-CATOLICISMO
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UMARI
PuN1 CoRRtA DE OuvE1RA
Janeiro de 2003
Perfil moral de um bom líder C omo não governar - como governar
G
overnar não é só, nem é principalme nte, fazer leis e dita r penas para os que as tra nsgridam, compe1indo a popul ação a obedecer med iante um a burocrac ia, tanto ma is eficaz q ua nto ma is abrangente, e um a fo rça poli c ia l, ta nto m ai s coe rcitiv a quanto mais invasora e intimi dativa. Assim se pode governar, na melhor das hipóteses, uma prisão. Não um povo. P ara gove rn a r ho mens, é preciso antes de tudo obter-lhes a admi ração, a o nfia nça e o afeto. A esse res ultado não se chega sem um a profun da consonânc ia de princípios, de anelos, de reje ições, se m um corpo de cultura e de tradições comun s a govern ados e governante . •
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Plíni o Corrêa de Oli ve ira, Nob reza e elites tradicionais análogas 1w.1· alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, L i-
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PÁGINA MARIANA
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CoRlmSPONDl~:NCIA
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Nº 625
Nossa Senhora do Avjso O Credo -Nono arUgo (cont.)
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Que rumo tomar á o novo go verno brasHejro ? Recente vUórÍa dos conser vador es na Á ustria A polaâzação do mundo em 2 002
São João B asco
O avan ço do coser vanUsmo
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AçÃo
Cosn1M1•:s, C1v1uzAçfms
Em Air-Ja-Chap elle, cateclral ec/Hicacla por Carlos Magno
vrari a Civ ili zação-Ed itora, 1993, p. 135.
Gabriel Garcia Moreno (1821 1875), Presidente da República do Equador, por dois mandatos (1861 - 65 e 1869-75). É um exemplo de estadi sta que possu ía as qualidades expostas acima pelo Prof. Plínio. Autêntico líder do povo equatoriano e modelo de Chefe de Estado, foi assassinado por ódio à Fé, por inimigos da Igreja Católica, em frente à Catedral de Quito. "Dios no muere" (Deus não morre}, foram suas últimas palavras.
48 TFPs em Ação
Nossa capa : Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo
JANEIRO 2003 ~
Aviso maternal e oporturússimo de Nossa Senhora
. Amigo Leitor,
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n° 23228 Redação:
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Prol Editora Gráfica E-mail: epbp@uol.com.br Home Page: http://www.catolicismo.com.br ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o de JANEIRO de 2003:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES LTDA.
Após mais de quatro décadas de atuação ideológica destemida, efi caz e pacífi ca dentro da lei e da ordem - a TFP reúne em torno de si express ivo púb lico que comunga os mesmos ideais, bem como pauta as aná li ses dos acontecimentos a partir da mesma visão objetiva da realidade. A constitu ição dessa ampla corrente de opin ião tornou inevitável que, de todas as partes de nosso País-continente, a TFP receba perguntas a respeito da atual situação política no Brasi l. Embora a posição da entidade tivesse sido sempre muito clara, não se pronunciou antes das eleições em respeito às leis eleitorai s vigentes em nosso País, que impedem entidades pública , ou órgãos de difusão, de se manifestarem a fim de orientar os eleitores neste ou naquele sentido. Leis discutíveis, sem dúvida, mas que foram cumpridas à risca pela TFP, e também por Catolicismo , ao contrário do que ocorreu com grande número de órgãos da mídia brasileira. Passados o período eleitoral e a feb ricitação po lítico-publicitária do período de transição, a TFP, atendendo o pedido insistente de aderentes e simpatizantes, oferece ao público uma análi se do atua l momento em que o Brasil se encontra. Um comentário sobre o significado da vitória de Lui z Inác io Lu la da Sil va, de sua verdadeira dimensão, dos possívei s rumos do novo govern , em boa medida eleito graças a uma bem montada máquina publicitária, que deix u de pôr em foco importantes aspectos da ideologia do candidato vitorioso. Desde logo uma questão se levanta : o Brasil profundo, o Bras il de temperamento pacato que elegeu um Lula light - porque não o vê mais tão ameaçador como outrora o via - permanecerá na sua paca tez se vier a sentir-se não atendido nas suas expectativas, ou mesmo agredido? Recomendo, poi s, vivamente a leitura dessa matéria de capa, assinada pelo Conse lho Nacional da TFP, em que sobressaem a seriedade, a solidez, o equ ilíbrio e a clareza, qualidades marcantes de Plínio Corrêa de Oliveira, que a entidade, herdeira de seus princípios e ideais, cultiva como dons preciosos.
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Ana li sada a situação nacional, nesta edição oferecemos também um retrospecto do ano que passou e as expectativas para 2003. 2002 foi marcado, tal como os últimos meses de 2001 , pelo impacto do atentado ocorrido em 11 de setembro nos Estados Unidos, que produziu profunda mudança na opinião pública mundial. Os fatos posteriores a essa data comprovaram que o grande erro do mundo oc idental fo i ter-se obstinado por décadas em cap itular ante os inim igos da ri st:andade - especialmente o comunismo - deixando-os agir liv remente sem lhes opor resistência. Os acontecimentos mostraram também que, não se deixando os agredido · d mi nar pelo terror e respondendo com altaneria aos atentados , os criminosos atacantes fogem e se escondem, cessam ou diminuem muito o ímpeto de sua provocação. Todo esse panorama, cheio de incógnitas e imprevistos, gera expectativas preocupantes para este ano que se inici a. Mas fortalece também a certeza de que - em data que não conhecemos, mas pode estar mais próxima do que imaginamos - para além dos conflitos, das catástrofes e das ameaças que possa m suceder, paira a vitória fin al de Nossa Senhora, que será para a maior glória de Deus e nos conduzirá à aurora bendita do Reino de Maria. Desejo a todos uma boa leitura. Em Jesus e Ma.ria,
Paulo Corrêa de Brito Filho DIR ETOR
H averá algo mais importante nesta vida do que estar preparado para comparecer ao Juízo após a morte, no qual decidese nosso destino eterno? É natural que Nossa Senhora, Mãe extremosa dos homens, nos ajude na preparação para enfrentarmos tal momento de suprema importância. li VALDIS GRINSTEINS
M
uitos a.nos a.trás, um amigo deume de prese nte uma medalhinha com o curioso nome de Nossa Senhora do "aviso". Fiz o óbvio, ou seja, agradecer a medalha e perguntar-me que av iso era aquele. "Ora, pois"- respondeu-me o descendente de portugueses -
"o aviso de que o Sr. vai morrer". Levei um primeiro choque, pois, se bem seja verdade que todos vamos morrer, e não sabemos quando, um frio passou-me pela espinha ao pensar que talvez o fato de receber a medalha fosse o aviso da morte. Riu de bom grado o português, quando fiz esse comentário. Certamente seu rosto redondo não parecia o de um mensageiro de fata lidade. " O Sr.
parece ateu. Pensa talvez que Nossa Senhora vai avisá-lo sem dar, ao mesmo tempo, uma graça de resignação ?". Isso tranqüilizou-me. Primeiro, porque eu tinha recebido um susto, não uma graça. E depois porque pareceu-me tão óbvio que uma Mãe desse tal aviso da forma mais adequada possível , que fiqu ei até envergonhado dessa minha reação .
De lá para cá, tenho guardado a medalha e rezado toda noite, na confia nça de que Nossa Senhora avisar-me-á para preparar-me, quando chegar a hora mais séria de minha vida.
llistórico peculia1' da devoção Em fin s do século XVII existia, numa pequeni na localidade portuguesa chamada Serapicos, uma capela dedicada a Nossa Senhora do Aviso, que era servida por uma confraria do mesmo nome. A confraria é anterior a l 726, pois nessa data já era enriquecida de indu)gências. Quando foi construída a capela? Nada consta. Sabe-se apenas que ela fo i edificada em agradecimento pelos habitantes do povoado, após um deles, que regressava à casa num dia de inverno numa carroça puxada por uma junta de bois, ter sido surpreendido por lobos fami ntos. O homem aflito implorou o auxílio de Nos-
sa Senhora, e os lobos retiraram-se sem faze r-lhe o menor dano, bem como aos dois animais. A primitiva. capela, danificada pelo tempo, foi substituída por uma nova, no mesmo local, por volta de 1890. E sta encontra-se de pé até hoje. Curiosamente, não se consegu iu retirar a imagem do loca l. Em 1840, algumas pessoas tentaram levá-la para o enterro de uma senhora, muito portuguesamente apelidada de Tia Pimparela. Mas, após andarem uns 300 metros, não conseguiam movê-la, devido a seu peso . Estupefatos, os devotos decidiram conduzila de volta à capela, o que conseguiram sem dificuldade. Igualmente, habitantes do povoado de Sanceriz pretenderam transportá-la para sua igreja, na calada da noite, sob a alegação de prestarem-lhe um culto mais digno. Mas nem esses robustos habitantes de Sanceriz puderam car-
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regá-la, devido ao inesperado p~so que notaram na imagem.
A graça da boa morte Anali sando os relatos de graças recebidas pelos devotos da imagem, encontramos grande variedade delas : curas de doenças, mudos que começam a falar, proteção contra ataques de lobos etc. Mas os relatos que mais chamam a atenção são os de pessoas avi sadas da morte próxima. Transcrevemos abaixo dois relatos relati vamente recentes, recolhidos por um sacerdote da região: • A Sra. Dona Maria Rufina Baptista, de 84 anos de idade, grande devota de Nossa Senhora do Avi so, quando estava em seu leito de dor, esperando a hora da partida, três di as antes de sua morte, pediu para mandar vir os filhos da França, pois estava à beira da morte. Quando os filhos chegaram, disse-lhes: "Estava à vossa espera. Agora já posso partir. Irei só amanhã, como me avisou Nossa Senhora do Aviso. Isto foi no dia 17 de março de 1986, e ela morreu no dia 18 às 21 horas." 1 • Em 1988, no curso du ma peregrinação à capela, ao ser contada a crença profundamente arraigada no povo da região, de que aque les que levam a Medalha de Nossa Senhora do Aviso e rezam a ela são avisados três dias antes da morte e aj udados a bem morrer, uma senhora presente deu este testemunho: "É verdade o que acabais de ouvir, e posso atestá- lo com do is fatos ocorridos em minha fa míli a. Sou viúva, o meu marido fo i seminarista. Tendo sa ído do se min ário, casou-se e sempre fo i católico fervoroso e exempl ar chefe de fa míli a. Traz ia a medalh a de Nossa Senhora do Aviso. Três di as antes de sua morte, chamo u-me e disse: "Eu suponho que estou em graça de Deus, mas quero preparar-me melhor, pois vou morrer brevemente. Nossa Senhora j á me av isou. Quero que o Sr. Prior me venha confessa r e me dê todos os sacrame ntos". Passados três dias, morreu santame nte. Igualmente meu filho de l 5 anos di sseme: "M amãe, é inútil querer c urar-me. Deus me quer para Si. Nossa Senhora j á me avisou que vou morrer. M ande chamar o Sr. Prior". Eu respondi-lhe: "Me u filh o, sabes a pena qu e sinto co m tua morte, mas se é essa a vo ntade de Deus, que ela se faça". Passados poucos di as,
meu filho morreu também santamente, dizendo-me antes, quando lhe pe rg unte i como sabi a que ia morrer, o seg uinte : "M amãe, Nossa Senhora avi sou-me, mas o modo como me avisou, não o posso di zer, é segredo".2
J)evoção muito conl'ortante Meditando sobre essa devoção, encontrnmos vários fatos dignos de consideração. O primeiro é que ela nasceu de um epi sódio aparentemente não relacionado com o aviso da morte, como é salvar um carreteiro e seus bois dos lobos. Mas, na realidade, é bom ressaltar que na hora da mo1te o demônio age como um lobo faminto, ansioso em apanhar suas vítimas. A Sagrada Escritura compara o demônio tentador a uma fera rugindo a nosso redor: "Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, anda ao redor, como um leão que ruge, buscando a quem devorar" (1 Pe, 5-8) 3 • E se as tentações nessa vida podem ser terríveis, não serão ainda mais violentas as últimas tentações antes da motte, nas quais se joga tudo e para sempre? Isto nos leva a uma segunda consideração. Dada a seri edade dessa hora, teri a sentido que Nossa Senhora, te ndo nos aj udado ao lo ngo de toda nossa vida, justa me nte nesse momento decisivo não nos avi sasse para comparecermo ex ímiamente bem preparados ante seu Divino Filho, que deve ser nosso Juiz? Ass im como uma boa mãe aj uda seu filh o na escola du rante todo o ano, e chegando a época das provas fina is e la extrema sua dedicação
mate rn a l, preoc upação e ajuda, ass im tamb m Nossa Senhora atua nesse mome nto c ulmin ante da vida do ho mem. FinaJ ment , chama a atenção a graça de tra nqüilidade que v m j un to ao aviso de morte próx ima. Não a1arecem nos relatos das pessoas que recebem o avi so cenas de pânicos, revoltas ou clesesp ro, que poderiam ocorrer ante uma situação tão dramática, como se pode atestar quotidianamente num hospital. Pelo contrário, nota-se uma confo rmidade com a vontade de Deus, que é bem um sinal ele Nossa Senhora. Não seria razoáve l Nossa Senhora nos avisar o momento de nossa morte e, ao mesmo tempo, não nos ajudar a prepararmo-nos para essa ocasião. Q uem poderá fazer uma boa preparação para a morte se está, por exemplo, revo ltado diante da possibilidade de ter que abandonar seus filhos em meio às incertezas da vida? Ou de deixar a familia numa situação econômica comprometida? Justamente, ao aviso ele Nossa Senhora vem associada uma certeza de que, sendo Deus a sabedoria, Ele escolherá, por excelência, o melhor momento para prestarmos conta de nossa vicia. Não conhecemos o futu ro, mas Deus sabe. •
Notas:
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Nono artigo do Credo
"Creio na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos" § 3" - Da lgreja docente e ela lgreja discente* Entre os membros que compõem a Igreja há uma distinção muito importante, porque há uns que mandam e outros que obedecem, uns que ensinam e outros que são ensinados. A parte da Igrej a que ensina chama-se docente ou ensinante. A parte q ue é e nsin ada chama-se discente. Esta di stinção fo i estabelec ida pelo própri o Jesus C risto. A Igreja docente e a Igreja discente são duas partes di stintas de uma só e mesma Igreja, como no corpo humano a cabeça é di stinta dos outros me mbros e, não obstante, fo rma com eles um só corpo.
1. Pe. Adérito A ugusto Custód io, Nossa Senhora do Aviso, Notas históricas, Bragança, Portuga l, 1990, p. 56.
2. l dem, p. 57. 3. Bíblia Sagrada, Ect . Pa ulinas, 6" edição, 1953, São Paul o, trad uzida ela Vul gata pelo Pe. M atos Soares.
A [grej a docente se compõe de todos os bispos unidos ao Ro mano Pontífi ce como cabeça. A Igrej a di scente é composta de todos os fi éis. O Papa e os bi spos tê m na Igrej a a autoridade de ensinar, e, sob sua dependê ncia, os outros mini stros sagrados. Todos somos obri gados a ouvir a Igrej a docente, sob pena de conde nação eterna, porque Jesus Cri sto di sse aos Pas tores da Igrej a, na pessoa dos Apóstolos: "Quem vos ouve, a Mim ouve; e quem vos despreza, a Mim despreza". Além ela autoridade de ensinar, a Igrej a te m especia lmente o poder de admi ni strar as coisas sa ntas, de faze r le is e de ex ig ir a sua observânc ia. O poder que têm os me mbros da hierarqui a ec lesiástica não ve m do povo, e seri a heres ia afirm á- lo; vem unicamente de Deus. O exercíc io desse poder compete uni camente ao corpo hierárqui co, quer dizer, ao Papa e aos bi spos a e le subordinados. § 4" - J)o Papa e dos bispos
Imagem de São Pedro com paramentos pontificais - Basílica de São Pedro, Vaticano
O Papa, a quem nós chamamos també m o Sumo Pontífice, ou ainda o Ro mano Pontífice, é o sucessor de São Pedro na Cátedra de Roma, o Vigário de Jesus Cri sto sobre a Terra e o chefe vi síve l da Igreja. Ele é o sucessor de São Pedro porque São Pedro, na sua pessoa, reunia a dig ni dade de Bispo de Roma e a de chefe da Igreja; estabeleceu em R o ma, por di sposição divin a, a sua sede, e aí morreu. Po r isso, quem é e leito Bispo de Roma é ta mbém herde iro de toda sua autoridade. O Romano Pontífice é o Vigári o de Jesus Cristo, porque O representa sobre a Terra e faz as suas vezes no governo da Ig rej a. É o chefe vi síve l da Igrej a, porque e le a rege vi sivelmente com a mes ma au-
toridade de Jesus C ri sto, que é seu chefe invi sível. A dignidade do Papa é a maior entre todas as di gnid ades da Terra, e dá- lhe poder supremo e imediato sobre todos e cada um dos Pas tores e fi éis. O Papa não pode errar, ou sej a, é infalíve l nas defini ções que se relac ionam à fé e aos costumt?s. E le é infa líve l, pela promessa de Jesus Cri sto e pe la contínua assistênc ia do Espírito Santo, só quando, na sua autoridade de Pastor e Mestre de todos os cri stãos, e em virtude de sua suprema autoridade apostó lica, define uma doutrina relativa à fé ou aos costumes, que deve ser seguida po r toda a Igrej a. Quem não acreditasse nas defini ções solenes do Papa, ou mesmo só duvidasse, pecari a contra a fé; e se perm anecesse obstinado nessa sua incredulidade, não mais seria católico, mas herege. Deus concedeu ao Papa o dom da infalibilidade para que todos estej amos ce1tos e seguros da verdade que a Igreja ensina. Que o Papa é infa lível, foi definido pela Igreja no Conc íli o do Vaticano; e se algué m pres umi sse contradizer esta defi nição, seria herege e exco mungado. Ao definir que o Papa é infa lível, a [grej a não estabe leceu uma nova verdade de fé, mas só, para opor-se a novos erros, definiu que a infa libilidade do Papa, contida já na Sagrada Escritu ra e na Tradi ção, é uma verdade reve lada por Deus, e que porta nto deve-se crer como dogma ou artigo de fé. Todo cató lico deve reconhecer o Papa como Pai, Pastor e Mestre universal, e estar a e le unido de mente e coração. •
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Notas: * Catechismo Maggiore promulgato da San Pio X, Ro ma, Tipografi a Vati cana, J 905 , Edizio ne Ares, Mil ano. JAN EIRO 2003 -
Nota da Redação - Agradecemos e retribuímos de toda alma os votos do missivista. Ficamos aguardando a carta que ele nos promete sobre o direito de propriedade, pois pode ser uma boa ocasião para nos entendermos sobre o assunto. Enquanto isso, lembramos apenas que nossa posição sobre o sociali smo e a propriedade privada, não é nossa, mas sim a da doutrina tradicional da Santa Igreja.
Leituras indispensáveis
!:8l Parabenizo a revista Catolicismo
Reminiscê11cias natalinas
!:8l Um bom Natal aos que compõem o grupo dessa publicação. Que o bom Deus lhes ajude a nos ajudar fornecendo às famílias comentários nutritivos e indispensáveis para a formação intelectual e espiritual. Acompanho o trabalho de vocês há quase JO anos, mas nunca me manifestei, porque primeiro estava conferindo suas posições e comparando com as minhas. Reconheço que em muitos pontos de vista estou aderindo a vocês, em outros estou meio reservado e em alguns não concordo. Tenho alguns conflitos com posicionamentos da revista quando faz uma pregação muito dogmática contra o sistema socia1ista. Acho que pode existir um sociali smo que não é marxi sta. Numa outra época vou escreverlhes a respeito da visão mais fl ex ível do direito de propriedade e da repartição de rendas, mas no Natal vamos unir e não discutir. Vamos colaborar para que este grande acontecimento seja bem celebrado em todo o mundo, pelas crianças, pelos jovens, adu ltos e idosos. Vamos batalhar para perpetuar a memória do Natal, não podemos deixar que esse supremo acontecimento seja substituído pelo mercanti li smo e o lucro acima de tudo. (M.P.P.K. - PR)
por todos os exemplares que recebemos neste ano. Ficamos maravilhadas com a revista de dezembro, muito obrigado mesmo. O Menino Jesus e a Virgem Santa fará pelos Srs. muitas coisas boas no Novo Ano, para que tenhamos novas alegrias com essas benditas leituras indi spensáveis para todos os meses. (P.E.N. - SC)
Maravilhoso X
1101'/'Ol'OSO
!:8l Que susto! Realmente fiquei chocada, depois de ficar encantada com as páginas com coisas bonitas de Natal, ver aqueles 4 dedos sujos e feios, horrorosos sobretudo pelo que eles significam. Mas, apesar disso, fui ler o artigo tratando da revolução da criminalidade, da violência que está em toda parte, até no interior já não temos sossego. Já era quase meia-noite quando lia, e pensei que era melhor ir dorm ir sonhando com o Natal (com aquelas crianças angélicas, com aq u las lindas árvores de Natal, com aquela aldeiazinha) , mas depois pens i: não podemos fechar o. olho.· para a rea lidade. E fui até o fim da leitura. Sorte que na seqüência vinha a hi stória da Santa Adelaide, que nunca tinha ouvido falar, mas que toda mulher católica deveria ler e tê-la como um exemplo. Não estou escrevendo para dizer que dormi muito tranqüila, e é verdade. Escrevo só para agradecer por me proporcionar esse conhecimento e para desejar um Feliz Natal. Bom ano novo também ... espero. Espero que seja bom e que esse governo não desgoverne o Brasil! (N.D.F. - SP)
Vontade de ler tudo ~ É incrível, mas é a única revista que conheço que dá vontade de ler tudo, da primeira à última página, inclusive as contra-capas ... (P.M.C.C. - BA) "1'i1'0
no pr6prio pé"
!:8l Se cons iderarmos que vivemos tempos de grande avanço do comunismo, Catolicismo constitu i-se numa revista importante para esc larecer e alertar os males do social ismo, inclu sive afetando a liberdade religiosa, como de pensamento e livre expressão. Admiramos muito sua coragem, própria dos que seguem o exemplo de São Paulo, fazendo o "Bom Combate" . Como nos momentos difíceis da humanidade, Deus sempre enviou grandes homens, Santos, Catolicismo deve, como já vem fazendo, sempre deixar para os católicos uma esperança de fé, para vencermos os filhos das trevas, com ajuda de Nossa Senhora. Acredito que fa lta muita oração, razão pela qual Deus demora para aliviar os sofrimentos da humanidade. Se forte · são os que se unem para o mal , INV ENCÍVEIS são os que unem para o bem. No Brasil se propaga muito mais a inculturação cio PT do que a inculturação cio catecismo da Igreja Católi ca. Pergunta: os padres que apoiam tal partido, não estarão dando um tiro no próprio pé? Se considerarmos que na Rússia os comunistas transformaram Igrejas em boates! A nossa bandeira é a bandeira do Brasil, rejeitamos bandeira alienígena. Defender partido único, constituise um atentado à inteligência. Não podemos perder a capacidade de discernir, de pensar. O PT exibiu em painéis da cidade, uma criança abraçando a estrela do partido. Entretanto as esquerdas acabaram com a cadeira de MORAL e CÍVICA, abrindo caminho para incutir nas mentes desprotegidas das crianças o vírus da ideologia partidária marxista. É a mudança do nosso senso comum, que abre caminho at:ravés da propaganda que falseia a ver-
dade, objetivando nos conduzir ao totalitarismo. (J.N.K. - RS)
Três terços !:8l Estou rezando com muito fervor os
Só de poder participar é muito gratificante para mim. (R.O.M. - MG)
Boas explanações
3 terços semanais pela Cruzada Reparadora do Santo Rosário. (F.A.P. - CE)
Um dia de bênçãos
!:8l Gosto da revista porque me auxilia nos trabalhos do Apostolado da Oração onde, mensalmente, faço palestras utilizando os artigos religiosos para as respectivas exp lanações . (I.M.R.K. - RS) Do começo ao fim
!:8l É a revista que estava faltando no lar católico, portanto, livre das imundices morais da atualidade, é educativa, interessante, cuja leitura prende a atenção do começo ao fim. Ela é ótima e dela faço coleção. Parabéns! (M.A.D.B.R. - SP) Nova diagramação
!:8l Gostei da nova diagramação, porque ficou melhor organizada. É uma revista muito boa, que nos mostra com sinceridade a sociedade em que realmente vivemos e como mudá-la. (L.E.B.A. - DF) Autenticidade e mansidão
!:8l É, na verdade, a mais cosmopolita revista católica nacional. Em sua visão multifacetada reflete arealidade e o legítimo espírito católico com autenticidade e mansidão, sem tendências ideológicas nefastas! (F.C.B.R. - SP)
Esta maravilha
!:8l Estou escrevendo para lhes agradecer por esta maravilha que foi a visita de Nossa Senhora de Fátima em minha casa. É mesmo uma bênção que eu jamais esperava um dia acontecer. Eu pensava que isso era só lá para São Paulo, para cá jamais vai vir, pois é muito longe. Quando me ligaram eu acho que fiquei muda. Eu até pensei que fosse trote. Mas depois recebi sua carta e o folheto explicando. Eu fiquei muito fe liz e fui logo pedir para fazer 40 convites e distribuir. Convidei outros por telefone. A santinha parecia viva, as pessoas que vieram também gostaram muito. (D.S.M. - SC)
Proteção exorcística
!:8l Aceitem nossos parabéns pelo trabalho dos senhores feito com grande sacrifíc io e enfrentando a incompreensão e a ignorância de muitos, atolados no materialismo dominante, enaltecido e divulgado pelos nossos meios de comun icação a serviço do ateísmo militante. Continuem e que as bênçãos do Altíssimo, pela interseção de Nossa Senhora de Fátima, desçam sobre os senhores e os envolvam, protegendo do satanismo manifestado em todos os campos das atividades humanas. Com a revista chega-nos o boletim Ecos de Fátima que muito nos orienta e, à parte, o boletim "Televisão Debate" sempre esclarecendo-nos e trabalhando pelo aprimoramento dos programas televisivos. (A.J.F.P. - SP) Super contente
!:8l É sempre com imenso prazer e com grande alegria que novamente escrevo para esta maravilhosa Cam panha Vinde Nossa Senhora de Fátima não Tardeis!, que foi uma sementinha brotando no segredo da terra. E conquistando milhares e milhares de pessoas, que, como participantes, se sentem orgu lhosos(as) ele cada conquista a se realizar. E ajudando sempre para que elas possam tocar naquelas portas que já fecharam, e abrindo-as para uma nova vicia. Quero lhe dizer que fiquei super contente ao receber o cartão de participante ativa. Sobre a pesquisa nacional, com a verdadeira opin ião das famíli as brasileira sobre a televisão, mui tas vezes as famílias não têm a oportunidade de se expressar, para tornar seu lar um verdadeiro templo de Jesus Cristo e Maria. Estava mais do que na hora de tomar uma iniciativa de Basta nestas coisas ruins quedestroem as famílias. Fico feliz de dar a minha opinião sobre essa pesquisa.
!:8l Tivemos a felicidade de receber a visita de Nossa Senhora ele Fátima! Foi um dia de imensa alegria e bênçãos para todos que vieram, atendendo o convite. Que o Senhor Nosso Deus e Nossa Senhora os abençoe. (W.B.M. - SP) Defcn<ler a pureza
!:8l Vivemos um tempo de angústia, de medo, de pavor, de incertezas, de imoralidades, profanações ... e tantas outras coisas. Quero parabenizá-los por este trabalho tão lindo e importante que realizam . Agradeço a todo o momento por existirem ainda homens com coragem de defender a pureza de Maria Santíssima. Sabe, Sr. Marcos, eu como jovem vocacionado, me sinto muito triste com muitas coisas que vem acontecendo dentro da Santa Igreja Católica, a única fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo: destruição do sacerdócio, modas indecentes. O que Lenin, um verdadeiro monstro, assassino ele mais de 30 milhões de pessoas, quis dizer foi exatamente isso: dêem-me uma mulher corrompida, mundana, depravada, distante do lar e masculinizada e o mundo cai por si só. (H.M.P. - BA)
Nota da Redação: O missivista nos envia anexo à sua carta um folheto intitulado "Mulher, suas roupas indecentes Me crucificam novamente!" Entre outras coisas, diz o fo lheto: "Ai, ai, ai de todos aqueles Sacerdotes que TEMEM OU NÃO QUEREM PROIBIR que pisoteiem e profanem Meus templos com as desnudezas das modas. Muitos deles se deixam seduzir pelas suas presenças".
Cortas, fax ou e-mails poro os seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram no página 4 desta edição.
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Pergunta - A recente (e ainda discutida) descoberta de uma urna funerária com a inscrição "Tiago filho de José irmão de Jesus " suscitou, além de problemas de exegese bíblica, polêmicas sobre as relações entre ciência, razão e fé. Assim, um jornal de grande circulação comentou: "O discurso _religioso e o científico não combinam". E concluía seu editorial com as palavras: "No jimdo, tinha razão Tertuliano (155-220) quando afirmou: 'Credo guia absurdum' (creio porque é absurdo). Com isso, o teólogo cristão quis dizer que a base da fé é o milagre, isto é, o que contraria as leis da natureza e a ciência" ("Folha de S. Paulo", 3-11-02). Sempre ouvi dizer que as verdades da fé não contrariam a razão nem a ciência. Como entender a frase de Tertuliano citada pelo jornal? Rc posta -
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Tertuli a no fo i certame nte um dos ma iores gêni os que o cri sti anismo produ ziu . Dada a imensa estatu ra de Santo Agostinho, a se admitir a comparação entre ambos, pode-se calcul ar a estatura de Tertuliano. De le é o célebre "Christus cogitabatur", que é como e le concebe o pensa me nto divino ao fo rmar o corpo do prime iro ho me m. Isto é, ao mo ldar o corpo de Ad ão, D e us "cog itava em Cristo", a saber, tinha e m vi sta que estava mode la ndo o co rpo da es péc ie na qu a l o Verbo d ivino encarnari a ! Ter altitude de espírito para imaginar o que Deus esta.ria pensando nesse momento dec isivo da hi stória humana (se bem
que em Deus tudo se passa no âmbito da eternidade) é a marca de um gênio. Esse fo i Tertuli ano.
Mentaliclacle destemperada A e le se deve também ter penetrado pela prime ira vez, de modo ma is pro fund o, no mi stério da Santíssima Trindade, com explicitações tais que permitiram a Santo Agostinho, e mais tarde a Santo Tomás, dare m uma fo rma praticamente acabada e perfe ita à fo rmulação do dogma. Isto bas tari a para consagrar um ho me m de ta le nto ex traordin á ri o, se a Tertuli ano não se devessem igualmente outros progressos teo lógicos de grande mérito, para não fa lar de seu va lo r com o um dos ma iores po lemi stas e apologetas do cri sti ani s mo. Isto tudo não obstante, ele própri o enveredou, no entardecer de sua vida, pela heresia do monta nismo, a qual po r s ua vez abandono u. M orre u fo ra da Igrej a, com um pequeno grupo de partidári os tertuliani stas. Um dos fa tores que contribuíram para esse fin a l infe liz fo i certamente o mau uso de seu gênio extre mado até o excesso; e s uas concessões ao orgulho, que o levara m a afirm ações destemperadas e até de mau gosto. Exempl o de uma mentali dade e de um modo de ser que depo is explicam muitos desvi os havidos.
As fábulas dos filósofos Os prime iros apologistas do cri stianismo tiveram que se defrontar com a fil osofia dos pagãos, que os argüi am com os seus princ ípios errô neo para impugnar as verdades da
Fé. Tertuli ano arremeti a sobre eles com paus e pedras : " M i-
credo quia absurdum. como
será vel A ristóteles! Foi ele quem lhes ensinou [aos pagãos ] a dialética, a rte de construir e de demolir, mutável nas opiniões~ f orçada nas conj ecturas, obtusa nas argumentações [. ..]. Estejam atentos aqueles que puseram em circulação um cristianismo estóico, platônico ou dialético! Não devemos ser movidos pela curiosidade, depois que veio Jesus Cristo, nem pelo desejo de novas inves1igações, depois que temos o Evangelho. A partir do m.omenlo em que cremos, não desejemos senão cre,: Este é, de fa10, o primeiro artigo de nosso cre-
fé . E m prime iro lugar porque
autêntico sustentácul o de sua
do: [fora de Jesus Cristo] nada há mais que devam.os c re r " ( De p raescrip tione 7 , 12). Tampo uco poupa a Platão, que qualifi ca como "om-
nium haereticorum. condimentarium " (o provedor de todos os hereges - De anima 23,5). P o is be m: esta ás pe ra e deste mperada denúnc ia ela fi losofi a pagã e um a tão e nérg ica afi rmação ela co mple ta auto nomia ela fé - a li ás justa - não nos autori za a conc luir, co mo freqü ente me nte se faz, que a pos ição de Tertuli ano po sa ser dev ida mente representada pelo famoso
e le nunca escreveu essa frase. Não obstante, alega m-se frases paral elas : "c redibile quia ineptum est " (é crível prec isa me nte porque é inepto - De carne Christi 5); ou
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"ce rtum. est quia impossibile" (é certo precisamente porque é impossível) . M as estas frases, emitidas po r um autor que tinha o gosto ela contundê nc ia, a ri gor apenas e nunc iam a absoluta s uperioridade da fé e m re lação à razão. Isto é, posto que o obj eto supre mo el a fé é Deus - que, por ser infinito, não pode ser abarcado (teo log icamente se di z "co mpreendido") pe la razão humana-, o ho me m te m que ter a humildade de reconhecer que a capac id ade de sua me nte te m um limite alé m do qu a l está prec isamente o limi ar do terreno da fé. As frases autênti cas de Tertuli ano leva m a essa conclu são profund a.
Confonnidacle entre ré e razão O fato é que, pe la sua atuação como po lemi sta, Tertuliano mostro u que assim pensava. Ao fo rmular as verdades ela fé cri stã, ele freqüe nte mente tira elementos da fil osofi a e tóica; e ao ataca r a fil osofi a pagã, ape la constante me nte para a fil osofi a do senso comum. E m fa mosíssima passagem do seu liv ro Apologeticum, fa z ape lo a uma outra fi losofi a, que é a fil osofi a inata da consciência comum e do testemunho da alma, ou seja, aque la fil osofi a que conc lui ser a alma "naturalmente cristã": " Testirnonium animae
naturaliter christianae" (Apologeticwn 17).
Por isso co nclui o teólogo do minicano Batti sta Mo nd in:
"Delineia-se neste ponto um modo de impostar as relações entre f é e razão, entre .filosofia e cristianismo, que está muito longe do que será formulado na história da fi loso.f, a cristã: para Tertuliano, contrariamente ao que secostuma dize i; entre estas duas
f orm.as do saber e da cultura nunca houve nem pode havei; e)n linha de princíp io, urna clara antítese, porque, na sua fo rm.a originária de .filosofia do senso comum, entre f é e razão, entre filosofia e cristi<tn.ismo existe mais bem uma inata, conatural convergência e sintonia " (Storia della Teologia, Ed izioni Stuclio Do-
meni can o, Bo lo nh a, vo l. l , 1996, p. 155).
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P.S. - Os le itores interessados na questão exegética cio pare ntesco de Jes us co m o apóstolo São Ti ago, o Menor, pode m ver A palavra do Sacerdote ele julho de 2001 (Catolicismo , nº 607). •
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A REALIDADE CONCISAMENTE
Agora os
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ecoterroristas" emudeceram
J\ conhec ida revista Nature revelou, em 1985, a ex istência de
J"\. um proble ma grave de redução da camada de ozônio acima da Antártida. Os cie nti stas P. Crutzen, M. Molina e F.S . Rowland afirmaram que contribuem para essa diminuição os clorofluorcarbonos (CFC) usados e m refri geradores, sprays, equipamentos de ar condicionado e outros, o que lhes valeu o prê mio Nobel de Quími ca em 1995. Esse fato integrou-se à gritari a dos "ecoterrori stas" que, muitas vezes sem respaldo científico, alardeiam e exageram danos à saúde e ao meio ambie nte. E ntretanto, em 30 de setembro último, cie nti tas do governo norte-americano, da Nalional Oceanic and Atmospheric Adrninistration (NOAA) e da NASA , divulgaram imagens obtidas por satélites comprovando que o buraco se havia partido e m dois e que sua área total fora reduzida drasticamente de 30 para J5,6 milhões de km 2 • E tais cie ntistas prevêem a recompos ição dessa brecha até 2050. Comprovou-se mais uma vez que a magnitude dos fenômenos geológicos é muitíssimo superior à atuação do home m, e que é preciso tomar cuidado com certas versões catastrofi stas dos ecoterroristas . Curiosamente, os mesmos que se fecham às profecias de Fátima, referentes ao casti go, são muitas vezes abertos para o medo de catástrofes natu rais não comprovadas. •
Clone humano: cientistas contestam
João Paulo II condena invasões de terras e edifícios
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anúncio do médi co italia no Severino Antinori , de que o primeiro cl one hu mano nascerá em janeiro próximo, causou cetic ismo e irritação na comunidade científi ca inte rn acio na l. Segundo o g ineco logista, três pac ie ntes suas estão em fi nal de gravidez de e mbri ões clonados. E ntretanto, ele não a prese nto u provas di sso ne m revelou o nde es tão as gestantes. lan Wilmut, médi-
O médico italiano Severino Antinori
co inglês que clonou a ovelha Dolly, não acredita em An tinori : "Ele diz que clonou grande número de suínos, mas ninguém nunca os viu,
Repetir-se-á o caso do infeliz Elián?
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e acordo com co nvêni os anleriormente firmados e ntr o governo norte-ameri cano e F idel astro, os c uba nos que fogem da ilha e fo re m interceptados no mar serão repatri ados; os que conseguire m pisar em so lo americano poderã obte r permi ssão para viver nos Estados Unidos. A ·sim sendo, o direito humano de sair da ilha-cárcere é pratica mente negado. Há di as um menino de J 3 anos, à semelhança do fa moso fu gitivo E li án Gonzalez, chegou aos Estados Unidos e m um barco, com seu pai e mais quatro pessoas. Representantes da Procuradoria federal levaram o menino para depor no processo que será aberto co ntra os c ubanos Eli zardo Álvarez e Martín Di az, res identes em Mi ami . Foram eles que fac ilitaram a evasão da criança, de seu pai e mais quatro adultos. •
Na lnglaterra 1 grotesca autópsia pública
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m médico germânico, Gunther von Hagens, reali zou numa galeria de arte de Londres a autópsia do cadáver de um alemão de 72 anos, perante câmeras de TV e 500 pessoas que lotaram o recinto. Em três horas, von Hagens reduziu o cadáver a pilhas de órgãos e de pele esvaziada. A Assoc iação Médica Britânica considerou o ato não só
CATOLICISMO
ele mau gosto, mas "deg radante e desrespeitoso", e a Promotoria britânica decidirá se fo rmulará acusações criminais. Eis aí um ind íc io chocante da degradação moral e do grau de neopaga ni smo a que chegamos: uma autópsia, co mpreensível em fac uldades de medicina ou in stitutos médico-lega is, apresentada ao grande públi co numa galeri a de arte ! •
nem mesmo o laboratório onde a clonagem teria sido f eita". O Dr. E rm a nn o Greco, do Centro de Medicina Reprodutiva
de Roma, asseg urou qu e o processo qu e Antinori diz ter usado para a suposta clonage m hum a na nun ca funcionou com primatas, e que os camundongos de laboratórios nasceram com de-
fo rmações graves ou morreram. O in crível é que não se tomam medidas adequ adas pa ra que esse médi co cesse de lançar seus boatos e de tentar uma aventura antinatural. •
J\ o receber os Bispos do Rio Grande J"\. do Sul e de Santa Catarina em Roma, a 26 de novembro último, João Paulo li condenou claramente a "aplicação de esquemas ideológicos originados pela luta de classes, como invasão de terras e ocupação de edifícios públicos e privados", para alcançar a justiça social. E lembrou que já havia feito declaração semelhante em 1991, por ocasião de sua segunda viagem ao Brasil.
Em queda livre a popularidade de Schroder
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lnsti~uto Farsa, na Alemanha, considerado favorável ao atual govern o germânico, constatou verti ginosa degringolada da popularid ade do c ha nceler Ge rh a rcl Schrõder.
A pres ide nte da De mocracia Cristã a le mã (C D U), An ge la Merkel, prete nde co nvoca r um a Comi ssão Parl amentar de Inquérito para investigar as "mentiras eleitorais" da equipe governamental de Schrõder. O antigo especiali sta fi nanceiro do pa rtid o d os ve rei es, Oswald M etzger, reconh ece u qu e o go verno concordou e m ocultar o déficit orçamentário antes das últimas eleições, reali zadas em 22 de sete mbro último. Com isso, a coa li zão soc ial -de mocrata-eco lógica (composta por sociali stas e ecolog istas)~ atu alm e nte no pode r, fica muito abalada. • Chanceler Gerhard Schrõder: coalizõo governamental em perigo
MST acampa em fazenda invadida
Presidente da CNBB defende invasões
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m sentido contrário, D. Jayme Chemello, Presidente da CNBB, em declarações à imprensa em 29 de novembro (3 dias depois do pronunciamento papal), afirmou : ''.A /gre;o não gosto dos invasões feitas como método constante . Mas uma ocupação de terra, uma vez ou outro, quando não há ;eito de entrar e ninguém quer a;udor, é como se fosse um grito, um clamor". Para ele, a ocupação de fazendas e estradas, ou uma greve, são formas válidas de reação dos trabalhadores ("O Estado de S. Paulo", 30-11-02).
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Ü caráter .co~ciliador e pacífico do brasileiro é avesso a tensões dramáticas e a mudanças bruscas. A TFP indaga: até onde a esquerda poderá conduzir o País? Brasil ini c ia o ano de 2003 com a posse ele um novo Presidente. Inicia também uma fase decisiva e não hes itaríamos em dizer, c rítica ele sua vicia política, com a asce nsão ao Governo Federal ele homens públicos notoriamente ele esq uerda. Co m tal ascensão afloram questões não apenas partidárias, mas também ele o rdem socia l, cu lt u ra l, econ ômica e mesmo religiosa, diretamente relacionadas com os rumos que a Nação normalmente tomará. E, por esta razão, a Soci-
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edade Brasileira de Defesa da 'Iradição, Família e Propriedade - TFP, sente-se no dever ele apresentar a lg um as reflexões a propósito cio quadro psicológico e político que e me rgi u cio recente pleito e leitoral. Não é este o momento apropriado, nem a ex igüidade cio presente documento o permitiria, de faze r uma a náli se exaustiva e detalhada do processo eleitoral que culmin ou com a vitória cio Sr.
L uís Inácio Lula da Silva. Quando esse momento chegar, compreender-se-á em profundidade o fabrico desse resultado eleitoral, para o qual contribuíram, em larga medida, não apenas hábeis manobras publicitárias e finas jogadas psicopolíticas, mas também, e ele modo preponderante, a atitude co mpl acente ele vastos setores esq uerdistas de nosso macrocapitalismo publicitário, o beneplácito de figuras influentes ela burguesia empresaria l e a atuação discreta mas eficaz de muitas sacristias. Por ora, e ncontramo-nos diante da realidade ela posse do novo C hefe do Executivo. Para a TFP, para seus ardoroso.s e muito numerosos colaboradores, simpatizantes e amigos, disseminados por todo o território nacional, bem como para uma infinidade ele brasileiros, uma questão fundamental se coloca, à qual não é líc ito esq uivar-se: para onde a esquerda deverá cond uzir ou poderá conduzir o Bras il ?
Seria gravemente incorreto qualificar a vitória de Lula como adesão ideológica de nosso eleitorado ao ideário esquerdista
CATOLICISMO
O l'esultaelo elas urnas 11ão signitica uma adesão ao ieleál'io esquerelista Para tentar respo nder conve ni entemente a esta pergunta, parece importante destacar um aspecto cio res ul tado elas urnas . Apesar de certo expressivo e inegável ava nço da esquerda, em vários níveis, seria muito precipitado e até gravemente incorreto qualificar a vitó ri a cio Sr. Luís Inácio Lula da S ilva como uma compacta adesão ideo lógica de nosso eleitorado ao ideário esquerdista. São insuspeitas neste sentid o aspalavras cio Prof. Francisco ele O live ira, titular da FFLCH-USP e um cios princ ipa is inte lectuais do próprio PT: "Há uma confusão que está sendo feita, que as eleições teriam mostrado um avanço ela esquerda. Houve uma enorme renovação e uma indi cação ele opos ição . Isso quer dizer uma demanda por mudança na orientação econômica e por novos empregos, mas não uma demanda ele esquerda" 1 • O hi storiador britânico e conhec ido brasilianista, Kenneth Maxwell , em entrevista à mesma "Folha de S . Pau lo", corrobora: "A população em g era l é mais conservadora do que os especialistas , os que fazem as avali ações, é sempre assim , em qualquer lugar cio mundo. É interessante ver que os e leitores bras il eiros disseram 'Sim, mais ou menos' para a oposição, mas não 'Sim , completamente ' . Esse segundo turno é como se fosse um 'Sim, mas espere um pouco para eu pensar melhor' " 2 • Insuspeita é também a afirmação fe ita por Eric Hobsbawn, historiador e expoente ela corrente ele pensamento marxista: "Como os trabalhistas [britânicos] , Lula também não teria gan ho se os e lementos irreais de esq uerda tivessem preva lec ido" 3. Na verdade, em nosso País, o esquerdismo enquanto fenômeno ideológico não é, senão em muito pequena medida, um fenômeno de massa. Constitu i e le, em
O historiador marxista inglês Eric Hobsbawn (foto acima) comentou que Lula não teria ganho se elementos irreais da esquerda tivessem prevalecido
ponderável parte, uma e nfe rmidade típica de certos bairros residenciais e c lubes ricos, ele algumas poderosas esferas macrocap ita l is tas, de numerosas sac ri stias e universidades. Assim , só para um observador desavisado o u precipitado o resu ltado eleitora l poderia afig ura r-se um fe nômeno esquerd ista ele massa.
O eleitol' não teve opções /'ora ela esquenla
Análoga constatação fez o jornalista Roberto Pompeu ele Toledo: "Quando se avalia o quadro formado pelo conj unto dos candidatos à Presidência, constatase que está capenga. Pende para a esq ue rda. [:.. ] É ele lame ntar que a direita não tenha conseguido, a ind a uma vez, viabi1izar um candidato puro-sangu·e. [sso daria mais lógica e c lareza ao processo, a lém ele oferecer inequívoco representa nte a um setor que realmente tem raízes na soc ieclade" 5 • Igualmente expressiva é a afi rmação do Senador Roberto Freire, líde r cio PPS (a ntigo Partido Comun ista): "A direita vai se rearticu lar. Não teve voz nem presença nesta última e le ição" 6 . O ex-m ini stro Jarbas Passarinho, em artigo para o "Jorna l do Brasil", assevero u: "Nas três vezes ante ri o res, a maioria si lenciosa derrotou o PT porque tivera opção, a inda que votando em quem não fosse o ideal. Desta vez a g uerri lha por quem deveria e nfre nta r Lula no seg undo turno destruiu uma a um a as opções cio 'menos pior' segundo a visão da direita, fora da competição faz mais de 20 anos" 7 •
O descompasso entre
os resultados do P'I' e os ele seu candidato à Pl'esidência Além desta imperdoável distorção cio quadro e leitoral, importa frisar o notório
descompasso entre o resu ltado do Sr. Luís Inácio Lula ela Si lva e os resultados de se u partido, o PT. A derrota do Partido dos Trabalhadores na disputa pelos governos estadua is - e legeu apenas três governado res, em estados ele menor expressão e leitora l - teve uma conotação marcantemente reveladora nesse sentido: não foi ao ideário sociali zante do Partido dos Trabalhadores que o e leitorado deu sua adesão. "O Brasil votou e m Lula, mas não no PT" , destacava o ed ito ri a l do "Jorna l da Tarde": "Se já era possível dizer isso apenas observando a re lação entre as reformas cio programa pel ista e o c resc imento ele Lula nas pesquisas, o ponto ficou insofismavelmente provado depois que milhões ele e lei tores que votaram em Lula se recusaram a votar nos candidatos petistas a governador em seus Estados. [ ... ] À esmagadora vitória ele Lula corres poncleu uma esmagadora derrota cio PT nos Estados" 8 • Em Notas e informações, sob o título Não havia onda vermelha, "O Estado de S. Paulo" ressaltava: "A 'onda vermelha' que os petistas ce lebraram logo após a reali zação do primeiro turno das e le ições não era, afi na l, um maremoto. Forte o sufi c ie nte para eleger o cand idato Lula com um a votação recorde no segundo turno, não teve empuxo para transformar o PT no maior partido cio País" 9 •
O ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira observou que os eleitores ficaram sem uma referência de direita explícita nas últimas eleições presidenciais
Para ana li sar com objetiv idade o resultado das urnas, cabe recordar que, fruto ele diversas c ircun "tâncias, a lg umas elas quais um tanto obscuras, as a lternativas ele esco lha oferec idas ao e leitor foram muito restritas. Nosso público foi posto diante de um quadro eleitora l em que as opções, com estes o u aq ue les matizes, se reduziam meramente à esquerda, c ircunstância esta que inúmeros e influe ntes comentaristas ou personalidades políticas observaram. O econom ista, professor e ex-m ini stro Luiz Carl os Bresser Pereira declarou: "Ficamos sem um a referência de direita exp líc ita na disputa cio Planalto e com quatro candidatos de centro-esq uerda"".
JANEIRO 2003 -
O caráter concilia<lol' e pa'cíl'ico <lo brasileil'O l'ejeita tensões <lramáticas e mu<lanças bruscas M as, para se e nte nder a fund o a vitória do Sr. Luís Inácio Lula da Silva, não é descabido considerar uma nota psicológica caracte rística de nossa gente . O povo brasileiro é, sem so mbra de dúvidas, um cios mais cordatos e afeti vos. Constitui para e le uma elas condi ções do be m estar, em nível incliviclua l, co mo na esfera pública, a convivê nc ia pacífica, cord ial e até ami stosa. Ass im, o. desacordos inerentes à vicia pública, o brasileiro os co ns idera com bonomia, desde que os mesmos não degenere m e m ten sões dramáticas, me nos a inda em atos de viol ê ncia, ate ntados, go lpes de Estado ou revoluções. Esta c irc unstânc ia explica um certo imobili s mo ideológ ico de nossa popul ação se mpre espera nçosa de que, mediante alg um ine. perado "j e itinho", tudo se reso lva ... sem rixa. O que torna c lara a propensão ele nosso e le itorado e m optar, às vezes um pou co in stintiva e irrefletidamente, por a lguma fórm ul a nova, a qual e le crê poder condu zi-lo a um a ordem ele coisas próspera, marcada pelas cli stensivas diversões do li vre jogo político, mas sempre amena e pacata. É, poi s, fundame ntal que nossos homens públicos, sobretudo os que agora ocupam lugares no Governo Federa l, não confundam esta esperança com anelos ele transformações profundas, bruscas e tra umáticas ele um sentido ideo lóg ico defini do. Tal confusão constituiria, a nosso ver, um equívoco desas troso: "A popul ação parece essenc ialmente que rer transformações que não impliquem riscos, alterações bruscas, mudança de statu qu.o" 1º. Milton Te mer sa li e nta que "o PT muito es pec ia lm e nte o se u seg me nto ma is combativo - se vê, portanto, dian te de um grande desafio hi stóri co com a vitóri a ele Lula". E indaga: " Pretende m os peli stas que as resoluções ele seus e ncontros e congressos, cada vez mai s moderados, mas mante ndo o Partido dos Traba lhado res com a perspectiva cio socia l is mo como objetivo estratég ico de ação, sejam apli cadas imed iata mente? Se ass im for, tê m que estar preparados até para cri ses institucionais" 11 •
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CATOLICISMO
Chegada a Brasília da Marcha nacional do MST, outubro/1999 . A imensa maioria de ...
... nosso público rejeita os métodos subversivos e violentos do MST
Diante das questões soc ia is - que tantos se e mpe nha m em pintar com tintas exageradamente carregadas - o bras ile iro, de formação cristã e temperamento bondoso, busca a so lução, por um impul so primeiro de sua a lma, na concórdia sempre bafejad a pe lo afeto . O Brasil med iano, o Brasil se nsato, o Brasil a utê ntico, rec usa, ele a lto a baixo ele sua estru tura sóc io-econô mi ca, a solução de eventuais inju stiças - inerentes à cond ição hum a na - através cios estertores ela luta ele classes. Destaca-se, neste sentido, a recusa empre mani fes ta da imensa maioria de nosso público aos métodos subversivos e vio le ntos do MST, co nstatada e m inúm e ra pesq ui sas ele opini ão. C remos que não fa ltará pe r picácia à equipe que agora ass ume o Poder para reco nhecer que é a ltame nte arriscado a pressar-se e m im pla ntar medidas ele c unh o esq ue rdi sta, sobretudo aq ue las que tão bem foram di ss imu ladas ou até omi tidas dura nte a ca mpanha e le itoral. Nesse sent ido, João Mellão Neto, observa: "A pa lavra ' luta' não fo i usada pelo candidato uma única vez nesta ca mpanha . Recomendação ex pressa cio marqueteiro Duda Me ndonça. Em seu li vro publicado no ano passado, o bruxo afi rma expli citame nte que expressões do tipo
çacla, recl amam a concretização ele seus desígnios ideológicos mai s extre mados, tantas e tantas vezes distanciados do sentir com um ela população; mas saber ouvir o sil êncio, esse sil êncio que caracteriza por vezes uma maioria, e que é por si só muito e loq üente: "O que se pode conc luir é que ex iste um apoio soc ia l estável a um a certa atitude na condução do governo . Essa atitude ex ig ida pela chamada maioria silenc iosa é essenc ialmente continuísta e conservaclora" 13 • Na mesma linha va i a afirmação fe ita recente mente pelo vice-presidente cio PC cio B, José R e inaldo ele Ca rva lh o, na Guatemala, durante o 11 ° Fórum de São Paulo , que re úne as esq ue rd as latin oameri canas: "A soc iedade brasil eira continua sendo conservadora, e nossa vitóri a não teria ocorrido se não tivéssemos fe ito a fl exão e m direção ao centro, recebendo o apo io de setores e mpre aria is impo rtantes" 14 •
' vamos à luta', 'a luta continua', etc. tão caras à militânc ia - pega m muito ma l no e le itorado. 'Luta le mbra briga e briga lemb ra confusão', e ns in a- no s Duela, 'e o qu e o le ito r me nos que r é confu são"' 12 •
Pal'a os novos <lirigentes a ncccssi<la<lc <le saber auscultar o Brasil proliimlo
É verdade que o atual Presidente da Re públi ca - como ao longo da campanha e lei toral ressa ltara m insistentemente seus adversá ri os políticos - não pode ex ibir em seu abo no um c urríc ul o uni vers itá ri o. No e nta nto - como ne m seus aclvers,'í ri os ma is acirrados poderão negar - exerc ito u-se e le larga me nte num a escola de outra natureza, adq uirindo uma experi ê ncia que lhe pode ser de vai ia para o exerc íc io ela S upre ma M agistratura à qual foi a lçado. Co m efe ito, durante muito s a nos, exerceu fun ções ele líder s indical, e nessas condi ções apre nde u a ouv ir, co mo ali ás, com ex plicável orgulho, e le próprio gosta de ressa Itar. De fato, para um C hefe ele Estado, muitas vezes saber ouvir é um a arte mai s ubtil do que saber falar. E saber o uvir, não só ne m sobretudo aq ue les que, pe lo entusias mo de uma vitória política a lcan-
Em 11111 regime <lemocrático, como timbra ser o nussu, a impw·tância <le o,111i1· as vozes <lissouantes Ouvir o silê nc io é muito importante .
É até fundamental. Mas não se trata apenas ele ouvir o s il ênc io dessa gra nde mai ori a. Trata-se de ouvir também , dentro
do respeito aos princíp ios e às praxes qu e regem a democracia, as o piniões discordantes. O Sr. Luís Inácio Lula ela Silva tem se esforçado em tra nqüili zar certos setores ele nossa op ini ão pública, declarando que está di sposto a ouvir até mesmo aq ue les que de le di ssentem. Sempre fiel a seus idea is primeiros, a TFP tem , dentro ela mutabilidade cios reg imes, procurado velar pe los interesses ela C ivili zação C ri stã em nossa Pátri a, ele modo ininterrupto, heró ico e notóri o. A figura ela TFP se mpre se di sti nguiu por um a coragem alta ne ira e desinte ressada, por um idea li s mo el e seus sóc ios e cooperado res, características que tê m por fund ame nto o vi gor ela fé, a tranqüilidade ela consc iê ncia e a certeza ela proteção - tantas vezes comprovada - ela Virge m Sa ntíss ima. Até adve rsá ri os, co locados no campo oposto cio es pectro ideo lógico, lhe têm reconhec ido estes atributos. Na presente conj untura, ante a perspectiva ela possível implantação ele políticas qu e julge contrárias aos princípios ela C ivili zação Cristã e portanto prejudic iais aos rea is interesses do Bras il , a TFP se propõe, se mpre fi e l aos mes mos ideais, aos mesmos propósitos, e aos mesmos métodos ele ação desasso mb rados e pacíficos, dar voz às apreensões e aos
anseios ele ponde ráve l parte dos brasileiros - até mes mo daqueles que com e la não concordam pl e na me nte - desejosos de ver sua Pátria no rumo da fid e lidade às suas tradições cristãs e à sua índo le conservadora . Uma vez que o Sr. Luís Inác io Lula ela Silva foi condu zido à Presidência por um mov imento ele opi ni ão ele base intrinsecamente democrática - ou sej a, e m um regime de direi/o no qual é proclamada a liberdade de fa lar e ele ag ir ele abso luta mente todos os bras il e iros - é ele esperar que a atitude da TFP sej a bem aco lhida. Anali sa r os problemas que a orie ntação po lítica e sobretud o ideo lóg ica do novo govern o susc itará, considerar as perplexidades e apree nsões que e les trazem cons igo para grande número ele nossos compatriotas, só pode ser bem visto. Como só pode e r bem vi sto indicar à op ini ão nac iona l propostas que aj ude m os bras ilei ros a ver c laro o cami nho do dever, máx ime em ocas iões de importâ nc ia a vários títulos dramática como a atua l. Até mesmo quando tais análi ses e propostas provenham de pontos de vista diversos cios que anima m tantas ele nossas a utoridades, uma vez que isso faz parte cio dire ito de livre me nte opi nar, prerrogativa que ass iste a cada c idadão e m um regime coe re nte me nte democrático , co mo timbra ser o nosso. Não reco nhecer esse direito seria, a li ás, transformar o regi me democrático e m mera fi cção po líti ca, uma ditadura disfarçada.
Perigo <le um consenso que subestime ou exclua as <liscol'<lâncias Neste contexto cabe ainda um a reflexão. Mui to se te m dito e se tem escrito sobre a necess idade ele um consenso para que o Brasil possa enfre ntar ele modo vi torioso suas clificulclacles e suas cri ses. É fora ele dúvida que um consenso, quando realizado em torno a princípios sãos e a uma práti ca efici ente e benéfica, pode ser uma ferramenta ele grande utilidade para a Nação. Ent retanto, ai nda aq ui o Preside nte e le ito e os membros ele seu governo terão de ag ir co m ex trema caute la. Na ve rdade seri a teme rário in staurar no Bras il
JAN EIRO 2003 -
"O êx ito da esquerda só tem possibilidades de ser durável na medida em que ela o saiba compreender. [... ] "Se a esquerda fo r açodada na efetivação das reivindicações 'populares' e ni veladoras com que subiu ao poder; - se se mostrar abespinhada e ácida ao receber as críticas da oposição; - se fo r persecutóri a através do mesquinho casuísmo legislativo, da picuinha adm ini strativa ou da devastação policialesca dos adversários, o Brasil se sentirá frustrado na sua apetência de um regime bon e11fant de uma vida distendida e despreocupada. Num primeiro momento, distanciar-se-á então ela esq uerda. Depois ficará ressentido. E, por fim, furioso. A esquerda terá perdido a partida da popularidade. "Em outros termos, se os esquerdi stas, ora tão influentes no Estado (Poderes ] , 2 e 3), na Publicidade (Poder 4) e na estrutura da Igreja (Poder 5), não compreenderem a presente avidez de distensão do povo brasileiro, deix<U·ão de atra ir e afundarão no isolamento. Falarão p<U·a multidões sile nciosas no começo, e pouco depois agastadas. [... ] "O Brasil de hoje quer absolutamente pacatez. Se a esquerda vitoriosa não soube r oferecê-l a, esvanecer-se-á. Se o centro e a direita não souberem condu zir sua luta num clima de pacatez, terá chegado a vez de eles se esvanecerem. [... ] "E c uid ado com os pacatos que se indi gnam, senhores ela esquerda, do centro e da direita. A hora não é para carrancas, mas para as di scussões arejadas, policias, lógicas e inteli gentes. Os pacatos toleram tudo, exceto que se lhes perturbe a pacatez. Pois então faci lme nte se fazem ferozes ..." 16 •
Encerramento de uma das campanhas da TFP, no Parque do lbirapuera, em São Paulo. A entidade tem defendido a Civilização Cristã no Brasil de modo ininterrupto e heróico .
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de hoje um consenso que faça tabula rasa do livre debate, um consenso de si excludente, que ponha à margem aq ueles que, em um ou em algu ns pontos, dele discordem . Falamos atrás da cordialidade de nosso povo. Por esta mesma razão, ao brasi leiro desagradam em alto grau os procedimentos bruscos ou violentos dispensados aos adversários ideológicos ou políticos . Um consenso que se torne polêmico e intratável poderá ser privado de sua popularidade e visto como uma fo rma de ex trem ismo. De tal maneira o extremismo é, em nosso País, mais um determinado modo de ser do que um ideário po1ítico ou sóc io-econôm ico. Com propósito observou a jorna lista Dora Kramer, ao comentar os discursos do recém-eleito Presidente: "Sobrou apenas uma impropriedade que req uer urgente correção. Por duas vezes desde que confirmada sua eleição [... ] L ul a abriu seus discursos dizendo que 'a esperança venceu o medo no Brasil'. Foi o único travo de fe l. A frase, dita ass im , dá a im-
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pressão de que aq uela parcela cio eleitorado que nutri a desconfi ança pela cand idatura vitoriosa teve o merecido castigo da derrota, como se a disputa que acaba de ocorrer no B rasi l tivesse sido um a batalha e ntre espera nçosos e temerosos. Estes, de segunda, e só aqueles, c idadãos ele primeira classe" 15 •
"O Brasil ele hoje quer absolutamente pacatez" - uma lúcida advertência É c hegado o momento ele concluir estas reflexões. Para fazê- lo, nada mai s apropri ado do que reproduzir as palavras pervacliclas ele acurada e sagaz visão po líti ca, de penetrante senso de observação das autênti cas fibras de alma ele nosso povo, e ele e ntranhado e autê ntico patriotismo cri stão, escritas por Pl íni o Corrêa de Oliveira, fundador da TFP, em circunstâncias políticas que, sob múltiplos aspectos, se assemelh am às atuais. Suas advertências contêm por certo uma luz para e ntender o atual momento:
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O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira tinha sagaz visão política e penetrante senso de observação das autênticas fibras de alma de nosso povo
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A TFP - rogando a Nossa Senhora Aparecida pelo governo do novo Pres idente - pede a decisiva e materna intercessão da gloriosa Rainha do Brasil, para que nosso País, em meio às incertezas e apreensões sobre seu futuro, permaneça fiel aos princípios cri stãos que in spirara m os fundadores de nossa Pátria. São Paulo, l º de janeiro de 2003 Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP
Notas: l. Lula é refundação do Bmsil, d iz sociólogo, " Folha de S. Paul o", 29- 10-02. 2. Na opinião de brasilianista, mercado fantasia sobre Lula, "Folha de S. Paulo, 27- 10-02. 3. Urna reação à globalização, "O Globo", 13- 1 1-02. 4. Mas que país é este?, "Primeira Leitura", maio de 2002. 5. Diário de Campanha , " Veja", 5-6-02. 6. Freire vê erro em repeti,~PT, "Jornal do Brasil ", 12- 11 -02. 7. A onda ve rmelha, "Jornal do Bras il", 29- 10-02. 8. O Brasil votou ern. Lula, não no PT, "Jorna l da Tarde", 29- 10-02. 9. Não havia onda verm.elha, "O Estado de S. Paul o", Notas e t,if'ormações, 29- 10-02. 10. Mário Vitor Santos, A máquina de fa zer presidentes, " Primeira Lei tura", Novembro de 2002. 11. Expec/alivas e limites, "Jornal do Bras il", 27 - 11 -02. 12. Besame m.ucho, "O Estado de S. Paulo", 25- 10-02. 13. Mário Vitor Santos, A máquina de fa zer presidenles, " Prim eira Leitura", novembro de 2002. 14. Brasileiros dão conselhos à esquerda la.Jilw, "O Estado de S. Paul o", 4- 12-02. 15. PT não ass11111.e a,1/e.1· da hora, "Jorna l do Brasi l", 29- 10-02. 16. Cuidado com os pacatos, "Folha de S. Paulo", 14- 12- 1982.
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Catolicismo - As duas últimas eleições (1999 e 2002) para o Parlamento austríaco alcançaram relativa repercussão internacional. Qual a origem dessa repercussão, já que, de um modo geral, pouco se noticia sobre a Áustria nos meios de comunicação tanto do Brasil quanto do Exterior?
Carlos E. Schal'l'c1': ·~ expressiva repercussão alcança<la pelos resultados das recentes eleições de 24 <le novembro <leveu-se ao /'ato de que o parti<lo conservador obteve a maior votação consegui<la pol' um partido político depois <la Segumla Guel'ra Mundial: 42,27%"
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A Austria conservadora derrota os socialistas N as recentes eleições austríacas houve uma expressiva vitória dos conservadores, indicando uma apetência da população pelos valores tradicionais
O
Sr. Carlos Eduardo Schaffer é o _c orrespondente de Catolicismo na Austria . De passagem por São Paulo, aproveitamos a ocas1ao para entrevistá-lo sobre o último evento político de transcendência ocorrido naquele país, cuja importância não foi devidamente ressaltada pela mídia . Trata-se da vitória do partido conservador ÔVP (Parti do do Povo Austríaco) nas eleições parlamentares realizadas em 24 de novembro p .p ., que veio confirmar a mesma tendência observada nas ultimas eleições presidenciais norteamericanas, bem como nos pleitos realizados CATOLICISMO
em diversas nações européias - Espanha, França, Itália e Portugal. Tendência semelhante ocorreu também na Holanda e Alemanha. O Sr. Carlos Eduardo Schaffer é diretor da TFP austríaca (Sociedade Austríaca de Defesa da Tradição, Família e Propriedade) e também da associação Jovens Austríacos por uma União Cultural do Mundo de Língua Alemã, que atua na referida nação desde 1997 e tem realizado eficazes campanhas de nível nacional em prol da Civilização Cristã naquele glorioso país da Europa central.
Carlos E. Scha.lf'er - A origem dessa repercussão, em 1999, res idiu no fa to de que, e mbora o partido mai s votado tenha sido o soc iali sta (SPÔ-Soz.ialdemokralische Parlei Ôsterreichs), com 33, 15% cios votos, este não teve condi ções ele fo rmar governo, por não conseguir ali anças que lhe dessem maioria na Câ mara ele Deputados. O segundo partido mais votado, com 26,93%, fo i o chamado Partido Liberal (FPÓ - Freiheitliche Parlei Ôslerreichs) , elo líder populista Jorg Haicler, conhecido, entre outras coisas, por suas bravatas, atitudes irrespons,'íve is e posições ambíguas face ao nazismo. C hefe deste partido durante vários anos, Haicler alcançou prestígio no eleitorado por defender um sistema eco nôm ico tendente à diminuição cio papel cio Estado, ao favo recimento ela propriedade e ela iniciativa privadas, bem como à red ução cio impostos; e também po r causa ele discursos ag ressivos, sarcásticos e inte ligentes contra seus aclvers,frios políticos. Outro elemento que lhe granjeou simpatias fora m objeções levantadas por e le contra a Comun idade Européia. Na Áustria vigora o sistema parlamentari sta, no qual o papel cio Presidente ela República é muito red uzido. A e le cabe, entretanto, inc umbir um partido ele fo rmar novo governo após as ele ições, normalmente escolhe ndo para isso o mais votado. Naquelas circu nstâncias, diante cio fracasso cio Partido Socia li sta em exec utar esta tarefa, era necessário indicar outro partido. O norma l seria convocar o seg undo co locado. Mas, a essa a ltura, já se hav ia levantado um c la mor ela imprensa internacional ele esquerda co ntra o êx ito a lcançado pelo partido ele Haicler, acusando o ele itorado austríaco ele ter fortes tendências nazista . Foi montada então uma verdadeira campanh a internaciona l ele cli famação ela ÁustTia, ela qual participaram não só os órgãos ele imprensa, mas também muitos po líticos e até chefes ele Estado . Diante deste quadro, o presidente reso lve u encarrega r ela formação cio governo, não o partido ele Ha icler, mas o terceiro co locado, o Partido cio
"O prestígio político de Haider lhe vinha, 11a reali<lade, <le seu estilo polêmico, de seus ataques às polít;icas errôneas e censuráveis da Com,mida<le Européia, <la defesa <la prop,'iecla<le pl'ilrada e ela lilrre iniciatilra "
Povo Austríaco (Ô VP - Ôste rreichs Volks Parlei) , ele orie ntação conservadora, que tinha obtido votação li ge irame nte inferio r à cio FPÓ ele Haicler, 26,9 1% . OI ícler deste partido, Wo lfgang Schi.issel, político muito háb il , tinha diante ele s i espinhosa tarefa: não fazer a li anças à esq uerda , pois estas decepcionariam o e le itorado - o qual , no total, tinha dado a vitória aos candidatos co nservadores - mas a i iar-se ao partido ele Ha icle r e e nfrentar os ataq ues provenientes cio Exterior. Durante aproximadamente dois meses Schüssel entrou em tratativas com todos os partidos, c riando assim certo cansaço cio público face aos ataques ela impre nsa esq ue rdi sta, para finalmente anun ciar sua decisão ele a li ar-se com o partido ele H a icler. Cerco u-se ele ministros sem ne nhuma tendência extremista e conseguiu , com o tempo, afastar Haicler ela política nacional, limitando sua atuação à ele Governador ela Caríntia . Soube e nfrentar a opos ição vinda cio Exterio r, desmontando todas as objeções levantadas contra o novo governo, e ass im afirmar-se diante cio mundo inteiro co mo um gab inete eq uilibrado. A express iva repercussão alcançada pelos resu ltados elas recentes e le ições ele 24 ele novembro deveu-se ao fato ele que o partido conservador ele Schüssel obteve a maior votação consegu ida por um partido político depois ela Segunda Guerra Mundial: 42,27%.
Catolicismo - Têm fundamento as acusações de que o partido de Haider é de orientação nazista? Carlos E. Schafl'er - Parece-me que tais afirmações não correspondem à realidade. Não se pode nega r ter Ha icle r fe ito declarações censuráveis, que indicam sua simpatia pessoa l pelo nazismo. Mas não se pode afirmar que esta seja a orie ntação gera l cio partido. O prestígio político lhe vinha, na realiclacle, ele seu estilo polêmico, ele seus ataq ues às políticas errôneas e censuráveis ela Comunidade E uropé ia, ela defesa ela propriedade privada e ela livre iniciativa. Seu desprestígio crescente eleve-se principalmente a atitudes insensatas, como duas visitas a Saclclam Hussein em 2002 e promoção ele um c lima ele dissensões internas em seu partido. O e leitorado o pu niu com uma drástica diminuição ele votos - ele 26,93% para I O, 16%, red ução ele 62,27%. JANEIRO 2003 -
grama de restrições em matéria de aborto, eutanásia, "dire itos" dos homossexuais e abuso de menores. Agradou muito ao e leitorado uma peregrinação que Schü ssel fez a pé - al guns meses antes da cri se política que provocou a convocação das últimas e le ições - acompanhado de algun s me mbros de seu governo e de seu partido, ao Santuário de Nossa Senhora Padroeira da Áustri a, Mari azell , que leva o significativo títul o de Grande Mãe da Áustria, Rainha da Hungria e Senhora dos Povos Eslavos. Ade ma is, soube e le cercar-se de colaboradores hábe is como o mini stro das Fin anças (FPÓ) Karl He inz Grasser, que adoto u um programa de contenção de despesas co m o obje tivo de so luc io nar pl enamente a situ ação de déficit exi ste nte no o rçamento da nação. Embora tenha, para isto, cortado benefíc ios soc iais, Grasser foi o político que obteve mai or índice de aprovação e m pesqui sas de opini ão: cerca de 70%. Efetuo u muitas privati zações. També m co ntribuiu a habilidade co m que Schüssel enfrentou a opos ição da mídia internac iona l, e de diversos gove rnos da Europa e do resto do mundo, à sua a i iança com o partido de Haider. Neste campo destaco u-se a atuação da Mini stra de Re lações Exteriores, Bcnita Ferrero-Waldner.
Catolicismo - Mas esta orientação nazista goza de apoio no eleitorado austríaco?
Carlos E. Schajfer - Eu diria que, de ntro do ele itorado austríaco, tendênc ias nazistas são realmente muito pequenas . A índole do povo austríaco, profundamente católico, é diametralmente oposta ao modo de ser nazista. Em todos os países, pelo me nos res idualmente, tais tendê ncias ex iste m, até mesmo no nosso tão cordato Bras il. Neste sentido ex iste m também na Áustria. Mas o povo austríaco é tendente a resolver por modos pacíficos seus co nflitos internos e externos, é extre mame nte afável e hospitaleiro - de uma cortesia e legante, que chega a surpreender os visitantes - , freqüentador ass íduo de cafés e confeitari as, sempre alegre, pronto para festejar qu alquer ocas ião que se apresente, com saborosa comida, vinhos suaves ou abundante cerveja, música animada e trajes tradicionais pitorescos e coloridos. Tudo isso é diametra lmente oposto ao modo de ser nazista : autoritário, brutal, prepotente, anti -católi co, amante das core pareias. Catolicismo - A que se deve o êxito excepcional do partido de Wolfgang Schüssel nas últimas eleições?
Carlos E. Schajfer - Em prime iro lugar, aos desatinos de Haider, que des iludiu seu e le itorado fazendo-o inclinar-se para o Partido do Povo. Isso era, a li ás, mais uma prova ele que não votava e m Haider por causa de suas possíve is s impati as para com o nazismo. E m segundo luga r, pelo fa to de Schüssel, católico prati cante, ter adotado um pro-
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CATOLICISMO
Catolicismo - Há outros aspectos do governo "Agmclou muito ao eleitomdo uma pe1·egri11açãu que Schiissel tez a pé, acompanhado de alguns memhros ele seu particlo, ao Santuál'io ele Nossa Senhora Padroeil'a da Áustl'ia, Mariazell "
de Wolfgang Schüssel que o ·sr. julga conveniente ressaltar para nossos leitores?
Carlos E. Schaj]er - Outro aspecto interessante da atua l políti ca govern amenta l é o da segurança externa da Áustri a. De pois da Segunda Gue rra Mundi al, o país ass umiu uma pos ição de neutra li dade, signifi ca ndo que, e m caso de conflito internac io nal ou de a meaça terrorista, te m que se defe nder por seus própri os meios. Para isto, o governo adotou um prog rama ele modernização das fo rças armadas; es pecialmente da avi ação, fato que está sendo muito atacado pe la esque rda. Há ta mbé m, e é prec iso di zê- lo, as pectos muito negativos na atuação cio governo. Um cios principais é o apoio quase sem restrições às políti cas da Comunidade Européia. Esta vai gradualmente eliminando a auto nomi a política e econômica dos Estados-membros e impondo o ri entações inaceitáveis do po nto de vista da moral católica em questões como aborto, "direitos" dos homossex uais, equiparação e ntre ho mens e mulheres, diri gismo no comérc io, na indústri a e na agricultura. O governo Schüssel está també m muito e mpe nhado na ex pansão da Comunidade Europé ia para o Leste e uro peu, a qual compreende a inc lu são de muitos pa íses do ex-bloco comuni sta, como os países bálticos, a Polô ni a, as Repúblicas Tche-
"Em matéria ele 11estimentas, ohse1·va-se uma volta aos trajes regionais, ta11to para homens quanto para mulhe,·es. Os trajes cios tiroleses, com seus L'amosos chapéus de peninha ou ele plwnaclws, são cios mais pitorescos"
ca e Es lovaca, a Hungri a, a Croácia e a Eslovênia. Isto poderá significar para a Europa uma catástrofe econô mica, por causa do baixo níve l econô mi co desses países e cio caráter muito menos disc iplinado, tanto de suas classes produtoras quanto políticas. M as muito mai s grave ainda do que isto poderá ser o desastre demográfi co e soc ia l. A inclü são destas nações na área dos tratados de Schengen (é o tratado que e limina o controle ele fron te iras de ntro da Uni ão Euro pé ia) poss ibilitará o livre trânsito de pessoas, o que ocas io nará a mi gração ele uma massa humana ele ma is baix o padrão cultural , alé m ele uma e ntrada de mão-deobra barata nos me rcados da E uropa oc ide nta l. Como conseqüê nc ia, o aumento do desemprego para os c idadãos desses países. Mais grave ainda do que isto será a mi gração da margin a lidade, do crime organi zado, da corrupção moral. Estas vagas humanas, tudo indi ca, entrarão e m choque com as po pul ações loca is. É um processo extremame nte artifi c ia l.
Catolicismo - Também de povos de religião muçulmana?
Carlos E. SchaJ]er - Sim . Por exe mplo, outra adesão que cri ará séri os pro ble mas adi cionai s é a ela Turquia. A Europa a inda é mac içamente cri stã, enqu anto a Turquia é muçulmana. Recentemente houve e leições nesse país, nas quais o partido laico, partidári o da separação e ntre governo e religião, fo i derrotado. Venceu um partido de orientação re ligiosa. Ta l partido apresenta-se como moderado, mas, observando-se o que ocorre no mundo islâ mico, não se sabe até quando durará tal moderação. A mi gração turca e curda (os curdos habitam a Turquia e o Irã) reforçará as instituições islâmicas j á de nsa me nte estabe lec idas em toda a Euro pa. Outro ponto que desagrada o e le itorado cató li co é que, embora o ÓVP te nha se comprometido a restrin gir a prática do aborto, a legalização cio "casa mento" ho mossexu al e o abuso de menores, as medidas prometidas ne m de longe sati sfaze m pl enamente as exi gênc ias da moral católica. E o povo au stríaco é dos ma is conservadores da Europa. Catolicismo - Que outros sinais desse conservadorismo poder-se-iam mencionar?
Carlos E. Schaffer - No ca mpo re li gioso, por exempl o, as tra nsform ações de ca ráte r moderni sta o u progress ista, ocorrid as la rgame nte e m outros pa íses após o Conc íli o Vati cano U, ava nça m de modo le nto na Áu stri a. Não é raro e nco ntra r ig rej as o nde a Mi ssa é ce le brad a pe lo sace rdote vo ltado para o alta r; é muito freqüe nte a co munh ão ser dada sobre a lín g ua, e não na mão; a mú sica profana durante as cerimô nias é muito rara ; boa parte dos sacerdotes usa m os cha mados paramentos rom anos, decorados com símbolos re ligiosos co mo a cru z, ra mos de tri go o u cac hos de uva, pinturas de Nossa Senho ra ou de santos. Não é pequeno o número de sacerdotes e seminari stas que procura m voltar às fo rmas litúrgicas pré-concili ares. E isso a tal ponto que já se fa la de uma nítida divi são existente no c lero a esse res pe ito. E m matéri a de vestimentas, observa-se uma volta aos trajes regionais, tanto para homens quanto para mulheres. É grande o número de lojas espec ia li zadas nesse sentido, que tê m aparecido e m todas as c idades. Há trajes tanto para o quotidiano quanto para ocas iões de grande cerimônia, muito de li cados e elegantes. Os traj es dos tiroleses, com seus fa mosos chapéus de peninha ou de plumachos, as calças até os joelhos conjugadas com meias compridas etc., são dos ma is pito rescos. • JANEIRO 2003 -
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Que·lições tirar de 2002? U ma visão retrospectiva do panorama mundial ao longo de 2002 facilitará uma reta compreensão do novo ano, que se inicia em meio a brumas de incertezas. Mas, ao mesmo tempo, surgem sinais de esperançosas mudanças. Elas emergem de um mundo que, tendo rejeitado os valores morais, abandonado a "casa paterna" e mergulhado no gozo da vida, começa a admitir que a solução para o caos e as crises atuais consiste em retomar o "bom caminho", à maneira do "filho pródigo" do Evangelho. li, ALFREDO M AC H ALE
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cabo ele um ano, nada mais natu al ci o que um retrospecto ele seus principais acontecimentos . Tanto vi sando obter ensinamentos para o novo ano como para averi guar se surgiram, ou se estão em vi a ele despontar no hori zo nte, peri gos ele monta para a C ivili zação Cri stã. É o que procurar emos fazer aqui , especialmente no tocante à cri se em que se debate o mundo e às reações que contra ela se leva ntam. Tantas vezes o f ez nas pág inas ele Catolicismo, com cl arividência e acerto ini gualáveis, o Prof. Plíni o Corrêa ele Oliveira. 2002 foi marcado, a exempl o ci o últi mo quaclri mestre ele 2001 , pelo i mpressionante impacto ela derrubada elas torres gêmeas ele Nova York e cio atentado ao Pentágono, no dia 11 ele setemb ro. M as as formid ávei s estru turas cio World Trade Center não ca íram sós. Com elas desabaram critéri os, mitos e otimi smos que dominavam as mentes ele incontáveis oc identais, que não queriam olhar ele frente um a rea lidade: a ex istência ci o mal. A partir ele então a vi são preponderante ci o mundo transformou -se profund amente, apesar ele muitos terem, no princípi o, jul gado erroneamente que esse f enômeno seri a ef êmero. Com vi stas a ti rar um melhor proveito desta análi se, convém voltarm os por um in stante os olhos para o acontecido no mundo nas décadas anteri ores. Nelas, a civili zação oc idental e cri stã sofreu
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ameaças e ataques contínuos ela seita comuni sta, sem que amplos setores ela opi ni ão públi ca tomassem suficientemente a séri o tal ofensiva.
.O urnnte décaclas, o mundo obstinou-se em capitular
Após o 1 1 de setembro de 2001, em alguns setores da opinião pública começa a aparecer, como solução para o caos, a volta aos valores morais, à maneira do filho pródigo do Evangelho. ,..
Até setembro ele 2001 , podi am ocorrer as maiores tragédi as, os crim es mais hedi ondos e as pi ore conspirações ou tud o junto, num sini stro torvelinho em que milhões ele homens ele todas as latitudes, especialmente ele certas classes diri gentes, dei xassem ele pensar, ele modo otimi sta, na bondade superl ativa ci o ser hum ano e em seu progresso rum o a uma suposta era ele prosperidade e concórdi a. Parti a-se cio pressuposto ele que todos os problemas cio mundo reso lviam-se por si mesmos, desde que os homens soubessem transigir e acomodar- e, desfrutar as vantagen ela vicia modern a, decorrentes ela técnica, e aceitar di stribuí-las, tirando ci os que têm mais para dar aos que têm menos. A s objeções cios que ass im pensavam eram sobretudo contra a exi stência ele cles igualclacles, espec ialmente no as pecto sóc io-eco nô mi co . E ra o mito igualitári o, j á tantas vezes des mentido mas sempre cintil ante. Esse otimi smo cru zou ele ponta a ponta o século XX, apesar ele ter sido esta centúri a a que mai ores catástrofes acumulou ao longo ela Históri a: as duas grandes i guerras, as mai s amplas e cruentas ele ;1 ~~ todos os tempos; o comuni smo, ,,rl · ·
dos anos 80, a um a situação in s uste ntável no próprio âmbito sov iético e cair sob o impacto das ondas de desconte ntamento das populações que e le esmagava . Fracassado Marx , co meçou-se a co nstruir no Ocidente um o utro mito a nte o qual capitular - o de Maomé- uma vez que o mundo muçulm ano, prestigiado pe la riqueza do petró leo, se tornara moderno e prós pero Além do petró leo abundante e de mei os financeiros g igantescos, hav ia no mundo muç ulm ano, uma o utra face: a das imensas populações, por vezes de uma agress ividade frenética e feroz, cuj o cresc ime nto galopante e as consta ntes mi grações ameaçam cada vez mais as nações européias, em franca decadência demográfi ca. Essa força dos muçulm anos é muito mitificada.. E m primeiro lugar porque, se os Estados Unidos e a Europa dependem em boa medida do petróleo do Oriente Méd io, essa região, por sua vez, depende das potências que o compram, e entrari a e m profunda cri se, caso esse co mérc io cessasse. Depoi s, porque a força do islami smo não prové m de uma índole homogênea, compacta e di nâmica, mas ele uma cadeia de arti cul ações de setores muito diversos entre si, a qua l se foi fo rmando através de décadas ante a indo lênc ia do Ocidente, mas que não se conserva intacta quando este toma a ofensiva . 1
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império mais sanguinfü-io, mais antinatural e mai s impune como jamais existiu; os genocídios mai s extensos e brutais; as epidemias mai s incuráveis e de ori gem mais abjeta; a crise moral mais generali zada e galopante, que não poupa nem mes mo mi lhões de vidas inocentes através do crime do aborto. Enfim, tais fatos não basta ram para trazer o gênero humano de volta à realidade, fazendo-o ver os abi smos em que ele cai quando se afasta da Lei de Deus, da sabedori a tradicional da Santa Igreja CaLólica e dos costumes da Civilização C ri stã. O mundo foi erodido pelo ateísmo prático, pela obsessão do gozo da vida, pela indiferença moral e pelo esquecimento da verdadeira doutrina da Igreja. De tal modo que, hoje em dia, os erros mais crassos e variados têm livre curso em quase todos os ambientes, mesmo religiosos.
Indulgência ante o comunismo e o terrorismo Aos adeptos desse otimismo, custava crer que pudesse ex istir no mundo uma verdadeira ofensiva terrorista, e que o ódio fa nático seri a capaz de ameaçar a civilização ocidental - lo ngínqua re manescente da Civilização Cristã - com desej os de e liminá-la completamente . Quando ocorriam , os atos terrori stas não produ ziam uma indi gnação à altura. Foi tal estado de espírito que impediu sere m tomadas prev iamente as med idas para ev itar os atentados de 11 de setembro, po is ac reditava-se que os mes mo "j a ma is aconteceri am" .. .
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CATOLICISMO
Mais. Quando os fatos tornavam-se irrecusáveis, e patenteavam por exemplo o fa natismo da seita vermelha, muitos achavam que este podia afetar tanto os defensores ele posições fa lsas quanto os de verdadeiras, tanto os transgressores quanto os guardiões da le i. Olhavam por vezes, por incríve l que pareça, com ojeri za para estes e com indulgência para aqueles. Os personagens mais funestos do sécul o, como Lênin, M a.o, Stalin e Hitl er, fo ram obj eto de uma profunda e muito clifunclicla indul gê nc ia du ra nte muitos anos, apesar ele terem sido responsáveis pe la morte de milhões de pessoas. Isto sucedeu porque o mundo não qui s abrir o. olhos para a realidade, só a reconhecendo, e mesmo ass im e m parte, depois ela morte eles es sanguinári os . Os terrori stas, em âmbito restrito, vieram depois representar o que aq ueles sini stros governantes foram em nível muncliaJ , gozando também de notória indulgência em muitos ambientes. Ba. ta citar o exemplo do IRA, na Irl anda, c laramente marxista, e cujos adeptos são recrutados em ambientes católicos. Sua princi pal fonte de renda foram, durante décadas, os descendentes de irlandeses estabelecidos nos Estados Unidos, que não se assustavam diante dos assassinatos, atenta.dos ou extorsões cometidos por taJ movimento terrorista.
Mundo capitalista alimentava a tirania comunista Na política internacional, a indul gênc ia dos governos ocidentai s e m re lação
aos co muni stas estendeu-se também durante décadas, favo recendo a queda de nações inte iras sob o domínio vermelho . Ao mesmo tempo, governantes de reg imes j á submetidos ao Kremlin recebiam do Ocidente vultosas aj udas econô micas. Propiciava-se ass im aos tiranos consoli dar-se no poder e oprimir, med iante um regime in íquo, suas populações indefesas. De certo modo, pode-se dizer que a fo rça cio co muni smo estava no mundo capitali sta, poi os líderes oc identais, tíbios e indifere ntes ante o legado cri stão que deveriam proteger, tornavam- e com freqüência protetores de seu inimigo mortal , áv idos de transigi r com e le e indulgentes com seus crimes. Imed iatame nte antes do advento do com unismo, em 19 17, a Divina Providência qui s advertir a humanidade, através das aparições de Fátima, cio imenso mal que estava para suceder, a fim de que os fi é is não se deixasse m enganar nem arra -tar. E, de fato, as graças dessas apa rições foram de s uprema eficác ia para proteger a Santa lg reja e a Cristandade, mas a correspondência a e las esteve longe de ser grande, e os erros co muni stas penetra ram profundamente até mesmo nos ambientes católi cos.
Den·ucada clu comunismo - sm·ge o mito maometano Apesar de toda a ajuda ocidenta l, o com uni smo fo i arrefecendo seu ava nço no mundo livre, ao mostrar-se incapaz ele riva li zar com ele. Até chega r, em fins
tame nte o que poderi a co locar os Estados Unidos e o Ocidente ele j oelhos diante dos muç ulman os. O terrorismo islâmico qui s também aprese ntar os pil otos sui c idas como um recurso supre mamente efi caz e muito difícil de ser ne utra li zado, justamente para provocar uma capitul ação. M as, e m rigor de lógica, o recurso aos sui c idas é muito ma is um sinto ma de ação desesperada, revelador el a fa lta ele me ios mai s idô neos para a g uerra ; e pode ser totalmente superado, como ele fato o foi.
Setembro de 2001: inicia-se uma muclança Sem e mbargo, o efeito do ataq ue terrorista fo i o oposto, gerando indignação praticamente unânime na opinião pública norte-americana e, por extensão, em influentes setores ele todo o mundo. Com
a derrubada das torres gêmeas e ataq ue ao Pentágono , manifesto u-se a alegria brutal e si ni stra de alguns punhados de terroristas, e também daqueles que não lançam bombas mas desejam que outros o façam (houve, e ntre nós, quem afirmasse que deveriam ter sido destruídos vários Pentágonos), e fez-se luz para incontáveis ingênuos, que até então não acreditavam na possibilidade de um atentado brutal como aque le. Formou-se ass im um consenso quase universal - ao qual até as esq uen.las Liveram de unir-se - sobre a necess idade não só de uma severíssima reta liação, mas de verdade ira guerra para conjurar a ameaça. Essa operação bé lica tardou menos de um mês em começar. Os pacifi stas insistiam que o presente conflito seri a interminável, sa ngrento e ineficaz como o cio Vietnã, e que ma is valeria não iniciá- lo;
À direita : descoberta recente de restos mortais de soldados norte-americanos em território vietnamita. Abaixo, soldado americano em helicóptero atua no Afeganistão
lnvesticla islâmica contra o mune/o ocidental Além do mais, e mbora o potenc ial de destruição dos muçulmanos seja inegavelmente gra nde, sua coesão e sua fo rça construtora e orga ni zaliva são mínimas, sobretudo sem a cooperação ocidental. Por fim, a em igração de muçulmanos para a E uropa é, de um lado, efeito do contraste entre a prosperidade européia e a mi sé ri a das massas muç ulm anas; e de outro, do estancamento demográfico europeu2 e do conseq üente déficit de mãode-obra, ass im como de certas tendênci as de autodemolição cultural ali presen tes, que ensejam a abertura das portas aos islamitas. Co mo tudo isso é si le nc iado pela grande impre nsa, que tanto exa lta os ini migos da C ivili zação C ri stã, d ir-se-ia que o atentado ao World Trade Center era jusJAN EIRO 2003 -
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que os islamitas formari am uma\ imensa cadeia de so lidariedade par acabar com o Oc idente, o qual terminari a sucumbindo. Obviamente, ao afirm ar isso, omitiam que os Estados Unidos nos anos 70, então corro ídos pe la quimera di ste nsioni sta, retira ra m-se do Vi etn ã porque a Casa B ra nca nunca qui s ganhar aque la guerra, perdida muito mais nos círc ul os po líticos e dipl o máticos de Was hington e Nova York do que nas selvas do sudeste as iático. Na rea lid ade, para lançar o contraataque ao te rrqri smo is lâmi co fora m necessári os vári os passos prévi os: reforçar diversas a li anças desgastadas por o ito anos de inérc ia da era C lin to n; restabelecer e aprimorar os serviços de segurança e inteli gênc ia numa impostação de verdade ira guerra, e não de uma paz qui méri ca; faze r sentir a todo o mundo que a ofensiva contra a Al-Qaeda, os talibãs e cúmpli ces não admitiri a indec isos, tíbi os e neutros; e aca bar co m os restos de otimi smo ex istente e m muitos setores dentro e fo ra dos Estados Unidos, e m virtude do qua l o Oc ide nte não se ac hava psico log ica me nte preparado para o desafi o.
Ataque al'l'asa,lor ao te1'1'orismo islâmico Po r fim , a guerra contra o regime talibã e a Al-Qaeda teve início num domingo, 7 de outubro de 200 l - simbol icame nte fes ta de Nossa Senhora do Rosário - data e m que se comemorava também 430 anos da bata lha de Lepanto, por me io da qual o poderi o islâmi co fo i desmante lado pe las nau. cató licas no Go lfo de Corinto. Guardadas as proporções, os resultados atuais não fo ram muito di versos que os de então, para a. hostes de M ao mé: resistênc ia quase nul a por parte dos terrori stas; número ínfimo de baixas entre as tropas a mericanas; pouca solidariedade aos talibãs por parte das demais nações islâmicas; e alguns atos terroristas como resposta, em número e fo rce de .fi·appe mui to in fe ri ores ao que se temi a. Ou sej a, deu-se neste caso o que é comum nos ataques terrori stas : quando a vítima não se de ixa dominar pe lo terror e res pon le adequ ada me nte, os ataca ntes foge m e se escondem, cessa m o u dimi nue m muito sua investida. [sto po rque cada ato novo ensej a uma retaliação, e é fo rçoso esperar que esta cesse para que sej am re inic iados os ataques.
Ademais, quando uma nação cô nsc ia de seus direitos lança uma guerra justa, os governantes que ass im procede m ga lva ni za m a opini ão de seus súditos, conqui stam ali ados e intimidam o inimigo, máx ime se este se limita ao ataque c landestino e criminoso. A guerra ao terrori smo fo i composta por uma série de ações serenas e arrasadoras, de técni cas so fi sti cadas e de execução assé ptica, que de ixo u os terrori stas sem outra opção senão esconder-se e di spersar-se, abandonando o pró pri o regime fa ntoche com que tirani zavam o Afegani stão.
A co11ua-0J'e11si\fa america11a 11ão po,le arrefecer Entretanto, devido à tática terrori sta, especialmente numa nação com muito de tribal como é o Afega ni stão, a poucos meses de cessados os bombardeios constatouse que uma coisa é vencer, outra é dominar; uma é invadir, outra é governar; uma é encontrar aliados circunstanciais, outra é mantê-los de modo permanente; uma é a disposição bélica em caso de vitória, outra é se esta demora em concretizar-se. Em s uma, o sad io be li c is mo norteamericano - ou seja, a fibra mora l de
O enriquecimento dos países árabes coincidiu com o ressurgimento do expansionismo religioso muçulmano, que tem Meca (segunda foto) como centro . O exemplo marcante desse perigo é Saddam Hussein (na foto , com uma arma na mão) .
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de fe nder-se qu ando injusta mente atacado - pode ter servido de grande lição para o mundo moderno. M as, se qui ser ele fato vencer, o Oc idente cristão deverá crescer e requintar-se ainda muito mais, po is o inimi go que e le enfrenta é cios ma is difíce is e de morados em de rrota r, e hél c inco séculos está à espre ita do momento de retomar o assalto .
Gmdual recomposição da rede terml'ista tio Islã No decurso de 2002 houve, à margem dos incontáve is lances do confli to árabeisraele nse, nume rosos ato terro ri stas em diversas partes do mundo, a mai ori a deles no contex to cla jihad islâmica (guerra santa), aos quais . e acrescentara m repeti dos sinais de alarme por outros ataques prováveis ou iminentes. Ta is atos mostraram que a vi o lênc ia muç ulmana - ao menos a fund amentali sta - está ati va e pre pa ra di ve rsos o utros ate ntados e m qualquer parte da Terra, qu ando menos se esperar, seguindo tão-só a norma de que, quanto mais mortes, co moção e terror causare m, tanto me lhor. Os líderes ela AI-Qaeda e dos 1alibãs, na sua grande maiori a, não fo ram pre-
sos, fe ridos o u mo rtos . E, se por a lgum te mpo pe rderam parte cios a li ados, pe lo menos no sentido operati vo, os vão gradua lmente reconqui stando. De tal mane ira que, se os Estados Unidos não redobrare m seus esforços para estabe lece r paul atina me nte um a ve rd ade ira orde m no caotizado Afega ni stão e vízinhanças, e a seu modo em outros ampl os seto res cio Ori e nte Médi o, co rre seriame nte o ri sco ele de ixar o triunfo final e m mãos dos inimi gos. lsto s ig nifi ca exa min a r, a fund o e meti cul osa me nte, se a partir cio I J ele sete mbro a conduta cios ali ados cios Estados Unidos no Oriente Médio fo i ou não o que de les se esperava. Po is é vital desmante lar o esquema ele cumplic idades ele mu ç ulm a nos ditos rnode ra d os , qu e apó iam outros mais radicais, e ass im sucess ivame nte, numa cade ia cujo benefi ciári o fin al é o terrori smo islâmico.
Ol'e11sfra tliplomática a caminho ele ata<1ue bélico Ao mes mo te mpo, nos a lbo res ele 2002 era desencadeada a ofensiva dipl omática cios Estados Unidos co ntra o Iraque, não somente por sua articul ação com
terrori stas, mas també m pela alegada posse ele arm as ele destruição e m massa atômicas, quími cas e bacte ri ológicas ac umul adas, segundo tudo indi ca, desde que fo ram s uspensas em L998 as inspeções da ONU . Tal ofensiva de ixava claro q ue, se as autoridades iraquianas qui serem ludibri ar ou opor obstác ulos de qua lque r natureza à rea li zação dessas inspeções, começará um a invasão armada norte-americana. Dez anos de po is, toca aos Estados Unidos pagar pelos efeitos elas vacilações, debilidades e tibi ezas havidas durante a Guerra cio Golfo, na qu al não se quis pôr fim à ti ra nia de Sadda m Hussein. Tratase agora de conduzir uma po lítica firme, pois, caso as anti gas vacilações persistire m, poderão condu z ir a uma situação a inda mais g rave, que custari a certamente um conflito muito mais cruento.
Opinião pública, agretlida, começa a tlespertar Também em sua atitude contra Saddam Hussein o Pres ide nte Bush encontrou apoios <le que antes não dispunha: na op inião pública no rte-a mericana, no Congresso, no Conselho de Segurança da
Nos Estados Unidos foi se configurando o panorama que oscila entre um belicismo calculado e certo pacifismo (manifestação abaixo) que rejeita a guerro contro o Iraque.
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ONU , junto às nações aliadas d~ Comunidade Européia e do Oriente Médio, e mesmo da Rúss ia e da China. É be m verdade que alg un s desses apoi os não são incondiciona is. Em certos casos, para obtê-los, o Presidente Bush teve de moderar seus projetos. Mas com isso foi-se formando uma frente que osc il a entre um be lic ismo ca lcul ado e meras medidas de pressão (que o reg ime iraqui ano j á se mostrou hábil em contornar). À medida que Bush conqui stava aliados, o regime iraqui ano teve que ir cede ndo, ante a ameaça _de uma invasão arrasadora. Mas não há sin ais ele que tais concessões sejam muito mais do que verbais. Como já sucede u anteri ormente, é provável que mais cedo ou mais tarde as inspeções encontre m entraves e te nha iníc io o conflito. Na perspectiva da bu sca de aliados úteis na guerra, Bush obteve aprovação - inclusive do Partido Democrata, que julgou ma is prud ente conco rd ar, para ma is tarde não vir a ser ac usado pe la o pini ão públi ca a nte eventuais fracassos - para e ri g ir um super-orga ni smo de inte li gênc ia e seguran ça, a fim de manej ar o conjunto de info rm ações e operações secretas.
O alto preço <lo "apoio " russo e cllinês Há também sombras no quadro, sobretudo pe la inclusão da Rú ssia e da C hina entre os aliados procurados pelo Preside nte Bush. Pois os govern os dessas nações quiseram uma contrapartida e obtiveram o apoio dos Estados Unidos em diversas matéri as, algumas de las muito questi o náve is. Nesse sentido, foi muito ilustrativa a atitude dos dirigentes ocidentais, de tota l solidariedade ao governo russo por ocasião do desastrado - para di zer pouco - resgate de re féns no Teatro Dubrovka, e m M oscou, do minado por chechênios. Aliás, con tituiu fato choca ntíss imo a frieza metáli ca co m que fora m sacrificadas dezenas de vítimas e depois negado auxílio médico aos sobreviventes. Tal fato tei"ia signifi cado, para qualquer o utro governo, críticas intermináveis e veementes; mas, para Putin , não custou senão uma lacônica e simpli sta declaração ele ufania, que recorda o puro estilo ela KGB. CATOLICISMO
Mudanças no PC cllinês, ou mera mctamol'losc? Po r sua vez, a China promoveu recentemente mudanças e m seus próprios quadros ele liderança, numa operação tão rápida quanto mi steri osa. Máxime por implicar, ao menos na aparênc ia, uma mu tação total na ori entação do regime, que teria aba ndonado seu caráter proletário, brutal e despótico para assumir uma índo le prag mática e procl utivi sta. Sempre, é c laro, graças à proteção elas potênc ias ocidenta is, num clima de crescente g loba li zação. Acentua-se ass im , a cada dia, o j á gigantesco apoio econômico-financeiro das nações livres, lideradas pelos Estados Uni dos, à singular e suspeita transformação chinesa, que inclui a aceitação da " iniciativa privada" na sociedade com do mínio comuni sta. De modo que capitalismo e totalitarismo se ali am para oprimir a desa mparada população local. Até o dia em que o Estado chinês tiver se fortalecido o súficiente para prescindir de tais apoios e enfrentar seus benfeitores de hoje.
Fortalecimento conservado,· cm matéria <lc costumes Junto com a reação norte-americana ao terrori smo, cresceu també m a fo rça conservado ra e m matéria de mora l ecostumes, com apoio a pos ições que, alguns anos antes, seri am consideradas inconcebíveis. Por exemplo, a promoção da castidade e ntre jovens adolescentes para impeclir a difu são da AIDS, as restrições à limitação da natalidade e ao aborto, a opos ição ao chamado "casamento" homossex ual e à legalização de certas drogas, be m como a suspensão de ajudas com fund os federais a entidades que favorecem costumes libertinos. Infe li zmente, essa pressão conservadora e morali zante provém muito mais de ambientes protestantes cio que ele c írculos cató li cos. O c lero norte-ameri cano sofre as mes mas más influê ncias progressistas que no resto do mundo, e com isso os fiéis se ressente m ela falta ele uma fo rmação mora l adequada. O que significa, no caminho de um pos. ível rev igoramento mora l, a presença pouco atuante da sabedori a milenar ela Santa Igrej a. Sabedoria esta que, só ela, poderia dar um impul so ao mes mo tempo firm e e
matizado a manifestações por vezes estridentes, mas que não reso lve m de todo o proble ma. Neste sentid o é altame nte meritóri o o esforço ela TFP norte-americana a fim ele constituir uma força católica conservadora muito mai s atuante, para comunicar o justo eq uilíbri o ao necessário revigoramento moral da náção.
A histól'ica vitória do Partido Republicano Com tão candentes temas em discussão, somados à guerra ao terrori smo, o Partido Republicano conseguiu , há pouco, uma grande vitória e le itoral. Seu sucesso nas urnas foi obtido apesar cios problemas recentes na econo mi a norte-americana e mund ial, do declínio cios fundos ele aposentado ri a, cios escânda los em importantes grupos empresaria is e ela limi tação cios gastos sociais, que levaram numerosos órgãos de imprensa a vaticinar o contrário. Com isso, os republicanos reconqui staram o controle do Senado e aumentara m sua ma iori a na Câ mara, de modo a permitir ao Pres idente Bush a aprovação ele sua política, tanto e m matéria inte rnacional como em relação à moral , vencendo a opos ição dos parlamentares democratas. Estes últimos parecem de ixar-se liderar pelas correntes ma is esquerdistas, o que pode diminuir ainda mai s o enrai zamento cio prutido na opinião norte-americana. Tudo leva a crer que a age nda conservadora se acentua rá e ga nhará ainda ma is apo io ela po pul ação, te nde ndo a influe nc iar no mesmo sentido outras partes cio mundo. De modo que -coisa im prevista há a lgumas décadas - o peso internac iona l dos Estados Unidos deixa de ter o rie ntação progressista, libe ra l e mode rni sta, passa ndo a ser primordial mente conservado r nos dois as pectos já anali sados.
Fol'talccimcnto da -dil'cita cm nações européias Pari passu com a reação conservadora norte-a meri ca na, nos últim os anos começaram a surg ir movimentos análogos e m diversas nações e uropé ias, entre as quais Espanha, Áustria, Itália, Portugal e França, onde houve retumbante vitória do centro-d ireita e fracasso estre pitoso dos
sociali stas e comunistas. Análoga tendênc ia també m se manifestou na Holanda e na Alemanha, com o fortalecimento, nesta última, da coalizão mais conservadora dos soc ial -cristãos e de mocrata-cri stãos, a po nto de de ixru· a aliança governamental socialo-ecológ ica em situação precária e obrigar o chanceler Schrõder a atitudes concessivas ante os Estados Unidos e j á falar na realização de novas e leições. Por sua vez, os líderes trabalhistas ing leses há mais de uma década vêm cons iderando necessári o, pru·a conqui star o govern o e em seguida pru·a mantê- lo, deixar de lado os axiomas soc iali stas que outrora defendiam de modo obsessivo. A isso deve-se acrescentar a categórica solid ariedade do governo Bla ir com os Estados Unidos no plano internacional , especialme nte sob os pontos de vista bélico e diplomático. De modo que, embora as ori gens ideológicas do tra balhi smo fi zessem temer outra coisa, seu governo esforça-se por passar como de centro-dire ita pru·a conquistar popul aridade. Em suma, como panorama de conjunto, as nações mais importantes da Europa vão ass umindo uma posição de dire ita moderada muito diferente do sociali smo que promoveram o utrora. Tomam, por o utro lado, uma atitude de colaboração co m os Estados Unidos, sem por isso perder a sua alteridade. Tudo isso como conseqüê nc ia da reatividade conservadora que começa a despertar na opini ão pública européia.
A "csqucnla envergonhada" na Amé,'ica Latina Na América Latin a essa tendência conservadora se nota particul armente na Colôm bia e no desgaste generalizado que o comuni smo fide lcastrista vem sofrendo no Continente. També m a reação crescente ao governo Chávez, na Venezuela, engrossa essa tendência. Em sentido contrári o, apesar do grande desgaste do socia li smo, importantes nações optaram recenteme nte por governos de esq uerda recic lada, como ocorreu no C hile, Peru, Brasil, Equ ador, e há algum tempo na Venezuela, com líderes que ade re m a posições sociali stas mas sem in sistirem muito ne las. Pelo co ntrári o, procuram mostrru·-se flexíveis e pragmáticos para ganhru·e m as ele ições, constiJANEIRO 2003 -
tu indo o que podería mos chamar de "esquerda envergonhada". Vári os de les, que j á estão há al gum tempo no governo, têm provocado profun das decepções nas respectivas populações, quer por não conqui starem a prosperidade prometida ou por arbitrariedades cometi das, quer pe la corrupção que surge em decorrência cio rumo incerto e incoerente que to mam, dando ouvidos ora a um setor ele suas própri as bases, ora a outro.
A opinião plÍ/Jlica e as novas apal'ências Outros acabam de ser e leitos, mas já se tornam manifestas as tensões e ntre as ve lh as tendênc ias radica is marxistas de seus partidos e as recentes adaptações ao clima ela soc iedade liberal. E fi ca a desconfi ança ele que se preparam a fogo le nto as mesmas receitas soc ia li stas e iguali t;1rias, tantas vezes te ntadas, reprovadas e fracassadas . Até quando? Se o e le itorado ele cada país mostrar rej eição à política cios governos ele esquerda, como ocorre atua lmente na Ve nezue la, é poss íve l que os sucessores destes sej am mais conservadores . Mas os danos produzid os e ntrementes serão ele clifíc i I solução. Di ante di sso, o governo norte-ameri cano tem ass umido uma reação que j á é Grande concentração popular contra o Presidente Chávez na praça Altamira, em Corocas (dezembro/2002)
típi ca: a) osc il ar e ntre ex pressar bons votos, em tese, e manifestar apreensões pe lo que de concreto sucede; b) mostrar-se sati sfeito, po rque são res peitadas a formalidades democráticas, mas sem prestar muita ate nção às vio lações ele fund o; e) oferecer ajuda econômi ca, condici onada a que não se cometam di sparates na matéri a mas j á sabendo, por ex peri ência, que tais condições talvez não se cumpram; d) pro mover o di álogo e ntre os diversos setores, apesar de parecer cada vez mais uma di scussão ele surdos que não leva a nada, a não er a po líti cas incoerentes.
Globalização que leva a uma "1•epú/Jlica univel'sal" Durante 2002, fo ram tomadas numerosas medidas em prol ela g loba li zação, ta nto e m maté ri as eco nô micas qu anto políticas e jurídicas, tendentes a abolir as fro nte iras e a diversidade elas le is. Por um lado, teve in ício o Tribunal Penal Internacion.al, destinado a julgar pessoas acusadas ele genocídi o, torturas e outros crimes, e que não te nham sido processadas em suas própri as nações. Com isso, erode-se a soberani a de todas e las, po is começa r-se-á a di scutir, em cada caso, ·e os atos incriminados foram justos ou não, ampli ando-se inevitave lmente as faculdades desse tribunal.
Por outro lado, na Europa de ram-se diferentes passos no sentido ele ampliar a Uni ão E uropé ia: cios atu a is 15 países membros para 25. Dos novos integrantes, oito serão países cio Leste, que durante década viveram dominados pe lo comuni smo, e por isso imersos na maior mi séri a. Para incorporá-los, a Uni ão Européia procura seduzir suas populações com promessas ele grande prosperidade materi al, ao mesmo te mpo que lhes impõe leis gravemente permi ss ivas e m matéria ele moral e costumes, se me lhantes às infe li zmente j á ex istentes na Europa Oc ide ntal, como divórc io, limitação ela nata l idade, aborto, uni ão ho mossexua l etc. A degradação moral somar-se-á, assim , à deterioração psico lógica provocada pe lo col etivi smo.
Uma "camisa-ele-torça " para as nações Fina lmente, na América Latin a continua o impul so para a integração cios países vi zinhos, segundo as fórmul as j á conhec id as (Me rcos ul , Nafta e Pacto Andino) . Utili za m-se ta mbé m convê ni os come rc iais com países desenvo lvidos e meca ni smos ele controle finan ceiro exerc idos pe las in stitui ções multilatera is ele c rédito (BlRD , BID, FMI etc .). Co m isso, proc ura -se impor às nações um
Militares anti-Chávez assinam seus nomes na bandeira venezuelana, em manifestação realizada em Corocas (dezembro/2002)
rumo co mum , sobretudo no aspecto econômico, para de pois este nder-se ao políti co e jurídico. Como fen ômeno de conjunto, operase e m ambos os continentes uma integração gradual , que co meça com um as pecto mas vai abarcando rapidame nte mui tos outros, à mane ira ele uma cami sa-cleforça. Com gove rnos que promove m o socialismo e a amoralidade, as nações vão tomando esse rumo sem se dare m conta de que é algo dificilmente reversíve l. De ta l sorte que, se um futuro governo desejar to mar mai s ta.rele um ca minho oposto, dar-se-á conta ele que seu país ass umiu compromi ssos e ass inou convênios mui to árduos ele serem desfe itos, que difi cultarão ou parali sarão o movimento em sentido contrári o. Se um grupo ele nações tivesse estabelecido um convêni o para se preservar cios vícios típicos ela vicia contemporânea, ou res istir ao neopaganismo moderno e à sua co nseqüente degradação mo ral, ta l convê nio levantaria um intérmino alari do internacio nal pe la simples ex istência dessa articul ação, que seria qualificada ele " retrógrada" . Mas, como o pacto tem um sentido contrári o - ou sej a, revolucionário e ele fundo anti cri stão - quase todos os diri gentes do mundo atu al o julga m no rma l e não levantam contra e le qualquer obj eção ele fund o.
OlhaJJ(IO para o fütul'O: apreensões e espeJ'anças Como se vê, apesar ele a opini ão públi ca nos paí es mai importantes - denominados ele Primeiro Mundo - tomar posições conservadoras, em nosso Contine nte, que gostari a ele imitar aque les países, a esquerda manobra a fund o para evitar a eleição ele governo dessa tendênc ia. E isto através ele cri ses econô micas artifi c iai s, pe la de fecção de certos líderes etc. De modo que a esquerda busca - na hipótese ele um transtorno ma ior, como guerras ele medi ana ou grandes proporções, ou e ntão ele uma c ri se fin ance ira mundial - tornar-se forte nesta área cio mundo . Tenta assim evitar um a vitóri a conservadora co mpleta, transformando a Améri ca Latin a num basti ão ela res istênc ia soc iali sta. O júbilo das esquerd as pe las vitóri as obtidas através ele seu recente new look
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Sessão do Tribunal Penal Internacional , o qual constitui uma violação do princípio da soberania das nações
faz temer que as mudanças que ostentaram acabem por redu zir-se a aparências, as quais não tardarão em ser des mentidas pela realidade mais profunda. Se isso se confirmar, terá sido um desafi o à opini ão pública co m a qual se julgou necessário conte mpo ri zar. E virá então o momento cio despertar cios adormecidos e cio sobressalto cios inclo lentes, que poderão converter-se e m atores imprevi stos nesta quadra cio drama co nte mporâ neo, co m efe itos ainda mai s imprev isíve is. Nessa hipótese, não terá sido a primeira vez que promessas e ex pectativas fru stradas condu zem a um resultado tota lmente oposto ao desej ado. O s soc iali stas po de m so nhar co m eventu ais revides às derrotas sofrid as há 1O, 20 ou 30 anos. E ntretanto, se tentare m erradi car a índo le cató lica dos iberoame ri ca nos, proc urando la nçá- los e m conflitos sociais, quimeras igualitári as ou convul sões crônicas, muito provave lmente arrepender-se-ão. Po is os povos pl ác idos têm, com freqüência, reservas de indi g nação difíce is ele ativar, mas a inda mai s árduas ele apaz iguar.
Todo este panorama é abundante em incógnitas no plano natural. Por cima dele pairam os in sondáve is mi stérios da Providê ncia: graças, des ígnios, mi seri córdi as, esperas etc., ass im como as tramas cio demô nio e ele se us sequazes. Mas tudo nos col oca no campo cio imprevi síve l ao enunciar as expectativas para o ano que se inic ia. Pe rmanece poré m a certeza de que, para alé m dos conflitos, catástrofes e a meaças que possam suceder, tudo será para a maior g lória ele Deus, condu zindo-nos à aurora be ndita do Re ino de Mari a, prometido por Nossa Senhora de Fáti ma em 19 17. •
Notas:
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L Sob re as ligações ex istent es entre o terro ri smo islâmi co, o co muni smo internac ional, as guerrilh as marx istas e outros mov im entos cio gênero , veja-se o al'li go Rede de apoio ao terrorismo, que pu bli ca mos em Catolicismo, em j aneiro/2002. 2. A diminui ção assustadora ela popul ação européia eleve-se ao incremento cios meios anti concepcionai s e ao chamado " pl anej amento fami li ar" , qu e via el e regra co locam o bem-estar pessoa l ac im a cios va lores ela Rei igião, el a Civ ili zação e ela Pátri a.
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ternura, a solicitude de Mamãe Maria. As duas m.ães se confúndem em seu coração. Dom. Bosco será urn dos grandes campeões de Maria, seu edificado,; seu encarregado de negócios" 1• '/'alentos naturais e cliscel'llimc11to cios espíl'itos
São João Bosco, apóstolo da juventude F igura ímpar nos anais da santidade no século XIX, D. Bosco foi escritor, pregador e fundador de duas congregações religiosas, tendo sobretudo exercido admirável apostolado junto à juventude, numa época de grandes transformações. Dotado de discernimento dos espíritos, do dom da profecia e dos milagres, era admirado pelos personagens mais conhecidos da Europa no seu tempo. m PuN10
N
Na página ao lado, a mãe de São João Bosco, a Mamãe Margarida
CATOLICISMO
M ARIA
So uMEo
asc ido em Murialdo, aldeia de Caste lnuovo ele Asti , no Piemonte, aos dois anos ele idade faleceu-lhe o pai, Francisco Bosco. M as felizmente tinha ele como mãe M argarida Occhiena, que lembra a mulher forte do Antigo Testamento. Com sua piedade profunda, capacidade de trabalho e senso ele organi zação, conseguiu manter a família, mesmo numa época tão difícil para a Europa como fo i a do início cio século XIX, dilacerada pelas cru entas guerra s napoleôn icas. João Bosco tinha um irmão, dois anos mais velho que ele, e um meio-irmão j á entrando na adolescênci a.
Lar pobre e religioso; a mãe, exem/JIO de vil'Wdes A influênc ia ela mãe sobre o filho caçul a fo i altamente benéfica. "Pare-
ce que a paciência e a doce.firmeza de Mam.ãe Margarida influenciaram São João Bosco, e que toda uma parte de sua amenidade, de seus métodos qfâveis, deve ser alribuída aos ,nodos de sua mãe, à sua rnaneira de ordenar e de prescreve,; sem gritos nem lwnul10. [. ..] Margarida terá sido uma dessas grandes educadoras natas, que impõem. sua vontade à maneira de doce implacabilidade" [. .. ]. "João Bosco é urn entusias/a da Virgem.. Mamãe Margarida lhe revelou, pelo seu exemplo, a bondade, a
A Providência falava a ele, como a São José, em sonhos. Aos nove anos teve o primeiro sonho profético, no qual - sob a fi gura ele um grupo de animais ferozes que, sob sua ação, vão e transformando em cordeiro · e pastores - foilhe mostrada sua vocação ele trabalhar com a juvenLude abandonada e fundar uma sociedade religio a para dela cuidar. Extremamente dotado, tanto intelectual quanto li icamente, era um líder nato. Por is o, "se bem
pertences e o enviou a procurar trabalh o nas fazendas v izinhas. Assim o ado lescente perambulou pela região, se rvind o de ga rçom num café, de aprendi z ele alfai ate, ele sapateiro, ele marceneiro, de ferreiro, preceptor, tudo com um em penho exím io, que o levará depois a ensinar esses ofíc ios a seus "b irichini" 4 nas escolas profissionais que fundará.
que pequeno de estalura, linha força e coragem para meter medo em. companheiros de minha idade; de talforrna que, quando havia brigas, dispulas, discussões de qualquer gênero, era eu o árbitro dos conlen.dores, e todos aceitavam de bom grado a sen/ença que eu desse" 2, lirá eleem sua autob i ografia. Observador como era, aprendi a os truques cios saltimbancos e presl icligilaclores, ele manei ra a atrair seus companheiros para seus jogo e pregação, pois desde os sete anos foi um apósLolo entre eles. Possuía um vivo discernimento dos espíritos, co mo ele mesmo afi rm ou:
"Ainda muito pequeno, já es/udava o caráler de meus companheiros. Olha va-os na face e ordinariamenle descobria os propósitos que linham no coração" 3 . Essa preciosa qual idade depois o ajudaria muito no aposLolaclo com a juventude. Ó r fão ele pai , muito pobre para estudar para o sacerdóc io como preLen dia, e tendo sobretudo a incompreensão cio meio-irmão, que o queria no campo, aos 12 anos a mãe lhe pô obre os ombros um bornal com al guns
Depois cios cárceres, os hospitais foram os lugares onde pôde constatar que "grande parte das doenças eram
devidas ao vício ou àfalta de contmle sobre si mesmos e de higiene rnaterial e moral" 6. la principalmente à Piccola Casa delta Divina Provvidenza, talvez o maior hospital do mundo na época, fundado e dirigido por São José Bened ito Cottolengo. Que feliz época, diferente ela nossa, em que em uma mesma cidade convivem e colaboram três grandes sa ntos! Turim, como capital cio reino do Piemonte, começava a conhecer a industri ali zação. E com isso a atrair, como ai nda hoj e acontece com toda cidade grande, pessoas das mais variadas procedências à procura de trabalho. E os j ovens vinham às centenas. Sem família, entregues a si mesmos, se m nen hum gu ia moral, perdi am-se no vício e no j ogo.
!Is gramles obras ele Dom /Josco
l11teligê11cia e apremlizac/o da cariclacle Com memória prodigiosa, ele fo i semp re dos primeiros da classe até chegar ao sacerdócio. Recém-ordenado, Dom Bosco encontrou um guia seguro em seu diretor espiritual, São José Cafasso. Para ini ciá- lo no apostolado com os desgraçados, este o levou às prisões, onde
"logo aprendeu a conhecei· quão grande é a rnalícia e a miséria dos homens, mas também quc1111os tesouros Deus encerrou nos corações, e quantas maravilhas pode operar a graça quando a secunda a cooperação da vontade humana " 5•
Com esses adolescentes São João Bosco começará a trabalhar, reunindo-os em seus Oratórios Festivos e dando-lhes, primeiro, assistênc ia reli giosa e moral; depois, um albergue para centenas deles; e, por fim, proporcionando-lhes o ensino das letras e o aprendizado de profissões diversas nas Esco las Profissionais por ele fundadas. Dentre os melhores rapazes, escolheu vários para iniciar um a sociedade reli giosa que continuasse sua tarefa depois ele sua morte. Embora os tempos fossem difíceis para a Religião, obteve a aprovação ela Santa Sé para sua congregação dos Salesianos, e também a da autoridade civi 1, apesar das idéias anticlerica is desta. O sistema pedagógico ele São João Bosco fo i sem igual. À base de uma firme bondade, obtinha ele uma obediência e uma prontidão de seus "birichini", impensável entre rapazes de tão baixa co ndi ção e praticamente recémv indos das sa1jetas. Ensin ava- lhes a
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111111m
Para grandes males, grandes remédios
Noite, ou palavras edifi ca ntes aos meninos antes de eles irem dormir.
EscJ'evendo a rnis e imperadores
Acima : Basílica de Nosso Senhora Auxiliadora, em Turim . À direito : imagem dessa invocação no Basílica .
odi ar o víc io e a amar a virtude. Não tolerava a menor fa lta contra a modéstia ou outra virtude cristã.
"Poucos homens terá havido que tenham. odiado e combatido tanto o pecado. Até vertigens lhe produzia só nele pensa,; e muitas vezes se o ouviu exclcunar que preferia que se queimasse mil vezes o Oratório - que tan/os desvelos lhe havia custado - antes que nele se cometesse um pecado" 7•
Viven<lo de co11/iança na aj11<la sobl'em,w,·al A vicia de São João Bosco é um mil agre constante. É humana mente inexplicáve l corno e le conseguiu , sem dinhe iro algum , construir esco las, duas igrejas - urn a sendo a céle bre Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora - prover ele máquinas específicas suas escolas profissionais, nutrir e vestir mai s ele 500 rapazes numa época de carestia. Para Pio XI , "em. D. Bosco o so-
brenatural havia chegado a ser natural; o extraordinário, ordinário; e a legenda áurea dos séculos passados, realidade presente" 8. Quando mai s e le prec isava e menos possibilidade tinha ele obter
CATOLICISMO
dinheiro , apa recia alg um doador anô nimo para lhe dar a exata quantia neces itada. Mas ele e mpe nhava-se também em promover rifas, leilões e tudo que pudesse render algum dinhe iro para sua obra. Ed ucador ímpar, e sob re tudo eficaz diretor ele consciências, vários ele seus me ninos morreram em odor de santidade, sendo o mai s conhecido de les São Domingos Sáv io. Dom Bosco escreveu-lhe a biografia e a de vá ri os outros. N ecess ita ndo Dom Bosco ele ajuda para seu apostolado incip iente, não teve dúvidas em ir pedi-la à sua mãe, j á entrada na velhi ce e vi vencio retirada junto ao outro filh o e netos. Essa mulher forte pegou -a lguma roupa e objetos ele que poderi a necess itar, e, sem o lhar para trás, seguiu seu fi lho a pé, nos 30 quil ômetros que separavam sua vila de Turim. Tornou -se e la a mãe de tantos "birichini", aos quai s alimentava, vestia e a inda clava sábi os conselhos. Foi seguindo seu costume que seu filho in stituiu as bela. Boa
São João Bosco mantinha uma correspondência intensa, escrevendo para imperaclores, reis, nobreza, dirige ntes da nação, com uma liberdade que só os santos podem ter. Assim, transmitiu ao Imperador da Áustria um recado memorável de Nosso Senhor para que e le se unisse às potênc ias católicas, a fim de se opor ao poderio crescente ela Prúss ia prote s tante. Esc re veu també m à nossa Princesa ]sabei , recomendando1he se us sa les ia nos no Brasil. Ao rei cio Piemonte, prestes a tomar medidas contra a Igreja, a lertou-o ela morte que reinaria no palác io, caso isso ocorresse. Como o sobe rano não voltou atrás, quatro membros da família rea l se sucederam no túmulo, em breve espaço de tempo. São João Bosco morreu em Turim a 3 1 de jane iro de 1888, sendo canon izado por Pio XI em 1934. •
Notas:
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1. La Yarencle , Don Basco , Le Livre el e Poc hc Chréti en, Artheme Fayarcl, Pari s, pp. 15 e 2 1. 2. San Juan Bosco, Memorias dei Oratorio, Pri mera Fase, 1, p. 7, in " Biografía y Escritos", B.A.C. 3. lei. l b. 4. Plu ra l ele " birichino" - garoto, ga iato (Di zionario Portog hese- lt al iano, !ta l iano-Portoghese, Cari o Parl agreco e M ari a Ca tt arini , A ntoni o Yallarcli Edit ore, M il ano, 1960). 5. Pe. Rodolfo Fierro, SOB. Biograf'ía y Escritos ... , Introdução, p. 14. 6. lei. ib., p. 15. 7. lcl. ib. , p. 5 1. 8. D iscurso ele 3 ele abri l ele 1932, apucl BAC, op. cit. , p. 11.
Para grandes crises, uma grande "Cruzada" de orações á é possível in crever-se na Cruzada Reparadora do Santo Rosário acessando o novo site da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátim.a, não tardeis! : www.fatima.o rg. br.
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Diante das incertas perspectivas para o futuro do Brasil , nada melhor do que recorrer à intercessão ele Nossa Senhora. E a me lhor forma de recorrer é atendendo ao pedido que E la mesma fez insistentemente e m uas apari ções e m 1917: "Rezem o terço todos os dias". Por esta razão, a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fát.im.a, não tardeis! está empen hada na expansão da Cruzada Reparadora do San.to Rosário . A in scrição nesta C ru zada, por meio do novo site, permi tirá um acesso mai s fácil para um maior número de participantes.
Nesse site é po sível também que os participantes ela campanha agenciem uma visita da Imagem Peregrina ele Nossa Senhora de Fátima aos seus lares. Com este novo procedimento p,u-a mm·car o dia das visitas da Imagem, a Coordenação da Campanha pretende a lcançar a meta de 300.000 lares visitados pelas Imagens Peregrinas neste ano. Nestas visitas é rezado um terço pelos benfeitores e participantes da campanha e pelas intenções da Cruza-
da Reparadora do Santo Rosário.
