Catolicismo 2002, Números 613 a 624

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1iJ?~!

A paz é fruto da justiça

A realidade concisamente

1O•

Tradição garantida quanto ao queijo Minas • Harry Potter não consegue encantar parlamentar alemão • Crueldade sem nome guerrilha sem piedade

Uma coexistência pacífica entre bons e maus não constitui paz autêntica esta época de conflitos internac ionais, muito se fala de guerra, mas também de paz. Paz não é apenas a abolição de todas as guerras. Ainda que não ocorressem mais conflitos no mundo, não haveri a verd adeira paz se esta fosse baseada num acordo espúri o com os maus, numa capitulação vergonhosa dos bons em relação aos maus. Segundo Santo A gostinho, "a paz é a tranqüilidade da ordem". Como somente pode haver autêntica ordem quando os direitos de Deus são observados - portanto, cumprindo-se os 10 M andamentos - não se pode cbzer que reina.ria a verd adeira paz numa sociedade em que, por hipótese, todos viv ssem em hatmoni a, respeitando os direitos do próx imo, mas não se respeitassem os direitos de Deus. Dizemos "por hipótese", pois não havendo respeito aos M andamentos divinos, a paz com base em " direitos humanos" torna-se uma quimera.

N

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M as o que um católico tem a ver com a restauração da paz no mundo e o atual conflito internacional ? Tal problema não deveria circun screver-se apenas aos círculos governamentais e militares? De modo nen hum. Vej amos a respeito o pensamento de Plínio Corrêa de Oliveira, expresso no arti go intitul ado Opus justitiae pax, escrito durante a Segunda Guerra Mundi al , para "O L egionário" de 5-1-41 , do qual extraímos o seguinte trecho:

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"Em meu último arti go procurei mostrar que àberram l amentavelmen-

te do senso católi co os fiéis que supõem atender a um dever de carid ade, desejando que a paz se restabel eça o quanto antes no mundo, mas que entendem por paz uma cessação de qualqu er hostilidad e; que evite a qualquer preço a carni ficina e a efu são de sangue.... " Se a paz com justiça é um bem inestimável , a tranqüilidade decorrente da injustiça consumada, e que implique na cessação de qualquer resistência conlTa os fatores de desagregação da Civ ilização Católica, não pode deixar de constituir uma monstruosa catástrofe para o mundo contemporâneo, certamente comparável ao que fo i, para a Anti güidade romana, a queda do Império do Ocidente .. ..

Violação dos direitos de Deus "A viol ação dos direitos do próx imo nunca poderia ser compreendid a

em toda a sua grav idade, se não Liv sse mos em mente qu ela constitui ao mes mo I mpo uma violação dos sob rano, e acloráv is dir itos de D us. Lodos os seres, nenhum há ' 111 r ' lação ao qual o hom ' m I nha direitos tão sagrados ·omo os d · 1 ferença cnlr os dir •i1os d ' u: e os do homem s pod · nl ' dir p la li ferença qu va i do ri ador , mísera criatura. E co mo a Sa nln 1 •r 'ja atóli ca Apostóli ca Romana o R •inodc Deus na Terra , o orpo M fsl i ·o de Nosso Senhor Jesus 'rislo, · a d 1 <sitaria ela Verd ade, a /\r ·u dos , a ·ramentos, in cslimáv ·1 ohra-pri111 a d' Deus, não se pod ·m r •rir os dir •i1 os de Deus sem impli ·i1 ,1111 ·111· r •riros da Igreja; e, por outro lado, Il i O S' pod '111 fe rir os da 1,r ,ias ' lll r •rir os d' Deu s. " S ·us dir ·i l os s' co nrunclem , e L' nl ur s ·purú los já vio lá- los. " /\ ssi 111 , s' a paz só deve ser desejndu p ·los li {is ·0111 a condição de que •111 r ·sp ·il' os direitos dos homens, a fortiori d •vc la parecer sumamente r •pu 1 11111\l ' a qualquer coração verdad ·irn111 ·nlc ca tóli co, se tiver por base o r •púdi o dos direitos de Deus... . " Nt o se pretenda, poi s, que não pod • hn vcr interesse da Igrej a em j ogo ·111 um conl'lito intern acional qualquer. P ·lo contrário, tais interesses podem •x isl ir e apresentar caráter de rara relevâ ncia".

Nesta edição

SOS Família

12 Uma

esdrúxula reivindicação

Nossa capa: Rosto do terrorista Osama bin Laden

Brasil Real

14 A

sadia influência exercida pelo Brasil nos imigrantes

Excertos

Esclarecimento

2

16 Alerta

Coexistência pacífica 1 não significa verdadeira paz

aos aderentes da Aliança de Fátima

Carta do Diretor

Nacional

4

20 A

influência do 11 de setembro no panorama nacional

Página Mariana

5

Nossa Senhora do Divino Amor, Padroeira da Cidade Eterna

O Credo - Primeiro artigo

A palavra do sacerdote

8

No Evangelho, não há referência ao dia do nascimento de Jesus? • Deus condena uma pessoa que, num ato de desespero, se mata?

-

Medalha Milagrosa

44 A

espetacular conversão de um banqueiro do século XIX

Capa

22 A

dimensão e as conexões do movimento terrorista internacional

Leitura espiritual

7

Apoteose de Santo Tomás de Aquino (detalhe), Francisco de Zurbarán, 1631 Museu Provincial, Sevilha (Espanha)

Escrevem os leitores

48 •

Lituânia recebe visita de representantes de TFPs de vários países • Washington: TFP realiza congresso sobre a ameaça do Islã • Brasília: XXVII Encontro Regional de Propagandistas de Fátima

Vidas de Santos Tomás de Aquino,

o Doutor Angélico

Ecos de Fátima

37 •

A beleza da pureza • Atividade ao longo de 2001

Entrevista

41

46 TFPs em ação

31

32 Santo

Santos e Festas do mês

Pais de menina cubana conseguem retirá-la da ilhacárcere de Fidel

O professor Racas abre os discursos comemorativos da liberti'lção da Lituânia do jugo comunista, na cidade de Kelme

Ambientes, Costumes, Civilizações

52 O

processo de desdouramento e pardificação do Ocidente

Feira livre numa cidade da Idade M édia, époc,1 na qual predominou a "tranqüilidad na ordem", que é a definição que Santo Agostinho apresenta de paz

C ATO LICISMO

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PÁGINA MARIANA

Com a palavra ... o Diretor Prezado Leitor, Na ed ição de novembro passado, publicamos com exclusividade importante matéria sobre a vinculação direta do fund arnentali srno islârni co corn o rn arxisrn o. M ediante urna análise precisa e concisa, fo i possível elucidar eni grnas que pairarn sobre aquele rn ovirnento, responsável pelos atentados terrori stas de 11 de seternb ro. Fo i bern ex pressiva a repercussão dessa rnatéria, e aproveito o ensej o para extern ar aqui rneus agradecirnentos pelas pa lavras de incenti vo que nos chegararn de vári as regiões do País. Nesta edição, Catolicismo oferece a seus leitores rnatéri a de capa que cornpl etará bas tante a referida análi se. A través dela fi ca claro o equívoco daqueles que vêem o tcrrori srn o islârni co corn o urn fato iso lado. Ele faz parte de urna gra nde arti cul ação intern ac ional, visando à des trui ção de qualquer ves tígio da Civili zação Cri stã e à irnpl antaçíio de uma ideologia que vai alérn do cornuni srno. Aind a que o govern o do Pres idente George W. Bush consiga cx tcrrnin ar a arti cul ação centra l do terrori smo islârni co, o rnundo j arn ais sen1 o mcsrn o, e a p ·rccpção de insegura nça e peri go iminente, gerad a pela destrui ção das torres do Worl d Tradc cntcr, pcrrna nccerá para sernpre na rnern óri a coletiva da civili zação ocidental. Quais são as rn etas e os métodos d 'SS • tcrrori srn o intern ac ional? Quais seus tentácul os, seus cúmplices, " inocentes úteis" e "co111pa11!,ei ms de viage111 " ? Que li gações há entre o f undarnentali srno islâmi co e mov iment os guerrilheiros e subversivos sul -ameri canos, como as FARC e o ELN na Colôrnbi a, o Sendero L11111i110,1·0 no Peru e os za pati sta s no M éx ico? Corn o se li ga a isso o M ST, no Bras il ? Corn o nós ca tólicos dcvcrnos considerar o presente rnomento histórico? Essas e outras questões síio abordadas, com penetração e pro fundid ade, no arti go de capa. A ssirn , Catolicismo mais urna vez apresenta a seus leitores urna análise séri a, docurnentada e serena, sem fu gir das co n lusõcs objeti vas que se impõem, sej arn elas agradáveis ou não. Este esclarecimento se faz ta nt o rn ais necessári o quanto certas tubas da mídi a pres ti giarn tais mov irncntos guerrilh eiros. Basta lembra r que nos anos 60, 70 e 80 esses mov imentos prosperara m na Arnéri ca Latin a, apoiados - cm rn atéri as políticas, econômicas, judiciári as e publicitári as - por redes para lelas in ternac ionais. Organi zações de fachada, de aparência inócua, às vezes de índ ole reli giosa , humanit ári a ou educati va, recolhi am ajudas para fin s aparentemente inquesti onáveis, que eram desv iadas para apoiar o terro ri srn o. Ad emais, convé rn ressa ltar que não é verd adeira a idéia, generali zada, de qu o t ·rrori srn o di spõe de possibili dades indefinidas de ex pansão, de ameaça e de vi olência. Pois, todas as vezes que se o comba teu efeti vamente, ele fo i rap idamente desbaratado. A maior força do l ' rror isrno reside na inércia de suas própri as vítim as. E tudo seri a di ferente se os govern os, cspccialm 'ntc os ocidentais, sa íssem dessa inércia e passassern a combater de fato a rede mundi al do l ·rro ri smo, com posta atu almente por mais ele 370 movimentos espalhados pelo mundo. Quais as razõ 'S de tal inércia? Para além dessa indagação, o leitor encontrará um vi goroso brado d' ai ·rta neste pri rne iro número ele 2002, que comemora, entre outras conqui stas - como o aun1 ·nl o 1' quatro páginas da revi sta - a superação de 40.000 exemplares ele ti rage m nesta cdiçt o. Contando sempre com o apoio e princi palmente com as oraçú •s d· nossos ami gos, leitores e simpati zantes, despeço-me, desej ando a todos um An o Novo r •pi ' IO d ' h~nçíios divinas. Em .1 ·sus · Muria,

?~

P11ul o Con· u de Brito Filho 1)11<1• l'O R

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V A LDI S

G RINSTEINS

Nossa Senhora do Divino Amor, celeste protetora da capital da Cristandade

M

tito poucos, ao passear pelas uas de Roma, estão c ientes ele ue todas aquelas maravilh osas igrej as, suntuosas ed ificações, fon tes, ru as e praças co rreram o ri sco de serem varridas ci o mapa, devido a bo mbardeios e combates durante a Segunda Guerra Mundi al. Afirm a-se que se deve a uma pro messa f eita pelo Papa Pi o Xll a Nossa Senhora cio Divino Amor o fato de a Cidade Etern a ter sido preservada desse desastre. Com efeito, o referid o Pontífice, nasc ido numa família ela nobreza romana, prometeu que, se a c idade fosse poupada elas destruições e ho rrores ela guerra, promoveria sua renovação moral , fari a uma obra de benefi cência e construiri a um santuári o para a imagem de Nossa Senhora do Divino Amor. A s tro pas ameri can as encontravamse às portas ele Ro ma. Seguindo ordens loucas ele Hitl er, o exército alemão deveri a res istir sem ceder um metro de terreno, o que significari a um combate casa por casa e a destrui ção da c idade, bem como um morticíni o inimagin ável. A image m havi a sido trasladada à igreja ele Santo Inác io de Loyo la, no centro da c idade. Milhares ele rom anos foram rezar e comungar nesse templo, i mpl orand o proteção à M ãe de D eus. O Papa Pio XII ordenou a leitura da promessa fe ita, e, para surpresa geral , menos de duas horas após o Santo Padre ter feito a promessa, as tropas alemãs retiravam-se sem combate. Tal fato, con siderado inusitado, fo i notici ado pelo " L ' O sservatore Ro mano" de 12-1 3/junho/l 944, nos seg uintes termos : "Claríssimo o prodígio, e tanto

mais surpreendente quanto as circunstâncias hwnanas pareciam opostas; parecia impossível ". Nossa Senhora ci o Divino Am or, é presumível, usou de mi seri córdia e pou-

pou a C idade Etern a, verdad eira j ó iasímbol o da c ivili zação cató li ca.

A "Madonna" dos Peregrinos Vo ltemos atrás no tempo. Corri a o ano de 1740 . Um dos numerosos peregrinos que se diri g iram ao túmul o el e São Pedro encontrava-se perdid o no meio cio cam po, a uns 12 quil ômetros de seu objeti vo, quando avi stou um castelo e poucas casas. Diri g iu-se a essas edificações, na esperança de obter informações seguras. Mas, ao aproximar-se delas, foi atacado

por uma matilha de cães. Em tão iminente peri go, viu no alto da torre cio castelo uma imagem de N ossa Senhora com o M enino Jes us em seus braços, e gri tou : "Minha Senhora, salvai-me!" No mesmo instante os cachorros, como que obedecendo a uma ordem, estacaram e ficaram mansos. Tal imagem era conhecida como cio Divino Amor. A notícia do fato correu tod a a região, e as pessoas começaram a vi sitar o local ci o prodíg io . Nasceram ass im as peregrin ações, que se mantêm até hoje. M as, à di fe rença de outras pe-

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A primeira graça concedida pela Virgem do Amor Divino - Mosaico da Cripta do Santuário

regrinações que são realizadas uma vez ao ano, esta ocorre todos os sábados, desde Pentecostes até o o utono. Os peregrinos saem à meia-noite ela Praça Porta Capena (perto do C irco Máximo, local onde morreu a maioria dos primeiros mártires). Nos sábados dessa época do ano reúnem-se muitos peregrinos, chegando por vezes a 3 mil , para realizares a caminhada penitencial, percorrendo 14,5 quilômetros em cerca de cinco hora . Uma porcentagem bem sign ificativa deles é composta por jovens, embora pessoas bem idosas também façam ta l percurso.

Uma peregrinação à moda tradicional Engana-se quem pen e que , para atrair jovens hoje em dia a uma peregri nação, deve-se tocar música rock ou promover brincadeiras. Não. A ca minhada realiza-se nos moldes tradicionais. É dirigida por um sacerdote que entoa cânticos re li giosos tradicionais, reza o Rosário e ladainhas diversas. Logo no início, o sacerdote adverte: "Quem quiser conversar, que vá para o .fim da peregrinação. Há pessoas aqui com cânce,; outros têm parentes doentes, pelos quais oferecem esta penitência. Não é, portanto, um passeio! Se alguém não tiver nenhuma intenção a oferecer a Nossa Senhora, que se lembre 6

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das abominações que aparecem nas TVs, e que nem animais praticam!" A peregrinação dirige-se então rumo à Via Apia Antica, onde o sacerdote avisa: "Caminhamos pelas mesmas vias nas quais antigamente podem ter caminhado os Apóstolos São Pedro e São Paulo". De fato, lemos nos Atos dos Apóstolos (At 28, l 4- l5) que os católicos ele Roma, ouv indo fa lar da chegada de São Paulo, saíram até o Foro de Apio para recebê-lo. Come ntários piedosos são feitos também quando os peregrinos passam pela catacumba de São Cali xto ou pela capelinha cio Quo Vadis. Registra a tradição que, ao se desencadear a perseguição em Roma, o Apóstolo São Pedro fugiu da c idade, mas deparou-se com Nosso Senhor que caminhava na direção de Roma. Perguntou então o Ap stolo: "Domine, quo vadis ?" ( e nhor, aonde vais?). "Vou a Rorna / ara ser crucificado outra vez " , respo n leu Nosso Senhor. Entendeu ão P clro que deveria regressar à c idade. E cl fato, foi e le mesmo cruc ifi cado d cab ça para baixo, na co lina Vatica na, onde se erg ue hoje a imponente Basílica de São Pedro.

Continua nossa peregrinação Ao passar diante de um hospital, o sacerdote le mbra: "Rezemos por aqueles que aqui esteio sofrendo". Mais ad iante, diz: "Não joguem as velas no chão. Que os outros vejam que os católicos somos limpos e ordenados". E ass im , em meio a orações e exortações, vai avançando a peregrinação. Impressiona ver pessoas que fazem todo o

caminho desca lças. Para a lguns, isto parece não pesar, mas para outros vê-se que é um sacrifício não pequeno. Chega-se ao santuário por volta das cinco horas da madrugada, sendo que este abre suas portas às seis. Muitos peregrinos aproximam-se dos vitrais, através dos quais pode-se ver a Padroeira ele Roma; aí ficam contemplando e rezando. Quanta diferença entre esta e certas "pereg rinações" ou "romarias ", que infe li zmente se ti-an formaram e m passeatas políticas reivindicatórias. As peregrinaçõe passaram por altos e baixos. Após um sécu lo e las com çara m a d · ca ir, devido a terem tomado conta cio lugar vendedores de todo tipo, qu o transformaram num ambient de festa. Até l930, aproximadamente, o santuário se tornara verdadeira ruína, uma zona invadida por ladrões eratos. Mas a Providência Divina velava por tal lugar sagrado, e suscitou um pároco zeloso que o reergueu. Hoje e le é visitado por quase dois milhões de peregrinos anualme nte. Esperamos que, com as bênçãos e os aux ílios de Nossa Senhora do Divino Amor, se mantenha o autêntico espírito católi co em tais peregrinações. E que esse espírito vivifique também as peregrinações em nosso Paí , mui ta elas quais, lamentavelmente, não são real i♦ zadas à moda tradicional.

Bibliografia: Fabr iz io Conlcssa , Mr,t/0111 ,a de i Divino Amare, Ed. Pau li nu s, Mi lt o, 1998. Encerramento ,to III s de maio junto à Torre do Prim iro Mil,1gre e o muro do C,1stelo ele Leva

Primeiro artigo do Credo (li)

spiritual

•••

"A par do firmamento Deus cri ou do nada seres de natureza espiritual, os inúmeros Anjos, cu jo ministério era serv ir-Lhe e assistir diante de seu trono. Conferiu-lhes depois o admirável dom de sua graça e poder. "Santo Agostinho diz a respeito: 'Cri ou os Anjos dotados de boa vontade, quer dizer, com o casto amor que os uni a a Deus. Em forma ndo a natureza, infundiu-lhes

Criador do céu ... ao mesmo tempo a graça. Daí devemos concluir que os Anjos bons nunca se viram destituídos de boa vontade, isto é, de amor a Deus' .... "Quanto ao grau de ciênc ia, há um testemunho das Sagradas Escrituras: 'Vós, Senhor meu Rei, sois sábio,

como a sabedoria que tem um Anjo de Deus, para entenderdes tudo o que se passa sobre a terra' (2 Reis 14,20)" 1•

DosAnjos2 mos méritos para o Paraíso. As tentações As criaturas mais nobres criadas por se vencem com a vigilância, com a preDeus são os Anjos. ce e com a mortificação cri stã. Eles não têm forma nem figura alOs Anjos que permaneceram fiéis a guma sensível, porque são puros espíriDeus denominam-se Anjos bons, Espítos, criados por Deus para subsistirem ritos celestes, ou simplesmente Anjos. sem precisar estar unidos a corpo algum. Eles foram confirmados em graça, goRepresentam-se os Anjos sob formas sensíveis: 1') para ajudar nossa imaginação; 2") porque assim apareceram várias vezes aos homens, como lemos na Sagrada Escritura. Nem todos os Anjos foram fiéis a Deus, mas muitos deles, por soberba, pretenderam ser iguais a Ele e dele independentes; por esse pecado, foram excluídos para sempre do paraíso e co ndenados ao inferno. Estes se chamam demônios, e seu chefe chama-se Lúcifer, ou Satanás. "Deles escreve o Príncipe dos Apóstolos: 'Deus não poupou os Anjos que pecaram, mas acorrentados os precipitou nos abismos do inferno, para serem cruciados [atormentados], e tidos em reserva até 3 o dia do juízo' (2 Pedro, 2,4)"' • Os demônios podem faze r-nos muito mal à a lma e ao corpo se Deus lhes der permissão, sobretudo tentando-nos a pecar. Isto eles o fazem pela inveja que nos têm, a qual os faz desejar a nossa eterna danação, e por ód io a Deus, cuja imagem resplandece em nós . E Deus permite as tentações para que Anjo músico (detalhe do Tabernáculo dos Linhos) nós, vencendo-as com a sua graça, - Fra Angélico (séc. XV), Museu de São Marcos, exerc itemos as virtudes e adqu iraFlorença (Itália)

zam para sempre da vista de Deus, amam-No, bendizem-No e O louvam eternamente. Deus se serve dos Anjos como seus ministros, e espec ia lmente confia a muitos deles o ofício de nossos g uardas e protetores. Por isso devemos ter uma particular devoção ao Anjo custódio [Anjo da Guarda], honrá- lo, invocar sua aj uda, seguir-lhe as inspirações e ser-lhe reconhec idos pela ass istência contínua que nos presta. "Vede que não desprezeis um só destes pequeninos: pois vos digo que os seus Anjos no céu vêem incessantemente a face de meu Pai que está nos céus" (Mat 18,10). "Indicam , enfim , o poder dos Anjos as palavras que lhes apl ica o santo rei Davi: 'Sois poderosos e fortes, e executais Sua vontade' (Ps 102,20). Por esse motivo a Sagrada Escritura lhes dá, muitas vezes, o nome de 'virtudes e exérc itos do 4 Senhor' (Ps 102,2 1) ".

1. Ca Jecismo dos Párocos. redigido por decrelo do Concílio 7i-identino, publicado por ordem. do Papa S. Pio Quinlo, dilo vulgarmente CATEC ISMO ROMANO , versão fiel da edi ção autêntica de 1566, com notícia hi stórica e aná li se crítica pelo Pe. Valdomiro Pires Martins, Editora Vozes, Petrópolis, 1962, 2". edição, p. 88 . 2. Todos os textos que vêm sem aspas foram ex traídos do Calechismo Magg io re pro111ulga10 da San Pio X, Roma, Tipografi a Vati cana , 1905, Ed izion e Ares, Milan o. 3. Ca1ecismo Romano, p. 88 . 4. Ca Jecismo Romano, id. , ib.

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A

Palavra

siCerdote

Pergunta Nas igrejas, nas residências de católicos e mesmo em lugares públicos costuma-se, no período do Natal, montar presépios em que o Menino Jesus aparece deitado numa manjedoura, com sua Mãe Santíssima e São José dentro de uma gruta. Em nenhum lugar dos Evangelhos, entretanto, há qualquer ref erência a essa gruta. Também nada se diz na Escritura sobre o dia do nascimento de Jesus. Gostaria de saber de onde surgiu a data de 25 de dezembro. Resposta Em nossa edição anteri or (cfr. nº 6 12, dezembro de 2001 ), em que iniciamos a res pos ta a es ta pe rgun ta, mostramos que mui tos dos princípios e práticas da Igreja, se não constam ex plicitamente da Sagrada Escritura, fora m-nos tra nsmi tidos pela Tradi ção. E a própri a Bíblia d,1 testemunho da necessidade da Tradição, como

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eATOLIe ISMO

se infe re da perícope fin al do Evangelho de São João, já citada, e que aqui repetimos: " Muitas outras coisas há que fe z Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que nem no m undo todo poderiam caber os livms que seria preciso escrever" (2 1, 25). Por não aceitarem isso, os autores protestantes, infecc io nados de rac ionalismo, e que adotaram como ponto de partida o princípio sola Scriptura (só o que e, ·tá escrito pode determinar o conteúdo da Fé), acabaram po r co loca r em dú vid a a verdade da própria Escrilu ra. Com o que todos os princípios bas il ares de sua fé fora m água aba ix . Só a Sagra la sc ri tura não basta, po rta nto, para fun da mentar todas as verdade· da nossa Fé. É precio recorrer à Tradi ção, que é inlerpretada, co mo fo i dito, pe lo Mag istéri o vivo ela Igreja. E não só a Tradi ção ora l (ou esc rita), mas ta mbém as práti cas, ritos, cerimônias, costumes etc. Ta nto isto é verdade qu e Nosso Senhor Jesus Cri sto, ao conferir aos Apósto los o Mand ato Apostó li co, dizlhes: "Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura. O que crer e for batizado, será salvo; o que, porém, não crer, será condenado" (Me, 16, l5 16). Não lhes foi dito: "Ide, escrevei o Evangelho" .. .

O auxílio das ciências humanas E até as ciências hum anas dão a sua contribui ção para confirmar a Tradi ção. É o caso da gruta de Belém, por exempl o. Sua locali zação está arqueologica mente be m demonstrada. Já fa la Janeiro de 201>2

de la São Ju stin o, nasc id o por volta do ano 100 na Palestin a, indicando o seu lugar e chamando-a, em grego, spélaion, que quer di zer gruta, cova, caverna. O Imperador Adri ano qui s profaná- la, instalando ali um pequeno bosq ue consagrado a um a di vindade pagã. E co m isso, contra a sua in tenção, garantiu a perpetui dade da id entifi cação do lu ga r da g ru ta , so bre a q ua l está in ta lado hoje o Sa ntuári o da Nati vidade (c fr. Manu e l de Tuya O.P. , Biblia Com entada - Evangelhos, BA , M ad ri d, 1964, vo l. V, p. 772).

Erro, mas apenas de cálculo Quanto à exata data do nasc imento de Cri sto, rea lmente não está ela minuciosamente determinada. Não há - como teriam gostado os racionalistas - nenhu ma "certidão de nasc imento", com a indicação do lugar e da hora precisa. Nem sequer o ano se sabe ao certo! O mo nge Di o nísio o Exíguo, que morreu no ano 554 ele nossa era, teve uma fe li z e sa nta in s piração. Co nsiderando qu e co m a vinda de Cri sto se atingia a "plenitude dos tempos", da qual fa la São Paul o (Ga l. 3, 19), im punh a-se di vid ir a cronologia da Hi slória uni versal em duas épocas: antes e depo is do nasc im 111 0 de Cri sto. Até enlão s ·o ntavam os anos a pa rtir da fund ação de Roma ( lata, por sua vez, pc1 ra horror dos rac iona li slas, mais do qu e incerta). mon ' Oi onfsi , no enlant o, f'i xo u o nasciment o d risto, p ' los cálcul os qu r ·z, no ano 754 da f'un clação d Roma. Mas pelo hi storiador jud u Fia-

vio Josefo se sabe que Herodes morreu na Páscoa prova ve lme nte ci o a no 750. Como Nosso Senhor Jesus Cri sto nasceu sob Herodes, já aí entra uma dife rença de qu atro anos. Trata-se, em todo caso, de um poss ível erro de cronologia hi stórica, mas que em nada afeta os fundamentos de nossa Fé. Quanto ao dia e mês cio nasc imento, ta mpo uco se Lem qu alquer indicação mi nuciosa. Segundo Clemente Romano, no Oriente se fes tejava o Natal no di a 20 de maio, ou 20 de abril ou 17 de nove mbro. Depo is preva leceu durante um bom período, até o sécul o IV, a data de 6 de janeiro, na qual se comemoravam as "Epifa ni as" (Manifes tações) do Senhor, isto é, o seu Nasc imento, a vinda dos Magos e o seu Bati smo. No Ocidente a comemoração dessas Epifa ni as se fo i in trodu zindo pouco a pouco, e já no ano 336 e ciLa, na Deposüio Martyrum.filocaliana, a dala da Naliv idacle de C ri sL no d ia séli mo das Kalenclas d Jane iro, segundo o ca le ndário ro mano, islo , 25 le dezembro. 1 or qu e Ro ma fi xo u sta clala ? Provave lme nte d nlro da pedagog ia da 1 ,r ja prim itiva, para desa rraigar os restos de pagani smo. Oco rre qu e nessa dala de 25 de dezembro se ce leb rava a fes ta pagã Nata l is ln victi , do Sol qu e nasce (início do inverno no hemi sféri o norte). Eram os cu llos do deus Mi tra (deus da lu z), muito di sseminados na Gréc ia e no lmpéri o Ro mano. Passa nd o a celebrar o Nata l nesse di a, substituir-se-i a então, mui to adequ ada e providenc ia lm ente, essa fest ividade

pagã do Sol pela Festa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cri sto, "So l da Ju sti ça" e " Lu z do mundo".

Pergunta Fiquei chocada por publicarem as palavras do Sr. Cônego sobre a posição da Igreja em relação ao suicídio. Como fui estudante de filosofia e teologia, eu considero as palavras dele sobre este assunto extremamente legalistas. O próprio direito canônico diz e ateologia moral também afirma que para haver pecado é preciso que a pessoa tenha consciência, liberdade e vontade. Uma pessoa que comete suicídio, ,zo mínimo sofre de algum desequilíbrio, ejamais alguém de sã consciência se tira a vida por nada. Será que Deus condena uma pessoa que num ato de desespero e profimda depressão, nttm momento de desequilíbrio, emocional se tira a vida? Acho que não compete a nós, simples humanos mortais,julgar uma pessoa nestas condições, dizendo qtte é um ''pecado escandaloso" o suicúlio.

sociais. Para isso seri a preciso compor uma monografi a, que tomaria uma edi ção inte ira da revi sta. Mas já que a mi ss ivista co ndu z o assunto para este lado, para sua tranqüilidade a resposta pode ser sinteti zada com a frase que o Catecismo da Igreja Católica consagra ao tema: " Perturbações psíquicas graves, a ang ústia ou o temor grave de uma provação, de um sofrimen-

to, da tortura, são circunstâncias que podem diminuir a responsabilidade do suicida" (nº 2282). Mas daí a ge nera li zar, co mo faz a mi ss ivi sta, no sentido de qu e "uma pessoa que comete suicídio, no mínimo so.fi·e de algum de sequilíb rio, e j cunais alguém de sã consciência se tira a vida por nada" , equi va le pura e simples mente a abolir o pecado de suicídi o,

o que é um ex agero que calha bem co m a psico log ia freudi ana em voga em nossos di as. A pro pós ito da qu al ne m sequer os di scípul os de Freud se entendem, e qu e eu, como sacerdote cató li co, reje ito inteiramente. ♦

Adoração dos Reis - L. de Carvajal, Claustro do Mosteiro de EI Escorial (Espanha)

Resposta Em primeiro lugar, cumpre observar que a matéri a de que trata a objeção da mi ss ivista era uma consul ta concreta sobre a negação da sepultura ec lesiás ti ca a um sui c id a. Na res pos ta ( Catolicismo, nº 6 11 , novembro de 2001 ), ative-me ao âmbi to da consulta. Não era obrigado a fazer um tratado sobre o suicídi o, abordand o a lém dos as pectos ca nôni cos e éti cos, também os aspectos psico lógicos e C AT O LICISMO

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"Deixem-me ver meu pai antes de morrer"

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"A intolerância dos tolerantes idiotas"

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a católica Itália está surgindo uma categoria particular de professores e pais que, para não deixar mal-àvontade os alunos de outras religiões, especialmente muçulmanos, estão abolindo o Crucifixo nas escolas. Tal atitude está colocando em xeque a maioria da população, que é católica. Na Província de Bérgamo, mais uma escola decidiu abolir o Presépio, a Árvore de Natal, a estrela dos Reis Magos e todo o resto. Estas medidas visam agradar os não crentes e os crentes de outras religiões . E desagra dam profundamente os católicos fervorosos . Em Biella, uma escola, alegando sua laicidade, como já ocorreu com outras , aboliu também as celebrações natalinas. A respeito dessa tendência decristianizadora, o jornalista Cristiano Gatti, em "li Giornale" de 9 de novembro último, tece comentários pertinentes e irônicos: "A intolerância dos tolerantes idiotas, a pior de todas as intolerâncias, nos está expropriando das nossas mais inocentes tradições. "De um ou outro modo, será um Natal inesquecível. Com um resultado certo: os pequenos muçulmanos, perplexos e confusos, perguntarão aos professores em que tipo de país estão . Um p aís onde seus companheiros italianos sequer festejam seu próprio Deus." ♦

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pequ eno col o mbi ano Andrés Felipe Pérez, ele 12 anos, tem pouco tempo de vicia em razão ele um câncer em estági o avançado. Já perdeu um pulmão e um dos rin s e se encontra desenganado pelos médicos . À beira da morte, seu último desej o é muito simples: ver seu pai. M as, apesar de seu comovente pedido "deixem-me

Queiio Minas: cultura e tradição ueijo Minas, um produto bem brasileiro, vai. ganhar o rótulo de um produto DOC (denominação de origem controlado) como exi ste em produtos franceses, como vinhos e queijos. Al ém disso, será um dos primeiros bens culturais imateri ais brasileiros tombados pelo I nstituto do Patrimônio H istóri co e Artístico N acional . V ma tradição que passa de geração em geração é cultivada em toda M inas Gerais, há séculos. São quatro os tipos de queij os, ori ginários de regiões di stintas: o branquinho ou fresca!, que tem sua massa cozida e é pasteuri zado. A s outras três versões são artesanais: o Canastra, da região de São Roque de Minas, no sudoeste do Estado; o Serro, da reg ião nordeste; e o queijo lua ou Araxá, do oeste de Minas. Há opções para todos os gostos . C urados, defum ados,

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consistentes ou bem macios. O sucesso é tanto, que do dia 13 a 16 de dezembro Belo Hori zonte vai sediar aPrimeiraFeira do queijo de M inas. E ntretanto, uma po lêmica j á está à v ista. O Mini stério da Agri cul tu ra determinou que o processo produtivo do queijo de M i nas seja transform ado do artesanal , com leite cru , para o pasteurizado. A intenção alegada é resguardar os consumidores da contam inação por bactéri as do l eite cru. Os mineiros contra-atacam, lembrando que vár ios dos queijos franceses mais saborosos e de fama mundial, como os legítimos brie e camembert, não são pasteurizados.

ele não está sendo atendido. O movimento guerrilheiro FARC (Forças Armadas R evoluc ionári as da Colômbia) seqüestrou há quase dois anos seu pai, o policial José N orberto Pérez. Os gueLTi.U1eiros não se como-

dente do ínsl iluto Mineiro de Agropecuária, élio Floriani. ♦

osé Saramago - escritor portu 1 uês at u e mar xista, recente mente prem iado co m o N obel de literatura - acaba ele lançar no Brasil uma peça blasfema: O Evcing •lho ,pgundo Jesus Cristo. N el a, o autor parte cio p nto cl vi sta anticatólico segundo o qual Deus e o demôn io são as duas faces ela 111 sma 111 0 ela, um não exi ste sem o outro. N a peça, ademais, M ari a , anl fssima é apresentada como clescr nt I sconliadu das I alavras ele seu Divino Filho. lslo sc 111 l:tlar ·111 vúrias outras clelurpações blasl'cmatóri as do 1·xlo bíblico. ♦

homem bom e não merece o que está passando". Tudo em vão. Como podem tais guerrilheiros falar em nome de urna "luta

pela justiça social na Colômbia" , se não têm um mínimo de bondade, e se permanecem surdos e endurecidos ao pedido de uma mãe aflita, desej osa de alivi ar um pouquinho as dores ele um fi lho mo♦ ribundo? O pedido do menino Andrés Felipe Pérez e de sua mãe foi cruelmente ignorado pelos guerrilheiros das FARC

"Isso desfigura o produto. O governo quer é transform ar o queijo mineiro em. produto americanizado ", observou o presi-

"O Evangelho segundo Saramago"

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ver meu pai antes de morrer",

vem com o inocente apelo, nem com o pedido de milhares ele colombianos que, em manifestação pública de solidariedade ao menino, suplicaram a libertação do pai . seqüestrado. Esses terroristas sem coração não se comoveram com o fato ele 2 mi l pessoas terem se oferecido para ficar presas no lugar do pai, para que este pudesse estar com o filho. Também a mãe cio menin o doente pediu ao líder das FARC , M anuel M arul ancla, a libertação cio marido: "Meu esposo é um

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Parlamentar alemão não se deixa enfeitiçar pelo filme de Harrv Potter U

filme de Harry Potter fala sobre ocultismo e magia negra e não acho que seja um tema apropriado para crianças menores de 1O anos. Não é um conto de fadas, e pode ter influências negativas no desenvolvimento das crianças ". Essas são as clarividentes palavras de Benno Zierer, político representante da Baviera (sul da Alemanha) , alertando os pais para os danos que pode causar a macabra história do feiticeiro mirim nas mentes infantis. Como podem pais deixar seus pequenos assistir a um fil-

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Cena do filme de Harry Potter: influência maléfica na educação das crianças

me de magia negra? Ou ler livros sobre ciências ocultas ? Não é fácil entender! Cada leitor tire suas conclusões. ♦

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BREVES RELIGIOSAS '

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Bispos italianos criticam casamentos mistos

A Conferência Episcopal Italiana, em documento a ser enviado para todas as dioceses do país, alerta os fiéis católicos para os graves riscos dos casamentos mistos (união entre pessoas de religiões diferentes) , sobretudo com muçulmanos. Lembram os Bispos que muitos desses casamentos fracassam, sobretudo por causa das concepções diferentes que cada religião tem do matrimônio. _1

Nas Filipinas, terroristas decapitam católicos

Segundo a Agência Zenith, o movimento terrorista islâmico Abu Sayyafseqüestrou , em 2 de agosto último, um grupo de quatro agricultores católicos nas Filipinas, cujos corpos foram encontrados pela polícia posteriormente, decapitados. Não se vê os movimentos de defesa dos direitos humanos protestarem pela matança de catól icos em várias partes do mundo. Será que, para esses movimentos, só os terroristas, comunistas e criminosos têm direitos? _1

Crianças sacrificadas em sessões de macumba no Maranhão

Desde 1991 , foram sacrificadas selvagemente pelo menos 21 crianças, no Estado do Maranhão, para a prática de ritos de magia negra realizados em algumas sessões de macumba. A informação é da Agência Zenith, em despacho de dezembro p.p. A última vítima oficial foi um menino de 1O anos, que apareceu morto em 18 de outubro na cidade de Codó. Em alguns casos, foram arrancados das vítimas os olhos, lábios, fígado, coração e pulmões. Só ritos satânicos costumam praticar tais monstruosidades. Uma forma de combatê-los é o aumento da devoção à Santíssima Virgem , terror dos demônios .

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S.O.S. . , ~ Família

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Equiparação de direitos, independência econômica, insubordinação ao jugo do marido - eis algumas exigências do chamado feminismo, que, pleiteando uma falsa emancipação da mulher, na verdade a desfavorece o artigo anterior, tratamos da cessári os. Entre os dois há urna hierarilusória igualdade de direitos enquia. O pai de fa míli a é o chefe, e mbora tre ho me ns e mulh eres e do tanto o marido quanto a esposa exerçam, um após o outro, o pátrio poder sobre os quanto é extravagante que urna mulher filhos. Metaforicamente fa lando, o hoexerça as mes mas árdu as e rudes ativi dades próprias a ho mens - e vice-vermem é a cabeça, e a mulher o coração. sa. Bem como da anomali a deformante O corpo da sociedade fa mili ar, assim corno não vive sem a cabeça, não vive que significa o efeminamento cio homem e a masc ulini zação da mulher. sem o coração. Um representa a autori Pedi ra m-nos que mostrássemos, com . dade, o outro a bondade. base na doutrina católica, os fundamenFundamento na tos da nossa pos ição a respe ito ela apreSagrada Escritura goada igualdade e ntre os sexos, parti cularmente entre marido e mulher. São Paulo ensina em sua Epí tola aos Efésios: Prime iramente faz-se necessário es"As mulheres sejarn sujeitas a seus cl arecer que "nossa posição" não é nosmaridos, como ao Senhor; porque o masa, pois a "nossa" é a pos ição ela Santa rido é a cabeça da ,nulher; como Cristo é Igrej a Católica Apostóli ca Ro mana, a cabeça da Igreja, seu corpo, do qual ele qua l adotamos por fé e convi cção. é o Salvador. Ora, assirn corno a Igreja Com efeito, em seu M agistério perene, a Igreja faz notar que há, entre os está SL/jeita a Cristo, assim [o estejam} também as mulheres a seus maridos em seres humanos, uma igualdade essencitudo [o que não seja contra a lei de al e des igualdades acidenta is. Deus].... Cada um de vós [a exemplo de Todos os ho me ns e mulhe res são Cristo, que am a a sua Igreja] arn.e sua iguais quanto à sua natureza: animali ,nulher como a si mesmo; e a mulher redade e racionalidade. Também são iguais verencie o seu rn.arido " (Ef 5, 22-33). quanto à sua origem: fora m cri ados por E na primeira Epístola de São PeDeus. E qu anto a seu fim : todos, segundo o pl ano do Cri ador, são destinados à dro, lê-se um tó pico bastante significabem-aventurança eterna. tivo sobre o te ma: Entretanto, quanto aos acide ntes de"As rnulheres sej am submissas a correntes da natureza humana os homens seus maridos, para que, se alguns não são des iguais. Des igualdade que se macrêem na palavra, sejam ganhos pelo proceder de suas mulheres . .... Do mesnifes ta nas potências da alma humana mo modo, vós, maridos, convivei sabia- inte ligênc ia, vo ntade, sensibilidade mente com. vossas mulheres, tratando- e igualmente quanto às forças corporais. as com honra, como seres m.ais f racos, Tais considerações fac ilitam a come como herde iras convosco na graça da preensão ela igua ldade/des igualdade envida [eterna}" (1 Ped. 3, 1-7). tre ho mem e mulher. Os papéis que e les representam na in stituição fa mili ar são Haveri a muitos outros texto a c itar. Ass im, a moderna reivindi cação de todiversos e comple mentares, ambos ne-

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tal igualdade entre homem e mulher, que postul a a e manc ipação da mulher da auto rid ade do marido, é contrári a ao e nsina me nto in sofis máve l da Sagrada Escri tura. E ta l ensiname nto evangéli co é reafirmado pelo Mag istéri o da Santa Igrej a. São inúmeros os doc umentos cios Papas sobre esse importante ass unto. Vej amo um , emanado cio Papa Pio XI ( 1922- 1939).

A emancipação da mulher "Os mesmos mestres cio erro, que por escritos e por palavras ofu scam a pureza da fé e ela castidade conjugal, fac ilme nte destroem a fi e l e honesta suje ição da mulher ao marido. Ainda ma is audazmente, muitos de les afirm am com levi andade ser e la uma indi gna escravi dão de um cônjuge ao outro; vi sto os dire itos entre os cônjuges serem iguais, para que não sejam vio lados pela escravidão de uma parte, defende m com arrogâ ncia certa emanc ipação ela mulher, j á alcançada ou a alcançar. Estabelecem mais, que esta e manc ipação eleve ser tríplice: no governo el a soc iedade do méstica, na administração dos bens ela família e na exclu ão e supressão da prole, isto é, socia l, econômica e fi siológica. Fisiológica enq uanto querem que a mulher, de harmoni a com a sua vontade, seja ou eleva ser livre dos encargos ele esposa, quer conjuga is, quer maternos (e ta, mais do que de emancipação, deve apoclar-se ele nefanda perversidade, corno j á sufic ientemente de monstramos). E ma nc ipação econô mica por fo rça da qual a mulher, mesmo sem conhecimento e contra a vontade do marido,

A família de Ferdinando IV (1783) - Angélica Kaufmann. A pintura da f,1mília desse soberano reflete de

modo adequado o ambiente de harmonia e tranqüilidade que deve reinar na instituição familiar.

possa livremente ter, gerir e admini strar os seus negócios privados, desprezando os filhos, o marido e toda a família. Emancipação social, enfi m, enquanto se afastam ela mulher os cuidados domésticos tanto dos filhos como da fa mília para que, desprezados estes, possa entregar-se até às funções e negócios públicos".

Prejuízo da mulher " No e ntanto, nem esta emancipação da mulher é verdade ira, nem é a razoáve l e digna liberdade que convém à cri stã e nobre mi ssão da mulher e esposa; é antes a corrupção da índole fe minina e da dignidade materna e a perversão de toda a fa míli a, e nqu anto o marido fi ca privado ele sua mulher, os filh os da sua mãe, a casa e toda a fa míli a da sua sempre vigil ante guarda. Pelo contrário, essa fa lsa liberdade e essa inatural igualdade com o homem redunda m e m prejuízo ela própria mulher; porque, se a mulher desce daque le tro no real a que de ntro do lar do méstico fo i elevada pe lo E vangelho, depressa ca irá na antiga escravidão (se não aparente, certamente ele fa to), tor-

nando-se, corno no paga ni smo, simples in strumento cio ho mem" 1

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O Santo Padre Pio XI deixa claro que "essa inatural igualdade " rebaixa a própri a mulher. A tal propalada "libertação da mulher" fará com que e la retroceda ao período ele brutalidade e humilhação, que padecia entre os povos pagãos. Foi somente qu ando esses povos se converteram ao cato licismo que a mulher fo i resgatada da servidão em que vivia, e passo u pouco a pouco a ser respe itada, enobrecida e e levada à condição de di gnidade querida por Deus. O mes mo passou-se no B ras il quando os missionários, civili zando os indígenas, os resgataram do estado ele promiscL_! iclade selvagem no qual vivi am e in stituíra m entre e les o matrimô nio como sacramento.

"A estrutu ra atua l ela sociedade, que te m por fundam e nto a quase abso luta paridade entre o ho me m e a mulher, baseia-se num pressuposto ilu sório. É verdade que o home m e a mulher são, pelo que se refere à personalidade, iguais em dig nidade e ho nra, valor e estima. Mas nem em tudo são iguais. Certos dotes, inclinações e disposições natu ra is são própri os excl usivamente do homem ou ela mulhe r, o u lhes são atribuídos e m g raus e va lores dive rsos, um as vezes ma is ao ho mem , outras mais à mulher, ela mesma maneira que a natureza lhes deu ta mbém distintos campos ele postos ele atividade. Não se trata aqui de capac idades ou di sposições natu ra is secundárias, como seri a a prope nsão ou aptidão para as letras, as artes ou as c iênc ias, mas ele dotes de efi cácia essenc ial na vicia da fa míli a e cio povo" 2 . ♦

Palavras do Papa Pio XII Em disc urso à Juventude Feminina Italiana, o Papa Pio XII ( 1939-1 958), sucessor imedi ato cio Po ntífice ac im a citado, defende o mesmo princípio.

Notas: 1. Pi o X I, "Casti connubii " , 3 1- 12-30, Ed itora Vozes, Petrópoli s, 195 1, pp. 32-33. 2. Pi o X II , "La Leti zia" , Al ocução em 24-4-43. Ed itora Vozes , Petrópo li s, 1954, p. 8.

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No Brasil, nova e especial forma de sadio ''imperiali-smo ''

Agropecuária terá super-exportação Segundo declarações do Ministro da Agricultura à imprensa em setembro último, o Brasil atingiu em 2001" um superávit • aproximado de 17 bilhões de dólares na balança comercial dos produtos agrope' cuários, representando um cresc imento de 32,8% em relação aos valores obtidos no ano anterior. Na safra anterior o superávit foi de US$12,8 bilhões. Os produtos que mais contribuíram para esse desempenho fo ram : carnes, soja, açúcar e couro . Ele também prevê que dentro de cinco anos seremos o maior ex portador mundi al de carne. Tudo isso, apesar da guerra promovida pelo Movimento dos Sem-Terra contra os agricultores nacionais e do fracasso dos assentamentos de Reforma Agrária.

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ara se avaliar bem a influência do povo brasileiro sobre os imigrantes que aqui aportam, tome-se, por exemplo, um ricaço da imigração que se tornou potentado. Não há perigo de ele voltar à sua terra de origem para morar. Todos os imigrantes vêm para cá com a idéia de, ao ficarem ricos, retornar à mãe pátria. Muito antes de se enriquecerem, entretanto, costumam estar resolvidos a voltar algumas vezes a seu país de origem para uma visita, mas não para residir. Desejam morar no Brasil. Querem morrer aqui. Em outros termos, há uma forma de "imperialismo" novo, sadio, que se exerce pela suavidade, pela amabilidade, pela compreensão, pela tendência a admirar os outros, gostando de encontrru- em outrem uma qualidade. Esse "imperialismo" domina e penetra de tal maneira, que atua até pelas diversidades locais. O imigrante estrangeiro que se fixa no Rio de Janeiro se acarioca; o que se radica em São Paulo se apaulista; aquele que se estabelece em Minas, sobretudo se é árabe, se amineira; se se enraíza no Rio Grande do Sul, ele se engaúcha; e assim por diante. Até lá chega esse poder benéfico de penetração. Um hispano-americano residente em nosso País, tendo viajado largamente pela América do Su l, quando se dirigiu ao avião para voltar ao Brasi l, teve uma sensação de alívio quando a aeromoça, ao pé da escada, o saudou em português. Ao entrar no avião, e sentindo-se já em ambiente brasi leiro e conatural com ele, sentou-se e desabafou: "Ufa! aqui estou no Brasil". Esta é uma capacidade de atrair, de penetrar, de influir, que não lhe tirou nada do que ele tem de específico de seu país, mas lhe deu algo que fez com que aqu i houvesse para ele um pólo de atração. E nesse pólo, um certo modo de ser, um certo ambiente, uma certa coisa que o fixou no Brasil.

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São Sebastião e o Rio de Janeiro Em janeiro de 1567 ocorreram no Ri o de Janeiro as célebres vitórias alcançadas pelos lu so-brasileiros no Outeiro da Glóri a e na atual Ilha do Governador contra os invasores calvini stas franceses. Estácio de Sá - sobrinho do Governador-Geral Mem de Sá - dirigiu heroicamente nossos compatriotas nessas batalhas, vindo a falecer em virtude de um ferimento recebido em combate. Uma tradição narra que São Sebastião apareceu no di a de sua fes ta 20 de janeiro - aos brasileiros, no Outeiro da Glória, comandando-os na investida contra as posições inimi gas. As fl echas dos indígenas ali ados dos calvini stas, atiradas contra os padres jesuítas, não os atingiam, o que dava ânimo aos combatentes luso-brasileiros. Os franceses tiveram suas fortificações arrasadas e suas tropas foram desbaratadas, desfazendo-se ass im o sonho dos hereges de instalar em nosso terri tóri o uma nação ca lvini sta.

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, em 17 de abril de 1980. Sem revisão do autor.

MST ameaça com mais invasões em 2002

Suicídio entre jovens

O líder do Movimento dos Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, dec larou em outubro último à imprensa que, a partir de março, ocorrerá um a "explosão de ocupações de terras " no Brasil. Nesse sentido , afirmou ta mbém que o MST poderá organizar uma marcha de 1O mil manifestantes no primeiro semestre, para pressionar as autoridades . Segundo ele, o M ST procurará ainda, às vésperas das eleições, influir no programa dos candidatos de oposição à Presidência da República . Como se te m vi sto, o M ST não quer um progresso harmônico no campo, mas sim a luta de classes e o ódio entre patrões e empregados .

Segu ndo dados do Ministério da Saú de, o núme ro de jovens entre 1 5 e 24 anos que tentam o suicídio no Brasil aum ento u em 40 % de 1993 a 1998. Perd endo apenas para os homicídios e os acidentes de trânsito , o suicídio já é a te rce ira causa de mortes de jovens em nosso País . A maioria usa métodos vio lentos , como armas de fogo, forcas ou

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facas. Em 1 990 foram registradas 1 .035 mortes; em 1999, dados ainda incompletos apontam para mais de 1.550 suicídios, segundo técni cos do Ministério. O mundo moderno oferece todo tipo de prazeres aos jovens, mas lhes dificult a conseguir a verdadeira felicidade : a prática da única e verdadeira Religião , ou seja, a fé católica apostólica romana . Não é de estranhar, pois, que aumentem os suicídios .

A seca no Nordeste Um novo período de seca assola várias regiões do Nordeste brasileiro, afetando cerca de 20 milhões de habitantes. A falta de alimentos já provocou saques de estabelecimentos comerciais em vários municípios, em geral organizados por agitadores. Os críticos sustentam que o governo repete o mesmo discurso para cada novo ciclo da seca , faltando investimento permanente em busca de so luções definitivas que tornem possível a convivência com a estiagem; e que as autoridades governamentais não realizam as prometidas construções na infra-estrutura hídrica da região - que, dizem eles, resolveriam em profundidade os problemas - mas se limitam a práticas do passado, com medidas ineficazes e paliativas.

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ESCLARECIMENTO

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Imagem peregrina de Nossa Senhora de FMima, que verteu lágrimas milagrosamente em Nova Orleans (EUA) no ano de 1972. A imagem que ficou retida na delegacia de polícia em Belém é uma réplica dessa Imagem peregrina.

Imagem de Fátima retida em delegacia Desagravo a Nossa Senhora e alerta aos aderentes da Aliança de Fátima 16

CATOLICISMO

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á já alguns meses, Catolicismo vem publicando em suas páginas a seção "Ecos de Fátima", boletim da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, Não Tardeis!, por meio do qual seus leitores, assinantes e contribuintes mensais da Aliança de Fátima são informados do desenvolvimento dessa campanha. Não poderia calar-se, portanto, diante de graves acontecimentos ocorridos em Belém do Pará entre 28 e 30 de novembro último, escandalosamente estampados na imprensa local, os quais implicaram na retenção de uma imagem peregrina, por dois dias e duas noites, em uma delegacia de polícia. O fato originou-se de uma denúncia caluniosa promovida por elementos ligados à Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima, cuja atitude não foi, aliás, fato isolado. Assim, em Fortaleza e nas cidades paulistas de São Carlos e Tietê, "operações" similares foram empreendidas por elementos da referida associação. Em tais ocasiões, sem serem convidados, tais indivíduos penetraram nas residências de aderentes da Aliança de Fátima, que recebiam a visita da imagem, e, assacando calúnias as mais absurdas, procuraram voltar os presentes contra a citada CAMPANHA. O esclarecimento apresentado nas páginas seguintes - publicado na imprensa de Belém para desagravar a imagem de Nossa Senhora infamada e reparar a honra dos peregrinos que a conduziam - relata e elucida os fatos ocorridos. Sirva ele de alerta a nossos leitores contra os inomináveis procedimentos e inconfessáveis objetivos de pessoas que se apresentam como integrantes de uma Associação Cultural que, malgrado terem adotado o nome de Nossa Senhora de Fátima, não se embaraçam em sujeitar a imagem da Virgem a tal opróbrio. Finalmente cabe aqui assinalar que, no início de dezembro, os jornais "O Globo", do Rio de Janeiro, e "Diário de S. Paulo" publicaram reportagens, também eivadas de calúnias, contra a TFP e a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, Não Tardeis! Catolicismo, ao menos por ora , entende desnecessário tratar de tais matérias, preparadas com estímulo e bafejo de elementos da citada Associação Cultural. Ademais, parece que não será dada continuidade à série de reportagens que o repórter de "O Globo" afirmou estar programada, talvez em razão de cerca de um milhar de manifestações de protesto que, segundo temos notícia, teriam sido enviadas à redação daquele matutino por cartas, telefonemas, faxes e e-mails.

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Vinde Nossa Senhora de Fátima, nã~ tardeis! Esclarecimento ao público católico de Belém sobre as calúnias assacadas por elementos ligados à Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima Calúnias veiculadas na imprensa Sob o escandaloso título "Golpe da Fé", o "Diário do Pará" publicou, em 29 de novembro último, com chamada na primeira página, matéria gravemente caluniosa envolvendo a CAMPANHA VINDE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, NÃO TARDEIS!, na qual era noticiado que: • três "paulistas" estariam sendo procurados pela Polícia por usarem uma imagem de Nossa Senhora de Fátima para aplicar um assim nomeado "golpe da fé"; • tles se diriam autorizados pelo Papa João Paulo II para peregrinar com a citada imagem, e se apresentariam como amigos do Sr. Arcebispo de Belém; • essas pessoas estariam cobrando uma quantia de dinheiro em nome da Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima; • contra elas, Roberto Pereira dos Santos, Darimberg Carvalho e Paulo Monteiro, apresentados na referida reportagem como dirigentes da mesma Associação Cultural em Belém, teriam feito uma denúncia formal; e, em conseqüência, • a mencionada imagem estaria retida na Delegacia Seccional Urbana de São Brás, nesta cidade, e os supostos "estel ionatários" encontrar-se-iam "foragidos". Por outro lado, "O Liberal", na edição de 6 de dezembro último, publicou matéria intitulada "Associação esclarece caso envolvendo Santa" em que transcreve carta da "Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima", firmada por

seu presidente, Hagop Seraidarian, "a propósito de notícias veiculadas pela imprensa de Belém, referente (sic!) à detenção pela Polícia de dois funcionários da TFP". Nessa carta, ao não desmentir a informação do "Diá rio do Pará" de que "os diretores da referida associação procuraram a polícia da Seccional de Belém e fizeram uma denúncia formal contra o trio paulista", a citada Associação Cultural encampa as acusações que aquele matutino diz terem sido feitas pelos mesmos. E até as reforça ao djzer que ''já haviam chegado ao nosso conhecimento informações de que membros da TFP, em diversas cidades do Brasil, se faziam passar por participantes da Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima(. .. ). Porém, ainda não tinha sido possível obter provas disso". Diz ainda a referida carta que a TFP "se diz uma entidade de inspiração católica, entretanto, não tem comunhão eclesial efetiva e transparente".

que não hesitam em servir-se da calúnia e da difamação pai·a desencadeai· estrondos publicitários. Esta é, porém, a primeira vez que, ao arrepio dos mais elementares sentimentos de respeito e piedade, tivemos uma de nossas imagens da Virgem de Fátima retida em delegacia policial. Felizmente, a nobre Delegada poupou-lhe uma maior afronta, colocando-a em lugar de honra, em sua sala, ao lado de outra, de Nossa Senhora de Nazaré, que ali reside.

Imagem da Virgem retida na delegacia: por obra de quem? A publicação desse conjunto de inverdades e calúnias - e, se bem que de forma menos escandalosa, "O Liberal" e "Amazônia" estamparam notícias contendo acusações semelhantes às difundidas pelo "Diário dQ Pai·á" - impõe que venhamos a público para restabelecer a realidade dos fatos. "Alios ego vidi ventos; alias prospexi animo procellas" 1 , podemos dizer, cheios de gratidão para com Nossa Senhora, cujo socorro nunca nos faltou. De fato, nossa CAMPANHA já sofreu numerosas agressões partidas de pessoas

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A denúncia que envolvey esse triste episódio partiu, segundo as mencionadas matérias jornalísticas, de dirigentes locais da Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima. Impõe-se, pois, apresentar ao simpático povo de Belém alguns esclarecimentos sobre tal entidade. A Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima é um dos braços da Organização montada por um grupo de pessoas que, tendo participado durante anos, muitas até por décadas, das atividades da TFP, moveram, após o falecimento do fundador desta, o saudoso Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, um processo judicial por meio do qual intentam apossar-se da direção e do patrimônio dessa entidade. Esse grupo, liderado por João Scognamiglio Clá Dias, além de várias outras ações cíveis, moveu contra a TFP uma centena de ações trabalhistas: • em 55, foram derrotados em primeira instância (11 já tiveram as respectivas sentenças confirmadas pelo tribunal); • 19 foram sumariamente arquivadas; • 25 pendem de julgamento em primeira instância; • 5 foram consideradas procedentes em parte (pendem de recurso no tribunal, uma delas em Brasília); • em 5 houve conciliação.

nativos para sua associação, manejando argumentos baseados em todo tipo de inverdades como, por exemplo, a afirmação de que tal transferência teria sido combinada com nossa direção.

A realidade sobre os fatos ocorridos 1) A imagem da Virgem, vítima dessa afronta, pertence à CAMPANHA VINDE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, NÃO TARDEIS !, a qual se insere no conjunto de um Movimento Internacional desenvolvido, em diversos países, por organizações autônomas co-irmãs. 2) Tal Movimento, criado em 1992, e que se tornou, em menos de dez anos, o maior movimento fatimista conhecido no mundo, tem o objetivo de difundir a Mensagem de Fátima em todo o orbe, por ser ela indispensável para que os católicos compreendam a gravidade dos acontecimentos atuais. 3) Os referidos peregrinos de nossa CAMPANHA, como duas dezenas de

É importante assinalar que, em sete das ações em que os dissidentes foram condenados, foi declarada pelo juiz a litigância de má-fé dos reclamantes, inclusive com condenação ao pagamento de multa em duas delas. Em três outras, tendo constatado que testemunhas dos reclamantes prestaram falso testemunho, o juiz determinou o encaminhamento dos autos à Promotoria. Desde 1.997, vem esse grupo dando mostras de uma auto-imposição do objetivo de destruir a TFP. Para tal, não hesitou em visitar sistematicamente os aderentes de nossa CAMPANHA com o objetivo de obter a transferência de do18

CAT OLICISMO

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outros por todo o Brasil, visitam residências de nossos aderentes, conduzindo uma imagem de Nossa Senhora, durante as quais é narrada a história das aparições da Virgem Santíssima aos três pastorinhos e comentada Sua Mensagem, seguindo-se a recitação do Terço. 4) Com vistas a promover a expansão do conhecimento da aludida Mensagem, é então proposto aos presentes a adesão à Aliança de Fátima, por meio de donativos inteiramente voluntários, com os quais se torna possível dar prosseguimento a uma campanha de tal envergadura. 5) Os referidos peregrinos não foram detidos, como pretende a Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima, nem jamais estiveram "foragidos". Uma vez solicitados, compareceram de bom grado à Delegacia, apresentaram suas credenciais e esclareceram, a respeito de sua atuação, a respectiva Delegada Titular, Dra. lone Coelho que, após as averiguações de praxe, constatou a perfeita legalidade da atividade desenvolvida e devolveu aos caluniados a veneranda imagem. ,, 6) Jamais nossos peregri- •'· nos fizeram qualquer referência a autorização de João Paulo II para sua peregrinação. 7) Os referidos peregrinos jamais se apresentaram, nessas visitas, em nome da citada Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima. Seria absurdo que, detentora de uma tradição de quase uma década e com centenas de milhares de aderentes, nossa CAMPANHA entendesse conveniente utilizar-se do nome de uma associação constituída recentemente por um grupo de dissidentes. Absurdo e, ademais, ridículo ! 8) Diante dos fatos ocorridos, esta Coordenadoria estará recorrendo às providências judiciais cabíveis, com vistas a desagravar a imagem da Virgem Santíssima da ofensa sofrida, bem como a reparar a honra dos peregrinos injuriados em conseqüên-

eia da infame detração, e muito especialmente do Sr. Ricardo Augusto Charone Filho. Com efeito, esse ilustre membro de tradicional família paraense - natural de Belém e não "paulista", como, aliás, também nossos outros dois peregrinos - foi o mais pessoalmente atingido pelas calúnias e injúrias assacadas por ocasião dos lamentáveis acontecimentos acima relatados.

Face ao Direito Canônico 9) O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira concebeu o acima mencionado Movimento Internacional para a difusão da Mensagem de Fátima, no qual nossa CAMPANHA se insere, como uma atividade de inspi.ração católica a ser desenvolvida por fiéis que atuam estritamente dentro das normas do Código de Direito Canônico. Com efeito, esse Código faculta aos fiéis constituírem e dirigirem livremente associações privadas, sem necessidade de requerer reconhecimento canônico e dispondo, portanto, de plena liberdade de ação, sob vigilância da autoridade eclesiástica em matéria de fé e moral 2 ; como, aliás, qualquer católico comum. Assim, nossa CAMPANHA cumpre precisamente o que prescreve o cânon 225, § 2. 0 , do referido Código: "Têm, também, o dever especi-

al, cada um segundo a própria condição, de animar e aperfeiçoar com o espírito evangélico a ordem das realidades temporais ... " 10) Cabe aqui assinalar que o Osservatore Romano, jornal oficioso do Vaticano, em sua edição de 1.0 de dezembro último, estampou amplo noticiário a respeito da peregrinação realizada na Sibéria Oriental (Rússia), entre 13 de maio e 13 de outubro do corrente ano, "com a decisiva colabora-

ção da "Associação Luci sull'Est", nossa congênere italiana, "que assim celebrou seus de z anos de vida e serviço. Juntamente com a imagem da Senhora de Fátima, os voluntários da associação levaram à Sibéria outras cinco imagens que deixaram na igreja local, de z mil pequenas reproduções da mesma imagem, dez mil terços e dez mil livretos que ensinam a recitar orosário ".

Alerta aos aderentes da Aliança de Fátima

pode ser maior que o Mestre " ! Assim,

Não poderíamos concluir este Esclarecimento sem alertar os aderentes da Aliança de Fátima de Belém, bem como de todo o Brasil, contra a ação de pessoas ligadas à Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima que vêm propalando falsidades a respeito da CAMPANHA VINDE NOSSA SENHORA DE FÁ TIMA , NÃO TARDEIS!, e procurando desviar para sua associação os donativo a esta concedidos. Causa indignação constatar quepessoas se intitulando católicas se permitam assacar tais calúnias, e não hesitem em provocar um inciclente capaz de levar uma imagem da Santíssima Vi.rgem a ser submetida ao ultraje de ficar retida, por dois dias e duas noites, numa Delegacia de Polícia. Quanto a nós, resta-nos a consolação de lembrarmo-nos do ensinamento do Divino Redentor: "o discípulo não

se o Iscariotes entregou Jesus a Pilatos, Anás e Caifás, não surpreende que discípulos de Cristo se vejam conduzidos a uma delegacia e infamados nas páginas da imprensa. Mas, acima de tudo, sustentar-nos-á, na luta pelo estabelecimento do Reino de Maria na Terra, a lembrança de Sua promessa em Fátima: "POR FIM O MEU IMACULADO CORAÇÃO TRIUNFARÁ!" Belém do Pará, 8 de dezembro de 2001, festa da Imaculada Conceição CAMPANHA VINDE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, NÃO TARDEIS!

Marcos Luiz Garcia Coordenador-Gera l

1. "Eu já vi outros ventos, e enfrentei com ânimo forte outras tempestades" - Cícero, Familiares, 1.2, 25, 5. 2. Cfr. Código de Direito Canônico, cânones 215,222 §§ J e 2; 298 §§ l e 2; e 310.

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NACIONAL

Bin Laden e as eleições presidenciais brasileiras PL!NIO

V.

XAVIER DA SILVEIRA

Os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos determinaram em todo o mundo uma inflexão para a direita e repercutiram também na campanha eleitoral do País, abalando o clima de "Lula já ganhou" qui sas eleitorai s sofreram mudanças. O o I imiar do ano 200 1, o que penque terá havido? sar do panorama eleitora l brasiA popul ação em gera l, mostrando leiro? Que perspectivas se nos que ainda tem uma dose de bom senso apresentam para o ano 2002? É indi scutível que o dia J I de setem- que não mais parecia ex istir, deu sinais de perceber o que leterminada mídia não bro, com o atentado terrori sta que abamostrava: esquerdi smo e terrori smo atulou o mundo inteiro, e de modo espec ial am como "companheiros de viagem." ao os Estados Unidos, revelou, dentro dos encalço de um obj etivo único, que é abacatastróficos tempos em que vivemos, uma situ ação gravíssima que os otimis- . lar, e tanto quanto poss ível destruir, o que resta de C ivili zação Cristã. tas se negavam a ver. A impress ionante atitude do povo Os efeitos no mundo ocidental americano, rea gindo com indi gnação O f enômeno não é só brasileiro. No que surpreendeu a quase todo o mundo, está mudando o curso da Hi stória . Esta reação será permanente? Que refl exos isso produziu no panorama brasileiro? Antes de 1 1 de setembro, nosso País parecia acreditar no " Lula j á ganhou " . Até empresários bem suced idos - em geral favorecidos por certa mídia que só dá de. taque aos "progressistas" passaram a pintar um "Lula light", procurando dar a impressão de que esse amigo de Fidel Castro ter-se-ia "con-

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vertido".

O bom senso do homem do povo

"Atentados de Bin Laden teriam beneficiado direita dinamar-

N a realidade, os atentados de setembro produziram uma queda no prestígio de Lula . O candidato passou a aparecer menos na imprensa, como se uma cortina se fec hasse à sua frente. A s pes-

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ATOL I C I SMO

mundo inteiro as esquerdas estão sofrendo derrotas eleitorai s. Em Nova York um prefeito conservador fo i eleito, sendo que quando as pesqui sas indi cavam , até l J de setembro, a vitória fo lgada do candidato esquerdi sta do Partido Democrata. N a Nicarágua era anunciada como prati camente certa a volta do comun ista Dani el Ortega, co m larga marge m de votos. O resultado das ele ições foi favorável ao cand idato conservador, Enrique Bolaiíos. Na América do Sul , o presidente venezuelano Chaves, apresentado como grand e amigo de Fidel Castro, está vendo ca ir sua popularidade rapidamente, e até se comenta que ele não terminará o mandato. A guerrilh a co lombian a, que parec ia popular e invencível, perde o apoio apresentado pela mídia. Os guerrilh eiros das FARC fora m escorraçado pela população de cidade do inteiror. No Peru, o recém-e leito pres idente Toledo, que prometia um passo ace lerado rumo à esquerdi zação do País, praticamente sumiu do noticiário. Quanto à Europa, basta mencionar o títu lo de um indi gnado artigo de Gilles Lapouge (Estado de S. Paulo , 22-1 1- 01 ):

Capa da revista VEJA, de 4 de julho último: nessa época, tentou-se impingir à opinião pública a falsa imagem de um " Lula light".

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quesa ". Ele las ti ma a derrota das esq uerdas, pois o país "rejeita va o modelo social dernocrata, co,n previdência social perf eita, medicina socializada, proteções de toda ordem etc." Em síntese, os padrões socialistas, que pareciam fadados a uma vitória insofi smável, dão mostras de estar desmoron ando.

O panorama brasileiro se altera Fa ltam nove meses para as eleições presidenciais no Brasil. Mas aqui também o mes mo fenômeno se manifesta. Lula continua ca ndidato, e é provável que chegue ao segundo turno, mas, a esta al tura, sua vitóri a já é duvidosa. O s políticos são hábeis em não se afastar demas iadamente da opini ão pública. Viram que um nome com aparência conservadora teri a mais possibilidades e começaram a aparecer fi guras até então ·esquecidas ou apresentadas como pouco ex pressivas. Ainda há tempo para a defini ção fi nal das candidaturas. Alguns políticos vão se destacando, e o panoram a eleitoral mudou. N ão se trata de considerar aqui nomes que a própria mídia se encarrega de fazer surgir e desaparecer. M as na séri e de fi guras de esquerda, que os jornais apresentavam com maior ou menor possibilidade, algumas devem ser postas de lado, enquanto outras vão se apresentando com aspecto mais conservador. Um a coisa é in egá vel: o "Lula já ganhou " passou a ser uma in cógnita. U 111 ponto eleve ser considerad o de modo especial : nesse panoram a, o eleitor brasil eiro poderá ver suas esperanças renascerem, e acred itar mesmo em um candidato qu e seja real mente co nservador. M as de fato surgirá? Quem será ? Esse candidato, o que fará?

chamado "casamento" ho mossex ual etc? E que tenta, com pouco sucesso até o momento, apesar do grand e apoio de José G regori , ex- Mini stro da Ju st iça, efetivar o desarmam ento civil dos homens honestos? A s reações da soc iedade à referida Revolução Cultural impedi ra m que muitos passos fossem dados. M a·s vári os deles se efetivaram. Basta fa lar da lamentável norma técnica do Mini stro José Serra, med iante a qual os hospitais da rede pública ficam obrigados a praticar o aborto, bastando para isso a gestante alegar ter sido es tuprada e apresentar um Boletim de Ocorrência. E justamente esse ministrn aparece como o cand idato de preferência do Governo Federa l. ..

O Brasil anseia por um conservador Ou teremos um nome de fato mais conservad or, que faça o Brasil retomar o verdadeiro caminho de sua grandi osa vocação hi stóri ca, de molde a constituir um marco hi stórico no soerguimento ela Nação? Teremos, nós brasileiros que cremos em nosso País e na C ivili zação Cristã, a oportunid ade ele votar em um candidato que verdadeiramente expresse o que o nosso povo deseja? Ou seremos de novo obri gados a esco lher o "menos

ruim "? [nfe li zmente, o bai xo nível em que se movem nossos políti cos - neste último ano, ass inal ado pelo afastamento de um governador e ele vários senadores, clepu-

A norma técnica do Ministro José Serra representou um decidido favorecimento da prática do aborto no País

tados e prefeitos - não nos dá a conv icção de que as coisas possa m melhorar...

*

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Nossa Senhora Aparec ida ilumine os homens que irão decidir os destinos do Brasil. E dê ao povo brasil eiro, des iludido mas cheio ele fé, a oportunidade que a população deseja. ♦

A obra de FHC Irá tal ca ndidato co nso lidar a obra esquerdista e de Revolução Cultural que tanto cresceu durante o governo FHC, com sua fraca. ·sacia Reform a A grária, com seu apoio ao M ST, criand o focos de ten ão em qu ase todo o territóri o nacional ? E que deu passo tão lamentáveis no ca minho moral , co m as ten tativas de ampli ar as possibilidades de aborto na atual leg islação, de oficiali zar o

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Rede de apoio ao terrorismo: muito mais ampla do que se imagina ALFREDO M AC HALE

Engana-se quem pensa que a guerra contra o terrorismo pode restringir-se apenas ao Afeganistão-taleban. O problema é vastíssimo e estende seus tentáculos pelos cinco continentes, contando o terrorismo com aliados de todos os matizes: desde inocentes úteis até fundamentalistas islâmicos e guerrilheiros marxistas.

a presente guerra contra o terron smo, o governo norte-a mericano insiste em que ela não é contra o islami s mo, apesar das profun das raízes de vio lência extre ma que podem ser percebidas na doutrina, me ntalidade, hi stória e c ul tura dos povos muçulmanos. Tais raízes parecem explicar a naturalidade com que muitos islami tas conside raram os ate ntado contra os Estados Unidos . També m agira m do mesmo modo muitos esquerdistas; e ainda muitos outros, muçulma nos ou não, chegaram a fes tej ar o êxito do ataque terrorista. Obvi ame nte, é importante que se te nte fo rmar um co nsenso e ntre as nações civilizadas a respeito da necessidade de atacar a fund o o terrori smo, para impedir outros ate ntados. E tal consenso, em nossos dias, não parece vi áve l e m termos estrita me nte reli g iosos. M as isto não é razão para descartar ou minimi zar - numa vi são um pouco ma is aprofun-

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articulação - por vezes não ostensiva, e mbora seja efetiva-, se não é visível na realização dos atentados e atos especifi camente te rro ri stas, surge ao me nos na arrecadação dos imensos rec ursos eco nômicos de países petro líferos islâmicos, que ajudara m e certame nte ainda ajudam organi zações ele muç ulmanos ligados ao te rro ri smo . Fato semelhante, a li ás, passa-se na história de todos os movim entos que praticara m o terror como arma de guerra, seja manej ada por parti c ul ares o u pelos Estados; Sempre se viu, junto aos que de modo deliberado e sistemáti co exec uta m o crime nos mo ldes terrori stas, a exi stênc ia de outros - não-terrori stas, muito mais numerosos e pode rosos - que prestavam a esse tipo de atu ação destru tiva uma grande co laboração. E ntre tais colaboradores, alguns poderiam a legar que atuavam de boa fé, mas outros nunca conseguiriam demonstrá- la, po is há provas ela c lara simpati a por eles devotada ao esforço que vi sa à derrocada da Civilização Cristã. Isto se de u notadame nte na ofensiva comunista ao longo de ma is de sete décadas do século XX , du ra nte as quais houve uma verdadeira simbiose entre os marxistas pacíficos e os vi olentos. O s primeiros abrindo passage m para os seO derrocado reg ime taleban liderado pelo mulá Omar (na foto, terceiro a partir da esquerda) , como ta mbém movimentos fundamentalistas islâmicos, foram apoiados por movimentos muçulmanos moderados

dada e reali sta - o fund o religioso e ideológico do fa natis mo m uç ulm a no contra o mundo oc ide ntal e cristão. Caso contrário, ainda que o Ocide nte vença a guerra atual, logo perderá a vitó ri a, uma vez que a extre ma violê ncia pode rá re nascer, pouco depois de esmagada.

Incrível articulação de tolerantes e fundamentalistas Com efeito, é óbvi a a artic ulação que ex iste entre os vários movime ntos mu çulmanos, incluindo algun s moderados junto com outros cl arame nte radicais. Tal

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g unclos, os quais lucravam com o pape l re presentado pelos inocentes-úteis e pelos seguidores não-declarados ele Marx.

Oportuna quebra de mitos: poderio comunista e força taleban Para que esse esque ma fosse possíve l, espalhara m-se então mitos sobre o prete nso poderi o comunista, de um lado; e ele outro, sobre a propaga ndeada "f ú-

ria das classes pobres contra as classes ricas" . Dentro desse quadro artificial, a ação guerrilhe iro-terrori sta era especialme nte útil , por seus efe itos intimiclatóri os e extorsivos, para pressionar o c idadão comum . De fato , para que m a na li sa a situação mundi al com um certo c uidado, ficou cl aro mil vezes que essa f orça do comuni smo e a taljiíria dos pobres consti tuíam um blefe publicitário: o comuni smo não tinha raízes nem apoio nas massas popul ares. Na rea lidade, o mito marxi sta era artifi cia lme nte impul sionado por certa mídi a tendenciosa, por intelectuais subve rs ivos, por burgueses "comprometidos" e clérigos esquerdi stas, q ue se esforçavam e m pro mover, de ntro do Ocidente, a luta de classes dos pobres contra os ricos e dos países subdesenvolvidos contra os desenvo lvidos . Algo semelhante ocorre no mome nto com os muç ulmanos fu ndamenta listas: o poderi o de les e a popul aridade dos ta leba ns fora m estrondosa me nte desme ntidos em poucas semanas de gue r-

Durante a guerra do Afeganistão, órgãos de imprensa americanos foram estrondosamente desmentidos pelos fatos: aquele país não se transformou num atoleiro ou "novo Vietnã " quando marines dos Estados Unidos, como o que figura na foto, começaram a atuar em território afegão

ra , não obstante órgãos de impre nsa a presentare m, até há pouco, o Afega nistão como um atoleiro no qual os Estados Unidos pode ri am afund ar-se: aquele país seri a "um imenso cemitério para os gringos", um "novo Vietnã" etc. Pelo contrário, poucos norte-americanos, até o momento, perderam a vida nesta g uerra, te ndo s ido e la e mpreendid a co m grande eficácia e ra pidez, com o apo io das popul ações de quase todo o mundo .

O terrorismo nas estratégias marxista e islamita Acontece com o fund amenta li smo islâmico algo simil ar ao sucedido com o comuni s mo: por causa das aberrações que ambos pratica m, são muito impopulares e e ncontra m grande difi culdade para avançar, conve ncer e manter- se no pode r. G eram nas massas apati a e te mor, procura m amedrontar a opini ão públi ca para que esta ceda e lhes abra caminho. O terrorismo, alé m di sso, procura dar a impressão da ex istê ncia de um incontenível ódio popul ar àqueles que resiste m à sua atuação. Tenta induzir o povovítima à des mobili zação, à capitulação e ao pavor, procurando ao mesmo tempo acos tumar a soc iedade e m geral à vi o lê ncia, como caminho para a instauração ele um reg ime bárbaro e brutal.

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Aliás, ex plora-se o mito c\e que o terrorismo teri a poss ibilidades indefi nidas de expansão, de ameaça e ele viol ência, em decorrência das qua is a úni ca saíd a se nsata para a po pul ação seria ceder se mpre. Isto, e ntretanto, não passa de vulgar propaga nda midiática, poi s todas as vezes que se combateu verdadeiramente o terrori smo, e le foi logo derrotado. Sua verdade ira força reside na inércia ele suas própri as vítimas, o que, desta vez não acontecendo, permitiu a fragorosa derrota cio Ta leba n. Durante os o ito anos ci o governo C linto n, i'm ag in o u-se que os Estados Unidos j á não tinham inimi gos, não corri am ri scos e não teriam que e mpreender maiores lutas . Essas ilusões fac ilitaram os atentados ele setembro, mas, uma vez des me ntidas, coube a George W. Bush enfrentar os desafios cio momento, o maior cios quai s é compensar em pouco te mpo a imprevidê nci a ele se u predecessor, sem inc idir e m seus desacertos. B ush lançou-se numa guerra nãoconvenc ional e che ia ele ri scos, mas absolu tame nte necessária, cuj o sucesso fi na l depende primordia lme nte ele que ne la se ma ntenha a coerência.

Evitar os erros do passado É indi spensáve l não repetir na guerra presente certos e rros cometidos, décadas atrás, na luta contra o terrori smo comunista. E ntão, muitos líderes ocidentai s julgava m necessári o reprimir os terro ri stas, mas to leravam aque les que lhes davam apo io. Esses "companheiros de viagem" elo terrori smo o impul sionavam e proteg iam, mas c uidava m de guardar as apa rê nc ias. Hav ia - e tudo indica que ainda há - vastas redes intern ac iona is ele g rupos terroristas, sustentadas por redes parale las, ta mbém internaciona is, ele índo le re li g iosa, política, econô mi ca, judic iária e publicitária. Tais terrori stas freqüente me nte se va le m ele organi zações de fachada , com aparê ncia inócua, às vezes ele fin s re li g iosos, human itári os ou ed ucativos, que recolhem fundos para fin s inquestionáve is, muitos de les louvávei s, mas que são desvi ados no senti do ele apoiar o terrorismo. igua lmente o comuni smo mantinha redes ele recrutamento ele terro ri stas em

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unive rs id ad es, co lég ios , s in d ica tos, ONG s, partidos po líticos e grupos re lig iosos - oficia is o u a lternativos . Os ade re ntes eram ca ptados para finalid ades inócuas, e depoi s abso rvidos para outra muito diversa, ele índo le subversiva . Assim nasceram e prosperaram os mov imentos guerrilhe iros e terrori stas na Améri ca Latina nos anos 60, 70 e 80, que traumatizaram incontáve is popu lações ele quase tod as as nações cio conti nente.

Fenômeno precursor: o terrorismo marxista Co m efe ito, espec ia lme nte a partir cios anos 60, muitos países foram pa lco ele lutas guerri lheiras e te rrori stas ele ín do le marxista. D urante longo tempo e las se desenvo lveram ele modo desafi ante e impune, por vezes causando dezenas ele milhares ele vítimas fata is e lança ndo nações e m crises gravíss imas, até que, em a lguns casos, a indi gnação ela opi ni ão pública favorece u uma ráp ida eradical mudança ele rumos. Tal mudança trouxe consigo a in stauração ele regimes ele fato, que combateram o u es maga ra m o terrori smo, incorrendo às vezes em excessos certamente censuráveis, que até hoje são chorados pelas esquerdas. Mas tai s regimes não atalharam o peri go comuni sta. No Brasil , por exemplo, "a reação anticomunista do regime militar, excessiva em mais de um lance de repressão policial, f oi ao mesrno tempo de um liberalismo ideológico quase absoluto, que permitiu aos esquerdistas se irifiltrcu·•m lar-

Os regimes fundamentalistas islâmicos, como o de Saddam Hussein (foto acima), no Iraque, são impopulares e encontram grande dificuldade para avançar, convencer e manter-se no poder

Acima: entre os desafios enfrentados pelo novo governo americano, está o de contraba lançar a imprevidência de seu antecessor, o do ex-Presidente Clinton (foto) Abaixo: o Secretário da Defesa norte-americano, Dona/d Rumsfeld (esq.), e o Presidente Bush diante do edifício do Pentágono semidestruído pelo atentado de 11 de setembro; coube a Bush dar uma resposta à investida terrorista

O Presidente colombiano Andrés Pastrana com o líder guerrilheiro-terrorista Marulanda: a atitude capitulacionista do Chefe de Estado diante da guerrilha não atenuou a crueldade criminosa desta e sua falta de escrúpulo

gamente no ensino e nos mass media. E implantou na economia o socialismo. Em suma, o perigo comunista entrou gravemente acrescido na Nova República " (Plinio Corrêa ele Olive ira, "A Refo rma Agrári a leva a mi séri a ao campo e à c idade", Vera Cru z, 1986, pág. 35). M esmo em nossos dias, por exemplo, os movimentos guerrilhe iro-te rrori stas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e Exército de Liberação Nacional (ELN), ambos declaradamente comuni stas, levam o crime nessa infortunada nação a níve is de u1)1a crueldade e fa lta ele escrúpul os difíce is ele imag inar, c hocando todo o mundo; me nos, ao que parece, o governo co lombiano. Esses mov imentos praticam notoriamente o tráfico de drogas e o seqüestro e m amplíss im a esca la, causando uma e norme prostração no pa ís e em todos os seus habitantes. Alé m di sso, incenti vam o utros grupos de esquerda na América Latina que tendem à violênc ia. Tudo parece estar sendo artic ul ado para, a qua lquer mo mento, desencadear alguma ação que vise transformar nosso continente num imen. o Afegani stão.

Colombianização do Brasil e da América Latina A colornbianização ele todos os países lati no-a merica nos - a começar pe la Venezue la cio Pres idente Hu go Chaves, até o conturbado Bra il - faz parte ela consp iração terro ri sta que vi sa destruir os a utênticos valo res relig iosos e morais herdados pela C ivili zação Cristã.

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No Brasil , o caso mais asseme lhado é o cio Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que recebe treinamento das FARC: "As FARC recrutam e treinam integrantes do movimento guerrilheiro Sem-Terra, do Brasil. Alguns subversivos desse País estiveram em Caguán" (EI Espectador", Bogotá, 2-4-2001). Sem fa lar cio amparo ela a la elita progressista do clero, fato notóri o e reg istrado por órgão ela míd ia: "Padres e Bispos dão urna ajuda inestimável às ,nobilizações dos sem-terra" (" O Estado de S . Paul o", 10-5-2000). São inúmeras as notíc ias que confirmam a atuação de terro ri stas no Brasil. Veja mos alg umas: • Colombi anos li gados aos movi mentos guerrilheiros comunistas FARC e ELN têm feito impunemente, nestes últimos doi s anos, a apologia da guerri lha marx ista e m escolas públicas, uni versidades e sindicatos brasil eiros ("O Estado de S. Pau lo", 22-7-0l). • O per igo fez que o ex-comandante do Exérci to co lo mbi ano a lertasse o gove rno do Brasil : "O general Harold Bedoya, ex- Ministro da Def esa, recomendou às autoridades brasileiras a adoçâo de providênci_as para o combate mais rigo roso ao narcotráfico, advertindo que, caso contrário, o Brasil poderá viver situaçâo gra ve como a colombiana. Bedoya aproveitou a ocasião para co,~firmar a presença de sete guerrilheiros das Forças Arm adas Revoluc io nári as da Co lô mbi a e do Exército ele Libertação Nac ion al atuando li-

A colombianização de todos os países latinoamericanos, a começar pela Venezuela do Presidente Hugo Chaves (à esquerda, na foto, com Fide/ Castro), faz parte da conspiração terrorista que visa extirpar os vestígios de Civilização Cristã

vremente no Brasil" ("Jorn al do Brasil ", 8- 10-99). • "Os choques armados do MST com a polícia, o Exército e os seguranças de fa zendas invadidas ou ameaçadas de invasâo podern arrastar o Brasil a um conflito armado como o que ensangüenta a Colômbia há ,nais de três décadas. O alerta vem de ninguém rnenos que um integrante do Estado-Maior Central das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo ( Farc-EP). 'Abram o olho com isso 1 Aqui começou assim', avisou o comandante l ván Rios ern entrevista exclusiva ao JT no povoado de Los Pozos, na zona desmilitarizada do sul do país ... . o JT ouviu de uma fonte muito bem colocada no alto comando das Farc-EP a co,~fidência de que a organizaçâo 'mantém relações, no Brasil, com o MST e o partido do Lula"' ("Jorna l da Tarde", 24-5-2000). • Outro fato grave é q ue"as FARC abriram um.a representaçâo diplom.ática informal no Brasil e um de seus comandantes, Hernán Ramírez, de 55 anos, está há três meses no País na condiçâo de embaixador da guerrilha. A Missâo das FARC, que circula livremente em Brasília e nos gabinetes dos líderes no Congresso, é convencer o governo a reconhecer o movimento guerrilheiro como 'uma força beligerante' na Colômbia e autorizar o funcionam.ento de wna representaçâo formal no Brasil " (" Jorna l do Brasi l", 17-9-1999). • Relatórios da Secretaria de Segurança do Paraná afirmam que os inte-

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diram trabalhadores honestos a socos e pontapés; e ainda foram recebidos pelas autoridades locais para fazer suas reivindicações. A Polícia nadafez e teve sua omissão criticada. Reivindicação de assentamentos ou treinamento de guerrilha urbana para ser utilizada na hora propícia? (Informativo Rural, nº 73, nov/ dez/2001).

Entretanto, é preciso dizer, contra tais ameaças existem defesas; e o combate não é tão difícil, desde que se tenha força de vontade, firmeza e coerência no enfrent,'í-las.

Tudo seria diferente ...

A escalada terrorista João Pedro Stédile, líder do MST e homem-símbolo de um movimento que, segundo informações da imprensa, mantém relações com as FARC colombianas

grantes dó MST, no Noroeste daquele Estado, estão armados e preparados para reagir à ação policial. O Secretário de Segurança, Cândido Manuel Martins de Oliveira, disse que o treinamento para uso dessas armas e o ensino de táticas de guerrilha seriam mini strados em instituições administradas pelo MST, e cita o Centro de Formação e Pesquisa Ernesto Ché Guevara (Cepag) (O Globo, 13-6-1999). • O colombiano Ricardo Yél ez Rodriguez, professor das Universidades Gama Filho, no Rio, e Federal de Juiz de Fora (MG), concedeu entrevista na qual denuncia "a estupidez das elites intelectuais brasileiras que fingem não perceber as semelhanças entre a tática

de tomada do poder do MST e a dos guerrilheiros das FAl?C na Colômbia, do Sendero Lwninoso no Peru e dos zapatistas no México" (Jornal da Tarde, SP, 14-5-2000). • Noti c iário análogo denuncia a existência de outros movimentos no Brasi l, alguns deles vinculados ao clero progressista, co mo a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Conselho lndigenista Missionário (CJMI). Ainda recentemente, e m Maceió, "numa ação típica de guerrilha urbana, membros da pastoral da terra e do MST, usando annas brancas, irnpediram o acesso de veículos à capital de Alagoas por muitas horas; apedrejaram urn ônibus; depredaram canvs; assaltaram um caminhão; agre-

Tais movimentos, bem como outros do exterior, têm obtido da parte de sucessivos governos concessões contínuas e absurdas, em geral bem vistas por políticos do Ocidente, o que resulta na escalada dos ataques terroristas.

Com os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono (foto acima), os terroristas procuraram causar nos homens a sensação de que ninguém escapa a esse tipo de destruição

O ex-frei Leonardo Boff, expoente da Teologia da Libertação, declarou: "Deveriam cair 25 aviões. É preciso destruir o Pentágono".

Bandeiras do MST misturam-se...

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... com outras da Liga Bolchevique Internacionalista, no encerramento, em 7-10-1999, da Marcha a Brasília promovida pelo MST

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Recentemente o ex-fre i Leonardo Boff, de modo inusitado e impune, afirmou numa entrev ista a "O Globo", publicada em 10-J J-2001: "Acho muito pouco cair um avião sobre o Pentágono. Deveriam cair 25 aviões. É preciso destruir o Pentágono todo ". Como não ver nessa frase espantosa, proferida por um dos expoentes da Teologia da Libertação no Brasil, um incitamento à prática de ataques terrori stas em maior escala e um anseio pelo triunfo do fundamentalismo islâmico sobre a Civilização Cristã?

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No fundo, a mentalidade liberal e otimista que prevalece no Ocidente leva a avaliar a gravidade do terrorismo como muito menor do que a real, considerando que ele só nasce em circunstâncias excepcionais ou de pobreza. Portanto imaginam os otimistas - é melhor não combatê-lo, pois isto poderia gerar injustiças. E assim se faz, até que uma nova enormidade terrorista, como a eclodida em setembro último, amedronta o mundo e clama por medidas drásticas e imediatas para dar so lução a um problema que já deveria ter sido resolvido.

11 de setembro no contexto da guerra psicológica Com os ataq ues ao World Trade Center e ao Pentágono, os terroristas deram ao home m de hoje a sensação de que ninguém estará a salvo desse gênero de atentados; de que se trata de uma ferocidade e de uma falta de escrúpulos a toda prova; e de que esse gênero de aconteci-

mentos torna difícil ou até impossível às suas vítimas impedir outros ataques suicidas, tanto ou mai s cruentos do que os já verificados. A vulnerabilidade mais evidente deveu-se à falta de vigilância nos aeroportos, o que permitiu aos terroristas seqüestrar os aviões. Outra fraqueza que ainda pode vir a ter conseqüências sérias é a indolência do Ocidente ao tolerar que, por mais de uma década, boa parte do armamento atômico e dos produtos ou experimentos bacteriológicos soviéticos fossem mais ou menos acessíveis ao tráfico ilegal internacional , o que talvez tenha permitido que chegassem às mãos dos terroristas tais meios de destruição. O mesmo se pode gizer do annamento convencional sofisticado, proveniente da ex-URSS ou de outras nações, de fácil acesso às redes de tráfico de armas, as quais se interpenetram com o tráfico de drogas e o crime comum organizado. Em relação a estes, numerosos governos de todas as latitudes têm sido gravemente omissos .

Por exemplo, no início dos anos 80 começou no Peru a ofensiva sanguinária do Sendero Luminoso, que massacrou em IO anos mais de 20 mil inofensivos camponeses indígenas, diante da inércia inqualificável de vários governos dessa nação, até que foi reprimido, 12 anos depois. Porém, antes disto, seus militantes tinham formado uma rede de apoio recíproco com outros organismos do terrorismo mundial, com bases inclusive nos Estados Unidos, Inglaterra e Itália, sob o nome "A world to win.". Tal rede foi tolerada durante quase uma década pelos governos dessas nações, porque aparentemente só ( !) defendiam o terrorismo, sem que houvesse provas de que o praticassem efetivamente nesses países. Sobretudo a partir cios atentados de setembro, outra deveria ter sido a atitude cios líderes políticos ocidentais, seCom certa freqüência surgem sintomas de vínculos entre movimentos terroristas europeus, como a ETA espanhola, com grupos terroristas sul-americanos e movimentos fundamentalistas muçulmanos. Na foto abaixo, atentado da ETA praticado em maio de 97: 11 mortos e 78 feridos em Saragoça

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representante do/ RA que estava em contato com as FARC, e nquanto outro fo i morto em combate, pesando sobre e le a mesma suspeita; mas não se soube de atitudes séri as por parte dos governos concernidos, que imped issem essa cumplicidade. Tal questão suscita a pergunta: que eficác ia tem a atual g uerra deflagrada contra o terrori smo, se não se levarem e m consideração essas e tantas outras ameaças à C ivi lização Ocidental e Cristã?

Adesão maciça da opinião pública à ação antiterrorista A partir ele 11 de setembro, desencadeou-se uma guerra de nervos generalizada, devido ao perigo de contaminação pelo Anthrax e outros agentes infecciosos, como se observa na foto acima, em que dois pesquisadores analisam material com Anthrax, na Flórida

gundo e les mesmos anunciaram. Com efeito, dessa rede - que até hoje se difunde através do website www.csrp.org, do Commiuee to Support the RevoLution in Peru , com e ndereço posta l, telefones, publicações e arrecadação de fundos e m Londres, be m co mo e m San Francisco e Berkeley, na Ca lifó rni a fazem parte outros grupos que lançam bruta is e sanguinárias ofensivas e m vários países da América Lati na; na Tunísia, Turqui a e Irã, entre as nações muçu lmanas; Ceil ão, Índi a, Bangladesh, Nepal e Filipin as, no Oriente. Contudo, até hoje sua atuação não suscitou med idas mais enérg icas.

"santuários" de impunidade, onde as forças militares da nação não podem e ntrar para combater os terroristas, e de o nde estes partem para praticar os mais variados crimes por todo o país e depois retornar a seus red utos. Com certa freqüência surgem sintomas de vínculos entre os mov ime ntos terrori stas e uropeus, como a ETA espanho la e o IRA irlandês, e grupos terrori stas sul -a meri canos, como os já mencionados; e também com regimes ou movimentos islam itas de extrema esquerda, como o governo líbio. Por exemp lo, recentemente fo i detido na Co lômbi a um

... se os governos ocidentais saíssem da inércia A vizinha Colômbia, com extensa fronteira com o Brasil, tem sido fe rozmente atacada, por mais de 50 anos , por diversos grupos guerrilhe iros comu ni stas, como as FARC e o ELN, ambos agora incluídos pelo governo norte-ameri cano na li sta dos mov ime ntos terroristas que devem ser perseguidos nac iona l . e internac ionalmente. Porém, como se sabe, o govern o de Andrés Pastrana promove a reconc ili ação com essas guerrilhas, tendo contado primeiro com o apo io do governo Clinton, e depois do próprio Bush, todos e les com a ilusão de alcança r a pacificação desses mov imentos cedendolhes parte do território colombi ano. Assim , essas reg iões se tornam virtu ais

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A partir de 1 1 de setembro, co m os ate ntados terroristas e a guerra de nervos genera li zada devido ao perigo de conta minação pelo Anthrax e o utros age ntes infecc iosos, o govern o norteameri cano procurou mostrar a grav idade dessa ofens iva. Os mais importante países do Ocidente apoiaram a posição dos Estados Uni dos , in sistind o igua lme nte na urgênc ia de um e nérg ico e pro lo ngado contra-ataq ue, a fim de e limin ar o terrorismo inte rnac ional. Ao lo ngo das se manas tomam im pulso, em várias frentes, os esforços Os mais importantes países do Ocidente apoiaram a posição antiterrorista dos Estados Unidos. Em Berlim (foto abaixo), 200.000 pessoas se congregaram para prestar uma homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro

Palácio da ONU em Bruxelas: o Conselho de Segurança desse organismo internacional adotou, em setembro último, uma Resolução inédita

para fazer as adaptações necessári as nas le is das nações ma is afetadas pe lo te rrori smo, bem como nas normas in ternacionais vigentes, para que e le sej a ráp id a e eficazmente co mbatido. Isto e m qu a lqu e r loca lidade onde atue e qu aisqu e r qu e sej a m seus a uto res e proteto res .

Até na ONU: resolução sem precedentes Esses esforços fizeram com que o Conselho de Segurança da ONU adotasse em fins de setembro, por unanimi dade, numa sessão que durou apenas três minutos, um aco rdo que em outras c irc unstânc ias seria inverossím il : a Resolução Nº 1373. Esta é uma espéc ie de le i g loba l contra o terrorismo, obri gatóri a para todos os países membro da ONU, sem que sej a necessári a sua ap rovação pelos parlamentos nac io na is para que se apliquem suas normas mais urgentes. Porém, essa Resolução não defi ne o que se ente nde exatamente por terrorismo, sendo que este e o conjunto das organi zações clandestinas que o praticam constituem um fenômeno muitíss imo mais amp lo do que fo i evidenciado na terríve l tragédia que vitimou milhares e m setembro, nos Estados Un idos. O Departamento de Estado norteamericano, para se dar um exempl o, já hav ia difundido em abril último urna li sta de uns 40 desses grupos - muitos dos quais no mundo islâmico - , ac usa-

dos de graves crimes ao longo da última década. Depois dos atentados de 11 de setembro a lista aumento u para mais de 60. Entretanto, segundo pesquisa feita pela Federation of American Scientists, a rede mundial do terrorismo é composta por 370 movimentos dispersos pelo G lobo ! Em vista da e norm e dimensão do problema, a menc ionada Reso lução afirma que a ONU e as nações membros "observam com preocupação a conexão eslreita que existe entre o terrorism.o internacional e a delinqüência organizada em m.uitos países: as drogas ilícitas, a lavagem de dinheiro, o tráfico ilícito de armas etc.", o que promete urna gue rra muito vasta e com plexa, mas sem que se possa dizer até o nde irá.

Semente de futuro governo mundial? Na Ing laterra e nos Estados Unidos, fo ram dil atados os prazos máximos pelos quais é lega l deter suspeitos; ampliaram -se as fac uldades estata is para investigar os c riminosos, in clu sive com censura postal, telefônica e e letrônica, inst ituindo um estad de exceção que durará pe lo menos enq uanto subsistir o perigo terrorista. A respeito de tudo isto, fica indefinido quais serão as auto rid ades que, no âmbito internac iona l, julgarão terroristas e suspeitos. De um lado, o Presidente Bush reivindica tais fac uldades. De outro, as nações Iíderes nesta guerra exe-

c utaram operações bé li cas com singular prontid ão, valor e eficác ia, mas, ao chegare m à vitória, te ndem a ceder à ONU - organ ismo internac ional cuj a atuação é por vezes bastante question áve l - o pape l central de organi zar o pósguerra. A ONU combaterá adequadame nte o terrorismo mundi a l? Não poderá converter-se esse o rgani smo numa Babel burocrática e ditatorial a decidir o futuro das nações, tornando-se perigosa semente de um eventual governo mundi al, que j á conta com tribunais penais internac io nai s ac ima das leis e sobera ni as naci onai s? Nesse contexto, o Mini stério de Ju stiça dos Estados Unidos intimou para prestar depoime ntos cerca de 5000 muçulmanos que vivem lega lmente no país. Sobre e les pesam a lgumas suspeitas de que sejam perigosos para o Estado e para a população. Ao mes mo tempo, tornaram-se muito mais ri gorosos os controles mi gratóri os para pessoas dessa origem, o que determinou a detenção de um milhar de imi grantes muçulmanos ilega is. Tudo isto escandali za alguns setores que se preocupam com que os "direitos humanos" dos terroristas ou suspeitos, mas que não se comovera m muito co m o fato de que os ataques islamitas vulneraram brutal mente ta is direitos de milhares de vítimas. De fato, dar solução ao problema terrori sta req uer medidas imed iatas e se-

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Religiosos franciscanos participam em Brasília da passeata final da Marcha nacional promovid,1 pelo MST, em abril de 1997: clérigos progressistas têm concedido apoio ostensivo ao MST

to, o ho mossexuali smo etc. Contra eles, poderá um eventual governo de índole revolucio nári a lançar uma perseguição, com base e m leis draconi anas aprovadas agora para combater o terrori smo? Tais preocupações nos levam a indagar: sem uma autêntica conversão dos povos, pode-se esperar um futuro melhor para a humanidade? A essa pergunta, a Mensagem de Fátima tem uma palavra de fogo a dizer e uma esperança atraentíss ima a comunicar. Mas isso nos levaria para além de nosso tema. Na realidade, esse conjunto ele problemas deveria j á ter sido anali sado - e há muito tempo! A ramificação cios movimentos subversivos se alastra há décadas, em todos os continentes, com os mais variados nomes, com os mai s diversificados métodos. Agora, como extirpá- la?

veras, algumas de las quase inéditas nos Estados Unidos e sem precedentes na· sua extensão mundi al. Causam preocupação abusos que podem ocorrer, mas seria muito pior se tais atentados terminassem impunes. Entretanto, um cató li co que ame a Igreja e C ivili zação C ristã não pode de ixar de olhar com preocupação para a aplicação que, depo is da presente emergência, poderá ser feita das medidas antiterrori stas de exceção que vão se institucio na li zando nos Estados Unidos, na Ing laterra e um po uco por todo o Oci dente: tribunais especia is, em que o di re ito de defesa fica mui to limitado; estabelecimento de uma espécie de le i cios suspeitos, que permite e ncarcerar sem provas, com poucos indíc ios; prolongame nto indefi nido dos períodos ele pri são preventiva. O que somente se ri a com preensível num estado ele guerra, mas não num estado habitu al. Que medidas como essas sej am apli cadas aos terroristas, é o exercício cio dire ito de defesa elas nações. M as cabe perguntar: se fore m adotadas estave lme nte num país, poderão amanhã ser aplicadas contra outros grupos que não agradem ao governo? Por exemplo, já vai se mani fes ta ndo uma intolerânc ia cada vez mais agressiva contra os que defendem a moral católica contra o abor30

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O futuro do panorama internacional Se cada um desses movimentos terroristas é muito perigoso, o que dizer ela articulação de todos eles numa rede subterrânea e consp iratória glo bali zada, agindo incli tintamente nas mais variadas nações, instalando bases subversivas em algumas delas para atacar outras? O que di zer, caso essas bases continuem a ser protegidas por a lguns governos e muitas ONGs?

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O que di zer ao constatar que a ala progressista cio clero, a esquerda católica, continua dando proteção e mesmo insuflando movimentos revoluc ionários como o MST - para falar do Brasil que se ramifica em todos os Estados? O que dizer do fato ele intelectuais socialo-comuni stas e a imprensa esquerdi sta e tende nc iosa continmu·em a dar cobertura a tal rede e a vituperarem aqueles que lhe opõem obstáculos? A resposta só pode ser: caso continue, e não seja inteiramente desmantelada a articulação entre os diversos movimentos de co notação terrori sta, os Estados Unidos e seus aliados poderão até vencer a atual batalha, mas não a guerra final contra o terrorismo internacional. Poi s este não se reduz à milícia Taleban ou ao fúndamentalismo islâmico, mas conta com "companheiros de viagem " e aliados ele vários gêneros em todo o mundo. Quei ra Deus que os esforços que estão sendo empregados não se c ircunscrevam às cavernas do Afegani stão ! Que continuem até des mante lar totalmente o movime nto terro ri sta inte rn ac io nal e aqueles que, ele algum modo, dão guari da à conspiração terrorista, visando a destruição dos restos ainda vivos ela C ris♦ tandade.

Mesquita de Lion, França: é preocupante a expansão muçulmana nesse país, bem como em outras nações européias

Reação Católica 181 Entristecido com a atitude agressiva ele algumas pessoas, que não nutrem os respeitosos e filiais sentimentos em relação a Nossa Senhora Aparecida, e feli z pelo desfecho do acontecido, envi o reportagens sobre tristes aco ntecimentos na Baixada Paulista: Santos e São Vicente foram palco de duas agressões a Nossa Mãe do Céu, quando duas imagens de Na. Sra. Aparecida foram retiradas de um Pronto Socorro de Santos e de um Centro de Convivência e Formação, na prai a de Paranapuã, em São Vicente. Houve intensos protestos e as imagens voltaram triunfa ntes aos seus lugares. (W.B.M. - SP)

Nota da Redação: Nosso missivista anexa à carta, remetida ao Diretor de Catolicismo, reportagens de alguns jornais a respeito de ambas ten tativas para destronar as imagens de Nossa Senhora Aparecida, e da bela e sadia reação que houve, exigindo o retorno das imagens. Apresentamos abaixo um re sumo das referidas reportagens: Santos - No dia 25 de setembro p.p ., o Secretário de Saúde de Santos, Tomás Soderberg - que é pastor evangélico ordena a destruição de um oratório de Nossa Senhora Aparecida, erguido no jardim externo do Pronto Socorro da Zona Leste. Quatro dias depois, os moradores do bairro da Aparecida (onde se localiza o PS) realizaram uma manifestação contra a rancorosa atitude do secretário e organizaram um abaixo-assinado exigindo a volta da Imagem. O prefeito Beto Mansur foi obrigado a mandar recolocar a Imagem de Nossa Senhora em seu devido lugar.

* São Vicente - No dia 23 de outubro p .p., o Secretário de Ação social e Cidadania de São Vicente, Luís Cláudio Bili - evan-

Divulgação em meios católicos ...

gélico da Assembléia de Deus , ordenou a retirada da imagem da Santíssima Virgem Aparecida do refeitório das crianças do Centro de Convivência e Formação, na Praia de Paranapuã. A imagem estava no local há mais de 50 anos. O nicho foi destruído e a imagem jog~da debaixo da pia .. . o que causou justa revolta dos funcionários. A mobilização dos católicos, inconformados com a arbitrária e indignante atitude, lotou o plenário da Câmara dos Vereadores, ocupando todas as cadeiras, o corredor central e as laterais da Sala Martim Afonso de Souza onde se reúnem os vereadores . "Nunca vi tanta gente na Câmara. Está mais lotada que no dia da posse do prefeito e dos vereadores ", testemunhou uma funcionária ao repórter de "A Tribuna Digital" . A Câmara dos Vereadores aprovou por unanimidade uma petição solicitando o urgente retorno da imagem ao refeitório do CECOF. Essa petição foi entregue ao Prefeito Márcio França, tão logo este chegou de Cuba, onde se encontrava no momen-

181 Gosto mesmo da Rev ista Catolicismo e compartilho co m grande parte das idéias veiculadas na mesma e no site da Frente Unive rsitária L epanto (http :// www.lepanto.org.br/). A meu ver, a revista está excelente e muito bem elaborada, tanto visualme nte quanto no que tange aos tex tos e questões abordadas. Só é pena que não seja muito divulgada, nem mesmo nos meios católicos ... . Os religiosos lucrariam muito com sua leitu ra, pois teriam base para suas pregações, uma vez que poderiam fi rmar-se numa verdade inviolável que é a Tradição, sempre e m relevo nesta revista. (T.A.S.M. - RJ)

A Palavra do Sacerdote Recebi o Catolicismo deste mês. Nesse dia, acendi uma vela diante da imagem pedindo à Virgem Mãe, não só para mim e meus

to em que ocorreu o caso. O Prefeito apressou-se a acatar a petição e ordenou a reposição da imagem em seu lugar de origem .

* A reação católica nas duas cidades do litoral paulista é alentadora, uma digna reparação a Nossa Senhora pela afronta sofrida, um belo e corajoso exemplo para todo o Brasil. Não podemos cruzar os braços diante dos que se portam como inimigos da Santa Igreja Católica Apostólica Romana , mas sim reagir sempre em defesa da Fé. Dentro da lei, mas com decisão.

Ortodoxia Catolicismo é uma publicação completa, fiel à ortodoxia e convincente em suas argumentações . E la faz um bem enorme às almas dos q ue a conhecem e a lêem com inteligência lúcida e espírito aberto à verdade. (J.L.M.H. - RS)

familiares, como para todos os devotos de nossa M ãe Santíssima. Estou le ndo o Catolicismo que, como todos os meses , nos traz orientações sobre variados ass untos religiosos e políticos també m. É uma rev ista completa, pois abrange assuntos que interessam a todos, e, pe las perguntas que fazem na coluna "Palavra do Sacerdote", vemos como há grande ignorância por parte das pessoas em questão re ligiosa. Graças a Deus, temos as respostas sábias, prudentes e convincentes do Cônego José L ui z Villac. Deus abençoe a essa eq uipe que ta nto trabalha na divul gação dos conhecimentos ao nosso povo. (1.C.L.B. - SP) '

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Correspondência (cartas, fax ou emails) para as seções Escrevem os Le1tores e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que fi guram na página 4 desta edição .


VIDAS DE SANTOS

por isso mandou dois filhos, so ldados do Imperador, atrás de Tomás, que escapara indo para Roma. Preso Tomás num a torre do castelo, mãe e irmãos tudo fizeram para convencer o caçul a a renunciar àq uela aventura . Nada surtiu efeito. Os irmãos apelaram então para um estratagema infame: contrataram a mais bela das cortesãs da região, prometendo-lhe grossa quantia se co nsegui sse levar o jovem ao pecado. Sabia m que, se e le caísse na impureza, isso quebraria sua resistência. Assim que a mulher infame entrou no quarto, Tomás, dando mostras de uma virtude heróica, pegou da lare ira um pedaço de lenha em brasa e correu atrás dela, que fugiu como pôde. Em seguida, ainda cheio de indignação contra a cortesã e de amor para com Deus, desenhou na parede uma grande cruz, que oscu lou ternamente, implora ndo a Deus que nunca perdesse a integridade da pureza de a lma e de corpo. Tão bem tinha Tomás sua alma em suas mãos, que em pouco tempo voltou à inteira tranqüilidade, adormecendo. Viu então em sonho dois Anjos que lhe c ing iram os rin s com uma c intu ra de fogo. Ele confessará depois

Santo Tomás de Aquino, Príncipe da F•ilosofia e Teologia católicas PUNJO MAR[A SüLIMEO

Proclamado como "esplendor e flor de todo o mundo" por Santo Alberto Magno, foi cognominado Doutor Angélico pelo Papa São Pio V, tendo recebido da Santa Igreja o título oficial de Doutor Comum, devido à sua incomparável sabedoria teológica e filosófica omás nasceu por volta de J 227 na c idadezin ha de Aquino, na Cam.pagnafelice italiana, aos pés do famoso Mosteiro de Monte Cassino, sendo aparentado com imperadores e reis, inclusive o da França, São Luís IX. Aos c inco anos foi e nviado ao Mosteiro de Monte Cassino para estudar. "A serenidade de seu semblante, a inalterabilidade de seu temperamento, sua modéstia e suavidade eram marcas sensíveis de que Deus o havia precedido com suas prim.eiras graças" 1• Muito reflex ivo e reco lhido, o nienino passava longo tempo pensando. A um frade que lhe perguntou sobre o que pensava, respondeu com a pergunta que mostra suas cogitações infa nti s: "Que é Deus?". A essa questão ele responderá mais tarde, como ninguém o fez. Aos 10 anos Tomás fo i env iado para continuar seus estudos na Universidade de Nápoles. Seu primeiro biógrafo re lata que "nas aulas o seu gênio corneçou abri-

que, a partir desse momento, nunca ma is sentiu os impulsos da concupi scência da carne. Era a recompensa que receb ia por seu ato heróico de virtude. Duas de suas irmãs, convertidas por e le, obtiveramlhe as $agradas Escrituras e livros de estudo, com o que e le continuou sua vida como se estivesse no convento. E nfim , segundo seus primeiros biógrafos, depois de quase dois anos de prisão, com a ajuda das irmãs conseguiu escapa r, descido num cesto para os braços dos dominicanos, seus irmãos de hábito, que o ag uardava m.

O encontro de dois gênios, dois santos No ano seguinte Tomás fez sua profissão religiosa e fo i enviado a Paris. Nesse famoso centro univers itário brilhava então, pelo seu saber, o dominicano Alberto de Boll stadt, que passou para a posteridade como Santo Alberto Magno. Era tal a afl uência dos que iam o uvi -lo, que era necessário transportar sua cátedra para uma praça pública, hoje a inda conhecida como Place Maubert (da contração de Magni Alberti). "O encontro de Tomás de Aquino com Alberto Magno representa um fato de extraordinária transcendência na história da cultura. Talvez mesmo se possa dizer que são os dois colaboradores necessários à elaboração do mais vasto e consistente sistema filosófico de todas as épocas" 4 • De Paris, o discípulo Tomás acompanha o mestre, que ia organizar um centro de estudos teológicos da O rdem em Co lôn ia, na Alemanha.

Frei Tomás: o "boi mudo"

Triu nfo de Santo Tom ás Catarina, Pisa (Itália)

Francisco Traini, igreja de Santa

lhar de tal .forma, e a sua inteligência a revelar-se tão perspicaz, que repetia aos outros estudantes as lições dos mestres de maneira mais elevada, mais clara e mais profunda do que tinha ouvido" 2 .

Vitória contra a concupiscência Foi em Nápoles, anos depois, que o adolescente Tomás travou relações com a Ordem Dominicana, fundada havi a vinte anos, e que representava na época "a vanguarda doutrinadora e combativa da Igreja" 3 . Quis nela ingressar, mas como e ra menor de idade, só foi recebido entre os filhos de São Domingos mais tarde, com o falecimento de seu pai, em dezembro de 1243. Sua mãe, contudo, tinha o utros planos para ele, e

Para ev itar atra ir a estima pública e os louvores que recebera em Nápoles por seu saber Tomás, fec hou-se num mutismo mal interpretado pelos seus condiscípulos. Ademais, "um. grande corpo, lento e pesado, e um.a placidez um pouco bovina servem-lhe de espesso envoltório para uma al,na benigna e generosa, mas retraída; ele é tínúdo para além da humildade, e distraído para além da contemplação" 5 . Isso tudo leva a que o chamem de "boi mudo" ou "grande boi siciliano". Sucedeu um dia que um condi scípul o, tomando a concentração de To más como sinal de que não entendera o que dissera o mestre, começou caridosamente a lhe exp licar a matéria. Mas em determinado momento em. baralha-se todo e não consegue ir adiante. Ca lmamente o "boi mudo" começou então a desenvolver a tese obscura, com muito mais clareza do que o fizera o próprio ~

(continua na página 36)

Santo Alberto Magno, 1352 - Modena (Itália) Esse grande Doutor da Igreja foi mestre de Santo Tomás

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ffi eATOLIe ISMO

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C ATO LIC IS MO

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Glorificação do tomismo pelo Magisté_ rio eclesiástico obre o tema em epígrafe, parece-nos oportu. no transcrever alguns tópicos da obra lntroduzione a San Tommaso - La metafisica tomista e il pensiero moderno, de autoria do Pe. Cornélio Fabro, falecido em 1995 e considerado um dos maiores comentadores contemporâneos do Doutor Angélico. Tais excertos referem-se a documentos de dois Papas que de modo frisante apoiaram a filosofia de Santo Tomás: Leão X/li e São Pio X. "A penetração do to mismo no pensamento e na atividade doutrinária da Igreja t ev e o seu início oficial com a canonização do Angélico por João XXII, em 1323, e foi sempre se consolidando mais, malgrado as oposições , até obter um prestígio sem igual durante o Concílio Tridentino. Mas somente nos tempos modernos a Igreja -tem declarado Santo Tomás de Aquino o seu próprio Doutor oficial" .... "Leão XIII pode ser considerado o verdadeiro iniciador do movimento, com a Carta Encíclica Aeterni Patris de 4 de agosto de 1879" ( * ) ....

S

"A obra de Leão XIII a favor de Santo Tomás pode se resumir em dois pontos: 1) Santo Tomás é declarado o único Mestre oficial das escolas católicas de toda espécie; 2) o objeto principal da declaração é a retomada da filosofia tomista. "O seu sucessor [São Pio X] - o qual, quando Bispo de Mântua, já ensinava no seu seminário a Summa contra Gentlles - continuou no sulco aberto renovando as prescrições leoninas e aguçandoas, em cada ocasião, com particul ar vigor. Destacamos os principais pronunciamentos. "Apenas elevado ao sólio pontifício, no dia 23 de janeiro de 1904, o santo Pontífice dirigia à Pontifícia Academia Romana de Santo To más um Breve especial, no qual resumia e confirmava os atos solenes de Leão XIII, insistindo que o objetivo da Academia era "explicare, tueri, propagare doctrinam, prresertim de philosophia Angelici Doctoris " (Ensinar, sustentar e propagar a doutrina, especialmente a filosofia do Doutor Angélico) .

do por seu antecessor, Leão XIII (direita) na encíclica Aeterni Patris

"Não pode haver nenhum tipo de d_úvida a res peito da natureza da deliberação do santo Pontífice : deve-se seguir Santo Tomás como mestre na filosofia e na teologia, porque 'afastar-se de Santo Tomás num só ponto, especialmente nas coi sas da metafísica, não ocorreria sem grave dano '. Quanto ao "conteúdo" deste retorno ao tomismo, Pio X mencionou sobretudo 'aquilo que na sua fi losofia constitui os princípios e as teses de maior importância' (principia et pronuntiata maiora). "Para tornar mais preciso este ponto, que podia suscitar embaraço - a apenas um mês da morte do santo Pontífice - a Sagrada Congregação para os Estudos providenciou a publicação, com a assinatura do Prefeito, Cardeal Lorenzelli, -de um elenco de 24 teses e proposições que a ela tinham subm etido alguns professores, para ter uma garantia de um tomismo seguro: Aprovação de algumas teses contidas na doutrina de Santo To-

más de Aquino e propostas pelos mestres de filosofia". .. .. "O ato mais solene do santo Pontífice a favor do tomismo é sem dúvida o Motu Proprio Doctoris Angelici de 29 de junho de 1914, quase na vigília da sua morte . Nele o Sumo Pontífice, de início, recordava a encíclica de 1 ° de setembro de 191 O, Sacrorum antistitum, na qual afirmava com autoridade ao episcopado católico o significado preciso do retorno a Santo Tomás, e lamentava-se deplorando o fato de que alguns tivessem entendido o paecipue da Encíclica Pascendino sentido de "não unicamente", quase como se fosse permitido , ao mesmo tempo, seguir os outros doutores escolásticos em algum ponto de filosofia, embora estivesse em contradição com o tom ismo" .... "Sublinhava a eficácia do tomismo contra os erros modernos: 'Tanto mais pelo fato de que, se a verdade católica fosse privada do válido auxílio que estes princípios lhe emprestam para defendêla, procurar-se-á em vão algum elemento na filosofia que condivide, ou pelo menos não repele, os princípios errôneos sobre os quais se apóiam o materialismo, o monismo, o panteísmo, o socialismo e as diversas espécies de modernismo. Os pontos mais importantes da filosofia de Santo Tomás não devem ser considerados à maneira de opiniões, discutíveis sob qualquer aspecto, mas antes bem como fundamentos sobre os quais se baseia toda a ciência do natural e do divino; caso se recusem ou, de qualquer modo que seja, se corrompam tais pontos capitais, seguir-se-á necessariamente que aqueles que estudam as ciências sacras não poderão nem sequer entender o sentido das palavras com as quais o Magistério da Igreja expõe os dogmas revelados por Deus'. "Esta última é uma admonição de particular importância metodológica. Portanto, concluía como que aflito o santo Pontífic e: 'Nós queremos admoestar todos aqueles que se ocupam do ensino da filosofia e da teologia que, caso se afastem do Aquinate ainda que num pequeno ponto (si ui/um vestigium), especialmente em metafísica, isso não ocorrerá sem grande prejuízo' . "Uma outra novidade do insigne documento é a injunção para que nas Universidades, Faculdades e outros Institutos Superiores, públicos ou pertencentes a ordens religiosas, que tenham recebi do o poder de conferir títulos acadêmicos (em teo-

logia), seja adotada como texto oficial a Summa Teologicq de Santo Tomás. Sobre isto o santo Pontífice recordava o dito de João XXII, que em 1323 tinha canonizado em Avignon o 'bom frei Tomás': 'lpse (Thomas) plus illuminavit Ecclesiam, quam omnes alii doctores: in cuius libris plus proficit homo uno anno, quam in aliorum doctrina tato tempore vitre sure'. (Ele ilustrou mais a Igreja do que todos os outros doutores: em seus livros, um homem tira mais proveito num ano do que na doutrina dos outros durante toda a vida). ( *) Nota da redação Apresentamos a seguir significativos excertos dos parágrafos 24, 25 e 29 da famosa encíclica de Leão XIII: "Entre todos os Doutores escolásticos, brilha, com um brilho sem igual, o seu príncipe e mestre de todos, Tomás de Aquino, que, como observa Caietano, 'por haver profundamente venerado os Santos Doutores que o precederam, herdou de alguma sorte a inteligência de todos' . Tomás reuniu as doutrinas deles como os membros dispersos de um corpo, reuniu-as, classificou-as numa ordem admirável, e enriqueceu-as de tal sorte que ele próprio é, com justa razão, considerado como o defensor especial e a honra da Igreja" ( § 24). "O Santo Doutor chegou ao duplo resultado de repelir por si só todos os erros dos tempos anteriores, e de fornecer armas invencíveis para dissipar os que não deixarão de surgir no futuro ( § 25). "Porém, a maior honra tributada a Santo Tomás, só a ele reservada, e que não compartilhou com nenhum dos Doutores católicos, veio-lhe dos Padres do Concílio de Trento: quiseram eles que, no meio da santa assembléia, com o livro das divinas Escrituras e dos decretos dos Pontífices supremos, no próprio altar fosse depositada, aberta, a Summa de Tomás de Aquino, para que nela se pudessem haurir conselhos, razões e oráculos" ( § 29) . Acta Sanctre Sedis, XXXVII (1904), p. 654; cfr J. -1. Berthier, Sanctus Thomas Aquinas "Doctor.. communis " Ecclesire, Roma, 1914, p. 272.

Pe. Cornélio Fabro, lntroduzione a San Tommaso - La metafisica tomista e il pensiero moderno, Edizioni Ares, 1997, Milão, pp. 123, 130, 133, 134 e 135.

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••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• O Mosteiro de Monte Cassino,

onde Tomás estudou até 10 anos de idade ~

mestre. Os papéis então se inverteram, e o condiscípulo suplicou a Tomás que sempre o ajudasse em suas dúvi das. Daí para frente não foi mai s possível esconder aquele talento superior e fabulosa memória. Apreciando devidamente aquele tesouro, Santo Alberto profetizou: "Chamamos-lhe o boi mudo; mas um. dia virá em que seus mugidos, a expor a dou.trina, hão de ou.vir-se no mundo inteiro". Em Colônia, Tomás recebeu a ordenação sacerdotal e foi nomeado assistente de Santo Alberto M agno. Em 1252 foi enviado a Paris para o doutorado, apesar de não ter ainda atingido 30 anos e a idade prescrita ser de 35. Na Cidade Luz, Tomás tornou-se muito popular, poi s "a modéstia de seu. porte, a sabedoria de seus discursos, sua doçura inalterável, a beleza natural de seus traços, o fundo de bondade que transpirava de toda sua pessoa comunicavam. algo de celeste e de divino àqueles que conversavam com ele" 6• "Talvez nunca mestre algum fosse ,nais apaixonadamente admirado e escutado do que Tomás de Aquino. O seu culto exclusivo da verdade comunica às palavras e às dernonstrações uma segurança que dá aos jovens auditórios o supremo júbilo de tocar de perto, em brusco prodígio, a região excelsa das grandes certezas. Numa época cheia de vastas aspirações, de pesquisas no absoluto, as almas querem. mais do que simples jogos dialéticos sobre conceitos abstratos. Querem. palpar o real, ser introduzidas no âmago das questões, entrar na posse das altas evidências da razão e da Fé. Fé que ambiciona com.preende,: E Tomás de Aquino, sem lhes proibir os ardentes deslumbramentos dafé, leva-as à rnáxirna compreensão dos mistérios e harmonias universais" 7• Segundo a tradição, São Boaventura - o grande mestre e santo franciscano - e São Tomás receberam o doutorado no mes mo dia, na Universidade de Paris 8•

União entre o Rei santo e o Doutor santo A fama de Santo Tomás tornou-se universal, e todos queriam ouvi-lo. São Luís IX - o Rei Cruzado - o consultava sobre todos os assuntos importantes. Certo dia em que o convidou para sua mesa, o frade estava muito silencioso. De repente, dando um murro na mesa, Tomás exclamou: "Encontrei um argumento concludente contra os maniqueus". O rei, temendo que Tomás pudesse esquecer-se do argumento, chamou depressa seu secretário para anotá-lo. "Ed!ficante quadro medieval, bem demonstrativo da pe,feita unidade que liga, nesse período

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nobilíssimo da História, os Reis e os Sábios, nos mesmos ideais da conquista da verdade e do serviço de Deus! " 9 • O próprio Céu ratificava o acerto cio grande teólogo. Estando em Nápoles aos pés de um Crucifixo, pedindo a Deu s que o certificasse ele que o que havia escrito sobre a Eucaristia fora do agrado divino, entrou em êxtase à vista ele outros, levantou-se acima do solo, e ouviu do Crucificado estas palavras: "Escreveste bem sobre mim, Tomás. Que recompensa desejas?". O humilde frade respondeu cheio ele amor: "Nada senão Vós, Senhor". Sua sabedoria e sua ciência provinham da pureza e santidade de vida. Pouco antes de morrer, confessou a Frei Reinaldo, seu secretário, que Deus o havia preservado de todo pecado que destrói a caridade na alma. Além disso, "nunca se dava ao estudo ou à composição antes de haver, pela oração, tornado Deus propício a si; e confessava com candura que tudo que sabia devia-o menos ao seu estudo e ao seu próprio trabalho do que à iluminação divina" 10 •

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rincavam os três videntes na Cova da Iria quando observaram dois clarões como de rel âmpagos, após os quai s viram a Mãe de Deus sobre a azinheira. Era 'uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente', descreve Lúcia. Sua face, indescritivelmente bela, não era 'nem triste, nem aleg re, mas séria', com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito e voltadas para cima. Da mão direita pendia um rosário. As vestes parec iam feitas só de luz. A túnica era bra nca, e branco o manto, orlado ele ouro, que cobria a cabeça da Virgem e Lhe descia aos pés. Não se Lhe viam os cabe los e as orelhas. Os traços da fisionomia, Lúcia nunca pôde desc revê-los, pois foi-Lhe impossíve l fitar o rosto celestial, que ofuscava. Os videntes estavam tão perto ele Nossa Senhora - a um metro e me io de di stância, mais ou me nos - que fi cavam dentro da luz que A cercava, ou que Ela espargia" (Antonio A. Bore lli Machado, As Aparições e a Mensagem de Fátim.a).

Seus escritos geniais: "palha" ... Entretanto, após uma visão que teve enquanto celebrava a Mi ssa na capela de São Nicolau, em dezembro ele 1273, não mai s voltou a escrever. E àqueles que insistiram com ele para que terminasse sua obra, respondeu : " Não posso. Tu.do quanto escrevi parece-me unicamente palha". É que, naquela visão, foram-lhe revelados mi stérios e verdades tão altos, que tudo o mai s lhe pareceu sem valor. Ao receber os últimos Sacramentos no leito de morte, em 1274, com menos de 50 anos de idade, afirmou diante da Hóstia consagrada: "Eu espero nunca ter ensinado nenhuma verdade que não tenha aprendido de Vós. Se, por ignorância, fi z o contrário, eu. revogo tudo e submeto todos meus escritos ao julgamento da Santa Igreja Romana" 11 • A posteridade o conheceria como o ♦ "Doutor Angélico".

Comentário do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

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Notas: l. Rev. A lban Butl er,T/1e Lives o{ tl,e J'"atl, ers, Martyrs and Other Principal Sa ints, D.& J.Sadli er & Company, 1864, Vol. 1, I111ern c1, Site www. ew tn .com.

2. Gui lhcrrno de Tocco, Vita , Cap. VI, apud João A mea i, São Tomás de Aquino, Livraria Tavares Manin s, Porto, 194 1, 2". edi ção, p. 17. 3. João Ameai , op. cit., p. 18. 4. João Ameai, op. cit., p. 49. S. G.K.C hestert on , Saint Thoma s d 'Aq11in , ver sã o fran cesa de Maximilien Vox , Librairie Plon , Pari s, p. 20. 6. Les Pettits Bollandi stcs, Vies des Saints, d' apres le Perc Giry, Bloud et Barrai , Libraircs- Écl itcurs, Pari s, 1882, vol. 111 , p. 244. 7. João Ameai, op. cit.. p. 107. 8. Cfr. 71,e Catholic Encyclopedia , Vol. XIV, by Robert Appleton Company, 19 12, Onl ine Edition Copyri ght © 1999 by Kevi n Knight. 9. João Ameai, op. cit., p. 115. 10. Aetemi Patris , 40. I J. Rcv. Alban Butler, Online Ecl iti on .

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Nossa Senhora apareceu aos pastorzinhos, irradiando pureza

mag ine m! A um metro e meio de Nossa Senhora ... Não é extraordinário estar a um metro e meio de Nossa Senhora!? Está bem, e ter Nosso Senhor dentro de nós? Se pensássemos ni sso na hora da Comunhão ... Está descrito o cen{u·io que Nossa Senhora compôs para aparecer adequadamente dentro dele. Tudo é branco, tudo é alvo, de maneira que está dito de todos os modos possíveis: pureza. Ela é a Yi1·gem das vi rgens; Ela é pura; E la, segundo o hino Ave Maris Stella, tornou-se a porta do Céu, permanecendo sempre virgem. Quer dizer, por Ela penetrou no mundo Cristo, Nosso Senhor, descido do Céu; e a virgindade clEla não foi atingida em absolutamente nada. Pura, completamente, querendo atrair pela pureza, querendo encantar pela pureza.

Vê-se então como são as táticas ele apostol ado verdadeiras. Nossa Senhora, querendo aparecer e querendo atrair, faz valer a pureza e faz sentir a beleza da pureza. Nós não devemos ca ir no erro de vestir coisas duvidosamente puras - e, portanto, positivamente impuras - para atrair as pessoas e fazê-las simpati zar conosco. Não ! O apostolado da pureza, para levar as pessoas a serem puras, consiste em mostrar a beleza da pureza. Ela apareceu na Cova da Iria, certa de que aquelas crianças A descreveriam como E la estava ali . E, portanto, contariam como tudo nEJa era branco, tudo nE la era alvo, mais alvo do que a neve. Alvo e luminoso. A impureza é cheia de trevas, procura as trevas para fazer mai s à vontade suas obras de abominação. A

pureza, não. E la ama a luz do dia, é correlata com a claridade, com o ar livre, com as coisas que são arejadas. Nossa Senhora falava para um mundo impuro, usando todos os símbolos da pureza. Era para conv idar os três pastorzinhos só, ou era para que os pastorzinhos contassem os trajes magnífi cos e suntuosos ele pureza que E la usou? De uma pureza que e ra feita de luz, pois Nossa Senhora, por assim di zer, estava vestida de luz. Lembra o e logio que Nosso Senhor fez dos lírios do campo: "Nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como eles". Ningué m, em toda a sua g lóri a, se vestiu como Nossa Senhora vestida de lu z (Plínio Corrêa de Oliveira, palestra para correspondentes ela TFP em 5-6-1994).

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ESCREVEM NOSSOS PARTICIPANTES

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Balanço e Perspectivas de urna Campanha vltoriosa

Do longínquo Japão - Estava na Internet, vi sua home page, me interessei sobre os assuntos e gostaria de saber como pedir a visita de Nossa Senhora, da qual sou devota. Moro no Japão há 4 anos e me interessei muito pelo assunto. Aguardo ansiosamente seu e-mail (KKFS, Japão). Luz nos lares brasileiros - Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus e a vocês pela visita de Nossa Senhora à minha casa. Não sei descrever a emoção que senti quando me ligaram avisando . Uma noite anterior, lendo na revista Catolicismo o depoimento de uma devota da Bahia, agradecendo a visita de Nossa Senhora, na hora fechei os olhos e mentalizei Nossa Senhora entrando na minha casa, e pedi com muita fé que, se eu merecesse, um dia Ela viesse à minha casa. E no outro dia, na hora do almoço, recebo o telefonema. Na hora não acreditei, a emoção era tanta que eu não conseguia falar. Mas graças a Deus e a Nossa Senhora, tudo deu certo. Sou legionária, convidei todas as irmãs de caminhada, meus vizinhos e amigas, foram mais ou menos 45 pessoas ou mais. Dia inesquecível, de muita emoção e alegria. Despeço-me desejando a vocês muita

A.

saúde , que Deus os proteja nesta linda missão de levar um pouco de luz aos lares brasileiros. Que Nossa Senhora cubra de bênçãos a todos vocês (FTS, Goiás)

Cruzada de Terços - Estou re zando o terço três dias na semana, e vou cumprir esta devoção até o ultimo dia de minha vida. Estou enviando um cheque para dar impulso para a Cruzada. Estive muito doente, mas graças à intercessão de Nossa Senhora junto a seu Filho, Jesus, eu já estou boa. Tive um nódulo no pescoço, maligno, mas me tratei e pedi orações para vo-

Recordação da visita de Nossa Senhora de Fátima à residência de Joseja Vieira Cavalcanti Pimentel, em Limoeiro, Pernambuco, no dia 31-7-2000. Estão representando os três pastorinhos e o anjinho os seus quatro netos

cês da campanha, e estou boa, peço que continuem a orar por mim. (MJPS, Paraíba).

Não foi preciso a cirurgia - Estava comendo fígado bovino quan do um corpo estranho me engasgou, parecia um grampo de gram peador espetando a garganta, me levaram a três prontos-socorros e não fui atendida, pois não havia nenhum otorrinolaringologista que pudesse me atender. Clamei por Nossa Senhora, que conseguiu me aliviar daquela aflição. Pedi com muita fé e ela foi minha doutora. Disseram -me até que eu tinha que fazer uma cirurgia, mas não fiz. Estou muito feliz e agradecida pela minha cura, que considero um mi lagre. Fiquei muito feliz com a presença dela em casa, Ela nos abençoou muito, todos os convidados se emocionaram muito com a sua presença (SMA, Rio de Janeiro) .

Visita de Nossa Senhora de Fátima em Fortaleza-CE

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ampanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! encerrou o ano de 2001 comemorando grande expansão de seu apostolado. Graças ao apoio recebido de nossos melhores aderentes, foi possível fazer com que a divulgação da Mensagem de Fátima continue se estendendo por todas as partes do País, atraindo graças imensas para numerosas famílias, que nos escrevem agradecendo. Durante o ano fin do, mais de 3 MILHÕES de correspondências seguiram para centenas de milhares de pessoas. Uma circular foi enviada aos nossos participantes, em dezembro, com informações atualizadas sobre as atividades rea lizadas durante o ano 2001. Segue aqui, para nossos leitores, um resumo dessas atividades.

1. Cruzada Reparadora do Santo Rosário Dezenas de mi Ihares de pessoas poderão voltar-se novamente para a prática dos Mandamentos e da Rei igião através da Cru zada Reparadora do Santo Rosário, como já tem acontecido. É nossa intenção difundir mai e mais essa Cruzada em 2002.

2. Formação moral e religiosa da família católica Aderentes nossos não poupam elogios à revista Catolicismo. A revista tem se revelado cada vez mais um excelente veículo para a form ação moral, religiosa e cultural de pessoas de todas as idades. Nela encontram-se também, regularm ente, notícias das ativi dades da

Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! através cio Boletim Ecos de Fátima, que a revista reproduz

todo mês. Foram envi ados nada menos do que 297.259 exemplares de Catolicismo para dezenas de milhares de famílias participantes de nossa campanha. Seguiram também pelo correio mais de 96.000 exemplares avulsos do boletim Ecos de Fátima, visando informar e incentivar milhares de famílias a permanecerem firmes neste apostolado mariano.

3. Nas Rádios, a difusão da Mensagem de Fátima O programa radiofônico "A Voz de Fátima" obteve excelente acolhida junto às em issoras de rádio e ao público ouvinte. Isto nos an ima a aumentar muito sua divulgação. Em 2001 foram distribuídos mais de 35.800 CDs gravados com "A Voz de Fátima". Estes programas estão se tornando, ademais, um a poderosa rádio domiciliar, divulgada de lar em lar através cio empenho dedicado dos numerosos benfeitores. "A Voz de Fátima" tem sido enviada 1·egulannente a 258 emissoras de rádio, que confirmaram por escrito o interesse em transmiti-la quinzenalmente. Foram envi ados para essas em issoras 3096 CDs gravados com os programas. Para 2002, pretendemos triplicar o número das em issoras que transmitem esse programa mariano, visando alcançar todas as regiões do País. Para isso vamos criar um grupo especial de participantes e de voluntários para fazer uma divulgação intensiva de "A Voz de Fátima" junto às rádios.

4. Difusão da Medalha Milagrosa Mais de 430.000 novenas da Medalha Milagrosa foram distribuídas pela nossa Campanha em 200] . Essa intensa divulgação teve como objetivo atrair as graças necessárias para que nossa Pátria possa conservar a Fé e superar a perse-

guição anticatólica velada que vem crescendo no Brasil. Os atentados terroristas de lJ de setembro nos Estados Unidos serv iram como um alerta para todo o mundo, pois comprovaram a gravidade da profecia feita por Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré, no ciclo de aparições em que foi revelada a Medalha Milagrosa. Por isso, a meta para 2002 é distribuir 1.000.000 de Novenas e de Medalhas Milagrosas. Estamos certos de que essa difusão maciça será uma ocasião excelente para atrair uma chuva abundante de graças para nossa Pátria e lavar o lodaçal de pecados e imoralidades que invade nosso País, pois o Brasil é de Nossa Senhora e assim deve conservar-se.

5. Expansão da Peregrinação Privada das Imagens de Nossa Senhora de Fátima Graças ao apoio dos aderentes da campanha, foi possível que milhares de famíli as recebessem a visita da Imagem Peregrina em seus lares. Recentemente,

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ENTREVISTA

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• a peregrinação recebe u um forte impulso no No rte do Bras il , co m quatro novas Jmagens Peregrinas, abrangendo inc lu sive a reg ião amazônica. O objetivo dessa expansão no Norte é levar a Mensagem de Fátima a famílias care ntes de re ligião, que vivem em luga res di stantes e muitas vezes desprovidos de comunicação fác il. As imagens peregri nas têm sido levadas aos ma is diversos lugares, não impo rtando a di stânc ia nem a ex igi.iidade dos me ios de que di spomos para seguir ad iante. De fa to, não foram peq uenas as di ficuldades no iníc io da peregrinação, mas atualmente já conseguimos completar 27 imagens peregrinando pelo Brasil. Isso foi possíve l graças ao apoio de partic ipantes da campanha, que através de sua contribuição procuraram incentivar essa ex pansão, e nunca fecharam as portas a Nossa Senhora. A esses partic ipantes cabe, e m larga med ida, o mérito dessa enorme ex pansão.

as, através de campanhas de esclarecimentos indi spensáveis, de protestos e de denúnci as junto às autoridades do País. Nossa Senhora de Fátima nos ajude nesse empreendime nto e o faça resultar para a maior g lória de De us. Pedimos as orações e o a po io de nossos aderentes para mai s essa iniciativa.

7. Reuniões de participantes No decorrer do último ano foram rea li zados vários encontros regionais de aderentes da Ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, com grande fruto e numerosa participação. Foi ocas ião também para que muitos se conhecessem.

8. Um belíssima calendário Foi confecc ionado para nossos aderentes um belíssimo calendário para o ano 2002. É uma verdadeira obra de arte: 32 pág inas totalmente coloridas, co nte ndo os 15 Mi sté ri os do Santo

Rosário e os belíss imos textos de meditação de São Luís Maria Grignion de Montfort. Essa meditação, muito piedosa e edificante, traz uma breve oração para cada uma das 150 Ave-Marias, o que favo rece muito a rec itação e a meditação de cada mi stério do Santo Rosário. O s que ainda não o receberam, pode m pedi-lo.

Logo no início de 2001, ainda dentro do ciclo das festas natalinas, nossa Ca mpanha promove u na Serra do Japy, em Jundi aí (SP), uma apresentação natalina, com reza do terço e re presentação teatral. Em fevereiro lançamos um CD espec ial com Os mais belos textos sobre a Santíssim.a Virgem. Em 13 de maio foi rea li zada uma cerimônia em come moração da prime ira a parição e e m ho me nage m às mães cató li cas. Muitos outros eventos haveria a re latar, mas o espaço não o permite.

Conforme a nunc ia mos e m nosso últim o bo letim , a Ca mpa nh a Vinde

Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! vai unir forças neste ano co m a Campa nh a O Amanhã de Nossos Filhos, para intensificar a luta contra a imoralidade na TV. A imoralidade é um dos proble mas mais graves, e que mais fo i censurado por Nossa Senhora em Fátima. E a imoralidade nos me ios de comunicação tem aumentado escandalosamente. A ca mpanha de Fátima vai agir com grande empenho para refrear a onda de imora lidade nos meios de comunicação, na ed ucação e nas fa míli -

Participe da Aliança de Fátima

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resgatada do cárcere cubano

9. Eventos diversas

6. Combatendo a imoralidade na TIi, na educação, nas famílias

Participe você também da Aliança de Fátima. Nossa Senhora saberá recompensar quem ajuda a difundir sua Mensagem. Escreva, telefon e ou envie seu e-mail para a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! e peça mais informações para ser um Membro da Aliança de Fátima . Ou participe como Benfeitor do Programa Radiofônico A Voz de Fátima, ajudando assim a propagar a Mensagem de Fátima pelas emissoras de todo o Brasil .

Anabel:

Plantão de Atendimento da Campanha: Tel.: (0 ** 11) 3955-0660.

Internet: www .fatima.org. br E-mail : fidei@sti.com.br Endereço para correspondência: Rua Martim Francisco, 665 CEP 01226-001 São Paulo (SP)

O drama da adolescente cubana comoveu a

opinião pública brasileira e alcançou grande repercussão

e

omoveu o Brasil, durante os últimos meses, o caso de Anabel Soneira Antigua, 14 anos, retida em Cuba contra a vontade de seus pais, o casal cubano Miguel Soneira, médico gastroenterologista, e Letícia Antigua, técnica polígrafa, residente na cidade de Catende (PE). A pressão da opinião pública brasileira, de alguns meios de comunica ção e de diversas autoridades do País fez com que o governo cubano finalmente liberasse Anabel. A agência CubDest, ligada a exilados cubanos, foi o primeiro meio de comunicação a noticiar o "caso Anabel" no Brasil e no exterior, em colaboração com a organização humanitária Direitos Sem Fronteiras (DSF), no dia 22 de outubro p.p. Logo depois, jornais e canais de televisão comecaram a dar cobertura a essa denúncia. No dia 26 de outubro, ·o depu tado Severino Cavalcanti pronunciou discurso na Câmara dos Deputados sobre o assunt o. Uma reportagem sobre o c aso, de autoria de nosso colaborador Nelson Barretto, foi publicada em dezembro último em Catolicismo, com foto da manifestação promovida pela TFP e associações de cubanos desterrados em favor da libertação de Anabel, em frente à embaixada cubana em Brasília . Diante das pressões nacionais e internacionais, Havana teve que ceder, e por fim, no dia 3 de novembro, Anabel chegava ao Brasil. Ocorrido este feliz desenlace, segundo a observa ç_ão de diversos analistas fica de pé uma questão crucial: Cuba comunista continua sendo uma ilha -cárcere, cujos habitantes não têm sequer o básico direito de ir-e-vir. Já em agosto de 2001, Catolicismo havia publicado reportagem sobre um caso similar, o da menina Sandra Becerra Jova. Nosso colaborador Gonçalo Guimarães entrevistou o Dr. Soneira e Sra., que, já reunidos com sua querida filha, expuseram detalhes inéditos do "caso Anabel".

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O Sr. e a Sra. poderiam relembrar o seu drama familiar, que no final do ano passado chamou a atenção de todo o Brasil?

Dr. Miguel Soneira - Há anos estávamos tentando trazer ao Brasil nossa filha Anabel. Primeiro, solicitamos às autoridades cubanas a autori zação de saída de Cuba para ela passar um mês conosco, aproveitando seu período de férias escolares . E depois, quando decidimos fixar residência no Brasil , solicitamos o visto de sa ída de Cuba para ela morar permanentemente conosco aqui. Os documentos, com o consentimento de minha esposa e meu, para que Anabel pudesse viajar com sua avó ao Brasil, solicitados pelas autoridades cio Ministério cio Interior ele Cuba, foram em itidos pelo próprio consulado cubano em São Paulo. Todos os outros trâmites lega is fi cara m prontos. Mes mo assim as autoridades cubanas não deixavam nossa filha sa ir da ilha, e o expediente dela ficou retido no Departamento de Imigração Nacional, em Havana. Da. Letícia - Possuímos res idência permanente no Brasil e temos uma filhinh a brasileira, Ni cole, ele 2 anos ele idade. Por isso, em março de 200 1, Anabel recebeu da embaixada bras ileira em Hava na o vi sto de entrada e residência permanente neste maravilhoso e acolhedor país que é o Brasil , para poss ibilitar a reunificação familiar. Ressaltamos, diante das autoridades de Havana, qu e somos os pai s dela e, portanto, temos o pátrio poder. Mas nossos direitos e os de nossa filha fora m ignorados pelas autoridades cubanas, que a submeteram a trâmites migratórios intermináveis e angustiantes delongas . CATOLIC IS MO

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Catolicismo -

Podem dar, alguns exemplos dessas delongas?

Dr. Miguel - Sim, fizemos três viagens a Cuba, em 1999, 2000 e 200 1, para tentar trazê-la. Nesse ínterim, Anabel chegou a escrever uma carta a Fidel Castro, pois achava que ele se interessava pelas crianças e jovens cubanos. Ela nunca obteve resposta. De nossa parte, escrevemos a outras altas autoridades cubanas: ao Vice-presidente do Conselho de Estado, Carlos Lage; ao Ministro do Interior, Abelardo Co lomé; ao Ministro da Saúde, Carlos Dotres; à Presidente da Federação de Mulheres Cubanas, Vilma Espin; ao Diretor do jornal "Granma", Frank Aguero; ao chefe do atend imento à população do Conselho de Estado; à Di retora do Centro da Infância e Adotescência etc. Guardamos xerox da maiori a desses documentos. Da. Leticia - Além disso, mantivemos inúmeras entrevistas e contatos telefônicos com altos funcionários desses órgãos do Estado, solicitando uma resposta favoráve l a nosso legítimo pedido. Mas tudo fo i em vão: a cada viagem, voltáva1nos co1n as 1nãos vazias, os ouvidos cheios de evas ivas, os o lhos marejados de lágrimas e ocoração dilacerado.

Catolicismo -

Da. Letícia, qual foi sua última viagem a Cuba, antes de levar a público essa retenção da sua filha? Da. Leticia - Minha última ida a Cuba rea lizou-se em julho de 2001, e teve um caráter particularmente urgente e dram ático, pois a avó paterna, com a qual morava Anabe l em Havana, nos informara que esta havia sofrido um a forte crise depressiva; e que por isso, segundo os méd icos que a atenderam, sua vida corria ri sco. Dr. Miguel - A esse respeito, entre outros documentos clínicos, temos em nosso poder cópia cle dois certificados de uma psiquiatra do Hospital Santos Suárez, de Havana, tendo ambos di agnosticado "transtorno depressivo persistenle" e recomendado "facililar a união com a .figura

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• :

Internet a autoridades e aos mais importantes meios de comunicação brasileiros, afirmávamos que não só pelo direito inalienável de os

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•o •

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• : Catolicismo - Quando decidiram dar a conhe• cer publicamente esse drama familiar? : Dr. Miguel -

• .pais educarem : seus filhos, mas • também pelo : • delicado estado • de saúde de nossa •• filha, responsabili• : závamos O gover• no cubano : pelo que pudesse •

º mos enviar uma carta ao Chance ler brasile iro,

E isso não conseguiu como- • ver as autoridades cubanas? •

Da. J_Jeticia - Ne1n sequer isso ! Mais ainda, de- : vicio a meus contatos e te lefonemas com diversas autoridades em Havana, insistindo para liberarem minha fi lha acometida de grave doença, a fim de poder viajar com igo ao Brasi l e assim inic iar sua recuperação, um oficial do Departamento de Imigração Nac ional passo u das evasivas às

"Em relatório enviado pela

• materna para obler a recuperaçüo emocional da : menor". • Catolicismo -

Dr. Miguel Soneira:

• : • : • • :

me permitiriam sair de Cuba. Eu tinha ido com minha filhinha brasileira e a embaixada brasileira, em Havana tinha conhecimento de minha presença em Cuba, o que me dava certa tranqüilidade. Mas de qualquer maneira o risco era grande. Falando por telefone com meu esposo, que já se encontrava em Pernambuco, este recomendou-me que saísse com urgência da ilha. Nessa entrevista com o oficial de I1nigração, este fez-me saber que não estavam autorizando a sa ída de Anabel como um castigo ap li cado a Miguel. Ele, por ser médico, e apesar de ter cumprido o convênio de cooperação Ínêdica entre o Ministério da Saúde de Cuba e a Prefeitura de Catende (PE), praticamente durante os quatro anos estipulados no contrato, é considerado por Havana como um desertor e traidor. Isto, simplesmente por ter e le decidido ficar residindo em Catende, onde neste ano renovou o contrato de traba lho, desta vez de maneira particular, com a Prefeitura. É digno de notar que, devido a seus serviços prestados à comun idade, recentemente foi-lhe concedido o título de "cidadão honorário " de Catende, pe la Câmara Munic ipal daquela c idade.

• : • : • •

acontecer com Anabel"

Em 12 de setembro último decidi-

: Celso Lafer, na qual levamos a seu conhec imen• to os antecedentes deste do!oroso caso e pecli• mos sua ajuda. Mas fo i em 22 de outubro gue

: demos um passo a mais, enviando pe la Internet • um re latório detalhado do caso cie Anabel a ou: • • :

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tras autoridades e também aos mais importantes meios de comun icação brasi leiros, pedindo sua valiosa atenção para nosso drama fami li ar angustiante. Da. Leticia - Nesse relatório, afirmávamos e nfaticamente que, não só pelo d ireito inali enável de os pais educarem seus filhos junto de si, mas também pelo delicado estado de saúde de nossa filha e pela necessidade urgente de e la reunir-se a seus pa is para começar sua recuperação, responsabili závamos o governo cubano pelo que pudesse acontecer com Anabe l, como conseqüêneia da cruel delonga, imped indo a reun ificação de nossa famí li a.

• : Catolicismo -

Os Srs. conheciam o caso se-melhante da menina cubana Sandra Becerra Jova, também retida em Cuba contra a vontade dos pais cubanos, estudantes de doutorado na Uni~amp?

a1neaças. D isse ele que, caso eu continuasse rneus :

• • : •

trâmites para retornar ao Brasi l com Anabel, não •

• Dr. Miguel - Sim! Nós acumulamos forças para

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C ATO LICISMO

Janeiro de 2002

levar ad iante esta verdadeira bata lha, inspirados no exe1nplo desse valente casal de cubanos, os engenheiros Vicente Becerra e Zaida Jova. Em abril de 2001, e les tinham dec idido denunciar publicamente a retenção de sua filhinha Sandra, de 11 anos, obtendo sua libertação em junho do 1nes1no ano, co111 a colaboração decis iva de n1eios de comunicação e de autoridades brasileiras.

Catolicismo -

Houve algumas insinuações isoladas, mas certamente mal-intencionadas, por parte de adeptos do regime castrista, de que os Srs., ao levantarem este caso publicamente, teriam tido motivações políticas.

• : Catolicismo - Os Srs. imaginaram que o caso • de Anabel iria despertar tanta solidariedade • no Brasil?

: Da. Leticia -

: •

Da. Letícia Antígua:

• : • •

"De acordo com a Constituição e com o Código de Infância e Juventude cubanos, o pátrio poder não pertence aos pais, como acontece no Brasil e nos países livres da América, mas é exercido pelo Estado comunista.

• ••

Da. Leticia - N ão é verdade. Desde o começo • deixa,nos c laro que nossa intenção era tratar desse delicado assunto num plano estritamente fami li ar e humanit;íri o, e não transformá-lo num caso político. E, se tivemos que apelar publicamente às autoridades brasileiras e aos meios ele comunicação, pedindo urgente ajuda para trazer a nosso lar nossa querida filha, fizemo-lo após ter percorrido todas as vias cabíveis e imaginávei s, em nível adm inistrativo e consular. Dr. Miguel - Foi um último recurso, após três anos de arbitrariedades, delongas e cruéis humi lhações por parte elas autoridades cubanas. A inda poucos dias antes de tomarmos contato com os me ios de comunicação, li gamos às autori.dades consulares cubanas em B rasília e em São Paul o, dizendo-lhes que o que nos restava faze r era dar a conhecer pub licamente esta injustiça e crue ldade. E les fo ram advertidos.

: tos, só têm obrigações: "educar" os filhos na • ideologia estatal.

• : • •e • "

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• • : • : • • : • • : • • •• • •

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•• •

Catolicismo -

Poderiam os Srs. estabelecer uma comparação entre o caso de Anabel e o do menino Elián González, que conseguiu fugir de Cuba com sua mãe, mas que foi devolvido à ilhaprisão?

Catolicismo -

Gostariam de dizer algumas palavras finais?

Da. Leticia -

Dr. Miguel - Nossa filha foi levada mui tas vezes à Praça da Revolução, em Havana, junto com seus colegas ele esco la, para participar em manifestações organizadas pelo governo, onde se alegava defender o direito de E lián de ser criado junto a seu pai; e deste, de 1nanter seu fi lho junto a si, ao ter fa lecido a 1nãe, que tentou leva r E li án aos Estados Unidos. Por isso, Anabel não compreendia como essas mesmas autoridades cubanas não a deixavam se reunir com seus pais e a irmãzinha. M as, de fato, há em Cuba um problema mais profundo, de caráter jurídi co, nas re lações entre pais e filhos: de acordo com a Constituição e com o Cód igo da Infância e Juventude, o pátrio poder não perten ce aos pais, como acontece no Bras il e nos países li vres da An1érica, n1as é exercido pe lo Estado comuni sta. No fundo , os pais não têm dire i-

Sinceramente, nossas expectativas foram superadas! Tínhamos a íntima esperança de que, com a aj uda do povo brasi leiro, de suas autoridades, de seus 111eios de con1unicação, com o senso de justiça e capacidade ele persuasão próprios desta Nação, pudéssemos passar o Natal de 2001 com nossa filha já no Brasil. Mas era uma simples esperança mantida em nossos corações de pais, e nunca esperamos que ela se transformasse tão rap idamente numa fe liz realidade. Por isso, no dia 3 de novembro, dia da chegada de Anabel no aeroporto internacional de Guaru lhos, num momento de tanta emoção, em que finalmente pudemos estre itar em nossos braços a nossa querida fi lha Anabel, externamos que não tín hamos palavras suficientes para exprimir a gratidão ao povo brasi leiro ... Dr. Miguel - ... para agradecer aos pernambucanos e aos habitantes da cidade ele Catencle; aos meios de com unicação, pela s ua inestimável contribuição; às autoridades, ele mane ira especial ao Deputado pernambucano Severino Cavalcanti, que foi um anjo ela guarda para nós, e ao Itamaraty ; a cubanos exi lados, em particular à agência ele notícias CubDest; e a tantas pessoas e entidades do Brasi l e de outros países, que ainda não conhecíamos, que manifestaram por diversas vias sua so lidariedade.

• •• No fundo, os pais • : • : • • : • • •• • : •

não têm direitos, só têm obrigações: 'educar' os filhos na ideologia estatal"

: • • :

• : • • : • : • • : •

Sim, sim plesmente, qu e Deus e Nossa Senhora Aparecida recompensem com o cêntuplo todos os que nos ajudaram, protejam as famílias brasileiras e abençoem este querido País, grande pelo tamanho, e mai s ainda pelo seu bondoso coração, pátria ele nossa filhinha Nicole e segunda pátria ele meu esposo Miguel, de nossa fi lha Anabel e também minha segunda pátria! Dr. Miguel - Não podemos esquecer, nestas palavras fina is, a afl ição de tantas famíl ias cubanas que, espa lhadas pelo Brasi l e por outros países, continuam d ilaceradas por proble mas semelhantes aos nossos. Para e les, nossa solidariedade e nossa esperança de dias me lhores, ass im como para nossa amacia, sofrida e distante terra cubana . Que terminem o quanto antes essas leis injustas e absurdas que separam os fi lhos dos pais e in1peden1 que os cubanos possan1 entrar e sa ir livre mente ela s ua própria pátria. ♦

eATOLIeISMO

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A conversão de

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS

do Barão, poré m, não e nte nde u seu francês e o fez entrar no sal ão , indo c ha mar o clo no el a casa. Este fo i cumprime ntar o j ove m jude u, e logo com e le estabeleceu relações cordiai s, proc urando atraí- lo para a Fé católica. Conseguiu, não sem ins istê nc ia, que Afo nso adiasse sua partida de Ro ma para pode r ass istir a uma cerimônia na B asílica de São Ped ro . Conseguiu també m , po r me io de uma ins istê nc ia que clir-se- ia indi screta, se não fosse notoriame nte inspirada pe la g raça, que Rati sbo nne aceitasse uma M eda lha Milag rosa e pro metesse copi ar urna oração muito bo nita a Nossa Se nho ra : o Lem-

brai-Vos.

Neste mês de janeiro comemoram-se os 160 anos de uma espetacular conversão: um jovem banqueiro, aos pés de Nossa Senhora, cai como judeu e levanta-se católico

N

o último m ê s de novembro,

Catolicismo p ublico u um bre-

ve histórico da divulg ação esp a ntos a que a Me dalh a Mila g ro sa tev e e m todo o mundo d es d e 1830 , quando Nossa S e nhora a revelou a Santa Catarina Labouré. Somente de passagem se aludiu, ness e histórico, à c élebre conve rsão do judeu Afonso Rat is bonne, que atraiu as aten ç ões de toda a Europa para a nova Medalha, e assim c ontribuiu possa nte m e nte para a sua divulgação . Par ec e - nos oportuno recordar aqui alguns pormenores d e ssa m aravilhosa e surpree nd e nte obra d a Graça na alma de Ratisbonn e .

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*

*

A fon so Ra ti s bo nne era um j ovem jude u, de uma fa míli a de ba nque iros esta be lec idos e m Estrasburgo, com g rande projeção socia l pe las riquezas e pe lo pare ntesco co m os fa mosos Rothschild. O irmão mai s ve lho de Afo nso, Teodoro, e m 1827 converte u-se ao cato li -

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eATO LIe ISMO

c ismo e o rde no u-se sacerd o te, ro mpe ndo, e m conseqüê nc ia, com a fa mília. As esperanças desta se concentrara m e ntão no jovem Afo nso, nascido e m 1814. Este, inte ligente e be m edu cado, j á hav ia concluído o c urso de Dire ito e estava no ivo de uma j ove m judia. Tinha 27 anos e, antes de casar, qui s fazer uma viage m ele fé ri as pe la Jtá lia e pe lo Orie nte. Q uando re to rnasse, casari a e ass umi ri a seu posto na prós pera e mpresa ba ncária da fa mília.

A ação da graça ... Deus, po ré m, o es perava na Itá lia, ma is prec isame nte em Ro ma. Afo nso era jude u de re lig ião, e mbora não praticante. Nutri a pe la Igreja Cató lica e ntranhado ódio, sobretudo pe lo ressentime nto que toda sua família conservava pe la conversão do primogênito. Afo nso di zia que não prete ndi a mudar ele re li g ião, mas que se um d ia viesse a muda r, fa r-se- ia protestante, ja mai s cató li co. Na C idade Ete rna , Rati s bo nne esteve a lg um tempo como turi sta, vi sitando o bras ele arte; vi s ito u també m, por me ra

Janeiro de' 2002

curi os idade c ultura l, a lg umas ig rej as cató lic as, o que a inda mai s o consoli do u no seu anti cato lic is mo. Vi s ito u a inda um a ntigo co lega seu, de no me Gustavo ele Bu ss ie res, com o qu a l mantinha estre ita a mi zade. G ustavo e ra protesta nte , e dive rsas vezes te nta ra, e m vão, co nve ncer Afo nso ele s uas convi cções re li g iosas. Na casa ele Gu stavo, Afo nso fo i a presentad o ao irmão deste, B arão Teodo ro de Bu ss ieres, que hav ia po uco te mpo se conve rte ra ao cato li c is mo, e que e ra a mi go íntimo cio Padre Teodoro R atis bo nne. Essas duas c irc un stâ nc ias o to rn ava m e xtre ma me nte a ntipá tico aos o lhos de Afo nso .

... por meio de uma milagrosa medalha Só na vés pe ra de s ua pa rtida, es te se reso lve u a c umprir um d eve r soc ia l que lhe e ra pe noso: fo i d e ixa r um ca rtão de vi s itas na casa d o B a rão, com o des pedida . Desejando evitar um encontro, Afo nso pre te ndi a de ixar discre ta me nte o cartão e partir sem ma is. O cri ado ita li a no

O jude u não cabi a em si de raiva, pe lo atrevime nto do Barão e m lhe fa ze r essas propostas, mas resolve u to mar tudo com bo no mi a, espera ndo, co mo ma is tarde dec laro u, escrever um livro com seu re lato de viage m; nesse livro, o Barão seri a um pe rsonage m e xcêntrico, e nada ma is. A 18 ele ja ne iro, fa leceu em Ro ma um ami go ín timo do Barão de Buss ieres, o Con le de La Ferronays, anti go

"Ela não me di sse nada, mas eu compreendi tudo"

e mba ixado r d a França junto à Santa Sé e ho me m de grande virtude e piedade. Na vés pera de sua mo rte re pe ntina, La Fe rro nay s conve rsa ra co m B uss ie res sobre R ati sbonne e rezara cem vezes a o ração Lembrai-Vos, po r sua conve rsão, a pedido de Bussieres. É possíve l que te nha chegado a oferecer sua v_ida a De us pe la conve rsão do jo ve m ba nque iro.

Entrou na Igreja como judeu e saiu católico No di a 20, po r vo lta do me io-di a, o Ba rão el e Bu ss ie res fo i à I g rej a el e Sant' Andrea cle lle Fratte para trata r elas sole nes exéquias do fal ec ido, que seri a m rea li zadas no di a seguinte . Acompanha va-o Ratisbo nne de ma u humo r, fazendo c ríti cas vio le ntas contra a Igreja e zo mba ndo d as coisas cató li cas. Qua nd o c hegaram à ig rej a, o Barão pediu licença po r a lguns minutos e e ntro u na sac ri stia, para tratar do ass unto que o le va ra até a li , e Afo nso se pôs a percorre r uma das naves late rais, imped ido que estava ele passa r para o o utro lado ela ig reja, pe los pre parativos e m c urso para as exéqui as do Conde na na ve central. Qu a ndo, minutos d e po is, o Barão re to rno u e m busca ele Afo nso, não o e nco nt ro u o nde o hav ia d e ixad o. Após muito proc urru-, foi dar com e le no o utro lado ela igreja, ajoelhado junto a um a lta r e soluçando. Ali j á não estava um jude u, mas um conve rti do que a rde ntemente desej ava o Bati s mo. O que se passou nesses minutos, o pró pri o Ratis bo nne narrou : "Eu estava

havia pouco na igreja, quando, de repente, senli-rne dom.inado por um.a inquietação inexp licáve l. Levantei os olhos; todo o edifício havia desaparecido à minha vista; urna só capela linha, por assim dizei; concentrado toda a luz, e no meio desse esplendor apareceu, de pé sobre o alta,; grandiosa, brilhante, cheia de majestade e de doçura, a Virge m Ma ria, tal corno está na minha Medalha; uma f orça irresis1íveLatraiume para Ela. A Virgernfez-me sinal com. a ,não para que eu me ciioelhasse, e pareceu-rne dizer: muito bem! Ela não me disse nada, mas eu. compreendi ludo". R a t is bo nn e n ão so ub e ex pli ca r como, esta ndo antes ela a parição numa elas na ves late rai s da igreja, fo i aparecer

Em seu batismo, Afonso Ratisbonne recebeu o nome de Afonso Maria

na o utra, j á que estava obstruída a passagem pe la nave central. M as, diante ela mag ni tude cio mil agre ele sua conversão, esse e ra a pe nas um po rme nor. A notíc ia da conve rsão inesperada, fulmin a nte e comple ta, imediatame nte se pro pagou, causa ndo gra nde comoção e m toda a Europa. O Pa pa G regóri o XVI quis co nhecer o jo ve m convertido e recebeu-o pate rn a lme nte. Orde no u um inqué rito mi nuc ioso, dentro do mai o r ri gor ex igido pe las no rmas canônicas. A conclusão foi que rea lme nte se trato u de um autê ntico mil ag re. B a ti zado com o no me de Afon so M ari a, Rati sbo nne qui s e ntrar na Compa nhia de Jesus, sendo o rde nado sacerdo te e m 1847. De po is de a lg um te mpo, po r recome ndação do Pa pa Pio IX, de ixo u a C ompanhia de Jesus e fo i unir-se a seu irmão Teodo ro, com e le fund a ndo a Co ngr egação d os Mi ss ion á ri os d e Nossa Se nho ra ele S io n, dedicada à conversão dos jude us. O Pe. Teodoro difundiu sua Cong regação pe la França e pe la Ing late rra. O Pe. A fo nso Mari a fo i pa ra a Te rra Santa, e comp ro u e m Jeru sa lé m um te rre no e m que o utrora estivera o Pre tó ri o de Pilatos, a li estabe lecendo uma casa da Cong regação. Os do is irmãos fa leceram no ano ele 1884, a mbos com fa ma de excepc io nai s virtudes. ♦

C ATO LIC IS MO

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Santos\ e festas Janeiro : será celebrada pelo Revmo. Padre Davi Francisquini uma Missa nas seguintes intenções:

de JA São Basílio Magno

1 SANTA MARIA, MÃE OE DEUS (antigarnente, Circuncisão)

crianças, fundou uma congregação religiosa feminina com essa finalidade e trouxe outras congregações da Europa.

Primeiro sábado do mês.

2

6

São Basílio Magno, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja.

EPIFANIA DO SENHOR, OU SANTOS REIS

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Santa Bertila de Mareuil, Viúva. + França, Séc. VIII. De nobre família, com o marido dedicava-se inteiramente ao socorro de pobres e enfermos. Após a morte do esposo, construiu uma igreja em Mareuil, com uma cela ao lado, passando a viver ali em oração e recolhimento.

4

São Canuto Lavard, mártir. + Dinamarca, 113 l. Filho do rei da Dinamarca, chamado lavarei ou o Senhor por seus compatriotas, favoreceu a atividade missionária de São Vicelino. Foi Duque da Jutlând ia e recebeu do Imperador do Sacro Império Romano Alemão o título de rei.

8

Santa Ângela de Foligno, Viúva.

Santo Apolinário, Bispo. + Frígia, J 79. Sua fama em

+ Itália, 1309. Das maiores místicas da Idade Média. É considerada, por sua marcante personalidade, figura ímpar do movimento franciscano da Itália central.

refutar as heresias valeu-lhe o cognome de o Apologeta. Segundo testemunha São Jerônimo, escreveu contra os hereges, patenteando a origem filosófica dos erros de cada seita.

Primeira Sexta-feira do mês.

5

9

São João Neumann, Confessor.

Santo Adriano Abade, Confessor.

+ Filadélfia, 1860. Natural da Boêmia, fo i para os Estados Unidos como missionário dos imigrantes de língua alemã. Nomeado, por Pio IX, Bispo de Fi ladélfia, promoveu a educação católica das

+ Cantuária, 710. Italiano, nomeado por São Vitaliano para a Sé de Cantuária, suplicou ao Papa que nomeasse São Teodoro em seu lugar, dispondo-se a secundá-lo nos trabalhos missionários.

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C AT O LIC ISMO

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Santa Ângela de Foligno

Santo Adriano Abade

São Marcelo I

Santa Inês

rido edificava Roma pe la virtude. Tendo falecido seu esposo, foi convencida por Santa Marcela, também viúva, a entregar totalmente sua vida a Deus.

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23

São Pedro de Urséolo, Confessor.

São Sabas, Bispo e Confessor.

São Leobardo Recluso, Confessor.

Santa Emerenciana, Virgem e Mártir.

+ Roussillon (França), 987. Comandante-em-chefe da esquadra de Veneza aos 20 anos, obteve vitórias contra os piratas que infestavam o Adriático. Após o assassinato do Doge Candiani IV, foi eleito em seu lugar, exercendo o cargo com habilidade e competência.

+ Bulgária, 1237. Filho de Estêvão I, fundador da dinastia e do Estado independente da Sérvia, aos 17 anos retirou-se para um mosteiro do Monte Athos.

+ França, 593. Depois de consagrar-se ao estudo, passou seus bens ao irmão e foi viver na contemplação perto de Tours, sob a direção de São Gregório, Bispo dessa cidade.

+ Roma, 304. De acordo com o Martirológio Romano, Emerenciana era catecúmena (pessoa que se prepara para receber o batismo) e irmã de leite de Santa Inês. Após o martírio desta, foi rezar junto à sua tumba. A catecúmena recebeu o batismo de sangue ao ser morta a li mesmo a pedradas pelos pagãos.

11 São Teodósio o Cenobita, Confessor. + Palestina, 529. Retirandose para o deserto perto de Belém para viver em recolhimento, sua fama de santidade lhe atraiu inúmeros discípu los. Constru iu três hospitais e, com São Sabas, lutou valentemente contra a heresia monofisista.

12 Santo Antônio Maria Pucci, Confessor. + Viareggio, Itália, J 892. Da Congregação dos Servos de Maria, santificou-se como pároco de um porto pesqueiro e de veraneio. Dedicou-se de corpo e alma à conversão dos infiéis e pecadores.

13 BATISMO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

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São Paulo Eremita, Confessor.

São Canuto Rei, Confessor.

+ Egito, 342. O primeiro e mais famoso dos eremitas, tornou-se órfão aos 14 anos. Aos 20 anos, durante a perseguição do Imperador romano pagão Décio, fugiu para uma gruta no deserto. Milagrosamente um corvo trazialhe um pão cada dia.

16 São Marcelo 1, Papa e Mártir. + Roma, 309. Reorganizou a hierarquia eclesiástica destruída pelas perseguições de Diocleciano. Sob Maxêncio, foi exilado e obrigado a viver num estábulo, onde morreu em conseqüência dos maus tratos.

+ 1086, Dinamarca. Filho ilegítimo do Rei Sweyn, ela Dinamarca , sobrinho de seu homônimo que conqu istou a Cnglaterra, s ubiu ao trono após a morte ele seu irmão.

20 São Sebastião, Mártir.

t

São Fabiano, Papa e Mártir. + Roma, 250. Erasimple.· leigo e foi eleito para s uceder ao Papa Santo Antero. Durante a eleição, uma pomba pousou sobre sua cabeça, indi cando assim ser ele o escolhido de Deus.

21 Santa Inês, Virgem e Mártir.

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22

São Sabino Bispo, Confessor.

São Vicente Pallotti, Confessor.

+ Piacenza (420). Amigo de Santo Ambrósio, participou de vários concílios e foi enviado pelo Papa São Dâmaso ao Oriente, por ocasião dos distúrbios provocados pelos arianos em Antioquia. Combateu também outros hereges.

+ Roma, 185 0. Doutor em Teolog ia, famoso confessor e exorcista, seu programa foi o de levar os atólicos a participar inte nsamente do trabalho apo tólico. Para isso fundou a So iedade do Apos-

tolado Católico.

24 São Francisco de Sales, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja. + Annecy, 1622 . B ispo de Genebra, animado ele profundo amor de Deus e elas almas, dotado de bondade e suavidade excepcionais no trato, só lida cultura e ortodoxia, fundador e diretor de incontáveis almas que guiou com passo firme no caminho da perfeição . Os herejes calvini stas de Genebra impediram-no de entrar em sua diocese. São Francisco de Sales é um mestre da vida espiritual. É patrono dos jornalistas e publicistas católicos.

25 Conversão de São Paulo Apóstolo

26 Santa Paula, Viúva. + Palestina, 404. Matrona romana da mais alta aristocracia, juntamente com seu ma-

27 São Vitaliano, Papa e Confessor. + Roma, 672. Sucessor de Eugênio [ no Sólio Pontifício, enviou à Inglaterra São Teodoro de Tarso para a Sé de Cantuária, e Santo Adriano como Abade de Santo Agostinho.

• Pelos assinantes e leitores de Catolicismo. • Pelos participantes da Aliança de Fátima. • Pelos benfeitores do Programa Radiofônico A Voz de Fátima. • Pelos participantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! • Pela união e santificação de todas as famílias católicas em torno da Sagrada Família .

28 Santo Tomás de Aquino, Confessor e Doutor da Igreja. (Vide Vida de Santos)

29 São Sulpício Severo, Bispo e Confessor. + França, 59 1. São Gregório ele Tours refere-se a ele com muito respeito , elogiando suas virtudes.

30 Santa Batilde, Viúva. + França, 680. Inglesa de nascimento, levada para a França, encantou Clóvis II por sua virtude e prudência. Este a fez sua esposa. Mãe de três reis, Clot:.:1.rio m, Childerico li e Thierry ill, tornou-se regente à morte cio esposo, governando o reino com rara habil idade.

Será celebrada a Missa nas seguintes intenções : • Para que Nossa Senhora tome sob sua proteção maternal, ao longo do ano de 2002, todas as famílias dos leitores, assinantes e amigos de Catolicismo, preservando-os do pecado, da violência, do desemprego e das drogas que constituem grande perigo para crianças e adolescentes. • Pelo cumprimento das promessas de Nossa Senhora de Fátima e para que Ela prepare as almas para bem recebê-las.

31 São João Bosco, Confessor.

eATO LIe ISMO

Janeiro de 2002

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TfPs EM AÇÃO

Nova fase de um antigo conflito O Islã radical, na realidade, está na ponta de um movimento que congrega elementos do maometanismo, marxismo, autogestão e Revolução Cultural

e

om o objetivo de estudar a situa·ç ão do Islã em nossos dias, mais de 100 norte-americanos, entre sócios, cooperadores e correspondentes da TFP, reuniram-se em Washington , a 9 de novembro último, no aud itório cio Bureau que a entidade manté m nessa cidade. Como convidados de honra, compareceram o Príncipe D . Bertra nd ele Orleans e Bragança e Sua Alteza Kigcli V, rei exi lado de Ruanda (África). O escritor Joseph d' Agostino apon. tou as ligações entre Islã radica l, esq uerda e a promoção ela Revolução Cultural conte mporânea. O Dr. M á ri o Navarro ela Costa, encarregado cio referido Bureau, ressalto u em segu icla que, já na década ele 30, o Prof. Plini o Corrêa ele Oliveira previu uma ressurreição cio Islamismo, voltando a ameaçar a human i clade . O que é confirmado por muitas profecias ele sa ntos, como, por exemp lo, São João Bosco. Baseando-se na História e também nos escritos ele Sayyid Qutb - personagem importante na formação cio terrorista islâm ico Bin Laclen - de mon strou que a atual militância muçulmana funclamen- · tali sta é uma mistura de marxismo, maometanismo e autogestão, que desdenha a lóg ica e ode ia qualquer vestígio ele Cristandade. Em todas as épocas históricas - conforme expôs e m segu ida o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança - Deus sempre concede à Humanidade graças suficientes para que ela realize a sua Vonta-

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Congresso da TFP no Planalto Central NELSON BARRETTO

XXVII Encontro Regional de Propagandistas da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! Brasília -

Nas duas fotos acima: aspecto parcial da assistência e mesa de presidência: Dr. Mário Navarro da Costa, tendo à sua direita o escritor Joseph d'Agostino

Com a entoação cio Hino Pontifício e a e ntrada so le ne de uma Imagem ele Nossa Senhora ele Fátima tendo à frente três cri anças vestindo trajes típicos cios pastorzinhos ele Portugal - , a TFP abriu o Encontro, reali zado no Salão Azul do Hote l an Marco, no dia 24 ele novemb ro último. " Fátima: Mensagern de esperança no crepúsculo da Civilização Cristã " fo i o tema desenvolvido pe lo Coordenador da Campan ha, Sr. Marcos Luiz Garcia, analisando a prática cio J OMandamentos, descrevendo os bene fícios ela prática de cada mandamento e, e m co ntrapartida, as péss imas conseqüênc ias de sua transgressão . "Linguagem clara e direta, a maneira correta para tratar de um tema dessa importância.", comentava no intervalo o jovem Rafael, um dos 200 congressista presentes, que atua na área ele palestras para treinamento ele peregrinos que conduzem a imagem. Assim, durante o cof f ee break houve oportunidade para os participan tes se conhecerem, num convívio que deixou saudades. Da. Cristina,

Nas fotos ao lado: após as exposições, animadas conversas

de, o que certamente se aplica à situação em que se encontram, hoje em dia, os Estados Unidos. Em suas raízes, o conflito atual é re lig ioso, comparável às Cruzadas. Seguindo o exemplo da Europa no sécul o XI, os Estados Unidos poderão escrever nova página ela História. ♦

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Acima: P ro(. Dloqo W,1ki dirige a palavra ao público

Foto superior: aspecto parcial da assistência. Acima: sorteio das lembranças religiosas, no fim do evento

Acima: Dr. Plínio V. Xavier da Si/beira, à mesa, tendo à sua esquerda o Rev. Pe. Ítalo Guerrera, Pároco da igreja de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia

bancária e uma elas partic ipantes, aprove itou para pedir o esq uema que fora projetado na tela, sobre os l0 Mandamento., a fim ele usá- lo no Curso ele Catequese ele sua paróquia. Outros perguntavam o s ig nifi cado dos "findos estandartes vermelhos co111o leão doura.do". Na segunda palestra, o Prof. Diogo Waki abordo u o tema "Apelos de Nossa Senhora de Fátima - expansão mundial da campanha de Fátima". Causou e norme repercussão entre os prese ntes constatar q u a Mensagem de Fátima já chegou até o confin s ela Sibéria. "Já são

as primeiras sementes das profecias de Nossa Senhora. Todos aguardamos, com esperança e empenho de apostolado, a conversão da Rússia e o triw~fo do Imaculado Coração de Maria ", comentou um estuda nte universitári o. O Dr. Plinio Vidi gal Xavier ela Silveira usou da palavra no encerramento ela sessão, conclamanclo os propagand istas ele Fátim a para rea li zar uma ação apostólica, nos seus me ios fa mili ares e ele traba lho, no sentido da difu são da Mensagem de Fátima e da prevenção contra os erros ela sociedade moderna. ♦

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TFPs

articipa111 na Lituânia de comemorações alusivas à retirada das tropas russas W 1LSON GABRIEL DA Sn.vA

No isolamento e na dor decorrentes de 50 anos de dominação marxista, a Lituânia conserva riquezas de alma que não se encontram mais em muitos outros países

O

s brasileiros em geral, e os le itores de Catolicismo em particu lar, já se fam iliari zaram com a simpática Lituânia, nação do Leste europeu que no início da década de 90 reco nqui stou sua independê ncia, após meio sécu lo de dominação sov iética. Nada nos li ga à Lituânia quanto à raça ou à língua. Os lituanos, ao contrário dos brasileiros, são de raça ariana, tendo sofrido infi ltrações eslavas de um passado de união com a Polôn ia, ou da dominação russa (cfr. artigo de Renato Vasconcelos, Lituânia 10 anos depois, in Catolicismo nº 601,janeiro de 200 1).

Os litua nos fa lam uma língua que se acredita ser um dos últimos resquícios vivos do sânscrito.

Para grande mal-estar dos comunistas Mas, como o Brasi l, a Lituânia é um país maciçamente católico. Anexada à chamada Uni"ão Soviética em 194 L, essa nação sofreu durante 50 anos a opressão comunista. Em 19 de março de 1990, seus habitantes proclamaram unilateralmente sua independência, embora impotentes para se opor às tropas de ocupação russas. Esse ato de coragem não recebeu da paite do Ocidente adormecido senão alguns apoios moles e ince11os. Tais circunstânc ias levai·am o Prof. Plinio Corrêa de O liveira, o querido fundador da TFP, a tomai· a iniciativa de promover uma campanha g igantesca de coleta de assinaturas de apoio à independência da Lituânia (em poucos meses, mais de cinco milhões de firmas foram coletadas, das quais mais de três milhões no Brasil. A campanha da TFP foi registrada no Guiness Book of Recoreis como sendo o maior abaixo-assinado da História). Alcançada a independência depois de muito esforço - como já narramos em anteriores ocasiões - as tropas soviéticas se retiraritm do país em 31 de agosto de 1993. À esquerda, foto superior: encontro da delegação das TFPs com a juventude católica de Kelme. À esquerda: cerimônia cívica em Siauliai

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Tais são os motivos pelos quais u ma delegação representativa de vá rias TFPs é habitualmente convidada a partic ipar das comemorações da independência da Lituân ia.

Recepção calorosa em todas as cidades Recebida em Ke]me, no centro do país, pelo atuante ex-deputado Antanas Racas, a delegação das TFPs (representando associações congêneres do Brasi l, Alemanha, Estados Unidos, França e Itália) paiticipou naquela data de quatro cerimônias de homenagem às vítimas do comun ismo, depois de um encontro com a juventude católica na esco la profissional da cidade. A manh ã terminou com uma procissão, durante a qual foi conduzida uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Depoi s, a delegação da TFP fo i convidada a acompanhai··autoridàdes locais, o Bispo de S iauliai , D. Eugenijus Bartu lis, e o Prof. Vytautas Landsbergis, que foi presidente da República após a reconqui sta da independência. Todos diri -

Acima: o Prof. Vyt,wt.1 · Land bergís, ex-presidente da Rcptí/Jlic,, 11 ·,1 <"1 palavra na cerim ônia cívica rcaliz,1d,1 cm Kclme

Abaixo: cortejo cnc,1l1cç,ulo JJ la d legação das TFPs em Sia11/iaí

g iram-se a Siau liai, onde teve lugar concorrida cerimônia cív ica em praça pública. l O de setembro foi o d ia da gra nde peregrinação mai·ial ao santuário de Si luva, com procissão de 8 qu il ômetros a paitir de Tytuvenai. A imagem de Nossa Senhora de Fátima foi receb ida no pórtico da linda igreja do sécu lo XV] dessa pequena e simpática cidade pe lo Arcebispo de Kaunas, D. S igitas Tamkevicius, Primaz da L ituânia. Sua Excelência acompanhou a procissão juntamente com seu Bispo-auxiliar e o Bispo de Siau li ai. Em Si luva, uma multidão co mposta não só de hab itantes da própria cidade, mas vinda também de outras regiões, aguardava a chegada do cortejo, que teve a participação dos estandaites da TFP com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, co locados logo após o C lero. A 3 de setembro , a de legação das TFPs seguiu para a c idade nata l de Vytautas, o Grande: a Velha Trakai. Nesta, como nas diversas visitas que se repetiram, a delegação procurou sempre incentivar a devoção a Nossa Senhora,

)!cima: dois aspectos do cortejo realiziJdo em Siauliai, vendo-se, â frente, a delegação das TFPs com seus estandartes

distribu indo terços, estampas e ca lendários como lembranças. Após cerimônia no santuário de Nossa Senhora da Porta da Aurora e j un to às relíquias do grande São Casimiro na Catedral de Vilnius, a delegação da TFP atendeu nos di as seguin tes a conv ites de diversas paróqui as e escolas. Seria repetitivo desc rever a recepção em outras cidades, por vezes encantadoras, dissem inadas entre campos, florestas e lagos. Lembremos apenas alguns nomes de lugares visitados pela de legação da TFP, que certamente o leitor brasi leiro não terá faci lidade ele pronunci ar: Upninkai , Jo nava, Joni skis, Tytuvena i, Panevezys, Zeimiai, Uzvent is, Kerkas iai, Ko lainiai ... *

*

É digno ele nota que, ao lado ele um ev idente surto ele progresso gerado pela iniciativa privada, que começa a produzir seus primeiros resultados, percebe-se aqui e acolá, igualmente, cicatrizes deixadas pelo regime mai·x ista: antigos kolkhozes (granjas coletivas) semi-abandonados, a pobreza em certos setores da população, a aparência tota litá.ria ele muitos prédios, a brutalidade ele algumas fisionom ias. Por outro lado, infelizmente vão penetrando na juventude fatores de degradação mora l recebidos do Ocidente, como, por exemplo, a música cio gênero mck e certas modas e maneiras de ser insufladas pela telev isão. ♦

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PuN10 CoRRÊA DE OuvEIRA

ara se compreender o processo de decadênci a porqu e pa sa o Ocidente em nossos dias - um processo de descl ouramento, a par ele um curso causado pela Revolução multissecular tendente a torn ar todas as coi ·as " pareias" - , vou empregar duas metáforas, ambas inspiradas em cores: o ou ro e o pardo. É necessário aj ustar bem as metáforas, para eu me tornar bem compreendido: uma co isa é arrancar o o uro; o utra é com unica r uma cor pareia à co isas. A cor áurea está para a cor parda mai s ou menos como, por exempl o, poder-se-ia di zer que o ga lo está para o pato. O galo é áureo. O pato é o galo pardo, privado ela elegância, cio senhori o e da fidalguia cio galo. O pato seria o burguês do terreiro, enquanto o galo é o nobre, o fidalgo. O pato é, na sua insipidez, ma. também na honestidade de suas formas, uma ave amiga do homem. Passeia inofensivamente pelos es paços que lhe são concecliclos, não importuna ning uém, não irrad ia ele si o mínimo de poesia nem ele elegância, mas serve para ser comido.

*

*

*

Poderíamos então imaginar um ga lo pensante, que se deixasse tomar ele acl mi -

ração pelo pato e desse ouvido ao que este lhe di ssesse: "Eu sou um anirnal útil, você

é apenas decorativo. A mim os hornens cornem, você não serve para ser comido. Você, portanto, não é produtivo. Você é apenas um ente que passeia por aqui, e que ajuda a povoar o galinheiro. Mas o saboroso, a ave de banquete sou eu. No galinheiro você é o rei, mas meu cadáver tem uma alta categoria na mesa dos homens para os quais nósfonws criados, e na qual você não é adnú!ido. Você vai para o lixo, eu vou para o estôrnago dos hornens, sou digerido por eles e me transformo na carne deles. E você?" E imaginemos que o galo - num momento ele fraqueza, tão freqüente em quem está col ocado no alto da hierarquia social - começasse a duvidar ele seu próprio esplendor e se perguntasse: " N ão seria melhor eu me transformar em pato? Não haveri a para mim uma ascensão? Eu não entraria mais no terreno do rea l ? Eu não me deveria ' patifica r ' ?" Aclmitam o que um ga lo se convencesse di so. É quase inimagináve l que ele não procurasse, ipso facto, perder algo de sua elegância, ele sua di stinção, e, no fundo, algo de sua morfol og ia. Sua cabeça pesari a, ele então procura-

ri a raspar a crista, por ser inútil. O p s ·oço perderi a o seu movimento. A caucla bai ari a, e ele transformar-se-ia numa sp ·i' de pato de segunda classe. Inútil como 1a11tas coisas decorativas, e, por oulro Indo, sem beleza como tantas co i as ú1 is: ·I' reuniria o inútil ao desagradáve l. Fi ·arin redu zido a abso lutamente nada.

*

*

*

Tal processo seria comparável oqu ·I · que sofreram as elites diri gentes, a p11r1ir da [cl ade M éd ia até nossos dia . É u111 pro cesso de cl esclouramento, ao p dn 1 ·1 rn , pelo qual cada vez menos as eli1 s s · 11pl'l' sentam áureas. Elas foram ca la v "t, 11111i:-. perdendo o rutil ante que as cara ·1·ri:t.11v11 . Toda a ga la, todo o protoco lo, lodu 11 pompa ela Idade M édia era m muilo 11111111 res do que a ga la, a pompa e o prohi ·olo do Ancien Régüne Se comp·1rnrn101-, d1• pois o Ancien Régime co m a . o ·i •d11d1 po:-, terior à Revolução France. a, v 'rl: lllo:-, q111· ao longo ci o século XIX tudo f'oi <k-1· 1i11do até a Belle Époque 2 . O 6cul o 1 , d1• 1'111 0, termina com a I Guerra Mundi11I l' lll 1111 1 - outra queda. E, por fim , ·0 11111 li ( l111 1 111•1 1 ra Mundi al - última grand · qt1l'd11 ba a era dos ga los ! O ga lo convenceu-s · de qm• 1·1·11 1111•111111 se transformar em I alo ... 1

1. Época his1órica qu s • ·s i •1111 • 1111 11111 d11 lil11d1 Média até a Rcvoluçllo 111'1111\'l'SII d1• I /K 11 2. Época hi stórica que co,11p1,•n1d1· '" 1111111111• 111111• cio século X IX HI li I c:u1•11 11 M11111 ll11I 11'11 1

1918).

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 7 de dezembro de 1973.

m r vi

cio nuloi,



- xeirtos

í ......

A paz é fruto da justiça (II) A palavra do sacerdote

6

"Há braços que, não podendo empunhar fuzis, podem empunhar Rosários" o artigo de "O Legionário" de 5-1-41, do qual extraímos o trecho publicado nesta página, na edição anterior, há uma segunda parte muito importante, que selecionamos para a presente. O texto publicado no mês passado tratava do falso e do verdadeiro conceitos de "paz"; afirmava que esta não constitui apenas a inexistência de guerras, mas o acatamento generalizado, entre os povos, dos sagrados preceitos estabelecidos por Deus. No trecho abaixo, Plínio Corrêa de Oliveira esclarece a paradoxal ques- · tão: Como poderia determinada paz transgredir os direitos de Deus? E um católico que não esteja diretamente combatendo pelo restabelecimento da paz no mundo, o que pode fazer para sua obtenção?

N

*

*

*

" O assunto é por demais complexo para ser abarcado neste arti go. Ali ás, nem pode ele ser compreendido por quem não o anali se com ze lo. Todos sabem como o amor de D eus costuma multiplicar os recursos da inteligência e da vontade no homem, de sorte que ele se torna apto a compreender as coisas com uma cl areza e com uma energia por vezes superi ores a seus rec ursos naturais, desde que entrem em j ogo os sagrad os direitos da Santa i grej a. É a estes espíritos que me diri j o . ... . " Qualquer paz que signifique o franqu eamento de todas as fronteiras à di sseminação de doutrinas contrári as às de Jesus C ri sto será, por certo, uma paz que um católi co não pode desej ar. "S uponh am os que o curso dos acontecimentos internacionais fosse tal, que a vi tóri a da Rússia representasse não somente a vitóri a de um grupo de potências às quai s ela estivesse aliada,

m as a vitóri a úni ca e exc lu siva da URSS sobre todos o· beli gerantes, de sorte que ela, ao vencer, se torn asse igualmente senhora d s vencidos e dos seus própri os ali ados. Quem ousari a afirm ar que tal des fecho não seri a soberanamente perigoso para os interesses elas almas? Quem ousari a negar que a paz estabelec i la I or meio cio triunfo cio govern o sov iél ic seri a uma paz contrári a à Igreja, a derrota ela j ustiça, a abominação ela desolação, enfi m? ....

*

*

*

" P dcrá alguém sorrir ao ler estas linhas. Qu al o va lor da contri buição pe soa i ci o "Leg ionári o" ou ele seus leitores, no curso dos aco ntc ·imcntos ciclópi cos cm qu as forças mais poderosas s em penham cm lutacl mor-

Como ter certeza de nossa fé?

A realidade concisa,nente te? Para que tratar deste assunto? " A res posta é simples . " N ão há acontec imento em que não estej a presente a providência de D eus. Não há armas que possam vencer a onipotência cio Cri ador. E não há graças que a oração não possa alcançar. " Os estadistas de nossos di as confiam apenas nos braços que empu nham fu zis. L onge de nós imag inar que alguém esteja di spensado de empunhar o fu zil para cumprir seu dever para com a i grej a ou a Pátri a. Mas há braços que, não podendo empunhar fu zis, podem empunhar certamente Rosári os; e os próprios braços que empunham fu zis sentirão decuplicar suas fo rças, se souberem alternar o manej o ela arm a e o cio Terço. " Para rezar, somos todos poderosos. Rezemos muito, e sobretudo rezemos bem. "A agraci a L iturgia tem uma oração cm que se pede a N osso Senhor a graça ele conhecermos Sua Vontade, ele modo que, ped indo-Lhe coisas que Lhe sã agraciáveis, consigamos obter o que por nossas preces suplicamos. " Se queremos a paz, peçamos uma paz co n fo rm e o Coração de Jes us. Porqu e se ped irmos uma paz que não sej a a paz com justiça, a paz de Cri sto no Reino de Cri sto, que esperanças podemos ter, de ser atendidos?" Escultura do Papa São Pio V (séc. XVI), do Convento Máximo de Santo Domingo, Quito (Equador) . Esse Pontífice, para salvar a Europa de uma invasão islâmica, soube aliar o espírito de luta ao de oração. Ao mesmo tempo que convocou a esquadra católica para combater o inimigo muçulmano, organizou confrarias e procissões para a vitória da Cristandade na Batalha de Lepanto {1571).

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Nossa capa: Passeata dos Sem na Av. Borges de Medeiros, em Porto Alegre, durante o Fórum Mundial de Educação (FME), outubro de 2001. (Foto: Roberto Ferreira Jr.)

A versão petista a uniforme militar • Crianças arregimentadas pela guerrilha colombiana

Capa

Sessão no auditório Augustinianum, em Roma. Na tribuna, Mons. Mazur, Bispo de lrkutsk (Sibéria Oriental)

1 O Rede

das esquerdas visa neo- revolução anárquica

Grandes Personagens

20 Missão Excertos

2

A paz que um católico não pode desejar

Carta do Diretor

providencial do Imperador Constantino 1, o Grande

23 O

Credo - Primeiro artigo (parte Ili)

Lourdes

Destaque

24 Santuário

Técnica de digitalização de imagens evidencia o milagre de Guadalupe

41

Leitura espiritual

4 5

Entrevista

34 São

Bento de Aniane: abade restaurador da regra beneditina

Ecos de Fáti,na

37 • •

O esplendor de Nossa Senhora Penitenciárias transformadas em escolas de perversão

Escreve,n os leitores

45 Santos e Festas do ,nês

mariano francês: palco permanente da vitória da Virgem Santíssima sobre o demônio

Vidas de Santos

Valores morais revivem nos Estados Unidos

46 TFPs e,n ação

48 •

Simpósios para Estudan tes Universitários e Secundários • Atividades em países do ex -bloco comunista • No Rio Grande do Sul, fervorosa homenagem a Nossa Senhora de Fátima

A,nbientes, Costu,nes, Civilizações

52 Tradição

no Tirol: jóia da Civilização Cristã

Sarcófago de Santa Helena, mãe do Imperador Con_stantino I, o Grande - Museu Vaticano, Roma

C ATO LICISMO

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Com a palavra ... o Diretor Caro le ito r, Na presente edição, oferecemos- lhe um te ma be m atual e candente como maté ri a de capa: o renasc ime nto da luta de c lasses, a pretexto do combate à g lobali zação, e mpreendido por contestado res de c unho a narquista. Algum le itor me nos inform ado ta lvez pudesse pe nsar: não teri a essa te máti ca po uca significação pa ra o Bras il , di zendo ela respe ito mais a e uro pe us e norte-americanos? A resposta é: o ass unto, que te m uma importâ nc ia transcendente e unive rsal, concerne a nós bras il e iros de modo pa rti c ul a r. Por quê? E m nossa edição de março úl timo, a maté ri a de capa j á se ocupara da mes ma probl e máti ca, ana li sando ampl ame nte um eve nto realizado e ntre 25 e 30 de j aneiro cio a no passado, e m Porto Alegre: o T Fórum Social Mundial. Os mesmos organi zadores ela prime ira re uni ão pl a nej a ram ago ra um segundo Fórum, a efetuar-se de 3 1 de j a ne iro a 5 de fevere iro, ig ua lme nte na capita l gaúcha . Segundo info rmações ela impre nsa, a co mi ssão o rga ni zadora desse li Fórum espera receber 50 mil parti c ipantes, o q ue re presentari a ma is do dobro dos que compa receram ao I Fórum . Trata-se, e m úl tim a a ná li se, do prosseguime nto de uma nova e vi gorosa investida co ntra os vestíg ios de ivili zação ri stã a inda ex iste ntes e m nossa é poca. O artigo atual a prcs nta res umo de um e nsaio - que aca ba ele ser la nçado, te ndo por base só li da doc ume ntação - , o q ua l acentua um fato normalme nte sile nc iado pe la mídi a: o comuni s mo, morto a1 arcnl cm ntc com a queda do Mu ro de Berlim , na realidade metamorfoseo u-se. Rcapa r ccu ·om ro u1 a cns novas, ace na ndo para um novo tipo ele soc iali smo q ue evoca os socia li slas u1 ó pi cos do sécul o X IX e o anarqui smo. Aco.bcrtacla por tal ortina d fum aça - este é o dado princ ipal - vo lta à cena a velha lu ta ele c lasses marxista, e mbora ' 111 novas bases. De nunc iar ta l manobra ai ·rl a r nossos I ito res contra a neo-revolução anárquica e m c urso, e is o obj etivo visado I or essa im portante co laboração, além de instar todos a se e mpenhare m na de fesa dos sagrados va lor 'S da ivi li zação C ri stã.

* * * Come morando-se no di a l I des te mês a r sla d Nossa Senho ra ele Lourdes, Catolicismo dedica- lhe artigo de certa ex te nsão, fo a li za ndo as1 e ·1os novos ela te máti ca, não ressaltados em colaborações ante riores a lu s ivas a ssa impo r1 a n1 e devoção. Em prime iro lugar, o combate acé rrimo que a impi edade move c ntra Lou rd s. E, ademais, o ri gor com que age a Santa Igrej a para reconhecer a ex istênc ia cio m il a 1 r , a na li sa ndo o grande número de prodíg ios ocorridos, devido à inte rcessão el a Mãe d D us, sob essa ad miráve l invocação. Te mos pl ena convicção de que as du as maté ri as serão be néfi cas para a vida espiritua l e a fo rmação de nossos caros le ito res. Ass im s ndo, des ja mos a todos uma boa le itu ra. Em Jesus e Ma ri a,

9~7 Paul o Corrêa de Brito F ilho DI RETOR

Olhos da

Virgem de Guadalupe continuam a desafiar a ciência o di a 9 de deze mbro ele 153 J, uma cena se desenrolou no pa lác io e pi scopal ela c idade cio México: o índi o Ju an D iego, para provar a veracidade elas apari ções que tivera da Virgem, desdobra di ante cios prese ntes seu po nc ho, do qual caem perfum adas rosas elas mais vari adas cores - apesar de se estar e m pleno inve rn o. Ma is surpreendente aind a é que, ao ca írem as rosas, fica impressa no po ncho de Juan Diego a im age m da Virgem, ta l como e le a vi ra. Mas esse duplo mil agre não e ncerra todo o mi stéri o de G uadalupe. 470 anos depois, a cena ocorrida no palácio e pi scopa l pode a inda ser vi sta, através de possantes mi croscópios, na íri s e na pupila cios o lhos da imagem estampada de Nossa Senhora. Fo i o q ue descobriu o e nge nhe iro José As te Tonsma nn , cio Ce ntro de Estudos G uacla lupa nos cio México e graduado pe la Universidade de Corne ll , depo is ele vin te a nos de estudos do poncho ele Jua n Diego. Empregando a técnica de digita li zação de image ns, utili zada pe los satéli tes e sondas espac iais pa ra tra ns mitir info rmações visíve is, conseguiu ide ntifi car, refl etidas na íri s e na pupil a ela image m ali impressa, 13 pessoas "As mes mas pessoas estão prese ntes tanto no o lho esque rdo q uanto no dire ito, com d ife re ntes proporções, como sucede nos olhos de um ser humano que reflete os objetos que te m e m fre nte". O que levou o Dr. Tonsmann a concluir, com mui ta propriedade , que a imagem "não fo i pintada com mão de homem".

N

1

L emb ra esse c ie nti sta que, j á no século XVIII, c ienti stas mostraram como era imposs ível pintar uma imagem semelhante num tec ido dessa textura, o qual, alé m di sso, se degrada em menos ele vinte a nos. Recordo u també m que o prêmio Nobe l de Química Ri chard Kuhn , depo is de análi ses químicas, constatou que "a image m não tem corantes natu ra is, ne m animais nem mui to me nos minerai s" . O que, cio ponto de vi sta científico, é inex plicáve l. També m do is ame ri canos, Philip Ca ll ahan e Jocly B. S mith, e m 1979, utili zando raios infraverme lho na a ná li se da imagem, descobri ra m que não havi a sina l ele pintura no tecido, e que este não havi a sido tratado co m nenhum tipo de técnica. "Em defi nitivo, nos o lhos da image m da Virgem de Guadalupe está impresso uma espécie de instantâneo do que sucedeu no momento em que teve lugar o milagre", conclui a notíc ia. · O q ue é " inex plicáve l" para a ciênc ia não o é para a fé. É prec iso reconhecer que, tanto o que se dá com a estampa de Nossa Senhora de Guadalupe, como també m com o Santo S udário de Turim , só é explicá vel como um verdadeiro e duradouro mil agre, que pode ser constatado por todos os céti cos ele nosso te mpo . ♦ 1. Notíc ia da agênc ia Ze nil, de 20- 12-01.

CATO LIC IS MO

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A

Palavra do d Saceri ate

~

Pergunta Aumenta a cada dia o número dos que não têm fé. Uns titubeiam, outros duvidam, outros até escarnecem dos que têm f é. Com isso corremos o risco de nós mesmos f icarmos inseguros em nossa f é. O Sr. poderia explicar como uns chegam fa cilmente à f é, enquanto outros não a alcançam? Como podemos ter certeza da verdade de nossa f é ?

Resposta A fé é um dom de Deus, é uma virtude sobre natu ra l infundid a por Deus e m nossa a lma no sacrame nto do Bati smo. Esse do m, Deus o destin a a todos os ho mens, mas acontece que algun s se fec ham a e le por culpa própri a, e então o dom de Deus não se insere na alma. O utros permanecem abertos à ação de Deus, e ass im adquirem o dom da fé. Este do m é inteiramente gratuito, isto é, não resul &

e

ATO LIC ISMO

ta de ne nhum mé rito de nossa parte, e até o fato de fi carmos abertos para que e le penetre em nossa a lma j á é um fruto da graça de Deus. Não há po rtanto simetria entre os que recebem o dom da fé e os que o rej e itam: os que o recebem, não o recebem por merec imento; os que o rej e itam, reje itam-no por culpa própria. Há aqui dois mi stéri os: o mistério da graça para os que o recebem e o mistério da iniqüidade para os q ue o rej e ita m. Di ze mos q ue são mi sté rios po rq ue escapam à nossa capac idade de entendimento.

O dom da fé cria raízes em nossa alma Por isso, deve mos dar g raças a b e us por termos nascido num país cató li co, em uma fa míli a cató lica que nos conduziu à Pi a Bati sma l, ou implesmente po r t rmos encontrado algu 111 c m nossa vida q ue abriu os nossos olho, para a ~ . ão f'a torcs que sem dúv ida inf'lu fram decisivamente e m t rm s r cebido o dom da fé. obr isso fa laremos em seguida. De ixa mos para o utra ocasião anali sar a situação dos povos aos quais não chegou a pregação do Evange lh o. Di gamos apenas que, pe la simples consideração da natureza cri ada, e les pode m chegar ao conhecimento da ex istência de Deus; e se vi verem de acordo com a Lei natu ral e a voz da consc iência, podem salvar a sua alma mediante o Batismo de Desejo. Mas este é um tema extenso demais para ser tratado aqui. Co nce ntre mos, po is , nossa atenção nos povos beFevereiro de 2002

nefi c iados pe lo co nh ec ime nto d o Eva nge lh o de Nosso Senhor Jesus Cri sto, nos quais há uma ponderável maiori a católica no conjunto da popul ação e até se for mou uma cultura e uma c ivili zação cató lica. Cultura e c ivilização que, infe li zme nte , vão es vaece nd o a olhos vistos em todo o mundo. Ass im, a fé entra em peri go, e é muito o po rtun o perg un ta r co mo pode mos pô-la a sa lvo num ambiente c resce nte me nte hos til. Pa ra isso, nada me lhor do qu e a na li sa rm os co mo o do m da fé cri a ra ízes e m nossa alma.

Como a fé se radica em nossa alma, e como se pode perdê-la A fé é infundida em nossa alma pe lo sacramento do Batismo, o qu al recebemos normalmente quando ainda cri anças de colo. À medida que va mos crescendo - suposto q ue nasce mos num a f'a míli a cató li ca, in seri da , po r sua v z, num a soei dad cató li ca - cn ontram s um amb ie nte im1 rcg nado pe la fé, q u va i in utin clo em nós os preâ mbul os as primeira. verdades da fé: a ex istênc ia de Deu , ele Nosso Senhor Jesus ri sto, de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Sa ntos (be m como dos de mônio ). So mos levados à igreja, e ass im tomamos contato com a in sti tuição sacrossanta da Igreja Católica, os Sacramentos etc. É natu ral então que tenhamos fac ilidade em considerar tudo isso como autêntico e verdadeiro. Como observa o consule nte, a fé

penetra fac ilmente e m nossa alm a. M as es ta Te rra é um campo de luta. O de mô ni o ro nda e m torn o de nós para nos perder. Por o utro lado, se o Bati smo e liminou de nossa alma a culpa do pecado origin al - que todos co ntra ím os pe lo s impl es fa to de sermos descendentes de Ad ão e Eva - não e liminou poré m um a fo rte, mas não avassalado ra inc li nação ao pecado, de ixada e m nossa a lma pe lo mesmo pecado ori ginal. Ass im, os nossos lados maus vão aparecendo, freqüente mente consentimos em a lgun s pecados ve ni a is, e podemos chegar até ao pecado mo rtal. Nesse mo mento é rasgada a ves te de nossa in ocê nc ia bat isma l. M anc hada pe lo pecado, nossa a lma se turva, e a luz da fé que a iluminava começa a se r ofu scada. Se não reag imos com vigor, se não nos arre pendemos de nosso pecado, se não obtemos o seu perd ão pe lo sacra mento da Peni tênc ia, iremos ro land o de pecado e m pecado. Começa m e ntão as impli cânc ia s c o m as e x ig ê nc ias mais severas de nossa fé, prin c ipa lme nte no ca mpo mora l. S urgem as " dú vidas" . Os co legas de escola, os co mp a nh e iros de ba irro, as mú sicas para jove ns, os programas de T V, tud o fa la um a lin g uagem di fe rente da Ig rej a Cató lica. Na esco la, na impre nsa, nas artes, os dog mas da fé e os princípi os da Mora l são co ntestados e ridi cul ari zados. A c iênc ia pretende desc rever um uni verso qu e presc ind e de D e us , ta nto pa ra o se u iníc io

como para o seu fun c ionam e n to. Co mo est ranhar qu e o fim desse processo sej a a perda da fé? Nestas condições, a conservação de nossa fé começa po r um a bata lh a mo ral pa ra prese rva rm os nossa in ocênc ia batismal, e para res ta urá- la se a ti ve rmos pe rdid o. D e po is, cumpre re nun c iarmos às ocasiões de pecado e aplicarmo- nos à oração e à freqüente recepção da Sagrada Eucari sti a; e então, à refutação das doutrinas que se opõem às verdades de nossa fé. Para tudo isto ajuda um a co m-

preensão adequ ada do ato de fé.

A fé exige a cooperação da inteligência e da vontade humanas Ass im defin e Santo Tomás o ato de fé: "Crer é um

ato da inte ligência, que presta seu assentimento à verdade divina, por determinação da vontade, movida pela graça de Deus" (S uma Teológ ica II-II, 2, 9). Contudo, co mo e ns in a o Concíli o Vati cano I (Denz i nge r-Sc ho n m e tze r nº 3008- IO), o asse ntime nto da fé não é, "de modo al-

gum, um movimento cego do espírito" , mas se baseia nos "motivos de credibilidade", como são os mil ag res de Jes us C ri sto narrados nos E vange lhos, os milag res dos Santos atestados na Hi stória, o cumprimento das profec ias, a pro pagação, estabilid ade e sa ntidade da Igrej a etc. Estes são sinais certos da aute nti c idade da Reve lação feita por De us à humanidade, e que e ncontramos nos Li vros Sagrados e na Tradição da Ig rej a. Entreta nto, e mbo ra nossa fé sej a co nform e à razão, o motivo supe ri o r de nossa fé é "a au-

toridade do próprio Deus que se revela, e que não pode enganar-se nem enganar-nos ", como ensin a o mesmo Co nc íli o Vati cano 1 no local c itado. Por isso, nossa fé é mais certa que qua lquer co nhecime nto humano, po rque se fund a na própri a Palavra de Deus, que não pode mentir, como observa Santo Tomás de Aquino: "A certeza dada

pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural" (S uma Teo lógica II-II, 171 , 5, obj. 3).

Conformidade entre fé e razão E aqui chega mos ao importante ponto das re lações e ntre fé e ciência. É verdade que há muitos c ienti stas católi cos, e outros pelo menos crentes e m Deus. Mas a -ex istê ncia de um grande núm e ro (fe li z me nte não Batismo de São Liberto (1490)Painel de Colijn de Cotter, Catedral de São Rombout, Malines (Bélgica) . A virtude teologal da fé é infundida por Deus em nossa alma no sacramento do Batismo.

maj o ritá ri o) de ci e nti stas ateus, que tudo pretendem ex pli car por razões exc lusivamente natu rais, impressio na certas a lmas levi anas. Ora, Deus se reve la aos homens de duas maneiras: pelas Sag rad as Escrituras e pe la obra da C riação. E obvia me nte não pode have r contradi ção e ntre a mbas, como mais uma vez expli ca o Co nc íli o Vati ca no I:

"Muito embora a f é esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desaco rdo entre cunbas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e anuncia a f é, acendeu no espírito humano a luz da ra zão. Deus não pode negar-Se a Si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade" (Denzinger-Sc ho nmetzer nº 3017). Doutrina ali ás repetida no rece nte Catecismo da Igreja Católica (nº 159). Ass im , aos ó rgãos da mídi a que ecoam a arrogância dos c ientistas ateus, nossa respos ta deve ser a increpação ele São Paul o aos pagãos, já v.:'írias vezes citada nes ta co lun a, " O que se pude conhecer de Deus é-

lh es nw n ~f'esto, po rqu e Deus lho man(festou. Porque as coisas invisíveis dele, depois da criação do mundo, tornaram-se visíveis; e assim o seu poder eterno e a sua divindade; de modo que são inescusáveis " (Rom 1, 19-20). Quer di zer, é tão mani fes ta a ex istênc ia de Deus pe las obras da Cri ação, que os c ienti stas ateus têm culpa por seu ate ísmo e suas fun estas conseqüências in excusabiles s unt - e dele prestarão contas no di a cio Juízo Fin al. ♦

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Na China: "execução civilirada"para facilitar transplante de órgãos? China está adotando um método mais "civilizado " de matar infratores de suas draconianas leis: a injeção letal. Na opinião do "Chi na Daily" , principal jornal ofi cial em língua inglesa daquela nação, isso prova "o respeito da China pela dignidade de todos os seres humanos, mesmo daqueles que cometeram crimes sérios ". O quotidiano não mencionou, entretanto, o chocante volume de execuções no ano passado, estimadas entre 5.000 e 10.000 por estudiosos do assunto. Outro fator que contribuiu para essa inesperada mudança foi de ordem eco nômica : "O custo de executar todos os prisioneiros com tiro na nuca estava muito alto ". Mas para os analistas existe um motivo torpe e obscuro que pod e estar por trás da opção pela injeção letal. A mudança facilitará um dos mais polêmicos aspectos da pena de morte na China: a retirada de órgãos de prisionei ros executados. Os condenados à morte constituem amaior fonte de órgãos para transplante no país. Segundo os médicos , se adequadamente preparada, a injeção letal não prejudica os órgãos , nem mesmo o coração. E é sabido que tal comércio é uma fonte de renda que movimenta cifras respeitaveis. ♦

ª

a

CATO LICISMO

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Estudantes brasileiros semi-analfabetos

Guerrilha colombiana e desagregação intanto-iuvenil

V:

S

ai bastante mal o estudante brasileiro em matéria de leitura, assimilação e interpretação de textos. Segundo os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PI SA), que testou mais de 265 mil estud antes entre 15 e 16 anos em 32 países, o Brasil amargou a última colocação. Esse péssimo desempenho traz um recado preocupante: o adolescente brasileiro, em média, tem urna inépcia arraigada para o uso da linguagem

escrita. A falta do hábito de leitura, a cu ltura excessivamente visual estimulada pela televisão e pela internet são fatores apontados por muitos educadores corno causas dessas deficiências do estudante brasileiro. Além dos problemas apontados ac im a, Heraldo M are lim Vi ann a, respe itado professor e pesquisador da Fundação Carlos Chagas, do Rio de Janeiro, observa: "O que

egundo o jornal "EI Nuevo Herald", de Miami, edição de 6-1-2002, de cada 1 O guerrilheiros colombianos combatentes , sete são menores de idade, com 13 a 1 7 anos. A afirmação está baseada num estudo da Defensona do Povo daquele país . Um grupo de cientistas so-

falta é professor preparado para ensinar o aluno a ler e a compreen♦ der o que foi lido " .

Jovem guerrilheiro colombiano

ParUdo Socialista ponuguês: derrota histórica

J

áem seu segundo mandato, após a reeleição em 1999, o Primeiro-ministro de Portugal Antonio Guterres, do Partido Socialista, foi obrigado a encaminhar sua renúncia ao Presidente Jorge Sampaio, depois de ser derrotado, de forma inesperada e humilhante, pelo Partido Social Democrata (PSD), de José Durão Barroso, nas últimas eleições munici pais. As estimativas previam um recuo O ex-Primeiro-ministro Antonio Guterres dos socia li stas, mas em proporções muito menores. O PS sofreu derrotas de norte a sul do país, perdendo redutos tradicionais seus, como as capitais de distrito Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Portalegre, Ponta Delgada e Setúbal. Das 20 capitais de distrito, o PSD passou a controlar 11. Nos 308 municípios portugueses, o PSD elegeu 144 prefeitos contra 98 dos socialistas. Perdeu força também o Partido Comunista, principalmente no sul. Segundo analistas, o PS foi punido especialmente por sua política econômica ineficiente e por denúncias de corrupção con♦ tra destacados membros do partido.

ciais concluiu que 18% dos meninos da guerra mataram pelo menos uma vez e 60% assistiram a mortes; 78 % viram cadáveres mutilados; 13 % participaram de seqüestros e 25 % os testemunharam; 40 % atiraram contra alguém e 28 % foram feridos à bala; 18% dos menores passaram pela experiência traumatizante de testemunhar torturas. As meninas, de menor capacidade para a luta, são encarregados de abrir os cadáveres de seus companheiros, extrair-lhes a vísceras e lançá-las aos rios para que os corpos não flutuem, impossibilitando assim ao inimigo contar as baixas. Na Colômbia há cerca de 1 7 milhões de menores (41 % da população). A barbárie que rei na em certos setores da infância e juventude colombianas facilita a incorporação de menores nos grupos armados. Diante dessa trágica situação, cabe indagar: o que fizeram as autoridades civis e eclesiásticas de uma nação católica como a Colômbia, para impedir o impressionante nível de caos, corrupção moral e selvageria reinantes na sociedade colombiana? ♦

Na Porto Alegre pelista: adeus às tardas

A

traclicional farda de gala e o gesto ele jogar as boinas para o alto, em comemoração ao final do ano letivo, podem estar com os dias contados no Colégio Tiradentes - vinculado à Brigada Militar e um dos mai s conceituados de Porto A legre e do Estado do Rio Grande do Sul. O govern o petista desse Estado decidiu retirar do Colég io qualquer vínculo co m a Brigada Mili tar. Serão abolid os os fardamentos e as horas de instrução militar. A

direção será civil. Ta is medidas chocaram pais e alunos, que prometeram lutar na justiça para manter a condi ção castrense da escola. O governo estadua l gaúcho, dirigido pelo PT, nem seq uer· propôs uma consulta democrática (tão alardeada pelos petistas) aos pais e alunos cio Colég io. E confi rrn a-se assim uma conhecida propensão ela esquerda: aversão à disciplina mi I itar e ao esplendor ela fard a. ♦

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BREVES RELIGIOSAS

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Episcopado Espanhol denuncia desagregação familiar Segundo "Noticias Eclesiales", a Conferência Nacional Episcopal espanhola, em documento lançado em dezembro último, denuncia mais uma vez, como perniciosa a equiparação das uniões de fato com o matrimônio verdadeiro e a verdadeira família. O organismo episcopal lamenta também a expansão da mentalidade a favor do casamento meramente civil, do divórcio e do aborto .

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Relíquias de São Lucas: exame de DNA consolida Tradição Segundo a Tradição, os restos mortais do Evangelista São Lucas - nascido em Antioquia, antiga província romana da Síria - encontram-se na Basílica Santa Justina em Pádua, na Itália. Circulam rumores de que estas relíquias teriam sido trocadas por restos mortais de uma pessoa de origem grega. Em trabalho assinado por pesquisadores de seis universidades italianas e publicado na edição de outubro último pela revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", os estudiosos afirmam que encontraram, nas relíquias, DNA compatível com os registros históricos, reforçando assim a hipótese de serem tais restos mortais de origem síria. _1

Morre Bispo chinês perseguido pelo regime comunista A agência Fides informa que na tarde da vigília de Natal, 24 de dezembro último, morreu aos 83 anos de idade Dom Mattia Pei Shangde, Bispo perseguido pelo regime comunista chinês. Desde abril de 2001 Dom Pei encontrava-se em prisão domiciliar, por causa de sua fidelidade à Santa Sé. _1

eATO LICISMO

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CAPA

&

O e nsa io, objeto deste artigo, denuncia esse esforço mundial para criar uma nova Internacional Comunista, desde j á denominada nos me ios da esquerda radi ca l de Internacional Rebelde. De fa to, é o pró prio comuni smo que ressurge, poré m metamorfoseado. Levando como

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Renasce a luta

companheira de viagem. a "esquerda católica", tais fo rças procura m se recu-

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perar do trauma sofrid o com a queda do império soviéti co, para se reagrupar e passar à ação. A ocas ião é bem escolhida, posto o descontenta mento profundo no mundo de hoje com algumas das conseqüênc ias da g lobali zação, como a perd a de identidade das nações, o crescente movime nto mi gratóri o e a penetração dos efeitos das cri ses eco nômi cas de certos países em muitos outros, por vezes ameaçando tra nsformar-se numa cri se geral. Poré m, junto às críticas fe itas à g loba li zação, essas forças lançam vio lentos ataques contra o própri o capitali smo,

1

SOCI

centro ne Euentos da PUC

Porto Alegre RS

MUN

Com o título em epígrafe, foi publicado recentemente um ensaio* sobre a nova rede internacional das esquerdas. O II Fórum Social Mundial, a realizar-se de 31 de janeiro a 5 de fevereiro em Porto Alegre, onde estarão presentes corifeus dessas correntes no mundo inteiro, torna a obra da maior atualidade. Apresentamos aos leitores de Catolicismo um resumo desse importante estudo. 10

e ATO LI e I S M O

agitações e o quebra-quebra reazados por movimentos de extrema esquerda e m Seattle (E UA) e Gõtebo rg (Suécia), e em Gê nova (Itáli a) por ocasião da reuni ão dos chefes de Estado do G-8, chamaram a atenção da opini ão pública mundi al para um fenô me no que vinha despontando nos últimos três anos. É uma contestação inusitada e violenta à g lobali zação e à atua l ordem econô mi co-soc ial, etiquetada de " neo liberal ". Contestação essa levada a cabo por grupos diversos, muitos dos quais não pareciam ter nexo entre si, e outros que até há pouco ne m sequer exi sti am. O conjun to desses agrupamentos mobili za dezenas de milhares de ativi stas contestatários nos vári os co ntinentes, à procura de ocas iões propíc ias para prosseg uir s ua ag itação, que está ating indo auges crescentes. Bem observado o fen ô me no, constata-se que a globalização serve de pretexto para form ar, impulsion ar e arti cular ta is grupos, que vão co nstituindo

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nova, possante e peri gosa rede internac io nal de esquerda de cunho anarqui sta, cuj o pensa me nto e siste ma fo i delineado pe las inte rvenções e documentos pu bli cados no I Fó rum Social Mundial (FSM ), rea li zado em Porto Alegre em j ane iro de 200 1. Na este ira desse evento, reali zou-se igualmente na capital gaúcha, o Fórum Mundial de Educação (FM E), e m outubro desse mes mo ano.

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Acima: Chefes de Estado do G-8. Abaixo: agitação e quebra-quebra em Gênova (Itália) . Uma contestação inusitada e vio lenta à globalização e à atual ordem econômico-social, rotulada de "neo-liberal".

Promotores da agitação antiglobalista O conteúdo deste artigo, cuja importância e atualidade é desnecessário acentuar, supõe uma explicação sintética preliminar, que apresentamos abaixo, sobre os principais organismos, publicações e líderes da nova rede internacional das esquerdas, à qual já se tem atribuído a denominação Internacional Rebelde. Sem essa conceituação inicial, não seria fácil ao leitor compreender a estrutura, os métodos de ação e os objetivos desse movimento de agitação mundial, que ainda não é bastante conhecido por todos os setores da opinião pública. • Fórum Social Mundial - Conjunto de entidades que organiza, entre outras iniciativas, os eventos realizados em Porto Alegre. É formado pela ATTAC, pelo MST, pela CUT, pela COMISSÃO JUSTIÇA E PAZ da CNBB, pela ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais), pela CIVES (Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania), pelo IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e pela REDE DE JUSTIÇA SOCIAL E DIREITOS HUMANOS. • ATTAC (Associação por uma Taxa às Transações financeiras especulativas para Ajuda aos Cidadãos) . Entidade francesa, contando com filiais ou entidades similares em 23 países, 1 5 deles na Europa . De início, a finalidade dessa associação constava em seu título. Hoje visa ela ser "uma universidade popular voltada para a ação", rearticulando grupos da esquerda em todo o mundo para agir conjuntamente, seja cada um no próprio país, seja mobilizando ativistas para atuar contra os eventos que promovem a globalização, seja para protestar contra esta nas nações que enfrentam crises financeiras. • "Le Monde Diplomatique" - Mensário francês esquerdista. São publicadas dele 20 edições em 1 O línguas, com uma tiragem total de 1 .200.000 exemplares . Sua versão italiana é difundida por "li Manifesto", periódico declaradamente comunista. A edição francesa conta só com oito redatores, mas apela para a colaboração de mais de 3.000 esquerdistas espalhados pelo mundo. Seu diretor, lgnacio Ramonet, e seu redator e diretor administrativo, Bernard Cassen, são, sem dúvida, as pessoas de maior projeção tanto da ATT AC quanto do periódico. • Noam Chomsky - Um dos mais salientes intelectuais anticapitalistas da atualidade. Declara-se "socialista libertário", sendo qualificado por seus próprios seguidores como "o mais conhecido dos anarquistas contemporâneos". Questiona todas as instituições sociais, que define como "opressivas", e propugna diretamente seu desmantelamento, caso elas não possam provar o contrário. Ademais, postula o sistema autogestionário e combate fortemente a política exterior norte-americana. • Toni Negri - Militou nos anos 70 em vários grupos comunistas próximos ao terrorismo. Em vista disso, foi julgado e condenado pela Justiça italiana, por ocasião do seqüestro e assassinato de Aldo Moro. Embora preso, foi eleito deputado, sendo então libertado em virtude da imunidade parlamentar. Quando esta foi eliminada para reconduzi -lo ao cárcere, fugiu para a França, onde se exilou durante vários anos, entrando nessa ocasião em contato com os adeptos do pós-estruturalismo. Conheceu nessa época Michael Hardt, um norte-americano com o qual escreveu a mais conhecida de suas obras, Império. Recentemente, voltou à Itália para cumprir, em regime de semi-liberdade, a pena a que havia sido condenado .

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Em março de 2001, Catolicismo publicou ampla matéria sobre o 1 Fórum Social Mundial de Porto Alegre, convocado como desafio ao conhecido Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça

À direita: uma das sessões plenárias do Fórum de Porto Alegre, realizado em janeiro de 2001

Plínio Corrêa de Oliveira jamais acreditou que o comunismo - fruto de um secular processo de destruição da Civilização Cristã - tivesse morrido.

Abaixo: a queima da bandeira norteamericana é freqüente nas manifestações contestatárias da Internacional Rebelde

visando destruir seu. fundame nlos, que · são da própria o rdem nalural: apropriedade privada e a livre iniciativa. No dizer dos re presentantes de tais forças , o combate não é dirigido contra toda forma de globa li zação, mas contra a g loba li zação capita lista; vêem eles até om simpatia a de índole soc ia li sta. Os novos contestatários também querem uma globalização, mas de tipo anárquico-tribal, que abso rva as nações, acabe com as autoridades e favoreça as pequenas comu nidades autogestionárias, totalmente igualitárias. O referido e nsa io, objeto deste artigo, rejeita o falso dilema, muito repetido pela mídia, de que é preciso optar entre "global" e "não global ". Como veremos, entrar nesse debate tomando posição de um .lado ou de o utro, sem as devidas ressa lvas, j á é aceitar o falso di lema e se deixar confundir por e le. O estudo, baseado em farta e sólid a documentação, poderá ser adq uirido por quem o desejar, através do seguinte site: http://www.tfp.org.br/

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Os atentados de J J de setembro cri aram um impasse in esperado para os propulsores de tal agitação: objetivamente ou não, boa parte da opini ão pública 12

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mundial começo u a relacionar se us agentes com o terrorismo, dado o caráter violento dessas manifestações, bem como a hostilidade que mostram face ao reg im e sóc io-eco nô mi co vigente no Ocidente. O certo é que a nova ofens iva pode represen tar para a Civili zação Cri stã um perigo ai nda bem maior, do ponto de vista religioso, político, soc ia l e econômico, do que os terroristas do Al Qaeda. Alertar a opini ão pública para esse perigo, indicar suas causas e sugerir os meios para evitá- lo é o objetivo do citado e nsa io.

Ira-Revolução, obra magna desse in sig ne pensador e líder católico, e le aproveitou a ocas ião para mostrar que urn a neo-Revo lução renasceria das cinzas do comuni smo. Ao prever as conseqüênc ias do desmante lamento da URSS, afirmou e le: "Por exemplo, a crescente oposição entre países consumidores e países pobres. Ou, em outros termos, entre nações ricas industri alizadas e outras que são meras produtoras de matéri as-primas. " Nasceria daí um entrechoque de proporções mundiais entre ideo logias diversas, agrupadas, de um lado em torno do enriquec ime n-

Embaixo: Daniel Cohn Bendit, cognominado Danyle-Rouge (Daniel, o vermelho), um dos líderes da Revolução da Sorbonne, em maio de 1968. Ela j á apresentava um acentuado cunho anarquista.

Internacional Rebelde:

a pretexto de combater a globalização, ataca o capitalismo Plinio Corrêa de O live ira jamais acred itou que o comu ni smo - fruto de um sec ula r processo de destruição da Civ ili zação Cristã - tivesse morrido. Assim como certos rios se afundam na terra, correm subterrâneos e mais adi ante voltam à superfíc ie, o comunismo deveria necessariamente reaparecer; não idê ntico ao que era, mas metamorfoseado, req uintado até. Em J992, na 4ª ed ição em português de Revolução e Con-

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to indefinido, e ele outro cio subconsumo mi serab ili sta . À vista desse eventua l e ntrechoque, é impossível não recordar a luta ele classes preconizada po r Marx. E daí surge naturalme nte uma pe rg unta : será essa luta uma proj eção, e m termos mundiai s, ele um e mbate a ná logo ao que Ma rx co ncebeu sobretudo como um fenômeno sóc io-econô mi co dentro elas nações, conflito este no qual participaria cada uma destas com características próprias? " Nessa hipótese, passará a luta en-

OI Fórum Social Mundial de Porto Alegre: ressurge a luta de classes em novas bases

tre o Primeiro Mundo e o Terceiro a servir de cqmuJ1agem mediante a qual o marxismo, envergonhado de seu catastrófico fracasso sócio-econômico e metamorfoseado, trataria de obter, com renovadas possibilidades de êxito, a vitória final ?" 1 • Assim, com IOa nos ele antecedênc ia,

Porto Alegre.

Plinio Corrêa ele Oliveira descreveu o e ixo em torno cio qual - a pretexto ele globalização - gira a atua l confrontação ideo lóg ica e mora] e ntre o capita li s mo vi gente e o pós-capita li smo e mergente.

Em j a neiro ele 200 1, teve luga r como Catolicismo o deu a co nhecer a seus le ito res, na ed ição ele março desse a no - o / Fórum Soc ial Mundial ele Po rto Alegre (FS M) , co nvocado co mo d esafio a lte rn ativo ao co nhec ido Fórum Econômico Mundial ele Davos. O que levo u Jg nac io Ra monet a intitul a r s ua co lun a ed ito rial e m "Le Monde Diplomatique": Davas ? Não, A luta ele classes No rte/Sul e a reconstrução ela utop ia soc iali sta tinham, ele fato, reco meçado sob um falso dil ema : pró o u contra a g loba li zação . Osloga n aclot~tclo pelo FSM já o e nunc iava: "Um ou/ro inundo é possível". O e nsa io põe em realce o papel desempenhado pelo evento ele Porto Alegre nessa ofens iva, bem como o ele seus principais promotores: a associação fran cesa Attac, hoje ex pandida por numero. sos países; o me nsário pari s ie nse " Le Mo nde Diplomatique", ig ua lme nte com ed ições e ecos e m múltipla nações; e proeminentes membros ela esquerda católica brasileira. Para os ag itadores, o fracasso ciosocialismo de Es!ado ele Lipo marxi sta não inva lida outras formas possíveis de soc ia li s mo radical : vida comun itá ri a, democrac ia di re ta, autogestão das e mpresas. Reabi lita até as teori as a narqui stas ele Mikh a il Bakunin . Ademais, esse soc ia li smo a nárqui co assume as lutas cio novo proletariado, saído elas barricadas ela Revo lução ela Sorbonne de maio ele 1968 : as ofens ivas cio feminismo, a defesa ele pse udod ire ito elas minorias sexuais, a promoção de estil os de vida a//ernativos, a li bera li zação da droga e as ca usas de todos os chamados excluídos.

A Internacional Rebelde, ameaça real; papel vital da "esquerda católica" Assim, a lnlernacional Rebelde deve ser vista sob dois â ng ul os distintos e comp lementares. De um lado, enquanto reed ita os erros do com uni smo c láss ico, e la constitui uma força essenc ia lmente contrária 14

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à propriedade privada e à livre iniciativa, portanto anticap itali sta, procurando exacerbar o confronto N o rte-Su l. De o utro lado, traz e lementos novos, carreados po r mov ime ntos eco lóg icos, indigenistas e o utros, que já falam ele a narqui a, caos e misticismo revolucioná ri o. O que, e mbora me nos definido nos documentos da nova Internac io na l, é e ntretanto o q ue lhe confere mais cli-

ves - vir a assum ir o poder em a lgumas áreas. É o que, por exemp lo, deseja para América Latina um promotor rad ica l ela Teologia da Libertação, o Pe. Joseph Comblin , c ujas teses são amplamente a nali sadas no ensaio. O respaldo re lig ioso é vital pi:u-a o neocomu ni smo tentar sua aventura, sobretudo hoje em d ia, e m que um ressurgime nto religioso na juventude surpre-

e nde os observadores, após mais de um século de inclemente propaganda atéia. As esquerdas infiltra ra m-se largamente nos me ios re lig iosos, inc lus ive dói dizê- lo - na Santa Jg reja Católi ca, baluarte natural contra o socia lo-comu ni smo por sua missão, sua doutrina, s ua tradição e sua estrutu ra divinamente inspiradas. Ne la fo i rea li zado um trabalho demolidor tão meticuloso e gera l, ele tudo quanto resistia à investida marxista, que, sob esse aspecto, pouca coisa resta de pé. Isto nos faz pe nsar nas palavras de Paulo VI sobre o processo de "autodemolição" ela Igreja" 2 e a pe netração ela ''.fiunaça de Satanás " no Templo ele Deus 3 .

heterogene idade elas reivindicações, uma convergência efetiva se produz e ntre os camponeses, s indicatos operári os, grupos eco logistas, novos movimentos ele ação c idadã como Aaac, o rga ni zações fe mini stas, g rupos de defesa cios direitos dos inclígenas, aos quais se soma uma nova geração de jovens militantes que aportam um e ntus iasmo novo". "Nunca havia se produzido - diz e le - uma convergênc ia ele tal envergad ura . Face ao ro lo compressor da g loba li zação, unem-se movimentos e o rga ni zações li gados a c lasses diferentes e a setores muito díspares, de trajetórias di fe rentes e pos ições ideo lóg icas contrastantes". E profetiza : "Ainda não existe uma

Contestatários unem-se numa Internacional para a "guerra social planetária"

Internacional de protesto contra a globalização, mas já se escuta em todo o planeta este grito forte: Contestatários de todo o mundo, uni-vos!" 4 .

O e mbri ão da V Internac io na l - a vincula-se a diversos g rupos e pessoas ele esq ue rd a, entre os quais se projetam l g nacio Ramo net- diretor do mensário "Le M o nde D iplo matique", um a espéc ie ele men tor intelectual cio novo mov ime nto - e sua eq uipe. Ramonet afirma que os ativi stas sociais "deram impul so ao que pouco a pouco acabou sendo uma nova guerra social planetária", na qual, "apesa r ela

Por sua vez, e m a rti go para esse mensário francês, Bern a rd Cassen afi rma: "O que aconteceu na capita l gaúcha constitui um a verdadeira virada", que confirma "a perspectiva ele ver constituir-se o embri ão de uma verdadeira lnternacional rebelde" 5 . Plínio Arruela Sampaio, três vezes deputado federal e hoje ed ito r ela revista "Corre io Cidadão", previu o resu ltado cio Fórum Social Mundial: "O objelivo de Por/o Aleg re é dar os primeiros pas-

Internacional Rebelde -

Acima: lgnacio Ramonet, diretor do mensário "le Monde Diplomatique", é uma espécie de mentor intelectual do novo movimento

na mi smo e capac idade ele arrastar as suas bases. No espectro da esq ue rda atual, esse neocom uni smo, mesmo e m ascensão, por ora é minoritário, por vezes até marg in a l. E não te m a inda força política para impor sua agencia aos partidos ela esquerda cláss ica, como o PT brasileiro, o PS fra ncês, o SPD a lemão, o PSOE espanhol etc., nos quai s os novos a na rqui stas exercem influência impo rta nte, mas não deci s iva. Poré m, aprove itando a o nda contrária à g loba li zação e propondo medidas para sabotar o seu processo, poderá tal neoco munismo ga nhar força para integrar e até pi lotar uma F rente Ampla, com vistas a influenciar os aco ntecime ntos no sentido a narqui sta. E poderá até - em meio a eventuais confl itos sociais g ra-

Bernard Cassen, editor-chefe do "le Monde Diplomatique" afirma: "O que aconteceu na capital gaúcha (foto à direita) constitui uma verdadeira virada ", que confirma "a perspectiva de se ver constituir-se o embrião de uma verdadeira Internacional rebelde".

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sos para construir uma .fi·enle internacional, uma espécie de 'qui'nta internacional', a mais ampla possível , em nada rígida nem vertical como as quatro primeiras" 6 . Obviamente, além de propaga ndi stas na mídi a de esquerd a, o mov imento contestatári o tem gurus que ex plicitam para suas bases mais pensantes os fins próx imos, méd ios e remotos, e que ni sto são intensa e artifi cialmente prestigiados pela mídi a internac ional. Os princi pais são hoje o norte-ameri cano N oam Chomsky e o itali ano Toni N egri .

Noam Chomsky: o "guru" dos novos movimentos anticapitalistas e do desmantelamento do Estado C homsky é o mais conhec ido dos anarqui stas contemporâneos e um a das estrelas cio movimento antigloba li zação. Quai s são as idéias que o fazem tão in censado pelas esquerda s? Em matéria de organi zação econômica, seu socialismo libertário se opõe tanto à propriedade privada e ao sa lári o quanto ao sociali smo de Estado, porque ambos são contrári os ao " princípi o de que o traba lho deve ser empreendido li vremente e estar sob o control e do próprio produtor". Para C homsky, a essência do soc ial ismo cons iste em " tran sform ar os meios de produção na propriedade de produtores livremente associados ..... Essa apropriação deve ser direta, e não exercida por uma força eliti sta ag indo em nome do proletari ado". As sim, haveri a um govern o autogestionári o faci I itado pelas novas tecno log ias: " Os traba lhadores podem perfeitamente tomar a seu cargo seus própri os assuntos de m do direto e imediato" 7 • Percebendo, talvez, que essas concepções são quiméri cas para a . oc iedade como conjunto, em espec ial se esta é industri al e globali zada, ele não dá detalhes a respeito da soc iedade anárq ui ca que desej a. E não acredita que deva haver uma particul ar táti ca política. Assoluções só podem ser rea is e concretas. Chomsky vê o co lapso da URSS

C ATO LI

eISMO

do Evangelho governava os Estados", segundo o ensinamento de leão XIII na lmmortale Dei.

Toni Negri entronizado como o Marx do novo milênio A onda anarq ui sta também promove outro intelectual-vedetle, o italiano Anton io Negri , intensamente elogiado pela imprensa. O "The New York Times" citou conhec idos profossores que apontam Irnpério - obra conjun ta dele e do americano Michael H ardt - como " uma ree laboração do manifesto co muni sta para a nossa época ... . a nova e grande síntese teóri ca do novo milêni o". Ao fa lar das correntes mi gratórias, Negri e Hardt profeti zam: "U ma nova horda nômade, um a nova raça de bárbaros emergirá para invad ir ou evacuar o Império"\ ou sej a, no fund o destrui r a . c ivi I ização. Esses novos bá rb aros da multidão global deve m torna r rea l a anarqui a. Eles co nstitu irão " um corpo compl eta mente incapaz de se submeter ao comando, um corpo incapaz de se adaptar à vida famili ar, à di sc iplin a f'a bril , às reg ras de uma v ida sex ual tradi cional etc." 9 Mas es. e é a1enas "o começo da política li beraclora" 10 • O limi ar do novo mundo será cru zado quando " a auto- va lorização, a con-

Noam Chomsky

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A torre e o portal gótico da cidade francesa à direita, evocam a era medieval, quando foram construídos. Época na qual floresceu uma Civilização Cristã, em que "a filosofia

como uma grande perspectiva que estari a atraindo para o anarqui smo os esquerdi stas decepc ionados com o fracasso da experi ência auto rilária cio co munismo. Ta l visão leva-o a rea bilitar Bakunin e seus seguidores.

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Michael Hardt, co-autor do livro Império, escrito junto com o italiano Antonio Negri

vergência cooperativa dos indivíd uos e a ad mini stração proletária da produção se torn em um poder constituinte ... . Este é o momento fundacional de um a forte cidade terrena, di stinta de toda cidade di vina" 11 • E na esperança de verem reali zados seus sonhos libertári os, N egri e Har lt ex primem a " irreprimível alegria e prazer ele serm os co muni stas" 12 •

Denúncia inspirada no amor à Civilização Cristã Em 1864 foi f und ada a Prirneira In ternacional por um punhado de intelect uais e sindicalistas com uni stas . M eio séc ulo mais tarde, caval ga ndo co rrentes moderad as e aprove itando as turbul ênc ias de uma gra nde cr ise, os co muni stas apossara m-se do poder na Rús sia e in stauraram o mai or e mai s sangrento impéri o que a hum an id ade tenha conhecido. Mu itos dessa Internacional l?ebelde so nham com a repetição ele tal golpe, ainda que seja num futuro remoto. O certo é que, desde já, todos eles mobili zam-se, reúnem-se e se estruturam para isso. É prec iso que a opini ão pública seja alertada sobre esse peri go. De qualquer mane ira, o ca tólico lúcido e fervoroso não pode aprovar que o processo de "g loba li zação" vá erod indo gradualmente a soberani a das nações, cond ição para a liberd ade e o reto desenvolvimento dos povos. A altern ativa entre globa l e não globa l deve, portanto, ser recusada como fa lsa . M as deve optar pelo idea l de Cri standade. Tender para ele, no fund o de

sua alma, e desej ar ardentemen te que a Providência Divina encami nhe as co isas de modo tal que a Civ ili zação Cristã possa vir a ser restaurada na sua pl eni tude em dias melhores, como afirmou São Pi o X: " A civili zação não mais está para ser inventada, nem a cidade nova para ser constru ída nas nuvens. Ela ex istiu , ela ex iste; é a civili zação cristã, é a c idade católica. Trata-se apenas de instaurá- la e restaurá- la sem cessar sobre seus fundamentos naturais e divinos" 13 • A Santa Igrej a Católi ca, ao ser fun dada por Nosso Senh or Jes us Cristo, trouxe em si também as sementes de uma sociedade temporal cri stã. Esta nasceu, desenvolveu-se e deu frutos abundantes no passado 15 • Por que não poderia produzi - los no futuro ? A natureza soc ial do homem como Deus o fez - e não como os utópicos o querem - , regada pela graça divina, tem possibilidades enormes de florescer em todos os tempos e lugares. Até onde poderá desdobrar-se organica mente em qualidades, a partir do espetacu lar triunfo do Imacul ado Coração de M ari a, previsto em Fátima por N ossa Senhora?

Com o slogan "um outro mundo é possível", promove-

se a destruição da civilização Ana li sados os elementos teóricos e práti cos do mundo pós-capitali sta que essa [nternacional tem em v ista - autogestão, subconsumo mi serabili sta, democracia direta, eco log ismo extremo, indi geni smo etc. - vê-se que há um desíg ni o de impl antar um a Repúbl ica Universal, com pequenas co munidades autogeridas à maneira das tri bos indígenas, para atingir a qual os ag itadores praticam a vi o lência em larga esca la e a "esquerda católica" fo rn ece dec isivo apoio, apesar da impopu laridad e de tal programa.

CATO L IC ISMO

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Os novos contestatários retomam a bandeira negra do anarquismo;, como o fizeram os revolucionários da Sorbonne (foto à direita), e procuram ir além de Marx e Lenine, acrescentando elementos de ecologismo tribalista.

Ao la nça r-se não ape nas contra os ma les da g lobali zação, mas co ntra os própri os fundamentos do capital ismo a propriedade privada e a livre inic iativa, direitos essenciais da pessoa hum ana - os no vos co ntestatá ri os proc ura m destruir o pouco que ainda resta do edifíc io sagrado da Civili zação C ri stã de outrora . E retomam a bande ira negra do anarqui smo, procura ndo ir além de M arx e de Lenine, num mi sto de comuni smo e ecologismo que parece exa lar do fund o dos infe rnos. E m seu avanço, os novos contestadores proc ura m co mpletar e radicali zar a demo li ção - que os g loba li zantes já ini c iara m - das auto ridades leg ítimas e das estru turas naturai s, de de a fa míli a até o Estado, passando pelos corpos in te rmedi ários orgâni cos, como grupos soc iais, mu nicípios, regiões, etc. É pre me nte, po is, um a fo rte vig i lância face ao perigo que esta neo-revo lução representa para os restos de c ivili zação no nosso co nturbado in íc io de mil êni o, peri go que não está ta nto na fo rça dos que a promove m quanto na pass ividade dos que são ameaçados . Os que impul sionam o neocomuni smo anárqui co, e os que o segue m po r convi cção, são um a peque na minoria ; mas todas as revo luções fo ram dese ncadeadas por minori as organi zadas e ag uerridas, que aca bam domin ando as ma iori as ... Os autores do ensaio não ace itam a tirani a dessas minori as, e por isto també m não perm anecem pass ivos face à soc iedade oc ide ntal tal qual e la é hoj e, com seus desequilíbrios, inju sti ças, frenes is e q uimeras . E ante a pergunta de 18

C ATO LIC ISMO

se " um outro mundo é poss ível", te m uma resposta que é coro lário da Fé.

Nem Davos nem Porto Alegre, mas Civilização Cristã! Das tribun as da mídi a e dos que se apli ca m a mode lar a o pini ão públi ca, surge a apresentação simpli sta da rea li dade, que redu z tudo a uma opção entre duas versões da g lobali zação: a mercantili sta e a co muno-anárq uica. De um lado está o partido de Davos, reunindo os que desej am este nder a inda mais uma globali zação capitali sta impul sionada a partir da cúpul a fin ance ira internac ional, que sonha co m a utopi a de um mund o ex tas iado nas de líc ias da vida; de o utro lado está o pa rtido de Porto Alegre, aparente mente se m centro moto r, ex ig indo um a g lobali zação sob a ótica dos "excluídos", apetente dos pesadelos e m que confluem a mi séri a, o primitivi smo e a degradação mora l.

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A g lobali zação davosiana encaminhari a a soc iedade para um " paraíso" técnico de hiperprodu ção diri g id a, tran sformando o mundo num g igantesco shopping-center, no qua l cada indivíduo teri a poss ibili dades ilimitadas de co nsumo e de praze r. E a g loba li zação porto-aleg rense levar- nos- ia ao "p araíso" das pequ e nas comunidades rurai s à mane ira de tribos indíge nas, de vida fru ga l num reg im e de mera subsistênc ia, co m lo ngas horas de óc io, sem autoridades ne m des igua ldades, po is tudo seri a dec idido por consenso, se não por uma estranh a in spiração místi ca que faz le mbrar os paj és e as sibilas. Em ambas as opções, como d e no min ad o r co mum e ntre e las, nota-se uma sensualidade des bragada, pe rmitindo e até incentivando todo prazer sex ua l, natura l ou contra a natureza, como a procla mar, por sua linguage m bruta l e degradante, que os dire itos do homem são os dire itos da carne. Tud o nos é a prese ntad o como se, no mundo atua l, não ho uvesse lu gar para outra a lte rnati va senão a de seguir uma dessas duas formas de g loba lização, apare nte mente antagôni cas, mas que na verdade redu zemse a prometer um a pse udo-fe li c id ade puramente mate ri a l e terrena , e m opos ição à Lei de Deus. A um cató lico autêntico, colocado di ante desse dil ema, o que di zer? Em prime iro lugar, que é uma fal sa a lte rnati va, po is o Evange lh o, di vinamente interp retado pe la do utrina tradi c ional da Ig rej a, convida o ho me m, sob o influ xo da graça, a aperfe içoar a si próprio e a natureza, a desenvo lver a cultu ra e a c ivili zação, a c iênc ia e a tec no log ia, ca minhando nas vias do progresso. Um progresso que não é úni ca ne m predo min ante me nte materi a l, mas progresso em que a alma humana, mai s ainda do que o corpo, encontra seu be m-estar na prática das virtudes cri stãs, e que concebe a vida nesta Terra como um está-

g io de prova para alcançar a vida eterna no Céu. A soc iedade humana, assim entendida como um refl exo imperfeito - mas real e imensamente atrae nte, e nunca frustrante - do convívio celeste, é o que de mais próprio pode haver para aquietar e satisfazer, tanto qu anto é possíve l nesta vida, as as pirações dos ho mens, vi stos na reta ordenação de se u ser. Exe mplo hi stóri co de um esplê ndi do iníc io de progresso nessa direção fo i a Civili zação C ri stã medi eva l, tão e log iada pe los Papas 4, que to rno u a E uropa o co ntine nte líde r do mundo , e c ujo caminhar se viu infelizme nte trun cado pe lo processo revoluc ionári o, mas da qu al ainda hoje subsiste m restos esplendorosos. 1

A Civilização Cristã é possível e desejável Assim, o verdade iro caminh o para me lhorar as condições de vida dos necess itados, como para ordenar toda a socied ade, não está e m " revoluções pseudo-messiânicas" que vi sam, na verdade, impl antar um igualitari smo desumano e antinatura l, co m a desculpa de acabar com a pobreza: " Pobres, sempre os tereis entre vós " (J o l2,8), di sse Nosso Senhor increpando Judas. Tal me lhori a das condições de vida dos necess itados é altamente desej áve l e deve ser procurada. M as e la só é obteníve l por meio de uma verdade ira evan-

geli zação cri stã, como a reali zada por muitos Santos, be m co mo através da ação civili zadora da Igreja. É a partir da educação re li giosa e mo ral dos povos que a própri a soc iedade te mpo ral poderá be ne fi c iar a todos, cada um a seu modo. " Proc urai e m prime iro lu ga r o Reino de Deus e sua justiça, e o resto vos será dado por ac résc imo" (Lc 12,3 1). Reencetar essa vi a é poss íve l neste iníc io de mil ê ni o? É como perguntar: este homem, cuj a cabeça e cujo coração estão invadidos por um câncer, pode ainda vir a gozar úe boa saúde? A resposta só pode ser: se houver me io de ex trair totalme nte esse câncer, sim ; se não houve r meio, não. Os que proc ura m, na soc iedade atual, encontrar so lução na promoção de regi mes neopagãos - sem cortar, e até estimul ando o câncer revolucionári o anticri stão - asse me lham-se aos que crêem ser poss ível c ura r o doente grave com antide pressivos, ou di retame nte co m vene no. A pergunta e ntão se des loca, e não se pode recuar di ante de la: é poss íve l ainda extra ir o câncer revo lucio nário da soc iedade atua l? Ou o grau de ex pansão do mal já é de ta l mo nta, que o doente está desenganado? Se considerarm os a soc iedade co mo trabalhada unicamente por mãos humanas, não há solução poss ível. A podri dão fo i lo nge demais! Estamos chega ndo j á ao caos, à falta de lógica e de razão, tanto nas ativid ades públi cas qu an-

to nas dos particul ares, em me io às ruínas do edifício da C ivili zação C ri stã, e te ndo co mo es pec tado res po pul ações aturdidas e in ertes. Mas se tivermos e m vi sta o fato de a Providência Divina nunca abandonar os que a Ela recorre m confi antes e fili almente, e que a ação sobrenatural pode faze r-se sentir em profundi dades in suspe itadas, não só das a lmas individualmente consideradas, como também do tec ido soc ial, e ntão todas as esperanças são poss íve is. Es pe ra nças qu e , e m ne nhum momento, autori zam-nos a cru zar os braços ou cessar a luta, pois Deus não ajuda os preg uiçosos; pe lo contrári o, a vitó ri a é concedida aos que batalham va♦ lo rosa me nte.

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Os au tores ci o me nc io nado e nsa io são: G regó ri o Vi van co Lo pes, co laborado r el a Soc iedade Bras il e ira ele De le sa ela Tra di ção. Fa míli a e Propri ed ade - TFP, e Jos6 A nto nio Ure ta, pesqui sado r da Société Fra 11 çaise pour la Déf e11se de la

7íY:1ditio11. fo 111ille et Propriété - TFP.

Notas: 1. Revol11çcio e Co111ra -Revol11çcio, Artpress, São Paul o , 4" ed. , 1992, pp . 156- 157. 2. Alornçcio ao Se111i11â rio Lo111 ba rdo , 7- 121968. 3. Sen11cio ele 29- 12- 1972. 4. C rr. lg nac io Ra mo ne t, j Protestatarios de i 1111111do, 1111íos 1, " E I País", Madri , 24-6-2001 . 5. C fr. " Le Mo nde Dipl o ma tiqu e" , Pari s, ja ne iro ele 2001. 6. C fr. S6rg io Ferrari , Le Sud/à it la Jête à Porto Alegre, in " Le Courri e r" . Genebra , 25- 1-200 1.

7. c rr. Sobre la .rn c iedad a11 a rq ui sta , Conversacián COJI 1-'e l e r .lay, s il e do sindi cato ana rqui sta es pa nho l C NT. 8. Mi c hae l Ha rd t e Ant o ni o Neg ri , Império, tradu ção para o po rtu g uês el e Be ril o Va rgas , Edito ra Reco rei , Ri o-São Pa ul o, 200 1, p. 233. 9. Ide m, p. 236. 10. Ide m, p. 224. 11. Ide m, p. 435. 12. Ide m, p. 4 37. Esta é a frase qu e co nc lui a ob ra l111pério. 13. São Pio X, Carta Apos tóli ca sobre ' Le

Sillm1·. 14. C rr. Leão X III , Encíc li ca /111111 ortale Dei.

Os partidários de Davas sonham com a

utopia de um mundo imerso nas delícias materiais da vida, como num gigantesco shopping-center; os partidários de Porto Alegre apetecem um "paraíso" de pequenas comunidades de tipo tribal. Duas fórmulas falsas para solucionar os problemas da sociedade moderna.

CATO LIC IS MO

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GRANDES PERSONAGENS gustos e doi s Césares) instaurado por Diocleciano, pois Ga lério já havia nomeado Césa res a Severo e Maximino. E, para piorar a situação, Max êncio, fi lho cio ex- imperador Maximiano, proc lamara-se também Augusto co m o apoio cio exército de Roma. E nquanto os outros imperadores brigavam entre si, Constant ino permaneceu tranqüil o em suas províncias. Em 307 casou-se com Fausta, filha de Maximiano. E le demonstrou sempre um gra nde amor e respeito para com sua mãe, Santa H elena. Elevado ao trono imperial, chamou-a para a corte, confe rindo- lhe o títul o de Augusta e ord enand o que lhe fosse pres tado o respeito devido à mãe do imperador. Fez até cunhar moedas com sua efígie e abriu a largueza ele seus tesouros para suas obras de caridade. Entretanto, na luta pelo poder a situação fi cou caót ica, com cinco Augustos e um César ao mesmo tempo . .Ini ciouse ass im uma guerra civ il que duraria 18 anos, cada imperador querendo derru bar os demais.

Constantino I, o Grande-JOSÉ MARIA DOS SANTOS

endo apresentado nesta seção muitos dos principais personagens do Antigo Testamento, começaremos hoje uma nova fase, trazendo aos nossos leitores a vida de pessoas que se notabilizaram de algum modo na história da Igreja e da Civilização

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Cristã. Como já figura nesta revista a seção Vida dos Santos, trataremos só dos não canonizados . Assim sendo, pode ocorrer que alguns dos personagens apresentados, não sendo santos, tenham , a par de grandes qualidades, lados censuráveis dos quais também trataremos, embora de passagem . Porque nosso objetivo é realçar os lados pelos quais eles merecem figurar aqui. Assim sendo, para obedecer certa ordem lógica, começaremos por Constantino 1, o Grande, pelo papel que ele desempenhou na História. Apesar de aspectos controvertidos e até censuráveis de sua vida, granjeou ele um lugar de destaque na história da Igreja por têla tirado das catacumbas e da mais cruel perseguição, para a total liberdade à luz do dia. Deu-lhe assim a possibilidade de desabrochar em toda sua pujança, e assim iniciar transformações de uma sociedade até então pagã, convertendo-a na esplendorosa Civilização Cristã.

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Estátua de Santa Helena - Basílica do Santo Sepulcro, Jerusalém

CATOLICISMO

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Cabeça de Constantino, o Grande - Escultura em mármore

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Fláv io Valéri o Constantino nasceu em Naissus (hoj e Ni sch, na Sérv ia) cerca de 273 d.C., filh o de Constâncio C loro, ofi cial do exército romano declarado César ( 1) e depois Imperador, e de Flávia Helena (Santa Helena), mulher de o ri gem humilde, mas ele notável caráter e gr ande habilidade. Constantino fo i para a corte do Imperador Diocleciano, onde recebeu formação política e militar. Era também dado às letras e ao trato com os sá-

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"Com este sinal vencerás"

bios. Depoi s da abd icação de D iocleci ano e M ax i miano, Galério e Constâncio torn aram-se os novos Augustos. O pri meiro, vendo no fogoso Constantino um possível rival , passou a encarregá- lo elas mai s perigosas mi ssões militares, para levá- lo ass im à morte. Este, entretanto, háb il genera l, ele tudo sa iu ileso. Co nseguiu ilud ir Ga léri o e juntar-se ao pai , que, percebendo que a morte lhe estava próxima, reclamava-o junto a si . Com o pai, Constantino fez algum as campanhas v itori osas. À morte deste, em 306, fo i aclamado Augusto pelas tropa s. Isso v inha quebrar o sistema ele tetra rqui a (q uatro imperadores: dois Au-

Sucedeu então que M axênc io, terrível tiran o, querendo torn ar-se o único imperador do Ocidente, invad iu os Estados de Constantino. Embora suas tropas fossem quase a metade elas cio seu rival, mes mo unindo-se às ele L icínio, o filho ele Sa nta Helena fo i- lhe ao encontro. Segundo seus biógrafos e contemporâneos Eusébi o e Lactâncio, na véspera ela bata lha ele teve uma visão ou um sonho em que viu no céu um a cruz

co m as palavras "com esle sinal vencerás". Fez co locar nos escud os ele seus guerreiros o monograma ele Cri sto e confecc ionar um lábaro com a cru z, para dele servir-se nos co mbates. Deu-se então a cé lebre batalha da Ponte Mílvi a, perto de Roma, em 3 12, na qual Constantino derrotou seu rival, que morreu afogado na fuga. Reconhec ido co mo Imperador de todo o Oc idente, Co nstantino di v idia o Impéri o com outros do i s no O ri ente, Licín io e Max imino Daya. Constanti no ali o u-se a Licín i o, da nd o- lh e sua irmã por esposa, e este derrotou Maximin o, fica ndo ass im úni co imperador do Ori ente.

O Edito de Milão Para mostrar pública e so lenemente a mudança de política com relação aos até então persegui dos cri stãos, em 3 13 Constantino co nvenceu Licíni o, qu e continuava pagão, a promu lgar em Mi lão um ed ito concedendo li berdade reli giosa em todo o Impéri o, tanto no Oc idente quanto no Ori ente. Com isto o cristianism o, até então se lvagemente perseguido, fo i posto em abso luta igualdade com a religião pagã cio Estado. A par cio Edito de Milão, esse Imperador tomou uma série de disposições práticas para concret ização cio princíp io ele igua ldade e to lerância reli giosa. Os cristãos tiveram de volta igrejas, cemi térios e outros bens que lhes haviam sido confi scados . E o própri o Co nstantino mandou construir diversas igrejas, sob o pretexto de que muitas havi am sido

demo lidas. Concedeu ainda importantes privilég ios aos membros do C lero.

Constantino, único Imperador Em 3 14 Licínio, que continuava pagão, traiu Constantino, que embora não tivesse recebido o batismo, passara a ser cri stão de coração. Constantino derrotou L icíni o, fi cando com a maior parte de suas possessões na Europa. T rês anos mais tarde o Imperador do Oc idente outorgou aos seus dois filhos maiores, C ri spo e Constantino, e a seu sobrinh o Licínio, o título de Césares. O Augusto Licínio, entretanto, não suportava ver a puj ança que a I grej a estava tendo no Oriente, e desencadeou sobre ela nova e cruenta perseguição que estendeu-se por I Oanos. O que ob ri gou Co nsta ntin o, j ,1 catecúmeno e querendo preservar a paz reli giosa no Império, a mover-lhe guerra, derrotando-o em 323; um ano mais tarde fê- lo executar, acusa ndo-o de alta traição. Ass im restabeleceu-se a unidade do Impéri o. Constantino instaurou então a sucessão dinástica. Empreendeu várias reformas administrativas, promovendo o bem -estar mora l, político e econômico de seus súd itos. Co mbateu o adultério, o concub in ato, o rapto e a prostituição; proibiu os judeus ele lapidar seus adeptos que queriam fazer-se cri stãos; proi biu que a cru z fosse in strumento de suplício, por ter sido exa ltada por N osso Senhor; melhorou a sorte dos escravos e tomou med id as efetivas contra o pagani smo, começa ndo por proibir todos os cultos que tinham práticas imorai s. Ele teve que enfrentar um do loroso caso doméstico, e fez mesmo matar seu fi lho, acusado de co nsp iração e imorali dade. E quando sua mãe, Santa Helena, mostrou-lhe que a verd adeira culpada era sua seg un da esposa, Fa usta, que muitos ac usava m de imora l, ordenou também sua execução. Isto tudo provocou- lhe a antipatia de largos setores pagãos da cap ital do lm pério, Roma, que o recebeu fri amente após I O anos de ausência em bata lhas. Por isso ele reso lveu mudar a capital para outra cidade. Co mo hav ia sido muito Batalha entre Constantino e Maxêncio Afresco, Piero de/la Francesca (1458), igreja de São Francisco, Arezzo (Itália)

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aclamado no Oriente, escolheu Bi zâncio, no Bósforo, trocanclo- ll1e o nome para Constantinopla. Fez ele tudo para engrandecê- la e embelezá- la.

Favorecimento dos cristãos A conversão de Constantino não foi instantânea. Embora continuasse com algumas práticas pagãs ao lado do seu cristianismo, depois que se tornou o úni co Imperador ele favoreceu ainda mais a Religião cristã. Foi colocando nos postos ele maior confiança os cristãos, fez educar cri stãmente seus filhos, e desde 3 13 tomou para conselheiro o eminente Bispo Ósio de Córd oba, a quem confiou a execução de suas disposições reli giosas. Coube a Constantino mandar reformar o palácio ele Latrão, anti ga moradia da Imperatri z Fausta, e doá- la como residência aos Papas. M and ou construir também a Basílica de São Pedro e as de São Paulo e São Lourenço extra n·1.uros.

Combate às heresias Apesar de seus defeitos, os historiadores recon hecem que Constantino foi um homem providencial para a I greja. E o foi inclusive no combate às heresias. Sua primeira intervenção nes e campo fo i contra o donatisrno, heres ia ri gori sta que surgira no norte ela África. Constantino reuniu um sínodo em Roma sob a pres idência do Papa Mil cíacles, qu e condenou os donatistas. O Concíli o de Arl es, nas Gálias, em 3 14, renovou essa condenação. Outra fun esta heres ia na época fo i o arian ismo, surgido também no norte ela África. Seu promotor, Ario, fora excomungado por um sínodo de 100 Bispos em 32 1. Constantino tudo fez para acabar com esse cisma, convocando o pri meiro concílio ecumên ico em Ni céia, no ano 325, que condenou o ariani smo. M as acabou depoi s deixando-se seduzir por essa seita, sob a influência ele seu grande amigo Euséb io ele Cesaréia. Com a ajuda de Co nstância, sua irmã, Constantino obtivera que se leva ntasse o desterro de Ario e ele Eusébio de Ni comécl ia. Este pôde ass im reorga ni zar seu partido e entrar em luta mai s aguerrid a contra Santo Atanásio, principal baluarte da ortodoxia. Os hereges conseguiram iludir o Imperador, que

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condenou o Santo. Atribuindo-se ilegitimamente o papel de árbitro em matéri a exclusivamente religiosa, Constantino acabou favorecendo esses hereges até o fim ele sua v ida. A par disso, aprox imadamente nessa época, por iniciativa e impulso ele Santa Helena, descobriram-se em Jerusalém a verdadeira cruz ele Nosso Senhor e o sepulcro de Cristo; e em Belém o lugar do nascimento cio Salvador. Constantino mandou construir magnífi ca basílica no lu ga r ci o Santo Sepu lcro , outra no Horto das Oliveiras e uma terceira em Belém, o que fomentou muito as peregrin ações aos Lugares Santos. No ano 337, Constantino fez celebrar com toda so lenidade a Páscoa em Constantinopla. Retirou-se depoi s para sua vila imperial ele Anciron , perto de Nicomédia. Senti ndo faltar-lhe as forças, mandou chamar rapidam ente o bi spo mais próx imo, que não foi outro senão Eusébio ele Nicoméclia, um dos maiores protetores do ariani smo. De suas mãos recebeu o v,ilido bati smo, apresentandose pouco depois di ante cio tribun al cio Supremo Jui z. A mão direita pertencente à estátua de Constantino, Museu do Capitólio, Roma

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Primeiro artigo do Credo (cont.)

O julgamento da posteridade " O juízo que se deve formar sobre Constantino é, no conju nto, favorável. Politicamente foi um grande homem ele Estado ... Para a Igreja católica, Constantino foi verdadeiramente magnânimo e, mais ainda, foi o homem providencial que pôs termo de uma vez às lutas seculares com o Império Romano e a favoreceu da maneira mais eficaz. Certamente Constantino teve defeitos capitais .... Por sua intromi ssão em ass untos reli giosos, o Imperador acabou causando danos irreparáveis à I greja, inclinando-se em seus últimos anos em favor ela heresia ariana. " Não obstante isto, os serviços incomparáveis que prestou ao cristianismo contrapesam superabundantemente estas defi ciências, pelo que merecidamente recebeu o qualificativo ele Grande; pois, com efeito, foi grande como Imperador e como ♦ protetor cio cri sti ani smo" 2.

Notas: 1. Tanto César quanto Augusto foram títulos que os imperadores romanos usaram a partir de determinada época. Aug11s10 , que signifi ca venerável, foi um títul o conferido pelo Senado Romano a Otaviano no ano 27, e que foi preservado pel os imperado res posteriores. Já César, que era cognome de Caio Júli o Cesar, foi adotado também por Otaviano e pelo s imperadores que se lhe seguiram, Os A11g1.1s1os eram os imperadores principais, e os Cé,yares imperadores sec undári os. 2. Berna rdino Ll orca SJ ., op. cit., p, 398,

Bibliografia: - The Ca tholi c Encycl oped ia, vol. IV, verbete Co nslalllin e 1h e Grea l , C harl es G, Herbermann & Georg Grupp, tran scribed by Ri ck M cCarty, Online Editi on by Kev in Kni ght, 1999. - Idem, verbete S1. /-/e/ena, J.P. Kirch, Univer si dad de Za ra goz a, 1-/i slo ria A111ig11a, 1 Cic lo, Prof. Dr. G. Fatás, Sob re los

pri111 eros cris1ia11os: evo/11 ción dei pri111er cris1ia11is1110, pág ina web.

