários de muitas bancas de jornais a retirar esse tipo de revistas, ou, ao menos, vendê-las dissimuladamente, não as ostentando como antes. Oxalá projetos de lei análogos fossem propostos nos Legislativos de outros países, do ♦ Brasil por exemplo!

IS MO

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Memorável data para os brasileiros católicos

~ O Sr. e sua equipe estão de parabéns pelo alto nível que Catolicismo vem ating indo. Seus esforços estão muito ev idenciados no número da rev ista [outubro] em que se homenageia o saudoso e sempre le mbrado Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. ( ... ) Rogando a Nossa Sen hora que continue a dispensar graças muito especiais ao Sr. e a todos os que colaboram em Catolicismo, despeço-me.

Bem-aventurado Frei Galvão, rogai por nós! Podemos doravante rezar ao primeiro brasileiro elevado às honras dos altares. Roguemos a esse Herói da Fé - pertencente a uma ilustre estirpe paulista - que alcance de Deus a graça insigne da beatificação e da canonização pela Santa Igreja de outros filhos da Terra de Santa Cruz. Roma - Na man hã de domingo, 25 de há oito anos por intercessão de Frei outubro p.p., peregrinos brasileiros, bem Galvão, curada de uma hepatite fulmicomo turistas do mundo inte iro, que esnante e que lhe teria sido letal, quando tiveram diante da monumental Basílica tinha apenas quatro anos de existência de São Pedro, em Roma, puderam ob(cfr. Catolicismo - Setembro de 1998, servar grandes quadros cobertos, co loentrevista com irmã Céli a Cadorin, que cados em sua imponente fachada. Concolaborou no processo de beatificação tinham eles as pinturas dos quatro novos ele Frei Galvão). bem-aventurados: o "nosso" Frei Galvão, Após a cerimônia de beatificação e o pároco italiano Zefirino Agostin i, o a recitação doAngelus, S.S . João Paulo II presbítero espanhol Faustino Miguez e a saudou os fiéis presentes na Praça de religiosa francesa Theodore Guérin. São Pedro, tendo depois se retirado, Após a leitura de alguns traços bioconcluiu , assim, este intenso programa g ráficos deles, S.S. João Paul o II promatutino de festividades. Permanecenunciou a fórmula de beatificação e ram, porém, expostos os quadros dos a nunc iou as datas para ce lebração de , novos Beatos. suas respectivas festas: 25 de outubro "Ter sempre em mãos será para o fundador do Mosteiro da a própria alma" Luz, em São Paulo. Momento de grande emoção: concluída a proclamação da Quantos brasileiros não se regozijafórm ula de beatificação, descerraramram ao ver que o quadro do recém bease os quadros dos novos Beatos e os tificado - daquele a quem tantas vezes ap lausos estrugiram. Ao mesmo tempo, recorreram, ajoelhando-se junto à sua um mar de bandeiras verde-amarelas campa, na Igreja do Convento da Luz, eram agitadas como manifestação de na capital paulista - então se achava agradecimento e regozijo dos peregri- _presente em meio à glória e ao júbilo, nos brasileiros pelo fato de ter sido, pela no Centro da Cristandade, na Praça ele primeira vez, um conacional elevado às São Pedro! honras dos altares. Fizeram-no "com o Essas recordações nos trazem à meafeto e com o calor que lhes [nos] são mória um comentário feito pelo Prof. próprios ", segundo registrou um arti- Plinio Corrêa de Oliveira na "Folha de cu li sta do "L'Osservatore Romano" S. Paulo" (21 -7-74), sobre a "atmosfe(edição italiana de 26/27- 10-98). ra de um aroma espirilual subtil e enEntre os fiéis provenientes do Bravolvente" daquele referido Convento da sil , figurava a vivaz e a legre Dan ie la L uz, bem como da igreja onde se enCristi na da Si lva (l2 anos), miraculada contram os veneráveis despojos desse 26

CATO LICISMO

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Homenagem

(I.H.G.B. -

Rio Grande do Sul)

Honra

Pintura a óleo de Frei Galvão (1946) - Anádia Quissak Figueiredo, Museu Frei Galvão, Guaratinguetá

infatigável Bandeirante de Cristo:

"No chão, uma lápide de mármore assinala dormir ali seu repouso final Frei Antonio de Sant'Ana Galvão . .... Como elogio póstumo, só estas palavras simples e supremas: 'Aninam suam in manibus suis semper tenens' .... Ter sempre em mãos a própria alma para a governar continuamente! .... Que elo gio! Quanto isto vale mais do que dirigir um avião superpotente, um país in teiro, ou até um banco ( uso aqui a escala de valores característica de certa mentalidade supermoderna). A memória de Frei Galvão resiste à poeira destes 150 anos. Continuamente por ali passam pessoas de todas as idades e classes sociais, pedindo graças de toda ordem. E são atendidas. Daqui a J50 anos, quem freqüentará as sepulturas dos homens superpoten.tes, para quem sobem hoje tantos aplausos e tantas petições... nem sempre atendidas? " ♦

~ Estou muito satisfeita, tendo a honra de coparticipar juntamente com os demais desta maravilhosa campanha. Agradeço por todas as honras recebidas através da mesma e espero que continuem firmes nessa missão, nos dando ânimo e coragem para continuarmos nessa caminhada. Vamos agradecer a Nossa Senhora ele Fátima pelas graças recebidas. (D.F.S. - Tocantins)

Atenção bibliotecários!

~ Essa revista deveria ser o principal documento a encontrarse nas bibliotecas de todas as Igrejas. O seu conteúdo é o mais puro cato li cismo, hoje abandonado, gerando a muitas seitas que prol iferam no mundo inteiro e, principalmente no Brasil. (W. I. - São Paulo) Medalha Milagrosa

~ Estou muito contente por estar recebendo o Catolicismo, que tem tanta coisa tão bonita que me

agrada muito, como, por exemp lo, tudo que fala de Nossa Senhora e dos santos. Tenho bastante devoção a Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora das Graças. (A. T. -

Apresentação

~

Sta. Catarina)

+ Conteúdo

Faz alguns meses que assino

Catolicismo. É uma revista que reúne, além de ótima apresentação, excelente conteúdo. Ac ho muito bom a inserção também de artigos laicos, com a finalidade de torná-la agradável a todos. Muito oportuna a explicação do Cônego José L uiz Villac sobre Indulgênc ias. A todos que contribuem para a edição ele Catolicismo nossos parabéns e incentivo. (G.A.D.S. -

Bahia)

Beato Frei Galvão

~ Cumpre-me, como cató lico e assinante dessa abençoada rev ista, env iar meus calorosos c umprimentos à d ireção e jornalistas que relataram, com espírito apostóli co, a vida do já Beato Frei Galvão. Foi um esforço sobre-humano preparar as bens fundamentadas reportagens, completadas com as im portantes fotos. Os bras il e iros e assinantes precisavam conhecer as virtudes e os milagres do seu primeiro santo . O Espírito Santo, sem so mb ra de dúvidas, in sp irou, acompanhou e animou a briosa equipe ele redatores que assumiram a honrosa missão. Com cordiais saudações em Cristo e Maria. (J. A. -

Rio Grande do Sul)

"Me pego lendo... "

~ Estou escrevendo para dizer que é com muita ansiedade que fico esperando as revistas env iadas para mim, não só eu, mas minha família também, pois a mes ma tem muita coisa importante para todos nós. Sempre que encontro um tempinho me pego lendo Catolicismo. Estou muito fe liz, pois a revista me fez outra pessoa. Hoje eu sinto que valeu a pena ass inar a revista. Parabéns a todos. (R.J.D.S. -

Bahia)

Escolha misericordiosa

~ É com imenso prazer que recebo todos os meses em minha casa esta maravilhosa revista. Sempre quis escrever para quem rea liza esse trabalho tão belo. Na sociedade, cada indi víd uo tem uma função. Maria por vezes concede graças a pessoas para serem anunc iadores do Reino de Deus e das coisas que dEle provêm. Vocês foram esco lhidos e estão desempenhando bem o papel. Gostaria de elog iar umas das últi mas matérias, sobre a li bertação da Áustria e sobre o Santo Sudário. (A.S. - Via e-mail - Internet) "Pelos frutos conhecereis a árvore"

~

Valeu a pena ass inar a revista

Catolicismo. Estou co lh e ndo os bons frutos desta revista e, como pe los bons frutos conhecemos as árvores, e la é bom fruto da árvore de Jesus da Igreja Católica. Q ue o Bom Deus Pa i Bendito cio Céu abençoe esta revista, que ela chegue a todos os lares. (V.LA.V. -

CATOL I C I SMO

Rio Grande do Sul)

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NO

Santa Joana de Chantal, comparável à Mulher forte* da Sagrada Escritura PLIN IO MARIA SOLIMEO