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Seg undo o coordenador da campanh a, M arcos Luiz Garcia, as visitas da Imagem de Nossa Senhora são uma exce len-
Pedidos levados à Cova da Iria
l!m lodH $u1t t pM~6tt, tm ' "IMll, NHU Stnllort 11.i,1 11., ,.,. ,.,.,,,,., , r..ç, MH , ... t !H k dtlH ínt111fft<l t1 A ............ timo , tCOfflf ftkldot ptcadolH I lptr lltfflUl'4t
capaz de rem.edia.r as grandes preocupações que pairam sobre nossa Pátria. Para se ter uma idéia da eficácia dessa Cruzada, basta lemhrar o grande milagre que a Áustria alcançou em 1955, quando o Padre Petrus Pavlicek iniciou uma Cruzada de orações que reuniu 500 núl pessoas, as quais se comprometeram a rezar o Rosário honrando Nossa Senhora e pedindo-lhe a libertação do país, então sob o dom.ínio comunista. "Nossa Senhora de Fátima, por meio dessa Cruzada de orações, concedeu à Áustria um milagre comparável ao Milagre do Sol - a retirada das tropas comunistas russas. É.fora de dúvida que diante da alarmante situação moral e religiosa pela qual passa o Brasil será preciso mover tambérn. uma grande Cruzada de orações para livrar nossas.famílias e nossa Pátria da pavorosa decadência moral em que se encontra e do abandono da verdadeira Religião. E certamente alcançaremos essa graça, através da C ru zada Reparadora cio Santo Rosário, afirma convicto Marcos Luiz Garcia. •
Pelo sex to ano consecutivo, neste mês ele jane iro o coordenador ela campanha Vinde Nossa Se-
l! la prMI ltmbtfll UIII 91W16t O lll;o , u .. n.. hcluloHlt HU t - l h
PCJ1H0, otl11tlC1tnltt ptdkSo1 d1 ,te ..Çlo OOTt1( 0,lt~01 po1 No tu Stnholt clt F611mt, IHtc lum l tr lil tndidol I!, c«IOlll'lt • pr4prit M &t!M 0wt lndltOII, dtVtmo1 11u,1 o Ttrçt tm lf!I NIÇiO 01 oMM H lfOt IO mli (11lado Co11Çi0 c1t hl..-it t to StQ•.00 Cor~ k IH JH11t.
nhora de Fátima, não tardeis! ,
O11ç1 1 li" dl, O 91tndt 1p6'.11 lo llo Stnlll notMi., Slt LINt M11l1 G1lp lc,11 dt Mondou:
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Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
te oportunid ade para divulgar a Mensagem ele Fátima e ao mesmo tempo convidar os presentes a participarem dessa Cruzada. Com isso, pretendese obter um aumento ex traordinário no número de participantes. "O poder da Cruzada Reparadora é
Marcos Luiz Garcia, estará levando a Fátima, Portugal , mais de 40 quilos de folhinhas com pedidos de orações feitos pelos participantes da campanha, durante o ano de 2002. Tais pedidos serão colocados aos pés da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, no local das aparições . Na próxima edição de no sa rev ista, apre entaremos a cobertura completa da entrega desses pedidos. •
Podre Petrus Povlicek, promotor do Cruzado de orações no Áustria
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RENATO M uRTA DE V ASCO NCE LOS B~pccial pani Co10/ids1110
Frankfurt - Fotos ou quadros da Catedral de Co lôni a !ornaram-se conhec idíssimos em todo o mu ndo. Imponente, com suas clua torres elevando-se a quase 160 111 cio so lo, ela é um a j ia da arte góti ca medi eva l à· marge ns cio Reno. Oppidum Ubiorun-1: Esse era o nome cio fl orescent núcl o urbano estabelecido pelos romano. , no ano 38 a.C., ao norte das fronteiras de seu Império em terras germânicas. Quase um sécul o mais tarde, em 50 cl.C., o núcleo tom u o nome ele Colôni a Agripina, em homenagem à esposa cio [mperaclor Cláudi o, mãe ele Nero. Com a conversão cios bárbaros ao cristi ani smo, surgiram ne. a ciclacle, ao longo cios séculos, grandes varões reputados por sua ciência ou santidade le vicia, a ponto ele Colônia haver sido qualificada ele a cidade santa j unto ao Reno, ou a Rom.a do Norte, dev ido ao grande número ele suas igrejas. Por sua importância, tornou-se sede episcopal e, séculos mai tarde, seus Arcebispos tornaram-se Príncipes-Eleitore. cio Sacro lmpério Romano Al emão.
Relí<111Jas <los Reis Magos Em meados cio sécul o XII, o Im perador Fr cl rico Barba-roxa invadiu Mi Ião
e apoderou-se elas relíquias cios Reis Magos, que se encontravam na igreja de Santo Eustórgio, dessa ciclacle, desde o início cio séc ul o VI. E o então Arcebispo de Colôni a, Rainalcl von Dassel, encarregouse de fazer o traslado para a Roma do Norte. No dia 23 de julho de 1 164, ao som cios carrilhões el as igrejas, o Arcebi spo Rainalcl entrava na anti ga catedral conclu zincl o as veneráveis re líqui as. Para guardá- las e servir-lhes ele esc ríni o, pl anejou-se a confecção de um grande reli cári o ele ouro e pedras prec iosas, trazendo no fronti spício a cena ela adoração cios três Reis Magos '. Esse relicário, começado por Nikolaus von Verclun em l J 81 e terminado por seus di scípulos em 1220, constitui - juntamente com o relicári o que guarda os restos mortais ele Carl os Magno - um cios pontos altos da ourivesaria medieval.
A mais alta torre Co ntudo, a pi edade popul ar queria mais. Era preciso um relicári o ainda maior, no qu al a pedra rendilhada e o vitral mul tico lorido protegessem e envolvesse m ele espl endor o esc ríni o ele ouro e de pedras prec iosas. Pl anejou-se então uma imensa catedral, a maior cio mun do, cuj a pedra fundam ental fo i lançada pe lo Arcebi spo Konracl von Hochstaclen
Escrinio de ouro e pedras preciosas,que protege as relíquias dos Reis Magos (Catedral de Colônia)
em 1248, no lugar ela anti ga catedral eri gid a no séc ulo fX . Colôni a tornou-se, já a partir ele fin s cio sécul o xm, grande centro de peregrinações: juntamente com Roma e Santi ago ele Co mpostela, constituiu um cios três maiores locais ele peregrinações ela Idade Médi a. E isso durou até fin s cio sécul o XVlII, como constata Goethe em sua famosa obra ltalienische Reise (Viagem à Itáli a). Contudo, a construção não foi concluída no séc ulo XIIJ. Embora Co lôni a fosse uma cid ade rica, as torres só fi caram prontas em 15 de outubro de 1880, sob o rein ado ele Guilherme T el a Prúss ia. A Catedral de Co lônia era então o edifício mais alto cio mundo. Majestosa, altaneira, ela sobrepujava também as demai s catedrai s pela ex tensão ele sua fachada. Sólido escríni o cios veneráveis restos daqueles três varões que tiveram o privilég io de estar entre os primeiros a adorarem o Rei cios Reis e Senhor cios Senhores ! Em sua grandeza monumental, desafi ando o destrutivo dente do tempo, à famosa catedral bem se poderi am aplicar as palavras ele Cícero: "Alias ego vidi ventos; alias pmspexi animo procellas" 2 (Eu JAN EIRO 2003
a..
Conservadorismo no Brasil de 2003 S etores conservadores latentes hoje podem reativar-se amanhã 11 0 D ALENCASTRO
Magnífico retábulo do Adoração dos Reis Magos, que se encontro no Catedral
vi outros ventos e contemplei outras te mpestades).
o ódio l'CVOlllCÍOJlário Contra esse estupendo monumento ele fé e ele pi edade, no qual se refl ete m os
melhores lados da alma alemã, voltou-se ao longo dos tempos o ódi o cios ímpios, ateus e revoluc ionári os de toda espéc ie. Em fin s da primeira metade cio século XIX, quem melhor representou tal ódi o foi Heinrich Heine, em sua época um expoente cio pensamento ateu e republicano ele tintas comuni stas. Ami go ele Marx e exil ado na Fra nça por causa de seus escritos incendiári os, Heine conseguiu , após 13 anos de exílio, autori zação para retornar a seu país. As impressões de seu reencontro com o solo pátrio após tão longo tempo, ele as consignou em sua fa mosa sátira Deutschland, ein Wintermtirchen (Alemanha, um conto de inverno). Escri ta em verso, a obra, considerada um texto cl áss ico ela literatura alemã, é obj eto de acurado estudo em colégios e liceus. Ou e m c ursos ele literatura ale mã para estudantes estra ngeiros. He ine escreve qu e, diri g ind o-se a Hamburgo, onde reviu sua mãe, chega a Colônia e conte mpla com olhar ele ódi o a vetusta catedral, símbolo cio ''. fanatismo" e ela "superstição". Não estavam longe os ecos cios impropéri os da Revolução Francesa contra a Igreja ... Horror de111011íaco
à Catedral
Heine hospeda-se próx imo à Catedral , e durante a noite sonha de modo estra-
llllllfJ
CATOLICISMO
nho. E le se vê penetrando no templ o, acompanhado de um "espírito .familia,; à maneira do 'petit homme rouge' (o pequeno home m ve rmelho) que acompanhava Napoleão por todas as partes". Na obscurid ade do te mpl o, um ponto luminoso o atrai. E le aproxima-se do escrínio de ouro, o nde re pousam os três Reis: Gas par, Baltazar e Melquior. Ali estão concentrados, a seu ver, quase dois milêni os de "obscurantismo", inconcebível depois do "if.culo das luzes". Desprezando sarcasti camente a morte, a rea leza e a santidade, ele faz um sinal ao "executor de suas vontades " (o tal "espírito fa mi li ar"), o qual , brandindo então uma pesada maça de ferro, quebra, espandonga, redu z a pó aquilo que ele chama de "restos ela superstição". Sati sfeito com seu vanda li smo ímpi o, Heine acorda. Fora apenas um sonho, é verdade. Mas quão express ivo de seus mais íntimos sentimentos. Ele desejava que as torres ela Catedral jamais fosse m concluídas, e que o velho edifício se tra nsform asse, no futu ro, e m estrebaria para os caval os elas tropas da Revolução3. Em séc ul os anteri ores ao ele Heine, houve ta mbé m inimi gos da Igreja qu e quj seram tran sformar te mpl os católicos em estábul os. Essa fo i, ali ás, a ameaça de chefes muçulmanos que, tanto às vés peras ela batalha ele Lepanto, em J571 , quanto durante o cerco ele Vie na, e m J 683, manifes taram sua intenção de entra r na Basíli ca ele São Pedro a cavalo. O sonho ele Heine exprime bem o grau ele intensidade do ódi o que os revolucionári os votam não só a relíqui as veneráveis, mas também e sobretudo a institui -
ções e valores ela Civili zação Cri stã, mesmo a edifícios.
O Islã e o sonho de llei,,e Esse ímpio escritor al emão morreu há mais de 150 anos. De apareceu com ele esse ódio? Não, evidentemente. Ele continua vivo. Talvez até mais virul ento em sua latência. E só espera a primeira ocasião fa vorável para mostrar sua face hedi onda, seja pela vi olência, seja pela lenta corrosão empreendida pela Revolução cultural. Exempl o típico dessa corrosão é a atual te ntativa ele transform ar a cidade de Colônia na capital hom.ossexual ela Ale manh a! Tem-se falado muito aqui que a Europa - e em particul ar a Alemanha encontra-se na alça ele mira de terrori stas islâmicos. E que não seri a surpresa alguma se, de um momento para outro, ocorresse algum grave e pavoroso atentado terrori sta. Não seri a a magnífica Catedra l ele Colôni a - com suas ve ne ráveis relíqui as e suas espl endorosas obras de arte alvo preferencial? Um ataque terrori sta contra Colônia atingiri a de cheio o coração el a Al ema nha católica. Q ue os três Reis M ago protejam nossa Catedral! •
Notas:
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l. Em 1903 , o reli cári o fo i aberto e dele retiradas três porções das relíqui as dos Reis M agos . Co nsta tou-se então que se co nserva m aind a tanto o crâni o como qu ase todos os demais ossos. 2. Cícero, Familiares, 12, 25, 5. 3. Heinri ch Hein e, Deutscl,land, ein Wintermi irchen, ln sel Ver lag, Frankfurt, 1993, pp. 3 1-34.
is tórica vitóri a de Bush e seus partidá ri os nas últimas e leições ame ricanas de nove mbro c hamo u fo rte me nte a ate nção do mun do, e levo u um i mportante a nali sta político norte-ame ricano, Patrick Fagan, a dec larar q ue o principal promotor do conser vadori smo nos EUA é a opini ão públi ca americana 1• O m es mo conservado ri sm o qu e cresce nos E stados U nidos tem o btido ta mbé m na E uro pa resultados surpree nde ntes. N a F ra nça, tivemos o desm a nte la m nto do Partido C omuni s ta, a c ri ·e gene rali zada e ntre os socialistas e uma vitória sem precede ntes de po líLi co · que se a prese ntaram como sendo da dire ita. N a Espanha, na Itá li a, cm Portuga l, na Áu stri a, os soc ia l is Las te ntam desespe rad a me nte um a recupe ração ele itoral que lhes foge po r e ntre os dedos. N a Ale m a nha eles m a ntê m o poder, mas o conservadori s mo . ubiu nas últimas eleições, e p or po uco não ga nho u. E m nossa Amé ri ca Latin a, ternos o desprestígio crescente de Fide l Castro; a qued a esp a nto a de po pulari dade do gove rno C há vez na Venezuela, que só se m anté m no I oder apoiado num a a la militar e e m mala barismos políticos; na Colô mbia, uma população ainda m a is conservadora do qu e o atual preside nte exige m edidas fort s contra a guerrilha marxista. Seria exagero dizer que o conservado ris mo dom ina o O cide nte , mas é fora de dú vida que e le te m atualme nte uma importâ ncia decis iva, q ue
o s m ai s atilad os analis tas es ta vam longe de prever alg um tempo atrás. *
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parece ser apenas uma realidade norte-americana, mas também brasileira, sul-americana, quiçâ mundial " 2 •
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Faço uma e xceção necessária. O Prof. Plínio Corrêa de Olive ira (foto abaix o) o previu , j á em 1980. Vej amos o que ele escre ve u e ntão:
"Os ricos se to rnam 'prog ressistas' e os pobres se tornam 'conservadores'. [. .. ] Hâ um avanço do conservantismo na classe pobre e, por contigüidade, nas camadas mais mo-
destas da população. Ou sej a, em segmentos sociais numeros íssimos por definição [. ..]. "O Ocidente vinh.à sendo embaído pela convicção de que os pobres constituem um imenso mar de gente sacudido pela indignação. [. ..] Era este o velho mito marxista da luta de classes, com que a publicidade internacional intoxicava noite e dia o Ocidente [. ..]. " O conservantismo popular não
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N ão falta inteligência à equipe que neste mês assume o governo no Bras i1, para percebe r que terá de administrar levando e m conta a existência dessa forte tendê ncia conservadora. N ão só na po lítica exte rna, mas també m , e ta lvez principalmente, na política inte rna. Sobretudo te ndo em vista que, nas últimas ele ições, não foram fac ultados a essa corrente conservadora os me ios normais de se exprimir. A ss im, o novo governo terá não só de a te nder, e m muitos caso s, os reclamos cios con servadores, como e vita r qualquer atitude mai s bru sca e m rel ação às lideranças a utê nticas dessa corre nte . Se agir sem habilidade, pode rá acordar contra si uma reação conservadora, e m boa p arte dorme nte no Brasil. E quem fala em lideranças autê nticas, evidente me nte n ão fala e m representação ofic ial. Por exemplo, é sabido que a Confederação N acional da Agricultura (CNA) se situa muito mai s à esquerda do que seus representados, no pa norama político naci onal. A ssim sendo, ninguém lhe nega a representação oficial, mas é muito mais difícil conferir-lhe o caráter de liderança autê ntica. •
Notas:
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1. C fr. "Fo lh a de S. Paulo", 3- 11-02 . 2. Pl íni o Co rrêa de O li ve ira, " Co nscient iza r, conscientizar:.. ", "Folha de S. Paul o", 17- 11.-80.
JAN EIRO 2003 -
Contradições da CNA Perseguição religiosa no Ocidente /\ pretexto de "ampla liberdade", "combate à dis1"\. criminação", "direitos humanos" e outros slogans do gênero, vai sendo montada na sombra uma perseguição religiosa a quem pratique os preceitos da moral católica. Ro lf Szabo, hav ia 23 anos, era funcionário dedicado da conhec ida firma de produtos fotográficos Kodak. Foi despedido por não querer celebrar o chamado "dia do homossexual" na empresa, informa a Agência ACI em despacho de 25-10-02. Milhares ele empregados da Kodak, em Rochester (EUA), receberam um conv ite do superv isor da fábr ica para celebrar o mencionado dia. O veterano empregado respondeu com uma nota gentil mas inc isiva: "Por favor, não me enviem este tipo de infor-
mação nunca mais, porque a considero de mau gosto e ofensiva. Obrigado. Ro(f'Szabo". Cópia da resposta foi enviada a todos os destinatários do convite original. Szabo recebeu da paite do supervisor uma ameaça: ou assinava um compromisso oficial e formal pedindo desculpas, e gai·antinclo que nunca mais voltai·ia a fazer algo dessa natureza, ou deveria considerai· finalizado seu contrato de trabalho. Rolf Szabo, com dignidade cristã, optou pelo segundo. Organizações defensoras ela família e movimentos cri stãos cios Estados Unidos e outras nações solicitaram aos clientes ela Kodak que fizessem sentir seu mal-estar abertamente, contatando o presidente da Kodak, Daniel Carp, e expressando sua oposição à expul são ele Rolf Szabo. Fica aqui nossa homenagem a Rolf Szabo, e o pedido a Nossa Senhora ele Fátima para que dê forças a todos seus filhos e devotos a fim ele jamais se acovardarem ante qualquer ameaça que vise impedilos de praticar a moral católi ca. •
Animalização do ser humano entracla cio nudismo total já começa a dar-se. Os promotores desse costume imoral e profundamente rejeitável foram atuando aos poucos: modas com cada vez menos ro upa, tanto pai·a homens como para mulheres; outdoors explorando o corpo humano; a televisão apresentando como "natural" a exposição de partes do corpo humano que a moral católica proíbe serem exibidas; revistas especialmente nudistas além de outras que, sem o serem expressamente, estampam habitua lme nte fotos e desenhos escandalosos. O público foi sendo ass im preparado para não estranhar que, ele repente, começassem a aparecer pessoas comp letamente nuas nas ruas.
A
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CATOLICISMO
Recentemente, na Rua da Assembléia, no centro cio Rio, um homem chamava a atenção por estar completamente nu . Sem dai· a mínima importância para o público nem para os gritos de "vai embora", continuou seu passeio. Ao que tudo indica, tratava-se de um ato proposital para ir acostumando as pessoas. E nqu anto isso, um novo perfume masculino, da conhec ida casa Yves Saint Laurent, traz como anúncio impresso um ex-campeão de aites marciais, recostado, em completo nu frontal. Para que a abom inação não fique restrita aos que usam o perfume, a propaganda está planejada para ser difundida também em revistas de moela, como a ed ição fra ncesa da
E
nqu anto representante das c lasses produtoras na agricu ltura, cabe de modo capital à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) o dever de combater o socialismo agrário. Pois, se é verdade que o soc ialismo é altamente danoso a todo o País, ele prejudica ele modo ainda mais direto os interesses daqueles que produzem. Por isso, seria desejável que a CNA aproveitasse a nova composição das Casas legislativas para advogai· uma profunda mudança nas leis que regem atualmente a Reforma Agrária. De modo a extirpar de no ·o rde namento jurídico todo resquício de ocialismo agrário, como por exemplo o que inspira a chamada desapropriação por interesse social. lnfelizment nã é o que vemos. A CNA, pela v z el e se u vice-presidente Gilman Viana Rodrigues, deu "sinal verde" para que se pr ss iga a Reforma Agrá-
Vogue. Note o leitor que tudo quanto o mundo moderno vai produzindo é na linha de afrontar a moral católica. Não se ouve fa lai· de uma moda que seja mais recatada, de costumes mais puros, de exaltação cio pudor. É sempre uma corrupção maior. Como não ver nisso uma impressionante confirmação das profecias de Fátima, e da providencialidade dos castigos ele que Nossa Senhora fa la? E la nos aj ude a não embai·cai·mos na onda da imoralidade. •
No apagar das luzes
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o final de outub ro, o Ministério do Trabalho do governo Fernando Henrique recon heceu a categori a "profissionais do sexo", que inclui prostitutas e afi ns. O advogado Jorge Beja entrou na Justiça Federal com uma ação popular contra a decisão, que considerou uma "pouca-vergonha". •
profissionais que podem abastecer o País". Ele reconhece que "20% dos agricultores profissionais do País são responsáveis por 80% da produção total do Bra-
O assanhamento da ONU
Emba ixo, à esquerda : destruição de maconha na Califórnia (EUA).
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Maconha, não
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á nos Estados Unidos um movimento saudável de opini ão pública que se manifestou nas eleições de novembro último. O condado de Nevada rejeitou a lega li zação do consumo da maconha, e os ele Ohio e Arizona rejeitaram a proposta de não mais haver prisão para os consum idores da droga. •
ria "no nível que for necessário" ("Gazeta Mercanti l", 10-11-02). Faz ressalvas apenas no que diz respeito à melhoria da infra-estrutura dos assentamentos. M as não diz um a palavra sobre a inju stiça em que vem consistindo a Reforma Agrária ao atracarse à propriedade particular; e nqu anto deixa intactas áreas incalculáveis do latifúndi o estatal e não aproveita para nenhuma forma de plantio as ime nsas terras indígenas. Talvez pai·a acalmar possíveis iras dos agricultores que a CNA deveria representar, o Sr. Gilman Viana se declara contra as invasões de terras . Também, era só o que fa ltava e le ser a favor... Gilman ainda se contradiz ao admitir que não é a agricu ltura familiar que acaba com a fo me, mas "são os produtores
Ministro do Desenvolvimento Agró rio, José Abrão
Ódio à propriedade
N
a palavra do ministro do Desenvolvimento Agrário do overno Fernando Henrique, JoséAbrão, "o problema do
MST é que ignora os ass>n tamentos f eitos pelo Banco da Terra, pelo PCOR e até mesmo aqueles que o JN RA realiza em terras de volutas[.. .]. Para o movimento, s6 contam desapropriações nas quais os proprietários são penalizados. É ·orno se a r ~/orma agrária só pudesse serfeita com xlio, nunca deforma pac(fica " ("O Estado de S. Paulo", 12-11-02). •
esde as últimas e leições brasileiras, a ONU tem revelado inusitada insistência em intervir no Brasil e aqui impor os termos de uma Reforma Agrária segundo o modelo soc ia li sta preconizado por aq ue la entidade internacional. Reportagem publicada no site da BBC Brasil (2 1-10-02) mostra que o rel ator especial da ONU para a fome, Jean Ziegler, na prática defende as invasões de terras. Ele critica a lei q ue defi ne como não desapropriáveis por um período de dois anos, pai·a fin s de Reforma Agrária, terras invadidas pelos sem-terra. Ataca a inda o sistema judiciário do País, o qual, segund o e le , "tende a de -
cidir freqüentemente em favor de fa zendeiros ". Alega ainda que "fracassou [o sistema judiciário] em reconhecer a função social [da terra] prevista na Constituição" . Ao que parece , Z iegler quer dar li ções de direito constitucional brasil eiro aos nossos desembargadores e juízes. Depois dessa reportagem , continu amente tê m saído notícias mostrando a ONU empenhadíss im a em acelerar a Reforma Agrária no Brasil. A entidade fa-
Gilman Viana Rodrigues, vice- presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA)
sil". Se é assim, não seria mais razoável preconizar uma política de empregos no campo, em lugar da Reforma Agrária? Os problemas sociais que possam existir ficariam muito melhor atendidos. •
ria melhor em resolver problemas como o da C hechênia ou da Aids na África, do que ao meter o bedelho em ass untos internos de exclusivo interesse bra s ile iros. •
Para salvar do fracasso /\ nte o fracasso da produção nos assenINCRA sugere transfo rmar os assentados em gui as turísticos. Falando em Boa Vista (RR), o consultor interno do [NC RA, Geraldo Soares, defe ndeu o ecoturismo como fo nte alternativa de rend a para os asse ntados. Poderia dar certo, pois o MST e os semterra têm grande experiência em deslocamentos, passeatas, cami nhadas. Mas é de se duvidar que encontre m turistas interessados em ver as " maravilhas" que e les perpetraram onde se estabeleceram. •
r\. tamentos, o
O voto merecido D aclre Roque, candidato do MST ao
C governo do Paraná, pelo PT, foi amplamente derrotado. Não chegou sequer ao segundo turno. • JANEIRO 2003
a.Ili
ffi
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São Simão EsLilita, Conressor + Síri a, 45 9. Santo para ser ma is admi rado que imitado, construiu para si uma colun a, pa ra iso lar- se e m seu topo, mas precisou ir e levando a altura à medida que as multi dões o proc uravam.
Santo Higino, Papa e Confessor + Roma, 142. Grego ele origem, lutou contra vários heresiarcas e animou os cri stãos perseguidos pelos pagãos.
6
1 Santa Mal'ia, Mãe ele Deus (Antigamente, C ircuncisão do Menino Jesus)
2 São Basílio Magno, Bispo, Confesso r e Doutol' ela lgl'eja + Cesaréia, 379. B ispo, o "colosso da Igrej a orien tal ", mereceu o títul o de "Pai dos monges do Oriente" porque, com suas regras, deu fo rma defini tiva à vida monástica.
3 Santa Genoveva, Virgem + Pari s, 5 12. Quando os hu nos ameaçavam invadir Pari s, Genoveva saiu às ruas exortando os pari sienses à penitênc ia; ines perada me nte,e sem razão natural aparente, Átila afastou-se da c idade com seus bárbaros, o que levou o povo a atribuir à Santa a preservação da cidade. Primeira Sexta-Feira do Mês
4 Santo Oclil on, /\bacle + Cluny, 1048. U m dos grandes abades de Cluny, cujo papel fo i primordi a l na Id ade Médi a. A ele se deve a introdução da Festa de F inados, e, para controlar o esp írito extremamente be licoso do tempo, a Trégua de Deus, que pro ibi a atos ele hostilidade ou pi lhagem da quarta- fe ira à tarde à segunda-fe ira de manhã. Primeiro Sábado do Mês
5 Epifania cio Senhor (Neste Ano)
Santa Raraela Maria, Virgem + Espanha, 1925. Com a irmã, fundo u em Córdoba as Escravas do Sagrado Coração de Jes us, dedi cadas a ado rar o Santíss imo Sac ra me nto e a educar cri anças.
7 São Raimunclo ele Penharo,te, Confesso!' + Espanha, 1275. Dominicano, "Príncipe dos Canonistas" e grande confesso r, com São Pedro Nolasco, fundo u a Orde m elas Mercês para a redenção dos cativos.
8 São Pcclro Tomás, Bispo e Confessor + Chipre, 1366. Carme lita, encarregado pontifício de deli cadas missões dipl o máticas, depois Bispo e Legado universa l para todo o Oriente.
9 Santo J\cll'iano /\bacle, Confessor + Cantu á ri a, 7 1O. Ita li a no, nomeado por São Vita li ano para a Sé de Cantuária, suplicou ao Papa que no measse São Teodoro e m seu lugar dispo ndo-se a secundá- lo nos trabalhos missionários.
10 São Guilherme ele Bourgcs, Bispo e Confessor + 1209. Gra nde a mante da so lidão, e ntrou na Orde m de Cister, de onde a obediênc ia o ti rou para oc upar a Arquidiocese de Bourges, no centro ela França.
12 Batismo ele Nosso Senhor Jesus Cl'isto.
ffi São João ele Ravena, Bispo e Confessor + Itália, 494. Bispo ele Ravena, durante a invasão dos bárbaros reti ro u-se co m muitas fa mílias que queri am pôr-se a salvo no me io das ág uas, tornando-se assim um dos fun dadores de Ve neza.
13 Santo HiléÍ l'ÍOele PoiLiel'S, Bispo, Conrcssol' e Doutor ela Igreja + 367. O Atanásio do Ocidente, lutou acirraclamente contra os ari anos, dos quais sofreu rude perseguição e lo ngo desterro.
14 São Félix ele Nola, Conrcssor + 256. Sacerdote, passou po r vários suplícios nas perseguições dos Imperadores ro manos pagãos Décio e Va leri ano, saindo incólume. Faleceu no Senhor, recebendo o título de má rtir pelos inúmeros sofrime ntos que padeceu.
15 Santo Amaro ou Mauro, Confessor + Subi aco, 584. F ilho de um senador ro ma no, aos 12 anos foi entreg ue a São Bento para ser edu cado. São G regóri o Magno o exalta pelo seu amor à oração e ao silê nci o.
16 São Marcelo 1, Papa e Már'Lil' + Roma, 309. Reorgani zou a hierarquia eclesiástica destruída pe las perseguições de Diocleciano. Sob M axênc io, fo i
ex ilado e o brigado a vi ver num estábul o, ond e morreu e m co nseqüê nc ia cios mau s tratos.
17 Santo Antão Abacle, Confessor + Eg ito, 356. Viveu lo ngos anos ele penitência no ele ·erto, onde era freqüente me nte atacado pelo demônio. Depois agrupou os so litári o sob sua direção, lança nd o os prime iros ali cerces da vida em comum.
18 Santa Prisca ou Pl'iscila, Vil'g 111 e M{11'Lil' + Ro ma, séc . 1. con siderada po r mui tos co mo a pri meira mártir cio ciclc ntc. Bati zada po r São Pedro ao, 13 anos, foi martiri za la pouco clepoi , por não te r qu ' irnado incenso aos de uses .
IH Santos Mál'lo e Co111panl1ciros, M{11•1,lr·c·s + 270. Mári o, n 'Sposa Marta e dois filh os viaj uram da Pérsia a Ro ma pura venerar os sepul cros I St o I edro e São Pa ulo. Ao visi1ar depois os cri stãos nos ·, r · ·r 'S, fora m també m d ·ti dos · martirizados .
20 São ScbasJ.lao, M(ntir• + Ro ma, 288 . ' 11t11 ri , o da guarda preto ri ana d ' Diocleciano, s uste ntava ·om :,,,cio apostó lico os conf'cssor •s da fé e os mártires. De nun ·iudo, fo i trespassado co m fl • ·has; c urado mil agrosa mc nt ', l'oi aço itado até a morte.
21 Sa nta Inês, Vil'gem e M61'1.i 1· + Roma, 304. A fo rtaleza d ·sta rn ' ni na de 13 anos a sornbro u mesmo seus verelu ' OS, que no ·nLanto a mataram crue l111 ' nt ' . Com Santa Cecíli a, Sa nt u Inês torno u-se a ma is ilu str ' mártir de Ro ma.
22 Sa nLos Vicente e Anastácio, Mártires + 304 e + 628. São Vi cente foi um valoroso di ácono de Saragoça, na Espanh a, que e nfre nto u tod a sorte ele tormentos para provar sua fide1idacle a Cristo. E Anastácio foi um monge persa decapi tado com outros 70 cri stãos pelo re i Cosroes.
23 SanLo llclefonso, Bispo e Conl"essor + Toledo, 667. Disc ípulo ele Santo Isidoro, Arcebi spo de Toledo e zelosíssimo defensor da virgind ade ele Maria contra os hereges, esc reveu um livro refutando-os. A Vi rge m apareceu-lhe, revestindo-o ele uma casula e di zendo: "Tu és meu capelão e meu .fiel notário; recebe esta casula que meu Filho te envia ".
24 São Fmncisco de Sales, Bispo, Confessor e DouLor· ela Igreja + Ann ec y, 1622. B is po de Genebra, anim ado de profun do amor ele Deus e elas almas, dotado de urna bondade e suavidade excepc io na is no trato, só lida cultu ra e ortodox ia, fundador, sendo também diretor de incon táve is almas . É patro no dos jorn ali stas e publicistas católi cos.
25 Conversão ele São Paulo Apóstolo Ao cair cio cava lo, ele perseguidor to rn o u-se Apóstolo. Instruído pelo próprio C risto Jes us, torno u-se um dos ma is ardorosos proclamado res cio Cristiani smo.
26 Sa ntos TimóLeo, MárUr, e São Tito, Con fessor + Ásia Menor, séc. I. Dois di scípu los de São Paul o. TimóLeo fo i seu preferid o e fiel companheiro, a que m escreveu duas cartas cheias de con-
se lhos. Bi spo de Éfeso, morre u apedrej ado pe los pagãos. São Tito ta mbé m aco mpanhou o Apóstolo em algumas vi agens, e fo i depois Bi spo ele Creta, onde morreu.
27 Santa Ângela ele Merici, Virgem + Brésoia, 1540. Con sc iente de que as desordens da sociedade vê m em gra nde parte da corrupção ela fa míli a, fundou um in stitu to re lig ioso, das Ursulinas, dedicado à educação da juventude fe minina e à formação ele mães cri stãs.
28 Santo Tomás ele Aquino, Conrcsso r e Doutor ela Igreja + Fossa Nu ova (Itália), 1274. O maior teólogo el a Igrej a fo i, com razão chamado Doutor Angélico, por sua pureza de vicia e e levação de doutrina.
29 São Gilclas o Sábio, Confessor + Perúgia, 178. Notáve l pe lo esp írito ele mortificação e generosidade para co m os pobres, aos 20 anos foi e le ito Bi spo de Pe rú gia. Não quere ndo sacrificar aos ídolos, fo i mergulh ado em termas aquecidas a alta temperatura, mas nada lhe aconteceu. Na pri são, co nverte u se us ca rcere iros. Foi fina lmente decapitado.
30 SanLa ,JacinLa Mariscotti, Virgem + Viterbo, 1640. Levo u vida frívola e mundana mesmo no convento, onde entrou por ordem cio pai. Mas arrepe ncleuse, tra nsfo rm a nd o radi ca lmente sua vicia e co ndu zindoª à ho nra dos altares.
31 São João Bosco, Conrcssot· (Vicie p. 36) Nota: Os Santos aos quais já fi zemos referência em Calendários anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.
Intenções para a Santa Missa de janeiro Se rá ce le bra da pe lo Rev m o. Padre Da v i Fran cisquini , na s seguintes intenções : • Pelos ass inantes e leito res de Catolicismo. • Pelos pa rt icipantes do Aliança de Fátima. • Pelos benfeito res do Prog rama Radi ofô ni co A Voz de Fátima. • Pelos parti cipantes da C ampanha Vinde
Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! • Pela união e santificação de toda s as fa mílias cató licas em torno da Sagrada Família.
Intenções para a Santa Missa em fevereiro • Em lo uvo r a N ossa Se nho ra de Lo urd es e a São Brás, cuja s festas comemora mos neste mês, pa ra q ue co nce dam a todos os leito res de Ca tolicismo, aos parti c ipantes d a
Aliança de Fá tima e às suas respecti vas famí li as , p lena saúd e d e corpo e de a lma . Ta mbém para qu e perseverem na rec ita ção d o terço, em atendim ento aos a pelos de N ossa Se nho ra de Fátima , e na luta em defesa da verdad eira Religião.
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• Homenagem a Nossa Senhora das Graças C orrespondentes da TFP em Jundiaí (SP) realizam tradicional festividade
À esquerda : imagem de Nossa Senhora das Graças, no bairro de Santa Clara, em Jundiaí.
TFP e a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! reúnem correspondentes e simpatizantes no Rio de Janeiro, no XXXv1 Encontro Regional ■ FÁBIO C ARDOSO DA C O STA
s católicos cariocas deram novamente demonstração de grande interesse pelos assuntos referentes à Mensagem de Fátima, lotando o salão do Hotel Glória no di a 29 de novembro p.p. A sessão transcorreu sob a pres idência do Dr. Plínio V. Xavier da Silveira, diretor da TFP, e contou com a honrosa presença do Revmo. Pe. David Francisquini , do norte fluminen se. Nossa Senhora de Fátima di sse, em 1917, que, caso suas palavras não fossem levadas a sério, a Rússia espalhari a seus erros pelo mundo. Quais são os erros da Rússia? Evidentemente, são os erros do comunismo. Dentro desse contexto, o Dr. Gregório Vivanco Lopes, cooperador da TFP e especialista em vári os assuntos soc iais da atu alidade, proferiu ilustrativa palestra a res peito da criminalidade e do "poder paralelo" no Bras il , demonstra nCATOLICISMO
do de que maneira está-se favo recendo os pl anos que as esquerdas em geral , inclu sive a esquerda católica, desenvolvam para empurrar nosso País para um regime comuni sta. O Pl ano Diretor da c idade de São Paulo também fo i objeto de uma esclarecedora explicação do confe rencista, que demonstrou como essa leg islação constitui uma investida explícita contra o di reito de propriedade, garantido pela Lei de Deus em dois de seus Mandamentos.
Após um sorteio de imagens e posters da imagem peregrina milagrosa de Nossa Senhora de Fátima, acompanhado com espec ial interesse pela ass istência, o Revmo. Padre Davi Francisquini encerrou a sessão concedendo aos presentes sua bênção sacerdotal. •
A crise é moral e religiosa Após o lanche, o coorde nad or da campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! fez uma exposição sobre as raízes profundamente católicas do Bras il , ressa ltando que, so mente co m uma volta à prática dos Mandamentos da Lei de Deus, o Brasil reerguer-se-á da profund a cri se moral e religiosa em que se encontra. E isto é inteira mente afim com as intenções que Nossa Senhora revelou em sua mensagem de I 917.
Acima e abaixo : aspecto do público presente .
Luís FERNANDO EscoBAR
Na foto de cima : mesa que presidiu a sessão. Acima : aspecto parcial da assistência
di a de N ssa Senhora das Graças, 27 de novembro, foi ocasião para a realização da já tradici onal homenagem à Sua imagem, situada na estrada da S ·rra do Japy (Bairr Santa Clara, em Jundiaí). Nesse dia a r •ferida imagem esL ve ornada com flores em abundância. O ato, organi zacl pelos correspondentes e sim pati;,,antes da TFP daqu ela cidade, congregou no local mais d · 150 pessoas. Após a recitação do Santo Rosá ri o, en1n•meado por canto mari anos, um membro da TFP diri -
giu a pa lavra ao públi co presente relembrando as aparições da Virgem a Santa Catarina Labouré, na capital francesa, em 1830. • No fi nal dessa expos ição, o céu encheu-se de lu zes: uma estrondosa chuva de fogos de artifíc io fo i lançada, encerrando o evento . À med ida que passavam em fil a, para oscul ar as alvas mãos da im agem, os participantes recebiam uma bela medalha de Nossa Senhora das Graças . Diversas iguari as, preparadas pelos correspondentes da TFP, foram servidas no encerramento do evento, ocorrido num ambiente geral de muita alegri a e devoção mariana. •
JAN EIRO 2003
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''A América precisa de Fátima" E vento da TFP norte-americana reflexiona sobre a crise da Igreja e do Mundo ■ ROGE R L. VARGAS
fim de semana incluindo o dia 13 de ·outubro, e m que se comemorou o 85º aniversário da última aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos, foi escolhido pela TFP americana para um encontro de seus correspondentes e esclarecedores, como ta mbém dos participantes da campanhaAmerica Needs Fátima (A América prec isa de Fátima) .
º
Na sua ampl a sede soc ial de Sp ring Grove, na Pe nsilvâni a, e contando com a presença cio Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, cerca ele 200 parti cipa ntes tivera m vo ltadas suas ate nções para os graves proble mas e nfre ntados pela Igreja e m todo o mundo, em espec ial nos Estados Unidos. Após a Mi ssa solene na catedral de St. Patrick, na vizinha cidade de York, ce lebrada no rito tradi cional de São Pio V e abrilhantada pelo cora l da e ntidade, seguiu-se o jantar ele encerra mento no Yorktowne Hotel. •
Abaixo: Banquete ocorrido durante o Encontro
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365 jours
sous (e re!Jará áe (a Sainte Vierge
Acima e abaixo: flagrantes do Encontro .
365 dias iluminados pela
Estrela do Mar /\ Virgem Santíssima é a Estrela que nos guia em meio ao mar tenebroso das dificuldades do dia-a-dia ara que todas as famílias p::uticipantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! - bem corno de outras campanhas organizadas no exterior, afins às da TFP bra-
Um ano depois America Needs Fatima, uma campanha da TFP norte- america na, em 11 de setembro p .p., organizou uma cerimônia exatamente no local em Nova Jersey, onde, há um ano, caiu um dos quatro aviôes seqüestrados pelos terroristas islâmicos. Na foto vemos a imagem de Nossa Senhora de Fátima, levado o essa localidade; porte do público presente rezando um Rosário pelos vítimas do dramático ataque terrorista e o bandeira america no o meio pau, em memória dessas vítimas.
si lcira - possam ter sempre I resente, ao longo de todos os dias do ano, esta atuação promov ida cm várias nações, com vistas a difund ir a devoção a Nossa Senhora, e torná-la mais pr s ' Ili • ' rn cada lar católico, estão send largamente di stribuídos exempl ares de belíssimo calendário mari ano de 2003. As l'ol os desta página reproduzem as capas de alguns deles. A partir de cima, da esquerda para a direit·t, li iuram os cale ndários dos eguin tes países: Brasil , Estados Unidos, Alemanha, Áustria, França, llália
Rússia. Em outras nações também se reali zou a mesma iniciativa, mas até o
momento ainda não nos chega.r::un seus cal ndários. Quem d s jar receber esse calendári o mariano poderá entrar em contato conosco através de correio, telefon , fax ou do nosso site. Teremos prazer em atender os pedidos. •
CATOLICISMO
JANEIRO 200 3 -
"Nossa Conversação está no Céu"
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PUNIO CORRÊA DE ÜUVEIRA
que dizer dessa catedral? O melhor comentário é: Oh! O que significa esse oh! ? Significa: Oh !, preciosidade! Oh !, tesouro! Oh!, símbolo de alguma coisa que eleva minha alma para os mais altos píncaros! Oh!, catedral! Analisando-a, parece ela um amontoado de torres, de capelas e de cúpulas, colocadas mais ou menos sem reflexão. Mas de seu conjunto se desprende uma tal harmonia, que fico verdadeiramente maravilhado! Harmonia que tem isto de curioso: tudo aponta para cima. Dir-se-ia que a catedral exclama: "Conversatio nostra in coelo est" (Nossa conversação está no Céu). Aponta para cima a torre, como que erguendo os braços a Deus. Aponta para cima a cúpula, que, não satisfeita de se elevar com toda sua massa rumo ao alto, ainda ostenta uma cupulazinha, que é uma espécie de tentativa de alcançar com a ponta do dedo aquilo que a palma da mão não consegue tocar. Aponta para cima a forma ogival das janelas que estão encrustradas na torre, e cuja extremidade parece refletir a tendência para subir, para subir... Cada um dos torreõezinhos embaixo lembra-me aquelas palavras da Missa: "Sursum corda! Habemus ad Dominum" (Elevai vossos corações ao alto. A resposta é: "Nós os temos voltados para o Senhor"). Todo conjunto é um imenso, um maravilhoso sursum corda! *
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Entretanto, como pode uma pessoa, hoje em dia, possuir uma alma tão dura ou tão vil, que não se comova e não se entusiasme olhando essa catedral? Imaginemos que se interrompesse uma novela pornográfica de televisão para se exibir, de repente, um filme sobre essa catedral. Não haveria uma série de pessoas que ficariam com mau humor? E que prefeririam a pornografia a isso? Que alma é essa de alguém rejeitante de tal maravilha, e que prefere a pornografia? Entretanto, a alma humana foi criada para tais elevações e tal dignidade. E que o primeiro movimento de uma alma visando ausentar-se desses panoramas já a coloca à beira do abismo em que cairá! •
Excertos da conferência proferida pe lo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 22 de fevereiro de 1986. Sem revisão do autor.
Catedral de Aix-la - Chapelle, Alemanha , con struida pelo Im perador Carlos Magno (7 42-814), e que abriga seus restos morta is. Ela passou por vórias restaurações ao longo dos séculos, subsistindo atu almente muito pouco da construção orig inal. Ató o século XVII , era nesse magn íf ico templo que so rea lizavam as coroa ções imperiais. N ele foram coroados 32 imperadores e reis.
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P1 INIO
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UMAR 1
I IVI IRA
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Fevereiro de 2003
Sem camuflagem
o socialismo não vence Ü estrondoso fracasso dos métodos clássicos do comunismo obrigou-o a tentar novas vias para conseguir avançar. Se ele mostra sua autêntica carranca, assusta a opinião pública e desperta reações. Donde a necessidade de os marxistas usarem novos disfarces para evitar novas derrotas eleitorais. É o alerta do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, lançado em artigo publicado na "Folha de S. Paulo", em 15-4-82, do qual extraímos o trecho que segue.
D
e há tempos, o proselitismo doutrinário comunista às escâncaras não rende mais. O Oc idente o rej e ita. E le é co mo um tumor c irc unscrito, q ue não co nsegue aumentar sua área no o rga ni smo. Assim, só restava ao soc iali smo ava nçar ca mufl ado. Ora, de 1945 para cá , e le te m e nsa iado s ucess iv a me nte muitas ca mufl agens. Cada um a dessas ilude, durante a lg um te mpo de uso, um número po nderável de inocentes- úteis. Mas de pois se vai desmascarando, e perde seu poder de atração. E ass im o comunismo é obri gado a trocá- la po r o utra, se qui ser continu ar a avançar às ocul tas.
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Remonto até os idos pouco saudosos do segundo pós-guerra: "mão
estendida", "coexistência pac(fica ", "queda das barreiras ideológicas", "détente", "euroconiunismo", "comunismo de f ace humana", "expansionismo missionário" dos di reitos humanos, tudo isso tem uma continuidade evidente. Um fio condutor interno percorre CATOLICISMO
todos esses slogans, como - para usar uma imagem cu linária - um espeto q ue I erfura os vários pedaços de carne, tomate, toucin ho e cebola. Se o prosaísmo da imagem choca o le ito r, eu lhe ofereço outra ma is poética, mas por isto mesmo menos cab ível, em se tratando de socia li smo e co munismo: como o fio passa pelas vári as pérolas de um co lar. Essa continuidade consiste na benevolênc ia e no espírito de co laboração com o com unismo, e na execração - o h, quão inexoráve l e meticulosa - de tudo q uanto seja anticomuni smo. Pois tal é a característica comum a todas es as cam uflagens. Ora, quando se tem benevo lência ilim itada para com alguém, e se é adversário irredutível de todos que faze m oposição a esse alguém, o que se é? O a li ado discreto e eficaz desse mesmo a lguém ... • Leon ld BreJnev, primeiro-ministro soviético, em 1982. Em nossos dias, se o comunismo mostrar sua verd adeira face - como essa de BreJnev -, não conse~ue avançar. Para vencer, precisa apresentar novas faces, simu lar novas vias.
Nº 626
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EXCl-:RTOS
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CARTA DO 01 RETOR
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PÁGINA MARIANA N ossa Senhora de Son sol es (Ávila)
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LEITURA EsPIIU'l'UAI,
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CotumSPONDf~NCIA
l O A p Al ,AVRA 12 A
O Cr edo - N ono artigo (cont.)
DO SACEIWOTE
REAi.iDADE CoNCISAMEN'm
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NACIONAi,
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IN'mRNACIONAt Na Ven ezuel a, cr esce r epúdio a Chávez
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EN'l'IUWJSTA
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Ecos DE FÁTIMA
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D1s<;1,:RNINDO
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CAPA
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VmAS m ~ SANTOS
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INFORMA'l'IVO RURAi ,
N ovo governo: minist ério de esquerda
Atuações r ecen tes da TFP n orte-am ericana
Nova investida contra o dir ei to de propriedade
Alerta aos cat ólicos sobre o movimento Nova Er a Santo André Corsini
42 LornmEs Rumo ao famoso Santuário 46
SANTOS E FESTAS Do
48 1'FPs 52
EM
Mf:s
AçÃo
AMBIENTl•:S, COSTUMES, CIVII.IZAÇÕl<:S
O pavão e o homem, após o pecado original
48 TFPs em Ação
Nossa capa : Eva (detalhe). Albrecht Dürer (séc. XVI) -
Museu do Prado, Madri
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N o ano de 1974, o Professor Plinio Corrêa de Oliveira - a lma d ·stu r ·vis ta e seu principal co laborador - publicava importante artigo na " Fo lh a d· S . 1 :iulo". Apontava a triste e imensa o rfa ndade em que se e ncontrava, já e ntfío , o I rnsil cató li co, pelo fato de certa parcela do clero desviar-se de sua missão apostó li ·a · enveredar pelo c hamado progressismo, pela luta de c lasses, pelas reivindicações soc ia is etc. Ora, daqueles tempos a nossos dias, assistimos à revelação de novos aspectos e crescentes reflexos dessa orfandade. Acresce a isso a ime nsa decadência mora l que ati ngi u todos os a mbi entes, de modo que poucos sabem a inda discernir entre o bem e o mal, e ntre a verdade e o erro. Grande número de pessoas, na atua lidade, jul ga que seguir a Religião Católica é uma simp les opção de vida, e não um gravíss imo dever de consciê nc ia. Poucos percebem que, agi ndo dessa for ma, colocam em ri sco a sa lvação da própria a lm a. Jg ua lme nte a larm ante é o fato de e ncararem o fato r religioso como mera satisfação de suas carê nc ias emocio nais ou afetivas. Ma is um aspecto de tal decadência e orfandade, o encontramos nos dias de hoje no expressivo número de católicos que vivem ime rsos no caos religioso. Dizem-se católi cos e, ao mesmo tempo, adotam práticas comp letamente contrárias à moral e à autêntica doutrina da Igreja. Um católico pode ter e m sua casa uma pirâmide para atra ir sobre si e nergias? Pode pautar sua vida pela le itu ra de ho róscopos? Pode dizer-se "espiritua li sta", o u acreditar em reencarnação e o utros tipos de manifestações espíritas ? Nesse lamentáve l sincretismo re li g ioso, muita pessoas c ri am para si uma espécie de religião que mais parece um "supermercado" de práticas religiosas, onde esco lhem a lgumas na prateleira e deixam o utras . Leva-se para casa um tipo de "cesta básica" de espiri tua li dade, que passará a dete rminar os rumos de sua vida. Dentro desse contexto, um do. desvios mais notórios é a chamada New Age, mais con hecida no Brasil como Nova Era. A matéria de capa deste mês procura esc larecer os católi cos sobre esse gravíssimo tema e fornecer s ubsídios para a formação de uma consciência moral reta, de acordo com a ve rdade objctiv·1 e nsinada pe la Santa Ig reja. Tal matéria é fruto de acurada pesqui sa promovida por Catolicismo, a fim de a le rtar, informar e dar a se us le ito res uma segura orientação. Faço votos de que a leitura lhes seja proveitosa e esclarecedora, possibilitandolhes també m, com base nos dados fornecidos por nossa revista, levar ad iante seus co nhec imentos a respeito. Pois é necessário, mais do q ue nunca, que sejamos a utênticos apóstolos da verdade e instrumentos da Providência Divina para faze r cessar ta i · desvios e ev itar a perdição de ta ntas almas.
Nossa Senhora de Sonsoles, protetora de Avila /
C omeçou com um simples passeio; transformou-se em tragédia; terminou em glória. Assim poderia resumir-se a história de um milagre.
ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o mês de FEVEREIRO de 2003:
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Em Jesus e Maria,
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Paulo Corrêa de Brito Fil ho DIR ETOR
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
(TIi VALDIS GRINSTEIN S
il a é a fa mosa cidade espan ho la o nde viveu a grande Santa Teresa, e ne la encontramos uma devoção pouco conhec ida em nosso País, mas muito popular naq uela região: a de N ossa Senhora de Sonsoles. Essa história iniciou-se por a lgo banal. Tratava-se ape nas de um passeio ao
A
famoso mosteiro da Encarn ação - o de Santa Teresa. A data9 20 de novembro de 1658. Um corrique iro acontec imento passou e ntreta nto a figurar nos ana is da piedade católi ca, pois foi ocasião para um fato extraordinári o. O protagonista desse fato pertencia a uma impo rta nte família do país. Dom Ju an Antonio M ora nte de la M ad rid era um fidalgo, seu pai era cavale iro da Or-
dem de Santiago. Além do ma is, detinha o títul o de palafreneiro da rainha. Sua mãe, Dona Maria Alemán y Ayala, era ig ual me nte de fa mília conhecida e importante. Quis a Divina Prov idê ncia que estivessem também presentes na ocasião dois personagens em ine ntes, de fo rma a calar para sempre aq ue les q ue costuma m desprezar todo milagre como sendo fruto de
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mentes férteis, de pessoas do povi nho, que em tudo acreditam por fal ta de ciência. Um deles foi Dom Francisco Antoni o, irmão do miraculado, ele mesmo cavaleiro de Santiago; e o outro, o capitão Dom Fernando de Castro, cavaleiro da ordem ele Calatrava. Além deles, estavam Carl os Contreras Pamo e Antonio Chaves, primos de Dom Juan Antoni o.
Um acide11te -
um pl'odígio
Numa carruagem, pessoas da fa mília dirigiram-se ao mosteiro carmelita ela E ncarnação, que. se encontra a pouca di stância elas fam osas muralhas de Ávil a. Termin ada a visita ao mosteiro, por vo lta das cinco da tarde, a comitiva ini ciou o retorno. Quase chegando à cidade, ocorreu o desastre: a carruagem tombou e caiu sobre Dom Juan Antonio, pois este encontrava-se num dos estribos do veícul o, e não em seu interior. Todo o peso da carruagem ca iu sobre suas pernas. Tão vi olento foi o go lpe, que seus joelhos fi caram desenca ix ados. A dor era tal, que o co itado não podi a mover-se sem gritar ele dor. Naque la longínqu a é poca não havi a hos pitais co mo hoje, equipado para tratar es es caso . A sim , o ac identado fo i levado diretamente para sua casa. Chegando, tiveram qu e carregá-lo até seu qu arto e ajudá-lo a cle itarse, pois nada podi a faze r sozinho, devi do à dor. Foram chamados os doutores Francisco ele Medina e Juan Vazquez, sumidades médicas ela cidade, que verificaram a gravidade cio caso. Ao longo ele di as ele tratamento as dores era m tais que chegava a fa ltar a respiração ao doente, levando-o por vezes a des maiar. Após algun s dias o quadro se agravou. Não conseguiram recolocar os joelhos nas devidas pos ições naturais. Com i to, o pobre Dom Juan Antoni o, com suas pernas imobili zadas, não consegui a mai s caminhar, sequer consegui a sentar-se ou fica r ele pé. Para tudo tinha que ser ass istido por criados. Pi or ainda, um cios nervos foi afe tado, causa ndo terríveis convul sões. Estando em tão dolorido estado, fo i convidado por pessoas de outra fa míli a da nobreza loca l a depos itar toda esperança em Nossa Senhora, e acompanhálas numa vi sita ao Santuári o ele Nossa Senhora de Sonso les.
-CATOLICISMO
Um piedoso costume Não temos notícias seguras de qu ando começou o culto a Nossa Senhora ele Sonsoles. Al gun s di zem que se ini ciou ainda antes ele a Espanha ser conqui stada pe los árabes. Outros não chegam a tanto, mas asseguram que co meçou após a cidade ter sido reconqui stada aos mouros pela sétima vez, no sécul o XI. A própria ori gem cio nome se desconhece, havendo sobre ela duas teori as principais. A primeira di z que os meninos pastores que a descobriram , ao verem co mo a imagem brilhava, bem co mo os objetos que a ornavam , exclamaram : "Son soles " - ou seja, "são sóis". Outra poss ibilidade é que te nha algum a relação co m o tras lado cio corpo do mártir São Zoil o (em es panhol se pronunc ia "Sansoilo"), que esteve na capela ela Im agem. Qu alquer que tenha sido a ori gem, fo i a esta capela, próxim a à cidade ele Ávil a, na estrada que condu z a Toledo, que no di a 11 ele fevereiro ele 1659 se di rigiu Dom Ju an Antoni o, qu ase três meses após ter sofrid o o desastre. Acompanharam-no várias pessoas da fa míli a Gil de Vill alba, como Dom Pedro, cavaleiro ele Santiago, e Dom Juan, seu irmão. Partiram por volta elas nove ela manhã, após enorme trabalho para coloca r o enferm o na carru agem. hegando à cape la da Virgem, Dom Pedro e Dom Ju an aj ud aram-no a entrar, apo iado cm mui tas que obtivera num a cnni cla co m a curi osa invocação ele Nossa cnh ora das Vacas. Apenas tinha co loc· ,do um pé na porta ela capela, aind a a um a boa distância ela imagem de No sa enhora, que se encontra no altar principal, o sofrid o Dom Juan Antoni o grito u: " Virgern Santúsima, estas muletas, não posso deixá-las, pois são de Nossa Senhora das Vacas, mas bem. podeis f azê-las vossas. Portanto, Senhora, aj udai-me". Com isto refe ri a-se ao pi edoso costume ele de ixa r sempre as mul etas, já inúteis, como propriedade da Virgem, junto ao altar onde o mil agre se tivesse reali zado. Imedi atamente se ntiu-se curado, levantou as mul etas ao ar e ca minhou sem nenhum probl e ma, sem ajuda ele se us auxili ares, até o altar, onde se ajoe lhou e perm aneceu longamente em oração.
O l'igor na in vestigação · m muitos outr s casos ele v •rd acleiros mil agres , nílo se t 111 tomc1do a precaução ele anotar e do ·um ntar todos os dados, co mo ex ist ' hoj · m Lourdes , oncle numer sos mila•r 's pod ·ni s· r · já foram comprovados, co m todos os at 'staclos médicos, testemunh as, ·nd ' r ·ços, datas, nomes etc. A ausência d ss;i ·0 111 provação dá oportunidade aos inimi 1 0s ela nossa Reli gião ele a legare m que os mil agres não ocorreram , que são lend a , sem nada que os comprove. No caso do milagre ele Nossa Senhora ele Sonsoles, se há algo que não fa lta são dados e decl arações juradas, com todas as fórmul as legais então em uso na Espanh a. Mes mo send o o miracul ado uma pessoa conhecida, de fa mília importante, tendo sido o ac idente verificado por pessoas idôneas etc., o bi spo da cidade, Martin de Bonilla, não deixou de documentar tudo. Mandou faze r uma investi gação em regra. Temos os nomes da comi ssão de juri stas reli giosos que verificaram o porte ntoso fato . Convocaram os dois médi cos que tinham atendido o doente, os aco mpanhantes da visita e até a mulher que cuidava ela limpeza ela capela. Tudo o que caracteri za uma investigaão séri a fo i fe ito. Após isto, concl uiu o prelado que rea lmente havia acontec ido um fato extrao rdin ári o , so brenatura l, inexplicável para a ciência humana - um mil agre.
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Aind a hoje, mil agres se me lh antes acontecem - por exemplo, em Lourdes, como já di ssemos. As pro vas deles encontram-se à di sposição ele quem desejar examin á- las. Por que então tantas pessoas di zem que, se vi ssem mil agres, se converteriam ? Porque, para muitos, tal afirmação é mera desculpa para não mudarem de vicia. Mil agres, Nossa Senhora os opera, no passado e mes mo em nossos di as. Os homens não podem se descul par, di zendo que não acreditam em mil agres porque não os viram. O pi or cego é o que não quer ver. .. •
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Fonte de referência : S an 111.á rio, Im a ge m. Milag ms, Festi vida des, Patronato y Co/i-adias de Nuestra Sei'ío ra Santa Ma ria de Sonsoles , Eu. G rali ca A lhambra, Granada, 1990.
Nono artigo do Credo
"Creio na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos" § 4" - Do Papa e dos Bispos (co11t.)
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De pois cio Papa, por in stitui ção divi na, os personagens mai s venerandos ela Igreja são os Bispos. Eles são os pastores cios fi éis, estabelecidos pelo Es pírito Santo para regerem a Igreja ele Deus nas sedes a eles confi adas, sob a de pendência cio Romano Pontífice. Na própri a diocese o Bispo é o Pastor legítimo, o Pai, o Mestre, o superi or ele todos os fi éis, eclesiásti cos e leigos, que pertence m à mesma clioc<:;se. Isto porque a jurisdição, ou seja, o poder que tem ele governar os fi éis ela própri a di ocese, foi lhe conferido segundo as normas e lei s ela Igreja. O Papa é o sucessor ele São Pedro, Príncipe cios Apóstolos, e os Bispos são os sucessores cios Apóstolos naquil o que se refere ao governo ordinári o da Igreja. Todo fi el, ecles iástico ou leigo, eleve estar unido ele mente e ele coração ao própri o Bi spo que está em graça e comunhão com a Sé Apostólica, e eleve reverenciar, amar e honrar o próprio bi spo e prestarlhe obediência em tudo que se refira ao bem elas almas e ao governo espiritual ela diocese O Bispo é auxili ado, na cura das almas, pelos sacerdotes, e principalmente pelos párocos 2 • O pároco é um sacerdote incumbido ele pres idir e diri gir, sob a dependência do Bispo, uma parcela ela di ocese que se chama paróqui a. Os fi éis elevem manterse unidos a seu pároco, ouvi -lo doe i!mente e professar-lhe respeito e submissão em tudo que se refere ao bem ela paróqui a. 1
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§ 5" - Da Comunhão <los Santos
Com as palavras Com.unhão dos Santos, o nono arti go cio C redo nos ensina
que na Tgreja, pela íntima uni ão que exi ste entre todos os seus membros, são comuns os bens espirituais, tanto internos como ex ternos, que lhe pertencem. Os bens comun s intern os na Igreja são: a graça que se recebe nos Sacramentos, a Fé, a Esperança e a Caridade, os méritos infinitos ele Jesus Cri sto, os méritos superabund antes ela Virgem e cios Santos, e o fruto ele todas as obras boas que na mes ma Igreja se faze m. Os bens externos co mun s na Igreja são: os Sacramentos, o sac rifício da Santa Mi ssa, as orações públi cas, as funções reli giosas e todas as outras práticas exteriores que unem entre si os fi éis. Nesta comunhão ele bens internos entram os cri stãos que estão na graça ele Deus; aque les que estão em pecado mortal não participam destes bens. Isto porque é a graça de Deus que une os fi éis a Deus, e porque aqueles que se encontram em estado ele pecado mortal, não tendo a graça ele Deus, estão excluíd os da comu nhão cios bens espirituais. Os cri stãos que estão em pecado mortal têm, ainda ass im; algumas vantagens nos bens internos e espi rituais ela Igreja, cios quais são privados, porquanto conservam o caráter do cri stão, que é indelével, e são auxiliados pelas orações e boas obras cios fi éis a fim ele obter a graça ele converter-se a Deus. Os que estão em pecado mortal podem parti cipar cios bens externos ela Igre-
ja, contanto que não estejam dela separados pela excomunh ão. Os membros desta comunhão denominam-se santos, porque todos são chamados à santidade e foram santificados por meio cio Bati smo, e muitos deles já atingiram a perfe ita santidade. A comunhão dos santos estende-se também ao Céu e ao Purgatóri o, porque a caridade une as três Igrejas: triunfante, padecente e militan te. E os Sa ntos roga m a Deus por nós e pelas alm as cio Purgatório . E nós damos honra e glóri a aos Santos, e podemos aliviar as almas cio Purgatóri o apli cando em seu sufrágio Mi ssas, es mo las, indul gências e outras boas obras. •
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Catechismo Maggiore pro1111.1/gato da San Pio X, Roma, T ipogra fi a Vati cana, 1905, Ecl i zi one Ares, Mil ano.
Notas da redação: (0 texto destas notas, evidentemente, não fa z parte do Catec ismo ele São Pio X, que apresenta generi camente a doutrin a católi ca sobre o assunto, sem entrar em casos pa rti cul ares) .
I. Segundo essa doutrina, a obedi ênci a devida ao Bi spo refere-se "ao be111 das almas e ao gove rno espi ritua l da d iocese" . Porém, num a época ele gravíss im a cri se reli giosa, como a no ssa - em q ue Pa ul o VI pôde fal ar em "a ntode1110/ição" e na ''.lúmaça de Sa tanás " peneirando no Templ o ele Deus; e também João Paul o li , alertan do pa ra o fa to ele qu e " fora m difun dida s verdad eiras heres i as , no campo dog máti co e moral" , o fi el tem obri gação ele esta r atent.o. A ss im , ele não está obri gado a obedecer a um Bispo (nem a ninguém) que mandasse algo contra "o bem das almas e o go verno espiritual da diocese ". Não deveri a ser obedecido quem mandasse algo contra os M andamentos da Lei ele Deus, como por exempl o as pessoas poderem viver em estado ele adultéri o ou concubinato, pratica r o aborto, ou ent ão in vad ir a propri edade alheia. 2. O mesmo que fo i di to na nota 1, a res pei to el a obediência aos bispos, va le 1ambém para a obedi ência aos sace rdotes ou a qualquer leigo qu e goze de alguma autoridade.
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E, ,TRAR NA CON'TRAMÃO Análise da TFP
Roio X do 2002: Quostào UJligioso poloriz.o o mundo
"Crnscc11tc fJCt'l'cição " na rnvisw
R Mon sieur, Sou leitora de Catolicismo há vários anos, graças à generos idade e à fidelidade de ami gas brasileiras. Tive a ventura de observar uma crescente perfeição nesta revista, um progresso em cada número, a ponto de atingi r excepciona l qualidade. Qualidade tal , que não era capaz de prever no início de minh as leituras. A escolh a dos temas de atualidade, o interesse pelos ass un tos hi stóricos, a lógica das expos ições, o bom espírito e a sã doutrina dos artigos, a alta qualidade das ilustrações, ul trapassam em tudo o que eu podia esperar. A ta l ponto que, quando o senhor enviou uma enquête perguntando se estávamos satisfeitos ou e tínhamos sugestões para lhe remeter, me veio imediatamente ao espírito uma frase bem con hecida em França. O Ministro da Fazenda de Luís XIV, Fouquet, hav ia tomado por emblema um esquilo, e por divisa: "Até onde subi rei ? É exatamente a pergunta que surge a respeito de Catolicismo : até onde ele há de se elevar? Deixe-me acrescentar que, nos dias atuais - quando as eleições brasileiras se tornaram um assunto internacional e a derrotada esquerda européia se consola ao ver Lula à frente de um Bra-
CATO LI C I SMO
sil no qual se reconhece agora a grandeza e a riqueza - , todo · os artigos lidos há alguns anos sobre a Reforma Agrária, sobre o MST e suas ligações com a infe li z "teologia da libertação", tudo isto me é de espec ialíssima utilidade para refutar as fa lsas idéias que a imprensa procura divulgar. O Brasil tomou seu lugar no cenári o intern acional e, por fim, numerosos são os que, na França, sentem que o futuro do mundo vai se decidir na América Latina! De modo diferente dos homens, Deus sabe tirar o bem de um mal. A eleição de Lula terá sido um problema desolador, mas pode ser sa lutar. E, em qualquer caso, Nossa Senhora já nos anunciou a vitória final: "Por.fim, meu Imaculado Coração triunfará!" Agradeço- lhe ainda as alegri as espirituais e intelectuais que sua revista me proporciona. Peço-lhe aceitar, senh o r, minhas co rdi ais sa udações. (C.G. - França)
Por cletl'ás ela máscarn ...
r 111 a abar co m a fom , por que enl'flo não nego ·iar com uma nação onde a fome não cx isl ' há produção cm abundânc ia? Para qu n ' '0 ' iar com um a nação dominada p la 1i rania , onde, em abund ân ia, só h{i f"om . (E.M.F.A. - RJ)
"Raio-X" cio /Jrasil Minhas fe li citações pelo olim rrimo "raio-X" do finado ano, que li co lhendo muitos subsídios, aprendi mui ta co isa interessante que não sabi a. Gostaria que vocês, no final deste ano que está apenas co meça ndo, fizessem um " raio-X" do B rasil. (C.A.C. - PE)
Signilicativa mensagem Estúpidos, grosse iros, medi évicos, juráss icos, inqui sidores ul trapassados e inoportunos !!! São as mentes cafona (s ic) que botaram pra (s ic) fora essa matéria que e tá no site dessa ultrapassada pub licação on-line que botaram (s ic) o nome de Catolicismo. O novo governo foi esco lhido pelo povo e fa rá um governo para o povo e não para as minorias eli tes (s ic) ul trapassadas desse país!!! Fora ianques! !! (V ia Jnternet)
Em nenhum lugar poderá ser qualificado de bom líder aquele que, para ga lgar um posto, precisa usar máscaras . O bom líder é franco, não esconde nada aos seus liderados. [... l Parabén s pelo riquíssimo conteúdo disponível em Catolicismo, que gostaria de propagar ao máximo a fim de abrir os o i hos de meus conterrâneos. Da rei cóp ia xerox sobretudo para aq uele que não quiseram pcrc bcr que por detrás da má. ca ra escondia-se uma face bem dife rente. Feli z Ano Novo! (A.E.J. - MG)
Nota da redação: Não temos o hábito de responder a anôn imos. Esta elegante mensagem nos chegou por e-mail, sem ass in atura , não consta ndo seq uer o nome. Parecem não merecer resposta tantos " louvores" manifestados em tão poucas linhas ... Além do mais, não sabemos se esse anônimo in ternauta entenderá o português ...
Fome em a /J1111clâ11cia
Excelente anseio
Enquanto a maior e mai s próspera nação do planeta cam inha numa direção que leva a um maior progresso e grandeza de seu povo, o Brasil é obrigado a segui r pela contramão . E por uma estrada que só pode levar à mi séria e à fome, no mesmo rumo a que Fidel Castro condu ziu a pobre C uba. Queira o bom Deus que o filho pródigo brasileiro, depois de passar muita fome, vo lte ao bom cam inho. Se que-
De um modo geral a rev ista é excelente. Todo início de mês fica-se ansioso para que e la chegue a nossas mãos. Todas as seções são muito boas. (Z. V.A. - RJ)
Procuraremos atender
É uma revista ótima. Deixa-me a par do que vai pelo mundo; é fo nte de instrução, eva ngeli zação, dignifica a alma.
Desejaria mais excertos de conferências do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira sob re obras de a rte sacras. (L.S.S.V. - SP)
Primeira grandeza Catolicismo é um a revista de primeira gra ndeza. (H.B.S. - SE) Completa e atualizada Todas as matéri as de capa de Catolicismo são se mpre basta nte interessa ntes. É um a revista completa e atua li zada, interessando-me particularmente os temas religiosos. (M.I.G.A. - PE)
Fortalecimento da fé 181 Eu só quero parabe ni zar pelo enca nto que nos proporciona esta belíssima revista. Ela nos oferece uma mensagem de amor e ami zade que aum enta nossa fé. E parabenizar a eq uipe e dizer que esse veículo de comunicação tem contribuído para nossa fo rmação cri stã. Go taria que fa lassem mais sobre a Terra Santa. (C.V.R. - MA)
Que llÍllgllém deixe de lel' 181 É talvez a única revista que pode e deve ser lida por todos. [ncentiva a fé, traz ciênc ia das normas da ]greja Cató li ca etc. C reio que interessa a muitos. Deveri a ser mais divulgada, principalmente nos meios católi cos. (R.M.M.M. - MG)
Confiança É sem dúvida um a exce lente revi sta, séria e na qua l se pode co nfi ar. Há cerca de 20 anos leio com prazer esta brilhante revista (leio tudo, da]ª à última página). Enquanto viver, sere i ass in ante de Catolicismo . (E.H.M. - PE)
Pel'Li1111e ele rosas 181 É com muita aleg ri a que escrevo para agradecer o contentamento que vocês nos deram com a visita da santa em minha casa. O moço que veio j un to falou muito bem. A rua da mi nha casa lotou. E u convide i o povo
pela rádio. Depois de uma hora que ela tinha saído, ai nda cheirava rosas, e não tin ha nenhuma rosa enfeita ndo, fo i um mil agre. Duzentas pessoas, eu garan to, esperaram a Imagem na porta de minha casa. Obrigado, obrigado, pela alegria que me deram . Fiquei uma semana enfeitando a ru a e a casa. Obrigado pelo ades ivo. (E.L.M. - MG)
Cenas eróticas nas 'l'Vs Todos os dias rogo a Nosso Senhor Deus para que ilumine vossas mentes e corações para co ntinuarem na luta a favo r da mora l, da éti ca e dos bons costumes. A cada dia que passa fico indignada co m as cenas eróticas apresentadas pelas TV s. O que falta para termos respostas imediatas é que muitos que se dizem católicos não têm coragem para fa lar e protestar, pois ficam co m medo de repressões e discriminações exercidas de vári as mane iras. (J.M.J.O. - BA)
Apaixonado p elos milagres Escrevo co m grande satisfação para lhe dizer que cada dia que passa estou me apaixonando pelos milagres que está trazendo a Campanh a de Fátima , milagres escritos pelos aderentes. Milagre que já po uso u sob re mim, porque depois de muita batalha estou terminando meu 2º grau. Luto de todas as for mas para não deixar de contribuir com a Ca mpan ha. (A.R.C. - GO)
De todo o coração 181 Não tenho receb id o o bo leto para contri bui ção men sa l. Tenho sim recebido para algumas contribuições es po ntâneas. Como não tenho co nta bancária, peço ori entação para ficar co ntribuind o, pois faço isso co m muita alegria, de to"clo o coração. Quero reg istrar qu e meu marid o sofreu um terrível acide nte de moto, e graças a Deus e à proteção de Nossa Senhora ele so freu um minú scu lo ferimento , muito leve em re lação ao ac id ente . (J.M.P. - PE)
Quero pa,·ticipa,· [8] Gostaria de participar da Campanha, pois eternamente hei de agradecer uma gra nde graça, que foi a cura da minha filh a de um a hiper-tiróide. Vários méd icos disseram que ela teria a doença por toda a vida. Essa graça aconteceu na visita da imagem ori ginal de Nossa Senhora de Fátima. Por favor, co mo posso atuar na Campanha? (V.M.R.S. - SP)
Lumhwsa visita ela imagem ~ Eu agradeço de alma e coração à Campanha, à Virgem Santíssima e ao senhor por tão grande honra e graça recebidas, por ter o meu nome e a minha pessoa escolhidos para receber esta luminosa visita da imagem peregrina. Desde o recebimento do comunicado, primeiro por telefone e confirmado por carta, de que cu foi contemplada para receber a visita da imagem em minha casa, eu estava numa intensa expectativa e ansiedade, co ntando os dias e depois as horas que fa ltavam para o grande e abençoado momento. Quando chegou o momento, eu estava intensamente emocionada. Eu ri a e chorava ao mesmo tempo, de tão profundamente tocada que estava. A oração do terço foi linda e comovente, e todos que se fizeram presentes rezaram com muita piedade. No final do terço, o representante da Campa nha fez uma explicação da razão de ser da Campanha para os presentes, e conseguimos mai s algumas adesões, o que me deixou contente. Ao término eu serv i cate, chá e bolachas péu·a os convidados. Naquela noite não consegui dormir, de tão dominada pela emoção que eu estava. Parecia que me encontrava numa espécie de êxtase, andando nas nu vens. Nunca esquecerei aquela noite de paz e luz e por ter eu, pela primeira vez na minha vida, a honra e a alegria de coroar a imagem. (F.R.R. - PR)
Cortos, fox ou e-moils poro os seções Correspondêncio e/ou A Palavro do Socerdote: envior oos endereços que figurom no pógino 4 desto edição. '
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FEVEREIRO 2 0 0 3 -
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Martinho Lutero
Pergunta - Tendo um amigo meu, que é pastor protestante, em conversa sobre outros assuntos, afirmado não existir o Purgatório como afirma a Igreja Católica, desejaria saber em que o Magistério da Igreja se baseia para essa afirmação, a fim de que eu possa contestar e esclarecer .meu amigo sobre esse ponto. Resposta -
A pe rg unta é muito interessante, porque nos dá ensejo para tratar de dois pontos de capital importância: a) o uso que a Igreja faz da Sagrada Escritura em ua e laboração teológica; e b) a doutrina protestante da justificação, e m contraste com a doutrina cató lica da Redenção.
A doutrina do Catecismo Quando, ao nos prepararmos para a Primeira Comu nhão, apre ndemos as noções bá icas de Catecismo , a doutrina cató li ca nos é ap resentada como um co njunto coerente de verdades já estabe lecidas pe lo Magistéri o da lgreja e consagradas pela Tradição. Nem poderia ser de outra fo rma , como a li ás aco ntece com qualquer outra matéri a, mesmo não diretamente religiosa. Assim , se fo rmos aprender o func ionamento do sistema so lar, por exempl o, j á nos ensinarão os nomes de todos os nove planetas, de M ercúri o a Plutão. É c laro que, num curso mais ava nçado de Astronomia, nos expli carão quando e como esses planetas fora m descobertos, e numerosos outros aspectos. O mesmo aco ntece com a doutrina católica. Parte dela j á foi revelada no Antigo TestaCATOLICISMO
mento. Depois Jesus Cristo a ex plicou, completou e aperfe içoo u. E le nos deixou a s ua d o utrin a , e ns inand o-a aos Apóstolos ora lmente e pelos seus atos e exe mplos. Estes, po r sua vez, a transmitiram também o ra lme nte, e já um tanto por escrito, aos prime iros fiéis. Alguns destes - a saber, São M arcos e São L ucas - também pusera m por escrito as pregações dos Apóstolos, resultando de todo este trabalho os qu atro Eva ngelhos, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o livro do Apoca lip se , que co ns titu e m o N ovo Testamento. Porém, nem tudo que Jesus C ri sto ens in o u ficou esc rito . Muitas verdades co ntinu ara m a ser transmitidas apenas ora lme nte, e é isto que constitui achamad a Tradição. M ais tarde, grande parte dessa Tradição oral foi escrita pe los Padres da Igreja e outros a utores sacros. Assim como os as trô nomos e astrofís icos continuam estud ando o Universo que aí está, e cada vez nele descobrem novas marav ilhas, os teó logos vão sempre aprofundando o conheciment:o da doutrina revelada por Nosso Senhor Jesu C ri sto.
O livro dos Macahcus e o purgatól'io A ex istência do Purgatório não está direta e explicitarnente menc ionada na Bíblia. Então, como sabemos nós cató1icos que e le ex iste? Porque sua ex istênc ia se deduz claramente de certas passage ns das Sag radas Esc rituras e vem confirmada pela Tradição. Assim , por exe mpl o , no segundo livro dos M acabeus se lê: "E, tendo feito uma coleta, [Judas Macabeu} mandou do ze mil dracmas de pra-
ta a Jerusalém, para serem, oferecidos em sacrifício pelos pecados dos rnortos [ ... }. É pois um santo e salutar pensamento ora r pelos mortos, para que sejam li vres dos seus pecados" (U M ac. I 2, 43-46). Por onde se vê que essas a lmas ainda não tinham sido inteiramente purificadas de seus pecados, e portanto não podiam e ntrar no Céu, necess itando de orações e sacrifíci os dos que permaneceram na Terra, para que pudessem fazê- lo. Das a lm a que partiram deste mundo e se encontra m nesse estado de purgação se di z que estão no Purgatório . É verdade de Fé que o Purgatório é um estado e m que a a lma se parad a do co rp o é purifi cada por verdadeiro fogo . Ademais, é doutrin a comum entre os teólogos que o Purgatóri o é também um lugar determinado.
Os protestantes rejeitam partes ela Bíhlia A conceituada Encic/opedia Cattolica ass im define o Purgatório: "Estado pós-terreno, que durará até o Juízo Final, no qual as almas daqueles que 111orreram, na Graça de Deus, 111as com impe1f eições ou pecados veniais ou penas tell'lporais a pagar pelos pecados ll'IOrtais perdoados, expiam e se purificam antes de entrar no Céu". Quando na l greja se co mputavam as indul gê nc ias parc ia is com base em dias - por exempl o, uma indulgência de 40 dias - isso comum e nte não signifi cava que quem ganhasse essa indulgênc ia ficaria 40 dias a me nos no Purgatório. S ig nifi cava, isto s im , que lhe era remi tida uma pena equivale nte a um pecado ao qual, na Igreja primitiva, lhe
seri a imposta uma p'nil ê nc ia de 40 dias. A Ig reja, porlanlo, labora a s ua doutrina sobre o Purgatório com base no referido texto do seg und o livro dos M aca be us, co rrobo ra nd o -a ai nda com outras passagens da Escritura - tanto do Antigo quanto do Novo Testame nto - que por brevidade o miti mos. Infe li z me nte d evemos alertar o nosso consulente que, com isto, e le provavelmente não vai convencer seu am igo protestante, pela simples razão de que os protestantes erroneamente nega m a canoni idade dos livros dos M acabe us! Isto é, e les reje itam esses dois livros alegando que não perte ncem à Sagrada Escritu ra . E ntão a discussão se des loca para outro te ma, que é ad iscrepância entre a Bíb li a cató1ica e a protestante, assu nto por demais vasto e complexo para ser tratado aq ui. Porém, há um outro as pecto que taJ,vez dê margem à eluc idação da questão.
A doutrina protestante ela justilicação Os protesta ntes negam a ex istência do Purgatório també m porque, pe la fa lsa concepção que formaram da justificação do pecador, essa purificação das a lmas depois da morte não é necessári a. Segundo eles, Jesus Cri sto, morrendo na C ru z, já pagou por todos os nossos pecados, e não é preci o que cada um de nós sofra por si mesmo nem pe los outros . C hega m ao absurdo de dizer que até podemos pecar à vontade, porque todos os nosso~ pecados j ,'í estão pagos, de antemão, por Jesus C ri sto.
E, para isto, bastari a ter fé . É assim que Lutero bu sca interpretru· a célebre passagem do Evange lh o de São M arcos: " Quem crer e for batizado será salvo; o que, porém, não crer será condenado" (Me 16,16). Segundo a doutrina verdadeira, que nos é ensinada pe la Igreja cató lica, o pecado comporta dois as pectos: a culpa e
a pena. lsto é, pelo peca d o ofendemos a Deus e nos tornamos c ulpados di ante d 'Ele, merece nd o co nseq i.i e ntemente um castigo (uma punição o u pe na). Quando recebemos a abso lvi ção de nossos pecados pe lo Sacramento da Confissão, pelo poder de Je-
s us C ri sto a nossa c ulp a é pe rdoada, mas res ta c umprir um a pe na pelo pecado cometido, a qua l é satisfeita só em parte pe la penitência que o sacerdote nos impõe. O que falta é completado por nossos sacrifíc ios voluntários unidos aos mé ritos de C ri sto, pe la
aceitação a morosa dos infortúnios que Deus permite que caiam sobre nós e pe las indul gê nci as que lu cramos. Se a soma de tudo isso ainda resul tar num saldo negativo em relação ao montante de nossos pecados, pagare mos o restante no Purgatório. A do utrin a protestante é absurda. Segundo ela, os méritos de C risto não nos limpam verdadeiramente dos pecados. São apenas um véu que se aplica sobre os nossos pecados, camufl ando-os diante de Deus. Sob esse véu, continuamos os mesmos pecadores imundos. Por isso, di z ia Lutero, o homem é sempre, ao mesmo tempo, justo e pecador - simul ju stus e t peccator. Po ré m , como estamos cobertos pe lo manto redentor de Cristo, podemos comparecer diante de Deus no Céu, sem necessidade de uma penitênci a pessoal que, para Lutero, é inteira mente vã e supérflua. De onde não haver nenhuma necessidade de passarmos antes pelo Purgatório, para nos purificarmos de nossos pecados. Em outras palavras, entraremos sujos mesmo no Céu, apenas recobertos pelo manto puríssimo de Cristo. [sso está c larame nte formul ado por Lutero e m suas obras. A doutrina é tão sesqui pedal, e de tal modo induz as pessoas à prática do pecado, qu e, quem sabe, seu a mi go verá o absurdo dela!
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Convém acrescentru· que, no Purgatório, o pecador arrependido expe rimenta ao mesmo te mpo dor pe las ofensas feitas a Deus nesta Terra e alegria, tanto pelo perdão obtido quanto por conhecer que finalmente e 'tá repru·ando os ultrajes feitos contra Deus. • FEVEREIRO 2003 -
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A REALIDADE CONCISAMENTE ~
Nos Estados Unidos: conservadorismo e castidade
t\ sociedade
norte-ameri ca na tem ca minhado r\.num sentido nitidamente conservador. Está tramitando no Congresso, proposta pelo Partido Republicano, medida que limita o fo rnec imento ele verbas federai s apenas para instituições que promovam a abstinência sexual entre os adolescentes. Di z a proposta: "Não há médico do mundo que vá negar que o único método anliconcepcional e anti-Aids 100% seguro é a ausência de relação·sexual". O texto é claro: "Quem def ende o uso de preservativos e de pílulas anticoncepcionais como política sexual tem a sua verba cortada". A louvável iniciativa é encabeçada pelo sec re tá ri o da Ju s ti ça no rte- am e ri ca na, Jo hn Ashcroft, com apoio do Partido Republicano e a chancela do pres idente Bush, ele próprio defe nsor ela c ha mad a abstinência sexual dos adolescentes. •
Nova derrota esquerdista na Europa
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Rolandas Pa sas, o novo presidente d Lituânia, com sua esp sa
N
o dia 5 de jane iro último, ocorreu o segundo turno das eleições pres idenciais na Lituânia. O então presidente Valdas Adamku s (sem partido) havi a obtido 35,5% dos votos no primeiro turno, realizado em 22 de dezembro passado. E seu contendor mai s próximo, o ex- prim e iro- mini stro Ro la ndas Paksas, apenas 19 ,6%. Surpreende nte me nte, Pa ksas, me mbro do
Partido Liberal, mas considerado por muitos como conservador, o bteve no últim o pl eito 54,9% do · votos contra 45, 1% ele Adamkus. Paksas é o qua rto pr s icle nte eleito da Lituâni a desde sua independência em relação à URSS. Foi duas vezes primeiro-mini stro e prefe ito de Vilnius. Te m grande habilidade política. Piloto de acrobacias, duran te a ca mpa nha e le itoral passou debaixo de uma ponte em Vilnius com um pequeno avião. E m meio à grande apati a política que reina no país - o índice de abstenção nas ele ições chegou a quase 50%, no que influiu sem dúvida o frio intenso - Paksas precisará lançar mão de suas habilidades para governar a Lituânia nos próx imos quatro anos. •
Chefe derrotado do PCF renunciará
º
presidente cio Partido Comuni sta Francês (PCF), Robert Hué, após eguiclas derrotas eleitorais, decidiu abandonar suas funções a partir do próx imo congresso cio partido, que se realizará e m abril. Di ante da pre são elas pró pri as bases, os diri gentes da chamada esquerda plural ela Fra nça, cle poi. de sofrere m duas derrotas, resolvera m reti ra r-se ela vicia política. Por sua vez, o diári o comuni sta L'Humanité apresenta um balanço fo rtemente defi citári o e .- ua tiragem é cada vez mais baixa. Ao contrári o do que ocorria no passado, os comunistas franceses não contam mais com auxíli os provenie ntes cio E xterior, desde o desmoronamento da Uni ão Sov iética. E o povo fra ncês não quer saber de comuni smo. •
Brasil, inglório campeão dos impostos
t\ carga
tributária bras ileira atinr\. g iu no a no passado o patamar inédito de 34 ,36% cio PIB. A arrecadação tributá ri a a lca nço u R$ 423, 1 bilhões, ou seja, R$ 54,5 bilhões a mais, se comparado ao ano anterior. E ntre l995 e2001 , a carga tri butári a e m re lação ao PIB passou de 28,47% para 34,36%, dec larou Andréa Le mgruber, coordenadora geral ela Rece ita Federa l. Essa ci-
CATOLICISMO
fra re prese nta um a um e nto de 20,69%. . Comparado aos demais países da Améri ca Latina, o Brasil conti nua sendo o campeão na cobra nça de impostos. Al ém de ser um claro indício de soc ialização da economi a, é notório e lamentável o fato ele tal montanha de recursos ser tão mal aproveitada pelo Estado quanto a serviços prestados à sofrida população do País. •
Na China comunista: epidemia de Aids
O
Na Argentina, investida homossexual
ministro chinês da Saúde, Zhang Wenkang, reconheceu que a AIDS disseminou-se por 23 províncias do país na década de l990, devido ao primitivismo do sistema de coleta de sangue. Segundo a ONU, 1,5 milhão de chineses estão infectados pelo vírus HIV, podendo chegar a mais de 1Omilhões até 201 O. •
B
ue nos Aires, outrora cheia de nobreza e catolicidade, to rnou-se a prime ira cid ade d a Am é ri ca La tin a a lega li za r a uni ão ele pessoas do mes mo sexo. A péss ima lei, redi g id a por uma juíza do Direito da Famíli a, fo i aprovada no leg islativo da
capital argentina por 29 votos a fa vor contra IO. O Exec utivo munic ipa l te m 120. di as para sanc ionar a le i qu e lega li za a uni ão contra a natureza, pecado qu e, segundo a doutrina cató Iica, " brada aos Céus e clama a Deus por vingança". •
Coréia do Norte expulsa inspetores
Em Londres, maconha em cafés
t\ ce na tri ste me nte r \ .conhecida e m bares de Amste rd ã, na H o la nd a, de pe dir uma cerveja e acender um cigarro de maconha, te m novo e ndereço: o Ceife Cairo, ao sul de Londres. Est,'í prevista para este ano a inauguração de mais 13 cafés, o nde o cons umo de cannabis será permitido . E o que é mais grave: a erva estari a também à venda ! Sabendo dos efeitos fu nestos que as drogas exercem especialmente sobre a juventude, e m todo o mundo, é inconcebível e lamentável o perm iss ivi smo moral cio governo trabalhi sta inglês. •
,,\ Agência Int. ernacional de Energia Atômica r\.(AlEA), organismo da ONU , informou que o governo de Pyongyang reativari a suas usinas atômicas. Mohamecl EIBaradei, diretor da AlEA , e seu porta-voz Peter Rickwood, receberam carta do gove rno norte-coreano pedindo que retirassem seus inspetores do país. É escandaloso e extremame nte preocupante um regime comuni sta, cuj a população vive na miséria, reativar ameaçadoramente suas usinas atômicas e eliminar o controle internac ional que es tava se ndo exe rc ido pe lo o rga ni s mo da ONU. • Vista aérea de usina atômica norte -coreono
Descristianização na Europa não poupa nem o domingo t\ meta de descristianização da Euro-
r\. pa não pára nem diante do dia do Senhor. A União Européia acaba de recomendar aos países - membros: o domingo não deverá mais ser considerado dia de descanso. O pretexto é a nova realidade multirreligiosa européia, que hoje acolhe comunidades muçulmanas e cristãs. A recomendação visa também um objetivo econômico - eliminar o pagamento de horas extras, como prevê a lei, a quem trabalha nesse dia.
Deputados uruguaios aprovam aborto
t\ pós
acaloradas discussões que se
r\. estenderam por seis sessões, a Câ-
mara dos Deputados do Uruguai aprovou a descriminação do aborto, em dezembro último : 47 votos a favor, 40 contra e 12 abstenções . Ou seja, o aborto deixa de ser crime na nação vizinha. Embora seja necessária ainda a aprovação do Senado antes de chegar ao Executivo, o Presidente José Battle já declarou que vetará esse projeto de lei, caso chegue até ele. É de se esperar que cumpra a sua palavra .
No Sudão, continua a perseguição religiosa
E
m outubro último, ao longo de um ciclo de conferências proferidas na França, Mons. Paride Taban, Bispo de Torit, fez impressionantes declarações a respeito da perseguição religiosa promovida pelo governo islâmico, que tenta impor a religião de Maomé ao conjunto do país. "Cada dia que passa é testemunho do desaparecimento de inocentes, do destruição de cidades inteiras e de terríveis crimes. A guerra civil fez mais de 2 milhões de vítimas e criou mais de 4 milhões de refugiados", disse ele. Essa tragédia exige uma reflexão: como as vitimas da cruel perseguição são principalmente católicas, ao que parece essas não causam comiseração e pena em altissonantes militantes dos direitos humanos e em organismos da ONU.
FEVEREIRO 2003 -
posse do novo Governo, os Presidentes ela Argentina, Chile, Uruguai, Peru , C uba e Venezuela, bem como o Presidente de Portugal e o Príncipe herdeiro da Espa nha, além de inúmeros representantes diplomáticos. Mas Hugo C hávez e F ide l Castro receberam um tratamento diferenciado. Já no dia 2 de janeiro, Lula convidou C há vez para tomar o café ela manhã. Este chegou com quase uma hora de atraso, alegando que ficara conversando com Fidel Castro até as 4 horas da madrugada, discutindo a crise venezuelana. Causaram espanto, ali ás, as declarações do Presidente ela Venezue la, ele que seu país tem duas alternativas, "uma re-
volução pac(fica ou uma revolução violenta", e que essa revolução não acabaria
Para onde caminha o Governo? Avós uma campanha eleitoral considerada moderada e conciliadora, o PT muda o discurso e já fala em revolução social a
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s prime iros dias cio Governo Lu la da Si lva começam a causar preocupação em largos setores do povo brasileiro. A âns ia com que as diversas alas do Partido cios Trabalhadores se lançou à conquista cio poder tende a provocar uma quebra da expectativa, ela esperança que se criou durante a campanha e le itoral. As promessas ele campanha parecem esquecidas, e a esperança vai se transformando em preocupação à medida que o Governo anuncia projetos cada vez mais socialis tas.
Ministério de esquerda Os primeiros passos já se deram com a constituição do Ministério. A começar pelo Chefe ela Casa Civi l, Ministro José Dirceu, o qual militou na
- - CATOLICISMO
Aliança Libertadora Nacional (ALN), organ ização g uerrilheira que promovia seqüestros assa ltos a bancos. Ascenderam também ao Governo Federal dive rsos nomes com origem na orga nização trotskista Liberdade e Luta. No prime iro esca lão cio governo, o Ministro ela Fazenda, Antonio Palocci, e o secretário ele comunicação ela Presidência, Luís G ush iken. Estes são apenas a lguns exemplos. Essa guinada à esquerda pode também ser medida nos discursos ele posse de alguns ministros. José Dirceu, por exemp lo, relembrou o caráter de esquerda e soc ialista do PT (característica habilmente si lenciacla durante o período e leitoral) e declarou:
"Vamosfazer uma verdadeira revolução social" 1
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O Ministro ela Educação, Cristovam Buarque, que em sua posse prestigiou o
ditador Ficlel Castro, afirmou que o própri o Presidente Lul a da Silva lhe recomendou: "no caso da educação, é acelerar e dobrar à esquerda" 2 . Em matéria especial sobre a posse dos novos ministros, a "Fol ha de S. Paulo" constatou: "PT troca 'paz e amor' por revolução social", acrescentando que "o
Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva abandonou o discurso cauteloso e conciliador, característico da campanha" 3 •
Castro e Chávez Lula da Silva fez questão ele distanciar-se, durante toda a campanha e leitoral, cio ditador cubano Ficlel Castro e do Presidente venezuelano Hugo Chávez. Passado o período eleitoral, esse distanciamento ideológico foi dando lugar a uma proximidade cada vez maior. Estiveram no Brasil, por ocasião ela
nem se ele perdesse eventuai s ele ições 4 • E Fidel Castro, cujo passado de perseguições e ele fuzilamentos ele católicos e dissidentes políticos no paredón, em seu país comunista, é altamente conhecido, foi recebido para um jantar-churrasco. Nos dias posteriores, foram anunci ados importantes intercâmbios governamentais com Cuba.
A homba atômica As confusas declarações do Ministro ela C iência e Tecnologia, Roberto Amaral, em uma entrev ista à BBC, ele que o País eleve dominar a tecnologia ela bomba atôm ica, causaram surpresa dentro e fora do Brasil. Essas declarações não fizeram se não dar corpo às desconfianças internacionais sob re as inte nções cio governo de Lula ela Silva, ele levar adiante o projeto nuclear. O que eq uivaleria, se confirmado, a contrariar o tratado de não-prolif eração das armas atômicas (TNP), cio qual o Brasil é signatário, bem como a própria Constituição Federal, que proíbe o desenvolvimento ela tecnolog ia nu clear para fins bélicos. No dia seguinte à declaração, e em virtude da ampla repercussão internacio na l, fo ntes cio Governo procuraram justificar a afirmação cio Ministro, dizendo que e le se referira apenas a conhec imentos técnicos para a produção de energia nuclear. Gafe e câ ncer não têm cura, diz conhec ido adágio popular.
As confusas declarações do Ministro Roberto Amaral sobre a bomba atómica causaram perplexidade
Os caças <la FAB O anú nci o de que o Brasil suspendeu a licitação para a compra de caças para a Força Aérea Brasileira fo i mais um ato confu so cio Governo. A justificativa de que o dinheiro seria empregado no programa Fome Zero fo i logo desmentida pela imprensa, pois a lic itação previa um financiamento ex terno e um contrato que obri gava o fornecedo r a promover exportações ele produtos cio Brasi I no valor ele 100% cio custo. "Ne-
nhum centavo sequer dos US$ 760 milhões destinados ao Projeto FX aplacará a fome de qualquer brasileiro, pelo simples motivo de que esse dinheiro não está no orçamento e muito menos nos cofres do Tesouro Nacional" 5 .
Fome Zero O programa Fome Zero, alardeado como a grande so lução para enfrentar o problema soc ial do País, permanece a in da indefinido. Primeiramente, anunciou-se que o lançamento do programa seria fe ito na c idade ele Guaribas, no Piauí, a mais pobre cio Brasil, segundo o IBGE. Curiosamente, afirmou o Sr. Ferreira Neto, Secretário ele Educação ele Guaribas: "podemos comer
mal, mas não passamosfom.e"
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O Presidente Lufa, na segunda semana ele seu Governo, fez questão de levar uma grande com itiva de ministros e secretári os ao Piauí, Recife e Vale do Jequitinhonha, para que pudessem conhecer a rea lidade ela fome. [nteressante país este: fa lou-se até em 55 milhões ele famintos - cerca de 1/3 ela população do Brasil - .e os ministros
precisam viajar milhares ele quilômetros para encontrar essa fome! Como explicar esse mistério? Será que agora surgirá uma fome oculta, que ninguém consegue ver?
A Expectativa A nomeação de Henrique Meire lles para Presidente do Banco Central, e dos ministros do Desenvolvimento e ela Agricul tura, respectivamente Luiz Fernando F urlan e Roberto Rodrigues, represento u um primeiro movimento que parecia confirmar as promessas de campanha, tendo produzido tranqi.iiliclacle no mercado. E ntretanto, as reiteradas indecisões cio Governo e o rumo socia li sta que a política nac iona l parece estar tomando, distante das promessas e le itora is, deixam uma série de dúvidas sobre o futuro . Da mesma forma, as negociações para a formação de uma maioria parlamentar, que sustente a govern abi liclade, permanecem conturbadas. Essas são apenas alg umas elas questões que mantêm nosso povo entre a esperança, a preocupação e a insegurança. Nesses pontos o início não fo i auspicioso. Esperemos que o futuro esc lareça o sentido do Governo Lula da Si lva. O povo bom e pacato espera atento os dias que virão. •
Notas:
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1. "O Estado de S. Pau lo", 3-1 -03. 2. "O Estado de S. Pau lo", 3- 1-03.
3. "Fo lha de S. Paulo", 3- 1-03 . 4. "Folha de S. Paulo", 3- 1-03. 5. "O Estado de S. Paulo", 7- 1-03, O primeiro ato demagógico. 6. "O Estado de S. Paulo", 7- 1-03.
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cara ao promulgar 49 le is contra a propriedade privada, num contexto de crescente despotismo. Tais inic iativas e as que vieram de po is fi zeram com que hoje, na Venezue la, seja comum ouvir frases como estas: "Ele quer tran~formar nosso país numa nova Cuba"; 1 ele tem "um plano maléfico para impor à Venezuela urna
ditadura castro-comunista".
Manifestação anti -Chávez na zona leste de Corocas, em dezembro p.p .
Venezuela: a precipitação no caos C ontradições e artimanhas de um governo esquerdista que perdeu o apoio popular e tentou uma ditadura disfarçada
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Fator essenc ial nesse processo ele comunistização progressiva fo i incutir medo na população opositora. Como é sabido, Castro form ou em C uba os "Co mitês ele Defesa da Revo lução", verdadeiros bandos armados dispersos por toda a ilha para espi onar e reprimir os poss íve is opos itores . Ass im , o regime castro-comuni sta s ufoca as manifestações popul ares . Seguindo esse modelo, fo ra m fund ados na Venezue la os chamados "C írculos Bo livarianos", que alegam ser organizações 3 c ivi s - fato que é negado pela opos ição. Quando há manifestações contra C hávez, os me mbros dos Círculos Bolivarianos chega m ao local, muitas vezes e m motoc ic letas, e agride m impunemente os 4 partic ipantes, vi sando di spersá-los e inibi-los. Entretanto, tais age ntes do governo não estão alcançando seu objetivo de desanimar a opos ição. Pelo contrário, o efeito tem sido o oposto : a popul ação não desiste, mas se e nfurece, crescendo o número de opositores ao governo e de marchas e m repúdio a este . Ta is marchas congregam impress ionantes multidões. Uma delas, realizada no di a 14 de dezembro p.p, reuniu 1,5 mi lhão de pessoas, certa me nte a maior con5 centração ela hi stóri a venezuelana .
contradição reflete-se na posição ele alguns governos. Alguns apóiam C hávez, embora devam disfarçar seu ma l-estar em face dos pe ndores tota litári os do líder venezue lano. A grande maiori a dos ve nezue lanos, não sendo atendida em suas re ivindicações, e ante os claros sinais •de endurecimento de um governo decidido a fazer o contrário cio desej o popular, optou por declarar uma perigosa greve geral, na esperança ele resolver o impasse.
Multidões 1'evolucio11árias: <lcsl'eito o mito O Prof. Plínio Corrêa de Olive ira dizia que toda revo lução, para avançar, prec isa de uma ideologia, um impul so e um caráter multitudinário. O impulso tra nsfo rma a ideo log ia e m fatos concretos , mudanças, leis, novas insti tuições etc. A presença da multidão serve para a legar que se está c umprindo a vontade do povo. Uma revolução necessita ele multidões ou, ao me nos, precisa fin gi r que as te m. Ass im sendo, C hávez convocou uma ma rc ha pa ra pate ntea r "aos olhos do mundo " o maciço apo io do povo à sua revo lu ção. M arc ha que , mes mo co m tra nsporte gratuito facilitado pe lo governo e licença aos fun c io nários públi cos para deixar o trabalho, reuniu apenas uma quinta parte da marcha opos itora ... Ta l fa to, que na Ve nezue la ning ué m podi a
Pmposta <le eleições como solução ■ ENRIQUE LARA
O
uando, no fin al do ano passado, a o posição venezuelana ao Pres ide nte Hugo C hávez decidiu convocar uma manifestação de protesto numa das principais avenidas de Caracas, notou-se enorme surpresa em todo o país. Habituado este à idé ia de que C hávez tinha um apoio maciço da popul ação, como de fato aco nteceu nos prime iros anos de seu governo, ninguém esperava a e norme mul tidão que compareceu - cerca de 1 milhão de pessoas ! CATOLICISMO
A partir de então, cada vez maiores marchas, bem como contínuos panelaços e protestos de todo tipo contra o governo, têm sido habituai , com enfrentame ntos cada vez maiores e o risco de guerra civil. O êx ito das manifes tações opositoras vem superando as mais ousadas expectati vas, mas também a decisão do Presidente de manter-se no Poder parece cada dia maior.
Imitação do governo castJ'ista A partir de sua ele ição para a Pres idê nc ia, C hávez e mpenhou-se e m do mi -
nar todos os contro les do Poder, aprimora ndo os mecani smos te ndentes a manipular a popul ação, seguindo o exempl o de q ue m era seu mode lo dec larado, F ide l Castro. Só que, quando o povo ve nezuelano percebe u isto, Chávez j á era pres idente, contava com esmagadora maiori a no Parl a mento, di spunha ele uma no va Constituição - pre parada por e le mesmo ... - e havi a promovido militares fi é is a e le para os principa is cargos das Forças Armadas. Depo is de um período em que manteve uma aparê ncia inofensiva, tiro u a más-
Ante o grau de apo io manifes tado pela po pul ação, e não que rendo ver o pa ís transformado numa ditadu ra comunista, a o pos ição pediu a realização de novas ele ições, j á que C hávez alega que seu reg ime é de mocrático. M as, como di z o jornali sta Roberto G iusti na revista colombiana "Cambi o", "a última coisa que de-
seja Chávez é uma saída eleitoral. [. .. ] Com 70% do país contra, ele sabe que o tirariam. do poder pela fo rça dos votos ".6 Estabe lece-se ass im uma divergênc ia entre um povo que pede e leições e um governo que se nega a co nvocá- las. Tal
O presidente Hugo Chávez
negar - pois todos presenc iaram o fi asco - fo i esca moteado por diversos órgãos de impre nsa in te rnacional, os quai s noti c iaram que as du as mani fes tações contara m com o mes mo número de parti c ipantes. Tendo o governo chavi sta perdido o mito do apoio das m.ultidões revolucionárias, fi cou com receio ele atuar. A oposição, pelo contrário, começou a agir mais intensamente, reali zando outras manifes7 tações de protesto quase todos os dias apesar de os Circulas Bolivarianos tenta8 rem impedi-las por meio da vi olência.
A greve <la imlúst,'ia petrolíl'era Como se sabe, a economi a da Venezuela vive sobretudo ela indústria petrolífera. Por isso, a parali sação nesse setor é vita l para que a greve alcance impacto total. E isso fo i obtido: paralisação dos poços ele produção, das re fin arias e dos navios ele transporte do combustível. Primeiramente, o governo chavi sta tentou negar 9 o sucesso ela g reve . O vice-pres idente chegou a faze r a rid ícul a declaração de - ,, . 10 - era "pura jiIcçao que ta 1 para 11.saçao Mas depois, di ante ela evidênc ia cios fatos, respondeu com vio lê ncia. Os capi tães e a tripulação dos navios petrole iros fora m detidos e ma ltratados, ficando privados de ág ua e comida. As refinari as fo ram ocupadas pe lo exérc ito. Chegouse a obrigar o tran sporte privado a di stri 11 buir combu stíve l. Entretanto, o êx ito da greve fo i enorme . Em novembro a Venezuela produ zia 3,2 milhões ele barri s diários. No mês se12 g uinte, ca iu para apenas 200.000. Assim , o país que v ive da ex portação de petró leo não produ z sequer para o consumo interno - 400.000 barris diários - e 13 ne le co meça a fa ltar tudo: gasolina, gás 14 15 de cozinha e até alime ntos. Deses perado, o pres ide nte C hávez pediu ajuda. O governo brasile iro ate ndeu à so licitação envi ando um navi o petroleiro, num gesto de pequeno impacto, mas que fo i mui to mal vi sto por amplos setores da oposição venezuelana. O Brasil , que era muito respeitado pe los ve nezue lanos, passou a receber manifes tações de desagrado. Nos auto móve is é comum agora ver colantes com o slogan "Não FEVEREIRO 2003 -
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ENTREVISTA compre produtos brasileiros". 1'Do lado da oposição, Lula é tido como vilão, um. traidor", comenta a BBC ing lesa. 16 As declarações do governo à mídia internacional , são no sentido de que a situação está "sob controle". Entretanto, até o momento em que escrevemos, não há sequer gasolina nos postos, 80% cios traba17 lhadores petroleiros uniram-se à greve,
e trabalhadores de o utras instituições, 18 como os bancos, também aderiram a ela.
As incógnitas de um füt111·0 incel'to Qual o futuro da Venezue la? Diante da negativa cio governo em convocar ele ições, decidiu a oposição pedir um plebiscito. O governo faz tudo o que pode para
Outra monumental manifestação da oposição a Chávez (Corocas, dezembro último)
'l1F P norte-americana: 1
ev itá- lo, um a vez que os votos co mprovarão sua impopul aridade. Nenhuma sa ída para a cri se será fác il. J á se vislumbra um a ve rd adeira débâcle econô mica e um con flito gera l após tantos dias de greve e de tensão. Como sempre aco ntece e m ocas iões semelhantes, também na Venezuela têm surgido alguns oportunistas que procuram capitali zar para si o grande descontentamento popular. Por vezes, apresentam-se como líderes da reação. Isto faz com que a oposição se apresente muito unida no que concerne ao desejo de botar fora Chc'ívez, mas dividida no demai s. Se C hávez ca ir, quem prevalecerá? São incógni tas que só o futuro poderá responder. Peça mos à Padroeira da Venezue la, Nossa Senhora de Coromoto, não permi tir que essa nação se transforme e m uma nova C uba . Rogue mos també m para que não esmoreça a sadia e crescente reação anticom uni sta, que mostra ao mundo o quanto é impopu lar a esquerda. E que, por fim, o povo venezuelano não se de ixe enga nar por falsos líderes, mas mantenha sua determinação de luta nas vias da C ivilização Cristã. •
Notas:
pujante atuação E ntidade coirmã da TFP brasileira desenvolve eficaz ação contra-revolucionária nos Estados Unidos esse país em fins da década de 1960, a fim de ed ucar os filhos no amb iente de um país maciçamente cató li co, ao contrário de uma nação com ambiente re li g ioso misto, como, infeli zmente, são os Estados Unidos. Jnc lus ive, dois de meus irmãos nasceram em Portuga l. Depoi s da chamada Revolução dos Cravos, ocorrid a e m Portugal e m 1975, minha famíl ia mudou-se para a [rl anda. Quando comp letei 18 anos, meu irmão mai s velho, Thomas, e eu voltamos para os Estados Unidos, então já como membros efetivos da TFP. Isto sucedeu e m 1979.
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1. " BBC", Londres, 9- 1-03, A111or e ódio a Chá vez
divide111 a populaçcio 11a Venezuela. 2. "EI Universal",
araeas, 14- 12-02, No 110.1· va-
mos a rendi,: 3. " BBC", 9- 1-03, A111or e ódio a Chávez dividem
a população na VenezLlela. 4. "EI Universa l", 18- 12-02, Círculos dejan 4 heridos. 5. "EI Universa l" , 15- 12-02, lmpressio11ante. 6. "Cambio", Bogotá, 16- 12-02, Lo último que desea hávez es 1111a .valida electoral. 7. "EI Universa l", 14- 12-02, La oposición sigue Sllllll/ndo. 8. "EI Un iversa l", 17- 12-02, OJ-iciali.1·ta.1·ca111bia11 de ba11do . 9. "E I Uni versal ", 11 - 12- 02, Normalidad ojiciali.1·1a. 10. "EI Universa l", 16- 12- 02, Para Rangel la hLlelga petrolera es cie11ciajicción. 1J. "G lobov isión" , Caracas, 19- 12-02, Decreto autoriza incautació11 de transporte pri vado. 12. "EI Uni versal", 6- 1-03 13. "U nión Radio", 19- 12-02, Congestió11 en estaciones de servicio por gasolina o ga.1·. 14. "EI Universa l", 13- 12-02, Se .,eca11 planta.,· de ga.1· do111e.,tico. 15. " BBC", 10- 1-03, Greve dijiculta até co111pra de co111ida ,w Venezuela. 16. " BBC", 9- 1-03, Lula desperta opi11iões opostas na Venezuela. 17. " Le M onde", Pari s, 10- 1-03, /-Jugo Chá vez quer cindir o gigante venezuelano PDVSA . 18. "C NN", 9- 1-03, Greve deixa venezuelanos .,·em. bancos e supermercados.
CATOLICISMO
Raymond K Drake:
'í1 Academia São Luís G1·ignion de Montl'o1·t [111a111,icla pela 1'Fl' 1101·te-americanaj é uma escola ele segumlo grau completo, cujos alunos estmlam cm regime de intenwto, orientados 1101· prol'eSSOl'CS ligaclos à 'l'Fl'"
R
ecentemente esteve em São Paulo, em visita à TFP brasileira, o Sr. Raymond E. Drake, Presidente da American Society
for the Defense of Tradition, Family and Property -
TFP
O Sr. Drake, bem como seus cinco irmãos, dedicam-se fui/ time às atividades da TFP norte-americana, fundada sob inspiração do pensamento do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. De formação jurídica, além das demais res ponsabilidades, o Sr. Drake orienta de perto a parte legal e contábil dessa associação coirmã da TFP brasileira . Em fluente português, o Sr. Drake, que foi educado em Portugal, acedeu em responder as perguntas formuladas pela reportagem de
Catolicismo .
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Catolicismo - Há quanto tempo o Sr. se dedica àTFP?
Sr. Raymond Drake - Devo dizer que conhec i a TFP a inda cri ança, quando minh a família res idia e m Portugal. Meus pais res~lveram mudar-se para
Catolicismo - Depois sua família também retornou aos Estados Unidos? Sr. Raymond Drake - Sim, com exceção de uma irm ã, que se casou na Irl anda. Tanto meus pais como minhas irmãs são correspondentes e esclarecedores da TFP norte-a merica na. Meus sobri nhos estão frequentand o a nossa Academia São
Luís Grignion de Monffort. Catolicismo -
Poderia dizer-nos algo sobre essa Academia? Sr. Raymond Drake - Trata-se de um a peque na escola que montamos mai s ao norte de nossa Sede Nacional. A esco la está localizada na região montanhosa da Pe nsilvânia , nos Montes Apalaches. É um a esco la de segundo g rau comp leto, c uj os a lunos são rapazes ele 13 a 18 a nos que estudam e m reg ime de internato, orientados por professores li gados à TFP. Conc luíd o o c urso, e les fazem um exame ofic ial patrocinado pe lo Estado e recebem o diploma, que lhes permite entrar na uni vers idade. Agora estamos ini c iando um cu rso em níve l superior, o lnslituto Sedes Sapientiae. Além disso, algun s fazem curso uni versitári o parale lo à di stânc ia, muito comum nos Estados Unidos, recebendo instruções e acompanhamento de professores universitários via Internet, telefo ne mas e correspon dê ncia. Tais cursos tê m valor ofic ia l, e os alunos fazem exa mes regulares na univers idade. No caso
FEVERE IRO 2003 -
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·concreto, na Penn State Uni verJ·ily (a Universidade do Estado da Pensilvâni a).
tamente com a mesma decoração, os mesmos móveis, tudo como era no tempo dele. Como o Sr. sabe, foi ele próprio que orientou e dirigiu toda a decoração dessa sede.
Catolicismo - É pena que não exista no Brasil
Sr. Raymond Drake - Sim, isso a gente percebe. Mas eu queri a acrescentar que tal continuidade se nota não apenas nos ambientes, mas também nas pessoas, nos dirigentes da TFP que conviveram com ele qu ase meio século, e que estão tocando para frente a sua obra. E ta mbé m nos de ma is me mbros, mesmo nos muito novos, algun s que nem conheceram Dr. Plínio, e que manifes tam esse mes mo espírito combativo, de luta contrarevolucionári a, que ele nos legou.
esse sistema. Nosso ensino é muito exigente quanto à presença física do aluno nos colégios e na universidade.
Sr. Raymond Drake - Nos Estados Unidos está mui to difundido o homeschooling (e ns in o e m casa). Fo i um método de ensino que surgiu de modo inteira mente espontâneo. Há 15 anos, alguns pais começaram a fica r preocupados com o ambie nte d~s escolas, com certos currícul os malucos (por exe mpl o, educação sex ual para cri anças), passando e ntão a alfabeti zar os filh os e m casa. Com o te mpo, fora m surg indo organi zações para ampara r esse tipo de ens ino, fornecer o mate ri a l didáti co aos pai s, reso lve r suas dú vidas, preparar exames etc. E o governo acabou reconhecendo o método. Embora sej a crime, e m meu país, não mandar as crianças à esco la, se os pais provarem que estão educando os filh os em homeschooling, isso é ace ito. Nessas condições, e les pode m c ursar o prim ário e o secund ári o e m casa. E depois passa m a freqüentar as universidades. Outros prosseg ue m o estudo e cursam ta mbém a fac uldade por meio desse ensino à distância, de que fa lei. Fato curi oso, é que freqüe ntemente os mais fa mosos concursos estudanti s nacionais, co mo o National Geog raphy Bee e o Scripps Howard National Spelling Bee, são vencidos por rapazes e moças que cursa m horneschooling. Catolicismo - Antes de perguntar-lhe sobre as atividades da TFP americana, fale sobre sua estadia aqui no Brasil, sobre o que o Sr. tem observado.
Sr. Raymond Drake - Posso di zer que esta estadia aqui em São Paulo - cidade de onde partiu o impul so para a luta contra a Revolução em todo o mundo - tem sido para mim um verdadeiro. consolo espiritual. Isto pelo fato de eu e ncontrar aqui o mes mo ambi e nte, o mesmo espírito, as mes mas preocupações que havi a na TFP no tempo do nosso saudoso Dr. Plíni o. Por exemplo, na Sede do Conse lh o Nac ional da T FP bras il e ira há um a atm osfera, um imponde ráve l, que nos faz le mbra r de le co ntinu a me nte, das reuni ões e cios despachos que Dr. Plínio fa zia nessa sede. Catolicismo - Realmente, a sede é mantida exaCATOLICISMO
Catolicismo -
Falemos agora das atividades da TFP americana. Quais têm sido seus últimos lances?
"Na Seele do Conselho Nacional ela TFP brasileira .há 11111a atmosfera, 11111 imponeh'á11el, q11e nos l'az lembrar do nosso sa11doso D,: Plínio contin11ameJ1te, das re11niões e dos despachos q11e ele /'azia nessa sede"
Sr. Raymond Drake - Eu vou ter que resumir muito, para isso caber nos limites de uma entrevi sta. Para se ente nde r melhor nossas atividades, convém ter em vi sta uma característica americana conservadora , que é o fa to de o americano conservador faze r as coisas muito "em f amília", por ass im di zer. A educação dos filhos, a afili ação política, a ati vidades religiosas ou culturais em geral, é toda a fa míli a que nelas se e ngaja. Outra característica cio ameri cano é o espírito de iniciativa, a necessidade de se comprometer, de lutar pelas suas idéias e convicções. Então, qu ando fa lo das atividades da TFP americana, é preciso ter em vi sta que são atividades levadas a cabo por conjuntos de fa míli as espalhadas por todos os Estados Unidos - da Califórni a, no oeste, à Nova Inglaterra ou Pensilvâni a, no le. te; do Minnesota, no norte, ao Texas e à Loui siana, no sul , onde temos sede desde 1997 e um grupo mui to ativo. Por toda parte os membros efeti vos da TFP e os supporters (correspondentes) trabalham em sintoni a, com a ajuda dessas fa mílias. Em geral, fa míli as numerosas, porque nos Estados Unidos os católicos mais conservadores tê m muitos filh os. Há as atividades de fo rmação da juventude, os C ursos de Verão, os Congressos de Correspondentes e Escl arecedores etc. Alé m di sso, publi camos mani fes tos e arti gos e m di ários como o "The Was hington Times", alé m de viaj armos continu ame nte por todo o imenso país, reali zando campanhas de ru a, proferind o conferê ncias, tomando contatos, fa zen-
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Catolicismo - Além dessas, há ainda outros tipos de atividades?
Catolicismo -
Temos conhecimento também de que a TFP americana tem publicado muitos manifestos em jornais sobre questões de atualidade como, por exemplo, o ataque ao World Trade Center em Nova York. Mas, por brevida-
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de, passo diretamente à atual campanha que os Srs. estão promovendo em defesa da Igreja, devido aos escândalos homossexuais difundidos pela mídia. O Sr. poderia tratar dessa temática?
do apostolado. Para completar essa parte da fo rmação doutrinári a voltada para a ação, convém lembrar a nossa revi sta Crusade (Cru zada), que exi ste desde 1973. É um a publicação bimestral , com tiragem de 70.000 exe mplares, e que trata, como Catolicismo, de temas culturai s, religiosos, políticos etc.
Sr. Raymond Drake - Como aqui no Bras il , nós também desenvolvemos o apostolado de Fátima. Nossa ca mpanha chama-se America Needs Fatima (Os Estados Unidos precisam de Fátima), a qual conta com pouco mai s de 450.000 aderentes por todo o país. Al ém do boletim, que agora fo i incorporado a Crusade, me mbros ou correspondentes da TFP efetuam visitas às casas, levando uma imagem de Nossa Se nhora de Fátima, rezam o te rço com as fa mílias, exibem um audiovi sual e faze m breves palestras. Ternos no momento IO imagens de Nossa Senhora de Fátima percorrendo o país, com um total de ass istentes às vi sitas que já supera 250.000 pessoas. Li gados a esse apostolado de Fátima, podemos citar os protestos públicos que temos fe ito por todo o te rritório nac ional contra fi I mes, peças e expos ições de tipo bl as femo. Por exemplo, para fa lar das mais recente inic iativa nesse sentido, reali zamos um protesto em Holl ywood, na Califórnia, por ocasião da estréia do abominável filme O Crime do Padre Amaro. Contra tal película, protestamos de pois em Washington, Chi cago, Saint Loui s, Fort Worth , Kan sas e muitos outros lugares. Por vezes, essa atuação é fe ita debaixo de chuva, ou então sob fri o inte nso e neve, corno ocorreu no recente protesto em Somrne rville, Massachusetts, perto de Boston, contra urna peça infa me intitulada Jesus has two mommies (Jesus tem duas mães), uma paródi a sacrílega do Santo Natal. Enfim, poder-se-ia falar muito sobre esses protestos, que tê m sido urna ocas ião de testar a fib ra de alm a dos ade re ntes da campanha Ame rica Needs Fatima e alcançar re percussões excele ntes, como o cancelamento de peças teatrais, de projeções de fi I mes, de ex pos ições "artísticas" sacrílegas etc.
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A par do apostolaclo de Fátima, a TFP tem promo11ielo "p1·otestos por toe/o o território nacional contra filmes, peças e exposições do tipo blasfemo"
O Bispo Auxiliar de Nova York; Francisco Garmendia, junto aos Srs. Thomas J. McKenna e Raymond E. Drake, diretores do TFP norte-americana , no manifestação de protesto contra o filme blasfemo Dogma
Sr. Raymoml Drake - Co m muito gosto. E m janeiro de 2002, começando co m o di ário "The Boston Globe", em pouco tempo todos os jornais, rádios e televisões noti ciavam continuamente escândalos sex uais envolve ndo sacerdotes. Desde logo pe rcebe mos que, e mbora houvesse ve rdade e m muito do que se dizia - conseqüência da terrível crise que assola a Igreja Católica - , tratava-se ele algo orquestrado por certa mídi a anticatólica, e que visava, de um lado, levar os católicos ao desâni mo; de outro, fa vorecer grupos revolucionári os, que do interi or da Igreja procuravam destruí-la. Com efeito, em pouco te mpo apareceram movimentos de leigos, como Voice of the Faithful (Voz dos Fiéis) - na verdade assessorados veladamente por pessoas pertencentes a antigos grupos progressistas - e dos "sobrevive ntes" dos abu sos, que cl aramente passaram a defe nder urna "democratização" da Igreja, a entrega do "poder" aos leigos. Uma verdadeira Revolução Francesa, que ec lodi a nos ambientes católicos. Ass im , logo e m abril , publicamos e m vári os jornais um mani fes to intitulado lnface ofth e scandals, the Church, Holy and lmmortal, Shall Prevail! (Face aos Escândalos, a Igreja, Santa e Imortal, Ve ncerá!). Nele mostrávamos que, apesar ela realidade dos escândal os - pelo menos em sua maiori a, de responsabili dade ele sacerdotes e bi spos - estavase desencadeando urna campanha contra a .I greja enquanto institui ção, te ntando desanimar os católicos. E acentuávamos que a Igreja, que já enfre ntou e venceu outras perseguições, também sairá vitori osa desta. Se contarmos a ti rage m dos jornais, mais os impressos distribuídos nas paróqui as e outros lugares, já foram difundidos mais de 1 milhão e 250 mil exempl ares desse manifesto. Recebemos cartas de agradecimento, ou pedindo mais exempl ares para di stribuição, da parte de 2 cardea is, 25 bispos, 246 sacerdotes e 200 freiras . Se m contar os leigos. E m junho desse mes mo ano, posto que os bi spos ia m reunir-se em Dall as para tratar do ass unto, envi amos carta a cada um deles, chamando sua atenção para a manobra cios movimentos progressistas, que estavam se aproveitando da crise para promover a sua pauta, isto é, a destrui ção da hierarqui a na Igreja. No di a J3 de junho, quando coFEVEREIRO 2003
B1111
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"Antes lle envial'mos o texto <la o/Jra Eu iá enfrentei outms tempestades vara ser imf)l'eSSO, <listri/Juímo-Jo vara IJiS/JOS e sacerllotes. ,111e 110s tinham apoiacio 110 manifesto The Church Shall Prevail {revt'Olillzi,lo na revista Cmsade <la enticlacle), ,·ece/Jemlo ele tollos eles encorajamento vara que /Ju/Jlicássemos o livro"
meçàva tal reuni ão, publicamos o tex to dessa carta qo jo rna l "Dallas Morning News", com tiragem supe rior a 500 mil exe mpl ares. Mas víamos que e ra prec iso a lgo de ma is s ubstan c ioso. Co meçamos e ntão, a partir de junho, a pesqui sar os fatos e estudar na do utrina cató li ca o modo de refuta r os sofi s mas dos progress istas. Pensávamos e m publi car um livro que desse aos fi é is uma explicação mai s profunda sobre o que estava acontece ndo e o modo de co mbater a investida progress ista. Dev id o ao de li cado da maté ri a e à colossal soma de docume ntos, o livro só sa iu da gráfi ca no começo de dezembro. Fo ram qu ase se is meses de trabalho inte nso, envolve ndo um a dezena de pessoas. Antes de e nviarmos a o bra para ser impressa, di stribuímos o tex to dela para bi spos e sacerdotes que nos tinha m apo iado no mani fes to The Church Shall Prevail. Da pa rte de todos e les recebemos encoraja mento para que publicássemos o livro. Um bi spo do Estado de Oregon , Dom Robe rt F. Vasa, envi ou uma carta, autori zando sua publi cação, e m que di z, e ntre outras coisas : "Cada capítulo do livro apresenta uma clara e meticulosa exposição do ensino da Igrej a. É esse ensino, no qual eu.fui edu cado e que eu guardei desde minha ju ventude. É esse ensino que eu espero continua r a pregar cada vez m.ais clara e diretamente, nos meses que virão".
Catolicismo - Qual é o título da obra? Sr. Raymond Drake - 1 Have Wealhered Other Storms (Eu j á e nfre nte i o utras te mpestades). E há um subtítulo: Uma resposta aos escândalos e re.forrnas democráticas que am.eaçarn a Igrej a Católica. O texto, e m ing lês, está di sponíve l e m nosso site, www.tfp.org. Catolicismo -
Aproveito para dizer que, aqueles que preferirem lê-lo em português, poderão encontrá-lo brevemente já traduzido no site da TFP brasileira: www.tfp.org.br. O Sr. poderia nos dizer algo sobre a tiragem e a divulgação do livro? Sr. Raymond Drake - A tirage m ini cial foi de 10 mil exemplares. E m poucos dias, jásaíram mais de l .500 exemplares. Mas somente agora é que começará a difusão em larga escala, com di stribuição em livrarias, lançamentos etc. Quero informar que remetemos um exemplar da obra a todos o · cardeais e bispos ame ricanos, e que temos planos de envi,1-la a todos os sacerdotes, se tivermos meios para isso.