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Criador ... da Terra "Por último, Deus formou cio limo ela Terra o co rpo cio homem, ele maneira que fosse imortal e impassível, não por ex ig' ncia el a própri a natureza, mas por efeito el a bondade divina" 1•

3º - do Homem 2 A criatura mais nobre que Deus pôs sobre a terra é o homem, criatura racional composta de alma e corpo. A alma é a parte mai s nobre do homem, porque é substância esp iritual dotada de intelecto e de vontade, capaz ele con hecer a Deus e de O possuir eternamente. N ão se pode ver nem tocar a alma, porque é espírito. A alma human a nunca morre; a fé e a própria ra zão provam que é imortal. O homem é livre em suas ações ; e cada qual sente dentro de si mes mo que pode fazer uma coisa ou não fazê-la, ou fazer antes uma que outra. Por exemp lo, se eu digo voluntari amente uma mentira, sinto que poderia não dizê-la e ca lar-me, e qu e poderia falar de outro modo, di zendo a verdade. Di z-se que o homem fo i criado à imagem e semelhança de Deu s porqu e a alm a humana é espi ritu al e racional , livre no seu operar, capaz ele conhecer e de amar a Deus e ele gozá-Lo etern amente , perfeições que refletem em nós um raio ela infinita grandeza do Senhor. D eus criou Adão e E va no estado de inocência e ele graça; mas Jogo o perderam pelo pecado. Além da inocência e da graça santificante, Deus conferiu outros dons aos nossos primeiros pai s, que deviam transmitir, com a graça santifi cante, aos seus descendentes; e es tes eram: a integridade, isto é, a per fe ita sujeição do sentido à razão; a irnortalidade; a imunidade a todas as dores e misérias; e a ciência, proporcionada a seu estado. Por um pecado ele soberba e grave desobedi ência, Adão e E va perd eram a

graça de Deus e o direito que tinham ao Céu; foram expul sos cio paraíso terrestre, sujeitos a muitas mi sérias na alma e no corpo, e condenados a morrer. Se Adão e Eva não tivessem pecado, mas permanec ido fi éis a Deus, depois ele uma perman ênc ia fe li z e tranqüil a nesta Terra, sem morrer, teriam sido transferidos por Deus ao Céu para gozar uma vicia eterna e g loriosa. Estes dons não eram devidos ele nenhum modo ao homem, mas eram abso-

lutamente gratuitos e sobrenaturai s. Por isso, tendo Adão desobedec ido ao divino preceito, D eus pôde, sem injustiça, pri var deles a ele e a toda sua posteridade. !'Pois] este pecado não é só ele Adão, mas também nosso, se bem que a título diverso. É próprio ele ~ dão, porque ele o co meteu com um ato de sua vontade, e por isso nele foi pessoa l. É também nosso porqu e, tendo Adão pecado co mo cabeça e fonte ele todo gênero humano, é tran smitido por geração natu ra l a todos seus descendentes; e, por isso, é para nós pecado original. Isto porqu e Deus conferiu ao gênero humano, em Adão, a

graça santificante e os outros dons sobrenaturai s, sob a condição ele que Adão não desobedecesse. Tendo ele desobedecido em sua qu al idade ele cabeça e pai cio gênero humano, torn·ou a natureza humana rebelde a Deus. Por isso a natureza hum ana é transmitida a todos os descendentes de Adão em um estado ele rebeldi a contra D eus, privada da graça divina e cios outros don s. Os danos do pecado original são: a privação da graça, a perda do Paraíso, a ignorância, a inclinação ao mal, todas as mi séri as desta vicia, e enfim a morte. Todos os homens contraem o pecado original. Só a Santíssim a Virge m foi del e preservada por um privilég io singular de Deus, em previ são cios méritos ele Jesus Cristo, nosso Salvador. Depoi s cio peca do el e Adão os homens não poderi am sa lv ar-se se Deu s não houvesse usado para com eles ele misericórdia. Essa mi seri córd ia usada por Deus para com o gê nero humano fo i ele prometer logo a Adão o Redentor divino, ou M ess ias, e el e envi á-Lo depois, a se u tempo, para libertar os homens ela escrav idão cio demônio e cio pecado. O Mess ias prometido é Jesus Cristo, como ensina o segundo artigo cio Credo. ♦

Notas: 1. Ca1ecis1110 do.,· Párocos, redig ido por de crelo do Co11cílio 1i-ide111i110 , publicado por ordem do Papa S. Pi o V, dito vu lgarmente "CATEC ISMO ROMANO", versão li el da edição aut ênti ca de 1566, co m notícia hi st6ri ca e anál i se c ríti ca pelo Pe. Vald o 111iro Pires Martin s, Ed itora Vozes, Petrópol is, 1962, 2". ed ição, p. 89. 2. Todos os tex tos que vêm sem aspas foram ti rados cio Cr11ec!,i,rn10 Magg iore pro11111lga10 da Sm , Pio X, Roma , Tipogra fia Vati cana , 1905 , Ed izionc Ares, Mil ão.

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LOURDES Em Lo urdes, Nossa Senhora fez um primeiro apelo mate rna l que de poi s re novou em Fátima, porém ace nand o com hori zontes trág icos e mi seri cordi osos caso suas palavras não fosse m levadas a sério.

Continuidade entre Lourdes e Fátima Na oitava aparição a Santa Bernaclette, e m 25 ele fevereiro ele J 858, Nossa Senhora deu a conhecer a sua primeira me nsagem: Penitência! Penitência! Pe-

nitência! Rogai a Deus pelos pecadores. Isto é, o mesmo ape lo que viria fazer de modo mais pre me nte aos três pastori nhos, e m 1917.

Os milagres incessantes de Lourdes confirmam: em meio à crise universal contemporânea são numerosas e palpáveis as intervenções de Maria Santíssima. Apesar do combate movido à devoção a Nossa Senhora, fora e até dentro da Igreja, a Imaculada Conceição continua atraindo a si milhares de almas e desenvolvendo um plano de regeneração que conduz a espetacular desfecho 24

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Santa Bernadette, pouco depois das aparições (fotógrafo anônimo)

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A hi stóri a das a pari ções de Nossa Senhora em Lo urdes, c uj a festa comemora-se no d ia 1 1 do presente mês, be m co mo de milag res ocorridos sob essa invocação mari a na, ass im co mo a vida de Santa Bernadette, são bem conhec idos pe los le itores mais a nti gos de Catolicismo. Entretanto, fo i la nçado na França um li vro que tro uxe à luz as pectos pouco divul gados dessa gra nde de voção. Daí o in teresse da presente matéri a que, sob vários pontos de vista, constitui uma novidade. Manifestando-se a Santa Bernaclette e m 1858, Nossa Senhora inaug urou uma série de apa ri ções da maior impo rtâ ncia, e ntre as quais se destacam as de La Sa lette e Fátima. Ta is aparições formam como que um arco- íri s q ue atinge o zênite na Cova ela Iria. E onde Nossa Senhora pousou seus pés imac ulados abri ra m-se fo ntes inesgotáveis de graças e ele milagres, que hoje atrae m milhões ele pereg rinos todos os anos.

Terço que Bernardette tinha em mãos durante as aparições, conservado no Museu de Notre-Dame.

M as Nossa Senhora não fi cou e m pa lavras, e indi cou a Santa ~ernaclette um modo ele fazer essa pe nitência: o rd e no u-lh e beber el a ág ua da fonte e se lavar com ela. Mas a fonte não ex istia ! Ma is a inda, a Virgem Imaculada ma ndo u-lhe comer ervas que c resc ia m espo nta nea me nte no loca l! Dois absurdos, se conside rados numa ótica puramente huma na ... Santa Bernaclette o bedeceu. Percebe ndo e la um canto úmiclo, cavou com s uas próprias mãos até sa ir uma ág ua ba rre nta. Ve ncendo as naturai s re pug-

nânc ias, bebe u dela e se "lavou". Ainda mais, co me u da erva, para espanto dos presentes ... Foi assim que nasceu a fo nte mil ag rosa de Lourdes! Que li ções tirar ele fato tão paradoxa l?

Contra o espírito de revolta igualitário, Nossa Senhora pede espírito de humildade Em 1858, a França estava sendo cada vez mais penetrada pe lo espírito ele org ulho e revolta da Revo lução Francesa. Ace itar a superi oridade ele um outro pe la virtude, pelas qualidades naturai s, pelo be rço, pela tradi ção, começava a ser vi sto como algo insupo rtável. N a metafísica ig ua litári a a ntic ri stã, o cidadão livre não aceita ordens de ningué m e só faz o que que r. No máx imo ele as aceita, de ig ual para igual, mas ex ig indo ex plicações para tudo, e nunca o faz e m razão da virtude da o bedi ê ncia ne m pe lo reconhec ime nto das legítimas desig ualdades postas po r Deus nos home ns. Para esse espírito o rg ulhoso, o a uge do revo lta nte é submeter-se ao que parece arbitrário, ainda que venha ele um supe rio r hi erárqui co in stituído pe la orde m natural , ou até cio pró pri o De us. Foi deste tipo a mortifi cação ped ida po r Nossa Senhora a Santa Bernaclette: um ato ele o bed iê ncia arbitrá rio, sem expli -

O livro Enquête sobre os milagres de Lourdes* tem por autor Yves Chiron , professor de História e membro da Associação Médica Internacional de Lourdes - AMIL. Chiron publi cou numerosas obras sobre as idéias religiosas, políticas e sociais na história francesa e contemporânea, editadas também em inglês, italiano e espanhol. Neste livro o autor focaliza a problemática do reconheci mento médico e canônico dos milagres de Lourdes, numa perspectiva histórica . * Y ves Chiron , Enq u ê t e s ur l es m i r acl es de Lo urdes, Libr a ir ie A c ad ém ique Perrin , Pari s, 2 000 , 2 15 pp.

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Deu s, que jamais fo i ating ida nem sequer por so mbra do pecado ori g inal desde o prime iro instante da sua concepção. Diferente mente dos demais mortais, que carrega m a pesada herança de Eva. Tal dog ma colide frontalmente co m o espírito igualitário da Revolução Francesa. Poi s e le se baseia na fa lsa idéia de que os homens não são concebidos no pecado, mas, pe lo contrário, seriam imacul ados por natureza; e se têm falhas, é por causa do ambiente materi a l em que nascem e vivem; ou seja: o homem é naturalmente bom , e a soc iedade é que o corrompe. Então uma boa ed ucação e muita info rmação através da mídia bastariam para corri g i-lo. Liberto de todo fre io imposlo pela sociedade, o homem espontaneamente diri a e fa ri a tudo certo, e ningué m poderia proibi - lo de ag ir de aco rdo co m os próprios impul sos. Esse erro tão profundo está na essênc ia do libera li smo. .__...,{ O auge dessa suposta condi ção ima.- culada dos homens ocorreria quando eles

__

~. ex prin1issen1 sua vontade co letivan,en~

~ol:ã&,...,_ _ _... j te. Então o desejo das massas seri a a in cações. Mas a pobre paslorinha compreendeu que de uma Senhora tão excelsa só pode ri a advir o bem. Obedeceu sem e ntende r e c um priu com sim pli c idade a penitência pedida. Agora o mundo Lodo entende, e se be nefic ia daque le gesto de submi ssão humilde e fie l. Através dele, Nossa Senhora abriu uma torrente contínua de graças. E o convite a repelir o gesto peni te ncia l de Sa nta Bernadeue - incompreensíve l para a soberba ig ualitária está este ndido ao mundo Lodo: beber e se lava r com a ág ua da fonte da gruta de Lourdes. Como sin al de contentamento, o Céu d ispensa curas e graças espec ia is, e m quant idades in esgotáve is , àq ue les que praticam esse gesto penilenc ial que é inex pli cável.

A Imaculada Conceição de Nossa Senhora Em Lourdcs Nossa Senhora de u celestial confirmação ao dogma da Imacul ada Conce ição, que fora proc lamado e m 1854 pe lo Bem-aventurado Papa Pio IX. O dogma estabe lece uma superioridade abso luta da Sanlíss ima Mãe de

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da mai s isento de todo de fe ito. Nesta variante avançada do mes mo erro está a essência do soc iali smo e do comuni smo. E o fruto extremo dele é o caos e a anarqui a e m que o mundo está afu ndando. Contra tais erros - libera li smo, sociali smo, comun ismo, anarqu ia - luto u he ro icamente e profeticamente o grande Papa Bem-aventurado Pio IX.

O ódio de Satanás e de seus sequazes igualitários contra Lourdes Nessa pe rspectiva, a apar ição de Nossa Senho ra na gruta dos Pire neus tem um sentido profundamente contrarevo luc ionário. E é c laro que a ira do demôn io e seus sequazes haveri a de se lançar com fú ri a contra Lourdes. Como ·de costume, ag indo bem no seu estilo, isto é, ocu ltando as verd adeiras razões e procurando me nosprezar, denegrir e, se possível, imped ir o fluxo dos peregri nos. Ainda não hav iam terminado as apari ções de Nossa Senhora, e já ocorriam milag res patentes. Mas igua lme nte a máquina difamatória estava em ação. O procurador de Lourdes, e m re lató ri os,

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Nos primórdios de Lourdes Um misterioso desígnio paira sobre os locais que Deus reserva para grandes acontecimentos futuros. Lourdes é um deles. Poucos se lembram de que no século VIII ela era uma cidadela maometana e tinha por emir um certo Mirat, feroz seguidor de Maomé. Em 778, Carlos Magno sitiou a fortaleza. O sarraceno resistiu-lhe, e em pleno assédio enviou ao grande Carlos um enorme peixe, prova da sua capacidade para suportar o sítio. Segundo a saga, uma águia largara o peixe na praça do castelo. À vista do peixe, e premido por outras frentes de batalha, Carlos decidira levantar o sítio. Mas Turpin, Arcebispo de Puy-en-Velay, apresentou-se de mitra e báculo, armado de couraça e espada, ante o orgulhoso Mirat. lncrepou-o por sua simulação e intimou-o à rendição. O sarraceno respondeu que jurara por Alá jamais entregar suas armas a outro combatente. O Arcebispo propôs-lhe, então, capitular aos pés de uma bela dama cheia de bondade, rainha do Céu, à qual até o grande Carlos obedecia: Nossa Senhora. E o milagre moral operou-se: o muçulmano tornou-se cristão. Foi batizado como Lours, de onde provém o nome Lourdes. Entregou suas armas no santuário de Nossa Senhora de Puy-enVelay e guardou o restante da sua vida o comando da fortaleza - um dos primeiros feudos pessoais da Santíssima Virgem. Em lembrança do fato, hoje o brasão de Lourdes ostenta uma águia dourada com um peixe prateado no bico. Lição maravilhosa para nossa época ameaçada pelo Islã.

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perguntava ao governo da capita l como O realejo anticatólico imped ir os "extravios da imaginação " passa a repetir difamações que me nc ionavam milagres na Gruta, contra Santa Bernadette ridi c ulari zando as curas aco ntec idas No sécul o X IX genera li zaram-se as (pp. 20-21). Num outro relatório e le dedoenças nervosas, como reperc ussão da industri ali zação e das mega lópo li s nasnunc iava a ág ua de Lourdes por conter carbonato de cálcio (aliás, sim ples anti centes. E os primeiros vagidos da moácido hoj e utili zado pela med ic ina) e derna psiqu iatri a reve laram toda um a vituperava o descontrole dos "boatos " coletânea de novas patologias,' perturbasobre curas (p. 49). ções e desequilíbrios me nta is. C lément Pailhasson, farma- Roger Luís Vargas cêutico da cidade, espalhava que a água era "muito ruim". O di retor da escola superior, Anloine C lare ns, a apon tava como causa de "g raves perigos"; enquanto Jacomet, delegado de polícia, prevenia que era "malsã" (pp. 50-51). Essas acusações não pegaram. Então o ataq ue mudou inteiramente. Pierre-Auguste Latour, fa rmacêutico de Trie, fran co-maçom e conhecido inimigo dos milagres, emitiu um parecer c ie ntificamente fraudule nto. Segundo e le os milagres eram falsos. A ex plicação de todas as curas seri a que a água continha excepcionais virtudes curativas! (p . 52). Mas muitas outras análises imparciai s classificara m a água de Lourdes como simples "água potável, análoga à maioria das que se encontram nas montanhas onde o solo é rico em calcário". Portanto, uma água comum que nem chega a ser mineral (pp. 54-55). Vendo desmontada essa interpretação capc iosa, o ód io das trevas excogito u outros ardi s. O fim do sécul o XIX estava impressionado com algumas descobertas pioneiras sobre radioatividade. O fato fo i logo explorado: nada de fenômenos sobrenaturais, a "radioatividade" da água de Lou,des explica tudo!!! "Explicações" do gênero fora m repetida s, como num r ealej o, até no século XX. Sucessivas análi ses refutaram todas essas suposições ma l fund adas ou maliciosas (pp. 55-56).

Acima: foto do corpo incorrupto de Santa Bernadette. Ao lado: a nascente da água na gruta das aparições.

No iníc io das apari ções, três médi cos de Lourdes ana li saram Santa Bernadette buscando pretexto para internála num as il o psiquiátrico. Nada conseguiram (pp. 64-65). E m 1872, o Dr. Yo isin , méd ico do fa moso hos pital da Salpêtriere (Paris), em conferê nc ia sob re doenças psíquicas , a presento u Santa Bernadette como exempl o de alienada m.enta/, de "c riança alucinada", "encerrada. num convento das Ursulinas de Nevers". O Bispo dessa c idade responde u em carta pública, esclarecendo que Bernadette não estava nas Ursulinas, mas no conve nto das freiras da Caridade, e convido u o pouco info rmado psicólogo a constatar diretamente como e la era "uma pessoa de uma sabedoria pouco comum e de uma calma que ninguém consegue nern de perto inútar" (pp. 146- 147). O Dr. Vo isin sumiu .. . A seguir, o Dr. Jean Martin C harcot, também da Salpêtriere, conhec ido pelas suas teori as sobre as idéias fixas no inconsci ente - tese desenvo lvida depois por Freud - atribuiu os milagres

Rogor Luís Vargas

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e ntram em cena: um jovem sacerdote que perdeu a fé e duvida de tudo em Lourcles; algumas miracul adas ludibriadas, mi stifi cadoras ou maníacas, médi cos trapalhões e inescrupul osos ex plorando a ig norânc ia popul a r etc . A novela passou ele todas as mecliclas, e foi sepultada por um dilúvio ele protestos (pp. 148- 152).

Bureau Médico: constatação metódica do cientificamente inexplicável

Felipe dei Campo

de Lourcles a uma "fase de exaltação" físico-afetiva que produziri a uma a li ás eni gmática "operação cerebral". Tumores e fe ridas curadas miracul osamente seri am produtos da hi steri a. Concomi tantemente o Dr. Bem hei m, chefe da Escola de Nancy, desqualificava os mesmos mil ag res como artifíc ios ela sugestão (p. 147). Estes opos itores e suas teori as afundaram sob uma maré ele críti cas até ele seus discípulos. Em 1955, os D rs. Thé rese e Guy Valot publicaram uma rumorosa contestação intitul ada "Lourdes e a ilusão terapêulica ". Segu ndo eles, tudo não passa de um a tríplice ilusão: 1) dos fi é is mergulhados na cred uli dade e na ignorânc ia; 2) dos médicos viciados na parcia lidade, nos erros ele diagnóstico e na le itura incorreta cios resultados dos exames; 3) dos comerciantes, hote le iros e autoridades locais que lucrariam com o "negócio". O ataq ue foi ampl ame nte refutado por teó logos e doutores (pp. 156- 158). Em 1957, nova investida, desta vez arti c ul ada nos ca li g inosos arra ia is ela parapsico logia. O Dr. West, cios EUA, estudou onze curas mirac ul osas. Co m base numa só delas, julgo u tratar-se ele fenômeno hi stérico misturado com autosugestão inconsciente e tapeação médi ca (p . 160).

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Contra Lourdes: literatos e filósofos céticos, socialistas e hereges modernistas Os ataq ues procuraram ass umir aparênc ias c ientíficas. Mas o espírito ele org ulho apelou também para a li te ratura. Num escrito profundame nte marcado pela impi edade e pela blasfêmia, intitulado Vida de Jesus, Ernest Renan, que abandonara a carre ira ec les iástica, lançou exa ltado desafio a que m ousasse apresentar um milagre qualquer. Logo - dizia - será convocada uma comi ssão ele c ienti stas que ana li sará a ocorrênc ia, repeti-la-á quantas vezes forem necessári as, e por fim demo nstrará, com certeza, ser fato in teiramente exp licável pela c iê nc ia, fi ca ndo es ma gada para sempre a crença em intervenções sobrenaturai s. Renan escreveu isto c inco anos após as aparições ele Lourcles. E ntretanto, as numerosas curas dari am caba l e insofismáve l des mentido ao exacerbado autor revo lucio nário (pp. 143- 144 ). Anatole France, Prê mi o Nobe l ele Literatura, cobria ele iron ias toda espéc ie ele reli g iosidade. Durante sua visita a Lourcles, mo straram- lh e a e norme qu antidade ele muletas pe nduradas na parede ela Gruta. Torcendo o nari z, só soube dizer: "Mas não tem sequer uma perna de pau!" (pp. 144- 145). Na rea li dade, o racion ali smo iguali tá ri o e li ber-

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tino, inspirador ela Revo lução Francesa, estava sofrendo duríss imos go lpes e m conseqü ênc ia dos prodígios ocorridos. em Lourcles. C hegou e ntão a hora ela zombari a lançada contra Lourcles pelo modernismo católico - heres ia condenada pelo Papa São Pio X - antecessor direto cio progressism.o atual. O Pe . A lfrecl Loi sy, professor cio Instituto Cató lico ele Pari s, comparava as curas ele Lourdes com as que - segundo ele - "aconleciam ou/rora nos lemplos de Esculápio", deus pagão ela med icina (p. 145) . Loisy morre u excomungado e m 1940. Seu infa me intento ele desprestig iar Lourcles não teve ma ior sucesso que a dos céticos Ernesto Renam e Anatol e France. Houve, porém, ofens ivas mai s subti s. Em 1894, o habilidoso romancista e po lítico soc iali sta Émile Zola deu a lume a sua nove la Lou1des, forte mente senti mental , inverídi ca e anti cató lica. E la bem poderia servi r ele roteiro para as mai s desavergonhadas nove las ela TV ele hoje. Pelo fato de ac har que viu a Virge m, Be rn aclette é ap resentada como uma "re/ardada de espírilo e de corpo ", fru strada por não se realizar como mu lher, esposa e mãe. Outros perso nage ns

A ofensiva ele críticas e ca lúni as forçou a cri ação ele um setor méd ico para ap urar a autentic id ade elas curas sobre bases estritamente científicas. Para cortar o passo às más interpretações ini cia is, em 28 ele julho ele 1858 - ou seja, doze dias após o fim elas aparições - o bispo diocesano, D. Laurence, nomeara uma "comissão encarregada de constatar a autenticidade e a natureza dos fatos que têm acontecido ... numa gruta n.o oeste da cidade de Lourdes" (p. 21 ). Foi o po nto ele partida cio atua l Bureau Médico ele Lourcles. Com e le, o espírito naturali sta e ele orgulho

revo luc io nário haveri a ele sofrer outro revés. Po is o Bureau passou a constata r, com base em critérios mui to rígidos, que o inexplicável naturalmente - o milagre - aco ntece para aq ueles que apelam à graça ela Virgem Santíss ima, que es maga sob seus pés o pai ele todas as revoltas, Satanás. O atual Bureau Médico ele Lourclcs apura, ape nas cio ponto de vi sta médico, se as curas alegadas pelos fiéis são explicáveis ou não pe la c iência. Se não o são, o Bureau encaminha a conc lusão cio inquérito ao B ispo ela diocese cio mi racul ado. O Pre lado e ntão decide se reconhece ofic ialme nte ou não o mil ag re. As atribuições estão muito clarame nte defi nidas. O Bureau se pronuncia apenas do ponto ele vista médico, j amais cio ponto de vista rei ig ioso-sobrenatural. Por isso, não fala em milagre, mas em cura inexplicável pela c iê nc ia. Por sua vez, os Bispos não se pronunciam cio ponto vista méd ico. E les apenas proclamam que houve milagre, quando julgam isso oportuno. Portanto, a constatação pelo Bureau, ele cura que vai além ele quanto a medi -

cina conhece, é o primeiro e indi spensáve l passo para o reconhec imento ofi c ia l cio mil ag re.

Como funciona o Bureau O Bureau Médico tem sede na própri a cidade ele Lourdes , e está sempre à disposição ele quem se apresente. É composto po r médicos ele todas as especialiclacles, católicos ou não cató licos. Qualquer médico presente pode assistir à verificação de cura que esteja sendo fe ita. O fiel que se julga beneficiado pode se apresenta r lá. Nessa ocasião é e laborada uma ficha clínica cio caso e feito um reconhec imento clínico. Na mo me nto ele se ap rese ntar ao Bureau, é fundame nta l que o interessado vá acompanhado ela documentação que comprove o estado ela doença antes ela c ura (resul tados ele exa mes, atestado méd ico sobre a natureza e gravidade ela doença etc.). Milhares ele casos não foram ace itos para estudo por carênc ia desse tipo ele documentação, apesar ele parecerem verdadeiros mil agres. Quando o Bureau julga - à luz cios documentos e ela análi se in. loco - que

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o caso tem características extraordin ári6. que a cura não seja precedida ele uma as, o interessado é conv id ac o a voltar "vazão" notável ou ele uma crise; dentro de um ano, para verificar se a cura 7. que a doença não volte mai s (p. 32). é durável. Houve casos de fi éis agrad eVendo todas estas apertadas ex igêncidos a Nossa Senhora que vo ltaram até cias, compreende-se a certeza material vári os anos consecutivos para atestar a - além ela sobrenatural - que in spira cura definitiva. E qu ando os médicos cio cada proclamação canônica ele um mi lagre. E compreende-se também a huBureau, após atento exame, se pronunciam pela inex plicabi liclacle ela cura, todo o dossier é encaminhado a uma seb0 un- ~ l3 ela instância : o Conútê Médico Interna- ~ .Qcional de Lourdes - CM IL. ~ O CMIL é inteiramente inclependente e nem sequer tem sede em Lourdes. Ele revi sa todos os dados, pode proceder a novas investi gações e análi ses, e até ao exa me da pessoa curada, ou consultar espec iali stas alheios ao Com itê. Satisfeitas todas as ex igências, os membros cio Comitê elevem res ponder a uma séri e ele 16 perguntas, que não deixam margem a objeção alguma sobre a natureza da cura. Por fim , elevem responder "sim " ou "não" à pergunta: "A cura

constatada e111 .. .. ... constitui, nas condições em que aconteceu ou se mantém, um.f enômeno contrário às observações e às previsões da experiê11cia rnédica, sendo cientificarnente inexplicável '!" (p. 32). Caso pelo menos dois terços votem pelo sim, o dossier com o parecer final é enca minhado para o Bispo ela diocese do miracul ado, para eventual proclamação ca nônica. O processo todo costuma durar anos.

Os critérios do Bureau para elaborar suas conclusões Os critérios que ori entam o Bureau Médico e o Comitê Int ernacional refl etem em termos espec iali zados os prin cípios estabelec idos pe lo Card ea l Prospero Lambertini - posteri ormente eleito Papa Bento X IV - num cé lebre tratado que regula até hoj e os processos ele beatificação e ca noni zação: 1. que a doença seja grave, e imposs ível ou difícil ele curar; 2. que a doença não esteja numa fase em que logo co meça a declinar; 3. que não tenham sido tomados medi camentos, ou que estes não tenham causado ef eito; 4. que a cura seja súbita ou instantânea; 5. que a cura seja perfeita;

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milhação que ali sofrem os incrédulos corroídos pela metafísica naturali sta e igualitária ela Revolução. É a Imaculada Conce ição esmaga ndo perpetuamente a cabeça ela Serpente inferna l.

Peregrinos junto às bicas, colhendo água oriunda da fonte da gruta

Peculiaridades dos milagres e conversão espiritual De um modo gera l, na hora cio mila gre os benefi ciados percebem sensações físicas carac terísticas. A mais citada é a

"de u111 calor desacostu111ado que torna conta do corpo". Freqüentemente os miraculados mencionam dores muito agudas, como Jea nnc Gestas, que teve um a "sensação de que algo lhe era ar-

rancado ". Os milagres acontecem ele modo imprevisíve l a pessoas ele todas as idades e cond ições. Mas comumenlc é por ocasião cio uso ela água ele Lourclcs - bebendo-a ou banhando-se nela - ou cm cerimôni as litúrgicas tradicionais, como a bênção do Santíssimo Sacramento aos enfermos. A grande maioria dos milagres reconhecidos ocorreu em Lourdes, mas houve curas - também reconhecidas em outros continentes, de pessoas que recorreram ü água ela Gruta. Caso típico em Lo urcl es fo i o ele Thea Angelc, j ovem alemã atingida por arteriosc lerose em placa, que chegou quase moribu nd a a Lourdes em 1950.

O corpo repelia tudo que lhe davam. Ela subsistia com soro endovenoso, pesava 34 quil os, estava inco nsc iente e quaclriplégica. Seu único movimento eram espas mos cios o lh os e ela mandíbula. Acreditou -se qu e morreri a em pl ena v iagem. Um sacerdote administrou - lhe a Ex trema Unção, achando que ela já era cadáver. Em Lou rdes, após o quarto banho consecuti vo, sorriu e fa lou pela primeira vez, di zendo : "Agora posso falar

tudo, e estou com umafome terrível ". E comeu com apetite. No dia seg uin te foi levada ao Bureau Médico, onde a para1isi a acabou ele se dissipar di ante ci os médicos. N o outro dia, após mais doi s banhos, venceu a fraqueza e cam inhou até a Capela cio Asi lo (.pp. 126- 127). O mil agre é acompan hado de uma conversão espiritual. Thea fez-se reli giosa, c.:omo vári as miracul adas. M as outras, e numerosas, foram mães de fa míli as. Gera lmente os miraculad os atingiram grand e longeviclacle, embora um tenha morrid o co m 44 anos num ac idente (p. 129).

Muitos milagres e poucas proclamações: a crise da Igreja Até 1998, 6.772 pessoas apresentaram-se no Bureau Médico. Por volta de 2000 casos foram jul gados "inexplicáveis". M as só 66 foram reconhec idos pela Igreja, o último deles em 9 de fevereiro de 1999. Tais cifras são como "a árvore que oculta a.floresta que hâ por trás", segundo um ditado francês. Com efeito, muitas pessoas não sabem que ex iste o Bureau e não se apresentam. Muitas outras não têm a documentação médica indi spensável ou não podem voltar no ano seguinte. Um número ainda maior é obj eto ele curas, que os benefici ados têm certeza de serem sobrenaturais, mas as doenças não têm características ou proporções para serem apresentadas ao Bureau, como mau funcionamento ele órgãos ou distúrbios neuro- vegetativos. Maior ainda é o número de mal es ele tipo esp iritual ou mora l, casos que não são suscetíve is de análi se médica. A inda mai s vasto é o leque dos favoreci cios com

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graças que reso lve m problemas de ín dole fa mili ar, afetiva, profissional, econô mi ca etc., que não e ntram no âmbito da medi cina. Pode-se perguntar: have ndo dois mil casos certificados como inex pli cáveis, por que apenas 66 fora m reconhecidos pela Igreja? Em 1862 - isto é, qu atro anos após as aparições - fora m proc lamados sete milagres, mas de po is houve silêncio até 1907. Esse pe ríodo fo i marcado por governos ateus ou a ntic lerica is na Franca, e o Prof. C hiron julga que os B ispos deixaram-se levar pe la "pusilaninúdade " (p. 96). Tinham medo de "of ender" governos que impul sionavam a Revo lução anti cri stã, se dec larassem publicame nte a veracidade dos milagres. Ta l situ ação cessou com São Pio X. Este Papa, consciente do dever contrarevolucionário de todo Vigário de C ri sto, deu mais uma prova de sua prudê nc ia e dete rminação. Inc ito u co rajosame nte os Bispos franceses a reconhecere m os mil ag res, de preferê ncia e m cerimônia de grande a parato e edificação para os fi é is. Foi ass im que e ntre 1907 e 19 13 oco rreram 33 proc la mações, a metade de todas as hav idas em quase 150 anos de mil agres.

Em Lourdes, novo e mal explicado tipo de curas: as "carismáticas"

Porém, com a morte do Pontífice santo, o "desinteresse dos Bispos" provocou um novo "silêncio da Igreja" (pp . 100- JOI) . A om issão abrandou-se um pouco no fim do espantoso cortejo de catástrofes, com dezenas de milhões de mortes, da Segunda Guerra Mundial. A partir de 1946 ho uve reconhec imentos ecles iásticos, e mbora a conta-gotas. Mas cessaram e m 1965, ano de encerramento do Conc íli o Vatica no n.

Nas últimas décadas, Lourdes vem lida ndo com uma nova situação. Não se trata mai s de contradição. Um novo tipo de públi co, que se apresenta amigo de Lourdes, freqüenta o local e a prec ia c uras e fe nô me nos extraordinários de todos os tipos. Simultaneamente, segue ca minhos que seriam ma is a bunda nte me nte mirac ulosos qu e os da Mãe de D e us e m L o urdes, à qual , e ntretanto extern am veneração . São c uras ditas "ca rismáticas". Ape la esse público ao "batismo do Espírito" - termo a pli cado d e modo heterodoxo substituído por vezes pe la ex pressão obscura "efusão do Espírito ". Nessas "curas " e ntra um "mediador" , que pe la "imposição das mãos" ou gestos análogos operaria prodíg ios em massa . O Prof. Chiron não entra na análise doutrinári a do fenômeno, mas o bserva nele singularidades. A principal de las é a recusa dos "miraculados'' cari smáti cos de se submetere m a exames que confirmem o prodígio, embora nas suas sessões seja usual que pessoas se declarem "miraculadas " na hora. Não há estatísticas confiáveis de tais "curas", apenas afirmações dos responsáveis. Segundo e les, teriam acontecido dezenas de mi lhares, ne m sempre casos ide ntificados ne m in sta ntâneos, mas longos processos de c ura com freqüentes recaídas. " Vê-se - escreve o Prof. Chi ron -

"Bom número de Bispos tem. podido julgar as proclarnações de núlag res como 'inaptas pastora!menle', considerando o espírito dos tempos pós-conciliares ", conclui o Prof. Chiron (p. 107). Entxetanto, merecem menção duas felizes exceções: uma e m 1976 e o utra e m 1978. Depoi s, o deserto de procla mações continuou até 1999, quando o Bispo de Angoulê me (França) reconheceu canonicame nte o caráter autê ntico de uma cura. O autor manifesta o ane lo de que este último reconhecimento fec he esse silê n. c io incompreensível e abra nova era de procla mações. Poré m e le observa uma tendê nci a, entre altos ec les iás ticos, de tratar a palavra rnilagre como se fosse proibida. Em seu lugar, utili zam-se fó rmul as pouco c laras para o co mum dos fi é is (pp. l l l - 112).

Multidão de peregrinos diante da gruta das aparições

a dff'erença .fúndamental entre estas curas e as curas reconhecidas corno miraculosas pela Igreja. Pelo menos dois dos crilérios tradicionais, dejinidus pur Bento XIV e adolados pelas instâncias médicas de Lourdes, não se encontram na maioria das curas acontecidas no am.biente carismático: o caráter súbito e o caráter permanente" (p. 196). E ntre os anos 1972-1990, três curas carismáticas foram a presentadas ao Bureau Médico de Lourdes . Mas nenhum a delas foi aceita, porque refl etiam "muito mais uma reação subj etiva <>'

do que uma realidade clinica ou bioló-

-g· gica ", segundo o Dr. Théodore Mang i~ f;>

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apan , presidente do Bureau. Até agora ne nhum a c ura "carismática" fo i reco-

nhec ida de aco rdo com os critérios ac ima expostos . Nos meios caris máticos ev ita-se a palavra milag re. Os argume ntos são vari ados: "para não magoar os teólogos", di z o Pe. Tardif, expoente da /?enovação Ca rismática. Aline Linotte, filósofa e teóloga cari smática, atribui as curas não tanto a De us qua nto às qualidades humanas de certos homens ou mulheres, capazes de inspirar uma sensação de confi ança naque le que vai ser curado. Em o utros termos, um fenô meno mai s subj etivo e natural do que objetivo e sobrenatural . O Prof. C hiron também observa que o mov ime nto carismático não se interessa e até é hostil à instalação de uma instâ nc ia médi ca que ve rifique as c uras ad uzidas, contra ri ame nte àquilo que se faz e m Lourdes. O Pe. Tardif argumenta, de modo pouco convi ncente, que há tantas c uras que os médicos examinadores fi cari am sem tempo para tratar dos seus paci entes ... Anali sando os métodos empregados nas sessões de c ura carismática, o Prof. C hi ro n julga tratar-se mai s de uma psicoterapi a em me io a orações, cânti cos e impos ições de mãos. "Nós não lernos

nenhuma prova evidente de que a única explicação da cura seja a ação dire/a de Deus " (p. 200), reconheceu Michae l Sca nl am, um dos pratica ntes dessas curas. Portanto, bem o oposto do verificado nos comprovados mil agres de Lourdes proclamados pela H ierarquia Eclesiás ti ca. Sca nl am não expli ca o que h,'í a mai s nessas c uras que não seja a ação de De us.

O Centro do Cenáculo de Cacouna, diri g ido pelo Pe. mile Lebe l e a irm ã Yolanda Bouchard, g lori a-se de um sucesso de curas na ordem de 98%, c ifra que deixa a med ic ina se m ler quase o que fazer. Mas, na rea lidade, trata-se ele impactos psicológicos que colateralmente podem trazer alg uma reperc ussão física (p. 200).

Lourdes, pólo de esperança e de vitória sobre a Revolução Mal grado todas as opos ições, a devoção a Nossa Senhora de Lourdes só fez progredir nos últimos sécul os. Hoje é, de longe, o sa ntuá rio mariano mais

Estandarte da TFP francesa junto à imagem de Nossa Senhora de Lourdes na gruta

freqí.ientado da França e um dos mais v isitados do mundo . Milhões de fié is vi ndos de todos os continentes ali aflue m todos os anos. E com freq üência, no uni verso cató lico, e ncontram-se cape las o u gru/as consagradas a Nossa Senhora de Lo urdes. O Prof. C hiron observa que, mesmo nestes anos de c ri se que vê m abalando a Igrej a, em Lourdes ''.f'omm conservadas,

de maneira ininterrupta, práticas religiosas desaparecidas e111 numerosas paróquias, ou até em. dioceses: a recitação do terço, as procissões, a adoração e procissão do Santíssimo Sacramento" (p. 204). Em Lourdes, a Virgem Im ac ulada que es maga perpetuamente a cabeça da

serpente in ferna l está continuamente nos ace nando para a vitória sobre o orgulho revolucionári o . Promessa de vitória que E la mes ma ve io renovar e m Fátima, an uncia ndo o triunfo do seu Imac ul ado Coração. E isto após tre mendas pe ripéc ias que poderão de ixar o mundo num estado que lembrará uma c idade devastada, mas no qual o ma nto da misericórdia divina se este nde sob re as a lm as penitentes e fe li zmente convertidas. Nessas circunstânc ias, quai squer que sejam, Lourcles será sempre pó lo de lu z, de espera nça, de confo rto e de prêmi o para os que a e la se voltarem, nas condi ções que Nossa Senhora pediu a Sa nta Bernadette na ad mi nive l e mirac ulosa Gruta . ♦

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VIDAS DE SANTOS

P L1 NIO M ARIA S OLIMEO

Conselheiro de imperadores, esse Santo restaurou a pureza do espírito e da regra de São Bento como Abade Geral dos mosteiros beneditinos do Império Carolíngio, além de ter sido um paladino da ortodoxia

para ele. Mas Wi tiza começou, aos 22 anos, a sentir o fo rte apelo da graça para de ixar o mundo e dedicar-se inte ira me nte a Deus. Como dizer isso a seu pai? Como di zê- lo ao Imperador da barba flo rida, tão complacente para com ele? Esperando a hora da Prov idênc ia, Witi za continuou levando a vida na corte e nos campos de batalha como se nada houvesse ne le mudado. Mas interiormente começou a levar uma vida mais ascética, dedicando mui tas horas à oração e mortificação. Falava pouco, pri vava-se de passatempos mesmo inocentes, e sobretudo fugia de qualquer ocasião que pudesse ser peri gosa para sua pureza. Quanto tempo vive u assim ? Não se sabe ao certo, mas pe lo menos alguns anos. Ele não estava certo do caminho a seguir para executar seu proj eto, até q ue um dia ele viu num fa to a mão da Providência apressando sua ruptu ra com o mundo. Corri a o ano 774, e Witiza, com um irmão, lutava nas hostes do Jm perador numa campanha na Itá li a. Em determinado mo mento viu que o irmão, sem medir a profu ndidade e correnteza de um rio, pôs-se a atravessá- lo a nado. Mas logo foi arrastado pela torre nte. Witi za lançou-se a cavalo no rio em socorro do irmão, e por pouco ambos não perecera m. Foi aí que o jovem tornou a resolução que hav ia tempos premeditava: ass im que termino u essa ca mpanha militar, fu gi u se m nada di zer a ni ng ué m, e fo i ter ao moste iro de São Sena (que de u o no me ao fa moso rio que corta Pari s), onde troco u o unifo rme mili tar pe lo hábito re ligioso.

Não ser monge à meias

gulfo, Conde de Magalones, no Languedoc francês, fo i um dos cavale iros màis destemidos do Re i fra nco Pepino, o Breve, no sécul o VIU . Por sua bravura e in tegridade, era estimado em todo o reino. In fe li zmente a Hi stóri a não guardo u o no me de sua esposa. Ao seu primogêni to, de u o no me godo Wi tiza; e logo que e le teve idade, Pepino o recebeu e ntre os j ovens da nobreza que eram fo rmados na corte no exercício das armas e outros próprios a seu estado.

A

O adolescente se faz ia notar por um porte séri o, um julga mento sóli do e qua lidades de espírito q ue o tornavam companhi a agradáve l. Crescendo, sua habilidade no manejo das armas o levou a seguir o pai na carre ira mili tar. Em breve ele o igualava em valor e determinação no campo de bata lha. O gra nde Carl os Mag no, que sucede u a Pepin o, mostrou desde logo sua predileção por aq ue le jove m c ircun speto e despretensioso, fo rmando grandes planos

Witiza rompera com o mundo para entregar-se a Deus seriamente, e não à me ias. Por isso, começou uma vida de austeridade, oração e penitênc ia, dormindo em tá bua du ra, passando a pão e ág ua e tira ndo ao repouso longas horas que passava em conte mplação. Entregava-se às mais hum i Ides tarefas, usava hábitos reje itados pe los outros, limpava, à noite, as sandá lias de seus confrades. Deus lhe concedeu a graça de uma verdadeira compunção de coração e o dom das lág rimas, de ta l maneira que e.l as corriam abundantes quando entrava na consideração de seus pecados ou da mi sericórdi a de Deus a seu re pc iLo. Ora, esse Leor de vida era uma muda censura aos monges Líb ios e a omodados. Começaram e les a ac usálo de exagerado, e mes mo de louco. Riam-se dele, ati ravam-lhe objetos e faz iam toda sorte de injú rias. Witi za contentava-se por sofrer tudo em silê nc io, na imitação do Sa lvador.

Aos poucos os ri sos cessara m, a invej a cedeu à admiração, e seis anos depois, ao morrer o superi or do moste iro, pensaram em e legê- lo para o cargo.

Fundador de mosteiros Witi za, que tinha saído cio mundo para fu gir das honras, fico u horrorizado logo que soube desse pl ano. Por isso deixou o mosteiro às escondidas e voltou para sua terra, onde se estabe leceu como ermitão pe rto de um ri ac ho que se chamava Ani ane. Logo, outros companhe iros jun taram-se a ele e o lugar tornou-se pequeno. Witi za construiu e ntão um moste iro para abri gar tanta gente. Era ta l a regularidade ele vida e a observância reli giosa nesse retiro, que sua fa ma atraiu moste iros semelhantes ao seu redor. O Imperado r Carlos Mag no, sempre edificado com a santidade de Witi za, construiu um grande mosteiro e igrej a, no qua l Witi za pudesse receber todos que o procurava m. No edifíc io, o Jmperado r não poupou nada em matéri a de grandeza e de arte. Witiza dedicou o templo à Santíssim a Trindade. Foi então que troco u seu nome para o de Bento, em homenagem ao patriarca do mo nacato no Ocidente, e começou a seguir sua Regra. "E para conhecer melhor seu espírito - escreve seu prime iro biógrafo Adson recorre os mosteiros, interroga os antigos, pesquisa bibliotecas e recolhe as velhas I radições" 1• Isso porque a primitiva regra de São Bento estava alterada e desfi gurada, e m virtude das inúmeras modificações que o relaxamento e a tibieza tinham introduzido nos mosteiros. O reformador, para seguir o "Ora et Labora" beneditino em toda sua extensão, e para, ao mesmo tempo, for mar campeões da ortodoxia, introduziu o estudo das diversas ciências e m seus moste iros, para ocupar o te mpo vago dos monges. De mane ira que, "assim, sem alterar a exata regularidade que atraía a atenção de todo mundo, ele fez .florescer, nessa casa real, escolas de humanidades, de .filosofi a, a teologia e o estudo das Sagradas Escrituras. Foi assim que esse grande homem encontrou um meio de qfastar da província onde se enconlrava as trevas da ignorância, e que.formou um grande número de discípulos que renderam. depo is, seja na qualidade de bispos, seja na de doutores ou missionários, seja na de abades, serviços muito consideráveis à Igreja" 2 . Aos poucos esse moste iro e seu abade tornaram-se tão fa mosos, que todos consideravam uma ho nra oferecer-lhe te rras e dinhe iro para estabelecer mosteiros seme lhantes e m seus estados. Do que resul tou que 12 deles o reconhec iam como seu abade. Os gra ndes do te mpo também acorria m a e le, como

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Prin1eira aparição de

Conselheiro do Imperador, Abade Geral do Império

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Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos Nossa Senhora é a luz que nos conduz a Deus

Carlos Magno com a maquete de uma catedral - J. P. Scheuren

Dura nte a prim e ira apa rição, e m Fátim a, "Nossa Senhora abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos - é a Irmã Lúcia que m escreve - uma luz tão intensa, como que refl exo que de las expedia, que penetrando-nos no pe ito e no mais íntimo da alma, faz ia-nos ver a nós mesmos e m Deus, que era essa lu z mais claramente do que nos vemo no me lhor dos espelhos" (Antonio A. Borelli M ac hado, As Apari-

labores e lutas. No ano 82 1, Bento foi atacado po r febres e terríve is dores, e teve que ser acamado. Qu ando a notícia se espa lhou , os prime iros a chegar fo ram os enviados do Imperador. Abades , monges, bi spos, todos queri am receber os últimos ensin amentos do moribundo. Mas, depo is de exercer o que a cortes ia mandava, pediu e le para fi car só com Deus. E fo i arrebatado num êxtase. Aos seus monges di sse de pois que nunca havia tido mo mentos tão doces e m s ua vida: "Eu acabo de ter

ções e a Mensagem de Fátima) .

a f elicidade de me encontrar diante de Deus, no meio do coro dos Santos"(*). ♦

Comentário do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Notas: 1. Fr. Ju sto Perez de Urbel, OSB , A1io Cristiano , Ediciones Fax , M adri d, 1945, 3". edição, vo l. 1, p. 289. 3. Les Peti ls Boll andi stes, Vies des Sai111s, Bloud et Barrai, L ibrairesÉditeurs, Pari s, 1882, torno li , p. 462. (*) Outra s obras consult adas: P. K irsc h, St. Be11edic1 of /\11ia 11 e, tra nsc ribed by Steve Fann ing, T he Catholic Encyc lopedia, Volume li, Copyright © 1907 by Robert Appleton Co rn pa ny, On l ine Editi on Copyri ght © 1999 by Kevin Kni ght ; St. Be11 edict of A11ia11e. 199 8-2000, Catho lic Onlin e Saints.

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Le idrado de Lyon, Teodul fo de Orléans, o grande Alcuíno - que fora precepto r de Carlos Mag no e era considerado um dos homens ma is eruditos de seu tempo - e o Duque São Guilherme de Aquitâni a, para obter mo nges para rea li zar fundações.

O próprio Imperador Luís, o Bonachão - que sucedera a seu pai, o grande Carl os - querendo ter São Be nto cerca de si para gozar de seus con selhos, construiu üm moste iro junto ao ri o lnde, que ofereceu ao Santo. Este aproveitava-se da boa di sposição rea l para ser o defensor e protetor dos órfüos e das viúvas, e um intercessor dos pobres junto ao monarca. E Luís, o Bonac hão, atend ia sempre so lícito aos pedidos do Santo. E le fo i mais longe. Vendo em Bento não só um conselheiro, mas a regra viva do monaquismo, nomeou-o uma espéc ie de Abade Geral do Impéri o , com poder sobre todos os moste iros de seus Estados, com o fim de e mpreender ne les uma reform a gera l. Para cumprir os desejos do lmperado r, Bento convocou uma reuni ão geral dos abades de todos os mosteiros da França, e com eles estudou a reform a a estabelecer para restaurar o anti go espírito monástico e m toda sua pureza. Essa e mpresa necess itava de uma personalid ade marcante e excepc io nal, como a de Bento , escudada pela autoridade rea l. Vi sand o uniformi zar a vida conve ntual, Bento escreveu um livro , A Concordância das Regras, no qual anali sa o espírito e o sentido das regras be neditinas. O Abade Geral vi sitava pessoalmente os mosteiros para ver a aplicação da regra be neditina. Em suas inumeráve is vi agens com esse intui to, vári os milagres atesta ram a santidade de Bento. Apesar de tudo, isso atra iu-lhe inimigos, princ ipalmente entre aque les q ue di sputava m o favo r rea l. E uma campanha de di fa mação e de calúni as começou a circular, chegando até os ouvidos rea is. Q uando se esperava que o monarca iria pedir ao Santo para justificar-se, pe lo contrári o este o abraço u estre ita mente à vi sta de todos os detratores, e lhe de u de beber de sua própri a mão. Feli zes te mpos em que a virtude era pre mi ada publicamente !... São Bento de Ani ane fo i um dos baluartes da Igrej a na luta contra a heres ia de Feli x de Urgel, e para isso fo i vári as vezes à Espanha para combatê- lo. Fo i um dos que convocou um sínodo na própri a Sé epi scopa l do heresiarca, onde Feli x fo i condenado por sua heres ia. Enfim, chegou o te mpo predestinado pe la Providê nc ia para que seu servo fosse receber o prêmio de seus

~

É difíc il fazer um comentário ao esplendor desse contato. N ossa Senhora, em certo momento, abre os braços num gesto que é nobre, sem dúvida, proém, comum em que m conve rsa. Ma no momento em que Ela abre os braços, emi te uma luz com uma clari dade extraord inária. E elas [as três crianças·! sentira m-se como que sugadas por essa luz para dentro da luz. E essa luz mais intensa que estava para dentro da luz, ao que parece, era o pró prio Deus.

Q ue r d izer, E la, por um gesto da mão, teria aberto ocaminho do Céu. E ali, ao nde não se consegue chegar, onde está Deus, chega Nossa Senhora, porq ue E la é Ela . Ali as três cri anças entraram, inundadas por essa luz. Pode haver uma coisa mais bela, ma is admirável? (Pli-

nio Corrêa de Oliveira, palestra para correspondentes da TFP e m 5-6-1994).

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ESCREVEM NOSSOS PARTICIPANTES

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••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• Eu me vi inspirada a cantar o Magnificat - Fui privilegiada com a visita de Nossa Senhora de Fátima. Quero com esta expressar a mi nha emoção maior vivida nesses mom entos. Eu me vi inspirada a rezar e cantar o Magnificat - a oração mais bela . Foi bela a expectativa, e ainda mais a realização. Como pode uma pecadora como eu, se sentir tão elevada, privilegiada com momentos tão belos como estes que vivi?!! Oh! meu Deus, eu vos agradeço por essa feliz peregrinação, e muito mais por quem a dirige. Esta é a tarefa mais digna e mais elevada, de fazer chegar a cada lar a presença desta Mãe tão cheia de misericórdia e amor, a fim de resgatar seus filhos. Eu agradeço a Deus o privilégio que medestes (MRB, Paraíba) .

Hoje entrou na minha casa um tesouro inesgotável - Vossa carta pediu-me ajuda para expandir a Cruzada reparadora do Santo Rosário; para salvar o Brasil, como pediu Nossa Senhora em Fátima. Que idéia maravilhosa! Eu li e esc revi para colaborar com essa Cruzada, porque nossa M ãe Maria Santíssima pede a todos os católicos para rezar o terço, porque o Sagrado Coração de Seu Filho está muito dilacerado por causa de nossos pecados. Quando abri a porta da sala, deparei com um en-

velope jogado no chão do meu jardim . Pensei: é de Nossa Senhora de Fátima. Notei o carimbo do correio: 13-6-01. Era uma graça recebida no dia em que se comemora o 84° aniversário da 2ª aparição em Fátima, justamente na hora em que eu me preparava para rezar o Terço. Abri o envelope, deparei com um estojo com estampa de Maria Santíssima, um livrinho, um terço e outros acompanhantes. Então eu disse para mim mesmo : hoje entrou em minha casa um tesouro inesgotável, que só mesmo vocês e Maria poderiam dar para mim (ALB, São Paulo).

Vocês me fortalecem - Estou passando por uma situação financeira precária, só não estamos passando fome porque compramos a prazo. Várias pessoas na família estão doentes. Peço que rezem o terço por mim e minha família. Peço também que não deixem de me escrever, pois preciso muito não perder contato com vocês, pois vocês me fortale cem (MFAA, Pernambuco) . Talvez estivesse morto ... - Não fosse a medalha de Nossa Senhora de Fátima com a qual ando no bolso, talvez eu estivesse morto, pois um marginal tentou assaltar meu comércio. Não reagi, mesmo assim fui alvejado por um tiro que ultrapassou meu estômago. Mas devo a

vida à medalha de Nossa Senhora, e graças a Deus estou salvo sem problemas de saúde (JOSL, Piauí).

Obrigada, Nossa Senhora! Acordei com uma forte dor de cabeça, minhas pernas começaram a perder movimento, também meu braço direito . Minhas vistas ficaram confusas, fazendo-me enxergar duas pessoas, e eu parei de falar. Fui parar em 5 hospitais, ninguém sabia o que eu tinha. Eu estava deitada, vomitando muito, e aí coloquei a imagem de Nossa Senhora a meu lado e pedi a Ela que intercedesse por mim a Jesus Cristo para me ajudar . Fui internada, e eu orava pela minha cura em silêncio . Veio um enfermeiro, dizendo que o aparelho estava quebrado. Foi marcado um novo exame para o mês seguinte, e de novo o aparelho estava quebra do. Foi aí que eu determinei não vol tar mais ao hospital. Entreguei nas mãos de Deus e de Nossa Senhora, e se passaram 1 5 anos, nos quais eu fui ficando boa sem tomar nenhum remédio. Voltei a andar normalmente, a falar, a enxergar, a ter os movimentos dos braços, e não fiquei com nenhuma seqüela. Eu não sabia como agradecer a Nossa Senhora; foi quando minha mãe veio à minha casa e me deu a notícia de que meu irmão ia receber a visita de Nossa Senhora. Obrigada, Nossa Senhora (LSMP, Rio de Janeiro). Estou vivendo - Resolvi fazer a Campanh a em julho de 1 994, em virtude de estar desenganada pelo meu médico, por estar com a carótida obstruída em 80%, sem poder operá-la. Em virtude disso, recebi muitas graças de Nossa Senhora de Fátima. Uma delas é a de estar viva até agora. Fiz operação de marcapasso, e com bastante sucesso. Outra graça recebida foi a de poder tomar conta de duas irmãs doentes . Devido à minha grande fé em Nossa Senhora de Fátima, estou vivendo além da expectativa do meu médico (LLLC, Rio de Janeiro).

Visita da Imagem a uma residência em Angra dos Reis (RJ)

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Penitenciárias promovem homossexualismo cham_ad~s "v i_s_it~s ín~mas" as pen1tenc1anas tem se constituído numa fonte de im oralidades, própria a degradar cada vez mais os detentos. Porém, como o mal é insaciável, as aberrações vão sempre crescendo. E m Pern ambuco, desde 1999, a autorização para as tais "v isitas íntimas" se estendeu aos homossexuais e lésbicas, que podem receber seus parceiros . Agora, informa o jornalista Ri cardo Boechat, os presídios do Estado do Rio estenderão aos detentos homossex uai s o direito areceber visitas íntimas em suas celas. A ordem partiu do governador Garotinho (JB, 15-11 -0 L).

Em lugar de promover uma reeducação dos presidiários, procurando levá-los a uma mudança sadia de comportamento, especialmente no que diz respeito à prática da mo1·al, as penitenciárias têm se transformado em escolas de 1>erversão. Não admira que o crime aumente constantemente, e que os presos saiam da penitenciária piores do que quando entraram.

Bruxaria vira moda no Brasil da de bruxaria, que vem ndo largamente estimul aª no mundo inteiro principalmente através da literatura in fanto-j uvenil, cuja obra mais famosa tem como personagem prin c ipal o menino-bruxo Harry

Porter - chegou ao Brasil co m apoio maciço dos meios de comunicação. Seguindo essa onda diabólica, uma empresária de São Paulo resolveu criar a Universidade Livre Holística Casa de Bruxa. É uma escola que tem por finalidade ini ciar os alunos na bruxaria e no esoterismo. Durante um ano de curso os candidatos à bruxaria terão aulas de cromoterapia, astro log ia, tarô, numerologia, hi stória da bruxaria e seu ritual , entre outras aulas ofereci das. No fin al do curso ocorre um ritual de iniciação, em que se outorga o título de bruxa e de bruxo aos parti ci pantes.

Os livros e o filme de Harry Porter representam um grave perigo para as crianças e jovens de nosso País. A satânica bruxaria está penetrando rapidamente nos costumes das pessoas e subvertendo todos os valores autênticos. E como se não faltasse mais nada, essa escola de horrores auto-intitulada Universidade Livre vai estimular práticas sinistras e macabras com "status" de ciência. O que nos deixa ainda mais perplexos é o ritual obscuro de iniciação, do qual os alunos participarão. O que será do Brasil, cada vez menos católico, se essas práticas satânicas se disseminarem em nossa sociedade?

Aborto é praticado em hospitais do Rio de Janeiro Prefeito do Ri o de Janeiro, César Maia - seguindo o péssimo exempl o da Instrução Normativa do Ministé-

º

rio da Saúde, baixada pelo Sr. José Serra - promulgou no dia 26 de dezembro uma lei que obriga os hospitais municipa is a realizar o aborto em casos de estupro, além de autorizar cirurgias de vasectomi a e laq ueadura. Essa lei iníqua prescreve também a distribuição de anti co ncepc ionais. O mesmo prefeito causou polêmica porque aprovou outra lei prevendo o pagamento de pensão a casa is homossexuais.

É impressionante a imoralidade e a perversidade de determinadas leis em nosso País. Certos governantes cometem uma verdadeira traição a seus eleitores, ao sancionar leis incentivando a prática do aborto em hospitais municipais. Isso, sem dúvida nenhuma, é usar dinheiro público para promover sistematicamente a morte de inocentes e manchar de sangue o nosso País. A Igreja Católica, exercendo sua auto ridade confiada por Nosso Senhor Jesus Cristo, condena essa prática imoral com a pena de excomunhão, como também qualquer colaboração com ela.

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NOTÍCIAS

ENTREVISTA

CAMPANHA

DA

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Calendário da Campanha faz sucesso entre aderentes calendário da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! de 2002 superou as expectativas. A acolhida foi excelente, gerando muitas repercussões . Os participantes da campa nha que o receberam têm expressado sua satisfação, principalmente pelo fato de o calendário trazer como tema o Santo Rosário. São 32 páginas totalmente coloridas, que trazem uma belíssima ilustração para cada mistério do Santo Rosário, além de 1 50 piedosas meditações, de autoria de São Luís Maria Grign ion de Montfort, para cada uma 9 ..... 10_ ....11 -·.._ .. das Ave-Marias dessa devoção. Se tivés~ !j _!_5 . } ,~- .! L •!~. semos meios e recursos para isso, gostaríO.... 21 -··22 ~:.:23 24 ...25 amos que esse calendário estivesse em to_, dos os lares católicos . Se você ainda não recebeu o seu calen dário 2002, não deixe de solicitá-lo, ligando para nosso Plantão de Atendimento.

O

M1'TiRIOS l)oWI\OSOS

--

Participantes Ativos da Campanha recebem suas carteirinhas As carteiri nhas de parJ-\.. ticipantes

ativos ela Campan ha Vinde Nossa

Senhora de Fátima, não tardeis! fo ram enviadas no mês ele janeiro aos nossos aderentes. Se sua carteirinha ainda não chegou, entre em contato com o Plantão de Atendimento ela Campanha através cio te lefone (O** 1 1) 39550660, e so licite a sua o quanto antes.

/\ Campanha . . I N"~rn Se11hor{I de Fátim{I, mi o 111rtle1. V"'' e . ·: ?QQ? este Cartão de ldcnufica confere. paia o ,mo - -·

•1bor·1ç·i o ativa nas iniciati vas desta C ai por sua e01, · • ('átll,:o 11t, l'11rtidJ1m111•:

Em Jesus e Maria

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/?~L~~~Mar~~s-v.z,G;rcta eoordcnatlor

Participe ativamente da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, para que juntos possamos expandir ainda mais a dif usão da mensagem de Fátima, da Medalha Milagrosa e do Santo Rosário. Ligue e solicite o seu calendário 2002 do Santo Rosário, ou se inscreva como aderente da Alianca de Fátima ou como benfeitor do Programa Radiofônico "A Voz· de Fátima" . Colabore para que a mensagem de Fátima seja um consolo espiritual para cada vez mais pessoas em nosso País .

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CA T O L I C I S M O

Fevereiro de ,2002

Plantão de Atendimento da Campanha: Te l. : (0 ** 11 ) 3955-0660 . Internet: www .fatima.org .br E-ma il: fide i@sti.com .br Endereço para correspondência: Rua Martim Franc isco, 665 CEP 01226-001 São Pau lo (SP)

Patriotismo, combatividade e apetência pelo sobrenatural O sofrimento faz o povo norte-americano voltar-se para valores há muito esquecidos • Catolicismo - O Sr. poderia nos dizer se, an: teriormente ao dia 11 de setembro, havia sin• tomas da vulnerabilidade dos Estados Unidos : a ataques terroristas?

• Paul Weyrich - Havi a mui tos. De fato, no fim da década ele 80, os grupos do Ori ente M édio

: • : • : • : • : • • •• • • • • •• • •• • •• • •• • •• • •• • : • : • : • : • :

aul M . W ey rich, g rande estrategista do Movimento Conserv ador nos Estad os Unidos , foi um dos fundadores da am ad a New Right (Nova Direita) nos ano s 70. Essa corrente ideo lógica ga lvanizou a "maioria sil enciosa " conservadora, criando as cond ições para a elei ção do Presidente Ronald Reagan em 1 980, de George H. W. Bush em 1988 e do atual presid ente, Geo rge W . Bush, em 2000. Nessas três admini st rações republicanas, Paul W eyrich exerceu e exerce grande influ ênc ia política no sentido da preservação dos princípios da Civili zação Cristã. Amigo pessoal do Prof. Plíni o Corrêa de Oliveira, o Sr. W eyrich visitou -o em 1988, ocasi ão em q ue pronunciou memoráv el con ferênci a pa ra os sócios, coop erado res e correspondentes da TFP brasil eira. Paul M . W eyri c h, que presid e há muit os anos a Free Congress Foundation, foi entrevistado com ex cl usividade por Catolicismo pelo Direto r de Relações Pública s da TFP norte-americana, C. Preston Noell 111. •

ligados ao terrori smo elaboraram um plano, ex pondo exatamente o que pretendi am fazer, inclusive o ataq ue ao World Trade Cen/er. Na minh a opini ão, o que eles fi zeram é parec ido com o livro ele Hitler, que delineava suas intenções. M as com freqüência, quando esses fanáticos dizem ou faze m esse tipo ele coisa, nós dizemos: " Bem, isso desafi a a rea lidade; não podemos acred itar ni sso; isso nunca aconteceu; esse pessoa l está louco". E dessa form a ignoramos o que eles pretendiam. N ão cleveríamos tê- lo ignorado, cio mes mo modo que as popul ações cio centro e sul da Europa não deveri am ter ignorado o que Adol f Hitler in tenci onava. Jsso custou-lhes muito caro, mas o certo é que Hi tler se manifes tou, e eles optaram por ignorá- lo. Porta nto eu respondo que houve sintomas, sim , e muitos. Catolicismo -

Como estava a opinião pública

norte-americana antes de 11 de setembro, e que mudança houve desde então?

Paul Weyrich -

Parece- me que a princi pal mudança foi quanto ao patri oti smo. A ntes cios ataques terrori stas, co nsiderava-se inadequado ag itar a bandeira nac ional, manifestar- se a favor cio país etc. Agora ocorre pratica mente o contrári o, e quem não o faz é visto com elesconfi ança. H ouve uma enorme mudança, como nunca vi durante toda a vicia. Nasc i pouco depois ele Pearl Harbor, e ainda me lembro ele um país patri ótico logo após a guerra, comemoranclo nossas vitóri as, conversando sobre el as etc. Veio então a guerra ela Coréia, e esse sentimento diminuiu por não term os vencido. Apesar di sso, a população era aind a bastante patri-

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ótica. M as isso enco lheu, e qu ando perde mos a guerra do Vi etnã pai'a um pa ís de terceiro mundo, o patri oti smo se tornou quase proibido. Que m manifes tava patrioti smo era vi sto como antiquado : po lítica de ontem! O que estará aco ntece ndo com ele? Será que e le não compreende que não estamos ma is nessa? E coisas do gênero. Isso mudo u quase in stantaneame nte, a po nto de os comerc iantes não di sporem de bandeiras nac io nais sufic ie ntes para a de manda. Ironicamente, os chineses estava m fa bri cando g rande número dessas bandei ras, que chegaram a te mpo. Ho uv:e ta mbé m um a mud a nça da opini ão pública com re lação a Deus. Tornava-se quase proibido fa lar de Deus em públi co, e que m o faz ia era considerado à margem da re li g ião ame ricana, mesmo por pessoas muito boas. L e mbro - me d o Ca rd ea l O 'Connor, que fo i capelão militar e ba ixou o tom dos seus comentários. Com o golpe de 11 de setembro, essa atitude mudo u, e o povo começou a cantar hinos e a rezar em atos públi cos. Impress ione i-me ao ler que o Governado r Rick Perry, do Texas, rezou uma o ração numa disputa esportiva ... e que isso fo i muito bem recebido. É claro que a American Civil Liberties Union e o utras e ntidades estão indignadas, dizendo que ele não tem o dire ito de faze r isso. A essa objeção ele respondeu: "Bem, então

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Chegada à Alemanha dos corpos dos marinheiros norteamericanos mortos no atentado terrorista contra o navio USS Cole.

Paul Weyrich: "Antes de 11 de

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• setembro, quando •

: falávamos de • processem-me, mas eu acho que isso deve tor- • ataques t erronsnar-se parte importante da nossa vida". É uma : coisa que não teri a aco ntec ido antes de 11 de • tas, isso se referia

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sete mbro. Que m fosse a be rta me nte cri stão, como o governado r do Arkansas, era aco nselhado a baixar o tom, imedi ata me nte após as ele ições. De um lado, o patri oti smo, de o utro Deus nas praças públi cas, são as ma iores mu danças da opinião públi ca.

: ao navio U.S.S. • Cole e ao anterior : ataque ao World • •• Trade Center. Em • primeiro lugar,

: • :

Catolicismo -

: eles não envolve: ram tanta gente; e •

As notícias de imprensa levariam a acreditar que o povo americano está cada vez mais belicista. Já era belicista antes do ataque? Ou o ânimo belicista cresceu desde

quando fa láva mos de ataques terrori stas, isso se referia ao navi o U.S.S. Cole e ao anterio r ataque ao World Trade Center. Em prime iro lugar, eles não envo lveram tanta gente; e e m segundo, eram uma coisa um tanto di stante, na mente do povo. Desta forma, quando se perguntava a a lgué m se era a fa vo r da gue rra, muitos respondi arn "não", porque não estávamos fa lando a respe ito de nós mes mos, era as42

e AToLIeISMO

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em segundo, eram :

uma coisa um tanto distante, na Antes de 11 de setembro, : mente do povo. 11

então? Isso irá decrescer?

Paul Weyrich -

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: •

sunto de algum outro pa ís. Houve muita d iscussão sobre o envi o de tropas a Israe l, e a reação comum do povo era: "Não, não queremos fàze r isso". Depois de lJ de setembro passa mos a fa lar sobre nós, e há muita dife re nça entre ajudar os outros a se defenderem o u nos defendermos nós mesmos. Discutir se vamos de ixá- los dar-nos uma surra ou atacá-los pe lo ma l que nos fi zeram é muito difere nte de se olhar no mundo para ver o nde pode mos inte rvir, co mo na Bósnia. Mas se isso fo r coisa para du rar muito tempo, seguramente essa atitude irá minguar, po is o público não agüenta mais uma guerra longa. Espero que a Casa Branca apresente uma vitó ri a, po is se fo r capaz di sso, haverá me ios de sustentar esse ânimo. E m o utras pa 1avras, se conseguirmos · um a vitóri a e m a lguns m eses, depo is outra e ma is outra, não haverá es morec ime nto da opini ão públi ca. M as se não tivermos o que mostrar nesse período, e a única coisa que conseguirmos fo r lançar bombas - com gente mo rre ndo no solo, os cadáveres sendo repatri ados, e outras cenas como essas - então podemosesperar um minguamento, po is infe li zmente os americanos não ente nde m bem a Hi stória ne m · a necessidade de firmeza a lo ngo prazo. A d1fe re nça e ntre a nossa atitude e a dos chineses, por exe mplo, é muito significativa. Os c hineses não se interessam, ne m se preocupam à mínima e m curto prazo. O que lhes interessa é " ·o que aco ntece a Iongo prazo, e ·t-1cam sat1·s1e1 tos qu ando pe nsam que estão vencendo no longo prazo. Nós não contamos com isso. E mbora o Preside nte Bush, o Vice-pres ide nte C heney e outros advirtam repetida mente q ue esta guerra será lo nga, que os resul ta dos não deve m ser esperados a curto prazo, q ue as pessoas não deve m fica r ansiosas po r notícias, e que essa é uma g uerra dife rente, o fato é que nossa atitude é essa, e te mos de lidar com ela.

: Catolicismo - No momento, o Presidente Bush • : • : • : • : • : •

goza de amplo apoio político e do público, na faixa de 80-90%. Contudo, enquanto ele se dedica à guerra contra o terrorismo, outras áreas centrais de interesse dos conservadores estão em compasso de espera, como a defesa contra mísseis. Pareceria que ele precisa atender aos assuntos de interesse dos conservadores, contra os liberais, se não quer desapontar o seu núcleo de apoio conservador. O que deveria ele fazer? Permanecerá alto o seu nível de apoio? Se os conservadores

se desgostarem dele, qual será o impacto nas • eleições legislativas de 2002? :

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Paul Weyrich - Como os conservadores repre- • sentam a metade do índice de apo io, se se desgostare m o Presidente B ush ficará e m maus lençóis em matéria de apoio. E le está prosseguindo com o programa de defesa anti-mísseis, e não penso que haja probl ema desse lado. Ele deixou isso cl aro para o Presidente Putin . Espero que ele e o Presidente Pu tin cheguem a um acordo, mas se isso não aco ntecer, penso que nos retirare mos do Tratado de Mísseis Antibalísti cos e prosseguiremos com os testes e tudo o mais. Este é um ass unlo muilo de licado para P utin , po is

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• Paul Weyrich - O Presidente Bush repetiu vá• ri as vezes: "Nós vamos destruir a rede terroris•• ta"; e repetiu também que Bin Laden tem de

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"No enfoque atual, o povo compreende perfeitamente que há uma • rede [terrorista], ele rea lmente joga sua sorte com o Ocidente, e • talvez comandada o que o povo russo está pedindo é que e le se mov imente lenta mente em questões de defesa anti-míssei . Eles não estão ped indo para abanda narmos os nossos proj etos. Mas clize1n que, se nos prec ipitarmos, poderemos derru bar Putin , e não conseguiren10s u1na posição do nosso agrado. E to u de acordo co m isso. B ush levará adi ante a defesa anti-n1ísseis logo, n1as não tenho certeza quanto aos prazos. Este será provavelmente um assunto para as e le ições de 2002, mas nós o apo iaremos. Q uanto aos outros ass un tos, eu di sse hoje ao Senado r Larry Cra ig que, não have ndo d ivergências enlre repub licanos e democratas, os republica nos sempre saem perdendo. E le concordou, e d isse que prosseguire mos tra balhando sobre assunLos como o plano energético, que é mui to bo m, co ntando com muito apo io e ntre os conservadores. M as há um lado frac para Bush, po is os outros cerca d 40% do seu índi ce de apo io provê m lo. mode rados e liberais. E se os deputados e senado res começare m a ~ri lar furi osa mente contra o que e le está fa zendo, essa parte da coa li zão d iminui rá. Portanto, e le te m dec isões impo rtantes a tomar, mas no fi m das co nlas é necessá ri o manter sati sfe ito o núc leo de apoio, sem o que não e con segue constru ir nada. Se o nú cleo não aco mpanha, a coa li são não fu nc iona co m base só nos e le me ntos pe ri fé ri os. Se e le avançar com o núc leo, mesmo q ue venha a ser esmurrado por isso, todos me lhorare mos e nos fo rLif"icaremos, ainda que o índi ce de a1 oi o d iminua. Catolicismo - O Sr. pensa que haveria clima favorável para um recuo americano após a vitória nesta pri-

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meira fase da guerra contra o terror? Ou seja, o desmantelamento do Taleban no Afeganistão, embora a rede terrorista continue ativa em outros países?

pelo Iraque, mas incluindo o /rã e outros países como o Sudão, que usam o Afeganistão como um dos seus quartéis"

• ser julgado. Se esses dois objetivos não forem atingi dos, ele estará na pior das dific uldades • políticas, e os índices que obteve o pai dele em •• 1992 parecerão inflados. Ele não pode fazer um • simples esforço parc ial e dar a impressão de es: tarde fato atuando. A mídia se dará conta disso • em poucos minutos, e se começar a ser divulga•• do e repetido que se trata de uma guerra de fa• chada, que não temos um plano verdadeiro para •• caçar os líderes terroristas, e muitos deles pros• segui rem suas atividades, então ele estará perdi: do. Ele ten1 que encontrar Bin Laden vivo ou • morto (eu prefiro que sej a morto) e julgá-lo. : Mostrá- lo nu1n caixão é unia boa coisa, 1nas há • uma vasta rede que o segue, e Bush tem de cui: dar dela ta mbém. Não basta encontrar Bin La• den, dizer que atingimos nosso objetivo e dei: xar o resto da rede em atividade. Isso a opinião • públ ica ameri cana não aceitará.

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• Catolicismo - Qual a diferença entre a opinião

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pública americana atual e a da época da guerra do Golfo? A indignação contra o terrorismo islâmico é diferente da que havia contra o Iraque?

Paul Weyrich - Pouco se sabia, na época da guerra do Golfo, sobre as atividades terrori stas. Lembremos que ela se deveu à invasão do Kuwait pelo Iraque. Queríamos ex pulsá-l os de lá, libertar o povo do Kuwait e devolver-lhes o seu país. Não atacamos o Iraque como um país terrorista, embora isso tivesse sido notado e fi zesse parte do quadro. No enfoque atual, o povo compreende perfeitamente que há uma rede, talvez comandada do Iraque, mas incluindo o Irã e outros países como o Sudão, que usam o Afeganistão como um dos seus quartéis. O povo entende isso agora, e se não houver nada para exibir quando apresentarem o cômputo final, então Bush estará poli ticamente aniquilado. Catolicismo -

Por que foi trocada a denominação da campanha antiterrorista de "justiça infinita" para "liberdade duradoura"? Há alguma ligação entre essa mudança e as de-

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viver confortavelmente em Nova York. Mas os terroristas transformaram esse sonho em pesadelo. O Sr. acha que em futuro próximo as grandes cidades americanas serão modelos de segurança e tranqüilidade?

clarações de Bush logo após os ataques terroristas, nas quàis falou sobre organização de cruzada contra o terrorismo?

Paul Weyrich - Alguém ad vertiu Bush de que isso poderi a ser considerado ofe nsivo pelos ára bes moderados, e a manute nção do slogan nos traria sig nifi cativas dificuldades. Creio que algué m vendeu gato por lebre a Bush. Se ass im foi, pode ser que e le acredi te nesse gato, ou então simplesme nte fa le de le para efe itos políticos, sem acred itar. Mas se ele di z que ex istem muçulmanos amantes da paz, que a re li gião muçulmana é pacífi ca, e que e les de fato não querem esses ataques, parece- me isso insensato. Dura nte séculos eles tentaram reconquistar terri tórios perdidos, e bateram às portas da Cri standade na Áustri a e na Boêmi a. Ex iste m ára bes não seguidores de Bin Laden e dos outros, mas são ára bes le igos. Não se trata de árabes que acreditam no Deus do poder e da justiça, como está no Corão. Quanto mais a lguém crê no Islã, tanto ma is militante se to rna. Avaliando o mundo, e les percebem que o Ocidente não acred ita numa Cri standade o sufi cie nte para prosseguir no seu plano de crescer e mul tipli car, po is a taxa de nasc imentos na Europa é im press ionanlemente baixa, enquanto os muçulmanos estão gera ndo filh os e m grande quantidade. As projeções indi cam, por exemplo, que e m poucas décadas a França será um país muçulmano, e a Alemanha não está lo nge dis-

Paul Weyrich - Não, eu acho que provave lme nte as grandes c idades a meri ca nas estarão e m estado de alerta durante muito te mpo. Mas se Bush conseguir liquidar com B in Lade n, e se fi car cl aro que destruiu não só a rede terrori sta de le, mas também as o utras, então as grandes cidades americanas voltarão à ca lma, e os americanos poderão ir para seus locais de trabalho sem esse a le rta constante. Sem isso, tere mos de agir com muito cuidado. • •• • • : "Durante séculos • os muçulmanos • tentaram • : reconquiS t ar • territórios •• perdidos, e : bateram às portas • • da Cristandade

so. Poderían1os n1ul t ipli ca r os exe111plos. O ver- :

dadeiro crente muçulm ano não é um amante da paz. Eles nos o lha m co mo infi é is, e se julgam enviados do Corão para nos destruir. Com os termos que Bush e seus assessores usa m toda vez q ue abrem a boca - "os muçul manos são amantes da paz, nós estamos caça ndo apenas os terro ri stas", etc. - e les pode m sentir-se à von-

• • • • : •

na Áustria e na Boêmia. Existem árabes não seguidores de Bin Laden, mas são árabes leigos. Não se

tade. M as pouco se referen1 a isso os in1ans das •

várias mesqui tas pe lo mundo afora. Eu me tra nqüili zaria muito se todos e les o tivessem di to, mas a ma ioria não o fez. Al guns deles e mi tira m fracos pronunciamentos nesse sentido há algum tempo. Provavelmente eles constituem boa gente, mas o íman típi co não é uma pessoa que se convide para discutir um plano de paz du ra nte um j antar. ..

: trata de árabes que • acreditam no • Deus do poder : e da justiça, como • : eS t á no Corão" • : •

Catolicismo -

O sonho de muitos brasileiros, : para fugir da violência que há por aqui, era •

44

e

ATO LIC ISMO

Fevereiro de ,2002

: • : • •

Catolicismo -

Há alguma forma de terrorismo psicológico, além do terrorismo de fato, que ameace psicologicamente os americanos? Se a resposta for afirmativa, como ele age?

Paul Weyriclz -

Se examinarmos o caso do

: antraz, por exempl o, suponho que possa mos : in c luí- lo nessa categori a. As vítim as fora m • po uquíss imas - c inco ou se is, ao todo. No • entanto, e le aterrori zou todo tipo de pessoas. Agênc ias de co rre io fora m fec hadas, os escri tó rios do Senado fo ram fec hados. Te mos de concordar que esse tipo de terro ri smo psicológico atingiu um grande objetivo. Ou vi di zer que • na carta envi ada ao escritóri o do Senador Das• chie havi a esporos sufic ientes para contaminar : dois n1ilhões de pessoas . É n1uÍto g rave, e ap a• re ntemente esse era o obj etivo de les. Quando a •• gente o uve um a in fo rmação como essa, e vê o • Senado virtua lmente fechado, deve conc luir : que estamos aterrori zados. Entretanto, o que • e les usara m não fora m bo mbas ou avi ões, mas : apenas despachara m algumas cartas.

: • •• :

• : Catolici.wno - O Sr. acha que os Estados Uni• dos e seus aliados conseguirão desmantelar

: •

a rede terrorista, não apenas no Afeganistão, mas no mundo todo?

: Paul Weyrich - Sobre a nossa capac idade de • fazê- lo, devo responder que sim. Q uanto a ter: mos o desej o políti co para ta l, e u duvi do. De• testo ter de di zê- lo, mas tenho de julgar pe lo : que vejo. E u lido constante mente com pessoas • frouxas, e constato q ue e las não possuem aquele : ânimo políti co fo rte que me auto ri zaria a res• ponder afi rmativamente. ♦

"Não gostaríamos de continuar a ser enganados" 18] É a primeira vez que visito este site, tenho visitado outros sites católicos, e pe la Providência Divina encontre i este de Catolicismo . Esto u escrevendo porque fi que i chocada com a reportagem sobre a imagem de Nossa Se nhora na Delegacia, sobretudo porque li que a Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima tem alguma coisa a ver com isso. Vou expli ca r o meu des apo nta me nto: meu pai sempre, desde minha infâ nc ia e adolescênc ia, vi-o receber vári as vezes em nossa casa rapazes que faz iam parte da TFP, e sempre nos orgulhamos de saber que nosso pai tinha amizade com ho me ns e j o ve ns tão di stintos. Durante um certo tempo para cá a TFP (Catolicismo), como chamávamos, não entrou mais em contato com meu pai. No ano passado, se não me engano, apareceram dois senhores em casa, se identificara m como da Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima, convidei-os para almoçar e eu os ide ntifique i co mo me mbros da TFP. E les não me di sera m que era m da TFP, mas im agine i que fosse m e que tivessem trocado o no me para serem mais abra ngentes , o u qua lque r co isa ass im . E agora desc ubro que a TFP está sendo agredida por esta A sociação, para a qual tenho contribuído através de depósito bancário, tenho adq uirido materiais, pôster de Nossa Senhora de Fátima para divul gação. Esto u assim horrorizada com o que descobri , peço encarecidamente q ue vocês me respondam esta mensagem e me deixem a par do que está acontecendo, porque me u pai ama muito a TFP, e não gosta ríamos de continu a r a ser e nganados. (M.N.N. C. - MG)

Nota da Redação: A missivista , quando escreve "fiquei chocada com a reportagem sobre a imagem de Nossa Senhora na Delegacia ': refe-

re-se à matéria que publicamos na edição de janeiro deste ano, às pp . 16 a 19, intitulada Imagem de gacia nhora e Aliança

Fátima retida em deleDesagravo a Nossa Sealerta aos aderentes da de Fátima, que refuta

calúnias veiculadas por elementos ligados a um grupo denominado Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima.

Questão islâmica

Desfazendo a confusão 18] Até o momento - particularmente - assistia às decl arnções muçulmanas e não compreendi a perfeitamente a relação estabe lecida por eles na "fu são" de religião, seu fundamentali smo e os as pectos econô micos. E m cada um de seus pronunciamentos e declarações, e les traçam esse paralelo que se funde (Religião-Econo mia) . Com o artigo de Catolicismo esta confusão se desfez, trazendo a lume os aspectos marxistas de ta l funda mentali smo.

(F.F. - SC)

Eu acho muito importante a a bo rd age m de te mas co mo a questão do Islami smo, princ ipalmente com a visão católica de j orna li stas que quere m mostrar, sem ne nhum a máscara, aquilo qu e está verdade iramente acontece ndo, se m ne nhum compromisso co m nin g ué m, so me nte co m o leito r assinante, como fez Nosso Senh o r no ep isódi o dos ve ndilhões. (W.F.S. - MG)

Base confiável 18] Catolicismo foi muito fe li z ao tratar do muç ulm ani smo ! Co m tantas revi stas publicando matérias sobre o assunto (por vezes com opiniões be m divergentes e pouco imparc iais), o le itor cató lico carec ia de uma base mais confiável, que tratasse do assunto de forma imparc ial, levando em conta todas as facetas. Co mo sugestão para uma fu tura edi ção de Catolicismo , sugiro uma matéria sobre a Idade Médi a, uma vez que a mídi a e m peso eJ tá comparando o reg ime Ta le ba n com o se nd o a "Idad e Médi a" do Is lami smo, ao mesmo te mpo que ac usam a Igrej a de ter prati cado o terrori smo nesse período hi stórico.

(W.L.- MA)

Mais fotos que palavras Sobre o muçulmanismo, sugiro, sempre que poss íve l, inc luir fotografi as das destruições e matanças que eles fazem contra os cri stãos nos pa íses de les. Como diz o ditado: "A fi gura fal a mai s que mil pa lavras". (C.A.C.C. - SP)

A mais católica 18] O único comentário que posso fazer é: "que pena que não seja mais divulgada essa revista, pois é a revista mais católica que já vi! "

(J.P.C. - SP)

Inspiração católica 18] O conteúdo da reportagem de capa do número 6 11 da revi sta Catolicismo é sem dúvida precioso, pois, alé m de escrito sob in spiração dos princípios católicos (o qu e difi c ilm e nte oco rre ri a na grande mídi a me io sociali zada), traz informações quase desconhecidas do grande público.

(B.Z.L. - RJ) Correspondência (cartas, fax ou emails) para as seções Escrevem os leitores e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram na página 4 desta edição.


Santos ,e festas de r~ Vr ]Rj [JRO 1 Santo Henrique Morse, Mártir. + lnglaterfa, 1535. Estudante e m Londres, fu giu para a França para tornar-se católico, orde na ndo-se sacerdote em Roma. De volta a seu país como mi ssionário, foi preso com o Pe. John Robin so n, que o recebeu como jesuíta, faze ndo e le se u novi ciado durante os três anos de cati veiro. Exilado, retornou à Inglaterra sob um pseudônimo e obteve muitas conversões. Preso e exilado mais uma vez, ainda retornou à sua pátria, te ndo sido preso, julgado e esquartejado por ódi o à Fé.

2 APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO E PURIFICAÇÃO DE NOSSA SENHORA (Nossa Senhora das Candeias ou Candelária).

3 São Brás, Bispo e Mártir

4 Santo André Corsini, Bispo e Confessor. + Fiésole, 1373. Convertido pelas lágrimas da mãe, torno u- se gra nd e prega do r carme lita, depo is B ispo de Fiésole . S ua carid ade para com os pobres fo i extrema.

gove rn ou os mos te iros de Bell ich e de Santa M aria, em Colôni a. Sua virtude e prudê nc ia le va ra m S a nto Heriberto, Bispo de Colônia, a consultá- la e m todas as suas dificuldades.

6 São Guarino, Bispo e Confessor. + Bo lo nh a, 1159. Cô nego Agostini ano da Santa Cruz, re nomado por sua santidade, fu giu pela janela do convento qu ando qu iseram fazê- lo Bi spo de M o rtári a. Te nd o passado 40 anos de edificante observância religiosa no conve nto de Mo rtá ria, o Pa pa o bri go u- o a ace it a r o Arcebi spado de Pales trin a com o chapéu card inalício.

7 Lucas, o Jovem ou o Taumaturgo, Confessor. + Grécia, 946. Só aos 18 anos a mãe permitiu-lhe ir viver co mo e re mita num mo nte pe rto de Corinto. Co meçou então a atrair mu ltidões. Devido aos inúmeros milagres que operava, fi cou conhec ido como o Taumaturgo.

8

5

São Nicetas, Bispo e Confessor.

Santa Águeda, Virgem e Mártir.

+ França, 6 11. Amigo de São

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Santa Adelaide de Bellich, Virgem. + Alemanha, LOJ 5. Fundou e

CATO LI

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I S MO

Gregório Mag no, restabeleceu a Sé de Besançon, para a Fevereiro de •2002

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Fevereiro: será celebrada pelo Revmo. Padre Davi Francisquini uma Missa nas seguintes intenções:

São Brás

Santa Escolástica

qu a l fora no meado, e qu e após a destrui ção da cidade pe los hun os traslada ra-se para Noyon, na Suíça.

ços Reformados e m Valdepe fí as, co m a provação de Roma, o que lhe causou perseguição e agressões físicas por parte de confrades relaxados.

9 São Nicéforo, Mártir. + Antioquia, 260. Leigo, teve uma desavença com um sacerdote, Sabríc io. Embora proc urasse vári as vezes obter o perdão do sacerdote, este sempre o recusou, mes mo na hora do martírio. Isto fez com que Sabrício fraquejasse e, apesar das admoestações de Nicéforo, apostatasse . Nicéfo ro então declarou-se cri stão e morreu em seu lugar.

15 São Cláudio de la Colombiere + Pa ray- le- M o ni a l, 168 2 . Confesso r e diretor espiritual de Santa Margarida Mari a Al acoque e Apóstolo do Sagrado Coração de Jesus.

16 Santo Onésimo Bispo, Mártir.

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

+ Roma, séc. I. Escravo de Fil e mão, de pois de rouba r seu amo, fu giu para Roma, onde encontrou São Paulo na prisão. O Apóstolo, depois de tê-lo convertido, ma ndou-o de volta a File mão, pedindo a este que não o recebesse como escravo, mas como um irmão (cfr. Co l. 4, 7-9). Segun do São Jerônim o, Onésimo tornou-se pregador do Evangelho e Bispo ele Éfeso, sendo lapidado e m Roma.

Jejum e abstinê ncia de carne, início da Quaresma

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10 Santa Escolástica, Virgem.

11 NOSSA SENHORA DE LOURDES (1858)

12 São Bento de Aniane Abade, Confessor. (v ide seção VidasdeSanlos p. 34)

13

14 São João Batista da Conceição, Confessor. + Córdoba, 16 13. Ingressando na Ordem dos Trinitários, co nstato u com tri steza que suas reg ras prim itivas estavam e m decadência. Por isso fund ou uma casa ele Descai-

Sete Santos Fundadores dos Servitas, confessores. + F lorença, séc. XIII. Estes co me rc ia ntes fl o re ntin os tudo deixara m para seguir a Cri sto, fund ando para isso a Ordem dos Servos de Mari a. Fora m tão uni dos em vida, que são come morados juntos depois ele sua morte.

São Pedro Damião

São Leandro

Santo Osvaldo

Nazianzeno, tornou-se médic o da corte impe ri al d e Juliano, o Apóstata, que tentou pervertê- lo. Por isso, renunciou à sua função e afastou-se da corte, para a qual foi recondu zido pe lo novo imperador.

18

21

São Simão, Bispo e Confessor.

São Pedro Damião, Bispo e Doutor da Igreja.

+ Jeru sa lé m, 107. Filho de Maria C leofas, primo de Nosso Se nhor, sucedeu a Santiago Menor na Sé ele Jerusalém. Avi sado sobre naturalme nte da destrui ção da cidade, saiu com os c ri stãos para Pe la, às margens do Jordão, voltando para estabelecer-se nas ruínas da cidade sa nta destruída. Foi martiri zado sob o Imperador Traj ano.

+ Ravena, 1072. Entrou na Ordem dos Ca maldu lenses . No meado a co ntragosto, e sob pe na de exco munh ão, Cardeal-bispo de Ósti a, deixou mais de 158 cartas, 60 o pú sc ul os, vári as vidas de santos e admiráveis sermões. Sofri a mu ito de .insôni a e de terríveis dores de cabeça, sendo por isso invocado contra esses males.

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Cátedra de São Pedro.

São Beato de Liébana, Confessor.

+ Espa nha, 798. Qua ndo o

22

23 São Sereno, o Jardineiro, Mártir.

Bispo d To led o co meçou a pregar aberta mente a heres ia nestori ana, o monge Beato, do mo te iro de Liébana, e se u am igo o sace rdote Eté ri o, depo is Bi s po d e Osma, ·aíra m a am po para atacá- lo pe la pa lavra e por escritos.

+ Ale manha, 307. Jardineiro, "vivia na solidão, santificando seu trabalho manual com orações e penitências, até ser preso e decap itado por causa ele sua Fé" (do Ma rti rológio Romano).

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São Montano e Companheiros, Mártires.

Santo Euquério, Bispo e Confessor. + Orléans, 743. Logo após ser nomeado B ispo ele O rl ans, co nd e no u a ber ta me nte Carlos Marte! por seu co. lume de apoderar-se dos bens da Igreja para suas gue rras. Foi por isso exilado para olônia, depois Liege, e fi nalme nte para o moste iro de Sain t-Trond, onde terminou santa mente seus dias.

24 + Ca rtago, 259 . Estes sete di scípu los de São Cipriano, quase todos sacerdotes, foram a pr is io nados um a no após seu mestre, torturados e decapitados por ódio à Fé sob o proc urador ro mano Solon.

25 São Cesário Nazianzeno, Confessor. + Constantinopl a, 369. Irmão d o gra nd e São Gregó ri o

26 São Vítor de Areis, Confessor. + França, 610. Dedicou-se ao mini stério sacerdotal por algum tempo, mas logo retirouse para um lugar ermo para entregar-se à contempl ação, ao jej um e à penitência. Sua fam a ele mi lag res logo atraiulhe vi sitantes ilustres, entre os quais o rei.

27 São Leandro, Bispo e Confessor. + Sevilha, 596. Irmão de Santo Isidoro, "encarregado ela f ormação do rei elos visigodos arianos, trouxe ele volta toda a Ig rej a da Espanha pa ra a verdade e unidade católicas" (do Martiro lógio Roma no).

28 Santo Osvaldo, Bispo. + Worcester (Inglaterra), 992. ~ onge be neditin o indicado para a di ocese de Worcester pelo Rei Edgar, por recome ndação de São Dustan. Como B ispo auxil iou este Santo e Santo Ethelwold a revivescer a Religião católica na Inglaterra, encorajou a vida monástica e esco lar. CATO L IC IS MO

• Para que Nossa Senhora tome sob sua proteção maternal, ao longo do ano de 2002, todas as famílias dos leitores, assinantes e amigos de Catolicismo, preservando-os do pecado, da violência, do desemprego e das drogas, que constituem grande pe rigo para crianças e adolescentes em nossos dias. • Pelo cumprimento das promessas de Nossa Senhora de Fátima e para que Ela prepare as almas para bem recebê-las.

Será celebrada a Missa nas seguintes intenções : • Em desagravo ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria pelos pecados praticados no carnaval . • Pelas intenções particulares dos leitores e assinantes de Catolicismo. • Pelos colaboradores, correspondentes e redatores da revista . • Pelos membros da " Aliança de Fátima" e por todos aqueles que têm acompanhado e auxiliado a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!.

Fevereiro de 2002

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TfPs EM AÇÃO

Simpósio de

Ili Simpósio de Estudantes Universitários

S

e rra do Japy, Jundi a í (SP) " Deus vult! Deus o quer! " C om esse brado, os c ru zados res po nderam à co nvocação cio Papa Urbano II pa ra a libe rtação cio Santo Sepulcro de N osso Se nho r Jesus Cri sto elas mãos ele infié is. Hoje, quando a C ri . tanclacle e ncontra-se e nvo lta pelas trevas cio neo paga ni smo, a juve ntude é convocada para novos atos de he roís mo e m defesa ela fé.

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"Não pode haver melhor lugar para o estudo, a rejle.xão e a oraçiio, bem

"A j uventude não f oi f eita para o prazer, mas para o heroísmo!", a firm o u o conhec ido poeta fra ncês Pa ul C la ude l. A proc lamação dos iclea i cató licos e m me io a uma socied ade mate ri a li sta, e ntregue a víc ios e prazeres peca minosos, constitui , e m nos os di as, um verd ade iro ato ele he ro ísmo. Foi com esse es píri to ele fé e ele c ruzada que se rea li zo u a Ili Simpósio de Estudantes Universitários nos di as 15 e 16 de dezembro, na sede campestre da TFP s ituada na Se rra do Japy, e m Juncli a í (SP). Conto u e la com a presença de de legações cios Estado ele São Pa ulo, Ri o ele Ja ne iro, Min as Gerai s e Di strito Federal. O prime iro dia fo i dedicado à vi são ela Hi stó ria di ante cios pla nos ele De us

CATO LICISMO

como para o descanso tanto da alma quanto do corpo, do que nesta aconchegante f azenda" - fo i o que a firm ou um

TFP f osse Ião grande! Nunca pensei que houvesse uma organização Ião f or/e que lutasse pela San/a Igreja!"

dos pa rtic ipantes cio eve nto .

No fin a l desses di as de estudos e m Amparo, e após um saboroso churrasco, os jove ns re uni ra m-se para o e ncerrame nto e m o utra propri edade ela TFP locali zada na Se rra cio Japy (Jundiaí-S P), local o nde ocorri a o utro s impós io, este pa ra estuda ntes uni versitári os (Ve r notíc ia seguinte) . Nas fo tos, duas cenas do s impósio. ♦

"Estava muito desejoso de rnelhor conhecer a vida e a obra bem como o pensamento e a ação do Prof Plin.io Corrêa de Oliveira. Aqui, nestes dias, meu desejo f oi atendido. Fiquei muito admirado com o amor dele à Igreja Católica" - confidenc iou o utro partic ipante. E outro declarou: "Não imaginava que a - seu desenro lar com a C ri ação; o povo e le ito; a Rede nção o perad a por Nosso Se nho r Jesus C ri sto; a fund ação ela Sa nta Igreja; a Idade M édi a, "doce primavera da f é"; a decadê nc ia e adve nto das três revo luções: pro testante, francesa e comunista; a M e nsagem de Ffü ima; os te rríve is cas ti gos e a in sta uração do Re ino de M a ria; a apostas ia fin a l e o fim do mundo. No segundo di a, os partic ipantes foram divididos e m du as turmas: a prime ira, para tratar dos novíss imos cio ho me m .- mo rte, juízo, inferno e paraíso ; à seg unda turma fo i a presentado o te ma ela virtude a ngé lica ela pureza. O e ncerra me nto conjun to de a mbos os s impós ios teve lugar na sede da Se rra do Japy, com as tocantes pa la vras de D. À esquerda: parte do auditório durante a conferência de encerramento do simpósio pronunciada por D. Luiz de Orleans e Bragança

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F

azenda M orro Alto, Amparo (S P) - Essa propriedade agríco la, fo rmad a na época colo nia l, fo i o local esco lhido para o Simpósio de Estudantes de 2° Grau, ocorrido nos dias 14, 15 e 16 ele dezembro p.p. Nessa ocas ião teve lugar um progra ma destin ado à fo rmação mora l e re lig iosa de 30 j o ve ns sec und á ri os prove ni e ntes el e Jundi a í, Olímpi a (SP), ampos cios Goytacazes, Rio de Jane iro ( RJ ), e B ras íli a.

Fevereiro de' 2002

Antes da despedida, foto dos participantes do simpósio

Lui z de Orleans e Braga nça. Este Prín c ipe, C hefe ela Casa Impe ria l cio Brasil , na rro u o modo como conhecera o P rof. Plini o Corrêa de Oli veira, fund ad o r ela T FP. Instou todos os presentes a um a vicia de he ro ísmo e dedi cação a serviço da C ivili zação C ri stã . ♦

pesar da forte c huva, 150 pessoas, e ntre sócios, cooperadores e correspo nde ntes ela TFP sediada e m Ca mpos dos Goytacazcs (RJ), ho me nagearam o Menino Jesus no últi mo Natal, e m ceri môn ia rea lizada. junto ao an lo Presépio mon tado na sede socia l ela e ntidad ', à ru a Sete ele Sete mbro. O alo co nto u com a presença do Revmo . Pad r • Davi Fra nc isquini , q ue deu início à cerimoni a, agradecendo a De us por todas as graças recebid as du ra nte o ano 200 1. O Coral Regina An.gelorum, da Ig reja do Imac ul ado Coração de M aria, cantou vári as músicas 11 a1H linas. Um audiov is ual a lusivo ao a nlo Nata l, com com ·111 ,írios do Prof. PJinio orrêa de O liveira sohr • L'ssa mag na data da Cri La ndacle, seguiuse d · u111a palestra re le mbrando os principais feitos da T FP ao lo ngo do ano passado. Um a nimado ·oquetcl encerrou a comem oração. ♦

Festividade natalina

Nos intervalos entre as conferências, animadas conversas

CAT O LIC ISMO

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TFPs EM AÇÃO

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Www.tl 'ºGaúchos homenageiam a Senhora de Fátima

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is de 200 pesoas reuniram-se m Pa sso d e Monte Alegre (RS) , para assistir a uma confe rê nc ia sobre a atualidade da M ensagem de Nossa Se nhora de Fátima neste novo séc ulo. Durante o evento, organizado pela seção da T FP de Porto Alegre, numerosos partic ipa ntes usa ra m seus trajes gaúchos típi cos - ho me ns co m pilcha e mulheres de prenda.

Acima: cortejo a cavalo acompanha o veículo que transportou a imagem de Nossa Senhora de Fátima

Luzes sobre o Leste Europeu Homenagem a Nossa Senhora de Fátima em Roma ·i sull 'Est (Luzes sob re o Les- associação italiana inspi rada na obra de Plinio Corrêa de Oli ve ira, que conla com a partic ipação de coop raclo r s da TFP do Ujficio Tradizione Fw niglia Proprietà - pro moveu no di a 30 d outubro p.p. uma cerimôni a e n home nagem à image m da Virgem de rfü ima . Esta sagrada image m aca bava d' relorn ar de uma lo nga peregrin ação (d' 1 de ma io a 13 de o utubro, conf"orm' já notic iamos e m nossa edi ção d ' s ' l · mbro/200 1) pe la imensa e re mola r ' >ião siberiana da Rúss ia. A sol ' niclacle f"oi realizada no conhec ido audil lrio A11gustinianum da Cidade El rn a, próx imo à Praça de São Pedro, e onl ou com a presença de Mons. C u todi o/\ lvim Percira,Arcebispoemérito de Lour 'l1ÇO Marques e atua lmente cône o no Vul i ·ano; Mo ns. Jerzy M azur, Bi s po de lrkutsk, Ad mini strado r apo ló li ·o tia ibéria Orienta l; F rei Anto nio Di Monda O.F.M., pregador e profes o r d' T •o lo >ia no Sem in ário cio Benevento; Fr ' i Massimil iano Zangheratti , pro r ,ssor d ' Moral e Teolog ia e secretá ri o- , ·ra l ela o ngregação dos Irmãos rru n ·is ·anos da Imacul ada; e centenas d ' p ·ssoas, entre as qua is mune-

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rosos sacerdotes, reli g iosos e fre iras. O princ ipal orador fo i Mons . Mazur, q ue comoveu os presenles descreve ndo o verdade iro " inverno" espiritua l sofrido pe los povos dom inados pe la exURSS e o papel de Luci su l/ 'Est na difusão da devoção a Nossa Senhora entre ta is popul ações, q ue du rante décadas fora m subjugadas pelo reg ime comuni sta e ate u. À no ite, o brilhante evenlo encerrou-

se na bela e centra l Basílica de San G iovanni dei Fiorentini , com um concerto de música sacra e m honra da Sanlíssima Virgem, comemorando também IO anos ele ativid ades desenvolvidas por Luci sull 'Est na Itá lia e nos países siluaclos além da ex-Cortina de Ferro.

Na foto acima: concerto de música sacra. Abaixo: flagrantes da solenidade efetuada no auditório Augustinianum

Acima: Parte do auditório durante a conferência. À mesa: ao centro, o sócio da TFP Dr. Ildefonso Homero Gonçalves Barradas, tendo à sua direita o conferencista Renato Vasconcelos, e à sua esquerda o Prefeito de Vale Verde, Prof. Roque Eisermann.

À direita: o público presente recebe a imagem com manifestações de júbilo e devoção

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CATOL IC IS MO

Fevereiro

de 2002

e ore In~1~ 1,uc1sull ~

e AT O LIe

ISMO

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Tirol: TESOURO DA EUROPA CENTRAL PLINIO CORRÊA DE ÜUV EfRA

Seriedade, inocência e contemplação sta ndo na Alemanha, em certa ocasião, vi alguns tiroleses andando pela Baviera. Ainda conservo na retina um homem, observado por mim naquela ocasião, qüinquagenário, usando um chapeuzinho meio esverdeado, encimado por uma peninha - o que indicava estar e le disposto a dedicar-se a alguma atividade atlética no campo - e nvergando roupa que não tinha nada de esportiva no sentido atual do te rmo, embora fosse uma veste de campo: um paletozão pesado, de boa qualidade, meias de lãs grossonas, e nfim , tec idos preciosos qua nto à durabilidade. Vêse que aq uela vestimenta fora confecc ionada para durar muitos anos ... Esse home m carregava uns apetrechos - não pude discernir be m, pois não sou perito na maté ria - para caçar borboletas ou pescar. Ia para o campo, muito resoluto, praticar a atividade dele com um misto de seriedade e inocê ncia, que era um verdadeiro e ncanto. E o mais curioso: não é certo que estivesse acompanhado, porque aquele tipo de homem pode fazer uma excursão sentindo-se bem sozinho, e m me io à natureza.

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Pessoas como ele - ainda as há no ambie nte ca mpestre da Alemanha, Itália, Áustria e Suíça - preferem morar no campo a res idir na cidade. No campo, não vivem iso ladas: na maior parte dos casos, a te ndê nc ia de las é formar algo que ex iste pouco no Brasil - a a lde ia, ou seja, um pequeno cong lomerado de casas. E ali e las têm tudo muito bem arranjadinho, seriozinho e e ngraçadinho. Mas de tal ma ne ira que, visto de de ntro, o ambiente em que vivem apresenta certa pequena gra ndeza. De fora, el provoc;a um orriso. Rir delas

e de seu habitat, nunca . Rir, ne se caso, seria pe1feitamente uma safadeza; mas sorrir, sim, e com comprazime nto. É preciso imaginar uma população assim, gostando de ver e de se in teressar por todas as coi as . M as é um in teressar-se che io de dedicação e de amor. Por exempl o, um des es ti role. es pesca, ou então caça borboletas, co m uma espéc ie de dedi cação que o torna capaz ele passar por sacrifíc ios duros, a fim de obter um espéci me raro de borboleta. E isto é fe ito sem a me nor inte nção ele figurar em catá logos, ou qualquer fo rma de concessão ao vedetismo. Ele exerce essa atividade porque o mundo das borbo letas lhe diz a lgo; e em relação ao qual e le dá uma profunda fo rma de adesão. Em outros termos, esse é um povo que aprecia todos os as pectos contemplativos da vida, muito inteligente, de sensibilidade muito fina, muito cantante, muito dançante - mas com inocênc ia - muito j ovial, acolhedor e anali sta, exa minando as coisas a fundo.

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Segundo ele, a vida é concebida da seguinte mane ira: trabalhar, sim, para desfrutar horas de lazer e observar as coisas . interessantes da vida. Dessa for ma, a finalidade da ex istênc ia te rre na consiste e m interessar-se pelo inte ressante; e, volto a insistir, o interessante inocente, tanto quanto ele é possível nas condições humanas. A imoralidade está banida desse uni verso . N. da Redação- TIROL: reg ião alpin a situada na Europa cen tra l, compreenclicla entre a Suíça (ocsI ), A leman ha (sul), Áu stria (leste) e Itáli a (nort e).

À direita: Tiroleses envergando seu pitorescos trajes típicos: c,1sacos multo coloridos e chapéus com plumas

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 3 de abril d 1 73.

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d~~~j Nesta edição

Crimes e pecados . ,.,,

por om1ssao A realidade concisamente

12 •

Entrada da China ria OMC, prejudicial ao comércio exterior brasileiro • Jornalista norteamericano confessa fraudes da mídia

Mãos que se sujam nas imundas águas da bacia de Pilatos empre que se medita na Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, recordamos o extraordinário consolo que foram para Ele o amor de sua Santíssima Mãe, a heroicidade das Santas Mulheres e a volta do Apóstolo Virgem , São João Evangelista, aos pés da Cruz. Mas também vêm-nos à mente três infames personagens: Judas, Herodes, Pilatos - o primeiro O traiu, o segundo O condenou , o terceiro "lavou as mãos". Nos presentes dias, de certa forma, a Santa Igreja é cru cificada, ela que é o Corpo Místico de Cristo. Crucificada quando é traída, condenada ou abandonada. Assim , considerando a "paixão" da Igreja, o modo como ela é atualmente vilipendiada (basta pensar na "autodemolição da Igreja", anunciada por Paulo VI, ou no recente carnaval), ou um católico terá a fidelidade e o íntegro amor a Deus Nosso Senhor e a seus Mandamentos ou, em algo, participará do pecado de algum dos três repugnantes personagens mencionados. Poderá pecar por ato, participando ativamente da autodemolição, ou pecar por omissão , como aqueles que "lavam as mãos" na bacia de Pilatos. Nesse sentido, sirvam-nos de meditação as lapidares palavras de Plínio Corrêa de Oliveira, registradas pelo jornal carioca "O Século", em 24-41932. Há 70 anos. Entretanto, elas parecem retratar a ind a mais a realidade de nossos dias do que a daqueles idos tempos.

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Judas, Herodes, Pilatos "A condenação ele Nosso S nhor Jesus Cristo se fez co m a cu mpl iciclacle prin cipal d t.rês pcrsona ,cns: um traidor, que vendeu por anância; um clésp ta, qu co ne! nou p r cru eldade; e um fun cionári o ro mano, que O abandonou por fraq ueza. 1~ a conjunção destes três senti mentos que se opõe constantemente ao triunfo ela Igreja ele Jes us Cri sto. Os inimi gos declarados cio Catoli cismo. ão os l-l erocles, que não recuam diante elas piores iniqiiiclacles para satisfazer seu ódio implacável contra o Filho ele Deus. Os cató licos que hesitam em tomar partido dec laradamente, cleno-

duelam nt , clcs i ntcr ssada m ntc, h ncs tamcnt , cm pro l el a i greja, são os Jud as que O vendem e imolam à sua ambição. O que não se tem feito por trinta di nheiros ou por um prato ele lentilhas? Os católicos que não querem sacrificar sua comocl iclacle e sua tranqiiiliclacle para se colocar ao serv iço da I greja, quando contra esta se erguem seus mais encarni çados e tremendos inimigos, são os Pilatos, eternamente réus da exprobração e do desprezo ela humanidade; sibaritas indolentes, que preferem consentir na mai s revoltante das inju stiças, a ter - uma vez na vid a, ao m nos - um gesto de energia verd adeira. princ ipalm nte a responsabilidad • tr ·m nela d s crimes p ·acl s por mi são, que se atua l mente em face de 1 afs. . ab rá o Bras il reagir enfim ·ontra o ópio fatal de sua incloI 'l n ·ia mul tissecular? Saberása·udir o jogo avassalador da inérc ia, para voar em defesa dos seus ideais reli giosos? Se não o fizer, estará consumada sua ruína. Se o fizer, estará salvo".

Brasil Real

14 •

Nossa capa: Três focalizações da sagrada face do Crucifixo esculpido em 1630, por Frei Inocêncio de Palermo, tendo sido a escultura concluída milagrosamente. O admirável Crucificado conserva-se no Santuário de S ão Damiano, em Assis (Itália)

Admirável análise da face divina do Crucificado • O Santo Sudário : um quinto evangelho

A perfídia da omissão

Carta do Diretor

4

Discernindo

Página Mariana

28 O

5

Cena da passeata inaugural do li Fórum Social Mundial, Porto Alegre, janeiro-fevereiro/2002

Capa

16 •

Excertos

2

A índole resumitiva do brasileiro • Reforma Agr á ria : denunciado estrondoso fracasso

Entrevista

39 Ato destemido

evita desrespeito à bandeira do Brasil

Nacional

42 li

Fórum Social Mundial: mod eração aparente, tendência anarquista radical

caráter abjeto de Judas lscariotes, o traidor

As invocações da Ladainha de Nossa Senhora

Escrevem os leitores

Santos e Festas do ,nês

SOS Família

31

46

7

Vidas de Santos

TFPs em ação

32 São

48 •

A excelência do convívio entre pais e filhos

A palavra do sacerdote

1 O Esclarecendo

uma aparente contradição

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11 .

Patrício, Patrono da Irlanda - a Ilha dos Santos

Ecos de Fátima

35 •

Pedidos de devotos do Brasil, levados a Fátima • "A Voz de Fátima", focaliza os milagres de Lourdes • Brasileiros opõem -se à indecência na TV

38 cidades visitadas por duas caravanas da TFP • A maior manifestação mundial con tra o aborto: presença da TFP

Ambientes, Costumes, Civilizações

52 Uma

aconchegante pequen a praça de Veneza

Delegação da associação francesa Droit de Naitre na Marcha Pro Life Cristo diante de Pilatos Tintoretto (1566-67), Sala da hospedaria, Escola de São Roque, Veneza (Itália)

e AToLIeIs Mo

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Com a palavra ... o Diretor

PÁGINA MARIANA

Caro leitor,

Excelências da Ladainha Lauretana

Catolicismo tem como tradição publicar todos os a nos, nesta época, matéria sobre a Semana Santa, para que seus leitores possam meditar com fruto a Paixão, Morte e Ressurreição de nosso Divino Salvador. As imagens do Redentor, estampadas na capa desta edição, são de um milag roso Cruci fixo, esculpido de início pelo franciscano Frei Inocêncio de Palermo, em 1630 , e concluído de modo milagroso. Os tocantes comentários a respeito dessas extraordinárias image ns ão de Plinio Corrêa de Oliveira; constituem precioso auxílio para a meditação de Semana Santa, e certamente um meio eficaz para o progresso espiritual dos prezados leitores. Publicamos também nesta edição outra substanciosa matéria: estudos científicos sobre o Santo Sudário comprovam a veracidade da narração evangélica da Sagrada Paixão. Em vista disso, o Santo Sudário passou a ser considerado uma espécie de quinto Evangelho, uma vez que os sinais nele presentes esclarecem e confirmam inequivocamente tanto a descrição feita pelos evangelistas quanto dados da Tradição. Por outro lado, a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo associa ainda o ódio e os ataques que contra Ele se lançaram ao rancor que os maus votam à Santa Igreja, e m nossos dias. O Filho de Deus foi a grande vítima da traição de Judas. Esta começou a germinar com o egoísmo do Apóstolo traidor, cresceu com seu ressentimento e culminou com sua apostasia e pérfida traição. Mas, por que Nosso Senhor escolheu Judas Iscariotes como apóstolo, se tinha conhecimento de que seria por ele traído? Essa questão e várias outras são tratadas em penetrante arti go, e m seqüência às matérias acima referidas.

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Merece ainda ser mencionada a esclarecedora re portage m sobre o II Fórum Social Mundial, recentemente realizado em Porto Alegre. Seu autor, Guilherme da Penha, resumiu e m nossa edição anterior o importante ensaio A pretexto do combate à globalização, renasce a luta de classes - Fórum Social Mundial de Porto Alegre, berço de uma neo-revolução anárquica, pub licado por ocasi ão do início daquele evento, e que denuncia a form ação de uma nova Internacional Comunista. Desejamos a todos boa le itura, e formulamos a nossos prezados leitores votos de uma Santa Páscoa.

Em Jesus e Maria,

9~7 Paulo Corrêa de Brito Filho DIR ETOR

VALDIS

GRINSTEINS

Muitos católicos costumam rezar, após o Rosário, a Ladainha de Nossa Senhora, mas poucos conhecem bem o grande valor teológico e simbólico de suas invocações

S

ábado à tarde, entrei numa igreja de uma pequena cidade do interior. Na penumbra, algumas pessoas que haviam terminado de rezar o Rosário começaram a recitar diversas invocações em honra de Nossa Senhora, seguidas todas elas do pedido "rogai por nós". V árias das invocações são óbvias, nem precisariam de explicações. Por exemplo:

"Santa Mãe de Deus, rogai por nós" ou "Mãe do Criador, rogaipornós". Se Nossa Senhora é Mãe de Jesus Cristo, e Ele é nosso Deus e Criador, é normal invocáLa desse modo. Mas, confesso, eu passaria por um aperto se me perguntassem: por que Nossa Senhora é invocada como Torre de Davi ou Espelho de Justiça? Por que Torre de Davi e não Torre de Abraão ou de Moisés? Qual a origem dessas invocações? Não seria espiritualmente mais proveitoso repetir uma invocação sabendo seu significado? Se amanhã, numa reunião com algum alto dignitário, eu tivesse que dizer algo, preparar-me-ia para não repetir mecanicamente coisas ouvidas sem conhecer bem seu sentido. Quando rezamos, em última análise dirigimo-nos a Deus, superior a qualquer dignitário deste mundo; portanto, devemos procurar entender razoavelmente o sentido das preces que fazemos. É claro que Deus é misericordioso e aceita benignamente as orações feitas com devoção e desejo de agradá-Lo, mesmo se não compreendemos inteiramente o significado delas. Estamos certos de que, se a Santa Igreja colocou em nossos lábios pecadores aquelas orações, é porque elas são agradáveis a Deus. Mas o próprio desejo de agradar a Deus deve levar-nos a procurar entender com profundidade o significadõ daquilo que Lhe dizemos, e com isso, também tornar mais eficaz o pedido que fazemos. Assim sendo, vejamos a procedência de algumas invocações da Imagem de Nossa Senhora sob a invocação de Sede da Sabedoria

Ladainha Lauretana, o que certamente resultará em aperfeiçoarmos nossa vida espiritual. Para isso ajudou-me muito o livro Na escola de Maria, de autoria de André Damino (*).

Origem das ladainhas A palavra ladainha vem do grego e significa súplica. Mas desde o início da Igreja ela foi utilizada para indicar não quaisquer súplicas, mas as que eram rezadas em conjunto pelos fiéis que iam em procissão às diversas igrejas. Há, naturalmente, numerosas ladainhas, dependendo do que é pedido nas diversas procissões. Quando a casa na qual morou Nossa Senhora na Palestina foi transportada milagrosamente para a cidade de Loreto (Itália), em 1291, a feliz novidade espalhouse rapidamente, dando início a numerosas peregrinações. Com o correr do tempo, uma série de súplicas a Nossa Senhora foi sendo composta pelos peregrinos que ali iam, os quais A invocavam por seus principais títulos de glória. Posteriormente essa ladainha era cantada diariamente no Santuário, e os peregrinos que de lá voltavam a popularizaram em todo o orbe católico. Chama-se lauretana por ter sua origem em Loreto. Algumas invocações têm sido acrescentadas pelos Papas ao longo dos tempos, outras são agregadas para honrar a proteção de Nossa Senhora a alguma Ordem religiosa, como fazem os carmelitas, os quais rezam a ladainha Iauretana carmelitana, com quatro invocações a mais. Mas o corpo central das ladainhas permanece o mesmo.

Composição da Ladainha No início da Ladainha Lauretana, as invocações não se dirigem a Nossa Senhora, mas a Nosso Senhor e à Santíssima Trindade, pois dizemos Senhor, tende pi-

C ATO L IC ISMO

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ti

. .S.. O. . . S. .. edade de nós, Jesus Cristo, ouvi-nos, etc.

' o Fi Depois invocamos o Padre Eterno, lho e o Espírito Santo. Por quê? Tudo em Nossa Senhora nos conduz a seu divino Filho, e por meio dEle à Santíss ima Trindade, que é nosso fim último. l sto é algo que os protestantes não entendem ou não querem entender: M ari a Santíss ima é o melhor caminho para se chegar a Deus. Após essa introdução da ladainha, seguem-se três invocações, nas quais pronunciamos o nome da Virgem (Santa M ari a) e lembramos dois de seus principais privilégios: o ser M ãe ele Deus e Virgem elas virgens. A seguir, há um grupo ele 13 invocações para honrarm os a M aternid ade ele Nossa Senhora, e outras seis para honrar sua Virgindade. Em seguida, 13 fi guras simbólicas; quatro invocações de sua miseri córdi a e, fin almente, 12 invocações cl Ela enquanto Rainha glori osa e poderosa. Em geral , é no grupo elas 13 invocações com fi guras simbólicas que surgem as maiores cliliculclacles ele compreensão. Nossa civili zação fec hou-se para o simboli smo, e aquilo que poderi a ser até evidente em outras épocas, hoj e ficou obscurecido pelo exc lu sivismo concedido ao espírito prático. A própri a vicia contemporânea contri bui para isto. A ssim, por exemplo, como explicar ou ressa ltar, a pessoas que fi cam fechadas em cidades fe ias e peri gosas, a beleza ele uma estrela? [gualmente, o ritmo de vicia corrid a e excitante ele hoj e não favorece a med itação ou a contemplação elas marav ilhas ela cri ação. Alguns significados Vej amos então o significado destas 13 invocações simbólicas. Espelho de Justiça - Ju sti ça, aqui , entende-se em seu sentido mais amplo ele santidade. Nossa Senhora é chamada assim, porque Ela é um espelho ela per feição cri stã . Toda perfe ição pode ser admi rad a nEla, do mesmo modo como podemos admirar uma luz refl etid a na água. Sede da Sabedoria - N osso Senhor Jesus Cri sto é a Sabedori a, pois, enquanto Deus, tud o sabe e tudo conhece. Ora, Nossa Senhora durante nove meses encerrou dentro ele si seu di vino Filho; Ela f oi, portanto, a sede ela Sabedori a. E continua a sê- lo, pois é nEla que encontramos infali velmente a Nosso Senhor. Causa de Nossa Alegria - a verd adeira alegri a não é o r iso . Rir mui to nem sempre significa fe licidade. É muito mais fe li z a mãe carregando amorosa mente seu filh o ci o que um papalvo que ri à-toa. E a

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e AToLIe Is

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maior alegri a que um homem pode ter é a de sa lvar-se e estar com D eus por toda a eternid ade. Ora, antes ela vind a ele N osso Senhor, o Céu estava fec hado para nós. Foi o sacrifício ci o Ca lvári o que nos reconcili ou com o Cri ador e nos proporcionou a verdad eira e etern a fe li cidade. Como fo i por meio ele Nossa Senhora que o Redentor ela humanidade veio à Terra, M ari a Santíss ima é, pois, a ca usa ele nossa mai or alegri a. Vaso Espiritual - N ada tem mais valor do que a verdadeira Fé. Na Paixão e M orte ele Nosso Senhor, quando até os Apóstolos du vidaram e fugiram, fo i Nossa Senhora quem reco lh eu e g uard o u, como num vaso sagrado, o tesouro da Fé inaba lável. Vaso Honorífico - Em nossa época, a honra quase não é considerada. Pelo contrári o, mu itas vezes a fa lta de caráter e a sem-vergonhice são louvadas. M as a honra e a glóri a, na realidade, valem muito. E Nossa Senhora guardou cuidadosamente em sua alma todas a graças recebidas, e manteve a honra ci o gênero humano decaído. Se não tivesse ex istid o N ossa Senhora, fi cari a faltando na cri ação quem representasse a perfe ição da criatura, fi el até o ex tremo heroísmo. Vaso Insigne de Devoção - Devoto quer di zer dedicado a Deus. A cri atura que mais se dedi cou e viveu c m função ele Deus fo i Nossa Senhora, lendo-o rea li zado de fo rm a tal, que melhor é im possíve l. Rosa Mística - A rosa é a rai nha elas fl ores. É aquela que possui ele fo rm a mais definid a e esplêndida tud o quanto carateri za uma fl or. I gualmente Nossa cnhora, no campo ela vida espiritu al ou mística, possui de forma mais primorosa Ludo aqui lo que representa a pcr f'c içã . Torre de Davi - Lemos na Sagrada Escritu ra que o rei Dav i tomou a fo rtaleza ele Jeru salém dos j ebuscus e ed i ficou a cidade em torno dela. " E Davi habitou a

fo rtaleza, e por isso se chamou cidade de Davi " (Para lipô menos, 11 -7). Naturalmente, o rei Dav i fo rtifi cou a cid ade, para torn á- la inex pugnável, e a dotou ele forte guarni ção. A Igrej a Católica é a nova Jeru sa lém, e nela Lemos uma torre ou fortaleza que nenhum inimi go pode invadir ou destruir, que é N ossa Senhora. Ela consti tui o ponto ele maior res istência e melhor defesa. Por isso, nes ta invocação honramos a N ossa Senhora reconhecendo que nunca houve, nem haverá, quem melhor protej a os fié is e defenda a honra de Deus cio que Ela. Torre de Ma,jim - O marfim é um

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materi al que tem cara terísti cas ra ras na natureza. Ele é ao mesmo tempo muito forte e mui to claro. I gualmente N ossa Senhora é mui to fo rte espiri tualmente, a maior inimi ga dos inimi gos de D eus, e de uma pureza alvíss ima. A ssim Ela contrari a a idéia fal sa de que as coisas ele Deus devam ser sempre muito doces, suaves e fracas, ou que a verd adeira fo rça têm-na os impuros. Casa de Ouro - O ouro é o mais nobre cios metai s. Por isso, sempre que deseja mos dar alguma coisa que sej a insuperável, a oferecemos em ouro - uma medalha de ouro numa competi ção, por exempl o. Se ti véssemos que receber o próprio D eus, procuraríamos fa zê- lo numa casa que não fosse superável, neste senti do uma casa de ouro. E a Virgem Santíss ima é a casa de ouro que acolheu Nosso Senhor quando veio ao mundo. Arca da Aliança - N o A nti go Testamento, na A rca ela A li ança ficava m guardadas as tábuas ela lei dadas por Deus a M oisés e um punhado do maná recebido mil agr sa mente no deserto. Por isso ela lembra va as promessas e a proteção de D us. Nossa Senhora é, no N ovo Testamento, a Arca da Ali ança que protege o povo eleito ela Igrej a Cató lica e lembra as infinitas mi seri córdi as de Deus. Porta do Céu - N ossa Senhora é invocada desse modo, pois fo i por meio d Ela que .Jesus Cri sto veio à Terra, e é por Ela que nos vêm Iodas as graças, as quais têm como fin alidade nos levar ao Céu, nossa morada etern a. A ssim, Ela favorece nossa entrada no Céu, como a porta favorece a entrada num local. Estrela da Manhã - Pouco antes ele nascer o sol, quando a escuridão é maior e vai começar a clarear, aparece no hori zonte uma estrela de maior luminosidade. Depois, quando as outras estrelas desaparecem na clarid ade nascente, ela ai nda permanece. A ssim foi Nossa Senhora, pois seu nascimento significava que logo na ceri a o Sol ele Justi ça, Nosso Senhor .le ·us risto. E quando a Fé se perdi a até entre o povo eleito, Ela continuava a acr ditar e esperar. Ela é o modelo ela perseverança na provação e o anúncio ela L u:t, que virá. Te mos ass im, resum idamen te, algumas ex plicações das in vocações ela Ladainha Laur tana. Espcr mos que a compreensão d las nos ajude a rezar com maior fervor tüo 111 'ri t ria ração. ♦

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A ndr 1 111nin o, Na escola de Maria, Ed . P111 ili11 11s, ,1" ·di ção, São Paul o, 1962.

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Família .

A indispensável presença materna junto aos filhos ''A virtude passa facilmente do coração das mães ao coração dos filhos"* emos tratado nestas pág inas ci o uanto é noc ivo a uma famíli a, parcularm ente à mulher, o fato de a m ãe ser obr igada a uma l o nga j ornada de trabalho fora do lar. Hoj e procuraremos ex por os graves m alefíc ios que tal circunstânc ia - muitas vezes imposta pelo corre-corre da vici a modern a acarreta aos fi lhos . Se a mãe de família passa o dia fora do lar, a crian ça fi ca em casa, lo nge do indi spensá vel o lhar maternal e, em mu itos casos, aos cuidados da "babá eletrônica ", a nefasta TV imora l. Ou então ela perm anece em creches, edu cand,1 ri os, j ardins de infâ nc ia e congêneres. E isso altera po nclerave lmente a form ação e o caráter da cri ança.

Comprovação científica Confirmando essa tese, c i ta remos algun s rece ntes estudos c ientíficos reali zados no mundo ang lo-saxão. [sto porque, apesar de termos feito um a exaustiva pe qui sa sobre o mesmo tema aqu i no B ras il , apenas encontramos estudos superficiais, questionáveis, e que não nos pro po rc io naram elementos sufi c ientes para chegar a uma conclu são séri a e bem fundamentada. A ss im, primeiramente, menc ionaremos o quotidi ano britâni co " The Te legraph", de 4-2-2001 , que publi cou abali zado estudo elaborado pela Uni versid ade de Essex. Tal es tud o co mprova quanto é fraco o desempenho nos exames escolares das cri anças que passaram sua primeira infância (ele zero a três anos) e a segunda infâ nc ia (de três a sete

anos) num escasso conv ív io co m suas mães, devido à necess idade de elas trabalharem o dia inteiro fo ra do lar. O utra matéri a a respeito fo i publica da no "Financ ial Times", em 16-5-2000, divulgando estud o do Nalion.al Bureau of Econ.om ic Resea rch (Ca rolin a do N or te) . Também es te dem onstra que, para um primoroso rendimento escolar das cri anças, nada melho r que a presença m atern a nos primeiros anos delas. O autor desse estud o, Chii sto pher Ruhum , mostra ainda que, se a mãe passa muito tempo ausente do ambiente domésti co, o dese mpenh o intel ec tu al da cri ança norm almente será in feri or. Ruhum , após cuidadosa observação que envolveu quatro mil cri anças norteameri canas, conc luiu sua pesqui sa apon-

As crianças cujas mães permanecem

em casa, para estar com elas, desenvolvem-se melhor

tando para o fa to de que estas têm maior difi culdade de se comunicarem verbal mente, bem co mo de terem uma boa leitura, se passaram sua primeira in fâ nc ia privadas da convivência matern a. Por isto o autor aconselha aos pais, que são obri gados pelas necessidades a lo ngas j ornad as fora de casa, que procurem estar o maior tempo possível junto aos filhos, antes de partirem para o trabalho; e depo is, ao retorn arem .

Desenvolvimento superior Outros estudos co mprovam aind a m ai s a tese ex pos ta. D eles obtivemos

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algumas referê ncias publ icadas pelo "The Times", de 14-3-2001 : ' "Os meninos cujas mães ou pais permanecem em casa, para estar com eles, desenvolvem-se melhor do que aqueles cujos pais trabalham fora de casa. Este melhor desenvolvimento supõe: melhores qualificações escolares, menores índices de desemprego e de stress durante a vida. O estudo, fi nanciado pela Joseph Rowntree Foundation, examinou os efeitos que o trabalho dos pais tê m no desenvolvimento dos fil hos. Descobriuse que o trabalho de tempo integral ou parcial dos pais, especialmente da mãe, durante os primeiros cinco anos da vida da criança, pode afetar seriamente seu posterior desenvolvimento. Esse estudo estimul a os pais a dispender mais tempo com seus filhos pequenos, incluindo licença-maternidade mais dilatada e também licença-paternidade. O Professor John Ermisch, co-autor do estudo, assinala que, se os pais passam apenas uma curta estadia com seus filhos, antes de eles entrare m na escola, podem ocorrer conseqüências a longo prazo. Esti mular os pais a gastar mais tempo com suas crianças pode ser um justificado investi mento para o fu turo. Outra pesqu isa, conduzida pelo lnstitute for Social and Economic Research, investigou a influência do trabalho dos pais no desenvolvimento econômico de 800 meninos. Resultado: aquelas crianças cujas mães não trabalharam fora durante os primeiros cinco anos dos fil hos têm 12% mais possibilidades de obter altos níveis acadêmicos do que aquelas cujas mães retornaram ao trabalho após os 18 meses de vida do filho".

maior do que os bebês que passam a maior parte de seus primeiros meses com suas mães. Os autores concluíram também que as criancinhas que chegam a passar mais de 30 horas por semana com terceiros são mais difíceis de se contentar e mais desobed ie ntes, alé m de sere m mais agressivas e exigentes. Um dos principais pesqu isadores desse estudo, o psicólogo Jay Belsky, resumiu: "Quanto mais tempo as crianças fica ram aos cuidados de terceiros, mais prvblemas de comportamento tiveram . .... Nos itens rebeldia, briga, implicância, maldade, exigência e tagarelice, elas obtiveram índices mais altos" 1•

Alcoolismo e drogas Por fim , com a fi nalidade de incentivar os pais a estar mais tempo junto aos filhos, apresentamos o resultado de uma importante pesquisa realizada pelo National Center on Addiction and Substance Abuse. Ela atesta que os jovens que passam pouco te mpo com os pais, e aqueles que não costumam fazer suas refeições em família, mais dificilmente resistem ao consumo de drogas e ao abu-

Influência na conduta O mais surpree ndente e completo estudo sobre a conduta infa ntil - a maior pesqu isa feita a longo prazo foi realizado e m 1Ocidades dos Estados Unidos, com o financiamento do National Institute on Chi/d Care and Human Development (uma divisão do Instituto Nacional de Saúde). Demonstra ele que os bebês que passam a maior parte do tempo com babás, ou em creches, são mais propensos a ter problemas de comportamento, numa proporção três vezes

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so de bebidas alcoólicas. A recíproca é verdadeira: têm o dobro de possibilidade de re i tir à droga e ao álcool os adolescentes que habitualmente almoçam ou jantam com os pais à mesa2 . *

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Os dados acima con tituem apenas uma exposição abrev iada das informações que coletamos, mas já sufic ientes para tornar evidente a necessidade da presença materna junto às crianças. Di spomos, contudo, de outros estudos confirma ndo essa mesma tese. O senso e o amor mate rno, be m como a intuição inata de uma mãe, proporcionam-lhe uma percepção clara e superior a qualquer estudo acadêmico; ela não necessita, portanto, de comprovação científica para dispensar a mais aprimorada educação intelectual, moral e religiosa a seus filhos. As pesquisas, entretanto, são úteis para opor argumentos adequados a certos movimentos femini stas radicais. E reafirmam, ademais,

0 111al do católico é a 0111issão''

ebe mos urria carta que apresenta lúcida apreciação avassaladora crise que hoje assola a instituição foliar. Cri se esta que ve m corrompendo a juventude, separando os casais e destruindo a família. A missiva é de autoria de uma leitora de Catolicismo, a Sra. Benedita S. M artini (SP). Revela uma visão penetrante da catastrófica situação atual, e por isso julgamos oportuno transcrevê-la abaixo:

R;

As crianças que passam a maior parte do tempo em creches são mais propensas a ter problemas de comportamento

Maternidade em Ciociaria - Publio De Tomasi, segunda metade do séc. XIX, Pinaco-

teca da via Giulia, Roma. O desvelo materno da camponesa italiana

está muito bem representado no quadro.

o quanto depende uma criança do olhar, do carinho, do amparo, da virtude, do exemplo da boa mãe, que modela seu fi lho no dia-a-dia de um intenso convívio fam iliar. Esta última consideração faz- me recordar, comovido, o dito singelo de uma virtuosa e boníss ima mãe. Ela defi nia o convívio fami liar com estas simples, mas quão eloqüentes palavras : "Viver, meu filho, é estar juntos, olhar-se e quererse bem" 3. ♦

Notas:

*

Cônego Françoi s Trochu. 1. "The New York Times", 20-4-0 1. 2. C fr. "The Washin gton T imes" , 22-2-0 1. 3. Dona Lucí l ia Ribeiro dos Santos Corrêa de Oli veira , ex tremosa mãe do in spirador e principa l colaborador de Catolicismo , o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira.

Nos tempos atuais, a separação de casais se faz com espantosa freqüência . Talvez não seja espanto para a juventude de hoje, que não conhecem os velhos tempos , e para os 'coroas' que querem dar uma de atualizados. Eles, da ' velha guarda', responsáveis em salvaguardar os princípios e os valores morais , deixando-se levar pelas ondas de descrença , abandonando a religião e , conseqüentemente, o temor de Deus, para viverem a paixão da carne. A liberdade sem limites que muitos pais (por comodismo) dão aos seus filhos, permitindo mesmo que venham a se relacionar [sexualmente] em suas casas . Amor livre sem responsabilidade . Se por um descuido a moça fica grávida, não titubeiam em se livrar do feto indesejado , e mais um pecado se soma ao primeiro : o assassinato torpe de uma vida que mal começou . Isso se vê em famílias que se dizem católicas, e justificam que a vida de hoje é a s sim mesmo . Não percebem que tanto seus filhos como eles, pais, estão atolados em pecado. Nada de espiritual, tudo materializado, e o resultado aí está: caminhamos para a desagregação social , que ameaça contaminar todo mundo, instalando medo e insegurança nas pessoas sem fé . Os jovens casais que querem encontrar a felicidade na união, saibam que Deus nos criou e nos privilegiou com um raciocínio superior aos animais. É uma afronta a Ele ver os homens se acasalando como animais inferiores, gerando filhos bastardos sem a sua bênção e proteção. O mal do catól ico é a omissão , o medo de ferir a sensibilidad e do próximo falando-lhe a verdade ; e pior ainda quando , desejando lhe ser amável , se torna conivente com a atitude errada do outro . Para sermos conselheiros , é necessária muita psicologia. Mas quem está sempre de 'antena' ligada no Céu , o Esp írito Santo o assis e e põe-lhe as palavras certas em sua boca. Só se fa z instrumento de Deus quem reza muito e segue religiosamente suas leis . Jesus rezava e quem o segue não pode deixar de orar. Precisamos, urgente , salvar a família para termos uma sociedade sadia .

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Palavra

siCerdote

Pergunta Notei uma aparente contradição entre um trecho do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, ele São Luís Maria Grignion de Montfort, e A palavra do Sacerdote de julho ele 2001. Nesta última, o Sr. Cônego escreve: "Deixamos ao cuidado cio leitor repassar o episódio da Ceia ele Caná, cm que Nosso Senhor também chamou sua Mãe de Mulher, l)ara constatar que nada havia ali de menos respeitoso ..... Tal exercício valerá como saborosa meditação sobre a imensa ternura e intimidade cio relacionamento de Nosso Senhor com sua Mãe Santíssima". E no livro ele São Luís Grignion, n" 5 da Introdução, encontramos: "Maria é a Mãe admirável cio Filho, a quem aprouve humilhá-la (grifo nosso) e ocultá-la durante a vicia para lhe favorecer a humildade, tratando-a de mulher- Mulier- como a uma estrangeira, conquanto cm seu Coração a estimasse e amasse mais que todos os anjos e homens". Minha 10

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dúvida é a seguinte: atinai, ao tratar sua Mãe por Mulher, Ele a estava humilhando ou agindo de acordo com os costumes da época e da região? Resposta O meu prezado leitor se sente embaraçado ao nota r uma "a parente contradi ção" entre o que escreveu o sacerdote que redige esta seção e o grande Santo - de cujo reconhecimento como Doutor da Igreja se tem cogitado ultimamente - autor cio inigual,1vel Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Vúgem. Mais perplexo talvez fique ao saber que a opinião ex pendida na referida Palavra do Sace rdote não é opini ão pessoal do autor, mas res posta co mum de apo log istas (polemi stas qu e defendem a doutrina católica) e exegetas (que interpretam as Sagradas Escrituras) a essa cli fi culcl acle freqü entemente levantada por objetores. Ent ão o problema é mais compli cado do qu parece à prim ira vista: pode haver tais divergências - não só apar ntcs, c mo também reais! ntrc o 1ue ensinam t ólogos atóli cos ele alto renome e o que pregam os antos? É preciso aq ui considerar que a R vclação feita por Deus aos homens está toda ela contida na Sagrada Escritura ou na Tradi ção, e é infa líve l porque Deus não mente. E a Sa nta Igreja Católica é a depos itári a e Porta-voz desse imenso tesouro ele fé ele va lor infinito. Entretanto, essa Revelação infa lível, ao ser transmitida aos homens, tem ele se adaptar às co ntin gências el a lin guagem humana, sujeita a obscuridades e imprec isões. E aq ui entra o nobre papel cios teó logos católi cos, procurando interpretar e esclarecer aquilo que, à pri Março de 2002

meira vista, pode oferecer di fi culdade para um reto entendimento. Como também é papel dos teólogos tirar elas verdades reveladas co nclu sões que se apliqu em às diversas co ntin gências cio pereg rin ar dos homens sobre a Terra. Isto forma a teologia cató li ca, um maravilhoso conjunto ele verdades, suas interpretações e suas conseqüências lógicas.

Dogmas e verdades da Fé É tal a solidez cios princípios católi cos, tão imponente o ed ifício doutrinário ela Igreja, que os fiéis são levados a ac har qu e não pode haver a mínim a di screpância entre o que ensinam os grandes Santos e Doutores, co mo até o mais humilde catequi sta. Isto é vá li do para as verdad es el e Fé propostas pela Igrej a co mo dog 11ws: neste ponto não I ode rea lmente haver discrepâncias, e basta nega r - ou só me mo pôr em dúvida com pertin ác ia - apenas um dogma ela Fé para a pessoa ser exc luída ela Igreja (exco mungada). Há uma assistência es pec ial ci o Es pírito Santo para que a Igreja, enquanto tal , não ca ia em erro. Poi s Ela não é apenas a guardi ã da verdade revelada, mas também sua intérprete infalível , ele maneira que, quando a lgreja declara oficialmente um dogma ele fé, este não contém nenhum erro. Há, porém, outros pontos que alcançaram tal consenso entre os teólogos, que são considerados co mo verdades de Fé, mas ainda não foram decl arados dogmas. Neste caso, essas verdades elevem ser reverentemente acatadas, e nin guém pode negá- las sem cometer pecado por temeridade, a menos que seja um autorizado teólogo que apresente seus argumentos cm círculos ele alto

nível, e evite di scuti -los publi camente. Outros pontos, co ntudo, não chegaram a adquirir esse estágio ele consenso entre os teólogos, mas estão próx imos di sso, razão pela qual são considerados verdades próxim.as da Fé. São pontos que cam inham para se tornarem verdades de Fé. Um católi co ele bom espírito as aceitará, portanto, clocilmente, sem levantar dúvidas temerárias. Num grau abaixo estão as teses ainda em discussão entre os teó logos . Por exe mpl o, quando Pio Xll proclamou o dogma ela A. sunção ele Nossa Senhora, declarou que Ela está no Céu em corpo e alma, porém não definiu o ponto controverso, se Nossa Se nh ora morreu ou não . Embora a corrente majoritária hoje em dia opte pela tese ele que Ela efetiva mente passo u pela morte, porque ass im se tornava mai s semelhan te a seu Divino Filho, a outra corrente tem bons argumentos para sustentar que não morreu, porque isso condi zia mai s com sua im acul ada conceição e di gnidade ele Mãe ele Deus. Hes itand o entre as duas teses, os teólogos cles igna m prud ente me nte o fato como a Dormição de Maria, mes mo porque, se Ela morreu, tal se deu tão se renamente como alguém que entra num sono tranqüil o! Quanto à interpretação ele numerosos pontos da Sagrada Escritura, os exegetas nem sempre coincidem. Os estudos prosseguem, e daí vão decantando - às vezes ao longo ele séculos - novos consensos que são propostos aos católi cos, com mai or ou menor grau ele certeza, pelo Magistério da lgreja. Não se pode deixar ele admirar a sabedoria ela Igreja que se manifesta nessa gradação elas verd ades qu e propõe à

aceitação cios fi éis, desde os dogmas inques ti onáve is até meras hipóteses teo lóg icas, livremente di scutíveis. Evidentemente exc luímos ele nossa aprec iação os chamados "teó logos progress istas", que passaram a fazer afirm ações contrárias à doutrina sempre ensin ada pelos Papas e pelos Doutores da Igreja. Estes constituem um corpo estranho dentro ela Igreja, e suas afirm ações não podem ser consideradas como teologia católica. Al guns deles até já se afastaram ostensivamente ela Igreja, como é o caso cio ex- frei Leonardo Boff (agora atendendo pelo nome ele Genés io Darci); outros continu am dentro d Ela, mas preocupados em fazer valer suas opini ões pessoa is, e não o ens inamen to católico. Tais teó logos - "os progress istas" - são os descendentes e herdeiros cios "moderni stas (tal é o nome que vulgarmente e com razão chamados) que com astuciosíss imo engano costumam apresentar sua s doutrinas " .... " Não se afastará, portanto, ela verdade quem os tiver co mo os mai s perigosos inimigos ela Igreja. Estes em verdade, como di ssemos, não já fora , mas dentro ela Igreja, tramam seus perniciosos conselhos, e por isto, é por assim dizer nas própri as veias e entranhas dela que se acha o peri go, tanto mai s ruin osos quanto mais intimamente eles a conhecem" (São Pi o X, Encíclica "Pascencli", nº 3, 4 Documentos Pontifícios, nº 43, Edi tora Vozes ele Petrópoli s).

As bodas de Caná É o momento ele ana li sarmos a ce na das núpc ias ele Caná, assim desc rita no Evangelho ele São João (2, 1- 11): "Celebraram-se umas núpcias em Caná ela Ga liléia, e encontrava-se lá a Mãe ele Jesus.

Fo i também convidado Jesus co m seus discípulos para as bodas. E fa ltando o vinho, a Mãe ele Jesus disse- lhe: Não têm vinho. E Jesus disse- lhe: Mulher, que nos importa isso a mim e a ti ? Ainda não chegou a minha hora. Disse sua Mãe aos que serviam: Fazei tudo o que ele vos disser. Ora, estavam ali seis talhas ele pedra, preparadas para a purificação judaica, que levavam cada uma duas ou três metrefas [medida de volume i. Disse-lhes Jesus: Enchei as talhas ele água. E encheram-nas até em cima. Então disse-lhes Jesus: Tirai agora e levai ao arquitriclino Io enca rregado ela festa"I. E eles levaram . E o arquitriclino, logo que provou a ág ua co nve rtid a e m vinh o, como não sabia ele onde lhe viera, ainda que o sabiam os serventes, porque tinham tirado a água, o arquitriclino chamou o esposo, e di sse- lhe: Todo homem põe prim e iro o vinh o bom, e quando (os convidados) já têm bebido bem, então lhes apresenta o inferior; tu, ao contrário, tiveste o bom vinho guardado até agora. Por este modo deu Jes us princíp io aos seus milagres em Caná ela Galiléia, e mani festou a sua glóri a, e seus discípul os creram nele".

A intercessão de Nossa Senhora A expli cação comum dos pol emi stas católi cos é que na res posta ele Jesus a sua Mãe nada há ele desrespeitoso. Nosso Senhor quer tomar di stância cio acontecimento e adota um tom nobre e so lene: "Mulhe1; que nos importa isso a 111i111 e a ti ? Ainda não chegou a 111i11ha hora" . 1nspiracla pelo Espírito Santo, Nossa Senhora entende que é chegad a a hora de iniciar e dar a conhecer sua mi ssão ele intercessora. Por isso maneia que os servos faça m o que Jesus lhes or-

clenar. Segue-se o milagre estupendo. A interpretação cios exegetas é unânime (inclusive, obviamente, ele São Luís Gri gni on no Tratado, n"' 19 e 198): em atenção ao pedido ele sua Mãe, Jesus adiantara a sua hora que, segundo acabava ele declarar, ainda não hav ia chegado. A glorifi cação ele Mari a não podi a ser mai or! Por que, então, São Luís Gri gni on di z que Jes us quis humilhá-la, chamando-a "Mu lhe1; como a uma estrangeira "? É uma liberdade que escritores e oradores sacros costumam tomar, iso land o um a frase do seu co ntex to , para melh or fazer co mpreender o tema mora l ou espiritual que estão ex planando. No tema focali zado por São Luís Grignion - que consistia em mostrar como Jesus manti nha Maria oculta aos olhos cios homens, para favorecer sua humi ldacle - a resposta ele Jesus ( "M11lh e1; que nos importa isso a mirn e a ti"!") parecia servirlhe como exem plo ele humilhaçf~o (cumpre, em todo caso, não confundir hwnillwção com desrespeito, pois, como dizia Santa Teresa, a humildade é a verdade, e Nosso Senhor estava apenas lembrando a sua Mãe que somente a Ele cabia decicl ir a hora ele manifestar sua d iv indacle operando milagres).

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As bodas de Caná Marten de Vos (1596-97), Catedral de Antuérpia (Bélgica)

Num episódio altamente glorioso para Maria, São Luís Grignion destaca, pois, uma frase que considerava ir no sentido ele sua tese, isto é, realçando-lhe a humi Idade. Contudo, preva lece entre os exegetas a ex plicação segundo a qual o uso ela ex pressão Mulh er é um modi smo ori ental , que se ap lica também üs pessoas mais queridas e dignas de res peito. Tal di sc repância não desmerece, em absoluto, São Luís Gri gni on, nem inva1ida sua tese, que é perfe itamente verdadeira. Ali ás, no próprio Tm1ado , já em outro contex to, o mesmo São Luís Gri gni on contrapõe as amarguras que Mari a Sa nt íssima so freu no Calvá ri o i1s al egri as que Ela sentiu nas núpcias de Caná (n" 11O)! São liberdades literária s que, como di ssemos, um orador sacro (e também não sacro) pode tomar, para melhor ex por o seu tema. Essa fl ex ibi Iidade ele espírito é normal numa alma católi ca, ao contrári o cio rac ionali smo protestante, que é hirto e inflex ível.

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Mídia: distorções e mentiras

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Pornografia: torpe e rendoso negócio nos Estados Unidos

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govern o C linton permitiu à indú stri a porn ográfi ca tornar-se a potência que é hoj e - o negóc io mais rentá vel dos Estados U nidos ( 10 bilhões de dólares por ano). É mais rentável do que pizza por telefone. Os magnatas da pornografi a estão mui to preocupados com a po sibilidade de urn a ofensiva da ad mini stração Bush contra a indústri a porn ográfi ca e as corporaçõe:\' nela envolvidas. Com panhi as corn o a AT&T argu mentam que são como urna agên-

cia postal, que entrega o que as pessoas pedem. Não vêem nada de ilegal ou de mal no que fazem, atendendo a um pedido popular!... Fingem não perceber que fac ili tar às cri anças - e também aos adultos - o acesso a materi al pornográfi co, na T V a cabo e pela Internet, é um abomináve l ato de corrupção mora l. ♦

Na França: legislação desintegra a família ------------

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a França, o artig o 20 3 do Código Civil foi criado supo stamente para garant ir aos jovens os meios de t erminar os estudos. Só no ano retrasado, 1.824 jovens processa ram os próprios pais para obter uma es péci e de m esada compulsória, com vistas a concluir os estudos . Anualmente o número de processos v em aum entando . "É a Justiça patrocinando a desintegração da família", recl am a Hil lary Rocca, c asada com o eng enheiro Patri ck Rocca e m oradores na cidad e de Grenobl e. Há doi s anos o ca sal foi processado pelo fi lho Eric, de 2 1 anos . Estud ante d e ciências soc iais, o rapaz sa iu de casa ac usando a família de "falta de m a turidade pol/tica ", ent re outras coi sas . Depois de ficar três m eses hosped ado na casa da namorad a, processou os pais e ganhou o direito de rece ber o eq uiv alente a mil rea is por m ês. Hoje, Eri c só fa la co m os pa is po r meio de advogados! A ssim , a institui ção da família , já profund am ente aba lada, sofre mais um sé ri o golpe: a autorid ade dos pais f ica ainda mais dimi♦ nuíd a po r essa desca bida interf erência estatal.

stá causando fu ror em círculos da míd ia americana o li vro do jornali sta Bernard Goldberg - Preconceito - Um conhecedor da CBS mostra como a imprensa dislorce as notícias - tendo alcançado o primeiro lugm· cla lista cios mais vendidos cio j ornal "T he New York Times" . A obra ele Golclberg revela os bastidores ela telev isão america na, onde ele traba lhou dura nte quase trin ta anos. Segundo o autor, os j orn ais ela T V ameri cana apresentam aos telespectadores notícias distorcidas, por excesso ele zelo em não fe ri r os sentimentos das minori as rac iais, dos sem teto, cios homossex uais e dos po líticos mais à esq uerda cio espectro ideo lógico cio país. Vej amos algun s exempl os . Golcl berg relata o caso ele uma equipe ele repo rtage m env iada às ilhas Virgens, para cobrir uma furi osa onda ele saq ues que se seguiu a um furacão. "A matériafoi vetada

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mostra a distorção numér ica entre a popul ação aiclé ti ca ela vida rea l e a que aparec ia dando entrev ista nos te lejorn ais. Embora a maiori a cios aidét icos fosse m homossex uai s, negros ou hi spâni cos, nas em issoras estes aparec iam em mui to menor número. "A palavra d e ordem. do lobby hornossexual era transform.ar a A IDS numa doença heterossexual, pois assim. se pesquisa-

porque nas irnagens só apareciam

ria a cura para ela. As Je/evisões

saqueadores 11egros" , conta Golberg. E acrescenta: "É risível. Eles só poderiam ser neg ros, pois 95% da populaçêio da ilha é formada por neg ros " . O ponto de destaque cio livro é o que se chamou ele "mito da A IDS heterossex ual ". O auto r ci ta um estudo q ue

emba rcaram sem c rÍlica nessa dis/orção ", diz ele. Segundo o li vro, cios aidéticos mostrados na te levisão: 6% era m homossex uais; 16% era m negros e hi spânicos ; 2% era m drogados. Na vicia rea l: 58% era m homossex uais; 46% eram negros e hi spâni cos; 23% era m drogados. ♦

China comunista, perigo comercial para oBrasil entrada ela hina na Organ ização Mundial do Comércio (OM ), a longo prazo esconde um risco para o Brasil no mercado externo. A China eleve emergir como um forte co mpetidor em setores de baixo ou médio valor agregado, nas mesmas fai xas em que o País atua. Arnaldo José Frizzo, presidente da Braspelco, a maior exportadora bras ileira de couro, observa: "Avaliamos nos instalar na China porque o país nos preocupa. No entanto, isto seria admissão de uma política mentecapta. Seria completamente fora de lógica gerar empregos na China e não no Brasil". A China importa couro cio Brasil, e com isso transformou-se no maior produtor mundial ele calçados, ocupando espaço da indústri a brasileira. Segundo Fri zzo, os

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chineses querem agora começar a fabricar capas de couro para sofás, um nicho em que os curtumes brasi leiros vêm investindo. Para Fáb io Sil veira, da MB Associados, "é bom o Brasil abrir o olho .... No dia ern que a China tiver excedente, ela vai despejar no mercado externo" . As declarações desses empresários foram publicadas na rev ista econômica " Valor", ela capital paulista, em sua ed ição ele 27- 11 -200 1. A advertência deles é muito oportuna. É

um absurdo países ocidentais favorecerem um regime comunista tirânico, como o ele Pequim, que adota o trabalho escravo, ou semi.-escravo; o que lhe possibilita vencer o Oc idente capitalista na concorrêpcia internacional quanto a numerosos produtos. A pertinácia chinesa era outrora simbolizada pela famosa Grande Muralha (foto à esquerd a). Hoje ta l pertinácia, man ipul ada pelo comunismo, e notóri a numa invasora ativ idade comercia l. ♦

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.J Novas quatro

dioceses na Rússia A Santa Sé acaba de anunciar oficialmente a criação de quatro dioceses na Rússia, que restauram aquelas existentes antes de a prática da religião ser proibida pelos comunistas em território russo . As sedes das novas dioceses serão localizadas em : Moscou , Saratov, Novosibirsk e lrkutsk, cidades que historicamente possuem as maiores concentrações de católicos. .J Brasil: maior população

católica do mundo Segundo dados fornecidos pelo, "Catholic Almanac" do ano 2002 , o Brasil continua sendo o país de maior população católica: 140 milhões de fiéis . Em seguida aparecem: México, com 100 milhões; e Estados Unidos, com 63 milhões de fi éis. Se esses católicos fossem o que realmente deveriam ser, o Brasil seria outro! .J Prelado italiano insurge-se

contra morticínio de cristãos O Cardeal Giacomo Biffi, de Bolonha (lt~lia), denunciou recentemente o silêncio da mídia sobre o morticínio de cristãos no mundo, sobretudo nos países islâmicos . "Muitos de nossos irmãos na fé - ressaltou o Prelado - encontra ram uma morte violenta . homens de diversas estirpes, mas todos pobres, pertencentes ao assim chamado Terceiro Mundo, foram mortos [no decorrer do ano passado] sem nenhuma culpa, a não ser pelo fato de serem cristãos. Foram assassinados na Indonésia, e assinaladamente no Timor, no Sudão, na Nigéria, no Paquistão e algures, em várias partes do mundo e em várias latitudes, mas todos e sempre vítimas de idêntica cultura de violência e morte".

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Brasil: vocação resumitiva de toda a História

Crescimento econômico do Brasil surpreende Uma publicação sobre as mil maiores empresas da América Latina revela um ace ntuado c rescime nto brasile iro e m re lação aos de ma is países, seguido pe lo Méxi co. A revi sta ed itada pela "Gazeta M erca ntil Latino-Americana" anali sa as grandes e mpresas que atuam em setores como energia, siderurg ia, log ística, varejo de alimentação e tec no logia de informação, que conseguiram progredir apesar da retração mundial , e até tirar prove ito desta situ ação. O Brasil conta com 479 das 1.000 ma iores empresas no ano 2000, contra 443 em 1999. O M éxico subiu de 177 pa ra 198. E m uma re lação de 50 empresas privadas mai s rentáve is da América Latina, a maiori a é bras ile ira, co m 23 empresas, vindo em seg uida o México, com 19. As vendas líquidas do conjun to das companhi as brasile iras cresceram 28,03 %, e sua participação no ranking continuou sendo a maior, co m 38,88 % da renda líquida tota l. A revi sta traz como exemplos de sucesso a C ia. Siderúrg ica Nacio na l (CSN) e o Grupo Pão de Aç úcar, no Brasil. A Petrobrás no Brasil, Pe mex no México e PDYSA na Venezuela são as três prime iras do ranking de 200 1. Embora uma aná li se do crescimento do ponto de vi sta exclusivamente material mereça séri as reservas, ele é indicativo da capac idade de inici ativa e de expansão de nosso povo, a qual con stitui um séri o obstáculo para aqueles que querem cubani zar o B ra il e redu zi-lo à mi éria comunista .

randes obras da Providênc ia, no plano espiritua l, reali zam-se habialmente mediante uma fa míli a re li giosa nova. E quando elas são de rdem te mporal , ocorre m geralmente pela atuação de um povo novo . Poderíamos imaginar um povo - ou uma fa mília de povos que fosse receptivo à tarefa nova de unir tudo o que os povos fi zeram de bo m em sua hi stóri a, a essa ta refa nova de compreender tudo, de destilar tudo, e de com isso faze r um certo " me l" único, que seri a o regalo supremo. E laborar um cânti co que seria o cântico último da humanidade antes que esta terminasse a sua Hi stória. Um povo ou fa míli a de povos suscitado com a vocação de a panhar todo o passado no seu conjunto, ass umi -lo e compor o cântico de finitivo que entoasse todas as etapas da vida da Igrej a; que tivesse em sua a lma o entusias mo pe lo A ntigo e pelo Novo Testamento, por todos os ritos da Igrej a, por todas as fases da vida da Igrej a, por todas as nações que a Igreja gerou para a C ri standade, por todos os povos que fi zeram coisas be las fo ra da Igreja (mas que seri am tão mais be las se fosse m efetu adas no seio da Igrej a, e que o batismo retificari a, purificaria e ordenari a). Uma fa míli a de a lmas orde nativa e resumitiva, que de tudo isso ti rasse essa grande novidade que é o todo. Ao lo ngo de sua obra criadora, De us fo i criando os vários seres. A grande . urpre. a não consi tiu e m ne nhum de se sere , ocorreu no di a e m que E le não cri ou nada, mas ana li sou o conjunto. Seri a tão natu ra l que a Hi stó ri a do mundo fosse ass im ta mbém. E que a humanidade, de po is de ter caminhado durante milêni os e milênios para rea li zar o que reali zou, e, tendo chegado afinal ao apri sco da ve rdade ira Igrej a Cató li ca, ela inteira o lhasse para trás, não di go cansada, mas já madu ra, e formasse uma idéia total de tudo, antes de se voltar para Deus. Poderíamos nos perguntar se há povos ass im. Nesse se ntido, e u vejo perfeitamente que Deus cri ou a índo le do povo bras ileiro - e as circun stânc ias geográficas para o povo brasile iro - de maneira a fo rmar uma mentalidade idea lmente pró pri a a rea li zar essa obra resumi tiva do fu turo. E a grande ori gin alidade do brasileiro está em conceber resumos assim. É a nossa mi ssão na Hi stóri a. Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, em 17 de abril de 1980. Sem revisão do autor.

,,Newsweek": Reforma Agrária -

o grande fracasso do Brasil

Um a das maiores revistas dos Estados Unidos - " Newsweek", 2111102 - publica como matéria de capa, em sua ed ição latino-americana, reportagem sobre a Reform a Agrári a do atua l governo brasileiro, qualificando-a como o "grande fracasso do Brasil, um desastre do começo ao fim". O correspondente M ac M argoli s começa afirmando que "o mundo e seus bilhões de sem-terra têm muito a aprender com o fiasco brasileiro". Levantamentos parciais indi cam que pelo menos um em cada quatro assentados desiste de seu lote em dois anos; e em certas regiões, metade ca i fora . No campo, o

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transporte é indecente, a eletricidade um luxo. Cerca de 95% dos assentamentos não têm água potável; e doenças como a malária e a dengue são freqüentes. Os assentados brasileiros devem aos bancos e ao governo 4 50 mi lhões de dólares. A va sta maioria mal pode se alim entar, e se não fosse pelas pensões da Previdência , que r spondem por um quinto da rend a rural, muitos já t eriam desistido , comenta a revista. É a confirmação do que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sempre denunc iou, e do que a T FP e Catolicismo vêm noticiando há vários anos .

BRAZIL'S BIG

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Impostos e juros em alta no Brasil Segundo dados divulgados· pelo IBGE, a carga tributária brasileira no ano 2000 foi a maior registrada nos últimos 53 anos desde quando se começou a fazer esse levantamento - , com R$ 35 1,44 bilhões arrecadados, 15 ,2 % maior do que a de 1999. Tal val or representou 32,6 % do Produto Interno Bruto . Estando em curso o levantamento de 2001, espera-se uma taxa maior ainda, superior a 34% do PIB . Em 1947,

quando o IBGE começou a faze r o lev antamento dos tributos, a participação na arrecadação era apenas de 13,8% do PIB . Por outro lado, em 200 1 o Bras il apresentou a maior taxa rea l de juros em todo o mundo, superando até países mergulhados em séri as crises, como Polônia e Arg entina. Nos últimos quatro anos, t ivemos a taxa de juros média de 16,9 %, acima dos 15,6% da Polônia e dos 9,6% da Arg entina .

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Sorriso, Agonia e Morte do Filho de Deus PLINIO CORRÊA OE ÜLIVEIRA

Certa vez - corria o ano de 1630-Frei Inocêncio de Palermo, humilde frade franciscano, resolveu esculpir em ébano um Crucifixo. Começou pelo corpo, a que conseguiu dar a forma desejada. E deixou para o fim a face, isto é, a parte mais difícil da tarefa. Que aspecto dar-lhe? Era funda e brumosa a perplexidade do frade. Uma noite, recostou-se com a alma pesada de incógnitas a respeito. E quando de manhã se acercou da obra que deixara inacabada, encontrouª inesperadamente concluída, dotada de maravilhosa face, feita por um artista ignoto. Era uma face em que harmoniosamente se fundiam a delicadeza, a varonilidade e uma sobrena-

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tural unção, que a tornavam bem digna de ter sido obra noturna e misteriosa de um Anjo. Rica em aspectos, conforme o ângulo em que se situe o observador vê o Divino Crucificado sorrindo, agonizante ou já morto.

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Conservado há três séculos no Santuário de São Damiano, em Assis, o Crucifixo maravilhoso de Frei Inocêncio vem sendo objeto constante da piedade dos peregrinos. Ajudemo-nos dele para nossa meditação de Semana Santa.

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* Oue Vos levaria, Senhor. a sorrir do alto da Cruz?

Q

ue abismo de contradição entre as dores, que da cabeça aos pés vos atormentam o Corpo sagrado, e esse sorriso que aflora doce, suave, meigo, entreabrindo-vos os lábios e iluminando-vos o rosto! Sobretudo, Senhor, que contradição entre o abismo de dores morais, que enche vosso Coração, e essa alegria tão delicada e tão autêntica que transluz em vossa Face! Contra Vós, todo o oceano da ignomínia e da miséria humana se atirou. Não houve ingratidão nem calúnia que Vos fosse poupada. Pregastes o Reino do Céu, e vossa pregação foi rejeitada pelo vil apetite das coisas da terra. O Demônio, o Mundo, a Carne, em infame revolta contra Vós, Vos levaram ao patíbulo, e aí estais à espera da morte. E entretanto sorris! Por quê? Vossas pálpebras estão quase cerradas. Quase ... Mas ainda podeis ver algo. E o que vedes é, Senhor, a maior maravilha da criação, a obra-prima do Pai Celeste, uma alma - e quanta beleza pode haver em uma alma, embora o ignore o materialismo de nosso século - riquíssima e íntegra em sua natureza, cumulada por todos os dons da graça e santificaeAToLIeIsMo

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da por uma correspondêiq.cia contínua e perfeitíssima a todos esses doqs ! Vedes Maria. Vedes vossa Mãe. E no meio de todos os horrores em que estais imerso, tal é a maravi]ha que vedes, que sorris afetuosamente para a alentar, para lhe comunicar algo de vossa a]egria, para lhe dizer vosso infinito e sublime amor. Vós vedes Maria. E, ao lado da Virgem Fiel, vedes os heróis da fidelidade: o Apóstolo-Virgem, as Santas Mulheres - a fidelidade da inocência e a fidelidade da penitência. Vosso o]har, para o qual tudo é presente, vê mais, pois se alonga pe]os séculos, e Vos faz ver todas as a]mas fiéis que hão de Vos adorar ao pé da Cruz até o dia do Juízo. Vedes a Santa Igreja Cató]ica, vossa Esposa. E por tudo isto sorris, com o sorriso mais triste e mais jubilo-

"Pelas lágrimas de Maria, pela última agonia, tende de mim compaixão..."

E

stes versos tão simples de um cântico religioso sem pretensões se gravaram profundamente em mim. E eles me vêm à mente ao contemplar vossa Face posta em agonia. A última agonia ... Que força nesta expressão. Cada etapa da agonia é como que um fim, do qual brota não o fim, mas uma outra agonia ainda pior. E assim, de dor em dor, de requinte em requinte, se chega à agonia extrema, em que a morte vai rompendo os vínculos ú]timos e mais profundos que ligam a alma ao corpo. Última agonia de um Corpo pavorosamente atormentado ... agonia de uma Alma em que a perfídia humana causou todas as tristezas que se possam conceber. É a parte mais atroz de vossa Paixão. Maria Santíssima, que tudo vê e tudo sente, chora. O Céu se tolda. A terra parece prestes a estremecer de horror. O vozerio alvar do poviléu hostil procura impregnar de vulgaridade a cena sublime. Enquanto isto, um brado de dor partido de vosso peito sobe até o Céu: "Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonastes?" (Mat. 27, 46). 18

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so, o mais doce e mais compassivo sorriso de toda a História. O Evangelho nunca Vos apresenta rindo, Senhor. E só as almas que ignoram a garga]hada frascária e baixa, e que Jhe têm horror, possuem o segredo de sorrisos aná]ogos a este! Entre as miríades de almas que seguindo a Maria estão ao pé da Cruz, e para as quais sorris, também está a minha, Senhor? Humilde, genuflexo, sabendo-me indigno, entretanto eu Vos peço que sim. Vós, que não expulsastes do Templo o publicano (cfr. Lc 18, 6-20), pelas preces de Maria não rejeitareis para longe de Vós um pecador contrito e acabrunhado. Dai-me do alto da Cruz um pouco de vosso sorriso inefável, ó bom Jesus.

É a hora do triunfo supremo da iniqüidade. É também a hora da misericórdia extrema, das conversões inesperadas e miraculosas. A alma do Bom Ladrão vai Vos esperar no limbo. E milhões e milhões de almas, pelos méritos infinitos de vossa última agonia, pe]o valor impetratório das lágrimas de Maria, em todos os séculos se vão converter meditando nesse passo de vossa Paixão.

Entre estas, Senhor, ponde-me a mim. Quebrai o gelo de minha vontade tíbia. Queimai minhas vis condescendências para com as pompas e obras de Satanás. Fazei de mim um fiJho da Luz, forte, puro, destemido, terrível para vossos adversários como se fora um exército em ordem de batalha. "Pe_las lágrimas de Maria, pela última agonia, tende de mim compaixão".

Tudo se acabou: "consummatum est" (Jo 19, 30)

ossa cabeça pende inerte. Uma paz majestosa, suavíssima e divina se mostra em todo vosso Corpo. Estais cheio de paz, ó Príncipe da Paz. Mas em torno de Vós tudo é aflição e perturbação. Aflição extrema no Coração de Maria e no pugilo de vossos fiéis. Perturbação no universo inteiro. O so1 se obscurece, a terra treme, o véu do Templo se cinde, os algozes fogem. Mas Vós estais em paz. Sim, porque tudo se consumou. Porque a iniqüidade patenteou sua infâmia até o fim. E porque Vós patenteastes até o extremo vossa divina perfeição. Pelos méritos superabundantes de vossa Paixão e Morte, é dado aos homens reconhecer toda a beleza da Luz e todo o horror das Trevas. Para que sejam filhos da Luz e irredutíveis inimigos das Trevas. Ao pé da Cruz está Maria. Que sublimes medi tações se dão no íntimo dAque]a de quem narra o Evange]ho que, já nos albores de vossa vida terrena, "guardava no seu coração todas as coisas" que Vos diziam respeito (cf. Lc 2, 51). Imaculado Coração de Maria, Sede da Sabedoria, comunicai-me uma centelha, por pequena que seja, de vossa lucidíssima e ardorosíssima medita-

ção sobre a Paixão e Morte de vosso Filho, meu Redentor, para que eu a guarde como fogo sagrado e purificador, no íntimo de minha alma.

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A Paixão segundo o Santo Sudário PUNJO MARIA SüLLMEO

O Santo Sudário de Tu-

rim confirma, com precisão impressionante, os indizíveis suplícios e sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo durante a sua Paixão oltar ao tema? Por quê? Raciocinamos com Santo fonso: "Se alguém tivesse padecido por um amigo injúrias e maus tratos, e logo soubesse que o amigo, ao ouvir falar do sucedido, não quisesse recordar-se; e, quando o recordassem, dissesse: 'Falemos de outra coisa!', que dor sentiria aquele ao ver o olvido do ingrato! Pelo contrário, que consolo experimentaria ao certificar-se de que o amigo afirma testemunhar-lhe eterna gratidão, e que sempre o recordava falando dele com ternura e soluços! Por isso é que todos os Santos, conhecedores do prazer que proporciona a Jesus Cristo o evocar amiúde sua Paixão, se têm preocupado em meditar quase de contínuo as dores e desprezos que padeceu o amabilíssimo Redentor durante sua vida e especialmente na morte" 1 • Meditar na Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo foi sempre e continua sendo uma das fontes mais ricas para o progresso espiritual e santificação. Entretanto, para nós, homens do século XXI, isso se torna cada vez mais difícil, principalmente por nossa tibieza, mas também porque fomos deforma20

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dos pela "civilização da imagem" - a expressão é de Paulo VI. Deformação essa que nos torna difícil a abstração.

O "Quinto" Evangelho Terá sido para nos amparar nessa fragilidade que a Providência Divina reservou exatamente para nossa época a descoberta do tesouro que se encontra no Santo Sudário de Turim? Pois foi só com o desenvolvimento da ciência e dos mais sofisticados equipamentos modernos que se descobriram as maravilhas nele encerradas, como as marcas da coroa de espinhos, da flagelação, da lançada, e até de sinais que se pode supor terem sido impressos pela ressurreição de Nosso Senhor. Cientistas que pesquisaram longamente essa sagrada relíquia afirmam que o Santo Sudário é mais completo e minucioso, no narrar a Paixão de Cristo, do que os próprios Evangelhos. E que "nada, em todas as descobertas da 'turma do Sudário', em três anos [de pesquisas e análises}, continha uma única informação que contestasse as narrativas dos Evangelhos 112 • Por isso alguns chegaram a qualificar o Santo Sudário como o "S Evangelho" ou o " Evangelho para o século XX". O eminente católico e competente cirurgião e escritor francês, Dr. Pierre Barbet, ponderou em um de seus livros sobre o Sudário: "Um cirurgião [no nosso caso, qualquer leitor] que já tenha meditado sobre os sofrimentos da Paixão, .... que já se tenha aplicado a reconstituir metodicamente todas as etapas desse martírio de uma noite e de um dia, poderá, melhor que o pregador mais eloqüente, melhor que o mais santo dos ascetas (deixando de lado os que disso tiveram diretas visões, e esses se aniquilavam com elas), compadecer, isto é, padecer com os sofrimentos de Cristo"3 . É o que vamos fazer, com base em depoimentos de cirurgiões, cientistas e especialistas que analisaram o Sudário, seguindo passo a passo a Paixão de Cristo como nos narram os Evangelhos e a Tradição, e como aparece no Santo Sudário.

Oração no Horto "Ele [Jesus] entrou em agonia, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra" (Lc 22, 44). "Notemos que o único evangelista que relata o fato é um médico [São Lucas], e o faz com a precisão e a concisão de um clínico. A hematidrose [excreção de suor sanguinolento! é fenômeno raro, mas bem descrito. Aparece, segundo o Dr. Le Bec, 'em condições completamente especiais: uma grande debilidade física, acompanhada de um abalo moral, seguido de profunda emoção e

de grande medo' ..... O medo, o terror e o abalo moral estão aqui no auge. É o que Lucas exprime por ' agonia', que em grego significa luta, ansiedade, angústia ..... Uma vasodilatação intensa de capilares subcutâneos, que se rompem em contato com a base de milhões de glândulas sudoríparas. O sangue se mistura ao suor e se coagula na pele após a exsudação. É esta mistura de suor e de coágulos que se reúne e escorre por todo o corpo em quantidade sufic.iente para cair por terra" 4 •

O Prof. Giovanni Tamburelli, analisando a foto tridimensional da face da figura do Santo Sudário por meio de um computador, verificou, além de inumeráveis escorrimentos e pequenos coágulos de sangue que o marcam, que parece estar todo borrado de sangue, como deveria ter ficado o rosto de Nosso Senhor no momento da agonia no Horto das Oliveiras5 .

Quatro cientistas examinam a parte posterior do Sudário, não conseguindo perceber nenhum vestígio da figura no avesso do tecido

A bofetada em casa de Anás "Um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: 'É assim que respondes ao sumo sacerdote?"' (Jo 18, 18,22). Os cientistas, analisando o Sudário, constataram que, no lado direito da face que ali aparece, há uma grande contusão, e a cartilagem do nariz está rompida e desviada para a direita. Explica o Dr. Judica Cordiglia que a ruptura da cartilagem do nariz e o sub-

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Santo Sudário "inchaços em diferentes partes do rosto e um enorme escarro que desce da ponta interna do olho direito até a parte inferior do nariz" 9. Este "está deformado por uma ruptu ra da cartilagem dorsal, be m perto de sua inserção no osso nasal, que fico u intato" 'º. També m " nas reg iões que c irc undam os olhos e as sobrancelhas, há chagas e contusões iguais às que produziri am socos ou bastonadas. A sobrancelha diJeita está cl aramente inflamada" ' 1. "Sobre o rosto se encontra m escoriações um pouco por toda parte, mas sobretudo do lado direito, que e tá também deformado como se, sob as esfoladuras sangrentas, houvesse lambém hematomas . As duas arcadas superciliares apresentam aquelas chagas contusas, que tão bem conhecemos, e que se faze m de . dentro para fora, sob a influência de um soco ou paulada ; os ossos da arcada cortam a pele pelo lado interno" 12. "A face direita está notavelmente inImagem recente do rosto impresso chada .. .. É um inchaço que se estende e no Sudário, revelando a quantidade aumenta no sulco entre o nariz, a face e de sangue nele contida os lábios" 13 • seqüente desvio nasal que se observam "Portanto, te mos diante de nós um no Sudário se devem a uma pancada inrosto que foi profundamente maltratado com golpes de bastão, socos, tapas, bofli gida por um pedaço de pau curto, cilíndrico, de 4 a 5cm de di âmetro 6 • Isso fetadas, cusparadas, puxões na barba" 14. provocari a uma abundante sa ída de sanEm suma, conclui o professor Giogue, o que se constata no Sudário pelo vanni Tamburelli anali sando a fotografi a tridimensional do Sudário: "O rosto fa to de o bi gode estar impregnado de sangue, que desce do nariz perdendo-se acaba se mostrando coberto de uma angustiante máscara de sangue, à vi sta da na barba7. Ora, especialistas em lingüística opiqual parece incrivelme nte cruel o sofrimento do Home m do Sudário. É algo nam que a palavra utilizada por São João para "bofetada" pode ser traduzida por perturbador" 15 . "bastonada". O que estari a confo rme com as conclusões a que chegaram os A Flagelação "Pilatos mandou então cienti stas que examinaram o Sudário 8 • flagelar a Jesus" (Jo 19, 1).

Injúrias e maus tratos

"E começaram a saudá-Lo: 'Salve, rei dos judeus!' Davam-Lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-Lo" (Me 15, 18- 19). Com os avançados aparelhos modernos, pode m-se perceber na fi gura do 22

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"O Sudário nos dá um quadro muito mais completo, preciso e horrendo da flagelação: mais de 120 golpes ternários, inflig idos por dois homens fo rtes, um mais alto que o outro, peritos em seu ofício; um de cada lado do réu, lhe cobrem metodicamente com seus golpes toda a superfície do corpo .... com exce-

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tes tenham aberto e arrancado a pele com efusão de sangue a cada go lpe. "As chagas da flagelação tê m um realismo, uma abundância, uma tal conformidade aos dados arqueológicos, que ficam em notável contraste com as pobres imaginações dos pintores de todos os tempos" 19.

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A coroação de espinhos

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"Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça, e cobriram-no com um manto de púrpura" (Jo 19, 2).

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ção da parte do peito sobre o coração, sem poupar nenhum espaço" 16. Ao longo de todo o corpo, especialmente nas costas, podem ver-se marcas idênticas às que deixaria o instrumento que os romanos utilizavam para flagelar um réu (o.flagellum taxillatum, composto de três ra mais terminados em pequenas bolas de metal com rele vos e unidas entre si por um arame). Esse objeto não era utilizado na Idade Médi a, e só seconhece em nossos dias depois de ter sido encontrado em escavações arqueológica . Cada golpe arrancava a pele provocando pequenos escorrimentos de sangue 17. Estudando a direção desses escorrimentos e a direção cios golpes, foi possí-

? Esquemas dos açoites sobre a parte dianteira e trazeira do corpo, ressaltadas nesta as escoriações sobre os ombros

vel deduzir a posição encurvada em que Jesus se encontrava sobre uma coluna baixa para a fl agelação. O Prof. Pier Luigi Bollone pôde contar mais ele 600 contusões e feridas em todo o corpo cio Homem cio Sudário, e 120 marcas ele açoite 18. "Os milhões ele mi croscópicas hemorrag ias in traclé rmi cas, p ró prias da hematiclrose ou suor ele sangue, surgem em toda a pele cio corpo, que fica assim ' toda machucada, dolorida e bastante sensível aos golpes ' . Porta nto, não se eleve estranhar que aqueles brutais aço i-

No Sudário "a cabeça mostra mais de 50 fe ridas pequenas e profund as que evidenciam a aplicação de uma coroa de espinhos. As manchas maiores coincidem exatamente com locais onde estariam as veias e artéri as reais, qu ando na Idade Média se desconhecia a circul ação do sangue" 2º . E di sso "o Santo Sudário não dá margem a dúvidas. Deixa supor claramente uma coroa em fo rma de capacete que cobria toda a cabeça do home m, da fronte até a nuca" 21. "Nesta região da cabeça, cheia de terminações nervosas e grande quantidade de vasos sangüíneos, a dor produzida pela coroa, carregada na cruz, e portanto cravando-se a cada movimento, certamente era insuportável" 22 . Nota-se no Sudário, no lado direito da fro nte do supliciado, um grosso fl uxo de sangue bastante espesso na forma cio número "3". "Sabe-se que nesta região, em muitas pessoas, existe uma veia basta nte calibrosa e que, aos grandes esforços, se torna bastante di latada. Um dos es pinhos terá perfurado esta veia e estudos geométricos e anatômicos confirmam esta assertiva :-- causando um sangramento constante, mesmo após a retirada do objeto que produziu o feri mento"23. "As hemorragias da coroa de espinhos e os coágulos por elas formados são de uma veracidade inimagi nável" 24, impossíve l de serem co ncebi das por qualquer artista que não o divino.

A Via Crucis "Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção do lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota" (Jo 19, 17). O réu "levava apenas o patíbulo [a trave horizontal] nas costas, com ambos os braços a ele amarrados. É o que nos conta a arqueologia. O slipes, ou poste vertical da cru z, era fi ncado antec ipadamente no lugar cio suplício" 25 . "Verificando a imagem do Sudário, vamos encontrar duas marcas mais profund as na região dorsal, com fo rma oval e transversal. Os estudos feitos demonstraram que aquelas marcas corresponde m a uma lesão da pele, provocada por alguma coisa bastante pesada que fora

Coroa de espinhos em forma de capacete

transportada apoiando naquela região. E que esta peça desli zava para um lado e para o outro, produzindo algumas escoriações " 26. É "principalmente na imagem dorsal que encontramos os vestígios do transp01t e da cruz. Há ali , sobre a espádua direita, na parte externa da região subescapulária, uma larga zona de escori ação, oblíqua para baixo e para dentro, com a

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forma de um retângulo de 10 cm por 9 cm (Vê-se, de resto, que esta zona se prolonga pela frente, sobre a região clavicular externa, por largas placas de escoriação). A região posterior parece formada por um acúmulo de escoriações, sobrepostas a numerosas chagas da flagelação que estão esmagadas e alargadas em relação às do lado. Parece que um corpo pesado, rugoso, mal fixado, comprimiu esta espádua, e que esmagou, reabriu e alargou, através da túnica, as chagas precedentes da flagelação" 27 •

As três quedas "Jesus cai pela primeira vez ... . Jesus cai pela segunda vez ... . Jesus cai pela terceira vez" (Via Sacra, 111, Vil e IX Estações) Os Evangelhos não falam a respeito das três quedas que Nosso Senhor sofreu no caminho do Calvário, mas conta-o a Tradição. Por isso estão integradas à Via Sacra. Essas quedas, "o Sudário as constata claramente. O Homem do Sudário apresenta os joelhos feridos por violentas quedas sobre terreno pedregoso, estando o joelho esquerdo sujo de terra misturada com sangue. As escoriações do nariz também estão sujas de terra, sinal de que o rosto de Jesus bateu violentamente contra o solo ..... Impossibilitado de amortecer o tombo com as 24

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mãos, amarradas ao patíbulo que levava às costas, a cabeça de Jesus iria fatalmente bater com força contra o solo pedregoso; o patíbulo escorregaria em direção à cabeça, batendo fortemente contra a nuca, coberta com os espinhos. É fácil compreender por que a nuca aparece tão horrivelmente machucada na imagem do Sudário"28 •

A Crucifixão "Ali O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio" (Jo .19, 18). Primeiro O despiram de suas vestes. Isso deve ter provocado uma dor terrível , pois o tecido da túnica secara sobre as feridas do corpo divino, colando-se a ele. Às vezes, num caso semelhante, para retirar-se um tecido colado a um corpo muito chagado, é necess{u-io aplicar-se anestesia geral. "Mas como aquela dor pungente e atroz não acarreta a síncope? É porque, do princípio ao fim , Ele rJesus·1domina toda a sua paixão e a dirige" 29 . Depois estenderam-no no chão, puxando seus braços para os pregar no patíbulo da cruz. Onde foram fincados os cravos? Não na palma da mão, segundo a iconografia comum. Estudos de especialistas demonstram que essa região não tem estrutura suficiente para suportar o peso de um corpo adulto. Mas entre o punho e a mão, na região chamada em anatomia de "espaço ele Destot''. "Neste espaço, um cravo penetra com a maior fa-

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cilidade, sem romper nenhum osso, e fica firmemente seguro ..... Examinando-se o Sudário, vamos ver que o grande coágulo de sangue correspondente à chaga do braço está situado exatamente nessa região" 3º. Ao penetrar aí, entre a palma da mão e o punho, o cravo provocou "uma dor inenarrável, fulgurante, que se espalhou por seus dedos, subiu como uma língua de fogo até a espádua e prorrompeu no cérebro. Bem sabemos que a dor mais insuportável que um homem possa experimentar é a do ferimento de um dos grandes troncos nervosos. Jesus experimentará isto ainda durante três horas" 31 • Depois o sentenciado tinha de levantar-se, pregado ao patíbulo da cruz. O carrasco e um ajudante erguiam o patíbulo, para o encaixarem na stipes, ou poste vertical da cruz. Isso era feito com indescritíveis dores para o crucificado. Estando Jesus suspenso no ar somente pelos cravos das mãos, os carrascos passaram a prender seus pés ao madeiro da cruz. Trespassaram o pé esquerdo, fazendo com que a ponta do cravo surgisse na planta do pé; colocaram-no depois sobre o peito do pé direito, fazendo com que o cravo também o trespassasse, fixando-os assim, um sobre o outro, no madeiro da cruz. "A suspensão pelas mãos provoca nos crucificados um conjunto de cãibras, de Esquema do golpe de lança que perfurou o lado direito do corpo

contrações, que se vão generalizando até o que chamamos de 'tetania'. Atinge ela, por fim, os músculos inspiradores, impedindo a expiração; os supliciados, não mais podendo esvaziar os pulmões, morrem por asfixia" 32 . Para apressar a morte dos condenados, quebravam-lhes os joelhos, impedindo assim o soerguimento que lhes permitiria respirar.

A morte "Jesus deu então um grande brado e disse: 'Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito'. E dizendo isto, expirou" (Lc 23, 46). "Observando as marcas do Sudário vamos ver que, na imagem frontal, o tórax aparece com a sua musculatura contraída num espasmo, o diafragma elevado, visível pelo afundamento do abdômen. São imagens típicas de uma tetania causada pela asfixia e ânsia respiratória" 33 • A fotografia abaixo ressalta as manchas de sangue. Os detalhes em vermelho apresentam as mesmas cores do espectro da chaga do lado direito

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"Jamais poderia acreditar nem sequer imaginar que a crucifixão fosse tão atroz e cruel como nos permite entender o Santo Sudário com sua muqa, porém eloqüentíssima linguagem .. .. A crucificação excede em crueldade tudo o que podemos imaginar" 34 •

A lançada de Longinus "Um dos soldados abriu-Lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água" (Jo J9, 34). No Santo Sud{u·io "a ferida da qual escorre este sangue é claramente visível e foi produzida por um instrumento de ponta e corte, com duas aletas ou rebordes em suas extremidades; daí sua forma elíptica". "A chaga do lado direito do supliciado tem uma forma elíptica do mesmo diâmetro de 4,4 cm por 1,4 cm, diâmetro de uma lança romana. Segundo especialistas da história romana, o fato de estar no lado direito explicar-se-ia pelo fato de os romanos darem esse golpe contra um inimigo que protege seu coração com o escudo" 35 . "Na parte superior da imagem sangüínea se distingue nitidamente, tanto no original [do Sudário] quanto nas fotografias, uma mancha oval com o eixo maior um tanto oblíquo de dentro para fora e de baixo para cima, que dá, nitidamente, a impressão da chaga do lado de onde saiu este sangue ..... Notemos de passagem que a relíquia do ferro da lança que se encontra no Vaticano tem 45 mm em sua parte mais larga. As chagas são sempre mais estreitas do que os agentes perfurantes, por causa da elasticidade da pele" 36 .

O Sepultamento · "Tomaram o corpo de Jesus e o envolveram em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar" (Jo ] 9, 40). São João narra em seu Evangelho que, depois que Nosso Senhor expirou entre

os dois ladrões, "José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente por medo dos judeus, rogou a Pilatos autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu" (Id. ib., 38). Quando os discípulos desceram da cruz o corpo de Jesus, ficaram maravilhados com sua aparência de paz e de uma resignação completa. Isto porque, para Ele, "tudo estava consumado", quer dizer, sua missão estava cumprida, a finalidade para a qual Ele veio à Terra realizara-se completamente. Nossa Redenção fora feita com todos os sofrimentos de corpo e de alma que ela comportava. "Realmente é inexplicável que um Homem tão maltratado fisicamente, como aparece diante de nossos olhos o Homem do Sudário, não apresente no rosto sinais de enrugamento, de ódio, de ira impotente, de esgotamento, de perversão moral .... Apenas um super-homem, um homem não apenas inocente, mas o próprio Filho de Deus, de tanta grandeza moral, de tanto domínio de Si, de um coração tão grande que ama, desculpa e perdoa seus próprios carrascos e viscerais inimigos, enquanto eles estavam se cevando de seu sangue .... apenas Jesus Cristo podia apresentar, já morto, um rosto com tanta paz, tanta majestade, tão resignada aceitação da morte, tão serena beleza .... como aparece no Sudário"37 . "Nesse rosto nitidamente semita encontra-se, apesar das torturas e das chagas, uma tão serena majestade, que dele ressalta uma impressão inexprimível. Para o compreender um pouco, é necessário recordar que, se nesse corpo a Humanidade acaba de morrer, a Divindade continua sempre presente; com a ce1teza da ressurreição, aljás, bem próxima" 38 • O Apóstolo virgem ressalta que os discípulos envolveram o corpo de Jesus "em panos e com aromas, como os judeus costumam sepultar". Como era esse costume na época de Nosso Senhor? Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que aqueles que sofriam o suplício da crucifixão (os grandes criminosos)

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A ilustração

ao lado reproduz a pintura de

Giovanni Battista dei/a Rovere, do século XVI: o artista imaginou em seu quadro a maneira como o Sudário teria sido dobrado

não eram sepultados, mas lançados numa vala comum. Quando os judeus "rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados" das cruzes, visavam eles que Jesus tivesse o mesmo tratamento que os dois malfeitores, isto é, que Lhe partissem as pernas e depois O jogassem na vala comum, para que sua memória desaparecesse para sempre. Mas as humilhações e sofrimentos a que Se submetera o Homem-Deus para a salvação da humanidade pecadora tinham atingido seu auge e se consumado no sacrifício da cruz. Aproximava-se a hora de sua glorificação. Por isso José deArimatéia, influente judeu, obteve de Pôncio Pilatos a permissão de retirar Jesus da cruz e dar-Lhe digna sepultura. Para isso adquiriu um sepulcro ainda novo, sem uso, perto do Calvário, que viria a ser a testemunha da ressurreição de Cristo. Em geral as sepulturas judias eram cavadas na rocha, constando de dois compartimentos: um menor, à entrada, e um subseqüente, onde ficava a sepultura propriamente dita . Uma pedra, como a de moinho, era rolada por dois homens, fechando a sepultura. Retirado o divino corpo do Salvador da cruz - por José de Arimatéia, Nicodemos e talvez São João e algum outro discípulo - foi depositado sobre o longo lençol que Lhe serviria de mortalha. São Marcos, em seu Evangelho (15, 46), esclarece que José de Arimatéia, depois de obtida a licença para sepultar Jesus, comprou um pano de linho para envolvê-Lo. Esse lençol, segundo o costume, era longo e deveria ser dobrado na altura da cabeça sobre o cadáver a ser sepultado. Algumas faixas de tecido serviriam para prender o lençol ao longo do corpo. Não tiveram tempo para lavar o corpo nem barbear o rosto, corno era costu26

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me, pois já estava tarde e, com o pôr do sol, começaria o sábado, dia em que não se podia trabalhar; esse ritual, aliás, não se observava com sentenciados. Os discípulos puseram então algumas ervas aromáticas junto ao corpo ainda ensangüentado de Jesus, e O depositaram no sepulcro. Parecia tudo terminado, mas era exatamente o momento em que tudo começava ...

A Ressurreição "No primeiro dia da semana, muito cedo, [as santas mulheres] dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a pedra removida Longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o COIJJO do Senhor Jesus. Não sabiam o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes respta,idecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: 'Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou '" (Lc 24, 1-6). De acordo com Julio Marvizón Preney, "a maior surpresa [dos cientistas]

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foi ao examinar a parte dorsal da imagem ído Sudário], em que os músculos dorsais e deltóides apareciam abaulados, e não planos como deveriam estar na ~spádua de um corpo morto que se apóia em urna pedra sepulcral". E continua: "Na palavra dos cientistas: 'parecia que o cadáver se vaporizara, emitindo uma estranha radiação que teria sido a responsável pela formação dos sinais do Santo Sudário .... . É muito provável que, no momento em que se produziu a radiação, o corpo estivesse leve, em levitação, e por isso os músculos não ficaram aplainados"'. Pergunta Prency: "Para aqueles que são crentes, isto não é a ressurreição?" .... Neste caso, o Sudário é uma quase fotografia de Cristo no momento de retornar à vida, produzida por uma radiação ou incandescência de efeitos parcialmente análogos àqueles do calor"39 . Os doi s cientistas americanos do STURP (Projeto de Pesquisa do Sudário de Tudm), Kenneth E. Stevenson e Gary R. Haberrnas acrescentam: O Dr. Arnaud-Aaron Upinsky confirma: [Os cientistas] "reconhecem também inequivocamente uma das maiores maravilhas do Sudário: o cadáver, descolando-se dele, deixou-o intacto, sem

a mínima alteração de suas fibras, sem arrancá-las nem modificar os traços de sangue entre o corpo e o tecido. O que é impossível acontecer com um corpo comum, sujeito às leis comuns da natureza. Um cadáver coberto de chagas não poderia jamais ser retirado do _pano que o continha sem alterar o pano e os sinais nele deixados pelo sangue e pelas feridas. Como então foi ele descolado dali deixando intactas e nítidas até as mínimas fibras do tecido que estava colado nas feridas? Este fato decisivo não é contestado por nenhuma ciência. E ele só se explica pela Ressurreição; isto é, pela 'desmaterialização' do corpo chagado, que se retira daquele invólucro não mais sujeito às leis impostas pela natureza"4º. "A outra linha de evidência sobre a ressurreição vem dos estudos científicos a propósito do Sudário de Turim .... O

Na foto abaixo: veneração pública do Sudário, por ocasião de sua última exposição, em 2000

fato de que não houve decomposição do corpo (indício da saída do corpo de dentro do Sudário), de que as manchas de sangue revelam que o corpo não foi desenrolado, de que os corpos mortos por vias naturais não provocam tais chamuscaduras, e de que o Sudário de Jesus corresponde muito estreitamente à história e aos Evangelhos, representam, todos eles, sinais bem sólidos de que o Sudário dá testemunho da ressurreição de Jesus" 41 .

Conclusão Em face de tudo quanto vimos, compreende-se este penetrante comentário do Professor Plinio Corrêa de Oliveira: "O Santo Sudário é um milagre permanente. Nosso Senhor fez um ato de misericórdia soberbo, especialmente para nosso tempo, ao permitir que a fotografia revelasse sua face divina. "Ele é uma tal maravilha, uma tal prova da existência de Nosso Senhor Jesus Cristo, urna tal prova de que Ele ressuscitou, uma tal prova daquilo que cremos, que se poderia e se deveria ficar verdadeiramente encantado se em todos os ambientes religiosos se falasse do Santo Sudário. "[Ali] é a majestade e a dignidade do Homem-Deus que se manifesta na dor e na humilhação, com a mansidão do cordeiro mas com a altaneria de um leão. "Eu incitaria a todos a procurarem uma bela reprodução do Santo Sudárfo e tê-lo entre seus objetos de piedade, para contemplarem, admirarem, meditarem, porque ele é como uma fotografia de Nosso Senhor Jesus Cristo. E essa fotografia lembra-nos certos episódios que estão no Evangelho, e que dão idéia da grandeza de Nosso Redentor" 42 . ♦

Notas: l. Santo Afonso Maria de Ligório, /?~flexiones sobre la Pasión , Obras Ascéticas, B.A.C. , Madrid , 1970, Vol. 1, pp. 201-202. 2. Dr. John H. Heller, membro da "turma" do "STURP" (Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim), em "O Sudário de Turim", Editora José Olympio, RJ, 2a. edição, .1986, p. 215. 3. Dr. Pierre Barbei, A paixão de Cristo segundo o cirurgião, Edições Loyola, SP, 9a. edição, 2000, p.193. 4. Idem, p. J 95. 5. Apud Pe. Manuel Solé, SJ, O Sudário do Senhor, Edições Loyola, SP, 1993, p. 266. 6. Idem, p. 267. 7. Actas li Congr., p. 180, in Solé, id. ib. 8. Dr. Pierre Barbet, op. cit., p. 97; Solé, 267. 9. Pe. Manuel Solé, op. cit. 10. Dr. Pi erre Barbet, op. cil., p.193. 11. AC) Digital, El Santo Sudário de Turim , Internet, p. 6. 12. Dr. Pierre Barbel, op. cit., p. 97. 13. Dr. Rudolf W. Hynek, Lo que revela el San10 Sudario, p. 23. Apud Pe. Manuel Solé, p. 169. 14. Pe. Manuel Solé, op. cit., p. 169. 15. Idem, ib. 16. ldem, p. 268. 17. Cfr. ACJ, id. , ib. 18. Pe. Manuel Solé, op. cit., ib.; ACJ , p. 6. 19. Dr. Pierre Barbel, op. cit., p. 188.

20. ACJ, id. ib. 21. Pe. Manuel Solé, op. cit., p. 270. 22. Julio Marvi só n Preney, O Sem/o Sudário: Milagrosa Falsificação?, Editora Mercuryo, SP, J 998, p. 40. 23. Evaldo Alves d' Assumpção, Sudário de Turim - O Evangelho para o Século XX, Edições Loyola, SP, 3a. edição, 1992, p. 55. 24. Dr. Pierre Barbet, op.cit., p. 188. 25. Pe. Manuel Solé, op. cit., p. 272. 26. E. A. Assumpção, op. cit., p. 57. 27. Dr. Pierre Barbei, op. cit., p. !03. 28. Pe Manuel Solé, op. cit. , p. 274. 29. Dr. Pierre Barbet, op. cil. , p. 203. 30. E. A. Assumpção, op. cil. , p. 59. 31. Dr. Pierre Barbei, op. cit. , p. 203. 32. Idem, p. 1 13. 33. E. A. Assumpção, op. cit., p. 61. 34. Dr. Rudolf Hynek, op. cit. , p. 51 , apud Pe Manuel Solé, p. 2 11. 35. ACI digital , p. 7. 36. Dr. Pierre Barbei, op. cit., p. 140. 37. Pe Manuel Solé, op. cit., p. 254. 38. Dr. Pierre Barbel, op. cit., p. 32. 39. Julio M. Preney, op. cit. , pp. 90-92. 40. Entrevista concedida a Catolicismo, São Paulo, junho de 1998, p. 36. 41. Kenneth E. Stevenson e Gary R. Habermas, A verdade sobre o Sudário, Ed ições Pauli nas, SP, 3a. edição, 1986, p. 206. 42. Conferência pronunciada para sócios e cooperadores da TFP em 28-4-84; Arquivo da TFP, tex to sem rev isão do autor.

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DISCERNINDO, DISTINGUINDO, CLASSIFICANDO abandona as alturas, como o I scariote, ca i pelo seu próprio peso nos mais profund os abismos.

Judas, o egocêntrico O poder elas trevas aliou-se, portan to, a Judas e serviu -se desse infeli z para levar a cabo um objetivo que excede em vileza toda a mi séri a humana; porque há pecados que não podem ser cometidos a não ser sob o iníluxo cio infern o. Como explicar essa inaudita transformação? Ninguém se torna amigo fiel ou traidor ele Cristo ele uma hora para a outra. Judas perdeu-se por se ter encerrado obstinadamente no seu próprio eu. N ada estava ac ima dos seus própri os pensamentos egoístas, e semelhante atitude era já uma traição ao Senhor, mui to antes ele se concreti zar naquela vencia infame. O Senhor [ vendo que muitos se afastavam clEle, após ter anunciado a Eucari stia] quis também co locar os Doze perante o dilema: Quereis vós também retirar-vos? Pedro exc lamou, respondendo com comov ida confi ança: Senh0t; a A prisão de Cristo - Duccio di Buoninsegna (1308-11), Museu da Obra, Catedral de Siena (Itália)

Judas lscariotes

e. A.

Judas não se tornou Apóstolo por vontade própria, mas pela Vontade de Cristo: "Não fui Eu que vos escolhi a vós doze? No entanto, um de vós é um demônio" (lo 6, 70). aiu-me recentemente nas mãos um opúsculo intitulado Judas lscariotes 1. O personagem é mui to conhec ido e dispensa aprese ntações. A Semana Santa é a ocas ião ideal para meditar sobre sua infame traição. Pode ser que o leitor j á se tenha deparado com algum Judas pelo ca minho, ainda que revestido ele outro nome. O caráter cio traidor, porém, é sempre o mesmo, e a descrição desse caráter é que torna atraente o opúsculo que li e que desej o pôr em com um com o leitor. O contraste com o l scari otes põe em real ce também o modo ele agir in~initamente santo ele N osso Senhor Jesu s Cri sto,

C

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contendo mi stérios insondáveis para nós, cri aturas ele inteli gência limitada. Feitas essas rápidas considerações, passo diretamente às citações 2 .

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A fé e o afeto ele Judas por Cri sto eram, no começo, nobres e dignos. Também Judas se sentiu, então, entu siasmado por Cri sto. Muitos doentes e possessos foram curados por ele, e muitas aldeias ela Galiléia e ela Judéia receberam dele as primeiras noçõe. sobre Jesus. É poss ível até que o M estre tenha co locado Jud as ac im a ele algun s cios Doze, pois, segundo o testemunho cio

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Eva nge lh o, confi ou- lhe o importa nte cargo ele adm ini strador ela bolsa comum (cfr. Jo 12, 6). É provável que, por essa razão, alguns clentTe os Apóstolos se senti ssem preteridos. Se não era mau por ocasião ela sua vocação, eleve ter-se tornado mau quem seri a capaz ele crê- lo! - na companhia ele Jesus. E é isto o que mai s nos asso mbra: que um homem tenha podi do fazer-se um demôn io junto cio próprio Cristo! No momento em que dec ide trair Cri sto e no momento em que leva a cabo a trai ção, em ambas as vezes os Evangelhos dizem que Satanás entrou nele (cfr. Lc 22, 3 e Jo 13, 27). Quem

a tratá- lo ela mes ma maneira: o seu olhar procurava-o amorosamente, como sempre, e, quando lhe pronunci ava o nome, a sua voz continuava cá lid a e amáve l. Não quisera trazer a público as fraudes perpetrada s por ele contra a bolsa comum. Quando Tiago e João tinham queri do falar disso com o M estre, .Cri sto fi zera-os calar e não qui se ra revogar a confiança que depositava no lad rão. [Quando Judas criti cou M adalena, por estar ungindo os pés ele Jesus com um bcUsamo prec ioso] o Senhor repli cara: Por que vos escandali zais desta mu-

lher? Ela f ez. urna boa obra comigo (M e 14, 7). Judas não pôde res istir a essa repreensão em público e, diabolicamente ferid o, aproveitou o pretexto desse "esbanj amento reprov,1vel" para enfim levar a cabo o que por tanto tempo deixara amadurecer no seu íntimo.

Judas, o insolente Os príncipes cios sacerdotes, tomados ele assombro, sati sfação e júbilo, não regatearam quando um cios Doze - um cios Doze ! - se apresentou diante deles com a proposta por que tanto tinham esperad o. Trinta sid os ele prata! Judas não tinha outra coisa a fazer senão indi car aos inimi gos ele Jesus o tempo e o lugar em qu e o M estre se encontraria sozinho e iso lado ela multidão. Vendeu o M estre muito aba i xo cio preço ele um escravo ! [Na Santa Ceia, Nosso Senhor anuncia a tra ição. São João pergunta: Quem é? Jesus responde: É aquele a quem eu

der o bocado que vou molha,: E, molhando o bocado, tomou-o e deu-o a Judas lscariotes (cfr. Jo 13, 2 1-30)]. Como são admiráveis as di sposições ci o Senhor! Aq uele pedaço ele pão ofere-

quem iríamos? Só Tu tens palavras de vida eterna. Judas, pelo contrário, remoeu-se no seu íntimo, sem no entanto se atrever a recrimin ar Jesus por ter renunciado ao reino [temporal] e destruído com essas palavras todos os sonhos ele poder e ele g lóri a que o Apóstolo havia fo1jado para si mesmo. Judas ficou clesilucliclo. Essa permanência mal-intencionada [junto a Jesus] foi o co meço ela sua traição. Durante todo um ano, eq uilibrou se nessa atitude perigosa e cada vez mai s in stáve l, compreendendo com clareza crescente que o Senhor não corresponderia às suas ambições terrenas.

Judas, o ressentido Co m um resse ntimento cada vez mais infecc ionado contra o Senhor, foi dando voltas ao seu pl ano diabólico, até colocar-se a si mesmo numa posição ele ili citude, e ao M estre num plano ele il egalidade e ele culpa. O M estre era bom; mais ainda, mostrava- lhe um grande afeto. Era impossível que não tivesse notado a terrível perturbação ele que o seu Apóstolo padecia hav ia cerca ele um ano, mas continu ava

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Criatura suspeitíssima ... ~

A Última Ceia -

cido a um comensal era tão com um nos banquetes, que não podia chamar a atenção; pelo contrário, era uma man ifestação de afeto para com um amigo. Cristo não atraiçoa nem mesmo aq ue le que o atraiçoa. Não lança contra e le nenhuma imprecação, como as que tinha profe rido dois dias antes no Templo contra os seus inimigos, nem o entrega ao furor dos outros Apóstolos, seus compan heiros. A in solê ncia de Judas [ vai ao ponto de pe rguntar] Porventura sou eu, Rabi? (Mt 26, 25) . C ri sto o lho u-o como só Deus pode o lha r, e responde u-lhe serename nte: Tu o dissesle. Todo esse d iálogo e ntre Jesus, João e Judas passou despercebido dos conv ivas, ou pelo menos não foi compreendido por e les.

Frans Pourbus li

fundo daquelas trevas fda alma de Judas], vê ro mpido o selo que trazia o Nome do Senhor, porque nenhum apóstata é capaz de desarraigar completame nte esse No me que, desde o mome nto do seu Batismo, traz gravado na alma para sempre. Aproximou o seu rosto do traidor, do infame, e trocou com e le o be ij o da paz. Após un s instantes de silê nc io, disse-lhe: Amigo, a que vieste? E depois, como se reprimi sse um so luço: Judas, com um

beijo en tregas o Filho do homem? (Mt 26, 50; Lc 22, 48). [Já profetizara o Sa lmi sta:] Se a

ofensa viesse de um ininúgo, Eu a teria suportado; se a agressão partisse de

quem me odeia, dele me teria escondido. Mas Ju, meu companheiro, rneu amigo íntimo, que te senlavas à minha m.esa e comias conúgo doces ,nanjares! (S I 54, 13- 15). Mas tu ... !

Mas ai daquele por quen·1. o Filho do Homern será entreg ue! Melhoí- lhe .fora a esse hom.ern não ter nascido (Me 14,2 1).

1. Otto l-lopha n, Die Aposrel Judas lschariorh , tra-

dução de Roberto Viciai da Si lva Marti ns, Ecl itora Quadrante, São Paulo, 1996, 56 páginas. O opúscu lo em portu guês co ntém também um a int eressante comparação entre Ju da s e São Pedro, que comentaremos num próx imo artigo. 2. Dispensamos as aspas de praxe, pois todos os tex tos a seg uir são do aut or do opúsc ul o.

Judas, o apóstata traidor Desi ludido com Jesus, afagado pelos inimi gos deste, fe rido por uma repreensão e por fim desmascarado, Judas foi -se afunda ndo cada vez mai s no ab ismo, até tornar quase impossíve l o a rrependimento. O pecado do traidor chegou ao auge quando Judas atravessou a no ite ame na e a legre da Páscoa, docemente iluminada pela lua cheia, à fre nte de uma gran-

(T.J.G. - SP)

Princípios de sempre Num mundo e m que tudo parece perd ido, Catolicismo conti nua inabalável na defesa dos princ ípios que se mpre defendeu. Por que di go isto? Para expressar o meu humilde apoio àqueles que escreveram o ensaio "A pretexto do combate à globalização, renas-

de multidão, arm.ada de espadas e varapaus (Mt 26, 47). Lucas observa que Jud as os precedia (Lc 22, 47) : a um apóstolo convertido em apóstata, tudo lhe parece pouco para demonstrar o seu novo ardor.

ce a luta de classes - Fórum Social Mundial de Porto Aleg re, berço de uma neo-revoLução anárquica" sobre essa nova corrente co-

Logo que chegou, aproximando-se d Ele, saudou-o dizendo-lhe: "Mestre!" E beijou-o (Me 14, 44 e ss.; Mt 26, 48 e ss.). Ne le, C risto experime ntou toda a vileza de que é capaz a alma humana; no

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Com re lação ao artigo publi cado no Catolicismo do mês de feverei ro/2002, cabe-nos agradecer a tão importante revista cató lica por nos dar uma visão abra ngente e, ao mes mo tempo, pormenorizada deste importa nte momento que estamos vivendo . Realmente, a grande imprensa de nosso País optou por nos dar um a visão ora tendenciosa ora isenta destes dois encontros mundiais, quer seja em Davos, Suíça, que r seja em Porto Alegre. Gostaria de lhes dizer que, como professor de línguas, sempre tive profu nda afeição e cari nho pelos trabalhos acadêmicos de Noam C ho msky ; todavia, friso mais uma vez, nada sab ia sobre sua preferência em lutar em favor da Revo lução, o que o torna, ao menos aos me us o lhos, uma criatura suspe itíssima no que tange à adm iração e seus e ns iname ntos, que, certa mente, estarão e ivados de sua doutrina anárquico-baku ni sta. Que horror. .. ! ! ! Tudo se torna tão c laro com a leitura deste a rtigo fe nomenal. Co ntinu e m se mpre ass im . Confesso que tenho a maior ansiedade em receber meu Catolicismo , no início do mês, pois se i que e le me trará informações que me são esca moteadas da impre nsa atéia o u marxista que ,ios rodeia.

muni sta que ressurge do fundo dos A Traição de Judas - Duccio di Buoninsegna (1308-11), Museu da Obra, Catedral de Siena (Itália)

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infernos para tentar dar talvez o golpe de mi sericórdi a na c ivili zação cri stã. Nesse docume nto transparecem as lu zes do profetismo que sempre brilhou e m todos os documentos da TFP. (J. J. D. - SP)

Catolicismo de maneira séria k8l Queria parabeni zá- los por sua revista, que eu agora tive oportunidade de conhecer. Eu via que estávamos necessitados de uma revista séria e que mostrasse o cato1ic is mo de uma man e ira séri a. Queria destacar que e u goste i muito de uma reportagem que e u li nesta revista sobre São Tomás de Aquino, e me surpreende u que vocês c itaram o Pad re Corné li o Fabro, um excele nte comentador de São Tomás de Aquino, que ain da não é tão con hec ido no meio filosófico, mas é um ótimo escri tor e comentador, que nós estudamos em nosso seminári o. Espero que continuem sempre assim . (M.A.S.F. - SP)

deria a animação. Se Deus quiser, vamos continuar levando as mensagens da revi sta para todos os conhec idos. N a próxima re uni ão vamos lançar o proble ma da relig ião muç ulmana, porque eles fi cam judiando dos católi cos e a gente recuando. Não pode continuar ass im . Por isto gostaríamos de ainda mai s literatura sobre esta religião, que está fazendo tantos estragos. (F.C.J. - AC)

Algum dia ... ~ Primeiramente elogio a rev ista, pelo seu belíssimo visual, uma rev ista que dá gosto de ler, pelo seu conte údo saudáve l a toda famíli a. Queira Deus toda nossa imprensa seja assim algum dia. O tema que foi tratado sobre o Islami smo foi muito bem escolhi do. A participação dos le itores na "A hora do Mil agre" fo i espetac ular, e espero que continue . Acho também que poderia abordar temas infa nti s, dicas para os pais católicos, etc. (E.E. - SP)

Discriminação às avessas ~ Gostaria de parabe ni zá- los pela brilhante matéria com o Dr. Rube ns Riotorto. Belíssima entrevista! Gostei, a inda mais, quando o mesmo, de modo e nfáti co, nos a le rta para o grande ma l que é o homossex uali smo, e que realmente hoje em dia a discriminação, contra quem não é homossexual, é que está e m voga!!!! Continu em firmes, e ma is uma vez parabéns!!!!

(V.A. - BA)

Não pode continuar assim Nas re uniões que organizamos na com unid ade, minha mulher sempre separa alguma parte da rev ista Catolicismo para le itura de discussão, e anima o grupo. Mesmo aq ue les que não concordam com nossas idé ias, não querem abolir essas leitu ras. Sem e las per-

Consonância de pensamento ~ Gostaria que a revista Catolicismo fosse vendida nas bancas.

Tenho certeza de que, encontrando-a em bancas, as pessoas que não a conhecem iriam dar valor a e la. E as bancas estão abarrotadas do pi or excre mento, e da nossa revista, não! O arti go de capa da revista lj ane iro/2002, sob re os companhe iros ocidentais de Bin Lade n] não me ajudou a e ntende r mais o tema, porque ... e u j á pensava exatamente como vocês! (A.L. - RN)

Correspondência (cartas, fax ou emails) para as seções Escrevem os Leitores e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que fi guram na página 4 desta edição .


VIDAS DE SANTOS

Patrício:

ad111irável Apóstolo e Patrono da Irlanda Ar-oNSO DE S OUZA

"Por sua pregação, a Irlanda, anteriormente lar da idolatria, tornou-se a Ilha dos Santos". 1 Favorecido p or visões do alto, dom da profecia e grandes milagres, esse Santo alcançou grande renome nos séculos W e V

"Eu,

Pai rício, miserável pecador e o último dos servidores de Jesus Cristo, tive por pai o diácono Calpumius, .filho do padre Potius2 . Na sci (em 377) ern Bonaven Tabern iae, nurna vila que meu pai possuía" , d iz o próprio Santo, no iníc io de sua obra autob iográ fica, C01~fissão 3 • Onde fica esse loca l desi gnado por um nome latino? Na França, di zem uns. Na Escócia, outros. Ou mesmo na Inglaterra. Mas pouco importa, po is, por seu apostolado e por sua morte, Patrício tornou-se o Santo prototípico e posse incontestável da Irl anda. Apesar de ter nasc ido em família rel ig iosa, Patrício confessa que até os 16 anos "não me tinha jamais preocupado seriamente com. o serviço de Deus". Além disso, "desde pequeno, linha um verdadeiro horror ao estudo" .

Vida atribulada leva o Santo à oração Mas isso não seri a sempre ass im. Raptado por piratas e vendido como escravo, o adolescente, vendo-se só e abandonado, no sofrimento, so lidão e desamparo, voltou-se para Deus: "e seu temor aumentou e m mim mais e ma is; cresceu a fé e meu espírito elevou-se, de modo que, num só di a, eu rezava uma centena de preces, e fazia o mes mo de no ite. Na fl oresta ou montanha, mesmo antes do alvorecer, eu e levava-me em preces e não sentia dano ni sso, mesmo na neve, gelo ou chuva. Não havia e ntão qualquer tibieza em mim , como eu vejo agora, porque meu espírito estava cheio de fervo r" 4 • "Nos caminhos da Providência, os seis anos de cativeiro de Patrício tornara m-se uma remota preparação para seu futuro apostolado. Ele adq uiriu um perfeito conhecimento da língua céltica, na qual um dia iria anunc iar as boas novas da Redenção. Como seu senhor, Mil chu , era um grande sacerdote druida, ele se fam ili arizou

com todos os deta lhes do druidi smo, de c uj a escravidão estava destinado a libertar a raça irl andesa" 5 • Findo esse período de purgação, apareceu-lhe um anjo dizendo que suas preces e jejuns tinham sido aceitos por Deus, e que chegara a hora de e le voltar para casa. Que fu gisse até o litora l, onde um navio estava prestes para zarpar. Mas não foi tão simples. O capitão não qui s levá- lo consigo. Patrício chorou e rezou. Vendo suas lág rimas e afl ição, o mestre do barco consentiu em levá-lo, contanto que não os atrapa lhasse. Eram todos pagãos, e poss ive lme nte piratas. Depoi s de uma viagem de três dias, o barco ancorou e m um lugar despovoado. Teria quebrado? O fa to é que toda a tripulação, incluindo Patríc io, e ntrou terra a dentro durante 28 dias. Como os víveres aca bara m, o piloto do navio voltou-se para Patrício e lhe di sse: "Tu és cristão e cifirmas que teu Deus é todo-poderoso. Pede por nós, para que venha em nosso auxflio". O jovem respondeu-lhes que, se e les se convertessem, Deus os ajudari a. Imed iata men te saiu do mato um bando de porcos-esp inhos, que eles mataram , comeram e salgaram, ag radecendo ao Deus de Patríc io aque le auxíli o. Fina lme nte Patrício chegou à sua pátria ... para ser novamente raptado e liberto doi s meses depois. Mas suas tribulações não hav iam terminado. Num a vi agem com os pai s para Armorica, a província fo i invadida por pagãos, que dego laram todos, menos Patríc io. E e le fo i ve ndido ma is uma vez como escravo. Uma fam íli a cri stã resgatou-o, concedendo- lhe a liberdade.

Catedral de São Patrício, Dublin (Irlanda)

destin ara. Recebe u a sagração epi scopa l no continente, e chegou à Irl anda por volta do ano de 433.

A longa e árdua preparação do futuro apóstolo

Milagres atestam sua santidade

Patríc io diri g iu-se então à abadia de São Martinho de To urs, o nde viveu quatro anos, tendo sempre vi sões divinas que lhe mostravam a Irl anda como o país onde deveria ir semear a Fé. Mas não era chegada a inda a hora da Prov idênc ia, poi s, di ri gindo-se àquele pa ís para evangeli zar a cidade de Temoria, fo i mal recebido pela população pagã e teve que voltar à França. Pôs-se então sob a direção do gra nde São Germano de Auxerre, um dos maiores luminares da Igreja da é poca no Oc ide nte. Formado por tal dire to r durante 14 anos, Patríc io estava maduro para sua missão. Nessa época, a heresia pe lagiana começava a contaminar as incipientes cri standades ex iste ntes na [n glaterra e Irlanda. São Ce lestino T e nviou um bi spo, Paládio, para combatê- la, mas este foi mo rto pe los hereges. São Germano recomendou ao Papa que enviasse Patrício para substitu í-lo. Assim , e m 432, vo ltou e le novamente ao ca mpo de apostol ado que a Providênc ia de há muito lhe

Segundo a lguns, a prime ira co isa qu e e le f'e z na rutura Ilha dos Santos foi procurar seu anti go senhor, para pagar-lhe seu resgate. A caminho, diri g iu-se à foz do rio Boyne, onde converteu muitos pagãos e opero u o prime iro de seus mil agres na Irl anda, para provar a honra dev ida a Nossa Senhora e o divino nascimento de Nosso Sen hor Jesus Cristo. De ixando di sc ípulos seus para confirmar os neo-converticlos na Fé, diri giu-se para Slemish , onde o chefe pagão Di chu quis matá- lo à espada. Mas, ao desferir o golpe, seu braço fi cou parali sado, só vo ltando ao nor1 1al q uando e le, contrito, se converte u. Doou ao apóstolo um estábulo, que foi transformado no primeiro santuário erig ido por São Patríc io na Irlanda, junto ao qual fundou um mosteiro que se tornaria seu luga r ele recolhime nto. Sabendo depoi s que um a assemblé ia anual dos chefes e guerre iros pagãos ia reunir-se em Tara, onde res i-

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••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• di a o principal dos chefes (uma espéc ie de rei da Ilha), para lá se diri giu. M as ali situava-se também o principal centro dos druidas - sacerd otes da reli gião pagã que predominava no país. Patrício sofreu muita persegui ção da parte deles, escapando da morte por mil agre. Os sacerdotes druidas , para mostrar seu poder, por meios di abólicos fi zeram uma negra nuvem cobrir o firm amento. São Patríci o desafiou -os a fazê- la desaparecer. Por mais que fi zessem, não consegui ram. A uma prece do Santo, o sol torn ou a apar ecer. O chefe dos sacerd otes, então, também pelo poder diabóli co, como Simão Mago elev0ti-se ao ar, voando como um pássaro. Patríc io rezou, e o mi serável estatelou-se no solo. Com isso, converteram -se diversos chefes tribais e f amíli as . O filh o de um deles, B enen ou B enigno, torn ou-se companheiro in separável do Santo e sucedeu-o na sé de Armagh. Converteram-se também, na ocas ião, o rei de Dublin, o de Mi nster e os sete filh os do rei de Connaught. Daí em di ante o apostolado de São Patrício foi muito favorecido por esses vári os chefes tribai s, e o número de conversões fo i enorme.

O Santo destrói ídolo e converte pagãos Passando perto de um loca l chamado M agh-Slecht, o apóstolo soube que, pouco distante, estava uma multi dão adorando o ídolo Crom-Cru ach, um enorm e pil ar de granito coberto com placas de ouro e prata, cercado por 12 ídolos menores . São Patrício foi até lá e, com uma pancada de seu bácul o, reduziu o ídolo a pó. Em um só luga r, Kill ala, converteu o rei e seus seis filh os, com mais 12 mil vassa los. Passou depois sete anos vi sitando cada loca lidade de Connaught, organi zando paróquias e instruindo o povo. A messe era abundante. Tornou-se legendári a a conversão de duas filh as do rei loca l - Etna, a loira, e Felden, a rubra - que pediram ao apósto lo que as instruísse na fé cri stã para verem Deus face-a- face. Faleceram ambas logo depois do bati smo, sendo enterradas com seus traj es bati smais. No ano de 440, São Patrício empreendeu com muito êx ito a evangeli zação da região de Ul ster. Qu atro anos depois, construiu a catedra l de A rm agh, que, a seu pedi do, o Papa São Leão M agno elevou a metropolita.

Deus concede a servidores, como Patrício, coragem heróica Era m tantos o mil agres, bênçãos e fa tos maravilh osos que acompanhavam o aposto lado de São Patrício, que ele mes mo exc lama em sua autobiografia: " De onde provêm essas maravilhas? Como os filh os de Hibérni a (Irl anda), que j amais hav iam conhec ido o verd adeiro Deus e adoravam íd olos impuros, tornaram-se um povo

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sa nto, uma geração de filh os de Deus? Os filh os e as filhas de reis solicitam a honra de serem monges ou de consagrar sua virgindade ao Senhor. .... E quantas virgens e v iúvas que lutam contra todos os obstácul os humanos para permanecerem fi éis a seu esposo celeste! Eu não se i o número, mas Deus o sa be, Ele que dá a seus humildes servidores um a coragem heróica". Na Irlanda, os bard os ou ca ntores épicos f orm avam uma casta hereditári a, que percorri a o país ca ntando as proezas dos grand es heró is. Pois fo i entre eles que Patrício recrutou seus mais fi éis di sc ípul os, de maneira que muitos mosteiros fund ados pelo Sa nto torn aram-se o lar da poes ia cé ltica. E les souberam tão bem adaptar seu talento ao cri stiani smo em seus câ nticos, que, segundo se di z, os própri os Anj os do céu v inh am ouvi -los. Por isso a harpa dos bardos torn ou-se o símbolo e brasão da Irlanda cató lica6 . Mas nem tudo eram sucessos e maravilhas. O própri o apóstolo afirma que " diari amente eu espero uma morte v iolenta, ser roubado, levado de volta ú escravidão, ou algum a outra ca lamidade .. ... Eu me ponh o nas mãos do Deus poderoso, porqu e é Ele que tudo governa"7. E era muito necessá ri o. Certo di a, por exempl o, vi aj ava num carro de bois ao lado do condutor, seu di scípul o, quando este pediu - lhe que trocasse de lugar com ele, segurando as rédeas enquanto o disc ípul o desc~tn sava um pouco. O mestre não suspeitou de nada. Pouco depois uma lança, atirada por al gum inimi go, atravessou o co ração do di sc ípul o, que ass im sa lvou a vida do mestre e alcançou ao mes mo tempo a coroa do martíri o. O própri o Patríc io não morreri a mártir como ardentemente desej ava . Fa leceu na paz, no dia 17 de março de 46 1, depois de 30 anos de frutu oso aposto lado na Ilha dos Santos, dei xa ndo atrás de si inúmeros sa ntos fo rm ados em sua esco la. ♦

Pedidos a Nossa Senhora são levados à Cova da Iria o di a 9 de janeiro último, quatro fard os contendo pedidos dos participantes de nossa Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, recolhidos durante o ano 2001 , f oram entregues ao responsável pela Capelinha das Apari ções, situada no própri o local onde Nossa Senhora apareceu cinco vezes e revelou sua ex traordin ária M ensagem. O Coordenador da Ca mpanha, Sr. Marcos Lui z Garcia, colocou os pedidos aos pés da imagem de Nossa Senhora, si tuada junto ao local onde as apari ções se deram, e ali rezou por tod os nós. Este é o quinto ano consecuti vo que tal fa to simbólico se repete, levando até N ossa Senhora de Fátima os pedidos de seus fi éis devotos. Ca usou viva impressão aos encarregados da Capelinh a o volume de pedidos, muito superi or à capac idade do loca l destinado a receber as peti ções dos devotos do mundo inteiro. Nosso representante rezou repetidas vezes por todos nós, junto aos túmulos dos pastorinh os bem-aventu rados Francisco e Jacinta, cujos corpos j azem na Basílica que domina toda a espl anada da Cova da Iria. A partir da beatifi cação, foram colocadas na fachada du as estupendas fotos dos dois bem-aventurados, confo rm e se pode ver nas fotos. Ou tro a pecto auspicioso é o fato de a casa dos dois pastorinh os estar totalmente restaurada, com o cuidado de manter sua orig inalidade. É voz corrente na cidade que a aflu ência de devotos de N ossa Senhora de Fátima cresce cada vez mai s. Isto nos foi confirmado pelo sobrinho de Francisco e Jacinta, Sr. João dos Santos Rosa, o qu al nos es timulou a desenvo l ver cada vez mais nosso apostolado.

N

Notas: 1. llreviá rio Ro111a110, ap ud Lcs Pctits Bo ll andi stcs , Vie.1· eles Sai111s. d'aprcs le Pere G iry, Bloud ct Ba rrai, Pa ri s, 1882, p. 475 .

2. Naq uele tempo, como excec iona lmente ocorre também cm nossos dias, viúvos ou homens casados que, de comu m acordo com a esposa, renunciavam aos d ireitos do casament o, podi am receber a ordenação sacerdota l. 3. Ap ud Les Pe1i1.1· /Jolla11di.rtes, p. 469. Sa l vo afirm ação cm contrá ri o, as c itações da mc nc io nand a aulob iogra li a são sempre dessa fonte. 4. T/1 e Cat/10/ic E11cyc/opedia, Vo /11111 e X/. Copyr ight © 19 11 by Robert App leton Compa ny, On lin e Edit ion Copy ri ght © 1999 by Kevin K ni ght. Também Sai111 Patrick. i\posJ/e of" Ire/mui, Livcs <(/" Sai11 1s, John J. Craw ley & C o. , ln c., Etern al Word Tc lcv ision Nctwo rk , Onlin e Editi on.

5. 'lhe CaJ/w lic E11cyclopedia. 6. C fr. Les Pe1i1., /Jol/a11dis1es , p. 4 72. 7. Sa i11 1 Pa1rick, Apostle ri/" lrela11d, O nli ne Editi on.

O coordenador da Campanha, Sr. Marcos Luiz Garcia, enfrentou o rigoroso inverno europeu para colocar aos pés de Nossa Senhora de Fátima, no próprio local das aparições, as petições de nossos participantes.

Acima, à esquerda, na fachada da Basílica de Fátima, magníficas fotos de Francisco e Jacinta.

À esquerda, na casa restaurada de Francisco e Jacinta, o sobrinho deles, Sr. João dos Santos Rosa, recebeu o Sr. Marcos Luiz Garcia.

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••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• Dia lindo, maravilhoso - Ain da emocionada, venho hoje agradecer a visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima em minha casa. Eu nunca vou me esquecer daquele dia lindo, maravilhoso, que para todos irradiou paz, amor e fra ternidade. Obrigada por tudo (JAC, Goiás). Os chamados de Deus - Quero agradecer a vinda da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à minha casa. Todos os meus conhecidos viram que os chamados de Deus acontecem de forma inexplicável. Pois na tarde do dia 2 eu recebi um convite do meu colégio para representar Nossa Senhora de Fátima na noite mariana do mesmo. E ao chegar em casa, minha mãe informou -me que, no dia 5, iria receber a visita da Imagem Peregri na de Nossa Senhora de Fátima em minha casa . A emoção que senti, não sei como explicar . Desde então já começamos a telefonar para parentes e amigos e convidá-los a virem também prestigiar esse grande momento, louvar e agradecer. Preparamos um pequeno altar onde ficou a imagem. A presença dela foi muito emocionante para todos que aqui se encontravam. Tudo correu maravilhosamente bem. E o que não faltaram foram bênçãos para minha casa, parentes e amigos que aqui compareceram. Só tenho a agradecer. Aproveito para informarlhes que já recebi o material que vocês me enviaram por participar da Aliança de Fátima. Meus amigos e parentes, que também fizeram a Aliança, já receberam e fica ram muito contentes por participarem dessa Campanha (ASLA, Pernambuco).

CD do Rosário - Quero agradecer a atenção recebida de vocês e também as belas mensagens recebidas que animam, aliviam as pessoas . Fiquei contente porque ganharei um CD do Rosário (LGP, Minas Gerais). Medalha de São Bento paralisa bandidos - Graças à medalha de São Bento, posso relatar o seguinte fato: Fui com meu esposo a uma agência do Banco do Brasil. Assim que saímos, fomos cercados por rapazes que estavam dispostos a um assalto. Eu estava com minha medalha de São Bento bem à vista, de modo que o que parecia ser chefe deles, assim que viu a medalha, quedou -se estáti co. Não houve assalto, graças à medalha que paralisou os meliantes (CMLG, Minas Gerais). Campanha do Santo Rosário Quero agradecer e parabenizar por essa grande campanha que é a do Santo Rosário. As famílias brasi leiras não poderiam ficar de fora dela, mas devem participar e rezar o Rosário todos os dias . Nossa Senhora fica muito feliz com esse nosso gesto de amor e fé para com Ela, e nos retribui de maneira grandiosa abençoando-nos e a nossas famílias . Eu sinto que Nossa Se-

Ela ouviu o meu clamor - Depois que recebi o terço, comecei a pedir graças a Nossa Senhora de Fátima, eu estava com um netinho na UTI que não tinha nem 1 mês de nascido, e pedi a Nossa Senhora que ela o salvasse, e ela ouviu meu clamor. Outra grande cura Nossa Senhora fez em mim, me curou de uma forte dor no pé esquerdo que não podia nem andar (MBMS, Mato Grosso).

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nhora está olhando com olhar todo especial para essa campanha. Eu lhe mandarei outras cartas com novidades do meu progresso na divulgação da campanha (BSR, Pará).

Proselitismo diabólico para perverter as jovens - O lesbianismo (homossexualismo feminino) assola o nosso País. É cada dia maior o número de lésbicas que movem uma campanha surda e sórdida para trazer para elas mais e mais mulheres, principalmente as mais jovens que são assediadas pelas mais velhas . Perante os olhos de Deus, trata -se de uma perversão da natureza, é uma perversão diabólica que vem dos tempos do paganismo. É um absurdo uma mulher dizer que é católica e praticar o lesbianismo. É também absurdo querer imputar isso apenas como uma simples opcão sexual. É uma ofensa grave a· Nosso Senhor Jesus Cristo. As lésbicas chegam ao absurdo de utilizar-se de magia negra e macumbas para atrair pessoas e prendê-las a suas praticas satânicas (PPP, advogado, Minas Gerais).

Visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima em Salvador (BA)

O seqüestrador é preferido às vítimas

Escândalo oficial

s um seqüestro havido em orto Alegre, o secretário da egurança Pública do Rio Grande do Sul, José Paulo Bisol, do PT, não achou nada melhor para fazer do que abraçar o seqi.iestrador, e não as vítimas ("Zero Hora", Porto Alegre, 13-1-2002).

ministro das Finanças da Noruega , Per-Kristian Foss, 52, "casou-se" com seu " namorado". E não só continua ministro, como assumiu a chefia do governo por ocasião de uma viagem do primeiro-ministro! ("Folha de S. Paulo", 16- l-2002; "Jornal do Brasil", 26-1-2002).

Não deixa de chamar a atenção que uma autoridade responsável pela segurança pública abrace um seqüestrador.

Estamos retrocedendo rapidamente para os tempos de Sodoma e Gomorra.

Bruxa no lugar de sacerdotes católicos o Estado de Wi scon sin EUA), foi nomeada para exercer a capelania das prisões uma bruxa, que atende pelo nome de reverenda Jamyi Witch. Ela é sacerdotisa de Wicca, culto neopagão (Agência Zenit, 11-1-2002).

N

Numa civilização em que Nosso Senhor Jesus Cristo é expulso, é natural que seu lugar venha a ser ocupado pelos cultores do demônio.

O

Assassinato ritual aniel Ruda, de 26 anos, e Manuela Ruda, de 23, um casal de alemães, confessaram ter assassinado em julho um amigo, "seguindo ordens de Satã " Eles mataram sua vítima, de 33 anos, com 66 punhaladas, além de marteladas . A polícia encontrou o cadáver no apartamento do casal na cidade de Bochum, oeste da Al emanha. Ao lado do corpo havi a um caixão, cruzes invertidas e uma li sta com nomes de supostas próximas vítimas. O morto tinha um pentagrama gravado no peito

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Participe ativamente da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, para que juntos possamos expandir ainda mais a difusão da mensagem de Fátima, da Medalha Milagrosa e do Santo Rosário. Ligue e solicite o seu calend ário 2002 do Santo Rosário, ou se inscreva como aderente da Alianca de Fátima ou como benfeitor do Programa Radiofônico "A Voz· de Fátima". Colabore para que a mensagem de Fátima seja um consolo espiritual para cada vez mais pessoas em nosso País.

com um objeto cortante, e um bisturi enfiado no estômago.

Caso flagrante de satanismo, que prova até que ponto pode ir a maldade humana ao entregarse ao demônio. É um pecado de ódio a Deus, da maior gravida de, merecedor das penas mais severas nesta terra, e depois o inferno, se não houver um arrependimento autêntico. Porém, o mundo de hoje decaiu tanto, que já não é mais capaz de reconhecer a existência dessa profunda maldade humana, nem mesmo a do demônio. Por isso, os dois satanistas foram considerados simplesmente como loucos, e deverão ser internados em hospital psiquiátrico por 15 e 13 anos, respectivamente.

Plantão de Atendimento da Campanha: Tel. : (0 ** 11) 3955-0660. Internet: www .fatima.org.br E-mail: fidei@sti.com.br Endereço para correspondência: Rua Martim Francisco, 665 CEP 01226-001 São Paulo (SP)

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ENTREVISTA

·············~········································ Aparições e Milagres de Nossa Senhora de Lourdes Viml~ Nns1a

I

s~11 ,ora

de f'áti,,w , ,rüo ,arcltisl

aravilh osa hi stória das aparições de Nossa Senho~ ra de L ourdes, co m detalhes pouco conhec idos do grande público, é relatada no programa radiofônico "A Voz de Fátima", nº 37, de fevereiro. O programa nº 38, al ém de apresentar a narrativa de um milagre impressio• 6ria das Apnric;õcs de 1,ourtks nante, mostra como os prodígit-hst . • dos Mila~rcs de Lourdl-S Compro,·nc;ão Cu~nt1fica os de Lourdes são atacados pelos inimi gos da Igreja. Nosso Senhor prometeu que as porta s do infe rn o não prevalecerão contra a Santa l grej a. E cumpriu esta promes-

sa inúm eras vezes em toda a Hi stória . Para manifestar o seu poder, se mpre fez mil ag res retumbantes, especial mente através dos Santos qu e enviou para confirm ar os católi cos na verd adeira Reli gião. M as, diante dos gran des peri gos dos tempos moderno s, Nosso Senhor fez mai s: enviou sua M ãe Santíss ima - por exempl o, a Santa Bernad ette, a La Sal ette, a Fátima - para proteger e reconduzir os católi cos, atacados de todos lados pelo protestanti smo, pelo laicismo racionali sta e pelo neocomu ni smo. É nesse contexto que se in serem as apari ções e os milagres de Lourdes. Em março estamos lançando dois novos programas "A Voz de Fátima" , que versa m de modo especial sobre São José e sobre a Semana Santa.

Católicos do Brasil inteiro dizem BASTA à imoralidade na TV

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o mês de fevereiro, a Camantes de sua morte: "Os pecados Os devotos de Nossa Senhora panha Vinde Nossa Senhoque levam mais almas para o inferde Fátima consideram que não pora de Fátima, não tardeis! enno são os pecados da carne" . As dem se omitir, pois isso represen sim, este alerta de Jacinta é simtaria uma infidelidade a seus deveviou cerca de 1 50.000 cartas a seus amigos e aderentes, solicitanplesmente pisoteado pelas emissores de católicos , especialmente em do a participação numa Pesquisa ras de TV . relação às advertências feitas pela Nacional, que deve revelar a verDiante disso , a Campanha re Mãe de Deus aos três pastorinhos, dadeira opinião das famílias católi em 1917. Uma das videntes, Ja solveu lançar essa Pesquisa Na cas a respeito dos índices espantocional, para fazer valer a voz das cinta, já avisava profeticamente sos atingidos pela telefamílias católicas no visão em matéria de debate anunciado imoralidade . pelo Ministério da 1m 1111111111n 1 As emissoras de TV Justiça sobre a clasFátima Ação Família simplesmente invadem sificação dos pro os lares de milhões de fagramas da TV por PESQUISA NACIONAL A verdo doiro opinião das Famílias bmsilolms sobro o Tok,vis.ão faixa etária e por homílias brasileiras, despeS IM, cun,i<lcro <1uc é pn.."Ci-.o dar um HA STA ao li.'(o imom l qtte a TV dc,pcja cm nosso-. l:1rc.,:, jando toneladas de lixo rário. S IM, çon,Kkro t111c 1cmo~ J irci10 a uma progrnm~·nolk tdc,•is:ioi..'Klia. inttirumcntc de-. u~:on:k,com a n)Or."11 imoral, num total desresO objetivo é mosfo milil\tcrl,1:l. peito à moral católica e trar que centenas de O SIM , n, 1111torld11(k ~ 1neçi-.:111, 1omur mcdidn._ cm defc,a dn-. fa mílias e Ou etlucu~ilu llc no-.sM cri :mçn<:, a vítima<,;da TV imorul, aos apelos dirigidos por milhares de pais e O SIM , con,idcro qucouuoK'OIO ll;I \'k•l~ndn cda crlmi11alid;:1dl· é C01l~<t1lléociu J.1 dl-cadêociu moml J.1'-llCicJadc e (11ic a T V tem in1ponantc parçcla de rc,pon.sabi1itladc. Nossa Senhora de Fátimães de família deS IM, como ca16lico(a) e como <k vo1o(a) de N"'-"ª Senhora de Fátima, c,tou disposto(n) a di ~ulgar ma à humanidade, quancentes são contra a campanlm junco a mnlgo<, e p:1rentc<,;, parn cngm.-.~r csltl pc\(jui•m-protc\10 e lc\·nntar uma ,·crdadcm, bar~1rn de ()j)o.-.i~OO c<1111rn imom lidadc na tclcvis~o. do exibem programas do imoralidade e a portipo "Big Brother", da nografia exibidas pela Rede Globo, e "Casa dos TV, e merecem RESPEITO! Artistas", do SBT. .:~ia

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Em defesa da bandeira nacional Ao invadir uma agência bancária, militantes do MST tentam substituir a bandeira do Brasil lá existente pela sua bandeira; mas foram barrados por destemido militar, que impediu a realização dessa afronta a um símbolo de nossa Pátria Ten -Cel. reformado do Exército, Carlos Joaquim da Fontoura Rodrigues, de Santana do Livramenta ( RS), foi recentemente protagonista de desassombrado ato que merece ser registrado nos anais de nossa história . Entretanto, incompreensivelmen te, o belo gesto "passou em branco " para a generalidade da mídia de todo o território nacional, exceção feita de órgãos da imprensa gaúcha. No dia 27 de novembro último, agitadores do Movimento dos Trabalhado res Sem Terra (MST), tendo invadido a Agência do Ban c o do Brasil da cidade gaúcha de Santana do Livramento, tentaram arriar a bandeira nacional, hasteada na frent e do banco, e trocá -la pela bandeirola do MST. Seria a substituição do pendão nacional, que representa a atual ordem estabelecida, por outra que repres enta a baderna, a invasão e depredação da propri edade particular, a anarquia. O Coronel Fontoura correu em defesa da bandeira do Brasil. Não recuando diante do perigo, apesar de seus 73 anos, enfrentou os agitadores e impediu que eles retirassem do mastro a bandeira brasileira . É incompreensível que esse ato destemido e patriótico tenha passado "em branco" fora do Rio Grande do Sul. Como não ver nisso a ação das chamadas patrulhas ideológicas?

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• • O Ce/. Fontoura impede a retirada da bandeira nacional

Catolici.mw - Coronel Fontoura, qual foi sua primeira reação diante da cena da arriação do pavilhão nacional por agitadores do MST?

Cel. Fontoura: •

O intrépi do militar foi visitado em sua residência por nosso enviado especial, : Sr. Sérgio Diniz Bidueira, a quem concedeu entrevi st a para ser publicada, com : exclusividad e , em Catolicismo.

"Quando vi a intenção do baderneiro, só me ocorreu que aquilo não era possível acontecer"

Cel. Fontoura - Quando vi a intenção dobadern eiro, só me ocorreu que aquilo não era possível acontecer. E realmente não aconteceu. Não foi arriada! Catolicismo - Como o público de Livramento considerou a ocupação da agência do Banco do Brasil pelo MST?

Ce/. Foutoura -

Repudiou-a como é costume, face às atitudes desafiadoras às autoridades competentes. E estas, como sempre, são coniventes ou omi ssas. Catolici.\·1110 - O Sr. julga que a omissão das autoridades competentes é causa das trans-

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gressões à lei e ao direito de propriedade, por : parte do MST? •

Cel. Fontoura - Essa gente do MST atravessa cordões polic ia is, invade propri edades, nelas fazem o que entendem, matando gado, depredando, sujando, e o propri etário ainda tem que pagar para e les sa íre m. E a polícia, por ordem do governo, faz o papel de "anjo da guarda " deles. Aqui no Rio Grande do Sul a siluação está assim. Catolicismo -

Refo rm a Agrária. A prefeitura não sabe o que e les produ ze m. Não ex iste m asse ntame ntos emancipados. Todos vivem à custa cios contri buintes bras il eiros. Tenh o acompanhado as reportagens do "Informativo Rural " da TFP, retratando o fracasso desses assenta me ntos e m todo o Bras il. Para a lcançarem Jo MSTl seus objet ivos revoluc io nários, como as ocu pações rurai s e urbanas, repito, conta m e les no RS com "c11~ios da guarda" que o governo loca l lhes propici a.

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Coronel, o Sr. temeu, naquele • momento, uma reação violenta por parte do : MSTI •

Cel. Fontoi.tra - O ato fo i instintivo. Aquilo não podi a aco ntecer, e ne m nos interessava o resultado de nossa atitude o u o que dela poderia resultar. Creio que minha reação fo i devida à formação que e u recebi , e pela inconformidade com a desorde m e o crime que se iria cometer.

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Catolici.\·11io -

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• E agora, o Sr. teme retaliação por parte dos dirigentes de MST? Afinal, sua ação transformou um ato agressivo da propaganda revolucionária numa proclamação de valores rejeitados por esse movimento, como a noção de pátria, associada no Brasil à tradi-

ção cristã de nossa história, à soberania do : Estado brasileiro etc.

Cel. Fontoura - Não. Pe la reação do País ao episód io, cre io que os integra ntes do MST considerari am um gol contra. Não nego que elevem ter pensado ni sso.

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G~K.\ I,

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ll l 'OClt do shnbolon11c\011a\pclodo~1S\'

QUESTÃO AGRÁRIA ~~ 1\1~1lri~rn~lli~JC<~ll~'~ ? " " = - = =~-;:;:;:;

O dia de glória do ~orone. que defendeu a bandeua nac1?! ~ -

• Os proprietários da região es- : tão articulados para bem defenderem - den- • tro das leis, obviamente - seus direitos? :

• •• • •• • : Cel. Fontoura: • "Essa gente : do MST • : atravessa cordões • policiais, invade :

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entendem,

Causa m surpresa, mai s do que o medo de retaliações, as reações de apo io que recebi vindas ele vários Estados. Até do Congo, um brasileiro que lá reside telefonou para me feli c itar. Além das cartas e telegramas que recebi , de apoio, fora1n dezenas de telefonen1as de a1ni gos, colegas cio Exército, e mesmo de desconhec iclos que desej ara m so lidariza r-se com minha atitude. Fui informado, entretanto, ele que alguns pretendiam invadir minha estância, como retaliação, mas depois retrocederam em seu intento.

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Catolicismo -

• co do Brasil em Livramento fez parte de uma : estratégia mais ampla do MST no Rio Grande • do Sul? Em caso afirmativo, que estratégia é : essa e que características tem?

a luta pelo que a Pátria tem de mais nobre e : precioso, um legado que temos a obrigação •

• são essas autoridades que nos governam. Sim,

: tem que pagar : aparente, porque muitas vezes a pressão é para • para eles saírem" • a platéia assistir, uma vez que o governo, na

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Cel. Fontoura - Aq ui em Santana do Livramento os fazende iros vimos organizando um mov imento, que concerne també m a todos os que depe ndem da produção rural ou a e la se li gam indirelamente, para que possamos traba lhar e m paz. Isso inclui a defesa da proprieclade. Se o stado, a quem incumbiri a nos defe nder, não o faz, a quem ire mo s ape lar? O c hamado Direito A /1ernativo vem cleturpando a noção ele função soc ia l da propriedade, prejudi ca nd o os leg ít imos prop ri etários em muitas sente nças. Vive mos um a situação muito pe ri gosa. Não sabemos se, chegando amanhã à estâ nc ia, Leremos te rra para traba lh ar. E depois ela pro pri edade rural será a vez ela urbana, com expropriaçõe. de apartamentos e casas desoc upadas o u sub-oc upadas.

: Catolicismo - A ocupação da agência do Ban-

• matando gado, : depredando, • Cel. Fontoura - Sim. Junto com essa agên• sujando, e o : eia fora m ocupadas outras 14. É con hecida a : proprietário ainda • estratégia de manter apare ntemente sob pres•

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Catolicismo -

propriedades, nelas fazem o que bem

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ma io ria cios casos, é conive nte. Quando não, é om isso porqu e não aplica a le i como deveria, co locando os ag itadores no lu ga r. Esse movimento dos "sem /erra" chegou a ocupar a prefe itura de Santana do Livramento, expul sando o prefeito, e a hastear a bandeira do MST. Tenho també1n info rn1ações que apontam para a formação de uma área conflagrada - u1na nova república do Paranapanem.a na fronteira com o Uru guai, nas regiões ele Hulha Negra, Bagé e Santana do Livramento . Nesta última já ex istem 18 assentamentos de

A defesa da bandeira simboliza •

de preservar para as gerações futuras. E as- : sim, como conclusão, que palavras o Sr. teria • para os jovens, depositários de nossas esperanças, mas hoje ameaçados por tantas for- • ças dissolventes e poderosas?

Cel. Fontoura - Ta is força s di sso lventes e poderosas, que a meaçam o País, sempre foram derrotadas. Foram- no e m J 935 e 1964, e levaram um pouco ma is de tempo quando e ntregara m os pontos na queda cio Mu ro de Berlim.. No e ntanto são pertinazes, e após a queda começaram "gramscianame nte" a solapa r a ed ucação, ocupa ndo postos principais, instil and o na me ntalid ade da ju ve ntude idé ias exóticas e fa lsifica ndo a Hi stó ri a. E isso co m a do min ação da míd ia, que gosLosa me nte coo pera; com propaga nda sub-reptíc ia ini c ia lmente, e abertame nte hoj e e m d ia. Provocaram o afroux amento cios costumes e a e liminação da fa míli a, a anul ação da idé ia ele soberania nacional e o

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"Se o Estado, a quem incumbiria nos defender, não o faz, a quem iremos apelar? O chamado Direito Alternativo vem deturpando a noção de função social da propriedade, prejudicando os legítimos proprietários em muitas sentenças. Não sabemos se,

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res pe ito às le is. Fin alm ente, co m a te ntativa ele sucatea r as Forças Armadas, obj etivam como sempre a tomada do Poder. Co mo a inda não o consegui ram pela fo rça, tentam agora pe lo apodrec imento mora l cio País. Que a juve ntude pare e pe nse um pouco, reaj a contra a at ua l conjun tura da Nação ! Parece que está tudo bem, mas estamos muito próximos ela Argentin a e da Colô mbia. Devemos bi lhões ele dó lares (dívida intern a e extern a), o MST atua ndo co m toda fo rça, as autorid ades omi ssas ou coniventes, a segurança indivi dua l e co letiva às baratas, a saúde e educação re legadas ao esq uecime nto. Se nossa juventude tiver u,11 111ínin10 de capacidade de rac ioc inar, verá que a inda restam a ativação das tradições e do amor à famíli a, ce/u/a malerdo País, e o res pe ito a dire itos secul ares e in a li ená ve is como o ele ir e vir, o de ex pressar-se e o de propri edade.

• Catolicismo - Coronel, agradecemos muito : sua atenção em nos receber aqui em sua resi• ciência. Encerrando a entrevista, o Sr. poderia contar como conheceu a TFP?

• Cel. Fontoura - Eu conhec i a TFP no te mpo • de Dr. Plíni o Corrêa de O live ira . Li muita co isa que e le escreveu e se mpre concorde i co m o • que e le di z ia, apesar de não ser re i ig ioso como e le era. Eu me le mbro muito be m do li vro Re• forma Agrária - Ques/ão de Consciência , do qua l te nho até mais de um exe mpl ar. Acompanhe i a luta el e Dr. Plí nio contra a máxim a do chegando amanhã ceder para nüo perder, infe li zme nte ta ntas veà estância, • zes ace ita pelos fazendeiros. ♦

teremos terra para • trabalhar"

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li Fórum Social Mundial: mão de ferro em luvas de pelica Gu1 u 1ER1V1 1•: D/\ P 1•:N 11 1\

Fatores contingentes da atualidade levaram o Fórum Social a vestir capa de moderação, acentuada ainda pela mídia. Contudo, aspectos salientes do evento revelaram uma radicalidade revolucionária de cunho anarquista, que faz lembrar o clima paroxístico da Sorbonne, em maio de 1968 42

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e 3 1 de jane iro a 5 de fevere iro último, rea li zou-se e m Porto Alegre o li Fórum Soc ial Mundial , o mai s recente evento promovido por vári as associações de esquerda em via de constituírem a chamada In ternacional Rebelde, fó rmul a aggiornata da Internaciona l Comuni sta 1 • Vi sou ser uma demonstração de fo rça das esquerdas. Utilizando as dependê nc ias da Pontifícia Universidade Católica (PU C) e outros auditórios em diversos pontos · da cidade, o Fórum contou co m 50.000 parti cipantes, dos quais 15.000 delegados representando cerca de 5.000 ONGs, e 35.000 o uvintes. Cerca de 15.000 j ovens, segundo inrormam os jorn ais, alojaram-se e m barracas montadas e m doi s "Acampamentos da .Ju ve ntude", denomin ados "C id ade Inte rn ac io na l Ca ri o Giuli ani " . A de legação da Fra nça era de lo nge a mais numerosa. C hegou-se a

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fa lar em 6.000 franceses no Fórum . Adema is, hav ia represe ntantes de 141 países de todos os continentes.

"Vedetes" internacionais e generoso apoio pelista Intelectual de maior destaque no Fórum fo i o no rte-a m e ricano Noam Chomsky, professor no MIT (Massachusetts ln stitut 01· Tec hno logy), ling üi sta conhecido e virulento crítico cio governo de seu país. Da França vieram a viú va de Mitterrand, três candidatos à presidência, seis ministros e o fo lclórico José Bové. E evidentemente Bernard Cassen e lgnacio Ramonet, diretores de "Le Monde DiploAcima: passeata de abertura do li Fórum, Porto Alegre, 31-1-02. Da esq. para a direita: Benedita da Silva, vice -governadora do Rio de Janeiro, Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre, Lula, Olívio Dutra, governador do RS, Miguel Rossetto, vice -governador desse estado

matique", mensário que - juntamente com a "esq uerda católica" brasileira e a ONG francesa ATIAC (Associação para a Taxação das Transações e para a Ajuda aos C idadãos) - fi gura como uma das princ ipais mo las propulsoras do Fórum. Dos arraiai s contestatários que representam a violênc ia veio Vittorio Agno letto, um dos articuladores do quebra-quebra ocorrido em Gênova por ocasião da reuni ão do G-8, em julho cio ano passado. A "esquerda católica" esteve representada sobretudo por Frei Betto e o exfrei Leonardo Boff (o qual atualmente responde pelo nome ele Genésio Darc i). Do mundo político, o Fórum conto u co m o apo io irrestrito ci os petistas Olívio Outra e Migue l Rossetto, respectivamente governado r e vice-governador cio Rio Grande cio Sul , e cio prefe ito ele Porto Alegre, Tarso Genro. Ainda cio PT comparecera m Lul a e a vice-govern adora cio Ri o ele Janeiro, Benedita ela S ilva, para menc ionar os peti stas ele ma is destaque.

reforma urbana " na marra" . Aproveitando o ensejo, também um grupo ele metalúrg icos anunciou que iria ocupar uma fábrica durante o Fórum: Reforma empresarial! É oportuno le mbrar aq ui o pensamento do Prof. Plínio Corrêa de Olive ira, ele que as três reformas (Agrária, Urbana e Empresarial) constitt~em a essência do regime comunista. Os manifesta ntes chegara m ao auditório Pôr-do-Sol por vo lta das 19:30 h,

Conferências, oficinas e painéis: clima morno sacudido por alguns relâmpagos radicais

Passeata de abertura: invasão de prédio, parte integrante do show A abertura cio Fórum de u-se no fin al ela tarde cio di a 3 1 elejane i ro, um a quinta-fe ira, co m uma pa sseata que arreba nh ou cerca ele 30.000 pessoas ( os jornais falaram clesinibidame nte em 50.000). A passeata co meçou no cent ro ela ciclacle e termino u no auditóri o Pôr-do-Sol. Abrindo o desfil e, atrás ele uma faixa quepedia a paz no mundo, caminhava m o govern ado r O lív io Dutra, em trajes típicos gaúchos, o prefe ito Tarso Genro, Lula e Mário Soares, ex-presidente soc iali sta ele Portugal. Logo atrá de le , gra nde profusão ele bandeiras verme lh as cio PC do B, PT, CUT e o utros mov ime ntos ele esquerda. No meio do trajeto, um magote de 150 me mb ros (dos quais 50 crianças) do chamado MN LM (Movimento Nacional ele Luta pela Morad ia) invadiu o prédio Sul América, na Av. Borges ele Medeiros, no centro da e i !ade. Os invasores não foram desalojados! Re ivindicação ev idente de

Que fatores poderiam estar na raiz dessa cautela, manifestada agora pelos organizadores do e vento? Pude mos constatar três de les : a) a repercussão mundi al dos atentados de 11 de setembro, que conjugou a idé ia de terrori smo com a ação das esquerdas - repercussão reconhecida durante o Fórum - , o que obrigou os radicais a encolherem um tanto as garras; b) as próx imas eleições presidenciai s no Brasil, como também e m outros pa íses (França, Ale manh a etc), cujas pesqui sas e leitorai s mostram desde já uma opinião pública rej e itante ci o caráter agressivo das esquerdas; e) publicações difundidas por inici ativa da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) durante o Fórum, que colocaram a nu o ressurgimento do comuni smo e da luta de cl asses por detrás dessas reuniões das esq uerdas 2 •

Fac símile da capa do ensaio, resumido na edição de fevereiro/2002 de Catolicismo

e aí começou um show que durou mais de du as horas. E nfadonho, o progra ma entre meava di scursos (O lívio Outra fo i um cios oradores) com sessões de ani mação, e ntre as quais ~•ma espéc ie ele "cira nda" organizada por estudantes argentinos. Notava-se j á um aspecto c ircense qu e iri a comunicar, juntamente com outros fatores, uma nota Light ao Fórum. D ife rente mente do ano passado, quando uma atri z se mi-nu a declamou versos de cunho libertino-anarqui sta cio urugua io marxista Edu ardo Ga leano.

No di a 1º ele fevereiro iniciouse o ciclo de ex posições, clivicliclo e m quatro grandes blocos temáticos, exatamente como no ano passado. Ou seja: L) a produção ele riquezas; 2) o acesso às riquezas; 3) soc iedade civil e espaços públicos; 4) poder po lítico e ética na nova sociedade. Cada bloco ex igiu um di a do Fórum, com a respectiva temática sendo abordada sob diferentes aspectos. Cada bl oco compo rtava cerca de 200 apresentações, que se compunham de debates na parte da manhã, ofic inas à tarde e painéis à noite. A gra nde confe rê ncia cio primeiro di a foi reservada para Noa m C homsky, um dos ideólogos mais public itados ela nova Internaciona l. Ele mes mo reconheceu, em entrevi sta para um j o rnal de Porto Alegre, que nesta c idade está surgindo um e mbrião de nova assoc iação das esquerdas, a chamada Internacional

RebeLde3 . Em sua conferência, C ho msky foi pouco orig in al. Enfa tizou a necessidade

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a esse "altar" uma cerimônia em honra do sol, uma espécie de culto pagão.

Passeata contra a ALCA: desabafo público do radicalismo contido

de promover a paz a todo c usto, caso queiramos que o mundo continue a ex istir. Repetiu surrados slogans como, por exe mpl o, o ele que os verdadeiros terrori stas não seri am os que jogam bombas, mas os Estados Unidos co m sua políti ca neoliberal e excludente. Apresentado pela mídia como "ícone" ela juventude estudantil , Chomsky, com seus 72 anos, enrugado, não conseguiu ga lvani zar os jovens, e muito menos empo lgar a pl atéia. A confe rência, soporífera, fo i transmitida por telões para diversas sal as da PUC. Mui ta gente dormiu a sono solto. Os te mas ele caráte r pronunciadame nte revo lucionário enco ntrava m-se nos blocos 3 e 4, tratados respectivamente nos dias 3 e 4 de feve reiro. No di a 3, Frei Betto proferiu num cios sa lões ela PUC uma confe rência sobre "Mística e Revolução". Excetu ando-se a de Chomsky, fo i a ex pos ição mai s co ncorrida do Fórum (cerca de 1.500 ouvintes). Nela, Frei Betto ressa ltou a importância da "esquerda católi ca" na fo rmação de líderes revo lucionári os no Brasil: "Todos os líderes da esquerda saíram pela porta da Igrej a", afirmou ele. Tal afirm ação, que não sofreu contestação de ningué m, é de molde a fa zer refl etir seriame nte os dirigentes da Igreja. O que se passo u com ela nos últimos tempos, para que viesse a fo rnecer os cabeças da Revolução?4 Na ta rde do di a 4, desta vez no Acampamento da Juventude, o francês Michel Lõwy, membro da IV Internac i44

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onal , e m sua exposição sobre "Cristianisrno e Revolução", ressaltou o papel primordi al in substituível do "cristianismo revolucionário" na fo rmação dos líde res da esquerda, tanto no Brasil quanto na América Latina. Segundo o orador, o que proporci ona à subversão possibilidades de vitóri a é a ali ança do cri sti ani smo revolucionário com o comuni smo, incompreendida por marxistas da velha guarda. Pronunciada sob uma tenda, a palestra atraiu cerca de 50 estudantes, rapazes e moças, todos sentados no chão de terra batida, à mane ira indígena.

Acampamento da Juventude: experiência anarco-tribal Ainda no Acampamento da Juventude, os organi zadores do Fórum promoveram confe rências de caráter profunda e abertamente marxista. Os jovens acampados eram provenientes de todas as partes do Brasil e de vários países do mundo. Dinheiro não fo i probl ema. Por exempl o, um estudante da Universidade de Campin as contava que pagou apenas 20 reais para ir ao Fórum. A Uni camp finan ciou tudo5 . . . A nota "hippie" era dominante no aca mpa mento. Vi a-se de tudo por lá: pessoas deitadas sobre o mato ou dormindo sob árvores no cal or da tarde, e la vand o-se sum ari ame nte nas poucas torneiras di sponíveis. Por toda a parte rapazes sem cami sa, aqui e lá jograis fa zendo piruetas, gente conversando de

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Na passeata de abertura do li Fórum Social Mundial, a profusão de bandeiras vermelhas indicava o predomínio de partidos e organizações esquerdistas

modo descomposto, debate ndo, disc utindo, divertindo-se de qualquer jeito . Enqu anto isso, no centro do aca mpame nto, alto-falantes difundiam mensagens de teor revolucionário, convidando para ofi cin as ou convocando para manifes tações. Dir-se-i a uma amostra anarco-tribal da sociedade futura almejada pela Internacional Rebelde6 • Havi a muita sujeira por todo lado, e a hi giene era mínima .. E m certas partes do acampamento o mau c heiro tornavase nauseabundo. Havi a poucas duchas, insta ladas ao ar livre e usadas por pes·oas e m trajes sum ári os. Nesse ambie nte degradante, do qual exalava uma impregnação preternatural, vigorava o lema da revo lução da Sorbonne de 1968: " É proibido proibir". É preciso ressa ltar que o Acampamento da Juventude encontrava-se sob fo rte vigilância policial, ainda mais intensa à noite. Mas vi gilância apenas para evitar distúrbios, e não a licencios idade. No centro do acampa mento havi a uma espéc ie de "altar ", onde ardia um "f ogo perpétuo" e m torno do qual , tanto de dia quanto de noite, podia-se encontrar jovens deitados, relaxando ou fazendo "meditações". Muitos de les pareci a m drogados. Todos os dias, às 5:30 h da manhã, rea lizava-se em frente

No fim da tarde do dia 4 realizouse uma passeata de cerca de 20.000 manifestantes contra a Associação de Li vre Comércio das Amé ricas (ALCA), que terminou no Largo Gl ênio Peres, no centro da cidade. Novamente presentes o gove rnador Olívio Outra, o vice-governador, o pre feito Tarso Genro e a parafernáli a costumeira: carros de som, bandeiras ve rmelhas etc. Foi a nota mai s radi ca l dos últim os momentos do Fórum , que iria encerrar-se no dia seguinte. Enquanto nas ruas milhares de participantes do Fórum rea li zavam essa marcha de protesto, no auditório da PUC falava Rigoberta Menchu , índia guatemalteca revolucionári a e Prêmio Nobel da Paz de 1993, num painel encerrando o ciclo de expos ições.

Tônus geral: na aparência, moderação; no fundo, radicalismo Ao contrári o do Fórum de 2001 , onde se manife tou abertamente um espírito revolucionário rad ical, o Fórum de 2002 apresentava uma aparência nitidamente moderada. No a no passado, o painel do último di a conto u co m a presença de Stédile, líder do MST, fa lando claramente de revolução oc ial, de derrubada de cercas, de Ref rma Agrária radical e imediata, tudo isso numa linguagem que procurava ser "arrebatadora". Neste ano discursou Rig be rta, sem nenhuma capacidade de arrastar, e muito me nos de empolgar. Contudo, o aspecto moderado deste II Fórum foi apenas aparente, tendo vel ado sua radicalidade como uma luva de pelica pode esconder mão de fe rro . Por exe mpl o, no Acampamento da Juventude estavam presentes representantes do movi mento guerrilheiro col ombiano das FARC. Um de seus comandantes parti ip u de uma oficina e chegou mesmo a prestar declarações à imprensa. A d ir • o do Fóru m logo saiu a campo pa ra d izer que as FARC não

haviam sido convidadas, assim como todo movimento que empregue a violência como meio de ação. Seja como for, as FARC lá estavam, como també m uma nutrida delegação de cubanos. E que nos con ste, não foram convidados a sair. Radicalidade houve també1n no que se refere às expos ições, como as do Acampamento da Juventude. Por fim , a radicalidade de doutrina e metas ficou patente no material fartame nte di stribuído : jornais, revi stas e livros abordando os mai s diversos temas do es pectro ideo lóg ico da esquerda; além de folheto s de movimentos pró-aborti stas, de ho mossexuai s etc . Um deles, re produzindo o di scurso de um deputado na Câ mara Federal , cita a TFP enquanto uma da s força s de opos ição mai s ferrenhas ao movimen to homossexual. Outro folheto convocava para a "Marcha mundial rumo ao muro da vergonha " , e m 2003 , ao té rmino do próxim o Fórum . Esse "muro da vergonha" seriam os 3.000 quilômetros da fronteira dos Estados Unidos com o Mé xico, e que se trataria de derrubar. O plágio em rel ação ao autêntico " muro da vergonha", derrubado e m 1989, mostra a falta de imaginação.

No encerramento, sessão enfadonha e samba

final para compensar O ence rra mento do Fórum Social deu-se no auditório da PUC, com capacidade para 5.000 pessoas sentadas. Cerca de 8.000 participantes compareceram. Com a presença do governador, do prefeito e demais "vedetes" (Dani elle Mitterrand etc), dos organi zadores (Oded Grajew etc), de líderes de movimentos populares, como Stédile, começou uma longa e enfadonha sessão. Nela foram fornecidas estatísticas, decl amada uma poesia do uruguaio Pedro Ti erra, lido um texto do comunista português Saramago, ouvidos depoimentos de delegados dos continentes asiático, afri cano e america no (Europa excluída !). Tudo terminou com um samba. Dançou-se no palco, dançou a platéia; Olívio Outra, de braços dados com Tarso Genro, liderou o show. E ao som de sam-

ba, com 8.000 pessoas requebrando-se e berrando que "Um outro mundo é possível, se você quiser", encerrou-se o II Fórum Social de Porto Alegre. ♦

Notas: 1. A respeito da lntemacional Rebelde , suas ori gens, suas componentes, sua ação e sua finalidade revo luc io nári a de luta de classes, ver o e nsa io "A pre l exto d o co mbal e à

globalização, renasce a lula de classes Fórum Social Mund ial de Por/o Alegre, be rço de 11111a neo- revo/u çüo aná rquica" , de a utori a do co la bo rad o r da TFP bras il e ira Gregóri o Vivanco Lopes e do pesqui sador da T FP francesa José Antonio Ureta. O conteúdo desse ensaio fo i resumido na últim a edi ção de "Catolic ismo" (fevereiro/2002). 2. Du rante o Fórum , a TFP promoveu a difusão, em Porto Alegre, do e nsai o citado na nota anteri or. Foram també m di stri buídos numerosos exe mpl ares da rev ista Catolicismo , que publi cou em fevereiro último um resum o desse estudo. Ade mais, o me nc io nado resumo foi e ncartado na edi ção de 1° de fe vereiro do "Corre io do Povo", quotidi ano de ma ior c irculação no Rio Grande do S ul. Ta l edi ção foi largamente di stribuída nas dependênc ias da PU C , o nd e se rea li za va m as co nferê nc ias princ ipais do evento. Os organi zadores do Fó rum , ao que parece, acharam mais prudente " ignorar" as séri as e doc ume ntadas críticas à !111e rnacio11al Rebelde, feitas nessas pu bli cações. De modo que , da parte dos organi zadores e partic ip,rntes esquerdistas do evento, seg uiu-se um a ríg ida camp anha de silêncio à menc ionada di stribuição. Curiosamente, os co111es1adores po r excelência julgaram mai s convenie nte não con1e.1·1c11· a funda mentada denúnc ia. Esse recuo tático parece indi car que a argumentação das publi cações lhes pareceu irrespond ível, e conside raram me lhor evitar qualquer polê mi ca durante o Fórum . É presumível, poré m, que a ini c iati va da T FP tenh a influído consideravelmente para o tom gera l moderado das ati vidades ofi c iais do Fórum . 3. De 1864 a 1938 fo ram fundad as qu atro Internac io na is Co muni stas. A presente Intern ac iona l Rebelde seri a a quinta. 4. Desde a década de 40 até seu fa lec imento, em 1995 , Plíni o Corrêa de Oliveira denunc io u in s istentemente a infil tração comuni sta e m me ios cató licos. As providê ncias não vieram, ou fi caram muito aqué m da gravidade do probl ema. Agora co lhe m-se os frutos. 5. A o ri entação esquerdi sta qu e preva lece na U ni camp é fa rtamente conhec ida cios brasile iros . São freqüentes, por exemplo, os cursos de form ação de líderes do MST que ela patroc in a. 6. Sobre essa sociedade anarco-triba l, para a qu al te nde a fnl emaciona/ Rebelde, ver o ensaio c itado na nota 1: pp. 36 e ss.; 82/83.