A cofundadora da Ordem da Visitação, modelo de esposa e mãe, desligou-se da família para tornar-se, em meio a grandes provações, exemplo de santidade na vida religiosa

SÉCULO XVI, a he res ia protestante d evorara como um câncer quase toda a Alemanha. Lançando metástases pe la E uropa, penetrou tão perigosamente na França, que e m breve seu poderio foi o de um Estado dentro do Estado. Aproveitando-se da fraqueza e omi ssão da dinastia francesa dos Valois, dirigida efetivame nte pe la inescrupulosa Catarin a de Medieis, e do apoio de me mbros da mais a lta nobreza, seduzidos pela nova he res ia, esta ameaçava a própria ex istência da única e verdadeira re li g ião, a Católica. D iante do perigo, os católicos, liderados pela família dos duques de Gu ise, formaram uma Liga Santa para a defesa de sua Religião. Dissolvida por Henrique III, areferida L iga renasceu em 15 87, quando o Tratado de Beaulieu favoreceu demasiadamente os hugue no tes, co mo eram chamados os protestantes na França. Da Liga fazia parte o e nérgico e arde nte católico Benigno Fremyot, Pres ide nte do Parlame nto da Borgonha, casado com Margarida de Berbisey. Fo i nesse amb ie nte, carregado das guerras de religião, que nasceu Joana, segunda filha deste casa l. Não há dúvida de que o amor materno é insubstituíve l na formação moral e religiosa da prole. O caso do Presidente Fremyot [oi uma das notáveis e raras exceções a essa regra . Joana tinha apenas 18 meses quando fa leceu a mãe, no parto do terceiro filho, André. Benigno Fremyot supriu a fa lta da esposa dando aos filhos uma educação ao mesmo tempo a fetuosa e viril. Dos três que teve, a primeira faleceria piedosamente poucos anos depois de casada; a segunda seria e levada à honra dos altares; e o último, por sua virtude e qualidades morais, tornar-se-ia, aos 21 anos, Arcebispo de Bourges e amicíssimo de São Franc isco de Sa les. O Pres ide nte Fremyot os reun ia ele manhã e à no ite para ensinar-lhes a rezar, conhecer e amar a verdadeira lgreja e o Papa.

Desde cedo, enérgica rejeição da heresia A pequenina Joana fo i dotada pe la Prov idência ele um cari sma espec ia l, que a levava, mesmo antes do uso ela razão, a discernir os hereges. Quando, nos braços da ama, via um deles, começava a chorar. E se este queria acariciála, gritava e escond ia a cabeça no peito da ama, não se tranqüilizando até que o perdesse de vista. Um fato muito conhecido, mas que vale a pena relembnu·, foi o que se passou quando e la tinha apenas cinco anos. Devido à sua profissão, o Sr. Fremyot recebia muitas vezes influentes protestantes em sua casa. Havia um que, como é característico deles, não deixava escapar a ocas ião para uma discussão teo lógica. Ora, uma vez em que a pequena Joana estava presente na sala, apa rentemente absorta com a lgum brinq uedo, o herege negou a Presença Real

ele N osso Senhor Jes us Cristo na Hóstia consagrada. Ao ouvir isto, a me nina não pôde conte r-se; a proxim a ndose d e le, olhou-o co m emoção e disse: "Senho,; é preciso

sa uma sa nta. A uni ão entre e les foi tão gra nde que se diz ia que tinham um só co ração. Ao mes mo tempo a baronesa estabe leceu, co m bondade e firmeza, a ordem e adisc iplin a no seio da numerosa criadagem do castelo. crer que Nosso Senhor Jesus Cristo está presente no Quando seu marido estava ausente, Joana e ntregavaSa ntíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse! Se se mais a Deus e ao exercíc io da caridade . C uidava cios vós nào O credes, fá-Lo-eis passar por mentiroso". O protestante, ad mirado, copobres e dos enfe rmos com suas meço u a argumentar co m e la. pró prias mãos e s upria a todas s uas necess idades. E m breve, Mas Joana, dotada da sabedoria da inocência, respondia-lhe à a lficou conhecida na região como tura. Para terminar amigavelmena santa Senhora. Deus qui s, e m duas ocasiões, demonstrar a virte a conversa, o herege ofereceutude de Sua serva med iante o lhe um punhado de carame los. A milag re da multipli cação do tri me nina os recebeu e m seu avengo para a lime ntar os pobres, em tal e fo i jogá- los diretamente na lareira fum egante, dizendo-lhe: época de grande fo me . O casa l foi abe nçoado com "Vede, senhor, vede. Assim se is filhos, dos qua is os doi s pri arderão os hereges no fogo do me iros fa lecera m a pe nas nasciinferno por não quererem crer dos. Sucederam- lhes o utro filho nas palavras de Nosso Senhor!" e três filhas, tendo a última nasEm outro dia em que o renic ido po ucas se man as a ntes da tente herege recomeçou a discusmorte do Ba rão. são, a peque na Joana ace rcou-se Mortalmente ferido por seu dele e lhe di sse ene rg icamente : melhor am igo num acide nte de "Sen ho,; se tivésseis ofendido o caça, recebeu os últimos SacraRei, meu pai vos mandaria enme ntos, perdoou seu ho mi c ida f orcat: Se desmentis a Nosso See recome ndou à Baronesa que nhor; estes dois Presidentes (aponSanta Joana de Chantat, com 20 anos se resignasse à vontade de Deus. tou para um quadro representanJoana ficava assim viúva aos 28 a nos, com quatro fido São Pedro e São Paulo) mandar-vos-ão enforcar" 1• lhos para educa r e o baronato para dirigir. Foram- lhe neQuando seus filhos foram c rescendo, o Presidente cessárias toda sua fé e e ne rg ia para ace itar o rude go lpe. Fre myot contrato u mestres escolhidos para reforçarem sua formação. "Joana aprendia com grandefacilidade e viveMas recebe u muitas graças nessa época, o que a levou a afi rmar mais tarde que, não fossem os filh os tão pequeza de imaginação. E, dado seu bom talento e a posição nos, teria tudo aba ndo nado para ir te rmina r seus dias em que ocupava no mundo, foi- lhe ensinado tudo o que deveJe ru sa lém, consagrada inte irame nte a Deus. ria saber urna jovem de sua classe: ler, escrever, dança,; Essa alma forte e generosa foi submetida na viuvez a tocar instrumentos de música, canto, os labores próprios novas provações! O Barão de C hanta l - sogro de Joana, ao seu sexo etc." 2 • cujo caráter orgulhoso, vaidoso e extravagante e la conheAo receber a Confirmação, por devoção ao Poverello cia - sentindo-se muito só em sua velhice, queria que a de Assis, Joana acrescentou ao seu o nome de Francisca. jovem viúva, com os filhos, fosse lhe fazer com panhi a. No matrimônio e na viuvez: No novo domicílio - cuja desordem era igua lmente de fortaleza e generosidade seu conhecime nto - Joana e ntregou-se a todas as obras de aposto lado e misericórdia po r e la desenvo lvidas no anteAos 20 a nos, Joana Francisca foi dada pelo pai em carior·. Mas sentindo a necessidade de encontrar um bom diresamento ao Barão de C hantal, va loroso oficial do exército tor espiritual, pediu insistentemente a Deus essa graça. francês e cató li co, embora desde a morte da mãe e le levasse uma vida um tanto dissipada. Conjugação de dois Santos O primeiro c uidado de Joana foi conq ui star o coração transpõe obstáculos insuperáveis cio marido para levá-lo inteiramente a Deus. Isso não fo i Em 1604, o já merecidamente cé lebre Bispo de Genedifícil, pois o Barão, além das boas predisposições que bra, São Francisco de Sales, fo i pregar a quaresma em possuía, percebeu logo que Deus lhe tinha dado por espo-