Catolicismo - O Sr. poderia apresentar uma síntese da obra para nossos leitores? CATOLICISMO
Sr. Raymond Drake - O livro trata, logo de início, do seguinte problema, que está na cabeça de todos: Por que De us Nosso Senhor permite uma cri se dessas na Igrej a? Por que permiLe que e la seja chacoalhada desse modo? E responde: Isso se deve ao fato de que, nesta te rra, nós estamos num lugar de provação, e por isso, para que nossa fé sej a meritó ria e se livre de todo apego ou sentimentalis mo, convém que essa fé sej a provada. Uma provação é esse escândalo todo que a mídia te m propalado. Mas isto se refere à parte humana da Igrej a, em nada diminui a sua santi dade. E la continu a a confe rir a graça a todas as almas que se mantê m fi éis. C itando São Franc isco de Sales, o livro explica que aque les que são cau sa de escâ nda lo comete m, por ass im di zer, assass inato espiritua l. E aque les que se de ixam perturbar pe los escândalos a po nto de perde r sua fé cometem, por ass im di zer, sui cídio espiritu a l. De po is mostra mos como é estranho que a mídi a liberal , que é um dos princ ipais veícul os de propagação da imora lidade, agora se faça de " virtuosa", quando se trata de combate r a Igreja. Essa mesma mídi a que tem fa vorec ido a pauta do movime nto ho mossexua l! Expl a namos também a ação dos "grupos ele pressão", tanto das a legadas vítim as - que se auto proclamam "sobrevive ntes" - como cios grupos cató licos progress i tas, que estão, a pretex to dos escâ ndalos, proc urando des truir a Igrej a hi erárquica. Apo nlamo a inconcebíve l infiltração homossex ual na Igrej a e a responsabilidade dos bi spos na mes ma. Essa cri se, em últim a análi se, resulta de uma cri se ele fé, uma confusão doutri nári a espantosa que se a lastrou como uma chaga no corpo da Igrej a nas últim as décadas. A seguir, tratamos mais detidame nte da sa ntidade da Igrej a e cio proble ma da Hi e rarqui a : a lgrej a é uma monarqui a (o Papa) unida a uma aristocracia (os bi spos), e isto por instituição di vin a. Fo i o própri o Nosso Se nhor Jesus C ri sto que as im a instituiu , e porta nto isso não pode ser mudado . Uma Ig rej a não mo nárquica e não hier{u·quica não seri a mais a Igreja fund ada por Jesus Cri sto . Uma das re ivindi cações dos movimentos revo lucion ári os na Ig rej a é a abo lição cio ce libato cle rical. Então nós po mos em evidê nc ia, com base em bo ns autores como o Cardea l Stickler, que a práti ca da continê nc ia eclesiástica ve m desde os te mpos dos Apósto los, é po rta nto ele tradi ção apostó li ca. Por fim trata mos de o utra das re ivindi cações do mo vime nto revo lu c io ná ri o, mo. tra nclo a i mposs ibi Iid ade teo lóg ica el a o rde nação ele mulhe res. •
Mensagem enviada diretamente de Fátima A os aderentes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
o último dia 10 ele j a ne iro , foram levado s a Portuga l pelo coordenador ela Campanha, Marcos Lui z Garc ia, os formulári os com os pedidos ele o rações fe itos pe los adere ntes, ao longo do a no ele 2002 . Era grande o núme ro. Pesavam ma is de 43 quil os. Aqu e les que tê m acesso à l ntern et pude ram enviar pedidos de oração, por meio do site da Ca mpanha. Eles fo ram impressos e, junto com os demais pedi dos, entregues aos pés ela Imagem da Santíss ima Virgem na Co va ela Iri a, no local elas apari ções (foto ao lado) . É poss íve l ouvir no site da Campanha, www.fatima.o rg .br/coorclenador, a mensagem que Marcos Lui z G arcia e nvi ou diretame nte ele Fátima, re latando esse momento tão importante para dezenas ele milhares de devotos ele Nossa Senhora. Aqueles que não têm acesso à Internet poderão conhecer a me nsagem do c o o rd e nad o r na pró xim a e di çã o el e
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Catolicismo. •
Aderentes recebem o novo cartão de Participantes Ativos
Milhares de terços rezados pelos llagelados de várias cidades
E
m virtude elas fortes chuvas ocorri das nos últimos meses em vá ri as c idades bras ile iras, foram rezados milhares ele terços durante as vi sitas da Pe regrinação Privada elas lmagens de Nossa Senhora de Fátima, e m favor dos ating idos. Nas ma is ele 3000 vi sitas ela Image m Peregrina pe lo Bras il , fo i inc luída uma inte nção espec ial pedindo pe las vítimas elas ca lamidades causadas pelas chu vas 1 que de ixa ram dezenas de mortos e mi lhares ele pessoas desabri gadas. •
e
form a de agradecime nto, a Ca mpa nha Vinde Nossa Senhora de Fálim.a, não ta rde is! e nvi ou a seus adere ntes o novo cartão ele Pa rti c ipa nte Ativo. Esse cartão foi elaborado com a foto da imagem de Nossa Senhora ele Fátima. Os ade rentes ela ca mpanha poderão trnnsformá- lo e m objeto de piedade, e dessa forma 0 1110
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! lembrar-se com freqüência da Mãe de Deus e dos ape los feitos por E la em Fátima. A coorde nação el a Campanha au gura també m que esse ca rtão sej a uma record ação perma ne nte da gra nde promessa fe ita por Nossa Se nho ra e m Fátim a : " Po r .fim., o ,ne u lrnaculado Co ração I riw1f a rá!" • FEVEREIRO 2003 -
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Mais.tlm violento golpe contra a propriedade agrária
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Ü governo Fernando Henrique poderá ser conhecido, no futuro, como aquele que preparou o terreno para que governos posteriores pudessem investir contra a propriedade privada. Um Kerensky brasileiro? lilJ
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m quaito de todo o território nacional poderá ser discriminado em relação à sua titulação imobiliária, num momento em que se necessita de investimentos, produção de riquezas e de empregos. Dentre os múltiplos golpes dirigidos contra a propriedade privada pelo governo Fernando Henrique, é dos mais importantes a exigência totalmente descabida - foit:a ao apagar das luzes de seu período governamental - de que os proprietários de imóveis rurais, que se sit11em até 150 quilônietros da fronteira com outros países, devam requerer perante o INCRA a ratificação de sua t:itulai·idade. Tal requerimento deverá ser acompanhado de mapa e de todo o mosaico da titulação da área, desde a concessão ou comercialização, por parte do Estado.
Tirânica decisão Proprietários de 11 estados da Federação ficam cerceados em seus direitos, por essa medida. Uma faixa de 150 quilômetros de largura ao longo de nossas fronteiras - que atingem 14 mil quilômetros de extensão - representa uma área de 210 milhões de hectares, ou mais de 2 milhões de quilômetros quadrados; ou seja, 25 % do território brasileiro. Estas dimensões equ ivalem a uma somatória das áreas ela Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Holanda, Portugal, Suécia e Suíça. Para impor tais medidas, foram revividas diversas leis cio período militai· referentes à guarda elas fronteiras. Nesse aspecto, parece não haver mais horror ao chamado "entulho autoritário", contra o qual a esquerda tanto cleblaterou. CATOLICISMO
Se o proprietário rural não providenc iar a ratificação, ou se esta for impossível, por não atender às disposições ela antiga legis lação, o Incra deverá declarar nulo o título de propriedade e requerer o registro do imóvel em nome ela União. Assim, FHC poderá passar para a história como o presidente que preparou o País para se extinguir o direito ele propriedade. Já o chamai·am de Kerensky brasileiro.
Sadias reações "Tais exigências e determinações a favor da União são absolutamente ilegais", afirma o professor ele Direito Agrário da FGY, Luiz Augusto Germani, que é também Diretor Jurídico ela Sociedade Rural Brasileira. Entre outras razões de ilegalidade, "ferem o 'ato jurídico perf eito', ao exigir que o titular de imóvel rural, cuja titulação preencheu os requisitos legais por ocasião da outorga, seja obrigado, por legislação posterior; a atender outros requisitos para os quais não contratou, nem. tinham vigência à época; ter sua ratificação posterior indef erida e sofi-er ação para anulação do título atinge mortalmente o princípio constitucional que assegura a 'apreciação pelo Judiciário de quaisquer lesões ou ameaças ao Direito ', além de conl.rariar o princípio da 'ampla defesa' e do 'devido processo legal"'. E o Prof. Germani pergunta: "Será que não se esl.á buscando um enorme Pontal?". A implantação cio caos, atingindo o direito ele propriedade numa imensa extensão territorial, favorece a quem? Certainente aos que desejam impor o comunismo no Brasil, seja por que via for!
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Aliás, o governo Fernando Henrique passou seus o ito anos encenando que brigava com o MST, ao mesmo tempo que alimentava o movimento com gordas verbas e todo tipo ele proteção. E isso apesar ele as pesquisas de opinião sistematicamente mostrarem o povo brasileiro condenando os métodos do MST. Como pôde ele dizer-se um governo que representava o povo, se fazia o contrário do que o povo indicava? A mais recente pesquisa de que temos notícia é cio Instituto Vox Populi, divulgada em novembro último . Feita em todo o Brasil, ela mostra que 65 % cios entrevistados são contrários às invasões de terra e 62% ac ham que o MST é violento. Está aí uma indi cação importante pai·a o governo que se inicia. •
Notas:
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Duro golpe contra a propriedade rural no fim do governo Fernando Henrique. Ele atinge proprietários loca lizados numa faixa de terra de 150 qui lômetros de largura ao longo dos 14 mil quilômetros de extensão de nossas fronteiras .
1. Sup lemento A gríco la ele "O Estado ele S. Pau lo", 27- 11 -02 2. " Gazeta ele A lagoas", 15- 12-02
FEVEREIRO 2003
EIIIIIII
Nova Era:
uma revolução silenciosa ameaça a Civilização Cristã Impregnado de mística esotérica de origem oriental, o movimento denominado Nova Era, como uma verdadeira serpente naja, seduz muitas almas que dele se aproximam, hipnotizadas por seu encanto mágico e pela promessa de "ser como deus". É indispensável lançar um brado de alerta aos católicos, para que não caiam nesse novo laço armado pelo demônio. 1 1 FREDERICO
O
R.
DE ABRANCHES V1orn
leitor provavelmente já observou, tanto em li vrari as qu anto em loj as de di scos, seções co m o títu lo New Age (ou N ova Era). E que esse materia l é oferec ido ao públi co, em diversas cid ades do Bras il , mes mo em livrari as que se apresentam co mo cató licas. Nova Era está, infe li zmente, atra indo cada vez mais a atenção dos brasileiros, sendo compreensível, pois, que Catolicismo dele se ocupe, procurando dar sobre ele a seus leitores uma ori entação segura e of erecer- lhes uma fund amentada críti ca. A temática refere-se a uma verd adeira ofensiva gen rali zada de esoteri smo e oc ul tismo, que procura
avassa lar a sociedade neopagã de nossos di as: magia, bru xari a, pirâmides, energias, cri stais, gnomos, ioga (esta, muitas vezes, utili zando exercícios físico- menta is para sua iniciação). Estamos sendo, na rea l idade, agred idos por um a invasão silenciosa de um dos maiores inimi gos da C ivili zação Cri stã. N estes dois mil anos de cri stiani smo, nunca a soc iedade esteve tão influenciada por idéias oculti stas, esotéri cas, mágicas ou pseudo- místicas, como nos di as de hoj e. Corrompido pela decadência mora l e pelo enfraquec imento dos princípi os religiosos, o Ocidente é invad ido por uma grande vari edade de práticas contrári as à Santa Igrej a.
Co m efeito, ass istimos hoj e ao surgimento de diversas correntes reli giosas também denomin adas .filosóficas - que se infiltram entre os católi cos e operam uma verd adeira revolução sil enciosa. O d iretor da "Fo lha de S. Pau lo", Otávi o Fri as Filho, ass im descreveu essa situ ação:
" /. Todos os deuses, Iodas as crenças, todos os sistemas religiosos serão aceilos ao mesmo lempo. Como os antigos rornanos, 10/eraremos todos exatamenle por não acredilar a .fúndo em nenhum deles. 2. Nossafé se reduziu à crença numa energia cósmica qualquet; uma ''.fo rça". [. .. ] 4. Gnom.os, espíritos, 1nagos, cu1;jos, duendes, dem.ônios - um cortejo de quimeras extinlas pela luz elétri-
Abaixo : da esq. paro a direita: gnomo, "anjo" e monstro demoníaco, "divindidades" da nova pseudo- re ligião
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ca - ressuscitam, assim, no ecletismo da nova religião, a mais relativista que já houve, apta a admitir quaisquer.fantasias e ignorar contradições entre elas". 1 A nova menta lidade começa a invadir, infelizmente, até ambientes católicos ! Trata-se, como veremos, de um movimento organizado (e não espontâneo, como julgam alguns), direc io nado contra a Religião de Nosso Senhor Jesus Cri sto, e que, por vezes, até se apresenta como cristão. Seu nome? Não poderi a ser ma is genérico: Movimento Nova Era (ou, em inglês, New Age) .
Nova Ern: o disfarce sedutor do demônio O Movimento Nova Era (MN E) é a reuni ão de vári as correntes esotéricas di ferentes que, agora falando a mesma língua, almej am, segundo seus adeptos, o fim da chamada Era de Peixes e a instauração da Era de Aquários. Durante as perseguições romanas, os primeiros católicos usavam alguns símbolos como identificação de sua Fé. U111 deAbaixo, à esq. : mosaico antigo com peixes, símbolo do cristianismo; à direita: mosaico representando São Paulo
les, presente nas catacumbas e em vários objetos da época, era o peixe, que em grego, escreve-se ixtus, cuj as letras são as iniciais de léssus Xcristós Teou Yiós Sotér (Jesus Cri sto, Filho de Deus, Salvador). Daí essa Era de Peixes, que desej am extinguir, significa o Reino de Cri sto na Hi stóri a, o cri sti ani smo ! Para a lcançar seus objetivos, tais organi zações não raramente se reveste m de uma aparência cristã e di funde m mensagens pac ifistas, ecológicas e fi lant:rópicas. Todavi a, por trás dessa ca pa, seguem elas uma doutrina esotéri ca e inic iática. Já Nosso Senho r adverti a: "Guardaivos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes . Pelos seus f rutos os conhecereis" (Mt 7, 15).
O cristia11ismo: Religião rn1 1elada por .qeus "Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas darlhes pleno cumprimento, porque em verdade vos digo, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só i, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado" (Mt 5, 17). Com o cri sti ani smo completou-se a Revelação oficial, iniciada desde o Paraíso.
Nesse sentido, ao contrári o do que di zem os adeptos da Nova Era, o cristi ani smo não é uma era histórica, mas o pleno cumprimento da o bra rede nto ra de Nosso Senhor Jesus Cristo, guardada desde o Para íso até a consumação dos séculos. E le instituiu sua santa e única Igrej a, ensinando e consolidando sua doutrina e convidando seus filhos à be m-aventu rança eterna.
Esoterismo e iniciação contra o cristianismo São Paul o j á previa num a de suas epístolas : "O Espírito diz expressarnente que nos últimos tempos alguns homens renegarão sua fé, dando atenção a espíritos sedutores e doutrinas demoníacas" (1 Tim . 4,1). A doutrina da Nova Era é esotérica, isto é, tem sua parte principal escondida, oculta, acess ível apenas a pessoas iniciadas, que são lentamente levadas a negar o cri sti ani smo. Para essa transform ação interna de cada ho mem, tais organi zações utili zam ri tuais e práticas específicas, através das qua is difunde m sua do utrina, de fundo panteísta. A doutrina da Nova Era não passa de uma reedição de antigas heres ias panteístas, agora com roupagem nova.
Acima: capa do livro A Conspiração Aquariana . À direita, acima : Marilyn Ferguson, sua autora.
Para o pante ísmo há uma "energia cósmica" espalhada e m tudo, de mane ira que cada ser, seja e le mineral, vegetal, anim al ou espiritua l, é composto dessa mes ma ene rgia (e fo rma o grande pan). A diferença entre os seres é considerada por e les uma ilusão dos sentidos. A Nova Era não se apresenta como um mov imento unificado, sob a direção de um líder único, mas é uma constelação de pequenos movimentos.
'1/-\ Conspiração Aqual'iana " - manual da Nova Era Pode mos caracteri zar o Movimento Nova Era como uma grande mobili zação de pequenos g rupos, dispersos e m di versos locais mas unidos no mes mo pensamento e objeti vo, que formam uma enorme rede de ação e abra nge centenas de entidades, instituições e grupos, sem que Lodos necessi Le m esta r e m conlalo uu mesmo se conhecer. Ao menos é ass im q ue e le é apresentado. Essa mega-rede é descrita pela escri to ra Maril yn Ferguson, e m seu li vro A Conspiração Aquariana, cons iderado por muitos como a "bíblia" da Nova Era 2 : "Enquanto a maioria de nossas instituições vem fa lhando, surge uma versão contemporânea da velha relação tribal ou .familiar: a rede, um instrumento CATOLICISMO
para o próximo passo na evolução hu1nana. [... ] A rede é moldável, .flexível. Para todos os efeitos, cada membro é o centro da rede. As redes são cooperativas, não competiti vas. São como as raízes da grama: autogeradoras, autoorganizadoras, por vezes até autodestruidoras. Representam um processo, uma j ornada, não uma estrutura organizada. [... ] "Cada segmento [ele um a rede ] é au10-s14iciente. Não se pode destruir a rede pela destruição de um dos líderes ou de algum órgão vital. O centro - o coração - da rede se encontra em todos os lugares. A Conspiração Aquariana é, na verdade, urna rede de muitas redes destinadas à transformação social. [.. . ] Seu centro está em toda a parte. [... ] A Conspiração não pode ser detida, porque é uma manifestação da mudança nas pessoas".3 Fazem parte desse mov imento entidades como: Renascer, Gra nde Fratern idade U niversal, Nova Acrópole, Universidade Holística, Soc iedade Internacio nal de Med itação, Centro de Estudos ele Antro pologia G nóstica; Eub iose, Sociedade Teosófi ca, A Grande P irâmide do Lago, Rosa C ru z Áurea, Pe rfe ita L ibe rdade, C idade da Paz, Mov ime nto para Consc iência de Kr ishna, Cadeia Me nta l Universal, Ordem cios 49, C lu be Natu rali sta de Preservação ela Vida, Him alaya Consulto ri a Vi vencial, Abrasca (Associaçã, Brasile ira de Comunidades Alternativas),
Legião da Boa- Vontade, Centro de Pesqui sas de Oi ·cos Voadores, Fraternidade da C ruz e do Lótus etc.4
A trnnsl'ormação nas almas, método ele con,,uista Na introdução de sua obra, di z Marilyn Ferguso n: "O ativismo social dos anos 60 e a 'revolução da consciência' do início dos 70 pareciam mover-se na direção de uma síntese histórica: a transfo rmação social como resultante da transformação pessoal - a mudança de dentro para f ora". 5 Essa nova tática de conquista da Revolução fo i inúmeras vezes denunc iada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. É a c hamada Revolução Cultural, uma mudança gradu al da vida cotidi ana, dos costu mes, das menta li dades, dos modos de ser, de sentir e de vive r. 6
O misticismo tribal e a exti11çcío da razão Em 1976, a inda no auge cio comuni smo, caracteri zado como a ll1 Revolução (a prime ira é a pseudo- Reform a Protestante e a segunda a Revolução Francesa de l 789), Plini o Corrêa de O li ve ira j á de monstrava a metamorfose operada dentro do processo revoluc io nári o rumo a uma IV Revolução - o triba li smo autogestio nári o e místico, hoj e larga mente incubado na Nova Era - de nunciando suas características.7 Escreveu ele: "Bem. FEVEREIRO 2003 -
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chamam ele iluminação - e perceber que
é deus. Em outros term os, o igualitari smo, denunc iad o pel o M ag i stério el a Santa Jgrej a como oposto ao cri sti ani smo [ ver quadro ao lado], é agora exaltado até o destronamento de Deus. A Nova Era é a pseudo-religião cios homens igualitári os que se julgam deuses.
O igualital'ismo con'ompe a c,,;ação
entendido, o ca,ninho rum.o a este estado de coisas tribal [da IV Revolução ! ten, que passar pela extinção dos velhos padrões de reflexão, volição e sensibilidade individuais, gradua [mente substituídos por rnodos de pensamento, deliberações e sensibilidade cada vez mais coletivos [. ..]. "De que fo rma? - Nas tribas, a coesão entre os rnembms é assegurada sobretudo por um comum. pensar e senti,; do qual decorrem hábitos comuns e um comum. querei: Nelas, a razão indi vidual fica circunscrita a quase nada. [. ..] Ao pcijé incwnbe 1nante1; num plano místico, esta vida psíquica coletiva, por rneio de cultos ca rregados de 'mensagens ' co,~fúsas, mas 'ricas', dos f ogos f átuos ou até rnesmo das fulgurações provenientes dos misteriosos mundos da transpsicologia ou da parapsicologia".8
l)o amo/' ele si ao esquecime11to ele Deus O homem justo faz do "a mor de Deus" o eixo de sua vida, pelo qual ele julga todo o resto, cumprindo o mai or ci os M andamentos : "Am.arás ao
CATOLICISMO
Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e com todas as tuas f orças" (M e 12, 30). N a mesma linha, o Catecisrno da Igreja Católica ensina que a finalidade cio homem é "conhece,; amar e servir a Deus" . A sa ntidade consiste em amar a D eus até o esquecimento ele si mesmo, a ponto ele ser um outro Cri sto. Nas palavra s ele São Paulo: " Já não sou eu quem vive, mas
Cristo que vive ern rnim ".
r~ro? Clll lll tllOUUtS t1t
1nsfo1nntotnr nntfc. nnnt fitntcuut Les ire.,· riche.,· heures du 011c de /3errv, séc. XV, M useu onclé. ha111 ili y (Fran ça)
N esse amor sublime, f ru to da inocência ele alma, reside a verd adeira fe liciclacle e o tesouro mais prec ioso ele nossas almas, onde "o ladrão não chega, nem a traça rói" (Lc 12, 33). A o contrári o, para os adeptos ela Nova Era, não é a D eus que devemos conhecer e amar, ma a nós mesmos . Pois, segundo im agin am, Deus não é superi or aos homens nem di gno ele ser amacio sobre todas as co isas, mas é o próprio homem! Como conseqüência, o homem eleve conhecer a si mesmo - através dó que
Cristo, Rei do Universo. Com uma tiara na cabeça e segurando o globo terrestre apoiado em Seu joelho, Cristo recebe a homenagem de soberanos representando as nações do universo.
Desigualdades na socidade humana: doutrina pontifícia São Pio X , no Motu proprio Fin da i/a prima (1 812- 1903), assim resume a doutrina de Leão XIII sobre as desigualdades na sociedade humana: "/ - A sociedade humana, tal qual Deus a estabeleceu, é formada de elementos desigua is, como desiguais são os membros do corpo hu-
D eus, em sua infinita sabedoria, criou cada homem com suas ccU·acterísticas própri as e hierarqui camente dispostas. Santo Tomás ex plica que é através dessa diversidade ele característi cas que se tem uma imagem mais perfeita ele D eus. O s homens em se u co njun to, muito mais ci o qu e individu alm ente, formam um belíss imo mosa ico refl etindo as per fe ições ele seu Cri ador. 9 Por i sso, di z a Sagrad a Escritu ra que cada coi sa feita por Deus era boa, mas o seu conjunto era "muito bom.". 10 N ão podendo nada contra o Cri ador, o demônio inves te contra o refl exo ele Deus na cri ação e sedu z os homens, através cio orgulho, com a promessa utópi ca ci o igualitari smo.
mano; torná -los todos iguais é im possível; resultaria disto a própria des truição da sociedade humana. "li - A igualdade dos diversos membros sociais consiste somente no fato de todos os homens terem a sua origem em Deus Criador; foram resgatados por Jesus Cristo e devem, segundo a regra exata dos seus méritos, ser iulgados por Deus, e por Ele recompensados o u punidos. "Ili - Disto resu lta que, seg undo a ordem estabelecida por Deus, deve haver na sociedade príncipes e vassa los, patrões e proletários, ricos e pobres, sábios e ignorantes, nobres e plebeus, os quais, todos unidos por um laço com um de amor, se aiudam mutuamente para alcançarem o seu fim último no Céu e o se u bem-estar moral e material na Terra" (Acta SanctéB Sed is, Ex Typographia Polyglotta, RoméB, 1903- 1904, vo l. XXXVI p. 34 l , apud Plíni o Corrêa de O liveira , Nobreza e Elites Tra dicionais Análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e Nobreza Romana, Livraria C ivilização Editora, Porto, 1993, p. 296).
"Sereis iguais a J)eus": a sedução da Nova Era
Pio XI , na Encícli ca Divini Redemptoris, afirma :
Com a mes ma menti ra com que seduziu Adão e E va no Pé:U·aíso Terrestre [ver qu adro na p. 33 1, a Serpente agora busca sedu zir os homens cio sécul o XX I. "Sereis iguais a Deus" (Gen. 3, 5). É o que promete a N ova Era para os que se deix am enga nar pelo ve neno igualitári o cio demônio. É o orgulho levado às últim as conseqüências, medi ante o qu al o homem se esquece ele D eus para amar a si sobre todas as coi sas.
Lúcifer: o /Jrimefro igualitário Os anj os, ass im como os homens, também tivera m sua prova, na qu al deveri am escolher entre amar a Deus ou
arnar a si. "Tu, desde o princípio, quebraste o meu j ugo, mrnpeste os meus laços e disseste: - Não servirei!" (Jer. 2, 20).
" Deve-se advertir que erram de modo vergonhoso aqu eles que opinam levianamente serem iguais, na sociedade civil, os direitos de todos os cidadãos, e não existir uma hierarqu ia social legítima" (Acta ApostolicéB Sedis, Vol. XXIX, N º 4, 3 1-3- 1937, p. 8 1, apud Plínio Co rrêa de O liveira, obra supracitada, p. 298) .
Pio XII, Alocução aos trabalhadores da Fiot (31 - l 0 - 1948): ''A lgreio não promete o igualdade abso-
luto que outros proclamam, porque sabe que o convívio hum ano produz sempre e necessariam ente uma escalo de graduações e de diferenças nos qua lidades físicas e intelectuais, nas dispos ições e tendências internas, nos ocupações e nos responsabilidades" (Discorsi e Rodiomessoggi di Suo Sontità Pio XII, Tipogra fio Poliglotto Vaticano, vo l. X, p. 266, apud Plínio Corrêo de Ol iveira, ob ra supra citada, p. 299). Santo Tomá s de Aquino trato da ques tão da desigu a ldade, es pecia lm ente no Suma Teológ ica , 1, Q. 47, a . 2
A esse brado igualitári o ele Lúcifer,
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uma gota d 'água no oceano, à gra nde energ ia prime ira. Através dessa prática, o iniciado se reconhece divino, ass im como todos os objetos, fo rmando uma só energ ia co m todos e les.
Pallteísmo: a doutl'illa oculta do demôJ1io
A queda dos anjos rebeldes
que não desejou servir a seu Senhor, respo nd e u São Mi g ue l : "Q uem como Deus?" . 11
Lúcil'el': o anjo <la "i/11mh1ação" esotéâ ca Antes ela revolta cios anjos, segundo narra São João Bosco em sua conhecida História Sagrada, os anjos eram todos bons. Lúc ifer era o anj o mais be lo que Deus havia c riaclo. 12 Deste fato res ul ta o seu CATOLICISMO
no me, que significa aque le que ilumina, aque le que porta a luz: lúc ife r. "Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago" (Lc 10, 18). Aque le que iluminava, agora vive nas trevas te ntando os home ns. Para a Nova Era, o home m precisa atingir a consciência ele que é deus, precisa se ilum inar. A iluminação é o processo através cio qual o ho me m perde a sua individua lidade, entrega ndo-se, como
A fil osofi a bás ica da Nova Era é o pante ísmo. Segundo essa heresia, ex iste apenas uma realidade, que é a e nerg ia cósmi ca (que alguns chamam de deus), o resto é o maya (ilusão). Toda a diversidade de seres (sej am minera is, vegetais, animais ou mesmo espirituais) é uma ilusão dos sentidos, que tende a ver d ifere nças o nde só exi ste igualdade. Tudo é manifes tação de uma mesma energia, que é divina e espa lhada em todas as coisas. O demônio é o pai dessa doutrina que busca enganar os homens e fazê- los participantes de sua revo lta. Diz São João: "Foi [o Demônio] homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade" (Jo 8, 44). Nesse sentido, é revelador o poema escrito por Pierre Weil , um dos expoentes da Nova Era e reitor da chamada universidade holística 13 , em seu livro A Revolução Silenciosa, no qual resume o orgulho panteísta e igualit{u"io desse movimento: Diz e le, sobre si mesmo: "Sou desprovido de nome, porque todo nome me limita. Porém, muitos nomes me deram. Sou Brahman. Sou Brahma, Vishnu e Shiva. [. ..} Sou Jahvé. Sou Buda. Sou Cristo. Sou o Pai, com ou sem barba. Sou o Filho. Sou o Espírito Santo. Sou Allah, Sou A(fá e ôrnega, o começo e o f im. [. .. } Sou energia. Sou a natureza. [. ..} Sou Deus. Sou o Eterno. Sou Uni verso.[. .. } Sou você dentro do teu corpo. Sou também o teu próprio corpo. [. .. } Sou as partes que estão no todo. Sou o todo que está em todas as partes. [. ..} Sou o homern. Sou a 1nulhe1: [. .. } Sou sujeito, sou o~jeto, sou espaço entre os dois. [. .. } Sou o autor. Sou o ator. Sou o papel. Sou a peça. Sou o espectador. [. .. } Sou zero. Sou um. [. .. } Enf im sou a tua alma através da qual deJfruto da imensa bem-aventurança de ser consciente da própria bem-aventurança" 14 •
A serpente no paraíso terrestre: prefigura da Nova Era
Segundo a doutrina católica, o homem morre uma só vez
tiça divina (já que essa justiça pressupõe a existência de Deus superior aos homens) e, em seu lugar, ace ita a doutrina espírita da reencarnação. Contra essa doutrina, há o ensinamento formal de São Paul o: "Está decretado que o homem morra uma só vez, e depois disto é o julgamento"(Hb 9, 27).
AutocoJ1hecime11to e redellção A Nova Era afi rma que o proble ma do home m não é o pecado, mas a ignorânc ia . C onhecer-se a si mesmo, e is o lema da Nova Era. Não é mais a Redenção de Nosso Senho r Jesus C risto que abre as portas da eternidade, mas o própri o homem que se julga salvo pela sua natureza divi na. Desta forma, o supre mo ato de amor de Deus é substituído pelo supremo ato de orgulho de que m julga ocupar o lugar de seu C riador. Para esses adeptos, não há inferno, não há castigo, não há justiça. O erro (pecado) de uma vida não será casti gado na ete rnidade, mas numa encarnação menos evoluída ou ma is sofrida, onde aqui se faz, aqui se paga . É a c hamada Lei do Ca rma.
A l'CCllCal'JWÇãO evolucionista
Caiwlização da Ellergia Cósmica
Imaginando-se deus, o adepto da Nova Era naturalmente é levado a negar a jus-
N ão é pensand o que se ilumina, é mediante a meditação por dentro de si,
mediante a canali zação da e nerg ia po r dentro do próprio corpo. Para esse fi m nos levari am o tarô, os búzios, qui romancia, astro logia, numerologia, cri stais, certos tipos de medicina alternativa e de acupuntu ra etc. Tudo é usado para dar uma nova visão ao ser humano, um a nova ma ne ira de experimentar a realidade. Claro que várias dessas práticas abrangem um aspecto natural que pode produzir um resultado efetivo. Todavi a, elas têm servido, em várias c irc unstâncias, para difundir a doutrina esotérica da Nova Era. Os c ri stais e as pirâmides são muito usados pelos adeptos da seita, po is seri am uma ma neira ele canalizar essas energias e c ura r doenças, atrair prosperidade, levar a um grau de consciência superiot: Trata-se, na rea lidade, da vo lta ao pagani smo primitivo, com suas milhares de superstições e ido latrias.
Nova Era é incompatível com a Fé Católica E m seu E vangelho, São Mateus expõe a sábia advertênc ia de Nosso Senhor: "Eis que eu vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, s-ede prudentes como as se,pentes e sem malícia, como as pombas" (Mt 10, 16). Do m Donald W. M ontrose, enquanto Bispo diocesano de Stockto n, na Califórnia, fez uma longa análise da infl uência satânica da Nova Era nos Estados Unidos. E m seu substancioso documento, afirm a:
No Paraíso, o demôn io, que tinha sido expulso do Céu pelo se u ato de orgulho e levado pela inveja, tomou a forma de uma serpente e tentou Eva para que ela comesse do fruto proibid o: "De modo algum morrereis, e Deus sobe muito bem disso; ao co ntrário, se dela co merdes, abrir-se-ão vossos olhos, sere is iguais a Deus, conhecereis o bem e o mal" (Gen . 3, 5). Após o Peca do Original, Deus, vo ltando- se para a serpente, disse- lhe: "Estabelecerei
inimizade e ntre ti e a mulh er [Nossa Senhora], entre a tua des cendência e a dela; ela te esmagará a ca beço e tu procurarás mordê-lo no calcanhar" 1 • São Luís Maria Grignion de Montfort assim explica esse trecho da Sagrada Escritura: "Uma única inimizade Deus promoveu e estabeleceu, inimizade irreconciliável que não só há de durar, mas aumentar até ao fim : o inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio; entre os filhos e se,vos da Santíssima Virgem e os filho s e sequazes de
Lúcifer." 2 . 1. É praticamente unânime a posição dos grandes teólogos de que a mulher referida é Nossa Senhora, chamada ta mbém de Nova Eva, Mãe do Novo Adão, q ue é Nosso Senhor Jesus Cristo. 2. São Luís G. de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à San.tíssima Virgem, ed. Vozes, Petrópolis, p. 54.
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"Na superfície, o m.ovún nto New Age parece um movirr.1.ento de paz. Entretanto, é ocultista, mes1no quando Satanás não é mencionado. O 'deus' da New Age não é o Deus do cristianismo. O 'deus' da New Age é uma espécie de energia impessoal que abarca o universo inteiro. Esta é um.a forma de panteísmo. Não se deixem enganar pelas suas palavra sobre ecologia, a beleza do inundo natural, a .fitndam ental bondade dos objetivos aparentes de_ste rnovimento. Não é um poder espiritual que vem de Deus, mas do reino da luz falsa e das trevas" 15 • E João Paulo 11, e m pronunciamento aos bi spos norte-americanos, prev ine os fiéis sobre a Nova Era e sua deletéria influência e ntre católicos:
mos aumentar nossa devoção a E la, e assim seremos aliviados ele nossos males, a mparados em nossos problemas, atendidos e m nossas súplicas. É o que, de modo categórico, afi rma o adm iráve l Doutor ela Igreja, São Bernardo ele Claraval, e m sua cé lebre e inspirada oração: "Lem-
São Bernardo de Claraval, autor do Lembrai-vos
"As idéias do movimento New Age conseguem às vezes insinuar-se na pregação, na catequese, nas obras e nos retiros, e deste ,nodo úiluenciarn até mesmo católicos praticantes, que talvez não tenham. a consciência da incompatibilidade entre aquelas idéias e afé da Igreja. Na sua visão sincretista e imanente, esses movimentos[... ] tendem. a relativizar a doutrina religiosa. [. .. ] Além disso, apresentam com freqüência um conceito panteísta de Deus, o que é incompatível com a Sagrada Escritura e com. a Tradição cristã" 16 •
/)evoção a Nossa Se11hora: o antícloto profético A Nova Era é um dos vene nos sed utores cio demônio, que te nta os homens através do orgulho: "Amarás a ti mesm.o sobre todas as coisas ", e is como se poderia exprimir o lema da Nova Era. Quando uma alma se deixa contam inar pelo amor próprio desorde nado, fru to de seu org ulho, não há moral capaz de a contro lar, não há mais ve rdade que e la não coloq ue em dúvida, não há hierarqui a que ela não queira derrubar. E como tudo isso é o oposto à Santís·sima Yi.rgem, que em sua humildade desejava ser a escrava da Mãe de De us! Nossa Senhora é o triunfo da humil dade sobre o orgulho, cio verdadeiro amor de Deus sobre a soberba igualitária. CATOLICISMO
Nesse sentido, escreve o grande missionário fra ncês cio século XVII e Dou tor marial , São Luís Maria G. de Montfort: " O que LúcU'e r perdeu por orgulho, Maria ganhou por humildade. O que Eva
condenou e pe,deu pela desobediência, salvou-o Maria pela obediência" 17• Em o utro trecho, afirma ai nda São Luís de modo profético sobre o papel da Mãe de De us nos últimos tempos: "Por
meio de Maria começou a salvação do m.undo, e é por Maria que deve ser consumada" 18 • É o que aquele grande apóstolo mari a no chama de R eino de M aria, no qual o império de Nosso Senhor estende r-se-á sobre o "império dos ímpios, dos idólatras e dos maometanos" 19, estabel ecendo sobre a Te rra a plenitude cio Reino de C ri sto na Hi stória.
1'o<los que l'econ·cm à Santíssima Virgem são aW11</idos F ica o ale rta: e m nossas dificuldades, não procuremos soluções o nde e las não ex i te m ; desconfi e mos dessas práticas ocu lti stas, verdadeiras ciladas para a perdição elas alm as . Pelo contrário, procuremos a solução ve rdadeira que Nosso Senhor Jesus C risto nos concedeu: a inte rcessão ele sua Santíssima Mãe que, misericordiosamente, também a nós fo i dada como Mãe. Procure-
brai- Vos, ó piíssima Virgern Maria, que nunca se ou.viu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, com igual co1ilança, a Vós, ó Virgem entre todas singula1; como a Mãe recorro, de Vós rne valho, e, gem.endo sob o peso de meus pecados, me prostro a Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, ,nas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Assim seja". •
Notas:
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1. " Fo lha ele S. Paulo" - Rev ista Mai s!, 13- 10-02. 2. Fe rg uso n, Maril y n ( 1993), A Co nspiração
Aquariana: Tra11.,{omwções Pessoais e Sociais nos Anos 80; Ecl . Recorei , Ri o ele Janeiro, 1993 . 3. Idem., pp. 20 1 a 205. 4. A esse respe ito, ver: Di oc léc io Lu z, Roteiro Mágico de Brasília ; vo l. .1 e 11. , Coclep lan, 1986. 5. Op. ci t. , p. 18. 6. C fr. Plíni o Co rrêa el e O li ve ira, Re volução e Co11tra-Revol11.ção, Artp ress, São Paul o, 1982, 111 Pa rte. 7. Idem , ibi dem. 8. Idem, Parte 111 , ca p. 111 , 2. 9. C fr. Summa Teo lóg ica, 1, Q. 47, a2, e. 10. Gênesis, 1, 3 1 eSwna Teológ ica, 1, Q. 47, a.2, e. 1 l. A ex pressão "Quem como Deus?" é a tradu ção cio nome Miguel cm heb raico. 12. São João Bosco , Hi stó ria Sag rada, Ecl. Sa les iana, 1965 , p. 13. J3. Holi smo urn a pa lavra que se refere a tudo (lwlos): tudo é a mesma energia divina. 14. Weil , Pierre; A l?evolur;ãoSilenciosa , Ecl . Pensamento, São Paul o, p. 200 a 203 . 15. M ontrose, Dona lcl W. , Voz de alerta nos Estados Unidos: perceber e comba ter o de111ô11io é deve r do ca tólico, in Ca tolicismo, fevereiro ele 1996, p.22 e 23. 16. Pronunciamento aos bispos norte-ameri ca nos, em 18 ele mai o el e 1993, apucl Catolicisnw, fevereiro ele 1996, p. 22 e 23. 17. São L uís G. de M ontfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Sa ntí.l'sim.a Virgem, Vozes , Petrópoli s, p. 55 e 56. 18. Idem, p. 50. 19. Idem, p. 6 1.
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Santo André Corsini A seriedade de uma conversão .André, de "lobo" transformou-se em "cordeiro", e de "cordeiro" em "pastor". Um dos grandes Santos do fim da Idade Média, oriundo de uma das mais nobres famílias da brilhante Florença do século XIV g PuN10 M ARIA SouMEO
N No página ao lodo, acima : Peregrino , o mãe do santo, narro- lhe o sonho que tivera antes de ele nascer. Abaixo , o cidade de Florença no época do santo.
CATOLICISMO
icola e Peregrina pertenciam à nobre e antiga fa mília dos Corsini , de Florença (Itália). À fo rça de orações e promessas, obtiveram do Céu um filho, que consagraram à Virgem no convento dos carmelitas. E ntretanto, na véspera do parto, Peregrina sonhara que havia dado à luz um lobinho que, entra ndo numa igrej a, transform ara-se em amável cordeiro. André, o filho que nascera na fes ta desse Apóstolo, em sua infância e adolescência rea lme nte assemelhava-se mais a um lobo do que a um cordeiro . Era desobediente, brigue nto, mundano, não respeitava nem pais nem mes-
André, tocado pel a graça, ficou muito comovido. Saiu de casa e dirigiu-se à igreja do convento carmelita, onde se prostrou aos pés ela Virgem do Povo, a quem fora consagrado. E rezou do fundo da alma: "Ó gloriosíssima Virgem Maria! Aqui tens, a teus pés, o lobo feroz e repleto de culpas que a ti recorre humildemente. Já que és a Mãe do Cordeiro sem mancha, cujo sangue nos lavou e remiu, rogo-te que me limpes, e de tal maneira convertas minha cruel natureza de lobo, que de hoje em diante seja eu mansíssimo e.fidelíssimo cordeiro, digno de ser-te oferecido como vítima e servir-te até minha morte em tua santíssima Otdem Carmelita na". Quanto te mpo passo u ele ali , prostrado aos pés da Virgem? Os ofíci os terminaram, a igreja se fechou, e os irmãos leigos começaram a limpeza do recinto para o dia seguinte. Um deles descobriu o jovem. Que fazia ali àquela hora? " Leve-me ao Superior, por f avor", pediu o rapaz. E m frente a ele, caiu ele joelhos e suplicou que lhe desse imedi ata mente o hábito da Orde m. Mas todos conhecia m sua família e seus desregramentos. O Superior titubeou, argume ntou que nada lhe fa ltava e m sua abastada fa míli a; por que que ria tudo abandonar? André explicou-lhe a graça que acabara ele receber, e que que ri a c umprir os votos cios
pi edosos pais. Estes foram chamados e, exultantes, deram sua licença. Recebeu o hábito em 131 8, sendo daí para a frente um novo homem.
Penitências, ornções e te11tações diabólicas É claro que uma pessoa, tendo vi vido tanto te mpo ao sabor de seus caprichos e mau temperamento, sem um
re médi o efi caz não se transformaria ele vez. André utilizou para isso o método de "agere contra " - quer dizer, agir de maneira totalmente oposta ao vício ou defeito que queria combater. Para domar seus maus impulsos e espírito ele independência, tornou-se o mai s obediente e mais observante novi ço. Vivera ele em meio ao excessivo luxo e comodidades? Agora escolhi a para si o mais velho hábito do conven-
to e lançava mão ele ás peras penitências, di sciplinas e contínuos jejuns. Para isso também observava um ri goroso silê nci o, mortificava a vi sta, ouvidos e paladar, e dedicava longas horas à oração. Suportava o escárnio ele seus antigos companheiros ele libertinagem e o desprezo de alguns parentes. Sua conversão fora verdadeiramente profunda, e ele abraçou com entu siasmo o caminho da perfeição. O demônio não podi a res ignar-se a perder ass im definitivame nte aquele que fora ta nto tempo sua presa. Não o deixava em paz, assa ltando-o com vi olentas tentações. Mas André recorri a a Nossa Senhora e neutra lizava ass im os assaltos do espírito infe rnal. Um dia, quando ele estava e ncarregado da portari a durante o jantar da comunidade, bateram com insistência na porta do convento. André, que ti nha orde m ele não de ix a r entrar nenhum estranho, abriu apenas um pequeno posti go na porta e viu um garboso senhor acompanhado de vários cri ados. - "A bre depressa, pois sou teu parente e não posso cons entir em que permaneças mais tempo entre esses indigentes. Teus pais também querem que saias, pois escolheram e elege ram para tua esposa um.a j ovem nobre ef ormosa ". Respondeu que não o reconhec ia por pare nte, que seus pais
tres, e passava o te mpo na caça e no jogo. Não é de se admi rar que tivesse rixas constantes e m casa.
A conversão cio "lobo " que virou "cordeiro " Certo dia, quando dev ia ter pouco mais de 15 anos, ele maltratava a mãe, que o repreendia pelos seus des mandos. Nesta ocasião, e m lágrimas, ela lhe di sse: "És bem o lobo do meu sonho ". O rapaz fi cou surpreso. "Que lobo ? Que sonho? Conta-me tudo ". Peregrina narrou-lhe então o sonho que tivera, acrescentando que, quando ele nascera, os pais o havi am consagrado à Virgem. E que seu proceder era o oposto do que eles esperavam dele.
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estavam sati sfe itos com a estadi a dele lá, e que não abriria por não ter licença. Reconhecendo no embu steiro o pai da mentira, com o sinal da C ru z fê- lo fu g ir. Para praticar a humildade, mesmo depo is de professar, André pediu para sa ir pedindo esmo las para o convento nas ruas o nde moravam as pessoas ma is proe minentes da c idade e alguns parentes seus. De muitps de les recebia insultos e repreensões, sob alegação de que desonrava o nome da fa mília. Professo, em nada diminuiu suas austeridades. Sua vida tornou-se de contínua penitência. Jejuava várias vezes por semana e dormia sobre palha, trazendo à cintura rude c ilício.
Oom cios milagres e ela profecia A Providência logo o pre miou com o dom dos milagres e da profecia. Assim, curou milagrosamente de urna horríve l úlcera na perna um tio mundano e vic iado no jogo, trazendo-lhe, com a saúde do corpo, a da alma. Um dia, atendendo às insistências de um amigo, aceitou ser padri nho de seu filh o. Na hora da cerimôni a, quando tinha a cri ança nos braços, começou a soluçar. Quando lhe perguntaram o porquê das lágrimas nesse mo me nto, respo ndeu: "Eu
colheu Frei André para ser seu bi spo. Mas este, sabendo da esco lha, esconde u-se na Cartuxa de F lorença. Depois de mui to o procurar inutilme nte, o clero de F iésole resolve u reunir-se e escolher outro bi spo. Nesse momento entrou no recinto um menino de três anos, que di sse: "Deus escolheu André para
prelado; ele está em oração na Cartuxa, onde o encontrare is". Ao mesmo tempo o Anjo da Guarda de André apareceu-lhe, também na figura de um menino vestido de branco, e lhe di sse: "Não temas, André,
porque eu se rei teu gua rdião, e Maria será em todas as coisas tua ajuda e tua protetora ". O Santo diri giu-se a F iésole, encontrando-se no caminho com o cortej o daqueles que o vinham bu scar. Sabendo da grande respo nsabi lidade que te m um bi spo, André, para obter o auxílio divino, aumento u ainda ma is suas austeridades e penitênc ias, de modo ta l que é dific ilme nte compreensíve l para o home m a mo lec ido de nossos di as . Basta di zer que e le se di sciplinava até o sangue todos os dias, du ra nte o te mpo e m que rezava os Sete Salmos Penitenc iais e algumas ladainhas. U sava um cinto de fe rro junto à carne e um cil íc io.
choro porque este menino nasceu para sua perda e ruína de sua casa".
Restaurado1' espfritual e material de sua diocese
E isso sucedeu. Crescendo, o infe liz traiu sua pátria, sendo executado pela justiça e cobrindo de infâ mi a toda a fa mília. Fre i André fo i e nvi ado pe los seus superi ores a Pari s, onde havi a a mais fa mosa universidade da época, para aperfeiçoar-se na teologia. Quando vo lto u, fo i e leito pri or do convento de sua c idade.
E le não falava jama is com mulheres, a não ser o mínimo indispensáve l, e não to lerava ouvir li sonje iros. Vi sitou toda sua di ocese, procurando reafervorar seu cl ero e diocesanos. Fez uma li sta de todos os pobres de sua cidade, sobretudo dos pobres envergonhados, a que m socorri a secreta mente. C hamavam-se " pobres e nvergonh ados" pessoas perte ncentes à nobreza o u outras c lasses elevadas, que havi am caído na mi séri a. Du ra nte um ano de caresti a, de u aos pobres tudo o que tinha. Um di a em que j á havi a dado
De li'acle carmelita a eminellte bispo Vagando e m 1360 a Sé de F iésole, perto de Florença, o clero es-
todo o pão di s po níve l, s urg iram outros pobres. O s pães se multiplicaram milagrosamente, sati sfazendo a todos. Às quintas-feiras ele lavava os pés de doze pobres, dando-lhes depois generosa esmola. Certa vez um deles tinha na perna uma úlcera tão asquerosa, que quis impedir ao bispo de tocá-la. M as apenas o santo o fez, a perna curou-se imediatamente. Seu espírito doce e pac ífico sere nava toda quere la, po is tinha o d o m de restabe lecer a mi zades e acabar com di sc ussões. Po r isso o P apa U rba no V o ma ndo u corn o núnc io a Bo lonha, c idade na qu al havi a g uerra e ntre du as facções. Ele não só o bteve a pac ificação geral, mas reuniu e ntre s i a nobreza e o povo com os laços de urn a caridade mú tua. O santo trabalhava também para reparar os templos. Assirn, reedificou sua catedral, que estava em ruínas. Aos 71 anos de idade, qu ando celebrava a Mi ssa de Nata l, Nossa Senhora apareceu-lhe, prevenindoo de que viri a buscá- lo no dia dos Sa ntos R e is. André pre parou -se bem, pôs em orde m todos os negóc ios de sua diocese, e espero u a hora da morte rec itando com os prese ntes o S ímbo lo dos Apósto los, de Nicéia e de Santo Atanás io. Quando cantava o "Nunc dimittis servum Juum, Domine" (Deixai partir agora vosso servo, Senhor), e ntregou sua a lma a Deus. •
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Quatro perguntas incômodas ;\ gora não é só a TFP que o di z. Com
.t1: exceção do ex- pres idente Fernando He nrique, há pratica me nte unanimidade em afirma r que a Reforma Ag rária foi um fracasso. A própria equi pe de tra nsição o constato u. Um dos princ ipa is assessores do pres ide nte Lul a, José Graziano da Silva, disse que o quad ro da Refo rm a Agrá ri a é "escandaloso". Um outro Graziano (Francisco, ex-pres ide nte do INCRA) dec lara que "a idéia de ref orma agrária tornou-se obsoleta". Contag, MST, todos di ze m q ue não ho uve Reform a Agrári a. Corno e ntão justificar: 1) os quase R$ 20 bilhões enterrados na Reforma Agrária nos o ito anos de governo? 2) o inchaço abs urdo do latifúndio
estatal, ao qual se incorporara m milhões de hectares desapropriados? 3) que faze ndas que produziam razoavelme nte be m, e mbora sem ating ir os apertados índices do INCRA , tenham sido
Proibição de ser proprietário
Verba pública em vez de produção
núc leo agrári o do PT, integrado por parl arne ntare. ma is à esquerda do partido, quer ace lerar o ritmo elas desapropriações, limi ta r o ta manho elas propriedades e a lo ngar o prazo de paga mento dos TDA s (Títul os ela Dív ida Agrária), papé is com os quais o governo "paga" os proprietários que tiveram suas terras desapropriadas. Quer ta mbém acabar com o Banco da Terra, que não se baseia em desapro priações. Daq ui a pouco vão querer decretar que é pro ibido ser proprietário no B ras il. Na Rú ss ia comuni sta era assim , e os resultado. · são hoj e conhecidos. O novo governo dará ouvidos a esses radicais? Esperemos para ver. •
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José Graziano, Ministro extraordinário de Combate à Fome
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e quiser comer arroz de ótima quali dade (integral tipo 1), aç úcar mascavo, batata doce e abóbora, é só dirig ir-se a algum dos assentamentos gaúchos. Afinal, eles estão produ zindo !? Não, longe di sso. Em dezemb ro, o gove rno pelista de Olí-
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vio Dutra lançou um edital para a comp ra desses alimentos para destiná- los a famíli as assentadas. O edital provocou manifestações de revolta e ntre os produtores rurais de Bagé. Não é para menos. Eles questionam o valor desses alimentos e di zem que mui tos de les deveriam ser produzidos nos próprios assentamentos. Além do mais, o arroz dessa qualidade custa c inco vezes mais que o arroz comum. Segundo Paulo Ricardo Di as, Pres idente da Associação Rura l de Bagé, "esse edital é um a/estado
de falência do processo da reforma agrária. [. ..] O povo do Rio Grande terá que comprar os produtos mais básicos para alimenlar aqueles que deveriam produzir esses alimentos". •
À esquerda
do PC do B
f'l. de terras, recente mente re iterada por
D
e tal modo um núme ro considerável de Bispos e Padres brasile iros tem se ide ntificado com as idé ias comunistas, que o jornali sta Roldão Arruda cl assifica
João Paulo [[ (vide Catolicismo , j ane iro/ 03), o MST ataco u di zendo que o Papa estava mal in fo rmado. João Paul o Rodri gues, líder do MST, di sse ainda que "a
"a chamada ala progressista da Igreja Católica" como sendo "o grupo mais à esquerda do espectro político" naciona l.
própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, vê nas invasões uma fo rma de chamar a atenção e f azer pressão para a realização da reforma agrária". •
Si g nifica que essa ala está ma is à esquerda do que o próprio PC do B. •
CATOLICISMO
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A TFP previu essa situação com mui ta antecedência. N ão fo i o uvida. E la não guarda ressentimentos. M as não será agora o caso de ouvi -la, para o be m do Brasil , parando para pe nsar, analisar, estudar com cuidado, antes de aprofundar ainda mais uma Reforma Agrári a que até agora só trouxe ma les e nenhum bem? E que faz te mer que, se aprofund ada, trará males a inda maiores? •
MST cita a CNBB contra o Sumo Pontífice
Obras Consultadas: Les Pet its Bo ll a nd istes - Vies des Sa ints, d'ap res /.e Pe re Giry, Blo ud et Ba rra i, L ibrai res-Éd ite urs, Pa ri s, 1882, 10 111 0 ll, pp. 257 a 262. El SanLO de Cada Dia, Ecle lvives, Ed itor ia l Lui s Vives, S.A ., Saragoça, 1946, to mo 1, pp. 353 a 362. Fr. Ju sto Perez ele Urbe!, O.S.B. , Mio Cristiano, Ecl ic iones Fax, Macl ri cl, 1945, 10 111 0 1, pp. 234 a 239. Pe. José Leite, S.J., Santos de Cada Dia, Ed itori a l A.O. , Braga, 1993 , pp. 44 e 45 .
tran sformadas, do di a para a no ite, com umacanetada, em fave las ru rais totalmente improdutivas? 4) os gritantes conflitos sociais produ zidos pela Reforma Agrári a, desvi ando do trabalho honesto e produtivo inúmeros trabalhadores que poderi am estar ganhando seu pão como empregados, e que fo ram lançados na voragem das invasões, da crimina lidade, da subversão?
;\ propós ito da condenação das invasões
O ex-governador gaúcho, Olívio Outra
FEVER EIRO 2003 -
"Eu já enfrentei outras tempestades"
no título dessa obra - tempos de EI-Rei, sendo dos mais interessantes e fecundos da história do Brasil. O livro apresenta ao leitor uma objetiva visão do conjunto da realidade brasileira "naqueles tempos de El-Rei ", muito diversa da estereotipada e deformada visão que geralmente se difunde nos atuais currículos escolares.
L ançamento de novo livro da TFP norteamericana. As razões de sua publicação no contexto de uma crise. lo VI chamou de "autodemoliçao da Igreob o título em epígrafe, foi editado nos Estados Unidos importante li- ja": muitos sacerdotes deixaram o sagrado ministério e outros iniciaram uma vro da TFP desse país. "adaptação" dos costumes e da doutrina A obra denuncia a existência de uma da Igreja, tendentes a diminuir a imporcampanha midiática contra a Igreja catótância da castidade e do celibato sacerdolica, a propós.ito de escândalos envolvental, a mostrar indulgência ante os mais do sacerdotes. Tal campanha não visa graves pecados - como o divórcio, o nenhuma restauração moral, promovida adultério, a sodomia e o uso de anticonque é por uma mídia favorável a costucepcionais - e a adaptar-se à degradames licenciosos, bem como por movição do mundo moderno. mentos progressistas que visam impor à Igreja uma doutrina oposta à ensinada por Solução para a grave cl'ise seu Divino Fundador. Diminuiu ve1ticalmenMuitas vezes, ao 77:p Commlftt:C '"' .Amcrfctm J.uucs te o rigor na admissão de longo do processo repostulantes aos seminárivolucionário, os inimios, em muitos casos quagos da Igreja têm agiWEATHERED se vazios devido à crise de do assim : aproveitamOTHER STORMS vocações. Assim, neles se de escândalos para entraram muitos elemeninduzir a opinião públitos indignos do sacerdóca a aceitar as mudancio. Isso impôs um regiças que desejam impor. me licencioso em instiA expressiva repertuições onde se formacussão que vem sendo va o clero. Agora tais alcançada pe lo liv.ro casos são difundidos pressagia uma influência numa tormenta publicibenéfica no desfecho destária contra a Santa sa campanha midiática Igreja, imputando-lhe, contra a Santa Igreja. ora uma conivência inaudita com a imoraEm cena o progressismo lidade, ora um rigor exagerado e impraticável que favoreceria as crises. Há uma década que as acusações de O livro da TFP norte-americana refupedofilia e/ou sodomia vêm sendo lançata essas fa lácias e propugna uma verdadas contra membros do clero: de início deira cruzada para restaurar, nas fileiras eram escassas, e muitos bispos lhes deda Santa Igreja, o ensino da moral tradiram pouca atenção, apesar da gravidade cional. Sem ela nada constituirá solução cios fatos . Depois os casos aumentaram, na atual crise. Dessa forma, a obra orieninduzindo o público a considerá-los como ta os católicos e inibe tanto seus inimigos um fenômeno geral , que exigia uma "reforma". Os progressistas aproveitam para declarados quanto os promotores ela capitulação ante a modernidade. • incluir nela suas metas principais: abolição do celibato e cio caráter hierárquico da Igreja, bem como a adoção do sacerN.B. Vide entrevista concedida pelo Presiden.dócio feminino e de uma nova ,noral tote da TFP norte-americana, Sr. Raymond Drake, à p. 19, na qual é apresentada uma síntese da obra. talmente permissiva. O te xto do li vro pode ser obtido no site A crise foi gerada nos anos 60, quanwww.tfp.org do se questionou a moral tradicional, e Brevemente estará di sponíve l a tradução no site www.tfp.org.br progrediu ao longo do processo que Pau-
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CATOLICISMO
Um B1·asil orgâllico
"O Brasil nos tempos de El-Rei" F ascinante e reveladora coletânea de estudos realizados por Ildefonso Homero Barradas ecentemente, foi publicada obra com o título O Brasil nos tempos de El-Rei*. O autor, Ildefonso Homero Barradas, é natural do Rio Grande cio Sul, tabelião em Porto Alegre, foi professor de Direito e jornalista. Há décadas estuda sistematicamente o período da história do Brasil anterior à independência. Sobre o tema, diversos artigos seus foram estampados entre 1961 e 1972 em
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Catolicismo. O livro ressalta a criação, naquela época de nossa história, de um gênero de estrutura social baseado especificamente nos saudáveis e orgânicos sistemas do municipalismo e do feudalismo, cuja existência entre nós é devida às tradições da época medieval.
Visão objetiva da História Desde 1500, quando chegou à Bahia a esquadra de Cabral, até 1822, data da emancipação política de nossa Pátria, o Brasil viveu um longo período sob a Coroa portuguesa. Muitos historiadores o denominam época colonial, porém mais adequadamente ele deveria ser chamado - como
Na capa da obra figura o Rei D. João III, que em 1534 instituiu o regime de Capitanias Hereditárias para o povoamento e civilização do Brasil. Foi ele, de certa forma, precursor da independência brasileira, devido à tão laJga margem de autonomia que concedeu às capitanias e também às Câmaras Municipais. Transplantadas naturalmente de Portugal para o Brasil, estas gozaram aqui de uma autonom.ia muito maior, difícil de se conceber em nossos dias. Ao longo do livro o autor põe em evidência a obra civilizadora de Portugal realizada no País: a criação e a consolidação, no além-mar, de uma nação católica, a grande meta do lusos nos 322 anos em que governaram o Brasil. Filha legítima da Cristandade, a sociedade brasileira em formação deveria naturalmente conter alguns dos elementos mais característicos da sociedade orgânica medieval. O sistema feudal das Capitanias Hereditárias não fracassou e ntre nós. Ele fundamentou nosso patriotismo nascente, propiciou a colonização da extensa costa brasileira, criou aqui uma sociedade organizada. O livro salienta que o feudalismo e o municipalismo representam autêntica glória de nossa história.
* * * O autor foi honrado por um prefácio de S.A.I.R. o Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil. Inteiramente favorável aos princípios expostos no livro, D. Luiz tem palavras que prestigiam e engrandecem a obra e seu autor, enfatizando o caráter sobrenatural da origem e do destino de nosso País. • *
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Artpress lnclú s tria Grá fi c a e Editora Lt.da. , São Paulo, 2002.
1000 sites selecionados U ma ilnportante conquista para Catolicismo, num guia para a Internet
e
om o título acima indicado, a J "Folha de S. Pau lo", de 18-12-02, em seu caderno Informática, publica o resu ltado de uma meticulosa pesquisa realizada com o fim de selecionar os sites mais freqüentados na Internet (rede mundial
-~·~.::: FOLHA 1'.lc. 1.~ .. , 1 •
SlOf'A~l 0,011,U h IOllA , 1111 t . . UMU<1DIIOOI
SITES SELECIONADOS
de computadores). No índice, perfazendo um total de 1000 sites, e laborado por esse conhecido quotidiano paulista, de circu lação nacional, na letra R (Religiões), encon tra-se www.catolicismo.com.br. Nosso site foi considerado, entre os sites ex.istentes em todo o mundo, um dos mais procurados, quando o usuário da Inte rnet busca assuntos relacionados com religião . O referido jornal ass im noticia o resu ltado da pesquisa: "A rede passou de 130 sites, em 1993, para mais de 38 milhões no início deste ano. Cada endereço traz várias páginas: só o serviço Google, por exemplo, acessa mais de 1,3 bilhão de páginas para atender às consultas que recebe. Procurando facilitar sua navegação, a Folha apresenta este guia com sites selecionados e organizados por temas, de animais a viagens, sem deixar ele abordar com especial atenção computação e internet. Aqui estão al-
gumas das páginas mais visitadas da rede e as que consideram.os mais informativas, divertidas ou úteis". Entre os 16 sites mais procurados, incluídos no item "Religiões", estão, além do Catolicismo, a página oficial do Vaticano e apenas mais dois outros sites católicos; os demais, infelizmente, são de outras religiões. • FEVEREIRO 2003
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Uma janela <lo Céu
Ambiente sobrenatural. do Santuário de Lourdes Antegozo do triunfo do Coração Sapiencial e Imaculado de Maria ■
Luís DuFAUR
Q
ue grata, suti l, sobren.a tural , inesquecível e grand iosa aco lhid a ag uarda o peregrino que se aproxima da Gruta de Lourdes ! Eram 20:30 h da sexta-feira, 6 de dezembro, fim do outono. A névoa noturna, j á profunda, envolvi a o conj unto monu mental do Santuário. A gélida garoa colava-se na pele. Pequenos grupos de romeiros, doentes e sãos, de todas as idades, raças, povos e línguas afl uíam por ruas e acessos diversos, prelibando a doce CATOLIC ISMO
e inefável bênção que faz de Lourdes o maior pólo de atração marial da Terra. C ru zando o rio Gave, entra-se na esplanada do Santuário pelo portão de São Miguel. Sobre a ponte, uma impressão acode ao espírito: dir-se-ia que as pessoas são outras. E las ava nçam com passo calmo e decidido, sereno e confiante, cheias de fé. É como se esse charme mi sterioso de Lourdes reav ivasse ne las, sobrenatural mente, também o amor da compostura, do alinho, da dignidade e do respeito. Ao pé da letra, o mov imento não cessa nas 24 horas do dia. Pode-se chegar na
mais alta mad rugada, e sempre se encontrará gente. Contaram-me testem unhas que, no auge do inverno, o vento que sopra dos c umes dos Pireneus torna impossível qualquer presença ante a Gruta. Mas, apertados uns junto aos outros, os fiéis se concentram ne la, e a li ficam rezando dia e no ite, dia e noite.
Al'eto da Vil'gem /maculada A cacofoni a da vida moderna, com seus desgostos e tragédias, a agitação desgastante das cidades, o ritmo frenético, as "torcidas" angustiadas, as contradições
e desapontam entos com os outros, deixam em nós, quotidianamente, a deprimente idéia ele que os homen s e m geral não têm conserto. E quanto esta idéia tem ele verclaclei ro ! Poré m, e m Lourdes tem -se um antegozo de como será a humanidade regenerada pe lo triun fo do Coração Sapiencia l e ]macul ado de Mari a prometido em Fátima, após os castigos previstos por E la naq uelas aparições. Descobre-se que, pela participação no espírito de Nossa Senhora, é possível um a harmon ia e uma subli midade no relacioname nto, um entrelaçamento hierárquico, patern o e fi li al, nobre e bondoso, que nesta Terra pareceri a impossível encontrar. Em torno da Gruta de Lourdes há como uma campânu la sobrenatural , que filtra as influências da Revolução gnóstica e igualitária que tudo polui e degrada em nossa época. E suavemente faz brotar nas pessoas um fundo bom que habitualmente geme esmagado. É uma ação profunda e cli ereta ela qual só Nossa Senhora detém o segredo. E la é a alma da Contra-Revolução 1•
Um instinto mi sterioso conduz o neófito rumo à Gruta. Os cartazes são inexistentes e desnecessários. Os guardas são escassos e sem trabalho. A multidão é ordenada, composta e fervorosa. Tudo é pulcro e bem conservado. Magotes ele peregrinos co nve rge m para o local das apa ri ções. Uns reza m em grupo ou isoladamente, em voz alta ou baixa; outros canta m. Ainda outros ca minha m em atitude recolhid a, o u com áv ida c uri osidade, até o fulcro dessa unção que a tudo envolve maternalmente. Não há algazarra nem pesado silêncio. Há uma plenitude de vicia harmo ni osa, impreg nada ele sobre natural, que empo lga. Alguns chegam acompanh ados de um sacerdote. A imensa maioria vem por ini c iativa própria. O que os levou lá? O que a graça disse na alma daquele romeno, australiano, j apo nês, brasi le iro ou sul-afri cano, para virem de todos os recantos da Terra a Lourdes, com tanta consonância ele espírito? À direita ele quem c hega, o caudaloso rio Gave corre impetuosamente, e mitindo leve murmúrio, imagem material dessa torrente de graças que a li age tão poderosa e discretamente nas a lmas. À esquerda, as numerosas torneiras onde os rome iros co lhem e bebem a água ela fo nte aberta por Santa Bernadete por ordem ele Nossa Senhora. Logo a segui r, a Gruta elas aparições. Como descrevê- la? É difícil. Nada há nela que não se pareça com mais uma concaviclacle lavrada na rocha pelo vento e pelas ág uas. Porém, o lhando-a, tem-se a impressão ele contempl ar uma janela que abre direto para o Céu. No a lto, à direita, numa espéc ie ele túnel aberto na roc ha, a famosa im agem de Nossa Senhora ele Lourcles, tão simples, sem mérito artístico espec ial , irrad iando um oceano ele graças. No canto infer ior à esq uerda, no fundo, a fonte que Santa Bernacl ete cavou com suas próp ri as · mãos, a maneio de Nossa Sen hora. A ,'ígua jorra lím pida, incessante, com a musicalidade aconchegante de um despretensioso manancial ele montanha. Eis a ág ua ele Lourcles, eis o simples instrumento ele que Nossa Senhora se serve para vencer a doença e o pecado, a lubricidade igualitária da hum ani dade qu e recusou a C ivili zação C ristã.
Que con traste! Que g lóri a, que poder da Santíssima Virgem! Toda a obra de impi edade e ri g ida em séculos de Revolução, vencida pe la Rainh a dos Céus e da Terra com um simples fio de ág ua !
Imagem da eten1ida<le E dos fiéis , o que di zer? E ntra o empresário italiano bem trajado; ajoelha-se uma chines inh a marav ilhada; desfi la uma delegação de pol oneses a inda marcados pela tragédia co muni sta; ca ntam os espanhóis; o casa l ing lês inc lina-se revere nte; a mulh er ele ébano beija o chão emocionada; a fa míli a americana não sabe o nde pôr todas as velas que trouxe. Ajoelhados, e m pé ou sentados nos bancos, ficam em sil êncio, o lhando para essa gruta que é porta do Céu, co m o ar de inocênc ia e de paz ele sua primeira comunhão. Coisa paradoxal: o tempo lá parece não passar. É como se por um in stante tivéssemos in gressado na eternidade . Desvenda-se ante o peregrino um a paleta infinda ele atrativos ce lestes, sublimes e temperantes, mudando se mpre deliciosamente de matizes, que sed uz, atrai , e ao mesmo tempo vai curando as chagas ela alma e também cio corpo. A multidão passa, tocando suas mãos por toda a extensão ela Gruta, beijando co mpun g id a o úmido gra nito, agradecida po r essa restauração interio r inefável. Por volta de 2000 curas foram cleclaracl as, ofic ialm e nte, inexp li cáve is pe la Medicina. Muitíss imas o utras curas físicas e morais fora m operadas por Nossa Senhora, mas não registradas em virtude da natureza cio problema, por falta de processo méd ico ou circun stânc ias diversas. E ntreta nto, quantos e quantos doentes ta mbém por aq ui passaram e não foram c urados, mas nunca se ouviu dizer que algum deles se tenha declarado enganado, clecepcionaclo ou desesperado. Pe lo contrári o, quando podem, voltam esperançados. É que essa ação de Nossa Senhora no mais fundo ela a lma tem um não sei quê ele restaurador, que vale mais cio que a própria cura física, e deixa a todos e nca ntados, che ios ela sensação ele terem sido largamente atendidos.
li'esta <la Imaculada Conceição No domingo, 8 de dezembro, era dia ela comemo ração ela Imaculada Conce iFEVEREIRO 2003
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ção, es pec ialm e nte li gada a '"Lo urdes. Nossa Senhora ali apareceLi a l l de fevere iro de 1858 para confirmar esse dogma, proc lamado soleneme nte alguns anos antes pelo Bem-aventurado Papa Pio IX, para entusias mo da C ri standade e humilhação da iniqi.iidade anticató lica. Ônibus espec iais fo ram c hegando j á no sábado, 7 de dezembro, espec ia lmente da Itália e Inglaterra. Porém, sem expli cação para os simples fi é is, as solenidades da fe ta foram transferidas para a segunda-feira, dia em que a maio ria dos romeiros dev.ia retornar para seus longínquos países. Única co nso lação: N ossa Senhora, E la própria conso lando na provação, manifesta ndo a gra ndeza do seu poder e a imens idade da sua bondade. Uma procissão excepc io nal foi organizada para as 21:00 horas, tran scorrendo sobre o gelo. Ninguém falta a ela e o cortejo com velas se põe em marcha, saindo da Gruta sagrada, percorrendo toda a espl anada e culminando ao chegar di ante das basíli cas. Acostumados a receber sempre más notíc ias prove ni e ntes do progressismo , que infelizmente penetrou na Santa Igreja, ouvimos, com surpresa e agrado, o Pai Nosso e o Glória ao Pai do terço rezados em latim. O cortejo respondia e m coro, nesse idioma, como se e le fosse a s ua língua matern a. As Ave-Marias eram rezadas nas línguas dos grupos numericamente mai s numerosos. Após cada mistéri o, cantava-se o bem conhecido hino A 13 de Maio, cuj a letra diferi a, segundo os diversos países. M as na hora do Ave, Ave, Ave Maria, a multidão estremec ia erguendo as velas, rezando em uníssono. Naquele momento, dir-se- ia que a obra da Santíss ima Virgem nos corações apagava os efe itos da ma ldi ção da torre de Babe l.
Prefigura cio Reino ele Maria Outro fa to grato e inesperado, nesta época em que o caos progressista tenta ac hinca lhar tudo: na bênção final , o bi spo de Lo urdes, in suspe ito de qualquer tradicionalismo, pronunciou a bênção em latim. À antiga fó rmul a, começa ndo com Sit nomen Domini benedictum - como se não tivesse ex istido a tempestade pósconc ili ar - , responde u com segurança: Ex hoc nunc et usque in scecula. E ass im , até a Salve Rainha conclusiva, também CATOLICISMO
e m latim e em gregoriano. E ntão o pequeno número de ecles iásticos presente teve difi culdade para conter o entu siasmo da multidão que queri a tocar apiedosa imagem que pres idira a proci ssão. Nessa ocas ião, o frio havi a transformado o nevoe iro e m gelo, e o ar apresentava uma pureza extraordinária . Bri lhando no alto de um escarpado morro, a formidável fortaleza med ieva l de Lourdes, toda iluminada de luz dourada , completava o panora ma. Ela evocava uma era em que a C ru z e a espada se uniam aos pés da Virgem Im ac ul ada, es magand o etername nte a cabeça da serpe nte . O espetác ulo da proci ssão na monumental esplanada fazia pensar naque la o utra proc issão - quão ma ior e mai s es ple ndorosa - que, como ane lam tantos fi é is, poderá inaugurar o Re ino ele M ari a, após o advento dos tre me ndos aco ntec ime ntos previstos e m Fátima, próprios a purifi ca r a Terra.
O último adeus Às 7:30h da manhã da segunda-feira, demos nosso último adeus à Gruta. Era a inda no ite fechada. M ais tarde, perceberíamos que as redondezas e tava m brancas devido à neve, e que a passagem dos Pireneus e nco ntrava-se bloqueada. Porém, o flux o ele devotos ele Nossa Senhora não cessava. Muitos eram os que saíam , e suas orações continuavam. M as ai nda muitos eram os que entravam. Mi stério ela ação ele M aria nas almas ! A proclamação do dogma da Imac ulada Co nce ição, seguida cio movime nto inaugurado por N ossa Senhora em Lourcles, fo i para o mundo inte iro, como ressalto u o Prof. P lini o Corrêa de Oliveira nas pág inas ele Catolicismo , o "primei-
ro marco do ressurgimento contra-revoluc ionário ". "Em Lourdes, como estrondosa confirmação do dogma, [Nosso Senhor] f ez o que nunca antes se vira: instalou no mundo o milagre, por assim dizer; em série e a título perm.anente. [. .. ] Dir-se-ia que a humanidade inteira so.fi·e violência, que está sendo posta em wna forma que não convém. à sua natureza, e que todas as suas.fibras sadias se contorcem e resisten·1.. Há um anseio irnenso por outra coisa, que ainda não se sabe qual é. Mas, e11fim - .fato talvez novo desde que
começou, no século XV, o declínio da Civilização Cristã - o inundo inteiro geme nas trevas e na dor; precisamente corno o filho pródigo quando chegou ao últim.o da vergonha e da rniséria, longe do lar paterno. No próprio•momento em. que a iniqüidade parece triw1fá1; há algo de .f,-ustrado em. sua aparente vitória [. ..]. Nossa Senhora tem alcançado para nós os mais estupendos núlagres. Esta piedade se terá extinguido ? Têm fim. as misericórdias de uma Mãe, e da melhor das mães? Quem ousaria a.firmá-lo ? Se alguém duvidasse, Lourdes servir-lhe-ia de admirável lição de confiança. Nossa Senhora há de nos socorrer: [. .. ] Na realidade Ela já corneçou a nos socorrer.[. ..] Os dias do domínio da impiedade estão contados. A definição do dogma da Imaculada Conceição marcou o início de uma sucessão de fatos que conduzirá ao Reinado de Ma ria" 2. •
Notas:
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1. C fr. Plíni o Corrêa ele O li ve ira, Pri111eiro Marco do Ressurgi111e1110 Co111ra-revo/1.1 cio11ário, in Catolicismo , fevereiro ele 1958, nº 86. 2. lei . ibicl.
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-CATOU
para go ve rn a r o Brasil. Mi ssio nári o na Índi a, conve rte u, e ntre muitos, um prínc ipe indi ano, que re nunc io u à po li ga mi a. Uma d as e x-es posas do po te ntado mando u matar o Sa nto.
5 1 Santa Verid iana, penitente + Toscana, 1242. " D e po is de te r mi rac ul osa me nte multi plicad o os víve res num te mpo de pe núri a, q ui s escapa r do e ntus ias mo po pular vive nd o rec lu sa", durante 34 a nos (M a rt iro lógio Ro ma no-M on ás ti co ). S u a sa ntid a d e a tra iu - lh e a v is ita d e São F ra nc isco d e Ass is.
Primeiro S:füado do Mês
2 /\presentação do Menino Jesus no Templo e Purificação ele Nossa Senhora A fes ta da Purificação é ta mbé m c ha mada das Cande ias, come morando o di a e m que M aria Santíssima, e m obediê nc ia à A ntiga L e i, a presento u seu Divino F ilho no Te mpl o 40 di as após seu nasc ime nto . Fo i sa ud ad a pe lo ve lho Si meão que lhe predi sse as Sete D o res que have ri a de sofrer e que o M e nino seri a um s ina l de contradi ção .
3 São Brás, Bispo e Márti1• + Sebaste, 316. Bi spo e m Sebaste, na Armê ni a, g rande ta umaturgo; po r te r livrado um me nino de um es pinho que lhe atravessara a garga nta, torno use pad roe iro contra as doenças nesse órgão.
Santa /\guecla ou /\gata, Virgem e Mártir + S ic ília, 25 1. De nobre fa m íli a, e ntus ias mo u-se desde peque na pe lo idea l da pureza, da ndo a pró pria vida para defe ndê- la. M ártir d a castidade.
6 S. Paulo Miki e Companl1eiros, Mc1 rtires + Nagasak i, 15 97 . Vinte e seis re li g iosos e le igos c ruc ifi cad os e m N agasaki , no Japão , po r s ua fid e lidade à fé d e C ri sto.
7 São Ricardo Rei cios Saxões, Confessor + Luca, 722. Perfe ito mode lo de v irtude e justiça, tinha espec ia l fac uldade e m a pl aca r di scórdi as e ha rmo ni za r interesses o postos e m seu re ino. A bdi cou a coroa, di stribuindo seus be ns e m es mo la para faze r um a pe regrin ação a Jeru sa lé m e a R o ma. M o rre u a ca minho , e m Luca.
Primeira Sexta-Feira do Mês
8 São .Jerônimo Emiliano, Confessor + Ve neza, 1537. Fundado r ela Co n g regação d e So m asca para ate nder ó rfãos, mulhe res perdidas e c rianças aba ndo nadas; fa moso po r mil ag res que o pero u e m v id a, m o rre u d a peste que contraiu c uid ando de e mpestado .
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São .João ele Brito, Mártir + M adurai , Índi a, 1693. Seu
Santa /\polônia, Virgem e Mártir + Al exandri a, 249. So b o Im-
pa i e ra Sa lvad or P e re ira de Brito, e nvi ado po r D. João IV
perado r D éc io, po r ódi o à fé,
que brara m-lhe todos os cie ntes . Uma vez na fog ue ira que pre para ra m para seu suplíc io, mostro u que estava abrasada pe lo a mo r a C ri sto.
10 Santa I~scolástica, Virgem + Úmbri a, 543. Irm ã gê mea de São B e nto, asse me lho u-se ta mbé m a e le na sa ntid ad e. São B e nto viu sua a lma subir ao Céu e m fo rm a de po mba.
11 Nossa Senhora ele Lourdes (1858) Apa recendo dive rsas vezes a Sa nta B e rn ad e tte S o ubiro us na g ruta de M assabie lle, Nossa Senho ra reve lo u ser a Imaculada Conceição, e fez surg ir uma fo nte de ág ua que a té hoj e produ z inume rá ve is mi lag res .
12 Santa t<;ulá lia ele Barcelona , Virgem e Mártir + 304. Aos 14 anos de idade fu g iu de ca sa, e fo i inc re par os ofi c ia is impe ri a is po r suas c ru e ldades contra os c ri stãos e por sua ido latri a. To rturada com fe rros e m brasa, fo i fin a lm e nte qu e im a d a viv a po r a mo r de C ri sto. G rande exempl o de combatividade a serv iço da fé.
13 São Martiniano ermitão. Confessor + A te nas, 398. N a tura l ela P ales tin a, fez-se e rmitão n a Gréc ia, co nve rte ndo a cortesã Zoé, que fora te nta r pe rve rtê- lo.
14 São Cirilo e São Metóclio, Bispos e Confessores + Mo ráv ia , 869 e 885. Es tes d o is irmãos g regos fo ra m e nv iados a eva ngeli za r os es lavos, d os quai s se to rnaram a pósto los.
15 São Cláudio ele Ln Colombiere, Confessor + P a ra y- le- M o ni a l, 1682 . Co nfesso r e dire tor es piritu al d e Sa nta M a rga rid a M ari a Alacoqu e e a pósto lo d o Sag rad o Coração ele Jes us.
16 Santa Juliana de Nicoméclia, Virgem e Mártir + 305 . "A seu no ivo, que presidi a o tribuna l e m no me e sob a pressão d a a utori dade imperi al , e la re po ndeu: Se você
teme wn imperador quanto n·1.ais devo eu meu imperado,; que tal! " (do M artiro lóg i
rnortal, temer o é imorRo ma-
no-M o násti co) .
17 Sete Santos I•'11nclmlo1·cs cios ServiLas, Confessores + Fl o re nça, s e. XII 1. Estes come rc ia ntes fl o re ntin os tudo de ixa ram pa ra seg ui r a Cristo, fund a ndo para isso a Ord e m d os S e r vos d e Mar ia. Fo ra m tão uni lo s cm vida, que são co me morados juntos de po is de sua mo rt
e le fo i para um deserto, o nde santificou-se durante 40 anos de o ração e pe nitê nc ia.
20 Santo F:leutél'io, Bispo e Confessol' + To urn a i (B é lg ic a ), 456 . E du cad o po r São M e da rdo, fo i sagrado po r S ão Re m ígio, Bi spo d e R e im s. Destacou-se po r seu ze lo e pe la pureza da fé . F o i atacado po r he reges, mo rre ndo e m virtude de seus fe rime nto . É ve ne rad o co mo confesso r.
21 São Pecll'o Damião, Bispo, Conressol' e Doutol' ela Igreja + Rave na, 1072. E ntrou na Orde m d os Ca ma ldul e nses. N o meado - a co ntragosto e sob pe na d e excomunhão Card ea l- bi spo de Ó stia, de ixo u m a is de 158 cartas, 60 o pú sc ul os, v á ri as vida s d e santos e admiráve is serm ões . Sofri a muito de in sônia e de te rríve is do res de cabeça , sendo po r isso invocad o contra esses ma les.
IH
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Santa Bemaclcuc Souhirous, Vi1·~cn1 + Neve rs, 1879 . ua inocê nc ia atra iu - lhe a pred il eção da
Cchecll'a ele São Peclro
M ãe de Deus , que Ih · apa receu vá ri as v z.es na g ruta de M a , sa bi c ll c. 1 'u ori m à fo nte mil a ro sa , qu e ta nta gente atra iri a a Lo urd se tão g randes mi lagr s o p raria .
19 Siio Co11niclo ele l'lncê11C'ia, Conl'CSSOI' + 135 1. Casad o, v iv ia um ·, vid a co mum . Muito adi e to à caça, provocou invo luntari ame nte um incê ndi o. Para li vra r um o utro, confesso u seu c rime , ve nde ndo tud o o que tinh a para sa na r os da nos . L ivre dos be ns te rre nos, s ua esposa nt ro u num conve nto e
te ndo po r isso s ido deca pitad o. E xe mplo de qu a nto pode a o ração verd ade ira contra as fe iti çari as e congê ne res.
Festej ar a Cade ira ele S ão P edro é ve ne rar, na pe ssoa de Ped ro, os d es íg ni os provi de nc ia is de D e us, que o escolh e u para C hefe dos Apósto los e primeiro Pas to r de sua fg rej a.
25 Santo Avertano e Beato Romeu, Con fessol'es + Luca, 1386. Frades carmelitas franceses, que a pi ed ade tinh a le vad o a e mpreende r uma pe regrin ação a Rom a j á na velhice, fa leceram a cami nho, e m Luca, com o inte rvalo de uma sema na .
26 Santo /\ lexancll'c, Bispo e Confesso!' + Alexa ndri a, 420. De po is de te r te ntad o e m vão reco ndu z ir à ve rd ade o ímpi o Ario, se u s ub o rdin ad o , co nvocou um s íno d o qu e conde no u a he res ia a riana. Apo iad o po r seu di áco no, o futuro S a nto Ata nás io , fez triunfar a verd ade ira d o utrina no C o nc ílio ele Nicé ia, e m 325. Pode ser invocado na I uta co ntra as heresias .
27 São Gabl'iel ela Virgem Dolol'osa, Confessor + Ancona, l862. Aos 20 anos e ntrou no conve nto dos Pass io n i s tas d e M o rre va ll e d e Ancona . Faleceu aos 24 anos, sendo des ig nado pe lo Pa pa São Pi o X com o modelo da juve ntude.
28 São Toquato, Bispo e Con feSSOI'
23 Sflo Policarpo, Bispo e Mártir + Es mirn a (a tu a l Turquia), 155 . Di sc ípul o de São João
+ Cádi z (Es pa nha), séc. I o u II. Tido como o prime iro dos Varões Apostólicos - B ispos Eva nge li s ta, foi Bispo de Ese nvi ados de R o ma à Penín sum irna. M a rt iri za d o aos 86 • la ibéri ca no I século - fo i a no, . Bi spo de Cádi z, que edifi cou com s ua c iê nc ia e virtude.
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Sfio Sérgio, Mál'tir c saré ia , 304. M ag istrado
q ue se tinha fe ito mo nge, co m ua o ração para lisou os sortilégi s dos sacerd otes pagão s,
Nota: Os Santos aos quais já fizemos referência em Calendári os anteriores têm aqui apenas seus nomes enunciados, sem nota biográfica.
Intenções para a Santa Missa em fevereiro Será ce leb ra da pe lo Revmo. Pa d re D av i Fra nc isqu ini, nas seg ui ntes inte nções: • Em louvo r de N ossa Senhora de Lo urdes e de São Brás, cuj as festas comemora mos neste mês, pa ra qu e co ncedam a todos os leito res de Catolicismo, aos pa rti cipan tes d a A liança de Fá tima e às suas respectivas fa míli as, p lena saú d e d e corpo e de a lma. Tam bém pa ra que perseverem na rec itação d o terço, em atend imento aos a pe los de N ossa Sen hora de Fátima, e na luta em defesa da verdade ira Reli g ião.
Intenções para a Santa Missa em março • Em louvor a N ossa Sen h ora, pe la Anunciação e Enca rna ção do Verbo de Deus, e em lo uvo r ao g lorioso São José - festas que se comemoram no mês - pa ra q ue protejam e g uardem as famí li as dos leito res de Ca tolicismo e dos participantes da A liança de Fátima.
FEVE EIRO 2003
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www.tfp .o rg .br
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STOP
1cking & Crucifying
Acima: aspecto parcial do público no Hotel de lo Canada . À direito : Sr. Martín Jorge Viono durante suo exposição
rL JESUS CHRISl . - ord . .
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Acima e à direita : flagrantes do protesto da TFP americana diante do Teatro Ga/axy, em Nova York.
Reparação e Protesto 1
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'l FP norte-americana promove campanha de repúdio contra filme blasfemo 1
FLAVIO M ATI HARA
cusações caluniosas contra a Igreja Católica não são nov idade, desde que E la fo i fundada por Nosso Senh or Jes us C risto. No séc ul o XIX, por exempl o, abundavam ro mances em que pe rsonage ns fi ctíc ios, concebidos pe la mente preconceituosa de livres-pensadores, povoavam páginas e mais páginas difa matóri as. A essas detrações a Igreja, além das vitoriosas refutações de apologistas e polemistas católicos, opunha o recurso de incluir as mais virulentas dessas obras no lndex Librorum. Prohibitorurn (Catálogo dos livros proibidos), vedando aos católi cos sua leitura. Num mo mento em que a Igrej a nos Estados Unidos enf renta sério pro ble ma dev ido ao comportamento de alg uns de seus sacerdotes - pro ble ma tri ste mente rea l e muito infl ado pe la mídi a, te ndo em vi sta interesses escusos - os inimi gos da Igrej a e ngrossa m ainda ta l ca mpanh a, recorrendo a obras de fi cção. Desta vez, trata-se de um filme lo ng ínqu ame nte insCATOLICISMO
pi rado no livro O Crime do Padre Amaro, do escrito r português do sécul o XIX Eça de Que iroz, in te rpretado por ato res mex icanos e di stribu íd o nos Es tad os Unidos por Scunuel Gold win Films. Entre as cenas mais chocantes, apresenta um sacerdote mantendo relações sex uai s com uma jovem, sob o manto de Nossa Senh ora de G uadalupe; e també m a cena bl asfe ma de um gato come ndo uma Hóstia consagrada. Não poderiam tais infâ mi as fi car sem um protesto. Dele se incumbiu a TF P americana, através da sua campanha America Needs Patim.a. M ais de cem membros da _mencionada campanha reuniram-se diante do Teatro Galaxy, em Nova York, para protestar contra o lançamento da película; além de 80.000 cartões de repúdio envi ados pelo correio. Sob a liderança do Sr. Robert Ritchie, um dos dirigentes da campanha, os participantes rezaram o Rosário diante do Teatro e lançaram brados de Vi va Cristo-Rei. Atos similares de desagravo estão sendo realizados em vários outros lugares. •
Em meio à degringolada geral A Fundación Argentina dei Maflana aponta razões de esperança para a nação vizinha, em situação tão conturbada 250 pessoas lotaram o Salão Cascada do Hotel de la Canada, em Córdoba (A rgentina), em fin s de 2002, para assistir à exposição Motivos de esperanz,a en un mundo que se derrum.ba, do Sr. Martín Jorge Vi ano, Secretári o de Re lações [n stiLucio nais da Fundación Argentina dei Maíiana , associação criada sob inspiração do fu ndador da TFP brasile ira, o saudoso Prof. Plini o Co rrêa de Ol iveira. Após passar cm revista os graves fa to res de d issolução dos princípios e dos va lores morais da C ivili zação C ri stã - ta nto na Argentin a qu anto no mundo inte iro - o confe re nc ista d isserto u sobre o fato de que persiste a esperança de vencer a gravíss ima crise de fu ndo moral e re lig ioso na qua l o mu ndo está submerso. Tal esperança encontra seu fu ndamento na Teo logia da Hi stóri a e nas pro messas de Nossa Se nhora de Fátima, reve ladas e m 19 17. E le insistiu também na necess idade de lu ta r, conforme o lema do grande Papa São Pio X, pela "restauração de todas as coisas em Cristo", único modo de não se reca ir em fa lsas alternativas qu e o mc nte conduz irão ao fracasso.
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Na ocas ião, os j ovcn, Sebas ti án Soto Mujica e Juan Pab lo d 'Orto fi zeram uma apresentação de Reconquisla y Def ensa de los ideales que nunca mueren. Trata-se de uma nova inic iativa da Fundación Argentina del Mafí.ana, destinada aos j ove ns q ue não se conformam c m ser meros espectadores cios acontecimentos que d izem respeito aos ideais perenes da ivilização Cristã. •
FEVEREIRO 2003
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www.tfp.org .br
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"E um ambiente muito acolhedor" U m programa tendo como motivo o Santo Natal , Lu1s FERNANDO EscoBAR
o mo e m todos os iníc ios ele ano, a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima e a TFP promoveram um Open House (a abertura ele uma casa para visitação públi ca), no di a 5 ele j a ne iro último, na sede campestre ela C ampanh a, na Serra cio Japy (Juncli aí-SP). O ato inic iou-se com a cerimôni a ele hasteame nto cio estandarte ela e ntidade, co ng regando nesse mo me nto mais de 250 pessoas (foto 1). E m seguida, o coro ela TFP e ntoou músicas natalinas ele vá ri as partes cio mundo, sendo que os visita ntes esponta nea me nte aco mpanhara m a lg umas elas mú sicas - em língua portuguesa - que conhec iam. Segundo a tradição, nesse di a São Ni co la u "aparece", e m me io à estre pi tosa a legri a das crianças, para di stri buir-lhes presentes e bons conselhos, e ao mesmo tempo, "puxar as orelhas" daquelas que e comporta ram mal dura nte o ano. Estas, e mbora recebessem presentes, recebiam também saquinhos com carvões ... (foto 2) O s pa rti c ipa ntes e nca nta ra m-se com a e ncenação fe ita junto ao Presépio do M enino Jes us, com os personagens e m e us traj es carac te rísti cos, como os Re is Magos, os pas to res, maraj ás etc. (fotos 3 e 4). "A qui se respira muita paz, é um
ambiente muito acolhedor "; " Vocês acolhem os visitantes com o melhor calor hurnan.o"; "Esta tarde fo i de muita aleg ria para mim, voltarei no próximo ano". São a lguns exempl os cio conte ntamento ma nifestado por visitante , ao se despedire m. •
CATOLICISMO
Honrosa e abençoada visita A TFP brasileira obteve novamente o privilégio de receber em suas sedes a visita da Imagem Peregrina Internacional de Nossa Senhora de Fátima lD
Ü SCAR YI DAL
ssa mirac ul osa Imagem é uma elas quatro esc ulpidas sob orientação direta da Irmã Lúcia, a quem Nose nhora apareceu e m J 9 17, bem como as us primos Jacinta e Franc isco. Mira·1.i/osa porque, em julho de 1972, estan do e la na cidade ele New Orleans (Estados Unidos), comprovadame nte ve rte u lá rimas por 14 vezes (v icie Catolicismo , julho/2002). Dev ido a esse milagre, a 1mage m passou a pe rcorrer países do mund o in teiro - fica ndo co nh ec ida co mo Peregrina Internacional. No fin a l do últim o a no, após visitar vá rias c id ades no rte-americanas, a Imag m foi levada à cap ita l francesa no dia 19 d z ' mbro, ficando ex posta à vene-
ração na assoc iação Avenir de la Culture dura nte 5 dias . Re tornou de poi s aos Es tad os Unido s, pe rman ece ndo també m 5 dias na sede central da TFP desse país, e m Spring Grove - Pe nsilvâ nia. No dia 29 de dezembro, veio ao Brasil , pe rmanecendo na capital paulista até o dia 2 de jane iro último. Sua volta aos Estados Unidos ocorreu no final desse dia, a pós solene despedida realizada no próprio aeroporto de Cumbica, Guarulhos-SP. Deixou no fundo dos corações daqueles que estiveram presentes a tal despedida uma e norme gratidão pe los ~recebidos, uma saudade indizível e uma esperança de que a milagrosa peregrina retorne o quanto antes ao Brasil. • FEVEREIRO 2003
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Reflexões sobre o pavão
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Sem o equilíbrio da doutrina católica, problemas do universo ficam insolúveis n Pu N10
V:
CoRRÊA DE OuvE 1RA
endo os dois pavões que se encontra m na Sede do R e ino de M ari a ( ede do Conselho Nacional da TFP, na capital paulista), e u pensava o seguin te: essas aves, tão superiores ao homem por algum lado, mas tão infe riores por todos os lados, sugere m entretanto essa comparação. Isto porque há poucos seres humanos elegantes como elas, não resta dúvida. Se Nosso Senhor Jes us C ri sto di sse que Salomão, em toda sua glóri a, não se vestiu como os lírios dos campos, podemos di zer que ningué m, no auge de sua glória, se vestiu como um pavão. Nesse sentido, Luís XIV, em todo seu espl endor, não se compara a um pavão. Daí uma impressão de mi steriosa superi oridade desse ente tão infe rio r. Não são só as penas, mas as atitudes. Dir-se- ia que cada pavão é um Arquiduque da Casa d' Áustria. Ele te m o lhares, tem estilo, tem um modo de se mostrar indifere nte em relação às coisas e de passar por c ima de tudo; tem arrogânc ias, tem insolênc ias e tem naturalidade de ntro da di stinção, que são coisas soberbas. Mas, por outro lado, prestando-se atenção no seu olhar, nota-se que ele é perfe itamente estúpido, não coorde nando nada,
não percebendo nada. São anima is perfe itamente idiotas, que re petem de geração e m geração, instintivamente, as mes mas co isas; e, ao pé da letra, não enxergam do is dedos à frente do nari z ! Entretanto, todos os atos deles são proporcionados à sua natureza. Não faze m nada que não seja confo rme à le i natural à qual estão suje itos. Quer dizer, são perfe itamente organi zados e não precisam de ascese, porque lhes a petece o que convém à natureza de les. De mane ira que não prec isam dominar-se, não prec isam de exames de consc iênc ia, de mortificação dos o lhares, de penitência. E les só têm vo ntade de faze r o que devem faze r. Funcionam na perfeição.
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Ass im , é natural que um ho mem que tenha um pouquinho do senso de refl exão se pergunte o seguinte: neste universo tão desordenado, como é que e u, ser i.nte li gente, partic ipando da espécie humana, acabo ficando meio acac hapado diante do exemplo desse pavão? Por causa de mi nha desordem interior, e u apeteço coisas que minha natureza proíbe, rejeito coisas que minha natureza exige; minha razão me indica uma conduta e minha sensibilidade caminha, como um furacão, e m senti.-
do oposto. Sou obrigado a uma luta tit ünica, a lém de precisar do auxílio sobr •natural, para te r a conduta que devo t •r. Em contrapos ição, e is aí a boa orga ni zac,:H) intrín seca desse pavão. Como se pod ' explicar uma coisa dessas? Essa é uma reflexão que se imp< ' , b esta conduz, naturalme nte, à s >uint ' al ternativa: N a prime ira, e u me s uj · ito a aceitar toda a doutrina católi ca a r ·sp •it o do pecado o ri g inal , fi ca ndo c nl fo ludo perfeitamente ex plicado. O hom •m •ra, ao ser cri ado por De ur;, muit o 111:ii s formoso do que o pavão. Ele mandava n:is fe ras e nos pavões do mundo lodo, ·0 111pletamente. Todas as suas apct 'l n ·ias ·orri am na linha da sua razão, ct ·., ' I ·. ! lo uve, porém, uma catástro f'c - p ' ·ado d ' AdãoeEva - qued unoqucjás·su h •. Nesse caso, vem a obrigação da lu111 ; 'v ·111 a humilhação, para muit os, d ' 1·r ·111 d· aceitar o seu própri o fracasso: "H11 /J/'f/lll' i , fi z o que não devia, andei 1110I, ll(]o 110llw nada ... agora balo 110 peito ". Na segunda a lternativa, n' >u-s' isto, e íi ca-sc di ant e do inex pli ·(tv •I. E s • a pessoa reso lve não aceitar a doutrina ·u tólica - e, c m conseqüênc ia, li ·ar ·0111 ódio do pavão - terá ódio muito 11iaior do ho me m virtuoso, que f'az o sacril'í ·io que e la não quer fazer!
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 5 de agosto de 1974. Sem revisão do autor.
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Março de 2003
Importância da virtude da castidade N ão há ordem política e social consistente onde impera a imoralidade
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ublicando nossa revista na presente edição, como matéria de capa, a apocalíptica difusão da pandemia da AIDS, causada primordialmente pela disseminação das mais variadas prá ticas da impureza, pareceu-nos oportuno transcrever uma admi rável defesa da virtude da castidade, de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
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bie ntes o nde a virtude da pureza não é o bservada . Não há preservação da o rde m política e soc ial, não há edifi cação el a C ivili zação Cri stã que se p ossa faze r seria me nte , se m qu e, e ntre o utras virtud es , a da pureza estej a na ba e". • Excertos ele conferência pro ferida pelo Pro f. Plíni o orrêa ele O li veira pa ra sóc ios e cooperadores ela
TFP, c m 6-6-65 . Sem revisão cio autor.
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"A Igrej a Santa, Ca tólica, Apostóli ca, Ro mana, em meio à degradação moral do mundo de hoj e, apresenta aos ho me ns uma sa nta co mo mode lo na luta co ntra a imoralidade: Santa M aria Goretti , um modelo que é o contrári o daquilo para que o mundo conte mporâneo tende. Santa M aria Goretti se apresenta a nós como um inc itamento à fidelidade à doutrina tradicional da Igrej a, ao ze lo ela Igrej a pela pureza, ao valor que a pureza poss ui e que a Igrej a sempre inc ulcou. De tal maneira que mais vale ao homem perde r sua vida do que sacrificar sua pureza. E m toda essa questão social de que tanto se fa la, o problema da pureza ocupa um lugar preponderante . Não pode have r o rdem soc ial verdadeira sem ordem fa miliar verdadeira; e não pode have r orde m fa mili ar verdadeira sem a virtude c ujo nome e nche os home ns de respeito hum ano; sem que essa virtude sej a praticada pelos caCATOLICISMO
tó licos até a última perfeição; e praticada po r ser conhec id a e admirada co mo ta l. É a virtude sobre a qu al pouco se ousa fa lar, e que é a castid ade co nfo rm e o estado da pessoa : a castidade perfe ita ou a castidade matrimo ni al. Duas fo rm as sa ntas de virtude, que prec i am se r adotadas e defe ndidas. A rele m po lítica e a o rde m socia l ru e m inev itave lme nte nos am-
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ExcER'l'OS
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CAtnA
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PÁGINA MAmANA
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LEITUIU ESPIRITUAi,
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CommSPONDtNCIA
no D11u,:ToR
10 A p Al,AVl~A 12 A
Nº 627
Polêmica com feminista protestante O Credo -Nono artigo (cont.)
DO SACl:RDOTE
REAl ,IDADE CONClSAMEN'J'E
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NACroNAI_, Espectro comunista e ameaças de Chávez
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F(HWM SOCIAi_, MIJNOIAL,
Miscel ân ea de r evoltados an ar co- "místicos"
o Imper ador Carlos M agno
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GIMNDES P1mSONAGl~NS
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CAPA
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ENTREVIS'IJ\
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Pon QUE NossA SEN11oru C1m1~A?
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VmAs DE SANTOS
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Ecos
O al astramento trági co e univer sal da AIDS Para uma crise moral , solução moral
São José Oriol
DE FÁTIMA
42 D1sc1<:RN1Nno A petência p elas gloriosas tradições da Tgr eja 45
INFORMATIVO RtlRAL
46
SANTOS E FESTAS DO MÊS
48 'I'l<'Ps 52
EM AçÃo
AMBrnNTES, Cos·,·uMES, C1v1u~Aç(ms
São Felipe N éri: vi gilânci a e pugnacidade
Nossa capa: Urna de cristal onde repou sam o s restos mortais d e Santa Maria Goretti
48 TFPs em Ação
As figuras que aparecem ao fundo são vírus do HIV, vistos no microscópio.
MARÇO 2003
Reveladora discussão com uma feminista protestante
Ami go Leitor,
Ü orgulho pode deformar uma alma a ponto
Hoje em dia, constatamos uma proliferação ele leis, ele códigos de del'csa do consumidor, ele defesa dos dire itos das minorias, e até mesmo o código ele te resa do torcedor de campo de fute bol, que será promul gado em breve.
de impedi-la de perceber o óbvio.
M as, apesar dessas le is, a lgumas até absurdas, existe uma es péc ie de compl ô o rgani zado, e m escala universa l, co ntra um dos direitos mais fund a menta is d o indivíduo - o direito de defender a própri a vicia, a meaçada por e nfermid ade mortal.
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n• 23228 Redação:
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Prol Editora Gráfica E-mail: epbp @uol.com.br Home Page: http://www.catolicismo.com.br ISSN 0008-8528
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Estamos nos refe rindo a campanhas de prevenção da AIDS , promovidas pe lo universo afo ra. Os Mini stéri os ela Saúde de numerosos países propaga m maciçame nte a uti Iização ele preservativos como forma adequada para conter a epide mi a da AIDS. E fazem /abula rasa ela moral católica, com ares de que estão apenas to mando medidas práti ca. ele prevenção da doença. Ora, só a castidade é inteiramente eficaz conLra a AIDS. No e ntanto , além ele clesariar gravemenle a Lei de Deus e a Lei natural, tais campanhas publi c itári as pocl m ser incluí las no ro l das propagandas e nganosas. Apesar cios milhões ele dólares gasLos 0 111 esse tipo de propaganda, os casos de inc idência da me nc io nada doença não Lêm diminuído. Ao contrário. Tudo indica que essa propaga nda Lem co labo rado para esLimul ar a promiscuidade genera li zada e propagar ainda mai s a te rrível ep idem ia. Análise ar speiLo d sse t ma, re pleta de inform ações silenciadas por boa parte da mídi a, le it r enconLr·,rá na maLé ria de capa da presente edi ção, que oferece estudo clocume nLaclo sobre a ex pansão da AIDS no Brasil e no mundo. As estatísti cas são i:l larm anLes. Mas, eni gmati ca me nte, órgãos ela mídi a ele grande c ircu.lação no Brasil não ressa ltam que a propaganda dos preservativos contribui para essa grave rea lidade. Por que o direito cio indivíduo ele conhecer a verdade nesse campo lhe é cerceado? Por que as pessoas não podem saber toda a verdade a respe ito das estatísticas a larmanles sobre a AIDS, e ele métodos de prevenção falhos, para que possa m e fi cazmente defe nder-se? Q ue tipo ele conluio estará por trás dessa manobra sil enc iosa e sorrate ira ? Será que um programa MENTIRA ZERO não se torna urgente para esc larecer devidamente tão importante matéria ? Diante ela grav idade cios fatos, nossa revista pôde furar esse bloq ueio.
graças à sua independênc ia -
Desejo a todos uma boa le itura.
Preços da assinatura anual para o mês de MARÇO de 2003:
Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
Em nenhuma época da Históri a foram feitas tantas le is e cód igos d' defesa cio indivíduo, como na era atual.
Em Jesus e Maria,
80,00 120,00 240,00 400,00 7,00
Paulo Corrêa de Brito Filho DIR ETOR
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA.
111 VALDIS GRINSTE INS
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comum , hoj e e m dia, protestantes di scutire m com cató licos a respeito ele Nossa Se nhora. C uriosamente, os protestantes não tê m mais como ponto preferencia l, e m matéria ele debates, o Papado ou a Sagrada Eucari sti a, mas Nossa Senhora e seus privi.lég ios . Tive de travar uma dessas di scussões - por escrito, através ele e- mail s - que apresentou características di fe rentes ele outras anteriores. Minha oponente perte nci a a uma dessas se itas evangéli cas ma is recentes. Al ém ele protestante, e la era femini sta. Começou sua di scussão ataca ndo a Igrej a Cató lica porque não admite sacerdoti sas, o que, segundo ela, era um sina l ele desprezo pe las mulheres. A seita ela qua l era aderente permiti a a pretensa "ordenação sacerdotal" para pessoas do sexo fe minino. A certa altura do debate, escrevi-lhe dizendo que uma prova cio respe ito ela Igreja Cató lica pe las mulheres con sistia justamente na devoção a Nossa Senhora, g lori osa tradição do catolic ismo. Tal argumento repercutiu como se fosse uma pedra ati rada e m caixa de marim bondos. E la replicou com um intérmino e-mail, que poderi a ser ass im sinteti zado : " Vocês católicos transf ormam uma mulher normal num ser tão superio,; que a tornam antipática. E os católicos, o que é pior, f azem isso só para obter vantagens dela" . A protestante não negava que Nossa Senhora fosse boa, mas a considerava uma mulher comum, que não possuía nada que chamasse a ate nção. Pedi -lhe que me explicasse, então, por que N ossa Se nhora afirma no Magn(ficat
"Eis que, de hoj e em a iante, todas as gerações me chamarão bem -a venturada. Porque.fez em mim grandes coisas Aquele que é poderoso, e cujo nome é santo" (Lu c. 1,48 -49). Se De us o pero u n' Ela grandes coisas, isso sig nifica que o C ri ador fez a lgo que não é nada comum e m todo o mundo. E por isso mes mo E la é superi or ao resto ela humanidade.
Co11tm<liçõcs do l'cminismo A resposta foi insóli ta. Para a minha opo nente, o que Deus fez ele grande e m Nossa Se nhora foi tê- la cri ado mulher, e como mulher, E la era exatamente igual a todas as outras. Eu não qui s contestar esse pseudo-argumento, tão gratuitame nte di scriminatório co ntra os ho mens, e sim chegar ao
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fundo do problema: Nossa Senhora não é igual às outras mulheres. De 1s a fez Rai nha dos Anjos e dos homens. Solicitei então à protestante que explicasse a seguinte frase de Santa Isabe l, quando Nossa Senhora a vi sitou: "Bendita és tu entre as ,nulheres" (Luc. 1,42). O texto não diz bendita entre o gênero humano, mas afirma espec ificamente que Ela, entre as mulheres, tinha sido abençoada por Deus. Logo, era detentora de um privilégio que as outras mulheres não detêm. Sua réplica caracterizou-se pela ausência de espírito bíblico. Chamoume de impertinente ... Aproveitei seu desconcerto para lembrar-lhe que eu, como homem , não tenho a menor objeção em reconhecer que Nossa Senhora - uma mulher - é muitíssimo superior a mim . E que isso não me deixa humilhado, mas muito feliz. E parecer-me-ia uma situação triste para a humanidade, caso não houvesse uma criatura com as perfeições excelsas de Nossa Senhora. Afinal, Nosso Sen hor Jesus Cristo é HornernDeus, mas Nossa Senhora é pura cri atura, e, assim, dignifica todo o gênero humano. Lembre i-lhe també m que, na Sagrada Escritura, numerosas mulheres são apontadas como mode los de virtudes: Santa Isabel , Ruth , Judith , Ester etc. Assim como há també m mulheres indicadas como mode los de ma ldade, como Jezabel. Do mes mo modo, entre os homens, há os mode los de be m, e outros, de mal. Logo, a questão não é ser homem ou mulher, mas sim, ser virtuoso ou vicioso.
Fuga cio te.ma pl'incipa/ Como era de se esperar, a protestante não respondeu este arg umento. Mas, desviando-se da questão, disse- me que eu não havia respondido a acusação de que nós cató licos tínhamos devoção a Nossa Senhora só para obter favores e vantagens. A esse respeito, convém observar que, para pessoas sem boa formação doutri míria, poderia parecer que os católicos descobriram um "jeitinho", através de Nossa Senhora, de obter favores do Céu. Na rea lidade, tudo se esclarece quando se estuda seriamente a doutrina da Igreja.
-CATOLICISMO
Assim , vejamos este texto de São Luís Grig ni on de Montfort, o grande Doutor marial : "Respondo-lhes que é bem verdade que os mais.fiéis servos da Santíssima Virgem, porque são seus grandes favoritos, recebem dela as maiores graças e fa vores do Céu, isto é, as cruzes; ,nas sustento que são também os servidores
de Maria que levam estas cruzes com maisfacilidade, rnérilo e glória". Um verdadeiro devoto de Nossa Senhora entende o valor do sofrimento e pede sobretudo ajuda para suportar suas cruzes, sabendo que, através delas, advir-lhe-á o prêmio. Não se trata de implorar uma vida fácil e sem cruzes, mas sim , como Nosso Senhor no Horto elas Olive iras, de pedir que, se possíve l, "qfáste de mim este cálice; porém, não se fa ça a minha, m.as a vossa vontade" (Marc. 14, 36). Nós católicos não julga mos que podemos carregar todas as cruzes e beber todos os cá li ces. Pe lo contrári o, consc ientes de nossa debilidade, fruto do pecado ori ginal e de nossos pecados atuais, pedimos que, caso poss íve l, o cá li ce dos sofrim entos seja afastado. Mas, se fo r vontade de Deus que o bebamos, pedi1
mos forças para acei tá-lo ânimo. E o nfi amos qu como bondosa Mãe qu a carregar as c ruzes que
suportá-lo com Nossa Senhora, , auxi li ar-nos-á nos advierem.
Nono artigo do Credo
"Creio na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos"
Na miz ele tuclo, o Ol'gulho Velhacame nte, respo nde u-me a protestante com uma pergunta: "Vo ·ê não se sente, como home,n, diminufdo por ter que suplicar o au.xíl io a u111a mu lher ? E reconhece nisso a superioridade f eminina ?". Um bom.filho nunca se sente envergonhado de pedir auxílio à sua mãe, respondi -lhe. E quanto à sua costwneira m.ania de reduzir tudo a uma espécie de " luta de classes" entre homens e mulheres, é preciso entender que Nossa Senhora é sobretudo wn m.odelo a imitar. Santo Ambrósio ensina que "a vida de Maria é um espelho para todos".2 Todo bom católico , homem o u mulhe r, co ns id era Nossa Senhora, a ntes el e tudo , como modelo. As mulhe res podem perfeitamente vê-la co mo modelo de mãe, esposa ou fi lha. Mas os católicos, genericamente considerados, a vêem corno modelo de pureza, obed iência, humildade, enfim , de todas as virtudes. Como a melhor defesa é o ataque, pedi à protestante que me expli casse sua atitude contraditória: sendo feminista, corno podia ela pertencer a uma confissão religiosa que só reza a Jesus e não à Santíssima Virgem? Afinal , por que essa di scriminação contra urna mulher? Ta is perguntas foram um santo re médio! Cessaram os e-mails, e a protestante não deu mais sinal de combate ... No fundo , o problema de todos os revolucionári os é o mesmo: o orgulho. E o orgu lho - o pior cios vícios, porque é do espírito - cega a pessoa e impede o fun cionamento normal da razão humana, segundo as le is ela lógica e até mesmo das normas do bom senso. •
Notas :
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l. Tra tado da Verdadeira DevoçãoàSa11tíssi111a Virgem, Ed . Vozes , 29" ed ição, Petrópoli s, p. 148. 2. De vilgi11itate, 11 ,2,6, PL 16,206, ln Stefa no de Fiores e Sa lvatore M eo, Nuovo Dizirma rio di Mariologia, Ed. Sflo Pau lo, 4" edi ção, 1996.
§
6º-Dos que estão/ora da Igreja (cont.) 1
Não participam da comunhão dos Santos: na outra vida, os condenados; e nesta, aq ue les que estão fora da [greja. E ncontram-se fora da verdadeira Igreja os infiéis, os hebreus, os hereges, os apóstatas, os c ismáticos e os excom ungados. O s infiéis são aqueles que não receberam o Batismo e não crêem em Jesus Cristo; seja porque crêem e adoram fa lsa divindade, como os idólatras; seja porque, embora adm itam o único Deus verdadeiro, não crêem em Cristo Messias, nem como vindo na pessoa ele Jesus Cri sto, nem como havendo de vir, como os maometanos e outros semelhantes. O s hebreus são aq ue les que professam a lei de Moi sés; não receberam o Batismo e não crêem em Jesu s Cristo. Os hereges são os batizados que recu sa m com pertinácia de crer qualquer verdade reve lada por Deus e ens inada como de fé pela Igreja Cató lica. Por exemplo, os arianos, os nestorianos e as várias seitas protestantes. Os apóstatas são aqueles que abjuraram, isto é, renegaram com ato externo a fé católica, que antes professava m. O s excom ungados são aque les que, por fa lta gravíssima, foram go lpeados com excomunhão pelo Papa ou pe lo Bispo, e portanto separados como indignos do corpo da [greja, a qual espera e deseja sua conversão. Deve-se temer muito a excomu nhão, porque é a pena mai s grave e mais terríve l que a Jgreja pode infli gir a seus filhos rebeldes e obstinados. Os excom ungados ficam privados elas orações públicas, dos Sacramentos, das indul gências e ela sepultura eclesiástica. Podemos ajudar de a lguma mane ira os excomungados e todos os outros q ue estão fora da Ig reja com avisos sa lutares, com orações e boas obras, suplicando a Deus que, por sua misericórd ia, lhes conceda a graça de se converterem à fé e de entrarem na comun hão dos Santos.
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* " Daqui se infere que só três classes de homens são excluídas da comunhão com a Igreja: em primeiro lugar; os i,~fiéis; em segundo, os hereges e cismáticos; por úL!imo, os excomungados. Os pagãos, realmente, porque nunca estiveram no seio da Igreja; não a reconheceram, nem se tornaram participantes de nenhum Sacramento, na comunidade do povo cristão. Os hereges e cismáticos, porque apostataram da Igreja, tampouco pertencem a Ela, como os desertores não fa zem parte do exército que abandonaram. É certo, todavia, que continuam sob a jurisdição da Igreja, que os pode julgcu; punir e excom.ungcu:
O Imperador alemão Henrique IV, depois de excomungado, vai o Conossa, na Itália, e pede clemência ao Papo São Gregório Vil, em janeiro de l 077
A.final, os e.xcomungados, que são excluídos judicialmente da Igreja e já não pertencem à sua comunidade, enquanto não se não reconsiderarem. Quanto aos demais, não há dúvida de que continuam ainda no grênúo da Igreja, apesar de maus e perversos. Sejam os fiéis assiduamente orientados neste ponto " 2 . • Notas:
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1. Todos os tex tos qu e vêm se m aspas foram tirad os cio ·•ca techi.1·1110 Magg iore pro11111/gato da Sa11 Pio X", Roma, T ipografia Vati ca na, 1905, Eclizionc A res, Milano.
2. Cateci.1'1110 dos Párocos, redigido por decreto do Co11 cílio Tride11ti110, p11 blicado por ordem do Papa S. Pio Q11i1110, dito 1111/gar111e11te CA TECISMO ROMANO . Versão fi el ela ed ição autênl ica de 1566, com notíc ia hi stórica e aná li se críti ca pelo Pe. Valcl omiro Pires Martin s, Editora Vozes, Petrópo li s, 1962. 2" ed ição, p. 145.
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sexual; c) o símbolo da Paz e Amor a lardeado nos anos 60, no qual vemos cl aramente a cruz invertida, símbo lo do anti-Cri sti ani smo. (T.J.G. - SP)
Livrar-se <lesses objetos Que elevem fazer as pessoas que têm em suas casas coisas reco mendadas pelo pessoal ela "Nova Era", como pirâmides, cri stais, amuletos e outros objetos que atraem influênc ias espirituali stas? Di zem eles que isto de ixa a pessoa antenada com energias propícias e afasta mau olhado elas casas. Mas pelo je ito, pelo que entendi da le itu ra da revi sta, isso é crendice e tem conexão com bruxaria. (U.S.N. - MG)
Males do movimento New Age k8l A respeito do artigo veicul ado na revi sta Catolicismo, Nº 626, fevereiro/2003, "A velha Nova Era", algu mas co ns ide rações de vem se r fe itas, senão vej amos. Esta reportagem fo tografa a atual situação para a qual nós - católicos prati cantes e segui dores do Doce Cri sto na Terra, o Santo Papa João Paul o II - temos sido advertidos: os perigos des ta pseudo-"re li g ião". Tenh o visto, e m meu dia-a-dia como c ri stão, várias pessoas que e intitul am praticantes sere m e nganadas por esta serpente infe rnal. B udas na casa, elefantinhos a fim ele " trazer sorte", escul tura de Shiva (deusa que representa o de mô ni o, no pa nte ísmo hind uísta) , sere m colocados no living, ao invés dos SS mos. Corações ele Jes us e Mari a. Tudo isto está ocorrendo. Creio que, com esta re portagem, mui tos de nossos leitores terão uma visão esclarecida dos ma les da New Age. Gostaria de fazer um ade ndo à excelente reportagem: convém lemb rar que outros símbolos ela Nova Era são: a) a Borboleta ou Fêni x (pássaro mi to lóg ico q ue re nasce das p róp ri as c inzas), pois os ade ptos desta sei ta acham q ue o Cri sti ani smo desaparecerá, e das c in zas "eles" renascerão; b) o arco-íri s, que, por sinal, é o símbolo do mov imento ul trajante ho mos-
CATO LI C ISM O
Nota da redação: Na Carta Pastoral "The occult has demonic influence" (O oc ulto te m infl uê nc ia satâ nica), escrita por Dom Donalcl W. Montrose, B ispo diocesa no de Stockto n, na Ca lifó rn ia (EUA), há um trecho que respo nde adeq uada me nte a q uestão pro posta na carta: "É proibido procurar conhecer o futuro através das cartas, do tar6, do Ouija, das bolas de cristal, pela leilura das mãos, pela interprelação do curso dos astros, examinando vísceras de animais, lançando selas, conchas, pedras ou por qualquer outro meio superslicioso / ... /. O arnuleto é uma forma de magia. Crê-se que um objeto tem. certo poder para atrair o bem e afastar o mal. Boa parle das jóias usadas no pescoço em nossos dias, tantas vezes inocenlemente, tem símbolos usados na bruxaria. Usar algo que representa o oculto, mesmo de forma inocente, é simbólico do poder satânico sobre nós. Não devemos hesitar em nos li vrar deste tipo de jóias {. ..]. Nossos lares devem ser locais sagrados, limpos. Eliminem de suas casas qualquer coisa que tenha relação com bruxaria, com espiritismo, com curandeiros, com rnédiuns espíritas, com seitas ou religiões orientais. Destruam este material ou providenciem. sua destruição [. ..]. Nós temos um poder que não conhecemos bem. Podemos pedir a Deus
que proteja e abençoe nossas casas. A consagração das famílias e do lar ao Sagrado Co ração de Jesus é wn lindo costume ccllólico. Precisarnos ter um Cruc(fixo e pinluras do Sagrado Coração e de Nossa Senhora em nossas casas. Queiramos que nossas casas sejam lugares sagrados".
Assuntos espin/,osos [Carta diri gida ao Revmo. S r. Cônego José L ui z Vi llac] Ve nho di zer que gosto mui tíss imo da seção "A Palavra do Sacerdote", que V. Rev ma. ass ina na revi sta Catolicismo, e a cons idero portadora de vali osos esc larec imentos sobre as verdades de nossa Fé e, portanto, de uma grande fo rça de apostolado. V Revma. não foge nem conto rna ne nhum ass un to, por ma is esp inhoso que seja, anali sa-os por todos os ângul os possíveis e dá sempre uma explicação convincente, co m uma arg umentação c lara, profun da, coerente e acess ível a qualquer leitor. Na oportunidade, estou so lic itando-lhe que me o rie nte em a lg umas q uestões [ ... ]. (F.M.F. - MG)
Nota da redação: Informamos ao prezado mi ss ivi sta que suas pergun tas fora m e ncaminhadas, e eventualmente serão respondidas na seção A Palavra do Sacerdote. Novo Código Civil Gos tari a de para be ni zá- lo pe lo brilhante texto escrito [sobre o novo Códi go C ivil]. Você tocou em um ponto que acho de extrema importância: A uni ão ho mossex ual. Concordo tota lmente, até mesmo por ser católico, com as suas colocações. De ixo meu abraço e parabeni zo-o pela escolha de um tema mui to importa nte*. (R.B. - PE)
Praticai' fielmente a Justiça Q uando fi que i sabendo da aprovação ele tais "leis" [novo Cód igo C ivil] , fi q ue i pas ma. Concordo plename nte co m o senhor, até que enfim alg uém do meio jurídi co defe nde, tão
fi elmente, o respe ito e a Justi ça pelo povo. Seguir os mandamentos de Deus é praticar fi e lmente a Justiça. Que Deus te abençoe e toda sua famili a por nos defender*. (M.S.D. - PA)
Segwulo a Luz ela Igrnja Parabéns pelo impress io nante arti go [sobre o novo Código C ivil]. A seri edade e o fund ame nto, segundo a L uz ela Igrej a, são merecedo res de gran de admi ração* . (E.N. - RJ)
Já vi esse 11lme - Falei anteo ntem com um parente que mora e m Terezina e colhi uma infor mação que quero dividir com vocês, é sobre a afamada "Fome Zero". E le disse que há muita gente ela cidade dele mudando-se para Guaribas, pois, como esta cidade será fa vorecida com o programa cio Lula, e les estão morando nos arredores daque la cidade para abocanhar os privilégios que serão concedidos àque la população. Acho que vou mudar para lá também ... Brincade ira à parte, este negócio me cheira a puro populi smo demagógico. Eu já vi esse filme! (P.S.Q. - BA)
Sem nenhuma emoção l'ebril Prezados Senhores ela revi sta Catolicismo, quero manifes tar minha admiração por esta rev ista. Estava eu numa tarde no escritório da empresa onde tra balho, e passa ndo no balcão ele meu chefe, onde estavam a montoados alguns papéis, junto de les vi uma revi sta com este títul o, e me c hamou a ate nção. Resolvi , peguei a rev ista e separe i para, quando e u to masse o trem que va i para Carapicuíba-SP, eu ir lendo natu ra lme nte o que ne la consto u. A primeira coisa que me chamou a atenção fo i exatamente a imagem ele Jesus Cri sto na capa (falo da Revista de nº 615, ele 3-2002). Confesso q ue me estre meceu, senti mu ita dó, e comecei a me interessar em ver o conteúdo da rev ista. Gostei imensamente de todos os trechos, mui to bo m mes mo. É ele um conhec imento ele prime ira, e princ ipalmente a parte que falou do
Santo Sudário. Sem ne nhuma emoção fe bril que alg uns re li giosos possuem, ass im como sentim e nto mo me ntâneo que logo lhes foge com o tempo. Confesso- lhes que, estando eu no trem por um as duas vezes, lendo a revi sta nas idas e voltas, numa elas vezes qu ando estava le ndo um trec ho "A MORTE" fo lh a nº 25 , o nd e co nsta Jesus deu então um grande brado
e disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito, e dizendo isto expirou" - não consegui segurar o bri lho causado pela ág ua ele meus olhos, e isto me veio com uma energia e um ca lo r tão fo rte dentro de meu coração, que me fez parar e pensar, o lhand o para os passageiros para ver se não havi a alguém di zendo, "olha, este senhor deve estar sentindo alguma coisa". Pois bem, tudo isto me fez sentirme obri gado a tentar uma ass inatu ra dessa rev ista. Se a rev ista quiser comentar este fato, está a uto ri zad a, se m ne nhum constran gime nto. Um grande abraço a vocês, se me permite m, e que Deus lhes dê energia para continuarem escreve ndo e narrando estas passagens verdadeiras que nos aj udam a firmar nossa fé, que às vezes ainda é me io fraca. (P.P.S. - SP)
Sem um a,ranhão - Dei a meu filho uma meda lha milagrosa de Nossa Se nhora, e lhe di sse que se acontecesse a lguma coisa nada lhe atingiria. Nesse mes mo di a, me u filho saiu no seu carro, diri gindo com o irmão e outros ami gos. Na volta, aconteceu um acidente. O car ro viro u numa c urva e ro lou vári as vezes numa lade ira, até parar em um poste. O carro ficou irreconhecível, e saíra m todos sãos se m ne nhum a rra nh ão . (L.M.C. - Ceará)
Salvando casame11tos 121 C.G. e sua famíli a estão agradecidos por tere m recebido a graça de receber e m sua res idê nc ia a imagem peregrin a ele Nossa Senhora de Fáti ma. Ficamos emoc ionados e os convidados também, não só pe la presen-
ça da imagem, mas també m pe las sábi as palavras profe ridas pe lo apóstolo. Conseguiu co nve rter muitos a li presentes, portanto alcançou co m sucesso seu obj etivo primo rdi a l. Parabé ns por esse traba lho, pois co m certeza está converte ndo mui tos e salva ndo casa mentos em fa se ele separação, que aca bam harm oni zando-se após a vi sita, como neste di a, o nde tive mos o cuidado de convidar pessoas com esse tipo de proble ma, que sa íram co m outra mentalidade e com firme propósito ele não se separa re m. Alé m da me ntaliclacle, ela necess idade de passa re m a rezar o terço e o Santo Rosári o. (C.G.A. - MG)
É possível ela voltar? Agradeço a vi sita da imagem peregrina e m nossa casa, fo i um sucesso ! E de ixou mil agres. Nossa casa fi cou repleta ele pessoas para recebê- la. É poss íve l e la vo ltar a nossa casa? (M.L.Q.M. - BA)
Desejam visita ela Imagem ~ É com grande satisfação que esto u escreve ndo para di zer que meu lar e ncheu-se de a legria e bênçãos ao receber a maravilhosa vi sita ela im agem peregrina ele Nossa Senhora ele Fáti ma. As pessoas que vie ram fi caram fe li zes e até emocio nadas. O peregri no fal o u co m basta nte pro pri edade qu al era o sentido ela Ca mpanha e sobre as mensagens ele Nossa Senhora. Foi rezado o terço com bastante devoção, e a maioria elas pessoas presentes ma nifestara m desej o de recebere m Nossa Senhora ele Fátima e m seus lares. (C.A.M. - SP)
Nota: (*) E-mai I enviado ao Dr. Gregóri o Vivanco Lopes, autor da matéri a de ca pa de Catolicismo nº 62 1, setembro/2002, intitul ada Novo Código Civil - Lei dos h.0111.en.1· con1radiz a Lei de Deus.
Cartas, fax ou e-mails para as seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram na página 4 desta edição.
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Pergunta - Um parente meu, pessoa de certa idade, dotado de sincero sentimento religioso, porém pouco conhecedor da doutrina católica, estava assistindo à Missa quando foi tomado de um arrependimento profundo de seus pecados. Pediu perdão a Deus interiormente pelos mesmos e, eJ1trando na fila da comunhão, foi comungar. Ele poderia ter feito isso sem antes se confessar'?
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Resposta - Não, em princípio não poderia. Mas o caso merece ser anali sado em pormenor, para a dev ida avali ação do que aconteceu. Pode-se supor, na hipótese mais favorável, que essa pessoa de certa idade tenha recebido uma graça de contrição perfeita de seus pecados. Tal contrição se dá quando o pecador é mov ido ao arrependimento por puro amo r de Deus, e não por medo das penas do inferno ou por desejo da fe licidade do Céu. A contrição perfeita é uma dor dos próprios pecados, que pode decorrer do sentimento da profunda desordem que o pecado introduz em nossa alma, que no. torna desconformes com Deus. A detestação dos pecados nessas condições impli ca num ato, ao menos implícito, de amor de Deus, que se revela, no caso em aná li se, no pedido exp lícito de perdão a Deus. Assim, não é impossíve l supor q ue a pessoa em questão tenha realmente praticado um ato de contrição perfeita. Se assim fo i, ela recuperou , no me mo instante, o estado de graça. Porém , mesmo que a pessoa praticasse a contri ção per-
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CATOLICISMO
fe ita, não estaria autorizada a entrar na fila da com unhão e ir comungar. Porque, de acordo com os preceitos da Igrej a, mes mo tendo recuperado o estado de graça por um possível ato de contri ção pe rfeita, incluindo o firme propósito de não voltar a pecar, a pessoa fica na obrigação de se confessar na prime ira oportunidade e, em qualquer caso, a ntes de recebe r a Sagrada E ucaris ti a. De outro lado, é claro que, se a pessoa não tinha nenhum pecado mortal gravando sua consc iê ncia, desde a úl tim a co nfi ssão, aí si m ela podia comungar. Mas não parece Ser este o caso posto pelo consulente.