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Santos 'e festas

de tVllA~ ~O

Março: será celebrada pelo Revmo. Padre Davi Francisquini a Missa nas seguintes intenções:

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1 Santo Albino, Bispo_e Confessor.

São Casimiro, Confessor.

+ Angers (França), 550. De

Santo Adriano, Mártir. + Pa lesti na, 308. Sabendo

nobre estirpe, fo i eleito B ispo de Angers já sexagenário; combate u vigorosame nte, sob risco de vida, o costume imoral de senhores semibárbaros casarem-se incestuosamente com irmãs ou fil has. Convoco u o Concíli o de Orleans, q ue estabeleceu penas severas contra esse abuso. Primeira Sexta-feira do mês.

2 Santa Inês da Boêmia, Viúva. + 1282. F ilha de re is, casada aos J 3 anos com o Prínc ipe da Si lésia, foi para o mostei ro c isterc iense para terminar sua fo rmação . Falecendo seu marido, resolve u entregar-se toda a Deus, fundando um as ilo destinado aos pobres e um soda líc io. Primeira Sábado do mês.

5 que os cri stãos eram perseguidos em Cesaréia, para lá se dirig iu a fim de prestarlhes auxílio. Preso, fo i açoitado e depo is lançado aos leões, que correram para ele subm issos. Teve então a cabeça decepada.

6 São Conon, Mártir. + Ga liléia, 25 l. "Jardineiro crislão, condenado a correr na frenle de wn carro lendo seus pés a!ravessados por cravos, por haver confessado ser discípulo de Jesus crucfficado ".

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Santa Florentina, Virgem.

São Macário de Jerusalém, Bispo e Confessor. + 335. Foi um dos signatári-

+ Cartagena, 633. lrmã de três santos: o ho mem mais notáve l da Espanha, São Leandro ele Sevil ha; São Fulgêncio, o pai dos pobres, Bispo ele Ecija; Santo Isidoro, sucessor do irmão na Sé de Sev ilha; e tia cio mártir Santo Hermenegil do. Tomou o hábito bened itino e, auxi li ada pelos irmãos, fun dou 40 mosteiros, onde viv iam mais de mil re ligiosas.

e leito Bi spo da Capadóc ia. Dirig indo-se e m peregrinação a Je ru sa lé m, esco lheram-no pa ra B ispo dessa c idade. Nar ra Eusébio q ue , "co roado de cabelos brancos, deu testemunho da sua f é, nos pretórios, e ,norreu coberto de g rilhões numa prisão de esaréia".

os cio Concíl io ele Nicé ia contra os arianos. Venerado pe lo fmperaclor Constantino e sua mãe Santa He lena, com e la descobriu vários dos instrumentos da Pa ixão, inclusive a verdadeira C ru z.

11 São Sofrônio, Bispo. + Alexandria, 638. Nasc ido em Damasco, viveu 20 anos como e remita para de pois "ser colocado à.fi"ente da igreja de Jerusalém, que viu ser destruída pelos sarracenos " (cio Martiro lógio Romano).

8 São João de Deus, Confessor.

9

+ Pa lestina, 262. "Marino ia ser promovido ao grau de centurião quando foi denunciado como cristão por wn rival. Obrigado a escolhe,; preferiu a palma do marlírio às honras núlilares. O senador rom.ano Astério, que havia assistido ao seu suplício, foi condenado à ,norte por haver-lhe recolhido o corpo " (do Martirológio Romano).

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preso pelo mesmo motivo . Ambos foram decapitados por não quererem apostatar.

12

Santa Francisca Romana, Viúva.

L I

entre os que mai s contribuíram para extirpar a heresia ariana nas regiões católicas onde vigoravam os ritos orientais.

Santo Inocêncio 1, Papa e Confessor.

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Santa Inês da Boêmia

Santas Perpétua e Felicidade, Mártires.

Santos Marino e Astério, Mártires.

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Santa Francisca Romana

São Casimiro

São Gregório de Nissa, Bispo e Confessor. + 400. Forma com seu irmão, São Basíl io, e seu am igo, São Gregório Nazianzeno, a tríade dos Luminares da Capadócia, caracterizados por esta forma: "Basílio, o braço que atua; Nazianzeno, a boca que fala; Nissa, a cabeça que pensa". Pelos seus escri tos, está

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+ 4 17. "Estendeu a solicitude da Igreja Romana ao Oriente, de.fendendo São João Crisóstorno quando de sua expu lsão da Sé de Constantin opla" (Do Martiro lóg io Romano) .

13 Santos Rodrigo e Salomão, Mártires. + Có rdoba , 85 7. Rodri go, muçulmano convertido ao catolic ismo, era sacerdote. Seu irmão, is lam ita, denu nciou-o ao Califa. Na prisão, encontrou Salomão, também cri stão

14

15 Santa Luísa de Marillac.

16 Santa Eusébia de Hamage, Virgem. + França, 680. Filha ele Santo Adalberto e Santa Ri etrucles. Aos o ito ano s, após a morte cio pa i, foi viver com a avó, Santa Gertrudes, abadessa de Hamage. À morte desta, fo i e le ita em seu luga r, apesar de ter somente 12 anos. Fa leceu antes ele ating ir os 30 anos.

19 São José, esposo da Santíssima Virgem, Patrono da Igreja Universal e da Boa Morte. Para se ter idé ia da grandeza de São José, consiclcr -se que fo i d ig no esposo ela Rainha cios Céu e pai aclot ivo ele Jesus.

20 São Wulfrano, Bispo e Confessor.

17

+ França, 703. Fil ho I a lto func ionário cio exérc ito lc C lóvis II, abandono u a corte, fa zendo-se monge. Fo i nomeado para a Sé ele Sens enqu a nto se u titu lar, Sa nto Amatu s, estava a inda vivo . Mas resigno u ao cargo para ir eva nge li za r os frís ios.

São Patrício, Bispo e Confessor.

21

(Vicie seção Vidas de San tos, p. 32)

18 Santo Alexandre de Jerusalém, Bispo e Mártir. + 250. Discípulo de São C leme nte de A lexa ndria , fo i

Mártires de Alexandria. + 339. Ess 'S cristãos q ue, com Santo At anásio, comemoravam a S 'X ta-Feira Santa na Sé d ' AI ·xandria, foram massacrados pe los he reges arianos e p los pngaos.

São João de Deus

Santa Luísa de M arillac

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26

São Zacarias, Papa e Confessor.

São Teodoro e Companheiros, Mártires.

+ 752. Grego de or igem, "por sua forte personalidade, soube impor-se junto a vários sobe ranos lombardos, .fú,ncos e bizantinos. Em Roma, restaurou diversas igrejas e fe z grande número de.fúndações em favor dos pobres e pereg rinos " (do

+ Líbia. Esses 43 cristãos, vindos do Oriente, sofreram o martírio poss ivelmente sob Dioclec iano.

Martiro lógio Romano).

23 São José Oriol, Confessor. + Barce lona, 1702. De ori gem hum ilde, com o auxíli o de algun s sacerdotes conseguiu ordenar-se e doutorar-se em Teologia. Grande pregador, era muito procurado, por suas lu zes sobrenaturai s para a d ireção das a lmas e pe lo dom de profec ia.

24 DOMI NGO DE RAMOS. Triunfal en trada de C ri sto Jes us cm Jerusa lé m, po ucos li as anlcs de sua Pa ixão na mes ma i lacte.

25 São Marcos Evangelista, Bispo e Mártir. + Egito, 86. Di scípul o de São Pedro, to rno u-se apósto lo do Egito, onde foi martiri zado. No século XI, eus sag rados restos mortai s fo ram trasladados para Veneza, onde ex iste uma magnífica catedral em sua honra. (Nes/e curo afe.1·1a da A1111nciação foi 1ra11sferida para o dia 8 de abril).

27 Santo Habib, Mártir. + Eclessa (Iraq ue), 322. Diácono, exercia a pregação no campo, sendo por isso perseg ui do. Escondeu-se e posteriorme nte ap rese nto u-se ao prefeito, que o mandou que imar vivo .

• Em desagravo ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria pelos pecados praticados no carnaval. • Pelas intenções particulares dos leitores e assinantes de Catolicismo. • Pelos colaboradores, correspondentes e redatores da revista. • Pelos membros da "Aliança de Fátima" e por todos aqueles que têm acompanhado e auxiliado a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!.

28 QUINTA-FEIRA SANTA. Instituição ela E ucaristia e do Sace rdóc io. Ce le bração da prim e ira M issa, por Nosso Senhor, no Cenáculo.

29 SEXTA-FEIRA SANTA. Paixão e Morte de Nosso Senho r Jesus Cristo. Consumase a Redenção do gênero humano. Di a ele jejum e abstinência de carne.

30 SÁBADO SANTO. Je.sus Cristo no sepul cro e a soledade de Nossa Senhora.

31 PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO. " Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramen te, Alleluia!" CAT O LIC IS MO

Será celebrada a Missa nas seguintes intenções: • Pedindo à Sagrada Família que proteja e guarde nossas famílias dos maus costumes, especialmente da imoralidade. Que Ela nos conceda a graça de resistir à tirania das modas imorais e nos dê um íntegro amor à pureza. • Para que todos os leitores e assinantes de Catolicismo, bem como suas famílias, recebam as graças especiais pelos méritos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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TfPs EM AÇÃO

ela.de e fo mos espec ia lmente bem acolhidos; os superi ores ma nifestavam muita s impatia, confi ança na TFP e em cada um dos caravani stas".

Orfandade espiritual

Campanha no centro velho de São Luís, no Maranhão

' Lembro de vocês passando aqui há vinte urante as férias escolares, no anos'. O que comprova a grandeza do mês de jane iro, uma caravana mito que a TFP, graças a Plinio Corrêa de jove ns cooperadores da TFP de Oliveira, criou e m todo Brasil, mesdo Distrito Federal percorreu seis estamo nas cidadezinhas longínquas e, pordos da Federação, em campanha para ditanto, pouco visitadas". vulgação de Catolicismo , estampas de Nossa Senhora de Fátima, medalhas e Visita aos enfermos folhetos da Novena da Medalha Mila"Sempre que possível, fazíamos uma grosa e livros sobre o Rosário. vi sita aos hospitais das cidades por onde Outra caravana, esta composta por fluminen ses, cooperadores da TFP de . passávamos, para levar um consolo espiritual aos doentes, entregando-lhes a Campos (RJ), percorreu 10 estados, perMedalha e a Novena de Nossa Senhora fazendo 8.620 quilô metros, divul gando das Graças". material semelhante. "No di ário de nossa caravana, anoto Melhor idéia poderemos ter dessa apenas a lg umas iniciativa - uma epopé ia juve nil transcrevendo abaixo rela.tos dos próDoentes prios caravanistas: reconfortados espiritualmente "Algo que nos marcou muito foi tercom a visita mos ouvido de várias pessoas, às vezes dos jovens caravanistas até nas menores cidades, frases como:

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e ATo LIeIs Mo

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freqüê nc ia, ouv íamos do público, ma is ou menos nos seguintes termos: 'Muito obrigado mes mo pela visita.~ cês podiam estar aproveitando as fér ias, e aqui estão para nos aj udar. Que Deus lhes pag ue'; ' Olha, não percam e se ânimo que vocês da TFP têm'; 'A TFP não pode acabar, pois é o ponto ele referência de tudo'. Hav ia também pessoas que não gosta m ela TFP. Elas comumente diziam coisas como : ' Vão trabalhar, vagabundos !' Entretanto, estávamos ele férias .. . traba lhando pelo Brasil".

Catolicismo "Em todas as c idades, encontramos ass inantes de Catolicismo e/o u participantes da Campa nha Vinde Nossa Senhora de Fátim.a, Nc'io Tardeis! " "Te ri a muitas reperc ussões para contar, sobretudo daqueles que mais conheciam a TFP e Catolicismo . Estes nos cumprime ntavam com grande calor, e ficavam alegre em nos ver em campanha. Mas o que mais me deixou encantado fo i constatar como as pessoas gostam ele ajudar os caravani stas ela TFP, n cclcndo hospedagem

e combustíve l para prosseguirmos aquela nossa viagem pe las cid ades cio Norte e Nordeste". "Em a lguns aloj a mentos mantidos pe la Polícia C ivil , e também pela Mili tar, obtivemos hospedagem com fac ili -

Espírito Santo Vitória São Mateus Goiás S. João D'Aliança Cavalcante Monte Alegre Campos Belos Tocantins Palmas Taguatinga Dianópolis Natividade Colinas Guara( Miracema Conceição

Paraíba João Pessoa Ceará Fortaleza Piauí Teresina Corrente Bom Jesus Canto do Buriti Picos Maranhão São Luís Caxias São Mateus ltapecuru-Mirim Bom Jesus das Selvas Aça ilândia

Bahia Salvador Luís Eduardo Maga lhães Barreiras Riachão das Neves Formosa do Rio Preto Senhor do Bonfim

Alagoas Maceió

Pernambuco Recife

Sergipe Aracaju

Pará Dom Eliseu Rio Grande do Norte Natal

"Pude mos perceber o quanto estão care ntes de orientação es piritua l as c idades do interior. Isso ex plica a grande proliferação de seitas protestantes nesses lugares". "Em pleno Pelourinho [Salvador BA], com capa e estandarte, começamos a ca mpanh a com o tradicional brado. Não houve um a pessoa seq uer que não parasse para observar a campanha. Turistas nos film ava m a todo mo mento. Perguntas e mais perguntas nos era m feitas. Um turista americano disse-nos que conhecia a TFP dos Estados Unidos, e que ac hava interessantes os idea is ela mes ma".

*

*

Divina Providência É importante ressaltar que, se fôssemos segu ir o plano ini c ial, não teríamos visitado todos os estados que percorremos.-Mas a Providênc ia tinha outros planos. Quando estávamos em Tocantins, ficamos sabendo que a estrada havi a sido interditada e m determinado ponto, devido às for tes c huvas. Isso nos obrigou a fazer um grande desvio pa ra atin g irm os nosso o bj etivo. E ntre outros imprev istos, passamos por estradas che ias ele buracos (ou melhor, crateras). Demoramos quase quatro horas para vencer um trecho de ape nas J 00 quilô metros! Os jovens caravani stas reto rnaram às suas c idades ele ori gem, encerrando sua gesta com um bom churrasco. Eles ag uardam ansiosos as próx imas férias para, co mo novos bandeirantes, desbravar outras regiões ela imensa Terra ele Santa ♦ C ru z.

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TfPs EM AÇÃO

Marcha Pela Vida tem apoio de Bush Washington - No dia 22 de janeiro último, realizou-se em Washington a 29ª Marcha Pro life, em protesto contra a decisão judicial "Roe versus Wade ", que em 22 de janeiro de 1973 declarou legal o aborto nos Estados Unidos. Milhares de delegações provenientes de todo o país lotaram o centro da c idade. Como nos anos anteriores, a TFP norte-americana teve destacada participação na Marcha. Devido à importância crescente dessa manifestação, o Presidente Bush saudou os participantes do evento, felicitando-os pela defesa da vida . "Esta marcha é exemplo de um compromisso que desperta adrniração e profunda compaixão humana - declarou o Chefe do Executivo norteamericano. Entre outras aftrmações, interrompidas por aplausos, acrescentou: "Nossa nação deveria estabelecer uma grande meta: que as crianças por nascer sejam bem, acolhidas na vida e protegidas pela lei". Depoi s de afirmar que uma soc iedade generosa dá valor a tod a a vida humana e procura ampliar a proteção das lei s à vida, inclusive a dos que ainda não nasceram , esclareceu: "Estes são princípiosfimdamentais, e é por isso que meu governo se opõe ao aborto do f eto parciabnente desenvolvido e ao .financiarnento público do aborto. É por isso que incentivamos a abstinência sexual dos adolescentes, os program,a s de apoio à gravidez de risco, as leis de adoção e de notificação dos pais. É também por isso que somos contra todas asformas de clonagem humana". Fiquei muito impressionado com o calor das salvas de pa lmas que acolheram a saudação presidencial. Qualquer brasileiro fica admirado com o número ele pessoas presentes à manifestação - mai s ele 100 mil - e também pela di sposição e pelo entusiasmo de seus participantes. Muitos grupos rezavam o terço, outros cantavam ou bradavam slogans. As mú sicas tocadas pela fanfarra de jovens ela TFP norte-americana (foto acima, à direita) eram acompanhadas com vivas e aplausos. A TFP esteve presente com seus estandartes, faixas e a imagem ele Nossa Senhora de Fátima. Durante a Marcha, a entidade - coirmã ela TFP brasileira - distribuiu um manifesto lembrando os desafios que a nação norte-americana vem enfrentando com sadio heroísmo, em decorrência cios ataques terroristas de muçu lmanos fundamentalistas no dia 1 1 de setembro. Além disso, o documento ressalta a necessidade ele se combater com o mes mo ardor a decisão que legaliza a matança cios inocentes. No final cio longo e ordenado desfile, os membros da TFP voltaramse para o centro da avenida, encerrando a Marcha que assim chegava diante da Suprema Corte. Ao som de belo hino, deu-se a di spersão, sob intensos aplausos. A presença ela TFP, com seus estandartes rubros esvoaçando sobre aquela multidão, no centro da capital da maior potência da Terra, realça a beleza desta nova Cruzada, que sempre teve ensusiástico apoio de Plinio Corrêa de O liveira, em defesa de um cios princípios básicos da Civilização Cristã: o direito à vida de todo nasc ituro. Nas demais fotos desta página, cenas da Marcha Pro Life.

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eAToLIeIs Mo

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Festividade dos Santos Reis Nelson Barretto GELBO PEREIRA

Enviado Especial

Estados Unidos

Comemoração natalina na sede da TFP, em Jundiaí

o lia ' m que se co me mora a dos San tos Reis, 6 de jane1ro, ·ompar ceram à sede ela TFP cer a d . (X) aderentes da Campanha Vinde Nosso Se11!tora de Fátima, não tardeis!, bem ·0 1110 ·01-r sponclentes, esclarecedores · simp:ili:r.a nt s da TFP ele São Paulo, AB 1 , Mauá, Jundiaí e cercanias. O pro 1 rar1111 ini ·iou-se com uma homenagem a Nossa S nhora, cuja imagem foi r ccbida no I orl ão princ ipal da sede. E m s uid a, u ompanhada ele um solene cort jo, diri 1 iu -sc ao pátio central cio imóvel, oncl l"o i proferida uma saudação à Virgem antíssima. Dando seq üê nc ia, ai 1 un s cânti cos natal inos foram executados. orno de costume em tal festiviclacl , para surpresa de muitos apareceu o Bispo ã Ni·ol au ... Ele veio especialmente para dar bon s ·onselhos às crianças, di stribuindo-Ih 'S pr 'sentes e também alg uns " pi tos", r ·prccndendo aquelas que, segundo o r ·lul o das mães, não se comportaram h ·111 110 decurso de 2001. Ap is 111 11 lanche, fo i encenada uma peça 1 ·111nd sobre São Tarcísio, mártir da Eu ·111'i s1ln , /\o linal, fo i montado um pres pio vi o t·om lodos os participantes ela 1w~· 1. ♦

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F.,:"1ª

As cinco fotos desta página apresen tam cenas de várias partes do programa

e AToL Ie Is Mo

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Foto: AO{JOI t uh• V1 ui111

pequena praça de Veneza que figura na ilustração acima causa no observador uma primeira impressão: é uma pracinha na qual, sem dúvida alguma, está presente uma vida de intimidade. Atrai a atenção como as casas estão dispostas em volta desse logradouro: há uma espécie de fraternidade entre elas. As moradias parecem irmãs umas das outras, aconchegadas entre si. Por outro lado, as pessoas que estão na praça são pessoas que levam uma vida de certa suavidade, de certa intimidade, semelhante à das casas: uma intimidade cerimoniosa. Cerimoniosa porque, ao mesmo tempo que nessa praça há intimidade, não existe nem um pouco ambiente para, por exemplo, de repente alguém sair de pijama. Não há clima para o pijama nesse lugar. Há uma espécie de calma, resultante da tradição, e um bom gosto difuso em tudo. Cada elemento é de um gosto apurado, sendo que duas ou três fachadas dentre essas moradias, por sua discreção, reputo bem bonitas.

Por exemplo, esse palacinho à direita, na gravura: é ao mesmo tempo pequenino e muito pomposo. Nota-se uma coroa de conde em sua parte superior. Apresenta uma fachada que é imponente. Tem-se a impressão de que diante dele houve uma representação teatral, num estrado armado para uma festa. Depois, no fundo, a igreja, que é muito bonitinha, e sobretudo sua torre, muito elegante. Os desenhos da torre são bonitos, muito harmônicos, muito clistintos. Essa praça seria falha - a meu ver - se não houvesse o poço no centro. Ficaria faltando alguma coisa, e ela ficaria enorme. O poço desempenha um papel, no conjunto, que é uma coisa extraordinária. É um centro psicológico superior. Nota-se que a praça não é calçada totalmente, mas apenas em parte. · Onde existe plebe, há calor humano, a plebe representa o elemento calorífico das relações humanas. Uma sociedade sem plebe torna-se inumana! Algumas coisas indicam a presença da plebe na praça. Por exemplo, a chaminé da casa, à

esquerda, com uma escada em cim11 . l •:s tou imaginando um italiano plebeu , q11t· limpa a chaminé e que canta. Depois, i11 terrompe seu trabalho para o alino,·o. Posso imaginar o vento qu' tkl'l'lll lll a escada, e ela vem caindo 111 ci111:i dl' uma menina. Mas, por inL r -ess no d\' Santo Antônio, a escada se d ·svi:il /\ 1•r:i vura sugere cenas como essa. /\r ito isso muito pitoresco. Conclusão: diante d ssa prnri11h11 , :) força de olhá-la, o enso ·011111111 1·l11I H1 ra ou destila um seletivo, 011 11l i•1111 1:1 nota dominante que diz 1'L•s peilo II h > das as notas particular's ·xi sl ·11ll's 11l'l ;1 Essa nota dominant , por s1111 Vl' t ,, 1· p111 ,1 mim um valor cio espírito. 1iu di, i11 q1 H' tal nota é: suave inlimidade T ri11u1111 11 sa, afável, e piritual , ·h ·ia 111- 1111111 11 1 nia e de distinção. Eis aí o l'11c111110 d1 sa diminuta praça. Nota sobre a ilus1raç11o: 1'111,11 d1• S11 11l 11 M111l11 h u rnosa, Veneza (li ilia). Ci111 v11111 d11 11 \ VIII 1 11 con1ra-s u111a 1.:6pi11 d1·ss111•111 v111 11 1111 1111111s11d11p1 l11 Prof. Plínio C\> 11· 111k Oll vi- 1111 , 1111 , ',.d, • 1h1 l '1111~1 lh o Na ·ion11l da Tl 11', 1u1 1•11 pl1 11 l p11 11l ls111

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 18 de maio do 1963. S m r vi

o do 1u10,



d~J~~i Nesta edição

A luta pela pureza Questão lslâ,nica

12 O

renascimento do perigo muçulmano

E

m certos ambientes imorais, é freqüente a objeção: "A prática da castidade foi norma para os tempos passados, e não para os nossos, no mundo moderno". Mentira deslavada e clamoroso embuste, pois os preceitos divinos não mudam ao sabor dos caprichos humanos e dos tempos. Deus Nosso Senhor, ao preceituar o 6° Mandamento - "Não pecarás contra a castidade" - estabeleceu-o para todos os tempos , para todos os homens e mulheres, em escala universal. E a todos Ele dispensa as graças necess árias para a prática da vi rtude angélica. Plínio Corrêa de Oliveira explica admiravelmente a beleza da luta pela pureza e a necessidade da oração, nessa batalha moral , em seu livro Guerreiros da Virgem - A réplica da autenticidade.

*

*

*

"Quem ama o perigo nele perecerá" A virtude da pureza é uma virtude árdua e difícil , e contra a qual se rebela a natureza humana decaída por efeito do pecado original. Daí se pode r di zer que um homem casto constitui na ordem moral - um milagre. Mas, por paradoxal que pareça, com a ajuda da graça que De us não nega a nin -

guém, e numa ordem de co isas cri stã, o homem casto é um milag re freqüe nte. Desde que, bem e ntendido, ele queira realmente ser casto, reze, seja vigila nte e te nha o c uidado de se ma nte r ri gorosa mente afastado das ocasiões próx imas de pecado. E o btid a ass im a castidade habitual, é norma l que o varão casto se sinta estável nessa virtude, tendo e ntretanto be m prese nte a advertê nc ia de São Paul o: Qui se exislima/ .1·tare videaJ n.e cadat - Aque lc que julga estar de pé,

to me c uidado para não ca ir (J Cor. X, J 2). Essa estabilidade lhe dá no inte ri o r da alma um equilíbrio e um bemestar que constituem um prê mi o, j á nes ta vida, pe la bata lha mo ral em que fo i ve ncedor. Se, porém, o homem diminui na oração ou na vi g ilância, e entra no ca minho fun esto das pequenas concessões à impu reza, nada se lhe torna ma is difíc iIdo que ma nter a castidade . [... ] Quanto ma is o católico que deseje ser puro faz concessões à impureza, tan to ma is esta última va i exerce ndo sobre ele uma atração tempe tuosa . A cada co nces ão recrudesce a luta, seg uid a no rm a lme nte po r co ncessões aind a ma iores. Estados de es pírito como e e, in fe li zmente nã são raros e ntre as c ri aturas humanas. E os genu ínos mora li stas cató li cos não se fa rtam de rea lçar todo o ri sco que e les traze m para a alma.

'Quem. ama o perigo, nele perecerá', di z a Sagrada Esc ritut·a (Ecc li . JU, 27)" .

Revolução Cultural

14 Dentro

de Paris uma anti-Paris

Santos e Festas do ,nês

18

Nossa capa: Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo

Escreve,n os leitores

20 Grandes Personagens

21

Excertos

2

"Não pecarás contra a castidade"

Carta do Diretor

Imperador romano Teodósio, o Grande

Capa

24 O

indispensável combate à crescente imoralidade

4

Vidas de Santos

Página Mariana

34 Santa

5

Nossa Senhora do Vale: devoção mariana na ilha Margarita, Venezuela

Leitura espiritual

7

O Credo -

Catarina de Siena, defensora e glória da Cristandade

Ecos de Fáti,na

37 •

Mérito do sofrimento Brado de protesto contra a imoralidade televisiva • Nossa Senhora de Fátima, barreira contra a "protestantização" do Brasil • "A Voz de Fátima" difunde devoção a São José •

Segundo artigo

A palavra do sacerdote

8

Distinção entre egoísmo e o amor de Deus a Si mesmo • Licitude do julgamento moral sobre terceiros

A realidade concisa,nente

1O •

Vitóri a da c entro-direita em Portugal • Após eufori a, euroceticismo realista • Refugiados preferem morrer a retornar à Coréia do Norte

Entrevista

41

Eugenia Trujillo Villegas disseca a verdadeira situação da guerrilha na Colômbia

Internacional

O Papa Pio li canoniza Santa Catarina de Siena (1502-08) - Pinturicchio, Biblioteca Piccolomini, Catedral de Siena {Itália)

Discernindo

47

São Pedro e Judas : no primeiro, arrependi mento; no segundo, impenitência final

TFPs e,n ação

49 •

VII Congresso Nacional de Correspondentes da TFP • Simpósio de universi tários na Serra do Japy (Jundiaí-SP) • TFP americana: estudos sobre o terrorismo islâmico

Atnbientes, Costu,nes, Civilizações

52 Rotemburgo: exemplo encantador de cidade medieval

45 Processo

rápido de caos na Venezuela •

La Virgen Bianca Catedral de Toledo (Espanha). A devoção à Santa Virgem das Virgens é o meio seguro para manter a castidade.

CATO LIC ISMO

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Com a palavra ... o Diretor

PÁGINA MARIANA

A Virgem do Vale

Caro leitor, E m sua última aparição aos três pastorinhos e m Fátima, a 13 de ouLu bro de 19 17, a Santíssima Virgem alertou-os para a necess idade de a humanidade se converter, ped ir perdão a Deus pelos pecados cometidos, e principalmente não ofender mais o Criado r, "que j á está muito ofendido". Essas palavras pronunciadas por Nossa Senhora resume m, de certa fo rma, o conteúdo de todas as aparições, que consiste bas icamente em alertar os homens para a grav idade da decadência religiosa e moral, e indicar os meios - penitência e oração - necessá rios para se evitar uma catástrofe. No entanto, o mundo moderno va i chafurdando cada vez mais no pecado, na imoralidade e na heresia. E as pessoas vão sendo levadas, espec ialmente medi ante a onda de imoralidade ex ibida pela TV, a acreditar que o erro é verdade, e que a vida de virtude é desprezível e motivo de vergonha. Aquilo que antes era rejeitado como imoral, hoje é tolerado, chegando muitas vezes até a ser propagado como comportame nto normal, quando não exempl ar. Isto é o que acontece e m relação às modas imora is, ao aborto, ao homossex uali smo e a tantos outros tipos de pecados, mesmo e m diversas legislações de todo o mundo. A degradação moral da soc iedade é tanto mais grave quanto mais ela se difunde entre os católicos, que vão abandonando o e mpenho em progredir na virtude e engrossando as fil eiras do erro e dos maus costumes. Infe li zmente, o que se observa hoje em ambientes católicos, de modo crescente, é a banali zação do pecado. Entretanto, um católico autê ntico não pode deixar de combater a imora lidade, que solapa continu amente os alicerces da Civilização Cristã. Esse tema está mag istra lmente exposto na maté ri a de capa da presente edição, de autoria do Revmo. Pe. Davi Francisq uini , que Catolicismo se honra de ter como um de seus colaboradores. E la conté m dados e in fo rmações que lança m penetrante luz sobre o abi smo religioso_e moral a que se chegou no mundo contemporâneo. O leitor també m fica rá sa bendo como e por que um católi co deve reag ir a essa situação. Tomando como ponto de apo io a d uLrina cató lica e ac ionando a alavanca da luta contra a imoralidade, estaremos elevando o mundo, não só do ponto de vi sta religioso e moral, como em todos o outros sentid s. é certo que ta l atuação está no âmago da própri a mensagem ele Fátim a. Daí a certeza de que a Santíssima Virgem estará continu amente a nos sustentar, concede ndo-nos graças mu ito especiais para alcançarmos êxito nessa importante tarefa. Desejo a todos uma boa leiLura.

Em Jesus e Mari a,

V ALOIS

GRINSTEINS

Milagrosa imagem colonial, Padroeira da ilha de Margarita, na Venezuela, celebrizou-se pelo fato de Nossa Senhora, por meio dela, mostrar-se poderosa intercessora de pedidos ligados às necessidades corriqueiras do dia-adia, que lhe dirigem seus inúmeros devotos

a Ve new ela é muito popul ar a expressão: " Vá chorar no Vale". E la é utili zada, por exemplo, por algué m que é reprovado nu m exame escolar, sofre um pequeno ferimento, perde o emprego, ou qualquer provação ou grande desgraça doméstica. Quando a ouvi pela primeira vez, não entendi que " Vale" seria esse. Na reali dade, o vocábulo origina-se do fato de inúmeros pe reg ri nos ire m roga r auxíli o à Mãe de Deus na Basílica ele Nossa Senhora do Vale do Espírito Santo, na ilha de Mar-

garita, no litoral venew elano. A Ela os peregrinos pedem toda espécie de ajuda, desde coisas simples até grandes milag res, o que é fácil compreender. Mas o que mais chama a atenção é a facilidade com que as pessoas imploram a concessão de pequenas co isas do di a-a-di a. Por exemplo, não há pescador na zona orienta l da Venezuela que não A invoque ao sair do porto. Al guns o faze m cada vez que jogam a rede. Dir-se-ia que o normal é invocá-La. É a invocação quotidiana, para a solução dos pequenos e até dos minúsculos problemas. E é justamente esse diminuto auxíli o de todos os dias que torna a Virgem cio Vale tão popular.

N

Origens da devoção Imagem da Virgem do Vale

9~ 7 Paulo Corrêa de Brito Filho DI RETO R

Basílica da Virgem do Vale, em estilo neogótico

Como a im agem alcançou esse singular tipo de devoção? Ela é provavelmente a mais antiga imagem da Venezuela - uma representação da "Puríssima", com um típi co entalhe do século XVI. Quando se iniciou a colonização do país pelos espanhóis, ela encontrava-se na ilha de Cubagua, na qual abundavam as pérolas, e onde se estabeleceram os primeiros povoadores. Como em Cubagua não havia rios, sendo necessário trazer água da ilha de Margarita, aos poucos os povoadores mudaram-se para essa ilha. Em 1542, os colonizadores trasladaram a imagem para o novo aldeame nto. Naqueles árduos te mpos, início da conquista, a qualquer momento podia ocorrer um ataque de piratas protestanCATO LIC ISMO

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O voto confiante do passado

Vitral da basílica: cena do pescador com a pérola milagrosa

tes ou dos índios caribes, que deram o nome ao mar pelo qual vogavam, percorrendo grandes distâncias em enormes pirogas. Além dessas dificuldade , ocorri am outros sérios ob táculos, como to rme ntas tropicais , e nfermidades desconhec id as dos e uropeus, g ue rras c ivis entre espanhóis ou rebeli ões contra autoridades despóticas. Motivos, portanto, não faltavam para se invocar Nossa Senhora a todo momento. O curioso é que em outras loca lidades próximas não era com um o costume de invocar constante mente a Virgem Sa ntíssima, como na ilha Margarita. Assim, a Virgem do Vale tra nsformouse na im agem dos pedidos com un s e quotidianos. A devoção foi pouco a pouco difun dindo-se por toda a zona orie ntal da Venezuela, sendo e la - juntamente com Nossa Senhora de Coromoto - a mais popular do país. Sua festa atra i multi dões, sendo diversos os trajes que adornam a imagem, oferecidos por peregri nos desejosos de retribuir à Virgem sua benevolência materna. 6

CATOLIC IS MO

Quem visita a basílica onde se encontra a milagrosa imagem, surpreende-se com um contraste: basílica neogótica, em meio a um casari o coloni al e ex uberantes palmeiras. Explica-se o contraste, pois o neogótico era o esti lo em voga quando o novo templo fo i construído em 1895 . Num dos vitrais fi guram a image m de Nossa Senhora e a de um pescador tendo uma ostra na mão. O que representa esse vitral? O milagre mais conhec ido operado por recurso a Nossa Senhora, por meio da imagem. Um pescador de ostras exercia sua profissão na ilha de Coche, a poucos quilômetros de Margarita. Numa época em que não hav ia apare lhos de mergulho, o pescador submergia, contendo a respiração, e, com urna faca, desprendia as mad repéro las, co loca nd o-as num a naza, que é uma cesta para conter as ostras. Após obter algumas madrepérolas, ele volta à superfície e as abre, para . verificar se há a lg um a pérola dentro. Num desses mergu lho., o pescador havia sido ferido numa perna por uma ra ia - peixe cuj a cauda possui lo nga ag ulha, que produz fe rimentos muit !o lorosos. A ferida d gencrou c m úl ra, a qual , por ua vez, ga ngr n u. onsu ltados, o · m d icos opinaram qu a única saída p ssívcl era a1111 ular a I rna. O pobr I escaclor fi cou lese. perado, po is ficar ia a i ija lo e imposs ibilitado de prosseguir excculan lo o trabalho que o sustentava . Mas, ·0111 0 típico pescador do loca l, ló . um voto a Nossa Senhora do Vale: caso se curasse, iria em seguida ao mar, a fim de obter uma bela pérola para o f' r ccr à imagem. Nossa Senhora atendeu seu pedido, sendo e le curado sem te r necess idade de amp utar a perna.

Milagre da pérola: um sorriso de Maria Em c umprime nto da promessa, o pescador submerg iu até conseguir uma madre péro la de bom tamanho. De volta à superfíc ie, ao abri -la, urna surpresa: a pérola tinha a fo rm a de urna pequenina perna. E detalhe ainda mai s adm irável: nessa perna havia uma cicatri z, exatamente na altura em que o pescador havia sido ferido pelo pe ixe. Pérola tão rara

Abril de 2002 •

não podia deixa r de chamar a atenção: o pescador recebeu ofertas de alto valor para vendê- la. Ofertas de tal monta, que dariam para e le se apose ntar e desfrutar urna vida tranqüila por muitos e muitos anos. O mi rac ulado, poré m, não cedeu à tentação da vida cômoda e, cumprindo seu voto, ofereceu a péro la a Nossa Senhora. Pérola esta que se encontra atualmente no tesouro da basílica.

Necessidade de invocação constante A lgumas pessoas poderiam ficar chocadas com a idé ia de recorrer à Mãe de Deus para coisas tão elementares da vida, como, por exemplo, conseguir um taxi na rua, e ncontrar um medicamento numa farmác ia, recuperar um objeto perdido ou conseguir pescar um peixe. Entretanto, Nossa Senhora, que é nossa Mãe, não p rmanece indiferente às ações praticadas por seus filhos . Nossas ações podem ter mai or ou menor importância, acarretar maiores ou menores conseqüências, mas indiferentes para a Virgem antí ·sima e las não são. Em coisas pequeninas e até minúscul as pode res idir a semente de urna perfeição ou de um defeito. E Maria Santíssima afasta de nós as más seme ntes e favo rece as boas. Por isso, é excelente e recomendável a prática de A invocar consta ntemente, implorando que nos atenda em todas as necess idades, grandes, pequenas ou até minú scul as. Ela sabe melhor do que nós tudo quanto nos convém . ♦ Outro vitral: multidão de fiéis acorre à basílica

Segundo artigo do Credo 11

Creio em Jesus Cristo, um só seu Filho, Nosso Senhor''

"Ern

crer e professar o presente artigo, encontra o gênero humano imensas e adm.iráveis vantagens, consoante o testemunho de São João: ' Quem confessa que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece ne le, e e le permanece em Deus' ( 1 Jo 4, 15). " Prova-o também a palavra de Cristo Nosso Senhor, quando proclamava a bem-aventurança do Príncipe dos Apóstolos: 'Bem-aventurado és tu , Simão, filh o de Jonas , pois não fo i a carne nem o sangue que to revelou , mas antes meu Pai que está nos céus" (M t 16, 17). " R ealrnente, esta .fé e esta pro.fissão constituem a base m.ais sólida de nosso resgate e salvação" 1 •

homem, por meio do Arcanjo Gabrie l, quando an unc iou à Virgem o mistéri o da Enca rnação. O Filho de Deus se chama também Cristo, que quer dizer ungido e consagrado , porque antigamente se ungiam os reis, os sacerdotes e os profetas; e Jesus é Rei dos reis, Sumo Sacerdote e Sumo Profeta.

Jesus Cristo O segundo arti go do Credo nos ensina que o Filho de Deus é a segunda Pessoa da Santíss ima Trindade; que Ele é Deus eterno, onipotente, Criador e Senhor como o Pai; que Ele se fez ho mem para sa lvar-nos; e que o Filho de Deus fe ito home m se chama Jesus C risto 2 . A segunda Pessoa da Santíssima Trindade c hama-se Filho porque é gerada pelo Pa i, por via do inte lecto, durante toda a eternidade; e por isso se chama Verbo eterno do Pai. Jesus Cristo chama-se F ilho único de Deu s Pai porque só Ele é por natureza seu Fi lho, e nós somos seus fi lhos por criação e adoção. C hamamos a Jesus Cri sto nosso Senhor porque, alé m de haver-nos criado juntamente com o Pai e o Espírito Sa nto enq ua nto Deus, também nos remiu enquanto Deus e homem. O Fi lho de Deus feito homem se chama Jesus, que quer dizer Salvador, porque nos sa lvou da morte eterna, merecida por nossos pecados. Foi o próprio Padre eterno Quem deu o no me de Jesus ao Filho de Deus feito

Mateo Mexia (séc. XVII), Museu Jacinto Jijón y Caamaiío, Quito (Equador)

Triunfo do Senhor -

A unção de Jesus C ri sto não foi corporal, corno a dos anti gos reis, sacerdotes e profetas, mas toda espiritu al e divina, porque a plenitude da divindade habita ne le substanc ialmente. Os homens tiveram conhec imento de Jesus Cristo antes de sua vinda, pe la·promessa do Messias que Deus fez aos nossos primeiros pai s, Adão e Eva, e que renovou aos santos Patri,u-cas; e pelas profecias e muitas figuras que O designavam .

Nós sabe mos que Jesus Cristo é verdadeiramente o Messias e o Redentor prometidos, porque ne le se cumpriram : 1° tudo o que anunciava m as profecias; 2º tudo o que representavam as figuras do Anti go Testamento. Essas profecias prediziam a tribo e a família da qual deveria sair o Redentor; o lugar e o tempo do nasc imento; seus milagres e as menores c ircunstâncias de sua paixão e morte; sua ressurreição e ascensão ao Céu; o seu rei no espiritual, universal e perpétuo que é a Santa Igreja Cató lica. As princ ipais fi guras do Reden tor no Antigo Testamento são o inocente Abel ; o sumo sacerdote Me lquisedec; o sacrifíc io de Isaac; José, vendido por seus irmãos; o profeta Jonas; u curde iru pascal; e a serpe nte de bronze, levantada por Mo isés no deserto. Sabemos que Jesus Cristo é verdadeiramente Deus: l O pelo testemunho do Pai quando disse: "Este é rneu Filho dileto no qual tenho me con-1prazido; escutai-O ; 2° pelo testemunho do próprio Jesus C ri sto, confirmado pe los ma is estupendos milagres; 3º pela doutrina dos Apóstolos; 4 º pela trad ição consta nte da Igreja Católica. Os principai s milagres operados por Jesus Cri sto são, a lém de sua ressu rreição, a saúde restituída aos enfermos, a vista aos cegos, a audi ção aos ♦ surdos, a vida aos mortos. ]. Catecis1110 dos Párocos, red igido por dec reto do Concílio Triclentino, pub li cado por ord e111 cio Papa São Pio V, dito vu lga r111ente CATEC ISMO ROMANO, versão fi el ela edição autêntica ele 1566, co111 notícia hi stóri ca e análise cr íti ca pelo Pe. Va ldo111iro Pires Martins, Ed it ora Vozes , Petrópo li s. 1962, 2a. ed ição, p. 90. 2. Todos os tex tos qu e vê111 sem aspas foram ti rados do Catec/1 is1110 Maggiore pro11111/ga10 da S011 Pio X, Ro111a , Tipogra fi a Vati ca na, 1905, Ediz ione Ares, Mil ão.

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A

l.,f.

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Palavra·

siCerdote

Pergunta

Não compreendo uma coisa: o egoísmo consiste em tudo fazer em vista de si mesmo; ora, Deus tudo fez e faz em vista de si mesmo, e quer que todas as criaturas Lhe dêem glória. De onde se chegaria à conclusão absurda de que Deus é sumamente egoísta. Como explicar isso? Resposta A mente humana é extremamente limitada para compreender Deus como Ele é em Si mesmo. Porque, sendo nossa inteligência finita, não pode abarcar a Deus na sua infinitude. Assim, o que podemos entender de Deus é menos que um grão de areia comparado com toda a areia do deserto, menos que uma gota d'água comparada com toda a água dos oceanos. De modo que não podemos colocar Deus no mesmo plano de criatura alguma, porque Ele está infinitamen-

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te acima de qualquer delas . Diz lapidarmente a Teologia: Deus é transcendente. Conseqüentemente, quando pretendemos aplicar a Deus conceitos que condizem apenas com a criatura humana, caímos num emaranhado do qual não conseguimos escapar. É como um novelo do qual se perdeu a ponta: por mais que puxemos os fios de cá e de lá, não conseguiremos desenrolá-lo. Isso se passa quando nosso coração abre a porta para o egoísmo, ou seja, para a "auto-idolatria". Nós, criaturas humanas, podemos nos colocar erradamente como fim exclusivo de nossos atos, esquecendo-nos do bem do próximo a quem devemos obrigações, e sobretudo esquecendo-nos de Deus, a Quem devemos serviço, honra e glória. Quando servimos nosso próximo, por obrigação ou por caridade, estamos honrando e glorificando a Deus, em nosso próx imo. Ex iste uma med ida legítima do amor de si mesmo, que consiste em procurar aquilo que é necessário ou conveniente para o bem de nossa alma e de nosso corp e que redunde para a maior glória de Deus. É dessa medida legítima que Jesu fala nos dois Mandamentos resumitivos de toda a Lei: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com. toda a tua alma e com. todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo" (cfr. Mt 22,37-40).

Deus, o Bem Supremo Os teólogos explicam que esse amor ao próximo tem gradações: quanto mais próximo, maior deve ser o Abril de 2002 '

nosso amor. E não há ninguém mais próximo de cada um de nós do que nós mesmos. Esse amor ordenado de si, maior do que a todas as outras criaturas, é, portanto, legítimo e obrigatório, e não pode ser confundido com egoísmo. Passa a ser egoísmo quando é desordenado, vindo em detrimento de nossas obrigações para com o próximo, e sobretudo quando loucamente amamos mais a nós mesmos do que a Deus. Porque, sendo Deus o Bem Supremo, deve ser amado sobre todas as coisas, como está especificado no primeiro Mandamento. Ora, sendo Deus o Bem Supremo, não tem ningué m acima de Si, não há outro bem maior do que Ele mes-

mo. Portanto, no amor com que Deus se ama a Si mesmo não cabe falar de egoísmo, porque Ele não troca um amor maior por outro menor, como faz a criatura humana egoísta. Deus, por ser Deus, não pode deixar de amar-se a Si mesmo, e de amar-se com um amor perfeito. Conseqüentemente, Deus fez e faz tudo para o seu serviço e sua glória. Ele não poderia oferecer como fina lidade a suas criaturas um bem maior do que Ele mesmo, que é o Soberano Bem. É o Criador e o Senhor soberano de todas as coisas. "Tudo foi feito por Ele; e nada cio que foi feito foi feito sem Ele" (Jo, 1,3). E, no entanto, "Veio para o que era Seu e os seus não o receberam" (Jo, 1, 1 l). E,

por fim , no Céu, Ele se dará como prêmio para todas as criaturas racionais, que são os anjos e os homens que o receberam. E o inferno consiste principalmente na perda desse Soberano Bem, por aqueles que se tornaram indignos dele, preferindo orgulhosa e egoisticamente a si mesmos e afastando-se voluntariamente do Soberano Bem. Assim, afastaramse de seus Mandamentos, por Ele promulgados para que reinasse a ORDEM na vida do homem e em sua família, nos corpos intermediários da vida social e em toda a Terra. E, como afirma Santo Agostinho, na "tranqüilidade dessa ordem renasce então a PAZ". Mas, para os que se salvarem, Ele se deixará ver

''.f'ace a face", como diz São Paulo (cfr. I Cor, 13, 12), e então O veremos como Ele é em si mesmo, por toda a eternidade.

Pergunta Muitos católicos não sabem coisas básicas. Não sei o que fazer para mudar isso. Essas roupas da moda - eu diria melhor do mundo - meu Deus, misericórdia! Um dia vi uma mulher receber Jesus com as costas todas de fora, meninas com blusas curtíssimas que mostravam o abdômen. Nosso Senhor disse: "Não julgueis e não sereis julgados". É lícito julgá-las?

Resposta As modas descritas pela consulente são imorais e devem ser reprovadas já por esse motivo, quanto mais se as pessoas assim (des)vesticlas vão receber Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. É uma profanação! O que fazer para mudar isso? Numa civilização católica, em que a observância dos Mandamentos era regra geral da maioria das pessoas, a inocência da infância se projetava adolescência adentro, até a maturidade, e chegava muitas vezes íntegra à idade adulta. No ambiente de pureza que assim se respirava, o pudor com que Deus dota naturalmente Deus Padre (detalhe) Manuel Sepúlveda (1781) - Museu de Arte Religiosa - Coleção da Arquidiocese de Popayán (Colômbia) No amor de Deus a Si mesmo não cabe falar de egoísmo

a alma humana - pudor esse, ademais, sobrenaturalizado pela graça do batismo - protegia-as de modo a resguardar o corpo de toda forma de exposição que violasse as conveniências da moralidade. Infelizmente, esse ambiente puro e sacra! se perdeu com a modernidade, ainda mais nos dias atuais, em que as crianças são submetidas praticamente desde o berço à influência da "babá eletrônica" (como muito adequadamente se tem denominado a TV). Conseqüentemente, o pudor é arrancado da alma da criança, e, salvo um milagre da graça, a maioria das pessoas perde desde muito tenra idade quase todo senso de moralidade no que se refere aos trajes, aos modos de se relacionar com as pessoas do outro sexo etc. Assim, até para receber Nosso Senhor Sacramentado as pessoas se apresentam indevidamente vestidas. Não basta mais, como se fazia antigamente - quando esse processo de quebra do pudor ainda estava no começo - colocar uma tabuleta na porta da igreja advertindo as moças e senhoras contra os trajes moralmente inconvenientes. Como a grandíssima maioria delas, porque perdeu a inocência, perdeu a noção do que seja "moralmente conveniente", um cartaz desse tipo terá hoje um efeito muito reduzido.

Então, o que fazer? É claro que a obrigação maior reside no Clero, que deve pregar "a tempo e contra tempo", como diz São Paulo: "Prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende,

suplica, admoesta com toda a paciência e doutrina" (cfr. 2 Tim 4,2). Mas também os leigos, no âmbito de sua influência sobretudo familiar, e, se possível, articulando-se com outros amigos do mesmo parecer, recordem a gravidade da boa doutrina moral, porque muitas vezes Deus espera a fidelidade e resistência inquebrantável de uns poucos para sacudir a humanidade toda e trazê-la de volta ao bom caminho. A imprensa noticiou recentemente o curioso projeto municipal do prefeito de Aparecida, estabelecendo multas para as mulheres que entrassem na Basílica de mini-saia, vestidos que deixam as costas de fora etc. A primeira reação negativa partiu da juíza local, que viu nisso uma ilegalidade. O administrador da Basílica considerou a proposta "exótica" ... O fato é que o problema exige um gênero de atuação que modifique os pressupostos morais da própria sociedade moderna. O que não se conseguirá sem uma mobilização de grande envergadura, que articule os católicos que se mantiveram imunes aos assaltos da imoralidade e os empenhe numa verdadeira cruzada contra os fatores que criaram a presente situação. "É todo um. mundo que é preciso reconstruir desde os seus fundamentos ", proclamava o Papa Pio XII já em meados do século passado. Que dizer do que existe hoje? Rezemos pela Santa Igreja, recordando e parafraseando a palavra do centurião no Evangelho: "Senhor, dizei uma só palavra" e a ♦ moralidade será salva.

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Euroceticismo

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Liberada a clonagem terapêutica na Inglaterra G rã-Bretanha acaba de dar o primeiro passo para uma prática antinatural. Uma comi ssão de alto nível da Câmara dos Lordes autori zou a pesquisa com células-tronco adultas e embrionárias, inclusive as obtidas de embriões especialmente clonados para tal fim. A ssim sendo, a legislação britânica passa a ser uma das mais concessivas do mundo, e também das mais vergonhosas, pois dá um péssimo exemplo e estimula outros países a adotar essa prática antinatural e criminosa. Não é lícito interromper a vida de um ser humano em form ação, para pesquisas ou a fim de curar males e doenças. E todos sabemos que o próximo passo desse processo é a clonagem de seres humanos - tentativa de substituir-se a Deus na Cri ação - que mais parece um ato de revolta e desafi o em relação ao Criador. ♦

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Norte-coreanos fogem do interno comunista

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m grupo de 25 norte-coreanos - 13 homens e 12 mulheres - invadiu no dia 14 de março último a embaixada espanhola em Pequim e pediu as ilo político. Os refu giados ameaçaram suicidar-se, caso as autorid ades chinesas dec idi ssem enviá- los de volta à Coréia do Norte, tal era sua rej eição e pavor em relação à trágica situação reinante em sua pátri a, ti rani zada pelo comuni smo. O govern o filipin o aceitou receber os infe li zes, que chegaram "estressados" a M anilha, onde perm anecerão até se estabelecerem na Co♦ réia do Sul. 10

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Na Europa, "vento sopra para a direita"

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Europa há um vento que sopra para a direita'.', dec larou há poucas semanas, em entrev ista a im porta nte j orn al espanhol, o ex-presidente da república portu guesa, o soc iali sta M ário Soares.

"E não é só na Espanha e na Itália, mas também na Dinamarca e em outros países nórdicos. Isto também é conseqüência da situação nos Estados Unidos e da situação internacional", acrescentou. A gora foi a vez de Portugal confirmar a assertiva de M ári o Soares . N as eleições legisl ativas do úl timo 17 de março, os portu gueses deram maioria no Parl amento aos partid o. de centro-direita. Convém destacar a importância da votação do Partido Popul ar (PP) - agremi ação política mais à direita no espectro político portu guês - para a obtenção dessa maiori a, ao contrário de tudo o qu e s prev ia. Para muitos anali stas, o fim do govern o soc iali sta em Portu gal marca o fim da chamada maré rosa na Europa, quando os soc iali stas govern avam, sozinhos ou em coli gação, 13 dos l 5 países da União Européia. É provável , segundo as pe. qui ·as, que essa tendência se confirme também nas próx imas eleições na Fra nça, Alemanha, Suéci a e H olanda. ♦

Islâmicos degolam iornalista norte-americano

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jornalista norte-ameri cano Daniel Pearl, de 38 anos, do "Wall Street Journal", teve sua cabeça cort ada diante da câmera de vídeo. Assessores do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, consideraram as imagens tão bárbaras, que decidiram impedir sua divulgação. Esse crime patenteia a barbárie e o ódio anti-ocidental dos fundamentalistas muçulmanos. ♦

em todos os países da Europa estão apostando no sucesso da nova moeda o euro . Grã-Bretanha, Dinamarca e Suécia rejeitaram a moeda, pelo menos por enquanto . Após as eufóricas comemorações de seu lançamento em 1 ° de janeiro de 2002, o euro, que pretende fazer frente ao dólar, já sofreu uma desvalorização de 3%. Segundo seus críticos, o euro provocou tantas controvérsias precisamente porque envol ve amplas ambições políticas. Ele representa um passo na di -

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violênci a nas grandes cidades brasilei1:as_ tem ~ti~gi~o patamares 111miag111ave1s, provocando com isso mudanças de hábitos na expressiva maioria de seus habitantes. Muitas cidades j á se autoimpuseram um verdadeiro " toque de recolher", pois à noite um número crescente de pessoas, especialmente mulheres, não saem para vi sitar parentes ou j antar em restaurantes na companhia de amigos. M esmo permanecendo em casa, há o ri sco de se ter a residência assaltada ou alguém da fa mília seqüestrado. Infe li zmente, tornou -se comum referir-se ao Brasil como um país em guerra civil não declarada. Os números expressam bem essa dramática real idade: são quase 40 mi 1 pessoas assass inadas anualmente no País - pouco miliSde cem

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reção de "um superestado europeu, que submergirá a individualidade das nações européias em uma federação de difícil manejo, prejudicada por uma burocracia (que impõe) uma carga incapacitante de custos regu/atórios e outros custos às economias européias ", escreveu um comentarista britânico. · E a União Européia parece inclinada a admitir em seu seio muitos dos 1 3 países que se mostram desejosos de aderir, desde a Polônia e a Lituânia até a Turquia. Não será fácil, para eles, utilizar o euro; e se o conseguirem, será mais difícil ainda administrar a moeda. ♦

por dia-o que é comparável a quase todas as perdas das Forças Armadas ameri canas na guerra do Vietnã. A pobreza é apresentada, amiúde, como uma das principais causas da violênci a. Entretanto, muitos dos que praticam tais delitos j á se tornaram ricos com o dinheiro de roubos e resgates de seqüestros, e nem por isso interromperam sua atuação cri minosa. Ou se volta à prática dos M andamentos do D ecálogo, ali ada a uma puni ção eficaz dos bandidos, ou então a espiral da criminalidade continuará a crescer assustadoramente. ♦

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BREVES RELIGIOSAS _J

Campanha da Fraternidade: Zapatistas e MST devem inspirar indígenas

A Campanha da Fraternidade 2002, lançada pela CNBB em fevereiro último, tem como tema os povos indígenas . O texto-base dessa campanha propõe como exemplo para os indígenas o Movimento Zapatista do México e o MST. Egon Heck, secretário-executivo do Conselho lndigenista Missionário (CIMI) , admite que, em determinados momentos, as manifestações da Igreja em favor dos índios podem receber apoios do MST. É , no mínimo, temerário e desconcertante sugerir que os indígenas se inspirem em movimentos dedicados a invasões de terra . _J

Reconquista às avessas na Espanha?

No recente livro Em nome de Alá , seus autores - Enrique Montánchez, redator-chefe do diário "La Razón", de Madrid, e Pedro Canales, correspondente no Magrebe do mesmo jornal chegam à seguinte conclusão: "O mundo islâmico procura reconquistar ideologicamente 'AI Andaluz' (nome histórico da Espanha Muçulmana)". Dados sobre os abundantes meios econômicos fornecidos pela Arábia Saudita e Marrocos para construção de mesquitas na Espanha recheiam o livro. A obra também ressalta que, nos últimos anos, 30 mil espanhóis apostataram da Religião católica para abraçar o islamismo. Nos anos 80 havia apenas 1O associações islâmicas no país, hoje são mais de 200. Triste Espanha de 2002, a exgloriosa Espanha reconquistada aos muçulmanos em 1492, por Isabel, a Católica, e Fernando de Aragão, como último episódio de 700 anos de lutas!

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UESTÃO ISLÂMICA

~ Maomé

renasce JUAN G ONZALO L ARRAI N CAM PBELL

Itinerário percorrido entre a estagnação milenar muçulmana e a atual agressão contra o Ocidente, a partir da Primeira Guerra Mundial s atentados ao World Trade Center e ao Pentágono, be m como os fatos que se lhes segui ra m, confirmam do modo mais eloqüe nte as numerosas previsões que há mais de 50 anos o Prof. Plínio Corrêa de O liveira fez a respeito do gravíssimo perigo que o islamismo viria a representar para o Ocidente. Elas constam de diversos arti gos publicados e m "O Legionário", então semanário ofi cioso da Arquidiocese de São Paulo. Nesse sentido, julgamos muito oportuno transcrever a seguir, quase na íntegra, o artigo Maomé renasce, publicado naquele órgão de imprensa em 15-6-1947. Os destaques em negrito são nossos. Para anali sar o re nasc imento muçul mano e a inércia do Ocide nte frente a ele o Prof. Plinio exemplifica, no início do artigo, com a mj steriosa conduta adotada pelos ro manos e m face da invasão dos bárbaros. E passa em seguida a descrever o estado de espíri to estagnado do maometanismo e o caminho percorrido até a renovação do mundo muçulmano.

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A estagnação no mundo islâmico Lembremos rapidamente alguns dados gerrus do problema. [... ] A zona de influência do Islã é imensa de todos os pontos de vista: território, população, ri quezas naturais. Mas até algum tempo atrás, ce1tos fatores inutilizavam de modo quase completo todo esse poderio. O vínculo que poderia unü os maometanos de todo o mundo seria, evidentemente, a religião do 'Profeta' . Mas esta se apresentava dividida, fraca e totalmente desprovida de homens notáveis na esfera do 12

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pensamento, do mando ou da ação. O maometanismo vegetava, e isto parecia bastar perfeitamente ao zelo dos altos dignitários do Islã. O mes mo gosto pela estagnação e pela vida merame nte vegetativa era um mal de que também estava atingida a vida econômica e política dos povos maometanos ela Ásia e da África. [... ] As nações maometanas fec havam-se cada qual sobre si mesma, indife rentes a tudo que não fosse o deleite tranqüilo e mi údo ela vida quotidiana. Assim, vivia cada qual em um mundo próprio, [cada nação] di versificada das outras por suas tradições históricas profundamente diversas, separadas todas por sua recíproca indife rença, incapazes ele compreender, desejar e realizar uma obra comum .

O aproveitamento de suas riquezas era impossível Neste quadro religioso e político tão deprimido, o aproveitamento elas riquezas naturais cio mundo maometano riquezas que, consideradas em seu conjunto, constituem um dos majores potenciais cio globo - era manifes tamente impossíve l. Tudo, pois, não era senão ruína, desagregação e torpor. Arrastava assim os seus di as o Oriente, enquanto o Ocide nte c hegava ao zêni te de sua prosperidade. Desde a era vitori ana, uma atmosfera de juventude, de entusiasmo e de esperança soprava pela Europa e pela América. Os progressos da ciê ncia havi am renovado os as pectos materiais da vida oc i-

denta l. As promessas ela Revolução e ncontravam crédito, e nos últimos anos do sécul o XIX hav ia que m esperasse o sécul o XX como a era de ouro ela humanid ade. É claro que um ocide ntal colocado neste ambiente se capac itava a fundo ela inérc ia e da impotê ncia do Orie nte. Falar-lhe na poss ibilidade ela ressurreição do mundo maometano lhe pareceria algo de tão irrea li zável e anac rôni co quanto o retorno aos trajes, aos métodos de guerra e ao mapa político da Idade Médi a. Desta ilusão, vivemos ainda hoje. E como os romanos - fiados no Medi terrâneo que os separava do mundo islâmico - não percebemos que fenômenos novos e extrema me nte graves se passa m nas terras do Corão.

O mundo muçulmano desperta após a Primeira Guerra É difícil abra nger em uma descrição sintética fe nômenos tão vastos e ricos como este. Mas, de um modo mui to geral, pode-se di zer que, depois da Primeira Grande Guerra, todo o Orie nte - e entendemos esta expressão num senti do muito lato - co meçou a passar por um fe nômeno ele reação anti-européia

mui to pro nunciado. Esta reação comportava dois aspectos algum tanto contraditórios, mas ambos mui to pe ri gosos para o Ocidente. De um lado, as nações ori entais começava m a so frer com impac iê ncia o jugo econômico e militar do Oc ide nte, manifestando uma aspiração cada vez mais pronunciada pela soberania plena, pela fo rmação de um potencial econô mi co in de pe nde nte e de grand es exércitos próprios. Esta aspi ração comportava, é cl aro, uma certa 'oc identali zação', ou seja, a adaptação à Ásia, etc., da téc nica militar, industrial e agrícola moderna, do sistema fin anceiro e bancári o euro-a mericano.

O ódio ao Ocidente De outro lado, poré m, este surto patri ótico provocava um 'renouveau' de entusias mo pe las trad ições nac ionais, costumes nacionais, cul to nac ional, hi stória nac ional. É supérfluo acrescentar que o espetáculo degradante da corrupção e das divi sões, a que estava exposto o mundo oc id e nta l, concorria para estimular o ódio ao Ocidente. De onde a formação, em todo o Oriente, ele novo interesse pelos velhos ído los, ele um ' neopagani smo' mil vezes mais combativo, reso luto e d in âmi co do que o pagan ismo antigo. [.. .] Todas estas nações, .... ao mes mo te mpo mostram-se ufa nas de suas riquezas natura is, de suas poss ibilidades políticas e mili tares e cio prog resso fi nance iro que estão alcançando. D ia a di a e las se enriquecem. [ .. .] Nas suas arcas, o ouro se vai ac umul ando. Ouro significa possibili dade de comprar armamentos. E armamentos significam prestígio mundial.

Fim do sono milenar Tudo isto transformou o mundo islâmico e determinou em todos os povos maometanos, da Índi a ao Marrocos, um estremecimento que signi fica que o sono milenar acabou . O Paq uistão, o Irã, o [raq ue, a Turqui a, o Eg ito são os pontos altos do movimento de ressurreição islâmica . Mas na Argé li a, no Marrocos, na Tripolitâ ni a, na Tunísia, a agitação també m va i in tensa. O nervo vital do islamismo revive em todos

esses povos, faze ndo renascer neles o senso da unidade, a noção dos interesses comuns, a preocupação da solidariedade e o gosto pela vitória. Nada disto fico u no ar. A Liga Árabe, uma confederação vastíss ima de povos muçulmanos, une hoje todo o mundo maometano. É, às avessas, o que fo i na Idade Médi a a Cristandade. A Liga Árabe age como um vasto bloco, perante as nações não árabes, e fo menta por todo o norte da África a insurreição. [... ] Será prec iso ter muito talento, muita perspicácia, info rmações excepcionalmente boas, para perceber o que significa este peri go?

O alerta não foi atendido Termina aq ui a transcrição. Foram inúmeros os artigos que, desde os anos 30 - quando o re nascimento muçulmano parecia uma quimera o Prof. P linio Corrêa de Oliveira escreveu advertindo para o perigo que representaria para a Igreja e a Cri standade a ress urreição cio islamismo. Advertências estas fe itas através das páginas de "O Legionário", e que constitu íam, em seu conjunto, um impressionante brado profé tico diri gido aos líderes espirituais e temporais do Ocidente, para que tomassem as medidas necessári as. Entretanto, ao invés de alertar os católicos, mobili zá-los em face da ameaça muç ulmana - como o fi zeram São Pio V em 1571 e o Bem-aventurado Inocêncio XI em 1683 - e apontar os funestos males que a expansão do Islã acarretaria para a Igreja e para os fiéis, optou-se por uma atitude capitul acioni sta e di alogante com os sequazes de Maomé. A conseq üê ncia não pod ia ser outra senão a radicali zação destes e a penetração do relativi smo entre os católi cos. Analogamente, os líderes temporais do Oc ide nte, ele concessão e m concessão, conduziram a política internacional ele modo a favo recer e m toda a medida do possível, espec ialme nte a partir da Segunda Guerra Mundial, a fo rmação do imenso bl oco pan-maometano. Das conseq üências dos entreguismos es piri tua is e temporais, todo o mundo contemporâneo está sendo víti ma nestes conturbados di as e m que vi♦

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REVOLU ÃO CULTURAL

Casa de Deus ou monumento ao ateísmo? Nova igreja edificada em Paris afronta as maravilhas arquitetônicas da Cidade Luz

Wilson Gabriel da Silva Enviado Especial Fran a

dê ncia nessa comparação humilhante para a rainh a das catedrais, símbolo da França cató lica? Sej a como fo r, esse cicl ópico cubo vazado de c imento tem 110 metros de largura, é recoberto de vidro e mármore bra nco de Carrara e erg ue-se como uma só peça sobre e norme base de concreto. Ele do mina a es planada, em torno da qual estão di stribuídas construções geométricas, não raro extravagantes. Construído para celebrar o segundo centenário da Revo lução Francesa, custou mais de do is bilhões de francos aos cofres públicos, sem fa lar no custo dos reparos que a obra teve de sofrer por ter sido ma l fe ita. Miche le Leloup chamou-o apropri ad amente "La Grande Arc he de la gabegie" (O Grande Arco do desperdíc io), e m artigo para "L'Express" de 105-200 1. "O contribuinte pagou caro

ção dessa c idade do ho me m: a igreja de Nossa Senhora de Pe ntecostes, consagrada pelo Bispo de Nanterre e m 7 de jane iro de 200 1 com as honras de ser a primeira ig reja do novo milêni o. Locali zada nu m canto, junto ao Palais de la D1/ense - mais conhec ido como CNIT, o mais anti go préd io moderno da D1/ense (1958) - ·ningué m julgari a ver ali uma igrej a. Com mui ta dificuldade nota-se a d iscreta cru z, desenhada pel a diferença de to ns nos vidros retangul ares que compõem na fachada princ ipa l uma espéc ie de lâmina, que faz a vez de campanário. Ainda a seu lado ergue-se a colossal torre Fiat,

que juntamente com a vi zinha Elf é a mais a lta do conjunto . Apertada entre os g igantes, a igreja não poderia oc upar lugar mais humilhante. "Não passa de um

pequeno cubo cinzento, tão austero quanto uma tumba, disf arçado pela imensa concha de concreto da CNIT", como observa Dani e l Licht ("Libération", 10-1 l fev. 2001 ).

Um edifício sacro que parece insultar Notre-Dame Nessa moderna catacumba de uma Babe l do ateísmo, o que significa tão di screta presença, que quase se diri a uma ausência? Verdade ira humildade ou mi-

essa mania de grandeza, e ainda tem de desembolsar mais 40 f i·ancos para ir admirar o 'eixo histórico ' de Paris do alto do mirante", conc lui e la com iro-

ade

ni a. Realmente, a única coisa de aprove itá ve l que se pode fa zer no Gra nde Arco é ... o lhar a ve lha Paris !

Selva de cimento, afronta à Cidade Luz N ão obstante, o conj unto de La Déf ense não deixa de impressionar certos

O centro de negócios de La Défense é o prolongamento na tura l da bef<l Avenida Champs-Elysées, que se vê acima

Paris - Apesar do prestíg io e celebridade que a envo lvem, Paris não podia deixar de despertar o ódio de certos fa utores da Revo lução 1 igualitária moderna - a cidade é bela demais. Mas também não poderiam eles simplesmente destruí-la seria provocar protestos no mundo inteiro. Só lhes restava uma saída: ir construindo uma anti-Pari s e m Pari s. Ex iste a lgo q ue correspo nda a esse intui to? S im . A nosso ju ízo, é be m o caso do conjunto de g igantescos edifíc ios modernos que compõem o centro de negóc ios conhec ido co mo La Défense, situado na in te rsecção das comunas (espéc ie de sub-prefe ituras) de N ante r14

C ATO LIC ISMO

re, P utea u x et Courbevo ie, a oeste de Pari s. Para os que conhecem Paris, indico. Os arranha-céus agrupam-se em torno da espl anada que se inic ia a c urta distâ nc ia do rio Sena, este ndendo-se do levante ao poente, como um prolongamento natura l de uma reta que vem do centro de Paris pe la Avenida Champs-Elysées, passa ndo pe lo Arco do Triunfo , porta Maillot e po nte de Neuilly. A espla nada co loca-se no mes mo e ixo, a partir das ág uas do Bassin Takis, a leste, até o Grande Arco da Fraternidade, a pouco ma is de mil metros, a oeste, para

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onde conflue m todas as perspectivas e atenções.

Arco da Fraternidade, ou do desperdício? O Grande Arco é, na realidade, quad rad o co mo um a mo ldu ra o u po rta l modernos. Suas d imensões são tajs, que poderi a e ncerrar a Catedral de NotreDame de Pari s em sua mo le de 300 mil to ne ladas de concreto, confo rme um desen ho que ilustra o bem informado guia Michelin de turi smo. Mera coinci-

espíritos, seja pelo g iganti smo, sej a pela ostentação dos ed ifíc ios. O Estado francês - como também o alto capi tali smo in ternac io na l, representado pe las grandes companhias ou sociedades anônimas - esbanj o u a li ri os de dinhe iro para comunicar à se lva de ci mento a atração sedutora da modern idade. Com efeito, as torres de escritóri os, com seus vidros re lu zentes , dão ao homem da rua a impressão de um poder inabaláve l, esmagador e triunfa nte. Seu ar futuri sta, hoje vi sive lmente ul trapassado, não consegue esconde r a intenção evi de nte de estadear ali , através das abe rrações da di ta "arfe" modern a, uma oposição radica l às doces harmoni as da C idade Luz. É o qu e se nota c la ra me nte, po r exemplo, no " úl timo grito" da concepA famosa e admirável Catedral de Notre-Dame poderia caber dentro do descomunal e acachapante Grande Arco de La Défense

CATO LICISMO

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15


Acima: no interior da igreja, ao fundo, o pequeno altar negro; no primeiro plano, à direita, a tribuna dos leigos, uma espécie de tronco de árvore com pontas em chamas

Défense, por onde circulam todos os tipos de veículos, inclusive linhas de trem e de metrô, distinguimos a igreja de Nossa Senhora de Pentecostes, pois de seus fundos percebe-se melhor a cruz. É este o único sinal que a caracteriza. A alma humana, tão sensível à harmonia elas formas, sons e cores que compõem um ambiente, tem aqui tudo para afastá-la ele qualquer convite à contemplação: a banalidade cio trânsito, o barulho cios veículos, a massa esmagadora dos edifícios.

Atrás da fachada, o vazio

serabilismo de tipo comunista? A explicação que sai dos lábios do próprio Bispo de Nanterre, D. François Favreau, não é conclusiva: "Outrora as catedrais dominavam seus arredores, enquanto Nossa Senhora de Pentecostes procurou uma adequação com o seu ambiente. Não passamos da ocultação que prevaleceu nas últimas décadas à visibilidade. Tentamos manter ambas" ("Le Figaro", 6-7 jan. 2001). O Prelado não chega a elucidar, entretanto, como tal visibilidade oculta pode contribuir para o bem espiritual dos fiéis. É patente, isto sim, que ele considera inteira16

CAT O LIC ISMO

mente de acordo com as concepções do Concílio Vaticano Jl co locar a igreja de Nossa Senhora de Pentecostes "no coração do mundo, atenta às alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos homens de hoje" (idem). Tendo em mente esse quadro de fun do, iniciemos uma visita à igreja de La Défense. Ao sair de um dos estacionamentos do subsolo ao lado da torre Fiat, antes de subir a passarela que conduz à esplanada da Défense, deparamo-nos com um busto de bronze, O Grande Toscano, do polonês Mitoraj. Sobre as entranhas de cimento da

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Vindo da esp lanada, aproximemonos da entrada da igreja. Notemos a sua in sig nificância em comparação com a mo le das torres Fiat e Elf. Talvez para tentar diminuir tal contraste tenha sido projetada esta imensa fachada que esconde atrás ele si... o vazio! Um trompe-l'a:il que pode arrancar de muitos ateus um sorriso de ironia, pois nada mais ridículo do que disfarçar a pequenez da formiga diante do elefante. Contudo, além desse contraste entre a igreja e os arranha-céus, nota-se também um desejo de torná-la consonante com eles, pela semelhança das linhas retas e maciças. Tudo aí fala da mentalidade igualitári a e totalitária. Apequenado como um inseto, o pobre transeunte que por aí passa encolhe-se, temeroso

ante o volume desproporcional que o ameaça. Penetremos no templo religioso, Subindo uma escada vulgar de cimento. À esquerda abre-se o amplo salão, diretamente exposto à luz que entra pelos vidros de toda uma parede, junto à qual fica o altar. Nada das penumbras matizadas das igrejas medievais, onde as chamas das velas ou da lâmpada do Santíssimo dançam e bruxuleiam, como as almas castamente embriagadas pelo vinho celeste das consolações ou provadas pelo absinto amargo das tentações que as assediam. Não. No templo moderno da Défense não há lugar para a poesia. Feito para bem-sucedidos homens de negócios, eficientes funcionários ou operários sindicalizados, tudo aí obedece à disciplina das linhas retas e das massas. A falta de originalidade impõe linhas retas até no altar, parecido a um cubo, sem ornamentos. Em oposição ao altar destaca-se uma espécie de tronco de árvore com pontas em chamas. Mas, misteriosamente, as pontas das chamas foram podadas. Evidentemente trata-se da tribuna dos leigos, cujo realce a coloca em nível de igualdade com o altar. Talvez uma evocação mal concebida do sacerdócio dos fiéis em contraposição ao sacerdócio ministerial. Quem se coloque nessa tribuna, de frente para o altar, dará forçosamente as costas ao tabernáculo, situado no fundo, à esquerda. Mais ao fundo, no canto, num recuo do salão, esconde-se o que seria a representação da Padroeira daquela igreja.

Trata-se da negação da expressividade. Estranhamente, o desenho de uma suposta pomba, símbolo do Espírito Santo, parece formar com o braço da Virgem uma figura muito parecida com a foice e o martelo. Mero acaso? Ou intenção de afirmar a conaturalidade do hediondo com a ideologia do ateísmo? Em todo caso, a visita a essé templo, que incontáveis fiéis se recusarão a reconhecer como autenticamente católico, deixa a alma partida de dor como partida é a pia batismal que se encontra à saída. Basta compará-lo com os esplendores de pedra e vitrais de Notre Dame de Paris, ou com o penumbroso recolhimento ele tantas igrejas, por vezes de estilos tão diferentes, mas que, todas, convidam o fiel à oração, à penitência, à emenda, ao perdão, à misericórdia, à luta. Será ateu e condenável então tudo o que é moderno? - Não permita mos as confusões das chicanas. Não se trata de ser partid{u·io de tudo o que é antigo, e hostil a tudo o que é moderno. Não abusemos dos ter-

Nota: 1. Emprego o termo no sentido que lhe dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em sua obra Revolução e Contra Revolução.

A sacra/idade expulsa da Casa de Deus Nossa Senhora de Pentecostes? Que monstruosidade, que blasfêmia escultural! - tem-se vontade de exclamar. O metal grosseiro, informe, desenha sobre um fundo bruto de cimento uma figura igualmente grosseira e disforme, de onde sobressaem apenas duas mãos imensas e um rosto sem olhos! O que dizer de uma fisionomia sem olhar, senão que é monstruosa? Os gregos e romanos esculpiam figuras com olhos vazados. Mas tinham a arte de comunicar-lhes expressão. Neste caso, não.

mos antigo e moderno. O problema da arte dita "moderna", como a que estamos analisando, é que ela é a própria negação da arte. Os diversos estilos de arte anteriores terão suas qualidades e defeitos, mas habitualmente se orientavam por princípios objetivos que encontram sua consonância na alma humana reta . E visavam ser uma forma de expressão do belo, expressão esta que constitui a definição da aite, em sentido objetivo. A transmissão de geração em geração desses princípios, e dos conhecimentos que eles geraram, é o que chamamos de tradição artística. Ao contrário das verdadeiras escolas de arte, a chamada arte moderna nega radicalmente tais princípios e a referida definição, rompendo com a tradição artística. Por isso ela deforma, desequilibra, arrasa as almas. A igreja é a casa de Deus. Toda igreja deve, poi s, facilitar ao fiel sua união com Deus, a "elevatio mentis ad Deum " (elevação da mente a Deus), como se define a oração. A arte que não cumpra essa finalidade não é sacra, mas um aiTemedo de arte que leva a um escárnio da verdadeira Religião e contribui antes para a deformação das almas do que pai·a ajudai· a elevá-las até Deus. Antes, pode fazê-las descer até o inferno. ♦

Na foto acima, primeiro plano: pia batismal. Ao fundo e no detalhe à direita: uma imagem grosseira e disforme da Mãe de Deus


Santos• ,e festas

de AlffiJRI[ [ 1 São Macário, o Milagroso, Abade.

Eucari stia. Deus comunicoulhe o desejo de ter uma festa dedi cada ao Corpo de Cristo.

+ Ásia M enor, 830. Abade de

Primeira sexta-feira do mês.

Pe lecete, nas prox imidades de Consta ntinop la, famoso pelos milagres que operava, foi duas vezes ex ilado pelos imperadores bizantinos contrários ao culto das imagens.

2 Santa Maria Egipcíaca, Penitente. + Pa lestina, 500. Atri z e pecadora, tocada pel a graça, fu gi u para o deserto, onde viveu mais de 40 anos fazendo penitência. A São Ciríaco, que a encontrou no fi m desse período, contou sua vida pouco antes de fa lecer.

3 São Ricardo de Chichester, Bispo. + Inglaterra, 1253. Chanceler da U ni ve r si dade de Oxford, conselheiro dos arcebi spos de Cantuária São Edmundo Rich e São Bonifác io.

4 São Benedito, o Mouro, Confessor.

6 Os 120 Mártires da Pérsia. + 344. E ntre estes cri stãos presos por ódio à Fé contamse nove virgens consagradas e inúmeros clérigos. Depois ele seis meses de prisão nas piores condições, foram todos degolados, pronunciando antes o nome de Jesus.

Primeiro sábado do mês.

7 Santo Hegesipo, Confessor. + Roma, 180. Judeu convertido, foi para Roma, onde "escreveu uma hi stóri a da [greja desde a Paixão do Senhor até seu tempo" ( do M artirológio).

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C ATOL IC ISMO

10

j ura r a Fé católi ca, fo i decapi tado.

ge, "fo ram co ndenados à morte ao confessarem sua fé cri stã diante do Islam ismo" (do M artirológio).

fi lósofo e professor ele renome em A lexa ndria, pa i cio cé lebre Orígenes. Este tin ha 17 anos quando Leôn iclas foi preso, e o incentivo u a enfrentar o martírio.

ela pe los muçulm anos, para cidade ele Genazza no, nas prox imi dades ele Ro ma, no séc. XV. Essa pintura torn ouse famosa por seus mi lagres.

23

São Teodoro, Confessor.

São Geraldo de Toul, Bispo e Confessor.

+ Egito, 368. " Discípul o ele

Santo Ezequiel, Profeta. + Pa lestina, séc. Vf a.e.. "Levado cativo para a Babilôni a, alguns anos antes ela queda ele Jeru salém, aí exerceu a maior parte ele seu mini stéri o profético" (cio M artirológio).

11 Santa Gema Galgani, Virgem. + L ucca, ] 903. Grande mística, tinha visões contínuas de seu A nj o ela Guarda, que a ad moestava e aco nse lh ava como um irmão. Foi favorecida também por visões ele N osso Senhor, recebendo os estigmas da sagrada Pa ixão. Persegui da cruelmente pelo demônio, algumas vezes seu A nj o a tinha que li vrar ele suas garras.

O mais importante acontec imento ela História: o Verbo ele Deus se encar na no seio puríss imo ele M ar ia Santíssima.

recusou-se a adorar os ídolos e confessou Cri sto Jesus, Filho cio Deus Vi vo. Após mui tos torm entos foi decapitado, e ass im mereceu ser batizado em seu próprio sangue" (cio M artirológ io).

+ Bélgica, -688. " M ãe ele famíli a cri stã, depois ele ter cri ado seus quatro filhos, todos honrados como santos, abraçou uma vicia de oração e so1idão. Jun ta ndo-se-lhe outras mulheres, ori ginou-se o mosteiro em torn o do qual formou-se a cidade de M ons" (cio M artiro lóg io).

18

São M arcos Eva ngelista

12

Santa Valdetrudes, Viúva.

agostiniana, grande devota da

São Fidélis de Sigmaringa

São Vítor de Braga, Mártir. + 306. "Ainda catecú meno,

be1to, irmão-leigo e cozinheiro do convento franciscano ele Palermo, por sua virtude e pru dência foi escolhido como superi or, apesar de analfabeto.

Santa Juliana de Cornillon, Virgem. + França, J 25 8. Reli giosa

Santa Valdetrudes

(neste ano)

+ Palermo, 1589. Escravo li-

5

São Ricardo de Chichester

ANUNCIAÇÃO DO ANJO E ENCARNAÇÃO DO VERBO

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Abril de 2002.

Será celebrada, pelo Revmo. Padre Davi Francisquini, a Missa do mês nas seguintes intenções:

13 Santo Hermenegildo, Mártir. + Sev ilh a, 586. F ilho do rei Leovi gildo, ela Es panh a vi sigótica; a pri ncíp io herege ar iano, foi convertido à verdadeira Reli gião por sua esposa I ndeguncla. Deserdado pe lo pa i por não querer ab-

14 Santa Tomaída, Mártir. + A lexandria, séc. V. " M artiri zada por ter-se negado a ceder aos desej os im pudicos ele seu sogro" (do M arti rológ io).

15 São Crescêncio, Mártir. + Ásia M enor, 354. Fi lho de cri stãos, sofria mui to por ver os ex travi os ele seus conterrâneos idólatras. Um dia em que festejavam uma cl ivi nclacle pagã, reprovou-os publicamente, sendo por isso apri sionado. N ega ndo-se a oferecer incenso aos ídolos, foi marti ri zado.

16 São Paterno Bispo, Confessor. + França, 564. M onge num mosteiro cio Poitou, cleixouo,j unta mente co m São Escubíli o, para fazerem-se eremi tas na Norm andia. A santidade de ambos em breve atraiu lh es inúm eros seg ui dores, que se reuniram numa abadia. N omeado B ispo de Avra nches aos 70 anos, govern ou sua diocese co m rara prudência até sua morte.

18 São Laseriano, Bispo e Confessor. + lrl ancla, 639. M onge, fo i a Roma, sendo ordenado por São Gregóri o M agno. Tendo v i ajado pa ra a Irlanda, lá apoiou a liturgia romana e sua data para a fixação ela Páscoa. Consagrado B ispo e Legado papa l para a Irlanda, consoli dou essas reformas.

19

+ França, 994. Cônego da catedra l ele Co lôni a nomeado B ispo ele Toul , diocese que governou durante 3 1 anos. Notáve l pregador, tra nsformou sua sé episcopal num centro ele saber, trazendo monges da Irlanda e da Grécia.

Santa Ema, Viúva.

24

+ A lemanha, 1045. Filha cio rei dos saxões que, depois ele 32 campanhas, fo i ve ncido por Carl os Magno e se converteu. A Santa casou-se com o Conde ele Luclgero.

São Fidélis de Sigmaringa, Mártir

20

Santo Hermínio Abade, Confessor.

São Teótimo, Bispo e Confessor. + Ás ia Menor, séc. V. " Nascido pagão, tornou-se espec ialmente cé lebre por seus conheci mentos ele fi losofia grega, dando realce a esta ciência por uma rigorosa prática cio Cri stianismo. Mais tarde tornou-se B ispo ele Cítia" (cio M artiro lógio).

25 São Marcos Evangelista, Bispo e Mártir.

t

+ Bé lgica, séc. V 11 1. " Sua sabedo ri a marav i I hou Santo Ursméri o, que induziu seus monges a esco lhê-lo como seu sucessor à frente cio mosteiro de Lobbes, destinado a torn ar-se um cios centros inte lectuais mais i ntensos da Bé lgica" (cio M artiro lógio).

21

26

Domingo do Bom Pastor

Santos Elias e Isidoro, Mártires.

Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano.

22

+ Córdoba, 856. O pri meiro

São Leônidas, Mártir.

sacerdote, e o segundo mon-

+ A lexandri a, 204. Retórico,

Representada nu m quad ro, que foi tras ladado miracu losamente ela A lbân ia, invad i-

17

27 São Pacô mio. Foi chamado a acompa nh ar se u sucesso r, São Hors iésio, em seu governo e em sua cateq uese" (cio M artiro lógio).

28 São Luís Maria Grignion de Montfort, Confessor.

t

São Pedro Maria Chanel, Mártir.

• Pedindo à Sagrada Família que proteja e guarde nossas famílias dos maus costumes, especialmente da imoralidade. Que Ela nos conceda a graça de resistir à tirania das modas imorais e nos dê um íntegro amor à pureza. • Para que todos os leitores e assinantes de Catolicismo, bem como suas famílias, recebam as graças especiais pelos méritos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo .

+ Oceania, 184 1. Sacerdote ela Sociedade ele Maria, foi enviado como pri meiro mi ss ionári o à ilha Futuna, na Oceania. Fo i por nativos ela ilha morto a paul adas enquanto rezava em sua cabana.

Será celebrada na seguinte intenção :

29 Santa Catarina de Siena, Virgem. (V ide Vida ele Santos, p. 34)

30 São Pio V, Papa e Confessor.

t

· Santos Mariano e Tiago, Mártires. + Numícl ia (África), 259. "A vida ela graça era tão in tensa nestas testemu nhas de Deus, que fizeram vá r ios outros mártires pe lo exemp lo ele sua fé" (cio Martiro lóg io).

• De todas as mães dos leitores e simpatizantes de Catolicismo, pedindo a Nossa Senhora as graças necessárias para que sempre possam educar seus filhos na verdadeira Religião e continuar sendo o sustentáculo da família católica. Também pelas mães falecidas .

C AT O LIC ISMO

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GRANDES PERSONAGENS Forunzinho

l2J Essa reunião das esquerdas em Porto Alegre, chamada ostentatoriamente de "Fórum Social Mundial", não passa de um forunzinho para afrontar o mundo civilizado que repeliu o submundo comunista para fora de campo. Mas esses dinossauros só conseguiram colocar um pouco a cabeça de fora, graças ao Sr. Olívio do PT, apoiado pela mídia escrita e fa lada, que serviu de tribuna aos dinossauros. Congratulo essa revista que soube colocar os camaradas do PT nos devidos lugares. (M.D.J. - RJ)

Patrulha ideológica

Igreja Católica. Isso é importantíssimo, pois os católicos devem ter um maior embasamento doutrinário e teológico sobre a Fé. Assim, conheceremos e amaremos mais a nossa Igreja. (D.B. - SP)

Destemor

l2J Gostaria de parabenizar os Srs. pela atitude destemida de tratar temas tão atuais com a coerência necessária e tão em falta nos dias atuais, principalmente nos meios católicos. Conheço pessoas que se dizem católicas e negam todo o Magistério e a Tradição, vão a missas onde os padres dão todo apoio a esses pensamentos.

Permissão concedida

l2J Desde já gostaria de externar o quanto as matérias tratadas me foram úteis, no auge de meu descon hecimento. Estou numa cidade em que a Igreja Católica é atacada descaradamente pela teologia da libertação e pelo protestantismo, principalmente na faculdade (Fiesc). Se me permitirem, gostaria de tirar fotocópias de algumas matérias do boletim "Post Modernidade" e da revista Catolicismo para colocar nos murais da facu ldade. (J.F.A.S. - TO)

O Imperador Teodósio, o Grande, com Valentiniano li e Arcádio (388 d. C.)

- Academia de Arte, Madri

Nota da Redação

(T.0.M.J. - PE)

l2J Já de plano, manifesto meu contentamento por essa publicação tão conveniente aos lares católicos, máxime nesse País que foi tão católico, mas hoje invadido por seitas de todo gênero, devido à omissão de nossos dirigentes, leigos e religiosos. Mas quero também manifestar meu descontentamento pela imprensa esquerdista e inquisitorial (refiro-me ao que vocês denominaram de "Patrulha Ideológica"), que censura os acontecimentos dignos de louvor e próprios para servirem de exemplo a nosso povo carente de valores. Estou indignado porque não tinha lido uma linha sequer sobre a atitude briosa do militar gaúcho [Coronel Fontoura] entrevistado pela revista. Se não tivesse lido o fato nesse exemplar, ficaria totalmente desinformado. (A.C.J. - SP)

Temas não divulgados

l2J A revista tratou de maneira muito clara e esclarecedora os temas ligados ao problema do Islã. Catolicismo apresenta ainda temas que a imprensa em geral não veicula, sobretudo assuntos da

Defesa dos princípios Quero parabenizar a redação da Revista Catolicismo, pela prudência e ao mesmo tempo defesa dos princípios primordiais do catolicismo. Podemos nos comunicar com os adversários e até com quem protesta contra a nossa forma de pensar e agir, mas nunca nos deixarmos manipular por princípios que ferem o nosso desejo intrínseco de Cristão, vindo do batismo na Igreja e confirmado pelo crisma. (R.A.P. -CE)

Cruzada Reparadora

l2J Recebo todos os meses a revista Catolicismo, e para mim é a melhor coisa do mundo, porque o conteúdo dela só tem coisas boas para todos nós católicos. Gosto de ler tudo, do início ao fim. Gosto de reler a revista de maio, que trouxe a poderosa arma eficaz para os católicos, que é a proteção do Santo Rosário. Eu quero participar da "Cruzada Reparadora do Santo Rosário" e rezar toda semana 1 terço nas intenções dessa cruzada. (A.F.T.P. - PR)

Na entrevista concedida pelo Ten-Cel. Carlos Joaquim da Fontoura Rodrigues, que publicamos na edição passada (pp. 39, 40, 41 ), cometemos um lapso. A afirmação correta do entrevistado foi: "Esse movimento dos 'sem terra' chegou a ocupar uma prefeitura, expulsando o prefeito, e a hastear a bandeira do MST".

Entretanto, equ ivocadamente transcrevemos: "Esse movimento dos 'sem terra' chegou a ocupar a prefeitura de Santana do Livramento, expulsando o prefeito, e a hastear a bandeira do MST".

Não se tratou, portanto, da ocupação da prefeitura de Santana do Livramento, cidade onde reside o destemido militar.

Correspondência (cartas, fax ou e· ma1ls) para as secões Escrevem os leitores e/ou A Palavra do Sacer dote env iar aos enderecos que 11· guram na página 4 desta ed1cão

Imperador romano nascido na Espanha, Teodósio, cognominado o Grande, eliminou os últimos vestígios de paganismo, pôs fim à heresia ariana no Império, pacificou os godos, tendo reinado no século IV como um soberano justo e poderoso.

e coube a Constantino conceder a liberdade à Igreja até então perseguida, e favorecê-La, tocou a Teodósio consumar essa liberdade cristianizando o Império. Declarou fora da lei os pagãos e combateu todas as heresias que pulularam durante seu reinado. Extraordinário governante e guerreiro, com autêntico zelo em prol da Religião verdadeira. Em seu reinado

S

concretamente consumou-se a vitória do Cristianismo e teve início seu apogeu na História. Se cometeu algumas faltas graves, levado por seu temperamento fogoso, soube entretanto humilhar-se e peni tenciar-se. Filho de Honório Teodoro, general do exército imperial, e de Termância, ambos espanhóis e cató licos convictos, num tempo eivado da heresia ariana, Flávio Teodósio nasceu no ano de 346 na província de Segóvia. Acompanhou o pai em guerras na Bretanha e na África. Por seu valor e precoce talento militar, tornou-se um dos melhores generais do Império, recebendo o cargo de governador de Mésia. Quando seu pai caiu em desgraça e foi executado, em 376, vítima de uma conspiração de paláciÕ, Teodósio retirou-se para sua propriedade rural na Espanha. " Virtuoso, sóbrio, trabalhado,; rico e liberal, Teodósio socorreu seus compatriotas com seus conselhos e fortuna " 1 • Casou-se então com ÉIia Flaci la, de quem teve dois filhos, Arcádio e Honório, e uma filha, Pulquéria.

Entretanto, a derrota e morte do imperador romano do Oriente, Valente, frente aos godos, e o perigo pelo qual passava o Império, levou o jovem imperador romano do Ocidente, Graciano, a lembrar-se de Flávio Teodósio. "O estado do Império - escreve o historiador francês Ernesto Gregóire - era tão desesperado, que só por abnegação Teodósio acabou por aceitar a rude tarefa de remediar os imensos males provocados pela falta de Valente" 2 • Fora o maior desastre romano em quase 600 anos. O Oriente ficara sem defesa 3 .

Campeão da ortodoxia

4

Teodósio, então com 33 anos, foi nomeado imperador do Oriente em 378. lmed iatamente começou a reorganizar seu exército, restabelecer a disciplina, e, malgrado nova invasão dos godos em 380, soube manter o prestígio romano, firmando com os invasores uma paz honrosa. Venceu também os vândalos e hunos . Em 382, estabeleceu a paz com os visigodos, transformando-os em soldados do Império.

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poderi am sofrer, muitos dos rebelados procuraram refúgio nas igrejas, enquanto outros fugiram ela cidade. Com efeito, Teodósio ficou extremamente irritado, tanto mai s que Antioquia era sua cidade preferida. Mas o bispo ela cidade, Flavi ano, com um grande número ele monges que dei xaram a soleclacle, imploraram perd ão para a cidade culpada. Teodósio acabou cedendo, e tratou seus habitantes co m c lemênci a, o qu e lh e granj eou a simpatia ele todo o Oriente. Um caso mais grave ocorreu no ano ele 390 em Tessa lôni ca, quando turbas amotinadas mataram o representante cio imperador. Teodoro, que se encontrava em Mil ão, enviou uma tropa para matar todos aqu eles que pud esse m ter tido qualquer parte no ocorrido. Al guns autores di ze m que chegou a 7 mil o número ele mortos. Ao ter notícia do fato, Santo Ambrósio saiu ele Mil ão, sua sede patri arca l, a fim de manifestar ao imperador seu desagrado, e diri giu- lhe uma carta repreendendo-o por sua co nduta. E quando depois o imperador desejou entrar na catedra l daquela cidade, para ass istir aos ofíc ios divinos, encontrou Santo Ambrósio na porta do templo. Este di sse- lhe que a igrej a estava fec hada para aqueles que haviam vertido sa ngue inoce nte. Teodós io confessou sua cu lpa e submeteu -se co m humildad e aos atos mais humilhantes ele penitênc ia que lhe impôs o santo arceb ispo . Ficou encerrado em seu palác io, sem vestir o traj e imperi al e privado ele juntar-se à comunidade cri stã, até que, 8 meses depoi s, Santo Amb rós io, em vista de sua contrição, recebeu-o outra vez na igrej a. O imperador pediu então publicamente perd ão por sua má co nduta. Esse fo i um cios mais be los atos ele penitência já prati cados por algum monarca, com parável ao cio Rei-profeta Davi.

Atacado por grave doença em Tessa lôni ca, pediu o batismo, que naqu ele tempo se recebia em id ade mais avançada ou em perigo de vida. Mas não quis recebê-lo senão das mãos de um bispo inteiramente ortodoxo em suas doutrinas. Quando São Asculo apareceu para ministrá-lo, ele quis que este antes fizesse uma profissão de fé formal e terminantemen te católi ca. Poucos dias depois de ter recebido esse Sacramento, o imperador ficou inteiramente recuperado. Imperador "cristão[ ... ] apaixonado,

a política reü g iosa tem grande parte em seu reino. Preocupado em estabelecer a unidade religiosa em seu Império, desde o princípio ele atacou os hereges" 5 . Assim, em 380 promulgou uma lei, a qual estabe lecia ser "sua vonlade que todos os povos submetidos a seu ce/ro abraçassem. a Fé que a Igreja romana havia recebido de São Pedro, e que ensinavam então o papa Dâmaso e Pedro de Alexandria " 6 . Os locais de reuni ão dos hereges não podiam mais chamarse templos. Tendo conhecimento de que a maior parte das igrejas de Constantinop la estava nas mãos dos hereges arianos, impôs ao arceb ispo da cidade, partid ári o dessa heres ia, que as entregasse e também abandonasse a cidade. São Gregóri o Nazianzeno passou então a admin istrar a arquidiocese. Em 381 Teodósio ordenou ao prefeito ele Constantinop la que fec hasse todas as capelas arianas da cidade e di spersasse seus adeptos. A s severas medidas do imperador, contudo, não se voltaram apenas contra os arianos, mas visavam ainda os mani queus e outros hereges. Nesse mes mo ano, convocou o Concílio ele Constantinopla para fix ar e completar o Credo ele N icé ia e pôr termo a várias questões dogmáticas pendentes. Em 383 o imperador cio Ocidente, Graciano, foi assass inado em Lion , tendo C lemente M áximo usurpado o título imperial. Como este pertencia à estirpe ele imperadores, Teodósio, para evitar outra guerra fratricida, aceitou reconhecê- lo, caso ele cedesse a Jtáli a e a África para Yalentiniano li , irmão ele Graciano, o que foi aceito.

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CATOLIC ISMO

Embora cató li co convicto e fervoroso, e favorecendo os cristãos em tudo o que podi a, Teodósio entretanto concedia altos cargos também a pagãos competentes.

O justo ama a repreensão Teodósio tinha um temperam ento co lérico, se ndo- lh e necessá ri o muito esfo rço para dominar seus primeiros

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Santo Ambrósio perdoa Teodósio - Pierre Subleyras (1745) - Galeria N acional, Perugia (Itália)

impul sos. A ss im, ocorreu que em Anti oqui a, por questão ele cobrança ele impostos, a multidão rebelou-se, entregandose a excessos, destruindo as estátuas cio imperador, ele sua esposa e filh os . Dan do-se conta depois elas represá li as que

O castigador de usurpadores Quebrando sua palavra , C lemente M áx imo assenhorou-se, em 388, de todo o Império cio Ocidente, expul sa ndo dele Yalentini ano 11 , que se refu giou em Constantinopl a. Teodós io ficou muito na dúvid a se deveria dec larar guerra ao usurpador. Mandou então consultar São João cio Eg ito, ramoso anacoreta qu e

viv ia na Tebaicla, e cuja fama ele santidade se alastrara pelo Ori ente. O Santo assegurou ao imperador que ele triunfaria nessa justa guerra, e com pouco derramamento ele sa ngue7 • Apesar ela inferioridade numérica, Teodósio enfrentou seu rival. Várias batalhas se sucederam, e a cada uma delas algumas leg iões desertavam cio campo ele Máximo, unindo-se ao verdadeiro imperador. Por fim , Máximo, abandonado, foi despojado ele todas suas insígnias rea is e levado a Teodós io. Embora em sua magnanimidade o imperador estivesse inclinado a mais uma vez perd oar o reca lcitrante, seus soldados o decapitaram. Teodósio concedeu um indulto geral, e Val entiniano H fo i não só reintegrado na posse ele seus antigos domínios, mas de todo o Impéri o Romano do Ocidente. Em tempo pouco anteri or, com Ju liano, o Apóstata (33 1-363), o pagani smo tinha readqu irido muito de seu antigo vi gor, o que possibilitou aos senadores pagãos reconstruir o Altar da Vitória , no Senado, onde ofe rec iam sacri fíc ios aos deuses. O imperador Grac iano o fizera demolir. Quando os pagãos ape laram a Teodósio, pedindo sua reconstrução, este recusou-se termin antemente a permiti - lo, e declarou que sacrifíc ios pagãos, adivinhos e mágicas seriam punidos como crim es ele lesamaj estacle. No ano de 393, Argobasto, anti go tutor franco de Valentiniano li , provocou sua morte e designou para o trono Eugênio, que, apesa r de ap resentar-se nominalmente como cri stão, procurou apoiar-se nos restos de pagani smo para manter-se no trono. Restaurou o Altar da Vitória, em Rom a, e muitos outros templos pagãos, colocando nos estandartes ele suas leg iões a fi gura de H ércu les. Teodósio marchou co ntra o novo usurpador, mas, ad iantando-se com uma parte ele sua leg ião, viu -se rodeado pelos inimigos. D eu-se er1tão um fato considerado por muitos como miraculoso: caiu terrível tempestade, com ventosoprando com violência contra as tropas inimi gas, que quase as cego u, anul ando assim o efeito ele suas fl echas. Com isso, Teodósio pôde reunir todo seu exérc ito e desferir um golpe fatal nas tropas ad-

versárias. O usurpador foi justiçado e Teodósio tornou- se novamente imperador único do Ocidente e Oriente. Dentro ele pouco tempo, porém, ele mesmo dividiu outra vez o Impéri o entre seus dois filhos: Arcádia ficou com o Oriente e Honório com o Ocidente. Tal divi são permaneceri a fixa.

Morte assistida por Santo Ambrósio Em 395 Teodósio encontrava-se em Milão, quando foi atacado de hiclropisia, conseqüência dos desgastes e fadi gas ela última campan ha. Tomando conhec imento de se u delicado estado de saúde, Santo Ambrósio acorreu junto a se u leito de morte. O imperador agradeceu-lhe tudo quanto hav ia feito por ele, e pediu que continuasse a fazer o mesmo por seus filhos, os quais confi ou a seus cuidados . O Santo respondeu: "Se-

nho,; espero que Deus lhes dará, corno deu. a vós, um. espírilo reto e um coração dócil; recebo com. prazer o encargo que me impondes, e vos respondo não só pela instrução desses queridosjilhos, como tarnbém pela sua eterna salvação" 8 • Com tão conso ladora promessa, Teodósio entregou a Deus sua alma com os sentimentos ela mais profunda piedade, em 17 de j aneiro ele 395 . Seu elog io fúnebre foi proferido pelo próprio Santo Ambrósio. ♦

Notas: 1. Dicimtá rio Enciclopédico l-lispano -A111erica 110, Mont aner Y Simó n, Editores, Barce lona, 1890, tomo XX , p. 619. 2. fel. , ib. 3. C fr. D i.rcove ry C lt c111n e l S e /t oo /, R o 111 c111 /-li s lo ry , Myron sit e, Int ern et , Roman Emperors, Theoclosius. 4. Emprega mos aq ui a pal avra " ortodoxia" em seu sentido original e autêntico ele " doutrina verdadeira" . Nada tem a ver, port anto, co111 a igreja ci s111 áti ca, que habitu al111 en te é cha111acla tam bém ele igrej a ortodox a. 5. La Grande Encyclopédi e, Soc iété Anony111c ele la Gra nde Encyc lopécli e, Paris, to1110 XXX , verbete Théoclose ler. 6. Bernardino Ll orca, SJ, /-lisloria de la lg /esia Ca t6/ica , Bibli oteca ele Autores C ri stian os, Madrid, 1976, tomo 1, p. 429; Pe. Berault Bercastel, Baro n Henri on, l-listo ria General de la lg!esia, lmprenta ele Pons Y Ca. , Barcelona, tomo 1, 1852, p. 59 1-592. 7. C fr. Pe. Berau lt - Bercaste l, Baron Henrion, op. cit. , p. 641. 8. lei ., ib. p. 662.

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CAPA

Cruzada contra a imoralidade: alavanca para levantar o mundo P ADRE DAVJ F RANCISQUINI

Por que e como um católico deve reagir contra a imoralidade

ora lid ade atingiu e m nossos ias um grau espantoso. A fa lta de pudor é tamanha que, às vezes, mesmo pessoas cujo comportamento nessa matéri a está longe de ser irrepreensível manifes tam entretanto repulsa contra aqueles (ou aquelas) que chega m aos extremos mais chocantes . Tal repul sa é de si um movimento bom nessas almas . Pode-se faze r algo para aproveitar essas reações boas, coordenando-as e articulando-as numa campanha que faça recuar a imoralidade triunfa nte? Certamente ! O prime iro passo co nsiste ju stamente em mostrar a essas pessoas que elas estão certas em sua to mada de pos ição contra a imora lidade; em seguida, deve-se animá- las, faze ndo-as ver que não estão sozinhas; por fi m, é prec iso estimul á- las a arregimentar novos participantes para essa luta, de

A

O Revmo. Pe. Davi Francisquini, amigo e leitor de Cat oli cismo desde o início da década de 60, é capelão da igreja do Imaculado Coração de Maria em Cardoso Moreira (RJ).

modo a lançá-los numa frente única contra a imoralidade .

Em que consiste a imoralidade A palavra imoralidade pode ser tomada em sentido ampl o ou restrito. Em sentido amplo, é toda trnnsgressão à Lei Mora l, consubstanciada nos l O Mandamentos da Lei de Deus. Assim, tanto é imoral alguém di zer uma mentira (8º Mandamento) como um patrão negar o sa lário devido a seus emprega-

dos (pecado que brada ao Céu e clama pela vingança de Deus - 7º Mandamento); como é pecado também o dos empregados que defraudam seus patrões, trabalhando sem o empenho devido ou, muito mais grave, promovendo greves por reivindicações absurdas etc. Em rigor de linguagem, todas estas ações se enquadram no conceito de imoralidade. E ntretanto, na linguagem comum, é freqüente o emprego da palavra imoralidade para des ignar os maus costumes, a indecência no comportamento ou no modo de vestir-se, o des regramento moral em matérias ligadas ao 6º Mandamento (Não pecarás contra a castidade) e ao 9º (Não cobiçarás a mulher do próx imo) . É neste sentido restrito que vamos tomar a palavra nas considerações que seguem. As infrações ao 6° e 9° Mandamentos habi tualmente desencadeiam movi mentos de concupi scência (apetite de gozos sensuais) tão efervescentes, que convul sionam o homem no seu todo corpo e alma - e o arrastam com fac ilidade ao pecado mortal. Daí a vantagem de, para estudo, destacar este sentido limitado da palavra imoralidade, sem negar a gravidade que possa haver em outros tipos de infração moral. E nsin a a doutrina católi ca que, cometido o pecado mortal e morrendo o homem nesse estado - isto é, sem arrependimento e sem o perdão obtido no sacramento da Confissão ou, na fa lta deste, sem um ato de contrição perfe ita, por puro amor de Deus - a Justiça divina o condena às penas do infe rno. A TV nos lares: foco de corrupção e imoralidade

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Lutar contra a imoralidade é salvar almas e nações Combatendo, portanto, a imoralidade, estaremos pondo obstáculos a que e la se pro pag ue, evitando ass im que muitas a lmas co mprometam - pe lo prazer passage iro, por vezes de um minuto ! - sua salvação eterna. Ademais, a prática da castidade principalmente a castidade perfeita, mas também a matrimoni al - fortalece as fib ras morais do homem para a prática das outras virtudes. Uma pessoa casta terá mais fac ilidade, em princípio, para ser mansa no trato com seus fa mili ares e empregados, leal em seus negóc ios, honesta no exercício de um cargo público etc. E desse modo, quando os homens lutam com denodo contra a imoralidade, em si e nos outros, é toda uma nação que se levanta, dando razão ao adág io: um homem que se santifica, santifica o mundo!

Medi aneira de todas as graças - estará continuamente a nosso lado, aj udandonos com graças muito espec iai s para alcançarmos êxito nessa nobre mi ssão.

I O mundo moderno está imerso na imoralidade a) Desintegração da família O tema da des integração da fa míli a di spensa comentários, pois se desenrola di ante dos olhos de cada um de nós. Em todo caso, a consideração de alguns dados concretos ajuda a compenetrarmo-nos da extensão e da gravidade do probl ema.

menta fr iamente: " O que o trabalho mostra é que está havendo uma mudança de costumes no Brasil. Antigamente, aquele casal que decidia morar junto, sem registro civil, ou aquela mulher que buscava o divórcio eram mal vistos. Hoje, isso mudou e está refletido na própria legislação, que garante direitos ao casal que vive por mais de cinco anos em soc iedade civil , embora não registrada" ("Jornal da Tarde", 2 l- 12-01 ). O títul o da reportagem do "Jornal da Tarde" di z tudo: "Brasileiro casa menos. E separa mais". Portanto, o concubin ato e o divórci o ganham terreno e são inclusive proteg idos pela legislação. E, no conjunto

Alavanca para a regeneração cristã do mundo Essa virtude tem, portanto, um alcance muito maior do que pode parecer à prim e ira vista . Arquimedes di z ia: "Dai-me uma alavanca e um ponto de apoio, e eu levantarei o mundo". Tomando como ponto de apoio a doutrina católi ca e acionando a alavanca da luta contra a imoralidade estaremos elevando o mundo, não só do ponto de vi sta espiritu al e reli gioso, como em todos os outros ca mpos. Po is o saneamento moral e religioso da humanidade é o ponto de partida para a solução de todas as crises e problemas que afetam, sem exceção, as nações em nossos dias. Um te ma aparente me nte res tri to tem, portanto, gra nde alcance para a regeneração cri stã não só de nossa pátri a como do mundo inteiro. É para essa meritóri a cruzada - o termo voltou a ser utili zado depois dos terríve is acontec imentos do l I de setembro, nos Estados Unidos - que a campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! convoca os seus participantes. E como se verá, tal atuação está no âmago da própri a mensagem de Fáti ma. Daí a certeza de que a Santíss ima Virgem - Au xili adora dos cri stãos e

Os esponsórios da Virgem (detalhe), séc. XIV - Giotto, Capela Scrovegni (Pádua). Esse é o mais sublime exemplo de matrimônio na História

Segundo pesqui sa do IBGE divulgada em dezembro ele 200 l , enquanto o número de casamentos diminuiu ele 763 mil ,em 1984, para699 mil ,em 1988(redução de 8,4% em quatro anos), a quantidade de separações judiciais e divórcios aumentou 32,5% ele l 99 1 a 1998. Em 199 1, para cada 100 casamentos havi a 2 1,2 separações (quantidade, ali ás, já bastante elevada). Em 1998, já eram 28,2 di ssoluções para cada 100 casam entos. Em 199 1 houve 76.23 3 separações judiciais no Bras il. Esse número cresceu para 90.778 em J 998. A média de crescimento de divórcios no País, no período considerado ( 199 1l 998) foi de 29,7%. Porém, na região Norte, o percentual de aumento foi de 99%, e na região Centro-Oeste, 52,6% ! O res ponsá ve l pe la pesqui sa do IBG E, Sr. Antonio Tadeu Oliveira, co-

da popul ação, aumentam a tolerância e até a natu ralidade com que são vistos. Considerando que este é um fato generali zado em todo o mundo, podemos facilmente avali ar o abi smo moral em que o mundo moderno se precipitou.

b) Promiscuidade na vida pré-matrimonial; vida matrimonial sem barreiras A notícia acima transcrita limita-se a reg istrar as uniões de fato, em que o casa l decide "morar junto" sem registro c ivil e, obvi amente, sem casamento reli gioso (único válido para os católi cos bati zados). Porém ela nada di z da vida pré-matrimoni al, em que o "casal" se concede todos os direitos (e não di reitos .. .) ela vida matrimoni al. Os pais, te merosos de perdere m os filh os como se já não os tivessem perdido -

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o u então francamente coniventes, consentem tudo, inclu sive em suJs própri as casas! Não o bsta nte, a Mora l cató li ca é muito c lara: é preciso manter a castidade perfeita até o matrimônio. E, uma vez ce lebrado este, guardar a castid ade segundo o novo estado, isto é, manter a fidelidade ao cônjuge e não recorrer a métodos de controle artifi c ial da natali dade. Nestes dois po ntos, quanto estão lo nge do reto ca minho até mes mo mui tos que se di zem cató licos!

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c) Festinhas, danceterias e discotecas O permi ss ivi smo reinante nas fest inhas e danceterias é um dos fato res que prepara os jovens para esse tipo de compo rtame nto. O pudor nos impede de descrever detalhes, segundo o sáb io conse lho de São Paulo: ta is coisas "nem sequer se nomeiem entre vós" (Ef 5, 3). Descrição, ali ás, supérflua, pois esse comportamento imoral dos jovens nas festinhas passou a ser ostentado à vista de todos nas reuni ões de família, nas vias públicas e - oh dor! - alé dentro de nossas ig rejas! Não surpreende pois que, de atos impudi cos fe itos sem nenhum rubor diante de todos, se chegasse a um a vida paramatrimonial, se m os ôn us do casamento. Do ponto de vista socia l, é claro que tal comportamento implica no adiamento das núpc ias. Os jovens casam-se cada vez ma is tarde - quando se casam! com as conseqüê nc ias negativas daí decorre ntes (prole pouco numerosa, egoísmos arraigados, separações fáce is ... ). Estudos recentes têm mostrado o efeito danoso da baixa natalidade sobre o desempenho econômico elas nações (cfr. Eric Lonergan, O doloroso nascimento do euro, in "Folha de S. Paulo", 26- 12-01 , transcrito do "Financial Times").

umas modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor". Com efe ito, cons-

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N a verdade, ao fim ela l G uerra Mundial as modas sofreram um a decadência vertiginosa, a começar pelas sa ias fe mininas, que até então chegavam ao tornozelo, e que subiram de um go lpe para pouco abaixo dos joelhos. Daí até a mini -saia, ao vestido de ma nga cavada, à miniblusa, ao dorso e costas nus, à ca lça masculina para mulheres, a deterioração seg uiu num ritmo le nto a princípio, mas com a aceleração própria ela g rav idade, que aume nta a velocidade à medida que nos dista nc iamos .do ponto ini c ial. E ass im chegamos às modas de hoje, "que ofeJULem muito a

Nosso Senhor". Ora, quem quer que co nheça um pouco a nat ureza hum ana vulnerada pelo pecado origina l sabe quanto as modas li vres e se nsuais estimul am a concupi scênc ia da carne - o lh ares impudicos, desejos impuros, pensamentos

em aumento o número de estupros, às vezes seguidos da morte da vítima. Aí, e ntão, quanta la me ntação e quanta dor! Mas já tem s ido observado qu e não raro a vítim a estava vestida de modo tão provocante, que ele alguma forma con tribuiu para o desfecho fatíd ico. A ana li sta norte-ameri ca·na Mo na C haren re lato u o caso de um a professora em Layton, estado de Utah, que causou co moção em sua co munidade esco lar ao publicar uma carta ao ecl iLo r, no jornal ofici a l ele sua esco la secundária. Nessa carta, e la la me ntava que "as alunas se vistam como mu-

lheres de rua e depois se perguntem por que são agredidas sexualmente" (ACI - Agencia Cató li ca de In for mac io nes, Ro ma, 5-5-01 ). Ve mos assim quão oportuno era o alerta de Nossa Senhora a Jacinta sobre as modas que haveri am ele vir.

e) Gravidez precoce

Jacinta: advertência contra a imoralidade

dia. Por isso se compree nde que, no co njun to das revelações de Fátima, tenham sido e las objeto ele espec ia l me nção. Quando Jacinta fo i a Lisboa para tratamento, passou a lg um tempo num orfanato contíguo à Igreja Nossa Sen hora dos Milagres, antes de ser levada ao hospita l. Nesse orfanato fo i ass istida por uma re li giosa, à qual comu ni cava suas cogitações, repassadas de sabedori a celeste. "Quem foi que te ensinou tantas coisas ?" - perguntou-lhe a religiosa. Ao que Jacinta respondeu: "Foi Nossa

Senhora; mas algumas penso-as eu. Gosto rnuito de pensar".

No capítul o elas modas, o perfume que se exa lava da prática recatada da Mora l cató li ca tornou-se um a sa udosa recordação das avós . De fato, as modas livres e sens uais desempenham papel destruidor hoje em

A re li giosa anoto u esses pensamentos, entre os quais há ev identemente essa mistura de cog itações próprias de Jacinta com palavras de Nossa Senhora. De qualquer forma, têm sido e les tomados gera lmente pelos estud iosos elas apa ri -

CATO L IC IS MO

"Os pecados que levam mais almas para o inferno são os pecados da carne. Hão de vir umas modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor. As pessoas que servem a Deus não devem. andar com a moda. A Igreja não tem. modas. Nosso Senhor é sernpre o rnesmo. Os pecados do mundo süo rnuito grandes. Muitos rnatrirnônios não são bons, não ag radam a Nosso Senhor e não são de Deus". Não há co mo atribuir a cog itações próprias de Jac inta a frase: "Hão de vir

d) Modas cada vez mais livres e sensuais

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ções, inclusive por autoridades ec les iásticas, como fo rmando parte cio patrimô ni o das reve lações de Fátima. É pois justo transcrever aq ui o que a beata Jac inta disse sobre o pecado e as modas;

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Importantes movimentos anti-abortistas atuam com eficácia em alguns países do Ocidente

titui e la uma verdadeira profecia, que a vidente, por si mesma, não estava em cond ições ele fazer, se não lhe tivesse sido reve lada por Nossa Senhora.

lúbri cos - e portanto todos os pecados e todos os desmandos que são dela a conseq üênc ia normal. Pecados que, com freqüência, não recuam sequer d iante cio crime. Os noticiários dos jornais mostram como vai

Autoridades sa nitá ri as no mundo inte iro - inc lu sive no Brasil - têm-se mostrado a larmadas com o aumento ela inc idência da grav idez precoce. Segundo levantamento do SUS (S istema Único de Saúde), e m l998 houve 31.857 meninas que se tornaram mães entre os 10 e 14 anos ! Número assustador, que representa um aumento de 31% em re lação ao ano de 1993. E nele não estão incluídos os prutos fe itos nos hospitai s particulares, nem os que ocorreram sem nenhuma assistênc ia méd ica (cfr. o rutigo Mães-crianças, do então ministro da Saúde José Serra, "O Globo", 15-8-99). O ex-m ini stro - que, a li ás, frisa não ser mov ido por qualquer "ranço ,noraLista" ao faze r suas afi rmações - cita a inda, no mesmo artigo, uma pesquisa coorde nada pela Dra. Albertina Takiuti junto a 2.337 ado lescentes e jovens e m São Paul o. A pesquisa revela que 79,5% das pesquisadas reco nheceram ser in fluenciadas e m seu comportamento sexua l pelos filmes e propaga ndas eróticos veiculados pe la TV De onde conclui o ministro: "É por aí, muitas ve-

zes, que ocorren-1 a erotização precoce [... ] e a gravidez acidental". Como estran har que isso aco nteça? Ingênuos são - alé m de imprópri os ou

mesmo peca minosos - os remédios apontados para pô r cobro a esse mal: distribuição de preservativos, educação sex ual nas escolas, assistência soc ial às fa míli as pobres etc. A única so lução que não é mencionada é o retorno aos costumes austeros, porém sadios, da Mora l cató lica: a prática da virtude da castid ade segundo o estado, à qual nos referimos ac ima. t) Aborto: matança de inocentes Da "grav idez indesejada" surge naturalmente a Lentação do aborto: cio pecado de sensualidade rola-se para o crime. E crime monstruoso, da mãe-carrasco que se vo lta contra o fruto gerado nas suas entranhas, contra a vítima inocente e indefesa. O aborto tem sido comparado com razão à matança dos inocentes perpetrada por Herodes para e liminru· o Menino Jesus, crime que horrori zou os dois mil anos de C ri stiani smo. Só que, em certo sentido, o abo rto é mais grave, pois as mães ele Belém choraram a morte de seus filhos, e neste caso a morte é perpetrada pelas próprias mães! Por isso mes mo fica auto maticamente exco mungado "quem provoca aborto, seguindo-se o efeito" (cân. 1398). Não obstante, o aborto tem sido pleiteado como um dire ito da mulher e manc ipada cios tempos modernos. Numerosas são as assoc iações que, impregnadas ele um mal entendido "femini smo", advogam a livre di sposição pe la mulher do próprio corpo, como se não houvesse, no caso, um terceiro inocente lesado no seu dire ito à vicia. O simpl es fato ele essas assoc iações se te rem multiplicado e atuarem à lu z do di a - ex ibindo ademais uma ag ressividade raivosa contra os oponentes mostra o desvario a que chegou o senso da moralidade no mundo ele hoje. Para melhor compreensão da matéria, não seri a supé rfluo record ar a distinção clássica da Mora l católica, segundo a qua l nem tudo que é legal é leg ítimo. Legal, do ponto de vista c ivil , é aquil o que está de acordo com a le i vigente num pa ís (lei pos itiva); Legítimo é aq uil o que está de aco rdo com a Lei de Deus ou com a Lei Natura l (a le i que Deus in screveu na natureza).

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"Milhões de crianças em todo o própri a natureza), a fim de sensibilizar Cumpre pois observar que são conmundo são compradas e vendidas como os legisladores no sentido de ampli ar as siderados ilegítimos, pela M o'ral católi mercadorias e usadas como escravas causas de " lega lidade". Pois, dizem os ca, mesmo os casos de aborto admiti sexuais", de nuncia Carol Bellamy, di aborti stas, sendo feitos clandestinamendos como legais na mai or parte dos paretora-geral do Unicef (Fundo das Nate, ocorre m muitas mortes de gestantes. íses (gravidez resultante de estupro ou ções Unidas para a Infância), na aberO mesmo argumento valeri a para lega licom risco de vida para a mulher). No tura da 2ª Confe rê nci a Global sobre zar o roubo, pois, se roubar se tornasse Brasil , esses doi s casos não são consiAbu so Se xu al Infa ntil , rea li zada e m legal, os ladrões não estari am sujeitos a de rados propri amente lega is, poré m não Yokoama, Ja pão, em dezembro de 2001 . punição. são puníveis. O organi smo da ONU di z que os moDe qu alque r modo, o núme ro de Segundo os morali stas Ge ni cot S.J . dernos me ios de comunicação - a inabortos provocados - legais e ilegais e Salsmans S.J ., inte ntar dire tame nte ternet entre e les - deram novo impul o aborto vo luntá ri o é se mpre grave- - é enorme, mostra ndo o caráter monsso à pedofili a e à pornografia com cri truoso da sociedade em que vivemos. me nte ilíc ito, constituindo o ato pecaanças (cfr. "Jornal do Brasil", 18- 12-01 ). A TFP e organi zações antiaborti sdo mortal (é um homicídi o) seja como Segundo o Mini stério da Justiça bratas tê m rea li zado há anos várias camum fim e m s i, seja co mo me io, por sileiro, nosso País registra cerca de 50 panhas públi cas, e també m atu ado junexe mpl o, quando é prati cado pa ra evi mil casos por ano de violê ncia sexual to aos me mbros do Congresso Nac iotar a infâ mi a da mãe, a vin gança do contra crianças e adolescentes. Porém, nal, vi sando impedir que a leg islação marido, o a umento do ônus de ma nu espec ialistas acreditam que os números bras ileira se torne ainda mais concess ite nção da pro le e tc. ofi ciais representem apenas LO% do tova qu anto à pe rmi ssão da práti ca do É lícito, contudo, à mãe, acometida tal de casos, porque grande parte das aborto, alé m de conde nar o fa to de que de grave molésti a, tomar remédios ou agressões ocorre na própria casa das vínão sejam punidos o aborto por razão utili zar meios inteiramente necessári os timas, e ass im não são notificadas. Os de estupro e de ri sco de vid a da mãe. e tendentes, de modo direto, a c urá- la, crimes mais comuns são de lesão corpoe mbora possa seguir-se di sto o aborto ral , mau s-tratos, estupros, ameaça e seg) Pedofilia ou a morte do feto, mas e nquanto este dução (cfr. "Folha de S. Paulo", 14-7A imprensa noticia que redes intermau efeito não é intencionado, e, qu an2000). nac ionai s de tráfi co de cri anças, para to poss ível, contra ele se te nham tomaM ais uma vez, não se deveria estraefeito de abuso sex ual por parte de adul do cautelas. nhar que isso acontecesse. Romperam tos (pedofili a), têm sido descobertas. Tal ato, denominado aborto indirese todos os diques da mora li ta me nte vo lun tá ri o, co nstitui Atualmente, a história da destruição de dade em outros campos: como uma causa, de si, indiferente, da Sodoma e Gomorra parece impressionar cada mez menos supor que não se chegari a até qual segue-se simultânea e imeesse ponto? Seria co mo imagidi atamente um duplo efeito: um nar que as águas lamacentas da bom (a sa lvação da mãe), outro imoralidade aqui se estancasmau (a morte do nasc ituro). sem, como as cio Mar VermeO aborto para gravidez relho à pas. age m dos judeus consultante de estupro está compl edu zidos por Mo isés na fu ga cio ta me nte fora de cog itação: a Eg ito. vítim a do estupro deve arcar De qualquer modo, a objeco m o ô nu s da mate rn idade, tividade da descri ção ma neia pois o ser gerado no seu seio, di zer qu e neste ponto ho uve uma vez concebido, tem direimani fes tações ele horror em poto à vida como qualquer outro vos inteiros. É um ele mento ele ser hum ano. É cl aro que, nesse sanidade moral que ainda percaso, a vítima de estupro deve manece. Graças a Deus ! Mas, contar com todo o apoio reli gia prosseguire m as co isas como oso, soc ial e financeiro de que vão, até quando permanecerá de tiver necess idade para cuidar de pé essa tênue barreira? se u filh o, a lé m da di sc ri ção convenie nte. h) Homossexualidade As estatísticas sobre o aborNeste ele nco sumári o das to são às vezes infl adas pe los ela lei mora l praticaviolações própri os partidários dele (acresdi a, ainda resta tradas hoje e m centando ao número de abortos tar do pecado infame que atraiu provocados os abortos naturais, so bre Socl o ma e Gom o rra o isto é, que ocorrem por via ela 28

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No itinerário que se propuseram os fogo cio Céu. Hoje seus partidários são insole ntes, e a prática homossexual vai que defendem a total liberação das práticas homossexuais, pai·a conseguir a aproencontrando cada vez mai s "compreensão" na soc iedade apodrecida. vação dessas aberrações, o ponto inicial foi a obtenção de algumas leis "antidisSuas reivindicações são agressivas e criminatórias" locais. Como os constitusem limites. Pretendem que se lhes reconheça o "direito" de dar vazão ao pendor intes de l988 não quiseram incluir na lista de discriminações a chamada_" liberdadesordenado. Pleiteiam até que sua união seja aceita como form a de "casamento". de de orientação sexual" - embora o É be m sabido que a te ndê nci a hom osse xu al presente "Não ofendam mais a Deus, Nosso Senhor, numa pessoa não constitui para que já está muito ofendido". ela pecado, a menos que a leve (Palavras de Nossa Senhora, na última aparição, à prática de atos ou a consentir em 13 de outu bro de 1917) em desejos. O combate a essa tendê nc ia pode inclu sive ser, para essa pessoa, um fator de virtude e até de santificação. Neste ponto também, cumpre notar que uma parcela ponderável da população ainda sente sadios aiTepios diante da expressão "casamento homossexual", razão pela qual os mais maquiavélicos políticos pró-homossexu al ismo a substituem por "união civil" ou "pacto civil". Assim, por exemplo, foi aprovado na França, em fins de 1999, o PACS (Pacto Civil de Solidariedade). Um projeto similar, apresentado pela ex-deputada Maita Suplicy, há anos tramita na Câmai·a de Deputados, sem sucesso, devido à rejeição da opinião pública brasileira. A TFP tem lutado com denodo em favor da moral católica també m nesse ponto, dando uma contribui ção efi caz para que não seja cometido mais esse pecado co m a aprovação do tema tivesse sido levantado - procuramencionado projeto (Projeto de Lei 151 / 95). A vigorosa campanha empreendida se agora driblar a Constituição instituinpela entidade em maio de 2001 ,junto aos do leis municipai s ou estaduais que proídeputados, teve grande influência pai-a bem manifestai· qualquer forma de desaque a Mesa da Câmara Federal não apregrado diante de um comportamento hose ntasse à votação e m pl e nári o a tal mossexual ostensivo. Não tai·dará muito pai-a que se pleiteie a perseguição religio"união civil" de homossexuais. É de se lamentar que nessa e em outras ocas iões sa e a fogueira da inquisição para os católicos, intolerantes "discriminadores" ! Só a Hierarquia eclesiástica no Pais não teque, neste caso, a inquisição será consinha assumido uma posição enérgica contra essa iniciativa gravemente atentatóderada boa pelos interessados ... ria à Moral católica e à própria Lei NaPartic ul armente escandalosa fo i a tural , e que os pronunciamentos tenham resolução do Pai-lamento Europeu, e m sido poucos e pouco incisivos. março de 2000, recomendando aos paí-

ses-membros da Uni ão Européia que "reconheçam legalmente a convivência f ora do matrimônio, independente do sexo" . No capítulo do direito das crianças, os eurode putados la mentam que "nos códigos penais de alguns paísesmembros ainda estej am em vigor dis posições discriminatórias, particularmente [a não admissão de homossexuais] no Exército" ("Ze nit", Roma, 17-3-2000). E assim vão sendo derru badas, pouco a pouco, as resistências da opini ão públi ca contra a aprovação de leis que estendam aos "casais" homossexuais (masculinos ou fe minin os ) todos os dire itos de uma uni ão matrimoni al regular : sobrenome co mum , adoção de cri anças, descontos nos impostos, direito de herança (em caso de morte do parceiro), guarda dos filhos do parceiro fal ec ido etc. (cfr. Marcos Salvini , "Correio Braziliense" , 23-6-01). É de se te mer que, dentro em breve, a sodomia esteja regulai·i zada em todo o mundo. Nesse mome nto, o que ocorrerá? Cairá fogo do Céu sobre a humanidade prevaricadora, como aconteceu em Sodoma e Gomorra ? Para um es pírito que tem fé, a pergunta se põe. E as profec ias de Fátima falam muito nessa direção. A imoralidade colide frontalmente com a Mensagem de Fátima, sobretudo aquela que é prati cada contra a natureza.

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Na última aparição, e m 13 de outubro de I 9 17, Lúcia di sse a Nossa Senhora: "Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir. Se curava alguns doentes e se convertia alguns pecadores... ". A Mãe de De us lhe responde u: "Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão de seus pecados ". E tomando um as pecto muito tri ste, acrescentou: "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido". Foram as últimas palavras pro-

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nunc iadas por Nossa Senhora no ciclo das apari ções na Cova da lria', e m Fáti ma; e resumem, de certa forma, o conteúdo de todas as aparições. Trata-se, para os ho me ns, de cessa r de ofender a Deus Nosso Senhor. Esta é a Mensa-

gem, sinteticamente formulada, que Nossa Senhora veio trazer à humanidade no início do século XX.

II O mundo moderno tem solução? Feita ass im uma descrição panorâmica do quadro de imora lidade reinante no mundo moderno, poder-se- ia perguntar se essa situação tem co nserto ou se e la é irreversível.

a cri se cio mundo moderno que desemboque numa nova era hi stórica, que será o triunfo da Igreja sobre as portas do in fe rn o. Não será a primeira vez que a Hi stória muda de era hi stórica. Assim foi, por exempl o, quando se ini c io u o domínio ela cultu ra greco-roma na; e depois, com a queda do Jmpério Romano, o início ela Jclacle Média. Co mo isto se dará ele futuro? O mundo atua l está num tal estado de desconcerto que, sem

É cl aro que, nesta fórmula sintética, não está menc ionada ne nhuma categoria de pecados em particular. Ela abra nge, portanto, todas as categorias de peuma intervenção especial da cados com que os homens ofenProvidência , e le efetivame nte dem a Deus. A luta contra qualnão tem mais so lução. Isto, que quer um deles e ntra, po is, no é uma rea lidade que e ntra o lhos âmbito da Mensagem de Fátima. a dentro para quem tem fé, vem Há, porém - como salientam os a inda confirmado por numeromoralistas tradicionais - uma sas profec ias particulares, dencategoria de pecados que solic itre as quais se sobressa i a de ta com mais veemência a paixão Fátima. E com freqüência e ndos homens: são os pecados cacontramos pessoas cató li cas, a talogados como de sensualidade quem a voz da graça parece faou concupiscência da carne. lar na alma nessa mes ma direOs ape los da sensualidade, ção, sem necess idade de qualcomo acabamos de mostrar, chegaram hoje em dia a um paroquer revelação particular. Os problemas de nossos xismo. Disseminam -se pelos dias - e não só no campo da j orna is e rev istas, pelos outdomo ra lid ade - adquirira m tal ors e painéis espa lhados pelas mag nitude, que ne nhum estac idades, pelo rádio e TV, por dista, ne nhum a o rgan ização toda sorte de espetác ul os, teatro política, econôm ica, militar ou e c inema, dancings e discotecas, mesmo re li g iosa, se m um soe agora até pelo vídeo do comEm nossos dias, o triunfo do mal parece irreversível. corro espec ia l da Providência, putador, que através da internet Prevalece entretanto a promessa feita pelo Divino Redentor e nco ntra um a fórmula efi caz põe ao alcance de qu a lque r um a respeito da indefectabilidade da Santa Igreja. para reco mp o r a o rd e m no os maiores horrores que se promundo. Somente Deus mesmo pode duzem nos quatro cantos do mundo! Não faltam os que optam pe la sefazê-lo. A TV constitu i um capítul o à parte, gunda hipótese. E até se blasonam de As lições ela Hi stóri a nos descobrem que ali ás dispensa comentári os, pois não que a Mora l católi ca está para sempre terríveis mes mo dentro da situações há quem não o sa iba. Os requintes a que banida da face ela Terra. como por exempl o na época cio Igreja, chega são inenarráveis, pelo que não poNeste caso, teríamos o reino cio dearia ni smo, mas nenhum a parece ter a ldem ser descritos aq ui , de acordo com mônio instalado no mundo. Nosso Secançado a magni tude e a pro funclicl acle o conse lho de São Paulo já c itado: "a nhor Jes us Cristo, s ua doutrina , s ua ela presente cri se. Daí a se nsação que fornicação e toda espécie de impureza Moral, sua Ig reja, seri am os gra nd es muitos têm, ele que sem um regime esou cobiça nem sequer se norneiem en- derrotados. pecial de graças e/ou uma intervenção tre vós" (Ef 5, 3). Sem dúvida, na atual era históriextraor<linária da Providência o munPoder-se-ia imaginar uma situaca, o triunfo do mal parece definitivo ção mais contrastante com o apelo de e irreversível. Porém, em nenhum lu- do moderno não pode se r restaurado. Os ho mens de hoje - clérigos e figar está dito que esta é a última era hi sNossa Senhora em FMima? é is, re li g iosos e le igos, ho mens e muEntretanto, é para um a res istênc ia tórica da huma nidade! Pelo contrário, lheres - num a proporção ass ustadora, firme, decidida e atuante contra a imosabemos, pela promessa de Jesus Crisafastara m-se ele Deus e ele s ua Ig reja, e ralidade que a campa nha Vinde Nossa to, q ue "as portas do inferno não prenão está à vista nenhum retorno maciço Senhora de Fátima, não tardeis! con- valecerão" contra a Igreja (Mt 16, 18). da hum anidade para as vias ela sa lvavoca seus ade re ntes. Deve have r, portanto, uma so lução para 30

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ção. Pelo co ntrário, esse afas tamento aumenta sempre mais e contagia ma io r número ele pessoas a cada di a. De modo que, se não fo r o próprio Deus a atrair a si a humanidade por um regime extraordinário de graças, o u pela via dolorosa dos castigos - as duas vias não se exc luem e no rm alme nte se somam - não parece realmente haver so lução. Neste ponto, cu mpre observar, inserem-se muito ag udamente as profecias ele Fátima, como se verá e m seguida .

Em Fátima, a solução e a esperança

consiste exatamente em abrir os olhos dos homens para a gravidade dessa situação, em lhes ensi nar sua ex plicação à lu z dos pl a nos da Providência Divina e e m indicar os meios neceSS}lrios para evitar a catástrofe. É a própria hi stória de nossa época e, mais do q ue isto, o seu futuro que nos _é ens inado pela Mãe ele Deus. "O Impéri o Romano do Ocidente se encerro u com um catac li smo, iluminado e ana li sado pelo gêni o de um grande Doutor, que foi Santo Agosti nho. O ocaso da Id ade Média fo i previsto por um grande profeta, São Vicente Ferrer. A Revo lução Fra ncesa, que marca o fim dos Tempos Modernos, fo i prevista por outro grande profeta, e ao mesmo tempo grande Doutor, São Luís Maria Grigni o n de Montfort. Os Tempos Contempo râneos, que parecem na iminênc ia de se e ncerrar com nova c ri se, têm um pri-

sa Senhora, a um tempo, exp lica os motivos da cri se e indi ca o seu reméd io, profetizando a catástrofe caso os homens não a ouça m. "De todo ponto de vista, pe la natureza do se u co nte údo co mo pela di gn idade de Quem as fez, as reve lações de Fátima sobrepuj am pois tudo qu anto a Providência te m dito aos homens na iminência das g ra nd es borrascas d a Hi stóri a" .

Alternativa apresentada por Nossa Senhora em Fátima: penitência ou castigo

As revelações de Fátima são muito A a lte rnativa proposta por Nossa ricas ele aspectos, ele modo qlle é ele toda Senhora em Fátima, em 19 17, é clara: propriedade pedir a luz do Espírito Sanpenitência ou castigo . to para podermos ir logo ao essenc ial Co nsiderando o extre mo de degrada Me nsagem que Nossa Senhora veio dação a que c hego u o mundo após 85 trazer aos ho mens. O estudo ate nto elas a nos, poder-se-ia pe nsa r que essa a lapari ções sempre será de proveito para ternativa está ca nce lada: não se vê que qualquer a lma reta. Porém , como os homens esteja m propensos a ensina o grande Santo Tomás, ase me ndar s ua vida e fazer peni"O elemento essencial das mensagens [de Nossa sim como un s anj os iluminam a tência; logo, os castigos anunc iSenhora de Fátima] indica os meios necessários para evitar a catástrofe" (Palavras de Plínio Corrêa de Oliveira) o utros pa ra que conh eça m meados se dese ncadea rão. lh or certas verdades, ass im Deus Sem dúvida, é bem possível costuma ens in ar aos ho mens, uns que isso oco rra. O Segredo de pelos outros : os de menos in struFátim a, no se u co njunto, fala ção pelos ma is sáb ios, os ele memuito nessa direção. E m todo nos virtude pelos ma is sa ntos. caso, até o último mo me nto, em Nesse sentido, muito temos a princíp io, é válido o caráter conapre nder do Prof. Plinio Corrêa ele diciona l das palavras de Nossa Oliveira, uma alma verdade iraSenhora: "Se.fizerem o que eu vos mente privilegiada. Em luminoso disser; salvar-se-ão muitas alarti go publicado em Catolicismo mas; [... ] mas, se não deixarem (maio de 1953), assim destaca e le de ofender a Deus ... " (2" Segreo sentido fundamental das revelado). Até o último minuto, portanções de Fátima: to, parece estar aberta para os ho" Não há sobre a terra uma só mens a via da penitência. nação que não esteja a braços, e m Porém, como o mundo, no seu q uase todos os ca mpos, com criconjunto, continua a resvalar para ses gravíss im as. Se anali samos a o abismo, é previsível que a penivida inte rna de cada nação, notatência não venha, e que, portanmos ne la um estado de agitação, to, os castigos se desencadeiem. de desordem, de desbragamento Castigos muito penosos, que prode apetites e ambi ções, de subve rmoverão devastações inimag inásão de valores, que se já não é a veis, delineadas nas profecias de anarq uia franca, e m todo caso cam inha vil égio maior. Veio Nossa Senh ora faFátima em termos e símbolos impressiopara lá. Nen hum estad ista de nossos dias lar aos homens. nantes . Estejamos, pois, preparados para so ube a ind a ap rese nta r re méd io que "Santo Agostinho não pôde senão acontec imentos do gênero. corte o passo a este processo mó rbido exp li car para a posteridade as causas da De qualquer modo, a Mensagem de de envergad ura universa l. tragédia que presenciava. São Vicente Fátima não fala apenas em castigos, "O elemento essencial das mensaFerrer e São Luís Grign io n de Montfort mas nos oferece, ademais, uma persgens de Nossa Senhora e do Anjo de procuraram e m vão desv iar a tormenta: pectiva grandiosa, que é, ao fim de Portugal em FMima, no ano de 19 17, os homens não os quiseram ouvir. Nostudo, o triunfo do Imaculado CoraC ATOLIC ISMO

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ção de Maria. Sobre este importante tema fa lare mos adi ante. '

O exemplo de Santa Joana d'Arc Descrita assim a situação da humanidade, a muitos espíritos parecerá que nada mais há a faze r senão junta r as mãos e pedir a Deus que intervenha o mais depressa poss íve l. Po is, diri a m eles, se some nte Deus pode consertar a situação, e ademais está pro metido por Nossa Senhora que o fará, a contribuição dos homens para tal desfecho é, senão propri amente inútil , pelo menos de pouco alca nce, redu zindo-se qu a nd o muito à oração, ao sacrifício e a algum apostolado individual, que Deus nunca des preza. Q ue m ass im pensa não compreende os caminhos de Deus. Explicou-os mui to bem Santa Joana d' Are, quando lhe propuseram análoga alternativa: se Deus hav ia pro metido - como ela afi rmava - que ex pul sari a os ingleses do terri tório francês, não era necessári o que os soldados lu tassem. Inspirada pelo Espíri to de Sabedoria, responde u a santa: "Os soldados lutarão e Deus lhes dará

a vitória". Era preciso portanto que os so ld ados cumpri ssem com a parte da tarefa que lhes correspond ia.

Frente única contra

a imoralidade Nessa atuação contra a imoralidade, tê m o dever de destacar-se os que consagraram sua vida a Deus, ungidos pelo sacramento da Ordem - bi spos e sacerdotes - bem como os reiigiosos (sacerdotes ou não) e reli giosas que se inscrevera m num insti tuto canoni camente aprovado pela Igreja. A eles cabe, obviamente, ocupar a primeira fila na linha de combate. Têm eles graça de estado para isso. Nos sermões, no confess ionário, como professores nas escolas, e m qualquer atividade coerente com seu ministério ou vocação religiosa, eles devem estar sempre lembrando a advertência de São Paulo: "O corpo não é para a fo rnicação [ato impu ro], mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. [... ] Não sabeis que os vossos corpos são me mbros de Cri sto? [... ] Fugi da fo rnicação. [... ] Porven-

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rem uma frente única, arregimentando tu ra não sabeis que os vossos membros todos aqueles que se dispõem a lutar consão templ os do Espírito Santo que hatra a imoralidade. bita em vós, que vos fo i dado por Deus, e que não pertenceis a vós mes mos? PorNós é que estamos certos, que fos tes comprados por um grande e não os que espalham preço [a Paixão e Morte de Nosso Sea corrupção moral! nhor Jesus Cristo]. G lorificai, pois, a É tão avassaladora a onda de imoraDe us e traze i-O no vosso corpo" (I Cor l idade, que uma pessoa isolada num 6, 13-20). ambie nte hostil pode sentir-se intimidaPorém, e m nossos di as, ainda que da e m enfrentá-lo. Posta numa situação houvesse uma grande e meritória atuadessas, é importante a pessoa considerar ção do clero, dos reli giosos e religiosas que - por estar do lado de Deus, do lado na direção apontada, sua voz dificilmenda Moral que Deus estabeleceu para os te alcançari a todos os ambientes. O prohomens é ela quem está certa, por maicesso de secularização (que tem redunor que seja o berreiro, arrogância ou sardado em ateísmo teórico ou prático) fecasmo dos que infringem despudoradachou incontáveis setores da sociedade mente os Mandamentos divinos. Se Deus à influência da Igreja. Assim, a atuaconosco, pouco importa que o munestá ção dos leigos - sempre indispensável do todo esteja contra nós. em todas as épocas - adquiriu importância ainda maior em nosso tempo. Bem-aventurança Daí o próprio Códi go de Direito Caevangélica: os limpos de nônico apontar como mi ssão da maior coração verão a Deus relevância para o laicato católico impregConfo rtará esses fi éis . nar a esfera tempora l com saberem que seu trabalho os princípios do Evangefo i co nte mpl ado co m lho (cfr. cânones 225 §§ 1 um a mag nífi ca be m e 2, e 298 § 1). E pode m aventurança evangélica. fazê- lo, seja em caráter inCom efeito, no célebre dividual, seja re un indo-se Se rmão da Montanha , em associações, inseridas Nosso S e nh o r Jes us ou não no orde namento Cri sto indicou o prê mi o jurídico da Igreja (cfr. câqu e rece be rão os qu e nones 215,225, 299,3 10, mantivere m puros o seu 32 1 e 322). E mbora sem coração e, a fortiori, os de pender da Autoridade que lutare m por banir a Eclesiástica para exercer impureza d o mund o : seu múnus nem para esco"Bem-aventurados os lher os meios adequados, limpos de coração, porfica m entretanto submetique eles verão a Deus" dos à vigil ância dela e m (Mt 5, 8). matérias de fé, costumes Seg und o e ns in a a e disc iplin a ec les iástica Sagrada Teo logia, a lim(cfr. cânones 305 e 323). peza de coração refereO novo Códi go confise à a usê nc ia de toda gura, pois, as associações mancha de pecado. Os privadas de fiéis de manei"limpos de coração" são ra muito elástica, conf'eportanto aqueles que tê m rindo- lhes ampla liberdasua alma limpa de toda de de mov imentos. E nisespécie de pecado. so reali za os anseios maSanta Joana d'Arc Ademais, alguns Sannifestados pelos Pontífices tos Padres (santos doutoRomanos, especialmente desde Pi o XI, res dos primeiros séculos da fgreja, que passando pelo Concílio Vaticano II. recolheram o ensinamento oral dos ApósValendo-se desse direito-dever, é bem tolos e assim delinearam os grandes trao momento de os fi éis leigos constituí-

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Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os limpos de coração" (Mt 5,8)

ços da doutrina católica) viam na limpeza de coração uma alu são espec ial à virtude da castidade. As duas inte rpretações compl etamse admi ravelmente. Por isso, mais ad iante, no mes mo Sermão da Montanha, Nosso Senhor espec ificou: "Ouvistes o que foi dito: Não cometerás ad ultério. Eu, porém, digo-vos que todo o que olhar uma mulher, cobiçancloa, já cometeu adul tério com ela em seu coração" (Mt 5, 27-28). E logo em segui da acrescenta: "E se o teu olho direito te serve de escânda lo, arranca-o e lança-o para longe de ti , porque é melhor para ti que se perca um cios teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado na geena [fogo cio in fe rno"!" (Mt 5, 29). Com esta linguagem mu ito enérg ica, Jesus indi ca quantas renúnc ias interiores devemos praticar para manter limpo nosso coração de toda mancha cio pecado contra a castidade. Mas se o esforço é árduo e morti fi cante, e m co mpe nsação o prê mio é e norme: os "limpos de coração verão a Deus", neste e no outro mu ndo. Neste mundo, como diz São Pau lo, vemos a Deus pela fé, "como por um espelho e obscurarnente, mas então [no Céul o veremosface a face" ([ Cor 13, 12). Os "limpos de coração", no cl aro-

obscuro da fé vêem a Deus e m todas as coisas cri adas. Santo In ác io O via ao contemplar as estrelas cio céu, a ponto ele exc lamar: "Oh, quão vil me parece a terra quando contemplo o céu!". É a do utrina de Santo Tomás, o qu al diz expressame nte: "Nesta vida, purificada a visão do olho pelo dom do entendimento, pode-se ve,; de certo modo, a Deus " ([-II 69,2 ad 3). Isto é, a perfe ita limpeza de coração é efeito cio dom de entendimento, pelo qual o Es píri to Santo purifica e eleva a vi são espiri tual da alma, o que permite qu e e la veja a Deus não só nas co isas c ri adas corno e m todos os acontec imentos te rre nos.

Nova era histórica: o Reino de Maria Ao instituir a fes ta de Mari a Rainha, na carta e ncíclica Ad coeli Reginam, de 1 L de outubro de l 954, o Papa Pio XJI, de pois de indica r a data de 3 l ele maio para essa celebração e ordenar que nesse d ia se renovasse a consagração do gênero humano ao [m ac ul ado Coração de Mari a, ass im se ex prime : "Tudo isto nos incute grande esperança de que há de surgir nova era, iluminada pela paz cristã e pelo triunfo da Religião". Trata-se ev identeme nte de uma nova era sob a égide ,te Maria. Tal prognóstico co incide inteira men-

te com o das profecias de Fátima, que Nossa Senhora anunciou com as palavras hoje célebres: "Porfim, o meu Imaculado Coração triunfará". E m que consiste o triunfo cio Jmac ul aclo Coração ele Mari a? Descreveu-o profeticamente, e m termos grandiosos, São Luís Mari a Grigni on de Montfort , em seu fa mosíssimo Tratado da verdadeira devoção à San.líssima Virgem. Diz ele: "Quando virá este tempo fe li z em que Maria será estabelecida Senhora e Soberana nos corações, para submetê-los plenamente ao império de seu grande e único Jesus? Quando chegará o dia em que as almas respi rarão Mari a, como o corpo respi ra o ar? Então, [... ] o Espíri to Santo, encontrando sua querida Esposa como que reproduzida nas almas, a elas descerá abundante mente, enchendo-as de seus dons, particul armente do dom da sabedoria, a fim de operar marav ilhas de graça. [... ] 'Ut aclveniat regnum tuum , aclveniat regnum Mari ae"' (op. cit. , nº 2 17). "Que venha o Reino de Maria, para que assim venha o vosso Reino" - isto é, o de Jesus C ri sto. Reino de Cristo e Reino de Maria são portanto expressões inte rcambi áve is, pois não have rá um sem o outro. Esta afirm ação te m ex plicação pl ena na teo logia marial de São Luís Gri gni on de Montfort: Mari a é o caminho que nos condu z a C ri sto. Ass im , na pe rspectiva ele Fátim a, co mo na ele São Luís Gri gni on ele Montfort, o Reino de Maria será es pecifi camente o Reino do Imaculado Coração de Maria. Isto é, o rei no cio coração materno da Mãe de De us, reino de grande esp le ndor, ta nto sobre as almas consideradas individu alme nte como sobre a Igreja e a soc iedade temporal , pela abundância das graças derramadas pelo Espíri to Santo. É para o surgimento dessa nova era histórica - toda cri stã porque toda católica, e toda católica porque toda marial - que são convidados a trabalhar e lutar os participantes da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis ! E mais concretamente ainda através de uma cruzada contra a imoralidade. Esta é a sublime mi ssão para a qual ♦ esta mos sendo chamados.

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VIDAS DE SANTOS

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missão providencial PUNJO MARIA SOLJMW

Deus suscitou no século XIV uma santa com zelo ardente pela Igreja, e que idealizava uma · cruzada contra os infiéis o ano da graça de 1347, Lapa Benincasa de u à luz duas gêmeas e m seu vigés imo quarto parto. Uma de las não sobrevive u após o bati smo. A o utra, Catarina, tornar-se-ia a glóri a de sua famí li a, de sua pátria, da Ig reja e do gênero humano. Giacomo di Benincasa, seu pai , era um tinture iro bem estabe lec ido, "homem simples, leal, temeroso de Deus,

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e cuja alma não estava contarninada por nenhum vício" piedoso e traba lhador, criava sua enorme família 1

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(teve 25 filhos de um só casamento!) no amor e no temor de Deus. Catarina, a penúltima da famíl ia e caçula das filhas, teve a predileção de todos e cresceu num ambiente mora l puro e re li gioso. Como a Providência div ina tinha des ígnios espec iais sobre e la, desde cedo Catarina foi cumulada de favores celestes, privando com Anjos e Santos. Aos sete anos, fez voto de virgindade; aos 16, cortou sua longa cabeleira para evitar um casamento; e aos 18, recebeu o hábito das Irmãs da Penitê nc ia de São Domingos. Vivia, já aos 20 anos, só de pão e água . Foi agraciada com favores sobrenaturai s, como o "casamento mútico"; recebeu estigmas seme lhantes aos de Nosso Senhor e teve uma "morte rnística", durante a qual foi levada em espírito ao Infe rno, ao Purgatório e ao Paraíso; teve também uma "troca mística de coração" com Nosso Senhor. Analfabeta, a prende u mil ag rosa mente a ler e escrever, para poder c umprir a mi ssão pública que Deus lhe destinava. Diri gia um número enorme de di sc ípulos, os caterinali, entre os quai s se e ncontrava gente do clero, da nobreza e do povo mai s miúdo. Um de les, o bem-aventurado Raimundo de Cá pua, seu confessor, fo i ta01bém seu primeiro biógrafo. É del e que sabemos pormenores dessa impress ionante vida . "Todos os seus contemporâneos dão teste munho de

O Místico Casamento de Santa Catarina - Barna da Siena (1340) - Museu de Belas Artes, Boston (EUA)

seu extraordinário charme, que prevalecia ainda e m meio da contínua perseguição à qual e la fo i suj eita, mes mo da parte dos frades de s ua própri a Ordem e ele suas irmãs e m re li g ião" 2 . Como é impossível relatar num limitado arti go os muitos milagres, favores místicos , penitê ncias, preces e atividades dessa Santa ímpar na Hi stóri a da Igrej a, limi tamo-nos a ressa ltar o aspecto público e providenc ial de sua mi ssão.

Lições com S. João e o Doutor Angélico Catarina amava apaixonadamente a Igreja Cató lica e sofri a vendo seus males. Suas obras ex ternas consistiam, numa fase inici al de sua atividade a postó li ca, até então

em ass istir os pobres e doentes e dirigir seus di scípulos. Mas era chegada a hora de e la também , a exemplo do Divino Mestre, começar sua vida pública. Para isso, recebeu ordem formal de Nosso Senhor, que lhe prometeu sustentá- la com sua graça. Que e la nada temesse. Ora, a Itália, no fim da Idade Média - quando a g loriosa C ivili zação Cristã j á decaía a olhos vistos era um ag lomerado de pequenos reinos e repúblicas que muitas vezes viviam em guerra entre si, o u, em uma mesma cidade, guerra entre facções contrári as. Catarina foi várias vezes chamada a ser o árb itro entre e las ou seu anj o pacificador. Assim , viajou ela de Siena para Florença, Luca, Pisa e Roma como pacificadora. " Sem nenhuma experiênc ia política, coloca-se em face dos mais altos poderes de seu tempo. E não roga; exige, manda: 'Desejo e quero que façais desta maneira [... ] Minha alm a deseja que seja is assim[ ... ] É a vontade de Deus e meu desejo [... ] Fazei a vontade de Deus e a minha [... ] Quero'. Assim fa lava à rainha de Nápoles, ao re i da França, ao tirano de Milão, aos bispos e ao Pontífice [.. .] Em seu semblante há algo que intimida e sedu z ao mesmo tempo" 3 • Não é de adm irar. Pois, como e la mesma escreveu em uma de suas cartas, "tomei lições, como em sonhos, com o glorioso evangeli sta São João e com Santo Tomás de Aquino" 4 • Florença revo ltara-se contra a Santa Sé; e mais de 60 c idades dos Estados Pontifícios juntaram-se a e la. O Papa lançou um interd ito sobre essas local idades. Revoltas se seguiram . Catarina entra corno mediadora entre o Papa e os conj urados. Começou assim urna correspondência incessa nte com o Papa Gregóri o XI, che ia de piedade e amor filial , cada vez mais premente, em favo r dos súdi tos dos Estados Pontifíc ios que se tinham rebe lado contra ele: "Sa ntíss imo e dulcíssimo Pai em Nosso Sen hor Jesus Cristo .'I Ó governador nosso , e u vos di go que há muito tempo desejo ver-vos um home m viril e sem temor al gum. 1... 1 Não o lhe is para a nossa miséria, ingratidão e ignorânc ia, nem para a perseguição ele vossos filhos rebeldes. Ai! que a vossa be nignidade e paciência vençam a malíc ia e a soberba del es. Te nde rni seri c6rd ia de tantas almas e corpos que morrem" 5 •

pen samento tão fecundo na Idade Média - a guerra santa das Cruzadas [... ] Ela vi a essa cru zada, objeto ele seus votos, rec uar para bem longe ai nda pelas discórdias que separavam os povos cristãos. Foi talvez essa dor que consumi u sua vida" 6 . "Ela implorou ao Papa Gregório X[ que deixasse Avignon e reformasse o clero e a ad mini stração dos Estados Pontifícios; e empenhou-se ardentemente em seu grande desíg nio de uma cruzada, na esperança de unir as forças da C ri standade contra os infié is e restaurar a paz na Itá li a, livrando-a de companhi as [armadas] de mercenários que a assolavam" 7 • Ao Rei de França, censurou por guerrear contra cristãos e não empenhar-se na cruzada: "Eu peço- vos que sejais mais d ili gente para impedir tanto mal e para ativar tanto bem , como é a recuperação da Terra Santa e daquelas almas infe lizes que não participam do Sangue do Filho de Deus. Desta coisa vos deveríe is envergonhar, vós e os o utros sen hores cristãos; porque é uma grande confusão di ante dos homens, e abominação diante de Deus, fazer a guerra contra os irmãos e deix ar os inimi gos; e querer tirar o que é dos outros e não reconquistar o que é seu. Eu vos di go, da parte de Jesus Crucificado, que não demore is ma is a fazer esta paz. Fazei a paz e fazei toda a guerra contra os infié is" 8 .

Fim do "exílio de Avignon" Mais sucesso teve e la com re lação ao fim cio "exílio deAvignon". Desde 1309, com C lemente V, o Papado havia sido transferido para aque la cidade fran cesa, ele

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Espírito de cruzada Ansiava ela pela pacificação da Cristandade para que, unidos, os cristãos se di spusessem a seguir em uma cruzada para libertar os Santos Lugares. " Dois g randes pensamentos ag itavam a a lma de Catarina: a pacificação da Ig reja, sua mãe querida, pel a qual e la se sentia devorada de zelo e amor; depois, esse

Santa Catarina ditando seus Diálogos - Giovanni di Pao/o (1403-82)

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••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• onde era dirigida toda a Cristandade. Já Santa Brígida, Rainha da Suécia, tentara em vão trazer o Papa de volta a Roma. Em Avignon, diante dos cardeais, a intrépida Catarina ousou proclamar os vícios da corte pontifícia e pedir, em nome de Cristo Jesus, a reforma dos abusos9 . Gregório XI a chamava para dar sua opinião em pleno Consistório dos Cardeais. Ela o convenceu a voltar a Roma. Em 17 de janeiro de 1377, Gregório XI deixa Avignon, apesar da oposição do Rei francês e de quase todo o Sacro Colégio. E le ainda hesita no cami nho, e ela o conjura a ir até o fim. Mas a paz na Igreja não seria longa. Outra vez a república de Florença revoltou-se contra o Papa, que apelou para Catarina. Rejeitada por aquela cidade, a santa quase foi martirizada. Gregório XI, gasto, enve lhec ido , sofrido, não resiste e entrega sua alma a Deus. Para ocupar o trono de São Pedro, os cardeais e legem o Arcebispo de Bari, o qual toma o nome de Urbano VI. Conhecendo já Catarina, e vendo nela o espírito de Deus, o novo Pontífice a chama a Roma para estar a seu lado. E era muito necessário, pois alguns cardeais franceses, desgostosos da rigidez do novo Papa, voltam para Avignon , anu lam a e leição de Urbano e e legem o antipapa Clemente VIL Inicia-se assim o chamado Gran-

de Cisma do Ocidente 1º. Catarina entrou em ação procurando ganhar, para o verdadeiro Papa, reis e governantes da Europa, por meio de cartas cheias de amor à Igreja e animadas do enérgico sentimento do dever. Tentou inutilmente trazer de volta ao verdadeiro redil os três cardeais, que eram autores principais do cisma. A cardeai s, bispos e prelados, Catarina escreveu J50 cartas; e a reis, príncipes e governantes, 39.

Angústia pelo futuro da Igreja "As angústias que lhe causavam as revelações sobre o futuro da Igreja foram para essa Santa [Catarina de Siena] como uma paixão dolorosa. E la clamava ao Senhor e ped ia graça para essa Igreja, Esposa de seu Divino Filho: 'Tomai, ó meu Criador, este corpo que e u recebi de vossas mãos. Não perdoeis nem a carne nem o sangue; rompei-o, lança i-o nas brasas ardentes; quebrai meus ossos, contanto que vos praza de· me ouvir em favor de vosso Vigário"' 11 • Entre o que Deus lhe revelava, havia coisas sublimes e outras terrívei s. Ela pediu aos seus secretários que, assim que a vissem entrar em êxtase, anotassem suas palavras. Daí nasceu o livro do diálogo entre uma alma (a dela) e Deus, conhecido hoje em dia pelo nome de Diálogo.

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Santa Catarina fa leceu no dia 29 de abril, aos 33 anos. É Padroeira da Itália. Sua festa comemora-se no ♦ dia 29 de abril.

O caminho mais glorioso é o da dor

Notas: 1. Beato Raimundo de Cápua, Vida de Santa Catalina de Siena, Espasa-Calpe Argentina, S.A. , Buenos Aires, 1947, p. 9. 2. Edmund G. Gardner, transcribed by Lois Tesluk, The Catlwlic Encyclopedia, Volume Ili , 1908, Robert Appleton Company. On line Edition , 1999 by Kevin Knig ht. 3. Frei Justo Perez de Urbe! , Aíio Cristiano , Ediciones Fax , Madrid, 1945 , 3". edição, vol. li , p. 236. 4. ld., p. 239. 5. Santa Catarina de Siena, Cartas, traduzidas por Ferreira de Macedo, Tip. União Gráfica, Lisboa, 1952, p. 58. 6. Les Petits Bollandistes, Vies eles Saims d 'apres le Pere Giry, Bloud et Barrai , Paris, 1882, tomo V, p. 130 7. The Catholic Encyclopedia , Online Edit ion. 8. Santa Catarina de Si ena, Cartas , p. 52. 9. Tai s abusos e xistentes na Corte Pontifícia eram ao mesmo tempo causa e reflexo dos erros da Renascença, que começavam a es palhar-se por toda a parte. "No sécu lo XIV - escreve o Prof. Plíni o Corrêa de Oli ve ira - começa a observar-se, na Europa cristã, uma tran sformação de mentalidade que ao longo do século XV cresce cada vez mais em nitidez. O apetite dos prazeres terrenos se vai tornando e m ânsia. As diversões se vão tornando mai s freqüentes e mais suntuosas. Os homens se preocupam sempre mais com elas. Nos trajes, nas maneiras, na linguagem , na literatura e na arte o ane lo crescente por uma vida chei a de dele ites da fanta sia e dos sentidos vai produ zindo progressivas ma nifes tações de se ns ualidade e moleza. Há um paulatino deperec imento da seriedade e da au ste ridade dos antigos te mpos. Tudo tende ao risonho, ao gracioso, ao festivo. Os corações se desprendem gradua lmente do amor ao sacrifício, da verdade ira devoção à Cru z, e das aspirações de santidade e vida eterna. A Cava laria, outrora uma das mai s altas expressões da austeridade cri stã se torna amorosa e sentimenta l, a literatura de amor invade todos os países, os excessos do luxo e a conseqüente avidez de lucros se estende m por todas as classes sociais. [.. .] Este novo estado de alm a cont in ha um desejo possante, se bem que mai s ou menos inconfessado, de uma ordem de coi sas fundame ntalmente diversa da que chegara a seu apogeu nos séculos X II e XIII [auge da Idade Méd ia]. A admiração exagerada, e não raro de lirante, pe lo mundo antigo , serviu como meio de expressão a esse desejo. Procurando muitas vezes não co lidi r de fre nte com a velha tradição medieval , o Humani smo e a Renasce nça tenderam a re legar a Igreja, o sobrenatural , os val ores morai s da Religi ão, a um segundo plano. O tipo humano inspi rado no s morali s tas pa g ão s, qu e a qu e les movim e ntos [re nascentistas) introdu ziram como ideal na Europa, bem como a cultura e a c ivili zação coere ntes co m este tipo humano,j á eram os leg ítimos precursores do home m g ananc ioso, sensual , lai co e pragmáti co de nossos dias , da c ultu ra e da c ivilização materialistas e m que cada vez mai s vamos imergindo" (Revolução e Conrra -Revolução, Parte 1, Ca p. Ili , A e B). Foi nesse ambiente que se moveu e atuou a g rande Santa Catarina de Siena. 10. Sobre o que ve m a ser um antipapa , bem como sobre traços gera is do Grande Cisma do Ocidente, recomendamos a nossos le itores a seção A Palavra do Sacerdote, cio Cônego José Luiz Villac, que publi camos e m nossas edições de março e abri l de 2001. 11. Les Petits Bollandistes, op. cit., p. 135.

Durante sua primeira aparição, em Fátima, Nossa Senhora perguntou às três crianças: - "Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?"

Elas responderam: "Sim, queremos". - "Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto" (Antonio A. Borelli Machado, As Aparições e a Mensagem de Fátima) .

Comentário do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

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ossa Senhora descreve o que elas vão ter que sofrer, e é muito mai s positiva do que o Anjo [que aparecera anteriormente]. Ela distribui muito mais graças. As graças que jorram sobre as crianças são mais abundantes. Mas Ela torna muito mais claro que, em última análise-não está dito assim, mas é a impressão que fica no espírito de quem lê - e las vão ter que sofrer tudo aquilo que pessoas nas condições delas podem sofrer. Quer di zer, e las vão ser cá lices cheios de dor. É esse cálice cheio de dor que é oferecido como um cálice cheio de aroma, de perfume magnífico, ao próprio Deus para reparar pelos pecadores. Vejam que importância Deu s dá à reparação de três crianças, que importância e q ue valor Deus dá à reparação de todas as almas. E se todos nós oferecermos a Ela aq uilo que nos faz sofrer, para por meio dEJa ser dado a Deus, que magnífico combate! Para trabalhar pela causa católica e rezar. há muitos. Para rezar, há menos do que para trabalhar. Mas para sofrer, rezar e trabalhar, é o que há menos. Ainda que seja só para sofrer, a palavra dor

deixa o homem espavorido. O sinal próprio da alma chamada por Deus é o daquela que, diante do sinal da Cruz, não foge, mas se aproxima para a beijar, para a pôr ostensivamente no peito. Sofrer é vencer. Rezar é vencer. Trabalhar é vencer. Mas, dos três caminhos

da vitória, o mais glorioso é o caminho da dor. Eu aconselharia que cada um pensasse na coisa que mais lhe dói no momento, e dissesse: "Isto, meu Deus, pelas mãos de Maria, eu Vos ofereço; essa dor eu quero". Peregrinos cumprem promessas na esplanada diante da Basílica de Fátima

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............. , ........................................ . No dia de São José - No dia 1 9 de m arço, pedi a Nossa Senho ra que se sentasse a meu lado na minha cama, para conversarmos. Falei para Ela que , como se tratava do dia de São José, seu digníssimo esposo , que eles fossem na presen ça de Jesus Cristo e pedissem que me tirassem a vontade de fumar, pois eu fumava há 4 7 anos. Agradeci, e até hoje nunca mais fumei e nem vontade tenho . (MSN, Mé!tO Grosso) Grandiosa vinda - Às 20 h deuse a grandiosa vinda de Nossa Senhora de Fátima à minha resid ência. Tive o comparecimento de 19 pessoas. O peregrino Sérgio, além de comandar a reza do terço, fez uma apresentação do programa Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!. Quero agradecer humildemente a Nossa Senhora de Fátima a honra e satisfação que nos proporcionou. (CWSC, Rio de Janeiro)

Sublime -

Não consigo encontrar palavras para dizer que real mente fiquei sensibilizada e emocionada ao receber a med alhinha e a imagem da virgem de Fátima que o Sr . m e m andou. É para mim tão sublime, que guardarei com carinho. (BVS, Paraná)

Pedidos atendidos - Uma pessoa que t em interesse de se tornar membro da Aliança de Fátima para ajudar nesta campanha é a minha faxineira , que deseja unirse à oração do terço junto c om todos. Eu estava com consulta marcada para fazer exames médi cos , para ver o mioma (muito pequeno) no útero. Fiz o exam e, e a resposta dos resultados foi uma surpresa . O m édico disse que não tem mioma, não tem nada que me preocupar. Outra graça foi para minha mãe: ela sofre muito com meu irmão. Parece que algo muito ruim rola por ali, ele a trata mal e fica estranho . Eu já orava por ele, e levei para ela água benta . No outro dia ela me revelou que meu irmão começou a mudar para melhor, já não a tratava m al, desd e aí não deu mais problemas . Este foi um dos pedidos que eu havia feito · na folhinha de Nossa Senhora de Fátima. (BSCC, Espírito Santo) No horário das refeições - Recebi o poster de Nossa Senhora d e Fátima, chegou em perfeito estado . Já mandei fazer o quadro, coloquei na sala em que recebi a imagem peregrina. Todos os dias , no horário das refei ções, lembrar-m eei daquele dia feliz da reunião em

Uma quantidade maravilhosa de gente - Sirvo-m e d a presente para agradecer-lhes pela bênção que me deram ao escolh er minha casa para re c eber a imagem d a Virgem Senhora de Fátima. Até hoje me sinto em estado de graça pela honra recebida. Minha casa se transformou em um verdadeiro templo de Deus, com a presença de mais de 70 pessoas vindas de diferentes pontos da cid ade. O t erço foi muito bem rezado, com orações f ervorosas. O m ais interessante é que preparei para rec eber apenas de 1 5 a 20 pessoas, e o que se viu foi uma quantidade maravilhosa de gente que chegava trazendo v elas, jovens. Foram ento ados hinos de saudação à Virgem Mãe. (SPN , Goiás) 38

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nossa residência: Tinha umas 80 pessoas , todas vibrando de entusiasmo! Foi belíssima! O quadro está lindo, escolhi a moldura mais bela, pois Nossa Senhora merece. (MGCC, Piauí)

Firme e decidido - Com a ajuda e proteção de Nossa Senhora de Fátima, eu estou firme e decidido a continuar , e sempre cooperando espiritual e financeiramente, a fim de propagarmos a mensagem de Nossa Senhora de Fátima, que nos comun icou através dos santos pastori n hos. Peço-lhe comunicar-se com minha filha, genro e netos que residem em São Paulo, pois desejo que eles também v enham para Nossa Senhora , através da nossa campanha. (ARN , professor, Bahia) Que a Campanha nunca pare de crescer - Agradeço sempre pelas maravilhas que vocês me mandam , espero que a campanha nunca pare de crescer , e que novas famílias participem . Fico muito grata pelas rev istas Catolicismo. Eu as leio com muito amor e carinho . Nunca vou abandonar esta campanha tão maravilhosa, e vocês podem contar comigo, pois vou estar sempre pronta para aju dá-los. (MFL, Maranhão)

Durante a visita da imagem peregrina a um lar no Nordeste do País, estampas de Nossa Senhora de Fátima foram distribuídas aos presentes

Perseguição contra os católicos A perseguição religiosa contra os católicos vai crescendo em várias partes do mundo. É obrigação nossa rezar por eles, para que permaneçam firm es, preferindo o martírio a p erder afé. Infelizmente poucos são os que se condoem com os mártires do século XXI.

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m M yanmar (antiga Birmânia), a Junta Militar apresenta-se como defensora do budi smo. Sua política se tradu z em perseguição aos cristãos (2 milhões e me io, dos 45 milhões de habi tantes), com a participação de muitos me mbros da força de segurança do governo. Há rapto de mulheres cristãs, obrigadas a se tornarem monjas bud istas; há "conversões" forçadas ao bud ismo, separação dos fil hos das fa mílias e obrigação de assistir às pregações bud istas. Um grupo de 70 pessoas fortemente armadas, da organização hindu Baj rang Dai, atacou uma igreja cató lica en Hinkal, dura nte a missa de dom ingo. G ritando slogans anticristãos, irromperam dentro da igrej a da Sagrada Família e atacaram indiscrim inadamente mais de 400 fiéis com paus e pedras. Houve diversos feridos, inclusive um menino de q uatro anos. Além disso arrebentaram os vitrais da igr~ja e saquearam a residência cios padres, situada ao lado da igrej a. Os governantes comu nistas chineses mataram 129 pessoas e prenderam cerca de 24.000, nu ma repressão contra os cristãos, segundo informou, em Nova York a Comissão para a Investigação sobre a Perseguição ela Relig ião na Chin a.

A Comissão aprese ntou documentos oficiais que mostram haver uma campanha, que inclui a tortura, para e limi nar todo culto q ue não estej a submetido ao governo comunista. O governo chinês deteve ma is de 50 bispos e padres leais ao Papa e está vigiando vários outros, em um esforço para minar a base da Igreja Católica no país, segundo a agência de notícias cio Vaticano. A lguns dos religiosos foram " presos pela polícia, sem qualquer ac usação, e desapareceram desde e ntão". A China te m uma Associação Patriótica Católica Chinesa, supervisionada pelo governo, que não reconhece a autoridade do Papa. M as m ilhões de chineses católicos leais ao Papado praticam a religião e m igrejas secretas, correndo o risco de sere m presos . Alguns líde res da

Professor degrada seus alunos m professor da U niversidade de Berkeley, na Cali fó rn ia, dec idiu levar sua cl asse a um clube homossexual de strip-tease, como parte do trabalho de conclusão de curso sobre sexualidade masculina. O fato, evidente me nte, terminou numa org ia.

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Igreja já foram aprisionados durante anos .

Brinquedos para perverter a linha de perve1ter as crianças desde mu ito cedo, foi apresentado na Feira Internacional ele B rinquedos de Nova Yo rk um Jesus Cristo ele plástico com braços e pern as articulados. O "M essias da ação", como o chama ra m bl asfema me nte, terá J5 centímetros de altura e chegará às pratele iras em duas versões: com a pe le bra nca e com a pele morena. É do mesmo fabr icante que já trou xe ao mercado , te mpos atrás, a c ham ad a "freira boxeadora", com hábito re li g ioso e lu vas de boxe. O Jesus articulado, ademais, é produ zido num país co munista, a C hina.

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Bispo demora para punir

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p adre Franco Barbem, 33 anos, da c idade de Pinerolo, norte da Itália, "casava" divorciados - o que é contrário à moral católica, e portanto proibido pela Igrej a - , como també m uniu ma is de 30 "casais" homossexua is. Sua impiedade ainda vai mais longe. E le ta mbém contesta alguns pontos básicos do C redo cató lico, como a virg indade de Nossa Senhora. O Bispo de P inerolo, D . P ier G iorgio Debernardi, só agora, depois de muitos anos de tentar convencer o padre a mudar, resolveu puni- lo, impedindo-o de exercer fu nções sacerdotais. Quanto mal poderia ter sido evitado para os fié is, se esse sacerdote tivesse sido punido logo ...

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ENTREVISTA

·············~········································ Pesquisa Nacional sobre a TV imoral. Participe! MARcos Lrnz GARCIA Coordenador da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

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m janeiro, quando estive em Fátima, uma pessoa de lá me disse que, em razão das novelas e da sensualidade, os brasileiros têm fama de serem pessoas sem vergonha. Quem criou essa fama? Os programas da TV brasileira veiculados em Portugal certamente têm grande culpa nisso tudo. Conforme já anunciamos, nossa Campanha lançou em fevereiro uma Pesquisa Nacional contra a imoralidade na TV. Estamos apelando às autoridades para que dêem um basta aos produtores imorais que mantêm nossas famílias reféns de sua perversidade. Um passo importante para isso é a Pesquisa Nacional . Pedimos a todos os participantes e amigos da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! que participem dessa Pesquisa, mani-

festando sua opinião em relação à televisão imoral. A pesquisa tem sido distribuída nas ruas e também por nossos aderentes, que vêm solicitando mais exemplares para coletarem assinaturas junto a parentes e amigos. Também durante as visitas das imagens peregrinas têm sido coletadas assinaturas de apoio, para reforçar esse protesto nacional contra a imoralidade na TV. As repercussões junto ao grande público têm sido ótimas. Quem quiser exemplares da pesquisa, pode ligar para o nosso Plantão de Atendimento. Esta campanha também está sendo veiculada pela Internet: www.fatima.org.br/pesquisa.asp Depois de reunir o maior número possível de respostas à pesquisa, vou levá-las pessoalmente ao Ministro da

Justiça, em Brasília, pedindo a ele que tome medidas que atendam urgentemente aos anseios dos pais e mães de família decentes de nosso País. Ele não poderá ser insensível a isso. De nosso lado temos Nossa Senhora. Mas Ela, que nos pediu oração e sacrifício em Fátima, quer que façamos a nossa parte. Onde fica a Mensagem de Fátima? Como fica o alerta profético feito por Jacinta, a pequena vidente de Fátima? Disse ela: "Os pecados que levam mais almas para o inferno são os pecados da carne". Esta advertência feita por Jacinta é simplesmente pisoteada pelas emissoras de TV. Se cruzarmos os braços ... Vamos todos unir-nos a este brado de protesto e desabafo, em defesa dos apelos de Nossa Senhora feitos em Fátima.

São José em ••A Voz de Fátima'' programa "A Voz de Fátima" nº 39, de março, traz uma maravilhosa meditação sobre a vida de São José, que certamente vai aumentar muito, nos ouvintes, a devoção por esse grande Santo e protetor das famílias. São José ocupa um dos lugares mais elevados nos altares, por ter recebido a graça de ser o pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo e o esposo e protetor da Santíssima Virgem Maria. São José é para todos nós modelo de virtude, de santidade e de castidade. Foi ele quem cuidou de Nosso Senhor e sua Mãe Santíssima e os protegeu contra perigos que os ameaçavam .

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Ainda em março, o programa nº 40 apresenta uma piedosa meditação sobre a Via Sacra, muito apropriada

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OãoJosé J/(o de/o de Vir !ude i\\'f 40-TEMi\ l'tUNCll'AI,:

Via Oacra :Jonle !/nesgolávef de S raças

para a Quaresma e a Semana Santa. Meditar com freqüência na Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo é sempre fonte inesgotável de graças. Em abril está sendo lançado o programa "A Voz de Fátima" nº 41, que aborda o tema da imoralidade nos meios de comunicação, a qual degrada cada dia mais a sociedade moderna e dilacera a formação moral das famílias brasileiras. Por sua vez, o programa nº 42 apresenta a Santíssima Virgem como modelo perfeito de pureza. Com a propagação contínua de modelos de santidade e de virtude, procuramos levantar uma grande barreira contra a avalanche de imoralidade que desaba sobre o Brasil.

Pacificação da Colômbia? Sim, é possível! Mas somente com o rompimento total e imediato, na prática e não apenas na teoria, da política do "ceder para não perder" em relação à guerrilha marxista que assola o país vizinho governo colombiano, depois de in- • frutíferas e vergonhosas conces- • sões à narco-g uerrilha, e ter caído num completo descrédito, declarou rompido o chamado "processo de paz" com os terroristas-guerrilheiros. Queira Deus que rompa também com as "ilusões pacifistas"... Para elucidar essa problemática, entrevistamos uma das pessoas mais abalizadas no momento sobre o assunto, o diretor executivo da Sociedad Colombiana Tradición y Acción, Sr. Eugenia Trujillo Vi/legas, o qual por 21 anos vem prestando assessoramento ideológico a diversas instituições voltadas à luta contra a subversão da guerrilha marxista, terrorista e narcotrafi cante .

: Sr. Eugenio Trujillo - A chamada "zana de • distensão" (um território de 42.000 km 2 cedido pelo governo à guerrilha) se havia transformado num verdadeiro campo de concentração. Centenas de seqüestrados foram levados para lá, e as autoridades não podiam entrar para resgatá-los. O cultivo de coca se incrementou. E, o pior, as FARC utilizavam essa zona como campo de treinamento militar, a fim de empreender novas ações terroristas por todo o país. O governo fez incontáveis concessões, mas a guerrilha não cumpriu absolutamente nada; pelo contrário, intensificou sua guerra de destruição. Assim sendo, as pessoas deixaram de acreditar nessa política e obrigaram o governo a reconhecer que o "processo de paz" era uma quimera. Nessas condições, manter o processo era totalmente incoerente e absurdo.

º

*

*

* Catolicismo -

Catolicismo -

Há algumas semanas

o governo colombiano deu por encerrado o pro- •

cesso de paz com a guerrilha das FARC. Como • • reagiu a Colômbia ante esse fato tão importante? •

Sr. Eugenio Trujillo - Meu país estava cansado com um processo de paz que não levava à pacificação. De um lado, a guerrilha jamais cumpriu as promessas de paz; de outro, o governo chegou ao mais baixo nível de descrédito ante a opinião pública. Segundo as pesquisas, mais de 90% dos colombianos aprovaram a med ida do governo de acabar com as negociações, ainda que isso significasse sacrifícios e riscos para toda a popu lação. Catolicismo - O que motivou o rompimento, depois de três anos de negociações?

A guerrilha das FARC

ofereceu indícios de querer uma so-

••

: • • : • : • :

S E . r. ugemo

lução para o conflito?

: Sr. Eugenio Trujillo - Falavam muito de ne-

Trujillo: "O governo fez incontáveis

iações, mas isso só resultou em agravar a si.• goc tuação, pois o governo deixou o exército de mãos

concessões, mas a guerrilha ·não cumpriu absolutamente nada. Assim

• tucional de defender o país, suas instituições e • habitantes. A guerri lha tem uma estratégia de con: quista que inclui, de forma simultânea, os ataques • incessantes e as negociações de paz. Ela sempre : procura acordos com o governo, enquanto move • a guerra ao Estado colombiano.

: atadas, impedindo-o de cumprir seu dever consti-

sendo, as pessoas : • deixaram de acredi- • : tar nessa política" : • •

Catolicismo - Fala-se no mundo inteiro sobre vínculos da guerrilha colombiana com o narcotráfico. O que existe de real nisso?

C ATO LIC ISMO

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Sr. Eugenio Trujillo - Esta é uma realidade irrefutável, apontada pelas mais diversas fo ntes. O governo aparentava ignorá- la, mas agora a reconhece. A tal "wna de distensão" do Caguán incluía o maior complexo de produção de cocaína da Colômbi a. Ca lcula-se em 14.000 hectares a área com plantação de coca nessa região, que estava totalmente dominada pelas FARC. Além di sso, a guerrilha cobra uma porcentagem sobre os negócios de todos os que cultivam, produzem ou transportam coca ína ou outras drogas, nas zonas dominadas ou traumatizadas por ela. Catolicismo -

• ambos grupos guerrilheiros colombianos sejam

••

•• hoje class ifi cados como terrori stas, por terem

• : •

• transformado o terror das popul ações indefesas : numa arma de guerra.

• Catolicismo - Qual o poderio bélico da guerrilha colombiana?

;;.·

Qual é a ideologia da

guerrilha colombiana?

Sr. Eugenio Trt~jillo - Desde os pri mórdios, há quase meio século, a ideologia das FARC foi ex plicitamente comunista, segundo o modelo stalini sta. Quanto ao ELN , também sempre fo i comunista, mas com um matiz castri sta e uma notória sujeição ao regime cubano. Ou seja, ambos os grupos sempre qui seram instaurar uma ditadura do proletariado, um Estado totalitário. Em vi sta di sso, proc uram lançar a Colômbi a numa cruenta luta de classes e num conflito gera l, que eliminem toda e qualquer desigualdade econômica ou social, seja amedrontando as pessoas de melhor condição, para que abandonem o país ou renunciem a toda liderança sobre a popul ação, seja di retamente para as eliminar num certo momento. Para eles, tai s movimentos guerrilheiros, como para todos os comuni stas, a "moral" consiste no que melhor convenh a à revolução que eles impul sionam. Porém, no começo dos anos 90 agregou-se outro elemento gravíssimo: quando diminuiu a ajuda soviética, ao ruir o império vermelho, ambos os grupos começaram a praticar intensamente o narcotráfi co ou a se aliar a ele, para se autofi nanciarem. A partir de então, tornaram-se ainda mais sanguinários, cruéis e brutais. Ao mesmo tempo, passaram à destruição de importantes bens públicos e privados que contribuem para o bem-estar das populações rurai s e a prosperidade do país. Tudo isso é muito confo rme às táticas da Revolução Cultural, hoje em voga. Assim, foi aparecendo mais elaramente o aspecto anarquista da guerrilha colombiana, o que a aproxin1a dos n1assacres praticados pelos guerrilheiros chineses e cambojanos. Nessas condições, o crin1e vai deixando de ser considerado por eles como um meio de luta, para quase se tornar un1 ti1n , porqu e prepara a elestrui ção da civili zação. Por isso expli ca-se que 42

CATO LIC ISMO

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Sr. Eugenio Trujillo - É enorme, resultante do seu poderio econômico. Os seqüestros, que chegam a quase 3.000 por ano, em sua maioria são perpetrados pela guerriÍha e geram recursos mul timili onários. O narcotráfico é também uma fo nte imensa de recursos. Isso permite que a guerrilha tenha armas e munições modernas e em quantidades assombrosas. O número exato é difícil de se ca lcular, sendo uma fo nte permanente de es pec ulação. O continge nte de guerrilheiros aproxima-se de 10.000, mas a guerrilha procura aparecer ante a opinião pública com um número de combatentes muito maior, para produzir temor e induzir às concessões. Catolicismo - E o poderio econômico?

• : • : • : •~ população • do campo é • •• sempre vítima da guerrilha, mas : • sente-se : impotente ante • as agressões e • •• opróbios que • sofre. Como o •• Estado não prote• •• ge a população, esta é induzida, • •• pelo medo e • a chantagem, •• conviver com a • :

• : •

guerrilha e até a colaborar com ela"

• •• • •• • ••

Sr. Eugenio Trujillo - É uma guerrilha multimilionária. Também sobre isso especula-se muito, pois não se sabe ao certo de quanto dinheiro ela dispõe. Investigações sérias, feitas pelo exército e a polícia, colocam o poderio econômico da guerrilha no nível dos maiores grupos empresariais do país.

• : Catolicismo -

A guerrilha sempre afirma que as

• populações camponesas a apóiam ...

: • : • : • : • • •• • •• • •• • : •

Sr. Eugenio Trujillo - É uma grande mentira. A popul ação do ca mpo é sempre vítima da guerrilha, mas sente-se impotente ante as agressões e opróbrios que sofre. Como o Estado não protege a população, esta é induzida, pelo medo e a chantagem, a conviver com a guerrilha e até a colaborar com ela. Mas isso, em nenhum caso, significa simpatia, e é cada vez mais freqüente a população se organizar efi cientemente para enfrentar a guerrilha. Nestas últimas semanas, em vários lugares, houve manifestações muito valentes de camponeses, inclusive enfrentando os guerrilheiros com armas precárias. Cada vez que a guerri lha pode vingar-se, comete massacres ferozes. A guerrilha destrói urna pequena aldeia a cada três di as, seqüestra em n1édi a sete pessoas por di a e comete diari amente um atentado terrori sta.

• Catolicismo -

O que faz o Estado colombiano

:

: para proteger os cidadãos seqüestrados?

• Sr. Eugenio Trujillo -

Na prática, faz muilo

pouco. Ele só se alarma quando alguém de real ce político é seqüestrado, como ocorreu recentemente. Há algun s esforços ele órgãos públicos para evitar seqüestros, mas de pouca efi các ia. O Estado deveri a ter ex igiclo, como condição prévi a para qualquer negoc iação de paz, que não houvesse mais nenhum seqüestro. Além disso, deveri a haver um combate impl acável a todos os que prati cam esse tipo de crime. Mas o governo é incapaz de tomar uma medida assim, porque não tem estatura moral para isso. Durante três anos, foi um governo amedrontado e vacil ante, considerando que capitular ante o crime e ser condescendente com o delito conduziria à pacificação do país, quando o contrári o é que é verdade.

: • : ''Além dos • seqüestros, a : guerrilha ataca • com dinamite : • os povoados : próximos à sua • zona de : • influências : destruindo-os sem • :

• Catolicismo -

Que atos terroristas a guerrilha •

tem cometido?

Sr. Eugeuio Trt~jillo - Todos os que a mente mais escabrosa possa imaginar. Além dos seqüestros, ataca com dinamite os povoados próximos à sua zona de influência, destruindo-os sem compaixão. Dinamita oleodu tos e torres de condução ele energia elétrica, produzindo imensos prejuízos. Também dinamita rodovias e pontes. Coloca bombas nas instalações de muitas empresas, acusando-as de não colaboia r com os seus pro pósitos, bem como aos proprietários ele fazerem algo contra o poder da guerrilha. Assassinam numerosas personalidades, acusandoas de serem "contrárias à paz". Armam emboscadas contra as patrulhas do exército e da polícia, matanclo um número considerável de servidores das Forças Armada:. ê- numerosos outros atos de terror, com o objcti v ele atemori zar a população para que aceite as condições que ela i1npõe ao país.

• •

compaixão. Dinamita oleodutos e torres de condução de energia elétrica, produzindo imensos prejuízos"

: • : • : • : • ..------: : • : • : • : • :

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dos e distantes. Nas zonas rurais, os empresários do setor agropecuário se mudaram para as cidades, para escapar um pouco cio perigo, reduzindo assim as oportunidades de emprego nas fazendas. Quando uma região fica sem energia elétrica por ter sido dinamitada alguma torre, ou quando as rodovias e pontes são destruídas, geralmente é o camponês o mais prejudicado e o mais indefeso.

• ••

Catolicismo - Os atentados de 11 de setembro • nos Estados Unidos tiveram influência na decla-

•• • : • :

• : • : •

: • : •

ração de rompimento do processo de paz?

S,: Eugenio Trujillo - A vi gorosa reação dos Estados Unidos contra o terrorismo, considerando que não se deve capitular ante os que se val em cio terror, teve grande efeito para a opinião colombiana decidir-se pelo combate frontal, a ponto de não ter sido poss ível fazer rnais concessões. Neste sentido, cabe desejar que a pressão da opi ni ão pública também se manifeste nas demais nações, pois a Colômbia converteu-se numa "cabeça de ponte" na América para o terrori smo in ternacional, de modo que esse câncer tende a expandir-se para as nações vi zinhas; para o Brasil , claramente já há sintomas di sso.

• Catolici.,·1110 -

Quanto de prejuízo isso produz : na economia da Colômbia? •

Sr. Eugeuio 'f'rt~jil/o - É muito difícil quantifi car esses pr •j uíz s, mas algumas instituições se aplicaram a isso. No ano passado, o próprio govemo fez um estudo a esse respeito, e ca lculou os prejuízos cm cerca ele 2 bi lhões de dólares por ano. É uma sorn a mu ito grande, à qual se acrescenta uma depr ssã geral da economi a e um êxocio maciço de colombi anos qualificados para o Exterior, pois eles não li nham perspectivas no próprio país e nã suporlêlvam mai s viver em conslante perigo e sen1 prol çã .

: • : • : • : • : • :

• Catolicismo - O que pode fazer a entidade Tradi-

• ção e Ação nesse conflito tão difícil de solucio• nar?

•• S,: Eugenio Tn~jillo - Ela já fez muito no pas-

• sado, e poderá fazer ainda mais no futuro . Tradi-

Quais são os mais prejudicados : com tal procedimento dos terroristas? •

: ção e Ação desenvol ve um trabalho es tritarnente

Catolici.wno -

Sr. Eugenio Truji/lo - -. evidente que os mai s prejudicados sãos ela. ses mais modestas, embora isso pareça paradoxal. Os p voados destruídos pelo terrori smo guerrilheiro são os mais desguarneci-

:

• : •

• : • : •

ideológico para mostrar à opinião pública, dentro e fora da Colô1nbia, que negoc iar con1 a guerrilha resulta num rotundo fracasso, pois baseia-se no erro de considerar a capitul ação um modo ele obter a paz. Nós organi zamos fo ros nacionai s e inC ATO LIC ISMO

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INTERNACIONAL ternac ionais com grande repercussão, mostrando, , através dos meios de comunicação, a enormidade dos crimes cometidos pela guerrilha, seus vínculos com o narcotráfi co, seu desrespeito a todos os acordos de paz, sua inaudita crueldade e sua total ausência de escrúpulos. isso fo i de fundamental importância, pois a classe governante da Colômbi afazia crer que todos os colombi anos estavam de acordo com o "processo de paz". Pe lo contrário, segundo as pesqui sas de opinião, até 90% da popul ação consultada estava, e está, em desacordo. Mas a mídi a não di vul gava. Tradição e Ação é a única entidade colombi ana que teve a coragem de mostrar essa rea lidade inegável. Sabemos que com essa atitude corremos peri go, mas para nós isso é um dever mora l e patri ótico, e por isso estamos nesta luta. Essa aberrante políti ca de concessões permanentes à guerrilha começou há uns 20 anos. Se naquela época se tivesse encarado de frente a rea lidade e combatido de fato a guerrilha, salvar-se- iam dezenas de milhares de vidas, a Colômbia teria progredido imensa mente e o problema ter-se- ia resolvido rapidamente.

.••

: pos criminosos, enquanto na Colômbia seus con• gêneres seqüestram cidadãos desses mes mos paí• ses e ex igem quantias milionári as como resgate.

• : •

• Catolicismo - E qual é a atitude do governo Bush

: em relação ao terrorismo na Colômbia?

• Sr. Eugenio Truji/lo - A atitude dos Estados Unidos é muito mais conseqüente e lógica. O governo e a opinião pública estão cada vez mais conscientes da união guerrilha-narcotráfi co, e tomaram atitudes firmes e categóricas para enfrentar esse fl agelo. Muito mais no que se refere ao tráfico de drogas do que à violência marxista. Amplos setores se compenetram de que se trata de fenômenos distintos, mas que não se separam. Ass im, para combater um, tem-se que enfrentar o outro. No ano passado, deuse andamento a um plano de fo1talecimento da polícia e cio exército, com a ajuda econômica e logística cios Estados Unidos. É o chamado Plano Colômbia, que destinou I ,3 bilhão de dólares para fo1talecer as instituições colombi anas na luta contra a narco-guerrilha.

Até que ponto pode-se pedir que •

outros países ajudem a solucionar a atual crise •

"Enquanto não houver um combate sério, eficaz e contundente por parte do Estado colombiano contra

Sr. Eugenio I'n~jillo - É óbvio que os problemas da Colômbi a têm que ser resolvidos sobretudo pelos colombi anos. Mui tas nações poderi am fac ilitar alguma ajuda, mas, na rea lidade, infe li zmente, a aj uda tem sido prestada aos membros da guerrilha. Muitos subversivos, apoiados por ONGs européias, por exempl o, viajam através do continente como embaixadores da guerrilha, com acesso às chancelari as e aos meios de comu nicação. No fim do ano passado, quando houve a crise das "negociações de paz ", o governo fez algumas ex igências básicas para prosseguir. Os guerrilheiros as recusaram , e a Comunidade Econômica Européia anunciou que suspenderi a toda a ajuda internacional à Colômbi a se o di álogo fosse interrompido. Ante tal pressão, o governo capitulou, decidindo fazer ma is concessões para que o "diálogo " prosseguisse. Os guerrilheiros, obvia1nente, aceitara1n, n1as poucos 111eses depois tornou-se evidente que nada de bom se conseguiria. É tri ste constatar que na Europa os governos acolhem com benevolência os membros desses gru-

• •• • : • : • a guerrilha, não haverá paz na : • Colômbia. : Se ela for • efetivamente : combatida, em • : poucos meses os • resultados serão • : surpreendentes" • : • : •

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Pesadelo torna-se realidade

• Catolicismo - Que perspectivas há para o futuro

••

CATO LIC ISMO

As recentes leis de cunho comunista do Presidente Hugo Chávez estão conduzindo o país a uma situação generalizada de caos

: imediato? Qual a saída para tão longo conflito?

colombiana?

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ENRJQUE L ARA

• •

: •

• Catolicismo -

Venezuela : passo firme e seguro rumo ao abismo

••

• : • : • : •

••

• : • : • :

• :

Sr. Eugenio Trujillo - Enquanto não houver um combate sério, efi caz e contundente por parte cio Estado colombi ano contra a guerrilha, não haverá paz na Co lômbi a. Se ela fo r efetivamente combatida, em poucos meses os resultados serão surpreendentes. Não estou fa lando de um combate bruta l para aniquil ar os guerrilheiros, mas simplesmente de um combate sério. isso pode ex igir medidas graves, que no entanto serão mui to menos graves do que a trágica perpetuação cios cri mes, o desmoronamento da ordem pública ou o desânin10 total ela popul ação. Se não se proceder assim, as negociações po<lerão estender-se por dezenas de anos, 1nas nunca haverá paz, e aumentarão pavorosamente as vítinias e os prejuízos. ♦

• --------: Nota da Redação -

Nosso entrevistado não se

• refere ao assassinato de Mons. Isaías Duarte Can: sino, Arcebisbo de Cali (Colômbia) , ocorrido no • dia 16 p.p., pois esta entrevista foi concedida a : Catolicismo alguns dias antes do brut al crime .

• São de conhecimento público as duras críticas : dirigidas por Mons. Duarte à guerrilha, tendo ele

• excomungado alguns guerrilheiros em 1999 .

Chávez com seu amigo Fidel Castro

I

magine o leitor qu determinado governo aprova e uma lei, pela qual toda construção situada a menos de 80 metros de qu alquer rio, praia, lago ou curso de água se torn as e imediatamente propriedade estata l. Seria obviamente uma ca lam idade ! Tornaria impossível, por exemplo, a construção de cais. E os já construídos seriam confiscados pelo governo, pois a lei seria retroativa, atingi ndo igualmente residências . Sem fa lar dos hotéis, restaurantes ou prédios das cidades costeiras. Imagine que, além di sso, fosse decretado que o governo enviaria um fisca l a todas as

faze ndas desse país para indicar aos proprietários o que podem ou não culti var ou criar. E, caso não seguissem o "conselho" estatal, suas faze ndas seriam confi scadas pela Reforma Agrári a. Além desses, mais um disparate: o governo decidiria o tamanho máx imo das faze ndas. Muitas pessoas começariam a pensar que um doido estaria assessorando o desastroso governo. Se a lé m dessas d uas le is fosse m acrescentadas outras 47, com absurdos evidentes, chegaríamos à conclusão de que tal governo desejari a implantar o caos no país.

Foi bem esta a impressão que tiveram os venezuelanos quando tomaram conhecimento do pacote de leis de caráter comuni sta aprovado pe lo governo Chávez. Da noite para o dia ficou modifi cada toda a estrutura econômica do país, aumentando o já despropositado controle do governo. Imediatamente os agredidos por tais leis convocaram uma greve geral de um di a, para externar seu repúdio a esse pacote absurdo. Essa greve, realizada no dia LO de dezembro último, obteve o impress ionante apoio de 95% da população. Pela primeira vez na hi stória do país, as entidades patronais e as dos empregados uniram-se num protesto geral. Pesquisas de opinião demonstram que a presidência, o governo e seu partido são as três instituições mais desacreditadas junto à popul ação. No dia 23 de janeiro, marcha de repúdio levou mais de 100.000 pessoas às ruas da capital, enquanto uma segunda marcha - esta favo rável ao governo não congregou sequer 30.000 pessoas. Ante tal derrocada, qual foi a resposta do governo? Mudou de rumo? Não !... avi sou que radi cali zará ainda mai s e aprovará outras leis do mesmo gênero!

Acordos com Fidel Um tal desvario só tem uma expli cação: a ideologia marxista do Presidente Hugo Chávez. Ele está "construindo" um a nova Cuba, copiando todo o aparato produ tivo (ou melhor, improdutivo) e repressor da infe li z ilha de Fidel Castro. Chávez chegou ao poder, não por-

C ATO LICISMO

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DISCERNINDO, DISTINGUINDO, CLASSIFICANDO que o sociali smo que ele propõe fosse popular. Ele não se ap resentou como comunista, mas sim como um militar nacionalista contrário à corrupção generalizada na Venezuela. Fartos do fracasso dos antigos partidos, os venezuelanos optaram por uma nova fórmula para sair da crise. Mas o novo governo, de origin al nada ti nha. Era a velha ideologia comunista, ocu lta sob um disfarce anticorrupção e apelando a ideais "boli varianos" (Bolívar é cultuado como herói nacional), ideais estes confusos e genéricos, que o venezuelano médio confunde com tudo aquilo que seja benéfico à nação. Mas o vazio desses "ideais" foi se desfazendo, e o marxismo, antes escondido, foi se revelando. À medida que começavam os convites e elogios a Fidel Castro, juntamente com os primeiros fracassos econômicos, iniciava-se também a queda da popularidade. Um dos marcos: Chávez assinou um acordo concedendo a Cuba grande quantidade de petróleo, recebendo em troca treinadores esportivos, assessores agrícolas e médicos! Os treinadores e assessores logo revelaram ser agitadores comunistas. Os médicos chocaram a população em geral e a classe médica em particular, pela espantosa falta de preparação profissional. Além do mais, o governo paga a preço de ouro tais médicos (sendo que a maior parte do pagamento vai para o governo cubano) e dá-lhes alojamento, enquanto os médicos venezuelanos não contam com essa generosa ajuda.

Caos e desprestígio popular Chávez criou depois os chamados uma cópia dos CDRs cubanos (Comitês de Defesa da Revolução) - , encarregados da fiscalização (leia-se espionagem) de cada pessoa em cada quarteirão. Um parlamentar venezuelano denunciou, no dia 29 de janeiro, a infiltração de guerrilheiros das FARC co lombianas nos tais Círculos. O governo, enquanto ostentava claramente sua face comun ista na política, teve o cuidado de não se revelar totalmente marxista no plano econômico. Mesmo assim, a corrupção (desta

Círculos Bolivarianos -

4&

CATO LIC ISMO

vez, dos esquerdi stas no governo) e as declarações bombásticas do novo presidente afugentaram os investidores cio país. Apesar de a economia já estar bastante estatizada, Chávez implan tou ainda o utros meios para controlá-Ia, copiando modelos absolutamente ineficazes de países onde e les haviam sido apli cados . Resultado: caotização crescente no país e aume nto vertiginoso da rejeição popular.

Pane/aços antí-Chávez em CD O desprestígio do governo é enorme, não apenas nas classes mais abastadas, mas também nas camadas pobres da população. O pane/aço popularizou-se, passando dos bairros de classe alta para os médios, até chegar aos mais pobres. Hoje, Chá vez não pode visitar ne- · nhum bairro da capita l, pois é recebido por pessoas batendo panelas vazias. . Quando fa la através de uma cadeia de rádio e televisão, o pane/aço generali za-se por toda a nação, durante todo tempo que dure o discurso. Sendo Chávez muito prolixo (seus discursos c hegam a durar 3, 4 ou 5 horas seguidas, mais uma cópia do modelo Fidel Castro), popularizou-se agora um CD que traz a gravação cio barulho das panelas. Evita-se, ass im , o incômodo de ficar batendo nelas interminavelmente.

Ataques à Igreja Católica O mais recente sina l de desvario consiste em seus ataques furibundos contra a Igreja Católica. Não se trata de discordâncias respeitosas, mas de furiosas investidas . No dia 24 de janeiro, respondeu de forma agress iva o Núncio Apostólico, que pedia ao chefe cio Executivo moderar o tom desrespeitoso na vida política. Nessa ocasião, qualificou a Igreja Cató lica na Venezuela como "tumor" da revolução. Atacou o Cardea l de Caracas por ter censurado quatro sacerdotes que participaram de uma Missa com conotação política em apoio ao presidente venezuelano. Os ataques à Igreja não se restringiram à grosseria das palavras: párocos passaram a receber ameaças de morte por telefone, e até pequenas explosões

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ocorreram em algumas igrejas. Tudo isso para intimidar qualquer opos ição. Apesar disso, Chávez diz-se catól ico e participa de procissões, como o fez recentemente na procissão da Divina Pastora, em Barquisimeto. É oportuno recordar que Fidel Castro, no in ício de sua revolução em Cuba, aparecia com medalhinhas ao pescoço ...

Apoio à guerrilha colombiana Outro sinal ev ide nte do caráter marxista é o apoio crescente à guerrilha comunista colombiana. No dia 30 de janeiro, o diário "EI Universal" publicou documento no qual o novo ministro do Interior e Justiça estabeleceu um compromisso com guerrilheiros colombianos. Nele, a Venezuela compromete-se a dar à guerri lha "me-

dicamentos especiais, venda de petróleo, apoios especiais ", não sendo espec ificado q ue tipo de apoio. Em troca, os guerrilheiros comprometem -se a não rea lizar operações na Venezuela! Tal apoio soma-se à grande quantidade de armas, com carimbo do exército venezuelano, encontradas em poder da sangui nária guerri lha colombiana.

Do mau para o péssimo O tema ideológico mais debatido tem sido o direito de propriedade privada. O governo insiste em so lapar a propriedade privada, diz que não efetua confisco, mas ... regula o poder de disposição da propriedade' E os partidários cio direito de propriedade infelizmente não apresentam argumentos doutrinários sérios, como os baseados na Lei de Deus e na Lei natural. Ass im vai o país escorregando ladeira aba ixo. Se Hugo Chávez aprovar, como já ameaço u, outro pacote de leis socialistas, a má situação atua l poderá tornar-se péssima. E a fa lta de saída legal poderá levar as pessoas a uma aventura política autogestionária, que agravará ainda mais o caos. Em face dessa dramática situação, peçamos a Nossa Senhora de Coromoto, Rainha e Padroeira da Venezuela, que abra os o lhos dos venezuelanos. Que estes percebam a tempo o perigo e reajam de modo sábio e eficaz, evitando assim que o país se precipite no abismo. ♦

Judas e São Pedro C.A.

E

m artigo anterior reproduzimos trechos de um atraente estudo' sobre o caráter do traidor Judas lscariotes. O mesmo opúsculo em português traz também, como apêndice, uma elucidativa comparação entre o pecado de Judas e o de São Pedro 2 , que nos pareceu interessante levar ao conhecimento do leitor, através dos trechos que abaixo repro duzimos.

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A queda de Judas representa para nós uma advertência. Causa vertigem pensar que um homem bom, escolhido e preparado por Deus para realizar uma grande missão, um homem que conviveu intimamente com o próprio Jesus, e que tinha todas as condições para ser fiel até o fim e muito santo, tenha caído tão fundo. Essa advertência torna-se ainda mais forte, se nos le mbrarmos de que não foi só Judas que traiu. Os outros Apóstolos também traíram o Senhor, embora de outro modo, e até o próprio Pedro, o Príncipe dos Apósto los, tra iu Cristo. E le que tinha a mi ssão de ser a rocha incomovível sobre a qual se deveria edificar a Igreja ao longo dos éculos, negou covardemente o cnhor. Judas e Ped ro. Dua · histórias que nos colocam diante cio mi sté ri o cio mal, cios abismos de maldade que ex iste m no coração de todo ser humano.

gui am a cabeça', foram pouco a pouco ganhando terreno até que, em ·dado momento, o Apóstolo percebeu com nitidez que a proposta ele Jesus não se coadunava em absoluto com elas. Então, em lugar de retificá-las, preferiu mantê-las e colocá-las em primeiro lugar na sua vida. A partir daí foi-se desenvolvendo em sua alma um processo de infecção generali zada pelo câncer ele um tremendo egoísmo. Seu coração foi-se endurecendo e distanciando aceleradamente de Cristo. A sua consciência foi-se embotando. Perdida a confiança em Jesus, passou a olhálo com ol hos cada vez mais críticos, até chegar, após sucessivas decepções, a odiar Aquele a quem tanto admirara. Finalmente veio a traição vil. Durante todo o tempo em que a alma de Judas se ia enchendo de trevas, Jesus não deixou de estimá-lo muito e ele tentar ajudá-lo. Deu-lhe muitas oportunidades de arrepender-se cio seu egoísmo. Comenta São Tomás Morus que o A Última Ceia -

Senhor "não o arrojou da sua companhia. Não lhe tirou a dignidade que tinha como Apóstolo. Nem lhe tirou a bolsa, e isso apesar de ser ladrão. Admitiu-o na última Ceia com os demais Apóstolos. Não hesitou em ajoelhar-se e lavar com as suas inocentes e sacrossantas Mãos os pés sujos do traidor, símbolo da sujidade ele sua mente[ ...] Finalmente, no instante supremo da traição, recebeu e retribuiu o beijo de Judas com seren idade e com mansidão" 3 •

A negação de São Pedro Pedro, pelo contrário, nunca perdeu essa retidão interior. Começou a seguir Jesus num arranque abnegado de generosidade. No entanto, a sua natureza generosa e ardente era frági l, e Pedro, apesar de tantas advertências carinhosas mas claras ele Cristo, preferiu ignorá-las presunçosamente. E foi essa presunção que o perdeu. O seu itinerário até a queda correu pela linha das atitudes de auto-

Perea Master (no recorte, Judas)

A traição de Judas No início, Judas eguia Jesus com retidão. Havia na sua alma, como na cios outros Apóstolos, ambiçõe humanas alheias à missão de Cristo e interesses pessoai s mesquinhos, mas estavam num segundo plano; o que importava acima de tudo era colaborar com o Senhor. No entanto, com o passar do tempo, essa situação foi -se invertendo: as ambições pessoais ele Judas , não devidamente subju gadas à medida que ' er-

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TFPs EM AÇÃO

IV Simpósio de Estudantes Universitários MAURO CüRRÊA Folos: Frederico Violli

A negação de São Pedro - Duccio de Buonisegna (1308-11), Museu da Obra, Catedral de Siena (Itália)

sufic iência, das 'desafinações' em relação ao espírito do Mestre, que a longo prazo apontavam para a infidelidade em situações extremas. E assim chegou à sua tríplice negação. Pedro, tal como Judas, tinha uma visão demasiado humana da sua missão e do próprio Cristo. Não atribuía a devida importância à oração. Sem deixar de ser reto, chegou, por presunção, a tornar-se extremamente vulnerável. As negações de Pedro chamam mais a atenção que a traição de Judas, porque, no caso deste último, é evidente que houve um lento processo de deterioração que preparou a queda ruinosa, ao passo que, no caso do primeiro, aparentemente, o tropeço chegou de repente. Mas a verdade é que também no caso de Pedro houve um tempo de maturação da queda, um período suficientemente longo em que ele teria podido notar a aproximação do perigo e tomar as providências necessárias para afastá-lo. Pedro poderia ter notado que, à medida que se aproximava o momento da morte de Cristo na Cruz, a perspectiva dessa morte, que Jesus já afirmara repetidas vezes ser absolutamente necessária, o vinha deixando cada vez mais perplexo e tristonho. Poderia ter notado que ia crescendo no seu coração a relutância em aceitá- la. Poderia ter reparado que essa relutância estava tornando difícil a sintonia com o Mestre, o diálogo profundo com E le. Que desse modo se iam entorpecendo no seu coração os desejos de um seguimento incondicional de Cristo, abalando-se assim as bases da sua lealdade.

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C ATOLIC IS MO

À direita: Arrependimento de São Pedro Andres Sanchez Gal/que (séc. XVI), Museu de Arte Colonial, Quito (Equador)

Poderia ter dado ouvidos ao Senhor quando Jesus o advertiu do perigo de sua defecção. Poderia, em suma, ter percebido que se estava afastando de Cristo, que o estava seguindo 'de longe', tornandose portanto cada vez mais fraco. Não o fez por presunção - confiava demais em si mesmo - e, por isso, chegado o mo. mento da prova, encontrou-se sozinho e desamparado, sem a ajuda de Cristo e da sua Santíssima Mãe, com a qual poderia contar se tivesse crescido em humildade.

São Pedro, Judas e nós Estamos, portanto , diante de duas modalidades de queda, ambas inquietantes. A história de Judas adverte-nos para o perigo da fa lta de pureza de intenção que nasce do egoísmo. É muito comum que os nossos ideais mais elevados estejam misturados com intenções egoístas de avareza, vaidade etc. Aconteceu com a maioria dos Apóstolos, que, embora quisessem honestamente colaborar com a instauração do Reino de Deus, tinham também pretensões menores de vaidade: quantas vezes não teve Jesus que corrigi-los por estarem discutindo sobre qual deles seria o maior, sobre postos de honra, sobre quem se sentaria à sua direita ou à sua esquerda! Aconteceu também com Judas. Só que, nos outros Apóstolos, essas pretensões e as suas inevitáveis conseqüências más não levaram à ruína final; em Judas, sim. Porque os outros souberam combatê-las à medida que se iam manifestando, e Judas não se preocupou com

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isso. Deixou-se dominar por e las e, como conseqüência, corrompeu-se. O que é realmente perigoso é a cegueira de uma consciência deformada. Só ela pode fazer que alguém acorde um belo dia e descubra, com amarga surpresa, que perpetrou uma terrível traição, que agiu como um canalh a, como Judas. Todos podemos trair. *

*

*

Termina aqui a transcrição do opúsculo. Encerramos lembrando um comentário que o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira costumava fazer sobre a traição ele Judas : se o traidor, após toda sua ignomínia, tivesse procurado Nossa Senhora para sinceramente pedir perdão, ele o teria obtido por meio dEla. São Pedro, pelo contrário, pediu perdão até o fim de seus dias, e por isso tornou-se um grande santo. Mas exatamente o que Judas não quis foi humilhar-se e pedir perdão. ♦

Notas: 1. Trata-se do o pú sc ulo ele Otto Hophan, int'itulaclo Die Apostei Judas lscharioth , tradução ele Roberto Vida! da S ilva Martin s, Editora Quadrante, São Pau lo, 1996, 56 pág in as. Nosso artigo, intitul ado Judas lscariotes, foi publicado na última ed ição de Catolicismo. 2. Rafae l Stanziona ele Moraes, Judas e Pedro . Di spensamos as aspas de praxe, pois todos os textos são cio autor do apêndice. Os intertítu los são nossos. 3. Nota cio Autor do Apêndice: São Tomás Moru s, A agonia de Cristo, coment ário a Lc 22, 47-48.

L

oca! acolhedor, de clima ame no e bel a paisagem , isento cio ritmo frenético das grandes c iclacles, a Serra do Japy, em Jundiaí (SP), onde a TFP manté m uma sede, foi o lugar escolhi do para a reali zação desse evento. Nesse ambiente propício pru·a recolhime nto e estudo, jovens estudantes ele São Paul , Rio de Janeiro, Brasília, Bel Horizonte e Santa Catarina puderam troem· idéias, nos dias 2 e 3 de fevereiro, em animadas conversas durante as refeições, nos interval os ntrc as conferências.

Foram explanados e discutidos temas candentes. Por exemplo, g lobali zação e antiglobali zação, como foi apresentado recentemente no li Fórum Social Mundial em Porto Alegre; e a devoção a Nossa Senhora, segundo Sâo Luiz Grignion de Montfort. O colombiru10 Eugenio Trujillo expôs a verdadeira situação de seu país: o terror imposto à população pela guerrilha marxista, seu caráter declaradamente anticató lico e vários fatos assustadores quedesmentem a imagem favoráve l dos movi -

Nas fotos acima, cenas do IV Simpósio

mentos guerrilheiros fo1jacla pela mídia. Encerrou o s impósio o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança. Após comentar a crise contemporânea e a importância da men sagem de Fátima para sua so lução, conc lamou os presentes a combater a decadência ela atual c ivili zação e promover, com verdadeiro empenho, os valores ele uma sociedade autenticamente cristã. ♦

CAT O LICISMO

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Retrospectivas, análises e metas

En1 foco o dia 11 de seten1bro

ÜSCAR VtDAL

RocER Luís V ARGAS

VII Congresso Nacional de Correspondentes, Esclarecedores e Simpatizantes da TFP euniram-se durante os dias de carnaval no Hotel Hilton, na capital paulista, 400 congressistas. Eles chegaram à cidade no dia 10 de fevereiro, provenientes de quase uma centena de cidades ele diversos estados do País. O evento foi aberto com discurso de S.A.I.R. Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil. Nos três dias cio Congresso os participantes atualizaram-se a respeito das atividades da TFP no decurso de 2001. Foram também apresentados alguns planos de ação para 2002. Despertou especialmente a atenção, dentre as diversas conferências proferidas, a análise dos acontecimentos relac ionados com a esca lada cio terrorismo internacional: a brutal ação desfechada contra os Estados Unidos e as bases que os grupos terroristas assentaram nos cinco continentes. Todos eles agindo com métodos diversos, mas com uma meta única : a destruição dos restos da Civili-

R

C

zação Cri tã no mundo e o estabelecimento do igua litarismo, com vistas à implantação ela anarquia. "Já conhecia muitos dos prognósticos feitos pelo Dr. Plínio Corrêa de Oliveira a respeito do objetivo islamita de subjugar o mundo, mas agora, tendo essa visão de conjunto, volto para minha ci-

O deputado lituado Antanas Racas e Sra. durante o Congresso

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C ATO LIC ISMO

Diante das investidas terroristas: deixar-se subjugar, ou reagir?

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Nas três fotos da direita: cenas do Congresso

dade muito impressionado com o acerto de suas previsões. Meu Deus! como tudo seria diferente se tivessem as autoridades acreditado nos alertas de Dr. Plinio! Mas, na época dele, acharam que isso [o poder destrutivo do terrorismo muçulmano] era insignificante. Não acreditaram.... agora, aí estamos, envoltos por esse inimigo m.eio invisível, mas destruidor e presente em. todas as partes". Este foi o comentário de um dos participantes, durante um intervalo para o lanche, no último dia cio Congresso. Um dos líderes que mais sobressa iu na luta pela independência da Lituânia, o deputado Antanas Racas, reeleito por quatro mandatos consecutivos, veio ao Brasil especia lmente para conhecer ele peito a TFP e participar desse Congresso. Na sessão de encerTatnento, o destemido parlamentar fez uma saudação, agradecendo à TFP pelo papel ímpar que desempenhou na libertação ela Lituânia cio jugo sov iético, com a célebre campanha por ela empreendida, e m que foram coletadas 5,3 milhões ele assinaturas a favor ela independência de seu país. ♦

om o objetivo de analisar os fatos decorrentes do ataque terrorista de 11 de setembro, à luz dos princípios enunciados por Plinio Corrêa de Oliveira em Revolução e Contra-Revolução, a TFP norte-americana reuniu em janeiro último, em sua ampla sede na Pennsylvania, mai s de 50 jovens desejoso de pautar ua conduta de acordo com tais princípios. As exposições de caráter doutrinário foram feitas pelo Eng. Nelson Ribeiro Fragelli e pelo Sr. John Horvat. Seguiu-se a análise, à luz desses princípios, do terrorismo islâmico, feita pelo presidente da TFP americana, Sr. Ray mond Drake. Este apontou o objetivo do movimento radical islâmico como sendo a destruição da Cristandade. Baseando-se nas teses expostas pelos oradores, o Príncipe D . Bertrand de Orleans e Bragança - em honrosa visita à TFP americana enunciou para os participantes do evento a alternativa possível, ele acordo com o Prof. PI in io: "Em tempos de grande crise, há dois tipos de homens: os que se deixam subjugar pela crise e os que se levantam para opor-se às tendências do momento, e com isso mudar o curso da História ". A Contra-Revolução consiste em opor-se às tendências más do momento histórico. E tanto a lóg ica quanto a Revelação, bem como as profecias de inúmeros santos, provam que a vitória da Contra-Revolução é irreversível. À direita: cenas do encontro realizado na Pennsylvania (EUA)


BOM GOSTO E DIGNIDADE NA VIDA POPULAR_ MEDIEVAL PLINIO CüRRÊA DE ÜLJVEIR/\

A

ociedade da Idade M édia dividia-se em três classes. A mai s alta das classes era o C lero, porque constituída por pessoas consagradas a Deus, integrantes da estrutura da Igreja Católica Apostólica Romana. A segunda classe era a Nobreza - a classe dos guerreiros e dos proprietários de terras no interior. Em caso de guerra, eram eles que iam para a frente de batalha. Serviço militar obrigatório era só para os nobres. Para os plebeus, o serviço militar era muito restrito. Por fim a Plebe - era a terceira c lasse, portanto - , à qual cabia a produção econômica. Habitua lmente, quando ouyimos fa lar em Idade Média, pensamos em catedrais suntuosíssimas, e m castelos magníficos. E com ba e na rea lidade, porque na Idade Média construíram-se catedrais e castelos incomparáveis. Mas é natural a indagação: como seria e ntão a vida da plebe - ou seja, do burguês e do traba lhador manual nessa época? A cidade ujas ilustrações vemos nesta

contracapa oferece-nos uma resposta palpável de como era essa vida. Qual é a localidade? É a cidadezinha construída naque le período hi stórico, denominada Rothenburg ob der Tauber. Taube r é o nome de um riozinho que banha essa cidade. Em português: Rotemburgo sobre o Tauber. A cidade era fort ificada, porque poderia haver incursões de inimigos do Sacro Império Romano A lemão que quisessem tomá-la. Para essa eventua lidade, havia uma muralha que a cercava e a tornava absolutamente fortificada, como uma fortaleza. Em seu interior, porém, encontramos o contrário. Era uma cidade de trabalho, onde se vivia o dia-a-dia da pequena burguesia medieval ou do trabalhador manual. Naturalmente, as construções mais bonitas eram as da pequena burguesia. Grande burguesia como que não havia lá. Era praticamente só a pequena. As casas, em grande parte, comportavam a residência de mais de uma famíl ia. Eram prédios de apartamentos daquele tempo. Havia uma entrada geral do edifício, o qual continha vários apartamentos. Pode-se conjelw-ar que nos andares de cima ficavam os aposentos dos trabalhadores

0

manuai s e nos dois andares de baixo r ·si diam as pessoas mai s abastadas. 01110 11110 havia e levador naquele tempo, para llHll'III' lá no alto era necessário subir cs ·ad11 N 11 mais não poder. O resultado era qu · o 1dt1 guel desses andares era mais ba ralo, Os prédios eram indiscutivelm 'Ili · llo nitos. Não da beleza de um casl ' lo, 11t11N belos, dignos e inteiramente di for ' Ili ·s dl• uma favela ou das moradias de um h11i1 l'O operário de qualquer c idade mod ' 1'1111 . Há uma idéia de solidez e a ·011l'hl11•0 nesses edifícios, que nos p ssi bililn uvull ar o prazer de estar em seu inl •rior. 'I' ·1n 1-1 1· a impressão de que lá com -s • ll •111, drn me-se bem, e nos dias r riodos d ·st·11 11 s 1 se bem. E na Idade M édia o nú111 ·ro d · 11riados era colossal. As cores dos edifíc ios SlO di s 1'l'111 ,, embora não sejam tri stes. ão ·or •s 11'1' t dáveis. Há uma preoc upaçrn d· hrnn /'11,' to e de arte em tudo, at • nos pinh •i11 11h rn, plantados diante das casas , qu • si o 1·1tl'H J1 tadores. Termino c itando Karl M11r . Nu1t111()Ili 1 em que ele apr senta n hi st 1ri11 do op1•11111 ado europeu, há uma f'n1 s · qu · os l'o111u nistas atuais não •oslam d · n •1H·t Ir: "/\ /d" 0

de de ouro do opero,-/ru/11 1•111·0111•11 Idade Média ".

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 22 de novembro de 1986. Sem revi

Ji,

o do ui r,

11


- -•-elaçþes (de 1803 a 1825) a Bem-aventurada

lizabeth Canori Mora ecipam mensagem de 1917 .


Preparetno-nos para os acontecitnentos de Fátitna

SOS Fa,ní/ia

12 A

instituição familiar: alma vivificadora do Estado

Brasil Real

Um meio eficaz para tal preparação é analisar minuciosamente esses magnos eventos anunciados em 1917

speito do assunto em epírafe , pareceu-nos apropriado transcrever trecho de um artigo do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, publicado em Catolicismo, edição de maio de 1967, por ocasião do cinqüentenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima.

16 O

maravilhoso tonifica a alma do brasileiro

Nacional

18 O

confuso e indefinido quadro eleitoral do País

Nossa capa:

Plínio Corrêa de Oliveira

*

*

As guerras como punição aos homens "Os pedidos enunciados em Fát im a, a M ãe de Deu s os fez em v ista da situ ação reli giosa em que se encontrava o mundo na época das apari ções, isto é, em l 9 J7 . Nossa Senhora apontou tal situ ação como altamente calamitosa. A impiedade e a impureza ha-

viam dominado a Terra a tal ponto, que para punir os homens ex plodira a verdadeira hecatombe que fo i a Primeira Grande Guerra. Essa co nfl agração term inari a em breve, e os pecadores teri am tempo para se emendar e atender ao apelo de Fátima. Se esse apelo fosse ouvido, a humani dade conheceri a a paz. Caso não fosse ouvido, viri a outra guerra, mais terrível ai nda [co mo de fa to ocorreu com a eclosão ela Segunda Guerra Mundial]. E, caso o mundo ainda co ntinuasse surdo à voz de sua R ainha, uma suprema hecatombe, de raiz ideol gica e de porte uni versa l, implica ndo em um a grave persegui ção reli gio a, afli giri a todos os homens. Quebrada ass im , ao longo de toda uma cadeia de ca lamidades, a dura cerviz da humanidade contemporânea, haverá, em larga esca la, uma conversão das almas. Tal conversão será espec i fica mente um a vitóri a cio Coração Puríssimo da M ãe de Deus: ' Por.fim o m.eu Imaculado Coração triunfará'. Será o reinado de Mari a sobre os homens."

Pintura da B em-aventurada Elizabeth Canori Mora, com 22 anos, antes que ela inicias se a via de sua santificação. Foto da Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Fátima que verteu lágrimas miraculosamente em Nova Orleans (EUA) . Ao fundo: texto do manuscrito da Bem-aventurada narrando suas visões e revelações.

Leitura espiritual

20 O

Credo -

Terceiro artigo

Atualidade

21

Madre Paulina: primeira santa brasileira

Capa

24 Revelações

da Bem aventurada Canori Mora: prenúncio das advertências de Nossa Senhora em Fátima

Excertos

2

Castigos previstos em Fátima: consideração salutar

Vidas de Santos

Santos e Festas do mês

34 Santo

46

Atanásio: Doutor da Igreja, terror dos hereges

Carta do Diretor

4

Ecos de Fátima

Página Mariana

37 •

5

A força da virtude e da moralidade • Brasil: segundo maior consumidor mundial de drogas • Ampliação das peregrinações com imagens de Nossa Senhora de Fátima

Antipatia protestante em re laç ão a Nossa Senhora

Escrevem os leitores

7 A palavra do sacerdote

8

É possível a salvação tora da Igreja Católica?

A realidade concisamente

1O •

Coréia comunista: tirano no luxo , povo na miséria • Restauração de afrescos de Giotto, em Pádua (Itália) • Guerrilha colombiana e arma química

Campanha da TFP norte-american a na Washington University

Entrevista

41

Comprovado universal mente o fracasso do desarmamento dos civis

Internacional

TFPs em ação

48 •

Intensifica-se divulgação de excelente texto da Via Crucis • Campanha Pró Legítima Defesa • Jovens poloneses apetentes de sólida formação católica • Estudantes da TFP americana refutam vitoriosamente socialistas

Ambientes, Costumes, Civilizações

52 São

Luís IX, Rei da França: majestad e combativa

44 Figura

sinistra da Passionária revive no Parlamento Europeu

Tendo o mundo permanecido surdo à mensagem de Nossa Senhora, persiste o espectro de uma suprema he catombe, de porte universal

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Com a palavra ... o Diretor

PÁGINA MARIANA

Nossa Senhora incompreendida

Caro leitor, É tradição de nossa revista publicar no mês de maio, conhec ido como Mês de Maria, matéria especial em louvor de Nossa Senhora. Desta vez, tal matéria de capa é inédita no Brasil e ve r ·a sobre as vi ·ões e revelações da Bem-aventurada Elizabeth Canori Mora, ocorridas um século ante das apa ri ções de Nossa Senhora em Fátima. É impressionante a correlação entre tai s reve lações e a mensagem comunicada pela Mãe de Deus aos homens, na Cova da Iria. A Bem-aventurada Elizabeth escreveu suas visões de pró prio punho, em centenas d páginas destinadas a seu confessor. Tais manuscritos estão hoje zelosamente g uardados no arquivo dos padres trinitários em San Carlino, Roma . Todavi a, c ircun stânc ias prov idenci ais fizeram com que uma cópia de primeira mão chegasse até nós, p rmitin lo a e laboração desse primoroso artigo, publicado com exclusividade nesta ed ição. Catolicismo sente-se honrado de ser o veículo de difu são dessa importa nte mat ria cm nosso País. Convém ressaltar que a Divin a Providênc ia, já n in íc io cio sécul o XIX, alertava o gênero humano sobre um grande castigo e a ncccss iclacle ele oração e penitência, bem como anunciava o triunfo final ela Santa Igreja . xa tamente como a Mãe ele Deus o fez em Fátima aos três pastorinhos, em 19 17, ao co municar-lhes sua grandiosa mensagem. Por outro lado, ta l insi stência e m advertir a humanidade pecadora reveste-se ele especial gravidade. Os home ns, alertados há tanto tempo, colocam-se numa situação semelhante à do filho desobediente, que a toda hora sofre a ameaça de ser castigado pelo própri o pa i. A cada vez qu a punição é protelada, vão-se acumulando razões para a aplicação de um castigo a inda mai s exemplar. O que acontecerá quando o pai se cansar e resolver aplicar uma repressão? No Antigo Testamento, Deus enviava seus Profetas para advertir e converter, após as de fecções, e conduzir o povo eleito. Hoje, Ele nos envia sua própria Mãe. A quem muito é dado, muito será pedido. Desejo a todos uma fecunda reflexão sobre tema de tal magnitude, muito apropriado para este mês em que se comemora, no dia 13, a primeira aparição da Virgem de Fátima.

.

V ALDIS

GRINSTEINS

Por que os protestantes não entendem Maria Santíssima? Todo católico tem o dever de fazer apostolado e levar a luz da verdade aos outros, procurando demonstrar que nossa Fé não é uma aglomeração de crenças sem fundamento, como outras que existem por aí. Tudo é não apenas inspirado pelo Espírito Santo, mas também pesado e medido, estudado e baseado em provas doutrinárias, bíblicas e históricas. Toda a argumentação católica é fundamentada numa lógica férrea . Ora, de nada adianta discutir com uma pessoa que não deseja conhecer a verdade objetiva, mas impor a sua "verdade" subjetiva. Quando Nosso Senhor disse a Pilatos que tinha vindo ao mundo para dar testemunho da verdade, este lhe perguntou cinicamente: "O que é a verdade?" - e mudou de assunto (Cfr. Jo, 18, 38).

O problema do orgulho

Em Jesus e Mari a, O Repouso durante a Fuga para o Egito - Gerard David {1460-1523) - Galeria Nacional de Arte, Washington D.C. (EUA)

Paulo Corrêa d Brilo Pilho DIR LTOR

M

itas vezes argumentei com rotestantes, até na Internet. empre me chamou a atenção o modo de eles discutirem: começam normalmente o debate com um ataque à Santa Igreja Católica, como se eles mesmos fossem irrepreensíveis. Mas logo o tema muda, e os ataques passam a ser dirigidos contra Nossa Senhora. Trocamse arg umentos, rebatem-se as objeções do protestante, e quando ele se sente acuado, muda de tema. Fi nda a discussão ou a troca de emails, eu costumava perguntar-me : como fazer algum bem a uma pessoa que

debate dessa forma, pulando de terna em tema, sem elucidar nenhum deles por inteiro? É possível convertê-la? Isto me levava a analisar o fundo psicológico dos protestantes ao debaterem. O curioso era que jamais se percebia, da parte de muitos deles, a reta intenção de elucidar um problema. Não lhes interessava conhecer nossas razões doutrinárias e históricas pelas quais, por exemplo, deve haver um Papa, deve-se ter devoção a Nossa Senhora, aos santos, crer na Sagrada Eucaristia etc. Eles simplesmente desejavam mostrar superioridade e tentar esmagar quem deles discordava.

No fundo dessa atitude, na realidade reside o orgulho. A uma pessoa orgulhosa não interessa saber se esta ou aquela é a verdade. O que lhe importa é que seja e la a dona da "verdade", assim poderá modificá-la de acordo com seus caprichos. Mas não devo querer ser o dono da verdade, devo querer, isto sim, que a verdade seja dona de mim . Por isso, os debates com a maioria dos protestantes não levam a nada. A Igreja Católica nos ensina uma sábia atitude nesta matéria. Eu, corno indivíduo, sofro as conseqüências do pecado original, e por isso as potências da minha alma (inteligência, vontade e sensibilidade) podem falhar. Posso cometer um erro de apreciação; uma formação defeituosa pode me influenciar ao tornar urna decisão; posso ter esquecido um dado que modificaria meu pensamento. Mas Deus, em sua sabedoria CATO LIC ISMO

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infinita, nos proporcionou uqrn institui ção - a Sa nta Igrej a Cató lica - para compensar meus def eitos e debilidades. A l grej a me gui a na verd ade, e maternalmente me ensina aquil o que, muitas vezes, eu não conseguiri a ver ou entender por mim mes mo.

O Bem é, de si, difusivo Se nos colocarmos nesta ótica, veremos que não ex iste competição na tran smi ssão da verdad e. Se eu desej o fazer bem a outros, e aparece uma pessoa que o faz antes de mim, não ficarei magoado. Pelo contrári o, será agradável poder contar com tão precioso auxílio. O que me interessa é a difusão da verdade. E que sej a a Verdade, não "minha" verdade. I sto é o que se passa no relacionamento entre N ossa Senho ra e Nosso Senhor Jesus Cri sto. E le é a Verd ade e o B em, e o bem é eminentemente difusivo, deseja chegar a todos, e para isso conta com a ajuda da mais valiosa de todas as cri aturas: a Virgem Santíss ima. Quantas vezes, no debate com protestantes, as alegações anti -mari anas qu e eles apresentavam eram: "D us ncio precisa de Nossa Senhora" ; "Jesus é o ún ico mediador" etc. De lato, teol gicamente falando, Deus não prec isa de ninguém. M as é oposto ao espíri to de Deus esse orgulho, pelo qual Ele não desej ari a delegar poderes . Em sua bondade infi nita, Ele quer associar outros seres na dif usão do bem e da verdade. Nosso Senhor não vê a benéfi ca atuação de sua M ãe Santíssima corno se fosse uma competição.

muitas vezes, em não ter algo, mas não to lera que outrem possua algo que ela não tem. A des igualdade a choca profund amente e a revolta. Em sua obra Revolução e Contra-Revolução, Plínio Corrêa de Oliveira mostra que a Revolução protestante de Lutero, no século XVI, é a antepassada ideológica dos comuni stas . Uns e outros são movidos por semelhante espírito de revolta. O mesmo orgulho, que leva uns a roubarem a propriedade alheia (os comuni stas), impele outros a se revol tarem contra privilégios espirituais. São duas ex pressões diversas do mesmo espírito igualitári o.

Solução da problemática Entretanto, alguns pou os prol sta ntes com os qu ais cl bati mani r stava m retidão ele es1 írito, qu r nd o onh cer

O problema do igualitarismo Chama muito a atenção tal espéc ie de irritação mal evo lente, manifes tada por certos protestantes contra os pri v ilégios de Nossa Senhora. Parece que lhes magoa pessoalmente o f ato de N ossa Senhora não ter sido concebida com o pecado ori gin al ; o fato de Ela ser Virgem antes, durante e depois do parto; de ter sido levada em corpo e alma ao Céu etc. Ora, o que E la possui , em nada me diminui. Pelo contrári o, Ela me ajuda a subir na virtude. Os protestantes, contudo, fi ca m in comodados com esses privil égios mari anos . Por quê? Por causa do orgulho. Urna pessoa orgulhosa não se importa,

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CATOLIC IS MO

Maio de 2002 '

rea lmente onde estava a verd ade; e em gera l acabavam se convertendo à Reli gião Cató li ca, ou, ao menos, fi cavam simpáti cos à Igrej a Cató lica. Nestes poderi a ocorrer erro de inteli gência, mas não a malcl acl e do orgulho. Com esses poder-se- ia deba ter du ra nte horas - o que vá ri as vezes aconteceu - , mas não se notava o bl oqueio mental que impede a adesão à verdade. Se, porventura, eles j amos que um protestante mude sua co ncepção rrônea acerca de Nossa nhora, dev mos rezar e esforçar-nos para qu ' s ja remov ida de sua ment a icl6ia de um Deus ciumento d suas cri aturas, que se iso la e prati ca o b m sozinho. Dev mos mostrar-lhe como 1rópri o a I us a grandeza de levar outros a pa rticipar de seus dons, de levar seus li Ihos a dar o melhor de si em bene♦ rício de seus semelhantes.

Lutero discursa perante a Dieta de Worms. A Revolução de Lutero, no século XVI, é antepassada ideológica do comunismo.

Catolicização do Brasil Nunca vi uma rev ista que passa tanta fé para a gente como essa. Estou muito satisfeito com essa ótima leitu ra.. Nem com muita reza poderi a im aginar onde encontrar as excelentes refl exões para meditar nesta Semana Santa. Com os co mentári os do Doutor Plini o e dos demai s escritores, deu assunto para refl etir durante a Semana Santa in teira., com lucro religioso para mim e os meus, que também receberão essa mensagem de fé que Catolicismo nos passa. Se eu tivesse muito dinheiro, colocaria no correio uma rev ista dessas para cada Jgreja todos os meses, porque parece que alguns padres não aprenderam nada nos seminári os. Se vocês pudessem mandar uma pelo menos para os seminários, acho que os estudantes para padres lucrari am muito. D esejo a vocês muita paz e prosperi dade nessa publicação que vocês empreendem para catoli zar o Brasil. (A.P.P.F. - MG)

Conhecimento geral Tenho receb ido mensalmente a rev ista Catolicismo. É excelente, poi s abrange um conhecimento geral da atualidade, principa lmente religiosa, política e social. Que o Divino Espírito Santo abençoe e ilumine a direção e toda equipe desta marav ilhosa revista, para que ela cresça cada vez mais. (Z.P.M. - RS)

muita atenção. As fotos, os pensamentos, os temas atuais, enfim, a rev ista está de parabéns! Acho muito interessa nte e muito importante o trabalho que vocês faze m para o pl ano de sa lvação de cada um. Com certeza Deus está atu ando na vida de cada um de vocês, que toma m a frente desse serviço. Que tenham força para superar todas as barreiras que vierem a aparecer, rezo por vocês! (A.B. -SP)

Focalizando a verdade - Gostaria de paraben izar toda a equ ipe de vocês, da revi sta Catolicismo , por tratarem de temas d iferenc iados (es pec ialmente os temas cató licos) e dar um enfoque baseado na Verd ade ao tratar ele temas da atualidade. (J .B.G.S.J. - RN)

Revista orientadora Não sei o que aconteceu, mas até agora ainda não recebi o meu Catolicismo de março. Favor providenciar o envio para o mesmo endereço desta. Fico meio perdi do no meio do tiroteio dos acontecimentos, e, o que acho princi pal, sem os elementos para faze r minha evangelização, quando deixo de ler a rev ista no mês. (A.C.D.J. - MG) Nota da redação: O pedido do assinante já foi atentido.

No melhor padrão Orações Rea lmente gostei muito dessa rev ista, mostrei a algumas pessoas que têm uma ótima posição na Igreja, e todas elas acharam o me mo que eu. Aqui em Bariri ning uém con hec ia essa rev ista, mas, onde ela passo u chamo u

Tenho recebido todas as revistas mensal mente desde 1999 até o presente_momento, e as tenho todas guardadas como coleção. Confesso, como assinante dessa grandiosa e vai iosa revista, tão boa e ele grande perfeição nos temas em geral, que nada tenho a propor ou a

reclamar da mesma. A revi sta Catolicismo está enquadrada nos melhores padrões da nossa época. (L.A.C. - MG)

De capa a contracapa Catolicismo trnz-nos excelentes leituras religiosas e esclarecedoras. D e capa a contra-capa é uma séri e de assuntos vari ados e atuai s, pondo-nos a par do que vai pelo mundo Cristão Cató lico A postó li co Romano , observando nossas sagradas tradições, as caóticas situações políticas, econômicas, sociais e mora.is de nosso planeta, em verdade apoca l ípticas. Mas não devemos perder nem a Fé nem a esperança. Rezemos e aguardemos dias melhores, com a orientação da Rev ista Catolicismo , continuando o trabalho es piritu al , cultura l e moral deste grande varão que foi e continua sendo o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, sem dúvida um de nossos brasil eiros mai s di gnos, cultos e sinceros que aqui nasceram, v iveram e trabalh aram em prol de nossa Fé Cristã tradicional. (A.J.F.P. - SP)

Campanha maravilhosa Fico muito grata pelo envio da revi sta Catolicismo. Eu leio tudo e com muito amor e carinho. Agradeço sempre pelas marav ilh as que mandam , e espero que nunca parem de crescer. Nunca vou abandonar esta campanha tão marav ilhosa, pois N ossa Senhora j á tem me ajudado muito. E vocês podem contar comi go, pois vou estar sempre pronta para aj udá- los . (M.F.L. - MA) Correspondência (cartas. fax ou emails) para as seções Escrevem os Leitores e/ou A Pal,1vra do Sacer dote: enviar aos endereços que fi guram na página 4 desta edição.


A

" ~~ ~~

Palavra

siCerdote

quer tenha sido batizada. Neste caso, ela terá recebido o que se chama batismo de desejo ou, conforme o caso, o batismo do sangue, pois sem o batismo ninguém pode entrar no Céu. Explicaremos isto melhor mais abaixo. Posta assim a resposta em termos absolutos, resta esclarecer com que freqüência ou probabilidade essas condições absolutas se realizam na prática. E aqui a questão se complica e desdobra em numerosos aspectos.

Pela Criação, conhecer a Deus Pergunta Qual o estado de uma alma não-católica ou nãocristã, quando da morte corporal? Ou seja, uma pessoa que viveu uma te fora da Igreja, como os protestantes - ou os nãocristãos, como judeus, hindus etc. - qual o destino eterno dessas almas? Poderão ser salvas? As orações e sacrifícios da Igreja podem levá-las à salvação?

Resposta O que determina a salvação de uma alma é o estado de seu relacionamento com Deus no instante da morte: se ela acolheu a graça sobrenatural com a Fé, a Esperança e a Caridade, e nunca rompeu com Deus durante a vida - isto é, nunca cometeu um pecado mortal, ou, se o cometeu, teve um ato de contrição perfeita - ela estará salva, mesmo que tenha vivido toda a vida fora do grêmio visível da Igreja e nem se-

a

C ATOL IC ISMO

Em primeiríssimo lugar está o dever de todo homem de reconhecer a existência de Deus e de adorá-Lo e servi-Lo como seu Criador e Senhor. Ora, depois do pecado de Adão e Eva (pecado original), a mente humana ficou obscurecida, e sua vontade debilitada. Assim, muito freqüentemente o homem nega ou duvida da existência de Deus e passa a se declarar ateu (afirma que Deus não existe) ou agnóstico (não sabe se Deu existe ou não e passa a viver como se Ele não existisse). E nisto entra uma malícia profunda, um pecado gravíssimo, que estabelece uma ruptura radical entre o homem e Deus. Porque reconhecer a existência de Deus está ao alcance de toda alma reta, como diz o livro da Sabedoria: "Pela grandeza e formosura da criatura se pode visivelmente chegar ao conhecimento do seu Criador" (J 3, 5). É claro que, se o homem persistir nesta postura até o momento da morte, não poderá ser salvo, ainda que Maio de 2002

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em sua vida tenha sido, como se costuma dizer, uma "boa pessoa". Pois alguém que rompeu com Deus no fundo do seu coração é um indivíduo visceralmente ruim . Os aspectos aparentemente bons de sua personalidade apenas encobrem essa malícia de fundo, que contamina todos os seus atos internos e externos.

Obrigação de conhecer a verdadeira Fé Ademais, o homem deve chegar normalmente ao conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja por Ele fundada, e a ela incorporar-se por meio do sacramento do Batismo. Na Igreja o homem encontrará os meios necessários para alcançar a salvação: o conhecimento da verdadeira Fé, através do Magistério da Igreja, e a graça por meio dos Sacramentos. Como o consulente se refere ao que acontece com

os não-católicos, consideremos as categorias por ele mencionadas, encontráveis num país católico: protestantes e judeus. O que diremos sobre a situação num país católico vale, por extensão, para os países de minoria católica ou simplesmente não-católicos, ou até mesmo para as tri bos selvagens que vivam em estado de barbárie, por não terem, porventura, entrado em contato com a civilização. Nestes casos, as dificuldades podem ser não pequenas para o conhecimento e adesão a Nosso Senhor Jesus Cristo e à Santa Igreja. Embora dispersos pelo mundo, os judeus formam comunidades coesas em que cultivam suas tradições religiosas e culturais. Depois da rejeição de Jesus Cristo como o verdadeiro Messias, dois mil anos atrás, será muito difícil pensar numa conversão maciça

antes que a hora da graça soe para eles, como está previsto na Sagrada Escritura. Algumas conversões isoladas, entretanto, se têm dado, das quais as mais famosas foram as dos irmãos Ratisbonne, no século XIX, os quais fundaram justamente uma congregação religiosa para a conversão dos seus irmãos de raça. A pergunta do consulente é se um judeu não-convertido pode se salvar. Dado o caráter coeso e até certo ponto fechado dessa comunidade, será realmente muito difícil que um membro dela tenha condições de vencer todas as barreiras psicológicas, culturais, sociais e religiosas para aderir ao cristianismo. A ele se aplicará, pois, o que foi dito no primeiro parágrafo desta resposta: ele será julgado pela retidão de seu relacionamento íntimo com Deus - o que inclui a acolhida interior da graça sobrenatu-

ral da Fé, Esperança e Caridade - e pela observância dos Mandamentos. Resposta análoga vale também para os protestantes. Cinco séculos de ruptura com a Igreja criaram neles obstáculos mentais de toda ordem, que exigem um esforço fenomenal - somente possível com uma ajuda especial da graça para darem o passo decisivo da conversão. Ainda há pouco produziu profunda comoção na França a conversão ao catolicismo do pastor Michel Viot, que ocupava cargo de destaque na comunidade luterana (cfr. Le Monde, 7 de agosto de 2001).

Batismo de desejo e batismo de sangue Como explicar que seja possível a salvação dessas almas que viveram fora do grêmio visível da Igreja? A teologia católica explica que essas almas retas, que não conseguiram superar barreiras vivenciais e culturais para reconhecer a verdadeira Igreja, se são autenticamente retas - e, portanto, se sob o influxo da graça desejaram de fato conformar suas vidas com a vontade e a lei de Deus, recebem o batismo de desejo em razão da Fé, Esperança e Caridade que, in voto (implicitamente) acolheram. Isto é, Deus as acolhe no seio da Igreja, porque esta é a comunidade de todos os autênticos filhos de Deus. A fortiori se, sob o influxo da graça sobrenatural e

Beleza das coisas criadas: via sensível para o conhecimento do Criador do universo

por um motivo de verdadeira caridade, uma dessas almas derramou o seu sangue em defesa de um princípio da lei natural, isto é, da lei inscrita por Deus na natureza. Ou mesmo se algum não-católico for intimado, sob ameaça de morte, a renegar a Deus, ou mais especificamente sua fé em Jesus Cristo, e, movido por uma graça de caridade sobrenatural, recusar-se a fazê-lo, sendo por isso morto, ele recebe o batismo do sangue, porque in extremis terá confessado a Deus ou Jesus Cristo. Não se trata aqui de uma subtileza teológica para explicar o princípio de que fora da Igreja não há salvação, mas da realidade profunda do relacionamento das almas com Deus, que só Deus conhece. E Deus acol~e essas almas verdadeiramente retas na Igreja triunfante, que é a comunidade dos eleitos. De todo o dito, não se conclua que esses fatos são corriqueiros . Se já é tão difícil para nós, católicos, com todo o socorro dos

A conversão do judeu Afonso Ratisbonne, em Roma

ensinamentos e dos sacramentos da Igreja, nos mantermos fiéis a Deus e à sua lei, quanto mais difícil será para aqueles que não têm a dita de pertencer à Igreja católica. De qualquer maneira, para Deus nada é impossível, e Ele pode salvar também aqueles que, sem culpa pessoal, não conheceram a verdadeira Igreja e viveram nesta vida afastados exteriormente dela, mas que, com o socorro da graça interior, foram fiéis aos Mandamentos da Lei natural e sobrenatural de Deus, nos termos indicados acima. Sem dúvida, como sugere o missivista, as orações e sacrifícios que nós católicos façamos podem beneficiar essas almas retas espalhadas pelo mundo, que não tiveram a graça enorme de chegar ao conhecimento da única e verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja católica. ♦

C ATO LIC ISMO

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Coréia comunista: escandaloso contraste

limitação da natalidade produz envelhecimento das populações

:

E

Dentro do Estado, oEstado dos bandidos uando um membro expressivo de alguma quadrilha de trafi cantes é morto, tanto pela polícia como por uma gang rival, os comerciantes da região de Sapopemba, da capital pau1ista, embora inconformados, j á sabem que terão um di a "feriad o". O toque de reco lher e o luto são impostos em memóri a do trafi cante, por telefon e, sendo eles fo rça dos a baix ar as portas ele suas loj as. O s comerc iantes mai s otimi stas ou recalcitrantes recebem a vi sita de um "e mi ssári o" do tráfi co loca l, que usa um argum ento co nv in ce nte:

1

"Q uem não f ec ha ,; morre" . "Quern não tem peito de aço é obrigado a engolir esse tipo de coisa", desabafa um comerciante indignado. E le foi obrigado a baixar as portas, em sinal ele luto pelos 12 bandidos mortos em confronto com a Polícia Militar, em uma estrada ele Sorocaba, no interior paulista. Se as autorid ades não assumirem uma atitude destemida e enérgica, a popul ação cada vez mais tornar-se-á refém do crime organi zado. É o estabelec imento de um Estado dentro do Estado, com "leis" impostas pelo submundo da delinqüência. ♦ 10

CATO LIC ISMO

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stima-se que, nos últimos cinco anos, mais ele dois milhões de nortecoreanos tenham morrido de fo me, e um terço da população depen de hoj e ela ajuda externa para comer. Tal é a condição em que se encontra essa infeliz nação, cujo regime comunista é o mais fechado cio mundo. L ee Young Kuk, que fu giu para a Coréia do Sul , é um ex-guard a-costas ele Kim Jong II - o ditador comuni sta ela nação norte-coreana. Embora as seguintes declarações de L ee não tenham o caráter de uma crítica ideológi ca do reg ime nortecoreano, elas interessa m sob outro ângul o: a in sensibilidade dos dirigentes comuni stas di ante da situação trágica causada pe lo própri o sistema marxi sta, impl antado por eles . L ee descreve se~, anti go amo como um ti rano mimado e indiferente à mi séri a ela população, o qual vive num palácio nababesco de sete anelares, na capital Pyongyang. E in form a ser um de seus passatempos nadar na pi scina de ondas artifi ciais, na companhi a de um a médica e uma enfermeira, ambas com 25 anos. Acrescenta ainda que Kim adul a a alta cúpul a do partido mediante festas rega♦ das a uísque e com saliente presença cio sexo fe minino.

O

Departamento ele Economi a e A ssuntos Soci ais elas Nações Unidas revela que, segundo estudos recentes, "é o enve~

lhecimento, e não o crescimento excessivo da população, o principal problema demog ráfico". Atu almente um em cada cinco europeus tem mais de 60 anos . Em 2050 será um em cada quatro; e, em alguns países, um em cada dois. A causa desse envelhec imento é o controle da natalidade. Estud o recente do Center f or

Strategic anel lnternational Studies, inform a ainda que a diminuição fu tura de trabalhadores e o cresc imento dos aposentados poder á co ndu zir a uma cri se das pensões. E conclui : " Prestar demasiada atenção

FARC: agora, até balas de arsênico

O

s guerrilheiros das Forças Armadas R evoluc ionári as da Colômbia (FARC) usa m balas com arsênico contrn os so ldados cio exército regular - revelou o antigo diretor elas forças anti-seqüestro ela Colômbi a, A lberto Vill ami z<U·. A descoberta cio uso ele arsê nico, veneno morta l, fo i registrada depois que Lrês soldados da Brigada X lll cio Exército colombi ano mor-

Restauradas 143 pinturas de Giono

O

s afrescos pintados por Giotto di Bon done , há quase 700 anos, na famosa abóbada estrelada da capela do ban queiro Enrico Scrovegni, na cidade italiana de Pádua, foram inteiramente restau rados. Representando a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Virgem Maria e o Juízo Final, os admiráveis afrescos da Capela Scrovegni, como são conhecidos, constituem marco importante na história da m · ravilhosa pintura medieval. ♦

reram "ern circunstâncias estra~ nhas " . Foi comprovado por testes , ele laboratóri o que, nos cartuchos utili zados pelos guerrilh eiros, há . rastros de arsênico. Vill ami zar obse rv o u qu e as FARC vêm acrescentar à sua aüv-fdade crimin osa mais um grave delito: a vi olação do D ireito In tern acional, poi s esse tipo ele muni ção é considerado arm a quími ca. ♦

Magia neura associada ao crime

a um problema fictício (natalidade ) pode colocar as nações diante de urna calamidade real ".

O

Eis aí mais um exemplo de malefícios decorrentes da vio lação da L ei natural e divina: a limitação ela natalidade acarreta grave e crescente ♦ desequilíbrio demográfi co.

promotor Romero Ly ra, do Mini stéri ~ Público Estadual do Parana - com acompanhamento de policiais federai s tem in fo rm ações que levam à ex istência ele uma quadrilha que rap ta meninos e meninas ele até IO anos, das reg iões Sul e N ordeste, parasacri ficá- los na A rgentina. Valentina ele Andrade, que chefia uma quadrilha de 28 bandidos e reside na A rgentina com outros três brasileiros, j á cumpriu pena em Guaratuba (PR), por participar cio seqüestro e morte cio menino Evanclro Rubens Caetano, ele sete anos. Em 1990, a cri ança foi mutilada num rituaJ satâni co ele magia negra. Segundo o Servi ço de Investigação ela Polícia cio Paraná (S icricle), Valentina j á esteve envolvida em outros crimes semelhantes nos estados do Pará e M aranhão (cfr. "Jornal cio Brasi I", 25/2/02). A s notícias ac ima consti tuem sintomas inequívocos cio caráter cri minoso da mag ia negra e ela crescente influência di abóli ca em nossos di as. ♦

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BREVES RELIGIOSAS .J Assassinado Arcebispo

colombiano D. Isaías Duarte Cancino, Arcebispo da cidade de Cali, na Colômbia, foi morto a tiros, em março último, por homens que escaparam numa motocicleta. Conhecido por suas críticas aos guerrilheiros comunistas e aos narcotraficantes, ele havia excomungado em 1999 os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) que haviam seqüestrado 150 fiéis durante uma Missa numa igreja de Cali. Tal seqüestro constituiu mais uma eloqüente comprovação da nocividade do diálogo com a guerrilha. O murchamento das CEBs O Prof. Fernando Altemeyer, do Departamento de Teologia e Ciências da Religião, da PUC de São Paulo, em recente declaração à imprensa adverte que muitos militantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) continuam pelistas, embora se note no ambiente do organismo um certo desencanto com os partidos políticos e com os sindicatos. "Os petistas que freqüentam as CEBs ficam grisalhos, e os jovens não têm mais a vontade e o empenho do passado". As CEBs constituem um movimento apoiado pelo clero progressista, que alcançou seu auge por volta de 1980. A grande denúncia de que as CEBs estavam atuando em favor da subversão foi feita no Brasil, em 1982, pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em colaboração com os irmãos Gustavo e Luís Solimeo, em livro de grande repercussão intitulado "As CEBs, das quais muito se fala, pouco se conhece. A TFP as descreve como são". A partir daí o movimento entrou em decadência. A constatação do Prof. Altemeyer é sintomática : as CEBs [que rejeitaram a doutrina tradicional da Igreja e dedicaram-se a pregar a revolução social) estão colhendo um amargo fruto: o desinteresse por parte dos jovens, que têm outras aspirações . _J

CATO L IC IS MO

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s.o.s.• ~ .:'". •\ ~ ...

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.

F.

amília

~,

gados a tirar todos os me ios, todos os rec ursos do próprio solo para viver estrutu ro u-se numa econo mi a de subsistênc ia d ireta, sem comérc io.

·.

Tradição e continuidade familiar

E

m um ciclo de c onferências so-

bre a qu estão do divórc io, qu e marcou época em São Paulo no

ano de 1966, coube a Plínio Corrêa de

Oliveira desenvolver o t em a em epíg raf e. O num eroso públic o que lotou o auditório da Federação do Comérc io foi honrado com a presenç a de sacerdot es , do então minist ro do Supremo Tri bunal Federal, Dr. Pedro Chaves, de ministro s e desembarg adores do Tribunal de Alç ada do Est ado de São Paul o. Não havendo espaço, nesta ediç ão, para a reproduçã o integral da memoráv el conferência , dela transcrev eremos exce rt os. Na edi ç ão do próximo mês, continu aremo s a transc ri ção. Os entretítulo s são da redação .

A função vital desempenhada pela família na formação de uma sociedade orgânica. A instituição familiar enquanto alma do Estado e da sociedade. O divórcio, além de causar a infelicidade dos cônjuges, desagrega a família e abala o próprio Estado. A mídia enquanto fator de depauperação da personalidade humana e da vida social 12

CATO LICISMO

Foram esta s as palavras introdutóri as do Exm o. Sr . Ministro Ped ro Chav es:

"Tenho a insigne honra de declarar aberta esta sessão. Devia fa zê- lo de pé, e a alma de j oelhos, em homenagem à vibração cívica de São Paulo ante a ameaça que paira sobre a f amília brasileira, numa hora conturbada em que a subversão pretende atacar os alicerces da sociedade. Mas vamos antes ouvir a palavra do Doutor Plinio Corrêa de Oliveira, um nome que é um relicário das mais altas virtudes cívicas, morais e intelectuais do nosso tempo; um homem a quem a Pátria j á tanto deve, e que ainda mais vai de ver, pois Sua Excelência empresta o valor da sua cultura e o fu lgor da sua inteligência pelas melhores causas, pelos mais belos ideais de São Paulo e do Brasil. " *

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*

O divórcio conduz à felicidade? "Eu devo tratar na no ite de hoje do proble ma do divórcio considerado cl -

Maio de 2001!

baixo de um po nto de vista ligeiramente diverso daque le pe lo qual habitualmente é tratado. H á na contrové rsia divo rcista um modo de considerar a questão, que se to rno u ma is ou menos clássico, e que, e m última análi se, consiste no seguinte: divorc istas e antidivorcistas analisam a in stituição da fa míli a para perguntar qual é a sua verdadeira fin alidade; de que modo, dentro de la, se obté m a fe lic idade dos cônjuges e dos filhos. Depois de se pe rguntar isso, então levanta m a questão: o divórc io é um meio de obte r essa fin alidade? O u, pelo contrári o, e le é um meio q ue afasta ele tal fin a lid ade? E le é, um me io q ue cond uz à fe lic idade dos cônjuges e dos filhos? Ou é, pelo co ntrário, um me io que arruína e destró i a fe lic idade ve rdadeira? E e m to rn o desse ass unto a controvérsia divorc ista se desenvo lve indefi ni da me nte 1... 1.

Família, alma do Estado e da sociedade O prob le ma fi ca então red uzido a uma q uestfl.o lc formação, de comuni cação d princípios, ele acerto de inte ligênc ia, ele de fin ição de vo ntade, mas tudo habitu a lme nte co ns id erad o el e modo u ousaria d izer - um bocacl inho a rt s iano. Não se toma em consid ra ·ão que a fa míli a não é uma institui 10 c nvencional, que e la não resulta apenas ela livre conjugação de algumas pessoas, é uma institui ção de cará1 r natural, e carrega consigo uma porção le o utras infl uênc ias, uma porção ele outras riquezas que lhe vê m exatamente de sua condição natural [ ... ]. Ora, do ponto de vi sta do divórc io, é capital nós conhecermos nesta amplitud a vida de fa mília. Pois nesta amplitu-

Ambientes e costumes próprios a cada região

Via Appia: célebre estrada romana que se conserva até nossos dias

de se pode sustentar, como veremos, e se deve sustentar que a fa mília é a célula que comunica à sociedade a sua vida, e não apenas uma peque na pedra ou um pequ eno conjun to de ped ras sobre as quais se estru tura o edifíc io social. E m outr6s termos, se a fa míli a é algo vivo, e não apenas algo inerte, então se deve reconhecer q ue, dependendo ela fa míl ia a vicia socia l, a boa vi talidade da fa míli a é uma questão de salvação pública. E m suma, ta l problemática fica subordinada à resposta à seguin te pergunta: a vida social e a vida fami liar são, realmente, compatíveis ou não com o divórc io?

A sociedade vive da vida familiar Como não lhes será d ifíc il ver, essa te mática amplia o quadro do debate d ivorc ista . E afasta o embate de seu qu adro habitua l, para abrir para ele todo um outro ho ri zonte. E nesse ho ri zonte, me parece de pree nder-se que o divórc io é destru tivo da própri a vida soc ial. A tese desta no ite é q ue há um tipo de soc iedade - o úni co tipo de sociedade verdade ira me nte viva - que vive da vida da fa míli a. E, e m segundo lu gar, que essa vida de fa míli a, a qual comunica sua vi ta li dade à sociedade, não pode ser mantida e nem desenvo lvida com a institui ção do d ivó rc io.

Ass im introd uzido o assun to, vej ome obrigado a sa ir do te ma imedi ato cio di vórc io para expli car um pouco me lhor o que vem a ser tal vida da fa míli a, essa proj eção da vi ta lidade fa mili ar de ntro da soc iedade. Em uma pa lavra, o q ue ve m a se r um a sociedade o rgâ ni ca e vi va, por contra posição a uma soc iedade inorgânica e morta í... J.

E por causa d isso, também a vida de a lma da pequena comun idade fo i tomando uma configuração típica e inconfundíve l. Em cada lugar começa a aparecer uma arqu itetu ra própria, uma indumentári a própria, trajes regionais própri os, os di a letos vão se fo rmando. Por outro lado, os costumes vão se di fe renc iando, e nos primórd ios dos séculos XI e XI[ e ncontramos a E uro pa toda transfo rm ada num mosaico de peq ue nos mundos avulsos, cada um estuante de vita li dade própri a. Dessa vita lidade podemos bem ter uma idéia se nos reportamos ao que dela ainda existe hoje. Todo turi sta que vai à Eui·opa encanta-se e m conhecer os trajes reg ionais, as arqui teturas regionais as danças regionais que são re motos e resiste ntes resq uíc ios exata me nte dessa proliferação de variedades da ldade Méd ia. Re motos resq uíc ios que nos dão idéia de como em cada lugar, em cada

Surgimento de uma sociedade orgânica Para termos uma idéia não apenas teórica, mas viva, do q ue sej a uma soc iedade o rgâni ca, seri a inte ressante remontarmos a alguns sécul os atrás . Q uando o Impé ri o Ro ma no vi vi a ainda no esplendor ele s ua g lória e na puj ança de suas instituições adm ini strativas e ju rídi cas, era e le sulcado por estradas adm ira ve lme nte be m traçadas, muit;:1s das quais, ao menos e m parte, ainda subsistem em nossos di as [ ... ]. M as q uando os bárbaros invad ira m o Império, e com a influê ncia bárbara a inc ul tura apoderou-se de toda a E uropa, o Estado ro mano ruiu , as estradas começaram a ser po uco freq üe ntadas e se deterioraram f...]. Por ass im di zer, cada cidade tra nsformo u-se numa ilhota. E cada ilhota dessas - como uma espécie de unidade econô mica auto-sufi ciente, em q ue os habita ntes eram obri C ATO LIC ISMO

Maio de 2002

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ponto, fo i ·e fo rmando como que uma cul tura própri a e uma c ivili zação própria. Tal pro li feração de vida estu ante, co mo se vê bem, vinh a ele baixo para c im a. Eram os indivíduos, era m as famíli as que, em coletividades muito pequenas, onde o Poder Público se afi rmava po uco, natura lm e nte co municavam a sua fo rça vita l e a sua influênc ia ao ambi ente. E era, po rtanto, uma orde m ele coisas em que o indivídu o, a fa míli a, o cos tum e liderava m muito mais do que a auto ridade juríd ica propri amente constituída.

O comércio e o surgimento de grandes cidades Essa s ituação começou a mudar a partir do sécul o Xll o u Xlll, quando as guerras entre os fe udos decaem, quando a E uro pa começa a co nhecer uma re lativa paz, quando a ação cios cava le iros a ndantes, no ex termínio dos ba ndi dos, aca ba de des infes tar as estradas e o comércio começa a c irc ul ar. Ao mes mo tempo e m q ue o co mé rc io c irc ul a, as barreiras desses peque nos mundos se mod ificam. E, conco mitante me nte, vão começa ndo a fo rm ar-se aq ui , lá e acolá, grandes c idades. Vai surgindo nos vári 14

CATOLIC ISMO

os re inos uma capita l, o re i; e a fi gura do mo na rca se destaca. Ele constitui uma corte, tudo caminha para a centra1ização. E essa ce ntrali zação va i do sécul o XUI, num a marcha ascensio na l, até o sécul o XVII e co meço cio XVIJl, com Luís XIV na França. E com re is qu e partic iparam um pouco cio pro tótipo de Luís X IV, a ntes o u de po is de le como, po r exe mpl o, o re i Fe li pe II, na Espanha, o u Ped ro o gra nde e Catari na a grande, na Rú ss ia etc. O q ue sucede e ntão é qu e essa ce nt ra li zação tra nsforma compl eta me nte o j ogo el as influê nc ias.