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CAT OLICISMO

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CATO LIC ISMO

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Dijon, c idade natal de Joana. Esta convenceu o sogro a Presidente Fremyot, que com a ajuda de um virtuoso pretrasladarem-se para a casa de seu pai para seguirem os ceptor completaria a educação do ado lescente. Levando sermões. as duas filhas para terminar sua educação no convento, a Baronesa de Chantal ficava assim livre para a realização O grande pregador, a quem Deus mostrara em sonhos da grande obra. sua futura penitente, imediatamente a reconheceu, atenta e recolhida, em meio aos fiéis. Esta também reconheceu Antes de partir, renunciou a todos seus bens em favor com emoção aquele que Deus dos filhos e embarcou para designara para seu pai espiriAnnecy, que fazia parte então tual. Começou ass im um dos do Ducado da Sabóia. Pouco mais belos parentescos espidepois, Deus chamou a Si a rituai_s da História da Igreja, filha caçula de Joana, aque la que tantos e tão belos frutos a quem e la mais amava por produziria. sua inocência e docilidade. São Francisco de Sa les Cofundadora e alma traçou-lhe uma minuciosa reda Congregação da gra de vida . Sob sua direção, Visitação Santa Joana de Chantal progrediu tão rapidamente, que o Em Annecy já a esperasanto se admirava, dando gravam três donzelas virtuosas , ças a Deus. dirigidas de São Francisco de Aos poucos maturava na Sales, que com ela principiamente do Bispo de Genebra o riam a obra. projeto de uma nova congreA Congregação idealizada gação religiosa, com regras pelo Bispo de Genebra era uma adaptadas a virgens e viúvas inovação. Até então só havia que, desejando servir a Deus, conventos de rec lusas. Na renão se sentiam atraídas pelas cém-fundada Congregação denominada da Visitação - as grandes austeridades das famílias reli g iosas já existentes. Santa Joana de Chantal com São Francisco de Sales e São reli g io sas não guardariam Vicente de Paulo sendo recebidos pela Rainha Ana d 'Áustria Teriam como oração em co- - Quadro de Restoril, 1732 clausura, pois deveriam cuidar mum somente o Ofício Parvo dos pobres , o que suscitou de Nossa Senhora; deveriam muitas controvérsias. dedicar-se também à assistência dos pobres e enfermos. Apesar da pobreza e das críticas recebidas, novas postulantes foram ingressando na Congregação e três joJoana pôs-se à sua disposição para a realização da obra assim que seus filhos estivessem encaminhados. vens viúvas de Lyon pediram licença para lá fundar uma A mão de Deus fez-se então sentir para abreviar o temcasa. Nessa ocasião, interveio o Cardeal Arcebispo local , convencendo São Francisco de Sales a erigir e transformar po de espera. A Baronesa de Chantal tornara-se amicíssima da Baronesa de Boissy, mãe de São Francisco de Sales, a Congregação em Ordem religiosa e aceitar a obrigação da senhora virtuosíssima, viúva e mãe de 13 filhos. Tal era a clausura perpétua. O Fundador, tendo aceito a proposta, confiança que esta tinha em Joana que, a conselho de São estipulou contudo que em seus conventos se pudessem reFrancisco, confiou à jovem viúva a educação de sua caçuceber senhoras e donzelas que quisessem retirar-se tempola, de nove anos. Esta veio a falecer poucos anos depois rariamente para pôr em ordem sua consciência. nos braços de Santa Joana. E mbora muito atenuada em relação às regras existenPara unir por laços mais fortes que os da amizade as tes, no que se refere a penitências, jejuns e longos ofícios duas famílias, a Senhora de Boissy propôs o casamento de em comum, São Francisco de Sales reforçou a pobreza e a seu filho , Barão de Thorens, de 14 anos, com Maria Amaobediência da nova instituição. Nenhuma religiosa podeda, filha mais velha de Santa Joana, e ntão com 12. O casaria ter nada seu, nem mesmo o hábito ou o rosário que mento foi oficiado por São Francisco de Sales e, como era usava. Cada ano havia uma rotação de tudo, inclusive livros e objetos de piedade. costume na época, a jovem esposa foi viver com a família A finalidade visada por São Francisco de Sa les para do marido até atingir a idade núbil. Santa Joana confiou o filho , Celso Benigno, ao avô, sua Congregação seria levada avante pouco depois por seu

grande amigo, São Vicente de Paulo, mediante a c riação das F ilhas da Caridade. Foi cedendo a instâncias da Madre Chantal e dedicando-o a suas filhas da Visitação, que São Francisco de Sales escreveu seu famoso Tratado do Amor de Deus. "Minha filha, disse- lhe o santo Bispo, o Tratado do

Amor de Deus está escrito para vós ". No prefácio ela obra, ele diz: "Como Deus sabe o muito que estimo essa alma, não foi pouco o que ela influiu nesta ocasião ... o que mais me moveu. a levar avante meu. projeto foram as reiteradas instâncias desta alm.a ".

sublime de contemp lação. São Vicente de Paulo afirmou que, embora aparentando paz e tranqüilidade, Santa Joana

"sofria terríveis provas interiores. Via-se tão assediada de tentações abomináveis, que tinha que apartar os olhos de si mesma com horror para não contemplar esse espetáculo insuportável .... Em meio a tão grandes sofrimentos, jamais perdeu a serenidade nem esm.oreceu na plena.fidelidade que Deus lhe exigia. Por isso a considero como uma das almas mais santas que encontrei sobre a terra".

Após a morte de São Francisco de Sales, não só consolidou a obra nascente, mas a fez expanSofrimento modela dir. Durante sua vida, os mostei "alma das mais santas" ros da Visitação e levaram-se a 65. Àque les a quem ama, Nosso A todos visitou para satisfazer o Senhor presenteia com sua Cruz. desejo que muitas de suas filhas Como alma eleita e muito sensíespirituais tinham de conhecê- la. vel ao afeto, a Providência foi ti Em 1641, a rainha Ana rando de Santa Joan a suas mai s d' Á ustria convidou-a para ir a Pacaras afeições para que se desaris, cumul ando-a ele honras edispegasse inteiramente das criaturas. tinções. Era a exaltação que a ReSua mãe morreu muito cedo. aleza prestava à Santa que foi, em Apenas casada, foi-lhe arrebatada vida, comparável à própria Mua irmã que com ela compartira a lher forte do Antigo Testamento. orfandade, deixando-lhe como Meses depois , foi e la receber, herança três orfãozinhos. Dois ele no Céu, a recompensa demasiadaO Papa Clemente XIII canonizou seus filhos faleceram recém-nasmente grande que Deus reserva a Santa Joana de Chantal em 16-7-1767 cidos e o marido foi-lhe arrebataseus ele itos . do num acidente de caça, deixando-a viúva aos 28 anos. Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de deViu morrer, sucessivamente o pai, o sogro, os quatros fizembro de 164 1. Fo i beatificada por Bento XIV a 13 de lhos, a nora e um genro, tornando-se, aos 60 anos e j á novembro de 1751 e canonizada por C lemente XIII em 16 superiora da Visitação, a "mãe" de seus netos. Cabe menjulho de 1767. ♦ cionar que seu único filho varão, Celso Benigno, morreu heroicamente aos 3 1 anos, lutando contra os protestantes * A San ta Joana de C hantal pode m ser ap li cados, co m justi ça, os gra nna ilha de Rhé. Sua esposa seguiu-lhe na tumba pouco des elogios que o Livro cios Provérbios faz à Mulh er for/e: "Quem achará 11111a mulher )orle ? O seu valor excede tudo o depoi s, deixando uma filhinha ele um ano, que viria ser a que vem de longe, e dos 1í!limos co11(,11s da Terra " .... " Leva,l/aramfamosa ep isto lógrafa Madame de Sevigné. se seusjilhos, e aclamaram-na ditosíssima; [levantou-sel seu mariA cada novo luto, Santa Joana de Chantal superava-se do, e louvou-a" (Prov. , cap. 3 1, 10-28). a si própria, sai ndo do co nvento para cuidar dos inte resses Ac lamaram-na não so mente seus filhos carnais, mas também e continuam fazendo-o até hoj e - suas li lhas visitandinas! de seus filhos com um tino e uma habilidade superiores. Não deixava, em meios aos negócios do mundo, de ser Notas: menos religiosa que no mosteiro. Irradiava por toda parte 1. Mons. Bougaud, Bispo ele Lavai, Hislória de Sa111a Juana Francisca o refl exo de sua santidade, susc itando verdadeira veneraFre111io1. Baronesa de Cha111al, pp. 60 e 61 , Editorial Difusión S. A ., ção. Só ao contemplá-la, várias donzelas foram atraídas 1944, Gralica Urqui za, Pueyrreclón 1057, Buenos Aires . ao seu convento. 2. Memórias da Madre de C hau gy, di scípula da Santa, apucl op. cit, p. 6 1. A estas provações somaram-se as espirituai s, como ten3. Mons. Bougaucl, op. c il. pp. 419, 420. tações terríveis, algumas vezes contra a fé. Conheceu a 4. Butler, Vidas de los San/os, 2". ecl. em caste lh ano , Colliers noite escura e a secura espiritual para chegar a um grau lnternational , Vol. Ili , p. 382, Cidade do México, 1964.

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5 11 19 16

1 Santos Edmundo Campio11, Roberto Southwell e Companheiros, Mártires. + Inglaterra, entre 158 l e 1679. Destes IOjeFesta do Santo N at al

2

São Francisco Xavier, Co11fessor. ♦

São Sofonias Profeta. + Assíri a, Séc. VI A.C. "Em reação contra a do minação assíri a que pervertia o Reino de Judá, anunciou o dia do Senhor, catac lismo universal que deveria marcar o fim de uma era de pecado e a restauração do povo de Deus a partir de um resto". (do Ma rt irológio)

4 Santa Bárbara, Virgem e Mártir. Santa Bárbara

+ ? , Séc. Ili ou IV. Desta Santa, cujo cul to difund iu-se por todo o Orbe, não fo i possível precisar o lugar de seu nascimento e martírio. Padroeira da Artilhari a, é invocada contra raios, morte súbita e impenitência final.