A crise do sacramento da Penitência Acontece que o sacrame nto da Confissão sofreu um processo de corrosão generali zado, sobretudo depois do Concílio Vaticano JI. Com efeito, na Ca rta Apostólica Misericore/ia Dei (7 de abri I de 2002), João Paulo II mostra, cita ndo a Carta Apostólica Novo millenio ineunte (200 J), que esse processo já vinha de longe, a ponto de "quando o referido Sínodo [de 1984) se debruçou sobre o lema, estava à vista de todos a crise deste Sacramento, sobretudo em algurnas regiões do mundo. E os motivos que a originaram não desapareceram neste breve lapso de tempo" (nº 37). Portanto, a crise se prolonga até nossos dias. Assim, não é de estran har que um a pessoa que tenha se esquec ido da prática rei igiosa de sua infância, e do que então aprendeu nos c ursos de Catecismo, seja levada hoje a um a at itude que, quando
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A disciplina tio sacramento da Penitência Os principais pontos da doutrina e da disciplina da Igreja referentes a esse Sacrame nto estão contidos nos cânones 959 a 997 cio Cód igo de Direito Canônico vigente. Restringindo-nos ao esse ncia l, lembramos que "a co,~fissão individual e íntegra e a absolvição [dada pelo sacerdote] constituem o único modo ordinário com que um .fiel consciente de que está em pecado grave se reconcilia com Deus e com a Igreja" (cânon 960). Os fiéis devem mencionar a espécie e o número de todos os pecados graves ainda não confessados (sendo porém recomendável confessar também os pecados veniais). Para receber validamente a absolvição de seus pecados, o penitente deve estar arrependido de tê-los cometido e fazer o propósito firme de não mais cometê- los. Por fim, deve aceitar e cumprir a penitência imposta pelo confessor. Para se ver o cuidado com
que a Igreja trata da matéria, o Código desce até a detalhes, como a colocação da "grade .fixa" nos confessionários e ntre o penite nte e o confessor, para que os possam utili zar li vremente os fiéis que o desejarem (cânon 964, § 2).
moralista Arregui S.J. (Sumrnarium Theologice Mora/is, Deforma poenitenlice, art. II, nº 257, B, c). O mesmo cânon, entretanto, expressamente adverte que "não se considera
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São João de Nepomuceno atende penitentes no confessionário
si1ficiente necessidade quando não se pode dispor de confessores só por causa de um grande concurso de penitentes, como pode acontecer por ocasião de uma grande festa ou peregrinação ". A absolvição coletiva em casos de "grave necessidade"
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não é novidade "pós-concili ar". Os grandes teó logos e moralistas sempre a contemplaram em seus tratados de teologia moral (vide Santo Afonso de Ligório, Yeermersh S.J. , Prümer O.P., Genicot, Noldin, B illuart etc.), considera ndo-a válida e mesmo lícita
Absolvição coletiva: abuso que se introduziu Absolvição coletiva é a absolvição simultânea de vários pe nite ntes se m prévia confissão individual, prevista no cânon 96 1 do Códi go de Direito Ca nônico. Ela só pode ser ap li cada em casos excepcionais, como o iminente perigo de morte, e nos casos de grave necessidade. A situação de perigo iminente de morte é intuitiva: uma tropa que marcha para a guerra, um avião que ameaça cair, um incêndio, uma catástrofe geológica etc. Nestes casos, obviamente, o sacerdote não teria tempo de ouvir a confi ssão individual dos ameaçados. Ele então deve instar a todos que o possam ouvir, que façam um ato de contrição de seus pecados, e av isar que dará em segu ida a abso lvição coletiva. O caso de grave necessidade é mais complicado. Supõe a ocorrência de vários fatos simultâneos: grande nú mero de fiéis, sacerdotes insuficientes, premência de tempo, "de maneira que os penitentes, sem culpa de sua parte, se veriam privados durante um tempo longo da graça sacramental ou da sagrada comunhc7o" (câ no n 961, § 1, 2°). Será, por exemplo, o caso de um acampamento de prisioneiros de guerra, ao qual o sacerdote dificilmente tenha acesso, citado pelo aba li zado
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cria nça, sabia ser inadequ ada e mes mo pecaminosa e sacrílega. Em todo caso, ta l perda de conhec ime nto normalme nte não pode ter-se dado sem aig uma c ulpa da pessoa em questão, como também de um número incontável de outras que se encontra m no mesmo estado. De qualquer fo rma, é certo que muitos mini stros do Senhor infelizmente deixaram de urgir aos fiéis a necess idade da confi ssão para dignamente se apresentare m à comunhão. Torna-se, pois, necessário recordar co m empenho a doutrina e os preceitos da Igreja a respeito.
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nas situações de "grave necessidade" acima aduzidas, mas não no caso de grandes concentrações cató li cas, co mo nos famosos Congressos Euca rísticos In tern ac ionais ou Nacionais, que reuni am multidões de católicos e não havia a proporcional abu ndância de confesso res. Ademais, e sem prejuízo do acima exposto, o cânon 962 § 1 também adverte que "para que um.fiel possa receber validamente a absolvição dada sirnultaneamente a muitos, requer-se não só que esteja devida.mente disposto, ,nas que igualrnente se proponha a fa zer; no devido tempo, a confissão individual de todos os pecados graves que, nas presentes circunstâncias, não pôde confessar". Jnfelizmente, a noção de grave necessidade, mal interpretada e distorcida, deu margem a sérios abusos - pois se trata da invalidade da absolvição - a ponto de, em certos lu gares, ter sido praticamente substituída a confissão individual pela "coletiva " , contra as claríssimas disposições do Cód igo em sentido contrário . Com isso, quando consideramos as extensas filas de comunhão que hoje em dia se formam em nossas igrejas, não podemos deixar de nos perguntar se as pessoas que nelas se incorporam estão conscientes dessas normas. É muito de recear que não. E ntão pode bem acontecer que a movimentação generalizada, que se estabelece na igreja no momento de dirigirem-se os tiéis à mesa de com unh ão, a rraste pessoas como a referida pelo consulente, sem as devidas disposições morais - ou seja, em estado de graça - para comu ngar. •
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A REALIDADE CONCISAMENTE
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Planta~ões de maconha em assentamentos do Incra ;\ Polícia Federal de r\.Marabá, no sul do Pará, está investigando a ex i stê ncia de grandes plantações de maconha em cinco assentamentos do Incra. Em Eldorado dos Carajás, 12 policiais descobriram uma dessas plantações. Francisco Vi eira fo i preso e confesso u que vendia o quilo de maconha ver-
Na Bélgica, aprovado "casamento" homossexual
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or 91 votos a favo r e 22 contra, o Parlamento belga aprovo u a uni ão homossexual. Depois da Ho landa, é o segundo país do mundo a legali zar o pecado que, segundo o catecismo,
"brada aos céus e clama a Deus por vingança " . Convém le mbrar que o Antigo Testamento narra ter sido lançado fogo do céu sobre Sodoma e Gomorra, por causa desse pecado abom inável aos o lhos de Deus. A proposta vitoriosa faz parte do programa liberal-sociali sta-ecologista. Os ultradi reitistas fl amengos do Vlaams Blok e os parlamentares de língua fra ncesa da Frente Nacional votaram totalmente contra o projeto. •
Agora a OEA combate as FARC
J\ Organização dos Esr\. tados Americanos
de por R$J 00, e que co brava R$200 pela erva seca. Os traficantes fo rnecem a semente aos asse ntados, paga nd o- lh es 20 % de comi ssão sobre a colheita. Os assentamentos de reforma agrária têm sido um fracasso do ponto de vista da produção de a lime ntos. Optarão pela maconha? •
E m Viena, a Agência Internac iona l de E ne r g ia Atômica (AIEA) ap rese nto u de nún c ia ao Conse lho de Seg urança da ONU, afi rmando a retomada do programa nu clear por parte da Coréia do N orte, o que constitui uma violação dos comprom issos internaciona is desse país. E is aí ma is um a comprovação de que, para os comunistas, "os
tratados são meros farrapos de papel". •
macias Revo lucionárias Colombianas (FARC),
r\. reiro de Catolicismo evidenciou o
do que nunca" ... •
Filhos de pais solteiros: problemas psiquiátricos
Comissão estuda reabilita~ão dos Romanov
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ma comissão preside nc ial, na Rússia, poderá declarar sem vai idade as acusações de crimes atri bu ídos ao Czar N icolau Il, q ue fo i executado pelos bolcheviq ues com toda sua fa mília, e m 1918. A g rã-duquesa Leoni da Ro ma nov, mulhe r do g rão-duqu e V ladimir, fil ho do úl ti mo primo d o czar, ape lo u nesse sentido à comi ssão presidencial encarregada da reab ilitação das vítimas d a sa nha de Len ine. Segundo o diário britânico "The Guard ian", Lenine e seus asseclas fizera m de tudo para eliminar o czar e sua famíli a. Para ev itar o escândalo da execução sumária em M oscou, e suas conseqüencias no exterior, Lenine enviou os memb ros da fa mília para serem executa.dos na cidade de Yekateri.nburgo, pelo soviete dos Urais. • A familio do Czar Nicolau li
rianç~s criad~s por maes ou pa is solteiros têm o dobro ele probabilidade de desenvolver víc ios e doenças psiquiátricas graves posterio rmente, revela importante es tudo publicado na rev ista científica "The Lancet". Os pesquisadores do Comitê Nacional
para Saúde e Bem-
CATOLICISMO
Documento da Santa Sé denuncia erros da New Age
princ ipal g uerrilha marxista que atua no país vizinho. Aquele organismo internacional aprovo u a reso lução que proíbe a concessão de qualquer tipo de aj uda ao grupo guerrilh e iro, tendo dec retado também o congela mento de seus bens. A resolução, aprovada a pedido cio presidente co lo mbi ano Á lv aro Uribe, co ndenou o bárbaro ate ntado à bomba, praticado pe las FARC num c lube de Bogotá, em 7 de fevere iro último (fotos à esq uerda), que provocou a morte de 34 pessoas. A medida ass umid a pela OEA é digna de e log ios, e mbora tenha vindo com atraso. "Antes tarde
Míssil norte-coreano atingiria território norte-americano ;\ lerta o diretor da CIA (Agência r\.central de Inteligência), George Tenet, para o fato de que a Coréia do Norte possui um nússil não testado, com capacidade para atingir a costa oeste dos Estados Unidos. E m entrevista à agência "Reuters", Ri Hui-Chol, da chancelaria norte-coreana, declarou que Pyongyang não tem intenção de produzir armas nucleares. E ameaça de retali ação, em caso de qualquer ataque norte-americano.
(OEA) comprometeu-se a co mbater as Forças Ar--
Estar sueco acompanharam, pa ra esse estudo, cerca de J m 1lhão de c ri anças durante uma década. Não se esclarecem as razões do fenôme no, embora os cient istas acred item que o problema pode estar li gado a dificuldades fi nanceiras. Entretanto, é mais compreensível e natu-
ra l q ue prepo nde re entre as causas do fenômeno o fato anômalo de uma cri ança ser criada fora do ambie nte próprio à ed ucação, proporcionado por uma fa mília bem constituída, e m que o pape l desempenhado pe lo pai é comp lementado pela afetivi d ade eq uili brada da mãe. •
;\ matéria de capa da edição de feve-
caráter visceralmente anticatólico do movimento New Age. A edição acaba va de vir a lume, quando foi publicado um documento da Santa Sé intitulado Jesus Cristo, Portador de Água Viva, que apresenta o mencionado movimento como uma ameaça à fé cristã . Elaborado pelo Conselho Pontifício para a Cultura, em colaboração com a Con gregação para a Evangelização dos Povos e a Congregação para a Doutrina da Fé, o documento define a New Age como "sincretismo de religiões e elementos exóticos ligados pela idéia de uma mudança fundamenta/ dos indiví-
duos e da sociedade". Uma das seções de Jesus Cristo, Portador de Água Viva contrapõe, como a liás também o faz o artigo de nossa revista, a doutrina católica às crenças da New Age. Explica o documento que, enquanto para tal movimento Deus é "uma energia impessoal", para a Santa Igreja Jesus Cristo é "o único Filho
de Deus, homem verdadeiro e Deus verdadeiro"
Novo milagre reconhecido oficialmente em Lourdes
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ean-Pierre Bely, francês de 66 anos, enfermeiro, paralisado inteiramente devido a uma esclerose múltipla, quando esteve em Lourdes em outubro de 1987, fora considerado pelo sistema sanitário francês como l 00% inválido. Chegou a Lourdes em condições dramáticas. Com enorme esforço completou a peregrinação, recebendo a bênção dos enfermos na esplanada do Santuário. A partir de então começou a melhorar, tendo desaparecido atualmente todas as seqüelas da doença. O Dr. Patrick Fontanaud, médico agnóstico que o atendeu, reconhece que não se explica cientificamente a sua cura .
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. · :, .,.,: . quina de propaganda tentar seduzir o Ocidente a abandonar os princípios de ordem natural, como a propriedade privada e a família monogâmica e indi ssolúvel, e esquecer-se de Deus. Pro metiam um paraíso democrático que, estranhamente, precisava fi car oculto atrás da Cortina de Ferro.
O comunismo simula sua morte
M etamorfoseado após a queda do Muro de Berlim, em 1989, o comunismo ameaça, nos dias atuais, especialmente várias nações da América Latina. PUN IO V IDIGAL XAVIER DA SILVEIRA FREDE RI CO R. DE ABRANCHES V IOTTI*
pres ide nte ve nez ue la no H ugo Chávez, dura nte seu discurso em Porto Alegre, em 2 de janeiro, afi rmou: "Rajadas de metralhadoras podem acontecer e não haverá força que impeça as mudanças neste continente e no resto do mundo" '. Estra nha me nte sile nciado pe la impre nsa brasi leira, tal discurso proferido por um Chefe de Estado co m notória orientação comuno-castri sta, fo i um recado ao conjunto das nações da América Latina: o comuni smo está vivo. Do ponto de vista das relações internacionais, essa dec laração se reveste de uma especial gravidade. Hugo Chávez é um Chefe de Estado estrangeiro, fa lando
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C ATOLI C I SMO
em solo brasilei.ro e propondo uma mudança - violenta, se algué m ousar di scordar dela - para todo o continente sulamericano, o que inclui o Bras il. Como nas vezes anteriores, o governo Lula não fez q ualquer reparo às declarações do pres ide nte da Venezuela em territóri o brasileiro .
O esp ectro do co1m111ismo ro11da a América Latina O subtítulo acima é uma paráfrase que se afigura oportuna para nossos dias - do início do tri stemente famoso Manifes to Comuni sta de 1848: "O espectro do comunismo ronda a Europa". Marx e Engels nele propunham, entre outras aberrações, a extinção da fa mília, o fi m da pro2 priedade privada e a perseguição à Igreja • Q ueriam im plantar uma soc iedade
antinatural , onde o orgulh o iguali tá ri o nivelari a todos os homens, acabando co m a autoridade do pai sobre o filho, do patrão sobre o em pregado, do professor sobre o aluno. Essa doutrina com unista, anticatólica e m sua essência, levou à morte mais de 100 milhões de pessoas, muitas das quais tornara m-se márti res em campos de concentração3. Até o fi nal da década de 80, e ntretanto, o mundo livre desconhecia quase inteira me nte o que se passava atrás da chamada Co rtina de Ferro•. Naquela época, muitos políticos de esquerda alardeavam as supostas conquistas sociais das nações tiranizadas por regimes marxistas: saúde, ed ucação, transporte, moradia, esportes ... Tudo era motivo para uma imensa má-
E m 1989 ocorre uma grande alteração no cenári o internacional. Foi nesse ano que o Muro de Berlini5 caiu. E, co m ele, parecia ter soçobrado o espectro do comuni smo. Pelo menos, fo i o que pensaram muitos intelectuais, líderes políticos e inocentes-úteis de todo o mundo. Plini o Corrêa de Oliveira, entretanto, advertia que o comunismo não tinha morrido, mas se metamorfoseado. Começa6 se a faze r propaganda da autogestão • Com a clarividência que o caracterizava, dizia ele em 1992: "No ocaso do ano de 1989, aos supremos dirigentes do comunismo internacional, pareceu afinal chegado o momento de lançar uma imensa cartada política, a maior da história do comunismo. Esta consistiria em derrubar a Co rtina de Ferro e o Muro de Berlim, o que, produzindo seus efeitos de forma simultânea à execução dos programas 'liberalizantes ' da G lasnost (1985) e da Perestro ika (1986), precipitaria o aparente desmantelamento da Ili Revolução 7 [o comuni smo] no mundo soviético" •
A 110va luta de classes: No1'tc-Su/ Na mes ma linha - de nunciava ainda o insigne líder católico - nasceria um novo tipo de luta de classes\ não mais entre pessoas, mas entre países: "Por exemplo, a crescente oposição entre países consumidores e países pobres [. .. ]. Nasceria daí um entrechoque de proporções rnundiais entre ideologias diversas, agrup adas, de um lado em torno do enriquecimento indefinido, e de outro do subconsumo miserabilista. À vista desse eventual entrechoque, é impossível não recordar a luta de classes preconizada por Marx [. .. ]. "Nessa hipótese, a luta entre o Primeiro Mundo e o Terceúv passará a servir de camuf lagem, mediante a qual o marxis-
mo, envergonhado de seu catastróficof racasso sócio-econômico e metamo,foseado, trataria de obte1; com renovadas possibilidades de êxito, a vitória final?" 9• Trata-se, pois, de tentar co locar os países do Sul (entre os quais se encontra o Brasil) contra os países do Norte. Ou, e m outros termos, cri ar dois pólos aparentemente antagônicos: Davos e Porto Alegre.
Os erms da Rússia se espalhamm pelo ,mmdo Em 13de julho de 1917,cerca de quatro meses antes que o comuni smo tomasse o poder na Rúss ia, a Santíss ima Virgem advertia e m Fátima: "Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo". Era o avi so de que se inic iava a maior ti rani a da História. U ma ti ra nia que, sistematicamente, ocul tava sua maldade e se apresentava como aliada dos mais necessitados. Ao mesmo te mpo, a imensa máquina de propaganda comuni sta espalhava pelo mundo seus erros, isto é, sua fa lsa ideolog ia iguali tári a. Metamorfoseado, o comunismo representa um peri go ainda maior do que fo i no passado. Seu di sfarce o faz parecer menos violento; seu di scurso, aparenteme nte mais moderado. E, sobretudo, o Ocidente já não di spõe elas defesas ideológicas de que di spunha outrora. A doutrina católica sobre a matéri a é pouco conhec ida até mesmo entre os católi cos'º. A fam ília, uma das grandes barreiras à ex pansão do sociali smo em épocas anteri ores, está sendo constante me nte golpeada pela imoralidade, pelo divórcio, pela perda de a utori dade cios pa is sobre os filhos etc. Muitas esco las tornaram-se centros de pregação marx ista. Assim, os erms da Rússia infiltraram-se em toda a sociedade atual. Enus para os quais a própria Mãe de Deus havia aleitado!
Civilização Cristã : o único r eméclio Nesse sentido, o di scurso ele Hugo Chávez é apenas mais uma amostra da situ ação de in sta bilidade e m que está mergulhada a América Latina como um bloco. América Latin a - també m chamada Amé rica católi ca - que um di a soube dizer sim à Santa Igrej a.
Já está na hora, e é imperioso, que esse ime nso continente, como o filho pródigo ele que nos fala o Evange lho, volte a trilhar as vias da C ivili zação Cri stã, que uniu nossos povos na mesma Fé e m Cristo Nosso Senhor e na úni ca e verdadeira Igreja por Ele fund ada. Contra um país verdadeira mente católico, não have rá rqjadas de metralhadoras capazes de silenciar a voz daqueles que sabem dobrar seus joelhos di ante cio Senhor Deus dos Exérc itos. •
Notas:
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l. Ver artigo sobre o 111 Fórum Socia l Mundi al, à pág in a 16.
2. O M ag istéri o Ec lesiástico já se pronunciou inúmeras vezes co ndenand o a seita co muni sta . Nesse senti do, destacam-se as Encícli cas Quod Aposrolici Mu neris (Leão X III , 1878), Divi11 i Redempto ris (Pio X f, 1937) e Ad Apostolorum Principis (Pio X II , I 958). 3. Catolicismo tratou desse tema em um amp lo art igo, pu blicado em fevereiro ele 2000, baseado no best-seller intern ac iona l O Livro Neg ro do Comun isnw (Ed itora Bertrand Bras il , Rio ele Janeiro, 1999, 9 17 págs.). 4. Expressão cunh ada para designar o isolamento que o co muni smo impôs aos países que sucum bi ra m à sua tira ni a, mante ndo escondida a reali dade dramática daqueles povos. 5. Berlim , ca pi ta l el a A lemanha. A pós a li G uerra M undial , a cidade fo i dividida por um muro. Construído du ran te a noi te, o Muro de Berlim separou inúmeras fa míli as, cujos parentes não co nsegui ra m escapa r para as áreas ela cidade ad ministradas por potências oc identais, fica ndo reti dos na zona co mun ista.
6. "Da la rva decomposta [do co111t111 is111.0J sa i voando a ' li nda ' bo rbo leta da a uto gestão. Autogestão esta que todos os teóricos e líderes máximos do co11umismo, desde Ma ,~r e Engels até Gorbach.ev, semp re apresentaram como a versc7o ext rema e cabal do comunismo, a qui11.tessê11 cia d ele" (P lín io Co rrêa ele O li ve ira , Atualidade da Mensagem de Fátima, 75 anos depois, apucl As apa rições e a ,nensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irm ã Lúcia, A ntô ni o A ug usto Bo r elli M ac hado , Art press, S. Pa ul o, 1992). 7. Plínio Corrêa de Oli veira, Revolução e Contra.Revolução, A rtpress, 1998, 4' edi ção, p. 153 . 8. A luta de classes é oposta à cloutri na cató li ca, que prece itu a a har moni a entre as c lasses soc iais. 9. Pl ínio Corrêa ele O li vei ra, Revolução e Contra- Revolução, Artpress, 1998 , pp. 156 a 157. 10. Co mo ex pli ca o M ag i stéri o Ec lesiást ico, notaclamente ele Pio X I (D ivini Redemptoris) e Pio X II (Ad Apostolorwn Principis), no capitalismo, o que é condenável são seus abusos, enquanto o comuni smo é intrinsecamente perverso. * Cie ntista Po lítico pe la Un iversid ade de Brasíli a.
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a.Ili
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Acima, à esquerda : na passeata inicial , marcaram presença alguns próceres petistas do atual governo . Da esq . para a direita : Jaques Wagner, Ministro do Trabalho, Miguel Rossetto, Ministro do Desenvolvimento Agrário, Senador Aloísio Mercadante, José Genoíno, presidente nacional do PT, Humberto Costa, Ministro da Saúde, Olívio Outra, Ministro das Cidades, e sua esposa .
Terceiro Fórum Social Mundial Mescla caótica de esquerda radical, "pacifismo" beligerante, permissivismo e esoterismo tribalista Ü Fórum Social Mundial vai se tornando não apenas um caldeirão de movimentos contestatários, mas também, devido a suas imensas proporções, uma espécie de feira universal de todos os revoltados da Terra. n PrnRo OuvE1RA DA CosrA eal izou-se de 23 a 27 de janeiro último, em Porto Alegre, o Terceiro Fórum Social Mundial (FSM), cadinho que vem reunindo movimentos de esquerda do mundo inteiro numa espécie de nova internacional comunista 1• Ponto de encontro, de confabulação e de planejamento de ações, o FSM é um mega-evento que desempenha um papel importante na formação de redes globais CATOLICISMO
de contestações. E exerce sobre seus participantes uma espéc ie de "massagem espiritual" que os consola das frustrações experimentadas pela esquerda mundial, alvo de fracassos sob retudo no Ve lho Continente. Neste contexto, a eleição de Lu la veio trazer novo alento e impulso para a neointernacional comu ni sta, que vê na ascensão do presidente brasileiro a oportunidade de, a partir da América Latina, romper a corrente de insucessos que lhe cerceia os movimentos. Daí a imensa articu-
lação midiática levantada com a ráp ida vi sita de Lu la ao FSM. Participaram do FSM cerca de 60 mil pessoas, num leque que abrangia mi litantes de partidos de esquerda, delegados, observadores e jornalistas. Havia 20.763 delegados de 5.7 J7 organizações de 156 países, 4.094 jornalistas de 1.423 órgãos de imprensa de 51 países. Durante o Fórum, foram debatidos cerca de 1.300 temas nas salas da PUC e de outros estabelecimentos de ensino da capital do Rio Grande do Sul.
Em seu discurso, Lula não perdeu a oportunidade de atacar o bloqueio contra a ilha-prisão de Fidel Castro
Durante a passeata, destacavam-se delegados iraquianos e palestinos ostentando suas bandeiras nacionais
Na passeata de abel'lura, "paciflsmo" beligerante
dececlor dos Tambores pela Paz, portavam imensos retratos de Marx, Lenine e Che Guevara, berrando slogans contra os Estados Unidos, a ALCA e o FMI. A esse respeito, escreve Denis Rosenfe lcl, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul : "Manifestantes dançam e cantam, porém outros têm ódio. Os semblantes, as bandeiras, os cartazes e os gritos nos altofalantes exibem esse outro lado do Fórum, o dos que não querem a paz, estando à espreila de uma nova guerra: a revolucionária" 3•
O FSM teve sua abertura na tarde do dia 23, uma quinta-feira, com a assim denominada Marcha pela Paz. À frente dos manifestantes, calculados em 60 mil , encontravam-se líderes cio Fórum e políticos como o senador Eduardo Suplicy (PT) e o ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, ambos do PT. Ainda na avant-garde da passeata, registrou-se a presença ele cinco ministros do governo Lu la: Olívio Outra, Jaques Wagner, Agnelo Queirnz, Miguel Rossetto e Humberto Costa, todos do PT. Além de um "pacifismo" agressivo, reboavam em toda a passeata manifestações de ód io contra os Estados Unidos, a par de um apoio debandado ao Iraque e aos palestinos. A participação de delegados iraquianos e palestinos teve especial destaque: vestidos com trajes típicos, carregavam ostens ivamente suas bandeiras nacionais 2 . Faixas com dizeres em árabe ex igiam justiça e paz no Oriente Médio. Balançando bandeiras vermelhas do PT, do PC do B, do PSB, do MR-8, ela CUT, do MST e de movimentos comuni stas do mundo inteiro, os participantes deixavam ver claramente a face radical, bem pouco pacifista, do Fórum. Ao som ensur-
Lula: "espernnça para a esquenla" 110 1m111do O Fórum contou com a presença de neocomunistas, como Istvá n Meszáros e Noam Chomski, do presidente da Venezuela, Hugo Chá vez (discípulo de Fidel), de figu rões da mídia esquerdista, como os franceses Bernai·d Cassen e Ignacio Ramonet, ele "Le Monde Diplomatique", de expoentes ela Teologia ela Libertação, como o ex-frei Leonardo Boff, e de ag itadores profissionais como o francês José Bové, além ele líderes do MST, como o marxista brasileiro J. Pedro Stéclile. Entretanto, a grande vedete elo FSM foi, de longe, o presidente Lula.
Tal vedetismo tomou destaque ainda maior pelo fato de o presidente brasileiro haver viajado diretamente ele Porto Alegre para o Fórum Econômico Mundial ele Davos, na Suíça, onde proferiu discurso perante 2.300 participantes daquele encontro. A partir daí, como por um passe de mágica, Lula passou a ser apontado, por órgãos ela mídia internacional, como um político genial, que estaria abrindo uma nova terceira via, solução para o propalado impasse capitalismo versus comunismo. Seria essa terceira via a do sociali smo autogestionário? Alguns passos ele seu governo já foram dados nesta direção4 • De outro lado, participantes ditos radicais condenaram a viagem de Lula a Davos, o que na prática serviu para prestigiar o presidente aos olhos dos moderados. Seja como fo r, em seu discurso no Anfiteatro Pôr do Sol, em Porto Alegre, Lula pediu a criação de uma nova ordem econômica mundial e reconheceu a inj eção de alento que sua eleição representa pai·a a esquerda mundial: "Embora tenha sido eleito presidente do Brasil, tenho a nítida noção do que nossa vitória representa de esperança, não só aqui dentro, mas para a esquerda em todo o mundo e sobretudo para a América Latina. Sei a expectativa que estou gerando. Nunca vi, na história do Brasil, tanta expectativa, tanta esperança. Eu sei a esperança que os socialistas do mundo inteiro têm no MARÇO2003 -
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sucesso do nosso gove rno ". E ião perdeu a oportunidade de atacar o bloqueio contra a ilha-prisão de Fidel Castro: "Não podemos mais aceitar bloqueios que duram 40 anos, como o feito contra Cuba" 5 .
Cluívez bra11de o tacape da luta armada Dois dias depois, o presidente ela Venezuela, Hugo C hávez - o qual , no espaço de um mês desde a posse ele Lula, esteve três vezes no Brasil - di scursava na ladeira da Assembléia Legislativa, em Porto Alegre. Expressando sua convicção de que seu "irmão e companheiro [Lula] vai levar adiante um projeto transformador", e manifestando s ua apreensão de que o presidente brasileiro venha a enfrentar um movimento ele oposição como o que ocorre em seu país, C há vez defendeu a possibilidade ele luta armada em toda a América Latina, como meio de derrubar a atua l orde m socia l: "Creio que a possibilidade de haver um. golpe nesses países (Venezuela, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, e na América Central) dependerá de várias coisas internas do Brasil, m.as também de conw terminará o processo venezuelano. Se a oligarquia venezuelana conseguir quebrar nosso governo boli variano, será preciso pensar em outras vias [. .. ]. Eujá tive um.fitzil nas mãos, mas o guardei, embora ainda o lenha. Mas se as oligarquias deste continente não en-
tendem que as ,nudanças são inevitáveis e impeçam que sejam feitas de m.odo pacífico, então, como disse Che Guevara, rqjadas de rnetralhadoras podem. acontecer e não haverá força que impeça as mudanças neste continente e no resto do mundo" 6. Estranhamente, essas palavras incendi árias ele Chávez não fo ram divulgadas pela imprensa brasileira. Na Europa, difundiu-as a agência "Euro-News".
Cuba monta um QG em clube soçaite Como nas vezes anteriores, Cuba teve participação destacada no Fórum. Para "atender adem.anda" desta terceira edição do Fórum Socia l Mundial, os cubanos montaram um verdadeiro quartel-general para sua delegação, ela qual faziam parte Vilma Esp in , esposa ele Raul Castro, segundo homem cio regime cubano, e Aleycla Guevara, filha cio guerrilheiro platino. Para acomodar seus enviados ao Fórum Social Mundial , C uba a lugou as dependências do Camisa 10, "clube com ginásio e campo de fittebol soçaite" de Porto Alegre 7•
MS1' propõe raclicalização ela Reforma Agl'ál'ia Neste ano o MST foi um do · organismos promotores cio Fórum. E seu líder, João Pedro Stécli le, sa li entou , e m palestra, que o MST continuará a organizar invasões ele terra: "Nãofa rernos isso para
Os gurus Mário Francisco de Souza Queiroz (esq.) e o mexicano Oscar Tinajero, entre outros, realizaram experiências de cunho místico, no Acampamento da Juventude
afi'on.tar o governo Lula, nem para desgastá- lo, mas para cijudá-lo a fazer a reforma agrária. Nenhuma mudança importante n.a humanidade ocorreu sem mobilização de massas". Em seguida, afirmou que o controle ela terra não basta. É preciso ir além e acabar com a "escravidão" cio camponês. Este só deixará de ser escravo quando controlar a agro indústria: "Todas as reformas agrárias do tipo capitalista, assistencialista, com os chamados assentamentos, não dão cerlo - porque ao trabalhador rural não bastam.ais ter apenas o controle da terra. Isso nc7o muda as relações sociais existentes. Nós precisamos pensar numa reforma agrária de outro tipo - uma reforma agrária que comece sim pela democratização da terra, mas na qual os camponeses lerão de superar uma ideologia pequeno-burguesa e corporativisla, que nos colocava que bastava ser proprie/ário de dez hec/ares de /erra para se libertw: Um camponês com dez hectares de terra conlinua escravo. Primeiro, escravo da sua ideologia. Segundo, escravo da sua ilusc7o. Éfundamental que os camponeses controlern a agroindústria" 8•
Em acampamento: m1Clismo e l'ituais esotéricos O FSM promoveu novamente, neste ano, um Acampamento da Juventude, para o qual confluíram 25.000 pessoas, me mbros ele ONGs e estudantes oriundos ele
Stédile, líder do MST, afirmou que o controle da terra não basta
todas as latitudes do Brasil, e e m particular dos países cio cone sul. Promiscuamente instalados em pequenas barracas, davam eles uma nota de piquenique "hippie" 9 que, à primeira vista, poderia ser enganadora. O prosaísmo, a suje ira e o uso intenso de maco nha propiciavam uma clescont:ração total de quem não quer nenhuma espécie de entrave moral ou social (bem de acordo com o lema dos estudantes ela Sorbonne de 1968: é proibido proibir) no novo mundo possível com o qual sonham . Os banheiros, coletivos e ao ar livre (foram qualificados de banheiros Big Brother) 1 deram azo a que uma indiana tomasse um banho em público, completamente desp ida. Tendo sido repreendida pela polícia, um grupo de aprox imadamente 20 estudantes, inteiramente nus, promoveu uma corrida do acampamento até o Anfiteatro Pôr do Sol, distante cerca de 800 metros desse local 11 • Mas, enqua nto o " mundo novo" não vem, ou talvez para apressá- lo, não faltaram no acampamento experiências de c unho místico, como as do guru mex icano Oscar Vento Elétrico, que, cercado de discípulos, desenvolveu um " ritual cósmico, inspirado nas práticas dos xamãs maias" 12 •
mundo. Os milhares de participantes lotaram a Av. Borges de Medeiros, larga via de acesso ao centro de Porto Alegre. No palanque, montado no Largo da Epatur, sucederam-se os oradores. Em último lugar falou Aleyda Guevara. Citando seu pai, ela ameaçou de modo velado reacender a luta armada, caso não sejam abolidas as desigualdades sociais: "O preço da paz não pode ultrapassar a fronteira da dignidade" 13 • E no meio da multidão viam-se faixas de apoio à rebe lião palestina contra o governo israelense, enquanto grupos berravam morras ao ianque assassino e vivas à luta do povo palestino. E não faltou um ato que já se tornou rotineiro em manifestações esq uerdi stas de todo o mundo: a queima da bandeira norte-americana. O Fórum Social Mundial provou, uma vez mais, que o comu nismo não morreu, apenas metamorfoseou-se. Em seu new look, mostra certo dinami smo, capacidade de arregimentar, congregar e levar seus adeptos à luta, embalados no assim chamado espírito de Porto Alegre. No próximo ano, o FSM abandona o Brasil. Realizar-se-á em Hyderabad, na Índia, o quarto encontro dessa miscelânea universal dos revolucionários. •
Pedidos de paz e alusão à luta annada
Notas:
º,
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1. A respeito da nova Internacional Com uni sta ,
O FSM encerrou-se com a Marcha mundial contra a ALCA e pela paz no No Acampamento da Juventude, a descontração total lembrava o lema da rebelião da Sorbonne de 1968: "É proibido proibir".
ver: Gregório Vivanco Lopes e José Antonio Ureia , A pre/exlo do combate à globalização, Renasce a lula de Classes - Fórum Social
Mundial de Por/o Alegre, berço de uma neorevolução anárquica, Editora Cruz ele Cristo, 2002. Esse estudo fo i resumido em Catolicismo , fevereirol02. 2. "Jorna l da 'làrcle", 24- 1-03 . 3. "O Estado ele S. Paulo", 27- 1-03 . 4. O ministro cio Trabalho, Jaques Wagner, anunciou durante o FSM a criação ela Secretari a ela Economia Solid ária. A secreta ria va i coordenar esforços e incentivar a criação de empresas em regi me ele autogcstão, como opção para reduzir o desemprego no País (Cfr. "O Estado ele S. Paulo", 25- 1-03). S. Idem, 25- 1-03 . 6. Agência "Reuters", 27- 1-03. 7. "Jorna l ela Tarde", 24- 1-03. 8. "O Estado ele S. Paulo", 25- 1-03. 9. "O Fórum Social /em muito de Woods1ock, é puro Rock in l?io. Abriga as nwi.v diversas lribos, e /11.i as, prefe rênc ia.,·. In spira desde que11ia110.v que .vuplicam por uma nova África em /rajes coloridos aos criadores de uma clínica de psicanálise e psico/erapia que convidam para uma oficina, gara111indo que Wall Whi111,a11., Foucaufl e Nielzche eslão em Poria Aleg re" ("O G lobo" , 26- 1-03). 10. Idem , ibidem. 11. Já Wilhelm Reich d izia que nenhuma mudan ça socia l se faz sem que haja previamente um a modificação no compo rtame nto sexual. Na passeata ele encerramento cio Fórum , a estu dante Thaís Waclhy, integrante ela Secretaria ele Homossex uais, Bissexuais, Transforrnistas e Transgêneros cio partido, carregava urna bandeira com o símbolo do PSTU ap licado sobre as cores cio arco- íris, símbo lo cio rnov irnelllo homossexual. Thaís declarou: "acredi1a1110s que a ú11.icafon11a de acabar com a homofobia é com uma m1.1da11ça radical da sociedade. Nos.w lula é co111ra o capitalismo" ("Fo lha ele S. Paulo", 28- 1-03). 12. "O Estado ele S. Paulo", 27- 1-03 . 13. "Folha de S. Paulo", 28- 1-03.
Exibindo bandeiras do PC do B, PT e de movimentos comunistas do mundo inteiro, retratos de Lenine, Che Guevara e faixas, os participantes da passeata revelavam a face radical, bem pouco pacifista, do Fórum.
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CATOLICISMO
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Carlos [M agno]. A pós a morte do prime iro, Carlos passou a reinar sozinho e m 77 1. D urante todo o seu longo reinado de quase 50 anos, Carlos M ag no teve de lutar contra os bárbaros que ameaçavam a E uropa. E ntre 768 e 814, empreende u 54 campa nhas mili tares. E ntre estas, 18 contra os saxões, sete contra os árabes na Espa nha, cinco contra os lo ngobardos que ameaçavam o Papado, quatro contra os eslavos etc . S uas campanhas, entreta nto, não ti nham um sentido de conqui sta territorial, como ocorria com os pagãos. A meta princ ipal delas era sempre a defesa da Cri standade.
Carlos Magno, protótipo do Imperador cristão C arlos Magno deixou na História uma legenda fulgurante, e sua vida não fica aquém da própria lenda ■ MI GUEL B ECCAR V ARELA
Dedicado e amomso filho da Igreja
lguns home ns na H istóriaestiveram realmente a altura de sua legenda. Home ns fi éis, ao menos e m suas linhas mestras, às graças superabundantes que a Providência lhes concedeu para que pudessem c umprir uma grande mi ssão de ntro do plano divino, para a hi stóri a do Reino de Deus sobre a Terra. Carlos M agno é um deles. E e ntre os maiores . Uma idéia da fig ura ímpar desse grande soberano cristão pode ser e ncontrada nesta descri ção fe ita por um croni sta do tempo:
Ao contrário dos imperado res bi zantinos, que tinha m a pretensão de ser superi ores ao Papado, Carlos M ag no era um filho fie l da Igrej a . C hamava o Pa pa de Meu Pai, e o Papa o tratava como
.filho. Em suas re lações com a Igreja, colocava e ntre seus princ ipais deveres o de defendê-la e protegêla. Neste sentido, são bem sig nificativas as palavras com que inicia a coleção de suas Capitula-
res: "Ca rlos, soberano pela graça de Deus do reino dos francos, defensor e aux iliar decidido da Santa Igreja em suas necessidades" (Capitul ar
"Era uma personalidade tão rica, que nele se pode reconhecer um enviado do poderoso Senhor. Era de corpo grande e robusto;formosos cabelos cobriam-lhe afronte altaneira e emolduravam uma serena e alegre fisiono mia; sentado ou de pé, sempre sua figura era de uma aparência em extremo digna e imponente. Seu passo era fi rme, suas atitudes varonis, clara era sua voz. "Desde sua mais tenra infânc ia, Carlos teve uma prof unda devoção à Santíssima Virgem; e nunca cessou, ao longo de seu reinado, de propagar em seus dmnínios o culto à Rainha dos Céus, erigindo em seu louvor incontáveis mosteiros e igrejas. "À sua poderosa intercessão atribui ele as vitórias de todas as suas empresas. Seus exércitos, não tendo porjinalidade senão propagar a Fé e vencer os pagãos, colocou-os sob a proteção de Maria, cuja imagem tremulava em seus estandartes. "De sua ardente devoção a Maria era também complemento perfeito uma ardente devoção ao Papado" 1•
Defensor da Civilização C1·istã Carlos nasceu no ano de 742 em Nê ustri a (hoje seria o centro da França), filh o de Pepino, o B reve e neto de Carl os Ma rtel. Seu avô havi a rechaçado invasões bárbaras que se precipitara m sobre a E uropa a partir do norte, do leste e sobretudo do sul,
C AT OLICI SMO
XIX, p. 458) . Como que refu tando antecipadame nte a ac usação de have r se arrogado, na Igreja, o papel de um papa le igo, e le mesmo exprimiu sua idé ia sobre a posição que ocupava no mundo católico. Em carta a Leão III, compara-se a Jos ué combate ndo na planíc ie, e nquanto o Papa, como novo Mo isés, reza na montanha pela salvação do exérc ito fiel2.
Coroação de Carlos Magno na Basílica de São Pedro, Roma, no Natal de 800
Carlos M agno teve que atravessar quatro vezes os Al pes para subjugar os longobardos, que pers istiam em suas conspi rações contra o Papa e os francos. Por fi m, trouxe seu fi lho Pepino, de seis anos, e o fez soberano da parte norte da penínsul a itá lica, antes do minada pe los longobardos, e que to mou desde então o nome de Lombardia.
Inter esse pJ'imei1·0: os dil'eitos de Deus
Protetor de Roma e do Papado
de onde avançavam os sarracenos, inimi gos mortais dos cri stãos, que a meaçavam a própria sobrevivê ncia da Cristandade nasce nte. Carl os Martel hav ia obtido uma vitória dec isiva sobre e les e m Po itiers, no ano de 742. Pe pino, o B reve, morto e m 768, hav ia d ivid ido o re ino e ntre seus dois fi lhos, Carl o mano e
Estátua eqüestre de Carlos Magno diante da catedral de Notre Dame, em Paris
A conq ui sta dos saxões ex ig iu do Imperador muitos anos de lu ta. Parte deste povo não havi a No ano de 774, Carlos M ag no acorre u e m a ue ntrado nas Gálias e continuava vivendo nas esxílio do Papa Estê vão IH contra os longo- ••••• •• ••••••••••••••••• pessas selvas a leste do Elba, o nde permabardos do norte da Itália, sitiando as c idanec iam imersos no paga ni s mo e na idolades de Pavi a e Verona. Esta última capitutria. Constituíam uma permanente ameaça lou rapida mente. E nquanto durava o cerco contra o reino fra nco. Venc idos e submetide Pav ia, Carlos Magno dirigiu-se a Roma, dos ao tribu to, tornavam a levantar-se na prique a nsiava por conhecer. A li fo i recebido meira ocasião, rep udiavam o batismo que com ho nras de Patrício dos romanos e com havi am recebido, matavam os miss ionári os o título de defensor de Roma e do Papado. e quei mavam as igrejas. No bres e magistrados fora m recebê- lo Após repetidas sublevações, Carlos M agcom grande pompa a 30 milhas de distânno submeteu-os d urante mui tos anos à le i cia. Q uando avistou a cru z da Basíl ica de • de guerra, que puni a com pe na capi ta l até São Pedro, Carlos apeou do cavalo e diritra nsgressões dos prece itos ecles iásticos, g iu-se a pé ao Vaticano. A li chegando, su• como renegar o batismo ou quebrar o jejum biu beij ando cada um dos degraus da esca• da quaresma. Este a buso foi supri mido por da e m c ujo topo o esperava o Papa Ad ri ano, • o rdem do Papa, à qua l Carlos M ag no submeteu-se como era seu costume. q ue o abraço u3 •
''As campanhas de Carlos Magno não tinham um sentido de ce>nquista : territorial. A meta : · principal delas era sempre a defesa da Cristandade."
MARÇO 2003 -
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À direita : assinatura de Carlos Magno
A'' maioria dos autores vê hoje nesses excessos de zelo de Carlos Magno apenas a ignorância própria daqueles tempos ainda impregnados de barbárie. Restam nele de bárbaro sobretudo a inge nuidade e o ardor de uma juventude forte. Ele era paciente, clemente, generoso e dócil. Queria o bem, acreditava no bem. Amava a Deus e os pobres, as armas e a ciência. Não tinha a menor dúvida a respeito dos direitos de Deus e não descansava quando se tratava de defendê-los. Levava a luz ao mundo e obrigava os bárbaros a inclinar-se sob sua espada. A paz definitiva com os saxões, Carlos só a alcançou no ano 803. A pacificação firmada em Setz estabelecia que os saxões abraçassem definitivamente o cristianismo e jurassem fidelidade ao vencedor. Em breve, um desses saxões tornar-seia Henrique I, à cabeça do império fundado por Carlos. Carlos Magno sempre sa iu vitorioso em suas campanhas, embora muitas delas tenham sido árduas e perigosas.
Co1·oação impe1'ial: anseio cio povo No ano 795 s ubiu ao trono pontifício São Leão III. Al guns senho res romanos, que haviam pe rdido privilég ios adquiridos no papado anteri• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • or, aprisionaram São Leão e intentaram assass iná-lo. Resgatado por Vin g iso, Duque de Spoleto, São Leão refu giou-se junto ao Imperador, que se e ncontrava e m Paderborn. Carlos Magno o fez retornar a Roma co m boa escolta, e de poi s diri g iu-se à C idade Eterna, para pessoalmente avaliar os fatos. Foi convocado e ntão um concílio de bi spos e lei gos para investigar o ocorrido. Dec larando-se o conc ílio, como é natural , se m dire ito de julga r o Papa, solic ito u que o próprio Sumo Pontí• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • fice pronunci asse a se nte nça. São Leão, colocando a Cruz e o E va ngelho sobre a cabeça, jurou sua inocênci a. Nessa ocasião, durante a permanência cio Imperador em Roma, chegou o dia de Nata l. Carlos Mag no assistia à magnífica cerimônia ajoelhado junto à tumba dos Apóstolos, quando o Papa aproximou-se de le e colocou-lhe na cabeça um diadema de ouro. Era o ano 800. O povo que assistia à
''A atividade legis-
lativa de Carlos · Magno foi enorme. · · Todas as suas leis · foram a expressão · do acordo entre o Soberano e os súditos."
CATOLICISMO
cena clamou então: "Vida e vitória a Carlos, grande e pacífico imperador romano, coroado por vontade de Deus".
Escola Palatina e as Capitulares Seria muito extenso expor, ainda que superficialmente, a imensa obra realizada por Carlos Magno. Não deixaremos, entretanto, de mencionar de passagem du as iniciativas: a Escola Palatina e sua atividade legislativa. O Imperador difundiu enormemente o ensino em seus domínios a partir da Escola do Palácio, dirigida pelo monge Alcuíno. Graças ao zelo cio Soberano, ocorreu um verdadeiro renascimento da escritura latina. Os manuscritos merovíngios eram muito descuidados, quase ilegíveis. Em seu reinado surgiu a minúscula carolíngia, escritura muito elegante. Os manuscritos de seu tempo são famosos por sua beleza e pelo cuidado dos textos. Sua atividade legislativa foi também enorme. Existe ainda a coleção de suas Capitulares, que con tituem o conjunto das leis promulgadas por ele. Todas as suas lei s foram a expressão do acordo existente entre o Soberano e os súditos. Em todas as primaveras, em algum lugar de seu vasto império, realizavam-se em campos abertos assembléias leg islativas, que tinham o poético nome de "Campos de maio". Quando nelas se tomava uma decisão muito importante - por exemplo, uma modificação cios costumes estabelecidos - todos os oficiais reais convocavam os habitantes de seus distritos, e ali, em assembléia pública, comunicavam-lhes as novas leis e lhes pediam seu consentimento. Consentimento este que os notávei s davam por escrito, apondo sua ass inatura ao pé do texto da lei.
Consoliclação do t'cudalismo Contudo uma das mais extraordinárias obras de Carlos M agno, e a mais duradoura, foi a consolidação das instituições feudo-vassálicas, que prepararam o advento do chamado feudalismo clássico, que se situa entre os séculos X e XIll4 • Na Juta contra as invasões bárbaras, de modo semelhante ao que haviam feito seu avô Carlos Marte! e seu pai Pepino, Carlos Magno apoiou-se na lealdade dos grandes senhores, seus súditos. Sua autoridade dependia não tanto de sua soberania teórica como da fidelidade pessoal de seus seguidores pessoais.
Tanto ele como seus predecessores multiplicaram e generalizaram o uso do juramento dos vassalos, e sua força estava na lealdade mútua entre o senhor e o vassalo 5 • Numa época em que a palavra dada era sagrada. Carlos Magno tomou o espírito de ficleliclacle - o qual germinava na alma ainda bárbara dos francos e foi a semente do espírito feudal - e o transformou no elemento de coesão e motor ela Cristandade. Graças à ação da Igreja, a cultura feudo-vassálica adquire pouco a pouco, e a partir de então, uma forma especificamente cristã. A relação feudo-vassálica em si mesma - a ligação entre o cavaleiro e seu senhor, que se fundava na antiga motivação bárbara da lealdade pessoal em rel ação ao chefe de guerra - foi reforçada pelos motivos religiosos mais altos 6 . As Cruzadas, empreendidas quase três séculos depois da morte ele Carlos Magno, são um dos frutos mais preciosos do espírito feudal. Depois ela dissolução do Império carolíngio, foi devido à força das instituições feudo-vassálicas estabelecidas na época do grande imperador que desabrochou o feudalismo clássico, o qual atingiu seu apogeu no século Xlll. Foi tal a pujança cio regime feudal, que, quase mil anos depois de Carlos Magno, a Revolução Francesa, em meio a seus crimes e desvarios , declarou oficialmente ter como principal objetivo destruir os "restos de f eudalismo ", não somente na França mas no mundo inteiro. "A Assembléia Nacional aboliu o regime f eudal " - estabelecia o decreto de 11 de agosto de 17897 • A 28 de fevereiro de 814 Carlos Magno faleceu, depoi s de ter recebido a Sagrada Comunhão. Foi sepultado em um nicho ela catedral de Aix-laChapelle, em posição ereta, sentado em um trono, cingindo a espada e com o livro cios Evangelhos nas mãos. Séculos depois, seu corpo foi trasladado a um relicário, onde até hoje se encontra.
Notas:
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l. Einhard, Th e l!f'e of Charlem.agne, tran slated by S.E. Turner, Nova York .
2. C fr. Episl. Ca r 10 l a/fé, apud GodoJi·edo Kurth, Las origenes de la civilizaci6 n mode rna, Emecé Editores, Buenos Aires, 1948, p. 456. 3. C fr. César Ca ntú, /-lis16ria Universal, vol. XI , p. 122. 4. Cfr. F.L. Ganshof, Que é o Feuda/i.,mo, Publicações Eu-
Trono de Carlos Magno na catedral de Aix-la - Chapelle (Alemanha)
ropa- Am éri ca, Lisboa, 1959, p. 89. S. Cfr. Ca rl Steph enso n, Medi eval Feudalism, Co rn el University, lthaca, New York, 1944. 6. Cfr. Chri stopher Dawson, Relig ion anel lhe rise of Weslem C11.l1ure, Clifford lectures delivered in the University of Edinburgh, 1948-49; Sheed and Ward , New York , 1950, p. 175. 7. Otto Brunner, Feudalism, lhe húlory o.f a concepl, in Lordship anel conununity in. medieval Europe, selec t.ed read in gs ed ited by Frederic Cheyette Holf, Rinchart and Winstra , lnc., New York , 1968, p. 39.
Quando a histó1'ia se equipara à lenda Carlos Magno da lenda ou Carlos Magn o da Hi stória, pouco importa, sua fi gura se delineia pelos traços que a História dele tran smite. E também pela memória que os homens conservam do grande Imperador, que é perpetuada pela lenda. O Carlos Magno histórico deu origem ao Carlos Magno da lenda. Ela contém toda uma teoria do imperador perfeito, elaborada pelo espírito popular. Nada de mais legítimo. E seri a incompreensível se a alma medieval - tão cheia de catolicidade, de amor ao maravilhoso e ao combate - não tivesse destilado uma doutrina cio rei perfeito, transformando Carlos Magno em um altíssimo modelo. •
MARÇO2003 -
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CAPA
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Frente à pandemia da AIDS, uma vacina 100% segura: a castidade A salvaguarda contra o vício -
que é uma "doença moral" - é a prática da virtude. Para conter a gigantesca expansão da epidemia universal da AIDS, o único remédio eficaz é a prática da castidade perfeita, ou da castidade matrimonial. fl HELVÉCIO ALVES
ue nota o leitor daria para um publicitário que promovesse exatamente aq uilo que todos desejam c ter? - Zero! - seria certamente a nota. E se poderia dizer que essa propaganda fracassaria, e que o tal public itário seria despedido, pois obteria um efeito contrário ao que se pretendia - "seu tiro saiu pela culatra". Por incrível que pareça, é justamente o que resu ltou de uma propaganda do Mi nistério da Saúde do governo anterior, veiculada em emissoras de televisão e disponível no site desse M inistério até fins de 2002. Aparentemente é contra a expansão da AIDS, na rea lidade a favorece.
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Catolicismo recebeu cartas de leitores indignadíssimos com a mencionada propaganda. A títu lo de exemplo, damos a público uma delas (Vide quadro ao lado). Alguém 9ue não tenha tido o desprazer de assistir a esse comercial televisivo, poderia perguntar: "De que se trata, afinal?". Trata-se de um fi lmete publicitário, difundido pelo Ministério da Saúde, que se inicia com um homossexua l tocando a campainha de uma casa. Dentro, numa sala, vê-se um casal. A mulher observa pela janela quem bate, e diz ao marido: "É ele". Então o marido se levanta, abre a porta e diz ao homossexual: Meu jtllw não quer falar com você. CATOLICISMO
Despede o homossexual e retorna à sala. Nesse momento aparece o fil ho desse casal, e pergunta: - E aí, pai? Ele foi embora? (o pai faz um sinal afirmativo com a cabeça). Na cena seguinte aparece a mãe conversando com o filho, insinuando que não se preocupasse, pois ele acabaria encontrando um outro namorado (sic), um que usasse preservativo ! E diz: "Filho, você vai encontrar um rapaz (sic) que te mereça". O fi lmete term ina com o spot: "Respeitar as diferenças é tão importante quanto usar preservativo".
/J1acreditável! É preciso ler para crer Quando me contaram, fique i estarrecido, mas um pouco incréd ulo. F ui então verificar no site do Min istério da Saúde. Tudo é realmente incrível, mas lá estava o tal abominável filmete - tenho essa gravação para mostrar aos amigos que, como eu, precisam ver para crer. Ademais, encontrei uma nota a respeito, e quase não acreditei no que meus próprios olhos leram:
"O ministro da Saúde, Barjas Negri [no governo FHC], e o coordenador nacional do Programa de DST e AIDS, Paulo Teixeira, lançam a campanha de prevenção à AI DS voltada para os homossexuais. O objetivo é estimular o usofreqüente de preservativos nas relações sexuais entre homens e reduzir o preconceito da sociedade em relação às diferenças sexuais".
"Não suporto mais" "Causou-me profundo ma/-
estar, indignação e vergonha, assistir a uma propaganda governamental veiculada na 1Y, a qual mostra um pai de fam ília informando ao rapaz que batia à porta, que o seu filho não queria atender, deixando claro uma situação absurda de campanha homossexual. Brasileiro que sou, acostumado a ver e indignar-me com cenas absurdas, não pude deixar de chorar, às e scondidas, olhando para minha imagem de No ssa Se nhora, presente em meu quarto, e implorar à mesma a intercessão séria em nosso País, assaltado por inúmeras condições de ploráveis, degradantes e intoleráveis. Chega ! Não suporto mais tais achincalhes, podridão, ataques à nossa infeliz juventude, cujos pais que se opõem e ensinam diferentes comportamentos tendem a se isolar, sentirem-se acuados, quase vencidos. Vinde Nossa Senhora, nã o tardeis! Ó Deus, tende piedade de todos nós brasileiros, lascivos, tíbios, dominados, acabrunhados, feridos e envergonhados!" (Hamilton Gomes Freire, São Paulo)
Qual o futuro destas crianças, se forem deformadas por propagandas que ensinam o contrário do que aprenderam seus pois?
É saU<lável esse Ministério da Saúde? O povo brasi leiro, por sua formação de origem católica, em geral rejeita a pecaminosa e antinatural prática homossexual. Essa iniciativa governamental teve, pois, por o~jetivo mudar os costumes e a mentalidade da população, divu lgando ao máximo esse tipo de mensagem através de uma campanha de massa. Contou com propagandas televisivas, anúncios para ci nemas e rev istas de grande circul ação. Além da distribuição, por grupos homossexuais, de caitazes, adesivos, baleiros com preservativos e farto material para serem entregues em escolas, como um filme "educativo" para alunos. Tudo, além de ser tremendamente cleseducativo, é essencialmente lesivo à mora l católica: procura fazer uma "reeducação" de nossas fam íli as. Para isso foram sacados dos bo lsos dos con tri bu intes milhões de reais! E mais . No dia 1° ele dezembro último, anunciou-se que o governo gastaria mais 9 milhões de dólares na compra de 300 mi lhões de preservativos para serem d istribuídos neste ano ele 2003, boa parte durante o Carnaval/2003 1• Enquanto nosso sistema de saúde permanece na UTl Uustamente por falta de verbas ... ), faz-se uma gastança que contribu irá para o aumento da libertinagem,
da corrupção dos costumes, da prom iscu idade sex ual, e ainda da doença incuráve l da AIDS.
"Reeducação": ha /Jituar a sociedade à anonnalida<le À cena televisiva acima descrita, procura-se dar uma aparência de normalidade, induz indo desse modo a idéia de que é comum o homem ter um "namorado" - como se o homossexua li smo não fosse uma aberração da natureza. Fica insinuado, ass im, que o chamado "casamento" homossexua l é tão norma l quanto o casamento verdadeiro entre um homem e uma mu lher, como se, em ambos os casos, se constituísse uma "família". Uma afronta à maioria católica de nosso País; uma afronta às fam íl ias bem constituídas, agredidas por propagandas que incutem a falsa noção de que não é anormal o homossexualismo. Pior. Uma afronta a Deus Nosso Senhor, que condenou essa infâmia. Entre várias condenações, vejase uma do Antigo Testamento: "Aquele que pecar com um homem como se fosse mulher; ambos cometem coisa execranda, e sejam punidos de morte; o seu sangue caia sobre eles" (Lev, 20, 13) . Como se sabe, os atos de sodomia são ju lgados pela Sa nta Tgreja como dos mais graves pecados, especia lmente contrári-
os aos Preceitos Divinos, e são class ificados em algu ns catecismos como pecados que "bradam aos Céus e clamam a Deus por vingança", porque se revestem de especial malíc ia e são contrários à ordem natura l. Segundo os mentores dessa campanha publicitária de massa, ela tem por objetivo "reduzir o preconceito" contra a minori a homossexual e evitar o contágio do HIV/ AIDS (Vide quadro Entenda melhor o seu sign(ficado, na p. 26). Assim, a pretexto de elimi nar "preconceitos" , faz-se abusiva propaganda de gravíssimas práticas pecami nosas, incl usive junto a crianças nas escolas e em suas casas, quando ass istem à telev isão. Procura-se in cutir nas cabeci nhas de meninos e meninas a noção de que é "normal" dois homens viverem juntos no quotidiano de um lar, como que "casados", ass im como seu pai e sua mãe.
P mpaga11da e11ganosa induz à <levassi<lão Outro objetivo de ta l campan ha: "estimular o uso freqüente de preservativos nas relações sexuais entre homens". Em nome do perigo do contágio pelo HIV (o vírus causador da AIDS), a propaganda ins inu a q ue os homossex uais podem pratica r sem medo o seu víc io pecaminoso e anti natural, desde que façam uso de preservativos. A d ifusão desse gênero de public idade procura aliciar o público apresentando uma visão completamente fa lsa, pois ta is profi láticos, além de condenados pela moral católica, não são seguros - o que está comprovado cientificame nte, como veremos. Especialistas do mundo inteiro alertam para essa visão enganosa, que tem induzido muitos à prática homossexual e outras libertinagens sexuais, imagi nando que não serão infectados. Assim, perdese o receio do contágio - uma das poucas barreiras que ainda ex istem ao alastramento da incun'ível doença, que vem causando a morte de mais de três mi lhões de pessoas por ano. Conseqüentemente, expande-se ain·d a mais a
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pande mi a do HfV/AIDS , alé m ela transmi ssão e aq ui s ição das DST (D oenças Sexualmente Transmiss íveis), de g ravidezes indesejadas e a ume nto de abo rtos.
Um mínimo de J,onestida de nas int'ormações Precisame nte com o objetivo de não indu zir a po pu lação ao e ngano, por me io de certos mitos largame nte difundidos, o gove rn o no rte-ame ricano recente me nte pediu ao Centerf or Disease Con.trol an.d Prevention (Centro de Controle e Preve nção de D oenças) pa ra corri g ir equi vocadas in fo rm ações div ul gadas pe la Inte rnet sobre preservativos e AIDS , substituindo-as por "dados mais honestos". Assim, pediu que se mudasse a info rmação a respeito de preservativos. O que antes era registrado como "altamente eficazes" fo i trocado po r: ''poderiam preve-
nir a AIDS, mas não são 100% eficazes". Ta mbé m corrig ir a info rmação, que a nte ri o rme nte constava: "para aqueles
que têm relações sexuais, preservativos de látex são sumam ente eficazes, quando usados corretamente". Agora consta: "Os preservativos apenas reduzem o risco de se contrair w na doença de transmissão sexual. Entretanto, nenhum método protetor é 100% eficaz, e o uso de preservativo não pode garantir a proteção absoluta contra nenhuma enfermidade" 2• l'seudo-segumnça e a umento das inJ'ecções Essas no vas info rmações correspo nde m a estudos fidedig nos a respe ito da propalada "segurança" dos tais profil áticos . Um desses estudos teve como resultado que pode m fa lhar e m a proximadame nte 30% na proteção e, assim , tra nsmitir o inc uráve l vírus agente causado r da AIDS. Há várias conclusões nesse sentido. Aba ixo, a tra nscrição do resultado o btido pe la O ra. S usan C. We ller, PhD, professora de saúde preventiva da Escola M édica de Ga lvesto n, Unive rsidade do Texas, de po is de 11 testes sobre a efetividade do preservativo.
"Estes resultados indicam que os usuários do preservativo terão cerca de um terço de chance de se infectar em relação aos indivíduos praticando sexo 'desprotegido'. O público em geral não pode entender a d(ferença entre 'os preservaCATOLIC ISM O
ti vos podem reduzir o risco de ' e 'os preservativos impedirão' a transmissão do HIV. É um desserviço encorajar a crença de que os p rese rvati vos impedirão a transmissão do HIV. Preservativos não poderão eliminar o risco da transmissão sexual e, de f ato, podem somente diminuir um pouco o risco" 3 • Será q ue
HIV/AIDS
Entenda melhor o seu significado AIDS (Acqu ired lmmune Deficiency Syndrome - Síndrome de Imu nodeficiência Adquirida) é causado pe lo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A enfermidade é transmitida principa lmente pelo anti natura l e pecaminosa relação homossexua l - no Brasil , corresponde a 36% dos casos diagnosticados - , mas também através de relações heterossexuais . Além disso, há contam inação do HIV: por uso compartil hado de seringas, freqüente entre viciados em drogas endovenosos, como cocaína e heroína; por transfusão de sangue infectado; e até mesmo co ntam inação dos bebês cu jas mães se jam soropositivas (portadoras do vírus), o que pode ocorrer du rante a gravidez, no porto ou durante a amamentação. Os pri meiros sintomas do doença surgem somente numa fase já avançado, podendo o período de incubação (entre a contam inação e os sintomas da AIDS) demorar até dez anos. O que fac ilito a transmissão, pois um soropositivo, aparenteme nte saudável - ainda que não tenha desenvolvido o doença do AIDS pode transmitir formos mutan tes, e bem mais forta lecidos, do vírus sem saber que está infectado . Há também a idéticos que sobem que são portadores do HIV, e que propositadamente transmitem o vírus, por relações sexuais, ou doando ou espa lhando seu sangue contami nado - é o "terrorismo de sangue", como passou a ser denominado (A respeito, vide transcrição de notícia da ACI, de 29- 103, à p. 27) . A pessoa contaminada pelo HIV fico com seu sistema imunológico (defesas natura is do ser humano) enfraquecido, e, desse modo, vu lneráve l a infecções prod uzidas por variados tipos de vírus, bactérias ou fungos, e com seu sistema nervoso a lterado. Na fase avançada da doença, o HIV destrói o sistema de defesa do organ ismo, e o portador do vírus é atacado por várias doenças oportunistas (aq uelas que se aproveitam da baixa imun idade do ind ivíduo para se manifestar). Ele torna-se muito fraco, seu sistema imunológico entro em colapso e ele morre. *
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Foi em 1981 que a AIDS foi recon hecida como doença pelo Center for Oisease Contra i ond Prevention, de Atlanta (EEUU), a partir da observação de alguns casos surgidos em homossexuais. Quando apareceram oficia lmente os primeiros casos, fa lava-se muito de uma "m isterioso e mortal doença", o u, como ficou conhecida na época, "a praga dos homossexuais", para a qua l não havia (e ainda não há) cura. Não existem reméd ios que eliminem o HIV Há, isto sim, medicamentos que combatem as infecções oportunistas, mas não destroem o vírus nem curam a enfermidade. Apenas foram descobertos novos anti-retrovira is (reméd ios utilizados no combate do HIV, que agem ten tando bloquear os mecanismos de rep licação do vírus) que conseguem, no máximo, prolongar a vida do aidético. Também não existem vacinas que prote jam pessoas sadias contra o HIV O que há atua lmente são pesqu isas à busca de uma vacina anti-AIDS, mas os cientistas encontram mu ita dificuldade, devido à enorme e rapidíssima mutação do cód igo ge nético do vírus. (Cfr. www.who. int - sife da "Organização Mundia l de Saúde" - , e www.unaids.org - site da UNAIDS).
t J
nosso M ini stério da Saúde ta mbé m publicará um a correção de suas ante ri ores info rmações, po r o utras "mais honestas"? Ou continua rá a e ngana r a po pu lação, recome ndando o inadeq uado uso de ta is produtos?
Não existe Pl'OllliSCllida de segura Sobre o ri sco na utilização de preserva tivos, muitas a ná li ses realme nte sérias tê m s ido fe itas . Todas mostram , como ev idê nc ia c ie ntífica, um níve l de fa lhas dev ido à po ros idade do materia l uti lizado . Este não impede a tra ns mi ssão de um v íru s de dime nsões m icroscóp icas, como é o HIV, 400 vezes menor que um m ic rogarn e ta. Os testes compro va m q ue não são seguros seque r para se evita r uma gravidez. Mu ito me nos o serão, porta nto, para imped ir a tra ns m issão do vírus da ArDS 4 • Esses res ultados, infe liz me nte po uco difund idos po r nossa mídia, são e ncontrá ve is e m pub licações espec ializadas, sobre tud o no rte-a me ri ca nas. Tão numerosos, que nos é imposs íve l aq ui tran sc revê- los, a inda que s inte ticame nte. M as o le ito r que desejar o bte r a ínteg ra de a lg uns desses estudos, fac ilme nte os e ncontra rá via internet, po r exemp lo , no site do Nation.al l n.stitute of Health: www.nih.gov/ . E les ofe recem dive rsos tra ba lhos . Um de les, de 30 págin as, traz um re latório ofi c ia l do Instituto Nacional de Saúde (Estados Unidos) questio na ndo a seg urança de preservativos. Re ve la que a c iê nc ia não pode confirm ar q ue preservativos bloque ie m o contágio da maior pa rte das doenças sexualme nte tra nsmi ss íve is . Re úne um estudo de 28 espec ialis tas, catalogando séri as d úv idas contra po líticas sani tári as que investem e m preservativos. Di zem que segasta ra m cente nas de mi lhões de dó lares na me nti ra de que a prom iscuid ade sexua l pode ser segura.
Quebm do mito do chamado "sexo seguro" E m sete mbro de 2001 , no Consortium of State Physician Resource Councils, re u-
no matrimônio e a castidade até chegar a ele" 5. O preside nte da Associação de Médicos Cristãos, José M a ri a S imó n Cas-
ni ram-se do is mil médicos no rte-americate llv í, refuta a fa lsa noção de q ue o uso de preservativos é um "mal menor ", nos e concluíram que, q uanto ma is presercomo po r vezes se divu lga. Di z e le q ue vativos se distribue m , tanto mai s aume nta só se pode to le ra r um " ma l me no r" se a gravidez e m adolescentes não casadas. não há o utro re médi o, mas que para se O po rta-voz do Con.sortium, Dr. John evita r o contág io há o utros Di ggs, c lass ifi cou co mo "irresponsáveis" as camre médi os, co mo a abst inê nc ia sexua l. pa nh as q ue v isa m recoM as a pro paganda de me ndar a promoção de prepreservativos não consiste servativos. Estes, afirmo u, e m to le ra r um "mal menão evita m mu itíssimas enno r", e sim e m promovê-lo, fermidades sexuais. o q ue é mo ralme nte co ndeN a mesma é poca, reanável. Pode ríamos a inda 1izo u-se no R io de Ja ne iro ac resce nta r qu e u m a to o III Co ng resso L a tinomau e m si mesmo não se Ame ri cano de M édi cos Católicos. Du rante o eve n- Dr. Francisco Diaz Herrera to rna bo m pelas circunstâncias . A inda sobre esses proto, o Dr. Fra nc isco D íaz fil áticos, declara o Dr. S imó n Caste ll ví: He rre ra (preside nte da Federação das Assoc iações Médicas Cató licas) re provo u o "Não é sempre seguro. O que se pode discutir é a porcentagem de falha - se uso de preservativo : "Pode f alhar, e esti17 ou 2 1% - , entretanto não se pode dismula a promiscuidade. A melhor solução
é educar, em valores éticos, a .fidelidade
cutir que em alguns casos f alham "
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Comoção nos Estados Unidos: homossexuais contraem AIDS "de propósito'' WASHINGTON, 29- 1- 03 (ACI) - A última edição da revista "Rolling Stones", habitualmente dedicada ao mundo do espetáculo, publ icou um artigo que comoveu a sociedade norte-americana ao revelar a última moda homossexual : buscar infectar-se pela AIDS e transmiti-la intencionalmente. O artigo Buscando o Bicho, de Gregory Freeman, relata a conduta suicida de um elevado número de homossexuais que perseguem intenci-
onalmente o contágio, mantendo relações sexuais com o maior número possível de infectados. O autor trata de justificar a macabra tendência a partir do desejo homossexual de pertencer a um determinado grupo ou "irmandade", do qual supostamente fazem parte os infectados. Freeman também argumenta que o motivo dessa conduta seria uma busca insaciável de experiê ncias desconhecidas, cujo clímax, de acordo com esta lógica, seria contagiar-se pelo vírus. Como terc~ira e última explicação, o autor aponta um grupo de homossexuais que acreditam que vão acabar se contagiando com o vírus de qualquer maneira, e sentem que infectar-se propositadamente lhes dá "maior controle" sobre a situação.
Para várias organiza ções que trabalham para impedir a difusão da AIDS, o problema é mu ito mais grave que uma crise de identidade , e encobrir essa tendê ncia pode ser nefasto aos esforços visando combater a epidemia .
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Protesto de ativistas, por ocasião da Conferência Internacional sobre a AIDS, em Barcelona (julho/2002)
l'iratal'ia da China - pesadelo <le /'o/iões
Diabólica al'ticulação contra a moral
Corno o le ito r te rá percebido, varia o resul tado de certos testes sobre a ineficáci a de tais produtos. E ssa vari ação é explicáve l, pois ana lisam produtos de procedê nc ias di fe re ntes. Ass im , de alg uns resulta m fa lhas e m 30%, de o utros e m 20 % o u até J0% . Q ue m se arri scaria a e ntrar e m um rio, num local o nde ho uvesse a seguin te placa: "Para sua maior segurança, recomen-
Entreta nto, a pesar da abundância dos estudos e fa tos c ie ntifi camente de mo nstrados - q ue as autoridades san itárias não pode m desconhecer - , propagandas gove rna mentais continua m com suas e nganosas campa nhas insistindo nesta g rande me ntira do século : o "sexo seguro", como te m sido c ha mado. N ão apenas autoridades sanitárias recome nda m o uso de preservativos, mas, ad nauseam, praticame nte toda a míd ia recome nda esse uso que é ilíc ito, imoral e fa lho. O u seja, sugere-se que se pode, à vontade , levar uma vida peca minosa, conqua nto se faça uso desses produ tos . Pa rece haver ni sso uma verdade ira conspiração co ntra a mo ra lid ade, um co mp lô · mo nstruoso para divu lgar que há segura nça, qua ndo comp rovada me nte esta não ex iste, e, desse modo, levar a humanidade a afastar-se mais ainda ele seu C ri ado r, infr ing indo seus Manda me ntos.
damos o uso de um colete salva-vidas. Quanto ao mais, pode nadar à vontade. A possibilidade de surgirem piranhas é só de 10%" ... Veja esta recente notíc ia, publicada no d ia 3 1 de j ane iro último e m " O Estado de S. Paulo" , com o títu lo: " Preservativos f alsos, pesadelo no carnaval". Ne la, trata-se de preservativos fa ls ificados, fabricados provavelme nte na C hina, e que c hegam ao Bras il pe la fro nteira com o Parag ua i. Ta is produtos pirateados apresentam "porosidade excessi va ou pouca resistência ". O gere nte da Anvisa (Agênci a de Vi g ilâ nc ia S a nitá ri a), P a u lin o A ra k i, dec lara : "Sozinhos não temos
como controlar o problema. Uma ação conjunta tem de ser desencadeada".
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CATOLICISMO
Atenção, "Delegacia <lo Conswni<IOI'" Devido a tais pro pagandas e nga nosas, deveria have r um "bo mbarde io" de reclamações ao D ECO N, a " D e legac ia do
Consumidor" ! Este ó rgão fo i instituído para defesa dos consumido res, contra as propagandas fa lsas que os prej udicam. É preciso de nunciar q ue a utoridades sani tárias, e parte da míd ia, estão induz indo a opin ião púb lica ao e nga no , promove ndo comportame ntos imora is q ue aceleram a ex pan são da e p ide mia do HIV/AIDS. Estão sonega ndo informações, sem as q uais o cons um ido r pode ser co ntagiado pe lo víru s q ue já tiro u a vida ele ma is de 22 mi lhões ele pessoas. Se isto não é um e ngodo, doi s mais do is não é igual a q uatro, po is o incentivo ao uso de preservativos não apenas " prejudica o consumidor" , mas pode levá- lo à morte. Po ré m não consta q ue haja ta l " bombarde io". Deve ria haver ta mbé m, po r parte cio Episcopado nacio nal, uma firme condenação dessas abe rrantes campanhas public itárias q ue promove m esse uso condená ve l e imoral. N ão some nte porq ue " prejudica o consum idor" e pode tirar-lhe a vida, mas . obre tudo porque ind uz ao pecado, e conseqüe nte me nte à mo rte da alma, à conde nação eterna dos usuários que não se arre pendam e mude m de vida. Infe li z me nte, não o uvi fa la r de ta l conde nação. Se ela exi ste, é da pa rte de po ucos e pouco difund ida. Aos fi é is católicos, " famintos" de uma autê ntica orientação moral, parece incompreensível o silê ncio .
Uma alivi<la<l c oposta à pregada pelo Papa Causou escândalo uma notícia publicada pela "Folha de S. Paulo", em 29- 10-02: "Em São Paulo, o CEFRAN (Centro Franciscano de L uta Contrn a AIDS) inclui pre-
servativos nas cestas básicas que distribui aos cerca de 450 pacientes que atende". E m vez de os relig iosos desse instituto franci scano pregare m a mo ral cató lica, facilitam o uso pecaminoso que, a lé m do mai s, pode rá contribuir para co ntami nar com o vírus da A IDS o utras pessoas até e ntão saudáve is. Tal di stribu ição vai na contramão da prédica fe ita po r João Pa ulo lI, por ocasião de sua visita a Uganda, qua ndo, di ri-
g indo-se aos jove ns reun idos no Estádio Nakibubo, em Kampa la, decl arou:
Bal'cclona agredi<la pela l'ealidade
"A pureza de costumes, disciplinadora da atividade sexual, é o único modo seguro e virtuoso para pôr .fim à trágica praga da AIDS, que tem ceifado tantos jo vens " ("O sservato re Roma-
Entre os dias 7 e L2 de julho de 2002, realizou-se em Barcelo na (Es panha) a XIV Conf erência Internacional sobre a AIDS, re uni ndo o impressionante número de 16 mi l participantes de todo o mu ndo . O clima de otimi smo do in íc io desse cong resso te rminou numa atmosfera de dece pção. As espe ra nças nos prog ressos c ie ntíficos viram-se frustradas. Um dos especialistas mais importa ntes presente e m Barcelo na, re po nsáve l pe los institutos de saúde no rte-americanos, professor da Fac uldade de M ed icina Johns Hopkins, o pesquisado r Ro bert Sic ilia no (o mesmo que descobri u que o HIV abriga-se em esconderij os dos qu ais é imposs ível erradicá- lo), afirmo u categoricamente: "Mesmo com antivírus mui-
no" , 8/9-2- 1993) .
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Em comunicado d ivulgado pelo Serviço de Imprensa da TFP , e m abril de 1992, o Prof. P lí nio Co rrêa de O li veira j á de nunciava a di stribuição de preservativos, como se ndo ince ntivadora da imoralidade e da d issolução dos vínc ul os da vida fam iliar, be m como por ser uma contribuição para ex pandir ai nda mai s o vírus da AIDS (Ver qu adro ao lado).
Não é mais um sonho, é um pesadelo H á uma década, cie ntistas do mundo inte iro so nhava m com a descobe rta de um a vac ina a nti -AIDS. Agora o so nho transformou-se e m espa ntosa decepção e e m pesadelo : a muta bilidade cio vírus d ifi c ulta o e ncontro de qualq ue r preve ntivo. E m l 994, di zia m que e m l O anos terse-ia a vacina; atua lme nte os c ie nti stas fa la m em ma is JO anos, pe lo menos. O pró prio desco bridor do vírus, Luc Montaig ner, cons idera que uma vacina ainda é um sonho mui to dista nte. E m julho de 1994, Catolicismo publico u maté ria sobre a AIDS , intitulada:
eficazes, não poderíamos erradicar o vírus em menos de 73 anos [. ..]. i am.ais será possível erradicar o HIV com antiretrovirais, e encontrar outras vias para acabar com ele será difícil ". lO
N a primeira sessão plenária do Congres. o, esse re nomado pesquisador declarou : "A doença é intrinsecamente incurável com a terapia anti-retroviral [. ..]. O
HIV persiste em f orma de pura informação genética, mas sua permanência pode durar décadas. Isso é duro para os que estão infectados, mas é preciso dizê-lo" 1. Essa tese foi la rgame nte s uste ntada por o utros especialistas, ta mbé m presen-
AIDS, .flagelo universal - Castigo di vino no fim do segundo milênio, de autoria do Dr. Muri llo Mara nhão Galliez (Secretário da Comi ssão de Estudos Médicos da TFP) . Já naq ue la é poca os dados e ram ass ustadores. Passado quase JOanos, as pe rspectivas são ainda ma is sombri as. A epide mi a alastrou-se, tra nsforma ndo-se e m pa nde mia (uma ep ide m ia quando atinge todos os contine ntes), e a meaça di z imar nações inte iras, podendo-se constatar j á o início dessa di zimação. E as previsões m ais a larmistas de e ntão fi caram ul trapassadas pe la realidade . O alas trame nto do HIV/AIDS pe los cinco conti ne ntes segue seu caminho e m alta ve locidade . Os números são estarrecedores, as conseqüê nc ias dantescas e os dados volumosos. Ape nas e nume raremos alg umas in form ações a respeito.
Enérgica denúncia de Plinio Corrêa de Oliveira "A distribuição de milhares de preservativos por Secretarias Municipais de Saúde, em vários pontos do território nacional, constitui grave atentado à moral e às tradições cristãs de nossa Pátria. Favorecendo a prática do amor livre, a malsinada distribui ção dos preservativos concorre para a corrupção dos costumes e a dissolução dos já tão frágeis vínculos da vida familiar hodierna. Por outro lado, as Prefeituras Municipais, utilizando o dinheiro público para, dessa forma, estimular a população à contracepção, incitando-a às relações sexuais ao sabor de seus instintos, não fazem senão precipitá-la nas mais diferentes formas de vícios e excessos . Fato que, contrariamente ao que se tem apregoado nessas campanhas, não fará senão aumentar os casos de AIDS, como também os de outras moléstias sexualmente transmissíveis. Adema is, atravessando o Bra sil uma das maiores crises econômicas de sua história, é aberrante que o dinheiro público seja utilizado para uma finalidade que se contrapõe diametralmente ao bem comum. Ass i m sendo, a TFP registra aqui o seu categórico repúdio a esse censurável estímulo à imoralidade, por parte do Poder Público".
Declaração à imprensa, abril/1992
Dr. Robert Siciliano: "Mesmo com antivírus muito eficazes, não poderíamos erradicar o vírus em menos de 73 anos".
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Manifestação de africanos solicitando ajudo médi co poro os países pobres de seu continente atingidos pelo AIDS
tes no Congresso de Barcelona, tanto no que se refere aos medicamentos atualmente dispOiúveis quanto aos que estão em fase de testes clínicos. Tais cientistas deixaram claro que os novos remédios não vão curar a AIDS. Peste Negra multiplicada, no Século XXI Peter Lamptey, presidente do Instituto Internacional Saúde da Família (dos Estados Unidos), afumou ao "British Medical Journal" que o "HIV/A IDS provavelmente ultrapassará a Peste Negra como a pior pandemia de todos os tempos, já que sem o acesso a drogas a maioria dos 42 milhões que vivem com o HN morrerá " 8• A Peste Negra, no sécu lo XIV, produzida por bactéria transmitida por ratos aos homens (por meio de picadas de pu lgas que antes tinham picado os roedores), vitimou 40 milhões de pessoas entre Europa e Ásia. Existindo atualmente no mundo 42 milhões de pessoas contam inadas pelo HIV/AIDS, a doença poderá se tornar a maior pandemia da História, que hoje já afeta um em cada 150 habitantes da Terra.
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A UNAIDS (programa das Nações Unidas contra a AIDS) estima que possam ocorrer mais 45 mil hões de novas infecções até o fim desta década - 70% do total de contaminados serão jovens e adolescentes 9 • A AIDS, desde sua descoberta em 1981 , já matou 22 mi lhões de pessoas, restaria à moléstia infecciosa vitimar menos da metade dos atuais infectados pelo HIV, para superar a Peste Negra em número de vítimas. O que pode não demorar muito, uma vez que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), quase 15 mi l pessoas são infectadas por dia.
O infernal círculo vicioso .conduz à mo1·te Quem ainda não considera aterradora a situação, pense nisto: apenas nesses cinco dias da Conferência de Barcelona, cerca de 48 mi I pessoas morreram de AIDS em todo o mu ndo 1°. No dia de ontem, mais de oito mil pessoas morreram devido à AIDS, hoje morrerão outros tantos, amanhã também, e isso tem se repetido diariamente. As projeções apontam para cifras ainda maiores. A cada seis
minutos ocorre um novo caso de HIV entre jovens (de 15 a 24 anos). No ano de 2002, mais de 5 milhões de novas infecções foram contraídas. E tudo isto apesar de aumentar - para alegria dos gananciosos e inescrupulosos fabricantes - a distribuição dos onipresentes preservativos, encontráveis em todas as partes: farmácia , bares, padarias, supermercados, hotéis e, por vezes, até em cesta básicas, como vimos acima. Aumentam tais distribuições, estimu lamse as libertinagens sex uais e expandeme as infecções. É o círculo vicioso impul sionado por institutos governamentais e não governamentais de todo o mundo - que leva à morte. Nesse sentido, uma comprovação: "Mais de 78% dos africanos que usaram preservativos se infectaram com o vírus da AIDS" 11 • O relatório da ONU, publicado em julho de 2002, prognosticou que a AIDS poderá vitimar mais 70 milhões até 2020. Ou seja, mais óbitos que os ocorridos em todas as guerras e desastres naturais que abalaram o último século 12• E o mais grave está por vir. Apesar desses dados catastróficos, não se chegou
Total de mortes causadas pela AIDS, desde o descobrimento da moléstia em 1981
Total:
22 milhões
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ao teto, tendo o Dr. Peter Piot, diretorexecutivo da UNAIDS, ecla rado em Barcelona: "Estamos apenas no começo da epidemia".
O triste reco1·de de infectados pe1·tence à ÁJ'rica O continente africano é o mai s atingido pelo HIV, com quase 30 milhões de infectados - aproximadamente 10% da população ! Diariamente, na África, cerca de 9.500 pessoas contraem o HIV e 6.500 perdem a vida devido à AIDS. Até 2010, 25 milhões de crianças africanas perderão os pais, caso persistam as atuai s tendê nci as; e alguns países africanos, como Botsuana, poderão desaparecer 13. O diretor de programas de combate à AIDS para a OMS, Bernha.rd Schwa.rtlander, aftrmou que mais de 20% dos adultos de sete países da África subsaariana - o epicentro da epidemja - estão infectados pelo HIV, o que poderi a causar um impacto devastador sobre seu desempe nho econômico. "Até 2020, mais de 25% da f orça de trabalho de alguns países terá sido perdida para a AIDS", di sse o Dr. Schwartlander. Há sinais cada vez mai s fortes de que a epidemia também se alastra pela África Oc idental e pela África Central. "Sempre imaginamos que os órfãos da AIDS se encontrassem apenas no sul e no leste, mas agora notamos que este problema também ocorre em nossa região, onde existem hoje 4 milhões de órfãos", afirma Rima Sal ah, diretora regional da UNICEF para a África Central e Ocidenta l 14 • Conforme o relatório da UNAIDS , no
Zimbábue, um e m cada três adultos vive com o HIV. Em pelo menos outros quatro países do continente (Zâmbia, Lesoto, Namíbia e Suazilândia) a doença já atinge um quinto da população adulta. Na África do Sul são 4,7 milhões de soropositivos (um em cada nove habitantes), e em 2010, serão 7 milhões.
Cemitérios maiorns que as cidades Botsuana, na África austral , país rico em jazidas de diamantes, detém a mais e levada taxa de infecção de HIV no mundo: 39% da popul ação adulta, o que corresponde a um aumento de 36% em apenas c inco anos. A expectativa de vida é somente de 46 anos, e, de acordo com as projeções, e m 1Oanos cairá para 27 anos. E o negóc io que mai s prospera na capital, Gaborone, são as funerárias - os cemitérios são continuamente a mpliados para conter seus mortos. Mais de 40% de enfermeiras e médicos desse devastado país poderão morrer em decorrência da AIDS nos próximos 1Oanos; 50% das gestantes que vivem no norte estão infeccionadas; e morreri am 20% ou 30% dos professores de outros países, segundo o consultor para a Organização Internacional do Trabalho, Desmond Cohen 15• O diretor da Agência Nacional de Combate à AIDS, Banu Khan , desabafou no Congresso de Barcelona: "Estamos ameaçados de extinção". Isto quanto a Botsuana, mas há outros países africanos em situação semelhante, como Uganda e Malavi. "Em diversos países, como Cos-
ta do Mar.fim, Quênia, Zâmbia e Zimbábue, os pacientes de AIDS ocupam de 50 a 80% dos leitos hospitalares" 16 •
1'ambém na Ásia, o HIV em alta velocida<le Nos demais continentes, com níveis de contaminação não tão devastadores como na África, a situação não deixa de ser gravíssima. Sendo que, em alguns, os índices de infecções aumentam ass ustadoramente, como na Ásia. A Índia, por exemplo (com 4 mjlhões de casos de contamjnação pelo HIV), já tem um índice de 1% entre a população, e a contaminação está em ritmo crescente. Como alerta o médico britânico Richard Feachem, especiali sta em saúde pública, "estima-se que Índia e China terc7o metade dos casos de AIDS no mundo" 17 • Informe da UNAJDS, divulgado també m por ocasião da citada XN Conferência Internacional sobre a AIDS, revela que a população chinesa infectada pelo vírus letal poderá ultrapassar os 10 nü lhões, até 2010. Zhang Wenkang, ministro da Saúde na China, confessou que a AIDS se disseminou por 23 províncias do país na década de 90, devido à péssima qualidade do sistema de coleta de sang ue que, na época, era mediocremente controlado. Atualmente são J ,5 milhão de chineses infectados pe lo HIV, segundo dados oficiais. Mas, de acordo com funcionários das Nações Unidas, talvez sejam 6 milhões de casos! "À beira de uma catástrofe, [. .. ] o perigo agora é que estamos no limite de o vírus atingir a população em geral" 18•
O HIV/AIDS provavelmente ultrapassará a Peste Negra, tornando -se assim a pior pandemia de todos os tempos
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Caso se confirmem as projeções da ONU, a China (assim como a Índia) poderiam ultrapassar a África do Sul , atualmente a recordista no mundo, em número de casos, embora outros países ela África tenham percentuai s maiores. Algo proporcional poderá ocorrer com a infecção cio HlV/AIDS na Jnclonésia, o quarto país mai s populoso cio munclo 19 •
/Jl'asil: menos mortes, mas a i11/'ecção pelo HIV Cl'esce Como não somos daqueles que apreciam a tática do avestruz, daremos um salto para outro continente, a fim de tratar ela situação ela ACDS no Brasil. Dados fornecidos pe lo Mini stério ela Saúde indicam que e m nosso País existem aproximadamente 600 mil portadores cio HIV.
No ex-impél'io soviético, a maiol' 1•apidez de expansão A Rússia e as nações do Leste Europeu , segundo o informe ela UNAlDS, surgem como os países onde a epidemi a mais aceleradamente avança. Ne les o HIV/ AIDS - antes restrito mai s a usuários ele drogas - está se espalha ndo rapidamente pe la população em geral. E estudiosos di zem que a epidemia está apenas em estágios iniciais. O diretor cio Centm Federal Russo AntiAIDS, Dr. Vaclim Pokrovski, faz a previsão ele uma catástrofe: "Até 2005, a doença terá contaminado de 2 a 7% da população. Existem atualmente 200 mil soropositivos recenseados oficialmente na Rússia. Urna o vez que os meios de detecção são por de- ~ e: mais insuficientes, segundo as avaliações o que fizemos, a verdade é que um milhão O Ministro da Saúde, Humberto Costa de pessoas [numa população total de 144 milhões de habitantes] estão infectadas". Mas, como uma pessoa infectada pe lo E conclui: "Se as coisas continuarem desvírus ela AIDS pode demo rar, em média, se j eito, podemos prever que, daqui até entre 8 e I O anos para começar a desen2010, até um milhão dejovens russos, que volver os sintomas, a cifra ac ima pode ser estão atualmente na f aixa de idade de 15 mai or. a 30 anos, morrerão da AIDS" 20 . Humberto Costa, Mini stro ela Saúde cio atual governo, afirmo u poder ex istir Os inocentes pagam atualmente no Brasil cerca cle400 mil pespelos peca<lores soas portadoras do vírus, mas que descoUm cios aspectos mais trágicos dentro nhecem o fato. "Essas pessoas podem ser dessa já pavorosa tragédia.: as crianças intransmissoras involuntárias da doença". fectadas pelo HIV. Só na África, metade Disse ainda que seu mini sté ri o acredita elas crianças vêm ao mundo portando o que vá gastar cerca de 40 milhões de reHIV. Apenas uma dolorosa informação, ais por ano com o projeto para incentivar também comunicada no Cong resso de as pessoas a fazerem exames para detecBarcelona: "O número de crianças no tar a presença do HIV. Com tal fin alidamundo em desenvolvimento, que têm.ficade, no dia 3 1 cle jan iro último foi la nçado órfãs por causa da pandemia de AIDS, da oficialmente a ca mpanha Fique Sabenquase dobrará, indo dos atuais J3,4 mido. Desse modo, teremos uma c ifra mais lhões para 25,3 milhões no .fim desta dépróxima ela rea lidade22 . cada", segundo relatóri os elas agê ncias Que aumento poderá ocorrer no núUSAID, UNAIDS e UN[CEF. "É um dos mero ele contágios, nos dias de carnaval , relatórios nwis chocantes divulgados nesta ocas ião e m que os libertinos dão largas a conferência, observou Peter Piot, diretortodas as pa ixões desregradas?! De aco rexecutivo ela UNAIDS 2 1• do com notíc ia veicula.ela pe la "Reuters", <U
no dia 13 p.p. , "A polêmica campanha de carnaval deste ano de prevenção a AIDS foi apresentada oficialmente na quinta~feira (7-2-03) pelo Ministério da Saúde [. ..]. Segundo o ministro, o custo estimado da campanha é de 4 milhões de reais. Além da propaganda, haverá um reforço na distribuição dos preservativos. Em vez dos 17 milhões mensais distribuíclos em todo o País, serão 26 milhões. 9 milhões serão entregues sarnente nos quatro dias de Carnaval". No Brasil , apesar de o governo di stribuir g ratuitam e nte os coquetéis antiAlDS (aplicação de uma combinação e norme ele anti-retrovirais), e obter com isso um certo declínio das mortes por AIDS (uma vez que os coquetéis prol onga m a vicia de aidéti cos), infecções pe lo HIV continuam crescendo, segundo as estatísticas. Alg uém ousaria negar que, com es e prolongamento da vida cios doentes ele AlDS , estes terão mais tempo para contaminar o utros?
Combater a causa
e 11ão os eleitos Di ante desse quadro apocalíptico, alg uém poderia ficar acabrunhado e indagar: "Então não há solução? Os preservativos são condenados pela moral católica, além de não serem nada seguros. Esta balela de 'sexo-seguro' é invenção da mídia, com sua propaganda enganosa. E não há remédio, as esperanças, depositadas nos cientistas se viram frustradas". De fato, o quadro ela situação é sombrio, como fi cou evidenciado em Barcelona, na Conferência Internacional sobre a AIDS. Isto porque não se procurou a solução onde rea lmente ela ex iste, ou seja, na moral católica; na prática ela castidade perfeita até o mo mento do matrimônio monogâmico e indi ssolúvel; na fidelidade conjugal, o que equiva le à prática ela castidade própria ao estado matrimonial. Sem isto - que poderíamos chamar ele vacina moral contra a AIDS - não haverá freio à expansão da pandemia. "É melhor prevenir que remediar" - é um adág io universa lmente conhecido. Então, por que não preve nir? Antes
"Vacina moral", única garantia contra a AIDS "S e temos uma crise m~ral, é necessário uma solução moral. A abstinência e a fidelidade conjugal constituem a única garantia 100% certa contra a infecção do HIV".
Segundo Mons. Elio Sgreccia (à direita), o único preservativo cientificamente comprov~do contra o AIDS é .".a castidade . antes do matrimônio e o fidelidade durante o matrimônio". Meninas do tribo Zulu feste1om o resultado pos1t1vo do teste ritual de virgindade, costume antigo que seus membros retomaram diante da ameaço da AIDS.
de tudo, há necessidade de prevenção. Não através de preservativos, que são moralmente ilícitos e não resolvem o problema. Prevenção autêntica cifra-se a uma boa formação, segu ndo a moral católica. Por que então não voltar a ensinar os verdadeiros valores morais às crianças e adolescentes, tanto nas fam ílias quanto nas escolas? Ensinar o que diz o catecismo sobre o 6º e 9º Mandamentos: "Não pecar contra a castidade" e "Não dese jar a mulher do próximo". Mostrar-lhes, por exemplo, que a castidade é o único meio verdadeiramente eficaz e seguro de não se tornar aidético; fa lar-lhes sobre a beleza da virgindade; incentivar-lhes horror ao vício execrável e à aberração que representa o nefando pecado contra a natureza; exp licar- lhes quanto isso é abominável aos olhos de Deus e dos homens. Assim, evitar-se-á de fato a propagação da AIDS, pois será uma atuação em profundidade, apontando as verdadeiras causas dessa enfermidade incurável (Vide entrevista, à pág. 35, concedida a Catolicismo pelo Dr. Farzin Davachi).
Castidade, única solução contra a AIDS O vice-presidente da Academia Pontifícia para a Vida, Mons. Elio Sgreccia, defende a tese de que o preservativo, utilizado como panacéia, é uma solução destinada ao fracasso: "Pode ser um autêntico engano e motivo de uma difitsão do contágio, pois o preservativo não preserva: tem uma ampla margem de falha. Ademais, constatamos que, quando se dá a ilusão de que constitui um recurso seguro, acaba-se aumentando os comportamentos sujeitos a risco, como droga e sexo". Segundo Mons. Sgreccia, o único preservativo cientificamente comprovado
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contra o AIDS é "a castidade antes do matrimônio e a fidelidade durante o matrimônio, no que se refere a comportamentos sexuais" 23 . Parece que, por fim, alguns setores da opinião pública estão começando a tender para a solução acertada. Como exemplo, lembramos a proposta, hoje no Congresso norte-americano, que favo rece instituições promotoras da abstinência sexual para os adolescentes. Nela se lê: "Não há médico do mundo que vá negar que o único método anticoncepcional e anti-A IDS 100% seguro é a ausência de relação sexual". A medida, que poderá se tornar lei, ainda afirma: "Quem [órgãos públicos e ONGs] defende o uso de preservativos e de pílulas anticoncepcionais como política sexual terá a verba cortada " 24 •
Ou conversão, 011
castigo inimaginável
O meio efic iente para se remediar o gravíssimo mal que assola os cinco continentes não é outro senão o cumprimento integral dos preceitos divinos. Sem isso, é de se recear que a cólera de Deus se volte contra a humanidade pecadora, que se rebelou contra Ele e contra a ordem natural. A presente disseminação da AIDS não é uma manifestação dessa cólera? Não será que castigos ainda piores pode. rão dizimar povos inteiros, se não houver uma conversão sincera e profunda? Aliás, é o que todos já conhecemos, da profecia de Fátima em l 917, quando Nossa Senhora revelou que "várias nações desaparecerão", caso os homens não se convertessem e não fizessem penitência. Esperaremos a vinda dos castigos, para só então nos convertermos? Teremos tempo para isso? Devemos rezar fervorosamente, pe-
<lindo por nossa conversão, do Brasil e do mundo, confiantes no acolhimento da Virgem Puríssima. Ela que, maternalmente, poderá nos proteger em meio à completa desordem moral e à corrupção dos costumes - uma verdadeira "epidemia" de imoralidade - que se alastra neste início de século e de milênio. Rezar, ev identemente, e muito, mas também lutar contra a degradação moral em nosso País. E lutar é, por exemplo, reagir corajosamente contra a tentativa de se implantar em nossa Pátria o chamado "casamento" homossexual - uma das aberrações que por vá.rias vezes, na calada da noite, qui se ram aprovar no Congresso Nacional. •
Notas:
bém o faz em relação a outros males como a droga, o alcoolismo, a violência etc. Esse renomado médico americano concedeu a Catolicismo entrevista, via Internet, respondendo com muita segurança e clareza as nossas indagações. *
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ter a expansão do HIV/AIDS?
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l. Cfr. "Jornal do Brasil", 17-9-02 e 27-9-02. 2. ACI, 22- 12-02. 3. Susan C. Weller, A Meta-Analysis of Co11do111 t.1fecti veness in l?edu.cing Sexually Tra11smi11ed HIV, 1993. 4. Cfr. www.metrokc .gov. 5. "O Estado de S. Paulo", 14-9-01. 6. Comité /11 depe11diente Antisida , 24- 1-02. 7. "El País", Madrid, 10-7-02. 8. Cfr. BBC, Londres, 25- 1-02 e www unaids.org. 9. Cfr. "Le Monde", Paris, 10-7-02. 10. Cfr. Agências " Reuters", "Associated Press" e "EFE", de 12-7-02. 11. www.catholi cmind .com. 12. Cfr. Agências "Reuters", "Associated Press" e "EFE", de 12-7-02. 13. Cfr. "The Washington Post", 28- 1-03. 14. "Financial Times", 12-7-02. 15. Op. cit. 16. "Jorna l da Tarde", São Paulo, 20-4-00. 17. BBC, 24- 1-03. 18. Cfr. www.una ids.org. 19. "Jornal do Brasil", 29-6-02. 20. " Le Monde", 3-7-02. 21. "O Estado de S. Pau lo", 12-7-02. 22. "Folha de S. Paulo", 1-2-03 . 23. Agência Zcnit, 29-2-00. 24. "Folha de S. Paulo", 4- 11 -02.
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Catolicismo - O que o Sr. propõe para comba-
01•. DavaC'hi:
"Os preservatilros dão algum resultaclo efetivo? Parece que não, pois a cloença contimm a se espalhar rapidamente "
O
médico norte-americano Dr. Farzin Davachi é especialista em HIV/AIDS, conselheiro do Banco Mundial e da OMS (Organização Mundial da Saúde) . Faz constantes viagens pelo mundo inteiro - já visitou 45 países nos últimos três anos e meio - alertando as autoridades para a urgente necessidade da educação moral da s crianças, como meio de evitar a infecção pelo mortífero vírus. Ele presta consultoria aos governos com tal objetivo, pois julga que a educação moral é também responsabilidade dos governos, uma vez que estes devem desejar uma sociedade justa e moralizada. Garante o Dr. Davachi que uma "vacina moral", além de prevenir contra a AIDS, tom-
Dr. Davachi - AIDS é o assassi no número I de pessoas em idade de produção. E como até agora não se encontrou remédio, nem vacina, o que podemos faze r é prevenir. Uma vez que a AIDS se espa lh a principalmente por via sexua l, há duas so luções: propor a abstenção e a fidelidade sexual ou divulgar o uso de preservativos . Mas os preservativos dão algum resultado efetivo? Parece que não , pois a doença contin ua a se espa lhar rapidamente. Como médico, eu não poderia continuar o mesmo método de terapia se não trouxesse resultados visíveis. Não esperaria até que o paciente morresse. Eu aplicaria outro remédio. E me parece que é preciso proceder de modo semelhante neste caso. A abstinência e a fide lidade conjuga l constituem a única garantia l00% certa contra a infecção do HIV. Proponho, pois, um programa de educação orientado para as cri anças, antes que elas entrem na idade da maturidade e comecem a vida sex ual. Catolicismo - E o Sr. acha que as crianças assimilarão isso facilmente? Dr. Davachi - Dados científicos indicam que o melhor período para formar o caráter do indivíduo é antes da puberdade. Depo is disso o caráter já está formado, a mudança de comportamento se torna mais difíci l. As crianças são como plantas novas, que com um pouco de ajuda podem crescer sem desv ios , enq uanto um a árvore que cresceu torta dificilmente se consegue retificar. Tudo MARÇO2003 -
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o que a criança apre nde fi ca gravado como na pedra, e não se con segue ap: gar. A profunda implicação soc ial disso é que o bo m cru·áte r e o bo m comportamento serão um be nefício para a pessoa e a sociedade, enqu anto o mau caráter e mau comportamento fa rão sofrer o indivíduo e a soc iedade por toda a vida. As cri anças podem po is aprender a abstinênc ia e a fid e lidade co m a mes ma facilidade com que aprende m a fazer um laço o u cálculos matemáti cos. Nada de mau - com certeza, nada - lhes acontece se esperarem até o casame nto.
Catolicismo ·- Poderia exemplificar com algum resultado dessa orientação moral?
Dr. Davachi - Um marco dec is ivo fo i e m 1989, quando me to rnei consultor do governo de Uganda (África). Te ndo este co ncordado em ensin ar a abstinê nc ia e a fidelidade para cri anças nas escolas, isso res ultou num ace ntu ado declíni o no grau ele infecção po r HIV e m me ninas de 15 a J 9 anos, ele 38% e m 1989 para 7,3% e m 1997 , de acordo com estatísticas ela ONU . Estes resul tados são a co mprovação c ie ntífi ca ela efi ciênc ia desse tipo de educação. Em 1996 fo i aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos a We/fare Reform Law, destinando 50 milhões de dólares para o desenvolvimento e imple mentação ele progra ma de educação pru·a a abstinê nc ia. Os Estados que implementara m ta is program as relatam um decréscimo e m gravidez ele adolescentes, doenças sex ua lmente tra nsmissíveis, HIV/AIDS e outros males socia is. Na prática médica, se um tratame nto é inefi caz, deve ser mudado pru·a salva r o pac iente . O fato de que até o presente 65 milhões de pessoas fora m infectadas com HIV/AIDS, e o utros males estão e m asce nsão, é de si uma prova de que as medidas preventivas que estão sendo usadas são in sufic ientes . D aí ser necessári o suple me ntai· ta is esforços patroc inando uma mudança fund amenta l no comportamento humano.
Catolicismo - O Sr. sugere uma educação moral. Sugestão de um médico, que, em certo sentido, é religiosa e não científica ...
Dr. Davachi - T ra ta-se aqui de va lores unive rsais. A ed ucação mora l não é só educação sex ual. É a fo rmação das es pec ific id ades do caráte r, ta is co mo retid ão, ve rac id ade, di g nid ade, co nfiança, bra ndu ra, respe ito para consigo mes mo e pa ra co m os o utros, a mabilid ade, o bedi ê nc ia, se nso do be lo, corage m , co la boração, justi ça, unidade, pureza, lealdade, ge neros idade, serv iço dos out ros, constânc ia, te ndê nc ia para a pe rfe ição etc . A edu cação, segund o esses va lo res
-..m
mo rais unive rsai s, fo rta lece nas cria nças a espinha dorsal moral, para qu e possam to mar
"O govern5> <le Uganda (Afl'ica) conconlou em ensinar a abstinência sexual e a fidelidade, para crianças nas escolas; isso r esultou num acentuado declínio 110 grau de infecção po,· HIV em meninas de 15 a 19 anos, de 38% em 1989 para 7,3% em 1997, <le acordo com estatísticas da ONU"
no futuro dec isões mo ra is e procede r seg undo as mes mas . Esse progra ma todos apó iam , in depe nde nte mente d a opção po lítica e das convi cções. Eu v iaj o pe lo mundo, e a ind a não e ncontre i mãe que me di ssesse que esses va lores não são necessári os aos seus filh os. E també m não co nh eço ne nhum pres ide nte que não quisesse qu e a soc iedade fosse diri g id a po r esses val o res. Em vez de martelar o ro ubo e a co rrupção, não seri a ma is fác il incita r à ho nesti dade desde a infânc ia?
Catolicismo - Trata-se pois de insistir nesse sistema de educação?
Dr. Davachi - Atua lm e nte todos os siste mas de educação no mundo tê m como obj e tivo o dese nvo lvime nto fís ico e inte lectua l el as c ri anças, mas d á-se po uca importância à s ua capac idade mo ral e es piritu al. Esta falta de equi líbri o na edu cação levou à atu a l cri se mo ra l no mund o . Ela se manifesta sob a fo rma ele alcooli smo, d rogas, vicia dissoluta, HIV/ AIDS , v io lê nc ia, crimes, preco nce itos, inju stiça e ta ntas o utras doenças soc iais. As atu a is so lu ções proc uram ate nu ar os sinto mas, ao invés de atin g ir as causas profund as. E sfo rçam-se e m e li min ar unica me nte os si nto mas desses fe nô menos, e nqu a nto o probl e ma qu e está na s ua base é a cri se mo ra l. Se e u tenho fe bre e me dó i a cabeça, to mo as pirin a . N ão to mo peni c ilin a . Este é um ó tim o re médi o, mas para o utra doe nça. Se te mos um a cri se mora l, é necessári o um a so lu ção moral.
Decadência do mundo moderno decadênc ia moral vai se tornando espantosa, propul sionada pelas TVs, por novas le is, pelas modas etc. A população vem sofrendo uma pressão fo rtíssima no sentido de fazê- la perder até a noção do recato, do pudor, do valor da pureza, e afas tála ass im cada vez mais da prática cios M andamentos da Lei de Deus. Os preceitos morais, lembrados em Fátima por Nossa Senhora, vão sendo espezinhados de todos os modos . Como surpreender-se então que a Virgem Santíss im a te nha profetizado u m grande castigo antes do triunfo espetacular de seu Imac ulado Coração !? Vej a o le itor a seguin te amostragem do mundo atua l (é apenas uma amostragem .. .):
Hospitais obrigados a tornar estéreis seres humanos A Comi ssão ele Constituição e Justiça (CCJ) da CâJ-\.. mara Federal aprovo u em dezembro último uma alteração da Con tituição brasileira, obri gando hospitais públicos ou conveni ados ao Sistema Único de Saúde (S US) a reali zarem va ectomia ou laq ueadu ra em casais que queiram limitar o nú mero de filhos. O projeto será ainda discutido numa com issão espec ial.
Corrupção da juventude pelas drogas
Catolicismo - Que diz o Sr. sobre a eventual
n esq ui sa el a U nesco, d ivul gada e m no ve mbro, rmostra que ado lescentes e. tão cada vez mais usan-
descoberta de uma vacina, ou possíveis remédios para a AIDS?
do drogas e bebendo. Alg uns começam aos 10 anos de idade !
Dr. Davachi - Não reso lve ria o pro bl e ma, tanto ma is qu e certa mente não serão baratos . É mais fác il prevenir. Sobretudo po rque a AID S não é ape nas um a e pide mia, é um a nova doe nça que fica rá co nosco, e du ra nte muito te mpo va i aco m pa nh a r a huma nid ade . Al é m d isso, mes mo que désse mos um j e ito na AIDS, será que isso liquida todos os nossos probl e mas? N ão te mos ta mbé m o utros, e não cresce m e les di a-a-di a? As c ria nças são o futuro e a es pera nça da hum anidade. U m d ia serão pa is e di ri gentes da geração seg uin te . São e les qu e, se lhes de rmos c ha nce, pode rão mud ar o rumo da Hi stória. Para mud ar um a nação, bas ta in spirar um a geração. Co mo médi co , não proponho o utra coisa senão a vacina moral para uma
doença moral. •
Não adianta escolaridade sem educação moral
H
ouve e m São Paulo um crim~ hor'.·oroso, em que uma moça - tendo como cumphces o namorado e o irmão de le - tramou a morte de seu pai e sua mãe. O casa l fo i assass in ado na cama, enq uanto dormi a, a golpes de barras de ferro . Se se tratasse de um aco ntecimento isolado, seri a lamentável, mas poderi a atribuir-se a causas fo rtui tas . E ntreta nto, fatos seme lhantes vão se repetindo, exatamente porque a educação moral da juve ntude foi abandonada. Não se trata de pobreza nem de estado de necess idade. )'rata-se de fa lta de formação mora l. Quem é a moça-assass ina? O jorn ali sta José Renato Na lini assim descreve essa uni versitária: "l o-
vem, bonita, rica. Teve tudo o que é lícito ambicionar. Pais eruditos e profissionalmente bem-sucedidos. Casa de elevado padrão, com piscina e muito espaço para o agradável. Apenas um irmão mais j ovem com quem cornpartilhar o excelente nível de existência. Férias na Europa, carro e mesada. Liberdade exercida nos amplos lim.ites da elástica disciplina contemporânea". E la fo i be m pre parada inte lectu a lm e nte, mas na edu cação at ua l "está ausente qualquer preocupação moral mais.firme,[.. . ] a ausência de Deus é uma constante na rnaior parte da j uventude". Ass im sendo, "a j uventude treinada para evitar o sacr(fkio vê com. ceticismo ou mesmo com escárnio a pri vaçcio de qualquer conduta que importe restrição dos seus excessos" ("O Estado de S. Paul o", J 2- 11 -02).
Dinheiro da ONU alimenta redes de prostituição A O NU (Orga ni zação das N ações Unidas), que J-\..cong rega re presenta ntes dos governos do mundo todo, a lé m de seu conhecido pendor para o comuni smo , e tá sendo exposta agora a escânda los ele fra ude, tráfico de influê nc ia, des perd íc io, má gestão e corrupção. Só nos úl timos c in co anos, a ud itores da própri a O N U descobriram fraudes e desperdíc ios envo lve ndo ma is de 250 milhões de dó lares, c inco vezes a contri bui ção anu al do Bras il para a o rga ni zação. Co nsul to re s inde pe nde ntes fo ram chamados pelo Sec retário-Gera l da ONO , KofiA nnan, para avali ar a orga nização . O desperdíc io e desv io de recursos fo i identificado e m vários p rogra mas d a ON U , seja e m proj etos de ajuda hum a ni tária ao Iraq ue, sej a na educação de mulheres nos países pobres. O utra descoberta recente de um gru po ele investigadores fo i o pagame nto de prostitu tas por so ldados da m issão de paz tia ONU na Bósni a com o dinhe iro das doações internacio nais. O pi or é q ue a rede de prostitutas era controlada pe las máfias da região, exata me nte as organi zações q ue estava m sendo co mbatidas pelos soldados da O NU. O res ul tado ela presença dos soldados, poré m, era o fin a nc iamento das máfias. No Q uê ni a, fu nc ionários da O NU cobrava m dos refug iados para que fosse m ate ndidos pela O NU o u re mov idos dos loca is ele peri go. •
Kofi Annan ,
Secretário-Geral da ONU
CATOLICISMO
MARÇO2 0 03 -
mando a Deus como testemunha, pôs a mão sobre o fogo e a deixo u até que o padrinho, arrependido de seu juízo te me rári o, pediu-lhe pe rdão. A mão nada sofrera. Aos 23 anos, José recebeu o título de doutor e fo i o rdenado sacerdote.
..
Austericlacle do
"Doutor 1Jão e água "
São José Oriol, grande taumaturgo de Barcelona Ü s elementos lhe obedeciam e, à sua voz, as doenças mais renitentes desapareciam. Possuía também o dom da profecia e lia os corações. J PuN 10
F
Na página ao lado, São José Oriol coloca a mão sobre o fogo para provar sua inocência
M ARIA SouMEO
oi num pobre lar de Barcelona, na Espanha, q ue José O rio l nasceu em novembro de 1650. Aos 18 meses perdeu o pai, e sua mãe vo lto u a casar-se com um honrado e piedoso sapateiro, que adotou o peque no órfão como seu própri o fi lho. Os cape lães de Santa Maria dei Mar c ui dara m da educação do me ni no, q ue, alé m de acolitar as Mi ssas, era encarregado ta mbém da manutenção dos altares . O peque no José des incumbi a-se desses encargos com ta nta piedade e espírito sobrenatural, que seus benfe itores reconheceram ne le a vocação sacerdota l. Incumbi ram-se de encaminhá- lo à Universidade de Barcelo na para os estudos pré vios à orde nação sacerdota l. Entre mentes, sua mãe, pe la segun-
da vez viúva, caíra na mi séria e não podi a arcar com ne nhuma despesa cio filh o. Foi sua ama e madrinha quem, embora também muito pobre, ofereceu-lhe um pequeno quarto para morar, sacrificando-se para ajudar a prosseguir seus estudos aque le adolescente, a que m amava como a um fi lho. Aluno exempl ar, José fez tão rápi dos progressos nos estudos co mo já fizera na virtude .
Milagre prom inocência de José Um aco ntec ime nto veio mostrar como a P rov idê nc ia protegia o jovem universitário. Tendo seu padrinho, por motivos fú teis, suspeitado de sua boa conduta, José, que disso tomou conhecime nto por uma ajuda sobrenatu ral, qui s provar sua inocência. Depo is de negar o des li ze de que era acusado, to-
Para socorrer a pobreza de sua mãe, José entrou como preceptor em uma nobre e ri ca fa mília. Su a vid a exempl ar e penitente logo lhe granjeou a estima de todos . Sua austeridade era ta l que e le jejuava todos os dias a pão e ág ua. Evidentemente, isso logo tra nspiro u pelas ruas de Barcelona, e o povo lhe deu o epíteto de Doutor pão e água. Do minou de tal mane ira o so no, que dormi a apenas du as horas por noite, e ass im mesmo sentado num a cadeira. Suas di sc iplinas eram tão rudes, que se ouvi am e m qu ase toda a casa os golpes que se apli cava. Em 1686, perdeu sua virtuosa mãe. Vendo-se livre da obrigação de ali mentá- la, pa rtiu e m pe reg rin ação para Ro ma, sempre a pé e ped indo o ali mento como esmo la. Na C idade Etern,a vi sitou com devoção as re líq uias por vári os meses, e obteve cio papa, bemaventu rado Inocêncio X [, um benefíc io ecles iástico na igreja ele Nossa Senho ra do Pinho, em Barcelona. Este permitir-lhe- ia vi ve r sem preocupação pelo futu ro, ao mesmo te mpo que lhe propo rcio nava me ios para satisfazer s ua grande caridade e m re lação aos pobres . Os benefi ciados dessa igreja viviam em comunidade. Ao P . .José coube logo o encargo de e nferme iro. Fez sua morada num estre ito desvão, no qu al co locou ape nas um C ruc ifixo, uma mesa, uma cade ira, a lguns li vros, e um baú para sua roupa. Tudo o que e le rece bi a na igrej a ia direta me nte para os pobres, que logo descobri ram o dia e o esperava m em fil a d iante do templo. Para sati sfazer sua grande caridade, a Providê nc ia mui tas vezes multiplicava o dinhe iro em suas mãos.
Socon'i<lo pela Pl'ovidência na per seguição Com um do m es pec ial para diri gir almas, um número crescente de pessoas ele todas as condições socia is colocou-se sob s ua di reção . E mui tos queria m emul ar com o mestre no ri gor de suas pe nitências. Como sempre aco ntece com aqueles que desejam leva r uma vida de perfe ição, acenderam-se co ntra e le as invej as e perseg uições ci os ma us. A exemplo de Nosso Se nhor, fo i e le odi ado porque faz ia o bem. Por isso, dese ncadeou-se uma s urda campa nh a contra o santo confesso r, e os rumores chegaram ao conhecimento do B ispo da c idade. Afirmavam que o Pe. José era imoderado e m suas penitê nc ias e imprude nte na sugestão de mortificações. O Pre lado, sem muita análise e
de modo teme rário, fo i logo suspende ndo- lhe a fac uldade de ouvir confi ssões e diri gir almas . "Não será por muito tempo" afirm ou profetica mente o Pe. José ao saber da medida to mada pe lo Bispo. E, com efeito, seja por castigo divino ou outra causa, a morte levou em breve o Pre lado. E seu substituto - talvez por ter-se melhor informado, talvez por medo cio que aco ntecera com seu antecessor, ou mesmo por virtude - prati cou o ato de justiça de devo lver a José as li cenças retiradas. Ve ndo muitos me nin os ex postos aos ma io res perigos nas ruas da cidade, José passou a ir ao encalço de les, levando-os para a igreja e e nsinandolhes o catecismo. Os soldados ta mbém fo ram o bj eto de sua caridade, e os atraía pela doçura e afe ição.
MARÇO2003 CATOLICISMO
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Coordenador da Campanha relata viagem a Fátima Zelo missionário e clesejo cio martí1'io Entretanto, o zelo do Pe. José era demasiado grande para se circunscrever aos limites de Nossa Senhora do Pinho. Logo começou a pensar nas mi ssões e na conversão dos infié is. Desejava derramar seu sangue pe la fé em terras ignotas. Assim, um dia, sem dizer nada a ninguém, partiu a cam inho de Roma para ·colocar-se à disposição da Congregação da Propaganda Fidei, encarregada das missões. Mas, ao chegar a Marselha (na França), foi acometido de violenta moléstia que pôs em risco sua vida. Apareceu-lhe então a Virgem Santíssima, que lhe re tituiu a saúde e disse-lhe que Deus estava contente com seu sacrifício. Mas queria que ele voltas. e a Barcelona, que era seu campo de missão,"' se dedicasse a cuidar dos doentes. Nessa ocasião contava ele 47 anos.
Enorme ,·evutação do grane/e taumatw'go Na viagem de volta, em determi nado momento o mar tornou-se tão furioso, que todos no navio julgaram chegada sua última hora. O Pe. José foi ao tombadilho e estendeu as mãos sobre as águas revoltas, as quais e amainaram , permitindo então uma rápida e feli z viagem. O reaparec imento do santo sacerdote secul ar na igreja Nossa Senhora do Pinho provocou manife tações de alegria de todos, espec ialmente dos pobres, seus beneficiados . Começa então o período dos grandes milag res do Santo, tão numerosos que, segundo um de seus biógrafos, para narrá- los todos se-· ri a necessári o um livro. A fama dos milagres que operou nos enfermos logo ultrapassou os limites de Barcelona e da Catalunha, difundindo-se por toda a Espanha. De inúmeras regiões traziam-lhe doentes para que lhes impusesse as mãos e os curasse. O Santo sempre recomenda-
va aos enfermos que rezassem diariamente tTês Padre-nossos, três AveMari as e três Glórias. Como lia os corações, se percebia que o doente estava em estado de pecado, convidava-o secreta mente a reconcili ar-se com Deus e a voltar outro dia. Seu amor às aimas e seu horror ao pecado eram maiores que seu desejo de aliviar as dificuldades materi ais. Sua notoriedade tomou ta l vulto, que seu confessor o proibiu de c urar na igreja, devido ao grande tumulto que faziam os e nfe rmos antes e depois de curados. Mas Deus tinha seus caminhos, e pouco depois o mes mo confessor ca iu e quebrou uma perna. Foi procurar seu penitente na igreja, ped indo-lhe sua cura que, obtid a, provocou também a suspensão da ordem dada.
"Bendita a mãe que um e/ia te a111ame11tou" Um fato e nca ntador sucede u com o Santo, certo di a em que saiu da cidade para visitar enfermos. Tendo que atravessar o ri o Bésos, estava cam inhando milagrosamente sobre a superfície da água quando ouviu tocar o Angelus. Não teve dúvidas: ajoelhou-se sobre o lençol líquido e rezou devotamente es a oração. O Santo empregava mil meios para esconder seus milagres e atribuí-los ora à fé dos doentes, ora à mi sericórd ia de Deus. Mas, um di a, certa mulher, no auge da admiração, exclamou: "Bendita a mãe que um dia te amamentou". Ora, os invejosos da graça fraterna estão por toda parte. Uma pessoa que ouviu tal exclamação escandalizou-se e repreendeu a mulher. Mal hav ia acabado de repreendê-la, quando sentiu seus braços paralisados. E teve que ir impl orar humilde mente ao Santo que lhe restituísse os mov imentos.
Previsão ele verseguições à Igreja Ao dom de mil agres, São José
Oriol uni a o da profeci a. Assim, anunciou com precisão as terríve is perseguições que a Igreja sofreria no fina l do século XVIIl. Predisse também a data de sua morte. Sabendo que seus di as estavam contados, e querendo morrer pobre como vivera, foi à casa de um amigo, a que m pediu que lhe preparasse um leito, lux o de que se privara havia 25 anos. Pouco depois, sentiu-se repentinamente doente. Era o di a 8 de março de 1702. A notícia correu célere por toda Barcelona, provocando grande consternação. Alguns vinham saber notícias suas, outros ofereciam-Lhe meios para um tratamento curativo, outros procuravam-no somente para vêlo. O Santo esforçava-se por consolar os que via chorar, prometendo-lhes que não lhes faltaria depois da morte. A 22 de março, recebeu com júbilo e devoção os últimos Sacramentos, preparando-se para a última viagem. No dia seguinte, pediu aos meninos da capelania da igreja Nossa Senhora do Pinho que lhe cantassem o Stabat Mater. São José Oriol seguiu o cântico com grande devoção, interrompendo-o com exclamações de amor a Deus e a Nossa Senhora. E m determinado momento, olhou fixamente seu Crucifixo e entregou a alma a Deus. Era o dia 23 de março de 1702. Contava e le apenas 52 anos de idade. São José Oriol fo i beatifi cado pelo Papa Pio VII, em 15 de maio de 1806, e ca noni zado por São Pio X, em 20 de maio de 1909, festa da Ascensão. •
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Fontes consultadas: - L es Petits Bollandistes, Vies eles Sa ints, d 'ap res le Pere C ity , B loucl ct Barrai, L ibra ires-Éd iteurs, Pari s, 1882, vol. 111 , pp. 6 14 e ss. - Ecle l vives, E/ Sa1110 de cada Dia, Ed itoria l Lu is Vives, S.A ., Zaragoza , 1947, pp. 230 e ss. - Sai111 Joseph Oriot, in
www.calholicsonline.org.
Nomês de janeiro, o coordenador da Campanha Vinde Nossa Senhora de
Fátima, não tardeis! , Marcos Luiz Garcia, esteve no Santuário de Fátima,
Portugal, e colocou aos pés da Imagem de Nossa Senhora, no local das aparições, mais de 43 quilos de formulários com pedidos feitos por participantes da Campanha, de todo o Brasil.
"Por
volta das J J horas, o encarregado da guarda da capelinha das aparições destacou dois subalternos para transportar o pesado fardo, pois no local não entram veículos. Os pedidos/oram levados até a Cova da Iria, no mesmo lugar onde Nossa Senhora apareceu cinco vezes. Exatamente ali eu rezei, logo que cheguei, um Rosário inteiro por todos os participantes da Campanha, pedindo especialmente por aqueles que
estão em situação de maior necessidade de auxílio, e rezei também na casinha dos bem-aventurados Francisco e Jacinta, onde ambos moraram durante a infância", ex plicou Marcos Luiz Garcia. Quando o coordenador esteve na casa dos pastorinhos, na Vila de Aljustrel, pôde encontrar-se com o sobrinho dos pequenos videntes. "Estive com um sobrinho da Jacinta e do Francisco, chamado João dos San-
tos Rosa, que sempre me atendeu muito bem. Conversamos muito longamente sobre a Jacinta, sobre o Francisco, sobre a família, como em outras ocasiões. Senti-me muito honrado de representar tanta gente devota de Nossa Senhora, e espero que a Virgem Santíssima recompense, com graças muito especiais, toda a cijuda que os participantes desta campanha têm dado a uma causa tão nobre", afirmou emocionado o coordenador. •
Visita da Imagem Peregrina
D
ev ido à grande repe rcussão da Peregrinação Privada da Imagem de Nossa Se nhora de Fátima ao · lares, mai s seis novos representantes da campanha estão sendo preparados para atender milhares de famílias que têm . o li citado a visita da Imagem. Até o momento, sã reali zadas por ano mais de 23.000 visitas privadas da Imagem Peregrina aos lares dos participantes de nossa campanha, re. id nles em vários Estados brasileiros. Com a formação desses novos peregrinos, o número de visitas deverá aumentar ainda mais, expandindo assim a difusão da Mensagem de Fátima nessas regiões. "Com esses seis representantes, já a partir deste mês, será possível ampliar o atendimento nos Estados do
Ceará, Paraíba, Maranhão e Piauí. Temos observado que a Pereg rinação da lmagemjàvorece muito a difusão da Mensagem de Fátima. Isso tem aumentado também a esperança das famílias de resolverem problemas como desemprego, doenças, discórdias no lar e no trabalho, e principalmente a conversão de parentes efanúliares. Por isso, nossa prioridade é ampliar cada vez mais o núrn.ero de visitas em todos os Estados brasileiros", concluiu o coordenador da campanha. •
C o o r ~ da C.mpanha envia nwnH gem aos aderertH diratarnerie de F6tlma, -No último dl• 10 d• Ju1tho fo1.1m t1v,1dos • Po,tug,1, pilo
coo1du•.1do, d• C,1mp,1nh.1 Vinde Nos:u S ♦ nhor• d t f.ltlm, , nJ o t.11d1ls!. M.11cos Luiz G,11cl•. m.11,
C,uzoda Repnd0n1 do
dt 43 qultos dt formul.l,ios eom os pedidos d1
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ora~H ft ilos pelos .1du1ntu, •• longo do •no
FUnaAçto Fanlla Proe,am. Radlo'6nlco A Voz de
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Em todnsuH ,11p,111l9les •m F,tlm,, N..-, Suho,a p•dlu H S his pu torlnhos p,1,a que 1•:u••m o te190 todo, os dln, E.st• p•dldo d• No•• S• nhor• oonfüma o qu• dlu:u,rn 01.1ndts S•nto, sob1• os bueríoios du t• devo9So. E voe&? J.$ ,eu o Ro:r.$rio? Se
www.fatima.org. br
N
ovas seções no site da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! Com novo formato , fácil e rápido de navegar, agora o site da Ccunpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis !, oferece aos vi sitantes as seções Cartão Virtual e Álbum de Fotos. São 12 opçõe de cartões com belíssimas imagens de Nossa Senhora de Fátima. Os cartões podem ser personalizados com mensagens disponíveis no site www.fatima.org.br, e ta mbém co m mensagens próprias, que pode m ser envi adas a parentes e am igos .
Já é possível acessa r também fotos hi stó ricas do local das aparições de Fátima, dos pastorinhos, da casa onde moraram, entre outras. •
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
CATO LICISMO MARÇO2003 -
[ti
CID
ALEN CASTRO
"Tradição, Família e Propriedade é o lerna da TFP Os significados de família e propriedade são bem evidentes. Mas o que vocês entendem por Tradição?" perguntava-me, sentado ao me u lado na po ltron a do av ião, um rapaz inteligente e vivaz. T ão vivaz que, fo i só ver na lapela de meu paletó o di stintivo da TFP, logo me abordou e ini ciou uma conversa, que perma neceu animada até o avião descer no Ri o de Janeiro . E prosseguiu em inte rrupção, pelas de pe ndê ncias do Aeroporto Santos Dumont ade ntro, só terminando no momento de pegar o táxi , pois nos dirigíamos a pontos di fe rentes da cidade. Durante a viagem, expliquei a e le o conceito de Tradição, tão a lmi ravelmente ex planado pe lo Prol". Plínio Corrêa de Oliveira em ma is de um memoráve l artigo. O espaço de que di sponho não me permite re produzir essa parte fundame na lgum le itor se tal de nosso di á logo . interessar em conhecer tais artigos, escreva-me, que os enviare i com gosto.