Aparecimento de grandes "modelos perfeitos" A corte ele Luís X IV é paradi gmáti ca. O re i é o re i so l. Ele se considera o re i como se eleve ser rei, o mode lo perfe ito e acabado cio rei. Uma nobreza, ao lado de le, q ue se considera e é tida por toda a Europa como mode lo perfe ito e aca bado da ari stocrac ia ele sa lão. Um co njunto ele estadi stas que a Europa repu ta mode los perfe itos e aca bados ele estad istas do te mpo. Um conjunto de gra ndes damas que são o protótipo da

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e legância, d a graça e ela be leza fe minina do sécul o. Até a cátedra sagrada entra nesse mov ime nto, e aparece o grande orado r sacro, como Bossuet. E ass im fo rma-se um centro, que é o centro mode lar no qual se espelha toda a Fra nça, mas espe lha-se também toda a Euro pa, e m proporção maior o u menor. Verifi ca-se então o fe nô me no cio c1fi ·ancesamento da Europa. Por toda parte vão ruindo as influ ê nc ias locais, os fa to res característi cos vão desaparecendo. E apa rece um centro dotado cios me lhores téc nicos, cios me lho res es pec iali stas e m tudo, desde a arte ele conversar até a arte de diri g ir fi nanças, o u ele d iri gir exérc itos, ou de ocupar a tri buna sagrada . E este centro, imitado por todos, tra nsform a a situação. A vid a, a propul são soc ia l não vem mais da base para c ima, mas ve m do alto para baixo.

A centralização do poder e a influência da mídia E essa o rie ntação centra li zado ra , ao contrári o cio que parece, não cessa co m a Revo lu ção Fra ncesa. O Comité de Sahtt Publique teve uma influê nc ia centra li zadora e uma so ma ele poderes mui-

to maio r que a ele Luís XIV. Mas Napoleão teve uma soma de poderes maior que a do Conú té de Salut Publique. E em geral os hi storiadores e os juristas franceses estão de acordo e m afi rmar que um chefe ele Estado fran cês ele nossos di as te m, no fundo - é verdade que c irc unscrito pe la le i - um a influênc ia, uma capac idade de diri gir o corpo soc ial muito maior que a ele Luís XIV, no auge ele sua g lóri a. Mudo u o jogo de influênc ias, passou-se da mo narqui a ma is ou menos ari stocrática para a de mocracia; nessa de mocrac ia, evide nte me nte, o re i passou a ser o povo. E então, no mesmo centro diri gente, se passa m as coisas ele um modo um pouco di verso. Em outros termos, há um conjunto de téc nicos, há um conjunto ele especia li stas que di sputam entre si a esco lha el a solução a ser dada aos pro blemas . Eles são apo iados por siste mas ele propaga nda, tê m a seu serviço a imprensa, o rádi o, a televi são, o c ine ma, e nfim , todos os meios comuns ele propaga nda. E, co m isso, influenc iam o ele ito rado.

O poder da propaganda na depauperação do homem O e le ito rad o- re i dec ide a fa vo r ele uns o u a favo r ele o utros, mas o impul-

so princ ipa l co ntinu a a vir ela capita l, ele téc ni cos que afluíra m para a capi ta l, qu e se di ssoc iara m cios res pectivos centros ele vicia, que vive m da vida artific ia l el a capita l, que a partir ela ca pi ta l comand am a pro paga nda e o btê m, através das e le ições, o maneio necessári o para rea li zar aquil o qu e.desej a m. De ma ne ira que, e m últim a a ná li se, a capita l, co m os seus va lores cívicos, diri ge ele fo ra para de ntro a soc iedade; e os e le me ntos reg io na is e loca is vão cada vez ma is perde ndo a sua influênc ia, pe rde ndo a sua capac idade de movime ntação . O res ultado dessa no va situ ação é a de pauperação cio ho me m conte mporâneo. Cada um de nós te m a sensação de viver co mo um grão de are ia isolado de ntro ela mul tid ão. Nós de ta l mane ira nos habi tuamos aos me ios ele propaga nda - de ta l ma ne ira nos acostu mamos a estímul os ele fora ele nosso es pírito, de nossa me nte, que nos oferece m materi a l para pe nsa rm os, para refl etirmos etc. - que j á se c hegou à seguin te situ ação (para mim , a últim a palav ra nessa matéri a!): torcedo res, em es tádio de futebo l, ass iste m à partid a co m o rádi o ao ouvido, po rque sem o auxíli o ele a lgué m que lhes di ga o que es tá acontecendo (e que e les ta mbé m

Pio XII

es tão ve nd o) não co nseg ue m to ma r um a at itude indi vidu a l e própri a e m fa ce cio fato que se apresentou".

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Plíni o Corrêa de Olive ira continu a sua ex pos ição tratando ela propaga nda como uma espécie ele "baldeação ideológ ica inadvertida" - uma baldeação cultu ral ou psicológ ica, mas que as pessoas não percebe m - dev ida àos estímul os ele fora para de ntro : impõe certos mode los, estil os e modos ele ser. Isso va i tra nsforma ndo um povo autê ntico, de ntro el e um a soc iedade o rgâ ni ca, numa massa o u multidão a morfa . Pio Xfl estabe lece mag istra lme nte a di ferença entre povo e massa na fa mosa raclio mensagem ele Nata l ele 1944: "O povo vive e move-se por vida própria; a massa é ern. si 111.esma inerte e não pode mover-se senão por um elemento extrínseco. O povo vive da plenitude da vida dos homens que o compõen·,, cada um. dos quais - na sua própria posição e do modo que lhe é próprio - é uma pessoa cônscia das suas próprias responsabilidades e das suas p róprias convicções. A rnassa, pelo contrário, espera o impulso que lh e vem de fora, fác il j og uete nas mãos de quem quer que lhe explore os instintos e as impressões, pronta a seguir; sucessiva,nente, hoj e esta, amanhã aquela bande ira". ♦ (Discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pio XII, Tipografia Poliglotta Vaticana, vol. VI, p . 239).

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Os brasileiros e o maravilhoso Brasil em primeiro lugar para investir

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assando por certas cidadezinhas do interior - isto é, por todo o Brasil - onde só há brasileiro-brasileiro, tem-se impressão muitas vede uma baixa de nível , de um desânimo, de um desale nto, de um sono, de um desamparo, de um prosaísmo, uma coisa a toda prova. Olhase para aquilo e pergunta-se: essa gente aqui, algum dia, entusiasmar-se-á pelos ideais da Civilização Cristã? Nunca! Olhe como eles são! Eles não gostam de nada que seja elevado, nada de extraordinário, nada de nobre. Expõe-se a um deles algo mais sublime; ele nos olha e diz: "O que é? Sim, senhor". Pergunta-se qualquer coisa: "Pois não". Pronto, está acabado, não faz nenhum comentário ... Concluímos: "Assim não vai. Esse gênero de gente nunca dará nada! É o contrário. Acontece que esse torpor brasileiro, esse desânimo, esse desalento, ao contrário do que diz D. Hélder, não vem absolutamente de subalimentação. Essa gente, cm última análise, não come porque não te m muita vontade de comer. Se tivesse uma furiosa vontade de comer, ou trabalharia mai s, ou iria para lugares onde se come mais e onde o trabalho rende mais. Mas eles não querem . Então, qual a razão de eles serem subdesenvolvidos? É a seguinte: é gente que vive no torpor do mundo moderno e não acha muita graça no mundo mode rno. E vive com uma ânsia subconsciente, que não chega a perceber bem, de ideal, uma sede do maravilhoso. Quando passa diante deles algo maravilhoso, eles acordam, eles despertam . Tem-se a impressão, muitas vezes, quando eles vêem as nossas caravanas passarem, que eles como que receberam não sei quantas injeções de vitamina. Vitamina produzida pelo vermelho dos nossos cstandaites e das nossas capas, que não haveria pela comida. Essa gente, para ter vontade de trabalhai· e de produzir, quer um idea l, deseja uma coisa maravilhosa, uma coisa admirável, algo de heróico, de fantástico. Esse é o veio contra-revolucionário do brasileiro, que boceja e dorme por nossos se1tões intermináveis de todos os Estados do Brasil. Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores daTFP, em 5 de setembro de 1969. Sem revisão do autor.

O que diria do Padre Zeca o Bem-aventurado Anchieta? Esse sacerdote do Rio de Janeiro escolheu a boate Studio 54, na Barra do Ti juca, para fazer o lançamento de seu quarto CD Quero Paz, que contém ritmos de música rock, pop e baladas . "Escolhemos a boate por ser um espaço bom. Achamos que seria legal': explicou o padre! O fato de um eclesiástico ser cantor desse tipo de música, e de escolher uma boate

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- local tendente à imoralidade, por exce lência - para fazer o lançamento de seu novo CD, é de tal maneira aberrante, que dispensa comentários. Que juízo faria desse sacerdote o Apóstolo do Brasil - Bemaventurado José de Anchieta - , que desempenhou papel capital na fundacão da cidade do Rio de Janeiro, cenário agora de tão reprovável atitude?

"O Brasil está no topo de nossa lista de recomendação para a compra de ações entre os países emergenles", afirmou David Bowers, estrategistachefe para investimentos globais do Banco Merrill Lynch. "Nós avaliamos que no grupo de emergentes alingidos pela recente retração de investimentos globais, após o enfraquecimento da economia americcma, o Brasil tem as melhores chances de elevar seu potencial de atratividade", ac rescentou Bowers. O peso do Brasil, 22,9%, é o ma ior entre os países emergentes na carteira do banco. Esse dinamismo no campo econômico é apenas um aspecto do grande dinamismo de alma que a Providência concedeu ao povo brasileiro. É o contrário da mentalidade dos chamados sem-terra e outros do gênero, sempre desejosos de permanecer dependentes do Estado. Oxalá tal dinamismo ve nha a ser posto a serviço de uma civilização autenticamente cristã.

Flores ... no sertão do Ceará Na ma ior feira mundial de flores, reali zada em Aalsmeer (Holanda) em novembro último, chamava a atenção um pequeno " box" expondo flores brasileiras, produzidas no interior do sertão cearense. O hol andês Simon Van Der Burg - um dos maiores consultores mundiai s do assunto - contactado nesse evento e convidado pela Secretaria da Agricultura do Ceará pai·a uma visita aos produtores de flores na Serra de ]biapaba, a 300 qui lômetros de Fortaleza, entusiasmou-se com a região e começa a plantar, neste ano, 100 hectares. Assim, rosas, crisântemos, alpínias, he licô nias, orquídeas e muitas outras espéc ies de flores começam a ser plantadas nas serras cearenses, tornando-a importante pólo da floricultura nacional. Como essa realidade é diferente da visão catastrófi ca do Nordeste, que certa esquerda quer fazer passar!

Mais divórcios e separações, menos casamentos Pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no final de 2001, revela que em 1998 houve no País um aumento de 32,5% no número de divórcios e separações de casais em relação a 1991 . Uma redução na taxa de casamentos, de 5, 1 o/o para 4,3%, ocorreu nesse mesmo período . De acordo com o mesmo censo, no ano de 2000, mais de 4 milhões de brasileiros moravam sozinhos em seus lares, enquanto em 1991 esse número era de apenas 2,44 milhões. Qual a principal causa dessa situação calamitosa? Tal pergunta, o IBGE não responde. Mas salta aos olhos: o abandono da Lei de Deus!


Seis personagens à Reflexões a respeito da pantanosa e indefinida conjuntura política brasileira, em que candidatos e pré-candidatos à Presidência não satisfazem um eleitorado cada vez mais descontente

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a noite cio dia ele Páscoa cio ano ela g raça ele Nosso Senhor Jesus C ri sto ele 2002, este co laborador ele Catolicismo acordo u ele madrugada, com a perspectiva ele uma in sôni a. Pensando no qu adro e le itoral confu so e preocupante para a esco lh a cio novo C hefe ela Nação, como te rna ele um arti go para a edição ele mai o ela revi sta, e ve io- lhe à mente o títul o ac ima, ele uma peça teatral ele sucesso há alg umas dezenas ele anos.

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Sem autor nem seis personagens No caso concreto, não há um autor a procurar, mas ap ro ximadamente 100 mi lhões ele brasile iros que terão ele escolher em outubro pró ximo seu futu ro presidente . Também não exi ste m, a esta a ltura cio ano e le itoral , seis personage ns. Um número muito superior a me ia dú zia, ele candidatos e pré-candidatos, passou pe la me mória ele que m vos escreve . Eles serão escolhidos o u preteridos por alg um partido ou coli gação, na ocasião oportuna. Dentre os po ucos a serem ofi ciali-

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zaclos, some nte clo i ou três têm chance ele passar pelo 1° turno, e apenas do is di sputarão o 2°, caso este se rea li ze, como parece prováve l.

No centro-esquerda Do lado do atual governo, que a fin al terminará após um período ele o ito anos - com a inédita reele ição aprovada em 1988 - há um nome esco lhido. É o exmini stro el a Saúd e, qu e despo nta no mome nto co rno di sc ípulo ele preferência cio atua l presidente. Tido corno pouco popul ar, passou a Iicle rar o bl oco cios candidatos que di sputam o 2º lugar nas pesqui sas. Sob o impacto cio golpe que sofreu sua princ ipal adversári a - numa ação ela Po líc ia Federal , a res pe ito ela qua l muitos ac usam o candidato governi sta ele ter agido nos bastidores para sua rea li zação - pairam ainda dúvidas sobre a vi abilidade ele seu no me, no qu adro ele candidatos ela linha ele centro-esque rda . Acusações sobre o passado comuni sta de le e ele muitos ele seus principais assessores estão aparecendo na impre nsa. Na "guerra de rabos de palha", que

procura de um autor PU N JO VtOIGAL. X AVIE R DA SI LVEIRA

se inaugurou, há que m indag ue se ele sobreviverá. Mas os no mes que o poderão s ubstituir a inda estão na moita, à espera ele que os rumos incertos ela políti ca indique m uma solução. E entre as saídas vi áve is não se pode afastar a hipótese ele urna recomposi ção ela aliança elas forças ele ce ntro-esquerda, que conseguiram ve ncer os doi s últimos pleitos pres ide nc ia is.

Na esquerda clássica N a esquerda, um eterno candidato continua à frente elas pesquisas. Sua estratégia em apresentar-se light, que pareceria atrair grande parte cio eleitorado inclusive um contingente destacado dentre aqueles que o inesquecível inspirador desta revista, Plinio Corrêa ele Oliveira, chamava de empresariado sapo (isto é, capitali stas com simpatia pe lo comunismo) - apare nta ter entrado em decadê ncia desde os atentados ele 11 de setembro. Surgiu a partir ele então a reação, em escala universal , ele uma parcela conservadora ela opinião pública, inconfo rmada e desanimada com o centro-esquerda e a extrema esquerda se revezando nos

gove rnos da maior parte cio mundo Ocidenta l (vide artigo Bin Laden e as eleições presidenciais brasileiras desta revista, edição ele janeiro/2002). Além dessa reação, a desastrada ação do MST quanto à invasão ele propri edades, especialmente a ele uma fa zenda ela família do pres idente da Repúbli ca, susc itou desconfianças sobre a fi gura desse candidato, be m como ele al gun s personagens ofi ciais.

Um nome conservador? Outros no mes co m c hances, levantados por po líti cos e pe la impre nsa, incluindo desde um co nsagrado em presári o de TV até mini stros e governadores que renunc iaram a seus cargos para podere m se candidatar, vão sendo le mbrados . Caso apareça _uma fi gura con se rvadora , co m atrativo para esse e le itorado fru strado, pode ser até prováve l a sua e le ição. Quando este arti go sa ir a lume, ta lvez essa hipótese j á estej a clarame nte lançada ou descartada. É possíve l a inda que e la pe rm aneça na me nte dos diri ge ntes de nossos pa rtid os políticos.

Nomes populistas Doi s governado res ou ex-governadores de esquerda são hoje candidatos quase ofi cia is. Mas dentro de 30 dias, talvez não mais o s~jam. As pesquisas não os têm fa vorecido.

Um candidato de protesto Uma parcela inconformada do e leitorado, que há vári as e le ições ve m anulando seu voto, votando em branco ou em candidatos de protesto, terá mais uma vez seu dire ito de e le itor reduz ido a esse protesto. Mas é um dire ito que lhes assiste, e que não lhes pode ser negado. *

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É difícil analisar um quadro tão confu so seis meses antes de uma e le ição. Mas, numa noite de insôni a, quando tais pensamentos afluem à nossa mente e contribue m para a insônia, a ânsia de os colocar no pape l resultou em que estas linhas fossem redi gidas. Mas o panorama político possivelmente ainda vai se alterar. Talvez, no momento em que o presente artigo for publicado, o contexto da campanha eleitoral já seja outro. ♦

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ATUALIDADE RELIGIOSA

Terceiro Artigo do Credo

0 qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem'' 11

spiritual

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ste artigo do Credo nos ensina que o Filho de Deus tomou um corpo e uma alma, como nós temos, no seio puríssimo de Maria Virgem, por obra do Espírito Santo, e que nasceu desta Virgem'. "Verifica-se, neste mistério, que alguns elementos superam a o rde m da natureza, e que outros lhe são conformes. Cremos que o Corpo de Cristo se formou do puríss imo sangue da Virgem, sua Mãe, e ni sso reconhecemos uma operação da natureza humana. É comum que todo corpo humano se forme do sangue materno" 2 .

Obra da Santíssima Trindade Para formar o corpo e cri ar a alma de Jesus Cristo concorreram as três Pessoas divinas. "Em geral, devemos ter como norma de fé cristã: tudo o que Deus opera fora de si nas criaturas, é obra com um das três Pessoas. Uma não opera mais do que a outra, ne m uma sem a outra. A única co isa que não pode ser comum a todas as Pessoas é o modo de proceder uma da outra. Com efeito, só o F ilho é gerado pelo Pai; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Tudo, porém, o que operam para fora é obra comum das três Pessoas, sem diferença alg uma. A esta espécie de operação perte nce a Encarnação do Filho de Deus" 3 • Diz-se que foi conceb ido do Espírito Santo porque a Encarnação do Filho de Deus é obra de bondade e de amor, e as obras de bondade e de amor se atribuem ao Espírito Santo. O Fi lho de Deus fez-se homem sem de ixar de ser Deus. Jesus C ri sto é Deus e homem ao mesmo tempo ; perfeito Deus e perfeito homem. Assim, em Jesus Cristo, que é Deus, há duas naturezas, a divina e a humana.

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A Anunciação e Encarnação do Verbo D ivino Duccio de Buoninsegna {1308-11), Galeria Nacional, Londres

Virgem por excelência IE ntrctantoJ, no Filho de Deus feito homem não há senão uma Pessoa, isto é, a divina, !embora I haj a duas vontades: uma divina e outra humana. "O Verbo, que é Pessoa de natureza divina, ass umiu de ta l forma a natureza humana, que a pessoa e hipóstase das naturezas humana e divina é uma e a mesma. Daí resultou que, nessa ad mi ráve l união, se conservara m as operações e propriedades de uma e o utra natureza. Na frase do célebre Pontífice São Leão Magno, 'nem a glória da natureza su-

perior destruiu a ú~ferior, nem a elevação da natureza inferior diminuiu a dig nidade da superior"' 4 • O Fi lho de Deus e o Filho de Mari a são a mesma Pessoa, isto é, Jesus Cri sto, verdadeiro De us e verdadeiro homem.

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[Assim] Maria Santíssima é Mãe de Deus, porque é Mãe de Jesus C ri sto, que é verdadeiro Deus. E la se tornou a Mãe de Jesus Cristo unicamente por obra e virtude do Espírito Santo. É de fé qu e Maria Santíssima foi sempre Virgem, e é chamada a Virgem por excelência. ♦

Notas: 1. Todos os tex tos qu e vê m se m aspas foram ti rados do Ca1echis111.o Magg iore promulga /o da San Pio X, Roma, Tipografia Vati ca na, 1905, Ed izio ne Ares, Milano. 2. Ca1ecis1110 dos Pároco.~. redigido por decrelo do Concílio 7i'iden1i110, publicado por ordem. d o Papa S. Pio Quinlo, dilo vu lga rm e111 e CA TECISMO ROMANO" versão fiel da ed ição autê ntica de 1566, com notícia hi stórica e a ná li se c rít ica pe lo Pe. Vald om iro Pires Martins, Editora Vozes, Petró poli s, 1962, 2a. edi ção, p. 100. 3. Catec ismo Romano, p. 99. 4. Catec ismo Romano, id.

Madre Paulina, elevada à glória dos altares HELVÉCIO ALVES

ncantadora cidade de Nova Trena (SC) não cessa de receber visitantes dos qu atro cantos do Brasil. Caravanas a flu e m com freqiiência. Todos desej am conhecer a admirável vida da Bem-aventurada Madre Paulina, que e m breve será canon izada por João Paulo li, tendo sido beati ficada pelo mes mo Pontífice, quando de sua visita ao Bras il , em o utubro de 1991 . A referida cidade, de imigração ita-

No dia 19 do corrente mês, será canonizada a primeira santa brasileira, depois de 502 anos de história da nação de maior população católica do mundo

liana, a 100 quilômetros de Florianópoli s, nestes dias vive repleta de peregrinos . Devotos percorrem os lugares onde a Bem-aventurada viveu . Muitos procuram pessoas que a conheceram e possam dar testemunho das virtudes que ela praticou em grau heróico; fiéis andam à busca de re líqui as, rezam, agradecem e pedem graças à nova intercessora que todos temos agora junto a Deus, especialmente os brasileiros. Santa Paulina! Rogai por nós !

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Devido a isto, o Pre lado a de mitiu das fun ções de superiora e proibiu-a de, no futu ro, exercer qua lquer cargo de mando na própria Cong regação que e la havi a fundado. Co m he ró ico es pírito de humildade, res ig nação e amor à obedi ê nc ia, e la nunca se revoltou contra essa inju sta punição aplicada pe la autoridade ecles iástica.

Tal vida santa, tal morte

Acima: à esquerda: Vígolo Vattaro (Trento, Itália), cidade natal de Amábile Visintainer. Acima: casa onde nasceu Madre Paulina, na localidade supra mencionada. Ao lado: réplica da choupana onde se iniciou a obra de Madre Paulina, em Vígolo, Nova Trento (SC).

Amáb ile receberam a aprovação do Bispo de C uritiba, Dom José de Camargo Barros. Ass im , fizera m os votos re li giosos, e a j ove m fun dado ra recebeu o nome de Irmã Paulina do Coração Agoni za nte de Jesus.

Terrível provação

Um pouco de biografia Amábil e Lúcia Vi sinta iner, segunda filh a (dentre 14 irmãos) de Anto ni o Napoleone Vi sintainer e de Anna Pianezzer, nasceu em Vígolo Vittaro (Itá li a), em 16 de deze mbro de 1865. Os Vi sin ta iner imi graram para o Brasi l quando Amábile tinha apenas 9 anos . Cresceu no bucóli co povoado - q ue recebeu o mesmo no me de sua terra natal - de Vígolo, em Nova Tre nto (SC). Aos 12, q uando fez a primeira com unhão, ini c iou sua obra de caridade: ens inava o catecismo 22

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às cri anças da a ldeia, visitava os e nfe rmos, cui dava da li mpeza da capela. Aos 25 anos, com permi ssão dos pais, deixou sua casa para dar iníc io - auxi liada por uma am iga, Virgín ia Rosa Nicolod i - à obra hoje conhecida no Bras il inteiro e em mui tos países: a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fu ndada pela santa madre no dia 12de julhode 1890. Desde a fu ndação, e la fora esco lhida para ser a superiora, mas só em 1895 as j ovens q ue se formaram em to rn o de

M aio de 2od2

Depo is da fu ndação de sua obra em Vígolo e Nova Trento (SC), a Serva de De us tra nsferiu-se e m 1903 para São Paulo, na co li na do lpi ranga, onde inic io u a Obra da Sagrada Família, que c ui dava de idosos e ex-esc ravos, os q ua is, co m a abolição da escravatura em 1888, fica vam perambulando pelas ruas. Em fevere iro de 1903, e la fo i e le ita Superi ora Gera l "ad vitam" (para toda a vida), mas seu governo d uro u apenas se is anos. S ua obra ia c rescendo extraord inari amente, novas vocações surgiam, novas casas eram fund adas. Mas, a partir de 1909, Mad re Paulina começou a ser perseguida e humilhada cruelmente. Pessoas estranhas, apoiadas por algumas re ligiosas, passaram a transmitir más informações ao então Arcebispo de São Paulo, D. D uarte Leopoldo e Sil va.

De 1909 a 19 18 viveu na Casa-Asilo de idosos, fundada por e la em Bragança Pauli sta (S P). Fora m nove anos de uma pungente Via Crucis, na qual a Divina Providê nc ia ia acri sola ndo suas virtudes, purificando ainda mais sua bela alma no caminh o do sofrime nto. Perseguida e humilhada, não desanimo u em seu aposto lado, t udo ace ito u por amor de Deus, por sua obra e pe la santificação de suas filhas espiri tua is. M adre Paulina, em 19 18, fo i chamada de volta à Casa Gera l no bairro do [piranga, e m São Paulo, com pleno reconhecimento de suas virtudes, para servir de exempl o às mai s j ovens da Congregação, das quais não era mais a Superi ora, mas era venerada como fundadora. Fo i um mode lo de vi da de piedade, de amor ao sacrifíc io e de constante assistência às Irmãs enfe rmas. E m 1938 co meça a padecer dores atrozes devido a uma di abete. Sofreu prog ress ivas amp utações, te nd o, aos poucos, fi cado cega. Morreu piedosamente aos 76 anos e seis meses, em 9 de julho de 1942, sendo suas úl timas pa lavras as de sua habitual jac ulatóri a: "Seja

f eita a vontade de Deus".

A postuladora da causa Tanto a beatificação co mo a canon ização se devem, em mui to consideráve l medida, aos esforços da Irmã Céli a Cadorin , postul adora da causa, instaurada 23 a nos após a morte de Madre Paulina, em 3-9-65. lrmã Célia, que também levou a bo m termo o processo de beatificação de Fre i Antôni o de Sant' Ana Ga lvão, é re ligiosa da Congregação fun dada pela nova Santa, que teve o privilégio de conhecer pessoa lme nte quando tinha 13 anos. Em entrevista excl usiva a Catolicismo, a Irmã Célia narrou interessantes epi-

sód ios alusivos à beatificação de Frei Galvão (Vide Catolicismo, setembro/ 1998).

O processo de canonização Antes de um a pessoa ser dec larada sa nta, há um rigoroso processo em que se estuda minuciosamente toda sua vida, para certificar-se, sem q ualqut,r sombra de dúv ida - o que pode de morar décadas ou mais - , que e la te nha praticado em grau heróico as virtudes teologais (Fé, Esperança e Cari dade) e as virtudes cardea is (Prudê nc ia, Justiça, Fortaleza e Temperança). Há também necess idade da comprovação ineq uívoca de do is mil agres operados por intercessão do novo santo. No caso de Mad re Paulina, houve duas curas atri buídas a ela: a da Sra. Elu íza Rosa de Souza, em 1966, e a de uma me nina acreana, Iza Bruna Vieira de Souza, e m 1992. (Vide q uadro ao lado). A Santa Sé reconheceu que houve intercessão da Madre Paulin a nessas duas curas, após ter submetido a comprovação a uma ju nta méd ica que implacavelme nte examino u os casos cientificame nte; após aprovação, seguiu o te ma para análi se de teó logos; depois a cardea is e bispos, para q ue também e les fizesse m a aná li se. F in almente - ficando evi de nciado que as curas eram duradouras e completas - o processo seguiu para a apreciação do Papa, que lerá a bula de canoni zação no di a 19 deste mês de ma io, em Ro ma. Terminou o longo processo, 37 anos, anali sado pela fg reja. Madre Paulina será recon hecida como santa, suas virtudes serão proc lamadas pe lo mundo in teiro. E la poderá ser, então, cu ltuada pe los católicos dos c inco contine ntes, e todas as igrejas católi cas poderão e ntroni zar suas imagens nos altares. Santa Paul in a! Roga i por nós! E intercedei junto a Deus pelo Brasil - sua pátri a adotiva - nesta situação caótica em que se encontra o no.;5SO País, com sua população majoritariamente católica, da qual, in fe lizmente, muitos não praticam as virtudes ensinadas pe la Santa Igreja. ♦

Fontes de referência: http: //www.fi des.org http: //ww w. prodau.com.br/mad re/ http://www.c iic.org. br/fu ndadora/

OS DOIS MILAGRES COMPROVADOS • EluízaRosa deSouza: Foi curada em 1966, sofrendo perda intra-uteri na do feto no sétimo mês de gravidez, tendo na ocas ião sofr ido hemorragias. Desenganada pelos médicos, rezou pedindo a interve nção da M adre Paulina e sobreviveu. Obteve a cura instantânea e completa, estando internada no Hospita l M aternidade São Camilo, de Imbituba (SC). Depois desse fato surpreendente, teve quatro filhos. • Iza Bruna Vieira de Souza: Esta menina nasceu em junho de 1992, em Rio Branco (Acre), com um tumor cerebral do tamanho de uma maçã (hidrocefalia). Antes da operação para retirada do tumor, a mãe de Iza, Da. Mabel, colocou na mãozinha da filha uma foto de Madre Paulina. Após a cirurgia, teve convulsões cerebrais, tendo os médicos declarado que, se e la sobrevivesse, ficaria tetraplégica, cega, surda e mud a. A avó da me,úna, Da. Zaira de Oliveira, disse confia nte que estava rezando e pedindo a Madre Paulina que miraculasse sua neta. Batizaram a menina e, 20 minutos depois, ela melhorou repentinamente, alcançando a cura completa. A doença j amais voltou a se manifestar, nem deixo u seqüe las . Hoje goza de plena saúde.

Casa Geral da Congregação fundada por Madre Paulina no bairro do lpiranga, em São Paulo

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CAPA

Uni século antes de Fátima a Providência já anunciava os castigos Luís DurAuR

As visões e revelações da Bem-aventurada Elizabeth Canori Mora no contexto da mensagem de Nossa Senhora em Fátima: previsão de tragédias e esperanças

A

mensagem de Fátima não é um fato isolado na História. Nas grandes cerimônias - por exemplo, numa proci ssão dos bons tempos - o personagem principal (Cardeal, Bispo ou Sacerdote) é precedido por um cortejo de crescente hierarquia. Assim , a grande intervenção da Mãe de Deus na Cova de Iria veio sendo preludiada por uma série de mensagens do Céu, cada vez mais prementes, através de Santos e Bem-aventurados. Em Fátima, Nossa Senhora denunciou uma decadência, que caminhava para a imoralidade a mais completa e o orgulho mais radical , cujo desfecho lógico era um castigo de proporções inimagináveis. Tal decadência não começara em l917. Ela era a conseqüência de um processo que vinha desde o fim da Idade Média, época em que, segundo Leão xm, "a filosofia do Evangelho governava os Estados, [... ] a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil"'. Pode-se dizer, por um lado, que o espírito elas trevas que anima tal processo foi comunicando seus ímpios desígnios através ele verdadeiros arautos da iniqüidade. São exemplos disso: Lutero e Calvino, no protestantismo; Danton e Robespierre, na Revolução Francesa; Marx e Lenine, na Revolução comunista; e ainda os anárquicos líderes da revolução de maio de 68. Em nossos dias, o próprio Lúcifer vai se patenteando no Palácio Selvaggi (ao fundo), na esquina via dei Corso com a via di Pietra, em Roma, onde a Bem-aventurada residiu durante os anos de suas primeiras visões

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rock, na TV, no cinema e em outros meios de comunicação social, e mes mo em cultos aberrantemente satânicos. Ante nossos olhos configura-se um contexto cultural cada vez mais parecido ao cenário ideal para a manifestação do rei do inferno.

Providenciais advertências ao mundo Por outro lado, desde o início desse processo revolucionário não faltaram graves advertências pela voz de Papas, santos e autores contra-revolucionários. E até do próprio Céu, através de intermediários privilegiados por Nossa Senhora e Seu Divino Filho. Estas revel ações a almas de escol formam um fundo ele quadro ordenado harmonicamente em torno de Fátima, a mensagem de centralidade monárqui ca, comunicada diretamente pela Mãe de Deus. Catolicismo, por seu estilo e espírito lógico e racional - d ir-se-ia inaciano inspirado no pensamento e na personali dade ímpar cio Prof. Plínio Corrêa de Oli veira, é avesso à procura ansiosa e imprudente de visões, revelações e fenômenos extraordinários, que, infelizmente, tanto se espalham em nossos dias (vicie Catolicismo, agosto de 1997, Profecias e revelações particulares - Atitude correta diante delas: equilíbrio, cautela e abertura de alma). Mas abre-se a eles, em toda a medida em que a Igreja recomenda, quando se trata de fatos inequívocos, devidamente documentados, analisados e aprovados oficialmente pe la autoridade ecles iástica. E abre-se com a medida de prudência adequada para a análise de fenômenos que ,~ão pertencem ao quadro da Revelação oficial. Dentre esses fatos, um reduzido número é particularmente concordante, no espírito e na forma , com a mensagem ele Fátima. Pouco conhec ida pelo público brasile iro, nesse sentido, são as vi sões da Bem-aventurada Elizabeth Canori Mora (1774- 1825). A Bem-aventurada Eli zabeth escreveu-as de próprio punho em centenas de páginas diri gid as a seu confessor, hoje zelosamente custod iadas no arqui vo dos padres trinitários, em San Carlino, Rom a 2 . Algumas circu nstânc ias dispuseram que uma cópia de primeira


mão chegasse até nós, permitind o- nos compul sar fóli o por fó li o. M as em 1996 a Libreri a Editrice Vaticana, co m o lmprimatur da di ocese de Roma, editou tais escritos na íntegra, seguindo a ortografi a e gram áti ca italiana hodiern a, com louvável adequação e respeito do ori gin aP. Esses manu scritos podem asso mbrar a mai s de um fi el pouco precav ido. O censor teológ ico, que em 5- 1 11900 emitiu sábio e nobre juízo, isentando-os de erro, sentiu a necess idade de desfazer as objeções que se poderi am levantai' contra as revelações mais surpree ndentes da B em-a venturada, hoj e cultuada nos altares ( vide quadro abaixo).

Juízo do censor eclesiástico sobre os escritos da Bem-aventurada Elizabeth Em 5-11-1900, o censor eclesiástico encarregado pela Santa Sé para examinar os manuscritos da Bem -a venturada Elizabeth Canori Mora emitiu juízo formal, no qual afirma: "Em todos os escritos da referida Serva de Deus Elizabeth Canori Mora não há nada contrário à fé e aos bons costumes, como também não se encontra nenhuma doutrina inovadora ou peregrina, ou alheia ao modo de sentir comum e consuetudinário de Nossa Santa Madre Igreja". Ele, entretanto , observa que se poderiam apresentar objeções quanto a "certas visões e revela ções que se referem especialmente a prelados maiores e menores de Roma, nas quais aparecem descritos com cores bastante carregadas e com proporções que pareceriam próprias a escandalizar os fiéis, e às quais pareceria convir a qualificação de mal soantes ou ofensivas aos ouvidos pios" . Para afastar essa eventual objeção, o censor eclesiástico esclarece, entre outras coisas , que "la-

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Breves dados biográficos da Bem-aventurada Elizabeth E li zabeth Canori é filha de Tomás Canori , grande proprietário de terras romano, e de Teresa Primoli, ari stocráti ca dama da C idade dos Papas. Após receber esmerada educação familiar, desposou um j ovem advogado, C ri stoforo M ora, filho de um rico méd ico da mesma Roma, em 10- 1- 1796. Do casal nasceram quatro filh as, du as das quais morreram com pouca idade. Tudo augurava ao novo matrimônio um brilhante futuro. M as a tragédia veio logo. O marido entregou-se à crápula, arruinou a fa mília e abandonou o lar, seduzido por uma mulher de má vida. Foi preso pela políc ia pontifícia, primeiro

mentações deste gênero, expressas por vezes com linguagem ainda mais vibrante, não são absolutamente nenhuma novidade nos escritos dos Servos de Deus, para os quais, se era doloroso ver a corrupção no povo, muito mais o era ter que deplorá-la nos ministros do santuário". Após explicar como seria árduo tentar provar serem falsas as visões da Beata Elizabeth, e como não seria difícil mostrar serem autênticas, conclui: "As palavras da Serva de Deus, antes que mal soantes ou ofensivas aos ouvidos pios, devem ser consideradas muito úteis, especialmente aos sacerdotes que as leiam" . O zeloso censor exprimiu também o desejo de que "a autobiografia da nossa Venerável Serva de Deus possa ver a luz, apenas seja possível e conveniente", pois estas páginas "a muitas almas bem dispostas, e não dadas a desprezar as maravilhas de Deus nos seus santos, não deixarão de ser igualmente proveitosas" .

Sacra Rituum Congrcgatione, Beatificationis et canonizationis Ven. Servae Dei Elisabeth Canori Mora. Prima posilio super virtutibus, Ex Typographia Pontilicia in Instituto Pii IX, Roma, 19 14. ludicium Censoris Theologi super scriplis Ven. Servae Dei Elisabeth Canori Mora.

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num cárcere, depois num convento. Jurou mudar de vida, mas após retorn ar ao seu lar, tentou repetidas vezes assassinar sua esposa Eli zabeth (a respeito desse tema, vide ilustração da p. 29). Ela foi de uma fidelidade heróica, oferecendo pelo marido enormes sacrifícios. E pro fetizou que ele acabari a morrendo sacerdote. Assim fo i . Após o fal ec imento da Bem-aventurada, em 5-2- 1825, Cri stoforo ca iu em si e fez-se religioso, levando exempl ar v ida de peni tênc ia. Foi ordenado sacerdote e morreu rodeado de grande consideração. Quando abandonada pelo esposo, incompreendida pelos familiares, Eli zabeth teria ca ído na mi séri a se benfeitores compass ivos não a tivessem aux iliado. E ntre eles encontravam-se Prelados romanos, que narraram ao Papa Pio Vil os seus méritos. O Pontífice, beneficiado pelas orações e sacrifícios dela, concedeu privilégios pouco com un s à capela privada ela sua humilde casa. Sua causa ele beatificação foi introduzida em 1874, durante o pontificado cio Bem-aventurado Pio IX. Pio Xl aprovou o decreto ele heroicidade de virtudes em 1928, tendo sido EI izabeth Ca~ nori M ora beatificada em 24-4- 1994 por João Paulo U .

Como em Fátima, a denúncia do pecado Em Fátima, Nossa Senhora foi preparando aos poucos os três pastorinhos para se abrirem à revelação ela imensidade cio pecado cometido pela humanidade e à amplidão da penitência que vinha pedir. De modo análogo, agiu Deus em relação à Bem-aventurada Elizabeth. No Natal de 18 13, ela fo i arrebatada a um local inundado de luz, onde inúmeros santos rodeavam um humilde presépio. Nele, o M enino Jesus chamava-a docemente. A própri a EI izabet:h descreve sem preocupações literári as a surpresa que teve: "Só de pensar, me causa horror. 1.. .-1 Vi o meu amado Jesus recém-nascido banhado no seu própri o sangue [ ... l, nesse momento compreendi por v ia intelectua l qual era a razão de tanto derramamento de sangue do Divino In fa nte apenas nascido. [ ... ] A má conduta de mui tos sacerdotes seculares e regul ares, de muitas reli giosas que não se comportam

segundo o seu estado, a má educação que é dada aos filhos por parte dos pais e mães, como também por aqueles a quem incumbe uma obri gação simil ar. Estas são as pessoas por cujo bom exem pl o deve aumentar o espírito do Senhor no coração dos outros. M as eles, pelo contrári o, apenas nasce [o espírito de Nosso Senhor! no coração das cri anças, fazem- lhe uma perseguição mortal com sua má conduta e maus ensinamentos." 4

Conspiração contra a Igreja, revelada por Deus A partir de então, Deus foi-lhe revelando o lamentável ag ir de certos setores ecles iásticos que atraíam a cólera divina, acumpli ciados com a Revolução que derrubava tronos e sec ulares costumes cri stãos na ordem tempora l. Tais visões patenteiam , um século antes das revelações na Cova da Jri a, que o mal já se infiltrara na Igreja e na soc iedade civil. V ê-se bem que em Fátim a Nossa Senhora fez uma advertência final para esse mal, que progredia apesar de todos os avi sos em sentido contrári o.


Objetos diversos de Elizabeth Canori Mora, expostos no Convento de San Carlino, em Roma

O s anjos conduziram espiritualme nte a Beata E li zabeth a antros secretos onde se tramava essa conjuração. De cada vez, novas abe rrações lhe era m desve ndadas. E m 24-2- 1814 foram -lhe ex ibidas cenas que le mbram a crise dos di as e m que vivemos : " Via - narra e la - muitos minj st:ros do Senhor que se despojavam uns aos outros; raivosa mente arrancava m-se os para me ntos sagrados; via serem derrubados os altares sagrados pelos próprios ministros de Deus" 5 • E m 22-5- 18 14, enquanto rezava pelo Santo Padre, " vi-o vi aj ando rodeado de lobos que faz iam complôs para atraiçoálo."6 A vi são repetiu-se nos dias 2 e 5 de junho. Nesta última, narra a vide nte : " Vi o sinédrio de lobos que c irc undavam [o Papa Pio VII, e ntão re ina nte] e do is a njos que choravam. Uma santa ousadi a me inspirava a lhes pe rguntar a razão da sua tri steza e do pranto. E les, contempl ando a c idade de Ro ma co m o lhos che ios de compajxão, disseram o seguinte : 'Cidade mi seráve l, povo ingrato, a Justiça de De us castigar-te-á"' 7 •

ça de Deus está para faze r entre aqueles mi seráve is: com sumo terror, via que em torno de mim ful guravam os ra ios da Justiça irritada. Vi a os prédios caíre m em ruínas. As cidades, províncias inte iras, o mundo todo estava e m caos. N ão se ouvia outra coisa senão débeis vozes implorando mi seri córd ia. O número dos mortos era incalculável" 9 . Poré m, o que mais a impress ionou fo i ver De us indignado. Num local altíssimo e so li tário, viu Deus re presentado por " um g igante forte e irado até o extremo contra aque les que O persegui -

"O mundo todo estava em caos" E m 16- 1- 1815, os anjos mostraramlhe muitos ecles iásticos que "sob manto de be m, perseguem a Jesus Crucificado e Seu Santo Eva ngelho", e que "como lobos raivosos tramavam derribar o chefe da Igreja do seu tro no" 8 • Então e la fo i levada "a ve r o cruel estrago que a Justi-

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a m . Su as mãos o nipote ntes es tavam che ias de rai os, o seu rosto estava re pi e. to de indignação: só o seu olhar bastava para incinerar o mundo inte iro. Não tinha ne m anjos nem santos que o c irc undasse m, mas somente a Sua indig nação circ undava-o por todas partes" . 10 Tal vi são durou ape nas um instante. Segundo a B em-ave nturada E li zabeth , "se tivesse du rado mais um momento, certame nte e u teri a morrido" 11 • A desc rição ac ima le mbra a vi são do inferno apresentada a Lúc ia, Francisco e Jacinta. E ntre ambas as visões há uma correlação profunda. E nqua nto à Bem-ave ntu rada De us ma nifes tou sua justa indignação pe las ofensas que sofre, Nossa Sen hora em Fátima apontou o destino das almas que ofendem a De us e morrem impe nitentes.

A gravidade do pecado de apostasia do mundo E m 13-6- 19 17, Nossa Senhora e m Fátima mostrou aos pastorinhos o seu Im ac ul ado Coração rodeado de espi nhos, e m sinal dos " ultrajes que recebe pe los pecados dos home ns". No Nata l de 18 16, fo i mostrado à Bem-aventurada Eli zabeth também o qu anto esses ul traj es ofendem a Ss ma. Virgem. Podese e ntreve r um limite de pecado, que a mi sericórd ia da Rainha do Céu não pe rmitirá que seja ultrapassado.

A B e m-ave nturada Eli zabe th viu Ma ri a Santíss ima " tri ste e dolo rosa" . Perguntou-lhe então a razão da sua dor. "A Mãe de D eus voltou-se para mim, e disse: ' Conte mpl a, ó filha, contempl a a grande impiedade'. Ouvindo estas palavras, vi que ou sadamente apóstatas tentavam arrancar temerariamente o seu Santíssimo Filho de seu puríssimo seio e dos seus santíssimos braços. Di ante deste grande atentado, a Mãe de De us não pedia mais mj sericórdia para o mun do, mas justiça ao Divino Pai Ete rno; o Qua l, revestido da sua inexoráve l justiça e cheio de indignação, voltou-se para o mundo. Naquele momento toda a natureza entrou em convul são, e o mundo pe rde u a sua boa ordem, e se fo rmou sobre a Terra a maior infeli cidade que se possa contar ou imag inar. Uma coisa tão de ploráve l e aflitiva que deixa rá o mundo reduzido à última desolação" 12 •

Antevisões dos castigos vaticinados em Fátima O vé u que e nvolve os castigos anunciados e m 19 17, de alguma maneira foi levantado para a Bem-aventurada Eli zabeth. O que e la viu fo rnece-nos subsídi os para e ntender me lhor o que Nossa Senhora prev iu de po is na C ova da Iria . C om efeito, em 7-6-1815 De us mostrou-lhe, mais uma vez, a punição que atra íam sobre a humanidade e sses "lobos rapaces sob pele de ovelha,[ ...] acérrimos pe rseguidores de Jesus Crucificado e de Sua esposa a Santa Igreja" . "Parecia- me - escreveu - ver todo o mundo e m convulsão, especialmente ac idade de Roma. [ ... ] O que di zer do Sac ro Colégio? Por causa da variedade de opi niões, uns tinham sido dis persados, outros abatidos, outros desap iedadamente assassinados. De modo similar eram tratados o c lero secul ar e a nobreza. O clero regul ar não sofria a dispersão total, mas e ra di zimado . Inumeráveis e ram os homens de toda condição que pereciam nesse massacre, mas nem todos se condenavam. Muitos eram ho mens de bons cos tumes, e muitos o utros de sa nta vida" 13 • Na fes ta de São Pedro e São Paulo, 29-6-1820, a Bem-aventurada conte mplou profe ti came nte o Prínc ipe d os Apóstolos desce ndo dos Céus revestido

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dos paramentos pontificais e rodeado por uma leg ião de anjos. Com o seu báculo, traçou sobre a Terra uma vastíssima cruz, e aos quatro lados dela fez aparecer quatro árvores verdeja ntes, ta mbé m com fo rma de cru z, envoltas numa luz bri lh antíss ima. Sob essas árvores-cruzes ficava m "refu giados e livres do tre mendo castigo" todos os bons fi éis, religiosos e reli giosas. "Mas, ai daqueles religiosos e religiosas inobserva ntes que desp rezaram as santas Regras, ai! , ai! porque todos perecerão sob o terrível flagelo. E digo isto de todos[ .. .] que se e ntregam à libertinage m e vão atrás das fa lsas máx imas da reprovável filosofi a de hoje" 14. Tão graves a meaças talvez pudessem parecer exageradas nos tempos da Bem-

aventurada Eli zabeth, em que, malgrado o avanço da Revo lu ção a nti cri stã, e ncontrava m-se na Igreja numerosos santos e almas de virtude insigne. Assim , tais palavras parecem di tadas mais para este nosso tri ste in ício do século XXI. Que m, a rigor, sem auxílio de luzes proféticas, poderia imagi nar que a cri se na Igreja chegaria ao ponto que atingiu e m nossos dias? À vista disto, compree nde-se que Deus ten ha queri do manifestar especialmente Sua cólera e indi gnação à Bem-aventurada Eli zabeth . Mas, in fe li zmente, tudo indica que, como e m Fátima, a me nsagem divina tra nsmi tida pela Bem-aventu rada não fo i levada dev ida me nte e m consideração.

Igreja de San Carlino, dos padres trinitárias, em Roma

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Vingança divina contra os inimigos da Igreja Prosseguindo a narrativa da visão, ela re lata que São

Pedro voltou para o Céu. Então, na Terra "o fi rmamento fi cou coberto de uma cor azul tenebrosa, que só de ve r causava terror. Um vento ca liginoso faz ia sentir seu sopro impetuoso por toda parte. Com um veemente e tétrico silvo uivando no ar, como fe roz leão com seu assustador rugido, fazia ressoar sobre toda a Terra o seu horripil ante eco. "O terror e o espanto porão todos os home ns e todos os animais e m um estado de supremo pavor, todo o mundo estará e m convul são e matar-se-ão un s aos outros, truc idar-se-ão mutu ame nte sem piedade. No tempo da sanguin ári a pug na, a mão vin gadora de Deus pesará sobre esses infe li zes, e com a sua onipotência castigará o orgulho, a temeridade e a desavergonhada ousadi a deles; Deus servir-se-á das potênc ias das trevas para extermin ar esses home ns sectários, in íquos e criminosos qu e prete nde m de rriba r, e rradi ca r a Igreja Católi ca, nossa Santa Mãe, pelas suas ra ízes mais fund as e jogá- la por terra[ ... ]. " De us rir-se-á deles e da sua maldade, e co m um só aceno da sua mão direita onipotente punirá esses iníquos, permi tindo às potestades das trevas saíre m do infe rno; e estas grandes leg iões de de môni os percorrerão o mundo todo, e por meio de gra ndes ruínas executa rão as orde ns da Divina Justiça, à qual estes malignos espíritos estão submetidos, de maneira que não poderão faze r ne m mais nem menos dano do que permitirá De us aos homens, aos seus bens, às suas fa míli as, às suas infe li zes a lde ias, c idades, casas e palác ios, e qualquer outra co isa que subsistirá sobre a Terra [ .. .]. " Deus pe rmi tirá que esses homens in íquos sejam casti gados através da crueldade de de môni os ferozes, porque se submeteram voluntari amente à potestade do de môni o e confederara m-se com ele para causar dano à Santa Igreja Católica. [... ] Foi-me mostrado o horrendo cárcere infernal. Eu via abrir-se na maior profund idade da terra uma caverna tenebrosa e espantosa, cheia de fogo, de onde via sai r muitos demônios, os quais, toma ndo uns uma fi gura e outros outra, uns de animal, outros de homem, vinham todos infestar o mundo e fazer por todas

partes malefícios e ruínas [... ]. Devastarão todos os locais onde Deus tem sido e é ultrajado, profanado, sacrilegamente tratado, onde se tem praticado a idolatria. Todos esses locai s serão demolidos, mn1inados, e perde r-se-á todo vestígio deles" 15.

Triunfo e honra da Igreja, como previsto em Fátima As seme lh a nças co m os trág icos anúncios de Nossa Senhora em Fátima estendem-se além dos castigos. Ante o olhar da Be m-aventu rada, Deus ex pôs e m muitas ocas iões uma maravilhosa resta uração futura da Igreja. Essas revelações ilustram magnificamente as pectos do que há de ser o triunfo do Imac ulado Coração de Maria. Na mes ma visão de 29-6-1 820, após as pu rifi cadoras puni ções descritas, a Beata Eli zabeth viu São Pedro retornar do Céu num majestoso trono pontifi cal. Logo a seguir, desceu co m grande pompa o Apóstolo São Paul o. Ele " percorria todo o mundo e algemava aqueles mali gnos espíri tos infe rnais, e os condu zia diante do Sa nto Apóstolo São Pedro, o qual, co m uma ordem cheia de autori dade, voltava a confi ná-l os nas te nebrosas cavernas das quais tinham saído [...]. Nesse momento viu -se aparecer sobre a terra um belo respl endor, que anunciava a reco nc ili ação de De us com os home ns" 16. A pequ e na g re i dos cató li cos fié is, refu g iada sob as árvores co m form a de C ru z, fo i e ntão co nduzida aos pés do tron o de ão Pedro. "O santo esco lhe u o novo Pontífice - acrescenta a vide nte - , toda a Igreja fo i reorde nada segundo o ve rdade iros d itames do Santo Eva nge lh o; foram resta belec idas as orde ns re li g iosas, e todas as casas dos c ri stãos to rn ara m-se outras ta ntas casas pe ne tradas de rei ig ião; tão gra nde e ra o fe rvor e o ze lo pe la g ló ri a de De us, qu e tudo era orde nado e m fun ção do a mor de Deus e do próx imo. Desta ma ne ira tomou corpo nu m mome nto o triun fo, a glóri a e a ho nra da Igreja Católi ca: Ela e ra ac la mada po r todos, estim ada por todos, venerada por todos, todos dec id ira m segui -la, reco nh ece nd o o Vi gári o de C ri sto, o S um o Pontífi ce" 17.

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"Cinco heresias ., infeccionam o mundo" Disse-lhe Nosso Senhor em iníc ios de 182 1: "Eu reformare i meu povo e a minha Igreja. Mandarei sacerdotes zelosos para pregar minha Fé, formarei um novo apostolado, enviarei o Divino Espírito Santo a renovar a Terra. Reformare i as ordens religiosas por me io de novos reformadores santos e doutos. Todos possuirão o espírito de meu dileto filh o Inác io de Loyola. Darei um novo Pastor à minha Igreja, douto, santo, repleto do meu Espírito. Com santo zelo reformará a grei de Jesus C ri sto" 18 • E acrescenta: "Ele me fez conhecer mui tas outras coisas concernentes a esta reforma. Vários soberanos sustentarão a Igreja Católica e serão verdadeiros ca-

tólicos, depositando seus cetros e coroas aos pés do Sa nto Padre, Vigário de Jesus Cristo. Vários reinos abandonarão os seus erros e voltarão ao seio da Fé católica. Povos inte iros converter-se-ão e reconhecerão como re ligião verdadei ra a Fé de Jesus C ri sto" 19 • Deus lhe fez ver várias vezes uma espl endorosa nave nova, símbolo da Igreja restaurada, que estava sendo armada pe los anjos. Também, e m 10-11824, mostrou-lhe o princ ipal obstáculo para a conclusão dessa nave. Ela viu cinco árvores de desmesurado tamanho: "Observe i que essas cinco árvores com suas raízes alimentavam e produziam um emaranhadíss imo bosque de milhões de plantas estére is e selváticas". Deus lhe fez entender que essas c inco enigmáti-

cas árvores simbolizavam "as cinco heresias que infeccionam o mundo nos nossos tempos" 2º.

Falsas máximas e os erros espalhados pela Rússia Em 22- 1-1824, a Bem-aventurada Elizabeth conheceu que aquele bosque amaldiçoado representava um número incontável de almas, as quais, "porque têm consciência depravada, podem ser chamadas de sem-fé, sem-religião, porque pensam em tudo, menos naquilo que todo bom católico é obrigado a pensar, porque fazem tudo, menos aquilo que devem fazer. [... ] Estas míseras plantas são tidas pelo divino Senhor não somente em conta de estéreis, mas de nocivas e péssimas, que merecem ser jogadas no fogo eterno" 2 1 • A vidente ouviu que as cinco aludidas heresias se identificavam com as

"falsas máximas da filosofia de nosso tempo". Máximas essas que, segundo ela, estavam no cerne dos movimentos revolucionários da sua época, inspirados no espírito e nas doutrinas da Revolução Francesa. Tais máximas orientavam a conjuração que subvertia a Igreja e a ordem sócio-política. Apresenta-se ainda aqui mai s uma relação com a mensagem de Fátima. Pois nesta, Nossa Senhora apontou a difusão dos erros da Rússia - isto é, o comunismo - como um dos castigos que viriam se o mundo não se emendasse. Ora, os erros comunistas - inclusive nas formulações mais atualizadas da chamada Internacional Rebelde22 , analisada em vários artigos desta revista - são conseqüência necessária e direta das "falsas máx imas" que a Bem-ave nturada. Elizabeth apontou in sistente me nte como cerne do processo de s ubversão do orbe católico. Podemos, pois, ver nessas imagens e expressões uma alusão à Revolução anticristã, tão sábia e penetrantemente denunciada pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em suas obras, e contra a qual Catolicismo mantém alto o estandarte da militância católica nestes tempos de abismais defecções e celestes expectativas. Basílica de São Pedro, em Roma, no dia da beatificação, 24-4-1994

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Coração triunfará!"

Notas: 1. Le ão X III , E ncíc lica lm mo rt a le De i, I .Xl.1 885, Bon ne Presse, Paris , vol. li , p. 39. 2. Trata-se cio manusc rito MS - 132. 3. La 111ia vita 11el Cuore dei/a 7i'inità - Dia rio dei/a Beata Elisabella Ca nori Mora, spo.rn e m.a dre, Libreria Eclitrice Vati ca na, 1996, 765 pp. lmprim atur cio Vi car iato de Roma, Pe. Lui g i Moreui , secretário-gera l, 3 1-8- 1995. 4. " La mia vil a ne l Cuo re clell a Trinità", op. c it. , p. 158- 160. S. Op. e it. , p. 164. 6. Op. c it. , p. 192. 7. Op. c it. , p. 193 - 194. 8. Op. c it. , p. 257. 9. Op. e it. , p. 257-258. 10. lei. ibi cl. 11. lei . ibi cl . 12. Op. c it. , p. 4 11 -4 12. 13. Op. c it. , p. 285-286. 14. Op. c it. , p. 489-493. 15. lei . ibicl. 16. lei . ibicl. 17. lei. ibicl. 18. O p. c it., p. 524-526. 19. lei . ibicl. 20. O p. c it. , p. 70 1-703. 21. Op. c it. , p. 704. 22. A respeito da lntem acio11al Rebelde reco111encla 1110s a leitura cio e nsaio difundido pela TFP: A pretexto do combate à globalização, Renasce a Luta de Cla sses. Fó rum So cia l Mundial de Porto Alegre, berço de uma 11eore volução a11árquica (www.lfp.org.br).

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Confirmada a certeza nas promessas de Fátima A Bem-aventurada Elizabeth fec hou os olhos para esta Te rra em 5-2- 1825, quase um século antes da gloriosa manifestação de Nossa Senhora e m Fátima. E ntretanto, suas visões e revelações "- das quais de mos aqui apenas algumas a mostras - parecem destinadas especialmente para o conhecimento de nossos contemporâneos. E las patenteiam o grandioso desígnio divino que sobrepaira a Hi stória. Pois mostram que o plano do Reino de Maria - como profetizado em Fátima - é como um imenso palácio que a Divina Providê ncia vem prepa rando há séculos. E cujo acabame nto ultrapassa rá toda es peculação humana. Por tudo isso, as vi sões e revelações da Bem-aventurada E li zabeth Canori M ora reforçam ainda mai s a idé ia da centralidade da mensagem de Fátima e a certeza do cumprimento da promessa de Nossa Senhora aos três pas torinhos em 1917: "Por fim., o meu Imaculado

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g O crescimento e o tumulto da nova heresia preocupou o ] mperador Con stantino, que enviou o mai s venerado Prelado ela época, Ósio de Córdoba, a Alexandria, para tentar fazer cessar a "epidemia". Este, estando com Santo Atanásio, reconheceu logo sua ortodoxia; bem como a má-fé e erro ele Ario. Por isso, aconselhou o Imperador a convocar um concíli o em Nicéia, para condenar a nova heresia. Neste fo i composto o fa moso Credo de Nicéia, que alguns heresiarcas assinaram constrangidos, e outros, recusando-se a fazê-lo, fora m exilados. Foi ali , na grande assembléia, que um pequeno grande home m, sec retário ele Santo Alexandre, se fez notar pelo fogo de suas pa lavras, eloqiiê ncia e amor à ortodoxia cató lica. E ra e le Atanás io.

J. e 1

coluna da Igreja P LI NIO M ARlA SOLI MEO

Um .dos maiores santos da História, odiado virulentamente pelos maus, foi entretanto muito amado por sua luta intrépida em defesa da Fé "O sécul o LV, a idade de ouro da lite ratu ra c ri stã, nos oferece em seus umb rais a fi gura gigantesca de Atanás io ele Alexa ndri a, o ho me m cujo gênio contribuiu para o engrandec imento da Igrej a muito mais que a benevolênc ia imperia l de Constantino. Seu nome está indis o lu velmente unido ao triun fo do S ímbo lo de Nicéia" 1, que ainda hoje rezamos. " Há nome ma is ilustre que o de Sa nto Atanás io e ntre os seguidores da Pa lavra da verdade, que Jesus trouxe à terra? Não é este no me símbolo do val or indomável na defesa cio depósi to sagrado, ela firmeza cio heró i face às mais te rríveis provas ela ciê nc ia, do gênio, da e loqiiênc ia, ele tudo o que pode representar o idea l de santidade ele um Pastor unido à doutrina do intérprete elas coisas d ivin as? Atanásio viveu para o Filho ele Deus; Sua causa fo i a ele Atanás io. Q ue m estava com Atanásio, estava com o Verbo eterno, e quem maldi zia o Verbo eterno maldi zia Atanás io" 2 , comenta Do m G uéranger, o admirável autor ec les iás tico do século XIX. É esse grande Santo que comemoramos no di a 2 deste mês.

Arianismo: heresia devastadora Deus nosso Senho r permitiu que h ouvesse vári as heres ias logo no iníc io ela Igreja. Com isso, ao refutálas, os douto res fora m explic itando a verdade cató lica a partir ela Revelação e estabelecendo assim os fund amentos bás icos sobre os quais se firmasse a verdade ira doutrina . Uma das heresias que mais dano causou à Igrej a, a partir cio sécul o UI, fo i o ari ani smo, devido ao apoio que e ncontrou da parte ele muitos bi spos e imperadores.

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Moldador dos acontecimentos

Na segunda metade cio século TTI, Me léc io, B ispo de Lycopo li s, ro mpeu com São Pedro ele A lexa ndria, provocando um c isma que dividiu o patri ,u-cado ele Alexandri a. Me lécio ca iu em c isma (ou seja, provocou uma divi são) por ter di scordado da indulgênc ia do Santo ao receber de vo lta à Igreja cri stãos arrependidos que, por fraqueza, havi am oferec ido incenso aos ído los para evi tar a mo rte . Ario, homem intrigante, habilidoso, persuasivo, vindo ela Líbia, junto u-sc aos c ismáticos. Elevado ao sacerdóc io pe lo prime iro sucessor ele São Pedro de Al exandria, ambicioso e buscando preeminênc ia, Ario começou a pregar uma nova doutrina, que negava a di vindade de Nosso Senhor Jesus C risto. Santo Alexandre, novo Patri arca ele Alexandria, condenou-a como herética.

"Atanás io era uma dessas raras personalidades que deri va incomparave lmente mais de seus próprios dons natu ra is de inte lecto cio que do fortuito da descendência o u dos que o rode iam. Sua carreira quase personifi ca uma cri se na hi stória da C ri standade, e pode-se di zer dele q ue mais deu forma aos aco ntecimentos e m que to mou parte do que foi moldado por e les" 4 • A esta desc rição psicológ ica deve mos acrescentar sua fé pro funda e inaba lável, a serviço da qual co locou suas qualidades natura is. De estatura abai xo da média (pelo que fo i objeto ele debiq ue por parte do apóstata Juli ano), segundo seus bi ógrafos, era de co mpl eição magra, mas fo rte e enérg ico. Tinh a uma in teli gência aguda, rápida intuição, era

bondoso, acolhedor, afável, ag radável na conversação, mas alerta e afi ado no debate. A História não guardou o nome de seus pa is. Pela a lta formação inte lectual que ele demonstra ainda j ovem, julga-se que pertenc ia à cl asse mais e levada.

Jovem Patriarca de Alexandria Ainda adolescente, fo i notado e aprec iado por Santo Alexandre, que o to mou sob sua proteção e, com o tempo, o fez seu secretário. No Concíli o de Nicéia a inda não havia recebido a ordenação. Mas, cinco meses depo is, Santo Alexandre, ao fa lecer, designou-o como seu sucessor na Sé de Alexandria. Atanás io tinha apenas trinta anos de idade. Tri ste herança recebeu o jovem bispo. Durante seus primeiros anos de e piscopado, os melecianos e arianos juntaram-se para tumultuar o povo e lançar o espírito de revo lta, ele que se alimentam as heres ias. Pois o arianismo, se be m que tivesse um suposto fundamento religioso , era ma is um partido político de agitadores, como muitos movimentos da esquerda cató lica de hoje em dia. Não havia ca lúni a, difamação e ardil que os arianos não inventassem contra Atanásio, para minar sua autoridade. O Imperador Constantino, perde ndo sua mãe Santa He lena, ficou sob a influência de sua irmã Constânc ia, conqui stada pela heres ia. A pedido de la, fez vo ltar cio exílio os hereges ex ilados em Ni céia, enquanto perseguia os cató licos ortodoxos. Concílio de Nicéia - Capela Sixtina, Vaticano

Atanásio: sustentáculo anti-ariano "Jamais, talvez, nenhum chefe ele heres ia possuiu em ma is a lto grau que Ario as qua lidades própri as para esse ma ldito e funesto pape l. Instru ído nas letras e na fil osofi a dos gregos, dotado ele uma ra ra fin eza ele d ia lética e ele linguage m, e le consegui a dar ao erro o aspecto e o atrativo da verdade. Seu exteri or ajudava a sedução. Seu orgulho se di sfarçava sob uma simples vestimenta, sob um o lhar modesto, reco lhido, morti ficado, que lhe clava um fal so ar ele santidade, e ao qual e le sabi a a li ar um trato grac ioso e um to m doce e in sinuante"' . Isso lhe abriu a porta cios grandes e poderosos do mundo. Eusébio de Cesaré ia lhe concedeu asil o e o protegeu. E usébi o de Nicomécl ia to rnou-se seu mais forte defensor. Por isso sua heres ia estendeu-se sécul os afo ra, provocando grande ma l à Ig rej a.

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~ A astúcia dos santos Apenas retornado do ex íli o, Eusébio de Ni comédi a convoca um concíli o e m Cesaréia, sede do outro Eusébio ari ano, para conde nar Santo Atanásio. Este é intimado a comparecer e m Ti ro - para onde o concílio hav ia sido transferido - a fi m ele res ponder às acusações assacadas contra ele. Fizeram entrar uma mulher de cabelos desgrenhados que, com altos gritos, acusou o Santo ele te r dela abu sado. Um dos padres ele Atanásio, percebendo o jogo, levan~ou-se e fo i até a im postora, exclamando: "Como! Então é a mim que imputas esse crime?!". Ela, que não conhecia Atanásio, repli cou : "Sim, é a ti. Eu bem te reconheço ". Houve uma gargalhada gera l, e a mi serável fugiu cheia de confusão. Mas isso não desarmou os imposto res. Mostra ndo uma mão ressequida, afi rmara m pertencer a um tal Arsênio, que havia tempos desaparecera, e certamente fora esquartejado por Atanásio para efeitos de magia. Atanás io faz entrar na sala o próprio Arsênio, que descobrira na solidão do deserto. Mostrando-o, disse aos acusadores: " Vejam Arsênio, com suas dúas mãos. Como o Criador só nos deu duas, que meus adversários expliquem de onde tiraram essa terceira ". Os hereges, confundi dos, provocara m verdadeiro tumul to e suspendera m a sessão.

Exílio causado por amor à ortodoxia Co m ca lún ias e outros arti fíc ios, os hereges, que gozavam cio prestígio do poder imperi al, consegui ra m que o Santo fosse exi lado cinco vezes. O primeiro exílio, e m Treveri s, durou cinco anos e meio, terminando em 337 qu ando, com a morte ele Constantino, seu filh o cio mesmo nome chamou Atanás io para ocupar novamente sua Sé. No ano anterior, Ario, sentindo-se mal quando era levado em triunfo pelos seus partidários, teve que retirar-se a um lugar escuso, onde morreu com as entra nhas nas mãos . Entretanto, morto o heres iarca, não morreu a heresia, que em 340 conseguiu impor um bispo herege e m Alexandria, te ndo Ata nás io que fu gir para o ex ílio e m Roma. Foi bem aco lhi do pelo Papa, que condenou o intru so. Atanásio passou três anos em Roma, onde introdu ziu os monges cio Orie nte. Publicou na C idade Etern a grandes obras contra os hereges ari anos. E m 343 fo i ex ilado para a Gáli a. A década de 346 a 356 fo i o período de ouro para Atanás io na Sé de Alexandri a. Pôde dedicar-se in teira me nte ao mini stéri o epi scopa l, instruindo o clero e o povo, dedica ndo-se aos necess itados e fa vorecend o a

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vicia monástica. Sobretudo fo rta leceu na fé os cató li cos fié is. Em um novo concíli o, e m Mil ão, em 356, os ari anos obti veram que Santo Atanásio fosse mais uma vez exil ado. Ele retirou-se e ntão para o deserto do alto Egito, levando uma vicia ele anacoreta du ra nte os seis anos seguintes, vivencio com os monges e cleclicanclo-se a seus escri tos.

Carta aos aderentes Prezados participantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

Perseguição inclemente ao Santo

Nesta ed ição do nosso Ecos de Fátima, abordamos o tema da imoralidade que vergonhosamente cobre as ruas e praças das cidades brasileiras. É dever nosso alertar para isso, seguindo as indicações de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos. Mas esse não é o úni co aspecto do mundo atual. Há também um sopro de graças que percorre nossa época, e para o qual precisamos estar atentos, a fim de seguir os passos de Nossa Senhora na História.

Com a subida de Juliano, o Apóstata, ao trono imperi al, Ata nás io pôde voltar, e m 362, a Alexandria. Mas, pouco depois, ciumento cio prestígio do Santo, o ímpio imperador mandou ex ilá-lo de novo. Não fo i por muito tempo, pois Jul iano fa lece u no ano seguinte, depois de ter tentado restaurar no Império o paganismo. O novo imperado r, Joviano, anulou o ex ílio de Atanásio, que volto u mais uma vez a Al exandri a. Favorec ido com a boa vontade do novo Imperador, o patri arca pe nsava desta vez poder dedicar-se inteiramente às suas ovelhas . Jov iano, entretanto, fa leceu no ano seguinte, e Atanásio fo i mais uma vez ex il ado. Conta-se que teve ele refu giar-se durante quatro meses no túmul o de seu pai. O povo ele Alexandri a não pod ia passar sem seu zeloso pastor. Recorreu nessa ocasião a Valente, irmão do Im perador ariano Valentiniano, e obteve que Atanásio pudesse voltar em paz à sua igreja. Assim , depoi s de uma vida tão tumultuada e de ta ntos perigos, Sa nto Atanásio, como ressalta o Brevi ário Romano, "morreu em paz em seu leito ", no dia 18 de janeiro de 373. Havia governado, com intervalos, dura nte 46 anos, a igreja (d iocese) de Alexandri a.

di sse Bossuet -

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Em Jesus e Maria Marcos Lui z Garcia Coordenador-ge ral

PLINIO COR.RÊA DE ÜLJVEIR/\

ós ass istimos a dois mov imentos simul tâneos, na época de hoje. E para compreendermos bem os dias que esta mos vive ndo e como são as coisas é que eu in sisto nisso. stamos d iante de duas fo rças mu ito gra ndes que estão em crescime nto. A força primeira é a força da imorali dade. Mas há outra fo rça que está e m cresci mento também, que é a fo rça da virtude, a força ela morali dade. A força que é conforme a tudo quanto é bem, a tudo quanto é ele Deus. Esta fo rça vinha recuando, recuando, decaindo, em certo momento começou a avançar contra a lama. E a lama começou a recuar. E nós estamos diante, portanto, de ' uma força nova dotada ele potência' , que antigamente rec uava diante da lama. Algo se passou dentro dessa força, uma graça penetrou essa força, pela qual ela, que estava em recuo, fez meia-volta-volver e está avançando. Sobretudo o que é real: as forças do mal estavam avançando, e hoje re-

N

tudo

é grande'. Toda sua vida é a revelação de uma energia

prod ig iosa, que só encontra mos em épocas dec isivas. fndiscuti velmente, sua gra ndeza como homem o coloca na primeira linha dos caracteres mais admiráveis que prod uziu o gênero humano. Como escritor e Doutor, pôde ser chamado o gra nde iluminador, e coluna fu ndamental da Igreja" 5 •

Notas: 1. Fr. J usto Perez ele Urbe l, OSB , Alio Cristiano, Ecl ic iones Fa x, Mad rid , 1945 , 3". edição, vo l. li , p.253 . 2. D. Próspero Gué ra nger, El Aiio Litúrgico, Ecl icio nes Alclecoa , Burgos, 1956, torno 111 , p. 758. 3. Les Petits Boll ancli stes, p. 239. 4. T he Catholic Encyc lopecli a, O nline Edi tion. 5. Fr. Justo Perez de Urbe l, op. c it. , p. 267.

ffi CATO LICIS MO

Para entendermos o que acontece hoje em dia, apresento a nossos leitores as maravilhosas palavras proferidas pelo Prof. Plínio Corrêa de Oli veira, em reunião de 10 de junho de 1995, poucos meses antes de seu fa lec imento. Segue m abaixo tais considerações. Que Nossa Senhora os ajude.

Força nova dotada de potência

O grande iluminador " 'No caráter de Atanásio -

.......................................... .

cuam; e as forças do bem recuavam, e hoje avançam. Esses são os dois dados essenciais ela situação. Á vista disso, nós não temos o d ireito de olhar o futuro senão com muita esperança, mui ta confi ança e m Nossa Senhora, porque evidente mente fo i E la que produ ziu esse recuo. É pelo olhar dEla, pelo dedo dEla que as forças do mal recuam. Nós devemos saber reconhecer a origem sobrenatura l disso. Essa trans-

fo rmação tão gra nde, tão brusca, alcançada contra o peso geral, es magador e tremendo da mídi a e ele todos os outros fato res que influenciam o mundo co ntemporâneo, esta transformação não se fa ria sem uma interfe rê ncia de Nossa Senhora. É uma coisa que sou propenso a quase achar ser milagre. Mas há todas as razões para ev itar a idéia errada ele que o mundo inteiro está melhorando, e que por causa dessa graça, o mundo, que piorava, melhorou. Os piores estão cada vez piores, e eles são os mais numerosos e os mais fo rtes. A questão é que há em nós ' uma força nova, dotada ele potência': é a graça, é Nossa Senhora que intervém a nosso favor, e por nosso intermédio faz com que eles rec uem. E nós elevemos confiar nisto, entendendo que Nossa Senhora, que nos deu a graça de atravessar este impressionante fragmento de Mar Vermelho, nos dará a graça - contra vales e montes - de chegar até o outro lado. (Plínio Corrêa de Oliveira, palestra em 10-6-1995, sem revi são do autor) .

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A casa não será a mesma - Presente para demonstrar a minha alegria e felicidade por ter sido privilegiada com a visita de nossa Mãe querida a Virgem de Fátima. Foi uma emoção indescritível, vizinhos, amigos, colegas, todos acorreram à minha casa para recebermos a nossa Mãe querida. A casa ficou lotada de pessoas que queriam aproximar-se para agradecimentos, pedidos, ·ou mesmo para estarem perto dela . Não tenho palavras para descrever minha alegria, e tenho certeza de que minha casa, após Sua estada lá, não será a mesma, pois a sua bênção e proteção estarão presentes a todo o momento. (UFM, Minas Gerais) Esperança na vitória - Sou membro da Aliança de Fátima já faz alguns anos, tenho um grande entusiasmo pelo ideal mariano e grande esperança na vitória do bem, da fé, da Igreja Católica e dos ideais de apostolado que nós fa zemos. Parece que, apesar de tanta dificuldade que devemos enfrentar, vale a pena lutar com vocês por uma causa tão nobre. (JAC, São Paulo) Curado da dengue - Meu filho de 2 anos foi curado de dengue hemorrágica por Nossa Senhora. Desde o momento em que entramos na enfermaria, meu filho dizia: "mãe, olha a Mamãe do Céu ali". E repetiu essa frase durante os 3 terríveis dias que passamos no hospital, com ele sangrando pelo nariz e pela boca. Eu não agüentava mais ver meu bebê levando furadas de seringa para coletar sangue e analisar a contagem de plaquetas . No terceiro dia à noite, rezei chorando a Nossa Senhora, pedindo pela cura de meu filho, e minha Mãezinha querida me atendeu!! No dia seguinte pela manhã meu filho teve alta. Para mim foi mais uma prova de que 38

CATO LICISMO

Deus e Nossa Senhora estão sem pre perto de nós. (AC, e-mail)

Essa visitante... - Não apenas surpreendeu-me a sua cartinha, mas a emoção sentida superou ao deparar -me com a estampa de Nossa Senhora de Fátima. A visita que nos fez Nossa Senhora foi deslumbrante, magnífica, chegando a provocar lágrimas nas pessoas presentes. Algumas se mostraram desejosas de receber essa VI SITANTE. (MJMN, Ceará) Cruzada Reparadora - Foi com grande alegria que participamos da Cruzada Reparadora do Santo Rosário . Foi lindo! Primeiro terço em casa, 23 participantes; segundo terço na casa da minha prima, 14 participantes; terceiro terço feito na casa de outra pessoa, 35 parti cipantes. Estou fazendo uma novena de Nossa Senhora Auxiliadora, todas as terças, nas intenções dos participantes da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! (SFB, São Paulo) 100 ouviram os CDs - O nosso aderente, Sr . A.F., nos escreve dizendo que emprestou os CDs com o programa radiofônico "A

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voz de Fátima" para a irmã R.C ., e assim 100 ouviram o programa. Diz ele: "Em face do expressivo número de pessoas que a Profª Irmã R. C. conseguiu reunir para ouvir os programas radiofônicos a Voz de Fátima, se me afigura oportuno que a coordenadoria da campanha enderece àquela religiosa mensagens de congratulações e agradecimentos ". (AF, São Paulo)

Problemas vão diminuindo Eu quero participar da Cruzada Reparadora do Santo Rosário e rezar toda a semana 1 terço nas inten ções dessa Cruzada . Para mim, é o que eu posso fazer para pedir perdão a Nossa Senhora de Fáti ma. Eu rezo sempre para que nossa mãe sempre dê muitas bênçãos para vocês da campanha e que a luz sempre continue acesa . Às vezes a gente passa por alguns problemas tão difíceis, que a gente fica tão desanimada, mas a minha fé é tão grande em Deus e na nossa Mãe, que eu começo a rezar e pedir a ela para me iluminar e os problemas vão diminuindo e tudo fica mais fácil. Tudo o que eu peço eu sempre sou atendida, mas também eu sempre agradeço. (AFTP, Paraná)

Guerrilha com apoio no Brasil FARC, na vizinha Colômia, constituem um movi mento marxista guerri lheiro que tem enlu tado essa nação com ataq ues terroristas, seq üestros, morticínios etc. A rejeição do povo colombiano às FARC é arrasadora. Eis que agora, na próspera c idade de Ribeirão Preto (SP), o secrelário municipal de Esportes, Leopo ldo Paulino (PSB), resolveu insLalar ali um escritório de apoio às FARC. O prefeito de Ribeirão Prelo, Antô ni o Palocci Filho (PT) - que é coorde nador do progra-

ma de governo do candidato Lula - prefere não fa lar sobre o áss unto, mas não destituiu Paulino. Este afirma que está ligado ideologicamente às FARC, j á que fo i guerrilhe iro e defende "os companhe iros" da Co lô mbi a. E le in for mou que mantém consta ntes contatos com representantes das FARC. Ao que parece, ta mbé m na esfera federa l não vai ser tomada nenhuma atitude. Segundo a jo rnalista Tânia Monteiro, do "Jornal da Tarde", o ass unto "não irá provocar nenhuma reaçcio do governo f ederal". Como a notícia caiu muito mal, Paulino resolveu mudar o nome de seu comitê, que não será ma is "pró-

FARC". Passou a chamar-se Comitê de Apoio à Libertação dos Povos da América Latina, inaugurado na Câmara Muni cipa l de Ribe irão Preto. Ev ide nte mente, mudar o nome não resolve nada. Seria preciso tomar med idas contra essa absurda iniciativa, que pode transformar-se num e mbri ão de guerrilha no Brasil.

Cresce consumo de drogas

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Brasil já é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, depois dos Estados Unidos. A co nstatação baseia-se e m esti mativas do governo americano, divulgadas e m Brasília pelo sub-secretário do Bureau [nternacional para Assuntos de Entorpecentes e Repressão Legal dos Estados Unidos, James Mack. No Brasil, o consumo estimado é de 45 a 50 toneladas anu ais. A juventude é a ma ior vítima de ta l expansão das drogas. Por que e ntão as campanhas c ha madas de "d ire itos humanos" não se manifes ta m con tra essa fac ilidade que há e m adquirir cocaína? Elas parecem interessadas em defender apenas os dire itos humanos dos bandidos! Estranho, não acha?

Participe da Aliança de Fátima Participe ativamente da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, para que juntos possamos expandir ainda mais a difusão da mensagem de Fátima, da Medalha Milagrosa e do Santo Rosário . Ligue e solicite o seu ca lendário 2002 do Santo Rosário ou se inscreva como aderente da Aliança de Fátima ou como benfeitor do Programa Radiofônico "A Voz de Fátima". Colabore para que a mensagem de Fátima seja um consolo espiritual para cada vez mais pessoas em nosso País .

Plantão de Atendimento da Campanha: Tel.: (0 ** 11) 3955 -0660. Internet: www .fatima .org.br E-mail : fidei@sti.com.br Endereço para correspondência: Rua Martim Franc isco, 665 CEP 01226-001 São Paulo (SP)

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ENTREVISTA

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Expansão da imoralidade

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ste é o tema do programa "A Voz ele Fátima" nº 4 1, que dá um brado de alerta contra o atoleiro da decadência moral em nosso País. Trata-se de um resumo cio esplêndido trabalho do Pe. Dav i Francisquini , publicado na edição ele abril úl timo de Catolicismo. Ele mostra os perigos de uma nação como o Brasil afundar na imoralidade, dando as costas à Mensagem de Nossa Senhora ele Fátima. Em contraposição, no programa nº 42, os ouvintes poderão acompanhar também matéria especial sobre a pureza imaculada de Nossa Senhora. Já no que se refere a maio, está sendo lançado o progra ma "A Voz de Fátima" nº 43 , que trata do Santo Rosári o, o grande meio de luta contra a degradação moral que avança pelo B rasi1. No prog rama nº 44, os ouvintes encontrarão uma bela narrativa sobre os Santos Anjos, cri ados por Deus também para nos conduzir na vida e nos defe nder contra as cil adas cio demôni o.

Pesquisa contra a imoralidade

e

ontinuam a nos chegar, de todas as partes do País, os fo rmul ários ele Pesqui sa nac ional contra a imoralidade na TV. Participe dessa campanha, solicitando mais fo rmulários de pesquisa para que seus amigos e parentes també m possa m manifesta r sua opini ão. Tal pesqui sa te m obti do ótimas repe rc ussões, mas é prec iso a ume ntar MULTO o número, para press ionar e impressionar as autoridades, que infeli zmente parecem só mover-se por interesses eleitorais. Agora é um bom momento. Vamos intensificar essa coleta de opini ões. Os interessados em receber a Pesquisa podem li gar para nosso Pl antão de Atendimento e pedir mais exemplares para conseguir novas ass inaturas. Esta campanha também está sendo veicul ada pela inte rnet. Para participar, basta e ntra r no Site da Ca mpanh a, www.fatima.org.br/index_h.htm

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Rumo aos 25.000 lares visitados

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escle março a Campanha Vinde Nos sa Senhora de Fátima, não tardeis! vem pedindo, com boa repercussão, a seus melhores aderentes, para expandirmos a Peregrinação das Imagens de Nossa Senhora de Fátima por todo o Brasil. Pretendemos colocar mais oito imagens peregrinando pelo País, o que permitirá que 88 famílias sejam visitadas por dia. Ou seja, mais de 1936 famílias por mês. O apoio dos nossos colaboradores permitirá também renovar a frota de veículos, que percorrem em média 200 quilômetros por dia du rante as peregrinações. Esta ex pansão tornará ainda possível 25.000 famílias serem visitadas neste ano.

Como é feita a visita

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ura nte as vi s itas, a imagem de Nossa Senhora é colocada em lugar de destaque na residê ncia e, di ante dela, os parti cipantes rezam um terço, sendo colocadas importantes intenções, não só da Campanha em gera l quanto dos fa mili a res e a mi gos prese ntes. Reza-se também pelas pessoas que ajudam fin anceiramente ou de outro modo a campanha, para que esse trabalho se reali ze. Depois é fe ita uma breve explicação sobre a Mensagem de Fátima e sobre a importância ele se ate nder aos apelos da Virgem feitos na Cova da Iri a aos três pastorinhos. Dura ndo a visita em torno de uma

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hora e meia, esta é uma excelente ocasião para as pessoas terem um contato mais direto com a Mensagem de Fátima e com a bela imagem, que é cópia exata da sagrada imagem que verteu lágrimas em Nova Orleans (EUA), em 1972. E tam bém para que possam fazer seus pedidos particulares diante dela.

Intenções e frutos

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ntre as intenções deste apostolado mariano, fi gura o pedido a Nossa Senhora de que a verdadeira Fé católica não seja impedida ele crescer, pelo avanço do protestantismo, do espiritismo e das práticas de bruxaria no Brasil. Certamente os terços rezados nessas visitas da imagem peregrina têm colaborado para livrar o Bras il das desgraças e cios atentados terroristas que tê m se abatido sobre países vizinhos nossos. Esta peregrinação está sendo, também, motivo para numerosas conversões de pessoas que haviam abandonado a Religião, e até de protestantes que agora voltam ao seio ela Igreja Católica. Temos recebido igualmente notícias de reconciliações de pessoas, em inimizade há vários anos, que fize ram as pazes durante a visita da imagem de Nossa Senhora ele Fátima. É grande o número ele pessoas que telefonam para a Central de Atendimento da Campanha, (0xxll) 3955-0660, pedindo para serem incluídas no roteiro das imagens. Se você ainda não recebeu a visita, ou quer ter novamente a imagem em seu lar, telefone hoje mesmo e inscreva-se.

Difusão da Aliança de Fátima Em abril começamos a promover uma expansão da Aliança de Fátima. Trata-se de aderentes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! que participam estavelmente auxili ando em projetos de maior envergadura, tais como a Peregrinação Privada aos Lares, a Cruzada Reparadora do Santo Rosário e os programas radiofônicos A Voz de Fátima. Os par ticipantes desta Ali ança recebem inúmeros benefícios espirituais - inclusive celebração de Missas em sua intenção - e m agradecimento por permi tirem e incentivarem a continuidade da difusão da Mensagem de Fátima por milhares de cidades brasileiras. Participe da Aliança de Fátima. Basta ligar para nosso Plantão de Atendimento e faze r a sua inscrição. Telefone: (0xxll) 3955-0660.

Desastrosa a experiência do desarmamento civil em todo o mundo tem a do des armamento continu a na ord em do dia. Apesar do em penho d o gove rno federal em aprovar o proj et o de lei nº 1073/ 99, em tramitação no Con g re sso Nacional, a reação a tal proposta legislativa - a qual acarretará o desarm am ento dos homens honestos - continu a muito viva. Em vista disso, Catolicismo julgou oportuno entrevistar um a pessoa bastante v ersa da na questão. T rata -se do ad voga do Marcelo Pereira, M estre e Dou-

º

• : Dr. Marcelo • Pereira: •• ''A idéia do : • governo federal : só vai resultar • • em prejuízo do • homem honesto, : e de forma • : alguma diminuirá

tor em Direito do Estado pel a Fa culdade : de Direito da Universidade de São Paulo •

a violência"

• • : • •• • •• :

(USP) . O entrevistado é também colecionador e atirador registrado no Exército Brasileiro, membro da Federação Brasileira de Tiro ao Alvo, da Federação Paulista de Tiro ao Alvo, da Associação Nacional dos Proprietários e Comercian tes de Armas e aderente da Campanha Pró-Legítima Defesa.

• : Catolicismo - A tentativa de desarma• mento civil tem gerado muita polêmica.

: Por que isso está acontecendo? : Dr. Marcelo Pereira - Porque as leis de• vem ser elaboradas co m muito bom senso CATO LIC IS MO

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bém do porte de armas de fogo, já é bastante rigorosa, não havendo a menor necessidade de uma nova legislação a respeito. Atualmente, no Brasil, ningué m despreparado técnica e psicolog icamente porta armas legalmente.

• : Catolicismo - El)!ijo_rd_e~.~rmar a popula• ção será um desastre?

: • • • : • •• •

Dr. Marcelo Pereira - Sem dúvida. O que o governo deveria faze r é desarmar o cri minoso, e a única mane ira de efetuá-lo é prender o me liante. Propostas demagógicas nada resolvem, apenas levantam uma cortina de fum aça sobre as reais causas da vi olência.

: Catolicismo - Quais são as reais causas • da violência?

e parcimô ni a, sob pena de se ti rani zar a po pulação e restringir as liberdades c ivis. As pessoas de visão estão percebendo q ue a idéia do governo federal só vai resultar e m prejuízo do ho mem honesto, e de forma a lg uma diminuirá a violê nc ia; pelo contrário, aumentará ainda ma is a crimi natidade .

Catolicismo - Por que o Sr. afirma isto? Dr. Marcelo Pereira - Porque os crimi nosos terão certeza ele que nenhuma vítima mais estará armada. A desastrosa experi ênc ia de desarmamento c ivil aplicada na Inglaterra e na Au strália demo nstrou exata1nente o que esto u afinn ando, pois ocasionou um aumento de 40% nos crimes contra o patrimôni o, após a medida adotada desde 1994 naqueles países. Ademais, a lei federal n.º 9437/97, hoje em vi gor, e que regulamenta a questão da posse e tam42

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•~ desastrosa experiência de desarmamento civil aplicada na Inglaterra e na Austrália demonstrou

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Dr. Marcelo Pereira - Al ém da fa lta de uma política econômica que gere oportunidades de trabalho e melho ria da situação do povo, o aniquilamento dos bo ns valores da sociedade contribui para o aumento da violência. Os próprios meios de comunicação acabam por vilipendiar os melhores princípios da civilização ocidental. Hoje em dia, sustentar a importânc ia de valores como família, nação, propriedade, patri otismo etc., é vi sto como fora de moda. O indivíduo, para ser considerado "políticamente correto", deve repudiar os ideais que fo rmaram o Brasil e o mundo livre. Ali ás, nada mais opressor do que o conceito de "politicamente correto", pois com base nele se aniquilam todos os pensamentos e posições que não se coadunem com o modi smo de plantão.

: Catolicismo - Mas o que as pessoas de • bem devem fazer?

exatamente o que •• estou afirmando: : ocasionou um • aumento de 40% •• nos crimes contra : 0 patrimônio, após a medida

: • adotada desde 1994 : naqueles países" : •

D r. Ll'1.#.1.arce l o reretra n · - D eve m repu c1 ·tar firmemente as idéias demagóg icas ele políticos mal intencio nados. Ning ué m tem legitimidade para impedir q ue um pai defenda sua fa mília, seus filh os, sua mulher e também seu patrimôni o. Nenhum ele nós outorgou mandato a quem quer que seja, parl amentar ou governante, para que o nosso inalienável direito ele defesa da vida sej a violado. A vida é o mais importante dire ito assegurado em nossa Constitui ção, e de-

sarm ando o ho mem de bem o Estado estará considera ndo q ue as pessoas ho nestas não têm direito à vida. A vida é um do m divin o, e o próprio Papa já declarou que as pessoas tê m o direito e também o dever de protegê- la. Não vivemos por benevolênc ia do Estado, mas sim por permissão e vontade de Deus.

: • •• : •~ esmagadora • maioria dos • crimes ocorre por • •• conta de

. • •

Catolicismo - O governo alternativamen- •

te pretende proibir o porte de arma, per- •• mitindo ainda a posse em casa. Isto tam- : bém é ruim? •

Dr. Marcelo Pereira - Também é muito ruim , porq ue o cidadão fi cará indefeso na ru a, o nde a maioria dos crimes acontece. Não terá a 111enor chance de defesa ao sair o u c hega r em casa, estando à mercê dos band ido ·, que abordarão o pai de fa míli a. Nes a ocas ião, não e nco ntrarão ma io res dific ul clacles de entrar e m sua residência e cometer as pio res atroc idades.

: • •• : : • • : :

dadas por Stalin na U ni ão Sovi ética, Hitler na Ale manha e Fide l Castro em Cuba. Nestes governos tirânicos a população civil fo i desa rmada sob as mais absurdas alegações, e hoje sabemos perfeitamente com qu e inte nção, qu al sej a, eliminar toda e qualquer poss ibilidade de reação contra o despotismo. Os Estados que pretendem, em últim a instânc ia, anul ar os direitos da cicriminosos, dadania propõem em certo mo mento hi sseja assaltando tórico medidas da espécie, suprimindo um as vítimas ou • a um os direitos civis que caracteri zam o briga ndo com : regime democrático. outras quadrilhas. • • Por ano, • Catolicismo - Mas ainda há esperança? mais pessoas : Dr. Marcelo Pereira - Espero qu e sim . morrem por causa : Nossa esperança é que o Congresso aja co1n de raios que as • civismo e não se dobre à pretensão dema• gógica de desarmar o ho me m de bem. Esatingem do que • • tamos torcendo para que o Parlamento brapor rixas banais" : silei ro atue com bo m senso e não atente • contra a proteção da fa mília e o bem estar • • das pessoas honestas . : • •• • • • : • •• • • • • •

Catolicismo - O governo alega que a po- • lícia é que deve proteger o cidadão, inexistindo a necessidade de armas de fogo nas mãos das pessoas, o que, inclusive, propicia a prática de crimes graves por motivos banais. O que o sr. acha dessa colocação?

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Dr. Marcelo Pereira - É um ponto de vi sta sem o 111 nor cabimento. A es magadora maio ri a d s rimes oco rre por conta de cri minosos, s ja assa ltando as vítimas ou briga ndo 0111 o utras quadrilh as, sendo tão ins ig nifi cantes as es tatísti cas de c rim es ba na is, q ue n 111 merecem registro. Por ano, mais pessoas morrem por causa de ra ios qu e as atin g 111 do q ue por rix as banais. Além di sso, ne nhu ma po líc ia do mundo é oni presente para imped ir em qu alquer situ ação os crimes, a não ser q ue o governo federa l se entenda superior a Deus.

• • : • •• :

: • : • ••

• •

Catolicismo - Na história recente da hu- • manidade, o desarmamento civil foi prati- • cado por outros Estados? :

Dr. Marcelo Pereira - I nfelizmente, sim. Alé m los países qu e mencione i, fazen do um a br vc retrospectiva histórica vere mos que ap nas as piores di taduras praticaram o d sa nnarnento c iv il , tais como as coman-

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INTERNACIONAL

O faritasma da Passionária GREGORIO VIVANCO LOPES

Um fundamentalismo anticatólico inspira Parlamento Europeu assionária -

Dolores ]barruri Gómez - é certamente uma das figuras mais tétricas da história recente. Durante a feroz perseguição comunista aos católicos ocorrida na Espanha, em

1936, que redundou numa guerra civi l, a Passionária consegui u a proeza nada fáci l de destacar-se entre os perseguidores, pelo seu particular ódio à Religião e seus métodos sangu inários contra sacerdotes e fiéis. Além de incendiar igrejas.

Morreu em 1989. Seu fantasma, porém, parece ter voltado para transmitir seu ód io religioso aos parlamentares da Europa unida. De fato, no dia 13 de março último o Parlamento Europeu aprovou - por 242 votos contra 240, e 42 abstenções - um documento intitulado Mulheres ejimdamentalismo. Trata-se de um início velado de perseguição à Igreja Católica.

Descristianização da Europa e perseguição à Igreja É preciso considerar que a civilização do Velho Continente nasceu da Santa Igreja. Tem ela, em suas origens, santos de grande envergadura, considerados os fundadores da Europa, como São Bento, São Bonifácio, São Patrício e outros. Além de figuras exponenciais no campo dos leigos, como Clóvis, Carlos Magno, São Luís IX e São Fernando de Castela. O Sacro Império Romano-Alemão de inspiração católica, foi uma glória da Igreja e da Europa, e constituiu um benefício inestimável para todos os povos daquele Continente. A decadência moral e religiosa que se abateu sobre todo o Ocidente a partir do sécu lo XIV minou a fundo as raízes católicas do povo europeu. Tal processo de descristianização desembocou , neste início do sécu lo XXI, na produção de dirigentes impregnados de ateísmo, laicismo e outros ismos, propondo já uma perseguição à Igreja.

por algumas comjssões desse Parlamento em outubro de 200 1. Num linguajar típico da esquerda, o texto condena "os dirigentes de organi-

zações religiosas e de movimentos políticos extremistas que fomentam a discriminação racial, a xenofobia, o fanatismo e a exclusão das mulheres de posições dirigentes na hierarquia política e religiosa". Atacaoquechamade "ingerências das Igrejas e comunidades religiosas na vida pública e política dos Estados, em particular quando pretendem limitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, assim no âmbito sexual e reprodutor". Tais "direitos", é bom lembrar, segu ndo alguns políticos europeus incluem o aborto, condenado pela Igreja com pena de excomunhão. Há ainda uma petição - que consta da redação inicial mas não foi aprovada - dirigida a João Paulo II para que termine com a condenação da Igreja ao lesbianismo (homossexualismo feminino).

Exacerbação da perseguição à Igreja Católica

*

Comenta a Agência Zenit (edições de 11, l3 e 14 de março): "O enunciado do Parlamento Europeu negaria assim à Igre-

ja o direito de anunciar a doutrina moral que vem pregando há dois mil anos". O Cardeal Roberto Tucci .c riticou a iniciativa, dizendo tratar-se de "laicismo exasperado" e de "fundamentalismo laico". Mas não fez uma crítica de fundo da trama que está sendo urdida contra a Santa Igreja. O documento do Parlamento Europeu pede explicitamente que os Estados membros da UE "não reconheçam os

países nos quais as mulheres não possam. adquirir plena cidadania ou estejam. excluídas do Governo". Baseandose nesse princípio, uma deputada disse que a UE deveria suspender suas relações diplomáticas com o Vaticano, o qual deveria também perder seu status na ONU.

*

*

Em suma, para atacar os direitos do Deus único e verdadeiro e de sua Santa Igreja Católica Apostólica Romana, pregou-se inicialme nte a chamada "liberdade religiosa", que permitiria a cada um construir para si um deus segundo seus caprichos e apetências. Agora, que a liberdade religiosa se tornou um fato na totalidade dos países ocidentais, dáse meia-volta e articu la-se uma perseguição religiosa. No horizonte, aparece o fantasma da Passionária cometendo seus crimes at:rozes. Mas em contraposição vislumbramse também os castigos an unciados em Fátima, bem como o triunfo final do Imaculado Coração de Maria contra toda forma de mal. ♦ Edifício do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França)

Uma extremada sucessora da Passionária O documento do Parlamento Europeu , e laborado pela socialista espanhola María lzquierdo Rojo (qual nova Passionária), pretende condenar a Igreja Católica por suas posições morais e pelo fato de não adm itir mulheres ao sacerdócio. 1àl documento já fora aprovado

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Santos ·e festas

de lV.

Será celebrada pelo Revmo. Padre Davi Francisquini, nas seguintes intenções: Beata Gisela

1

5

São José Operário, Esposo da Santíssima Virgem.

Santa Jutta von Sangerhausen, Viúva. + Ale manha, 1260. N atural da Turíngia, env iuvando muito cedo, mud o u-se para a Prússia, fe udo dos Cavaleiros Teutônicos, dos quais seu irmão era Grão-M estre.

2 Santo Atanásio, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja. (Vide seção Vida de Santos, p. 34)

3 São Juvenal, Bispo, Confessor. + Itália, 376 . M édico no O riente, emi grou para Narni , na Itá lia, para cuj a sé episcopal fo i nomeado Bispo pe lo Papa São Dâmaso. Salvou sua sé da destruição por parte dos lig u ria nos, obte nd o do Céu uma tormenta que os afogo u.

6 São Mariano e Companheiros, Mártires. + Argélia, séc. lll. Le ito r na comunidade de C ircé, fo i preso junta me nte com mu itos outros cristãos durante a perseguição do Imperador romano Vale ri ano. Alinhados na vertente de uma colina, fora m decapitados.

7

Primeira Sexta-feira do mês.

4 Santos João Houghton e Companheiros, Mártires. + Londres, 1535. João, Roberto Lawrence e Agostinho Webster, cartuxos, e Ricardo Reynold, por se terem recusado a aceitar o chamado Ato de Supremacia, que es tabe lec ia como cabeça da Igreja na Inglaterra o lúbrico rei Henrique VIII. Foram arrastados pe las ruas com a maior selvageria, enfo rcados e esquartej ados. Provaram assim sua fidelidade heróica à Fé cató lica. Primeiro Sábado do mês.

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eAToLIeIs Mo

Beata Gisela, Viúva. + Alemanha, 1060. " Irmã de Santo He nri q ue, Imperado r d a A le ma nha, e es posa de Santo Estêvão, re i da Hun g ri a. Viúva, e ntro u para o moste iro de N iederburg, do qual tornou-se abadessa" (do M artiro lógio).

8 São Pedro de Tarantésia, Bispo e Confessor. + França, 11 74. Entrou para o M oste iro c iste rc ie nse de Bonnevaux. Se u pa i e do is irm ãos seg uiram -no nes ta decisão. Nomeado Arcebi spo de Tarantésia, reformou a di sMaio de 2002

ciplina eclesiástica, substituiu o clero corrupto de sua catedra l por cônegos regulares.

9 São Nicolau Alberati, Confessor. + Bo lonha, 1443 . "Cartu xo, sagrado Bispo de Bo lonha , fo i nomeado Núncio Apostólico do Papa M artinho V. Trabalho u com sucesso para restabe lecer a paz e ntre a Fran ça e a Ing laterra" (do M arti ro lógio).

10 Santo Antonino de Florença, Bispo e Confessor. (Vid e Ca tolic ismo, m a io/ 1998)

11 Santos Abades de Cluny, Confessores. (Vide Catolicismo , nove mbro/ 1998)

12 ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

t

Santo Epifânio, Bispo e Confessor. + Chipre, 403. Judeu convertido da Pa lestina, vive u e m s ua vil a natal corno monge du ra nte 30 anos, quando fo i no meado B is po de C hipre. G rande po le mi sta, "sua eru d ição e amor pela ortodox ia levaram-no a denunc iar vá rias doutrinas maculadas pe la heresia" (do M artiro lóg io).

Santo Antonino de Florença

13 Aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima.

14 São Matias, Apóstolo e Mártir.

t

São Michel de Garicoits. Professor de seminário, fez progred ir na piedade professores e alunos . F ilho fide líssimo da lgreja, combate u tenaz mente a he res ia janseni sta. Fundou a Sociedade dos

Padres do Sag rado Co ração de Jesus.

15 Santo Aquiles, Bispo e Confessor. + Grécia, 330. Bispo de Larissa, na G récia, fi cou célebre pe lo do m dos mil ag res. Faleceu e m sua c idade episcopal ao voltar do Concílio de Nicéia .

16 São Simão Stock, Confessor, recebeu o Escapulário do Carmo das mãos de Nossa Senhora ( Vi de Ca tolicismo, ju lh o/ 200 1)

São Gregório VII

po de Wi.irzbu rg . Constru iu várias ig rejas e sua sé catedra l. Erud ito escritor.

18 Santo Érico Rei, Mártir. + Suéc ia, 1150. Promoveu a evang lização dos finl andeses, a inda pagãos . Suas "Leis de Éri ·o " mui to favo receram a Igreja as mu lheres, tratadas a l nlão como escravas .

19 DOMINGO DE P NTECOSTES

20 São B rnardino de Siena, onfessor. (Vi d 'oto/icismo, m a io/ 2000)

21

durante a Revolução Francesa, ensinando catecismo, cuida ndo de doentes e dando esconderijo a sacerdotes em pleno Terror. F undou em Besançon um ramo das Irmãs de Caridade.

24 Nossa Senhora Auxiliadora.

t São Vicente de Lérins, Confessor. + Fra nça, 445 . Jovem gaulês, abandonou a carreira mi litar para tornar-se monge em Lérins. Ordenado sacerdote, "fico u cé le bre na hi stó ri a da Teologia por sua doutrina sobre a Tradição" (do M artirológio).

25

Santo Ho pício, Confessor. + Fra n ·a , éc. VI. " Hav ia pred ito uma próx ima invasão dos lombardos, caso a Gália não fizesse p ·nilência. Quando, efetivam ntc, os lombardos chegara m, dedicou-se a converter um >ran de nú mero de invaso res à r aos costumes c ristãos" (cio Marti rológ io).

Santa Maria Madalena de Pazzi, Virgem. + Florença, l 607 . Carmelita aos J 6 anos, "ofereceu sua vida pe la re novação espi ritual da Igrej a" (do Marti rológ io).

22

26

Santa Rita de Cássia, Viúva.

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

17 São Bruno de Würzburg, Bispo e Confessor. + Áustri a, 1045. F ilho d o D uque da Carín tia e da Condessa Mati lde, tornou-se Bis-

Santa Rita de Cássia

23 Santa Joana Antida Thourét, Virgem. + Nt'ípoles 1826. Passo u por gran dl'S perigos e provações

São Gregório VII, Papa e Confessor.

t

27 São Júlio, Mártir. + Bu lgári a, séc. IV. Veterano das legiões romanas, estando

São Bernardino de Siena

e m serviço, foi condenado à mo rte com do is companhe iros, na perseguição de Dioc leci ano, por ter-se recusado a sacrificar aos ídolos.

28 São Justo de Urgel, Bispo e Confessor. + Espanha, séc. VL Escreveu di ve rsas o bras e porto u-se como pas tor vigil ante e caritativo na sé de Urge], para onde fora e levado.

• De todas as mães dos leitores e simpatizantes de Catolicismo, pedindo a Nossa Senhora as graças necessárias para que sempre possam educar seus filhos na verdadeira Religião e continuar sendo o sustentáculo da família católica. Também pelas mães falecidas.

29 São Máximo de Tréveris, Bispo e Confessor. + França, 349. Su cede u a Santo Agríc io co mo Bi s po dessa então cidade imperi al, d istinguindo-se por seu zelo e fo rta leza. Aco lhe u S anto Atanásio exi lado por sua fi de lidade à verdade cató li ca e pa rti c ipo u d o Co nc ílio de Milão, onde os ari anos fora m condenados.

30 SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

31 VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA A SANTA ISABEL

Nota:

• Pedindo ao Sagrado Coração de Jesus que aumente o fervor de todos os amigos e leitores de Catolicismo e dos participantes da Aliança de Fátima, da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! • Pedindo aos Apósto los São Pedro e São Paulo que intercedam junto a Deus Nosso Senhor para que nossos amigos e seus filhos tenham sempre a fidel idade total à Santa Igreja Católica Apostólica Romana .

Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

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TfPs EMAÇAO

O Caminho da Cruz ÜSCAR VIDAL

se

Divulgação intensa da Via Sacra de Plinio Corrêa de Oliveira

peosássemos mais "'Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cri sto, certamente o zelo de nossa atuação na sociedade seria maior, e defenderíamos com mais ardor os princípios católicos nos ambi e ntes que freqüentamos. Além disso, teríamos mais forças para enfre ntar as dificuldades desta vida e contaríamos com vi goroso aux ílio para a salvação de nossas almas e as do próximo. Nesse se ntido, é oportuno lembrar a frase da Bem-aventurada Jacinta, pronunciada pouco antes de sua morte, em 20 de fevereiro de 1920: "Os hornens se perdem porque eles não pensam na morte de Nosso Senhor e não fa zem penitência". Tendo em vista essa temática, a TFP brasileira vem efetuando larga divulgação, em todo o País, da Via Sacra redigida por Plinio Corrêa de Oliveira. Catolicismo teve a honra de ser o primeiro órgão a publicar esse admiráve l texto, em sua ed ição de março de 195 J. Desde esse ano até o presente, o total das tiragens em todos os países atin ge quase 800.000 exemplares. Via Sacra, ou Via Crucis (Caminho da Cruz), é a narração do cam inho percorrido por Nosso Senhor Jesus Cristo em sua Paixão, desde a condenação à mo1te até sua gloriosa Ressurreição.

Na França: Facsímile da capa da última edição, com a tiragem de 55.000 exemplares

Na Itália: Fac-símile da capa da última edição, com a tiragem de 100.000 exemplares

Na Áustria: Fac-símile da última edição, com a tiragem de 28.570 exemplares. Na Alemanha: 78.000

nas para manifestar satisfação pelo fato de se encontrar meditação tão apropriada para a Semana Santa. Especialmente gratas para nós são as cartas de sacerdotes solicitando mais textos, para recitar a Via Sacra junto com seus fiéis . Outros pedem o CD, a fim de reproduzi-lo em rádios. Das numerosas missivas, transcrevemos uma especial, enviada pelo viúvo da Bem-aventurada Gianna Beretta Molla. Esta médica fo i acometida por um tumor. Estando para dar à luz, foi posta diante da alternativa: ou o filho nasceria e ela morreria, ou salvar-se- ia a mãe, mas então faleceria a criança. Gianna não vacilou: optou por dar sua vida pela criança, vindo a morrer com apenas 39 anos, em 1961. Falecendo devido a esse ato heróico, foi beatificada em 24-4-1994. Que lição para as mães abortistas! Eis um trecho da carta que o viúvo da Bem-aventurada, o engenheiro Dr. Pietro Molla, residente em Milão, enviou a Luci sull 'Est, associação italiana inspirada na obra de Plínio Corrêa de Oliveira: "Agradou-me muito a dádiva contendo as meditações sobre a 'Via Crucis ', do Prof Corrêa de Oliveira, evidente fruto de sólida doutrina e de profunda fé, au♦ tenticamente vivida".

"Fruto de sólida doutrina" No último período quaresmal, a difusão dessa Via Sacra foi intensificada de modo espec ial. Além do Brasil, também em países europeus onde TFPs e entidades afins atuam, como Alemanha, Áustria, França e Itália, a acolhida do público a esse texto espiritual tem superado as expectativas. Cartas e telefonemas chegam constantemente às sedes das TFPs das mencionadas nações, pedindo mais exemplares - tanto do opúsculo quanto da gravação em CD - ou ape-

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Fac-símile da capa da 6ª edição brasileira, com tiragem de 150.000 exemplares

Não à ucolombianização" do Brasil

DIOGO WAKI

Dois anos e meio de luta em prol da legítima defesa. Nesta ação a TFP demonstra que o desarmamento dos homens honestos aumentará a escalada da criminalidade

E

m agosto de 1999, Catolicismo publicou como matéria de capa um artigo do Cel. Carlos Antônio . 1-1. Poli (R 1),j ustificando, do ponto de vi sta cató lico, o direito à legítima defesa . Naque la ocas ião, no Congresso Nacional , políticos começavam a trabalhar para abo lir o direito de possuir e portar armas legais de defesa. v rdade que o 5° Mandamento da L i d I cus proíbe matar, proíbe também qu al gu m se deixe matar à-toa. É o dcv r da I gítima defesa.

Essa catástrofe, não a desejamos para todo o Brasil! Motivo pelo qual a TFP promoveu a campanha Pró Legítima Defesa. Trata-se de uma campan ha de envi o de protestos aos deputados e senadores no Congresso Nacio nal, e ele mensagens a jornais, rádios e televisões, visando impedir a aprovação de tão funestas leis, que conduzirão o País ao caos generali zado. Assim, há dois anos e meio estamos batalhando, tendo até agora aj u-

Legítima defesa em xeque

s políti cos de esq uerda - a pret xlo I d imi nuir o alto índice de cri 111inali dade no Brasi l (aprox im adan 1' nl c 40.000 homicídios por a no!) - dc f"e ndem o desarmam 'nlo ·ivil co mo meio para c mbat r o rime e e mpenhamse cm aprovar I is que proíbam o p ri d ' nr mas de defesa . Ora, evid 111 ' 111 ·nt ' tais leis só atingiriani hom · ns honestos, po is bandidos não ·urnpr m a legislação, não usam por1 ' d a rmas e não as compram em lojas. Proibindo o homem honesto de defender-se, íi ando soltos os bandidos, dentro de p uc tempo estes dominarão a situação, como, ali ás, em larga medida o rre u na olômbia. No Brasil, em algum as áreas como fave las, assentamento do MST e zonas dominadas pelos nar ·otraficantes, a "colombianizaç " " já vai mar alto.

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que h~ ciêr"a sua PoSlÇéo U'lllaleral e. QJaSe se dna. seciàna e lend&rte a

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negar o dlreilo de

Ul'Tl8 PQSIÇéo Contrâi8 Ó Cio

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Mídia

1'10.-,nl\t,o

Pu11t1,l,14n•JUr11ijltd1,

ÇJL~Q$ para tnvlar sua mtns■gtm 101 deputados.

Apopulaçêo br&sllolre ospero que e Comissão M1~0 do Se~nça tome etitudes sâbl&s e ef1ceizes A sib.Jaçâo é

,,,.......,._,.

premente. ccwtuclo MO soréo meôffi sensoclooas. çortrànas aos ctre11os dos cidadão,: ron&Stos 8 leglbma delesa. CJJt M"éo ornnur a cmm"Oi<.18<»

Site da Campanha do Pró Legítima Defesa, para o qual os participantes enviam seus protestos

d ado eficazmen te a impedir que isso acontecesse.

Neste ano, nova investida No segundo semestre de 2001 a situação esteve relativame nte ca lm a. Todavia, no mês de novembro tomou posse do cargo ele Ministro ela Justiça o Sr. Aloysio Nunes Ferreira, que hav ia participado de agitações e de assalto a trem durante o regi me militar. Em seu discurso de posse, o novo Ministro estabeleceu como meta, para o c urto período ele seis meses em que permaneceria no cargo, aprovar o desarmamento civ il. C ri o u- se um a Com issão Mista de Segurança no Congresso Nacional, que trabalhou in tensamente para aprova r um c hamado plano de seg urança, o qual previa, entre outras co isas , proibir o porte legal de arm as de defesa. O Pró Legítima Defesa promoveu então o env io de aproxi madamente 12 .000 protestos aos membros da com issão. E o rganizou também a remessa de mensagens aos principais jornais de todo o País, pedindo-lhes a publicação das cartas de inconformidade contra a aprovação do desarmamento dos homens honestos. Vários ó rgãos de impre nsa esta mparam ta is cartas. O assunto, no momento, está em compasso de espera . Continuaremos atentos, e lutando para impedir que o Brasil seja dominado pela criminalidade. ♦

C AT O LICISMO

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D esde

a q"eda do M"m de Bu-

Dez perguntas incômodas e nenhuma resposta

lim e da Cortina de Ferro, que tornou pate ntes aos olhos do mundo o fracasso e as maze las desse regime antinatural que é o comuni smo, os ex-comuni stas tê m proc urado reorga ni zar- se, po ré m di sfarçando-se sob rótulos me nos despresti giados, alguns antigos e outros c ri ados com fin alidades específicas. A ba nde ira socia li sta ainda é e rguida por a lguns desses grupos . Nos Estados Unidos, a Organi zação Socialista Internacional (ISO), um grupo com essas características, anunc iara para o di a 9 de março último a sua con- . ferência anual na Was hingto n Unive rsity, sob o título Uma guerra mundial contra a pobreza: precisamos de uma alternati va socialista. Três di as antes dessa data, um grupo de estuda ntes ela Sociedade Americana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP di stribuiu no campus da Unive rs idade 3.000 exe mpl ares de um fo lheto contendo Dez perguntas à Organização Socialista Internacional. As pe rguntas evidenciavam as contradi ções do soc iali smo, que é mag nânimo em pro meter, mas ava ro e m c umprir. De nun c iava a ind a a ca mufl age m el e moderados, que os soc ialistas usam para ve ncer ele ições. O s universitári os da TFP compareceram também à conferê nc ia, levantando vári as outras questões que deixaram os socia li stas desconcertados . Um dos líderes da IS O promete u parti cipar de um debate com os me mb ros da T FP num programa da Rádi o George Was hington, marcado para o di a 13 seguinte. Estranha nie nte, na hora do de bate não se apresentou ne nhum me mbro da ISO ... e as 1O incômodas pe rguntas continu aram sem resposta. ♦

<!ª

Flagrantes da distribuição do fol~eto TFP no campus da Washington Umvers,ty

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JOHN H ORVAT

Formação da juventude na Polônia LEONARDO PRZYBYSY

É enorme a

apetência de sólida orientação religiosa entre os jovens desse país de além ex-Cortina de Ferro rncóvia - Nesta importante ciclad ' polonesa, a Sociedade pela 1tlt11 m Cristc7 Padre Piotr Skarga - ' 111 idad • que atua em colaboração ·om a TFP francesa - tem d 'S ·11vol vido ativ idades em prol de uma sndi n formação de jovens polon ·s •s. lil ·s man ifestam espec ial a1 ·t ~11 ·i11 pela doutrina católica tradi ·ionul , rn1110 Lêm constatado os 111 ·mi rns du TFP fra ncesa, que volunl t11·i111 l1L'lll • se dispuseram a atuar n11q11 ·k puís, outrora subjugado p )l' t1111 r •~• i111 ·comun ista. Uma das aluuço •s 1 ·11i sido a organi zação de ClllllI)ll lll ·ntos. O li ·n111pamc nto rea li za do 111 f' ·v ,,., iro p.p., na loca lidade d · " ' ni "/, tu" (Nevada), conto u co m a pnrli ·ipaçao de 25 estu da nt s. 1 o pro •rnma constara m - a lém d · uul as de catec is mo - clefe a p ·ssoul , prática de esqui na neve, ·o nstru ção de iglus (abrigo típi co dos ·squimós, fe ito co m blocos d · , ·l o) cm te mpo recorde, e nlr o utros exercícios. Não fa ltaram os exercíc ios ·spiritua is, sob a ori · ntação ele Pn:i Eugê ni o Kwi atkowski , que t111 nbém impôs o sa nto scap ul111 10 aos parti c ipantes. ♦

N,1 fotos à dire ita, vária cenas de atividades exercidas no 111 ,11111i,1mento realizado em Nevada

CATO L IC ISMO

Maio de 2002

S 1


Majestade, calma, segurança e determinação no Rei cruzado

A

imagem que se encontra na part • exterior da célebre Sainte Chapei/e, em Paris [reproduzida nesta contrn ' ti • pa], dá bem, a meu ver, idéia de quem f< i São Luís IX. Vê-se nele indiscutível maje tade r ·11I. Não a majestade de um soberano agr ssor e anexador de terras que não lhe p rt 11 cem. Mas a de um Rei defensor tranqllilo firme de seus direitos. Seguro da convi · ção de que tem o direito de mandar solw • as terras que recebeu de seu antecessor. Neste sentido, um monarca gu rr ·iro, que vai à guerra se nece sário 01110 seu dever - para manter a integriclad • do seu reino. Desta forma, a sua fi siono111I 1 traduz uma determinação, uma cl isto, q111 é muito bonita. A coroa que encima sua fronte mo 11ti11 giu todo o desdobramento da corous I osl\' riores. Mas o tamanho da .flores-ri/' tis 1• do diadema lhe dá uma beleza tnl , q11 • , 1• pode questionar se as post rior ·s ·onu1, , fechadas e encimadas por urnu -ru't,, s 1o realmente mais belas do que •s111 . A coroa, mais a fi ion mia , 11111is 11111 tude do corpo dão a imprcsst o d · 1111111 l'11 I ma, urna segmança na de~ su d · Ht111 Hd reitos, que marcam bem R ·i ·n1/, ido, 11 Rei batalhador. Ele tcv 1u ·mp1· •v111h I' guerras numerosa clur'1n1 • s ·11 n·l1111<lo , mas soube orientar ssas pu 1111s d,• t il maneira, que não só sa iu vitorio so nelas, mas até mais: na r ·- ~V,\ 1 N / /. [atividade das c isas d11 • 'r Idade Média, pod -s • di - O zer q~ seu r inado foi ~ um remado d paz. Ç,A,,

~ Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 12 de abril de 1989. S m r vi

•e,"~

do

Olll

r.


LECISMO Nº 618 - Junho 2002 - Ano LII

OlSTAOO0E S PAULO - AS

'O PT não tem nada a ver com isso', d~ Rainha

'Graziano diz ·que MST chocou a sociedade nicamp, a ação não 'uda a democracia SÃO PAULO. O professor titu-

r de Economia Agrícola da icamp, José Graziano da Sil' disse que o Movimento s Trabalhadores Rurais Sem rra (MST) conseguiu chocar sociedade com a invasão da enda da família do presinte Fernando Henrique Carso, em Buritis, Minas Ges, no final de semana. Mas, gundo ele, "também choca ber que essa é a ú,nica forma fazer política, embora não W uma forma civilizada". nr Temos um acirramento 0 nsão num momento elei1 e não deveria se res-

MSTtemem 4

Estados~ria política das Farc 1 G11errilhtiro oolombln11r, tló orie11tof{Jo solm•

"com-eniêncú," ele n 1wr "fÓtS muito rodkt,lç ROBfAJQ (K)QOY

~

dC\·UI ser US,.'W.ln por tod, L ,•hnc11C05 tle m:lSS!l". 1 cm ob«IU'ndu à u\1lc.n dca1lllc:1rrc:11resáll:L'li1 oonlm a polída e o j1

sempre que sofre dcn

choques com a polfo

MST lm·adtu or11cm Ul tl11 do omigo e: sócio do

~cmDuricls,Jo,·cllr

ro,ooi111criorpm11ista O 110lnp:unc:nto dos lns1lludoonls do r(E_ln crá!ko é o objctl,'O indlsfn~l'h•cl dai • wdosArtls11u pa- ç.locujas ruçimhuo mlnlseroJung,-1\õl kmjá5tqUcs1mdas minou " terrorismo e bandoleirismo·· wpcssoolmtn1c:o lo mandnvn oou,idor•aMfárlo nnclor lsso lcmamalsre- ouvldorJ-adjunt11 prometer aos 1e11 111:Luoclak bfn.\lkl• handoldr~ que, se desocupassem agrária cm p.1rtl• mente n C(lrrego d11 Ponlc, nllo só n/ 101fdc:rcn~ - pr~ nw nlnda seriam lmedllltnm r 1,ubUcamcn1c a

~°f ~~~:~!'!?oo~ii'11~;

rc,·ckluon1cm e o MS1' Iria riam 100\lKlo por conln própria n 1ruo

pron\tMI\. ··I':: possfrel que lfflhll h: mal-c111cndld(J°, disse dcpol~ Jungm 1a1 encobrir a a dc:d .1,,\o de ~ 1

1

Sem-t rra acusados de fonnação de quadrilha •

Governo d ld

.........

p1o«f"r po,

quadnllMiott<M,

v..ttr.m11".,tlltll rontt ,tliollllho,.00 ,e rinwido 11,1111q u 11v.t1111<Mk.latu lurlo, ll'lvulo ~ pt

-.,kota.~lo

llo, ~ l . l -

tlldtle cArtt,.1)11 Olll tft. pol'M,oa tb tl l lYNII~

dol porvl<M(Aítde nepil\lM:lot

ordtmflMiklll 1'm de,nan trffirbt\1114), .a.0111lnb1to

tv.int.l' or-steul d•I

__

cr scentar mais uma acusação à lista de irregularidades cometidas por Invasores de fazenda ,,..

1

Approbato quer decisão rápida •

~ O"º'prukkf11e M VOJ,1 •

tl;a Onh: m

1•

dot ,lo 61 ;1• 11. Ruben1 .

ApprobJ10.dbleont\'fl\ quc 1 p,IUodofKffl-(Cf>

::;imr-1:,=::

1 1

q~ . por ~em n~pkn1tt.b•m~. Murie

:::::;::.º_:. ~º' 1 ~!!'~~~~~} º:,::;~: l dhl i p a,1 ll be,t u 1irlcull o rt1. Sec und o ,

"


rtos '

O fazendeiro patriarcal O que beneficia os trabalhadores é a harmonia entre patrões e empregados, e não a

luta de classes instigada no campo pelo agro-reformismo demagógico e confiscatório alta. aos olhos que o MST não tem como meta a redistribuição de terras em favor daqueles que não a possuem, mas sim a utilização da Reforma Agrária como instrumento de luta de classes, visando "cubanizar" o País mediante invasões de terras. Fica também cada vez mais evidente que a solução para a população rural não consiste na mera distribuição de lotes a "sem terra", mas em criar condições para que o proprietário possa manter na zona rural as famílias de camponeses, auxiliá-las a prosperar e voltar a empregar no campo aqueles que migraram para as cidades. Plinio Corrêa de Oliveira, no bestsel/er Reforma Agrária - Questão de Consciência (1960), descreve com acerto essa missão do fazendeiro como uma espécie de pai bondoso do colono:

S

O fazendeiro na tradição brasileira "Senhor de terras adquiri das pelo trabalho árduo e honrado ou por um a legítima sucessão hereditári a, [o fazendeiro] não se contentava em tirar delas, preguiçosamente, o estrito necessári o para sua subsistência e a ci os seus. Pe lo contrári o, movid o por um nobre anse io ele crescente bem-es tar e ascensão cul tural, aspi rava ele ao pl eno aproveitamento ela fo nte de riqu eza que tinha em mãos. Para isto, franqueava suas terras largamente às famíli as ele trabalhadores braça is que, vindos de todos os quadrantes ci o B rasil e das mais vari adas regiões ci o mundo, proc uravam no campo as condições ele uma ex istência honesta e segura . Dedi cado de so l a so l à direção da fa ina ru ra l, o propri etári o, assoc iado ass im aos trabalhadores braçai s na

Entrevista tarefa d tirar do so lo r ·cursos ele qu um • outros iam v iv r, · ru v ·rcl acleira ment o " pr1ter", o " patr, o" d · ·ujos h ·ns e ele cuj a atu açl o todos receb iam ali m ·111 0, t ·to, roupa m ios d · poupa nça, na 111 •d idn d11 silun ·to e da cooperação 1· ·.ida qu11 I. E, orno as f"lu ç( ·s d · trabalh o, qu ando b• m ·nt ·ndid11s, n; o l'icam só em s u l\ n,I it o rn ni s r ·strito, mas natura lm 11 1• ·1'iu n1 ·0I11pr • •nsão, estima e mú tu o up( io nus v(i ria s neccss iclades la vi d11, 11 l111n11o ni:1 ·nt re o fazendeiro· o ·olono ·ria va, l'r ·qüen temenl' , o h 1hi lo ti ' ·s t 's • a ·onselhar co m ·Iq u •I ·, r • · •h ·ndo proteção e ampa ro nos nwi s di v •rsos assuntos; co mo, d out ro ludo, , ·rn va no trabalhador t 11nt1 d ·di ·u ·, o por vezes heróica ·1s · u pu tn1o. (1 ·st • um ci os mais típi cos lu mi nosos ·l ·m ·ntos ele nossa Lrad iç«, •111 111111 riu d ' relações de traba lho".

17 Fazendeiro

expropriado revela fracasso de assentamentos

Leitura espiritual Nossa capa:

21 Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo

O Credo -

Quarto artigo

Destaque

22 Posi ç ão

da TFP norteamericana em face de escândalos no clero

Excerto s

2

M éritos do fazendeiro trad ic ional no Brasil

Carta d o Diretor

Capa

24 A

denúncia -surpresa da mídia contra o MST. Como explicar?

4 SOS Família

5

H eredita riedade e tradiç ão familiar

Vidas de Santos

34 Santa

Germana: história da "Santa sem história"

A palavra do sacerdote

Ecos de Fátima

8

37 •

D eus se mpre ate nd e orações c onfiantes?

Magníficas promessas de Nossa Senhora • Apoio à Peregrinação da Imagem de Nossa Senhora de Fátima • Novos programas de "A Voz d e Fátim a "

A realidade concisamente

1O•

Resoluçã o da ONU conde n a Cuba • Prova re vela primarismo d o estuda nte brasileiro • 11 9 católic os colombianos m o rtos dentro d e igreja

frances as: "te rre m oto" n a França, abalos n as esq u e rdas do mun do inte iro

TFPs em ação

48 •

TFP americana: Protesto c ontra blasfêmia em museu da Califórnia • Peru: Simpósio de jovens universit á rios • França: Ação eficaz da TFP c ontra socialismo autog estion á rio • Rio d e Janeiro : Encontro de simpati z antes da TFP

Tradição

41

Internacional

12 Elei ções

Membros da família real britânica junto ao féretro da Rainha Mãe, na Abadia de Westminster

Enterro da Rainha Mãe e popularidade da monarquia britânica

Atualidade

44 Carta - protesto

contra exibi ção blasfema em t eatro do Rio

Escrevem os lei tores

Santos e Festas do mês

16

46

Ambientes, Costumes, Civilizações

52

Apre se ntação do Menino Jesus no Templo afresco famoso de Giotto

C ATO L IC ISMO

Junho de 2002

3


S.O.S.. .Família

Com a palavra ... o Diretor Caro Le itor, Após décadas de ge ne rali zado favo rec ime nto ao MST, os me ios de comunicação social passara m, nos últimos meses, a de nunc ia r esse mov ime nto por estar se utili zando da Reforma Agrária para impor ao Brasil um regime socia li sta. É surpreende nte que a mídi a a po nte ago ra a verdadeira finalidade cio MST, que é a to mada cio Poder e a in stauração de um regi m tipo cubano. A nov idade não cons iste no fato de que o M T te nha tai s inte nções subve rs ivas. Afinal, o caráter marxista do movimento e sua índole r vo lu c ion ári ajá estão afirmados e re pi sados pelo próprio MST em numerosos documento. anti g ser en tes . Adema is, têm sido objeto de denúncias reiteradas fe itas pelo Prof. Plinio orr~a ele O li ve ira e pela TFP, desde a década de 80. A grande novidade é a posição agora ass umida por 111 ios de comun icação, os quais, e m sua quase unanimidade, passaram a conde na r o M T 111 in úmeros artigos e ed itori ais. Denunciando mes mo, de modo bo mbástico, c u pro 1 ra111a de índole co muni sta. Nessas publicações, apresentam-no, me recida me nte, à exec ração po1 u lar. O 4ue estará por detrás dessa nova atitude da mídia ? A virtude ela vigi lânc ia impõe que questões dessa natureza seja m levantadas. Princ ipalm nte quando não se observam o utras posições lo uv áve is ass umidas pela mídi a , como , por 'xcmplo, e m re lação à imoralidade. Portanto, tudo indica que a razão pela qual o M T censurado não é a mesma ele Catolicismo. A matéria ele capa deste mês proc ura desvendar ss' mi st ri o , 1 vanta ndo hipóteses que expliquem a súbita mudança e m relação ao MST. orno ·s t:.imos c m ano ele itora l, e o brasileiro médi o vem se mostrando cada vez mais av ·sso ;i pro 1 ramas de esq uerda, também os partidos da esq ue rda procuram tom ar di stâ ncia do MST, na te ntativa de ev itar uma derrota e le itoral. Nessas condições, uma elas hipóteses a ser cons id ' rada que conv iria muito ao PT afastar-se do MST, para parecer moderado e m comparaç, < ·0 111 o exlre m i mo rad ica l dos sem terra. E ass im presti g iar-se, dando a impressão d qu ' s u·1 propalada guinada e m direção ao centro é a utêntica, e não mera jogada às vés p ras las ' lc ições. Outras hipóteses e suas varia ntes são estud adas na pr 'S · nt · maté ri a - fruto de ri goroso trabalho ele investigação - que recomendamos vivam · ntc a nossos leitores como uma preparação para as decisões que, dentro de poucos 111 s ·s, d ve rão tomar. Desejamos a todos uma boa le itura.

•••••• • •••••••••• ••••••• ••••••••••••••

Tradição e continuidade familiar Parte 11 ·Ação recíproca entre hereditariedade e tradição no florescimento das qualidades características de cada família e de cada indivíduo. Em contraposição à ação da propaganda massificante, tendente à destruição do povo e generalização dos indivíduos desagregados e sem personalidade.

E

máximo, para sua própria santificação,

m co ntinuaç ão à matéri a que pu -

está muito f amilia rizado com ele: a asei-

bli ca mos na última ediç ão, pros-

tas (ase idade) . Segundo o dicion ário

para m aior bri lho da Criação e melhor

seg uimos a trans criç ão de tre -

Aurélio: do latim m edi eval, as eitate.

semelhanç a com o Criador, pois cada

chos selec ionados da memorável con -

Atributo divino fundamental, que con siste em ex istir por si próprio.

qual é único e inconfundível no conjunto da obra da Criação .

ferên cia proferida por Plínio Corrêa de Oliveira em 1966, no Auditório da Federação do Comércio em São Paulo .

Para que o homem contemporâneo

Para m elhor assimilação, rec orde-

se "m assifique", mudando ao sabor dos

mos algu ns pontos desenvolvidos an teriorm ente:

vent os, das modas e da propaganda o

• é uma ilu sã o imaginar que o di -

de Oliveira aponta uma soluçã o . Trata -

vórcio pode t razer felicidad e;

*

não se deixe influenciar pela mídia, não

se u m odo de ser próprio, Pl ínio Corrêa se d a necessidade de t er de um a per-

• a instituiçã o familiar t em fun çã o

son alidade muito definida e forte, a fim

enquan to pil ar d o Estado e da soci edade;

de não so frer abalos na característica

• um a soc iedade orgânic a se c on s-

um. Cara cterística essa que Deus de-

tituiu na Europa após a qued a do Impé-

seja q ue o indivíduo d es envolva ao

*

"A aseitas - prossegue o co nfe re ncista - é a condição de D e us, aquil o que é característico de D eus, pe lo qual Ele tudo te m de s i, tudo faz de s i e nada recebe u de ning ué m. De us é O úni co do qua l propria mente se pode di zer que te m ase itas, po rque só De us é pe rfe ito,

própri a de ca da um - a aseitas de cada

rio Rom ano do Ocidente; • 111

9~

Paulo

• grandes ci dades se form aram a partir do sécu lo XIII, dando in ício a uma

J ·sus · Maria,

orrCa de Brito Filho

7

sociedad e anorgâ nica; • so bretudo depois da Revolu çã o Francesa ( 17 8 9) , o Estado tornou -se c entrali za d or ;

Desenho representando diversos ofícios de artesãos na Idade Média

• com o aparec ime nto das demo-

D1 1WTOR

cracias e do pod er dito do "povo" , este vai se t ransform ando em "m assa"; • devido principa lme nte à tir ânica influ ência dos m eios de comuni caçã o, a propaganda guia as mu lt idõe s, tran s-

Diretor:

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Paulo Corrêa de Brito Filho

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Jornalista Responsável:

Mari za Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT·SP sob o n° 23228 Rfdação: R. Dr. Martinico Prado, 246 CEP 01224-010 São Paulo· SP Tel : (Oxx11) 221·8755

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forma as opiniões e, em conseqüência, depaupera o homem modern o.

A personalidade própria de cada criatura O t ema que o conferen cista desenvolve a se guir pede um a breve ex pli ca ç ão , poi s o públi co de nossos di as não

Correspondência:

CATOLICISMO

Caixa Postal 1422 CEP 01065-970 São Paulo · SP

PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA .

Publicação mensal da Editora

C ATO LIC ISMO

Junho de 2002

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eterno, absoluto. M as, a par c\essa aseitas infinita, poderíam os considerar uma minú scula ase itas (com quinhe ntas aspas de cada lado) re lativa, co nti ge nte, limitada, qu e é a peque nina ase itas da criatura humana, que tudo recebe u de De us, e que te m, num a zona intern a de s ua a lma, de seu ser, uma nota característica de sua individual idade, que é receb ida de Deus, mas que e m re lação às o utras c ri aturas não é receb ida de ning ué m [ ... ].

A hereditariedade e as características familiares É na vida de família que a aseitas encontra verdadeiramente o seu apoio, que é, em primeiro lugar, a hered itariedade. Uma família, porque tem uma hered itariedade definida, pelo impulso dos fatores biológicos atuando sobre os fato res psíquicos e informados por sua vez pelos valores da fé e da cultura, constitui um pequeno mundo interior próprio, no qual cada pessoa que nasce encontra-se, a bem di zer, maravilhosamente instalado. Porque e la nasce u de um substratum

[essê nci a o u basej co mum , ex iste nte entre todos os membros da família, aq uilo corresponde exata mente à asei/as de cada um no que ele tem de mais profundo. E la estimul a cada um a ser aquil o que é, e favorece o desabrochar sem timidez das características da própri a famíli a; e, por isso mes mo, estimula ta mbém o desabrochar das caraclerísticas individuais li gadas às da fa míli a.

Simbiose entre hereditariedade e tradição Mas ao lado disso há a tradição. ada família transmite o seu modo de s r à outra geração, e com esse transmilir há uma caracteri zação cada vez mais fo rle. om isso, a tradição reforça a hered itaric lade biológica. Assim, trad ição e h redi tariedade, numa simbiose, produ zem o ambi ente dentro do qual a família proporciona o inteiro desabrochar do indivíduo. Devemos figurar o caso de um a família, não uma peq ue na fa míli a-cé lul a . - pai, mãe e filh os - , mas um a famíli a numerosa com muito filh os, li ada a um gra nde número de pare ntes de vários graus e que freqüentam a casa. Tudo isso constitui uma esp ci d três

distâncias: a primeira é a minha casa, toda ela afi m comigo; uma outra é das casas mais distantes de minha fa mília, algo parecidas e algo diversas; e depois uma terceira di stância, a rua, que é o ponto de encontro fortuito e casual de todas as semelhanças e de todas as dessemelhanças. Se eu sou apoiado e posso me expandir por essas três distâncias, quando chego à rua eu tenho ao me u lado minha parentela toda, que se apresenta nos lugares públicos pensando co mo eu, sentindo como eu, impondo-se como eu. Eu e nf rento a popularidade ou a impopul aridade, porque tenho no que me apoiar, te nho e le mentos para ex pandir a minha aseitas.

A família nuclear, vítima da propaganda Quão diversa é a situação da fam ília p quena, dentro de uma vida de lar que, por ser consliluída de poucas pessoas, tem pou ·a vari ·clacle. Sendo o lar monótono,

Crianças escravizadas à televisão e "formadas por ela, dificilmente atualizarão as virtudes herdadas de seus antepassados"

foge-se dele indo para a rua ou trazendo a rua para dentro de casa. Isto sob o aspecto de duas ou tTês televisões, em várias salas, para esquecer que se está dentro de casa e ter a sensação de que se está na rua. Devido a isso, a pessoa chegará isolada à rua. É o menino que chegará ao colégio isolado; é o moço ou a moça que entrarão na soc iedade isolados. Não têm apoio de ningué m, mas têm a moda, têm o modo de ser fabricado pela propaganda, que e impõe. A pessoa não querendo ser desse jeito imposto, é perseguida, ridicul arizada, co locada no ostracismo. Res ul tado : in seg urança inte ri o r e capitul ação. Ao cabo de 10 anos desse fe nô me no, se a pessoa não tiver uma personalidade mais ou menos definida, estará [como no exemplo dado na parte I] assistindo a um j ogo ele futebol, mas proc urando ouvir no rádi o a descrição do acontecimento que e la própria presenc ia ... Nós teremos desse modo a destruição ela aseitas.

Numa tradição de origem familiar, uma jovem apresenta um marzipan com a forma da porta medieval da cidade de Lübeck, na Alemanha. A receita para a confecção desse doce remonta à Idade Média

A família na formação da estrutura social Mas, se entendida a vida de família conjugada com o papel da hereditariedade e da tradição, compreendemos o efeito que ela produz sobre a formação da opinião pública: ela não é mai s o mero produto do jornal, do rád io o u da telev isão. Pois, assim como a família produz o profundo entrelaçamento das alma e consegue dar à sua própria instil11ição uma organicidade magnífica, assim também ela tende a transbordar de seus próprios quadros, projetando a sua influência. Houve no passado fa míli as que fun daram verdadeiras dinasti as ao longo dos séculos e das gerações. Não ape nas dinas tias de reis, de fidalgos , de potentados, mas também dinastias muito mai s modestas : de relojoeiros, de artesãos, de fabricantes de cri sta l, ele professores ; dinastias de magistrados que, através dos séc ulos, se suced iam nos bancos do alto dos quais se distribuía a justiça. Dinastias, todas elas, que concorreram poderosamente para o desenvo lvimento da vida euro péia antes da Revo lução Francesa. E que co ntinu ~ra m depois , e m muitos casos.

Projeção da influência familiar no Estado Essa vida de família fo rmava as cidades e também as regiões. Em mui tos lugares a pira,nidalização de famílias chegava a formar uma região dominada pela &

eATo LIe Is Mo

Junho de 200:!

influênc ia de uma só fa mília, a tal ponto que um grande soc ió logo francês, quando lhe perguntaram como e le definiri a uma região, disse: A única definição possível de região é uma zana dominada pela influência de uma grande f amília. Hoje uma reg ião seria definida pelos trilhos de uma estrada de ferro, por uma linha de ônibus. Naque le tempo era a força aglutinante de u'ma grande fa míli a ! Através disso, efetua-se a projeção da influência familiar no Estado. Porque se a região , o município, a profissão são do minados pe la família, o que se dá é que essa influênc ia da família, vinda de baixo para cima, penetra de mil formas no organismo do Estado, qu alquer que seja a forma de governo. Penetrando no orga ni smo do Estado e e mbebendo-o com a sua vitalidade, ela inspira o Estado, é um é/ande vida que orienta o Estado, é um élan de convicções que circunscreve a ação do Estado. Os próprios dirigentes do Estado fazem parte de famílias, fazem parte dessa pululação de vida, e e les mesmos sabe m que não pode m, a seu ta lante, modifi car os rumos cio Estado, porque e les são baseados numa sociedade que não é uma mera aglo meração de indivíduos, mas um a sociedade de vida e tradição defi nidas" . ♦

Nota da Redação:

o tex to dessn um a fita magnética

CATO LIC IS MO

co nferência foi ex traído de

e não

fo i rev isto pelo orador.

Junho de 2002

7


A

Palavra do d Saceri ate

Pergunta

Eu rezo, rezo, rezo, mas tenho a sensação de que Deus não me atende. Não recebo as graças que peço. Minha vida familiar sempre foi muito tranqüila e feliz, mas de uns tempos para cá introduziu-se uma grande desavença entre nós. Por outro lado, há cerca de um ano, minha situação financeira sofreu um grave colapso. Essa dupla situação traumática, familiar e financeira, me aflige tanto que, não tendo a quem apelar, apelei para Deus. Mas Deus permanece surdo à minha voz. Isto me leva a uma pergunta: que resposta podemos dar aos ateus quando se riem de nós, dizendo que nossa oração não passa de mera elucubração de nosso espírito, e portanto não tem nenhum valor, nenhum sentido?

e

CATO LIC ISMO

Resposta

nossa alma, pois Ele o sabe. Mas Deus quer que o façamos, para entrarmos em comunicação voluntária com Ele, e assim Lhe prestarmos culto de adoração, de louvor, de reparação, de petição e de ação de graças. Portanto, ao contrário do que pensam os ateus e agnósticos, nossa comunicação com Deus é possível, necessária, valiosa. Necessária, porque precisamos de sua ajuda. Valiosa, porque sendo onipotente, pode dar-nos tudo de razoável que Lhe peçamos.

Deus é fiel a suas promessas. E como tudo em Deus é infinito, deve-se mesmo dizer que Ele é infinitamente fiel a suas promessas. Ora, Deus prometeu atender às nossas orações; logo, atendêlas-á infalivelmente. Porém , Deus não estabeleceu prazos para nos dar o que pedimos. E se demora para nos atender, é porque prepara uma solução ainda melhor para o nosso caso concreto. É preciso portanto ter calma e paciência, e jamais seremos desiludidos em nossa fé. Esta é a resposta teológica clássica para perguntas como a do consulente. Entretanto, é compreensível que, se essas palavra não forem acompanhadas de uma graça especial, deixarão perfeitamente indiferente uma pessoa que passa por tai provações. Torna-se necessário abordar o tema por outro lado, mais próprio a tocar as almas nessas condições.

Oração "importuna"

Agnósticos e ateus Quando os agnó ticos e ateus dizem que nossa oração é um.flatus voeis (uma palavra vazia e sem sentido), o raciocínio deles decorre obviamente da negação da existência de Deus (ateus), ou pelo menos de que Deus possa ser conhecido pelo homem (agnósticos). Na perspectiva deles, a oração - o apresentar-se o homem diante de Deus, para conversar com Ele, pedir-Lhe graças etc. - é uma operação totalmente Junho de 2002•

Santa Mônica, que obteve a graça da conversão de Santo Agostinho: modelo de confiança na oração

destituída de conteúdo, inútil, risível. Entretanto, Deus, que é onisciente (tudo vê e tudo sabe), também toma conhecimento do que expri mimos. Mas e le vai além,

po is conhece até os nossos pensamentos mais recônditos, os nossos desejos mais secretos. Assim, a rigor, nem sequer precisaríamos exprimir a Deus o que se passa no interior de

Como acontece então que, às vezes, não vemos o fruto de nossas orações? Deixemos de lado a hipótese de que tenhamos rezado pouco e mal. Neste caso, é claro, Deus espera de nós maior empenho. Mas vamos supor exatamente que tenhamos rezado com a insistência necessária, chegando até a importunar Deus com a nossa santa insi stência, como o próprio Divino Mestre nos aconselhou (cfr. Lc 11,8). Vem então a pergunta do consulente: por que Deus parece não nos atender nessas situações? Aqui entra a explicação com que iniciamos esta resposta: Deus prometeu atender todos os nossos pedidos justos, e atender-nos-á infalivelmente. Nossa oração nunca será frustra. Mas as ações de Deus se enquadram no plano geral de sua Providência. Deus tem planos a respeito de cada

homem em particular, como tem planos a respeito da humanidade em geral. Às vezes, Deus dá a entender a uma alma seus desígnios a respeito dela; outras vezes , porém, mantém a alma na obscuridade. Ele quer dessa alma uma fidelidade a toda prova, mesmo na mais completa escuridão. Então é preciso que a alma persevere na oração, até mesmo na oração "importuna" , e confie que sua oração não será frustrada. Quantos anos de oração e rios de lágrimas custaram a Santa Mônica a conversão de seu filho Agostinho! Dia virá em que a pessoa conhecerá que foi atendida aJém de toda medida, segundo os desígnios maravilhosos de Deus a respeito dela. E o auge desse conhecimento dar-se-á no Céu. Inclusive Deus pode estabelecer que, só depois de fechar os olhos para esta Terra e abri-los no Céu, a alma entenderá o que se passou, vendo que suas orações foram cumuladas com graças que sobrepassavam todo o conhecimento e todas as esperanças terrenas. E ficará eternamente grata.

Vítimas expiatórias Queremos aqui nos referir a almas muito privilegiadas, que Deus escolhe como vítimas expiatórias pelos pecados da humanidade; ou, mais especificamente, pelo bem da Igreja, submetida hoje ao ataque soez e articulado de adversários traiçoeiros, e de outro lado, infe-

lizmente, às infidelidades, apostasias, delitos e quedas de toda ordem, que desonram o nome cristão. Nessa situação, ser escolhido pela Providência, na escuridão de nossa alma, como vítima expiatória, é um privilégio cuja glória só no Céu compreenderemos perfeitamente. Mencionamos aqui este caso extremo, porque pode dar-se com qualquer alma, quando ela menos o espera. Se fosse o caso do consulente, seria um privilégio e uma glória para ele. Mas nem todos estão nesse caso extremo. O mais

escrito: "Qui habitat in coelis irridebit eos" (Ps 2,4) - Aquele que habita nos Céus rir-se-á deles.

comum é que Deus vá dilatando o atendimento de nossas orações, à espera do momento mais oportuno para nos tirar do apuro. E então veremos que fomos atendidos muito acima das expectativas mais otimistas, confirmando-se a verdade acima supra lembrada, de que Deus é absolutamente fiel às suas promessas. E quem se rirá então dos ateus seremos nós, será Deus, segundo está

São Luís Grignion de Montfort ressalta a eficácia da oração confiante dirigida à Virgem Santíssima

Intercessão infalível Esta resposta, entretanto, não estaria completa se não lembrássemos que o católico deve elevar suas preces a Deus pela mediação de Nossa Senhora, cuja intercessão em nosso favor é infalível. Assim o diz São Bernardo, na célebre oração Lembrai-Vos, e o repete São Luís Maria Grignion de Montfort no Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem: "Ela é tão

caridosa, que não repele ninguém que implore sua intercessão, ainda que seja um pecador; pois, como dizem os santos, nunca se ouviu dizer; desde que o mundo é mundo, que alguém que tenha recorrido à Santíssima Virgem, com confiança e perseverança, tenha sido desamparado ou repelido " (nº 85). ♦

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Agora ficou chiqueusar objetos com aparência de velhos

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Uruguai rompe corajosamente com Cuba

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ide! Castro verberou vários países da América Latina que apo iaram uma reso lu ção da ONU, patrocinada pelo Uruguai, sobre os direitos humanos em Cuba, em 19 de março último. A aprovação da resolução, por 23 votos contra 21, provocou a costume ira reação irada do ditador cubano, o qual ac usou o presidente do Uruguai, Jorge Battle, de "abjeto judas" e "serv içal dos EUA". É digno de aplauso o ato hi stórico e corajoso do Uruguai, de romper relações diplomáticas com Cuba com unista, em virtude das injúrias lançadas por Castro contra o Chefe de Estado uruguaio. Na referida votação, é lamentável - ressalta com acerto a Agência Cubdest - a posição assu mida pelo Brasi l, que se absteve de votar. Omissão inadm issível em assunto de ta l relevância. ♦

ito dos dez ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consid eraram constitucional a medida provisória (MP 2183 de 21/8/01 ) que proíbe por dois anos a vistoria, para fins de Reforma Agrária, de imóveis rurais invadidos. Aos I íderes do MST e do PT (partido que propôs a ação de inconstituc ionalid ade derrotada no STF), lembrou o mini stro Celso de M ell o, segundo notícia do "Jornal do Brasil" de 5/

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mportado da E uropa e dos Estados Unidos, o gosto pelo cou ro envelhecido dominou as coleções de grifes importantes. N a década d~ 80, a atração eram os j eans novos com aparência de velhos, apelidados

stone washsed.

4/02: "Vivemos num Estado de Direito que impede injustas agressões à propriedade. O acesso à terra e a solução dos conflitos sociais são fundamen tais. No entanto, ninguém pode se arrogar o direito de violar a lei por motivação política ou ideológica". ♦

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Reténs da violência urbana amos prisioneiros. Vivemos enclausurados, com medo da guerra" - diz uma senhora de 39 anos . O desabafo, que poderia ser de alguém atormentado pelos conflitos no Oriente Médio, no Afeganistão ou na Colômbia, é de uma moradora de Vila Isabel, que passou 1 7 anos fora do Rio e há três meses voltou para a zona norte da cidade. M ãe de três fi lhos menores e professora espec ializada em Ciências Sociais, ela imag inava que, num edifício com segurança, esta ri a a sa lvo do terror do tráfico de drogas. Mas, de seu prédio cercado por fa velas, com vista para o Morro dos Macacos, ouve e vê freqüentemente cenas de guerra. "Perdemos nossa liberdade. O direito de ir e vir não é mais respeitado" - declarou ela ao "Jornal do Brasil" ( 10/4/02 ). A professora tentou saber pelo telefone 190 o que acontecia, mas "o policial só pediu que orasse por ele". ♦

Monstruosidade em escola

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availlac -

nome do assassino do rei Henrique IV, em 16JO- é o nome de um periódico estudantil do Liceu Henrique TV, um dos mais famosos de Paris. O boletim publicou uma capa onde cinco alunos de ambos os sexos posam nu s, com as partes sexuais cobertas com uma fa i xa, que pode ser maliciosamente destacada. N o artigo exorta-se os jovens alu-

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A mani a da co isa envelhec id a artifi cialmente ultrapassou afronteira do guard a-roupa: além dos sapatos e do casaco arranhado, as pessoas já podem até co mprar móveis de couro manchados de café ou de molho de tomate. Faz parte da loucura do mundo contemporâneo, e é um pecado contra a virtude da sabedori a. Como diferenciar a peça envelhec id a durante sua fa bri cação, de outra que envelheceu aos poucos, com o uso constante? O segredo está no acabamento. Se a moda se tornar irres istível, aí vai uma sugestão de bom senso: em vez de gastar fortunas em peças com aparência de velhas, é melhor desenterrar do arm ári o a bolsa da vovó. É mais razoável, mais natural, além de ficar mai s barato. ♦

nos a praticarem o sad ismo mais brutal e a libertarem -se de qualquer precon ceito, abandonando-se aos in stintos, à homossex ualid ade, à prostituição. Quando j ovens alunos seguem essa orientação monstru osa, o que dizer dos ad ultos de amanh ã? E, note-se, as leis hoj e em dia obri gam os pais a pôr os alunos nas escolas. Para aprender isso!? ♦

A destruição do meio ambiente é "um problema de muita gravidez" - uma das "pérolas" na última prova do ENEM

o desflorestamento parece extremamente genera li zado: "o maior pro-

No ENEM, "pérolas"de língua portuguesa

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a última prova do ENEM (Exame N acional de E nsino Médio), verificou-se o despreparo e a ignorânci a de alunos que concluíram o 2° grau e estão prestes a in gressar nas uni vers idades. Vejamos algumas "pérolas" colhi das nas provas de redação em que o Lema era ecologia. Em uma delas,

blema da.floresta Amazonas é odesmatamento de peixes". Em outra, "são o desmatamento de animais" que "p recisam acabar". Seja como for, a destruição do meio ambiente é

"um problema de muita gravidez" . M esmo porque "os lagos sãoformados pelas bacias esferográficas". M as, no meio de tantas " pedras preciosas", podemos eleger como lema do ambi entali smo a seguinte frase: "Não preserve apenas o meio ambiente, mas sim todo ele". Sem dúvida, a tarefa dos professores de português não é nada fácil. ♦

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BREVES RELIGIOSAS _1

Apoio de bispos às invasões do MST

Participando da 40' Assembléia da CNBB, em lndaiatuba , os bispos D. Mauro Morelli ( Duque de Caxias RJ) , D. Tomás Balduino (emérito de Goiás - GO) e D. Erwin Krautler (Prelado de Xingu PA) fizeram declarações à imprensa, em abril último, aprovando escancaradamente as invasões de terra que estão sendo realizadas pelo MST no Brasil inteiro. Esse é, infelizmente, mais um episódio de molde a aumentar a perplexidade existente no espírito de tantos fiéis. De que adiantaram as diretrizes de João Paulo li contra as invasões de terra, dadas aos Bispos brasileiros da Regional SUL-I, em 21 de março de 1995)?

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Bomba terrorista em igreja na Colômbia: 119 mortos

Em 3 de maio passado, terroristas - ao que tudo indica, pertencentes às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) - lançaram um botijão de gás cheio de explosivos em uma igreja católica no município de Bojayá, Departamento de Chocó, a 580 quilômetros ao norte de Bogotá. No interior do templo, pessoas se resguardavam dos combates entre guerrilheiros comunistas das FARC e paramilitares. Segundo o prefeito da cidade, Ariel Palacios, 119 pessoas morreram e 80 ficaram feridas na igreja, tendo o povoado sido totalmente destruído . Esse atentado brutal e sanguinário constitui uma comprovação a mais do ódio anticatólico que guerrilheiros marxistas votam à Santa Igreja.

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INTERNACIONAL

A França põe fora o PS e enterra o PC Wilson Gabriel da Silva Enviado Especial Fran a

Jospin: fora!; Chirac: "vitória de Pirro"; Le Pen: "diabolizado". Com a histórica derrota do Partido Socialista francês, um mal-estar generalizado se apossou das esquerdas de todo o mundo. Paris - Poucas vezes uma ele ição pôs a nu tantos proble mas de fundo quanto o recente pl eito para a esco lha cio Pres idente da República francês. Tudo estava preparado para um a disputa e ntre o pres idente centri sta Jacques Chirac e o prime iro- mini stro socialista Lione l Jospin , quando um fa tor-surpresa estragou o jogo: o controvertido Iíder da Frente Naci onal , Jean-Marie Le Pen, a que m as sondagens de opini ão atribuíam de 9,5 a 14% das intenções de voto no prime iro turno, sa iu na frente de Jos-

pin com quase 17%. Conseqüência: Jospin retirado da competi ção e ela vici a política ! Um alívi o para os franceses que estavam fa rtos de um lo ngo do míni o soc ialista.

A esquerda em frangalhos O prime iro turno reali zou-se a 2 l de abril. Na noite desse mesmo dia fora m anunc iados os resultados. Da fru stração ao desespero , basta um passo. Desde logo, o descon certo to mo u conta dos mili ta ntes da esquerda, reunidos no pró-

Lionel Jospin, após a derrota, diz adeus à vida política

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prio quarte l ele campanha cio primeiromini stro derrotado. No day after não fa ltaram metáforas apoca lípticas nas manchetes dos j ornais: "choque"; " terremoto" ; "sismo político" . "N ÃO", titulou o "Libération ", periódi co filho das desordens promíscuas da Sorbonne. "N ÃO" e m letras garrafa is, co mo qu em arra nca os própri os ca be los. "A imprensa.fi·ancesa em estado de choque ", ti tul ou a agência Reuters. Por

Militantes do Partido Socialista ao tomar conhecimento dos resultados ...

que "em estado de choque"? Não é dever da imprensa ser imparcial, a fim de ter as condições mínimas indi spensáveis para cumprir com obj etivid ade sua missão de info rmar ? U ma surpresa eleitoral, afina l, não é normal numa de mocrac ia? No e ntanto, imprensa, rádi o e te levisão perderam as estribeiras. Os números, porém, ali estavam, implacáveis, a docume ntar a des ilusão: o prime iro- mini stro fo i incapaz de alcançar os 17% que as sondagens mais modestas lhe conferiam. E não existe nenhuma crise econômica a servir de pretexto ou explicação. Isso diz muito da desilusão dos fra nceses em relação ao PS. Por sua vez, o Partido Comuni sta, que para afirmar-se havi a insistido em apresenta r candidato pró pri o, obteve me nos que os votos em bra nco. Co m apenas 3,3%, não alcançou sequer os 5% que a lei ele itoral estabe lece como limi te para ree mbolso das des pesas ele campanha pe lo Estado. O PCF amarga agora dívidas de 1,5 milhão de e uros (cerca de 3,3 mil hões de reais), e sobretudo uma derrota histórica que praticamente o coloca fo ra cio ta buleiro político. So mando-se todos os votos dos candidatos de esquerda, temos um total de 42%. Os 58% restantes ficaram com os ... do 1º turno: frustração e desconcerto

de centro-dire ita. Ou seja, o eleitorado francês, e m sua maioria, quer permanece r conservador.

O Episcopado no debate Derrotada, a esquerda acionou todos os seus di spos itivos para lançar um a ofensiva aberta e tota l contra ],.,_e Pen, da Frente Nacional (FN), a fim de evitar sua eleição no segundo turno, em 5 de maio. Mas Le Pen era apenas o pára-vento. Por detrás dele, vi sava-se pressionar e atemori zar os franceses que nele votaram, para que voltassem atrás . Essa ofensiva fo i tão abrangente, que até membros do Epi scopado, habi tualmente cautos em emitir juízo sobre assuntos políticos, desta vez intervieram diretame nte no debate e leitora l 1 • "A Igreja critica declarações de Le Pen " , lê-se em "La Croix" de 23-4-2002. "Uma f i'ente religiosa contra a Frente Nacional ", publica o mesmo j orna l no dia 26, reproduzindo declarações de vári os bispos. "A Igrej a se opõe à Frente Nacional ", volta a insistir em 30de abril , na prime ira pág ina. O Bispo de Clennont-Ferrand, Mons. S imon, declarou que o programa da Frente Nac ional "é estranho à mensagem bíblica" 2 • Ele considera os seguidores eles-

se partido bastante afastados do cristi ani smo, denunciando seu neopagani smo. É possível e até prováve l que Mons. Si mon tenha razão. O que causa perplex idade é a ausência total de qualquer declaração epi scopal contra o perigo marxi sta, igualmente neopagão, que salta aos olhos nos programas dos partidos de esquerda. Nestas circunstâncias, não será contrário à caridade esquecer as 100 milhões de vítimas do comunismo catalogadas no Livm Negro sobre essa ideologia até ia, criminosa e nefasta?

"Se o povo vota contra"... "A República está em perigo! " foi a palavra de ordem. Acionaram-se então os dispositivos partidários e associativos de esquerda, arrebanhando adolescentes e até meninas de colégio para manifestações ele rua em todo o país contra os 4,8 milhões de franceses que votaram em Le Pen. Curi oso zelo "democrático " , após o povo ter-se manifestado democrati camente nas urnas ! De fora do coro, uma revista3 lembrou a propósito o dito de Bertolcl Brec ht: "Já que o povo vota contra o governo, é preciso dissolver o povo" .. . Robert Hue, líder do Partido Comunista Francês, que obteve apenas 3,3% dos votos, sendo varrido do tabuleiro político

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esquerda procurou um novo "proletariado" para substituir aque le que e la havia perdido. Surgiram então os adeptos da liberdade sex ua l total : "É proibido proibir". A depravação moral substitui a ideologia. É o que o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira chamou ele "comunismo

invisível". Não se julgue, entretanto, que a desilu são ex ista ape nas em re lação aos partidos de esq uerda. No primeiro turno, a chamada "d ireita" perdeu um quarto de seus ele itores em re lação às eleições de J995. A maioria desses votos foi para Le Pen. Como já observamos acima, um a direita mais preocupada em cortejar a esquerda do que em defender a s ua própria posição e mpurra para a extrema-direita muitos ele itores descontentes. "A direita perdeu-os porfalta de Nicolas Sarkozy, ministro do Interior do novo governo: "A França nos disse algo. Devemos levar em conta"

Em todo caso, a orquestração public itária e a pressão soc ial obtiveram resu ltado ponderáve l. A esquerda e m peso, inclusive trotskistas, submeteu-se à humilhação de votar em Ch irac, o advers{u·io da véspera, ac usado de corrupção. Apesar de sa ir em primeiro lugar no pri meiro turno, com 19,9% dos votos, C hi rac tivera o pi or resu ltado dos últimos tempos para um Pres idente da Repúbli ca candidato. No segundo turno, com a diminuição das abste nções (de 28,5 para 20%) e o apoio da esq uerda, e le pôde vencer fac ilme nte, obtendo 82 % dos votos. Livre de Jospin e de Le Pen, a França respi ro u aliviada. Entretanto, como declarou o segundo ho mem do governo, Nicolas Sarkozy, atua l mini stro do Interior, "a escolha de 21 de abril não

foi esquecida. A França nos disse algo. Devemos levar em conta". 4 O novo governo parece ter captado a men sagem de advertência ela França profunda, mas a mídia não trata di sso.

Le Pen: muitos votaram nele porque julgam Chirac por demais condescenden te com a esquerda

mocrac ia. Tais fatos levantam desde logo um a pergunta: Le Pen representa real me nte um " pe ri go" para a Re pública? Não parece, po is o segundo turno mostrou qu e os e le itores ela chamada "ex tre ma-dire ita" rea lme nte não vão muito além ele J5 a 20%. Ademais, como reconhecem os próprios políti cos e me ios de comun icação, esse ele itorado está longe ele ide ntificar-se com as idé iasespa nta lho ele "fasc is mo", " rac ismo" , " nacionali smo" etc ., atribuídas ao líder da Frente Nac iona l. Muitos votam e m Le Pen simpl es me nte porque jul ga m Chirac por demai s condescende nte com a esq uerda. O hi stori ador americano E ugen Webe r, grande conhecedor ela França, tem op ini ão semelhante: "Se a Frente Naci-

onal conseguiu criar raízes duráve is, apesar da cisão de 1998, evidentemente não foi enquanto par/ido fascista ou neofascista. Vocês sabem melhor que eu · que a França está sendo atravessada por uma forte corrente contestatária". 5

Voto-protesto

Por trás da cortina

As demonstrações ele hi steria da esquerda francesa contaram com o envolvime nto c laro da qu ase totalidade de uma imprensa que muitos ainda consideravam independente e imparc ial, comprometendo até mesmo a idéia ele de-

O fato de a esquerda perder o poder na França constitui uma derrota de tal monta, que lhe convinha ocultá- la, distraindo a atenção cio público para mani festações ele rua. Estas constituiri am assim uma cortina ele fumaça. Pois odes-

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concerto parece ter sido tal, que realmente se temeu uma grande virada nos espíritos, pondo em ri sco os cerca ele 20 anos de soc ia li smo na França. Orie ntad o por uma doutrina radical que chega à utopia anárquica ela autogestão comuni sta 6 , o Partido Soci ali sta francês d isfarça entretanto seus objetivos últimos adotando um a estratég ia grad ual. Fo i também ass im que o extrotskista Jospin pôde manter-se no poder como chefe do governo, medi ante a cha mada "coabitação" com o chefe de Estado Jacques Chirac, e le ito por um público ele centro-dire ita . Pouco antes elas eleições, a TFP francesa voltou a denunciar essa tática em substanc ioso opúscu lo 7 , e nvi ado a parlamentares e à maioria dos bispos do pa ís. Graças à estratégia grad uali sta, fo i poss ível a Jo pin unir os principa is partidos de esquerda na chamada "gauche plurielle ", com o apoio cio Partido Comunista e do vereies. Ora, é precisamente essa e querela que aca ba de ir pelos ares. "A esquerda plural em migalhas", titula "Le Monde" (23-4-2002), conhec ido como o órgão ela intelligentsia ela própria esquerda, ao afixa r, com os resultados elas ele ições, o anúnc io fúnebre do PC francês. Como be m notou Jean-Mari e Rouart, ela Academ ia francesa 8 , os do is gran-

M anifestantes esquerdistas conspurcam a estátua eqüestre de Santa Joana d'Arc, em Paris

N as manifestações esquerdistas do dia 1° de maio, presença constante de bandeiras comunistas

des partidos (o ele C hirac e o ele Josp in) enfraquece ram-se ao bu sca r e le itores fora ele sua zona de influênc ia, e assim e ngrossaram invo lun tariamente as fil eiras dos extrem istas cios doi s lados. Porque se a extrema-dire ita co nstitui ameaça à de mocracia, os trotski stas, que obtivera m mais de 10% dos votos, são declaradame nte partidários da vio lênc ia e ela anarquia política. A po lari zação a que Rouart aludiu ficou bem patente nas recentes e le ições. Ora, a pol ari zação não convém ao jogo dos princ ipais partidos que se equilibram na di sputa do poder. Essa polari zação levari a à ruptura entre duas Franças profund as que não se suportam : de um lado a França tradi cional, re li g iosa, gentil , ama nte ela ordem, cios va lores morai s, ela famí li a, da discip li na, da boa ed ucação, ela arte, do be lo; de o utro lado a França revoluc ion ária, la ica, j acobina, igualitária, de costumes li vres (para não di zer de maus costumes), das festas techno, do punk, do funk, do rave, do femini smo, da pornografia, da homossexualidade . Ora, nas últimas décadas a França tradiciona l foi vilipendiada pe lo sociali smo no poder. Para c itar só casos mais recentes no ca mpo da fam íli a, lembremos a aprovação cio Pacs (o tri stemente famoso "casamento" homossex ual) , a

di stribuição de pílulas anticoncepcionais gratuita e livre mente nas esco las, a união livre, a igualdade de dire itos dos filhos legítimos e ilegítimos etc. A esse respeito é e lucidativa a aná li se do hi storiador e jornalista Jacqu es Julli ard , diretor da Esco la de Altos Estudos em Ciênc ias Soc ia is, autor do li vro A culpa das elites ( 1997). Ele vê a França d ividid a por uma_fi-atura social e cul tura l. O motivo é que as e li tes políticas, à esquerda como à dire ita, se divorci aram da opini ão popular. Resultado: o povo não seguiu , fo i arrastado. "O

povo tornou-se obj etivamente conservador; acrescenta Julliard. Ele tem medo da evolução, da União Européia, da globalização, da liberalização dos costunies" 9 . A votação de Le Pen se deve a que a França autêntica, na fa lta de me lhor candidato, deu a ele seu sufrág io. E se tivesse hav ido um candidato que representasse a tradição, certamente sua votação teria sido muito ~1ais ampla.

convicção em incarnar seus valores. Ela deveria ter dado ,nais atenção à farnília, à idéia de nação, à segurança, à ordem., à ética", observa Rouart. Levantando essas questões, o membro da Academia apo nta, com todo acerto, a nulidade dos políti cos na defesa dos valores morai s desejados por seus eleitores. Na sua op ini ão, a direita deve se apresentar como dire ita, sem complexos. Resta saber se o Preside nte C hirac e sua eq uipe seguirão o cam inho ela lóg ica ou se preferirão continuar no pântano das concessões à esq ue rda. ♦

Notas: 1. C f . " L e M o nd e", 25-4-200 2: L'Eglis e

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6.

"Comunismo invisível" Para o hi stori ador Julliard , a liberali zação dos costumes foi o substituto que a soc ial -democrac ia e ncontrou para o marxi smo. O povo não de morou e m se des iludir com o marxi s mo; e co m Marcuse e a revolução ele maio de 1968, a

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8. 9.

ca tho lique rejeite /e FN sa11s appele r à vote r Chirac. Em " Le Figaro", 30-4-2002. "Valeu rs Actue ll es", 26-4-2002. "La Croi x", 6-5-2002. Entrev ista em " Le Figaro", 25-4-2002. Co mo ex pôs muito bem o Prof. Plíni o Co rrêa ele Ol iveira em Socialismo autogestionó rio e,n vista do conw11.is111.o: barreira ou cabeça-depo111e !, publi cado nos anos 198 1/82 co mo Me11sage111 das TFPs cm 45 ci os mai s influ entes j ornai s ele 19 países. Um res um o saiu a lum e em 49 países, perfazend o um tota l de 33,5 milhões de exemplares. A ind a sobre o assunto, ver Ca10 /i cis111 0 nº 6 12, ele dezembro de 2001. Le double j eu du socia /is111e .fiw1çais - une doctrine radica/e 111asquée sous u11e stratég ie g raduelle. C fr. Le pa radoxe de /'écrivai11 , "Le Figaro", 3-5-2002. Cfr. U11 e fonn idab le .fi-ac111re rnlturelle, " Le Figaro", 3-5-2002.

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ENTREVISTA '1

Verdade absoluta

...

181 Quando comecei a ler a revista Catolicismo, eu era um esquerdista rad ical. Com o tempo e os intel igentes argumentos dessa revista, fui me convencendo da verdade. Agora, para mim, a verdade não é relativa e sim um valor a ser buscado sempre. Obrigado, amigos . (M.Y.S.P. -TO)

Fortalecendo a fé 181 Como é gratifica nte termos uma revista porta-voz dos interesses dos fiéis católi cos, realçando, esclarecendo e forta lecendo nossa fé, inclusive contra os constantes ataques do depreciativo bloco evangélico que infelizmente infesta nosso país! (J.Z,N. - SP)

Ponto de referência Parabenizo os Srs. da TFP pela defesa tenaz e incond icional de nossa fé católica e apostólica. A TFP é uma organização de referência moral inigualável. Saudações de estima e apreço. "AdasIra per aspera". Continuem! (C.R.L. - PE)

Oportuna ressalva

jovens casam-se cada vez mais tarde [... ] com as conseqüências negativas daí decorrentes (prole pouco numerosa, egoísmos arraigados, separações fáceis ... )". Este co ntexto lame ntavelmente reflete a vida de um sem número de jovens, porém tais fatos também ocorrem com jovens que observam os mandamentos, mas que para poderem proporcionar um futuro com razoável estabi lidade à sua futura família são obrigados a conc luir um curso superior (mais usualmente ambos os cônjuges - o que possibilita indubitável melhoria ao nível sóc iocultural da família), e, por vezes, até seguir estudos a uma pós-graduação antes das núpcias. Ante o exposto, fica evidente que não só a imoralidade conduz a tal comportamento, como também a seriedade e a busca pelos retos cam inhos conduzem ao mesmo comportamento. Tal ressalva, sob nenhuma forma constitui mácula à excepcional reportagem, serv indo apenas de esclarecimento e consul ta ao Revmo. Sacerdote e dema is irmãos. Outrossim, aproveito a oportunidade para parabenizar o exce lente nível Uornalístico, editorial, e até a qualidade do papel) desta revista que a cada dia se torna mais importante nos lares católicos. (C.A.R.J. - RJ)

181 A maravilhosa matéria "Cruzada contra a Imoralidade: alavanca para levantar o mundo" , publicada nesta revista na edição de abri l, capa da mesma, merece todos os elogios pela sua clareza de objetivos e conteúdo. Merece ressalva apenas a generalização feita pelo autor (Revmo. Pe. Davi Francisqu ini) que ao final do tópico I, item 'c', transcreve: "Do ponto de vista social, é claro que tal comportamento (imoral) implica no adiamento das núpcias. Os

Resposta do Revmo. Pe. Davi Francisquini - A ressalva que o leitor propõe é inteiramente válida: não só a imoralidade imperante entre os jovens cond uz ao adiamento das núpcias; os fato res sócio-econômicos que ele aponta contribuem també m, e fortemente, para o mesmo efe ito. Tenha-se presente, entretanto, que no citado artigo eu não estava fazendo uma aná lise exaustiva do fe nômeno - que, no seu conjunto, está

fora da problemática tratada - e por isso ele se limita a indicar uma das causas freqüentes do adiamento das núpcias, sem negar que existam outras. A matéria, já de si extensa, obrigava-me a um estilo conciso. Daí a ausência da ressalva que, entretanto, tem todo ocabimento. Agradeço cordi almente as referências amáveis e elogiosas do leitor ao artigo e lhe prometo minhas orações.

Da época das cavernas ... 181 Não tive oportunidade ainda de Jer toda a revista Catolicismo de abri l, mas já li os primeiros artigos. Achei muito boa a reportagem daquele bairro moderníssimo em Paris. Q uando eu estive na França, me encantei com Paris, a cidade é lindérrima, é um sonho. Não conheci esse novo bairro e acho que teria um desprazer se eu o tivesse visitado, porque aquilo é uma caveira da Cidade Luz. Aquela igreja nova é uma caricatura da catedral de Notre Dame, que eu pude admirar longamente e não esqueço mais. Vivo comparando algumas igrejas modern as de Belo Horizonte com Notre Dame, ai, ai, ai... Não são nada modernas, são da época das cavernas. Até rima ... Estou lendo o artigo contra a imoralidade [... ], estou na página 31 da rev ista, perto do retrato de Dr. Plíni o. Que s impatia de pessoa, um homem de Deus e que está com a Virgem Maria. Esse artigo vou xerografar e vamos bater duro, pois, se não reagirmos, as TV s acabarão de vez com nossas fam ílias. (C.F.F. - MG) Correspondência (cartas , fax ou ema il s) para as seções Escrevem os Leitores e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos ende reços que figu ram na pág ina 4 desta edição.

Denúncia de um fazendeiro desapropriado no Pontal do Paranapanema O produtor rural Plínio Junqueira, ex-dono dafazenda Santa Marina - qualificada a melhor empresa rural da região -, narra sua luta contra as investidas do socialismo agrário nessa zona oeste do estado de São Paulo A área de nominada Pontal do Paranapanema localiza-se no extremo oeste do Estado de São Paulo, no limite com Mato Grosso do Sul e o Paraná e na confluência de dois importantes rios: o Paraná e o Paranapanema. Seu pri ncipal município é Teodoro Sampaio. Tidos como terras devolutas até 1950, seus 2,5 milhões de hectares - constituídos de solo arenoso e seco próprio para a pecuária e culturas perenes - foram ocupados por desbravadores que ali introduzi ram faz endas de criação. O Pontal to rnou-se assim uma das regiões mais prósperas de São Paulo.

raduado pela Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, com pós-graduação em solos e grandes culturas, além de 47 outros cursos, o Dr. Plínio Junqueira é um operoso e experimentado fazendeiro do município de Euclides da Cunha, na região do Pontal do Paranapanema . Juntamente com outros seis fazendeiros da mesma zona - também desapropriados como ele pelo governo Franco Montoro, do Estado de São Paulo , redigiu para Catolicismo (março/1988) um bem documentado artigo intitulado Favelização do trabalhador rural: A Reforma Agrária no Pontal. Nessa colaboração, os autores narram detalhadamen te o fracasso do Assentamento da Gleba XV de Novembro, outrora florescen tes fazendas. Tendo recrudescido a agitação rural no Pontal, devido à atuação e às invasões do MST, o enviado especial de Catolicismo, Sr. Nelson Barretto, procurou o Dr. Plínio Junqueira. A entrevista se realizou no escritório do fazendeiro, em Presidente Prudente.

G

Dr. Plínio Junqueira: "Foi alegado, para a desapropriação [de minha fazenda], pelo governo do Estado de São Paulo (governo Franco Montoro), ser ela efetuada em benefício de um tal Centro de População e Desenvolvimento de Tecnologia. Uma Reforma Agrária disfarçada."

Catolicismo -

Qual foi a justificativa para a desapropriação de sua fazenda?

Dr. Plinio Junqueira - Essa desapropriação fo i diferente, efetuada pelo Governo do Estado de São Paulo (governo Franco Montoro) em 22 de março de 1984. Não era possível declarar desapropriação para fins de Reforma Agrária, porque esta é privativa do Governo Federal. Foi alegado que ela se efetuava em benefício de um tal Centro de População e Desenvolvimento de Tecnologia. Uma Reforma Agrária, digamos, disfarçada. A justificativa apresentada fo i de que o Estado de São Paulo precisava dar o exemplo, e a

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Dr. Plinio Junqueira -

área di spo níve l - a ma is bél,rata, ma is prática, ma is fác il - para aque le fim e ra a do Ponta l do Para napan e ma , onde havi a me nos es trutura para indeni za r. O gove rn o estadua l efetu o u uma desapropriaç ão de 15. l l O hecta res, abrange ndo J5 pro priedades e 17 propri etá ri os, sem conhecer a rea lidade local. Func ionários do gove rn o di sseramnos isso vári as vezes, que não conhec iam o desenvo lvime nto d a área.·

Catolicismo -

O preço que o Sr. recebeu pela desapropriação compensou a perda da fazenda? Foi efetivamente reembolsado? Como está a questão? Dr. Plinio Junqueira - Como o governo não tinha conhecime nto do que ex isti a, jul gava que eram terras inaptas e ma l e xplo radas e m São Paul o. Para o gove rn o fo i uma surpresa, qua ndo teve que faze r um leva ntame nto. E ntre as be nfe ito rias da Santa Marina, a minh a pro priedade, havia 300 ite ns cata logados pe la Central Elétrica de São Pa ul o (CESP), ma is un s 40 o u 50 que poste ri o rm e nte fo mos ac ha ndo. E ra, po is, uma propri edade cara, com muita estrutura, muita be nfe ito ri a; tinha recebido, um ano antes, o troféu /-leito r Graça, de ma io r produtividade da Alta So roc aba na e Alta Pauli sta.

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Catolicismo - O Sr. recebeu em dinheiro? • • Dr. Plinio Junqueira - N ão, não recebi nada • até agora, nada. ·Hoj e, o seto r 2 do assenta mento da Gleba XV de Novembro é a a nti ga faze nda Santa Marina. Ela poss uía a 1naior estrutura de toda a área de 15. 110 hectares. T inha um transforn1 ado r de 75 KVA, 1 l ,5 quil ô1netros de rede e létrica, um poço semi -artes iano de 55.000 litros por ho ra, quatro reservató ri os co n1 capac idade de 228.000 litros, seis quilô metros de e ncaname nto de 2,5 po l, 86 pas tos, 33 aç udes, 23 bebedo uros a rtifi c ia is tipo a ustra liano, 37

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quiJô n1etros de es tradas intern as . Al ém da Casa- :

sede, possuía 15 casas de e mpregados, escola de prime iro grau , ofi c ina comple ta, tulha e depós ito para cereais. Uma estrutura de c idade. E fo i apro ve itada co mo você está ve ndo !

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• Catolicismo -

Após a constituição de as- : sentamento em sua ex-propriedade, qual é • a produção? Como está a situação desses : assentamentos? • 18

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"Nenhum governo no mundo fez isso [a Reforma Agrária

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no Pontal], nem mesmo na

: • Rússia, que tentou •• realizar as • :

fazendas coletivas. Ademais, o documento entregue aos assentados não tem base jurídica, é o contrato mais leonino que já conheci em minha vida. O Estado pode tudo e eles não podem nada."

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Vamos ana li sar. E u pe rdi 70 % da fa ze nd a. Arredo nda ndo: 800 a lque ires. Nesses 800 a lque ires, e les só assenta ram J00 famíli as, cada uma com 7 a lque ires e po uco. M e u reco lhime nto de Imposto de C irc ul ação de Me rcad o ri as (TC MS ) nessa mes ma á rea que fo i desa propriada bate a somató ri a do dessas 100 fa mílias. Sempre bate u todos os anos . É uma coisa que e u sempre qui s levar para o de bate da Reforma Ag rá ri a e nunca me de ixa ram . Esses asse ntados recebera m toda a divi são d a anti ga Companhia Ag ríco la, ]mo bili á ri a e Colo ni zado ra (CAlC), atua i me nte Compa nhi a de Desenvo lvime nto Ag ríco la de São Paulo (CODA SP), que é o seto r de patro lame nto pesado de este iras. C hegou a te r 47 máquinas só na Santa Marina. E m toda a área foi fe ita a c urva de níve l, a ração, gradeação e grad age m pesada com este iras, para e ntregar aos asse ntados . O Estado gasto u por vo lta de 30 a 40.000 horas desse serviço só na Santa Marina. De po is tive ram que pu xar e letric idade. Eu tinha l 1,5 quil ô metros de rede pró pri a, trifás ica, poste de conc reto, padrão CESP. Dessa li nha, e les puxaram para tod a a g le ba dos 15 . J I O hectares . C usto efetivo di sso: 48.000 dó la res po r asse ntado.

• Catolicismo -

Só dessa parte de implanta-

: ção?

• Dr. Plinio Junqueira : • : • : • : • : • : • : • : " : •

S im . Como cada assentado te n1 7,5 alque ires (va mos arredo nda r para 7), e ntão c usto u 7.000 dó lares (ou 20 mil rea is) po r a lque ire. A terra hoje, na reg ião, va le 4 o u 5 mil reais. Isso é a ma io r incongru ê nc ia física. Quer di ze r, isso não te m lógica mate mática, não te m lógica fi nanceira. Ne m econô mi ca e ne m soc ia l! Ne nhum go ve rn o no mundo fez isso, ne m mesmo na Rú ss ia, que te nto u rea li zar as faze ndas c oletivas. Ade ma is, o doc ume nto e ntregue aos assentados não te m base jurídica, é o contrato ma is leo nino que j á conhec i e m minha vida. O Estado pode tudo e eles não pode m nada. Era um dire ito de ocupação prov isóri a sem nenhuma gara ntia. Se a manhã o Estado, po r qu a lquer razão, desistir, não pagará ne m a be nfe itori a, ne m casa, ne m roça que e les fo rmara m. Eles não tê m dire ito de recl a mar nad a.

Catolicismo -

O governo estadual tem alegado que as terras do Pontal, de um modo geral, não têm títulos legalizados; e, portanto, tratar-se-ia de terra devoluta. O que o Sr. diz a respeito? Dr. Plinio Junqueira - Essa é uma matéria que e u gos ta ri a de aprofund ar, po r ser muito bo nita. A ocupação de te rras no Brasil foi efetuada através das capita ni as he reditári as e dos bande ira ntes. A g rande ave nida desenvo lvimentista daque la é poca e ra a ca lha do rio Tietê. A prova são as c idades ma is a nti gas do estado: Jaú , ltu , Conc has etc. Em 1850 surg iu a prime ira le i da terra, que di zia o seguinte: as te rras doad as e m sesmari as, mas que não fo ram ocupad as, devem ser devo lvidas (da í o te rmo de vo luto) para a coroa impe ri a l. Após a proc la mação da Re públi ca, e m 15 de novembro de 1889, todas essas terras arrecadadas em devo lução to rn aram-se pro priedade d os Estados, e cabi a a e les ve nde r, medir e colo ni zar. Como o Estado de São Paulo foi inábil, pregui çoso, nunca ve nde u nada, nunca mediu nada, q ue m reali zo u o prog resso fo ra m exata me nte as mig rações para o Oeste, através do café, da estrada de fe rro. Então o q ue é terra devo luta? É a te rra não ocupada até 1850. Portanto, tudo o que fo i abe rto de po is de 1850, de po is da le i 601 , pode ser considerado terra devo luta. Do Po nta l do Paranapa ne ma passa ndo po r Rosana, Teodoro, A ssis e ating indo até Ourinhos, Ma ríli a, Vera C ruz, Lupé rc ia, Fe rn a ndóp o lis, Araç atub a, Castilha, Santa Fé, toda ma rge m esquerda do rio Ti etê, e, ao no rte, Barre tos, M ococa, tudo é devo luto, porqu e tudo o que fo i fu ndado após 1850, de aco rd o com a lei 601 é te rra de vo luta. Se essa lei está vale ndo aqui , pe lo c ritéri o do govern o nós somos g rile iros; e, por isono mi a, ela va lerá para todo o Estado de São Paul o. E isso dá mais de 10% de toda a área do Estado de São Paulo: esse é o Estado do Pontal - Estado devoluto do MST - que do na Dio linda I mulher do José Rainha] anunc io u à impre nsa. O MST agora abriu a cortina do que e le deseja.

Catolicismo -

E por que exatamente essa região?

: • : • : • "O MST não : • está aqui por : acaso, por causa • de terra, • : que é um arenito • seco, terra ruim. : Esse povo : vai muito além • disso: ele não • •• quer terra, • mas sim a •• ocupação política • •• e o poder" • : • : • : • • • •

: Dr. Plinio Junqueira - Já fui chamado ao Co• : • : • :

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ma ndo Militar do Leste para expli car. Isso fa z pa rte d a Histó ria. A ge nte te m que le r, virar rato de bibli oteca, a profund ar- se, te m que ir lá e pe rder 20 , 30 dias lendo hi stória e docume ntos pa ra sabe r a ve rd ade da co isa. Esta região te m a mes ma importâ nc ia de Aragarças, Barra do G arças, e m re lação ao leva nte dos praças . Porque se pegarmos num rai o de 600 quil ô metros, vamos incluir quase todo o Estad o de S ão Paul o, Campo Grande, M ato Grosso do Sul , Tri âng ulo Mine iro, Sul de Go iás, e ntrar no Parag ua i e numa parte da Argenti na. É o aqüífero g uarani , que é o ma ior aqüíferodo mundo, a ma ior bacia hidrog ráfi ca navegáve l, e re presentando al go co mo 25 % do PIB nacio na l. Concentra o ma io r po te nc ial hidrelétrico, com Itaipu, Cope l e Paranapa ne ma. O MST não está aqui po r acaso, por causa de te rra, que é um are nito seco, te rra ruim. Esse po vo vai muito a lé m disso : e le não que r terra, mas sim a ocupação polític a e o pode r. E xiste uma fe rrame ntazinha c ha mada catraca reve rs íve l. Essa catraca, qua ndo ac io nada pa ra a esque rda, desparafusa. Sabe ndo o tamanho da po rca, e m q ua lque r estrutura de to rre pode ser da CESP, de FURNAS , da C HESF, de lta ipu - quatro pesso as, durante 10 minutos, desparafu sa m com e la toda uma torre do sistema. D e poi s o ve nto se e ncarrega de a de rrubar. Caem 20, 30 , 40. O di a e m que e les qui sere m provocar um c urto circuito, um bl ecaute na Amé ri ca La tin a, e les fazem isso e m me nos de uma hora, com essa fe rrame nta c ha mada catraca reversíve l.

Catolicismo -

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O José Rainha referiu-se de modo simpático aos métodos do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em outras ocasiões, disse que era preciso soltar todos os presos. O Sr. acha que há alguma ligação entre o MST e quadrilhas de bandidos? D,: Plinio Junqueira - O que é o MST? É uma e ntidade espúri a como é o Co mando Ve rme lho, o PCC; e les não tê m estatuto, não tê m CGC. No modus operandi, e fi c iê nc ia total! Esse pessoal é tre inado. O t:re inamento de les - a di stribui ção de tarefas, a área de ocu-

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pação, quem responde a quei;n - quando entra um corpo estra nho dentro de um acampame nto, fun ciona como um pára-choque, não deixa entrar. Não se dá nome, não se porta documento. Eu tenho várias fotografi as com todo mundo de costas. Quer di zer, quando se vai bater fo to, todos dão as costas. São altamente treinados. A própria polícia sabe di sso e convive com isso.

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Catolicismo - Como tem se portado a polícia na defesa das propriedades no Pontal e na execução de reintegração de posses?

Dr. Plínio Junqueira - Humilhada, vilipendiada, sofrida, injuri ada, indignada, porque o suje ito cospe na farda do polic ial, bate na cara. Po li ciais me di sseram: "Nós nunca f omos tão injuriados" . Essa é a situação, desde cabo até maj or, coronel. Catolicismo -

O Sr. acha que o MST pode entrar na clandestinidade armada, de um momento para outro, a exemplo das FARC na Colômbia?

Dr. Plínio Junqueira - A resposta é mui to objetiva: não só pode, como vai! Há uma preparação psicológica, uma ação do utrinári a pregando: "Invada, ag rida, tome". O M ST é beli gerante, tático. Antes, difi cilmente você vi a um acampamento de les em que era cerceada a liberdade para você entrar, faze r uma reportagem. Hoje, não. Normalmente e les têm uma cancela, pessoas que ficam a li di a e noite. É um filtro pe lo qual você não passa. Quando aparece a lgué m, e les vão até o chefe ele recepção, que co mparece e eletermina: "Você vai enlrar, mas sem o carro, sem a máquina f otográfica" . Só se esconde quem teme, e quando surge a possibilidade de ser descoberto. Ex iste uma logísti ca ele ocupação, uma logística de defesa, níveis de responsabilidade e uma cartilha, e m que todos repete m de fo rma igual, como um aparelho de fo tocópi a. O MST vai pega r en1 armas, e j á tem acesso a e las. Catolicismo -

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"Eu tive a satisfação de conhecer pessoalmente o Dr. Plinio. •: É uma das maiores

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A TFP, em seu campo espe- • cífico de alertar a opinião pública, tem tra- : balhado muito - seguindo orientações dei- •

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Quarto Artigo do Credo

• xadas por seu saudoso fundador, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira - para mostrar • os males da atual Reforma Agrária sacia: lista e confiscatória e alertar para a impu• nidade inaudita de que gozam os sem-ter• ra. E isto, mesmo sofrendo incompreen•• sões, por vezes, até de produtores rurais. O Sr. tem podido acompanhar esse trabalho?

: • • •• • •• •

Dr. Plinio Junqueira - Eu tive a sati sfação ele conhecer pessoalmente o Dr. Plíni o. É uma das maio res sabedori as que eu conhec i até hoje. Profundid ade, pensame nto humano, grandeza de soc io log ia, conhecimento da mentalidade humana, uma das cabeças que foi tra nsferida para o pe nsame nto estratégico. É um alerta que vocês faze m: exi ste o problema da sociali zação, ela comuni stização. Põem os estandartes na rua, saem com os estandartes medievais. Só que a humanidade hoje não tem conhec imento geral. Quando vocês pregam a volta ao tradi c io na li smo, o resgate daque la trad ição, daque la cultura, isso c hoca o imedi ati smo. Vocês são co mba tidos exata me nte po rque trazem a lguma coisa : que a mídi a não quer. A mídi a não tem ba• ckground. É imedi ati sta. Para ela, se não hou: ver sensacionali smo, não vai para fre nte.

• : Catolicismo - Gostaria de acrescentar algo • para a entrevista?

: • • sabedorias que eu •• conheci até hoje. • •• Profundidade, • •• pensamento humano, • •• conhecimento da mentalidade • : humana" • : • : •

Dr. Plinio Junqueira - Algumas coisas qu e eu di sse são indicativas ele rumo: o M ST va i pegar em armas. Va mos co loca r uma perg unta no ar. O B ras il não tem prob le mas de terra, possui excesso de terra. Se para oc upar esse solo a gente te m q ue despe nde r energia, po r que a Reforma Ag rária? Vamos faze r reforma agríco la, da procl utiv iclacle, do Bras il para a fre nte, do otimi smo, da marcha para o Oeste, para o No rte . Não tem sentido a Reforma Agrária ! Reformar o que j á ex iste, só se ex pli ca pe lo esforço de desestruturar este País c o 111 u111 pote nc ia l desse tamanho, com pujança própri a. Não de ixa m o gigante adormecido leva ntar! Aonde ire mos? Por e nquanto, a lgumas co isas ainda estão conseguindo segurar a cabece ira da po nte. ♦

spiritual

.,.,Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado''

quarto artigo do Credo nos ensina que Jesus Cri sto, para re mir o mundo co m seu precioso Sangue, padeceu sob Pôncio Pilatos, governador da Judé ia, e morreu sob o lenho da Cruz, do qual fo i descido e depois sepultado. A palavra padecer exprime todas as penas sofrid as por Jesus Cri sto em sua Paixão. Ele padeceu como homem unicamente, porque como De us não podi a nem padecer ne m morrer. Que m co ndenou Jes us Cristo a ser crucifi cado fo i Pô nc io Pil atos, governador ela Judé ia, o qua l tinha reco nhec ido sua inocênc ia; mas cedeu vil mente às insistentes ameaças do povo de Jerusa lém. Jesus Cristo poderi a ter-se libertado elas mãos cios judeus ou de Pil atos; mas, conhecendo que a vo ntade de seu Pai Eterno era que Ele padecesse e morresse por nossa salvação, submete u-se voluntari amente, e até saiu ao encontro ele seus ini migos, de ixando-se espo ntaneamente prender e conduzir à morte.

º

Jesus Cri sto morreu para sa lvação de todos os homens e satisfez por todos. Ele ex pirou por todos, mas nem todos se salvam, porque ne m todos O quere m reconhecer, ne m todos observam sua lei, nem todos se valem dos meios de santifi cação que Ele deixo u. ♦ Tex tos ex traídos cio Ca techismo M aggiore p1v 11n,lgato da Sa11 Pio X , Roma, Tipogra fi a Vaticana, 1905, Ed izione A res, Milano.

Crucifixão - Duccio di Buoninsegna (1308-11), Museu de/fOpera dei Duomo, Siena {Itália)

Crucificado no Calvário Na cru z, Ele orou pe los seus inimi gos, deu por Mãe ao di scípulo São João - e, na pessoa dele, a todos nós - sua própri a Mãe, Mari a Santíss ima; ofe receu a sua morte em sacrifíc io, e satisfez à justiça de Deus pelos pecados dos homens. Não teri a bastado que um Anjo vi esse sati sfazer por nós, porq ue a ofen sa feita a Deus pe lo pecado era, sob um certo as pecto, in finita; e, para satisfazê-l a, requerer-se- ia uma pessoa q ue tivesse mérito infini to . E ra necessário que os méri tos de Jesus Cri sto fosse m de um valor in finito porque a majestade ele Deus, ofendida pelo pecado, é in finita. Mas não era necessário que Jes us padecesse tanto, po rque o mínimo ele seus sofrimento teria sido sufi c iente para a nossa redenção, send o cada um de seus atos de valor infini to . Todavia, Jesus q uis padecer tanto para satisfazer ma is abundantemente à justi ça divina, a fim de demonstrar mais plenamente seu amor e para nos in spirar o mai or horror ao pecado . À morte de Jesus o sol esc ureceu, tremeu a terra, abriramse sepulcros e mui tos mortos ressusc itaram. O corpo ele Jesus Cristo fo i sepultado num sepulcro novo, cavado na pedra cio mo nte, não lo nge do lugar onde fo i cruc ifi cado . Na morte ele Jesus Cri sto a divindade não se separou nem do corpo ne m ela alma, mas somente separo u-se a alma do corpo. CATO L IC IS MO

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injustiça para co m os padres e re li giosos que são fi é is a seus voto . M ais ainda, e la sugere que os escânda los existe m por causa cio celibato c le ri ca l. Empe cle rnicl a me nte indife re nte à fé e aos se ntime ntos ele um bilhão ele católi cos, e la po uco faz para mostra r o o utro lado ela medalha, em espec ia l a subl imidade cio sacerdóc io católico, ta l co mo é refl etido nos santos ao lo ngo dos te mpos" .

pe ne trado na lg reja( 1) . E le també m disse que a Ig rej a estava passa ndo por um mi s ter ioso processo el e a utodemo lição(2). To ma mos nós essa adve rtê ncia a séri o? Investigamos esse miste ri oso processo, seus métodos, e como ele afeta ta nto ao c lero como aos fié is? [... ] Essa fuma ça de Satanás também espalho u o relativismo intelectual e moral por toda a Ig reja. Tal relativismo não poupou nada: a sublime vocação e as pessoas sagradas do sacerdote e cio bi spo; a atmosfera recolhida e pro píc ia à oração das ig rejas; as regras ela beleza na arte e na arquite tura das ig rejas; a reve rê nc ia devida à vicia re li giosa consagrada; as regras da modéstia no vestir, não some nte e m público mas até mes mo nas igrejas; e ta nta coisa mais. Tudo aquilo que elevava as almas cios fiéis, tudo aquilo que os e nchi a ele ad mi ração e veneração pe lo sobre natu ral fo i atingido [.. .]. Alg uns críticos, movidos mais pe las emoções e pela força cio hábito cio que por um pe nsame nto lógico, negarão esse processo ele autodernolição. Infe li zme nte, a mídia nos traz diari ame nte os mais palpáveis sinais ela continuação desse processo: vendo a Ig reja tão duramente sac udida por escândalos, seus ini migos, tanto inte rnos como extern os, apressam-se e m cl amar po r mais " reformas" . Num aberto de afi o ao seu Supre mo M agistério, pedem à Igreja a abo lição do celibato cl e ri ca l e a aceitação da orde nação sacerdotal de mulheres, do divó rcio, da cont:racepção, do aborto, e, muito estra nhame nte, até mesmo cio ho mossex ua li smo. Isso é exatame nte o que a Igreja não pode faze r! I so seria mais um passo rumo ao abis mo cio total re lativismo".

Autodemolição

Voltando atrás

" De ixemos de lado, entreta nto, o ataq ue exte rno contra a Ig rej a e foca li zemos o problema mais impo rtante - o in terno l...J. O prob le ma cio ho mossex ua lismo na Ig reja não existiri a se não fosse a c ul pável neg ligênc ia ele numerosos pastores e, e m a lg uns casos, a mais condenável elas c um plic idades ele o utros. Há mui ta co isa a ser corrig ida, vigorosa e urgente me nte, pe lo cle ro e m suas fi leiras [ ...J. Décadas atrás, o Pa pa Paul o VI adve rtiu que a f umaça de Satanás tinh a

S ó há um me io ele nos livrarmos do proble ma no qual estamos ime rsos, agora que nossos o lhos estão abertos: te mos ele vo ltar a trás, eleve mos vo lta r ao ponto ele o nde vie mos . So me nte na totalidade dos e ns in ame ntos da Igrej a e ncontra re mos a so lução para a presente c ri se. A Ig reja li do u com mui tos proble mas dura nte seus do is mil anos de ex istê nc ia, e não é me nos capaz ele lidar com os ele hoje.

A Igreja, santa e imortal, prevalecerá

E

m f a c e dos es c â ndalos casos de homosse xualismo e pe dofilia, vei c ulados "ad nauseam " pela mídia - a tingindo sobretudo e c lesiásticos do s Estados Unidos, a TFP norte-americana publicou um comunic ado a resp e ito de pá gin a inteira na edi ç ão de 11 -4 2002 do diário "The Washington Tim e s". Abai xo transcrevemos excertos* de sse importante e substan cioso documento.

U â 1quivo

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Wh o WoAre W h at We Th lnk, Wh at We Do

Traída ignobilmente [... ] Essa é a Igreja Católica hoje. No auge de sua paixão, traída ignobilmente de dentro, atacada ferozmente de fora, nada pode pe1t urbar a sua serenidade. Quando esmorecer esta terrível tormenta, E la aparecerá novamente radiante e vitoriosa. M as, enquanto a tempestade persiste, o sofrimento é intenso e nossa fé é posta à prova. Para nós, cató licos, isso sig nifica a chocante constatação ele que um elemento hostil , um horrível câncer, cresce dentro do Corpo Místico ele Cristo. Estremecemos diante ela coexistência pac(!ica, trá-

22

CATO LICISMO

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Oona t e

specif ic t oplc, ente r

Pu.blirlm l in Tire Washington Timas, April t 1, 2 002

'"Tho u ut P et er~ and upon thi s ro ck Iwill bu ild My Churcll, and th e gates of H ell shall no t prev ail . 1again st H er" (Matt. ló: 18). To ' . this first promi se, O ur Lord added a second : ' H e aven and earth will p:t.ss aw'J.y, bu t My word s w ill not pass :lway'' (Matt . 2 4:35). T hu s did Jesu s ChLi st e stabli sh t he One H o ly Romai\ C2.tholi c 2.fld Aposto li c Church, seali ng Hcr immo1t al it y with Hi s divinc PUU2.Jl.tCC.

gica e contra a natureza, entre o vício e aquilo que é virtuoso e santo. A ex istê ncia do ho mossex ua li smo na insti tui ção que é a pró pria alma ela pureza e ela castidade é depl o rável alé m ele qu alquer palavra . Ig ualme nte de ploráve l é o fa to de essa coexistência pac(fica te r pe rsistido po r décadas, devido à imperdoáve l conivê ncia ele Pastores que deveria m te r preferido dar a vicia, se necessári o, pa ra imped ir q ue esse mal ti vesse acesso ao red il [... ]. Falamos ele homossexualismo, pois, ele fa to, este é o problema. Todos sabemos a verdade: a vasta maioria dos escândalos ul timam ente divulgados são casos ele pedo filia, e, po rtanto, ele um particular extravasame nto do problema mais geral cio · ho mossexualismo. Largos setores ela mídia, e ntretanto, prefere m e ncobrir o homossex ua li smo e ressaltar a pedofili a. Essa mes ma míd ia não te m escrúpu los e m desencadear um feroz estrondo public itári o contra a Ig rej a, sua doutrina e sua mora l. Acrescenta ndo o in sul to à injúri a, e la dá a impressão de que o compo rta mento c riminoso ele alg uns é a regra geral. Tsto constitui um a supre ma

Junho de 2002

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The Church, Holy

TFP Fo rum

so Senh or ac resce nto u um a seg unda:

Dessa fo rma Jesus C risto estabe leceu a Ig rej a, U na, Santa, Cató lica e Apostóli ca, garantindo a sua imorta lidade com a divina c hancela. A vio lê nc ia da to rme nta que atu alme nte assalta a Ig rej a derrubari a qu alque r instituição humana, não po ré m a in stitui ção suste ntada pelas pro messas do própri o De us. Os inimi gos da Igreja te nta m com todo o e mpenho difa má-La e desonrá-La. Atira m-lhe la ma e detri tos, mas não A consegue m macul ar".

E]iOf

"""º="=•- - - - -

Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inf erno não prevalecerão contra ela (Mt 16, 18). A esta prime ira pro messa, N os"Passarão o céu e a terra, mas minhas palavras não passarão " (Mt 24, 35).

E,cit~

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k ayword s or phrase a bove.

Cop y and 0 istribut e To d o wnloa d a printu· f rlendly ve rslon (PDF) of

thi s sta ta m e nt ,

lili,J,Ji.iri)

I Í 'jij) lntc1nel

Primeira página do comunicado no site da TFP norte-americana

A prime ira co isa, ev ide nte mente, é rezar. A segunda é vi g iar, como Nosso Senho r mando u. Precisamos ag uça r nossa capac idade ele vi g iar, ele presta r ate nção para divi sar o peri go. Então, qua ndo o pe ri go apa rece - parti c ul arme nte qu ando ves tido com pele ele ove lha_- elevemos saber como resistir, como julga r as coisas à luz dos princípios católi cos. Isso pressupõe um c laro e nte ndime nto elas verdades pere nes ela Fé e dos imutáveis princípi os ela mora li dade, o que ex ige estudo. Este reto rn o ao estudo cios pri ncípios bás icos cio e ns ina me nto ela Igreja reacende rá e m nossos corações um arde nte a mo r pe los princ ípios po r tanto te mpo e rodidos pe lo re lativi smo" .

Conclamação ao heroísmo O te rce iro passo é uma verd adeira co mpreensão ela santid ade - a lu ta heró ica pe la virtude [ ... ]. Para que seja bem sucedida e ta viagem ele vo lta à casa paterna, é preciso que e la se torne uma verdadeira cru zada espiCúpula da Basílica de São Pedro, templo simbólico da Santa Igreja

ritual, com toda a dedicação, sacrifício e zelo mani fes tados pelos heróis de outrora. E les responderam à conclamação às armas pelo Bem-ave nturado Papa Urbano II e m Clermont-Ferrand, quando convocou a Primeira C ru zada, com o reverberante grito ele Deus o quer! Deus o quer! Se esse espírito c ru zado a rde r e m nossos peitos, sem dúvida nossos líderes ec lesiásticos, certos cio nosso entus iás tico apo io, e nfre ntarão corajosa me nte esse inatacaclo processo ele autodemolição com o indi spe nsável vigor de pasto res que defende m seu re banho contra lo bos fe rozes" .

A Igreja vencerá Se todos, clero e fi é is, levare m ava nte as suas respectivas o brigações, com o in fa líve l apo io ela Be m-Ave ntu rada Virgem M a ri a, ele São José, seu casto esposo e Pro teto r ela Ig rej a Unive rsal, dos Anj os e cios Santos, sere mos pre mi ados com a vi são ela Igreja ve ncendo mais esta batalha. A presente c ri se não é senão um e pi sódi o - ta lvez o pi o r - e m sua g lori osa hi stó ri a de lutas . Somos le mbrados di sso pelo inte lectua l católico Prof. Plini o Corrêa de Oli veira, que escreveu e m seu funda me ntal ensa io Revolução e Con tra-Revolução:

"A lias ego vidi ventos; alias prospexi animo procellas (Já vi o utros ve ntos; j á conte mple i outras te mpestades - C ícero, Fa mili a res, 12, 25, 5), pode ria Ela [a [grej a] di ze r ufana e tra nqüil a e m meio às to rme ntas por que passa hoje . A Igrej a já luto u em o utras te rras, com adve rsários o riundos de o utras gentes, e po r certo e nfrentará a inda, até o fim cios te mpos, prob le mas e inimi gos be m 3 ♦ di versos cios de hoje" •

Notas: * Aq ueles que desej em a ín tegra desse doc umento pode m obtê- lo no Site da T FP norte-ameri cana: ww w.tfp .org l. C fr. A locução Resisti/e fo rtes i11 Jide, 29 d e junh o de 1972 , in

l11 seg 11 a111 e111i

di

Pao lo

VI,

Po liglott a Vatica na, vol. 10, pp.

707 -709. 2. C fr. A loc ução aos estudantes do Ponl i fício Sem in ário Lo mbardo, de 7 de dezembro de 1968, in l11seg11ame111i di Paolo VI, vol. 6, p. 11 88.

3. Revolução e Co11tra -Revol11ção. Pan e li , Cap . X II , 1.

eAToLIeIsMo

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CAPA já estão afirmados e repi sados pelo próprio MST em numerosos documentos antigos e recentes. E adema is tem sido objeto de denúncias reiteradas do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, e com ele a TFP, desde a década de 803 . Agora, porém, muitos documentos do MST, elaborados pelos seus mentores nestas últimas duas décadas, e que estavam esq uec idos no fundo do baú, surgem ele repente como elementos comprobatóri os elas más intenções do movi mento. Tais documentos, ele fato, provam . Mas por que só agora vêm a lume, se são antigos? O que o MST diz de si mesmo vai muito longe. O próprio José Rainha já deixou claras as ligações, ao menos afetivas e metodológicas, entre o MST e o crime organ izado. Pronunciou-se ele a favor ela so ltura dos bandidos elas pri-

·,

A · denúncia-surpresa contra o MST, apresentada pela mídia GREGORIO VIVANCO L OPES

Após décadas de generalizado favorecimento do MST, os meios de comunicação social passam a incriminá-lo, depois de ter obstinadamente silenciado denúncias do mesmo gênero feitas pela TFP. Como explicar o mistério?

os últimos meses, a mídia vem acusando o MST ele usar a Reforma Agrária como pretexto para impor ao Brasil um regime soc iali sta. Tal preocupação cios meios ele comunicação tem sua expli cação primeira num fato propagandístico criado pelo próprio MST: a invasão, com requ intes de boçalidade, ela Fazenda Córrego da Ponte, em Buritis (MG) , de propriedade dos filhos do Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 23 de março último. Mas será só essa a ex plicação? A denúncia de que o MST está li gado à esquerda internacional e visa cubanizar o Brasil vem sendo feita há muito pela TFP. E o próprio movimento invasor nunca escondeu seus rea is objetivos. O que es tá então por detrás dessa nova onda publicitária? Na matéria que segue, o leitor encontrará aná li ses, hipóteses e importantes subsídios para esc larec imento desse mistério.

N

*

*

Presenc iamos, a partir ele então, a uma verdadeira ava lanche de notícias e comentários, por todo o País, maciçamente contrários aos sem-terra. E com um acréscimo: a mídia desta vez procurou sali entar que a verdade ira finalidade cio MST não é a Reforma Agrária, mas sim a tornada cio poder e a instauração ele um regime soc ialista, tipo cubano. Ninguém mais está acreditando nessa história de ''.f'amílias" necess itadas invadi ndo terras para poder viver Por exemp lo, em artigo intitulado MST, a tropa de choque dos rebeldes 2, encontramos a in formação ele que "muito mais do que a Reform.a Agrária, os militantes [do MST] pregam a reforma do País, até transformá-lo numa república 'socialista e igualitária ', como diz uma de suas cartilhas ". 1

Mídia remexe o fundo do baú

*

Realmente, estamos diante de Escarrapachados nos sofás como bi - · urna grande novidade. Mas essa novidade não consi ste em que o MST chos-preguiças, os chamados sem-tertenha tais intenções subversivas. ra consumiram bebidas da melh or qualidade; dançando e pulando, destruin- Pois o caráter marxista cio movi mento e sua índole revolucionária do, surrupi ando objetos, dera m até ridículas demon strações de quererem ser vistos no Jornal Nacional da Rede GloFac-símile da p. A 14 da edição bo. Todos esses fatos se produziram de 24-3-2002 de "O Estado de durante a invasão ela fazenda dos filhos S. Paulo": militantes do MST ocupam a fazenda do Presidente do Pres idente.

0€S PAULO

l

CATO LICISMO

Junho de 2bo2

Banditismo não é novo Se a posição do MST não constitui novid ade, também não é nov idade os seus membros se portarem com grosseri a e estupidez em invasões clt: fazendas como a Córrego da Ponte, pois isso é o que habitualmente fazem. Embora, é claro, em se tratando de imóvel li gado ao Presidente da República, o fato adqu ira maior gravidade. É portanto perfeitamente compreensível que o deputado federal Francisco Graziano, falando cios "crimes [cometidos pelo MST] nos últimos dias ", os tenha qu alifi cado de "novo banditismo rural" 5 • Por outro lado, o advogado Fábio de Oliveira Luchesi esclarece: "Não há diferença conceitua[ entre crimes de .fitrto, roubo e esbulho possessório. A diferença reside a.pen.as na natureza do objeto. Os prirneiros, .fúrto e roubo, dizem respeito a coisas móveis, enquanto o esbulho possessório diz respeito às coisas imóveis, isto é, o ladrão não pode carregar l- .. l, in.c/ usi ve com a agravante do crime de forma ção de bando para esse .fim". Em seguida o advogado critica "a omissão dos poderes executivos, nos diversos estados da Federação, no exercício do poder de policia, o que constitui crúne de prevaricação " 6 . Tudo isso é verdade, mas daí ao fato de os meios ele comunicação reconhecerem o "banditismo " dos invasores vai um ab ismo. Como di sse bem o ex-m ini stro Paulo Brossard, "em todo o Brasil Jêm se sucedido invasões de propriedades rurais, e as vitimas têm so.fi·ido os maiores agravos, de ordem moral e de ordem material, diante da indiferença do poder público, .federal ou estadual, que, a essa luz, se equivalem " 7 • E o jornalista Paulo Saab acrescenta: "Eu sou punido ao violar uma mínima lei de trânsito como estacionar em local proibido; por que os integrantes do chamado MST podem comeler crimes e infrações graves e, pior ainda, anunciar previam.ente a prática de futuros crimes, e a autoridade pública não se move?" . E, referindo-se ex-

··• do presidente ~~.'~::~ita desocu~ r!azenda

manhã de ontem e 0 acordo s6 veio com a promessa de negociação llfAUSA MAflWfs as!JEJLA P'AMQfJJM

B

RASÍUA _ Cerca de SOO famíl,'lS do Movimento dos Sem-Terra ",1•IS'!) mva • d',~ rnmà.ç8hf5d a manhã deste sába do a fazenda Córrego da Ponte d • ~m~m do prcsidcn1e Fcma~d: lc~1:'~~cOGtn.1000, crn Burilis. nor• ie. J>Olid:çf~Cffii:~ Jmccfiatarllcn\.'\JCrats cc.rcaram a cn Irada da fazenda. Com a d ~ de representantes do Jncra que trouxeram um Olandad0 d ' lençi d · e manu'º e iJO,SS<, as nego<iaçõcsco n•cc;aram, cm ambiente tenso N~ 1 ~ ~ noite,. depois de algu~ gencias, os invasores acc·r d:iocupar a fazenda dur~:~ •~ rugada, ~ru Iniciar n<gocia. ~a R seguida com o ministro mw,: omia Agrária, Raul Jung-

C::~

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Em pri1K•ípfo, os invasores d.,..propriação d; az - rcct.1S,iram-scaaccitaro Integrantes do MST t d C omam conta da sa/a-,/,e,, rar da sede da fia n•'IJ1dooo de manutenção de ~ •~ido pela Justiça de un..a 6rrego P, f0U jtigiA'ram par,l sede da fozcn- dades da I d . ome, em Buritis: invasão am111cit1da IS. ..x.-..~ reprt...litfllanlcs disseram 01:uPIIÇ,I, ocorreu •, SC< e o imóvel há ao ouv,dor-agrário nacloru,J dcnhum probleí,~ sem nc- dscg,undn porteira. Os sem ,~: dosd_com_~nentes do movimento scmburgooor Gcr.iino José ~ Sil Ossem-ltrr•Ticnrru es ocaram máquinas a 1Spos1çaodc todos , . • "."_Alho,qucn11oaccitariarna • nas pnw,odndc:' ~~·:;~- á~'o/"hões 1'1r:J lá. d~ ;-;::;,~~I~ fazenda ::•J>85iio d_a Polícia Federal~ 3$aram a utJJmr a sala e a va: lar_ uma po&çí1-·cl fovasão ra~ at~de~ualqucr tipo de rcti~~ Osm1-asoresnào pa.s: •-" a noite na casa. Depois de sãoBUR ITIS - Quando a lnva- ~:~~imd>,j, a tedle.c1•pisão e o Zcnd:~~~id:~~01nis11'.~d~r.d~éfa- ou : Í'olk ran F~•~~se,·nºvaExd · :ército • gunias horas, a posição de Gcrsi• <;<>meçou,às8ht5,nãohavla I d orvoJ- portà • • , ,01a1 o fau d trem a ~ 14h, ~ ara m a fazer o d si o para .dar um panorama d. n .ª.:. 1iavcrá confronto. "A no prcvaJcccu e os invasores acc1 ;:;•~ntoo,n~ ~azcnda, infor~ improvisados . t a tuaç.Ao. Segundo ele, os sem- t ISJ)OSl~ao é de Ju1a,,' disse o sem taram abando/lél~ a fazenda com~ da r '? ive1ra, do telefone a moço, cm pron!cssa de ink10 de negoci -o Hcn!-'· opned_ad_e de Fernando navar•ndada . Uniaba d . crraestavamestragnndornáq. _erra._ ledson Mendes líder d ra an•que. Olfrcua é goiano. Mo- ra do movimenll foi estcn~-:e ~r_n!nhõcs, porque niio ;;;~ invasão! foi bem claro: n'ocaso d: unediata provavelmente para turo as.sentamcnto das farnll' ~. cornurnaB ~cidades _ da fronte,. na sala. Dcf!OII, Invasores ~~ ~~ d1ng,-los._ açuo da policia do exército. rastlia, região conheci- saram a uldlw quase todos os , ém d~ av,õesda Força Aép •mos fazer urna besteira'' O ministro Jungrnann q.:m por Entomo. Ele contou que ::1:sentos. Nlo mataram ne n.:a Brasll1ru (FA B) que sobre ~asressaJrouqueaceitariamdia: eou:,à larde,a atitude do MSTc,;: mo ato de terrorismo" os sem~rcrra estavam reunidos ro~U~J-~ni,naJ. 10d.nharam ar: ;:aqr:: ~nJsede, o telefone da ca: e:~~~: de uma soluçUo, , cuao e . , v1 1a _ sendo usado pelos ~ _o aconteceu. &,ministro-chefe do G.;hlic~~~ cm Bunds, que fica a 60quilõme0 d"gu!ança lnshtucionaJ da Prtsi ~:,~~~órhrcgo da Ponte. Por dei:•x.a:,~ licoudolado • ~~rtado no final dri';,;:;'1::'ge'.'!';, Jo.ioPautoRooras da madrugada ,; . ._..no pondo que 'bTd · avm també01a pos' 1 nuus 1ongc cin suas da dRe_pübllc.1, general AI: d e ontem, cerca de 600 d Jes do1 lransfonnadof1 guarita dcs- s1 1_I ade de sus1>ensão do foruma a1itudc violenta rrum,iu,r~rl, i~,J~~videnciava o 111 e~1te Fernando ;~~~n~c;1: de energia elétrica -rerra~Bt!riti.çdc,-m~""'"""if" maram ôrúbusecantlnft~e': ·~-~ - ~ íOI , . prox.in . S e e. na uma sequê11cm de in uegundo PedroK>llveira um va.~ MSJ' pelo País. (Gcn,:

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sões e elogiou os métodos da organização criminosa conhec ida corno PCC 4 .

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pressamente à atuação da mídia, prossegue: "A 'opinião pública' é manipulada para sen.Jir 'pena' dos pobres invasores"8. O que houve agora, para a mídia de repente mudar e se tomar de ze lo contra os crimes cios sem.-terra?

Novidade: mídia condena MST A autêntica novidade não está, pois, na ação do MST, mas sim na posição atua lmente assumid a pelos meios de comunicação socia l. Estes, de modo praticamente unânime, condenaram o movimento em inúmeros artigos e ed itoriais, denunciaram de modo bombástico seu programa ele índol e com uni sta e merecidamente o apontaram à execração popular. Isto, sim, é novidade ! Pois, anteri ormente a esses fatos, a mídia vinha tendo em relação ao MST todas as condescendências, tratando-o não como movimento subversivo, mas como "movimento social", destacando o papel importante que ele supostamente estaria exercendo para melhorar a distribuição de terras no Brasil. E sobretudo dando- lhe uma cobertu ra propagandística como nunca se viu igual no Brasil para qu alquer associação ou entidade. Cada novo acampamento dos sem-terra, cada crítica que um deles fazia ao governo, cada bravata ou ameaça, tudo era dev idamente registrado de modo simpático e levado ao público como proveniente de uma entidade forte e respeitável. Bastava qualquer líder do MST resp irar um pouco mais fundo , que já lá ia um repórter entrev istá-lo, perguntar suas opiniões e preferências.

Aliados tomam distância Mai s extraordin ário ainda é que tal posição dos meios de comun icação foi respa ldada por aliados tradicionais do MST que passaram a di sso liclari zar-se dele, como, por exemp lo, o PT. Mesmo o governo, que - brigas verbais à parte - tem sido o grande benfeitor cio MST, pronun ciou -se acidamen te contra ele. Assim, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Pres idência da República, Arthur Virgílio, não poupou adjetivos ao MST: "bandidos, celerados, proxenetas [que ex ploram a prostilui-

.... _.,..cs)

CATO LIC ISMO

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ção] da reforma agrária e gigolôs da

cam em. Porto Alegre, rumo à Palestina. Pretendiam ' resgatar' seu colega Maria Lill, cercado por tropas de Israel no quartel-general de Yasser Arafát" 13 •

miséria alheia " 9 • Isto signifi cará o fim do MST? Se o fe nô me no aumentar e vier atornar-se pe rmanente, seria, de fato, o fim . Poi s o MST, há muito sem respaldo popul ar10, só consegue subsistir artificialmente graças ao apo io incondic io na l da "esque,da católica ", à propaganda permane nte na mídia, ao dinhe iro que indi retame nte recebe do governo e à cobertura da esquerda internacional. Segundo Gilmar Mauro, um dos líderes do MST, "quem nos defende são

E os apo ios são amplamente divulgados. Em 13 de março último, o jornal da Arquidiocese de São Paulo, "O São Paulo", publicou foto de José Rainha ofertando ao Cardea l D. C laudi o Hummes um chapéu- ímbolo da marcha dos

Porém, é pouco prováve l que os altos apo ios venham a fa ltar ao movimento ele invasões, dado que o MST é a me nina-dos-o lhos elas esq uerdas ele todos os mati zes. Segundo juízo e mitido pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, o MST, apesar dos excessos que co mete, "prestou uma cooperação à mudança na sociedade brasileira" 15 • No

sem-terra.

Vic:lor Soarcs/ABr

Para c itar um exemplo recente de vinculação do MST a organismos do Exterior, basta lembrar a presença de um militante do MST, Mário Lili , no Oriente Méd io, ao lado de Yasser Arafat, Presidente da Autoridade Palestina (AP) , que segura uma bandeira do mov imento. Para conseguir essa foto, o MST não regateou: "a

viagem de um militante como Mário Lili a Israel custa cerca de 5 núl dólares, entre passagern e estada " 12 • E a hi stória teve mais um capítulo: "seis sem-terra ernbar-

"Queremos tranqüilizara população de Buritis. Não ternos a intenção de quebrar o patrimônio. É um ato de paz " , garantiu e le discursando na ocasião 14 .

A declaração abaixo, do bispo de Duque de Caxias (RJ), causou perplexidade

10REJA

q uarta-feira,

17

de abril de 2002

A 11

No encontro anual da CNBB, religiosos vêem atos como forma de diálogo

Bispos defendem invasões do MST k-galidade",disscem lndaiutuba.

MARIO TONOCCHI í AE( , l AN ( ( PARA A í OUIA CAMPINAS

Fome /\ Compunha dn Fratemldade

O b~po de Duque de Caxias (RJ), d, Mauro Morelli, afirmou ontem que aprova as invasões que cs1! 0 sendo reolizadas pelo MST (Movimento dos lrabalhadon,s Rurais Sem 1Crra) pclopa(s. D. Mauro, 66, ícz. a declaração cm lndui11tuba (interior de SP), onde part icipa da •1()1 Assembléia

da CNBB (Confc~ncia Nacionru dos lfüpos cio llrasil),

Celebrações cm

hom ennscm

aos 19 sem -terra mortos cm Eldor.ldo do Can1jás (PA ), cm confronto com a Polícia Militar, cm abri l de 1~ devem acon1eccr hoje c-m vários pontos do pnls (leia 1ex10 abaixo).

· De acordo com d. Mnuro, '1a ocupação é mna forma extremada que o povo encontrou para a solução dos seus problemas, que, no caso da divis!lo ae terras, não tem a ati tude correspondente dos

gowmos". O bis1>0 de Duque de C.1xias é ligado u movimentos populares. Ele foi fund ador do Movimento pela ttiCl.\ na Política (1992) e da Crunpanhn conirn n Fome (1993). Além disso, foi membro do Moviment o Nado nnl Co nstituinte (l985). "fambém foi presidente do ConSC'J (C.Onsclho Nacional de Seg\U'ança Alimentar) e hoje pn.-. .

side oConsca de Minas Gerais. "A Igreja apóia a ocu a ão,

26

is

O bispo d. Mauro Morelll, que diz aprovar ações de sem-te rra

ela cria uma tens!lo social que faz com que o governo negocie com os sem-terra. E, daJ, podem surgir osassenlamcntos", decl11rou. A Igreja Católica e o MST desenvolvem um trabalho em conjunto desde a fonnação cio CPT (Comissno Pastoml da lerra), em 1975, de conscientiz.1çi\o para as ocupações de terra. "A Igreja apóia aocupaçao, mllS

vam ocup., r. O trabalho que é feito em conjunto com o MST é de conscienlizaç:\o para n fonn aç~o de pessoas quedescubr.un um c:1minho de acesso à 1crrn", dL-clarou d. Tomás Ualdufno, bispo emérito do Estado de C,oiás. O. Erwin Krü utlcr, bispo prel ado de Xingu (PA), tambtm disse apoiar as ocupações. "Mas nl\o podem acontecer com violé:ncia,c

nãodctcrminn ue as familias dc-

as atitudes devem estar dentro da

eATOLIe ISMO

Tudo isso fo i feito, ev ide ntemente, com apo io explícito ela "esquerda católica" . Durante a última re uni ão da CNBB , em Itaici, o Bispo de Duque ele Caxias (RJ), D. Mauro Mo re lli , "ajir-

1nou que aprova as invasões que estão sendo realizadas pelo MST no País " 2º . Também a "CPT apóia invasões promovidas pelo MST" 21 •

Circunscrevendo o mistério

Se tais apo ios vierem a fa ltar, o destino do MST é ro lar pelo chão, como o gigante de pés de barro ele que nos fala o Profeta Daniel (2,23). Exemplo característico fo i o acampame nto que fizeram em Buritis (M G) para protestar contra a prisão dos líderes ela invasão à faze nda Córrego da Ponte. A impopul aridade dos sem-terra era tal , que o máximo que conseguiram fo i apavo rar a popul ação loca l com sua presença. Foi preciso que ocoordenador do MST, Gil mar de Oliveira, se esfo rçasse por acalmar os habitantes:

as entidades internacionais e personalidades do meio cultural e intelectual" 11.

FOI.Ili\ OI! S.PAULO

MST "intocável": nada feito

Junho de 2()02

de2004 daCNBlldcvtrá ter como assunto a fome, divulgou d. Tomás &lduíno. "Nas discussões de hoje (ontem} a respoto do tema, houve uma manifestação unânime favonh-cl a isso." Segundo d. Tom:ls, 11 expectn1i• · va Ja CNUO é que o tema couse profundas alterações nn realidade brasileira. 5<:gundo estimativas da entidade, pelo menos 55 milhões de pessoas cs1t\o cxclufdns no país. A campanha de 2004 dcvt ser confinnadu cm julho dcs1e ano. _.. Os bispos escolhem os temas dois anos an1cs do pcrlodo de rtalízação da cumjxmha. O lema escolhido cm julho do ano passado foi n terceira idade: "A ímternldaJc e us pessoas ido-. sas". O lema será "Dignidade, Vi• da e Esperança". O rcxlO-busc parJ cssa. campa- . nhn t.'Slá sendo discutido. Segundo d. Tom:ts, scnlo abordadas as questões dn qualidade de vida, inclusão social, ética eespiritualidade. "No novo rcgimcnro du CN BB, que foi aprovado hoje (onlem), foi falado também na indusãodo bispo idoso", disse. Um dos assuntos sob discussão parn íu1uramcntc se tornar lema do campanha da CN UB éo uso da :i ua.

Para o então ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, nenhum movimento social é inimigo

mesmo ato, Raul Jung mann , então Mini stro do Desenvolvimento Agnfrio, completou: "Movimento social algum

pode ser encarado como inimigo. Eles têm defeitos, cometem atos de estupidez, m.as são intocáveis " 16 • E parece que permanecem intocáveis apesar de o próprio Mini stro Jungmann ter reconhec ido, no caso cios invasores ela faze nda Córrego da Ponte , que não cabia faze r aco rdo com e les, poi s "nin-

guémfaz acmdo com terroristas ou criminosos" 17 . De fato , mesmo após as publicações maciças da mídia, o MST continu ou impune e até aumento u o número de invasões de propriedade e saques a caminhões. A própria Diolincla da Silva, inti mamente I igacla a José Rainha, declarou bombasti camente que o movimento tem por obj etivo a fo rmação cio "Estado do Pontal ", que ficaria sob contro le cio MST e não do Governo Federa l 18 . Ameaçaram, ade mais, invad ir o Centro ele Lançamentos ele Alcântara, no Mara nhão, pondo em estado de a lerta até a Força Aérea Bras il eira 19 •

l

De modo que as verdadeiras incógnitas do problema estão nos seguintes pontos: a) o que verdadeiramente causou essa mudança de atitude ela mídia e ele ou tros s upo rtes d o MST? b) Tal mudança é permanente? ou é passage ira como a onda solitária que se quebra na praia enquanto o mar, por detrás dela, continua o mesmo? Ainda uma dúvida acentua o aspecto nebul oso cio presente quadro. Se a denúncia das inte nções do MST, agora levada a cabo com grande estardalhaço publicitário, é mesmo para va ler, por que não encontramo referências ao fa to ele que tal denúnc ia já foi anteri orme nte fe ita, inúmeras veze , pe la TFP, em livros, manifestos e campanhas públicas, e por e la re iterada em artigos e comentári os e m revistas e boletins espec ializados? M ostrar que o caráter subversivo do movimento já vinh a sendo apontado há décadas - e com insistência - só poderia reforçar a de nú ncia que agora se faz. Realçar que a bandeira que ora se procura levantar, contrári a às invasões, sempre esteve be m a lta nas mãos ela TFP, só redundaria em vantagem para a causa anti-subversiva. Por que não fa lar desse porta-bandeira? Acresce que tal pos ição ela TFP é públi ca e notória, todo o Brasil a conhece; por que om iti -la? Tudo isso faz parte cio mi stério q ue envolve o quadro. Encontramos também , por vezes, no noticiário, afirm ações que não se aj ustam à realidade. É o caso ele algumas apreciações segundo as quais o MST começou bem , com intenção reta de ,úuclar o cam-

ponês pobre, mas depois se desviou e deu no mov imento subvers ivo que é hoje. Tal posição é contrária à verdade hi stórica. Desde o início, documentos cio MST e declarações ele seus I ícleres dão conta ele que o mov imento sempre visou à implantação no Brasil ele um regime sociali sta e à solidariedade com todas as causas revolucionárias mundi ais.

MST: braço agro-reformista Um outro elemento há aind a a considerar, e de capita l importânc ia. A atual campanha anti -MST faz uma clisti nção especiosa e ntre Reforma Agrári a e atuação do MST. A Reforma Agrári a seria boa, necessária até, mas o MST estaria empunhando essa bandeira com objetivos outros que não o da Reforma Agrári a, uma vez que deseja impor ao País um reg ime de tipo cubano. Tal distinção fa lseia a realidade, po is a Reforma Agrária é de fato um meio para atingir a finalidade comuno-soc iali sta cio movimento, cio mesmo modo que e la foi necessári a e m C uba ou na anti ga União Soviética para impor ocomuni smo. E o MST, ao invadir propriedades e levar o caos ao campo brasi leiro, atua como o braço violento ela políti ca agro-reformi sta, que tantos males j á trouxe ao Brasil , e que e ncheu nosso interior de fave las ru ra is22 •

Hipótese de um jornalista A esta altura, o le itor deverá estar se perguntando como e luc idar esse mistério: por que a mídi a em peso, ele norte a s ul cio País, passou ele repente a criticar o MST? Não temos acesso aos altos páramos ela política e cios me ios ele co muni cação nacionais, para apresentar um a solução caba l e definitiva. Hipóteses, porém , qualquer brasileiro as pode levantar leg itim amente, desde que o faça com c ircunspecção e base na realidade. M esmo na imprensa é com um encon trarm os j orn a li stàs que formu lam hipóteses, tentando lança r lu z sobre panoramas obscuros. Nessa linh a lemos , po r exe mplo, o que escreve co m ousadia o jornalista Roberto Pompeu ele Toledo , na busca elas ca usas que levaram o MST a invadir a fazenda Córrego da Ponte: "v MST e o governo trabalham

num único e mesmo sentido. [... ] E se Fernando Henrique esti ver mancomunado corno MST exatamente com o propósito de promover o desassossego e abrir caminho para a revolução ? [... I De notório passado esquerdista, terá se .fingido de born amigo do capitalismo, nos últimos oito anos, com propósitos solertes. No fundo o que quer é a baderna. Sonha instaurar o comun ismo. Chegou à conclusão, como Mao, que a revolução corneça no campo. [.. .J Ele é o verdadeiro chef e do MST [.. .J (" Veja", 3-4-02).

Ex-comunistas no governo Aliás, é cu ri oso, mas ultimamente têm saído na imprensa notíc ias revelando que e lementos-chave cio atual governo atuara m como com uni stas. Em matéria intitulada Campanha de Serra está nas mãos de ex-com.unistas, o j ornali sta M ari o M aga lhães escreve:

"O camarada Alberto foi preso na virada da década de 1950 para a de 1960, quando era estudante [.. ,] o camarada Arnaldo foi urn dos articuladores da eleição do aluno de engenharia José Serra para as presidências da União Esladual dos Estudan tes de São Paulo e da União Nacional dos Estudantes. [... J Após a deposição do goverO candidato José Serra foi um dos fundadores da Ação Popular, organização de esquerda cujos membros provieram sobretudo de associações católicas

C ATO LIC IS MO

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Graziano ~critica 'banditismo rural' do MST Ex-presidente do Incra e ex-secretário ele l'HC. o tucano Xico Graziano diz que o modelo ela reforma agrária está superado. Pa ra ele, não tem terra improdutiva para ser clesapropriacla e há cada vez menos sem-terra. Na sua opinião, o MST está percliclo. corre risco ele acabar e "partiu para o banditismo" to-. e 11.lo v..i loriz,1,, ncccssid,1dc de

GIi SE GU EDES

JTIAE

lllll l)()VOtollCCilo ele pro<IU\'~O.

r ICIT,lNJo1111pnxlutiv,11>Jr,1scr<k'St1prohá mais qu.1sc nenhuma

l\'\ST l>l'Jtic.1 JÇÕ(.'S polítk.u?

Se ,1 motiv,,çlo é politic.1, h.i um

CIIUI III(.' erro de l'Sll',llégia. o MST r,;lil pl•rd1do. l~tá .1cohcrtanclo IX'S· 50,IS com 1*ssi mos ,llll('(C<IClllCS 1nfi llr,1d.1s no movimento. Virou um,, f,íl>nc,1 de sem-tcrr,1. Todos ,u1uck~ que Ix1ruci IMr,un d,1 !nvJ~:,o d,1 F,we ndd Córrego llc Ponte. cm lluritis. foram ,\Sscm,1dos há lllJiS de tríõs JI\OS. Além disso. o IYlOV\lllC'lllOconti nua lí,lltll'Klo ,1 rc. form,1 dgr,"iri,1 como polí11c.1 soC1al C(IU('í('lll (llll' OS -.Clll•lelT.1 Sl'j,l lll v1s10,; como coit,1d inhos. M.,s isso n.,o IXMle 1n.1isser aceito IX'l,1sacie~ d.ulc e pelo govcrn .

priad,1. 1Me.ida vez menos 1r,1balh,1dores "'111 ICrr.l. 0 governo fed r.il e o Movirnc1110 dos Sem-Terra (MST) p.1r.1r.1 m no tempo e deixa-

ram de l,tdo ,1 IJrcf,1 fundamcnlJ I de discu11r 11111 novo modelo de polflk,1 agr,\ria. EssJs s.fo opiniões do cx-SC'C rct.1rio particular do prcsil, dcmc Fcrn,mdo Henrique C.irdoso. cx-prcsid ntc do lns1i1u10 NitdOnal de Coloni1..,ç~o e Refnrnu Agr.\-

r

ria (Incra ) e ex-secrc1,\rio d,1 Agricu ltur,l do govcmo Covas. o dcput.ido Xico Gr,ui,1no (PSOB-Sr ).

P.ir,1 rnnlirn 1Mque csS\.--s velhos mítos lig,1dos ,10 C,l lllJ)OCSl:ÍO desaparecendo, diz ele, b.1st,1 ver que os imcgr,rntcs do MST presos ,1pós ,1 invas3o dJ fazcnd,1dos filhos de Fe111J11clo Hc111 iquc já s.lo asscmados. "As horda,; de sem -1crr,1 nJo 111

pe~i; ~ ~;~fc\:~~~~~;r,i-

1~ ~t ri,1 n<lu fundu11,1 m,1is, diz GrJzia110, que dc~tac,I llllld qucsrJo imr,on,mll': reforma não grr,1 procluç3o. Sem procluçJo. o ,1ssent,1do nJo sobrevive. P,1ra ele, o MST enccrr.t um c1do e corre risco de .1ca-

l>,.u. C,1~0

11:\0 l'C'j>C llS(' SlldS

ações.