5 Beata M aria dos Anjos

Santa Otília

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+ França, Séc. VII. Esta santa, quando completou 15 anos, cega de nascença, foi levada a um mosteiro onde foi bati zada, recebendo, nesta ocasião, a visão.

São Teóflk> de Alexandria e Companheiros, Mártires.

14 São João da Cruz, Confessor e Doutor da Igreja. ♦

São Venâncio Fortunato, Bispo e Confessor. + França, 600. Trovador veneziano, tendo ido visitar o túmu lo de Santo Hilário, em Poitiers, a rainha Santa Radegunda e a Abadessa Santa Inês convenceram-no a deixar a vida nômade, ordenar-se e compor hinos religiosos.

15 São Folcuíno, Bispo e Confessor.

8

16 Beata Maria dos Anjos, Virgem.

9 São Pedro Fourrier, Confessor. + França, 1640. Entrou para a Congregação dos Cônegos Regulares, à qual deu novo vigor por sua virtude e talento.

10 Trasladação da Santa Casa de Loreto ♦

São Melquíades, Papa e Mártir. + Roma, 3 14. Este Papa teve a alegri a de ver encerrar-se a era das perseguições pelo Edito de Milão, e pôde organi zar a Igreja, que já estava cindida por um cisma.

Oriente, após vida eremítica nos des fil adeiros · do Cedron, reuniu e diri giu numerosos eremitas fu ndando o mosteiro que levou depois seu nome, o que o tornou um dos principais organizadores do mo naquismo palestino.

+ Constantinopla, 493 . Depois de vi sitar os Lugares Santos, fi xo u-se numa coluna às margens do Bósforo, aí vivendo como estilita por 33 anos.

6

Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira Principal da América Latina

12

tão e condenado pelo juiz a ser queimado vivo, recebendo ass im a coroa do martíri o.

Santa Otília (ou Odí/.ia).

FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA SANTÍSSIMA VIRGEM

São Daniel Estilita, Confessor.

+ Yi te (atual Tunísia), 532. O rei dos Yânda-

13 Santa Luzia, Virgem e Mártir.

+ França, Séc. LX. Primo-irmão do Imperador Carlos Magno, por sua autoridade e energia, foi designado como Bi spo para governar a região ainda bárbara de Thérouanne (norte da França).

+ Palesti na, 532. Cognominado a pérola do

Santa Dionísia, São Majórico e Compa1iheiros, Mártires.

C A T o L I e I S MO

+ Savona, 1880. Fundou a congregação das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, destinada ao amparo de moças abandonadas, que logo se difundiu na Itália e América Latina.

11

32

São Sabas, Confessor.

São Nicolau, Bispo e Confessor.

Santa Casa de Loreto

7

Santa Maria Josefa Roselho, Virgem

3

São Pedro Fourrier

los ob ri gou , so b pena de morte, todos a apostatarem, abraçando o ariani smo. Embora muitos apostatassem, "houve uns 5 11úl que morreram pela Fé", escreveu o bi spo de Vite. Entre estes destacaram-se Santa Dionísia e seu filho Majórico, ainda menino.

Santo Ambrósio, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja.

+ Itá li a, 407. Bispo de Aquiléia, no Vêneto, desenvolveu em sua Sé uma vida clerical em comunidade. São Jerôni mo de nom inou-o "o mais santo e o mais douto dos Bispos".

S. Charbel M akhlouf

be\Dezembro

suítas - dos quais um era irmão leigo - oito eram ingleses e dois do País de Gales. Foram todos martirizados por ódio à Fé.

São Cromácio, Bispo e Confessor.

Santa Josefa Roselho

ce li~~

+ Turim, 17 J 7. Uma dos l l filhos do Conde de Santena e Ba ldissero, cujo pai era primo de São Luís Gonzaga, Maria dos Anjos entrou aos 16 anos para o Ca rmelo de Turim, onde foi vári as vezes Priora e Mestra de Noviças.

17 Ci11qiienta Soldados de Gaza, Mártires. + Egito, 630. Ao general árabe que os intimava a apostatar sob pena de morte, res ponderam: "Ningué111 poderá nos separa r do amor de Cristo; ne111 nossas mulheres, nem nossos .filh os, nem as riqnezas do mundo, pois somos servidores de Cristo, Filho do Deus Vi vo, e eslamos prontos a morrer por Aquele que morreu e ressuscitou por nós" (cio Martirológio).

18 Nossa Senhora da Esperauça ou Nossa Senhora do Ó ♦

+ Séc, 111. "Estes soldados cristc7os do tribunal imperial, vendo 11m de seus irmc7os na Fé vacilar dianle do juiz, fi zeram-lhe sinais para encorajá-lo. Ao perceber os seus gestos, o juiz os intimou e eles nc7o hesitaram em confessar sua fé, sendo i1nedia1amen.te condenados à morte" (do Marti rológio).

21 São Pedro Canísio, Confessor e Doutor da Igreja. ♦

27 FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA ♦

São João, Apóstok> e Evangelista. ♦

Santa Fabíol.a, Viúva. + Roma, 399. Patrícia romana, depois de escandalizar os cristãos por se di vorciar do marido legítimo, contraindo novas "núpcias", ao fi ca r viú va, entrego u-se à peni tê ncia. São Jerônimo, a quem ela visitou, escreveu-lhe a biografia.

Santos Mártires Vietnamitas. + Entre 1773 e 1839. Estes 177 mártires, enlre os quais oito Bispos, 50 sacerdotes, 59 leigos e uma mulher, Inês Lê Thi Thành, mãe de seis fi lhos, foram martiri zados por ódio à fé em diferentes datas, sendo canoni zados em conjunto.

28 FESTA DOS SANTOS INOCENTES, MÁRTIRES ♦

São Donião, Co11fessor. + Roma, 395. Combatia, com sua elevada

22 Santa Juta, Virgem.

+ Alemanha, Séc. XI. Foi ter com el a, aos oito anos de idade, a futura Sibila e Prof etiza do Reno, Santa Hildegarda. Juta instruiu-a dando-lhe noções de latim , medicina e Hi stória Na tu ra l e fa mi Iiari zando-a tão bem com os textos litúrgicos e a Sagrada Escritura que, ao falecer, 1-lildegarda a substituiu como Abadessa.

23 São Sérvuk>, Confessor. + Roma, 590. São Gregório Magno relata sua vida em seus Diálogos: paralítico, vivia ele esmolas sob o pó1t ico da igreja de São Clemente em Roma. Ao morrer, ouviu-se celeste melodia, e de seu coq o desprendeu-se suave fragrância.

24 São Charbel Makhk>uf, Confessor.

espiritualidade e virtudes caritati vas, a corrupção dos costumes da época. Editou a Bíblia vertida para o latim por São Jerônimo.

29 Santo Dav~ Profeta. + Judéia, séc. X A.C. Escolhido pelo próprio Deus para suceder Saul , entrou a servi ço deste como tocador de cítara e derrotou o gigante Golias. Subindo ao trono, instalou a Arca da Aliança em Sion, que tra nsformou na capital de Israel.

30 Sa1tto Anísio, Bispo e Confessor. + Macedônia, 407 . Discípulo de Santo Ascólio e seu sucessor na Sé de Tessalônica, fo i nomeado por São Dâmaso e seus sucessores como Vigário Pontifi ca l na llíri a.

São Delfim, Bispo e Confessor.

31

+ França, Séc. IV. Paladino e intrép ido defensor da Igreja, fo i Bispo ele Bordeaux, participou do Concílio de Saragoça, onde muito contri bui para a condenação dos hereges pri scili ani stas.

São Silvestre I, Papa e Confessor.

São Gatiano, Bispo e Confessor.

25'

+ Tours (França), Séc. JV. Primeiro a ir pregar o Evangelho na região de Tours, da qual foi Bispo.

NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

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São Nemésio, Mártir.

Santo Estêvão, Protomártir.

Santa Joana de Chanta~ Viúva.

+ Alexandria, Séc. ([( _Absolvido de uma falsa ac usação de roubo du rante a perseguiçã de Décio, quando sa ía fo i denunciado como eri s-

(v ide seção Vidas de Santos, p. 28)

Valeria110, que haviarn.feito 11umerosa.1· vítimas en/re o Cle1v ,v mano, teve que reorganizar sua Igreja. Ma111eve relações epistolares com as igrejas do Orie,ue, sobre1L1do a de Alexandria" (do Martiro lógio).