Manifestações ele amor à Tradição Durante a conversa, muito impress ionou a meu j ovem inte rl ocutor a afirmação de que, neste fund o de poço em que estamos, nesta derrocada da Civilização C ristã, quando tudo parece perdido para a causa da Re lig ião Católica, e ntretanto vão pipocando, um pouco por toda parte, manifestações de a mor à Tradição cató li ca, impe nsáveis anos atrás. E las parecem revelar uma ação profunda de Nossa Senhora nas almas, como que a prepará-las para o Re ino de Mari a de que nos fala o grande apóstolo marial São Luís Grignio n de M ontfort. Pre núncio prováve l, ou pelo menos possíve l, do espetacular tri unfo do Imaculado Coração de M aria, anunciado e m Fátima. Tais ma nifestações podem dar-se a propósito de um ou outro ponto, e m pessoas de fé ou care ntes dela, com sentido clara mente religioso ou sem ele. Mas com isso de comum , que indicam saudades da Trad ição em algum de seus as pectos . Dei diversos exemplos ao jovem, ansioso por ex plicaçõe · desses fatos . Limi-
to-me a reprodu z ir aqui alguns, refere ntes à liturgia.
Oh, como nos l'az /'alta o latim ... Mes mo pessoas que não se consideram ligadas à Igreja faze m de poimentos impress ionantes a respeito do valor da tradição no ambiente das igrejas e nas cerimônias litúrg icas . Vejamos alguns excertos do artigo de umjornali sta : 1
"Entrar numa igreja era ouvir opadre falando em latim. Deus estava em algum lugar daqueles altares. Pois, de costas para o povo, o celebrante se dirigia a uma entidade invisível, recolhida num lugar mais alto, talvez próxima do céu. Era como se acontecesse um milagre, pois o povo - gente humilde, muitos que m.al sabiam ler e escrever - entendia tudo. O coral cantava em latim, o povo respondia em latim. E um sininho parecia comandar coisas e pessoas, como um código que, entendido pelos fiéis, leOutrora, o coral cantava em latim e o povo respondia em latim
MARÇO2003 -
O som sacra! do sino era um dos fatores que elevava as almas para o sobrenatural
vava-os a se ajoelharem e a se levantarern e a se persignarem. Urn cheiro agridoce de incenso se espalhava pelas igrej as penumbrosas, vitrais coando cores para criar espaço de recolhimento e de pausa diante do mundo. Aquilo tudo era tão misterioso, uma linguagem e um ritual com tantos simbolismos que se tornava impossível deixar de sentir a presença do divino[ .. .].
A /i11g11agc111 <lo /Jl'Ó/Jl'ÍO J)CIIS
[... ] Depois que se perdeu o la!im dos cultos, agora perde-se o latim ern perorações racionais. A fé das pessoas claudica. A núnha, deve ter-se ido embora com o latim. Podia ser pequena. Mas era a que eu tinha. "Talvez, num desses entardeceres, eu a reencontre ouvindo um cantochão gregoriano, um. Miserere M ei larnurioso num sa nctum sanctorum , um sursum corda em meu peito cansado. E, ao fim, talvez uma voz generosa me deseje um vade in pace" .
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Um outro depoimento2 , embora breve, é significativo: "Não há nada m.ais perigoso do que melhorar a liturgia. Veja o exemplo da Ig rej a Católica. Tiraram a batina dos padres, acabaram as missas em lalim, a propósito de popularizar a f é, e o que conseguiram? A evasão em massa dos.fiéis. [... ] Não se mexe em ritos. Veja o exemplo da Igreja Católica".
"A missa em português foi inventada para o povo entender. [... ] Eu nunca entendi o canlochão entoado pelos beneditinos, ao entardecer; na igreja de São Bento. Mas o misterioso canto gregoriano enchia as almas de paz. E, por mais intelectual que eu pretendesse se,; as missas em latim me emocionavam por constatar que - pela intuição e sentimento Por pouco 11ão entra - o povo humilde, num lingucijar estra110 táxi comigo nho, realizava a verdadeira comunhão Havíamos chegado a esse ponto de dos santos [... ]. nosso diálogo, quando fui co locando mi "Falando em latim, era como se as nha maleta no táx i. Se dependesse do jopessoas estivessem. adotando a linguagem vem, ainda continuaríamos conversando. do próprio Deus. E, então, o padre era, Mas e u tinha hora marcada, nesta c ivili verdadeiramente, um homem. de Deus. zação da perpétua correri a atrás do nada Nas ,nissas em porluguês, sacerdotes dese do vazio, tão contrária aos te mpos ca lvendaram o mistério e perderam, eles cio latim , cio incenso, dos sinos, dos mos próprios, a intimidade com a divindade vitrais, dos padres de batina falando de de que se nwstravcun servos ou portaDeus. vozes ( .. .}. Porém , antes de nos separarmos, e le "Perder o latim [... ] pode signi,ficar me pediu in sistente me nte que o av isas- e digo -o por mim - perder um tesouse de qualquer reuni ão o u man ifestação ro CL(ja riqueza se desconhecia. Nas igrepúb lica da TFP que viesse a realizar-se, jas, a língua doméstica do cotidiano, a pois queria dela parti c ipar. Deixou -me miséria do dia -a-dia repetida diante do seu telefone, seu fax, seu e ndereço, seu altar parecem repelições da lelevisão. email , deu-me um abraço e por pouco Essa linguagem do cotidiano - sem senão e ntra no táx i comi go para conti nuar quer um simples introibo ad altare Dei, a conve rsa. · sem códigos que insinuem o infinito Ele não o sabi a, mas era um cios mui matam a transcendência. E, sem transtos tocados pela graça de Deus a propósicendência, afé se apequena na razão [.. .]. to dessas saudades imensas da Tradição, "Estou dizendo, apenas, de uma sauque tantos de nós sentimos. • dade minha. De wna fé infantil, ing ênua diante daquilo que eu não entendia, mas em que acreditava, por falar-me ao Notas: co ração [ .. . ]. Ningu ém procura uma 1. Cec íli o Eli as Nclto, "Co rreio Popular", Ca mig rej a, um ternplo, por interesses polítipinas, 1 1- 10-02. cos e econômicos. Estes, quase sempre, 2. José Anto ni o Pinhe iro Mac hado, "Zero Hora", Porto Alegre, 15- 1 1-02. endurecem as almas, machucando-as.
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CATOLICISMO
A ameaça dos novos índices de produtividade
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imin ar concedida pe la J 5" Vara Federal do Di strito Federal s us pe nde u os efe itos ela l nstrução Nor mativa Nº 1O, de 20- 1 1-02, ci o 1NCRA, qu e a ltero u os proced ime ntos e índices para fins deverificação da produtividade cios imóve is rurai s. Tal Instrução, na prática, transformava uma faze nda produtiva em área suscetível ele desapropriação. O mérito ela ação a inda deve ser exa min ado (Cfr. "A Tarde", Salvador, 6- 1-03). Mas o ri sco para os I roprietários não ~ fi ca ni sso. O novo presidente cio INC RA , ó .., Marcelo Rezencle, a ·sum iu o cargo fa lan- .Q Marcelo Rezende, presidente do INCRA do e m acelerar o pro esso d desap ropriação ele terras imt rodutivas. "Acho imRezencle di sse ainda que "a reforma portan.le rever os f11dices de produlividade para acelerar o proc .1·.1·0 de obtenção agrária não será f eita pelo mercado", um a a lusão ao Banco el a Terra. O próprio de terras", afi rm u Rezencle. O d iscurso Rezencle j á esteve e m Washington para ele posse do novo pres idente do INCRA, um protesto contra o programa, que é fi ligado à Comi ssão Past oral ela Terra, fo i na nc iado pelo Banco Mundi al (Cfr. "O be m recebido pe los lfd r s cio MST. 0
Estado ele S. Paul o", 10- 1-03). O Banco da Terra fin ancia os pequenos agricu ltores que desejem comprar terras. Mas o que Rezencle quer é desapropriar. Quanta razão tinha o Prof. Plinio Corrêa de O li veiraquanclo - por ocas ião dos debates ela Constituinte, e m 1987 - alerto u para o ri sco de se deixar a critéri o do INCRA determinar os índices ele produtividade abaixo cios quais uma terra poderia ser desapropriada. Era deixar nas mãos do Governo a disposição das propriedades particul ares, segundo sua ideo logia ou in teresse de mo mento. Apesar dessa clara advertência, houve na ocas ião cúpulas rurais que apoiaram a imposição dessa espada ele Dâmoc les sobre a cabeça cios proprietários . Hoje ela começa a balançar perigosamente, e já se fala abe rtamente em rever os índices para aume ntar o ritmo elas desapropriações. Fica patente não só que a visão do Prof. Plíni o Corrêa ele O li veira era ele longo alcance, como também que a atitude daquelas cúp ul as rurais foi altamente prej udicia l aos produtores. •
Chcfe comunista elogiado por Stédile
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uiz Carl os Prest s, l'unda lor do Partido Comu nista Brasileiro, líder da Coluna P restes que andou fazendo d 'vastações por esse B ras i I afora, é uma das fig uras mais sombrias da hi stória naciona l. Morou na Rússia durante os anos em que o povo daquele país era oprimido pe la impl acável ditadura comunista, dando in te iro respaldo aos ditadores sov iéticos, dos quais era hós pede e la a io. l•cz de Ludo para que o reg ime que então escrav izava a Rúss ia fosse imposto também no Bras il. É esse comuni sla qu ' r · ·ebe ago ra as homenagens do líder máx imo cio MST, João Pedro Stédile. Eis uas Ia lavras: "H111 lodos os períodos de nossa história sempre houve luladores e pensadores que repre.1·e111o m111 a necessidade de mudanças. Dos que j á nos deixaram, acho que o povo brasileim deve lw111e11agen.1· a Luiz Carlos Prestes, a Josué de Castro e Paulo Freire, pelo que cada 11111 represenlrm" ("Jornal cio Brasil", 5- 1-03). Se Stédile vier a Ler inrtuGncia marcante no governo brasi leiro, o que se pode esperar para o País? •
Membros do novo Ministário do Desenvolvimento Ag rório
Luiz Carlos Prestes
Cúpula do MST contente com o novo Ministro
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novo M ini stro do Desenvo lvimento Agrário, Miguel Rossetto, fo i ap laudido pel-a cúpul a do MST quando afirmou, em seu primeiro discurso, que "não é tarefa de um go verno, dentro de um Estado democrático de Direito, SL(f'ocar a capacidade de mobilização dos movimentos sociais" ("Folha ele S. Paul o", 3- 1-03). Mesmo antes de sua nomeação ofic ial, Rossetto afirmou que o governo poderá rever a Medida Provisória 2. 109-50/200 1, que impede a vistoria, para processos ele desapropri ação, de qualquer imóvel ru ra l invad ido ("O Estado ele S. Paul o", 24- 12-02). Se isso se der, o MST terá lu z vereie para invadir. • MARÇO 2003
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e austeridade. Para ser fiel ao seu voto de castidade, recusou-se a casar com a filha do imperador a le mão. Faleceu aos 24 anos.
5 São Teófilo, Bispo e Confessor
1 São Rosendo, Bispo e Confessor
+ Celanova (Portuga l), 977. F ilho do Conde D. Guterre e de Santa Ilcluara, Bispo aos 18 anos, fo i suscitado po r Deus a fim ele dar a lento aos guerreiros do norte da Península Ibé ri ca na Reconqui sta para devolv ê- la ao imp é ri o da C ru z, co ntra os muçulmanos. Primeiro Sábado do Mês
2 Santa Inês de Praga, Virgem
+ Praga, l 282. Filha do re i da Boê mi a e parente de Santa l sabe l ela Hun gri a. Pretendida como esposa pelo Imperador a le mão Frederi co TI, rec usou-se por se ter consagrado a Cristo. Fundou um convento de clarissas. Santa C lara a chamava "metade de ,ninha
alma" .
3 Santos Emet6rio e Celedônio, Mártires + Calahorra (Espanha), cerca ele 304. Filhos de São Marcelo, capitão ela leg ião romana. Na cruel perseg ui ção movida contra os cri stãos por Diocleciano, puseram-se destemi dame nte a pregar a Fé e increpar a superstição pagã. Presos, foram dego lados, e seus restos atirados ao ri o.
4 São Casimiro, Confessor
+ Polôni a, 1484. Filho do Rei da Po lônia e Grão-Duque da Lituânia, desde sua juventude di sting uiu -se pela piedade
+ Cesaré ia (Pal esti na), l95 . Dos mai s ilu stres Bispos da lg reja do Oriente, tornou -se célebre pelo ze lo em defender a Tradição. Quarta-Feira de Cinzas (Jejum e abstinência)
6 Santo Olegário, Bispo e Confessor + Barcelona, 11 36. Bispo de Barcelona, foi Legado apostólico na Cruzada que o Conde ele Barcelona e mpreende u contra os mouros. Para esse fim , também estabeleceu na Espa nha a Ordem dos Templários.
7 Santas Perpétua e felicidade, Mártires + Cartago, 203. Perpétua, nobre cartag inesa, e Felicidade, escrava, por sua fidelidade a Cristo foram lançadas às feras, que as respe itaram. Foram e ntão mortas por um g lad iador. Seus nomes se encontram no Cânon da Mi ssa. Primeira Sexta-Feira do Mês
8 São João de Deus, Confessor + Granada, 1550. De origem portu guesa, fundo u na Espanha a Ordem cios Irmãos Hospitalares para c uid ado dos doe ntes.
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10 Santos Mártires de Sebaste + Armênia, 320. Presos, açoitados e postos desp idos e m um lago se mi ge la d o . Um guardi ão, vendo no céu a coroa que os ag uardava, colocou-se entre e les para substituir um que fraquejara.
11 Santo Eulógio, Bispo e Mártir + Córdoba (Espanha) , 859. Protótipo da reação espa nhola contra a influência muçul mana na Igreja loca l, dirigida pelo ímpio Bispo Recaredo. Foi decapitado po r ordem do sultão M aomé.
12 Santa Josefina ou Fina, Virgem + São Geminiano (Itá li a) , 1353. Vítima ex pi ató ri a, por cinco anos viu-se pregada ao le ito com o corpo e m corrupção e na ma is extrema pobreza. À sua morte, muitos milagres ocorrera m.
13 São Nicéforo, Mártir + Constantinopla, 828 . Patriarca ele Con tantinopla . Por defender o cu lto às imagens contra os iconoclastas, morreu no desterro, se ndo por isso considerado mártir.
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Santo Heriberto, Bispo e Confessor·
Santa Leia, Viúva
+ Colônia (A lemanha), 1021. Chanceler do Imperador alemão Otão me depois Bispo de Colônia, operou muitos milagres ainda e m vida. M o rreu durante uma visita pastoral.
17 São Patrício, Bispo e Confessm; Apóstolo ela lrlancla + Irlanda, 46 l. Evange li zo u o país recém-saído cio jugo romano, convertendo os che rc .. de clãs e famílias.
18 São Cirilo ele ,Jer11sal(m1, Bispo, Co11resso1·e DouLol' ela Igreja
+ 386. Grande Doutor da Ig rej a Oriental, fo i três v z s desterrado por persegui ção cl s hereges arianos.
19 São Jos6, Esposo da Sa ntíssima Virgem, Patrono da Igreja ll11ívcr1ml e da boa lllOl'LC Para se ter idé ia ela ,ranclcza deste Santo, co nsid e re -se apenas que fo i esposo lu Rainha dos Céus e pai ado! ivo de Jes us.
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Santa Matilde, Viúva
São Gutberto, Bispo e ConI' ·ssor·
+ Turíngia, 968. Ra inha, mãe de um imperador e um duque. Foi despojada pelos filhos e aprisionada num mo ste iro . Restituída à a nti ga posição, fundou hos pita is, ig rej as e mosteiros .
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Santa F,·ancisca Romana, Viúva
São Raimundo de CalaLrava, Abade e Confessor
+ Roma, 1440. Da ma is alta nobreza romana, fo i modelo de esposa e mãe, a lém de Fundadora das Oblatas Beneditinas. Tinha trato fam iliar com seu Anjo da Guarda, a quem via continuamente.
+ Espan ha, 1J63. Pregou uma cruzada para defender Toledo do perigo muçulmano e fundou a Orde m religioso-militar de Calatrava para co mbater aq ue le perigo na Península Ibérica.
+ Lindsfarne ( ln g lat ·1-ra), 687. Pastor, mo nge, fo i d poi s eremita por oito anos nu111 ;1 ilha. E leito Bispo, conv n · 'li o Abade de Lind sfarn c a assumir e dar-lhe o seu lu ~ur. Dos santos mai s popul ares da In g laterra antes da pseudoReforma protestante.
21 São Nicolau de Flüe, Confessor
+ Suíça, 1487. Pai de IOfilh os, de com um acordo com a esposa reti ro u-se aos 50 anos para uma vida eremítica.
+ Roma, 383 . Matrona romana, di sc ípula ele São Jerônimo. E nviu vando, entrou num mosteiro. Mereceu os maiores elog ios desse grande santo.
23 São Toríbio ele Mongrovejo, Bispo e Confessor + Lima, 1606. Embora leigo, fo i nom ead o Juiz da Santa fnqui sição em Granada, e depo is Arcebi spo de Lima. Ordenado e sagrado Bispo, por mais ele 20 anos dedicou-se a evangelizar sua enorme arquidiocese, e limin ando os abusos, constru indo igrej as, hospitais e escolas.
24 Santa Cata l'ina da Suécia, Virgem + Valcl stena, 1331. F ilha de Santa Brígida e aparentada à fam íli a re inante. De excepc ional beleza, teve que se casar por razões ele Estado, mas o vi rtuoso marido respeitou-lhe a virg i ncl acle. E nvi u vanclo , entro u no conve nto que a mãe hav ia fundado.
25 ANUNCIAÇÃO DO ANJO 1~ ENCARNAÇÃO DO VERBO Aco ntec imento capita l da História: o Verbo de Deus se e ncarna no seio puríssimo de Maria.
26 São Bráulio, Bispo c Confessor
tado do dom ela profecia, era proc urado por multid ões ele várias regiões, por causa ele suas luzes sobrenatura is.
28 São Sisto Ili , Papa e Co11fessor + Roma, 440. Ainda presbítero , co mbate u te nazme nte a heres ia pelag iana, secundando nisso os grandes santos ela época, São Zóz imo e Sa nto Agost inh o. S ucede u a São Ce lestino l no Sólio Pontifíc io, dedicando-se a exti rpar e m sua raiz novas heresias que germin avam na Ig reja, bem como perigosas inovações que su rg iam a cada dia.
29 Santo Eustásio, Abade c Confessor + França, 625. Di sc ípul o e suce sor, na abadia ele Luxe ui l, na França, do grande apóstolo ela lrl anda, São Columbano. Sobrinh o de São Mi eto, Bi s po de La ng res, d e u gra nde brilh o a essa abad ia q ue contava com 600 monges .
30 São João Clímaco, Abade e Confessor + Pal estina , 649. Após bri1han tes estudos, re tirou-se ao deserto do Monte Sina i, onde, de iníc io, viveu iso lado. Tornou-se o ma is popular escri tor ascético de seu tempo com sua obra Escada do Paraíso, verdadeira súmula ele es piri tualidade monástica, que lhe vale u ta mbém o cog nome ele Clímaco, do g rego clymax, que sig nifi ca escada.
+ Saragoça (Espa nh a), 65 1. Notável pela cultura, aconselhou reis, interveio ativamen31 t cm co nc ílios e governou São Da11iel, Mártir co m sabedoria sua diocese, tornando-se uma das g lórias da • + Ve neza, J4 1J . A le mão ele o ri gem, estabe leceu-se como l 1r ja na Espan ha visigótica. comerc iante em Veneza. Bem 27 sucedido, clava seu lucro aos Soo ,João cio Egito, eremita cama ldu lenses , no convento + 394. Solitário na Tebaicla, sua dos quais morava como hósobediência exemplaríssima fez pede-le igo. Fo i assass in ado d I • um dos mais famosos conpor ladrões que assa ltaram o t mplativos de seu tempo. Domoste iro.
Intenções para a Santa Missa em março Se rá ce le brad a pe lo Revm o. Padre D av i Fron c isqu ini, na s se guintes intenções: • Em lo uvo r a Nossa Senho ra, pela Anunciação e Encarnação do Verbo de Deus, e em lo uvo r ao glo rioso São José - festas que secomemo ram no mês paro qu e prate ia m e guard em as família s dos leito res de Catolicismo e dos participantes da Ali-
ança de Fátima.
Intenções para a Santa Missa em abril • Em desag ra vo dos p ec ad os qu e t a nt o ofen dem a N osso Se nho r Jes us Cristo, pra ticad os nos d ias de carnav a 1. Pa ro qu e Ele, p e la int ercessão d e Sua Mã e Santíss ima , tenh a m iseri có rdi a de nosso País e o recondu za às vias da mo ra l cató lico . • Para q ue neste tem po da Q ua res ma nossos ass inantes e co la bo ra do res possa m se fo rta lece r a ind a mai s na luta em defesa da verdadeira Reli g ião; e qu e se us sacrifícios e o ra ções, un idos ao sacrifí c io de N osso Senh o r Jes us C ri sto na Sa nta C ru z, a lcancem a g raça de num erosas conve rsões no Bras il.
M
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Protestos contra a matança de inocentes "Precisamos proteger as vidas das crianças inocentes que estão por nascer" - palavras do Presidente Bush no 30º aniversário da Marcha Pró-Vida r
No Equador D
e legação da TFP brasileira e ela TFP norteamericana toma parte ativa no Rosário da Aurora, tradicional procissão em louvor a Nossa Senhora do Bom Sucesso, no dia de sua festa, 2 de feve reiro, percorrendo as ruas de Quito durante a mad rugada (fotos à direita e abaixo).
FLAv10 M ATIHARA
dia 22 de janeiro marca a legali zação do aborto os Estados Unidos desde J973, através de sentença da Suprema Corte no processo Roe x Wade. Marca também o protesto anual da popu lação american a contra tal sentença. Um monumenta l protesto que se reali za todos anos nessa data, há trinta anos, mediante a Marcha Pró-Vida, em Washington. Mais de !00 mil participantes de todo o país exigiam durante a Marcha a supressão de amparo legal ao assass inato de inocentes não nascidos. Vários oradores reafirmaram a posição anti-abo rti sta, e o Presidente Bush, que se e ncontrava em Saint Louis (Missouri), dirigiu-se por telefone à multidão, prometendo assinar a proibição do aborto quando e la for aprovada pelo Congresso. A participação da TFP americana na Marcha Pró- Vida, que se repete todos os anos, foi destacada pela presença dos estandartes característicos e elas capas rubras, a lém da execução de hinos patrióticos pela banda de jovens da entidade. A TFP brasileira também se fez presente, por meio de uma delegação que viajou a Washington a fim de participar da Marcha. Assim como associações afins à TFP, ela França, Itália e Polônia. Foram distribuídos milhares ele folhetos com o título Defendendo a Igreja, defendendo o nascituro, no qual a TFP ressalta o papel da Igreja cató li ca na oposição ao aborto. Ao defender a Igreja contra a investida da mídia, a propósito dos escândalos ele abusos sex uai s, a lúcida atuação da entidade reafirma "os ensinamentos de dois mil anos", entre os quais a condenação do aborto. E ressa lta que "os pecados de seus elementos humanos não
Abaixo: membros das TFPs presentes em Quito prestaram homenagem, no dia 3 1 de janeiro último, a um irmão de ideal, colocando ilores na tumba do cemitério Monte Olivos, na capital equatori ana, onde repousam os restos morta is de Santiago de Guzmán, que dedicou sua vida em defesa dos princípios sagrados da Tradição, da Família e da Propriedade. •
maculam a santidade da Igreja, seus sacramentos, sua doutrina e suas instituições". • À direita, flagrantes da Marcha realizada em 22 de janeiro p.p.
MARÇO 2003 ~
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Três caravanas da TFP percorrem o Brasil J ovens da TFP, partindo do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, consagraram seus dias de férias escolares a um trabalho muito meritório, dedicando esse período - que a maioria de_seus colegas empregaram no lazer - para difundir os ideais da Tradição, Família e Propriedade. E divulgaram, sobretudo, o comunicado da entidade intitulado Análise da TFP a respeÍto do novo governo. GELBO PEREIRA ALEXANDRE M ARTINS DO N ASCIMENTO D AN IEL M ARTINS
rês caravanas (cada uma com nove partic ipantes) percorreram grande parte de nosso território de di mensões continentais, durante todo o mês de janeiro último. Uma delas partiu de Brasília, atravessou o sertão nordestino, enfrentando fo rtíss imo calor - acima de 40º em algumas regiões - , fazendo campanhas em quase todas as capita is até chegar a Fortaleza, de onde retornou a Brasília. O povo nordesti no, muito acolhedor, profundamente católico e reli gioso, recebeu ele braços abertos os caravanistas. Escreveu em seu diário um cios jovens membros dessa caravana: "O povo brasileiro é um povo muito receptivo, principalmente o nordestino. Por todos os lugares onde passávamos, encontrávamos muita simpatia por parte da maioria da população. "Também algumas manifestações de ódio e rancor da parte de uma nú noria comunista e agitadora. Alguns pegavam nossosfolhetos e chegaram arasgá-los, dizendo: 'ÉTFP? Então não quero! '. Outros bradavam absurdamente que éramos nazistas; e ainda outros vociferavam, também caluniosamente, que no golpe de 64 nós matamos, torturamos e massacramos comunistas ... "Mas o que, de longe, mais constaCATOLICISMO
tamosfoi simpatia e apoio: 'Isto m.esmo! Continuem nesta luta! Vocês estãofazendo um trabalho divino!'. E ainda: 'Estou com vocês! Se os padres fizessem como vocês, os protestantes nêío teriam crescido tanto aqui no Nordeste!"'.
No fim da conversa, o homem sorriu e disse: 'Olha, eu sou ministro da Eucaristia e sou contra o PT, contra o MST e o comunismo. Eu só disse ser a.favor da
esquerda para ver .1· ' 11.1' argumentos, que, por sinal, gostei 111uito' ".
Cara11a11a /Jfmfü;t.-l : 25 ci<larlc.-; rio c,-;u,c/o A terceira caravu na percorreu 25 cidades do interior d' Siio Pau lo. O que muito impressionou os ·anivanistas fo i constatar oquantoPlin io 'orr~acl li veiraeaTFP são conh ' ·idos. E tamb m atestar o quanto os símbolos du TrP ·nraem as pessoas, particularrn ·nt · o ·slandarte rubro e as capas 0 111 o 1' 1 o lourado. Mcs1110 •11t 1" a I opul ação mais simples, not11 v11-s · qu · famílias tinh am guardado cm s11 us ·11sns ai uma obra ou foi heto lu TI 1P. /\ 1, umas senhoras chegavam a oi' ·r · · ·r r ' i' ·ições, e outras, não tendo nfld:i p11r11dnr aos caravani stas, predi spunh:im-s · 11 lavar a roupa dos ded icados jov ·11s id •ali stas. 0111 u111 11 narraç5o escrita por um dos compo11 •111 ·s d ·ssa caravana , terminamos o pr ·s •111 • r •s umo los relatórios
ele viagem: '" Puxa! A TFP aqui de volta, já estava mesmo esperando. Que não dernorem tanto para retorna,; é Ião bom ver vocês atuando na cidade', manifestou-se un·1. velho conhecido, em tom de exclamação. Na viagem para Sarapuí, a Kombi atolou. Logo após serm.os socorridos por um canúnhão, percebemos que a direção de nosso veículo estava avariada. Recorremos aos préstimos de um m.ecânico da região. Este diagnosticou o de.feito e .fez a troca da peça. Quando fomos pagar seu serviço, ele disse: 'Não é nada não, vocês estão fa zendo uma peregrinação!'. Dernos- lhe de presente obras da TFP e umafoto da im.agem de Nossa Senhora". * * A fibra dos ca rava ni stas tornou -se patente, ao atravessa r estradas precá ri as por esse Brasil afo ra e enfrentar a oposição ele esqu erdistas. Ma s recebera m sobretudo o apoio cios autênti cos ca-
dades ele origem fa igaclos, curtidos pelo so l, porém co m a a ma ex ultante. E com enorme alegr ia por terem combatido o bom combate e m prol da civi li zação cri stã e cio Bras il. " Valeu. a pen.a. Se outra caravana se fonnasse agora rn.esmo, eu partiria", afirmou um cios jovens participantes ao chegar de vo lta à capita l pau li sta. Nessa epopéia as caravanas percorreram 23.500 qu ilômetros, di stribuindo aproximadamente 5 1.000 cópias cio comunicado Análise da TFP a propósito do novo Governo; 16.000 volantes da Cruzada reparadora do Santo Rosário; 3.000 li vretos com a história de Na. Sra. de Fátima, da Meda lha Milagrosa e cio Santo Rosário. Além ele grande quantidade ele medalhas mil agrosas de Na. Sra. das Graças, terços, ades ivos, estampas, fo lhetos sobre F,Him a e o Sa nto Rosário, be m como exemp lares ela revi sta Catolicismo (ed ição janeiro/03). •
Cara11a11a /1umi11c11sc: seis cstaclos pcrcorl'idos Outra caravana pa rtiu de Campos (RJ), percorreu cidades dos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Su l, Mato Grosso, Go iás, Rondônia e Acre. Oferecendo aos caravanistas calorosa recepção, prefeituras ou particulares proporcionavam-lhes hospedagem, alimentação, ou mesmo combustível para continuarem a campanha por outras cidades. Eis um trecho de um relato a respeito dessa caravana: "Um senhor disseme com muita convicção: 'G raças a Deus que vocês estão aqui, pois o clero desta regiêío apóia a esquerda e o MST '. Afirmações semelhantes, ouvíamos com muita freqüência. Por exemplo, numa rodinha de fa zendeiros, vários deles, conversando conosco, di ziam coisas do gênero, e que havia necessidade de se denunciar o MST como ,novimento terrorista. "'Vendo vocês, vejo que a direita ainda existe e está agindo' - asseverou um goianiense, apontando para nosso estandarte. "Um senhor com.eçou a defender teses comunistas, defender o MST e o PT MARÇO2003 -
§ÃO FELliPE
NÉru
Firmeza do guerreiro católico dotado de coragem
S
ão Felipe Néri viveu na Itália no século XVI. Fundou não propriamente uma ordem religiosa, mas uma obra que se chamava Oratório: grupos de padres que moravam juntos. Não faziam os três votos - de pobreza, obediência e castidade - mas sujeitavam-se a um certo regulamento comum. Era grande orador sacro e exímio teólogo. Conhecia soberbamente a doutrina católica. Essa obra que São Felipe Néri fundou espalhou-se pela Europa, tendo sido muito perseguida. Por quê? Boa parte do clero do tempo dele antipatizava com a excelente orientação espiritual que o Santo proporcionava aos sacerdotes, e, através deles, aos jovens que procuravam os padres chamados oratorianos. Uma das grandes figuras do Oratório, em dias próximos aos nossos, foi o famoso Padre Faber, inglês convertido do anglicanismo, que lutou magnificamente contra os protestantes. Foi também um grande propagador da obra de São Luís Maria Grignion de Montfort. Qual era a acusação que lançavam contra São Felipe Néri? Diziam que ele tinha fundado uma seita! Vê-se, assim, que nada de novo acontece neste mundo ... *
*
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Esse quadro apresenta São Felipe Néri já idoso, barba inteiramente branca, sobrancelhas negras, com a fisionomia de um homem que lutou muito e que ainda está no combate. Está olhando atento e desconfiado para um adversáiio não visível para nós. Dir-seia que ele está percebendo formar-se uma trama a certa distância, e que está
pensando na argumentação e na rasteira que empregará contra o inimigo. O caráter de luta é manifesto, não tanto pelo olhar - de muita vigilância e pugnacidade - quanto pelo formato contorcido das sobrancelhas . Assim como um batalhador fica marcado pe-
las característica da gu rra, dir-s ·-ia que, de tanto franzir as sobranc lhas, elas ficaram com o traçado cl suas profundas preocupações. Mas, s o olhar é vigilante, toda a atitude do rosto 'plácida. É a firmeza do guerreiro católico dotado de coragem .
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 17 de janeiro de 1986. Sem revisão do autor.
PI INI
UMÁRI
O I RrA DE Ü LIVE IRA
Abril de 2003
Cristo morreu e ressuscitou R epete-se em nossos dias, de modo análogo, a Paixão de Nosso Senhor. A Santa Igreja, como sucedeu com Ele, é crucificada, mas ressurgirá triunfante.
A
anta Igreja é imortal, mas assa presentemente como que por uma Paixão. A exem plo de Nosso Senhor Jesus Cristo, também o seu Corpo Místico, que é a Igreja, é perseguido, odiado, abandonado por inúmeros de seus próprios filhos, e por vezes parece sepultado sob a pesada pedra de um sepulcro . Porém, os verdadeiros fiéis confiam firmemente na promessa de Nosso Salvador a São Pedro : contra a Igreja "as portos do inferno não prevalecerão" (Mt 16, 18), e com Ela ocorrerá algo semelhante à glorioso Ressurreição do Divino Redentor. Posta essa situação, nós, católi-
- C A T O L I C ISMO
cos, que queremos ser fiéis ainda nas circunstâncias mais amargas e aparentemente sem saída, temos a obrigação de fazer em prol da Igreja e da Civilização Cristã o que outrora realizaram os cruzados para libertar o Santo Sepulcro. O texto abaixo - extraído de histórico artigo de Plinio Corrêa de Oliveira publicado em Catolicismo (janeiro/ 1951 ), verdadeiro programa de nossa revista - nos encoraja a isso.
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" Na ld ade M édia, os cruzados derram aram se u sa ngue para liberl ar das mãos dos infi éis o Sepul cro d Nosso Senh or Jes us ri slo e in sLiLuir um R ·i1
no Cri stão na Terra Sa nta. 1... 1 Mas o que é o Reino de Cri slo, id ea l supr mo dos cató li cos? [ ... l O próprio da ígreja é d produzir uma cultura e um a Civ ili zação ri stã . • de produzir todos os seus l'rulos nu ma atmosfera soc ial plel1'1m 111 ' ·11 1 >l i 'êt. O católico eleve aspirar a uma ·ivili1.ação cató li ca , co mo o hom ·m ·n ·m · ·melo num suble rrfi neo d ·s ·j:i o ur livre, e o pássa ro a1ri sionado uns •i:1 1or r ·cupera r os sp·1·os inl'ini1 os do d u. E ·s1a u nossu l'i11u lidud •, nosso rand itl ·11 I. '11 111inl1t111HJS p11 rn a civili 1.a 'to ·ai >li ·u qll • pod ·r 1 1111s · •r doses·ombros do 111u11do d · lloj ·, ·0111 0 dos 'S ·0111 1 roi, do 11H111do ro11111110 nasceu a ·ivi li :.,,u ·110 111 •di ·v1 tl . ( '1 1111111lia111os para a ·011 ~11ii st11d ·stv id ·11 1, r oi11 11 ·oragem, 11 il\'l'St'Vl'l'l 11u,· 11, 11 n·solu i,:110 d · •nl'rcnlar • v ·11 · •1· tod w, os ol>st1í ·ulos, ·0111 que os t·111111dw, 111 111'\'11111·11111 para J ·rusa lém. 11on p1 ·, s • ,11 1ssos 11111ior ·s so ub •ram 11101'1\' 1' p11 1·11 1· • ·011q11i s111r o S •pul ·rode ',•isto, ·01110 111o qu ·1· ·nnos 1Hís, li lhos (1 11 1 •r ·j11 ·omo ·I ·s, lut ur • 111 orr ·r para r •staurara l 1 0 1u ' v,il ' inf'i nit a,11 ·11l • mai s do que o preciosíss imo ep ul ·rodo Sa lvado r, ist é, seu rei nado sobre as almas c as soc iecla les, que Ele cri ou e sa lvou para O amarem eternamente?". •
Foto do Santo Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Jerusalém, tirada no dia 8 de dezembro último - festa da Imaculada Conceiç o . Sobre a pedra sepulcral , a capa rubra com o leão dourado da TFP. No gonfalão, traduzind d 11 1 J lemos : "Cristo Res u lt 11 H.
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Nº 628
Nossa Senhom nos primórdios da Igreja O Credo - 1 Oº e 11º arUgos
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O Governo e a "esquerda católica"
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A Semana Santa em Úbeda (Espanha) Lixeiros e a harmonia entre classes sociais Santo Anselmo de Cantuária
A lamília na origem de antigas ci vilizações
Refl exos do Criador no reino mineral
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Concepção feudal no Japão e no Ocidente
48 TFPs em Ação
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Nossa capa: Cristo de la Noche Oscura, da confraria do mesmo nome na cidade espanhola de Úbeda . Ao fundo , a igreja de San Nicolós, 'da mesma localidade . ABRIL 2003
Uma aparição mariana no século m ~
Caro Leitor,
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Meditar a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus ri sto uma fonte ri quíssima de graças que impul sionam nosso progresso na vicia spirilual.
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
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O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP, inspirador e principal colaborador de Catolicismo, durante toda sua vida incentivou sempre o piedoso costume de meditar a Sagrada Paixão de nosso Redentor, principalmente na época ela Quaresma e Semana Santa. Razão essa que nos leva, tradicionalmente, a publicar todos os anos matéria adequada para nutrir as almas ele nossos amigos e leitores, tendo em vista, além da glória ele Deus, seu crescimento nas virtudes. Neste ano, não fugimos à tradição. Presenteamos a todos com uma séri e ele comentários e reflex ões, cuidadosamente selecionados ele diversas conferências do insigne pensador católico. E ilustramos tais considerações com fotos elas várias etapas ele maravi lhosas procissões, realizadas e m cada dia ela Semana Santa, na cidade de Úbecla (Espanha). Durante a Semana Santa, as numerosas confrarias dessa histórica localidade realizam magníficas procissões, cuja força de expressão pal e nteia a sacralicl acle da Civilização Cristã. Nesses cortejos sacros , a le rnai s, a ardente devoção es panhola ressalta admiravelmente a co-rede nção ele Nossa Senhora. A fé marcante dessa população leva cerca ele 14.500 p 'Ssoas, ntr os 32.500 habitantes ela referida c idade, a inscrevere m-s ·m ·onfrarias e irmandades devotadas aos passos ela Paixão ele Nosso I ivino . alvador. Tai s associações começaram a surgir no s ulo XV I • p ·rnwn · · ·m ai os pr'senles dias, apesar das elevaslações produzida s p ' los ·omuni stas durant a Guerra Civ il espa nhol a, ele 19 6 a 39, da ·ris· p >s- ·on ·iliar. Esta mal ria le ·apa apr s nl a fotos dos h •líss imos ,rnd or 's conduzidos no decurso cios div rsos passos da , a ,rada Paixão, ·om cont ·nlários exp li cativo. e as toca ntes m ·dit:içc ·s d · au toria do I rol'. 1 linio orrêa d Oliveira. Aproveito o ns jo para d s jar aos a mi gos leit ores e assinantes de nossa revi sta, como tarnb m a suas di gnas família,, uma Santa Páscoa repleta ele bênçãos muito sp ciais.
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Em Jesus e Maria,
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Paulo Corrêa de Brito Filho OtRETOR
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA.
D esde os primórdios da Igreja, Nossa Senhora auxiliava os fiéis, amparando-os em suas necessidades e esclarecendo suas dúvidas ■ V ALDIS GRIN STEINS
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ão é fác il para um cató li co dos dias de hoje compreender as difi culdades que e nfrentaram os bi spos e sacerdotes no início da Igreja, na defesa da verdadeira doutrina. Com efeito, após 20 séculos de Hi stóri a, a Igreja Católica te m proclamado dogmas magníficos, estudado e reso lvi do inúmeros problemas teológicos, refu tado heresias, esclarecido dúvidas que pareci am in superáveis, tudo sob a inspiração do Espírito Santo. Da mesma forma que tra balha mos atualme nte co m lranqüiliclade em terras que nossos antepass ados tiveram e norme dificuldad e
para desmatar. É o valor inestimável da Tradição. Coisas que hoje um menino ele seis anos aprende sem dificuldade no cateci smo preocuparam outrora os Padres ela ]greja. Época em que se defini am as naturezas humana e divina de Nosso Senhor, existentes em uma só ~essoa, definia-se o verdadeiro alcance dos sacra mentos, o mundo angélico ou o inferno etc. O ra, foi justamente para tranqüili zar a reta consciê ncia de um bi spo santo, dos primeiros sécul os do cristiani smo, que se deu a aparição narrada a seguir.
Sa11to biógrnfo de outm santo Em muitas ocasiões, na História da
Igreja, surgiram santos que relatam os fatos maravilhosos ela vida de outros santos. Assim, São Gregório Magno narrando a vicia ele São Bento; o Bem-aventurado Raimundo de Cápua escrevendo a de Santa Catarina de Sie na; São João Bosco descrevendo a de São Domingos Sávio etc. São Gregório de Nissa conta a vida ele São Gregório, o Taumaturgo (i sto é, o que opera milagres). O primeiro viveu no século IV, e seu biografado no século III - um século de diferença. São Gregório, o Taumaturgo, tinha sido nomeado Bispo de Neocesaréia, ci dade localizada na atual Turquia. M as, segundo a biografia escrita por São Gre-
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gório de Ni ssa, "ele não queria iniciar a símbolo, que consulte a Igreja na qual o Taumaturgo pregava esla doulrina. Em pregação antes que a verdade lhe tivesse seus arquivos, conserva-se ainda hoje o sido re velada por alguma aparição. Hamanuscrito f eito por esta bem-avenluravia aqueles que falsificavam o ensino da ,não: verdadeiras tábuas escritas por piedoso com argumentos rebuscados, e Deus e comparáveis, pela grandeza de sua assim tornavarn a ve rdade duvidosa. graça, às tábuas da Lei, nas quais fora Ora, durante a noite, quando ele repouantigcunente gra vada a lei divina".* sava em santos pensamentos, u,n venerável ancião lhe apareceu, revestido de Uma situação especial ornamentos sacerdotais. Swpreso, GreConstatamos neste texto vários fatos gório levanta-se e pergunta-lhe quem. ele que merecem um comentário. Chama a é e por que lhe apareceu. O ancião trctnatenção que, nessa visão, estando presenqüiliza seus temores com uma doce voz. te Nossa Senhora, não te nha s ido Ela Anuncia que vem, por ordem de Deus, quem ex plico u o probl e ma teo lóg ico, esclarecer suas d(ficuldades [teológicas] mas tenha convidado São João Evangee re velar-lhe a verdade da Fé. Gregório li sta (B ispo da Igreja) para fa lar. Cabe cobra coragem com estas palavras e olha aos Bispos ensin ar a doutrina, poi s a e les o ancião com uma alegria mesclada de confiou Nosso Se nho r essa mi ssão. E estupefação. A aparição estende a mão Nossa Senhora, sempre respeitosa das e o convida a olhar para um lado. Então hie rarquias - mesmo tendo muito mai s Gregório percebe outra aparição: uma mulher, com um. aspecto superior a tudo quanto é humano. De novo a emoção o domina, abaixa sua .fivnte e não ousa.fixar esta luz tão forte para seus olhos[. . .]. Mas ele escutava as dua s pessoas que apareceram conversando sobre os assuntos teológicos que o preocupavam. Assim, ele não apenas aprendeu a doutrina da Fé, mas descobriu quem eram os personagens da visão pelos nomes que eles se da vam um ao outro. Com efeito, conta ele que ouviu a mulher convidar São João Evangelista a manif estar ao j ovem bispo os misté rios da verdadeira Fé. Por sua vez, este respondia que o faria com gosto, para agradar a Mãe do Senhor e seg uir seus desejos. Então [aque le apóstolo] pronunciou um discurso sóbrio, e desf ez-se a aparição. "Imediatamente Gregório colocou no papel esta doutrina celeste, e f oi de acordo com ela que ele pregou logo mais em sua igreja. Ele legou-a a seus sucessores como uma herança vinda de Deus, e o p ovo, ensinado segundo tal doutrina, tem permanecido sempre puro de toda maldade herética. Eis aqui aspalavras reveladas do Símbolo [dos Apósto los, o u seja o Credo]: Eu creio num só Deus [.. .]. Se alguém quer se assegurar da verdade deste São Gregório de Nisso
-CATOLICISMO
virtude e conhecime nto - , não qui s violar esta regra dada por Deus. Admirável tema de meditação sobre a verdadeira humildade! orno dói saber que hoje cm dia há Bispos que se desviaram dessa sublime mi ssão, para e nsinar as doutrinas ela moela , como a teo logia ela libertação e o utras cio gêne ro ! Outro aspecto curi oso da visão: São Gregório, o Taumaturgo, não conseguiu fixar seus o lhos e m Nossa Sen hora. Ali ás, é um fato que se constata e m numerosas apa ri ções de Maria Santíssima: os vide ntes sente m dificuldade em fixar detidamente seu rosto, tão luminoso é ele. Vários vide ntes, ao serem inquirid os, conseguem descrevê- lo só generica me nte, poi s não puderam fix ar seus traços. Chama a ate nção ainda o modo maternal como Nossa Senhora tratou o jovem Bispo. Este não quis, de fo rma alguma, ensin ar algo contrário à verdade. Mas, naquela época, era muito difícil consultar outros bi spos fi é is para e lucidar as verdades da Fé, em meio às perseguições pagãs e com distâncias enormes a percorrer. Entretanto, o Santo Bispo não podia de ixar seus súd itos privados de só lid a fo rmação doutrinária. Pode mos imaginar, ntão, a angústi as ca usadas po r tal situ ação. Para ava li armos o prob lema, lembremos que som nt c 50 anos após a morte de ão rc 1 ório de Ni ssa, no Concíli o d· Ni cé ia fo i elaborado um rcdo o fi cial, co m a fina lidade ele stab I ccr a autêntica e úni ca verdade ele Fé.
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Co mo vimos, Nossa Se nho ra reso lveu o angustiante problema de um modo muito especial e materno. Assim como Ela o solucionou e protegeu a Fé incipi ente dos pri meiros cristãos, peçamos-Lhe que nos preserve dos e rros contemporâneos, em meio à te rrível confusão dos di as atuais. •
Nota:
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* Le ciel sur la Terre, /e,, ll/1//l ll'Í/Ílm s de la Vierge a, , M oye11 Ili;<', Sy lvic Burn11 y, l~d. lcs Eclili ons du cri', Mil11110, 19()() , pµ. 16-18.
Décimo artigo do Credo
"Na remissão dos pecados"*
º
décimo arti go do Credo nos ensina que Jesus Cristo deixou à sua Igreja o poder de perdoar todos os pecados, por numerosos e graves que sejam, porque deu-lhe pleno poder de ligar e des li gar.
Os que, na Igreja, exercem o poder de perdoar os pecados são: em primeiro lugar o Papa, o qual é o único que possui a plenitude de tal poder; depoi s os Bispos e, sob sua dependência, os sacerdotes.
A Ig reja pe rdoa os pecados pe los méritos de Jesus Cri sto, conferindo os Sacramentos por Ele instituídos para este lim, principalmente o Batismo e a Pe ni tênc ia.
Undécimo artigo do Credo
"Na ressurreição da carne" * O
décimo primeiro artigo do Credo nos ensi na que todos os homens ressuscitarão, retomando cada alma o corpo que tinha nesta vida. A ressurreição dos 1110,tos ocorrerá por virtude de De us on ipotente, a Quem nada é imposs íve l. Isso será no fim do mundo, e depoi s seguir-se-á o Juízo universal. Deus quer a ress urre1çao dos corpos porque, te ndo a alma obrado o bem ou o mal unida ao corpo, sej a também com e le premi ada ou punida. Haverá g randíss im a di fere nça e ntre os corpos do s e le itos e os dos co nde nados, porque some nte os corpos dos e le itos terão , à seme lha nça de Jes us Cristo ressusc itado, os don s dos corpos g loriosos. Esses don s que adornarão os corpos gloriosos dos e leitos são : l", a impassibilidade, pela qual e les não poderão mais estar suj eitos aos mal es, ne m dores de nenhuma espéc ie, nem necess idade de alime nto, de re pouso
ou qualquer o utra co isa; 2", a claridade, pe la qual resplan decerão co mo o so l e as estre las; 3", a agilidade, pela qual pode rão passa r, num mome nto e sem fadi ga, el e um lu gar a o utro e da terra ao Cé u; 4", a .1·u1ileza , pe la q ua l pode rão, se m obstác ul o, pe ne trar qualqu e r co rp o, co mo fez Jes us Cri sto ress urrecto. Os corpos dos conde nados serão privados dos dons dos co rpos g lor iosos dos be maventurados e po rtarão a horrível marca da eterna re provação. •
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Cated,i,r nw Maggiu re prur111,tlgatu da Sa11 Pio X, Roma, Tipografia Vai ica na, 1905, Ecli zione Ares, Milano.
A Ressurreição dos Mortos (iluminura), Domenico e David Ghirlandaio (séc. XV)
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pl etamente estraçalhados?". Ela respondeu que já tinha vi sto grandes cartazes assim e que dava bom resultado, os motoristas tomavam mais cuidado. Então aproveitei e disse: "Pois é, acho que deveriam colocar também cartazes de doentes de AIDS , completamente estraçalhados, para que as pessoas vendo, tenham horror a essa doença, tomem cuidado para não morrer adquirindo AIDS". Questionamos um pouquinho, mas ela acabou concordando. (M.A.P. - RJ)
Como a AIDS
Católicos e "católicos" C8l Todos os católicos deveriam ter essa posição sobre as causas da AIDS e o modo certo de combatê- la, mas muitos não conhece m o ensinamento da Igreja católica. Até mesmo alguns padres que passam como católicos, não ensinam a verdadeira posição da Igreja sobre a moral. Acho que eles ficam com medo de pi sar no pé da gente. Conheço "católicos" que pensam e agem, como se fosse m ateus em matéria de mora lidade, chegam ao absurdo de recomendar o preservativo ! Ainda bem que ex iste essa revista verdadeiramente cató lica que diz sem medo qual é a verdade, doa em quem doer. Acho que deve ter doído em muita gente a questão da castid ade. Vo u levar ad iante essa idéia. (D.G.X. - GO)
Vm meio de evitm· desastl'es C8l Uma amiga nossa, quando viu na revi sta a foto de um doente de AIDS em estado terminal, disse que era melhor sugerir a vocês para não colocarem mais essas fotos, porque chocam muito. No momento não sabia como responder. Mas no dia seguinte di sse para ela: "Vânia, para evitar que as pessoas exagerem na velocidade, e com isso tenham um desastre e morram, não colocam nas estradas outdoors com fotos horríveis de carros com-
IIIIJcATOLICISMO
se propagou?
C8l Quem qui ser bem definir o grau de imoralidade e desorientação da humanidade pode dizer assim: Governos, empresas e indivíduos representantes de órgãos públicos alardeiam aos quatro ventos o uso de preservativos. Com isso, incentivam até a pré-adolescência à vida sex ual promíscua, causando partos e abortos em meninas de até 10 anos de idade. Chegam até fazer a di stribuição gratuita do preservativo. Estão na verdade disseminando a imoralidade e liberti nagem. Como fo i que a AIDS se propagou? Não fo i pela libertinagem? A propaganda do pres rvativo leva à deterioração ela soc iedade, com a destrui ção cios va i r s sociais cristãos, inc luindo a família. O caminho é a morali zaçã.o cio sexo, que envolve a absti nência e a va lorização cio corpo e ela alma. Mas para que o homem não pereça na lama que ele mes mo produ z, Deus abre portas e portas como "O Amanhã de Nossos Filhos", uma campa nha leiga, de cunho social, que lu ta pelos valores cristãos, e que vem incomodando a televisão predatória. (A.R. - SP)
Não tem outro rnmédio C8l Levei um susto lendo na revi sta a cobertura sobre o vírus da AIDS, opinando que a castidade era a so lução para não pegar essa terrível doença. O susto passou, faze ndo a leitura do texto. Não tem outro remédio mesmo. Será que vocês poderi am pregar mais sobre a importância da castidade? Isso é muito importan-
te para passa r a nossos l'ilhos e sobrinhos. Por exemplo, do ponto ele vista de vocês , quando que se enquadra em pecado o relacionamento sex ual? Essa guri zada nova não sa be nada di sso. E os mais velho· não sabem ex plicar bem. (E.M.A.N. - RS)
Nota da redação: Para apresentar a moral católica a respeito da importância da castidade, haveria necessidade de muito mais espaço para uma explanação, a inda que resumida. Mas aqui queremos apenas assinalar que nosso "ponto de vista" é o da Santa Igreja, Católica, Apostólica, Romana; é o que ensi na a doutrina católica a respeito, como está consignado no 6º Mandamento da Lei ele Deus: "Não peca rás contra a castidade". Esse preceito divino proíbe a todos - tanto do sexo masculino quanto do sexo fe minino - o pensa mento, o desejo e o ato impuros. Fora do matrimônio, qualquer re lação sex ual é cons iderada pecado grave. A doutrina católica ensina que antes de se receber o sacramento cio matrimônio, todos elevem observar a castidade perfeita, e no casamento observá-la segundo o estado conjuga l, ficando os esposos obrigados à mútua e inviolável fidelidade. A prática da virtude, evidentemente, é difícil ( "A virtude que não custa, não é virtude" - observa o Padre Bernardes). Só se adq uire a virll1de ela castidade à custa ele sacrifíc ios, e a todos Deus con~ecle as graças necessárias para praticá-la. É preciso rezar pedindo o auxílio sobrenatural para vencer a tirania cio pecado. Mas com oração - espec ialmente por meio ele Nossa Senhora, Virgem das virgens - e com espírito ele sacrifício, pode-se perfeitamente levar uma vida casta. A História da Igreja está cheia de exemplos nesse sentido. Para tratar da beleza da virtude angélica, das obrigações dos jovens não casados, dos deveres dos cônju ges quanto ao 6º e 9º Mandamentos, seria necessário apresentar matéria mai s extensa, o que, talvez, futuram ente venhamos a fazer.
/Joutl'ina segura C8l Catolicismo é a revi sta mais completa, fiel e coerente que conheço. É guia seguro da doutrina católica. Sua leitura nos enche de verdadeira alegri a e espera nça. (F.P. - SP)
C8l Depois que leio a revi sta Catolicismo, empresto-a a diversas pessoas. Depois guardo todas co m carinho, pois, para mim , são como uma jóia preciosa e de imenso valor. Parabéns. (R.C.E. - MG)
maiores e 2 ele colo, além cio meu esposo, eu e a empregada . Tudo fo i muito bonito, meu marido achou a imagem tão linda que ficou querendo comprar uma para nossa casa. Nos últim os [tempos] venho rezando o terço quase todos os di as. Quando comece i a partic ipar desta campanha, raramente rezava o terço, pois achava cansativo. Depois comecei a rezar um mi stério. Dias após receber o pri meiro folheto ela Cruzada Reparadora, comecei a rezar o terço com mais freqü ênci a e não acho cansativo. Sr. Marcos, me preocupo com a crise moral em nosso País e também sou contra a pornografi a nos canais ele TVs e no rádio. O que eu vejo é o bandido com armas bem mais sofi sticadas que as ela polícia. Outra coisa que me preocupa muito é a prostituição. Muito me afli ge a gravidez na ado lescênc ia, que cresce a cada dia ele maneira galopante, e um grand e núm ero d e "ajuntame nto s". (F.V.M. - RN)
Desde 1951
Dois milagres
C8l É uma revista di gna ele toda esti ma. Desde o primeiro número, janeiro de 1951, ela está cada vez melhor. (P.J.P.S. - PR)
C8l Dois milagres que aconteceram: minh a vi zinha, já ele idade avançada, caiu doente. Não comia, não falava nada, lembrei-me da Medalha, e ntregue i a e la, hoj e está anelando, comendo e fa lando, completamente boa, graças à Medalha Milagrosa. Meu pai estava muito ruim de pressão, não tinha jeito de co ntrol ar. Coloquei a Medalha no pescoço dele, e hoj e a pressão es tá co ntro lad a. (J.R.S. - MS)
Moral católica C8l É uma revi sta cônscia, imparcial, elucidativa, investigativa, ética, moralizadora. (A.N. - RS)
Na,Ja a acrescenta,·
IBJ Na minha opinião, a revista é a melhor possível. É marav ilhosa e não tenho o que acrescentar. Com e la, aprendemos muita coisa que deveríamos conhecer. (A.P.F. - BA) Preciosidade
Boa teologia C8l E u acho a revista ótima, oportuna e atual. Muito linda, magnificamente impressa, com uma orientação teológica e moral mui to segura. (M.S.C.C. - MG)
Catequização [gj É uma rev ista que instrui e cate-
Brilhante J'onnação
quiza. É clara, esclarecedora, informativa e formadora. Aprendo muita coisa sobre a Religião católica e me ensina o discernimento sobre a política em geral. (J.C.S. - SP)
C8l Esta revista nos proporciona uma brilhante fo rmação cri stã, trazendo sempre novos co nhec imentos para seus leitores. (M.H.V.A. - MA)
Prnocupações legítimas Na peregrinação ela Imagem de Fátima no Rio Grande do Norte, o meu lar fo i um dos sorteados para a visita. Estiveram presentes 22 pessoas ad ultas, 3 adolescentes, 5 cri anças
Inspiração C8l Desde o nº 1 el a revi sta até o nº 624, considero-a excelente. A cada número ela melhora. Sente-se que a rev ista é inspirada pelo Sr. Dr. Plinio. Continuem ass im! Que Nossa Senhora os abençoe. (M.E.R.F. - MG)
Rezar o terço <lial'iamente É com grande alegria que quero agradecer a Deus e também a vocês pela honra que tive de receber a Imagem de nossa querida Mãe em minha casa. Foi a mai or graça que recebi. Foi muito abençoada, fez tanto bem aos meus familiares e a todas as pessoas que aqui estavam. Muitas se comprometeram a rezar o terço todos os dias. Peço, se possível, me envi ar medalhas milagrosas para que eu possa di stribuir a meus parentes. Obrigada por me envi ar o póster ele Nossa Senhora. (M.F.W.V. - PR) La1·g11ei as panelas
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J'ogo
IBJ Estou agradecendo este belíss imo calendário. Fiquei tão emocionad a que largue i as panelas no fogo e saí correndo para mostrar às vi zinhas, que també m já assinaram, pois na semana passada a mara vilhosa Image m de Nossa Senhora de Fátima esteve na casa ele uma vi zinha ele meu bairro. Eu vou continuar rezando não só o terço todos os dias, mas o Santo Rosári o, e pedir a Nossa Senhora ele Fátima que, pe la intercessão dEl a, o mundo inte iro sej a convertido . Que todos nos sintamos embriagados de amor pela Virgem de Fátima. (L.R. - MG) Livro de Na. Sra. Aparecida C8l Desejo por meio desta agradecerlhe o presente tão especial que me enviou: o livro com a história ele Na. Sra. Aparecida. Não sei descrever as lágrimas que derramei quando abri o pacote. Tenho certeza ele que fo i um sinal da Mãe do Céu para mim. Dias antes, eu havia feito a promessa a Na. Sra. Aparecida ele que, caso alcançasse certa graça, cornpraria o livro com sua história. E o livro chega a mim de presente, sem explicação aparente! Foi algo sobrenatural. (A.M.F.N. - RS)
Cartas, fax ou e -mails para as seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram na póginc 4 desta edição.
ABRIL2003-
Cône o JOSÉ LUI Z VILLAC
Pergunta - Sr. Cônego: Solicito-lhe que me oriente com relação ao Cap. 28 do 1 Livro de Samuel, que trata de como Saul conseguiu falar com Samuel, que já estava morto, através da Pitonisa de Endor. Faço as seguintes perguntas: 1) É realmente possível falar com os mortos? 2) Em caso derespos ta positiva, por que Deus permite isso?
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Resposta - Para e ntender por que Deus permitiu esse fato excepcional de o profeta Samuel aparecer (depois de morto) ao rei Saul, é preciso conhecer, ao menos em linhas muito gerai s, a trajetória também excepcional desses dois ilustres personagens do Antigo Testa mento. Ao co ntrário cios povos circunvizinhos, o povo de I rael não era uma rnonarquia, mas era diri gido por um representante des ignado pelo próprio Deus, que recebia o nome de juiz, acumulando as funções ele sacerdote, profeta e rei. Diz-se, pois, que o povo ele Israel era uma teocracia (governo feito diretamente por Deus). Estando já velho o JUI Z Heli , Deus preparou-lhe um sucessor na pessoa ele Samuel. A mãe de Samuel, Ana, que era estéril , prometera consagrar inteiramente a Deus o pri meiro filho que concebesse, se alcançasse a graça ele tornarse fecunda. E assim o fez, logo que o menino pôde di spensar os cuidados da mãe, entregando-o nas mãos de Heli. Uma noite, Deus chama por Samuel , o qu al aco rda, pensando tratar-se de um chamado de Heli. Este porém diz que não o chamou , e manda
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CATOLICISMO
que o menino volte a deitarse. Por três vezes repete-se o chamado, até que Heli compreende que a voz é ele Deus, e aconselha Samuel a responder dizendo: " /<à la, Senhor, que teu servo escuta " (I Sam 3,9). Samuel recebe então a comunicação da terrível sentença pronunciada por Deus contra a casa de Heli , por não ter este corrigido eficazmente seus filhos , que cometiam desmandos no serviço do Senhor. Saul é ,mgiclo pelo prol'eta Samuel A profecia se cumpre. Os doi s filhos ele Heli morrem em batalha contra os fili steus, e a Arca da Ali ança, que era o símbolo da presença ele Deus entre os israelitas, é arrebata-
ela pelos inimigos. Abalado com estas notícias, Heli morre. Samuel torna-se juiz por vontade ele Deus. Tendo Samuel por sua vez envelhecido, começa a agluti nar-se entre os israelitas uma corrente mon á rquic a, qu e pede a Samuel que lhes dê um rei , "como o têm todas as nações" (l Sam 8,5). Desagradado, Samuel consulta o Senhor, que lhe diz: "Ouve a voz do povo em tudo o que te dizem, porque não é a ti que eles rejeitaram, mas a Mim, para Eu não reinar sobre eles" (I Sam 8,7). Em todo caso, o monarca escolhido continuará sendo o representante de Deus (cfr. I Sam 12, 12). Ass im, Deus encaminha Sau·l - o futuro rei - a Sa-
muel. Anelando à bu sca ele dua s jumentas de se u pai, que se havi am ex trav iado, Saul encontra Samuel , que o cerca ele honras e lhe co mu nica a escolha de Deus: "E Samuel tomou um pequeno vaso de óleo, e derramou-o sobre a cabeça de Saul, e o be(jou , e disse: Eis qu e o Senhor te ungiu por príncipe sobre a sua herança, e tu livrarás o seu povo das mãos dos seus inimigos que o cercam "( ! Sam 10, 1). Sa11J não con·espomle ao chamado de Deus Samuel então co nvoca o povo, e lançando as sortes sobre as tribos de Israel, estas recaem sobre a tribo de Benjamim. Deitando novamente as sortes, desta vez en tre as famílias el a tribo ele Benjamim , chegou fin almente até Saul. "E Samuel disse a todo o povo: Bem vedes quem é aquele que Deus escolheu, e ncio há em todo o povo quem lhe seja semelhante. E todo o povo o aclam.ou dizendo: Viva o rei! " (1Sa m 10,24). Segu m-se as primeiras vitórias de Saul , mostrando que a mão de Deus estava com ele. Começam também, entretanto, as primeiras infidelidades e desobediências a Deus por parte de Saul. Certa ocasião, acossado pelos inimigos, precipitase e oferece o holoc austo, como se fosse sacerdote, em vez de aguardar a chegada de Samuel, como lhe fora ordenado da paite de Deus. Samuel o increpa pela desobediênci a: "Se não tivesses feito isso, desde já teria o Senhor confirmado para sempre o teu r•i110 sobre Israel; poré111 o teu reino não subsistirfi para o Júturo "
(I Sam 13, 13- 14). Eem segui da Samuel lhe anuncia que o Senhor já estava buscando um outro homem segundo o seu coração. A partir de então, a trajetória de Saul torna-se um desastre co nstante, que termina com a sua total rejeição por parte de Deus: "Porque rejeitaste a palavra do Senho,; o Senhor também te rej ei ta como rei" (I Sam 15,23).
rael nas mãos dos f ilisteus; e amanhã tu e os teus filhosestareis cornigo" (l Sam 28,519). Saul se espantou com as palavras de Samuel e ca iu por terra desmaiado. Aconteceu tudo exatamente como Sa muel profetizara. Na batalha dos montes de Gelboé, os filisteus pusera m em fuga os combatentes de Israel e mataram muitos deles. Três dos l·ilhos de Saul morreram, inclusive Jônatas, que sempre tomara a defe. a de Dav id perante seu pai. Gravemente feri do pelos arqueiros, e receando o opróbrio de ser extermi nado por seus inimigos, Saul pede a seu esc udeiro que o tra nspasse com a espada, o que este terminantemente recusa. Saul lança-se então contra a ponta da própria espada, suicidando-se. Vendo-o morto, seu esc udeiro faz o mesmo.
O rni Saul consulta a pitonisa Aqui entra em cena David, cuja hi stóri a é mais conhecida. Dav id põe-se a serv iço de Saul, porque este, atormentado por um espírito mali gno, é aconselhado a contratar um tocador de harpa que alivi asse suas angústias. Num primeiro mome nto, Saul f ica comprazido com David, mas à medida que este va i adq ui rindo prestígio aos olhos do povo ele Israel - o ca. o mais célebre foi a vitória contra o gigante Gol ias - a inveja de Saul cresce. Daí lhe nasce um ódi o mortal que chega à perseg ui ção co m o intuito de matá- lo. E ntrementes morrera Samuel. Os fili steus se reúnem para atacar o povo de Israel. Contemplando o acampamento dos fi Iisteus, e vendo a grande inferioridade numérica dos israelitas, Saul treme e se ag ita em seu coração. Consulta a Deus para saber o que fazer, mas Deus não lhe res ponde nem por sonhos, nem por sacerdotes, nem por profetas. A Saul oco rre a infâ mi a final: consultar um a pitonisa. Samuel aparece a Saul e o i11cr epa Ele próprio, Sa ul , havia extermin ado do país todos os
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Saul e a Pitonisa de Endor
magos e ad ivinhos, e assim pede a seus servos que lhe indiquem onde poden1encontrar uma pitonisa. Disfarçando-se, Saul vai co m dois de seus homens a Endor, onde constava haver uma mulher "que tinha o espírito de Piton ". Esta se apavora, recordando aos forasteiros o decreto de Saul. Este, sem revelar quem era, gara nte- lhe que nada de mal lhe advi n1. Sa ul pede: "Fa ze-m.e aparecer Sarnuel. E a mulher; tendo visto aparecer Samuel, deu um grande grito, e disse a Saul: Por que me enganaste? Tu és Saul. E o rei disse-lhe: Não ternas; que viste tu ?". Diante da descri ção da pitonisa, Saul prostra-se por terra, em profunda reverência a Sa-
muel ,q ue lhed iz: "Porque me inquietaste, fazendo-me vir cá?". Sau l expli ca o grande aperto em que se encontra e como Deus se retirara del e, ignorando as suas consultas. "Por essa ra zão te chamei, para que me indiques o que devo fa zer ". A increpação de Sam uel é terrível: "Para que me interrogas, quando o Senhor se afastou de ti, e pas_sou para o lado do teu rival ? Porque o Senhor te tratará como eu te disse da sua parte, e arrancará o teu reino da tua mão, e o dará a David teu parente. Porque tu não obedeceste à lei do Senhor[. ..]; por isso te.fez hoje o Senhor aquilo que tu padeces. E o Senhor entregará contigo também Is-
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Esses os fatos narrados na Bíblia, para os quais o consule nte pede uma ex pli cação. É corrente entre os exegetas católi cos a exp licação de que Deus permitiu a aparição de Sa muel para abrir afin al os olhos do rei, que não queri a aceitar o fato inexorável de sua rejeição divina, em conseqüência ele suas múltipl as infidelidades, culminando com o recurso à pitonisa, que ele sabia perfeitamente ser ilícito. A uma situação excepcional ele uma alm a outrora eleita, uma permissão excepc ional de Deus. As invocações dos mortos qu e se faze m, por exemplo, nas sessões espíritas, são ilícitas, e, por isso, severamente condenadas pela fgreja. Mas esse é um assunto por de mai s extenso para ser tratado neste artigo. • ABRIL2003 -
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A REALIDADE CONCISAMENTE A conversão de piloto da nave Columbia
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m entrev ista concedida ao periódico "Catho lic Standard", de Wash ington, o Pe. John Barry reco rdo u a co nversão para o cato licismo do Cel. William McCoo l, um do. astro na utas desaparecidos no acidente da nave espacia l Columbia, e m j ane iro úl ti mo. No in ício dos anos 90, o Pe. Barry fo i proc urado pe lo Ce l. McCoo l. Este afi rmou que gostaria de se tornar cató li co, uma vez q ue
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a pequenina ilha de Ma lta, no Mediterrâneo, um plebiscito aprovou o ingresso do país na Un ião Européia. O apertado re. ultado suscitou um suspiro geral de alívio nos partidários, em todo o mu ndo, de uma Repúb lica Uni versal, agnóstica e igua litária. Entretanto, os jornais da il ha apresentam uma visão diversa. A maioria dos malteses abstevese de votar, ou votou em branco ou contra, esvaziando de representatividade rea l o resu ltado. A situação é tão singu lar, que o próprio Partido Trabalhista (socialista), entus iasta, por princípio, da República Un iversal, ju lgou mais prudente anunciar q ue, se ganhar as próximas eleições, convocará nova consu lta popul ar. Mas o novo plebiscito é um privilégio exclusivo que a União Européia concede aos países que não se vergam às suas ex igências. Jamais no outro sentido. •
CATOLICISM O
A insígnia da imoralidade suma, alçada junto aos altares, despe rtou horror. "Não são bandeiras da paz; são bandeiras da paz de esquerda", julgou conveniente declarar O. Ernesto Vecchi , bispo-auxiliar de Bolonha. Que paz é essa, associada ao massacre dos inocentes e ao pecado que "brada aos céus e clama a Deus por vingança"? Seria mais apropriado chamá-la de pacinismo, isto é, paz baseada no cinismo, que atrai os castigos previstos em Fátima. •
chamado progressismo católico, que infiltra a tu a lm e nte a Igreja, está colocando na Itália, junto ao altar-mor das paróquias, uma bande ira "pela paz ". Tratase da ba nde ira com o arco-íris, cios homossexuais e dos movimentos abo rti stas, que subvertem a famíli a. Chegaram até a fazer-se fotografar, co m esse sím bo lo de morte, na fre nte do Vaticano!
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Saddam e Fidel Castro na lista dos milionários
Rússia, líder mundial em abortos
addam Hussein e Fidel Castro - quem diria!? - estão na li sta ela revista Forbes, cios homens ma i ricos do mundo, numa cate oria especial que inclui "reis, rainhas e déspotas ". Trata-se ele uma seção xc lusiva para pessoas q ue não conqui stara m suas fort u nas graças a "histórias de sucesso d •nt ro do capitalisnw empresarial ". D acordo com a revi sta, o ditador iraqui a no te ri a uma fortuna avaliada e m 2 bilhões ele dólares. Já o colega cubano teria um patrimô nio ele 1 1O mi lhões de dólares. No ranking geral dos mais ricos, ai nda liderado pelo fundador da Microsoft, Bi ll Gates (com seus 40 bilhões ele dó lares), as fortunas "emergentes" vêm cio petróleo. •
;\ Rú ss ia oste nta a .t\. escandalosa liderança mundial em nú mero de abortos provocados, trág ica hera nça do reg ime comunista. Pa ra cada cem nascimentos naquele país, há e ntre 2 15 e 230 abortos, revelou um estudo apresentado recentemente à Duma (Câmara de represe ntantes) pe lo comitê par lamentar encarregado das organizações sociais. "Pelo número de abortos praticados, a Rússia é líder mundial", den unciou o deputado AlexanderCh uev, autor de um projeto de lei que procura pôr um fim aos abo rto praticados a cada ano no país, que se ca lcul a sejam até quatro milhões. •
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Em Malta, ''vitória" com sabor de derrota
sua esposa j á o e ra, e q ue vinh a educando seus três fi lhos nessa Re li gião. Recebe u a instrução re li g iosa com entusiasmo, e em 1993 fo i bat izado , crismado e recebeu a primeira comu nh ão, diante da alegria de sua fa míli a, sobretudo de sua esposa Lani. Dois dias antes de empreender a viagem espacial, o Pe. Barry o confessou e deu-lhe a absolvição. Foi a última vez que os dois am igos se encontraram. •
Pacifismo ou pacinismo?
Pacifistas fotografados com a nefanda bandeira diante do Vaticano
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Rio: cidade sitiada pelo banditismo
pânico e a mo rte ameaçam a o utrora alegre cidade do Rio de Janeiro. De 20 fevere iro a 6 de março, mais de 55 ônibus foram incend iados por traficantes, causando pân ico e fer imentos e m passageiros e motoristas. Em N iterói e na zona oeste da cidaele, atos de vandalismo se generali zaram, causaneio mui tos fe ridos e prej uízos materia is. NaAvenidaB rasil , um
tirote io de três horas in terd itou a via públi ca, tendo um oficial ela marinha sido executado em seu carro pelos traficantes . A c idade parou. O fato é q ue uma das maiores metrópoles do mundo transformou-se, e m po ucos dias, na cidadela do medo. O secretário de Admi nistração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, afirmou que o Comando
Mili tar do Leste suspeita da presença de g uerrilheiros colo mbianos no Rio, provavelmente das FARC. Uma grande operação de guerrilha psico lógica foi executaela para aterrorizar a cidade. E o mais grave é que, após os embates, o cri me aparece como vencedor e impune. E tal situação difici lmente se explicasem conivência de autoridades. •
Nossa Senhora Padroeira de Guarnições
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ara expulsar do território nacional os hereges invasores holandeses no século XVII, as tropas luso - brasileiras, prestes a combater nos Montes Guararapes, PE, marchavam invocando a proteção de Nossa Senhora dos Prazeres . Após milagrosa vitória, em agradecimento à Ssma . Virgem , foi edificada uma capela no local. Com a intenção de prestar mais uma homenagem à Santa Mãe de Deus, informa o "Noticiário do Exército" de janeiro último, o Arcebispo militar do Brasil, D. Geraldo do Espírito Santo Ávila, assinou decreto nomeando Nossa Senhora dos Prazeres Padroeira das Guarnições do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
Festa da conquista de Granada é católica
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m janeiro último, comemorou-se na Espanha a festa da reconquista da cidade de Granada, na Andaluzia, onde os Reis Católicos, Fernando e Isabel, expulsaram em 1492 os muçulmanos daquele país. Os referidos soberanos restauraram não só a unidade nacional, mas sobretudo a liberdade para a prática da Religião católica . Apesar dos protestos de entidades islâmicas como Yamaó /s/ómica de AI-Ándalus, que, unidas a grupos esquerdistas, tentam suprim ir tais festividades, os granadinos levaram adiante as comemorações, deixando bem claro que a população da Andaluzia é, em sua maioria, católica . Eis aí um sintoma alentador de que o coração da Espa nha católica ainda pulsa .
O s Reis Católicos e sua filh a, Da . Joana
A BRIL2003 -
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tiranos do século XX O passado século XX entra na História como de acontecimentos sensacionais, de descobertas inexcogitáveis, de transformações sociais profundas e catastróficas, de algumas glórias e de muitas tragédias. Um século marcado pelas aparições de Nossa Senhora em Fátima e por duas devastadoras guerras mundiais. Em suas últimas décadas, conheceu o ressurgimento do perigo muçulmano. Um século que produziu algumas personalidades excepcionais, mas sobretudo tiranos de espantar. !] RENATO MURTA DE VASCONCELOS Especia l para Catolicismo
Madri - H á 50 anos desaparecia Stalin, um dos ma iores criminosos de todos os tempos. 1 M orreu no dia 5 de março de 1953, depois de ensang üe ntar a Rússia por quase três décadas e jugular uma série ele nações, red uzindo-as à condição ele satélites cio ex- império soviético. A Segunda Guerra Mundial conso lidou o poder inte rno ele Stalin e favorece u Hitler
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CATOLIC ISMO
Stalin
seus pl anos expansio ni stas. Com a e ntrada cios Estados Un idos no conflito, a balança pendeu para os ali ados. E a Rússia sov iética, que esteve prestes a sucu mbir ante o ímpeto cios exérc itos nazistas, to rnou-se a grande beneficiária cios tratados ele Yalta e Potsclam, incorporando à sua órbita toda a Europa cio Leste e quase metade ela Alemanha. S ituação q ue perdurou até a queda cio Muro ele Berlim e m 1989. Depois disso, vieram a glasnosl (transparência) e a perestroika (abertura) sov ié-
ticas, em seu te mpo e logiadas pela intelligenrzia com uni sta cio Ocidente. Hoje, porém, a s ini stra figura ele Stalin é exaltada na Rússia que se diz democrática. No dia 5 de março, aos c inqüe nta anos de sua mo rte, o Museu de História Russa Contemporânea de M osco u ex pôs ao público, pela primeira vez, objetos de uso pessoal cio "arquiteto do comunismo ". Segu ndo a revi sta a lemã "Stern", Sta lin a ind a exerce na Rússia atua l a lgo de seu maléfico fascín io . Soddom Hussei n
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Mas, fe lizmen te, há ta mbé m pessoas indi g nadas com a home nagem prestada ao sa ng uin á ri o d itador. Ljudmila Aleksejewa, do Grupo de Helsinque, decla rou a esse propósito: "Não pode-
mos nos calar, quando wn monstro destes é glorificado. Do conlrário ,iam.ais construiremos um Estado de direito na Rússia". 2
ra nte muitos a nos. Hitler quis ma nd a r e nfo rcar o Leão de Münster, como ficou conhecido M ons. von Ga len. Goebbels, porém, aconselho u-o a "acertar as contas" quando a guerra tivesse acabado. També m Hitler proclamou-se senhor da guerra. A ec losão do confl_ito mundi a l
lfitle1; clitac/01· cio Terceiro Reich Vinte a nos a ntes da mo rte de S talin , no di a 30 de janeiro de 1933, Hitle r era nomeado Chanceler da Alemanha pelo velho presidente Paul Hindenbu rg. S ubi a s imulta neamente ao poder a fo rmi dável máq uina do Partido N ac iona l-Soc ia li sta dos Trabalhadores Alemães . Ao contrário de Sta lin , que s ubiu ao poder na crista da revo lução de Outubro de 19 17 , a Machtergreifúng de Hitler deu-se de modo legal e pacífico. Porém, ao cabo de poucas semanas os chefes nazistas já utilizavam a Políc ia do Estado e as tropas de choq ue cio partido para intimidar, prender e assassinar seus desafetos po líticos. A Ermiichtigungsgesetz ele 23 ele ma rço de 1933, sanc ionada pelo Parlamento, co locava praticamente nas mãos de Hitle r as rédeas do governo. Desde então, o gove rn o tinh a poder para estabelecer leis e colocá-las em prática, independe nte da aprovação parlamentar. Em breve co meçariam as persegu ições contra os cató licos, apesa r da Concordata com o Vaticano, firmada e m julho de 1933. O ca ráte r antic ri stão do nazismo, tú mido de pagani smo em seu cul to do Volk und Boden (cio povo e da te rra) , fo i se patenteando cada vez ma is ao lo ngo dos a nos. E acabou sendo condenado por Pio X I e m 1937 , na Encíclica Mit Brennender Sorge. Inte rn ame nte na Alemanha , a lg un s bi spos condenaram severamente e rros e práticas nazistas. O mais famoso deles, Mons. vo n Ga le n, bi spo de Mün ster, ataco u rijamente o progra ma ele e utanás ia cio go verno em três célebres ho mili as pronunciadas na igreja ele São Lamberto, onde fora pároco du-
fo i estimul ada pe lo pacto secreto da A lemanha com a Un ião Soviética sobre adivisão ela Po lô nia, ass inado em 23 de agosto de 1939. Tão logo as tropas de Hitle r ocuparam Paris, Sta lin anexava os três países bálticos (Letôni a, Estôni a e Lituânia) e invad ia a Finl â ndi a. A invasão da Po lô ni a, em setembro de 1939, fo i o estopim da Segunda G ue rra Mundia l, que ceifou 40 milhões de vidas e deixou milhares de c idades européias reduzidas a esc<?mbros.
Sacl</am Hussein, lllll IJOVO Stalil1? A trajetória de Saddam Hussein e seus traços ps ico lógicos - nos q ua is se sali e ntam fr ieza, c rue ldade, astúcia e hipoc ri sia - o aprox imam ma is de Sta lin do que de Hitler. De o rigem ca mpo nesa, com pouca instrução e a rri sca ndo muito, fez
sua carreira no partido socia li sta Baath. Em l 959, com ape nas 22 a nos, atiro u no e ntão presidente iraquiano, que escapo u com vicia. Preso, conseguiu fugir dev ido à c umpli c idade ela po lícia. Em 1968 torno u-se o braço direito cio presidente al Bakr. Concebeu e dirigiu a estati zação da Irak Petrolewn em 1972. De go lpe, o Iraque tornou-se um país ri quíssimo . Tanto ma is que a c ri se cio petróleo, de 1973, quadruplicou o preço cio produto. E m julho ele 1979, al Bakr passa o poder a seu "vice", Saddam Hussein . O novo presidente, a partir ele e ntão, tomou todas as rédeas cio pode r. Combatendo os curdos com extrema feroc idade, destruiu- lhes as cidades e lançou gás ve ne noso contra a população c ivil. [nvacl iu o Kuwait em 1990, causando a chamada Guerra do Go(fà, na qual 50.000 iraq uianos perderam a vicia. E agora está prestes a provocar um grande confronto com os Estados Unidos, por não observa r os acordos de destruir seus arsenais de armas químicas e bacteriológicas, ratificados ao término ela gue rra ele 1990. Na iminência do confli to, Hu sse in apela para a jihad (a guerra sanla) e promete aos iraquianos a vitória, caso os Estados Unidos in vadam seu país. E m mensagem li da na telev isão iraq ui a na a 4 de ma rço, por ocasião cio início do ano is lâm ico, conv ido u o povo a "se orientar no
exemplo do profeta Maom.é na luta contra o demônio de nosso tempo", isto é, os Estados Unidos. O apelo à guerra santa contra os infiéis tornou ev idente o desejo de Husse in ele e ngajar o utros países islâmicos no confli to. Se permanecer governando o Iraque, a que precipícios Hussein não tentará arrastar seu país e o mundo? M odelos tenebrosos e le os tem , e tudo indica que tentará segui -los. Até que ponto o conseguirá? •
Notas:
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1. Dim itri Volgonov, co nse lh eiro ele Yellsin e auto r ele uma biografia el e Stalin, sustenta que ele fo i "o mai.,· terrível ditador nüo som.ente do sérnlo XX, mas também d e toda a história da /111111a11idade" ("Tagespost" , 1-3-03). 2. " Stern", março 2003 .
ABRIL2003 -
cais da Igreja, o articulista Rold ão Arruela: "O prestígio da Igreja Católica no atual governo está em alia. Mais precisamente, o prestígio da ala progressista, seguidora da Teologia da Libertação [. ..]. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teria dito a amigos e assessores que considera positiva a influência dos pro4 gressistas em seu governo". Na mesma linha, o jorna l "Valor" publicou um longo estudo sobre o fim do ostracismo a que estava relegada essa ala progressista, demonstrando a íntima ligação cio novo Governo com a chamada 5 Teologia da Libertação, que propõe "uma interpretação inovadora do conteúdo da fé e da existência cristã, interpreLação que se afasta gravemente dafé da Igreja, mais ainda, constitui uma negação prática dessa f é" (Instrução sobre alguns aspectos da "Teologi a da Libertação" , de 6-8-1984, da Congregação para a Doutrina da Fé, VI, 9).
A Teologia da Libertação 110 Govel'110
A Teologia da Libertação
no poder? C om a vitória de Lula, a chamada esquerda católica alcança importantes cargos no Governo Federal e projeta sua nefasta influência para além das sacristias PLINI O VIDIGAL XAVIER DA SILVEIRA FREDERICO R. DE ABRANCHES VIOTTI*
isse o Bem-aventurado Papa Pio IX, em 1873: "Um grande número [dentre os católicos] parecem querer caminhar de acordo com nossos inimigos, e se esforçam por estabelecer uma aliança entre a luz e as trevas, um acordo entre ajustiça e a iniqüidade. [. .. ] São eles muito mais perigosos certamente e maisfunestos do que os inimigos declarados". '
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CATOLICISMO
Como ningué m igno ra, a Igreja atravessa em nossos dias a maior cri se de sua venerável ex istência vinte vezes secular (vide quadro à p. 17). Impulsionando essa crise está uma corrente ele teologia, elita da libertação, que procura perverter a doutrina imutável ela Santa Igreja, transformando-a em uma cartilha de luta ele classes marxi sta. Um dos principais expoentes brasileiros dessa teologia, o religioso dominicano Frei Betto, chegou a declarar: "O que propomos não é teologia dentro do mar-
xismo, mas marxismo (materialismo his2 tórico) dentro da teologia". Conhecido por suas posições teológicas contrárias à doutrina social católica tradicional, Frei Betto tornou-se um cios principais assessores de Lu la da Silva, e foi designado como consultor especial do Presidente, chegando a ser apresentado 3 como seu orientador espiritual. Com ele, subiram ao poder diversos nomes da ala progressista da Igreja, conforme afirma, em significativo artigo in titulado Planalto abre vagas para radi-
A doutrina da Teologia da Libertação foi condenada por João Paulo II em sua 6 Alocução de Puebla, em 1979. Apesar dessa condenação, e la continuou a ser amplamente difundida através ela esquer7 da católica em seminários e sac ri stias. Com o advento cio Governo do Partido dos Trabalh adores - que nasceu nas sacristias progress istas ao lado do MST (Movimento dos Sem-Terra) - ela ai-
cança postos de grande influência no Governo Federal. Em artigo recente, publicado no jornal "Correio Braziliense", Frei Betto faz afi rm ações reveladoras nesse sentido. "[. .. ] Contemplo a Esplanada dos Ministérios. Ali está a ministra Marina Silva, seringueira, ana(/abeta até os 14 anos, militanle das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) do Acre. [. .. ] Ao lado, Benedita da Silva, ministra da Assistência e Promoção Social, líder comunitária no morro Chapéu Mangueira, atrás do nosso convento dominicano do Leme, no Rio. Conhecia-a casada com Bola, participante do Movimento Fé e Política. José Fritsch, ministro da Pesca, integrante das CEBs de Chapecó, é discípulo de dom José Gomes. "No monolito preto do Banco Central, reencontro Henrique Meirelles, núlitante da ./ EC (.Juventude Estudantil Católica) de Anápolis, movimento do qual .fiti dirigente nacional nos anos 60. [. .. ] No m.inistério de Minas e Energia está Dilma Roussef; minha vizinha de rua na infância, companheira de cárcere no Presídio Tiradentes, em São Paulo, nos anos 70. José Graziano, àfrente do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, também.foi meu companheiro de .JEC, responsável pela coordenação estadual em São Paulo[. .. ]. "Olfvio Dutra, ministro das Cidades, militante da Pas1oral Operária.[. .. ] Dentro do Palácio do Planalto, a viagem ao
passado me traz de volta José Dirceu, líder estudantil que se escondeu em nosso convento de São Paulo, nos anos 60 [. ..]. " O gabinete pessoal do presidente da República é comandado por meu parceiro de Pastoral Operária, Gilberto Carvalho, que foi dirigente nacional do movimento Místico. [. .. ] À frente da Secretaria de Imprensa está Ricardo Kotscho, com quem.fitndei Grupos de Oração, ativos há 23 anos. Ao lado de minha sala está o gabinete presidencial [. .. ] agora, na Esplanada dos Ministérios, somos uma comunidade responsável pelo go ver8 no do Brasil". Pouco de poi s, Lul a ainda nomeou outros nomes ligados à esquerda católica, como o ex-membro da CPT (Com issão Pastoral da Terra) para Presidente do INCRA , Marcelo Resende, que chega a usar "na mão esquerda um anel escuro feito de tucum, palmeira típica da região Norte do País. É um ornamento que[. .. ] é usado por padres, .fi·eiras e leigos vinculados à ala progressista da Igreja Católica. Destina-se sobretudo a moslrar o compromisso radical com as causas populares". 9 É preocupante ver que uma corrente teológica, condenada pela Santa Sé por alterar a doutrina católica e pregar a revolução social , possa ter uma influência tão grande na vida pública do País e na elaboração elas políticas governamentais. Não foi por acaso que outro dos expoentes da Teologia da Libertação, o ex-
A Crise na Igreja: O que disseram os Papas
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Papa São Pio X, na e ncíclica em que condenou o modernismo (precursor do progressismo), advertiu que "os fautores do erro[... ] se ocultam no próprio seio da lgreia, [.. .] por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela" *. Nesse mesmo sentido, advertiu Paulo VI: ''A /gre;a atravessa hoie um momento de inquietude. Alguns praticam a autocrítica, dir-se-ia até a auto-demolição. [... ] A lgreia é golpeada também pelos que dela fa zem parte" **. O mesmo pontífice afirmou ter a sensação de que "por alguma fissura tenha entrado a fumaça de satanás no templo de Deus" ***. Também João Paulo li, em diversas ocasiões, tem-se referido aos problemas do mundo moderno e à sua relação com a tempestade que se abate sobre a Santa Igreja.
Em alocução aos Religiosos e Sacerdotes participantes do I Congresso Nacional Italiano sobre o tema "Missões ao Povo para os Anos 80", em 6-2-81, ele traçou um panorama sombrio da situação da Igreja, afirmando que muitos destes problemas incluem a difusão de "verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvi·das, confusões e rebeliões; alterou-se até a Liturgia". * E nc íclica Pas cendi Dominici G reg is, de 8/ 9/1907 , Ed . Vozes, Petrópolis, 1959, p. 4. ** Alocução aos a lunos do Semin ário Lornbardo - lnsegnamenti di Paolo VI, Tip. Pol. Vaticana, vo l. Vl , p. 11 88, apud Plinio Corrêa de Oliveira, G. A. So lirneo, L. S. So lirneo, "As Cebs ... ", p. 71. *** Alocução de 29-6-72 - ln segnamenti ..." , vol. X , p. 707, apud . op. cit. , p. 7 1.
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O Brasil precisa da Cruzada Reparadora
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a primeira apari ção ~e Ffüima, em Portugal, Nossa Senhora recomendou: Rezem o terço todos os dias para alcançarern a paz para o mundo e o.fim da gue rra ". No entanto, ainda hoje, milhares ele famílias ainda desconhecem a importância e a necess idade ela rec itação cio terço. A razão ela in sistência ele Nossa Senhora nesse ape lo é a sa lvação elas almas e a conversão cios pecadores. Por isso, em todas as aparições Nossa Senhora in sistiu que se rezasse o terço. "Se.fizerem o que Eu vos disse,; salvar-se-ão m.uitas altnas e terão paz". Em vi sta dessa insistência ele Nossa Senhora, e ela crescente crise moral que se abateu sobre o Brasil , nossa campanha tem incentivado, através ela Cruzada /?eparadora do Santo Rosário, a recitação cio terço. Os participantes ela Cruzada Reparadora estão rezando mais ele 40.000 terços por mês. Expandir a devoção cio Santo Rosário é um modo ele atrairmos as graças necessárias para a ocas ião cios terríveis casti gos profetizados por No ssa Senhora na s aparições ele Fátima. •
A TFP, já no início da década de 80, tinha alertado a opinião pública sobre o perigo representado pelas Comunidades Eclesiais de Base
frei Leonardo Boff, declarou ao "Jornal do Brasil", pouco antes elas eleições: "O palco para esta revolução necessária, a revolução brasileira, está montado nes. - preste,· 1encw.ts . . " . 10 tas e l etçoes CBBs: sovietes para o programa Fome Zero? Como braço organizado da Teologia da Libertação , surgiram as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), que são pequenos grupos formados por iniciativa do clero e de agentes pastorai s, em torno das paróquias e capelas. Sobre elas, a T FP publicou um esc larecedor estudo intitulado As CEBs ... das quais muito se fala, pouco se conhece A TFP as descreve como são. O termo Comunidade de Base, segundo D. Miguel Balaguer, Bispo de Tacuarembó (Uruguai) na década de 80, tem uma cu riosa explicação: "[... ) Agora elas.foram batizadas com o nom.e de 'com.unidades de base '; expressão in.~pirada na terminolo. marxista, . . l ente a sovtete . " . 11 gta equtva Recentemente foi noticiado que Frei Betto está articulando a aj uda dessas CEBs ao Programa Fome Zero. Não se sabe ainda como será esse auxílio, mas há algumas informações preocupantes a respeito. Em entrevista à imprensa, o mini stro Extraordinári o de Segurança Alimentar e de Combate à Fome, José Graziano, afi rmou : "Na nossa concepção, não importa a.fiscalização de corno.foifeito o gasto. O
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CATOLICISMO
que importa é a organização popular que uma ação como a do Cartão-Alimentação promove. [... ] Cria um embrião de 01-ga11 nização local: os comitês gestores". Esses objetivos do Governo valeram um editorial da "Folha de S. Pau lo", que apontou o caráter autoritário cio proj eto Fonie Zero: "Seria ,nais simples e digno reconhecer como desastrosa a idéia de que os pobres que fa zem jus ao benefício têm de ser tutelados por conselhos gestores (de inspiração cubana ?) ou por • ,, 13 quem quer que se.ia . *
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O Brasil encontra-se diante ele um novo e apreensivo panora ma: a presença ostensi va ele algun s cios mai s exacerbados próceres ela Teologia da Libertação em posições importantes cio novo governo. O eleitorado brasil eiro, cujo co nservadori smo foi reconhec ido até por políticos e jornalistas cios mais vari ados matizes, vê agora a mai s esquerdi sta tendência do progressismo católico assumir uma posição ele gra nde destaque na direção cio País. Não era isso que ele esperava. Que Nossa Senhora Aparec ida, Padroeira cio Brasil , proteja nossa Pátria, prese rvando-a do s erro s da Teologia ela Libertação. •
O ex-frei Leonardo Boff, um dos expoentes da Teologia da Libertação no Brasil
Notas:
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1. Ca rta ao Círcul o Sa nt o Amb rósio, de Milrio, ele 6-3- 1873 , apucl Plíni o orrêa ele Oli ve ira. Revolução e 0111ra-l?evol11(·tio, Diário elas Leis Ltcla., . Paul o, 1982, 2". ccl . p. 27. 2. Morxi.,·uw 11a 7eologio, in " Jornal do Bras il " ,
6-4-80. 3. r:rci Bett o passou quatro anos na prisiío, co nd na lo pela ju sti ça por envol vim ent o co m a guerrilh a urbana ele Carl os Mari ghela, e é, j un tamente com o ex - frei Leonardo Boff, um dos ex poe ntes da Teologia da Libertação. 4. " O Es tado el e S. Pau lo", 23-2-03.
5. O ji'ade e o Presidente, Viva s ao im1tio Lula, " Va lor", S. Paulo, 27, 28 e 29/1 2-02. 6. l11seg11a111 e11ti di Giova1111i Paolo li, Libreria Ed itri ce Vati ca na, vol. li , 1979, pp. 192- 193, apud. Plíni o Co rrêa de Oliveira, G. A. Solimeo, L. S. So limeo, As CEBs... das q1wi.1· 111uitu se fa la, pouco .1·e co11ltece - A TFP as descreve como são , Ed. Vera Cru z, 4" ed. , 1983, p. 75. 7. A esquerda católica poderia ser definida como urna se ita progress ista encastoada no se io ela Igreja, in spirad a na Teologia da Libertação. 8. " Correio Brazili ense" , 23- 1-03. 9. "O Estado de S. Paul o" , 8-3-03. 10. Que111 fa z a revolução ?, " Jorna l do Brasil",
23-8-02. 1 L A.1· CE/3s ... , op. cit. , p. 122. J2. M ana Salomon, Gra zia110 indica que Va le-Gás e Bolsa-Renda pode111 acalx 1r, " Fo lh a de S. Paul o", 2-2-03 . 13. Pai dos pob res, " Fo lha ele S. Paul o" , 2-2-03.
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A Voz de Fátima aborda
o Lema do Matrimônio Desagravo C ampanha reaJiza ampla divulgação da estampa de Nosso Senhor Crucificado
' s vésperas cio carnaval , foi J\
realizada a divulgação ele
r\. cerca ele 500.000 es tampas ele Nosso Senhor Crucificado, com o objetivo ele desagravar os pecados que se cometem nessa época. A piedosa estampa permitiu que os participantes ele nossa campanha pudessem se lembrar, durante o período ele carnaval e também ela Quaresma, cios sofrimentos e méritos ela Paixão ele nosso Divino Redentor. Para que mais pessoas se benefi ciassem ela difusão, foram igualmente envi adas aos nossos participantes mais duas estampas, já bentas, para presentear amigos e parentes permitindo assim maior divul gação. Os graves pecados cometidos no carnava l concorrem para condu zir nossa Pátria cada vez mais para o ab ismo e a perdição. Devemos lembrar-nos sempre elas palavras ela pequena J::icinta, vidente ele Fátima e bem-aventurada, que di z: "Os pecados que levam mais almas para o i11ferno são os pecados do carne ". •
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os dias ele hoje, os meios ele com uni cação social conspi ram sistematicamente contra a instituição ela família. Por isso, os novos programas rad iofôn icos A Voz de Fátima nº 63 e 64, produ zidos pela campanha, trazem como tema o Matrimônio, sacramento indispensável para atra ir as graças para a proteção ela fam íli a cató lica. O programa nº 63 ana li sa a atual crise cios casamentos e sua influência negativa na formação cios filhos. Já o programa nº 64 versa sobre os deveres, a unidade e a indi ssolubilidade do Matrimônio, bem como a necess idade impresc indível de reali zá- lo perante a Igreja, para se obter as graças próprias deste Sacramento. •
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
Cienti sta Políti co pela Universidade de Brasília .
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Catolicismo - Mas o que pensar da regulariza-
Estatuto da Cidade e Plano Diretor A balizada crítica à calamitosa situação urbanística brasileira Catolicismo - A Sra. julga que o Plano Diretor da cidade de São Paulo, apresentado como modelo para todos os municípios brasileiros, estimula as invasões de prédios e terrenos? Dra. Helita Barreira Custódio - Sim. O Pla-
füa. llclita Barreira
Custódio:
''A urbanização das favelas estimula novas i11vasões ou ocupações ilegais contra a prop1·iedade alheia (e novas favelas)"
CATOLICISMO
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ossa entrevistada, Dra. Helita Barreira Custódio, é doutora em Direito e professora livre-docente pela Universidade de São Paulo. Tem aperfeiçoamento em Administração Pública, com especialização em Direito Urbanístico pela Universidade de Roma La Sapienza. É autora de numerosos pareceres jurídicos de grande envergadura. A entrevista aborda pontos controvertidos do Estatuto da Cidade (Lei l 0 .257, sancionada pelo Presidente da República em l 07-2001) e, conseqüentemente, do Plano Diretor da Cidade de São Paulo, que nele se baseia. Catolicismo já teve oportunidade de manifestar-se sobre ambos - respectivamente em suas edições de setembro/2001 e agosto/2002 - mostrando a incompatibilidade dos mesmos com a doutrina social católica. Na presente entrevista, a Dra . Helita Barreira Custódio analisa relevantes aspectos jurídicos e sociais do tema.
no Diretor está baseado no Estatuto da Cidade, o qu al adota com o diretri z geral a urba ni zação de áreas ocupadas por pessoas de baixa re nda ou urba nização de fa ve las. Tal diretri z estimul a novas invasões ou oc upações il egai s contra a propriedade alhe ia (e novas fa velas), notori ame nte organi zad as por grupos liderados por certos políticos inesc rupulosos, imprude ntes, exp loradores da pobreza e da mi séria da pop ul ação de baixa re nda, de forma fraudul e nta. Isto contribui para o recrudescim ento dos co nflitos sociai s e para o ag ravame nto da degradação urbanísti co-ambie ntal loca l. Produ z inte nsifi cados danos, in segurança, intranqüilidade, novas ações judic iai s, novos des pej os dra máti cos, tudo contribuindo para o mal-estar ela popul ação e m geral , o desequilíbri o ambi e ntal e o agrava me nto da in sta bilid ade soc ia l. Estimul a ainda as ilícitas condutas ou os maus costumes, co ntrários ao Direito, à Moral, à probidade, ao processo civili zatóri o nacional e lesivos ao patrimôni o público e privado. Além do que, esse tipo de urbani zação consti tui matéria estranha ao objetivo do Direito Urbanístico e vi ola expressos princípios jurídicos da Técnica Legislativa. Trata-se de uma diretri z geral injurídica, paternalística e demagógica. Inequivocamente, o direito às cidade suste ntáveis ou ambientalme nte saudáveis é garantido a todas as pessoas, sem exceção, sem di scrimi nação, independente mente de tratar-se ele popul ação de baixa, médi a ou alta renda. Deve-se, pois, reprimir e responsabilizar qualquer conduta, efetiva ou potencialmente lesiva à propriedade imóvel, aos direitos de vi zinhança, à qu alidade ambi ental, ao interesse social e público.
rias tragédi as de inundações, des li zame nto de morros, incê ndios, co m pe rdas e da nos pessoais, morais e mate ri ais irre medi á veis, incalcu láveis e irreparáveis, e m gritante co ntradição co m os inte resses soc iai s e públi cos, não"é diretri z geral , não é plan o urba nísti co. Ade ma is, viol a os princípios con stitu cionai s do direito de propri edade e de s ua fun ção soc ial, ine re nte ao direito de todos.
ção de situações ilegais já existentes, provenientes de invasões e outras?
Dra. Helita - A regul ari zação fundi ária - já temerári a pelas notórias si mulações contra o interesse social e públi co - é juridicamente admitida como exceção lega l. Mas é limitada a soluções ex pressame nte previ stas em le i, em defesa de possuidores de imóveis portadores de ju sto título e boa fé (Lei nº 6.766, de 19- 12-79). Mas aquil o que é exceção, e m fa vor do possuidor com justo título e boa fé, não pode tran sformarse em regra para todo possuidor. A regul ari zação fundi ária indi scriminada constitui matéria estranha ao obj etivo do Dire ito Urba nísti co. Uma das fin alidades deste ramo do Direito é proibir, combater e erradi car as condutas il ega is de invasão, ocupação, loteamento ou construção em imóvel alheio, deforma c landestina ou irregul ar, notori ame nte les ivas ao direito de propriedade e defi nidas com o crime contra a Admini stração Pública. Trata-se de diretri z geral caóti ca, te merária e gritantemente incompatível com os objetivos da política urbana, em áreas e m condições impróprias e arri scadas , in seg uras, comprometidas com a péss ima qualidade urbanístico-ambiental, inconvenie ntes para os próprios favelados. E gera ademais agravantes conflitos extrajudiciais e judiciais, em prejuízo não só das partes li tigantes, mas também da soc iedade e do interesse públi co. As favelas, na maiori a dos casos, exi ste m pe la omi ssão criminosa dos Poderes Executivo e Leg is lativo dos municípios e pela impunidade dos loteadores. Catolicismo - Quais têm sido as conseqüências dessas invasões e esbulhos?
Dra. Helita - Há já inco ntrol áve is probl e mas sanitários, de in segura nça e mal-estar gera l, notada me nte nas grandes cidades bras ile iras, e m deco rrê ncia de ocupações te nde nciosa me nte il ega is e loteam e ntos c land estin os ou irreg ulares . Grave já é a situ ação de degrad ação urbanísti co-ambie ntal, e m deco rrência do contínuo desres pe ito e do es bulh o c rimin oso da propri edade im ó ve l alhe ia. A urba ni zação de fave las o u quai quer habitações sub-hum anas, se m as mínim as condições sa nitá ri as, a mbi e ntais e de segura nça, com notó-
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Catolicismo - Há quem chegue a falar num "direito" dos invasores a permanecerem no local ocupado.
Dra. Helita - Qualquer ato ilícito, que r por ignorância, omi ssão, negligência, imprudência ou imperícia, quer por simul ação ou por qualqu e r co nduta inte nc io nal , além da obrigação de reparar os danos causados a outre m, não gera direito ao agente, uma vez que de tal ato ilega l "não se originam direitos". Pode-se ver a respeito a Súmul a do Supremo Tribunal Federal nº 473. Catolicismo -
Dra. Helita, como a Sra. vê o chamado "direito de preempção", que dá preferência à Prefeitura para aquisição de imóvel urbano que está sendo negociado entre particulares?
"Qualque1· ato ilícito, além da obrigação de reparar os danos causados a outrem, não gera direito ao agente, uma vez que de tal ato ilegal não se originam dh·citos "
Dra. Helita - O direito de preempção condiciona o direito de propriedade imóve l no tocante à sua di sponibilidade, medi ante preferência de ali enação ao municípi o, por meio de mecanismos estranhos à regra constitucion al da ''.justa e prévia indenização". E também por imposições onerosas ao proprietário, com prazos determinados e ri scos previsíveis de medidas arbitrárias, notadamente e m decorrência de persegui ções políticas, de aplicação imprudente mente generali zada a todos os muni cípios, com peculi aridades diversificadas, mormente em certas regiões do País. Resume-se em mais um te merário instituto político, flagrante me nte vi olador do direito de propriedade imóvel, paralelo, redundante e conflitante com o instituto jurídico da desapropriação por utilidade pública ou interesse social. É incompatível com o Direito Positivo brasileiro. Catolicismo - E o que pensar da "usucapião co/etiva"introduzida pelo Estatuto da Cidade?
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Dra. Helita - As no rmas sob1·e "a usucapião especial coletiva em imóvel urbano" e respectivo "condomínio especial ", com simul ado objetivo
Dra. Helita -
As normas da presente lei omitem relevantes diretrizes e instrumentos urbanístico-ambientais básicos, indispensáveis, uma vez que a sua om issão compro mete e prejudica o progressivo conhec imento, a essencial orientação, a razoável interpretação e a adequada aplicação do Direito Urbanístico. Só para exemplificar, fa ltam planos: de prevenção de riscos naturais previsíveis, para evitar notórios danos causados por inundações decorren tes de chuvas periódicas, ou por incêndios fl orestais; de proteção da zona costeira e das zonas de montanha; de proteção das zonas de aeroportos; de coleta, tratamento e depósitos de li xos ou resíduos, incluídos os planos de permanente desentupimento e conservação de bueiros ou tubulações de esgotos, córregos, rios, lagos, no sentido de ev itar efeitos danosos de inundações; luta contra a poluição; desfavelamento, para gradual combate às invasões, favelas ou qualquer moradi a sub-humana.
soc ia l e a ltruísti co, se resume m e m so luçõe imediati stas, pa li ativas, agravadoras das invasões ou ocupações da propriedade alhe ia, e m áreas impróprias, e m áreas de proteção ambiental, e m ,freas de ri sco, intensificadora dos séri os conflitos atuais, da dramática degradação das cidades brasil e iras, especialmente dos grandes centros urbanos. Com base na citada " usucapião", políticos e age ntes púb licos do losos ilude m as pessoas de baixa renda com promessas e progra mas abusivos, estimul am a forçada mi g ração inte rn a pa ra os grandes centros urbanos j á sem condi ções de novos espaços habi táveis, transformam espaços livres ou áreas de uso comum do povo e m fave las, estimulam os maus costumes, as condutas c rim in osas contra os prin cípios e regras da Constitui ção, da le i, da moral, dos bons costumes, do processo civ i1izató ri o. Pe rpetuam s ituações co nfli ta ntes de in segura nça, in tranqüilidade, danos pessoais, materia is, mora is, em contínuo malesta r soc ia l, e m prejuízo de todos e da própria Nação.
Catolicismo - A Sra. gostaria de
Catolicismo - O Plano Diretor da cidade de São Paulo prevê ainda uma drástica limitação do direito de construir em terreno próprio. Como a Sra. vê esse dispositivo? Dra. Helita - A previsão de o município legislar sobre a transferênc ia o u ali e nação do dire ito de construir, matéri a típi ca de Direito C ivil , vincul ada ao dire ito da propriedade imóvel de competência privativa da Un ião, demon stra mai s uma in compatibilidade constituciona l. Ademais, a transfe rência do direito de construir ou a alienação do c itado direito, na for ma prevista, constitui mais um te men1 ri o instituto políti co, diretame nte re lac ionado com o direito de propriedade imóve l, redundante e conflitante com o instituto jurídico da desapropri ação por utilidade púb lica o u in teresse social.
Catolicismo -
A Sra. analisou diversos defeitos graves do Estatuto da Cidade e do correlato Plano Diretor da cidade de São Paulo. Pergunto se há também omissões a assinalar.
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CATOLICISMO
"O Estatuto da Cidade ap,·esenta-se não só com i11sa11áveis 1rícios <le i11co11stiwcio11ali<la<lc, mas ostenta incompatibili<la<lcs COlll <lil'ersilica<las peculiari<la<les cios m1111icípios brasileil'os"
acrescentar algo? Dra. Helita - Convém di zer que, estabelecer normas gera is sobre a Política Urbana, ele aplicação em âmbito nacional, constitui tarefa difícil , complexa e delicada por natureza. Especialmente num País como o Brasil , diferenciado, de forma notória, pela extensão de sua imensa área territorial, pelas nítidas reali dades e con lições discre pantes ele seus 5.507 muni cípios já instalados, pela divers idade de seus aspectos geográficos, ecológ ico-ambientais, sociais, econôm icos, profissionais, educacionais, cu ltu rais. Com as particularidades próprias da faixa ao longo das fronteira terrestres, da zona costeira, elas capitais, cio interior de cada Estado-me mbro e do Distrito Federal, todos com peculiaridades próprias. É prec iso, poi s, di scernir a rea lidade das cidades e dos respectivos municípios brasileiros, adota r a plena verdade c ie ntífico-jurídica, combater e reje itar, de fo rma permanente, toda e qua lquer legali zação ou oficia li zação ele diretrizes, instrumentos ou in stitutos políticos gera is ou especiais contrários ao inte resse púb lico, à ordem con ·titucional, ao Direito . Assim sendo, o Estatuto da Cidade ap resentase não só com insanáve is vícios ele inconstitucionalidade e il ega lidade, mas ostenta incompatib ili dades com as diversificadas peculi aridades cios municíp ios bras ile iro . . •
Ensinando a ser canibal
O Brasil definha
Canal 4 ela TV bri tânica ex ibiu documentári o e m que Zhu Yu , um arti sta chinês, aparentemente come a carne de um bebê mo rto. Zhu mostra fotografi as em que lava um bebê natimorto em uma pia e coloca partes de seu corpo desmembrado na boca. Em seu apartamento, em Peq uim , e le recebe j ornalistas que fotografam e registram o ato. O ato é repugnante e monstruoso. E, ao que parece, sua difusão pela TV visa preparar o público para aceitar o canibali smo, ta l co mo era praticado por tribos indígenas. Alguém ta lvez possa achar exagerado esse co me ntário. Mas, à medida que a C ivili zação C ri stã vai desaparecendo, não é verdade que seu lugar va i sendo ocupado pela barbárie? Já foram aprovados, e m legislações de muitos países, o assass inato de cri anças por me io do aborto, o assassin ato de velhos e doentes med iante a e utanás ia, o chamado "casame nto" homossex ual etc. As modas vão caminhando a passos largos para o nudi s mo total. Já há que m defenda, inclusive no Brasil , que o estado se lvagem é superi or ao civilizado, e que nós todos deveríamos voltar à ta ba indígena. O próximo passo poderá ser o ca niba li smo. E é para lá que caminhare mos, se a intervenção sa lvadora de Nossa Senhora de Fátima não ata lhar tal processo. Peçamos essa interve nção o quanto antes. •
A popu lação brasile ira vem para ndo de crescer, de ./-\..modo assustador. Segundo a c ientista soc ial Maria Coleta O li veira, do Núcleo de Estudos da População, da Unicamp, a inserção da mulher no mercado de trabalh á é um dos fatores determinantes na diminui ção da tax a de fec undidade das brasile iras, que, nos últimos 40 anos, a presentou red uções de mais de 60%. A q ueda verti g inosa na média de fi lhos foi ace ntuada na década de 60, com a introd ução da pílul a anti concepc io nal. O proble ma não é a pobreza, po is a reg ião Sudeste - a ma is rica - é a que tem as menores taxas de fecundidade (2, 1 segundo dados do IBGE). O Distrito Federa l poss ui a me nor taxa do País, com 1,96. Enquanto as mulheres do Norte permanecem com a maior média: 3,3. O Amapá está no topo da li sta, co m 3,6 filhos por mulher. A Sagrada Escritura nos mostra que o grande número de filhos é considerado uma bênção de Deus:
º
"Tua esposa será como uma vide fecunda no interior de tua casa; teus.filhos serão co1110 pimpolhos de oli veiras ao redor de lua mesa; eis como ser6 abençoado o homem que teme o Senho r" (S I 127, 3-4). Uma c ivi li zação que se engaj a oste nsivame nte e m evitar o nasc imento de fi lhos, evidente mente não participa dessa bê nção. O que se pode esperar de la? Não é de estranhar que Nossa Senhora chore! •
Videogames destroem as almas infantis
O.
Instituto Nacional de Mídias e da Família, dos Estados Unidos, divulgou relatório sobre a indústria de videogames no país , lança ndo um a lerta: "A violência dos videogames é agora uma epidemia, e a violência contra as m.ulheres transformouse numa marca negra para toda a indústria", disse, e m comunicado, David Wa lsh, autor do relatório e fundador do instituto. O senador Joe Lieberman respalclou o relatório e pediu a realização de aud iênc ias no Senado sobre a indústria de videogames. Ele defende restrições ao acesso de menores de id ade aos videogames violentos. Fez um apelo aos pais para que "assumam aresponsabilidade do acesso de seus filhos" aos videogames violentos. Antigamente os meninos brincavam de rodar pião, de bolinhas de gude e outros brinquedos inocentes. As meninas tinham suas bonecas e seus entretenimentos próprios. Hoje as crianças são atiradas desde cedo nos videogames, que deturpam sua mental ida-
Videogomes : influência deletério sobre as crianças
eles e as tornam semelhantes aos personagens viole ntos e imorais dos jogos. O que serão os ad ultos de aman hã? Nossa Senhora pode estar contente com uma situação dessas? •
AB RIL200 3 -
SEMANA SANTA meditada e comentada por Plinio Corrêa de Oliveira
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a cidade espanhola de Úbeda (Andaluzia), realizamse a cada ano piedosas e magníficas procissões na Semana Santa, com uma força de expressão e uma sacralidade ímpares. A Fé, servida pela piedade e cultura católicas, reluz de modo empolgante, num contexto arquitetônico religioso e nobiliárquico excepcional. Quase 14.500 dos 32.500 habitantes da cidade estão inscritos em Confrarias e Irmandad es devotadas aos passos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. As mais antigas tomaram forma no século XVI. Mas a maioria é do século XX, tendo superado as devastações feitas pelos comunistas na Guerra Civil espanhola (1936-1939), e pela crise pós-conciliar* . Imagens e andores, em estilo tradicional, são entretanto de elaboração recente. De fato, quando o autêntico espírito de fé procura formas de sublimidade, como que instintivamente se aproxima dos modelos da grande e solene ordem medieval. O conjunto fotográfico ilustra numerosos comentários e meditações do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, feitos para sócios e cooperadores da TFP, de 1965 a 1995. Catolicismo oferece a seus leitores uma se leção especia l deles (correspon dem aos trechos entre aspas e em letra diferente), precedidos de breves informações - redigidas por nosso colaborador, Sr. Luís Dufaur - sobre as confrarias . Nas cerimônias de Úbeda, a co-redenção de Nossa Se-
nhora vem admiravelmente ressaltada pela ardente devoção espanhola . Cada passo da Pai xão de Nosso Senhor é seguido de um outro que explicita e comenta o papel da Mãe de Deus. A maravilhosa e confortadora verdade da co-redenção ocupa também lugar central na visão do universo, do Prof. Plínio, especialmente em função da atual crise da Igreja.
* * "Assim como a Redenção foi a culm inância da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, a co-redenção foi o ápice da existência de Nossa Senhora. O divino Redentor sofreu na Paixão por todas as vicissitudes que a Igreja Católica enfrentaria nas eras vindouras. Ele conheceu todas as misérias da Igreja na situação atual. Elas [Lhel arrancaram os seus gemidos mais pungentes, pois a Santa ígreja é a Sua obra-prima. Em verdade, como São Pio X denunciou na encíclica ?ascendi Dominici Gregis, uma conspiração interna, o modernismo [e posteriormente o seu sucedâneo, o progressismo] pretende destrnir a lgreja Católica. Trata-se da obra mais nefasta contra os frutos da Redenção. É como um novo deicídio, de cunho preternatural tão acentuado, que só seria exeqüível por mãos consagradas. Nesse panorama, o que é o mais importante para a minha vida de católico? Não é o que eu vou fazer amanhã, mas é acompanhar em espírito essa Paixão da Igreja. É tê-la permanentemente como fundo de quadro, agir, rezar, sofrer, ter compaixão pela Igreja". *
Irmandades e Confrarias estimuladas por Santos e aprovadas por Papas e Concílios As vestimentas das Irman dades ou Confrarias aqui descritas destoam do ateizado mundo moderno. Mas elas apresentam um rico passado cató lico . Foram aprovadas por Papas e Concílios desde a Idade Média. Naquela época, representava-se a Paixão diante das catedra is. Os intérpretes eram simples fiéis, que se recobriam despretensiosamente com roupas alegóricas e as cores da Liturgia. Esta é a origem remota das túnicas e chapéus (capirotes), que ocultam o rosto. Desde 1411, São Francisco Ferrer criou na Espanha e França companhia s de penitentes que faziam
penitência pública e profissão de Fé, em grupos, por ruas e estradas . Vi savam reparar as ofensas feitas a Nosso Senhor, durante a Paixão, e os pecados da época. Nos sécu los XVII e XVIII na França, São Luís Maria Grignion de Montfort agiu de modo análogo . No sécu lo XVI, com o estím ul o do Papa Paulo Ili e do Concílio de Trento, as confrarias penitencia is revestiram -se de esp lendor externo, oposto ao ascetis• mo hirto e vazio do protestantismo. Tais associações, ou pias uniões, também intens ificaram muito o culto a Nossa Senhora. Elas florescem hoje em toda a Espanha, especia lmente na Andaluzia . Mas há congêneres das mesmas, notadamente na América Central, no Peru, na Colômbia e no Equador.
* C fr. Prof. José Sánchez Herrero, catedrático ele Hi stória Medi eval ela Universidade ele Sevi ll a,
La e va lución d e las !1e rmandad es y Co.fradías desde s11s mo111en10.1· .fúndacio11a/e.1· a nuestros días, http://www.h errnanclades-de-sevi ll a.org/hcr111anclacles/hi stori aher111anclades.ht111.
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"A entrada ele Jesus em Jeru sa lém, no Domingo ele Ramos, patenteia quanto o povo O aprec iava incompletamente. Acl amavam-N o, é verd ade, mas Ele merec ia ac lamações incomensuravelmente superi ores, e uma adoração bem diversa ! Humildemente sentado num burrico, E le atravessava aquele povo, impul sionando todos ao amor ele Deus. E m geral , as pinturas e gra vuras O apresentam olhando pesaroso e qu ase severo para a multidão. Para Ele, o interi or elas almas não oferec ia segredo. Ele percebi a a in suficiência e a precari edade daquela ovação. N ossa Senhora percebia tudo o que acontec ia, e oferec ia a N osso Senhor a reparação ci o seu amor puríss imo. Q ue requinte ele glóri a para Nosso Senhor! Porque N ossa Senhora vale incomparavelmente mai s ci o que todo o resto ela Cri ação. Este é o lado misteri oso ela trama cios acontec imentos ela Semana Santa. M ari a representava todas as alm as pi edosas que, medi tando a Paixão, haveri am ele ter pena cl ' Ele e lamenta ri am não terem vivido naq uele tempo para tomar pos ição a seu lado" .
CATO LI C ISMO
" I sa ías chamou N osso Senhor ele 'Vir dolorum ' (Is. 53,3) o Varão elas D ores. De N ossa Senhora, espelho ela Sabedori a que refl ete em Si tudo quanto é ele Jesus C ri sto, pode-se di zer que é 'Mulier dolorum ', a Dama elas Dores. Num oceano de so fri men los, LU do n'Ela era equili brado e: rac ioc inado. O amor era incomparável, sem ~upcr-emoções, mas com uma infi nitucle ele sentimc:nto. Se m lorc icb s, se:11 pàni cos, embora nu ma angústi a qu ase esLraça lhanle. Q uando o M ade iro fo i levantado, as dores ele N osso Senhor atingira m o in sondável. Ela, então, fico u na altern ati va: ele um lado, queri a que Ele morresse logo, para interromper os tormentos; ele outro lado, desej ava yue E le ainda v ivesse, po i~ Locla mãe quer alongar a vicia ele sc:u filh o. M as N ossa Scn horJ s:1b1a que era melhor pa ra os pecadores a i mo lação ir até o fim . A gra ncleLa ele No~~a Sen hora não está tanto na c!"!o:·n~ iclc1clc cios seus padec imen tos, mas em ler desejado que seu ri lh o cu:,> pri sse esse sacrifício supremo po r amor ele nós. D e~:s :1 :,.0,: 110s lanlo, que desej ou sacrifi car o :.eu h lho Uni gú1 it o. N os~;i Se nhora Leve Lanla dil eção po r nó~ , que Ela aderiu ;i cssJ fun ção sacrifi ca l" .
'·Collsuma rum est (Jo 19,30), a víti ma exp irou, o sac ri fíc io fo i consumado, opera-se a Redenção e o gê nero humano fo i sal vo. N osso Senhor Jesus Cristo j á tinha morrid o quando a lança ele Longinus O perfurou. O fu ror cios algozes atravessou o Sagrado Coração, e então fo i derramado o último sangue e a última água por nós. Ó ex trem o ela miseri cór dia, ele bondade e ele condescendência! M eu Deus, quem sabe se às vezes eu cravei no Coração ele Jesus a lança ele Longinu s? Não é só o pecado morta l. É o velho hábito da tibieza: não se muda, não , e progride nem se quer progredir, obser va-se os outros progred irem, e o pecador não se i ncomocl a. U m po uco daquela água co m sang ue resp ingou no rosto ele Longinus. Ele era catacego, adq ui riu a visla, converleu-se e tran sform ou-se, segundo a tradi ção, num sa nto. Q uem sabe agora eu recebo Lambém esta graça? Esla graça, meu Senhor, Vos peço pelos mérit os ele vossa Mãe Santíss ima, na hora em que V ós exp irastes " .
" N a Santa Ceia, Jesus C ri sto insti tuiu o Santo Sacrifício ela Mi ssa. Era uma festi vidade, mas Ele estava profundamente tri ste porque um cios A pósto los mais chegados O tinha traído: Judas l scari otes . O Sinédri o tra mava apoderar-se ele Cristo. Judas indi cou o meio: 'Eu sei onde, sou discíp ulo d ' Ele, mas quero dinheiro pelas indicações!' Era natura l que os sineclri stas desse m uma boa quanti a. M as eles eram gananciosos, e Judas co nformou-se co m pouco, porque queri a dinheiro logo. Q uando Jud as apareceu para prender Nosso Senhor e osculou-O, Jesus perguntou- lhe com afeto: 'Judas, com um ósculo • tu trais o Filho do Homem.?' (L c 22,48). Judas não se inco modou. 'Tri11w dinheiros, o resto não importa!' Conhecemos a resto ela hi stóri a, que termin ou ignobilmente numa fi gueira. N osso Senh or sabia que ia ser vendido por esse preço. Z acari as hav ia profeti zado: 'Derem, pa ra o meu sa lário trinta moedas de prata' (Zc 11, 13). Tudo se passou assim, porqu e Ele co nsentiu . O Salvador não era um vencido amarrado e ga rroteacl o, mas o vencedor que di vin amente qui s dei xar-Se prender para. a sa lvação ci o gênero humàno".
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"Que situação tri stíss im a! Os Apósto los estavam e m decadência espiritual quando chegou a Paixão. No Horto elas Oli veiras, dormiram o sono cio preg ui çoso, dominados pela tristeza, pelo aborrec imento e medo. Nosso Senhor fa lava- lhes, e eles não davam atenção. O Divino Mestre alertava-os para a gravidade ela situação, e eles se incomodavam mai s ou menos. Nosso Senhor chegou a censurá- los: 'Uma hora não pudestes vigiar comigo?' (Mt 26,40). Eles sabiam o que tinham ele fazer, mas sua atitude era outra: dormiam . Quando Nosso Senhor foi preso, e les fugiram. Até São João Evangelista, o discípulo amacio, desapareceu também. A solidão ele Nosso Sen hor no Horto pode dar impressão de fraqueza . Poré m, é uma prova de seu prestígio. Era prec iso prendê-Lo às ocultas, porque Ele podi a arrastar as multidões e m seu favor. O Sinédrio reconhecia ass im o prestígio e o poder de dominação ele Nosso Senhor: Ele era tão poderoso que, dentro em pouco, seus inimi gos cai ri am. Por isso, apressaram a conspiração. E fo i assim que Nosso Senhor determinou a hora ele sua morte". CATOLICISMO
"Os algozes amarram-Lhe as mãos e levam-No para junto ela coluna com bofetadas, e mpurrões e gargalhadas. A mansidão, a bondade, a voluntária incapacidade de defender-Se, contrastam com o ódio brutal, estúpido, cruel. Ó estu lta ilusão ele que, amarrando-O, Ele estava preso! Seria só E le dizer 'corda, rompe-te', e e la cairia no chão! Se Ele desse orde m, a corda transformar-se- ia em serpente e atacaria aq ue les malvados. O extraordinário é que Ele entregou-Se à fl agelação. Podemos imaginar a doçura cios seus gemidos. O Corpo Santíssimo contorcia-Se, pedaços ele carne caíam ao chão, e eram carnes cio Homem-Deus ! Ele, ele pé, di gníssi mo, inte iramente manso, sem um protesto, apenas fa lando com o Padre Eterno. Naquela hora, o Fi lho ele Deus, dirigente supre mo ele todos os acontecimentos, eleve ter considerado a obra bendita ela Civilização Cristã na Idade Méd ia, as catedrais, os mosteiros, os caste los, as cidades, a cultura florescendo pelos méritos ela sua Paixão. Mas viu também que, em certo momento, as nações católicas vo ltar-se-iam contra E le e seria m dom inadas por uma anticivili zação. A qual, por ser a negação ele De us pessoal, nega o home m como indiv íduo e como pessoa. Nessa anti -civilização niveladora, os homens seri am declarados iguai s e tornar-se- iam massa escrava ela utopia anarco-comunista. Sem propriedade, e portanto sem justiça; sem fam íli a, e portanto sem pureza; sem re li gião, e portanto sem sacra li clacle; sem tradição, e portanto sem hi stória. É a inversão de todos os va lores, um grande caos, um grande nada, dentro cio qual são afogados os povos ex-cristãos. É a tirania da matéria, da máquina, do anonimato, cio ateísmo. Em uma palavra, o reino de Satanás. Então Ele gemeu com o profeta David: 'Quae utilitas in sanguine meo?' (S I 29,'IO) - 'Que utilidade há nesse sangue que Eu derram.o com tanta generosidade e abundância?"'
"A coroa de espinhos, penetrando na fronte ele Nosso Senhor, produziu lesões nervosas ele estre mecer. Nossa Senhora viu aq ue la coroa, o Sangue escorrendo, a sede treme nda, a febre altíssima, o Corpo todo contorcido. Ela, e ntretanto, queria tudo isto, como um sacerdote que imola a Vítima. Eu tenho consc iência do que custou a minha sa lvação? Eu faço idéia elas dores que c ustaram ao Coração Imacul ado de Maria as graças que eu tenho recebido? Co mo eu tenho correspondido? Que significado te m a minha ing ratidão? Quantas fa ltas cometidas porque eu não quis ev itar uma ocas ião de pecado, ou recusar uma peque na mortificação ! O Sa ngue de Cristo foi derramado para mim, e e u bordeje i a perdição? Mas Deus ainda me suportou nesta vida e esperou-me com graças novas, maiores do que as que eu havia recebido. Do fl anco aberto de Nosso Sen hor jorra mi sericórdia, e nos chama à contri ção e à reconcili ação magnífica com E le. Há no Div ino Redentor uma efusão de bondade e de carinho inimagi náveis. E le viu também o seu San gue frutifi car naq ueles que permanecem fi é is à ortodoxia [ve rdadeira doutrina J, qu ando todo o mundo a abandona. Naqueles que compreendem o martírio da Ig reja corroída pelo progressismo, sendo chamados a lutar por Ela e sere m outros varões das dores".
"Podemos imag inar a formosura infinita de Nosso Sen hor, a beleza ele seu Corpo e a luminos idade ele sua Face sagrada, na qual os princípios todos da estéti ca cio universo estavam condensados. A graça dos movime ntos de Nosso Sen hor, a di stinção do porte, a sobriedade das maneiras, a bondade, deviam irrad iar um atrativo extraordinário. E qu ando Ele fa la, que m pode imaginar o timbre de sua voz, as inflexões de la e a sua capacidade única de ex pressão? Pois bem, Ele foi pregado na Cruz, di sforme e se m formosura, reduzido a uma imensa chaga sang uinolenta. Essa grande vítima era a inocência por exce lê ncia. Aque le que nunca pecou, que é a personificação da virtude, que nunca teria que expiar, ex piou em proporção desmes urada. Por quê? Por causa da gravidade de nossos pecados. É de varar, de lado a lado, de compunção e tri steza, comparar Quem carregou os pecados com o pecador! O mais puro, o • Sacrossanto, carregou por mim! Entretanto, dai i orig ina-se uma confi ança co lossa l. Porque quem fo i comprado por preço tão imenso, por pouco que peça, pode esperar a graça que o reconduza à virtude e o leve ao Céu" .