"O M'11' csI.i perdido e resolve u p.lrtír p.1r,1 o b,1nclitismo rur.1I", di1- .. t um.1 f.il>ric,1 de sem-terra... Crit il"O ferrenho do movi mento. ele se impressionou com ,1 ocuµ,1çJo. pelo M~I. de duas fazendas produtivas. cujos proprict.-irios s.1o fJrni li,1rcs cio prcsicleme e um vellio,m,igo sc11, o cinprcs.lrio l)dulis1,1Jovelino Mineiro. Mds Graziano crc c1uc Ministfrio do D<-scnvolvi1nc11to AgrSriu dcvcrl,1 cm1x:nh,1r-

~~~:~~,:~~r~~·~~s~~~~~~i-

O MST está pe1:dido. Está acobertando pessoas com pess1mos antecedentes inliltraclas no movimento. Vi rou uma fábrica ele sem-te rra" '' ,1fim1a que ,llé O) KS JOmil g,1~1os pelo KOVl'rno \Mr,1d~"il'ntar uma fa. milia "e,;1:,0 S('llCIO m.11 ,lphl',lclOS..

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Sern düvida ncnhum.i. posso eh,cr: ,1rl'funu,1 ,1gr,i ri.i ulo tem d,1 cio O'i rc-.ull.ldos qur 'il' {'',IX.'l',W,I.

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senhor sempre conde• nou as ,tt;Õt."S cio MST. M,lS vem fo. lClllf,ICl,l na dbttilm i~.lo de 1err.1 s 1.endo tril iras;\ 1>0lític.1 ,l~'T,'íri,a L c na l1hcrJ\dOde rrM1 to. do goven10. l>or qul.'7 XIC'O Cr,11.l.1 no NCSS,l histón,l M,150 que el eve ser fcil07 lOd,1. quem cst,\ ('IT,1dOlllC':i l110 é O Hoje. CSS,l polllic.1 n,lo est,) pl'O MST, que ,1nclou éomctcndo cri • duzindo cícito:; posiI1vos. lllCS nos llltímos ch.1s. ~o novob.111dil ismo rur,11. Ninguém poclc dizer Equ.11seri.1.1 r.u.lo1

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jan1lr,1nsfon u,1clos cm prod utores rur,11 s. Só crédi to .1grícol,1 n~o ,llli,1111,1. l otll l1.1sc lld ,llu,ll politil ,l . l' llll t ' <r(,d11os C rcnirso, p,lí,l ..i ,; <1cs.1 propri;içõcs, o M1nist~no do Dl'Sl'1wolvime11 to Agr,irio g.1st,1. cm m&h,1. p.ira cad.1 íamíha ,1ssent,1d,1 RS 20 mil. dinhl'1n> c~1,l \t'lklo 111.11 .1phc,ulo. NoSud(-stc, ~ -

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O MST ocupou íazcnd.is ~.ir,,

Foi~;.,~~r~:~~~~~l l•1tor,tlsen..iclor José ScrrJ. M,15 n~o .icred ito que h.1jJ um campo~ ncmc clcitor.11. E1,rn1bém 11.io pos~o dCl'ClhWr qu e h ,lJil lllllél amcu l.1~:,o p.1r.1 prej udic.,r o /Tf. O MST

mcntc

(~;~:~••;~~~~tít~ ~~~ll~le~l~:v:~ rl,:ntaclos. O ~i cstj cnccrrJndo

um ciclo e se n~o repensar sua s .,('Ocs v,1i ,1t.1b,lt.

Fac-símile do "Jornal da Tarde", de 31-3-2002. Para o ex-presidente do Incra, o MST corre o risco de acabar.

n.o constitucional de João Goularl em 1964, o camarada Ma teus presidiu o Centro Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito da USP Em 1968, Mateus assaltou o trem pagador San tos-Jundiaí, amealhando j ún.dos para a luta arm.ada contra o reg ime rnilita,: Nove anos depo is, o camarada Fritz, presidente do centro acadêmico de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, discursou ern. comícios de oposição aos generais. "A lberto, Arnaldo, Mateus e Fritz, todos ex-militantes do PCB [Parti do Comuni sta Bras ile iro] estão unidos hoj e na talvez maior empreitada política que j á viveram.:fazer do senador José Serra (PSDB-SP), o novo presidente. Mateus era o codinome do atual nú n.istro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira. Fritz, na clandestinidade, era o atual prefeito de Vitória, Luiz Paulo Velloza Lucas. Sem nome de guerra, Alberto era o deputado f ederal Alberto Goldman. e Arnaldo, o líde r do governo na Cârn.ara, Arnaldo Madeira. Os quatro integram 28

eATOLIeISMO

a Executi va Nacional do PSDB, que conta ainda com outro ex-cam.arada do Partidão, como o PCB era conhecido: o secretário-gera/ da Presidência, Arthur Virgílio Neto. "Dos três nomes da coordenação de campanha de Se rra já confirmados, dois são de egressos do PCB: os j ornalistas Milton. Coelho da Graça e Henrique Cabem. No Movimento de 1964, Coelho da Graça fo i preso pelos militares em Recife, apanhou a va ler e fico u oito meses na cadeia. Voltaria a ser detido por motivos políticos em 1970 e 1975. É o assessor de comunicação de Serra. [.... ] Serra fo i um dos f undadores, em 1962 e 1963, da Ação Popula1; organização de esquerda originária de grupos j uvenis ligados à Igreja Católica. "'Tudo isso tem a ver com a nossa traj etória; nada é por acaso' , d iz o deputado Alberto Goldm an (PSDB -SP), vice-presidente nacional do partido. 'Sou absolutam.en.te coerente com o meu passado', afirm a o prefeito Ye llozo Lucas. 'O PSDB é a esquerda possível no mun-

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do. Não há nada viável à esquerda do Se rra.' [... .] No movimento estudantil, Nunes Fe rreira com.eçou no PCB, passou para a dissidência guerrilheira de Carlos Mariguella, exilou-se, retornou ao PCB" 23 •

O papel das hipóteses Dentro desse quad ro caótico, em que até as conjecturas mais ousadas são permitidas, o que pensar ? De nossa parte, parece-nos elucidativo propor também alg umas hi póteses, podendo ser e las dife rentes e até contraditóri as entre si. De que adiantam? O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira costumava dizer que a fo rmul ação de hipóteses é essenc ial para quem deseje acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, sej a m e les nac ionais ou internacionais, na Igreja ou na soc iedade civil. As hipóteses são como caminhos di fe rentes que se abrem a partir ele uma praça central. Fe ito o

mapeamento dos vários caminhos possíveis, torna-se muito mais fácil observar, depo is, por qual deles os acontecimentos estão rumando. Ou ainda se rumam por uma nova estrada, não previ sta. D e modo que as hipóteses, e mbora constituindo meras poss ibilidades, auxiliam enormemente a di stinguir o rumo a ser to mado depo is por aco ntecimentos presente mente caóti cos. Vamos a e las. São apenas quatro principais, dentre as mui ta possíveis.

Primeira hipótese Ante o fracasso de se chegar à cubanização do Bras il pela vi a pacífica, por tota l fa lta de apoio popular, o MST estaria se preparando para entrar diretamente na clandestin idade armada, a exemplo das FARC, na Colômbia24 . As esquerdas teriam chegado à conclusão ele que o úni co meio de domi nar o gigante de itado em berço esplêndido seria empurrá-lo para fora da cama. O objetivo seria o ele tentar conseguir pela intimidação, pela ameaça e pe la violência, aquilo que não conseguiram pela persuasão. De fa to, há anos que as pesquisas apontam para uma gran-

de reje ição ela opinião públi ca aos métodos do MST 25 . De outro lado, a todo momento surgem contestações in ternas que enfraquecem o movimento. Mesmo a invasão da faze nda dos filhos do Presidente encontrou resistênc ias in ternas. Os invasores saíram da Fazenda Barriguda, em Buri tis, onde se encontra1~1 assentadas 67 fa mílias. Destas, 18 se negam a participar de novas invasões, acusando os líderes de, alé m de cobrarem 2% sobre todos os recursos vindos do governo, fazerem a eles ameaças de mo rte e os exc luírem de todos os be nefíc ios vindos para o assentamento, como di stribuição de insumos, ó leo diesel etc 26 . Nessa hipótese de estar descambando para a clandestinidade, convi ria ao MST ser apresentado desde já co mo um mov imento poderoso, com fi ns revolucioná.rios defi nidos, a fim de que o fa tor intimidação ti vesse mais fo rça junto a um público atemorizado.

Segunda hipótese Estamos e m ano e le itoral. O brasile iro médi o ve m se mostra ndo cada vez mais avesso aos programas ela esquer-

da, o que pode influir decisivamente para a derrota dos ca ndid atos lançados pe lo PT. O progra ma "moderado" de Lul a vem sendo assoc iado ao cio candidato soc ia li sta fra ncês Jospin , es petac ul armente derrotado depo is que o peti sta fo i a Pari s dar-lhe exp lícito apo io. Conviria mui to ao PT d istanc iar-se do MST para presti g iar-se. Com isso da ria provas de que sua propalada gui nada em d ireção ao centro é autêntica, e não mera jogada de momento. Ora, apresenta r o MST como uma espécie ele bi cho-papão, do qu al o PT se afasta, pode benefic iar os ca ndidatos deste Partido aos o lhos de muitos e le ito res pouco afe itos a aprofun da r o significado dos aco ntecimentos. Por exemplo, um vespertino pauli sta anuncia e m títul o: "Invasão do MST mais beneficia do que prejudica Lula " 27 . Tal op ini ão é compartilhada pe lo líder do MST, João Pedro Stédile: "As mobilizações ajudam Lula "28 • Resta saber se o público va i se de ixar e nganar.

Terceira hipótese E m sentido contrário, sondadas em profundid ade as tendências ideológ icas

Fac-símile da p. 5 do "Jornal do Brasil", edição de 27-3-00, contendo extensa entrevista de um mentor do MST, João Pedro Stédile

ENTREVISTA/ JO ÃO PEDRO STÊDILE

'As mobilizações ajudam Lula' E-..iillo 5' - 80 PtMI

Embora Jo11o Pedro Stédile não lldmita, 11i11guém duvida de que ele .rej(I o 1iri11ciplll dirigente do Movimento dos Tral,allwdores /(11rni.r Sem Terra (MST). ''A-di,eção-é coJe1iva ", in siste. A nsce11dê11cia desse gaâcho corpule,uo sobre o movimento é visível. Com fala mansa e conslante bom /111111or. é a voz mais re,11eitada 110 MST. Ele pllrece 11iiü se incomodar com as crí1ict1s ao movimento de/>ois dt1 ocu1>ação dafllze11da dos fi lhos do presidente Fer1umdo Henrique. Preocupado em não desautorizar os semt~rra, admiti' que a l't1trt1da na sede da fazenda e o consumo de bebid(ls (llcoólicas da adega presidencial dera m ar/1/{IS (10 governo 11a re11rativa de isolllr o MST. Até o PT. (l liado histórico, gullrdo11 distância. Mlls Stédile insiste em que, mais importallle que crucifictlr os que ocuparam a faze nda. é ente11tlt r suaJ razões. E avisa: as ocupações

íllhos do presidente Fernand o Henr ique Cardoso foi um erro? - É preci so ver o con Iex10 em que oco rreu. Foi decisílo de comp:rnh~iros assenrndos no município c1111;:. há m:tis de quntro :,nos. são enganados. Enquanto há imprensa perto.

sumo de bebidas da adega não cont r ibuíram par a o desgaste? - Acabaram :tjudando o governo a deslocar o debate. Mas. isso só dt!monstrn o cará ter espontâneo da ocupação. S6 um inocen1e, ou ma l-intencionado. poderia ach..ir que se houvesse participa4rão da direçiio do MST. isso teria :tcontccido. M.is niío vumos nos il ud ir:

acampadas. esperando terras. há, quatro ;1110s. São parte de um gmpo mn ior. de duas mi l fomflius. 4ue e1n vários acnmpamen-, tos na região i:spemm o ltesp ir• recuperando as tems griladas. - Qual a situação dos 16 prt-· sos na faze nda de Burllis? - Como o juiz local não quis assumir o caso. vamos fazer um 1 pedido de relaxamento de prisão ao juiz federal da região. Se, ele negar. entramos imediatame nte com uma liminar pedin-, do habeas-corpus no Tribu nal> Federal. O presiden1e do tribu -• nal é Tourinho Neto, o mesmo~ que, no caso de Jader Barba lho., defendeu a tese de que ninguim, deve ficar preso sem ser julg:1-, do. O próprio presidente do Su-, premo Tribunal Fedeml reco. , nhcceu que há violência. exa-, geru e ilcgalidude nessas pri- , sões. Todos os crimes de que , eles estão sendo acusados são afiançáveis. - As ocupações de terra prejudicam a candidatura de. Luiz Inácio Lula da Silva? : - Não. É exatamente o contrti-, rio. Elas ajudam Lula. Mobi-• lizações fonaleccm as candi-, daturas de esq uerda.- Ali:ls,, nas ca mpanhas anteriores Lu.-.

o governo promete. DcpQi s.

mesmo que os co mpanheiros

la disse aue. se fosse oara dci-1

CONTRACORRENTE

não vão pat'ar ,w campanha eleitoral, mesmo que incomotlem fl alguns peti.ftas. "A história moslra que a 1110 4

bilhação ajuda as ca111pa11/ws de esquerda", diz. CIO D~NJAMIN

-A ocupação da fazenda dos

O ex-ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, participou da subversão armada na década de 60

C AT O LIC IS MO

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Algumas denúncias feitas pela TFP sobre agitações rurais

S

ão tantas as publicações em que a TFP denuncia a ação subversiva no campo, desde seus primórdios, promovidas princ ipalmente pelo MST, e mesmo quando começaram as primeiras invasões, que seriam necessários vários volumes para catalogá-las. Seg uem algumas, de 18 anos a esta parte, apenas a título de exemplo. l - 1984: Denúncia de agitação agrária promovida pela "esquerda católica", mes mo antes do MST: "As recentes agitações urbanas e rurais iniciadas com a invasão de terras em lvinhema (MS) e agreve dos bóias~frias de Guariba e Bebedouro (SP) acentuaram ainda mais, no Brasil, o espectro sombrio e fuliginoso da luta de classes. Apesar de serem noticiados como espontâneos, esses movimentos contestatários apresentam características da técnica uniforme e bem concertada de guerrilha rural e urbana [.. .] é notória a participação de elementos da esquerda católica" (Catolicismo , junho/1984). 2 - 1984: O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira pede a interve nção de João Paulo II: "Do Pará até o Rio . Grande do Sul, o País está sendo varrido sistematicamente pela onda 'conscientizadora ' - pela revolução reformista do socialismo conjiscatório - a qual vai degenerando processivamente em [... ] uma imensa e cruenta revolução social. Ora, em

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e AToLIeIs Mo

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quase todas essas notícias, aparece comofàtor influente, quando não preponderante, a ação de algum padre, de algumafreira ou até de algum bispo. [...] Bastaria alguma medida forte e destra de João Paulo li para que tudo isso cessasse. [... ] A situação pede que o Pontífice fale logo, claro e forte" (Artigo Claro, forte e logo, Catolicismo , agosto/1984). 3 - 1984: o Prof. Plinio denuncia que as invasões são ilega is e levam à revolução social : "Dentro da ilegalidade começa-se a fazer algo que, a intens{ficar-se, será a revolução social. A entrada na ilegalidade tem como zênite, como desfecho natural, o momento em que os descontentes se armam e investem contra aqueles que se quer derrubar. No caso concreto, a classe dos proprietários rurais" (Alerta da TFP modorra dos fa zendeiros, Catolicismo , out-nov/1984). 4 - 1984: a CPT organiza guerrilha comunista: "A CPT está organizando, concomitantemente com as invasões, verdadeira guerrilha comunista no Brasil " (Catolicismo, out-nov/1984). 5 - 1985: em livro escrito em colaboração com o economi sta Carlos Patrício dei Campo, o Prof. Plinio denunci a a omissão das autoridades: "Estende-se pelo País a agitação rural. Bandos organizados, não raro sanguinários, invadem as terras pertencentes a particulares. Aqui e acolá proprietários, cansados de apelar inutilmente para as

autoridades competentes, se proclamam reduzidos à contingência de defender por si próprios seus direitos " (A Reforma Agrária Socialista e Conftscatória - A propriedade privada e a livre iniciativa no tufão agro-reformista", Editora Vera Cruz, S. Paulo, julho/1985). 6 - Durante o ano de 1986 a TFP deu ampla divulgação aos parece re. ele dois renomados juristas - Prof. Si lvio Rodrigues, ela Univers idade ele São Paulo, e Prof. Orlando Gomes, da Universidade Federal ela Bahi a - que versam sobre o direito que ass iste aos fazendeiros, de acordo com o Cód igo Civil , de defenderem suas terras contra bandos de desordeiros que intentem invadi -las para oc upá-las ilegalmente. Tai s pareceres foram publicados em cerca de 40 jornais de mais de 30 cidade bras ileiras. 7 - A at uação revolucionária cios sem-terra e da CPT por todo o Bra il é denunciada em amplas reportagens publicada em Catolicismo (março a outubro/1986). 8 - Durante o ano de 1986, sócios e cooperadores da TFP reali zaram , por Lodo o Brasil, cerca ele 100 ex posições I ara homens cio campo, sobre a Reforma Agrária e as invasões ele terras ( ver notícia em Catolicismo , julho/1986). 9 - E m 1986 a TFP publicou uma coleção ele livretos ilustrados, intitulada "Presença Rura l", na qual explica o que são as invasões, e seus objetivos. l O- Outubro/1986: o Prof. Plini o Corrêa de Oliveira publica o opúsculo No Brasil: a Reforma Agrária leva a miséria ao campo e

à cidade, no qual analisa detidamente o fenômeno das invasões de terras, mostrando seu surgimento artificial e a ameaça que significam. 11 - Em 1991, em mtigo de capa, Catolicismo denuncia Guerrilha no

campo - Subversão agrária: a ação comunista violenta e planejada: "As invasões de fa zendas se sucedem num ritmo alarmante. O clero progressista tenta fazer crer que as massas rurais estão se levantando desesperadas contra os proprietários. A realidade, porém, é outra: um movimento muito bem estruturado e misteriosamente financiado é que promove a subversão rural em todo o País, ao qual pretende impor o modelo socialista de Cuba" (agosto/1 991). 12 - N ovem bro/1997: A Campanha S. O.S. Fazendeiro, promovida pela TFP, lan ça o Guia prático de prevenção contra as invasões de terra, qu e ex plica, em forma de cartilha, co mo tomar as medidas certas na hora certa, em face do perigo do esbulho possessório. 13 - O Informativo Rural, bol etim publi cado pe la TFP, desde seu prime iro nú mero e m jane iro/1993 até hoj e, tem constituído uma denúncia contínua das ações cio MST. Destaca-se o estudo sobre o MST publicado nos meses de julho a outubro/ ] 994, intitulado: Movimento dos Sem Terra a.meaça convulsionar o Campo brasileiro - Esquerda Católica, a verdadeira propulsara - TFP analisa, proclama, adverte.

Guia Prático sobre as invasões de terras, difundido pela TFP. Na capa, foto de fazendeiro e empregados reféns dos sem-terra, em

Jundiaí do Sul (PR), set./1997.

CATO LIC ISMO

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Jospin: "Sem dúvida, com o apoio de m eu gov. e do Partido Socíalis Francês, você será o próximo presidente do Brasil... ,, ~.:::~ 1'% ......

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sismo" e suje ita a um misterioso " processo ele autoclemolição", no dizer ele Paulo VI3 1 , até em altíss imos escalões. Resta ainda, como fruto remoto ela Civilização C ri stã, um certo senso ele ordem e ele propri edade privada. Quererão agora espa nclongar isso que ainda não morreu , e jogar tudo no poço profundo cio caos? A a narq ui a seri a a meta, para obtenção ela qual o MST teria um papel sa li e nte a representar. Seria preciso, para esse fim , pô-lo bem em evidê nci a, tornar c laros seus objetivos, exagerar sua

força. Esta hipótese e nco ntra boa fundamentação no destaque dado ao MST nos Fóruns Sociais Mundi ais rea li zados e m Porto Alegre, cuja tendência anárquica se e ncontra descrita no estudo A pretexto de combate à globalização,

Renasce a Luta de Classes - Fórum. Social Mundial de Porto Alegre, berço de uma neo-revolução anárqiÍica (vicie Catolicismo nº 603, março ele 200 1, e nº 6 14, fevereiro ele 2002).

Para entender a situação É ele ver que tais hipóteses não cons-

titue m necessariamente conjuntos autônomos e fechados sobre s i mesmos. Eleme ntos dive rsos ele várias delas podem entrelaçar-se para formar realidades mistas. O futuro o dirá. De todo o visto, e ntre tanto, um ponto resulta claro. As revelações novas ela mídia a respe ito cio MST nada têm ele verdadeiramente novo. Há muito foram feitas pe lo Prof. Plínio Corrêa ele Oliveira e continuara m a ser apresentadas pela TFP. E este constitui um ponto ele partida fundamental, se m o qual fica di♦ fícil tentar qu a lquer ex plicação.

- 'I Notas:

E agora?

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Será que Jospin ainda retribuirá a visita de Lula?

Lula visitou Jospin, às vésperas das recentes eleições presidenciais da França

cio público, pode ser que os a ltos dirigentes ela mídia esquerd ista e ele outros setores tenham chegado à conclusão ele que é ainda prematuro o estabelec ime nto no Brasil ele um governo petista. As reações que tal governo levantaria contra si, a cada passo que quisesse dar na linha ela soc iali zação cio País, poderiam comprometer a fundo o processo ele cubani zação. A ser verdadeira esta hipótese, conviria muito ma is à esquerda que o sucessor ele Fern ando Henrique Cardoso prosseguisse com sua política ele sociali zação menos radical , liquidando aos poucos as estrutu ras tradicionai s cio Bras iI c ri stão e substitui ndo-as por o utras, socialistas e igua litárias. Mas isto seri a fe ito ora com ava nços inopin ados, ora

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e ATOLIeISMO

com aco lchoamentos e anestesias, ora até co m aparê nc ias ele centrismo. Nestas c irc un stânc ias, o PT poderia prestar um serviço muito mais assinalado à Revolução soc ia lista sendo oposição cio que se ndo gove rn o. Pois, e nqu a nto opos ição furibunda, e le comuni car ia à s itu ação gove rni sta uma apa rência ele mode ração e ele centrismo, que fac ilita ri a a esta, aos olhos ele muitos, ca minhar nos rum os ela esq uerda revolu cionária. Como as ligações cio PT com o MST são muito ev identes, a apresentação no · palco ele um MST radical e assustador, que quer impor ao Brasil um socia lismo abreve prazo, pode levar muito centrista próesquercla, e mesmo muito esq ue rdista moderado, a não acreditar na si nceridade ele um rompimento cio PT com o MST, e assim levá- lo a preferir a continuidade governa mental em vez ela mudança. Nessa linha ele considerações, a lguns apontam para o fato ele que "o PT não tem como

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cortar os laços que o enmlam ao MST. [ ... ] É inadmissível que a esmagadora maioria da sociedade não desapmve o comportamento insano do MST"29 . No mesmo sentido, le mos a seguinte "Opinião": "Esta posição, comum ao MST e

ao grupo mais extremado do PT, trabalha contra a candida/ura de Lula" 3º.

Quarta hipótese Para as esq ue rdas, depois ele fracassos sucess ivos - inclusive internaciona is, como o ele Jospin na França - teria chegado a hora ele tentar lançar o País no caos mais completo. A imoralidade já está sem freios; as aberrações sex uai s prosperam; a família agoniza; a corrupção financeira viceja em altos esca lões; cada indivíduo sente-se perseguido por lei s elitas anti-d iscriminatóri as, que o espre itam a cada passo com olho malévolo; a Santa Igreja Católica, Mãe ele nossas a lmas, baluarte ela moralidade, e nco ntra-se infiltrada pelo dito " prog res-

1. Quando se fala em "fam.ílias " de assen tados, é prec iso ter em vista que o termo família está co mpl ewmente relativizado e tem os signifi cados mais díspares. No ambiente co letivi sta de um a favela rural, a moralidade, fundam ento da i'am íli a, tende a ca ir vertiginosamente. N em podia se r de outra forma, dado qu e age11 fes pasforais que impulsionam os assentament s parecem apenas interessados em manter alt o o nível de luta de classes, pouco se pre cupando com a formação moral daquela geme. Exemplo elucidativo foi relat ado por Raimundo Nonato Gomes ele Almeida, um dos se111-1erra que deixou o acampa mento de uri onó poli s, logo após o ep isód io sa ngrento de Eldorado cio Carajás no Pará: " No ac ampamento rola maconha à vo ntade. A maioria elas lideranças é viciada em droga. Muitas menin as vivem sob o control e elas li deranças, meninas de 12, 13 anos, e são usadas tamb 111 por sem-fer ra que as apóiam. A prostituição tomo u co nta do acampamento. Teve caso de sem-ferra que teve caso com a mulher ele co mpanheiro seu. Outros tomaram a mu lher na marra mes mo. Às vezes o semferra tinha medo de perder o seu cadastro e botava a filha , a sobrinha , a enteada para ser usada pelas lideranças" ("O Libera l", Be lém, 2-5- 1996). O ambi ente dos asse ntamento s tem se mostrado tão propenso à sensualidade se m freio , qu e mesmo freiras que ali vão morar, para se ded icarem ao trabalho pastoral, acabam sendo infl uenciadas pela " liberdade" de costumes co rrente. O líder do MST, João Pedro Stédil e, constata por exemplo: "A maioria das freira s qu e foi morar em acampamento acabo u arrum an do nam o rado" ("Atenção" , nº 6, 1996, p. 13). 2. Humberto Trezzi , "Zero Hora", 7-4-02. 3. Referindo-se a invasões levadas a cabo pelo MST em Gctulina (SP) e Paranapoema (PR), comentava ent ão o Prof. Plíni o Co rrêa ele O li veira: " A reação pouco ex pan siva , ma s profun da, ela populaçflo, conu·a as ocupações de terras. levou os dirigentes do MST a ordenar o recuo. Co m a mesma di sc iplina militar com qu e ava nça ram , fi zeram meia-vo lt a vo lver e recuaram desapontados. [ ... ] Estes si nto mas de saúde ainda ex istentes na população brasil eira alegram muito a TFP. Primeiro, porque o fato de si é au spicioso. E tam -

bém porque é públi co e notóri o que a TFP se tem entregue a um trabalho de esc larecimento da opin ião pública dos mais afin cados, no qu e diz respeito à Reforma A grári a e invasões de terras. Pode-se mes mo di zer que, elas associações que atuam nesse ca mpo, no Brasil , a TFP é a que mai s se tem empenhado nessa tarefa. É normal pois que ela se alegre com esse resultado, co m o qual certam ente se alegrarão também todos os beneficiados por ele (" Informativo Rural ", julho/94). Ver ainda o quadro: "A lgum as denúncias fe itas pela TFP so bre agitações rurai s". 4. Declarações de Rainha: a)"Esse país só va i ser sério quando os portões da s cadeias forem abertos. Temos que tirar quem está lá dentro e co locar lá esses vendilhões da pátri a" ("Jornal do Brasil", 27-7-00); b) " O propós ito da ação do PCC é errado, mas a tática é um in strumento impecável , devi a ser segu ida por todos os moviment os de massa" (Agên cia Esfado, 24-3-02). Co nvé m ainda ter prese nte qu e vári os dos asse ntados no Pontal cio Paranapanema (SP) já passaram por presídi os ("Jorn al da Tarde", 14-4-02). 5. " Jornal da Tarde", 3 1-3-02. 6. "Gazeta M ercant il ", 27-3-02. 7. "Zero Hora", 1°-4-02. 8. "Diári o cio Comércio", SP, 29-3-02. 9. "Folha de S. Paulo", 27 -3-02. 10. Pelo menos desde 1997 at é agora, todas as pesqui sas, feita s por diversos in stitutos, apon tam para um a rejei ção dos métodos do MST superior a 70 %; em al gun s casos chegando a 9 1%. Em março/2002, o Inst ituto Vox Pop11/i apu rou: 78% dos entrev istados que aco mpanharam o epi sódio da invasão da razenda dos familiares do presidente Fe rnando Henriqu e Cardoso desa provaram a ação dos sem -ferra ; e 76% desaprovam as ações do Movim ent o dos Sem-Terra (M ST) em geral. li. "Diário de S. Paulo", 8-4-02. l2. "Zero Hora", 7-4-02 . • 13. " In forme JB", 10-4-02 . 14. "O Globo", 27-3-02. 15. "O Estado de S. Paulo", 29-8-0 1. 16. Idem, ibidem . 17. "O Globo", 26-3-02. l8. "Zero Hora" , 15-4-02. l9. "O fü tado do Maranhão" , 30-3-02. 20. "Agora São Paulo", 17-4-02. 2J. Título de notícia do "Jorna l do Commerc io" , RJ , 17-4-02.

22. A política ag ro-reformi sta atua co mo uma tenaz com duas pinças. Uma delas é a via legal, a out ra são as invasões. A c lasse cios propri etári os rurais é acossada ora por uma, ora por ou tra, co m vistas à sua demolição gradu al, em aras a uma concepção soc ialo-marx ista. Nflo podemos aq ui nos estender sobre o tema; remetemos pois o leitor para o estudo publi cado em Catolicismo , nº 606, junho/ 200 1, pp. 24 e ss. 23. "Folha ele S. Paulo" , 24-3-02. 24. A ser verdad eira esta hipótese, as esq uerdas teriam resolvido interromper o jogo lega l da Reforma Agrária e dar um pontapé na mesa, para ver se conseguem, através da guerr ilha e do terrorismo, sanar o fracasso da táti ca agro-reformi sta no Brasi 1. De fato, a Reforma Agrária no Brasil tem sido sujeita a um duplo fraca sso. De um lado há o fracas so notó ri o ela produç ão. Enquant o a parte agricultad a das terras brasil eiras, que até agora escapo u das garras da Reforma Agrária , produz abundantemente e cada vez mais, os assentamentos não só deixam de produ zir, como cons tituem um peso enorme na economia nac ional. Mas esse primeiro fracasso inco moda pouco as esquerdas mais so lertes, as quais nunca se preocuparam verdade iram ente com o bem estar cio trabalhador rural. Elas querem a revo lução soc ial por razões ideológicas e não sentim entais. Aco ntece, porém, que tamb ém es te seg und o obje ti vo - a cubani zação do Brasi l - não está send o atingido pela Rerorma A grár ia em toda medida desejada pelos fautores da Revolução mundial. A luc idez in ata no povo brasileiro o tem levado sistematicamente a fechar-se, ele modo considerável às influ ência s comu nosoc ia li za ntes emanadas dos líderes agro-reformistas. O que fa z co m que o MST viva iso lado ela popu laçflo brasileira, dentro ele• uma espécie ele redoma ele vidro psicológica, artificia lm ente mantida por cúpu las rel igio-

sas e c ivis. 25. Ver nota 9. 26. " O Globo", 3 1-3-02 27. "Folh a ele S. Pa ul o", 10-4-02. 28. " Jornal cio Brasi l", 27-3-02. 29. Villas- Bôas Corrêa in " Jornal cio Brasil", 273-02 30. "O Estado do Paran á", 7-4-02. 3.1. A loc ução ao Sem in ário Lo mbarclo, em 7- 121968.

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VIDAS DE SANTOS

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exe111plo saliente de resignação PL!NIO MARJA S OLIM EO

Enjeitada pela família e por seu ambiente, a humilde pastora foi objeto · de especial predileção da Providência Divina, que operou assinalados milagres por seu intermédio

Milagres: sinais da predileção divina A humilde pastorinha tornou-se, a seu tempo, apóstola. E às outras cri anças ensi nava o catecismo que aprendera e o que lhe transmitia o Divino Espírito Santo com os seus dons. Embora vivesse apenas de pão e água, achava um meio de repartir seu alimento com outros ainda mais destituídos de bens terrenos. Casa onde Santa Germana

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Num a manhã de deze mbro de 1644, procedia-se a um enterro na pequena igreja ele Pibrac, locali zada a a lgumas léguas ele Toulouse. Tratava-se de Germana Audouane, que hav ia pedido, em testamento, para ser sepultada dentro cio recinto sagrado. Os coveiros apenas hav iam tirado as primeiras lajes cio solo para cavar a tumba, quando perceberam um corpo enterrado, fresco como se tivesse sido lá colocado na véspera. Um golpe ele picareta atingira a face do cadáver, deixando ver um a carne viva e um sa ngue brilhante. E norme comoção. Todo o povoado de Pibrac fo i atraído ao loca l. Desenterrado o corpo, viram que era de uma jovem de pouco mais de 20 anos, cuj os me mbros estavam ai nd a fl e xíveis. As flores que a

no, ensi nando- lh e os rudimentos de Religião, e o velho pároco de Pibrac, ho mem virtuoso e com ze lo apostólico, que via naquela cri ança cândida e inocente uma predileta do Céu.

Cousin nasceu

A história da "santa sem história"

espírito marxista, disseminado em nossos dias, não só leva à luta de classes, mas refl ete-se também numa revolta contra a Providência Divina, sob pretexto da injustiça que ex istiri a em relação aos me nos favo recidos pela fortuna. Porém, a multiplicidade daqueles que se santificaram na vida secular - não só no trono imperial , como Santo Henrique e Santa C uneguncles, mas até no estado de mendi cânc ia, co mo Sa nto Aleixo comprova m a fa lsidade do referido esp írito marxi sta. Santa Germana Cousin , cuja festa co me mora-se no di a 15 deste mês, é outro exempl o ele sa ntifi cação nas mais adversas condições ele fortuna e saúde.

Corpo incorrupto durante 40 anos

ig reja, o nde era in comodada pela proximidade do corpo e afluxo de pessoas. Pediu e la que o removessem para o utro loca l mais afastado. Ne m bem se manifestara, sentiu um a pungente dor e o aparec imento de um tumor no peito. O castigo era tanto mais grave pelo fato de Madame de Beauregard esta r amamentando uma criança. A caste lã prostrou-se então junto ao corpo da humilde pastora e supli cou- lhe a cura, fazendo voto de oferecer à igreja uma urn a de chumbo para conte r- lhe o corpo. O segundo mil agre veio tão rápido quanto o primeiro, o que fez aumentar a fama de santidade de Germana Co usin pelas cidades , vil as e lugarejos da redondeza.

em 1579 e faleceu em 1601

Há tão poucos dados sobre a vicia ele Santa Germana Cousin, que ela fo i chamada "a santa sem história". Po is, co mo vimos, ela passou a ser mais conhec ida depois de sua morte do que em vida. Foi ali mesmo, em Pibrac, que Germana nasceu presumivelmente em 1579. Seu pai , Lourenço Cousin , era, segundo alguns, um homem de posses que chegara a ser duas vezes prefeito cio lugar segu ndo outros, um agricultor quase indi gente 2 • Casado com Mari a Laroche, mulher piedosa e de saúde frágil , tiveram quase na velhice uma filha doentia, aleij ada da mão direita e atacada de esc rófu la. Órfã muito cedo, Germana fo i afastada do conv ív io fam ili ar, sendo tran. ferida para o estábu lo da casa, pe lo medo ele que sua doença se transmitisse às o utras crianças do lar. Logo que e la cresceu um pouco, fo i incumbida de cuidar do rebanho pertencente à sua fam íli a. Teria Germana cresc ido revoltada contra tudo e contra todos, principalmente contra Deus, que a fi zera nascer em cond ições tão humilhantes? Não. Na esco la da humilhação e cio sofrimento, e levou seu espírito para Deus, ace itando amorosamente o tri ste quin hão que lhe fora reservado. Triste quinh ão aos olhos cio mundo, mas, aos o lhos d' Aquele que entregou seu Fi lho U ni gênito à morte, e mo rte ele cruz, esse qu inhão só é reservado para os e leitos que compreendem o valor incalc ul áve l do sofrimento. François Yeuillot, em sua biografia da Santa, refere-se a duas pessoas que a ajudaram muito a compreender sua situação e a serv ir-se dela para a própria sa ntificação: uma antiga empregada da fam íli a, que dedicou à orfãzinh a um verdadeiro amor mater1

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adornavam estavam apenas um pouco murchas, e a mo rta lh a lige iramente esc urec ida. No pescoço da jovem viam-se c icatrizes de peq uenos tumores, e sua mão direita era deformada. Quem seria? O vigário não a reconheceu, nem a maioria dos paroquianos. Mas dois cios anti gos moradores de Pibrac, Pierre Pailhes e Joana Saleres, a ide ntifi caram co mo uma co nte mporânea sua, Germana Cousin , que havia morrido cerca ele 40 anos antes, e ele quem, na época, contavam-se fatos maravilhosos. O corpo foi colocado num caixão, na nave da igrej a, para faci litar a visitação pública, pois todos queri am presenciar aq ue la preservação miraculosa. Houve um a o pos ição. M ada me de Beauregard, caste lã dos arredores, tinha um assento reservado na

O corpo intacto da Santa foi redescoberto em 1644 na igreja de Santa Maria Madalena, em Pibrac

A Basílica de Santa Germana Cousin, construída de 1901 a 1967, na mesma cidade

Os contemporâneos guardaram na memória três milagres que ocorre ram co m Germana. Um deles fo i a repetição de um outro ocorrido séc ulos antes com um a rainha santa: tendo reco lhido na mesa, após a refeição fa mili ar, as miga lhas e restos que sobravam, para dar aos pobres, Germana co locou tudo em seu aven tal, e j á saía para socorrer seus protegidos quando fo i percebida pe la madrasta. Esta, municia ele uma vara, correu atrás de Germana, chamando-a em altos brados de lad ra e de outros nomes que sua ira e mau gê nio lh e sugeri am. Al gun s vizinhos acorrera m, providencialmente, e foram testemunhas do mil agre. A ado lescente abriu seu avental e dele caíram flores perfumadas e frescas, como não hav ia na região.

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~ Devotíssima da Santa Mi ssa, que naque le te mpo se ce le brava com toda seri edade e devoção, Ge rm ana acorri a à igreja ao prime iro togue do sino . Mas para isso e ra preciso muitas vezes deix ar seu re banho. Confi ada na Providê ncia Divina, espetava seu bastão de pastora no c hão e ordenava às ove lhas que de le não se afastassem enqua nto e la estivesse ausente. E nunca sumiu um só a nim al, apesar de have r muitos lobos numa fl oresta vizinha. Para ir à ig reja, Germana atravessava um ri acho, salta11do de pedra e m pedra. Dura nte as c huvas ou o degelo, o riacho cresc ia muito ele volume, tornando imposs ível atravessá- lo a pé. Mas não a Ge rma na. E la parec ia ne m pe rcebe r a clifi c ulclacle. Reco lhida como ia, simples me nte ne le e ntrava sem preocupação. E essas ág uas - como outrora as do M a r Verme lho, à voz de M oisés fu gindo do Faraó - sepa ravam-se, de ixa ndo-a passar a pé enxuto . Uma noite do ano ele 1601 , três viajantes viram uma luz no céu, e um branco cortejo ele Anj os que desc ia m até uma casa ele Pibrac , e depo is s ubi a m tra nsportando a alma de uma jove m igualme nte vestida de luz e coroada de fl ores. C hegando ao povoado, constataram que hav ia morrido du ra nte o sono, na casa dos Cou in , a jovem Germana. Seu corpo fo i sepultado na igreja, e sua memóri a caiu no o lvido dos anos até a nova in tervenção da Providência Di vina, em 1644, como vimos.

Emocionante pós-história de Santa Germana O vi gári o ele P ibrac, para e vitar a veneração pú bli ca de uma pessoa ainda não canoni zada, co locou na sac ri stia a urn a co nte ndo os restos mo rta is de Ge rmana. Dezesseis anos mais tarde o Vi gári o Geral da Arquidiocese de Toul ouse, Pe. Jean D ufo ur, fazendo a vi sita pastora l e m nome do arcebi spo, viu aque la urna fune rá ri a na sacri sti a e es tra nho u. Conta ram- lhe e ntão sua históri a, e qui s e le ver o corpo, te ndo constatado esta r inte irame nte incorrupto, como por ocasião de sua descoberta. O vi gário mostro ulhe um reg istro o nde esta va m re latadas inúm e ras c uras mirac ulosas atribuíd as a Germa na. Esse fo i o início cio processo di ocesano que levari a, quase 200 a nos depo is, à beatificação e cano ni zação da humil de pastora. Mas antes seri a e la obje to de uma profa nação e de um novo milagre re tumbante, por ocas ião do Ter-

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ror, e m 1793, durante a sini stra Revo lução F rancesa. Três re vo lucion ários de Toulou se, quere ndo acabar com aqu e la "s upe rsti ção" , aco mpanhados de três pessoas locais, vi o laram a urn a, de la re tiraram o co rpo ainda incorrupto de Ge rmana - tão e ndurec idos estava m, que ne m à vista desse mil agre se comovera m - e o e nte rraram na própri a sacri sti a, coberto com um a ca mada ele cal viva. Os três revoluc io ná ri os de To ul ouse fo ram atacados por humilha ntes e do lorosas deformações . Do is de les a rre pe nde ra m-se e pedi ra m o auxíli o da Santa, te ndo sido c urados. O te rce iro levou a mol éstia até o fim de sua vici a. Não sabe mos o que aconteceu com seus três aco mpa nhantes de Pibrac. Do is a nos de pois, e m l 795, fo i poss íve l desente rrar nova me nte o corpo . Se be m que a carne tivesse s ido devorada pe la cal, esta respeitou mil agrosamente toda a ossatura, que normalme nte deve ri a ter igualme nte desaparec ido. De po is da canoni zação de Ge rma na, e m 1854, o povo ele Toulouse qui s pe rpetuar sua me móri a num monume nto ele 17 metros de altura, no qual, no alto ele uma pirâmide, aparecia Ge rman a e m oração, te ndo um cordeiro a seus pés. Isso não durou muito. E m 188 1, a nova munic ipalidade ele Toulo use, dominada pela Maçona ri a, fez de mo lir o monumento, re legando a imagem ela santa ao subsolo de um museu. Houve reação popula r. Fi nalme nte a imagem reje itada foi sole ne me nte instalada no altar ele uma igrej a construíd a e m honra ela Sa nta, num bairro popul ar ele Toul ouse. U ma bas ílica també m fo i e rig ida e m Pibrac, ao lado da ve lha igrejinha na qua l recebe ra as águas rege ne radoras do Bati smo aque la que fo i e ainda é a ♦ ma is ilu stre filh a ela c idade.

.......................................... .

Promessas de Nossa Senhora

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a aparição de junho de 1917 - há precisamente 85 anos - Nossa Senhora prometeu aos três pastorinhos que levaria para o Céu aqueles qu e abraçassem a devoção ao Imaculado Coração de Maria. A esse propósito , comentou o Prof . Plínio Corrêa de Oliveira numa palestra :

Foto dos três pastorinhos de Fátima, tirada logo a 's a visão do inferno, em j de 1917

"Que alegri a e que júbilo se recebêssemos essa prome sa sozinhos, trancados num quarto. Ela ainda é mais sole ne sendo fe ita aqui num auditório, diante de um tão grande número de filhos de Nossa Se nhora [também fe ita aqui , nestas páginas, lidas por tantos filhos e filh as de Nossa Senhora]. El a pede muito pouco: Se fi zerem, eu da rei. Se não .fize rem, não quer dizer que eu não vos quererei, mas ... quanto mais vos quererei se f ordes sequiosos em aproveitar esta promessa do meu Imaculado Co ração! Vin de. E ntretanto, tanta gente toma uma atitude indolente di ante de pro messas dessas: as promessas do Sagrado Coração de Jes us, das nove sextas-fe iras; a promessa do Escapul ário do Carmo, de ser tirado do fogo do Purgatório no primeiro sábado - promessas magníficas !" (Plinio Corrêa de Oli veira, exposição fe ita em auditóri o da TFP, em 5-6-94).

Tender para os grandes meios de ação

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iante cio contínuo cresc imento da Internet, estamos aumentando a freqüência de comunicação com nossos ade rentes através de e-mail (correio eletrôni co). Confo rme dizia P linio Corrêa de Oliveira, nossa ação "merece ter à sua disposição os melhores meios de tele visão, rádio, imprensa de grande porte, propaganda racional, efi ciente e brilhante ". Deve mos, pois, "tender sempre à utilização de

Notas: fr. Franço is Veuill ot, Sai111e Gen11ai11e Cousi11 - Filie de Fer111e, P. Lethi ell eux , Pari s, 194 1, p. 10. 2. C rr. Lcs Petirs Boull anel istes, Vies des Sa i111.1·, el ' aprés le Pere Giry, Blouel et Barrai, Pa ri s, 1882, torno VII , p. 43.

1.

Outras Obras consultadas: • C. Sai111 Gem wi11e Co11.,i11 , Mul ca hy, Tra nscri beel by Eli zabeth T. K nu th, T/i e Catltolic E11cyclopedia, Vo lume V I, Copyri ght © 1909 by Ro bert App leton Cornpan y, Online Eel iti on Copyri ght © 1999 by Kevin Kni ght. • Gerrnaine Cousin, Sit e ele Cath oli c Co rnrnun ity Forurn , Online Eel ition. • Sa inte Genn ai ne Cou sin, Site ela Prefeitu ra ele Pibrac, na Internei.

tais meios, vencendo o estado de espírito derrotista de alguns " (Revolução e Contra- Revolução, Parte II, Cap. VI, 1). Daí a necess idade de utili zarmos esse novo me io de co muni cação, para expandir ainda ~nais a Me nsage m de Fátima para centenas de mi lhares de pessoas das mais diversas partes do Brasil. Pedimos a nossos aderentes os que te nh am acesso à Inte rnet -

que e ntre m em contato co m nossa campanh a e in fo rme m se u e-mail , manifesta ndo interesse em receber as comunicações da campanh a através desse meio. [sto permitirá igualme nte aos nossos adere ntes envi ar as co muni cações rece bid as para suas li stas de a mi gos, para que possam co nhecer nosso site e assim ter oportunidade de ta mbé m parti cipar. Vi s ite o site da ca mpanha em: www.fatima.org.br

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... ·············~········································· Castidade é perseguida - É an gustiante conviver com um fator que está trazendo efeitos terríveis para a humanidade : a CENSURA a todas as orientações menos liberais! Qualquer ONG pervertedora é, e será , muito bem -vinda em qualquer escola, para fazer palestras, projetos etc . Mas uma ONG que pretende apenas sugerir a Castidade, çomo método cristão e 100 % eficaz para evitar a AIDS, a gravidez indesejada etc., é ... proibida de fazer sua palestra!!! Que mundo afastado de Deus!!! (AL, Rio Grand e do Norte) . Nota da Redação: A missivista faz acompanhar sua mensagem de uma notícia, da qual transcrevemos o que segue: "Funcionários do Sexo vetam grupo a favor da Abstinência na Inglaterra - Vários funcionários em matéria de educação sexual em East Sussex pediram às escolas do local não aceitar as apresentações de um grupo canadense que viaja pelo mundo promovendo a abstin ência entre os jovens . O grêmio vetado é o Canadian Challenge Team, um grupo de voluntários originário de Ottawa que percorre vários países apresentando uma mensagem correta a favor da castidade até o matrimônio [ ... ) Apesar das cartas, ao menos quatro escolas programaram apresentações do grupo para este ano . 'Nossa mensagem é que a castidade é um estilo de vida correto, realista e saudável', afirmou a repre sentante do grupo". (www . acidi gital - tradu ção de Regina Perina). Para não sermos hereges - Estou escrevendo para agradecer a vocês da campanha a visita de Nossa Senhora de Fátima. E lhes dizer que esta visita foi uma das graças alcançadas, porque faltavam 2 dias para completar 1 ano que a nossa filha tinha feito uma cirurgi a cardíaca . E com a graça de Nossa Se3B

C AT OL I C I S M O

nhora está super-bem, nunca mais precisou de médico . Nesta visita, tive o prazer de receber 1 20 pessoas adultas, fora as crianças. Para m im também foi uma graça saber que essas pessoas todas pensam como eu, que nós temos cada vez mais que rezar para não sermos pessoas hereges . Muito obrigado! Muito obrigado! Muito obrigado! (EFAL, Santa Catarina).

Não me abandonem - Quero agradecer a todos vocês por mandar-me muitas cartas bonitas, lembretes, orações para aumentar minha fé, quadros belíssimos, de Quem eu sou muito devota. Quero agradecer pelas revistas Catolicismo que me servem de renovação das coisas que aprendi quando eu era pequena e minha mãe ensinava: sobre o inferno, vida dos Santos, anjos da guarda e coisas boas e ruins . Eu sei que todas estas coisas custam dinheiro, por isso nas minhas orações e nos terços eu peço a Nossa Senhora que nunca desanimem. Se eu não puder ajudar, outros ajudam. E ainda para outros novos que acabam de se levantar das quedas da vida, as cartas de vocês são mãos fortes que levam as pessoas para a luz. Eu peço a vocês que não me abandonem (AMG, Mato Grosso). União da família - Eu e minha família estamos escrevendo para agradecer a vinda da Virgem Peregrina de Fátima em nosso lar. Fo-

ram momentos abençoadíssimos . Tenho a certeza de que quando a Virgem de Fátima escolheu nosso lar, estávamos precisando de muita graça e de fortalecer a união de nossa família. Foram muitas lágrimas de gratidão. Porque jamais sonhamos que a Virgem Peregrina de Fátima viesse ao nosso lar. Mas nós acabamos vivendo esse sonho e estamos felizes por isso . O que quer dizer que para a Virgem Peregrina de Fátima nada é impossível (JAL, São Paulo).

Cruzada Reparadora - Recebi o Santo Rosário pelo triunfo do Imaculado Coração de Maria . Já iniciei a rezar a Cruzada Reparadora do Santo Rosário, pela salvação do Brasil e de todos os ataques a nosso país (MEF, Mato Grosso) . A Voz de Maria - Estou muito satisfeita por ter recebido o santo terço . Eu rezo todos os dias de minha vida o santo Rosário . Quando rezo, sinto um alimento muito forte que me sustenta e me faz sempre mais forte. Vou dando mais um impulso a Cruzada Reparadora do Santo Rosário e para ajudar a expandir a difusão do programa radiofônico "A Voz de Fátima". Para que as pessoas do mundo sintam a voz de Maria dentro de seus lares. Quero pedir mais uns folhetos que t êm Nossa Senhora, porque aqui em minha cidade pessoas querem participardesta campanha . (LCS, Ceará).

Estranhas declarações

Propaganda do nudismo

Bi spo Prelado de Paranatinga, D . Vital C hitolin a, esteve presente à abertura da Ca mp a nh a da Fra te rnid ade2002, no Ri o de Janeiro, apresentando confe rê ncia sobre a realidade de ua Prelaz ia. Entre as info rmações ressa ltadas por D. Chitolina e tá a seguin te: "A televisão está em todas as aldeias e os índios a apreciam. Esta influência é muito mais nociva para a cultura indígena do que a religião católica e a influência dos missionários católicos " (Bo letim Info rm ati vo da Paróquia dos Sagrados Corações, na Tijuca, ano ]V - nº 12 - marçol2002; matéria assinada por Carme n Sílvia). Concordamos que a intluência da televisão é muito nociva. Mas, segundo essa declaração, a Religião Católica também seria noci va à cultura indígena. Então, teriam agido perversamente o bem-aventurado Anchieta e tantos missionários que evangelizaram e civilizaram os índios? É in concebível. E Nosso Senhor, quando mandou evangelizar tod os os povos, te ria errado!? Como pode ser nociva a Religião Ca tólica , fonte de todo o bem para os homens?

a 25" Bie nal de São Paulo ficaram ex postas fotografias do americano Spencer Tunick: uma séri e de corpos nu s deitados em pontos turísticos e lu gares hi stóricos de cidades como Nova York e Ro ma. Mas não fico u ni sso. A "arti sta" pl ástica itali ana Vanessa Beecroft colocou ao vivo 50 mulheres nuas para serem observadas pelos que visitavam a Bie na l, logo no primeiro di a. Mulheres nuas, com um sapato de sa lto alto cor de rosa e uma fita preta nos pés e nos cabelos, algumas com perucas curtas do tipo afro , pretas e castanhas. E para arrematar a indecência, cerca de mil pessoas se dispu seram a er fo tografadas nuas no lbi rapuera, em São Paulo. Nota-se um evidente desejo de propagar o nudismo, o que é uma forma grave de ofender a Deus e levar as pessoas para o pecado. E isso vem sendo preparado há muitos anos, pela tendência de as pessoas cada vez mais aparecerem semi-nuas. De início foi nas praias, depois passou para as ruas, praças e por toda parte. O pudor praticamente desapareceu. Como tudo isso ofende a Nossa Senhora!

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Inumano

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uas lés bicas a meri canas, Sharon Duchesneau e Candace McCullough, usaram a in se minação artificia l para ter dois fil hos surdos como elas. Para gerar Jehanne, de 5 anos, e Gauvin, de 5 meses, as duas lésbi cas contaram com a ajuda de um amigo, també m surdo. Um abismo atrai outro abismo (SI 41,8), diz a Sagrada Escritura. No mundo de horrores em que vivemos, ao pecado das duas mulheres, que vivem uma relação impura e antinatural, somam-se a inseminação artificial e ainda o desejo absurdo de que as crianças nasçam com um grave defeito físico como é a surdez.

Participe da Aliança de Fátima

Participe você tam bém da "Aliança de Fátima". Nossa Senhora saberá recompensar quem ajuda a difundir sua Mensagem. Escreva, telefone ou envie seu e-mail para a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! e peça ma is informações para ser um Membro da Aliança de Fátima. Ou participe como Benfeitor do Programa radiofônico A Voz de Fátima, ajudando assim a propagar a Mensagem de Fátima pelas emissoras de todo o Brasil.

Plantão de Atendimento da Campanha: Tel.: (0 ** 11) 3955-0660. Internet: www.fatima.org .br E-mai l: fatima@fatima.org.br Endereço para correspondência: Rua Martim Francisco, 665 CEP 01226-001 São Paulo (SP)

CATO LICISMO

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•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• Temas de 1'A Voz de Fátima" voção do Santo Rosário foi esecia lmente recomendada pela Santíss ima Virgem Mari a, em todas as apari ções de Fátima. Desej ando atender a esse ape lo tão espec ial de Nossa Se nhora, a Ca mpa nh a Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tcud eis 1 lançou em maio o programa "A Voz de Fátima" nº 43 sobre o Santo Rosário. Este é também um grande me io de lu ta contra a degradação moral que ava nça pe lo Brasil. No prog rama nº 44, os o uvin tes e nco ntra rão um a narra ti va so bre os Santos Anjos, colocados por Deus para

nos condu zir na vida e nos defender contra as cil adas do demôni o. Di ante do avanço da confu são religiosa no B rasil , torna-se cada vez ma is im portante difundir a autênti ca doutrina católica sobre os Santos Anjos. Somente ass im será poss íve l evitar que devoções fa lsas e sincreti stas a respeito cios anj os entrem em nossos lares e co ntaminem nossas famílias. Estas são duas devoções muito importantes nos dias de hoje - a do Rosário e a dos Santos Anjos - para forta lecer a fé de milhares ele católicos bras ile iros.

Expansão da Aliança de Fátima

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m maio último, os aderentes de nossa Ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! fo ram co nvidados a partic ipa r ma is pro ximamente da mes ma, através da "Aliança de Fátima". Tal pedido fo i feito visando aumentar o número ele participantes que co ntribue m regul arme nte para expandir os projetos ele nossa Campanha. Trata-se de projetos ele gra nde envergadu ra, tais como a " Peregrinação Privada aos Lares", a "Cruzada Reparadora do Santo Rosári o" e os programas radi ofônicos "A Voz de Fátima" . Os patticipantes da "Aliança de Fá-

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eAToL Ie Is

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o

tima" recebem inúmeros benefícios espiri tuais, ao possibilitarem a continuidade da difusão da Mensagem de Fátima por milhai·es de cidades brasile iras. Entre outros benefícios recebem também, gratuitamente, uma belíssima imagenzinha de Nossa Senhora de Fátima. E, após alguns meses de iniciarem sua participação, recebem a revista mensal Catolicismo , indispensável para a formação moral e religiosa ela família católica. Para parti cipar, bas ta li ga r pa ra nosso Pl a ntão de Ate ndimento e faze r a s ua in sc ri ção . Te lefo ne: (0xxll) 3955-0660.

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Cresce apoio à Peregrinação das Imagens de Nossa Senhora de Fátima

WadewJ a'

C

ontinuam chegando calorosas manifes tações de apoio de nossos aderentes à expan são da Peregrinação das Imagens de Nossa Senhora de Fátima pe lo Brasil. Maís oito imagens estão sendo preparadas para começar a peregrinar, permitindo ass im vi sitai· diari amente 88 famíli as em seus lares. O apoio dos nossos melhores colaboradores também te m nos permitido renovar pouco a pouco a frota dos ve ícul os utili zados nas peregrinações . A vi sita elas Imagens Peregri nas aos lares brasil eiros é uma exce lente ocasião para milhares de pessoas conhecerem a Mensagem de Fátima. As imagens peregrinas são acompanhadas por nossos representantes devidamente credenciados. Le mbra mos que os partic ipantes ele nossa Ca mpanha elevem sempre so lic itar aos nossos representantes a ex ibição de suas credenciai s atu ali zadas. Esta é uma forma ele ajudar a Coo rde nação da nossa campanha a ev itar que pessoas inescrupulosas tirem prove ito da boa fé ele nossos aderentes. Veja bem, o no me de nossa Campanha é: Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! A cada dia aumenta o número ele pessoas que te lefonam para a Central de Atendimento da Campanha - (0xxll) 3955-0660 - pedindo para serem incluídas na lista de espera, a fim de receberem em seus lares a vi sita da Imagem Peregrina. Se você ainda não recebeu a vi sita, te le fone hoje mesmo. Se j á a recebeu e quer receber novamente, inscreva-se também e aproveite esta excelente oportunidade.

P AUL F OLLEY

A Inglaterra parou para o derradeiro adeus à figura mais popular da Monarquia inglesa, e o mundo todo pôde assistir às comoventes homenagens de seus súditos. Para os britânicos ela representava a Tradição! Londres - O mundo inte iro reconhece a grande perda sofrida pela Inglaterra, devido à morte da Rainha Mãe co m seus respe itab ilíss imos IOI anos de idade. E mbora esperada pai·a qualquer momento há mai s ele 20 anos, ta l perda represento u um profundo golpe quando, afi nal, ocorr u. O que se lamenta não é ta nto sua morl c, mas o desaparec imento do que e la representou. É paradoxal que uma grande dama no ve lho stil o, sem conhec imentos tecnológico. nem atuação empresari al, sem liderança po lítica nem posição de mando, signifi casse tanto pai·a todos nós. Por que e la inspira va tanto respeito, admiração e popul aridade?

Rainha que une seu povo na adversidade Certamente seu pape l dura nte a Segunda Guerra Mundial, perma necendo em Londres, mesmo durante os bo mbarde ios nazistas, e incentivando com seu nobre exempl o os líderes soc ia is e polí-

ticos, foi dec isivo para a união de esforços que a situação exigia, a ponto de Hitler considerá- la seu pi or inimi go na Inglaterra . Certa mente se u a poio aos líderes políticos e militares duran te a guerra e CATO LIC IS MO

O Rei George VI e a Rainha Elisabeth examinam os estragos causados no Palácio de Buckingham pelo bombardeio alemão, em setembro de 1940

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seu a mparo moral ao própri9 Rei representaram muito para o resultado final do conflito. Certamente os sacrifícios que a família real ass umiu durante a g ue rra - alime nta ndo-se parcamente como quaisquer o utros, e dormindo nos pró prios trens e m que viajava m pelo país para reconforta r seus súd itos e e ncorajar a resistência ao inimi go, ev ita ndo assim incômodos à popul ação - re presentaram muito para a estima gera l que todos tinham por e la.

Rainha-símbolo de valores tradicionais Porém, muito mais do que tudo isso - que já é muito - e la era ad mi rada pelos valores que representava. Nas décadas que se segui ram ao fim da g ue rra, quando os valores e estruturas tradicionais sofreram go lpes e ataques crescentes, e la tornou-se sua defensora, prestando ass im seu maior serv iço à nação. Sua preferência pelos va lores perenes, ao invés dos capric hos da moda, era um constante ponto de atrito com o utros. Ela tornou-se o símbo lo da dignidade, num mundo e m que a vulgari dade e a superficia lidade predominam. Tais qualidades dessa "grand lady" serv ira m para inspirar e elevar toda a nação. De acordo com o autor do afamado livro Majesly, Robert Lacey, "se há wna lição que a nova geração da família real pode aprender com seu exemplo, é a des-

treza com que ela conseguia contrabalançar as suas preferências com os seus deveres". Esta é um a característi-

1 - O féretro da Rainha Mãe na capela ardente do Westminster Hall 2 - Cortejo com o féretro dirige-se para a Abadia de Westminster 3 - Populares externam sua tristeza ao assistir a passagem do cortejo fúnebre 4 - A família real durante uma das leituras na Abadia de Westminster

ca das a lmas nobres. Seu amo r à tradição não a tornava, de nenhum modo, insensíve l. Ela gostava de agradar as pessoas que e ncontrava, fos . em grandes o u pequenos. Sem dúvida e ra ♦ uma mulhe r forte, uma grande Ra inha. A Rainha Mãe com seu neto, o Duque de York e as filhas deste, as Princesas Beatriz e Eugênia

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C ATOL ICISMO

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ATUALIDADE

TFP repudia peça teatral blasfema baseada em Saramago ealizou-se no Hotel Glória, Rio de Janeiro, no dia 13 de abril último, o 28º Encontro Regional de CorrespondentesEsclarecedores da TFP e participantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! Ao final do evento, uma resolu ção dirigida a D. Eusébio Oscar Sheid SCJ, Arcebispo do Rio de Janeiro , foj s ub sc rita por 424 participantes.Tal documento solicita ao Prelado que proteste e atue para

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que cesse no Rio de Janeiro, ou em qu alquer outra cidade do Brasil, a apresentação de uma peça blasfema e imoral, baseada na obra Evangelho segundo Jesus Cristo, de autoria do escritor comunista português José Saramago. A peça estava então em exibição no teatro ViUa Lobos, do Rio de Janeiro. A referida resolução foi entregue, juntamente com carta endereçada ao Prelado, no dia 15 do mesmo mês, no escritório do Sr. Arcebispo do

Rio, tendo sido recebida por um funcionário da Mitra Arquidiocesana. Transcrevemos abaixo o texto, praticamente na íntegra, do oportuno e e nérg ico docum e nto, o qu al bem exprime a indignação, o repúdio e o protesto de fiéis católicos filhos extremosos da Santa Igreja diante da ignóbil encenação teatral. *

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Abaixo: fac-símile do diário carioca "O Globo", de 20-4-2002

TFP quertirar a peça 'O Evangelho ,Segundo Jesus Cristo' de cartaz Organização enviou abaixo-assinado ao arcebispo .,Dom Eusébio Scheid com cerca de 500 assinaturas ao arcebispo Dom Eusébio Do Globo On Line · Scheid, pedindo a interferên- · • Os anos passam e a polêmi-,, eia da arquidiocese para susca·em torno do livro "O Evan:· pender as apresentações. gelho Segundo Jesus Cristo", de José Saramago, continua. · Autor português também é criticado por organização Atualmente, os petardos dos Segundo a TFP, o espetácuconservadores estão direcionados para.a adaptação tea- lo "herético e imoral reprotral do livro do escritor portu- . duz a torrente de blasfêmias, guês, em cartaz no Teatro Vil- heresias e gravíssimas injúla-Lobos. A organização Tradi- rias contidas no livro, e que ção, Família E! Propriedade são lançadas contra Deus e (fFP) arquiteta a retirada do contra dogmas da Igreja Caespetáculo do circuito cario- tólica". A dramaturga Maria Adelaica. ~ um protesto silencioso, de Amaral, responsável pela A.!_FP enviou, no inicio da seadaptação do texto para o teamana, ·um abaixo-assinado Maria Eduarda Varela

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:zoo:z

tro, discorda: - A arte estâ acima d~stas questõe·s vãs porque tran_scen:. de os dogmas. Uma peça é uma obra de arte· e deve ser respeitada como tal. No documento enviado à Arquidiocese do Rio, a TFP também não .poupa críticas ao autor do texto, e português José Saramago. Se para a TFP, a peça insulta a religião católica ao retratar "uma delirante vida de Cristo", para o diretor José P0ssi Neto, a história de Jesus Cristo é apenas usada como pano de fundo para discutir a necessidade de poder dos homens. ■ ·

Reverente apelo da TFP ao Sr. Arcebispo do Rio de Janeiro Essa peça [Evangelho segundo Jesus Cristo] transpõe para o teatro a mesma cascata de blasfêmias contidas no livro de idêntico título, de autoria [... ] de José Saramago, qualificado em homilia pelo Sr. Arcebispo de Braga (Portugal), D . Eurico Dias Nogueira, como um 'ateu confesso e comunista impenitente'. O ilustre Prelado português considerou e se livro como "uma delirante vida de Cristo" , concebida "na perspectiva da [... ] ideologia político-religiosa [de Saramago] e distorcida por aqueles parâmetros" , o que trouxe como resultado "um livro blasfemo, espezinhador da verdade histórica e d!famador dos maiores personagens do Novo Testamento, como Nossa Senhora, São José e os Apóstolos, além de Cristo, o principal visado, e, por isso mesmo, insultuoso para os cristãos e.rentes: para Lodos nós." E m certas circ unstâ ncias, só a descri ção c rua da realidade consegue provocar o choque salutar. Desde j á pedimo perdão a Vossa Excelência por utili zar aqu i este recurso. Segundo Miu ici Salomão, do Caderno 2 de "O Estado de S. Paulo", a peça mostra "a casa de Maria E OS FILHOS, o bordel de Maria Madalena, a trajetória de um Jesus angustiado, sentenciado por Deus e pelo Diabo ao sofrimento para mostrar aos homens de todos os tempos os conceitos do Bem e do Mal. [... ] 'Jesus de Saramago não segue o caminho de sua ideologia oficial ', - sustenta o jovem ator Eriberto Leão - . 'Ele sai de casa para se rebelar contra o próprio destino de mártir.' [... ] Deus não é tão bom, o Diabo, tão mau. Ambos são 'capitalistas' de vidas, agem acordados em prol de um fu turo maniqueizado para o homem. [... ] Maria Madalena [revela-se] mais prostituta e mulher.[ ... ] Deus[ ... ] ganha um recorte mais humano: é mesquinho,

maquiavélico, seu comportamento está tangenciado pelo projeto de poder. Diabo ganha a pele de pastor; parece mais generoso que o próprio Deus (jornal citado, 24/11/ 2001 - grifos nossos). Nessa obra teatral - continua o artigo - "Jesus, ao deixar: a casa materna, vai ao encontro do autoconhecimento. Trabalha [... ] para

José Saramago

um Pastor (Diabo) e passa pelos mundanismos de um homem comum. Com Maria de Magdala ... " [o que se seg ue constitui blasfêmi as e imoralidades que não podemos transcrever]. Para se medir e m que fonte envenenada tal peça teatral foi beber sua inspiração, Saramago - afrontando a verdade histórica, a fé e o espírito cristão - imagina doentiamente em seu livro um ato sex ual de Maria e José, durante o qu al Deus Pai misturaria seu sêmen com o de José, e do qual Jesus viria a ser concebido. Blasfêmia e 'heresia inimagináveis, que contradizem a doutrina da Igreja e afrontam gravissimamente a al ma católi ca! A virgindade de Maria, imaculada antes, durante e depois do parto, é também escandalosamente negada mediante a afirmação de que ela

teve de São José mai s oito filho s. Jesus teria sido o primogênito que escapou do a nonimato. Ele teri a abandonado a casa paterna e conhecido Maria Madalena num bordel, vivendo com ela a partir de então, no mais completo concubinato (cfr. artigo "O quinto evangelista", de Marce lo Roll ernbe rg, e m "Isto é Senhor", 6/11/1991). Para completar a blasfê mia e a heresia, o relacionamento de Jesus com o Padre Eterno está longe de ser amistoso. Segundo o já citado artigo de Marcelo Rollemberg, o Jes us de Saramago é cético, cheio de dúvidas, potencialmente um revoltado. E Deus Pai é um vingativo, um colérico, sem paciência com as dúvidas ex istenciai s do Filho. Ao ponto de, pouco antes de morrer na cruz, Jesus afirmar blasfemamente, parafraseando a citação bíblica: "Homens, perdoai-lhe, porque ele [Deus] não sabe o que fez". Diante dessa torre nte de blasfêmias, heresias e injúrias não podemos nos omitir! Não pode mos cruzar os braços ! Não podemos ficar ca lados. Cremos firmemente em Nosso Senhor Jes us Cristo. Ele é o Home m-Deus ! E assim o crê um número incontável de brasileiros, os quais sentem-se injuriados quando vêem o seu Deus ser objeto de tanto insulto, desprezo e escárnio. Como fiéis católicos, é natural, pois, que, suplicantes, levantemos os olhos para o nosso Arcebispo. Falai, Senhor Arcebispo! Falai, protestai e atuai para que cesse, no Rio de Janeiro ou em qualquer outra cidade do Brasil, a apresentação dessa peça blasfema, herética e imoral. [... ] É o que respeitosa e filialm ente vos pedimos, rogando a Nossa Senhora Aparecida, Padroe ira do Brasil , inspirar a Vossa Excelência, e aos nossos Pastores, palavras de sabedoria e de força no cumprimento de sua sacrossanta missão de velar pelo rebanho e conduzir as almas para Nos♦ so Senhor Jesus Cri sto.

CAT O LIC ISMO

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Santos ~e festas

de ]UN @O Santo Antonio de Pádua

São Barnabé

Beato José de Anchieta

gundo, depois de flage lado, foi degolado. Santo Ambrósio descobriu seus corpos e m 386. De Mi lão seu cu lto expandiu-se até as Gálias, onde várias igrejas lhes foram dedicadas.

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Santo Inácio, Anacoreta. + Espa n!ia, séc. XI. "Tor-

São Felipe, Confessor.

São Barnabé, Apóstolo.

Santa Ludgarda, Virgem.

+ Palestina, séc. II. Um dos

nando-se abade de Onha, onde se acabava de adotar a observância cluniacense, deu novo impulso ao monaquismo" (do M art iro lóg io Rom ano) . Primeiro Sábado do mês.

sete primeiros diáconos ordenados pe los Apóstolos, é nomeado logo depois de Santo Estêvão, o Proto-márti r.

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Primeira Sexta-feira do mês.

São Plotino, Bispo e Companheiros, Mártires.

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+ Lyon , 177. "Seus .fortes e

7 SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

repetidos combates sob Marco Aurélio Antonino e Lúcio

(neste ano)

Vera estão descritos numa

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carta que a Igreja de Lyon enviou às autoridades da Ásia e da Frígia" (do Martirológio Romano).

Beato José de Anchieta, Apóstolo do Brasil.

3 São Carlos de Luanga e 22 Companheiros, Mártires.

+ Uganda, 1886. Carlos, oficial do Rei de Uganda, convertido com outros func ionários, fo i com eles q ueimado vivo.

4 Santa Clotilde, Viúva. + Tours (França), 545. Sendo esposa de C lóvis, rei dos Francos, s uas orações e exemp los o levaram à conversão.

5 São Bonifácio, Bispo e Mártir. (V ide Catolicismo, junho/ 1998)

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CAT O L IC IS MO

12 São Leão Ili, Papa e Confessor.

+ Roma, 816. "A quem Deus restituiu milagrosamente os olhos que os ímpios haviam arrancado e a língua que lhe haviam cortado" (do Martirológio). Coroou Carlos Magno Imperador na Basílica Vaticana, na noi te de Natal de 800, restaurando assim o Im péri o do Ocidente em bases cri tã .

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t São Columba Abade,

Santo Antônio de Lisboa ou Pádua, Confessor.

Confessor. + Escóc ia, 597. "Natureza

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aristocrática, brilhante em. suas palavras, grandioso em seus conse lhos, che io de amor para com. todos, repleto até o fundo de seu coração da serenidade e da alegria do Espírito Santo" (do Martiro lógio Romano - Monástico).

10 São Getúlio e Companheiros, Mártires.

+ Tivoli , séc. II. "Varão de grande nobreza e cultura, pai de sete bem-aventurados mártires tidos de sua esposa Santa Sinforosa; e também martírio de seus companheiros Cereal, Amâncio e Primitivo" (do Martirológio Romano) . Junho de :Z002

São Metódio de Constantinopla, Bispo e Confessor.

+ Constantinopla, 847. Ita liano, "estudou em Constantinopla, onde abraçou a vida monástica. Tornou-se Abade e, mais tarde, Patriarca. Fez triunfar definitivamente, com o apoio de Roma, o culto das santas imagens, instituindo a 'Festa da Ortodoxia', celebrada anualmente desde então" (do Martirológio Romano - Monástico).

15 Santa Germana Cousin. (v ide Seção Vidas de Santos p. 34)

+ Bélgica, 1246. "Monja cisterciense de Aywieres, na diocese de Namu1; foi cumulada de graças místicas por Jesus Cristo, que a instruiu no mistério do seu Sagrado Coração, a única luz na cegueira do seu.firn de vida" (do Martirológ io Romano - Monástico) .

17 Santos Manuel, Sabei e Ismael, Mártires.

+ Calcedônia, 362. "Embaixadores do rei da Pérsia para negociar a paz com Juliano, o Apóstata, o imperador quis obrigá-los ao culto dos íclolos; como recusassem com grande constância, mandou passá-los a .fio de espada" (do Martirológ io Romano).

18 São Gregório Barbarigo, Bispo e Confessor.

20 Santo Adalberto de Magdeburgo, Bispo e Confessor.

+ Alemanha, 98 l. Env iado pelo J mperaclor Otão, o Grande, com hefe ele um g ru po ele m iss ion ários que foram eva ngelizar os es lavos. Tendo todos seus com pan he iros sido massacrados, Adalberto voltou à Al emanha, onde foi des ig nad o Bisp o da nova sede epi scopal de Magdeburgo, na axô nia.

21 São Luis Gonzaga, onfessor. (Vicie 200 1)

010/icismo, j unh o/

+ Itáli a, 1697. De família pa-

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trícia de Veneza, torno u-se Bispo de Pád ua e Ca rdea l, dedicando o melhor de suas ativ idades ao seminário episcopal, que transformou num dos melhores da Itáli a. Nele é gua rdado reverentemente o coração do Santo.

Santo Albano, Mártir.

19 Santos Gervásio e Protásio, Mártires. + M ilão, séc. m. O primeiro foi açoitado com pontas de chumbo até a morte; e o se-

+ lng lal rra , 304. Destacado hab il a nl ' 1· Veru lam iu m (hoje an lo Albano), escondeu e m sua casa um sacerdote du rante a persegu ição de Dioclecia no. onvcrticlo pelo mi ni stro de D us, fico u tão tocado pela doutrina católica, que trocou de vest s com ele, sendo preso em seu lugar. Negando-se a oferecer incenso aos ídolos, fo i aço itado, cruelmente torturado, e finalme nte teve a cabeça decepada.

Santo Adalberto de Magdeburgo

Santa Ema

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ção de Nossa Senhora foi t:razicla de Creta para Ro ma por um negoc iante, e permaneceu na igreja de São Mateus até 1812, indo depo is para uma capela cios agostini anos. Em 1866, o Gera l cios Redentoristas obteve de Pio IX a c ustód ia da imagem, divulgando-a então por toda parte, tornando-se uma das estampas de Nossa Senhora mais popul ares em todo o mundo.

Santa Agripina, Virgem e Mártir. + Roma, séc. III. Tendo feito voto de virgindade, foi apri sionada e martirizada sob o [mperaclo r Valeriano. Seu corpo fo i tras ladado para a Sicíl ia, onde seu tú mulo é afamado pelos mui tos mi lagres ali operados.

24 Natividade de São João Batista.

28 São Plutarco e Companheiros, Mártires.

25 São Máximo de Turim, Bispo e Confessor. + Itália, séc. V. Celebérrimo pe la dout rin a e sa ntidade, seus discursos reve lam sua ciência e virtude, sendo quase tão importantes qua nto os ele Santo Agostinho.

26 São Vigílio, Bispo e Mártir. + Trento, 405. Nasc ido em Trento, foi educado em Atenas. E leito B ispo de sua cidade natal, "tudo fez para extirpar os últimos vestígios de idolatria. Por esse motivo, homens fero zes e bárbaros abateram.-no com uma rajada de pedras" (elo Martirológio Ro mano).

Será celebrada pelo Revmo. Padre Davi Francisquini, nas seguintes intenções: • Pedindo ao Sagrado Coração de Jesus que aumente o fervor de todos os amigos e leitores de Catolicismo e dos participantes da Aliança de Fátima, da Campa nha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! • Pedindo aos Apósto los São Pedro e São Paulo que intercedam junto a Deus Nosso Senhor para que nossos amigos e seus filhos tenham sempre a fidelidade total à Santa Igreja

Católica Apostólica

+ Egito, 202. Assisti ndo às

Romana.

aul as cio cé lebre O rígenes , em Alexandria, foram por e le convertidos à fé católica, enfrentando por isso o martírio nas perseguições de Severo.

IJ ~'"""~

Segundo a trad ição, a pintura representando essa invoca-

Santa Ema, Viúva. + Alemanha, 1045. Parente do Imperador Santo Henrique, fo i educada na co rte pela Imperatri z Sa nta Cuneg undes.

30 Comemoração de São Pedro e São Paulo, . Apóstolos (neste ano).

Nota: Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

LI

eIs

~

• Em desagravo pelas blasfêmias que estão se cometendo em peças de teatro e filmes, para que a Justiça Divina corte o caminho da indústria da blasfêmia no Brasil. • Para que os assinantes e leitores de Catolicismo e suas respectivas famílias obtenham de Nossa Senhora do Carmo, cuja festa se comemora neste mês, todas as graças necessárias para sua salvação.

29

eATo

.

'©

27 Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

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Campanha da TFP na França BENOIT BEMELMANS

Ü SCAR VIDAL

Às vésperas do primeiro turno da última eleição presidencial francesa - no qual o candidato socialista Jospin foi fragorosamente derrotado - , a TFP denunciou a duplicidade do Partido Socialista francês

Durante o evento, promovido pela campanha da TFP, Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, realizou-se ato de protesto contra representação teatral blasfema~ baseada em livro de autoria de Saramago (Vide p. 44). Proteste! " Valeu a pena vir para esta soleniSe o leitor desej ar mani fes tar seu dade. Eu viria, ainda que fosse só para assinar a carta contra o tal teatro que . protesto contra tais exibições imorais, pode fa zê-l o através do site www.tfp . of ende nossa religião, que mexe tanto com nossa fé. E olha, hein: ainda que org.br. Ass im, poderá envi ar uma reclamação ao Pres idente da FUNARJ eu tivesse que vir a pé!" - resolutamenFundação que está patroc inando a aprete afirmou um dos 500 participantes do sentação dessa bl asfê mi a. Encontro no Hote l Glória, no dia 13 de Seguirá també m uma cópia de sua abril último. mensagem-protesto para o Procurador O público presente era for mado por Geral de Ju stiça cio Estado do Rio ele correspondentes-esc larecedores da TFP e por propagandi stas da Campanha Vin- Jane iro, Dr. José Lui z Muifíoz Pifíe iro Filho. Este tem competênc ia para ac iode Nossa Senhora de Fátima, não tarnar a Justiça, em defesa cios dire itos cios deis!, que se reuniram no Salão Nobre católicos brasil eiros. do referido hote l, um be lo e evocativo Dê um BASTA a essa o nda de bl ascartão postal do Rio de Jane iro, com visfê mi as e imoralidade que está invadinta para a Baía de Guanabara. do nosso País ! ♦ Os partic ipantes acompanharam av idamente a exposição elas atividades que a TFP vem desenvolvendo atua lmente e m quase todos os estados ela Federação, em defesa cios idea is da C ivili zação Cri stã. Após confe rênci a versando sobre o plano ele Deus para a humanidade, ho uve uma apresentação teatral : O celeste pintor. Al ém de ilu strar maravilhosame nte a palestra, bem se poderi a di zer que fo i uma reparação a Nosso Senhor Jesus Cri sto e sua M ãe Santíssima pelas injúri as contra E les lançadas na peça imo ral e herética, Evangelho segundo Jesus Cristo, baseada no escri tor comuAcima: fachada do Hotel Glória. Nas fotos, à direita: flagrantes do Encontro ni sta José Saramago.

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CATO L ICIS MO

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A TFP francesa publicou um doss iê denunciando o dupl o j o~o do s?c iali smo na J-\.. França: sob uma estratégia gradual esconde-se uma cloutnna radical. Esse doss iê espec ial está sendo divulgado por correio e pela Internet. Foi enviado també m ao Epi scopado francês e a grande número ele parlame ntares de centro-direita. O documento ana li sa o Projet 2002 (o programa do PS francês para 2002) e alerta para o peri go ela ilusão otimista que consiste em con siderar o PS um partido como os dema is. Apóia-se no histórico manifesto Socialismo autogestionário em vista do comunismo: barreira ou cabeça-de-ponte?, escrito por Plínio Corrêa de Olive ira em 198 L e divul gado e m 49 pa íses cios cinco continentes (Vide Catolicismo, dezembro/2001). Nossos leitores que desejarem cópia desse clossiê ele 36 pág inas podem obtê-lo no site da T FP francesa: ww w.tfp.asso.fr

Pon tos abordados no dossiê:

VJJJ

1contro ' ional - > de

Janeiro-

,, abril de 2002

■ O contexto mundi al no qual a autogestão sociali sta surgiu , como passagem obrigatória rumo à utopi a marx ista igualitária; ■ O histórico ela denúncia-bomba publicada pelas TFPs em 198 L, mostrando que a autogestão ele Mitterrand não passava ele nova máscara para impl antação cio ve lho comun ismo; ■ Os vinte anos de Revolução Cultural na França sob a batuta soc iali sta, fi gurando como exemplo de tal revolução o combate à propriedade privada através do aumento da violência urbana. ■ An áli se do Proj et 2002 ele um PS e m cri se, que mantém, sem a no mear, a autogestão co mo coração ele sua do utrina, e tenta caminhar, sem contar com as bases, ele mãos dadas com a Internacional Rebelde* . ♦

*

So bre a [11/em acio11al Rebelde, ver o ensa io A pretexto do combate à glo/x ,!ização, l?ENASCE A

LUTA DE CLASSES - , Fó rum Social Mundial de Porto Alegre, berço de uma neo-revoluçcio andrquica, resumido cm " Catolicismo" , fevereiro/2002.

CAT O LIC ISMO

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TfPs EM AÇÃO

Tradição e Ação

Desagravo T1-10MAS

J.

ALEJANDRO EzcuRRA

M cKENNA

Jovens peruanos aderem aos ideais de tradição, família e propriedade

Protesto de católicos contra imagens ultrajantes na Califórnia

O público acompanhou com simpatia o protesto dos membros da TFP, que portavam um grande cartaz (foto acima) diante do Museu de Napa Val/ey

N

Nas fotos acima, cenas do IV Simpósio Universitário

apa Valley é uma conhecida rngião vinícola

na Ca lifórni a. E agora está se tornando tri stemente famosa pelo fato de produzir imagens ultraj antes aos sentimentos católicos, que seus autores denominam obras de "arteº' . No museu do American Center for Wine, Food and Arts (COPIA), estavam em ex ibição figuras apresentadas de modo degradante, entre as quais se destacavam o Papa, um bispo e uma freira. Tendo em vista a ampla divul gação que se de u a esse insulto inaud ito, a TFP americana mobili zou seus sócios. cooperadores e corresponde ntes locais para um

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CATO L ICISMO

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ato de protesto diante do museu (fotos ao lado). Além das suas conhecidas insígni as, os me mbros da entidade portavam um grande cartaz, onde se lia: A TFP americana e a Campanha Ame rica Needs Fatima protestam contra a blasfêmia e o sacrilég io no museu COPIA. O ato de protesto, realizado sob frio intenso e chuva, co ntou com a presença e o estímulo de Mons. Willi am Serado, que rezou com os prese ntes o Rosá rio , e també m entoou com eles hinos patrióticos e religiosos. ♦

lidud ' p ·1w111' 1 co irmã ela TFP brasileira, Tratlición y Acci611 por u11 Pení mayor, realizou o IV Simpós io Universitário de Fornrnção Católica, assistido por cstudant s d · Lim a e Truji llo (a te rceira cidade cio país, loca li za la 600 q uil ô me tros ao norte ela cap ital) e pres idido por uma be la im ag 111 po rtu g uesa ele Nossa Senhora ele Fátima. Numa atmosfera ele muita co n. o nância e e ntus iasmo, e les participaram ele ex pos ições sobre A curva da T-Jistória, que anali sam as etapas hi stóricas ela luta e ntre o be m e o mal até c ulminar na presente ofensiva ela Internacional Rebelde ponta ele la nça ela Revo lução a nti c ri stã no momento atual

contra os restos ela C ri standade ocidental; sobre o sig nificado da Semana Santa e cio sofrime nto na vicia cio católico; e sobre a epopé ia de Plínio Corrêa ele Oliveira e elas TFPs , bem como as radi osas perspectivas cio Re ino ele Ma ri a, an un• c iaclo em Fátim a. Este [V Simpósio co nso lida a pujante seção universitária ele Tradición y Acción , que há um a no edita o boletim univers itá rio Reconquista. Esse boletim ve m encontr::mclo grande receptividade nos me ios estudanti s peruanos, os q uais, em me io ao naufrág io conte mpo râneo, revelam c rescente abe rtura para os ideais ela C ivilização C ri stã e seus valo res ♦ básicos - a tradição, a fa míli a e a pro pri edade.

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afresco mostra a Apresentação do Meni no Jesus no Templo, e fo i executado pe lo célebre Giotto na Capela Scrovegni m Pádua (Itáli a). Ne le aparecem Nossa Senh ora e São José de um lado; e de o utro , o Prof ta Simeão. Atrás, pode-se observar a Profeti sa Ana. A parte central da cena é apresentada m estilo medieval , numa dependência do Templo de Jesuralém. O aspecto da pintura que interessa sob r tudo é a atitude de São José e de Nossa nhora. Quem apresentou o Divino lnfant ao Profeta fo i Nossa Senhora. Ela está com as mãos numa atitude de quem acaba de entr ' gar o Menino, ou pronta para recebê-lo. , o José, recolhido modestamente e m segundo plano, acompanha a cena. Nota-se que um a atmosfera - é uma coisa mi steriosa - de santidade e de pureza domin a toda a cena. De maneira que o próprio templ ozinho, que se vê no afresco, faz transpar · r qualquer coisa de esguio e de virgi nal. Tudo que o arti sta coloca como fund , 111 •io azu lado e com ramagens que parecem s r rolhas de uma vegetação, se delinei a obr um céu també m com predominância do azul. Mas todo o colorido é um pouco esc uro, colo ·ando muito em relevo a parte central do l ma : o Menino Jesus - é o foco de lu z - , Prof' •tn Simeão e Nossa Senhora. Já e nvo lt os nu11111 atmosfera com um pouco men s d lt1 í', ·ncontram-se São José e a Pro~ li sa /\1111 .

APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO PLINIO C ORRÊA DE ÜLIVEIRA

Atmosfera de- santidade e pureza

Nota da redação - O afresco f'oi pi11111do pol' 1101111 di Bonclone ( 1267- 1337) na ap •111 ri<•Mli Si'm111•;i 11 I rn 1 '11 pela ela Arena - cuja res1auruç1 o ·0111 pl ·111 l'oi ·0 11 •111 ela recentemente - , assim cl111m11d11 pol' s' ·11 ·0111 1'1 11' 11t1 interior ele um anfi t ·11ro ro11111110, rn, P clu11 . Os do •11 mentos cio tempo nos inf'orn111111 1u · u111 ri ·o s ·11lrn r· d • poderosa fa mfli u d Páduu os S 'l'OV · •ni '(H11p,·rn 1 em 1300 todo o I rr ·n l das ar nas romanus, p111'1111 ll l·o11s truir sua moradia . Nos dias I hoj , inl •il'U• mente destru ída a r ·s id nciu, r ·stou up •• "'V,\EN l~ nas a apela, onde s encon1r11m os • 'i"íJ' famosos afrescos d io11 0. As pin- o ~ turas dessa apela f'oram ex ·ut a 111s ~ O ele 1302 a 1306. •~ O

~- C\"



,

UMARI

■ PLINIO C ü RRÊA DE OLIVEIRA

Comentário antigo explica um fato atual "Por que o nosso mundo pobre e igualitário se empolgou com o fausto e a majestade da coroação?"

L

endo a frase em epígrafe, poderíamos imaginar referir-se ao fausto e à majestade que cercaram as recentes comemorações dos 50 anos da subida ao trono de Elizabeth 11 , como Rainha da Inglaterra . Não. A frase foi escrita há meio século ... É o título de um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira para Catolicismo, comentando as cerimônias da coroação da mesma Soberana, em 2 de junho de 1952. Transcreveremos aqui excertos desse artigo, pois ele explica admiravelmente por quê, nos presentes dias - ainda mais intoxicados de espírito igualitário - , tudo aquilo que diz respeito a Reis e Rainhas, Príncipes e Princesas, coroas e tronos, palácios e castelos fas cina, entusiasma e empolga um povo, que ainda conserva parcelas de autenticidade.

* "Tudo, no notic iári o da coroação, demo nstrou que as massas se co moveram com e la, não po r um simples impulso de curios idade, para ver a reconstituição de uma cena hi stórica ou o desenro lar de um espetáculo artístico, mas por um imenso movimento de admiração quase relig iosa, de simpatia, de ternura mesmo, que envolveu não só a Rainha, ma tudo aquilo que e la e a institui ç ã o mo ná rqui ca d a In g late rra simbo li zam". [Continua na p. 14)

• C ATOLICISMO

A soberana inglesa, nesta fascinante carruagem dourada , puxada por oito elegantes cavalos branco s, atrave ss ou rece ntemente Londres, aclamada por multidões, no comemoração do cinqüentenório de seu reinado. A carruagem, própria de um Conto de Fadas , foi construído em 1762 paro o Rei George Ili . A partir de 1831 , ela pa ssou a ser usada pelos monarcas ingl eses no dia da co roação . Elizabeth li usou a fabulosa carruagem em 1952 , por ocasião de sua entronização (foto acima) .

.Julho cJe 2002

2

Excmnos

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CARTA DO DmETOR

5

PAGINA MARIANA

7

LmTLJRA EsPtRJ'l'lJAI,

8

CoRtmSPOND11NCIA

Nº 61 H

Nossa Senhor a da Esp eran ça O Cr edo - Quinto artigo

oo SA<;1mnoT1.◄:

lO A

PAI.AVIM

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REAt.1DAnE C0Nc1s/\M1wr1-:

16

INTEl~N/\CIONAt

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20

Pon

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ENTlfüVISTA

24

NACION/\1,

26

CAPA

36

VmAs DE SANTOS

39

INl◄'ORMA'l'IVO RlJIMI,

40

GIMNDES PERSONAGENS

43

Ecos DE FÁTIMA

44

SANTOS t◄: F1.◄:s·1'As oo Mf.:s

46

'fFPs EM

52

AMBIEN'l'l•:s, CosnJM1•:s, C1v11.1zAçüEs

Orn~

b1ei ção pr esidenci al n a Colômbia

NossA S..:N1101~/\

Cmm/\?

A questão da Amazônia

O II Pr ogram a Naci on al de Direi tos H umanos

3 0 an os da l acrimação de N ossa Senhor a San to Ináci o de Loyol a

C1óvis, Rei dos Fr an cos

AçÃo

A simbólica Tor re de Bel ém

Nossa capa:

52 Ambientes, Costumes, Civilizações

Foto da milagrosa lacrimação da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima em Nova Orleans (EUA), julho de 1972

JULHO 2002


Caro Leitor, Neste mês, Catolicismo tem a satisfação de se apresentar aos seus a migos leitores sob um novo projeto g ráfico. Pode-se dizer que nosso desejo de aperfeiçoamento fo i largamente atendido mediante essa iniciativa, de longa data planejada . Os leitores poderão notar, e m toda esta edição, uma preocupação maior com a unidade, que se reflete, por exemplo, nas fontes e no corpo das letras, nos logotipos ou epígrafes das vá ri a seções, na ex ten são de títulos, subtítulos e lege ndas, bem como em sinais gráfico s que procuram tornar a di agra mação mais atraente e definida.

Diretor:

Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:

Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n2 23228 Redação: R. Dr. Martinico Prado, 246 CEP 01224-01 O São Paulo - SP Tel: (Oxx11) 221-8755 Administração:

Rua Armando Coelho Silva, 145 Sala 3 - Pq. Peruche CEP 02539-000 São Paulo - SP Tel: (Oxx11) 3856-8561 Serviço de Atendimento ao Assinante:

Tel (Oxx11) 3858-1053 Fax (Oxx11) 3858-1499 Correspondência:

Caixa Postal 1422 CEP 01065-970 São Paulo - SP Impressão:

Prol Editora Gráfica E-mail: epbp@ uol.com .br Home Page: http://www.catolicismo.com.br ISSN 0008-8528

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Nossa matéria de capa aborda um fato ma rcante, que foi objeto de nutrido noticiário no mundo in teiro. • m 1972, um a das imagens pe reg rin as de Nossa Senhora de Fátima verte u lág rim as milag ro amente e m Nova Orleans, nos Estados Unidos. Naquel a ocasião, o Pro f. Plini o o rrêa de O li veira redi giu admirável comentário do prodíg io, intitul ado Lágrimas, milagroso aviso, pub licado inicialme nte na "Folha de S. Paulo". om no1 áv I pe netração, o in s ig ne pensador cató li co ressaltou que aq ue le extraordin á ri o evento se constituía em ma is um aviso do Céu destinado à humanidade, que não dera o uvidos à men sagem de Nossa Se nhora de Fátima. Embora a decadê nc ia mora l e re lig iosa já tivesse atingido índices espantosos 30 a nos atrás, e la mal s co mpara ao g rau a que c hegou nos dias atuais. Da mes ma forma, a corrupção dos costumes e o flagelo da criminalidade ainda di stavam s ignificativame nte d s índices a larm antes de hoje. Pode-se pe rg unta r se a Providência divina não e nviou, através desse mil ag re, um de rrade ir aviso para a huma nidade prevaricadora, que Lhe de u as costas e aca bou po r de ixar- ·e c ha furdar no pecado, na imoralidade, na droga, no satanismo e e m abominações , e m limite. Qual a mensagem das lágrimas da Mãe de Deu s para o mundo naque la ocas ião? É fáci l imaginar como seria diferente a s ituação atua l dos indiv íd uos e da sociedade, caso a humanidade tivesse dado atenção a esse s in al celeste! R ecome ndamos viva mente a todos uma reflex ão detida a respeito dessa matéria, espec ialme nte ela borada visando favorecer o atend imento pleno, por parte de nossos prezados leitores, do apelo feito por Nossa Senhora e m Fátima.

Em Jesus e Mari a,

Preços da assinatura anual para o mês de JULHO de 2002:

Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.

Esperança

Paulo Corrêa de Brito Fi lho DIR ETOR

P oucos sabem que o Brasil nasceu sob o olhar maternal de Nossa Senhora da Esperança [l V ALD IS GRINSTEINS

N

a áurea época dos descobrimentos po rtugueses havi a várias devoções muito difundidas em Portugal, sendo uma delas a ele Nossa Senhora da Esperança. Devoção bem antiga, pois j á no século X existia na França um santuário dedicado a essa invocação mariana, na cidade ele Mezieres. Como tal devoção chegou a Portugal não o sabemos. É certo que uma imagem de Nossa Senhora da Es perança "presenciou" a descoberta cio Brasil. E, portanto, desde o nasc imento desta nova nação na família de países católicos, a Virgem da Esperança lhe dedicou um o lh ar de afeto e proteção. Tudo começou da seguinte maneira. O descobridor Pedro Álvares Cabral tinha em sua residência uma imagem ela Virgem da Esperança e, em sua viagem

"às Índias ", levou-a consigo. Assim, e la aportou no Brasil na nau cabralina. Hoje e la se encontra na c idade de Belmonte, numa cape la onde supõe-se que e le foi batizado. 455 anos clepois Para o Congresso Eucarístico cio Rio ele Janeiro, em 1955, essa imagem foi traz ida novamente ao Brasil. Se e la retornasse hoje, como seria? Agradaria a Nossa Senhora encontrar o Bras il na caótica situação atual? Quanta imoralidade, corrupção, crimes, abusos, blasfêmias, pecados ele toda ordem! ... Quanta razão para um castigo! Mas, assim como há esperança em meio ao castigo para o homem que peca, assim também há esperança para uma nação, ainda que e la, em seu conjunto, não caminhe nas vias ela Providência. Mais que oportuno, portanto, o incre-

mento entre nós da devoção a Nossa Senhora ela Esperança.

Re11ascimento da devoção Essa bela devoção marial , muito esquecida, parecia destinada a desaparecer, não fossem as aparições ele Pontmain e tudo o que elas sign ificaram ele esperança para a primogênita elas nações cató li cas: a França. Em Pontmain - uma pequena aldeia cio interior francês na reg ião ela Mayenne - nada havia ele especialmente digno ele nota ... até 1871. Nesse ano, a França encontrava-se desfigurada pela descristianização e passava por dura provação. No ano anterior, tinha declarado guerra à Prússia, mas seus exércitos haviam sido derrotados; Napoleão II[, intitulado Acima , à direita : A famosa imagem de Nossa Senhora da Esperança, diante do pórtico da basíl ica .

JULH02002-


todos os presentes. Estes e nte nde m que, nesta ho ra es pec ia lme nte trág ica para a F ra nça, a Virge m ve io e m socorro. Po r isso, e ntoam um hino patri ó ti co:

Inscrição que indico o local no fazendo do família Borbedette, no qual os dois meninos tiveram o visão do Santíssimo Virgem, em 17-1-1871

imperado r, caiu e m conseqüê nc ia da de rrota; a re pública fora procla mad a. Pi o r: na ca pita l fra ncesa, cercad a pe lo exérc ito inimi go, vi.go rava um regime de a na rqui a precursor dos ho rro res cio go lpe comuni sta, conhec ido co mo a Cornuna de Paris. Nestas c irc un stâ nc ias, nada impedia q ue o vito ri oso exé rc ito pru ss ia no oc upasse todo o país. Naque la é poca histórica, uma vitóri a da Prúss ia sobre a França to mava ares de triun fo cio protestantismo (majoritári o e m toda A le manha) contra o cato lic ismo. Te ndo a França a vocação ele dar exempl o de c ivili zação cató lica, sua derro ta e conseqüe nte esfacela me nto seria uma e norme perda para toda a C ivili zação C ri stã. Em 187 1, a s ituação tinha c hegado a ta l ponto que nada pode ri a sa lva r a Fra nça. Nada .. . exceto Nossa Senhora. E Ela inte rve io .

Apal'ição de Po11tmai11 Po ntma in , na época, contava com apenas 300 habita ntes . E ntre e les estava a f'amíli a Barbeclette, que tinha do is me ninos : Eugê nio, de 12 a nos ele idade, e José, ele 1Oa nos. No dia 17 ele j ane iro daq ue le ano, as du as cri anças, por volta das c inco horas da tarde, fora m ajudar seu pa i nos traba lhos ela faze nda. Era inverno e já :rno itec ia, qua ndo E ugêni o, saindo da casa, vê a uns seis metros de a ltura, be m nítid a co ntra um céu estre lado, um a Senho ra grande e be la que lhe sorri . Vestia um traje azul c intil a nte ele estre las, um vé u lhe cobri a os cabe los e a metade da fronte, e po r c ima um di ade ma de jó ias. Eugê ni o, ma ravilh ad o, pe rg unto u a uma e mpregada: " Você não vê nada?" - "Nada ", fo i a res posta. Seu irmão me no r, José, c hegou nesse mo me nto e ta mbé m viu Nossa Senhora. O pa i a proximo u-se, o lho u e nad a pe rcebe u. C hama m e ntão a mãe, para ve r se e la pe rceb ia a lg uma co isa es pec ia l; e la, po ré m,

- C A TOLICI SMO

nada v iu . M as, co mo mulhe r pi edosa, di sse pode r trata r-se da Santfs: im a Virgem, e fez seus filh os reza re m. O pa i, desejoso ele tirar a limpo o !'alo, mando u proc urar uma f re ira ela lo a li clacle, So r Vita lin a. Ela acorre u à fazend a, mas ta mbé m nad a viu . Esta re li g iosa, im pr ss io nacla pe la s inceridade dos do is inoc 111 s me ni nos, mando u bu scar três cria nças d sua escola. Estas nada . ab iam da aparição, mas, logo ao c hega r, du as le las (Fra nc isca Ric he r, ele 11 a nos, Ju a na Lebossé, de o ito) exc la ma m im 'd ia1ame n te: "Oh!

Que bela Dama! Ela , ,,11 um trcije azul com estrelas de ouro!". uriosa mente, a terceira me nin a nada percebe u. N e se 111 0 111 nto, a notíc ia correu po r todo o povoado. 111 po uco te mpo, 80 pessoas estava m ai i reunidas. O utros do is me ninos vêem a nhora e a descreve m : · ugê ni o Friteau , ele seis a nos, e Aug usto Av i e , de ci nc .

"Mãe <la l~spel'ança" Sab ndo q ue, q uando Nossa Senho ra se ma nif'csla, a lgu ma me nsagem Ela quer de ixar, o p vo começou a rezar o Rosári o. Os men inos vão descrevendo ao povo o q ue está se passando com Nossa Senhora. De repente, a image m de ixa de sorrir e seu rosto se entri stece. A visão aume nta ele ta manho e a estre las do traje se multi plica m. Q ua ndo o povo canta o Magn(ficat, uma ba nde ira se desprega ela imagem, e-os vide ntes lêem para o povo as pa lavras ne la e c ri tas: "Rezai, meusfilhos". Todos co meça m e ntão a reza r as lada inhas . S urge uma segunda f rase escri ta: "Deus vos atenderá dentro de pouco tempo". Qu ando o povo canto u o hino lnviolata, a pa receu uma te rce ira frase : "O Meu Filho se deixa tocar". Nesse mo me nto a Virgem sorri no vame nte. Ao mes mo te mpo todos os me ni nos se a legram , e esta a legri a contagia

"Mãe da Espe rança, Ciijo nom e é tão doce, Protegei a nossa França. Rezai, rezai por nós". Te rminad o o cânti co, as inscri ções desa pa recem . O pá roco e ntoa um hino ele pe ni tênc ia . Apa rece e ntão nas mãos de Nossa Senho ra uma cru z ve rme lha, na qu a l Nosso Senho r está c ravado. Nossa Senho ra apare nta profunda tri steza. O povo começa a cantar o hino Ave Ma ris Stella, e. sa visão desaparece e os vide ntes vêe m Nossa Senhora como Ela é re pre. e ntacla na Med a lha Mil agrosa. Q ua ndo fin a lme nte as pessoas recita m a oração ela no ite - tradi c io na l prece para a ntes ele se de itar - N ossa Se nhora desaparece. São no ve horas da no ite.

A França é safra Está hi stori ca me nte provado que, a partir do mo me nto e m que Nossa Se nhora apa receu, o exérc ito a le mão de ixou de ava nça r, sendo que não tinha à sua frente ne nhum bata lhão que o pudesse dete r. No di a seguinte ao da aparição, as tropas a lemãs começam a recuar. O nze dias após, o armi stíc io e ntre o do is pa íses é ass inado, e do is meses depo is é estabe lecida a paz. As auto ridades ec les iásti cas fra ncesas o rd e na m um a investi gação sobre a a pa ri ção no po voado de Po ntmain , e um ano de po is c hega m à conclu são de ser verd ade irame nte di g na de crédi to. R e nasce u ass im um a de voção qu e esta va caindo no esquec ime nto.

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N ão será adequ ad a para o B ras il a devoção a N ossa Senhora ela Es perança, especia lme nte nas é pocas e m que tudo pa rece pe rdido? Se E la o lho u matern a lme nte para a Terra de Santa Cruz no descobrime nto, não o fa rá e m nossos di as, sobre tudo nos mo me ntos ele afli ção? •

Bibliografia:

-

Jean Ladame, No tre Dame de to11te la Fra11ce, Éditi ons Res iac, M ontsurs, França, 1987. M . de la Franquerie, La Vie rge Ma rie da11s l'histoire de Fra11ce , Lussaud Freres, França, 1939. Nil za Botelho Mega le, Cento e doze i11vocações da Virge m Maria 11 0 Bras il , Ed. Vozes, Petrópoli s, 1986.

Quinto artigo do Credo

"Desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos" quinto a rtigo do Credo nos e nsin a que a a lma ele Jesus C ri sto, separad a do corpo, fo i ao Lim bo dos Santos e Ju stos, e que no te rceiro d ia se uniu nova me nte ao seu corpo para nunca ma is se separar 1• Po r infernos [lugares infe ri o res] e nte nde-se aqui o Limbo dos Sa ntos e Justos, isto é, aque le lugar o nde estavam as a lmas dos justos es perando a rede nção ele Jesus C risto. Essas a lmas não fo ram introdu zidas no Paraíso antes ela mo rte de Jesus C risto po rque, pe lo pecado de Adão, o Para íso estava fec hado, e convinha que Jesus C ri sto, o qua l com sua mo rte o reabriu , fosse o prime iro a ne le e ntra r.

S111Jremo poder de /Jeus "Cristo Nosso Senhor desceu aos úiernos, não para so,f er alguma pen.a, mas para li vrar os Santos e Justos daquele miserável e dolomso cativeim, e para lhes aplicar os .fi"utos de sua Paixão. Portanto, a descida aos ü1fernos não diminuiu coisa algwna de sua absoluta dignidade e soberania" 2 . Jesus C ri sto qui s re ta rd a r a pró pri a ressurre ição até o te rce iro di a para mani festar a ev idê nc ia de q ue tinh a verd adeira me nte mo rrid o. A ressurre ição de Jes us Cristo não fo i s imil ar à ressurre ição dos o utros ho me ns ressuscitados, porque Jesus C ri sto ressusc ito u por virtude pró pri a, e os o utros foram ressusc itados po r virtude ele De us.

"Esta maneira de ressurgi,; própria e singular, só a Ele competia, pois que não está nas leis da natureza, nem homem algum leve jamais o poder de passar da nwrte à vida, por própria virtude. Isto cabe unicam.en.te ao suprenw poder de Deus" 3• •

Notas:

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1. Todos os tex tos que vêm sem aspas fora m tirados cio Calechi.1·1110 Magg iore pro11111/gato da San Pio X, Ro ma, Tipograli a Vati ca na, 1905, Eclizione A res, M il ano. 2. " Catecismo dos Párocos, red igido por decreto do Co ncíli o Tri denti no, publicado por ordem cio Papa S. Pio V, di to vul garmente CATEC ISM O ROM ANO", versão fie l da ed ição autê ntica de 1566 co m notíc ia hi stóri ca e anál ise críti ca, l)clo Pc. Valclo miro Pires M artins, Ed itora Vozes, Petrópo li s, 1962, 2". edi ção, p. 11 7.

3. lei., p. 119 .

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Combatm1te pela Igreja Bl A cada número''·da revista Catolicismo que recebo, firma-se em mim a admiração pela vossa obra, pela fidelidade aos ideais do vosso fundador Plínio Corrêa de Oliveira, esse combatente pela causa da Igreja, homem de visão clara, apaixonado pela Santíssima Virgem e pela instauração do Seu Reino. Continuem fiéis a este ideal. Estar na frente de batalha não é nada fác il - sabemo-lo todos. Com o passar do tempo é fácil ceder à tentação do relaxamento, de certos "diálogos" com o inimigo, e então, às vezes um exército forte pode transformar-se numa bandinha sorridente e ávida de aplausos, mesmo que à custa da fidelidade ao ideal outrora abraçado! Coragem! "Os sofü mentos · do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós" (Rm, 8, 18). Que Maria Santíssima, Mãe do Amor formoso, Rainha dos Anjos, Senhora do mundo , vos cubra com seu manto maternal. Daqui rezo por todos vós e pela vossa obra! {I.E.P.C. - SP) Maus representantes Espero que a Igreja Católica puna rigorosamente os sacerdotes que apóiam a violação ao direito à propriedade, que não deve ser violado. Muito me entristece saber que há represe ntantes da nos sa santa e amada Igreja que apóiam o MST na violação deste direito, apoiando a desordem. Obrigado pela atenção. (M.A.S.B. - SP)

Raridade Bl O comentário que deixo é de que a revista vem nos trazer sempre mais do que podíamos esperar, e acho isso bom. O fato de

-CATOLICISMO

você abrir uma revista e se interessar por ela, em todo seu conteúdo, hoje em dia é muito raro. (E.B.S. - SP)

Bl Fico muito grata pelas revistas, elas contém muitos relatos importantes e é rica em matérias que são bem claras e ajudam muito na reflexão. Irei divulgá-la a todos que for possível. (M.F.W.V. - PR)

agradecer-lhes, pois não mereço tanta coisa bonita. Quem merece elogios são os senhores da Campanha, pois estão fazendo que o povo chegue mais perto de Deus. Reze muito por mim, houve um desentendimento aqui em casa, mas tudo se resolveu, graças a Nossa Senhora. Peço a Deus também por vocês que estão fazendo um serviço maravilhoso. (M.N.E.V. - BA)

Mais firme 11a lê

Não ligo mais a 1'V

Bl Para mim a coisa mais importante na minha vida foi dar um pouquinho do que eu tenho para a Campanha. Eu sou legionária há 18 anos, e antes eu era uma pessoa que não sabia quase falar nada, eu tinha uma timidez que não me soltava. E depois que eu passei a receber a correspondência desta maravilhosa campanha, as rev istas Catolicismo , eu fui 111 enchendo de mais fé, me aprofund ando com as leitura, . Eu me sinto hoje mais firme na fé. (M.J.V.N. - MG)

E u ou contra todas essas imoralidades na TV. Eu vi uma vez para testar, ma· não ligo a minha TV mais. Essa tal "Big Brother" e " Quinto cios Infernos" acabou de vez com a televi.-ão. Os meus filhos não de ixam os meus netos assistir essa programação horrível, estão proibidos de ligar a televisão. Eu rezo o Ro. ·ário todos os dias nas intenções dos meus filhos e netos. Falo para eles que nós estamos no fim cio mundo. Mostro todas as revistas Catolicismo que vêm com a mensagem de Fátima. Mas essa TV está demais fora da conta. É um absurdo o que se passa neste mundo. Todas as coisas que estão acontecendo, seqüestros, assassinatos, roubos, as crianças aprendem com a televisão. (N.P.S. - SP)

Importante, rica e clarn

Prontamcnw atc11<lidas Foi para mim uma grande alegri a a visita ela imagem de Nossa Senhora ele Fátima a minha casa. Estavam presentes muitas pessoas. M.P., no mês ele junho, foi acometida ele aneuri ·ma cerebral, ficando na TI por, 5 clias. Recorremos a Nossa Senhora com muitas orações e fomos prontamente atendidas; e la já esta completamente restabelecida, depois de uma melindrosa cirurgia. {Q.S.C. - PB)

Mais perto <le Deus Bl Quero agradecer-lhes pelos formulários que recebo diariamente e também pelos livretos e estampas de Nossa Senhora. Já recebi a revista Catolicismo e a imagem de Nossa Senhora. Eu não sei como

P.NDH Bl Como católico praticante, pequeno empresário e defensor ferrenho da família, dos bons costumes e ela propriedade, quero parabenizar a TFP pela iniciativa contra o "Plano Nacional de Direitos Humanos". {R.J.T. - via e-mail)

P.NDH -11 121 A propósito do PNDH: por que o Sr. F.H.Cardoso foi visitar o papa, se ele é favorável e promotor de todas essas idéias maquia-

vélicas? O que ele foi fazer lá? É urna pergunta absolutamente necessária para quem não professa a fé Católica-Apostólica; consta que o mesmo recebeu a Santa Comunhão no Vaticano. Meu Deus! !! (P.M. - SP)

Tábua de saltração Bl Infelizmente, dadas as preferências rnarxistas-gramscianas do nosso atual presidente, acho impossível que qualquer manifestação de desagrado ao PNDH seja considerada e acatada. Nosso futuro é sinistro, estamos desprotegidos, a hegemonia esquerdista triunfou, conseqüente a todos os setores incautos da sociedade que se acomodaram ao longo desses 20 anos, desacreditando no perigo comunista. O resultado está aí! A esperança e a confiança em Deus são nossa tábua de salvação, espero que nesse mar agitado cheguemos a "Miarni" antes que tubarões nos devorem. {C.S.V. - SP)

Obrn de Evangelização 12] Em minha opinião, é muito interessante, na TFP, os protestos contra coisas erradas , como por exemplo a peça de teatro blasfema e contra o homossexualismo. A vossa organização, portanto, merece apoio. Que Deus vos ajude na obra da Evangelização. (J.R.A.L.F. - SP)

A Sa11tida<le da Igreja

121 A Igreja é santa por ter sido criada por Jesus Cristo, filho ele Deus. Nos dois mil anos de existência, engrandecida pelos seus ensinamentos e pelas grandiosas obras e milagres dos Apóstolos e de todos os santos e santas, fez a civilização evoluir moral, cultural e espiritualmente. Os erros cio passado ele seus dirigentes e ministros, como agora

de pequena margem de sacerdotes, realçados pela mídia, merecem o devido arrependimento e rigorosa correção, mas não podem, de maneira alguma, ofuscar o esplendor de sua luz excelsa, difundida através dos séculos na cultura, na sabedoria e na evolução da humanidade. (H.C. - RS)

Nota da redação: O prezado missivista, cuja carta reproduzimos acima, procura realçar um dogma de fé, contido no próprio Símbolo dos Apóstolos: a santidade da Igreja Católica. "A santidade entitativa é própria à Igreja sob vários prismas: enquanto a Igreja é o Corpo Místico de Cristo, é a Esposa de Cristo, é santa em razão de seu Autor; em razão do Espírito Santo, que é sua quase-alma, em razão de sua doutrina e suas leis, em razão do ministério sagrado, dos sacramentos, máxime da Eucaristia, em razão do caráter sacramental de seus membros. Esta santidade é a propriedade essencial da Igreja" 1• Pio XII resume a santidade da Igreja de modo admirável: "Sem mancha alguma, brilha a Santa Madre Igreja nos sacramentos com que gera e sustenta os filhos; nafé que sempre conservou e conserva incontaminada; nas leis santíssimas que a todos impõe, nos conselhos evangélicos que dá, nos dons e graças celestes pelos quais, com inexaurível f ecundidade, produ z legiões de mártires, virgens e confessores" (Encíclica Mystici Corporis Christi, de 29-6-1943 nº 68). A carta do rnissivista referese ainda a pecados e erros cometidos por "dirigentes e ministros", bem como a sacerdotes que recentemente têm si do acusados de abusos sex uais, ressaltados e ex-

plorados de modo sensacionalista pela mídia. A esse propósito, é necessário esclarecer que pecados e erros praticados por católicos, inclusive eclesiásticos e pastores, tanto no passado quanto no presente, não devem ser atribuídos, segundo a Encíclica supra-citada, "à constituição jurídica da Igreja, mas àquela lamentável inclinação do homem para o mal, que seu divino fundador às vezes perrnite até nos membros mais altos do seu Corpo Místico, para provar a virtude das ovelhas e dos Pastores" (nº 67). O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo predisse que existiriam na Igreja pecadores até a consumação dos séculos (cfr. Parábolas da cizânia, da rede de pesca, das virgens: Mt 13, 24 e ss; 25, 1 e ss.). Mas em todos os tempos haverá santidade exímia em muitos fiéis , e heróica pelo menos em alguns 2 . E a santidade da Igreja permanece, mesmo em seus membros pecadores, pelo que , apesar de tudo, neles sobrevive de virtudes e valores católicos. Mas, na medida em que não reste mais nada disso, o membro separa-se do Corpo Místico e coloca-se inteiramente fora d'Ele3. 1. Ludovi co Lercher S J. - ln stitutiones Theologiae Dogmaticae, VoL 1, ed itado por Feliciano Rauck , Inn sbruck, 1927, p. 453 . 2. losep ho M ors S. J. ln stituti ones Theo logiae Fundam.entalis, Tomo II , p. 256, Ed itora Vozes Lida., Petrópolis, 1943. 3. Cfr. Pe. Dr. M. Teixeira-Leite Penido - Iniciação Teol6gica, VoL l , O Mistério da Ig reja , p. 28 1, Edito ra Vozes Ltda., Petrópo li s, 1952.

Cortas, fax ou e-mails poro os seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram no página 4 desta edição.

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Cône o JOSÉ LUIZ VILLAC

Pergunta - Vendo esses escândalos noticiados atualmente, a mídia falando de padres homossexuais e pedófilos, ficamos horrorizados. Gostaria ele pedir ao Cônego José Luiz uma palavra sacerdotal límpida e orientadora, como costumam se,· suas respostas no Catolicismo. Ajudenos, no meio desta confusão que envolve a Igreja que amamos tanto. Resposta -

O espocar de notíc ias q uase d iári as sobre o ass un to, e m vários pa íses da C ri sta ndade, dá a impressão de um fe nô me no de grandes pro po rções. Poré m, qua ndo se e numeram e a na li sam os casos na rrados, pe rcebe-se que o fe nô me no atinge uma porção m ínima do Cleró católico, q ue conta e m suas fil e iras centenas de milhares de sacerdotes e m todo o mundo. Também c ha ma a ate nção que as de núnc ias referem-se q uase sempre a fatos ocorrid os 20 o u 30 a nos atrás. Po r que, de repente, são e les trazidos s imul ta neame nte a público, e e m lugares tão d iversos? Não se pode de ixar de pensar numa campa nha o rquestrada com fi ns inconfessados. Reco locada assim a q uestão nas suas dev idas proporções, é evidente que não se pode de ixar de cen urar com as palavras mais enérg icas a prevaricação desses sacerdotes q ue traíram de modo tão infa me seus votos e sua vocação. Traição e m prime iro lugar a Jesus C ri sto, do qual eram representa ntes e mini stros; tra ição à Jgreja, q ue lhes confi ou a lmas para sere m

CATO LI C ISMO

condu z idas ao caminho da sa lvação, e não de perdição.

Dois pesos e duas medi<las

il,,

Por outro lado, percebe-se a malícia intrínseca dessa ca mpa nha lançada contra a Ig reja no fato de que é toda a sociedade hodie rn a que padece desse ma l. A imp re nsa escrita, fa lada o u te levisiva fa vo rece de todos os modos a difusão do ma is escandaloso permi ssivismo mora] e m todos os cá mpos e em todas as camadas da sociedade, e de repe nte faz-se de mora li sta fari sa ica num po nto específico (a pedo fili a) e descarrega as baterias contra a Ig reja nesse ponto! Não se pode de ixar de perg untar com que o bjetivos o faz .. . C umpre desde logo nota r que, muito freqüe nte mente, os mesmos órgãos de impre nsa que indig ita m a Igrej a po r causa dos pecados de

pedofi lia de um certo número de sacerd otes, por o utro lado são e le · os maio res pro mo to res dos pseudodire itos dos ho mossexua is. F ing indo ig norar que, com freqüê nc ia, o pecado de pedofi lia é ao me 111 0 te mpo um pecado de ho mossex ua li smo. A contrad ição não poderi a ser ma is fl agra nte: é prec iso comba te r a pedo fili a - di zem - mas sa lva r o ho mossexua li smo (o que proc ura m faze r, po ré m não di zem ... ). N ão posso ev idente me nte, e m duas laudas de pa i c l, abord ar o ass unto c m Lodos os as pectos. Po r isso cl ixo de apresenta r uma re futação cabal à contra-arg umentação segundo a qua l, na re lação pecaminosa e ntre do is ad ul tos, e ntra a presunção de consenti mc nto das partes, enquanto no caso ela pedofili a a presunção é ele vio lê nc ia ou e ngodo, d onde seriam do is casos tipi camente d istintos.

Digo simplesme nte que o consentime nto mútuo não salva o pecado de ho mossexua lismo (como, ali ás, també m não o de pedofili a, confo rme alguns prete nde m).

Celibato, glória da Igreja Re move ndo assim ha bil me nte do pa no rama a questão do ho mossex ua li smo, os pro moto res ela atua l campanha contra a Igreja investe m contra o celi bato ecles iástico, apo nta ndo-o como causa de " tão gra nde número" de sacerdotes buscar um de ri vati vo no abu so de me no res. O celibato ec les iás tico é uma das g ló rias d a Ig rej a latina. E mes mo nas ig rej as

Pio XII : "É necessário que o Sacerdote renuncie a tudo quanto é do mundo (1 Cor 7, 32 -33)"

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Nosso Senhor instituiu a Ordem Sacerdotal na Última Ceia

cató li cas de ri to o rie nta l, e m que o celibato é o ptativo enclo poi legitimamente praticada a ordenação de ho me ns casados - convé m le mbrar que somente os sacerdotes cé libes são e levados ao e pi scopado. É a mane ira pe la qua l a igrej as orie nta is ma nifesta m o seu apreço pelo celi bato. Contra aqueles q ue pe nsam e r o ce libato dos cl é ri gos de in trodução mu ito po te ri o r aos inícios da [greja, o Papa P io Xl lembra q ue no Co nc íl io de Elv ira, cele brado nos pri ncípios cio sécul o [V, j á se encontram os prime iros traços dessa prescri ção. "O que certamente prova - di z o Pontífice - que esta prática de

há muito estava ern uso". De o nde se dedu z - conc lui Pio Xl - q ue "esta

prescrição da lei não faz mais, por assim dize,; do que dar.força de obrigação a um como postulado que se

de riva do Evangelho e da pregação apostólica" (E nc íc lica Ad catholici sacerdotii, de 20- J 2- 1935, nº 67). Pi o XII aprofu nda essa razão, explicando por q ue o celibato é "como um postula-

menta-o ao ú1finito, pois se não gera filhos para esta vida terrena e caduca, gera-os para a celeste e eterna" (Exortação Menti nostrae, de 23-9- 1950, nº 2 l).

Voz secular e solene do que se deriva do Evangelho". Diz e le : "O Sace rdote Para aque les que tê m tem como campo de sua pródito q ue essa é a opini ão d os pria atividade tudo o que se Papas a nte ri o res ao Conc íli o refere à vida sobrenatural, e é Vati ca no II, bas ta c ita r Pauo órgão de comunicação e de lo VI, o qu a l, na carta e ncíincremento da mesma vida no cli ca Sace rdotalis caelibatus Corpo Míslico de Cristo. É (24-6- 1967), o bserva q ue "o necessário por isso que ele celibato sacerdotal, que a renuncie a 'tudo quanto é do Igreja guarda há séculos mundo' (I Cor 7, 32-33). E é corno brilhante pedra preciexalamente porque deve estar osa, conserva todo o seu livre das preocupações do valor mesmo nos nossos mundo, para se dedicar todo tempos, caracterizados por ao serviço divino, que a Igre- · transf ormação profu nda na ja eslabeleceu a lei do celibamentalidade e nas estrututo, a f im de que f icasse semras" (e nc. cit., nº 1). E depre manifesto a todos que o po is de refuta r o "coro de Sacerdote é Minislro de Deus obj eções" que pretende e pai das almas. Com a lei do s ufocar "a voz secular e celibalo, o Sacerdote, ao solene dos Pastores da Igreinvés de perder o dom e o j a" , proc la ma: "Não, esta encargo da paternidade, auvoz é ainda.forte e serena;

não vem só do passado, vem do presente também " (enc . c it., nº J3).

* Os pontífices citados não faze m ma is do que confirmar a tradição ininterrupta da Igreja, c ujos santos e do utores sempre celebraram o celi bato ecles iástico. Para não me a lo ngar e m c itações que enc heria m um li vro, menc io no apena. São João C risósto mo (e. 340-407), o qual afirm a:

"Convém àquele que ascende ao sacerdócio ser casto como sejá morasse nos Céus" (De sacerdotio TU, 4). Peçamos a Jes us Cristo nosso Rede ntor, por me io de M ari a, Mediane ira uni versa l de todas as graças, que a atua l investida contra o celi bato eclesiástico se esfacele contra o rochedo de nosso a mor e de nossa adesão e ntusiasta ao Esp írito Santo, que susc itou na Igreja essa gema prec iosa da castidade perfe ita. •

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..,

Males da televisão: graves e variados

S

Jornalistas no local denominado Pedreira, na Favela da Grota (RJ), onde foi encontrado o corpo supostamente de Tim Lopes, assassinado por traficantes no mês passado

egundo a Associação Mexicana de Estudos do Consumidor (Amedec), as crianças e jovens "vêem no televisão 670 homicídios, 15 seqüestros, 420 tiroteios e uma infinidade de situações violentas a cada semana, que os levam o considerar o violência algo

No Rio, "Estado paralelo" do tráfico

A

morte se lvagem do jornali sta Tim Lopes fo i uma compro vação a ma is da tri ste rea lidad e : no Brasil, há um "Estado paralelo" do tráfi co. "O jornalista Tim Lopes foi preso, julgado e executado", reconheceu o próprio Mi ni s tro da Ju s ti ça, Miguel Reale Jr. Di sse ainda que o crime organi zado ocupou as " lac unas de ixadas pelo Pode r Público nas grandes cidades".

O pres id e nte do Tribunal de Justiça do Ri o, dese mbargador Marcos Fave"r, ressaltou, por ocasião desse cruel homi cídi o, que "quadrilhas organizadas agem com poder de Estado. Há lugares em. que os bandidos determinam quem vai fazer o quê". E ac rescento u que a a usê nc ia do Es tado acaba sendo preenchi da pelos traficantes. Ninguém está livre de ser barbara me nte

torturado e assas inado, como esse jornalista, se por aca o, mesmo ao errar um cami nho, fo r parar num a fa ve la domin ada por traficantes de armas e drogas, como a favela carioca da Gmta. Nada indi ca poré m qu e nossos home ns públi cos vão co mb ate r e ne rg ica mente a delinqüência e acabar com a impunidade. Preferem fa lar e m direitos hum anos dos bandidos. •

muito natural". A entidade advertiu que a televisão deixa as crian ças "irritados, caprichosas, cansadas, permanentemente insatisfeitas e, por isso, buscam o consumo compul-

sivo de refrigeran-

tes, bebidos, frituras, pastéis, guloseimas que causam o mó nutrição". Acrescentou ainda que o vício da televisão gera

S

O Ministro da Defesa, Geraldo Quintão

CATOLICISMO

A

"sintomas de abandono", seguidos de ataques de angústia e irritabilidade semelhantes aos dos alcoólatras, além da redução das habilidades verbais das crianças. Oportuno alerta para os pais que utilizam a televisão como "babá eletrônica", negligenciando a formação religiosa e moral de seus filhos. •

Tribunal Penal Internacional: espectro de governo mundial

O

s Estados Unidos se re ti ra ra m do Tratado de Roma, de 1998, que criou o Tribunal Penal Internaciona l (foto ac im a). A decisão fo i ofic ializada numa carta do subsec retá ri o de Estado para ConLrole de Armas e Segurança Internacional, John R. Bolton, ao secretári o-geral da ONU, Kofi Annan. A adm ini stração Bu s h re nun c io u ao

tratado por temer que fosse e le usado "de maneira frívo la ou ideo lóg ica" co ntra sold ados ame ricanos estac ionados no Exteri o r, diplo mata e mes mo membros do go vern o. Gara nti as oferecidas pelo Lralado para prevenir ta l poss ibilid ade fora m consideradas insuficientes por Was hington. É digna de aplauso essa decisão do go-

verno norte-a mericano. Ela equi va le a uma censura ao Tri bun al In ternacional, o qu al debili ta a noção de soberania nacional. Soberania esta que organismo internacionais, como a ONU, desejariam ver enfraq uecida ou extinta, e favo recida a formação de um governo mundi al, totalmente oposto à concepção de soc iedade orgânica e cristã. •

agência de notícias Fides publicou em fevereiro último uma lista contendo os nomes de 33 bispos e sacerdotes presos ou desaparecidos na China, pelo fato de não se submeterem à chamada igreja patriótica, dirigida pelos comunistas. Entre eles encontra-se o Pe. Liao Haiqing, da Diocese de Yujiang, que está com 71 anos de idade, 17 dos quais passados na prisão. Devemos continuar rezando por nossos irmãos do Igreja do Silêncio da China, perseguidos por ódio à Fé católica, e para que cesse de vez o regime comunista perseguidor.

Aumento de suicídios: fruto da decadência religiosa

O

Amazônia: cartilhas guerrilheiras e armas das FARC egundo o Mini stro da Defesa do Brasil, Geraldo Quintão, 4.300 homens das três Armas fi zeram vi storias nos rios Japurá, Puruê, Içá, Puretê, So limões e Negro , principais rotas de pe netração de material guerrilheiro e do narcotráfico na Amazônia Ocidental, especialmente a partir da Colômbi a e do Peru.

Na China, Bispos e padres continuam presos

Vi stori adas mais de 100 embarcações, fo ram apreendidos tambores de gasolina, utili zados no preparo de cocaína, alé m de armas e cartilhas de guerrilha usadas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Co lômbi a (FARC). Como fo i fa rtamente noticiado, o Movimento dos Sem Terra (MST) te m e m São Paulo, Min as, Pa ra ná e Rondônia assessori a política das FARC. •

número de suicíd ios aumentou 30% nesta última década no B ras il , seg u nd o estud o da Unesco. Em J 99 1, 5. l 69 pessoas sui c id ara m-se no País. No a no 2000, fora m 6.720. A idade crítica vem sendo os 2 1 anos, diminuindo até tornar-se praticamente nul a aos 95 anos de idade. 80% dos suicidas são home ns. Também em números relati vos - levando em consideração o crescimento da popul ação - as mortes por suicídio aume ntaram. Em 199 l , o índice era ele 3,5 para cada J 00 mil habitantes, subindo no fi m da década para 4 em cada IOO mil , um acréscimo de 14,2%.

O R io Grande do S ul ma nteve o prime iro lu gar, co m I O mortes por grupo ele 100 mil hab ita ntes, mais que o dobro ela média nac iona l. Esse aum e nto do número de sui c ídi os sugere um a refl exão. O ho me m mode rn o p roc ura cada vez ma is a fe licidade no prazer, mas não a e ncontra. Apesar cio prog resso el a técni ca e do c on fo rto mater ial, nossos co nte mporâneos, afastando-se de De us, se u fi m último, e da verdadeira Re li g ião, entra m e m deses pero. E de for ma c rescente proc ura m a fa lsa, a abs urd a e a mais a ntin atural das saídas: o sui cídi o. •

Beatificado inspirador de cruzada

E

m abril último, foi promulgado pela Santa Sé o decreto que reconhece a heroicidade das virtudes do frade capuchinho italiano Cario Domenico Cristofori, conhecido como Frei Marco d'Aviano (1631-1699). Sob as ordens do Bem-aventurado Papa Inocêncio XI, foi ele o inspirador da cruzada que defendeu Viena, em 1683, bem como o braço espiritual do Príncipe Eugênio de Sabóia na magnífica vitória alcançada pelos exércitos católicos contra o invasor muçulmano.

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"P or que o nos;o mundo pobre e igualitário se empolgou com o fausto e a majestade da coroação?" [continuação]

Antes de prosseguirmos a transcrição de outros excertos (da matéria iniciada à p. 2), é necessário fazer uma ressalva. Ressalva lamentável, pois nem tudo foi dourado nas comemorações do cinqüentenário do reinado .de Elizabeth li. Em meio ao brilho das belas cerimônias, houve sombras e aspectos deploráveis. O mais censurável foi a infeliz idéia da realização de um show rock nos jardins do Palácio de Buckingham. O que, para usar uma expressão francesa que sinteticamente define essa paradoxal situação, "hurlent de se trouver ensemble" (urram por se encontrarem juntas). Foi uma aberração introduzir um concerto rock nos jardins do Palácio, como parte dos maravilhosos festejos organizados pela monarquia inglesa. Meio século depois da coroação, a decadência geral ocorrida no mundo infelizmente permitiu que o rock - o horrendo em matéria de música - se mesclasse ao encanto das recentes cerimônias. Mas, uma vez que a mídia destacou sobretudo o aspecto lamentável, ressaltamos aqui alguns dos aspectos dourados, que muitos veículos de comunicação inexplicavelmente omitiram. Assim, feito esse indispensá vel reparo, voltemos aos comentári os de Plínio Corrêa de Oliveira sobre o entusiasmo popular e o regozijo que se observou no mundo inteiro pela maravilhosa cerimônia de coroação da Rainha em 1952 .

A igualda<le, Í<lolo (/e llOSSO século "Em todos os domínios da vida hodierna se manifesta a influência avassaladora do espírito de igua ldade. Outrora a virtude, o berço, o sexo, a educação, a cultu ra, a idade, o gênero de profi ssão, as posses, outras circunstânc ias ainda, mode lavam e matizavam a sociedade huma-

CATOLIC ISMO

Três aspectos dos 50 anos de reinado de Elizabeth li : à esquerda, foto da Coroação; ela em foto oficial; à direita, no seu cinqüentenário

na com a variedade e a riqueza de mil relevos e co loridos.[ ... ] Mas em nossos dias não há por ass im di zer uma só transformação q ue não tenha por efeito um nivelamento, que não favoreça direta ou indiretamente o cami nhar da soc iedade humana para um estado de coisas absolutamente ig ualitári o.

Fato desco11ce1'ta11te: popularida<le da coroação Ora, e nqua nto um tufão igua litári o sopra com uma força sem precedente., em pleno desenvolvimento deste imenso processus mundi al, um a Ra inha é coroada segundo ritos inspirados por uma mentalidade absolutamente anti-igualitária. Este fato não irrita, não provoca protestos, e, pelo contrário, é recebido com uma ime nsa o nda de simpatia popu lar. O mundo inte iro festejou a coroação da soberana ing lesa, quase como se as tradições que ela representa fossem um va lo r comum a todos os povos. De toda parte afluíram para Lo ndres pessoa desejosas de se embevecer com espetácu lo tão antimoderno. Diante ele todos os apa relhos de televi são se aglomeraram - ávidos, sedentos de ver a cerim ôni a - homens, mulheres, crianças de todas as nações, falando todas as línguas. [ ... ] Como expli car o frê mito de alegria, o renovar ele esperanças de um porvir me-

lhor, as manifestações apoteóti cas, as aclamações sem fim cios di as ela coroação? [... ] Há na natu reza humana uma tendência profunda, permanente, vi gorosa, para o que é ga la, hon rari a, di tinção; e o igualitarismo hodierno comprime esta tendênc ia, gerando uma nostal gia profunda, que ex plode se mpre que para isto encontra um a ocasião. [ ... ]

É mo<lemização destrufr por <lestrufr? Mas, dirá algué m, não seria conven iente moderni za r todos estes símbolos, atuali zar todas estas cerimô ni as? Por que conservar ritos, fórmu las, trajes do mais remoto passado? A pergunta é de um simpli smo pri mári o. Os ritos, as fó rmulas, os traj es, para exprimire m situ ações, estados de es pírito, c irc unstânc ias realmente ex istentes , não podem ser criad os o u reformados bru scame nte e por decreto, mas sim grad ualmente, le ntame nte, em geral impe rceptive lm ente, pela ação do costume.l ... ·1 E ntretanto é prec iso acrescentar que o simpl es fato de um rito o u símbo lo ser muito anti go não é motivo para o abolir, mas antes para o conservar. O verdadeiro es pírito tradicional não destrói por destruir. Pelo contrário, e le conserva tudo, e

só destrói aquil o que há motivos reai s e sérios para destruir. Poi s a verdadeira tradição, se não é uma esclerose, uma fixação hirta no passado, a inda muito menos é uma negação constante deste . [.. .]

Nostalgia <le uma sã onlem 1wtural Ora , fo i prec isamente com esta trad ição que o mundo contemporâneo rompeu, para adotar um progresso nasc ido, não do desenvolvimento harmôn ico do passado, mas dos tum ultos e dos ab ismos da Revolução Francesa. O que res ultou num mundo nive lado, paupérrimo e m símbolos, regras, maneiras, compostura, em tudo que signifique ordem e distinção no convív io humano. [ ... ] O homem contemporâneo, fer id o e maltratado em sua natureza por todo um teor de vida construído sobre abstrações, quimeras, teori as vácuas, nos dias da coroação se voltou embevecido, in stantaneamente rejuvenescido e repou sado, para a miragem deste passado tão di fe re nte do terrível dia de hoje. Não tanto por nostal g ia do passado quanto de certos princípios da ordem natural , que o passado respeitava e que o presente viola a todo mome nto. E is, a nosso ver, a explicação mai s profunda e mai s real do entu siasmo que empolgou o mundo durante as festas da coroação". • JULHO 2002

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Colômbia: recuperação ou recaída no pacifismo suicida? A imprensa internacional, ao tratar do resultado da eleição presidencial na Colômbia, salientou a reação maciça de seu povo contra a guerrilha, após duas décadas de concessões contínuas e absurdas de sucessiyos governos m A LFREDO M Ac H ALE

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!varo Uribe Vélez, o candidato vencedo r no recente pleito p res ide nc ial colombiano, fo i apresentado como profundamente belicista ao prometer "mão dura contra os violentos". Di ante do resultado da eleição, não cabe dúvida de que é isto que a Nação desej a, e com veemênc ia. Rea lme nte, na ca mpa nh a e le ito ral , concentrada na urgência em combater a guerrilha marxista, Uribe fo i o único candidato que desde o início a isto se propôs, com o intuito de recuperar a segurança e tranqüilidade do país, para resolver depo is seus de ma is probl e mas. Os outros candidatos ass umiram uma posição contrári a à sua, de que, para haver paz, é necessário reso lver primeiramente os problemas soc iais, enquanto se contempori za com as fo rças guerrilheiro- terrori stas. Devido a essa pos ição, fora m fragorosamente derrotados.

medi ação da ONU, a qual - diga-se de passagem - desej a uma política de compro mi ssos e "tolerância". Isto pode ser um gesto de be ni gnidade inic ial que, se recusado pelos gue rrilheiros, abriria caminho para uma ené rgica repressão. Mas pode ser também que, apesar de eleito por uma opinião pública farta de pac ifi smo suic ida, Uribe siga, contra os desej os do País, uma política contempo ri zadora e di alogante, totalmente oposta à que a Colô mbi a espera dele.

Pei·spectfras árcluas, luta longa e custosa

A adaptação dos politiqueil'os

Uribe foi o único candidato que desde o início se propôs a combater a guerrilha marxista, com o intuito de recuperar a segurança e tranqüilidade do país

Acresce que no iníc io deste ano, quando Uribe ating iu 60% das intenções dos votos nas pesqui sas, e le não contava com apoio de nenhum político importante. A partir de e ntão, mui tos co meça ra m a apoiá-l o. Deste modo o candidato passo u de outsider da po líti ca para um inside r to lerado no establi shment partidari sta. Finalmente o apoiaram també m setores que havi am sido pacifi stas concess ivos por muitos anos, e não poucos politique iros inveterados. E ra a adaptação de certos setores di alogantes, procurando "rodear" o ~elicoso e influir sobre e le, a fim

de moderá- lo. Ao mes mo te mpo, o setor po lítico adaptava-se à radi ca li zação da opinião pú b li ca co lombi ana, q ue pa sou a ex ig ir o ro mpime nto da tolerância em re lação à guerrilha marx ista. Poucos dias antes das eleições, nu m gesto inusitado de simpatia por parte do governo dos Estados U nidos para co m Álvaro Uribe, a embaixadora desse país na Colômbia concedeu um a entrevi sta de imprensa junta mente com ele na própri a sede da campanha ele itora l. E no própri o di a da votação, apenas conclu ída esta, a

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CATOLICISMO

referida e mba ixadora fez uma vi sita de fe li citações ao candidato vencedor, prometendo- lhe cooperação, bem antes que a ma ioria dos po líticos colo mbi anos o fi zessem. Ta is atitudes to rnara m inte irame nte cl ara a sim patia do governo B ush em re lação a Uribe.

Após a vitória belicista, swpresa pacifista? D ias depo is, entretanto, Uribe surpreendeu a opini ão pública ao chamar a guerrilha para o diá logo e pedir para tanto a

Ao assumi r o governo, Uribe receberá um país gravemente ferido, abalado por profunda crise econômico-fi nanceira, do qual fugiu uma boa pa1te da população mais válida. De modo que, à margem do confli to bélico, a situação da Colômbia é muito difíc il . E ainda mais o é por causa dos incessantes ataques guerrilheiro-terroristas. Alé m di sso, muito provavelmente a intensidade da guerra intestina aumentará, especialmente devido a sabotagens e ataques terrori stas, tornando-se cruenta, longa e custosa. A isso acrescentar-se-á uma intérmina guerra psicológica publicitária por parte da subversão e de seus aliados. Para fin anciar a resposta a ta l guerra, Uribe pl anej a aumentar os impostos, o que é inevitável, po is a Colômbi a, apesar do sério conflito guerrilheiro, está lo nge de aplicar na sua defesa tudo quanto seria necessário. Nos últimos anos, seu gasto

nesse setor oscilou entre 2,5% e 3% do PIB , enquanto o da Argentina, do C hile e do Brasil , bem como o de vári os países da Europa, que não enfrentam conflitos inte rnos nem externos, fo i aproximadame nte 4 %. Por isso , o Pres ide nte e le ito espera obter dos Estados Unidos uma ajuda muito maior e menos condicionada que a atual. Mas isto não dis pensará a Colômbi a de empreender um esforço enorme para so luc ionar a grave situação de orde m pública. Para isso torna-se necessári o aume ntar o efetivo das Forças Armad as, equipá-l as e adestrá-l as adequadamente, não só com ajuda externa, mas també m com a aplicação de um grande esforço de todo o País.

Pressões e co11tra-pressões sobre Uribe À margem do conflito arm ado, o Presidente ele ito prometeu impul sionar um projeto de referendo para implantar profunda mudança no Parlame nto, no sistema eleitoral e nos partidos po líti cos, a fim de combater a corrupção e o clienteli smo po lítico, sem o qual de pouco servirá contro lar os gue rrilheiros ou intentar me lhorar a economi a. Sintomaticamente, poucos dias depois de ser e le ito Preside nte, Álvaro Uribe recebeu a vi sita em Bogotá do Subsecretári o de Estado do governo norte-americano para a América Lati na, Otto Re ich. Tal vi sita fo i uma nova de mo nstração do in -

O governo de Uribe Vélez vai herdar as funestas conseqüências da lamentável "política de paz" do presidente Pastrana

teresse da admini stração Bu sh de co laborar com o próximo governo co lombiano, j á antes de sua instalação, principalmente no tocante à luta contra o ataque narco-terrori sta, o que torn ou-se a inda mais manifes to por ocas ião da recente vi sita de Uribe aos E UA . Por outra parte, o Partido Liberal , o maior da Colômbia - do qual Uribe é di ssidente, e que durante décadas esteve subdividido em vári as correntes, que di sputam frações do Poder e da admini stração públi ca, e m entrechoques e alianças normalmente alheias ao interesse naci onal - procura agora reunificar-se e harmoni zar-se com o candidato vitorioso, sem por isto, obviame nte, renunc iar às manobras politiqueiras que tanto sacrificam o País e fa vorecem a guerrilha. São pressões e contrapressões sobre o Presidente e le ito. Umas para que c umpra seu programa, atendendo os anseios de seus e le itores e vi sando o bem da Pátri a; outras para que se engaje no esquema dos co mpro mi ssos crôni cos, que se estendem já por meio século, e com o alto custo de uma crise permanente e milhares de vítimas fatai s. Qua is pressões preva lecerão? Somente os acontecime ntos revelarão em futuro próximo que orientação acabará preponderando. • JULHO 2002

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O brasileiro genuíno

"Cham o

de brasil e iro genu íno espec ialmente aque le cuj o sa ngue, g rosso modo, é de ancestral po rtu guês, índio ou negro. Ou co m sang ues mi sturados desses três . Encontram-se també m, ma is ou menos esparsos lá pelo Norte, a lgun s com contribuição long ínqua de sa ngue ho landês. Portanto, não é o filho da imigração, o brasile iro novo. E m re lação aos prim e iros [bras ile iros genuínos], devo di zer o seguinte: que há o brasil eiro revo luc io nário* e o brasile iro co ntra- re vo lu c io ná ri o , de nt ro dessa es péci e de ge nte à qu al pertenço, po rqu e minha asce ndê nc ia é inte iramente bras ile ira. Quanto ao ve io contra-revoluc ionári o, é constituído por pessoas que não se confo rmam com a vida trivi al, a vida terra-terra, só de interesses materi ais. Querem algo que lhes fa le de des interesse, de ri sco , de heroísmo, de arte, de cul tura, de be leza, de coisas que são bens da alma e não exclusivamente do corpo. De co isas que convidam para a idéia de valores eternos, de um Deus pessoa l e de uma vida alé m túmul o.

Florestas nativas É bem di fe rente o brasile iro pi cado pela Revo lução. Este sente birra em re lação a tudo qu anto é maravilhoso e extraordin ário, e tem um a inc linação para debicar das coisas sublimes . Portanto, tran sform a-se num inimi go de toda simbolog ia da TFP - que é um convite para o maravilhoso, para o sobrenatural e para o divino. É curi oso que a re li gião representa dentro di sso um papel um pouco desconcertante, pe lo fa to de o c lero, ao menos em via de regra [nos di as de hoje], não dar ao povo algo que sacie esse desejo de maravilhoso. E ntre os cató li cos que freqüentam as igrejas e ncontra mse esses do is ve ios mi sturados. Alguns freqüentam as igrej as e os sacramentos, porque ass im bu sca m uma vaga escapatóri a para sua sede do metafísico, do místico, do divino. E vão se dessedentar na única ág ua pura e verdade ira, que é a do utrina cató lica, da única Igrej a verdade ira instituída por Jes us C ri sto. Outros, pelo contrário, praticam a religião de um modo que a degradam à altura de les. E ntão, é uma re li g ião fes te ira, pipoque ira, ga lhofe ira, de quinta orde m, o contrário da verdade ira Re li g ião".

* A palavra revalucianória é tomado no sentido empregado pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu fam oso livro Revolução e Contra-Revolução. Excerto s do conferência proferido pelo Prof. Plinio Corrêo de Oliveira paro sócios e cooperadores da TFP, em 5 de setembro de 1969 . Sem revi são do autor.

Brasil exponencial

Fisionomia brasileira O Brasil te m fi sio nomia ? Sim, nosso País tem um rosto e, como todos os rostos, form ado por partes diversas, que se com_binam entre i resul tando num sembl ante único e singular, tipicamente nacional. Recente pesqui sa, encomendada pe lo Serviço Brasileiro de Apoio às M icro e Pequenas E mpresas (Sebrae) ao soc iólogo ita liano Domenico de Masi, revela que o espírito brasileiro é marcado - entre outros traços - pela hospitalidade, pela capacidade de não perder a esperança, pela alegria de viver, pela inventi vidade, pela valori zação das re lações sociais e pe la musicalidade. São aspectos da alma brasileira habitualmente esquec idos pela mídi a e pe las esquerdas política e relig iosa.

CATOLICISMO

A produção de soja brasile ira é a maior do mundo pelo terce iro ano consec utivo. Os 27 36 quil os colhidos por hectare superam a dos Estados Unidos. Nosso país é ta mbém o maior produtor e exportador de celulose de fibra curta, com 5,4 milhões de toneladas produ zidas. No aço, o custo médio de produção de placas nas siderúrgicas é o menor entre os maiores produtores mu ndiais. Os países europeus gastam 3 J % a mais, e os Estados Unidos gastam 68% a mais que o Brasil para fabricar o mesmo produto. Quanto à qua lidade do algodão - a produtividade média brasil eira é de 2.457 quil os por hectare - é comparada à do melhor algod ão do mundo.

Há no Brasil uma grande variedade de formações vegetais, que correspondem aos diversos climas, relevos e solos que formam os diferentes ecossistemas de nosso País. Vastidões enormes, ainda clesocupaclas. Planícies, a percler ele vista , com vegetação bastante grande para atestar a fecundiclacle da term.

Floresta amazônica É a mai or reserva de biodiversidade no mundo, contém um quinto da água doce disponível no planeta, be m como a metade de todas as espécies vivas, ou seja, 60 mil espécies vegetai s, dois mil tipos de peixes e 300 espécies de mamíferos. Ocupa 3.300.000 km 2 , 74% da Amazônia legal.

Flornsta atlântica Situa-se na região costeira do Brasil, indo do Rio Grande do Norte até Santa Catarina. É também ~1111 dos lugares de maior biodiversidade do mundo. Ocupa uma área de 415.088 k111 2 •

Floresta Atl â ntico

Cerraclo Situa-se no Brasil central, com duas estações marcadas: um inverno seco e um verão chuvoso. Sua vegetação é formada de pequenos arbustos e árvores. Ocupam uma superfície de 1.890.278 km2 .

Pantanal É a maior planície inundável do mundo, aba.reando o sudoeste do Ma.to Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul. Apresenta áreas sempre alagadas, outras alagadas periodicamente e outras que não sofrem inundações. Ocupa urna superfície de 154.884 km 2 •

Matas ele araucária É a área de dispersão do Paraná, de alto valor econômico e paisagístico. Própria do clima subtropi cal existente na região sul. Ocupa uma superfície de 220.363 km 2 •

Campos Formados por pequenos arbustos, gramíneas e herbáceas existente em diversas áreas descontínua do Brasil. Estão presentes na Amazônia, nos campos de altitudes como na Serra da Mantique ira, planalto das Guianas e extremo sul do país.

Caatinga Composta de plantas de clima seco adaptadas à pouca quantidade de água, perfazendo a décima parte do território nacional. Ou seja, a regi ão do sertão nordestino, com área de 939.391 km 2 •

Ma11g11es É uma formação vegetal composta. de arbustos e árvores com troncos finos e raízes aéreas adaptadas à salinidade e solos pouco oxigenados, em lagunas e restingas ao longo de todo o litoral brasileiro.

Mata de locais Está situada nos Estados do Maranhão, Piauí e norte do Tocantins, entre a floresta amazônica. e as caatingas do Nordeste. No lado oeste, é freqüente o baba.çu. No leste, domina a Carnaúba.

JULHO 2002

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egundo censo do IBGE, 28,3% elas pessoas que viviam com um companheiro, em 2000, não haviam se casado. Sendo que, em 1991, esse número era de 18,3%. Já as pessoas que declararam não ter religião foram 7 ,3% dos entrevistados, e em 1991, os "sem-religião" eram 4,8%. É natural que, onde aumentem estes, aumentem também aqueles.

"Coquetel" sinistro: rap," break e esquerdismo l lip-hop é um movimento que engloba a música l L ap, a dança break cios b.boys e a ativ idade cios grafiteiros. Transforma-se agora na nova moela ela juventude decadente carioca. Está sendo propagada junto aos mais pobres e na classe abastada, e busca também fazer proselitismo ele idéias revolucionárias de esquerda. Na Barra e no LebJon eles constituem verdadeiros templos noturnos de uma classe média alta, que paga caro pela consumação mínima para ouvir músicas que discursam sobre desigualdades socia is e violência na periferia. Quando a sociedade se afasta ele Deus, a juventude especialmente fica à mercê elas moelas mais extravagantes e desagregadoras.

A Amazônia ameaçada precisa ser defendida

DevastaçQes da AIDS na Africa

Avança a decàdência moral e religiosa no Brasil

AIDS está se espa lhando tão depressa em algumas regiões da África, que ela mata professores em tempo menor do que o necessário para os países formá-los, informou o Banco Mundial. Em algumas áreas ele Uganda e Malavi, quase 30% cios professores são portadores do HCV. Em Zâmbia, o número de professores mortos devido a AIDS dobrou para 1.300, nos primeirns IOmeses ele 1998. Em 1996, haviam ocorrido 680 mortes. Na República CentroAfricana, 85% cios 340 professores que morreram entre 1996 e 1998 eram portadores cio vírus. A epidemia também está retirando al unos das salas de aula, pois crianças infectadas ou que ficam órfãs por causa ela doença são forçadas a deixar a escola para cuidar dos irmãos menores. No momento, 10,5 milhões de crianças com menos de 15 anos perderam a mãe ou ambos os pais, mortos pela AIDS. Este número provavelmente vai chegar a 35 milhões até o fim da década. Apesar dessa calamidade impressionante, autoridades públicas negam-se a fazer campanha em prol da castidade na juventude e pela fidelidade no matrimônio. Não participam elas, com isso, da responsabilidade por tantas mortes?

A

V isão de um militar brasileiro, especialista na matéria

Menina de 9 anos junto à mãe moribunda, vítima da AIDS, em Uganda

General Lessa:

"Localiza-se na Amazônia o hlturo da Nação. O País não existirá sem a Amazônia "

O

General-de-Exército RR Luiz Gonzaga Schroeder Lessa é o atual Presidente do Clube Militar, tendo sido Comandante Militar da Amazônia (1999-2000). É um oficial com amplitude de visão, cujas concepções nossos leitores lucrarão muito em conhecer. O ilustre militar foi entrevistado, por nosso enviado especial, Sr. Sérgio Diniz Bidueira, sobre o candente tema da Amazônia, do qual o General Lessa é especialista, devido à profícua atividade que exerceu durante os anos em que ocupou o importante cargo de Comandante Militar daquela região.

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Catolicismo - O Sr. concorda, General Lessa, com a opinião de que a Amazônia constitui nosso grande patrimônio, nossa grande reserva do futuro?

General Lessa CATOLICISMO

Não há dúv ida. A Amazônia

representa 56% do território brasileiro. Somente por essa grande cifra já podemos dizer que lá se encontra o grande patrimônio do Brasil. Na Amazônia, nós temos "commodities" de riquezas que estão em extinção não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Onde é que vamos encontrar, por exemplo, biodiversidade variada e extensa como na Amazônia, em qualquer outra parte do mundo? Ela contém 30% da biodiversidade cio Globo. Ademais, na Amazônia há um incontável potencial de riqu ezas minerais. Podemos dizer que lá se encontram todos o tipos de minerais conhecidos, inc lusive os chamados minerais raros. O nióbio, por exemp lo, utili zado em quase todas as li gas nobres tem 95% das reservas mundiais loca li zadas na região da Cabeça do Cachorro, em torno de São Gabriel da Cachoe ira, no Amazonas. Na província mineralífera de Carajás, exploram-se ferro, manganês, ouro e muitos outros minerais destinados à exportação. Começa-se a explorar o petróleo. Há uma imensa reserva de gás natural na região do Juruá-Purus. A Amazônia armazena 20% da ág ua potável do Globo (80% da ág ua cio Brasil ali está) e dispõe ele um potencial hidroelétrico que é incalculável, muito superior ao da energia atualmente instalada em todo o País. Por essa pequena amostra podemos afirmar que se loca li za na Amazônia o futuro da Nação. O País não ex istirá sem a Amazônia. Nossos homens públicos, de hoje e de amanhã, devem estar conscientes dessa verdade: sem e la, estará comprometido o crescimento e o desenvolvimento do Brasil. Catolicismo - Para que esse patrimônio seja bem aproveitado, nada mais necessário do que uma grande união entre os brasileiros de todos os rincões com o Brasil do Norte, ainda pouco conhecido. O que seria mais urgente fazer para aumentar o interesse, até mesmo a estima pela Amazônia? JULHO 2002

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dos ciclos de desenvo lvimento que se encerrará, como o da borrac ha e o da castanha, com conseqüências imprevisíve is, face a enorme fru stração que da í necessari ame nte decorrerá. O Estado do Amazo nas está absolutamente intocado e m sua cobertura vegetal: o maior Estado brasil eiro teve ape nas 1,3 % de sua cobertura vegetal devastada pela ação do home m. O restante está como Deus o fez ! E a Z FM te m muito a ver com a preservação do me io ambiente. Catolicismo -

Sem tal união entre todas as populações do Brasil, tornar-se-ia mais perigoso o triunfo da propaganda, presente no mundo inteiro, favorável à internacionalização da Amazônia. Como o Sr. considera tal movimento?

General Lessa - Infe li zmente, os bras ile iros ele

General Lessa - Tenho fe ito sobre esse terna muitas pa lestras em dive rsas regiões do Bras il ; recebi por duas vezes visitas de grupos de parl amentares enquanto Comanda nte Militar el a Amazô ni a. Posso afirm ar q ue ex iste um grande desconhec imento sobre aq ue la prec iosa porção de nosso território. E não apenas cio bras il e iro co mum , mas, sobretudo, dos nossos líderes po líti cos e professores uni versitári os, que, por dever de ofíc io, deveriam conhecê- la. Ora, quem não a conhece não é capaz de defe ndê- la. Deveri a have r uma divul gação maior da Amazô nia e das suas riquezas - de como hoje dela dependemos e como e la será vital para o nosso futuro - que poss ib ilitari a a tão desejada uni ão dos b ras il e iros e m Lo rn o d a ca usa A mazô ni ca. Catolicismo -

O Sr. julga que a criação da Zona Franca de Manaus auxiliou essa integração, ou ela apenas concentrou em Manaus o desenvolvimento da região?

General Lessa -

A meu ver, a cri ação da ZFM auxiliou mui to a Amazô ni a, e não somente o Estado cio Amazo nas e sua capital. É difícil vi suali zarmos a Amazô ni a sem a ZFM , porque ela é urna geradora de riq uezas na produção ele bens, no emprego que propicia, na exportação desses bens, seja para o Bras il sej a para os pa íses vizinhos, ou mesmo para a E uropa e Estados Unidos. E é preocupante o que se afirm a nos me ios po líticos, hoje, de que a ZFM se ex tin&ue e m 2011 . Se isso ocorrer, será mais um CATOLICISMO

"/Jllelizmente os brasileiros de 1110</o gemi não co11si<leram a ameaça da iJ1ternacio11alização da Amazô11ia como premente. Precisamos alirmar com energia e po11deração que a Amazô11ia é patrimô11io 11acional"

modo geral, nossas classes dirigentes e mesmo nossa di plo macia não consideram essa ameaça de intern ac ionali zação da Amazôni a corno premente . E m minhas palestras, costumo c itar urna série de declarações de líderes mundi ais influentes q ue j á mostraram as suas posições sobre a Amazô nia. M argare t Thatcher, Gorbac hev, AI Gore e outros manifes taram-se favoráve is à inte rn ac io nalização ela A rn azô n ia , dec lara ndo-a patrimônio da humanidade. Organismos mi ssionários internacionais, que por aqui atuam e sofrem influência de suas igrej as, tê m to rnado posições semelhantes. O próprio CTMI (Conselho Incligenista Miss ionário) apó ia, com veemê nc ia, a tese da internacio na li zação, afi rma ndo taxativamente que a posse cio B rasil , Co lô mbi a, Peru e Ve nezue la sobre te rri tó ri os amazô nicos é meramente c ircunstanc ial. É um quadro frente ao qua l precisamos estar preparados para dar a devida resposta, afirm ando com e nerg ia e po nderação que a Am azô ni a é, sim , patrimônio nacional, sobre o qual não admitiremos qualquer ingerê ncia externa.

Falar das suas riquezas, da importância da sua preservação, mas também dizer que a Amazônia não é intocável como quere m nos impor certas correntes ambientalistas internac ionai s. M ostrar que hoj e exi stem tecno logias comprovadamente efi cientes, que nos permite m expl orar o que ex iste na Amazônia sem degradar o me io ambiente . Catolicismo -

O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em reunião para sócios e cooperadores da TFP, comentou que nós brasileiros não deveríamos tolerar que sequer um centímetro da Amazônia fosse subtraído ao nosso território, e que o Brasil é o país do futuro, porque naquela vasta região não foram ainda cometidos erros do mundo contemporâneo. As Forças Armadas Brasileiras estão sendo preparadas para nos assegurar esse patrimônio secular?

General Lessa -

O so ldado ela Amazônia, seja e le qu al fo r, em qual quer área em que esteja, te m uma fo rmação militar unifor me. E le é extremame nte dedi cado e. patrióti co, muito ambientado a sua região, perfeitamente adaptado à selva e ao cerrado, e cum pre suas mi ssões com muita fide lidade. O C IGS - Centro ele Instrução ele Guerra na Selva, em Manaus, reconhec ido co mo o melho r centro de combate na se lva do mundo, dá aos ofi c iais e praças unifo rmidade na sua fo rmação e na transmi ssão da doutrina cio combate em se lva. Que m ave nturar-se amanhã a pi sar em solo amazônico vai encontrar nesses soldados urn a tenaz resistênc ia, disso não tenho dúvida ! Os efetivos na Amazôni a a inda são pequenos, estão em fase de ampliação, mas, se necessário, serão reforçados por mili tares ele outras áreas cio País. Catolicismo -

O Sr., como observador atento e estudioso da região, poderia nos explicar um pouco quais são os critérios usados na criação das reservas indígenas?

General Lessa - O ass unto prec isa ser estudado Catolicismo -

Como esclarecer a opinião mundial sobre a liceidade e justeza de nossa causa? E mesmo, como difundir esses argumentos no País, tendo em vista que brasileiros também se deixaram influenciar pela tese da internacionalização da Amazônia?

General Lessa -

Não conheço nenhum movimento organi zado, dentro do Bras il, que defenda abertamente essa tese. Aqui e aco lá, te nho lido artigos e entrevi stas e m que a tese da internaciona li zação parc ia l ou integral ela Amazôni a é defe ndida . Gera lmente são pessoas mal preparadas que desconhecem a realidade amazô nica. A prime ira ação a faze r seria dar ênfase especial, e m todos os níve is ele nossas esco las, a essa questão.

de maneira be m detalhada e ampl a. As reservas indígenas na Amazô nia são muito grandes . Elas são criadas, sem dú vida algum a, devido a pressões de difere ntes segmentos de nossa sociedade . Partic ul armente pelos mov imentos ambie nta li stas, por certos movimentos da Igreja e pe las ONG s, muito suj eitas às pressões in te rnacionais. E m alguns lugares, as reservas estão dimensio nadas de acordo com as necess idades de nossos irmãos índi os. M as, em outros, elas atende m a inte resses espúrios que não nos satisfazem, como é o caso da reserva dos Yano mami s e das que estão sendo criadas no Alto Rio Negro, eno rmes, muito além das necess idades dos indígenas. É interessa nte notarmos que me nos de 400 mil índios detêm J 1% do

territóri o naci onal. São extrema mente bem aquinhoados. Se considera rmos que a Co nstituição veda a presença de não-índi os no interi or dessas reservas, que nelas, as atividades econômicas ainda não foram regulamentadas pe lo Congresso Nacio nal e que são ponderáveis as pressões internac io nais para a cri ação de áreas reservadas cada vez maiores, é fác il constatar que, pouco a pouco, sem invasões deliberadas, sem nenhuma efetiva ação militar, mas valendo-se de po líticas mal conduzidas que muitas vezes atentam contra a soberania e os interesses naciona is, vai se de lineando, muito cl aramente, o "engessa rne nto" da Amazônia, comprometendo a sua efetiva integração ao restante do territóri o bras ile iro. E será muito difícil , para as futu ras gerações, romper este estado ele coisas, quebrar este "engessame nto". Catolicismo -

''Amazônia 'paU'imônio <la lmmani<lade' é uma falácia contl'a a qual todos os brasilefros têm o <leve,· de se opo,•"

Alguma ponderação

final, General?

General Lessa -

A Am azô ni a fo i, durante muito te mpo, esquecida por nós brasile iros. Nos govern os mili tares , o Proj eto Ro nclo n trato u de promover o intercâmbi o cultu ra l e ntre a Amazô ni a e as de ma is regiões do país. Seu le ma e ra : "Integrar para não e ntrega r" ! Estradas, universidades, Zona Franca, SU FRAMA , aeroportos fo ram a lg umas rea li zações desse período . O próx im o governo, sej a e le q ua l fo r, te rá que te r as suas vi stas e prog ram a go ve rn a me nta l vo ltados, pri o ritari a me nte, pa ra a Amazô ni a, sob pe na de pe rdermos esta riquíss ima reg ião. No Ex teri or há que m di ga que j á chega mos tarde à Am azô ni a. Que e la, hoje , é de tanto in teresse para a hum anidade, que os bras il e iros po uco pode m fazer em benefíc io de si pró prios para incorporare m a região ao restante do se u territó rio. Há até pessoas influ entes que di zem estarem os destin os el a Am azô ni a se ndo clec iclicl os no campo inte rnac io nal , e que o Bras il não terá me ios para modifi car esta situação. A, n azô ni a, " patrimô ni o da humanid ade" é uma fa lác ia contra a qual todos os brasileiros têm o dever de se o por, exe rcendo uma leg ítima pressão sobre o governo federal, para que sej am to madas efetivas ações diplom á ti cas qu e bu squ e m co ibir qu alquer te ntativa que ameace a nossa integrid ade territo ri a l. •

JULHO 2002 -


sobretudo num País infes tado de bandidos como o nosso. A principal preoc upação é a de que os policiais defendam bem a sociedade e os indivíduos honestos. O que seri a de um curso de medicina que estivesse voltado, não para defe nde r a saúde dos doentes, mas sim para evitar os eventuais abusos cometidos pelos médicos contra os vírus e as bactérias !

O policial, esse p el'igo

li Programa de Qualidade no Quartel do Comando Geral da PM de São Paulo. A iniciativa visa o aperfeiçoamento dos membros dessa corporação policial.

Policiais e Bandidos no PNDH-11 A 13 de maio último, o governo lançou o chamado "Programa Nacional de Direitos Humanos" (PNDH-11). O teor das propostas é altamente preocupante para o futuro do Brasil. Iniciamos nesta edição uma análise sucinta do mesmo. llll G REGORIO VIVANCO LOPES

O

la nça me nto e m B rasí li a do PNDH-II tra nsformou-se nu m cenário de promoção da homossexualidade, com o Presidente da Repúbli ca deixando-se fo tografar com a bandeira dos homossex uais. A cena é chocante. Poré m, o PNDH-11 é ain da pior do que parece à primeira vi sta, porq ue muito mais abra nge nte. Favorece não só as aberrações sexuais, mas també m os invasores de terras, e acena para uma perseguição reli giosa sob pretexto de antidiscriminação. Neste arti go tratare mos ape nas de

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CATOLICISMO

duas faces do novo Progra ma: as que se refere m, respectivamente, aos policia is e aos bandidos, deixando para as próx imas edi ções a nali sar outros aspectos.

l - Policiais, classe disuiminada O Progra ma refere-se aos po li ciais quase como um mal necessári o, uma enfe rmi dade soc ial co m a qual é prec iso conviver, mas cuj a ação deve ser limitada o máx imo. Donde, no PNDH-II, os policiais passam a ser, paradoxalmente, uma classe discriminada. A ação be ne méri ta de tantos profiss ionais, que continu amente arri sca m suas vidas para defender a ex istência e os bens

de seus seme lhantes, não parece faze r parte das preocupações dos autores do PNDH-11. A importância social da polícia, e a necessidade de proporcionar-lhe meios adequados de ação, também não entram em cog itação. Ass im , o Programa preocupa-se em faze r do policial um "mediador de conf litos " (medi ador entre o bandido e a vítim a?), que aplique "técnicas não-letais de intervenção policial" e que aprenda "direitos humanos ". Ninguém nega que abusos de poli ciais devam ser prevenidos e mes mo co ibi dos . Mas não é essa a principal preocupação de um curso de formação poli cial,

O poli cial é suspeito, pelo Programa, de ser um doente mental, e por isso necessi ta submeter-se "obrigatoriamente" a avaliações peri ódicas de saúde mental. Os próprios co mandos poli cias não merecem confia nça, de onde a intenção de submeter os agentes da lei a "corregedorias estaduais des vinculadas dos comandos policiais", não só para corrigir abusos, mas também para "emitir diretrizes aos integrantes das forças policiais" com relação aos direitos humanos. O po li c ial qu e se e nvolv e r num a "ocorrência letal" deverá ser afastado das atividades de policiamento, submetido a tratamento psicológico e a inquéri to admini strativo, sem prejuízo do processo criminal. Se tal norma se efetivar, qual é o poli cial que vai quere r enfre ntar um bandido peri goso? Além de arri scar sua vida, fica rá depo is sujeito a uma verdadeira inqui sição psicológica e crimin al. Tal recomendação do PNDH-II, se aceita, in stitui o fi m da ação policial. .. e o paraíso dos bandidos. Também a Justiça Militar passa a ser suspeita. Da í o apoio a medidas que transfiram para a Ju tiça Com um o j ulgamento dos crimes cometidos por policiais no exercíc io de suas fu nções. Ora, sempre se entendeu que a Ju stiça M ili tar, por conhecer mais de perto os problemas e as necessidades das corporações militares, tinha mais condições de julgar bem os crimes mencionados. Mas o PNDH-11 está obcecado pela idéia de evitar abusos de policiais. Dentro dessa lógica de desconfia nça máx ima e m relação ao policia l, o Programa propõe ainda que sejam regulamentados a aq ui sição e o uso de armas de fogo e muni ção por policiais, guardas municipais e agentes de segura nça. Fernandlnho Beira-mar: um dos mais peri gosos traficantes do País, atualmente encarcerado no presídio de segurança máxima Bangu-1(RJ)

li - Bandidos, classe privilegiada Antigamente os bandidos eram chamados pelo seu nome - ou sej a, bandidos - e tratados como ta l. Depois, por influência da "esquerda católica" e outras esquerdas - para as quais não ex iste m maus, mas ape nas vítimas da sociedade de consumo, os bandidos passaram a ser chamados "marginais": isto é, pessoas que estão à margem da soc iedade. Mais recentemente, os mesmos setores proc ura m pôr e m voga a palavra "excluídos", indi cando aqueles que a sociedade capitalista exc luiri a de seus benefícios. Nessa categori a estaria m não apenas os sem-terra, sem-teto e outros "sem", mas também os bandidos ou marginais. Nesse sentido, o PNDH-II procura, ele também, dar sua contribuição lingüística, chamando o bandido de "cidadão inf rator" . Mas a diluição não se restringe à questão de nome, pois o criminoso é tratado como se fosse um bibelô, com todas as regali as. Uma verdadeira cl asse privi legiada, ao contrário dos discrimin ados policiais. Ass im é que o PNDH-11 quer "repensar asform.as de punição ao cidadão infra tor, incentivando [...] as penas alternativas [... ] com. a fi nalidade de minimizar a crise do sistema penitenciário". Em lin guagem mais direta, quere m o crimi noso fora da cadeia. E, aliás, convém ressaltar, a vig ilância carcerária costuma ser tão frouxa, que permite ao delinqüente, Davi Zocoli/AJB

às vezes, até controlar o tráfico de drogas e te ntar a compra de mísseis, como ocorreu no mês passado com o trafi cante cari oca Fernandinho Beia-mar! O Programa pretende dificultar também a pri são do bandido surpreendido no fl agrante do crime, obrigando a apresentá-lo "ao juiz no momento da homologação da pri são em flagra nte[ ... ] como fo rma de garantir a sua integridade física". Mais uma vez a desconfiança de que a políc ia vai atentar contra o preso.

Defesa <los encarcerados É claro que os presos devem ser tratados co m hum a nidade. Diría mos mais, com caridade cristã, desenvolvendo junto a eles um trabalho pastoral de conversão, que lhes fac ilitasse arrependerem-se de seus crimes e aceitar pacientemente a justa pena que padecem. Mas o enfoque do PNDH-II é totalmente outro. Não há nenhuma alusão à justiça que tem de ser restabelecida depois do crime cometido, ao bom exemplo social que constitui a aplicação de penas adequadas, à proc ura de arrependimento e mudança da parte do condenado. Nada! O "cidadão infrator" é vi sto apena sob a ótica de seus direitos, e estes apresentados de modo infl acionado. Ao contrário do pobre policial no cumprimento de seu dever, que é apontado como um indiv íduo perigoso, cuja ação precisa ser controlada e cerceada o máximo. Contrariando tendência das modernas legislações penais, que têm baixado a idade de responsabilidade penal, o PNDHII quer que os criminosos continuem a não ser imputáveis até os 18 anos de idade. Para aqueles que, desde jovens, já entram pelas sendas tortuosas do crime, o Programa cri a també m uma denomin ação nova e eufe mística. E les são os "adolescentes em conflito com a lei" e devem ser atendidos ele preferência em "ambientes abertos". Mas onde o PNDH parece ver perigo é no fa to de cidadãos honestos proc urare m defender-se qu ando atacados. Por isso, prega o desarmamento e o controle de armas, sem as necessári as di stinções entre armas de defesa do cidadão e o armamento dos bandoleiros. Em próx imo arti go anali saremos outros aspectos do PNDH-II. • JULHO 2002

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Depois de 30 anos do milagroso aviso Ü pranto da imagem de Nossa Senhora de Fátima, ocorrido em julho de 1972, foi uma extraordinária advertência ao mundo prevaricador. A Santíssima Virgem, não tendo mais o que dizer, chora. Entretanto, a humanidade parece insensível a suas lágrimas, surda a seus pungentes apelos. t1 H ELVÉCIO ALVES

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uem a conheceu, jamais a esquecerá! Aquele que não a conheceu ... , reze para que um dia obte nha essa graça. Para isso vale qualquer sacrifício, po is é um me io excepcional para se ter uma idéia, a inda nesta Terra, de como é a virginal fisio no mia de Maria Santíssima no Céu.

Refi ro-me à image m peregrina internacional de Nossa Senhora de Fátim a, uma das quatro esculpidas em cedro brasileiro sob orie ntação imed iata da Irmã Lúcia - a única sobrev ivente dos três pastorinhos a quem a Virgem Santíssima apareceu em 1917 . Hoj e a Irmã Lúcia, com 95 anos, vive no Carme lo de Santa Teresa, em Coimbra. Essa image m é de nomin ada peregriJULHO2002 -


. . l , porque percorre ' o munna internacwn.a

Visita ao Brasil

do - bem corno as outra três - a fim de que todos os povos tenham oportun idade de venerar a Mãe de Deus, sob a invocação de Fátima.

Depois da milagrosa lacrimação em Nova 0rleans, a imagem passou a peregri nar mais intensamente pelos países, e coube ao Brasil o privilégio de ser o primeiro a receber a augusta visitante. Foi em maio de 1973 que essa miraculosa imagem de Nossa Sehhora ele Fátima, procedente dos Estados Unidos, desembarcou no aeroporto de Congonhas na cap ital paulista, recebendo a TFP brasileira a incu mbência cio trasladá-la. Primeiramente ela ficou na Sede do Conse lho Nacional da TFP em São Paulo, depois percorreu várias cidades cio norte fluminense e retornou aos Estados Unidos. Mas a maravilhosa imagem pôde voltar ao Brasi l diversas vezes a fim ele visitar outros Estados de nosso País-continente, o que se deu em 1974, 1975, 1976, 198 1, 1985, 1992, 1998, 1999, 2000. A mais recente visita ocorreu em abril do presente ano. (Fotos dessa recente visita à pág. 34). Durante as peregrinações ela sagrada im agem pelas cidades brasileiras, ela atraiu multidões, muitas conversões ocorreram e várias pessoas atestaram que foram curadas pela Peregrina de Fátüna.

Lágrimas, milagroso aviso

* Antes de dar seguimento a este arti go - e como Nossa Senhora é Mãe de Misericórdia - , um consolo para aqueles que não tiveram a fe licidade de conhecer a referida imagem: há belas réplicas dela, que a Campanha "Vinde Nossa Senhora de Fátúna, não tardeis!" tem levado aos lares, ele norte a su l cio País, para serem veneradas em inúmeras cidades'.

Nossa Senhora cm prantos Das quatro imagens "peregrin as internacionais", esta a que nos referimos, estando exposta à veneração dos fié is na cidade norte-americana ele Nova 0rleans, verteu lágrimas, por 14 vezes, exatamente há três décadas. O impressionante acontec imento fo i largamente noticiado por jornais cio mundo inteiro, cm alguns nas primeiras páginas. Inúmeras pessoas presenciaram e dão testemunho cio prodígio. As fotos ela imagem em prantos aqui estampadas, e divulgadas naquela época - nas quais se podem notar lágrimas nos olhos e uma gota que pende do nariz - são do Pe. Elmo Romagosa, uma das testemunhas ocu lares cio fato. Esse sacerdote, para obter a plena comprovação ele que se tratava verdadeiramente de milagre, fez várias experiências com a imagem, e não encontrando qualquer explicação natural para o ocorrido, caiu ele joelhos e acred itou.

Por que chorais? Qual o significado desse pranto ela Virgem Santíssima? É, seguramente, o pranto pelos pecados dos homens e na antevisão cio castigo que paira sobre o mundo. Por quê? O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em artigo publicado na "Folha de S. Paulo", ele 6-8-1972, dá-nos uma interpretação dessa sublim e lacrimação: um aviso à humanidade pecadora por permanecer surda à Mensagem que Nossa Senhora mesma anu nciou em 1917 na Cova da Iria (Ver quadro "Lágimas, milagroso Aviso", ao lado) .

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PuN1 0 C o RRÊA DE OuvE1RA

imprensa diária de São Paulo publicou [em 21 de julho de 1972] uma fotografia procedente de Nova Orleans, na qual se via uma im agem de Nossa Senhora de Fátima a verter lágrima s. O documento despertou vivo interesse no público paulista. Penso, pois, que algumas informações sobre este assunto satisfarão os ju stos anelos de muitos leitores. Não conheço melhor fonte sobre a matéria do que um artigo intitulado, muito americanamente, 'h lágrimas da imagem molharam meu dedo". Seu autor é o Pe. Elmo Romagosa. Publicou seu trabalho o "Clarion Herald" de 20 de julh o p.p., semanário de Nova Orleans,

e distribuído em 11 paróquias do Estado de Louisiana . Os antecedentes do fato são universalmente con hecidos. No ano de 191 7, Lúcia, Jacinta e Francisco tiveram várias visões de Nossa Senhora em Fátima. A autenticidade dessas visões foi confirmada por vários prodígios no sol, atestados por toda uma multidão reun ida enquanto a Virgem se manifestava às três crianças. Em termos genéricos, Nossa Senhora incumbiu os pequenos pastores de comunicar ao mundo que estava profundamente desgostosa com a impiedade e a corrupção dos homens. Se estes não se emendassem, viria um terrível castigo, que faria desaparecer várias nações. A Rússia difundiria seus erros por toda parte. O Santo Padre teria muito que sofrer. [... ]

Como Nossa Senhora estabeleceu o atendimento de seus pedidos, como cond ição para que fossem desviados os flagelos apocalípticos por Ela previstos, está na lógica das coisas que baixe sobre a humanidade a cólera vingativa e purificadora de Deus, antes de vir a nós a conversão dos homens e a in stauração do Reino de Maria. [...] O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá. Virá para os homens de nosso século, se não renunciarem à impiedade e à corrupção. Se não lutarem especia lm ente contra a autodemolição da Igre ja , a maldita fumaça de Satanás que, no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado*. Ainda é tempo, pois, de sustar o castigo, leitor, leitora!

"Ela parecia que me falava!" "A imagem mudou de expressão!" "Senti que ela sorriu para mim!" Eram esses os comentários habituais. Sem dúvida, uma das mai s extraordinári as características dessa imagem é, por meio de sua virginal fisionomia, como que falar a cada um no fundo do coração; amoldar-se ao estado de espírito de cada qual naquele momento; ao mesmo tempo que parece haver uma mutação em sua expressão fisionômica - o que é confi rmado por incontáveis pessoas, mesmo por algumas muito céticas.

Ela atrai multidões Nas cidades que a imagem da Rainha cio Céu percorreu, sempre foi acolhida apoteoticamente. (fotos ao lado) Em mui tas ocasiões, fogos de artifíc io anunciaram sua entrada, algumas vezes transportada no alto ele carros de bombeiros, e, por onde passava, chuvas de pétalas de rosa caíam , lançadas pelos devotos. Era comum verem-se as janelas elas casas adornadas com belas toalhas, flores e velas em homenagem à ce lestial visitante.

- "Nossa Senhora me comoveu, tenho que mudar de vida!" À direita : chegada da Imagem ao aeroporto de Mérida (Venezuela) . Abaixo : Visita da Imagem à Casa de Estudos Nossa Senhora de Jasna Gora, no bairro de ltaquera (SP) . À direita da Imagem, Rev. Pe. Davi Francisquini, e à esquerda, o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança

* Cfr. Paulo Vl, Alocuções de 7- 12-68 e 29 -6-72 .

"Folho de S. Paulo", 6-8-1972

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CATOLICISMO

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Eis o trecho de um relato de membro da TFP que a aco mpa nhou por várias c idades de Minas Gera is, na Zo na da Mata:

"Em todas os lugares em que tenho estado, são milhares de pessoas que vêm visita,· a sag rada im.agern todos os dias [... ] Há um momento em que os guardiães da im.agem podem toca r nela objetos pertencentes ao público, então f ormam-se filas enormes. São rosá rios tocados nos pés da im.agem, santinhos, .fitas, medalhas, li vros, alianças, .flores etc. Não apenas objetos de piedade, m.as também lembranças de f amília, como certidões, j óias etc., e até mães que pedem para tocar seus bebês." "Este olhal' me co11vel'te11 " A partir de l974, a Amé rica do Sul fo i agrac iada com a vi sita da augusta " Peregrina do Mundo", que percorre u todos os pa íses do continente, entre aque le a no e 1985. E m todas as c idades onde e la fi cava ex posta, intérminas fila s de devotos se fo rmavam, à espera da oportunidade de rezar algum tempo di ante de la. Dive rsas pessoas, há muito afas tadas cios sacra me ntos, contem plando a imagem, converti am-se, abandonava m a vicia peca minosa e reto rnavam à práti ca ela virtude .

" Este olhar me conve rteu, vou conf essar-me", fo i a afirm ação de um senho r de Mé rida (Ve nezue la), após passar a lgun s insta ntes di a nte ela Virgem de Fátima. E le vo ltou a freqüe nta r os sacrame ntos de po is ele 40 a no ... Nessa mesma c idade, 11 mil pessoas fora m ve nerá- la. Na capital ve nezuela na, Caracas , e m um úni co di a, fora m qu ase 50 mil fi é is. São págin as e pág inas de re latos e milhares de re perc ussões reg istradas durante essas peregrinações pe lo B ras il e pe lo mundo . Jrnpossfve l transcrevê- las. A títul o ele a mostrage m : a im age m chega ao ae roporto el a ca pital colo mbi ana, B ogotá, e um e mbaixador sul -ame ri cano oferece s ua "Mercedes " para tras ladá- la. D ispe nsa o moto ri sta, e e le próprio ass ume o vo lante, di zendo: "Ante a

Virgern, o embaixador é o último dos ho1nens ".

E la não visitava apenas as capi tais, mas também cidades menores, até mesmo pequenos povoados, e todos fi cavam profundamente e mocionados e agradecidos. E m muitos desses lugares, até hoje as pessoas se recordam cio dia dessa vi sita.

Maravilhosa "pel'egl'inação " Ac im a fa lamos de um a ca rac te rísti ca impres. ionante e inexplicável da im age m: s ua m utaçã o fi s io nô mi ca, se m qu a lque r a lteração dos traços do rosto; o ra co m o semb lante sere no, ora tri ste, ora a preensivo, ora a legre . Plini o Corrêa de Oli veira, numa narração tran sid a ele amorfili al, nos proporc io nou um pungente co me nt á ri o desses o lhos que vertera m lág rim as. Me lhor descri ção nunca e ncontre i, e la fo i reprodu zida por j o rna is cios c inco contine ntes. Em pri mei ra mão, publi cou -a o matutino "Folha de S. Pa ul o" , num artigo de 12- l ll97 6 . (Trechos se lec ionados o le ito r e nco ntrará no qu ad ro "Peregrinando dentro de um olhar", à pág . 32).

Advertê11cias <lc Fá tima Muitas veze uma boa mãe, a ntes ele re preende r seu filh o, o cha ma, conversa, ouve o que e le te m a di zer, aponta cari nhosa me nte seus e rros, o aco nse lha uma, duas, três vezes ou mais. Caso não surta efe ito, e ntão e la o re preende; se a re preensão ele nada adi anta, ve m a puni ção. M as, a ntes de casti gar, a mãe por

vezes chora. C hora por um filh o que não correspo nde ao amo r materno, aos conselhos ele quem só lhe quer o be m. Corno a melhor de todas as mães, assim procede u nossa bo níss ima M ãe celeste . Em J 9 17, Ela, ve ndo a humanidade que prevaricava, a pareceu e m Fátima e repreende u os homens. Ai de nós ! Pe lo que constatamos, não houve a emenda ele vid a necessári a. Após 55 anos elas pro fé ticas adve rtê nc ias anunc iadas na Cova da Iri a, e uma vez que os ho mens não ate ndera m aos ped idos de Nossa Se nho ra ele Fátima, Ela, po r meio de sua image m, c hora. Corno seu Divino F ilho que chorou outrora sobre a Jerusalém pecadora , prenunc iandolhe a catástrofe. Hoje esta mos a 30 anos do mil agroso avi so. Já é um longo prazo ! Perma necere mos indife re ntes a essas lág rimas que correram pe la face da Mãe de Deus? Se o mundo continu ar impe nite nte, não resta dúvida: o casti go virá. Pre pa re mo-nos !

A ,Justiça Divina Norma lme nte, tõdo filho, qu a ndo é castigado, sa be por que está sendo corri g ido ... C re io q ue não prec isamos ele mui tas ex pli cações do po rquê da puni ção. Todos sabemos que a hum anid ade não a nda be m, logo, me recemos um casti go. Mas, apenas para melhor compree nsão desse prognóstico, pas.s emos rapicl a-

mente em inspeção algumas igno mínias de nossos di as. Cada uma de las, de si, já me receria um bom casti go, quanto ma is a soma de todas ! Basta a brir os jornai s e revi stas dos presentes di as (para não falar e m ligar a TV, o que vai se tornando cada vez mais proibitivo, um a vez que a imora lidade desbragada é ampl a me nte exibid a e m qu ase todos os canais), para se medir a proporção ela punição, da có le ra de De us que se avi zinha. Já e m 1972, por ocas ião cio inesquec ível pranto da M ãe Dolorosa, o que apresentavam os j ornai s? E ram tri stes notícias da degringo lada gera l da soc iedade, tanto temporal quanto espiri tua l, que justificavam as lágrimas de dor. Já naque la é poca o mundo merec ia o casti go. Imag ine-se hoj e !

"Desfile" <le ignomínias Após três décadas .. . tudo piorou de modo espantoso. Abra o le itor algum jornal de 1972 e compare-o co m algum de nossos dias - j á fi z essa desagradáve l experiência. Folheemos alguns periódicos atuais. Eis o que ve re mos: Diminui ção ci o núm ero de ca tó li cos e c resc im e nto de se itas protes ta ntes (co mo ates ta o Censo-2000 cio IB GE); corrupção dos costum es, que se ace ntu a di a-a-di a ; im o ralid ade esca ncarada (não a pe nas na s prai as, mas e m todos os a mbi e ntes, até nas ruas, as moel as

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aproximando-se do nudismo comp leto; no dia 27 de abril p.p., tel e lugar a abominável ex ibi ção de centenas de nudistas em loca l público, no Parque do [birapuera; e amanhã?); modas indecentes, que se vêem mesmo no recinto sagrado das igrejas; drogas que penetram até nos lares; a virgindade, relegada como co isa do passado; casamentos que se desfazem ou não se fazem; divórcio como lei, amor livre como meta; impressionante diminuição da natalidade; aumento da grav idez entre ado lescentes de LO a 16 anos; pílulas anticoncepcionais ou abo rtivas; assass in ato de crianças inocentes (le ia-se "aborto") ap resentado como "d ireito" da mulher; assass in ato de idosos (leia-se "eutanásia"); experiênc ias com embriões , na tentativa de c lonagens humanas (uma afronta à ordem natural criada por Deus); a te levisão que, de modo crescente, despeja li xo dentro dos lares, co rrompendo até as cria nças; ed ucação sexua l depravada para me nin os e meninas já na seg un da infância (de 4 a 7 anos); casos im pensáveis de pedofilia; o c hamado "casamento" homossexual eq ui parado ao casamento verdadeiro; a epidemia da AJDS serv indo de ocasião para aumentar a ava lanche de pecados; passeata homossexual com a presença de milhares de pessoas, na Avenida Paulista.

O clcslilc macabro conti nua Folheemos ainda mais alguns de nossos jornais. São alarmantes notícias sobre: Igualitarismo aberrante entre pais e filhos, professores e alunos, patrões e empregados, superiores e recrutas; fomento de movimentos de luta de classes; propriedades rurais e urbanas invadidas e proprietários que perdem seus sagrados direitos (leia-se Reforma Agrária, urbana ou empresarial); totalitarismo estata l (impostos, legislação draconiana etc) impondo-se às fam íli as e aos indivíduos; ateísmo prático generali zado; aumento de casos ele bruxaria e satanismo; esca lada da crimina lidade, serv ida pela impunidade crescente; ameaça islâmica; crise na Igreja: escânda los nas fileiras sacerdotais; heresias que se infiltram nos meios católi cos (erros do chamado progressismo católicq.) etc. etc.

/Jasta! Realmente basta vermos o caótico noticiário de todos os dias, para constatarmos que está e m curso uma avassaladora Revolução Cultural, procurando extinguir os restos da Civi li zação Cristã; e que a humanidade até agora não ate ndeu aos rogos feitos em 1917 pela Mãe de Deus. Não houve a conversão pedida; muito pelo contrário, houve um aumento da perversão. A degradação mora l não fez senão crescer assustadoramente . Mas esse desfile de aberrações levanos a outra conclusão: o câncer com unista - por mais que esta afirmação surpreenda a alguns desinformados o u desatentos - espalhou-se e contagia praticamente todos os povos. Aquilo que era o objetivo final do regime com unista impl antar no mundo inteiro - ou seja, o amor livre, a legalização do abo rto, o igualitarismo completo, . o totalitarismo, a abolição da propriedade particular, o ateísmo, a supressão das tradições cristãs e dos valores morais está subreptic iamente impl antado, ou em adiantado estado de implantação, em quase todas as nações do Ocidente e muitas do Oriente. Enquanto regime de governo oficiali zado, o comunismo não existe na imensa maioria dos países, mas neles penetrou, dominando-os, não com seus exércitos, mas com suas doutrinas, desagregando as instituições soc iais. Penetrou como um gás maléfico que vai se espa lhando e, pouco a pouco, impregnando os costumes, dissolvendo os valores do cristianismo, materializando o homem. É o cumprimento integra l da profecia de Nossa Senhora de Fátima, em l 9J7: "Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz. Se não, espalhará seus erros pelo mundo" 2 •

Castigo e misc,·icónlia Não resta dúvida: não houve até o momento atendimento aos pedido de Maria Santíssima e não houve a conversão; portanto, paira sobre nós a perspectiva de um terrível castigo. Mas paira também uma grande esperança. A Mensagem de Fátima, além de anu nciar tragédia, também se refere a uma regeneração sa lvadora, tanto para o mun-

Peregrinando dentro de um olhar ., • PUNIO CORRÊA DE OLIVEIRA

is ionomia igual não con heço. Ten ho-a bem diante de mim, e, movido pelo háb ito inveterado de tudo observar e explicar para meu próprio uso, fito -a com atenção. E de repente percebo que entro dentro dela. Sim, essa fisionomia única como que deflui da face e especia lm ente dos olhos. Envo lve-me no ambiente que ela cria. Ao mesmo tempo, convida-me a entrar fundo no seu o lhar. - Que ol har! Nenhum é tão límpido, tão franco, tão puro, tão acolhedor. Em nenhum se penetra com tal faci li dade. Contudo, nenhum também apresenta profundidades que se perdem em tão longínquo horizonte. Quanto mais dentro desse o lha r se cam inha, tanto mais ele atrai para um indescritível ápice interior e profundo. [... ] Pode a lguém passar a vida in teira caminhando dentro desse o lh ar, sem jamais tocar nesse vértice. - Caminhada inútil ? - Não. Dentro desse olhar não se anda; voa-se. Não se passeia; faz-se peregrinação.

Ao longo desta peregrinação da alma, o olhar, no qua l voa, já não o envo lve apenas. Mas penetra nele. Quando o peregrino cerra os o lhos, julga vê-lo à maneira de luz no mais profundo de si mesmo. Tenho impressão de que, se durante toda a vida ele for fiel nesse vôo, quando cerrar definitivamente os o lhos esta luz brilhará no fundo de sua alma por toda a eternidade. O olhar é a a lma da fisionomia - Que fisionomia essa, que tenho diante de mim! A um tolo, pareceria inexpressiva. A um observador destro ela manifesta uma plenitude de a lm a maior do que a História , porque toca na eternidade. Ma ior do que o universo, porqu e espe lha o infinito.

A fronte parece conter cogitações que, a partir de um Presepe e a terminar em uma Cruz, abarcam todo o acontecer humano. A face toda, o nariz - cuja linha possui um "charme, mais belo do que a be leza", segundo diz o Poeta - os lábios sil enciosos, mas que dizem tudo a todo momento, parecem lou var a Deus em cada criatura, segundo as características de cada uma; e ped ir a Deus por toda miséria, como se estivesse a condoer-se das pecul iaridades de cada uma delas. Estes

lábios têm uma eloquê ncia perto da qual a de Demóstenes ou a de Cícero não seriam senão barulheira. O que dizer da cútis? níveo? O qualificativo diz tudo e não d iz nada. Pois para descrevê-la seria preciso imaginar um níveo que deixasse re luzir em sua profundidade, com discrição infin ita , todos os matizes do arco-íris, e com isso mesmo inspirasse na alma de quem a contemp la todos os encantos da pureza. Sim , peregrinei neste o lhar tão cheio de surpresas. E, inesperadamente, percebo que o o lhar peregrina ao mesmo tempo dentro de mim. Pobre e misericordiosa peregrinação, não de esp lendor a esplendor, mas de carência a carência, de miséria a miséria. É só abrir-me a ele que, para cada defeito ele me oferece um remédio, para cada obstácu lo uma ajuda , para cada aflição uma esperança. [... ] Leitor. Se crês na descrição que fiz, convido-te a que faças por tua vez esta magnífica peregrinação dentro do olhar da Virgem. Se não crês, vem ver: melhor convite eu não poderia te fazer. Reza então por ti. Reza pe la Santa Igreja, conturbada e atormentada como nunca. E por esse enorme Brasil de Maria. "Folho de S. Pau lo", 12-11-1976

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CATOLICISMO

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A mais recente visita da milagrosa imagem a São Paulo

D l - Visito do Imagem à Sede do Componho Vinde Nosso

Ocasião para três dias e três noites de vigílias de orações ininterruptas

Senhora de

Fátima, não tardeis!, em São Paulo.

D

epois de uma permanência na Pensilvânia (EUA), a imagem de Nossa Senhora de Fátima, a mesma que verteu lágrimas miraculosamente em Nova Orleans, esteve recentemente na cap ital pau lista para uma curta estada de três dias . Ela aqui chegou no dia 24 de abril último. Por coin cidência mu ito feliz, essa visita ocorreu poucos dias antes do cumprimento do 85º aniversário da prim eira aparição de Maria Santíssima em Fátima, e 29° da primeira estada da imagem no Brasil. Durante esses três abençoados dias, a augusta Visitante esteve na Sede do Conselho Nacional da TFP e em outras sedes da entidade, como a localizada na rua Martim Fran cisco, 665, onde está erigido o Oratório de Nossa Senhora da Conceição, Vítima dos Terroristas. (fotos ao lado). Em todos esses locais verifico u-se um grande reveza mento de pessoas junto à milagrosa imagem , e as ora ções foram contínua s, sobretudo com a recitação do sa nto Rosário, tão recomendado pe la Senhora de Fátima em 19 l 7. A despedida se deu no aeroporto de Cumbica . Uma solene despedida, não apenas por parte de sóc ios, cooperadores e correspondentes-esclarecedores da TFP, mas também por boa parcela do numeroso público fortuitamente presente ao aeroporto naquela noite. Como se pode notar pelas fotos, esse público associou-se ao ato promovido pe la TFP. A milagrosa Peregrina voltou para os Estados Unidos, deixa ndo o público emocionado, com saudades e na grande expectativa de novo retorno ao Brasil.

2 - Imagem no Oratório do TFP, à Ruo Martim Francisco, 665.

3 - Numeroso público presente à despedido do Imagem, no aeroporto de Guorulhos.

Notas: do quanto para a Igreja. Nossa Senhora, após ter predito o que aca bamos de le mbrar, conc luiu suas proféticas pa lavras com uma grandiosa promessa: "Por.fim.

o meu Imaculado Coração triunfará!" 3 • "Por.fim", ou seja, depois do castigo, virá a conve rsão do mundo, virá uma restauração da Cristandade. O adve nto do Re ino de M ari a que, de acordo com São Luís Maria Grig ni on de M ontfort, será a plenitude do re inado de Nosso Se nh or Jesus C risto na Terra: "Quando virá este

tempo f eliz ern que Maria será estabelecida Senhora e Soberana nos corações, para submetê-los plenamente ao império de seu grande e único Jesus ?" 4 •

Al'l'epe11dime11to 11ecessádo Como um a Rainha , qu e deseja o quanto ~ntes o advento dessa nova civiCATOLICISMO

li zação, toda católica, N ossa Se nhora verteu lágrimas de tri steza pe los pecados da humanidade; Ela pereg rinou co mo vimos, através de s ua sagrada imagem - pelos Es tados do Brasil e por muitas nações . Por onde passou, conclamou seus súditos à eme nda de vida, a serem filhos fi é is e propagandistas de sua M e nsagem de grave advertê nc ia, mas que culmina num a esperançosa promes·a : a impl antação de seu Reinado sobre a Terra. Continuaremos com o coração e ndurec ido, insen íve is ao mil ag roso aviso que suas lágrimas significam? Ou nos conve rteremos verdade iramente e, qual novos filhos pródigos, com o coração contrito e humilhado, retomaremos o caminho da

Casa Paterna? Como? -

poderá alguém perguntar.

E o que fazer para estarmos prontos , com a alma purifi cada e, ass im, podermos lutar pe lo restabe lec ime nto da ordem católica no mundo? O Prof. Plíni o Corrêa de Olive ira aponta- nos o cam inho:

" Para obviai; na medida do possível, as provações que ainda restam., e apressar a aurora bendita do triwio do Imaculado Coraçc7o de Maria, devemos valer-nos dos rneios por Nossa Senhora indicados: o afervoramento da devoçc7o a Ela, a oraçc7o, a penitência, a prática dos mandamentos da Lei de Deus. Dessa maneira, nc7o só se resolverá, no mundo inteiro, este ou aquele problema concreto, mas se solucionarão, em sua raiz, todos eles, o que decorrerá seguramente da renovaçc7o espiritual de toda a humanidade" 5 . •

1. Aquele que desejar receber uma vi sita de uma dessas répli cas pode entrar em contato co m a coordenação da campanha, através do endereço qu e co nsta na pág _XX _ !co locar a pág. ond e esti ver o " Ecos". 2. Antonio A ugusto Borcll i Machado, As aparições e a 111e11sage11I de Fá1i111a co1!/or111e os 111W1LISl -ri1os da l n 11ci LIÍcia, Editora Vera Cru z Uda. , 46'edição, ão Paulo, 1997, pp. 46-47. O tex to diz: "Se a1e11dere111 aos 111e11s pedidos, a Rússia se co11 ver1erá e /ereio paz. Se ncio, espalhará seu.1· el'l'OS pelo 1111111.do, pro111ove11do g11er m s e perseg11ições à Igreja. Os IJ011s serc7o martirizado.~, o Sa1110 Padre lerá 11111i10 q11e sofre,; várias nações .1·erüo a11iq11i!adas " . 3. ld., ib. 4. 7i'Cllado da ve rdadeira d evo çüo à Sa111 íss i111 a Virgem , São Luís M aria G. el e M ontfort, Vozes , Petrópoli s, 1984, 13" ecl ., pp. 2 10-2 1 1. 5. Prefácio cio Prof'. Plínio Corrêa de O li veira para a ed ição ro mena cio li vro sobre Fát ima, ele A. A. Borelli M achado.


~

Os franceses, admirados da coragem do espanhol , trataram-no muito bem, fazendo-o levar depo is, e m liteira, para o castelo de seus pais. Os ossos havi am começado a se soldar de mane ira defeituosa, e foi preciso quebrar de novo a perna para ajustá-los. Isso tudo, é bem preciso di zer, sem anestesia. O que levou-o às portas da morte, de modo a receber os últimos sacramentos. Quando todos esperavam o desenlace, na véspera da festa de São Pedro o doente, que era muito devoto desse Apóstolo, começou a me lhorar.

Co1wersão <le um homem coerente

Santo Inácio de Loyola: paladino da Contra-Reforma S anto Inácio, fundador da Companhia de Jesus, destacou-se pela coerência e radicalidade de seu espírito. n

I

Santo Inácio redige as Constituições da Companhia de Jesus

CATOLICISMO

PuNro

M ARIA

SouMEO

nácio nasceu no castel.o de Loyola em 1491 , sendo o último dos 13 filhos de D. Beltrán de Loyola e Da. Maria Sonnez. Aos 16 anos foi enviado como pajem ao palácio de Juan Velásquez de Cuellar, contador mayor dos Reis Católicos Fernando e Isabel, o que lhe permitiu estar em contato contínuo com a corte. Bem dotado física e intelectualmente, o jovem Inácio "deu-se muito a todos os exercícios das armas, procurando avantajar-se sobre todos seus iguais e alcançar renome de homem valoroso, honra e glória militar"'. Ou, como ele mesmo diz com humildade, "até os vinte e seis anos foi um homem dado às vaidades do mundo, e principalmente se deleitava no exercí-

cio das armas e no vão desejo de ganhar honra " 2 .

A hora esperada pela Providência Ouvindo falar dos grandes feitos dos seus irmãos em N ápoles, envergonhou-se de sua ocios idade e participou em algumas campanhas com seu tio, vice-rei da Navarra. Depois foi enviado em socorro de Pamplona, assediada pelos franceses. Era a hora da Providência. A desproporção das fo rças era esmagadora em favor dos franceses, mas Inác io não quis saber de cap itulação e convenceu os seus a resistirem até o fim. "Confesso u-se com um co mpanhe iro de armas. Depois de algum tempo de du ração da batalha, a bala de uma bombarcla ating iu-lhe a perna, quebrando-a toda. E co mo ela passou entre as duas pernas, a outra também fo i duramente fericla" 3 . Inácio caiu por terra. Seus companhe iros se renderam.

Seria longo narrar todas as torturas a que se submeteu esse soldado para não ficar aleijado; pois, como poderia aparecer ass im na corte? Ve io depois a longa convalescença, a leitura da vida de Cristo e cios santos, únicos livros que havia no castelo, e sua conversão se deu da maneira mais radical. O prime iro pensamento do novo soldado de C ri sto foi o de ir para a Terra Santa e viver em oração, penitênci a e contemplação nos lugares e m que se operou nossa Redenção. E m Montserrat, fez um a confissão gera l de s ua vicia e depôs a espad a no a ltar da Virgem. Vive u depo is algum tempo e m Ma nresa, onde recebeu gra ndes favores místicos e escreveu se us famosos "Exercíc ios Espiritu a is". N ão lhe permitiram ficar e m Jerusa lé m, por causa da tensa situ ação então re inante. Inácio vo ltou a Barce lona para estudar, a fim de preparar-se para o sacerdóc io. Fo i depois para AIcalá e ainda Salamanca, onde, por causa de s ua pregação e reunião de discípulos, sendo ainda le igo - o que era perigoso naq ue la época de novidades malsãs e heresias - foi denunciado à Inqui sição e aprisionado até que sua inocência fo i reconhec ida.

"Companhia ", como num exéi'cito Resolve u por isso ir a Paris, estudar na fa mosa universidade local. Foi lá que a Providência o fez encontrar os seis primeiros discípulos, com os qu ais fundari a a Companhia de Jesus. E ntre e les estava o grande Apóstolo da Índi a e cio Japão, São Francisco Xavier, e o Beato Pedro Fabro. Após os votos feitos em Mo ntmartre, o que m,u-cou propriamente o iníc io da Companhi a, eles se e ncontraram em Veneza, com o pl ano de ir à Terra Santa. Enquanto isso, traba lhavam nos hospitais. Como, depois de um ano, não conseguira m realizar seu intento, decidiram ir a Roma colocar-se à dispos ição do Sumo Pontífice. Nas proximidades da C idade Eterna, Inácio teve uma visão na qua l Nosso Senhor pro meteu ser-lhe fa vorável em Roma. "Inácio tinha sugerido para nome de sua irmandade 'Companhia de Jesus '. Companhia era compreendido em

seu sentido milita,; e naqueles dias uma companhia era geralmente conhecida pelo nom.e de seu capitão. Na Bula latina de fundação, no entanto, eles foram chamados 'Societas Jesu '" 4 •

Paladi110 <la Co11tra-Reforma Católica O pape l cios jes uítas na ContraReforma católica fo i essenc ial. Na época, pareciam perdida para o protestantismo não só a Alemanha, mas a Escandinávia, e ameaçados os Países Baixos, a Boêmia, a Po lô ni a e a Áustria, havendo infiltrações da seita não só na França, mas até na Itáli a. Santo [nácio envio u seus di scípulos a essas reg iões infectadas, e estes foram reconduzindo para a Igreja ovelhas desgarradas até na própria Alemanh a . Ali trabalharam Pedro Fabro, Cláud io Le Jay e Bobadi lha. M as o jesuíta que seri a o grande apóstolo dos povos germânico , obtendo inúmeras reconversões, fo i São Pedro Canísio, hoje considerado, com razão, o segun-

Santo Inácio envia São Francisco Xavier para a Índia

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do apóstolo da Alemanha, depoi s de São Bonifácio. O papel dos jesuítas fo i também primordial no Conc ílio de Trento onde brilharam os padres Laynes e Salmeron - bem como nas universidades e nos colég ios, imunizando assim a juventude européia contra o erro. Rece bendo informações do s gra ndes triunfos de seus di scípulos, exc lamava Santo Inácio: "Demos

" '

...,

graças a Deus por sua inefável misericórdia e piedade, tão copiosam.ente derramada em nós por seu glorioso nome. Porque muitas vezes rne comovo quando ouço e em parte vejo o que me dizem de vós e de outros cham.ados à nossa Compan./úa em Cristo Jesus" 5

sença de uma visita. O irmão não o fez, pensando fa ltar ao respeito ao Superior e à visita. Inácio ordenoulhe então que pusesse o banco sobre a cabeça, e assim estivesse até a saída da visita. Quando o noviço não servia, Inácio não tinha contemp lação nem mesmo pela s ua posição soc ia l. Expul sou da Companhi a o filho do Duque de Bragança e sobrinho do grande benfeitor da Compa nhi a, D. Manuel , rei de Portugal, e ainda um primo do D uque de Bivona, parente do vice-rei da Sicíl ia, que era também seu amigo e benfeitor.

Santo Inácio de Loyola queria uma companhia de escol, para combater os erros da época, principalmente os de Lutero e Ca lvino, e por isso estipulou que, diferentemente das outras congregações o u ordens re lig iosas, o novici ado seria de mais de um ano . Di zia no fim da vida, quando sua Companhia estava já estendida por quase todos os continentes: "Se eu desejasse que a minha

"A obstinação nas idéias era um. dos principais ,nativos de exclusão ou de expulsão, para o santo.fúndado,: Um espanhol de grande capacidade, duma ciência pouco comum e duma virtude reconhecida, entrou na Companhia e exercia o cargo de ministro na casa professa de Rorna, com. habilidade; mas quando se lhe metia uma idéia na cabeça, ncio lhe saía m.ais. Inácio tirou-lhe o cargo, julgando inapto para mandar aquele que não sabia obedece,:[ ... ] Uma noite inácio soube que ele acabava de dar uma nova prova da sua teimosia; no mesmo instante envia-lhe ordem de abandonar a casa sem esperar para o dia seguinte" 1 .

vida fosse prolongada, seria para redobrar de vigilância na escolha de nossos súdit.os" 6 .

Ve11era<lo como santo ain<la em vi<la

Obe<liência pronta, humil<la<le exemplar

Q uando um noviço se ajoelhaEssa severidade era entretanto ba lanceada com tanta doç ura, que va junto a ele para pedir perdão e penitência por a lguma fa lta, depois ele era uma verdadeira mãe para os de ter concedido uma e imposto a noviços. Ta l equi líbri o fazia com outra, Inácio dizia: "Levante-se". que fosse venerado como sa nto Se, por uma humildade mal commesmo em vida. preendida o noviço não se levantasSua mai s preciosa co nqui sta , se imed iatamente, e le o deixava ajo- · São Franc isco Xavier, tinha-lhe e lhado e saía, dizendo: "A humiltanta veneração, que muitas vezes dade não tem m.érito quando é conlhe escrevia de joelhos. E nos petrária à obediência". rigos e tempestades invocava seu nome, trazendo ao pescoço, como Discen1imento na proteção,junto a seus votos de prosel eção <los stí<litos fissão , a assinatura do Padre Inác io. Constantemente afirmava: " O Um dia chamou um irmão coadjutor e o mandou sentar-se na prePadre Inácio é um grande santo".

CATOLICISMO

Laínez, outro dos primeiros di scípulos de Inácio e seu sucessor no genera lato da Companhia, também o venerava como santo, do mesmo modo que São Francisco de Bo1ja, depoi s terceiro Superior Gera l da Companhia 8 • Sua vida interior era profunda, e passava-se constantemente na presença de Deus. Conforme narra em sua autobiografia, toda vez que queria encontrar a Deus e le O encontrava, bastando um pouco de recolhimento. Tinha visões, repetidamente, sobretudo quando se tratava de acertar algum negócio importante da Companhia, ou quando redigia suas Constituições. Essas visões lhe eram constantes também quando celebrava a Missa 9 . "Sua roupa fo i sempre pobre e sem enfeites, mas limpa e asseada, porque, se bem amasse a pobreza, nunca lhe agradou pouca limpeza" 10 • Santo Inácio fa leceu em Roma, no dia 3 1 de julho de 1556. •

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J. Pedro de Ribad enei ra , Vida d e San lgn6cio de Loyola, Espasa-Calpe Argentin a S.A., Buenos Aires, 1946. 2. Saint lgnace de Loyo la, A11tobiographie, Éditi ons du Seui l, 1962, p. 43. Esta au tob iografia foi relatada ao Pe. Luís Gonça lves da Câmara pelo próprio Santo. Com uma memória prodi giosa, o j es uíta português, imed iatamente depoi s de cada conversa, transcrev ia-a para o papel. Santo Inácio ditou o texto na 3a. pessoa. 3. ld., ib. 4. Saint if:natius of Loyola, J. H. Pol len, Transcribed by M ari e Jutra s, Th e Ca th o lic Encyc/opedia, Volume V il , 19 1O, Robert Appleton Compa ny. Online Edition Copyright © 1999 by Kevin Knight. 5. R.Gareia- Vil los lada. S.l. . l gnácio de Loyo la - Um espaíio l ai serv icio de i Pontificado, Hec hos y D i chos, Saragoça, 1956, p. 22 1. 6. J.M .S. Daurignac , Santo ln 6c io de Loiola - Fundador da Companhia de Jes11s , Livrar ia Apostolado da Imprensa, Porto, 1958, 4a. edi ção, p. 255. 7. !d., p. 257 e ss. 8. Pedro de Ribadencira, op. cil. , p. 258. 9. Cfr. A11tobiog raphie, p. 163 . 10. ld. , pp. 260-26 1.

Imposto indevido para Reforma Agrária

P

ara promover essa Reforma Agrária que está aí - socialista, confi scatória, e adema is fracassada - o INCRA busca recursos onde pode. E uma de suas fo ntes mais prod uti vas tem sido um imposto embutido na fo lha de sa lári os das empresas urbanas. Sim, urbanas! Por que uma fábrica de sapatos ou uma e mpresa de ônibus tem de contribuir financeiramente para o confisco agrário, ninguém expli ca. Mas o INCRA cobra. Ou, pelo menos, cobrava... Só em 200 1 o INCRA aboca nhou R$ 304 milhões das empresas, obri gadas a recolher o equiva lente a 0,2% sobre a folha de sa lários.

Invasores anunciam que vão se armar

e

orno as invasões de terras são muito protegidas pela "esquerda católica " e por a ltas auto rid ades do País, e las prosperam. E onde o bolo é grande, apa rece muita gente para comer. Assim, vão se multiplicando os movimentos de invasão, aparentemente divididos entre si. Qua l a realidade dessas divi . ões, ninguém sabe. Ao lado do MST têm aparecido siglas como a Via Campesina, MLST e outras.

Assentamentos: refúgio de bandidos

A

s turbas que ~erambulavam p lo Estado do Para, fec hando estradas e ameaçando produtores rurais, e que foram protagonistas do sa ng rento enfrentamento com a Polícia Militar em Eldorado de Carajás, em 17 de ab ril de 1996, o que fo i fe ito delas? Em grande número, seus componentes fo ram assentados na próspera Fazen-

A Ju stiça vem se pronunciando sobre o absurdo desse imposto. Ass im , o Superi or Tr ibun a l de Justiça (STJ), por meio de sua Primeira Seção, que julga questões tributárias , decidiu por un animidade que as empresas não devem recolher tal contribui ção. O processo foi movido por Linhas Co"rrente Ltcla, do seto r de Ii nhas de costura e bordados , a qua l argume ntava que já paga o lNSS. O Acórdão do Tribunal fo i claro:

"Não é de se exig ir o pagamenlo das contribuições relalivas ao Funrural e ao Incra das empresas vinculadas exclusiva1nente à previdência urbana em. face da superposição contributiva " ("Gazeta Mercantil ", 22-5-02). O INCRA ape lo u para o S upremo

Como numa coméd ia - uma tragicomédia - cada qual tem seu papel. O do MLST é bancar o radical. Quem aparece como líder é um tal Bruno M aranhão, ex-integrante do fa lido Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, que traz em sua mochila a participação em assa ltos a bancos . E le fala de autodefesa armada:

"Montamos um esquema armado para garantir a proteção de nossas lideranças. [... ] Eu, por exemplo, dependendo da viagem vou armado". E acrescenta: "Se

da Bamerindus, próxima à região do conflito. O que deram os quatro assentamentos a li montados? " Virou uma terra semlei, onde imperam õ medo, as .fi'audes

nos crédilos agrícolas, o tráfico de drogas e de arm.as, a destruição dafloresta e a pistolagem" ("O Estado de S. Paulo", 20-5-02). Nem mesmo a polícia consegue entrar ali . Só o Exército tem condições de acabar com esse foco. Há indíc ios de que ladrões de bancos estão usando os assentamentos como refúgio.

Tribunal Federal, alegando questões constitucionais. Porém , o advogado tributarista Alan Moraes questiona esse recurso, a legando que o STJ já teria "pacificado

o entendimento". De q ualquer modo, a deci são do STJ va i servindo de base para deci sões de primeira in stância. Uma das mai s recen tes foi a limin ar co ncedida pelo juiz federal João Batista Lazzari à e mpresa Mannes Ltda., do setor de estofados e colchões, auto ri za nd o-a a não recolher a contribui ção . Segundo a advogada da Mannes, a li minar não é apenas para ev itar pagamentos futuros, mas para pedir a devo lução do que a Mannes pagou nos últimos IO anos, prazo máximo que a lei permite para que uma ação retroaja.

você eslá num. acamparn.ento, tem de ter espingarda para se defender". Ele não esconde que é a li ado do MST, e ameaça:

"Vamos ocupar fa zendas produtivas ". Ta is declarações bombásticas sa íram na imprensa, inclusive com foto do entrevistado (cfr. "O Estado de S. Paulo", 19-5-02). O governo, que está tão preocupado em desarmar os cidadãos honestos, que medidas tomou contra o MLST? E se não o fizer, o que pode impedi r que os invasores de terras se armem efetivamente contra o Brasil ?

Mais de 54% da reserva florestal foi destruída, e madeiras nobres e ncam inhadas para as serrarias. Mas os asse ntados plantam ? Sim, grandes ex tensões de maconha! O superintende nte loca l do fNCRA, Darwin Boerner Jr., é ob ri gado a reconhecer:

" Despejamos milhões de reais na Bamerindus, enriquecendo m.eia dúzia de presidentes de associações " . Dinheiro, é bom lembrar, que saiu dos bolsos dos contribuintes brasileiros.

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a bata lha, os fra ncos havia m to mado como des pojo de g ue rra, entre outras prec ios idades ela igrej a de São Re m íg io, um belíssimo vaso. O arcebispo pediu a Clóvi s, que muito o respe itava, que o devo lvesse. O rei prometeu fazê-lo . E fo i a So issons, o nde seri a m di vididos os despoj os. Pediu a seus g uerre iros que, alé m da parte que lhe cabia co mo re i, lhe dessem també m o vaso, para devo lvê-lo a São Re míg io. Todos concordara m, me nos um que, de mau humor, di sse ao re i: "Tu não terás senão o que te couber por direito" . E, co mo bárbaro que e ra, atingiu o vaso com sua ac ha. O re i, e mbora indignado, não di sse nada. Um ano de po is, seus so ldados a pre e ntaram -se armados di a nte de le ; qua ndo chegou e m frente cio soldado insole nte, C lóvi s derrubo u-lhe a acha das mãos e desferiulhe tre me ndo go lpe na cabeça, di zendo: "Foi

Esse casamento fo i provide nc ial, po is tanto o re i borg uinhão qua nto o dos vi sigodos e ram arianos e o primi am seus súditos, que e ram na maio ri a cató licos . Ora, C lo tilde mantivera-se fi el filh a ela Ig reja, e começou a traba lhar junto a seu marido para convertê- lo à ve rdade ira fé.

A co1111e1·são de Clóvis E ntreta nto a graça ia tra ba lha ndo a alma de Cló vis. E m 496, du ra nte a batalha de Tolbi ac contra os a la ma nes, o rei fra nco viu que seu exérc ito estava a po nto de ser a niq uilado . Le mbrou-se e ntão do "Deus de Clotilde ". Aj oelho u-se e, com os braços para o céu, prome te u a Jesus C ri sto que, se Este lhe concedesse a vitó ria, nE le c re ria. Imedi ata mente a batalha to mo u o utro rumo, e os a la ma nes fo ram de rro tados . A rogos ele Sa nta Clotilde, São Re míg io e ncarregou-se de instruir C ló vis e seus fra ncos na fé cató li ca. Conta m as crônicas que, quando o santo Arcebispo narrava a Paixão de Cri sto àque les bárbaros, C ló vi s fi cava indig nado com as sevícias que infli g iram ao Salvado r e, bate ndo com sua la nça no solo, excla mava: "A h! Por que não

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assim que trataste o vaso de Soissons ".

Co11quistaclor com tino político

Clóvis, Rei dos francos, instrumento da Providência Divina A os 15 anos tornou-se soberano dos francos, povo bárbaro, tendo se convertido ao catolicismo. Foi grande guerreiro, unificador de seu povo, campeão da Igreja Católica contra a heresia ariana n JosÉ

M ARIA

oos

SANTOS

e ntre as ho rdas de bárbaros que investira m contra as possessões ro ma nas do Ocidente na Euro pa centra l, destacara m-se os francos, povo g ue rreiro e vale nte. Ora unindo-se às tro pas impe ri a is, ora combate ndo-as, to rnaram-se tão poderosos, que a filh a de um de seus re i , Eudóx ia, ve io a casar-se com o Imperador A rcád io . Com a queda cio I mpé rio Ro ma no e m 476, os fra ncos do minara m o norte ela Gáli a; os godos, o sul ; os bo rg uinhões, as d uas marge ns do Ródano, resta ndo ainda, e ntre os ri os Sena e Lo ire, re manesce ntes do Impéri o sob o go ve rn o ele S iág ri o. Um dos grandes c hefes fra ncos fo i Ch.il clerico I (458-48 1), que se casou com Bas ina da Turín g ia. Tiveram um filh o são e robusto a que m deram o no me de C lóv is. Estava e le destinado a muda r o c urso ela hi stó ri a da Gáli a (França) e, po r conseg uin te, ,ela Euro pa. CATOLICI SMO

Vaso ele Soissons: Clóvis justiceiro C lóv is subiu ao tro no fra nco a inda ado lescente, e com uma maturidade precoce fez suas pri meiras conqui stas. "Sagacidade na deliberação e

ousadia na execução distinguiram. sobretudo este soberano " 1• Confo rme já tinha fei to seu pai, C lóv is, apesar de pagão, manteve cordi ais re lações com os bispos da Gáli a. Q uando subiu ao trono, recebe u a mi stosa carta de São Re mígio, arcebi spo de Reims. C he io de vita li dade no ardor de sua ju ve ntude, para sati sfaze r o â nimo belicoso ele seus súditos C lóv is pa rtiu pa ra a conqui sta ele novas te rras, começando por derrotar S iágrio. Este se refu g io u junto a A larico, rei cios visigodos . C ló vi s intimo u A la ri co a e ntregar o fug itivo e o executo u, a poderando-se ele seu re in o. Estabeleceu e ntão So issons como s ua cap ita l. É dessa é poca o fato legendári o q ue aparece e m todas as biografi as cio g rande g uerre iro. Após

Acima, Batismo de Clóvis : marco histórico

Sobre as ruínas do Império Romano, Clóvis construiu um poderoso sistema

C ló vis e te nde u seus do míni os até alé m do Se na, e de pois até o Loire. Como bom estadista, o rei fra nco usou ele mui ta co mpreen ão para com os povos conqui stados, tratando do mesmo modo os galoro manos os francos, escolhendo entre a mestava eu lá com os meus f rancos! ". bos se us conselheiros, respeita ndo as le is loNo dia de Nata l de 496 fo i cele brado socais, não t mando suas propriedades. Tomo u le ne me nte o bati smo do re i franco, de sua para ·i e seus g uerre iro · some nte as que perirmã, e de três mil de seus g uerreiros. Todo tenciam ao Imperaclor ou ao Estado. Com isso, o ca minho até a cated ral de Reims estava fo i be m r c bicio por essas populações e fir- • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • e nga lanado com fl ores e fl o rões. O te mplo mo u eu I ocl ri o obre suas conqui stas. sagrado, ricame nte ado rnado, brilhava à lu z C ló vis r c b u cio Imperador de Constantinoele uma infinidade ele velas e m meio a nuve ns de pl a o títul o d patrício, ele cônsul e de ilustris, o incenso. O re i bá rbaro, e mocio nado, pe rg unto u a que m a is co nfi rmou sua autori dade aos o lhos cios São Re míg io : "Santo Padre, é este o Céu?" po vos co nq ui stados . N o mo me nto e m que o bati zava, di sse São Sob o olhar de O co nhec ido historiador be lga Godofredo KurRe mígio as céle bres pa lavras: " Curva a cabeça, Santa Clotilde, th in te tizou de modo fe liz a mi ssão prov ide nc ia l sicambro [um dos no mes dados aos francos] ; ama São Remígio ensina o e hi stó ri a cio r i franco : "Como estadista, consecatecismo a Clóvis o que queimaste, e queirna o que adoraste".

guiu o que não alcançou nem o gênio de Teodorico, o Grande, 11e111 o de nenhum dos reis bárbaros seus contemporâneos: sobre as ruínas do Império Romano, construiu 1.1111 poderoso sistema, cuja inf luência dorn inou a civilização européia durante muitos séculos " 2•

Santa Clotilde: cs,,osa apostólica Aconselhado pe l s bispos católi cos de se u re ino, C ló vi s pediu ,, mão la princesa C lotilde, sobrinha cio re i B o rguinhão, o q ual havia assassinado os pró prios pa is pa ra a pode rar-se cio trono . Seg undo uma tradição, rei hav ia dado seu co nsentime nto, mas depo is arr pe nde u-se e mandou uma escolta atrás de Clotilcl . Esta, e ntretanto, conseg uiu c hega r il esa até a fro nte ira franca, o nde Clóvis a agua relava.

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perado pelos católicos locais, duramente perseguidos. Ele foi encorajado nessa empresa pelo Imperador bizantino Anastác io. Os francos tomaram posse do reino vi sigótico até os Pireneus e o rio Rhone. Ao norte da Gá li a, o rei dos francos foi se assenhoran.clo, nem sempre por métodos lícitos, cios outros reinos francos que existiam ao lado do seu. " Como C lóvi s era apare ntado a esses re is, fo i e m g parte por direito de sucessão, em parte por ac lamação popular, que e le se tornou soberano único ele quase toda a Gália.

São Remígio (459-530) ,

que batizou Clóvis

O papel da Igreja 1w formação cio 1·ei110 fra11co

Em seguida dar-se-ia a sagração do rei. Em me io à multidão que lotava a igreja, não era possível ir buscar o óleo na sacri stia. E ntão surgi u no ar uma bela pomba branca, trazendo no bico uma ampola de ó leo. Essa a mpola serviu depois para a sagração ele todos os reis fra nceses até Luís XVI, e só foi quebrada pelo deputado Rommé durante a malfadada Revolução Francesa.

Batismo de Clóvis: conseqüências tra11scende11tais "O batismo de Clóvis teve conseqüências incalculáveis para os destino da Igreja e da França. Clóvis, católico, foi considerado desde então como o chefe do catolicisrn.o. Santo Avito, bispo de Vienne e primaz das igrejas da Borgonha, apressou-se em felicitá-lo: 'Vossa adesão àfé é nossa vitória; todas as vezes que vós combaterdes, seremos nós que trüu1fárernos'" 3• O reino de C ló vis tornou-se, na época, o pri meiro Estado católico em me io a reinos pagãos ou ari anos do Ocidente, e ocupava o terri tório que • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • correspond ia aprox imadamente ao da França ele hoje. E m vi sta di sso, essa nação recebeu o g lorioso título ele Filha Primogênita da Igreja 4• C lóv is prestou g rande serviço à Ig reja Católi ca, combatendo o ariani s mo. Assim , no a no 500, numa gue rra fratricida no reino da Borgonha, a liou-se a um cios irm ãos arianos e, unidos, venceram as tropas do outro que, para salvar-se, prometeu paga r um tributo an ua l ao re i fran co. Ass im os dois reis borguinhões tornaram- se tributários do monarca • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • franco . Con1 isso cessaran1 as pressões sobre os católicos daqu e le re ino. Mais tarde C lóvis venceu os vi sigodos ela Aquitân ia, também ari anos, onde era ans iosamente es-

O reino de Clóvis tornou-se, na época, o primeiro Estado · católico em meio a reinos pagãos ou arianos do Ocidente

CATOLICISMO

Tornando-se senhor ele um grande re ino, C lóvi s mudou sua capital para Pari s. Admini strava suas várias províncias através ele condes, seus representantes, e formou uma aristocracia composta de francos e ga lo-romanos. Ordenou que fosse posta por escrito a Lei Sálica. "Foi sobretudo graças à sua conduta em relação à Igreja que Clóvis pôde estender tãofacilmente seu poder sobre a Gália. Mesmo antes de sua conversão, ele rnantinha relações com São Remígio e Santa Genoveva; e em seguida encontra-se perto dele São Avito, enquanto mantém relações cornos bispos católicos dos reinos arianos " 5• Clóv is fa leceu repentina mente com 45 anos de iclacle, tendo sido sepultado na c ripta ela igrej a ele Santa Genoveva, que ele havi a construído. Lá permaneceu seu sarcófago até que os revolucionári os, durante a Revolução Francesa, o quebraram e espalharam uas c in zas, destruindo també m o belo sa ntuári o. O rei franco de ixou a seus quatro filhos um re ino que antes não fora senão retalhos esparsos. Estava asse ntada a base da futura França, onde se reunira "a cultura romana e seu dom de organização, o ardor e a mobilidade dos célticos, a força e profundidade ge rmânicas" 6• •

Notas:

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1. Ju an Baulisla Weiss, f-li storia Universa l, Tipogra fi a La Eclucac ión, Barce lona, 1927, tomo IV, p. 378. 2. Goclefroicl Kurth , in The Ca rholic Encyclopedia , Robert App leton Co mpan y, 1908, On l in e Ecliti on by K ev in K ni ght, verbete C lov is. 3. Pe. A. BouJ enger, /-lisroire de l'Église, L ibrai rie CaLho li que Em manuel Yitte, Paris, 1925, p. 157. 4. "A nobi l íss ima nação francesa[ ... ] tendo abraçado o Cri sti ani smo pela ini ciativa ele seu Rei, C lóv is, fo i galarcloacla co m o mai s honráve l testemunho de sua fé e piedade co m o títu lo ele 'fi lh a prim ogênita ela Igreja" . (Papa L eão X IIJ , Ca rta Encícli ca " Nobilissi111a Ca l/on.11n Ce ns", sobre as questões reli giosas na França, promul gada a 8 el e fevereiro ele 1884). 5. C. Bayet, La G rande Encyc/opédie, Société A nonyme ele la G rande Encyc lopéclie, Pari s, tomo X I, verbete Clov is, p. 720. 6. Ju an Bau tista Weiss, op. ciL., p. 392.

Cruzada do Santo Rosário Mais 50.000 famílias r'eceberão o Terço para rezar o Santo Rosário /

E

e norm a apclênc ia das famí li as brail e iras p lo Santo Rosári o. A prova di sso é o apoi o maciço que recebemos de milhares cl parli cipa ntes ele nossa campanha, p·,ra ex pandir a inda mai s a devoção cio anlo Rosário e ass im atender a

Protegei nossas crianças

N

os dia s de hoje nossas c ri anças são co ntinu amenle ameaçadas por pe ri gos os mai s diversos . O pr incipa l de les é a TV, que despeja, co mo um cano ele es 'O I O abcrlo nos la res bras ile iros, Lodo tipo le imunclícies, imoralidad es e vio lê nc ias. O perigo ro nd a também nossas crianças por me io ela I nle rn t, que cli sponibi li za pornografia e imoralidades sem qualquer contro le . A peclolili a Lornouse mai s um motivo ele vergonha em nosso País , e se espalha como uma peste princ ipalmente no Norclesle, que recebe turistas homossex uais e pedófilos principalmente ela E uropa. Para li vrar nossas crianças dessa ameaças morais, foi lançada em junho um a campa nh a com a s úpli ca "Francisco e Jacinta, protegei nos-

um cios mais insistentes apelos fe itos por Nossa Senho ra em Fátima. Nossa meta é di stribuir o terço para ma is 50.000 fam íli as brasil e iras, pois o Sa nto Rosário te m reali zado maravilhas e m nosso Pa ís. Com isso serão mai s 50.000 famíli as partic ipando ela Cruzada Reparadora do Santo l?osário. Os pa rticipantes dessa Cruzada se comprometem a rezar ao menos um terço semanal nas seguin tes intenções: J) E m desagravo e reparação pelas

ofensas feitas contra o Sagrado Coração de Jesus e o lmacu lado Coração de Maria; 2) Pela conversão dos pecadores; 3) Pelas fam íli as; 4) Para atender os ape los ele recitação cio Rosário feitos po r Nossa Senhora em Fátima; 5) Pelo total cumprime nto elas profecias ele Fátima; 6) Para que Nossa Senhora reconduza o Brasil às vias ela ficleliclacle aos princípios imutáveis da Santa Igreja Cató lica, a fim ele que assim ele chegue a seu magnífico porvir, no futuro Reino ele M ari a. Todas essas intenções tornam-se especialmente atuais, considerando os ri scos que corre nosso País em virtude elas próximas eleições, do aume nto ela violênc ia e das crises de países vizinhos, co mo Argentina, Co lômbi a e Venezuela. Toda vez q ue co nqui stam os uma a lm a para o Santo Rosário, parti c ipamos cios méritos esp iritua is dessa conq ui sta. E os méritos que se obtêm diante de Deus, por uma a lma que voltou a rezar, são ime nsos. •

sas crianças", divulgando a devoção aos beatos Francisco e Jacinta, que so uberam praticar atos heróicos ele reparação pelos pecados cometidos contra o Sagrado Coração ele Jesus e o ]macul ado Coração ele Maria. Que estes dois videntes de Fátima possam servir continuamente ele mode los para nossas crianças, e que sejam principalmente seus protetores para livrá- las de todo pecado e ci ladas cio demônio em nossos dias. •

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Santa Gocloleva, Mál'tir da fidelidade conjugal. + Holanda, 1070. Todo o amor aparentado pe lo marido, antes do casa me nto, passo u a ódio. Godoleva sofreu tudo pac ie nte me nte. Fo i mandada e nfo rcar pe lo marido. Depois este confesso u o crime e fo i ex pi ar seu pecado num conve nto. Primeira Sexta-feira do mês.

1 SanLo Aarão, Levita. + Palestina, 1250 a.C. Irmão de Moisés, fo i seu porta- voz quando das tentativas de libertar o povo hebreu do cative iro no Egito. Moisés o dec laro u Supremo Sacerdote da Orde m levíti ca, sendo o prim e iro a ocupá- la.

2 Santo üton ele Bamberg, Bispo e Confessor. + Al e ma nh a, 1J 39 . "So ube servir sem. choques a co rte imperial e a Sé Apostólica" (do Martiro lóg io Ro ma noMom'ístico).

3 São Tomé, ApósLolo.

4 SanLa Isabel, Rainha de Pol'Lugal, Viúva .

ffi São Guilllel'JTIC Abade, ConfeSSOI'. + Al emanh a, 109 1. lntrocl uziu e m sua Abadi a ele Hirschau, na Bavi era, a reform a cl uni acense.

5 Santo Antônio Maiia Zacarias, Confesso,: + Itá li a, 1539 . Dos gra ndes santos que se e mpenhara m na restauração da Igreja na Itá li a antes cio Concílio de Trento. F und o u a Co ng regação dos C lé ri gos Reg ul a res de São Paul o, ou "Barnabitas".

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6 Santa Maria Gol'elli , Virgem e Mártir. Primeiro Sábado do mês.

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li x, Sil vanu, Alexa ndre, Vital e Marc ial - e nfre ntaram o martírio sob o imperado r Antonino, exortados por sua mãe, Santa Feli cidade.

11 São Bento Abacle, Confessor.

12 SanLos Narbor e l•'élix, Mál'tires. + Itáli a, séc. IV. Estes dois irmãos de ori gem afri cana, so ldados, sofrera m vári os to rmentos sob Max imi ano, sendo por fim degolados.

São l•'rancisco ele Paula, Conl'essor.

13

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São Silas. ConfeSSOI'.

Süo PanLeno, Confessor.

+ Macedô ni a, séc. L Foi des ignado pe los Apóstolos para acompanhar São Paulo e São Barn abé e m s uas pregações aos gentios. "Cheio da graça de Deus, exerceu f ervorosamente o ministério da pregação" (do Martirológio).

+ Al exandri a, séc. lJ . " Varão apostólico, repleto de sabedoria, abrasado defé e piedade, saiu a prega r o Evangelho de Cristo aos povos que habitavam. os mais remotos co11fins do Oriente" (do Martirol óg io Ro mano).

8 São Procópio, Má1ti1: + Palestin a, séc. IV. Prime ira vítima da persegui ção de Di ocleciano, "era originário de Jerusalém e vivia como asceta. Fo i decapitado após ter confessado valorosamente sua fé" (do Martiro lógio RomanoMo nástico).

9 SanLos Mártires de Gorcum . + Hola nda, 1572. Dezenove cató li cos, presos qu a ndo os calvini stas tomaram a c idade, fo ram e nforcados por defendere m a auto ridade da Igreja Cató lica e a Presença Real de Nosso Senhor no Santíss imo Sacramento.

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14 São Héraclas, Bispo e Confesso,: + Egito, séc. UI. Estudou na Esco la de Alexa ndria, tornando-se depois B ispo dessa c idade. S ua grande fam a atraía à sua Sé e pi scopal muitos erud itos que vinham para conhecê- lo.

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Santa Maria Madalena , Penitente

Santos Mártires da Tebailla.

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Santa Marcelina, Virgem.

São João Cassiano, Confessor:

+ Mi Ião, Séc. IV. Irmã de Santo Ambrósio, recebeu o vé u das virgens da mão do Papa Libé ri o, na Bas ílica de São Pedro, e m 353.

+ França, 432. Fez-se monge em Be lém, e depois viveu l5 anos como eremita no Egito. Orde nado, fi xou-se em Marse lha, o nd e fund ou diversos mosteiros, nos qu ais implantou a espirituali dade dos monges do Egito.

18 Santa Sinforosa e filhos, Mártires. + Itá li a, séc. UI. Es posa do má rtir São Getúli o, morre u também pe la Fé católica juntamente co m seus sete filhos, Crescênc io, Juli ão, Ne més io, Primitivo, Ju stino, Estácio e E ugênio.

19 SanLo Ambrósio Autpert, Confesso,·. + França, séc. VHf. "Oficial da corte de Pepino, o Breve, fo i preceptor d0Ji.1turo Imperador Ca rlos Magno. Autor muito apreciado, •s re veu vá rios comentários à agrada Escritura e várias obras litúrgicas e hagiográ.fi ·r,s" (do Martirológio Ro mano-Monástico).

20 Santo !•:lias, Pl'ofcta

ffi

Che io de zelo por Deus, matou os sacerd ot s de Baal. Fo i mi steri osam nte levado num ca rro d ro o, s ' 111 conhecer a mort . "' c r n ·a ral na igrej a qu le d v vo lt ar no fim ci o mund pa ra ·ombater o Anticri to.

São Tiago, Bispo e Confesso,·.

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15 São Boave11LL11'a, Confessor e Douto,· da Igreja

+ Ás ia Menor, 338. Célebre asceta, mestre es piri tua l de Santo Efrém, fa moso por sua sa ntid ade e erudi ção. E le ito B ispo de Ními sis, na Mesopotâ mia, fo i um dos que condenaram o ari ani smo.

Sele Irmãos Mártires. + Ro ma, séc. II. Estes sete irmãos - Januári o, Felipe, Fé-

17 BeaLo Inácio de Azcveclo e 39 Companheiros, MárLil'eS do Brasil.

16 Nossa Senhora cio Carmo.

São Lourenço ele IMn<lisi, Confessor e DouUH' ela Igreja. +Li sboa, 16 19. Pregou Ju rante 20 anos na Itáli a e Al emanha, tendo sido um dos mais terríveis adversário · do protesta nti sm o. Fo i e nc arrega lo pe lo Papa de delicadas mi ssões, falecendo e m Po rtugal, nesse x rcício.

24 São João BosLe, Mártir. + Inglaterra, 1594. Tendo estudado em Oxford, converteuse ao catoli cismo, indo para a Fra nça. D es ig nado para as mi ssões inglesas, esteve atendendo aos católicos residentes. Sendo descoberto, fo i en fo rcado e esq uartejado.

25 São Tiago Maio,·, Apóstolo. + Séc. J. Irmão de São João, foi um cios três Apósto los presentes na Transfi guraçao e na Agoni a do H orto. Pregou na Judé ia, Sa mari a e Es pa nh a. Seu sepulcro e m Compostela fo i um dos mai s fa mosos da Idade Médi a, to rn ando-se obj e to de pe reg rin ações . Fo i muito invocado pe los católi cos na luta contra os mouros na Penín sul a Ibérica e constam aparições suas durante os combates.

26 São Joaquim e Santa Ana, pais lle Maria SanLíssima.

27

+ Egito, séc. III . Eram muitos, e padeceram o martíri o sob Décio e Valeri ano. A um dos mártires, "chegou-se uma desavergonhada prostituta para o provocar à luxúria. Ele, porém, cortou com os dentes a própria língua e cuspiu-a no rosto da sedutora" (do Martirológio Romano).

29 São Lobo, Bispo e Confessor. + Fra nça, 4 78 . Bi s po de Troyes, esteve na Ing laterra com São Germano combate ndo o pe lagiani smo. De volta a seu pa ís, Átil a, o bárbaro re i dos hunos, o reteve como refém, dele recebendo benéfi ca influê ncia.

30 Santa JuliLa, MárLil'. + Ásia Menor, 305 . Tendo sido despoj ada de toda sua fo rtuna por um dos princi pa is da c idade, reso lve u processá- lo. Intimada durante o processo a sacrificar aos ídolos para obter a resti tui ção ele seus bens, preferiu perdê- los, e també m perder sua vida temporal, para ganhar a eterna.

Será ce le brad a p e lo Rev m o. Pa dre Davi Fra ncisquin i, nas seg uintes intenções: • Em desag ravo pelas bl asfêmia s que estã o se co metend o em peças de teatro e fil mes, para q ue a Justiça Divina corte o caminho da indústria da bl asfê mia no Brasil. • Para que os ass inantes e leitores de Ca to li cism o e sua s res p ect iva s família s o bten ham de N osso Se nh o ra d o Ca rmo, cu ia festa se comemora neste mês, toda s as g raças necessários pa ro suo sa lvação.

31 Santo Inácio lle Loyola, Confessor: (Vicie Vidas de Santos, p. 36)

ffi São l•'ábio, Méírtir.

+ Ás ia Me no r, séc. III . Soldado, recusou-se a levar as insígni as do governador provinci+ Ro ma, 432. Fo i a tra ído a • a i, po rqu e ne las fi g ura va m ímbo los pagãos. Preso, declaMi lão pe la sa ntidade de Sa nro u-se cri stão, sendo por isso to A mbrós io . E le ito Papa, condenado à mo rte. combateu as he res ias de Nestório e de Pe lág io, convocanNota: do para isso o Co ncíli o de Os Santos aos quais já fi zemos reÉfeso, que proc lamo u a divi ferência em Calendários anteriores na maternidade de Nossa Setêm aqui apenas seus nomes enunnhora. ciados, sem nota biográfica.

São Celestino 1, Papa e Confesso1:

Intenções para a Santa Missa de julho

Intenções para a Santa Missa de agosto • Pe din do a São José, pa i adoti vo do M e nin o Jes us, q ue proteia to dos os pa is de fa míli a brasileiros, a fim de q ue possam conti nuar se nd o o esteio de suas fam íli as e edu q uem se us fil hos na a utêntica doutrin a cató lica, na virtud e e no amor a Deus.


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Clamai, porque nosso País soçobra! Reverente apelo da TFP ao Episcopado Nacional. Resolução do XXX Encontro Regional São Paulo, 18 de maio de 2002 Exm.0 e Rev.º Sr. D. .Jayme Henrique Chemello DO. Presidente da Conferência Nac ional dos Bispos do Brasil (CNBB) Brasfli a-DF

Repúdio a programa de direitos humanos favorável a "casamento" homossexual E ncontro Regional, organizado pela TFP, reúne 750 pessoas no Hotel Hilton, em São Paulo 11 Ü SCAR V1 DAL

e

orrespondentes-esc larecedores e sim pati zantes da TFP, bem como propagandi stas da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não ta rdeis!, reuniram -se a 18 de maio úl timo, na capi ta l pauli sta, lotando o maior audi . tóri o do refe rido Hotel. Durante esse XXX Encontro Regional houve palestrns sobre as atividades das TFPs e apresentações concernentes à difusão da Mensagem de Fátima no mundo inteiro, inclusiv,e em países da ex-Cortina de FerCATOLI C ISMO

ro. Foram abordados ainda temas de fundo religioso, debatendo-se, à luz ela doutrina católica, quais seri am os planos ele Deus ·para a humanidade e focalizando a correspondência ou incorrespondência cios homens a tais pl anos ao longo ela História. Ilustrando o tema, uma apresentação teatra l - baseada em antiga confe rência do Prof. Plínio Corrêa ele Oliveira, fun dador el a T FP - mostrou um "celeste pintor" desenhando em sua tela um uni verso ele maravilhas, e nele colocando o homem para compl etar sua obra. A certa altu ra ela encenação, aparece o demôni o,

que borra a tela e procura destruir as belezas da Cri ação. O "celeste pintor", contudo, ex pul sa o espíri to das trevas e pinta outro quadro ainda mais grandioso e magnífico que o anteri or, imagem ela promessa de Nossa Senhora em Fátima, sobre o Reino de seu Imacul ado Coração.

Carta ao Presidellte <la CNBB Os 750 participantes do evento externara m sua enérgica rejeição ao // Programa Nacional de Direitos Humanos, qualificado de "prof undamente anticristão", lançado a 13 ele maio pelo governo fede-

Projeto de Lei de união homossexual, apresentado pela então deputada Marta Suplicy, e há anos sistematicamente rejeitado pelos parlamentares e pela opinião pública brasileira. Outro aspecto profund amente preoc upante do PNDH 11 e que pode trazer conseqüências danosas para toda a vida da Igreja e cios católicos brasilei ros é o tópico 116, que propõe leis penais contra os que "di scriminem" pessoas Excelentí.·simo e Reverend íssimo por causa ele sua "orientação sexual". Senhor Pres idente ela CNBB O PNDH 1J chama isto de "aperfeiçoamento da legislação". Na verdade, caminha-se para uma margin ali zação da Nós, pa rticipantes cio 30.º Encontro Regional de Cormaioria cri stã de nosso povo, que poderá ver assim negado re pondentes-Esclarecedores e Simpatizantes ela TFP e ino seu direito de manifestar de público a rejeição à prática tegrantes da ca mpa nh a Vinde Nossa Senhora de Fátúna, desse grav íss imo desvio moral, qualificada pela doutrin a não ta rdeis!, reunidos na data ele hoje nesta capi ta l, sentincatóli ca como um " pecado que brada ao céu e pede a Deus vin gança" (II Catecismo da Doutrina Cri stã, Vozes, Petródo-nos a •reclidos pela perp lex idade e afli ção causadas pelo, rumos que toma nosso País, vimos fili almente rogar a poli s, 52ª ed. , 1953; cfr. Gên. 19, 13). V. x." qu , enquanto Pres idente do órgão representati vo A ser aplicado este Programa até às suas últimas consedo Ep iscopado brasi leiro, leve aos seus colegas de Epi scoqüências, ficará cri ada para os católicos brasil eiros a grave pado Na ·ional o nosso pedido e a nossa sú pli ca. obrigação da objeção de consciência. O que, por sua vez, os ex porá aos ri gores ela lei, uma vez que o PNDH, como di sNo di a 13 ele maio p.p. , em que se comemorou o 85.º aniv rsá ri o das proféticas aparições de Nossa Senhora em semos, pretende que se estabeleçam punições criminais contra Fátim a, Portuga l, deu-se paralelamente um fato ele sum a os que "discriminem" o homossex ualismo. A caminho cio grav idad' 111 nossa Pátria, o qual poderá afetar profund adi a em que se decl are, para a maioria cri stã desta Terra de ment e a vid a da Igreja e dos católi cos no Brasil. Santa Cruz, uma sinistra persegui ção religiosa, e onde a pníR ' f° ' rimo-nos, Excelência, ao lançamento, pelo Sr. Pretica coerente ela doutrina católi ca será proibida por lei. sicl nt ' du República, cio U Progra ma Nacional ele Di reitos Postos assim contra a parede pelo PNDH II, o que resta Hum anos (PNDI-1 ll) , profundamente anticri stão tanto em a nós, católicos, senão volvermos nossos olhos supli cantes s u 'spfrito quanto em suas conseqüências práti cas. para o Ep iscopado Nacional, pedindo ele joelhos que in ter0 111 •ss progra ma, o Governo assume ofi cialmen te o venha, que fal e, que advirta enquanto é tempo, e que faça soar em todo o Bras il a doutrina cristalina ela Igreja a respeipalro ·fni o do chamado "casamento" homossex ual, cio aborto ' du a lo ·ão de crianças por parelhas do mesmo sexo, to do homossexualismo, do aborto e de outras medidas atenai 111 d · outras med idas ele igual gravidade, o que repretatórias à Família e às nossas mais caras tradições cri stãs? sent a um a assombrosa rotação e uma verdadeira ruptura Cremos poder afi rmar que, pelas mãos cio Episcopado, a com as raíz ·s católicas de nossa Nação. quem Nosso Senhor Jesus Cristo confiou o cuidado cio rebaA Vossu I lxcclênc ia não poderá ter passado despercebinho, passa neste momento a salvação do Brasi l. Somente da a · ' 11 ll ·ho ·a nt emente simbólica foca li zada com relevo uma atuação enérgica e categórica dos Senhores Bispos brap -la impr ·nsa, ·m que o Supremo Magistrado da maior sileiros poderá ser capaz de deter este Programa que rompe nação ca tóli ·a da Terra deixava-se fotografar sustentando com uma tradição de 500 anos de nossa Hi stória. nas mão. · a ba nd •ira multicolor característica do movimento "Clama, ne cesses", di z a Escritura (Is. 58, 1). Falai, homossex ual. clamai, e procl amai que não é lícito aos nossos governanPara não d ixar lúvida de qual é a intenção do Gover- • tes legislare m contra a Lei de Deus e contra o sentir cri stão no, o Sr. Presiclent da República fez questão ele ressaltar ele povo bras il eiro. que "a recomenda ão 1 1 para que o governo apóie o projePed indo a Nossa Senhora Aparec ida, Rainha e Padroto de lei em tra mitação no Congresso que trata ela união eira cio Brasil , velar, iluminar e dar fo rças nesta hora grave, civil de pessoas do mesmo sexo" (cfr. José Paul o Lacerda/ àqueles que a Providência colocou como seus gui as espiriAE , 14/5/2002). tuais, rogamos sua bênção Esta referência evidentemente diz respeito ao malfadado [Seguem-se as assinaturas]

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85º aniversário das Aparições em N o Peru, amplia-se campanha de divulgação da Mensagem de Fátima ALEJANDRO

Acima : no tribuno, Dr. Plínio V. Xavier do Silveira, Diretor do TFP, apresento ao público o texto do reverente apelo do TFP ao Episcopado Nocional À direito : aspectos do público presente ao Encontro

ral. Subscreveram então uma reso lução, na qual solicitam ao Episcopado nacional "uma atuação enérgica e categórica" contra o PNDH U (Na página ao lado, a íntegra da carta diri gida ao Presidente da Conferê nc ia Nacional dos Bispos do Brasil , D. Jayme Chemell o). Durante a conferê ncia de abertura, o diretor da TFP, Dr. Plinio Vidi ga l Xavier da Silveira, expôs aos presentes algun s pontos do PNDH II que transgridem grave mente a moral cató li ca. Se posto em prática, tal Programa de "direitos humanos" será um duro go lpe contra a instituição famili ar, pois, entre diversas aberrações, apó ia o dito "casamento" homossexual e favorece a legali zação do aborto. O noticiário da mídia sobre o lançame nto feito pe lo presidente Fernando Henri que Cardoso desse novo Programa Nacional de Direitos Humanos, bem como a foto ilustrativa, na qual aparece o Chefe de Estado segurando a bande ira do movimento homossexual, chocou a todo .

EzcuRRA

Lima - A assoc iação Tradición y Acci611 fJOr tm Perú Mayor promoveu brilhanl h ) 111 ' nagem a Nossa Senhora de Fátima, ·om · morando o 85 º aniversário de suas apari ·õcs, no d ia 13 de maio. O novo auditório do Co lég io Santo Agostinho, na cap ital peruana, recentemente inau >unido, fo i local bem ap ropri ado para a s 'ssão, a qua l reuniu cerca de mil pessoas ' l'oi presidida pela bela imagem porlu 1 u ·sa da Santíssima Virgem de Fátima, qu ' há quase 20 anos peregrina

pe lo Peru a cargo da assoc iação co-i rmã da TFP brasileira. No auditório, uma grande faixa apresentava o leitmotiv cio ato: "Rumo ao triw1fo do Coração Imaculado de Maria ". O programa dividiu-se em três partes : a recitação de um terço meditado, pordestacados sacerdotes e le igos - um destes representando oficia lmente a TFP brasileira; um audiovisua l sobre a nova inic iativa "Aliança de Fátima", a qual vi sa auxiliar as fa míli as a cumprir os pedidos feitos por Nossa Senhora, e a consolid álas na sua fé cató li ca; e, por fim , uma mag nífica apresentação do Coro Nacio-

Abaixo, cono do sessão realizado no Auditório do Colégio Santo Agostinho

nal de Niíios dei Perú, entoando peças do rico repertóri o mu sica l barroco peruano, em homenagem aos mistérios Gozosos do Rosário. O público acompanhou todas as fases do evento co m muita atenção e fervor, no qual parecia evidenc iar-se a ação da graça de Deus . No fin a l, as pessoas agradeceram efu sivamente o convite e elogiaram sobretudo a nota de ordem e de categoria que pres idiu todo o ato - nota em re lação à qual as pessoas são hoj e em di a particularmente sensíveis, devido ao contraste com a desorde m e vu lgaridade imperantes nos amb ientes. •

-------.....-..,...,.,

Envie seu pl'Otesto Os le itores que queiram mandar ao Sr. Presidente um protesto contra o malfadado PNDH II, tão contrário ao ensinamento da Igreja Cató lica, podem fazê- lo através do site. da TFP: www.tfp.org.br • CATOLICISMO

JULHO2002 -


.,...___________________________,. www.tfp .org .br

Vioience and \mmora\ity in Mvertising and Entertainment Desrroy rheMoral Foundationsof a ation BringingMoral and Social Cimos.

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Cenas do manifestação do TFP no centro de Londres

Manifestação contra TV imoral A TFP do Reino Unido participa de protesto em Londres contra a imoralidade nos meios de comunicação, especialmente na TV U PAUL foLLEY

Londres -

O li xo televi sivo que invade milhões de lares em todo o mundo vem suscitando reações e movimentos coordenados, a fim de co ibir esses abu sos, altamente desagregadores da fa míli a. Também na Inglaterra os protestos contra a imoralidade na telev isão vêm ganhando corpo, com a cri ação e atuação crescente de entidades destinadas a estabelecer meios de contro le sobre a atuação nefasta de órgãos de co muni cação soc ial. N o di a 11 de maio, uma passeata no centro de L ondres reuniu 500 pessoas, que se des locara m do Parl amento até o mo-

CATOLI C ISMO

nu m ' nto dedicado a Lord N els n, port an do r11i xas alusivas a suas reivindicaçõ s. A o 1011 'º da W hitehall , os mani fe ta ntcs brudn :1111 slogans em uníssono. Os e tand t1 t il'~ l' demais símbolos da TFP co-

mu ni cava m um brilho espec ial ao conjunto, atra indo a atenção dos transeuntes. A lém dessa passeata, está em curso um aba i xo-ass inado diri gido às autori dades,já com mais de 100 mil adesões, ex i-

gindo que a leg islação sej a atuali zada, introduzindo di spos itivos mai s efetivos co ntra a onda de imora lidade predomi nante nos meios de divulgação, em especial a televi são. •

JULHO200 2 -


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"Estátua de um guerreiro em prece la é uma torre? Sim, mas é quase um palác io em forma de torre. Cercada de um grande palamar, onde se notam guari tas nos ângulos para os vigias, que disparam armas de fogo contra inimi gos que se aprox imem. A idéia de guerra está altamente presente nela. Essa torre que se ergue assim sozinha no estuári o do ri o Tejo, tendo sobre si a abóbada celeste e mais nada, dá a impressão de considerar com uma superi oridade natural tudo quanto está a seus pés. Propri amente, ela é um refl exo simbólico da mi ssão ele Portugal do tempo em que fo i construída.*

E

* * * Portuga l, o que era naquele tempo? Uma pequena nação, é verdade, mas não diminuta em relação à Penínsul a Ibérica da época. Durante toda a Id ade Médi a, Portuga l pesou como potência dentro cio panorama ibérico. Ass im, essa torre simboli zava um a nação destinada a descobrir, conqui star, povoar, ass imil ar a seu espírito e à sua civili zação povos de uma vastidão imensamente maior do que a sua. Basta pensar no Bras il , em Angola, em Moçambique, par se compreender o que tudo isso re-

sério, forte e impassível"

presentou enquanto territóri os trazidos para a Cri standade. Mais ainda do que os países atra ídos para a Cri tandade, constitui -se o Bras il como numa página quase em branco, onde Nossa Senhora ainda venha escrever mais maravilhas no século XXI. Um mi sterioso vento hi stórico pousou sobre a Torre de Belém, cio alto ela qual os reis e os grandes homens de Estado iam ver partir asesquadras lusas. Ela simboli za um desígnio de Deus, simboliza uma mi ssão. Ao pé dela poder-se-ia escrever: estátua de um guerreiro em prece - sério, fo rte e impassível. Comparemo-la com um an-anha-céu moderno, como o prédio à direta. Suponhamos que alguém di ssesse: "A torre aqui está ocupando inutilmente espaço. Podemos derrubá-la e j ogar toda essa pedraria velha no.fundo do Tej o e construir ali um prédio, o maior do mundo, com 200 andares! " Eu nunca mai s desejari a ver esse lugar, caso isso ocorresse. Entretanto, se alguém mergulhasse até o fundo do estuári o do rio e trouxesse uma el as I cdras dessa torre que fora derrubada, eu diri a: "Dá-me uma lasquinha da pedra, para guord tia e levá-la comigo para minha sepultura ".

*A

Torre de Belém fo i ·dl l ll' tll ill no estu ári o do rio ~ ·jo, ·11 1 1,1 boa, e1,u-e 15 15 e 1520, 1111 11• nado ele D. M anoe l 1. 1\111 111 press iona pelo seu s1i l11 pl1 tl1 u luso, cog nomin ado 111111111l' l l1111

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 22 de feverolro d 190 .



, •

Agosto de 2002

O sono no Horto das Oliveiras F rente ao dramático conflito na Terra Santa, os católicos não podem permanecer indiferentes, não podem dormir, como dormiram os Apóstolos no Horto das Oliveiras em Jerusalém " Vamos agora à questão ela Terra Santa. ios de tinta têm-se gastos dia "O mundo in teiro está cheio cio rum or riamente, a respeito da ques leva ntado por ela. Os povos islâmicos se tão palestina e sobre a guerestão mov imenta ndo. Os elementos rad ira intérmino lá desencadeada, sem ca is ci o judaísmo, descontentes, reivindiperspectiva de solução. E a acirra cam a própri a posse cios L ugares Sagrada disputa entre árabes e judeus dos. O prob lema ele saber a quem eleve pela posse da Terra Santa vem se perte ncer a Palestin a parece inso lú ve l. agravando dia a dia, como nos Aos árabes? Aos judeus? Ninguém sabe. apresenta o noticiário da mídia naE como são poucos, neste mundo revolcional e internacional. Desde o término da Segunda Guerra Mundial, tal disputa afligia o mundo. Já naquela época, em inú meros artigos Plínio Corrêa de Oli veira , chamavQ a atenção para a gravidade do problema . Ele insistia especialmente num ponto : Os Lu gares Santos foram percorridos e santificados por Nosso Senhor Je sus Cristo, que ali nasceu, viveu e morreu . E os católicos nã o pod em ficar insensíveis, não se importando com o que acontece naquele terri tório, uma vez que à Cristandad e pertencem esses Lugares Santos. Caso não se importassem, sua ati tude seria semelhante à dos Após tolos, no Horto das Oliveiras, que se entregaram ao sono e não acom panharam o Redentor em Sua Sa crossanta agonia . A respeito da magnitude de tal questão, e a título de exemplo, ~ º1:'"' transcrevemos abaixo trecho de um < artigo do Prof. Plinio, publicado em ] 7-12-47, no semanário "Legioná- o rio". Mas antes convém relembrar .3 ...J que, por " Cristandade", o Autor entendia a "Civilização Católica Apostólica Romana, totalmente tal, abso- No alto : Porta de Damasco, em Jerusalém lutamente tal, minuciosamente tal". Acima : Vista parcial dessa cidade

R

CATO LICI SMO

UMARI

PUNIO C O RRÊA DE ÜLIVEIRA

to, os que tê m a coragem ele enunciar a verdadeira decisão! " Quem tem a coragem ele afirm ar o princípi o verdadeiro ele que Jeru sa lém e os Lugares Santos, por terem sido consagrados pela Vicia, Pa ixão e M orte ele N osso Senhor Jesus Cri sto, são patrimôn io ela Cri standade, e portanto não podem estar sob domínio excl usivo nem ele árabes nem ci os judeus?" •

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EXCl-:RTOS

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CAR'l'A DO D11mToR

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PAGINA MARIANA

7

Lmn11~A EsPIIUTlJAI,

8

CommSPONDf:NCIA

Nº 620

N ossa Senhora dos Anjos O Cr edo - Sexto artigo

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A PALAVRA DO SA(:1-:RDOTI•:

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INTlmNACIONAI,

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D1sc1mNINDO

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EN'1'1mv1s·1i\

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CAPA

Plano Diretor: p esadelo p ar a toda a p opulação

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INH)l~MA'l'IVO Rt lRAL

40

Eu:1çén:s -

t 94 7 Um a el ei ção n a década de 40

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ATUAUDADE

Após el ei ções, Col ôm bi a na en cruzilhada

R.EAl,IDADE CoN<:1sAM1wr..:

QlJlo:

48 TFPs 52

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Outro r evés do soci alismo fran cês

Reforma da Reforma Agr ária n a Rússia

NossA S1<:N1101u CmmA?

Em defesa da família brasileira am eaçada

II Pr ogram a Nacional de Direitos Humanos

Santo Afonso Maria de Ligório

AçÃo

AMBmNTEs, CosTuM1~s, C1v1L1:t.Açõ1o:s

O Cristo cio Apocalipse

52 Ambientes, Costumes, Civilizações Nossa capa: Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo Fotos: Luis Gui llcnn o Arroyavc

AGOSTO 2002


PÁGINA MARIANA

Nossa Senhora dos Anjos de Coatlán

Caro leitor,

Diretor:

Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:

Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n• 23228 Redação:

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Prol Editora Gráfica E-mail: epbp @uol.com.br Home Page: http://www.catolicismo.com .br ISSN 0008-8528

Imag ine um homem que esteja paga ndo lo nga série ele prestações ele um terreno, e que prec isará esperar bas tante te mpo para ac umular o capital destinado à construção ele sua casa. Poderá e ntão xcl amar: "Este patrimônio é meu! " Suponhamos que esse eventual propri etári o sonhe algumas vezes com sua fu tura residênc ia, imag inando-a com ampl a vara nda, be lo gramado na frente, uma confortáve l sa la de estar etc. Certo dia, contudo, o sonho é perturbado subitamente, e trans form a-se em pesade lo: a imagem daque la moradia começa a ser destruída por um possante bulldozer; e m poucos minutos as paredes ruem, as e lega ntes co lun as são destroçadas, o teto desaba. Da aprazível habitação não restam senão ruínas . O in fe li z, aflito, excl ama: "Meu sonho foi aniquilado ' Será este pesadelo um prenúncio do que vai ocorrer?" O pobre ho mem o lha então um enve lope co m timbre da Prefeitu ra ele São Paulo, que acaba de chegar. Abre-o e lê, estarrec ido, a notifi cação: seu te rreno fo i considerado não utili zado. Em conseqüê ncia, deve apresentar projeto ele edifi cação , no prazo de um ano. Ameaçado ele ser despedido da con strutora onde trabalh a, dev ido à cri se do setor imobiliário, ele e ncontra-se inte iramente imposs ibilitado ele cumprir aque la despropositada determinação. E lamenta-se, desesperado: "O pesadelo fo i uma previsão! " Esse breve conto, caro le itor, pode tornar-se rea lidade para certo número de pauli stanos, caso sej a aprovado pe la Câ mara Muni cipal de São Pa ulo o Plano Diretor da c idade. F ie l à s ua mi ssão ele denunciar os graves mal efíc ios que as r fo rmas soc iali stas e confi scatóri as causa m ao País, Catolicismo publica com ex ·Iusiv idade, co mo matéri a ele capa desta edi ção, um brado de a le rta lançado pe la TFP contra esse proj eto de le i munic ipal , cuj a aprovação poss ibilitará apli ca r o Es1a1uto da Cidade, a ma lsinacla le i federal de Reform a Urbana, aprovada e m julho cio ano passado. Em sete mbro último, convé m le mbrar, nossa revi sta j á ap resentara só lida e docume ntada crítica àque la nova legisl ação. Agora c hegou a ocas ião ele a lertar os pauli stanos contra a ameaça ele um novo bulldozer, muit o ma is devastador do que o sonhado por aquele pote nci al propri etári o. Plano Diretor é o nome dessa mal é fi ca máquin a destruidora não só de futura s res idê nc ias, mas ela própri a inic iativa priva la ele ca ráter urbano, em todo o muni c ípi o ele São Paul o. E o alerta vale não só para os pauli stanos, mas para qua lque r brasile iro, poi s o Plano Diretor el a capita l pauli sta está sendo apresentado pe la mídi a como pio ne iro e mode lo para o utros mu nic ípi os cio País. Desej a mos a todos profíc ua e esc larecedora le itu ra desse novo alerta da TFP.

Preços da assinatura anual para o mês de AGOSTO de 2002:

Comum : Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

R$ 80,00 R$ 120,00 R$ 240,00 R$ 400,00 R$ 7,00

Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.

do amor materno n

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uanclo ouv. imos narrações de ajudas, graças ou mil ag res concedidos por Nossa Senhora, chama a atenção a variedade ele virtudes que neles se refl etem. E m alguns refl ete-se a bondade, em outros a doçura, ou então a justiça e assim por di ante. Mas uma antiga devoção mexicana mostra-nos a perseverança ele Nossa Senhora. Como filhos ing ratos, muitas vezes nos esqu ece mos d' E la, mas Ela nunca se esquece de nós. Esta hi stória ini cia-se em 1580, na c id ade ele M éxico, mais especificamente num bairro chamado C oatl án. A c idade está edificada sobre antiga lagoa que foi se redu zindo co m o te mpo. Por ocasião ele forte te mpestade, Coatl á n fi cou alagado. O bairro era habitado por índi os To ltecas, e um cacique deles, Tzayoque, encontrou entre os objetos levados pe las ág uas uma pintura que representava a Santíssima Virgem. Tocado pe la image m, o cac ique fez pintar na parede ele um oratóri o uma re produção de la. Com o tempo, o oratório transfo rmou-se e m cape la. A image m, ele cerca ele metro e me io de altura, é uma representação cl áss ica da Im ac ul ada Conce ição, com muitos anjos ao seu redor. Por esta razão, o povo a c hamava N ossa Se nho ra dos Anj os, sendo até hoj e conhec ida por essa denominação.

Em Jesus e Mari a, ES(JllCCÍinClltO

e ingratidão <lo po110

Paulo Corrêa ele Bri to Filho

CATOLICISMO

M aria Santíssima, Mãe de todas as mães, .dá-nos exemplo da perseverança

DIR ETO R

Passado o primeiro fe rvor cio cacique e do povo, a cape la ca iu no esquecim ento. Desabo u o teto e, com as chuvas e inundações, especialmente as de 1604 e 1607 , as paredes também ruíram . Certo dia, entraram os vi zinhos do local naque-

le mo nte de entulho para verifi car se a lguma coisa havi a restado. G rande surpresa asso mou ao seu espírito: viram que tudo estava destruído, exceto parte da pintu ra ele Nossa Senho-

ra. O rosto e as mãos estavam intactos, como se nada houvesse aco ntec ido. Contrastava co m isso o resto ela pintura, po is as vestes de Nossa Senhora estavam totalme nte deterio radas. Novame nte renas-

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LEITURA ESPIRITUAL

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ceu a devoção, e em pouco tenwo, com ofertas dos fiéis, fo i construída uma nova capela. Todos os povos têm suas qualidades e defeitos, a lgu ns mais acentuados cio que outros; e certamente não era a constânc ia um a das qualidades da população daquela zona. Não hav iam transcorrido 15 anos, e a cape la total mente deserta novamente transformava-se em ruínas . Mas justamente porque as pessoas não e ram perseverantes, quis Nossa Senhora mostrarlhes que as obras ele Deus não podem ficar inacabada·s. Gravura da cidade do México, na época colonial em que se difundiu essa devoção mariana

Sucessivas destruições e restaurações Chegamos ao ano de 1629. A capela estava já em ruínas qu ando sobreveio nova inundação. Ao se fazer um levantamento gera l cios danos na cidade, lembraram-se da capela, e verificou-se que, apesar ele as águas terem chegado até a altura elas mãos de Nossa Senhora, o rosto ainda estava intacto. O Arcebispo do México, D. Francisco Manso e Zúí'íiga, ordenou então que se fizesse uma restauração geral da pintura, que foi concluída 10 anos depois. A devoção, entretanto, não foi duradoura: já em 1668 uma verificação constatou que a capela encontrava-se novamente deteriorada, estado este que ainda perdurou até 1737 . Nesse ano, a capela não tinha ma is teto e portas. No sa Senhora, porém, zelava por sua imagem, e quis mostrar uma vez mais que não se pode desistir no caminho cio bem. Suscitou então a lmas generosas que oraram, recolheram fundos e difundiram ele novo a devoção. Em 1745 foi edificada uma capela bem mais só lida que as primeiras.

Romarias imlignas - rn11ascimento <la devoção A devoção i& crescendo, e com e la as romarias até o loca l. Mas, por incrível que pareça, foram justamente essas romarias que destruíram tudo. Infelizmente a imora lidade que invadiu tais romarias transformou-as em fonte de escândalos. Quando aq ue la situação atingiu um ponto into leráve l, o novo Arcebispo da cidade ordenou que a capela fosse fec ha-

-CATOLICISMO

ela. Fato que, natura lme nte, enfraqueceu a devoção à imagem. Pareceria que dessa vez a devoção a Nossa Senhora cios Anjos havia recebido um golpe mortal. Todavia, a Divina Providência decidiu ainda atestar que Ela não aba ndona o bem iniciado. Passou pelo loca l o Inquisidor-Mor, D. Pedro Navarro, importa nte personagem eclesiástico encarregado ele velar pela pureza da Fé. E le quis verificar pessoa lmente o caso. Tendo visitado a imagem, ficou muito tocado, e começou a estudar um meio de abri r novamente a capela à veneração dos habitantes. Após serem tomadas providências para evitarem-se as imoralidades que se infiltravam no meio elas romarias, renascia outra vez o culto a essa imagem ele Nossa Senhora dos Anjos .

Após novas tribulações, des/'ec/10 glorioso Fi na l fe li z ela história? Não. Ainda não, pois ocorreu um terremoto em 1776, que causou graves danos à ed ificação. Somente se is anos depois puderam ser recomeçadas as obras ele reconstrução, concl uídas em 1808. Nossa Senhora suscito u, para custódio ele s ua imagem um sacerdote ze loso, José Maria Santiago y Carrer, o qual, durante 33 anos, foi capelão do santuári o. E le difundiu a devoção a tal ponto, que a pequena cape la não foi mais s ufi c iente para conter os devotos que vinham em peregrinação. Assim, fo i construída uma igreja para a imagem. Durante esses trabalhos, bem como os posteriores a

outra inundação, esta em J 883, ficou provado que a parede origi nal, onde estava pintada a imagem, era co nstituída por um aclobo muito frágil, que naturalmente não poderia ter resistido a tantas ca lamidades provocadas pela águas . O aume nto da devoção à imagem levou o Bem-aventurado Papa Pio IX a conceder, aos fiéis que freqüentasse m aq ue la igreja, o privilégio de poderem receber as mesmas indul gências cio Jubileu da Porciúncula, famoso santuário ele São Fra ncisco de As is na Itália. Para agradecer tão especia l concessão, os devotos mexicanos presentearam o Sumo Pontífice com um a pequ e na có pia ela imagem . E le a co locou numa moldura de ouro junto a seu le ito. Devido a uma revolução de ca ráter maçônico eclod ida m Roma, o Papa teve que deixar a c id ade, leva ndo consigo a precios a im age m. Posteriormente e le a presenteou à esposa do emba ixador da Bé lg ica, a Co ndessa ele Spa, para ag radecer-lh e os trabalhos feitos em sua defesa. O Santuário de Nossa Senhora dos Anjos co ntinua sendo, até os presentes dias , um los mais populares da cidade ele M éxico, dando nome ao bairro. Em sua festa - a 2 ele agosto ele cada ano, uma das mais antigas e tradicionais ela cidade - a mil agrosa imagem atrai verdadeira multidão ele devotos. •

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Fonte de referência:

Ruben Varga s Ugarte, S.J., Historia dei c11lto de Maria en lberownerica, Madrid, 1956, volume li.

Sexto artigo do Credo

"Subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Padre todo-poderoso" sexto arti go cio Credo nos ensina que Jesus Cristo, quarenta dias depois ele sua ressurreição, na presença ele seus discípu los, ascendeu por Si mesmo ao Céu; e que, sendo, enq uanto Deus, igual ao Pai na Glória, enquanto homem foi elevado acima de todos os Anjos e todos os Santos, e constituído Senhor de todas as coisas 1• Depois ele sua ressurreição, Jesus Cristo permaneceu quarenta dias sobre a Terra, antes de ir para o Céu, para provar, com v{u·ias aparições, que tin ha ressuscitado verdadeiramente, e para instruir melhor e confirmar os Apóstolos na verdade da Fé. Jesus Cristo subiu ao Céu, 1º, para tomar posse de seu reino, que tinha merecido com sua morte; 2°, para preparar o nos-

so lugar na g lória, e para ser nosso Mediador e Advogado junto ao Pai; 3°, para enviar o Espírito Santo aos seus Apóstolos.

À dil'eita <le Deus 110 Céu Diz-se ele Jesus Cristo que subiu ao Céu, e de sua Mãe Santíssima que foi levada, porque Jesus Cristo, sendo HomemDeus, por virtude própria subiu ao Céu; mas sua Mãe, que era criatura, se bem que a mais digna de todas, foi e levada ao Céu por virtude de Deus. As palavras está sentado sign ificam a posse pacífica que Jesus Cristo tem em sua g lória; e as palavras à direita de Deus Padre todo-poderoso exprimem que Ele tem o lugar de honra sobre toda criatura. "Disso fala o Apóstolo: 'Ressusci-

tou-O da morte, e colocou-O à sua di reita no Céu, acima de todos os princi pados e potestades , virtudes e dominações, e de todas as dignidades que possa haver, não só neste mundo, mas tam bém no mund o futuro. Pôs-lhe aos pés todas as co isas' (Ef l ,20)" 2 . •

Notas:

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1. Todos os textos que vêm sem aspas foram tirados cio Catechis1110 Magg iore pro111.11/ga to da San Pio X, Tipografia Vaticana, Roma, 1905, Eclizione Ares , Milano. 2. Catecismo dos Párocos, redi gido por decreto cio Concíl io Triclentino, publi cado po r ordem cio Papa S. Pio V, dito vu lgarmente CAT ECISMO ROMANO , versão fiel ela edi ção autênt ica ele 1566 co m notícia hi stóri ca e aná li se crítica pelo Pe. Valdomiro Pires Martins, Editora Vozes, Petrópolis , 1962, 2". edição, p. 125.

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Santa Paulina Não podi a imag" nar q ue chegaría mos até lá. Até lá o nde? No fundo do a bi s mo, co m esse m aldito "Pl ano Nacional de Dire itos Humanos" . Po d e ri a m c ha ma r isso de "Plano Nac io nal de Dire itos Inumanos" (ou de Dire itos dos degenerados). Como é que se atreve m achamar tal uni ão nefanda, entre do is ho mens, de casa mento? Isto é "perversa me nto" ! Gostari a de receber uma xerox da resposta do bi spo à carta da TFP sobre esse Plano, fi cari a muito agradec ido aos Srs. Espero que a nova Santa brasil e ira não se e nve rgonh e de ser considerada brasil eira, de uma image m da santa ser levad a ao Papa pe lo atua l presidente, sendo que o mesmo, alguns di as antes de vi sitar o Papa, apareceu apo ia ndo um g rupo d e ho mossex ua is . Q ue a M adre Paulin a tenha pe na de nós brasile iros, com esses governantes que te mos. (N.S.P. - SP)

'

Nota da redação: Até a presente data, não tivemos conhec imento de qualquer resposta à carta que os parti c ipantes do E ncontro da TFP envi ara m, em 18 de ma io p.p., a D . Jaym e C he me ll o, Pres id e nte da C NBB , pedindo que os Bis pos brasil e iros se manifes tem contra o Pl ano de Dire itos Humanos. O mi ssivi sta pode estar certo de que lhe envi are mos cópi a de alguma resposta que porve ntura c hegue .

Co11lfrmação de Fátima - F ique i espantado, le ndo no Catolicismo de maio as reve lações de E li zabe th Ca no ri M o ra , a Be maventu rada ita li a na do século XIX, sobre a qu a l nunca tinh a o uvido fa lar. Por que nos esconde m essas coisas tão impo rtantes? Ac ho que Catolicismo deveri a te r tratado di sso antes. Lendo esta hi stó ri a, e fazendo a li gação com as reve lações de Fátim a, fi ca-se surpreso co mo j á

-CATOLICISMO

naque le séc ul o a P rovidê nc ia preparava o mundo co m avi sos que s uste ntam as me nsage ns ele Nossa Senhora aos três pastorinhos de Fátima. (A.C.J.F. - MG)

U11ião católica Nós, verdade iros cató li cos, devemos unir nossos esforços contra a "esquerda revo luc io nári a" ela Igrej a, que quer perturba r a ind a mais a o rde m j á decade nte na qu a l se e ncontra nossa soc ied ade; é poss ível restabe lecermos essa o rde m, e co m a uni ão co nseg uire mos .

(M.A.S.B. - SP) Já passaram cinco meses ... R eve ndo a lg um as a notações, verifi quei que j á se passaram c inco meses que tive mos a ho nra e a fe li c idade de receber a vi sita maravi lhosa de Nossa Senhora de Fátima e m meu lar. A previ são de chegada d a image m era para as 19h, e só chegou às 2 1 :30h . Todos permaneceram fié is até a chegada: A mjnha ru a fico u re pl eta. Mui tos a mi gos meus e fa mili ares de Barra M ansa vie ram para e se e ncontro. Fo i uma g rande g raça. Em abri I e maio eu e minha esposa fo mos a Barra M ansa duas vezes para tornar a rever a imagem. E nfim , tenho a esperança do reto rno de Nossa Senhora ele Fátima e m minha casa. Ansioso na expectativa da volta da imagem, despeço- me. (M.C.S. - MG)

Cruzacla Reparadora So u uma pessoa muito fe li z depo is qu e esto u pa rti c ip a nd o d a Ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! Rezo do is terços po r se mana. Gostaria de partic ipar da Cruzada Reparadora do

Santo Rosário. (R.S.S. - BA) Voz de Fátima Coinc ide nte me nte, recebi hoje os CDs da Voz de Fátima, que estava o uvindo há po ucos mo me ntos atrás . Logo após tê- los escutado, abri o corre io e letrô ni co e en-

contre i seu e- mail , ao qu a l respo ndo imedi atame nte para agradecer o e nvi o e di zer qu e o utilizarei o qu anto antes. D eus e Nossa Se nhora abe nçoe m seu esforço ! Outra "coin c idê nc ia": H oje faz um ano que escape i com vici a de um assalto à mão armada, durante o qua l fui fe rido a bala. M as D e us e Nossa Senho ra des vi ara m o proj étil para não atin g ir ó rgãos vitai s (passou pe rtinho do coração, d a aorta ...) ! No bo lso da ca misa, que ficou c he io de sang ue, tinha a M ed alh a Mil agrosa. (Pe. W - RN)

lmorali<lade na 'l'V Quero lhes agradecer o recebime nto do belíss imo calendário anu al. A peti ção feita, contra a imoralidade na TV, e u sou pl e na me nte fa vo rável. (J.C.F. - SC)

Nem assisto mais à 'l'V Esc re vo pa ra in fo rm a r qu e faço parte e cada di a estou mais in teressad a nessa Ca m pa nha e fi co fe li z po r receber correspo ndê nc ias. Já fi ze mos a novena ela Meda1ha Mil ag rosa. A res pe ito des ta pesqui sa [sobre a TV], muito me a legro co m a dec isão de vocês. Há a lgun s di a, atrás até conversei sobre isso na min ha casa: co mo a televi são a nela sem censura, princ ipalme nte a rede G lo bo, cada di a que passa se reba ixa ainda ma is, com a nudez em ple no horá ri o nobre. Já nem ass isto ma is televisão, não va le a pena fica r pe rd e ndo te m po co m uma coi sa ridíc ul a co mo Big Brother, Quinto dos Inf ernos . T udo isso é mau exe mplo para a sociedade. Só pergunto o nde está a fé das pessoas? Onde fica a Re lig ião? (A.C.O. - SC)

Que li11cla noite! - Foi um di a todo especial quando chegou o Sr. José Aparec ido em minha casa com a imagem de Nossa Senho ra de Fátima. Que lin da no ite ! Que alegri a ! Sinto dific uldade para descrever, relatar esses sen-

time ntos tocantes, fe li zes, ce lesti a is mes mo. A R ainha Im ac ul ada, M ãe de Deus, representada pela lindíssima imagem pereg rin a, e m mi nha humilde casa. Se nti-me maravilhada. (M .L.M. - CE)

Le11do as cartas t8l E u que ri a que as pessoas e ntendessem um po uco este mundo tão crue l e tão cheio de pecados e m que vi vemos. Que ri a que as pessoas que eu j á convide i para a campanha de Fátima entrem també m! Lendo as cartas muitas vezes, para as pessoas o uvi rem, encontre i um rapaz que se agrado u muito e que j á enviou o cupo m. M as ainda te m tanta gente para entender estas belíss imas cartas . Q ueri a muito que o povo ente ndesse co mo e u e nte ndi. Esto u vendo a g rande crimina lidade e lame ntando cada vez mais, ningué m sabe o nde isso vai parar. Quando recebo as cartas, para mim vêm do Céu, porque tudo é verd ade. Espere mos q ue a M ãe de Deus ve nça todo o ma l. Aqui me despeço pedindo a Deus pe la paz cio mundo e pe la co nv e rsão ci os peca d o res .