Santa Melâ11ia a Jovem, Viúva, e São Pi11iano, Confessor. + Palestina, Séc. V. Melâni a casou-se muito jovem com Pi niano. Tendo-lhes morrido os filhos, fi zeram voto de continência, libertaram os escra vos e distribu íram parte de seus bens aos pobres. Nota

São Dion í:.io, Papa. + Roma, 268. "Eleilo após as perseguições de

Os Santos aos quais já fizemos referência no Calendário de 1997 têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

Dezembro d'e 1998

eATOLIe ISMO

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..,

...

Vigorosa atuação da TFP norte-americana Catolicismo - A TFP norte-americana temse revelado muito ativa nos últimos dois anos. A campanha America Needs Fatima (A América necessita de Fátima) por exemplo, difundiu-se intensamente pelos Estados Unidos. Quantos aderentes a campanha conta atualmente no país?

R. Drake - Desde que essa iniciativa começou , em 1985, mai s de 275 .000 pessoas já aderiram a ela. A campanha comporta di versos grau s de adesão, tanto moral qu anto materi al. Deste último ponto de vi sta, hoj e, em concreto, cerca de 75 .000 pessoas contribu e m finan ceiramente para ela; 60.000 outras o fazem apenas de vez em quando ; 10.000 são doadores me nsais e 3.500 são propagandi stas que distribuem todos os meses certo número de folh etos sobre a Mensagem de Fátima e a devoção ao Rosário.

Catolicismo O Presidente da TFP norte-americana expôs a sócios, cooperadores e correspondentes da TFP brasileira a eficaz atuação desenvolvida por aquela entidade, na Sede do Conselho Nacional de nossa associação, na capital paulista

Quais os objetivos da campanha America Needs Fatima?

• • •

Tendo o Sr. Raymond Drake, Presi-

: dente da TFP norte-americana, viajado

: ao Brasil para participar de atos • • • • • : • ••

comemorativos do terceiro aniversário do falecimento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira , concedeu ele entrevista a Catolicismo sobre as principais atividades que vem desenvolvendo aquela pujante entidade. E também

•• expôs a atuação da TFP norte-ameri: cana a sócios, cooperadores e corres: pondentes da TFP brasileira. • O Sr. Drake, que fala correntemente

• • nosso idioma pelo fato de ter comple• • tado seu curso secundário em Portu-

•• gal , atendeu amavelmente à reporta-

•• gem desta revista na Sede do Conse•• lho Nacional da TFP, em São Paulo, a : 3 de outubro último. 34

eATO LIeISMO

Dezembro de 1998

R. Drake - E la vi sa al ertar os católicos norte-ameri canos qu anto à treme nda c ri se moral pela qu al a nação passa e ajudá-los a considerar tal crise à luz da Mensagem de Fátima. É indi spensável compreender que só a contri ção e mudança de vida, com base na prática dos preceitos da Lei de Deus e da Santa Igrej a, poderão trazer solução para os proble mas contemporâneos; e que, não ocorrendo esse arrependimento, tudo indi ca que virão os terríveis casti gos para a humanidade previ stos pela M ãe de Deus. De outro lado, a campanha também procura despertar nas almas a esperança de que, mes mo com a aplicação de tai s cas ti gos, Nossa Senhora como Mãe nossa j amais nos abandonará. Mai s do que isso, Ela assegurou a vitória fin al de seu Imaculado Coração. Portanto, deve mos confi ar e j amais desanimar, por mais sombri as que sej am as circun stâncias superveni entes !

Catolicismo - Como a campanha visa realizar esses objetivos?

R. Drake - Através de um intenso apostolado leigo junto ao público e m geral e aos católicos e m partic ular. Usamos o sistema de mala-direta e de di stribuição de fo lhetos sobre Fátima nas ruas centrais de cidades, nas escolas, à porta das igrej as, nos ambi entes de trabalho etc. Te mos oito duplas qu e viajam constantemente pelo País. Elas levam im agens peregrin as de Nossa Se nhora de Fátima, proj etam audiov isuais, promovem a recitação do terço, incentivam as pessoas mediante o exemplo e a palavra no sentido de se tomar a sério a Mensagem de Fátim a. Essas dupl as, no a no passado, vi sitaram 60.000 norte-america nos .

Catolicismo - No que consiste a visita que se faz com a imagem peregrina?

R. Drake - Nas visitas, o públi co presente pode vari ar, desde ape nas a fa míli a do anfitri ão até 80 a 100 pessoas. O prog ra ma dura norm alm e nte du as horas e meia. Ao chegar a im age m de Nossa Senh ora, ela é insta lada no lu gar de honra preparado pelo a nfitrião. O e ncarregado da dupla ex plica e m qu e cons iste a programação do dia, a pós o que co meça a projeção de um a udiov isual de 22 minu tos sobre as apari ções e a me nsage m. A isto seg ue-se a rec itação do terço. Pede-se às pessoas, antes do terço, que escrevam as inte nções para as qu ais será rezado o terço e qu e serão levadas depo is para Fátima, a fi m de serem depos itadas no lu gar das a pari ções. Após o terço, o encarregado da dupl a faz uma peque na preleção de 10 minu tos sobre a im portância de se considerar com seriedade a Mensagem de Fátima, a cri se no mundo de hoje etc. Normalmente, as pessoas apresentam perguntas. E m vista disso a conversa se pro longa.

Catolicismo -

Que benefícios sobrenaturais recebem as pessoas visitadas?

R. Drake - São inú meros os casos de pessoas profu nda mente tocadas por essas vi sitas, e qu e efetiva mente mudam de proceder de po is delas. As cartas de agradecime nto qu e c hega m na sede ce ntra l na Pe nn sylv a ni a são u ma confirmação do acerto deste aposto lado. N uma casa de família, por exemplo, no Estado da Lo ui siana, no sul do País, um senhor, no meio dos mui tos presentes, ouviu a apresentação e m sil ê ncio, mas co m mui ta atenção.

Q ua nd o a dupla partiu , ao des pedir-se, ele ape rtou a mão de um dos col aboradores da TFP di zendo co m lág rim as no s o lhos : "Os senhores hoj e mudaram minha vida." O utra fa míli a ficou tão tocada com a visita da im age m de Nossa Se nhora de Fáti ma e co m este apostolado, qu e apesar de não ser abastada e nviou à sede ce ntral uma doação para comprarmos mais du as imagens de Nossa Se nh ora e aum entar ass im o núme ro de dupla s pe lo Pa ís .

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Catolicismo - Certamente também fazem uso de livros, e outros impressos, não? R. Drake - É claro. Queremos, so bretudo , qu e as pesso as se co mpenetre m da gravidade do momento atu al, e para isso tentamos fo rn ecer ele me ntos que evoque m tanto o ri sco que co rremos qu anto a necessidade de fazermos reparação pelos pecados que, às torrentes, ultraj am a De us todos os dias. Para isto, ofertamos belos calendários e fotos grandes de Nossa Senhora e de Nosso Se nhor c ru c ificado para que as pessoas possam coloca r num a boni ta mo ldura e pendurar numa sala em suas casas. Estas peque nas recordações de caráter piedoso ajudam a pessoa a refl etir so bre ta is te mas durante o di a, em meio aos afazeres e traba lhos.

Catolicismo -

• folhetos sobre Fátima nas ruas • centrais de cidades,

A mídia norte-americana : nas escolas, à porta

noticiou a apresentação da peça teatral Corpus Christi e soubemos do protesto da TFP reali z ado em Nova York diante do

das igrejas, nos

• • ambientes de • • trabalho, etc."

Manhattan Theater C/ub, em 26 de setembro passado. Como é que tal protesto se • relaciona com a preocupação de arrependimento, oração e emenda de vida? :

R. Drake --:Justamente é a atuação em públi co que atesta, da parte de quem participa, tanto o arrependimento quanto a emenda de vida. Uma pessoa que verdadeiramente ama a Deus Nosso Senhor e a Mari a Santíss im a fica necessari amente indi gnada ao conhecer as blasfê mi as de que Eles são objeto a cada instante, hoje em di a. Por exe mplo, a peça Corpus Christi apresenta Nosso Senhor e os CATO LICIS MO

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Dezembro de 1998

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peça blasfema será exibida no Manhattan Theater Club até o dia 29 ele novembro. Mas é bem possível que, depois disso, comece a ser ex ibida em outros teatros, na Broadway, o ponto mais prestigioso do teatro americano. Enq uanto durar a blasfêmia, continuará a campanha!

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.•• R. Drake:

''A polícia de Nova York calculou 2.500 pessoas presentes [na manifestação promovida pela TFP norte-americana (foto ao lado)] contra a exibição da peça blasfema Corpus Christi, diante do Manhattan Theater Club"

Catolicismo - Há Padres e até Bispos nos EUA que dizem que um protesto público como a TFP norte-americana está empreendendo na realidade só serve para prestigiar a peça blasfema, aumentando assim o número dos que irão assisti-la . Como o Sr. responde essa objeção?