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" O povo judaico gemi a porqu e o M ess ias não vinha. M as quando veio, se pô a per egui- Lo. Ele praticou mil agres, entu sias mou o povo. A classe sacerdotal, a classe alta política, teve medo: 'Quem é esle homem que leva c11rá.1· de Si as multidões?
O que restará do nosso poder? Ele é perigoso para nós!'. A persegui ção começou à maneira mui lo modern a: por uma guerra ele ca lúni as e perguntas retorcidas, cheias ele cil adas, montadas nos laboratóri os da insincerid ade. A resposta divina era simples, direta, luminosa e pul veri zadora! Pôncio Pil atos só O condenou devido a uma j ogada políti ca ci os sacerd otes. Dissera m eles: 'Se /u não condenares Crislo à 11w rle, lu não és amigo de César!' (Jo 19, 12). E Pil atos, mole e ele maneira vil , diante ela idéia de perder o cargo ele govern ador ela Judéia, mandou matá-Lo. Pil atos co meçou parl amenlanclo com a popul aça, e propôs:
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'Quem desejais que seja solto: Jesus ou Ba rrabás ?' (Mt 27, 17). Barrabás era o chefe ele um ba ndo sedic ioso . Era o pin ác ul o da in fâ mi a e do mal fazej o. Jes us era símbolo ela di gnidade ci o povo judeu. Ele era o desce ndente ele David·, a fi gura mais eminente cio A ntigo Testamento. Só tinha passado pela Terra faze ndo o bem. Pil atos, sempre centri sta, achou que os judeus não seri am tão maus que chegassem a preferi r Ba rrabás a Jesus. E le não co mpreendia que, quando os homens não seguem a Jesus, esco lhem quase necessari amente Barrabás. A primeira e a maior revo lução ele todos os tempos explodiu na Semana Santa. A revo lu ção é, por defi ni ção, uma revolta dos que elevem estar em baixo, e devem amar e obedecer aqueles que estão ac im a. Nosso Senhor possuía todos os grau s pos-
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CATO LICI SMO
síve is ele superi ori dade sobre todo o gênero humano. A mi ssão cios judeus era reconhecê- L o como H omem- Deus e submeterse a seu doce impéri o. Fizera m o contrári o. Não O reco nhecera m e não Lhe tributara m nem admiração nem obedi ênc ia, por malclacle, por invej a. N ão qui seram a sua Le i, porqu e eram corrompidos e Nosso Senhor ensinava a austerid ade. Revoltara m-se e mataram-N o.
Foi a maior das revo luções, porqu e nunca se praticará tanta infâ mi a co ntra uma tão alta autoridade. A revolução protes tante, a Revo lução Fra ncesa, a revolução comuni sta têm seu padrão arqu etípico na revolta co ntra N osso Senhor, o Rei dos reis. Que a consideração ele nosso Rei enxo valhado encha-nos ele adoração c compaixão para com Ele e de indi gnação para co m a revolução que O cru cificou".
" N osso Senh or subi a, seguind o sua Vi a Sacra, quand o encontro u N ossa Se nhora. Ele fo i o mais amoroso cios filh os e Ela foi a mais perfeita das mães. Como Ela há de ter chorado, vendo-O nessa depl orável situação! Como Ele há ele ter chorado, vendo-A presenciar o seu in fortúni o tremendo! Cada um ele nós tem uma cru z a ca rregar. Cada um desej ari a ser algo que não é, ter algo que não tem, poder algo que não pode, faze r algo que não faz. É prec iso nossa renúncia, para serm os e fazermos o que não queremos, mas que está no senti do ela nossa vocação. Que Nosso Senhor nos dê o amor à nossa cru z, como o que Ele teve à sua Cru z. Em vez ele tomar o Sa nto Lenho com hor• ror, o Redentor abraçou-o e be ijou-o, porqu e co m ele cumpri ri a a sua mi ssão na Terra. Nossa cru z consiste em cumprirmos nossa missão. A bracemo- la com mui tas lágrim as e ca rinh o, di zendo: 'À força de re-
zar e de pedir, eu levarei esta minha cruz até o alto de meu calvário!'. Nossa Senhora acompanh ar-me-á, como acompanhou Nosso Senhor, abençoa ndo o meu martírio interi or, porque Ela desej a que todos os seus fi lhos passe m por onde passou o seu Filho adorável" .
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" Nosso Senhor assumiu todas as formas e graus ele dor como um rei que vai para a coroação. Com passo digno, sereno firme, sem hesitação! Com uma probidade e uma integriclacl: que lembram o 'Ecce Ancilla Donúni, .fiai mihi secundum. verbum tuum' [Eis aq ui a escrava cio Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra], a frase pronunciada por Nossa Senhora. Nada Lhe foi poupado, quer física, quer espiritua lmente. Ele ingressou no abismo mais profundo cio sofrimento com passo ele heró i, e apresentou -Se resplandecente ele dor ante a justiça cio Padre Eterno. Assim sa lvou o gênero humano. Como isto é útil para vencer a minha moleza! No cam inho oposto àqu il o para o que eu tendo, encontra-se toda a sublimi dade, beleza e santidade ele Nosso Senhor Jesus Cri sto' Em cada passo, aconteceu -Lhe o pior possível. Ele ace itou isso ~or in teiro, sem um minuto ele ad iamento. Jamais pediu que tivessem pena cl' E le, ou que ad iassem al go. Caiu debaixo ela Cruz, porque suas fo rças não suportaram o sofrimento. Mas, logo que pôde, levantou-Se e conti nuo u" .
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CATOLICISMO
" Nossa Senhora elas Dores tem urna chaga no coração. Nunca a alma ele uma mãe carregou fer ida igual. Ela é feita ele todas as chag_as ele Nosso Sen hor Jesus Cri sto. O Coração Imacu lado ele Mana , traspassado pe la espada, é a porta por onde nós chegamos às c hagas ele Nosso Senhor Jesus Cri sto. Nossa Senhora das Dores apela aos transeuntes ele todos os séc ulos e países: 'Ó vós todos, que passais pelo caminho, parai e vede se há dor igual à minha'. Hoje é a fg reja que nos di z: 'Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há uma dor igual à m.inha dor'. A Semana Santa é o mo mento ele parar, ele suspender a absorve nte preocupação conosco, com nossa viclinha, e ver se há uma dor igual à dor ela Igreja Católi ca".
"Nosso Senhor exânime está no colo ele sua Mãe virginal. Nossa Senhora é a 'clona' daquele cadáver e ele todos os méritos infinitos cl'Ele. E la é a dispensadora ele todas as graças da Redenção. Tudo passa por meio cl' Ela, e por mais extraordinário que seja o valor das divinas chagas, se não for por meio cl'Ela, não obtemos nada. A pungente cena fala-nos da grande pena que E la teve de seu Divino Filho. Considerando a insondável tristeza de Nossa Senhora segurando o Corpo sem vida ele Nosso Senhor, peçamos a graça do senso da Paixão ele Jesus Cristo. Muitos med itam sobre a Paixão com indifere nça: 'O que eu tenho a ver com isso? '. Minha Mãe, faze i que as dores ele Cri sto seja m as minhas, e dai-me a graça ele ter constante mente diante ele meus olhos a paixão tremenda que atravessa hoje a Santa Igreja Católica" .
"O Corpo de Nosso Senhor está lívido no sepulcro, completamente isolado. Fato tremendo e admirável é a solidão de Nossa Senhora. Quase sem amigos, Ela está sozinha e na angústia. Há ocasiões também e m que a Santa Igrej a pode parecer morta. Mas Ela não morre nunca, e ressurge ele todas as suas derrotas e humi Ih ações. Por mais conspurcada que pareça estar hoje, Ela ressurgirá, e depois do reinado da Revolução virá o Rei no ele Maria. Presenciando as alterações, as fa lsificações e as imposturas que desfiguram a Santa Igreja aos olhos cios ho mens, com preende mos que E la segue as pegadas de Jesus Cristo. Quem entra em certas igrejas e vê, por exemplo, um pastor protestante ofi~iando junto com um pad re católi co, a imoralidade cios trajes, a impureza da doutrina, a extravagância das inovações arbitrárias, pode dizer: 'Nossa Igreja está irreconhecível'. Na hora em que a causa católi ca e ncontra-se como que em estado cadavéri co no sepulcro, peçamos que Nossa Senhora nos infunda uma confi ança inabalável de que veremos o triun• fo do Reino d'Ela". No fim ela Sexta-feira Santa, tem lugar a Procissão Geral da Semana Santa. Todas as confrarias, com seus andores, estandartes, cortejos, trombetas e tambores, saem desde a igreja ele Santa Maria de los Reales Alcázares. A pompa e o esplendor - trágico e grandioso, sublime e cheio ele Fé - dominam as ruas da cidade, num clima de compunção e piedade.
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Lixeiros com dignidade N o modo de os lixeiros exercerem sua modesta atividade, como uma missão, transparece grandeza de alma, infensa ao espírito marxista da luta de classes I':(
"O que se passo u com os Apósto los enquanto Nosso Senhor estava no sepulcro? A Escri tura nos d iz pouco a esse respeito. Q ua l terá sido o estado de espíri to de les, quando Jesus mo rreu? A terra treme u, o céu trovejo u, o véu do Templo se rasgou e os cadáveres dos j ustos percorriam a cidade com espantosa severidade. O que e les sentiram ? Como deveri am estar abatidos, envergonhados e provave lmente d ispersos! Após o terremoto e as trevas, um traba lho mi sterioso da graça fê- los proc urar Nossa Se nhora. E procurando-A, encontraram-se un s aos outros. Q uando a Igrej a Cató lica é cruc ificada, é o mo mento ele se aprox imar espec ia li ssimamente de Nossa Senhora. Jun to a Ela, confia r inde fectivelmente na Ig rej a, amá- la ac ima ele todas as co isas; vincularmo- nos a E la, como fi lhos incond ic ionais. Haverá um mo me nto em que ass istire mos à mais prodigiosa vitória da Igreja e m todos os te mpos. Nossa Sen hora pred isse em Fátima: 'Por.fim o meu Imaculado Coração trh111fárá'. Toda vitóri a de Mari a é [tam béml da Santa Igrej a".
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C ATOLICI SMO
"Ass im que a alma ele Nosso Sen hor volLo u ao corpo, E le apareceu a Nossa Senhora. Como te rá sido esse encontro? Nós poderíamos imaginar que Ele tenh a apa rec ido co mo Senhor esp lendoroso - Rei, como nunca ningué m fo i ne m será re i. O u, pe lo contrário, com um sorriso de afago que lembrava o seu prime iro o lhar no presépio de Belém. O q ue o o lhar d 'Ele com uni cou a E la? O que Nossa Senhora, a cri atura perfe ita , teri a d ito, vendo-O e amando-O inte irame nte? Fo i o prime iro louvor que Nosso Senhor recebeu da sua M ãe, após a Ressurre ição. Q uando as c idades era m pouco rui dosas, ouvia-se o bim balhar dos sinos ao meio-d ia, celebra ndo a Ress urre ição. Nas ruas, os mo leq ues espancavam bonecos de Judas. A Ale luia cantavase por toda parte. As pessoas cumprime ntavam-se, d istribuía m ovos de Páscoa. As igrejas enchi am-se, a Iiturg ia ap resentava enorme pompa. Da dor do Ca lvário nasceu a imensa alegria da Páscoa. A a legria verdadeira, que não é filha do vício, mas fruto abençoado da virtude. Q uando Deus volta a sua Face para os homens, tudo se to rna fác il , s uave, a legre, brilh ante. Q uando Deus desvia a sua Face cios homens, são épocas de castigo . É como o so l que desaparece. Ó Senh or Jesus, vo ltai para nós a vossa Face divin a e o lh ai-nos com bondade. Nesse momento a graça há ele nos ilu min ar, e sentir- nos-emos outros. Q ue o Divino Espírito Santo, pe los méri tos ele vossa Res. urreição, comunique aos que Vos são fié is a força e o valor para congregar os bons e derrotar os inimigos ela vossa Igreja. Q ue Ele renove as almas, restaure as instituições, as nações e a C ivili zação C ri stã - nós Vo- lo ped imos por me io de Nossa Se nh ora, Med ianeira On ipotente e Co-reclentora cio gênero huma no". •
(to ALENCASTRO
te ma ele que vo u tratar está um pouco fo ra ele época. Qui s abordá- lo antes, mas acontec ime ntos ma is urgentes impedi ra m-me ele fa zê- lo. Merece ser tratado, mes mo com certo atraso. O tema é importa nte, e pre nde-se a uma propaganda fa lsa q ue se faz a respe ito do bras ileiro pobre, ca luni ando-o, apresenta ndo-o como um perpétuo revoltado, gananc ioso, querendo a todo custo derrubar que m está acima na esca la soc ial. Segundo essa propaga nda, que corre até no Ex terior, todo pobre seri a um indiv íduo igualitári o, che io ele ód io contra qua isquer for mas de su peri oridade, mes mo as mais naturais e legítimas; enfim um comuni sta, senão por do utrina, ao me nos por te mperamento e convicção. Não nego que possa havi:: r pobres com essa mentalidade. Sobretudo não nego que haj a ricos assim . Até sacerdotes há, infeli zmente, que antes, ão di scípulos de Marx do que de Jesus Cri sLo. Mas esse é um problema de ideologia e não de pobreza.
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Às vezes, à no itinha, passando pelas ruas de São Paul o, deparo com o cami nhão de li xo, de aspecto desagradável, seu Fac-símile dos votos de Boas Festas
barulho ens urdecedor e che iro nauseabundo. Aque la enorme concha na parte traseira, g irando e triturando o li xo, bem poderi a re presentar o infe rno de Dante. Entretanto, algo há que resgata aquele horro r todo. É a fi g ura dos li xeiros hoje os chamam de ga ris, como para esconder sua função. Ver aqueles ho mens revestidos de macacões verdes, amare los ou vermelhos, a correr alegreme nte de um lado para outro, apa nhando os sacos pl ásticos, as latas ou o que for, para j ogá- los na concha g iratóri a, é um espet,"íc ulo que chega a e moc ionar. Ta l emoção eu a vi pe la prime ira vez ex pressa pelo Prof. PI ini o Corrêa de Olive ira, tão sensíve l era e le a tudo quanto é autê ntica manifes tação popul ar. Admi rava- lhe, entre outras coisas, a ag ili dade prestati va com q ue os li xeiros dese mpenh ava m sua "missão". Não se nota nos ga ris, du ra nte seu traba lho, um pingo de revolta, ne m de azedume po r sua atividade humilde e s ua condi ção infe ri or. Dir-se- ia que mini stros de Estado não se aprese nta m tão ufanos de suas fun ções, co mo os li xeiros e m relação às deles. Ao lado passa m auto móve is de lu xo, com ar condic io nado, vidros escurec idos, tra nspo rta ndo pessoas endinhe iradas . E os garis continu am corre ndo de um lado para outro, como se não percebessem o que se passa em torno deles nem se dessem conta ele qu ão modesta é s ua condição. Denotam com isso um a superioridade ele espíri to, uma grandeza de alma, que talvez não sej a fác il encontrar nos lu xuosos aparta mentos em to rno, cujos detritos e les· reco lhe m.
"Na certeza <la missão Clllll/Jl'Í{/éJ ,, Mas e u não tinh a idé ia de que essa pos i~ão de alma Lão bt:la é, e m mui tos deles ao me nos, não apenas instin tiva mas consciente, capaz de exp li cila r-se alé. O que a torna ainda mais nob(e e e levada.
Foi o que vim a constatar quando uma pessoa que res ide num bairro rico de São Paulo, na região dos .Jardins, entregou-me um despretensioso impresso que fo ra de ixado em sua res idê nc ia pe los li xeiros. Foi no último Natal, e eram votos de Boas Festas, evidentemente pedindo uma ajuda. Ilu strado po r dois s inos e m pos ição de bimba lhar, e te ndo como fundo esmaecido uma encantadora cas inha coberta de neve, co m s ua chamin é, e ao lado uma árvore de Nata l, e le trazia algun s versos de uma singe leza e inocênc ia que faze m bem à a lma. Por isso os tra nscrevo abaixo: Este é um voto sincero Deste ami go e companhe iro Que no sorte io da vida Ve io escri to li xeiro Cri sto fi ca fe liz Em ver uma fa míli a contente Que o a mor desta casa Tra ns mita-se a mui ta gente Bon ito é o Nata l Linda é a uni ão Pai, mãe e filh os Todos e m confra terni zação Senhora dona-de-casa Preste be m atenção Só dê nossa fes tinha Ao passar o ca minhão Nós os cinco Li xeiros Noturn os des ta ru a, na certeza De ter cumprido mais um ano De nossa mi ssão, desej amos A V. Sa. e Ex ma . Famíli a Um Feli z Natal E Próspero A no Novo No ve rso , uma fi gura ingênu a da cidade à no ite, e o carro de li xo passando com os garis, a pé, atrás. Também consta m os nomes cios c inco li xe iros, com os números das res pecti vas chapas de identifi cação. E a ad ve rtê nc ia: "Atenção: Cuidado com os fa lsos lixeiros". • ABRIL 2003 -
Santo Anselmo de Cantuária, Luminar da Igreja no século XI B ispo, Confessor e Doutor da Igreja, considerado o primeiro teólogo-filósofo, muitos de seus ensinamentos e textos passaram para o ensino comum da Igreja. Arcebispo de Cantuária, lutou denodadamente pelos direitos de sua Sé contra a prepotência de reis ingleses. r,
Na página ao lado, da esquerda para direita : Guilherme, o Conquistador, manteve convívio harmonioso com Santo Anselmo. Henrique li obrigou o Santo a permanecer três anos no desterro, devido à ingerência indébita desse monarca no âmbito eclesiástico.
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CATOLICISMO
PUNIO M ARIA SOLIMEO
se lmo nasceu e m Aosta, na ltáia, filho do nobre Gondul fo e da piedosa Ermenberga, verdadeira matro na cri stã. Formado na escola da mãe, entregou-se cedo à virtude e, segundo seu primeiro biógrafo, era amado por todos, te ndo muito sucesso nos estudos. Bons te mpos aqueles, e m que as pessoas virtuosas eram a madas, e não perseg uid as. Aos 15 anos j á se preocupava co m altas questões metafísicas e teo lóg icas, e quis entrar num mosteiro. Mas os monges negaram-lhe a entrada, po r medo de desagradar seu pai. Não podendo ingressar na vida re-
li giosa, An se lmo entregou-se gradualmente aos prazeres mundanos, só não chegando a excessos por a mor à sua mãe, a que m não que ri a desagradar. Mas essa âncora, que ainda ev itava que ele se afogasse no mar do mundo, faltou-lhe. Com o fa lec imento de sua genitora, quando Anselmo tinha 20 anos, seu pai torno u-se mal-humorado e vi ole nto, maltratando freqüente mente o filho. Anselmo reso lve u então fu gir de casa, acompanhado só por um servo. Vagou pela Itália e pela França, conheceu a fo me e a fadiga, até que chegou ao moste iro de Bec, na França, onde havia a escola mais afam ada do século XI, diri gida por seu fa moso conterrâneo, La nfra nco.
Discípulo suplanta o mestl'e Anselmo tornou-se di scípulo e amigo ele Lanfranco, e entregou-se então vorazmente ao estudo, esquecendo-se às vezes até elas refeições e recreação. "Seus progressos eram tão admiráveis quanto sua amabilidade, e logo f oi tido como um prodíg io de saber e seus condiscípulos creram que fazia milagres, por sua piedade e virtude". 1 Apesar ele todos seus sucessos, Anselmo tinha uma grande perplex idade: "Estou resolvido a f azer-me monge; mas, onde? Se vou para Cluny, todo o tempo que dediquei às letras terá sido perdido para mim; e o mesmo se permaneço em Bec. A severidade da disciplina em Cluny e a ciência de Lanfranco, em Bec, tornarão inúteis todos meus estudos. Assim pensava, em meu orgulho. Mas, em meio à luta, senti a cijuda divina: O quê?! É próprio de um monge buscar as honras, os louvores, a celebridade? Claro que nilo. Pois bem, far-me-ei monge onde possa pisotear minhas ambições, onde seja estim.ado menos que os demais, onde seja pisoteado por todos". 2 E re olveu permanecer em Bec, onde fo i ordenado sacerdote em 1060. Mas se ele fug ia das honras, estas o persegui am. Em 1066 fo i e le ito Abade de Bec. E seu primeiro biógrafo, Eadmer, conta a pi toresca e comovente cena ocorrida nessa ocasião, típica da Idade Médi a: o ele ito abade
prosterna-se diante de seus irmãos, pedindo-lhes com lágrimas que não o onerassem com aquele fard o, e nquanto os irmãos, também prosternados, insistem com ele para que aceite o ofício. 3 So b sua direção, Bec alcançou sua maior celebridade, sendo para á Normandia e Inglaterra o que Cluny era para a Bo rgonha, França e Itália.'1 E m Bec, "escreveu vários de seus li vros, que abrem um novo caminho para o estudo da Teologia e se distinguern pela profu ndidade de pensamento, delicadeza de investigação, ousado vôo metafísico que, não obstante, nunca se separa do terreno da f é tradicional ". 5
Combates em defesa da Fé No século Xl, a importância de um abade era enorme, pois estava ligada a todo o movimento religioso e político do país. Assim , Anselmo teve que vi ajar várias vezes para a Inglaterra, por interesses de seu convento. Lá encontrou novamente Lanfranco, então Arcebispo de Cantu ária, tornando-se também mui to estimado na corte. "Guilherme, o Conquistador, ele próprio tão temível e inacessível aos ingleses, se humaniz.ava com o Abade de Bec e parecia !ornar-se todo outro em sua presença".6 O amáve l abade era uma fi gura imponente e majestosa, mas sempre serena. A calma era um dos seus traços ca-
racterísticos. Era também um grande 1utador: "Enquanto lula com os senhores da região em defesa de seu mosteiro, defende a pureza da f é contra Berengário, discute com os hereges e confunde o racionalista Roscelino". 7 Em 1087, Guilherme ll, o Ruivo, sucedeu seu pai no tro no da Inglaterra. Príncipe "que temia a Deus muito pouco, e nada aos hom.ens ", tornar-seia um espinho na vida de Anselmo. Ele se apoderava das re ndas elas sés vacantes e, para goza r mais esses privil égios, não que ri a nomear no vos bi spos para as preenchere m. Ora, Anselm o, qu e j á havi a sucedido Lanfra nco como Abade de Bec, fo i escolhido pe lo povo para sucedêlo também, à sua morte, na sé de Cantuári a. Di sso não queria saber ne m o abade, por humildade, nem o re i, por prepotência, pois dizia: "O Arcebispo de Cantuária sou eu! ".
Arcebispo <le Ca11tuál'ia contra a vo11ta,Ie A Providência veio resolver o caso. Atacado por estranha doença, o rei viuse redu zido a uma situação extre ma, e temeu por sua alma. Os pre lados e barões então press ionaram-no para que não de ixasse mais vacante a Sé de Cantuária; e ele, acede ndo aos desej os do cle ro e do povo, no meou Anse lmo. Como este continuasse rec usando o cargo, sucedeu então outra cena q4e só podi a acontecer naqueles te mpos: "Ele [Anse lmo l.foi arrastado à fo rça até o lado do leito do Rei, um báculo .foi enfi ado em sua mão fechada, e o Te Deumfo i can1ado". 8 Contra a vontade, Anse lmo tornou-se ass im Arcebi spo de Cantuári a. Entretanto, o arrependimento do rei fo i-se com a doença. Apenas restabelecido, tentou dobrar o Arcebi spo, que se opôs à alienação das terras da arquidiocese e m favor de apaniguados do rei. Começou uma verdadeira batalha entre altar e trono, e Anselmo preferiu exilar-se no continente a ceder nos princípios. Essa tendência absolutista dos soberanos ingleses manifes tar-se-á no sé-
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c ulo segu inte com o martírio ele São Tomás Becket, e, no sécu lo XVI com o c isma ele Henrique Vm.
Lwni11ar do Co11cílio <le Bari Em Roma, Anselmo foi recebido por Urbano II, que o convenceu a voltar para sua diocese. Mas antes participou e le cio Co ncíli o ele Bari, em I 098, cio qual foi um cios luminares, desfazendo o sofisma dos gregos, que negavam que o Espírito Santo procede cio Pai e do Filho. Para isso pronunciou belo discurso, que depois se tornou um tratado intitul ado Da procedência do Espírito Santo. Na Itália escreveu o utro tratado, Cur Deus homo, e reg ressou à Inglaterra em 1 100, a pedido de Henri que, que sucedera no trono a seu pai, G uilherme, mo rto impenitente durante uma caçada. Para me lhor praticar a obediência, Anselmo havia pedido ao Papa que lhe desse a lguém a quem e le pudesse se submeter em todas as ações, como um monge ao seu superior. O Papa des ignou para esse ofício o monge Eaclmer, que se tornou am igo íntimo, discípulo e biógrafo cio Santo.
Desterro do Santo Arcebispo Henrique H, quere ndo assegurar para s i o trono em detrime nto ele seu irmão mais velho, Roberto, que voltava da C ru zada na Terra Santa, restituiu à Igreja todos seus antigos direitos e prometeu não vender as prebendas vacantes nem arrendá- las ou retê- las em benefício do Tesouro. Por uma série de medidas assim também no campo c ivil , obteve a s impatia do c lero e povo em seu favor. Qua ndo Robe rto c hegou à fren te de um exército, para re ivindicar seus direitos, o Arcebispo Anse lmo
CATOLICISMO
obteve que os ing leses permanecessem na fidelidade a Henrique II, e que ambos e ntrassem num acordo pelo qual Roberto ficaria com a Normandia e passaria a receber uma renda a nua l de três mil marcos. Para mostrar que o filh o não era me lho r que o pai , na primeira oportunidade Henrique atacou Roberto de surpresa, derrotou-o, e fez prisioneiro até o fim da vida.
Nove central do Catedral de Cantuária
Também a a li ança e ntre Henri que n e Anselmo em breve se rompeu dev ido à contínua questão elas investiduras. O Arcebispo mantinhase firme, escud ado pelos decretos ele Bari e Roma, e o rei a legava o que cons iderava prerrogativas ela Coroa. Para resolver a q uestão, Santo ·Anse lmo resolveu ir mais uma vez a Roma. Mas ao volta r fo i im ped ido de e ntrar no país, e teve que permanecer três anos no desterro, no contin e nte. Sob pen a de excomunhão lançada pelo Papa, Henrique II fin a lme nte chegou a um acordo com o Arcebispo, que pôde voltar ass im à sua Sé.
A democracia avermelhada
Homem <le governo, de letras, santo Os últimos a nos da vicia de Anselmo transcorreram em atividades para a reforma ele sua diocese e e m trabalhos literári os.
"A virtude haviafeito dele o tipo do homem de governo, se bem. que a posteridade o tenha recordado sobretudo como homem. de letras, poela, .filósofo, pulernista e escriturista. Em seus cantos a Maria, a facilidade e o sentim.ento não cedem. em nada ao ji·escor e sinceridade da inspiração". 9 Seis meses antes ela morte, Santo Anselmo foi tomado por extrema fraqueza , que não lhe pe rmitia seq uer celebrar o Santo Sacrifício. E le se fazia transporta r diariamente à cape la para assisti-l a. Na véspera de sua morte, esse ho mem fec undo, sempre em e luc ub rações metafís icas e teológicas, la me ntava que não tivesse tido tempo para esc rever um tratado sobre a o ri gem ela a lma, tema sobre o qua l havia med itado constantemente. Enfim , carregado de anos e ele virtude, faleceu no dia 2 1 ele abril de 1109, sendo cano ni zado pelo Papa Alexandre III. •
Notas:
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1. J.B. Weiss, Hisroria Universal, Tipografia La Educación, Barcelona, 1928, vo l. V, p. 388. 2. Fr. Ju sto Pe rez de Urbe l, O.S.B ., A,io Crisria110, Edi ciones Fax, M ad rid , 1945 , vo l. li, p. 176. 3. W.H. Kent, The Carholic E11cyclopedia, Vo/. l, 1907, Robert.AppletonCompany, On line Ed ition by Kev in Kni ght, 2002. 4. J.B. Wei ss, op. cit. 5. J.B. Weiss, icl ., ib. 6. Les Petil s Bol lancl istes, Vies de.1· Sa i11.1.1·,
d'ap res /e Pere Giry, /3/oud er Barrai. L ibraires-Écl iteurs, Paris, 1882 , tomo IV, p. 568. 7. Fr. Justo Perez de Urbel, op. cit. p. 177. 8. W.H. Kent, The Cath oli c Encycloped ia, On line Edition. 9. Fr. Ju sto Perez de Urbel, op. cit. , p. 179.
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E estranha a concepção que o ministro _do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, tem de "democracia", na qual parece se instituir uma classe privilegiada de indivíduos delituosos, que pairam acima da lei
"R
ossetto ",
na bela língua de Dante, significa averme lhado, uma vez que "rosso" é vermelho. No tempo e m que o comuni smo soviético estava em voga, dizia-se "vermelho", o indivíduo de idé ias comunistas. Mas o que tem de comum o título e m e pígrafe com o atual mini stro do Desenvolvimento Agrário? A rigor, nada. Mera coincidê ncia de nomes. Porém, se considerarmos que e le faz parte da a la mais rad ica l do PT, ele tendência trotskista, e que sua política começa a tomar uma co loração forteme nte avermelhada, aí a coincidência passa a ter um s ig nificado. A conce ituada jornali sta Dora Kramer nos dá várias informações importantes ("O Estado ele S. Paulo", I l-2-03) que faze m pensar! E trazem preocupação quanto ao futuro cio Brasil. Vejamos a lg umas delas.
"Não é grave" Em fevere iro, e lementos do MST fizeram refém o secretário da Agricultura do Estado de Alagoas. O fato é c lamoroso, além de c rimin oso. Ma Rossetto s ile nciou sobre e le, apesar de ser sua área. Agora, informa a jo rna li sta, e le se justificou "dizendo que, no dia do episódio, as
informações que recebeu não conferiam gravidade ao caso". Como justificativa, é de todo insuficiente! Depois, a nte a reação negativa produzida por seu s ilê ncio, e le condenou o fato. Só por palavras, é c la ro.
Uma classe 11rivi/egiada Rossetto quer o governo Lula "revogando os disposilivos de Medida Provisória editada no governo anterior que
próprio Rossetto (citado por Dora Kramer): "Trata-se de wna violência institu-
cional excluir da reforma agrária gente que, por um equívoco de comando, ou até por falta dele, tenha cornetido atos que são obviamente condenáveis". Se alg ué m, por um eq uívoco ele comando o u por fa lta dele, assa ltar uma residência, também não eleve ser punido? E se matar um o utro? Por que o princípio deve valer num caso e não e m outros? Mais uma vez, privilégio! M as será mesmo que os atos condenáveis foram sempre cometidos por eq uívoco ele comando o u fa lta dele? Informa e co menta a j o rn a li sta: "A
Miguel Rossetto, ministro do Desenvolvimento Agrário
estabelece uma série de punições aos invasores de terras produtivas". Invadir a propriedade alheia é afrontar a lei, é crime previsto no Código Pena l. Se a terra invad ida é produtiva, trata-se de um agravante. Então o governo não vai mais pu nir nesses casos? Institui-se um a classe privilegiada de indivíduos que ficam acima da lei? Parece que s.im . E o privilégio é tão forte, que tem até efe i!o retroativo: "Ros-
setlo adianta que já está em, estudo uma forma de anistiar aqueles que, pelos termos da MP, perderam o direito de receber quaisquer benefícios por terern cometido aios proibidos por aquela legislaçc7o ".
Problema sâ <le coma.mio? E a justificativa cio novo privilégio de classe, que se anuncia, vem ela boca do
existência da legislação punitiva, na visão do rninistro, criminaliza o movimento social e cria uma conseqüente rejeição a ele por parte da sociedade. Bem, não seria o contrário, o MST não leria gradativamente perdido o apoio da opinic7o pública exa lamente por adotar a lógica do coriflito pelo conflito?".
A <lemocracia <lo ministl'O Rossetto concordou em reti rar da Internet os nomes dos trabalhadores ru ra is que participaram de invasões ele terra e, por isso, foram exc luídos da Reforma Agrária. "Essa exposição f eria de morte
os princípios democráticos, pois condenava pessoas sem nenhum processo judicial ", disse e le. Então, para exc luir ela Reforma Agrária, é prec iso um processo judicial? E para incluir, não precisa? Participar de invasão ele terras é crime. A prática ele uma ação criminosa não justifica uma excl usão adm ini strativa? Isso fere a "dernocracia " do Sr. Rossetto? É mesmo de democrac ia que se trata? •
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Famílià: berço das civilizações
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Abaixo: vista atual da Acrópole, em Atenas, sobressaindo, ao fundo, as ruínas do templo Parthenon
A o estudarmos o nascimento das civilizações, sempre deparamos com uma família, ou grupo de famílias, na origem - mesmo nas mais remotas eras da História - e constatamos que um reto desenvolvimento civilizatório depende da boa constituição da sociedade familiar se desenvolveri am, uma vez que estas não o arti go publi cado nesta seção, se sustenta m sem a in sti tui ção famili ar, SOS Família, intitulado Família: co mo uma árvore não se suste nta se m sociedade natural anterior ao suas raízes. Estado (Catolicismo, deze mbro/2002), A Cidade Anliga, é o título do famoso mostra mos como é antinatural e aberrante livro de outro historiador francês, Fustel ele o Estado leg islar vi o lando o estabe leciCoulanges ( 1830- 1889), professor de Hisdo pe la Le i Divin a. Desse procedime nto tória Medieval na Sorbonne (França). Nessa podem surg ir verdade iras heresias ju ríobra, o autor demonstra que na antiga Grédicas, co mo é o caso ele numerosos arti cia, bem como na Itáli a da civili zação rogos re la tivos ao dire ito ele fa míli a do mana, após um desenvolvimento natural, Novo Código Civil - que entrou e m vias cidades, e depois os Estados, nasceram gor no in íc io deste ano - auto ri za ndo ela sociedade familiar, confirmando a tese ações que se opõem ao Decálogo. D uro ele que a fa mília é anterior ao Estado. go lpe contra a insti tuição fa miliar, mas, Esse ilustre auto r, depo is ele constaao mes mo te mpo, um bumerangue q ue tar que, no mun do anti go, as pessoas se se volta contra o próprio Estado, po is reuni a m e m torno cio pate rfam ilias este vai se autodemo lindo à me(autoridade venera nda que podedida que a fa míli a va i se desfa,, ri a ser um pai de fa míli a, o u o chezendo (v icie qu adro ao lado). fe de clã fa míli ar), passa a descreNo trecho da obra O Antigo ver como as famíli as de ram o ri Regime, do reno mado hi stori a- , gem às tribos , às c id ades e às do r fra ncês Fun c k-B re nta no, nações: tran scri to no arti go ac ima me n"Cada frcttria o u cúria [na c io nado, constatamos a presenG récia antiga, cada um dos ça da fa míli a na ori gem da g rupos de fa míli as e m soc iedade fe uda l e na que se subdi vidi am as tri conso lidação da Civili bos atenienses de nomin azação C ri stã na Idade va-se fratria, e entre os roMédia. No presente artigo, remanos, cúria] tinha um chefe, portar-nos-emos a uma época ainda mais re mota. Já na Fustel de Coulanges fratri arca o u curi ão, c uja pri nc ipa l função era a de pres idir Anti güidade (período hi stóaos sac ri fíc ios. Talvez, ori ginari ame nte, rico ini c iado com as ma is anti gas c ivili suas atribuições tivessem sido mais a mzações, e que se estende até a q ueda do pl as. A fratria re uni a-se e m assemblé iImpéri o Romano do Oc idente, no sécul o as , onde to mava suas deliberações e poV) a fa míli a fo i um a se me nte do Estado d ia promulgar decretos. Nafratria, como e esteve na origem das prim iti vas c idana fa mília, hav ia um deus, um c ulto, um des el a Gréc ia e ela Roma antigas. sacerdóc io, uma justiça, um governo. Era Família, hase <lo Estél<lo uma peque na soc iedade mode lada exatamente sobre a fa míli a. Sem a fa míli a, não ape nas as c idade, "A associação continuou naturalmennão se fo rmari am, mas as c ivili zações não
N
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C ATOLICI SMO
À esquerda : família da Grécia antiga
te a crescer, e segundo o mesmo siste ma. Muitas cúrias ou .fratrias agruparamse e formaram uma tribo. "A tribo, como afratria, tinha assembl éias e promul gava decretos, aos quai s todos os seus me mb ros dev iam submeter-se. Tinh a um tri bunal e um d ire ito ele justiça sobre os seus mem bros. Tinha um chefe, tribunus, phylobasiléus ".
Nascimento das cida<les
A família,
segundo Pio XII "Precisamente porqu e [a família] é o elemento orgânico da sociedade, todo atentado perpetrado contra ela é um atentado contra a humanidade . Deus pôs no coração do homem e da mulher, como instinto inato, o amor conjugal, o amor pa terno e materno, o amor filial. Por conseguinte, querer arrancar e paralisar este tríplice amor é uma profanação que por si mesma horroriza e leva à ruína a pátria e a humanidade"
(Pi o XII, Alocução
Aurion.s-nou.s pu, 20-9-1949).
"A tribo, co mo a fam ília e aj,·atria, constituiu-se para ser um corpo independente, já que e la tinha c ull o especia l do qua l o estrange iro era exclu ído. Uma vez form ada, nenhuma nova família podia ser ne la admitida. Du as tri bos ele modo a lgum podi a m fundir-se nu ma só; a sua re li g ião a isto se o punh a. Mas, ass im como muitas j ratrias se haviam reunido numa tribo, muitas tribos puderam assoc iar-se e ntre si, com a cond ição de que o culto ele cada uma de las rosse respe itado. No dia em que se fez esta aliança, nasceu a cidade. " Pouco impo rta proc urar a causa q ue determinou a união de muitas tribos vizinhas. Ora a união fo i vo lu ntária , ora imposta pe la fo rça supe ri or ciu ma tri bo, ou pe la vo ntade poderosa de um homem. O que é certo, é que o vín culo da nova assoc iação fo i a inda um cul to. As tribos que se ag ruparam para fo rmar uma c idade não de ixaram nunca ele acender um fogo sagrado e de instituir um a re ligião co mum . "Assim a sociedade humana, nesta raça, não cresceu à maneira ele um cú·culo, que se alargasse pouco a pouco, avançando progressivamente. São, pelo contrário, pequenos g rupos que, há muito constituídos, jun-
taram-se uns aos outros. Muitas famílias formaram afratria, muitasfi·atrias a tribo, e muitas tribos a cidade. Família,.fratria, tribo, cidade, são portanto sociedades perfeitamente semelhantes entre si e nasc idas umas das outras, através de uma série ele federações".
11/tcridade e não massilicação
"É necessári o mes mo nota r qu e, à medi da que estes cli!'ere ntes grupos se assoc ia va m ass im e ntre e les, ne nhum perd ia entretanto ne m a sua indi viduali dade nem a sua inde pe ndê nc ia. Se be m que muitas fa mílias se reunissem num a ·6 .fi-c1tria, cada uma delas mantinha-se co nstitu ída como na época do seu iso lame nto ; nada mudava ne la, ne m o se u c ul to, ne m o seu sacerdócio, ne m o seu dire ito de propri edade, ne m a sua justiça
interna. A seguir, assoc iavam-se as cúrias, mas cada uma continuava a ter o seu culto, as suas re uni ões, as suas festas, o seu che fe. D a tribo passou-se à c idade, mas as tribos não foram por esse motivo di sso lvid as, e cada uma de las continuou a fo rmar um corpo, qu ase como se a c idade não ex isti sse. [ ... ] "Ass im , a cidade não é um ag regado de indivídu os, mas uma confederação ele muitos grupos j á ante ri o rmente constitu ídos, e que a c idade de ixa subsistir. Vêse nos orado res áticos que cada ate niense faz parte ao mes mo te mpo de quatro sociedades di stintas: é membro de uma fa mília, de uma j ratria, ele uma tribo e ele uma cid ade".* •
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La Ci1é A111iq11e, Librairi e Hac hette, Pari s, 1957, Li vro Ili , pp. 134- 135 e 143- 145.
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GATO LI CISMO
6
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São Prudêncio, Bispo e Confessor
São ,lúlio 1, Papa
+ Troyes (França), 861. Espanhol , capelão na corte d e França, elaborou uma coletânea dos salmos que se tornou o breviári o de todos os c lérigos. Foi depoi s Bi s po de Troyes.
1 SanLo I lugo de Grenoble. Bispo e Confessor
+ França, 11 32. Lutou contra os excessos do Imperador alemão Henrique V e em defesa do Papa Inocêncio II contra o antipapa Pedro de Li ão.
2 São Fra ncisco ele Paula, Confessor
+ Pless is, 1508. Italiano, fun do u a Ordem dos Mínimos. Luís XI obteve do Papa que o e nvi as. e à França, a fim de que o santo o preparasse para a morte.
3
7 São João BaLista de la Salle, Confessor
+ Rouen (França), 1719. Fundador dos Irmãos das Escolas Cristãs, dedicados ao e nsino. De mitiu-se do cargo de superior para terminar sua vida na oração e mortificação.
8 São Dionísio, Bispo + Corinto, 180. "Devido à ciência e à graça de que foi dotado, [. .. ] ilustrou o povo não somente da sua cidade e província, mas [. .. ] também bispos" (Do Martirol ógio). Santa Cassilcla, Virgem
+ Carvaja les (Espanha), l 050.
+ Burgos (Es pa nha), 1007.
4 Santo Isidoro ele Sevilha, Bispo, Confessor e Doutor ela Igreja
+ 636. Sucedeu ao seu irmão São Leandro na Sé de Sevi lha. A e le se devem a cri ação de seminários, a unifi cação da li turgia, a regul a me ntação da vida monástica e outras importa ntes obras da di sc iplina ec les iás ti ca. Primeira Sexta-Feira do Mês
9 Fi lha do rei mouro de Toledo, converteu-se ao cristianismo no ato de beber a ág ua mil agrosa do poço de São Vicente. Levantou ali uma ermida, onde vive u e m oração e peni tênc ia.
10 São Terêncio e Companheiros, MárLires
+ Cartago, 250. Na persegui ção do imperador romano pagão Déc io, estes 40 cri stãos preferiram a morte a sacrificar aos ído los.
5
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São Vicente Ferre,~Confessor
Santo l~stanislau, Bispo e MárLir
+ Vannes (França), 141 9. Dominicano espanho l, converteu hereges e muçulmanos, e consolidou a fé em muitas prov íncias. Trabalhou com êx ito para pôr fim ao cisma do Ocidente. Primeiro Sábado do Mês
Santíssima Trindade contra os hereges. No Concílio de Sárdica, reabilitou Santo Atanásio e proclamou a primazia da Sé episcopa l de Roma.
13 DOMINGO DE RAMOS
Santa L~ngrácia, Virgem e Mártir N atu ra l de Braga, foi morta por um mouro com o qual não qui s se casar.
+ 352. Defendeu o mistério da
+ C racóv ia, 1097. Grande defe nsor da moral cató li ca e da sa ntidade do matrimônio , fo i assass inado pe lo re i Bo les lau J[ por increpar-lhe a vida desregrada.
Triunfal entrada de Cristo Jes us em Jerusalém, poucos dias antes de Sua Paixão na mesma cidade.
ffi Santo Hermenegildo, Már'Lir
+ Sevi lha, 586. Filho do re i Leov igildo, da Espanha vi sigótica, ariano, foi convertido à ortodoxia por s ua es posa lndeg unda. Deserdado pelo pai por não querer abjurar a Fé católica, foi deca pitado. Três anos após seu martírio tod a a nação visigótica retorno u à Fé católica.
14 Santa Luelovina ele Sclliedam, Virgem
+ Ho landa, 1433. Como víti ma ex piatória, foi ating ida por quase todas as moléstias imag in áveis, em meio à extrema mi séria, por mais de 20 a nos. Tinha constantes vi sões d e Nosso Senhor, do Paraíso, do Purgatório e do Infe rno.
15 Sanl as Balissa e Anastácia, Mártires
+ Roma, 66. Ilustres matro nas romanas, di scípul as de São Pedro e São Paulo, sofre ram cru e l martíri o por terem recolhido as re líqui as do Prínc ipe dos Apóstolos para dar-lhes sepultura.
16 São Benedito José Labr·e, Confessor
em Ro ma, as cri anças es pontaneame nte sa íram gritando pe las ruas: " Faleceu o Santo!"
17 QUINTA-I•'I,:U~A SANTA Instituição da Sagrada Eucari stia e do Sacerdócio.
mente célebre por seus conhecimentos ele filoso fi a grega, dando realce a esta c iência por uma rigorosa prática cio cristiani smo. Mais tarde tornouse Bis po ele Cítia" (cio Marti rológ io).
ffi
21
Santos Elias e Isidoro. Mártires
Santo Anselmo ele Ca nLUária, Bispo, Confesso!' e Doutor ela lgl'eja
+ Córdoba, 856. Estes sacerdotes e monges "foram condenados à morte ao confessarem sua fé cri stã di ante do I lamismo" (do M artiro lógio).
18 Sl•:XTA-l<'!<;IRA SANTA Paix ão e Morte de Nosso enhor Jesus Cristo. (Dia de jejum e abstin ênc ia).
ffi São Laseriano, Bispo e Confessor
+ Irlanda, 639. Mo ng , foi a Roma, sendo o rd e na do po r São Gregório Mag no. Te ndo viajado para a lrl an la, lá apoiou a liturg ia ro mana e sua data para a fi xação ela Páscoa. Consagrado Bis po Legado papal para a Irlanda, ·onso liclou essas reform as.
19 SÁBADO SANTO Jesus Cristo no s •pul cro e a soledacle ele Nossa ' nhora.
ffi Santa 11:nw, Vit'rvn
+ Alemanha, 1045 . Filh a cio re i cios saxõe. qu d ' po is de 32 campanhas fo i v '11 ·ido por Carlos Mag no e se o nverteu . A Santa casou-se om o onde ele Ludgero.
20 PÁSCOA DA Rl•:ss111mI,:I<; \() "Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente, A/leluia! "
(Vicie p. 36)
ffi São Simão Bal'sabeu. Bispo e Mál'Lir + Se lêuc ia, 34 l. Aprisionado e to rtu rado por ter-se recusado a adorar o sol durante a perseguição de Sapor II, da Pérsia.
22
Milag ro sa im agem tra z ida pelos Anjos, de Scuttari (Albânia) a Genazzano (próxima de Roma), em 1467, durante a invasão turca naque le país. Invocação inc luída na Lada inha Lauretana.
27 Santa Zita, Virgem
+ Luca, l278 . Como criada, clurante40anosedificou a ilustre família Fatinelli por seu espírito sobrenatural. [números milagres e m vida comprovaram sua santidade. Padroe ira das empregadas domésticas.
28
+ 175 e 296. São Sotero so-
Sfio Luís Maria Grignion ele Mo11Lfo1'L, Confessor
freu o martírio no reinado cio Imperador Marco Auré lio, e São Caio sob Dioclecia no.
23 Santo Adalberto, Bispo e Mártir
+ Al e ma nha, 997. Po r três vezes renunci o u à Sé ep iscopal de Praga. Foi mo rto pelos idó latras ela Prússia, quando para lá se diri g ia a fim de evange li zá- los.
24 São Viclélis ele Sigmal'inga , Márti r
+ Suíça, 1622. A lemão, trocou a advocacia pelo burel capuchinh o. Dedicou -se com sucesso à pregação e ao confess ionário, convertendo muitos calvini stas. Tendo convertido dois cios mai s célebres, na Suíça, foi ali martiri zado.
25
+ R oma, 17 83. Mendigo vo-
ffi
luntário , peregrinava entre os mai s cé le bres santu ári os da Europa , sofre ndo humilh ações e maus tratos. Ao fa lecer
São Teótinio, Bispo e Confessor·
+ Egito, 86. Di scípulo de São
do pagão, tornou-s ' SP ·ia l-
26 Nossa Senhora do Bom Conselho, Genazzano
Santos Sote1·0 e Caio, Papas e Márti res
São Marcos Evangelista, Bispo e Mártir
+ Ásia Me nor, séc. V. " Nasci-
tos mortai s foram trasladados para Veneza.
Pedro, foi apóstolo do Egito, tendo sido a li martirizado. No séc ulo XI, seus sagrados res-
+ França, 17 16. Ardente missionário popular, apaixonado pe la Cruz de Nosso Senhor e do utor marial por excelênci a, sua doutrina da Sagrada Escravidão a Nossa Senhora foi reconhecida e ass umida pe lo Papa São Pio X.
29
Intenções para a Santa Missa em abril Será ce lebrada pelo Revmo. Padre Davi Fra ncisqu ini , nas seguintes inte nções: • Em desagravo dos pecados que tanto ofendem a N osso Senhor Jesus Cristo, prati ca dos nos dias de carnaval. Para que Ele, pe la intercessão de Sua Mãe Sa ntíss ima , tenha misericórdia de nosso País e o re conduzo às via s da moral cató lica. • Para que neste tempo da Quaresma nossos assinantes e co laboradores possam se forta lecer ainda mai s na luta em defesa da verdadeira Religião; e que se us sacrifícios e o rações, unidos ao socrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo na Sa nta C ru z, a lcancem a graça de numerosas conversões no Bra si l.
Santa Catarina ele Siena, Virgem
+ Itá lia, 1380. A maior g lóri a fe minina ela Ordem Dominicana, na qu a l idad e el e irm ã terceira trabalhou para a volta d o Papa de Avinhão a Roma, pediu a reforma do c lero e a mobilização de uma cruzada contra os infié is.
30 S5o Pio V, Papa e Confessor
+ 1572. (Antes, comemorava·se a 5 de maio) Inqui sidor e Co mi ssário Geral cio S anto Ofício , e depois Bispo, Cardeal e Papa. Lutou contra a he resia e convocou a cruzada para a defesa da Cristandade contra os muçulmanos, obtendo por suas preces a memoráve l vitória de Lepanto.
Intenções para a Santa Missa em maio • Em louvor a Nossa Senh ora de Fátima , em co memoração do 86° a niversá ri o da l ª aparição aos três pastorin hos. • Em louvor a São José, esposo da Sa ntíssima Virgem e san to proteto r dos trabalhadores, para que interceda junto a Deus para livrar o Brasil da luta de classes.
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III Simpósio de Estudantes Universit
Associação polonesa pela Cultura
proporciona sadia formação para a juventude
N a Serra do Japy, universitários reuniram-se durante os dias de carnaval
■ LEONARDO PRZYBYSZ
■ M AURO C O RRÊA
Cracóvia - Com a participação de 25 pessoas, a Associação polonesa pela Cultura Cristã Padre Piotr Skarga (com sede
Ili Simpósio de E.studan tes Universitários, promovido pe la TF P, foi reali zado, como de coslum , numa propri edade campestre situada na Serra do Ja py, município de Jundi aí (SP). O número de partic ipantes vem crescendo a cada novo simpósio. Desta vez, as edificações não fo ram sufi c ientes para hospedar todos os estudantes. Vários deles, ao término da programação de cada dia, des locavam-se até um hote l e m Jundi aí. O programa leve in ício na tarde de sábado, 1 ele março último. E. tavam pres nles universitários de Be lo Hori zonte, Bras íli a, Rio de Jane iro, ampos cios Goytacazes (RJ ), llu e Bauru (SP), bem como da capit al pau lista. Du ra nte lrês d ias - 1°, 2 e 3 de março - leve lugar vari ada programação. Palcsl ras, círculos de estudos co m debates , conversas, j ogo e um a xcursão às matas próx imas. Houve ainda tempo reservado espec ia lm ' nle pa ra a oração. Foram abordados, no lota i, 13 temas no decorrer do simpósio. No e ncerrament o, o Prínc ipe Dom Bertrand de O rleans e Braga nça fa lou a res p ito da missão hi stórica e provi dencial do B ras il , di scorre ndo sohr · as riq uezas de sua natureza e sua cul tura, bem co mo acerca das q ua lidades de nosso povo.
O
em Cracóvi a), entidade que atua e m colaboração com a TFP france sa, reali zou entre os di as 2 e 8 de fevere iro último, nas montanhàs Gorce, junto aos Tratras, próximo à fronteira com a Eslováquia, um programa para jovens estudantes. Num ambiente sadio, que propiciava o descanso dos afazeres escolares, a iniciativa contribuiu para a formação moral e inte lectual dos jovens. O programa constou de reuniões sobre temas vari ados da atualidade,jogos e excursões pe las montanhas nevadas. No contexto da eventualidade de conflito entre Estados Unidos e Iraque, o Padre Tadeusz Slipko, SJ, abordou o te ma da guerra justa e injusta. Outros temas tratados: pureza, decadência da Idade Médi a, processo revolucionário através da pseudoreforma protestante, da Revo lução Francesa e da revo lução comuni sta, de acordo com a famosa obra de Plini o Corrêa de
Oliveira, "Revolução e Contra-Revolução". O Padre Tomas Dawidowski ce lebro u diariame nte a Santa Missa para os parti cipantes. Na encru zilhada entre do is caminhos,
os jovens instalara m no tronco de uma árvore um oratóri o a Nossa Senhora de Fátima. Tais oratórios são bastante freqüe ntes, quer nas c idades, quer nos campos da Po lôni a. •
Polônia polarizada Ante a possibilidade de o país ingressar na União Européia, uma opinião pública dividida
A
Associação polonesa pela Cultura Cristã Padre Piotr Skarga publicou no dia 3 1 de j aneiro último, no importante diári o pol onês "Rzeczpospolita" (República), com 300 mil exempl ares de ti ragem, substancioso e extenso manifes to sob o título: Ingresso na União Européia, tábua de salvação ou ósculo de morte para a Polônia cristã ? (Fac-sími le ao lado). Esse documento fo i enviado ao E piscopado, a todas as paróqui as pol onesas, be m como aos deputados e às escolas superiores. A publicação está alcançando ampl a repercussão na opini ão públi ca do país, encontrando eco e m vários órgãos da imprensa.
11111m
CATOLICISMO
Os signatári os do documento manifestam suas dú v idas quanto aos benefícios de um eve ntual ingresso da Polônia como membro da União Europé ia. De um lado, tal ingresso ta lvez traga alguma vantagem material. M as, de outro lado, certas ex igênc ias da futura constituição euOGLOSZENIE Stownrzyszcnle Kultu ry Chr1.P~ciju(1sklej im. K.s. Plotrn Skurgl przcds tuwln swoj c s tunowisko w wnincj dchacic mu-odowcj
Przystqf)ie11 ie cio U11 ii E11rof)ejskiej: cleska rat1111k11. CZ!f pocalim ek smierci cllc,. chrzescijwískil'j Polski?
ropéia no pla no moral - como aborto, eutanás ia, "casamento" ho mossexual e out ras - o bri gari a m o povo po lo nês, mac içamente católico, a di zer " não" por ocasião do referendo, a ser realizado provavelme nte e m junho próximo. Para a Polônia católica coloca-se, assim , um grave proble ma de consciênc ia no tocante à questão do ingresso na União Euro pé ia. "Os contornos que está tomando a construçãp européia - escrevem os autores do manifesto - correspondem, vo lens nol e ns, aos de uma nova civilização atéia e materialista, baseada numa filosof ia notoriamente anticristã". •
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O cari oca Dani •I Zumelzu Mouta (folo 1) considera a T FP "um movimento f or/e, 1n(it1111e e esclarecedor " . ln lagado sobre a palestra que chamou mai s sua atenção, afirmou: "O estudo sobre a real dimensão d0 Jr-r,cr1.1·.1·0 da Reforma Agrária é i111pressionante !"
"Nos 1111ivn:1·idades, as idéias erradas muitas vezes partem dos pr(Í11rio.1· prof essores, e se 11üo estamos atentos, podenws fH'tcler a fé ", advertiu ledson Bisco li (foto 2), a luno do qu into semestre de Direito na AEU DF de B rasíli a. Parti ·ipando do simpósio p la primeira vez, ressa ltou e l : " Ficou muito claro co,no o processo de Revolução Cul!11 mf ataca sorrateirament , os valores católicos que restm11 110 sociedade". Flávi o Naharro Perez, de São Paul o, externo u seu comprazim ·nto com a seri edade do e ncontro: "A projúndidade e rt f orma como os temas foram abordados merecem se r ressoltados. É muito imp ortante para nós, estudantes cr1f(Í/icos, um simpósio cm110 este, que nos f ornece subsfdio.1· para def ender afé e//1 ambientes avessos à religiosidade". Sérgio Orlando Pires de Carvalho Ju nior (foto 3), de Belo l-lorizont ', sintetizou desta fo rma sua impressão sobre o evento: "A f om u1rão intelectual, sei// jamais abrir mão dos valores ca16 ficos, é o que esp eciall/le11te me atraiu". •
À direita, flagra ntes do simpósio ABRIL 2003
E1IIIIII
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TFP realiza Congresso nos dias de Carnaval VIII Congresso Nacional de CorrespondentesEsclarecedores e Simpatizantes da TFP n OsvALoo Ro cco
n dos Encontros Regionais, que TFP tem pro movido ao longo dos anos em diversos Estados, ela organi za também Congressos Nacionais em São Paulo. O úl timo fo i rea li zado de 2 a 4 de março p.p., e reuniu lidera nças de Corres po nde ntes e Esc larecedores da TFP. Nesses di as de carnaval, ocasião em que muitos se entrega m a seus mais baixos instin tos, cerca de 300 pessoas dedi caram-se a estudos e orações, participando desse VIII Cong resso Nacional no Pampas Palace Hotel, de São Bernardo do Campo - SP. O evento conto u com a prese nça de delegações dos mais vari ados pontos do País, bem como da Escóc ia e da Argentin a. O Congresso iniciou seus trabalhos com uma exposição do diretor da T FP brasileira, Dr. Plínio Yidigal Xavier da S il veira, a respeito das atividades da entidade. Diversos confe rencistas revezaram-se ao lo ngo dos três di as de carnaval, atua lizando os líderes locais de correspondentes da T FP sobre o mo mento político brasileiro, alé m de abordar temas re lig iosos e aspectos da vida e obra do fundador da TFP, Prof. P líni o Corrêa de O live ira, ressa ltando sobretudo sua heróica dedicação e devoção à Santa Igrej a. Atraiu es pec ialme nte a admiração dos congressistas a presença de dois príncipes brasileiros, Dom Luiz de Orleans Patrick Houston, com seu uniforme de oficial da Polícia Britânica
CATOLICI SMO
e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasi l, e seu irmão Dom Bertrand de Orleans e Bragança. Este último desenvolveu o te ma Uma sutil artimanha do mal: o terreno comum, mostrando o perigo que há para os católicos em relativi zar suas convicções, sob o pretexto de atrair pessoas imbuídas do espírito revolucionário moderno. E Do m Lui z, mui to aplaudido, e ncerro u o Congresso discorrendo sobre a virtude da confiança e de como e la deve destacar-se na alma de todos os que professa m o ideal católi co da TFP, particul armente na época atual, cada vez mais domin ada pe lo espírito neopagão.
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Numerosos congress istas manifestara m suas im pressões alta mente favo ráveis ao VIII Congresso Nacional. Esco lhe mos o registro do partic ipante que veio de mais longe. Provenie nte de Sa li sbury (Reino Unido), Mr. Patri ck Houston (foto abaixo) - acompanhado de sua esposa Mrs. He len Houston, pais de sete filh os - vi sitava o Bras il pela primeira vez: " Eu achei todas as conferências instruti vas e mora lm.ente encoraj adoras. Assim como os outros membros de nossa delegação, fiquei muito estimulado pelo que vi e ouvi dos oradores, como tarnbém de outros membros da TFP e corre.)pondentes presentes. Adquiri mais forças para continuar e ape,jeiçoar a luta contra-revolucionária em meu país, e espero poder passar para os meus filhos algo do que apreendi ". • À direita , vários aspectos do Congresso
Correspondentes esclarecedores da TFP
Sen1el11anças entre o regin1e fet1elal ja1)011ês e o ocidental M PU NIO CORRÊA DE ÜUVEIRA
N
o Japão fl oresceu um regi1;1e fe udal bas ta nte dese nvo lv id o. E mes mo urna das glóri as dessa nação ter intuído os princípi os de sabedori a que pres idiram os fun dame ntos do fe udali smo medi eval. De ter intu ído isto de tal maneira que, faze ndo-se o cotejo entre o reg ime medieval japonês e o regime medi eval no Ocidente, constatam-se traços de semelhança. Uma das característi cas inerentes ao regime fe udal é um certo senso patri arcal da grandeza do senhor fe udal, como pai e como protetor daqueles que são seus vassa los. Na concepção feudal - isto deve ser horripilante para os ouvidos dos progress istas católicos - os termos pai e senhor se assemelham. O pai é senho r de seus fi lhos. O senhor é pai dos seus vassa los. O senhor assume a plena proteção de seus vassalos e os defende contra os inimigos externos. Tal defesa dos vassalos incumbe mais ao senhor do que ao re i. De onde decorre que algumas notas presentes nas con truções fe udais da Idade Média são fa tores de segura nça, de solidez e de estabilidade. Mas, simultaneamente, tais notas refl etem certa altaneria, certo desafi o, certo arrojo próprios de um poder que está continuamente em guerra. Guerra levada, não raras vezes, ao exagero, inclusive contra o poder real. Este chegou a ser enormemente debilitado no Japão, em parte por causa do fe udali smo, exatamente como o fo i, a certa altura da Idade Médi a, na França.
E mbora os daimyos, que eram os grandes senhores fe udais japoneses, tenha m sido ho mens mui to guerreiros - as pintu ras e as porcelanas j aponesas os representa m como ho mens terríve is no combate - , fo i sobretudo a nobreza infe rior dos sarnurais que se tornou legendária por uma coragem extraordinária. Quem fala em samurai, reporta-se natu ralmente ao guerreiro. Há, entretanto, uma nota di stin tiva do sa mu ra i e m re lação ao guerreiro e uropeu medi eva l. Este último continu ava a ser guerre iro até a ra iz dos cabe los, mesmo quando descansava. O j aponês, ev identemente, co mbati a na guerra como um leão; mas na hora do descanso a pugna era posta de lado e a me nte dele to rnava outro rumo.
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os secretários ou outros e mpregados da empresa entrava m na sala, faziam grandes reverênc ias. Ele estranhou e p rgunto u o porquê di sto. Di sseram-lhe que, e m geral, os dir tores de e mpresa do Japão perLencem à alta nobreza, e são tratados, ainda hoj [ 1970], com toda deferê ncia com 1u o plebeu se relacionava com a nobreza na época do fe udalismo. De mane ira que, com honrosas x ·eções, a alta nobreza oc ide ntal pcrclcu s ' li status na soc iedade atual. No Japão, ·o ntudo, a nobreza não perdeu seu s1a 111 ,1· ' continua a diri gir o mundo e mpresa ri al. (i ela que, estando no comando das c mpr ·sas, é fato r i mport ant • da pro pul. ão con )mica do país. •
Outro as pecto que torna difíc il , para nós ocidentais, compreender a me nta lid ade dos daimyos: e les to rn ara m-se, em boa parte, no Ja pão de hoje, diretores de empresas. Um conhec ido meu que esteve nesse país, te ndo e ntrado num escri tório para cuidar de negócios, fico u espantado ao ver como o diretor da e mpresa era consi.., ..,• derado. Qu a ndo ,.....itJJ...~•~•':!l,_~.ri•
Samurai, com sua característica armadu ra , preparando-se para o combate
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 22 de junho de 1970, Sem revisão do au tor.
i'IINI
RRÊA DE Ü UVE IRA
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Contradições da "jihad" pacifista P artidários da desordem e da revolta. E não da paz, "a tranqiiili</,1(/o <ln or<lom".
I
niciada à intervenção da coalizão anglo-americana no Iraque, toda a mídia focalizou, como nunca, as manifestações de "paci fistas" em diversos países. Mas também, como nunca, ficou evidenciado que ditos "pacifistas" eram, de modo geral, violentos, desordeiros e belicosos anarquistas, bem o oposto de amantes da paz. Com suas manifestações-protesto - uma "jihad" (guerra "santa") do pacifismo - , com freqüência eles entregavam-se a depredações, queimavam bandeiras dos Estados Unidos e bonecos representando Bush, enquanto gritavam "Vivo Saddam". Por ironia, nesses mesmos dias, iraquianos saudavam a chegada dos soldados americanas e sua bandeira, destruíam e queimavam representações e estátuas de Saddam Hussein ... Será que tais "pacifistas" -apoiados pela mídia - farão o "meo cu/-
po"? Será que eles, com suas arruaças, queriam mesmo a liberdade para o povo iraquiano, oprimido pela tirania? Parece que não, pois no Iraque o povo bradava '~oixo Saddam" e aplaudia as tropas anglo-americanas. A esse tipo de incoerência "pacifista" aplica-se perfeitamente um comentário de Plinio Corrêa de Oliveira, em artigo publicado na "Folha de S. Paulo" de 5-8-73, intitulado Contradições desinibidas, que reproduzimos a seguir.
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"A mentalidade progressista tem uma enigmática insensibilidade às contradições. Enquanto todo mundo evi ta contradizer-se, o progressista sente uma estranha apatia ou até mesmo certo bem-estar - em ostentar idéias ou ati tudes contraditóri as. Delicia quis intelligit? (quem compreenderá os pecados?) - indaga a Escritu ra ( almo 18, 13). Quem entenderá o progr ss ismo?
Análogo desembaraço na co ntradição pode ser nota.do no pae i fi smo. Este se confunde, ai iás, de certo modo com o progressismo, po is todo progress ista é pac ifi sta; e todo pacifista, quando não é progressista, tende pelo menos a sê- lo. É preciso, natu ralmente, não co nfun dir os pac ifistas com os pacífi cos. A estes últimos N osso Senhor prometeu, no Sermão das bem-Aventu ranças, um prêm io admirável : Se rão cham.ados .filhos de Deus. O varão pacífico aq uele que ama a paz. E a paz verd acl ira, Sa nto Agostinho a definiu csp l ndicla mente como a
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Excmnos
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CAl~TA DO DIRKl'OR
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PAGINA MAIUANA
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L1,:nt11u EsPmrruA1, O Credo - 12° artigo
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10 A p /\LAVRA
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Por que Nossa Senhora preteâu Fátima?
DO SACl-:RDOTE
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CAPA
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D1sc1-:RNINDO
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40
J<'knMA
48
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52
AMBmN'l'ES, CosTl!Ml•:s, C1v1u:t.Açfms
ou..:
A guerra justa, segundo a lei natural
NossA S1,:N1m1<A C1101<A?
Procissões com relíquias de santos (França)
A l!,squerda Católica e a Revolução Agrária
36 Vidas de Santos
tranqüilidade da orei •111 . Pelo co ntrári o, opa ·if'i sta tem pouco am r a qu alqu ·r tranqü ili dade, venh a la d· , orei 111 ou da d so rdcm. E no l'uncl o, el pr fere a desordem. Se fa la m paz, ·orno pre tex to para i ludir e i mob i I iza r os varões pacíficos, adeptos da ord em. '. um pac ifi smo contraditóri o, e eufóri co de se ostentar como tal". •
Enquanto no Ocidente pacifistas queimam bonecos de Bush (abaixo, esq.), no Iraque populares derrubam estátuas de Saddam
Progressismo, Sarney e evolucionismo São Simão Stock
A câse contemporânea: explicação e remédio
Uma visita à Sainte Chapelle de Paris
Nossa capa: Manifestação do MST no Pontal do Paranapanema. Foto: orciuivo do MST CATOLICISMO
MAl02003-
. Amigo Leitor, O atual governo resolveu dar um rort ' i111plllso à R •forma Agrári a no Brasi l. Para isso, ministros têm fe ito declaraç ·s homhíisti ·11 s qu parece m ignorar a realidade dos 40 anos de s.istemático fracasso dos ass · 111 11 111 ·ntos rurai s, uma das principais expressões da Reforma Agrária so ialista · ·onl'is ·at )ria ·m ·urso no País. Cícero dizia que a "História é a mestra da vida ". Mas ui •o •slrunho parece acontecer com relação aos promotores da Reforma Agrária . Apesar d · tantos anos de fracasso continuado, é corno se não tivessem adqu irido nenhuma cxperi 'l ncia na vida, e continuam a insistir num objetivo infundado. Diretor:
Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n° 23228 Redação:
R. Dr. Marlinico Prado, 246 CEP 01224-010 São Paulo - SP Tel: (0xx11) 221-8755 Administração:
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Por que essa insistência? Uma estranha fasc inação pelo fraca so? Ou se trata, na realidade, de uma determinação ideológica de liquidar efetivamente a propriedade privada em nosso País? Esta última hipótese é a que mais parece explicar · também a complacência do atual governo com o consideráve l aumento de invasões de terras efetuadas pelo MST. Acresce a isso o fato de que ta l Reforma é intensame nte propugnada e estimulada por e lementos da chamada esquerda católica - que inclu i Bispos, padres, leigos - , à qual foram destinados cargos le grande relevo no atual governo. Daí a pergunta que muitos se fazem : pode um cató li co ser a favor dessa Reforma Agrária sociali sta e confiscatória? Não vio la ela diretamente o 7º Mandamento, "Não roubarás"? D. Tomás Baldu ino, prcsicl ntc da Comi ssão Pastoral da Terra (CPT), afirmou em entrev ista ao "Jorn·~I dos Sem Terra" (set/97) que o "nome reforma agrária é apenas aceitável; na verdade, o que se busca é mais uma revolução agrária ". Pode um cató li co concordar com ele? Como matéri-l ele ca pa desta edição, o leitor encontrará importantes elementos para responder a tais pergun tas e entender o papel desempenhado pela corrente conhec i la como esquerda católica, igreja progressista, ou teologia da libertação. Sob o títu lo avalgando a Reforma Agrária, a "esquerda católica" ameaça o Brasil, tal matéria, ele responsabilidade ela TFP, constitui penetrante e oportuna aná li se ela atua l situação agrári a do País. E um vigoroso alerta contra a tentativa, promovida especialmente por essa corrente de catól icos de esquerda, de liquidar com a propriedade privada no Brasi 1. Desejo a todos uma boa leitura.
ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o mês de MAIO de 2003:
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A Reforma Agrária redundou em fracasso nos países onde foi implantada. E, no Brasil , os assentamentos transformaram-se, em geral, em verdadeiras fave las rurais, ou melhor, tornaram-se terras efetivamente improdutivas, agravando o problema do agricultor pobre. A Reforma Agrária tem sido como um enorme ra lo por onde já se escoaram dezenas de bilhões de reais, despejados pelo Estado brasileiro.
Em Jesus e Maria,
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Paulo Corrêa de Brito Filho
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
DIR ETOR
Nossa Senhora escolheu aparecer em Fátima. Por quê? C onsiderando a portentosa aparição de Nossa Senhora em Fátima, em 1917, alguns se têm perguntado: por que Ela terá escolhido essa pequena localidade, de tão pouca relevância na época, como palco para sua mensagem ao mundo?
e
■ VALDIS GRINSTEINS
umprindo-se neste mês o 86° aniversário das fa mosas aparições de Portugal, pareceu-nos que seria do agrado do leitor reunir algumas ponderações que lançassem luz sobre o interessante tema. O primeiro ponto que chama a atenção na mensagem de Fátima é seu caráter universal. Nossa Senhora vem sequeixar da impi edade do mundo e avi sar dos castigos que Deus lhe preparou, se os homens não fizerem caso de suas advertências. A crise do mundo hodierno é bem descrita pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira no seu magistral livro Revolução e Contra -Revolução: Em determinado momento produziu-se na Cristandade
européia uma rejeição profunda da austeridade da moral católica, como ela se realizara concretamente numa época de ouro da civili zação, a chamada Idade Média. Os homens passaram então a vi ver em função da vida terrena, com todos os seus prazeres, e não mais em função da vida eterna. Foi um terrível brado de revolta contra Deus, que se desdobrou em várias etapas, conhecidas na História pelos nomes de Humanismo, Protestantismo, Revolução Francesa, Comunismo e - mais recente,nente - a Revolução C ultural e movimentos correlatos, que projetam os seus efeitos sobre todos os aspectos da vida humana. Chegou-se assim a uma apostasia universal, que implica uma desordem universal para a qual as elites governantes e os estad istas não e ncontram remédio.
Mensagem de alcance univel'sal É preciso que Deus mesmo intervenha e ponha cobro a essa crise. Tal é o conteúdo profundo da mensagem de Fátima, na qual Nossa Senhora aponta o desvario da situação a que o mundo chegou e indica os remédios que a Providência oferece, ao mesmo tempo que traz consigo as graças de que os homens precisam para operar esse grande retorno a Deus (em meados do sécu lo passado constituiu-se na Fra nça um movimento que tinha precisamente esse nome - Grand Retour - e esse mesmo objetivo). O alcance universal da mensagem de Fátima é, pois, bem evidente. Ora, se tivesse sido apresentada essa mensagem em alguma grande potência de então, as rivalidades e invejas que toda he-
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gemonia normalmente desperta seriam mais bem um fator desfavorável para a difusão da mensagem, e sobretudo para a sua aceitação. Pelo contrário, apresentada num país que não tem pretensões a essa hegemonia, como é o caso de Portugal , a mensagem e ncontraria os espíritos mais abertos para impregnar-se de seu conteúdo, de uma seriedade indisfarçável. É um a hipótese que oferecemos à ponderação do le itor.
Bmsil, o maior país católico Acontece, porém, que Portugal, embora pequenino, gerou um "filhão" , que é hoje o país de maior população católica do mundo. Fazemos notar que não estamos afirmando que é o país mais católico do mundo ... Quanto nos falta, infelizme nte, para que isso seja ve rdade! De qualquer modo, um país tão grande, e - hoje ainda! ... - muito majoritariamente católico, não pode ter sido cons-
tituído pela Providência sem um desígnio especial. Teve isso em vista o Prof. P línio Corrêa de Olive ira, e m seu célebre discurso no Yale do Anha ngabaú, e m São Pau lo, no encerramento do Cong resso Eucarístico Nacional de 1942, quando afirmou:
"Tempo houve em que a Hi stória do mundo se pôde intitular Gesta Dei per francos . Dia virá em que se escreverá a Gesta Dei per brasilienses - as ações de Deus pelos brasileiros. A missão providencial do Brasil consiste em crescer dentro de suas próprias .fronteiras, em desdobrar aqui os esplendores de uma civilização genuinamente católica, apostólica, romana, e em iluminar amorosamente todo o mundo com o facho desta grande luz, que será verdadeiramente o Lumen Christi que a Igreja irradia. Nossa índole meiga e hospitaleira, a pluralidade das raças que aqui vivem em.fraternal harmonia, o concurso providencial ,dos imigrantes que tão intimamente se inseriram na vida nacional, e mais do que tudo as normas do Santo Evangelho, jamais farão de nossos anseios de grandeza um pretexto para jacobinismos tacanhos, para racismos estultos, para imperialismos criminosos. Se algum dia o Brasil for grande, sê-lo-á para bem do mundo inteiro " (Catolicismo Nº 62 1, setembro de 2002).
-CATOLICISMO
Ora, é um fato que a lu z da me nsagem de Fátima se projetou ele Po rtu ga l sobre o Brasil de um modo todo espec ia l. Falando em portug uês, Nossa e nhora fa lava a nossa língua, fa lava para os brasileiros, sem necessidade de tradução. E foi acolhida aq ui com a naturalidade de um filho que ouve fa lar a própri a mãe. E também é um fato que do Brasil partiu uma difusão da mensagem de Fátima que não te m s imil ar em nenhum outro país. A TFP do Bras il a difundiu não só por todo o território nac io na l - e continua difundindo -como "exportou" essa mensagem , através de suas coirmãs e entidades afi ns ex istentes em todos os continentes, como nenhuma outra entidade o fez até agora. O livro escrito por um brasileiro, Antônio Aug usto Borelli Machado, sobre as aparições de Fátima, ultrapassou neste início de 2003 a marca dos 4 milhões de exemplares, em 18 línguas, difundidos e m 27 países. E o fez sem nenhuma prete nsão de hegemonia que não te ria nenhum cabimento - mas com o intuito desprete ns ioso de "ilumi-
nar amorosamente todo o mundo com o facho desta grande luz" que parte de Fátima. N ão teria tido isto e m vi sta Nossa Senhora, esco lhe ndo Fátima para apa recer?
Em Portugal: por que Fátima? Segundo c ritérios humanos, o que se passa numa c id a de gra nde te m mais c hances de c ha mar a atenção do mundo do que os acontecimentos de uma cidade peque na. Portu gal te m diversas cidades de renome unive rsal. E Nossa Senhora vai escolher justa me nte uma a lde ia in significante como Aljustrel , da fregues ia de Fátima, para aparecer? ! Te ntemos vislumbrar os desíg nios divinos atrás de tão desconcertante esco lha. D e acordo com uma velha narrativa, de caráter mai s be m legendário, em J 158, numa investida de cavaleiros cristãos contra uma cava lgada de muçulma nos, a lg uns destes foram mortos e outros presos. Foram e les conduzidos, junto com as damas da escolta que os acompan hava, à presença de D . Afonso H e nriques, fundador da mona rquia portug uesa, e ntão e m luta contra os sarracenos. O le mfvel Traga-mouros, D . Gonçalo He nni11 -
g ues, que cap itaneava os cristãos, pede ao Re i como recompensa a mão de Fátima, a ma is nobre e bela das cativas, filh a do valido cio Alcácer do Sal, e ntão e m pod r cios mao metanos. O Rei concede, desci · qu e a jove m abrace livremente nossa sa nla te e cons inta no casamento. Fátima a · ita, e depois da instrução conv ni e nt • · ba1i z.acla com o nome de Ourea na (que d ·u o ri • m à c idade hoje chamada ele O uré m). /\ be la princesa entretanto morre u na rl or ela iclacle, e D . Gonçalo, desolado, e ntregou-se a De us na abadia ci sterciense de Alcobaça, a 30 km de Ourém. Al g uns anos mais tarde, esta abadia fundava um pequeno mosteiro numa aldeia próxima, para o qual foi transferido Frei Gonçalo, que fez transportar para a cape la do mosteiro os restos mortais de sua querida Oureana. Daí, segundo a lege nda, o nome ele Fátima dado à loca li dade (cfr. Cônego C. Barthas e G. da Fonseca S.J., Fatima, merveille inoui'e, Toulouse, 2ª ecl., 1943, pp . 19-20) . O que isto tem de sign ifi cativo? É uma ve rdade atestada por nume rosos fatos que a origem árabe do no me despertou sempre uma misteriosa atração nos povos á rabes. Assim, por exemplo, durante as viage ns da imag m pereg rina ele Nossa Senhora de Fátima - elas q uais trata outro artigo desta edi ção - mu ltidões de árabes tê m ido vcn rar com amor e devoção a referida ima • m . Não é isto um s ina l de que esses povos, de ta l maneira objeto de um 111i s1'rioso des ígnio da Virge m M aria apar · ''ndo c m Fátima, qua ndo convertidos por fim à verdadeira fé, constitu irão u111 blo ·o ardorosamente católico no R ino d ' Maria, anunc iado preci sa mcnl · •111 F:í lin w ? São co nsid ·rn~·1 ·s qu • razem pensar, ainda 11wi s 11 ·stl' mome nto e m que a g ue rra do I ruqu • p(ls · 111 foco os povos do mundo 1írnlw, i11f •li t'.mente ainda m ·r •ulh11dos, 111uilos d ·lcs, nas fa lsas doutri1111 s t· 1·os tu111 ·s bárbaros do muç ul 11111 11i s 111 0 . O 1 ·1-r wl p 111orn111:1 dos dias presen1'S nos d1•s1w1111 , poi s, paradoxalmente, a 's p •r:111 ·11 viv11 dt· que Nossa Senhora ·s i ·j11 co11du t',i11do os aco ntec ime ntos parn II l'u11d 1 ·m, do /fri110 de Maria, após os v11s 1i poi-; pm Ela 11\esma profetizados l' III Jl11(ii 11H ,
Duodécimo artigo do Credo
[Creio] "Na vida eterna"* último artigo do Credo nos ensina que depois da vida presente há uma outra vida. Ou eternamente fe li z para os e le itos, no Paraíso, ou eternamente infeliz para os condenados, no Inferno. Não podemos compreender a felic idade do Paraíso, porque supera o conhecimento ele nossa mente limitada, e porque os bc,ns do Céu não podem comparar-se aos deste mundo. A fe licidade dos e le itos consiste em ver, amar e possuir a Deus, fonte ele todo bem, para sempre. A infelicidade dos condenados consiste em serem privados para sempre da vista de Deus e punidos com eternos tormentos no Inferno. Os bens do Paraíso e os males do Inferno agora são somente para as a lmas, porque só e las estão agora no Paraíso o u no Inferno. Mas, depois da ressurreição da carne, os homens, na plenitude de sua natureza, isto é, e m alma e em corpo, serão felizes ou atormentados para sempre. Os bens do Paraíso para os eleitos e os males do inferno para os condenados serão iguais na substância e na duração etern a; mas, na medida - isto é, no grau - , serão ma iores o u menores seg und o os mé ritos ou deméritos de cada um .
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A palavra amém, no fim de uma oração, sig nifica: assim seja. No fim do Credo, significa: assim é. Quer dizer, c reio ser absolutamente verdadeiro tudo o que nestes doze artigos se contém, e estou mai s certo di sso cio que se o visse com os meu s o lhos. •
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* Catechismo Maggiore promu/gato da San. Pio X, Roma, Tipogra ti a Vatica na, 1905, Ed izio ne Ares, Milano.
Corte Celeste (séc . XVII) - Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa
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Anotamos na lista
Semana Santa: saudades Que coisa ma is bonita aquelas procissões de Semana Santa na Espanha , que vocês publicaram. Dá vontade de ir lá no próx imo ano, só para ver aquilo ao vivo. Lendo aque le texto com observações do Prof. Plí ni o sobre as do res de Nosso Senhor e de Nossa Senhora vendo seu filho naque les dias etc., não me contive de e moção. Ve io-me, de repe nte, a lembra nça d as Se ma nas Santas a qu e ass istia quando morava e m Ubá, no interior de Minas, isso lá pelos anos de 1960; eu era cri a nça, mas le mbrome daq ue las proc issões, das observações que os padres faz ia m sobre a Pa ix ão. Obrigado! Muito obri gado mesmo ! Porque neste a no pude meditar na Semana Santa co rno e la fo i e co rn o deveria se r a ind a ago ra .
(N.C.D. - RJ)
Agrndecemos as orações Olha, queria ped ir ta mbé m um o utro exe mplar, porque e u mande i fazer um quadro com a Image m de C ri sto C ruc ificado, para co locar no lugar da outra que tinha, mas muito velha, já me io amare lada. Ficou um quadro muito bonito para meu quarto, e diante de le rezo todas as no ites . E vendo a palavra Catolicismo, le mbro-me também de rezar por vocês.
(M.M.S.D. - MG)
-CATOLICISMO
Falhou um mês [o le itor recla ma não ter recebido o Catolicismo ele fevereiro desse ano], mas agora recebi as revi stas de março e abril. Deste mês, gostei de tudo na revista, só os artigos ele política que deixei para depois, mas não de ixare i ele ler també m, é importante saber o que está acontecendo. M as gostei especialmente do artigo elas confrarias ele Se mana Santa, ta mbém cio artigo cio Cônego José Lui z e dos di amantes . Lindo, lindo, lindo. Corno sou reclarnona, vai mais urna: não me convidaram para o Congresso no Carnaval. Anote a í para eu não ficar ele fora ela Iista ele convidados. (C.N.S. - SP)
Confusão proposital Achei urna coisa horrorosa aquela bande ira cios homossex uais na frente cio Vaticano. Pode urna coisa dessas? A polícia não poderia te r permitido. O pior é que eles di zem ta nto que aquela é a bande ira da paz, que eu mesma fiquei com essa idéia. Só mesmo depoi s ele ler, na página 13 da revi sta, que não se tratava da bandeira de paz nenhuma, mas dos homossexuais, é que me de i conta, fiquei esclarecida e estarrecida (não é só para rimar não, de fato fiquei louca de raiva). Eles confunde m tudo na cabeça da gente, mas de tal mane ira que, se e u não fi zesse essa le itura, ficaria achando que era bandeira da paz. Meu marido também estava e nganado.
(D.S.R. - RS)
"Com11anheil'O" cu/Jano Essa última do companhe iro Fidel Castro é demais! Que barbaridade, he in ! E ngraçado é que os jornais, tanto impressos corno os te levi sivos, noti c iaram o mínimo possível. Onde as grandes manchetes de primeira pág ina? Por exemplo - com letras be m g randes - "FIDEL RESTAURA O
PAREDÓN DE FUZILAMENTOS". A mídi a noti c iou o mínimo possíve l, com a me nor letra possível. Por que será? Talvez tenham agido
ass im para sa lvar a própria cara , pois e les tanto protegeram e cortejaram o companhe iro cubano, que agora :entcm que es tão m anch ado s co m o mesmo sa ngue dos pobres coitados que ·omctera m o grande crime e m uba : d scja r sa ir do " paraíso" (confo rm disse o hei Betto, falando ele C uba) e ir reconstruir uma nova vicia noutro país. Outra barbaridade: a abste nção cio Bras il na ONU , para não co ndenar a bruta lidade aco ntec ida em uba. Nem sei o que di zer, para mim é incompree nsíve l. M a is uma barbaridad e : Cadê os g rupos de " direitos humanos"? Não protestam contra isso? Vou parar por aqui , poi s é de não acabar m a is a co leção d e barbarid a d es.
(A.R.F. - SP)
Nota da redação: As perguntas ele nosso prezado le itor tê m todo cabimento e poderíamos levantar uma série de outras questões , e ntre e las : Será que a penas gue rrilhe iros, terrori stas e bandidos podem desfrutar de "dire itos humanos"? Para o regime c uba no não é conside rado um direito hum ano o " direito de ir e vir"? Onde estão os pacifistas, com suas ma ni fes tações pelo mundo inteiro, pro testa ndo co ntra essas co nde nações a rbit rá ri as de F icl e l Castro? Onde estão e les promovendo celebrações de mi ssas pelas vítimas do comuni smo c ubano? Missas pelos três pobres " balseiros" sumari ame nte julgados e fuzilados? Pelos 79 di ss ide ntes que foram conde nados a dezenas de anos de pri são? M as, uma outra ques tão muito singul ar se impõe neste recente aff'aire: Por que some nte agora certos inte lectu a is de esquerda se mostraram "chocados" co m a draconiana atitu de de Fidel Castro? Porventura odespotismo desse mandatário com unista não se ma nifesto u desde os primórdios de seu governo? Em 43 anos de reg ime fidelcastrista, milhares de cató li cos foram fu z ilados dia nte do " paredón", sim ples me nte porque não re nunc iaram
à sua Fé; 400.000 homens, mulheres e crianças foram mandados para os 241 campos de co nce ntração el e Cuba; 54.000 pessoas for~m mortas por motivos políticos ; um milhão e meio de pessoas fu g ira m e deze nas de milhares morreram na tentativa de fu ga. Tudo isso por quê? Simplesmente porque Castro não tolera a menor oposição ao reg ime marx ista-stalini sta que impera na Ilha Presídio. Enfim, se fôssemos e numerar todas as questões que nos causam perplexidades, como disse o leitor, "é de
não acabar mais a coleção de barbaridades". A propós ito desse tema, recomendamos a le itura cio texto el a carta e nviada ao Presidente ela República pelo Dr. Luiz Nazareno de Assumpção Filho, Preside nte em exercício do Conselho Nac ional da TFP, reproduzida à p. 49.
Sugestão Parece- me o portun o que Catolicismo eleva tratar do tema " neoliberalismo fe rn andino". O que os ditadores da anti ga URSS gastaram 70 anos para destruir, no Brasil fez-se em 8 anos apenas. (M.S. - RJ)
Mell101·ia em cada número ~ A revi sta é corajosa, honesta, formadora! Todas têm sido de meu agrado, e a cada número fi co gostando mais de uma que da outra. (J.G.B.F. - SP)
Varieda<le Agradecimentos pelo e nvio regular da rev ista, cada vez me lho r. Seu conteúdo é bastante variado, abrangendo os ma is diversos e cande ntes ass untos, a bordados co m grande e levação d e es pírito e sa b e dori a.
(M.P.F.A. - GO)
Mãe de Deus ~
Quero parabenizar pela excele nte Página Mariana, pois se alg ué m tem dúvid as sobre a dec isão d o Senhor sobre a escolha de M a ria para se r mãe de se u Filho, Jes us
Cristo, predestinando-a a ser a be maventurada sobre tod as as gerações que hão el e vir, deve ri a m meditar sobre as citações bíblicas: (Lc. l , 4849), (Lc. 1, 42) e (Lc.1,26-38).
(J.R.F.S. - MA) O grnl1(/e acontecimento É com grande júbilo que escrevo esta carta para relatar o grande acontec ime nto da minha vida e da minha família, que foi a vi sita de Nossa Senhora de Fátima e m nosso lar. Eu fiz o pape l de Santa Marta quando recebe u Jesus na casa dela, ficou cuidan do da casa e não ficou conversando com Jes us. Ass im fi z eu, fiquei atende ndo as visitas, dando papel e caneta para e las escrevere m seus pedidos, e só parei no momento das ex plicações do peregrino e do terço. Mas Nossa Senhora sabi a da minha a legria, e ente nde u que eu tinha de recepcionar as visitas. A vi s ita de Nossa Senhora de Fátima foi verdadeiramente uma abertura de bê nçãos. Nossa Senhora lavou o nosso coração.
(F.1.M. - CE)
J)el'esa ativa da Campa11/1a ~ Eu defe ndo a Campanha co m unhas e dentes. Já me disseram até que um padre di sse que essa Campanha não era católica. Eu di sse que mes mo sendo dito por um padre e u não acredito, porque eu sou católica e conheço tudo o que leio e sei quando não é católico. Peço, se possíve l, uma ficha da Ali ança ele Fátima para uma pessoa que quer participar. Peço também uns 30 ou 50 fo lhetos da Cru zada Reparadora do Santo Rosá ri o, para eu distribuir. Sempre que posso, faço propaga nda da Campanha, falo sobre a Aliança e a C ru zada Re paradora.
pode di s por. Nosso s uperior é que pode envi ar. (Pe. O.J.S.M. - PR)
O escân<lalo do a/Jorto
G Estou rezando a nove na diari ame nte, quando chego no nono dia começo novamente. Na nossa cidade també m qui seram tirar a Im age m de Cristo da enfermaria do Hospital Geral, foi uma luta para ser colocada novame nte . Sobre o aborto, j á está e m moda e é um "escâ ndalo" . Eu perg unto para a lgum as: Vocês só querem ter doi s o u três filhos ... será que fazendo ass im es tamos no projeto de Deu s? Eu concordo que a imoralid ade destruido ra está acabando com a inocência das crianças e dos adolescentes. Vamos pedir a Nossa Senhora que nos desperte pa ra uma moda qu e não faça ve rgo nh a ao no sso Deu s. Todas as cartas a mim desti nadas, e u muito ag radeço, porque fico sabe ndo dos acontecimentos e cio que devo fazer para ajudar a amenizar. (J.M.A. - CE) Apostola<lo magnífico M arcos, gosto muito de s uas cartas e das orientações que e las traze m. Nós, irm ãs sa les ian as de D. Bosco, esta mos totalme nte voltadas para a formação dos jovens. Daí a ma ior alegria pela notíc ia dos jovens qu e sacrificam suas fé ri as voluntariamente para fazerem apostolado d a M e nsage m d e Fátima e cio Rosário. Que apostol ado mag nífico . Eu sei qu e Nossa Senhora está muito feli z com tão g rand e apostolado. Quando recebo a sua corres pondê nc ia, fico fe li z, pois esse é um grande meio de ver o Bras il e o mundo mais de De us e de Nossa Senhora.
(Irmã W.R. - SP)
(M.S.N. - PI)
Apoio de sacerdot€ Sou inteiramente a favor desta cam panha. A televisão está insustentável. Para esse apos tolado, é mais cio que necessário fundos. Se eu pudesse di spor de dinheiro, logo ajudaria. Minha condi ção é de re lig ioso que não
Cartas, fax ou e-mails poro os seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote : envior aos endereços que figuram no página 4 desta edição.
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■ Cônego JOSÉ LUIZ VILIAC
Pergunta - Não achei legal falar mal das crenças, pois cada pessoa tem seu livre arbítrio, e pelo que eu sei e analisei, a numerologia, a astrologia e outras formas de autoajuda não são contra o cristianismo, muito pelo contrário. Não podemos julgar ninguém e nem nada, pois nenhuma pessoa neste mundo sabe o que é.verdade e o que não. Espero resposta. Muito obrigada! Resposta - A consulente refere-se à reportagem do co laborador de Catolicismo Frederico R. de Abranches Viotti, intitulada Nova Era: uma revolução silenciosa ameaça a Civilização Cristã, publicada no nº 626. O artigo e m questão mostra justamente corno a Nova Era procura disfarçando-se - insinuar-se até nos meios católicos, e assim é compreensíve l que, em sua incipiente pesquisa e análi se do ass unto, a jovem consul ente nada tenha encontrado nesse mov imento que se opon ha à doutrina cató lica. " Muito pelo contrá ri o", corno ela mesma afi rma. Se fo r pe rsp icaz, ent retan to , mais para a frente perceberá essa incompatib ilid ade, de forma que deixamos aos cuidados dela prosseguir nos estudos e chegar por si mesma a essa co nclu são. Que a graça de Deus, obtida pela Virge m Sa ntíss im a, a ilumine nesse sentido. Mas, para isso, gostaríamos de aj udá- la desde já, comentando a última frase de seu e-mai l: "Não podemos julgar ninguém e nem nada, pois nenhuma pessoa neste mundo sabe o que é verdade e o que não [é]".
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CATOLICISMO
Essa frase exprime o núcleo do pensamento agnóstico, segundo o qual é imposs ível chegar a um conhecimento certo de Deus, do mundo sobre natural , da verdadeira Religião, de uma Moral objetiva, seja meramente natural, seja revelada etc. Em toda a sua latitude, a frase descartaria até as verdades referentes ao mundo material, descobertas pelo homem através da ciê ncia. Entretanto, a maiori a não vai até esse ponto, restringindo seu agnosticismo às verdades impalpáveis, que escapam aos sentidos humanos.
ConJ,ecimento natural de Deus Ora, é ju_starnente a partir dos sentidos que o home m c hega ao co nhec im e nto do universo e da multidão de seres nele ex istentes. E a partir daí, pessoas de todos os povos e de todas as épocas - mesmo as muito simples - reconheceram que esse universo revela urna harmonia e uma sap iencialid ade que excede toda qualificação e toda quantificação. O passo seguinte é adm itir a ex istência de um Ser Supremo, que tudo criou com infinito poder e tudo ordenou com infi nita sabedoria. Esse Ser Supremo é Deus ! Assim, o homem pode, pela si mples contemplação do universo que o cerca, chegar ao conhecimento natural de Deus. E o testemunho unânime de todos os povos, em todas as épocas, mostra que a existência de Deus é urna verdade de caráter universal à qual o homem chega pelo simples uso de sua razão. Não é exato, portanto, afirmar que "nenhuma pessoa neste mundo sabe o que é verdade e o que não [é]".
Então, corno é que ex istem ateus, que negam a ex istência de De us? Como é que existem agnósticos, que não têm certeza se Deus existe ou não? A resposta é simpl es , e mbora possa parecer dura para ateus e agnósticos: e m algum passo do seu processo inte lectu al e moral, eles se desviaram do uso reto de sua razão! Sublinhamos a palavra moral porque, em grande parte dos casos, em algum mome nto de sua vida en trou não apenas um desvio da inteligênc ia, mas também um desvio da vontade, que aj unta à falha intelectual um a falha moral, pois a aceitação da existência de Deus - infinitamente mi sericordi oso, mas perfe iti ss imame nte justo pode co ntra riar nossas paixões ou apegos desordenados e pecaminosos. E não estamos falando aqui especificamente do Sexto Mandamento da Lei de Deus (embo ra isso freqüentemente esteja presente), mas dos Dez Mandamentos no seu conjunto, principalmente do Primeiro M a nd a me nto, refe re nte ao amor de Deus, cuj a fa lta está na raiz de toda falha moral.
Pela criação podemos conhecer o Criador Em outras palavras, a consideração enlevada do poder e da sabedoria de Deus, que se reflete no universo, co ndu z naturalme nte o hom e m ao amor de Deus. Se isso não ocorre, houve uma falta co ntra o Primeiro Mandamento, que constitui uma falha moral; a qual, por sua vez, propicia um desvio da inteligência que leva a negar a existência de Deus (ateus), ou pelo menos a pôr em dúvida a sua existência (agnósticos).
"Pelo grandeza e formosura do criatura se pode visivelmente chegar ao conhecimento do seu Criador" (Sb 13,5) .
Deus ex iste e ordenou o universo materi al com suprema sabedoria, por isso tornouSe acessível ao con hecimento e ao amor das criaturas racionais, que constituem o ápice do universo criado. Por isso, na Sagrada Escri-
tura, o liv ro da Sabedoria, já várias vezes citado nesta coluna, afirma cla ra me nte que "pela grandeza e formosura da criatura se pode visivelmente chegar ao conhecimento do seu Criador" ( 13, 5). De onde, assevera o Apóstolo São
Paulo: "O que se pode conhecer de Deus, é-lhes [ele falava a respeito dos pagãos] manifesto, porque Deus lhos manifestou. Porque as coisas invisíveis dele, a partir da Criação do mundo, são vistas e compreendidas pelas coisas que foram feitas; por exemplo, o seu poder eterno e a sua divindade; de modo que eles [os pagãos] são inescusáveis . Porque, tendo conhecido a Deus, não O glo rificaram como Deus, nem Lhe deram graças, mas desvaneceram-se nos seus pensamenlos, e obscureceu-se o seu coração insensato " (Rom. 1, 19-23). À lu z destas cons ide rações, podemos dizer com São Paulo: os ateus e agnósticos "são inescusáveis", isto é, não têm desculpa para o seu ateísmo ou agnosticismo. Queremos bem crer que esse não seja o caso da miss ivista, pois ela até manifesta um a certa abertu ra para o "cristianismo", recusando-se a admitir a ex istência de conteúdos anticri stãos nos sistemas que cita (numerologia, astrologia etc., que são for mas de superstição). Apenas a alertamos para o fato de que a frase dela , por nós comentada, tem todas as impli cações que apontamos.
Conhecimento sobre11at111·al de Deus Porém, não é tudo. Tendose tornado acessíve l ao conhecimento humano através das criaturas visíveis, Deus qui s tornar-se ainda superl ativame nte acessíve l, outo rgando aos homens o dom da fé. A fé é a adesão intelectual à Palavra Revelada de Nosso Senhor Jesus Cristo, personagem indi scutivelme nte histórico que, por sua Sabedoria,
por sua Santidade e seu Poder sobre todo o unive rso, comprovou peremptoriamente sua Divindade, tornando assim plenamente autorizada sua Palavra, que constitui a Revelação. Deus env iou seu F ilho uni gênito à Terra, para remir os homens e e ns inarlhes o caminho da vida eterna. E a fim de que os homens não se desv iassem nesse caminho, in stituiu a Santa Igreja Cató lica, com o tríplice ministério de e nsinar, governar e santificar as almas . É claro que um ateu ou agnóstico dá de ombros a estas afirmações. Mas aq ui entra um a consideração ai nda mais grave do que a feita relativamente ao conhec imento natural de Deus. Porque a rejeição do dom da fé, o qu al Deus oferece a todos os homens, implica uma grave fa lta moral. Em te rmos católicos, implica um pecado grave (mortal). Já temos tratado cio que ocorre nos países não cató licos, onde a maioria da população não teve acesso à pregação do Evangelho (cfr. Catolicismo, nº 6J 7, maio de 2002). Por isso, dispe nsamonos de voltar ao tema aqui. Mas nos países que tiveram acesso à graça incomensurável de ouvir a pregação da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo, a recusa da fé é ainda mai s inescusável do que a s ituação dos pagãos que se fec hara m ao co nhecime nto natural da ex istência de Deus, co nforme a observação de São Paulo ac ima citada. De onde ser inteiramente inadmissível a tese de que, por ser dotada de Iivre arbítrio, a pessoa pode adotar a crença que bem e ntender, co mo parece deduzir-se das palavras da missivista. • MA1O2003 -
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A REALIDADE CONCISAMENTE
.' Bases guerrilheiras das Farc no Brasil
Proibida a clonagem humana nos Estados Unidos
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or 24 1 votos contra 155, a Câmara dos R e presentantes norte-a mericana dec idiu proibir, e m ma rço último, a c lo nage m humana, tanto para fin s re produtivos quanto terapê uticos. O resultado j á era esperado, uma vez que a ma ioria na Câmara é re publicana e o presidente George W. Bush havia se manifestado contrário à clo nagem. É' dig na de louvor essa pro ibição de uma prática antinatural e violação aberrante do poder criador de De us. •
Influência macabra da TV
D
o is j ovens irmãos a mericanos mataram a mãe, depois a decapitaram, arra ncaram-lhe as mãos e esconderam o corpo numa fl oresta, imitando um e pi sódio da série de TV The sopranos - info rmou a po líc ia da Califó rni a. Jason Bautista, de 20 anos, e seu irmão de 15 fo ram p resos depo is de a po líc ia encontra r a cabeça e as mãos da mãe, Ja ne M arie B auti sta, de 4 1 anos, no quarto deles. O corpo da mãe fora ac hado
No
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11
no último di a 15 na F lo resta Nac io nal de C leve land . Jason confessou o c rime e di sse que se in spi ro u em cenas da séri e de T V. O bárbaro assassinato deveria levar as autoridades e os pa is a não mais serem condescende ntes com filmes e programas de letérios pela TV. Pe lo contrári o , pro ibi -los terminante me nte. Um dono de TV, hoje e m dia, pode faze r ma is mal do que um Saddam Hu ssei n. •
comando superi o r das Forças Armadas Revo luc io nári as da Colômbi a (Farc) estaria mante ndo no Brasil pe lo menos três abrigos para grupos de e li te da gue rrilha. O maior deles fi cari a em Gua íra, no sul do Paraná, e m uma faze nda de 6,8 mil hectares. A propriedade é do empresário Ahmad Moha mad, libanês naturali zado no Paraguai e preso pe la Po lícia Federal há sete meses. O s outros do is refú g ios, e m Mi ra nda , no Mato Grosso do Sul , e na c idade de Boa Vi sta, capital de Roraima, são menores e func io nari am como uma espéc ie de hospedaria para os guerrilheiros colombia nos em trân sito, para a Europa princ ipalmente. As info rmações co nstam de um curto re latório da inte li gência militar da força antiguerrilha da Colômbia, de acordo com notícia publicada em Iº de março por "O Estado de S. Paulo" . Segundo esse re latório, as pessoas mantidas nos três centros de cobertura menc ionados integrariam quadros das Farc com fo rmação profissional de nível universitário. São designados para manter contatos e agir no exterior, legitimando d inheiro obtido com a venda da proteção armada ao narcotráfico, comprando armas, preparando operações logísticas e estabe lecendo linh as de "Mono Jojoy", um dos sanguinários líderes dos Forc
paraíso cubano", condenaejões em massa
regime castrista condenou dissidentes, ativistas políticos e jornalistas a sentenças que atingem até 27 anos de cárcere. Um total de 78
d issidentes foram julgados, e 71 foram condenados nos primeiros dias de abril , mui tos sob a acusação de
"trabalhar com um poder estrangeiro para minar o governo". De acordo com a Comissão C ubana de Direitos Humanos, as sentenças vão de 15 a 27 anos. Blanca Reyes, mulher do jornalista Raul Rivero, condenado a 20 anos, declarou: "Isso é tão arbitrá-
rio, considerando-se ter sido aplicado a um homem cujo único crime é escrever o que pensa. O que acha-
CATOLICISMO
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ram com ele foi uma fita de gravador; não uma granada". No dia 11 de abril p.p., três homens que tomaram uma balsa (foto) para fugir de Cuba foram executados, apenas nove dias após a tentativa da fuga. Foram fuzilados sumariamente, sem direito de defesa. Apesar do drama vivido pe lo povo cubano, s ubjugado pela tiran ia com uni sta, F idel Castro continua escandalosame nte recebendo aplausos de autodenominados defensores dos direitos humanos no Brasil. •
Novas formas de perseguição anticatólica
P
or ocasião da festa de São Vicente, em 22 de janeiro último, o Arcebispo de Valência (Espanha), D. Garcia-Guasco, fez uma exortação a seus diocesanos. Incitouos a que se mantenham firmes em face das novas formas de perseguição movidas contra os católicos, as quais visam fazer desaparecer a fé cristã da vida pública e da cultura. Acrescentou ele que poderosos deste mundo desejam "que nós limitemos nossa fé a uma esfera puramente interna, ou simplesmente que nós desapareçamos".
Com a guerra, muitos se voltam para Deus "M
Misteriosa pneumonia aterroriza o mundo
J\ pneumonia atípica SARS, doenr\. ça desconhec ida, seme ia pâni co e m âmbito universal. A exemplo da AIDS, não se conhece cura para ela. E m Hong- Kong há prédi os inteiros e m reg ime de q ua rentena, e as ruas são lavadas com des infe ta ntes . N a Semana Sa nta, a Comunhão não fo i di stribu ída aos católi cos ; não houve a proc issão do Domingo de R amos, nem a cerimô ni a de lava-pés; não se real izaram bati zados e não se usou ág ua benta; as confissões fora m restring idas. Tudo isso, segundo di zem, devido à ta l misteriosa pneumon ia. N a Ás ia e Au strá li a, mui tos usam máscaras protetoras. Enfe rme iras procura m portadores dos temidos sin to mas entre os recémdese mba rcados e m ae ropo rtos. Muitas vi age ns fo ram ca nceladas.
A doe nça c hegou à E uro pa e à Améri ca do No rte, e há indíc ios de la no Brasil. Em todo o mundo, há quase três mi I casos decl arados, e os mor tos são quase 200. A e pide mi a começou na c idade de Canto n, na C hina comuni sta, e e m po uco te mpo chegou a Ho ng Ko ng . Segundo o c ie ntista russo Sergue i Ko lesnikov, o vírus te ri a escapado dos laboratóri os militares chineses engajados na criação de ,U"mas bacte ri o lóg icas. A confirma r-se essa hi pótese, o pró pri o p rog resso da c iê nc ia, que poss ibilita a fabricação dessas armas, teri a causado a e pidemia . Q ue uso está fa zendo das descobertas c ie ntíficas a c ivili zação neopagã conte mpo rânea, que renegou Nosso Senhor Jesus C ri sto e a sua Igrej a? •
ultidões de soldados americanos estão voltando à Igreja", dizem os ca-
pelães militares católicos. O número de combatentes que freqüentam a confissão, rezam o terço e pedem a Missa surpreendeu o Padre Timothy Hogan . Ele organi zou uma Via Crucis todas as sextas-feiras, no acampamento dos militares americanos no Kuwait. Segundo o Padre Robert Kincl, bom número de soldados solicitaram realizar o casamento na Igreja, antes de partirem para o Golfo. O Arcebispo castrense, D. Edwin O ' Brien, autorizou batizar e crismar- devido à urgência e ao perigo iminente - a multidão de militares que o desejassem. No campo de batalha, o Padre Divine ouvia os soldados em confissão "sob o rugido de canhões e metralhadoras". Muitos desejaram comungar, e outros puxa vam o terço na estrada de Bagdá. As guerras, como os castigos divinos, muitas vezes são ocasião de grandes conversões. O sargento britânico Pot Geroughty seguro sua armo junto com o Rosário, no cidade de Bosro (Iraque), em l 0-4-03
MAl02003 -
A gueITa justa ante a ofensiva pacifista contra o direito de soberania ~
om o título acima, a TFP norte-americana publicou no diá rio "The Washington Times", de 27-3-2003, um arrazoado no qual expõe alguns pontos importantes relativos à guerra justa e soberania . A matéria, de grande atualidade, é tratada de acordo com os princípios da lei natural' reconhecidos pela filosofia católica tradicional, aceitos por autores das várias escolas e presentes nos tratados clássicos sobre o assunto. 2 Catolicismo apresenta a seguir excertos capitais do documento. *
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1
O Estado, como sociedade perfeita, é também a autoridade de última instância. Não existe outra autoridade política acima tlele. O Estado é uma "sociedade perfeita", isto é, uma sociedade que possui e m si mesma todos os poderes necessários para atingir legal e efi cazme nte o fi m para o qual fo i estabe lecido, bem como o correlato direito de ser obedecido pelos que a ele se submetem. Portanto o Estado te m "auto-suficiê ncia" . Ele tem "a integralidade de uma orde m abrangente, essencialmente independe nte de qua lquer outra ordem da mes ma espéc ie" .3 Um Estado tem compromisso in ternacionais como membro da comunidade das nações, mas "a orde m inte rnacional é de coordenação, e não de subordinação" .4 Tribunais internac ionais e organi zações de nações são legítimos e úteis enquanto livremente aceitos por seus Estados-membros e enquanto res peitem sua soberani a.5 Tais organi zações internacionais, no e ntanto, depe ndem dos seus Estados-membros para sua ex istência, e não o contrário. Como "sociedades naturais", 6 na realidade os Estados são anteriores às organi zações internacionais, que são sociedades -
CATOLICISMO
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Um Estado soberano tem o direito de fazer cumprir os seus direitos corporativos e os dos seus citladãos, que estejam ameaçados ou violados por outros Estados. Daí um Estado soberano poder empreender uma guerra independente de qualquer autorização de organizações internacionais, quando o recurso à arbitragem se mostra insuficiente ou inadequado para .mlvaguardar esses direitos.
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De acordo com a lei natural, uma nação não precisa esperar um ataque injusto para exercer o seu direito de defesa; uma ameaça séria e bem comprovada é suficiente para que o país ameaçado se defenda do agressor potencial com um ataque antecipado.
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Fac símile do publicação no "The Washington Times"
"a1t ificiais" ou "convencionais". Estas não resultam direta e necessariamente da lei natu ra l, pois a natureza social do homem não requer sua ex istência, ao contrário do que ocorre com os Estados.7
cessari amente o direito de coerção, isto é, o direito de impor suas decisões por meio da força. Sem o direito de coerção, a soberani a se torna uma palavra vazia. Na esfera internacional, esse direito à coerção se tradu z no direito de empreender a guerra, que é apenas "um dos recursos do poder moral gera l de coerção, isto é, o de fazer uso da força física para manter invioláveis os seus clireitos".8
ganização internac ional, faltari am a ele os poderes necessários para efetiva e lega lme nte ating ir o fim para o qual fo i estabe lec ido. Fa ltando- lhe esse poder, de fa to ele cessaria ele existir como Estado soberano, pois lhe faltaria um atri buto da soberania: o poder de tomar suas próprias decisões no que se refe re aos meios para atingir os seus fin s. Esse poder de decisão inclui neSoldados em ação na península AI Fow, no sul do Iraque
O direito de uma nação à própria defesa compreende não apenas responder a um ataque contra seus direitos e os de seus cidadãos, mas também prevenir prováveis agressões por meio ele um ataque an tecipado. Essa ação antec ipada só é ofe nsiva na aparência.9 Se fosse ilegal para um governo prudente fru strar uma agressão que fo ntes confi áve is permitem prever, o legítimo direito da nação à própria defesa estari a truncado. Daí ser legítimo para um governo, de acordo com a lei natural, antecipar-se a um ataque prová vel, neutrali zando o prov á vel agressor pe la fo rça quando não há outra alternativa.
Nenhum país tem de fa to a obrigação de expor seus soldados, seu povo e seus bens a um perigo desnecess{u·io. Esperar que ocorra um ataque, geralmente resulta em maior perda de vidas e de recursos do que desfechar antes um ataque para evitálo. Portanto, o país ameaçado tem o direito, e confo rme as circunstâncias o dever, de evitar tal prej uízo para si mesmo pela antecipação. As virtudes da prudência e justiça, e mesmo a da caridade, ex igem tais ações violentas, e os governos devem exercê-las a fim de obter o be m comum do seu povo. Daí ser não apenas lícito, mas em certos casos obrigatório, mover guerra preventiva e antecipada, que é ofensiva apenas na aparência, como vimos. Este princípio é tanto mai s válido para a guerra moderna. Dada a ex istênc ia de armas de destruição e m massa, um governo que espera ocorrer um ataque seria negli gente no seu dever natural de proteger seu povo. 10
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As nações podem usar a/orça não somente para a própria defesa, mas também para reparar bensfísicos ou morais violados, como a honra, ou para ajudar nações aliadas ou mais fracas atacadas injustamente. Fazendo-o, as nações restabelecem a ordem internacional e a paz verdadeira. Enquanto os indiv íduos podem apelar à autoridade pública para exigir ou
recuperar seus direitos, o Estado não tem essa fac uldade, por ser a autoridade política máxima. Portanto, quando os direitos de um Estado e os do seu povo não podem ser assegurados de outro modo, ele pode recorrer à força. 11 A Hi stóri a mostra que por vezes a guerra é o único meio de que um Estado dispõe para garantir sua própria segurança e sobrevivência contra ataques ou reivindicações injustos de outros Estados ou para fazer valer direitos fund amentais aos quais não pode renunciar sem grave prejuízo ou desonra. Esse dire ito de e mpreender a guerra, que por vezes pode tornar-se um dever, inclui mais do que ações militares estritamente defe nsivas. Inclui também ações ofensivas . As razões para a guerra ofensiva geralme nte estão relacionadas a graves danos infligidos a Estados. Alguns dos exemplos citados pelos filósofos católicos: forçar rebeldes à submi ssão; recuperar províncias ou cidades do inimigo; punir uma grave ofensa ao chefe de Estado ou à nação; punir ou tra nação por colaborar com um inimigo injusto; ajudar um aliado; punir nações por violação de tratados; procurar reparação pela violação de direitos assegurados por lei internacional.
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A distinção entre guerra defensiva e ofensiva é totalmente secundária. O que importa é se a guerra é justa ou níío.
Manifestação o fov r do guerra, em Atla em 15-3-03 "
Esta conc lu são deri va da ante rior. Ao fili ar-se a organi zações internac ionais, um Estado soberano não pode re nunciar às obri gações que constitue m s ua ra zão de ser, inc lu sive a defesa dos se us leg ítimos in teresses co mo e nti dade po lítica soberana e a dos di re itos e interesses legítimos dos seus cidadãos. Se um Estado não pudesse recorrer à guerra quando a arbitragem intern acional se mostra insufic ie nte para proteger se us legítimos direitos e in teresses, ou se a guerra depe ndesse da autorização de alguma orMA1O2003 -
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Saddam Hussein
Bênção de soldados americanos no Iraque por capelão católico
Guerras ofensivas podem ser justas, e guerras defensivas podem ser injustas. Por vezes, a nação atacada é a causa real da guerra, não a nação que inicia o ataque. Quando isso acontece, a nação atacada reage com uma guerra defensiva que é inju sta nas suas causas, pois tal nação deveri a ter ev itado a provocação que gerou o ataque o rigina l. Portanto, a nação que inicio u o ataque é apenas um agressor material, e não formal. Ela não teria atacado, a não ser pelo fato de seus direitos terem sido injustamente violados. A nação que ataca não é responsáve l po r uma guerra que se to rnou necessária devido às ações de o utra. Conseqüe ntemente, a di stinção entre guerra justa e injusta não se confunde com a di stinção e ntre guerra ofensiva e clefensiva. 12
cio desses direitos por imperativo da caridade. Se assim fosse, o direito à própria defesa seria inútil e absurdo. Tal contradição não se sustentaria racionalmente e repugna à divina sabedoria. 14 Al é m do mais, a gue rra justa te m co mo obj etivo res tabe lecer a paz, que Santo Agostinho defin e como "a tranqüilidade da ordem". 15 Neste sentido, uma guerra justa pode ser vi sta como um ato de justiça e como um ato de caridade social, praticado e m grande esca la, entre a fa mília de nações. É também um ato de caridade ir e m auxíli o de povos oprimidos injustamente, 16 pois "o inocente te m o dire ito de resistir, a caridade requer ass istência, e o Eslado que in tervé m pode justamente assumir a defesa do direito do inocente para exercer extre ma coerção e m seu fa vor" . 17
A guerra justa não se opõe à caridade; é um ato de caridade mover uma guerra para libertar um povo oprimido por um tirano.
O princípio de que todos os meios pacíficos devem ser esgotados antes de se recorrer à guerra não deve ser entendido de modo a causar interminável paralisia. Isso significaria o mesmo que negar na prática o que se aceita em teoria, isto é, a legitimidade da guerra.
6
A guerra justa não é contrária à virtude da caridade. Todas as virtudes são harmonicamente inter-relac ionadas, portanto não pode haver discordância entre as virtudes da justiça e da éaridacle. 13 De fato, não se pode supor que Deus, o supremo Autor e Legislador da natureza, concederia aos indiv íduos o dire ito de se defender, e às sociedades o dire ito de mover guerra, ao mesmo tempo proibindo-lhes o exercíCATOLI C I SMO
cípi o, competir às autoridades políticas responsáveis pe la declaração de guerra o julgar, de acordo com a prudência e os meios ao seu alcance, se j á fo ram esgotadas todas as soluções pacíficas e se o recurso à guerra está justificado. A ex igência de que todos os meios pacíficos eleve m ser esgotados antes de recorrer à guerra não deve ta mbém ser e ntend ida tão estritamente que conduza à completa inação. Se esti ver em estado de dúvida, o ho me m não pode agir. Aplicada erradame nte, esta ex igê ncia provocaria uma compl eta separação entre os princípi os e a ação, negando na prática a legitimid ade do q ue se aceita em teori a. Portanto, e mbora legíLima e m teori a, a guerra nunca seria legíti ma na prática.
7
O .fato de que a guerra não é um f enômeno inevitável como as catástrofes naturais não significa que ela pode ser evitada sempre.
Pode-se di scutir ad infinitum se todos os me ios pac íficos para evitar a guerra j á fo ram esgotados, pois não há autoridade com o poder de tomar decisões infa líve is nesses assuntos. Tal autoridade não está estabe lec ida na lei natural , e ta mbé m não exi ste por instituição divina. Daí, em prin-
A paz é um dom precioso, e deve-se empregar todo o esforço para preservála. De acordo com Plinio Corrêa de Oliveira, "a orde m, a paz e a harmoni a são caracte rísticas essenc iais de toda alma bem form ada e de toda soc iedade bem constituída. A ordem gera tranqüilidade, e ' a tranqüili dade da ordem é a paz"' .18 Contud o , afirm ar que toda g ue rra pode ser evitada equivale a ignorar a histó ri a dos ho me ns e a pró pri a nalureza humana. É uto pia pac ifi sta. 19
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Médico americano socorre criança iraquiana
Até mesmo a cri ação de um superEstado ou de uma organi zação supranaciona l dotada de alguns atribu tos ele soberani a não eliminaria a g uerra, mas só transform ari a o uso da força e m gue rra civil , quando entre Estados-membros, o u e m ação policial punitiva quando exercida contra indivíduos ou grupos sociais.20
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Embora os indivíduos devam participar na vüla pública e expressar prudentemente suas opiniões, a palavra final em relação a guerra ou paz pertence ao governo. Há vári as razões pelas quais o dire ito de decidir sobre guerra e paz é uma prerrogativa do governo: a) O dever de defender um direito está prime iramente na posse da pessoa que o detém o u no seu guardi ão nalural. O Estado é o g uardião natural dos d ireitos do seu povo. Sendo a guerra o exercíc io do poder ele coerção entre nações, na defesa leg ítima de seus dire itos e dos dire itos ele seu povo, recai sobre o Estado, por me io de suas autoridades compete ntes, decidir a favo r ou contra a guerra. b) Defender os dire itos dos cidadãos contra ag ressão estrangeira é habitu alme nte um ass unto do bem co mum , pois a guerra afeta todos. Portanto, de acordo com a le i natural , dec isões sobre guerra e paz cabem à autoridade respon sáve l pe lo bem comum , que é o Estado. c) A dec isão final sobre ass untos pú-
Soldados conduzem o esquife de um companheiro na Base Aérea de Bagram
blicos não pode ser de ix ada para as massas. Os indivíduos são naturalmente inclinados a cuidar cios seus próprios interesses, o que torna difíc il obte r um consenso sobre meios ou metas em ass untos de interesse público. Trata ndo-se ele assuntos urgentes de interesse geral , no entan to, a nação prec isa de unidade, não de plural idade . So me nte a auto ridade comum pode assegurar essa unidade e harmoni zar interesses di fe rentes. Daí as decisões e m assuntos do bem comum , especialme nte os graves, perte ncerem à autoridade suprema do Estado. d) Alé m do mai s, só o governo te m os me ios para efetivame nte mover a guerra. Normalmente, os que têm os meios elevem decidir como e mpregá- los. Daí pertencer ao governo a dec isão de mover uma guerra. e) De outro ponto de vista, evidentemente a guerra envolve ri scos para todo o país. De acordo com a lei natural , é ilícito colocar e m ri sco todo o país, como acontece numa guerra, se m uma causa propo rcio nal. No e ntanto, a avali ação dessa propo rcio nalidade ex ige gra nde volume de dados, que habitualmente os c idadãos comuns cl aramente não poss ue m. Po rtanto cabe ao gove rno, mais que aos cidadãos, dec idir sobre guerra e paz.
1O
A Divina Providência utiliza a guerra entre os homens para executar os decretos de justiça. Apesar da sua natureza trágica, a guerra é uma
ocasião para a prática de virtudes como fortaleza, prudência, caridade, abnegação, heroísmo e patriotismo. As nações declara m g ue rra um a à outra por razões diversas. No entanto, as guerras contribuem invari ave lmente para os des ígnios da Divina Providê ncia. De fa to, sem infringir de ne nhum modo a li berdade huma na, a divina Sabedoria atinge infalivelm ente seus objetivos com fo rça e suavidade.21 Quando Deus permite as terríve is calamidades advindas da guerra, está prosseguindo na ordem sobrenatural o seu plano e m re lação aos homens. As nações, diferentemente dos indivíduos, não tê m a vida eterna, por isso são reco mpe nsadas o u punid as nes ta vida. 22 A Providê ncia se utili za das guerras travadas pelos ho me ns para executar os decretos da sua justiça, tendo em vi sta que as guerras têm conseqüências para os indivídu os e as nações, co ns ide rad as como grupos humanos. Por vezes Deus pune algumas nações por me io da ação de outras.23 Na esfera individual, Deus mani fes ta sua divina ju stiça e cle mência de vári as ma neiras, inclusive as g uerras. E mbora ne m todas as almas se convertam com os terríve is sofrimentos e privações provocados pela guerra, muitos de fato se arrepe nde m, confessam seus pecados e os expiam . Por outro lado, pessoas virtuosas freqüe nte mente se tornam melhores. A despeito de sua natureza trágica, a guerMAI02003 -
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ra é ocasião para a prática de virl udes como forta leza, prudênc1 , caridade, abnegação, heroísmo e patrioti smo.
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A guerra moderna tem tal capacidade de destruição, que se pode perguntar se a própria guerra não se tornou ilícita, ou ao menos se a doutrina cláss ica sobre a guerra justa não precisa ser revista. Devem-se evit,u- os fal sos di lemas, bem apresentados pelo Pe. John Courtney Murray, S.J.: a) pacifismo brando contra um duro reali smo cínico; b) morte atômica universal contra rendição completa. [...] Estes dilemas perniciosos representam alternativas sem esperança, em cuja base está a renúncia ela razão moral e a submissão ao determinismo tecnológico". 24 Essa renúncia resultaria na mo1te ela ordem moral e jurídica, inclusive a negação cio direito natural à defesa própria e "o natural requisito legal de que o crime seja punido e a norma legal manticla" .25
Notas 1. Lei natural : " Na sua aplicação estritamente moral, [... ] a lei natural é a norma de conduta que nos é prescrita pelo Criador na constituição da natureza com a qua l nos dormi'' (James J. Fox, Law, Natural, in Catholic Encyclopedia, Encycloped ia Prcss, Ncw York , 19 13, vol IX, p. 76). São Pau lo diz que a le i natu ra l esrá escrita nos corações de Lodos os homens (Rom. 2, 1415). Todos os manuais católicos sobre mora l menc ionam a le i natural. 2. A doutrina católica sobre guerra justa remon ta a San lo Agostinho, que estabe leceu so li damente os seus fundam entos nos Eva nge lhos e na lei natura l. 3. He inrich A. Rom men, 711e State , in Catholic Thought - B. Herder Book Co., St. Louis, 1947 , pp. 254-255 . 4. l bid ., p. 255. S. C fr. Viklor Cathrei n S.J., Philo.wphia Mora /is - He rd e r, Barce lo na , 1945 , pp . 5 14 -5 16 ; Rom me n, pp. 255ss, 6 14-735. 6. Sociedade Natural:"[ ...] uma sociedade em que os homens tê m um ma ndato da le i natural para estabelecer; uma sociedade, conseq üe nte mente, c ujos req ui sitos essenc iais estão finn e mente fixados pela mes ma lei natu ra l" (C harl es Maeksey, S.J. So c ie ty, in Ca 1ho lic En cyclopedia, vol. XIV, p. 75). 7. lbid. p. 74. 8. Mac ksey, War, in Catholic Encyclopedia, vo l. X, p. 547.
CATOLICISMO
Soldado americano reza o Rosário
O problema das modernas armas de destruição em massa não reside na pró-
9. "G ue rra justa se diz de fensiva e m dois senlidos: a) no sentido esrrilo. É defensiva quando a nação c ujos direiros são inju sram ente alacados não ini cia as hoslilidades, islo é, não dec lara o u ini c ia a guerra; b) no senrido menos estrilo, e la é de fensiva quando a nação inju stamente atacada dec lara gue rra ou dá o primeiro golpe. Conseqüen temente, se a nação inocente sabia que o inimi g o e s tava pre parando sec retame nte a guerra contra sua independênc ia, ela eslaria na defens iva, a inda que dec larasse a guerra" (John A. Mc l-lugh e harl es J . all an, Moral Thology - Joseph R. Wag ner, lnc., New York , 196 1, vol. 1, p. 558). 10. " Um povo ameaçado de injusra agressão, ou já vítima de la , se deseja pe nsar e ag ir de modo cristão, não pode perma necer em indiferença pass iva" (Pio XII , Mensagem de Nata l ele 1948 , . c itada em Mc l-lug h-Ca ll an, op. c it. , p. 56 1). 11. Ca1hre in , Tese CV, p. 5 12. 12. Cfr. Rommen , p. 655. 13. "A inter-relação ex istente entre as virtudes é a propriedade pela qual uma virlude, praticada com seriedade, num sentido integral , lógico e pcrfei 10, requer outras virtudes. [... ] Virtudes morai s infusas [...] cada uma delas está ligada à caridade" (Roberli e Palazzini , Virlues i111errela1ion, in Dic1io11ary of Moral Theology, p. 1279). 14. C fr. T. Onolan , in Die1ion11aire de Tli éologie Catholique - Lctou zey el Ané, Pari s, 1947, vol. VJ , co ls. 1908- 1909. JS. Sa nto Agostinho, Cidade de Deus, XIX: 13.
pri a justiça da guerra, mas sim na prudênci a de entrar em guerra. É necessário que as razões e m favor da guerra sejam de tal grav idade que tenham proporção com a destruição temida. " Há direitos e be ns, ta is co mo li berdade ou indepe ndê nci a nac ional, que no julgamento de pessoas boas e honestas, e de acordo com o senso comum cio povo, merecem ser defendidos à custa de sofrer os horrores e a destruição de uma guerra moderna". 26 Como afirma o Papa Pio XII: "Entre esses be ns, alguns são tão importantes para a vida humana em sociedade, que a sua defesa contra a agressão injusta é, sem dúvida, plenamente legítima. Por solidariedade, todas as nações são obrigadas a parti cipar nessa defesa e não eleve m abandonar a nação atacada. A garantia de que esse dever coletivo não será negligenc iado serve como meio de intimidação ao agressor, e portanto ajuda a evitar a guerra, ou pelo menos, na pior situação, a reduzir os sofrimentos" .27 •
16. " Mov ida pe la ca ridade, um a nação que te m o dire ito de intervenção pode lega lme nte ir à g uerra para proteger uma nação mai s fraca contra uma mais forte e bri guenta, para socorrer um governo inju stam ente atacado por seus súd itos, ou para ajuda r súd i1os inocentes que são 1i rani zados por seu govern o" (Mc l-lu ghCa ll an , p. 562) . 17. Mackscy, p. 548. JS. Plínio orrêa de O li veira, The Cru.mde of 1he XX1h Ce11111ry - www. lfp.org/who_ we_ are/ xxi_century _c ru sade.htm l . 19. " Paz - uma c ausa muitíssimo be la, muitíssi mo j usta e muiríss imo nobre para ser deixada nas mãos de pacifi stas" (P línio Corrêa de O li veira). 20. C fr. Romme n, p. 650. 2 1. Sabedoria , 8, 1. 22. Esla é a tese subjacente de A Cidade de Deus, de Sa nlo Agostinho. 23. Orto lan , co l. 195 1. 24. Joh n Co urtn cy Murray, c itad o cm R.A. McCorm ick, in Wa ,; Moralily of. in Tl, e New Catholic Encyclopedia, vo l. XIV, p. 806. 25. A. Mess in e o, Gu e rra , in En c ic lo p e dia Cattolica , vol.VI , col. 1238 , Ci uà Dei Vaticano, 195 1. 26. L udov ico Bende r, Di c Lio nary of Mo ral Th eology, p. 1297. 27. Pi o XI 1, Radiornensagem de Natal ele 194 8, in Disco rs i e Radio111.e.1·.rngg i - Po li g lotta Vaticana, Vaticano, vo l. X, p. 322.