(M.A.O.P. - CE) Formação católica - Gostari a de parabeni zar Catolicismo por essa impo rtante revi sta destin ada aos lares verdade irame nte católi cos cio Brasil. Sou de fa míli a cató li ca e tenho e ncontrado na leitura mensal ele Catolicismo minha verd ade ira ide ntidade cri stã. Devido à minha juve ntud e , estava muito co nfu so so bre as ideo lo g ias po líticas do mundo . Catolicismo esc lareceu todas minhas dúv idas. Tinha simpati a pe lo marxi s mo-lenini smo e com mo vimentos cio tipo M ST e UJS; depois de descobrir todo o peri go que o soc iali smo representa para a C ri standade, comecei a combatêlos. A parti r daí começou a nascer de ntro ele mim um coração verdade iramente contra- revo lucio nário e conservado r.

Gostaria que as dúvidas que vo u apresentar a seguir fosse m esc larec idas, para ajudar minha fo rmação e doutrinação católi ca. 1 - O que fazer com tanta terra improdutiva no Bras il , tendo em vi sta o alto número de agriculto res sem trabalho no País? Sei que ~ Reforma Agrári a infringe o dire ito ele propri edade, mas não seri a justo apenas "emprestar" essas terras para os

sem-terra? (S.C.S.M. - RN) Nota da Redação: F icamos contentes e m conhecer o pape l desempenhado por nossa revi sta na formação cató lica de nossos le itores, e espera mos que e la continue a desempe nhar essa fu nção. D esej aríamos respo nder, nesta seção, as cinco perguntas envi adas pe lo miss ivista; mas, devido ao limi tado espaço, respo nderemos aqui ape nas a prime ira. As outras respostas segui rão po r ca rta. M es mo ass im , esta será uma resposta sintéti ca, po is os assuntos levantados na pergunta são muito vastos. Eles são objeto de vários liv ros publi cados pela T FP, que podem ser consul tados. Quanto à prime ira questão: D e lo nge o ma io r latifúndi o im produtivo no B ras il é o do Estado (te rras públic as pe rte nce ntes à U ni ão Fede ral , aos estados e aos muni c ípi os). E le é im e nso, se m qu a lqu e r co mparação com a exte nsão das propri ed ades parti c ulares . Se há gente qu e qu er tra balh a r e m te rra pró pri a, po r qu e o govern o não cede s uas te rras, ao invés de ava nçar so bre as partic ula res? A lé m di sso, é p rec iso não ca ir na arm ad ilh a das terras improdutivas. A palavra es tá sendo usada e m do is se ntidos di fe re ntes, de modo a c ri ar confu são e e ngana r os in cautos. Ngi propagand a, na mídi a etc., para impressio na r as pessoas, fala-se d e te rras improdutivas co mo se nd o aq ue las que não produ ze m nad a, estão parad as . M as na hora de desapro pri ar os pa rti c ul ares, usa-se o te rmo

improdu tivo co mo e le é considerad o na leg is lação d a R efo rma Ag rá ri a. E nesse sentido, é improdutiva não a terra que nada produ z, mas sim aque la que não atinge os a ltos índi ces de produção determin ados pe lo govern o. De modo que uma te rra qu e está produz indo be m, suste nta seus do nos, paga empregados e a inda é s ufi c ie nte para coloca r produção no mercado e m be nefíc io da soc ied ade, é co nsiderada improdutiva e é desapro pri ad a só po rque não atin ge os e levados índi ces que os buroc ratas cio INC RA exi gem que a lcance. E o ma is inc ríve l é que essas terras estão sendo tra nsfo rmad as e m assenta me ntos, estes s im , improdutivos, sendo no rm alme nte in s ufic ientes até para a subsistê nc ia das infe li zes fa míli as cios asse ntados. A Reforma Agrári a não só inf ringe o dire ito ele pro pri edade, mas é um logro que não be nefi cia ningué m. A não ser, é c laro, os aprove itado res que invadem, co nseguem um lote no assentamento, não raro passam adiante o lote e se preparam para nova invasão .. . Para co nc luir, jul ga mos necessá ri o record a r aqui um prin c ípi o el a do utrin a cató li ca vi o lado po r todo tipo el e refo rm a ele c unho soc iali sta e co nfiscató ri o . Ta l prin cípi o é enun c iado de modo lapid ar p o r P io XI, na E nc íc li ca Quadrages imo Anno, d e 193 1:

"Sem razão afirmam alguns que o domínio e o seu uso são uma e a mesma coisa; e muito mais ain da é alheio à ve rdade dize r que se extingue ou se pe rde o direito de propriedade com o não uso ou abuso dele" (D oc ume ntos Po nti fíc ios, Vozes, P e tró po li s, 5ª ecl ., 1959, p . 19) .

Cortas, fax ou e-mails poro os seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram no pógina 4 desta edição.

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n Cônego JOSÉ Pergunta - Se Jesus redimiu nossos pecados, então podemos fazer qualquer coisa, pois já estamos remidos mesmo?

mos deixar de estremecer diante de erro tão monstruoso. Onde iriam parar a Sabedoria, a Justiça, a Misericórdia de Deus?

LUIZ VILLAC

dar do valor redentor do sacrifício de Cristo. Então, para sufocar essa dúvida, Lutero aconselha que o homem peque ainda mais fortemente - peccafortiter para demonstrar para si mesmo que ele crê na obra redentora de Cristo! Como não nos assombrarmos diante de tão monstruosa ilusão?

"Pecca fortiter" Resposta - Essa é a concepção luterana da RedenE como é que o homem ção. Se assi1;n fosse, isso pode saber se está na lista conduziria os homens ao boa ou na lista negra? É escrutando o próprio coração mais completo amoralismo. - segundo a concepção Pois então se poderia roubar, protestante - e sentindo que matar, pecar contra a castidaA doutl'illa católica a fé pulsa no seu interior. de etc., que no final todos os Feita essa constatação, o predestinados iriam para o A doutrina católica explica com sabedoria essa delihomem deve remover qualCéu. Por aí já se vê que estamos diante de um erro monsquer dúvida de que se salvacada questão, que envolve de um lado a gratuidade da truoso, que é preciso refutar. rá. Se acontecer de ele pecar, A única condição, segune temer pela salvação de sua graça, e de outro lado a livre do Lutero, seria que os hoalma, deve se recordar de colaboração do homem. Emmens tivessem fé na Redenque Jesus Cristo já remiu de bora haja diversas escolas antemão todos os nossos ção de Jesus Cristo. Mas esta teológicas a respeito de pecados. Assim, duvidar da própria fé, ele a concebia de como se dá essa misteriosa própria salvação seria duvi maneira errônea, como se conjugação entre a gratuidafosse o resultado de uma deci são irrevogável de Deus, que arbitrariamente escolheu, desde toda a eternidade, aqueles que Ele quer salvar, aos quais deu o dom da fé. Estes podem pecar à vontade, poi s estão predestinados para o Céu. Aos que não devem se salvar, Deus não lhes dá o dom da fé, e irão para o inferno, ainda :g que levem uma vida irrepre- ] ensível de oração, penitência 0o e boas obras, segundo os Mandamentos da Lei de 8 Deus. Nessa concepção, Deus teria feito duas listas: a lista dos bons (predestinados), que vão se salvar; e a lista dos ruins (réprobos), que vão .g se condenar. E seria inteiramente impossível ao homem passar de uma lista para a outra, pois elas já estariam fixadas por Deus desde toda a eternidade e para todo o sempre! Até Melônchton, braço direito de Lutero, lamentou que este se Mais uma vez, não podetivesse entregue a uma vida leviana

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CATOLICISMO

de da parte de Deus e a livre mas necessária colaboração por parte do homem, há um substrato comum a todas as escolas, que se enuncia assim: Deus quer salvar todos os homens, e a todos oferece o dom gratuito dafé. Uns o aceitam, e essa aceitação já é fruto da graça; outros porém o rejeitam, e essa rejeição é culpa exclusiva do homem! Assim, se o homem se salva, sua salvação é fruto da graça, que entretanto não dispensa a colaboração do homem. Se ele porém se condena, condena-se por culpa exclusivamente sua, pois não cooperou com a graça.

A lê sem obras é morta Pela pré-ciência divina, Deus sabe que rumo cada homem tomará, pois conhece todas as coisas passadas, presentes e futuras. Mas isto não interfere no livre arbítrio do homem , que continua livre para escolher entre o bem e o mal. Só que, quando escolhe o bem, o faz movido por uma graça; quando opta pelo mal, recusa a graça que o incitava ao bem, opondolhe alguma res istência, e é portanto cu lpado pelo mal que faz. Lutero nega o livre arbítrio e afirma que o homem não é verdadeiramente livre para fazer o bem nem para fazer o mal. De onde se deduziria que ele não tem mé rito nenhum quando alcança o Céu; suas boas obras de nada adiantam para isso, como também seus pecados não impedem sua salvação.

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Pelos méritos da Paixão de nosso Redentor, os pecados atuais são perdoados pela Confissão ou por ato de contrição perfeito

Segundo a doutrina católica, Deus quer a colaboração do homem com a graça, para que e le tenha um mérito pessoal em alcançar o Céu. Daí que o apóstolo São Tiago afirme, em sua Epístola, que a fé sem as obras é uma fé morta (Jc 2, 17-26). Como isto contrari a a tese de Lutero, ele não teve dúvidas: riscou do cânone bíblico como inautêntica a Epísto la de São Tiago ...

"Simul justus et peccator" Para nós, católicos, os pecados cometidos após o batismo nos são perdoados pelo Sacramento da Confissão (ou Penitência) ou por um ato de contrição perfeita. E o são pelos méritos da Pai-

xão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma vez perdoados, ficamos limpos do pecado. Para Lutero, não! O homem nunca fica verdadeiramente limpo do pecado. Ele fica justificado diante de Deus, porque seus pecados são cobertos pelos méritos de Cristo. Porém, por debaixo desse manto permanece o pecado. De modo que ele é ao mesmo tempo justo e pecador: sim.ui justus et peccator, segundo a fórmula de Lutero.

/)a teoria à prática Para quem pense que princípios teóricos não têm conseqüências práticas, a hi stóri a do protestantismo constitui um desmentido protuberante. Foi tal a dissolução dos costumes que se

segu iu a essa pregação doutrinária, em todas as classes soc iais, que alarmou o próprio heres iarca. Porém o mal já estava fe ito. A defecção de sacerdotes, reiigiosos e reiigiosas foi enorme. Lutero, ele mesmo, traindo seus votos, em 1524 abandonou o hábito religioso agostiniano, e em junho de 1525 se uniu a Catarina Bora, uma religiosa cisterc iense saída de seu mosteiro. Melânchton, braço direito de Lutero, chegou a • lamentar que este se tivesse entregue a uma vida lev iana, que desonrava a sua vocação. Outro exemplo cé lebre: o landgrave Felipe de Hessen, grande sustentáculo do luteranismo, empenhado em tomar uma segunda mulher, pediu para isso autorização a

Lutero e Melânchton , sob a ameaça de que, se não lha concedessem, unir-se-ia ao Imperador, que patrocinava a causa católica. Melânchton e Lutero fizeram-lhe ver que tal atitude causaria grande escândalo. Porém, diante da insistência e das ameaças do landgrave, "em atenção aos seus rnéritos na defesa do Evangelho", concederam-lhe o divórcio, com a condição de que o mantivesse secreto. E assim Felipe de Hessen tomou um a segunda mulher, colocando-se claramente numa situação de poligamia. Era uma aplicação concreta do he rético princípio: Se Jesus redimiu nossos pecados, então podemos fa zer qualquer coisa, pois j á estamos remidos mesmo... • AGOSTO 2002 -


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O sinistro navio pró-aborto

Cientista cubano proibido de conhecer o próprio filho

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m navio holandês da fundação aborti sta Woman on Waves, e quipad o co m um "cons ultó rio ,nédico ", obteve auto ri zação para di stribuir remédi o abo rtivo, e m águas internacionais, a mulhe res qu e vivem e m pa íses o nd e o aborto é proibido . Essa mata nça de inocentes, feita a bordo de navio em ág uas internacionais, fo i tentada em junho do ano passado na I rl a nd a, o nde o aborto é proibid o. A reação fo i grande e a Woman on Waves só pôde organiza r um a ca m pa nh a "in fo rm ativa" so bre gravid ez e a bo rto . Agora a fundação está autori zada a prescrever a pílul a abo rtiva M(fepriston às mulheres, mas abortos não poderão ser reali zados dentro do navi o (sic). A mini stra da Saúd e ho la nd esa, E ls Borst, di sse à rádi o local que autori zaria a Fundação Wom.an on Waves a di stribuir o medi ca me nto de ntro do navi o Aurora . "É te rríve l pensar que meninas e rnulheres em todo o mundo são vítimas de abortos dolorosos", afirmou. Sofis ma de quem esquece ser o aborto o assassin ato de vítimas inocentes e indefesas, e rejeita frontalmente a Le i de Deus e a própri a Lei natural. •

CATOLICISMO

Senador norte-americano converte-se ao catolicismo

Juan López Liriares

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o ns ide rado tra idor da pátri a, por ter abandonado Cuba po r mais de um ano para estudar na Itália e no Brasil , o doutor em Física Juan López Liíi ares, de 31 anos, está proibido de retornar à sua terra natal, tira ni za d a po r Fi de l Castro, a fim de conh ecer se u filh o de três anos. Liíi a res sa iu d e Cuba com autori zação para ficar fora do país po r a pe nas um a no. E m 1997 fo i para a Itá li a, o nd e c ur so u pós-mestrado em Física. Durante a estada na E uro pa, recebe u a vi sita de sua esposa E liana F iall o, que fi co u g rávid a de Ju a n

Paolo López F ia ll o, que nasceu em C uba. O fís ico c uba no, com bolsa de estudos, vi aj o u ao B ras il e m 1999. Curso u doutorado na Universidade Federal de São Carlos, e atu almente faz pósd o uto rad o na Unicamp, em Campinas . Há três anos e le te nta junto às autorid ades c uba nas reto rnar ao pa ís, se m s ucesso, para conhecer o filho. Na ilha-prisão, considera-se traidor quem a abandona por mais de um ano. E devido a essa absurda leg islação, o infe liz L iíi ares sofre grave privação de um direito natural que lhe assiste: o pátrio poder sobre seu filho. •

a m B rownbac k, senador do Kansas pe lo Partido Republicano, abraçou a fé católica, sendo recente me nte batizado na Santa Igrej a. O ilu s tre pa rl amentar tem-se e mpenhado coraj osa mente pe la apro vação d e uma lei que proíbe a clonagem de embriões humanos. Brownback, de 45 anos e pai de cinco fi -

lhos, reconhece que a clonagem é "desnecessária e imoral", pois ela implica na destruição de um ser inocente. A TFP norte-americana envi ou carta ao recé m -co nv e rti d o, congratulando-se por sua recepção na Igrej a Católica. Ele é o prime iro co ng ress is ta ameri cano q ue se converte ao ca to!ic ismo duran te seu mandato parla mentar. •

Rússia no G-8: proteção inexplicável eunidos na cidade de Ca lg ary, no Canadá, para o encontro anual do G-8, os líde res dos Es tados Unid os, Ca na dá, França, Grã-Bretanha, Itáli a, Japão e Alemanha comprometeramse a liberar 20 bilhões de dó lares à Rú ss ia, que, a partir de 2006, to rn ar- se- á me mb ro pleno do grupo. Desde 1999 esse país tem partic ipação limitada no G-8. Como se isso não bastasse, ao longo dos próx imos lO anos ta l ajuda pode rá ser estendida às outras exrepúblicas sovi éti cas. A gene rosa ajuda é para que a Rú ssia se livre de seu ime nso arsenal de armas de destrui ção e m massa, e ass im se impeça que tais arm as ca iam em mãos de terro ri stas ou de pa íses que lhes dão abri go.

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Fanatismo muçulmano ameaça igreja na Itália

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Ca usa espa nto o despropositado favorec imento concedi do pe las nações mais indu striali zadas do globo à Rú ss ia, qu e se encontra e m depl o ráve l situação econômica legada por sete décadas de jugo comu ni sta, e que a inda não se livrou das nefastas

influênc ias marxistas. Ade mais, que garanti a segura terão essas po tê nc ias de que aquele país, governado atu a lm e nte po r um ex-age nte da K GB, irá de fa to aplicar os 20 bilhões de dó lares para se liv ra r de seu im e nso e pe ri goso arsena l? •

No Zimbábue: confisco de terras agrava crise

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Pedida a prisão de 26 sem-terra do RS

O fi lho, Juan P. López Fiallo

F

o ra m ind ic iados 26 in tegrantes do MST que invad iram a Fazenda San ta Bárbara. O delegado João Carlos de Mendonça, de São Jerônimo (RS), pedi u a pri são preventiva dos sern-terra por furto, ro ubo de gado, cárcere privado,

extorsão medi ante seqüestro e fo rmação de qu adrilh a . So li c ito u a inda ao Mini sté ri o Público que avali asse a partic ipação dos deputados do PT Adão Preto e Luciana Genro, po r inc ita re m os sem -te rra a pratica re m esses atos. •

ntrou em vino d ia 25 de junho em todo o Zimbábue (África) lei que obriga os brancos propri etários de terra a pararem de plan tar e saírem de suas propriedades dentro de no máximo 45 dias, para efeito de confisco. A medida afeta

.l.Jgor

cerca de 3 mil fazendeiros brancos, que serão presos se resistirem à nova lei. O país sofre prolongada seca. Soma-se a isso a grave crise econômica e social. Agora, o governo toma medidas confiscatórias drásticas, de cu-

nho comunista, atentatórias ao direito de propriedade, mediante Reforma Agrária que fracassou no mundo inteiro . E que certamente lançará essa · nação africana numa situação ainda mais trágica de caos e miséria . •

egundo o jornal italiano "Corriere della Sera", extremistas islâmicos ligados à rede terrorista AI-Qaeda planejavam um ataque à Basílica de São Petrônio, em Bolonha. Segundo parece, pelo fato de haver nesse templo um afresco do século XV, pintado por Giovanni da Modena, representando Maomé no inferno, sendo devorado por demônios. O plano foi descoberto graças à interceptação feita pela polícia de chamadas telefônicas de pessoas ligadas à AI-Qaeda. Organizações islâmicas haviam "pedido" ao Vaticano para destruir a pintura. Que outras exigências absurdas farão os islâmicos? Ao que tudo indica, as inúmeras concessões feitas a pretexto de ecumenismo não têm produzido nenhum efeito sobre eles.

Padre Pio e o direito de propriedade

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anonizado recentemente, o Padre Pio di Pietrelcina era ardoroso anticomunista e defensor do direito de propriedade; portanto, contra a Reforma Agrária. A respeito desse assunto, dizia que a Reforma Agrária tinha "empobrecido os ricos sem, entretanto, enriquecer os pobres". Sobre o regime comunista, escreveu: "Os comunistas ameaçam arruinar a sociedade e a pátria. Seus princípios são insustentáveis e inadmissíveis, seja no que se refere à ordem temporal, porque vão contra o direito de propriedade, de onde se segue uma infinidade de males; seja no que se refere à ordem moral, porque vão contra todo princípio de uma sã moralidade, assim como contra a autoridade legítima" (Lavori Scolastici, Edizioni Padre Pio da Pietrelcina, Convento S. Maria delle Grazie, San Giovanni Rotondo, Foggia,

1993, p. 380).

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curou colocar ele seu lado toda a fúri a da esqu erda contra L e Pen. E co nseg uiu . Di ante cio espantalho ele uma "ex tremaclireita" ameaçadora, muitos centri stas e até esquerdi stas preferiram juntar-se a Chirac. Mai s um a vez a táti ca deu certo. O macaco velho foi reeleito com a mai s alta votação ela V Repúbli ca. M as tinha que enfrentar um probl ema séri o: como manter ele seu lado eleitores de quadra ntes opostos dos qu ais não conquistara a confiança? Tanto mai s que a eleição presidencial ele abril e maio era seguida pelas eleições legislativas em junho.

O·l0bo, o macaco velho, a baguette e a raposa A espetacular derrota do ex-primeiro ministro socialista Lionel Jospin no primeiro turno das eleições francesas, em abril, foi seguida por outro revés, ainda mais contundente, de toda a esquerda em geral, nas eleições legislativas de junho

Entra em cena a raposa Foi nesse momento que o Chefe ele Estado foi bu scar no interi or ci o país uma hábil raposa chamada Raffarin . Esse político provinciano cio Poitou era até então quase desconhecido. Um a coisa apenas o di stinguia: no começo cios anos 90, quando a qu alidade do pão fran cês se encontrava em um níve l medíocre, foi ele quem atuou junto aos padeiros e obteve condi ções para que melhorasse m a qual idade da fa mosa baguette, esse pão de todos os di as e de todas as refeições, que não pode

11 WI LSON GABRIEL DA SILVA

Enviado Especial - Fra nça

Paris - Era uma vez um lobo mau cha-

Chapeuzinho Vermelho e o lobo mau do conto infantil

CATOLICISMO

mado Jospin. T ão bem se di sfarçou, que conseguiu penetrar nas terras de Chapeuzinho Vermelho e torn ar-se primeiro- mi ni stro do país que fora outrora a Gá li a. A Chapeuzinho Vermelho de nossa hi stória não é tão menina nem tão inocente como a da famosa fábul a. Trocou a coroa de princesa por um barrete frígio, e por comodismo deixou o governo de suas terras a políticos eleti vos. Mas ela conserva ainda traços da antiga candura. E, apesar do tempo, continua linda e atraente. Embora inteli gente e perspicaz, por seu lado um tanto frívolo Chapeuzinho ele nossa hi stóri a nem percebeu as intenções cio lobo Jospin , de devorá- la co m todo seu rebanho. Muito hábil, con seguiu o lobo fazer acordo com seu principal ini mi go, um macaco velho chamado C hi rac, co locado por Chapeuzinho no mais alto posto cio pa ís. Jospin e Chirac co mbin aram então que, em lugar elas cos tu meiras bri gas, ambos govern assem como se fosse m um casa l vivencio sob o mesmo teto. In staurou-se então o chamado regime ele coabitação. Chapeuzinho ac ho u estranh o, m as como o novo reg ime parec ia dar- lhe certa tranqüilidade, não interveio. Em determinado momento, reve lou-se o passado de Jospin . An tigo trots ki sta, tendo co mo aliados os co muni stas e os "verdes" , o primeiro-ministro não podi a mais esconder eus pendores pelo totalitari smo marxista sob a capa ele soc iali smo democrático. Vencendo o prazo de govern o dos

fa ltar à mesa dos franceses. M erecid amente, a baguelle subiu na qualidade e no apreço, a tal ponto que se tornou inseparável ela França fa miliar, autêntica, tradici onal. Escolhido para chefi ar o governo provi sório até as eleições legislativas, JeanPierre Raffarin foi logo caracteri zado pelo cari ca turi sta cio jornal Le Monde pelo seu ar pro vinciano, ele bag uette na mão. Talvez o j orn al da intelligentsia de esquerd a tenha calcul ado mal o efeito ela blague, pois a maiori a dos eleitores considerou co mo pos itiva a atu ação da raposa Raffarin. Um pouco gordu cho, atarrac ado e co m nari z achatado - aparência bem di versa da nossa baguette, que é fina e longa - mas ostentando sembl ante simpático, fe ito mais para o cochi cho e a confa bulação cio que para di scursos teatrai s ou inflamados, o novo primeiro-mini stro, muito próx imo cio antigo presidente Gi scard d' Estaing, revelou-se logo hábi I arti cul ador.

O primeiro ministro Raffarin revelou-se hábil articulador

O Presidente Jacques Chirac foi reeleito com a mais alta votação da V República

dois mand atári os, era chegado o momento ele todos os habitantes cio país ele Chapeuzinho vermelho escolherem se conti miavam ou não o reg ime ele coabitação.

O jogo do macaco 1re/ho Foi então que entrou em cena ruidosamente, e metendo medo em todo mundo, um velho buldogue chamado L e Pen, atacando vi olentamente o lobo e o macaco velho, além ele distribuir ameaça a outros habitantes. O primeiro reuniu os aliados e apontou à execração pública a ferocidade selvagem cio buldogue. O segundo preferiu não enfrentar a fera: esquivo, calou-se e tomou ares ele ofendido. O resultado, todos conhecem: o lobo Jospin fo i escorraçado no primeiro round pelo buldogue. E o macaco velho, clepoi de passar maus bocados, viu-se livre cio lobo. M as o buldogue bravo ali estava. O que fazer? M acaco velho não pisa em ram o vereie, não pega em ga lho seco . Chirac pro-

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Símbolo da derrota socialista: o choro de Martine Aubry, não reeleita deputada

o lobo foi CllXOtaclo Resultado: vitóri a esmagadora da coalizão de centro-direita em torno do presidente reele ito. A Uni ão cio M ovimento Preside nc ial ( UMP) - partido recentemente fund ado po r Chirac - conseguiu , ela só, 362 elas 577 cadeiras que compõem a Assemblé ia Nacio na l. So mando-se todos os partidos de centro-direita, são 399 deputados, contra 178 ela esquerda. Após duas décadas de domíni o políti co, o Partido Sociali sta só obteve 147 representantes, um a perda ele mais de 100 cade iras em relação às 255 que possuía antes. Seu princ ipal aliado, o Partido Comuni sta, não representa hoje nem 5% do e le itorado. Só conseguiu manter sua bancada porq ue o PS retirou seus candidatos nas circun scrições onde o PCF tinha poss ibilidades. Ass im, graças aos votos ele o utras agremi ações da esquerda, os comuni stas puderam eleger 2 1 deputados, número mínimo para manter uma bancada na Assemblé ia. M as não consegui ram sequer reeleger seu chefe, o antipáti co Robert Hue, um chacal que perdeu o cargo de deputado e a liderança do partido.

E a "cxtrcma-clfreita "? Qu anto à te mid a "extre ma-dire ita", ela não re petiu nas e le ições leg islativas a pe rforma nce das preside ncia is. Yíti -

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CATOLICISMO

mas do qu e na Fran ça se c hamo u de "linchamento midiático ", os partidos ele Le Pe n e M egret não lograra m e leger um só represe ntante, apesar de tere m liderado a votação e m 35 c irc un scri ções no prime iro turno, e ele re prese ntare m 5 ,5 milhões de ele ito res, ou cerca de 12% d os sufrág ios . Isso não impediu que a morte po líti ca do comuni sta Hue fosse saboreada co m prazer pelos setores conservadores. M ais saborosa, só a derrota de M artine Aubry, considerada a natural sucessora de Jospin antes de sua desgraça. Para seu consolo, outros fi gurões da esquerda (como també m alguns da dire ita) caíram igua lme nte do cava lo nes tas e leições. P o r exempl o, Jean-Pierre Chevene ment, Dominique Yoynet, Pierre M oscovici, Cathérine Trautmann , F lorence Parly, Guy Hascoet, para só fa lar de ex-mini stros e nomes mui to conhec idos na França. Varri dos tais personage ns do panorama po lítico, muitos esperam que a limpeza de ho. ri zontes traga ar novo e mais fresco ao ambi ente francês.

Quem viver ,1erá Significará isto que doravante tudo irá me lhor? E m termos, sim. Pois a derrota fo i fragorosa, dura e humilhante para a esquerda. Normalmente fa lando, não será fác il que esta se recomponha tão cedo. De ou-

tro lado, muitos dos recém-e leitos são pessoas oriundas de meios alhe ios à po lítica, como e mpresários, líderes de classe locais, até mes mo simples mães de fa míli a. Essa renovação dá esperanças ele que algo mude para melhor. M as, infe li zmente, é preciso não esquecer também um fator cha mado tra ição. Certos líderes da direita muitas vezes se revelam os me lhores ali ados da esquerda. Va i nesse sentido a inclusão, no novo governo, de do is mini stros homossex uais, segundo revelação ela fa mi gerada assoc iaçãoAct-Up, que é do ramo. Ora, mui to da revi ravo lta po líti ca ocorrida na F rança se deve à aversão ele importantes setores do e leitorado pe la política sociali sta de demo lição da instituição da propriedade privada e dos valores fa mili ares ("casamento homossexual", di stribuição gratuita de anticoncepc iona is nos colégios, aborto etc). O futu ro dirá se a nova gestão irá repetir ou não o que infe lizme nte j á se deu tantas vezes: a dire ita executar o programa da esquerda. E m nossa época, tudo é poss ível. E ntretanto, se isso aco ntecer, será vi ole ntancla a tendênc ia geral não só ela Fra nça, mas da ma ior parte ela Europa, que te m se movido na mesma direção de restabelecer certos valores fa miliares e de o rdem, espezinhados e m nome de uma pseudo-democracia cada vez ma is ditatorial , universal e anônima. •

DISCERNINDO

O Brasil na contramão da História E nquanto a Rússia volta atrás na Reforma Agrária e revitaliza a propriedade privada, tentando assim acabar com a estagnação da produção e com a fome, o Brasil continua com sua falida Reforma Agrária

O

iníc io do sécul o XX fo i marcado por uma fo rte presença ela utopia soc ia li sta no mundo; aco ntec imentos característi cos fora m a revo lução bolchevi sta, que impl antou o comuni smo na Rú ssia, e a posterior cri ação da chamada Uni ão So'viética. A bande ira mai s propaga ndeada dos soc ia lo-comuni stas sempre foi a Reforma Agrária, primeiro passo, diziam e les, para a rede nção elas massas. Deveri am seg uir-se a e la as Reform as Urba na e Empresaria l, as quais fec haria m o cerco à propri edade privada e à livre inic iativa, fundamentos do que qu alificavam como

Família s no Assentamento Pirituba, em ltupeva (SP): "favelização" do campo, decorrência da Reforma Agrária no Brasil

"regime irijusto de opressão". Antes mes mo da Rú ss ia, E milia no Zapata ini c iava no México sua Reforma Agrária, depo is levada a cabo por seus continuadores.

Na Rússia, como 110 M éxico, meia-volta-volver Tudo isso parec ia muito bonito e mui to atraente, só que concebido no mundo da lua. E contra riava a fundo a natureza humana, a qu al ex ige, para o convívio normal e m soc iedade, que se respe ite m os dire itos individua is, como o de consti tuir fa mília e o de pro pri edade. Bem antes que o sécul o XX terminasse, o Mé xi co - que durante décadas experimentara o frutos amargos ela Reforma Agrári a - teve o bom senso de voltar atrás, acabar com a estatização ela terra e com os ejidos (espéc ie de asse ntamentos) e re introduzir a propriedade privada e a livre ini ciativa. Neste iníc io do sécul o XXI, é a Rússia que faz meia-vo lta- vo lver e aprova uma le i c hamada de "Reform a Agrári a", negação mais rotunda da antiga Reforma Agrári a soc ialista e confiscatóri a. As ter-

ras, q ue havi am sido nac io na li zadas por Lenine e pouco depo is divididas em kolkhozes, agora passa m às mãos ele propri etários particula res. Os kolkhozes, co nvé m lembrar (têm eles mui to de seme lhante às cooperativas de assentados da Reforma Agrária bras ileira), são faze ndas coletivas em que a terra - considerada uma concessão do Estado - é trabalhada em comum por um conjunto de mujiks (camponeses), os quai s possue m ta mbém e m comum os me ios de produção (pás, fo ices etc) e deveri am dividir os frutos e ntre si.

De Stalin a Go,·baclwv a miséria se apl'Oflmda "Deveriam dividir" é be m o condic iona l a ser empregado, porque não havia o que dividir. O fracasso do sistema le-

vou ao colapso da produção, a fo me se espalhou, as revo ltas espoca.ram, e Stalin as afogou no sangue de milhões ele víti mas para tentar salvar o comuni smo. Depois dele, Kruchev e seus sucessores empenhara m-se e m obter ajudas substa nc iais do capita li smo oc ide nta l, e as obtiveram. M as não havia dinhe iro que bas tasse para suprir a tota l inefi c iênc ia da Reforma Agrári a . E o siste ma soviético, fundamentalmente dependente ela agricultura, continuou profundamente abal ado e cada vez mais inefi c iente . Gorbac hev tentou ainda desesperadamente um último recurso para salvar o regime comuni sta soviético, pro move ndo um a abertu ra sem precedentes para o Ocidente. M as o descontentamento interno era avassalador 1 , e Gorbac hev fracassou: caíram os muros e rasgaram-se as

cortinas de f erro. O mundo pôde então contemplar estupefato a imensa miséria que o comuni smo trou xera à Rússia e saté lites, como conseqüência espec ialmente de sua Refo rm a Agrári a. E até hoje se espera, em vão, um julgame nto dos culpados por tão espantoso desastre, co m um genoc ídio: 100 milhões de mortos ! AGOSTO 2002

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A Reforma Agrária brasileira e o Padl'e Pio

Região do rio Volga, 1921 : fome e morticínio especialmente de crianças, conseqüências do Reformo Agrário soviético

munista e do Partido Agrário. De o utro lado, o líde r do PcUtido Unidade, Vladi mir Pekhtin , ex pli cou que "a propriedade privada da terra é a condição mais

importante para aumentar a participação de várias camadas da sociedade na econornia " 2 . Segundo a na li stas, a nova le i é

A lei que e11terra a Reforma Agrária Com a de rrubada das barreiras, odesfazimento dos kolkhozes, o afrouxa me nto da mão de fe rro do Estado, e o comuni smo, se não morto, pelo me nos e ncolhido, cada um teve certa possibilidade de respirar e de tentar progredir. Infe li zme nte, porém, sete décadas de opressão comuni sta hav iam deixado marcas profu ndas na psicologia da população. De modo que, ao lado de alg uma mov imentação soc ial e econô mi ca sad ia que houve, o hábito da vadiagem mostrou-se arraigado, faltava iniciativa, estabelecia-se o caos e a corrupção campeava. Poderia ser de g ra nde aj uda para uma

CATOLICISMO

Rússia eco nom ica me nte moribunda a atração de cap ita is oc identa is, e estes de fato em certa medida aco rreram. Mas era necessário que tivessem um mínimo de garanti as para instalar-se e atua r. Essas garantias, o governo Putin proc uro u dá- las agora, fazendo aprovar pela D uma (Câmara de Deputados) uma le i de me rcado, em que a compra e venda de terras se torna li vre, s itu ação inexistente desde 19 17. A nova lei - j á aprovada e m segundo turno por 258 votos a 149 - ainda não permite que a compra seja feita por estrangeiros, mas concede a estes a poss ibilidade de arrenda r as propriedades por um período de 49 a nos. Os votos co ntra foram do Partido Co-

E nqu anto na Rússia faz-se , por fim, o caminho inverso para sair da mi séri a, no Brasil prossegue a caminhada s ui c id a rumo ao abismo de o nde os ru ssos estão que re ndo sai r. E m nosso País o carro da Reforma Agrária continua célere na contra mão da Hi stória. Os asse nta me ntos brasileiros são econo micame nte tão improdutivos qua nto os kolkhozes russos; e os problemas soc iai s que eles criam , ao infesta r de fave las rurai s o nosso inte ri o r, são també m seme lhantes. E les pesam abs urda me nte sobre o o rçame nto nacional. Ainda com a agravante de servirem de base de operações para uma rede do MST, cada vez mai s próxima da g uerrilha dec larada. Se não caí1n'os na mi séria ru ssa, é apenas porque boa parte de nossas terras ag ric ultáveis ainda estão e m mãos de proprietários particulares, com um desempenho

rea lme nte invejáve l. Quanto à parte agroreformada de nosso território, constitui ela uma cala midade e m tudo semelhante à da Rúss ia comuni sta. E a pesar disso o mito da Reforma Agrária continua a ser alardeado, como se fôsse mos um País de cegos. Será que teremos de passar por 70 a nos de fracassos agro-reformistas, como na ex-URSS e no México, para só e ntão empreendermos o caminho de volta ao bom senso? A fim de beneficiar realmente o agric ulto r pobre e facilitar sua ascensão social, seri a preciso uma política de empregos no campo, que respeitasse a propriedade privada e a livre iniciativa. M as isto implicaria em re nunciar ao mito socia li sta ... Razão de sobra tinha o recém-canoni zado São Pio di Pietrelcina (o fa moso Padre Pio) quando dizia que a Reforma Ag rá ria tinha "empobrecido os ricos sem,

entretanto, enriquecer os pobres" 5 •

Notas: L. Sobre a ex tensão e a importância desse descon-

2. 3. 4. 5.

tentamento, o Prof. Plínio Co rrêa ele Oli ve ira publicou mag istra l estudo intitul ado Co111.11nismo e Anticomun ismo 11a orla da úl1i111a década desre milênio (ve r Catolicismo , março/ 1990). Tem ele ainda num erosos trabalhos clenunc ianclo o fracasso inelutável ela procluçflo num reg im e comuni sta. " Jornal ela Tarde", SP, 27-6-02. " O G lobo", RJ, 2 1-6-02. " Jornal do Bras il " , RJ , 22-6-02. " Corr iere dei la Sera", Milflo, 14-6-02.

Apesar dos assentamentos do Reformo Agrário e dos invasões de terra, o agricultura brasileiro é pujante, devido à eficácia do trabalho desenvolvido pelos proprietários rurais . Nos fotos desta página , exemplos de eficiente exploração agrícola no País.

também c ruc ia l para acabar com a corrupção na concessão de terras. A Rúss ia possui 406 milhões de hectares cu ltiváveis, praticamente a quarta parte de seu territó ri o, que o regime comuni sta tornou estére is. Não é este o mome nto de a nali sarmos as inte nções de P utin , nem qual possa ser sua política de fundo . É sabido que e le é um ex- me mbro atuante da terrível KGB (a polícia políti ca sov iética), e sobretudo que as idé ias e costumes herdados do comuni s mo sobrev ivem na Rússia de modo preocupa nte. Mas é fora de dúvida que ho uve um reconhec imento ofic ial de que a Reforma Ag rária fo i um fracasso estrondoso e produziu miséria em esca la até e ntão insuspeitada. Fo i preciso voltar compl etamente atrás e recon hecer a necessidade da propriedade privada como fator indi spensável para um mínimo de bem-esta r social e econô mico da população. Por isso

"será criado um verdadeiro mercado na propriedade agrícola e serão garantidos os direitos dos proprietários de terras "·1 , pois Putin quer "atrair investidores, desenvolver a agricultura" 4 • AGOSTO 2002

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Instituição familiar gravemente ameaçada em nosso País

Eutanásia para os não-doentes

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Edifício do ONU, em Novo York

ONU financia aberrações infantis

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ma campanha internacional , orquestrada pela mídi a, vi sa atingir a Igrej a, ao dar ex tre mo realce à conduta de sacerdotes indi g nos, acusados de cometer, com cri anças, infa mes pecados contra a natureza. A hipocri sia desses ataques, poré m, fi ca pate nte no silêncio que se fa z sobre um outro fato : o órgão da ONU encarregado de proteger a infâ ncia está promovendo as piores aberrações para perverter as crianças. Informa a Agênc ia ACI que o F undo da Infâ nc ia da ONU (Unicef) está financiando um livro, no México, que promove entre cri anças re lações sexuais precoces, ho mossexua li smo e besti alidade . O livro traz ainda "conselhos" sobre a prática do aborto ! Tentando, em vão, minimi zar o escândalo, o porta- voz da Unicef, Alfred lronside di sse que o livro era "uma compilação de artigos de diferentes autores", cuj as o pini ões não refl ete m necessariamente as da ONU. A isso respondeu a organização Vida Humana Internac ional (VHI): "Que sentido tem dizer que as

mundo moderno, que te m como paradigmas o prazer e os dire itos hum anos, só produ z sofri me nto e abe rrações, por ter se afas tado d a moral cató li ca. Di zendo querer acabar com a dor e defender o dire ito das pessoas a matare m-se, alg uns pa íses instituíram a eutanás ia. E essa prática pagã vai produzindo seus frutos. Na Au strá li a, o médico Philip Nitschke ajudo u uma doente cancerosa a sui c idar-se, fornecendo- lhe uma overdose de remédios com efeito leta l. De fato ela morreu. Fe ita a autópsia, constatou-se que a víti ma não tinh a câncer nem qualquer sina l de células cancerosas ativas no corpo, apenas indícios de um anti go câncer intestina l já contro lado. A eutanásia fi zera uma vítima sã.

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CATOLICISMO

Câmara, com os votos da maioria absoluta dos seus colegas parlamentares. O deputado Severino Cavalcanti, que se tem empenhando para a criação do Ministério da Família no Brasil, concedeu entrevista ao nosso correspondente em Brasília, Sr. Nelson Barretto, sobre importantes questões em debate na Câmara Federal.

No Brasil propagam-se aberrações

N

o Brasil , o Mini stro da Saúde, Baijas Negri , está pro movendo uma campanha que faz pro paganda da homossex ua lidade. Tendo como motivo prevenir a propagação da AlDS entre ho mossex uais, além da campanha em emi ssoras de T V a ini ciativa inclui public idade na mídia impressa, um filme para cinema, cartazes, f olders, chave iros e porta- ba las com preservativos. Serão gastos R$ 3 milhões, tirados dos bo lsos dos contribuintes, para faze r essa campanha. Descontente com o fato de a soc iedade não aceitar a prática homossex ual, o governo visa mudar as mentalidades: "o o~jetivo da campanha é reduzir o preconcei-

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bre a tentativa de liberar o aborto no País?

("O Estado de S. Paul o", 4-6-02).

À esquerdo : o Ministro do Saúde, Borjas Negri

Dcp. Scvc1'ino <:avalcanti:

''A Norma Técnica [do Mi11istél'io ela

"~ ~ - ...-..rz.;..__ __:

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Catolicismo - O que V. Exa. teria a dizer so-

to da sociedade em relação às dd'erenças sexuais "

Nações Unidas não se responsabilizam por opiniões aberrantes de um livro que ela mesma.financiou?" E prossegue: "a Vnicef não é uma organização que ajuda as crianças; pelo contrário, dedica-se ·a matálas por meio do aborto ou, se conseguem.ficar vivas, a pervertê-las por meio de sua 'educação' sexual". No caso da ONU o escândal o é tanto maior po is se trata de uma promoção ofi cial das pi ores aberrações e vi sando atingir diretamente as almas inocentes das crianças. E ntretanto, contra a ONU não há campanha internacional da mídi a. Por quê? Que cumpli cidades se escondem na sombra?

B rado de alerta do Deputado Severino Cavalcanti, valoroso defensor da família brasileira

Saúde} já matou milhares ele i11oce11tes 1101' toe/o o Brasil"

E

leito deputado federal em 1995 por Pernambuco, após 28 anos. de mandato como deputado estadual, Severino Cavalcanti (PPB-PE) chegou ao cargo de 2° vice-presidente e Corregedor da Câmara em 1997 com a maior votação da história da Casa . Reeleito deputado em 1998, foi reconduzido àqueles cargos para o biênio 1999/2000. Em fevereiro de 2000, foi eleito para o cargo de l O secretário da

Deputado Severino Cavalcanti - Em discurso pronunciado na Câmara Federal em 24 de maio último, denunciei o fato de o lobby abortista de plantão na Câmara Federal, cansado de ver rejeitados seus projetos nessa Casa, ter ido também bater às portas do Executivo. E que ele conseguiu o apoio dos técnicos do Ministério da Saúde para a nefasta edição de uma Norma Técnica abortista, que prevê a realização de aborto toda vez que a mulher apenas "declarar" - não precisando provar - que foi vítima de estupro. E ainda prevendo a reali zação do aborto até cinco meses de gestação, o que é ainda mais absurdo. Essa norma já matou milhares de inocentes por todo o Brasil e continua matando, a despeito de todas as denúncias que vimos fazendo e de toda a mobili zação promovida contra ela por entidades séri as e respeitadas no País . Catolicismo -

Pedimos que V. Exa. aborde o tema da Delegacia do Telespectador - a DELETEL, destinada a coibir os programas imorais na televisão.

Dep. Severino Cavalcanti - Apresentei o Projeto de Lei nº 5040 de 2001 , que logo recebeu o apoio da Sociedade Brasileira de DeAGOSTO 2002 -


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fesa da Tradição, Família· e Propriedade TFP, que tem se disting11ido no combate à televisão imoral. Esse projeto altera um arti go do Código Penal e e nquad ra como crime a imoralidade ex ibida pelas concessionárias de televisão em todo o País. Com a sua aprovação, o Código Penal passará a vigorar acrescido do "artigo 234-A", que tipifica como crime a exibição, em qualquer horário, por emissora de televisão aberta, de programa ou anúncio que contenha cena de nudismo ou de relações sexuais, ainda que de forma velada ou insinuada. Precisamos obter urgentemente a aprovação desse projeto pelo Congresso, pois, a partir de então, a criação da DELETEL, sob a alçada da Polícia Federal, poderá efetivamente tornar-se uma realidade em nosso País.

Catolicismo -

Em abril último, V. Exa. propôs a criação, pelo Poder Executivo, de um Ministério da Família. Quais as razões que fundamentam essa iniciativa?

Dep. Severino Cavalcanti - Convencido de que expresso a op ini ão quase unânü11e dos pais e mães de família com o peso da responsabilidade de bem-educar os seus filhos , apresentei formalmente à Câmara, no mês de abril , re-

"O pmjeto de lei 5.040, que apresentei à Câmara Fe<leral, altera um artigo <lo Código Penal e tipil1ca como crime a exibição, em qualquer 11orário, por emissora <le televisão aberta, de programa 011 amíncio que co11tenha cena de nudismo ou de relações sexuais, ainda que <le J'orma velada ou insinuada"

querimento de Indicação ao Poder Executi vo, propondo a criação do Ministério da Família, realidade já existente em países da E uropa e da América Latina. A família é o núcleo básico sobre o qual se estrutura uma sociedade. É por meio dela que se transmitem os valores morais que orientarão a conduta dos indivíduos e as relações sociais . É, todavia, muito difícil para os pais incutir em seus filhos princípios e valores básicos como honestidade, so lidariedade e respeito para com o próximo, enquanto os poderosos meios de comunicação, em especial a televisão, difundirem programas e imagens em sentido oposto. Tal Ministério traria o problema da família à reflexão do Poder Público, para que este o discuta, com a cooperação da sociedade, e encontre soluções que impeçam que os meios de comunicação, motivados por interesses exclusivamente financeiros, contribuam para a degradação de princípios morais básicos, com conseq üências óbvias para a sociedade, tais como a imoralidade, o aumento da violência, inclusive sex ual, e da criminalidade de forma geral. Que Deus nos ajude a mudar esse quadro tão preocupante, adotando como medida de peso essa proposta de criação de um Ministério da Família.

Catolicismo - Deputado, quais são, em nosso País, as mais recentes investidas contra a família, célula mater da sociedade?

Dep. Severino Cavalcanti - São várias as frentes do combate à institui ção familiar hoje em dia. Lembro uma das mais violentas e recente: o II Plano Nacional dos Direitos Humanos, lançado pelo presidente da República em maio último. Causa estupefação e é vergonhoso o governo relançar um Plano Nacional de Direitos Humanos para incluir o chamado "casamento" homossexual entre suas prioridades. Corno cató li co e como parlamentar, respeito os homossexuais enqu anto pessoas humanas, mas quero manifestar de público minha rejeição à iniciativa do presidente da República, que representa um endosso a esse gravíssimo desvio, qualificado pela doutrina católica como um "pecado que brada ao Céu e pede a Deus vingança" . CATOLICISMO

orrnente, só posso rejeitar essa alteração do novo Código Civil, pois a tal "opção sexual" representaria uma brecha pela qual entrariam nesse Código a legalização das uniões homossexuais e outras aberrações. A posição do nosso colega Ricardo Fiúza surpreendeu a todos. Combaterei ~ inserção dessa absu rda opção, apresentada · co mo um pretenso direito humano. Na realidade, a referida expressão não passa de um novo "cavalo de Tróia", cuj o bojo contém o malsinado "casamento" homossexual, e que se tenta sorrateiramente introduzir no País. A esse propósito, convém ressaltar que uma pesquisa Data Folha já mostrou que a grande maioria de nosso povo - maciçamente católi co - não aceita esse tipo de uni ão. Não só os católicos, mas os de todos os credos religiosos, todos os pais e mães de famíli a com responsabilidade.

Catolicismo - O referido plano também patrocina a adoção de crianças por duas pessoas do mesmo sexo e o aborto. Qual sua opinião sobre tais medidas? Dep. Severino Cavalcanti - Ta l adoção é aberrante e viria ai nda agravar o pseudo-casamento homossexual, que constitui uma vio lação da moral catól ica, da própri a lei natural e da Co nstitu ição brasileira. Nossa Lei Magna estabelece que o casamento ou a uni ão civi l só pode ser realizado entre o homem e a mulher. A Ordem dos Advogados do Brasil já se manifestou também pela inconstitucionalidade da uni ão civil entre pessoas domesmo sexo. Catolicismo - Ainda a propósito desse tema, o que lhe parece o projeto de lei apresentado pelo deputado Ricardo Fiúza, propondo a alteração de 188 artigos do novo Código Civil, inserindo o chamado "direito" à "opção sexual"? O texto apresentado por esse parlamentar propõe a aplicação das regras concernentes à união estável - isto é, de pessoas de sexos diferentes - também às uniões de pessoas do mesmo sexo. Dep. Severino Cavalca11ti - Coerente com minha posição doutrinária apresentada anteri-

Catolicismo - Já se tentou em 1999 legalizar o "casamento" homossexual, mediante o Projeto de Lei 1151/95 de autoria da então deputada Marta Suplicy. Tal projeto, entretanto, foi retirado de pauta de votação por sua autora, na sessão de 19 de janeiro de 1999, a fim de não ser rejeitado pela maioria dos deputados. Como se explica, então, que um Plano Nacional de autoria do Executivo venha propor agora medida de competência exclusiva do Poder Legislativo? Dep. Severino Cavalcanti - Em meu discurso já referido, de 24 de maio último, abordei precisamente tal questão. Denunciei, nessa ocasião, que o governo tentava agred ir o Congresso Nacional, ad iantando pela imprensa que iria ignorar os deputados e senadores e legalizar a união civ il entre homossexuais, em nome de um pomposo "Plano Nacional de Direitos Humanos". E fiz a pergunta: Quem fo i ouvido pelo governo, que ousa agora falar em nome da Nação, para ignorar o Poder Legis lativo? E encareci a necessidade de se reagir a es as manobras sorrateiras do governo, de chamar a si a função de legislar. Se não nos insurgirmos contra mais essa investida do Poder Executivo, logo vão propor o fechamento do Congresso por total inoperância, por não cumprir a sua função maior de legislar e fiscalizar os atos e decisões do Poder Executivo. •

"Coere11te com minha posição doutrinál'Ía, sú posso rejeita,· a tal 'opção sex ual', que represental'Ía uma brecha pela qual entrariam mJ novo Có<ligo Cfril a l egalização das uniões homossexuais e 011/;ras alJerrações. Na t'eali<la<le, aquela expressão não passa <le um novo 'cavalo de 1'1'óia '."

AGOSTO 2002 -


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Em claro apo io ao proj eto ela ex-deputada pelista Marta Suplicy (hoje prefeita ele São Paulo), o PNDH-2 quer a regul a mentação ela parceria c ivi I registrada entre pessoas do mesmo sexo, o chamado "casame nto" homossexual. Isto evi de nte me nte desagrad o u defensores da fa mília. O deputado Severino Cavalcanti, p rime irn-secretário da Câmara, di sse ter ficado "estupefato", e qu alifi cou a postura do governo ele "vergonhosa" ("O Estado ele S . Paulo", 15-5-02).

Risco não só de ser viole ntada, como também de vir a ser mora lme nte pervertida. Tanto isto é ass im que, mesmo legislações concessivas em matéri a cio chamado "casamento" ho mossex ua l, entretanto não permitem que tais pare lhas estére is adote m crianças. O PNDH-2 mostra-se neste po nto de uma radicalidade espantosa: vai além do projeto M arta Suplicy, permitindo aos homossex uais te rem até a guarda de cri anças ou ado lescentes.

Perseguição aos católicos A inda mai s grave, o Programa advoga uma "legislação penal no que se refere à discrimi-

nação motivada por orientação sexual ". Ta l re ivindi cação qualificada de "aperfeiçoamento da leg islação" - abre as po rtas para um a persegui ção re ligiosa contra todo cató lico que siga de modo conseqüente a moral tradiciona l. De fato, João Paulo II afirmo u que "não é moralmente

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Perseguição religiosa à vista! N a última edição de Catolicismo, iniciamos a análise do PNDH-2, a ser aplicado pelo atual Governo e pelos que o sucederem. Hoje mostraremos sucintamente como ele defende as aberrações sexuais e lança as bases para uma futura perseguição religiosa aos católicos. Ili GREGORIO VIVANCO LOPES

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ão foi à-toa q ue o símbolo do lançamento do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-2), a 13 de ma io últi mo, foi uma foto do pre.sidente da República segurando a bandeira dos homossex uais. De fato, o Programa constitui uma pro moção dessa prática antinatural que a doutrina católica condena de modo veemente . E o PNDH-2 CATOLICISMO

vai a inda mais longe ao coonestar outros tipos ele aberrações sexuais.

I - Mudança na Co11stituição Ser ho mossex ua l, lés bi ca, travesti, tra nsexua l ou bissex ual (o Programa os engloba na sig la GLTTB) passari a a ser um d ire ito co nstituc io nal. O PND H-2 quer confe rir plena cidadania a todos esses, e para isso propõe que a Constituição Federal seja e mendada, garantindo o

"direito" à livre orientação sex ual. A conseq üência imed iata é a proibição, a toda pessoa ou grupo social, ele praticar qualquer discrimi nação por orientação sexual, sej a na escola, no trabalho, no lazer e mesmo na famí li a. Por exemplo, o pai que não permitir à sua filha que saia com uma lésbica poderá ser punido como criminoso. E deverão criar-se organismos ele defesa cios ho mossexuais contra qualquer forma ele discriminação.

admissível a aprovação jurídica da prática homossexual ", pois trata-se de "comportamentos desviados que não são conf ormes ao plano de Deus" (Di scurso de 20-1 - l 994 ). E o Catecismo da Igreja Cató li ca, promul gado em 1992, e ns in a:

"Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a Tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. Eles são contrários à lei natural" (Nº 2357). Com isso o Pontífice e o novo Catecismo não faze m senão reafirm ar a doutrina perene da Igreja, abundantemente baseada na Sagrada Escritura (lembre mos o episódio ele Socloma e Gomorra, consumidas pe lo fogo !) e reafirmada sempre pe los Do uto res ela Igreja e pelo Magistéri o. Em se u fa moso Catecismo, de l 9 10, São Pio X cl assifica o "pecado de impureza contra a natureza" e ntre aqueles que "bradam a Deus por vingança" (Nº 966).

Cl'ianças desprotegi<las O bom senso mais e leme ntar mostra que consti tui risco próximo para uma cri ança ver-se às voltas com ho mossexuais.

A condição militar traz consigo, por excelência, o cul to à honra e à nobreza ele alma, Nada mais natu ral, pois, que a legislação específi ca condene severamente a homossex ualidade, especial mente numa de suas fo rmas mais degradantes, qual seja a pederastia. Ora, a honra parece não faze r parte cios "d ireitos humanos" cio PNDH2, por isso ele quer "excluir o termo 'pe-

derastia ' do Código Penal Militar". O PNDH-2 desej a ainda a regul amentação da lei de redesignação de sexo e mudança ele registro civil para os chamados transex uais, a fi m de legitimar aqueles indiv íd uos que mudam de sexo.

li -

lcleologia e Religião

Pelo dedo se conhece o gigante, di z um ditado popular. Num pormenor do PNDH2 se d ivi sa a orientação ideológica ele seus fautores. Ass im é que coíbe o neonazismo (o que é louvável) mas não te m uma palavra sobre o neocomuni smo. Ao que parece, as 100 milhões de vítimas do comuni smo não tinham dire itos humanos.

O fato é tão mais grave quando se leva e m co nta q ue o neocomunismo é uma ameaça presente e atuante, que tem mostrado suas garras nos chamados Fóruns ele Porto Alegre e no movimento contestatário antig lobali zante de modo geral 1• O PNDH-2 demonstra preocupação com a liberdade para as "religiões ,ninoritárias " e os "cultos afro-brasileiros", ao mesmo tempo que acena para uma conde nação às re i igiões "intolerantes" e "discriminatórias". Ou sej a, o Estado se arroga o poder de decidir quais re li giões são boas ou más e que medidas deve m ser tomadas e m face de umas e outras . M ais um cl aro indíc io ele que a fa mosa " liberdade religiosa" te nde a desembocar numa perseguição aos católicos e a me mbros de outras religiões que não aceite m trair certos princípios de orde m natural. Po r isso o Program a que r imple mentar os di spositivos da Declaração Sobre a E liminação de Todas as Formas de Intolerânc ia e Di scriminação Fundad as e m R eli gião o u C re nça, adotada pe la ONU. Quer di zer, nin g ué m po derá al egar s uas co nvi cções re lig iosas para reje itar as pare lh as de invertidos sex uais. Nem tampo uco para condenar os seguidores ele re li g iões satânicas, as mi ssas-negras, as s upersti ções de toda es pécie . A re lig ião te rá ele submeter- se às leis do Estado, mesmo no que di z respeito à sua doutrina e à sua moral. E m no me da de mocracia e dos direitos humanos, fi caremos sob a tutela ele um Estado ideológico-tota litário, à mane ira cio que foi o regime soviético. Esse Estado nos dirá o que elevemos pensm· e como devemos agir em matéria religiosa. E tudo isso a pretexto ele " proibir a veicul ação de propaga nda e mensagens rac istas e/ou xenofó bicas que difa mem as re li g iões e incite m ao ódio contra valores espirituais e/ou culturais" . •

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J. Ver a respeito o ensa io que escrevemos com o pesq uisador da TFP francesa, Sr. José A ntonio Ureta: "A pretexto do combate à globalização

- RENASCE A LUTA DE CLA SSES - Fórum Social Mundial de Porto Alegre, berço de wna neo- revolução anárquica".

AGOSTO 2002 -



ociedade Brasile ira de E)efesa da Tradição, Família e E ·opriedade TFP, fiel aos ideais e princ ípios sempre defendidos por seu insigne fun dador, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em prol da Civili zação C ri stã, sente-se no dever de sair a públi co para denunciar mais uma grave investida contra a propriedade privada, um dos pilares básicos dessa mesma Civilização. Assim como, no decorrer de mais de quatro décadas, a TFP tem denunc iado e combatido a Reforma Agrária sociali sta e confiscató ri a, que ve m sendo imposta ao Bras il, nossa e ntidade e mpenh a-se agora em escl arecer o público sobre os malefíc ios cio projeto de Plano Diretor proposto pela Prefeitura de São Paulo. Tal Plano pretende interfe rir em quase tudo que diz respeito à c id ade: nas construções, nas co mp ras e vendas ele imóveis, na tributação, na habitação, nas vias e praças públicas, nos ass un tos ambientais, nos sistemas ele tra nsporte, nos proble mas de vizinhança, no lazer elas pessoas, na segura nça, na saúde, na edu cação e até nos problemas de emprego e dese mprego, alé m de o utros ass untos mais. E j á fo i apresentado na Câmara Municipal um substitutivo ao proj eto cio Plano Diretor, que analisaremos adi an.te. O noticiário e os debates a respeito do Plano Di retor têm se restringido quase exclu sivamente à grave questão elas restrições ao direito de construir. Sobre outros pontos, porém, tão ou m ais importantes, a quase totalidade cios munícipes pouco ou nada sabe. Tal plano tem sido apresentado pe la mídi a como revestido de caráter pioneiro, o que torna muito importa nte conhecê-lo, não só para os pauli stanos, mas para os brasileiros de m odo geral. A seguir apresentamos um bre ve apanh ado dos principais pontos do projeto re lac ionados com o d ireito ele propriedade, profund amente golpeado no Plano Diretor que se quer aprovar.

Utilização compulsól'ia dos imóvei s A Prefeitura de São Paulo se arroga um amplo e abusivo poder de intervenção no âmbito da propriedade urbana de seu município. Nos terrenos vazios deverão ser ne'

CATOLICISMO

Pinhe iros - Aricanduva - Artur Alvim - Barra Funda - Be la Vi sta - Be lé m - Bo m Retiro - B rás - Butantã Cambuc i - Ca rrão - Casa Verde Con solação - C ursino - Fregues ia cio Ó - lpi ranga - Jabaquara - Jaguara - Jaguaré - Lapa - Liberd ade - L imão - Mandaqui - M oóca - Morumbi - Pari - Pe nha - Pi ri tuba - Ponte Rasa - República - Sacomã - Santa Cecília - San ta na - Santo Amaro São Do mingos - São Lucas - São Mi gue l Paulista - Sé - Tatuapé - Tucuruvi - Vil a Formosa - Vil a G uilherme - Vila Leopo ldina - Vil a Maria - Vila Matilde - Vila Medeiros - Vi la Prudente - Vil a Sônia. Como se vê, é a c idade quase toda. São ating idos també m os imóve is localizados nas c hamadas Zonas Especiais de Interesse Soc ia l (ZEIS), de limi tadas no mapa nº 0 8 do Projeto, a lé m de o utras áreas que poderão vir a ser inc lu ídas através dos P lanos Regio nai s das subprefe itu ras.

IP1'U de 15%: verdadefro co11Jisco ~

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O critério de utilização dos imóveis é omisso no projeto cessa.ri amente promov idas construções, inclu sive naq ue les ocupados com estacioname nto. As con truções também deverão ser obri gatoriamente ocupadas. Os imóveis considerados subu tili zados deverão ter melhor aproveitamento. O projeto não espec ifica o que vem a ser um imóve l subu tili zado, ne m define como serão estabelec idos os critérios de utilização e quem aprovará esses critéri os. O que sig nifica , provavelmente, que tudo será decid ido pela burocracia munic ipal, seja através do Secretariado, sej a através dos famosos conselhos populares adrede escolhidos. A área mínim a a ser edificada, por enquanto, é de 10%. M as essa porcentagem, ev ide ntemente, poderá ser e levada

a q ualquer mo mento. Já no substi tutivo apresentado pelo relator do projeto, essa porcentagem mínima de edificação é e levada para 30 %, válida para a maior parte das zonas da c idade . Ta l alteração será explanada detalhadame nte mais adiante. Será concedido prazo de um ano para que os proprietários dêem melhor aproveitamento a seus imóveis. Decorre daí que os que têm imóveis vazios à venda ou pretendem alugá-los, e não conseguirem fazêlo no prazo de um ano, sofrerão as penali dades previstas no P lano D iretor, as quais serão analisadas mais adiante. Inicialmente, estarão suj eitos ao regime de edificação e utilização compul sórias os imóve is locali zados nos seguintes distritos (art. 156): Ág ua Rasa - Alto de

O Brasil é um dos campeões mundiais e m carga tributária . O município de São Pa ul o quer fazer jus a essa tri ste li derança. Todos os imóve is referidos no item anteri or, que não forem adeq uadamente utili zados (segundo os cri térios da Prefe itura), serão punidos co m a e levação da a líquota do Im posto Predial e Terri tori al U rbano (IPTU), a qual dobrará a cada ano, até atingir 15% ao ano, calc ul ados sobre o valor venal do imóvel. Esse imposto constitui um verdade iro confisco do imóve l, co nfi sco esse proibido não só pela Le i de Deus mas ta mb é m pel a Co nstituição brasileira. E nsina o Papa Leão XIII: "A propriedade particul ar não sej a esgotada por um excesso de encargos e de impostos. Não é das le is humanas m as da natureza que emana o direito de propriedade individual; a autoridade públi ca [... ] obra contra a justiça e contra a humanidade quando, sob

o no me de impostos, sobrecarrega desmedi da mente os be ns dos particul ares" (Enc íc lica Rerum Novarum, de 1891). Diz a Constituição Federal, em seu art. 150, item IV: "É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utili zar tributo com efeito de confi sco".

D esapl'opriação e p agamento com moeda po<lre Após cinco anos de cobrança do IPTU puni tivo, mencionado no item anteri or, a Prefeitura poderá desapropri ar o imóve l q ue não estive r sendo utilizado segundo seus di ta mes, paga ndo com títul os da dívi da pública, resgatáve is no prazo de IO anos, com juros de 6% ao ano. A indeni zação será calcul ada sobre o valor vena l que serviu de base para cá lc ul o do IPTU, desco ntada a va lorização proveniente de obras públicas. Nada se fa la sobre atua li zação mo netária. É de se supor que será desco ntado ela inde ni zação o va lo r do IPTU e m atraso que o prop ri etári o não conseguiu pagar. Ora, não se pode restring ir o direito ele propriedade à sua utili zação. Já e nsinava o Papa Pio XI que é "alheio à ver-

dade dizer que se extingue ou se perde o direito de propriedade com o não uso ou abuso dele" (Encíc lica Quadragesimo An.no, de 193 1).

Ademais, pode mos considerar de ante mão que esses títulos não serão honrados no prazo, se fi zermos um parale lo co m os Títul os da Dív ida Ag rári a T DA s ou com os precatór ios judic ia is, que j á se tra nsformaram num verdadeiro escândalo nacional.

U m proprie tári o de imó ve l urbano pode ter razões mui to legítimas para manter sem uso um a propriedade, como reserva para construção ele uma casa para seus filh os, a in sta lação de um negócio etc . Golpeá- lo nesse dire ito é uma gravíssima inju stiça. Some nte e xi gências prementes cio bem comum tornari am legítimo sobrepor-se a esse direito, e nesse caso mediante inde ni zação justa, prévia e e m dinhe iro.

O absurdo direito <le p1'eempção Nas operações de compra e venda de imóve is se intro mete obri gatori amente, pe la le i, um parceiro indesej áve l: a Prefe itura, qu e terá dire ito de pree mpção. Ou sej a, a Prefe itu ra te rá preferênc ia na compra do imóve l, e m igualdade de cond ições. Assim , se alg uém entabular a ve nda de um imóve l por determinado preço e cond ição (digamos, R$ 50 mil em duas prestações), deverá antes ofertá- lo à Prefe itura, anexando a proposta de compra assinada pelo terceiro interessado. A Prefeitu ra terá prazo ele 30 di as para manifestar seu interesse. Não interessando à Prefeitura, o imóve l poderá ser vendido à pessoa que desej a comprá-lo. Neste caso, o vendedor deverá entregar à Prefeitura cópi a da escritu ra, no prazo ele 30 di as da concretização da venda. Se a escritu ra fo r passada por um valor infe ri or ao que fo i previ sto inicialmente (di gamos, R$ 49,9 mil) ou em condições um pouco mais vantaj osas para o comprador (di gamos, em três prestações), o negóc io se rá co ns id e ra d o nulo. Note-se também que, mesmo se a Prefeitura não comprar, esse mês de espera significa prejuízo para o vendedor, que te m de espe rar 30 di as para rece ber o dinhe iro devi do, além do ri sco de o futuro comprador des istir do negóc io nesse meio te mpo. E se a Prefeitura comprar, já podemos imaginar as dificuldades que o proprietário terá em receber dela o valor da venda ... Ini cialmente o direito de preempção abrangerá as áreas constantes do Qu adro AGOSTO 2002 -


nº OJ do projeto e aque las nec~ssárias à impl antação dos piscinões, indicadas no Mapa nº O1. Os Pla nos Regionais das Subprefeituras o u le is es pecíficas pode rão inc luir outras á reas . C om isso, as tra nsações imobili á ri as não serão mai s livres e o pro pri etário de ixará de ser o ve rd ade iro do no no se ntido ple no do termo, po is há um te rceiro (a Prefeitura), c uj o inte resse sobre puja o cios de ma is.

ele um aero po rto . Mas dissociar em princípio o direito de propriedade do direito de construir, e reservar o exercício deste último ao arbítrio do Poder Mu-

Pagamento até /}elo <lireito ele construil' Este te m s ido praticame nte o úni co as pecto do Pl a no Diretor clivu )gado e di scutido. Bastará a Prefe itura recuar e m a lgo , qua nto aos índi ces de construção - é o que fa z o substituti vo - e/o u quanto ao va lor a ser cobrado pe lo dire ito ele construir, que fi cará a impre. são de que o proj eto se to rn o u aceitá ve l. E ass im acaba riam passando, quase sem sere m notadas, todas as de ma is propostas, que são tão o u ma is soc ia listas e confis cató rias. Cons iste es te as pecto na limitação drástica cio dire ito ele construir, o qual não pode rá ultrapassa r um índice prede te rmi nado. Di z o projeto que, até esse limite, o dire ito de construir é graluito. Se é gratuito ago ra, fi ca sube nte ndido que poderá de ix ar ele ser gratuito no futuro . Podese afirm ar, po rta nto, que do po nto ele vi sta conceitua i não ex iste ma is o dire ito de construir, po is este deve rá ser adquirido mediante dinhe iro o u o btido g ratuitame nte ela Prefeitura. Este po nto ve io a me nizado no substitutivo, confo rme expla namos ma is aba ixo. Ass im , ao dire ito de propriedade arranca-se um de seus e le me ntos essenc ia is, que é o dire ito de co nstruir. Da mesma fo rma que se pode ri a arrancar um braço de um ho me m, di ze ndo que uma co isa é o ho me m e o utra o braço. Ning ué m nega, evide nte me nte, que pa ra evitar prejuízos g raves ao bom desempe nho dos serviços públicos, o u a a lg um o utro interesse comum re levante, a Prefeitura possa estabe lecer parâ metros ele construção co mo, po r exempl o, proibindo construções acima de determin ada altura pe rto

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CATOLICISMO

nicipal, é meio caminho andado rumo a uma sociedade de tipo comunista. Segundo o projeto, será poss íve l e leva r o índice co nstrutivo até 2,5 vezes a área cio te rre no, e m a lg umas zonas, e até quatro vezes e m o utras. Po ré m, deve rá ser pago à Prefeitura um va lor por me tro quadrado e xcede nte, o qua l será ca lc ulado med ia nte a fó rmula consta nte no a rtigo 167. Segundo declarações ele pessoas in tegra ntes ela Prefeitura, esse va lo r g irará, po r e nquanto, e m torno de R$ 180,00 por me tro q uad rado ele construção. Esse valo r, na verdade, depe nderá ele critérios que some nte a Prefe itura pode rá esta be lecer, refere ntes à Pla nta Ge né ri ca ele Va lo res, a um fa tor de pl anej a me nto urbano e a um fato r de inte resse socia l. Alé m di sso, have rá um estoque de po te nc ia l construtivo para cada região. Se esse estoque a inda não tive r sido ultra passad o, a Prefeitu ra concede rá o di re ito ele construir. Tudo isto caminha na direção de um diri g ismo estata l, que condu z iu a amargos resultaçlos na Rúss ia sov iética, e m C uba e o utros pa íses comuni stas . O proj e to estabe lece a inda um s istema complicado de tran sferê nc ia de pote nc ia l construti vo de um imó ve l pa ra o utro e a poss ibilidade de a um e nta r o índi ce mínim o ele co ns tru ção me di a nte contrapartidas a mbie ntai s; o u, até o li mite má ximo ele 80 metros qu adrados, qua ndo há construções pré-ex iste ntes no terre no. M a is um a vez, é de recear que

isso le ve a uma buroc raci a estata l atrabili á ri a e, não é fo ra ele propós ito im ag ina r, corrupta .

Pagamento pela valorização elo imóvel A va lo ri zação ci os im óve is decorre nte de mud a nças ele zo na ele uso , me lho ri a nos tra ns po rtes, obras públicas e o utros mo tivos, s uj e ita rá os propri e tá ri os d os imó ve is ass im va lo ri z ad os a paga r à Prefe itura uma co ntrapa rtida corres po nde nte a essa va lo ri zação. O a uto r cio proj e to não se le mbro u d e pre ve r uma s ubve nção ela Pre fe itura qua ndo, po r ra zões contrá ri as - de te ri o ração urba na e m conseqüê nc ia de fato res múltipl os - os imó ve is se des va lo rizare m .. .

Burocracia asfixiante abrange até casa de cachol'l'O Já atua lmente a Prefeitura de São Pa ulo é ex tre ma me nte buroc rati za nte. B as ta di zer que o atua l Código ele Obras estabe lece no rmas até pa ra casa de cacho rro. Para se fa ze r uma parede divi sóri a inte rna ele gesso, é necessário soli c itar a lva rá

à Prefe itura. Com o novo Pl a no Direto r, a burocrac ia aume nta rá muito ma is. Have rá estudos de impac to ele vi zinhança, novos procedime ntos a mbi e ntai s e dive rsos o utros contro les .

Após cinco anos: llSllCa/}ião relâmpago O usucapi ão es pecial , pe lo qua l, após c inco anos de ocupação, o possuido r pode rá to rnar-se don o, causará inúme ros pro ble mas, e nvo lve ndo imó ve is e mprestados ele fa vor, locações sem contrato esc rito, imóve is com proble mas de he rança, ele documentação e tc.

Estatuto ela Cielaele - /}ressa inexplicável O Plano Diretor fund a me nta-se no c ha mado Es!atuto da Cidade, a provado pe la Le i Fed e ral nº J0. 2 57 , de 10-7 2001 , que d á c urso à ma lfa d ad a Reforma Urba na. Essa le i foi aprovad a repe ntina me nte, e m reg ime de urgê nc ia numa votação terminati va, medi ante acordo de lideranças. N ão houve ne nhum de bate públi co . S ó fo i no ti c iad a pe la g rande impre nsa de po is de aprovada. Essa a provação de afogaclilho, se m d a r conhecime nto pré vio de la à po pul ação, é um a pro va de que o e le ito rado bras ile iro não co ncorda com as limi tações ao dire ito ele propri ed ad e. Se nós e legemos cerca de 550 de putad os, a fim ele nos re presenta re m na Câmara Federa l, não se compreende que, na ho ra ela votação elas le is, a aprovação seja dec idida ape nas pe los líde res partidári os . Ainda ma is e m maté ri a tão g rave como esta, que traz consigo, e m larga medida, a abo lição ela proprie dade parti c ul ar urba na. Ac resce que o próprio Esta tuto ela C idade - mes mo sendo socia li sta e confisca tóri o - prevê que o Pl ano D ireto r sej a a mpl a me nte de batido pe la popul ação. Mes mo basea ndo -se nos a rti gos 182 e 183 ela Consti tui ção Fede ra l, o Esta tuto ela C idade estabe lece ainda ma is restri ções ao dire ito de propri ed ade do que aque las prev istas na Co ns ti tui ção . Co m o be m po nde ro u Plínio Corrêa

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Além dos cortiços, outro perigo : multiplicação de favelas

ele Olive ira e m sua profé tica obra Proj eto de Constituição angustia o Pais, a pró-

O Plano Diretor abrn as com11ortas para invasões

pria Constituinte ele 1988 não re presento u o e le itorado bras ile iro, po is fo i escolhida sem que os candidatos ma nifes tassem antecipadame nte as suas idé ias. Ho uve até que m a con siderasse ilegítima, à vista cios princípios da de mocrac ia re presentativa. A revi sta Catolicismo , e m sua edição ele sete mbro/2001 , a presentou um de nso e convincente estudo c ríti co dessa le i (Estatuto da C idade), ele a uto ria ela Comi ssão ele Estudos Urba nos da T FP. Ne le é de nunc iado o seu fl agrante cará ter soc iali sta e confi scató ri o, e que e la foi aprovada de fo rma subre ptíc ia, como afirm ado ac ima, para ev itar reações d a o pini ão públi ca.

Pio r do que o texto cio Plano Dire to r é o seu es pírito, o qua l cria uma atmosfera contrá ri a ao dire ito d e pro priedade, que só va i incentivar as invasões, a violê nc ia e o caos soc ial. As assoc iações de semteto já estão arrebanhando gente para invadir. É como na Reforma Agrária, pe la qual inic ia lme nte só seri a m fe itas desapropri ações legai s. De po is foram o rga ni zado os magotes ele sern-terra para ocupar as propri edades ditas únpmdutivas, fi cando inte iram e nte impunes. M as, uma vez aberta a prime ira comporta, tudo o mai s torno u-se possíve l, inc lusive a to mada ele pro pri ed ades inte irame nte produti vas. Como exemplo, uma fa ze nda de ca na no inte ri o r de São Paul o, c ultivada até o extre mo, foi invadida pe los sem-terra, te ndo à frente o Bi spo de São C arlos. O mes mo j á está co meça nd o a aco ntece r na zo na urba na de São Paul o, o nde, só no di a J l de mai o, a União

de Movimentos da Moradia invadiu sete prédios. A exemplo cio que aco ntece na área rural , irão se fo rmando pela c idade inúme ros foc os ele fave li zação de imó ve is, fa vo recendo o s urg ime nto de a ntros ele promi scuid ade , c rimin a li dade e tc.

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Haverá paralisação de construções, como conjuntos habitacionais, se for aprovado o projeto

Complex.i<lade <lo Plano Dfretor O projeto de Plano Diretor é extenso. Consta de 171 páginas e 12 anexos, sendo 3 quadros e 9 mapas. Possu i 279 artigos. Acompanha-o um resumo de 33 pági nas (até essa síntese é de difíc il intelecção). É repetitivo, a redação muitas vezes abstrata, usa uma terminolog ia empolada (por exemplo, " Rede Estrutural de Eixos e Pólos de Centralidades"), várias das suas normas não são enunc iadas comprecisão e muitas são deixadas a critério da legis lação superveniente ou de reg ulamentações do Poder Executivo. Fica impossível entendê-lo sem ser estudado conjuntamente com o Estatuto da Cidade, já a ludido acima.

Paralisação <las constJ•uções: aumento <lo desemprego É certo que, uma vez aprovado o P lano Diretor em pauta, os novos empreen-

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CATOLIC ISMO

dime ntos imobiliários ficarão paralisados durante um período mais ou menos longo. Pois será criado um amb iente de insegurança e de expectativa, mesmo porque vários itens ainda dependerão de novas leis e de novas regulamentações. Depois, ainda será necessário esperar que a administração municipal absorva as novas normas e se adapte a elas, tornando ainda mais lerda a burocracia, já agora bastante com plexa. Resultado: as novas obras ficarão num compasso de espera e muitos trabalhadores perderão seus empregos.

Substitutivo "mais brando" para amortecer reações Este trabalho estava concluído quando o relator do projeto apresentou na Câmara Municipal uma "versão preliminar" de substitutivo do mesmo. Essa nova versão não altera substancialmente os aspectos atentatórios ao direito de propriedade

contidos no projeto original. E le se limita - quanto a esses aspectos - a modificar os índices relativos ao direito de construir, ampliando em algumas zonas da cidade os coeficientes de construção " básicos" (sem necessidade de pagar), alé m de adiar para 2003 o início da vigência das novas normas e de estabelecer um período de transição, até o final daque le ano. Durante esse período, o dire ito de constru ir sem contrapartida füianceira estender-se-ia a uma área um pouco maior. Também foram alteradas as fórmulas para cálculo do valor a ser pago à Prefeitura pelo direito de construir. Com isso, ficam um tanto aliv iados aq ueles que estavam assustados com a li mitação drástica e imediata do direito de constru ir, que constava do projeto original. Criou-se uma atmosfera de distensão, pela qual as pessoas poderiam ser levadas a esquecer que, uma vez quebrado um princípio, será mais fác il, no futuro, irem

sendo aprovadas novas limitações, até mais radicais do que aquelas inicialmente propostas. Assim, vão se desmobilizando aqueles que, no dizer de Churchill , alimentam o crocod ilo com a esperança de que só serão comidos no fim ... Enquanto isso, outros aspectos do Plano Diretor, até mais contrários ao direito de propriedade, vão passando quase sem que ninguém perceba. Várias personalidades pronunciaramse no sentido de que esse substitutivo torna o Plano Diretor aceitável. Não perceberam essas pessoas que, em outros aspectos, o substitutivo tornou-se até mais radicalme nte contrário ao direito de propriedade. Por exemplo, ele aumenta a área mínima de construção de 10% para 30% da extensão do terreno e diz que a futura Lei de Uso e Ocupação do Solo poderá estabelecer coeficientes ai nda maiores do que esses 30%. Portanto, os terrenos que não tenham esse mínimo de 30% de construção, serão considerados como não utili zados. O substitutivo também estabelece que os prédios localizados nos distritos centrais da c idade, construídos há mais de cinco anos e que tenham menos de 20% de ocupação , serão considerados como "solo urbano não utilizado" . Convém lembrar que os imóveis tidos como não utilizados ou subutilizados ficarão sujeitos às puniçõe previstas no Plano: IPTU confiscatório e desapropriação.

individual, leva rapidamente ao coletivi smo, ou pelo menos à necessidade de admitir-lhe os princípios" (Encícl ica Quadragesimo Anno, de 1931 ). Sendo a propriedade imobiliária um forte fator de desenvolvimento da personalidade, os soc iali stas, pela sua índole coletiv ista, são contrários a yla. Para e les, o indivíduo deve se dissolver no conjunto, perdendo as suas características pessoais, à maneira do coletiv ismo das tribos primitivas. Por aí se expl ica a necessidade que tem o sociali smo de cercear os direitos das pessoas e contro lar todos os seus movimentos através de uma burocracia minuciosa, antin atura l, desumana, descolada da rea lid ade e desprovida de bondade. Os socia li stas vivem parlapateando e se imiscuindo em todos os assuntos, tentando controlar e regulamentar tudo. Representa bem essa primazia do coletivo sobre o individual o símbolo dos bonequinhos, adotado pela atual admin istração municipal. São bonequinhos sem expressão individual , sem pensamento,

O direito de propriedade não é simplesmente um e lemento de prosperidade econômica. Ele é um cios fundamentos mais importantes da Civi li zação Cristã. Como explana Plínio Corrêa de Oliveira, sem o direito de propriedade o homem é afetado no mais profundo de seu ser: torna-se difícil praticar a virtude da justiça, o conhecimento de Deus pode ser comprometido e a própria santifi cação fica mais árdua de ser alcançada (cfr. Acordo com o Regime Com.unista: para a Igreja, esperança ou autodemolição, Editora Vera Cruz, São Paulo) . Nessa obra, o Autor mostra ainda que a Igreja não pode deixar de ens inar o direito de propriedade, sob pena de abdicar da sua missão. A propriedade, assim como a família, são anteriores ao Estado e inerentes à natureza humana. Nenhuma lei positiva, nenhum ordenamento jurídico, nenhuma constitui ção pode legitimamente suprimilas. Esse é o ensin amento unân ime dos documentos do Magistério da Igreja, cios moralistas, dos doutrinadores católicos e de todos os que admitem a existência de um Direito Natural, que emana da natureza hum ana como e la é, e não como a concebem espíritos teóricos desconectados da real idade.

A L'llnção social do <lireito de prnpriedade

Socialismo: refratário ao progresso econômico A ideologia ocialis ta é coletivista. E la não admite que os homens desenvolvam sua persona lid ade, poi s assim e les se diferenciam un s dos o utros e alguns se destacam dos demais. A maior liberdade dos indivíduos e das famí li as traz como conseqüência a desigualdad e. Desigualdade esta que, quando proporcionada e harmônica, é justa e conforme à natureza humana. A es e propósito, já advertia sapiencial mente o Papa Pio XI: " Rej eitar ou atenuar o direito de propriedade privada ou

O direito de propriedade é sagrado

com uma cabeça diminuta, uns ligados aos outros, perdendo-se no coletivo do conjunto. Os socialistas tatnbém não vêem com bons olhos o progresso econômico. Frei Betto, o religioso conhecido por suas idéias socialistas, chegou mesmo a elogiar o estado de pobreza de Cuba. De fato, não se tem conhecimento de que, em algum lugar cio mundo, a aplicação de medidas de caráter sociali sta tenha resultado em progresso econôm ico.

Tem-se alegado habitualmente, para justificar o cerceamento cio direito de propriedade, que ele precisa cumprir sua função social. A própria Constituição Federal, dita cidadã (mas da qual os cidadãos pouco participaram), subordina o direito de propriedade ao exercíc io de sua função social. As exigências para considerar cumprida a função social, no caso da propri edade urbana, serão definidas no Plano Diretor da cidade, a ser aprovado pelas Câmaras Municipais de todos os municípios com mais de 20 mil habitantes (Constitu ição, art. 5°, XXII e XXIII; e art. 182 § 2º). Em última análi se, o direito de proAGOSTO 2002

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priedade fica dependendo do prefeito e dos vereadores de cada c· ade, que são os que vão e laborar o Plano Diretor. Ora, a coisa está ma l posta. Compe ndi ando o pe nsame nto de Plinio Corrêa de Oliveira, ex presso e m vá ri as de s uas obras, te mos: 1 - Pelo fato de o ho mem viver e m soc iedade, todo direito individual tem uma fun ção social, e não apenas o direito de propriedade. Por exemp lo, o direito à vida tem uma função social: em caso de g uerra justa, o Estado tem o direito de pedir ao c idadão que vá lutar no campo de batalha. É poi tendencioso falar e m fun ção soc ia l some nte do dire ito de propriedade. 2 - Toda funç ão pressupõe a ex istência de um ó rgão que a exerce. Isso se verifi ca no próprio co rpo humano. Por exemplo, a função de filtrar as toxinas do orga ni smo é fe ita pelos rins. Ora, seri a monstruoso exacerbar de tal modo essa filtragem, que viesse a destruir os rins. Pois aí se ficaria sem o ó rgão e sem a fun ção. Ass im , querer inc har de tal modo a função soc ial do direito de propriedade particular, de modo a que e la praticamente elimine esse direito, é ig ua lme nte mo nstruo o. 3 - A fun ção soc ia l de um direito individua l já se exerce normalme nte pelo reto exercício desse dire ito. Assim, no caso do dire ito à vida, o fato de a pessoa vive r no rmalme nte, alime ntar-se, trabalha r, constituir fa míli a, ter ami gos, j á traz be nefícios para toda a soc iedade. É c la ro que, se a lé m disso e la quiser dedicar sua vida espec ialme nte a obras de caridade, será muito me ritório. Mas isto não se pode ex ig ir dela por le i. Ela o fará se q ui ser. Também com a propriedade particular ocorre o mesmo. O fato de o proprie tário usufruir retamente de sua propriedade, sej a faze ndo-a produ zir, seja a lugando-a, seja mo ra ndo ne la com sua fa míli a, seja simp les me nte pagando os impostos regulares, isto redunda em be nefício para toda a vizinhança e a soc iedade e m geral. Não se pode ex ig ir de le - a não ser e m casos mui to excepcionai s de cala midade púb li ca ou grave dano ao be m com um - que ten ha seu direito cerceado e m favo r de outros ou do Estado. E mesmo neste caso extre mo, compete ao Estado reembol sálo pelo va lor justo, pré vio e em dinheiro .

CATOLICISMO

Um a vez que e le está sacrifi cando um direito natural legítimo e m favo r da soc iedade, é de justiça que o Estado, representa nte da soc iedade, o compense proporcionalmente. É vital para uma sociedade que os dire itos individuais sejam ne la respeitados. O bem comum não é inimigo do bem indi vidual. Pelo contrári o, todo o corpo soc ial se beneficia altame nte da ex istê nc ia de direitos individuais robusto e respe itados, da mes ma forma que o corpo hum a no se be nefic ia quando os seus ó rgãos atuam com ple na saúde e desenvoltura.

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Para e ncerrar esta breve análise, convé m ter em vista que "a propriedade é meio normal para o ho me m estar e se sentir eguro de seu porvir e senhor de s i mes mo. Abo lir a propriedade privada e em conseq üê nc ia e ntregar o indivíduo, como termita ine rme, à direção do Estado - é privar sua mente de a lg umas das ·condi ções básicas de seu no rm al fun cion, me nto, é levar à atrofia pe lo inexercíc io a facu ldades de sua a lma, é e m suma deformá- lo profu ndamente. Daí, e m gran-

de parte, a tri steza que caracteri za as populações s uj e itas ao comuni s mo" (Plini o Corrêa de Oliveira, Acordo com o Regi-

me Com.unis/a - para a Igreja, esperança ou autodemolição?, 10" edição, Vera C ru z, 1974, pp. 78-79). Di a nte da preocupa nte s ituação ac ima exposta, volvamos nossos olhos para Aquela que foi cognominada a Onipotênc ia Suplicante. Rogue mos a N ossa Senhora Aparecida, Padroeira do Bras il , que proteja nossa N ação e afaste os graves perigos que a a meaça m. Que E la especia lme nte livre o País dos malefícios decorre ntes do urbo-reformi smo soc iali sta e confi scatóri o, be m como da desorde m e do caos. São Paulo, 20 de julho de 2002

O Conselho Nacional da TFP Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade TFP Rua Maranhão, 341 CEP 01240-000 São Paulo (SP)

Beatos Francisco e Jacinta A campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, através da Ínicjativa Fátima Ação J,amíHa, envia para 150.000 l amíHas as estampas dos pastorinhos de Fátima

H

oj e, quais são os pa is o u mães que pode m fi car rea lme nte tranqüilos e m re lação ao futuro de seus filhos? Afin al, que m pode passar 24 horas por di a protegendo-os. A iniciativa de difusão das estam pas dos beatos Francisco e Jacinta para centenas de milhares de famílias brasileiras é ape nas o iníc io de uma gra nde súplica que c hegará a Nossa Senhora, pelas mãos dos pastorinhos de Fátima . Certamente eles estabelecerão um vínculo de proteção especial com nossas c ri a nças. A belíssima estampa pode rá ser e mo ldurada e colocada em local de fácil acesso às c ri anças - e m seus quartos, por exemplo. E las e ncontrarão nos olhares dos beatos um grande estímulo para rezar e impl orar a proteção de Francisco e Jacinta e também da Sa ntíssima Virgem de Fátima. O coorde nado r da Campanha, M a rcos Lui z Garcia, ex pli ca: "Quais podem.

ser as conseqüências, na alma de uma criança que assiste a programas como

www.tfp.org.br

Bi g Brother, Casa dos Artistas e outras i,~fâmias do gênero ? A situação moral à

qual estão expostas nossas crianças é gravíssima. Precisamos de um auxílio do Céu, e esse é obj eLivo da distribuição das estampas, que servirão também de alerta aos pais ". Para muitos especiali stas, a televi são, despejando e nxurradas de imoralidade nos lares, tem s ido a principal causa da corrupção moral de nossas crianças. •

Crianças vítimas da agressão moral

Burocracia no projeto provocará desemprego de trabalhadores

Foram registrado no Bras il , no ano passado, cerca de 35 casos diários de sui cíd ios e nvo lve ndo j ovens e ntre 1 1 e 18 anos. É alarma nte també m o aume nto da g rav idez precoce e m me nin as . De 1982 para cá, a taxa de gravidez dos I Oaos 19 a nos a ume ntou 39 1%. O u seja, quase 4 vezes mais! Os dados são da Soc iedade Brasil e ira de Pediatri a. Segundo a UN lFESP, em 2001 , ele cada 4 partos, 1 é de adolescente. Já e m 1999 o número de partos de adolescentes de I O a 19 a nos tinha chegado à impressionante c ifra de 7 12.9 15. Por causa desse a mbie nte de libe rtinagem moral, muitas dessas meninas c he-

gam ao desespero e acaba m acrescenta ndo, aos seus pecados, um crime hed io ndo : o aborto. Segundo a Organização Mundi al de Saúde, 4 MILHÕ ES de abo rtos são praticados po r a no no Brasil Desses, 1 MILHÃO ocorrem entre ado lescentes. O número de me ni nas q ue passam pelos serviços do SUS para corri gir seqüelas de abo rto cresce a cada ano . No Hospital do Jabaguara (SP) , 46% dos c hamados "abortos lega is" foram rea li zados em me ninas menores de 19 a nos. No Hospi tal Péro la Byington (SP) essa porcentagem c hega a 56%. •

Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

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Santo Afonso: autêntico reformador da sociedade E sse Doutor da Igreja, Príncipe dos Moralistas, realizou, ainda como jovem sacerdote, obra de verdadeira assistência espiritual e material aos pobres, exemplar para nossa desorientada época 1\1 PLIN IO M ARIA SOLIMEO

'E

endo j á Catolicismo apresenta-

º uma biografi a desse admirável

O jovem Pe . Afonso de Ligório (quadro acima) conseguiu recuperar o setor mais desamparado do sociedade napolitano

CATOLICISMO

Santo, em sua ed ição de agosto de l 996, foca lizaremos neste arti go apenas uma de suas inic iativas pouco conhecida, quando ainda be m moço, pela relevânc ia que alcançou na soc iedade napoli ta na do séc ulo XVUI. Santo Afo nso, cuj a festa come mora mos no di a JO deste mês, recuperou a parte mais abandonada e fora da le i da soc iedade de Nápoles. Seu modo de agir fo rnece um mode lo para no sos dias de verdade ira ação regeneradora desse segmento es pec ia lm ente tra nsv iado da sociedade. Regeneração esta que, repercutindo depois, grada-

tivamente, nos de ma is segmentos, poderá e m boa med ida restaura r o organi smo soc ial. Procura-se empenhadamente um remédio para a sociedade atual que enfrenta toda sorte de crises, por se afastar cada vez mai de Deus e de sua moral. Mas qualquer solução que se busque será vã, caso não seja sanada a grave cri se religiosa, responsável maior pela decadência da sociedade e, conseqüentemente, por toda série de crimes e desmandos. Bem o demonstra, como veremos, o exemplo da vida de Santo Afo nso.

Elimina<la a revolta, caminho <lo Céu A fa ma que Afonso granjeara como j ovem advogado cresceu quando e le,

apenas ordenado sacerdote, começou a pregar. Sua presença era di sputada nos mais influentes púlpitos de Nápoles. E, nesta ocasião, ele descobriu um mundo novo nos arrabaldes pobres da capita l, onde vivi am os "lazzaroni ", mergulhados na mi séri a, na preguiça, no víc io e, muitas vezes, no c rime. Aque les pobres, pouco ass istidos espiritual e materialmente, Afo nso os tratou com desve lo especial, praticando em seu meio exími a caridade. Não para neles incitar o espíri to ele luta de classes, ele reivindicações, ele "direitos" e de revolta, mas para mostrar-lhes que o caminho cio Céu também a eles estava aberto caso se convertesse m. Afo nso, como ta mbé m Janu ário Sane lli , um ele seus prime iros auxiliares nesta tarefa, descobriu que, sob a aparência rude e até mesmo repugnante de muitos desses párias, havia "um natural terno e docílimo que - é bem verdade - posto em ocasião, caía em excessos de maldade" . Mas que, cio mes mo modo, "quando lhe é proposto adequadam.ente o bem, a ele se entrega" ' . O quadro é o mesmo de hoje em di a, pois gente entregue às drogas, ao crime, ao víc io, teria tomado um cami nho inteiramenle oposto se tivesse encont:rado, no lar ou na igreja, os bons conselhos que podem marcar uma vicia. Mal e le aparec ia no bairro, espontaneame nte uma mul tidão fo rmava-se ao redor ele A fo nso: barbeiros, pedreiros, carpinte iros, fabri cantes de sabão, cardadores de lã, fe irantes - todos de ixavam sua ocupação para ouvir o mi ss ionári o.

Do nó <la !'orca a laço ele cari<la<lc

escapara à forca. A Providência levou-o aos pés ele Afonso. "Esse hornem destinado ao nó da fo rca tornar-se-á um laço de amor para arrebatar as almas do inf erno e atraí-las a Jesus Cristo" 2 . O ve ndedor de liv ros velhos Bartolo me u D' Auria e o cerami sta José Chi anese levaram tão a séri o os ensina me ntos do j o ve m sacerdo te, qu e eram tidos como verdade iros sa ntos po r seus conterrâneos. Havi a ta mbém José, o Santo, como era chamado um ve lho negoc iante de farinha, venerado por todo o mercado. A dois outros o ve ndedor de ovos Antô nio Pe nnino, e o de a lcaparras Leonardo C ri stiano - serão atribuídos mil agres e m vici a e após a morte.

"Quem não reza se co11cle11a " Como obtinha Afo nso tanto fruto nesse apostolado com gente tão rude e simpl es? Sabi a e le que todos somos chamados, e m grau ma ior ou me nor, a ser santos. Ass im, qualquer a lma redimida pe lo bati smo, torn ando-se pe lag raça te mplo do Es pírito Santo, possui em potê nc ia o indi spensáve l para atingir a santidade. Por outro lado, Afo nso ti nh a c iênc ia de que só as orações vocai s e atos externos de piedade dificil mente levam à santifi cação, se não são acompanhados por uma intensa vicia ele piedade interior. Se as orações vocais são boas, a oração me nta l é ne-

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Com o tempo, Afo nso foi escolhendo os me lhores ele seus ouvintes para tran sform á-l os e m apó tolos no seu meio. Por exemplo, Pedro Barbarese, que ouvindo um sermão do sa nto, caiu a seus pés e fez uma confis ão geral. Tornou-se depois um ele seu ma is eficie ntes auxi Iiares. Outro foi Lucas Nardone. Velho soldado revoltado e licencioso, por pouco

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cessária para o progresso na virtude. Pois co loca a alma constantemente na presença de D eus e da insuficiência própria, ilumina-a arespeito das perfeições de Deus e das limitações e defeitos próprios. Sua idéia central: "Quem reza 1,

se salva; quem não reza se condena. Todos os que se salvaram, salvara,n-se pela oração; todos os que se condenaram, condenaram-se por falta de oração "·1• No início, Afonso reunia seu povinho nas praças públicas. Algumas vezes o fazia em frente ao convento dos Mínimos. Naquele tempo em que muitos procuravam pescar em águas turvas, havia muita vigilância quanto à ortodoxia. Certo dia, Afon so fazia uma amigável censura a um operário que, movido por zelo imoderado, começou a viver só de ervas e raízes, não levando em consideração que tinha de conservar as forças · para o trabalho e sustento da famí1ia. Um dos co laboradores ele Afon so comentou, meio jocosa mente:

"Deus quer que a gente coma. E se lhe derem quatro costeletas, fa ça bom. proveito!" Ora, um frade que, cio convento, estava à espreita de alguma novidade, ouvi ndo essa frase inofensiva, logo se assustou. "Deve

ser uma seita de sibaritas4 , ou mesmo de molinistas" 5 - pensou.

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O Cardeal e o prefeito ele polícia foram alertados, e planejaram para o dia seguinte uma batida no loca l. Afon so, tomando co nh ec imento cio fato, prudentemente fez correr a palavra entre o povinho para não comparecer. Mas entre os não avisados estavam exatamente Nardone e Barbarese, que foram presos com mais algun s. Quando o prefeito soube que aquela obra era empreendida pelo Pe. Afon so, tudo se esc lareceu. E mais edificado fi cou quando, ouvindo a campa inha tocar, acompanhando o Santíssimo que era levado a algum doente, os doi s indiciados correram ao balcão, adoraram profundamente de joelhos

CATOLICISMO

a Hóstia consagrada e suplicaram licença para juntar-se ao cortejo.

Capelas <la noite: el'icaz méto<lo apostólico O Cardeal louvou Afon so pelo trabalho que fazia, mas recom endou-lhe que ev itasse os lugares públicos. Ofereceu- lhe, para isso, as capelas e oratórios ela cidade. O que veio a dar à institui ção o nome pelo qual ficou conhecida por mais ele dois séculos: Cappel/e serotine (Capelas ela noite). Ofereceu também a ele assistência reli giosa para seus dirigidos. Por que Capelas da noite? Sendo todos seus membros trabalhadores, só tinham as noites livres para comparecer ~1s pregações e atos ele piedade. só homen s, porque as mulheres, com todos os afazeres cios lares numerosos daquela época, não tinham ternpo li vre senão para correr ele vez em quando à igreja. Aos domingos pela manhã, dirigido por um sacerdote, todos, até os menos capazes e analfabetos, faziam meia hora ele meditação sobre a Paixão. Em seguida ass istiam à Santa Mi ssa após cuidadosa preparação, seguida ele comunhão e fervorosa ação de graças. Al gumas vezes ass isti am a outras Mi ssas com o Santíss imo Sacramento exposto, segundo tradição da época. À tarde, reunião geral na igrej a para visitas ao Santíss imo Sacramento e a Nossa Senhora. Depois, V ésperas, cantadas por todos. Vi sitavam ainda o Hospital dos Incuráveis para levar alívio moral aos doentes, e terminavam seus atos ele piedade com a bênção do Santíss imo Sacramento. Havia também um período para e pairecimento nos campos circunvizinhos, na primavera, ou no claustro ele algum convento durante o inverno6 .

Um movimento <le restauração social A s cappelle serotine progredi ram "com tal pitjança, e man(fes-

Julgamento de Carajás foi revelador

taram seus associados tanto empenho proseiit ista, que 60 anos depois, quando Afonso passou à eternidade,fimcionava urna rede de 75 centros nos diversos bairros da capital, sob a presidência de um chefe local [leigo] e de um sacerdote conselheiro " 7 •

E ntidades internacionais julgam-se no direito de ameaçar o Brasil com sanções

Houve assim um a mudança radical entre os "lazzaroni " : "Esses

grupos tornaram.-se um rnovirnento de restauração social e de saneamento dos costum.es; [.. .] a pilha gem. foi substituída pelo trabalho; punhais e pistolas, depositadas nas mãos dos sacerdotes e substituídos por terços e opúsculos de medita ção sobre as Máximas Eternas

O

[compostos por Afon so especia lmente para esse público] ou a Pai-

xão de Jesus Cristo" 8 . Essas cappel/e serotine continuaram sua ex istência até o início do século XX, só se extin guindo com o excesso ele indu stria li zação e ele obrigações da vida moderna, como também pela falta de sacerdotes com o espírito cio grande Doutor da Igreja. •

Notas

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1. G. Sarnelli, Rag io11i per che sia 110 separa/e le m e relrice, p. 29. apud Raimundo Tell eria , C.SS. R. , Sa,1.A(/011so Maria de Ligorio - F1111dado1; Obispo Y Doc1or, Edi tori al EI Perpetuo Socorro , Madrid, 1950, torn o 1, p. 12 1.

2. Théodul e Rey-M errnet, C.SS. R. AFONSO DE LIGÓ R/0 - Uma opçcio pelos aba 11do11ado s , Edit o ra Sa ntu ári o Aparecida - Siio Paul o, 1984, p. 19 1. 3. lei. , p. 184. 4. "Diz-se de pessoa dada à i11dolê11 cia 011 à vida de prazeres, por al11.1·cio aos a,11i-

gos habiu1111es de Síbaris. fam osos por s11a riqueza e vol11pl11osidade " (Novo Auréli o, versão 3). 5. Temerar iamente, pelo menos, "o Pe. Mig11el de Moli11os ( 1628- 1696) ajirmo11 e 111 11111a obra que certos atos externos

i111orais 11 cio 111a11 cha11a 111 a alma dos pe1:feitos; absortos e111 Deus, 'ele.,· es/ari am aci ma de 111do isso '" . Rcy M errnel , op. cit., p. 192. 6. Théodu le Rey-M errnet, op. cil. , p. 195. 7. Tcllcr ia, op. cil. , p. 123. 8. Théod ul e Rey-M ermet, op. cit. , p. 196.

I• 1,

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resultado do julgamento cios envolvidos no confronto de Eldorado ele Carajás - com a condenação ele dois altos oficiais e a abso lvi ção cios demai s poli ciai s - pôs em revolta as esquerdas direito-humani stas. Elas não queri am um jul ga mento, queriam uma co ndenação generalizada. Não cios sem-terra que ilega lmente ocupavam a estrada e se ati raram com foices, facões e Liros conlra os soldados. A condenação deveri a ser apenas cios so ldados que, cumprindo ordem judici al, se apre entaram para repor a ordem. Terão ele cometido abusos ou não, isso é o que estava sendo jul gado. Mas o que ca usou estranheza foi a atitude subserv iente do governo brasileiro em face dessas esquerdas internacionai

Brasil ameaça<lo, gove/'110 i11timi<la<lo Mesmo antes da conclu são cio jul gamento, ficamos sabendo que "o governo

está preocupado com a possibilidade de sofrer punição externa pela absolvição de sete sargentos que participaram do confivnto de Eldorado de Carqjás" ("O Estado de S. Paulo" , 4-6-02) . O temor era ele que o Brasi I fosse condenado pela Comi ssão lnteramericana de Direitos Humanos a pagar indeni zações , além de serresponsabili zado pe lo co nflito. Se assim é, des li gue-se o Brasil dessa Comis ão inLrom issora ... Por que devemos estar enfe udados a um órgão ex terno que quer impor ditatorialmente ao Judi ciário brasil eiro os seus veredictos? E que ainda nos ameaça com sanções ! Será que nossa sobera ni a fo i hipotecada a essas organizações? O governo brasil eiro reso lveu então

enviar assessores especiais para acompanhar ainda mais de perto as fases posteri ores do julgamento. Acompanhar ou pressionar? Durante a defesa oral cios militares, o advogado E rcio Quaresma Filho referiu -se aos enviados ele Brasília como

manos, expressão mai s moderna e mai s ativa da esquerda internacional, neocomuni sta e neo-social ista. Temos que ficar alinhados a essa gente? Cantando no mesmo coro, o secretário nacional cios Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, "admitiu que a União

poderá so.fi-er uma condenação inédita: pagar urna alta indenização imposta pela Comissão lnteramericana dos Direitos Humanos, da OEA ". Para ele, "no cenário internacional, estamos numa situação fragilizada" (idem, 14-6-02).

A Justiça brasi leira é soberana, sendo absurda a idéia de interferência nela de qualquer órgão estrangeiro

"lacaios dos direitos humanos, a serviço do gove rno Fernando Henrique", que teriam ido a B elém "especialmente para pressionar os jurados" (Idem, 6-6-02). Devemos <lel'emle1· nossa soberania Pondo ainda mai s em evidência a subserv iência do Brasil, a subprocuraclorageral ela República e procuradora f ederal cios Direitos do Cidadão, Maria Eliane M enezes de Farias, pre. ente ao julga mento como observadora, ava liou que a absolvição cios 124 so ldados contribuiu para

"piorar a imagem do Brasil no exterio,; como país da impunidade" (idem, 13-602). No exterior, aos olhos de quem? Não da população ordeira e pacata. Só pode ser dos tais defensores dos direitos hu -

Então mudemos para uma situação " fortificada", negando rotundamente o pagamento de qualquer multa impositiva, reafi rm ando nossa soberania e a independência do Poder Judi ciári o brasil eiro. É a única coisa razoável e de bom senso. É o mínimo que se pode querer de um governo nacional.

/i'ól'um <la Reforma Agrária ameaça Mas não é só no exterior. Também internamente as filiai s dos órgãos esquerdistas defensores ele pseudo-direitos humanos se movem contra o Brasil. A s entidades (reais ou fantasmas) que compõem o "Fórum N acional pela Reforma Agrária" ameaçaram: "Vi:unos levar isso

às cortes internacionais, para que possamos ter um novo julgamento, desta vez longe do Pará " (idem). Ou seja, a Justiça bras ileira teria agora uma instância superior, fora do País, à qual eleve submeter-se. Diante ele tai s aberrações, o julgamenLo dos envolvidos no caso ele Carajás acabou tendo uma face não só altamente preocupante, mas reveladora: a pretexto ele direitos humanos, estão querendo vender o Brasil. Cumpre protestar e reag ir. •

AGOSTO 2002 -


E os ca11cli<latos clig11os?

Para bom entendedor...

Mas, clir-se-á, não deixa de haver nestas afi rmações um tal ou qual exagero. Não seria difícil, percorrendo as listas, encontrar mais de um candidato digno. Por que não tomar estes candidatos em consideração, ao compor o quadro do pleito ele hoje? Pela si mples razão de que os cand idatos dignos - que realmente exi stem - não faze m parte do quadro. A razão, a decência, a dignidade estão como que ofuscadas ou ecl ipsadas pela fosforescência do charlatani smo. N ão há oportuni dade nem ambiente para que os nomes conhec idos, as fi guras dignas, os programas sensatos sejam percebidos, apreciados e preferidos, precisamente como não há amb iente para se fazer qualquer coisa de probo e de grave numa fe ira ele diversões. O homem que co me vidro, a mulher com cabelos de fogo, o menino com cauda de cobra abafa m tudo, dominam tudo, e não há talento sério nem dignidade rea l que possa sobressair e impress ionar ao lado cios demiurgos ele feira. Estas impressões não são apenas mi -

A análise do passado nos dá lições interessantes, que ajudam a melhor compreender o presente

E

stamos habituados, em vésperas de eleições, a contemplar caras "embelezando" todos os cantos de nossa·s cidades. O que talvez alguns não saibam é que há 50 anos este burlesco "espetáculo" já podia ser visto . São Paulo, a "sãopaulinho" de há pouco mais de meio século, também já esteve abarrotada de uma onipresente propaganda eleitoral. Paredes, postes, árvores, qualquer ponto visível servia de tribuna para nele se pendurar fotografias - como enfeites em árvore de Natal de inúmeras caras. Algumas sérias, "faccie feroci", até mesmo "ferocissimi "; certo número de caras risonhas e bonacheironas; outras assustadoras. Eram caras de candidatos à Câmara Municipal. Fiquei deveras interessado ao ler um artigo comentando o modo como então se fazia a propaganda eleitoral. "Carnaval eleitoral" - é como o articulista classificou a disputa pelas eleições municipais naquela longínqua década de 40. E o mesmo "carnaval" a que assistimos em pleitos eleitorais de nosso presente.

Poder-se-ia perguntar: Continua en tão "tudo como dantes no quartel de Abrantes? " - Não. Naquela época , frente a uma situação que depreciava o País , que não correspondia ao Brasil autêntico, houve uma manifestação do Brasil profundamente católico. Uma ma nifestação de almas virtuosas, desapegadas dos próprios interesses e dispostas a expiarem para o bem e grandeza de nossa Terra . Naquele "quartel" de outrora, que não era como o de Abrantes, chamado Brasil, houve uma grande procissão expiatória "paro pedir perdão a Deus pelos pecados privados e públicos" que se cometiam . Hoje, onde encontrar almas

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CATO LICISMO

virtuosas que organizem uma "procissão expiatória" por um Brasil honestamente católico e autêntico? Veja abaixo, caro leitor, excertos desse artigo . Creio que muito se lucra em conhecê-lo . Para bom entendedor, meia palavra basta ...

ELEIÇÕES E EXPIAÇÃO Plinio Corrêa de Oliveira "Leg ionári o", 9- 11 -4 7, nº 796

·Háum a afirmação que desejamos peremptoriamente fazer, antes mes mo de se terem j ogado nas urnas os destinos de tantos partidos, de tantas comb inações, de tantas ambi ções. Estamos no desacordo mais fo rm al com uma tese sustentada por toda ou quase toda a nossa imprensa . N ão é verdade que a opini ão brasileira se vai manifestar nas urnas. Sem dúvida, nosso nível cív ico tem baixado assustadoramente, e nem poderia deixar de ser ass im. A chamada moral cívica, outra coisa não é senão um capítulo da M oral. Ora, quando em todos os domínios a moralidade está baixando a olhos vistos, não haveri a motivo algum para esperar que ela não baixasse no terreno cívico. M as, a despeito de tudo isso, a ninguém é líc ito afirmar que o carnava l eleitora l que temos diante dos olhos corresponde aos ideais cív icos e políticos dos brasileiros.

Carnaval eleitoral A expressão " carn aval eleitoral" pode parecer fo rte. Mas de que outro modo qualificar o que temos diante dos olhos? De um lado, a ori entação dos partidos é quase sempre lamentável. Na sua propaganda, o programa não desempenha em gera l o menor papel. Ninguém procura agrupar eleitores em torno de idéias. A luta tomou um caráter personali sta ver-

nhas, pois que andam em todas as bocas e se exprimem em todos os susp iros e em todo os sarcas mos.

E o Brasil autêntico? Não costumamos intervir senão muito sóbri a e discretamente na política nacional. Entretanto, não podemos deixar de acrescentar que esta impressão de fe ira política se genera li za por toda a vicia pú blica do País. Os partidos estão a bem dizer desfeitos. Cada um deles - ou quase tanto - tem uma ala di ssidente que obedece aos chefes ele outro partido . .I sto quando não se dá outro fenômeno ainda mais curioso: o partido in teiro se dei xa tragar pelos chefes ele outro partido, e os dissidentes são no fundo os úni cos que continuam fiéis. Os inimigos de ontem se apertam as mãos. Hoje se entrecl iglacli am os que ontem se abraçava m. O que mais?

Fotos de caras enchem as paredes, como se elas fossem argumentos

dadeiramente revoltante. N ão se tenta convencer o eleitor com argumentos. A inteligência nada tem que faze r, nesta técnica eleitora l cujo único processo consiste em tomar de assalto a sensib ilidade e a imag inação do leitor, pular- lhe olhos a dentro ou ouvidos a dentro, até a memóri a, e procurar com esta gazua psicológica arrastar irracionalmente seu livre ,u-bítri o para este ou aquele campo político. Daí o fato de ter sido principalmente berrada esta campan ha. Por todos os alto-fa lantes, os locutores tonitruam, cantam ou so letram dengosamente os nomes dos candidatos que para isto lhes deram alguma gratificação. As fotografias enchem as paredes, como se caras (e que caras, por vezes!) fosse m argumentos. De tal maneira a generalidade dos candidatos se esqueceu de que o eleitor é um ente racional, que se determina por argumentos e não por fotografias e berreiro, que, segundo nos consta, um deles chegou ao extremo de fazer desfilar pelas ruas um elefa nte com propaganda de seu nome... Daí para um carnaval, que di stância resta?

AGOSTO 2002 -


O dilema da Colômbia

É esta nossa política. Mas será este o nosso Brasil? Quem não vê, não sente, não palpa a indi gnação, o enfado, a ex tenuação cio Brasil verdadeiro? E quem pode imaginar que, forçados a escolher entre partidos que não nos agraciam, entre legendas e m que ao lado ele um ou outro no me conhecido e probo há tantos aventure iros e arrivi stas ev identes, o voto que atirarmos às urnas será rea lmente a expressão ele nossos anseios e ele nossos idea is? Haverá algo ele mais monstruoso cio que a firmar que estas ele ições exprimi rão as verdadeiras tendências ela opini ão bras ile ira?

Üuse entrega o país à narcoguerrilha, e ele mergulhará num caos sem precedentes, ou se resiste corajosamente para restabelecer a ordem e obter, por fim, a grandeza cristã almejada por sua população n

115 prefeitos, 20 mil funcio nári os cio Judici ári o e 4 mil vereadores receberam em junho último, cl·1 direção elas FARC (Fo rças Armada.- Revo lu c io ná ri as d a Colômbia) , a in o lente intimação de renunc iar a eus cargos. Para apreciar o que isto signifi ca, é preciso lemb rar que o país te m um a popul ação ele 42 milhões ele habitante , enqu anto o Brasil conta co m 170 milhõe . . As im , basta multiplicar aque les números I or q uatro para se ter uma idé ia ele como seria esse fe nômeno se aco ntece,, e aq ui. Ca o a lg um cios ameaçados resista a essa impo ição, poderá ser seqüestrado ou morto, como j á ocorreu com inúmeras pe soas. Qual o ho rre ndo crime prati cado por e les ? Ne nhum. A razão é outra: as FA R almej am contar com o campo cles impecl ido para rea li zar s uas nefastas ativiclaclc,. Para ag ir, querem liberclacle irre trita e impunidade total.

A hora é de l'elle,YãO Isto não quer dizer que consideremos nosso povo isento ele qualquer culpa pelo que se passa. Um tal carnaval não se faz com nosso aplauso. Mas e le não se está faze ndo sem nosso consentimento, ou pelo menos nossa tolerância. O Brasil ele 50 ou 70 anos atrás não teria suportado isto. Nós suportamos. E nossa tolerância cheia ele suspiros estéreis e ele protestos indolentes, constitui em si mesma um grave pecado. Com efeito, os homens decente teriam ambiente para res istir me lhor e para ganhar a partida para nós, se os apoiássemos com vigor. M as onde está o nosso vigor? Contud o, ainda é te mpo. Qualquer que seja o resultado destas e le ições, haverá depo is oportunidade para que as tendênci as sãs ela opinião se organi zem e prevaleçam nas urnas quando ela próxima luta e m torno ela presidência ela República. A hora é ele refl exão. É preciso que os homens responsáveis se articulem e entrem em ação. Se ass im não fi zere m, se não expiarem por me io ele uma ação corajosa e desinteressada os erros e as to lerânc ias criminosas cio presente, onde iremos parar?

A ex/Jiação necessária Falamos ela ex piação, fa lamos ele um Brasi I ho nesto e autê ntico, que não se confor ma com nada disto, não quer continuar com nada disto e quer continuar a ser honesta mente brasile iro e cri stão. Este Brasi I talvez não fa le nas urnas, mas e le se manifestará todo inteiro na ati tude varonil e austera ele um punhado ele filhos ele escol. No me io ele todo esse carnaval político, um grupo ele irmãos nos-

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CATOLICISMO

Lu1 s Gu1LLERMO ARROYAVE

sos na Fé, a iiás sem o meno r ou mais lo ngínquo pe nsamento po lítico, se prepara para faze r algo ele realmente di gno e grave. Os paroquianos ele Achiropita fa rão no dia 15 ele novembro, às 16 horas, uma proc issão ex pi atória impressio nante, para ped ir perdão a Deus pelos pecados privados e públ icos que hoje se co metem. Essa procissão carregará catorze grandes cru_zes, representando as cato rze estações ela Vi a Sacra, e partirá da Matri z de Achiropita em demanda cio Santuário ele Nossa Senhora de Fátima, onde se di sso lverá. Eu gostari a de ver todo o povo de São Paulo nesta grande procissão. Seri a o modo ele proclamarmos, diante ele Deus e dos home ns, que detestamos nossa mo leza, nossa inconseqüênc ia, os desmandos ele nossa vicia privada e pública, e ele tudo isto desejamos seri amente emendar-nos.

lllterminávcl ll'ajetória ele crimes e agr essões E o que são as FARC? U111 grupo guerrilhe iro, funda lo n s anos 60, de índole declaradam nt omunista, com longa e maca bra hi stó ri a de crimes e agressões contraap I ul açã civ il desarmadaecont:ra os militar s. ontam em suas fil eiras

Na parte superior: fachada da igreja de Nossa Senhora da Achiropita Acima : procissão na década de 40 em São Paulo, época de grandiosas manifestações religiosas

Ex piação, exp iação, é bem disto que precisa o mund o co nte mpo râ neo. Há quem reze, há quem trabalhe, mas tudo isto será muito pouco, se também não houver que m ex pie, e expie muito ! •

alguns milhares de aderentes em arm as, recrutados em muitos casos de fo rma torpe, med iante ameaças às respectivas familias. Durante a última década, foi se envolvendo com o cultivo, elaboração e tráfico internacional ele drogas, sendo hoje provave lmente o g rupo que control a a maior parte deles; contam, entre seus amigos, Ficlel Castro e alguns líderes em evidência da extrema esquerda brasile ira; praticam intensa mente a lucrativa " indústria" cio seqüestro, a qual atinge anualmente vários milhares de colombianos. Essa narcog ue rrilh a quer impo r à Co lômbi a - pela intimidação psico lóg ica e também pe los massacres, j á que pelas urnas o povo a escorraçaria - um programa igualitári o, coletivi sta, tirâ ni co e ateu. Sintomaticamente, tal ameaça a milhares de cidadãos honestos não despe rto u as costumeiras reações iradas dos organi smos que di zem defender os dire itos humanos no mundo inte iro - vários dos quais defendem os g ue rrilh e iros como supostas vítimas do Exército - , como se a vida cios ca mponeses va lesse me nos que a dos terrori stas com uni stas.

Exigê11eias inclignantes e inaceitá veis E m fins de junho passado, os narcoguerri lhe iros das FARC decidiram começar uma nova etapa e m sua política ele demoli ção cio Estado na Colômbi a. Em Santa Fé de Bogotá, numa reuni ão e m Sumapaz, altiplano próx imo da capital, o líde r gue rrilh eiro Mono Joj oy, junto com outros e lemento ela direção cio gru po, puseram em vigor o Ponto 4 ele um programa de IO medidas ele domíni o ela Colômbia. E então ex ig iram a renúnci a de prefeitos, vereadores e funcionários da Ju stiça, para assim tornar dócil e flexível Governadores e prefeitos avaliam situação do país

A posse de Álvaro Uribe realizar-se -á no dia 7 de agosto

a seus interesses a maior parte dos muni cípios cio país. Os três pontos anteri ores havi am sido: l) ataqu es contra bases militares e postos da polícia; 2) ataques contra as obras públicas, como o leodutos, represas, pontes etc. 3) a " le i 002", que co nsisti a num imposto - quer di zer, uma extorsão, sob ameaça de morte - co ntra aq ueles que, segundo as FARC, tenham um patrimônio maior que L milh ão de dó lares . Os três pontos já estão sendo aplicados pela guerrilh a desde j ane iro deste ano, quando aca baram as conversações de paz e terminou o período de três anos durante o qual o Governo cedeu-lhe incrive lmente uma área de 42 mil quilômetros quadrados, retirando desta todas as autoridades leg ítimas. Ta l e ntrega permitiu que os guerri lhe iros utili zassem esse território como "santuário" para esco nder seqüestrados, AGOSTO 2002 -


Fac-símile da revista "Cambio"

EI ase.sluto de otro alcaide la semana pasada y la amenaza de mue.rte a medlo centen., r ~ • forwian parte de una naeva y ......... ..trategla de la guen111a. j

governo. Mas quem isso de le esperava, aguardou em vão: o Preside nte mostrou-se indeciso e débil. Ofe receu, de fa to, uma peque na proteção aos servidores estatais ameaçados, mas de efi cácia bem du vidosa: ofertou-lhes rádios, coletes antibalas e autori zação para cada prefeito portar uma arma de defesa pessoal, o que criou desconfiança e insegurança nos prefeitos. Assim , a opini ão pública julgou que o governo não esteve à altura do perigo. Corno conseqüência, Andrés Pastrana será lembrado como um cios mais fracos e e ntreguistas preside ntes que a Colômbi a já teve.

O povo reage e ocultar carros roubados, faze r tre inamento com te rrori stas do IRA e do ETA, ser lá adestrada e m táti cas de vári as naturezas po r assessores c uba nos , tudo se passando co m a tole rânc ia das auto ri dades . Estas, pe lo compro mi sso ass umi do, não podi am invadir o te rritóri o presenteado à subversão e ao crime, a pesar do malestar e indi gnação geral causados na opi ni ão públi ca colo mbi ana.

E'rl'O trágico e lame11tável 1'ei11ciclência Depois da suspensão das conversações em janeiro último - dado que as FARC continuavam matando e assa ltando - o preside nte Andrés Pastrana, nu 111 ambiente de hostilidade popul ar à sua po lítica, surpreendente me nte se dec laro u traído em sua "boa:f"é" pela gue rrilha. E le prec isou de três anos para descobrir o que todos os colombia nos, salvo os doenti amente ingênuos, já sabi am desde o começo ! Co m essa co nfi ssão públi ca de incompetê nc ia, Pastran a talvez esperasse alcançar, qu ando de ixa r o cargo a 7 de agosto próx im o, certa indul gê nc ia da opini ão publica po r esses três anos trág icos ele sofrime nto popul ar e fo rta lecimento da guerrilha, fruto de s uas dec isões desastradas. Nestas semanas fin ais ele sua gestão, o preside nte colombiano podi a atenuar a má impressão que sua política deixou nos colombi anos. A ameaça ele seqüestro e morte, que pesa sobre tanta gente de expressão, exigia energia e rapidez de dec isão do

IIIIIIIE

CATOLICISMO

dá o troco nas elei ções ... E ntretanto, se tantos dirigentes mostrara m-se dé be is, o povo reve lou-se e né rg ico. E m maio passado, os co lo mbi anos ma nifes ta ram pelo voto sua inconfo rmi dade com a po líti ca de paz do gove rno e elegeram para pres ide nte Á lva ro Uribe Yé lez, c ujo programa, e ntre outros pontos, conté m a pro messa de a ume ntar a força mili ta r do Estado e acabar com a corrupção na po lítica e a impunidade da gue rrilha. Fo i uma proposta cl aramente contrári a ao capitulac io ni smo suic ida dos anos passados . Os co mpro mi ssos de sanear o Estado e re primir com firmeza o terrori smo levaram Álvaro Uribe à v itó ri a co nsagrad ora, a ind a no prim e iro turno.

As espe ranças dos co lo mbi anos estão agora postas no que virá a pós o dia 7 de agosto, di a da posse do novo governo. A táti ca intimidató ri a do Po nto 4 das FARC obte rá res ultados na nova admi ni stração? O futu ro dirá. Já obteve al guns res ultados de letéri os , po is nume rosos prefeitos re nunc iaram a seus postos . No e ntanto muitos outros continu am nos cargos , a inda q ue te me rosos e indec isos. Al g un s go ve rn a d or es recl a ma m , como solução para o impasse, a reto mada do di á logo de paz, que tanta desgraça j á trou xe ao país, e que é evidente me nte uma das metas do j á c itado Ponto 4 . Ao lado dessas vozes ofi ciais, há um coro de vozes de fora do governo propo ndo o mes mo. Segundo tais vozes, seri a a úni ca saída razoável para o novo governo, que no e nta nto fo i e leito exatame nte porque pro mete u apli car a política contrári a: e nerg ia com a gue rrilh a e re pressão legal, mas firme, sem ilusões nem ro manti s mos.

...mas a Co11/'erê11eia Episcopal parece nada compreendei' Urna dessas vozes re presenta tivas no país, certame nte a ma io r de las, respe itáve l a ta ntos títul os , é a da Confe rê nc ia Epi scopa l Co lombi a na. E ela teri a razões muito especiais para agir em sintoni a com o firm e sentime nto po pul ar - maj oritári o e e loqüe nte - no sentido de resta be lecer a o rde m, po is não só prefe itos e func io ná ri os do Estado

Mono Joioy : artífice da ameaça aos prefeitos

Enterro de D. Isaías Cancino, Arcebispo de Cali, assassinado pela guerrilha

O coração da Colômbia r eage enel'gicame11tc Nestes dias que a ntecede m a posse cio novo governo, do coração ela Colômbi a - isto é, ele seus mai s di stantes e pobres povoados, a lgun s de les indígenas - veio no e nta nto a proposta de um ca minho dife re nte: seus habita ntes estão protegendo os prefeitos, inc itando-os a não renunc iar, ajucla nclo-os, com ri sco da pró pri a vida, a fi car e m seus postos, para qu e continue m fi é is ao dever, agora he róico. A voz profund a cios sertões co lo mbianos pode ass im ser resumida: "Não vamorre m o u so írem ameaças de morte na Colô mbi a . Seg undo um documento do Secretari aclo Naciona l de Pastora l Soc ial, ó rgão do • piscopado, desde outubro de 1989 até julho de 2002 a [grej a teve um Arcebi spo e um Bis po assass in ados (Mon s. fsa ías Du arte, de Cali , e Mo ns. Jesús Emili o Jarami ll o, de Arauca); três Bi spos seqüestrados; 42 sacerdotes sec ulares mortos ; a lé m ele do is re li g iosos e do is mi ss io nári os ta mbé m assass in ados. Oito Bi spos , três relig iosos e 12 sacerdotes fo ra m vítimas de ameaças; oito sacerdotes e um mi ss ionári o, seqüestrados; sete sacerdotes reridos, e m situações di ve rsas . Dia nte des t quadro trág ico, a reação da Confe rê nc ia Episcopa l não fo i a esperada pe la ma ioria cató li ca ela popul ação. Impo rt antes Bispos pro pu seram a continuação do d iá logo co m a guerrilha, rejeitado há pouco pelo e le itorado . Sem conde nar ·!aram nle os sacrílegos c ri mes, o ór>ão pi scopal preferiu oferecer, para perpl ex idade de mu itos fi é is, seus mortos co mo vítimas no a ltar do di álogo e da negoc iação: "N6s acompanharemos

rê nc ia Epi scopal até julho últim o, observo u, no mesmo sentido: "Compreende-

mos que, com dor, riscos e perigos, somos sobretudo portadores do evangelho da paz, da vida e da esperança. É o caminho <lo diálogo, <la negociação, do respeito do Direito Internacional Humanitário, o único caminho que julgamos realista e adequado para a situação em que vivemos". Co mo princ ipais respo nsá ve is pe la difusão cio E vange lho, deveriam os B ispos lembrar também que Nosso Senhor expul sou a chi cote os vendilhões cio Te mplo e mando u arrancar o membro gangrenado. O di álogo a qualque r preço, diante de um inimi go an tic ri stão, in so le nte e malévolo, só pode levar o pa ís à ruína.

mos cair sem honra. Mas também não queremos cair com honra. O que queremos é outra coisa: lutar com energia e vencer. Nada de entrega". É a resposta c lara do bo m senso po pul ar e camponês ao desafi o in sole nte da guerrilha. Só a res istê nc ia trará a vitóri a, e e la é a úni ca sa ída se nsata e patri ótica. Essa proc lamação das vontades decididas elas popul ações indígenas ecoa hoje poderosa, como brado ele advertê ncia, nas multid ões das g randes c idades do país: Bogotá, M ecle ll in , Ca l i, Ba rranqui lia, Cartage na. Anima-as a seguir o ca minho da prudê nc ia, sim , mas també m o da corage m. E só nessa marcha a Colômbi a so luc io nará seus pro ble mas e colocará as cond ições para um futuro ele autê ntica paz e gra ndeza c ri stã. •

o povo, os ,wss·os dirigentes, e mesmo a pr6pria in.w rgência, porque todos somos filhos de Deus. Qualquer que seja a metodologia de diálogo proposta, ali vamos estar", a firm o u mo ns. Héc tor Guti é rrez Pabó n, Bispo ele C hiquinquirá e po rta- voz ela onf'erê nc ia Epi scopa l. Por s ua parte, Mons. Alberto G iraldo Ja ra mill o, que fo i pres ide nte da Confe-

AGOSTO 2002 -


+ Itá li a , 1307 . Carme lita, a efi các ia de sua pregação e o poder dos mil agres obtiveram inúmeras conversões, es pec ialmente entre os judeus. Provinc ial de Mess ina.

8 São Domingos de Gusmão, Conl'esso1:

1 Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja (Vide p. 36)

2 São Pedro Julião Eyrnard , Confessor. (Vid e Catolicismo, Agos to/ 1997) Primeira Sexta-feira do mês.

3 São Dalmáeio, Confessor: + Constantinopla, séc. V. "Era monge havia 48 anos quando, em 431, saiu pela primeira vez de sua clausura, acompanhado de sua comunidade, para intervir no Concílio de Éfeso em.favor dos Bispos fiéis, privados de sua liberdade pelos lh e reges ] nestorianos" (do Ca lendário Ro mano-M onásti co) Primeiro Sábado do mês.

4 São João Maria Vianney, Cura d'Al's, Confessor, Patrono dos Párocos. + Ars, 1859. Sua fa ma de pregador e confesso r atraía gente de todas as partes da F rança. São Pi o X nomeou-o padroe iro de todos os párocos e pastores de alm as.

5 ossa Senhora das eves.

6 Transliguração de osso Senhor Jesus Cristo.

7 Santo Alberto de Trápani, Confessor.

10

15

Santo l lugo de Montagu, Confessor:

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ASSU ÇÃO D!!: OSSA Sl•:NIIORA

São Bernardo. Doutor da Igreja. (Vide Catolicismo, dezembro/ 1990)

+ França, l 135. M o nge de Cluny, foi eleito Abade de São Germano de Au xerre, e depois Bispo dessa cidade. Notáve l por seu zelo e fé, favoreceu a nascente Ordem de Ci ster.

+ Bo lo nha, 122 J. Cônego de

11

Osma, na Espanha, oriundo de nobre família . Ao dirigir-se em pe reg rinação a Ro ma viu o estrago que a heresia albigense fazia no sul da França. Aí fi cou para pregar e defender a verdade, fund ando a Orde m dos Pregadores . A e le Nossa Se nhora revelou a oração do Santo Rosário.

Santo Alexandre, o Carvoeiro, Bispo e Mártir: + séc. III. Vagando a Sé de

ffi 14 Santos Auxiliares Esses Santos são ass im de nominados pe la eficác ia de sua intercessão nos seguintes casos: São Jorge (contra as doenças da pele); São Brás (garganta); Santo Eras mo (intestinos); São Pantaleão (fraqueza); São Vito (coré ia ou dança de São Vito) ; São C ri stóvão (furacões , pestes, vi agens); São Dinis (possessões di abóli cas); São C iríaco (o lh os e possessões); Santo Acác io (doe nças na cabeça); Sa nto E ustáqui o (preservação do fogo e te rn o); Sa nto Eg ídio (pânico, loucura, medos notLu-nos); Santa Margarida (rin s e gravidez); Santa B{u·bara (raio e morte repentina) e Santa Catarina de Alexandria (estudantes, oradores, advogados).

9 Santo Osvaldo de Nortúmbria, Confesso,~ + In g laterra, 642. Fu g ind o para a Escócia quando seu pai fo i derrotado.e morto, converteu-se ao C ri stiani smo. Com ajuda celeste, derrotou os reis da Mé rcia e de Gales, reconqui stando o reino da No rtúmbri a, do qual fo i rei.

Comona, na Ásia Menor, alguém, por zombari a, sugeriu o carvoeiro local. São Gregório, o Taumaturgo, levou contudo a co isa a sério, po is percebeu sob aparências humil des uma grande alma. Alexandre era fil ósofo e exercia aquela função por humildade.

12 Sa nta llilária e Companheiras, Mártires. + Al emanha, séc. III. M ãe de Santa Afra, depois do martíri o da filh a fo i apanhada por pagãos quando rezava em sua sepultu ra. Estes atearam fogo às suas vestes, morrendo e la pela fé de Cri to com três cri adas: Di gna, E uprébi a e E unôni a.

13 São Cassiano, Márt ir. + Itáli a, séc. III. Mestre-escola muito co nsc ie nc ioso no c umprim e nto do dever, por sua fé em C ri sto foi condenado à morte. Seu juiz deu plena liberdade a seus alunos pagãos para faze rem com e le o que quisessem, até levá- lo à morte.

16 Santo Alsácio. Confesso,: + Á ia Menor, 358. Persa, servindo no exército romano, fo i apri sio nado por ódio à fé, mas depo is solto. To rn ou-se e ntão ere mita numa torre na Nicomédi a, o nde se fez conhecido pela fa ma de seus mil agres e pe lo dom da profecia.

17 Santa Clara ele Montefa lco, Virgem.

+ Itá li a, 1308. Entro u aos sete ano de idade para o conve nto da Santa ru z, onde era superi o ra , ua irmã, e logo demonstro u tanl o fervor qu anto as me lh o r s nov iças. De elevadíss imo rau de reco lhi mento, fo i agra ·iada por inúmera s a pa ri ções de Nosso Senhor e da Vir cm Sa ntíss ima. Fa lecendo sua irm ã, fo i e le ita po r un animi dade para substituí-la ai sua morte aos 33 a nos de id ad '.

IH Santos Florfür!'io e Lauro. M:írtircs. + Ásia Menor, séc. ll. Irmãos, talhadores d · pedra, q uando termin ara m d ' edific ar um templo pagão, fo ram convertidos junl a m ·111 ' com os proprie tári os daqu lc, Prócul o e Máx imo, q11 ' os precederam no marl fr io.

IH Sao ,looo l•:ll(tcs. Co11f<'sso1:

ffi

Santo Eusébio, Confesso1~

Santo 1•:11c•q11lcl Moreno Dias, Bispo <' Confessor. + Espanh a, 190(1. Missionário

+ Roma, séc. IV. Por sua fidelidade à ortodox ia cató lica, foi preso pe lo herético Imperador Constâncio num quarto de sua própria casa, onde, sete meses depo is, rendeu seu espíri to.

agos tiniano, pussou 15 a nos evange li z.ando us Fil ipinas e depo is a oi( mh ia, onde fo i e levado a Vi ,, ri o Apostóli co de Casa nar ' · d ·pois a B ispo ele Pasto.

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do da população galo-romana junto aosji·ancos; presidiu importantes concílios provinciais" (do Marti rológ io Romano M o nástico).

ffi São Samuel, Profeta do Antigo Testamento. ( Vici e Cato licismo, junh o/ 2001)

21 São Pio X, Papa e Confesso,: (Vide Catolicismo, agos to/ 1993)

22 Nossa Senhora Ra inha (antigamente: Imaculado Coração ele Maria) .

23 Santa Rosa de Lima , Padroeira da América Latina. + 16 17. A s ci nco anos fez voto ele virg ind ade, vivendo entre extraordinárias penitênci as e mortificações, persegui ções di abó li cas e co muni cações di vinas . Tinha freq üentes co lóqui os com a Mãe ele Deus e com seu Anj o da G uarda, e fo i a prime ira a ser e levada à ho nra d os a lta res no N ovo Continente.

24 São Bartolomeu, Apóstolo.

25 São Luís, Rei de F1·ança, Confessor.

27 Nossa Senhora dos Prazeres.

28 Sai1to Agostinho, Bispo, Confessor e Doutor ela Igreja. + Hipon a, 4 30 . D e le di sse Leão XIII: "É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e divinas, combateu todos os erros de seu tempo". Morreu quando os vândalos punham cerco à cidade ele Hipona, no norte da África.

29 Degolação ele São João Balista. + Século I, Pa lestina. A santa intran sigênc ia cio Prec ursor, e m condenar a vicia pecami nosa ele Herodes, fez com que este o mandasse degolar, cedendo às maquinações de sua co nc ubina.

30 Santa Margarida Ward, Mártir: + Ing laterra, 1588. Da nobreza britâni ca, fo i presa por ter ajudado a fu ga do Pe. Ri cardo Watson. Tendo se recusado a de nun c iar o esco nde rij o cio Sacerdote, fo i enforcada e esquartej ada em Tyburn.

+ Tunísia, 1270. Fo i mode lo

31

de estadi sta e le ad mini strador cri stão. Empreendeu du as Cru zadas, morrendo na segun da, atacado pe la peste. Devotíss imo ela Pa ixão, fez construir a fa mosa Sa inte Chapelle, em Pari s, reli cário ele pedra e vitra is, para abri gar a coroa ele espinhos cio Salvador.

São Paulino de Tréveris, Bispo e Confesso,:

+ Tré veris, 358. Defensor ela

26

fé no Co nc íli o el e Nicé ia e g ra nde partidá ri o de Sa nto Atanásio, foi por isso ex il ado pelo Imperador ariano Cons• tâ nc io para a Ás ia M e no r, o nde mo rre u entre não católi cos, vítima ele sofrim entos e fadigas.

São Cesáreo de Arles, Bispo e Confessor. + F ra nça, 543. "Monge de Lérins, eleito mais tarde Bispo de Arles, f ez-se o ad voga-

Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

Nota:

Intenções para a Santa Missa de agosto Se rá ce le bra d a pe lo Rev m o. Pad re Dav i Fra nc isquini , na seg uinte i~te nção: • Pe d ind o a São José, pa i a d oti vo d o Men in o J es us , qu e prote ja todos os pais de famí lia bras il e iros, a fim d e qu e possam co ntinua r send o o este io de suas famíli as e e duqu em se us filh os na a utê ntica do utrin a cató lica, na virtude e no a mo r a De us.

Intenções para a San ta Missa de setembro • Pa ra que nosso País pe rm a neça se m p re na s vias da C iviliza ção Cristã e cum p ra a missão hi stó ri ca que lh e fo i reserva da pe la Divina Providê ncia . • Para que Nossa Se nh ora Aparecida não pe rmita que inimi gos da Sa nta Ig re ja Católi ca pro mulgue m le is iníqu as a fa vo r d o a bo rto, ne m d o "casa me nto" ho mossexua l, que vio la gra ve mente a Le i d e De us e a Le i Na tural e m nossa Pátria, e que brada aos Cé us po r vin gan ça .


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Movime to

II Bienal do Livro

Fatimista

Campos-RJ

E ncontro Regional, organizado pela TFP, ressalta expansão fatimista no Brasil e no mundo

A TFP já havia participado com êxito da I Bienal do livro na cidade. Agora a entidade novamente apresentou uma exposição de suas numerosas publicações

■ Ü SCAR YIDAL

11 ALEXANDRE N ASCIMENTO

,

VESTIBULARES DA UENF, UERJ F. l'l\1 INSCRFVFJ\1 ATÉ A l'RÓXl~IA SEXTA-FEIRA w\c ,1~.11m

O núcleo da TFP e m Campos dos Goytacazes (RJ) esteve presente na 11 Bie nal do Livro, realizada no pe ríodo de6a 16dejunhoúltimo. Foram IO dias de exposição, em que a TFP manteve contato direto com o público em animadas conversas, ou esclarecendo dúvidas levantadas por professores, seminaristas, empresários, estudantes universitários e secundários etc. Essa prestigiosa Bienal recebe u a visita de aproximadame nte 250 mil jovens, somente estudantes. Também esteve em nosso estande o prefeito de Campos, Dr. Arnaldo França Yianna, Devido ao sucesso obtido pela TFP na]] Bienal, o jornal "O Diário" (l 87-02) - que circula e m todo o norte e noroeste fluminense, assim iniciou sua matéria, na qual ressalta o grande interesse do público em re lação à nossa entidade: "A li Bienal do Livro de

Campos rendeu bons frutos para a cultura.Jovens e adultos saíram com bolsas e sacolas repie/as de livros divers(ficados. Entre eles, os mais procurados estavam os da Tradição, Família e Propriedade (TFP)". "A TFP aqui? Que bom. vê-los nesta exposição, pois gostaria de receber material de vocês" - afirmou um visitante. Outro comp letou: "O

Brasil deve muito à TFP, pois se ela não existisse o Brasil teria caído nas garras do comunismo ".

1 ~ CATO LICI SMO

O DIARIO ODIÁRIO

O

Encontro Regional de Correspondentes e Simpa tizcm.tes da TFP, realizado em 29 de junho último. Fale com a gente

O maior movimento fatimista cio mundo, promovido pela TFP e e ntidades co-irmãs, foi o tema da primeira conferê ncia,

(22) 2723-2344 wn ~

4 • CADERNO DOIS

plenário da Câmara Municipal de Olímpia-SP (fotos abaixo)ficou lotado com os 180 participantes do XXXI

con.bf

T.ltlfl, 18 de jooho dt 2002

Acima : Foto do estende da TFP publicada em "O Diário"

E assim congratularam-se com . nossa associação centenas de pessoas, entre amigos, simpatizantes e curiosos, que a nimaram o estande Tradição, Família e Propriedade, ao longo das 130 horas da ex posição de obras da entidade . Todos saíam levando um livro, ou um exemplar da revi sta Catolicismo , ou, ao menos, alguma das publicações ou folhetos dis-

tribuídos pela TFP, como os boletins

Informativo Rural, Informativo Operário , Post Modernidade , além de manifestos sobre diversos temas e artigos refe rente s à M e nsa ge m d e Fátima. • Nas três fotos à direita : flagrantes de visitas do público ao estende

AGOSTO 2002 -


www.tfp.org.br

proferida pelo Sr. Diogo Waki. Deu ele especial realce à comemoração da primeira década de atividades de Lu.ci sull 'Est, da Itáli a, e à ação de uma caravana que percorreu países da ex-Cortina de Ferro, divulgando a M ensagem de Fátima.

"O ben1/ico e profícuo trabalho rnereceu. menção especial no 'Osservatore Romano ' do dia de de zembro de 2001: 'Uma imagem disse o orador -

r

de Nossa Senhora de Fátima.foi levada em. pereg rinação na reg ião da Sibéria Oriental com a decisiva colaboração da associação Luci sull 'Est'. A imagem da Virgem de Fátima foi também levada a muitíssimas cidades italianas, além de outras na Croácia, Bósnia e Erzegovina, Romênia, Ucrânia, Lituânia, Letônia, Estônia, Eslováquia, República Tcheca e Bielorussia ".

Após o Co.ffee Break, houve a apresentação da peça teatral "O ce leste pintor" (Cfr. Catolicismo, julho/2002, p. 46). Tal aprese ntação foi precedida por outra conferênci a, esta pronunciada pelo coordenador nacional da Campanha Vin-

de Nossa Senhora de Fátima, Não tardeis!, Sr. Marcos Garcia, que ressaltou, entre as infinitas perfeições de Deus, a justiça. O conferencista narrou como ao longo da História Deus exerceu inúmeras vezes sua justiça punitiva, fundamento teológico dos castigos prometidos por N ossa Senhora em 1917. Muitos dos participantes insi tiram na necess idade de promover novos eventos como este na cidade, e um dos vereadores presente à sessão tomou a palavra para agradece r de público a iniciativa da TFP. •

Em São Caetano do Sul-SP (foto l ), realizou-se programa semelhante ao desenvolvido em Olímpia (fotos da página anterior), como também em Jaú (foto 2) e Amparo (foto 3) .

CATOLICISMO

Stop Blasphemy! N os Estados Unidos, prossegue campanha da TFP contra a blasfêmia ■ TH OMAS

J.

M c K ENNA

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Los Angeles - Os estúd ios ABC/ Disn •y co ntinuam a produzir e divu l ra r na telev i são programas co nsid ra los altamente bl asfematórios, ai m de ofe nsivos aos católi os . A campan ha America Needs Fatima (A A111éri ca precisa de Fáti111a) , 1111 rcendida pela TFP am ri cana , pro111ove u em junh o um a pa ss ' ala ele protesto diante do s sl údios ABC em Burbank, Ca lif' rnia , a propós ito do talk show d' Bill Maher denom inado Politico 111 c'11/ e In correto , que divulg u hlasl' mias durante o mês de mar ·o (ill imo. AI m du passeata, que contou com 111ai s d · _()() aderentes, foram envi ados 111ilharcs ele e-mails de proteslo. f(lfk slww de B ill Maher fo i ca n · ' Indo du rante a atual estação, mas os tliri •entes da TFP consideram isso um a vi tória ape nas parcial, poi s ·I • s 'rá substituído por um Iro >ru ,1111 hum o ríst i co de Jimmy I i,nrn ·I, ·onhecido por ter tamb 111 i nsull ud o Nosso Sen hor Jesus ri slo · 11 1 1 reja Católica nessa emi ssoni . A fnl'in1t1 ·ohcrtura ela míd ia a e sa i111por1un1 • manifestaçã o, c mparada uo ·s1urdalhaço mo ntado pe la 111 'S lllil ' 111 torno ele um min guado prol ·s10 liantc ela catedral ele Bos1011 u propós ito de escâ nd alos loca is, r -rorça no es píri to cios diri gentes da TFI a suspeita ele que uma campa nh a or ani zada está em cu rso para dcs 1 r sti giar e ri di cularizar a Santa lgr ja . A p pul ação cató li ca loca l apl au l iu e se ntiu -se encorajada ao ver um a reação de ta l magnitude contra órgãos do mac ro-cap itali smo publi citári o. •

Cenas do protesto diante dos estúdios ABC/ Disney

AGOSTO 2002 -


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~y,IEN

\_·~s ~vi torificação da Justiça Divina CoRRÊA • C\

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o vitral à direita (detalhe) da famosa Sainte Chapelle, em Paris, contemplamos o Cristo do Apocalipse, figurando acima a foto de outro vitral da mesma capela. Trazer o gládio na boca é um símbolo do batalhador, do cavaleiro, daquele que luta. É a idéia da batalha. Ou seja, a idéia de que E le vencerá e atirará ao inferno os inimigos impenitentes está presente aí. É uma glorificação da justiça de Deus. Trata-se de uma visão de São João Evangeli sta no Apocalipse [1 ,16 e 19,15]. Portanto, uma cena inspirada. Se procurarmos, nas igrejas que conhecemos, uma imagem q e represente Nosso Senhor com

PLINIO

DE OLIVEIRA

o gládio na boca, creio que não encontraremos. Acho até que muitos fiéis não seriam capazes de rezar diante dessa imagem. Mas se nós possuíssemos uma imagem desta, eu arranjaria um local para colocá-la numa sede da TFP. Nós adoramos todas as manifestações da divina mansidão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas no Divino Redentor não reside apenas a mansidão, há também a força . A força gladífera, que traz o gládio, aj ustiça e a santa cólera. E como nosso Salvador é perfeito, adoramos também isso n'Ele. E não O adoramos menos do que na sua mansidão divina.

Encontramos, então, n 'S tu r ·pr 'Nl'1I tação, o que imag ino paru a i 1 L1111 11 i/ 1\ 1 ja no futuro, quando a ivi Ii:r,uçt1 o ( 'ri s tã for restaurada: um a ima 1 ' 111 dt1s t1 1 gênero ou um ime n o v it ro l, 11pr 'Sl' II tando assim o Homem - D ' US. li · posto à devoção dos fi é is , para s ·r ohj ·to <k oração e de ped idos . Pedir o q uê? O L mor II Ek- , i111pl111·1111 do-Lhe o temor cio inf ·rno, p11r11 o q11 li Ele ace na nessa r'pr 's ' 11(11~1 o. Pt•dli 11 horror ao I aclo, p •lo 11wdo d,,~ 1t1•11 1 do inferno. Éo prim iro1usso p11n1d ·poi1-11,• 111111 inteiram nte a D ·11s.

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sóc ios e cooperadores da TFP em 12 de abril de 1989. Sem rovl

o do

utor.



,

UMARI ·

11 PuN10 C oRRÊA DE OuvE1RA

Setembro de 2002

1822-2002

2

ExomTos

180 anos da Independência

4

CAR'l'A no Dmi-:·1·oi~

5

PÁGINA MARIANA

Após haver rezado em Aparecida, D. Pedro T proclama na olina do lpiranga a Independência do Brasil. - Queira a Virgem Santíssima fazer do generoso País, que então se alçava à condição de nação soberana, a potência cristã de projeção mundial que é chamado a ser, segundo a manifesta vocação histórica de nosso povo (31-10- 1990).

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LEtTlJRA EsP11m'LJAI,

8

CORlfüSPONDl~:NCIA

-CATOLICISMO

Nº 621

Nossa Senhora, l a Borradora O Credo - Sétimo artigo

10

A

PALAVIM DO SA<.:EROO'l'I<:

12

A

Rt-:Al,IDADI~ CON(;ISAMEN'l'E

14

INTERNACIONAi,

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E<.:os o..: FÁTIMA

18

NA<.:IONAL

20

Pcm

21

ENT1mv1sTA

24

CAPA

36

VmAs DE SAN'l'OS

39

CAMPANIIA -

42

R1,:G1s'l'1w I11sT(m1co

45

fNl•'ORMA'l'IVO RURAi,

46

SANTOS E li'i-:s·1'As oo M,~:s

48

TFPs EM AçAo

52

AMBIENTES, CosTllMl•:s, C1v11.1zAçõ1,:s

Qrn,:

5 Página Mariana

Ataque terrorista de 11 de setembro

II Programa Nacional de Direitos Humanos NossA SENIIOIM C110RA?

LOC invade terras em Minas Gerais

Lei civil não pode opor-se à Lei divina Santos e m ártires da Coréia

TFP

14 Internacional

Rejeição ao Plano Diretor de SP Um discurso memorável

Deformações em imagens de Santos e Anjos

Nossa capa : Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo

39 Campanha

Fotos: Luis Gu ill crmo Arroy,1vc

SETEMBRO 2002 -


Nuestra Sefiora, la Borradora Caro leitor,

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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:

Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n° 23228 Redação:

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Prol Editora Gráfi ca E-mail: epbp@ uol. com.br Home Page: http://www.catolicismo.com.br ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o mês de SETEMBRO de 2002:

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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES LTOA .

Pessoas que observam com ac uidade a cri . e genera li zada re inante na civ ili zação contempo rânea, às vezes podem exclamar: "Tudo eslá de cabeça para baixo". Essa expressão popular revela a inco nformidade e mesmo a indi gnação com a decadência do mundo ele hoje. O novo Código C ivil brasileiro, que entrará e m vigor no mês de janeiro próxi mo, reflete o estado de uma soc iedade que se afasta cada vez mai . ela Lei ele Deus, e que por isso acaba cri a ndo para si mesma um a leg islação que I nla justifi car suas práticas imorais. A me ntalidade re lativi sta e laica cios leg islado res se manil'csla indiferen te a tal decadência. O resultado concreto di sso é que o pecado o 1-ro, outrora evitados e combatidos, acabam tornando-se padrão "moral" e lega l. Pior ainda: os autênticos valores religiosos e mora is passam a ser objelo ele irri são e al6 ele persegui ção. Basta le mbrar que, não há muito tempo, alilucles r speiladoras ela verd adeira moral eram cons ideradas normai s. Hoje, por6m , famí lias bem constituídas e com prole numerosa são vistas como excêntri cas e m processo de extinção. "Coisas do passado", talvez ass im se apresentem na concepção ele autores cio novo Cód igo C ivil. Por outro lado, comportamentos anl s ·ons iderados imorais, hoje em dia estão sendo cada vez ma is protegido · pela le i ' vê m ga nhando foros de c idada ni a. Apresentamos a nossos leitores como malé ria ele capa, na presente ed ição, um a análi se críti ca de algun s di spos itivos do novo ód igo C ivil , comparando-os a matérias análogas contidas no Código ivil anle ri or, ele C lóv is Bevilacqua. Conforme pode-se co mprovar por esse esluclo, a di scordância maior da nova Lei civ il , em relação à Lei divina, à Lei natural e mesmo ao Cód igo de 19 16, manifesta-se espec ia lmente no campo da família e do direito de propriedade. Recomend o aos leitores de Catolicismo uma análi se ate nta dessa importante matéria, para conhecer as conseqüênc ias práticas que advirão a partir da e ntrada e m vigor do novo Cód igo ivi l. s a nova situação, criada pela lei que em breve vai vigorar, parece constituir mai s um indício ela iminênc ia cios grandes casti gos previ stos por Nossa Senhora cm FáLima. Sobretudo tendo em vista que a te ndê ncia moral seguida pe lo novo ódi go não é excl usiva cio Brasil, mas, com estes o u aq ue les mati zes, cobre grande parle do G lobo. Muitos católicos lembrar-se-ão de um antigo cânti co religioso, muito popula r, que dizia: "Queremo. Deu s, não contrad igam a Lei divina, as nossas leis". Infeli zmente, e m nosso País as leis contrad izem cada vez mais a Lei de Deus. Que a Santíssima Virgem nos conceda as graças necessárias para di sce rnir esses novos passos ela revolução soc iali sta em nossos dias , discordar deles cio fund o de nossas almas, e fa zer tudo o que estiver lega lmente a nosso alcance para impedir seus ava nços. A fim de que, tão logo seja possível, o Brasil reen ontre sua . verdadeira ide ntid ade nas sendas benditas da C ivili zação Cri stã, co nforme a maravilhosa promessa ele Nossa Sen hora de Fátima feita ao mundo. Desejo a todos uma boa le itura. Em Jesu. e Mari a,

Paulo

orrêa d ' Bri lo Fil ho D1Rt!'r01{

N ossa Senhora que apaga. Uma bela invocação de nossa boníssima e poderosa advogada. Aquela que apagou a sentença condenatória de um inocente, pode obter de seu Filho, o divino Juiz, por misericórdia, que apague nossos pecados - desde que confessados devidamente e perdoados, é claro. Fotos: Carlos Tadeu

n CEL. CARLos ANroN10 E. HoFME1srER Pou1R1

"

elicidade nesta Terra consiste .em pertencer a Nossa Senhora - que Ela o confirme bem nesta verda-

de": eis um entre inúmeros conselhos que recebi do ino lvidável P rof. Plinio Corrêa ele O li veira. Dr. Plíni o era realmente todo de M ari a Santíss ima, por isso, mes mo nas situações mais graves, mais trágicas pe las quais freq üe nte mente passava, mantinhase sempre animado, alegre e sobra nceiro ao que o preocupava. Certa vez, conversava e u com Dr. Plínio e nquanto e le tomava o café da manhã. Nessas ocas iões tratávamos ele assun tos d iversos, e freqü entemente ele me ex pli cava a lg um po nto doutrin ári o o u po lítico, ad vertia sobre algo, dava algum conse lho ... tudo co m muita serenidade. Começou e ntão a fa lar-me ele sua dependê nc ia e m re lação a Nossa Senhora, ele co mo lhe seri a impossível viver sem têLa como M ãe, sem poder contar com sua mi sericórd ia: "Eu sou filho da misericór-

dia de Nossa Senhora, e tenho certeza, mas certeza absoluta, de que se Ela tirasse os olhos de mim eu me desintegraria completamente" .

Nossa Mãe misericordiosa Ass im , perte ncer a Nossa Se nhora, ser filho da mi sericórdi a de Nossa Senhora, estar posto inte ira mente como filh o dessa exce lsa Mãe passo u a ser um dos âng ul os pe lo qu a l eu mais gostava ele observar Dr. Plini o, ad mirá- lo, e buscava seguir seu exempl o. Estive recentemente e m Qui to (Equador) com co mpanhe iros de nossa queri SETEMBRO 2002 -


da e gloriosa TFP, para venerarmos a mi lag rosa e lindíss ima image m de Nossa Senhora do Bom Sucesso, da qual Catolicismo já tem tratado diversas vezes. Nessa viagem conhecemos também urna outra imagem de Nossa Senhora, cuj a maternal mi sericórdi a ressalta em seus be los traços, corno também e m sua hi stória: chama-se Nuestra Sefí.ora la Borradora, isto é, Nossa Senhora que apaga.

Trata-se de um afresco, ex istente num altar lateral da igreja de São Roque, no centro hi stórico de Quito. Para lá foi trasladado em 1895, para protegê-lo das perseguições religiosas que as correntes liberais e anticlericais moveram contra a Igreja Católica no Equador, durante o século XIX. Ori ginari amente a imagem fora pintada por um hábi I arti sta anô nimo, no século XVI, sobre urna parede da cape la do pres ídio daque la c idade, onde os conde nados à mo rte recebi a m os últimos auxílios espirituais. Pe lo ano de J6 12 ocorreu e m Quito um homi c ídi o, cuj as suspe itas recaíam veeme nte me nte sobre um indi vídu o, o qua l ve io a ser preso, julgado e conde nado à mo rte.

dou a Nossa Se nhora, rezando in siste nte me nte di ante da imagem da Virgem que lá estava pintada: " No di a seguinte, re uniram -se na cape la os executores da sente nça. O notári o, quando fo i ler a sente nça e m voz a lta - segundo prece itu ava a le i - co nstatou, com grande surpresa de todos os presentes, qu e a parte pos itiva da sente nça e as ass in aturas esta va m co mpl e ta me nte a pagadas. Ning ué m co nseg uiu ex pli ca r co mo isso ocorre ra. Poré m, de qu alque r fo rm a, foi necessári o suspender-se a exec ução do ré u até o di a seg uinte, para que os juízes pudesse m re unir-se pe la segunda vez, ra tifi car sua dec isão a nteri or e ass inar nova mente a sentença. "Cumprido esse requi sito e reunidos novamente os age ntes da justiça na mesma cape la para notificar o réu da sentença, voltou esta a aparecer apagada exatamente como na ocasião anterior. Então exclamaram todos que aquilo não poderia ocorrer sem um evidente milagre, que teste munhava em fa vor da inocência do réu. "R ece bera m-se novas provas, das quais resulto u a abso lvição do réu e sua liberdade. Cheio de gratidão, resolveu e le co nsagrar sua vida ao a mo r e servi ço dessa maravilhosa image m".

... uma se11tença apagada

Fi/110s da misel'icórdia

O po bre pri sio ne iro, que pro testava sua inocênc ia, foi levado à cape la, na véspera ~a execução, o nde se reco me n-

Essa linda hi stóri a - narrada no verso de um "sa ntinho" de Nossa Senho ra La Borradora - descreve um a ação mi-

Um i11oce11te comlmmdo...

-CATOLICISMO

Pintura representando o portentoso milagre, que se encontra aos pés do afresco de Nosso Senhora

sericordiosa e m fa vo r de um inocente: Nossa Senho ra apago u a parte positiva da sente nça e restabe leceu a j ustiça. Porém, o ocorrido nos sugere considerações mais radicais na linh a da mi sericó rdi a. Com efeito, todo auxíl io q ue recebemos de Nossa Senhora, Ela o concede sobretudo e nqua nto Mãe: Mãe de Deus, Mãe dos homens, Mãe de cada ho me m .. . minha Mãe. É própri o à Mã q uerer auxiliar o filho não some nt quando ele merece. Pelo contrário, está na rele m da natureza posta por Deus q u a Mãe ame o filho e a ele se dedique mesmo an tes que e le seque r possa merec r. Nessa ordem de idéias, o título por e xce lê nc ia q ue cada ho me m te m para recorrer a Nossa Senhora não é ser bo m, mas sim ser fi lho . Ou seja, não seremos atendidos por Nossa Senhora por sermos bo ns, mas sobretudo porque E la é boa e é no sa Mãe . Ev ide ntemente, esse au xíli o materno supõe, de nossa parte, espíri to de contri ção e confi ança fili a l. Encerro indicando um modo de se diri gir a Nossa Senhora que aprendi de Dr. Plini o, e que está ao alcance de q ualqu er um utili zar: "Minha Mãe, atendei-me, porque não valho nada, mas sou vosso filho". •

No Juízo Universal manifestar-se-á o glória de Deus

Sétimo artigo do Credo

"De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos" sétimo arti go do Credo nos ensina que no fim do mundo Jes us Cri sto, che io de glóri a e majestade, virá do Céu para j ulgar todo os homens, bons e maus, e para dar a cada um o prê mi o ou o casti go que terá merecido. É certo que cada um, depois da morte, será julgado por Jesus Cristo no Juízo Particular. Mas deveremos ser també m julgados no Juízo Universal2 por vári as razões: 1) para a glóri a de Deus; 2) para a glória de Jesus Cri sto; 3) para a glória dos Santos; 4) para confusão dos maus; 5) fin almente, para que o corpo tenha, juntame nte com a a lma, sua sentença de prêmio ou casti go.

A suprema glori/'icação No Juízo Uni versa l manifestar-se-á a glória de Deus porque todos conhecerão com quanta justiça Deus governou o mundo, embora agora se vejam às vezes os bons em afli ção e os maus e m prosperidade. No Juízo Universa l manifestar-se-á a glóri a de Jesus Cri sto porque, tendo sido Ele inju stame nte cond enado pe los homens, comparecerá então face a todo o mundo corno Supremo Jui z de todos. No Juízo Universal manifes tar-se-á a glória dos Santos porque muitos deles, que morreram desprezados pelos maus, serão glorificados na presença de todo o mundo. No Juízo Universa l a confusão dos maus será grandíss ima, sobretudo a da-

que les que oprimiram os justos, e a dos que procuraram e m vida ser estimados como se fosse m ho me ns de virtude e bondade, vendo então mani fes tar-se a todo o mundo os pecados por e les cometidos, mesmo os mais secretos. •

Notas:

-

1. Catechis1110 M aggiore p1v 1111.tlga10 da San Pio X, Roma, Tipografi a Va tica na, 1905, Edi zione A res, Milan o. 2. É claro que todos os juízos particul ares hav idos serão co nfirm ados no Ju ízo Fin al (U ni versal), e não have rá d iscrepâncias entre eles, mas o Ju ízo Fin al revestir-se-á de um caráter so lene e uni versa l que não cabi a no Juízo Parti cul ar.

SETEMBRO 2 0 0 2 -


,1 lação, por que o governo continua sendo um cios maiores detentores de terras (quase sempre nas melhores e mais caras loca lidades)? (L.S.F. - SP)

Plano Diretor da Cidade Hoje o Paul amanhã o Brasil

Catolicismo tem recebido numerosas mensagens a propósito do alerta da TFP, criti cando o Plano Diretor da Cidade de São Paulo. Tendo em vista o expressivo número destas, publicamos nesta seção ape nas a lgumas das mais significativas *

*

*

Pol' que não um plebiscito? A aprovação desse Plano Diretor para a cidade vai ser uma das tantas afrontas ao Direito fundamental garantido na Constitui ção Federa l às pessoas. Deve ser recusado. Sua ap rovação será a mesma coisa que desconsiderar a Carta Magna, fingir que e la nunca ex istiu . É a larmante como um projeto deste teor está sendo colocado em estudo, é algo que jamais deveria ser exp lanado, quanto mais posto em votação. O povo deve ser consu ltado previamente e ter direito à sua manifestação através ele plebiscito. (R.C.A.M. - SP)

Stalinismo [8] Esse Plano Diretor me parece

mais uma tentativa stalini sta ele fazer a "União Sociali sta Soviética do Brasil" e para que esta possa ir ainda mais para o fundo-do-poço! (T.C. - SP)

Govemo latifümliál'io Se uma das razões ela prefeitura é uma melhor distribuição entre a popu-

-CATOLICISMO

18'.l Contem com igo e continuem fir-

B Isso o Plano Diretor para mim é urna arb itrariedade, e princ ipalmente um " roubo". A propriedade é um direito nosso e de nossos filhos e famíli a. Por favor, deixem-nos ser donos cio que nós pagamos com o suor de nosso rosto. (A.A.R. - RJ)

mes nessa ação contra o Plano Diretor. Sou totalmente contrário a esse plano ela KGB paulista. Se a gente dormir, o bicho avança. Vamos ava nçar antes de sermos com idos. Abraços! Que vocês cresçam ainda mais! Que posso fazer para ajudar nesta empreitada? Poderia talvez distribuir folhetos, porque tenho pouco tempo. Mandem uma me nsagem ou me telefonem. (G.Q.M. - SP)

1'FP

Prnprieda<le pl'iva<la

B Parabenizo a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade pelo seu brilhante movimento contra o Plano Diretor, e corroborando com seus objetivos, ressalto que é lamentável que no Brasil, país democrático, ai nda existam o Partido Com uni sta Brasileiro [hoje PPS] e o utros com a mesma tendência retrógrada e in sensata. A própria Rússia, berço cio com uni smo, está refutando o mesmo! Destarte, tal projeto não pode e não deve prosperar, por ser total rnen te íNCONSTITUCIONAL E ABSURDO! (J.B.J.S. - SP)

Não podem tirar algo que lutamos a vida toda para conqui star, estou com vocês!!!! (A.R.V. - SP)

Roubo

O fim do sonho da casa própria

KGJJ

Morreu o comunismo? Isto tudo está parecendo lei de países com uni stas, e tem gente que diz que o co muni smo m o rre u ... (F.J.N. - SP)

/)esculpa urba11ística

B Parabenizo de coração esta benemérita associação pelo trabalho clesenvol vido p,u-a mostrar os erros desse Plano Diretor. Com a desculpa de urbani zar a cidade, sabemos que a final idade principal é arrecadar mais impostos. Para quê? Para a campanha e leitoral? Não podemos ficar com o braços cruzados. Gostaria de receber 100 fo lhetos para distribuir entre conhecidos, pois na distribuição que os rapazes faz iam pelas avenidas só consegu i 15. Desses, quase todos já foram preenchidos por colegas da área imobiliária e postados para a Câmara Municipal. (T.D.P. - SP)

Desastre total Se depender de mim , petistas nunca chegarão à Prefeitura ele Belo Horizonte. Acompanho a administração deles em São Paulo, e basta esta ama rga experiê nc ia. Está sendo um desastre total. Abaixo o comun ismo! Viva o direito de propriedade! É uma questão de preferê ncia: prefiro deixar o que com suor ganhei para os meus filhos cio que de ixar para qualquer prefeitura. (N.D.J.R. - MG)

Al'quivo morto A ra. pre feita e seus camaradas são comunistas de carte irinh a. Que mandem esse Plano para o arquivo. De preferênc ia o arqu ivo morto! Eu quase morri ele tanto trabalhar, e o que tenho foi à custa de trabalho duro. Não vou deixar que ge nte de prefeitura me ta a mão no que é muito meu. (L.C.C. - SP)

Respeito à proprieda<lc Sinceramente, pen o que o direito de urna pessoa ter a sua propri edade conseguida com o suor de seu trabalho deve ser respeitado por todos. Essa lei é absurda! (W.A.A.F. - MG)

J11co11stitucio11ali<lade Gostaria de parabeni zá-los pela iniciativa em chamar a atenção da população sobre a questão relacionada

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ao Plano Diretor, pois, como consul tor desse segmento de mercado e conhecedor da íntegra do atual texto e suas modificações propostas, concordo que o mesmo fere a lguns princípios constitucionais, principalmente na questão re lativa ao direito da propriedade privada. Outrossim, aproveito a oportunidade para comunicar-lhes minha vontade em fazer parte dessa mui to digna entidade, que tem como fundamento principal os va lores da família, tão ultraj ados nos últimos tempos, mas que fe li zmente a inda permanecem sólidos graças a inic iativas como essa. (F.A.J. - SP)

Plebiscito já!

B Apóio o plebiscito para a manifestação da população de São Paulo com relação ao novo Plano Diretor em tramitação. (R.M. - SP) Medida COll1llllista

B Fiquei profundamente e ntu siasmado com o manifesto contra a medida comunista que vem adota ndo esta no a prefeita, que pretende impl antar nesta cidade o que já foi abolido em dezenas ele países do mundo. Essa e o utras lutas não podem acabar, e quero fazer parte cios que lutam pela Tradição Famíli a e Propriedade. (G.R.G. - SP) Mais impostos

B Na verdade gostaria de saber o que rea lmente pretendem os líderes desse Plano Diretor e quem são. De acordo com o que li em fo lheto distribuído na rua, esse plano só tende a prejudicar quem quer continuar com o direito de manter seu imóvel para futuro investimento, o u até necessita esperar para começar uma obra. Nesse caso, as taxações, ao contrário de incentivar a construção, irão acabar com as chances desse proprietário juntar dinheiro para sua obra, pois tê-los-á consumido com impostos abs urdos. (A.P. - SP) Nosso Senhor censurado? Vocês, atacando o Plano Diretor

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ela Prefeitura de SP, estão defendendo o direito dos poderosos, dos proprietários, dos injustos. E vocês, que se dizem católicos, precisam saber que o Evangelho de C ri sto não apoia esses poderosos. Esses não entrarão no Reino cios Céus, conforme Cristo já disse: " É mais fácil um cam~lo pas-

sar pelo buraco de wna agulha que um rico entrar no reino dos Céus". Sabiam? (H.D.N. - SP) Nota<la Redação: Em primeiro lugar, é preciso dizer que o Plano Diretor atinge não apenas os "poderosos", mas todos os paulistanos, sejam eles ricos, remediados ou pobres. E le atinge todos os imóveis da c id ade, tanto os grandes quanto os médios e pequenos. Na última ed ição ele Catolicismo, nossa matéria de capa tratou exaustivamente dessa questão. Quanto à citada passagem evangé li ca - "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos Céus" o missivista omitiu as seguintes palavras iniciais: "Em ve,dade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos Céus" (Mt 19, 23). Por que essa amp utação do texto de Nosso Senhor? A "censura" talvez tenha sido feita porque o Divino Redentor deixa claro que "d ifi c ilmente" o ri co entrará no Céu, o que não significa ser impossível. A lém do ma is, Nosso Senhor usava uma linguagem metafórica ao falar do "buraco de uma agulha ". Com efeito, na exce lente obra Concordância dos Santos Evangelhos, ele D. Duarte Leopoldo e Silva - Arcebispo de São Paulo de 1906 a 1938 - , podemos ler: "Havia em Jerusalém uma porta, tão estreita e tão baixa, que os camelos não podiam passar por ela, sem que lhes fosse retirada toda a carga e, ainda cissim, lhes era preciso abaixar-se e passar quase de rastos. Por isso, chamavam-na Porta da Agulha, e daí vem o provérbio de que se serve Jesus". Assim sendo, um rico pode perfe itamente salvar-se, desde que não

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seja apegado à riqueza material que possui. A riqueza, de si, não é um mal. Caso, porém, o homem se apeg ue aos be ns materiai s e faça mau uso deles, a riqueza pode se tornar maléfica. Mas se e la fo r bem utilizada, com desapego, provendo sat isfatoriame nte as necess idades da pessoa abastada e de s ua fa míli a, segundo sua condição socia l, bem como perm itindo um a adequada ação caritativa em relação aos mais necessitados, o rico pode sa lvar-se. E mesmo um pobre, se for apegado aos poucos bens que possua, também "difici lmente entrará no reino dos Céus", podendo condenar-se. O importante é que tanto o rico quanto o pobre sejam cumpridores dos Mandamentos do Decálogo, portanto, desapegados dos bens materiais e dóceis à graça divina. Nessas condições, eles receberão a recompensa eterna, entrando no re ino dos Céus. A própria Sagrada Escritura, citada de modo truncado pelo mi ss ivista, tece lo uvores ao homem rico que não faz mau uso de suas riquezas. C itamos abaixo um desses e logios:

"Bern-aventurado o rico que foi achado sern. mancha, e que não correu atraido pelo ouro, nem pôs a sua esperança no dinheiro nem nos tesouros. Quem é este, e nós o louvaremos? Porque.fez coisas maravilhosas em sua vida, foi provado pelo ouro e encontrado perfeito; terá uma glória eterna; pôde transgredir a lei de Deus, e não a transgrediu; pôde fa zer o mal, e não o fe z. Por isso, os seus bensforam assegurados no Senhot; e toda a assembléia dos santos celebrará as suas esmolas" (Ec l. , 3 1, 8- 1 l). Ademais, em várias passagens dos Evangelhos, Nosso Senhor compara o Reino dos Céus a ricos faze ndeiros que possuíam muitos bens.

Cortas, fax ou e -mails poro os seções Correspondência e/ ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram no pógino 4 desta edição.

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Cônego JOSÉ LUIZ VILLAC

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Perguntas - 1. Com que autoridade afirmamos que só a nossa Religião é a verdadeira? Não vale citar a Bíblia nem o Magistério. 2. Como defender que as passagens bíblicas nunca foram adulteradas, ou que pelo menos não sofreram influência da cultura hebraica? Pergunto porque preciso de argumentos para as aulas de filosofia. Meu professor disse que ele é Deus, que todos os seus alunos são Deus e que tudo que nos cerca é Deus. Esta questão eu soube elucidar (Deus está em tudo, mas nada o contém ... ), porém as duas perguntas que fiz acima, nem me atrevi [a responder] para não piorar a situação. Respostas -

O consulente situa bem em que termos quer uma resposta: "não

vale citar a Bíblia nem o Magistério", porque seu professor não admite a autoridade de ambos. Trata-se portanto de demonstrar, a quem não aceita os fundamentos da verdade católica - a Sagrada Escritura e a Tradição transmitida e interpretada pelo Magistério eclesiástico - que nossa Re li gião é a verdadeira. A bem da verdade, vale já dizer o seguinte: a posição de um interlocutor que, de antemão, não aceite a demon tração estritamente científica e hj stórica de que Nosso Senhor Jesus Cristo entrou na História da humanidade, comprovou Sua Divindade - como Deus humanado , e instituiu o Cris-

CATOLICISMO

tiani smo, equivaleria "ipsis litteris", por exemplo, à colocação irracional e anticientífica de um professor de Hi stória do Brasil que, também de antemão, repelisse toda documentação histórica cientificamente comprobatória - de que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral. Nós sabemos, isto é, temos a convicção interior de que a Relig ião católica é a verdadeira porque recebemos com o sacramento do Batismo o dom da fé. Como fazer para transmitir essa convicção para quem não tem fé? Bem, desde logo caberia dizer que humanamente isso é impossível, enquanto nos-

so interlocutor não se abrir ao apelo da graça e, iluminado interiormente pelo dom sobrenatural da fé, aceitar a verdade por si mesmo. Esta resposta parece à primeira vi sta simplista e desencorajante. Dirá alguém: então não podemos fazer nada para demonstrar aos outros que nossa Fé é verdadeira? Se assim for, eles dirão que nossa posição é a de "donos da verdade", meramente subjetiva, que não passamos de uns grandes presunçosos, querendo impor aos outros a " nossa verdade" sem seq uer termos argumentos para provar que estamos certos! Se o le itor tirou essa conc lusão, correu demais e não anali sou dev idamente a afirmação acima (destacada em negrito-itálico). Não prestou atenção no "humanamente impossível" (o que é impossível ao home m, não o é para Deus); e não se deteve na

cláusula "enquanto ", que levanta o problema da colaboração do homem com a graça de Deus. Sobre esta importante e delicada questão, o le itor queira ver A palavra do Sacerdote do mês anterior (cfr. Catolicismo , nº 620, agosto de 2002). A respeito de sermos "dono da verdade", convé m lembrar o dito, ao mesmo tempo espirituoso e profundo, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "Eu não sou dono

da verdade, a verdade é que é dona de mim".

Conhecimento de Deus pela luz <la razão A Re lig ião católica tem certamente argumentos para provar que todos os pontos de sua doutrina estão de

acordo com a reta razão, que nenhum deles contradiz as verdades conhecidas pe la razão humana. Com efeito, há certas verdades sobre Deus que pode mos conhecer com a luz de nossa razão. Ass im , por exemplo, que Deus é um ser

espiritual pe,feitíssimo, eterno, criador do Céu e da Terra. Que Ele é infini tamente

sábio, poderoso, justo e bom. Que todas as suas perfeições são infinitas. Que E le é imenso, e por isso está no Céu, na Terra e e m toda parte (como lembrou apropriadamente o consulente) . Que Ele é omnisciente, e ass im vê claramente todas as co isas presentes, passadas e fut uras,

até mesmo os afetos mais íntimos do coração, como os pensa mentos mai s secretos de todo homem. Os filósofos gregos sécul os antes da E ncarnação do Verbo e da Revelação Cristã - pe lo simples uso da razão ded uziram que, sendo o hom em dotado de inteligênc ia e vontade, Deus também deveri a sê- lo. E observando a admirável ordem reinante no universo, afirmaram que o Ser supremo, ordenador do universo, deveria ser infinitamente sáb io. E c hegaram ao ponto de concluir que a finalidade do homem nesta Terra é pôrse de acordo com essa ordem rei nante no universo . N ão é maravi lhoso qu e a me nte humana, sem conhe-

cer os dados da Revelação, tenha chegado a essas con clusões? Não obstante, sendo a razão humana limitada, não pode abarcar de Deus senão uma mínima parte, menos que um grão de areia comparado com toda a are ia do Sahara.

Conhecimento muito limitado Daí decorre que certas, verdades sobre Deus, só as conhecemos porque Ele mesmo no-las revelou . Se não o tivesse fe ito, jamais poderíamos conhecê- las, como, por exemp lo, o mistério da Santíssima Trindade, isto é, o mi stério de três Pessoas divinas - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - que

constituem entretanto um só Deus ! Assim, uma pessoa como o professor de nosso consulen te - que recusa os ensinain entos da Bíblia e do Magistério só poderá conhecer de Deus, quando muito, as verdades que a limitada razão humana, com muito esforço, pôde deduzir. Como fazer, então, para sustentar a polêmica com esse tipo de pessoas? Ao longo dos doi s mil anos de cristiani smo, os pole mistas cató licos têm enfrentado essa situação de múltiplas maneiras. Não nos parece boa a fa mosa "aposta" de Pascal (apolog ista francês do séc. XVU): se Deus não ex iste, se a Religião católica não é verdadeira - portanto, se não ex iste Céu nem infe rno - o máximo que eu posso perder, levando uma vida mortificada pela penitê ncia, são algumas dezenas de anos, que constitue m o marco da vida humana nesta Terra. Se, porém , De us ex iste e as máxi mas e exigê ncias da Reli g ião católica são verdade iras, o meu interlocutor que não se conformou a elas se danará para sempre no fogo do inferno.

A Revelação auxilia nossa compreensão Tal "aposta" tem a marca do gênio que indubitavelmente foi Pascal, mas tem inconveni ente grave, que é conceder que a Reli gião

um

Observando a admirável ordem reinante no Universo, os filósofos gregos afirmaram que o Ser supremo, ordenador do Universo, deveria ser infinitamente sábio .

católica possa não ser a verdadeira. Compreende-se que Pascal, que caiu na perniciosa heresia do jansenismo, a tenha proposto. Porém, uma alma católica sem jaça conduzirá a polêmjca por outras vias. O que podemos fazer é mostrar ao nosso interlocutor incrédulo - e freqüentemente presunçoso na sua incredulidade! - que ele parte de um pressuposto errôneo, pretendendo enquadrar o conhecimento de Deus nos estreitos limües da razão humana. Tal pretensão é totalmente irrazoável. Ademais, estando Deus infinitamente acima de nossa capacidade de compreensão, esse fato postula a necessidade de uma Revelação, pois seri a contrário à sabedoria divina ter-nos criádo para conhecê-Lo e amá-Lo face a face e nos manter na ignorânc ia de verdades fundamentais para a nossa salvação. Essa necess idade de Revelação é maior ainda no estado degradado em que nos encontramos (fruto do pecado original, agravado pelos pecados atuais), pois nossa inteligênci a não só é limitada, como sujeita a erros e desvarios enormes. Portanto, a recusa de nosso interlocutor de aceitar os ensinamentos da Bíblia e do Mag istéri o implica em negar a necess idade da Revelação, o que, mais uma vez, é uma posição errô nea, e ela mesma contrária à razão. Aí tem o leitor alg umas diretrizes fundamenta is para conduzir sua polêmica com o professo r incrédulo, no que se refere ao primeiro tema. Sua segunda pergunta fica para outra ocasião. • SETEMBRO 2002 -

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A REALIDADE CONCISAMENTE ,,. Vaticano na mira do terrorismo Ao fundo, a Praça de São Pedro ma organização ligada à Al-Qaeda estava programando atentados na Itália, e suspendeu o plano dois meses antes dos ataq ues efetuados em 11 de setembro nos Estados Unidos. A notícia foi divulgada pelo diário milanês "Corriere della Sera", citando um relatório da Digas, agência de investigação antiterrorista italiana. Os a lvos dos atentados seriam a Praça de São Pedro, no Vaticano, uma importante igreja em Veneza - lugares visitados diariamente por milhares de turistas - e a emba ixada americana em Roma. A Digas teme que o plano terrorista possa ser reativado. Os controles policiais foram refo rçados depois dos atentados em Nova York e Washington. Muitos agentes circulam à paisana. No Vaticano, por exemplo, para visitar a Basíl ica de São Pedro é necessário passar pelos detectores de metal e abrir as bol sas para a verificação policial. •

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Salutar inic;iativa anti-a bortista

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s Estados Unidos cortaram a verba de 34 milhões de dólares que enviavam anua lm ente para o Programa de População da ONU, porque esse fundo teria apoiado na China a criminosa política de aborto obrigatório para as mulheres que já têm um filho. O louvável corte dessa verba por parte do governo americano consistiu na única atitude cabível, do ponto de vista moral, diante da mediade antinatural e tirânica - o aborto compu lsórioimposta pelo regime comunista chinês. •

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e lo menos 23 jovens cubanos, de um grupo de fi é is que havia ido a Toronto (Canadá) para participar da Jornada Mundial da Juventude e ver o Papa, aproveitaram a ocas ião para não mais voltar à ilhaprisão de F ide l Castro.

"23 jovens se separaram da delegação com a intenção de não regressar", disse, em um comunicado, o porta-voz da Conferência dos Bispos de C uba, Dom O rl ando Márquez. •

Na França, enxurrada pornográfica na TV

No Zimbábwe comunista: até fome como arma de pressão

esquisa revelou que 40% dos franceses desejam a proibição total de filmes pornográficos na TV. Baseado na experiência de psicólogos, estudo demonstrou que, na F rança, menores já reproduziram na prática cenas de estupros individuais e coletivos exibidos na TV. Verificou-se que 900 filmes pornográficos e de violência são exibidos mensalmente em diversos horários. As maiores vítimas desse lixo de imoralidades são, evidentemente, as crianças e jovens fran ceses! O que pensar então da TV brasileira!? •

J\ nderson Mupinda, cego de 79 anos, diz que, r\. e m ab ril , sua família recebeu comida das

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Nações Unidas: "Durou um mês. Quando os ca-

minhões vieram com novos carregamentos, os veteranos de guerra mandaram-nos embora, dizendo que a comida vem dos brancos que apóiam o MMD" (Movimento para a Mudança Democrática, que se opõe ao presidente afr icano Robert Mugabe). "Na

verdade, os veteranos não nos dão comida porque apoiamos o MMD. Os veteranos estão nos matando de fome". O ministro do interior, Ncube, falando a uma multidão, disse que a lguém que votas se no MMD não poderia e perar aj uda a limentar do governo.

"Mas pode uma criança de 5 anos saber alguma coisa de política?", observou judiciosame nte o velho cego. •

CATOLICISMO

Fugindo do "paraíso castrista" (1)

Fugindo do "paraíso castrista" (li)

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até um membro de a lto esca lão do governo do país evadi u-se da ilha-masmorra cubana. Alcibíades Hidalgo já foi emba ixador de Cuba na ONU, vice- ministro de Relações Exteriores, c hefe de assessoria de Raul Castro e membro do Comitê Centra l do Partido Comunista de Cuba. Atualmente, era chefe de redação do libelo semanal "Trabajadores" . Hidalgo não suportou o contro le e excessiva fiscalização a que estava submetido. Arriscou sua vida junto com outros nu merosos balseiros que contin uam a lançar-se no mar - para escapar do cárcere comun ista. •

Robert Mugobe nciais no Zimbawe: ssões e fraudes

Lei frouxa estimula delito

J\ menina de 13 anos,

Guerrilha colombiana assassina sacerdote

r\.com revólver na mão direita, dá ordem · à sua vítima: "Não

faça nada, porque pode morrer". A ameaça fo i dirigida a Bruno Patruchelli, que estava ao volante de seu Go l verde, parado num semáforo da Av. Faria Lima, em São Paulo. A assaltante e mais outros dois (Célio, 19 e Celso, 18) foram presos depoi s de trombarem seu carro com um cam inh ão. Antes de serem capturados, as armas do assaito foram entregues à menina. E esta dec larou despudoradamente: "Sou menor e

eles disseram que nada pode acontecer se me pegassem com annas". C hegando à delegacia, a afirmação da de linqü ente in fant il s urpreendeu mais uma vez: "Só falo em juíza". Um escrivão perguntou quem lhe e ns inara a responder daquela ma ne ira. " Foi o Célia", disse a menina. "Ele falou que

bandido não deve fálar nada para a polícia. A lei está do lado do bandido". • Até menores transviados sa bem que a atual legislação favorece o bandido. A soc iedade toda e os homens honestos sofrem as conseqüências. •

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m junho último, segundo informaram as agências noticiosas, o Padre Hilario Arango, crítico contundente das ações guerrilheiras, foi brutalmente assassinado quando se encontrava em frente a uma igreja na cidade de Cali, a 300 quilômetros de Bogotá.

Uma Santa Maria Goretti brasileira? f" raças à iniciativa da Diocese de \JTubarão, SC, está sendo introduzido o processo de beatificação da menina Albertina Berkenbrock. Nas cida na localidade de São Luís, no município de lmaruí, Santa Catarina, em 11 de abril de 1919, Albertina era filha de imigrantes alemães. Desde a mais tenra idade destacava-se pelo espírito de oração e recolhimento . Tendo feito a Primeira Comunhão aos 9 anos, recebia freqüentemente a Sagrada Eucaristia . Aos 12 anos, em 15 de junho de 1931, andando pelas terras da família à procura de uma rês que se havia perdido, foi agredida por um empregado, que tentou violentála . Defendeu sua virgindade com heróica resistência, sendo por isso degolada pelo agressor. Enterrada no cemitério local, imediatamente comesaram peregrinações ao seu túmulo. E um grande consolo para nós, em meio à brutal imoralidade de nossos dias, que seja reconhecida e exaltada essa mártir da pureza.

Papel civilizador da Igreja na Índia

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mbora os católicos sejam apenas 18 milhões, numa população de mais de um bilhão, o papel da igreja na Índia é cada vez mais saliente : 30% dos hospitais para leprosos, 25% dos projetos em favor das viúvas e órfãos, 20% de toda educação escolar e 10% dos programas para analfabetos es tão nas mãos de instituições católicas, segundo declarações do Cardeal Ivan Dias, Arcebispo de Bombaim.

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11 de setembro - Um ano depois. • • "W e'll never forgeL!" (Nós nunca esqueceremos!) - Uma data que não se apaga na memória do povo norte-americano, cuja bandeira passou a ser um símbolo da disposição de não ceder ao terrorismo islâmico que ameaça o Ocidente cristão ■ RoGER

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V ARGAS

urante oito anos os Estados Unidos padeceram, na admini stração C linton, o que se poderia conside rar um dos pi ores golpes desferidos contra a tradição cri stã presente na hi stóri a da nação americana. A começar pelo mundialmente conhecido "escândalo Mônica Lewinski", com todas as tentativas de Bill Clinton de inoc-e ntar-se, mesmo através de mentiras junto ao Congresso, o que pareceri a suficiente para um "impeachment". A isso acrescento u-se a "abertura" para homossexuais nas Forças Armadas,

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CATOLICI SMO

a entrega de Eli án Gonzales ao ditador de Cuba, Fidel Castro, e, como úl timo e atroz escárnio ao mundo li vre, o decreto de "nação mais favorecida pelo comércio" concedido à China comunista no fi m de seu mandato . Como se isso já não bastasse, por três vezes Bill C linton vetou lei aprovada no Senado contrária ao "partia[ birth abortion" (aborto de nascimento parcial), lei que restringia a possibilidade de matança de inocentes.

Um conser vador na Casa Branca As eleições presidenciais de 200 1 foram tumultuadas. Os contínuos pedidos

de recontagem de votos, fe itos pelo candidato democrata AI Gore, acabaram confir mando a vitória de George W. Bush. Com o resul tado das eleições, uma nova era parecia despontar para a nação, tão cambaleante sob seu predecessor. Depois das dec larações de B ush, os anti-aborti stas podi am, de certa fo rma, respirar um pouco mais aliviados: novamente a Casa Branca voltava a ser habitada por um conservador. M al acabara George W. Bush de assumir o governo, um avião de reconhecimento americano fo i derrubado e capturado pela China vermelha. Seguiram-se 12 di as de tensão e ameaças provenientes

do governo chinês, inclusive a ex igência de um ped ido de perdão por parte dos Estados Uni dos. A tri pul ação fo i por fim devolvida, e o avião, após ter sido desmontado, també m foi recamb iado aos Estados Unidos.

Atentaclo inesp erndo M eses mais tarde, no fatíd ico 1 1 de setembro, o gove rno Bush foi posto à prova com o ataque perpetrado por terroristas muçulmanos - ate ntado violento e sanguinário jamais vi sto. Algué m, caso desavisadamente ass isti sse às cenas ex ibidas por todos os canais de televisão naquele dia, poderi a pensar que se trava de um filme sensacionali sta de Holl ywood. Porém, aquelas cenas - de uma estarrecedora realidade mudari am a vida e influiriam na mentali dade da nação americana, até e ntão símbolo da estabilidade e do poder econômico no mundo. Que reação se deveri a esperar di ante de tão vil atentado, causador da morte de mais de 3.000 civis? Seri a propo rcional perseguir, encurralar e capturar os responsáveis por esse tremendo dano? Estrondoso o ataque, estrondosa de-

veri a ser a resposta. E, de fato, os Estados Unidos respondera m com uma iniciativa ousada. Surgia então a pergunta: Estaria a nação americana preparada para desafi ar o terrorismo mundial? Que apoio ela encontrari a das nações européias, latino-americanas e asiáti cas? A população ofereceu apoio praticamente unânime às medidas de guerra tomadas pelo governo. Mesmo a míd ia, pacifista por excelência, sentiu-se obrigada a manifestar-se medi ante propagandas patrióticas e louvores, exaltando os valores da coragem, da honra e do heroísmo que emanam dos campos de batalha; reportagens mostrando a coragem dos bombeiros; pesq ui sas de opin ião reveland o o apoio a uma reação efi caz no combate ao terrori smo.

"Jamais esquecer -emos" Passado um ano, é natural que se faça a pergunta: Co mo está agora reagindo a opini ão pública americana sobre o l l de setembro? Analisemos o que se passa atualmente nos Estados Uni dos. É inegável que, neste ano, um espíri to patriótico pouco comum tomou o pa ís e a me nte de cada

americano. Semelhante ao que se presenciou por ocasião da G uerra do Golfo, poré m e m proporções maiores. Tal onda de patri oti smo até hoje continua percorrendo o país. Andando pelas ruas, pode-se notar um número incontável ele bandeiras tremul ando em todas as partes. Não apenas isso, mas dois temas, quase sempre juntos, estão presentes em lugares públicos, janelas de casas e automóve is: Gocl bless America (Deus abençoe a América) e Unitecl we stand (Uni dos nos mante mos de pé). Um lema oni presente mostra ainda mais profundamente o sentime nto que fi cou marcado e m cada ameri cano: September JJ th we 'll neverforge t! (1 1 de sete mbro: nós nunca esqueceremos !)" Tom Williams, porta-voz ela rede ele lojas Wal-Mart, a maior do país, afirm ou: "Desde 11 ele setembro, vendemos 5 milhões de bandeiras. Número que representa o triplo do que vendíamos nos anos anteriores" "A venda de bandeiras j á fo i um negócio calmo e previsível" - di sse Tl10mas d' A mico, presidente do site de comércio American Flags Express. - "Tudo mudou depois de 11 de setembro" 2 . 1

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Otonsugrução õcntn fnmflin à ~nntí.s.simn 1llir9cm antissimn Virgem de Fátima, cu , n.bnixo nss inndo, nn qunHdnde de membro desto, fn.rnilin, ainda que indigníssimo de se r Vosso servo, movido, contudo pelo. Vossn admlrlwel piednde e pelo desejo de servir• Vos, elejo-Vos hoje, cm presença. do meu Anjo da Ounrdn e de toê!o a corte celeste, por Rnlnhn , Senhora, Advogndn e Mde desta ínmllln. E Ormemcntc proponho servi-Vos sempre e fa zer quanto puder, para que pelos demais aejais tumbêm fielment e servido e omudn.

S

Suplico-Vos e rogo-Vos, ô Mãe piedoslssimn, pelo Sangue de Vosso Filho, por mim derrrunndo, nos recebais como servos perp~tuos no número dos Vossos devotos. Ast1isti-nos cm todat1 as no89as ações e alcanç11i-nos de Vosso Filho graça., para que sejamos to. is, daqui para o futuro , que os no ssos pensamentos, paio.vens e obrns, nunca mo.Is ofendam os Vossos olhos e os de Vosso Divino f1'ilho.

Lcmbrul-Vos de cada membro desta familia, e não nos obundoncis nu hora <ln morte. Amém.

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Bombardeio no Afeganistão em 17 de maio de 2002

Alguns efeitos do ataque Recente pesquisa mostra como está a di sposição da opini ão pública americana: • quase 75 % apóiam a seguinte posição : a nação deve manter-se firme no combate aos ataques terroristas ; • 67% depositam sua confi ança no Presidente Bush e o consideram a fi gura política mais popul ar da atualidade. Esse número só é excedido pe los 83 % diri gidos às Forças Militares; • 33% crêem que o combate ao terrori smo deve ser a prioridade da nação; porém, mais de 40% acreditam que Osama B in Laclen jamais será capturado; • 52% dos ame ri canos concordam com a afirmação: "Os efeitos de 11 de setembro estão se esvanecendo, e não é algo em que eles pensam e com que se preocupam regularmente". Em oposição, 43 % di zem que os ataq ues ainda estão frescos em suas mentes.3 Em recente visita ao Fort Drum, no estado de Nova York , o Presidente Bush diri giu a palavra a mais de 2.000 soldados que combateram a AL Qaeda no Afegani stão. Ali, renovou seus votos de que os Estados Unidos venham a lutar contra nações que estão desenvolvendo armas de destrui ção maciça. Di zia: "A América eleve agir contra essas terríveis ameaças antes que elas estejam inteiramente formadas". Enquanto o Presidente Bush dizi a essas palavras, um soldado gritou : "Vamos pegar o Saddam!" Ele esboçou um sorri -

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CATOLICISMO

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Bush discursa para soldados que combateram no Afeganistão

so, e uma ovação percorreu a audiê ncia como sinal de aprovação. 4

Conclusão Em carta e nviada ao Presidente Bush, a TFP norte-americana afi rma: "O novo conflito que se apresenta à América é o da própria sobrevivência. O inimigo que nos ataca não acredita em negociações e clesavergonhadamente proclama a ex/erminação da América e da civilização ocidental." 5 Esse mesmo inimi go não tem honra! Ataca e mata milhares de civi s, não num combate de g uerra, mas enquanto invisível e ele modo vil: escondido, med iante ataques terrori stas ! São eles capazes de chegar ao extremo, cometendo fr iamente o suicídio para a lcançarem seu fi m. Diante de tal radicalidade no mal , poderá a Civ ili zação Cristã, hoje tão decadente e amolecida, defender-se de novo ataq ues fulminantes? Até agora constatamos, na op ini ão pública americana, um grande desejo de levar adiante a luta contra o te rrorismo islâmico. Porém, no momento e m que o mundo caminha com passo acelerado rumo à IV Revolução - como o Prof. Plínio Corrêa de Olive ira denom inava o movimento anárq uico-cultural de nosso di as - é necessário compreender que não está em jogo apenas a segurança nacional. A civili zação ocidental, que os terroristas atacam, não é a civili zação dos abusos do capita-

li mo, da perversão moral e da decadência dos costumes. Eles investem contra os últimos vestígios da Civilização Cristã, que desejam banir, de uma vez por todas da face da Terra. Para implantar o quê, em seu lugar? O re ino de Satanás? As c ircunstânc ias atuais são propícias à re fl exão, e a nação-símbolo do poderio econô mico e militar em todo o mun do, deve saber aproveitá-las para tal. Deus queira que um dia ela possa vir a transfo rmar-se num símbolo autêntico de fide lidade, não só aos princípios da nacionalidade, mas também e principalmente aos da C ivili zação Cri stã. As nações fi é is à Santa Igreja, ensin a Santo Agostinho, rece be m seu prê mio já nesta terra. As outras, o casti go. Basta le mbrar que o grande Império Romano, dotado de poderio militar in comparáve l, sucum biu di ante de seus adversários. Não tanto pelo poder destes, mas porque e m suas fileiras não havia homens com coragem e princípios sufi c ientes para di zer não à desagregação moral e dos costumes, que os levou a perecer pel a força de seus próprios vícios. •

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J. "Folh a de S. Pau lo" , 4-7-2002. 2. Idem 3. Dados coletados em www.msnbc.com, quintafeira, 25 de julho de 2002, baseados em pesqui sa de opini ão pública com 1.0 14 ad ultos, por um representante de NBC News e "The Wall Street Journal". 4. 'The New York Times", 26-7-2002. 5. " T he Washington T imes", 30- 1-2002.

Confirmação de Consagração a Nossa Senhora de Fátima Con linno u Consngnu;ão de minllu fomiliu u Nossu Scnhon1 de Fi\limu. Indico abaixo meu nome, eo dos demais membros <ln fam ilia. pnm que scjnm lcvodQl. oo Snnltlário de Fl\1im11, no locn l dali aparições aos três p:1s1orinhos. 1

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Campanha de Fátima inicia divulgação da Consagração das Famílias à Santíssima Virgem Participantes da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, são convidados a consagrar suas famílias a Nossa Senhora de Fátima e recebem belíssima lembrança dessa Consagração onsagração do ma ior número posível de fa mílias a Nossa Se nhora de Fátim a representa ma is um passo dec isivo da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!. "A idéia surgiu durante uma conversa que manlive com um Sacerdote sobre as dificuldades de asfamílias perseverarem na prática da verdadeira Religião", afirma Marcos Luiz Garcia, coordenador geral da ca mpanha. Essa iniciativa visa aproximar as famílias de Nossa Senhora de Fátima, e faze r

com que Ela se torne Senhora efetiva dos lares brasileiros, particularmente com sua proteção. "É um ato simples, mas de um grande efeito. Basta Lei: com reta intenção o texto da fórmula de Consagração. Sem dúvida alguma é de molde a agradar profundamente à Virgem Santíssima o fato de cada participante de nossa Campanha consagrar-se a Ela, juntamente com sua fam.ília ", exp]jca o coordenador. Graças à ajuda de todos os participantes, e de modo especia l dos aderentes da Aliança de Fátima, Marcos Luiz Garcia

Diploma da Consagração e formulário de "Confirmação de Consagração" para anotar os nomes que serão enviados a Fátima.

espera expandir essa divulgação para 250 mil fa mílias brasileiras num primeiro momento, e depois expandir ai nda mais tal inici ativa.

Consagrações enviadas a Fátima Junto com o Diploma da Consagração, os participantes da campanha receberam um fo rmulário de "Confirmação de Consagração" para anotarem o no me de cada membro da fam ília. Essas "Confirmações" serão levadas até o local das apari ções e colocadas aos pés da imagem de Nossa Senhora de Fátima. O coordenado r da campanha expli ca que, de acordo com o que Nossa Sen hora disse aos pastorinhos de Fátima, sobrev irá um grande castigo, pois os homens não querem se converter. "Como podemos imaginar que a criminalidade, a droga, a imoralidade, o ateísmo, o satanismo pararão sozinhos? Como pensar que, por si mesmos, os homens dei..xarão de fà zer o tremendo mal que fa zem ?", indaga. "Se a maioria dos brasileiros fosse de Nossa Senhora, o Brasil seria um outro País. Será que muita coisa hoje em dia não está acontecendo porque o Brasil não pensa em Nossa Senhora ? lrnagine se a Mãe de Deus recebesse metade das honras que recebem esportistas, artistas e outros personagens. Nada poderá ajudar mais as famílias do que se colocarem sob a poderosa proteção Nossa Senhora, através dessa Consagração mariana. E isto nós desejamos fa zei; também, com todo o Brasil ", conc lui . •

Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

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barbárie de seus ancestrais, o que seri a louváve l, mas sim para mantê-los imersos e m práticas pagãs. Segundo tal concepção, é preciso evi tar as "políticas integracionistas e assistencialistas ", como se fosse um mal procurar integrar e dar assistência. Ni sso, o Programa é caudatári o das corre ntes ditas indigenistas, estrutu ra li stas, neo- miss ionári as e outras, que vêem na vida tribal o ideal para o qu al deve converg ir a soc iedade atual 1 • E m lugar de voltar-se para os índi os, os negros, como irmãos que prec isam ser ajudados e apo iados, o PNDH-2 os considera através da lente deformante da luta de classes, o lhando-os como oprimidos que devem ser "conscienti zados" de seus dire itos, para exigi-los e, se necessário, levantar-se contra os opressores. Tal concepção pouco tem a ver com o autêntico bem dos índios e negros, e vi sa primordialme nte satisfazer as utopias em voga na mídia e na esquerd a e m geral. Por isso o representante da Associação de Negros Católicos Santo Elesbão, João Batista dos Santos F ilho, assim se exprimiu:

N as duas últimas edições de Catolicismo , analisamos aspectos preocupantes do "Programa Nacional de Direitos Humanos" (PNDH-2) lançado pelo Governo. Hoje encerramos a análise, mostrando como ele se intromete nas famílias e propulsiona o mito da igualdade. •

G REGORIO V tVANCO LOPES

O

PNDH-2, em seu afã totalitário, quer imi scuir-se dentro das fa míli as para aca bar com o qu e a in da resta ne las de costumes tradi cionais e impor-lhes sua visão dos " dire itos humanos" .

J-

Intromissão 1,as J'amílias

Dessa forma, quer difundir os métodos anticoncepcionais e interferi r nos conflitos fa miliares - inclusive com programas ditos de "orientação fa mili ar" - sob alegação de defender as cri anças e adolescentes da " violência domésti ca". Tais iniciativas em nenhum mo mento visam à prática da castidade nem fa lam da virtude d,t pureza, mas refere m-se apenas

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CATOLICISMO

a um estranho " desenvo lvimento sexual saudável". Ao que parece, pode-se pecar à vontade e mesmo desenfreadamente, desde que não se contraiam doenças. É de se notar que, no subtítulo "Garantia do Direito à Vida ", não se encontra ne nhuma condenação ao aborto nem à eutanás ia, que são fl agrantes atentados contra a vida. Pelo contrário, o PNDH-2 quer alargar a poss ibi Iidade lega l de aborto, aume ntando portanto as fac ili dades para a mata nça de inocentes no seio materno. Mais ainda, o aborto não é considerado como crime, mas sim "como tema de saúde pública". Nessa verdade ira ofensiva contra a famíli a, os que se dedicam à prostitui ção são benefi ciados. Vi sa-se "apoiar progra-

mas voltados para a def esa dos direitos de profi ssionais do sexo". O PNDH-2 pressiona a inda para " a criação de cursos voltados para a capac itação po lítica de li deran ças loca is de mu lheres, com vistas ao preenchimento da q uota estabelec ida para a cand idatura de mulhe res a cargos e leti vos".

li - Jg11aldadc contraditória O PNDH-2 é obcecado pe lo mito da igualdade. Só que a igualdade não é igual para todos. H á os gru pos privi leg iados que devem ser tratados de modo des igual, como os "afrodescendentes", os índ ios, os c iganos . Mas não é para exercer junto a eles uma ação civi li zadora e c ri stã, que os ajude a di stanciar-se cada vez mais da

"Sou negro bem retinto, [...] e essa novidade de agora .ficar atiçando briga de preto contra branco é coisa de gente da esquerda, que quer arranjar um pretexto para agitar o Brasil " ("Jornal de Jundiaí'', SP, 23-5-00). E o índio macuxi , Euclides Pe-

reira, diretor da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), queixa-se amargamente da atuação do Conselho Jndigenista Mi ssionário (CIMI), o qual, segundo ele, quer "que os

índios se organizem de f orma comunitária, [... ] de acordo com sua visão ideológica que f ica entre o socialismo e o cristianismo primitivo". Muitos índios, explica Euclides, não querem "passar a vida inteira usando tanga e coca,; para corresponder à visão exótica que os outros têm de nós" ("O Estado de S. Paulo", 6-8-00).

"Discriminação positiva " Ass im, o PNDH-2, após pro pugnar pe lo "direito de todos os grupos e indiví-

duos a um tratamento igualitário perante a lei", pede contraditoriamente para "assegurar aos quilombolas e povos indígenas uma educação escolar di fe renciada, respeitando o seu universo sóciocultural e lingüístico". Para o PNDH-2, os afrodescendentes devem gozar de uma "di scriminação positiva" e ser tratados com "diversidade" . É prec iso "apoiar as ações da iniciativa

privada no campo da discriminação positiva [aos afrodescendentes] e da promoção da di versidade no ambiente de trabalho " (sublinhados nossos). Estabe lece adema is uma espéc ie de Serviço N acional de Informações sobre

O PNDH -2 é uma ameaço contra o que resto de costumes tradicionais no família

o fato raça/cor: "apoiar a inclusão do

quesito raça/co r nos sistemas de informação e registro sobre população e em bancos de dados públicos ". Mas os autores do PNDH-2 defrontamse com um problema complicado, pois, ao seguir sua ideologia de luta de raças, eles têm que definir quem, no Brasil, é afrodescendente. Ora, entra pelos olhos que a miscigenação fo i tão generalizada em nossa Pátria, ex iste atualmente em todos os graus e to nalidades, e praticamente não há um brasileiro - excetuados os filhos de imigração recente - que possa afirm ar com segurança não te r em suas veias sangue branco, negro ou índio. A realidade mais evidente conspira contra os mitos de sabor marx ista dos autores do PNDH-2. E les se saem da embrulhada como podem, qualificando como afrodescendentes todos os "pretos e pardos", caindo assim numa generalidade perfeitamente an1bígua que nada define. A ambição do PNDH-2 é vasta. Quer rever "os livros didáticos de modo a res-

gatar a história e a contribuição dos índios e qfrodescendentes para a construção da identidade nacional ", ou seja, vi sa a construir uma nova hi stória, interpretada segundo suas teorias. A " função social", da qual tanto se usa e abusa para cercear o d ire ito de propriedade dos faze nde iros, parece não valer para os índi os. Destes não se ex ige qualquer produtividade, pelo contrário, garante-se a e les "o uso exclusivo da biodiversidade existente em suas terras ", coibindo "a pirataria dos recursos e conheci-

mentos tradicionais dos índios".

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E ncerramos aqui a série de três arti gos sobre o PNDH-2, de ixando de lado diversos aspectos que ainda haveria a censurar. Uma conc lu são porém se impõe. Se al gum di a esse Prog rama for integralmente aplicado, será o fim do Brasil cri stão, bondoso, de trato ameno e ligado a suas ra ízes autênticas, substituído por um Brasil odiento, pagão, soturno como o fo i a União Sov iética. •

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1. Tal propensão para o tri ba lismo encontra-se admi ravelmente descrit a po r Plíni o Corrêa de O liveira no li vro Triba lism o indíg ena, ideal

co111w10-111issio11á rio pa ra o Brasil do século

XXI, Editora Vera C ru z, São Paulo, 1977.

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Desfile de modas e propaganda comunista

O

s desfiles de moda são conhecidos pela freqüência com que propagam modas imorais entre a população. Nisso eles constituem uma eficiente linha auxi liar do comu nismo, pois, ao incentivarem as roupas sem pudor, atingem profundamente, embora de modo indireto, a própria moralidade da família e trabalham para sua dissolução. Mas agora essa cumplicidade dos desfiles de modas com o comunismo já não se faz apenas de modo implícito. No último desfile havido em São Paulo Fashion Week - uma mulher-modelo muito propagandeada pela mídia desfilou com um biquíni no qual apareciam estampadas numerosas caras do guerril heiro com unista Ché Guevara. O deputado Aldo Rebelo, do PC do B, festejou essa junção de imoralidade com comunismo: "Maravilha, maravilha", exclamou ele. Outro comunista, este de tendência trotskista, Rui Costa Pimenta, do Partido Comunista Operário, diz que o episódio é mais um indício de que o socialismo não morreu. "A popularidade do Ché cresce diariamente, de tal maneira que inventam um biquíni com a cara dele. [... ] É o Ché, de boina e barba. O revolucionário". Note-se que os desfiles de moda são feitos especialmente para a classe rica ou abastada. É nessas classes que há menos prevenção contra o comunismo!

Lei absurda é contraditada l

Em Minas Gerais, invasores

(PPB) tenta anular a lei 10.948. A iniciativa desse deputado colocou o tema no centro das discussões no plenário da Assembléia Legislativa de São Paulo. Marins defende, com razão, que "essa lei é discriminatória", pois "entrar num restaurante e ver dois homens se beijando é uma discriminação contra a família". Ele conseguiu apoio considerável . Mais de 30 deputados assinaram o projeto que tenta revogar a lei. Todos os que quiserem enviar mensagens à Assembléia Legislativa de São Paulo, pedindo a revogação da lei absurda, será bom que o façam.

com tática guerrilheira U m arrendatário na região de Ara.xá denuncia os métodos terroristas empregados por um movimento de invasores de terras semelhante ao MST, denominado Liga Operária e Camponesa (LOC). Os trabalhadores da fazenda hipotecam total solidariedade ao patrão, contra a LOC. O alerta lançado por Paulo Antonio Martins de Paula é de molde a prevenir todos os fazendeiros contra a tentativa de cubanizar a agropecuária nacional.

União Européia quer impor o aborto

U

m relatório aprovado por uma Com issão do Parlamento Europeu busca impor a legalização do aborto nos países membros (presentes e futuros) da União Européia (UE). O texto "Sanidade e direitos em matéria de sexualidade e de reprodução " foi ratificado em 4 de junho pela Comissão de Direitos da Mulher e Igualdade de Oportunidades, por 21 votos a favor, 11 contra e 4 abstenções. Apresentado pela eurodeputada belga Anne E. M. Van Lancker, do Partido Socialista Europeu, "recomenda que, para proteger a saúde reprodutiva e os direitos das mulheres, se legalize o aborto, com o.fim de torná-lo mais acessível a todos e eliminar assim os riscos das práticas ilegais". A UE cada vez mais mostra as garras. Legislando por cima dos países-membros, não só vai debilitando a soberania das nações, mas procura impor uma legislação anti-cristã, como é o caso da matança dos inocentes. Não deixa de causar espécie o pseudo-argumento utilizado, de "eliminar os riscos das práticas ilegais" . Assim também, se se legalizar o roubo, os ladrões deixarão de correr risco ao praticar assaltos.

Fotos: João Luiz Vidi gal

invadidas recentemente por um movimento análogo ao MST, a LOC, cuja tática assemelha-se à utilizada pela guerrilha colombiana . Catolicismo -

Sr. Paulo A. Martins de Paula - Sou de uma região fronteiriça com o Triângulo Mineiro e lá tenho amigos. No ano passado, fui colher soja na fazenda de um desses amigos e acabei me interessando em arrendar a área aproveitável de uma propriedade de mais de 2.000 hectares. Arrendei, então, 1.200 hectares de área plantável e comecei a me preparar para mexer a terra na época certa, levar calcário etc., com o intuito de plantar soja, cultura relativamente nova na região, onde todas as infra-estruturas já pennitem o escoamento da safra. Foi com esse intuito que fui a Minas Gerais.

Nova tentativa de legalizar "a matança dos inocentes"

Catolicismo -

Jigora no Estado de São Paulo uma lei (nº 10.948)

Vque prevê punição a estabelecimentos comerciais

e órgãos públicos que discriminarem homossexuais. Além de ir contra os Mandamentos de Deus, tal lei pode vir a obrigar o fechamento de vários estabelecimentos. Assim, por exemplo, um restaurante familiar não poderá evitar cenas de homossexualismo em seu recinto. O que trará como conseqi.iência_que as famílias deixem de freqüentar o estabelecimento, obrigando-o eventualmente até a fechar as portas. Mas nada disso interessa ao deputado do PT que encaminhou o projeto de lei, aprovado em novembro último. Agora, porém, uma reação sadia se fez sentir. Um projeto de autoria do deputado estadual Daniel Marins

CATOLICISMO

Quais são suas ligações com

Minas Gerais?

S1: Paulo A. Mal'tins de Paula:

''A fazenda /'oi invadida por estranhos, que se instalaram em um matagal e se entl'Íncheiraram"

e

aulo Antonio Martins de Paula, de 45 anos, oriundo de Ribeirão Preto {SP), pertence a uma família de agricultores . Seu pai ainda hoje exerce essa honrosa atividade. Aos 18 anos, tendo concluído seus estudos secundários, decide trilhar o · caminho paterno e começa a trabalhar no campo. Hoje, casado, pai de três filhos, é proprietário rural no Estado do Tocantins e arrendatário em Minas Gerais . Em entrevista exclusiva para Catolicismo, o Sr. Paulo Antonio relata a nosso enviado especial, Sr. João Luiz Vidigal, a penosa situação em que se encontra, com suas terras

O Sr. então, em Minas, é arrendatário, e não proprietário?

Sr. P. A . de Paula - Exatamente. Tenho um contrato de arrendamento na Fazenda Antinha-Sapecado, no município de Perdizes, a 40 km de Araxá e 80 de Uberaba. Foi como arrendatário que fui vítima da ação que hoje quero lhes contar. Catolicismo - Podemos então ir aos fatos? Sr. P. A. de Paula - Claro. Pouco depois de eu ter assinado o contrato de arrendamento, a fazenda foi invadida por indivíduos estranhos, que se instalaram em um matagal, onde se entrincheiraram. Quando eu digo entrincheiraram, estou fa lando de trincheira de verdade: cavaram buracos fundos, cobriram com folhas e puseram paus pontudos, SETEMBRO 2002 -


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Sr. P. A. de Paula - Eu via assentamentos em beira de estrada, e pensava: "Que coisa! Isso é um problema que eu nunca vou ter, é para os outros". De repente, quando eu menos esperava, aconteceu comigo ... Catolicismo -

E a polícia, o juiz da cidade, como

reagiram?

Sr. P. A. de Paula - Naturalmente o caso levantou poeira. Veio a imprensa, tentou entrar no acampamento para filmar, mas só o fez por fora. A TV Alterosa e a TV União, ambas de Minas Gerais, fize-

CATOLICISMO

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Mas como? Há que se cumprir a ordem judicial.

Sr. P. A. de Paula - Foi o que o juiz disse. Mas tanto o oficial da Polícia Militar de Minas Gerais, em Perdizes, quanto o major comandante, em Araxá, afirmam que dependem do governo do estado. E a ordem do governo estadual é de não cumprir mandados de reintegração de posse, mas de negociar. Eles não tiram ninguém à força, tem que haver uma negociação. E não há ordem judicial que faça mudar a situação.

Eles não plantaram nada? Não vieram com o intuito de tratar a terra?

Como o Sr. não estava no local, que reação teve ao receber a notícia?

Catolicismo -

Catolicismo -

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ram reportagens a respeito, eu tenho o vídeo. O juiz, a pedido do proprietário, em itiu uma liminar de reintegração de posse, que a polícia local se nega a cumprir.

com o intuito de impedir que quálquer um se aproximasse do acampamento. Esse acampamento está situado dentro da faze nda, mas fora da área que eu arrendei. O assunto era, portanto, com o proprietário da terra, não era meu . Fiquei assustado, é óbvio, mas continuei meu trabalho normalmente.

Sr. P. A. de Paula - Absolutamente não. Eles acamparam, oc uparam a área. No dia 2.5 de junho, eles já estavam acampados lá havia cerca de três meses. Um dos meus seis empregados, todos aqui da região da Mogiana, estava passando o trator para remexer a terra. E desceu do mesmo para tirar um toco grande de madeira que estava atrapalhando. Quando ele mexia no toco, chegaram 10 indivíduos, todos encapuzados, e encostaram o revól ver na sua cabeça. Ele pediu calma e disse: "Deixa eu ir desligar o trator para conversa rmos". Os agressores respo nd eram: "Pode deixar, que nós sabemos como é que des liga o trator ". E um deles foi até o trator, abriu a tampa lateral e deu uma marretada na bomba injetora da máquina. Naturalmente, o trator afogou . Meu empregado ficou estupefato, mas não reagiu . Eles, sempre ameaçando o empregado com o revólver, mandaram que ele chamasse o outro tratorista - eu tenho dois tratores grandes lá, pois é preciso mexer muito a terra antes de plantar. Veio o outro tratorista, eles abriram a tampa lateral, e com a marreta arrebentaram a bomba injetora do segundo trator. E se retiraram, dizendo: "Isso é para vocês aprenderem a não trabalhar terra em que nos instalamos".

Catolicismo -

E houve outras reações na região?

Sr. P. A. de Paula - Claro. Os políticos, candidatos a deputado, prefeitos etc. estão nos apo iando e brigando com o governador, pressionando para tirar esse pessoal de lá. Mas até agora não surtiu efeito. Até o INCRA mandou uma carta, dizendo que a fazenda não lhes interessa para efeito de Reforma Agrária, mas nada disso conseguiu mexer quem quer que fosse .

"Clwgarnm 1O h1divíduos, todos encapuzados, e e11eostaram o revóllrer na cabeça [do tratorista]. E mn deles deu uma marretada na bomba injetora da máquina. Naturalmente, o trator afogou"

Catolicismo -

Mas alguém fala em investigar os invasores? Possuem eles algum apoio na região?

Sr. P. A. de Paula - Eles possuem apoio, pois todos os dias aparece uma pick-up cabi ne dupla trazendo mantimentos. Mas, pelo que corre na cidade e em Araxá, é gente de Belo Horizonte e Betim que está por lá. Falam em uma Liga Operária e Camponesa, que tem origem em Betim, perto da capital, e de onde teria vindo toda essa gente. Mas eles encontraram ajuda na região também, pois de um assentamento ali perto, dos 50 lotes estabelecidos pelo Ministério da Reforma Agrária, 28 já foram abandonados. E alguns dos 28 que abandonaram os lotes do assentamento foram vistos com os invasores da fazenda onde trabalho. Eu lembro que cada um recebeu do Ministério da Reforma Agrária 24 mil reais para iniciar sua nova vida rural. Eles estavam, talvez, atrás de mais 24 mil reais ... Catolicismo -

O palavreado dos agressores era de gente do campo?

Sr. P. A. de Paula - Não, eles são pessoas de

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cidade. Nenhum homem do campo tem coragem de destruir uma bomba injetora de um trator. Essa bomba custa 1Omil reais, cada uma! Eles estavam muito nervosos, bravos até, meu empregado tentava acalmá-los. Eles tinham medo que chegasse mais alguém e testemunhasse a cena. Diante da polícia que veio questioná-los sobre a agressão, eles negam os fatos.

Depoimento de Da. Vera Chaud de Paula, esposa do entrevistado Catolicismo -

Que reação a Sra. teve e sente diante da invasão sofrida nas terras arrendadas por seu marido? Qaul sua apreciação sobre esse episódio?

Da. Vera Catolicismo -

Que apoio o senhor recebeu de seus colegas agricultores?

Sr. P. A. de Paula - Apoio moral. O homem do campo está sozin ho e muito voltado para seus interesses. É cada um por si; e nós, que poderíamos ser uma força nacional, não o somos. Meus empregados é que me deram todo apoio. Eu pensei que quisessem vir embora para São Paulo, mas eles só pediram proteção de um segurança, na hora do trabalho. Consegui um segurança, e não vol taram a nos atacar. Os empregados ficaram escandalizados e até surpreendidos com a violência dos invasores, e disseram que irão comigo até onde for necessário. Catolicismo - E o futuro? Sr. P. A. de Paula - Olhe, eu sou obrigado a não deixar meus filhos gostarem das coisas do campo. É uma vida sofrida, e ai nda acontece isso. Se ex iste uma lei, e la tem que ser cumprida; o que é seu, é seu, os outros não têm o direito de tomar ou dar prejuízo. Eu não posso e não vou retroceder, eu vou até o fim, pois andei sempre correto no meu caminho, não aceito que outros venham me agredir sem razão. O que fica na cabeça é a idéia de que, de agora em diante, além de trabalhar, você vai ter que se preparar para coisas desse gênero: você paga imposto para que a polícia e o judiciário o protejam, e essa proteção não funciona. Catolicismo -

Na Colômbia, muitos fazendeiros têm que pagar "impostos" para a guerrilha, a fim de que esta os deixe trabalhar. O Sr. ouviu algo do gênero ser proposto?

Sr. P. A. de Paula - Assim, não. Mas eu me inteirei em Araxá, sobre a Colômbia, de algo grave. Quando a polícia, por pressões junto ao governador, acaba por intervir e vai desocupar uma terra invadida, chega na véspera uma turma de Belo Horizonte e substitui os invasores. E esse pessoal é treinado na Colômbia para resistir à polícia e enfrentá-la. Circul a que houve até um fato desses em Patos de Minas recentemente, e que a polícia acabou matando um desses. Não sa iu nada pelos jornais, mas isso é fato , e circu la pela cidade. •

Eu nunca o esperava. Nunca se pensa que isso bata à nossa porta. A primeira reação foi de revolta contra um socialismo, um programa social falido. Não creio que eles sejam pessoas do campo, nem que estejam sozinhos. É gente que quer a vida fáci l. Meus filhos também se sentem revoltados. A mais velha, de 19, e o segundo, de 17, vão votar agora pela primeira vez, e nós não temos nada a lhes oferecer, nem como explicar isso tudo. E eles vêem a batalha do dia-a-di a. Todo mundo pensa que faze ndeiro é milionário, e que a terra produz sozinha. A real idade é outra. É em cima de muito trabalho, ano após ano, que se constrói algo. E vejo os fazendeiros desacreditados, muito desacreditados. Eu fico rezando, sofrendo e rezando. Meu marido parte para o campo, eu fico com os filhos, pedindo a Deus para não acontecer o pior. Você educa seus filhos num ambiente de amor, de respeito, num ambiente familiar de verdade, e de repente, se vê numa situação em que é necessário reagir. O que dizer?

Nota da Redação: A respeito da Liga Operária e Camponesa, referida pelo entrevistado deste mês, Sr. Paulo Antônio M. de Paula, Catolicismo publicou matéri.a em sua edição de julho/1999, pp. 31-33) . De tal matéria destacamos o seguinte trecho: "O mais novo ingrediente acrescentado à salada da violência no Brasil chama-se Liga Operária e Camponesa {LOC), apontado como dissidência do MST. A revista "Isto É", que se encarregou de fazer sua apresentação oficial ao público como movimento terrorista (edição de 12-5-1999), faz remontar suas origens a 1969, época em que o MR-8 explodia bombas pelo Brasil e seqüestrava personalidades. Sua constituição mais recente dataria de 199 7. Vários outros órgãos de imprensa têm dado destaque ao assunto. ':A apresentação tem todas as características de um show: fotos de pessoas encapuzadas; cartazes com as inevitáveis caras de Marx, Lenin e Mao; apologia da formação de focos de guerrilha e ações terroristas; os slogans são de 'aterrorizar': 'Com o povo e a força das armas vamos chegar até a vitória final!' Sem falar nos anunciados campos clandestinos de treinamento militar, nos quais vigora rígida hierarquia, o armamento pesado existe em quantidade e os instrutores falam espanhol [... ] "Um dos dirigentes da LOC afirma que 'a maior parte das atividades da Liga é financiada pelo Fundo do Amparo do Trabalho [o qual recebe verbas federais] e por sindicatos'. Está sendo investiga da também a participação da LOC em assaltos a bancos, cujo dinheiro se destinaria à guerrilha e ao terrorismo".

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Nüvo Código Civil: graves violações aos dez Mandamentos

e à tradição católica do Brasil E m lugar de aperfeiçoar o antigo Código Civil de 1916, mesmo retificando alguns pontos, o novo introduziu inovações profundas · e malsãs, que aberram da grandiosa vocação cristã que a Providência Divina generosamente concedeu a nosso País. li

GREGORIO VIVANCO LOPES

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o Monte Sinai, Deus revelou a Moisés os 10 Mandamentos (Decálogo), por isso mesmo chamados de Lei divina. E revelou-os para que, conhecendo-os e praticando-os, os homens pudessem chegar à salvação eterna de suas almas. Mas os Mandamentos são, na realidade, uma expressão perfeita e resumida da Lei natural, esse conjunto de normas implícitas que Deus gravou na consciência de todos os homens. De tal modo gravou, que todos nós sabemos, por exemplo, sem necessidade que nos ensinem, que não devemos matar. Ou que devemos respeitar nossos pais e superiores. A Lei natural contém as normas que ordenam os atos do homem. Abaixo da Lei natural, é preciso também que haja leis positivas, feitas pelos próprios homens. Elas especificam, tornam claros e completam preceitos que, por vezes, são apenas vagos. Por exemplo, é de Lei natural que as crianças sejam dependentes de seus pais e que os adultos sejam donos de seus atos. Mas a Lei natural não nos diz qual é a idade em que uma pessoa passa do estado de criança para o de adulto. Compete à lei positiva completar e determinar esse limite. O Código Civil é uma manifestação da lei positiva.

A lei civil não pode contrariar a Lei divina A lei positiva deve também orientarse pelos u os e costumes legítimos de cada CATOLICISMO

humana, deve respeitar e estar subordinada à Lei natural, de origem divina. Segundo a lapidar frase de Santo Agostinho, "é justo que todas as coisas sejam ordenadíssimas". Por isso, a lei civil não pode contrariar a Lei divina. Mais ainda: as leis inferiores devem favorecer a prática das leis superiores - a lei civil deve facilitar a prática da Lei divina e, na medida do possível, impedir a sua violação. Uma lei civil só é justa enquanto deriva da Lei natural. Negar o Direito Natural é negar o fundamento de toda a legislação positiva. Ora, o primeiro princípio da Lei natural é que "o bem deve ser f eito, e o mal evitado". Nesse sentido, o Código Civil brasileiro, que em breve entrará em vigor, em vários de seus artigos colide com a Lei natural e a Lei divina, sendo altamente censuráveis tais dispositivos, que deveriam por isso ser modificados.

rior Código, elaborado por Clóvis Bevilacqua, que entrou em vigor em 1° de janeiro de 1917 e sofreu, ao longo dos anos, modificações em vários de seus artigos. E, com base nessa comparação, responder a seguinte pergunta: em face da Lei natural, consubstanciada no Decálogo e admiravelmente interpretada pelo Magistério tradicional da Igreja Católica, o que pensar das mudanças efetuadas? É preciso ter presente que, das "novidades" estampadas na nova lei civil, muitas já faziam parte de leis anteriores promulgadas durante os últimos governos, ou da própria Constituição, e diversas delas haviam até sido incorporadas ao Código Civil. É o caso, por exemplo, da proteção aos silvícolas. Quando os dispositivos que citamos do antigo Código correspondem a uma redação posterior a 1916, a data vem por nós assinalada. Os sublinhados são sempre nossos.

O novo Código Civil em face do Decálogo

Santo Agostinho : "É justo que todas as coisas sejam ordenadíssimas".

Para facilita1· o e11te11dimento da matéria

O Código Civil encerra o conjunto de dispositivos que regem o dia-a-dia do cidadão comum. Interessa bem de perto a todos os brasileiros, portanto a mim e ao senhor, prezado leitor. Seria um trabalho atraente, mas extenso e difícil, comparar os 2.046 attigos do novo Código Civil - já sancionado em 10 de janeiro de 2002, mas que só deverá en-

trai· em vigor em 11 de janeiro de 2003 com os princípios e o espírito dos 10 Mandamentos. É tarefa de grande vulto, que não cabe num trabalho limitado como este. Nosso objetivo aqui é imensamente mais modesto. Trataremos apenas de pegar com pinça alguns poucos dispositivos da nova lei civil e compará-los com dispositivos análogos existentes no ante-

Para melhor compreensão da matéria, apresentamos a seguir, na coluna da esquerda, dispositivos do Código de Clóvis Bevilacqua; e na coluna da direita, de modo comparativo, prescrições correspondentes da nova lei civil. Abaixo, ocupando toda a largura da página, um comentário referente à temática exposta nas duas colunas imediatamente superiores.

Código de 1916n

Código de 2002/3

Lei 3.071 de l°/1/1916

Lei 10.406 de 10/1/2002

Art. 6°. III. § único - Os silvícolas ficarão sujeitos ao regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos especiais, o qual cessará à medida que se forem adaptando à civilização do país. (Redação de 1962)

No Monte Sinai, Deus revelou a Moisés os 1O Mandamentos (Decálogo), por isso mesmo chamados de Lei divina .

povo e de cada época. Os esquimós, que vivem em meio às geleiras, necessariamente terão uma legislação diferente da dos povos sujeitos aos calores tórridos da linha do Equador. E o homem que outro-

ra só usava para sua higiene pessoal a água dos rios tem obrigações diferentes daquele que dispõe de água quente encanada dentro de casa. Mas a lei positiva, por ser uma lei

Comentário Não se fala mais em adaptar os índios à civilização do país. Pois, segundo as novas teorias indigenistas, derivadas de füosofias

Art. 4°. IV. § único - A capacidade dos índios será regulada por lei especial.

absurdas como o estrururalismo, a ecologia exacerbada e outras, o estado selvagem seria superior ao civilizado. Assim sendo, o indígena deveria ser conservado nos cos-

Art. 1079 - A manifestação da vontade, nos contratos, pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa.

tumes selvagens de seus antepassados, e o civilizado deveria ser encaminhado para a barbárie, conforme denúncia feita pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira.

A:rt. 421 - A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

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Comentário Aparece a figura da "funç ão social do contrato" para limitar e mesmo condicionar a vontade das partes contratantes. É o tributo pago pelo novo Código à mania do "social", que vem servindo de curinga

para enfraquecer e mesmo desmantelar toda estrutura tradicional do relacionamento civil. Em nome do "social" golpeia-se a propriedade, interfere-se na família, envenenam-se as relações entre as pessoas, promove-se a luta de classes.

Art. 501 - O possuidor, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da violência iminente, cominando pena a quem lhe transgredir o preceito.

Comentário A proteção ao direito do possuidor contra uma violência iminente foi fragilizada. Mesmo que ele obtenha do juiz um interdito proibitório para defender sua posse, o novo Código não fala mais em penalidade a ser imposta a quem trans-

Note-se que o art. 421 não define o que seja essa "função social", deixando assim perigosamente os contratos ao arbítrio das i~terpretações mai s espúrias e mai s loucas, podendo mesmo chegar à idéia comunista de "social".

Não há equivalente.

Art. 1210 - O possuidor tem direito a ser [... ] segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

gredir o interdito. Ora, tal enfraquecimento da proteção ao direito legítimo faz-se justamente nesta época em que hordas de invasores de terras (MST etc, muitas vezes insuflados pela CPT) perambulam impunemente pelo território nacional, ameaçando ora esta, ora aquela propriedade.

De que vale, ao proprietário ameaçado, buscar a proteção judicial prévia, se esta não mais intimida os potenciais invasores? O próprio Poder Judiciário fica desmoralizado ao conceder uma proteção que não tem efeitos práticos, e que mais se assemelha a uma empada vazia .

Comentário Estas restrições ao "exercício" do direito de propriedade, redundam evidentemente em restrições ao próprio direito. São elas caudatárias da onda socialista que flagela o mundo contemporâneo, a qual faz com que cada vez mais vão sendo cerceados os direitos dos indivíduos em favor da coletividade. Melhor diríamos, do coletivismo comuno-socialista, pois a sociedade autêntica só tem a perder com o enfraquecimento dos direitos individuais. A força de uma corrente está

Pelo novo Código Civil, foi fragilizada a _proteção ao direito do possuidor contra uma violência iminente .

Não há equivalente.

Art. 503 - O possuidor manutenido, ou reintegrado, na posse, tem direito à indenização dos prejuízos sofridos, operando-se a reintegração à custa do esbulhador, no mesmo lugar do esbulho.

Comentário Foi supresso o attigo do Código anterior que obrigava o esbulhador - por exemplo, os líderes do MST ou seus sequazes a pagar n&o só os danos causados à propriCATOLICISMO

Não há equivalente.

edade e os lucros cessantes, como também o custo da reintegração de posse (despesas com advogados, taxas judiciais, apoio logístico à força policial encarregada da reintegração etc). Ou seja, o proprietário sofre

a invasão e ainda tem de desembolsar todo o necessário para ser reintegrado na posse. Se for pobre e não puder pagar, tem de abandonar a propriedade aos invasores. Enquanto isso, os invasores se abanam!

Comentário Esta é uma tendência crescente nas legislações posteriores à Revolução Francesa de 1789, que consiste em depauperat· cada vez mais o alcance do direito de propriedade e da iniciativa particulat·, em favor do fortalecimento de um Estado sabe-tudo, podetudo, providencia-tudo, abat·ca-tudo. É a estatização que avança com prej uízo da sociedade orgânica. A doutrina pontifícia é muito esclat·ecedora a esse respeito: 1 - "Ao observat· o andamento de certos congressos, mesmo católicos, em matérias econômicas e socia is, pode-se no-

Art. 1228, § 1º - O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artí~~ico, bem como evitada a poluição do ar e das águas . .§2'.'.{ ... ] ~ - O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação por [... ] interesse social [... ]

na força de seus elos. A propriedade golpeada, a fam ília dissolvida, o indivíduo enfraquecido, acabam por constituir um magma social inconsistente, ao sabor das utopias do momento ou quiçá de um tirano superveniente, chame-se ele Lenine, Hitler ou outro nome qualquer. O pat·ágrafo 1° do art. 1228 encontrase ademais influenciado a fundo pelas modernas doutrinas ecológicas que, abstraindo da ex istência de um Deus pessoal, acabam por divinizar a natureza, alçando-a à condição de absoluto. Estamos longe de afirmat· que o direito de propriedade - como qualquer outro direito - deva ser exercido sem nenhuma preocupação social ou de sadia preservação da natureza. Tal preocupação deve existir, ela é legítima e até necessária. Mas deve ser fruto de uma reta formação moral das famílias e dos indivíduos, e não imposta de cima para baixo por

um Estado onipresente, que age segundo os ventos e os pruridos da ocasião. Por tudo isso, é clat·a a doutrina cató1ica sobre o direito de propriedade: 1 - "Fique bem assente que o primeiro fundamento a estabelecer para todos aqueles que querem sinceramente o bem do povo é a inviolabilidade da propriedade patticular" (Leão XIII, Encíclica Rerum Novarum). 2 - "É alheio à verdade dizer que se extingue ou se perde o direito de propriedade com o não uso ou abuso dele" (Pio XI, Encíclica Quadragesimo Anno). 3 - "O direito de propriedade privada, mesmo em relação a bens empregados na produção, vale para todos os tempos. Pois depende da própria natureza das coisas, que nos diz ser o indivíduo anterior à sociedade civil e, por este motivo, ter a sociedade civil por finalidade o homem" (JoãoXXIIl, Encíclica Mater et Magistra) .

Art. 1230 - A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos em leis especiais.

tar uma tendência sempre crescente para invocat· a intervenção do Estado, de modo que se tem por vezes como que a impressão de que esse é o único expediente imaginável. Ora, sem dúvida alguma, segundo a doutrina social da Igreja, o Estado tem seu papel próprio na ordenação da vida social. Para desempenhar esse papel, deve mesmo ser forte e ter autoridade. Mas os que o invocam continuamenA legislação brasileira sofreu influência marcante da Revolução Francesa, iniciada com a tomada da Bastilha (gravura à esq .), em julho de 1789

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te e lançam sobre ele toda a ·esponsabilidade, o conduzem à ruína e fazem mesmo o jogo de certos poderosos grupos interessados" (Pio XII, Discurso ao VII

Congresso da UCID, em 7-3-1957). 2 - "Deve-se afirmar que no campo econômico a parte principal compete à iniciativa privada dos cidadãos, quer ajam

Art. 527 - O domínio presume-se exclusivo e ilimitado, até prova em contrário.

Comentário Note-se a substituição da palavra "ilimitado" por "plena". Na prática não muda

o princípio da função apenas subsidiária do Estado, aproxima-se do comunismo e coloca o Estado - reconhecidamente mau administrador das coisas privadas - como o verdadeiro chefe supremo da família. É um princípio profundamente anticristão. Ensina a Sagrada Escritura, pela pena do Apóstolo São Paulo: "As mulheres sejam sujeitas a seus maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja .... Assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres a seus maridos" (Ef 5, 21-24).

Demole-se a figura do chefe de família em aras ao princípio igualitário, que há séculos vem corroendo toda a civilização ocidental e toda hierarquia legítima. Afogados nessa mesma igualdade, perecem a autoridade paterna e a especificidade das virtudes da mulher, esposa e mãe. Em substituição à autoridade do marido, adota-se o princípio de que as divergências sejam resolvidas pelo juiz. É a introdução nefasta do Estado no seio da família, para ditar normas sobre o que devem fazer ou deixar de fazer seus componentes. É uma medida totalmente antinatural e demolidora da família, afronta

Apóstolo São Paulo (Basílica de São Paulo Extramuros, Roma)

Art. 1240. § 1º - [Usucapião] O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher. ou a ambos. independentemente do estado civil.

Não há equivalente.

Comentário É mais uma aplicação do princípio de que não existe chefe de família. Trata-se de uma comunidade bicéfala ou acéfala,

conforme se prefira. Este artigo, ademais, é bastante bizarro em suas conseqüências. Não só a mulher casada poderá adquirir o título de proprietária, em detrimento do

O pai não exerce mais o pátrio poCATOLICISMO

marido, como também a concubina. O ideal de família cristã passa a léguas desta legislação.

Comentário O adultério de um dos cônjuges já não impede que, após divórcio ou viuvez, o adúltero ou adúltera se case com seu com-

Art. 5º. § único. 1- Cessará para os menores a incapacidade pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro [ ... ]

der sobre os filhos menores, o qual é dividido com a mãe em igualdade de

tivesse dois presidentes da República governando em igualdade de condi-

Comentário O tufão do igualitarismo soprou tão forte nas mentes dos redatores do novo Código, que até as diferenças naturais mais comezinhas foram varridas. É de

Comentário O Código de 1917 colocava como condição para não se tornar anulável o casamento de mulher solteira, sua virgindade ou o conhecimento, pelo futuro marido, do defloramento havido. Nisto a lei se mostrava incongruente, ao não fazer exigência equivalente em relação

Comentário Mais uma evidente manifestação do princípio de que a família não tem, no

condições. Esfacela-se a figura da autoridade única no lar, sujeitando os fi-

Comentário Fica introduzida assim a figura do "planejamento familiar", inexistente no Código precedente. No contexto da mo-

experiência, assinalando idades diferentes para o homem e a mulher poderem unir-se legalmente em matrimônio. Mas o mito igualitário prevaleceu mais uma vez sobre a razão e o bom senso.

Não há equivalente

ao homem. Mas a solução dessa incongruência deveria dar-se exigindo o mesmo do futuro marido, pois não existe um direito do homem de corromper seu corpo antes do casamento, tendo em vista que a lei moral foi feita para ambos, e não só para a mulher. Ora, o novo Código resolve essa incongruência do lado

Art. 240. § único - A mulher poderá acrescer aos seus os apelidos do marido (Redação de J 977)

tância". Mas se o adultério não tem importância, o casamento a tem? É a porta aberta para o amor livre.

Art. 1517 - O homem e a mulher com 16 anos podem casar [... ]

experiência universal comum a todos os povos que a maturidade biológica e psicológica para constituir matrimônio se processa antes na mulher do que no homem. A lei civil de 1917 consagrava essa

Art. 219 - Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge [o que torna anulável o casamento]: IV - o defloramento da mulher, ignorado pelo marido

ções ... Pobre nação!

Não há equivalente

panheiro de pecado. Caem as barreiras legais contra o adultério. Antigamente, a justo título, o adultério era considerado uma infâmia, hoje ele "não tem impor-

Art. 183. XII - Não podem casar as mulheres menores de 16 anos e os homens menores de 18.

Não há equivalente

Art. 9º, § 1º, 1 - Cessará para os menores a incapacidade, por concessão do pai, ou, se for morto, da mãe[ ... ] (Redação de 1931)

Comentário

te a sensibilidade coletivista dos teóricos do socialismo em nossos dias.

Art. 1511 - O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. Art. 163 l, § único - Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.

Comentário

lhos menores a um poder freqüentemente dividido. Imagine-se uma nação que

Art. 183, VII-Não podem casar o cônjuge adúltero com o seu co-réu, por tal condenado.

Art. 1231 - A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.

muito. Mas a idéia de que o domínio do proprietário sobre a coisa normalmente não tem limite, desagrada profundamen-

Art. 233 - O marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos . (Redação de 1962)

isoladamente, quer associados de diferentes maneiras a outros para a consecução de interesses comuns" (João XXIII, Encíclica Mater et Magistra).

errado, atropelando a lei moral e tornando não mais anulável o casamento em que a mulher escondeu de seu futuro esposo relacionamentos havidos anteriormente . É mais um passo para oficializar o amor livre, ideal comunista em que todas as mulheres são de todos os homens e vice-versa.

Art. 1565. § 1º - Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro

marido, seu chefe. O afã igualitário dos redatores do novo Código não se deteve nem sequer na consideração de que pode

ficar um tanto ridículo o marido adotar o sobrenome da mulher.

Art. 1565. § 2° - O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito [ ... ]

derna licenciosidade de costumes, isso significa sinal verde para o uso de meios anticoncepcionais artificiais e, em certos casos, mesmo abortivos. A decisão é dei-

xada a cargo do casal, como se marido e mulher pudessem estar acima da Lei divina que proíbe tais práticas. Com a agravante de que se institui um novo dever SETEMBRO 2002 -


para o Estado, que é o de contribuir com recursos educacionais e financeiros para esse planejamento. Mas nada se diz sobre o dever do Estado de ajudar as famílias numerosas, em que o casal não tenha recursos suficientes para sustentar todos os filhos que Deus lhe mandai·. É indiretamente um incitamento à limitação da natalidade. Já o Papa Pio XII condenava todos os métodos artificiais de limitação da natalidade, no que foi confirmado pela Encíclica Humanae Vitae , de Paulo VI, e por diversos pronunciamentos de João Paulo II, como por exemplo: 1 - "É moralmente inaceitável que, para regular a natalidade, se encoraje ou até imponha o uso de meios como a contracepção, a esterilização e o aborto" (Encíclica Evangelium Vitae) 2 - Parece "algo muito alairnante verificar em numerosos países a difusão de campanhas sistemáticas contra a natalidade, por iniciativa dos próprios governos" (Encíclica Sollicitudo Rei Sacia/is).

Art. 233, TIi - Compete ao marido o direito de fixar o domicílio da família, ressalvada a possibilidade de recorrer a mulher ao juiz, no caso de deliberação que a prejudique (Redação de 1962)

Comentário O domicílio equivale ao lar. Na cidade antiga, era o lugar sagrado onde tinham vivido os antepassados. Se alguma mudança fosse imposta pelas circunstâncias, ao pater familias (o pai de família, o chefe do clã) caberia indubitavelmente qualquer decisão.

Narra a Sagrada Escritura que, no tempo do Profeta Elias, o ímpio rei Acab quis comprar uma herdade, vizinha a seu palácio, oferecendo ao proprietário dela, Nabot, uma outra propriedade melhor ou o preço em dinheiro. Ao que Nabot respondeu altivamente: "Deus me guarde que eu te dê a herança de meus pais" (III Reis, 21,3).

Í9 l 7, mesmo quando as circunstâncias levavam a que o poder no lar fosse exercido pela mulher, nem por isso ele deixava de chamar-se "pátrio poder". Pátrio lembra a figura veneranda do pai , ao qual os

Art. 368 - Só os maiores de 30 anos podem adotar § único - Ninguém pode adotar, sendo casado, senão decorridos 5 anos após o casamento (Redação de 1957)

CATOLICISMO

Hoje em dia, infelizmente, posta de lado toda e qualquer preocupação sacral ou mesmo de alguma elevação moral em relação à família ou ao lar, prevalecem os critérios igualitários e meramente utilitários para a escolha do domicílio, como ressalta da redação do art. 1569.

Capítulo V - Do Poder Familiar

Capítulo VI - Do Pátrio Poder

Comentário O novo Código é minucioso no que diz respeito a eliminar qualquer vestígio de legítima hierarquia entre os cônjuges, até mesmo redacional. No Código de

Art. 1569 - O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um ou outro podem ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão, ou a interesses paiticulares relevantes

redatores do novo Código querem absolutamente desbancar de seu assento. De onde "poder familiar".

Art. 1618 -A pessoa maior de 18 anos pode adotar § único -A adoção por ambos os cônjuges ou companheiros poderá ser formalizada, desde que um deles tenha completado 18 anos de idade, comprovada a estabilidade da família

Comentário É espantoso como o novo Código retira proteção ao adotado. É patente que as novas gerações, de modo geral, apresentam menor maturidade que as antigas, influenciadas que estão por toda uma contra-cultura do rock, das drogas, das dis-

cotecas etc. Assim sendo, baixar drasticamente - de 30 para 18 anos - a idade em que se pode adotar, é criar para o adotado condições de formação das mais instáveis e perigosas. E o pai·ágrafo único ainda agrava a situação. Os adolescentes não precisam

Art. 315 -A sociedade conjugal termina: 1. Pela morte de um dos cônjuges; II. Pela nulidade ou anulação do casamento; Ili. Pelo desquite, amigável ou judicial

Comentário O novo Código denomina o "desquite" de "sepai·ação judicial" e incorpora o divórcio. Assim como a família é a base da sociedade, assim também o divórcio é a base da destruição da família. Fala-se tanto em função social da propriedade. Ora, o casamento indissolúvel tem importante função social a cumprir. Sem a família monogâmica, a sociedade se ressente em todos os seus aspectos, distancia-se de suas raízes, torna-se instável e fica propensa à ascensão de aventureiros de todos os tipos e matizes. Costuma-se usar, em favor do divórcio, argumentos de caráter hedonista, como seja a preservação da felicidade dos indivíduos que já não se suportam mais um ao outro. Esse argumento é falso, pois o que vemos por toda paite onde o divórcio se implanta é a infelicidade, o remorso de consciência, os filhos traumatizados, as vidas desfeitas, os problemas psíquicos. Mesmo para os casais que não se divorciam, a possibilidade do divórcio funciona como um fator desestabilizador do lar, uma fonte de desconfianças mútuas, de ameaças recíprocas. Onde deveria haver amor e união, regados pela aceitação dos sacrifícios inerentes ao convívio, introduz-se a divisão e a suspicácia .

estar casados para adotai·, basta estar juntados e um deles ter completado 18 anos. Só se exige a "estabilidade da família". Parece até uma irrisão. Que estabilidade se pode comprovar num casal não-casado em que um tem 16 anos e o outro 18?

Art. 1571 - A sociedade conjugal termina:

1. Pela morte de um dos cônjuges; II. Pela nulidade ou anulação do casamento; III. Pela separação judicial; IV. Pelo divórcio Art. 1580 - Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das partes poderá requerer sua conversão em divórcio U - O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de 2 anos

Ademais, em casos extremos de incompatibilidade, a Igreja sempre permitiu a separação do casal, mas não com novo casamento, que é o que caracteriza o divórcio. Mas ainda que o argumento hedonista fosse verdadeiro, ele não justificaria a existência do divórcio. Primeiro, porque ele foi proibido por Nosso Senhor Jesus Cristo; segundo, porque a monogamia e a indissolubilidade do matrimônio são de direito natural.

Interessa ao tema transcrever as próprias palavras de Nosso Senhor, no Evangelho: "Deixará o homem seu pai e sua mãe, e se juntará à sua mulher; e os dois serão uma só carne. E assim não mais são dois, mas uma só cai·ne. Po1tanto, não separe o homem o que Deus juntou. [... ] Qualquer que repudiai· sua mulher, e se casar com outra, comete adultério contra a primeira. E, se a mulher repudiai· seu mai·ido e se casar com outro, comete adultério" (Me 10, 7-12).

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·, O divórcio, no novo Cóctigo Civil, pode ser obtido por conversão (após l ano de separação judicial) ou diretamente (após 2 anos de separação-de-fato). Ora, esse divórcio direto abre as comportas para todo tipo de chicanas, dado que a separaçãode-fato tem de ser provada por meio da mais trabalhosa e menos segw-a das provas, a testemunhal. O cônjuge (muitas vezes até em conluio com o outro) poderá, a qualquer tempo, "arrumar" duas testemunhas de que a separação-de-fato vem ocorrendo há mais de 2 anos, com o que conseguirá, de imediato, o divórcio. E isto pode fazer-se sem qualquer limitação quanto ao número de dissoluções

Não há equivalente

Comentário O novo Código introduz uma figura inexistente no antigo: a "entidade famili ar". Já não é mais a família cristã, mas uma união espúria de homem e mulher, que se levanta insolente ao lado do casamento. E servindo de sedução para muitos: para que casar, se basta uma "união estável"? Tem menos burocracia, menos papéis, menos complicação, e tem pratica-

Não há equivalente

Comentário Existem, como é sabido, vá.rios irnpectimentos para o casamento. O novo Código aplica esses mesmos impedimentos para a constituição da "união estável". Entretanto faz uma incrível exceção, que constitui um privilégio em favor da "união estável".

Não há equivalente

Comentário A cliamada "união estável" goza ainCATOLICISMO

de casamentos. O divórcio equivale, pois, a uma poligamia a prestação, pois em lugar de um homem ter vá.rias mulheres ao mesmo tempo, ele as tem ao longo dos anos. E o mesmo vale para a mulher. Não deixa de chamar a atenção o fato de que a lei do divórcio tenha sido introduzida no Brasil pelo governo militar. E que, posteriormente, ela tenha sido encampada, sem dificuldade pela nova República, e agora adotada no novo Código Civil. Criticou-se muito a legislação do período militar e foi elaborada a Constituição de 1988 para acabar com a influência legislativa daquela época. Desceu-se até às minúcias a fim de - conforme trombe-

teava então a esquerda - "limpar" o Brasil de qualquer "entulho autoritário". Entretanto, a lei do divórcio ficou intocada, como também, aliás, a Reforma Agrária do Estatuto da Terra. Prova evidente de que as esquerdas não são contra a ditadura, a não ser nos pontos em que esta colide com sua ideologia. E até se agradam com as medidas ditatoriais que favorecem suas utopias. A vocação ditatorial dasesquerdas é, ademais, bem conhecida! Cabe ainda uma lamentação, embora alheia ao aspecto civil. Os Tribunais Eclesiásticos estão transformando, muitas vezes, na prática, a anulação de casamento em divórcio disfarçado.

devem casar o tutor com a pessoa tutelada; a viúva, até 10 meses após o início da

viuvez). Ora, tais causas suspensivas não impedem o reconhecimento da união es-

Não há equivalente

Comentário É mais um artigo tendendo a equipa-

Art. 1790 - A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável [... ] rara esposa legítima à concubina estável, aqui designada por "companheira".

Art. 337 - São legítimos os filhos concebidos na constância do casamento[ ... ]

Art. 1596 - Os filhos, havidos ou não na relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação

Art. 1723 - É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família

mente o mesmo efeito. E quando quiser se separar, é mais fácil... Estas pseudo-vantagens, que afrontam a sacralidade do casamento e sua missão divina, entretanto seduzem a muitos, postos na voragem de uma civilização voltada para o egoísmo e o prazer. Seria dever grave dos legisladores opor-se a tal equiparação, mas não é o que vemos no novo Código Civil.

Pelo inciso VI do art. 1521, estão impedidas de casar as pessoas já casadas. Ora, por este § 1º do art. 1723, uma pessoa casada pode estabelecer uma "união estável" com outra pessoa, bastando para isso que ela esteja separada de seu legítimo cônjuge, de fato ou judicialmente.

Por este § l º, o próprio divórcio torna-se obsoleto, pois basta que o casal se separe de fato, para que cada cônjuge possa juntar-se com outro, recebendo a proteção da lei. Não é muito diferente do regime que vigora entre os animais no pasto!

Art. 1723. § 2º -As causas suspensivas [do casamento] do art. 1523 não impedirão a ca.ractetização da união estável

da de outros privilégios face ao casamento legítimo. Este último não deve ser rea-

Comentário Este artigo do novo Código Civil abole a distinção entre filhos legítimos e ilegítimos. É uma conseqüência natural de outros dispositivos demolidores da família, como o que equipara o casamento à chamada união estável. É mais um golpe profundo na família cristã, cujos filhos são o fruto normal da união dos esposos e participam da sacralidade do lar, não podendo ser considerados no mesmo pé de igualdade que os nascidos de uniões espúrias, sejam elas adulterinas, concubiná.rias ou quaisquer outras.

Surge assim, ao lado dos esposos legítimos, a figura dos "companheiros", que ademais abre as portas para o amor livre e até para pecados contra a natureza, como seja a propalada união entre pessoas do mesmo sexo, o aberrante "casamento" homossexual (ver quadro à pág. 35). Aqui não se usa o termo "companheiros", mas ele está explícito em outros artigos.

Art. 1723. § lº - A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos [ao casamento] do art. 1521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente

lizado enquanto permanecerem determinadas "causas suspensivas" (por ex.: não

tável. Mais uma razão para ela servir de aliciamento, em prejuízo do casamento.

O novo Código abole a distinção entre filhos legítimos e ilegítimos. Mais um golpe profundo na família cristã.

Art. 315, § único - O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges, não se lhe aplicando apresunção estabelecida neste Código, art. JO, segunda parte [referente aos ausentes]

Comentário Além de introduzir o divórcio como fator de dissolução do casamento, o novo Código ainda inova perigosamente num outro ponto. Pelo Código de 1917, em certos casos, como o de sucessão hereditária, pre-

Não há equivalente

Art. 1571, § único - O casamento valido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente

sume-se morta a pessoa longamente ausente e da qual não se conhece o paradeiro. Mas deixa claro que essa presunção de morte não se aplica ao cônjuge ausente para efeito de disso1ver o casamento. Entretanto, o novo Código, introduz mais um fator de dissolução do casamen-

to - além do divórcio - que é a presunção de morte para o cônjuge ausente. Como se vê, o vínculo conjugal fica seriamente golpeado com mais esse dispositivo.

Art. 1597 - Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos [... ] III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;


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IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Comentário O novo Código Civil legitima a concepção por fecundação artificial. Mera adaptação aos modernos progressos da ciência, dirão alguns. Esquecem-se eles de que a ciência tem de estar necessariamente subordjnada à moral, sob pena de as maiores monstruosidades serem tidas como "avanços científicos". A ciência também descobriu meios eficacíssimos de destruição em massa, como as armas químicas, as bombas bacteriológicas e outras. Vamos por isso legitimar o seu uso? A fecundação artificial não considera a existência da alma espiritual e trata a reprodução humana como se fosse a

Conclusão Como acabamos de ver, os aspectos negativos e mesmo antinaturais do novo Código ressaltam com muita clareza quando este é analisado à luz da Lei divina e da Lei natural. Nem poderia ser de outra forma, dado que seus autores, juristas competentes embora, buscaram uma adaptação aos tempos presentes, marcados a fundo pela decadência moral. O maior interesse deste nosso estudo, como certamente notaram os prezados leitores, consiste em indicar, na passagem de um Código para o outro, quais as transformações que sofreram os costumes e as leis. Via de regra, infelizmente, num sentido anticristão e paganizante. A esse propósito, cabe-nos externar aqui profundo pesar, e nosso veemente protesto, pelo fato de uma minoria impor preceitos profundamente censuráveis, que violam as Leis divina e natural, à população brasileiCATOLICISMO

de um bicho, buscando mudar impunemente as operações naturais. Faz parte de todo um conjunto de atividades científicas que tendem a co locar o homem no lugar de Deus, fazendo dele um deusin ho de carne e osso, que se proclama autônomo em relação aos Mandamentos da Lei divina. Tanto a fecundação artificial homóloga quanto a heteróloga são condenadas pela Igreja. A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, na Instrução Donum Vitae, de 22-2-1987, expressamente aprovada por João Paulo II, esclarece: a) "A fecundação artificial heteróloga é contrária à unidade do matrimônio, à dignidade dos esposos, à vocação pró-

pria dos pais e ao direito dos filhos de serem concebidos e trazidos ao mundo no matrimônio e pelo matrimônio"; b) "A inseminação artificial homóloga dentro do matrimônio não se pode admitir" como substituta do ato conjugal. E na Encíclica Evangelium Vitae, o Pontífice declara: "Também as vfü-ias técnicas de reprodução artificial, que pareceriam estar ao serviço da vida e que, não raro, são praticadas com essa intenção, na realidade abrem a porta a novos atentados contra a vida". Elas são "moralmente inaceitáveis, porquanto separam a procriação do contexto integralmente humano do ato conjugal".

ra majoritariamente católica. Constatado o fato, surge a pergunta: como tal minoria conseguiu isso? Seu êxito só se explica porque omitiram-se aqueles que tinham por missão liderar e articular uma reação eficaz a essa investida anticristã. Oferecendo a seus leitores a presente análise, Catolicismo, diante dessa lamentável inércia, cumpre seu dever, lançando um brado de alerta às elites religiosas e civis do País e a todo o povo brasileiro. Assim como o anterior Código foi modificado, também este poderá sê-lo para melhor, desde que haja esclarecimento e esforço. Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, ilumine nossos governantes, especialmente os parlamentares, no sentido de que possam ainda ser preservadas - apesar da avalanche contrária neopagã - as gloriosas tradições cristãs da Nação de maior população católica do Globo. •

Ameaçam introduzir o "casamento" homossexual no Código Civil

O

novo Código Civil ainda não entrou em vigor, e já se procura modificar 188 de seus artigos. Não é este o momento de analisar as alterações propostas pelo deputado do PPB, Ricardo Fiúza, na Câmara dos Deputados (cfr. "Jornal da Câmara", 21-6-02). Mas uma delas chama especialmente a atenção: a que se refere ao infame "casamento" homossexual. O referido parlamentar quer que o Código Civil reconheça, "como característica imanente à própria personalidade " (idem), a opção pela prática homossexual. Como conseqüência, seu projeto propõe que, também às uniões de pessoas do mesmo sexo, se apliquem as regras privilegiadas concernentes à chamada "união estável". Em artigo para o "Jornal do Commercio" do Rio Janeiro (2-7-02), ele não esconde sua simpatia por projeto de semelhante teor, apresentado em 1995 pela então deputada pelo PT, Marta Suplicy, o qual levantou contra si grande protesto popular. Tal dispositivo é um verdadeiro Cavalo de Tróia que, se aprovado, trará em seu bojo o acolhimento por parte de

nossa legislação - e conseqüente incentivo - de um gravíssimo pecado contra a natureza. De fato, João Paulo II afirmou que "não é moralmente admissível a apmvação jurídica da prática homossexual ", pois trata-se de "comportamentos desviados que não são conformes ao plano de Deus" (Discurso de 20-1-1994). E antes disso, o Catecismo da Igreja Católica, promulgado em ] 992, ensina: "Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a Tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. Eles são contrários à lei natural" (nº 2357). Com isso o Pontífice e o novo Catecismo não fazem senão reafirmar a doutrina perene da Igreja, abundantemente baseada na Sagrada Escritura (lembremos o episódio de Sodoma e Gomorra, consumidas pelo fogo!) e reafirmada sempre pelos Doutores da Igreja e pelo Magistério. Em seu famoso Catecismo de 191 O, São Pio X classifica o "pecado de impureza contra a natureza" entre aqueles que "bradam a Deus por vingança" (nº 966).

Para São Pio X, o homossexualismo é dos pecados que

"bradam a Deus por vingança"

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,,~JA=: ~

a Coréia para aí ter um a cabeça-deponte. Derrotando os coreanos e os chineses qu e foram auxiliá-los, o Condestável do Japão, Agostinho Arimandono, católico, rei de Fingo, enviou para o Japão, como escravos, grande número de pris ione iros. Muitos destes se co nverteram à verdadeira fé, juntando seu sa ng ue ao dos mártires japoneses. Dos c inqüe nta e doi s mártires que em 2 de setembro de 1622 deram sua vida pela fé em Nagasaki, cinco eram coreanos. O sangue desses m{utires em terras nipônicas atraiu para seu país natal a graça da fé, de fo rma se m precedentes na História.

Busca <la verdade leva à verdadeira Religião

Catolicismo na Coréia: exemplo de firmeza na fé P or ocasião da comemoração da festa de Santo André Kim e companheiros, mártires na Coréia, no dia 20 deste mês, apresentamos aqui um pequeno histórico do catolicismo naquele país, admirável pela integridade de seus fiéis e pelo heroísmo de seus mártires ■ PuN10 M ARIA SouMEO

Decapitação de Santo André Kim . Sua cabeça rolou somente com o oitavo golpe de sabre .

CATOLICISMO

oréia, país outrora deno minado Tsio -sien ("Serenid ade da manhã"), e posteriormente "O ~ Re ino Heremita", por sua obstinação em não receber estrangeiros talvez seja a única nação nos anais missionários a ter-se evangelizado a si própria. Essa evangeli zação teve a peculiaridade de começar pela alta camada social - a dos nobres e sábios - para espraiarse pelas demais. Antes que algum sacerdote tivesse penetrado em seu solo, o Catolic ismo aí se desenvolvera tão esplendidamente, que j á contava com vários mártires.

A Coré ia, país outrora denominado Tsio-sien ("Serenidade da manhã"), e posteriormente "O Reino Herem ita", por sua obsti nação em não receber est:rangeiros talvez seja a única nação nos anais mi ss ionários a ter-se evange lizado a si própri a. Essa evangeli zação teve a peculiaridade de começar pela alta camada social - a dos nobres e sábi os - para espraiar-se pelas demais . Antes que algum sacerdote tivesse penetrado em seu solo, o Catolicismo aí se desenvolvera tão esplendidamente, que j á contava com vários mártires. No final do sécul o XVI, o Imperador do Japão, querendo conqui star a C hin a, mandou um exérc ito invadi r

l'rimeil'os contatos com Pequim Piek-i não se satisfi zera ape nas com essas noções. Queria muito mais. E pediu a um seu amigo que se convertera, Seng-houn-i, que iria participar da embaixada anual à China, que lá procurasse os mi ssio nários e uropeus, dando-lhe detalhadas in struções sobre o que pedir e perguntar. E m Pequim, Seng-houn-i foi diretamente à catedral, onde o Bispo D. Alexandre Tong o recebeu de braços abertos, admini strando- lhe o batismo com o nome de Pedro. Na volta a seu país, o neo-batizado vinha munido de grande número de livros, cruzes, imagens e outros presentes, que entregou a Piek-i. Nascia assi m a célebre Cristandade de Nai-po, que foi depois uma

fonte de cri stãos fervorosos e mártires ilu stres.

MartÍl'ios, heroicida<le de alg11J1s cristãos Apesar de algumas persegui ções isoladas, a Igreja na Coréia se desenvolvia. Mas e m 179 1 fora m martiri zados dois membros da no breza, Paulo Yun C hi -Ch' un g e seu primo Tiago K wo n Sang-Yon, por se negare m a prestar o culto pagão por ocas ião da mo rte da mãe do primeiro. Esse inc idente desla nc ho u um a bu sca geral contra os cristãos, vários deles sofrendo o martírio. Apesar de a perseguição durar quase do is anos, a pregação do Evangelho Devoção mariana na Coréia de hoje

Ni Tek-Tso, conhecido por Piek-i, pertencia a uma nobre familia que se di stinguira nas letras e altas funções públicas, e que se vo ltara para a carreira das armas. De elevada estatura e força prodigiosa, dotado de incom uns qualidades intelectua is, a inda assim não era fe li z. Desde sua primeira juventude, devorava-o o desejo de conhecer a verdade. Outros sábios, e entre e les um céle bre doutor, Kouen Tsiel-sin -i, num dia do ano da graça de 1777, com a mesma preocupação, retiraram-se para um lugar isol ado nas montanhas, para dedicar alguns dias ao estudo e reflexão sobre a matéri a. Piek-i foi j untarse a e les. Depois de anali sarem tudo o que tinham à mão sobre a mo ra l e re lig ião do país e da C hina, sem chegar a nenhum resultado sati sfatório, tomaram algun s livros que um dos missionários na Corte do Celeste Império tinha enviado através de uma das embaixadas anuais da Coréia à China. Esses e lementares tratados sobre a R e li g ião Católica e ntu si asma ra m aq ueles home ns retos à procura da verdade. A impressão foi tão profunda que, de comum acordo, reso lveram começar a praticá-la, embora ainda em segredo.

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continuou, surgindo novos zelosos apóstolos para preencher o vazio deixado pelos mártires . E o número de cristãos chegou a quatro mil, o que é impressionante, considerando-se que até ali não tinham tido contato com nenhum sacerdote.

Enl'im, um sacerdote! . Seu martírio

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Esses cristãos perseguidos, martirizados, dispersos, ansiavam entretanto· por uma só coisa: ter um sacerdote que pudesse ministrar-lhes os Sacramentos e guiá-los no camjnho do Céu. Enfim, em 1793, LO anos após o início do Cristianismo nessas terras já regadas pelo sangue de mártires, nela penetrou um recém-ordenado sacerdote chinês que, apesar da jovem idade, tinha prudência e virtude para tão arriscada missão. O Pe. Tiago Chu exerceu seu ministério clandestino durante vários anos, em meio a novas e terríveis perseguições, até receber a coroa do martírio em 1801. Com ele pereceu a nata da cristandade da Coréia. Mas suas raízes já estavam suficientemente fortes para continuar a germinar nas catacumbas, ainda que novamente autocéfala.

A Coréia é erigida em Vical'iato Apostólico Correram quase trinta anos, com os católicos perseguidos, martirizados e sempre crescendo em número. Em 1825, Agostinho Yu escreveu, em nome dos católicos, comovente carta ao Papa narrando-lhe suas vicissitudes e suplicando sacerdotes. O Sumo Pontífice, que recebeu a carta via Pequim, em 1827, confiou essa missão à nascente Sociedade das Missões Estrangeiras, de Pari s, que já trabalhava na China. Em setembro de 1831 , erigiu o país em Vicariato Apostólico, nomeando para seu primeiro bispo o Pe. Bartolomeu Bruguiere, missionário daquela Sociedade na China.

CATOLICISMO

Este morreu em 1835, sem conseguir entrar no país. Mas tinha preparado o caminho. E alguns intrépidos cristãos conseguiram finalmente, em 1836, introduzir na Coréia um novo missionário, o Pe. Pierre Maubant. No início do ano seguinte, com a experiência adquirida, fizeram o mesmo com o Pe. Jacques Chastan, e pouco depois tiveram a alegria de fazer passar a fronteira a D. Laurent Imbert, sucessor de D. Bruguiere. D. lmbert, se mpre na clandestinidade, reorganizou a cristandade nascente, dividindo-a entre si e os doi s mi ssionários. Começou a vi sita pastoral para administrar o Crisma; enviou três adolescentes à China para se prepararem para o sacerdóc io.

Santo André Kim, primeil'o sacerdote co,·eano A cristandade coreana clamava por um mi ssionário para curar suas chagas e animá-la no caminho de seu calvário. Para a realização desse desejo teve papel importante um seminarista coreano na China, André Kim, filho e neto de mártires. Já então diácono, conseguiu penetrar no país para organizar a entrada de doi s outros missionários, Pe. Antoine Daveluy e Jean Férreol, este último designado como seu novo Vigário Apostólico. Conferiu as ordens sacras a André Kim, primeiro coreano a receber tal graça. Tornando-se marinheiro por necessidade, o Pe. Kim foi enviado por seu Bispo num junco à China, para organizar a entrada de mais dois sacerdotes. Retornando de sua missão, seu barco foi apreendido. Traído por dois de seus marinheiros cristãos, teve sua identidade e atividades reveladas. André Kim foi executado no dia 16 de setembro de 1846, aos 25 anos de idade, com mais oito cristãos que receberam também a honra dos altares.

A te1Tível pm·seguição de 1866 Diversas e complexas circunstâncias concorreram, em 1866, para a maior e mais sangrenta perseguição da história do catolicismo na Coréia. Os missionários, dispersos, traídos , foram sendo caçados como animais, um a um . Nas províncias também correu o sangue dos cristãos, e as cadeias públicas se encheram. Em 13 de dezembro, o número dos Santos Mártires Coreanos chegou a 103. A cristandade da Coréia parecia aniquilada, como o fora praticamente a do Japão. No dia ]2dejunhode 1881, um edito real anunciou o fim da perseguição e a tolerância religiosa. Dois anos depois, os missionários constataram que, dos 20 mil cristãos batizados até 1866, reencontraram apenas 12.305. Desses é que se origina a maioria dos católicos coreanos de hoje. Infelizmente, com a tolerância, sociedades missionárias protestantes americanas invadiram o país com todo seu poder material, semeando sobre os sulcos deixados pelos missionários. Com isso, hoje em dia representam de 10 a 15% da população, enquanto que os católicos são de 4 a 5%. Não fosse o progressismo que hoje pervade a Santa Igreja, e que tem se mostrado mais inimigo da fé que os antigos perseguidores, a verdadeira Religião teria condições de empolgar o país com mais força do que nunca. •

Bibliografia:

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Charl es Dallet, Mi ssiÓnário Apostó lico da Société des M iss ion s-Étra nge res Histoire de l'église de Corée - Librairie Victor Palm, Éditeur, Ru e ele GrenelleSaint-Germain, 25, Pari s, 1874, doi s tomos. Lunúere sur la Corée - Les 103 Martyrs - Mi ss ion s É tran ge res el e Paris , Le Sannent-Fayarcl, Librairi e Arthéme Fayarcl, 1984.

Paulistanos reprovam o

Plano Diretor C hegou o fim do sonho da casa própria e começa o pesadelo do Plano Diretor do Município de São Paulo

"Nem

■ ÜSCAR VIDAL

eu sabia que esse Plano da Prefeitura é tão comunistóide assim!" - foi a imediata reação de

um jovem advogado que passava pela Praça João Mendes, durante campanha da TFP, iniciada a 29 de julho último, para esclarecer a opinião pública sobre o Plano Diretor da Prefeitura Municipal de São Paulo.

"Então estamos sendo enganados! Por que esse pessoa /da Prefeitura não divulgou todas as mudanças que se propõe?" - reag iu indignada uma dona de casa, ex-professora, após ouvir a explicação do cooperador da TFP a respeito do manifesto que a entidade está difundindo, intitulado "Proprietários

urbanos: Pesadas nuvens pairam sobre vossas cabeças, sobre as de vossas

esposas e de vossos filhos". Esse documento pode ser obtido no site: www.tfp.org .br

"Cuba11ização" <las cidades brasileiras "Sou cubano e posso dizer que, realmente, se esse projeto for aprovado, será a cubanização das cidades do Brasil. Coragem! Apóio a posiç,ji,o de vocês!" SETEMBRO 2002 -


Focsímile do "Jornal do Tarde", 30- 7 -2002

afirmou um médico que conseguiu escapar do " paraíso" de Fidel.

"Esse Plano é pretexto para a Da. Marta arrancar mais impostos ainda! .lá não basta o absurdo de impostos que pagamos! ? Parabéns pela manifestação da TFP Eu conheço os senhores desde o tempo em que o Dr. Plinio escrevia para a "Folha de São Paulo" - foi essa a declaração enfática de um comerciante da reg ião central. De um motori sta que parou no semáforo da Av. Brasil: ".lá tinha passado por

aqui e peguei um.folheto. Ma s não sabia que era contra o Plano Diretor, porque o rapaz me disse que era sobre o Plano. Então em casa eu li e gostei do texto, percebendo que era contra, voltei para pegar mais.folhetos para distribui,: Temos que reagir como vocês ".

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Seri a um não aca bar mai s, se fôssemos transcrever aqui as centenas de repercussões recebidas pe la TFP, todas durante essa campanha a le rtando o público e denunciando o caráter soc ia li sta e confis.catório do Plano Diretor.

Pla110 Diretol'? Ou Plano Ditadol'? O referido manifesto resume os principai s pontos desenvolviCATOLICISMO

dos na matéria de capa do Catolicismo do mês passado, apontando a divergênc ia desse Plano Diretor com a doutrina católica a respe ito de propriedade privada e livre iniciativa. Portando suas conhecidas capas rubras e estandartes marcados com o leão dourado, os sócios e cooperadores da TFP já di stribuíram o M anifesto e m cruzamentos das avenidas Rebouças, Brasil, Faria Lima, Consolação, Pauli sta, nos Bairros do Paraíso e Mooca, em vários pontos do centro da cidade e outros locai s de grande circulação de veículos e pedestres. Em todos esses logradouros, as reações mais variadas têm um denominador comum : os paulistanos sentem-se enganados por não tere m sido devidamente informados das inovações que o tal Plano Diretor conté m e quer impor, sem consuita prév ia à população. E, ao tomarem 3:~ conhecimento dos diversos contra-sensos ~ , - -.a...i..:...:~i:.u~;i.:,, nele contidos, ficam indig nados, sobre- i5 ..__ _ _ _ __ _ .tudo pelo fato de conferir à Prefeitura poderes para interferir e m quase tudo o que diz respeito à cidade, desde as construções, passando pela compra e venda de imóveis e planos para a casa própria, até o lazer do paulistano.

Retaliação por manifestar <lesacordo Multa é argumento? Para a Prefeitura de São Paulo, parece que sim ... Pelo menos foi o modo que a Prefeitura Municipal encontrou para responder ao ma nifesto que a TFP divul ga. Pois uma mu lta (facsímile ao lado) foi entregue em uma das sedes da entidade em São Paulo, logo nos prime iros dias dessa campanha. E is co mo o "Jornal da Tarde", de 10-8-02, noticia o li tígio:

"Depois de fa zer um. protesto contra o Plano Diretor da Prefeitura no último dia 29, a Tradição Família e Propriedade (TFP), reconhecidamente anti-esquerdista, agora acusa a administração municipal pelista de anti-democrática. Motivo: a Subprefeitura de Pinheiros multou a en-

tidade em R$ 1.735,80, 'por distribuir panfleto publicitário em via pública sem autorização'. [. .. ] '"A TFP exerce o direito de manifestar sua rejeição a essa proposta, com base em sólida argumentação. Essa coincidência (a multa no dia do protesto) atinge frontalmente nosso direito de discordar', qfirmou Paulo Corrêa de Brito Filho, direto r de imprensa da entidade".

Focsímile do multo

Note be m: esse tipo de mu lta é a pri me ira recebida pela TFP, que há quase meio século faz campanhas distribuindo folhetos de caráter doutrin ário em vias públicas. E tai s mani festações - desenvolvidas de modo pacífico e o rdeiro costumam ser calorosamente acolhidas pelos transeuntes. Uma senhora italiana bem classificou essa antidemocrática atitude da Prefeitura: "A h! isso é uma pura vendetta" (uma pura vingança). Parece que e la acertou, pois, como justificar a aplicação dessa multa, exatamente durante um a campanha da TFP alertando os pauli stanos con- 0 t:: tra o então Projeto - depoi s aprovado -g pe los vereadores - da Prefeitura? Mera '; -; coincidência? Que m acredita? • d::

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Há 60 anos, um discurso

de indelével memória OIV Congresso Eucarístico Nacional -

de 4 a 7 de setembro de 1942 - foi um marco na história do Catolicismo no Brasil

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o grandioso congresso Eucarístico Nacional de 1942, observou-se um entusiasmo religioso ímpar, fruto da vitalidade do Movimento Católico em cuja liderança estava Plínio Corrêa de Oliveira. E desse evento guardam saudosa recordação todos os que a ele assistiram presenciando manifestações como a da foto acima. Sobretudo de seu encerramento, realizado no centro da capital paulista, no Vale do Anhangabaú tomado por uma multidão mais de 500.000 pessoas, vindas de todo o Estado e de diversas partes do Brasil. Este número, impressionante _mesmo para nossos dias, o era incomparavelmente mais para a pequena cidade de São Paulo do início da década de 40, cuja população não passava de l .500.000 almas. Nes e brilhante encerramento,

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CATOLICISMO

coube a Plínio Corrêa de Oliveira fazer o discurso de saudação oficial às autoridades civis e militares . O público entusiasmado ovacionou o orador, na ocasião Preside nte da Junta Arqui diocesana da Ação Católica . Ocupava a presidência de honra desse evento o Núncio Apostólico e Legado Pontifício, D. Bento Aloisi Masella, tendo à sua direita o Interventor Federal Dr. Fernando Costa, representando o Presidente da República. Presentes aproximadamente 60 Arcebispos e Bispos, numeroso clero, autoridades, representações de outros Estados e de alguns países da América do Sul. Temos a alegria de oferecer a nossos leitores alguns tópicos desse memorável discurso, cuja íntegra se encontra em nosso site: www.catolicismo.com. br

O Brasil antinazista e anticomunista "No curso já quatro vezes sec ul ar da História do Brasil, jamais se reuniu assembléia ma is so lene e ilu stre que esta. No momento em que a vida nac ional caminha para rumos defi nitivos, quis a Divina Providência reunir em pleno coração de São Paulo os elementos representativos de tudo quanto fomos e somos, de todas as glóri as de nosso passado e de nossas melhores esperanças para o futuro. [.. .] "Senhores, é hoje o dia 7 de setembro. A data é express iva, e estou absolutamente certo de que um imenso clamor se levantará neste glorioso dia, tran spondo os limites do Estado e do País, para notificar ao mundo inteiro que, como um só homem, o Brasil se ergue contra o imperialismo nazista pagão que trama sua ruína e parece ter chamado a si, exata-

mente como eu sós ia vermelho de Moscou, a diabólica empreitada de destruir a [greja em todo o mundo. "Contra os inimigos da Pátria que estremecemos, e de C risto que adoramos, os cató li cos bras il e iros saberão mostrar sempre uma invencível resistênc ia. Louco. e te merários! Mais fácil vos seri a arran ca r de nosso céu o C ru zeiro do Sul , do qu e arra ncar a soberania e a Fé a um povo fi el a Cri sto , e que co loca rá sempre se u mais alto título de ufa ni a em um a adesão fi li alm ente obediente e entu siasti ca mente vigorosa à Cáted ra de São Pedro. [ ... ]

Um dos maiol'es povos <la Tcrl'a "Talvez não fosse ousado afirmar que Deus coloco u os povos de sua eleição em panoramas adequados à rea li zação dos grandes destinos a que os chama. E não há quem, viajando por nosso Brasil , não ex perimente a co nfu sa impressão de que Deus destinou para teatro de grandes fe itos este País, cuj as montanhas trág icas e mi steriosas penedi as pa recem co nvidar o homem à supremas afo itezas do heroís mo cri stão, cujas verdejantes planícies parecem querer in sp irar o surto de novas esco las artísticas e literárias, de novas formas e tipos de belezas, e na orla de cujo litoral os mares parece m canta r a g lória futura de um dos maiores povos da Terra.

O gmmle celefro da Igreja e <la Cillilização " Quando nosso poeta cantava que "nossa terra tem palmeiras onde canta o sabiá, e as aves que aqui go rjeiam. n.cio gorjeiam como lá", percebeu, talv ez co nfusamente, que a Providência depo-

sitou na natureza brasileira a promessa de um porvir igual ao dos maiores povos da Terra. "E hoje, que o Brasil emerge de sua adolescência para a maturidade, e titubeia nas mãos da velha Europa o cetro da cultura cri stã que o totalitari smo quereria destruir, aos olhos de todos se patenteia que os países católicos da América são na rea lidade o grande celeiro da Igreja e da Civilização, o terreno fec undo onde poderão reflorir, com brilho Tnaior do que nunca, as plantas que a barbárie devasta no velho mundo. A América inteira é uma constelação de povos irmãos. Nessa cons-

"Os mares parecem cantar a glória futura de um dos maiores povos da erra"

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Sem-terra prendem até policiais

lhe tem ocasionado críticas severas. Para o deputado estadual Bernardino C irqueira, "o próprio INCRA conhecia a situação desde que a venda de lotes nos projetos de assentamento começou a acontecer". A deputada Aurelina Mede iros acu/;;:SôÜ·: "o INCRA nunca exerceu seu papel .>:::::·. de controle e acompanhamento do assen_:: >/ tamento. Deixou que as coisas f ossem acontecendo e tomou o destino dos demais projetos de assentamento não só de Rora·' ...::.<J),w, mas em todo o País".

traba lhador rural Wil son B atasim es___,....._,,,,·,...., .,~_-· /✓,,' capou da morte quando ia chegando .,.:..:::;./2~.em casa, na Fazenda Cerejo, e m Angélica (MS ). Sofre u uma e mboscada. Ao 1 ~ q,, abrir a p? rteira, o~viu um di sparo de , j"" 0 · arma de fogo, sentiu um calor no cor\.,,-~- - \. )~~ ,/ li po e viu ª. made ira do moirão so ltar ;✓/" 1 lascas estilh açadas. Enxergou en\ ~ _ ; } ; ..1/ 1 \ /2 tão 4 pessoas ao lado de um carro .-- 1/.· \v branco. Começou a correr em ziguezague, foi perseguido po r 3 q ue atiravam . Sua cami sa e o agasa lh o q ue usava foram perfurados po r um a ba la. Escapou e foi registrar que ixa na de legac ia local. Uma viatura foi até o acampamento dos semterra, próx imo à fazenda, com 3 polic iai s. Os e m-terra renderam os polic iai s e detiveram a viatu ra até a manhã seguinte. dos pe lo MST. Explicou qu e o governo fec ha os olhos para as ações dos sem-terMST ataca ra, que bloqueiam rodovias, cobram pedátrabalhadores rurais gios e promovem invasões. Disse que os ntegrantes do MST mantiveram em cársem-terra não produzem, apenas ameaçam cere privado 26 trabalhadores rurai s e os agricultores que querem trabalh,u-. um admini trador, que preparavam o solo para o pl anti o da can a-de-aç úcar na FaDe assentamento zenda São Macá rio, em Atalaia (AL) .

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telação, inútil é di zer que as dime nsões materi a is do Bras il são uma fig ura da magnitude de seu pape l providenc ia l.

llonrn, glól'ia e gáudio do mw1do h1teil'o "Tempo houve e m que a H istóri a do mundo se pôde intitul ar "Gesta Dei per Francos ". Di a virá em q ue se escreverá "Gesta Dei per brasilienses" - as ações de Deus pe los brasile iros. "A mi ssão providencial do B rasil consiste em crescer dentro de suas própri as fronte iras, em desdobrar aqui os esplendores de uma civili zação genuinamente católica, apostólica, romana, e em ilumi nar amorosamente todo o mundo com o fac ho desta grande luz, que será verdadeiramente o "Lumen Christi " que a Igrej a irradia. Nossa índole meiga e hospitalei.ra, a plura lidade das raças que aqui vi ve m em fraternal harmoni a, o concurso providencia l dos imigrantes que tão intimamente se inseri ra m na vida nac ional, e mais do que tudo as normas do Santo EvangelJ,o, j amais farão de nossos anse i-

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CATOLI C ISMO

os de grandeza um pretexto para j acobinismos tacanhos, para rac ismos estultos, para imperi ali smos criminosos. Se algum dia o Brasil for grande, sê-lo-á para bem do mundo inteiro. "Sej am. entre vós os que governam como os que obedecem ", di z o Rede ntor. O Brasil não será grande pe la conqui sta, mas pela Fé; não será rico pe lo dinheiro tanto quanto pela generosidade. Realmente, se soubermos ser fi é is à Ro ma dos Papas, poderá nossa cidade ser uma nova Jerusalém, de be leza perfe ita, honra, glória e gáudi o do mundo inteiro. [ ... ]

Gra11diusa vocação do povo brasileiro "Em um Brasil imensamente rico, vereis fl orescer um povo imensamente rico, vere is fl orescer um povo imensamente grande, porque dele se poderá dizer: "Bem-aventurado este povo sóbrio e desapegado, no espl endor e mbora de sua riqueza, porque dele é o reino dos Céus. "Bem-aventu rado este povo generoso e acolhedor, que ama a paz mais do que as

riquezas, porque ele possui a Terra. "Bem-aventurado este povo de coração sensíve l ao amor e às do res do Home m-Deus, às dores e ao a mor de seu próximo, porque ni sto mes mo encontrará sua consolação. "Be m-aventurado este povo varonil e fo rte, intrépido e corajoso, fa minto e sedento das virtudes heróicas e tota is, porque será sac iado em seu apeti te de santidade e grandeza sobrenatu ra l. "Bem-aventurado este povo misericordi oso, porque ele alcançará misericórdia. "Bem-aventurado este povo casto e limpo de coração, bem aventurada a invi o lá ve l pureza de suas fa míli as cri stãs, porque verá a Deus. "Bem-aventurado este povo pacífico, de ideali smo lim po de jacobi smos e racismos, porque será chamado filho de Deus. "Bem-aventurado este povo que leva seu amor à fg reja a ponto de lutar e sofrer por ela, porque dele é o re ino dos Céus". •

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(Transcrito de "O Legionário" el e 7-9- 1942 Órgão oficioso da A rquidiocese de São Pa ulo).

éacique contra ONGs que exploram os índios cacique Xucuru-Cariri , Manoel Celestino, quer que a FUNAI adote providências para indenizar o propri etári o do Sítio dos Macacos, em Palmeira dos Índios (AL), que foi invadido por 200 índios armados de foices e enxadas. Informou que este tipo de ação é promovido pelas ONGs que se di zem ali adas dos índios. "Esse pessoal.faz uma lavagem cerebral nos índios para cometerem atos dessa.forma".

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a motel

MST é a "esquerda católica " em ação

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ex-mini s1ro Ra ul Jun gman se pe rgunta: " M 'T é um braço político da Igreja católirn ou é parte de uma ainda pouco avaliado 'questão religiosa'?" E responde: "A hipótese aqui trabalhada é a de que as ducrs indagações são verdadeiras, embora não seja só isso". Para e le, "a simbiose / entre o MST e a CPT] vai muito além dcr./<Hmação de seus principais dirigentes e da logística de apoio. Não é raro que a própria CPT participe de invasões de terras ". E mais adiante: "Que a Igrej a e o MST s • conf úndam, é até esperado".

Governo contra os produtores rurais

O

deputado estadual por Alagoas, Gervás io Raimundo, denun cio u que o governo não protege os produ to re rurais e não faz nada contra os abu os pratica-

J\ s negociatas em torno dos assentamenr\.tos de Reforma Agrári a vão mar alto. No Estado do Ri o de Janeiro j á se tornou comum os assentados venderem seus lotes para fo rmação de casas de verane io e sítios, com pi scinas e lagos artific iais. Até um mote l fo i locali zado na área ele assentamento Fazenda Cachoeirinha, e m Magé. Os lotes são vendidos baratinh os, dado que qua lquer coisa é lucro para quem recebeu a terra de mão be ij ada.

O INCRA é o grande culpado J\ venda de lotes de §JSSentamentos é um r\.abuso e é ilegal. Mas até certo ponto é compreensível. Afinal a Reforma Agrária é um processo tão artifi cial , tão contrário à reta ordem das coisas, que a própria natureza se vinga e restabe lece o sistema de compra e ve nda. Em Roraima, o INCRA entrou e m desespero por causa da quanti dade de lotes vendidos e quer promover a reintegração de posse dos mesmos, o que

Índios como o de cima são utilizados por ONGs para criar violência

Assentados por FHC não têm nem título de posse

U

ma auditoria fe ita pelo governo federa l para radi og rafa r a Reform a Agrária mostra que apenas 3% das famíli as que e le di z ter assentado, entre 1995 e 2001 , receberam título de posse de fini tiva das terras. Ou seja, 97% dos assentados não receberam sequer o título de posse da terra. SETEMBRO 2002 -


5 São Vitorino, Bispo e Mártil'. + Itália, séc. li. Bispo da cidade de Amiterno, por sua fidelidade a Cristo foi pendurado de cabeça para baixo sobre ág uas mefíticas e su lfurosas, entregando sua alma a Deus no terceiro dia.

6

1 São Lobo, Bispo e Confessor. + França, 625. Monge na famosa Abadia de Lérins. O Rei C lotário baniu o santo Bispo para uma área ainda pagã. São Lobo converteu o governador local e muitos proeminentes personagens à verdadeira Fé, quando fo i chamado de volta por C lotári o.

2 São Guilherme, Bispo e Confesso!'. + Dinamarca, 1070. Inglês, cape lão do Rei Canuto, fez com e le uma viagem à Dinamarca. [mpressionado com o lastimável estado de aba ndono dos pagãos, decidiu evangeli zá-los.

3 São Gregório Magno, Papa, Confessor· e Doutor da Igreja. (Vide Catolicismo, setembro/ 1994)

4 Santa Rosália, Virgem. + Palermo, séc. XII. Como era muito be la, aos 14 anos a Santíss ima Virgem recomendou-lhe que deixasse o mundo e env io u dois Anjos para gu iá- la até uma g ruta. Como os pais a procurassem na região, os Anjos a levaram para o a lto do monte Pellegrino, o nde e la viveu na contemplação e penitência os 16 anos que lhe restaram de vida. A descoberta de suas relíquias em 1624 fo i ocas ião de muitos milagres. E la é apadroeira de Palermo.

São Magno, Confesso1: + França, séc. VIII. Discípulo de São Columbano, tinha um dom especial para afastar, com seu bastão, predadores e parasitas do campo. Após sua morte, vários desses bastões continuaram operando os mesmos prodígios.

Primeira sexta-feira do mês.

7 Santa Regina de Alésia, Virgem e mártir. + França, séc. II. Fi lha de um pagão, falecendo sua mãe, foi educada por uma cristã. Expulsa de casa pelo pai quando este soube que ela era cristã, foi morar com a mulher que a ed ucara, trabalhando como pastora. Recusou-se a casar com o prefeito romano, foi aprisionada, torturada e decapitada. Na Borgonha há uma basílica sobre o seu sarcófago desde o sécu lo V, com os belos dizeres "Aqui César ven-

ceu a Gália; aqui uma virgem venceu César". Primeiro sábado do mês.

8 Natividade ele Nossa Senhora. Também : Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora da Vitória, Nossa Senhora de Nazaré e Nossa Senhora de Monteserrate.

9 São Severiano, Má rtir. + Armênia, séc. IV. " Visitava muitas vezes os [futuros] quarenta Mártires, que estavam no cárcere. Por ordem do pref eito Lísias, foi então erguido ao ar com uma pedra aos pés,

moído de pancadas e lanhado de açoites. Nesses tormentos entregou sua alma a Deus" (do Martirológio Romano).

10 Santo Alberto, Bispo de Avranches. + França, séc. Vlll. São Miguel Arcanjo apareceu-lhe pedindo a construção de um santuário a ele dedicado no Monte Tombe, no litora l da Normandia. Em 866 tal santuário tornou-se urna abadia beneditina, a famosa Abadia de São Miguel. É considerada um a das maravilhas do Ocidente.

feito do Egito, recebeu a graça do Batismo. Enquanto jàzia oração, foi degolado por ordem do prefeito Terêncio, seu sucessor" (do Martirológio Romano) .

14 l~xa lLação ela Santa Cruz. São Materno, Mártir. + A lemanha, séc. ]V. Apóstolo da região do Mosela, Mosa e Reno inferior, na Alemanha, governou a Sé de Colôn ia.

15

20

16

Santo André Kim Taegon e Companheiros, Mártires da Coréia.

11 São Pa fúncio, Confessor. + Egito, séc. IV. "Monge que se tomou Bispo da Tebaida e confessou a Fé sob o Imperador Maximino. As mutilações das quaisfoi vítima deram-lhe grande prestígio junto aos Padres do Concílio de Nicéia"

+ Inglaterra, 984. Fi lha do Re i Edgar, da Inglaterra, foi educada na Abadia de Wilton , onde mais tarde sua mãe também se fez religiosa. Professando aos 15 anos, recusou vá.rias abadias e tornar-se rainha, quando seu meio-irmão, Santo Eduardo Mártir, foi assass inado.

12 Santíssimo Nome ele Maria. Essa festa foi instituída pelo Papa Inocêncio XI para celebrar a libertação de Viena sitiada pelos turcos muçulmanos, em 1683 - efetuada por João Sobieski, rei da Polônia. Este último, na manhã do dia da batalha, colocou-se, bem como todo seu exército, sob a proteção de Maria Santíssima. E assistiu à Sant,~ Missa, durante a qual permaneceu rezando. Ao sa ir da igreja, Sobieski ordena o ataque. Os turcos fogem cheios de terror e abandonam tudo, até o grande estandarte de Maomé, que o vitorioso rei católi co enviou ao Soberano Pontífice como homenagem a Maria.

13 São Felipe, Mártir. + Egito, séc. III. "Pai de Santa Eugênia, virgem. Depois de renunciar à dignidade de pre-

+ França, 1852. De nobre família, dedicou-se a preparar crianças para a primeira comunhão, e depois, com outras três companheiras, lançou os fundamentos das Jrmãs da Sagrada Família, dedicadas à educação da juventude. Passou terríveis tentações contra as virtudes cardeais durante 32 anos. Faleceu santamente, sendo canonizada por Pio XJI em 1950.

Nossa Senhora elas Dores.

Santa Edite ele Wilton.

(do Martirológio Romano Monástico).

19 Santa Emília Maria de Rodat, Virgem.

17 São Roberto Belarmino, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja. São Pedro de Arbués, Mártir. + Espanha, 1485 . Jnquisidor provincial para o Aragão, fo i morto a punhaladas por "cristãos novos" (judeus pseudoconvertidos ao cristianismo), quando rezava na Catedral de São Sa lvador.

18 Siio ,losô ele Cupertino, Confessor: + Itália, 166 . Esse filho espiritual de i:ío Francisco compensava abund·1ntemente em inocência e simpl icidade o que lhe fa ltava d dons natura is. Como não era dotado de talento, c hamava-s' a si próprio Frei Asno. Ma s seu amor a Deus era tão inten so, que entrava em êxtase à vi sta da menor das manifcstaçõ ·s d' Ele nas criaturas.

(Vide p. 36)

21

onde preparara a ceia para o Senhor, porque havia professado sua fé n 'Ele. Para gloriosa recordação, teve ali mesmo sua sepultura" (do Martiro lógio Romano) .

26 Santos Cosme e Damião, Mártires.

ffi Santos Cipriano e Justina, Mártires. + Nicomédia, séc. IV. "Cipriano, que era mago, foi convertido pela graça sobrenatural da virgem Juslina, que ele tentara em vão corromper através de seus sortilégios. Os dois sacrificaram a vida por Cristo" (do Martirológio Romano -

Monástico).

São Mateus, Apóstolo.

27

ffi

São Vicente ele Paulo, Confessor. (Vide Catolicismo, setembro/

São Lourenço lmbert, Bispo e Mártir.

22

J982)

28

Santo l~merano, Bispo e Confessoc

Bem-aventurados Mártires do Japão.

+ Ale manha, séc. VII. Evange lizado r da Baviera, se u nome permanece li gado ao da Abadia de Kleinehelfendorf, que, levantada sobre seu túmulo, tornou-se lugar de peregrinaçi:ío.

+séc.XVII. Vários religiosos agostinianos e seus catequistas foram martirizados no Japão durante a terrível perseg uição, entre 1617 e 1632.

23

Os Três Gloriosos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

Santo Aclanano, /\ IJade e Confessor. + Escóci a, 704. "O maior dos sucessores de São Columbano n.a direção da Abadia de lona, na E cócia, exerceu benéfica influência sobre a Igreja e a sociedade de seu tempo" (do Ma rtirológio Romano -

M onástico).

24 Nossa Senlrora elas Mercês.

25 São Cleofas, Discípul o de Cristo. + Palestina , séc. I. "Morto pelos judeus na mesma casa

Intenções para a Santa Missa de setembro Será ce lebrada pelo Revmo. Padre Davi Fran c isquini, nas segu intes intenções: • Para que nosso País permane ç a sempre nas vias da C ivil ização Cristã e cumpra a missão histórica que lh e foi re servada pela Divina Providência. • Para que Nossa Senhora Aparecida não permita que inimigos da Santa Igreja Católica promu lguem· leis iníqua s a favor do aborto, nem do "casamento" homossexua l, que viola grave mente a Lei de Deus e a Lei natural em nossa Pátria, e que bra da aos Céus por vin gança .

29 30 São ,lerônimo, Doutor da Igreja. (Vide Catolicismo, setembro/ 2000)

ffi São Gregório, o Iluminador. • + Armênia, 300. Evangelizador e organi zador da Igreja na Armênia.

Nota: Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

Intenções para a Santa Missa de outubro • Pedir a Nossa Senhora Aparecida que zele de modo especia l por todos os brasi leiros, seus súd itos fiéis e devotos. • Que Nossa Senhora do Rosário - cuja festa se comemora em outubro - aumente o f e rvor religioso de nossos leitores, familiares e am igos.


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43ª Exposição Agropecuária e Industrial

Convite ao heroísmo católico

M arcante presença do núcleo da TFP em Campos dos Goytacazes (RJ) na 43ª ExpoAgro do Norte Fluminense

TFP americana organiza curso para formação d~ juventude na Louisiana

l\J ALEXANDRE N ASCIMENTO

D

urante uma semana, no mês de julho último, a TFP americana promoveu nas in stalações de um a área rural nas proximidades de Norwood, Estado de Louisiana, um Programa de Verão para jovens ele 12 a 18 anos. As atividades foram amplas e variadas, consistindo em confe rênc ias, discussões e m grupo,jogos, estudo das teses fundamentais do livro Revolução e Contra- Revolução, do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, além de visitas a lugares hi stóricos, como o Parque Militar Nacional de Vicksburg e a recente mente resta urada basílica mari ana de Natchez. A tônica das conferê nc ias fo i o heroísmo católico, ressaltado especialmente na descrição do grande cerco de Malta em 1565. Com número muito inferior de combatentes, os cavale iros católi cos de Malta resistiram ao sangrento cerco de vários meses, ao fim dos quais a poderosa esq uadra turca derrotada desistiu e se retirou . A Santa Missa e demais cerimônias religiosas foram celebradas por Mons. Robert Berggreen, da vizinha cidade de Baton Rouge, capital da Louisiana. •

C

om suas tradi cionais características de apresentação e ação, a TFP conqui sto u a atenção cio público que compareceu à 43" ExpoAg ro do Norte Fluminense, realizada de 3 a 7 de julho último, no Parque ele Exposições da Fundação Rural ele Campos. Grande número de pessoas vi sitou o estande da entidade, incluindo prefeitos, deputados, empresários, fazendeiros, professores e estudantes . As conversas foram animadas e versaram temas ele atualidade, como a rearticul ação dos mov imentos de esquerda no Brasil, as agitações sociais que o MST vem promovendo no campo e nas cidades, o avanço da crimi nalidade, a preocupante corrupção cios lares através da televisão etc .

Indignação geral contra o MS1' Os produtores rurais em geral manifestaram grande inconformidade ante as invasões de terras organizadas pelo MST. " Invadir propriedade particular é um crime, e

...:EJ

Fac-símile do jornal "Monitor Campista", caderno especial, de 3-7 -2002

eu, cidadão honesto, não posso aplaudir as atitudes tomadas pelo MST e por certas autoridades que apóiam tal movimenlo" afirmou um faze ndeiro pernambucano desejoso ele receber nossas publicações. Foram di stribuídos milhares ele folhetos ao longo da ex pos ição, como mani-

fes tos ela TFP sobre a rearti cul ação do comuni smo no Brasil, artigos referentes à Mensagem de Fátima etc. O mais recente 1ivro lançado pela TFP - "A pretexto do combate à globalização, RENASCE A LUTA DE CLASSES" - que apresenta o Fórum Social Mundi a l de Porto Alegre

Nas fotos abaixo, flagrantes do curso

como berço de uma nco-rcvolução anárquica, obteve grande s ucesso entre as numerosas pessoas que vi sit aram nosso estande (foto à esquerd a). ]números visitantes ma ni festara m o desejo de receber publi cações da TFP, e para isso se cadastravam. •

28ª Exposição Agropecuária de Montes Claros FP atuou também junto a seleto e wm eroso públi co qu e visitou a ExpoMontes-2002, reali zada e m Montes C laros (MG), no Parque de Exposições João Alencar Athayde, de 29 de junho a 7 ele julho último. Os cooperadores da TFP, nessa ocasião, difundiram 900 separatas da matéri a de capa de Catolicismo ele junho 2002 a respei to do relacionamento entre o MST e a mídi a, 100 exemplares do livro Renasce a Luta de Classes, além de IOOO folhetos sobre essa obra. •

X

CATOLIC ISMO

O Pres. do FAEMG, Dr. Gilman Viana Rodrigues (à direita), com o representante da TFP, Sr. Hélio Brambilla

SETEMBRO 2002

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Caravana de férias C om o objetivo de difundir os ideais contra-revolucionários de tradição, família e propriedade, uma caravana de jovens da TFP percorreu o Estado de Santa Catarfna PAULQ

J ovens de vários Estados participam de simpósio na Fazenda Morro Alto li GELBO PEREI RA

rovenientes de São Paulo, Brasília, Curitiba, Campos dos Goytacazes (RJ) e Jundiaí (SP), jovens participaram do simpósio realizado na Fazenda Morro Alto, em Amparo (SP), nos dias 26, 27 e 28 de julho último . Num ambiente ao mesmo tempo de vivacidade e muita serenidade, foi notável o interesse pelos temas ali tratados tendo em vista a formação moral da juventude. Podia-se perceber o especial agrado desses jovens, ouvindo ao pé da grande fogueira a narração de episódios hi stóricos. Ou então, na procissão realizada à noite, à luz de tochas e portando uma be la imagem de Nossa Senhora de Fátima. O encerramento deu-se no auditório da TFP na capital pauli ta, seguido de um jantar de despedida àqueles que retornavam às suas respectivas cidades. Nas fotos desta pág in a, cena s do simpósio. •

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CATOLICISMO

H.

DE A RAÚJO

reze j ovens cooperado res da TFP resolveram dedicar se us di as de féri as esco lares, neste último mês de julho, a pe rcor rer c idad e s div ul ga nd o obras da nticlade e a me nsagem de Nossa nhora de Fátim a. As ·iclacl 'S escolhidas para receb r a visit a dos estandartes rubro-áur o:- da TFP foram de Santa Catarin a \ d' passagem, também C uriti ba (PR) . Tendo o frio como companh •iro s ·mp rc presente, os caravanistas f'orum muito bem receb idos ' 111 todas as c idades em que cstivcrum , ·o lh ·ndo excelentes rcp r ·usso ·s f'a vorCivcis. Naturalmcnt ta111h 1111 r 'íl "( es contrári as por pari · d· •squ ' rdi stas que tentara m, ·111 vuo, i1n p ' li ra ação esc larcc ' dora dos jov -ns idea listas. Est s r ·1ornarn111 u suas ci lade de ori g •111 Brasília e São Paul o, b m ·0 1110 doi s nort ·-am ricanos que s • in ·oi poruram à ca-

rava na - s urpresos, sobretudo, com o fato de a TFP ser tão conhecida no sul do País.

'"l'FP é 'l'FJ> mesmo! " O modo de ag ir desses jovens da TFP, se mpre cortês e altaneiro, foi bastante observado pelos catari ne nses. Um dos carava ni stas, enca rregado de redigir o re lato de viagem, narra vários episódios que co mprovam como esse característico "estil o TFP" foi bem notado. Eis um del es: " Um dia fomos cornungar na ca/edral de Florianópolis e rezar um lerço diante da bela imagem de Nossa Senhora do Desterro. No .final das orações, aproxirnou-se de nós um senhor e disse: 'Meus parabéns 1 Eu estava lá no fundo da igreja observando-os. TFP é TFP mesmo! A gente no/a a diferença com outros g rupos de rapa zes que vêm aqui. Percebo que a TFP conlinua a mesma de sem pre, aulênlica! " '. •

V Jornada Cristo Rei estuda o Plano Diretor

P

or vo lta de 100 corrcspond ' ntes e sim1 ati za nt cs ela TFP de diversas cidades do •stado de São Paulo acorreram ao evento na Fazenda Morro Alt o, cm Amparo (SP), no dia 4 de agosto p.p. Os males decorre ntes do projeto ele Pl ano Diretor para a c idade de São Paul o foram o tema da pal es tra princ ipa l, prof'crida pe lo economi sta Dom inique Pierre Faga. ln úm ·ras perguntas dirigid as ao orador sobre o assunto rcv ' l:i ram o interesse dos parti cipantes da .Jorn ada. •m s · •uida rea lizou-se um churrasco, continuando no decorr •r d ·I' anim adas co nversas so bre a te mática da pa lestni . • SETEMBRO 2002 -


Verdadeira fisionomia dos ' Santos e dos Anjos .

PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA

O

s Santos são propostos pela Santa Igreja Católica para que nós o~ imitemos. São pessoas excepcionais que a graça de Deus suscita, favorece, guia, bafeja e leva até o último instante da vida, na perfeição do cumprimento da virtude, para que os fiéis os conheçam e imitem. Isto assim posto, compreendemos bem a importância que há em se conhecer a verdadeira fisionomia dos Santos. Daí se explica o entusiasmo que tive quando, lá pelos idos de 1950, li numa revista européia o anúncio da publicação de um livro alemão intitulado A verdadeira fisionomia dos Santos. Não tive dúvida, mandei trazer a obra. Era a compilação de fotografias, máscaras mortuárias e outros documentos seguros que davam a face hi storicamente correta de vários Santos. O autor do livro não fez o que poderia ter feito: colocar, ao lado das fisionomias autênticas, as fisionomias erradas dos Santos, deixando claro, pela comparação, as enormes deformações efetuadas por certos artistas. *

*

*

As considerações acima, referentes aos Santos, poderiam ser aplicadas aos Anjos.

Examine-se, por exemplo, a fisionomia do anjinho que s v'\ à esquerda, em cima: procuremse nessa fisionomia traç s d ' luta. Não se encontram . EI mai s parece um bonequinho! É orno um bonequinho de louça, qu s · pode encontrar numa casa d · brinquedos ordinária. Não t ' 111 expre ão nenhuma. Um 111 ' ni ninho bobinho, que tem corno babador duas asas, e que eslé'í ·s voaçando tontamente pelo · ·u . Não tem nada do gu rr ·iro espiritual magnífico, como 11111 SãoMiguelArcanjo,qu' ' nl'r ·n tou a luta contra Satanás, ·rnn seus seguidores no u, ud ·q11 1 damente representado na ilustro ção à esquerda, embai o. Narrando a luta cios /\njos, di1 aSagradaEscrituraqu · unw /11'1111 de luta travou-se no ' '- u. 1>rn., por império de ua vo11l11dl', po deria ter man lado tlirl't111111·1111• para o inferno 1·111 nio. M 1s não agiu as im . HI • q11is l'll('l' I por meio dos /\njos lil'i s, v pt11 causa disto os /\njos 1111111·11111 \' combateram num ra11d\' p1 •1111, Aquele n ' 11 •1w,i11IH> 11li lo 111 jinho da f tol ai 1 1111111 W'/, 1111011 '1 Tem-se a impress110 th· q1ll' , 1 desmanchass ·111 Sl' II rnlwlo, 1 1, choraria. ' tal 111111H•1111 t•h· 1 empenha '111 1·r 11q11ilo 1111111111 dinho, ·a ·h •adi11ll11, N1•l1• 11 1111 .i está ws ' nt · I 1

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 21 de maio d 1983. S m r vi

do 111101



,

UMARI

• , PUNIO C üRRÊA DE OLIVEIRA

Outubro de 2002

Prece à Padroeira, Rainha e Mãe do Brasil

2

ExcE1nos

4

CA1~·1·A Do DmE'l'OR

5

PAGINA MAmANA

7

LEl'l'lJRA EsP1mnJAJ,

Nº 622

A intercessão de Nossa Senhora O Credo - Oitavo artigo

10

A

PAl ,AVRA DO SACERDOTE

12

A

REAi.iDADE CONCISAMENTE

14

NACIONAi,

16

INTERNACJONAI,

19

AnJAUDADE

20

Po1~ Qm: NossA SENIIORA Cuo1~A?

21

ENnmv1s·1'A

24

INFORMATIVO RURAi,

25

Ecos DE l "ATIMA

26

CAPA

36

VmAs m: SANTOS

39

D1scERNINDO

43

GRANm:s P1msoNAG1•:Ns

48

'l'l<'Ps EM AçAo

52

AMBU:N'l'ES , Cosn1M1•:s, C1v11.1zA<JüEs

Aprovado o Plano Diretor de SP O "estilo Putin" de governar a Rússia

Fórum Social em Buenos Aires

O site Lepanto e o boletim Post-Modemidade

A decadência da civilização e a restauração Santa Teresa de Ávila

Malvinas: r ecente r evelação de segredos D. Pelayo e a Reconquista

Significado da invocação cio Perpétuo Socorm

Nosso copa: Fotografia do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira aos 23 anos, época em que escreveu o artigo transformado em matéria de capa da presente edição

ATOU

ISMO

OUTUBRO 2002


Ami go Leito r, Que m já pensou em examinar os fa tos de hoje, valendo-se de uma análi se fe ita há o ito décadas? cria algo como faze r uma retrospec ti va, utili zando-se de um a prev isão rea li zada no passado. Pois bem, Lal situação singul ar, os le itores ele Catolicismo poderão constatar to mando conh c imento da matéri a de capa deste mês. Consiste e la num arti go cio Prof. Plíni o o rrêa ele O li veira, escrito e m 193 1 - qu ando e le tinha ape nas 23 anos - no q ua l ana li sa, com a penetração que sempre caracteri zou seu pensamento, fatos claqu la poca e suas repercussões para o futuro . Diretor:

Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:

Mari za Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n• 23228 Redação:

R. Dr. Martinico Prado, 246 CEP 01 224-01 O São Paulo - SP Tel: (Oxx 11) 22 1-8755 Administração:

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Prol Editora Gráfica E-mail: epbp @uol. com.br

Fruto d um raciocínio lógico e ele clareza impecável, essa matéria oferece um a spéc i de retrospectiva de nossa hi stóri a desde aque la época até nossos d ias, inc luindo o alua i momento po lítico. arli 'º f"o i escrito numa época e m que os avanços ela tecno logia apenas co meçava m: a aviação eslava em seus primórd ios, e a comunicação ne m seq ue r vislumbrava a rapidez ela In ternet. O homem j á era capaz de faze r máq uinas possantes , qu dobravam uma barra de aço como se fosse um alfinete. Mas seu auto r perceb u a fraqueza moral que ia to rnando conta do ho me m moderno, inca paz ele do minar suas pa ixões, to rn ando sua resistênc ia mora l mais fraca que a de um a lfi nete. grande C ru zado do Século XX apresento u uma análi se cio processo de decadê nc ia do mundo, tal como o esta mos vivendo. Os céticos de então constatari am a ra o acerlo dessa análi se verdade iramente profética. Provave lmente o referido artigo mante rá sua atua lidade ainda por muito te mpo . Q ue m tomar o cuidado de lê-lo com ate nção e nco ntra rá importa ntes subsíd ios para entender até fu turos aco ntec imentos.

Ü episódio bíblico das bodas de Caná mostra-nos o modo como

Desejo a todos uma boa leitura.

Maria Santíssima pede por nós e como podemos obter a intercessão d'Ela Em Jesus e Maria,

Preços da assinatura anual para o mês de OUTUBRO de 2002:

Comum: Coope rador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA.

Como Nossa Senhora intercede por nós

Desla fo rma, Catolicismo respeita sua tradição, in ic iada e m 1995, de ho menagear eu ins ig ne inspi rado r e princ ipa l co laborador, com a publi cação de tex to de sua autoria, no mês e m q ue se comemora o sétimo ani versário de sua passagem à vida eterna.

Home Page: http://www.catolicismo.com .br ISSN 0008-8528

Nossa Senhora faz um pedido a Seu Divino Filho e deixa nas mãos d'Ele a solução

Paulo Corrêa de Bri to Filho D IRETOR

El VALDIS GRIN STE INS

P

ara mui tas pessoas, o re lato evangélico das bodas de Caná traz à memóri a apenas o fato da tra nsformação ela ág ua e m vinho efetuado por Nosso Senhor. Sendo este seu prime iro milag re públ ico, começava Ele ass im a revelar sua d ivindade. Mas o acontecimento nos mostra ta mbém Nossa Senhora como Onipotência

suplicante, o u sej a, Nosso Senhor não recusa um pedido dE la. Nossa Senho ra não é Deus, e porta nt'O , não pode tudo; mas Ela pode obte r de Deus aq uilo que ped imos.

O l'elato feito pelo Evangelho Mais si mples e sinté tico não poderi a ser o fato como nos re lata São João Evange lista. Ce lebrava m-se um as nú pcias e m Caná da Galil é ia. Lá se e ncontrava m

Nosso Se nh or e seus di scípul os, be m como Mari a Santíss ima. "E fa ltando o vinho, a Mãe de Jesus disse-Lhe (a Jesus): Não tem vinho. E Jesus disse-lhe: Mulhe,; que nos importa isso a mim e a ti ? Ainda não chegou a minha hora. Disse sua Mãe aos que serviam: Fazei tudo o que Ele vos disser " (Jo 2, 3-5 ). Os servos pegaram umas ta lhas ele pedra e levaram-nas a Nosso Senho r, que ordenou fosse m e las e nchid as ele ág ua. Após o O UTU BRO 2002 -


que, Nosso Senhor mandou levá- las ao arquitric lino (o encarregado da organi zação dos festej os), o qual nada sabia do oco rrid o. Es te pe rso nage m provo u a ág ua, mas esta havi a se tra nsformado mil agrosamente num vinho de excelente qualidade. O Evangelho conclui: "Por este modo deu Jesus princípio aos seus milagres em Caná de Galiléia, e mani:festou a sua glória, e os seus discípulos creram nele" (Jo 2, J] ).

O que <le<luzir do fato? Nossa Se nhora , muitas vezes, mesmo sem que Lhe peçamos o que nos fal ta, E la sabe o qu e necess ita mos e no-l o a lcança de seu divin o Filho. M a is aind a se o pedim os. Isto convida-nos a medita r com o deve mos pedir-Lhe que nos ajude . Se precisamos de algo para nossa vida espiritual, ou para nossa vida materia l, muito mais a inda o deseja Ela, se isso fo r um auxíli o para nossa santificação. Ela intercede junto a Deus, mesmo sem receber um pedido nosso, mas se rezarmos, tanto mais Ela sentir-se-á movida a nos ajudar. Um segundo po nto é o fato de que Ela apenas di sse a Jesus: "Não tem vinho". Não comenta com seu di vino F ilho o as pecto humilhante para a fa míli a que fi ca imposs ibilitada de oferecer vi nho aos convidados. De us tudo conhece, e caso qui sesse, fari a o mil agre sem necess idade de intercessão. Mas Ele deseja que o pedido sej a fe ito. E Nossa Se nhora roga. O Evangelho nada esc larece sobre esse ass unto, mas percebe-se que o que move Nosso Senhor não é a o ratóri a, ou uma apresentação dramáti ca do fa to. O que O move é a fo rma como o pedido é fe ito, com humildade, doçura, integridade, confi ança.

O necessál'Ío e o s1111érlluo De fo rm a humilde, Nossa Se nhora, co mo Mãe, pode ri a o rdenar: " Me u fi lho, faça isto". De fo rm a doce: pode mos imagin ar o to m de voz dE la, seus gestos e seu o lh ar compl etand o o pedid o. De fo rm a íntegra : Ela nada ganh ava ou pe rdi a se ho uvesse o u não vinho. Não consta que E la fosse pa rente dos recémcasados. Ela pedi a po r compa ixão, po r-

-CATOLICISMO

que, movida por sua bo ndade e mi seri córdi a, que ri a ajudar. Isto não significa que não podemos pedir, caso es tejamos e nvo lvidos num proble ma, mas deve mos pedir po r um motivo reto, e não por um in teresse egoísta. E de fo rma confiante: alé m de ter certeza no poder de Deus, també m devemos estar certos de que o desej o do agrado Coração de Jesus é proteger o ho me ns. Note m até que ponto Deus quer nos ajudar: seu prime iro milagre não fo i uma ress urre ição, o u sej a uma questão, 1iterai me nte, de vida ou morte. Não. Fo i um e pi sódio , co nstran gedo r se m dúvid a, mas não a lgo gravíssimo. Por ass im di zer, Nosso Senh or de tal modo procura ate nder aos ho me ns, que, se prec i o, Ele ope ra um mil agre para tere m até o supé rfluo. Nas bodas, os convidados não e tavam morre ndo de sede, não era a ág ua que faltava. Mas Nosso Se nhor não age como o mi serabili sta, que ate nde Lã s o necessário e indi spensáve l, e de ixa d lado o conveni ente. E quando faz a co nversão da ág ua e m vinho, este não s transforma num vinho comum , mas de uma qualidade excepcio na l, a po nto de o arquitriclino ter comentado que se tratava do melhor vinho.

Mudar os planos de D eus Curiosa é a fo rma co mo Nosso Senho r respo nde ao pedido matern o. Jesus di z: "Mulher, que nos importa a mim e a ti isso?". Ou ej a, de ixa c laro que os inte resses de Deus e de Nossa Senhora são os mes mos, a po nto de apresentá- los unidos. E m seg undo lugar, a fo rma de Nosso Senhor res po nder parece indicar um a re lutância e m aceder o pedid o. E le não respondeu: "S im , c laro, faço j á", o u "co m muito prazer" . Mas dá um a resposta que parec ia indi car que o mil ag re naque la ho ra não era co ncorde co m os pl anos de Deus: "Ainda não chegou minha hora". Po r moti vos de altíss ima sabedoria, que escapam a mentes meramente humanas, Deus não considerava chegada a hora de fa zer mil agres públi cos. Neste caso, podemos medir quanto é grata ao c ração de Deus uma olic itação I Nossa Senhora, a ponto de mudar pl a nos traça-

dos, ao que parece, desde a eternidade. Fica c laro que Nosso Se nhor atendeu o pedido porque Nossa Senhora intercedeu.

Colocar-se nas mãos <le Deus A seguir Nossa Senhora nos dá uma lição de humildade e obediência. Ela diz: " Fazei tudo o que Ele vos disser". Assim, Ela di z TUDO, não que faça m só o que fo r agradável ou interessante. É justamente esta incondicio nalidade que move a Deus. É ace itar e faze r tudo sem res mungar. Nossa Senhora faz o pedido, mas Ela deixa nas mãos de Deus a solução. Não fica "to rcendo" pe lo res ultado, não in sinua que, caso o resultado seja contrário ao seu desejo, isso lhe causará ressentimentos. Nada di sso. Ela humildemente pede e esp ra. Deus de ixa-se comover por ta l humildade. As im, reconhecer a nossa inl'cri oridade, a di stânc ia que vai de nossa urta in teligência à infinita sabedori a de Deus. •, 1 ortanto, co locarmo- nos nas mãos de Deu , sabendo que o que Ele fizer, será sempre o me lhor.

Mo ver o Coração de Maria A sim como Nossa Senhora comport.a-se diante de Deus, ass im deve ser nosso co mporta mento qu ando roga mos a Ela. E m prime iro lugar, pedir com confiança e humildade: "Tenho tal problema assim, tenho cerJeza de que a Senhora o conhece em toda sua profun didade e melhor do que eu. Justamente por isso, a Senhora sabe o quanto preciso de uma solução. A Senhora sabe igualmente como eu sou pecador e nüo sou digno de ser aj udado. Mas é justamente por isso que peço, porque nüo quero of ender mais a seu Divino Filho. A Senhora conhece melhor do que eu quanto un·,. pecado o.fende a Maj estade Divina. E, por assim dizer, a Senhora está mais interessada do que eu mesmo em que não se o.fenda a Deus. É por isso, tninha Mãe, que vos peço, consiga is por vossa inlercessüo as graças 11 •cessórias para solucionar esle problema.. .". Toda boa mã l'i ·a comovida q uando ouve um I edi do sin er de seus filh os, s m1 r qu · ·stcja na linha de prog redir no ·a minh o b ·m . Portanto, não fi cará Nossa S ' nhora ainda mais co movida, Ela 1u ' a Ma· cJ' todas mães? •

Oitavo artigo do Credo

"Creio no Espírito Santo" oitavo arti go do Credo* nos ensina que ex i te o Espíri to Santo, terceira Pessoa da Santíssim a Trindade, e que Ele é Deus eterno, infinito, onipotente, Cri ador e Senhor de todas as coisas, como o Pai e o Filho. O Espírito Santo procede do Pa i e do Filho como de um só princíp io, por vi a de vo ntade e de amor. Di z-se que são eternas todas as três Pessoas divinas, porque o Pai gerou o Filho desde toda a eternidade, e do Pa i e do Filho procede o Espírito Santo, também desde toda a eternidade. Des igna-se a te rceira Pessoa da Santíss im a Trindade particularmente com o no me de Espírito Santo, porque procede (

do Pai e do Filho por me io de espi ração e de amor. Ao Espírito Santo atribui-se especialmente a santificação das almas [embora] todas as três Pessoas di vinas nos santifi quem igualme nte, porque é obra de amor, e as obras de amor atribue m-se ao Espíri to Santo.

Pentecostes O Es pírito Sa nto desceu so bre os Apóstolos no dia de Pentecostes, isto é, 50 dias depois da Ressurre ição de Jesus Cri sto e IOdi as após sua Ascensão. O s Apósto los fi cara m re unidos no Cenác ul o em companhi a da Virgem Maria e dos outros di sc ípulos, _e persevera-

ram na oração, esperando o Espírito Santo que Jesus havi a prometido. O Espírito Santo confirmou na fé os Apóstolos, cumulou-os de luzes, de fo rças, de caridade e da abundância de todos os seus dons. Ele fo i [també m] e nviado a toda a Igrej a e a todas as almas fi éis. O Espírito Santo vivifica a Igrej a com a sua graça e os seus dons, como a alma ao corpo; estabe lece nela o re ino da verdade e do amor; e ass iste- lhe a fim de que orie nte os seus filhos com firmeza no caminho do Céu. •

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* Catechismo Magg iore piv111ulga10 da San Pio X, Roma, T ipogra fi a Vati ca na, 1905 , Edizione Ares, Milm10.

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as IOle is que e les sabiam de cor quando era m cri anças. Como se não bastasse a le i do divórcio para frag ili zar a famíl ia, vem agora esse novo código de le is para esculachar com a fam ília. E para acabar de vez com e la, vem aí esse negóc io de aprovar casame nto de home m co m homem. As pessoas estão pe rdendo o senso de tudo. Preci samos dividir com os o utros esse posic io na me nto dessa rev ista cató li ca para seg urar a barra. Como fica rá nosso País com essas e le ições? O novo gove rn o esc reve rá um novo catecismo? (C.A.V. - RJ)

O peso <lo Estado Menos 10 Se com o antigo Código C ivil a moralidade pública aprox imava-se do zero,já dava pouco apo io à fam ília solidame nte be m fo rmada e como e la sempre fo i entendida, agora corre o risco de baixar para - 10. Acabando com a célula mater, não ficará de pé nossa soc iedade. (A.N.P. - MG)

Novo Código Cfril Parece que os legisladores de nosso governo se têm em alta co nsideração, a ltíss ima até, pois parece q ue se julga m acim a de Deus, uma vez que pretende m que suas le is sejam superi ores às do próprio Deus. Como pode um governo quere r legislar em questões morai s? É um governo laico ou re lig ioso? Se se cons ideram re li g iosos, um pouco de humildade não faz ma l para ninguém. Ou e les tê m uma outra definição de humildade, diferente de co mo e la é entendida re i ig iosamente? Acho que vão criar também uma nova lei com uma nova defini ção de humildade. (M.A.A.M. - BA)

Voltar ao Catecismo Sempre di go que não adianta muito criticar as le is que o Estado anda faze ndo, melhor seria voltar a ensinar o catec ismo para esses homens. Eles esq uecera m o que apre nderam no catec ismo e fi cam nos enche ndo com um monte de le is que não conferem com

. . m cATOLICISMO

É demais o peso da mão do Estado em todas as coi as no Bras il. Ningué m suporta mai s tanta normalização, tantas leis e ta nta burocracia. O cidadão precisa mais é de bom senso em sua vida de famíl ia e para gerir seus negóc ios, e não mai s e mais leis. Hoje e m dia, para tudo precisa pedir autori zação da Prefeitura, até mesmo para derrubar uma parede interna na casa (tratava-se de plano para ampli ar uma sa la), tem-se necessidade de apresenta r a planta e ficar aguardando a li ce nça adm ini strativa. Desse modo nada vai para fre nte, tudo fi ca amarrado pelas le is, até a casinha de cachorro ... , que fica ag uardando o OK da pre feitur a, di go, o a lv ará d e construção. (N.O.K. - SP)

Não se avalia

t8:I Todos ap rende m muito nas le ituras da rev ista. Fa lo por mim , há co isas que eu não sabia e nem cog itava a respeito da fé e da Tgreja, e venho a conhecer graças à informação de Catolicismo . É inimagin áve l inestimável (no sentido de avali ar) o trabalho q ue vocês reali zam. (M.C.M. - RS) lgualda<le 1w pobreza Para mim está muito c laro que este plano tem como objetivo principal acabar com a propriedade privada e levar o Brasi l para um caos total, uma miséria nunca vista antes, para a igual -

dad e na pobreza , e nfim para o com uni smo. (A.R. - SP)

Plano <le marcianos Registro minha indi gnação com esse tal de Plano Diretor da Prefeitura de SP. Agora ente ndo por que a prefeit ura pe li sta quer correr com s ua aprovação, não deixando tempo para o públi co conhecer esse projeto. Porq ue a popu lação jamais aprovari a uma co isa dessas. Não aceitari a essa abe rração. Mais parece um plan o concebido em Marte, por marcianos que quere m ap licá-lo e m São Paulo, sem nunca Lere m pi sado na Terra, sem conhecere m a nos. a rea lidade. Como a grande ma iori a de SP reje itaria esse Pl ano Diretor, eles, da Prefeitura, quere m aprová-lo às escond idas e às pressas. Est Pl ano Diretor, se for aprovado , " mo ns trifi ca rá" a nossa c idade. (C.R.C. - SP)

A igual<ladc clcsestimula Q ual o estím ulo para trabalhar e produz ir, se o retorno é o mesmo de que m não faz nada? Alguma recompensa tem que haver para que m tem maior dcdi ação ao trabalho. Acredito que o direito a propriedade é este estímul o. (R.C.H.G. - PR)

llcnmça A soc iedade . e baseia no trabalho, com o qual se adquire a proprieclad , por fim mantém-se ne la a família unida. Não a lugamos nossos imóvei s da Prefeitura (apesar de os impostos demonstra rem o contrário), traba lhamos duro pensa ndo em deixar al go para nossas famílias, e não há como se cogitar a possibilidade de um administrador/ze lado r gerir nossos bens. (M.B.S.F. - SP)

Excessiva intervenção Quero de ixar c laro que o governo e a prefeitura tê m um papel abus ivo em suas atribui ções. É necessário d iminuir o poder cio Estado no que se refere à economia, é notório que a população tem condi ções ma is que sufi c ie ntes para sustenta r-se. Ev idente-

mente, com a interfe rênc ia noc iva do Es ta d o essa co ndi ção foi es magada. (O. W.P. - SP)

"Democraticamente " Certame nte veremos nos próximos dias notícias de que a sen hora prefeita, pe rfeita - para o PT. .. - , apro vou o dese ngonçado Plano Diretor na marra. Na marra, porque os c id adãos des ta c idade ne m sabem o que está se ndo apro vado, se soubessem não co ncord ari am, po is nossa c id ade me rece a lgo melhor, e não essa imposição autoritária. Que vamos fazer? Essa é a "de mocrac ia" pregada pelo " Partido dos Trabalhadores"? (T.E.N.F. - SP)

Nota da redação: À p. 14 os le itores encontrarão o artigo Uma imposição socialisla, muito e luc idativo a respeito da aprovação, apressada e "na calada da noite" , do Plano Dire to r de São Pa ulo, que está causando enorme inconfo rmid ade na opinião pública paulistana.

Alívio nas al1ições Quero ex pressa r meu s sinceros agradecimentos aos senhores e a Nossa Senhora de Fátima pela graça de receber em meu lar tão honrosa visita [da image m]. Te nho certeza de que e m ate ndime nto a me us rogos em momentos de afli ção, como tem sido para mim nestes últimos meses, Nossa Senhora veio e m meu auxílio para a lívi o elas minhas aflições . Devo- lhe dizer que já estou vivendo em um clima me lhor e me si nto mai s fe li z. Espero que espiritualmente Nossa Senhora co ntinue presente na nossas vidas, nos lares do Brasil e do mundo, abe nçoa ndo cada um de nós e in tercedendo sempre po r nós junto aos pés de seu amacio e bendito F ilh o, Nosso Senho r Jesus Cri sto. Peço que, surgindo outra oportunid ade, não me deixe fora para um a próxima visita de N ossa Se nh ora à nossa casa. (E.C.P. - BA)

Está tuclo mudado

me mande, quero escrever uma carta a ele. (M.S.C.G. - RS)

_ Desejo para a C ru zada Reparadora do Santo Rosário que se aprofunde com Deus cada vez mais. Esto u percebendo qu e no mund o de hoje está tudo mudado. O que será de nós, se continuar mudando? Se o povo se dedicasse ao Santo Rosário, a orar todos os dias, a faze r pen itênc ias, a sacrificar-se para preparar o caminho da Salvação ... O povo não pode se esquecer de agradecer a Deus pelo dia que passo u, po is Ele espera de cada um de nós o seu agradecimento. M ande- me 500 exemplares da Cruzada Repa radora do Rosário. (A.W. - SC)

Sou contra as novelas, filmes que abordam cenas de sexo. Aquele seri ado " O quinto dos infe rnos", eu acho ele péss ima qualidade; não suporto ne m o nome . Acho que "B ig Brother" e "Casa dos Artistas" estimul am a sexualidade, trazendo discórdia, ambição, desrespeito ao próximo. A te levisão leva a juventude para o cam inho suj o. E só traz tristeza para os pais, desrespeito e fa lta ele compreensão. Influenciando violência, conflito entre fam ili ares. (M.M.S. - SP)

Boas notícias

Tinha que sair do ar

l2l Tenho a alegria de contar que, depois de rezar o terço 2 vezes por semana, em poucos dias recebo boas notíc ias cios meus pedidos. Meu filho conseguiu emprego, minha filha conseguiu passar no vestibular. (L.A.G. - PR)

Até linha na agulha Tenho 81 anos, fiz uma c irurgia nos o lhos e ficou para eu voltar para fazer outra. E ntão aco nteceu o milagre. Eu fiz o pedido para Nossa Senhora de Fátima: Que e u voltasse a e nxergar sem ser preciso fazer outra c irurg ia. Agora eu já voltei a enxergar tudo norma l: Até colocar linha na agulha e u já consigo. (A.A.A.e. - PI)

1'V despeja imundície 12) A TV imora l já passou dos limites! Preci samos de programas religiosos e programas ed ucativos, e não da imundíc ie que despejam e m nossos lares. (0.0.M. - MG)

Esta Campa11ha é ótima Acabei de receber a pesquisa nac ional e já vou respondê-la. Adorei. Esta Campanha é ótima. É preci so fazer alguma coisa, está sendo demais a imoralidade. É a maior vergonha. Essa "Casa dos Artistas", nem se fa la: é a maior porc;u·ia do País. Se você tiver o e ndereço do Sílvio Santos, peço que

1'V clesvia do bom caminho

r:8l Sobre a TV, ex istem muitas imoralidades. Ven ho exp lica ndo para as pessoas que tudo isso é errado, mas te m gente que gosta, e fico muito chocada com tantas co isas erradas que vejo na TV. O SBT com a Casa dos Artistas e o programa do Ratinho tinham que sair do ar. (A.R.C. - RJ) 0/Jra ele destruição Para os promotores cio pecado da imora lidade não fa lta dinheiro. Eles co nta m co m rec ursos mili o ná ri os para financiar sua obra de destruição das almas . O programa do Ratinho está um in fe rno, está um a porcaria. Estão brigando, quebrando tudo, e com cenas de sexo e m hi stórias de mote l. (A.P.T. - MG)

Comprometimento 12) Recebi s ua pesqui sa. Parabé ns pela inic iativa e pedido ele urgência de providênc ias. Considero a seriedade, autenticidade, coragem e prestíg io naciona l que essa e ntidade desfruta na sociedade brasileira. (W.A.M. - M.G.)

Cartas, fax ou e-mails para as seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram na pógina ·4 desta edição.

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A PALAVRA DO SACERDOTE

Pergunta - "A César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Mt 22,21). Essa expressão sempre me intrigou! Nosso Senhor Jesus Cristo estaria legitimando o poder pagão? Estaria legitimando a dominação romana, suas atrocidades e - conseqüentemente - a obediência de seu povo, o povo ele Deus, a esse poder arbitrário? Resposta - A pergunta se desdobra em du as questões di stintas muito interessantes: uma sobre a legitimidade do poder pagão em si; outra sobre a leg itimidade da dominação romana, em particular considerando que se tratava do povo de Israel, cujo soberano era Deus. Reconhecer a dominação ro mana não seri a renunc iar ao vínculo absolutamente especial estabelec ido por Deus com o povo de Israel? Questões deli cadas, sobretudo a última, que o consulente faz bem em levantar. Para que os le itores possam acompanhar comodamente a resposta a essas questões, convém reproduzir o texto de São Mateus (cap. 22) em referência: l 5 Então, retirando-se os fa riseus, consultaram entre si como o surpreenderiam no que .fa lasse. 16 E enviaramlhe seus discípulos juntamente com os herodianos, os quais disseram: Mestre, nós sabemos que és verdadeiro, e que ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem atender às aparências de ninguém, porque não fazes acepção de pessoas. 17 Dize-nos pois o teu parecer: É lícito dar o tributo a César ou não?

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CATOLICISMO

18 Porém Jesus, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me tentais, hipócritas? 19 Most.rai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário. 20 E Jesus disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? 2 1 Eles responderam: De César. Ent.ão disse-lhes: Dai pois a César o que é de Césa,; e a Deus o que é de Deus. 22 E, tendo ouvido isto, admiraramse, e, deixando-o, retiraram-se.

O dilema farisaico Como se vê, a embaixada enviada pe los fa ri seus fi cou admirada com a sabedoria da resposta de Jesus Cri sto, retirando-se desconcertada e sem ter o que replicar. São Lucas comenta que fi caram "calados", "e não puderam censurar as suas palavras diante do povo", nem diante "do governador" Pônc io Pil atos, como pretendi am (Lc 20, 20-26). A pergunta fe ita a Jesus Cristo era de extrema grav idade, pois importava num dile ma, do qua l acreditavam que E le não poderi a sair. Se di ssesse que não se devia pagar o imposto a César, ac usá- lo- iam a Pônc io Pilatos como sedic ioso contra o poder de Roma. Se di ssesse que o imposto dev ia ser pago, recusari a o caráter teocrático do povo de Israel (governado por Deus), submete ndo-o ao pode r ele César e de Ro ma. Alé m di sso - aspecto minor, mas importante do po nto de vi sta da o pini ão públi ca - aprovando o pagame nto dos impostos, desagradari a o povo, que odi ava os publi canos co leto res dessas contribuições. A questão era po is e m-

baraçosa de todos os po ntos de vi sta. Examinemos ago ra as dúvidas apresentadas pelo mi ss ivi sta.

Legitimi<la<le Toda sociedade que se con stitui de acordo com a natureza das coisas te m o direito de se prover de uma autoridade leg ítima. A começar da fa mília, cuja autoridade é constituída pe los pais (pai e mãe), com supre mac ia do pai em última instância (não obstante os rec lamo indevidos dos movimentos fe ministas mal orientados e do novo Código C ivil que em breve entrará em vi gor). Ainda que a fa mília seja pagã, ou simples mente não católica, essa autoridade dos pais é legítima pela própri a natureza. Assim, també m a. nações, mesmo pagãs, p cl iam dotar-se de autoridade legítima, a qual deveri a. · r acatada pelos súditos, a não ser que ordenasse algo contrário às leis natural ou di vina. Nessas condições, nã há por que negar a legitimidade da autoridade ro mana c m si mesma considerada.

Pax romana Essa autorid ade se estendeu , como e sabe, por vastas regiões da Europa, da Ásia e do norte da África, con tituindo desse modo o Império Ro mano. Aqui entra mos no resvaladio problema das c ircunstâncias em que pode ser leg ítimo o cercea me nto do dire ito de autodeterminação dos povos. Isto ex igiri a um tratado, para ser abordado nos seus múl tipl os as pectos. O fato é que a Pax romana estabe lecida nesse vasto Impéri o teve, ao

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lado ele as pectos negativos, as pectos também pos itivos, como a impl antação do Direito Romano, para fi carmos apenas num exempl o. A tal po nto que essa domin ação estrangeira era sentida, por certos povos, mais como um protetorado que os preservava la. inc ursões de nações limítro fes, livrando-as ele

peri gos externos eventua lme nte maio res. E a Hi stóri a registra també m casos de lu tas intestinas, em que a dominação estrangeira representava um mal menor do que o e ntredigladi ar-se ele etni as ou facções intern as. O recente caso do Afega ni stão ilustra be m essa situ ação. O pro ble ma não pode, portanto, ser simplificado tachando de ilegítimo

Vista aérea das ruínas do Fórum Romano, em Roma. O Direito Romano constitui um aspecto positivo da Pox Romano ~

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Herodes Antipas mandou decapitar São João Batista, cuja cabeça (pintura acima) foi pedida por sua sobrinha Salomé

todo e qua lquer cerceamento do princ ípio da autodetermi nação do povos.

Nação teocrática No caso concreto que nos ocupa, os herod ianos, partidários da dinasti a de Herodes, mantinham boas relações com a autoridade ro mana. Seu alinhamento circunstanc ial com os fariseus, para perder a Jesus, se explica pelo fa to de Herodes Antipas ter mandado decapitar São João Batista, precursor do Messias. Uma resposta ele Jesus, que lhes permitisse compro metêlo com a autoridade romana, certamente os alegraria. Por seu lado, os diri gentes da nação aceitavam de fato a domin ação ro mana, que os proteg ia contra a ti rani a dos Herodes. Por isso, usavam em sua nação as moedas ro manas, manifestando desse modo que reconheciam o do mínio de César sobre eles. Para uma nação teocráti ca, não e ra o idea l, mas uma situação de.fà to,

com cujas conseqüê nc ias eles precisavam arcar. Como essas conseqüênc ias situavam-se no pl ano te mporal , não comprometiam em sua essênc ia as ex igênc ias de uma nação de natureza teocráti ca. As obri gações para com César eram te mporais; as obrigações para co m Deus eram transcendenta is. Daí a resposta prec isa de Jesus ao dilema dos fa ri seus: " Dai pois a César o que é de Césw; e a Deus o que é de Deus". Convém le mbrar ainda que a do min ação rom ana em Israel vinha do te mpo cios Macabeus (cerca de 150 anos antes de Cri sto), qu ando os própri os judeus pedi ra m a proteção cios ro manos o ntra os inimi gos que os assediavam de vários lados. E depois renovara m várias vezes essa aliança (cfr. / Mac 8, 1 ess.; 12, 1 ess.; 14, 17 e ss. ; 15 , 15 e ss.). A pergunta capc iosa, apresentada a pro pósito da prete nsa incompatibilidade

entre pagar o tributo a César e o reconhecimento do supremo do míni o de Deus sobre Israe l, fi ca ass im perfe itame nte di ss ipada.

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* F inali za ndo, não foge ao contexto recordar aqui a admoestação de Nosso Senhor Jesus Cri sto em para lela c ircun stânc ia: " Buscai, pois, e m prime iro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas essas co isas vos serão dadas por acrésc imo. Não temai s, ó pequenino rebanho, po rque fo i do agrado do vosso Pa i dar- vos o reino" (Lc. 12, 3 1-32). E m o utras pa lavras: Ho mens e césares do sécul o XXI, em prime iro lugar "dai a Deus o que é ele Deus", e estare is " buscando em prime iro lugar a sua justiça"; o bedecei aos mandamentos e ate ndei à palavra de Cri sto e Sua Igreja, e " tudo vos será dado por acréscimo", ou sej a, a "Paz de Cri sto no Reino de Cri sto" e de César. • OUTUBRO 2002 -


FUNDACION

• · Em,lenos una c.iu ta Qulénes somos

ARGENTINA

Bruxaria entre iovens britânicos

U

Castro cortando cana em Cuba

A doce" Cuba chega ao fim 11

S

egundo o di ári o "La Nación", de Bue nos Aires, Fide l Castro quer fec har praticamente metade das fábricas cubanas de aç úcar, devi do aos grandes prejuízos que causa m. Cuba era o maior produtor ele aç úcar do mundo (9 milh ões de to ne ladas), qua ndo Cas tro to mo u o poder. Hoje, após 40 anos ele admini stração comuni sta, a ilha-cárcere só produz 3 milhões de tone ladas. E se aque le ditador viver um pouco mais, acabará com o ex- maior produtor ele aç úcar do planeta - observa o quotidiano. •

m adolescente i ng lês, o bceca d o por hi stórias de vampiros, fo i condenado a 12 a nos de prisão por ter matado um a mulh e r el e 9 0 anos, arra ncado seu coração e bebido seu sangue. Mathew Hardm a n , es tudante el e arte de l 7 anos , e m nove mbro passado invadiu a casa ele Mabe l Leyshon e nqua nto e la ass istia à te levi são . Ele ataco u a mulh e r e ma to u -a co m 22 facadas . Fez profundos cortes e m suas pernas, para beber o sangue, e depo is arra ncou seu coração, e mbrulhand o-o e m folh as de j ornal ecolo ca nd o -o junto a do is espetos ele churrasco qu e fo rmavam um a cru z. Na casa do ass ass ino fo i e ncon-

trado fa rto materi a l sobre vampiros, em fo rma de livros (entre e les uma edi ção de Drácula, ele Bram Sto ker), revi stas e pág inas na inte rnet. Entre os sites vi sitaclos estava um in titul ado Mo vimento p elos d ire itos dos vampiros. Eis aí um trágico exemplo do processo: irre li g ião , brux a ri a, vampirismo, com suas s ini stras seqü e las ho mi c ídi o e ca nibali smo ! •

A

CATOLICISMO

gravemente a formação moral e psicológica dos 11·1.eno res", como filmes baseados em cenas ele sexo e vio1ê nc ia. Pesqui sa de opini ão pública revelou que 40% dos fran-

ceses são favoráve is à proibição total de fil mes pornográfi cos na T V Ficou demo nstrado que grupos de menores franceses j á reproduziram na prática cenas ele estupros in-

Provecto de ley sobre · ma trm,0010 homosm,ual~ una abe u aclóo Jur ídlc.,

"Não

Reação contra a TV imoral nte a ve rifi cação de que ce rca de 900 filmes pornográficos e ele prom oção da vi olência são ex ibidos mensalmente nas te levi sões fra ncesas , sobretudo nos canais a cabo e por satélite, a Uni ão Européia (U E) está exercendo pressão para que a França se enquadre nas normas aprovadas pe lo o rgani s mo e uro pe u sobre a questão. A UE condenou a difu são dos prog ra-

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Eutanásia por 25 francos suíços (50 reais)!

divid ua is e coletivos ex ibidas em filmes. Enquanto na Europa observa-se essa louVéive l reação, emi ssoras de TV brasile iras continuam desinibidamente a despej ar nos lares do Paí farto li xo de imoralidade e violência. Até quando? •

matarás", diz o 5º Mandamento da Lei de Deus. Só o Criador nos deu a vicia, e, co m e xceção de certos crimes especialmente graves, que de si é moralmente legítimo o Estado punir com a pe na el e mo rte , a pe nas E le nô- lo pode tira r. Co ntudo, algun s ho mens, revo ltados co ntra os so fri me ntos qu e, se mpre para nosso bem, De us pe r m ite nesta te rra, reso lve m a ta lh a r os cami nhos, cometendo covarde me nte o suicídi o, e m vez de implora r ajuda e mi sericórcl ia di v in as. E para isso co ntam co m os préstimos infames ele terce iros. Assim , a eutanásia, já permitida na Holanda e na Bé lgica, recentemente fo i introduzida na Suíça. Abriram uma brecha na lei, para que a pe soa possa comete r o sui cídi o po r apenas R$ 50,00, assistida por terceiros que não serão incriminados por tal participação. Na Au strá li a, o grupo Exit, com escri tóri o em Zurique (Suíça), informa já ter recebi do 150 pedidos de "sacos de suicídio" (sacos pl ásticos para os doentes se asfi xiarem). Deverão informar a políc ia, a fi m de que esta possa registrar o sui cídi o. •

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Acción Fo mlllo ctlova

t: 1,,1

enMgica

protesta contra ai provec to de ley que quiere legit imar la perversa figura dol " motrlmonlo

homo soxuel". La iniciativa da la Fundación Argentin e do1 Mat\ana, ac t u6 intensamente: comunk:ados de

prenu, ca,us da lactores, mas de .10 .000 m er1 s11Jes d e protes tn presentados la Legislatura de la C1udad de Buenos Aires.

"Reb elde wov" su scito oposlclõ n d e Jõvon es Mâs de 3.000 adheslones ya fuoron rocogldas

Info,nlatlvos Acclones ca,tas y E•MaHs EstudlOS y ensayos Ub,os publlcados 0

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hl, .,\,l,co ,,n Re<tba lnformacion

J6vanes es tudiantes

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urwersltarios y secunc:larios,

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en profundo desacu01'do con

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los contenidos dei programa ºRebelde way• encauzaron su protesta on una cart• dingida ai CoMejo de Au1orr•guLael6n Publici1aria, que recooi6 m,b de 3 .ooo

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Súm esol

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Cr111G 11,t! Sllmo ltOU tlO

secr o tllrlo d e Culto d o ln Noclbn r e spondo

lm6uenos de le Vlrgen d o FoUmo recorren oi pnls.

El Embajador Est eban Juan Casolli,

Es Importante que

Secretario da Culto de la Naclón, respondi6 .i_los numero1oi ~- •- _

pw-Uciptrde 1a.cruz.1da. ••~.,....

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a parientts y personas amigas a

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Página do site da Fundación Argentina dei Mariana

Campanha contra 11

casamento 11 homossexual

ruzada anli-homossexual " : ass im o jo rn al "Págin a 12", de inspi ração marxista, publicado e m Buenos Aires, qua lificou a bene mérita campanha pro movida pela Fundación Argentina dei Maiíana (FAM) contra a legali zação cio "casamento" e ntre pessoas do mesmo sexo. Há um projeto e m curso sobre o tema, no Legislativo da capital argentina. O proj eto, apresentado por deputados pe rte ncentes a diversas correntes ele esquerda e pe la de nominada Comunidad Homossexual Argentina, concede aos homossexua is os mesmos direitos que os outorgados aos esposos, sem mes mo excluir a poss ibilidade de adotar crianças ! Argentina del Maiíana , entidade nascida na década cios 90 sob in spi ração cio pensame nto e ação do Prof. Plíni o Corrêa ele Oliveira, encaminhou milhares de me nsagens ele protesto às comi ssões ele deputados que analisam o ass un to. Ma is a inda, propic iou a poss ibilidade de enviar essa mesma mensagem atr~vés do site da entidade: www.fadm.org.ar A efi các ia da inic iativa despertou as iras da esquerda marxista, como a do referido jornal. Este publicou, nas duas páginas centrai s ele sua edição de domingo, 25 de agosto último, uma longa reportagem na qual qualifica a Fundación Argentina dei Maiíana como o "batalhão não governamental" ela "Cruzada anlihomossexual ". "A Fundação - reconhece amargamente o jorn al da esquerda argentina - tem tido, nesse sentido, certo êxito em suas campanhas, pois log rou que se tirassem do ar di versos prog ramas de televisão nocivos à família e à moral pública". • "C

Violação da privacidade dos indivíduos

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m novo sistema obrigatório de ide ntifi cação e le trô ni ca, el e cada um cios 126 milhões ele japoneses, provocou protestos em Tóquio. O jurista e professor da Universidade Nihon, Hirohisa Kitano, declarou, em entrevista coletiva, que "esse sistema trata os indivíduos

como coisas, não como gente". A vio lação el a privac idade, e toda uma ga ma el e info rm ações pessoa is, co nstitui uma te ntação para os hackers e confe re às a utoridades uma fe rra menta pe rigosa para molestar os cidadãos e silenc iar críti cas. •

Na China comunista , feroz perseguição aos católicos

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egundo informações do Comitê para a Investigação da Perseguição Religiosa na Chino, publicado em agosto p.p., mais de 70 cató licos foram presos nos últimos três meses pela Polícia chinesa . Qual foi seu crime? Estarem rezando, assistindo o uma Missa, ou simplesmente estudando o catecismo .. . Por que os organismos de defeso dos direitos humanos não protestam contra isso? Para os católicos não há direitos humanos? Só criminosos e comunistas têm esses direitos? Mãe chinesa com seu filho participa de uma cerimônia católica na clandestinidade

Ecologistas desrespeitam imagem de Cristo

U

m grupo de nove membros do conhecido movimento ecologista Greenpeace escalou o imagem do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em 5 de setembro p.p., a fim de dependurar nele uma faixa de protesto contra a realização da Cúpula de Johannesburg - Rio+ 10. Atos desse tipo vão se multiplicando. Se nós, católicos, não protestarmos contra isso, iremos nos habituando ao desrespeito e mesmo ao sacrilégio e à blasfêmia, enquanto inimigos da Santa Igreja vão se tornando cada vez mais ousados diante da nossa inércia .

OUTUBRO 2002 -


Uma imposição socialista N a calada da noite, aprova-se o Plano Diretor da cidade de São Paulo - Esvaziamento do Direito de propriedade privada. n D oM1N1ouE

P1ERRE FAGA*

" I sso é comunismo. Sou estudante de jornalismo, e desanimo rn.uitas vezes com a organização política e idéias como essa. Parabéns pela iniciativa de levar a 'plebiscito' este caso". Numerosas manifes tações como esta, de uma estudante da Vila Zelina, e m São Paulo, dão bem o to m da indignação com que o públi co pauli stano reagiu ao to mar conhec imento das medidas sociali stas e confiscatóri as contidas no projeto de Pl ano Direto r. Tais manifes tações nos chegaram através do site da T FP e das respostas aos cerca de L00.000 fo lhetos explicativos di stribuídos pela entidade em campanha pública na capital pauli sta. Infe li zmente, poré m, essa reação não se fez notar da parte de muitos dos representantes de classe do ramo imobili ário e e mpresari al. As entidades representativas apoiaram o Pl ano, sob a alegação de que "não é o Plano ideal, mas é o Plano possível". É mais um exemplo ele que o mal avança não somente pe lo seu própri o di nami smo, mas sobretudo por causa da moleza daque les que deve ri a m se lhe opor. Já fo i ass im com a Reforma Agrári a. Na Constituição de 1988, e la só fo i aprovada porque contou com o apoio da " bancada ruralista", que desej ava a desapropri ação "apenas das terras improdutivas ". O resultado aí está: Fave las rurai s, invasão ele todo tipo de propri edades e esbanj amento do dinhe iro públi co. Uma forma sui generis ele legislai' No di a 23 de agosto, de madrugada, o vereador C laudi o Fonseca, líder da bancada do PC do B, fez a le itura metra lhada cios 308 artigos do Pl ano Diretor. Na galeri a, poucas pessoas ouvi am. Terminada

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a leitu ra, a sessão fo i suspe nsa para análi se do projeto pela Comissão de Consti tuição e Ju stiça. À últim a hora foram incorpo radas muitas eme ndas, que os vereadores não tiveram tempo ele analisar. O próprio relator declarou de pois: " Vi as emendas, mas não tinha como sabe,; àquela hora, do que se tratava" ("O Estado ele S. Paulo", l-9-02). Ao inic iar-se a votação, apareceram os vereadores vindos às pressas dos gabinetes, e o projeto fo i aprovado às 5h30m , por 43 votos a favo r, um voto contrário, da vereadora Havanir Nimtz, e uma abstenção, de Roberto Trípoli. A maior surpresa, porém, foi o fato de 27 vereadores, inclusive o presidente da Câ mara, terem enviado carta à Prefe ita pedindo q ue e la vetasse as emendas introdu zidas de última hora. A maiori a desses vereadores, no entanto, tinha aprovado tais e mendas ...

Vetam-se apenas as emendas "cosméticas " Enquanto isso, desencadeou-se pe la imprensa uma enorme discussão a respe ito das eme ndas de últim a hora, que modificava m o zoneamento em alg umas regiões. Mas nada ou quase nada fo i dito sobre os as pectos confiscatóri os do Plano. As atenções fora m ass im desvi adas daque les as pectos soc iali stas, que tinh am sido objeto de denúncia na campanha ela TFP, e que estavam causando tanta reje ição por parte do público. Afin al, a Prefe ita vetou todas as emendas polêmicas, mas estas tratavam somente de ass un tos secundários. E, com isso, os ânimos se acalmaram ... Mas o público em gera l não to mo u conhecime nto das partes prin c ipa is do projeto. Nas 27 audiências públicas rea-

li zadas, havi a m comparec ido cerca de 2000 pessoas apenas, e nelas não fo ram explicadas todas as partes cio Pl ano. Pela forma co mo fo i aprovado, o Plano Diretor carece ele legitimidade, segun-

do as regras da democracia representativa, esplendidamente analisadas pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em sua obra Proj eto de Constituição Angustia o País (Catolicismo, edição extra, outubro/ 1987). O P lano Diretor da cidade de São Paulo introdu z diversos instrumentos cerceadores do dire ito de propriedade (cfr. Catolicismo, agosto/2002). Abaixo, um resumo cios pontos principais.

Utilização compulsól'ia dos imóveis Os terrenos e glebas com mais ele 250 metros quadrados deverão ser edificados compul soriamente. A área construída tem de ser, no mínimo, de 20% em relação à área do terreno (arts. 165 e 199 a 201 ). Os proprietári os serão notifi cados e terão um ano para apresentar proj eto ele construção, ou para utili zar os imóveis (art. 201 , § 7°, 8º e 9º).

IP1'U conliscatório de 15% ao ano Os imóveis não utili zados ou não constru ídos sofrerão aumento cio lmposto Predia l e Territori al Urbano - IPTU, o qual poderá ir até 15% ao ano (art. 202, § 1º e Estatuto da C idade, art. 7°). Esse tribu to não poderá ter isenções nem anistias.

J)esaf)l'Opl'iação com moeda poclre Após c inco anos taxado com esse tri bu to altíss im o, o imó ve l pode rá ser desapropri ado, medi a nte paga mento co m títul os da dívida pú bli ca, co m prazo ele resgate ele 1Oanos, (art. 203). Prazo esse que - é público e notó ri o - não será c um prido. Além cio mais, a desapro pri ação não será fe ita pelo valor real cio imó vel, mas pe lo va lor constante do carnê cio IPTU (Estatuto ela C idade, art. 8º).

Dil'eito de preempção: cerceamento do /ll'O/Jl'ietário Nas negociações com imóveis entre particul ares, surge a intro mi ssão de um te rceiro: a Prefeitura. Em determinadas ,'íreas, antes ele vender o imóvel, o vendedo r é obrigado a comunicar à Prefe itura, para saber se e la quer comprar pelo mes mo valor pe lo qu al está sendo negoc iado (arts . 205 e 206).

E m 30 di as, se a Prefe itura qui ser comprar, pagará o mes mo preço e nas mesmas condi ções. Caso e la não se manifestar nesse prazo, o imóve l poderá ser vendido. Se o doc ume nto da transação fo r fe ito co m va lores e condições diversos, a Prefeitu ra considerará nul a a venda, e poderá adquirir o imó vel para si, pelo va lor constante do IPTU , se for menor do que o da vencia (art. 208).

011to1'ga one,·osa do direito de co11st1·11i1· Co m o Pl a no Dire to r, o dire ito de construir de ixou ele ser cio proprietário e passo u para a Prefeitura. Esta "poderá outorga r onerosamente o exercício do direito de construir " (art. 209). Se e la outorga, o dire ito pertence a ela. O direito ele construir é "g ratuito" até determinado índice construtivo. Ainda aqui , o dire ito pertence à Prefeitura, pois ningué m pode conceder gratuitamente o que não lhe pertence. Al é m di sso, haverá um "estoque de potencial construtivo" e m cada zona, que não poderá ser ultra passado e m seu conjunto (art. 2 12). A Prefeitura trata ass im a c idade como se fosse um arm azé m ele sua propri edade, cuj o estoque é co mposto ele construções possíveis, das qu ais e la va i di spo ndo ela fo rma como e nte nder. E aos " pro pri etári os" só resta a ba ixa r a cabeça. Institui também numerosos Conselhos e Comissões com participação "popular", que faze m lembrar os comitês ele qu arte irão ele Cuba. O principa l de les, o Conselho Munic ipal de Política U rbana, conta com a participação, entre outros, ele representantes ele mov imentos de moradi a (le ia-se invasores) e elas centrais sindicais (arts. 284 e 285). O Pl ano Direto r te m a inda vári os outros di spos itivos ele c unh o soc ia li sta, que o mitim os neste artigo por fa lta ele es paço. Que Nossa Senhora Aparec ida, Padroe ira cio Bras il , proteja nossa querida Pátria cio urbo-reformi smo soc iali sta e confiscatóri o, bem como ela desordem e do caos. •

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D ire tor do "Boletim do Direito Imob ili ári o", da ed itora Diário das Le is

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Aliança Rússia-Irã-Iraque

A Rússia de Putin, três anos depois A política matreira de Wladmir Putin: caracterizada pela intlexi;

bilidade e velada por uma máscara sorridente. E indiscutível a mão de agentes do serviço secreto na política interna e externa russa. Perseguição aos católicos soprada pelos cismáticos m RENATO

MURTA DE VASCONCELOS

H

á três anos, Putin assumia o poder na Rússia. Em meio aos esplendores do salão dourado do Kremlin, onde outrora os czares tinham seu trono encimado por uma águia bicéfa la, o novo mandatári o declarou so lenemente seu compromisso de empenhar-se para que seu país fosse "livre, próspero,forte e respeitado no mundo inteiro". E acrescentou: "Tenho bem consciência de que

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CATOLICISMO

assumo uma enorme responsabilidade. O chefe de Estado é responsável por ludo o que acontece no país". Muitos se perguntaram , então, que rumo a Rú ss ia tomaria sob a regência de se antigo coronel da KGB. Pouco antes ele havia esmagado brutalmente o levante na Chechêni a. Depois de I O anos de Perestroika e de Glasnost, temia-se o retorno dos métodos de repressão impl acáve l a qualqu er dissidência intern a. Quanto às relações com o mundo livre

ocidental, como iri a comportar-se o novo chefe do Kremlin ? Iria adotar uma posição de confronto ou inici ar um relac ionamento pragmático?

Bom opol'tunista Prefe riu adotar um a políti ca pragmática. E os trágicos aconteci mentos de 1 1 de setembro do ano passado deramlhe uma ocasião de ouro para incrementá-la . Quando a poeira dos escombros das torres gêmeas do World Trade Center ain-

da escureciam os céus ele N ova York, o primeiro telefonema que o pres idente Bush recebeu provinha de M oscou. No outro lado da linha, Putin ex primia ao governante norte-ameri cano seu pesar pelo bárbaro atentado terrorista. A chamada telefônica ele Putin - e posteri ormente eu apo io à ali ança contra o terrori smo e à intervenção militar norte-ameri cana no Afeganistão, para acabar co m os núcleos terrori stas da AI Qaeda - iri a nos 12 meses subseqüentes, trazer para seu país enormes vantagens econômicas e diplomáticas. E i- las: • visto anteri orm ente com desconfiança, Putin, o antigo agente da KGB , passou a ser considerado pelos ameri canos como ami go, mais digno de confi ança cio que mui tos ali ados europeus ; • a Rú ss ia passa a ser considerada não mais como um adversário potencial, mas como um parceiro confiável , um ali ado indi spensável na luta contra o terrorismo fundam entali sta islâmico; • participando ci o "Co nse lh o ci os 20" e de suas dec isões, a Rú ss ia tem

hoj e praticamente meio corpo dentro da OTAN; • in co rporad a ao bloco dos ass im chamados grandes, ingressa no clube elas então sete mai ores potências econô mi cas ci o mundo. O G-7 transformou-se em

G-8; • os países oc identais conferem ao sistema econômico ru sso o status ele economia de mercado; • esqu ec ido o crack fin ance iro ele 1998, começa um flu xo caudaloso ele investimentos gigantescos por parte de empresas ocidentais; • ademais, a Alemanha perdoa uma antiga dívida ela Rú ss ia, ela segunda guerra mundial, ele cerca ele 14 bilhões ele dólares; a Comunidade é:uropéia concedelhe ainda a não desprezível so ma ele 20 bi !hões ele dólares para que ela se desembarace ele seu lixo atômi co; • o caso Chechênia sai cio foco elas atenções, sem que tenha hav ido um completo cessar fogo; pelo contrári o, o exército russo continua a praticar atrocidades contra a popul ação civil.

Esse é o resu ltado de um ano de política matreira cio pres idente Putin. Realmente, do ponto de vista do aproveitamento daquilo que os american os chamam de janela de oportunidade, a tragédia de 11 de setembro não lhe poderia ter sido mais conveniente. Ademais, o Kremlin não brande mai s contra o Ocidente o tacape sempre preocupante da bomba atômi ca, não se opõe à entrada de seus antigos países satélites do L este europeu e das nações bálticas na OTAN e sua integração na Comunidade Européia. E toma com naturalidade a presença militar norte-americana na Á sia Central e no Cáucaso. Contudo, neste quadro de relaxamento das anti gas tensões da Rú ssi a com o Ocidente há sombras preocupantes, sobretudo no que di z respeito a seu relac ionamento com os chamados Schurkenstaaten, os países piratas. Uma dessas sombras é a atual cooperação nuclear com o Irã, que poderá levar os persas à construção ela bomba atômica. Ou o acordo ele 40 bilhões de dólares com Bagdacl,justamente no prec iso momento em que os Estados Unidos se mobiliza m para intervir ,nanu militari no fraque, posto que Saclclam Husse in coloca obstácu los para a entrada de supervi sores ela ONU . Ou ainda o estreitamento ele relações econômi cas com a Coréia do N orte, que é, jun to com C uba, um dos últimos redutos cio comuni smo de linha dura no mundo.

Pel'igoso real'mamento Sem embargo di sso, vai prevalecendo a imagem de um Putin pragmático, que só levaria em co nsideração os interesses supremos ru ssos, dec idido como está a moderni zar a economia, liberali zar as leis intern as e reerguer militarmente seu país. E isso ele estari a levando a cabo com mão ele mestre. A economi a ru ssa, segundo a imprensa di ári a européia, encontra-se atualmente numa fase de crescimento, atraindo um número cada vez mai or ele investidores estrangeiros. O país voltou a ser atraente do ponto ele vi sta econômi co. Anti gamente a União Soviética tinha que importar cerea is para alimentar sua população. Hoj e, a Rú ss ia está ex portando produ tos agrári os e uma quantidade cada vez maior

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Luta de classe e autogestão marxista E ssa foi a "receita" de um Fórum Social Mundial, ocorrido em Buenos Aires e realizado nos mesmos moldes do Fórum de Porto Alegre M ARTIN VI ANO

de gás e ele petróleo. Fala-se inclusive que num futuro próximo a Rúss ia acabará se tornando fornecedora ele energia até mesmo para os Estados Unidos. E no campo ela produção ele armas, a Rússia já ultrapassou neste ano os Estados Unidos enquanto maior nação exportadora de equipamentos militares. Evidentemente, disso tiram grande proveito o exército e a marinha. Um exemplo: para substituir o submarino Kursk, perdido há dois anos num desastre, a Rússia está construindo o maior submarino nuclear do mundo. Dois metros maior do que o submarino norte-americano Ohio, e com capacidade de se locomover a 50 metros ela superfície do mar.

Controle do Serviço Secreto Internamente, segundo as aparências, vai Putin regendo a Rússia sem enfrentar maiores obstáculos à sua política ele liberalização. Todas as leis que o governo apresenta vão sendo aprovadas sem oposição pela Duma (Parlamento). A resistência ela velha guarda comunista parece quebrada. O Partido Comunista encontra-se dividido. O Partido Nacionalista, de Wlaclmir Schirinowski, já ele há muito cerrou fileiras em torno ele Putin, o qual não precisa temer oposição ela parte dos democratas. No que diz respeito à máquina governamental, os governadores ele províncias estão mansinhos e com seus poderes reduzidos.

CATOLICISMO

Isso ele o tem conseguido até agora, graças ao concurso de uma imensa máquina de intimidação, composta de agentes secretos que ocupam ou controlam os postos chaves cio governo, segundo informa Alexander Rahr, especialista em assuntos ru ssos. Em artigo para o di ário alemão "D ie Welt", de 10-08-2002, Rahr chega a afirmar que "se reconhece indiscutivelrnente a mão dos agentes do serviço secreto na política interna e externa russa". E a mídia, tão farfalhante nos países ocidentais, mantém a esse respeito um silêncio exemplar. Intimidada, taJ vez, ela se abstém de qualquer crítica, por leve que seja, ao governo e à sua políti ca. Nem mes mo levanta a suspeita da ex i tênci a de um culto à personalidade por parte da Juventude Putiniana, composta ele jovens que saem às rua para fazer propaganda cio antigo coronel ela KGB. É bom lembrar que também Hitler teve seus agentes secretos - a fa migerada Gestapo - e igualme nte seus jovens, a HitlerJugend...

Perseguição aos católicos Ainda e m outro campo, Putin mostrase intransigente : no ela perseguição re ligiosa. Ati çada pelos oligarcas espirituais ela Igreja Ortodoxa (cismática), em toda a Rússia ve m recrudescendo a persegui ção contra os católicos, j á que no país

continua a existir, de facto , a uni ão entre [greja e Estado. Há algun meses, a polícia retirou no aeroporto ele Moscou o passaporte de Mons. Jerzy Masur, Bispo da Sibéria Orie ntal - cuj a diocese tem uma extensão territori al mai or do que o Brasil - impedindo-o a., im de entrar no terri tório ru sso. Inte rpe lado pe lo Vati cano, Putin respo ndeu que se tratava ele mera questão burocrática intern a ... Mas a persegui ção continu a. Ainda nos primeiros di as ele etembro, fora m ex pul sos mais c inco sacerdotes católi cos, o que provoco u e nérg ico protesto de Mon s. Tadeusz Konclruziewicz, Arcebispo ele Moscou.

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Para efeitos ex ternos adota Putin uma política sorridente e prag mática , e os êxitos são patentes. Internamente vigoram os antigos esquemas intimidatórios e ditatoriai s. Até agora, poss íve is focos ele resistência permanecem inertes. Eles ex istem. Entre eles contam-se os o li garcas do poderoso grupo apelidado Familia Jeltzin, uma máfia que aind a detém muito poder e influência. Pertence a esse grupo o primeiro-ministro Mich ail Kasjanow, o qual , segundo a Constituição, assumiria o poder numa eventual ausência ele Putin. O futuro dirá que rumo tomarão as coisas. Motivos ele preocupação ex istem. E muitos. •

Buenos Aires - De 22 a 25 ele agosto p.p. , reuniu-se na capital argentina o Fórum Social Mundial para discutir "A crise do neoliberalismo na Argentina e os desa.fios do movimento global", sob os auspícios ela Faculdade de Ciências Sociais ela Un iversidade Nacional de Buenos Aires. O evento atraiu ativistas ele organizações da esquerda marxista da Argentina e ele diversos países sul-ameri canos, entre os qu ais representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e cio Movim.ento dos Sem Terra (MST), do Brasil. Segundo o Comi/é de Movilización, propuseram-se- baseados na "experiência de Porto Alegre" - abrir um espaço para articular "movimentos e grupos comprometidos em ações concre1as contra o neoliberalisnw e o dorníniu do mundu pelu capital e por qualquerforma de imperialismo".

Em pauta, o falido modelo cubano O Fórum foi inau gurado com uma passeata, que partiu da Plaza de Mayo, onde dezenas ele ô nibus alugados tinham despejado manifestantes, grande parte dos quai s compareceram apenas para receber, no e ncerramento cio ato, um sanduíche com Coca-Cola. As sessões g iraram em torno das diferentes formas ele organização e autogestão, com vistas a estender e aprofundar a "resistência " e a "busca de alternativas concretas" face à "globalização neoliberal ", na mes ma linha da Internacional Rebelde promovida no Fórum Social de Porto Alegre, já comentado nas páginas ele Catolicismo , edição de fevereiro/2002. Evo Moral es, candidato derrotado à presidência ela Bolívia, disc ursou em defesa ele Fidel Castro e ele Hugo Chavez, conclamando os presentes a se mobili za-

rem para que "hcija muitas Cubas" na América Latina, capazes ele acabar com o "imperialismo norte-americano ", em união com os zapatistas do México e os guerrilheiros colombianos.

Internacional Rebelde mobiliza-se Além ele propiciar "formas de resistência do movimento popular" ele caráter violento, não poupara m e logios aos "piqueteiros" que na Argentina, só neste ano ele 2002, fizeram cerca ele 3000 bloque ios de estradas e ruas . Convém destacar ainda que, entre as atividades autogestionadas elo Fórum, ocorreu também uma sessão abortista contrária à "proibição do aborto ", absurdamente ex plicada como sendo a "negação para as mulheres de urna sexualidade não reprodutiva ". Uma sensação ele fracasso cio Fórum foi transmitida por uma mulher de aproximadamente 30 anos, com fortes traços indígenas, comentando que tinham deixado ele concorrer para o evento muitos companheiros elo interior da Argentina e cio Uruguai . Jsso não impede, entretanto, que as esquerdas da Internacional Rebelde estejam se preparando para novas mobilizações: em Quito (Equador) neste mês, por ocasião ela reuni ão cio Acordo de libre Com.ércio en las Américas (ALCA); e na IV Cumbre de Presidentes de las Américas - que contará com a presença cio presidente norte-americano - a realizar-se na capital argentina em abril ele 2003. •

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Aos leitores desej osos ele aprofundar o estudo ela lnternacio11a/ Rebelde, indicamos o ensa io "A pretexto do combate à globalizaçcio, Renasce a

Luta de Classes - Fórum. Social de Porto Alegre, berço de uma neo-revoluçcio anárquica", el e Gregório Yivanco Lopes e José Antonio Ureta. Tal ensaio pode ser pedido a Catolicismo ou pelo site www.tfp.org.br

Guerra Justa Guerra Santa Ensaio sobre as Cruzadas, a Jihad islâmica e a tolerância moderna Em que casos se pode dizer que uma guerra é lícita? Quais são as condições para uma guerra justa? Em nossos dias, terá mudado o conceito de guerra religiosa no Islã? É aceitável o uso de armas nucleares, ba cteriológicas e químicas? Existe a lguma ana logia entre a Jihad (a "guerra santa" islâmica) e as Cruzadas? Todas essas questões são respondidas no substancioso livro, Guerra Justa - Guerra Santa, recentemente lan ça do pela Editora Civilização (Portugal). O autor, Prof. Roberto de Mattei, licenciado em Ciências Políti cas pela Universidade La Sapienza, de Roma; é catedrático de História Moderna na Universidade de Cassino, na Itália. Através de rigorosa análise histórica, emerge dessa obra a radical diferença entre o modelo islâmico de guerra santa e a doutrina tradicional cristã sobre a guerra iusta.

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Frente Universitária Lepanto

A missão de Fátima é salvar a Europa e o mundo

E m defesa dos valores morais e culturais da Civilização Cristã: site e boletim com crescente influência na juventude

N ossa Senhora chora porque os homens não corresponderam à Mensagem de Fátima!

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or oca~ião do último aniversário da aparição de Nossa Senhora em Fátima, a 13 de ma io, esteve e m vi sita àquele privil eg iado santuári o, e m Po rtuga l, o Cardeal Arcebi spo de Colôni a (Alemanha), D. Joaquim Meisner. Esse alto Prelado condenou então as diretri zes anticri stãs pe las quais está sendo conduzida a Uni ão Europé ia, e que pode m levar o Velho Continente ao comuni smo. Ao mesmo tempo, ressaltou a importância e atualidade da Mensagem de Fátima, como salvação para o mundo. O que e le di z do povo português, de algum modo se aplica também a nós, bras ileiros, filhos que somos daque la nobre Nação. Segue m alguns trechos da homili a do Cardea l. Os intertítulos são nossos.

Deus afastado ela U11ião Européia "Deus está a ser obstinadame nte afastado da nova constitui ção da E uropa. Ass im se quereri a que, do funda me nto jurídico da nova E uropa unida, De us estivesse ausente, o que a reco ndu ziria ao abi smo [comuni sta] do qual a E uropa sem Deus se libertou em 1989 e 1990. Com certeza, isto não vai passar de um boomerang, que não trará qua lquer progresso para o caminho de uma E uro pa unida [ ... ].

Chineses sem liberdade religiosa "Assim , partindo de Fátima e passa ndo pela pedra vermelha de Ro ma, Mari a levou a liberdade re ligiosa até ao centro da Rússia, à Praça Verme lha de Moscou. A catedra l do Salvador, junto da Praça Verme lha de Moscou, destruída pe los comuni stas e m 19 17, j á se encontra reconstruída [... ]. "A todos os cri stãos da Rú ss ia fo i confi ado este bem prec ioso da humana dignidade que, durante qu ase 80 anos, tinha sido negado àque la querida nação. Agora, aos cri stãos desse país é confi ada a mi ssão de levar a liberdade re li giosa à China [ ... ].

Fátima é atual e necessária "Mas Fátima continua a ser necessária, porque a mensagem de Maria continua muito atual, uma vez que há a inda, em todo o mundo, muitos mais cri stãos

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CATOLICISMO

Catolicismo -

O que motivou a criação desse grupo universitário? Como nasceu?

perseguidos, no meadamente católicos, do que podemos superfic ialmente dar-nos conta. "Partindo de Fátima, Mari a literalmente saltou por c ima das muralhas da Europa: em Berlim , na Repúbli ca Checa, na Hungri a e na Rúss ia. Tenho pena de nunca ter e ncontrado um a imagem que represente Mari a, ultrapassando muralhas. Cre io que isto seri a, de fato, uma nova vari ante da Imagem de Nossa Senhora de Fátima. "Ainda ex istem inúmeros muros nos corações dos homens. Por isso, M aria ainda tem muito que faze r.

Fátima: capital espfritual "Também os portugueses são como que uma terra de Mari a, desde o dia em que a Mãe do Senhor, e m 19 17, pousou os seus pés aqui e m Fátima. Portu ga l não é propriamente uma grande e fo rte potência europé ia, em sentido materia l. Mas fo i a partir daqui que a E uropa conseguiu de no vo a sua liberdade. "Tendes em Fátima a certeza de que Deus pretende, a partir desta extremidade ela E uropa, levar a liberdade ao centro cio Continente; de que Ele quer oferecer a esperança e a confi ança e m toda a parte da Europa, através elas magras poss ibilidades de uma peque na alde ia, no Centro ele Portugal; e de que E le quer faze r desta alde ia incógnita uma das capitais espiri tuais da E uropa e do Mundo. "A mi ssão de Fátima encontra-se a inda lo nge da sua realização ! Maria conta convosco ainda hoje, portugueses, como se fôsse is seus conterrâneos ! Com a fo rça ela vossa oração, com o poder ela vossa fé continuai a colaborar, para que a paz e a a legri a no Espírito Santo se estenda na Europa e em todo o mundo. "Permanecei fi é is à vossa vocação como povo ele Maria, pa ra serdes um povo ele salvação para todos nós. Assim sej a" ("Voz da Fátima", 13-6-2002). •

D. Joaquim Meisner, Cardeal Arcebispo de Colônia (Alemanha)

s,:

F'redc1·il'o

VioLU: ':4 Frente Universitária Lcpan to já está instalada em mais de 1O cidades cio Brasil, com um fichário de mais de 12 mil nomes cadastraclos em toe/os os Estaclos"

e

atolicismo entrevistou o Sr. Frederico Romanini de Abranches Viotti, bacharel em Direito e em Ciência Política pela Universidade de Brasília , responsável pela Frente Universitária Lepanto e pelo boletim "Post-Modernidade", pesquisador na área da História da Igreja e de apologética católica . O entrevistado, que é sócio da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP, explica a importância e a crescente influência que o movimento representado pela Frente e pelo mencionado boletim vêm alcançando no ambiente estudantil. A Frente Universitária Lepanto possui um dos maiores sites de inspiração católica da Internet no Brasil, e é hoje um referencial do pensamento universitário católico e contrarevolucionário em nosso País. Além do site e do boletim estudantil, a Frente promove reuniões para estudantes, palestras em faculdades e colégios etc . O site http://www.lepanto.org .br é um dos sites que colaboram na difusão dos ideais da TFP, sem entretanto estar juridicamente vinculado a ela .

Frederico Viotti - A educação em nosso País, infe li zmente, está profund amente influenciada pe la literatu ra marxista e anticatólica, que reduz o mundo a um co njunto de proble mas econô micos e lança ca lúni as contra a históri a ela [grej a. É uma educação e m que a mora l é vista como ultrapassada, a Igrej a como opressora, e a Históri a é transformada e m luta de classes. Desde que o a luno ini c ia o curso co legia l, até o términ o cio curso superi or, recebe um consta nte bo mbarde io co ntra a Santa Igrej a. Um bo mbarde io ideo lóg ico, em que não predo min a a análi se imparc ial dos fa tos hi stó ricos, mas a impos ição de uma mane ira de ver o mundo oposta ao C ri sti ani s mo. A Frente Universitária Lepanto nasceu cio desejo ele al guns j ovens - todos católicos apostóli cos ro manos - de defender a doutrina católica em seus ambientes, sej a nas universidades ou nos colég ios po r eles freqüe ntados. Era a forma que nós, estudantes le igos, tínhamos para nos contrapor à avassaladora onda de descri sti ani zação ela sociedade atua l e oferecer um peque no ato ele amor e de reparação e m defesa cio Corpo Místi co de Cri sto, que é a Igreja fund ada por Nosso Senhor Jesus Cri sto. Catolicismo -

Em que ano? Em que circuns-

tâncias?

Frederico Viotti - Começamos nossas atividades e m abril ele 1998, reunindo um peque no grupo de qu atro universitários em Brasília, que fo ram os redatores de nosso prime iro bo letim "Post-moclerniclade ". Hoje, graças a De us, j á estamos instalados em mais de I O cidades do B rasil, com um fichá.ri o de mais de 12 mil nomes cadastrados em todos os Estados. Catolicismo -

São muitos os estudantes que

visitam o site?

Frederico Viotti - Estamos tendo uma médi a di ári a de 1500 vi sitas em nosso site, além da tiragem de 40.000 exempl ares ele nosso boletim. Todos os di as, para se ter uma idé ia ele nosso trabalho, nos OUTUBRO 2002 -


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seus adversári os, especialmente protestantes e sociali stas), catecismo, como também apresentamos estudos variados, mú sicas selecionadas, alé m de fo tos ele grandes catedrai s e castelos do mundo (que representam resquícios esplê ndidos da Cristandade medieval ), artigos sobre temas da atuali dade, campanhas etc .

Catolicismo -

Quais os temas mais procura-

dos no site?

chegam e m torno de 60 e- mail s com perguntas, comentári os, cadastros etc . É consolador constatar o fato de uma pessoa encontrar em nosso site a info rmação de que precisa, e nos envi ar um e-mail de agradecimento.

Catolici.r nw -

São apenas brasileiros que se inscrevem no site? Frederico Viotti - Há vi sitantes de vários países, destacando-se Portugal pe la prox imidade da língua, mas também de quase todas as nações dos conti nentes ameri cano e europeu.

Catolicismo -

Qual a tendência ideológica des-

ses jovens?

Frederico Viotti - Tenho a impressão de que muitos de les sente m uma espécie de saudade de algo que não conheceram - ou que conheceram superfi c ialmente-, que é a C ivili zação C ri stã, austera e hierárquica. Eles são os filh os de um mundo que pregou o igualitari smo contra toda superi oridade e a liberdade contra toda autoridade e norma moral. Agora, paradoxalmente, muitos desses j ovens começam a sentir um vazio provocado pela educação moderna, vo ltando então seus o lhos à procura de valores pelos quais lutar. A grande aceitação de nosso site é um indício muito pa lpável dessa busca empreendida por tantos jovens. Catolicismo -

O site oferece que tipo de matéria, de modo especial? Frederico Viotti - Te mos seções de apologética (que é a defesa da Fé cató lica contra os ataques de

CATOLICISMO

"Muitos <los jove11s visita11tes de JlOSSO site começam a se11ti1' um vazio provoca<lo pela e<lucação modu11a, voltando e11tão seus olhos à procurn de valores pelos quais lutar"

Frederico Viotti - Surpreende muito o interesse que tantos j ove ns tê m hoje por te mas da doutrina católica, ela apo logéti ca, da Hi stóri a da Igrej a da época medi eval. Esses são assuntos dos mais procurados . Recentemente, aliás, recebi um e-mail de um estudante que prec isava de argumentos para defender a Igrej a no que di zia respeito ao Descobrimento do Bras il. O professor de le afirm ara, em sala de aul a, que a Igrej a não acreditava que os índios possuíssem alma ! O que é um disparate doutrinári o e hi stóri co, que denota um preconceito anticató lico por parte ela pessoa encarregada, ao lado dos pais, de tran smitir conhecimento a um j ove m ainda em formação ! Não sei se é pate nte a gravidade desse fa to, mas, na realidade, esse professor estava gerando uma fa lsa dúvida con tra a Igrej a na cabeça dos alunos, os quais não dispõem, muitas vezes, de conhecimentos para contestá- lo. Catolicismo - Com o tempo, essa dúvida poderia causar a perda da Fé! Frederico Viotti - Exatamente ! E nviamos-Ih vários doc umentos da época, reafirm ando a pos ição invari áve l da Igrej a e m defesa da evange li zação dessas alm as que fo rmara m, jun to com o negro e o branco, a rai z da nossa nac io nal idade. Essa legenda negra a respe ito dos descobrime ntos está se espalhando e m colég ios e faculdades . E, infe li zmente, até e m certos a mbientes eclesiás ticos ditos prog ressistas tais doutrinas e ncontra m eco, cri ando confusão entre os cató li cos . Refutando a fa lsa argumentação dessa corrente de esquerda católica (que endossa doutrinas sociali stas conde nadas pela Igrej a, sob pretex to de ajudar os mais pobres), costumamos e nviar um dos inúmeros pronunc iamentos de Papas sobre os descobrimentos, be m como textos de grandes D outores ela Igrej a e consagrados autores cató licos. Catolicismo -

Como explicar que, estando disponível na Internet uma tão larga gama de as-

suntos - que normalmente atraem a atenção de jovens, ou servem de "iscas" para prender a atenção deles - o site Lepanto seja tão "visitado''? Fre<Lerico Viotti - Como eu estava di zendo, tais j ove ns sente m um certo vazio dentro de si e buscam encontrar valores s uperi o res, pelos quais a vida tenha valo r. A mode rnidade cri ou um mundo que procura sati sfazer as necessidades materi ais do homem, mas esqueceu-se de satisfa zer as necess idades da alma humana. Na Inte rnet - co mo na te levi são - há uma ime nsa lata ele li xo cultura l e mora l, que invade nossos lares e que, em determinado momento, causa saturação. E é nesse momento que muitos procura m a lufada de ar fresco que encontram no site da Le-

panto. Catolicismo - Por que o nome Lepanto? Frederico Viotti - Em 1571 ocorre u uma das ma io res bata lhas navais ela Hi stóri a, conheci da como Batalha de Lepanto. Ne la, os navios católi cos, e m mui to menor número, venceram a esquadra muçulmana, cuj os integra ntes desej avam invadir a E uropa. Essa batalha foi marcada por uma intervenção sobrenatural de Nossa Senhora, que, aparecendo durante o fragor da luta, causou terror aos infié is, ocasionando sua fu ga desordenada e conseqüente derrota . Nesse exato mo me nto, o papa São Pio V, no di stante Vaticano, quando rezava a Nossa Senhora na intenção da vitóri a, teve a revelação do triunfo da esquad ra cató li ca. Sem essa vitória, os muçulmanos pode ri am ter conqui stado grande parte ela Europa.

tos os di as que amanhecem para nossa geração. De duas, uma: ou faremos a Hi stóri a, ou passaremos à sombra dela! A Frente Universitária Lepanto afirm a e procl ama a certeza de que a pós-modernidade não será a era do caos e da anarqui a, mas, pe lo contrári o, será o te mpo ela restauração ela C ivili zação C ri stã, sem a q·ual o mundo soçobrará. É o que foi prometido e m Fátim a, qu ando a Santíssima Virgem di sse: " Por f im, o meu lm.aculado

Co ração triu,~f'ará! " Catolicismo -

Infelizmente não dispomos de espaço para mais perguntas, mas se o Sr. desejar fazer alguma consideração final, esteja à vontade. Frederico Viotti - Prime irame nte, ac ho muito importante a lertar os pai s para q ue tenha m cuidado es pec ia l com a educação de seus filh os. Já não bas ta escolher um bo m co lég io. É preciso aco mpanhar o que os professores estão e nsin ando e confro nta r tal e nsino com a doutrina e a moral cató li cas. Aos estudantes, proponho que estudem a doutrina e a hi stóri a da Igrej a, a fim de enfrentardestemidamente as situações adversas e manter intacta a virtude da Fé. Quero, fin almente, agradecer a oportunidade desta entrevi sta e convidar os leitores a vi sitarem o site da Lepanto. Tenho certeza de que gostarão de le, pois o site tem muita re lação com os temas abordados por Catolicismo . O endereço é: http:// www.le panto.org.br •

"Na Internet como 11a televisão " - há uma imc11sa lata de lixo cultural e moral, que inva,lc JlOSSOS lares. E é nesse momc11to que muitos procuram a Juf'a<la <le ar fresco que c11contram no site da Lepanto ".

Uma das páginas do site da frente Universitário Leponto

Catolicismo -

E por que o nome "Post-Modernidade" para o boletim? Esse nome não criaria uma confusão com a noção corrente de Pós-modernidade, que é oposta às idéias defendidas pela Lepanto? Frederico Viotti - A modernidade, ídolo outrora venerado, morreu! Este é o grande aco ntec imento a ser enfrentado pe la nossa geração. Usamos o no me de Post-modernidade em nosso boletim , não porque sej amos fa voráve is à era atual de caos e de anarquia, que muitos pensadores chamam de pósmodernidade. M as exatamente por tratarmos ele temas pertinentes e contrá ri os à desorde m que vai se estabelecendo no mundo atual, é que levantamos esta bande ira - símbolo de um idea l que aponta para o futuro. E sobre esses temas quere mos di scuti r com os de mais estudantes e convidá-los a enfre ntarjun -

OUTUBRO 2002 -


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Esquerda católica apóia saques

Oposição à TV imoral

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Fac-símile da Pesquisa-Protesto 1 ., fr \ , .,, , ,

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Cruzada Reparadora

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s ins ist.entes pedidos de recitação do terço, feitos por Nossa Senhora nas seis apari ções aos pastorinhos ele Fátima, vão sendo atendidos por um número cada vez maior de brasileiros. Isto tem s ido possível , graças ao apoio cios participantes da Campanha Vinde Nossa Senhora

de Fátima, não tardeis!. "Nossa meta é distribuir a cada mês 50 mil novos terços, para permitir que o apelo de Nossa Senhora de Fátima possa ser atendido por dezenas de milhares de pessoas. Assim, poderemos obter de Deus a graça de livrar nosso País da decadência moral e religiosa", - afirma Marcos Luiz Garcia , Coordenador ela Campanha. Durante as visitas da lmagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, são distribuídos terços aos participantes, que são convidados a rezar e a participar ela

Cruzada Reparadora do Santo Rosário. Para maiores informações, acesse o site www.fa tima.org. br. •

Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

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m face do avanço contínuo ela programação imoral promovida por emissoras ele TV, pais e mães ele família mobiliza m-se para cobrar providências elas autoridades bras ile iras contra essa ve rdadeira agressão moral às crianças. Essa minoria ele promotores ela TV imora l confunde liberdade ele ex pressão artística com pornografia. Sob a alegação ele serem contra a censura, opõem-se cinicamente a qualquer tentativa de moralizar os programas. Agindo desta forma, impõem ditatorialmente uma programação ele baixíss ima qualidade e uma agressão contínua à moral. Pais e mães ele família , em número crescente, têm assinado e enviado para a sede ela nossa Campanha a Pesquisa Nacional sobre os programas imora is ela TV. Eles e ncontram nessa iniciativa o meio ele ex'""''" l9~~0U-0 primir-se e protestar contra tal imposição da TV imoral. Essa Pesq ui sa- Protesto será encaminhada ao Mini stério da Justiça, e m Brasília, pela Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, que, através ela iniciativa Fátima, Ação Farnília, deu iníc io à me ncio nada Pesquisa Nacional, com o objetivo ele unir forças contra os programas imorai s da TV. Para participar e saber ma is sobre a Pesquisa Nacional, basta acessar o site www.fat ima.org.com.br/pesquisa.asp . •

Peregrinação das Imagens

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evido à grande repercussão da Pereg rinação Privada ela Imagem ele Nossa Senhora de Fátima, mais 12 novos representantes ela Campanha estão sendo pre parados para atender milhares de famílias que têm solicitado a visita da imagem aos seus la res. Segundo M a rcos Luiz Garcia, com esses 12 novos re presentantes será possí-

vel a mpli a r o atendimento na região Nordeste, nos Estados ele Minas Gerais e Santa Catarina e em Porto Alegre. Até o momento, são rea li zadas por ano mais de 23.000 visitas privadas da ímage m Peregrina aos lares dos participantes ela Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátim.a, não tardeis! residentes em vários Estados. •

A

Comissão Pastoral ela Terra (CPT), órgão da CNBB ligado à invasão de terras e ao MST, é a favor também dos saques. O bispo D. Tomás Balduíno, presidente da CPT, ao participar da 8" Romaria ela Terra e da Água, do Piauí, afirmou: "A CPT apóia os saques sim". Para ele, realizar saques "é uma m.aneira de

forçar a partilha dentro de um. sistema concentracionista, cruel e autoritário ". Aproveitou ainda para criticar o Poder Judiciário: "O medo criminalizou a

luta pela terra e se tornou caso de polícia. Hoje a Justiça apóia cada vez mais o latifúndio e as ,nedidas repressivas do Governo" (JB Online, 30-7-02). Saques + impunidade, é o binômio que defende a CPT. Ou seja, incentivar a agitação e paralisar a reação. Parece uma fórmula estudada para se iniciar uma revolução social comunista no Brasil.

Silêncio do MST atesta sua impopularidade

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esde que a cam panha eleitoral começou a tomar fô lego, o MST reduziu ao mínimo suas atividades. Quase não se ouve falar dele. Razão? Os dirigentes do movimento temem prejudicar o partido que apóiam. Quer dize r, o próprio MST reconhece - de modo implícito, mas eloqüente que é impopular. O fato não tem passado despercebido pelo público brasileiro. Numerosas cartas de leitores publicadas na mídia, o atestam. Veja-se, por exemplo, esta carta:

"De uns bons meses para cá - graças a Deus - não temos ouvido.falar no MST Será que não há mais propriedades improdutivas para serem. invadidas? Será que a reforma agrária não tem mais aquela prioridade urgente urgentíssima? Será que os sem-terra podem esperar sem ter onde e o que cultiva,; calmamente, até o.final de outubro? Ou será que seus líderes estão trabalhando .. . nos diretórios de algum partido? No mínimo, muito curioso tudo isso, não? Hermínio Silva Júnior, São Paulo" ("O Estado de S. Pau-

Se tanta s pessoas percebem isso , como foi poss ível , ao longo dos últimos anos, que esse movimento criminoso e também impopular tomasse vulto? Está aí uma boa pergunta a ser respondida por aqueles que nos têm governado!

agrícola Carlos Corgo, a média mundial da produtividade de algodão é ele 60 L kg de pluma por hectare. A média alcançada no Mato Grosso é de l.059 kg por hectare. O Brasil produz 34 milhões de toneladas de frutas por ano.

O Brasil da propriedade privada

MST: falsificação de diplomas

D rodução de mai s de 98 milhões ele toI neladas ele grãos em 2001, produção de cerca de J 5 mi Ihões ele toneladas ele carne por ano. A taxa ele produtividade das lavouras bras ileiras impressiona. Em 2001, a produção de Mato Grosso chegou a 51 sacas ele soj a por hectare, contra apenas 44 nos EUA. O caso do algodão também ilustra o dinamismo ela agricultura brasileira. Segundo dados da empresa de consultoria

A

Associação Estadual de Cooperativas Agrícolas cio MST terá de devolver R$ 4,6 mil à Secretaria do Trabalho do Rio Grande cio Sul. A verba fora repassada para atividades educacionais em assentamentos nos municípios de Hulha Neg ra e Candiota, mas foi usada para outras finalidades, segu ndo conclusão ele uma s indicância da Secretaria do Trabalho (RS). Para justificar a aplicação da verba, foram forjadas listas de presença e m aulas e distribuídos diplomas falsificados.

A Reforma Agrária no Zimbábue ;\ té 19 de agosto, a polícia do Zimbá-

rlbue já havia prendido 176 fazendei ros brancos, que desobedeceram as ordens cio governo de desocupar uas terras sem indenização - para serem redistribuídas entre veteranos negros de guerra. Trata-se da Reforma Agrária confiscatória que o governo comunista está fazendo lá. Em qualquer parte cio Globo onde um governo comunista ou paracomunista toma o poder, a primeira coisa que faz é implantar a Reforma Agrária, seja pela força elas armas ou pela força da lei. A segunda coisa é levar o país à miséria por efeito dessa mesma Reforma Agrária. No Brasil, a parte do território que até agora escapou da Reforma Agrária, e continua nas mãos de particulares , produz abundantemente e é um sustentáculo da econo1nia nacional. A-parte agro-reformada... é melhor não falar! Ainda a propósito do Zimbábue: onde estão as associações ele direitos humanos, para condenar a flagrante injustiça? Onde estão os que fazem alarde de ser contra a discriminação racial?

Corpo de um fazendeiro branco assassinado de forma violenta, após invasão e depredação de sua fazenda no Zimbóbue

lo", 18-8-02).

CATOLICISMO

OUTUBRO 2002 -



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e nsar no passado, para me lho r e ntender os di as atuais e di scernir o futuro. Façamos e m conjunto esse exercício, caro le ito r. Neste início turbulento do século XXI, o Brasil se debate em me io a uma cri se sem precedentes, como se estivesse açoitado por um furacão. Soluções miraculosas fora m trombeteadas por candidatos de todos os matizes. Falaram em reformas no siste ma econô mico, reforma da prev idê nc ia socia l, reforma tributária, reforma do Códi go C ivil e tc, etc. N ão se referi ram à reforma do ho me m. E ntretanto, a c rise que nos afeta, e que vem caotiza ndo, todas as instituições, não é sobretudo uma c ri se material, mas c ri se mora l. Esta é a causa princ ipal ele todas as desordens - relig iosas, políticas, socia is, econô micas - , e tem como e picentro o pró prio ho me m, que parece não mai s que re r governa r-se pe la razão, mas po r seus instintos. Nos primó rdi os deste século e milê ni o, a huma nidade, depois de ter adora90 o progresso e desprezado os va lo res mora is, jacta-se de d o min ar a técni ca. Contudo, e ncontra-se cada vez ma is subme rsa no caos. E muitos, para fu g ire m dessa realiclacle, afund a m no mundo elas drogas. Não nos falta m conhec ime ntos c ie ntífi cos, fa lta- nos o domínio de nós mesmos e de nossas pa ixões. N ão mai s submi ssas a uma vontade a mparad a pe la graça divina, nem ori e ntadas po r um a inte li gê nc ia iluminada pela Fé, e las tornara m-se desregradas, afasta ndo-nos ele nosso C ri ado r, a quem devemos obed iê nc ia e ado ração.

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A "progressolatl'Ía " Desde muito moço, Plinio Corrêa de Oliveira tinha o hábito ele comparar os costumes tradicionais das fa mílias ele seu tempo de me nino com os novos costumes que começava m a pe ne trar na vicia elas fa míli as. Ta l pe netração se inte ns ificou especialme nte a partir do fim da Primeira Guerra Mundi al ( 19 14- 19 18), com a eno rme influê nc ia do c ine ma no rte-americano, inc utindo um novo estil o ele vida, novas modas, novos costumes, os traj es sporl, as mús icas e danças ame ricanas. E nfim, um modo de ser e agir que impregnava todos os ambie ntes, modificando as me nta lidades e tendente a abolir as tradições, até, as ma is sagradas e respeitáve is. CATOLICISMO

O j ovem Plinio percebia que, no boj o desse estil o ele vicia, todo vo ltad o para a satisfação dos sentidos, e ntrava na sociedade a ma ni a d esenfreada pe las nov idades e a e ufori a por um fa lso progresso, desvinculado dos valores tradicionais.

À busca da solução D o tad o d e um acentuado discernime nto, que se pode ri a qualificar ele profé tico, Plíni o Corrêa de Oliveira analisava os acontecime ntos ele seu tempo, constatando a muda nça de me ntalidade que se o perava. E inc re pa ndo os ma les d a época, fazia raci o na lm e nte previsões acertadas sobre o modo ele se e ncaminhare m os aco ntec ime ntos futuros. Com ape nas 23 anos ele idade (foto ele capa desta edi ção), num a rti go para "O Legio nário", publicado e m 27-9-31, o e ntão líder cató lico den unc ia a c ri se da huma nidade já naque le pe ríodo e apo nta-lhe a so lução.

de atingiria seu verdade iro esple ndo r, po is foi precisamente desse modo que a soc iedade med ieval, após a queda do Império Ro mano do Ocidente, saiu da barbárie. Foi com a ação apostólica da Ig rej a, com o labor dos mi ss io nári os cató licos e m todos os continentes, que os selvage ns foram sendo catequizados, ating indo de po is um alto grau de c ivilização. Pe rg unta não res po ndida neste arti go, mas que poste ri o rme nte Plinio Corrêa ele Olive ira muitas vezes abordo u com dor: o processo de autode mo lição que se insta lo u na Ig reja, conforme de nunc io u Paulo VI, não foi e m gra nde parte responsável por essa descri st iani zação d a soc ie d ade te mpo ra l? A tal ponto que, qua ndo se fala hoje e m di a e m princípi os cató li cos, e m mora l católica etc, vemo-nos obri gados a constatar que esse e ns ina me nto vai se tornando cad a vez ma is raro na boca daq ue les que deve ri a m ser seus arautos preferenciais.

A11ú11cio protético

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Tal cola boração, velha de 71 a nos e que o le ito r, se não fosse avisado da d ata de sua publicação, poderia julgar tratar-se ele uma matéria escrita recenteme nte - mostra-se atua líss ima e muito adequada para os presentes di as. Ela nos indica que a solução não se e ncontra nos tão propalados avanços tecno lógicos e nos inve ntos recentes, mas sim na mora li zação d a soc ied ade que, sem abandonar o progresso a utê nti co, precisa estar constante me nte alicerçada no ensina me nto pere ne da Santa Igreja Católica Apostólica Ro mana. Assim a Cristanda-

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Como impo rta nte elemento para se e nte nde r a o ri ge m desse tri ste processo ele mate ri a li zação do ho me m , o po nto terminal a que e le está chegando e a saída para a grave cri ·e atua l, oferecemos a nossos le ito res a transcrição do referido a rtigo. Só os intertítul os são nossos. Desde 1996, Catolicismo vem publicando todos os anos, em outubro, matéri a especia l e m ho menagem ao fundador d a TFP, o inesquecível Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, nosso inspirador e principal colaborado r, cujo passa me nto à vida etern a ocorre u num dia 3 de outubro, há sete anos.

O cinema norte-americano incutiu um novo estilo de vida, novas modas, novos costumes, enfim, um modo de ser e agir impregnava todos os ambientes

JOAN

LONDELL

Antes dos transatlânticos, épicas caravelas com missionários católicos singravam os mores em demanda do Novo Mundo

Catolicismo e Civilização ■ PUNIO C O RRÊA DE OLIVEIRA

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o r toda a parte o nde se faz sentir a ação ela Igreja, e la é em ine ntemente c ivili zadora em s uas dive rsas ma ni festações . Ao mesmo tempo que o C ri s ti a ni mo invadia a A lema nh a co m São Bonifácio, também e ntrava com e le nos m ataga is se lvagens ela Teutônia a c ivilização g reco-romana. E o mesmo sopro de C ri stia ni s mo, que varreu ela Germânia ag reste os fantasmas incons istentes ele sua a nti ga mi tologia, varreu també m para longe a selvage ria e a c ru e ldade que caracteri zava m as implacáve is ho rd as de bárbaros, que asso lava m co nstantemente as divisas do rmpé ri o Ro ma no. O que São Bo ni fác io fez na Alemanha, fizeram-no e m todas as nações ocidentais inúmeros missionários humildes que, como pregoeiros da verdade, percorri a m em toda a s ua extensão a E uropa bárbara e se lvage m dos primei ros séculos med ieva is.

Ação dos missionários Desses mi ss io nários, a lg un s fora m e levados à ho nra cios a lta res. Outros j azem sep ul tados no esq uec imento. S ua obra, porém, sob rev ive u a e les. E quando o homem s upe rc ivili zado ele nossos dias - orgulh oso ela ve loc idade ele suas estradas de ferro - percorre rapida me nte a Espanh a meridional o u o Portugal q ue banha s uas costas no Atlâ nti co, e m urna atmosfera límpida, c heia ele vicia e de lu z; o u a S uéc ia gélid a, etername nte mergulhada em seu sono lento e melancó li co nevoeiro ; em vez ele se e nva idecer co m os inve ntos ele seu sécu lo, deveri a a ntes lembrar-se e que não há traçado de estrada de fe rro, não há percurso ele estrada ele rodage m, não há campo d e av iação e não há porto ele mar a lg um , fora dos limites do a ntigo Império Roma no, e m que, muitos e muitos séc ul os atrás, não tivesse nossa c ivili zação penetrado pe la primeira vez com o bordão de um missionário a nô nimo e ab negado.

E esta verdade não é ape nas e uropéia , desdobra-se por todo o universo. Nen hum transatlântico altivo pode s in gra r e m demanda cio Oriente o u ela América, sem que a so mbra cios anti gos mi ssio nári os cató li cos lhe re lembre que, antes da ganânc ia cio mercado r, o ard o r cio após to lo percorre ra os mes mos ca mi nhos, e nfre nta ndo as mes mas dificuldades, removendo os mes mos o bstác ul os e vencendo, pela doçura e pe la pregação, as mesmas ge ntes que os mercadores iri a m vencer pe las a rmas e pe lo sangue.

Quem se lembrará? Nossa Rua XV ele Novembro, e m que vibra toda a c ivili zação a me ri ca na, na vicia agitada dos ba ncos o u na futilid ade elas vaidades femininas, é com razão o orgulho dos paulistas. Quem, no e nta nto, se le mb ra de q ue essa artéria trepidante nada ma is é senão o fruto abe nçoado do suo r de um miss ionário humi Ide e fraco, que 400 anos atrás pe rcorri a o mes mo luga r - e ntão e rmo

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A verdadeira Civilização, na concepção de Plinio Corrêa de Oliveira

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O Pátio do Colégio é o marco histórico dos primórdios da Civilização Cristã em São Paulo

e peri goso - catequi zando os índios e recristiani zando, com o ri sco da própria vida, os gananc iosos e cruéis expl oradores portugueses? Quem se recordará de que toda esta vida, toda esta grandi os idade que se ostenta m na pauli céia hodierna, nada mais são do que os frutos de uma árvo re pujante que Anchieta plantou com a semente do sacrifíc io, e regou com o sa ngue das macerações e as lágrimas da pe nitê nc ia? Ningué m. É preci so, poré m, que a todo custo esta injustiça cesse. Nossa época deve ser sobretudo uma época de reparações, em que procure mos li gar novamente as coisas às suas raízes verdadeiras. E a ma ior das reparações, a mais urgente - a única, e m última aná li se - é a reparação no tocante à lgrej a.

Cal'ência de /'orça moral Muito se fal a de nosso prog resso. O sécul o XX, que fo i na sua prime ira década uma comédi a, transformou-se bruscamente e'll tragédia longa e san grenta, que

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está lon ge ele ter chegado a seu fim . Ainda uma longa série de lances dolorosos nos separa do desenl ace fatal da luta de tantos e le mentos que se chocam hoje e m di a. E, como e m todo o ambi ente verd ade irame nte pro píci o às tragédi as, pode mos di stinguir e m nossa época g randes víc ios. Nossa civili zação material é soberba. O homem conqui stou os ares e pôde perscrutar o segredos do fundo do mar. Suprimiu as di stâncias . Voou... Nossas fá bri cas tê m apare lh os que pode m faze r ve rgar co mo a lfi netes as mais possa ntes barras metá li cas. No e ntanto, nossa menta lidade padece precisamente do mal contrário. Em vez de ve rgar as barras ele metal, co mo se fosse m alfinetes, sente-se a alma do homem hodi erno fraca em relação aos alfi ne tes dos me no res sacrifíc ios mo ra is, como se fossem barras de meta l.

1'uclo se clesagl'ega Nossas aspi rações são desencontradas. Como crianças que brincassem em

uma sa la de visitas, os ho me ns quebra m hoje, inconscie nte e e tupiclamente, os último bibe lôs e jóias que nos restam da nossa verdade ira Civili zação (página ao lado). A mecâni ca é utili zada para a destrui ção e para a g uerra. A quími ca não interessa so mente aos hospitais, mas às fábri cas ele gases asfixi antes. Os tóxicos não têm apenas uso de laboratóri o; alime nta m também os víc ios de uma geração inepta para a vida, que procura evadir-se ela realidade nas regiões sempre novas cio sonho e da fantas ia. A máqui na, de pois de ter devorado as tradições cio passado, devora atua lmente as esperanças do futuro . A produção j á não condi z com o consumo. Tudo se desarranj a, tudo se desagrega. E o ho mem de nossos di as começa ape nas a perceber que, ao lado dos fr utos ame nos de uma c ivili zação material rica e m confortos requintados, também brotam os frutos amargos de um sibari ti smo levado ao auge pe las própri as a rmas que a civili zação fo1j o u.

oi esta luminosa realidade, feita de uma ordem e uma perfeição antes so brenatural e cel este do que natural e terrestre, que se chamou a Civilização Cristã, produto da cultura cristã, a qual por sua vez é filha da Igreja Católica . [.. .] Civiliza ção é o estado de uma sociedade humana que possui uma cultura, e que criou, segundo os princípios bá sicos desta cultura, todo um conjunto de costumes, de leis, de ins titui ções, de sistemas literários e artísticos próprios. Uma civiliza ção será católi ca se for a resultante fiel de uma cultura católica, e se, pois, o espírito da Igreja for o próprio princípio normativo e vital de seus costumes, leis, instituições e sis·ao temas literários e artísticos. >8 Se Jesu s Cristo é o ver~ dadeiro ideal de perfei ção J: de todos os homens, uma so ciedade que aplique todas as Suas leis tem de ser uma sociedade perfeita, a cultura e a civiliza ção nascidas da Igreja de Cri sto têm de ser forçosamente, não só a melhor civiliza ção, mas a úni ca verdadeira. Dilo o Santo Pontífice Pio X: "Não há ve rdadeiro civilização sem civilização

moral, e não há verdadeiro civilização moral se não com a Religião verdadeiro" (Carta ao Episcopado Francês, de 28-Vlll-191 O, sobre "Le Sillon"}. De onde de corre com evidência cristalina que não há verdadeira ci vilização senão como decorrência e fruto da verdadeira Religião". (Plíni o Corrêa de O liveira,

Ca tolicismo, nº l , janeiro de 195 1)

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(con1inua na página 32)

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O Yaso ,111ebrnclo ·' Desiludido de tudo, o hofnem de hoje (ao contrário do que suced ia em princípio do sécu lo XX) já não pinta mais o progresso, em seus quadros alegóricos, como uma mulher envolta em uma túnica grega, com um facho luminoso nas mãos, a quebrar os grilhões do passado e dirigindo-se, com o o lhar radioso de esperanças, para o futuro cheio de promessas. Só nas folhinhas e nas estampas de nosso princípio de sécul o tal ingenuidade consegu iu encontrar lu gar. Hoje essas alegorias apa ratosas foram relegadas ao o lvido. E se a lguém quisesse representar exatame nte nossa época, deveria antes pintá-la como uma criança a chorarespavorida ante os pedaços de um vaso de porcelana que quebrou , e que não sabe mais consertar. O homem incivilizaclo Chegou o momento de indagarmos as verdadeiras causas de tal desastre. É chegada a ocas ião de esq uad rinharmos novamente a História, não como um pasto para fantasias e utopias libera is, mas como laboratóri o em cujos fatos e acidentes, como e m retortas e a lambiques, se e labo rou o presente. E chego u o momento e m que nós, -s 'ô cató licos, devemos proclamar e clemons- .=! trar a grande verdade da qual nos provém, como de fonte única, a sa lvação: o progresso, na s ua acepção moral mais ~ elevada e nas suas manifestações mate- <3 riai s legítimas, provém diretamente da nésios ou dos havaianos, há nisto apenas Igreja (página ao lado). O cortejo de víuma questão de cenário. Mais c ivilizada cios, de erros, de torpezas que e le arrasseri a uma nação sem rendas nem sedas, tou atrás de si proveio de um verdadeiro sem bondes ne m te légrafos, mas na qual retrocesso à barbárie, que se processou na a moralidade reinasse, cio que uma SodoRenascença. E isto porque a Renascença ma e letrizada em todas as suas manifestafo i bárbara, como é bárbara a condi ção ções vitai s, mas apodrecida e m todo o viprimitiva de vida dos hotentotes. Efetivagame nto de sua estrutura moral. mente é uma tendência essencial à civ ili O ali cerce de toda c ivili zação é a zação tornar cada vez mais perfeita a vida moralidade. E quando uma c ivili zação se das coletividades humanas. edifica sobre os alicerces de uma moraBárbaro, portanto, e incivili zado é o lidade frágil , quanto mais e la cresce, tanhomem que não governa seus instintos, to mais se aproxima da ruína. e que se torna ass im inapto para a vida É como uma torre que, asse ntandosocial. se sobre a licerces insuficientes, ruirá desUma Socloma eletrizacla de que chegue a certa altura. Quanto mais se sobrepõem un s andares a outros, tanQue esse desgoverno de instintos se to mais está próxima sua ruín a. cubra com as rendas e sedas dos sibaritas, E quando os escombros que e ntulhaou que o~tente somente a tanga dos poli-

ntinuar

rem a terra tiverem demonstrado a fraqueza do ed ifíc io, certamente os arq uitetos de Torres de Babel invejarão a casa de largos alicerces e de número limitado de sobrados, que desafia as intempéries e zomba do tempo. O trabalho que a humanidade tem efetuado desde o século XIV consistiu e m e nfraquecer os alicerces e aumentar o número de andares.

O alicerce cio ,mmclo A Igreja, que pôde atuar livremente até o sécu lo XIV, trabalhou em sentido contrário: a la rgar os alicerces, para mais tarde edificar sobre eles, não o monumento vão de um orgulho temerário, mas o fruto possante e admiráve l da prudência e da sabedoria. ~

(continua na página 34)

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suma, a tradição é a soma do passado com Jente que lhe seja afim. O dia de hoje não negação do de ontem, mas a harmôniyação dele. tnios mais concretos, nossa tradição cristã ~lor incompar6vel que deve regular o que é líôal~rno. Ela atua, por exemplo, para que a igualdade nõo seja entendida como o arrasamento das elites e a apoteose da vulgaridade; para que a liberdade não sirva de pretexto ao caos e à depravação; para que o dinamismo não se transforme em delírio; para que a técnica não escravize o homem. Numa palavra, ela visa impedir que o progresso se torne desumano, insuport6vel, odioso. Assim, a tradição não quer extinguir o progresso, mas salvá-lo de desvarios tão imensos que o transformam em barb6rie organizada". (Plinio Corrêa de Oliveira, "Folha de S. Paulo", 12-3-1969) 1

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"Os alicerces que ainda hoje suportam o peso imenso de um mundo que desmorona são obra da Igreja. E o que ainda hoje nos resta de estável e de útil - de Civilização, em suma - edificou-o a Igreja".

Os germes que ameaçam nosso existência nasceram precisamente do inobservância dos leis do Igreja . O quadro acima - do austríaco Arnulf Roiner - represento bem o exacerbado embrutecimento tendente ao caos, poro o qual o humanidade está sendo levado .

Os a li cerces que ainda hoje suportam o peso ime nso de um mundo que desmorona são obra da ig reja. Nada é rea lmente útil sem ser estável. E o que a inda hoje nos resta de estável e de útil - ele CIVILIZAÇÃO , em suma - ed ifi co u-o a Igreja. Pelo co ntrário, os germes que ameaçam nossa ex istê nc ia nasceram prec isamente ela inobservância elas le is ela Igreja. Este é o diagnóstico irrefutáve l ela soc io log ia católi ca, que elevemos clenoclaclamente defender.

A cultura católica Um cios fato res característicos de nossa desordem ambiente (e, portanto, ele nosso anticatolic ismo, pois que o cato li c ismo e a ordem se ide ntificam) é a ex istência ele mal es opostos e antagô nicos que, infe li zmente, e m vez ele se destruí-

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re m reciprocamente, mutu ame nte se agravam. Ass i111, por um lado, o excesso ele preocupações científicas gerou em nossos dias um cientifi cis mo abusivo. Por outro lado, a incapac idade intelectual cada vez mai s acentuada cio homem hod ierno produziu uma decadência da espiritual idade geral, verdadeiramente funesta em todas as suas conseqüênc ias. Entre esses dois extremos, nasc idos cio paganismo, o Catolici smo quer introduzir a so lução equilibrada, e portanto católi ca, ele um a c ultura racional sem ser racionalista, e suficie ntemente genera li zada, para imped ir a bestialização progress iva das massas.

Elevação moral Para a Igreja, a c iênc ia não é um fim e m si. Como tal , perde a soberani a que lhe qui s atribuir o racionalismo, para se

dobrar às suas finalidades naturai s e lógicas, isto é, ao conhec ime nto, por via ela razão, de todo aq ue le conjunto de problemas que interessam a vida do homem. É a restri ção que a Igreja impõe ao cientificismo desabrido. Desaparece as. im o direito que o liberali smo confere aos pseudo-cientistas, de se emboscarem atrás de falsos princípios científicos para faze rem do saber um privi légio ele desordeiros, e da inte lectualidade um a alavanca de restrições e anarquia. Mas, por outro lado, uma certa dose de cultura e in strução, que atualmente anarqui za o mundo, é requerida co mo condição essenc ia l para a conve niente formação espiritual e mora l do homem. E nesta tarefa nos cabe a nós, católicos, o dever de pugnar nas Congregações Marianas pela e levação do níve l moral e in te lectua l ela mocidade, exposta hoj e a tantos perigos. •

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[. .. ] era hom.em de grande retidão, [. .. ] honesto em extremo". Ao passo que "minha mãe[. .. ] era de grande honestidade, [. .. ] de trato ameno e bastante inteligente" 2 • Esse elogio, na boca da futura Doutora da Igreja, tem muito peso. Terceira cios nove filhos do segundo casamento ele D. Afonso (q ue cio primeiro tivera uma filha e um filho 3 ), Teresa nasceu em 28 ele março ele l5 l 5. Inteligente, alegre, viva, dotada ele um coração ele ouro, com capacidade ele se adaptar a qualquer temperamento. Ela mesma o reconhece: "o Senhor me deu esta graça de agradar a todos, onde quer que esteja, e assim era m.uito querida". O que a tornou logo a precoce confidente ela mãe e a preferida cio pai e irmãos.

nar-se fre ira. Era sua vocação ser uma verdadeira "c ru zada" ela mística e ela vicia conventual íntegra.

No Carmelo: doenças e provações Não tendo a ind a completado 20 anos, Teresa entrou, às ocu ltas cio pai, que a queria muito, no Convento ela Encarnação, elas Carmelitas. Razão da escolha: nele tinha uma gra nde amiga.

Coração trnnsverbemdo e outros fenômenos místicos

Martfrio, Cl'uzadas, Cavalaria

Santa Teresa de Jesus: esplendor no firmamento da Igreja E ntre os Santos que marcaram a fundo a vida da Igreja, não só em sua época, mas em todos os tempos, figura esta Santa de Ávila, Reformadora do Carmelo, Doutora da Vida Espiritual, grande mística e um dos esteios da Contra-Reforma católica em oposição ao protestantismo ■

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Pintura de Santa Teresa (séc. XVI ) - Frei João da Miséria

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anta Teresa de Ávi la é unanimemente considerada um dos maiores gêni os que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres- pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arg uta inte li gência, a força persuas iva de seus argumentos, seu esti lo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O gra nde Douto r da Ig reja, Santo Afonso Maria de Ligóri o, a tinha em tão a lta estima que a esco lheu como patrona, e a e la consagrou-se como filho espiritual , ena ltecendo-a em muitos de seus escritos. Sua festa transcorre no dia 15 deste mês.

Exuema Jmmil<lade de uma Doutora da lgrnja "O fato de ter pais virtuosos e tementes a Deus, e de ser tão favorecida pelo Senha,; bastar-me-ia para ser boa, se não fora tão ruim" - confessa ela com humildade no iníc io de sua autobiografia que muitos cons ideram só encont:rar paralelo nas Co11fissões, de Santo Agostinho. Realmente, seus pai s - D. Afonso Sanchez de Cepeda e Da. Beatriz de Ahumada, com quem este se casou em segunda núpcias - "estim.avam a virtude, e tinham muitas". D. Afonso, "de muita caridade com os pobres, piedade com os e11fennos e bondade com. os empregados, 1

,

Da. Beatri z, desde cedo, a iniciou na vida da piedade, especialmente na reza cio rosário e na leitura ele livro relig iosos - que era então o único gênero que entrava naq ue le lar. A vicia ele santos e o modo como conquistaram a coroa do martíri o empo lgaram Teresa. Aos sete anos convenceu um irmão, um ano mais moço, a irem ambos para a terra cios mouros em busca do martírio, o que revela também sua ad miração pe las Cru zadas . Fracassado esse plano infanti l, pensou e m ser eremita no jardim ele sua casa. Á vicia leitora, por volta cios 12 anos começou a ler, a exemplo ela mãe, livros ele cavalaria. Com o seu dinam ismo e entusiasmo pelos grandes fe itos, Teresa afeiçoou-se a e le . . Mas e m sua mente ele adolescente, com a fantas ia cheia ele heró is, clamas e castelos, não manteve o necessário equilíbri o e foi decaindo ele seu primitivo fe rvor. É o que ela qua lifica "tempo de minhas leviandades ". Mas não fo i longo, pois, falecendo-lhe a mãe quando tinha 14 anos, Teresa e ntrou como interna no mosteiro elas monjas agostini anas. A influênc ia de uma de las, "muito discreta e santa" e ele gra nde nobreza de sangue, foi fazendo com que "minha alm.a começasse a voltar aos bons costurnes de minha meninice". As cartas ele São Jerônimo levaram-na ato r-

deveria ser tal, porque mesmo ass im recebia imensas graças. Até que um dia, vendo num oratório cio co nvento uma imagem ele Nosso Senhor chagado com aquela vicia e realismo que só os espanhó is cios bons tempos eram capazes de reproduzir - e la sentiu tanta compunção, que se prostrou a seus pés, dizendo que não se levantaria enquanto não fosse atendida em seu pedido ele melho ra. "Estou certa de que me valeu esta súplica, poisfui melhorando m.uito desde esse dia". " Por este nwtivo - afirma - era tão cuniga de imagens" 5. Note-se que, na época, percorria a Europa um fu ro r contra as image ns, proveniente elas nefastas doutrinas espa lhadas por Lutero.

Convento carmelita da Encarnação em Ávila, no qual Santa Teresa residiu durante 29 anos

Segundo seus contemporâneos, Teresa "tinha particular ar e graça no cmdar, no falar; no olha,; e em qualquer ação ou gesto que .fizesse, ou qualquer estado de espírito que mostrasse. A veste ou roupa que /razia, embora foss e o pobre hábito de saia/ de sua Ordem. ou um.farrapo remendado que vestisse, tudo lhe caía bem" 4 • Um ano depois de sua profissão reli giosa, Teresa ficou gravemente enferma, sofrendo inúmeros tràtamentos nas mãos ele médicos, que mais lhe fi zeram mal cio que bem. Esteve por quase três anos paralítica e fo i milagrosamente curada por São José. Entrou depoi s, como e la mesma o afi rma, num estágio ele tibi eza espiritual que durou 20 anos. Não

Os fenômenos místicos que Teresa experime ntava deixavam desconcertados seus confessores e diretores, cios quai s teve muito que sofrer. Às vezes tinha arroubos e êxtases na igrej a, e m público, o que era objeto de comentári os ele toda a pequena Ávila ele e ntão. Vêm ele Deus? Vêm do demônio? Cada um tinha sua op ini ão . Foi prec iso que dois santos, São Francisco de Bórgia e São Pedro ele Al cântara, com sua autoridade, lhe confi rmassem a ori ge m divina dessas experiências e a incentivassem a não opor obstácu los à ação cio Senhor. Favores místicos, e la recebeu muitos, co mo o "noivado espiritual", a transverberação ele seu coração por um Serafim e o "desposório míslico" com C ri sto.

Tormentos terrfreis causados pelo <lemônio É comp reensível que, tendo tantas aparições divinas, algumas vezes o demônio procurasse enganá-la. "Uma vez, num oratório, apareceu-me [o demônio] do lado esquerdo, em.abomináveljigura. [. ..] Outra vez atormenlou-me durante cinco horas, corn dores tão terríveis e desassossego inferior e exterio,; que rne parecia insuportável. [. .. ] De muitos fatos cobrei experiência de que não há coisa de que mais fújarn os demônios do que

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água benta. [. .. ] O fato é que já compreendi pe,feitamente quão pequeno é o poder dos dernônios contra mim., se eu m.esrna não for contra Deus. Por isso quase não os tem.o. De nada valem suas forças, a m.enos que vejam almas covardes que abandonam a luta. Aqui mostram eles sua tirania " 6• Certo dia foi levada em espírito ao inferno, onde lhe fo i mostrado o lugar que mereceri a, se não fosse fiel. "Durou brevíssimo tempo. Contudo, ainda que vivesse muitos anos, acho impossível esquecê-lo. [. .. ] O tormento interior é tal, que não há palavras para o defini,: [... ] Foi esta, repito, uma das maiores graças que o Senhor me fe z. Valeu-me im.ensam.ente, quer para perder o medo quan/o às Jribu lações e contradições desta vida, quer para me esforçar em padecê-las e a dar graças ao Senhor por m.e ler li vrado, ao que agora me parece, de males tão perpétuos e terríveis " 7 .

temia os rumores de que a JJiquisição pudesse ir ao recém- fundado convento de Sevilha, por causa de calúnias levantadas por duas ex-noviças, Teresa dizia: "Cale, meu pai, e não tenha medo de que a Santa Inquisição, que Deus /em posta para guardar sua f é, dê desgos/0 a quem. tan.ta f é tem, como eu" 9 •

Full<lações ele com1entos: epopéia memorável No ano ele 1562, Teresa começou a reform a cio Ca rmelo, fundando o Convento de São José, ele Ávila, o primeiro a observar e m todo seu rigor a antiga regra. Ci nco anos mais tarde, visitando o Superior Gera l do

O demônio, costuma- e dizer, é o macaco de Deus. Sempre que há fenômenos sobrenaturais, ele suscita outros preternaturais para que se duvide também dos primeiros. Na época de Santa Teresa houve muitas fa lsas místicas, desmascaradas pelo Tribunal da Inquisição. Inimigos e até am igos ela Santa, almas rasteiras que não compreendiam que outras pudessem subir tanto, a alertava m sobre esse santo Tribunal , hoje tão caluniado. Eis o que Teresa escreveu a respeito, em sua autobiografia: "Poderiam levantar contra rnirn algum.falso testem.unho e denunciar-m.e aos inquisidores. Achei graça na idéia. Fez-me rü; porque neste ponlo nunca temi. Tinha consciência de que, em matéria de f é, eu estava pronta a morrer mil vezes para não ir contra a m.enor cerimônia da Igrej a, ou por qualquer verdade da Escritura. [. ..] Em. bem. mau estado andaria minha alm.a se nela houvesse coisa de tal natureza, que me .fizesse temer a Inquisição. Se eu imaginasse haver necessidade, seria a primeira a ir buscá-la" 8 • Ao Padre Gracián, que

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Porta-documentos de Santa Teresa

Carmo esse convento, ficou tão encantado com a santidade que ne le via, e com a personalidade ele Teresa, que deu a ela licença para fundar outros conve ntos ela observância, inclusive dois de frades. Começou então o período épico das fundações , no qual a indômita Teresa, com algumas companheiras, em carro de lona puxado por burros, pelas rudimentares estradas da época, percorre a Espanha fundando conventos. A descrição que ela faz dessa saga, no Livro das Funda ções, mostra o heroísmo e a fo rça de alma que demonstraram a Mad re e filh as nessa impressionante aventura. São João da Cru z, co-funclador, com a Santa, do ramo masc ulino dos Desca lços, teve, como ela, muito que sofrer por isso. Enfim, "San/a Teresa possui uma das mais belas penas da literatura espanhola. Ela é, alérn do mais, a escritora mais instintiva produzida pelo gênio espanhol, e lalvez pelo gênio cris-

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DISCERNINDO

tão. [. ..] A experiência é sua mestra: arrastando-nos a seu próprio caminho, ela nos conduz da tibieza à virtude, à santidade, à contemplação, ao interior mesrno do divino. Sua intuiçcio descobre as molas secre/as do homem com a lucidez mais.fina; contempla e desvenda as pro.fimdezas de Deus na uniüo mística mais íntima. lsso junto com um bom senso sólido e luminoso, com uma .franqu eza humilde e encantadora, com uma elegância que seduz e cativa, com um arrebatarnento alegre e entusiasla: a alegria que nasce do amor. Porque ela é amor e som.ente amm: Amor ativo, que a leva a.fimdar dezesseis mosteiros e a.fàz arder de zelo pelo seu Senhor e pela Igreja" IO _

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Prezava a "Santa Inquisição "

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A revelação é recente. Os fatos são antigos. A confirmação é impressionante. Documentos secretos do Departamento de Estado norte-americano, agora revelados, comprovam: quando ninguém falava, quando ninguém via, Plinio Corrêa de Oliveira denunciou a intromissão soviética no conflito das Malvinas

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1. O Li vro da Vida, Ed itora Paulu s, 4" edi ção, 1983, 1, 1. A s citações entre aspas, sem mencionar a font e, são se mpre deste li vro. 2. lei. , 1, 1 e 2. Co nvém notar que a palavra " honestidade" não se refere apenas ao trato dos negóc ios e cio dinheiro, mas tem um sentido mai s amp lo ele bo ns costumes, ele mora li clacle ilibada. 3. C fr. Efrén ele la Madre ele Dios, OCD e O tger Steggi nk , O. Carm. , Tie111po y Vida de Sa nta Teresa. B.A.C., Maclricl , 1977, p. 12, nota 66. 4. Maria de San José, libra d e Recreaciones V 111 , p. 97. 1n Efren, p. 26, e Province of the Teres ian Carmel in A ustria . ( webmaster @karmel. at). 5. O Libro da Vida, 9,6 6. ld., 3 1, 3,4, 1 1. 7. ld., 32, 1,2,4. 8. lei., 33, 5. 9. Efrén ele la Madre ele Dios, op. cit. , pp. 680-68 1 10. Théoclu le Rey-M ermet, CRSS , Afonso de Lig6rio - 111na opção pelos abandonados, Ed itora Sa ntuári o, Aparecida, 1984, p. 156

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Previsões e acertos de um grande brasileiro

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Seriam necessários v,'írios livros para se escrever a obra de Santa Teresa e a decisiva influência que exerceu, não só na Contra- Reforma católi ca contra o protestantismo, mas na vida futura da Igreja. Essa gra nde Santa entregou sua alma a Deus em 4 de outubro de 1582. Já em 1614, quando ainda Bem- ave nturada, foi escolhida como Patrona da Espanha, de quem é filh a g randem e nte ilu stre. •

Notas:

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Os /'atos e a ânsia dominac/orn ela URSS ano de 1982 fo i marcado pelo conflilo militar entre a Arge ntina e a Tng laLerra, a propó ito das ilhas Ma lvinas (para os ing leses, Falklancl). Enquanto a atenção do públi co fixava-se nos aviões ing leses sobrevoando a. ilhas, despejando e recebe ndo bombardas , e depoi s na o peração de desembarque e luta em terra, poucos e ram os que tinham sua atenção vo ltada para os aspectos ma is pe ri gosos daq uela guerra, que se desenro lavam nos bastidores . Entre estes poucos, sobressaiu-se na ocas ião o Prof. Plini o Corrêa de Oliveira, observador arguto do que se passava, preocupado com o futuro ela Argentina, cio Brasi l, de todo o contine nte sul -americano, e mesmo da Ing late rra e do mundo, sob o pri sma da Civilização Cristã.

º

Estávamos na época ela Guerra Fria e ntre os Estados U nidos e a Rúss ia comunista. Vorazmente ex pansionista por efe ito de s ua ideolog ia e também pela necessidade ele contraba lançar, com matérias-primas sugadas de outras regiões, os efeitos devastadores da mi séri a comuni sta, a URSS mov ime ntava-se à sombra do conflito das Malvinas. Tão na sombra, que poucos o percebiam e ninguém o denunciava. Na movimentação silenc iosa elas chancelari as e dos gabinetes, e la oferecia à Argentina aj uda militar contra a Ing laterra. Oferecimento altamente tentador para um país sul -america no que via na posse das Malvinas a realização ele um anseio patriótico, mas cujas armas não podiam equiparar-se às ele um país europe u desenvolvi-

do. Porém, é claro, esse ofe rec imento não se faz ia sem compensações ! De outro lado, a um a crescente influênc ia russa numa importante nação sulame ri ca na, co mo a Argentina, ali ar-seiam outros focos de tensão que o comuni smo inevitavelmente procuraria infecc ionar. Como por exem plo o que ex istia e ntre a Ve nezuela e a Guiana ex-inglesa na disputa por Esseq uibo, o u a velha re ivindicação territorial cio Peru contra o C hil e, ambas ameaçando reacender-se na ocasião. Sem fa lar nas guerrilhas nacionais que a esq ue rd a, notadamente a esque,da católica, procuraria alimentar nos vá rios países do hemi sféri o sul para favorecer a Rússia. O que obrigaria a uma interve nção no rte-america na no Contine nte para ev itar o desequilíbrio de influênc ias. Daí a transformar a América do Sul num novo Vi etnã, seri a um passo. OUTUBRO 2002 -


URSS visava a Al'ge11U11a ' a /Jl'O/JÓSito das Mall1i11as Tudo isso se passava na sombra. Mas um olhar de lince como o do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira penetrou essa realidade, oculta aos o lhos da opini ão pública, e levou-o a denunciar a conseqüênc ia normal dessas tratativas: "um condom.ínio

russo com. a Argentina nas Malvinas (e então a Argentina terá perdido virtualmente essas mesmas Malvinas) e a participação das esquerdas argentinas no poder central da nação (e então ocorrerá uma alienação velc1da da soberania argentina). Mais ainda. As correrias de wna guerra anglo-russa ern mares e terras argentinos poderciofacilmente dar ocasicio à descida de tropas russas, sob pretexto de defender aA rgentina contra incw :1·ões britânicas" 1 • Os indíc ios que o Prof. Plínio então contabili zava e ram sufi c ientemente pequenos para não levantar desconfiança. na massa ela população, mas sufic ie nteme nte express ivos para quem , como e le, pos uísse um amor e ntra nhado à causa da Civi li zação Cristã e temesse por e la. Tais indíc ios assim se confi guravam: uma força nava l sov iética s ingrava os mares do Atlântico Sul; freqüentes vis itas cio e mbaixador ru sso à chancelaria a rge ntin a; discretas notíc ias de impren sa dizendo que a Rú ssia oferecera ajuda militar à Arge ntina; o presidente Ga ltie ri , até então tido como anticom uni sta, inic iava um re lac ioname nto com fo rças de esq ue rda; o grupo terrorista montoneros passou a apoiar a retomada das M a lvin as.

com a Rússia ou a aceitar o apoio militar russo, teremos perdido muito mais do que ganho, pois a inlenção óbvia da Rússia consiste em impor, cedo ou tarde, um governo títere em nossa Pá/ria " 2 • Carta-

qi.iências imprevisíveis para a TFP argentina e todos os seus compone ntes.

A Rtíssia oferecia uma ajuda "<lesinteressada "...

zes e faixas defendendo a mesma tese fora m colocados nas sedes ela entidade, e e m 20-5-82 uma Carta Aberta era e nviada ao Presidente Galtieri. O la nce era muito ousado, pois, numa Argentina e m gue rra, apontar um ri sco que ameaçava vir co lado à vitória, muito maior do que os riscos ela derrota, poderia faci lme nte ser interpretado como falta ele patriotismo. Tal interpretação, e mbora totalmente care nte de verdade - uma vez que o que se desejava era defender a Argentina e toda a América do Sul do expansion ismo comuni sta - poderia e ntretanto ganhar terreno em inúmeros espíritos, tornados míopes para as realidades que contrariam paixões perigosamente aç uladas pelo a mbiente ele g uerra. E daí as conse-

Acresce a inda, para mostnu· a dificuldade do lance e a coragem que e le ex ig ia, que o perigo comunista apontado não era visível; e le se ocultava aos o lhos do grande público, mas pronto a aparecer no palco, no momento adequado, sob a aparênc ia ele um desinteressado apoio à nobre causa do patriotismo argentino, fe rido e m seus direitos pelo imperialismo britânico. Daqueles que se uniram , na nação irmã, para esse la nce ousado, a lg uns permanecem fiéis aos mesmos idea is, outros tomaram rumos diversos. Mas, e m re lação a todos, cabe aqui uma me nção ho nrosa pelo fato de, naq ue le momento difíc il , terem sab ido ver, no conselho dado pelo Prof. Plínio, o verdadeiro rumo profético a segu ir, para o bem da Igreja e da C ivili zação C ri stã em s ua Pátria, em toda a América e no mundo. E de o terem seg u icl o, e nfre nta ndo o ri sco de incom preensões e mesmo de perseguições. Louvor maior cabe, ev ide nte me nte, a Plínio Corrêa ele Oliveira, que soube ver como ning uém e aco nselhar com maestri a.

Abaixo : campanha da TFP brasileira sobre a guerra das Malvinas, na capital paulista

A 1'FI' bl'asileira clel'emle a causa al'ge11ti11a contra a URSS No Brasil, a TFP faz ia eco à nobre atitude ele sua co- irmã. E m arti go publi cado na impre nsa diária, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira explanava: "a simples

presença de uma força naval da Rússia no Atlântico Sul, nesle momento crítico, põe em xeque simultanecunente tanto a grande e querida polência sul-americana que é a Argentina, quanto a ilustre e pmvecta polência européia e mundial que é a Inglaterra. Isto a prazo imediato. A prazo mediato pode convulsionar toda a América do Sul, inclusive rneu Brasil, e lançar à guerra atômica as superpotências norte-americana e russa. [... ] Minhas simpatias não se devem. voltar, pois, para a Inglaterra ou para a Argentina, mas simultaneamente rumo à Inglaterra e à Argentina [... l contra a Rússia soviética" 3 •

A Rtíssia alial'-se-ia à Al'ge11ti11a para dominá-la Pela grande amizade e co laboração recíproca que marcavam o relacionamento entre as TFPs de diversos países, Plíni o Corrêa ele Oliveira suge riu à TFP argentina que se pronunciasse publicamente e m defesa de seu próprio país. Seria o meio ma is eficaz para ev itar que o ep isódio Ma lvinas, cujos aspectos militares abso rvi am então as atenções e faziam efervescer os espíritos, servisse ele pretexto à Rússia co muni sta para introd uzi rse sorrate iramente na América do S ul. Um manifesto fo i publicado por aq uela TFP, coirmã da brasileira, nos jornais arge ntinos, no qual vinha a afi rm ação ro mbuda: "se a Argentina vier a se aliar

~

CATOLICISMO

Campanha da TFP em Recife

Temeroso elas repercussões que o e ngajamento russo poderia causar no Brasil, o Prof. Plínio e nvi o u mensagem ao então presidente da Re pública, General

OUTUBRO 2002 -


João Bati sta Fi gue iredo, advd tindo-o para o problema e anexando o manifesto da TFP argentina, no mesmo di a em que este era publicado em Buenos Aires. A mensage m fo i largamente difundida pela imprensa sob o títul o Influência russa na crise das Mal vinas. Após o início el as hostilidades entre ingleses e argentinos, o fund ador da TFP brasileira dirigiu-se novamente ao chefe da Nação4 • Sóc ios e cooperadores da TFP brasileira percorreram as ruas das principai s capitais para anunciar ao públi co, por meio de slogans e cartazes, a publicação desse novo documento nos jornai s.

As tol'ças l'ussas sumkam ela região das Malvinas As esquerdas - na Argentina e no Brasi1- deram-se bem conta do enorme risco propaganclístico que representava para elas sustentar de público um debate tão espinhoso, que lhes desvendava os intuitos profundos. E calaram-se. Calou-se também o então governo argentino. Os sinais ela presença russa no conflito sumiram como por encanto, e os comunistas não puderam alcançar seus objetivos. Para usar uma fi gura tirada cio exorcismo católico, "evanesceramse como se evanesce o fumo". Mas, exatamente porque não deixaram rastro nos acontec imentos públicos, produziram uma impressão ele ceti cismo em muitos espíritos tacanhos, para os quais só exi ste aquilo que eles mes mos conseguem ver, ouvir, cheirar, degustar ou apalpar. Ainda quando iluminados por uma inte li gência superi or, negam-se a admitir uma realidade para a comprovação ela qual são obri gados a fi car na ponta cios pés. Cansam-se com qualquer esfo rço intelectual que os eleve a cogitações ac ima de seus interesses imedi atos, nega m-se a educar sua vontade para tomar pos ição di ante dos grandes panoramas da humanidade, têm horror a direc ionar sua sensibilidade para as rea lidades imponderáveis e impalpáveis. Mas a Providência Divina, que a todos quer bem e procura ajudar, tem as suas horas ele benevolência também para esses pobres filh os de Deus. E lhes manda agora, para sua sustentação na fé, uma confirmação espetacul ar de tudo qu anto Plini o Corrêa ele Oliveira di sse e fez naquela ocasião.

.....:E)

CATOLICISMO

Documentos comp1·0,1am o acel'to ela elemíncia Os anos se passaram. A guerra das Malvinas ca iu no olvido. Agora, 20 anos depois, mais de 170 documentos secretos do Departamento ele Estado norteamericano foram dados a público, a pedido cio di ári o argentino "La Nación" 5 • A revelação que eles nos trazem comprova espetacul armente o acerto com que se conduziu então o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, ao afirmar, contra todos os céticos e seu ceticismo, a ex istência de um perigo soviético iminente. Mostram esses documentos que o presidente dos Estados Unidos, na ocasião Ronald Reagan, temi a que a Rúss ia fin casse pé na América do Sul. O Departamento de Estado avali ou, no mais alto nível, que uma esca lada a propósito elas Malvinas podia terminar numa confrontação entre a aliança ocidental e o bloco soviético. Diante desse ri sco, os Estados Uni dos evitaram o quanto poss íve l dar um apoio explícito à Inglaterra, com receio de que isso servi sse ele pretexto à Rúss ia para entrar ostensivamente. O secretário de Estado norte-a meri ca no, Al exander Haig, procurou inclusive moderar a ação do governo inglês de Margaret Thatcher, mostrando- lhe que "se os britânicos levam adiante uma ação milita,; pode-se prever uma participação so viética" . E ofe receu a medi ação dos Estados Unidos. No Vaticano, João Paul o U comparti lhava os temores do Departamento ele Estado. "Se Haig f alha,; existe o perigo de uma maior influência russa na América Latina", di sse o Papa ao mini stro de Relações Ex teriores da Al emanha, HansDietrich Genscher. Para Haig, o fracasso de sua mi ssão de paz deveu-se à Junta Militar argenti na, que recusou as pro postas.

Os própl'ÍOS

l'IISSOS

con/'essam seus interesses Por sua vez, o general russo Nikolai Leonov, ex-diretor el a KÇiB, dec larou recentemente ao di ári o Russian Mirror, de Londres, que, apesar das di fe renças com a Junta Militar de Leopoldo Galti eri , Moscou co laborou co m radares espaci ais. E ac resce ntou: " Diplomatas, políticos e especialistas so viéticos apoia-

vam os argentinos em sua reivindicação das ilhas". [nfo rmou ele que "Moscou decidiu apoiar o Governo argentino, [. .. ] estabelece ram-se contatos secretos. Mas a União So viética pedia um acordo intergovernamental, enquanto a Argentina queria manter os contatos em nível de.firmas comerciais". Por fim , "quando se intens(ficaram os ataques nas ilhas, Moscou decidiu finalrnente colaborar com a Argentina, ajudando-a com seu sistema de radares espaciais para identificar os alvos britânicos". *

*

*

Um a confirmação desse porte já é muito! Mas a li ção que ela nos deixa vai ainda mais longe. É uma certeza ele que, se form os fi é is à escola de observação, pensamento e ação que nos foi legacia pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, saberemos nos situar e agir com acerto nas condições mais difíceis, mesmo naquelas previ stas em Fátima por Nossa Senhora . •

Notas:

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1. Já, j á e j á, " Folha de S. Paul o", 29-4-82. Nesse

D. Pelayo e a gloriosa Reconquista espanhola

arti go, o Prof. Plíni o Corrêa de Oli veira não questi onava as reinvindicações argentinas, mas sim sua oportunidade no momento em que uma força nava l russa navegava nas proxim idades. Ver também entrev ista do autor à revis ta " Letras em M archa", nº 127, ma io ele 1982; e os seguintes arti gos que publi cou: Hipóteses, hipóteses ... " Fo lha de S. Pa ul o" , 25-5-82; S6 por Esseq11ibo?, idem, 1°-7-82; Ga rantia notarial, tabelioa .. ., idem, 24- 7-82. 2. O mani fe sto ela TFP arge nt in a, La in de-

E sse herói cristão iniciou a grande Reconquista espanhola, tendo reunido um pequeno grupo de fiéis que resistiu ao imenso poderio maometano, e miraculosamente o venceu.

pendencia de la Argentina católica ante la e.fecti vidad de la soberania en w1 territorio in.rn.la,; publ icado ori ginalmente no di ári o " La Nación", em 13-4- 1982, e depois em "C larín", ambos ele Buenos A ires , fo i ainda reprod uzido em jornais ele Washington e Nova York (EUA), Lo ndr es, São Paul o, Caraca s, Bo go tá e Ca rtage na (Co lômbia), Quito e G uayaq uil (Equ ador) e Santiago do Chile, se ndo ta mbém di fundi do na Espa nh a. Foi retransmi tido pela BBC ele Londres. 3. Já, já e já, " Folha de S. Paul o", 29-4-82. 4. O telex, de maio/1 982, assim termin a: "A Nos -

sa Senhora Aparecida, Rainha do Brasil, suplicamos, acima de t11do, não consinta em q11e comunistas russos, inimigos de Deus, depo is de eventuais andanças pelo territó rio argentino, acabem por tra/1.\formar em terra da foice e do martelo a Terra de Santa Cruz" (cfr. "Folh a ele S. Paul o", 7-5-82). Foi publi cado também em di versos outros j ornais bras i leiros. 5. Cfr. "El M ercuri o", Sa ntiago cio Chil e, 2-42002 .

e JosÉ

e

MARIA

oos

SANTOS

onsideraclo um grande personagem, mais pelos efe itos ele sua ação cio que por sua pessoa, de D. Pelayo pouco sabemos. Foi, i to pode-se admitir, o detonador do estopim que defl agrou a gloriosa Reconqui sta contra os mouros. Iniciada nas agrestes montanhas das Astúri as no ano ela graça de 722, ela encerrar-se-ia gloriosamente sete sécul os após, em 1492, com a conquista do últi mo reduto muçul mano na Espanha, o de

Granada, pelos Reis Católicos Fernando e [sabei.

A avassaladora onda maometa11é( Menos de 70 anos após a morte de Maomé, seus seguidores já se tinham assenhoreado praticamente de todo o Oriente Médio e parti ram para o norte da África, civili zado pelos ro manos. Espíritos nômades e irrequietos, varrendo tudo à sua frente desde o Índico até o Atl ântico, vo ltaram então se us o lh ares cobi çosos

para o continente europeu, imag inando novas conqui stas "em nome de Alá". Do outro lado do Estreito de Gibraltar, a Espanha vi sigótica jazia num adiantado estado ele decadência, mergulhada em vícios, portanto madura para uma in vasão. Nesse gra nde reino o exército estava relaxado, o povo amolecido e os di ri gentes divididos, co mbatend o-se entre si. A perseguição aos judeus, na Penínsul a lbéri ca, levou-os a revidar, não só convidando, os islamitas a entrar na Espanha por meio de seus correli gionários OUTUBRO 2002 -


-

ba ta lh a, pôde escapa r, refu g ia ndo-se na região norte do país com sua irm ã.

do norte da Áfr ica, mas ta mbé m promete ndo- lhes ajuda 1 •

Situação caótica da Espanha visigótica O pe núltimo re i da nação vi s igótica, o in so le nte e libi dinoso Viti za, ainda prínc ipe, po r questões a mo rosas mato u com uma basto nada na cabeça o Duque de Fáfil a; subindo ao trono, deste rro u para Toledo o jo ve m filh o da víti ma, o es pad<c: iro o u g ua rd a rea l Pelayo, he ró i de nossa hi stóri a. Essas e o utras medidas arbitrári as to rnaram a dinasti a muito impopular. Com a morte de Viti za, seus filhos ainda adolescentes não e ncontraram apo io para subir ao trono. Aprove itando-se do caos re inante e da ajuda dos desconte ntes com o a nti go reg ime, Rodri go, Duque da Bética, a podero u-se do pode r, procla mando-se re i.

Conquista moul'a na base da traição

... :.-·)

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I

O repugnante papel cios traiclol'es O s partidá ri os de Viti za e de seus filh os jura ra m vin gança. E nvi a ram me nsageiros aos mo uros do lado afri cano do Estreito de Gib ra ltar, a po nta ndo os po ntos fracos da Es pa nha e po r o nde poderi a m ter invadido o país. O as tuto Musa be m Nu say r, governador da África muçulma na, que re ndo certifica r-se da exatidão das notíc ias, e nvi o u seu melho r general, Tarif be m Z iyad , para faze r uma inc ursão e m te rras espa nho las. Com a ajuda de um traidor - o Conde de Oli án, senho r de muitas terras, inclusive de G ibralta r - eslre mec iJo na época com o re i D. Rodri go, Tarif logrou várias vitó rias sucessivas (e m 7 11 ). "A fa lta de resistência, a adesão inclusive de numerosos inimigos do regime visigótico, decidiram Tarifa ,nudar as instruções recebidas, convertendo em guerra de conquista o que a princípio.foi uma simples ' razzia' " 2 . Pa ra faze r face a esse pe ri go, o re i Rodrigo junto u um exército de cerca de

CATOLICISMO

D. Pelayo

100 mil homens mal treinados, mal a rmados e pouco di sc iplinados para e nfre ntar um exército me nor, mas regul ar, be m equ ipado e di sc iplinado. No auge ela bata lha, os filh os de Viti za e seus sequazes, unindo-se aos mo uros, voltara m-se contra seus compatrio tas, ataca ndo-os pelas costas. Estes fora m desba ratados, te ndo mu itos pe rec id o , alg uns fu g ido , e boa parte to rna ndo-se pri sio neira. " Dia aziago, j ornada triste e lastimosa", lame nta o escrito r Pe. M ari ana . "A li pereceu um número ínclito de godos; ali o e~forço militar, ali a f ama do tempo passado, ali a esperança do porvir se acabaram; e o império (visigótico), que havia durado mais de trezentos anos, fo i abatido por essa gente f eroz e cruel3 . O re i Rod ri go desapareceu. Pelayo, que participo u da

Entre me ntes, Mu sa be m Nu sayr, com c iúmes dos sucessos de seu capitão, resolve u ta mbé m atravessar o Estreito à fre nte de pode roso exérc ito, com o qua l fo i conqui sta ndo, uma após o utra, Sevilha, M érida, Saragoça e as atua is províncias de M álaga e Gra nada. Toledo j á fo ra do minada po r Ta rif no ano de 71 3. Juntando infâ mi a à traição, os partid á ri os do último re i Vitiza fo ram e ntregando suas c id ades ao invaso r. E ass im fora m ca indo, co mo cartas de bara lho, todas as reg iões da Es pa nha vi s igótica, resta ndo some nte po ucos núcl eos indepe nde ntes da auto ridade muç ulmana nos M o ntes Cantábricos, nas Vasco ngadas e junto aos Pire ne us. N o a no 71 6, a m a io ri a d a po pul ação e ra composta de hi spano-ro manos c ri stãos, aos qua is os mo uros não o brigava m a se converte r ao Islã, po rque sua relig ião era també m do Livro Revelado. Mas tinha m q ue pagar impostos ao invasor, sob pe na de escravidão e confisco de be ns.

D. Pelayo r esiste e

é aclamado rei O gove rnador muçulma no ele Gij ó n, Munuza, e na moro u-se da irmã de Pelayo. Po r isso e nvi o u-o para Córdo ba com o utros refé ns, para pode r dar livre c urso a suas paixões desorde nadas . M as Pe layo conseguiu [ug ir e vo ltar para a As lúri as, o nde se o pôs ao casa me nto ela irmã com o mo uro . Pe rseguido, teve q ue fu gir para os mo ntes de Cangas de O ni s. Lá, e m 71 8, re uniu um g rupo numeroso de o posito res ao reg ime is la mita, inc ito u-os à resistê nc ia e fo i po r e les acla mado re i. D. Pelayo era líde r nato e g rande aglutin ado r de ho me ns. Sabi a diri g i- los e deles tirar o máx im o prove ito. Ve ndo que o fo rte ela ate nção inimi ga estava posto na

fracassada te ntati va de invasão das Gáli as, começou a atacar as g ua rni ções mouras e m peq ue nas guerras de escaramuça, alcançando vitórias s ucessivas . Isso levo u Tarif, que tornara Córdoba sua capital, a e nvir co ntra os rebe ldes um fo rte contingente comandado po r Alcama. E m sua e mpresa, era este tra ido r secundado po r uma tropa cristã cola borac io ni sta, comandada pelo bi spo Opas, que acorrera com seus ho me ns vindo de Toledo. D. Pe layo não podi a enfre nta r tão fo rte inimigo, sobretudo com seu exército po uco numeroso e po uco adestrado . Envio u parte de le para a mo nta nhas, e refu gio use co m mil ele seus me lho res combate ntes num a grande g ruta natu ra l no mo nte Auseva, com prov isão para muitos dias e armas ofens ivas e defe nsivas .

Vitória mirnculosa ele Covaclo11ga C hegado o ex rcito is lâ mi co junto à g ruta, Al ca ma te nto u um a última vez, através cio bi spo pas, a re ndição dos rebe ldes, co m a I ro messa ele pe rdão para todos. Respo nd u-lhe D. Pelayo que os c ri stãos conri avam e m seu Deus e na ajuda de ua Mã antíss ima, po is era po r e les que lut avam . E prefe riam morre r a continua r viv -ndo sob o j ugo de ímpios profa nado r s d ' ig rejas. Retirara m-s ' os defensores para a gruta, sendo crcados pe lo exército inimigo. Pondo sua con liança na Santa Mãe de Deus, Pelayo e os s ' us, ·01110 murn o Pe. M ariana, "cotnbat ,,w 11 co1n todo gênero de armas e com u111 uro11izo de pedras à entrada da cova; no q11e se descobriu o poder de Deus,favor 1vel oos nossos e contrário aos mouros, pois as pedms, setas e dardos que os inimigos alirr1vr1111 retorna vam contra os que os arroj avo111, r·o111 grande eslrago que f aziam em seus J}l'<ÍJ11·ios senhores. Ficaram os inimigos a1r111 ito,1· co111 tão grande milagre. Os cristc7os, r111 i111ados e ú1flamados com a esperança do vilôria, saern de seu esconderijo pelejondo, poucos em número, sujos e de mau lallw; o peleja f oi em tropel e sem ordem.; carregrm1111 com grande denodo sobre os ini111igo.1·, os quais, enfi-aquecidos e pasmos co111 o c'.l'panlo que tinham. cobrado, lhes voltorm11 a.1·costas" 4• Na fuga morreram mais ele O mil soldados inimigos. Alcama per ·c u na batalha, D. Opas foi fe ito prisio ne iro ' j ustiçado, e M unu za

linchado pelos habita ntes de uma aldeia, quando e mpreendia sua fuga.

Início ele uma insigne Reco11quista na História C usto u caro a de rro ta aos is lamitas . N a rra m os histo ri ado res á rabes que os e mires de Córdoba desprezara m o inimi go, di ze ndo: " Pelayo não tem consigo mais que 30 homens.famintos, que se alimentam com o mel que as abelhas fa bricam nas rachaduras dos penhascos; e 30 hom ens, que podem importa r ?". Pe las conseqüê nc ias que essa de rro ta teve depois, na históri a dos á rabes na Es panha, lamenta m tri ste me nte seus hi stori ado res : "Grave descuido, que fo i depois causa de grandes qflições para o Islã" 5. Àqueles rudes es pa nhó is, que os e mi res de Córdo ba desprezava m, podia-se no e nta nto a pli car a desc ri ção que Me né nclez Piela! fez de po is, do caste lhano e m geral : "Suporta com.forte co11formidade toda carência, pode resistir às cobiças e à perturbadora solicitação dos prazeres; rege-o uma .fimda,nental sobriedade de estímulos, que o inclina a cerla aus teri dade ética, manifesta no estilo ge ral de vida; habitual simplicidade de costum.es, nobre dignidade de porte, notada m.esmo nas classes mais humildes; .firmeza nas virtudes fa miliares"; e, qua ndo preciso, um he ro ísmo poucas vezes imitado 6 •

O que sucede u a D. Pelayo após a esple ndo rosa vitória ele Covado nga? Segundo alguns, não se tê m ma is no tícias de ações militares suas. Estabe leceu sua res idê ncia e m Cangas de Oni s, "que se converteu ern núcleo inicial de um reino sem nome nem território, mas com o qual colaborava j á o Ducado de Cantábria " 7 • Segundo o Pe. M a riana, ele fo rtificou- se nas Astúri as e faz ia incursões nas terras suje itas aos mo uros. Atraindo para junto de s i um núme ro de pessoas cada vez ma io r, to mo u pe las a rm as a c idade ele León, que teri a sido sua prime ira capital. O heró i de Covado nga fa leceu provave lme nte e m 737, sendo sucedido por seu filh o Fáfil a. Este, po r s ua vez, fal eceu ape nas do is anos de poi s, quando caçava um urso. Sucede u-o um genro de D. Pelayo, filh o cio Duque da Cantábri a. •

Notas:

-

L. C fr. L ui s Suárez Fern ánclez, f-li storia de Espaíia - Edad Media , M acl ri cl , 1978, pp. 9 e 10 2. lei .• ib. pp. 9 e 10 3. Padre M ari ana, J-list oria General de Espaíia ,

4. 5.

6. 7.

enriquecida e co mpletada por Eduard o Chao. lmprenta y L ibreri a de Gaspa r y Roig, Edi tores, M adri d, 1848, tomo 1, p. 308. lei., p. 322. M enéndez Piel a!, Espana y sua /-/isloria , Edi ciones Min otau ro , M adrid , 1957, tomo 1, pp. 247, 248. lei., pp. 15, 16. Lui s Suárez Fern andez, op. cit. , pp. 15, 16.

Santuório de Covadonga, nas Astúrias

OUTUBRO 2002 -


te mundo por seus hábitos dissolutos e suas injustiças" (do Martirológio Romano-Monástico).

3

1 Sa nLa Teresinha do Menino ,Jesus, Virgem, DouLor·a da Igreja + Lisieux (França), J 897. A grande Santa de nossos tempos entrou no Carmelo aos 15 anos, levando uma vida de imolação e sacrifícios em favor das mi ssões e de toda a Igreja. Tinha desejo de ser cruzada para lutar pela Igrej a. Sua doutrina espiritual da "pequena via" abriu as portas da perfeição para inúmeras almas. Anteriormente, sua festa era comemorada no dia 3 de outubro.

ffi São Romano,

"O MenesLrel" , Confessor. + Síria, 653. De origem judaica, tornou- se sacerdote em Constantinopla no tempo do Imperador Anastásio I. Nossa Senhora, aparecendo-lhe, comunicou-lhe talento poético que se expressou por uma série de hinos em Sua honra.

2 Sa nLos An jos da Guarda Tal festa, originada na Espanha, difundiu-se para todo o mundo e tem por objeto agradecer a esses nossos celestes benfeitores sua guia e proteção.

ffi São Leodegá rio, Confessor. + França, 680. "Filho de uma família da aristocracia franca, foi educado na corte de Clotário li. Tornando-se monge e depois Bispo de Autun, sofreu inicialmente o exílio e depois a decapitação por haver reprovado os grandes eles-

SanLos Veríssimo, Máxima e ,Júlia, Mfutil'CS. + Portugal , séc. III . Martirizados durante a persegui ção de Diocleciano, já eram cultuados no século VI. Nos séculos X e Xf, só entre os rios Mondego e Minho, havia pelo menos sete igrejas a eles dedicadas.

4 São Francisco ele Assis, Confessor: Primeira Sexta-feira do mês.

5 São BencdiLO, o Negro , Confesso r:

ffi Sa nLo Apolinário, Bispo e Confessor. + França, 520. Filho de São Hesíquio, estudou sob a direção de São Mamerto, sendo consagrado Bispo de Vallen ce por seu irmão, Santo Avito, de Viena de França. Combateu tenazmente os arianos de sua diocese, restabel ece ndo nela a Religião católica. Primeiro Sábado do mês.

6 Sa nta Fé, Virgem e Má rLi1·. + França, séc. III. Sofreu o martírio em Agen, na França. Seu culto adquiriu muita popularidade quando um monge levou suas relíquias para Conques, que ficava no roteiro das peregrinações a Compostela. Daí seu culto difundir-se pela Península Ibérica, e, de lá para as Américas.

7 Nossa Senhora do Rosár'io. Festa instituída por São Pio V em ação de graças pela vitória obtida em Lepanto contra os maometanos em 1571 , atribuída à recitação do rosário.

8

1.3

São DeméLri o, Má rt ir. + Ásia Menor, séc. lII. "Procônsul romano que, depois de converter muitos àfé de Cristo, foi trespassado de lanças por ordem do imperador Max imiano" (do Martiro lógio Romano).

São G •raleio Abaclc. Confessor. + França, 909. Conde de Aurill ac, fundou em seu condado uma célebre abadia, que se tornou parada obrigatória para os peregrinos de Compostela. Dela foi abade o grande Santo Odon, antes de o ser de Cluny, o qual escreveu a vida de São Geraldo.

9 PaLriarca Abraão. + Palestina, séc. XIX a.C. "Esperando contra toda espercuiça, obedeceu a Deus, que o mandara deixar seu pais, e mais tarde sacrificar seu.filho Isaac, único herdeiro da posteridade prometida. Tevef é em Deus, que o declarou justo, e se tornou o pai de wna multidão de crentes" (do Martirológio Romano-Monástico).

14 São Justo, Bispo e Confessor. + Egito, 382. "Bispo de Lião, que defendeu a fé de Nicéia antes de se retirar para a Tebaida com o leitor de sua igreja, São Viato,: Ambos morreram com intervalo de poucos meses, e seus corpos foram levados mais tarde de volta para Lião" (do Martirológio Romano-Monástico).

10

15

Sa nLos Má rt ires Fmncisca nos de CeuLa. + África , séc. XIII. Daniel, Samuel, Ângelo, Leão, Nicolau, Hugolino, sacerdotes; e Dono, irmão leigo. Tendo ido a Ceuta pregar o Evangelho, e refutados os erros de Mafoma, foram cobertos de opróbrios, açoites e prisão antes de receberem a palma do martírio pela espada.

Sa nta Teresa de Ávila, Virgem, Rcformadom . (Vide Vidas de Santos, p. 36).

11 Sa nLa Soleclade Torres, Virgem. + Espanha, 1887. Fi Iha de pequenos comerciantes, começou a ajudar o sacerdote Mi guel Martínez na guarda dos doentes, e com ele fundou as religiosas Servas de Maria.

16 Sa nLa Ma rgarida Maria Alacoq ue. Virgem.

17 Sa nto l lerão. Bispo e Mártir. + Ásia Menor, séc. II. "Discípulo do Bem-aventurado Inácio, a quem sucedeu no episcopado, e cujas pegadas seguiu como fiel imitador. Em seu amor a Cristo, deu a vida pelo rebanho que lhe.fora confiado" (do Martirol óg io Ro-

reforma do Carmelo, mediante conselhos.

20 Sa nta Ma l'i a Bertila Bosca rdin , Virgem. + Itália, 1922. De humilde origem, entrou no Instituto de Santa Dorotéia, onde sua rude aparência levou a superiora a colocá-la na cozinha. Tendo que ajudar na enfermaria das crianças durante uma crise de difteria, mostrou-se uma enfermeira capaz, inteligente e paciente. Cuidou depois dos soldados feridos na Primeira Guerra Mundial.

21 Sa nto Agatão Anacoreta , Confessor·. + Ásia Menor, séc. IV. "Celebrado por seu discernimento; segundo ele, 'não havia nada mais difícil do que a oração, pois não há esforços que os demônios não façam para interromper este poderoso meio de os desarmar"' (do Marti rológio Romano-Monástico).

22 São Donato, Bispo e Confessor. + Itália, 875. Monge irlandês. Em peregrinação a Roma, passa ndo por Fiésole, foi aclamado Bi spo pelo povo da diocese vacante. Foi, durante 48 anos, pastor dessa região da Toscana, reerguendo-a após a invasão dos normandos.

24

mano).

18 São Lucas, 1<:vangelista.

12

19

Nossa Senl1ora Apa recida , Rainha e Padroeim do Brasil. Em l 7 17 ocorreu o encontro da milagrosa imagem . Queira a Mãe de Deus continuar a favorecer nosso querido País de tal sorte que cada brasileiro corresponda a tantas graças recebidas de sua Padroeira.

São Pedro ele i\lcâ ntam, Patrono do Brasil + Arena s (Espanha), J 562. PADROEIRO PRINCIPAL DO BRASIL, foi admirável por suas mortificações e penitências. Reformador dos Franciscanos da Espanha, auxiliou e incentivou Santa Teresa na

Sa nto Antônio Ma ria Claret, Bispo e Confesso,:

25 Beato l•'rci Antônio de Sa nt'Ana Ga lvão. Conressor· (Vide Catolicismo , Setembro/ 1998)

26 Santos Rogaciano e Felicíssimo, Mártires. + África, séc. IIl. "São Cipriano deu testemunho deles nu-

ma carta dirigida aos cristãos perseguidos: 'Sigam em tudo o sacerdote Rogaciano, que para a glória do nosso tempo vos aponta o caminho pela valentia de sua f é"' (do Martirol óg io Romano-Monás tico).

27 São Gonçalo de Lagos, Confesso r. + Portugal, 1422. Agostiniano, notável por sua vida de jejum e penitência, recusou o título de doutor e outras distinções.

28 Santos Simão e ,Judas Tadeu, Apóstolos.

29 São Zcnóbio, Mártir. + Ásia Menor, séc. IV. Médi co, tornou-se sacerdote. "Na derradeira perseguição, exortava os outros ao martírio. Por isso tornou-se também digno dessa graça" (do Martirológio Romano).

30 Sa nta Dor·otéia Scllwartz, Viúva. + Ale manha, 1394. Filha de camponeses, casada com um operário, teve nove filhos . O mau gênio do marido a fazia sofrer. Com a morte deste, levou vida reclusa, sendo favorec ida com êxtases, vi sões e revelações.

31 São Quintino, Má rtir. + França, 287. Filho de um senador romano, fora à Gália com São Luci ano como após. tolo. Foi martirizado no lugar que tomou o seu nome, tornando-se célebre na França.

Nota: Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

Intenções para a Santa Missa de outubro Será ce lebrada pe lo Revmo. Padre Davi Fron c isqu ini , nas segu intes intenções : • Em agrodecimento por termos N ossa Se nhora Aparecid a como Padroeira e Rainha do Bra sil. Ped indo que Ela ze le de mod o especia l por todos os brasil eiros, seus súd itos fiéis e devotos, e para que o Brasil jama is se afaste de sua materna l prote ção, pa rti cu larmente nas atuais e difíceis circu nstância s. • Que N ossa Senhora do Rosá ri o - cuja festa se comemora em o utub ro - , aumente o fervor relig ioso de nossos leitores, familiares e a migos.

Intenções para a Santa Missa de novembro • Missa de Finados, pelas a lmas dos fami liares dos leitores de Catolicismo e dos parti cipa ntes da Aliança de

Fátima. • Pela s sa nta s a lmas do Purgatório. • N a intenção de que, neste mês de novembro, em que se comemora a festa de N ossa Senhora das Gro ças, conceda Ela a todos os nossos leitores e am igos abundantes graças.


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Na página ao lado: o orador Mr. Morton C. Blackwell e a mesa que presidiu a sessão .

TFP em ação pela legítima defesa

Nesta página : animadas conversas após a conferência .

M orton Blackwell, líder conservador norte-americano,

vem ao Brasil e sugere como obter sucesso contra leis esquerdistas, como a lei do desarmamento "

DIOGO WAKI

o dia 13 de agosto último, a TFP, através de sua campanha Pró l egítima Def esa , juntame nte com o S<{fari Club International - Brasil, promoveram em São Paul o a conferência de Mr. M orton C. B lac kwe ll, fundador do Leadership Institute norte-a meri cano. Duzentas pessoas, que lotaram o aud itóri o do Nacional Club, apl audi ra m de pé as pa lavras do confe renc ista. Palavras e loq üentes e encoraj adoras para aqueles que no B rasil vêm atuando co ntra a aprovação de leis contra o desarmamento de ho mens honestos, as quais só fa voreceri am o aumento da violência e da crimi na lidade re inantes no País. Mr. B lackwe ll de monstrou co mo é poss ível reverter um quadro poli ticamente desfavorável, desde q ue haja pessoas di spostas a lutar dentro da lei, e que saibam agir com inteligênc ia e perspicác ia. As-

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CATOLICISMO

sim ag ira m mo vimentos conservadores norte-ameri canos que, depois de uma derrota, alcançaram resultados bas tante consideráve is em de 15 anos de lutas. Contribuiram dec is ivame nte para e leger o Pres ide nte Reagan e, mais recente mente, o Pres idente George W. B ush e outros políticos ameri canos. Articul ação e mobili zação são ac have do sucesso, desde que os mov imentos co nservadores, co ntinua nd o a agir e m seus campos espec íficos - que não são necessari amente os da política partidária - conjug uem esforços num sentido de fo rtalecer sua ação para ating ir fin s comuns. Eis como se conseguiu nos Estados Uni dos, e como se poderá também alcançar sucessos análogos no Brasil. M obilização é indispensável para neutrali zar a ação da esquerda, impedindo q ue se aprovem novas leis que prejudiquem nossos dire itos. Al ém di sso, a ação junto à míd ia e sobre a opini ão pública,

enfim todos os meios legais e legítimos deve mos e mpregar para alca nçar nossos objetivos. A própri a reuni ão no Nacional Club - sali entou Mr. B lac kwe ll - é uma prova de que em muito pouco te mpo, se os esforços fore m aplicados inte ligenteme nte neste sentido, a vitóri a é certa. Esta confe rê nc ia fo i mu ito útil , po r mostrar as pe rspectivas de ação e m fun ção das qu a is se move o conservado ri smo norte-a me rica no. Serviu ta mbé m de a le nto ao tra ba lh o da TFP ini ciado há três a nos, co m a ca mpanha Pró Legítima Defesa, junto ao seg me nto da soc iedade que vê co m preocupação o e mpenho de a lg un s mo vime ntos para a aprovação de leis que clara me nte prejudicarão nosso Pa ís. •

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Se o leitor desejar mais in fo rm ações sobre esse evento, poden\ obtê- las no site www.prolegiti madefesa.org. br

O UTUBRO 2002 -


www.tfp .org .br

Curso de l(erão P ara jovens provenientes de diversas regiões dos Estados Unidos

D

u1.·ante as férias estudantis n? hemisfério norte, a TFP ameri cana organ izou mais um Summer Course (curso de verão) para jovens ele vários Estados e também da Inglaterra. El es se reuniram ~ espaçosa sede que a entidade mantém na Pensilvânia. Al ém dos temas doutrinários, que foram expostos em conferências, círcu los ele estudos, debates e encenações teatrai s, constaram cio programa jogos adeq uados à idade e visitas a lugares hi stóricos e cu lturai s. Um jantar à luz ele velas encerrou o evento,durante o qual os jovens puderam compenetrar-se ela importânci a para o mundo atual cios princípios expostos no ensaio Revolução e Contra-Revolução, cio Prof. Plínio Corrêa de Oliveira.

Ao lado : cenas do Curso de Verão promovido pela TFP norte-americana na Pensilvânia

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N

o dia 18 de agosto, fo i prestada homenagem a N.ossa Senhora ele Fátima no município de Val e Vereie (RS), por iniciativa dos Srs. Ildefonso Barrad a N eto e José Antônio Ferreira Soares, com a participação ele um piquete de 110 caval eiros (foto ao lado). Após qu eima ele fogos, numerosas famíl ias participaram da recitação do terço e ele uma palestra, seguindo-se o churrasco. Além do caráter relig ioso, foi marcante a nota da cultura tradicional do Rio Grande do Sul, devido à presença ele grande número de pessoas com trajes típicos gaúchos. Convite para a homenagem

CATOLICISMO

"O verdadeiro choque de civilizaçõ

Foi este o tema central, analisado à luz do pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira, no Curso de Verão na França - um simpósio internacional de estudos contemporâneos

l.o ·urui • cfioc ,fts dvif1Satiot1s » ti fa fu111iere dê r,, P,llsie dê rP(i,1io Corria tfi Q(rv,jr,,

EDMUNDO B IANCH INI

Paris - Co inc idindo com o verão europeu, as féri as esco lares ofereceram à TFP francesa ocas iã para mais uma Université d' Été ( urso ele Verão) no Château du }agiu , que reuniu, entre os dias 25 e 3 1 ele agosto, 86 j ov ns ele 11 países (A lemanha, Argentina, Á ustri a, Brasil, Estaclos Unidos, Ing laterra , li úli a, Malta, Polôni a e Portuga l, ai rn la própria França). A hi sl )ria da Fra nça e ela C ivili zação Cri sl1í p •rvndiu Lodo o evento, através de confcr'\ 11 ·ias • vis itas a lugares hi stóri cos. D esd ' a ·ui •dral le Reirns, onde se venera o tú111ul o d ' São Remíg io e onde foi coroad a 11 11111ioria cios reis fran ceses; à igrej a dos ·nrm ·lilas, cm Pari s, onde 120 sacerd o1•s • lr~s bispos foram c hacinados clurunl • u Revol ução Francesa; ao cemitéri o d • , ,i1·1ms, onde j azem 1290 víti mas d ·ss11 R ·volução anticri stã; e o percurs d · -· q11ilômclros a pé, fe ito por algun s dos purl i ·ipanles até a maravilhosa ca l ·d nli )'(>I iea de C hartres, onde e ven ru 11111 v<-11 de Nossa Senhora. A :ihl'l'I 11 r11 do evento fo i feita pelo Prínc ipe 1 . lkr1 ru11d de Or leans e Bragança, cuja ·0 11 1'n ·11ri11 inaugura l sobre o Rei ele França, S1 o l ,uís IX, seu antepassado, pôs em r •ai ·· 11s 1!11.L'S próprias ela C ivili zação Cristã, Sl· 11do 11111ilo aplaudida. N as palestras hu vid us d11 rnnlc o curso, expos itores ele div ·rs:is 1111t·ionalidacles anali saram a clecad ·11l'i11 d11 civilização oc idental, à lu z ci os prin · pi o:-. ·1111nciaclos por Plínio Corrêa d , Oli wi111l' Jll sua obra mestra Revolução<' ('011/ m N!'volução . Um d1•sl11q11l' çullura l do evento foi o conccrlo d1• t 111111pas de caça, executado por rnú sirns d11 l'l' •ifío oste ntando sua in dumc 111 ,í ri111 111di ·ional. A mi ssa diári a foi celebrnd:1 pl'11, lli spo Juan Rodo lfo Lai se, ela /\rp1·nl i1111 . • Na foto a imu : po,ticipantes da Université d'Été, tond c1 lundo o Château du Jaglu . Abaixo : estudo .

nc.t• d r uniões e círculos de

OUTUBRO 2002 -


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Secorro

Atitude simbólica do ato de homenagem e obediência PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA

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pintu ra que fi gura nesta contraca pa é de inspi ração bi zantina e não se deve ver nela o gênero de beleza que apresentam nossas imagens ocidentais. Se por belo se entende a fis ionomia bem cortadinha, bem arra njadinha, ca.rinha de boneca, então essa pintura não é bonita. Ela é de outras eras, provém de séculos atrás. Entretanto, tem. muita expressão, e é tal expressão que se deve anali sar. Trata-se da pintura de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Invocação muito bela, porque indica a misericórdia invariável de Nossa Senhora. Perpétuo Socorro: um socorro, um auxílio, um ato de misericórdia, um ato de piedade perpétuo. Quer di zer, ininterrupto, que não se çletém nunca, que não se suspende nunca. "Nunca", ou seja, em nenhum minuto, em nenhum lugar, em nenhum caso. Por pior que seja a situação de quem recorra a Ela, como é M ãe de Misericót:dia, socorre sempre.

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* * O que dizer dessa fi sionomia? A imagem é muito expressiva, devido à sua atitude profundamente materna. Vêse a Mãe que carrega seu Filho com uma natura lidade e um afeto extraordinários. A expressão de olhar da Santíssima Virgem é recolhida, de quem reza. De outro lado, para mim, o simboli smo mais tocante é o gesto com que o Menino Jesus se apóia na mão de Nossa Senhora, e como Ela segura as duas mãos do Di vino Infa nte. Era exatamente o símbolo de home nagem e ele obedi ência anti gos: a mão do infe ri or, fi car posta na mão do superior, indicava o domínio deste último sobre aquele. Então, para indicar o valor ela oração de Nossa Senhora, o arti sta representou o Me nino Jesus prestando esse ato de obedi ência a Nossa Senhora. A estrela, no vé u ele Nossa Senhora, indica que El a é a estrela qu e nos guia no mar desta vicia até o Céu.

*

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 8 de novembro do 1968. Sem revisão cio oulor.

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Nossa capa: Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo Fotos : Luis Guilllermo Arroyave

CATO LI C ISMO

48 TFPs em Ação NOVEMBRO 2 0 0 2 -


Nossa Senhora de Lavang, Padroeira do Vietnã

Caro amigo leitor,

Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável: Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n2 23228 Redação: R. Dr. Martinica Prado, 246 CEP 01224-010 São Paulo - SP Tel: (0xx11) 221-8755 Administração: Rua Armando Coelho Silva, 145 Sala 3 - Pq. Peruche CEP 02539-000 São Paulo - SP Tel: (0xx11) 3856-8561 Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (0xx11) 3858-1053 Fax (0xx11) 3858-1499 Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01065-970 São Paulo - SP Impressão: Prol Editora Gráfica E-mail: epbp@uol.com.br Home Page: http://www.catolicismo.com.br ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o mês de NOVEMBRO de 2002: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:

R$ R$ R$ R$ R$

80,00 120,00 240,00 400,00 7,00

CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.

Como explicar o aumento desenfreado da violência no Brasil? Como compreender as campanhas vi sando o desarmamento cio cidadão honesto e das pessoas ele bem? O que pensar cio desprestígio com que se procura cobrir o poder ele polícia? E o que di zer do armamento pesado utilizado pelos criminosos? Por que o narcotráfico ava nça livremente, ameaçando cada vez mai s a segurança do cidadão honesto? Quais as verdadeiras razões para alardear os "direitos humanos" dos criminosos e praticamente si lenciar os direitos humanos de suas vítimas? Para responder a essas e outras questões, nossa matéria de capa fornecerá ao leitor importantes subsídios. Desta forma , Catolicismo procura sobrepor-se à superficialidade que predomina no noticiário cm gera l, o qual apresenta detalhes e mais detalhes dos crimes cometidos, mas não fa z uma an áli se profunda cio quadro, não aponta as causas e as metas do chamado Poder Paralelo . Tal matéria de capa toma por base luminoso artigo escrito em 1983 pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, com o su gestivo título Qualro dedos siijos e f eios. Trata-se de uma penetrante análise dos meios utili zados paraju ti fi car a concentração de poder nas mãos dos regimes de esquer la, apoiados complaccntcmcnte por uma classe média embalada por ilusões igualitárias. que contraria a orde m natural das coisas, e até mesmo noções elementares cio bom senso. O primeiro passo nesse processo csquc rdizant c foi semear princípios igualitários nos ambientes re li giosos. Tal sem aclura s f'c,,. c m certas c úpulas católicas através do · chamado progressism.o , que, no entant o, m o conseguiu enrai zar-se na mentalidade do cidadão comum . O passo seguinte fo i a apo logia v ·lada do crime, através de numerosos meios de comunicação que costumam exibir o criminoso como vítima do sistema capitalista. A x1 loracla também para justificar uma legisladita "exploração do pobre p I ri co" ção e uma política que favoreçam invasores de terra e de imóvei s urbanos, e que cerceiem, ao mesmo tempo, x rcí ·i do lircito de propriedade - um dos pilares da ordem natural e da socied ade c ivil. Terceiro passo: o desmante lam ' nto cio poder ele polícia, para deixar campo livre à crimi nalidade por todo o País. Assass inos, ladrões, estupradores tendem a ser apresentados como erupções ele um suposto furor popular, como se o crime constituísse a expressão da revolta ele ma.1·.1·a.1· il~jusliçadas. Finalmente, a propagação do grande medo, quarto passo do processo: justificar a concentração ele poder nas mãos ele governantes de mentalidade igualitária e escancarar as portas a um re im ele exceção, ta l como ocorreu em Cuba nas vésperas da ascensão cio regime castri sta . É necessário notar ainda a propagação de boatos, a qual tem o efeito de persuadir emocionalmente os propri etários amedrontados de que não há mais saída, e é total a impotência cio Poder P(1bli co ante o Poder Paralelo do crime e do narcotráfico. A denúncia proféti ca dessa estratégia sinistra foi feita há quase vinte anos pelo Prof. Plínio orrêa de Oliveira, e vem se confirmando, passo a passo, até os dias atuais. Tudo isso vem lembrado e analisado no artigo ele capa. Que a Santíss ima Virgem derrame sobre nosso País graças superabundantes, para .livrá-lo da anarquia e da desordem social, e ilumine todos os brasileiros para que percebam os rumos nefastos e dissimulados que ameaçam a Nação e reajam diante desse peri go. Desejo a todos uma boa leitura. Em Jesus e Maria,

Paulo Corrêa ele Brito Fi lho DIRETOR

U ma boa 1nãe nunca abandona seus filhos em dificuldades. A história das aparições 1narianas no Vietnã revela-nos até que ponto nossa Mãe Santíssima leva o desvelo por seus filhos perseguidos. VALDI S GRIN STE INS

ara a imensa maioria dos brasileiros, o nome Vietnã está associado apenas a uma g uerra entre Estados Unidos e os comunistas, nas décadas de 60. Mas muitos surpreender-se-iam seconhecessem a história católica desse país asiático, com seus numerosos mártires, pois cerca de l0% dos vietnamitas professam a Fé católica. E um modo de conhecer essa história é inteirar-se das aparições de Nossa Senhora aos católicos perseguidos no Vietnã.

Catolicização do Viewã Portugal tem a honra de ter introduzido a verdadeira Fé nas terras vietnamitas, pois, desde 1554, missionários das possessões portuguesas da Ásia evange1izaram aquelas regiões. Posteriormente, missionários espanhóis, estabelecidos nas Filipinas, viajavam com freqüência para o Vietnã. Em seguida, coube à França promover a Religião Católica no país. Em fins do século XVIII, eclodiu uma luta interna entre vários pretendentes ao trono. Um deles, Nguyen Anh, foi pedir aj uda aos católicos franceses, sendo-lhe recomendado escrever ao monarca francês ele então, Luíz XVI. O adversário do mencionado pretendente, o Rei Canh Thinh, ficando a par desse recurso, publicou um edito, em 17-8-1798, ordenando adestruição ele todas as igrejas e seminários católicos, que apoiassem seu adversário. Após retomar o poder em 1802, a família ele Nguyen Anh manteve tal clecre-

to anticatólico ele seu adversário até 1884, ocorrendo nesse período as piores perseguições contra os católicos.

Apal'ição <le Nossa Senhora Logo após o decreto de 1798, grupos de católicos fugiram para as montanhas, a fim ele escapar ela barbárie pagã. Muitos se estabeleceram na região de Quang Tri - zona da antiga fronteira entre o Vietnã cio Norte e o cio Sul. Mas nem em seus refúgios nas montanhas os fiéis católicos tiveram trégua, pois lá chegavam os assassinos cio governo. Além desses perigos, padeciam frio e fome, muitas enferm idades, como a malária, a lém cio ataque ele animais selvagens . Apesar ele tudo, os católicos resistiam, e em pequenos grupos se reuniam para rezar o Rosário. Contudo a vida não lhes era fácil. Foi em meio a essas provações que se operou a primeira aparição de Nossa Senhora, bem nesse local isolado entre as montanhas e perto de uma banyan - árvore conhecida naquela região. De modo diverso de outras aparições da Virgem, em que Ela se fez ver a apenas a lgu ns videntes, no caso narrado E la apareceu a todos os presentes. Nossa Senhora apresentava-se majestosa, belamente vestida, tendo o Menino Jesus nos braços e escoltada por dois Anjos. Chamou a ate nção dos católicos o fato de Ela portar uma longa capa aos ombros . A Mãe de Deus, primeiramente, disse aos presentes que pegassem as folhas ele uma árvore c hamada lavang (súplica), as fervessem e tomassem seu c há,

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Nono artigo do Credo

pois assim fi cariam curados de s ias doenças. Depois, prometeu atender as orações das pessoas que fossem rezar naque le local.

"Creio na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos"

Sustentáculo <los perseguidos Em tal aparição, podemos observar duas coisas. A prime ira, o fato de Nossa Senhora aparecer c ustodiada por doi s Anjos. Qual o motivo? Bem poderi a ser para manifestar que a Mãe do Deus Todopoderoso e Ra inha cios Anjos, qu ando permite que seus filhos sejam persegui dos, é por moti yo ele alta sabedoria, e não devido à falta de poder. Quando prenderam Nosso Senhor Jesus Cristo, São Pedro corto u a ore lha de Malco, e nosso Divino Redentor disse que, caso E le desejasse, seu Pa i enviar-Lhe-ia 12 legiões de anj os para protegê-lo (Mt. 26, 52-54). Para alguns, o fato de Nossa Senhora apresentar-se rica mente vestida poderia parecer banal. Seria irre leva nte prestar atenção na indume ntária usada por E la. E ntretanto, não foi sem razão que Ela assim apareceu. E m Fátima, Nossa Senhora estava vestida de modo muito simples, ped ia oração e pe nitê nc ia. No Vi etnã, Ela aparec ia para animar os fi lhos perseguidos. Portanto, não se deve estranhar a vestimenta, que indi cava poder e riqueza.

1" - Da Igreja em gemi * O no no artigo cio Credo nos ensina que Jesus Cristo fundou sobre a Terra uma soc iedade vi síve l, que se cha ma Igreja Católica, e que todas as pessoas que fazem parte desta Igreja estão em comunhão entre si. Depoi s cio arti go que trata cio Espírito Santo, trata-se ela Igreja Católica, para indicar que toda a santidade da Igreja procede igualmente cio Espírito Santo, que é o autor de toda santidade. A palavra Igreja significa convocação ou re união de muitas pessoas. Fomos cha mados para a Igreja de Jesus Cristo po r um a graça partic ular de Deus, para que, com a luz da fé e a observância ela le i divina, lhe renda mos o devido culto e a lcancemos a vicia eterna. Os membros da [greja encontram-se parte no Céu, e formam a Igreja Triunfanfe; parte no Purgatóri o, e fo rm am a Igreja Padecente; e parte sobre a Terra, e

Legião (/e glol'ÍOSOS mártil'eS Após a primeira apa ri ção, aumentou o número daqu e les qu e iam rezar no local, mes mo co m o peri go de no vas pe rsegui ções. Uma capela foi construída no meio da se lva, e torno u-se o po nto ele referê nc ia cios cató licos na loca lid ade. Um g rupo ele 30 de les foi apri sio nado pelos perseguido res ao sa íre m da se lva, e co nde nad os à mo rte. Pediram e les para sere m martiri zados no loca l o nde Nossa Se nh o ra havia apa rec id o. D e fato, foram levados a esse lu ga r, e ali massacrados. Nossa Senhora apareceu a inda outras vezes na mesma localidade a grupos de peregrinos. E sempre todos os presentes viam a Virgem Santíssima. Ela aparecia animando-os a não esmorecerem, dev ido à atroz perseguição pagã que continuava, mesmo nos lugares onde a França do minava . Nos ca mpos pertencentes àqueles que se tinham con-

-CATOLICISMO

Durante o guerra do Vietnã, muitos católicos fugiram do perseguição dos comunistas, tendo sido destruído nessa época o Santuário de Nosso Senhora de Lovong

vertido ao catoli c ismo, os pagãos olocavam fogo e queimavam suas casas. Os fiéis eram golpeados, humilhados e di spersos das a lde ia católicas.

O Santuário destmí<lo Mas com a consoliclaçã ela co lonização francesa, as pe rseg ui ções c ruentas diminuíram . A. sim , os cató li cos puderam construir uma igreja no loca l elas apari ções. A primeira fo i levantada em 190 1, tendo a inauguração atraído uma multidão. Doze mil peregrino lá permaneceram por vários di as. Em J928, a igreja fo i ampliada. Entretanto, com o advento cio reg ime comunista, as perseguições anti -cató licas recrudesceram. Do norte cio país, cerca ele 600.000 católicos tiveram que fugir

para o sul. O Santuário, que se loca li zava no sul , mas próximo à fronte ira, não foi poupado. No sul do Vietnã, os católicos resistiam heroicamente ao comunismo, mas, por uma seq üência de traições, também o Vietnã do Sul acabou caindo sob o jugo comuni sta. E em 1972 o Santuário fo i destruído pe los marxi stas. Seria de esperar que o Santuário, depois ele tantos anos, fosse reconstruído. Mas, até o presente dia, nada fo i fe ito. Nós, católicos, temos o dever de rezar por esses heróicos irmãos na Fé, que gemem sob o domínio ate u. Não nos contente mos com esta mera leitura piedosa, mas peçamos fe rvorosa me nte a Nossa Senhora ele Lavang, Padroeira cio Vietn ã: " Protegei vossos filhos vietnanútas e livrai-os da tirania comunista". •

for mam a Igreja Militcm./e. Estas diversas partes ela Igreja constituem uma só Igreja e um só corpo, porque têm a mesma cabeça, que é Jesus Cristo; o mesmo espírito que as anima e une; e o mesmo fim, que é a fe lic idade eterna , a qual a iguns já goza m e outros es pera m goza r. Este nono artigo do Credo refere-se principalmente à Igreja Militante, que é a Igreja na qual atua lmente nos encontramos.

2" - Da Igreja em pal'ticular A Igreja Católi ca é a soc iedade ou congregação de todos os batizados que, vivendo sobre a Terra, professa m a mesma fé e a mesma le i ele Cri sto, participam cios mes mos Sacramentos e obedecem aos legítimos Pastores, princ ipalm e nte ao Ro mano Pontífice. Para ser me mbro ela lgrej a é necessári o ser batizado, cre r e professar a cloutri -

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A Igreja Católico representada enquanto Fortaleza do Fé "depósito do fé" contra os ataques de seus inimigos

na ele Jes us C ri sto, partic ipar dos mesmos Sacramentos, reconhecer o Papa e os outros legítimos Pastores da Igreja. Entre tantas sociedàdes que foram fun dadas por ho mens e que se dizem cristãs, pode-se fac ilmente distinguir a verdadeira Igreja de Jesus Cristo por quatro sinais: Ela é Una, Santa, Católica e Apostólica. A verdadeira Igreja se di z Uma, porque seus filhos, de qualquer tempo ou lugar, estão unidos entre si pe la mesma fé, no mesmo culto, na me.s ma lei e na

defensora do

partic ipação cios mesmos Sacramentos, sob o mes mo chefe vi síve l, o Romano Pontífice. Não pode haver mais de uma Igreja, porque, ass im co mo só há um Deus, uma só Fé e um só Batismo, do mesmo modo não há e não pode haver senão uma só Igreja verdadeira. •

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Catechi.1·1110 Maggiore promulgato da Sa11 Pio X, Roma, T ipogra fia Va ticana , 1905, Ed izione Ares, Mi lano

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Plano Diretor // BI Atitudes dessa natureza são vergonhosas! São atreladas ao comunismo! O cidadão que levou anos para construir o seu patrimônio não pode aceitar tamanho descalabro. (W.M.F. - SP)

O segundo excerto foi extraído da obra-mestra do Autor, Revolução e Contra-Revolução, 4" ed ição e m português, Artpress, São Paulo, 1998, pp. 167- 169. *

Fé na Meclalha Milagrosa

BI Eu estava com um problema na

Um expoe11te

BI Apreciei muito a foto, tirada em 1931, do Prof. Plínio ainda jovem. Nela se observa toda a retidão de um líder que eu pude conhecer, mas só bem mais tarde, quando ele contava seus quase 80 anos. Mas lendo seu arti go, escrito naq uele distante ano, e le mbrando-me da co nfe rê ncia que dele ass isti alguns anos antes de seu fa leci me nto , quero dec lara r aq ui o meu testemunho: é a mesma mentalidade, a mesma convicção de um verdadeiro católico. Para mim ele é um expoente do pensamento, sem o relativismo de tantos de nossos contempo râ neos de nossa ex-c ivili zação. (A.C.F.- SP) Padroeira cio Brasil IBl Gostaria de receber o texto completo do artigo de L6-jan-72, de autoria do Exmo. Dr. Plínio. Li e reli com muito comprazimento os trechos desse artigo, que a nossa rev ista publicou à página 2. Acho que eu lucraria mai s em conhecer o que o Dr. Plínio escreveu sobre a nossa sa nta Padroeira. Pelos trechos, já pude sentir o quanto ele era devoto de Na. Sra. Aparecida. (P.H.P. - RJ)

Plano /)iretor J IBl É um despropósito. É inadmissível a intromi ssão do Poder Público em contratos particulares. (S.V. - SP)

-CATOLICISMO

garganta há uns 5 meses, um problema sério. Não queria ir ao médico, com medo de ele di zer que eu estava corn câncer. Estava muito triste e sentindo dores. Me apeguei à Meda lha Milagrosa, botei no me u pescoço e pedi que ela me curasse, e que ficasse sabendo só e u e Deus. E no mesmo dia me senti bem melhor e até hoje. Sei que estou curada, fo i a fé na medalha milagrosa. (M.L.R.N. - PE)

Ouvir repetidame11te os CDs

BI Quero parabenizar os coordenadores desta maravilhosa campanh a pelos belíssimos CDs. Eu e todos os que ouvem ficamos encantados com a narração destes belíss imos textos, quantas maravi lhas. Nestes momentos, parece que as portas do céu se abrem, trazendo saúde, paz, felicidade, tudo de bom que a força do Altíssimo pode nos oferecer. Como é bom ouvir repetidas vezes, muito bem fazem estes CDs. (R.C.E. - MG) 40° anfrersár·io cio início du Cu11cí/iu Vaticano //

BI Tendo sido comemorado o quadragésimo a niversário cio início d Concílio Vaticano Il em outubro de 1962, pergunto-lhe e seria possível publicar algun s tópicos de escritos cio Prof. Plínio orrêa ele O liveira sobre o mencionado co ncíli . (A.R. - SP) Nota da redação: Atendendo ao pedido do prezado leitor, apresentamos a seguir dois excertos desse eminente pensador e Iíder católico, inspirador de nossa revista. O primeiro foi extraído de uma nota estampada na ed ição de janeiro de 1966 ele Catolicismo, nºs L8 l - l 82, p. 6, logo após o término cio Concílio, ocorrido em dezembro ele 1965.

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- "Co ns iderada a obra do Concílio cio ponto de vista da hi stória da humanidade, pode-se di zer que a augusta Assembléia, tendo em conta o estado de crise, confu são e desgaste a que chegou o mundo contemporâneo, bem como o risco de um cataclismo atôm ico de proporções apocalípticas, resolveu jogar um lance sem precedentes. Com efeito, em todas as deliberações conciliares nota-se o empen ho ele fazer as maiores concessões, os maiores sacrifícios, a fim de atra ir a benquerença dos que se acham separados da Igreja. E, ao calor dessa benquerença, espera o sagrado Sínodo tocar os corações mais endurec idos, dissolver os preconceitos mais tenazes e desarmar os ódios mais furiosos. Com isto, os Padres Conci li ares esperaram abrir cam inho para que a verdade penetre por fim nas áreas ideológicas onde campeia o erro. E que a human idade congraçada possa gozar dos benefícios da paz. Sem dúvida , o Concíli o não co ncebeu essa obra como devendo produ z ir todos os seus efeitos de um mom e nto para o utro. Ele não fez senão abrir as vias de acesso, num gesto de uma amplitude que, de certo ponto de vista, se poderia chamar inimaginável; e dirigir a todos os que vagueiam longe da Igreja um premente convite no sentido de que por essas v ias in gressem e progridam passo a passo. Pode-se dizer que jamais o convite às bodas do filho do Rei (cfr. Mat. 22, 1 ss.) foi tão largo, tão imensamente largo. Que farão os convidados? A palavra está com eles. Esse diálogo, no qual o Concílio disse a primeira palavra, resumirá toda a história co ntemporânea.

Desde que os convidados aceitem o c hamado, e comecem o grande retorno, rumo à fé católica con hecida na totalidade e na a utenti c idade de suas verdades , e praticada na plenitude da vida sobre natural , como na suave e sublime austeridade dos Ma ndamentos de Deus, não há bem que não se possa augurar. Se, pelo contrário - "quod Deus avertat" - tal fato não se der, então não será possível impedir que a humanidade co ntinue a descambar de erro em erro, em direção a um abismo cujas tenebrosas profundezas são insond áveis para o olhar humano". 2 - "Com táticas aggiornate das quais, ali ás, o mínimo que se pode dizer é que são contestáveis no plano teórico e se vêm mostrando ruinosas na prática - o Concílio Vaticano li tentou afugentar, digamos, abe lh as, vespas e aves de rapina. Seu silêncio sobre o com uni smo deixou aos lobos toda a liberdade. A obra desse Concílio não pode estar inscrita, enquanto efetivamente pastoral, nem na Hi stória nem no Livro ela Vida. É penoso dizê- lo. Mas a evidência dos fatos aponta, neste sentido, o Concíli o Vaticano li como uma elas maiores ca la midades, se não a maior, da História da Igreja. A partir dele penetrou na Igreja, em proporções im pensáveis, a ''.fúrna ça de Satanás", que se vai dilatando dia a dia mais, com a terrível força de expansão dos gases. Para escândalo de incontáveis almas, o Corpo Místico de Cristo entrou no si ni stro processo ela como que autodemolição". (Tópico redigido em 1976, publicado na edição de Catolicism.o de janeiro de 1977, nº 3 1.3, p. 5, bem co mo na 2" ed ição em portu guês de Revolução e Contra-Revolução, ed itada por Diário da s Leis, São Paulo, 1982).

Surpreendentes calamiclades na /'ase pós-conciliar da Igreja "So bre as ca lam idades na fase pós-conci Iiar da Igreja, é de funda -

mental importância o depoimento hi stórico de Paulo V[ na Alocução " Resistite fortes in fide ", de 29 de junho de 1972, que citamos aq ui na versão da Poli g lotta Vaticana: "Referindo-se à situação da Igreja de hoje, o Santo Padre ajtrma ter a sensação de que 'por alguma fissura tenha entrado a fiunaça de Satanás no templo de Deus'. Há - transcreve a Poliglotta - a dúvida, a incerteza, o complexo dos problemas, a inquietação, a insatisfação, o conf ronto. Não se confta mais na Igreja; confta-se no primeiro profeta profano [estranho à Igrej a] que nos venha falar, por ,neio de algum.jornal ou movimento social, a .fim de correr atrás dele e perguntar-lhe se tem a fórmula da verdadeira vida. E não nos damos conta de já a possuirmos e sermos mestres dela. Entrou a dúvida em nossas consciências, e entrou por janelas que deviam estar abertas à luz.. . "Também na Igreja reina este estado de incerteza. Acreditava-se que, depois do Concílio, viria um dia ensolarado para a História da Igreja. Veio, pelo conlrário, um dia cheio de nuvens, de tempestade, de escuridão, de indagaçâo, de incerteza. Pregamos o ecumenismo, e nos qfóstamos sempre mais uns dos outros. Procuramos cavar abismos em. vez de soterrá- los. "Como aconteceu isto ? O Papa confia aos presentes um pensamento seu: o de que tenha havido a intervenção de um poder adverso. Seu nome é diabo, este misterioso ser a que também alude São Pedro em sua Epístola" (Cfr. lnsegnamenti di Paolo VI, Tipografia Poliglotta Vaticana, vol. X, pp. 707-709). Alguns a nos a ntes, o mes mo Pontífice, na Alocução aos alunos cio Seminário Lombardo, no dia 7 de dezembro ele 1968, havia afirmado que "a Igreja atravessa hoje um momento de inquietação. Alguns praticam a autocrítica, dir-se-ia até a autodemoliçâo. É como uma perlurbação interior; aguda e complexa, que nin-

guém leria esperado depois do Concílio. Pensava-se num florescimento, num.a expansão serena dos conceitos amadurecidos na grande assembléia conciliar. Há ainda este aspecto na Igreja, o doflorescimento. Mas, posto que 'bonum ex integra causa, malum ex quocumque deffectu ', fixa-se a atenção mais especialmente sobre o aspecto doloroso. A Igreja é golpeada também. pelos que d 'Ela fa zem parte" (C fr. lnsegnamenti di Paolo VI, Tipografia Poliglotta Vatica na, vol. VI, p. 1 188). Sua Santidade João Paulo II traçou também um panorama sombrio da situação da [greja: "É necessário adnútir realisticamente e com profunda e sentida sensibilidade que os cristãos hoje, em grande parte, sentemse perdidos, corifúsos, perplexos e até desiludidos:foram divu lgadas prodigamente idéias contrastantes com a Verdade revelada e desde sempre ensinada; foram d(fundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmáúco e moral, criando dúvidas, confúsões e rebeliões; alterou-se a Liturgia; imersos no 'relativismo' intelectual e moral, e por conseguinte no permissivismo, os cristãos são tentados pelo ateísmo, pelo agnosticismo, pelo iluminismo vagamente moralista, por um cristianismo sociológico, sem dogm.as definidos e sem moral obj etiva" (A locução de 6/2/8 1 aos Religiosos e Sacerdotes participantes do I Congresso Nacional Italiano sobre o tema "Missões ao Povo para os Anos 80", in " L 'Osservatore Romano", 7/2/81). (Tópi co redigido em 1992, acrescentado a Revolução e Contra-Revolução, e que fi gura na 4" ed ição em portu guês da obra, publicada em 1998 pela Edilora Artpress, São Paulo).

Cartas, fax ou e-mails para as seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram ~a póginci 4 desto ediçõo.

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, Cônego JOSÉ LUIZ VILLAC

Pergunta - Sou católico, e me esforço ao máximo para praticar a minha Religião. Mas estou encontrando dificuldade em responder um questionamento de vários colegas da universidade em que estudo. Segundo eles, não é importante ter religião e ir à igreja, bastando apenas ter "bons valores" para agradar a Deus. Muitos até se orgulham em dizer que são céticos e deístas, e que não acreditam na Igreja Católica. Alegam que nós, católicos, não somos em nada melhores que eles, e por isso não necessitam da Igreja. Que argumentos devo usar com essas pessoas para expressar a minha fé? Resposta - Al gum leitor surpreender-se-á que os colegas de universidade de nosso consulente se di gam, ao mesmo te mpo, célicos (descrentes) e deístas (que admi tem a ex istência de um Deus). Pareceri a que um cético não pode ser deísta, e um deísta não será um cético. Convém, pois, ex plicar mais a fund o o significado destes termos. A palavra cético tem um espectro largo de signifi cados; posso, por exemplo, dizer que sou cético (descrente) quanto à efi các ia de um remédi o para curar determinada doença. Na matéri a que nos ocupa, diz-se que alguém é cético quando põe em dú vida que se possa chegar a um conhec imento certo das verdades da Fé católica. E isto acontece realmente com aqueles que não tê m a virtude teologa l da fé. Em síntese, o cético, e m matéria

CATOLICISMO

de religião, é aquele que não tem fé. Deístas são os que admi tem a exi stência de um Ser Supremo, do qual entretanto fo rmam uma idéia vaga e genérica ou, quando muito, deduzem os atributos divinos com o uso exclusivo da razão humana, rejeitando conseqüentemente os dados da Revelação cri stã. Como se vê, as qualificações de cético e deísta, a rigor, não se excluem: um cético não é necessari amente um ateu; ele não crê na Religião católica, mas pode admi tir a ex istência de um Deus, não cl aramente definido; dirse-á, então, um deísta. Em todo caso, céticos e deístas confluem no mes mo erro doutrinário, que é a negação da Revelação e da Fé.

Sem /'é, é impossível agra<lar a /Jeus Não obstante, os céticos e deístas colegas de nosso

consul ente tê m a prete nsão de possuir "bons valores", e ass im serem agraciáveis a Deus. Qu anto engano ! O Apóstolo São Paul o desfaz categoricamente tal pretensão: "Sem afé, é impossível agradar a Deus" (Hb 11, 6). E o mesmo Apóstolo dá a razão: "Porquanto é necessário que o que se aproxima de De, creia que Ele existe e que é remunerador dos que o buscam" (ibide m). Podemos aprofund ar esta razão: Deus oferece a todos os homens o dom ela fé, e quando alguém o rejeita, nessa rejeição entra culpa, e portanto pecado (cfr. A palavra do Sacerdote, agosto/ 2002). Já tratamos também, em número anterior ele Catolicismo (maio/2002), ela situação das almas retas que, por vivere m em países ou guetos culturai s que bloqueiam a pregação ela verdade católica, podem alcança r a salvação através cios chama-

cios batismo de desejo e batismo do sangue. Deixando de lado esse caso específi co, que com toda a probalidade não se aplica aos céti cos e deístas em questão, prevalece a afirm ação do Apóstolo, segundo a qual, que m rejeita a fé não está em condi ções de agradar a Deus. Poi s está manchado, di ante ele Deus, por uma rejeição culposa do dom primordial da fé . Portanto, a prete nsão de nossos obj etantes, de que possuindo "bons valores" isto lhes basta para ag radar a Deus, omite a posse ela fé como condição fun da me ntal para estar nas boas graças de De us.

Cat6licos: mellloPes Oll /JÍOl'CS?

Os céticos e de ístas objeto de. tas considerações alegam que não necess itam da

Igrej a, porque "nós, católicos, não somos em nada melhores que eles". O que parece estar no fundo dessa alegação é o conceito de "boas pessoas", muito di fundido até mesmo e m meios católicos. Seria m aq uelas que, no seu entende r, "cumprem seus deveres .familiares e profissionais, não roubam, não fazem mal a ninguém, praticam obras de benemerência etc.", poré m não tê m fé, ou se a têm, não observam os Mandamentos da Le i de Deus e m sua integridade, be m como os Mandame ntos da Santa Igreja. Nessa concepção a pessoa, cômoda mas pecaminosamente, se dispensaria da práti ca da Reli gião, be m como de certos preceitos graves, em geral relativos à vida matrimoni al (pessoas separadas e recasadas, por exemplo), e julgari a estar em boa ordem com Deus, por possuir "bons valores" -

confo rme se exprimem nossos obj etantes. O erro que está por trás dessa alegação, mais uma vez, é a negação da fé como elemento absolutamente indi spensável para julgar da bondade de uma pessoa.

O severo e perfeito Juízo de /Jeus Outros católicos relapsos, ou mesmo indi gnos, serão responsabili zados perante o tribunal di vino pelo mau exemplo que dão. De qualquer modo, estes pelo menos têm fé, e podem, no curso de sua vida, arrepender-se de seus pecados, obter o perdão deles pela confissão sacramental e sa lvar sua alma. Já a posição dos céticos e deístas é mais grave, pois antes tê m de recuperar a fé (se alguma vez a tiveram) ou alcançá-la pela primeira vez, por uma graça especial que pode estar nos des ígni os da Providência oferecer-lhes mais ele uma vez ao longo da vida. Quantas vezes acontece, porém, que a alma, cega e empedernida por alguma paixão, se fecha a esses sucessivos apelos da graça, até o derradeiro momento. Então se deparará com o Supremo Jui z e verá quão desagradado E le estará com a sua conduta. Seguir-se-á a sentença inapelável: "Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que .foi preparado para o demônio e os seus anj os" (Mt 25, 4 1). Portanto, a situação de um católico, mes mo relapso ou indigno, acaba sendo ao me nos em tese - menos No Juízo Final, o Supremo Juiz enviará as condenados ao fogo eterno

Jesus Cristo fundou a Igreja e deu a São Pedro as chaves do Céu, visando a salvação dos homens

ruim cio que a de um de ísta ou cético que se tenha na conta de "boa pessoa" ou de poss uir "bons valores" (nunca dirão bons princípios, porque isto j á le mbra princípios da.fé, que eles detesta m ... ).

Fora da Igreja J1ão J1á sallTação O corolário dessa pos ição errada é o de negar, junto com a necessidade ela fé, a necess idade da Igreja, como expli citamente o fazem nossos obj etantes. Porém, assim como a fé, a pertencença à Igreja é necessária à salvação. Daí a

sente nça teo lógica: "Fora da Igreja não há salvação". A Igreja fo i fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo exatamente para nos proporcionar os meios necessári os à salvação: a transmissão da doutrina revelada, a prestação devida do culto a Deus e a admini stração dos Sacramentos, o que sempre fo i feito, ao longo dos séculos, através dos leg ítimos pastores. Quem se põe fo ra da Igreja pela rejeição ela fé e da submi ssão ao Magistério autêntico, não pode agradar a Deus, ainda que alegue ser "boa pessoa" e possuir "bons valores". • NOVEMBRO 2002 -


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A REALIDADE CONCISAMENTE Clones monstruosos: perigo real

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am undongos clonados têm centenas de genes anormais, afirmam pesq ui sadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachu setts), nos EUA. Isso explica, segundo eles, por que tantos animais clonados morrem no parto ou logo após o nascimento, e prova que seri a irresponsável clonar humanos. Usando um ch ip de DNA (que detecta genes conhec idos), a equi pe de Rudolf Jaenisch, um dos pioneiros da clonagem, observou a atividade de JO mil genes em clones recém-nascidos. Foram encontrados diversos genes anormais. "Não há razões para pensar que qualquer outro mam(fero, incluindo · o ser humano, seria d(ferente dos camundongos", di sse Jaen isch. •

Iraque: amea~a crescente correspondente da pr~vedóra de Internet iG , em Israel, Nahum S1rotsky, confessou estar surpreendido com a fa lta de informações nos grandes jornais sobre a crise do Iraque. "Assim, posso afirmar que os anglo-saxões acabarão atacando Saddam. O recuo da posição adotada por eles é impossível. Americanos e ingleses teriam provas da assistência iraquiana à Al-Qaeda, no caso do atentado de 11 de setembro de 2001 ", afirmou. Para o general-americano Tommy Franks, que serve na região do Golfo, os grupos chamados de Espada Nuclear, os Homens do Sacr(ftcio e a brigada AKS Special Unit 223 são graves ameaças. Espada Nuclear teria três artefatos nucleares de 12 ki lotons, pesando cada um cer-

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CATOLICISMO

ca de duas tonel adas e poderão ser ativados por voluntários suicidas. Os Homens do Sacr(fício (Márti res de Saddam) são tropas de 30 a 40 mil home ns sob o comando de Uday, um dos filhos de Saddam, com a mi ssão de ataques sui cidas e inesperados. Eles receberam treinamento especial em guerra química e biol ógica. Teriam formação espec ial nas línguas inglesa, persa e hebraica. Estariam infiltrados na organização te rrorista Hezbo/Lah , no sul do Líbano, na Jordânia e em Israel. Não se descarta igualmente a possibi I idade da ex istência de representantes seus nos Estados Un idos. As brigadas de mísseis mantêm pelo menos um a delas em estado operacional, 24 horas por di a. •

Ritual criminoso de magia negra D oliciais da cidade

i- pi a ui e nse

de São João d a Se rra ( 155 quilômetros ao norte de Teresina) desvendaram o assassinato do estudante Marcos José Bastos, 12 anos, mais con hec ido por M a rquinhos . O corpo do menino fo i esquartejado a facadas: o tórax dividido e m três partes; pe rn as e braços separados do corpo; e cabeça es magada. Segundo a polícia, tudo aco nteceu em um ritual de magia negra na zona rural daquela cidade. Quando o corpo fo i encontrado, já estava sendo com ido por urubus. Segundo opadre Cláudi o Lopes , vi gário de São João da Serra, o principal suspeito do crime é o próprio pai do me nino, que já está com pri são preventiva decretada. A polícia tem a mesma opinião. "Ouvi falar que algumas pessoas na nossa cidade acreditam que, matando crianças e praticando rituais para Satanás, pode,n alccmçar a vida eterna. Não sei se foi isso qu e acontece u, mas esse assassinato chocou a população de nossa cidade", di sse indignado o sacerdote. •

Novela na TV: tragédia doméstica

I

mpress ionada com os vampiros mostrados na novela O Beijo do Vampiro , da Rede Globo, uma criança de três anos deu um tiro no próprio pai em Taquaritinga, cidade próxima a Araraquara, no nordeste do Estado de São Paulo. O escrivão de polícia Claude mir Alberto Cruz, de 30 anos, e sua mulher dormia m quando o filho com o auxíl io de uma cadeira -

alcançou a arma que estava guardada em cima da geladeira. Segundo o boletim de ocorrência registrado na delegacia da cidade, a criança alegou que pretendia "matar o vampiro que ia pegar seu pai". O caso provocou polêmica na cidade de Taquaritinga. Segundo a polícia, muitos pais estão impedindo que seus filhos assistam à mencionada novela. •

Recente restauração do Santo Sudário

E

ntre os meses de junho e julho do corrente ano, na sacristia da Catedral de Turim (Itália), uma equipe de especialistas, liderada pela ex-diretora do Museu de Abegg, de Berna (Suíça), Mechtild Flury-Lemberg, realizou minucioso trabalho de restauração do Santo Sudário. Do tecido que envolveu o Sagrado Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, após a crucifixão, foram retirados os 30 pequenos retalhos triangulares de tecido, costura dos pelas freiras clarissas de Chambéry (França), em 1534, após o incêndio que atingiu a preciosa relíquia. Também eliminaram detritos e pós acumulados ao longo dos séculos.

Muitos dos mísseis russos ainda utilizáveis, como os da foto acima, estão confinados e m portos

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Mais uma ponta do iceberg nuclear 11 russo

uma conferência internac ional sobre segurança nuclear, a proverbia l e culposa incompetência da Rúss ia para cuidar de seus próprios artefatos nucleares vem mais uma vez à tona, no porto de Vladivostok. O mundo ainda não se esqueceu do cu lposo acidente com o submarino Kursk, no qual morrera m 118 tripul antes. Viktor Akhunov, funcionário do ministério ru sso de energia atômi ca, decl aro u na referida conferê ncia que "o nível de segurança em torno do material nuclear era temerariamente relaxado". Segu ndo Akhunov, mais de J00 submarinos nucleares estão atracados e apod recendo ao longo da costa norte do país, ameaçando o Ártico co m um gigantesco desastre ecológ ico. •

Guerrilha colombiana assassina sacerdotes "M

undo e Missão" -

publicação do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME) - , de setembro último, denuncia a crescente onda de as sassinatos de religiosos na Colõmbia, praticados pela guerrilha marxista, diante da maior indiferença por parte de organismos de defesa dos direitos humanos e dos órgãos de informação internacionais. Segundo dados fornecidos pelo exército colombiano, desde 1998 foram assassinados 26 religiosos católicos - 11 pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colõmbia (FARC), 2 pelo Exército de Libertação Nacional (ELN), 1 por paramilitares e 12 por desconhecidos.

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Antonio Cru7JA8r

Eleições 2002: Vitória publicitária? Sim; vitória ideológica? Não! P arece que a esquerda só encontrou um meio para ganhar as eleições no Brasil: colocar todos os candidatos da 1nesma linha esquerdista. Co1no quem ordenasse: "Cada um é livre para escolher o candidato que queira, desde que seja um esquerdista". Ili PUNI O VID IGAL XAVIER DA SILVEIRA

bo de ler no jornal o boletim meeorológico do dia de hoje, anunciando dia enso larado, sem qual~ quer previsão de chuva. Entretanto, pela janela, vejo o so l brilhando e a chuva que cai. Talvez por coincidência, o erro de previsão meteorológica se associa, em minha memória, às pesquisas eleitorais que antecederam o primeiro turno da eleição presidencial. Com base nelas, determinada mídia criou o ambiente propício à vitória de Lula já nesse turno. A imprensa esquerd ista internacional cantava a vitória da esquerda, e já estava preparada grande festa da vitória na Avenida Paulista, em São Paulo. Mas, o grau de acerto das pesquisas eleitorais mostrou-se igual ao das previsões meteorológicas ... Estamos no dia 9 de outubro, e a redação de Catolicismo exige que este artigo seja logo entregue, para não atrasar a edição de novembro da revista.

* É ainda cedo, no momento em que escrevo, para vaticinar o que se dará no segundo turno. Mas muitos já se preparam outra vez para o ambiente de uma pressão midiática de esquerda. Na realidade, nosso sistema eleitoral, com a complexidade de duas dezenas de partidos com programas pouco claros *

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CATOLICISMO

e menos ainda respeitados pelos membros das respectivas associações partidárias nos "concedeu", nesta eleição, a " liberdade" de escolher entre quatro candidatos, todos com passado de tipo com unista nunca renegado, e apoiados por partidos que se afirmam socialistas. É a democracia que parece negar o seu próprio princípio: todos são livres de votar no candidato que desejarem! Mas essa liberdade, na prática, não existiu: as opções apresentadas não satisfazem à grande parcela conservadora, talvez até majoritária, presente no eleitorado brasileiro. A legislação eleitoral proíbe, de modo confuso, a livre manifestação de entidades não partidárias, durante o período eleitoral; aqueles que quiserem se manifestar têm de estudar cuidadosamente a legislação e a interpretação dessas leis, e ainda correm o risco de cometer um cri me eleitoral. "Liberdade! Liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome"!, di sse Mme. Roland - uma adepta da Revolução Francesa de 1789 - , condenada a morrer na guilhotina em nome dos mesmos princípios que defendera.

Opção sem alternativas Quatro cand idatos esquerdistas, além de outros dois sem qualquer expressão eleitora l, foram as "alternativas" impingidas aos eleitores, que, dessa forma deveriam indicar sua preferência.

A maior parte dos brasil eiros , reconhecidamente com posições centristas e conservadores, ficou privada de poder esco lher um candidato que lhe agradasse. Vale a pena re lembrar que o próprio deputado Jo é Dirceu, presidente do PT, afirmou, após uma das derrotas de Lula, que seu partido havia menosprezado o e ns rvadori s mo do povo bra ileiro. Dos deputados eleitos, 266 pertencem a partido de posição conservadora: PFL, PMDB , PPB, PL, PTB e PRONA , ou seja, 52% da nova compos ição da âmara. Como explicar que esses partidos não tenham indicado algum candidato que agraciasse a seu eleitorado? 01110 explicar que vários deles tenham apoiado ostensivamente esquerd istas notórios? Como exp li car que nenhum deles tenha lançado candidato próprio? É um mistério ... Fato esse ainda mais estranho se considerarmos que, em 1994 e 1998, os brasileiros já tiveram que optar entre dois nomes de esquerda: Fernando Henrique e Lula.

Apuração em 2002 Assim, chegamos ao dia da eleição. 46% cios eleitores optaram por Lula, um candidato esquerdista que se apresentou procurando exibi r um perfil mais moderado. 23 % preferiram Serra, outro esquerdista que representou o continuís-

Eleitores aguardam em fila para votar, no Distrito Federal

mo de Fernando Henrique. Cerca de 29% apoiaram Garotinho e Ciro. Os outros dois candidatos, sem qualquer expressão política, pertenciam a partidos declaradamente comunistas - como a sinalizar que os quatro cand idatos mencionados não seriam bem vistos pela extrema esquerda. Mas se levarmos em consideração as abstenções, os votos nulos e em branco, o resultado passaria a ser: Lula .. ...... .. .. ..... .. ... .. ................. .... . 33% Abstenções, nulos e em branco .. 28% Serra .................. .. ........................ 16% Demais candidatos .. .. .......... ........ 23%

O fe11ôme110 Enéas Enéas Carneiro, se tornou conhecido em pleitos anteriores por suas aparições, nos programas eleitorais de rádio e TV, com sua espessa barba preta e seus enormes óculos, com uma voz soturna, afirmando apenas "meu nome é Enéas". Surpreendeu ao renunciar à candidatura presidencial e lançar-se candidato a deputado federa l por São Paulo. Conseguiu mais de 1.500.000 votos! Foi sufragado certamente pela parcela cios paulistas que não quiseram votar, contra a própria cons-

ciência, em algum nome esq uerdista; e que manifestaram, ass im, seu repúdio à inautenticidade das eleições, nos termos em que a opinião pública foi obrigada a decidir. O que teria acontecido se Enéas se lançasse candidato à presidente neste ano? Será que uma votação consagradora não o teria colocado como manifestação cio desagrado cios eleitores conservadores? Não se repetiria no Brasil o que aconteceu este ano na França?

Conclusão Tudo somado e subtraído, nunca o povo brasileiro se viu tão impossib ilitado de manifestar seu pensamento autêntico. E que alternativa restou à enorme parcela conservadora nele ex istente? - Somente votar na eleição presidencial no "menos pior", segundo o juízo de cada um; - e, para os paulistas, votar num Enéas para deputado, manifestando assim seu desagrado e insatisfação.

Vitól'ia <le Pirro Pobre democracia esta a que o Brasil ficou reduzido! O que não impedirá à mídia nacional e internacional afirmar, sem matizes, que a esquerda venceu no Brasil! Poderá alguém, de boa fé, considerar

inteiramente autêntico esse resultado? Se é verdade que política é a arte cio possível, poderemos então dizer que houve uma vitória política, corroborada, em boa medida, por votos de protesto contra o atual governo. Terá sido uma vitória ideológica? Temos certeza de que não. Pois, se houve algo certo nestas eleições, foi a falta de ideologias, a vitória da clesicleologização. Os conchavos mais esdrúxu los foram feitos. Os partidos que se apresentaram como os mais conservadores ali aram-se aos partidos mais revolucionários e incendiários. Tudo o que houve foi apenas uma questão de tática das esquerdas para galgar o poder? Tirarão a máscara depois de tomarem as rédeas do poder? Não o sabemos. Quem viver, verá. Talvez os eleitos, constatando nas urnas o desagrado do povo brasileiro, caiam em si e não nos lancem nas sinistras sendas que levam ao comunismo. Que a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, vele por nós e por nossa Pátria. Temos a certeza de que Ela não nos abandonará, e de futuro restaurará nossa Pátria. - Vinde o quanto antes, rogamo-Vos, ó Virgem da Conceição Aparecida, para abreviar os angustiosos dias em que vivemos! • NOVEMBRO 2002 -


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TFP iHterpelou os candidatos à Presidência da República Dez perguntas candentes foram feitas ao Srs. José Serra e Luís Inácio Lula da Silva - que então disputavam a Suprema Magistratura - pela TFP, em carta enviada a ambos, no dia 18 de outubro p .p. Tal missiva instava-os a . definirem-se claramente sobre temas de alta relevância para o

São Paulo, 18 de outubro de 2002 Prezado Sen hor, No próximo dia 27 de outubro o Brasi l deverá escolher, em segundo turno, quem será seu Presidente da República nos próximos quatro anos. Mantendo-se embora fiel à sua norma de conduta de não tomar posição em questões político-partidárias, a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP considera um dever expor a V. Sa. algumas dúvidas e solicitar certos esclarecimentos que pensa serem do interesse de todo o eleitorado. A decisão do próximo dia 27 é de capital importância para o futuro de nosso País, já que dramáticas são as condi ções políticas e sobretudo sócio-econômicas em que ele se encontra. Em jogo estará inclusive o papel que o Brasil há de representar no alinhamento de forças em âmbito internacional, máxime nesta nova quadra histórica em que o mundo parece ter adentrado com a irrupção do terrorismo, capaz de atuar de modo imprevisível em qualquer ponto do globo terrestre. Um dos requisitos fundamentais para a autenticidade de um regime democrático é a definição programática dos candidatos. Ora, infelizmente, em diversos pontos de capital importância, o atual processo eleitora l não se tem caracterizado pela clareza das posições assumidas, mas antes se diria pela indefinição

CATOLICISMO

i :1! ~ ..;

País, sobretudo em questões que afetam diretamente a família e o direito de propriedade - temas que, entretanto, foram quase olvidados durante a campanha eleitoral. Mesmo passada a eleição, as perguntas continuam inteiramente atuais. O texto segue abaixo

ideológica e até pela confu são. Houve mesmo quem afirmasse que esta seria a eleição do si lêncio, a tal ponto certo temas não foram abordados com a tran sparência requerida. Sobretudo cumpre assina.lar o de conforto, registrado por vários anali stas políticos, de que o atual processo eleitoral viu-se reduzido a opções meramente de esquerda. Assim, a imensa massa centrista e conservadora de nosso público - compelida. a comparecer às urnas devido à obrigatoriedade do voto - , em virtude das circunstâncias que envolveram e condicionaram o atual processo eleitoral, não se viu representa.da por nenhum candidato. Em conseqüência, dúvidas inquietantes a respeito de temas de vital importância para a Pátria e a Civilização Cri tã ficaram de pé. A essas perguntas urge responder. Nada mais natural que o façam os candidatos que ora disputam a Suprema Magistratura. E tal se torna imperio o se se leva em conta que a grande maioria dos brasileiros é composta por católicos, os qu ais cons ideram com a.preensão e temor a possibilidade de o futuro Presidente do Brasil vir a implantar - em especial no que diz respeito à família cristã e à propriedade privada - políticas e d iretrizes que atentem gravemente contra os princípios da Ordem natural e da Lei de Deus, expli citados pela doutrina moral e social da Igreja. É, pois, compreensíve l que diante de tais dúvidas e receios smjam graves pro-

O PAÍS/POLÍTICA

TFP faz críticas a Lula e Serra Documento diz que momento é de temor. A Sociedade Tradição, Famí- pios da Ordem natural e da Lei• lia, P ropriedade (TFI'), que se de Deus, explicitados pela dou: fczconhecer principalmcntc ao trina moral e social da Igreja": · longo dos gove rnos milit ílres Na ca rt a abe rta aoS d'o i s• po r suas passeatas, com estan• candidatos, a TFP pede qu e' dartes de vermelltovinho, pelas e les d e ixem claro "se a poia: ruas das principa is cidades do rão ou não a aprovação de le is país, agora prefere u1ili,.ar a ln- q ue leg itimem o casa me n_tõ ternet para qu estionar os dois homossex uaP'. · · ·· ca ndi da tos à !'re s idê ncia d a O Movimento dos Tra&alliaRepública. Ta nto o pctista Luiz dores Sem Terrn (MST) é ntroü Inácio Lula d a Silva, quanto o também na alçade mira da TFP.' tucano José Serra são conside- No docum ento, quere m :c_;abe·r rados ude esquerda" se o novo gove rnahtê na cana publicada nas Os dois d o Bras il r e prim'i i-"ápágim1s eletrônicas do candidatos, "ou não as invasoes ·e e n d e r e ç o de mais atividadé~ d ia www.tfp.org. br. para a índ ole criminosa prõ• No d oc umento, a Instituição, movidas pelo MSt" : E T I'!' afirm a qu e "a pertencem ainda, "se pretendem im e n s a ma ss a ce nlevar a diant e o·agrotris ia e conservado ra à esquerda igualitarismo deniagó• d e no ss o p ú b l ico - brasileira gico e socialist ~,' pró• co mpe lida a compamovend o a R e form·:r ret e r às urnas d ev ido .'1 obri- Agnlria". gator iedade do vo to - cm virPara os defensores do raili; t11d c das circun st âncias q ue calismo de dire it a é impon ari íe envolvera m e co ndicionara m também saber se o futuro·presio at ual processo eleito ral, não dente garantirá ou não aos bra•' se vi u re prese nt ada por ne- siJeiros c,o direito de adquirir; nhum candidato". possuir e portar armas devida: Para os integrantes da inst i- mente registradas, pa ra a éxér: tui ção de te ndê ncia radical, o cício da legítima defesa". A Igreja Católica é ciiada a<J monw11to é <le '\tpreensão e temor (diante d a) possihilidacle de clarar que " ante o silê ncio• de o f11t11 ro presidente do Brasil e ni g má ti co cio Episcopa do, a· vir u implantar-cm especial no TFP tenta preencher a lactina".1 que diz respe ito à fa mília cristã O docume nto é ass inado por propriedade privada-pulíti• Lui z Nazareno Teixe ira deA s: ca s e diret rizes q ue ale nt e m sumpção Filho, pl\!sí,lc~te en1 grave me n te con tra os prin cí- exercício do Co'risclho.

e,,

A corto do TFP repercutiu no mídia , como, por exemplo, no "Jornal do Brasil", que, em suo edição de 21 de outubro, no 2° página do caderno A, pub licou o notícia acima .

blemas de consciência sobre a quem dar seu voto. Máxime se se toma em consideração o si lêncio enigmático de grande parte dos Bispos e sacerdotes brasileiros a respeito desses assuntos de importância essencial para o futuro cristão de nossa Nação. A TFP não representa a Sagrada Hierarquia, não foi fundada por ela, nem por ela é dirigida. Nossa entidade, fundada por Plínio Corrêa de Oliveira - insigne homem de Fé, de pensamento, de luta e de ação - é dirigida por leigos cató li cos e inspirada nos ensinamentos da doutrina social tradicional da Igreja, e visa tãosó atuar no campo temporal, em favor da Civilização Cristã, sob a exclusiva responsabilidade de seus integrantes. Sem embargo, ela se sujeita, com filia] obediência, à vigilância da Sagrada Hierarquia em tudo quanto diz respeito à Fé, à Moral e à disciplina ec les iástica. Sendo constituída por membros do laicato católico, é natural que à TFP há décadas defendendo com denodo, e sempre dentro da mais estrita legalidade, os princípios básicos da Civilização Cristã - estejam sendo encaminhadas as referidas dúvidas e apreensões, bem corno lhe sejam sol icitadas diretrizes por seus sócios, cooperadores e correspondentes, e ainda por seus numerosos, dedicados e ardorosos simpatizantes, disseminados por todo o território nacional. Fazendo-se, portanto, porta-voz dessas dúvidas e apreensões - que são ademais do interesse da grande corrente conservadora, a qual terá peso determinante na decisão do próximo dia 27 - a TFP dirige hoje dez perguntas a ambos os candidatos à Presidência da República, que espera ver respondidas, com a ela.reza e objetiv idade que os eleitores merecem. *

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do o Magistério tradiciona l da Igreja, João Paulo II tem afirmado re iteradas vezes que não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. - Se eleito, o Sr. será favorável a que os "casais" homossexuais tenham a mesma proteção legal que os verdadeiros casais? Apoiará a aprovação de legislação que legitime o "casamento homossexual", agredindo dessa forma a consciência cristã de grande parte de nossa população?

2. Aborto O aborto fere gravemente os princípios cristãos de nosso povo. Segundo a doutrina católica, constitui uma grave violação da ordem moral atentar contra a pessoa humana já concebida, se bem que não nascida; e jamais se pode legitimar a morte de um inocente, tendo o Estado o gravíss imo dever de assegurar o pleno direito do nascituro à vida. - O Sr. é a favor ou contra a Legalização do aborto, em qualquer circunstância? O Sr. procuraria estender ainda mais os casos em que o aborto não é punido pela atual Legislação? Ou, pelo contrário, trabalharia para que a legis-

lação punisse todos os casos de aborto provocado?

3. Refonna Agrária A agropecuária brasileira, baseada na propriedade privada e na livre iniciativa, tem batido recordes históricos de produção, além de ter atingido invejáveis índices de produtividade e avanço tecnológico. Por isso ela é considerada, com justiça, um verdadeiro esteio da economia brasileira, apesar de não existi r da parte de nossas autoridades uma autêntica e bem estruturada política agrícola. A contrario sensu, as diversas tentativas de Reforma Agrária, de cunho socialista e confi scatório, levadas a cabo até hoje, nada mais têm fe ito do que criar bolsões de miséria no campo - verdadeiras favelas rurais - gerando, ou até agravando, os problemas sociais que supostamente se propunham resolver. Já em março de 2001, segundo cálculos da Com issão de Agricultura da Câmara dos Deputados (referentes a um períoO candidato eleito continuará o promo ver o Reformo Agrário que atenta contra o direito do propriedade e vem desarticulando o pujante atividade agropecuário do País ?

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1. "Casame11to homossexual" É com enorme apreensão e repulsa que inúmeros de nossos compatriotas assistem aos esforços de ver consagrados em nossa legislação comportamentos que se opõem frontalmente à sua consciência cristã, por afrontarem a Lei Natural e as Leis Divinas. Assim se dá com o mal denominado "casamento homossexual". RelernbranNOVEMBRO 2002 -


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do de apenas seis anos), tais aventu ras agro-reformistas havi am cus1ado aos cofres públicos e, portanto, ao contribuinte, nada menos do que 16 bilhões de reais. - Caso vença a eleição, o Sr. pretende levar adiante o agro-igualitarismo confiscatório e demagógico, inspirado na doutrina socialista, promovendo a Reforma Agrária, que atenta contra o direito de propriedade e desarticula esse próspero setor produtivo?

4. Invasões cio MS1' A atuação .de movimentos organi zados de invasões de terras, como o MST, articul ando e promovendo oc upações de faze ndas, tantas vezes com métodos violentos e empregando até mesmo táticas indisfarçáveis de guerrilha ru ral, te m levado ao ca mpo o desassossego, a intranqüilidade e o caos. Importantes dirigentes do MST têm, além di sso, deixado claras suas ligações afetivas e metodológicas co m o crime organizado. Segundo denúncias estampadas recentemente na mídia - e conforme consta dos próprios documentos oficiais do MST - esse mov imento vi sa Há 23 anos o MST vem promovendo invasões de fazendas brasileiras. O candidato eleito reprimirá essas atividades criminosas?

tomar o poder e transformar o Bras il cri stão numa república socialista igualitária. Por outro lado, é de sobejo conhec ida a proximidade do MST com as FARC da Colômbia e outros movime ntos esquerdi stas di sseminados pela América Latina. A atuação subversiva do MST jamais obteve o apoio dos autê nticos tra balhadores rurais. E, co nforme as pesqui sas fe itas sobre o ass unto, pelo me nos desde 1997, são elevadíssimos os índices de rejeição do povo brasil eiro - de ín dole pacífica e ordeira - aos métodos do MST.

- O Sr. pretende reprimir as invasões e demais atividades de índole criminosa promovidas pelo MST, trazendo de volta a paz ao campo brasileiro? Ou, caso o Sr. seja eleito, o Poder público continuará a assistir com indulgência aos agravos da ordem moral e material perpetrados contra os legítimos proprietários rurais? 5. Reforma Urbaiw Após anos de uma desastrosa Reforma Agrári a, o Brasil co meça a ser alvo de outra ofensiva profund a me nte hostil à propri edade privada e à livre ini ciativa: a Reforma Urbana. Através ele Planos Diretores muni cipais, se aplicará o Estatuto da Cidade, o qual dete rmin a,

entre outras coisas, que a prefeitu ra, na venda de um terreno, tenha preferê ncia sobre qualque r comprador; e cri a a fi gura do imóvel subutili zado (com critérios a sere m estabelec idos), e m virtude do qu ê o partic ular se pode ver obri gado a ace itar e m sua casa moradores de rua ou outros. A aplicação desse Estatuto, coadjuvada por invasões ele imóveis urbanos, levadas a cabo por membros de movi mentos organi zados de "sem-teto" análogos ao MST - é de molde a acentuar o caos urbano e a modificar em profundid ade a fisionomi a ele nossas cidades, aproximando-nos de regimes como os ele Cuba, ela China ou da Coréia do Norte . - Visa o Sr. incentivar a aplicação de tal Reforma Urbana, de perfil socialista e confiscatório? Ou, pelo contrário, deseja reformular essas diretrizes, estabelecendo uma política urbana que respeite, em toda a sua amplitude, o direito de propriedade privada, como o ensina o Magistério tradicional da Igreja?

6. C1'imiJ1alidade O Brasil tem ass istido, atônito, a uma escalada de vio lência, band itismo, crime organi zado, narcotráfico e corrupção. Ta l ofe ns iva concertada, de cunho ideo lógico, v isa in equivoca me nte a deses tabili zação das in stitui ções, e fez c m que se te nh a tornad o corre nte entre nós fa la r da existê nc ia de um "Estado para lelo" . Ao mesmo tempo e m que se pro move o contínuo desprestígio das forças el a ordem (sobretudo elas policiais), o crime organizado corrompe as in stituições públicas em níveis insuspeitados, bem como manté m reféns do medo amplos setores de nossas cidades, como acaba ele acontecer no Ri o de Janeiro. - Pretende, em seu governo, proceder ao desmantelamento dos grupos do crime organizado, como PCC, Comando Vermelho e outros? De que modo a atuação do crime organizado será reprimida e cerceada?

7. D esarmamento E nquanto a impunidade se faz sentir e m relação a tal escalada do crime orgaCATOLICISMO

ni zado, in co mpreens ive lm e nte nossas autoridades se atracam ao cidadão honesto. Querend o impor-lhe uma injusta lei ele desarm ame nto, visam impedi -lo de exercer o direito de leg ítima defesa de si mes mo, de seu lar e ele sua fa míli a, obrigação imposta pela orde m natural das coisas e dete rminada por dois Mandamentos el a Le i ele De us. - Caso o Sr. seja eleito, garantirá aos brasileiros o direito de adquirir, possuir e portar armas devidamente registradas ? Ou o seu governo prosseguirá os esforços para impor o desarmamento aos cidadãos honestos e cercear o exercício da legítima defesa?

8. Tolerância às dmgas A droga co n.stitui hoje ve rd adeira chaga social, co m conseqüências nefastas e às vezes indeléveis para a saúde ele seus usuári os. A di sseminação do consumo ele drogas leva órgãos públi cos e pri vados a despender altas somas ele dinheiro em programas de rec uperação de tóxico-dependentes. Al ém disso, a droga se encontra na ori gem de elevada porcentagem dos crimes que ocorre m e m nosso País. A proliferação elas drogas leva muitos pais ele fa mília a ve r com apreensão o futuro ele seus filh os, os quais a qualquer mome nto podem ser seduzidos pelas fa lsas promessas da droga e, em pouco te mpo, se to rnarem reféns de la. Não obstante, de vez e m quando, se faze m ouvir influentes opiniões a fa vor da descriminação elas drogas. - O Sr. pretende promover a descriminação do porte e consumo de drogas ?

9. Aproximação com Cuba C uba pe rm anece, em nosso Conti ne nte, um pe rigoso enc lave comuni sta. Na Ilha-Pri são das Antilhas se perpetu am as brutalidades, as c rueldades e os c rimes do co muni smo es talini sta, tão vergonhosa me nte fracassado no Leste europe u. O reg ime cas tri sta co ntinua a irradi ar se us maléficos eflúvi os pa ra as três Améri cas. Entretanto, líderes ele movime ntos e partidos de esquerda dos mais diversos países - incluindo o B rasil - , be m como próceres da cha mada "esquerda

cató li ca", não se cansam de e xaltar o modelo c ubano e de tecer rasgados elogios ao ditador Fidel Castro. - O Sr. considera o regime cubano um modelo para o Brasil? Uma vez eleito, manterá com o regime de Havana laços de proximidade e <le colaboração? Ou, pelo contrário, se compromete a denunciar as violações à liberdade e as p erseguições de índole política e religiosa levadas a cabo pelo regime comuno-castrista, largamente constatadas por inúmeros organismos internacionais? E empenhará o prestígio internacional do Brasil para que o povo cubano possa manifestar-se livremente e eleger seus governantes ?

1 O. Combate ao tel'l'orismo O te rrori s mo consti tui hoje, no campo intern acional, um fe nômeno de primordial importância. Sobretudo a partir ele 11 de setembro ele 2001 , com os ataques ele fund ame nta li stas is lâmi cos a . Nova York e Washingto n, relevantes líde res e analistas políticos, be m co mo espec ialistas e m segura nça, nos mais di versos países, passaram a co nsiderar o terrori smo, de di versos matizes, uma grave ameaça ao mundo li vre e um fa tor desestabili zador elas instituições da civi lização oc ide ntal e cri stã. Vastos setores el a op ini ão mundi al compreenderam a gravidade cio desafi o representado pelo terror - seja ele pro-

O candidato e leito manterá com o regime de Fidel Castro laços de proximidade e de colaboração?

movido por organi zações ou por nações - e dão apoio ao esforço antiterrori sta. Entretanto, na apreciação deste perigo, vozes di sso nantes se faze m o uvir. Organi zações e partidos de esquerda tomam uma pos ição ardilosa nesta matéri a, rechaçando aceitar como terrori stas movime ntos por e les de nomin ados ele "res istência" ou ele "libertação nacional", como por exempl o as FARC da Co lômbi a; e qu ali fica ndo de atos de "terrori smo de Estado" as medidas levadas a cabo para reprimir os promotores do terrori smo político e ideo lógico. - O Sr., caso vença a eleição, pretende que o Brasil coopere ativamente na luta contra o terrorismo, ou, pelo contrário, fará com que nosso País se alinhe com nações e movimentos que enaltecem a violência armada como uma expressão eficaz da atuação política? Aguardando uma resposta ele Vossa Senhori a, e roga ndo a Nossa Senhora Aparec ida, Rainh a e Padroeira cio Brasil , por sua pessoa e pelo futuro de nosso País, subscrevo- me. Ate nc iosa mente Lui z Nazareno Teixeira de Assumpção Filho Presidente em exercício do Co nselho Nacional

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m um filme escocês intitul ado "As irmãs de Magdalena", órfãs ou moças transvi adas são encl ausuradas num convento de freiras na Irl anda e obri gadas a faze r trabalhos fo rçados. Uma das cenas do filme mostra um padre prati cand o um ato pe rvertido co m uma das moças. Mas ta lvez o mais choca nte é que esse filme fo i premi ado com o Leão de Ou ro de melhor film e no Festival de Veneza, o qu e pro vocou dive rsas reações contrári as. O que se ataca nesse filme, como é evidente, é a obra a lta me nte me ritóri a da Santa Igreja Católica, como a empreendida por Santa E ufrás ia Pe lleti er, proc ura ndo recuperar moràlmente tantas jovens que se perdem nas ruas. Hoje em di a o vício é pre mi ado, e a virtude perseguida. •

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Clones são todos anormais

amundongos clonados tê m centenas de genes anormais, afirmam pesqui sadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos EUA. Isso ex plica, segundo eles, por que tantos animais clonados morre m no parto ou logo após o nasc imento, e prova que seria irresponsável clonar humanos. A equipe de Rudolf Jaeni sch, um dos pioneiros da cl onagem, observou a atividade de 10 mil genes em clones recém-nasc idos. E m estudo publicado na úl tima edição da revi sta "PNAS", da Academia Nacional de C iências dos Estados Unidos, o grupo afirma que o padrão de anormalidade, de tão evidente, tornou possível dife renciar genes de um camundongo normal dos de um clone somente olhando para o padrão de ativação no chip. Note-se que esses pesquisadores não fa lam dos gravíss imos proble mas morais e religiosos que a prática da clonagem necessari amente levanta. Porém, mesmo situando-se num patamar exclusivamente naturali sta, eles denunciam a ano rmalidade dos seres que estão sendo "cri ados". Que monstros estarão sendo produzidos secretamente em laboratório? Essa tentativa de deformar a Cri ação fe ita por Deus não justi fi ca, só por si, uma intervenção como a prevista em Fátima? • CATOLICISMO

Fazendeira desapropriada

Pais abusam dos filhos

Filme critica recuperação de moças

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ma rede de pornografia infantil , integrada por pais que abusavam sexualmente dos próprios filhos e vendiam as fo tos dos crimes pela internet, fo i desmantelada após uma operação conjunta entre autoridades americanas e européias. 45 crianças de 2 a 14 anos fora m vítimas da rede. Delas, 80% sofreram abu sos cometidos por um dos pai s. "Eu raramente vi crimes tão vis e repugnantes", di sse o chefe do serviço de fronteiras dos Estados Unidos, Robert C. À esquerdo : Bonner, numa e ntrevista coletiva em Was hington. Santo Eufrásio É conhecido corno o auge do horro r o fa to de que, Pelletier no ano 70 de nossa era, durante o cerco de Jerusalém, mães fa mintas matavam, assavam e comi am os própri os filhos. Não será ainda mais monstru osa esta situ ação presente? A Jeru sa lém de então ca iu sob as armas dos soldados romanos. O que estará reservado para nossa época? •

P róspera propriedade rural, a fazenda Porangaba transforma-se em Lerra arrasada, numa "favela rural", após invasão de mn grupo do MST que fique registrado. Nós não estávamos esperando o que aconteceu, foi a primeira vez que se desapropriou uma faze nda na zona norte do Estado do Paraná. Foi o início das desapropriações. Então eu me empenhei, como os outros todos, para levantar as provas e mostrá-las ao governo. O que eu tinha era notório. Podi a ser vi sto tudo o que havi a ali. Mas eles não quiseram enxergar, e di sseram que prec isavam da terra para colocar lá o pessoa l da região.

''Arsenal da morte" contra inocentes oi publicado um manual da ONU (Fie/d Manual on reproductive health in refu gees situalions), segundo o qual, ante situações de pobreza grave e persegui ção (s ituações de guerra, evacuações, refugiados políti cos, campos de sobreviventes), a principal ajuda desse organi smo internacional é "presentear" as vítimas com anti concepcionais e abortivos. A Sociedade Argentina de Ética Médi ca e Biológica (SAEMB ) protestou, denunciando esse manual anti co nceptivo "como um verdadeiro arsenal de morte contra os não nascidos". Para a confecção desse terrível manual, co laboraram vários órgãos da ON U: o Alto Comi ssari ado das Nações Uni das para os Refugiados (ACNUR), a Manual do ONU : Organi zação Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das a rsenal de morte Nações Unidas para a População (UNFPA), o Fundo contra inocentes para a Alime ntação (FAO), o Fundo para a Infâ ncia (UNI CEF) e várias ONGs. A ONU, que di z ser contra :g~ as guerras e injustiças, entretan- ~ to promove essa fo rma suma- Jl mente injusta de guerra contra as crianças ainda não nascidas. Esses orga ni smos intern ac ionais, ao quererem substituir-se à Providência Divina, de fato o que faze m é injuriar a Deus e violar sua Lei, disseminando a morte e o pecado. •

Catolicismo -

Quem esteve na origem da propriedade de sua família?

F

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Da. L,ícia:

"Foi a primefra vez que se elesaprop1'iou uma J'aze11da 1w zona norte do Estaelo do Paraná. O que eu tinha era notório. Mas eles disseram que precisa vam ela terra para colocar lá o p essoal ela r egião "

a. Anastácia Basilícia de Camargo Ferraz - conhecida como Da . Lícia foi entrevistada pelo enviado especial de Catolicismo, Sr. Hélio Brambilla, em sua residência em Londrina (PR), onde relatou seu drama - o trágico fim de uma bela e produtiva fazenda, localizada no município de Querência do Norte, no Paraná.

Catolicismo - Primeiramente, Da. Lícia, gostaríamos que a Sra. fizesse para nossos leitores uma breve narração do que ocorreu na fazenda Porangaba, propriedade de sua família. Pelas fotos, podemos ver que essa propriedade foi uma fazenda bem organizada e produtiva, o que é de conhecimento na região. Como se operou a invasão? Da. Lícia - Não gosto muito de recordar essa fase tão tri ste de nossa propri edade, pois foi uma coisa arrasadora. Mas parece necessário relembrar, para

Da. Lícia - Papai. Ele derrubou mata, fo i contamin ado cinco vezes pela maleita, tendo sido o pri meiro advogado de Londrina, advogado de terras ela " Norte cio Paraná C ia". Era uma pessoa honesta, íntegra para deixar tudo correto - as demarcações todas - e foi comprando casas, síti os e chácaras . Isso para anexar à faze nda e transmitir para filh os e netos. Ele pl antava café aqui , e o resto do dinheiro que sobrava do café, em vez de gastar com coisa e rrada, ele ajudava a Santa Casa de Londrina. E le fin anciou a construção da ala infantil dessa in stituição, além de ser benemérito de uma série de iniciativas promovidas aqui em Londrina. Com o dinheiro que sobrava, ia comprando faze ndas pequeninas para poder fo rmar uma faze nda maior, porque, corno se sabe, faze nda de gado não pode ser pequena, tem que fo rmar invernadas grandes. E ele e ntão fo rmou uma pro pri edade rural suficie nte para deixar mais de 200 alqueires para cada um de seus quatro filh os. Após tanlo trabalho e dedicação à fa mília, ele tornou-se um grande proprietário de faze nda de gado - faze nda montanhosa, com muita erosão. E nós poss uíamos um trator, só nosso, para mantermos as curvas de nível e para que as ág uas da enxurrada não carregassem a faze nda toda. Naquele terreno, não havi a jeito ele dar plantio de fo rma nenhuma. Caso houvesse, meu pai, como foi agricultor, teria reali zado o planti o lá. Mas aquela terra servi a mes mo, devido às erosões, aos aclives e declives, só para cri ação ele gado. NOVEMBRO 2002 -


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Catolicismo - E a Sra. herdou essa fazenda? Da. Lícia - Quando papa· falece u, fiqu ei com a fa zenda por herança, coube-me mai s de 200 alqueires. Destoque i o terreno para form ar um pasto melhor, e conserve i uma área virgem para as próximas gerações, pois somos orientados a não gastar toda a made ira. A faze nda tinha em vista também toda a comunidade. Na época de frutas e de mandioca, eu leva"Ganhei a ,·einteva esses produtos para as crianças, porque essas gração. Vieram os coisas, graças a Deus, não precisávamos vender, pois guardas e tiravivíamos do gado. O que cri ança precisa, além de ram os sem-terra. educação, é de alimento; ela não prec isa de vaca Eu paguei os nem de gado . . caminhões para Eu ajudava a comunidade. Matava um boi no os levarem com Natal , para a molecadinha, e de ixava e les usarem a as coisas <leles. minha pi scina. Gastava 15 di as para poder limpar . Mas depois de tudo bem. Lembro-me di sso com a legria até hoje. uma semana, eles invadil'am tu<lo Catolicismo - Como se desenvolveu a ação dos outra vez! Porque chamados sem-terra? De que modo começou a o INCRA mandou agitação, a primeira invasão etc? que eles invadisDa. Lícia - Há uns cinco ou seis anos, minha filha sem de novo a entrou no meu quarto, logo de manhã, para dar-me propl'iedade" um remédio para o coração. Ela estava bastante exc itada. Perguntei-lhe: o que está acontecendo, filha? Ela respondeu-me: Mamãe, os sem-terra estão aí, entrando, acampando, co locando bandeiras. Chegaram de madrugada, invadiram a casa do empregado lá e m cima, e disseram-lhe que não saísse; caso contrário, levaria um tiro. Eu só fui tomar conhec imento prec iso da invasão às 8:00h. Aí eu já estava nervosa, suando frio. Sem-terra aqui ? Quem podia imag inar? Fazendo o quê, se eu estou com tudo em orde m?

Certo di a eu estava em casa, e ve io um dos sem-terra, que é filh o de ex-empregado me u. Então eu lhe disse: "Como você está chique, Reynaldo, com bota de bico dourado e tudo!" E le me responde u: "Não! Este aqui não é meu unif orme, meu uni:forme é outro; quando nós descemos do ccuninh.ão, é o chinelo de borracha e calça velha. Essa aqui é roupa da gente". Pensei co mi go: "Que barbaridade ! Como é o poder de tapeação !".

Catolicismo -

Catolicismo - A Sra. poderia comprovar isso? Da. lícia - C laro ! Eu estive, há un s 15 di as, e m minh a propri edade, justamente para poder dar resposta aos que me perguntavam isso. Eles não têm produção, pl antação ne nhuma. Eu fiqu ei o di a todo andando para lá e para cá. Não encontre i sequer uma pessoa trabalhando, nem vi ga linh a, nada, nada, nada ! O que observei foram algumas vaquinhas num quadradinho, e mais nada. A sede de nossa fazenda está toda quebrada e suj a. Minha pi sc ina estava nojenta. E quem qui ser ver, eu tenho fotos. Em termos de produtividade, é nul o. Eu vi sacos de esterco jogados ao ar livre! Coisas que eles ganharam! Nós guardávamos tudo de ntro do barracão. A faze nda, dentro de poucos anos, vai tornarse uma mata, porque o mato a li cresce muito rapidamente. E e u gastava muito para manter o pasto, co mbater as pragas etc.

Entraram para ficar? Armaram

barracas?

Da. Lícia - Eles foram arrebentando os bambus, as árvores, os galhos, e foram montando ali a casa deles.

CATOLICISMO

Edifício do creche do fazendo Porongobo,que foi desapropriado

Catolicismo -

A Sra. pediu a reintegração de

posse?

Da. Lícia - Ganhe i a ·re integração. Vieram os guardas e tiraram os sem-terra de lá, que pedi ram para sair e tudo o mais. Eu pague i os cami nhões para os levarem com as coisas deles. Mas depois de uma semana, eles invadiram tudo outra vez ! Porque o INCRA mandou que e les invadissem de novo a propriedade. Eles são teleguiados, telecomandados. Digo isso porque sei que todos eram de uma população muito ami ga. Catolicismo -

Antes de começar a entrevista, a Sra. tinha dito que possuía cerca de 3000 cabeças de gado, entre garrotes e novilhos de gado Nelore, que era plantel muito selecionado. Além disso, das plantações, o que mais havia na fazenda? A Sra. poderia comparar a produção de sua fazenda antes da desapropriação, com a atual produção do assentamento dos invasores?

Da. lícia - Não há comparação ! Quem quiser, pode ir lá constatar o que estou dizendo.

Catolicismo - A Sra. tem idéia do que fazem as famílias que vivem hoje ali? Da. Lícia - Não faze m nada. Os assentados têm aque las casas como e ntretenime nto, loca l de caça, pesca. Ali eles não trabalham, são bóias .fi·ias de outras pessoas. Estão construindo uma igreja católi ca a li , e outra evangéli ca do lado. Catolicismo - Por que isso? Da. Lícia - Para mim , é supervalori zação das obras das igrejas, ou seja, e les pedem dinheiro para construir, e depois largam as obras e fi cam com o dinhe iro. Catolicismo - Como estão atualmente as benfeitorias que havia? Da. Lícia - As benfeitori as não ex istem mai s. A única coisa que sobrou foi a balança de pesar o gado, que está ao re lento. Roubaram o motor da pi scina, o moinho que o INC RA mo ntou perto da cachoeira. Levara m até a roda d'água, sobra ram só os canos. Mas o próprio INC RA defendeu a tese de que tudo aquilo é deles mesmo, que e les e ntão poderiam fa zer o que fi zeram ... Catolicismo -

A Sra. recebeu indenização? Se recebeu , compensou ela a perda da fazenda?

Da. lícia - O preço que eu recebi pe la desapropri ação não tem comparação com o valor da fazenda. Não co mpensou . A prime ira parce la fo i gasta com advogados e uma série de co isas. Depois, fi ca-se dois anos se m receber nada. Isso abala ps icologicamente e emoci onalmente. Quem, como nós, recebeu uma educação para admini strar uma coisa grande, de repente tudo isso é tirado. Nossos conhecime ntos não servem mais para nada. Catolicismo -

Se aqueles lotes fossem reagrupados, haveria condições para se formar uma fazenda próspera?

Da. lícia - Só se a pessoa tivesse muito, mas muito dinhe iro para investir. Muitos alqueires para limpar, cercar, reconstruir.. . Para se apossarem dos meus bens, dos meus móve is, eles j ogaram pedras em minha casa, que era a sede da faze nda. À noite e les organi zavam um tirote io, para que eu fi casse com medo e fosse embora. Fui simples mente enxotada de minha casa. Catolicismo - A esquerda católica, a CPT etc, tiveram alguma participação na invasão da fazenda?

Da. Lícia - Tiveram muita ! Tanto essa ala católi ca como o prefe ito da reg ião. E les mandava m mantime ntos aos invaso res, nos caminhões da prefe itura. E o padre ia ce lebrar a Mi ssa no aca mpamento dos "sem- terra". Eu mandei um func ionário meu ir lá e pedir que me levassem a comunhão, pois eu també m sou católica. Mas eles não qui seram! Só iam para pedir donativos para a igrej a. A vida inte ira eu sempre ajudei. Papai doou toda a madeira para construir a igrej a. Catolicismo -

A Sra. gostaria de ainda dizer algo para nossos leitores?

Da. Lícia - Quero e nvi ar uma me nsagem: o governo tem que faze r uma fi scali zação, ter pessoas idôneas para verifi car aonde está indo o di nhe iro gasto com esses assenta mentos de "sem terra" . Gasta-se uma dinhe irama, e e les não produzem nada. O governo deu de tudo, doou tratores, e eles estão lá para que m qui ser ver: virou tudo sucata. Nossos tra tores fo ram co mprad os, não fo ram ganhos. Foram adquiridos co m meu suo r, pagos à vi sta, porque, como a fa zend a era vinc ulada a me us filh os, nós não podíam os obter fin a nciame nto. Lembro a1 nda que empregáva mos 12 fa míli as grandes de pessoas, que estavam acostumadas a mexer com terra, que moravam na propriedade, alé m dos que vinh am de fora : os di ari stas , os bóias fria s. Eu nunca pedi nada ao gove rno. M as para os "coitadinhos" dos sem-terra, o governo dá de tudo e e les não produzem nada, não têm uma abobrinha para comer. E depois ainda vendem a terra. •

"Gasta-se uma dinheirama e eles [os assenta<losf não produzem 11ada. O governo <leu de tmlo, doou tl'atores, e eles estão Já para quem quiser ver: virou tudo sucata "

NOVEMBRO 2002 -


Calendário-2003 para os participantes da Campanha

A "educação" entre os sem-terra

por São Bernardo, são apresentados e m cada um dos meses do novo Cal e nd á ri o-2003 da Ca mpanha Vinde

E

Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!. Primo rosa me nte e laborado, trata-se de uma verdade ira obra artísti ca, com paisagens e be líss imas fotos da Image m Peregrina de N ossa Se nhora de Fátima, que verteu lág rimas mil agrosame nte em Nova Orlca ns, cm 1972. "O tema deste calendário permitirá

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e Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada lerás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás". Assim como esse, vári os outros tocantes trechos de uma oração e m louvor a Maria Santíssima, composta no sécul o XII

Homenagem a Nossa Senhora Aparecida J\ inda é grande o

número de brasile i-

l"\.ros que não conhecem bem a maravilhosa hi stória de nossa Padroe ira, Nossa Senhora Aparec ida, cuj a fes ta fo i come mo rada no dia 12 de outubro p.p. Para atender os ouvintes do prog rama radiofôni co A Voz de Fátima, e dos partic ipantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não fardeis!, que desej ava m melhor conhecer a Padroeira e Rainha do Bras il , foram lançados no mês passado do is novos programas, que narra m a hi stó ri a e os mil agres de N ossa Se nhora Aparecida. •

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Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

CAT OLICISMO

A medalha exorcística de São Bento

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Foragido por mais de 100 dias, José Rainha, após resistência, foi preso em 5 de setembro último

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Reformulação do siLe da Campanha de Fálima

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novo site da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não fardeis!

j á pode ser acessado po r todos os parti cipa ntes, através do ende reço: www.fatima.org .br.

Com novo formato, fác il e rápido de navegar, o site di ponibiliza aos visitantes acesso a informações e notíc ias. Os vi sita ntes també m podem cadastrar-se para participar de importan tes inic iativas. Além di s o, também é possível ouvir o programa radiofônico A Voz de Fátima. E na sessão de bi blioteca estão di sponíveis artigos indi spensáveis para a formação moral e reli g iosa de toda a famíli a, bem como a Mensagem de Fátima na íntegra. •

m Governador Va ladares (MG) será aberta uma escola para os sem-terra, com nítida conotação ideo lógica. Com o título po mposo de Centro de Formação e Capac itação dos Trabalh adÓres Rurai s Sem-Terra de Minas Gerai s, visará ''.fortalecer a organização coleliva ". Como se sabe, o co letivi smo é uma das metas dos regimes comunistas. Para a abe rtura desse estabelec imento, fo i fe ito um convêni o entre o prefeito João Fassa re lla, do PT, e o setor de C idadani a e Dire itos Humanos do Instituto de Terras mine iro. Um dos líderes do MST, L ucima r Pere ira, come ntou que "o Centro vai ser impor-

tante para a f ormação política do nosso povo" ("Hoje em Di a", Be lo Hori zonte

Líder do MST tenta escapar, mas é preso

ma Marcos Lui z Garcia, coordenador da ca mpanh a. •

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utro programa rad iofônico traz maté ria de grande atua lidade para os católi cos. E tá au menta ndo desco ntrol adame nte a vi o lência no B rasil , e é de se suspe itar que certas monstruos idades cometidas pe los cri min osos, inc lu sive dentro dos pres ídi os, tenham fo rte influência di abó lica. É nessa hora que a medalha exorcísti ca de São Bento assume uma importâ ncia enorme, entre as devoções recomendadas pe la Igreja. Q ual a hi stóri a dessa medalha? Quais seus ~ poderes? Co mo deve ~ ,...-::. ser usada? Que Á,rY..~ ~~ efe itos pode•· mos es pe rar dessa devoção? Estas e o ut ra s pe rg un tas são r es p o nd id as com precisão nesse programa radi ofônico. Esses programas pode m ser solic itados, g ratuitame nte, através do te lefone ( 1 1) 3955-0660. •

~ -ê

a todos recorrerem com confiança diariamente à Santíssúna Virgem, pedindo a Ela proteção especial. Ele será enviado aos participantes da Campanha, comoforma de man4estar nossa gratidão a todos aqueles que confi.aram e colaboraram para permitir que esse imenso apostolado mariano se tornasse realidade", afir-

ª"' -J-- N~ssa Senhora de r,~~.!TI~-

Se aprovado, teremos uma acentuação do caráter contiscatóri o da Reforma Agrária brasile ira. Como é sabido, o INC RA costuma ofe recer o menos poss ível pelas terras e protelar o quanto pode o pagamento das indeni zações, utilizando para isso todos os recursos judiciais imagináve is. Com isso, como é natural, o valor a ser pago ao proprietário expropriado aumenta com a correção monetária e os juros. É uma pequena co mpensação ao produtor, a quem fo i arra ncada sua terra e que fica por vezes anos à míngua, sem receber nada. Fre ire al ega que o preço não pode ultrapa sar o valor de mercado. Tal argumento - vi sto só sob o ângulo do preço, sem considerar os outros aspectos injustos da Reforma Ag rári a - seri a defensáve l se o INC RA pagasse logo. M as, dado o vezo de mau avaliador e mau pagador do INCRA , não se suste nta. •

D '

e po is de estar fo rag ido por ma is de 100 di as, o líder do MST, José Rainha Júnio r, fo i preso e m 5 de setembro. Ao ver a po lícia, tentou escapar pela porta dos fund os e correu, até ser domin ado. Resistiu à ordem de pri são e teve ele ser agarrado à fo rça, detido e algemado. O de legado se machucou ao pul ar cerca para pre ndê- lo. É acusado dos crimes de fo rmação de quadrilha, f urto, co nstrang ime nto il egal e danos . Já propôs um verdade iro levante no campo, com o bloqueio de agênc ias bancári as, e estradas e invasões de faze ndas. Por mais de uma vez teve o pedido de pri são decretada e fo i a julgamento e m duas ocas iões, ac usado de dupl o ho mi cídio: na prime ira. fo i condenado, e depo is abso lvido. Testemun has o ac usaram també m de "ameaçar" peq uenos ag ri cul tores inde pende ntes para que aba ndonasse m lotes na faze nda Guaná Mirim, no interi or pauli sta, o nde o M ST pretende ter o mo nopó li o dos assentamentos. Rainha começou sua militância nas Comun idades Eclesiais de Base em Li nhares (ES). Considera-se um d iscípul o de Fre i Betto. "O MST tanto sabe que comete ilíci-

tos, que não /em. personalidade jurídica para não se r penalizado na Justiça" , afirmou o Pro motor de Justiça M arcelo C reste. •

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M G, 2-8-02).

* Os "sem-terrinha" são cria nças que o MST habitualmente usa corno propaga nda de suas ações . E les també m têm de aprender. Em Perus (SP), 290 crianças e ado lescentes aca mparam para aprender. O quê? Segundo uma das monitoras (professoras), Fátima da S ilva, "o aprendiza-

do vai desde a organização do acampamento alé o que estamos reivindicando e nossas lutas". Trata-se de um e nsino de tipo co nfess io na l: " Nós pretendíamos usar nossos monitores, porque temos urna metodologia de ensino", dis se e la. A

0<

metodo logia é a do marxi sta brasile iro ] Paul o Fre ire. A fi gura do guerrilheiro Che "' G uevara está por toda parte (cfr. "Jornal s 5 da Tarde", 3 l -7-02). •

Antigo comunista quer rever indenizações

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senador Roberto Freire, do PPS anti go PCB , que mudou de rótul o, mas não co nsta que te nha mud ado de ideo logia - está preoc upado e m paga r o menos poss íve l pelas desapro pri ações de terras. E le apresentou um projeto de le i para que o INC RA possa reque rer a revi são judic ia l dos valores atribuídos às desapropriações para Reform a Ag rári a. Mesmo aquelas que já consti tuem precatórios judic iais pe nde ntes de paga mento !

Um leão da gastança em publicidade

D

urante a gestão de Raul Jun gmann à frente do Mini stéri o do Desenvo lvi mento Agrário, favelas rurai s proliferaram por todo o B ras il , num teste munho e loqüente do fracasso da Reforma Agrária . Jun g ma nn , po ré m, mostro u- se um leão da publi cidade. Gastou R$ 6,5 milhões e m propaga nda, só nos primeiros quatro meses de 2002. Aco ntece que essa era a verba do Mini stéri o para publicidade duran te todo o ano. Seu sucessor te m de faze r um jejum de propaga nda durante o ito meses ! • NOVEMBRO 2002 -


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CAPA

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Criminalidade e caos: o Brasil na rampa do comunismo

M ovimentos criminosos e t'cvolucionários utilizam a violência. o 1nedo e o caos para clescstabilizar a sociedade e ilnplantar u1n estado de coisas dian1etrahnenLe oposto à Civilização Cristã. Mais uma previsão ele PHnio Col'rêa de Oliveira que se cumpre

con1 acerto extraordinário. M ARCOS

Luiz G ARCIA

ós um dia estafante de atividades, á no entardecer, agasalhei-me e fui espa irecer um po uco na pacata Praça Buenos Aires, na cap ital pauli sta. Embora fosse j ,'í fim de outubro, uma das freqüentes aragens fri as e inesperadas envo lvi a a praça, tornando-a especialme nte co nvidativa até para um a leve sono lência. A bruma contracenava com a iluminação, cri ando contornos cinzas e indefinidos naque le ambiente. Sentei-me num ban~o e pu s- me a contemplar uma CATOLICISMO

chu sma de insetos voejando em torno de uma lâmpada bra nca, sem graça. Como por refl exo, algumas considerações começaram também a esvoaçar em meu espírito. Como era diferente a SãoPaulinho de antiga mente, com sua garoa cheia de poesia. Sobretudo, como era dife rente o ambi ente da c idade: ca lma, segura, cheia de ca lor humano. Que megalópole monstruosa e la se tornou! Imensa, cheia de anônimos, o ca lor humano desapareceu e deu lugar a um artifi cialismo fri o, interesseiro, desgastante. Sobretudo a insegurança reina nas ruas. E as coisas

estão ficando cada vez pi ores ! Como será o amanhã de tudo isso?

Surge um estranho persollagem T ra nscorri am assim minhas divagações, qu a ndo me c ha ma a atenção um velho, sa indo da bruma poluída qu e se ade nsara sens ive lm ente. Aproximou -se a passos c urtos e le ntos, co m sua o pu le nta barba, que esco ndi a e m pa rte a fi sio no mi a fec hada, azeda, carregada de ódi o. Ia passando direto, quando seus o lhos me fitaram. Deteve-se, franziu a testa, e

depo is de alguns segundos ve io em mi nha direção. - Você é um TFP? - perguntou-me. - Sou. Por quê? - Vocês estão pondo obstác ulos no meu caminho! - acrescentou, com voz rouca e indi gnada. - Ora, não estou ente ndendo. E você, quem é, para me olhar assim ? Esboçando um sorriso me io vitorioso, mas sem deixar de ex pressar raiva e sem di zer pa la vra, o velho levantou sua mão dire ita e mostrou-me quatro dedos .. . muito sujos e muito fe ios. [medi atame nte identifique i o personagem: - Ah! é você, comuni smo ! - exclame i, com certa surpresa. Ele, vendo se ide nti ficado , e nsa io u um a garga lhada, mas conteve-se. Prossegui : - Le mbro-me pe1feitamente de você. Sim, e daque le arti go do Dr. Plíni o, "Quatro dedos sujos e feios". Le mbra-se de como Dr. Plíni o o descreveu?

O velho monstruoso cessou o sorri so e fixou -me, meio desarmado. Co mo e le não di ssesse nada, continue i: - Sim, você não pode ter esquec ido. Nesse arti go, Dr. Plíni o di ssecou sua estratégia, então nova, e a pôs a nu di ante da opini ão pública. Le mbro-me do artigo, ponto por ponto, e vou mostrar-lhe como está se passa ndo tudo o que e le di scerniu e previu, há quase 20 anos, com um acerto impress io nante. Graças ao di scernimento verdadeiramente profético do Dr. Plínio, para nós, adeptos dele, o que você está fazendo hoje não é novidade. Em primeiro lugar, foi magistral a fó rmul a que ele encontrou para fi gurar você, lembra-se? Para reco rd á- lo dessa matéria, publicada na "Folha de S. Paulo" em 16 de nove mbro de 1983, o uça como Dr. Plínio começou seu arti go: "A perplexidade se dá bem com macias cadeiras de couro, nas quais o homem sente afundar-se gostosamente.

É que há certa analogia entre estar ato-

lado em questões perpfexitantes, e em poltronas de mofas macias. O homem perplexo, afundado em couros, fica atolado tanto de corpo como de alma, o que confere à situação dele essa unidade que nossa natureza pede insistentemente, a todo propósito. "É verdade que tal unidade não vai aí sem alguma contradição. As perplexidades constituem para a mente um atoleiro penoso. Um purgatório. Por vezes quase um inferno. Pelo contrário, os couros e as mofas proporcionam ao corpo cansado um atoleiro delicio so, reparador. Mas essa contradição não fere a unidade. E diminui o tormento do homem, em vez de o acrescer. "Para prová-lo ao leitor, bastaria a este imaginar quão pior seria a situa ção de um homem perplexo, sentado num duro banco de madeira .. . "Ocorreu-me isto tudo ao recordar

NOVEMBRO 2002 -


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.,. que, numa noite destas, chegado ao termo o jantar, resolvi refletir sobre a situação nacional, atoleiro no sentido mais preciso e sinistro do termo. E para isto me afundei instintivamente em uma profunda e macia poltrona de couro. Comecei então a pensar .. . "A ronda macabra dos vários problemas pátrios, ideológicos, sociais e econômicos, começou a dançar em meu espírito. A fim de ver claro, eu procurava deter a feia ciranda, de modo a analisar uma por uma as várias que a formavam. Mas· estas pareciam fugir a toda avaliação exata, executando cada qual, diante de m eus olhos por fim fatigados, um movimento convulsivo à maneira do 'delirium trem ens '. Pertinaz, eu insistia. Mas elas, não m enos pertinazes do que eu, aumentavam seu tremor, e de rep ente retomavam em galop e sua ciranda. "Febre? Pesadelo? O certo é que me senti subitamente em presença de um personagem muito real, d e carne e osso .. . "

dade que tinha seu tantinho de irônico e de condescendente. E, pondo em riste o indicador curto e pouco limpo da mão direita, como para me anunciar uma primeira lição, sentenciou: '"Saiba que eu, o comunismo, fracassei neste sossegado Brasil. O PC é aqui um anão que dá vergonha. Por isso, evito de o apresentar sozinho em público. O sindicalismo não me a diantou de nada .

- Era você, com uni smo, só que 20 anos mais moço que hoj e. Mas continuemos a leitu ra do artigo:

1. Dedo indica<lor: infiltração nos meios católicos "E eu, que tinha intenção de comunicar aos leitores o resultado de minhas lucubrações, fiquei reduzido a contarlhes o que est e personagem me disse. "O tal homem atemporal m e trata va de vo cê, com uma certa superiori-

CATOLICISMO

Possuo muitos de seus chefes, m as escorre-me das m ãos o domínio sobre suas bases bonacheironas (pacifistas, diria você}. '"Entrei pelas cúrias, pelas casas paroquiais, seminários e conventos. Que conquistas eu fiz! Mas ainda aí prosperei nas cúpulas, porém a maior parte da miuçalha carola m e vai escapando'".

- E então, seu ve lho? Percebe como esta verdade foi inte iramente confirmada? Hoje tal realidade é ulul ante, e a esquerda católica se engajou declaradamente a favor de movim e ntos de co notação soc iali sta, como o MST, po r exe mplo. Ma s é igualmente rea lidad e que, apesar de todo seu esforço para interpretar a Bíblia segundo o marxi smo , promover ritos com caráter nitidamente igualitários, indi spor os pobres contra os ri cos, fechar inte iramente os olhos para a imoral idad e, favorece ndo o amor livre, a corrupção dos costumes etc., as bases católicas se recusam a se comunistizar. Isto, velho com.una, você continua não pode ndo negar. M as tem ma is, o artigo continua:

2. O dedo não menos rejeitável: a apologia do crime " 'Noto, Plínio, sua cara alegre ante minha envergonhada confidência. Você me reputa derrotado. Babão! Mostrar-lheei que tenho outros modos de progredir. Você duvida?' - Sim, eu duvidava. "Então ele levantou teatralmente, ao lado do dedo indicador, o dedo médio, um pouco mais longo e não menos rejeitável. E entrou a dar sua segunda lição. '"Começarei por um sofisma. Farei o que você não imagina: a apologia do crime. "Sim, direi por mil lábios, através de mil penas, de milhões de vídeos e de microfones, que a onda de criminalidade, a qual tanto assusta os repug nantes burgueses, raramente nasce da maldade dos homens. Nas tribos indígenas, os crimes são mais raros do que entre os civilizados. O que quer dizer que o crime nasce entre nós das convulsões sociais originadas da fome . Elimine-se a fome, desaparece o crime. Como, aliás, também a prostituição.

social em marcha. Todo assassino, todo ladrão, todo estuprador não é senão um arauto do furor popular. E por isto farei constar ao mundo inteiro que a explosão criminal no Brasil está sendo caluniada por reacionários ignóbeis . A criminalidade é a expressão deste furor justamente vindicativo das massas, que os sindicatos e a esquerda católica não souberam galvanizar '".

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'"Quem você chama de criminoso é uma vítima. Sabe quem é o criminoso verdadeiro ? É o proprietário. Sobretudo o grande proprietário. Principalmente este é que rouba o pobre. '"Enquanto um ladrão de penitenciária rouba um homem , o proprietário rouba um povo inteiro. Seu crime social é de uma m aldade sem nome! '"

- Rea lm ente, velho, nestas quase duas décadas, a ação elas esq uerdas tem sido exatamente esta. Os j orna is notici aram inúmeras vezes atuações ele pastorais carcerári as, ele comentaristas de jornais, rádios e TVs neste sentido. Sermões e m paróqui as se multiplicaram , justifi cando os bandidos como vítimas dos que têm bens, daque les que são proprietários. Os invasores de terra e de imóveis urbanos receberam um apo io enorme, tanto fin ance iro quanto político, por parte de autoridades que o deixaram agir muitas vezes impunemente, ou de moraram demais em tomar as providências coerciti vas que a lei impõe. Reintegrações ele posse simples mente não fora m cumpridas ou foram retardadas escandalosamente etc. Os proprietários passaram a , er considerados como os "nobres" , que as novas "guilhotinas da Revolução Francesa" - os impostos , as invasões, os ro ubos etc. - vêm perseguindo, áv id as ele "suas cabeças", de seus bens. Prossigamos com o artigo Quatro dedos sujos e feios:

3. O de<lo anular: <lesma11telame11to da repressão "O delírio leva a muita coisa. Pensei em expulsar o jactancioso idiota. M as o comodismo m e manteve atolado em minha poltrona. Furibundo e inerte, deixei-o continuar. "Ele levantou o d edo anular, f eio irmão dos dois que j á estavam erguidos. E prosseguiu. '"Há mais uma, 'seu ' Plínio. À vista de tudo quanto eu disse, um governo consciente de suas obrigações tem por dever desmantelar a repressão e deixar a vançar a crimin alidade. Pois esta não é senão a revolução

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Aqui o acerto cio reno mado arti culi sta fo i igualmente no "centro da mosca!" Verdadeiramente, operou-se uma inversão espantosa. De então a nossos di as, os bandidos passaram a ser tratados como víti mas ela soc iedade, e os poli c iai s como bandidos. Atualmente um policial sentese muito mai s a meaçado ao exercer seu dever de combater a criminalidade cio que um bandido em praticar seus crimes. A polícia entrou num período em que se torno u vítima de constante detração e desprestígio; a corporação ele policiais é ac usada de excessos e de ser violenta na repressão ao crime. O li Plano Nacional de Direitos Humanos, por exemplo, como que tenta incutir um a verdadeira dor ele consc iê nc ia em quem co mbate os bandidos. A nobre atitude de pessoas inocentes, que arriscam suas próprias vidas para defender a popul ação cios ma les causados por maus e lementos, é inteiramente me nosprezada. Qualquer atitude enérgica de um poli cia l é considerada, a priori, ma ldade; e nqua nto qualquer crime, por mai s violento que sej a, se mpre e nco nt ra ge nte ou mídia com catadupas ele justifi cati vas. Compreensão, respeito, apoio da mídi a e do clero, ele ONGs, de associações ele defesa cios direitos humanos, todos atentos ao trato para NOVEMBRO 2002 -


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com os bandidos . Tudo isso a fa vor dos criminosos, gratuitamente ! • Não será em razão dessa po lítica que existe atualmente uma verdade ira produ ção em série de criminosos? Afinal , acaba sendo um "negócio da China" enveredar pela vi a da marg inalidade . O crime não compensa, mas ele manda ... É em ra zão di sso qu e o crime lite ral me nte expl o diu e m to do o P aís . P o r exempl o, no Estado de São Paul o, de 2000 a 2001 os seqüestros aume ntaram em 324 %. Somente e m 2001 , 70% dos seqü es tros aca ba ram fa vo rece nd o os bandidos com os res pectivos resgates. E ocorreram mais de 2.268.000 furtos e assa ltos. Esse fato não espanta. As pri sões estão cheias de celul ares, e não apenas para encomendar pi zzas . O sistema peni te nciário, segundo a mídia, está fa lido. Quem não se lembra da mega-rebeli ão do PCC, no ano passado, e m 29 pres ídios do Estado de São Paul o? "Bangu l" quase que poderia ser chamado o Pentágono do

crim.e. Ho uve um a mu da nça qua litativa do crime. E há quem afirme que os pres ídi os são uma bo mba re lógio. Quem regul a esse re lóg io? E esta ndo os presos tão bem aparelhados, não será previ síve l que e m determinada hora tal relógio di spare essa bomba, e todos mar-

ginaís se encontre m soltos nas ruas? E ... atuando? E m que sentido? *

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- Comuni smo, você está realme nte gerando esta situação caótica. Qualquer pessoa um pouco mais atenta co mpreende, por o utro lado, que o esforço para desarmar a população honesta, propulsionado por esquerdistas, encontra aqui a sua explicação mai s profunda. Como ti rar dos que têm bens, para " redi stribuir" aos pobres? Isto explica o fa to de que Fre i Betto - grande ali ado dos terrori stas comuni stas das décadas de 60 e 70 - defenda cinicame nte o desarmamento das pessoas h onestas, alegando, em espantosa contradição, que há no País 20 milhões de armas ilegais e 1,5 milhão de a rmas legais. É preciso evitar a todo custo que surj a qua lquer reação boa, mes mo e m defesa de direitos sagrados como o de legítima defesa e o de propri edade, e fac ilitar a.o máximo o ambie nte para a ta l "redistribuição" se operar. Até pe la força, se necessári o fo r. Aqui , ve lh o mo nstro, você es tá

"pisando em. galho seco", po is a opini ão públi ca não está se mostrando disposta a

entregar estes direitos sagrados, garantidos por Deus nos M andamentos . M as o arti go não termina aqui . Ouça mais:

4. O dedo minguinho: espalha,· medo e desânimo "Suspendendo o minguinho, miniatura fiel dos três dedos já em riste, meu homem riu. "'Farei entrar armas no Brasil. Quando os burgueses apavorados estiverem bem persuadidos de que não há saída para mais nada .. . "'

- Apesar de este ass unto ser referente ao seu dedo minguinho , no momento é o mais importante, po is é o passo que você está dando agora ... Aqui , monstro, você está j ogando o tudo pelo tudo. *

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O B ras il inte iro vem ass istindo, estupefato, à escalada de um Poder Paralelo do crime, comandado ironi ca mente a partir de pres ídios de segurança máxima , como o Bang u l , do Ri o de Jane iro. A opini ão pública tem experime ntado uma impressão dramática de impotênc ia do Poder Público face ao Poder Paralelo. Por exemplo, no di a 30 de sete mbro, quando houve o fec hamento do co-

mércio e esco las em mais de 50 bairros da c idade do Rio de Jane iro, e em Niterói, São Go nçalo e cinco municípios da Baixada Fluminense, tudo por me io de boatos, cuj a autori a foi atribuída aos trafi cantes. M esmo com a pro messa de garantias policiais, os comerciantes se negaram a re to mar s uas ativid ades, po r medo de desobedecer ao Poder Paralelo e sofre r vingança. Foram 235 escolas municipais e quatro estaduais que deixaram mais de 120 mil alunos sem aula; shopping centers da região metropo litana tive ram seu movime nto diminuído e m 80 %; reparti ções públicas, postos de saúde e o comércio em geral fecharam. As notícias dizem que dois mil ônibus não circularam, 13 foram queimados e 800 mil pessoas fi caram a pé. O movimento nas ruas cai u mais de 50%. F o i um a cade ia de boatos, me ntiras , in seg ura nça e medo, com um ef eito dominó muito fo rte, aterrador. O boato funci onou para o medo como o fogo para a gasolina. C o mo se estabe leceu esse poder? De o nde ve m ta nto medo? E por que tanto desc rédito com relação à po líc ia? Comentari stas da

mídia di zem q ue o processo de articulação dessas fo rças criminosas começou há 20 anos. Aliás, coincide com a publicação daque le arti go ...

Fe rnandinh o BeiraMar, c hefe do Com.ando Vermelho, consegue adquirir até mísseis, e todas as facções do tráfico de drogas estão super- armadas. Some-se a tais notícias o fato de haver li gações e ntre os narcotraficantes do Bras il e as Farc da Colômbia ; com terroristas muçulmanos; e com movimentos de esquerda _de todo o mundo. E m outras palavras, há evide nte artic ul ação comuni sta em tudo isso. Chama a atenção o fato de que esses super-bandidos não são atacados pe la esquerda católica ne m pelos defensores dos direitos humanos. A mídi a faz o alarde imparcial, e até ajuda indiretamente a criar prestígio em torno deles. Recentemente ta mbé m foi noti ciada a a liança das organi zações c riminosas Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, e Primeiro Comando da Capital, de São Paul o. Não será isto a constituição de um exérc ito nacional do crime? E não será, neste caso, o crime sinônimo de comuni smo? Não é estranho o fato de nossas Forças Armadas estarem relegadas a um segundo plano, despresti giadas, enquanto o Poder Paralelo dos criminosos cresce espantosamente? Do mes mo modo, uma interrogação não pequena asso ma novamente ao espírito: o que pensar sobre o e mpenho de alguns parl amentares pelo desarmamento das pessoas de bem, qu ando o crime cresce tanto em fo rça e poder? *

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- E você, velho esquerdi sta, está conseguindo manipul ar certas pessoas para isso? Vej amos o fi nal do arti go de Dr. Plínio: Polícia tenta reabrir comércio fechado por tráfico na Ilha do Governador

'"Suscitarei, dentre os que você chama de 'criminosos ', um ou alguns líderes, que saberei camuflar de carismáticos. E farei algum bispo anunciar

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soa, mes mo desse tipo, a mídia se encarrega ele criar facilmente.

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que, para evitar mal maior, é preciso que os burgueses se resignem a tratar com aqueles que têm um grau de banditismo menor'". '"Vejo sua careta. Você está achando a burguesia preparada para cometer mais esse erro. Tem razão. Assim se constituirá um governo à Ke rensky, bem de esquerda. O dia seguinte será do Lenine que eu escolher'". *

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Qualquer pessoa - qu e não aja co mo avestruz, mete nd o a ca beça dentro da are ia, quando se depara frente ao peri go - se pergunta: o que ocorre u no Rio ele Jane iro não terá sido um e nsaio para, e m determin ado mo me nto e m que as circunstâncias sejam propícias, ac ionar-se nova mente o gatilho do medo, o ela bomba re lógio cios presíA opinião pública nacional diante deste dilema : a reação ou o papel de avestruz.

CATOLICISMO

dios etc .? Será que algum líder do próprio Poder Paralelo não está sendo preparado e m seus laboratórios, para aterro ri zar as populações de grandes c idaeles e subjugá- las pelo medo? Afinal, o prestígio e a promoção ele qualquer pes-

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O ve lho, hirto e lívido, não conseguia pronunciar palavra, mas ass umia ares ele vencedor, fato que me indignou . - Como e u gostari a, velho comunista, que Dr. Plínio aqui estivesse. Ele di scerniria facilmente suas clebiliclacles, escondidas por trás dessa sua aparente vitória. Ele denunciaria sua manobra ele, por meio ele uma onda ele criminalidade, de violênc ia e ele caos, impor-nos uma situação análoga à reinante nos ve lhos reg imes comunistas. Mas não se esqueça, velho: sua vitória é inconsistente. Por mais que você espalhe um grande medo generalizado nas populações, aumente os seqüestrns, impulsione as invasões ele propriedades alheias, tanto rurais quanto urbanas, promova o desarmamento elas pessoas honestas, e despeje nos lares, através elas TVs e ela Internet, o lixo ela imoralidade, você será desmascarado. Sua vitória é apenas aparente e aiti:ficial, pois o público, atualmente anestesiado, despertai·á, dar-se-á conta ele suas manobras, não se deixará dominar pelo medo. Velho monstruoso, os apoios com os qua is você contava estão desprestigiados. A esquerda católica e a mídia estão bastante clesacreclitaclas. Você ficará isolado e não obterá a vitória final. Vencerá Deus Nosso Senhor e Sua Mãe Santíssima, triunfando sobre o sistema comunista. Aqueles que crêem na promessa ele Fátima não desa nimarão, po is têm a certeza cio cu mprimento de la, e são confirmados nessa certeza pelas próprias palavras ele Nossa Senhora em 1917: " Por

fim, o meu Imaculado Coração triu11fárá!" Adeus, velhote, seu fim está próximo.

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Gemeinsam für Deutschland.

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Atingido a fundo em seu orgulho, aque le ser monstruoso deu um berro tão horripilante e fo rte, que despertei. Levantei-me e saí, sorrindo, mas com espírito vigilante, a fim ele não ser assaltado, naq uele início de noite, na própri a praça Buenos Aires. •

Eleições na Alemanha e o choque de mentalidades N as eleições gerais, en1crgiu a diferença entre duas· AJemanhas, duas 1nentalidadcs, dois 1nodos de ser antagônicos; contradição, entretanto, não aproveitada pelo candidato conservador RENATO M URTA DE V ASCO NCELOS Especial para Coto/icis1110

Frankfurt - 22 ele setembro. Início cio outono europeu . Em Berlim, um domingo chuvoso, cinzento e tri ste relegava ao esquecimento os ensolarados dias estivais. A brusca mudança climática não poderia deixar mais notória a passagem ele uma estação a outra. Naquele domingo realizavam-se as eleições gerais para o Bundestag, o Parlamento alemão. À mane ira elas condições meteorológicas, muitos se

perguntavam se haveria mudanças na liderança política cio país.

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Após quatro anos ·cte governo da coalizão rubro-vereie, o e leitorado iria julgar o desempenho cios sociali stas cio SPD e dos ecologistas do Partido Verde, liderados pelo chanceler Gerhard Schroder. O número dos que desejavam uma troca de governo era ponderável. A insatisfação contra o governo Schroder era crescente, não só devido às atuais clificulcla-

des econômicas por que passa o país, mas também pe la séri e de " reform as" atentatórias a princípios da Civ ili zação C ri stã, levadas a cabo desde 1998.

Entrechoque cultural enll'e Alemanhas diversas A mudança de governo parecia imi ne nte. Ed mundo Stoi ber, candidato da Democracia Cri stã (CDU-CSU) e governador ela Baviera, o ma is populoso e rico Estado da Federação germânica, detinha semanas antes elas e leições a liderança nas NOVEMBRO 2002 -


tos incondicionais do "laissezfaire" (deixai fazer), e do pacifismo "à outrance" (a mais não poder).

Eleitorado repudia os comunistas

Vestes e costumes tradicionais na Baviera , região de maioria católica e a mais rica da Alemanha

intenções de votos dos e le ito res. É o que informavam os institutos de pesquisa de opinião pública. Po ré m, po r detrás do e ntrechoq ue Schroder-Stoiber, à maneira de uma sombra chinesa, de lineava-se no panorama po lítico o embate entre duas mentalidades, entre duas culturas, entre dois países, entre duas Ale manhas: a do sul , o nde se concentra o maior número de cató licos, apresentando uma mesc la entre tradição e modernidade, a li ando a bono mia da vida rural ao dinamismo do espírito e mpreendedor, aberto aos últimos ava nços da técnica e do progresso; e a do norte, fo rtemente impregnada da me ntalidade fria e dura do protestantismo, à qu al se alia um pendor ao soc iali smo* .

Esvaziamento doutrinário na cam11anha

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ra is, reflexo, talvez, do enfara mento do grande público com o cenário político e com tudo o que nele se move. Os programas ele itorais dos grandes partidos pouco diferiam uns dos outros. Como em outras partes do mundo, aqui também as candidaturas apoiava m-se em slogans inexpressivos. O de Schroder, sob sua fisionomia de bulldog mal-humorado, conclamava os eleitores a reelegerem "ein moderner Kanzler für ein modernes Deutschland" (um

chance ler moderno para uma Alemanha moderna) . E o de Stoiber, sob o rosto de um político fin ório e inteligente: "Zeitfür Taten" (É hora de agir).

Schrocler tirou vantagem das inundações De bates sobre g randes temas, não houve. A di scussão centrou-se na estagnação econômi ca, na alta taxa de desemprego, no endividamento do país, no fi nanciamento d a seguridade social. Entre me ntes ocorreram as inun dações , verdadeiramente diluvianas, que asso laram o leste do país, as ma iores dos últimos cem a nos. Desastre g iga ntesco, que acabou favorecendo Schroder. Háb i 1 político, não de ixou passar a oportunidade de se fazer ver por todas os lados nas regiões alagadas. Schroder co lhe u ig ualm ente frutos com seu nítido distanciamento de Bush e de seus planos de intervenção manu militari no Iraq ue. "Sob o meu governo, a

Os candidatos, entretanto, nada ou pouco fizeram para tirar vantagem das diferenças culturais e ideológicas da Alemanha do norte e do sul. Era notório o esvaziamento doutrinário dos debates e leito-

Alemanha não participará de qualquer ataque militar ao Iraque", enfatizou re-

Schrõder: vitória inexpressiva

petidas vezes Schrõder. O que Lhe carreou, de modo notório, não pequena quantidade de votos de ele itores do centro, adep-

CATOLICISMO

Compareceram às urnas 78% dos eleitores. O resultado do pleito apresentou um recuo de 2,4% dos sociali stas (SPD) elegeram 12 deputados a menos em relação a 1998 - e um avanço de 3,4% dos democrata-cristãos (CDU-CSU). Ambos receberam 38,5 % dos votos válidos. Como os verdes (die grünen) cresceram mai s do que os liberais (FDP), que não atingiram a ambicionada meta de 18%, a coalizão rubro-verde permanece no poder. Por sua vez, os comunistas agrupados no PDS Partido do Social ismo Democrático, sucessor do SED, da antiga República Democrática Ale mã - experimentaram uma verdadeira catástrofe e sentiram na pele o grau de repul a do eleitorado: só conseguiram e leger diretamente duas deputadas. E não atingiram a marca dos 5% de votos, a qual lhes daria possibilidade de constituir uma fração parlamentar com mais de 30 deputados e le itos de modo indireto. Em números redondos, a coalizão ru bro-verde disporá no novo Parlamento de uma bancada de 306 deputados, enquanto os partidos da opos ição (CDU-CSU e FDP) te rão 297 assentos . Ape nas 9 de diferença ! A vitóri a apertada de Schroder sobre Stoiber - este último chegou a pen sar, em certo mo mento da apuração dos votos, numa vitória certa, quando a CSU obtinha na Baviera um de seus me lhores resultado e lei torai s desde 1945, atraindo quase 60% dos votos - não lhe tornará a vida fácil nos próx im os qu atro anos. Tanto mais que a coali zão rubroverde não di spõe de maioria no Bundesrat, o Senado Alemão .

A marcha implacável ela Revolução Cultural É óbvio que nes as c irc un stânc ias Schroder não terá grande margem de manobra, não só para conduzir uma política de saneamento econômico, mas sobretudo qu ando estiverem em pauta temas candentes da chamada revolução cultural. Tais temas constituem verdadeiros "highlights" de um governo socialista que, após 16 anos

de era Kohl , trouxe em seu bojo as doutrinas dos revolucionários de maio de 68. E ni sso eles foram conseqüentes: a lei do aborto, aprovada em L995 durante o governo democristão, permaneceu intacta, a.pesar da incansável e meritória atuação do movimento anti-abortista liderado por SOS Leben, da Associação Alemã pró Civilização Cristã (DVCK); o pseudo-casamento homossexual foi legalizado; criaram-se nas grandes cid ades salas para atendimento de drogados, onde estes podem injetar em suas veias, "de modo higiênico e seguro", o veneno que os matará a curto ou médio prazo; a pesquisa com embriões humanos não conhece obstáculos de monta. Ademais, a laicização nas escolas tomou imenso impulso com a absurda lei que impôs a retirada dos Crucifixos das salas de aula.

Partido Democrata ... não cristão Temas polêmicos como esses foram c uidado sa mente evitados, ou , quando muito, tratados à maneira "politicamente correta" . Stoiber, por exempl o, em colaboração para o maior di ári o do pa ís, o "Frankfurter Allgemeine Zeitung", escrevia que, se eleito, iria "respeitar a lei de legalização da união homossexual!" E isso pouco depois de have r indi cado para integrar sua equipe de espec ialistas uma deputada de 28 anos, duas vezes mãe solte ira, na qualidade de conselhe ira para assuntos de família, o que provocou imensa estranheza não somente entre os católicos, mas também em círcul os protestantes conservadores. Uns e outros se perguntavam que sentido havi a e m manter o C na sig la do partido Democrata-Cri stão. Alguns comentaristas apontaram o fato de Stoiber haver evitado o debate sobre os temas candentes da Revolução Cultural, que a coa.lizão rubro-verde vem levando a cabo, como um fator que pode ter contribuído para a derrota e leitoral da oposição. Certamente não terá sido decisivo, mas sintomático, o crescimento do liliputiano PBC (Pa.1tido dos Cristãos fiéis à Bíblia), que obteve mais de 100.000 votos, em grandíss ima pa.tte oriundos de eleitores democrata-cristãos descontentes com a posição de Stoiber, mole e di sposta a entrar em compromissos quando estão em jogo valores cristãos fundamentai s.

Não houve mudanças significativas na equipe de governo. Permanece no Ministério das Relações Exteriores Joschka Fischer, antigo baderne iro e agressor de policiai s nos anos 70. Abandona o Mini stério da Ju sti ça Hertha Daubler-Gmelin , a qual , a poucos dias da e leição, causou um tre mendo incidente diplomático ao comparar canhestramente o presidente Bush com Hitler. Outro estouro, desta vez no campo econômico-social, deu-se na semana seguinte às e leições, com o anúncio de que o governo pretendi a cri ar um imposto sobre fortunas, aumentar o de tran smi ssão de heranças e o do tabaco. Diziam que era o mome nto de os ricos pagarem a conta do endividamento do Estado. Razão tipicame nte socia li sta. O brado de indig nação foi geral, e Schroder viu-se obrigado a desmentir expressamente que o govern o tivesse qualquer intenção de estabelecer tai s impostos. Enquanto Schroder se prepara para governar a Al e manh a por mais qu atro anos, revestido de uma camisa de força e já enfrentando as prime iras dific uldades, Stoiber encontra-se na confortável situação de "quase vencedor". Aproveitará ele eventuai s erros de Schroder - em pa.tticular se fo rem aprovadas ou incrementadas novas le is anticristãs - para se eleger em 2006? O futuro dará resposta a essa pergunta. Por ora, na Ale manha permanece "tudo como dantes no quartel de

Abrantes". •

Nota:

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Sobre " as duas Al emanhas " , o diário " Di e Well" publicou em sua edição de 25-9-02 interessa11te artigo de Michael Stuermer, intitulado:

Quem ganha rá a ba ta lha de Varrão ? Duas ale111anhas: no palco eleitoral se jogam 2000 anos de hist ória. Públio Quintiliano Varrão (45 a. C. - 9 d. C.), Genera l e funcionári o roma no, Cô nsul ( 13 a. C.). Quando governador da Síria, sufocou a revo lta dos judeus (4 a. C.). Enviado por Augusto para comandar legiões na Alemanha (a no 9 da era cri stã), coma ndou três leg iões que foram vítimas de urna armad ilha arqui tetada por Arminius. Suic idou-se após suas tropas terem sido totalmente derrotadas. Stu errner mostra como as diferenças entre a Alemanha do norte e a do sul se refl etem ao longo de sua hi stória. E, mais recen temente, nas eleições de setembro último.

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seus deveres. E co mo ele era ouvido com atenção! Estávamos numa época bem diferente da nossa ...

Brilhantes esUJ<IOS, esmerada virtude

Santo André Avelino, um autêntico reformador Ü século XVI, que viu fermentar por toda a Europa central a heresia de Lutero e congêneres, assistiu também ao florescimento de un1a plêiade de grandes Santos, que empreenderam a gloriosa Contra-Reforma católica. Santo André Avelino foi um deles.

e

No página ao lodo: em meio o uma forte tempestade, o próprio corpo de Santo André brilho mi lagrosamente, iluminando o cominho poro ele e seus amigos

CATOLICISMO

PUNIO M ARIA SOLIMEO

astronuovo, pequena cidade do então reino de Nápoles, fo i o berço de Lancelote, filho de João Avelino e Margarida Apell a, casal piedoso que prezava mais os bens espirituais do que os materiais, que não lhes faltavam. Consagraram o menino, logo ao nascer, à Santíssima Virgem e se esmeraram em proporcionar-lhe uma educação profu ndamente cristã. Antes de começar a fa lar, o bebê já aprendera o Sinal da Cruz. Tudo nele parecia predi zer sua futura santidade. Sua infâ ncia foi pura e inocente.

Bem cedo demonstrou uma terna devoção à Sa ntíss ima Virgem, passando a rezar di ari amente seu Rosári o. O menino era dotado da fac ilidade da palavra. Seus companheiros de infância lhe di ziam: "Olha, Lancelote, tu que sabes f ala,; dize alguma coisa para entreter-nos". O me nino não se faz ia de rogado. Subindo a uma pedra, começava a fa lar como um consumado pregador. Às vezes explicava o catecismo, outras narrava a vida de algum Santo, e muito freqüe nte mente exortava seu pequeno auditório a rezar o Rosário, a obedecer aos pais e mestres e a cumprir com honestidade

Depois de seus primeiros estudos, foi e nviado a Veneza para cursar humanidades e filosofia. Tornara-se um adolescente robusto e de bela aparência, o que lhe valeu muitos sacrifícios e grandes lutas para preservar o tesouro da castidade, que ele amava com amor combativo. Várias.vezes teve de fu gir para escapar das cil adas que lhe eram armadas. Uma vez fo i assedi ado por uma mulher de má vida, que queria induzi-lo ao pecado; também pela própria ama que o havia criado, e que estava de passagem por sua casa. Por isso qui s proteger-se tomando o estado clerical, recebendo a tonsura das mãos do Bi spo diocesano. Voltou então para Nápoles, onde doutorou-se com bri lho na jurisprudência. Foi també m ordenado sacerdote. O Pe . L ancelote, cuj a virtude já e ra admi rada por muitos, fo i e ntão esco lhido para refo rmar um conve nto de monj as decadentes, que vivi a m em total desorde m. Pac ie nteme nte, começou a co mbater o relaxame nto e a incentivar a prática da virtude, coibindo os abusos, principalmente a vi sita assídua de seculares ao conve nto. Aos poucos foi ganhando aqueles corações entibiados e reacende ndo neles o fogo do amor de Deus. O convento passo u a ser a admi ração da cidade, pelo seu fervor e desej o de virtude. M as nem todos fi caram edificados. Alguns jovens não gostaram de se ver privados das visitas ao convento; para se vingar, contrataram um sicário, que desferiu no Pe. Lancelote vári os golpes de e pada sobretudo no rosto, deixando-o estendido numa poça de sangue. Feli zme nte nenhuma fe rida fo i mortal, e ele recuperou-se milagrosa-

reforma do C lero . Tinha ele então 35 anos de idade. Realme nte, havia tal decadência reli giosa da parte do C lero, que setornou popular um adág io que di zia: "Se queres ir ao i,~ferno,faze- te clérigo".

mente, sem fi car mesmo com qualquer cicatri z na face. O Vice-rei de Nápoles quis punir os autores do atentado, mas o Pe. Lance lote não permitiu . De us di sso se encarregou: o sicári o que pe rpetrara o atentado foi morto por um home1i1 cuja casa havi a desonrado com um a ação impudica.

Promessa ele aclquirir uma nova vil'Wde a cada dia

D e sacel'<lote e aclvogado a religioso teatitw O Pe. Lancelote exercia també m com brilho a advocacia na C úri a ecl esiás ti ca. Defendendo, certo dia, um ami go seu, no fogo e vee mê ncia com que fa lava deixou escapar um a mentira artificiosa. Esse epi sódi o, apare ntemente de pouca monta, foi a ocasião de que a Providência qui s servirse para atraí- lo a um a vida mais perfe ita. Chegando em casa e re memorando o fato, pegou as Sagradas Escrituras e, abrindo-as ao acaso, deparou exatame nte com estas palavras do Livro da Sabedoria: "A bbca que mente dá morte à alma ". Seu arrepe ndi me nto e sua dor fora m tão grandes, que resolveu abandonar o mundo e e ntra r na Orde m dos Teatinos, fund ada havia 30 anos por São Caetano de Ti ene, e que visava espec ialmente a

Por amor à Cru z, Lancelote esco lhe u e m re li g ião o nome do Apóstolo André, nela martirizado. Seu desejo de perfeição era tão grande que, in spirado pela Provi dência, alé m dos três votos normai s de obediência, pobreza e castidade, fez mais dois votos heróicos: o de negar e m tudo a própria vontade e o de adquirir novo grau de virtude a cada di a. Em seu noviciado, era prec iso antes reprimir seu fe rvor do que prová- lo, pois, qua nto mais o humilhassem, mais fe li z se mostrava. As penitê ncias que fa zia estavam muito ac ima das normalmente pedidas aos noviços. Apenas feita a profi ssão reli giosa, pediu li cença aos superi ores para ir até Roma vi sitar o túmul o dos Apóstolos e cios márti res e ganh ar as indul gências devidas. Ao voltar a Nápoles, fo i-lhe dado o cargo de Mestre de Novi ços, que exerceu por IO anos com suma prudência e caridade, o que fez com que o escolhessem para Superior. Santo André Ave lin o fo i depois encarregado de fund ar du as novas casas da Ord e m, um a e m Pi ace nza e outra e m Mil ão. Na prime ira cidade, prego u co ntra o excesso de lu xo nas mulheres e co nverteu vári as pecad oras públi cas. S uas pregações sobre a reforma de vicia desagrad aram a algun s, qu e a pe laram pa ra o Duque de Pa rm a pedind o- lh e qu e ba ni sse o importun o de seus Estados. Mas o Duque qui s certifi ca r-se direta me nte do caso, e de pois de te r co nve rsado co m o Santo, passou a se r o se u mais convic to defenso r, co nhecedor da prec ios id ade que poss uía e m seus

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Proteção co11ua a morte súbita Certo dia viajava ele com um ouAmiza<le com tro religioso a cavalo, quando o seu, São Cal'IOS Bol'l'Olllell assustando-se, deu um salto, lançando o Santo fora da sela, e partiu em Em Milão, André era esperado por outro Santo, a quem havia chedisparada. Acontece que um dos pés de André fico u preso ao estribo, e gado a fa ma de suas virtudes. Tratava-se do Cardeal São Carlos e le foi arrastado pelo terreno Borro meu, outro dos sustenpedregoso. Chamando em seu auxílio São Domingos e São táculos da Contra- Reforma. To más de Aquino, estes lhe Entre os dois estabeleceu-se apareceram, desvenci Lharamuma am.izade verdadeiramente sobrenatural, que só pode no do estribo, enxugaram seu ex istir entre santos; e tão íntisangue e cw-aram suas chagas. Outra vez, quando André ma, que Santo André comugemi a sob a forte tentação de nicava a São Carlos, com toda simplicidade, as graças sobreser do número dos réprobos, natu rais que recebia do Céu. apareceram-lhe Santo Agostinho e São Tomás, que, co m Assim , um dia conto u que Nosso Senhor lhe tinha apapa lavras cheias de bondade, inspiraram-lhe nova confia nrecido em toda sua glória e lhe ça e m Deus, asseg urando- lhe havia dado uma tão alta noo co mp raz im e nto de De us ção da beleza divina, que ele não era capaz de amar mais para com e le. Santo André Ave lino esnenhuma coisa das que têm creveu várias obras ascéticas tanto valor na Terra. Santo André morre de apop lexia, logo após e místicas. Os Santos reformadores pronunciar as palavras iniciais da Missa: E nfi m, no di a IO de nodessa é poca brilharam po r "Entrarei no Altar do Senhor" sua caridade e amor ao próve mbro de 1608, qua ndo o Santo era j á quase nonagenário, ao ximo. De tal modo que o própri o abrindo o lenço, encontrou sangue dirigir-se para celebrar a Missa, teve heres iarca Lutero, e m carta a seu que hav ia escorrido da Hóstia. Aterum ataque de apoplex ia entreganamigo Mú scilo, reconhece: "Pelo rori zado, correu em busca de Santo do pouco depois sua va lorosa alma menos sob o regime papal, as pesAndré, a que m confesso u seu cri soas eram caritativas. {. .. ] Mudame . Para evitar que o criminoso se ao Criador. Santo mu ito popul ar na Itá li a, é invocado contra a morte remos de natureza. Temos, uns para desesperasse, o Santo to mou sobre pentina e a apoplex ia3 • • com. os outros, a bondade das bessi parte da pe nitência a e le dev ida. tasferozes. Quem se interessa agoMas, sem nomear o autor, utili zou ra pelo próximo? Cada qual se ama esse estupendo mil agre para fo rtaNotas: a si mesmo, sem preocupar-se com. lecer na fé os que vacil avam di ante 1. Apud Fr. Justo Peres de Urbe!, O .S.B., Ano Crisric1110, Edic iones Fax , Mad rid , os demais; e podemos nos pergundesse divino mi stério 2 . 1945, to mo IV, p. 320. tar se resta em nossas veias alguVários fatos miraculosos ocorre2. Cfr. Les Petits Bo ll a ncl is tes, Vie des 1 ma gota de sangue humano" • ra m com esse Servo de Deus. Certa Sain rs, d'apres le Pere Giry, Bl oud e A caridade de Santo André Ave- . vez, quando ele e dois companheiBarra i, Pari s, 1882, vo l. 13, pp. 304-305 . 3.- Outras obras consultadas: lino manifestou-se com muito mais ros levavam o Viático a um enfe rmo Ede lviges, E/ Sanro de Cada Dia, inte nsidade dura nte a peste de Mi num lugar muito ermo, desabou fo rEd ito ri a l Lui s Vives, S.A., Saragoça, lão, e m 1576. te temporal, que apagou a tocha que 1949, vol. VI, pp. 101 - 109. Dom Prospero Guéranger, E/ Aíio um dos companheiros levava para Reflita J,ereges Li11írgico, Ed itorial Alclecoa, B urgos , clarear o caminho. Mas não só a chu1956, vol. V, pp. 800- 805. e opera milagl'es va não os molhou, como o rosto do Pe. José Le ite, SJ, Sanros de Cada E le ito supe ri o r, e m Nápoles, Santo irradiou tal luminos idade, que Dia, Ed itori a l A.O. , Braga, 1987 , vol. Ili , p. 289. "durante seu governo ele descobriu ilum.inou o caminho. do míni os. A Duquesa qui s tê- lo co mo confessor

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CATOLICISMO

e refutou publicamente hereges que combatiam a verdade sobre o corpo e sangue do Filho de Deus na Eucaristia, e f ez punir o chefe". Um home m, seduzido por esses imposto res, recebe u a Hósti a santa e a embrulhou em seu lenço para depois a profa nar. Chegando em casa,

Ressurge na Rússia brutal perseguição anticatólica A Jgrcja Ortodoxa (cisn1áLica) e o governo Putin unidos para in1pedir o renascimento católico naquele país l

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N ELSON RAMOS BARRETO

assei toda a noite preso numa sala, sem lavabo, sem cama e sem conúda, até que chegou a hora do vôo para o Japão na manhã seguinte", conta o pad re Jaros law Wi sniewski , ainda estu pefato. Naquela segunda-feira, 9 de setembro último, ao chegar ao aeroporto de Jabarovsk, um funcionário da po lícia de imi gração russa destru íra brutalmente seu visto de residente e lhe dissera que estava expul so do país, por ter feito proselitismo em fa vor da Igrej a Católica. A prova? Mais de um ano antes e le hav ia ousado declarar pela telev isão local que a Rússia fora bati zada na Igrej a única e universa l, porque em 988 não havia a divi são entre católi cos e ortodoxos.

Breve explicação do tema 1 - Durante seus 73 anos de vigência na Rússia, o comunismo teve como principal aliado interno a chamada Igreja Ortqdoxa (1.0.). A tal ponto , que a 1.0. era tida como uma espécie de departamento religioso do governo comunista. 2 - Nesse mesmo tempo, os católicos foram ferozmente perseguidos , constituindo a Igreja mártir. 3 - Com a queda do regime comunista, um início de liberdade foi concedido aos católicos , os quais foram imediatamente objeto de simp"atia e atração por parte de numerosos russos. 4 - Isso encolerizou os dirigentes da 1.0., que continuam a dar sustentação ao atual regime do presidente Putin, antigo membro da KGB (polícia secreta) soviética. Reiniciou-se então a perseguição religiosa, nos termos expostos neste artigo. 5 - O futuro imediato faz temer um aumento de perseguição, até o momento bendito em que a Rússia venha a se converter, segundo a promessa explícita de Nossa Senhora em Fátima .

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Recepção da cópia da imagem peregrina em lrkutsk. Os católicos afluíram de várias regiões para rezar diante da imagem

Mons. Jerzy Mazur, Bispo de lrkutsk, na Sibéria Oriental, antes de sua expulsão da Rússia, dirige a palavra a aderentes da "Luci sull'Est", em Roma, a 30- l 0 -200 l

De fato, fo i só em 1054 que Miguel Cerul ári o consumo u a separação (c isma) do ra mo bizantino da Igreja, c riando a chamada Ig reja O rtodoxa (LO.) e sendo excomungado pe lo Papa Leão IX. Para os atua is es birros da po lícia russa, po uco impo rtava que o Padre .laroslaw, ele orige m po lo nesa, tivesse passado ma is de I O a nos, e m condi ções m iseráveis, ass istindo denodadame nte os católicos de uma das popul ações mais afastadas d a Rú ss ia, e m Sakha lin , na reg ião o nde a S ibé ri a faz limi te com o Japão.

O mesmo "estilo" persecutório ela ex-URSS O utros fun c io nári os ru ssos, anulara m o vi sto ele res idê nc ia cio re lig ioso sales iano E dward Maszkiewi cz, ta mbém de nac io na l idade po lo nesa, sob pre texto de que sua pa róqui a tinha s ido su pressa, e q ue, portanto, "já não tinha necessida de de ser sacerdote em Rostov", na reg ião cio Don; o do supe ri o r dos jesuítas e secretári o d a Confe rê nc ia Episcopa l, o pad re S ta ni s law O pi e la; o cio mo nge fra ncês B run o M aziolek, q ue po r uma década havi a a nimado um centro infa n-

CATO LICI SM O

til e um progra ma de reabili tação de toxicômanos a 120 quilô metros ao no rdeste de M oscou; o do pad re ita li a no Stefano Caprio, ac usado ele "atividades in-

compatíveis com a condição de ministro do cullo", co mo se se tratasse de vu lga r esp ião; o do re ligioso ve rbita Stanislav Kraj nak, de o ri gem eslovaca, desta vez, sem exp licações. _ A polícia de imigração nem sequer tem levado e m consideração a d ig nidade epi scopal e a eventualidade de um confro nto com o Vatica no. Com efeito, o bispo Jerzy M azur - c uja di ocese é a ma ior cio mundo, pois cobre toda a Sibéria oriental, e te m como fié is mi lhares de vítimas do Gulag e seus descendentes - também fora expulso ao chegar no aeroporto de Moscou, em 19 de abril passado. Como única ex plicação, o chefe da polícia de fro nteira declarou que esse "cidadão polonês" estava na li sta de pessoas proibidas de e ntrar no terri tório da Federação Russa.

Quem será o próximo católico expulso? Os 280 sacerdotes e cerca de 300 re1ig iosas de origem estrangeira que res ide m na R úss ia pergu ntam-se cada ma nhã q uem será o próx imo expul so. E o preside nte da Conferê nc ia de Re li g iosos católicos da R úss ia, o c laretia no espanho l M ari a no José Sed ano, come nta q ue "o

pior de tudo é o hermetismo", pois "ninguém do governo diz nada". De fato, e m resposta a uma carta pessoal de João Paulo II, o preside nte Vl adimir P utin limitou-se a assinalar c inicame n-

ei a de pelo menos urna comunidade a nte de 1982, requisito impossível de ser c umprido pe los católicos, que na época eram perseguidos pelo regime soviético. E les não te rão outra o pção senão e n-

te, e com dois meses de atraso, que a su-

trar na catacumba para sobreviver. O ar-

pressão dos vistos "não era fruto de uma campanha arquitetada contra a Igreja Católica", mas tratava-se ape nas de "providências normais" de um Estado sobera-

quima ndri ta g reco-católico Serg iu sz Ja n Gajek, de M in k, comenta reso lutamente : "Estamos acostumados à clandestinidade e à perseguição, mas não queremos

no face a certos cidadãos estrangeiros. Esse c lima persecutóri o levou o jo vem padre Ja roslaw a comenta r, já no exíli o : Tem-se "a sensação de que voltou o ter-

que eles nos 'eu/an.asiem' ".

ror característico do niilismo estalin.ista de 1936". E a perg un tar-se: "Será o próximo passo o insulto, ou inclusive o assassinato de católicos?".

N a Rúss ia, a d ificu ldades ta mbé m começaram com a sanção de uma le i, votada e m 1997 e paradoxalmente intitul ada "lei sobre a liberdade de consciência e as associações religiosas", a qua l ex ige, e ntre o utros requ is itos, provar um a existê nc ia legal ante rior a 1982, favorecendo ass im os ortodoxos, os muç ulmanos e os jude us; e prejudicando os cató licos e, a seu modo, també m as seitas protestantes. Em virtude dessa legis lação, o reg istro de d uas dioceses católicas fo i recente me nte reje itado, sob a a legação de q ue os res pectivos bi spos não tinha m c idadani a russa. O único meio de a o bter - fo ilhes dito aci ntosame nte - seri a "casan-

A volta ammciada para as catacumbas Seu prognóstico não parece exagerado. N o iníc io de outubro, na vizinha B ielo rrússia - me ra colô nia de M oscou, q ue sobrev ive graças à venda de armas russas para o mundo inte iro - fo i aprovada pelo Parl ame nto uma le i destinada a proteger a Igreja Ortodoxa contra qualq uer concorrê ncia. Declara ilegais as atividades de organismos relig iosos não registrados, inc lusive as reuniões ocasio nais e m residê nc ias privadas. E para obter ta l auto ri zação, é p reciso de mo nstrar o reg istro da exi stên-

Um co11l11io anticatólico nos mo/eles da KGB

do-se com urna russa" ... D ecreto posterior impo ndo a nova po-

lítica de segurança, assinado por Putin e m jane iro de 2000, indicava como uma das princ ipais a meaças internas "a üi luên.cia

negativa dos missionários estrangeiros" .

Por q11e tanta animosidacle comrn o catolicismo? Após seu e ncontro com João Paulo II, em j unho do mesmo a no, Putin decl aro u a nte os di retores de j o rn a is ita lia nos : "Os

ortodoxos sofi'eram décadas de perseguições sob o comunismo, sentem-se fracos e temem a competição dos católicos" . Por s ua vez, o pres ide nte da Rúss ia precisa do apo io do San.to Sínodo da Igreja Ortodoxa e, e m partic ula r, do Patriarca de M oscou, para fo rta lecer seu do mínio político. De fato, logo após sua ascensão ao poder, come ntava-se na cap ita l ru ssa: " Putin. precisa de Alexis li [o Patria rca], e Alexis li precisa de Putin ". E tal a li ança fun c io na. Em Pskov, c id ade vi z inha à Estôni a, o sacerdote católico K rystof Karolwski o bteve permi ssão para construir uma nova ig reja, tendo-se ini ciad o os traba lhos para tal e m 3 d e março úl timo. Logo q ue soube di sso, o bispo ortodoxo da c idade escreveu a P uti n e ao govern ador da região, ped indo que e les fizesse m "o possível para impedir o

triunfo, na terra santa de Pskov, dos destruidores de nossa Pátria e do nosso povo, o Papa de Roma e o catolicismo, inimigo

do povo russo" . E m 3 de abril , o chefe d os servi ços téc nicos da cidade orde no u a suspensão dos traba lhos. De pois que o Vaticano anunc io u a visita de João Paulo II à vi zinha Ucrâ ni a país de maioria ortodoxa, mas em cuja região ocide nta l os católicos constitue m ma ioria e conseguira m rec uperar as ig rej as que Sta lin tinha e ntregue, à força, aos c ismáticos - , o líde r nacio na lista Vl adi mir Jirinovski , vi ce-presidente do Parl ame nto russo, obteve, com os vo tos fa vorá ve is do Partido Comunista, que uma comissão par la me ntar solic itasse ao Mini sté ri o das Re lações Exte ri o res um in fo rme sobre a visita papa l e o re nasc ime nto dos católicos na região. O objetivo decl arado do info rme era a na li sar as med idas necessárias para im pedir a ex pa nsão do cato lic ismo na Rú ssia e e m o utros Estados de ma io ria o rtodoxa.

1.0.: ideologia substituta

do ma,~rismo Em impo rtante in tervenção no S ínodo de B ispos E uropeus, reali zado no Vaticano e m 1999, a Sra. [rina Ilovaiski Alberti - hoje fa lecida, mas outrora colaboradora de Solje nitz in e editora da conhecida rev ista "La Pensée Russe" - explicou as razões desse c lima d e persegui ção: "O

número de crentes que praticam. sua fé oscila entre 2 e 3% da população russa NOVEMBRO 2002 -


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trás, aos tempos do regime precedente, quando os católicos russos haviam fica do sem pastores e sem uma normal assistência esp iritual. [ .. . ] Essas mesmas pessoas hoj e receiam não conseguir receber os sacramentos antes da morte e não serem enterradas segundo as tradições da Igreja Católica, uma vez que seu sacerdote poderia ser expulso da Rússia de uma hora para a outra. [ .. .] As principais vítimas das expulsões não são os sacerdotes e o bispo que f oram enxotados, mas seu rebanho".

aproximadamente. A Igreja Ortoêloxa russa não esperava a queda do comunismo [... ], e sobretudo está suj f!ita a uma terrível tentação: deixar-se manipular e converter-se numa espécie de ideologia de substituição do marxismo-leninismo". Nesse sentido, convém lembrar a declaração do j ornalista Al exey Buka lov, corresponde nte em Roma da agênc ia ltarTass, a mais importante da Rússia: "até

hoj e, nenhuma autoridade russa se tem arrependido dos crimes cometidos contra seu próprio povo";[... ] "a hierarquia da Igreja Ortodo,!.a russa não tem admitido, por certo, os pecados implícitos na sua colaboração com o Estado soviético" .

E m recente e ntrevi sta a um jornal polo nês, Dom Tacle usz criticou duramente o silê ncio ela Uni ão Euro pé ia e elas Nações Unidas ante a perseguição com que as autorid ades ru ssas, a pedido dos ortodoxos, prete nde m estra ng ular a [grej a Cató li ca.

O r enascer católico nas estepes A co la boração prestada ao regime co muni sta, durante 70 anos, fragili zou profund ame nte a Igreja Ortodoxa junto ao povo russo. Pelo contrário, a minori a católica, martirizada pe la du ra persegui ção stalinista, é objeto de crescente interesse e até de simpatia por parte da po pulação. Dom Joseph Werth, bi spo da Si béria ocide nta l, oferece uma prova recente di sso: "Em abril, 2000 ortodoxos orga-

niza ram man/festações anticatólicas numa dúzia de cidades. Apesar dos apelos das paróquias ortodoxas, a população não quis sair em rnassa nas ruas para protestar contra a presença católica". U ma prese nça qu e muitos ru ssos consideram be nfazeja, porquanto em torno das paróqui as católicas fl oresce adema is signi fica tivo número de obras cari tativas, como orfa natos, dispensários, asilos, refeitórios po pul ares etc.

Pretensão cismática: um "território canônico" Segundo o Patriarcado ortodoxo de Moscou, a cri ação de novas di oceses católi cas, por ato recente de João Paulo II, é uma ag ressão à Igreja Ortodoxa, porque confirmaria o intuito cató lico de dividir espiri tualme nte o povo russo, através de um " proseliti s mo" qu e v isari a atrair a população em geral. Para o Patriarcado, a Igreja Cató lica deveri a restringir seu trabalho pastoral à assistênc ia reli giosa das minori as étnicas tradi cionalmente cató licas: poloneses, a lemães, li tuanos etc ., de po rtados para os gulags CATOLICISMO

(complexos de campos de concentração) da Sibéria e alhures. U ma organi zação fa ntoche, a União de Cidadãos Ortodoxos da Rússia, anunc io u uma ca mpa nh a de res is tê nc ia à "expansão católica" e à "ag ressão espiritual do catolicismo ", convocando a popul ação pa ra um pro testo e m fre nte à Nunciatura Apostó lica em Moscou. Tentando acalmar a tormenta, o Vaticano divulgou um documento assinalando que, na Rússia, "os novos católicos pro-

Ressuscito o velho " estilo" persecutório do ex-URSS. Quem será o próximo católico expulso ou detido ? À direito, missionários presos e condenados pelo comunismo russo .

vêm sobretudo de ambientes habitualmente af astados de toda religião", e não de

E m outros termos, o conceito de "territóri o canôni co" é a aplicação moderna do fa migerado princípio cujus regio, ejus religio, imposto na Ale ma nha do século XVI, segundo o qual os súditos deveriam adotar a re li gião de seu prínc ipe . A versão de mocrática e nac ionalista do mesmo princípio seria hoje: "uma nação, uma Igreja" . E m virtude dele, qualquer apostolado " não étnico" passa a ser um ato hostil de " proseliti smo" em detrimento da igreja nacional , que seria "proprietária" de todos os habitantes étnicos de seu território, inclusive dos ate us. O Cardeal Kasper, pelo contrário, afirma que "a Igreja Católica é uma Igreja

conversões de cismáticos . Em tom mais enérgico, Dom Tade usz Kondrusiewicz, em sua primeira declaração como Arcebispo Metropolita da arquid iocese da Mãe de De us, em Moscou, exprimiu sua preocupação pela "ingerência nas questões

internas da Igreja Católica na Rússia" e desafiou a hierarquia ortodoxa a precisar o que ela entende por proselitismo. O cardeal Walter Kasper publicou na Civiltà Cattolica, reputada revista jesuíta de Ro ma, um artigo intitulado "As raízes

teológicas do conf lito entre Moscou e Roma". Ne le, o purpurado acusa a Igreja Ortodoxa Russa de promover uma "heresia eclesiológica" ao defender o fa lso princípio do "te rritório canônico" . Segundo esse princípio, a Igreja não seri a de fato universal, mas um agregado de igrejas nacionais autocéfalas, cada qual do na de um território e identificada tanto com os cida-

dãos de um Estado quanto com os fatores étnicos de sua cultu ra, no seu sentido mais "chauvini sta". O próprio Patriarca A lexis admitiu esse princípio no último concílio mundial russo, ao di zer: "A ortodoxia rus-

sa é profundamente nacional".

universal, à qual fo i confiada uma missão universal, com base nas palavras do Senhor ressurrecto: " Ide e evangelizai todas as nações' (Mt 28, 19)". Colocando o dedo na chaga, ele conclui : "A Igre-

j a Ortodoxa percebe sua própriafi·aqueza pastoral e evangelizadora, e teme por

isso, uma presença católica, essencialmente mais eficaz a nível pastoral" .

À falta de argumentos, a força bruta A resposta do Patriarcado de Moscou ve io e m fo rma de carta do metropo lita Kiril , responsável pelos ass un tos ex ternos, dirigida conjuntamente ao Cardeal Kas per e ao Metropolita Kondrusiewicz. Insistindo no ponto de que a c ri ação ele di oceses foi "um insulto à dignidade " ela Ig rej a c is máti ca russa e um passo que

"cria um sistema de concorrência, e portanto de co11fi·ontação" com ela, o metropo li ta reafi rma que a mi ssão pastora l ela [g rej a Cató li ca em solo russo consti tui um vul gar prosel itis mo. À fa lta ele argumentos convincentes na questão cio "território canônico" , o documento limi ta- e a afi rmar q ue a di vi são canônica do território era j á uma prática da Ig rej a primiti va, e a ac usar Ro ma ele voltar a uma "eclesiologia das Cruzadas", esta be lecendo no Leste uma hiera rqui a cató lica parale la (como se os cismáticos não tivessem dioceses e catedra is suas no Oc ide nte ... ). Consc iente ela fraqueza de suas pos ições teológ icas e ele sua ineficác ia miss ionári a, os líderes ela igreja c is má tica russa optara m pe lo argume nto cios pe rdedores: o e mprego ela força, com a cumpli cidade ele um Estado dirigido por um ex-agente da KGB.

O <lmma do rebanl,o católico na Rússia

A promessa de Fátima: o tl'Íw1to final

O intercâmbio de declarações e artigos fo i, de fa to, aco mpanhado ela seqüênc ia inexoráve l ele expul sões, que infe lizme nte estava longe de cessar. Po is, como denunc iou Dom Joseph We rth , ex iste uma "lisla negra" ele mais de uma dú zia de sacerdotes católicos estrangeiros que serão ex pul sos prox imame nte . Ante o fracasso ele suas inic iativas junto aos órgãos cio poder ru sso, o Arcebi spo Tacle usz Kondru siewi cz lançou, ele M oscou, um apelo aos cató li cos cio mundo inte iro e às assoc iações ele defesa cios dire itos cio ho mem. Eis os trechos mais re levantes ele seu preme nte apelo:

Já anteriorme nte, e le se mostrara desiludido com o fa lso ecume ni smo, que desconhece as ve rdade iras intenções dos parceiros no diálogo re ligioso: "Reconhe-

"Está em curso, diante de nossos olhos, o drama da Igreja Católica na Rússia, a qual, depois de ter suportado as cruéis perseguições do século XX, que a tinham destruído quase por completo, após um decênio de f atigante reconstrução é submetida a novas provas. "Nestes últúnos tempos está-se desenvolvendo no país uma campanha anticatólica em todas asfredtes: manifestações e organizações de piquetes, proibições de construir ig rejas, atos de vandalismo e profanações de edifícios para o culto, dif usão mitificada do 'católico inimigo' etc. Os católicos russos suportam as do res que lhes são infligidas, com a oração e a temperança cristã. "A du ra realidade nos lança para

ço que se errou com. esse ecwnenismo de salão, totalmente desvinculado da realidade. Basta ver os milhões de euros que os ortodoxos russos recebem de associações caritativas católicas. Sabem essas organizações o destino que os ortodoxos dão a tais doações? Publicam propaganda anticatólica e f ormam sacerdotes que mobilizarn a população contra nós" . A ave ntura ecumê ni ca parece enterrada. O própri o cardeal Kas per o reconheceu numa e ntrev ista para a revi sta " ll Regno", de Bo lonha: "Com Moscou, o

diálogo em nível universal é atualmente muito diftcil ". Essa é uma razão a mais para incentivar, com renovado fe rvor, a evangeli zação d a Rú ss ia, c uj a co nve rsão fo i a nunc iada por Nossa Se nhora e m Fátima, em julho ele 19 l 7: "A Rú ss ia co nverter-se-á . .. " . Na mesma aparição, també m revelou a grandiosa promessa: "Por

fi m, meu Imaculado Co ração triunfará" . Nosso apoio aos cató licos russos, e sobretudo nossas orações e sacrifícios por essas vítimas ele nova perseguição, podem contri buir possante me nte para que sej a apressado o triunfo de M aria Santíss ima na Rú ssia e no mundo. • NOVEMBRO 2002 -


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Nos bastidores da mídia A dita imparcialidade dos meios de comunicação social é apenas aparente. A liberdade de imprensa é utilizada para inculcar na população idéias que os donos da mídia querem fazer prevalecer CID

ALENCASTRO

o período que precedeu as últimas eleições, a rev ista "Carta Capital" (18-9-02) publicou uma reportagem sobre a atuação da mídia na campanha eleitora l, assinada por Bob Fernandes. Na verdade, mais do que uma reportagem, é quase um estudo sobre o modo de agir da mídia. Alguns dados desse estudo são de grande importância. Pois aplicam-se não apenas ao modo como a mídia conduziu o noticiário sobre as e leições, mas a praticamente tudo quanto e la noticia (ou de ixa de noticiar... ). Motivo pe lo qual interessa muito ao leitor con hecê- lo.

A "patuléia " tem de segufr o "rumo dos ventos" Descrevendo o que se passa nos bastidores da mídia, diz a reportagem que "esCATOLICISMO

casso é o poder real da patuléia das redações". Patuléia, para quem não sabe, é a plebe, o pessoal miúdo. Ou seja, nas redações, é mínimo o poder de decisão dos repórteres e dos simples jornalistas. A orientação vem de cima, dos "dirigentes de mídia e editores. É aí que o jogo se resolve". O papel da "patuléia ", mai s do que noticiar ou produzir reportagens, é obedecer. E obedecer a ordens que nem sempre são explícitas - elas estão no ar, e é preciso ter antenas para captá-las e submeter-se docilmente, pois "os dirigentes da mídia" nem sempre querem comprometer-se. "Quem, redações Brasil afora, der sinais de que não tem bom faro para o rumo dos ventos, estará condenado ao degredo. Como está, de resto, quem ouse dizer aquilo que qualquer foca sabe, mas que não pode -e nem há espaço para - ser dito ". A denúnci a é clara: para estar bem nas redações, é prec iso absol utamente perce-

ber qual é o "rumo dos ventos" e seguilo como corde irinho. Até as coisas mais evidentes, que todo mundo sabe, não podem ser publicadas se contrariam esse "rumo", poi s para elas "não há espaço". E a pena para os desavi sados é violenta: "degredo ", isto é, serem postos de lado, e eventualmente demitidos. Isso explica muita coisa, não acha, caro leitor? Por exemplo, a projeção que alcançam na mídia associações espúrias como o MST, o PCC e outros.

A mídia representa o poder Mas há mai s. A mídia está sempre li gada ao pode r: "aposta-se sempre em quern está ou estará no poder". De outro lado, "quem está no poder conhece o j ogo". E se acontece de os poderosos do dia entrarem em declínio, a mídia logo se adapta para seguir a nova corte em ascen-

são: "Quando, já no poder, alguém dá mostras de estar em queda, ou liquidado, prepara-se rapidamente o grande salto [da mídia] em direção ao.fúturo ". Porém , há um a verdadeira conivê ncia entre a mídia e o pode roso que cai. Este último aceita subserviente seu re pentino ostracismo, quiçá até a oposição aberta dos me ios de comunicação, poi s e le é um parceiro do jogo: "quem está no poder [em decadência] assimila, só chegou lá porque sabe como é esse jogo".

como " nazista", "ex tre mi sta", etc., simplesmente porque res istia a inovações contrárias à Civilização Cristã, como são o aborto, o "casamento" homossex ual , a onda de igualitari smo ma lsão, os ataques às propriedade privada e outras barbari dades cio gênero. Como essas barbari dades estavam - e estão - incluídas no " rumo dos ventos ", tod a res istênc ia a e las era mal vinda. Quem reage pode ser rotul ado ele profeta de desgraças.

Estl'ondos publicitários conua quem resiste

O "esfria e esquenta"

Se alguém res iste aos ventos soprados pela mídia, um vendava l se abate sobre e le: "Busca-se colar um rótulo em quem resista. Quem. resista, sej a lá por qual motivo f or: princípio, mero impulso ou mesmo as ânsias que o espetáculo costuma provocat: A tática foi empregada pelo Chef e, Fernando Henrique Cardoso, quando do primeiro mandato em. busca do segundo. Quem não se recorda dos seus adjetivos, repetidos ad irifinitum pelos porta-vozes do governo ern emissoras de televisão, rádio, j ornais e revistas ? Pessimistas, catastrojistas, primários, caipiras, radicais, atrasados, neobobos, nhenhenhém... ". Nesse campo de epítetos, pode-se dizer que a TFP tem larga ex pe riê ncia. Quanta e quantas vezes, ao lon go de sua história, foi e la tachada de " radical", "atrasada", e ta mbém outras amen idades

A reportagem descreve com linguage m pitoresca o "esfria e esquenta do noticiário", quando se quer inculcar algo no público: "O método é o de sempre. Nas colunas, nas notas, planta-se a intenção, com muita pirn.enta. Bate-se até.ficar bern. moído. A seguit; depois do fogo lento, coloca-se no noticiário, nas manchetes. Repete-se a operação tantas vezes quantasforem necessárias. Depois é só er!fiar na gráfica, ou no ar. .. e servir". Até parece a descrição de a lgum dos numerosos estrondos p ublicitários hav idos contra a TFP! E a reportagem termina mostrando que, ele futuro, o mes mo sistema vai prosseguir: "O que se vê e o que se verá da qui por diante, embora mais sutil, mais sofisticado pelas experiências anteriores, é mais do mesmo. Em quantidade amazônica".

do noticiário

A <lemíncia <le um bcst-scller A reportagem citada não é uma ave so li tária. Vez por outra, pub licações têm de nunciado o pape l parcial da mídia dita im parc ial. É o caso, por exempl o, cio li vro "Um Conhecedor da CBS Mostra Com.o a lrnprensa Distorce as Notícias" , cio jornali sta Bernard Go ldberg, que recentemente encabeçou a li sta dos mai s ve ndidos nos Estados Unidos. Goldberg reve la segredos cios bastidores da tel evisão america na, onde traba lhou durante quase 30 anos. Ele mostra, por exemplo, como os noticiári os ela TV ameri ca na di storcem as notíc ias para favorecer "os sem-teto, os homossexuais e os políticos mais à esquerda". Além di sso, "exageram os problemas sociais" (cfr. " Vej a", 30-1 -2002). "Nós sabíamos que eles erarn ern geral bêbados, loucos, drogados e pessoas solitárias por opção. Mas acabávamos levando ao ar histórias falsas, dizendo que na maioria eram pais e m.ães com. filhos", escreveu e le. Há ainda as hi stórias de repórteres obri gados a proc urar pe rsonagens pertencentes às minorias rac iais, para cumprir a "cota de di versidade" ex igida pelos editores.

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Caro le itor, le mbre-se destas co isas quando estiver di ante do aparelho de TV, ouvindo o rád io, le ndo um jornal ou uma rev ista. • NOVEMBRO 2002 -


"Por causa de sua f é em Cristo, foram atirados ao Tibre com umü pedra ao pescoço. Salvos milagrosamente por um Anjo, foram então degolados. Assim alcançaram a coroa do martírio" (doMru.tirológioRomano).

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São Cal'los Bo1·1·orneu, Bispo e Confessor

São Leão Magno, Papa, Confessor e Douto1· ela Igreja

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1 Toelos os SanLos (Neste ano, transferido para o domingo, dia 3)

ffi São Benigno, Mál'Li l' + França, séc. II. Enviado por São Policarpo para evangelizar a Gália, "depois de vários e gravíssimos tormentos, aplicados por ordem do juiz Terêncio, moeram-lhe o pescoço com umü barra de f erro e perfuraram-lhe o corpo com uma lança, sob o Imperador Marco Aurélio" (do

Martirológio Romano). Primeira Sexta-Feira do Mês

2 Comemo1·ac;ão cios Viéis Ddu11tos Aos que visitarem o cemitério e rezarem pelos defuntos, concede-se indulgência plenária aplicável só às almas do Purgatório, diariamente, do dia ao dia 8. Para ganhar a indulgência, é necessário preencher as condições costumeiras, isto é, ter-se confessado, comungado, e rezar nas intenções do Papa. Com essas mesmas condições, pode-se ganhar uma indulgência plenária só aplicável às almas do Purgatório, visitando-se no dia qualquer igreja ou oratório público ou semipúblico e rezando-se o Credo e o Pai Nosso. Primeiro Sábado do Mês

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·r

3 Sa 11Los Va lenLim e l li lário, MárLil'CS +Itália, séc. III. Sacerdote o primeiro, e diácono o segundo.

tado e aprisionado. No cárcere apareceu-lhe Nosso Senhor. Depois foi dilacerado com unhas ele ferro e queimado. É um dos três grandes soldados mártires orientais, com São Jorge e São Demétrio.

SanLa Sílvia, Viúva + Roma, 594. Da mais alta ru.·istocracia romana, mãe do grande Papa São Gregório Magno, a ele secundava em suas boas obras e necessidades domésticas.

6 São Bal'laa m ele KlmLyn, Confessor + Rússia, 1193. Da nobre família Novgorod, Alexis, após a morte de seus pais, deu sua herança aos pobres, tornando-se eremita em Khutyn, às margens do Rio Volga. Sua santidade atraiu-lhe muitos discípulos. Organizou a vida monástica, tomando o nome de Bru.faam. Seu túmulo tornou-se lugar ele peregrinação.

7 Siío Flol'êncio ele l•:strasl)urgo. Bispo e Conressor + França, 693. Sacerdote irlandês que se tomou eremita na Alsácia. Curou a filha cega e muda do rei Dagobe1to, que o designou pru.-a Bispo ele Estrasburgo.

8 NOSSA SENI !ORA MEDIANEIRA DI•: TODAS AS GRAÇAS (Comemorada no sábado antes do 2º domingo de novembro, mas antecipada neste ano para o dia 8)

9 Deelicação ela Basílica ele São ,loiío ele L,1Lrfio

ffi São Tcoeloro, Mál'Lil' + Ásia Menor, séc. III. Soldado, por causa de sua fé foi açoi-

ffi São ,JusLo ele Cantu,íria. Bispo e Confessor + Inglaterra, 627. Um dos monges beneditinos enviados por São Gregório Magno para evangelizru.· a Inglaterra, foi o primeiro Bispo ele Rochester e depois sucedeu a São Lourenço como quarto bispo de Cantuária.

11 São Mcnas, M{ll'Lil' + Egito, 295. Soldado cristão sírio, foi para o deserto fazer penitência. Tendo conhecimento dos festejos em honra aos Imperadores do Oriente e Ocidente, foi ao teatro onde estava reunida a multidão, para fustigar a idolatria e o paganismo. Mereceu com isso os mais terríveis suplícios e a coroa do martírio.

12 São Livínio. Bispo e Mál'Lir + Bélgica, séc. VII. Originário da Inglaterra, foi ordenado por Santo Agostinho de Cantuária e enviado à Bélgica como apóstolo. Depois de converter muitos à fé ele Cristo, foi martirizado pelos pagãos.

IH Süo Romfio, MárLir + Ásia Menor, 303. "Quando

15 SanLo Albel'LO Magno, Bispo, Con[eSSOI' e DouLOI' ela Igreja

ffi São Ra fael Ka linowski ele São José, Confesso!' + Polônia, 1907. Natural da Lituânia, cursou a Academia de Arquitetura Militru.·, onde obteve o grau "sumrna cum. laude" (máximo com louvor), sendo convidado para nela lecionru.·. Capitaneou um movimento de liberdade de eu país contra a opressão rus. a. Aprisionado e condenado à morte, teve a pena comutada para trabalhos forçados durante I Oanos. Findo esse período, foi preceptor do Venerável Augusto zartoryski, em Paris. Finalmente entrou para os carmelitas de, calços, morrendo em odor ele santidade.

16 SanLo l•:uquério, Bispo e Confessor + França, 449. Casado, pai de dois filhos (que posteriormente foram bispos), ele comum acordo com a esposa, ele e ela ingressru.-am na vida monástica. "Eleito Bispo de Lião, serviu à Igreja pela profundidade de sua fé e pela extensão de seus conhecimentos teológicos" (d0M a1tiro-

lógio Romano - Moná tico).

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13 Siío Nico lau 1, Papa e Confessor + Roma, 867. "Dotado de uma personalidade brilhante, garantiu a liberdade da Igreja em. face aos dois imperadores então no poder: Miguel, no Oriente; e Lotário, no Ocidente " (cio

Martirológio Romano nástico).

14 SCio Sern pião, Má rt ir + África, 1240. O primeiro religioso ela Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria das Mercês a derramar o sangue em terras do Islã, pregado numa cruz, visando o resgate cios cativos.

Mo-

Sa 11La Isabel ela l lungria, Viúva

ffi SanLO Aniano, Bispo e Confessor + França, 453. Bispo de Orleans, ajudou a defender a cidade contra a invasão de Átila, obtendo para isso o auxílio do general rom ano Aecius, que repeliu o inim igo. Famoso por seus milagres.

o prefeito Asclepíades investiu contra a Cristandade com intenção de exterminá-la, ele exortou os demais cristãos a que lhe opusessem resistência. Por isso, infligiram-lhe os mais duros tormentos" , morrendo

estrangulado na prisão (cio Martirológio Romano).

19 Sa nLa l•:rmembu1·ga, Viúva + Inglate1rn, 700. "Princesa de Kent, casou-se com o filho do Rei da Mércia, com quem teve três filhas, todas veneradas como santas. Ao.ficar viúva,fundou o Mosteiro de Minster-in-Thanet, de ondefoi abadessa" (do Mar-

defesa do primado universal do Bispo de Roma.

24 l•'cst.a el e Nosso Senl101· ,Jesus Cristo, Rei

25 Siío Mercúrio, Má rLi1 · + Ásia.Menor, 250. Soldado, diz-se que um anjo emprestoulhe uma espada para levru.· seu exército à vitória. Denunciado como cristão, foi decapitado.

26 São SilvesL1·e Allaele, Confessor + Itália, 1267. Eremita, fundou 12 mosteiros nos quais instituiu a regra beneditina em sua pureza, dando assim origem à Ordem de São Silvestre.

Intenções para a Santa Missa de novembro Será celebrada pe lo Revmo. Padre Davi Francisqu ini, nas seguintes intenções: • Missa de Finados, pelas almas dos familiares dos leitores de Catolicismo e dos participantes da Alian ça

de Fátima .

tirológio Romano-Monástico).

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20

Nossa Senhora ela Meclall!a Milagrosa

• Pe las santas almas do Purgatório.

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• Na intenção de que neste mês de novem bro, em que se comemora a festa de Nossa Senhora das Graças, conceda Ela a todos os nossos le itores e amigos abundantes graças.

SanLo l~clmunelo, MárLir + Inglaterra, 870. Subindo ao trono aos 15 anos, governou com sabedoria e prudência de ancião. Protegeu pobres, órfãos e viúvas, sendo um pai para seus súditos. Tendo pagãos dinamarqueses invadido o país, clecapitru.·am-no por não querer apostatar.

21 APRJ•:SENTAÇÃO DI•: NOSSA Sl~Nl !ORA

22 SanLos Filemon e Ápia, M{11'L i1 •cs + Ásia Menor, séc. I. Foram Discípulos de São Paulo, que dirigiu ao primeiro uma carta na qual louva "sua caridade e sua fé em relação ao Senhor Jesus e a todos seusfiéis". Aa-

São SósLenes. Má rLil' + Ásia Menor, séc. I. Discípulo de São Paulo, que o menciona em uma de suas epístolas.

29 São SaLw·nino, Bispo e MárLi l' + França, séc. III. Um dos sete missionários enviados para evangelizar as Gálias, foi Bispo ele Toulouse, onde exerceu grande apostolado até ser preso pelos pagãos no Capitólio local, do alto cio qual o precipitru.·am ao solo.

30 SanLo Anelré, ApósLolo e M{u'Lir

ffi São ConsLâneio, Confesso r

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+ Roma. "Resistiu energicamente aos pelagianos. Tanto -sofreu com suas intrigas, que merece lugar entre os cof1:fessores da Fé" (cio Martirológio Romano) .

São ClemcnLe 1, Papa e Márt ir + Roma, 97. Terceiro sucessor ele São Pedro, escreveu uma cru.ta aos Coríntios, considerada documento fundamental na

Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

prisionados e açoitados, foram enterrados numa cova até a cintura e mo1tos a pedradas, por sua fidelidade a Cristo.

Intenções para a Santa Missa de dezembro

Nota:

• Missa de Nata l , numa especial intenção tendo em vista a comemora ç ão do Santo Natal, pedindo ao Divino Menino Je sus e Sua Mãe Puríssima que conceda abundantes graças às famí lias daqueles que nos apoiaram ao longo desse ano.

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XXXIII ·Encontro Regional da TFP N a Casa de Portugal reuniram-se CorrespondentesEsclarecedores e Simpatizantes da TFP e participantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! , num total aproximado de 800 pessoas ÜSCAR VI DAL

XXXIII Encontro Regional da TFP realizou-se no dia 19 de outubro, na Casa de Portugal, na capital paulista Após a entrada solene da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, da recitação de um terço do Santo Rosário e de palavras de Dr. Plínio Yidigal Xavier da Silveira, diretor da TFP, inaugurando o evento, coube ao Dr. Gregório Vivanco Lopes proferir a primeira palestra. Tratou ele de uma questão que muito tem preocupado a opinião pública: o novo Plano Diretor para a cidade de São Paulo - uma malfadada lei que, sem consulta plebiscitária aos munícipes, foi imposta aos paulistanos, e que fere gravemente o direito de propriedade privada. Mostrou que o Plano Diretor é mai s um passo na linha da expansão dos erros do comunismo, conforme profetizou Nossa Senhora de Fátima.

Pedido <le de/1J1ição li'e11te a graves problemas Após essa palestra, e antes da pausa para o cafezinho, os participantes receberam cópia da carta que a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP dirigiu aos então dois presidenciáveis - Srs. José

CATOLICISMO

Serra e Luís Inácio Lula da Silva - pedindo-lhes clareza em suas propostas e uma definição acerca de importantes temas que afetam todos os brasileiros, sobretudo em matéria de família e propriedade privada. A íntegra dessa carta encontra-se à pág. 16 desta edição. "Estava mesmo estranhando que a TFP até agora não tivesse falado nada sobre essas eleições. Estou lendo a carta, e já me esclareceu muilo a respeito dessa disputa tão cor!fúsa no Brasil" declarou, ao despedir-se, um participante que é taxista em São Paulo.

CoITespondentes da 'fFP no Norte Fluminense N umerosa assistência lotou o auditório do SESJ em Campos (RJ)

Vm Filho Pró<ligo chamado Brasil

O Sr. Marcos Luiz Garci a, coordenador da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tare/eis!, fo i o segundo conferen cista. Mostrou as analogias da situação do Brasil atual com a do Filho Pródigo da parábola do Evangelho: nosso País, nasc ido sob o s igno da Cruz, recebeu el a Providência Divina uma grandiosa vocação, hoje não correspondida, e se nco ntra atolado e m gravíssima crise. orno o "Filho Pródigo" do Evangelh , o B rasil precisa "voltar à casa paterna". Uma peça teatral, representando essa parábola, f"oi encenada por jovens cooperadores la TFP, ressaltando de maneira viva o Lema desenvolvido na conferência: o rumo que o Brasil está tomando e o futuro qu nos espera. Dr. Plíni o Vidigal Xavier da Silveira pronunciou as palavras de encerramento, seguidas de um sorteio de pequenas réplicas da imagem de Nossa Senhora de Fátima cnl r • as pessoas presentes. •

GILBERTO GHIOTTO

Campos - Participaram do XX.XII Encontro Regional de Correspondentes-Esclarecedores e Simpatizantes da TFP 260 pessoas, tendo também comparecido ao ato aderentes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, Não Tardeis! O programa, realizado no dia 28 de setembro p.p., teve início com a recitação do terço. Em seguida, Dr. Plínio Vidigal Xavier da Silveira, do Conselho Nacional da TFP, abriu o evento com uma saudação aos presentes. Pronunciou a primeira conferência o Prof. Diogo Chogo Waki , sobre a Certeza da vitória de Mária Santíssima. Após intervalo para o lanche e animada conversa, o Coral Regina Angelorum, da cidade vizinha de Cardoso Moreira, entoou hinos em louvor a Nossa Senhora. Na segunda conferência, o Sr. Marcos Luiz Garcia desenvolveu o tema: O plano de Deus para a Humanidade . No encerramento, o Pe. Davi Francisquini fez breve exortação aos presentes, no sentido de afervorá-los na devoção à Santíssima Virgem. •

Nas fotos do pógina ao lado e na foto abaixo, cenas do XXXIII Encontro Regional

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Delegação das TFPs percoITe a Lituânia 50 anos de tirania comunista golpearam

duramente o povo lituano, 1nas não conseguiram arrancar-lhe a fé católica. '.tlgora os litu-

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ma delegação das TFPs composta de oito membros, repre ·entando o Brasil, Alemanha, Áustria, Canadá, C hile, Estados Unidos, França e Itália, visitou a Lituânia nos últimos dias de agosto e na primeira semana de setembro último. Levava consigo uma cópia da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima que, em 1972, derramou lágrimas em Nova Orleans (E.U.A.), além de farto material de devoção mariana, que fo i distribuído ao povo lituano. As c idades visitadas foram, além ela ca pita l (Vilnius), Paupys, Ne maksc iai , Anziliai, Griniai, }<.raziai, Saukenai, Kelme, Tytuvenai, Siluva, Trakai, Pasvitinys, Pagryzuvis, Laugalis, Lioliai e Siauliai, nas quais foram distribuídas mais ele 10.000 medalhas mil agrosas de Nossa Senhora, acompa nhadas da respectiva novena. Ademais, foram repartidos 20.000 exemplares do Calendário-TFP2003, espec ialmente confecc ionado para a Lituânia (fac-simile na pági na ao lado). Nos 10 dias passados em solo lituano, os caravanistas puderam tratar da importância e da atualidade da Mensagem de Fátima. Como nos anos anteriores, foi decis iva a colaboração do Sr. Antanas Racas, ex-deputado e um dos signatários do documento de independência da L ituân ia em relação à Rússia sov iética, em 1990. Os veículos utili zados pelos caravani stas portavam faixas com os dizeres: Por

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CATOLICISMO

uma Lituânia sempre cristã. Lituânia precisa da ajuda de Maria. Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera.

·Co/ltatos com o clel'o, nobreza e povo No sábado, 31 de agosto, a delegação das TFPs participou ele uma cerimôni a cívica no centro de Siauliai, o quarto maior centro urbano da Lituânia, em memória dos heróis que tombaram lutando em prol da independência de seu país. Estava presente também uma comitiva do Parlamento alemão, chefiada pelo Barão von Stetten (CDU) . Na ocasião, M ons. Eugenius Bartulis enfatizo u a importânc ia dos valores Tradição, Família e Propriedade. O Barão von Stetten, encontrandose com membros das TFPs, e ntregou1hes foto de seu caste lo em BadenWürttenberg, dizendo muito comprazi do : "Veja, aqui também há Tradição,

Família e Propriedade". No dom ingo, JO de setembro, a comitiva das TFPs participou da tradicional peregrinação ao santuário mariano de Siluva, portando ao lo ngo cl~ o ito quilômetros a imagem peregrina de Fátima. Em Vilnius, os membros das TFPs foram recebidos pelo vice-presidente do Parlamento Lituano, Sr. Jurcenas, que fez questão de recepcioná- los no sa lão nobre do Parlamento. E le comentou que agora os lituanos estão colhendo os frutos da luta empreend ida pelas TFPs em prol de seu país há 12 anos .

s visi tadas foram distribuídas medalhas mi lagrosas e exemplares do Calendário -TFP-2003

Na segunda-fe ira, 2 de setembro, a comitiva elas TFPs vi sitou Trakai , a nti ga capita l da Lituânia e berço natal do GrãoDuque Vytautas, participando de uma peregrinação que saiu da igreja d e Trakai , a velha, até a matriz de Trakai , a nova. E a li pôde admirar o belo castelo medieval, situ ado no meio de um lago de águas azuis profundas . Ao cair da noite, por s uges tão do Sr. Racas, os membros da delegação cantaram, e nquanto adm iravam o castelo iluminado, uma Salve Regina, pedindo a proteção ela Mãe de Deus para a Lituânia. A delegação das TFPs visitou ainda hospitais, as il os e escolas. E pôde constatar, com alegria, que ainda permanece viva a chama da fé católica na Terra de Maria. • NOVEMBRO 2002 -


Carlos Magno foi Rei dos francos (768-814) e dos lombardos e Imperador do Ocidente (800- 814) . Pode ser considerado como o protótipo de Imperador cristão. Albrecht Dürer: famoso pintor e gravurista alemão, filho de um ourives húngaro, nasceu e faleceu na cidade de Nüremberg (1471 1528). Considerado o maior pintor germânico do Renascimento,

pode ser comparado aos grandes meslr s ll llanoo ti I pon 1 Embora conservando em sua arte uma b s g rm 111 11 , t 111 11 1 milou o requinte dos artistas flamengos, proprlo11 o do II pl1lt11 de invenção dos italianos e contribuiu parn OB 0 1111110 tlt 111 , tanto com seus tratados teóricos quanto por BlHI 0 1!111 plutt'lr lt, 1 1 de gravação.



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PtlN I

lJMARI ·

ORRÊA DE ÜUVEIRA

Dcz;cmbm de 2002

O senso do maravilhoso na alma inocente

e

or que as crianças inocentes se encantam com uma árvore e Natal? De onde vem a pro pensão natural que elas têm para uma ordem de coisas maravilhosa? Como explicar a apetência da alma virginal por uma realidade impal pável, superior à realidade terraterra, concreta? Trata-se de um ponto de partida para chegar até Deus, conforme nos explica o Prof. Plínio Corrêa de Oli veira em conferência para sócios e cooperadores da TFP, em 28-6 - 69 . É tema próprio para ser medita do neste Natal.

" A árvore de N atal é acusada por mui ta gente de ser uma coisa laica - e, realmente, há algo de verdade nesta afirm ação. M as, no fun lo, ela não é laica . Ela trad uz a aspiração ela criança para uma ordem onto logica mente ma is per feita do que a nossa, m que tu lo sej a campo to por marav ilh as ; e maravi lh as que não são constitu íd as ap nas ele bens materi ais para o corpo, mas d · b ns pa ra a alma. Não me r li ro à árvor ' de Natal on lc se penduram bombons I ara se comer, mas à árvore ele Natal 'n r it ada ·0111 bolas w lori clas, cstr las outros belos obj etos. •sscs obj etos não são coisas para brinca m 111 para saborear, são coisas I ara ·ont mplar!

Contemp lar o quê? No f undo, contempl ar a perspectiva ele urn a ordem ele co isas marav ilhosa, ex istente fora ela nossa rea li dade palpável. A cri ança sabe que urna árvore não é ass im ; que aq ueles enfeites não são frutos daq uela árvore. M as o que há por detrás dessa contemplação? : um desejo, confu so mas ardente, cio ex tra-terreno que se ex pri me naqu il o. É claro que há nisso a nutrição ele um desej o, que a alma tem, ele urna co isa que é tra ns- f"ís ica , e portanto ele um imp ul so que, cm si, tende para Deus. É um ponto de pa rtida I ara chegar a Deus." •

2

Exc1,:RTOS

4

CARTA DO D11mTOR

5

PAGINA MAIUANA

7

LmTllRA EsPIRITUAI.

8

CommSPONDl~:NCI/\

Nº 624

A Imaculada Concei ção O Credo - Nono artigo (cont.)

10

A

PAl,/\VI~;\ DO SACERDOTE

12

A

REAl,ID/\DE CONCISAMENTE

14

NACIONAi,

16

INTlmNA<:IONAL

18

Po1~

19

EN·nmv1sT1\

22

Ecos 1m FÁTIMA

23

INl<'ORM/\'l'IVO RURAi,

26

CAPA

33

D1s<:rmNINDO

36

VmAs DE SANTOS

39

D1,:sTAQtm

Qm:

Um Lula m etamorloseado EUA : Vitória do conser vadorismo

NossA SENIIORA C110tM?

A crise ela educação no Brasil

Alegri a e atmosf er a n atalinas A manipulação da criminalidade Santa A delaide

Ex travagân ci as da moda

40 SOS F AMÍLl/\ D escabida inger ên ci a estatal n a tamília 42

G1~ANDES PERSONAGENS

45

ATtJAl,IDADE

46

SANTOS ..: FESTAS DO M1~:s

48

TFPs 1•:M AçAo

52

AMBIENTES, Cos·1·uM1<:S, C1v11.1zAçõEs

Car los M artel

Fim da livr e expressão de opinião ?

Famoso afresco medieval da Natividade

48 TFPs em Ação

Nossa capa: Fotografia que reflete o maravilhoso do Notai no Baviera (Alemanha)

CATO LICI SM O

DEZEMBRO 2002


l 1 •

PÁGINA MARIANA

Imaculada Conceição: tema maravilhoso

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80,00 120,00 240,00 400,00 7,00

CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA .

Para uma revista obter sucesso, não é necessário que publique futi li dades, muito me nos imoralidades. Uma prova di sso é que a revista Catolicismo termin a este ano a lcançando um resultado apreciável : ultrapassamos a tiragem de 55.000 exemplares me nsa is. Esse número é um indício de que os catól icos estão cada vez mais interessados e m publicações sérias, que abordem te mas de cu ltura e de atua lidade à luz da autêntica do utrin a cató li ca. Ao realizarmos recente pesquisa junto a nossos le itores, constatamos com satisfação que cada exemplar é li do, e m médi a, por quatro pessoas. Isto é algo muito espec ia l, princ ipalmente por se tratar de um a revi sta de inspiração verdadeiramente cató li ca, q ue navega contra a corre nte da mídia la ica e anticatólica, a qual pagani za cada vez mais nosso País. Alé m di sso, Catolicismo oferece com exc lusividade a seus le itores matérias que não são n ·ontradas nem mesmo nos me ios de comu ni cação de larga d ifu são. Aborda corajosa me nte te mas po lêm icos, freqü entemente re legados ao sil ênc io, di scrimin ados por grandes ó rgãos da mídia pe lo simpl es fato de se fundamentare m na dout rina tradicional da Igreja. Para compensa r a e no rme carê nc ia ap resentada por tantos ve ícul os de comuni cação so ial , Catolicismo , durante o ano todo, e mpenhou-se e m aprimorar a sua qualiclacle. Int rodu z iu um no vo projeto gráfico e aume ntou sua tiragem. Desta forma , co locou-se em condi ções de ex pandir-se a inda ma is em 2003. Ass im o esperamos, co m a ajud a de Nossa Senhora. Nossa revista atinge um grupo seleto de pessoas, que aume nta a cada di a e constitui um a autê ntica e lite mora l, capaz de se opor à mentalidade insana de um mundo que ca minha cada vez mais ce leremente para sua autodestruição. Perte ncer a essa e lite mora l significa ser capaz de mante r-se fie l à tradi ção cristã ele nosso Brasi l, mesmo que sej a necessári o nada r contra a correnteza: contra as moelas imo rais, a sodomi a, o aborto, as drogas; defe nde r o princípio da propriedade privada as desigua ldades harmô nicas e proporci onadas; e m suma, lutar contra a neopaga ni zação geral do mundo. Até o mome nto be ndito em que Nossa Senhora cumpra in tegra lmente as promessas de Fátima, e um mundo novo cristão se abra dia nte de nós e daque les que vi erem depoi s de nós. É com esse fundo de quadro que apresenta mos a matéri a de capa deste mês, isto é, o Natal cristão como e le deve ser conce bido e comemorado. Revivendo sad ias tradições natalinas, nasc idas nas épocas de apoge u da abençoada C ivili zação Cristã, estare mos ev ita ndo que o Natal sej a relegado apenas a uma grande temporada de com pras e ele troca de presentes, ou então de passeios , como se fosse uma festa mundana a ma is. Desejo a nossos amigos e le itores - gra ndes co-autores do êx ito crescente de Catolicismo - um Santo e Feli z Nata l, pedindo ao M enino Jesus e à sua Mãe Santíssima que cumule m com graças e bênçãos muito especiais seus lares e parentes durante o próximo a no. Em Jesus e M aria,

Pau lo Corrêa de Brito Filho D IRETOR

D urante séculos a Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi defendida por grande número de santos, teólogos e simples fiéis. Mas houve os que a achavam improvável ou mesmo a negavam. Pois, embora essa verdade esteja contida na Revelação, ela se apresentava em meio a um claro-obscuro. O dogma proclamado em boa hora pelo Bem-aventurado Pio IX deixou claro que o fato de Nossa Senhora ter sido preservada do pecado original desde a concepção é verdade revelada por Deus. Eil

V ALD IS GRINSTEINS

"R om a

loc uta, ca usa f inita" .

Quando Roma fala, acaba a polêmica, di z conhecido p rovérbio. Foi o que aconteceu no d ia 8 de deze mbro de 1. 854, qu a ndo o dog ma da Im aculada Co nceição fo i proc la mado pe lo Bem-aventu rado Santo Padre Pio IX, encerrando de modo admirável qua lquer debate sobre o te ma. E m nossos di as, os cató licos celebra m a fes ta com toda tra nqüilidade, sendo difíc il imaginar que esse assunto te nha des pertado no passado vári as controvérs ias . Ainda hoje, confissões heré ticas la me nta m a proc la mação do dogma da Jn1aculada, um dos 111ais be los :Ê E da Igrej a Cató lica. ~ E ntre os hereges, co mpreende-se tal opos ição; po is, sendo o rg ulhosos, não to le ram a superioridade ela Mãe de Deus ~ e o culto de hiperduli a que a Igrej a lhe ~ presta. M as como exp li car que entre ca- ~ tó licos possa ter hav ido polê mi ca? Ana- ::.:" li semos o fund o do probl ema.

A questão da Recle11ção Embora a Imac ulada Conceição esteja na Revelação e faça parte do depósito da Fé, ela não está aí com toda a clareza, como outras verdades - por exempl o, a Ressurreição de Nosso Senhor e sua Ascensão. E m casos assim, de certa obscuridade, os argumentos lógicos e o debate em torno do tema, em busca de esclarecer a verdade, têm muito peso. Qual era o problema lógico-teológico que se punha? Vejamos.

DEZEMBRO 2002 . . .


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8 Em conseqüência da desobediê nci a de Adão, todos os homen s nascem com o pecado origi na l. Mas, g raças aos méritos da Vida e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, podemos ser lim pos desse pecado pelo batis mo. Ora, se Nossa Sen ho ra foi concebida sem [Jecado origina l, tudo parec ia indicar que, para E la, não teria sido necessária a vinda de Nosso Senhor para remir os pecados, e portanto E le não seria Redentor d'Ela. Duas concepções nessa problemática chocam o espírito católjco. A primeira consiste em pensar que Nossa Senhora pudesse ter alguma faita. A segunda, que Ela não tivesse necessidade da vinda de Nosso Senhor à Terra. Como conciliar as coisas? Sobretudo, não se trata propriamente de conci liar, mas sim de saber qual a realjdade. E ncontramos a resposta na definição apresentada pelo Bem-aventurado Papa Pio IX na B ula "/ ne.ffabilis Deus", na qual se ensina que a Imaculada Conceição é o privilégio singul ar, em virtude do qual "a

Beatíssima Virg em Maria foi, desde o primeiro instante de sua con.ceição, preservada imune de qualquer indício de culpa original, por graça especial e privilégio singularíssimo de Deus onipotente, em. consideração dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano". Nesse tópico, tornam-se patentes duas coisas: a) Nossa Senhora ficou imune do pecado original; b) isto se deu em previsão dos méritos de seu Filho; portanto Nosso Senhor é Redentor d'Ela também. Formu lação simples da verdade revelada; mas, para se chegar a esta definição, transcorreram muitos sécu los. O q ue não nos deve surpreender, poi s a solução de delicadas matérias teológicas costuma exigir muito tempo. O Papa, usando da auto ridade que lhe foi dada por Nosso Senhor Jesus C risto para g uardar e interpretar infalive lmente a Revelação, definiu o dogma.

Piedade e/essa elil'usão Já no século V, Santo Agostinho afirmava que "a piedade impõe reconhecer Maria como não tendo pecado", tema que a devoção popular reco lheu, pois a festa da Imac ul ada Conce ição era celebrada no Orie nte católico desde o sécul o VI. É a partir do século XI que tem início um estudo mais detalhado da questão por parte dos teólogos, e verifica-se um cres-

-CATOLICISMO

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cimento na piedade popu lar a respe ito desse tema. De tal for ma expand iu-se t'd piedade, que a festa da Imaculada já era celebrada em toda Europa no ano de 1476.

O voto de sallgue No século XVI, e sobretudo no século XVII, o tema tornou-se tão candente, que "na Espanha se revelará impossível ·s ustentar no púlpito tais opiniões [contrárias à Imaculada], porque o povo rea-

girá contra os pregadores com murmúrios, clam.ores e até violência". A partir de 16 17 iniciou-se na Universidade de G ranada, na Espanha, o costume de fazer o " votum sanguin.is", ou seja, o voto de defender a Imaculada Conce ição até a efusão de sangue, se preci so. Ta l prática logo se popularizou: Ordens re li g iosas, Santos, universidades, confraria.- etc. passaram a fazer o voto. Um teólogo de nome Muratori julgou o voto imprudente, graveme nte culpável, in spirado por uma piedade não iluminada, e inic iou um debate a respe ito. Defonclia e le que não se deve expor a vida por urna doutrina a inda não defi nida corno de Fé, e portanto aberta à di scus ão. Tese que fo i refutada pelo grande rnoraJi sta Santo Afonso Ma.ria de Ligório, favorável ao voto por cl.u as razões: a) havia um consenso universal dos fiéis a respeito cio terna; b) já se estabelecera uma celebração universal da festa da Imaculada Conceição.

A elefcsa ela /maculada G ra ndes defensores e pregadores do privilég io da Imaculada Conceição foram São Leonardo de Porto M a urício, São Pedro Canís io, São Roberto Bell armino, entre muitos outros.

Nono artigo do Credo

Fo i tão lo nge ta l desejo de defender a Imaculada, que várias universidades se negavam a fo rmar quem não jurasse defender este privilég io especial da Virgem. E até na esfera civi l fo i exig ido tal juramento, corno ocorreu com os deputados na declaração de Independência da Venez ue la, na qual estes juravam defender a independência, a Religião católi ca e o mistério da Imaculada Conceição.

Justi11ca-se a polêmica? A lg um católi co mal informado, ou defo rm ado pelo re lativismo de nossos d ias, poderia ta lvez objetar: Não era exage rado lefende r de fo rma tão obstinada tal privi légio de Nossa Senhora? Um católico ass im não compreendeu a prol'uncliclad que está na presente afirrn·1ção eles. ·1 verdade. Corno bem ex plica o I ro l'. Plinio Corrêa ele O live ira, "o novo

dogma /da Imaculada Conceição}, em si 111es1110 considerado, chocava a fundo o •spfrito •,1·sen.cialrnente igualitário da Revo fu('ão, que desde 1789 reinava despoticame11te no Ocidente. Ver uma simples .,-iatura de tal maneira elevada sobre todas as outras, por um privilégio inestimável, concedido n.o primeiro instante de seu. .1· •1; ' coisa 7ue nem podia nem pode deixa,· d , doer aos .filhos da Revolução, que prodo111ova a igualdade absoluta entre os fw 111e11,1· como o princípio de toda ordem, de Ioda justiça e de todo bem". Motivo a mais para celebrarmos condi g namente, neste dia 8 ele dezembro, a festa da Imacul ada Conceição, privilégio maravilhoso, bem expresso pelo célebre orador sacro francês Bossuet. Para e le, a Imaculada Conceição significa que "há carne sem

.fi"agilidade, sentidos sern rebelião, vida sem rnancha e morte sem sofrim.ento". •

Notas:

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1. André Damino, Na esco la de Maria, Ed. Pau linas, 1962, p. 39. 2. Nuova Dizionario de Teologia, a cura di Stefano de Fio res e Salvatore Meo, 1,·atado De Natura et Gra1 ia, 42, PL 44, 267, Ed. Pao li nas, 1986, Mil ão, p. 6 14. 3. Idem, p. 6 14. 4. Caracc iolo Parra-Perez, /-/is1oria de la Primera República de Ven ezuela; Bibli oteca de la Academia Nacio nal de la Hi storia , Caracas, 1959, 11 Yol. 5. Plí nio Co rrêa de Oli veira , Primeiro marco do ressurg imento co111ra-revo/1.1 cio nário, Catolicismo, fevereiro/ 1958. 6. André Dam ino, op. cit. , p. 36.

"Creio na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos" § 2" - Da lgl'eja (COllt.).

em particulal'

1

A verdadeira Igreja se di z San.ta, porque Santo é seu c hefe invisível, que é Jesus Cristo, santos são muitos ele seus membros, santos são a sua fé , a sua Ie i e os seus Sacramentos, e fora dela não há nem pode ex istir verdadeira sa ntidade. A verdadeira Igreja se diz Católica, que significa universal, porque aba rca os fiéis de todos os tempos, de todos os lugares, ele todas as idades e concl ições, e todos os homens cio mundo são c hamados a faze r .,;

parte dela.

e ele externo, quer na assoc iação cios seus membros, quer no cu lto e no seu ministéri o ele ens ino, quer em seu governo e ordem externa.

~

A verdadeira Igreja se chama ] Apostólica, porque remonta sem ~ interrupção até os Apóstolos; por- ~ que crê e ensina tudo que c reram :e" 1- ·- ''-'= e ensinaram os Apóstolos; e porque é g ui ada e governada por seus legítimos sucessores. A verdadeira ]g reja se diz a inda Romana, porque os quatro caracteres ele unidade, santidade, catolic idade e apostolic idade se encontram só na Igreja que reconh ece por chefe o Bispo ele Roma, sucessor de São Pedro.

Fora da Igreja não há sal vação A [greja ele Jesus Cristo é constituída como uma sociedade verdadeira e perfe ita; e nela, como em uma pessoa moral , podemos di stingui r uma a lma e um corpo. A a lma da Igreja cons iste no que e la tem de interior e esp iritua l, isto é, a Fé, a Esperança e a Caridade, os dons da graça e cio Espírito Santo e todos os tesouros celestes que são derivados cios méritos de C ri sto Redentor e cios Santos. O corpo ela Igreja consiste no que e la tem de visíve l

Para sa lvar- no s, não basta sermos membros ela Ig rej a Católica, mas é necessário sermos membros vivos, que são todos e somente os justos, isto é, aqueles que estão atua lme nte na graça ele Deus . Os membros mortos ela Igreja são os fi é is que se encontram em pecado mortal. Fora da [g reja Católi ca, Apostólica, Romana ninguém pode salvar-se, como ninguém pôde salvar-se cio dilúvio fora ela Arca de Noé, que era figura desta Ig reja.

Todos os justos cio Antigo Testamento se sa lvaram em virtude da fé qu e tinham em C ri sto que hav ia el e vir, por meio da qual já pertenciam espi ritua lmente à Igreja. Quem, e ncontra ndo-se sem cu lpa - ou seja, de boa fé fora ela Igreja, tivesse recebido o Batismo o u ao menos tivesse o desejo implícito de recebê- lo, e a lém di sso procurasse sinceramente a verdade e c umpri sse a vontade ele Deus o melhor que pudesse, se bem que separado cio corpo da ]greja, estaria unido à sua a lma, e deste modo no caminho ela sa lvação2 • Por outro lado, quem, sendo muito embora membro ela Igreja Católi ca, não co locasse em prática seus ens inamentos, seri a me mbro morto , e porta nto não se salvaria., porque a salvação ele um adulto requer não somente o Batismo e a Fé, mas também as obras confo rmes à Fé. Somos obrigados a crer em todas as verdades que a Igreja ens in a, e Jesus Cristo decl a ra que quem não c rê está já condenado . Somos també m obrigados a fazer tudo o que a Igreja maneia, porque Jesus Cristo disse aos Pastores da Igreja: "Quem vos ouve, a

Mim ouve, e quem vos despreza, a Mim. despre za". •

Notas:

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1. Catec/1i.1mo Maggio re pro111ulga10 da Sw, Pio X, Roma , Tipografia Vati ca na, 1905 , Edizione Ares, Milano. 2. A del icada questão da salvação dos que não pertencem ao corpo da Igreja encontra -se exp lanada na Palavra do Sacerdote, e m nossa edição de maio de 2002.

D EZEMBRO 2 0 0 2 -


as terras. Todas as entrev istas, de modo geral eu gosto, mas esta estava especial. Parabéns a vocês e a Da. Lícia ta mbém. F iquei com muita pena dela, e peço a Deus que aj ude a e la e sua família. (M.C.Z. - PR)

f/igilância r edobrada Parabéns! Continue m na luta e alertas, pois a vigilância agora terá que ser redobrada. (S.D. - RJ)

Lúcicla e prudente ... É a melhor e mais lúc ida rev ista cató li ca do Brasi 1. Gostaria que falassem mais abe rtamente dos malefícios que o PT está trazendo ao Brasi l. (D.B. - SP)

"Libel'<lade" ele escolha - Com certeza, nessas e leições fi camos sem opção. Eu pessoalmente fiquei sem liberdade de esco lh a, e muitos votaram naquele que pensaram ser o menos pior. Não tivemos alternativa, a não ser um ruim e outro, sabese lá, menos ruim [.. . J. Não venceu aquele que mais se ap roxima do pensamento da maiori a dos brasileiros, ve nceu a propaganda. Que esta mos sem representação, é o posicionamento de todos aqui e m casa, co legas de trabalho e quase todos com quem fa lo desse prob lema, co m exceção de alguns "avestru zes". Na minha op ini ão, os candidatos não responderam a carta de in terpelação da TFP, poi s e les não têm como responder, uma vez que nos debates de TV não quiseram se defi nir e m face daq ue las questões anticristãs, co mo aborto, homossexual idade etc. Mes mo no tópico crimina lidade, quando debateram , e les ficaram na s upe rfície, não vendo o negócio no fundo , que é a marcha à bagunça do sistema dos comunas. (H.L.P. - SP)

A enuevista

com Da. Lícia

Gostei bastante dos temas da revista, com uma visua li zação muito clara de nossos problemas. Mas, a mim particularmente, me agradou muito a entrevista com a fazendeira que perdeu

-CATOLICISMO

Noção católica cio progl'esso Do artigo "Catolicismo e Civi lização", do Prof. Plínio Corrêa de O li veira, nada tenho a criticar, aproveitei mu ito de seu conteúdo e será muito proveitoso em minhas aulas. Pessoa lmente fiquei com a ate nção muito posta na tese do saudoso proressor, sobre o papel dese mpenhado pe los missionários nos primeiros te mpos ela evangelização do povo brasile iro. Do papel da Igreja na civi li zação, na moralização cios costumes primitivos, no resgate da selvageria etc. Mas estamo. em 2002 e não em 193 1, ano da pub licação cio referido artigo. Daí então minha dúvida , se para os dias atuai s o Prof. Plíni o indi caria a me ma orientação ele apontar a 111 ra li zação co mo solução para os erros que padece nossa soei ela lc. Isto porque o progresso, a I cnica , as com unicações etc. avançaram com uma ta l veloc idade, que fi ca-se na incerteza se uma pessoa ele formação católica eleve que tionar o progresso material para ser conseqüente com a sua fé . Não sei se consegui co locar bem minha dúvida, mas resumindo: se um cató li co real pode apoiar o progresso de nosso século. (W.K.L.I. - SC)

Nota da redação: O Sr. exp li c itou muito bem sua dúvida , e não é raro a um espírito lógico levantar ta l ques-

tão. Lendo sua explanação, recordamos de imed iato um capítulo de Revolução e Contra-Revolução, a magna obra do Prof. Plínio, na qual e le parece respo nder precisa me nte sua pergunta. No trecho abaixo transcrito, o autor elucida esse tema, de um modo claro e conc iso. Mas, se porventura o S r. desejar ulterio res esc larecimentos, colocamo-nos à sua inteira dispos ição.

A Contra-Revolução é condição essencial do verdadeiro progresso "A Contra -Revolução é progressista ? Sim, se o progresso for autêntico. E não, se for a marcha para arealização da utopia revolucionária. Em. seu aspecto material, con.~iste o ve,dadeiro progresso no reto aproveitarnento dasforças da natureza, segundo a Lei de Deus e a serviço do homem. Por isso, a Contra-Revolução 11ão pactua com o tecnicismo hipertro.Jiado de hoje, com a adoração das novidades, das velocidades e das máquinas, nem com. a deplorável tendência a organizar more mechanico a sociedade humana. Estes são excessos que Pio XII condenou com profiindidade e precisão [na Radiomensagem de Natal de 1957, 'Discorsi e Radiomessaggi', vol. XIX, p. 670}. E nern é o progresso material de u,npovo o elemento capi!al do progresso cristãmente entendido. Consiste este, sobretudo, no pleno desenvolvimento de todas as suas potências de alma, e na ascensão dos homens rumo à pe,feição moral. Urna concepção con tra-revolucionária do progresso importa, pois, na prevalência dos aspectos espirituais deste sobre os aspectos materiais. Em conseqüência, é próprio à Contra -Revolução promover, entre os indivíduos e as multidões, um apreço muito maior por tudo quanto diz respeito à Religião verdadeira, à verdadeira.filosofia, à verdadeira arte e à verdadeira literatura, do que pelo que se relaciona com o bem do co,po e o aproveitamento da matéria. Por.fim, para demarcar a diferença entre os conceitos revolucionário e

contra-revolucionário de progresso, importa notar que o último toma em consideração que este mundo será sempre urn vale de lágrim.as e uma passagem para o Céu, ao passo que para o primeiro o progresso devefazer da Terra um. paraíso no qual o hom.em viva fe liz, sem cogitar da eternidade. Pela própria noção de reto progresso, vê-se que este tem por contrário o progresso da Revolução. Assim, a Cont ra-Revolução é condição essencial para que seja preservado o desenvolvimento normal do verdadeiro progresso, e derrotada a utopia revolucionária, que de progresso só tem aparências fa.laciosas". (Plíni o Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Artpress, São Paulo, 4a. edição, 1998, Parte 11 , Cap. UI, 3, pp. 97 e 98).

Nova diagramação -

I

A revista é tão boa, que gostaria que fosse semanal. É uma le itura agraciável, ele temas importantes, atuais, sempre ana li sados à luz da sa nta doutrina cató lica. A revista esclarece, info rma, nos dá espera nça de di as melhores. Que Na. Sra. de Fátima dê aos senhores todas as graças ! Quanto à di agra mação: o que já era ótimo ficou exce lente e m tudo. (E.F.S.M. - DF)

N0t1a cliagrnmação -

li

- A diagramação está perfeita e bonita. A revista é objetiva, defensora dos princípios católicos com ap resentação de te mas re lig iosos interessantes . É ótim a! (R.S.C. - PE)

Esclarecedora Depo is que comecei a ler o Catolicismo, posso dizer que ap rendi bastante; agora se i, rea lmente, o que é ser cató lico. É uma rev ista muito importante que ajuda muito, esclarece as dúv idas que ten ho, auxilia no desempenho espiri tual e moral de nós que somos católi cos. (M.M.S.T. - TO)

Imagem Pereg1'i11a Quero agradecer a grande alegria

que sentimos, eu e minha família, ao receber e m nossa casa a image m peregrina de Nossa Sen hora de Fátima. Uns dias antes de receber o telefonema com que me avisaram que minha casa iri a receber a imagem, e u pensava: como será que se consegue que Nossa Sen ho ra venha nos • visitar? Qual não fo i a minha surpresa quando recebi a li gação, av isando que Ela, a nossa Mãe, viria nos visitar. .. Muitas ami gas estiveram aq ui , aj udando a recebê-la. Até o jornal loca l esteve aqu i tirando fotos. Quando e la se fo i, j á estávamos com saudades, mesmo sabendo qu e E la esta rá se mpre em nossos corações. Meu sobrinho sentiu um perfume ele rosas e nqu anto Nossa Senhora de Fátima estava conosco. Espero ser merecedora de outra vis ita. (M.B.D.R. - SP)

g ião, política, socia li smo-comunis mo etc. (D.L.F. - SC)

Muita paz Depois que passei a ser membro da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, si nto muita paz em minha casa. Estou entendendo melhor os problemas da vida, enfim mi nha vida mudou da água para o vinho. Meu cunhado deixou de beber, graças a Deus e à intercessão de Nossa Senhora de Fátim a. N ão escrevi antes porque deixei passar um pouco de tempo, para que eu escrevesse dando este testemunho. Agradeço a todos vocês pelas orações e pelas Missas que são celebradas por nós. O que e u puder fazer para indicar pessoas para membros da campanha, eu farei, porque Nossa Senhora merece. (N.J.L.P. - MG)

Muito bem es11iJ'it11al

/Ja11deira alta

Fiquei muito satisfeita pela presença de Nossa Senhora de Fátima em meu lar ; não tenho palavras para agradecer este acontecimento tão importante para minha família. Eu quero que o sen hor mande as medalhas de São Bento para mim. No meu lar rezamos o Terço todos os dias, nós temos um cari nho todo especia l para com nossa Mãe Santíssi ma. Desejo que essa visita ele Nossa Senhora ele Fátima venha a ser repetida por várias vezes em nossa residência: A presença cl 'Ela nos fez muito bem espiritualmente. (C.L.D.C. - PI)

Estou de pleno acordo com o movimento para acabar com a baixaria nos canais ele TV. Até que enfim alguém levanta esta bandeira. Parabéns. (M.C.O.G. - RJ)

Plano Diretor A Prefeitura deveria começar a trabalhar pe la cidade e os seus c idadãos, e não contra e les. (R.S. - SP)

l11co11stitucio11al Sou contra o projeto [cio Plano Diretor] , não só pelas flagrantes inconstituciona lidades, como também por ele ferir princípios elemc;:ntares da democracia. (L.E.M.U. - SP)

Religião e política Tudo em Catolicismo é interessante ler. É a melhor rev ista informativa do Brasil, seja no assunto de reli-

1'f/ ultraje Muitos programas são um ul traje, um desrespeito que nos força adesli gar a TV (C.B. - RS)

Sem limites As autoridades constituídas, a partir do Sr. Presidente da República, são os responsáveis por essa permissividade sem censura e sem limites . (J.F.S. - ES)

A qualquer hora Quando cheguei de Portugal no B rasi l, em 195 1, passavam filmes pornográficos só depois das I O horas ela noite nos c inemas. Agora é a qualquer hora. A culpa é dos políticos e da Igreja, que ficam calados. (M.G.O. - MG)

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Cortas, fax ou e -mails poro os seções Correspondência e/ou A Polovro do Sacerdote: ' , enviar aos endereços que figuram no pagino 4 desta edição. ·

D EZEMBRO 200 2 -


n Cônego JOSÉ

LUIZ VILLAC

... Pergunta - Como defender que as passagens bíblicas nunca foram adulteradas, ou que, pelo menos, não sofreram influência da cultura hebraica'? Resposta - Como ressa lta da pergunta, e la se desdobra e m duas, que não impli cam necessari amente uma na o utra. Pois urna coisa é defe nder que o tex to bíblico de que dispo mos é autêntico. E outra coisa é estudar e m que medida o ambiente cultu ral em q ue viveu o autor bíblico influenciou o que ele escreveu. É uma resposta que tínhamos fi cado devendo a um consule nte (cfr. A palavra do Sacerdote do mês de sete mbro último), e que nos fo i gentilmente cobrada. Comecemos pe la segunda questão, que tornará mais fác il respo nder a primeira.

Não obstante, o Divino Espírito Santo qui s servir-se de elementos humanos para nos transmitir o conhecime nto de verdades indi spensáve is à nossa sa lvação, e que constituem a Revelação. Para fi carmos dentro da metáfora cio "di tado", há pouco mencionada, quem "elita" é o Espírito Santo, mas quem escreve é um ser humano concreto, dotado de uma inteligência maior ou menor, ele uma instrução mais refin ada ou menos, ele um fe itio espiritual própri o. E ademais condicionado pela fo rmação intelectual e moral que adquiriu por ter nasc ido e vivido num determin ado ambiente cultural. O resultado é: ao escrever aquil o que fo i "ditado" pelo Espírito Santo, ele vai de ixar a marca ele seu fei tio espiritual e de sua cul tura nac ional no que escrever.

Metáfora do "<litado "

Timbre

É de fé que as Sagradas Escritu ras fora m inspi radas pe lo Espírito Santo, a ponto de se poder di zer que Ele é o verdadeiro Autor de las. Essa inspi ração é tão determinante, que alguns autores espiri tuais se valem de expressões fo rtes, des ignando as frases da Sagrada Escritu ra como "palavras do Espírito Santo". Assim o faz, por exemplo, São Luís Maria Grig nion de Montfort. Outros autores há que dizem que o Espírito Santo "ditou" as palavras da Bíblia ao escritor sagrado. Tudo isto está perfe ito - se corretamente entendido - e exprime o infinito respeito e a adesão incondicional que eleve mos dar aos tex tos da Escritu ra.

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CATOLICISMO

JJl'ÓPJ'ÍO

Compreendamos bem a metáfora do "di tado". Não se trata de comparar a situação do autor sagrado com a de um aluno a que m um a professo ra do ensino fundamental dita um texto, para avali ar seu domínio da ortografi a da língua materna o u ele um idio ma estra ngeiro que esteja aprendendo. A metáfora do "d itado" se refere a uma verdade incomparavelme nte mais alta, pqis se trata do Espírito Santo atuando na ' mente do escritor sagrado e comun icando- lhe verdades tra nscendentais, que e le não teri a capacidade de conceber se não lhe fosse m reveladas pelo próprio Deus. Ora, nessa comunicação da mente divina para a me nte humana e ntra m em j ogo necessari a-

me nte as múl tipl as limitações cio ser humano, que vai traduzir para uma determin ada língua, ele determinado povo, num determinado contexto histórico e cultu ra l as verdades tra nscende ntais que lhe foram di vinamente comuni cadas. O que a Igrej a ensina e a Fé cató li ca nos impõe a crer é que nesse "ditado", nessa " trad ução" do ve rbo divino para o verbo hum ano, não se i ntroclu z ne nhum erro doutriná ri o; mas a fo rmul ação da ve rdade transcende nta l se faz necessari amente numa " ro upagem" verbal marca la pe la cultura e de mais carac terísti cas individuais do in stru mento humano de q ue o Espírito Santo está se servindo . Faça mos uma comparação, para que o leito r compreenda me lho r o q ue acabamos de dizer. Im agine uma mú sica , acra executada num órgão ele igreja. Confo rme a q uali dade e o tim bre ele cada órgão, e ademais a pe rícia do organi sta,

o resultado ela execução vai vari ar, mas a mú sica será se mpre a mesma ! Assi m, o fa to de os escrito res sagrados do Anti go como do Novo Testamento terem uma fo rmação judaica, é cl aro que inf luencia o texto sagrado, poré m não adultera o seu significado profundo, não corrompe a verdade "di tada" pelo Espírito Santo, a qual, porta nto, devemos receber como revelada e autêntica.

J/icissitlldes lu1111a11as Aborde mos agora um pro blema mais ele orde m prática. A escrita obvi amente se faz num suporte material q ue, qualq uer que ele sej a, mesmo em nossos dias ele tanto progresso técnico, se deteri ora com o te mpo. Dos ro los ele pergaminho aos papéis utili zados atualmente em li vros, ou mes mo mi crofilmes e outros métodos de conservação de dados ela era info rmática, todos padecem

O Espírito Santo inspirou os autores sagrados, como os quatro evangelistas (il ustração à direita)

do mes mo problema. Assim, é facilmente compreensível que hoje não disponha mos mais dos textos originais propriamente di tos - ele nenhum livro da Sagrada Escri tura. Foram eles copiados um número indefinid o de vezes, e assim o que possuímos hoje são códices mais antigos ou menos antigos, mas o original originalíssimo de há muito desapareceu. Tudo isto é óbvio, por um minuto que se pense no ass unto, mas acontece que ne m sempre tiramos as conseqüê ncias també m óbvi as desse fa to. E assim é que, tendo sido os textos sagrados copiados e recopi ados inúmeras vezes, essas cópi as estão suje itas às fa lhas da contingência humana, tais como erros de transcri ção, o missão ele palavras, repetições, inserções indevidas, co me ntários ele carácter pessoa l inseridos etc. E se a Igreja nos ensin a que o Espírito Santo insp irou os a utores sagrados , em ne nhum lugar está dito que inspi ro u igua lme nte os copistas . Como tampouco inspiro u os tradutores para as di versas lín guas.

A Vulgata Lati11a O fato ele haver tais proble mas - em grande parte já localizados, e muitos até já resolvidos - não sig nifica entretanto que a autenticidade e a integridade da Bíblia tenham sido global ou mesmo parc ialmente comprome-

tidas . Este benefíc io, nós o veis, as vári as traduções, devemos à Igrej a, a qual anotando as di screpâncias e assistida pelo Divino Espíriproc urando resolvê-las . Desse modo nasceu a to Santo - é a zelosa guardiã, a única intérprete autoriVulgata Latina, que a Igreja zada e a garantia de autenti- • propõe como texto de referência para o estudo dos teócidade do texto sagrado. logos, para a composição das Com efeito, desde os orações litúrgicas, bem como primórdios da Igrej a os espara a meditação dos fi éis, e cri tores eclesiásticos se e mda qual não é líc ito afastar-se penharam em fixar o cânon sem motivos graves e sem a bíblico, isto é, o texto autêndevida aprovação da autoridati co das Escrituras, cotejando de eclesiástica. os dive rsos códices disponí-

Assim , o esclarecimento de alguma passagem bíblica controversa pode ser fe ito num ambiente acadêmico, por pessoas competentes isentas de espírito racionali sta e repassadas de entranhado amor à Igreja. Jamais deve ser motivo para int:ranqi.iili zar os fiéis simples, mesmo porque, mui tas vezes, são fruto de questionamentos imprudentes, de raiz protestante ou de cunho " progressista". • D EZEMBRO 2002 -


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A REALIDADE CONCISAMENTE Islamização na Holanda

J\ s estatísticas mosrl..tram : pa ra cad a

União Européia ampliada: 11 saco de gatos 11

P

olô ni a, Hung ri a, República C heca, Es lo váquia, Eslovê nia, Letô ni a, Estô ni a, Lituâ nia, M alta e C hipre fora m aceitos pe lo clube dos Quin ze da Comunidade Europé ia. O be lga F ra nklin Deho usse, um dos grandes negoc iadores dos tra tados e uropeus, julga que "a União Européia (UE) avança às cegas

num universo f antasmagórico. Não será o .fim do mundo, apenas o princípio do caos ...". Enqua nto os 15 países da U E somam um total de 380 milhões de habitantes, os LO no vos me mbros tê m a penas 70 milhões. São nações pobres, agríco las e desorde nadas. O PIB so mado dos 10 é inferi or ao da Ho landa soz inha. Se a Euro pa cios I 5 já constitu ía um conjunto inteira me nte a no rgâni co e artificial, pode- ·e imaginar agora o "saco de gatos" e m q ue se transformará a Europa dos 25 ... •

qu a tro c ri a nças qu e nasce m hoj e na H olanda, uma é de pais muç ulma nos . Na capital ho landesa, o islami smo é a prime ira re lig ião e m número. O qu o tidi a no " Dutc h M e t ro" di z qu e es ta pre po nd erâ nc ia muç ulm a na se e xpli ca não só pe la c hegad a m ac iça el e imi grantes muç ulm anos (se m co nta r os milhares que j á vive m no pa ís c la ndestinam e nte), co m o ta m bé m porque 59% cios habita ntes ele A msterdã, que a nteri o rme nte se decl a rava m católi cos o u protesta ntes, di ze m -se h oj e

"sen·i religião" . À medida que vai de ixa ndo de ser cristã, a E uropa va i de ixando de ser a E uro pa. •

. Contestado mito darwiniano

e

ie ntistas cató licos - geneticistas, geólogos, astrofís icos e de o utras di sciplinas, provenie ntes ele d ive rsos países e uro pe us, inclu sive Rúss ia, e dos Estados Unidos - re unira m-se e m R o ma para anali sar os "argumentos cient(ficos que desqualificam o núto evolucionista " ele Darwin , q ue durante um século do mino u as me ntes ela comunidade cie ntífica mundi al. N o referi do e ncontro, pro movido pelo Centro Kolbe de estudos da Criação, o Prof. D omi nique Tassot, pres idente cio Centro fra ncês de Estudos e Perspectivas sobre a Ciência, declaro u que "o darwinismo conseguiu dern.onstrar

as mutações no interior de uma espécie, mas, para o surg irnento de novas espécies, não conseguiu nem provas nemfatos". Numa fe li z postura ele bo m senso, conc lui o c ie ntista: "É

completamente errada a atitude de alguns teólogos, que se apressam em explicar a Bíblia à luz das últimas revelações científicas. É rnelhor partir da premissa de que o autor da Bíblia é ta m.bém o au tor da Criação" . • A teoria de Charles Darwin (foto acima) está cada vez mais contestada. Cientistas atuais defendem a Criação conforme a tradição bíblica (ilustração ao lado) .

Ministro húngaro: Camarada D-209 11

11

e

amarada D-209 é

o no me de código de Peter Megdgyessy, atua l prime iro-mini stro húngaro, fun cio nári o da KGB (po líc ia política russa) ele 1977 a 1982. Esta afirm ação é do maio r quotidi a no el e Bud a pes t, "M agyar Ne mzet". O di á ri o m ag ia r acrescenta que M egdgyessy, líder cio partido soc iali sta, após ser intim ado pe los se us pró pri os a li ados a de-

CATOLICISMO

mitir-se, co nseg uiu co nserva r seu pos to . Para isso, a meaço u co locar e m vo tação uma le i impo ndo que fosse desve ndado ao grande público o passado de todos os que cola bo raram na espionage m russa. Aos po ucos vai-se re ve la nd o a longamanus d a K G B e m o utros países alé m da Rú ss ia, go ve rn a d a hoj e po r Putin , ex age nte ela KGB. •

AIDS: crescente flagelo mundial

J\ incidê ncia de infecção pelo vírus ela AIDS e m cinco cios mais popu lo-

Aumento de suicídios e suas causas

Comunistas norte-coreanos: até seqüestros

J\ de pressão,

e

ca usa

r\..principal dos sui-

cídios, atinge pelo menos 8% da po pul ação mundia l. Segundo técni cos cio Mini stério ela Sa úde, no B ras il o suicídi o j á é co ns iderado um pro ble ma de saúde pública: aproximada me nte 15 milh ões de brasil eiros sofre m de de pressão, conforme dados da Organiz ação Mundi a l el a Saúde. O M apa ela Vi o lê nc ia III, produ zido pe la Unesco, acusa no p aís um a ume nto ele 30,8% de suic ídi os na última década. E nt re as ca u sas deste aume nto predomina, sem dúvida, o afastame nto de De us e ela verdadeira re lig ião. E a co nseqüê nc ia a í está: de pressão, desespe ro, sui cídi o. •

inco j a po neses, que fo ram seqüestrados e levados de seu país po r es-. piões no rte-co rea nos qua ndo ainda jove ns, fi nalme nte vo lta ram pa ra casa, a pós 25 anos. São os únicos sobrevive ntes conhec idos de um grupo ele 13 japo neses que a Coréia ci o Norte confirmo u te r seqüestrado. As a uto ridades j a po nesas e agentes deserto res no rte-coreanos afirmara m que os seqüestrados eram obrigados a e ns inar a lín gua e a c ultura j apo nesas para espiões co muni stas da Coré ia do No rte. No Japão, a lg un s acredita m que o número ve rd ade iro das vítim as pode chegar a 60. E is a sini stra face da " moral" comuni sta: o fim justifi ca todos os me ios - mes mo que estes sej a m esca nd a losa m e nte imorais e injustos, como o seqüestro. •

Afresco de São Jerônimo

F

oi reinaugurado na Basílica de São Francisco, em Assis, Itália, em setembro último, o afresco de São Jerônimo, atribuído a Giotto di Bondone, célebre pintor e arquiteto italiano do século XIII. A obra voltou a decorar a cúpula da Basílica, exatamente cinco anos depois do violento terremoto que a danificou profundamente . O trabalho de restauração do afresco, rompido em 40 mil fragmentos, só foi possível graças à paciente dedicação de uma equipe de 15 artistas do Instituto Central de Restauração, que contou com o apoio de frades franciscanos.

r\._ sos países cio mundo está aumentando tão rapidamente, que j á representa uma potencial ameaça à segura nça dessas nações e cios Estados Unidos, afirmou um grupo ele consultores da CIA. Os países - China, Etiópia, Índia, Nigéria e Rússia - cong regam 40% da popu lação mundial. Por volta de 2010, terão mais pessoas infectadas pelo vírus HIV do que q ualquer outra região, di sse um fun c io nário daquele ó rgão de inteligência no rte-americano. Atualmente, estima-se que ex istam de 14 a 23 milhões de pessoas contaminadas nas referidas nações. E m 2010, esse número deverá ser e ntre 50 e 75 milhões, avalia-se. Os números fora m fo rnec idos pelo Conselho Nacional de Inteligência, um grupo formado po r espec iali stas do governo, de unive rsidades e do setor privado cios Estados U nidos. Quanto mais li berdade sexua l, mais AIDS. •

Católicos vietnamitas

O

boletim "Correspondência Européia" , de outubro passado, traz alentadora notícia sobre a ação missionária dos padres redentoristas que trabalham junto à etnia "jarai" uma das mais numerosas do planalto central do Vietnã. Apesar da constante perseguição política movida contra aqueles missionários pelo governo comunista local, mais de l 0% da população da referida etnia se tornou católica nos últimos 30 anos.

DEZEMBRO 2002 -


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O Brasil na perspectiva de um novo governo

...110 Senado e na Câmara A nova constituição do Senado Federal, onde 66% cios senadores fora m substituídos, ind ica 14 cadeiras para o PT. Na Câmara dos Deputados, e legendo 91 dep utados num total ele 5 13, o PT conseguiu a maior bancada, embora pouco superi or à do PFL e à cio PMDB. O Partido da Soc ial Democracia B rasileira (PSDB) - cio Presidente Fernando Hemique, cuja posição doutrinári a esquerdi sta desde a sua mocidade é bem conhecida - fo i o grande derrotado, caindo ele 95 cadeiras para apenas 7 1. Ass im , apesar desses 61% ele votos válidos concedidos a Lul a, o PT obteve menos ele 18% das cadeiras da Câmara e cio Senado. Isso justifica inteiramente a tese ele que não foi o PT que venceu as eleições. Foi o Lula " [iglu", cuja campanha cheia ele promessas apresentava um L ula com outra cor bem difere nte da que tinha o Lul a anteriormente derrotado três vezes. 1\1clo isto levou a que a mídi a esquerdi sta internacio nal, após cantar triunfa lmente a vitóri a soc ia li sta no Bras il , se encolhesse rapida mente ao constatar que o soc ialismo não havi a sido o grande ve ncedor.

A vitória de Lula foi apresentada pela mídia esquerdista, nacional e internacional, como um grande triunfo do socialismo. Mas essa mídia, após cantar a vitória, encolheu-se ao constatar qu~ o eleitor não escolheu o PT, mas sim um "Lula-light". n

PuN10 V101GAL XAv1ER DA S1 LvE 1RA

e

o nc luídas as indicações ofi c iais dos candidatos à Pres idência do Brasil , em junho de 2002, constatou-se uma situação abs urda: pratica mente todos os partidos que representam alguma parcela conservadora da opini ão p ública se abstiveram de aprese ntar candidaturas próprias. O PMDB apo iou embora com di ss idências internas - José Serra, cujo passado de esquerda é sobej amente conheci do pelo povo bras ile iro. O PL, que nasceu como defensor do li bera li smo econô mi co, ind icou um grande empresári o para vice-pres idente de Lula. O PTB apo io u o candidato do PPS (novo nome do PCB - Partido Comuni sta Brasile iro), fi ng indo ignorar a pos ição dec laradamente marxista dessa ag re mi ação. Os de mais partidos considerados de centro - o u sej a, o PF L e o P PB - se abstivera m de candidaturas própri as ou de apo io a alg um candi dato, li berando seus fili ados para adotare m as pos ições que desej asse m. Co m isso fico u estabelec ida mão única a fa vor da esque rd a, e sem contra-mão .. . Ass im , limi tado a escolher e ntre q uatro cand idatos ele passado comun ista e de presente am bíg uo, o e le ito r viu- se constrang ido a optar somente entre preside nc iáveis de idé ias soc ia listas, ainda que tais idéias tenh am fi cado ma is ou me nos escondidas du ra nte a ca mpanha. Desse modo, o e le itorado conservado r e centri sta, qu e represe nta ind isc utive lmente a maiori a da nossa popul ação, viuse obri gado a esco lher o candidato " menos ruim ". CATOLICISMO

Cabe pergun tar se uma e le ição dessas não pode ser tida como inautê nti ca: um pleito que, de mane ira tendenciosa, permite que a " livre" mani fes tação do povo bras ilei ro fi que de ta l modo impedida ele se exercer.

Um Lula metamo1t'oseado Dentro desse quadro foram reali zadas as eleições. O cand idato eleito, cujo passado de líder esq uerdi sta é por demais conhecido, foi maq uiado em uma apresentação " light", de nominada "Lulinha, Paz e Amor". Sem negar ex plic ita mente seu passado, contrato u um especialista em marketing, Duda Mendonça, que o levou a fazer uma ca mpanha co m paletó e gravata, barba composta, pregando moderação.

L ul a, ex-1ícler ele greves meta lúrgicas com o apoio do c lero progressista, três vezes derrotado pela op ini ão pública por sua pos ição esq uerdista, viu-se transformado q uase em um " modelo" de líder moderado, eq uilibrado, que garantia aos bras il e iros em prego, orde m, me lho res condições ele vida, abolição da pobreza ... A ala rad ical cio PT, bem instruída, não se manifes to u publi ca mente, deixando ta lvez para atuar após seu correli gionári o ser g uin dado à pres idênc ia. O pró prio MST recolhe u-se, e praticamente suspendeu as invasões ele te rra, deixando assim na o mbra o apoio ostensivo que sempre recebeu cio PT.

Qual o Lula escolhido?

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Nesse q uadro, é líc ito que se pergunte: q ua l Lul a fo i ele ito? A fig ura maq ui ada por D uela Mendo nça? O u o líder meta lú rgico que empre esteve unido às correntes rad ica is do PT e às correntes progressistas do c lero cató lico? Parece inegável que o eleitorado votou no Lula "light"*. Mas que influência terão em seu governo as alas radicais do PT, em que abundam líderes de esquerda, ex-terroristas, correntes católicas que formaram a Ação Popular? Todas elas são fig uras já muito conhecidas dos brasileiros e especialmente identificadas pelo eleitorado conservador, que ficou quase excluído do processo eleitoral, já que não ti nha candidatos a escolher fora dos quatro no mes de passado conhecidamente esquerdista.

ta, os partidários ele Lul a re uni ra m-se na noite cio dia 27 de outubro úl timo - já conhec idos os res ultados parciais cio ple ito, que apontavam ma is ele 60% de votos para Lul a e po uco me nos ele 40% para Serra - a fim de festej ar a vitóri a. A TV apresentou abunda ntes imagens dessa festa, e m que domi naram as bandeiras vermelhas, ta nto as do PT como as cio comuni smo. As mesmas bandeiras que permaneceram estrateg ica mente escondidas ou quase ausentes du ra nte a campanha ele itora l. Isso se repeti u e m várias capi tais do País. Ass im , com os resul tados cio ple ito, a esq uerda rad ical, até então sile nciosa para não ass ustar o e leitorado, saiu às ruas para come morar. Vo lta mos a pergun tar: q ual fo i o Lula q ue ganhou?

Comemorações da vitória

A derrota nos Estados...

Em quase todas as capita is, especialme nte em São Paulo, na Aven ida Paul is-

Os resultados das ele ições estaduais, no l O e no 2° turnos, mostram que o PT

aumento u, mas não fo i o verdadeiro ve ncedor. Até hoje o PT detinha quatro gove rnos estaduais, cabendo destacar o ele Olívio Dutra (radi cal que governa o Ri o Grande cio Sul ) e o ele Benedita ela Silva (que ass umiu o Ri o ele Jane iro, com o afastamento obri gató ri o de Garotinho, que se ca ndi datou à pres idê ncia). Nas recentes e le ições, o PT ree legeu os governadores do Acre e cio Mato Grosso cio Sul e ve nce u também no P iauí. Ganhou, pois, somente em um Estado ele méd ia impo rtâ ncia (M S) e em do is outros de me nor expressão e le itora l (Piauí e Acre). Esses três Bstaclos re presenta m ape nas 3% cio e leitorado nac iona l. No 2° turno, em que o PT disputo u o governo em sete Estados, fo i derrotado e m seis deles; a mais significativa derrota fo i em São Paulo, onde o governador reele ito, Geraldo Alckmin , obteve 59% dos votos, contra 4 1% do ex-guerrilhe iro cio Araguaia, o peti sta José Genoíno.

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No iníc io ele j ane iro, e mpossado Lul a e nomeado o seu mini stério, os brasile iros co nhecerão a consti tui ção do novo governo. Aí, sim , vere mos que coloração tomará o iníc io de seu governo. •

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M esmo antes do segun do turno das eleições, o co nh ec ido eco nom ista e j orn al ista Joe lmir Bering publ icava interessa nte artigo intitul ado " Lula Cuba ou Lula Duela?", no qual constatava: "Por enquanto, va i dando L ul a Duda. [ ... ] Ocorre que telev isão no Bras il é empa tia em estado puro. Empati a não é o que o povo sabe; é o que o povo sente. E a metade de ba i xo da popu lação, a ni nguenzada do porão, não tem i nfo rm ação, não tem esco lari dade, não tem apetência po l ítica. Ela age e reage por empatia, se negati va ou se pos iti va. [ ... ] Escorada em publi citários vencedores, a alma do negóc io é ju stame nte a da produção de empati as pos itivas . Técnica refin ada qu e substitui a i nform ação e o esc larec im ento pe la persuasão e o convenci mento. Do que resulta o que estamos vendo agora em repri se: a propaga nda eleitora l de um presidente em nada di fere da pub licidade co merc ial de uma pasta de dente. Duda M endonça in vestiu em empati a de um Lu la "light " em emba lagem e na mensagem." ("O Estado de S. Paul o", 24- 10-2002).

D EZ EMBRO 2002

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Marcante vitória eleitoral de Bush A crescente popularidade do Presidente Bush, comprovada nas eleições de 5 de novembro p.p., reflete o triunfo do conservadorismo nos Estados Unidos e revela a busca por parte dos norte-americanos, não apenas de bens materiais, mas também de valores morais - indispensáveis para a autêntica recuperação de uma nação n C.

PRESTON

Nom Ili

Especial para Cawli.cismo

Washington -

A poeira levantada a propós ito das recentes eleições ameri canas baixou; cumpre agora fazer um ba lanço do novo panorama po lítico e leg islati vo, das poss ibilidades de aprimorar o combate à perni c iosa Revolução Cultural, como també m é oportuno avaliar as prováve is rotas de deterioração da cultura. Contrari a mente ao que faz ia crer a pretensa sapiência de muitos, antes das ele ições, a persistente campanha do Presidente Bush e m 40 Estados conseguiu CATOLICISMO

mob ili zar o núc leo de ele itores do Partido Republi cano - ou sej a, os que se opõem ao aborto, ao "casamento " homossex uai, ao des moronamento da fa mília, à di sseminação da pornografi a e ao siste ma de impostos prejudicial às fa míli as - ao mes mo te mpo que prosseguiu impul sio nando com prudê ncia e firmeza a guerra contra o terrori smo. E nquanto o partido oposicioni sta fazia corpo mole no tocante à aprovação da política de George W. Bush sobre o Iraq ue, convocando intermináveis sessões do Congresso para enfraquecê- lo, e opondo-se

diretamente a ela em alguns casos, no período crítico antes das eleições a tônica das notícias centrou-se na questão do Iraque. O Senado - então controlado pelos democratas - aprovou a política do pres idente quanto ao Jraq ue somente poucas semanas antes das eleições. E tal atitude somou-se à inabilidade dos democratas para conduzir uma efetiva campanha nac iona l, o que resul tou e m seu insucesso eleitoral. No momento em que escrevemos, os republicanos já detêm 5 1 das 100 cadeiras do Senado, havendo ainda uma vaga a ser decidida em dezembro.

MaioJ'ia cleseja a comle11ação cio aborto Um dos primeiros itens da agenda do Senado deve ser a aprovação de legislação abolindo o aborto por nascimento parcial , o horríve l procedimento em que se mata urna cri ança du rante o parto. A aprovação dessa lei é essencial, e o futuro líder da maioria no Senado, Trent Lott, afirmou que este será um dos primeiros itens da pauta. A Câmara aprovou há muito tempo uma le i pro ibindo ta l práti ca, e o Presidente B ush pro meteu refere ndá- la. Ou tra área decisiva constitue m as nomeações para o Judi ciári o. A ma iori a das indi cações de B ush para os tribunais federais está suspensa, devido à política obstruc io ni sta da maio ri a de moc ráti ca do Senado. Durante a campanha, ele insistiu e m que as suas nomeações para tais cargos deveri am ser acatadas. Agora que os republicanos adq uiri ra m o control e do Senado, espera-se que as indicações suba m da Comi ssão de Ju stiça para o plenári o, e que sejam aprovadas, sendo superada ass im a cri se do Jud iciári o. É também previ sível que Bush tenha a oportunidade de designar dois ou três membros da Suprema Corte. Caso ele aponte juízes contrários ao aborto, seria possível, depois de um processo de confirmação que promete ser árduo, derrubar a infa me sentença do processo Roe x Wade, de 1973, que legalizou o aborto solicitado.

suntos concernentes às preocupações conservadoras tradi cio na is, como defesa nac io nal e oposição ao crime, contribuíram para eleger a maiori a republicana. Os conservadores devem estar atentos às poss ibili dades de vitóri as, mas sabendo qu e não serão obtidas com fac ilidade.

Talvez o seu desafio mais agudo esteja em contentar as suas bases conservadoras. B ush já demon strou que consegue tran sferir seu prestíg io pessoal para os candidatos de seu partido. O tempo dirá se ele obterá sucesso nos seus e mpreendimentos.

Prossegue indispensá,1el a luta cios consel'vaclol'es

Quaclro de luzes, mas também ele sombras

Bush deté m s ig nifi cativo poder no pl ano legislativo e é muito admi rado pe lo pú blico, co ntando com índi ce de aprovação superi or a 65%. Num fu turo previ sível ele será ava li ado em relação à reto mada da econo mi a e ao modo como conduzirá a guerra contra o terrori smo. A liderança de Bush será testada no que se refere à situação das empresas americanas e aos mui to alardeados escândalos que, nesse ca mpo, co nta min am impo rtantes setores. Têm de ser aprovadas leis que assegurem a transparência necessária ao cresc im ento da confi ança dos investidores , gerando aumento de investimentos tanto no país quanto no ex terior. A cri se é rea l, e espera-se que o presidente indique o caminho para a saída do ato leiro.

Apesar da vitó ri a e le itora l, não se pode di zer que tudo anda bem nos Estados Unidos. A indústri a do aborto continu ará promovendo sua ilícita agenda de atuações; as turbas fa voráveis aos chamados "direitos" dos homossex uais continuarão press ionando para aprovar legislação que os benefi c ie e para obter decisões judic iais favoráve is; a blasfêmia continuará abastecendo certa cultura de basfond . A batalha para conqui star a alm a do pa ís prosseg ue : infe l izrne nte avança a Revolução Cultural, mas ela continua a e ncontrar resistência. Que a Divina Providê nc ia e a Santíssima Virgem concedam ao povo norteamericano força e coragem para batalhar sem es morecer e m defesa da Civili zação C ri stã. •

Apesar cio apoio pop11Ja1; combate sel'á ánluo A reação exagerada de alguns comentari stas faz crer que Bush adquiriu com as e le ições o controle total do Executivo, Legislativo e Judi ciário, o que não corres ponde à rea lidade. E mbora os republicanos dete nha m na Câmara, a partir de agora, uma fo rte maioria, no Senado são necessários 60 dos 100 votos para colocar um proj eto em votação. Qualquer senador pode espichar indefi nidamente o debate, imped indo a aprovação da lei ou des virtuando-a. Num Senado mui to divi dido, pode ser difíc il ou até imposs ível superar essa tática. Pode-se apelar para coalizões, mas em ass untos muito candentes a opos ição geralmente consegue 41 votos, protelando a aprovação. A popul aridade pessoal do Presidente e a sua fo rte posição em defesa de asDEZEMBRO 2002

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A crise generalizada do mundo atual e seus reflexos na educação ·do Brasil

Há uma revolução de homossexuais

D Natureza divinizada; nomem satanizado

S

e você estiver caçando passarinhos e aparecer um guarda, mate o guarda, pois a pena que receberá por ter matado um homem é muito menor do que a reservada para quem caça passarinhos, que começa por ser inafiançável. Essa piada, dita para provocar risos, vai se tornando tremendamente séria na Repúbli ca CentroAfricana. Lá, um grupo de amb ientalistas recebeu permissão do presidente para atirar em caçadores que atuem na região. A denúncia, que será publicada na National Geographic Adventure, diz que o objetivo é salvar a última grande área de savana africana. A milícia, que pretende atingir os "saqueadores", vai recrutar e treinar 400 homens. À maneira como se formam certas tempestades, em que o negrume vai tomando conta do céu, também um certo tipo ele ecologismo fa nático vai adquirindo coloridos tétricos no mundo de hoje. •

Prostituição vende ações

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á são 1.200.000 por di a as pessoas interessadas nos rendimentos da prostituição, que terá suas ações em bolsa na Austrália . John Trimble e Anclrew Harris estão promovendo o seu Daily Planei, que apresentam como o mai s célebre bordel de Melbourne. As vendas estão sendo feitas pela Internet. A oferta refere-se a um hotel seis estrelas. Esperam ainda montar outro bordel, agora em Syd ney, e comprar doi s cios maiores clubes australianos de strip-tease. No Brasil não estamos longe disso. Basta ver a proliferação de motéis, com seus anúncios cintilantes e desabusados, que infestam nossas cidades e estradas. Quando a exploração da prostituição se torna um grande negóc io, e se apresenta escancarada, é porque a moral públi ca há muito soçobrou. Como não esperar então uma intervenção decisiva e sa lvadora ele Deus, como aquela, terrível, anunciada por Nossa Senhora em Fátima? • CATOLICISMO

urante um desfile comemorativo em Porto Alegre, depois de o governador Olívio Dutra passar em revista a tropa de mais de mil homens, surgiu na frente do palanque das autoridades um conhecido homossexual , o advogado José Antonio San Juan Cattaneo. Em trajes típicos gaúchos, no seu cavalo, esse personagem tirou o chapéu, saudou o governador, e em seguida tirou do bolso uma bandeira cio movimento homossex ual. Corno se vê, tal ato parece feito de encomenda para ferir os princípios e sentimentos do povo católico. Segundo narra o "Jornal do Brasil" (21-9-02), "logo, um cava/ariano se aproximou [do homossexual) , perguntou quem ele era, e deu, logo depois, uma chicotada em suas costas. Mais seis cavalaricmos se aproximam e começam a agredir o advogado". O homossexual, após alardear que havia consegu ido o seu objetivo, fugiu em disparada. " Mas quis antes deixar ~ claro que estava a servi- ~ ço de uma revolução em "" marcha. Disse: "A verdadeira revolução é a desta bandeira [do movimento homossex ual)". Tudo indi ca que a afirmação dele é real. Acobertados por organ izações que se dizem defensoras dos "direitos humanos" e protegidos por leis elitas "anti-discriminatórias", os homossexuais vão cada vez mais se lançando contra os princípios católicos, num tipo de revolução profunda no âmbito cios costumes, a Revolução Cultural. Diz a Sagrada Escritura que "os homens de Sodoma eram péssimos e grandes pecadores diante de Deus" (Gên 13, 13). O que diria ela dos atuais? •

Volta Redonda (RJ) . Atualmente exerce o magistério na Fundação André Arcoverde (FMR), de Valença (RJ) . É palestrante convidado do Centro Brasileiro de Cultura . Ele fala aos leitores de Catolicismo sobre os reflexos da crise do mundo atual na educação . Recebeu o enviado especial de nossa revista, Sr. Antônio Augusto de Carvalho, em sua residência na cidade de Valença.

Catolicismo -

Fala-se muito da decadência

do ensino no Brasil. Muitas pessoas, que estudaram na época em que o ensino era de melhor qualidade, talvez não avaliem bem a crise da educação atual. Que avaliação o Sr. faz dessa crise?

Prof: Rogério 1:iader -

O

Prof. Rogério Tjader, graduado em His-

Deus castigou os habitantes de Sodoma com o fogo do cé u, devido ao pecado de homossexualismo

Pro[ lfogér'io Tjadcr:

"Há uma preocupação muito gra11de de igualar a tudo e a todos. Busca-se então 11i11e/ar os alu11os com base 1mm pl'i11cípio utopicame11te c/Jamado de democratização"

tória e Pedagogia, com pós-gradua-

ção em Metodologia do Ensino Superior e especialização na Universidade de

Essa crise é genérica, não é específica. Há uma preocupação muito grande em se igualar a tudo e a todos. Isso se reflete no campo educac ional. Como os seres humanos são desiguais, no campo educacional há alunos que têm melhor aproveitamento do que o utros. Busca-se então ni velá-los, a fim de se ap licar um princípio utopicamente chamado de democratização. Os a lunos estão nivelados no campo educacional: os de melhor aproveitamento com os de pior rendimento. Isto leva a uma decadência na evolução do aprimoramento cultural.

Catolicismo -

Iniciou sua carreira no magistério em

Haveria algum susto, se uma pessoa com 50 anos de idade voltasse aos bancos escolares hoje em dia?

1956, sendo professor titular de História Mo-

Pro_/: Rogério Tjader - Isso é palpável. E u

derna e Contemporânea, bem como de His-

tenho a lunos, sen hores já de idade, que haviam parado de estudar e voltaram aos estudos, nas fac uldades sobretudo. Observo a estranheza deles quanto ao níve l da educação. O que eles aprenderam há 30 o u 40 anos -

Nancy (França), é professor com experiência didática ininterrupta de quase meio século.

tória do Pensamento Econômico. Lecionou na Universidade Barra Mansa (UBM), de Barra Mansa (RJ) e na Fundação Educacional Rosemar Pimentel (FERPE), de

DEZEMBRO 2002

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nos bancos escolares, nçis ginásio, no antigo científico - é muito superior ao que e les estão estudando hoje nas fac uldades. Eles acham cô mica essa situação. E obtêm as melhores notas em seus cursos.

Catolicismo - Por que isso acontece? Prof Rogério Tjader - Simplesmente porque havia um nível mais e levado no ensino básico, no ginás io e no curso colegial. A própria forma de desenvolver o raciocínio escrito e falado era muito mais acurada. Por isso, eles hoje e·ncontram uma certa faci lidade. Observamos de modo geral hoje que, em alu nos até de fac uldade, além dos erros quanto à grafia, ex iste também a fa lta de raciocínio lógico na vinculação de uma idéia a outra. Ao construírem um a frase mais lon ga, eles se perdem não só na forma gráfica, mas tam bém na forma de racioci nar. Catolicismo -

"Observamos de mo<lo geral lwje que, em alwws até de l'acul<la<le, além dos erros quanto à grafia, existe também a falta de raciocínio"

Prof. Rogério Tjader - S im, claro. Encontramos em nossos lares, nas ruas , uma escola em termos genéricos, em sentido lato, com uma tendência em nivelar por baixo. Este nivelamento apresenta tudo que é reles como muito importante. E quando se fala numa melhoria em qualquer área - tecnológica, científica, educacional - isto cheira a um regime de dire ita. Estamos vivendo uma época de sociali zação, em escala mundial. Especificamente no Brasil, o que encontramos? Uma preocupação acentuada em nivel ar por baixo, porque nem todos têm a possibilidade de se beneficiar de um ensino melhor. E a mídia, de um modo geral, fornece uma série de informações, todas elas distorcidas, dos antigos preceitos morais nos quais fomos educados. E isto pas-

Podemos dizer que o mundo

de hoje está muito bem estruturado em termos de informação. O Sr. julga que essa quantidade de informação tem melhorado a qualidade do ensino e facilitado o aprendizado do aluno? Ou

Catolicismo -

Que conselhos o Sr. daria a

um pai ou avô, na hora de escolher a escola para um filho ou neto estudar? É possível dar um conselho? Existe uma receita? Ou estamos diante de uma situação sem saída?

Prof. Rogério Tjader - Estamos hoje diante de uma situação insolúvel. Se criássemos um colégio hoje, onde se ensinassem valores autênticos em consonância com a verdade, tal escola não teria alun os. Porque além da disciplina, que é fator básico de aprend izagem, se nós tivermos também o empenho de oferecer uma aprendizagem mais rigorosa, no sentido de exigir mais do ed ucando, isso fugiria aos padrões atuais. Seriam considerados padrões antidemocráticos. A disciplina é tachada de fascista. A exigência da aprendizagem do aluno é considerada fascista também; tudo agora é rotulado de fascismo. A preocupação com as classes menos favorecidas, que se observa hoje, não se baseia numa concepção autenticamente cristã. Há nela uma preocupação de caráter político. Catolicismo -

O Sr. poderia apresentar uma visão do processo pedagógico revolucionário

não houve um crescimento proporcional da

e do papel desempenhado por certos tipos de

qualidade do ensino em relação ao aumento de

professores de vanguarda nesse processo, especialmente no campo da História?

informação?

Prof Rogério Tjader - Em verdade, não houve esse crescimento. O somatório de conhecimentos fornecidos é desproporcional ao somatório de conhecimentos adquiridos. Fornecese mais do que se tem capacidade de absorver. É como um copo em que se despeja a água toda de um jarro. Ele transborda e não consegue reter toda aquela água. Assim também é o somatório de conhecimentos. A velocidade de informação científica e cultu ral é tão grande, que supera a capacidade do ser hum ano de captar e de absorver. Então estamos assistindo a um tipo de canalização de conhecimentos individualizada. Pessoas que possuem um determinado conhecimento numa área são completamente ignorantes em outras. Isso não forma uma visão geral intelectualizada, como havia anteriormente. Catolicismo - A decadência moral nos dias de hoje é muito grande. O Sr. consegue detectar no ensino atual os efeitos dessa decadência?

CATOLIC ISMO

sa a afigurar-se como normal. Estamos vendo aí, como coisas normais, os pseudo-casamentos homossexuais, os abortos. E quem não aceita isso é considerado ultrapassado, errado. Essa inversão de valores tumultua, afoga, sufoca o processo educacional lídimo, moral e coerente.

Prof. Rogério Tjader -Como professor militante, há quase cinqüenta anos em sala de aula, sinto-me capaz de traçar um perfil do processo revolucionário no campo da educação, que pretende pôr um fim à sustentação dos valores de caráter religioso, do respeito às coisas pátrias e, fundamentalmente, à instituição familiar. A irreverência tornou-se a tônica dos professores moderninhos , com seus trajes chul os, seu linguajar caçanje e sua postura deseducada, sob o pretexto de se aproximar mais dos alunos. A grande preocupação desses modernos formadores da juventude reside em promover a descrença e a desconfiança em relação a tudo o que representa o acervo cultural, amealhado pelos garimpeiros das artes e das ciências através dos tempos. Agindo desta maneira e obtendo os resultados pretendidos, esses professores conseguem que heróis virem anti-heróis, e que

bandidos e criminosos tornem-se heróis, tendo suas imagens expostas em camisetas e quadros nas paredes, ostentando frases românticas de efeito e origem duvidosos. Anomalias passam a ser encaradas como normalidade, e aqueles que não aceitam esta visão das coisas são acoimados de preconceituosos, ultrapassados, retrógrados, reacionários, e até mesmo de fascistas. Alguns artistas, pelo simples fato de serem artistas, mas que ostentam uma vida sexual invertida e escandalosa, depois de mortos têm seus túmulos transformados em verdadeiros santuários. Seus nomes são dados até a projetos sociais. Os professores moderninhos defendem tudo isto, buscando inculcar na mente cios jovens ainda em formação a certeza de que as atitudes citadas são normais. E que eles, sim, são os verdadeiros heróis dos novos tempos; que os grandes vultos ela História são frutos de informações distorcidas intencionalmente pela hipocrisia da classe dominante, que supostamente não aceita a verdade dos fatos, lutando pela manutenção de falsos e ultrapassados valores. Os autênticos valores sócio-culturais encontram-se em perigo, uma vez que a verdadeira História está tendo os seus ensinamentos distorcidos e postos em dúvida. Somente um processo contrarevolucionário é capaz de reverter a tragédia que já se abate sobre nós e sobre o mundo, fruto de um plano socialista. de dominação mundial. Ele se infiltra doce, mansa e suavemente, envolto no espírito da tolerância romântica que transforma a liberdade em li bertinagem, anestesiando as mentes recalcitrantes ou tíbiàs. •

''A irreverência tor11ou-se a tô11ica dos prol'essorns modcminhos, com seus trajes chulos, seu linguajar caça11je e sua postura deseducada, sob o prntexto de se aproximar dos alunos"

DEZEMBRO 2002 -


Aos participantes da Campanha

Mensagem do Sr. Marcos Luiz Garcia, Coordenador da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

,\ tualmente prolifera m, no B ra-

Prezados participantes,

.t\._ sil, rádios com programação

Neste ano tive mos que enfre ntar grandes dificuldades para levar adiante este apostolado de difusão da Mensagem de Fátima, mas o apoio dos adere ntes de nossa Campanha nos permitiu superar grandes desafi os. Em 2003, tere mos que redobrar nossos esforços para que os apelos feitos por Nossa Senhora em suas aparições em Fátima sejam atendidos por centenas de milhares de fa mílias bras ileiras . Somente ate ndendo aos apelos de Maria Santíssima poderemos assegurar que nossa Pátri a não soçobre nas tempestades e tormentas que estão se fo rmando no hori zonte, contra a Reli gião, a fa mília, a moral e os bons costumes. Cada fa mília que se voltar para Nossa Senhora de Fátima, e começar a atender conscientemente os apelos de nossa Mãe do Céu, estará lançando âncoras poderosas, capazes de livrar o B rasil de afundar de vez du ra nte perigosas tormentas e tempestades que os presentes acontecimentos prenunciam para os próximos anos. Neste mo mento, a Cruzada Reparadora do Santo Rosário adquire importância especial para nosso País. U ma Cruzada de Orações como esta fo i capaz, no último século, de livrar a Á ustria do do mínio das tropas comunistas russas, que a ocuparam durante 10 anos. Que isto nos sirva de exemplo para perseverannos em oração, pedindo à Divi na Providência que conserve o Brasil aos pés da Santa Cruz e sob o manto da Imaculada Conceição. Quero manifes tar minha profund a gratidão a todos os participantes de nossa Campanha que já se comprometeram formalmente a rezai· o terço nas intenções da Cruzada Reparadora; e convidar a todos para que também participem desse verdàdeiro " levante espiritual", comprometendo-se a rezai· o terço nas intenções da Cruzada, pela salvação do Bras il. Que em 2003 possamos continuar expandindo ainda mais a difusão da Mensagem de Fátima e a Cruzada Reparadora do Santo Rosário, a fim de atrair as graças necessárias para livrar nossas fa míli as e nossa Nação dos constantes peri gos que nos ameaçam. Despeço-me, desejando a todos os participantes de nossa Campanha um Santo e Feliz Natal. M arcos Lui z Garcia Coordenador da Campanha

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CATOLICISMO

A Mensagem de Fátima pelo rádio protestante e até mesmo anticató1ica. Essa constatação fez com que a Coordenação da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! envidasse esforços no sentido de levar a Mensagem de Fátima ao grande público, através das ondas do rádi o. Com essa fin alidade, foi criado o programa radiofônico A Voz de Fátima, hoje distribuído para 262 emissoras regionais, que o incluem em sua programação normal. Em 2002 esse programa passou por numerosos aperfei çoamentos, e deverá no próximo ano ampliar sua distribuição, atingindo um núme ro aind a maior de e mi ssoras de rádio. Desde seu lançamento, a equipe de A Voz de Fátima j á realizou 58 edições do programa. Além de serem distribuídos pru·a as rádios, ta mbém foram enviados 92.136 CDs aos participantes de nossa Ca mpanha, que o divul gam e m seu meio ou em microemissoras regionais, constituindo assim uma verdadeira rádio domiciliar, que tem se propagado de norte a sul do País. •

Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

Enquanto a Reforma Agrária fracassa ...

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s dados abaixo são extraídos de reportagem da revista "Veja" (edição on tine, 18-9-02), assinada por Jo sé Edward e Karine Vieira. Os resultados do campo brasileiro são nada me nos do que espetacul ares. Enqua nto a riqueza nacional como um todo, medida pelo PIB , cresceu apenas 0,14% no primeiro semestre, a economia no campo deu um sa lto de 8, 18%. Tem sido assim nos últimos anos. A agro pecuári a e os negócios que e la gera têm sido a escora da econo mia bras ile ira e a sa lvação da balança de comércio exterior. O campo que prod uz res ultados econômicos tão exuberantes não é, certamente, o da agricul tura de subsistência, das plantações e cri ações miúdas em volta das casas de pau-a-pique . As vitóri as econômicas na zona ru ra l são produto do uso intensivo de capital e da aplicação de soluções de alta tec nolog ia. "A grande tran~formação no campo fo i o aumento da produtividade ", di z Zander Navarro, sociólogo da Universidade Federal do Ri o Grande do Sul, espec iali sta em temas agrários. "Seria irresponsabilidade desap ropriar terras em. regiões de alta produti vidade, como o centro-oeste", afirm a Navarro. "Só na agricultura, e levando-se em conta apenas os trabalhadores com carteira assinada, o campo passou a cons-

trução civil neste ano em número de empregados", afirm a Pratini de Moraes, mini stro da Agricultura. " O resultado anunciado é espetacular e projeta um f uturo ainda mais promissor para a agricultura do País, por seu efeito multiplicador de crescimento", diz André Pessôa, sócio da Ag roconsult, empresa especiali zada em consultoria na área de agronegócio. O efeito multiplicador significa que, quando a agricultura vai bem, consegue também alavancar o crescimento de outros segmentos importantes da economia. O dinheiro do campo aumenta o poder aq uisitivo para a compra de imóve is, auto móveis e e letrodo mésti cos, contri buindo para o desenvolvimento do comércio das cidades que tê m no agronegócio sua principal fo nte de renda. A vi talidade do campo é uma notícia excele nte num país nocauteado di ru·i ame nte por info rmações pessimistas sobre o dólar e o risco Bras il. •

Feitiço contra o feiticeiro ,\ violência no campo, introduzida pela .tl.CPT, CIMI, MSl' e congêneres, atinge os proprietários de terras para obrigálos a capitular di ante da ideo logia sociali sta. Mas e la está produzindo também o utros resultados inesperados. Vejamos. L - Em Prado (BA), os índi os das aldeias Crave iro e Corumbauzinho ocupru·am o assentame nto Corumbaú, fruto

de anterior invasão feita pelos sem-terra. Agora, 56 fa mílias do MST fora m expul sas da agrovila pelos índios, e os tiroteios dura nte a madrugada são cada vez mais intensos. Houve espancamentos e destrui ção de alambique, escola e posto de saúde (cfr. "A Tarde", 27-9-02). 2 - E m Campina Gra nde (PB), o assentamento da Faze nda Santa Cruz te m até caso de estupro, cio qual fo i vítima uma menor de sete anos. O pai não deu gueixa, por medo de represáli as. Ali também se deu a morte por envene namento de 70 galinhas. A hipótese mais comentada é a de vingança de um assentado, cuja lavoura fora destruída pelos caprinos do vizinho. A raiz dos proble mas está na disputa pe lo com ando da assoc iação que dirige o assenta mento. Para Verônica Maria da S il va, diretora da Assoc iação dos Produtores, essas ocorrências são até em menor escala, se comparadas com as de outros assentamentos da Paraíba (Cfr. "Correio da Paraíba", 22-9-02) . 3 - Em Marilena (PR), produziramse violentos confrontos entre integrantes do MST e dissidentes nos assentamentos Santo Ângelo e Sebastião Camargo F'. Já res ultaram 24 prisões. Os di ss identes acusam o MST de exigir taxa de contribuição. E o MST acusa os diss identes de venda de lotes. A PM recolheu nesses assentamentos seis revólveres, uma garrucha, duas pi stolas semi-automáticas, nove espingardas e sete coqueté is molotov. Num deles, a polícia encontrou seis sem-terra presos e amarrados por seus rivais (Cfr. "Diário de Cui abá", 14-9-02). • DEZEMBRO 2002 -


O senso do heroísmo 'A o inic iar, al guns anos atrás, uma séri e de confe rê ncias numa Universidade de Fortaleza, e u di sse que achava notáve l no Ceará uma característica em seus panoramas, aliás presente em tantos panoramas nacio na is: a de causar a impressão de que hav ia montes, serrani as, vasti d ões, lagos, ri os, pe nh ascos, quedas d 'água própri os a servirem de teatro para uma grande hi stóri a que aind a não se de u. E que o povo bras il e iro me causava, de baixo desse po nto de vista, a impressão de um povo que está na sua pré-hi stóri a. Que a históri a da alm a do povo bras ile iro virá e m função de aco ntec ime ntos futu ros, de idé ias fu turas e de prob lemas futu ros . Ass im , podemos di zer que, se há pessoas que vão para o in te ri or à procura de petróleo que deve j orrar do fund o da terra, nós, da T FP, nos e mpe-

nhamos em procura r a lmas que deve m j orrar do fundo d a poeira. Porque do fundo da poeira jorram almas com uma sede extraordinári a. Sede do quê? Sede de De us. Po r exemplo : o senso do heroísmo. Se existe uma vida depois da atual, haverá coisa ma is razoável e mais bela do que o heroísmo? Se não ex iste uma vida de pois desta, haverá um a coi sa mais estulta do que o heroís mo? Só há uma co isa mais tola do que a coragem de sacrificar a vida, se não exi sti sse um a vida futura: é a corage m de viver. Se não há De us, ne m a lma que ex istirá de pois desta vida, não se sabe o que é pi or: se é morrer o u viver. A alma que pede outras co isas [ma is e levadas] é a alma que te m senso reli gioso . E tais co isas provêm todas, no fund o, do senso re lig ioso. E é esse senso re li gioso que o povo te m. A população do Nordeste é espec ialmente marcada pela nota do heroísmo. Ta l senso é o que devemos dese nvolver, e a presença da TFP é de mo lde a exatamente faze r desabroc har nessas almas o senso do heroísmo." Excertos do conferê ncia proferido pelo Prof . Plínio Co rrêo de Oliveira poro sócios e cooperadores do TFP, e m 5 de sete mbro de 1969 . Sem revi são do autor.

Caos no ensino nacional Um dos grandes problemas do ensino primário no Brasil é que a Lei de Diretrizes e Base em vigor impõe o sistema de ciclos no curso básico - em detrimento do curso seriado, no qual o aluno podia ser reprovado. O novo modelo faz com que parte dos alunos passe de ano sem aprender quase nada. Pesquisa encomendada pela Prefeitura Municipal de Sobral (CE) revelou que 48% dos alunos no final da 2ª série fundamental não sabiam ler.

J

s .il -s:

Barreto de Menezes, André Vidal de Negreiros Fernandes Vieira Henrique Dias e Fil ipe Camarão comandaram os vaÍentes luso-brasileiros q ue expulsaram os holandeses ca lvinistas.

HISTÓRIA

A milagrosa batalha das Tabocas

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Brasileiro empreendedor

J\gricullura salva a economia nacional

O povo bras ile iro é o ma is empreendedor, segundo uma pesqui sa de du as reno madas faculdades inglesas - Babson College e a London Business School - e ntre 2 1 nações anali sadas. Ta l fato se confirma tendo por base o grande número de pequenos negóc ios que são abertos e m todo o territóri o nac ional. E ntre 1995 e 1999 houve um aumento de quase 20 % de pedidos para a bertura de e mpresas de comérc io, em re lação à década anterior. Segundo a pesqui sa , 2 5% dos brasile iros torn a m-se empresári os sobretudo pe lo fato de terem sido de mitidos de seus e mpregos. O sonho da vida do nosso trabalhador: ser dono de seu própri o negócio. Ou sej a, o oposto dos que seguem a pregação marxista de luta de classes, como o MST, que querem receber tudo do Estado.

O B rasil cultiva atualmente 39 milhões de hectares. Praticamente a mesma área semeada em 1990. Mas a produção de u saltos enormes, atingindo l 00 milhões de to ne ladas de grãos neste ano. Houve um grande aumento da produtividade, com crescimento da mão-de-obra e mpregada nos campos, e nquanto os subsídios estatai s mínguam em nosso Pa ís. Segundo o JBGE (Instituto Brasil e iro de Geografi a e Estatística), houve uma queda de 0,73% do PIB global no prime iro trimestre deste ano, e nquanto o setor ru ral cresceu 4,3% e m relação ao ano passado. M ais uma vez a lavoura fo i a tábua de salvação para a economia nacional. Tudo isso fruto da pro priedade privada e da iniciati va parti c ul ar. Enquanto isso, os assenta me ntos de Reforma Agrári a vão murchando a produção e pesando cada vez mais no orçamento nac ional.

CATOLICISMO

o d ia 3 de agosto de 1645 travo u-se a fa mosa batalh a do M o nte das Tabocas, a 30 quil ô metr?s _de R~c ife, a qua l impôs a prim eira de rrota aos ho la ndeses ca lv1111 stas, 111vaso res do Bras il. 28 lu sobras ile iros foram mortos, co ntra quatroce ntos de les. Narram os hi storiadores que, ao fi nal da luta, os ho landeses e ncurralava m os cató licos na parte superior do monte. O Pe. Manoel de Mora is ergue u então um Crucifixo e bradou : "Senhor Deus, Misericórdia! lr1nãos, digam.os todos uma Sa lve Rainha à Virgem Mãe de Deus". Enqua nto todo o exército rezava esta oração, os ho landeses, to mados de indescritível pâni co, começara m a fug ir, em grande confusão. Os bras il e iros bradava m: "Vitória, Vitória!". No di a seguin te, muitos ho landeses ap ri sionados reve lara m que, no auge da bata lha, viram ca minhar entre os católicos uma Senho ra m uito fo rmosa, co m um M enino nos braços, e jun to a E la um anc ião 'ves tido de branco. Eles e ntregavam armas e m uni ções aos nossos soldados. Tal visão causou nos hereges tanto terror, que se retirara m logo em grande con fusão. Tratava-se de Nossa Sen hora com o Men ino Jes us e de Santo Antão, a quem estava ded icada, a curta d istânc ia dali , uma peq uena igrej a. Daí o be lo nome do município, até nossos d ias: Vi tória de Santo An tão.

Assassinatos aumentam Uma triste notícia para os brasileiros: nosso País subiu do terceiro para o segundo lugar no ranking mundial de assassinatos, vindo atrás somente da Colômbia, que ocupa o primeiro lugar. Pesquisa da Unesco, realizada em 60 países, mostra que o número de mortes violentas passou de 20,9 pessoas para 27 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes, entre os anos de 1991 e 2000. E as associações ditas de "direitos humanos" aí estão para impedir medidas severas contra os bandidos.

DEZEMBRO 2002 -


L ogo no início deste mês, nossos olhos e nossos corações voltam-se para o Santo Natal. Voltam-se para a manjedoura onde repousa um Menino - o Divino Infante, adorado por sua Mãe Puríssima e São José, numa fria gruta de Belém. A alegria e a atmosfera natalina penetram nossos lares, biilham nos olhares inocentes, enchem de júbilo nossas almas. Mas, lamentavelmente, esse clima está quase desaparecendo nos dias de hoje. Não deixemos que isso aconteça! Depende de cada um de nós. Todos podem dar seu contributo para impedir que se distancie da face da Terra o ambiente próprio ao Natal, outrora tão marcante. CATOLICISMO

DEZEMBRO 2002 -


A aldeia, o Pintor e a Rainha E!J WILSON G ABRIEL DA SILVA

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equena cidade ao pé dos Alpes vai mergulhando na ~ui etu?e, à medida que um curto di a de inverno vai dec lmando. A neve cobre a pai agem , como a lvo manto qu e aos po ucos va i adquirirido tonalidades azul adas, enquanto as últim as c laridades do dia disputam com a. pe numbra que avança. A fumaça sobe com elegância do alto das chaminés, e se difunde o agraciável aroma de variados qu itutes. E ntrecortam o ilêncio, aqui e aco lá, o cacarej ar de algumas ga linhas que se acomodam no poleiro, o latir de um cão. Tudo indi ca a natureza p reparando-se para o repouso. De vez em quando, os refrãos de uma cantoria profana partem de um beco unido à rua principal. Sem dúvida, alguns folgazões antecipam na taverna a festa que terá lugar nas casas de família. Pela calçada, duas mu lheres sobem decididamente em direção à praça. Os olhares denunciam o comentári o irôni co a respeito da taverna. A mais di stinta não esconde sua reprovação, p revendo talvez os resultados do excesso de bebida.

A atmosfer a natalina De lo nge, aprox im am-se a passo lento doi s homens, reflexivos. U m carrega o peso da idade e da vida. O outro, j ovem, tem na face a marca ela fú ri a das paixões. Do alto da praça, o esgui o campanário da igrejinha, co-

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CATOLICISMO

roado por sua cúpula dourada, do mina o v il arej o. S ubindo as escadarias , a cateq ui sta condu z um aleg re ba ndo de c rianças. O soar compassado do velh o sino anunc iando o Angelus parece convid ar todos a buscar leniti vo no sacram ento da pe nitência. Dentro da igrej a, um padre atende pac iente mente a longa fila de confissões. Jun to ao ó rgão, um cora l afina os últimos acordes das mú sicas que serão ca ntadas na M issa do Ga lo: Stille Nacht,, heilige Nacht ... " No ite sil enciosa, no ite sagrada ..." E véspera de Natal! Se as ruas estão quase vazias, dentro das casas a vida é intensa. Na cozinha, as mulheres preparam com afã delic iosos pratos que serão serv idos na ceia, enquanto conversam animadamente. No salão, a juventude da casa decora o presépio e a árvore de Natal. O avô entretém alguns netinhos com hi stórias de outros tempos. U ma pequena roda ele homens conversa no salão. Animação, calma, reflexão,

alegria primaveril, são sentimentos que se mistu ram nesse ambiente fa miliar profundamente católico.

O Rede11tor da humanidade De um ambiente assim brotou a célebre canção natalina conhecida entre nós como Noite f eliz. Ainda hoje encontram-se aqui e acolá, na Europa cristã, restos vi vos de tradições que deram origem, por exemplo, à fl oração ele canções natalinas (só nos países de língua alemã, são milhares). O mesmo se poderia di zer de contos e legendas, de brinquedos infantis ricos em inspiração e beleza. Por quê? Simples mente porque é Natal. O Divino Infa nte faz da pobre manj edou ra seu trono de glóri a, distribuindo graças de bo ndade que abrandam os corações, aplacam os rancores, diss ipam os mau s humores e dispõem as almas à prática da virtude. Talvez se possa di zer que o Natal é a fes ta da inocênc ia, porque nasceu o Inocente por excelência, Nosso Senhor Jesus Cri sto. O Verbo de Deus encarnou nas entranhas puríssimas de M aria, e depois entregou-se à morte na cruz para nos resgatar a todos de toda iniqüidade 1 • Ou seja, do pecado, que é, em sua sordidez, imundície, fe iúra, maldade, tirania , o oposto da inocência. Somos todos pecadores porque, filhos de Adão, nascemos com o pecado original. Mas o Natal revela muito bem a cLiferença que ex iste entre o pecador purificado pelas águas

do bati smo, que conservou a inocência batismal ou então reconhece seus pecados atuais, bate no peito com humildade e busca o perdão, e aquele que orgulhosamente desafia a Deus, estadeando sua revolta. Os inocentes e os contritos, refugia ndo-se junto ao Menino Jesus e Maria Santíssima, encontrarão a paz e a felicidade que são possíveis neste vale de lágrimas. Os revoltados viverão perpetuamente na geena ela invej a, do remorso, do ódi o e do desespero.

Ciclades que são peclaços cio Céu "Senta-te à minha direita até que eu ponha teus inimigos por escabelo de teus pés", di z o Padre E terno ao Verbo encarnado 2 • Quem são esses inimi gos contra os qu ais Nosso Senho r vem para triunfar? O de mô ni o, o mundo e a carne; e os que tra mam co m o poder das trevas. Se quisermos, pois, reconstruir a cidade ideal, onde reine a ordem, o bem, a verd ade, a beleza, devem os compreender a fundo essa opos ição irreconciliável entre a virtude e o pecado. Será preciso que seus habitantes e dirigentes sej am eles ecles iásticos ou leigos, nobres ou plebeus pratiquem integralmente os Mandamentos, tenham verdadeira devoção a Nossa Senhora e espírito de luta contra os inimi gos de Cri sto e da Igrej a, seu Corpo Místico. Somente a sociedade imbuída desse espírito profund amente cri stão poderá gerar famíli as, aldeias, c idades e regiões tão encantadoras que parecem pedaços do Céu.

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Essa é a impressão que se pode ter ainda hoje em alguns lugares, mas que infelizmente conservam apenas a casca, já não têm mais o conteúdo da vida católica que possuíam no passado. É compreensível que, numa civilização autenticamente cristã, a Terra possa assemelhar-se ao Céu . Pois se uma sociedade vive realmente da seiva de No so Senhor Jesus Cristo, recebida através dos sacramentos, em suas obras resplandecerá forçosamente a fé e o espírito católico de que ela vive.

A cidade do demônio Pela via do contraste, compreenderemos igualmente a situação atual do mundo, no campo temporal como no espiritual. Nas cidades, o império do crime, por vezes organizado e triunfante. Basta lembrar algumas referências: Rio, São Paulo, Comando Vermelho, PCC, corrupção, narcotráfico, Estado paralelo. Nos meios de comunicação e diversão, a pornografia cada vez mais freqüente e vitoriosa, acompanhada da homossexualidade, inclusive em sua variante particularmente abjeta, a pedofilia. Nos poderes públicos, freqüente desinteresse pelo autêntico bem comum, que leva a proporcionar os meios sociais adequados para glorificar a Deus e facilitar a salvação das almas. Quanto aos princípios teóricos de governo, quando estes existem, são em geral pelo estabelecimento da igualdade revolucionária, e portanto injusta; bem como . de práticas imorais, traduzidas em leis e reformas como as que têm sido implantadas em âmbito universal. Acelera-se, por outro lado, a desagregação das famílias com a banalização dos divórcios e a generalização do amor livre. Com o triunfo do hedonismo e a busca CATOLICISMO

egoísta do prazer pelo prazer, assassinam-se os filhos mediante os abortos, ou não se educam cristãmente os que nasceram. Numa época em que pais matam os próprios filhos, há também filhos que matam os pais. Tal é a triste situação das pessoas e das famílias que, deixandose arrastar pela pressão da sociedade neopagã, dobram os joelhos diante dos ídolos contemporâneos: a televisão, a moda, os que ditam as regras nas rodas sociais.

A crise na Igreja E a Santa Igreja Católica, a única verdadeira Igreja de Deus? É melhor calar. Lê-se no Gênesis 3 que o Patriarca Noé, tendo-se embriagado por inadvertência, ficou nu. Um de seus filhos viu-o e foi contar despudoradamente aos irmãos. Por isso sua descendência foi amaldiçoada, ao contrário dos outros, cuja preocupação foi de cobrir a nudez paterna, evitando fitá-la. Esse mesmo respeito filial, devemos tê-lo em relação à Igreja. O que não significa fechar os olhos à realidade ou pactuar com o mal de tantos pastores que a si mesmos se degradam. Pois é público e notório que a Igreja se vê envolta hoje em uma crise sem precedentes, cuja gravidade tem sido reconhecida mesmo pelas mais altas autoridades eclesiásticas4 • Ademais, a meditação dessa dolorosa crise seria mais própria à Semana Santa do que às alegrias do Natal.

Pode-se imaginar o assombro e a indignação do ceO celeste pintor leste pintor diante dessa pavorosa desfiguração de sua Nossas considerações podem ser resumidas numa metáfora empregada pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. obra? Haverá exagero nessa comparação entre o mundo Comparou ele a história do mundo e da Igreja a um grande de hoje - deformado por uma Revolução que vem corquadro, onde um celeste pintor teria representado toda a rompendo a civilização cristã desde o século XVI- e os beleza e ordem da Criação. Para maior brevidade, imagidesígnios do celeste pintor, o próprio Deus? nemos a aldeia descrita no início deste Como "restaurar" o Natal? artigo, não com suas limitações, mas acrescida de todas as perfeições posEm suas linhas essenciais, a mesíveis, refulgindo em todo o seu táfora retrata sem dúvida a ação satâesplendor: harmonia das nica para desfigurar a Santa classes sociais, das famílias, Igreja Católica e demolir brudas pessoas de todas as idatalmente a Civilização Cristã. des e condições, das demais Se notamos traços desse criaturas dos reinos animal, vegetal pesadelo neste Natal de 2002, o e mineral. Tudo e taria ali represenque fazer? Se não sentimos mais tado em conformidade com os plaaquele clima natalino, outrora tão nos de Deus, dando uma idéia do acentuado e que se percebia em paraíso terrestre. todos os lugares, o que fazer? Se a frágil barquinha de nossa Na calada da noite, enquanto o celeste pintor adormece, a mão misalma, ou mesmo a barca da Igreja, for teriosa de um ente maligno adultera agitada pelas borrascas deste mundo, completamente esse quadro: o comerciansaibamos manter inabalável a confiança te digno e honesto tornou-se vulgar ladrão; a linno Coração de Jesus e de Maria 5 • da e virtuosa princesa é agora vil prostituta; o nobre e Voltemos nosso olhar para o presépio. Aquele Meniheróico cavaleiro transformou-se em repugnante efemi- . no envolto em panos e aquecido pelo bafo dos animais é nado; o grande rei bondoso transformou-se em desprezío Anjo do Grande Conselho, é o Filho de Deus! "Sentavel escravo revoltado; a criança inocente passou a ser a te à minha direita até que eu ponha teus inimigos por própria encarnação do vício. As mesmas adulterações se escabelo de teus pés", diz-lhe o Padre Eterno, com o qual verificam nas paisagens e demais detalhes: palácios de Ele é Um. Em outras palavras, aquele frágil Menino é conto de fadas transformados em horríveis pardieiros; linDeus onipotente, Criador dos Céus e da Terra! É Ele o dos pássaros tornaram-se monstros; até a vegetação ficeleste pintor, e portanto pode anular num instante a decou pavoro a e agressiva, como num retrato do inferno. formação realizada em sua obra pelo Maligno! DEZEMBRO 2002 -


Mas o que posso eu, põbre mortal, "vermezinho e mis&rável pecador 6 "? O que podeis vós, leitor, leitora? "Tudo posso naquele que me conforta", devemos responder com São Paulo7 • Mas poderemos muito mais ainda se nos voltarmos para a Rainha de quem o Menino Deus quis depender totalmente para vir morar entre os homens. Vida, doçura, esperança nossa, Maria pode tqdo junto ao Altíssimo. Mãe de Cristo, Mãe nossa! Advogada nossa! É só nos ajoelharmos diante do Presépio, pedirmos tudo o que quisermos ou tudo o que Ela nos quiser dar. Rainha dos corações, Ela pode obter de seu Filho os maiores milagres espirituais ou físicos. Jesus tem poder sobre os vulcões e os terremotos, os ventos e os mares. Ele pode transformar as pedras brutas em filhos de Abraão, ou seja, em homens justos! E Maria Rainha tem o poder da súplica sobre seu Filho onipotente! Nesse sentido, leitor, se possível, n1onte um Presépio em seu lar; reze com sua família diante dele; pode também enfeitar uma árvore de Natal; narre aos filhos contos natalinos tradicionais; fale a respeito das cenas relacionadas com o nascimento do Menino Jesus; ensine aos pequenos as belas canções natalinas antigas; mostre que Natal não é sinônimo de presentes, sobretudo não é ocasião de comércio, muito menos de passeios; na noite de Natal, prepare uma ceia iluminada à luz de velas e iniciada por orações próprias para a ocasião. Esses são alguns meios entre vários, mas de que todos dispomos para con-

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tribuir para restaurar um pouco da atmosfera de N atai em nossas casas. Quem sabe os vizinhos imitem, e se forme assim uma cadeia de luzes! Até o momento bendito e tão esperado em que, por iniciativa de Deus, essa aprazível e benéfica atmosfera de bênçãos e graças se expanda vitoriosamente pelas cidades, pelo País, pelo mundo. • Notas:

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I. Cf. Ep ístola a Tito 2, 11 - 15.

2. Gradual da prim e ira Mi ssa de Nata l. 3. Gen. 9, 20-27.

4. Por exemplo: Paulo Vl, na alocução Resisti/e fortes in fide, de 29 de junho ele 1972; João Paulo JI, na alocução ele 6 de fevereiro de 1981. aos participantes cio congresso " Mi ssões junto ao povo para os anos 80"; Ca rdea l Rat zin ger, no livro Rapporro sullafede (Paoline, Milano, 1985 , pp. 27 ss.) . 5. Os corações - ou seja, as vontades, as menta l idades ele Jesus e ele Maria - são de tal maneira unidos, que formam como que um só coração, segundo a esp iritualidade ensinada por São João Eucles. 6. Consagração à Sabedoria Eterna e Encarnada pelas mãos de Maria, ele São Luís Maria Grignion ele Montfort. 7. Epísto la aos Philipenses, 4 , 13.

O velho dos quatro dedos sujos e feios V ão se avolumando as evidências de que a esquerda comunista instrumentaliza a criminalidade para tentar a revolução social Ili! CID ALENCASTRO

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i com grande interesse o artigo de meu amigo Marcos Luiz Garcia, publicado em Catolicismo de novembro último. F ique i cativado pelo modo leve e atraente como ele põe o dedo na chaga de um dos problemas mais esca moteados do Brasil de hoje: o fato de que a escalada da c riminalidade não corresponde a um fenômeno espontâneo nem é fruto da mi séria, mas trata-se de um plano comunisCATOLICISMO

ta bem articulado que prepara uma revolução social. Meu amigo põe em realce que esse plano já foi meticulosamente denunciado há 20 anos pela pena lúódae profética de Plinio Corrêa de Oliveira. E constrói, para desenvolver seu pensamento, uma discussão com um "velho " - rejeitável, sujo e odiento - que ele encontrou numa praça da cidade, e que representa o comunismo. É na altercação com esse "velho", que Garcia vai rememorando trechos do artigo do fundador da TFP, e mostrando como as previ -

sões nele feitas se realizam hoje ponto por ponto. Lendo essa colaboração - que recomendo a todos os leitores - fica-se entendendo por que certos setores da esquerda, das ONGs, da mídia etc. tanto se empenham em defender os chamados "d ireitos humanos" dos bandidos, ao mesmo tempo que criam um clima de antipati a em relação às forças policiais. Também não se preocupam com as vítimas da criminalidade e com a segurança da população em geral. DEZEMBRO 2002 -


Assim sendo, servi-me dà' liberdade que a amizade concede, para pedir ao meu amigo que me emprestasse o "velho" que ele criara - e sobre o qual tem direitos de autor - para eu também discutir um pouco com ele. Não houve, de sua parte, a mínima objeção; cedeu-me prazerosamente seu personagem, dizendo-me que fizesse dele o que quisesse.

Comw1ismo e crime: 100 milhões de vítimas Quem não gostou fo i o "velho" . Veio forçado, es~ravejando, vestindo uma camiseta com a figura da fo ice e martelo ladeada por duas caras: Fidel Castro e Fernand inh o Beira- Mar. A tal camiseta caía-lhe mal , ficaria mais adequada num revolucionário jovem, não naquele corpo alquebrado, abaixo daquela barba desalinhada, esbranquiçada e suja. - Que quer de mjm? perguntou e le rispidamente. - Quero increpá- lo, porque depois de ter fracassado por outros meios, você agora está promovendo a criminalidade para apoiar-se sobre ela. - Olha, eu nego rotundamente que isso seja assim, não tenho nenhuma ligação com o crime - disse e le com uma hipocrisia refinada, negando tudo quanto antes afirm,u-a. Para e le, nada ele mal hav ia em negar o que afirmara, uma vez que o comun ismo não aceita seguir a moral objetiva.

Verdade ou mentira? Dá no mesmo, desde que ajude a Revolução. Ante essa hipocrisia cio "velho", vime na contingência ele argumentar com ele, apresentar fatos. - Você leu o Livro Negro do Comunismo? 1 Lá se prova que você matou mais ele 100 milhões ele pessoas. Isso não é li gação com o crime? -Não me ca lunie! Eu matei por ódio ideológico, mas não utilizei crimi nosos comuns, nem traficantes, nem seqüestraclores, nem ladrões ele banco, nada disso.

Revoluções e o recrutamento de bamlidos Fiquei pasmo ele ver o cini smo com que ele admitia ter matado 100 milhões de pessoas para impor o com unismo, sem sequer uma lágrima de arrependimento ou mesmo reconhecer o mal que praticara. Mas era preciso aprofundar o assunto. Prossegui: -Ah, então você nunca teve ligação com criminosos comuns! Acontece que um cios autores cio Livro Negro acaba de publicar na França uma nova obra, com o título irônico Façamos tábula rasa do passado, com dados muito comprometedores para o comun ismo. Você leu esse livro? O "velho " meneou negativamente a cabeça, mas o brilho estranho de seu olhar e a palidez que repentinamente o assaltou denotavam que mais uma vez ele

mentia. Procurou rapidamente mudar de assunto, mas eu atalhei: - S~ não leu a obra, leia ao menos a entrev ista que sobre ela concedeu seu autor à co nh ecida revista francesa "L'Express". Ele adianta aí alguns pontos-chave do livro, por exemp lo as declarações do ex-conselheiro de Gorbachev, Alexander Iakovlev, um antigo responsável do Kremlin. Ficamos então sabendo que "desde as primeiras horas de 1917, os bolcheviques haviam recrutado capc111gas na ralé russa, no meio dos vadios e assassinos". O ód io do velho chegou ao paroxismo. Da palidez, passou sem transição para o en rubescimento. Sentiu-se desmascarado. Temi que me agredisse. Mas não era político para ele faze r isso, e procurou minimi zar aquilo que não podia mais negar. Improvisou um sorri so, revestiu-se de uma bonomia artificial e disse: - Pecados da juventude. Além disso, naquela época e u ai nd a estava muito influenciado pelos métodos violentos de minha avó, a Revolução Francesa de 1789. Eu sabia que ela hav ia utilizado as mulheres de má vida e os bandidos ele Paris para fazer suas mobilizações ele rua e impor suas idéias igualitárias, que prepararam minha entrada em cena. Eu, o comunismo, a imitei nesse ponto. E até que deu resultado. Mas hoje estou mais maduro. As co isas mudaram.

O comunismo teve como sua precursora a Revolução Francesa de 1789 (esq .). Requintou a ferocidade desta, tendo já causado mais de l 00

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CATOLICISMO

Comam/o Vermelho, FARC e política

Não só nas prisões o CV está inl'iltrado ...

Achei muito grave essa confissão de que o comu ni smo tinha sua origem ideológ ica na Revolução Francesa, e que utili zou seus mesmos métodos para imporse, inc lusive a bandidagem. Mas eu não queria desviar o assunto, e passando-lhe às mãos um artigo publicado na imprensa diária brasileira, perguntei : - E disto, o que me diz? Este artigo fa la cio Comando Vermelho, essa organ ização criminosa cio mesmo Fernandi nho Beira-Mar que você cultua na sua cami seta. E le pegou o artigo com mãos trêmulas , nas quais ressaltavam seus quatro dedos sujos e feios, e começou a ler, com voz rouca, alguns trechos: - "O nome Comando Vermelho se originou nas prisões do Rio onde criminosos e comunistas compartilhavam o mesmo espaço. Estes mesmos homens de esquerda aproveitaram a convivência para educar e treinar aqueles que tinham suas origens nos morros cariocas. O nome expressa uma ideologia. [. .. ] Os dirigentes do CV não são apenas assaltantes. Eles têm. com certeza objetivos políticos. [. ..] Se as autoridades não se conscientizarem deste fato, veremos surgir no Brasil forças guerrilheiras como as FARC que, com ce rteza, treinareio membros do CV.[. ..] Ofenômeno CV vem crescendo há anos e ganhou ênfase na abertura política " 2 .

Chegado a esse ponto, o "velho" parou bruscamente a le itura. Amassou a folha que tinha em mãos e atirou-a com força ao chão. Pego surpreendido com a boca na botija, não lhe restou senão o silêncio od iento. Pensei que ia embora acabru nhado. Mas não .. . Um raio si ni stro lhe perpassou o olh ar. Como se uma espécie de vingança lhe tivesse ocorri do, e le se abaixou, pegou nova mente o papel e, enquanto o desamarrotava, foi dizendo: - Você se julga vitorioso em me ter denunciado, mas sa iba que o derrotado é você. Preste atenção neste trecho que vou ler do artigo que você me passou. Eu não quis ler antes, mas ele mostra que você e todos os burgueses já estão perdidos, é só questão de tempo: "O CV está ú~fillrado na polícia, no Judiciário e nos meios políticos. Devem eleger bancadas para a Câmara de Vereadores, Assembléia e Câmara dos Deputados, contribuir para a eleiçeio de senadores". 3 Entendeu o recado!? Ah , ah, ah, ah! Continuar argumentando com o "velho", seria perda de tempo. De minha parte, estou convencido ele que a vitória final ele Nossa Sen hora, nas alm as como na sociedade, é irreversível. Ainda que seja depois de castigos espantosos, como os que E la profetizou em Fátima.

Mas eu pergunto: vale a pena não vir esse castigo, e cairmos nas garras de um comun ismo aliado ao banditismo sanguinário? Tendo o Profeta David que escolher entre um cast igo vindo de Deus e outro vindo dos ho mens, exc lamo u: "Para mim é melhor cair nas meios do Senho,; porque é de muita misericórdia, do que cair nas meios dos homens" (I Paralipômenos, 21,13). E essa misericórdia será superabundante para aqueles que, nesta hora de angústia e incerteza, sou berem dizer não ao "velho" que nos quer escravizar. E será maior ainda para os que se dispuserem a não se deixar dominar por ele e a lutar. Dentro da lei e sob a maternal proteção de Nossa Senhora, mas com todas as energias da alma. •

Notas:

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I. Criminalidade e caos: o Brasil na rampa do co,nunismo. 2. Plínio Corrêa de O li veira , Quatro dedos sujos e f eios, " Folha de S. Pau lo", 16- 1 1- 1983 . 3. Stéphane Courto is e outros , O livro neg ro do comunism.o. Crim.es, te rror e repressão ,

4. 5.

6. 7.

Be rtrand Brasil , Rio de Jane iro, 1999, 9 17 pág inas. Stépha ne Courto is, Ou passéfaisons table rase, Robert Laffont, Pari s, 2002. Le conununism e nous laisse eles ruines gigantesques, Sté phan e Cou rtois , entrevista publicada na revista "L' Express", Pari s, 3- 10-02. Nahum S irotsky, A ameaça do Comando Ver111eílw, "Zero Hora", Porto Alegre, lº-10-02. Ide m, ibide m.

milhões de vítimas (centro) . Em países como a Colõmbia (dir.), apóio a luta guerrilheira, desestabilizando perigosamente regimes sul -americanos.

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Santa Adelaide, Imperatriz do Sacro Império S e é difícil praticar a virtude no auge da glória temporal, também o é em meio às maiores tribulações. Santa Adelaide soube manter, em ambas circunstâncias, uma firmeza na virtude, que faz dela não só uma grande Santa, mas também uma grande Imperatriz. IF1 PLI NIO M ARIA SOLIMEO

ilha do Rei Rodolfo II, da Borgonha, e de Berta, da Suábia, Adelaide nasceu no ano de 931 . Em meio ao fa usto da corte, teve pais piedosos e hábeis educadores, que souberam inspirar-lhe o amor à virtude, à disciplina e à mortificação. Extremamente bela - "maravilha de graça e de beleza", dirá mais tarde dela o grande abade de C luny, Santo Odilon 1 "compreendeu que o mais belo apanágio da juventude é a inocência; que a beleza não é senão um.fúlgorfugidio; as riquezas, uma armadilha para atrair ao mal; as paixões, um fogo devorador; os prazeres, um abismo que tudo absorve" 2• Aos 16 anos casou-se com Lotário, filho do rei da Itália. Preparou-se para

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No página ao lodo, esculturo de Oton 1, que se encontro no Catedral de Magdeburgo . Ele socorreu Santo Adelaide quando Berengário o perseguiu até Conosso . Anos depois, o Romano Pontífice conferiu - lhe o título de Grande

CATOLICISMO

receber o sacramento do matrimônio com orações, esmolas e boas obras. E levou para o novo lar, como seu maior ornamento, sua piedade e virtude. Adelaide sabia que o bom sucesso de um casamento depende em geral da esposa, que pode influenciar muito o marido. Por isso, procurou adaptar-se ao caráter de Lotári o, passando por cima de suas manias e mau gênio, para conviver com ele na mais perfeita harmonia. Uma filha, a que deram o nome de Ema, veio alegrar- lhes o lar.

Santidade 1w tragédia e no tl'.ÍunJ'o Quando tudo parecia sorrir-lhes, eis que a mão do infortúnio bate por vez primeira às suas portas: o marido perde o trono e a vida. O usurpador, Berengário II, de Ivrea, quis forçar Ade-

laide a casar-se com seu filho, para legitimar a usurpação. Ela recusou-se, e foi por isso aprisionada no castelo de Garda, às margens do lago de mesmo nome. Assim, de um momento para o outro, tendo apenas 19 anos, a rainha perdia marido, Estados, e até a filha, que lhe foi arrebatada por Berengário para forçá-la a ceder. "Deus me deu, Deus m.e tirou; bendito seja Ele", repetia Adelaide em meio à sua dor, beijando a mão divina que a atingia, como outrora o Patriarca Jó. E procurou não perder a serenidade nem a fé na Providência Divina. Al guns meses mais tarde, co m o auxílio do capelão, consegue fugir por meio de uma corda, através de uma j ane la, e refugiar-se no castelo-fortaleza de Canossa. Berengário vailhe ao encalço. Adelaide chama em seu socorro o rei da Alemanha, Oton . Este vence o inimigo, e como era também viúvo, casase com a rainha destronada. [sso lhe dava novos direitos sobre a coroa da Itáli a. Alguns anos depois, indo em auxílio do Romano Ponúfice, deste recebeu a coroa do Sacro Império Romano Alemão. Oton I será o único imperador, a partir da Idade Média, a merecer da História o título de Grande. Outra vez no auge do poder, Adelaide perdoa seus perseguidores; e obtém me mo para Berengário o reino da Itália, sob a condição de o ad mini strar como feudo da coroa alemã. Na corte, Adelaide tem a alegria de encontrar-se com a rainhamãe, Santa Matilde, também modelo de virtude e santidade, que muito a ajudou com sua experiência no trono e na piedade.

Liberalidade para com a Religião e necessitados À medida que sua fortuna aumentava, Ade laid e aumentava também suas liberalidades para com os necess itados. Socorria

principalmente as viúvas, os órfãos e os anciãos. O dinheiro que seu marido lhe dava para jóias e toalete, empregava-o em pagar dívidas de infelizes, fornecer roupa aos miseráveis e proporcionar-lhes um local digno para viverem. Quanto a si, vestia-se segundo a modéstia cri stã, porque temia que, por frivolidade no vestir, pudesse vir a ser causa de pecado ou escândalo para outros. Retirou de seus aposentos todos os objetos supérfl uos, e ne les co locou o utros religiosos e que incentivassem a virtude. Esse seu modo de ser, que causava admi ração aos bons, fo i objeto de calúni a dos mau s; diziam que ela queria transformar o palác io em mosteiro, e que me lhor seri a que se fizesse monj a.

Adelaide não se importava com o julgamento dos homens.

Elevado moclelo de rainha e mãe Depois de dar à luz dois filhos , que morreram em tenra idade, nasceu-lhe o terceiro, a quem fo i dado o nome de Oton, como o pai, e que seria o futuro Oton li. Adelaide levou-o à capela e o ofereceu a Deus, dizendo que, caso ele viesse a ser mais tarde vítima do pecado e da sed ução cio mundo, ela consentia voluntaJiamente e m sua morte. E la mesma foi sua educadora, auxiliada pelo cunhado, São Bruno, Arcebispo ele Colôn ia, e pelo Pe. Gerbert. Eles se esforçavam em incutir no jovem príncipe uma grande submissão à Igreja, como Mãe e Mestra da Vereia_] de, e a sempre defendê-la, se necessário com armas. A Imperatriz freqü entemente levava também seu filho, em suas visitas aos pobres e aos doentes, para que ele se tornasse assim sensível às misérias de seus futuros súditos. Oton [ tivera, de sua primeira esposa, um filho e uma filha. O filho, Luidolf, de caráter violento e orgulhoso, logo ficou com ciúmes ele seu meio irmão, julgando que poderia tornar-se seu rival no trono. Uniu-se assim aos duques da Baviera e da Lorena paJa destronar o pai. Este os derrotou e os entregou a um tribunal de guerra para serem julgados por sua felonia. Adelaide tudo fez, inclusive recorreu à intercessão do Bispo de Augsburgo, Santo Ulrico, para obter perdão para o enteado rebelde, enquanto redobrava as orações e boas obras nessa intenção. Enfim, teve a fe li cidade de ver pai e filho reconciliados. Aléss ia, filha cio primeiro casa mento de Oton, foi também causa de tristeza e apreensão para o pai. Levando vida dissipada, fugiu ele casa, indo para a Itália. Mas cai u em si, arrependendo-se de seus erros. Temendo aj usta ira

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do pai , fez chegar à Imperatri z, c uj a bondade era proverbial , uma súpli ca para ser s ua defensora junto a Oton . "Adelaide acompanhou essa

missão con-1.tanta demonstração de a,nor e pôs tan/a candura em seu pedido, que desarmou a ira do lniperado1; obtendo que Aléssiafosse chamada de volta; teve a f elicidade de vê-la expia,; com lágrimas de sincero arrependimento, suas tão funestas faltas" ' .

Regente do lmpél'Ío, novas /Jerseguições Oton confiou à s ua esposa uma parte da ad mini stração e trabalhos do Impé rio e a de ixo u como regente durante uma ca mpanha na lt~í li a. Adel a ide a prove ito u para fundar muitos moste iros e ajudar o utros ex iste ntes. Escolheu como seu diretor de consciência Santo Adalberto, Arcebispo de Magde burgo, e sob sua direção fez muitos progressos na virtude. Ela vivia e m boa inte li gênc ia com seu marido, sempre a ele submi ssa, nada e mpreende nd o_ sem seu consentim e nto. Por s uas ate nções e a mabilidade, e la sabia a li geirar o fardo que e le tinha que carregar. Por isso o falecimento do [mperador, e m 973, provocou e m sua esposa profund a dor. Oton U qui s que sua mãe, que

não contava, e não 42 anos, o auxi li asse na regência do Impé rio. Mas aos poucos fo i sendo influe nciado po r sua esposa Teofania, c iume nta e ambi ciosa, que não queria compartilhar com a sogra a influê nc ia sobre o marido. Este fo i se tornando cada vez mais fri o com s ua mãe, até o ponto de não tolerar mais seus avisos e conselhos. A Imperatri zmãe ca iu e m desgraça, poi s logo os cortesãos ad ul ado res tomaram o partido do filho contra a mãe. Adela ide reso lve u partir e ir viver com seu irmão Conrado, Re i da Borgonha, que a recebe u com as ho nras devidas à s ua alta posição . As pazes fora m fe itas e ntre mãe e filh o, por medi ação de São Maiolo, abade de C luny. Oton , e ntretanto, fa leceu repentina me nte aos 29 anos, e Ade laide foi c ham ada nova me nte para exercer a regênc ia e m favor de seu neto, Oton llI. Contudo, Teofania co ntinu o u suas perseg uições à sogra, q ue só terminara m qua ndo a morte, vi sta por muitos como punição divina, a levou deste mundo.

Caridade autêntica e zelo apostólico Adelaide era muito amada po r se us súditos, e le mbrava a e les a g randeza do tempo de Oton 1. Ela aproveitava essa popularidade para

ir ao e nco ntro dos necessitados e para fund ar conventos e mosteiros, que vi a como fontes de sabedo ria e santidade. Nos seus te mpos livres, confeccionava parame ntos sacerdotai s e alfaias para os altares das igrejas po bres. Dedicou-se també m à conversão dos povos ainda pagãos, despende ndo gra nd es qu a ntias para e nviar mi ss io ná rios que levassem a luz de Jesus C ri sto àq ue les que estava m ainda longe da verdadeira Fé. Assim foi até qu e se u neto Oton JII, c hegando à ma ioridade, també m se mostrou ingrato para com ela, levando-a a afastar-se novame nte da corte. Visitou a abadia de Cluny, cujo abade Sa nto Odilon fi cou tão impress io nado com suas virtudes, que se tornaria depoi s seu biógrafo.

Pacil'icadora de famílias Sua filha E ma, tornada rainha da França, fo i ao seu e ncontro com seu esposo, pedindo-lhe que se fixasse em Paris. Mas ela queria primeiro fazer algumas peregrinações, e sobretudo reconciliar seus sobrinhos, que di sputavam o reino da Borgonha. Sua sa úde, e ntre tanto, estava muito a balada pe los contínuos sofrime ntos. E faleceu junto à Abadi a de Se ltz, assistida pe los mo nges be ned itinos, e m 16 o u J7 de deze mbro de 999, na idade de 68 anos 4 • •

Notas:

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1. Pe. José Le ite, S..I ., " a nt os de Cada Dia", Ed itori a l A.O. , Braga , 1987, vo l. Ili , p. 452. 2. Les Petit s Bo lland istes, Vie eles Saints d 'ap res /e Pere Ciry, 13/oud et Barrai, Pari s, 1882, vo l. XIV, p.2 11. 3. ld.p.2 19

Outras obras consultadas: -

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Fr. Ju sto Perez de Urbe l, O.S.B., Aiio Cristiano, Edi ciones Fax, Madri d, 1945 , vo l. IV, pp. 523-529. TJ Ca mp be ll , verbete St. Ade la ide. in T/1 e Ccuh o lic Encyclopedia, O nlin e Edition .

A ditadura da moda F urar partes do corpo para inserir um anel, alfinete, anzol, grampo e outros objetos - é a moda do piercing ■ Lu1s DuFAUR

re lha, obra ncelha, queixo, nari z, bochechas, líng ua - tudo serve . Dir-se- ia que a moda de incrustar objetos no corpo é a moda da do r e da infelicidade. O bom senso e o senso católico fi ca m e h cados com extravagânc ia tão re pul s iva. Ma is assustado r ainda é o fund o m ra l e ps ico lóg ico que essa moda reve la. Um hi stori ador da arte, Deni s Bruna*, pesq ui so u a ntecede nte da deg radante moda no mundo c ri stão. No pagão, não prec isava, poi s índios americanos e se lvagens afri ca no · ainda co -rumam deformar o corpo co m arti fí ios até mais sád icos e supersti c iosos. Em pinturas do fim da idade Média, Bruna descobriu indi víd uo co m a face traspassada com anéis, cade ias, pe nduri ca lh os o u broc hes. Numa Via Crucis ele Hie ronymus Bo e h, o. ca rrascos ele Nosso Senhor apa recem com piercing, com o rosto furado por ané is. Uma parteira histérica, um ve lho lúbri co e in fié is també m portam esses piercings como estigmas de infâmia.

O

Outl'ora símbolo <le castigo, hoje é moda ... Na Idade M édi a, certos crimes merecedo res de uma execração espec ial, como fa lso testemunho e graves injúrias à a utoridade, podi a m ser punidos com um piercing na líng ua. O pingente masculi no, desprezado nos tem pos de fé, voltou na re nasce nti sta corte cios Valoi s, cleca-

de nte e efe min ada, mas exting uiu-se junto com essa dinastia. É espantoso nota r que, quase dois mil anos depo is da Paixão ele Nosso Senhor Jesus Cristo, a huma nidade que recusou a Igrej a e a Civi li zação C ri stã d isputa, para c rava r e m suas carnes, os sin ais que

o utrora os pinto res punha m nos torpes sembl antes dos carrascos que atrozmente c rucifi cara m o Cordeiro sem mancha, nosso Divino Redentor. •

*

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C fr. Deni s Brun a, Piercing. S11r /es tra ces d '1111e infá,nie m édiéva le , Tex tue l, Pari s, 200 1.

CATOLICISMO DEZEMBRO 2002 -


Faniília: sociedade natural anterior ao Estado

Família: semente da Pátria "Nos primórdios da nossa história, o chefe defamília lembra o pater fam ili as antigo. Ele comanda o grupo que se aglutina ern torno dele e leva o seu nome, organiza a defesa com.wn, distribui o trabalho segundo a capacidade e as necessidades de cada um. Ele reina - a palavra está nos textos - como senhor absoluto. Ele é chcunado 's ire'. Sua esposa, a mãe de .farnília, é chamada ' clame', do-

V ários dispositivos do novo Código Civil, especialmente quanto ao Direito de Família, opõem-se tanto à Lei Divina quanto à própria lei natura]

B

asta .apenas ler alg uns arti gos do novo Cód igo C ivil brasileiro, para se constatar o quanto a interferência do Estado na instituição familiar é descabida e antinatural ; o quanto é extravagante o Poder Público quando legisla abusivamente nessa matéria; e o quanto a intervenção estatal ele cunho tota li tário é destrutiva de uma sociedade natural, como o é a fa míli a. Apesar desses graves defeitos, o novo Código C iv il passará a vigorar no próximo dia J I de jane iro.

Descabida ingerência est;atal Catolicismo já tratou de diversos aspectos condenáveis da nova cod ificação, no arti go ele capa da ed ição ele setembro/ 2002, no qual ficou demonstrado o quanto a Lei de Deus e a le i natural fora m violentadas por leis humanas, com tais mudanças. Abordaremos aq ui apenas os seguintes temas: a abusiva intromissão estatal na in stituição familiar; a ruína ela fam íli a acarreta a ruína do Estado. Temos em vista, com esta matéria e o utra que se lhe seg uirão, fornece r s ubsíd ios a nossos le itores para saberem situar-se em relação a essa nova legis lação c ivi l que proximamente entrará em vigor.

Família, anterior ao Estaclo O Estado não está na origem da família, mas a recíproca é verdadeira: a fam ília, semente do corpo social, pode subsisti r sem o Estado, mas este não se mantém sem aq uela. Conforme ensina Leão XIII, "a

jàmília é o berço da sociedade civil, e é dentro desse círculo dom.éstico que se prepara, em. grande parte, o destino dos Estados" (Encíclica Sapientia Christiana).

'-1!]

CATOLICISMO

Entretanto, este ensinamento católi co, que ademais é óbv io e de bom senso, parece, data venia, que escapou aos redatores do novo Código. Não discerni ram e les que se arruína uma nação quando se destrói sua base? É lamentáve l que tais redatores, durante sua formação acadê mi ca, não tenham dado rea l importância ao fato ele que nenhuma organização é tão essenc ial para a sociedade e o Estado quanto a fa míli a. E que por isso é preciso favo recer sua conso li dação e estabilidade.

Exemplos históricos O fundamento mais precioso cio Estado é a instituição familiar. Quando esta se encontra desorganizada, logo advêm a instabi lidade da soc iedade e a fa lência cio próprio Estado. Foi o que ocorreu ao Império Romano cio Oci-

verificou-se no ano 476. A dissolução ela fam ília incentivou a decadência mora l e a depravação dos costumes. Com a invasão cios bárbaros, como a de Átila nos séculos IV e V, esse Império, então corrompido e enfraquecido, desagregou-se, estabelecendo-se uma anarquia generali zada. Após quatro séc ulos, no ocaso do Império de Carlos Magno, outra cat,1strofe abateu-se sobre a humanidade: novas invasões. Desta vez, hordas de normandos, húngaros e sarrace nos obrigaram as populações a fugirem para não serem massacradas. O Império caro líng io desmantelouse, e foi em torno do que restava de in stituição fami li ar - ·a qua l, nessa época, era bem constituída - que se reorgan izaram naturalmente os Estados. Sob o bafejo da Igreja Católica consolidou-se a C ivili zação Cristã, a qual alca nçou grande esp le ndo r na Idade Méd ia. É o que descreve o cé lebre esc ritor Frantz

mina [senhora].

Já na época de Carlos, o Calvo (séc. IX), neto de Carlos Magno (miniatura acima), o Império carolíngio começou a desagregar- se, e a instituição da família foi substituindo o Estado, convulsionado por múltiplos invasões

Funck-Brentano, membro do In stituto de França, em sua famo a obra "L'Ancien Régime" (O Antigo Regime). Dela extraímos o tópico aba ixo: "No decurso dos séculos IX e X, a

sucessão das invasões bárbaras, normandas, húngaras, sarracenas, tinha imergido o país numa anarquia, na qual todas as instituições haviam soçobrado. O camponês abandonava a sua terra devastada para.fugir da violência; o povo encurralava-se no júndo de .florestas ou de charnecas inacessíveis; refugiava-se no alto das montanhas. Os liames que uniam os habitantes do país .forarn cortados; as normas consuetudinárias ou legislativas foram despedaçadas; ninguém. governava a sociedade.

lugar. A vida social concentra-se em torno do lar; aos linútes da casa e dos domínios restringe-se a vida comum; ela circunscreve-se às paredes da casa e à área circunjacente. "Pequena sociedade, vizinha mas isolada das pequenas sociedades semelhantes que se constituíram segundo o mes1no rnodelo.

"A .farnflia tornou -se para o homem wna pátria, e os textos latinos da época a designam por essa palavra 'patria' [a terra do pater, elo pai], a,nada com uma ternura tanto maisforte quanto ela está ali, viva e concreta, sob os olhos de cada um. Ela.fa z sentir diretamente o seu poder e tcunbém a sua doçura; sólida e querida arrnadura, proteção necessária. Sem a farnflia o hom.em não conseguiria subsistir: "Assim se formaram os sentirnentos de solidariedade que uniam os membros da .família uns aos outros, e que, sob a ação de uma tradição soberana, se irão desenvolvendo e definindo" (Fran tz Fun ck-Brentano, L 'Ancien Rég ime, Americ -

Ecl it. , Rio ele Janeiro, 1936, vol. I, pp.

J 2- 14). •

A única força intacta "Foi nesta anarquia que se desenvolveu o trabalho de reconstrução social, pela única força organizada que permaneceu intacta, sob o único abrigo que ninguérn pode lançar por terra, porque tem os seus fundamentos no coração humano: afamília. "Em plena tormenta a família resiste, fort!fica-se e cresce em coesão. Obrigada a sati.~fazer as suas necessidades, cria para si órgãos que lhe são necessários para o trabalho agrícola e mecânico, para a defesa à mão armada. O Estado já não existe, a família toma o seu

DEZEMBRO 2002 -


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e depoi s a Clotário IV, entretanto tornou-se e le o verdadeiro sen hor da Gáli a merovíngia. Esse homem hábil e incansáve l fo i recompondo todo o reino que seu pai havia formado . "Ele

e bascos por detrás dos inimigos, s urpreendendo os árabes que estavam no acampamento. Aos seus gritos, os francos acorreram em seu auxílio. Carlos fez então avançar toda sua I inha de frente , e essa muralha de ferro fo i derrubando tudo que enco ntrava. Por maiores esforços que Abderramã fizes se para manter firmes seus esquadrões, não conseguia reorganizá-los. Caindo a noite, Ca rl os ordenou que seus homens parasse m na planície, a fim de continuar a batalha na manhã segui nte. Os mouros, porém , aproveitando-se da escuridão da noite, fugiram, deixando atrás de s i suas tendas .

encorajou e protegeu ativamente os missionários irlandeses que trabalhavam na evangelização da Germânia. Em 723 tomou sob sua proteção São Bonif'ácio, apóstolo desse país, que o Papa Gregório li lhe havia recomendado [. ..]. Assim o cristianismo espalhou-se no Hesse, na Frísia e na Tu,, . " 2 nngta . Entrementes, o Islã, o grande inimigo cio nome cristão, tornava-se uma ameaça muito próxima. Da já conquistada Espanha, o exército vencedor islamita ultrapassou os Pire neu s e conquistou Narbona. Em seguida apoderou-se de Carcassone e de Ní'mes. Descendo pel o vale do Ródano, saqueou Autun e Lyon.

Carlos Martel

Decisiva e memorá,1el Batalha de Poitiers

D efensor providencial da Cristandade, martelo do Islã n JosÉ

MARIA

oos

SANTOS

o final do sécu lo V até meados do VIII viveram, nos reinos que vieram a formar a atual França, os últimos reis da dinastia merovíngia. De tão decadentes e inativos, passaram a ser conhecidos por "fainéants" - aq ueles que nada fazem. Não passavam de meras figuras decorativas. O verdadeiro governo e poder era exercido pelos prefeitos de palácio, que realmente tinham nas mãos as rédeas do Estado. Dentre os mais famosos prefeitos de palácio, destacam-se os dois últimos deles, Pepino de Heristal e seu filho Carlos Martel. Este tornou-se um grande personagem da História Universal, por ter livrado duas vezes a França da invasão islamita, evitando assim que os infi éis (os maometanos) , depois de terem dominado a Espanha, conq uistassem também o restante da Europa.

D

Sublevação, após morte de Pepino <le llel'istal Carlos só fo i cognom inado de Martelo a partir da segunda metade do século IX, por sua fulminante ação nas guerras. Era filho do prefeito de palácio da Nêustria - o mais poderoso reino das Gálias - e de uma concub ina. Seu pai, Pepino de Heristal, havia assegurado a unidade do reino através de brilhantes êxitos nas armas e na diplomacia, bem como mediante o auxílio que deu à propagação do cristian ismo. CATOLICISMO

Em 73 1, os mouros foram avançando como uma avalanche rumo ao norte cio país e atingiram a cidade de Tours, conq ui stando tudo a ferro e fogo . "A fúria dos assaltantes - escreve um historiador árabe contemporâneo - era imensa, como

Os

gauleses merovínDescrito como form.oso, excelente e valente gios, com Carlos Martel em sua juventude, Carlos suscitava a inveja de sua à sua frente, derrota madrasta, zelosa pelo futuro de seus filhos, ainda ram os mouros a cada menores de idade para governar. tentativa destes de conquistar o reino das Quando a morte atingiu o enérgico Pepino de Gálias Heri tal, aos 80 anos, tal desaparecimento provocou uma sublevação geral nos povos conquistados. O reino das Gálias, por fa lta de uma direção segura, começou a desfazer-se em vários segmentos . Frísios, a lamanos e bávaros se revoltaram. Eudo, duque do reino da Aquitânia, conqu istou o território entre os Pireneus, o Loire e ••••••••••••••••••••• • •• o Isere, e os nêustrios elegeram seu próprio prefeito de palácio, para governá-los em lugar do imberbe Teobaldo, filho de Pepino. O caos, então, tornou-se geral. 1

Cristão pr011i<lencial contra o Islã Foi nessa ocasião que, fugindo do cativeiro a que sua ciumenta madrasta o havia relegado, Carlos empreendeu uma ação fulminante à frente do exército do reino da Austrásia, com uma série de sucessivas vitórias . Tendo reconhecido como rei Ch ilperico,

Carlos Martel alcançou sucessivas vitórias, tornando- · se o verdadeiro senhor da Gália merovíngia

de bestas fero zes, e a maior parte dos habitantes caiu sob suas cimitarras; ,nas Deus castigou essa crueldade, e afortuna lhes voltou as costas "3 • Carlos Marte! reuniu então todos seus povos para fazer face a esse tremendo flage lo. Deu-se a célebre Batalha de Poitiers em 732. Depois de os dois exérc itos se examinarem durante o ito dias, medi ante constantes escaram uças de seus destacamentos avançados, os árabes tomaram a iniciativa do ataque. Com sua célere cava laria, te ntaram romper a muralha formada pelos fran cos, recobertos por pesadas armaduras de ferro. E estes pareciam inaba láveis em face cio inimigo. O mesmo hi storiador muçul mano assim narra: "Confiando em sua fortuna,

Abderramã atacou com sua cavalaria, com violento ímpeto, mas os cristãos os receberam com não menor jirme"za; então a batalha se tornou geral e demorada, ocasionando grandes perdas de lado a lado. Um ataque seguiu-se ao outro até às quatro da tarde; como um muro de f erro, permaneceu firme a linha dos .fi·ancos '"1 • Quando a sorte parec ia indecisa, surg iu o Duque Eudes com seus aquitanos

Vitória salva<lora <lo Ocidente cristão Carlos Martel protegeu São Bonifácio (abaixo) , apóstolo da Germânia, favorecendo assim a expansão do cristianismo no Hesse, na Frísia e na Turíngia .

"A batalha de Poitiers deve permanecer como um dos grandes acontecimentos da História do mundo, porque de seu resultado dependia se a Civilização Cristã continuaria ou se o Islã prevaleceria sobre a Europa. "Essa vitória, que salvou o Ocidente cristão, teve uma grande repercussão;formaramse legendas em tomo dela, e o próprio Eudes informou ao Papa Gregório li que 365 mil sarracenos nela pereceram "5 . Essa ''.foi uma jornada transcendental na História da Humanidade. Se os _fi-ancos fossem vencidos, nem os bávaros nem os lombardos estavam em posição de rechaçar os muçulmanos; então, o Império Bizantino ter-se-ia visto atacado pelos dois lados, e teria sucumbido; [. .. ] ,nas os árabes tropeçaram no homem de que se necessitava "6 . A popularidade e a autoridade de Carlos cresceram muito, após essa célebre vitória. E ntretanto, os mouros voltara m. E em 735 dominaram Arles, pactuados com um duque rebe lde, Maurontus. Ocuparam também Avignon. Carlos enviou um exército comandado por seu cunhado Quilclebrando, a quem se juntou. E ambos obtiveram mais uma espetacu lar vitória sobre os sarracenos. Apesar das sucessivas derrotas, mais uma vez os árabes, em 739, conquistaram Arles, penetrando na Provença até Marselh a. Com o concurso do rei el a Lombardia , Carl os enfrento u o inimigo, que novamente preferiu recuar a dar batalha ao invicto adversário. Caberia somente a seu filho Pepino, o Breve - que seria procl amado o prime iro rei da dinastia Carolíng ia - expul sar de vez os DEZEMBRO 2002 -


Suécia institui

ros, seja po rque senti a próxima a morte, Carlos sarrace nos do território francês, quase 20 anos não o atendeu. Seria também seu filho, Pepino ma is tarde. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • e muito mai s seu neto, o granEm 73 7, Carlos torna-se de Carlos Magno - que se tor-

Carlos Martel fez educar na Abadia de São Denis seus d · f.lh Carloman e Pepino, o Breve

mo1w1·ca de facto

Abaixo, ilustração da proclamação de Pepino, o Breve, como rei . O filho de Carlos Marte! expul sou definitivamente os sarracenos do territó rio das Gálias

~-r--,

~5;;~:::-./

naria o defensor dos Estados Os últimos anos de Carlos Pontifíc ios e do Trono de São foram coroados por uma séri e Pedro. de vitórias sucessivas, que conDuas vezes, em 754 e 756, so lidaram o seu Estado. Seu Pepino derrotou os lombardos, poder era tão grande que, à fazendo doação das cidades morte do Re i Thierry IV, em conqui stadas ao Papa e man737, e le nem lhe nomeou um OIS l OS, dando colocar suasc haves juns ucesso r, assumindo todo o to ao túmu lo de São Pedro. governo como verdadeiro 1110"Desse modo O Papa tornavanarca sem título. se o soberano oficial dos EsU m ano antes de sua mortados da Igreja". Quando o te, 0 Papa Gregório IU lhe pe- • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • imperador do Oriente, a quem pertenceram antes tai s cidades, reclamou-as, Pediu auxílio contra o re i da Lombardia. Seja porque mantivera aliança co m esse rei contra os moupino respondeu que os fran cos não hav iam transposto du as vezes os Alpes pe lo Impe rador do Oriente, mas "po r São Pedro e a remissão de nossos pecados" 1 .

Em face ela Igreja, atitude oscilante

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,,.-

A política de Carlos Marte! com relação à Igreja teve altos e ba ixos. Se bem que tenha amparado e favorecido muito São Bonifác io, bem como promovido a atividade mi ssionári a, e le foi acusado de ex propri ar terras e bens ec lesiásticos a fim de pro mover suas contínuas guerras, e de ter-se atri buído o dire ito de nomear a lgun s bispos, alé m de tomar outras atitudes contrárias aos interesses da Igreja. Entreta nto, fez ed ucar na Abadi a de São Denis seus doi s filho s, Carl o man e Pep in o, o que influenc io u muito a futu ra conduta de ambos para com a [greja. Pepino foi o seu paladino e defe nsor, e Carlo man , abandonando o trono e o mundo, e ntrou num mosteiro, onde morre u e m odor de santidade. Carlos M arte! morreu prematuramente, aos 52 anos, sendo e nterrado na Basílica de São Denis, próx imo a Paris. •

Notas:

......__, . -_____,.._,_

...m

CATOLICISMO

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1. Juan Baptista Wei ss, /-listaria Universa l, versão espa nhola da quinta edição a lemã , Tipografia La Edueac ión , Vol. IV, p. 589 . 2. La Grande E11 cyc/opédie, Paris, Soc iété Anonyme de la Grande Encyclopéd ie, tomo X, verbete Cha rl es Marte!, p. 700. 3. J. B.Weiss , op. c it. p. 708. 4. id. , ib. 5. Gra nde Encyc lopédie , p. 700. 6. J.B.Weiss, p. 708. 7. Abbé A. Boulanger, f-fistoire de l'Église. Cours Supérieur, Librairie Catholique Em manuel Vitte, Pari s, 1925 , pp. 172, 173.

o "crime" de opinião P arece mentira, mas não é: pena de até quatro anos de prisão para quem criticar homossexuais ■ RENATO M URTA DE V ASCONCELOS

O

mund o mode rn o, nasc id o d os princípios liberais da Revo lução Francesa de 1789, reprova toda e qua lquer forma de lesão aos ass im chamados " direitos humano ". Abandonando paul atina me nte o seio da Igrej a - até então a bússola que indicava o rumo do pensamento cri stão - o ho mem dos séculos XIX e XX procla mou a independência da razão e advogou a li vre expressão do pensame nto como dire itos fundamentais. E o regime que me lhor garantiri a o exerc íc io pl eno desses direitos seria o democrático, exatamente por se apresentar como oposto aos regimes totalitários e opressores .

dos, não ma is pela Igreja, mas através dos representantes do povo no Parlame nto.

A Bíblia clesprnza<la Assim é que no dia 15 de março p.p. o Parlamento sueco aprovou um projeto de le i segundo o qual passa a ser conside-

fvud, professora de Direito Penal da Universidade de Estocolmo, opina que não; mas ele poderá c itar os textos das Sagradas Escrituras que condenam o homossexual ismo, apenas como fonte hi stórica, sem aplicação concreta aos dias de hoje.

Uma reação, pelo menos

Da igrej a protestante sueca não se espera nenhuma reação. A chamada confe rência episcopal dessa confi ssão re lig iosa decla rou, em relatóri o publicado em março último, não ver qualquer motivo para condenar ou incriminar o homossex uali ·mo, e que, portanto, não apóia programa algum que vi se "c urar" ho mossex ua is. Os ri gores da le i ating irão portanto os católicos, fiéis à doutrina mora l e nsin ada há dois mil ê ni os De Estaclo Jivrn à ditadura pe la Santa Igrej a. E abrem ass im Neste quadro se e ncaixava peruma nova página na hi stória das perfe itamente a Suécia, o nde um resegui ções relig iosas. g ime mon árqui co de tons forteÉ o que comenta o Bispo ausmente de mocráti cos (um a de motríaco Mons. Andreas Laun, em recrac ia coroada, co mo se costum a cente artigo cri ticando a divu lgação di zer) ia introduzindo sem mai onas escolas de uma brochura treres traum as refo rm as de índ o le O Parlamento sueco aprovou lei que pode ser o menda mente escanda losa de educamarcada me nte soc iali sta. Era primeiro passo para uma perseguição religiosa, ção sex ual, promov ida pelo govercomo a do Imperador Diocleciano (escultura acima) apo ntada como modelo de Estado no: "Tudo indica que poderia estar livre, o nde qu alquer um podia macomeçando uma nova perseguição ni fes ta r-se co mo be m entendesse. Um rado crime - passíve l de até quatro anos religiosa na Europa. É importante defenmode lo de Estado livre e democ rático. de prisão - cri ticar ou desprezar ho mosder-se a tempo contra tendências que, por Porém os te mpos vão mudando. Imsex uais. A le i deve entrar em vigor e m 1° meio de sanções, pretendem impedir à perceptive lmente vai se instalando uma de j ane iro de 2003. Igreja a livre expressão de opinião. Como ditadura no país. E da pior espécie: a di Contudo a lei não deixa cla ro quando é o observador atento pode constatw; a que se configuraria uma ofensa ou crítica a tadura que impõe sua própria opini ão. E Suécia já começou... " • o Estado livre sueco corre o risco de se homossex uais. Por exemplo: poderá doratra nsformar num novo reg ime D ioc leciavante um sacerdote ou um leigo católico Nota: 11 0 1 , a ameaçar com os rigores do cárcere afirmar de público, confo rme ensina a douL Dioc leciano, Imperador roma no de 284 a 305, que m o use dis e ntir cio mais recentes trina da Igreja, que a prática da homossenotab ili zou-se por sua feroz persegui ção aos "dogmas" e prece itos morais estabelecixual idade é pecado? Madeleine Lejonhuc ri stãos.

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D EZEMBRO 2002 -


Atanásio e São Basílio corno grande defensor da divindade do Verbo, em. f ace doarianismo" (do M artiro lógio Romano -

Monástico).

5 São Martinho, Bispo e Confessor'.

+ Portuga l, 579. Ori ginário ela

1 Santa Natália, Viúva. + Ásia Me nor, séc. III. "Mulher do Bem-aventurado Adriano, por muito tempo assistiu uns San.tos Mártires en.carcerctdos em Nicomédia sob o impera.dor Diocleciano. Depois que todos consum.a rarn. o martírio, mudou-se para Constantinopla, onde descansou ern. Deus" (do M artirol óg io Romano).

2 São Nuno, Bispo e Confessor. + Síria, séc. Ill. Famoso pregador, converteu a pecadora Pe lág ia, que fora por curi osidade ouvir um de seus sermões. Ela de u-lhe s ua fortuna, que e le di tribuiu aos pobres. Encaminhou- a para uma gruta perto de Jerusa lém, a fim de que fizesse penitência pelos seus pecados.

3 São Sola, Conl'eSSOL'.

Hungria, foi em peregrinação ao túmul o de seu homônimo, e m Tours, fix ando-se de po is como mi ssionário num moste iro pe rto de Braga. Bispo dessa c idade, pres idiu se us do is primeiros concílios.

6 Sa nta Asela, Virgem. + Ro ma, séc. IV. Di scípul a de São Je rônimo, o qua l de la escreveu que "era abençoada desde o seio de sua mãe ". Vivia de jejum, orações e visitas aos túmul os dos Sa ntos M ártires. Primeira Sexta-Feira do Mês

4 São Melécio, Bispo e Confessor'. + Ásia Me nor, séc. IV. " Homem de grande experiência e vasta cultura, foi cognominado por seus companheiros de mocidade 'o mel da Ática ', sendo considerado por San.to

17 Santa Olí111pia, Viúva.

M artirol óg io Romano).

12 Nossa Senhora ele Guadalupe, Padroeira ela América Latina.

13 Santo Aubert. Bispo e ConfeSSOL'.

+ França, 669. Exercendo com ded icação o múnu s e pi scopal em Avranches, conduz iu també m à vida de perfeição muitos leigos.

7

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Santo Ambrósio, Bispo.

São João da Cruz,

Confessor e Doutor ela Igreja.

Conl'cssor e Doutor da Igreja. + Ubeda, 1591. Co-reforma-

Primeiro Sábado do Mês

8 Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria. Festa in stituída por Pi o IX e m seguida à promul gação desse dogma, que coroava tradi ções muito antigas.

+ Alemanha, 794. Mo nge ing lês que fo i para a Alemanha, pondo-se sob a direção de São Bonifácio, apóstol o daquela terra. Vive u como e re mita , atraindo di sc ípulos que formaram de po is a a bad ia el e Solnhoferi.

11 São Trasão, Mártir. + Rom a, séc. III. "De sua fazenda [ele seus bensJ sustentava os cristeios que trabalhavam nas term.as, os que se extenuavam. em outras obras públicas e os que genúarn ern. calabouços. Preso por ordem de Diocleciano, recebeu a coroa do martírio junto corn. outros dois, que se chamavam Ponciano e Pretextato" (do

9 Santa Gorgônia, Viúva.

+ Ásia Menor, 372. Jrm ã do grande São Gregório Naz ianzeno, Doutor da Igrej a, e de São Cesário. Se u pai também se chamava Gregório Naz ianzeno e foi santo. Sua mãe foi Santa Non a. Casou-se, sendo exempl ar mãe de fa míli a. São Gregório fez o seu panegíri co no fun era l.

10 Santa ,Joana Francisca ele Chanta l, Viúva, F'uncladora. (Vide Catolicismo, dezembro/ 1998)

dor do Carme lo masc ulino , co m Santa Teresa. Gra nd e místico, poucos penetraram a fund o, como e le, nos arca nos ela vida interior.

15 São Mesmin . Conl'essor.

+ França, séc. Vl. Construiu perto de Orléans, num terreno que lhe dera o Re i C lóv is, uma abad ia que se tornou famosa .

16 Santas Virgens. Mcí rtircs.

+ África, 480. Estas muitas virgens consagradas a Deus, quando da invasão do norte da África pe los vândalos ari anos de Hunerico, "defenderam a

honra da Igreja de Cristo em. meio a atrozes torturas" (do M a rtiro lóg io Rom a no Monástico) .

+ Turquia , 408 . Casada aos 18 anos com o prefeito da capital do Impéri o, enviuvou menos de do is anos de poi s. Quando São João C ri sóstomo, seu diretor espiritual , caiu em desgraça diante da fmp e ratri z, Olímpia seguiu sua sorte falecendo no ex íli o ainda jove m.

18

e açoitado com varas. Assim. logrou a co roa do martírio" (do M arti ro lógio Ro mano).

22 São l•'laviano, MárLir'.

+ Ro ma, séc. IV. Anti go prefeito de Roma, esposo de Santa Dafrosa e pai de Santas Bibi ana e Demétri a, todas mártires, também mereceu dar sua vida pela fé de Jesus Cristo.

27 São ,João, Apóstolo e Evangelista. + Éfeso, Séc. I. O Discípulo Amado, por sua virgindade, representou a humanidade ao receber, junto à Cruz, Nossa Senhora como M ãe. Deportado para a ilha de Patmos, escreveu ele o Apocalipse. Voltou depois a Éfeso, onde redigiu seu Evangelho e três epístolas.

São l?Iávio, Confessor'.

23

28

+ França, séc. VI. Itali a no,

Santa Ma ria Margarida DufrosL ele Lajcmmer•ais, Viúva.

Santos Inocentes, Márti res.

+ Canadá , 177 1. Seu pai era

Sa nto Antônio. Confessor'. + França, 520. "Originário da

ve ndido co mo esc ravo, seu dono o casou com outra escrava e o fez admini strador de seus be ns. De poi s deu-lhe a liberdade juntame nte com sua es posa. De co mum aco rdo, e la fo i viver num convento e e le fez-se sacerdote .

19 Santo Anastácio I, Papa. + R o ma, 404. " Vareio de riquf.ssima nobreza e de solicitude toda apostólica. Roma, como disse São Jerônimo, não merecia tê-Lo por muito tempo, pa ra que a cabeça do mundo neio foss e decepada em vida de tal Bispo. Com efeito, pouco depois de sua morte, Roma foi tomada e saqueada p elos godos" (do Martirol óg io Romano) .

20 São F'ilogônio, Bispo e Conl'essor~ + Ásia Menor, 324. Bispo de Antioquia, "e ra advogado, masfoi chamado, por inspiração divina a governar essa Igreja. Ern colaboração com o bispo San.to Alexandre e seus companheiros, abriu a primeira luta contra A rio, em defesa da .fé católica". (cio Martirológ io Romano).

21 São TemísLocles, Mártir. + Síria, séc. lJI . "Apresentou.se em lugar de São Dióscoro, a quem procuravam para ma tcll'. Foi enteio torturado no cavalete, arrastado pelo cheio

um nobre francês, chefe das tropas da Co lô ni a, falecido qu and o e la tinha sete anos. M ãe de se is filhos , o esposo di ssi pou toda a fo rtuna familiar, de ixa ndo-a na mi séria ao morrer. De u in ício à Congregação das Irmãs da Caridade, ou "Irmãs c inzas", pela cor do hábito.

24

ffi

Panôn.ia, levou no início vida erem.ítica nos Alpes. Depois, fugindo dos admiradores que vieram reunir-se à sua volta, reLirou-se para o mosteiro de Lérins" (do M artirológ io Roman o -

29 Sagracla F'amília, Jesus, Maria e ,J osé.

SanLa Tarsi la, Virgem.

+ Roma, séc . VI. Tia de São Gregóri o M agno, co m sua irm ã E mili ana v ivi a com grande austerid ade e em espírito ele oração na casa de seu irm ão. São Gregório afirma que Tars il a viu Nosso Senhor à hora da morte .

26 SanLo b:stêvão, Protomártir.

ffi Santa Eugênia, Virgem e Márti r~ + Roma , séc. lU. " Filha do Bem-aventurado mártir Felipe. Depois de dar muitas provas de virtude e de levar a Cristo inúm.eros g rupos de santas virgens, teve po,fiada luta sob o guante de Nicécio, pref eito da cidade, e foi finalmente degolada a espada no tempo do imperador Galiano " (do Martirol ógio Romano).

Se rá ce lebrada pelo Revmo. Padre Da vi Fran c isquini, na seguinte inten ção : • Missa de Natal. Tendo em vista a comemoração do Sa nto Natal , pedir ao Divino Menino Jes us e Sua Mãe Pu ríss ima que co nceda abundantes graças às famílias daqueles que nos apoiaram ao longo deste ano.

30 São Rogério ele Barlctta, Bispo e Con fessor. + França, séc. XII. Bispo de Ca nnes, seu corpo foi roubado piedosamente pelos ha bitantes ele Barletta, na ltál ia, ele onde sua devoção se espraiou para outros lugares.

25 Natal ele Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mo nástico).

Intenções para a Santa Missa de dezembro

31 Santa Columba ele Sens, Virgem. + França, séc. III. Espanhola de ori gem, ainda pequena radicou-se na França. Quase todos pereceram durante a persegui ção de Aure li ano. Di z-se que, antes de sua execução, foi entregue a um g rupo de libertinos. N esse mom e nto , um urso saiu da fl oresta e foi sen• tar-se a seus pés. E só quando e la lhe deu orde m para reti rar-se, o carrasco pôde consumar se u martíri o. Nota: Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.

Intenções para a Santa Missa em janeiro • Pelos assinantes e leitores de Catolicismo . • Pelos participantes da Aliança de Fá timo. • Pelos benfeitores do Programa Radiofôni co A Voz de Fátima. • Pelos parti cipantes da Campa nha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! • Pela união e santifica ção de todas as fa mílias católicas em torno da Sagrada Família.

DEZE


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·Príncipes do Brasil na Ordem de Malta Ü Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança, e seu irmão, o Príncipe Imperiàl Dom Bertrand, ingressaram nessa heróica Ordem de Cavalaria, recebendo as mais elevadas insígnias sa udoso Príncipe D o m Pedro He nrique de Orl ea ns e Braga nça, neto da Princesa Isabe l e Chefe da Casa Imperi al do Bras il , costumava di zer a seus filh os que as mo narqui a decaíram quando os re is e os prínc ipes de ixaram de estar na prime ira linha dos Insígnias ela Ordem 110 ca mpos de bata lha na defesa de seus povos. Parte integra nte desse es pírito de grnu honorífico mais elevado combatividade deveri a ser, segundo e le, Seguindo ma is uma vez o exemplo de a admiração pe las Ordens de Cavalari a seu pai, os prínc ipes Do m Lui z e Dom c ri stãs. Do m Pedro He nrique era, e le Bertra nd ingressaram recenteme nte na mes mo, cava le iro de Malta, no seu grau Soberana Orde m Militar do Hospita l de ho norífi co ma is a lto, o de Ba ili o G rãSão João de Jerusa lém, de Rodes e de Cruz de Honra e Devoção. Ma lta, no mes mo grau de B aili o GrãCruz de Honra e Devoção. Nessa perspectiva, e le e nca minhou seus filh os Dom Lui z e Do m Bertra nd , O Grão-Mestre da Orde m de Malta, quando a inda muito j ovens, pa ra o "g ruS ua A lteza Em ine ntíss ima Fra And rew po de Cato li c ismo", que viri a a co nsti Be rtie, q ui s pessoalme nte impor ao Chetuir, a partir de 1960, a T FP. Do m Pedro fe da Casa Impe ri a l do Bras il , o Prínc ipe Do m L ui z, e a se u irmão, o Prínc ipe He nrique co nsiderava a TFP o g rande ba lu arte, no B rasil , contra o co muni s- . [mpe ri a l Do m Bertra nd, as in síg ni as da Orde m. Co m essa fi na lidade, convido umo e as de ma is fo rças desagregadoras os para um a so le ne cerimô ni a, seguid a da C ivili zação C ri stã. Qua ndo seu a mi de a lm oço, no Pa lác io M ag istra l de go de infâ ncia, o Prof. Plíni o Corrêa de Ma lta, e m Ro ma, a reali zar-se no di a 30 Olive ira, escreveu o e nsaio Revolução e de o utub ro. Contra- Revolução, que viri a a se co nsPrecisa mente às 13 horas desse dia, o tituir no li vro de cabeceira dos memb ros automóve l dos prínc ipes entrava no corda T FP espalhados pe los c inco continentes, fo i Do m Ped ro He nri q ue que m estile do mag nífico palác io da Via Condotti . creve u o prefác io para a edi ção franceEsse palácio hav ia sido a sede da Embaixada da Ordem de Malta junto à Santa Sé. sa da obra .

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Chegada dos Príncipes ao Palácio Magistral de Malta. Dom Luiz é cumprimentado pelo Mestre de Cerimônias, Príncipe Boncompagni Ludovisi, observado pelo Marquês Coda Nunziante . Atrás deste o huissier da Ordem. À esquerda , Dom Bertrand

Após a perda da ilha de Malta em 1798, quando as tropas revoluc ionári as francesas, sob o comando de Napoleão Bo naparte, de rrotaram os outrora gloriosos defe nsores da Cri standade contra o inimigo muçulmano, os cava leiros passara m por inúmeras vic issitudes. Pouco a pouco sua situação foi se normali zando, até o momento em que a Ordem pôde estabe lecer, com o apo io dos Papas, seu grande magistério na C idade Eterna. A partir desse momento, o palác io da Via Condotti passou a ser a sede principal da Ordem.

Recepção em meio a esplenclorns barrocos Acompanhados do Marqu ês L ui gi Coda Nunziante e de Mari o Navarro da

Costa, os prín ipes fo ra m recebi dos pe lo Mestre de ri môn ias do Grande Magistéri o, o Prín ·ipc Pao lo Bo nco mpag ni Ludo vi s i. Ap >s uma conversa pri vada com o Grão-M 'strc, Suas Altezas Imperi a is e Rea is ro ram convidadas por e le para diri gir-se ao Sa lão de Cerimô nias. Nos esple nd or ·s barrocos desse magnífi co salão, Fra /\ndrew Bertie, após cordi ais pa lavras d ' ' log io à militânc ia católica dos prínc ipes, lhes impôs as insígni as da Orde m ' lhes entregou a Bul a e o Di ploma de Bail io Grã-Cru z. A seguir, Dom Lui z, e m s •u no me e no de seu irmão, agradec ' u a honrari a concedida e externou sua ad mi ração pela epopéia glori osa da Orde m d ' Ma lta em defesa da C ri sta ndade, ao longo de 10 sécul os. Pediu a intercessão de Nossa Senho ra, Padroei ra da Ord '111 , e do Beato Gerardo, seu g lorioso fun dador, para a continuação, nas c irc unstân cias de nossos di as, da obra dessa benemérita instituição. Estavam pres nt ·s à cerimônia o GrãoComendador da Ordem, Fra Ludwig Hoffmann von Rumerst ·in, além de vários outros membros do oberano Conselho, bem

como Sua Exa. Rev ma. o Arcebispo Angelo Acerbi, Prelado da Ordem de Malta. Uma presença que muito tocou os príncipes foi a do Embaixador cio Brasil junto à Santa Sé, Oto Agripino Maia, que também exerce as fu nções de Embaixador do Brasil junto à Ordem. Nosso País, com efeito, é um dos muitos a manter relações diplomáticas com a Ordem Soberana, que é considerada sujeito de direito internac ional. Além do Palá-

CATOLICISMO

cio Magistral e de Villa Malta, no Monte Aventino, em Roma, que gozam de extraterritorialidade, a Ordem possui também, com esse mesmo privilégio, o Castelo de Sant' Angelo, na ilha de Malta.

Almoço e ato de piedacle na Capela Magistral Após os aperitivos, os convidados foram introduzidos no Sa lão de Refeições, D EZEMBRO 2002 -

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coberto por valiosíssimas tapeçarias representando os cinco continentes. Ao fim do almoço, o Príncipe e Grão-M es tre F ra Andrew B e rti e e levo u um brinde aos augustos rec ipi e ndári os, que fo i respondido pe lo Príncipe Imperi al Dom Bertrand. Café e licores fo ram oferecidos, a seguir, no S a lão de Ce rim ô ni as, após o qu~ Fra Andrew Berti e convidou os prín- ;i c ipes e os membros de seu séqüito a se diri girem à Cape la M agistral para adorar o Santíssimo Sacramento. Com essa elevada nota de piedade católica, encerrou-se a vi sita dos príncipes do B rasil ao G rão-M estre da Ordem Soberana de Malta.

eia, que ocu a parte do

j

!

Junto à Vil'gem do Bom Co11sell10 e homenagem em Roma No dia seguinte, suas Altezas Imperi a is e Rea is diri g iram-se a Genazza no para venerar o ícone mil agroso de Nossa Senhora do Bom Conselho, objeto de tanta

devoção do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. A pedido dos príncipes , ce le brou a Missa no altar do mil agroso ícone, no rito tridentino, Sua Exa. Revma. Dom Custódio Alvim Perei ra, Arcebi spo-Emérito de Lourenço Marques e vice-decano dos cônegos da patriarcal Basílica de São Pedro. No di a 4 de nove mb ro, o M arquês Lui g i Coda Nunziante, grande ami go do Brasil , ofereceu almoço em ho menage m a Suas Al tezas Impe ri a is e Rea is nos magnífi cos sa lões do Circolo delta Cac-

Pa lác io Borg ese. Pres idiu a mesa ua E ma . Re vm a. o Sr. Ca rd ea l J o rge M e din a, até há poucos di as Prefeito da S ag ra da Co ng regação para o C ulto Divino. Al ém do purpurado chileno, estavam presentes vários me mbros do So be rano Co nse lho da Ordem de M alta; o Emba ixador do Brasil junto ao Quirinal , Angelo Andrea M atara zzo; o E mba ixa do r d os Es ta d os Unidos junto à Santa Sé, James Nicho lson; o vice-presidente do Senado da Itália, Prof. D omenico F isiche ll a; o Assessor para assuntos internaciona is da Presidê ncia do Conselho de Mini stros da Itáli a, P rof. Roberto de Mattei; o Superio r Geral do Instituto de C ri sto Rei, M ons. G illes Wac h; o diretor do Bureau da T FP e m Ro ma, Ju an Mi guel M ontes; o direto r do Bureau da TFP em Was hington, M ari o Navarro da Costa; a lé m de di stintos membros da nobreza europé ia. •

Encontros regionais: Montes Claros e Teófilo Otoni

Aspecto parcial do assistência no Encontro de Teófilo Otoni

1'\ TFP e a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!

reuniram correspondentes e aderentes nessas duas cidades mineiras

ndendo ao an e io do crescente público católico que egue a orientação da TFP ou participa da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátúna, não tardeis!, foram rea li zados nos d ias 6 e 9 de nove mbro p.p., respectivamente em Montes C laros e Teófilo Otoni , encontros regionais. Foi exposto pelo sócio da TFP, Sr. Paulo Henrique Chaves, o desempenho de nossa ação fatim ista no Brasil, na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Na segunda parte do programa, o Sr. Marcos Luiz Garcia, Coordenador da mencionada campanha, apresentou,

CATOLICISMO

sob forma de representação teatral, o tema O Celeste Pintor, desenvolvido pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira na década de 80. Tal representação expõe o atual panorama do acontecer humano - com sua decadência e as esperanças que exi stem - em função do grandioso plano de Deus para a Criação. As sessões tiveram início com a recitação do Terço, recomendada por Nossa Senhora de Fátima em todas as s uas aparições, e encerraram-se com o sorteio de prêmios e entrega de lembranças. •

(jjAtOIJCJSMo

·---~.

O fim do sonho da casa própria Plano Diretor da Cidade Hoje São Paulo amanhã o Brasil

atolicismo é uma publicação combativa. Conw tal, deve ser julgada principalmente em,função do fim que seu combate tem em vista. A quem, precisamente, quer ela combater? Este inimigo terrível tem um nome: ele se chama Revolução. Sua causa profunda é uma explosão de orgulho e sensualidade que inspirou, não diríamos um sistema, mas toda uma cadeia de sistemas ideológicos. Da larga aceitação dada a estes no mundo inteiro, decorreram. as três grandes revoluções da História do Ocidente: a Pseudo-Reform.a, a Revolução Francesa e o Comunismo. Plínio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, 4ª edição em português, Artpress, São Paulo, 1998, p. 11


,

Nascitnento do Menino esus

ó

Momento sublimíssimo na vida da Mãe puríssima e do Divino Filho PuN10 CoRRÊA DE OuvmRA

ste afresco, representando o N ascimento do M enino Jesus, é de autori a do célebre pin tor i taliano G iotto. São José es tá dormind o, as ovelhinhas estão por perto, o burri co também , e os A njos enchem o céu, cantando a G ló ri a de D eus. O s pastores estão ouvindo o cân-

tico celes te: "Glória a Deus no mais alio dos Céus, e paz na Terra aos homens de boa vontade". É exatamente o que a Liturg ia, na no ite do dia 24 para 25, deverá estar celebra ndo. É no ite, e N ossa Senhora acaba de dar à luz o M enino Jesus, de modo mi steri oso e maravilh oso. O gesto d'Ela, a sua ati tude, são apresentados como os de uma pessoa inteira mente sadi a, que se empe-

nha em aconchegar o M eni no Deus. M as Ela o faz com um desembaraço fís ico de mov imentos, que não é o da mãe comum após o parto. O processo de nascimento é dolori do e di fíc il , em v irtude do pecado ori g in al. Contudo, tendo N ossa Senhora sido virgem antes, durante e depo is do parto, esse

nasc imento se deu de modo mil agroso. N ão representou nenhum esforço para a Virgem Santíssima. E la parece ter acordado de um sono bran do. É uma cena lindíss ima, q ue empo lga. Pode-se imag inar a si tu ação de N ossa Senhora ao ver - pela primei ra vez com seus o lhos terrenos, seus o lhos carn ais o fruto do Div ino Espíri to Santo conceb ido em suas própri as entranhas. E que fis io-

no mi a apresenta o Homem- Deus qul' m·11 ba de nascer d'Ela! O M enino Jesus aparenta a al ilud · d1• uma cri ança recém-nascida. É pr ' ·iso 110 tar que - como N osso Senhor fo i co 11n · bi cio sem pecado ori ginal e sua nn1tir1·111 hu mana estava ligada à natureza divi 1111, mediante a união hipostática, com a S •t•t1 11 ela Pessoa ela Santíssi ma T rin hd · ~1111 inteligência era plena desde o I ri11 wi 1o i11~ tante em que Nossa Senhora O ·011n•lw11 . E j á no c laustro materno I r ·,-,11v11, o li·H· eia reparações a Deus, O acl ornvu l' i111plo rava pelos homens. E le com· ·011 11su11 vid 11 inteira mente consciente. D' 111 11 11 ·irn q w essa Criança teve comunicac; o ·s ·01 11 Nos sa Senhora, ele caráter mísl i ·o. d11 1111 1h• o período ela gestação. E la sabia que o o lhar daq 11 ·I · Ml·111 1u1 era lúcido e cheio de amor. Os doi ~ l', 111 vam se conhecendo. EI a11 11 lisuv11 o 1rn,to de sua M ãe e Ela estava lixa ndo 11 11, i111 111 mia de Seu Di vino l ·ilho. i'i u111 111rn 111·11lo sublimíss imo da vida d · :i 111hos. l 1rn ll •11 u1· imaginar o auge d · amor d · 1k 11,._ q 1w Hlt1 atingiu nesse 111 0 111 ' nl o. li o l)i vino ln fa nl , desd ' lo 1 0 , qll l' • o lhar de amor diri , ju r Su11 o

Mãe S,atíssómal •

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? • Nota da Redação: A fresco pin tado por (iio11 0 dl ll 1111d 11 111 1•11111 • 1 11) ' 1306, na ,qr l11 rl1•xll S< ·11111<•g11I l'i1 d11 1( l1 111111)

Excertos da confe rência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Olive ira para sócios e coope radores da TFP em 30 de novembro de 1988. S m r vi s o do 1111101 .


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