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Apóstolos como homossexuais. Um católico que preze as promessas constantes nos ritos do batismo e da confirmação não pode ficar indiferente em face de tamanha ignomínia. Tampouco é defensável uma atitude passiva diante dessa infâmia. Pelo contrário , deve- se seguir o exemplo de Santa Verônica, sa indo à rua diante de todos, enfrentando o escárnio e os insultos dos outros, para assim consolar publicamente nosso Salvador.

R. Drake - A polícia de Nova York calculou em 2.500 pessoas. Tenho certeza de que milhares de outras teriam vindo, caso tivessem conhecimento da blasfêmia cometida. Apesar da vasta propaganda com que essa peça contou em muitos jornais, desde maio, o fato é que apenas un s 5% dos católicos da nação tomaram conhecimento da ex istência dela. Nossa experiência nos leva a admitir que, quando informados, a maioria dos católicos fica indignada. Um sintoma de tal indignação constatei pelo fato de que muitos dos que participaram do nosso protesto vieram de Estados distantes de Nova York.

darás silêncio enquanto Ele é blasfemado? Dentro do fo lheto há dois cartões postais de protesto para serem remetidos ao teatro . Basta assinar a mensagem de protesto, escrever o próprio nome e endereço, co lar um selo e colocar esse material no correio. No folheto fi g ura também uma confirmação de envio que deve ser remetida à TFP. Nessa confirmação, as pessoas muitas vezes pedem que lhes sejam enviados mais fo lhetos, a fim de serem distribuídos aos amigos, no trabalho, no transporte público etc. A campanha vai assim crescendo exponencial mente. Com isso informamos o público a respeito da blasfêmia e o incentivamos a entrar na liça, de modo pacífico e legal evidentemente , mas resoluto.

Catolicismo -

Catolicismo -

Catolicismo - Quantas pessoas participaram desse protesto?

Os Srs. estão informando a população católica do país sobre Corpus Christi?

R. Drake -Assim que foi publicada a no36

tícia nos jornais sobre a ex ibição da Corpus Christi , escrevemos ao autor e ao teatro pedindo informações sobre o conteúdo da peça. Av isamos também que daríamos início a uma campanha nacional de protesto, caso a peça fosse ofensiva a Nosso Senhor Jesus Cristo e à Fé Cató li ca. O e lemento principal da campa nh a consiste na distribuição de um folheto contendo uma bela foto do Redentor crucificado, com o título: Ele morreu por ti! Guar-

eAToLIe ISMO

Quantos folhetos já foram

distribuídos?

R. Drake - Do is milhões e quinhentos mil. E a campanha está apenas começando. A

R. Drake - De fato, ouve-se muito o sofisma ele qu e "protestar contra a blasfêmia é dar-lhe publicidade". E ntretanto, é preciso reconhecer que tal conselho, ao invés ele barrar o cam inho à blasfêmia, abre-lhe o passo. A nosso ver, a fa lta de reação seria um verdadeiro AIDS espir itual , pois equivale à afirmação ele que não se deve combater os germes de decadência moral ele uma sociedade, j á que isso seria fortalecêlos. Ora isso é um disparate! Estará, por acaso, na própria natureza de um antibiótico fortalecer a infecção? Acabemos então desde logo com todas as leis que regulam a boa conduta hum ana e, com e las, todo o fundamento de civili zação, pois ao cercear o mal, estaríamos incentivando os homens a praticá-lo. Esse fa lso conselho parece destinado a almas moles, che ias de respeito humano. Não para católicos mil itantes! Pelo contrário, a caridade para com essas almas moles cons iste em tirá-las cio sono e da indol ê ncia. Por outro lado, os inimigos da Igreja Católi ca e ela civilização cristã têm uma meta com essas ondas sucessivas ele blasfêmi as que estamos presenciando nos EUA. Desejam extinguir as últimas labaredas ele fé que bruxuleiam nas almas. Para isto distorcem , profanam e enchem ele imundícies a imagem divina e sacra! ele Nosso Senhor. Se não tomarmos cuidado, corremos o risco ele perder o horror à blasfêmia. Uma pessoa, portanto, que não intensifica seu horror à blasfêmia perde em pouco tempo o amor a Deus. Ela vai se acostumando a um Jesus distorcido, pecador e ímpio, o oposto radical ao Homem-Deus, à Perfeição Infin ita. À medida em que a im agem do verdadeiro Jesus vai se exting uind o, cria- e na alma a impossibilidade e inapetência de amá-Lo.

Catolicismo - E campanhas sobre outros temas. O que é que a TFP norte-americana tem feito ultimamente?

eATOLICISMO Dezembro de 1998

R. Drake - Temos empreendido ações contínuas de aposto lado le igo nos ambie ntes universitários med iante campanhas, reuniões semanais ele formação etc. O aposto lado familiar, por parte do setor de correspo nd entes e esc larec edores, também vai se desenvolvendo. Um grupo deles, por exemp lo , rea li zou um gi ro , um mês atrás, pelos estados do Texas e Louisiana exibindo marionetes alusivas à célebre batalha naval de Lepanto, na qual os católicos vencem os muçulmanos. Na cidade ele Lafayette, a ex ibição efetuou-se na Bib li oteca Municipal e contou com a presença de umas 200 pessoas. E m Dallas foram tantas as pessoas interessadas, que se tornou necessário dividir os assistentes em dois gru pos e exibir duas vezes. Está-se organizando novo giro para a época ele Natal. O tema desta nova exibição de marionetes será, ev iR. Drake: dentemente, de caráter natalício. Tal apostolado mostra às famílias se r "Desde que a campanha A Améripossível apresentar tipos de entretenimento ca necessita de muito interessantes e formativos para todas Fátima, promovida as crianças da fam ília, e num nível elevado. pela TFP norteMantemos também um internato de ensi no secundário para rapazes. Estes são for- • americana, começou, em 1985, mais mados de modo que, futuramente, se quisede 275.000 pessoas rem , poderão tornar-se membros da TFP. Recebem pois uma educação esmeradamente já aderiram a ela" católica, com base na devoção a Maria Santíssima propugnada por S. Luís Maria Grignion de Montfort, com ênfase na atuação apostóli ca. Assim sendo , os alunos do internato participam de muitas atividades promovidas pela TFP e outras organizações. Por onde passam, esses rapazes fazem um apostolado ele presença, tornando patente a muitos que são descrentes em relação à juventude atL~al - crendo-a preocupada apenas com o prazer, a droga, e a imoralidade - que é possível ajovens de hoje serem efetivamente diferentes daqueles de seus coetâneos que estão influenciados pelos vícios da época. ♦ Dezembro de 1998

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ô Prêmio Nobel, o comunista e Bispos portugueses

- são eivados de pessimismo, de críticas à Religião Católica e de · anseios por uma sociedade utopicamente igualitária. Segundo a jornalista Clara Ferreira Alves, Saramago preferiu "uma doutrina sistemática, não intrinsecamente bondosa mas que aspirasse a uma certa justiça, uma certa igualdade" ("O Expresso", A ode triunfal, 17-10-98).

JOSÉ CARLOS SEPÚLVEDA DA FONSECA

O fundamento ideológico do Nobel

Considerações a respeito da recente concessão do Prêmio Nobel de literatura ao escritor português José Saramago

São 12h57 do dia 8 de outubro. José Saramago encontra-se no Aeroporto de Frankfurt, prestes a retornar a sua residência nas Ilhas Canárias, depois de ter visitado a Feira do Livro, o maior evento editorial do mundo. Seu avião se atrasara. O celular toca e alguém o informa de que fora designado para receber o Prêmio Nobel da Literatura! Desiste de embarcar e volta a percorrer os longos, frios e vazios corredores do Aeroporto de Frankfurt para retornar à Feira do Livro, onde sua chegada é tumultuada pelas numerosas filmadoras, câmaras fotográficas, relampaguear de flashes, microfones e gravadores dos jornalistas. Começava o show mediático em torno do premiado. A partir do anúncio do Prêmio, os meios de comunicação criam sobretudo em Portugal, mas também no Brasil - um clima de euforia coletiva. Numa ânsia de mimetismo, muitas pessoas correm às livrarias e os estoques das obras de Saramago se esgotam.