Expande-se a criminalidade num mundo sem moral Blindagem nas casas A moela agora, e m casas e condomínios ele luxo de f lSão Paulo, é a blindagem res idencial. São vidros transparentes que deixam a luz entrar, mas podem barrar até tiros de fuzil AR-15. A blindagem é usada em janelas, portas e até para as paredes do quarto. Além do revestimento, uma engrenagem no interior ela p01ta possibil ita o acionamento, com o aperto de um botão na parede ou por controle remoto, de barras ele ferro para evitar o arrombamento. É todo o conjunto de aço balístico mai s travas . Invisível e em harmonia. com o ambiente, o revestimento está .sendo usado també m para montar "células ele sobrev ivência", como os antigos porões subterrâneos da Segunda Guerra Mundial. As novas células são sa las normai s, com sofás, quadros na parede e linhas telefônicas de e mergência. Mas as paredes tê m aço bélico; e as janelas, vidros blindados. Não se fa la em moralizar a sociedade, o que resolveria pela base o problema , diminuindo a crimi nalidade a índices mínimos. •
Presidiários confundem-se com cidadãos
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odos os presidiários deve m ser uniformizados. Num improv isa.cio desfil e de moda para a imprensa, vi u-se que os presos usarão cami setas brancas e bermudas. O figurino criado para a prisão Bangu I é igual à moela adotada por 90% cios jovens cariocas, de quase todas as classes sociai s. Mais uma vez, temos a maneira absurda de fazer a co isa. Uma das utilidades do unifor me é difi cultar as fugas. Não foi por acaso que se cri ara m os trad ic iona is uni formes li strados. Com base em fa lsas idéias de "direilos humanos", "cidadania" e outros slogans do gênero, cada vez mais vão sendo tratados os criminosos como cidadãos comuns. O que, ev identemente, só tende a fac i1itar o crime. •
TV e facada no peito
U
ma men ina ele 13 anos matou o irmão, ele 22, com uma facada no peito, após discussão por causa ele televisão. O crime ocorreu no sítio onde moravam , em Penápolis (S P). Segundo a polícia, a menina e o irmão assistiam à TV, e discutiram porque ele mudou ele canal. A garota saiu . Na volta, encontrou o irmão dormindo e o acertou com uma peixeira.
Uma adolescente, praticamente uma criança, mata o irmão ele modo premed itado e brutal por motivo inteiramente fúti l. Com o fim das famílias católicas e bem organizadas, tai s exemplos vão se tornando cada vez mai s freqüe ntes. Que geração de monstrns está se preparando pm·a o futtu-o, se Nossa Senhora de Fátima não intervier o quanto antes? Peçamos essa intervenção. •
Droga corre solta nas classes ricas
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ão é só nos morros do Rio. Gente com dinheiro - tipo executivo, empresário - prefere que a entrega ele droga seja feita no escritório, no horário comercia l, clisfm·çada em pacotes, buquês de flores, pi zza, até e m ovo de Páscoa. O relato é de um "assistente ele vendas", que há cinco anos dedica parte de seu te mpo a fazer entregas de cocaína em domicílio e deu e ntrevi sta à imprensa. Segundo ele, "tem gente que urn dia começa a cheirar, fica.fissurada e sai de madrugada procurando coca, pega o carrão e vai para as bocas. Lá é bem mais barato e bem servida, mas o risco é grande". Chega a formar fi las de carros na madru gada . Até carro importado. "As boas bocas de São Paulo chegam a vender de oito a dez quilos por semana. Contando umas 400 bocas, muitas.fi·aquinhas, vai dar por baixo um movimento de dez toneladas de cocaína por rnês na cidade. É por baixo. E, se a gente puser a R$ 40 por grama, vai dar um movimento de uns R$ 400 milhões por mês" ("Folha de S. Paulo", 16-3-03). É o péss imo exempl.o <lado pelas classes alta e médi a, que acabam incentivando também o consumo de drogas nas cl asses de baixa renda. Esse seria um bom motivo para os cl érigos impugnarem o mau exempl o cios que se entregam a tal pecado horroroso; ao invés de clérigos progressistas fi carem condenando os capitalistas e latijitncliários, somente porque são mais ricos, deveriam censurm· as classes mai s altas por esse consumo ele drogas. Entretanto, para tais clérigos pouco importa a mora l; eles se e mpenham mesmo e m fo mentar a luta de classes. •
MAI02003 -
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Procissões com relíquias na França As Ostensions de Limousin ·são procissões religiosas expondo relíquias de santos. São bastante concorridas, especialmente em Limoges, capital da província do Limousin. Catolicismo -
Em 2002 tiveram lugar as famosas apresentações das relíquias, tanto em Limoges como em outras cidades dessa bela região. Existe alguma relação entre tais cerimônias religiosas, nas quais se veneram as relíquias de vários santos, e o "mal des ardents ''? [uma enfermidade conhecida como "peste do fogo"].
Acima: exposição das relíquias em Chaptelat (limoges) As demais fotos : procissões de algumas confrarias, conduzindo as relíquias de seus padroeiros
Prof. i\lain 'l'cxicr:
"Para pôr fün à doença chamada de 'togo -sagrado' - cujas vítimas sofriam h01rítrel tormento-, foram organizadas as primeiras ostcnsions
[procissões com relíquias de santos)"
CATOLICISMO
A
Ostensions de Limousin realizam-se a cada sete anos . Em 2002, efetuaramse as primeiras ostensions deste século . Elas atraem grande número de pessoas e são consideradas um " fenômeno único" na França - uma tradição ao mesmo tempo religiosa e cultural. Tais manifestações da fé estão ainda bem vivas no povo, e de nenhum modo são consideradas supérfluas ou ultrapassadas. Constituem fonte de numerosas consolações e gra ças num mundo materializado, infelizmente cada vez mais distante da fé católica . O Sr. Luc Berrou, correspondente de Catolicismo na França, entrevistou o Prof. Alain Texier, da Universidade de Limoges, autor do Guia das Ostensions limousines, recentemente publicado pela editora F/anant, em Limoges.(*)
Prof. Alain Texier - A relação é estreita. Em 994, a província francesa de Limousin, além de todaaAquitânia, fo i vítima do "m.aldesardents", ta mbém chamado de ''.fogo sagrado" ou mesmo "peste de .fogo". As vítimas desse mal impl acável sofriam um horrível tormento. Elas tinham a impressão de estarem, litera lmente, sendo quei madas no interior. Daí a palavra "ardent", proveniente do antigo verbo ardre, derivado do latino ardere, que significa queimar. Os membros atingidos enegrec iam visivelmente e caíam, separados do corpo. De onde as representações por Bruegel, notadamente, desses inúmeros estropiados a quem fa lta um braço, uma perna, e muitas vezes as duas. A origem do mal era o esporão de centeio, escaravelho parasita deste cereal. A planta contaminada pelos in setos ou pelo vento transmite a moléstia através do pão fabricado a partir de sua farinha. Para pôr fim a esse flagelo, foram organizadas as primeiras ostensions [as procissões com relíquias de santos]. Catolicismo -
As primeiras ostentions remontam então ao século X?
Prof. A. Texier - De fato, foi nessa época que o Bispo de Limoges, Hilduin, o visconde da mesma cidade, Guy I, e o Padre de Saint Martial, Geoffroy, que eram irmãos, tiveram a piedosa idéia de reunir em Limoges todos os bispos da província da Aquitânia. Estes decidiram que, após três dias de jejum e de orações, se elevaria o corpo de São Martial , a fim de o oferecer à veneração dos MAl02003 -
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Prof. Alain Tcxicr: "No século X, todos os Bispos ela p1·ovíncia da Aquitânia deciclfram que se elevaria o corpo de São Marlial, a fim de o oferecer à veneração cios fiéis, sobre uma colina dominall(IO a cidacle: o Mont ,Jovis"
Procissões de confrarias, portando relíquias de seus padroeiros
Copo do livro do Prof. Aloin Texier
CATOLICISMO
MAIO2003 -
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fi éis, sobre uma colina dominando a cidade: o Mont início da procissão pública, começaram as curas miraculosas. Desta grande graça, da qual São M a rtial , o apóstolo da Aquitânia, tinha sido o mediador e o men sageiro, as Ostensions de Limousin revivem regularmente a lembrança.
Jovis. Isso foi feito. Desde
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Nob lat, Saint Victurnie n, Saint-Yrieix-la-Perche; e também uma e m C hare nte. São estas as 14 paróqui as "ostensionárias". Cada uma te m s ua parti cularidade, e uma das mai s notá ve is é certam e nte a di stinção e ntre as ostensions das c id ades e as ostensions do ca mpos. Estas últim as (A ure il , C haptelat, Saint Victurni en, Javerclat e a de Esse e m Charente) rea li zam-se e m pe rcursos espantosos através dos ca mpos, cios bosqu es e à margem dos lagos. As do prim e iro tip o aco ntece m e m prédios re li g iosos talvez ma is prestigiosos (L im oges, certamente, mas também Le Dorat, SaintLéonard-cle-Noblat, Saint-Juni en) e e m reconstitui ções admiráve is no próprio centro das ci dades (Le Dorat, e sobretudo Saint-Junien). E m todas e las, verifica-se um a parti c ipação ad miráve l dos hab ita ntes na deco ração dos percursos - em Aixe-surVienne, talvez, mais particul arme nte.
Catolicismo - Existem ostensions organizadas em outros lugares?
Prof. A. Texier - Limoges foi certamente a prime ira cidade a organizar uma ostention, em 994. Mas ostensions são atestadas e m Saint-Léo n ard e m 1405 , e m Saint-Junien em 1406, em Dorat em 1495, e mesmo em Correze, em Tulle, desde 1389. No sécul o XVI , a Igreja, temendo qu e o culto das re líquias fizesse a lgum agravo à E ucari stia, decidiu que as ostensions não teri am lugar senão a cada sete anos. De fato, o núme ro "7" possui uma conotação sacra a ltamente simbó li ca, sendo encontrado muitas vezes nos escritos bíblicos. A partir de então, numerosas paróq ui as de Haute-Vienne, mas também de Correze, de Creuse e mes mo de C harente, de Dordogne e de Berry obtiveram licença para realizar s uas ce le brações partic ul ares . Trinta e nove ostensions setenais foram ass im organi zadas de 15 J 9 a 1785, com somente uma faJha em 1547, devido à peste que então se propagava. Quanto às ostensions de 1792 e J 799, e las não tiveram lugar por causa da Revolução Francesa de J789. As ostensions retomara m então seu curso, até que a Terceira República as proibiu no início do sécu lo XX. Esta interdição fo i motivada, sem dúvida, pelo respeito aos deno minados Direitos do Homem e à liberdade de consciência... No início da Segunda Guerra Mundial (Quarta Re pública), a liberdade re li g iosa foi novamente reconhec ida, reiniciando-se as proc issões públicas das ostensions.
Catolicismo - Hoje, qual é a amplitude do fenômeno ostensionário? Prof: A. Texier - E le ex iste hoj e em treze paróquias, exc lusivamente no De parta mento de Haute-Vie nne: Aixe-sur-Vienne, Aureil, C haptelat, Javerdat, Le Dorat, Limoges, Nexon, Rochecho uart, SaintJuni e n, Saint-Just-le-M arte l, Saint-Léonard-de-
IIIIZI
CATOLICISMO
Catolicismo - O Sr. poderia
"Cacla 11ma das oslcnsions tem
sua pa,·ticularidade, e uma das mais 110tá1rcis é certamente a distinção c11U'e as ostcnsions das ciclades e as cios campos. Lm todas elas, ve,'ilica-se uma participação admirável dos habitantes na decoPação dos
dizer uma palavra sobre as confrarias que organizam as procissões? Prol A. Texier - In stituições piedosas compostas por leigos, ta is confrari as são uma o utra das ori g ina lidades do L imousin com as ostensions. Lá ex iste um laço muito forte entre essas instituiçõ . e as ostensions, se bem que ex ista m ostensions se m confrarias (caso raro como o de Saint Yrie ix- la-Perc he) e uma confraria sem ostensions (a confraria Saint M ax imin , e m Magnac-Laval). Para tanto, a grande confrari a de Sa int M arti al (fu ndada e m 1356), a de Sa int Aurélien ( 13 15); a de Saint Loup ( 1153), em Limoges; a de Sa int Israe l e Saint Théobald (1495, em Dorat) ; a de Sa int Léonard na c idade ho mônima ( 1358); a de Saint Éloi ( 1994, em Chaptelat); a de Saint Etienne ( 1999, e m Esse). Todas e las têm o mesmo obj etivo: serem guardiãs da memória e trad ição, e como garantia do futuro. •
f}el'Clll'SOS "
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Mari e-Christine Grave du Bourg e Alain Texier, Cuide des Os 1ensio11s lim ous ines, Écl iti o ns Fl anant, rue du Li eutenant M énieux , 20. 8700 L imoges, 2002.
Cruzada Reparadora do Santo Rosário
N
a prime ira apa ri ção de Fátima aos três pastorinhos, Nossa Senhora pe-
diu : " Rezem o terço todos os dias para
alcançarem a paz para o Mundo e o .fim da guerra". Diante das perspectivas sombrias para o futuro do Brasil e do mundo, e para ate nder a este ape lo de Nossa Senhora, a campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! tem ince ntivado a Cruzada
Reparadora do Santo Rosário. 24.966 pessoas j á participam dessa Cruzada, ten-
Campanha incentiva a meditação da Via Sacra
"Os
hom.ens perdem-se porque não pensam na morte de Nosso Senhor e não fazem penitência", disse Jacinta pouco antes de ir para o Céu. Com o objetivo ele desagravar os pecados que se cometem contra Nosso Senho r Jesus Cristo, foi e nvi ada aos partic ipa ntes da campan ha uma Vi a Sacra, para que pudessem meditar na Paixão e Morte de Nosso Senhor durante a Quaresma. A fim de que ma is pessoas possam se beneficiar dessa difusão, a cam panha disponibiliza também as catorze Estações da Vi a Sacra no site www.fa tima.org.br. Todos que acessarem o site poderão fazer " download" da magnífica Via Sacra, co mposta pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, e env iá- la para amigos e fam iliares. "A Campanha Vinde N ossa Senhora de Fátima, não tardeis! continua .firme-
do se comprometido por escrito a rezar reg ul arme nte o Terço. Já são ma is ele 240.000 terços rezados mensalmente. Expandir a devoção ao Santo Rosári o é um modo de atrai r a. graças necessári as para os dias dos terríve is castigos profetizados por Nossa Senhora e m Fátima. Co mo j á dizia o gra nde apóstolo do Rosário, São Luís Mari a Grignion ele Mo ntfo rt: "Quem rezar o Rosário .fiel e
devotam.ente, até o.fim da vida, ainda que seja grande pecador, pode crer que receberá uma coroa de glória que jamais f enecerá ". Reza r o Rosário é um momento especi a l para pedir pe los problemas que mais nos afli gem e colocá-los nas mãos ele Maria Santíssima. •
Ullr.UMIU IIOD
I 1,·09 nm1a
Unll'!fônico
A Voz tft. Ftftl ma OP,.J..... R~oA'lo1dfrJ,,,...tt,.,al(MIÇldri""'lol•Udf ,,..,..,, ,..,_.1<.,1,n111411 ,m10R Pa.1
,,,..,,..,o,n 11t,u,.
A internet posta a serviço da devoção mariana ;\ tualmente é grande a utili zação da in-
r\_ ternet para assuntos qu e afasta m cada vez mai s as pessoas de De us, e muitas vezes as leva m direta mente ao pecado . Pensando ni sso, a Campanha Vinde
Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! criou um s istema ele notíc ias chamado Fátima on-line. Trata-se de um bol etim e letrô ni co, e nviad o reg ularm e nte aos s impatiza ntes e partic ipantes da campanha, be m como às pessoas que se inscrevem pa ra recebê- lo no próprio s ite www.fatima .org.br. Uma elas nov id ades desse s iste ma permite ouvir antecipadamente os novos programas radiofônicos A Voz de Fátima, be m como ler notíc ias da atualidade, interpretadas à luz da Mensagem de Nossa Senhora de Fátima. •
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis !
mente empenhada em expandir a d ff'usão da Mensagem de Fátima, inclusive por meio da internei. O site da campanha permite aos visilantes acesso a informações e notícias indispensáveis para a formação moral e religiosa de toda a família. Com isto, estamos preservando os valores da Civilização Cristã no Brasil ", afirmou M arcos Luiz Garcia, coordenador da Campanha. •
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Rdol6riuA\wotíMrill
São Luís Maria Grignion de .M ontfort
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Frades franciscanos participam da Marcha Nacional do MST, na chegada a Brasília, em 1 7-4-97
CATOLICISMO
eforma Agrária tem sido um slogan consta nte dos governos brasile iros que se sucederam de 1960 a nossos dias. Desde o paraco muni sta João Goulart ao esquerdista Fernando Henrique Cardoso (por alguns class ifi cado co mo neoliberal), a aplicação da Reforma Agrária tem sido sempre publicitada, sempre re inici ada, sempre fracassada. O fracasso dos assentamentos de Reforma Agrária no Brasil fo i tão espetacular, que passou a ser notícia até no Exterior. É o que se constata le ndo, por exe mplo, a extensa reportagem publicada na presti giosa revi sta " Newsweek", em sua edição lati no-americana de 18- 1-02. Por sua vez, o econo mi staXico Graziano, expresidente do Incra, estima que, em apenas oito anos, o governo FHC colocou R$ 25 bilhões na Reforma Agrária, com um resultado "chocante" ("O Estado de S. Paulo", 2 1- 1-03). E a revista "Veja" ( 123-03) diz que "a Reforma Agrária troco u o latifúndi o improdutivo pelo minifúndi o improdutivo". Durante todas essas décadas, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, e com ele a TFP, alertou constantemente, de modo firme, legal e pacífico, a opini ão pública e nossas Autoridades para o terrível erro que significa considerar a Reforma Agrária socialista e confi scató ria como solução para qualquer coisa que seja 1• Enquanto go lpeando um dos fundamentos da ordem temporal cristã, ou seja, a propriedade privada, a Reforma Agrária que se aplicou no Brasil só prod uziu violência num País outrora pacífico, alastrou a miséria com assentamentos absurdamente improdutivos e disseminou por todo o interior da Nação as tri stemente fa mosas favelas rurais, fe nômeno an tes desconhecido em nosso campo. Ela prej udi cou proprietários e agricultores pobres e ameaça lançar o Brasil no caos mais espantoso. Tudo isso, além de contrariar fro ntalmente do is Mandamentos da Lei de Deus que prescrevem "Não roubar" e "Não cobiçar as coisas alheias" - e claros ensinamentos da doutrina social católica. Ainda neste ano, monografia defendida na Universidade de Brasília pelo jornali sta Ne lson Ramos Barretto, baseada em ex tensa pesqui sa de campo, mostra à saciedade o fracasso dos assentamentos por todo o País.
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Integra ntes do MST cravam sua bandeira na área invadida em Porto Feliz (SP), em 13- 3-03: horizonte negro para os proprietários rura is brasi leiros
Como se aprese11ta a Rel'onna Agl'ária hoje em <lia
João Bosco Lea l, presidente do Movimento Nacional dos Produtores
Diante desse quadro, "a primeira iniciativa que o governo federal deveria tomar - di z o doutor em dire ito econômi co pe la USP, Cândido Mendes Prunes seria suspender imed iatamente o programa de reforma agrári a, cujo único resul tado de lo ngo prazo será a perpetuação da pobreza e da miséria no campo" ("Zero Hora", 4- 1-03).
E agora, neste início de governo de Luiz In ácio Lula da Silva, a Reforma Agrária surge novamente como um Leviatã que se eleva sobre o campo brasileiro, faze ndo tábula rasa de todos esses fracassos e produzindo o temor de uma derrocada da magnífica produção agrícola dos últimos a nos, a meaça nd o até co m um confro nto sangre nto entre invaso res de terras e legítimos proprietários. É o que teme, por exemplo, o presi dente do Movimento Nacional dos Produto res, João Bosco Lea l: "Em vários lugares do País há grupos discutindoformas de reação aos sem-terra e alguns deles defendem a reação annada" ("O Estado de S. Paulo", 13-3-03). E também o presidente da Sociedade Rural Brasileira, João de Almeida Sampaio Fi lho: "A Rural desaprova esse tipo de atitude [milícias armadas]. Mas pode ser inevitável. Na cidade, se uma casa é invadida, o proprietário constrói um. muro m.ais alto e contrata um segurança armado. [ ... ] A m.esma coisa pode acontecer no campo " ("O Estado de S. Paulo", 18-3-03). O horizonte se anuncia negro para os leg ítimos proprietári os ele terras no Brasi l. Fala-se e m ap li car draconianamente MAl02003 -
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hectares. Maiores que isso passavam ao Estado, constituindo enormes fa zendas coletivas". No Brasil, prossegue ele, na é poca da Constituinte de 1988, "valia sonhar com o comunismo. E a reforma agrária era vista como um passo fundamental da revolução. Não houvera ainda a desilusão da queda do Muro de Berlim. Hoj e o repetec·o soa hipócrita" ("O Esta-
a lei do governo anterior que prevê a anulação dos títulos de propriedade nas faixas de fronteira (até J50 quilômetros), que tenham sido conced idos sem ate ndimento dos aspec tos lega is da época. Essa fa ixa a briga cerca de 30 mil propri edades rurais. Ou seja, o ati ng ido não será o governo que concedeu os títulos, mas os que receberam esses títulos , ou os adq uiriram posteriormente, de boa fé . Segu nd o co me nto u na é poca da aprovação da le i o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná , Ágide M e neg uette, trata-se do
do de S. Paulo", l8-3-03). Rossetto afi rmou ai nda que, "do pon-
to de vista estratégico de uma visão para a ReforrnaAgrária", não tem nenhuma divergência com o MST nem com João Pedro Stéclile, o líder mais radical do mov imento. E le até o nomeari a para um cargo do governo, se Stédil e se dispusesse.
"mais brutal confisco de terras que se pretende promover no país" (Bo leti m da FAEP, Jº a 14-2-98). Outro ponto cruc ial é o esforço em curso para aprovar o projeto que limita o tamanho das propriedades ru rais. Houve toda uma orq uestração a esse respei to. A CPT começou fa lando na necessidade de limi tar o tamanho dessas propriedades para no máximo 700 hectares. O M ST (M ov ime nto dos Trabalhadores Rura is Sem Terra) pronunciou-se no mesmo sentido. O governo estad ua l de Olívio Outra apoio u a idéia. E a deputada federal pelo PT, Luci C ho inaki, apresentou, em 8 de agosto de 2000, proposta de emenda constitucional limitando o tamanho das propriedades ru rais no Bras il para 35 módulo s ru rais (no Su l eq uiva leria mai s ou menos aos 700 hecta res desejados pela CPT) (cfr. "Ze ro Ho ra", 18-8-00). Recentemente, a "Semana ele So lidariedade da Cá ri tas Brasile ira" mobilizou dioceses e com unidades ele todo o País e arrecadou 5 .1 56 assinaturas em favo r ela limitação ela propriedade (cfr. "A Tarde", Sa lvado r, 121-03). E a campanha ameaça continuar. Querem adema is rever os índices de produtividade, ele modo a cons iderar " improdutivas" propriedades que atua lme nte são " produtivas", e assim desapropriálas e incorporá- las ao imenso latifú ndio estata l. E a deputada Kátia Abreu (PFL-TO) disse te r in fo rmações de que os encarregados da política fundiária do País teri am um plano para, aos poucos, substituir a legislação sobre o direito de propriedade. "Eles querem. ir comendo pela beirada ", come ntou ("Agência Estado", 13-3-03). CATO LICISMO
... le,1ada a cabo pela "esquerda cat6.lica" Acima : o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, tem "bom relacionamento com o líder mais radical do MST", João Pedro Stédile
À esquerdo : João Pedro Stédile, líder do MST, foi seminarista dos podres capuchinhos e sempre manteve ligações com o "esquerdo católico"
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Uma Refol'ma Ag,·ária ele ínclole COIIWIIÍSta ... O Mini stro cio Desenvo l v im e nto Agrário, Mi gue l Rossetto, tem "bom relacionamento com o líder ma is rad ica l do MST", João Pedro Stéd il e (cfr. "Va lo r Econômico", 20- 1-03). A v isão soc ial ele Rossetto é bem abra ngente, e levaria, em ri gor de lógica, à instalação cio caos institucio nali zado. Em entrev ista à rev ista " Veja" (26-3-03), não só defende a ocupação ele terras pelo MST como diz que não vê nenhuma dife re nça dessa invasão com um "sem-saú-
de" que invade um hospital, um "semcomicla" que invade um restaurante e um desempregado qu e invade a fáb ri ca. Numa visão q ue lembra o totalitari smo ele Estado, ele defende que o governo tem obri gação de dar terra a todo mundo que entra na fila do MST. Uma elas idéias ele Rossetto - "apenas idé ias" - é " não entregar o título de propriedade da terra ao asse ntado. O governo seria o dono das terras, os asse ntados não teriam a posse, apenas o dire ito de uso". É a estatização da terra, como nos regimes com uni stas. A esse propósito, convém citar uma rápida di ssertação de Xico Graziano , obre a hi stória recente do com uni smo:
"Após 19 17, na Rússia, o governo revolucionário confiscou 152 milhões de heclares de terras[.. .] a terra foi declarada propriedade nacional. Formaram-se os kolcozes, coletivos, e a cada camponês, individualrnente, se pernútiu cultivar apenas 0,5 hectare. [... ] Fidel Castro, em. 1959, limitou a propriedade rural a 67
Ora, é de notar que Stédi le, um economi sta marxista, fo i seminarista dos padres capuchinhos, estudou economi a na Universidade Católica/RS e sem pre manteve ligações com a "esquerda católica ". Di z-se um " marxi sta-cri stão". "Todos os Stédiles confessa m terem sido influenciados pela Jgreja Católi ca" ("O Estado de S. Paulo", 23-3-03). Mas isto constitui apenas um exemp lo. Tem chamado a atenção do público, nesta retomada do processo de Reforma Agrária, o fato de que ela se apresenta direta e claramente impul sionada pela cha-
mada "esquerda católica". Trata-se daquela parcela de católicos - Bispos, Padres ou leigos - que resolveram dar de ombros para a milenar doutrina da Igreja, e tomaram para si a bandeira do marxi smo sob o rótulo de "Teologia da Libertação", amesma que fo i condenada por João Paulo II na reunião dos Bispos latino-ámericanos, e m Puebla, no ano de 1979. Não é novidade o fato de a "esquerda católica" atuar a favor da Reforma Agrária sociali sta e confiscatória, po is há muito e la o faz, sendo mesmo a principa l propulsora do agro- reformi smo no País . Basta dizer que o famigerado MST explod iu das entranhas da CPT (Comi ssão Pastoral da Terra) 2 , e que a Confe rênc ia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem sido a mais alta instânc ia epi scopal a pregar constantemente a Reforma Agrária soc iali sta e confiscatória. Ainda recentemente, sob o título " Presidente da CNBB defende invasões de terras", o jo rnal "Zero Hora" (01 - 12-02) informa : "Dom Jayme Chemello defendeu
as invasões de terras promovidas pelo MST como esrrcuégia de protesto. Ele ressaltou porém que essa prática não pode ser usada como método constante ". Isso pouco depois de o Papa João Paulo li ter condenado claramente "a aplicação de esquemas ideológicos originados pela luta de classes, como invasão de terras e ocupação de ed(fícios públicos e privados ", para
alcançar a justiça socia l (www.vatican.va). A condenação foi fe ita quando o Pontífice recebia os Bispos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e e le le mbrou que já havi a feito declaração seme lhante em l99 l, por ocasião de sua segunda viagem ao Brasil. Também D. Tomás Balcluíno procurou desv iar o sentido da condenação papa l, di zendo: "quem mais invade /erra no
Brasil são os grandes e não os pequenos" ("O Estado de S. Paulo", 27- 11 -02). Merece menção nesse quadro o fato de que as temíveis "operações pega-fazendeiro", que estiveram e m curso no Acre, foram ideali zadas e postas em prática pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A CPT, ademais de defender na teoria as invasões de terras, como o faz e m recente Cartilha lançada no Ri o Grande do Sul , também na prática tem participado ativa me nte de numerosas invasões, quer de propriedades privadas, quer de agências do correio etc.
CP1; MS'I' e Ji'ol'ças Annaclas Revolucio11ál'ias ,ia Colômhia Foram várias vezes denunciadas também as li gações do MST co m as Farc (Forças Armadas Revoluc ionárias da Colô mbi a), como por exemplo e m Belém (PA), no chamado "Encontro Americano pela Humanidade e Contra o Liberalismo", com a participação da CPT, Farc e zapatistas ("Folha de S. Paulo", 8- 1 1-99). Ou e ntão o cartaz de propaga nda de um debate na Livraria Futuro [nfinito, em São Paulo, com a presença de um membro da direção do M ST. Nesse cartaz, aparecem duas mulheres: uma carregando uma bandei ra do MST e outra, vestida como guerrilhe ira das FARC, carrega um fuzil. A legenda di z: "Povos do campo: a
mesma luta ". Também sobre o fato de o MST usar táticas de guerrilha, é interessante a reportagem publicada na "Gazeta do Paraná" (17- 12-00) sob os títulos "Sem-terra seguem técnicas das FA RC" e "G uerri lh e iros co lo mbi a nos se espalham pelo Mercosul".
À esquerdo : D. Tomás Bo lduíno, presi dente do CPT, procurou desviar o sentido do condenação papal às invasões e julgo uma "revolução agrária" mais desejável do que o reformo agrário
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tação, de modo a que a " igreja progress ista" fosse uma espécie de alma danada a impul sionar a revolução marxista, a começar pe lo campo. Não pode mos esq uecer, ade ma is, que foram re ivindicações agro-reformistas do tipo das que faz a CPT, que constituíram um dos fatores mais centrai s para que o presidente Chávez, na Ve nezue la, visse crescer, do di a para a noite, um a enorme oposição a seu governo, oposição que continua. A persistênc ia agro- reformi sta pode levar o país vizinho ao caos .
. . . assm11i11clo vários cargos importantes
Guerrilheiros comunistas das FARC nas selvas colombianas
Por sua vez, o jornal "EI Espectador", de Bogotá (2-4-0 1), informa que "as Farc
recrutarn e treinam integrantes do movimento guerrilheiro sem-terra, do Brasil". "Os choq ues armados do MST com a po lícia, o Exérc ito e os segura nças de fazendas invad idas, ou ameaçadas de invasão, podem arrasta r o B ras il a um conflito armado como o que ensa ngi.ienta a Colômbia há mais de três décadas. O alerta vem de ninguém menos que um integrante do Estado Maior Centra l das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exé rcito do Povo (Farc-EP). 'Abram o o lho com isso ! Aqui começou assim', av isou o comandante lván Rios em entrevista exc lu siva ao 'Jorna l da Tarde' no povoado de Los Pozos , na zona desmilitarizada do sul do país l.. ."J o JT ouviu de uma fonte muito bem colocada no alto comando das Farc-EP a confidên cia de que a organização ' mantém relações, no Brasil , com o MST e o partido do Lula"' ("Jornal da Tarde", 24-5-00"). O colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, professor das Universidades Gama Filho, no Rio, e Federal de Juiz de Fora (MG), denunciou "a estupidez das elites
intelectuais brasileiras quefingem não perCATOLICISMO
ceber as semelhanças entre a tática de tomada do poder do MST e a dos guerrilheiros das FARC, na Colômbia, do Sendero Luminoso, no Peru, e dos zapatistas, no México" ("Jornal da Tarde", 14-5-00). Em sua recente viagem ao Brasil , o presidente colombiano, Álvaro Uribe, advertiu : "Os terroristas hoje não se impor-
tam com a Constituição colombiana. Amanhã não se importarão com. a brasileira. Os tenoristas hoje matam civis na Colômbia. Am.anhã matarão no Brasil. Se não detivermos o terrorism.o, que hoje está destruindo a Amazônia colombiana, ern alguns anos ele destruirá toda a Arnazônia brasileira" ("Folha de S. Paulo", 8-3-03).
A "esquerda católica" aboleta-se 110 goven,o Tudo isso é bom lembrar, mas é sabido. A novidade está no fato de que integ rantes destacados da "esquerda católica" agora ass umi ram cargos oficia is no governo Lula da S ilva , e se propõem a levar ad iante uma Reforma Agrári a segundo o estil o mais rad ica l, utili zando para isso o prestíg io e a força governamentais, portanto, se necessário, até com ação policial.
Álvaro Uribe, Presidente da Colômbia
Diante da gravidade do que está ocorrendo, o presente comuni cado da TFP bem poderia tomar o aspecto de um pedido ao Pres idente Luiz Inácio L ul a da Silva: livrai o Brasil da "esquerda católica " no poder, liv rai-nos da "Teologia da Libertação" que ameaça gravemente o campo brasile iro. É, a li ás, o que aug urava o conhec ido sociólogo francês Alain Touraine, quando de sua estada no Brail cm 1999. Disse e le: "Após o declínio
O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso atuou de modo muito ladino no que diz respe ito à Reforma Agrária e aos movimentos de invasão de terras, como a CPT, o MST etc. Estes, inc lusive, abandonaram o antigo e desgastado rótu lo de " mov imentos populares" e foram batizados com um nome mais moderno e mais enfe itado: "mov imentos sociais". Como quem coloca um lacinho bonito no pescoço de um cachorro fe io, para disfarçarlhe a feiúra e a agress ividade. Oficialmente, o governo F HC fazia s ua Reforma Agrária independente da C PT e do MST, embo ra todo mundo soubesse que e le os apoiava e co nced ia
Cuiabá ("O Globo", 7-3-03). E à posição estratég ica de pres ide nte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi gu indado Luis Carl os Guedes Pinto, com o respa ldo do MST. E assim inúmeros o utros cargos, que seri a fastidioso en umerar, foram preenchidos por indi cação ou com ap rovação do MST e da CPT (cfr. "O Globo" , 2-2-03). Na li sta de integrantes do Conselho de Segurança Alimentar (Consea) figura o no me do bispo de Duque de Caxias, D. Mauro Morelli , conhecido por seu radicalismo desde os tempos e m que foi bispo auxili ar de São Paulo.
A "esquerda católica" repl'csenta<la 110 Planalto No Palácio do Pl a na lto, o assesso r espec ia l do Presidente é Frei Betto, homem-chave da "esquerda católica", quer por seu passado ligado a guerrilhe iros e terroristas, e também aos sandini stas da Nica rágua, quer por seu presente, co mo ami go íntimo do ditador comu ni sta Fidel Castro e impulsionador das CEBs. Ele faz questão de sa lie ntar, em arti go para a imprensa diáia: "Ao lado de Abaixo: Frei Betto, amigo íntimo do ditador comunista Fidel Castro e impulsionador das CEBs
"Sob Luiz In ácio Lula da Silva comenta Josias de Souza, diretor da sucursa l de Brasília da "Fo lha de S. Paulo", em 19-2-03 - o ln.era vimu extensão do
das Comunidades Eclesiais de Base, todo um setor da Ig reja Católica, com. grande influência sobre os sern-terra, tentafazer do MST a base de umaforça de oposição polÍlica [ao Governo de então]. Se eufosse o Presidente, impediria essa espécie de nova teologia da libertação" (e ntrevista à revista "Época", 4-1-99). É o que pedimos ao Presidente Lula da Silva. Ou será que estamos co nstruind o uma Idade Méd ia às avessas? Naquela é poca, da qual o Papa Leão XIII faz os maiores e log ios, a uni ão entre Ig rej a Cató lica e o Estado era de mo lde a que a Jgreja atuasse como a lma da C ivili zação C ri stã. Hoje, uma nova uni ão, de fato e não de di re ito, entre a " ig reja progressista" e o Estado, pareceria estar e m ges-
verbas fa raô ni cas para s uas cooperativas e acampamentos. Mas a sepa ração no campo ofic ial era ma ntid a e até regada, de vez e m quando, por med idas co ntempo ri zadoras e por brigas verbais que não levava m a nada. Ou melhor, levavam à concessão de ma is e mai s dinhe iro público. No atua l governo, essa separação cessou. Me mbros do MST e da CPT se vi ram guindados de repente a cargos ofic ia is estratég icos, de onde podem tomar em mãos o comando da Reforma Agrária , segundo suas utop ias soc ialo-comuni stas as mais rad ica is e demolidoras. Posições a ltamente estratégicas como as superin te ndênc ias estad uais do Incra foram loteadas entre membros da CPT, do MST, da CO NTAG . N ão fa lto u seq uer um padre " progressista", Pe. Ladislau João da Silva, ligado à CPT, a ass umir a superin te ndênc ia do [ncra no Piauí. São também da CPT os superintendentes de Roraima e Rondônia . A própria presidência do 1.nc ra foi conced ida a um ex-se minari sta, Marcelo Resende, que aos 17 anos já atuava nas CEBs e como agente pastoral, pertence à CPT e é por e la apoiado (cfr. "Zero Hora", 16-1-03). Perguntado se o governo federal não tem como imped ir as invasões, Resende fo i taxativo: " De forma alguma. Não existe esse instrumento" ("Zero Hora", 16- 1-03) .
MST, da CU7; da ala esquerda do PT e da corrente progressista da Igreja Católica. [. ..] O loteamento de cargos [superintendentes estaduais do Incra] guiouse por critérios ideológicos ". No Co nselh o de Desenvolvimento Eco nôm ico e Socia l (CNDES), fo i instalado o bi spo D. Tomás Balduíno, presidente da CPT, que afirmou, e m entrev ista ao "Jornal dos Sem -Terra" (setembro/ 97), que "o nome reforma agrária é ape-
nas aceitável; na verdade o que se busca é mais uma revolução agrária". O conhecido sociólogo francês Alain Touraine, quando de sua estada no Brasi l em 1999, afirmou : "Se eu fosse o Presidente, impediria essa espécie de novo teologia da libertação" [o MST]
Ainda no C NDES fo i introduzido um dirigente do MST, Roberto Baggio, o qual recentemente cons iderou " normal" a depredação de prédio público pelo MSTem
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minha sala está o gabinete presid~ncial " ("Corre io Braziliense", 23-[-03). Notese que, na pena de Frei Betto, não é a sa la dele que está ao lado do gabinete pres idencial , mas sim este último que está ao lado da sala de Frei Betto; o matiz não é destituído de interesse ... A respeito do relacionamento entre o re li gioso dominicano e o Pres ide nte Lula da Silva, diz a rev ista " Veja" ( 18- 12-02) que Frei Betto "admite ter com ele [o en-
tão Presidente eleito] uma relação que o autoriza a oferecer ao pelista de reprimendas a conselhos que não se limitam à área social" . Ademais, Frei Betto "pretende estender também à eq uipe do Presidente" os conselhos econôm icos que dá a Lula da Silva. Por sua vez, referindo-se aos diversos membros do alto escalão do governo que fora m fotjaclos nas tubulações da "esquerda católica", Frei Betto comenta: "Ago-
ra, na Esplanada do Ministério, somos uma comunidade responsável pelo governo do Brasil" (idem, ibidem). Não é di zer pouco! Para o frade dominicano, nada aba la a " parceria" e ntre o MST e o governo, nem mesmo as recentes invasões e depreciações de prédios públicos (cfr. "Jornal cio Brasil", 8-3-03). Para o Mini stério do Me io Ambiente, muito li gado a problemas cio campo, e portanto podendo atuar indiretamente e m
questões de interesse da Reforma Agrári a, foi guindada Marina Silva, militante das CEBs no Acre.
O "Fome Zero " a serviço da Reforma Ag1·ária O Mini stro Extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, tem deixado c laro que os alimentos arrecadados pelo programa serão destinados, em larga medida, aos acampamentos cio MST. Ele é, pois, pessoachave para alimentar os sem-terra, dado que os assentamentos de Reforma Agrária não produzem. Desde j á, como parte do conjunto de política · cio Programa "Fome Zero", mais de 182 mil cestas básicas serão distribuídas pelo Incra, em três meses, em 637 acampamentos de sem-terra ("O Dia", São Paulo, 12-3-03). E o presidente do Incra, Marcelo Resende, infor mo u que "a questão dos re-
cursos [para a Reforma Agrária] vaiestar ligada ao Programa Fome Zero. Terem.os urna articulação com o Fome Zero para otimizar as ações do Incra" ("Zero Hora", 16- 1-03). Acontece que José Graziano fo i coo rdenador estad ua l da J EC (Juve ntude Estudantil Católica) em São Paulo. Já em 1964, e le se reuni a com Fre i Betto e outros, no Colégio Notre Dame, na capital paulista.
O Ministro José Graziano tem deixado claro: os alimentos arrecadados pelo Fome Zero serão destinados, em larga medida, aos acampamentos do MST
CATOLICISMO
Graves riscos para o Brasil Tudo está a indicar que se o governo Lula mantiver na direção e propulsão da Reforma Agrária os e lementos da "esquerda católica" , vão se repetir no Brasil os fracassos e os traumas terríveis que o agro-reformi smo produziu nos países comuni stas. De tal modo um número considerável de Bispos e Padres brasileiros têm se identificado com as idéias esquerdistas, que o jornalista Roldão Arruda class ifica
"a chamada ala progressista da Igreja Católica" como sendo "o grupo mais à esquerda do espectro político" nacio nal ("O Estado de S. Paulo", 17- J 1-02). Significa que essa ala está mais à esquerda do que o próprio PC do B. Depois de tantos fracassos da Reforma Agrária, e tão segu idos, o momento não é para aprofu ndá- la a fe rro e fogo. Faz-se mister parar e refletir sobre o tema, apresentar ao público o resultado de um amplo e desapaixonado estudo a respeito e promover um debate nacional com todas as fo rças interessadas no assu nto.
Posição clesinteressacla e serena da 1'FP Muitos criticam atua lme nte a Reforma Agrária porque e la vai de encontro a seus direitos legítimos adqu iridos. A TFP os compreende, recon hece seus direitos e está pronta a colaborar com e les em toda medida que a le i e a paz soc ia l o perm itam. Mas nossa posição é tomada sob um outro ângu lo. As presentes considerações, a TFP as faz sem qualquer interesse pessoal e com inteira isenção de ânimo, unicamente tendo em vista o bem do Brasil e da Civi lização C ri stã. Ela assim exerce seu direito - que é o de todos os brasileiros - de entrar no debate que atualmente se trava em torno da Reforma Agrária, procuran do colaborar para o esclarec imento de um panorama que se afigura bastante turvo. E o faz pondo em realce um aspecto do problema até agora pouco trata.do, mas de capital importância, qual seja o papel nefasto da "esquerda católica" na condução da Reforma Agrária no Brasil. Tal ação agro-reformi sta pseudo-católica pode levar o País a precipitar-se nos abismos cio socialo-com uni smo, no momento mesmo em que o utras nações vão
Prof. Plínio Corrêa de Oliveira
tentando, a custo, del e sa ir, deixando para trás uma herança maldita de mi séria moral e material, de totalitari smo ig ualitário e antinatural e de irre ligião. Com o nosso tão ca ro fundado r, o Prof. Plínio Corrêa de O live ira, dizemos:
"Esta entidade falharia a sua missão e fiigiria a seu dever se, na alua/ em.ergência, não entrasse na liça empunhando mais uma vez o pendão que ern lutas anleriores tanto se assinalou [... ] Assirn, diante do recrudescimento da ofensiva agro-reformista, a TFP não se manteria à altura de sua nússão se se recolhesse a um cômodo silêncio. Bem pelo contrário, ela desmereceria das gloriosas tradições que liveram origem no decurso da luta iniciada" em 1960 (Pl ini o Corrêa de Olive ira, "Sou Cató li co, posso ser contra a Reforma Agrária?", Editora Vera Cruz, 1981 ). No momento presente, o panorama internacional encontra-se pintado com as cores ela guerra. G uerra por enqua nto loca li zada no Iraq ue, no que se refere às ações bélicas, mas estendida praticamente a todo o g lobo enquanto disputa política e psicológica. Nesse vasto campo de batalha psico-político, o governo brasileiro tem tomado posição inequívoca con-
tra as convu lsões e a violência, em nome da paz e cio direito internacional. A lógica dessa posição leva naturalmente a que se trabalhe, também e princ ipalmente, para obter essa mesma paz e ordem no interior ela Nação, objeto mais direto da responsabi Iidade govern ame ntal. Mesmo porque, se não ho uver paz e ordem no campo brasileiro, a produção tenderá inevitavelmente a cai r e a vio lência a prosperar. E se a produção ca ir, os maiores prejudicados serão exatamente os mais pobres e necessitados, sempre os primeiros atingidos nas situações de fome e carestia. E se a violência prosperar, serão eles também suas primeiras vítim as, porque mais indefesos e humildes . Ora, toda a ação e influência da corrente con hecida como "esquerda católica", "igreja progressista" ou "Teologia da Libertação" se faz na linha de insuflar a luta ele c lasses, ele lança r brasileiros contra brasile iros, na eontramão cio temperamento e cio modo de ser nacionais e da própria história do Brasil. Jamai s se ouv iu dizer que, onde essa corrente atua, a situação cios pobres tenha melhorado o u a paz se tenha produzido. É exatamente o contrári o que ocorre. Como, pois, colocar seus in tegrantes em posição de direção e destaque no governo, para que le-
vem adiante uma Reforma Agrária sociali sta e confiscatória, ela qual o México, o Eg ito e a própria Rússia - para c itar os casos mais recentes - têm fugido espavoridos, depois de sofrer décadas ele mi séria e opressão?! O incentivo para a geração de empregos no campo e melhoria contínua da situação cio tra balhador rural , co nforme ve m explanado em diversos livros ela TFP, é o que pode produzir a paz no campo e o bem-estar do ag ri cultor. Um governo que, para o bem de seus governados, volta atrás num cam inho que apenas começou a trilhar e toma um rumo diferente daquele que lhe foi aconselhado - não sabemos por quais c lé ri gos ou le igos progressistas - não se diminui com isso nem se humilha. Pelo contrário, se e ngrandece e se enobrece. Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, abençoe nosso País e não permita que mãos ecles iásticas ele esq uerda o empurrem para o nde sua população pacífica e ordeira não quer ir e não eleve ir. São Paulo, 25 de março de 2003 SOCIEDADE BRASILEIRA DE DEFESA DA TRADfÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE
Rua Dr Martinico Prado, 246 CEPO 1224-0 1O• São Paulo - SP Tel (O** 11 ) 221 -8755 • www.tfp.org.br
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J. Impossível é fazer aqui um elenco ele todas as posições tornadas pela TFP - li vros, manifestos, conferênc ias, fo lh etos, ca mpanhas el e rua etc. - contra o agro- reformismo soc ialista e confisca tório ao longo elas décadas. C itamos apenas os livros mai s notórios: " Reform a Agrár ia - Questão ele Consc iência" ( 1960); "Sou Cató lico, posso ser contra a Reforma Agrári a?" ( 198 1); "A propriedade privada e a livre ini ci at iva no turno agro-reformi sta" ( 1985); " Proj eto de Constit uição Angus ti a o País" ( 1987);
" Reforma Agrária se meia assentamentos; asse ntados co lhem mi séri a e deso lação" ( 1996). 2. O fato ele a C PT ter gerado o M ST faz parte da hi stóri a, relatado em inúm eros documen tos. Por brevidade ci tamos aqui apenas um comentarista atual: "A igreja e o PT estiveram 11a origem e 11afer111 e111açcio dos principais 111ovime11 -
10.1· sociais do país nas 1Ílti111as década.1·, inclu sive 110 s11rgi111e11to e na consolidação do MS7; .filho legítimo da Comissão Pastoral da Terra. da CNBB. Esses 11wvi111e11tos crescerw 11 com idéias gestadas pri11cipal111e11te 11as Co1111111idades Eclesiais de Base" (Marcelo Beraba, in " Fo lha ele S. Paulo", 29- 11-02).
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A 'Bíblia, o senador e
o darwinismo P rimeiramente foram silenciados os textos da Bíblia que diziam respeito à combatividade e aos castigos eternos. Agora, já se passou a criticar acidamente os Livros Sagrados. .■
CID
ALENCASTRO
presente era prog ressista, que varre imp iedosamente a Igrej a Cató lica principalmente após o Concíl io Vaticano II, fo i precedida de uma fase preparatóri a, na qua l a reli g ião era confu ndida com sentimentali smo, a devoção aos sa ntos era adocicada, e a carid ade, a ma is excelsa das virtudes, redu zid a à prática de uma filantropi a chã, sem e levação de espírito, praticame nte desli gada da Fé. Os dogmas católicos, que iluminavam a no ite pesada do século XX como estrelas de primeira grandeza, foram co locados entre parênteses, e apagou-se nas mentes de muitos a necessária distinção enti-e o bem e o mal. Não ex istiriam mais pessoas ruins e mal-intenc ionadas, ape nas equivocadas. Portanto, nada de puniçõe .. A mentalidade daí decorre nte, contrári a ao modo de ser aute ntica me nte católi co - inteli gente, combativo, heróico asseme lhava-se a uma heresia não declarada. N ão c hego u a consubstanciar-se numa doutrina, era um estado de esp íri to, contra o qual advertiu freqüe ntes vezes o Prof. Plíni o Corrêa de O li veira .
Aml)utações na Bíblia O resultado prático desse estado de espírito foi acabar com toda idé ia ele luta a favor da verdade e cio bem. Com isso caíram as defesas, e quando a e nxurrada progressista assa ltou a Igrej a, as muralhas desta se derrete ram como sorvete ao calor do sol. A cidade santa, a Jerusalém descida dos céus, que é a [greja fundada por Nosso Sen hor Jesus Cri sto, fo i ocupada com re lativa fac ili dade. H o uve, é verdade, um a res istênc ia pass iva, poi s o progressismo invasor conCATOLIC ISMO
Mentalidade avessa à luta Na verdade, a Bíblia havia sido ele há muito substituída, na alma cios seguidores desse estado de espírito, por uma mentali dade mole e sentimental, que utilizava a Sagrada Escritu ra apenas como pretex to para corroborar e d ifu nd ir sua preguiça em defender a verdadeira doutrina católica. M as tal situação, com o deco rrer do tempo, to rn ava-se in s uste ntáve l, poi s qualquer um que pegasse a Bíb li a para ler, o u mesmo para simpl esm ente fo lhear, pe rceberia que a mentalidade ne la difundida pelo Espírito Santo era compl etamente diferente, e os ep isód ios e doutrinas combativos pulul avam por tod a parte. Basta lembrar o fato sublime ele Nosso Senhor, com um chicote na mão, expul sando os vendilhões do templo. O u e ntão, ameaçando os pecadores impe nitentes com o castigo eterno. A conseqüência normal desse estado de espírito era que e le acabasse por tirar a máscara e viesse a negar exp lic itame nte a Bíblia, mostra ndo ass im seu fundo oculto. Hoje, estamos ni sso.
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Enrico Pey retti (67 anos) é um conhecido pacifi sta ita li ano, esc reve e m periódicos ele Turim e Assis, tem vários liv ros publi cados A rev ista ita liana " L' Es presso" (23-30/j ane iro/2003) noti c ia q ue Peyretti - "é d(fteil encon.Jrar al-
guém mais manso e evangélico do que ele", di z o artigo, "mes/re do mais puro pacijürno cristão " - desde moço lia diariamente um trecho ela Bíblia. "Minha casa é uma casa de oração, mas vós fizestes dela um covil de ladrões" (Mt 21, 13)
trari ava hábitos antigos, restos de fé e de sanidade moral. M as, como a grande maiori a dos Pre lados não organi zou qualquer defesa, os fi éis ficaram aturdidos e desorie ntados . Um certo número deles aderiu às novidades e e ntrou decidida mente na onda progressista; outros, desgostosos, desertaram , aba ndonando a casa paterna à procura ele abrigo em fa lsas re li giões; a maio ri a permaneceu, mas desagradada e di stante. Na época c m que os sermões quase só tratavam ele "amo r", "caridade" (a in-
ela não chegara o momento de incentivar a luta ele classes, as invasões de terras etc.), a pró pria Bíblia sofria uma amputação. Q uase nunca eram lembrados os tex tos que abordavam temas como o in fe rno, a conde nação eterna, ne m os epi sódi os que mostravam os fié is lutando contra os maus e os inimigos de Deus. Tais textos e ep isód ios não eram propriamente negados, eram "esquecidos". Fizeram-se inclusive trad uções da Sagrada Esc ritu ra procurando adoc icar ao máximo os referidos textos e epi sódi os em línguas vernáculas.
"Até que um dia[ .. .) não agüentou mais. Motivo de sua ira era a Bíblia. 'Basta ', cone/ uiu Peyre/1 i, [.. .] chega com o i,~ferno de que f ala Jesus. 'Não creio m.ais nisso '. [... } 'Quanto mais leio os livros [da Bíbli a] sobre a conquista, as guerras, mais os detesto e recuso. O pior é que a Bíblia me apresenta esses erros não como fatos humanos, mas como ações de Deus '. [.. .) Peyretti fa z voar pelos ares a Bíblia e o Credo católico". À direita : caricaturo de Darwin, criador da teoria evolucionista, apresentado como um macaco
E a rev ista prossegue:
"Não foi só Peyretti que fe z um !al percurso entre os pensadores católicos. Outro caso semelhante é o de Pier Cesare Bori, professor de .filosofia moral na Universidade de Bolonha. Na ju ventude, ambos foram presidentes da Fuci (cenáculo dos universitários católicos, que teve como chefes os futuros polílicos Aldo Moro, Giulio Andreotti, Franco Bassanini, Giorgio Tonini e Stefano Ceccanti). Ambos foram. padres. Bori adotou um pacifismo absoluto à Tolstoi. E, por .fim, rompeu com a Igreja 'violenta"'. " Mesmo um. católico ultraftel como o senador Andreotti recentemente ergueu um protesto contra ce rtas passagens da Bíblia. O senador deverá apresentar ao Vaticano um.a lista de passagens da Bíblia que não deveriam ser lidas nas igrej as".
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N o Brasil , o exemplo ma is recente dessa mentali dade anti-Bíblia o encontramos e m di scurso cio atual presidente cio Senado, José Sarney, e m 12 de março ú !timo (cfr. "Agência Estado", 13-3-03). Um Sarney indignado contra o Pres idente Bush "citou pesquisa recente do
Gallup mostrando que 78% da popula-
ção americana crêem na existência do diabo, e que só 28% acreditam na teoria da evolução de Darwin. Ou seja, 72% dos americanos são criacionistas, acreditando que o mundo foi criado segundo o Génesis".
Novo "deus"? Nova teologia? Essa indig nação do senador contra a opinião pública americana - porque e la crê no livro do Gê nes is, na Bíblia, e não em Darwin - não de ixa ele ser basta nte singul ar. A partir de quando Darwin fo i eri g ido à categoria de deu s, no qu al se deve crer abso lutame nte? Se m fa lar que a teoria evoluc ion ista de Darwin - que nega ou omite a exi stê ncia cio Deus criador - nunca foi provada. Pelo contrário, tem sido cada vez mai s contestada. Além cio que, vão se acumul ando as fraudes executadas por darwinistas, na tentativa desesperada de dar vi sos de rea lidade aos sonhos ou delíri os de seu mestre*. Se Sarney não ac red ita no Deus cri ador de todas as coisas, ao menos deveria conter-se e não apresentar isso como uma espéc ie de dogma de fé naturali sta. Afinal, um presidente do Senado te m responsab ilidade no que di z. Para Sarney, "a própria Igreja Católica j â não pensa assirn ". De onde tirou e le isso? A doutrina cató lica é imutáve l e baseia-se na Reve lação fe ita por Deus, que encontramos na Bíb lia, além ela Tradição. Talvez Sarney esteja qualificando de "Igreja Católica" a corrente progressista que ne la se instalou , e que, essa s im , defe nde os mai o res abs urdos e m matéria de teologia. A ex istê nc ia cio diabo é outro ponto, inconteste na narração bíbli ca, que incomoda o senador. Faz lembrar o ve lho adágio, segundo o qu al a maior vitóri a do de mônio é fazer crer que e le não ex iste. Será que o pres idente do Senado se deixou cair nessa armadilha do maligno? Ele, um político tão experiente ... •
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A respeito das numerosas co ntestações qu e a doutrina darwinista tem sofrido, ver, por exemp lo : Cato licismo Julh o/ 1998 e Agosto/2000 .
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era receber a Sagrada Hóstia muito mais tarde. Foi então que consagro u sua virgindade à Santíssima Virgem.
Eremita aos 12 anos de idade
São Simão Stocl< Prior Geral da Ordem do Carmo N uma hora de grandes perseguições contra sua Ordem, o Santo carmelita recebeu da Santíssima Virgem o Escapulário, como símbolo de proteção e eterna aliança ■ PuNIO M ARIA SOLIMEO
S
Acima : Nossa Senhora entrega o Escapulário a São Simão Stock. Na página ao lado, foto do tradicional escapulário de Nossa Senhora do Carmo
CATOLICISMO
imão nasceu em 11 65, no caste lo de Ha rford , co nd ado de Kent, na Inglaterra, do qual seu pai era governador. Os pai s do Santo uniam a virtude à mai s alta nobreza. Alguns escritores julgam mesmo que tinham eles parentesco com a fa mília real inglesa. Sua mãe co nsagrou-o, a ntes de nascer, à Santíssima Virgem. Em reconhecime nto a Ela pelo fe li z parto, e para pedir sua espec ial proteção em re lação ao filhinho, a j ovem mãe, antes de o amamentar, oferecia-o à Mãe de De us, rezando de joe lhos uma AveMari a. Se, por distração, esq uec ia-se disso, encontrava uma resistência da parte do pequenino Simão, que recu-
sava alimentar-se até que e la rezasse essa oração. Quando o bebê, devido a algum mal -estar próprio à idade, começava a chorar, bastava que a mãe lhe mostrasse uma estampa da Virgem para que e le se aca lm asse. O menino apre nde u a ler com pou quíssima id ade. A exempl o de seus pai s, começou a rezar o Pequeno Ofício da Santíssima Virgem , e logo também o Sa ltéri o em latim. Embora não conhecesse ainda a língua latina, encontrava tanto prazer nisso, que ficava extasiado. Essa precoce cri ança iniciou aos sete anos o estudo das Belas Artes no colégio de Oxford, com tanto sucesso que surpreendeu os professores. Isso fez com que fosse adm itido à Mesa Eucarística, num tempo em que o costume
Pe rseguido pela inveja do irmão mais ve lho, e atendendo a uma voz interior que lhe inspirava o desejo ele abandonar o mundo, deixou o lar paterno na idade ele 12 anos, e ncontra ndo refúgio numa floresta isolada. Preferiu seguir o chamado ele Deus a permanecer no aconchego cio lar. Um e norm e ca rv alho , cujo tronco apodrecido formara uma cavid ade suficiente para nel a colocar uma cruz, um a imagem de Nossa Senhora e recostar-se, serv iu-lhe de oratório e habitação. E mpregava o te mpo na contemplação elas coisas divinas, oração e a us terid ades. Bebia ág ua de uma fonte nas proxi midades e alimentava-se de ervas, raízes e frutos silvestres. De vez em quando, porém, um mi sterioso cão levava-lhe um pedaço de pão. Ev identemente, como outro ra aos solitários do deserto, o de mô ni o não o deixava em paz. "Simão é entregue pelo inimigo da salvação a penas de espírito, a violentos escrúpulos, a cruéis remorsos sobre os perigos dessa via extraordinária que ele percorre, privado como estava da graça dos sacramentos, desprovido de todos os meios que a Igreja concede sem cessar aos fiéis, todos os dias exposto a morrer nessa terrível solidão, sem socorro nem consolações. O exemplo de tantos solitários que Deus conduziu na mesma via reanimava sua confiança; a lembrança das graças com as quais o Céu o linha favorecido, para o confirmar em sua resolução, o reassegurava ". 1 E sobretudo a proteção de Nossa Senhora, a que m ele foi consagrado desde o ventre materno, vinha trazerlhe a paz. Por o utro lado, também os anjos vinham fazer-lhe co mpanhia e o
e ntretinham na solidão e m que vivia. Assim viveu cerca de 20 anos.
Ordem para que se juntasse aos carmelitas Nossa Senhora revelou-lhe então seu desejo de que e le se juntasse·a certos monges que viriam à fn glate rra, proveni entes do Monte Carme lo, na Palestina, "sobretudo porque aqueles religiosos estavam consagrados de um modo especial à Mãe de Deus". Apesar do grande atrativo que tinha pe la
solidão, Simão voltou para a casa de seus pais e retomou o curso ele seus estudos. Formou-se em teologia e recebeu as sagradas ordens. Enqu anto aguardava a chegada dos mo nges preditos, o Pe. Simão Stock dedicou-se à pregação.
Como Vigário Geral (/a Ordem, enli'e11ta perseguição Finalmente chegara m dois frades carme litas no ano de 12 13, e ele pôde receber o hábito da Ordem em Aylesford. Em 12 15, tendo chegado aos ouvi dos de São Brocardo, seg undo Geral latino do Carmo, a fa ma das virtudes de Si mão, quis tê-lo como coadjutor na direção da Ordem; em 1226, nomeou-o Vigário-Geral de todas as províncias européias. São S imão teve que fazer frente, nessa ocasião, a uma verdadeira tormenta contra os carmelitas, na Euro-
pa, suscitada pelo demônio através de homens di tos zelosos pelas leis ela Igreja. Estes queriam, a todo c usto, supri mir a Ordem, sob pretexto de ser ela nova, instituída sem aprovação ela [grej a, contrariamente ao que dispunha o IV Concílio de Latrão. Simão enviou delegados ao Papa Honório III, para informá- lo ela perseguição de que estavam sendo vítimas os carmelitas e ped ir sua proteção. O Soberano Pontífice delegou dois comissários para exam inarem a questão. Estes, ganhos pelos adversários, opinaram pela supressão cios carme litas. Mas a Santíssima Virgem apareceu a Honório Ili , ordenando-lhe que aprovasse as Regras do Carmo, confirmasse a Ordem e a protegesse contra seus adversários .2 O Sumo Pontífice o fez mediante uma bula, na qual declarou legítima e conforme aos decretos ele Latrão a ex istência legal da Ordem cios Carmelitas, e autorizou-a a conti nuar suas fundações na Europa.
Eremita 110 Oriente e Prior Gen,I São Simão participou cio Capítulo Geral da Ordem na Terra Santa, e m 1237. Nesse Capítulo, tratava-se de decidir, devido às contínuas perseguições movidas pelos mouros, se era o caso de manterem ainda os conventos ela Terra Santa. Uma ala pretendia permanecer, mesmo sob o ri sco ele se enfre ntar o martírio. Outros, alegando a frase de Nosso Senhor - "quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra" - eram partidários da trasladação total para a Europa. São Simão Stock era desta segunda opi nião, alega ndo, ademais, que não se podia tentar a Deus nessa s ituação. Mas ele mesmo não pôde voltar imediatamente para a Europa, porque os sarracenos dominavam os mares. Com isso, prazerosamente isolou-se numa gruta do Monte Cannelo, onde passou mais seis anos ele inteira solidão, até que, sabendo que alguns
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Os males da Refarma Agrária
cruzados in gleses preparavam-se para voltar à sua terra, julgou seu dever partir com eles. Num novo Capítulo, em 1245 , foi eleito 6° Prior Geral da Ordem carmelita. Se a bula papal aplacara momentaneamente o furor dos inimi gos do Carmelo, não o fi zera cessar de todo. Depois de um período de calmaria, as perseguições recomeçaram -com mai s intensidade.
A propriedade abolida ... aos poucos!
Nossa Senhora co11cede-lhe o Escapulário da Ordem Em julho de 1951, as relíquias de São Simão Stock são levadas de Aylesford na França, onde ele morreu em 1265
Abandonado de auxílio humano, para o mosteiro carmelita de Bordeaux, São Simão recorria à Virgem, com toda a amargura ele seu coração, peestabe lec idos, e autenticada por dindo-Lhe que fosse propícia à sua muitos milagres que, ocorrendo por Ordem, tão provada, e que desse um toda parte, fizeram calar os adversinal de sua aliança com e la. sários dos Irmãos da San.tíssima Na manhã do dia 16 de julho ele Virgem do Monte Carmelo. "A Ordem do Carmo multipli1251 , suplicava com maior empecou-se tão prodigiosamente, sob a nho à Mãe do Carmelo sua protedireção do nosso Santo, que poução, recitando a bela oração por ele cos anos depois de sua morte, cercomposta, Fios Carmeli. 3 Segundo ca do firn do século XIII, segundo a e le próprio relatou ao Pe. Pedro observação de Guilherme, ArcebisSwayngton, seu secretário e confespo de Tiro, essa Ordem contava já sor, de repente "a Virgem me apareceu em grande cortejo, e, tendo con'1.mais de 500 mosteiros ou erena mão o hábito da Ordern, dissemitérios, povoados por um grande me: '"Recebe, diletíssimojilho, este número de religiosos, que o mesm.o Escapulário de tua Ordem como autor eleva ao nútnero de 120 mil". 5 sinal distintivo e a marca do priviComo Geral, São Simão proculégio que eu obti ve para ti e para rou propagar ele todas as formas a todos os .filhos do Carmelo; é urn Ordem pe la Europa, preferindo fundar casas em cidades onde hav ia uni sinal de salvação, uma salvaguarversidades. Foi o que realizou em da nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem. Ca mbridge (1249), Oxford (1253), Paris (1254) e Bolonha (1260). ,norrer revestido com ele será preSão Simão atingiu extrema veservado do fogo eterno'" . "Disse-me Ela [. .. ] que bastalhice e altíssima sa ntidade, operando inúmeros milagres, tendo tamva enviar uma delegação ao Papa Inocêncio, Vigário de seu Filho, que . bém obtido o dom elas línguas. Apesar ela idade, viajou pela ele não deixaria de me mandar rem.édio para nossos males ". 4 E uropa erigi ndo inúmeros mosteiros, e atribui-se-lhe também a funA expansão <la dação das Confrarias cio Santo EsOl'dem <lo Carmo capulário. Essa graça especia líss ima foi Enfim, já centenário, chegando imediatamente difundida pelos lua Bordeaux, na França, quando se dirigia a Tolouse para o Capítulo gares onde os carmelitas estavam
Geral ela Ordem, e ntregou sua alma a Deus, a 16 de maio de 1265. De sua tumba saíram raios de luz durante 15 dias depois ele sepultado, o que levou os reli giosos a comunicarem o portento ao Bispo. Este chegou ao túmulo, acompanhado do clero e de muito povo. Tendo constatado o fenômeno, mandou que se abrisse o sepulcro, aparecendo o corpo do santo emitindo raios de luz e exalando delicada fragrância. Por volta do ano 1276, o culto a Simão Stock foi confirmado para o convento de Borcleaux, pela autori dade ela Santa Sé, e mais tarde para os ele toda a Ordem carmelitana. •
Notas:
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l. Les PeLits Bollanclistcs, Vie eles Saint.,·,
2.
3.
4. 5.
cl'apres le Pere G iry, par Mg r. Paul G uérin , Bloucl e t Barrai , LibrairesÉditeurs, Paris, 1882, tomo V, p.585. C fr. Les Petits Bollanclistcs, op.ci t. , p. 588. Em latim , di z essa bela oração: '"Fios Carmeli, Vitisf/origera, Sple11dor Cce!i, Virgo puerpera, Si11g11laris; Ma ter mi tis, sed viri 11 escia. Ca rmelitis da privilegia, Stella mari.v! "- "Flor cio Carme lo, vicie florífera, Esp le ndor cio Céu, Virge m in comparável , Singular! Ó Mãe amáve l e se mpre virge m , dai aos Ca rme lit as os privilégios ele vossa proteçflo, Estre la cio Mar! ". Lcs Petits Bollanclistes, op. ci t. , p. 592. lei. ib. p. 593.
A deputada Káti a Abreu (PFL-TO) disse ter informações de que os encarregados da políticafoncliária cio País teriam um plano para, aos poucos, substituir a legislação sobre o direito de propriedade. "Eles querem ir com.en.do pela beirada", comentou. Essa informação, constante do comunicado ela TFP ao povo brasileiro (v ide p. 26) se ajusta tão bem à realidade que estamos presenciando no dia-a-dia, que faz pensar. Será que, a pretexto ele comunitarismo, cooperativismo e coisas do gênero, os dirigentes ela Nação estão querendo nos levar para um regime de tipo comunista? Nunca é dema is lembrar a famosa frase do Mani festo Com unista de Marx-Engels: "Todo o com.unismo pode ser resumido n.wn s6 princípio: abolição da propriedade privada". •
F,·ei Betto de/'cll(le ilnrasões de tcrl'as As recentes invasões a propri edades rurais e a órgãos públicos, feitas pelo MST, não representam ameaça nem abalam a "parceria" entre o movimento e o gover-
no federal, segundo o assessor especial cio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Betto: "O governo e os movimentos querem a mesma coisa: a reforma agrária. E tenho certeza de que ela virá". •
Fome Zcl'O vai benel'icia,· pl'iol'itariamente o MS1' O governo federal anunciou que vai fornecer cestas básicas a famílias acampadas do MST. De acordo com o Ministério ele Segurança Alimentar e Combate à Fome, que fornecerá os recursos para a compra das cestas, a medida faz parte elas ações prioritárias do programa Fome Zero. •
Só os trnnsgê11icos <lo MS1' não Jazem mal à saú<le! Depoi s ele ter participado do vandali smo propaganclístico cio agitador francês Bové, que invad iu e depreciou uma lavoura de transgênicos, líderes cio MST resolveram voltar atrás e apo iar a comercialização de tran gêni cos colhidos por assentados. No Rio Grande do Sul, diversos assentados admitiram à Rádio Gaúcha que optaram pelas sementes lransgênicas por motivos econômicos. "O custo da Lavoura é menor", disse um dos entrevistados. Outro relatou: "Te,n gente que trabalha na liderança (do MST) que já plantou transgênicos ". Sem querermos tomar posição na discussão existente nos meios c ientíficos sobre os transgênicos, é impossível não perguntar: é só quando os transgênicos provêm dos assentamentos do MST que eles não fazem mal à saúde? •
Gl'at1es acusações ao govel'IIO Lula "Nós entendemos que o governo está dirigindo de form.a irresponsável a situ-
CATOLICISMO
ação do campo brasileiro", afirmou o senador Bornhausen, após re uni ão ela Executiva cio PFL. Para ele, a nomeação ele membros do MST para as superintendências cio Instituto Nacional ela Colonização e Reforma Agrária (TNCRA) está trazendo um problema enorme para a área rural brasileira. •
1'ambém a CP1' del'cnde as ilnrasões Uma cartilha lançada pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) do Rio Grande do Sul afi rma que a invasão ele terras é um meio para acelerar o processo ele Reforma Agrária no Bras il. O li vreto de 36 páginas, inti tu lado Terra - Dom de Deus, Conquista do Povo, utili za trechos bíblicos para enfatizar o direito à terra. É ass inado por advogados e religiosos, entre os quais frei Sérgio Gõrgen, deputado estad ual pelo PT no Rio Grande cio Sul. "A ocupação [de terras] é uma forma legítima para pressionar o governo", afi rma o comclenador estad ual ela CPT, frei Olavio Dotto. O documento ela CPT defende o MST como meio ele concretizar a conquista de terras: "Uma Luta assim, com essas características, com essa dimensão, com. essa radicalidade, só pode ser conduzida por uma organização forte e decidida, experimentada na perseverança dos barracos de lona", diz a cartilha. A CPT é um organismo da CNBB criado para atender questões agrári as. Apesar de depender de Bispos, e la ignora completamente as diversas condenações fe itas por João Paulo II às invasões de terras. •
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Acolhimento triunfal à Virgem de Fátima Há50 anos, multidões inteiras vibraram
com a solene visita de sua Imagem ao Brasil. ''Foi uma explosão de entusiasmo" ■ H ELVÉCIO ALVES
m todos os estados bras ileiros, ainda há mui tos que guardam vivíss ima recordação da vinda da Imagem Peregrina de Nossa Senho ra de Fátim a à nossa Pátria e m 1953. Era um a das quatro image ns peregrinas esculpi das em 1946, em cedro bras ile iro, pelo escultor português José Ferreira Theclim, segundo ori entação direta da irmã L úc ia, a única sobrev ivente cios três pas torinhos ele Fátima. Essa vidente, quando pela pri meira vez vi u a image m j á in teiramente pronta, afirmou que: "estava muito pa-
E
recida, tudo estava muito bem irnitado, mas que Nossa Senhora era ainda mais bonita, porque Ela era branca, mas um branco que dava luz". Ou tra im age m esculpida pelo mesmo artista é a que verteu lágrimas mi rac ul osa me nte e m Nova O rl eans (E UA ), e m 1972, a qua l te m sido objeto ele vári as matéri as e m nossa rev ista. Já e ntão, a Image m ela Virgem ele Fátima percorria países cios c inco contine ntes - nestes 50 anos, ela j á peregrinou pelo mundo inte iro - e sua v isita ao Bras il fo i che ia de bênçãos. Ela fo i triun fa lme nte recepc io nada em todos os Estados, sendo essa peregrinação ocas ião de inú meras graças, afervora mento na p iedade, e mes mo de conversões.
Espetáculo maravilhoso Ecos daq ueles lo ngínquos di as a inda reboam no presente. Co mprovam isso, por exemplo, as palavras e nlevadas, em rece nte depo imento, de Da . M ari a do Carm o, ass inante ele Catolicismo e partici pante ativa da Ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não fardeis ', reside nte no Ri o ele Ja ne iro:
CATO LI CIS M O
"Aquela vinda da Imagem Peregrina fo i ocasião para uma das maiores graças de minha vida. Devo a essa graça minha religiosidade, e meus fi lhos e netos são consagrados a Nossa Senhora de Fátima devido a isso. Naquela época, eu tinha apenas 15 anos e morava em Campos, no norte flu minense, mas o empolgamento que houve na recepção da Imagem é algo que nunca se apagará de minha memória. Todo mundo se lembra daqueles dias: aonde a Imagem ia, sempre acompanhada de uns pombinhos, ela arrebanhava multidões de fiéis. Quem não viu, não pode ter idéia, pois foi uma recepção ... O que dizer? Não tenho palavras suficientes para descrever aquela visita da lm.agern, a não ser di zer que houve urna explosão de entusiasmo. Fo i um espetáculo maravilhoso, fo i muito emocionante e numa época em que a fé transbordava. Mas esse fato dá-nos uma lição, nos levando a confiar que retomaremos esse grau de fé. E nisso devemos conjiar, mesmo quemdo pareça absurdo confiar".
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E m co me moração cio tra nscurso das c inco décadas da inesquecível visita daque la image m da Rainha do Céu a todos os brasile iros, reprodu zimos a seguir um extraordinári o artigo de Plini o Corrêa ele Olive ira, escr ito espec ia lmente para Catolicismo, e m ma io ele 1953. Um artigo redigido há meio século, mas ele uma atualidade im press ionante, e ele modo particular muito conveniente para este mês ele ma io, dedi cado a M ari a Sa ntíssi ma. O autor anali sa a grande crise de nossos di as, à luz elas revelações de Fátima - o aco ntec ime nto capita l do séc ul o XX .
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FÁTIMA Explicação e remédio da crise contemporânea
vi sta. Massas hum a nas tê m vivid o estes últim os a nos no te rror dessa perspectiva, cônsc ias el e qu e um terce iro conflito mundi a l talvez aca rrete o fim de nossa c ivili zação.
A atualiclade das l'evelações de Fátima O e le me nto essenc ia l elas mensagens ci o Anjo ele Portugal e ele N ossa Senhora co ns iste, co mo ver e mos, e m abrir os o lhos cios ho mens para a gravidade destes fa tos, e m lhes ensinar sua explicação à luz cios pl anos ela Provi dência Divina e e m indi car os me ios necessári os para evitar a catástrofe. É a própri a Hi stóri a ele nossa é poca, e mais do que isto o seu futuro , que nos é e nsin ado por Nossa Se nho ra . O Império R omano cio Oc ide nte se e ncerrou com uma catástrofe, iluminad a e a na li sada pe lo gê ni o el e um grand e D outor, que fo i Santo Agostinho . O ocaso da Idade M édi a fo i previ sto por um grande profeta, que fo i São Vicente Fer-
■ PU NIO CORRÊA DE O LIVE IRA
mês de ma io é propício a que esta fo lha continue a tratar do ass unto Fátima, ·tanto mais que toda a c idade de Campos (RJ) ainda vibra co m os ecos da acolhida triunfa l que seus fi lhos tributara m à image m pe regrina de Nossa Senhora de Fátima. [ ... ] A grande ma iori a dos fi é is crê nas apari ções e reve lações de Fátima. Se ndo nossa fo lha destinada princ ipa lme nte a o ri e nta r le itores cató li cos, pa rece- nos ma is útil , e m lugar de lhes provar o que j á admitem como certo, ana li sar a lgun as pectos daquilo que suas almas, esc larec idas pe la Fé, aceita m .
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A grane/e crise de nossos dias O s fa tos contemporâneo mais marcantes são: 1 - A crise universal. A soc iedade huma na a presentava na prime ira par te deste sécul o, isto é, até 19 14, um as pecto brilhante. O progresso era indi scutíve l e m todos os terrenos. A vida econômica tinha alcançado uma prosperidade sem precede ntes. A vida soc ia l era fác il e atraente. A humanidade parecia cami nhar para a era de ouro. Al guns sinto mas graves destoavam das cores ri sonhas deste qu adro . Hav ia mi séri as materi a is e mora is, é certo. Mas poucos eram os que medi am e m toda a sua exte nsão a importância destes fatos. A grande ma iori a esperava que a c iê nc ia e o progres o reso lvessem todos os proble mas. A prime ira guerra mundi al ve io opor um des me ntido terríve l a estas perspectivas. E m todos os sentidos, as d ific uldades se agravaram incessante me nte até l939. Sobreveio a segunda guerra mundia l, e com isto chegamos à cond ição presente, e m que se pode di zer que não há sobre a Terra uma só nação que não esteja a braços, e m quase todos os ca mpos, com c ri ses gravíssimas . CATOLICISMO
rer. A Revolução Francesa, que marca o fim dos Tempos Modernos, fo i previ sta por outro grande profeta que foi ao mesmo tempo um grande Doutor, São Luís M ari a Grig nion de M ontfort. O s Te mpos Co nte mporâneos, que parecem na iminênc ia de se e ncerrar co m nova cri se, tê m um privilég io maior. Ve io Nossa Senhora fa lar aos ho mens. Santo Agostinho não pôde senão explicar para a posteridade as causas da tragédi a que presenc iava. São Vicente Ferrer e São Luís Grigni on de M ontfort procurara m e m vão desvi ar a tormenta: os ho mens não os quiseram ouvir. Nossa Senhora a um te mpo explica os motivos da cri se e indica o seu remédio, profeti zando a catás trofe caso os homens não a ouça m. De todo ponto de vi sta, pe la natureza do conteúdo como pe la di gnidade de que m as fez, as reve lações de Fátima sobre puj a m, po is, tudo quanto a Providênc ia tem dito aos home ns na iminê nc ia das grandes borrascas ela Hi stóri a. Os diversos pontos das reve lações re lativos a este te ma co nstitue m propri ame nte o ele me nto essenc ia l das mensage ns. O ma is, por importante que seja, constitui mero comple me nto.
O pressuposto terdvel: cl'ise l'eligiosa e moral Não há uma só aparição e m que não se in sista sobre um fa to: os pecados da humanidade se to rnaram de um peso insuportável na ba lança da justiça di vina. Esta a causa recôndita de todas as mi séri as e desorde ns co nte mporâneas. Os pecados atraem a justa có lera de Deus. Os castigos mais terríve is ameaçam po is a humanidade. Para que não sobrevenh am, é preciso que os homens se converta m. E para que se converta m, é prec iso que os bons orem ardente mente pe los pecadores e ofereçam a De us toda a sorte de sacrifícios ex piatóri os.
As revelações de Fátima sobrepujam tudo quanto o Providência tem dito aos homens no iminência dos grandes borrascas do História .
E m outras palavras, se anali sa mos a vida interna de cada nação, notamos nela um estado de ag itação, de desordem, de desbragamento de apeti tes e ambições, de subversão de va lores que, se j á não é a anarqui a franca, e m todo o caso cami nha para Já. Ne nhum estadi sta de nossos di as soube ainda a prese ntar o reméd io qúe corte o passo a este processo mó rbi do, de envergadu ra uni versa l.
2 - As g uerras mundiais. A de l 9 14- l 9 18 parece u um a tragédi a in supe ráve l. N a rea lid ade, a de 1939- 1945 a s upe rou do po nto de v is ta da d uração, d a uni ve rsa li dade, da mo rtandade e das ruín as que ocas io no u. E la nos de ixo u a do is passos de u ma nova g ue rra, a ind a pi o r sob todos os po ntos ele
Rezar e expiar pelos pecaclores
A lembrança do devastação causado pela Segundo Guerra Mundial atormenta o homem moderno diante da perspectiva de um terceiro conflito universal
Nas s uas me nsagens, o Anjo de Portugal ensina os pas to rinhos a pedir perdão pelos maus, e ma is, a oferecer sacri fíc ios por e les. M enc io na especialmente a necessidade ele desagravar o Santíssimo Sacra me nto pe las i njúri as que recebe, não só dos que O profanam, mas dos que O recebe m com indi fe rença.
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nele a aurora deste início de do res que Em sua prime ira aparição, N ossa Setrará o homem do pecado, elevando-se nhora pede aos pas torinhos que aceite m contra tudo quanto é chamado Deus e a dura mi ssão de expiar pe los pecado recebe a honra de um culto". res, e lhes predi z que terão muito que E ac rescenta: "não se pode ve,dadeisofrer. Na segunda aparição, inc ita-os a ramente deixar de pensar que estão prórezar e a sac rificar-se para diminuir o ximos os tempos preditos por Nosso Segrande número de almas que se perde m. Para este efe ito, e ns ina- lhes uma j ac ul ató ri a. M ostra a inda Foto dos três Seu Imac ulado Coração, coropastorinhos logo ado de es pinh os e m con seapós a visão do inferno qüênc ia dos pecados que hoje se comete m. N a terceira apari ção, fa z- lhes ver o infe rno com os tormentos ine narráve is a que estão s uj e itos os que a li são la nçados pe la justi ça de Deus. E insiste na necessidade de repara r os pecados. Na qu arta vi são, Nossa Se nhora ensina o utra oração repa radora e afirm a que muitas são as a lmas que se perde m, porque não há que m repare por elas. N a quinta a pa ri ção, N ossa Senhora modera alguns excessos dos pas torinhos e m seu ardor de re paração, mas insiste na necess id ade de se ac ri fi care rn pe los pecado res . Afirma a necess idade de os ho mens se converte re m de seus pecados, de ixa ndo de desafi ar a justi ça de Deus, para que nhor: e por causa dos progressos creso mundo não sej a castigado. Por fim , e m centes da iniqüidade, a caridade de um Thuy, aparecendo à irmã Lúc ia, N ossa grande número de homens se esfriará". Se nhora fa la prec isa me nte no mes mo E mais recenteme nte o Sa nto Padre Pio sentido. XII afirm ou que a o bra de demo lição da Ve mos, po is , qu e o pe nsa me n to civili zação cristã, depo is de ter levado ao consta nte de todas as me nsagens é este. auge sua ação negativa, já está construO mundo es tá a braços co m urna te rríindo neste mundo a C idade anti-Cristã: ve l c ri se re li g iosa e mo ra l. O s pecad os o auto r desta obra "se tomou cada vez co me tid os são in contáve is. E são a ve rmais concreto, com uma ausência de esdadeira ca usa d a deso lação unive rsa l. crúpulos que ainda surpreende: Cristo O modo ma is acertado para re medi a r sim, a Igrej a não! Depois: Deus sim, seus efe itos cons iste na o ração e na reCristo não! Finalmente o grito ímpio: paração. As mensagens de Fátima e a 11oz dos Papas Não te m sido o utra a linguage m dos Papas. Pio XI, por exe mplo, na E ncícli ca Miserentissimus Redemptor, de 8 de maio de 1928, afirmou que o "espetácu-
lo das desgraças contemporâneas é de tal maneira aflitivo, que se poderia ver CATOLICISMO
Deus está morto; e até, Deus jamais existiu. E eis, agora, a tentativa de edi;ficar a estrutura do mundo sobre bases que não hesitamos em indica r como principais responsáveis pela ameaça que pesa sobre a humanidade : uma economia sem Deus, um Direito sem. Deus, uma política sem. Deus. O inimigo se esforçou e se esf orça para que Cristo se tom.e um es-
tranho nas universidades, na escola, na f amília, na administração da justiça, na atividade legislativa, nas assembléias das nações, onde quer que se decida a paz ou a guerra. Presentemente ele corrom.pe o mundo com urna imprensa e com espetáculos que matam o pudor nos j ovens e nas moças e destroem o amor entre os esposos. Ele inculca um nacionalismo que conduz à guerra" (Alocução aos H omens da Ação Cató lica Ita li ana, de 12-10-52).
O falso otimismo e as mensagens de Fátima Estas palavras, de um sábio rea li s mo, contras tam , be m o sabe mos, com um a tendênc ia não muito rara entre os cató licos. Por espírito de acomodação, por oportunismo, pelo desej o pu eril de conco rd ar e m tudo com este sécul o para o conduzir por vi as extre mame nte proble máticas a uma conversão quimérica, pensa m, agem , sentem-se neste mundo de cri se e de derrocada como se estivessem no séc ul o XIIl, com São Luís re inando em Fra nça, São Fernando e m Castela, São To más de Aquino e São Boave ntura ilumin a nd o a Ig rej a com o esple ndor de sua ciê nc ia e de s ua virtude. Qua ndo hoje e m di a, só entre rapazolas e moço il as se encontram ain da pessoas qu e não to rnara m consc iência da gravidade evidente da cri se por que passamos, esses nossos cató licos, muitas vezes q uare ntões ou mais do que isso, e ntra m fre neti camente na farândo la cios despreocupados e entoa m loas e hinos a uma situação que a outros arra nca gemi dos ele angústia e até gritos de dor. E se há que m lhes deseje abrir os o lhos, e nfurecem-se. To lerantes para com tudo e para com todos, não pode m suportar que se mostre a grav idade da situ ação em que esta mos. A palav ra ele Nossa Senhora, a palavra do Papa bas tarão para os convencer? Não parece prováve l. M as pe lo menos pode m imuni zar contra essa o nda de o ti mismo estúrclio aqueles que ta lvez se senti ssem prope nsos a lhe dar sua adesão.
A mensagem <le Fátima e os católicos de vistas cul'tas Ao lado deste otimi smo fe bricitante, que gosta ri a de fa zer do aposto lado urna pe rpétua fes tinha de ado lescentes, um ete rno pi c- nic que aborrece na própria pi edade tudo qu anto pode evocar a idé ia de do r - os Cruc ifi xos e m q ue a Divina Vítima figura com ua C hagas, ve rte ndo o Sa ng ue rede nto r, os parame ntos pretos para as mi ssas ele defunto etc. - te rnos também o utro defe ito a considerar. É a abulia. Ex iste uma fa lsa piedade que des via os ho mens da co nsideração de todos os pro bl emas gra ndes. Di ssolve-se a c ivili zação c ri stã, rui o mundo, convul siona-se a Te rra? O home m intox icado po r essa fo rm a de piedade nada vê, nada sente , nada percebe . Su a vida é apenas s ua vidinh a, no c umprim e nto correto e pacato dos seus peque nos deveres indi vidu a is, d os se us pe qu e nos a tos de pi ed ade, na solu ção e xc lu siva de seus pe-
Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que verteu lágrimas milagrosa mente em Nova Orleans (EUA), no ano de 1972
que nos casos de consc iê nc ia. Seu ze lo não va i ma is lo nge do que seus hori zo ntes, e estes, dó i di zê- lo, vão pouco a lé m da ponta de seu nari z. Se se lhe fa la de política, de sociol ogia, de fil osofia e teolog ia da Hi stóri a, de apo logéti ca, desvi a-se até com certo medo : o medo que os terrnitas tê m à lu z cio so l. Para e le também, Fátima conté m urna g rande lição. Nossa Senhora desceu à Terra para atra ir para este ime nso pano ram a o zelo das a lm as. E la quer pi edade, quer reparação , mas base ia seu desej o numa vi são ime nsa dos g ra ndes interesses d e De us e m tod a a vastidão da Terra. N ão se trata, dentro das perspectivas sem limites de Fátima, de salvar só esta ou aq ue la alma individua lmente considerada. Trata-se de ver mais alto e mais longe. É pela salvação de toda a humani dade que se há de lutar, po is não é só este ou aque le ho me m, mas são legiões de almas que ameaçam perder-se e m urna crise das ma is g rav es d a História. E é para essa ta refa im e nsa qu e Nossa Senhora pede não um Cirene u, mas muitos, muitíss im os deles, fa langes inteiras. Em Fátima não há apenas um apelo para que os três pastorinhos faça m pe nitênc ia. Este apelo se dirige ao mundo inteiro. É toda a piedade contemporânea que deve ter, por assim dizer, um fo rte colorido reparador e expiatório.
As 111ensage11s de Fátima
e a "hel'esia das obras" Note mos a inda outro ponto. Ning ué m pode duvidar da importância das obras de aposto lado. Os Papas conclarnam para e las diariamente os fi é is. E ntretanto , e m sua extre ma conc isão, Fâ'tirna nada de particular nos di z sobre isto. Porque a Providência não as julgue necessárias, urgentes? Que m poderia admiti r tal a be rração? Então po r que o silê nc io de Fáti ma? É que vivemos e m urn a época do min ada
pe los sentidos, e m que os homens reconhecem fac ilmente a necess idade de agir, poi s a ação é algo que os sentidos percebe m, cuj a eficác ia muitas vezes é suscetível de ser avali ada po r c ifras, por estatísticas, por resultados palpáveis. E por isto não é tão difíc il atrair a ate nção das almas verdade iramente zelosas para a importânc ia da ação. M as é e continua a ser muito difícil atraí-las para o que é espiri tua l, interio r, invi síve l. E por isto a oração, a vida inte rio r, o ho mem as compree nde mai s dific ilme nte, a e las ded ica me nos te mpo e me nos interesse. É be m compree nsíve l que e m Fátim a Nossa Senhora tenha insistido na necessidade da oração e d a pe nitê ncia, a ponto de fazer di sto o e leme nto essenc ia l de sua me nsagem. Que be lo prove ito teria tirado deste fa to Dom C hautard , se no seu te mpo todo o ass un to "Fátima" estivesse tão esclarecido quanto hoje.
Não basta rezar: é p1·eciso expia,· Por fim , um ponto essencial. Nossa Senhora não fa la apenas em oração. E la quer expiação, sacrifíc io. Have rá época e m que ma is se te nha fu g ido da do r? Haverá época e m que menos se ten ha falado sobre a necess idade da mortificação? Haverá época e m que menos se tenha tido a noção da importânc ia do sacrifíc io? Po is é para este ponto que Nossa Se nho ra atra i espec ia lme nte nossa atenção. Nos grandes séculos de piedade, a expi ação era um fa to freqüente na vida dos homens e dos povos . Faziam-se imensas peregrinações para ex piar pecados. Nas grutas, nas fl orestas, nos claustros, encontrava m-se verdade iras legiões de a lmas votadas à vida de expi ação. Nos testa me ntos, de ixavam-se fo rtunas in teiras para obras pi as ou de caridade, e m re mi ssão dos pecados. Havi a confrari as especialme nte destinadas a fome ntar a penitênc ia. H av ia proc issões expi atóri as e m que to rnavam parte cidades in teiras . Hoje não fa lta m manifes tações coletivas de piedade. Mas, po r mais que a Igreja nos incite à penitênc ia, que pape l ocupa esta e m tais manifes tações? Que papel ocupa e la e m nossa vida pri vada? Pequeno, pequeníss imo até. Parece indiscutíve l que, também neste ponto, Fátima nos dá prec iosas li ções. •
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tor de uma admiráve l epístola, na qual ensina - contrariamente ao que dizem os protestantes - que a fé prec isa ser completada pe las obras. Primeiro Sábado do Mês
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1 São ,Josó Opel'{ll'io, 1•:sposo da Santíssima Vir·gem Pio XII transferiu a festa do Patrocínio de São José, que se celebrava e m meados de ab ril , para este dia, a fim ele dar aos trabalhadores de todo o gênero - dos intelectuais aos braçai s - um protetor ce lestia l, e assi m contrasta r o tom revolucionário e anárquico que se manifesta tantas vezes nas comemorações do l º de maio. Sendo ao mesmo tempo de estirpe real e artesão, São José é o modelo por exce lê nci a de harmonia e ntre as c lasses sociais.
2 Santo /\taMisio, Bispo, Conressol' e Doutol' da lgr•eja + A lexandr ia (Eg ito), 37 3. Grande defenso r da fé contra os arianos, ex ilado cinco vezes por imperadores ganhos pelos heres iarcas, suporto u toda sorte de calúni as de seus inimigos. O vigor e a segura nça doutrinária de seus escritos lhe va le ram o títul o de Doutor da Igreja. Primeira Sexta-Feira do Mês
3 São
l◄' ili pe
e São Tiago Menor, Apóstolos + Século I. São F ilipe deixou a casa, mulher e filhos em Betsaida para seguir Nosso Senhor, sendo martirizado em Hierápolis, na Frígia (Ásia Menor). São Tiago Menor, primo de Nosso Senhor, foi o primeiro Bispo ele Jerusalém , o nde sofreu o martírio. É au-
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São Pacômio Abade, Confessor + Egito, 348. Trocou o exér-
Santo Isidro, o Lavraclot~ Conressol'
cito de Constantino pela solidão do deserto, onde recebeu de um anjo uma regra de vida relig iosa.
+ Madrid, l 170. Perfumou os
Santa Mônica, Viúva
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+ Óstia (Itá lia), 387. Mode lo
Santo Antonino de Florença. Bispo e Conl'esso1·
ele esposa e mãe, por suas orações e lág rimas obteve a conversão cio marido, e depois a cio filho, Santo Agostinho, que lhe ded icou belas páginas em suas Corif"issões.
5 São Máximo de Jerusalém, Bispo e Confessor
+ 1459. Antô nio, conhecido pelo diminutivo por causa de sua peque na estatura, tornouse célebre por sua doutrina e obras. Contra os autores do cisma grego, defendeu o Papado no Concílio de Basiléia, e a sã doutrina católica no de Florença.
+ 35 1. Sucedeu a São Macário como Bispo de Jerusalém. Com sua c iê nc ia e santidade, contribuiu para o êx ito do primeiro Concílio de Nicéia.
6 São ,João Apóstolo na Pot'la Latina + Século 1. O imperador Domiciano o fez lançar, aos 90 a no s, e m uma caldeira de azeite fe rvente junto à Porta Latina. Dela o Apóstolo virgem sai u rejuvenescido. Foi então desterrado para a ilha de Patmos, sendo o único Apóstolo não mártir.
7 Santa l?lávia Domilila, Vil'gcm e Mártir + Roma, Século I. Da família dos três últimos imperadores romanos cio século I, sofrendo o martírio por C ri sto deu mais g lória a Roma que seus parentes imperiais.
8 ossa Senhora de Luján, Padroeira da Al'genlina Image m levada do Brasil para o país irmão, operou inúmeros milagres. Sua basílica tornou-se centro ele peregrinação para argen tinos, uruguaios e paraguaios.
campos de Castela com o aroma de sua inocência, piedade e bom exemplo. Passou a viver em continência com a esposa, Santa Maria da Cabeça, após o nascimento de um filho. Padroeiro da capital espanho la.
11 Santos Abades de Cluny, Confessores França, Sécs. X a XII. "A elevada autoridade moral de Cluny, que, do século X ao XII os abades Odão, Majolo, Odilão, Hugo e Pedro, o Venerável, colocaram a serviço da Igreja e da paz civil, explicase pela irradiação de suas personalidades" (Do M arti-
16 São Simão Stock, Con l'essm' (Vide p. 36)
17 São Pascoal Bailão, Conl' 'ssor + Valência (Espanh a) , 1592. Irmão le igo fran is an o d e pureza angélica, passava horas diante do Santíssimo Sacramento. Recebeu af a profunda c iênc ia com que re fu tava hereges.
18 São Félix ele CtinWlfcio, Conressot' + R oma, 1587 . Irmão le igo capuchinho, a mi o de ão Filipe Ne ri , cluranl e 40 anos pediu es mol a nas ru a s d e Roma para seu convenl o.
rológio Ro mano Monástico).
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São C 'lcstino V, Papa e Conl'cssrn·
Santos Ncrcu e /\quiles, Mártires + Roma, Séc. l. M embros da gua rda do imperador a serv iço de Fláv ia Domitila (v ide dia 7), fora m conve rtidos e batizados por São Pedro, o que lhes valeu o martírio.
13 ANIV~RSÁRIO DA PRIMEIRA APARIÇÃO DE NOSSA SENI IORA l~M FÁTIMA
14 São Matias Apóstolo, Má1'li1 · + Século 1. Um dos 72 Discípulos de Cristo, fo i e le ito à sorte para substituir o infame traido r Jud as Iscariotes no Colégio Apostólico (antes, a 24 de feve reiro) .
+ An ag ni , 1296. Erc mila e fundador da Orei m dos elestinos, aos 80 anos foi elevado ao Sólio Ponlil"í io.
20 São Bernardino <lc Slcna, Conrcsso,·
+ 1444. Difundiu a devo ão ao Santo Nome de Jesus, convertendo muitas almas, ap lacando di scórdias c ivis s '11 do um precursor das reformas adotadas m a is tarde p los Concílios de Latrão e Trento.
21 Santo /\ndré Bobola, Márti r
+ Polô ni a, 1657. Oriundo de uma das ma is antigas fa míli as da Pol ô ni a, entrou para a Companhia d Jesus, dedican-
do-se à pregação na Lituânia e depo is na Polônia. Foi martirizado por cossacos russos ci máticos com requintes de maldade.
22 Santa Rita de Cássia, Viúva
26 Sflo Filipe Neri, Conressor
+ Roma, ] 595. Fundador da Congregação do Oratório, que tinha como principal finalidade a re novação da vida cristã entre os le igos de Roma.
+ ltá l ia, ] 457. Durante 18
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anos, suportou as asperezas e infidelidades de um marido de caráter brutal , a quem converteu com s ua paciência e espírito sobrenatural. Após a morte do marido e dos filhos, entrou para o convento das agostinianas. Operou tantos mil agres, que passou a ser conhecida como a "advogada das
Santo Agostinho ele CantuáriR, Bispo e Confessor + 605. Enviado pelo Papa São
causas perdidas" e "santa dos impossíveis".
23 Santa Joana Antida Thouret, Virgem + Nápoles, l826. Esta destemida santa passou por grandes perigos e provações durante a ímpia Revolução Francesa, ensinando catecismo, cuidando de doentes e dando esconderijo a sacerdotes e m pleno Terror. Fundou em Besançon um ramo das Irmãs de Caridade.
24 Nossa Senhora Auxiliadora Invocação inserida na Ladainha Lauretana por São Pio V, em louvor ao milagroso auxílio da M ãe de Deus na Batalha de Lepanto contra os turcos. A festa foi instituída em J8 14 para celebrar a volta de Pio VII a Roma, depois de ci nco anos como cativo de Napoleão.
25 São Gregório VII, Papa e Conressor + Salerno, 1085. Um dos maiores Po ntífices da Santa Igrej a, foi seu acérrimo defensor contra as investidas do poder lc mporal. Promoveu importanles reformas litúrg icas, ref"or mo u o c lero decadente e morreu no exíl io, perseguido p ' IO imperador alemão Henriq ue IV.
Intenções para a Santa Missa em maio
+ 576. A mãe, muito má, quis
Será ce lebrada pe lo Revmo. Padre Dav i Froncisquini, nas se guintes intenções: • Em louvor a Nossa Senhora de Fátim a, em comemora ção do 86° aniversário da l º apa rição aos trê s pastori n hos.
abortá-lo; não o conseguindo, depois do parto tentou e nvenená-lo. Salvo por um tio ermitão, que o fo rmou na prática da virtude, chegou a ser Bispo de Paris, exercendo salutar influência sobre os soberanos da França.
• Em louvor a São José, esposo da Santíssim a Virgem e santo protetor dos traba lhadores, para que interceda junto a Deus para livrar o Brasil da luta de classe s.
Gregório Magno, evangeli zou a Ing laterra, sendo considerado o apóstolo daq ue la nação.
28 São Germano de Paris, Bispo e Confessor
29 São Maximino. Bispo e Conressor
+ Tréveris, 349. Deixou a França, seu país natal, atraído pela fama das virtudes de São Agrício, bispo de Tréveris, de quem se tornou discípu lo . Com a morte deste, foi e levado àq ue la Sé.
30 Santa Joana d'Al'c, Virgem
+ Rouen (França), 1431. Susc itada por Deus para livrar a França do jugo in g lês, esta virgem guerre ira fo i depois traída e queimada como fe iti ceira. Reabilitada por Cali sto lll e m 1456, teve a heroicidade de vi rtudes reconhecida em 13 ele dezembro de l908, sendo beatificada por São Pio X e m 1909 e ca no ni zada por Bento XV em 1920.
31 Visitação ele Nossa Senhom (a nteriormente Festa de Nossa Senhora Rainha).
Intenções para a Santa Missa em junho • Em lo uvo r ao Sagra do Coraçã o de Jes us, para que cumule tod os os leitores de Catolicismo, e participantes da Aliança de Fátima, com graças especia líssimas, bem com o às suas respecti va s famí lias. • Que o s Ap ó sto lo s São Pedro e São Pau lo interce dam junto a Deus pela forma ção e pe la fidelidad e d o cl ero bros il eiro aos prin cípio s imutáv e i s da verdadeira doutr in a cató li ca.
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·Jornada Cristo Rei E vento para a formação de Correspondentes da TFP, realizado na sede campestre da entidade, em Amparo - SP lJ Luís FERNANDO EscoBAR
retomada em maior escala do processo de ReformaAgrária, impulsionado direta e claramente pela chamada "esquerda católica", foi o tema de estudo de Corr~spondentes e Esclarecedores da TFP, reunidos na Jornada de Formação Cristo Rei, no dia 6 de abril p.p. A análi se da conjuntu ra política, à lu z da doutrina
tradicional da Igreja, fo i ocasião para um amplo debate sobre a atual situação do Brasil, tendo em vista a orientação de ami gos e simpati zantes da TFP. Após as reuniões, teve lugar na capela colonial da faze nda a recitação do Santo Rosário, puxado por Dom Lui z de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil. O di a terminou com um churrasco no jardim da propriedade, com animadas rodas de conversa. •
Brutais violações em Cu TEP dirige-se a Lula A TFP, através do Presidente em exercício de seu Conselho Nacional, Dr. Luiz Nazareno de Assumpção Filho, enviou carta ao Presidente da República, a propósito de recentes e graves transgressões do Direito Natural perpetradas pelo regime comunista de Cuba. Transcrevemos abaixo o texto da referida missiva. São Paulo, 17 1, abril de 2003 Exmo. Sr. Luiz Inácio Lula da Silva DD. Presidente da República Federativa do Brasil Senhor Presiclent ' Nos últimos di as, o mundo assistiu, atônito e horrorizado, às medid ·ts repressivas tomadas pelo regime cubano contra dezenas de opositores, bem como à execução sumária de tr~s «balseiros" que conduziam um barco fugindo da ditadu ra castrista, sem que lhes fosse sequer assegurado o normal direito de defesa. A Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade TFP, fiel ao caminho traçado por seu saudoso Fundador, Plínio Corrêa de Oliveira, pede vênia para expor suas apreensões ao Supremo Magistrado da Nação, o qual conduz os destinos de nossa querida "Terra de Santa Cruz". Nesse momento de tanta gravidade em que o regime cubano, ante a fraqueza e complacência de diversas nações, arroga-se o direito de violar princípios básicos do D ireito Natural, a TFP vem manifestar o desej ele que nossa Pátria, colocando-se à altura do "gigante pela própria natureza" qu e cantamos no Hino Nacional, repudie pública e veementemente tão cruéis abusos ; pois gigante é o Brasil , não apenas por seu porte )eográfi co mas, sobretudo, pelas dimensões morais d ' sua alta vocação histórica. om ·feito, um país que não r pudie com veemência os ·rim 's que ocorrem na outrora "Pérola das Antilhas", hoje "Ilha-Prisão", e não condene o regime co-
CATOLICI SMO
muno-castrista, não será gigante a nenhum título, independentemente das qualidades morais de seu povo e do progresso material que possa alcançar, pois tornarse-á desprezível aos olhos de todos aqueles que rejeitam tão graves injustiças. A TFP, ao contrário dos chamados "católicos progressistas", tem sido sempre uma das raras entidades - por vezes a única - a denunciar valentemente a tirania cubana, bem como a ação subversiva e deletéria desse regime e de seu "comandante", as quais têm produzido, por todo o Continente, os mais cruentos frutos. Assim, vem ela reclamar, Senhor Presidente, que determine à diplomacia de nossa Pátria que proceda à altura de um Rio Branco, de um Nabuco e ele tantos outros que fizeram o renome e a glória de nosso Itamaraty, condenando com energia os mencionados crimes e conclamando o mundo a seguir o exemplo do Brasil. A não agir dessa maneira, aceitando com fraqueza e falaciosa prudência todo o mal que procede da ilha do Caribe, o Brasil poderá ser impelido pelas escuras vias que levaram Cuba à miséria e à desgraça em que se encontra, como aspiram facções do gênero do MST, da CPT e outras. Rogando à Virgem Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que o esclareça, bem como o proteja e à sua farniJia, subscrevemo-nos Atenciosamente. Luiz Nazareno de Assumpção Filho Presidente em exercício do Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP
MAIO2003 - -
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Nápoles
Cortone
Nápoles
"Peregrinação" da Imagem de Fátima na.Itália A imagem é recebida apoteoticamente em várias regiões italianas, levada por membros da associação Luci sull'Est ■ FRANCISCO SAIDL
réplica da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, que por seis meses "peregrinou" pela Sibéria Oriental (Rússia), percorreu diversas reg iões da Itália, sob a custódia de Luci sull'Est ("Luzes sobre o Leste"). Essa asCATOLICISMO
soc iação, que tem como objetivo primeiro atuar no Leste europeu, vem promovendo também na Itália peregrinações com a Imagem da Virgem de Fátima. Recentemente essa bela Imagem foi levada a várias regiões italianas, por dedicados voluntários dessa associação inspirada na obra do fundador da TFP
brasileira, o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira - para presidir inúmeras celebrações e festividades religiosas em louvor de Nossa Senhora. Tem sido recebida como visita nte de honra, seja em cidades, seja em casas de fam ílias, escolas, hospitais, prefeituras, prisões etc. Em muitas localidades, ocorrera m procissões com velas
pelas prin ·ipni s d · suas vias, além das vigílias d ornç( ·s. O prcf ilo 1· 'l'il o, na I rovínc ia de Potenza, saudou S uu lriun fa l c hegada com as se •u inl ·s pul uvras: "É a conversão de vido q11<' Nossa Senhora nos pede hoje, atrov 1 s ri<' ,\' li(/ com imagem [. .. ]. Aproveilemo.,· l',\'l<',1' dois dias, durante os quais tere111os <'11/re nós uma hóspede verdade i rr, 111 e,,/ e esp ec ia!, uma advogada quef(lz venc<'I' todas as causas ". •111 Corleto Perticara, o páro ·o q ue a o lh u a fmagem come ntou qu ', s' houvcss ·rn IOmissionários prc ando por IO dias su ·cssivos, não obteriam r ·sull ado igual ao alcançado pela visita d Slfl P •rc •ri1111 Miss ionária em dois dias. E111 <lrumo Appu la (Bari) e la foi r ·cebidu 1wlo prefeito, que depositou a s us pés u111 111malhcte de flores, dizendo :
"Grumo Appula tem necessidade de Fá tima". Um grande cortejo até a sa ída da cidade encerrou aquele memoráve l dia, com a presença do Vigá ri o Geral da Arquidiocese de Bari. Na despedida , o Padre Miche lle deite Foglie, um dos párocos, sali entou que naquel es dias "não vimos apenas emoção e sentimentalismo, mas autêntica piedade mariana ". Em todas as cidades, o acompa nhantes da Imagem, entre os quai s cooperadores da TFP do U.fficio Tradizione Famiglia Proprietà, bem como os Apóstolos de Fátima de Luci sull'Est, tê m di stribuído fartamente publicações editadas por essa assoc iação, não apenas sobre a história das aparições, mas, de modo especial, o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem , o mais famoso dos livros de São Luís M aria Grignion de Montfort. Dessa forma, procuram pro-
porcionar a todos uma autênti ca pi edade mariana. Assim, a Virgem Santíssima deixa nas . almas e nas cidades por onde passa uma esteira luminosa, a semente de sua graça para preparar-nos àquele acontec imen to ainda não reali zado de S ua Mensagem na Cova da Iria. *
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Os leitores desejosos de co nhecer como nasceu (em 199 1), as metas e os métodos de Luci sull'Est, podem obter essas e outras informações no website www.lucisul lest. it, disponível em 10 idi omas, inc lusive o português. A versão mais completa, co mo é natural , é em italiano. Nesta última, há uma seção intitulada álbumfotográfico. O visitante pode "folheálo" e ver documentários fotográficos das atividades dessa atuante associação. •
MAlO2003 -
• PUNIO CORRÊA DE ÜUVEIRA
H
muitos a 10s, quando visitei a Sainte Chapetle (Capela Santa) pela primeira vez, pensei que esta parte baixa foto acima] fosse a capela principal. Julguei-a tão bonita que, ao vêla, soltei uma exclamação; a qual, em mim, tem muito significado, porque não sou muito exclamativo. Fiquei encanLado! Entr tanto, disseramme para subir logo, porque o fluxo dos visitantes estava aumentando, e a Sainle Chapelle ficava em cima, sendo aquele a dar inferior destinado aos servidores. Corno os habitantes do palácio eram muito numerosos, e o Rei gostava de assistir ao Santo Sacrifício com todos juntos, celebra -se urna Missa embaixo e outra em cima. Como a parte superior não comportava todos, os servidores permaneciam embaixo. Em cima, acomodava-se o Soberano com sua corte.
colunas fortes, atarracadas; mas todas elas abrem-se como se fossem palmeiras cujas folhas se unem no teto. E se abrem de modo tão harmonioso, tão gradual, tão perfeito, que a pessoa tem uma certa impressão de que elas ficam lá no alto, no teto, no ponto onde se unem, mas que, ao mesmo tempo, esse ponto muito alto está ao alc~ce da pessoa. Por onde, fica-se misteriosamente elevado. Na intimidade, temse a impressão de grande elevação; e na elevação, tem-se a impressão de grande intimidade. O homem mede toda a gr ndeza de Deus, mas, concomitantemente, sente-se elevado até o Criador. A'.retuosa e carinhosamente elevado até Deus.
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As ogivas exercem o seu incomparável fascínio sobre os espíritos. Vemos como a ogiva é um ornamento belo, e como o jogo de ogivas é mais bonito do que cada ogiva em particular. A Sagrada Escritura diz que Deus, quando criou o universo, repousou no sétimo dia, col)sidcraodo * * * a o ra que tinha feito. E tornou-se-Lhe patente que Chamo atenção, em primeiro lugar, para o secada coisa era bela, mas que o conjunto era mais guinte aspecto: há algo nas proporções desta parte formoso do que cada parte. Na Sainte Chapei/e cncontrarnos isso. Todas essas colunas são bonitas, baixa da ca_pela, inteirainente divers do que nos habituamos ver nessa matéria em igrejas. Há IEN as pinturas acentuam tal beleza, os vitrais etc. uma proporção especial para quem ora: 't-~Y. '/'~ Mas o conjunto é muito mais belo. • sentir-se num ambiente muito elevado, • ~. mas ao mesmo tempo muito íntimo. A ~ pessoa sente-se como que ·ecebida por O Sa1111e Çhapelle ?.e Pans_, cons ni(da .1un10 110 . . O, Palats de la Crté, heiJe Palar.1· de J11,wu·1•, Iwlo 111 Deus em seu gabmete pessoa , na sua sala ~~ quiteto Pierre de Montcrcau, ou cl Mon1rl'11il , drr mais interna. N ma perspectiva que conN~ rante o reinado de São Luís IX , s6rnlo XIII, p11r11 cilia a elevação com a intimidade. • 0 conter as preciosas relíquias trazidas , de Con~I1111Ii110 1
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Nota:
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Como se consegue isso• Da segumte maneira. as colunas são muito esguias, são tênues; não são
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pia, pelo santo monarca. Dividida cm 2 andares: ,1 qwl1111I111 1 destinada a recebe ' as relíquias; capela baixa, rcs1:I vud11 puni acolher as sepulturas de dignitários cclcsiás1ic.:os .
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1J PUNIO C O RRÊA DE _ÜUV[ IRA
---~ Li MAR 1· ,Junho de 200~3
Incongruências da esquerda "C uba, vítima da mais sinistra tirania que até hoje tenha existido nas vastidões do Continente americano". Palavras de Plinio Corrêa de Oliveira, incansável paladino do povo cubano subjugado pelo comunismo.
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CAR'l'A DO Dm...:·1'01i
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PAGINA MARIANA
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LEITURA EsP11m·uA1,
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Co1umsP0Nrn~:N<:1A
Nº 630
Aparições e os critérios da Santa I greja D as vktudes p rin cipais
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"se
tivesse sofrido sanções econômicas reais, o regime cubano já não mais existiria" 2 , foi
a recente declaração de Alina Fernández, filha de Fidel Castro, que rompeu com seu progenitor e exilou se em Miami . Ela lamentava que, in felizmente, o bloqueio a Cuba não tem sido total, pois há países que o furam para ajudar a permanência da tirania fidelcastrista . Sua incontestável afirmação é, entretanto, contraditada por muitos esquerdistas contemporâneos, que jogam a culpa nos Estados Unidos pela miséria na infeliz ilha-cárcere do Caribe . É também indiscutível que a an tiga prosperidade econômica de Cuba foi completamente arruinada pelo regime marxista cubano, ape sar dos polpudos subsídios da exURSS. Plínio Corrêa de Oliveira sempre batalhou pela erradicação desse regime tirânico e antinatural, pro pugnando que somente o bloqueio econômico total poderia abreviar o sofrimento do povo cubano. Como também denunciava que a ajuda econômica a Cuba não tinha outro efeito senão prolongar a ditadura comunista na desditosa ilha. Dentre os numerosos artigos do insigne pensador católico sobre essa temática, transcrevemos a seguir trecho de um deles . CATO LICI S MO
" uba conLinua a se r, cm nossos dias, a i lh a-ca labo uço, qu reprod uz, cm nosso hcmi sf6ri o, Lodos os horror s ca raclcrísLi cos do naz ismo e ci o co muni smo. lslo, 1uc se ac ha à visla d Locl s, !orna cspa nloso o so pro propa anclísL ico inl cnso a favor ci o r 'a lam 11 10 das r laçõ s co m uba. A manu lcnção ci o alu ai bloqu eio da ilh a 6 aprcscnl acl a l p ' la sq ucrcla l co mo med ida cl iscri min alória e odiosa. Ao passo q ue a cessação ci o bloqueio 6 v isLa como uma aspiração si mpáLica e generosa.
1 esla form a, a " generosidade" ele alma consisle em apertar a mão ao carrasco, conso li !ando-o ipsofacto no poder. H averá al go de m ais in cong ru enlc?" . 1 •
Notas :
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1. Calo/icis1110 , nº 353, ma io de 1980. 2. " Fo lh a de S. Pau lo", 11-5-03. 3. " ·olh a de S. Pa ulo", 17-6-73.
Foto de um aspecto do centro da capital cubana - a rua Santo Inácio na Havana Velha - zona conslderadi! a menos deteriorada da cidade. Pode-se lmaQlnar então como será o res to dela ...
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DO SACl-:RDO'l'E
A juda a Fidel , constitui auxílio à sua tirania A impostura do pacifism o hipócri ta
CnmM?
Nobreza e Tradi ção
Qual é o maior inimigo do PT?
D evoção ao Sagrado Coração de J esus São Norberto, J'undador e pregador
60 anos de um livro-bomba
Familia Imperial Austríaca: intimidade sem vulgari dade
48 TFPs em Ação Nossa capa: Quadro da aparição de Nosso Senhor a Santa Marga rida Maria Alacoque , Convento da Vi sitação de Sa nta Maria , Paray-le -Monial (Borgonha, Fronça). Foto: Felipe Barand iarán
JU N H02003 -
O que pensar das aparições de Nossa Senhora
Amigo Leitor,
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n• 23228 Redação:
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Falar sobre o Sagrado Coração de Jesus é, realmente, reconfortante para a alma. Neste mês, nosso arti go de capa apresenta substanciosa matéria sobre tal ass unto, que, tenho certeza, será uma excelente ocas ião para se rev igorar a fé e a esperança nas promessas feitas pelo Sagrado oração. Hoje, vivemos uma terríve l guerra espiritual, em que os católi cos, para assegura r sua salvação eterna, prec isa m mais do que nunca valer-se dos poderosos recursos que a Providência Divin a coloca ao seu alcance. Um desses recursos providenciais - dos mais elevados e necessários - é justamente a devoção ao Sagrado Coraçã.o de .J esus. O conheci mento mais profundo dessa devoção constitui fonte abundante de graças e bênçãos. E também refúgio seguro nesta época neopagã, em que se multipli cam os ataq ues à verdadeira Religião e aos Mandamentos da Lei de Deus. Tais investidas põem cri amcntc cm risco a salvação das almas dos que, in feli zmente, desconhecem o va lor e o mérito das autê nticas e tradici onais devoções da Santa Igreja. No presente mês, d cli cado ao 'agrado oração, abordamos um componente muito especial dessa devoção: o " Detente" - o Escudo do Sagrado Coração de Jesus. Essa pi edosa práti ca, outrora muito difu ndida entre os cató licos, é um modo si mples, mas espl êndido, d mani festa r p rmanente mente gratidão e amor ao Sagrado · Coração, vítima ele nossos pecados. E, ao mesmo tempo, de receber cl 'Ele inúmeros benefícios e ex traordinári a proteção contra toda sorte de perigos. * * * Nesta ed ição publicamos também importante matéri a sobre os 60 anos do livro Em defesa da Ação atólica, cio Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. O lançamento desta obra, em 1943, rcpr sentou uma verdadeira bomba nos meios cató li cos. Anos mais tarde, o próprio Papa Pio XII concedeu-lhe decisivo apoio, ao enviar carta altamente e logiosa a seu autor. Em defeso da Ação atólica é fundamental para se compreender a origem da cri se que se instaurou na Igreja e que atinge um auge em nossos di as. Antes dessa cri se, em todo o Bras il , as associações de apostolado pres tavam valioso serviço à Igreja; e a esmagadora maiori a católica em nosso País, unida a seus legítimos pastores, formava um bl oco coeso, pesando decisivamente na opini ão nacional. O que provocou a notória decadência religiosa que se seguiu a partir ele então? Que fat rcs determinaram a mudança ele rumos do mov imento católico no Brasil? Plini o Corrêa de Oliveira aponta, com clareza, precisão e objetividade, os germes de deteri oração que começavam a aflorar, na época, nos ambientes católi cos, e os denuncia com coragem. A leitu ra de tal matéria é indi spensável a todos que desejam compreender, em profundidade, as razões das desco ncertantes mudanças ocorridas nos últimos 60 anos , em meios cató li cos. Que o Sagrado Coração ele Jesus cumule com bênçãos espec iais, neste mês, cada um ele nossos leitores e suas respectivas famílias. Desejo a todos uma boa leitura.
Em Jes us e Maria,
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora
Paulo Corrêa de Brito Filho
PADRE BELCHIOR OE PONTES L TOA.
DIRETOR
A sabedoria da Igreja em considerar o assunto e as imposturas diabólicas ■ V ALDIS GRINSTEINS
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ossa Senhora é nossa mãe. E não é de admirar qu e E la que ira aparece r, pa ra e ns in ar e proteger seus filhos. De o ut ro lado, po ré m, o ini migo de nossa sa lvação, que se a presenta por vezes co mo "anj o ele lu z" (ll Cor 11 , 14), te m e mpenh o e m fa bricar fa lsas apari ções p,u·a desvi ar os fié is. E há també m c harl atães que inventa m a parições, co m motivos esc usos. A sap ie nc ia lidade da lgrej a nesta matéri a deve se r nosso mode lo. Te nhamos cuid ado e ana lisemos caute losamente as múltipl as notíc ias sobre aparições de Nossa Senhora hoje e m di a. Posso ac reditar no que o uço fa lar de ta is apari ções? Perg untas como esta são apresentadas com certa freqüênc ia ao s que divulga m a devoção à Sa ntíss ima Virge m. Nossa revi sta j á te m tratado dos critéri os que utili za a Santa Igrej a para reco nhecer se aparições merece m fé (ve r Catolicismo, nº 560, agosto de 1997 ; e nº 572, agosto de 1998, "A Palavra do Sacerdote"). N ão fa laremos, po rtanto, especifi came nte dessa questão. Nossa intenção aqui é apenas apresenta r a lguns dados para auxili ar o meritório labor de pessoas dedi cadas a responder tais perguntas. Um prime iro po nto a ser conside rado é a seri edade com que a Igrej a encara essa maté ri a. Diviname nte ins pirada, e com a ex periê nc ia de 20 sécul os de Hi stó ri a, Ela anali sa co m mui to c ui dado todas as mani fes tações supostamente sobrenaturais. Depoimentos são to mados, ana li sados, rev isados. Verifica-se se não há a lgo que deponha contra a aparição e se ne nhum deta lhe desabo nador fo i esquec ido. E só a pós c uidadoso exame a Santa Igrej a reconhece a a ute ntic id ade desta ou daque la apari ção. M ais prec isa-
Conjunto escultural representando a aparição de Nossa Senhora em La Salette {França), no século XIX
mente: dec lara-as " dig nas de crédito", sem impor aos fié is a sua ace itação . Para avali ar a seriedade desse trabalho, alguns dados estatístico poderão ser de utili dade para nós .
Aparições em 11úmel'OS Tenho e m mãos um livro intitul ado " Enquêle sobre as aparições da Virgem ",* que procura faze r uma análise, co m rigor hi stórico, das d iversas apari ções marianas ocorridas no séc ulo XX. O auto r não to ma posição nas controvérs ias, não se mani fes ta ndo a fa vor o u contra esta ou aque la aparição. Limita-se a reg istrar os fatos. A parte que nos interessa no presente arti go encontra-se no fin a l da obra: uma tabela registra ndo as aparições desde 1900 até 1993; portanto, du rante quase todo o século XX. No tota l, são 362 apari ções a na li sadas. Ao lado de cada uma encontra-se uma descrição do seu status. Ou seja, se as apari ções fo ram aprovadas - e, portanto, sole ne mente reconhecid as, no sentido ac ima expli.c ado - pe lo bispo local ; se tive-
ram a lgum culto autorizado pelas auto ri dades competentes, portanto algo de muito menos peso do que a aprovação, mas que re presenta, em todo caso, um bo m sinal; se fo ram desauto ri zadas total ou parc ialmente; ou se inex iste, até o presente, qualquer dec isão das autoridades eclesiásti cas a respe ito cio ocorri do. O primeiro as pecto que chama a atenção é o baixíss imo número de aparições aprovadas: apenas q uatro. Ao q ue sa ibamos, ma is um a fo i aprovada posteriormente - tota li za ndo c inco, portanto mas isto representa pouco ma is de 1% das apari ções ana li sadas. O utras 11 tiveram a lg um c ulto autori zado, se nd o a ma iori a des tas anteriores a 195 0. Em sentido contrá ri o, há 79 aparições desauto ri zadas , ou sej a, pouco mais de 20 % . Tradu zid os estes números em linguagem ma is simples, e les significam que a Igrej a, das apari ções do sécul o XX, aprovou uma em cada 100 e desautorizou uma e m cada 5. Tais dados são signifi cativos para exprimir o ri gor da Igrej a Cató lica JUNH0 2003 -
ao exa minar os fatos. E ta mbé m 'revelam como os fi é is deve m ig ualme nte ser séri os e agir ca ute losame nte nesta matéri a, não se de ix a ndo levar por ondas e sensacionalismos.
A1'dis do demônio Chama a atenção que, das c inco a pari ções aprovadas no sécul o XX , du as ocorrera m na Bélgica: uma e m Beauraing, no a no de 1932, e o utra e m Banne ux, e m 1933. Pouco depo is começou uma o nda de "aparições" naque le mesmo país. Até _1936 - po rta nto, quatro a nos de poi s ela prime ira a pari ção reconhec ida como ve rdade ira - s urg ira m ali nada me nos que L5 "aparições", sendo 1Odestas conde nadas pe la Igreja; e a respe ito das o utras c inco, ainda não ho uve ne nhuma decisão. Não co ns ta m fa lsas aparições e m Portugal, após os acontecime ntos de Fátima. Como exp licar tal difere nça?
Duas táticas <liabólicas Parece- nos que o de môni o, pai da me ntira , utili za duas táticas difere ntes, segundo a divers idade de situações. Num primeiro caso, tenta e le desprestigiar as manifestações sobrenaturais, multipli cando de modo des mesurado o número de "aparições". Desta fo rma, normalme nte as pessoas, tomando conhec ime nto delas - que, e m muitos casos, comportam " profecias" rapidamente desmenti -
das pe la realidade o u atitudes francamen te reprováveis por parte do "vidente" o u "videntes" - ficam desconfiadas se a aparição verdadeira não fará parte dessa ava la nc he de ma ni festações tidas como sobre naturai s. [g ualme nte, conhecendo o de mô ni o o bem que produz nas alm as tíbi as o u indi fe re ntes um aco ntec imento bo m ines perado, procura clesv irtuálo, pe la multiplicação de o utros eventos se me lh a ntes, o qu e tende a tornar qualque r aparição um fato bana l. Se c hega m ao nosso co nhec ime nto du as apa rições ve rd ade iras cercadas por I O fa Isas, pode rá pairar um a dúvida te rr ível ace rca das duas verdadeiras até a Igreja estud a r todos os ca.-os e se pro nun c ia r sobre e les, o que tirará às verdadeiras aparições muito ele sua e fi cácia . Sem fa la r dos c ha rl atães .. .
Autenticida<lc
x embustes
No caso de Fátima, a situação é co mpletamente diferente. Nossa Senhora e nviava uma me nsagem de tran scende nta l impo rtâ nc ia para o mundo todo, a nunc ia ndo o fim de uma e ra hi stórica revoluc io nári a e, a pós casti gos e provações se os homens não se arre pe nde rem - o iníc io cio re inado de seu Imaculado Coração. Tudo isso apresentava um porte unive r a i, e não apenas vantagens locais para os videntes ou outros. Lembremos que na última apa rição teve lugar o milag re do so l, testem unhado por milhares de
A multidão presente testemunhou o milagre do sol na última aparição de Fátima
-CATOLICISMO
pessoas. Sua repercussão foi e no rme, e Fátima constitui um tema po lê mico até hoj e. Nesse caso, para o de mô ni o conseg uir rea li zar fato seme lha nte, te ri a que operar um gra nde e a utê ntico mil agre, o que lhe é de todo imposs íve l. Seria difíc il ao príncipe das trevas mi sturar um acontecimento do mag nífico porte de Fátima com várias pseudoaparições ridícu las, minguadas e até contraditórias. E ntão, o que faz e le? Utiliza a tática cio s ilê ncio. Proc ura evitar que se fa le da verdadeira aparição. Se e le inve ntasse o utras "apa ri ções", e las não fariam sombra aos portentos rea lizados por Nossa Senho ra em Fátima. Pelo contrário, fa ri am co m que o denso conte údo das apa ri ções fos se le mb rado e comentado. Ass im sendo, a tática me lhor para o maligno é tentar la nçar ·obre e las o véu do esq uec imento.