A trajetória de Saramago Mas quem é José Saramago? No Brasil ele era praticamente um desconhecido - exceção feita, talvez, 38

CATO L IC ISMO

de certas rodas de inteligentsia esquerdista - até o momento em que a mídia anunciou que aqui viera ter um escritor português para prestigiar uma exposição de fotos dos sem-terra. Pouco depois o escritor se foi, e ninguém mais se lembrou dele, até o momento do Nobel. Nascido no sul de Portugal, de família humilde, esta se muda para Lisboa quando ele era ainda muito criança. Ali faz seus estudos, que não pas.sa.m do secundá.rio. Exerce várias profissões, entre as quais a de serralheiro mecânico e a de funcionário do Estado, aproveitando as horas vagas para ler nas Bibliotecas Públicas. Em 1969, passa a militar no Partido Comunista Português, militância à qual se mantém apegado até hoje. Dois anos depois, torna-se jornalista de conhecido diário lisboeta.

Dezembro dê 1998

José Saramago dá entrevista coletiva à imprensa na Feira do livro, em Frankfurt, logo após a notícia da concessão do Prêmio Nobel

A maior projeção de Saramago em Portugal ocorreu após a revolução de 25 de abril de 1974, quando a esquerda radical navegava de vento em popa. Chegou a ser diretor-adjunto do "Diário de Notícias". Com a mudança de rumos da política portuguesa, em novembro de 1975, Saramago passa a dedicar-se à atividade literária, tendo então, segundo alguns, revolucionado os processos narrativos da literatura portuguesa. Seus livros - e marcadamente aqueles que lhe deram mais destaque, como "Memorial do Convento" ( 1982) e o polêmico "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1991)

Apreciador da contradição, cujo grande ídolo é Franz Kafka, Saramago recebe o Prêmio Nobe l da Academia Real da Suécia, graças a suas "parábolas sustentadas pela imaginação, compaixão e ironia, tornando-nos capazes de apreender uma realidade fugidia" ("Veja", S. Paulo, Carlos Graieb, O Nobel em português, 14-10-98). Mas, na realidade, o que está por trás deste premiado não é apenas o reconhecimento de um eventual talento literário, mas sobretudo um selo ideológico. Se bem que o lema da Academia Sueca seja Talento e Bom Gosto, nem sempre é este o único critério seguido. "Historicamente segundo afirma Carlos Graieb, no artigo ele "Veja" - as simpatias da Academia Sueca tendem para a esquerda". O meios de comunicação em geral fri aram esse aspecto, como por exemplo o jornal espanhol "El País" (9- L0-98): Saramago é "comprometido com a utopia do comunismo". E o próprio Saramago fez questão de sublinhar, em vários de seus pronunciamentos à imprensa, que não abdicou de nenhum de seus princípios político ou ideológicos para receber o Prêmio. O reconhecimento, por parte da Academia Sueca, do caráter ideológko da obra de Saramago, foi muito bem apreendido pela hoste e querdistas.

E Fidel Castro, estrela mediática da VII cúpula Íbero-Americana realizada recentemente na cidade do Porto, fez questão de visitar Saramago para dar-lhe os parabéns pelo prêmio. Foi esse caráter ideológico do Nobel que o jornal oficioso da Santa Sé, "L' Osservatore Romano", soube ressaltar: "Este é um prêmio ideologicamente orientado. Saramago continua sendo um comunista. 'O Evangelho segundo Jesus Cristo' é uma demonstração da visão anti-religiosa do escritor".

secretário da Conferência Episcopa l Portuguesa, D. Januário Torga] Ferreira, o qual afirmou: "A Igreja não pode comportar-se como a União Soviética, onde os escritores que não cdinavam pela voz oficial 'transformavam-se' em dissidentes, como Alexandre So~jnenitsine, quando escreveu o Pavilhão dos Cancerosos" .. .. "Ninguém deve ser julgado pelos seus princípios ideológicos" .... e a "autonomia da arte deve ser respeitada, não podendo ser constrangida por critérios políticos, econômicos e religiosos" ("Expresso", Igreja portuguesa disReação dos tancia-se de Roma, 10-10-98). Bispos portugueses Manifestaram-se igualmente Como afirma notícia do diário contrários ao jornal do Vaticano o carioca "O Globo" (9-10-98), José Bispo de Angra de Heroísmo, D. Saramago "terá encontrado na re- Antonio Sousa Braga e o antigo Bisligião profana do comunismo o que po de Setúbal, D. Manuel Martins. lhe compensasse o ateísmo de orAs afirmações de D. Januário, dem espiritual". além de carecerem de fundamento, Por isso a obra O Evangelho se- não parecem próprias a um autêntigundo Jesus Cristo, a que se refere co Pastor da Santa Igreja Católica. o jornal oficioso da Santa Sé, e que Comparar uma crítica de cunho ideoteve papel tão primordial na con- lógico, enunciada nas páginas do cessão do Nobel, já havia causado, jornal Vaticano, às perseguições do quando de sua publicação em 1991, Estado policialesco e sanguinário reação em setores conservadores e soviético, é totalmente arbitrário e católicos em Portugal. Tal reação gratu ito. Acrescentar ainda que levou o então subsecretário de Es"ninguém deve ser julgado pelos tado da Cultura, Antonio de Sousa seus princípios ideológicos", sobreLara, a vetar a candidatura desse li- tudo quando esses princípios atenvro de Saramago ao prêmio euro- tam contra os fundamentos da própeu da literatura, em 1992, "por ter pria Religião Católica, é contrariar um conteúdo man~festamente a própria missão da Igreja de ser atentatório contra aquilo que é o Mestra da Verdade, Aquela a quem credo dos cristãos portugueses" cabe a tutela da Moral. ("Expresso", Não vivo em função Negar a possibilidade de qualda fama, 10-10-98). O veto ao O quer limitação à arte, quer do ponEvangelho segundo Jesus Cristo to de vista político, econômico ou levou o autor a exilar-se voluntari- · religioso, é, contra todas as evidênamente na Ilha de. Lanzarote, nas cias, negar que a arte possui, ela Canárias. mesma, um caráter ideológico e fiPor conseguinte, é desconcer- losófico, embora nem sempre extante a reação de alguns Bispos por- plícito. E que, ademais, a arte detugueses, contrárias à apreciação sempenha um papel primordial na que "L'Osservatore Romano" faz formação das tendências e das sobre o Nobel. idéias dos indivíduos, das famílias Tal apreciação não agradou ao e dos povos. ♦ CATO L IC IS MO

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TFP no Santuário do Bom Jesus de Tremembé

TFP na manifestação em prol da libertação de Cuba MIAMI - A participação da TFP na gigantesca marcha de exilados cubanos, em prol da liberdade de Cuba, foi "uma das contribuições mais belas e significativas" para o êxito desta iniciativa, afirmou o conhecido jornalista cubano Ariel Remos, do "Diario las Américas". Segundo a agência espanhola EFE, 100.000 pessoas partici param da manifestação, que lotou importantes avenidas do centro da cidade. A delegação da TFP, com seus estandartes rubro-áureos, foi presidida por uma réplica da Imagem Peregrina Internacional de Nossa Senhora de Fátima, que sobressaia sobre a multidão. "Deus queira que logo Ela possa nos acompanhar de volta a Cuba ", afirmou , pelas páginas do "Diario las Américas", um exilado cubano, esperançoso na queda do tirano caribenho. A Marcha contou com a presença da fanfarra da TFP norte-americana, integrada por 25 membros, que executou o hino nacional cubano e músicas religiosas. Deu uma "nota de emoção ao desfile", acrescentou o jornalista Remos.

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CATOLICISMO

Deze mbro de 1998

S ócros E COOPERADORES da TFP visitaram o Santuário do Bom Jesus, no dia 25 de outu bro p.p. na cidade de Tremembé (SP). Diante da milagrosa imagem, sócios e cooperadores da entidade dirigiram preces ao 80111 Jesus, rogando-Lhe especial proteção para os magnos interesses ela Civili zação Cristã no Brasil. Na foto e111baixo, à direita: altar-111or do Santuário, vendo-se a referida image111 no ni- ~ cho central. Na foto embaixo, à esquerda, no primeiro banco, da direita para a esquerda, Príncipes Do m Lui z de Orléans e Braga nça e Do111 Bertrand de Orléans e Bragança; atrás, da direita para esquerd a os Direto res da TFP: Dr. Luiz Nazareno de Assu111pção Filho; Dr. Plinio Vidi gal Xav ier da Sil veira, Dr. Paulo Corrêa de Brito Filho, Dr. Eduardo de Barros Brotero e Dr. Celso da Costa Carvalho Yidi gal. Ac ima visão parcial de sóc ios e cooperadores da associação presentes ao ato no referido Santuário. No alto: E111 detalhe, foto da piedosa imagem do Bom Jesus, fa mosa pelos milagres que vem operando e graças conced idas a fiéis há anos.

Jovens da TFP portavam uma grande faixa com o seguinte texto:

"Castro: Nenhum elogio de estadista, nem 'bênção' de prelado, poderá lavar tuas mãos ensangüentadas ". * * * A TFP distribuiu também dezenas de milhares de exemplares de um manifesto intitulado "Solidariedade da TFP com os desterrados cubanos ", o qual afirma: "A honra do povo norteamericano exige intensificar a denúncia anticastrista". Constata que "enigmaticamente, algumas altas personagens da vida política, social e religiosa dos Estados Unidos parecem esquecer o gigantesco 'custo social' do comunismo cubano". E lembra mensagem de 120 parlamentares e intelectuais italianos a S.S. João Paulo li , onde se afirma que o comunismo transformou Cuba numa ilha-cárcere , "baluarte da miséria e da violência ". ♦

CATO LIC ISMO

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Catolicismo em Simpósio - - - - - - - ~ - - - - - - - - - - - - - , À esquerda: fachada de um dos edifícios da Sede da TFP na Serra do Japy

Tendo em vista planejar novas seções e inserir aperfeiçoamentos em Catolicismo no próximo ano, realizou-se na Sede da TFP, localizada na Serra do Japy, município de Jundiaí, simpósio de trabalho que contou com a participação de colaboradores da revista, nos dias 8 e 9 de novembro p.p ..

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CAT

oLICISMO

Residência Estudantil Nossa Senhora de Fátima Pm·a auxilim- jovens do interior que necessitam estudm- fora de suas cidades, a TFP, sob os auspícios da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, inaugura suas duas primeiras residências pm-a estudantes em São Paulo e Brasília.

N

Na foto acima, uma das reuniões do simpósio: na cabece(r~ da_ "!esa, da_esque~da '!ara ~ direita: Dr. Paulo Corrêa de Brito Filho, Diretor de Catolicismo e Dr. Plm,o V,d,gal Xav,er da S,lve,ra, D,retor da TFP.

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/\S MEG AS CIDADES, o vício, o roubo e o

rim ' stão por toda parte. Imagine o que repres ' nta para um pai e u'a mãe ter que se separar do li lho, ·nvi á-lo para estudar em uma cidade como ão Paul o, Ri o ou B rasília, e não saber o que pode ac 111 • · •r ·0111 e le, ou mesmo por onde anda, ou com qu ·rn anda. P ·nsu11do ni sso, os coordenadores da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! e adir •ção da T I,P resolveram lançar um proj eto csp · li ·o para dar assistência aos jovens que necess i111111 mo rar temporariamente numa grande ciclad • •111 ru ~iio de seus estudos . Fora111 inauguradas em São Paulo e Brasília as prim •irns Residências Estudantis Nossa Senhora de Fáth1111. Um projeto que se estenderá ainda para ou1rns ·upilu is • grandes centros universitários. Desse modo d s · um im1 01tante passo para fazer bem a tanlos • 111nlos jovens que arriscam seu futuro e até suas vidns por falta de um apoio dessa natureza. /\ R •s id n ·ia •studa ntil Nossa Senhora de Fátima ti · Sno Pnu lo localiza-se em aprazível bairro, co m r, ·il 11 • ·sso a ô ni bus e metrô. A de Brasília, cs1á si1u ad11 11a /\sa ui , perto das principais univ 'rs id11d ·s. As ·11s11s of •r ·e ·m instalações propícias ao estudo, ai ~lll d • u111 ·lim11 de sadia disciplina, permitindo um m ·lhor d •s ·inp ·nho por parte dos residentes. Os inl •r •ssndos, podcrã solicitar mais informações nos 1 ·I ·l'on ·s : (011 ) 3824-9411, em São Paulo; e rn Brns lia , (061 ) 54-0264. ♦

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a:

e altivez Plinio Corrêa de Oliveira

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 23 de novembro de 1988. Sem revisão do autor.

urante muito tempo o Palácio senhori al de Florença foi a sede de governo de um pequeno Es tado - o Grão-Ducado de Toscana, na ltá1ia - , que ocupou na cultura e no pensamento humano um lugar proeminente. Foi uma grande potênci a d.o pensamento. O palácio é típico do estilo fl orentino. Sua cor é bonita, o amarelado da pedra uti I izada na constru ção apresenta aspecto agradável, nada mai s do qu e isso. Uma torre quadrada com relóg io, j anelas, algumas em fo rma ogival, outras puras perfurações na parede, des ti tuídas de beleza especial. Estamos habituados, na óti ca modern a, à idéia de que a torre deve es tar bem no meio do edifíc io. A li não. A torre fica um pouco mais para o lado di reito da fac hada. E o relóg io es tá co locado na base da torre, quando norm almente locali zarse- ia em sua p arte superi or, para ser visto pelo maior número de pessoas. · Constata -se a simplicidade do es til o do edifíc io, procurando-se nele uma porta de entrada monumental, que deveria ser proporcional à fachada principal. Ela não ex iste. À frente de um a das j anelas há um balcão . Dir-se- ia que um palácio tão grandioso comportari a um balcão mais boni to, mais elegante. Igualmente es te não se encontra no ed i fício. O estil o fl orentino é seco, quase lambi do: Reflete a psicologia dos habitantes da cidade. Esse ed ifíc io é belo? É lindo ! Para meu gosto pessoal é ex trao rdin ári o ! Séri o e alti vo. O modo pelo qual a torre ergue-se altaneira no corpo do palácio é extraordinári o. M as não se pode negar qu e o ed if ício deveri a ser um pouco mai s coerente em algun s de seus el ementos. Por exe mplo, não vej o a razão de ser das j anelinh as e duas pequ enas portas no andar térreo da fac hada... a que tu do i sso co rresponde?

Uma palavra convém dizer sobre a fil eira de arcos que circundam a parte superi or de todo o edifício, cobertos por um teto, com uma nota de suav idade, quase se diri a doçura séri a, hierática e agraci ável, que completa um pouco o que o palác io tem de seco. N a rea li dade, tai s arcos são grandes m.achicoulis* orn amentais, utili zados como elementos de adorno na arquitetu ra da época. E merece ser ressaltado o bom gosto em colocar no interi or de cada um dos arcos fo rm ado pel a co nju gação de dois machicoulis - um vistoso brasão. Tais ornamentos constituem um fator ele decoro ela Praça do Palácio da Senhori a.

* * *

Imaginemos uma pessoa que sa i d seu escritóri o à noite. Ela deixou um pcqu no carro qualquer estacionado jun to ao Palácio. Chove, ela sai com uma capa de chu va , fum ando um cigarrinho - ele j á fum ou 20 durante o dia - , cansada. Chega j unto ao carro. E la vê di ari amente aqueles macl,icoulis. Tal pessoa terá altu.ra de alma para reter o passo e entreter-se na consiclcrac;iio do palácio? Podemos imaginar dois modos de ser distin tos. Um é o cio homem que está ato lado no mundo modern o, gosta deste mu ndo passa perto do palácio considerando-o uma ·oisa inoportun a. Se ele olhar para o cdif ·io, tra nsferirá seu espírito das considcraç1 sobre o seu ganha-pão para considcruç1 com as quais ele nada tem o que faz 'r. palácio - para usar uma expressão it ali a1111 que freq üentemente n~e tem v indo ao ouvido - é uma coisa "con la quede o senzo ln quale, il mondo va tale quale " (com a qu al, ou sem a qual, o mundo segue tal e qual) . E esse homem, assim , torna-se ainda mais in sensível ao palácio. Se ele, pelo contrário, é dotado de 111 ·11 talidade superior, distancia-se um pouco, ap · sar ela chuva, e di z: " Vou descansar, ollw 11rlo

para esta beleza. Vou tomar um bm ,lw r/1• espírito pensando nela, con.templando-n n / guns instantes ... " Entra no aulomov ·lzi11ho, dá um giro, recua um pouco e, enquant o 11 ·11 ba de fumar o seu cigarro, fica ohs ·rv111Hlo pela enésima vez em sua v icia o l'o ltk/11 !111 Senhoria . E ad mira, por exempl o, 11s <111 11 ,~ séries de pequenos rnachico11/i,1· ' d · 11 11wi11s ex istentes na parle sup ri or da IOITl' .. , /\ qu ilo entranha-se na alma d l •. S ·u •sp l'il o 1011111 se mais ri co, como um d ·p >s it o dL· 1111 1· dl• algum modo insontláv ·I. Os homens d ss' último • 11 ·1·0 st o i n comparavcl m nt • 11111 is raros do qm· os do primeiro. is aí uma ·x pli 'H ·1lo viv11 d I l n sensibiliclad , qu ' u11 111 ti as t ·nt11i; l'H do homem moei rn o ...

* Mochico u/is : bu le o d I pcdru l' Oll Nl 111h10 110 d 111n du;,c murn lh ns • dns to n •s, 11 11 ld11ck1 M dl11 1 ·11111 l1111d1111p11 1 scn1 11v11 nb ·r1urnNp lus q11 11l s o dl'il' IINI H l11 ,11; 11 v11 N11h11 1 11 11 111c11 111 c 1ud11 a No1·1 • d • prnJ t IN.


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