Cast;igo e prêmio silenciados N essa o rde m de idé ias, co mpreendese que o diabo procure desvirtu ar a me nsage m de N ossa Senhora e m Fátima. Oblitera-se o lado trágico da mensagem, o apelo matern o a uma huma nidade c hafurdada no pecado, a advertência sobre os castigos que se aprox imam. Por isso, nota-se um duplo jogo, que favorece o demônio: é melhor que não se fale dos eventos de Fátima; mas, sendo imperi oso falar, procurar a presentá- los co mo aco ntecime ntos sem mai ores conseq üê nc ias para a hum anidade, como que ne utros, sem a idé ia ele castigo e de prêmio. Muito haveria a dizer sobre as diversas aparições de Nossa Senhora e suas contrafações, inventadas o u instrume ntalizadas pelo mali g no. Aparecendo a o po rtunid ade, iremos ex ibind o fatos e a rgumentos para aj udar os cató li cos fi éis, desejosos ele uma maior segurança doutrinária nesse tema, a formar sua opini ão. Assim, co ntribuire mos para difundir uma verdadeira devoção à M ãe ele Deus , "interior, terna, santa, constante e desinteressada", segundo as palavras de São Luís Mari a Grignion ele Montfort, em seu fa moso Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. •
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Fonte ele referência:
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Yves Chiron, E11quê1e sur les appariliuns de la Vierge, Ecl . Perrin/Mame, França, 1995, 430 pp.
Das virtudes principais C ertos Lemas publicados nesta seção têm se prestado, ao mesmo tempo, a leitura espiritual e a formação religiosa. É desse gênero a matéria que passaremos a tratar: "As virtudes principais e outras coisas que o cristão deve saber", extraídas do Catecismo de São Pio X 1
§ 1. Das VÍl'tmles teologais A virtude [sobrenatura l] é uma qualidade da alma pela qual se te m prope nsão, faci Iidad e e prontidão para conhecer e praticar o be m. As princ ipa is virtudes sobre naturai s são sete, isto é, três teo loga is e quatro cardeais.
As virtudes tcologais são: Fé, Es11crnnça e Cm·idadc E las se c ha ma m virtudes teologais porque têm a Deus por objeto imed iato e principal , e são infundidas po r Ele. As virtudes teologais têm a Deus por objeto imediato porque, com a Fé, nós c re mos e m De us e cremos e m tudo o que Ele reve lo u; com a Esperança, espera mos possuir a Deus; e com a Caridade, amamos a Deus, e n'Ele a ma mos a nós mesmos e ao próx imo. Deus, em sua bondade, infunde na a lm a as virtudes teologais quando a ado rna com s ua g raça santifi ca nte; e por isso, quando recebemos o Batismo, fomos e nriquec idos com estas virtudes, juntamente com os dons do Espírito Santo. Para quem desfruta o uso da razão, não basta ter recebido no Batis mo as virtudes teo logais, mas é necessá ri o fazer freqüen temente atos destas virtudes. Somos obri gados a fazer os atos de Fé, de Esperança e de Caridade: 1° - quando c hegamos ao uso ela razão; 2° - freqüentes vezes, no decurso da vida; 3° - em perigo de morte.
§ 2. Da Fé A Fé é uma virtude sobre natura l, infundida por Deus e m nossa a lma, pela qual nós, apoiados na autoridade do mesmo Deus, cremos ser verdade tudo que Ele reve lo u, e que por meio da Igreja nos propõe para c re r. Nós con hecemos as verdades reve ladas por Deus por me io ela Santa Tgrej a, que é in fa líve l; isto é, por me io do Papa,
sucessor de São Pedro, e por me io cios Bispos, sucessores dos Apóstolos , os qua is fora m instruídos pe lo pró pri o Jesus C ri sto 2 . Nós esta mos seguros elas coisas que a Santa Igreja nos e nsin a, po rque Jesus C ri sto e mpe nho u a sua pal avra, afi rmando que a Igrej a nunca se e nganari a. Perde-se a Fé com negar o u duvidar voluntariamente, mesmo de um só artigo que nos é proposto para c re r. Reconqui sta-se a Fé perd ida a rrepe nde ndo-se do pecado cometido e c rendo de novo e m tudo o que c rê a Santa Igrej a.
§ 3. /)os Mistél'ios Não pode mos e nte nde r todas as verdades da Fé, porque alg umas dessas verdades são mi stérios3. Os mi stéri os são verdades supe ri o res à razão, que nós elevemos crer, a inda que não os possamos compreender. Devemos crer nos mi stérios, porque foram reve lado s po r Deus, o qual, sendo a Ve rdade e a Bondade infinitas, não pode e nganar-Se ne m e nganar-nos. Os mis té rios são supe ri o res, mas não contrários à razão; e até a própria razão nos pe rsuade a admiti- los. Os mistérios não podem ser contrários à razão, porque fo i o próprio Deus quem nos deu a lu z da razão e revelo u os mi stérios, e Ele não pode se contradizer. •
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J. Ca1ec/1i.rnw Maggiore p,v111u/ga10 da San Pio X, T ipografia Vaticana , 1905 , Eclizione Ares, Milano. 2. Segundo ens in a a própria Igreja, os Bispos individualmente, ou mesmo vários deles, podem errar, o que é sobretud o notório em épocas ele c ri se co mo a nossa. Até heresiarcas tê m saído elas fil e iras epi scopais , co mo Jansênio e out ros. Mas a Igreja, enquanto cons iderada no co nj unto ele sua doutr ina , nos dogmas ele Fé, nas verdades tra nsmitidas pe la Trad ição ininterrupta etc., essa não erra.
3. Exemplos ele mi stérios ela Fé são a Sa ntíss ima Trindade, a Enca rn ação cio Verbo ele Deus, a Maternidade virginal ele Nossa Senho ra.
JUNH02003-
pliar esse quadro para pendurar e m casa. (R.A.S. - DF)
Noutros tempos ...
l8J Por co inc idênc ia, no mes mo dia e m que li o arti go de Catolicismo sobre a vinda da Imagem de Na. Sra. de Fátima ao Brasil, em maio de 1953, estava à noite fo lheando o Jornal do Brasil do presente dia 13 de maio, e me cha mo u a atenção a foto de uma imagem de Nossa Senhora - ig ualzinha à da pág ina 42 da revista - e, ao lado, o título: Há 50 anos - 13 de maio de 1953.
Guerra no campo De todos os lados o uvimos peti stas esbravejando contra a guerra ao Iraque, co locando lenha na fog ue ira dos movimentos c hamados "pe la paz". Uma paz da boca pra fora, porque e les se mpre incentivaram a revolução, a vio lência, a agitação, a greve, a invasão, uma guerra declarada à propriedade particu lar. EXIGEM a paz para o Iraque e não conseguem seq uer um pouco de paz na própria casa. Não conseguem sequer a paz nos meios rurais , que sempre foram de muita paz e tranqüi lidade. Pelo braço armado do MST, estão sempre envolvidos em guerra contra que m tem alguma coisa neste País. Sofro na pe le essa revolução agrária, tem muitos anos que estamos, eu e meus vizinhos, sofrendo uma guerra dec larada pelos chamados "sem terra", que querem tomar o pouco que temos. E não é na base da conversa não, é na base ela força. (A.C.B. - PE)
Paciíistas, mas 11ão cristãos
l?2J Belíssi mo o q uadro - no Catolicismo de ma io - que mostra Nosso Senhor com um ch icote expu lsa ndo os vendi lhões, os bandidos que profanavam a Casa do Pai. Eis o Leão da Tribo de Judá, que hipocritamente os "cristãos" pacifistas q uerem om itir. Quando tiver condições vou am-
lllllcATouc1sMo
Ache i cu ri o. a, não some nte a coinc idê nc ia, mas a maneira como o Jornal cio Brasi l naquela é poca antiga não tinha receio de escrever sobre um tema tão re li g ioso , fa lando de N ossa Senhora, pub li cando até os versos cio hino "A I ele maio". Hoje em dia ... ac ho que a censura dos ateus passaria a tesoura nessa part . Pela coinc id Anc ia e pe lo curioso da notíc ia, e nvio para vocês esse pedaço do J B. (F.R.C.C. - RJ)
Nota da redação: Rea lmente interessante o recorte do ".Jornal do Brasi l" que nos envia o le itor, cuj a gentileza agradecemos. Pareceu-no que muitos de nossos leitores se interessariam também em conhecer os termos dessa publi cação de 50 anos atrás. Ass im, aba ixo a transcrevemos. Ela é publicada pe lo "JB" cm sua seção "Nas Páginas da História", na qua l se reproduzem excertos daq uilo que fo i notícia "Há 11 0 anos", "Há 80 anos" e "Há 50 anos". Nesta última parte figura a referid a notícia, seguida de outra info rmando que, em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, naquele 13 de maio de 1953 fora decretado ponto facultativo nas repartições federa is. Se nos presentes dias essa Image m retornasse ao Bras il , decretaria o governo federa l ponto fac ultativo, a fim de q ue maior núme ro de pessoas pudessem ho menagear Nossa Sen hora? Deixemos a resposta ao le itor...
"Jornal do Brasil", 13 de maio de 1953: "O Brasil, ajoelhado, recebeu
ontem Nossa Senhora de Fálima, que finda entre nós sua peregrinação mundial. Uma multidão foi à Praça XV recebê- la. A imagem. da Virgem Pereg rina irá hoje ao Estádio do Maracanã, onde será venerada por cariocas e visitantes e será rezada missa pelo.fim do comunismo. Rogase aos fiéis que adquiram .flâmulas alusivas na sede da Co11federação Católica Arquidio cesa na e que aprendam o hino a ser cantado nas f estividades: 'A 13 de maio/ Na cova da Iria/ No céu aparece / A Virgem Maria ... Estribilho: Ave, ave, ave, Maria (bis) A três pastorinhos / Cercada de luz / Visita Maria, / A Mãe de Jesus .. .'".
1'/J
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po<lef'
Como fiel à Igreja de C ri sto e aos autênticos princípios cató li cos, con heço a realidade de um a " Igreja Paralela", que parece fazer questão de não ser Apostólica Romana. Oportuna a matéria a respeito da asce nsão de adeptos da malfadada e co ntraditória TL [Teo logia da Libertação] no govern o Lula. Tais representantes do materialismo dialético utilizam-se do prestígio moral da Igrej a para alca nçar a lgum destaque (sobretudo nos meios políticos) , mas tratam com desprezo as orientações do Santo Padre o Papa e ridi cu lari zam os esforços leigos em defesa da fé e da moral cató li cas. Parabéns, Catolicismo. (C.A. - ES)
O i11dispe11sáYel combate Gostaria de dizer-lhes muito obrigada, pelo belíss imo trabalho de todos. Fiz a assinatu ra da revista, já a conhec ia at ravés de um amigo; realmente é um a forma de estar evangel iza nd o muitas pessoas care ntes de Deus. Que Nossa Senhora possa estar sempre iluminando cada vez mais este traba lho. Gostaria também de pedir que fa lassem mais sobre casti -
dade, pois hoj e é um desafio para muitos jovens. Na comu nidade da qual participo, fa lamos muito sobre o ass unto, e buscamos vivenciar radicalmente, para a honra e g lória de C ri sto. E sei que vocês podem nos ajudar e muito. Conto com a Catolicismo no combate deste p ecado da carne, que, como diz São Paulo, em l Cor, 6, 19: "Ou não sabeis que vosso
corpo é templo do Espírito Santo?". No período da Semana Santa pude vivenciar, no retiro, um pouco dosofrimento de Nossa Senhora e de Nosso Senhor. Mas , ao ler a matéria de Catolicismo, co nfesso que emocionei -me bastante, chorei por saber que meu Senhor por mim sofreu martíri os, amou o mundo sem limites, senti o utra vez o sofri mento de C ri sto. É realmente Nosso Senh or q ue nos dá forças para não desanimar diante dos problemas, que vivenciamos diari a me nte na luta contra o pecado e no combate contra todas as fraquezas enfrentadas por nossa Igreja. (M.L.R.P. - TO)
gras dos horários e tipos de programação das redes de TVs. (G.V.S. - MG)
N0Ye11a <la Medalha Milagrosa 18] Venho agradecer pela nove na da Medalha Milagrosa e pe lo calendário. Quero com uni car que recebi três graças. A saúde de minha tia, de meu afilh ado e um serviço que minha amiga conseguiu. (J.M.S. - MG)
Presente especial 18] Ne m queira saber que surpresa ao receber o presente especial. É tão raro receber uma imagem tão querida, linda e poderosa como a que você me envio u! Nossa Senhora está aqui sobre a minha mesa de trabalho, num lugar especia l. Graças a Deus, posso acompanhar a Campanha de difusão da Mensagem de Fátima por todo o Brasil. Fico muito fe li z, porque Nossa Senhora vai triunfar. Esforço-me para ajudá-La, como ped iu e m Fátima, com orações, re núncias e sacrifícios. Fiquei muito feliz com as intenções da Santa Missa. (W.R. - SP)
ram mais de 50 pessoas. N ão vieram ma is porque muitos não ac red itava m: Até o padre não acreditou . Muitos se arrependeram de não ter vindo. Se houver outra chance, acred ito que não vai te r lugar para tanta gente. Alguns que não vieram me perguntaram pelos folhetos, para se poder corresponde r também. Todos agora me para m na rua e comentam que seri a um a a legria acontecer de novo. Como é marav ilhoso! (M.P.S. - SP)
Elas fizeram as pazes 18) Tenho que contar-lhes sobre uma graça qu e aco ntece u no dia e m que a image m de Nossa Senhora de Fátima Peregrina esteve em visita em minha residência. Uma senhora que veio ass istir à reza do terço encontrou-se com um a am iga de infâ nc ia aq ui e m casa, e que desde a época de co lég io e ram inimi gas. E na hora do intervalo e las se abraçaram e fizeram as pazes. E u me senti fe li z de ter aco ntec ido esta graça aq ui em meu lar. (F.R.M. - PI)
Quem co1Ihece, quer assina,·
Com tê
Mamle o boleto
l'.Bl Há a lg uns meses tomei conhec imento da existência da revista Catolicismo, através de uma am iga. Gostei muito das matérias que tive oportunidade de ler. Pretendo to rnar- me ass inante desta rev ista maravilhosa. (M.A.L.P. - CE)
Eu fumava desde os 16 anos sem parar. Antes de comp letar 40 anos, pedi a Nossa Senhora que me concedesse a graça de parar de fumar. Em menos de I mês e la me concedeu a graça. Eu agradeço e di go: Tudo que se pede co m fé, nós alcançamos. (1.C.M.B. - RS)
tBi M ais uma vez lhe escrevo pedindo que mande o boleto da "A lia nça de Fátima". Estou preocupada, não recebi o boleto. Só peço que não me deixe fora desta Campa nha que tem fe ito tanto bem. Esta campanh a fo i in spirada por Deus, e eu quero fazer parte dela até o fim de minha vida. É co mo que e u estivesse preparando um a fl orzi nha para a Rainha do Céu. (M.A.C.O. - CE)
ReYolta<la com a TV No caso dos programas de televisão, eu também me s into revoltada com essa fa lta de respe ito. Gostaria mesmo que a Ju stiça fizesse a lg uma coisa para acabar com essa pouca vergonha. (T.J.S. - SC)
Veículo do mal [81 Como V. Sa. e outros milhares de brasi leiros, achamos a TV no Brasi l um veícu lo do mal , da corrupção, da viol ê nc ia etc. (W.W.M.S. - RS)
Censura 18] A censura como existia anos atrás
deveria novamente fazer parte das re-
Flores, Yelas e faixas 18] Eu agradeço a Deus e a vocês pela visita de Nossa Senhora de Fátima em minha casa. Minha fam ília não sabia o que faze r, de tanta alegria. Foi a maior festa que tive em minha casa. Mais do que 150 pessoas. F izemos um altar bem enfeitado, com muitas flores, velas e faixas saud ando nossa Mãe. Espero que e la volte breve. (J.C.S. - MG)
Muitos se al'l'epe11deram Venho agradecer pela querida imagem de Nossa peregrina em mi nha casa. Peço que e la retorne. Vi e-
Medalha Milagrosa Desde que ganhe i a Medalha Milagrosa minha vida mudou. Meu marid o foi para um novo emp rego. (1.M.S.S. - SP)
Cortas, fax ou e-mails poro os seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram na página 4 desta ediçáo.
JUNH0 2 0 0 3 -
n Cônego JOSÉ
LUI Z VILLAC
... Pergunta - Conheço um padre já velho, o qual tinha meu respeito e consideração, pela leitura de seus livros. Entretanto, de uns tempos para cá, ele "dá em cima" de minha cunhada, insinuando-se com "cosquinhas" nas mãos dela. O padre freqüenta a casa dos parentes de minp.a esposa há muito tempo, mas de uns tempos ·para cá ficou assanhado. Neste domingo, numa conversa comigo, disse que o pessoal do "Catolicismo" era radical e que minha fé era convencional. Disse-me que a visão do inferno, dos pastorinhos de Fátima, era apenas uma visão. E que os pecados da carne não são assim tão fortes, e precisamos compreender melhor a questão. Por favor, qual a opinião dessa importante revista?
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Resposta - Não estranha que um sacerdote, tão leviano como o descreve o missivista, procure minimizar a gravidade dos pecados da carne. E, na coerência da mesma posição doutrinária errônea, não dê maior importância à visão do inferno descrita na primeira parte do Segredo de Fátima. Como também não estranha que ele considere radica l a revista Catolicismo, a qual, baseada na doutrina tradicional da Igreja, sustenta exatamente o contrário. O que não se pode deixar de lamentar é que o referido sacerdote tome atitudes tão pouco condizentes com seu estado clerical, importunando e tomando liberdades inadmi ssíve is co m um a moça. E mbora a descrição não entre no pormenor, não será juízo temerário supor que, embora j á velho, de há muito abandonou o uso da batina, como ocorreu co m tantos outros
padres após os ve ntos de "li bertação" que se seguiram ao Concílio Vatican o II. Tal é notório e foi muito comentado e lame ntado, inclu sive por Paulo VI, em seu célebre desabafo sobre a fumaça de Satanás que penetrou na Igreja de Deus. Um reli gioso ami go contou-me que um confrade dele reconhecera ter tido suas primeiras tentações contra o celibato sacerdotal ju 'tamente depois que de ixara de usar a batina .. . Diante de um a s itu ação tão abe rrante, não há co mo deixar de afirmar categoricamente que as atitude.· do sacerdote e m questão non clericant, isto é, não condi zem co m seu estad o clerical. E qu anto aos preceitos do 6° e do 9° Mandamentos da Lei de De us, c umpre reafi rm a r a doutrina tradicional da Ig reja, segundo a qual tod o ato contra a castidade - se é di retamente querido, ex pressa-
me nte procurado e cometido com plena deliberação - é sempre um pecado mortal.
Pergunta - Peço, se possível, que Vossa Reve1·endíssima me responda algo que nenhum clérigo conseguiu me responder ainda, de forma precisa. Auxilio na catequese de jovens e adultos, e diversas vezes fui indagado acerca dos limites de um "namoro cristão". Resposta - É compreensível que alguns sacerdotes tenham se esq uivado a responder de modo claro e preciso as pergun tas do consul ente, porque em geral esses temas devem se r tratados de forma ma is co nve ni e nte no Sacramento da Confi ssão, a propósito de algu m caso concreto que então se ap rese nte. Assi m, a consc iência moral do penitente vai sendo adequadame nte for mada no segredo do confess ionário, se m que temas tão delicados tenham que ser abordados em públi co. Tal é a praxe sapie ncial e milenar da [greja, que considera que o trato público desses te mas freqüentemente fará mais mal do que bem, porque pode induzir em tentação muitos dos ouvintes. Não o bstante, a record ação de alg uns princípios gerais, referentes a essas matéri as, poderá ajudar o consulente a encontrar por si mes-
À esquerda : São João Bosco, exemplo de castidade sacerdotal , abençoa seus filhos espirituais, muitos dos quais seguiram seus passos CATOLICISMO
mo a solução para situações concreta novas geradas pe lo mundo moderno. Com efe ito, as praxes respeitáveis em uso nas famílias ca tó li cas, a té pouco de poi s de termin ada a Segunda Guerra Mundial (1945) , fo ram e ncontra nd o cada vez mais dificuldades para a sua ap licação. Em parte pe la introd ução de um crescente e in,aceitável pe rmi ssivismo mora l na soc iedade co mo um todo, e m parte també m pelas condi ções adversas c ri adas pela vida mod e rna para o modelo tradicional de família. Aumentos exorbita ntes dos gastos de manutenção, edu cação e saúde da fa míli a, instabilidade dos e mpregos e precari edade da situação econômica induziram as famílias a se tornarem cada vez me nos numerosas, os filh os e as filhas a se casa re m cada vez mais tarde. Por outro lad o, prod uzia-se a dispersão elas famílias e m c idades cada vez maio res, aca rreta nd o um esgarçamento das relações fam i I iares, o utrora tão próx imas, ca lorosas e efu s ivas. Co mo res ultado de todos esses fatores, a própri a in stab ilidade fa mili ar tornou-se um pro bl ema moral e soc ial grave, com a freqüentíssima di sso lução dos la res, seg uid a muitas vezes de recasamentos propiciados pela lega li zação do divórcio , mas não pela mo ral cató li ca. Nesta situação, como conservar os pad rões de comportamento mora l anti gos? A praxe tradicional recomendava, por exemplo, que os namorados jamais ficassem a sós, mas: pelo contrário, estivessem sempre acompanhados por um membro da famíl ia. Onde encontrar um acompanhante nas fam ílias reduzid ís-
Atualmente, as condições adversas criadas pela vida moderna não favorecem o aparecimento de famílias como a da foto acima, belo exemplo de tradicional família católica
simas de hoje em dia? Ademais, ciarem decididamente a toda como sustentar essa norma em intimidade e demonstração de afeto que lhes despertem a li namoros que se eterni zam, pois bido. E que os indu zam, próos futuros cônju ges querem xima o u remotamente, a atituantes garantir um emprego rades contrári as à castidade que, zoável, que entretanto se revela geralmente precári o e insucomo foi le mbrado na reposta ficiente para fo rmar um patrià pergunta anterior, serão sempre pecado mortal, nas condi mônio? As normas da Moral , porém , não mudam. Afinal, é ções apontadas. todo um mundo que precisa * * * ser refeito desde os fundaUma palavra quanto à prámentos, como já em seu temtica da castid ade de ntro do po proclamava o Papa Pio XJT matrimô ni o. Verifi ca-se uma (l 939- J958). Como resultado concreto e • sensualid ade desbragada e m nossos dias, alimentada dia a reprovável , os namorados fidia, hora a hora, poder-se-ia cam freqüentemente juntos e dizer minuto a minuto pe los sozinhos ... Rarissimamente se me ios de comunicação social, atêm aos princípios sábios e principalmente a TV. C hega a austeros da moral cristã. Dentro da libe rdade moralmente abalar até mesmo a castid ade censurável de que hoje gozam, matrim oni al, fato r capita l para torna-se utópico eles re nun uma vida reta dos cônju ges
dentro do matrimônio. Adistinção dos sexos foi estabe lec ida por Deus para uma finalidade es pec ífica, que é a propagação da espécie; dentro da manifestação de um ho nesto e casto amor, e só o que segue nessa linh a e co m põe este co ntexto é líc ito e permitido. Isto os esposos c ri stãos alcançarão pe la práti ca da ascese, da mortifi cação e da oração, junto com a ass iduidade na recepção dos Sacramentos. E seguindo os demais conse lhos clássicos de vida es piritu al, dentre os qu ais cabe destacar a devoção à Virge m Santíssi ma, que a Ladainha Lauretana invoca co mo Mãe puríssima, Mãe castíssima, Mãe intacta l"i sto é, invi oladaJ e Mãe intemerata lse m ne nhum a ma nc haJ. • JUNHO2003
u::.IIII
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A REALIDADE CONCISAMENTE Na França: esquerdas tornam-se periféricas
China comunista: sobram as condenações 819.000 chineses foram condenados à morte, pri são perpétua ou a mais de cinco anos de prisão, nos últimos cinco anos. A s condenações em gera l aumentaram em 25 % em relação ao qüinqüê nio precedente, segundo Xiao Yang, presidente da Suprema Corte de Pequim. Os julgamentos muitas vezes são sumários, sem apelação, e a e xecução é imediata. Esse crescimento de condenações é devido principalmente ao agravamento da perseguição religiosa. També m aume ntaram as condenações por "sabotar a economia de mercado socialista", expressão que serve contra qua lquer um que
di scorde da política do governo comuni sta. A China é, ele longe, o país que mais aplica a pena capital no mundo. Segundo Amnesty lnternational, os vermelhos chineses executaram mais de 2.400 só em 2001 ; a cifra real, contudo, seria muito mai s elevada. O pseudo-humanitari smo esquerdi sta costuma vociferar quando governos não-comunistas aplicam penas de morte, após longos processos com inúmeras instânc ias e garanti as jurídicas. Entretanto, a respeito dessa escandalosa situação penal ela Chi na paira um enigmático silêncio. É um humanita rismo que te m mão , mas não admite contra-mão. •
Papel das músicas no aumento da violência
e
anções com letras vio le ntas aume ntam os pe nsa me ntos e emoções agress ivos nos ouvintes, alé m ele, indiretame nte, poder gerar um ambi ente ma is hostil - constato u um estudo divulgado pe la Assoc iação Psicológica Americana (APA), de Was hingto n. O ensaio, baseado e m c inco experi ênc ias envo lvendo mais de 500 uni versitári os, fo i publi cado na ed ição ele maio do "Journa l of Perso nality anel Soc ia l Psycho logy". De aco rdo co m o estudo, as canções vi o lentas a ume nta m os se ntim e ntos d e host ili clacle, mes mo se m pro vocação ou ameaça prév ia. Até as canções e m q ue a vio lênc ia é tratada com humor aume nta m os pensa mentos ag ress ivos, segundo o estudo. Assi m sendo, cabe pergun tar: se as mú s icas continu are m inc ita ndo cada vez mais intensamente à criminali dade, às drogas e à imoralidade, qual será o valor e a e fi các ia da atuação da polícia? Além ele se atuar no sentido ele reprimir a vio lênc ia ex istente, por que não impedir a difusão ele músicas e outras pseudo-mani fes tações artísticas que sabidame nte geram a vio lência? •
CATOLICISMO
E
Na Rússia, a ex-KGB no poder
º
" Novo lz vestia", um dos últimos quotidianos livres russos, d isse ade us a. eus le itores. O pres ide nte Putin fec ho u-o cliscric ionari amente. Segundo os jorna listas cio d iário, "desaparecem.
hqje exatamente os pmgramas televisionados e as edições que se opõem ao poder". Nos ú ltimos anos, as duas principa is cadeias ele TV inde pende ntes do país, NTV e TV6, insatisfeitas co m a atuação cio governo do min ado por an tigos integrantes ela ex-polícia po lít ica com uni sta, a KGB, passaram a mãos am igas ele P uti n. Este também aumento u os poderes cio Serviço Federa l ele Segurança (FSB), s ucesso r ela KGB, que agora contro lará as fro nteiras e ass umirá as fun ções elas ex tin tas Po líc ia F isca l e Agência ele Com unicações e lnfo rmação Estatal. O dep utado Se rg ue i To uche nkov, p residente cio partido Rúss ia Liberal, que cri ticava a
espa ntosa concentração de poder do FSB, foi mi steri osamente assassin ado. É o seg un do pres ide nte desse partido ba leado mortalmente, e m me nos de um ano. O pavor e o silê nc io do minam o parl amento ru sso . •
m Nice, soc ia li stas, comuni stas e eco log istas franceses debateram aca nhada mente o seu fu tu ro po lítico, um ano após a catás- trofe e le ito ral que os e limino u da di sputa pe la Pres idê ncia da República. Os o rado res repetiram te rmos como sismo, esmigalhamento e s inô nimos. Os aplau sos fora m taca nhos e desanimados. Mi che l Vau ze lle, pres idente da região Provence-Côte-d' Azur, afi rmou que a extre ma direita duplicou e é capaz de to rnar-se maj oritári a. Ele concl amou soc ialistas e comuni stas: "Cessemos de nos.flagelar". Mas, j á no di a seguinte, as correntes internas cio Partido Sociali sta trocavam as piores injúrias . Para o prefeito soc iali sta de Vitrolles, Guy O bino, vi ve-se um "pesadelo". Ele alertou os dirigentes de esquerda para uma realidade: nas perife ri as urbanas, o eleitorado pe nde cada vez mai s para a extrema dire ita. Segundo o quotidiano pari sie nse "Le M o nde", o massacre publi c itário contra a parcela da F rança qu e votara na extre ma-dire ita não de ixo u frutos duradouros. Os movime ntos esque rdi stas nasc idos na ocasião evaporaram-se. Os jo ve ns não e nte nde m o caos re in ante e bu scam refúg io em valores seg uros, que a esque rda não pode oferecer. Desapareceu o complexo de se cl.izer d ire itista. O histo ri ador Zeev Sternhe ll , da Unive rsidade Hebrai ca ele Je ru sa lém, observo u q ue o Front National, de ex tre ma d ire ita, é a ma ior força no operari ado fra ncês ela atuali dade. O proble ma, segundo ele, não é Le Pen, seu líde r, mas os milhões de fra nceses que votam ne le. Sternhe ll ac ha difíc il reverter a te ndê nc ia. As esquerdas estão sendo reduz idas a um fe nô meno periféri co ela po lítica francesa. Esta é centrada cada vez ma is nos debates in ternos el as d ire itas do min antes . •
Simpósio sobre o Santo Sudário na Espanha
P
romovido pelo Centro Espanhol de Sindonologia, realizou-se em maio
último em Volencio (Espanha) um simpósio com o presença de 200 especialistas, entre médicos, físicos, biólogos e historiadores, poro debaterem os recentes estudos o respeito do Santo Sudário . O coordenador do simpósio, Jorge Rodriguez, explicou que o objetivo desse encontro foi sobretudo divulgar uma investigação que demonstro oconexão entre o Sudário e o Imagem de Edesso . Esta constitui um pano representando o face de Cristo, encontrado em um nicho quando do reconstrução dos muralhas de Edesso, sul do Turquia, no ano de 525 . Tal investigação põe em relevo o falsidade do tese dos que afirmam ser de origem medieval o sagrado tecido que envolveu o corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Cartazes imorais repudiados em El Salvador D
ressionodos pelos protestos de centenos de famílias salvadorenhos, publicados por "EI Dia rio de Hoy", em abril último, anunciantes de preservativos, que haviam espalhado pelo cidade de San Salvador inúmeros cartazes indecentes, foram obrigados a recolher todos os anúncios. Essa informação foi prestada pelo diretor executivo do Conselho Nacional de Publicidade (CNP), Luis Chávez. Magnífico exemplo a ser seguido pelo Brasil, cujas cidades, infelizmente, vivem coalhadas por outdoors e cartazes comerciais exibindo a mais sórdida imoralidade.
I
JUNHO 2003
a..
A ilha:.prisão de Fidel Castro C om um discurso ambíguo, o governo do PT silencia ante as recentes atrocidades ocorridas em Cuba PUNI O VI DIGAL XAVIER DA SILVEIRA FREDERICO R. DE ABRANCHES V1 orn*
ção ele Cuba, estimada em 11 milhões. A grand e maiori a desses é fo rm ada pelos
balseiros 2 . orenzo C~still o, B árb aro García e Jorge Lui s M artínez, cansados da situação angusti ante em que vivi am sob o regime comuni sta cubano, colocaram em prálica, no dia 2 de abril último, um ousado pl ano de fuga. Cercados extern amente pelo mar e press ionados internamente pela força de uma perseguição sistemática, eles preferiram - como outras centenas de milhares de compatri otas seus - enfrentar as incertezas das águas, tentando escapar de seu próprio país. Dez di as depois da fracassada tentativa de fu ga, mediante a qual os três ra pazes desvi aram um barco para reali zar a lrnvessia até os Estados Unidos, o mundo recebeu surpreso a notícia de que eles hav iam sido sentenciados à morte em um processo sumári o, sem o comum direito de defesa. Por ordem de Fidel Castro, ratifi cada pelos tribun ais de C uba, os neg ritos como são chamados depreciativamente os fu gitivos - fo ram condenados ao fu zil amento no paredón . Na semana seguinte, também por decisão dos tribunais cubanos, 75 di ss identes - entre j orn ali stas, donos de bibli otecas, líderes popul ares etc. - fo ram co ndenados a penas que vari am de 6 a 28 anos de pri são nos d rceres do reg ime co muni sta. Co m esses, j á so mam mais de 18.000 f uzil amentos e 120 mil presos políti cos ao lqngo de 44 anos de persegui ções inin terruptas. 1 Seus crim es? Di scord aram do reg ime comuni sta.
Os mariclitos e o exílio dos que per<lcram a pátl'ia Cerca de 2 milhões de cubanos conseguiram fu gir e vivem hoj e no exíli o, o que representa cerca ele 20% da popul a-
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CATOLICISMO
O fenômeno cios balseiros foi levado ao co nhec imento cio mundo inteiro em abril de 1980, quando dezenas de milh ares ele cubanos cercaram a embai xada cio Peru , em H avana, ex igindo vi stos desaída para f ugir ele um cotidi ano insuportá vel. A o fim de várias semanas, as autorid ades permitiram que 125 mi I pessoas - 1,25% popul ação, que na época era de 10 milhões de habitantes - abandonassem o país, embarca ndo no porto de M ari el. 3 Esse êxodo em massa foi um a mani festação ci o fracasso cio reg i me, pois os rnarielitos, co mo fo ram chamados, era m oriundos das ca madas mais humildes da soc ieclacle, às quais o reg i me di zia dar um a grand e atenção. B ra ncos, mul atos e negros, freqüentemente j ove ns, f ugiam cio soc iali smo cubano. Após o epi sódi o de M ari el , numerosos c ubano in sc revera m-se em li tas para co nseguir o direito ele abando nar o , eu país. Dezessete anos mais tard e, eles continu ava m à es p ra dessa autori zação, segun do documentada ob ra sob re a hi slóri a do co muni . mo. 4 E tudo indica que tal expectativa pross iga até hoj e angusti ando infe li zes cuba nos.
Estran/w ambigüi<la<le Governo brasilcil'o
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O Govern o do Bras il alego u neutralidade e que se tra tava de ass untos internos de C uba, apesa r de proc lamar co nstantemente a intenção ele ter uma políti ca extern a chamada ele "pró-ativa". Fo i em nome dessa linh a ele ação pró-ativa que o Bras i I mandou represe ntantes para a Venezuela e fez inúmeras dec larações sobre a situação daquele país, bem como da Co lômbi a. O que lhe valeu até ac usações ele in tervencioni smo.
Também durante a cri se no Iraqu e, o Govern o federa l foi co ntundente em faze r dec larações co ntra a operação militar que levou à qu eda do ditador Saddam Hu sse in . N a ocas ião, a chancelaria bras il eira in sistiu na importância de qu e o ataque militar ao Iraque fosse amparad o pel a ONU , atra vés cios in spetores ele arm as. Parado xalmente, o govern o do PT abstém-se de condenar C uba na Comissão de Direitos Humanos da ONU e de ex igir qu e a ilh a ace ite um a in speção desse órgão, para ali verifi car a situação cios direitos humanos . Segundo o C hance ler Celso Amorim ,
"o País conside ra rnais eficiente um tra balho de diplornacia extremam.ente discreto com. Cuba às 'ações estridentes"'5 .
Repercussões da abste11ção <lo Brasil A s repercussões da dec isão brasil eira fo ram muitas e vari adas, no Brasil e no exteri or. Em arti go publicado pelo "Estado de S. Paulo", Deni s Rosenfield afirm a: "Se
houve uma alteração de monta na política econômica do partido [PT], o mes1no não se pode dizer de sua política internacional [. ..]. ldeolog icam.ente, ilielizmente, não há nada de novo, e o ltamaraty parece ser aqui um departamento do P1; seguindo suas velhas concepções antiimperialistas e de afinidade ativa com os países ditos 'socialistas', apesar de suas cruéis fo rm.as de dominação" 6. Já a "Folha ele S. Paulo", em um co ntundente editori al, constata: "É constran-
gedora a timidez com. que o governo Lula vem lidando com. as abomináveis perseguições e execuções de dissidentes perpetradas pelo ditado r cubano, Fidel Castro. Como ocorre no papel dúbio da diplomacia brasileira em. relação às FA RC
- a narcoguerrilha m.ar.xista colom.biana - , fraquejar nesse tema deixa a impressão de que a nostalgia da esquerda revolucioná ria, guerrilheira e autoritária ainda não f oi expurgada do PT" 7 •
''Atitude do go,1e1·110 brasilefro /'oi desconcertante " D e fa to, o governo de Lula tem se rec usado a con denar C uba, ass im como negou apoio ao presid ente co lombiano em sua intenção de cl ass if icar as FARC (Fo rças Armad as Revo lu cio nári as da Co lômbi a) como gru po terrori sta. Atitude essa que se torn a mais co nstrangedora, na mes ma medid a em que são publicadas notícias da intromi ssão das FAR C em território brasil eiro e sua li gação com o tráfi co ele drogas também no B ras il.
"A .falta de atitude do governo brasileiro f oi desconce rtante. Enquanto o mundo condenava Fidel, o Brasil se absteve na votação em. que a Comissão de Direitos Humanos da ONU decidiu ,nandar monitores à ilha de Fidel para investigar violações. [. .. ] O assessor rpres idenc ial para ass untos intern ac ionais, M arco Auréli o Garcia·I j á se embrulhou
o si~ficiente no passado recente, ao aconselhar Lula a não reconhecer o status de organização terrorista das FA RC colombianas e, depois, acenar com asilo a Saddarn Hussein no Brasil" x_
Aj11<la para manter Fi<lel Castro? O reg ime comuni sta de Ficlel Castro enfrenta um clima de descontentamento crescente, não apenas pelo desastre econômi co em que se encontra - j á não mai s sustentado pela ajuda da anti ga Uni ão Sovi éti ca - , corno também pelo sistema da repressão política . Nada lhe é mais co nveni ente, neste momento, do que o apoio extern o de um país com a importância do Bras il. Em seus primeiros atos de govern o, o Pres idente Lul a anunciou grandes acordos com Cuba, de maneira a incrementar as relações co merciais nas vári as áre-
as da economi a, notacl amente nos setores de petróleo, mineração, açúcar e turi smo, bem co mo no intercâ mbi o científi co, cultural e ele es portes. Pouco depois, Lul a indi cou um novo embai xador brasil eiro em C uba, enca rrega ndo-o de trabalh ar para que o Brasil contribua na in serção de Ci.1ba no conjunto das nações.'1 Essa atitude cio Brasil não reve la apenas omi ssão di ante do sa ngue derram ado em Cuba, mas colabora para a manu tenção da tirania comuni sla. D esej emos qu e, ele f uturo, o Govern o brasil eiro não seja omi sso e muito m enos c úmpli ce dian te da tira11ia co muni sta em C uba, mas que sa iba ag ir em consonância com os princípios da ju sti ça e da eqüid ade, que sempre carac teri zaram os anseios d a po pul ação el e nosso País. •
Notas:
* 1.
4. Idem, ibidem . 5. Deni se C hri spim Marin, Brasil vai abs /er-se e111 votação conlra Cuba, in "O Es tado ele S. Pa ulo" . 16-4-03. 6. Deni s Lerrer Rosenli elcl , C11/Ja e os princípios. in "O Es tado el e S. Pa ulo", 2 1-4-03. 7. Timidez constrangedora, 17-4 -03. 8. Edu ardo Sal gado, Ele cansou de apla11di1; in " Vej a", 23-4-03. 9. Ca mi lo Toscano , E111haixado r hrasileim '' "' C11/Ja diz q1,1e invasüo ao Iraque é alo ditatorial, in " Fo lh a O nline", 17-4-03.
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C ienti sta po lítico pe la U ni ve rsid ade ele Brasíli a. arl os A lber to M o nt aner, Fuzilados ao 0111a11l1ece1; i n "O Estado ele S. Paul o", 274-03.
2. Tai s Ji ,gitivos são chamados de /Ja lseiros, porque arri sca m suas v idas c m frágeis ba lSilS, q uase sempre improv isad as, fu gindo ele C uba rum o aos Estad os U nid os. Muitos deles morrem na tra vessi a, o utros são ca pturados. Al gun s poucos al cançam as prai as no rl e-ameri ca nas. 3. Stéphane Courtois, N ico las Werth, Jea n- Loui s Panné, A ncl rzej Pacz kowsk i, Karel Ba rtosek , Jea n-Loui s Margo lin, O livm negro do co11111-
ni.\·1110. CriJ11es, ten vr e repressão, Bertrand Brasil , Ri o ele Janeiro, 1999 , 9 17 págs. (títul o ori gin al: Le li vre 11oi r c/11 co11111w.11is1ne. Crim es, terre111; repression , Robert L alfont, Pari s, 1997) .
À direita, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim
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Pacifismo hipócrita T erminado o conflito que depôs o tirânico regime socialista iraquiano, satélite de velha data da extinta URSS, algumas perguntas permanecem sem resposta n Luís DuFAUR uitas v-ozes auto ri zadas, c ivi s e ec les iásti cas, havi am vati cinado uma guerra "longa e sanguinária" no Iraque. Porém ela foi curtíssima e acarretou poucas baixas. Havi a m anunciado que a G uarda de Sadd am Hu ssein oporia uma ''.feroz resistência ". Contudo seus soldados jogaram fo ra os unifo rmes. Profeti zaram ainda que "Bagdá seria urna Tróia ou outra Staling rado ". M as em pouco te mpo a c idade foi dominada pe las tropas americanas. Espalharam que "o mun-
do maometano erguer-se-ia monolíticamente contra o Ocidente". E ntretanto essa heterogênea galáx ia de raças e cul turas nada de efi caz fez a favor de Saddam. Ta is vozes pro palaram ainda que "o povo daria a vida pelo ditador". Esse povo, ao co ntrário, dançou nas ruas e m co me moração de sua derrota; e m agradec ime nto, be ijo u as mãos de so ldados da coa li zão; derrubo u e cal cou aos pés murai s e es tátu as do tiran o d erro tado. Apregoaram e las ta mbé m que "o país
passava f ome, devido ao embargo ocidental ". Na verdade, a camarilh a soc iali sta dila piclava os bens nac io nai s: os 52 pal ác ios do ditado r e ngoli ra m 2 bilhões de dólares; e m cofres e esconde rijos dos me mbros do partido ofi c ia l - Baath encontrou-se ma is de I bilh ão de dó lares e m barras de ouro e j ó ias, alé m de 650 milhões de dó lares e m notas . Tudo isto sem fa lar de zoo lóg icos parti c ul ares, iates, carros de alto lu xo e sofi sticados produtos para mili ardári os, sendo que um dos filh os de Saddam ro ubou l bilh ão de dó lares do B anco Central , po uco antes de co meça r o bo mbarde io de Bagdá.
Visão caolha <le "dirnitos" O s mes mos arautos do pacifismo e dos direitos humanos marte la ram que a
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guerra geraria uma "crise humanitária". Po ré m Kim Bolduc, coorde nadora d a ONU e m B as ra, confesso u: "Aqui não
há crise humanitária, mas sim uma crise crônica e estrutural grave", 1 a pós anos de aba ndo no e de pilhage m do pa ís pe lo soc ia li s mo iraqui ano. E xpl o rou -se o sofrim e nto de c ri anças, mulhe res e a nc iãos. E ntre ta nto a grande mágoa popul ar provinha do fato de o reg ime te r causado um milhão de mortos numa absurda guerra contra o Irã e . exte rminado mai s de 200.000 me mbros de grupos étnicos o u reli g iosos ri va is. Até a data de sua queda, o reg ime de Sadda m continuou assass in a nd o . Só e m B agdá, improvisou se is cemitéri os para j ogar cadáve res . Num de les, viamse corpos desente rrados por cães; um a mulhe r g ritava de desespero ao e ncontrar os restos desfe itos de seu filh o 2 • Alí,
o to rturado r a so ldo de Uday, filh o de Sadd a m, di sse ter co rtado 13 1ín g uas, decepado 40 mãos, que brado os braços de qu atro ho me ns e a co lun a de o ut ros três 3 • No subso lo de uma das mansões de Uday hav ia deze nas de cadá ve res , de o pos ito res a li a ba ndo nados para mo rre r de fo me 4 • lnúm eras vítim as co ntara m qu e nos cá rce res po líti cos os cativos eram imersos vivos e m ác ido , o u se lhes arra ncava m unhas, o lhos, dentes, e até ó rgãos "para transplante". Porém o pacifismo e o humanitarismo, inclusive de rótulo cristão e até ecumênico, não se interessou, ou quase tanto, pelos órfãos e viúvas dos desaparecidos. A contradição lembra certos defensores dos direitos humanos no Bras il , que fa lam desses direitos para favo recer subversivos e criminosos, mas esq uecem-nos quando se trata de policia is ou c idadãos honestos.
Palácios, dinheiro roubado e restos de desaparecidos: o que ficou do regime de Saddam
Pacil'ista s e anti-ocidenta is Com a queda de Bagdá, os opos itores da guerra do Iraque m oderaram s uas atitudes. A Coré ia do Norte diminuiu suas a meaças; o pres idente francês, o chanceler ale mão e o e ni g máti co chefe de Estado ru sso redu zira m suas ex igênc ias; e mes mo o secretário de Estado a meri cano, Co lin Powe ll , c uj a po lítica é vi sta co m desconfi ança pe los setores mais conservadores dos Estados Unidos, ass umiu ares de maior firmeza. Ta mbé m órgãos de impre nsa e líderes pela paz procuraram refazer suas image ns. Eason Jordan, encarregado das negoc iações da te levi são CNN co m o reg ime Sadd a m, reco nhece u ter oc ultad o horríve is crimes. Numa ocas ião, o filh o ma is velh o do di tador iraqui ano di sseralhe que ia assass inar do is c unh ados, então ex il ados. O d iri gente da CNN sile nc iou a info rmação. Sadda m atraiu -os com fa lsas pro messas e matou-os crue lme nte. Jorda n c ito u a inda o notic iado caso de Asrar Qabandi , um a kuwa iti ana de 3 1 anos, tortu rada du ra nte meses. Em j ane iro de 199 1, os age ntes de Saclda m es magara m seu crâni o, fa ti ara m seu corpo e de ixa ram os pedaços num saco pl ásti co na porta da casa el a sua fa míli a 5 . O pres ide nte da organi zação Médicos sem .fi"onteiras e ex- mini stro soc ia li sta
fran cês, Bern ard Ko uc hne r, reve lou que, e m 1992, Saddam tentou matá- lo juntame nte com a es posa cio pres idente Mitterrand, quando eles fo ra m ao Iraque para averi guar os massac res provocados por arm as quími cas. A esquerda soc ial o-progress ista era tão ligada com o tirano de Bagdá, que essa gravíss ima 'tentativa foi minimi zada . Kouchner reconhece u: "Se
Saddam. não era o .flagelo do seu povo, então os pacifistas não esta vam. informados, não são educados, ou o quê? [. .. ] Os jornalistas mentiram. As cadeias de TV f oram horríveis" 6. E o fil ósofo de esquerda André Glucksmann referiu -se à " hipocri sia" no campo da paz 7 •
A "quer ela metal'ísica " D ura nte a guerra, as atitudes de gran de número de órgã_o s da mídia e ele líderes po líti cos e reli g iosos mundi a is se desco lara m e vide nte me nte d a realid ad e. E ntre as ex plicações, sobressai a do c ienti sta francês Pi erre Hass ner: o mundo parece te r se dividido e m torno de um a
"querela m.etafís ica" 8. De um lado estão os que ac redita m que há um bem, que deve ser defe ndido, e um ma l, que eleve ser co ibido. Ne m todos concorda m no definir esse be m ou esse ma l; po ré m concorda m e m que eles ex iste m e estão e m luta. E que, caso se
ig nore este fato bas il ar do Universo, toda norma o u preceito de qua lque r re li gião ou fil osofia perde o seu sentido. Portanto, també m a Le i de De us e da sua Santa Igrej a. Isso negado , o mundo afundaria na s um a imoral id ade e no caos total. Obviamente, para estes, a paz baseia-se no Dire ito e na L e i M oral , e portanto essa gue rra estava justificada. Do outro lado fi guram os que professa m s ibilina me nte que não há bem ne m mal. Para eles, a paz base ia-se no re lativismo. O criminoso coexistiria ao lado da vítima; o casal homossexual e o casal ho nesto convive ri a m ami s tosa me nte; tudo quanto é sujo e hedi o ndo se mi stu rari a habitu a lme nte com o que é limpo e be lo; as fa lsas reli g iões se acotove lariam co m a Santa Igreja C atóli ca Apostólica e Romana - a única verdade ira . Desse amál gama caótico entre o be m e o mal - no fund o, e ntre D eus e o de môni o surg iri a uma tran s-re lig ião, que uniri a a huma nidade numa re públi ca universal , ve lh o sonho anti cri stão. Seri a a cidade do homem, verberada pe lo profeta Sofoni as: "Castigarei os hornens que se m.er-
gulharam. em suas.fezes. Aqueles que dizem consigo mesmo: 'O Senhor não f az bem, nem mal'" (Sof. l , 12). Para que m adotou tal concepção re lativi sta da paz, ou pacinism.o (a paz baseada no cinis mo), a guerra era absurda. É natura l que uma divergênc ia tão profunda s uscite opos ições ma is ou menos ex plíc itas, e que os pacinistas tenham distorc ido os fa tos para tentar impedir a guerra. Tanto ma is que, para o relativi smo , ve rd ad e e fals idade não dife re m muito . No fim , ve ndo-se des me ntidos pe los fatos, e les re mode laram as s uas pos ições. Ao me nos de mo me nto . Esta "querela metafísica" promete no vos dese nvo lvime ntos. O le itor perspicaz saberá reagir face às me ntiras lançadas pe lo pacinism.o e seu pressuposto re lativi sta, antin atural e a ntic ri stão . •
Notas: 1. AFP, 4-5-03.
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2. " Le Monde", 22-4-03. 3. "O Es tado ele S. Pa ul o", 2 1-4-03.
"O Globo", 2 1-4-03. "O Es tado ele S. Paul o", 13-4-03. "O Gl obo", 20-4-03. "O Es tado ele S. Paul o", 12-4-03. 8. "Le Monde", 26-4-03.
4. 5. 6. 7.
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Nobreza e Tradição: Creche para cachorro
Crianças sem dono a Idade M édi a, época tão elog iada pelo Papa L eão xnr por ter fl orescido nela a C ivili zação Cri stã, era costume di zer-se que é tri ste a condição do homem qu e não tem senhor. N essa situação estão hoj e em di a nossas pobres cri anças. Psiqui atra s, pediatras e terapeutas o reconhecem : o mundo está tão mal porqu e j á não se educam as cri anças, não se lhes ensina a dife rença entre o mal e o bem e não sé as castiga proporcionalmente quando faze m o mal. Vej amos, nesse sentido, algun s dados que importa co nhecer, ex traídos de arti go assinado por C iça G uedes (" O G lobo", 2 1-4-03): " O cresc im ento da vi o lênc ia li gada a envo lvi mento co m drogas nos lares de c lasse médi a é resultado de um lo ngo processo que tem, em suas raízes, a cri se da famíli a e el a edu cação. Até chegar ao po nto ele o pa i mata r o filh o, ou ele o neto matar a avó para roub ar obj etos el a casa e co mprar mais droga. Um a vi o lênc ia mai s co ntida, porém co tidi ana, se revela nos gestos qu e mos tram falta el e res peito pelos pai s, parentes mais velh os e professo res, e na f alta de limites el as cri anças e ci os j ovens. " A avali ação é da psiquiatra M ari a T hereza de A quino, que diri ge o Núcl eo de Estudos e Pesq ui sas em Atenção ao U so ele Drogas (N epacl), da UERJ . " - A psico logia errou ou fo i mal in terpretada. É prec iso faze r uma autocríti ca desses 20 ou 30 anos nos quais se apregoou que não se pode f ru strar as cri anças . Pode sim , pode cas ti gar, não é isso que faz o pai perd er o amor ele um filh o. Cri ança precisa ele limite. " - Uma cri ança cercada por esses mimos errôneos ex perim enta a droga, e, no mundo da droga, do devaneio, pode tudo. Pode inclu sive enfrentar os pais, que a temem - di z a psiqui atra , que está à frente do Nepacl há 16 anos. " O pedi atra e terapeuta M arco An tôni o F igueiredo concord a que a desestru turação da fa míli a tem fo rte impacto sobre o co mportamento el as cri ança e ado lescentes . " - Cri ança demanda atenção. Pode parecer prosa ico, mas f altam amor e autoridade dentro de casa. Os casais se des faze m, as cri anças fi ca m sem cl ono, e cri ança tem que ter dono - di z o terapeuta, que tem atendido em se u consultóri o, no L ebl on, um número crescente de cri anças envol vi cias co m vi o-
N
lência nas esco las". •
...m
CAT OLICISMO
seu significado e importância
E
nquanto as cri anças fi ca m sem dono, os cachorros são privil eg iados pe los " pais". Foi agora montada a primeira creche ci o País para cac horri nhos, onde os pequ enos anim ais receberão todos os cuid ados necessári os quando a fa mília estiver fo ra ele casa, perm anecendo sob a supervi são ele babás. A Per Lif e - Centro de B em Estar Anim al - , loca li zada no Rea l Parqu e, zona sul ele São Paulo, oferece atend imento di ári o para os animais que não podem ter a atenção dos donos du ra nte o di a todo. A propri etári a é uma veterin ári a, Renata Cori g li ano. O valor cobrado é prati ca mente o mes mo ele uma crec he para cri anças: em torn o ele R $ 330 mensa is. O preço vari a ele acord o com a qu antidade ele di as que o cão fi ca no es paço. O local fun ciona 24 horas por di a. A crec he atende o anim al por um período el e se is a o ito horas. Se os donos prec isa m dei xa r o cão por mais tempo, podem usar o serviço de hotel, que oferece passe io, alimentação e brincadeiras para os animais. Se ouvíssemos di zer qu e no paga ni smo anti go se privileg iavam os cães e se neg li genc iavam os fi lhos, o que diríamos dos pagãos? Entretanto, é o qu e está aco ntece nd o em nossa c ivili zação , que apos tatou de Jes us Cri sto. Co mo nos surpreendermos então de qu e N ossa Senh ora chore sobre o mundo modern o? Co mo não desej ar um a resta uração da C ivili zação C ri stã, ainda que à custa de sofri mentos? •
Catolicismo - Desde quando existe a associação Nob/esse et Tradition [Nobreza e Tradição] e qual sua finalidade?
Marquês Luigi Coda N1111zia11te -
Noblesse et Tradition foi fundada em Roma, no hi stórico Palácio Pall avícini , a 19 ele março ele 1997, dia ela festa de São José, pai adotivo de Jesus Cri sto e Príncipe da Casa cio Rei Davi . No ato constitutivo, record amos que no mesmo local, quatTO anos antes, com um público muito qualificado e com grande repercussão na imprensa, fora apresentado o livro cio Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, Nobreza e elites
tradicionais análogas nas alocuções de Pio XI! ao Patriciado e à Nobreza romana. Como uma projeNos últimos 30 anos, a psicologia errou nas propostas de formação das crianças. Tornase patente hoje em dia a necessidade de mais amor e autoridade dentro de casa, para o bem delas.
e
atolicismo apresenta a seguir uma en-
Manruês l.uigi Coda Nunziantc:
''A partir da Revolução Francesa, prOClll'OU-Se ua11smilir uma idéia distorci<la da nobreza. Porém, o papel da nobreza nasceu e se clesenvolveu como um serviço ao bem comum "
trevista com o Marquês Luigi Coda Nunziante di San Ferdinando, secretário da associação internacional Noblesse et Trodition - Nobreza e Tradição. Valores estes magnificamente realçados na última obra de Plínio Corrêa de Oliveira, Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, cujo 1 Oº aniversário de lançamento comemoramos no presente ano. O Marquês Luigi Coda Nunziante di San Ferdinando nasceu na cidade de Nápoles em 1930. Além de secretário da supracitada as sociação, o ilustre entrevistado é presidente do dinâmico movimento italiano Famiglia Domani (Família Amanhã). Casado com a Condessa Gabriella Spalletti Trivelli, pai de cinco filhos, o Marquês Coda Nunziante foi oficial-piloto da Marinha militar italiana . Entre outras hon rarias, recentemente foi condecorado por Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, com o grau de grande dignitário da Ordem Brasileira da Rosa. O Marquês concedeu entrevista exclusiva para Catolicismo, em seu apartamento, em Roma, através de nosso correspondente na Itália e diretor do Ufficio Tradizione, Famiglia, Propietà na Cidade Eterna, Sr. Juan Miguel Montes.
ção de seu ensinamento no tempo, em dezembro de 1996, sempre no Palácio Pallavicíní , realizouse um segundo encontro obre o tema Os valores perenes no caos con.ternporâneo, também este destinado a tran smitir um vigoroso apelo para assumir a responsabilidade públi ca por parte da nobreza e elas elites. Em conseqi.iência do que, os organizadores de ambos eventos decidiram constituir uma associação internacional para dar uma resposta concreta ao apelo ela mencionada obra e constituir um ponto ele referência na confusa situação contemporânea. A Princesa Elvína Pallav iciní acedeu em presidir esse novo organi smo, e fui esco lhido como secretário da A ssociação. Posteri ormente aderiram pessoas ele diversos países, e a A ssoc iação j á realizou doi s congressos internacionais: o primeiro em Roma, por ocasião do Jubileu do ano 2000, e o segundo em L isboa, no ano passado.
Catolicismo -
Por que foi escolhido este nome? Qual o valor da nobreza atualmente? Na concepção do Sr., a tradição é uma simples herança do passado ou é necessária também para a construção do futuro? Marquês Luigi Coda Nuuziaute - A partir ela Revolução Francesa, procurou-se transmitir uma idéia di storcida el a nobreza . Um a classe social que ex istiri a apenas para gozar privil ég ios, morar em belas casas, freqi.ientar contínuamente festas e recepções. La mentavelmente alguns nobres se prestam para apresentar esta im age m ela ari stocracia e as revi stas mundanas se dedi ca m a di vul gá- la. Porém, o papel ela nobreza nasceu e se
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bu sca da pe rfei ção e m todos os campos, promoveu o desenvo lvime nto das artes, das letras, da arq uitetura, todas coisas que de ram à Europa aque la fis ionom ia que o mundo inte iro admira, e que se cha ma Civ ili zação Cristã. Este patrimô nio ele valores se projeta para o futuro por me io ela tradição. Ninguém definiu melhor do que o Papa Pio XLI em que consiste a tradição. Passo- lhe, po is, a palavra: "A tradição é
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algo muito diverso de um simples apego a um passado já desaparecido. [. .. ] Enquanto o progresso indica somente o fato de caminhar para a frente, passo após passo, procurando com o olhar wn incerto porvi1; a tradição indica também um caminho para a .fi·ente [. .. ]. Como indica o seu nome, a tradição é um dom que passa de geração em. geração; é a tocha que, a cada revezamento, um corredor põe na mão do outro, e co11fia-lha sem que a corrida pare ou diminua de velocidade. Tradição e progresso reciptvcamente completam-se. [. .. ] O p,vgresso sem. a tradição seria um empreendimento temerário, um salto no escuro ". E o Papa Pace lli co nvocou continuamente os nobres para que tomassem co nsc iê nc ia de seu papel de testem unhos e custódios da tradição, especialmente dos princípios e cio costumes cri stãos, indi spensáveis para a construção de qu alquer soc iedade futura.
'1'1 110/Jrnza que POJ' Slla pl'Ópl'ia natureza devel'ia eslélr sempl'e 11O/ta<la à lmsca <la per/'eição em todos os campos, Pl'Oll1(Jl1Cll O
desenvolvimento das artes, das letras, da arqt1itetl1ra, todas coisas que de1·am à E't1l'opa ac1uela lisio11omia a<lmira<la 110 mtlll(IO inteil'o "
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CATOLICISMO
desenvo lve u como um serviço ao be m comum , a ponto de o Papa Benlo X V u ar uma fórmula ousada, mas profundame nte verd ade ira , quando falou do "sace rdócio da nobreza". A nobreza de e nvo lve u na Europa, por séc ulos , a mi ssão qu e hoje Loca aos mini sléri os da Defesa, o u seja, a sa lvaguarda do le rriló ri o nac io na l. Apenas os nobres tinham a obri gação cio servi ço militar e ele manler. a defesa dos Es lados. Co m o corre r do tempo, a no breza desenvo lveu outras formas de serviço e m favor do be m co mum . Basta and ar um po uco por R o ma, Gê nova ou N á poles para ver g igantescos pal ác ios finan c iados pe los patríc ios locais, e ded icados a obras de ca ridade e de bene fi cênc ia aos pobres, idosos e doentes. Desse peculiar "sacerdócio", ou seja, da classe nob ili árqui ca europé ia, fl orescera m numerosos santos, ca no ni zados pe la [g reja. A nobreza, que por s ua própr ia nat ureza deveria estar sempre vo ltada à
Catolicismo - Alguns nomes particularmente ilustres aderiram a Noblesse et Tradition? Marquês Luigi Coda Nunziante - Como sóc ios de honra, c itamos prime ira me nte os E minentíss imos Cardeais que, como Prínc ipes da Santa Igreja Cató li ca, perte nce m, por dire ito, à nossa Assoc iação. No curso cio Le mpo aderi ra m os Cardea is Alfo ns Slickler, Pau l A ugustin M ayer, Lu ig i Pogg i, Opi li o Ross i, Síl vio Odcl i e Giuseppe Sens i, o · do is úllimos recenle mente falec idos. De ram a sua adesão também a lgun s Príncipes perlencenles a asas R ea is, co mo os Príncipes Dom L ui z, Do m Bertrand e Dom Antonio ele Orlea ns e Bragança, o Príncipe Me inrad e a Prin cesa Ed in a von Hohenzo ll ern , a lé m da Princesa Urraca de Bourbo n, o Prínc ipe G iovanni de Bourbon e o Príncipe Henri4ue de Hesse, que fal eceram nos últimos a nos. Catolicismo - Que inspirações tira Noblesse et Tradition do ensinamento pontifício sobre a nobreza, magistralmente exposto na obra Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira? Marquês Luigi Coda Nwzziante - A in spiração que Noblesse et Tradition. tira do li vro de Dr.
Plini o, como j á di sse no in[c io, se encontra no próprio estatuto da Associação. Comove pen sar que a última importante fain a intelectu al desse g rande brasileiro, homem de ação e de pe nsa me nto, tenha sido dedi cada a fazer ressoar uma a lti ssonante cl arinad a de a pe lo ao c umprime nto ela mi ssão ele toda a no breza e elas elites tradicionai s, convidando-as a redescobrir a mi ssão e os deveres que lhes competem na soc iedade hodierna. Sem este assumir ele responsabi lidacles, acrescento eu, a nobreza corre o sério ri sco de ser varrida da Hi stória . Mas, como indicou Dr. Plini o na conc lu são ele sua obra, no momento de caos em q ue se agita a multi ssecul ar c ri se re li g iosa, moral e ideológ ica cio mundo moderno, essa nobreza pode ai nda constituir um faro l que indique, na fide lidade à tradi ção segundo o e nsinamento ele Pio XJI, a saída para a atua l c ri se.
Catolicismo -
Como julgar a resposta que a nobreza dá hoje ao ensinamento desse grande Pontífice? Marquês Luigi Coda Nunziante - É difícil generali za r, poré m as mudanças descri s ti ani za ntes e neopagãs ocorrida na soc ied ade hodierna têm muito influído sobre a nobreza. Em algun s casos, la mentave lmente esta se põe inc lu sive corno força propul sora ele tai s muda nças. Sabemos també m como a g ra nde massmedia costuma s ublinhar nos mínimos detalhes os casos e m qu e alg uns mem bros ela nobreza são protagoni stas ele tais tran sgressões. Os ,nass-111.edia sabe m perfe itame nte que certos fatos , que têm como protagon istas os nobres, encontram a udi ê nc ia, corno se di z hoj e, e d e mo ns tram também sa be r muito be m que os nobres di spõem de urna capac iclacle inata para servir de exemplo, seja bom ou mau. Devemos, poi s, servir- nos deste dom que nos foi dado pela Providênc ia para dele fazer um instrumento a serviço do bem, ela verdade e cio be lo, e m um a sociedade sempre ma is órfã ela sua herança cri stã. É tal, e m síntese, o que se propõe
Noblesse et Tradition.
Catolicismo -
Quando se pensa na nobreza, pensa-se imediatamente na Europa. Como se pode colocar o fenômeno da nobreza na nova fisionomia que a Europa parece querer mostrar ao mundo? Marquês Luigi Coda Nunziante - Desej o novame nte reco rd ar aqui o du a li s mo trad ição- prog resso, ass ina lado pelo Pa pa Pacelli . Não é possíve l
"Comove p e11sar que a última importa11te faina intelectual <lesse grande brasileil'o fl'linio Col'J'êa de Oliveil'a], homem <le ação e pensamento, te11ha sido <le<licada a fazer ressoar uma clarina<la <le apelo ao cumprimento da missão da nobreza e <las elites tra<licio11ais "
have r um autê ntico prog resso sem mante r a fi de lidade à tradi ção. Se a Europa construir o fu turo na fide lidade à sua multi ssecul ar tradição, terá um pape l a ind a cenlra l na Hi sló ri a, dando aque la nota ele e levação c ultural que lhe é própria e qu e j á te m oferec ido ao mundo; ou e ntão seu pa pe l tornar-se-á se mpre mai s irre levante. Pode ri a ocorrer também pior se e la qu iser ser a inda protago ni sta, mas tão-só como exe mplo de decadê nc ia, de tran sgressão mo ral , de materiali s mo e de hedoni smo . É, poi s, um péss imo s in a l que não se queira in serir na futura consti tui ção e uropé ia uma referê nc ia às raízes c ristãs que a tornam idê nti ca a si mes ma, porque qu em nega o próprio passado acaba por a nul ar-se e desa parecer. A nobreza poderi a ajuda r muito o continente europe u a redescobrir e valorizar essas suas raízes cri stãs, dando teste munho não só de um glorioso passado, mas também ele um patrimôn io ele va lores que pode m e elevem ser o fundame nto cio futuro.
Catolicismo - Segundo sua opinião, a nobreza européia tem uma mensagem a transmitir a todo o mundo, além do velho continente? Por exemplo, o que se pode dizer do fascínio que as cerimônias da monarquia inglesa, quando são transmitidas pelas TVs , exercem em todas as partes do globo?
Marquês Luigi Coda Nrmziante A classe nobiliárqui ca - segundo um recente estudo do Prof. Karl Ferdinand Werner, ex-diretor do lnstitut
Historique Allemand de Paris "dominou por mais de um milênio q história social e política" da Europa. Ele demonstra também que "os nobres, .fi·eqüenternente imaginados a posteriori um pouco estultos, por burgueses orgulhosos de seu conhecimento e de sua.fortuna, conservaram. por séculos, quase que exclusivamente, o monopólio do saber". Na E uropa, a cultura e a política foram efetivamente marcadas pela nobreza, e isto faz da nobreza europé ia um caso único. É necessário também ressa ltar que a constituição ele uma elite socia l análoga à nobreza não é urna característica exclusiva da Europa. Esta e lite se fo rmo u mai s ou menos naturalmente por todas as partes onde a civi lização se constitu iu . Pio XIT e nsina que "também nas democracias de recente
JUNHO 2003 -
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data, e que não têrn. atrás de si uln passado f eudal, foi se f ormando, pela própria.força das coisas, uma .espécie de nova nobreza ou aristocracia". Tsto é um
te levi são; à defesa da esco la cató lica e contra a educação sex ual na esco la; à luta contra a droga e a pedofili a; sem preterir os proble mas da bi oética e da revo lução bio lóg ica pro movida por certa c iênc ia e por fa lsa bioéti ca, que quer conceber o home m como um ser tecni camente manipulável.
fa to hi stórico, por exemplo, no caso das Américas ou da Austrália. Por tais motivos, Noblesse et Tradition se abre aos ex poentes desses ambientes, bem como aos europe us não nobres que reconhecem o pape l e a importância atual dos princípi os re presentados pela nobreza hi stórica. Por fi m, estou de acordo com sua afi rmação relativa ao fasc ínio que as cerimôni as inglesas exercem sobre o público, confirm ando, pois, a capacidade da nobreza de tra nsmi tir uma mensagem a todos os ambientes ·s ociais. Neste caso específi co, o esplendor do cerimoni a l nos faz ver não ex istir nenhuma mensagem mai s eficaz do q ue a que vem aco mpanhada pe la be leza e pe la soleni dade das cerimônias.
Catolicismo -
Para nós, sul-americanos, é sempre fascinante a relação com a História, que emerge rapidamente no contato com a Europa. Perdoe-nos uma indiscrição: entre seus antepassados, há alguns que admira mais, e por quê?
Marquês Luigi Coda Nwz ziante -
Catolicismo - Sabemos que o Sr. considera seu dever, como membro da nobreza, empenhar-se no serviço a toda a sociedade. Esta missão, o Sr. a realiza na associação italiana Famiglià Domani [Família Amanhã], da qual é presidente. Quais são as atividades dela, e por que fez da família o interesse prioritário de sua dedicação? Marquês Luigi Coda Nunziante - Respondo-lhe com a linguagem militar que é pró pri a à nobreza, mas também ao passado mili tar da minha vida de ofi c ial da M arinha ita li ana e co mo piloto de aviões tra nsportados sobre porta-avi ões. Nós te mos o dever de indicar qual é, em nossos di as, "o campo de batalha", e nos apresentar para "combater o bom combate", como di z São Paulo. Hoje, as fo rças que quereri a m um a soc iedade sempre menos cri stã, menos conforme à Lei natural, mais pagã e hedooi sta, concentraram a sua "artilharia" contra o instituto da famíli a. U m di a são as legali zações dos assim chamados "casamentos horn.ossexuais", outro dia a adoção dos filhos por parte dessas uniões contra a natureza, ou os ex perimentos genéticos que tendem a cancelar a verdade ira paternidade e a verdadeira maternidade, para não fa lar das chagas do divórc io e do aborto. Deixando as metáforas, é necessári o que se faça uma oposição - sem dúvida pacífica e legal, mas siste mática e coerente, baseada no Magistério católico - a tal ofensiva. É um terreno no q ual a nobreza, e não só a nobreza, poderi a e deveri a empenhar-se mais. Exatamente por este moti vo, fo i fund ada a Associação Famiglia Domani, que desenvo lveu e desenvo lve a sua ati vidade em todos os campos que concernem à fa mília: da co leta de ass inaturas contra a legali zação da homossex ualidade à luta contra a vio lênc ia e a pornografia na
C ATOLICISMO
"Hoje, as f'ol'ças que quer eriam uma sociedade sempre m e110s câ stã, mais pagã e he<l011ista, c011ce11uam sua 'al'tilhal'ia ' co11tra o i11sliWUJ da família . Por este motivo, foi fundada a Associação Famiglia Domani, que desen volve a sua a ti vidade cm todos os campos que concernem à família"
Certa me nte há pessoas das ge rações passadas que mais me marcaram pelo seu comportamento ou pe lo exempl o de sua vida . P osso reco rd ar, nos te mpos ma is rece ntes, me u ti o Vito Nun z ia n te, irm ão de minh a mãe, qu e perde u a vid a no Adri áti co, co m o afun d a me nto do co uraçad o Regina Marg herita, na I G uerra Mundi al, te ndo sido obj eto de condeco ração com a medalha de prata pe lo valor militar; um exemplo extrao rdinári o de dedi cação ao dever, porque, desapegado da própria vida, devoto u-se até o último in stante para asseg urar a sa lvação de seus marinheiros. Em te mpos ma is re motos, não quero o mitir o genera l Ferdinando Nun ziante, do qu al o hi stori ado r G iac into de' S ivo escreveu: "Se é belo
Ampla difusão do Escudo do Sagrado Coração de Jesus
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cada di a aumenta a in segurança das fa míli as, com a escalada da,crimin alidade e da violê ncia . Por o utro lado, as notícias de calamidades, catástrofes, e pide mi as, s urgimento de doenças para as quais não se e ncontram remédi os, e a dissemi nação de males pe la influênci a di abó lica, nos colocam em me io a uma verdadeira guerra espiri tua l, se m precede ntes. Po r isso, a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tarde is! dec idiu enviar o Escudo do Sagrado Coração de Jesus aos seus p arti cipantes e impul sio nar a divul gação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. "Aproveitam os para f azer esse lan-
çamento no mês de junho, quando é comemorada a fes ta do Sagrado Coração de Jesus. Este Escudo é um recurso extraordinário que a Providência Divina colocou em nossas ,nãos, mas poucos católicos ainda o conhecem ", afirma M arcos L uiz G arcia. Diversos fatos históricos confümam a efi cácia dessa devoção, estreitamente vinculada com as aparições de Fátima. B asta le mbrar que a pequena Jacinta tinha uma grande devoção ao Sagrado Coração de Jesus; e o Anjo de Portugal, em suas três aparições aos pastorinhos, fez referência expressa ao Coração de Jesus. " O imenso amor de Jacinta aos Corações de Jesus e de Maria ajudou-a
a suportar sof rimentos duríssimos. Por isso, tenho a convicção de que essa de voção nos ajudará a suportar também nossos sofrimentos e cruzes de cada dia, e nos auxiliará a alcançar as graças de que mais necessitamos", explica o coordenador da campanha. Os partic ipantes da campanh a també m rece beram , com o Esc udo, um bonito folheto contendo a Novena Irresistível do Sagrado
Coração de Jesus. "Por meio dessa novena, numerosas pessoas j á alcançaram importantes graças. A meta de nossa Campanha é distribuir 1.000.000 de Escudos acompanhados da N ovena Irresistível do Sagrado Coração de Jesus até o final do ano", conc lui
ser herói, mais belo é ser virtuoso; o herói se admira, a virtude se ama ". O Dr. Plini o Corrêa de O liveira, após haver lido sua biografia, o defi niu como "o contra-revolucionário do século XIX". Do Gene ral Ferd in ando, é justo ta mbé m recordar o ep isód io de Arce, de 1849, no qu a l enfre nto u Gari ba ld i e m bata lh a, obri gand o-o a ev itar o co mbate com uma prec ip itada reti rada . Merece també m ser mencio nado o gene ra l Vi to N unziante, pa i do supra menc io nado Ferdi nando. No co mando do regimento Montefusco, lu to u ao lado do Ca rdea l Fabri zio Ruffo pe la reco nqui sta do Re in o ele Nápo les. Fo i posteri ormente nomeado L ugar-tenente-general do Re i em S ic íli a, e, po r fi m, Comand ante Geral do exército bo urbô ni co. Retrocede ndo ainda ma is no passado, penso que sej a justo recordar ta mbé m São José Pig nate lli , da mes ma fa míli a de minha bi savó Francesca Pig nate lli . Nascido "Grande de Espanha", to rnou-se o gra nde restaurado r da Companhi a de Jes us na ltá l ia, no ocaso do sang rento sécul o X V] [I e no ama nhecer do sécul o XIX . •
o coorde nador. Os par ticipa ntes que desej are m receber mais Escudos do Sagrado Co ração de Jesus deve m ligar p ara o pla ntão de ate ndim ento da ca mpanha, pe lo telefon e (1 1) 3955 -0660, info rmar seu códi go e fazer sua solicitação. •
Mensagem de Fátima ao alcance de crianças e jovens adolescentes
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ece nte pesqui sa, com os partic ipantes da Ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, indi co u a grande di fic uldade qu e os pa is e ncontram na fo rmação mo ral e re li g iosa de seus filh os. ísto levou a campanha a inic iar um novo projeto. Trata-se da produção de um novo CD com o obj etivo de conta r e expli car a Me nsagem de Fátim a para c ri anças e j ove ns ado lescentes. "Esta inici-
ativa levou em consideração a séria ameaça que representa a expansão da imoralidade no Brasil. Se a experiência de r resultados, pretendemos produzir tarnbém um m.aterial voltado inteirarnente para a form.ação de adolescentes", explicou M arcos Lui z Garc ia, coordenador da ca mpanha. "Assirn que tudo estiver
pronto, se rá realizada uma grande divulgação. O CD tarnbém será enviado para as 287 emissoras de rádio que hoj e reproduzem o programa radiofônico A Voz de Fátima. Contamos corn. a colaboração de cada um dos participantes de nossa campanha para viabilizar e garantir o sucesso deste novo proj eto", conc lui o coordenado r. •
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
A Voz de Fátima entra no 4° ano de aifusão
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esde se u lançame nto, a eq ui pe de
A Voz de Fátima j á produ ziu 68 pro-
gramas, e nvi ados quin zena lme nte para 287 emi ssoras em todo o País. A edi ção espec ia l cio 4° a no do progra ma trata dos 86 anos das apari ções aos três pastori nh os de Fátim a, e a presenta importante
relato sobre a lacrimação da Image m Peregrin a de Nossa Senhora, ocorrido e m 1972, e m Nova O rleans. Aborda também os graves danos q ue os programas imora is da T V causam, destruindo a inocência das cri anças e transgredindo brutalmente os Mandamentos da Lei de Deus. • JUNH02003 -
INFORMATIVO RURAL ' Procuram-se pobres •
J\ pós toda uma poeira levantada e m to rr\._ no do proble ma da fo me e da pobreza no Bras il , o governo dec lara agora que não sabe o que sig nifica " pobre", nem quantos de les exi ste m. O Mini stério E xtraordinário de Segurança Al ime ntar (Mesa) cri ou um grupo de traba lho para definir uma linha o fi c ial de pobreza. O objetivo é estabe lecer o valor de re nda me nsa l aba ixo do q ua l todo bras ile iro será con siderado pobre. E fix ou prazo_de 150 dias (a partir de abril ), prorrogáve is po r mais 30 , para os técnicos cónc luíre m a tarefa. Técnicos do governo esc larecem que a definição de linhas de pobreza te m, até certo ponto, um caráte r arbitrário. M a is do que isso, de fa to e la tem fo rtes impli cações po líti cas ! •
"os
Apavorados
técnicos do Incra do Ceará estão apavorados com a distorção político-administrati va no órgão. Simplesmente eles não conseguem mais trabalhar, de tanta reunião com o MST O Incra virou sede do MST Do superintendente ao vigilante, todo mundo virou sem-terra" (" Di ári o do Nordeste", Fortaleza, 29-3-03). •
11111%1
e
DISCERNINDO Como piranha dentro d'água
om o governo que se instalou no Brasil em 1º de janeiro, o MST sente-se à vontade, como piranha dentro d ' água. Já defende as invasões de terras como sendo "um direito do cidadão". Para os líderes dos invasores, quando se ocupa uma propriedade, está-se obrigando o governo a cumprir a Constituição, que nos artigos sobre a reforma agrária diz ser obrigação dele desapropriar latifúndios improdutivos ou que não cumpram a função social. A interpretação é totalmente falsa, pois a Constituição não obriga a desapropriar, mas apenas faculta ao governo promover a desapropriação. Mesmo isso, segundo uma série de condições. Ademais, não existe um direito de invadir, pois não há direito para violar outro direito, que é o de propriedade. Para o líder do MST, João Paulo Rodrigues, o movimento está relativamente satisfeito com o trabalho do governo na área da reforma agrária.
CPT contra a propriedade J\ Comi ssão Pastoral da Terra (CPT) di -
estrutura ag rária brasileira". Para que
r\..vul gou um docume nto no qua l reivindi ca do governo federal "uma postura clara e conturnaz a f avor da ref orma agrária, contra o latijiíndio, pelo limite da propriedade e pela democratização da
a reforma possa avançar, segundo o texto, é necessári a a revogação da medid a provi sóri a que proíbe vi stori as do Inc ra e m terras invadidas pe los se m-terra. A dec isão é el a J 6ª Asse mblé ia da CPT, que se reali zou e m Goiâni a com a prese nça de c inco B ispos e 90 age ntes pasto ra is de todo o País. o rno se vê , a esquerda católica continu a sendo a g rande propul sora de uma Refo rm a Ag rária soc ia li sta e confi scatória, q ue aniquile o di reito de propriedade no Bras il e instaure o caos soc ial. M edi das eclesiásticas contra essa tendência? Nenhuma! Muito pelo contrári o. •
Fome Zero alimenta o MST
E
nquanto o governo sai à proc ura de pobres, o progra ma Fome Ze ro vai sendo cana li zado para asse ntar os sem-terra do
MST. Ações de emergência do programa Fome Zero serão dirigidas para alimentar cerca de 60 mil fa mílias de sem-terra, que estão em acampamentos . Foi programado que, a partir da segunda quinzena de mai.o, cestas básicas seriam distribuídas contendo ali mentos como arroz, feijão, fu bá e farinha de mandioca. Co m essa subve nção, evi dente me nte o MST sai mui to fortalecido para prosseguir suas invasões. •
CATOLICISMO
Desinteresse da população
P Acampamento de sem-terra no oeste catarinense
esqui sa Tbo pe/C NT, divulgada e m 2 de abril , mostra que, e ntre as 18 princ ipa is preoc upações da população brasile ira, a refo rma agrária oc upa apenas um modesto 11 ° lugar. Fica c laro, pois, que a Reforma Agrári a é, na ve rd ade, uma asp iração elas esquerdas soc ia listas, movidas por razões ideo lóg icas , e não um a as piração popul ar. •
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O maior inimigo do Pf C onversa elucidativa numa roda de amigos r, CID ALE NCASTRO te ma da conve rsa dos ami gos re unidos no bar era o governo L ula. As apreciações diverg iam. M as o choque de opiniões era sig nificativame nte am ortec ido pela bono mia cios parti cipantes e pe lo gosto be m brasil eiro ele estare m juntos, conve rsando. Às ta ntas, Joe l perguntou abrupta me nte: - Que m é o maior inimigo cio PT? Ante o inesperado da questão levantada, Raul , o mai s afo ito, aventurou-se a res po nder: - São os faze nde iros, pois o PT que r de molir nossa estru tura ag rári a para impor um sistema igua litário de asse ntamentos. E os mai s inte ressados em evitar essa de molição são os proprietári os de terras . Eles fo rm am, no seu conjunto, o maior inimigo do PT. - Não concordo - ata lhou Luís - po is o proble ma não é de interesse, mas s im de ideologia. O PT te m idé ias c laramente socia li stas, co mo afirmou recente me nte o José Dirceu, da Casa Civil. E a ideo log ia oposta ao soc iali smo é a do utrina cató lica tradi c io nal, defe ndida no Brasil pe la TF P. Logo, o maior inimi go cio PT é a TFP.
O
Trabalhador, ordeiro e co rdato, características do brasileiro
- Nada di sso - interveio desta vez Manoel, um po uco afog ueado, porque a di sc ussão pegara, de fa to - , a questão central está no radi ca li smo . O ma ior inimi go do PT está dentro do PT, são seus radi ca is. Vá ri os fa lam ao mesmo tempo, uma confusão coloquial freqüe nte em co nversas anim adas no Bras il. - O ra, o ra - inte rrompe S in és io, co m sua voz pausada e fi rm e: o maior inimi go cio PT está nos lares brasile iros . É a clo na de casa pacata, que não qu er saber de ag itação; é o pai de famíli a, que teme a revo lução soc ia l porque desej a traba lhar e m paz; é o estudante apli cad o, que te m e m vi sta uma ca rreira a seguir; é o ho me m da ru a, o brasil e iro típico, que por te mperame nto e form ação ama a paz soc ia l e a harmoni a e ntre as classes. A di scussão prosseguiu aca lorada por alg um tempo, du ra nte a qual fo ram trazid os à to na, segundo o parecer de cada qual, novos " inimi gos" do PT, o u então mati zes elas opiniões j á e xpressas . Até que Joel, que a tudo ass istia delic iado, por ver o ê xito de sua intervenção ini c ia l, reso lve u profe rir, e m última instân-
cia, a decisão .final. - Vocês todos es tão errados ! O silêncio se fez na roda, e m me io ao ruído das co nversas e ri sadas ele outros freqüe ntadores do bar. Joe l prosseguiu: - O ma io r inimi go ci o PT é a RE ALIDAD E. É só ler o progra ma do Partido , pa ra dar-se co nta el e que e le se di stanc ia co mpleta me nte do Brasil real. Basta ouvir as a rengas de seus co mpo nentes, para perceber ne las a marca inde lé ve l da uto pi a soc iali sta, j á ta ntas vezes fracassada na hi stóri a recente. To me m, po r exe mpl o, o progra ma Fome Ze ro, e laborado pe lo PT e apresentado pe lo gove rno. De po is el e muito terg iversa r e quase produ z ir a qu eda do mini stro responsável, o Mini stéri o E xtrao rdin á ri o de Segura nça Alime nta r (M esa) c hego u à con c lusão de que não sabe ne m mes mo o que s igni fi ca ser " po bre" no B rasi1. - Outro exemplo - prosseg uiu Joel - é a Reforma Agrá• ria. Todo o B ras il reconhece, inc lu sive me mbros do PT, que e la te m sido um fracasso. Entretanto, os petistas se aferram a aprofu nd á- la, porque está escrito no céu ele suas utopi as que a Reform a Agrári a é um imperativo socia l. .. Tudo nas nuvens ! Essa intervenção teve o dom de produ zir certo consenso . A pós um bo m tempo e m que o grupo estava re unido, chegara o mome nto ele di ssolve r-se. O que ocorre u num c lim a de concórdia, be m característi co cio temperamento do brasil eiro, afeito à pacatez e tra nqü i Iidade. • JUNHO2003 -
O Escudo do Sagrado Coração de Jesus U ma devoção mais atual e necessá~ia do que nunca para a efetiva obtenção do que há 2000 anos todos os verdadeiros cristãos vêm pedindo, quando rezam: "Venha a nós o vosso ReÍno, seja feÍta a vossa Vontade, assÍm na Terra como no Céu". li H ELVÉCIO ALVES
e hoj e Nosso Senho r Jes us Cristo vo ltasse à Terra, poderia ser novame nte c ruc ificado! Po r quê? Po r que tanta maldade co ntra Aq ue le a Q uem deve mos nossa sa lvação? Contra Aq ue le que se ofereceu co mo vítima para red imir os pecados dos ho mens? Contra A lguém que só desej a o nosso be m? Para responder tudo numa só frase: a espa ntosa in g rat idão dos homens. Ingratidão q ue, devi do aos nossos pecados, à dureza de nossos corações, impede-nos de corres po nde r ao a mo r do Di v in o Rede ntor, que ofereceu sua vida por nós. Que nos impede sermos gratos, a mando so bre tod as as coisas Aque le que tanta dil eção teve pe los ho mens e por e les fo i tão po uco amado. Devido a essa incorrespo ndência da humanidade a seu Criador, ela se encontra atualmente submersa numa corrupção mora l genera li zada e sem precede ntes. M as abandonari a a Providê nc ia Divina os home ns, de ixando-os entreg ues a s i mes mos, afundados em sua impi ed ade e depravações? N ão. Apesa r d e to d as as ofensas contra Aque le que mo rre u por nós, a inesgotáve l mi sericórdi a de Deus j ama is aba ndona os ho me ns, mes mo quando envi a seus justo e impresc indíve is casti gos. Ela nunca deixa de
d ispensar abunda ntes graças, inc itando os ho mens ao arrepend imento. Mas é necessário reparar o pecado co me tido, retornar à observância dos Mand ame ntos, e, med iante a conversão, a lca nçar o perd ão e as graças tão necessári as para uma vida virtuosa e a sa lvação etern a. Para isso, sem dúvida, uma das maiores graças é a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Desse adorável Coração, t:ranspassado pela lança de Longinus, jorrou san-
gue e água no alto do Calvári o, para nos salvar (cfr. Jo 19,34). Desse adorável Coração, ainda em nossos di as, e apesar de nossas ingratidões, tibiezas e desprezos, as graças jorram abundantes para todos aqueles que sinceramente as desejem. Basta que as peçamos com toda confiança.
"Oncle abm1llo11 o peca<lo, s11peralJ1111<1ou a graça " rum11
5.20J
Ainda atualmente ecoam as sublimes palavras de 328 anos atrás. Palavras que soam num timbre di vino, como vindas da eternidade, pronunc iadas entretanto no recolhimento de um humilde convento, mas que atravessam os séculos. Foram diri gidas a uma pri vilegiadíss ima fre ira do convento da Vi sitação de Santa Maria, em Par ay- le- M o ni al (B o rgo nh a, França). Tra ta-se de Santa M argarida M a ri a Al acoque ( 16471690). [Vej a quadro à pág. 29] Estava e la reza ndo di ante do Santíss imo Sacramento, a 16 de junho de J675, qua ndo Nosso Senho r lhe aparece. De po is de um b reve di á logo, E le apo nta para se u própri o Coração e di z:
"Eis aqui o Coraçâo que temto amou os homens, que nâo poupou nada até esgotar-se e consumir-se, para testemunharlhes seu amor; e, por reconheciVitral representando a aparição de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria Alacoque em 1675
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O Beato Pio IX concedeu aprovação definitiva à devoção do Detente, dizendo: "Vou benzer este Coração, e quero que todos aqueles que forem feitos segundo este modelo recebam esta mesmo bênção".
caiu no esq uec imento. N ão podemos permanecer ingratos e indiferentes di ante dessa supre ma manifestação de bo ndade e amor. Temos uma premente necessidade de desagravar o Sagrado Coração de Jesus, atende r seu pedido e difundir seu culto. Nossa reparação atrairá a mi sericórdia de Deus e as abundantes graças indi spensáveis para a salvação da humanidade, tão di tanciada dos preceitos divinos.
"A Igreja e a sociedade não têm outra esperança senão no Sagrado Coração de Jesus; é Ele que curará todos os nossos males. Pregai e dijitndi por todas as partes a devoção ao Sagrado Coração, ela será a salvação para o mundo" 2 •
menta, não recebe da m.aior parle deles senão ingratidões, por suas irreverências, sacrilégios e pelas indi,/erenças e desprezos que têm por Mim no Sacramento do amor: Mas o que Me é ainda mais penoso é que corações que Me são consagrados agem assim. "Po r isso, Eu te peço que a primeira sextaJeira depois da oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a umafesta especial para honrar meu Coração, comungando-se neste dia e fa zendo-Lhe um ato de reparação, em sati~/ação das ofensas recebidas durante o tempo que estive exposto nos altares. Eu te prometo também que meu Coração se dilatará para distribuir com. abundância as influências de seu divino arnor sobre aqueles que Lhe prestem culto e que procurem que Lhe seja prestado" 1•
"O Sagrado Coração será a salvação do mune/o" E ntretanto, apesar do pungente dessa revelação - bem como das demais promessas de Pa ray- le-Moni a l - , hoje e la
CATOLICISMO
Es a impress io na nte afi rmação é do Papa Pio IX (] 846- 1878) - recentemente beatifi cado - ao Padre folio C heva li e r, fundador dos Missionários do Coração de Jesus, mostrando que nessa devoção depositava toda sua esperança.
Poclel'Osa proteção que nos vem cio Céu Catolicismo ,já em diversas ocasiões, tem divulgado matéri as sobre a devoção ao Sacratíssimo Coração de Jesus (por exemp lo, nas ed ições de junho/ l 986 , julho/ 1988, junho/ 1992 e junho/ 1994) . No presente mês de junho, que tem todos o seus dias consagrados ao Sagrado Coração, e cuj a festa principal comemoramos ri o dia 27, desejamos abo rdar, e ntre a vári as e magnífica promessas desse adorável Coração, uma que a ind a não apresenta mos nestas páginas: a devoção ao
Detente, o Escudo do Sagrado Cora ção de Jesus. Essa piedosa prática, o utrora muito difundida entre os cató licos, é um modo s imples, mas esp lêndido, de manifestarmos permanentemente nossa gratidão e a mor ao Sagrado Coração, vítima de nos-
sos pecados. E, ao mes mo te mpo, d 'Ele recebermos inúmeros be nefícios e um a proteção extraordiná ria contra todos os perigos. Esse é o te rna que passaremos a ex por. Poré m, se o lei tor a ntes preferir rememorar a lg un s pontos básicos sobre a devoção ao Sacratíssimo Coração, le ia os quadros às páginas 3 1 e 33.
O que é um Detente? Uma armadura espil'itual? É um poderoso Escudo que a Divina Providência colocou à nossa disposição, a fim de nos proteger contra os mai s di versos pe ri gos que e nfre ntamos e m nosso dia-a-dia. Para isso, basta levá- lo cons igo, não have ndo necess id ade de ser bento, pois o bem-aventurado Papa Pio IX este nde u s ua bênção a todos os Escudos - como veremos adiante. Detente, ou Escudo do Sagrado Coração de Jesus - também conhec id o co mo bentinho, salvaguarda, o u mesmo como pequeno escapulário do Sagrado Coração - é um e mbl e ma com a imagem do Sagrado Coração e a divisa: Alto! O Coração de Jesus está comigo. Venha a nós o Vosso Reino! [foto acima] É com um levarmos no bolso, o u em nossas carte iras, pastas etc ., foto g rafias de pessoas a quem muito queremos (pa is o u filhos, por exempl o). Assim , ter cons igo o Detente é um meio de expressa r nosso a mo r ao Sag rado Co ração de Jesus; s ina l de nossa confiança em sua proteção cont ra as armad ilh as do demônio e peri gos de toda ordem. Levando conosco esse Escudo, esta re mos co ntinuam e nte corno que afirma ndo: Alto! De-
tenha -te, demônio; detenha-se toda maldade; todo perigo; todo desastre; detenham-se todos os assaltos; todas as balas de bandidos; todas as tentações; detenha-se todo inimigo; toda e,~fernúdade; detenham-se nossas paixões desordenadas - pois o Sagrado Coração de Jesus está comigo! Portar esse Escudo a ux ili a- nos, a lé m dessas e de tantas o utras proteções, a recordar continu ame nte as promessas do Sagrado Coração de Jesus ; é símbolo de nossa tota l confi a nça na proteção divina; é um s ina l de nossa permanente súpli ca e fidelidade a Nosso Senhor e um pedi do de que E le faça nossos corações semelhantes ao d ' E le.
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Santa Margarida Maria Alacoque
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Confidente do Sagrado Coração de Jesus
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ssa gra nde santa visitandina nasceu e m Verosvres (França), e m 22-7- 1647, e três dias depois recebe u o bati s mo. Ainda muito pequena, bastava alg ué m dizer-lhe que tal co isa ofendi a a Deus, para que e la compreendesse imed iata me nte que não se devia faze r. A me nina Margarida Mari a rezo u certo dia: "Ó meu Deus,
dada por São Francisco de Sales ( 1567- 1622) e Santa Joana de Chantal ( 1572- 1641 ). Esse conve nto francês fora esco lhido po r Nosso Senhor para, a partir daí, mais intensamente expa ndir pe lo mundo inte iro a devoção a seu Sacratíssimo Coração. Como re li g iosa nesse conve nto, por três ocas iões s ucess ivas o Divino Redentor apa receu-lhe com o Saeu Vos consagro minha pureza e Vos grado Coração à mostra, fez-lhe ver faço o voto de castidade perpétua". o desejo ardente que tinha de sa lva r M ais tarde, e la própria disse que não os pecadores e pediu a institui ção de sabi a o que ig nifi cava "voto de casurna festa litúrg ica para ho nrá- Lo, tidade perpétua" , mas sentiu-se inspirada a faze r bem corno a com unhão reparadora elas primeiras e sa consagração. sex tas- feiras do mês. Quando contava o ito anos, dev id o à morte de Tal missão não se realizaria senão com muitas seu pai, passou dois anos como a lun a no conve nto lutas e sofrime ntos. Ela e ra c riticada dentro e fora elas clarissas , em Charolles, e fez a li s ua primeira do convento. Inte rname nte, criti cava-se tal devoção comunh ão. Ve ndo o bom exe mplo das re li g iosas, corno send o uma "novidade extravagante"; externasce u em sua alma a vocação re li giosa. namente, era criticada pelos jansenistas* - os proComo um indíc io da gran gressistas da época. Esses de vocação a que e la era c haatacavam virulentamente o m ad a, é oportu no le mbra r c ulto ao Sagrado Coração e um fato de sua vida: muito à Eucaristia. devota da Sa ntíss im a VirEntretanto, o Divino Regem , rezava todos os dias o dentor quis servir-se da santa te rço de joelhos. Mas um dia re li g iosa visitandina para di rezou -o sentada. Nossa Sefundir universalme nte a devonhora a pareceu-lhe e a repreção . Após s ua morte, em e nde u: "Estranho muito, mi1690, a devoção ao Sagrado nha filha, que me sirvas com Coração de Jesus estende uConvento de Poray-le-Moniol tanto desleixo". me muito, não ape na s na M a is tarde, quando ma nifesto u a familiares seu França, mas por outros países. Ela foi canoni zada em desejo de ser re li g iosa, esses pressionaram-na para 1920, pelo papa Bento XV** . que entrasse no convento das ursulinas. Ela respon* Ja11 senis1110: heresia que co nstituiu uma corrente sem i-prodia: "Eu quero ir às visitandinas, em um convento
bem longe, onde não tenha nem parentes nem conhecidas, porque não quero ser religiosa senão por amo r de Deus". Afin a l, aos 24 a nos, seu desejo se c umpriu , depois de JO a nos de provações. Entrou no co nve nto das visitandinas de Paray-le-Monial da Ordem da Vis itação de Santa Ma ri a - instituição religiosa fun -
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tes tante no interi or da Igreja . Era de um rigorismo hirto e des propo sitado. Foi in stituída pelo holand ês Co rn éli o Jan sênio, bi spo de Ypres ( 163 6). Este negava a infinita mi seri córdia de Deus e defendia a predestinação. Tal heres ia fo i condenada por diversos Papas, entre os quai s Inocêncio X , pela bu la papa l C11111 occasione ( 1653). C fr. Vie et Révélatim1s de Sai11te Marg11eri1e-Marie Alacoque écrites par el/e-111ê111e, lmprim eri e St-Paul, Ba r-le-D uc, Fran ç a, 1947 ; e h1tp://www. cora zones.o rg/ san 1o s/ margari1 a_maria_alacoque_escritos.htm .
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Origem do Escudo do
Sagrado Coração de ,Jesus Santa Margari da Mari a Al acoqu e como testemunha sua carta, escrita no di a 2 de março de 1686, diri gida à sua Superiora, Madre Saumaise - transcreve um desejo que lhe fo ra revelado por Nos o Senhor: "Ele desej a que a Senhora rnande fazer uns escudos com a imagem. de seu Sag rado Co ração, a fim de que todos aqueles que queiram ofe rece r-lhe uma hornenagem, os coloquem em suas casas; e uns ,nenores, para as pessoas levarem consigo" 3 • Nasc ia, assim, ocostume de pbrtar esses pequenos Escudos. Essa santa devota do Detente portavasempre consigo e convidava suas nov iças a fazerem o mesmo. Ela confeccionou muitas dessas imagens e dizia que seu uso era muito agradável ao Sagrado Coração. A autori zação para tal prática, no início, fo i concedida so mente aos conventos da Vi sitação. Depois, fo i mais difun dida pela Veneráve l Ana Magdalena Rému zat ( 1696- 173 0). A essa reli giosa, também da mes ma Ordem da Vi sitação, fa lec id a em alto conceito de santidade, Nosso Senhor fez saber antec ipadamente o dano que causari a uma grave epidemia na cidade francesa de Marselha, em 1720, bem co mo o marav ilhoso auxíli o qu e os marse lheses receberi am co m a devoção a seu Sagrado Coração. A referida visitandin a fez, co m a ajuda de suas irmãs ele hábito, milhare desses Escudos do Sag rado Coração e os repartiu por toda a cidade onde grassava a peste. A hi stóri a reg istra que, pouco depois, a epidemi a cessou como por milagre. Não contagiou muitos daqueles que portavam o Escudo, e as pessoas contag iadas tivera m um ex traordinári o auxíli o co m essa devoção. Em outras localidades ocorrera m fatos análogos. A partir de então, o costume se este ndeu por outras cidades e pa íses4 •
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Em 1789, ec lodiu na França, co m trágicas conseqüências para o mundo in te iro, um fl agelo mui tíssimo mais terrível qu e qualqu e r epide mi a: a ca lamitosa Revolução Francesa. Nesse período, os verdadeiros cató licos encontraram amparo no Sacratíss imo CATOLICISMO
Coração de Jesus, e o Escudo protetor era levado por mui tos sacerdotes, nobres e popul ares que res istira m à sa nguin ári a Revolução anti católi ca. Até mes mo senhoras da corte, como a Princesa de Lamba lle, portava m esses Escudos bordados prec iosa mente em tec idos. E o sim ples fa to ele lev,'í- los consigo tra nsformou-se no sin al di st in tivo daq ueles que era m contrários à Revolução Francesa.
Entre os pe rtences da Rainha Mari a Antoni eta, guilhotin ada pelo ódi o revolucionário, encontraram um desenho do Sagrado Coração, co m a chaga, a cruz e a coroa de espinhos, e os di zeres: "Sagrado Coração de Jesus, tende misericórdia de nós!" 5. Outra Rainha de França, também devota do Detente, fo i Mari a Leszczynska. Em 1748 ela recebeu de presente, do Papa Bento XIV, vários Escudos do Sagrado Coração, por ocas ião de seu matrimôni o com o Rei Luís XV. De acordo com as memóri as desse tempo, entre os presentes envi ados pelo Pontífice havi a "muitos Escudos do Sagrado Co ração, fe itos em tafetá vermelho e bordados em ouro" 6 . O Escudo do Sagrado Coração de Jesus era como um brasão e, ao mesmo tempo, uma armadura . Heróis católicos o usaram durante os batalhas, como Andreos Hofer (à esquerdo), aguerrido líder tirolês, e os requetés espanhóis durante a Guerra Civil de 1936 (abaixo) .
Heroísmo dos devotos do Sagrado Coração de Jesus Na região da Mayenne (oeste da França), os Chouans - heróicos resistentes católi cos, que enfrentara m co m bravura e ard or reli gioso os revolu cionári os fra nceses de 1789 - bordava m em seus trajes e bandeiras o Escudo do Sag rado Coração de Jesus. Era como se fosse um brasão e, ao mesmo tempo, uma armadura: " brasão" usado parn rea firm ar sua Fé católi ca; "armadura" para defenderem-se contra as investid as adversári as. Também como "arm adura espiritual", esse Escudo fo i ostentado por mui tos outros líderes e heróis católicos que morreram ou lutaram em defesa da Santa !ore. b Ja, como os bravos cam poneses seguidores do aguerrido tiro lês Anclreas Hofer ( 1767-1 8 10), conhec ido como "o Chou-
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uns apó~tolos da de: : : ,
ao Sagrado Coração de Jesus Ü Papa Pio XII, pela Encíclica Haurielis Aquas (1956), recorda alguns santos que mais se distinguiram na difusão dessa devoção "Querendo_ agora indi car as etapas glori osa percorridas por este culto na hi stóri a ela piedade cri stã, mi ster é recordar, antes de tudo, os nomes de alguns daqueles que bem podem ser considerados os portaestandartes desta devoção, a qu al, em forma privada e de modo gradu al, foi-se difundindo cada vez mais nos institutos reli giosos. Ass im, por exemplo, di stinguiram-se por haver estabelec ido e promovido cada vez mais este culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus: São Boaventura, Santo Alberto Magno, Santa Gertrudes, Sa nta Catarin a de Siena, o Beato Henrique Suso, São Pedro Canísio e São Francisco de Sales. A São .João Eudes deve-se o pri São Cláudio de la Colombiere meiro ofício litúrgico em honra ao Sagrado Coração de Jes us, cuj a festa se celebrou, pela primeira vez, com o benepl ác ito de muito Bispos de Fra nça, a 20 de outubro de 1672. Mas, entre todos os promotores desta excelsa devoção, merece lugar espec ial Santa Margarida Mari a Alacoque, que, com a ajuda cio seu diretor esp 1n tual, o Beato Cláudi o de la Co lombi ere, e co m O seu zelo ai:dente, co nseguiu , não sem admiração dos fi éis, que este culto adqu msse um grande desenvo lvimento e, revestido das características do amor e da reparação, se distin gui sse das demais fo rm as da pi edade cri stã" * * * * Nesse documento, Pi o XII destaca o Beato Cláudio de la Colombi ere ( 164 1- 1682), ca noni zado em 1992 por João Paul o II. Este santo jesuíta desempenh ou pape l fund amental na propagação das revelações do Sagrado Coração ele Jesus a Santa Margai·ida Mari a. Foi ele o pri me iro a crer na verac idade dessas reve lações e quem apoiou a sa nta em seus momentos mais difíce is, devido à opos ição e às perseg ui ções que ela sofreu por parte daq ueles que não acred itavam nas revelações. Prov~d_enc,~ilnente, São C l,'í udio tornou-se o diretor espiritual da santa v1s1tand111 a**. * Pio X I 1, Enc íc lica Ha11rie1is Aqua.1·, 11 11. 60-6 1. Apud Péricles Capa nema Ferre ira e Melo, O estandarte da vitória - A devoção ao Sagrado Coração de Jes 11 s e as ** 11ec_ess1dade.1· de 110.,·sa época, A rl prcss, Siío Pa ulo, 1998, p. 28 . C I 1. h1Lp.//www.cornzones.o rg/san1 os/c laudio_co lo111 biere. h1111 .
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Ev idente me nte, se nosso pedido de auxílio fo r fe ito por me io ela Santíssima M ãe ele nosso Divino Redento r, E le nos ouvirá com muito mais agrado e mais rapidamente nos atenderá. Pois E le a constituiu Med ianeira de todas as graças, dando- nos assim uma prova a inda maior de amor, ao nos dar por Mãe sua própria Mãe.
O Sagrado Coração de Jesus e Mal'ia
após a dominação comu ni sta, as belas estátuas do Sagrado Coração de Jes us fo ram derrubadas e - pasme o le itor substitu ídas por estátuas de Che Guevara ... A estátu a do guerrilhe iro que tinha suas mãos tin tas de sangue inocente, desse revo luc ionário que fez correr um rio de sangue por vários países latino-americanos, colocada em lu gar da imagem do Sagrado Coração, que re presen tava a mi . e ricórdia divina e o perdão!
O 1>cm-ave11wra<lo Papa Pio IX e o Detente
an do Tirol ". Esses portavam o Escudo para se protegerem nas lutas contra astropas napoleôni cas que invad iram o T irol. Um fato hi stórico semelh ante ocorreu, na época atual, e m C uba. Os cató li cos c ubanos que não se deixaram subjugar pe lo regime comuni sta, e o combateram, tinham espec ial devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Quando presos e levados para o " paredón" (o nde era m sumariame nte fu zil ados), enfrentaram os carrascos fidelcastristas bradando " Viva Cristo Rei! - seguindo o exemp lo de seus irmãos no idea l católico, os Cristeros, no México, também martirizados por ód io à Fé, no início do sécu lo XX. Na anti ga Pérola das An!ilhas (atua l Ilha Presidio) antes de ser escrav izada pela tira ni a de F ide l Castro, havia muitas estátuas do Sagrado Coração de Jesus em suas bem arbori zadas praças. Mas,
CATOLICISMO
Em 1870, uma senhora romana, desejando saber a op ini ão do Sumo Pontífice Pio LX a respeito do Escudo do Sagrado Coração de Jesus, apresentou-lhe um . Comovido à vista desse sinal ele salvaçã.o, o Papa concedeu aprovação defini tiva a ta l devoção e di sse: "Isto é, se-
nhora, uma inspiração do Céu. Sim, do Céu". E, depois ele breve reco lhimento, ac rescento u:
"Vou benzer este Coração, e quero que todos aqueles que forem feitos segundo este modelo recebam. esta mesma bênção, sem ser necessário que algum outm padre a renove. Ademais, quero que Satanás de modo algum possa causar dano àqueles que levem consigo o Escudo, símbolo do Coração adorável de Jesus" 7 • Para impul sio nar o piedoso costume ele portar cons igo o Escudo, o Bem-aventurado Pio IX concedeu, em 1872, 100 d ias de indul gênc ia para todos os que, portando essa insígni a, rezassem dia.ria-
mente um Pad re Nosso, uma Ave M aria e um Glória ao Pai 8• Depo is di sso, o Santo Padre co mpôs esta be la oração:
"Abri-me o vosso Sagrado Coração, ó Jesus! ... 1nostrai-me os seus encantos, uni-me a Ele para sempre. Que todos os movimentos e palpitações do meu coração, mesm.o durante o sono, Vos sejam wn testemunho do meu amor e Vos digam sem cessar: Sim, Senhor Jesus, eu Vos adoro .. . aceitai o pouco bem que pratico ... fa z.eim.e a mercê de reparar o mal cometido... para que Vos louve no tempo e Vos bendiga duranle toda a eternidade. Amém " 9 • O Escu<lo em ocasiões <le grande perigo Em nossos tempos em que, devido à violência avassaladora e generali zada, os perigos nos ameaçam de todos os lados, é de primordial impo1tância o uso do Escudo do Sag rado Coração de Jesus. Levando-o conosco - pode-se também colocálo em nossa casa,j unto ao material escolar dos filhos, no automóvel, local de trabalho, sob o travesseiro de um enfermo etc. -estaremos, no interior de nossas almas, como que repetindo o que disse o Apóstolo São Paulo: "Se Deus está conosco, quem estará contra nós ?" (Rom 8,31). Pois não há perigo de que Ele não possa nos liv rar. E mesmo em me io às dificuldades que a Providência envie para nos provar, estaremos confi antes na proteção divina, que nunca abandona aq ueles que recorrem pedindo amparo e proteção.
São João Eudes ( 160 l - 1680) - fundador da Congregação de Jesus e M ar ia - de tal modo cons iderava um a só as devoções ao Sagrado Coração de Jesus e ao [mac ul ado Coração de Maria, que di z ia: "o Sagrado Coração de .Jesus e Maria ". Note bem o le itor, a frase está no sing ul ar, como se fosse um só coração, para ass im ace ntu ar a íntima uni ão de a mbas as devoções. Dois Corações inseparáveis, tão uni dos que não se pode querer considerá- los separadamente. Não ama verdadeiramente o Sagrado Coração de Jes us, quem não ama o ]mac ulado Coração de Maria. Por essa razão é que na Medalha Milagrosa, universa lmente conhecida, estão cunhados, em seu reverso, os do is corações: o de Jesus e o de M ari a. O primeiro cercado de esp inhos e o segundo transpas ado por uma espada. Por ocas ião da celeb ração em Parayle-Monia l do centenário da Consagração do gênero humano ao Sagrado Coração de Jesus, rea li zada por Leão XIII em J 1 de junho de 1899, João Pau lo li envi o u uma mensagem na qual acentua a união ela devoção ao Coração ele Jes us e ao Coração ele Maria Santíssima: "Depois
de São .João Eudes, que nos ensinou a contemplar Jesus - o coração dos corações - no coração de Maria, e afazer com que amássemos estes dois corações, o culto prestado ao Sagrado Coração expandiu-se". O r einado social do Coração <le Jesus e Maria "Nada nos pode dar /'1'1.aior conficm ça, esperança mais .fúndada, eslímulo mais cerlo, do que a convicção de que ern todas as nossas misérias, em todas as nossas quedas, não temos apenas, a nos olhar com o rigor de Juiz., a infinita Santidade de Deus, mas também o cora-
1765: Decreto da CÓngregação dos Ritos, de 25 de janeiro, concedendo aos Bispos ela Polônia e à Arquiconfraria Romana cio Sagrado Coração a fac uldade de celebrar a festa litúrgica do Sagrado Coração ele Jesus. No dia 6 de fevereiro, o Papa C lemente XII] (foto ao lado) aprova o decreto. Em IOde julho, a autori zação é conced ida também às freiras visitanclinas. 1856: O Santo Pad re Pio IX, por decreto da Congregação dos Ritos, em 23 de agosto, "aten-
dendo às súplicas dos Bispos da França e de quase todo o mundo católico, estendeu a toda a Igreja a fes ta do Sagrado Coração". 1899: O Papa Leão Xlll promu lga, em 25 ele maio, a E ncícl ica Annum Sacrum sobre a consagração do gênero humano ao Sagrado Coração. E realiza essa solene consagração em 1 1 de junho. Ato considerado por Leão XIII como o mais importante de seu pontificado. 1925: Encíc lica Quas Primas, de Pio XI, instituindo a festa de Cristo Re i. 1928: Encíc li ca Miserentissúnus Redemptor, de Pio XI, sobre a reparação que todos devemos ao Sagrado Coração. 1956: E ncíc li ca f-laurietis Aquas, de Pio XU, sobre o c ulto ao Sagrado Coração. Publicada na comemoração do cente nário ela extensão para a ~greja Universal ela festa litúrg ica do Sagrado Coração ele Jesus. E o documento por excelê nc ia sobre o te ma, co m os fundamentos teológicos dessa devoção. Refuta caba lmente as princ ipais objeções leva ntadas contra e la. 2002: Documento da Cong regação para o C ulto Divino e a Disci plina dos Sacramentos (Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia) publica os princípios e as orientações sob re o cu lto ao Sagrado Coração de Jesus. "Não há dúvida de que a devoção ao Sagrado Coração do Salvador.foi, e continua sendo, uma das expressões mais dijitndidas e amadas pela piedade eclesial [. ..]. Como lêm recordado freqüentemente os Romanos Pont(fices, a devoção ao Coração de Cristo tem um. sólido .fúndamento nas Sagradas Escrituras [. .. }, constitui wna grande expressão histórica da piedade da Igre'ja para com Jesus Cristo, seu esposo e senhor; requer uma atitude de.fitndo, constituída pela conversão e reparação, pelo amor e a gratidão, pelo emp enho apostólico e a consatJração a Cristo e à sua obra de salvação. Por isto a Sé Apostólica e os Bispos a recomendam, e promovem sua renovação ".
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ção cheio de ternura, de compaixão, de ,.. misericórdia, de nossa Mãe Celeste" escrevera Plínio Corrêa de Oliveira nas pág inas do " Legionári o". O inolvidáve l fundad or da TFP prossegue: "Onipotência suplicante, Ela saberá conseguir para nós tudo quanto nossa.fraqueza pede para a grande tare.fá de nosso ree rguimenlO moral. Com este coração, todos os terrores se dissipam., todos os desânimos se esvaem, todas as incertezas se desanuviam. O Coração lm.aculado de Maria é a Porta do Céu, aberta de par em par aos homens
do m.undo contemporâneo. Milagres sem conta têm atestado a auten ticidade da mensagem celeste. Não nos resta senão conformarmo-nos ao ditame que dela decorre. Se essa é a salvação do mundo, se queremos salvar o m.undo, apregoemos o meio providencial para sua salvação. No dia em que tivermos Legiões de pes.w,as verdadeiramente devotas do Coração Imaculado de Maria, o Coração de Jesus reinará sobre o mundo inteiro. Com efeito, essas dua s devoções não se podem separa,: A devoção a Maria Santíssima é a atmo~fera própria da devoção a Nosso
ta confide nte do Sagrado Coração de Jesus, quando afirmou categori came nte:
"Por fim, o meu Imaculado Coração triw~/ará ! ". É a co nf·i rmação da vitória fin al, com a efetivação da rea leza sagrada do Coração de Jesus e M ari a sobre a Terra inteira; do restabe lecimento do reino socia l de Nosso Se nhor Jesus Cristo sobre todos os corações, sobre todos os povos. Com a rea li zação dessas duas grandes prom essas, estará sendo atendida a súplica que há 2000 anos a Cristandade vem fa ze ndo, ao rezar o Padre Nosso: " Venha a nós o vosso Reino, seja.feita a vossa Vontade, assim na Terra como no Céu " (Mt 6,9- 13). O qu e - vem a propósito re lembrar, no fin al deste artigo - co rres po nd e à in scrição que consta na parte inferi or do maravi lhoso Escudo do Sagrado Co ração de Jesus. *
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Sagrado Coração de Jesus ! - Salvai o Brasil. Sagrado Coração de Jesus e M aria ! - Sede a nossa sa lvação. · Nesta difícil e caótica qu adra de nossa Hi stóri a, tão carregada de calamidades de toda o rdem, o lha i para nosso País outrora c hamado Terra de Santa Cru z, inc uti profundame nte nos corações de vossos queri dos filhos brasile iros o ardente desejo de que, o quanto antes, " Venha a nós o vosso Reino ". • "No dia em que tivermos legiões de pessoas verdade iramente devotas do Coração Imaculado de Maria, o Coração de Jesus reinará sobre o mundo inteiro" (Plínio Corrêa de O liveira)
de nosso tempo, tão extremamente .fracos. E esta porta, ninguém a poderá fechar - nem o demônio, nem o mundo, nem a ca rne. Fazer apostolado é, essencialmente, salvar almas. Aos que se interessam pelo apostolado, nada deve importar mais do que o conhecim.ento das devoções providenciais com que o Espírito Santo enriquece a Santa Igreja em cada época, para a utilidade das alm.as. O Sumo Pont(fice atualmente reinante [Pio Xll] aponta duas devoções: a do Sag rado Coração de Jesus, a do Coração Imaculado de Maria. Aparecendo em Fátima, Nossa Senhora disse textualmente aos pastorinhos que uma intensa devoção ao Coração Imaculado de Maria seria o meio de salvação CATOLICISMO
Senhor: O verão traz as.flores e os.fi"utos. A devoção a Nossa Senhora ge ra como fruto necessário o amor sem reservas a Nosso Senhor .Jesus Cristo. E, no dia em que o mundo inteiro voltar a .Jesus por Maria, o mundo estará salvo" 10 •
Analogia entre Paray-Je-Monial e /i'átima E m Paray-le-Mon ial, Nosso Senhor d isse a Santa Margarida Maria Alacoque: "Não receeis nada; Eu reinarei apesar de meus inimigos e de todos aqueles que a isso queiram. se opor" 11 • E m Fátima, no d ia 13-7- 19 17 - mais de três sécul os após as aparições de Paray- le-M oni a l - Nossa Sen hora confirma indiretame nte a revelação fe ita à san-
Notas:
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1. Soi111e Marg 11 erite Morie, So vie écrite por elle111ê111e, Edições Saint Paul , Pari s, 1947, pp. 707 1. l mprimatur ele M . P. Georgiu s Petit, Bispo ele Verclun. 2. Pe. Jules Cheva li er, Le Sacré-Coeur de Jé.rns, Rctaux -Bray, Paris, 1886, p. 382. 3. http://www.corazones.org/ (Vicia y Obras, vol. 11 , p. 306). 4. C fr. Padre Augustc Hamon, S.J ., Histo ire de lo Dévo1io11 w , Socré- Coeurde Jésus, vo l. 111 , p. 425 a 43 1. 5. C rr. De Francios i, S.J ., La dévo tion. au SacréCoe11r de .lés11.1·, pp. 289 - 290. 6. Op. cit. p. 289 . 7. Cfr. Preces e/ pia op e ra, nº 2 19; http :// www.co razoncs.org/clicciona ri o/cletente .htm e h l lp ://ww w .clevocoes. h pg. i g .co rn. b r / coracaoclcjesus/ 8. Op. cit. 9. Op. cit. IO. Plíni o Co rrêa ele Oli ve ira, " L egionári o", 307-44. 11. Sai111e Margue rite Marie, Sa vie écrite par elle111ê111e, Ed ições Saint Paul, Pari s, 1947, p. 192.
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um a vila chamada Freten, na Westfália, atravessando bela praclaJia. O céu, límpido e sereno, de repente cobriuse ele espessas nuvens negras e começou a ca ir uma tempestade com raios e trovões pavorosos. O pajem, talvez in spirado por uma graça divina, gri tou: "Senho r; aonde vais? Retornai,
senhor; retornai, pois a mão de Deus está segurcunente contra vós". Mas N orberto segui a em frente, quando ouviu uma voz poderosa qu e lhe gritou do alto: "Norberto, Norberto, por
que me persegues? Eu te destinei a ed(/icar minha Igreja, e tu escandalizas os.fiéis!".
São Norberto Fundador dos Premonstratenses
Ao mes mo tempo um raio ca iu a seus pés, fazendo-o tombar cio cava lo ao so lo, onde permaneceu desacordado durante um a hora. Voltando a si, aind a assustado e considerando a vida que levara durante tanto tempo, foi tomado de arrepencl i mento e perguntou, como o Apóstolo: "Senh.01;
acontecia de importun o e a mortificar suas más inclinações. N orberto transformou-se então num pregador ambulante, indo ele aldeia em aldeia, ele cid ade em cidade, fusti gando o vício e pregando a virtu de. Andava descalço em qualqtier estação do ano, mesmo com neve, vivia de es mo las, dormia em hosp itais e mosteiros. Em suas pregações, não poupava nem mes mo os cônegos relaxados e os cléri gos mundanos, combatendo a sim oni a, uma das pragas ela época. Sua imponente presença impress ion ava; e quando contava sua hi stória, comov ia. Seu exemplo era mais efi caz que sua palavra. Mas muitas vezes foi vítima ele agressões e maus tratos ele pecadores empedern idos.
que quereis que eu faça ?". Ouviu então a mes ma voz:
Sua conversão deu-se de modo semelhante à de São Paulo. De
"Deixa o mal e fa ze o bem; procura a pa z e segue-a".
muito nobre estirpe, tornou-se grande pregador popular, flagelo das heresias, reformador de costumes e fundador de mosteiros
I sso ocorreu em 1114.
■ PUNIO M ARIA SOLIMEO
orberto nasceu em Santen, na margem esq uerda do Reno , próximo de Co lôni a, no ano 1080. Seu pai, H eriberto, era conde de Gennep e aparentado com a famíl ia imperial ; e sua mãe, H adw ige, perte ncia à Casa de Lorena. Seus pais o destinavam à carreira eclesiástica, e ele recebeu as ordens sacras até o subcli aconato. Porém, ri co, belo, inteligente, não queria senão levar boa vida, primeiro entre os pajens cio Arcebispo de Co lônia, clepoi na corte cio Imperador alemão, Henrique IV Assim passou alegre e superfic ialmente sua juventude até os 33 anos.
N Acima, Santo Agostinho aparece a São Norberto· e lhe apresenta uma regra escrita por ele mesmo, prometendo abundantes graças a seus seguidores. Na página ao lado, São Norberto obtém do Papa Honório li a aprovação da Ordem dos Premonstratenses
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CATOLICISMO
"Eu era então um íncl ito cidadão de Babilônia - declarará ele depois de
convertido -
escravo do prazer e prisioneiro dos rneus caprichos. Os terrores do inferno, a beleza da virtude e a promessa da fel icidade eterna me pareciam con tos de velhas, ou fábu las como as das ,nitologias antigas. Só ouvia os aplausos dos que rne rodeavarn e que rne lançavam por caminhos laboriosos e difíceis, andem.do sempre sem tornar atrás, vago e fugitivo, despencando-me de cirno em cimo com uma inconsciência que hoje rne curnula de terror ".
Quc<la <lo cavalo e conversão, como São Paulo Isso até soar a hora ela Providên cia. E esta chegou ela maneira mai s inesperada. Vi ajava ele um dia a cavalo, acompanhado ele um paj em, para
O exemplo de sua vi<la convertia as almas Norberto tornou -se um outro homem. Passou a amar aq uil o que desprezara e adespreza r aquil o qu e amara; transformou- e num rígido asceta, num censor evero de quanto hav ia buscado e amado, num pregador intran igente da verd ade. Para entregar-se com mais faci I idade à pregação, ord enou-se sacerdote, vendeu seu caste lo e seus pertences, di stribuiu tudo aos pobres. Enquanto isso, visitava freq üentemente o monge Conon, Abade de Seigberg, próx imo a Colôni a, de quem aprendeu os rudimentos ela vida reli giosa e os princípios da vida espiritual, de modo que passou a receber ele bom coração tudo o que lhe
Prngaclor cio Evang~/110
e taumaturgo Ele foi até a Abadia de Saint-G il les, na diocese ele Nimes, no Languecloc, onde o Papa Gelás io 11 se havia retirado para fugir ela persegui ção cio l mperaclor Henrique. Dele
obteve um breve, para poder predi ca r co mo prega dor evan géli co em todos os lu gares. Estando em Valencienn es, encon trou-se co m o bi spo Burchard , seu par na corte do Jmperador. O bi spo fi cou extremamente surpreso em ver o anti go e elega nte cortesão ass im transform ado. Abraçou -o ternamente. Um ele seus capelães ficou tão impress ionado co m a hi stória ele São N orberto, qu e qui s seg ui - lo co mo discípulo. Cham ava-se Hu go, e abso rv eu tão bem o es pírito ele seu mestre, qu e foi seu sucessor na Ordem qu e N orberto fundaria. São N orberto reco meçou suas andanças apostóli cas, e sua palavra persuas iva era aco mpanh ada de milagres . Um senhor fl amengo, que depois ele ouvir a palav ra cio Santo não qui s reconcili ar-se com se u vizinho, caiu nas mãos de se us inimi gos e foi assassinado. Outro se nhor, que qui s partir para não se reconc iliar com se u inimi go, se u caval o não co nseg uia mover-se para levá- lo. E le recon heceu o milagre, ped iu perdão ao San to e abraço u seu ex- 1111m1go. Entretanto, tendo o Papa Gel ás io IJ falec ido na Abadia ele C luny, fo i eleito o Arcebi spo Guy, de Vi enne, sob o nome de Ca lixto II. São Norberto fo i visitá-lo para obter a mesma permissão que seu antecessor lhe dera, para cont inu ar prega ndo . Mas o bispo de Laon , qu e queria o gra nd e pregador para sua diocese, suplicou ao Papa que o envi asse para reformar a Abadia ele São M artinh o ele Laon, que pertencia a cônegos regulares. O Sumo Pontífice conse ntiu. Mas a empresa f racassou, porqu e os cônegos não quiseram abraçar a reforma que Norberto lhes propunha, po is desejavam seguir o seu sistema de vicia quase ele secul ares.
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f'undação lia Ontem dos Premo11strate11ses O bi spo, para não perder a co laboração do Santo, propôs- lhe que fundasse um mosteiro em suas terras, onde poderia receber di scípul os e fundar uma nova Ordem religiosa. Norberto aceitou e escolheu um val e de difícil acesso perto de Soi ssons, que se chamava Prem.ostratum. lnspirado, ele excl amou: "Este é
berto como di scípul o seu. Mas o Santo lhe dec larou que era vontade de Deus que ele O servi sse no estado matrimoni al. Mas, para que ele pertencesse à Ordem, deu- lhe um pequeno escapulário branco pa ra
o ·lugar de m.eu descanso e o porto de ,ninha salvação". N o di a da conversão de São Paulo do ano de 1 120, o bi spo trocou os traj es de penitente de São N orberto e de seu di sc ípul o Hugo por um hábito branco, co nfo rm e a Santíss im a Vir ge m tinh a mostrado ao Santo. Começou ass im a Ordem dos Premonstratenses, que depois se espalhari a por toda a Europa. N orb erto edifi co u um a ermid a, co nqui stou no vo s di scípul os e deu-lhes o hábito branco e as regras de Sa nto A gostinho, e um modo de ser que consi sti a em viver co mo monges e servir ao próx imo como cl éri gos. Ele era uma regra viva para seus monges e um modelo das virtudes reli giosas. Recomendava- lhes freqüentemente três coi sas: a pureza de coração e a limpeza ex teri or no que concerni a aos divinos ofícios e ao servi ço do altar; a ex pi ação de suas fa ltas e negligências no capítulo; e a hospitalidade para com os pobres. São N orberto estabeleceu também em Premontré uma comunidade de j ovens e viúvas, para ser o bom odor de Jesus Cristo em sua I grej a. Su a fam a es palho u-se por toda a reg ião . Muitos foram os nobres que lhe deram terra s para fund ar outros conventos, e não po ucos os que o seguiram co m o reli giosos. O conde Thibault de C hampagne qui s imitar o fervor de São Nor-
CATOLICISMO
sava fazer face a esse inovador. N i nguém, exceto São N orberto. Como um capitão, ele organi zou o ataque a esse ímpi o que queri a destruir a I greja de Jesus C ri sto. Pregou ao povo com tanta eloqüência, qu e os hereges co meça ram , pouco a pouco, a pedir perd ão e penitência para seus erro s, entregando hósti as consagradas, que g uardava m em suas casas para as escarn ecer. De tal m aneira refuto u os erros de Tanquelino, que este não viu outro caminho senão fugir para o utra cidade, onde fosse desconhec ido.
Bispo de Mag<leburgo - santa morte
Após a morte do Santo, seu corpo ficou exposto por vários dias sem nenhum sinal de corrupção
usa r sob a vestes e lhe presc reveu um a reg ra para viver de maneira reli giosa em meio ao mundo. Fazendo depois a mesm a graça a inú m eras o utras pessoas, surgiu ass im a Ordem Terceira Premonstratense.
Combate à her esia e ::) charlatanice E m Anvers, surgiu um perni cioso heres iarca, de nome Tanquelino, que se apre entou como profeta e reform ador religioso. Simpl es leigo, ele combati a a ex istência de bispos e clero como coisa desnecessári a e perni ciosa. Pregava uma moral laxa e converti a a igrej as em lupanares. A bebedeira, a boa vid a e a impureza imperava m entre seus di scípulos. Ele sabi a tão bem fan ati zá- los, que chegavam a beber a água na qu al ele tinh a tomado banho. Ninguém ou-
E m 1 126, N o rb erto fo i acl amado bi spo de M agdeburgo e entrou em sua di ocese montado num as no. De uma bo nd ade co m o vedo ra par a co m o pecador arrependido, o novo bi spo era de um a intransigênci a sem ig ual para com os reca lcitrantes, usando a exco munhão qu ando necessári o. Fo i am eaçado de morte e vítim a de atentado, mas proteg ido pela Prov idência. Entretanto, apesar de ter apenas 52 anos de idade, seu corpo estava gasto pel os j ejun s e penitênci as , pelas andanças apostóli cas e pelo zelo. D epois de uma v isita apostóli ca em sua di ocese, fo i acometid o de v i o lenta d oe nça qu e, qu atro meses depois, o levou ao sepul cro . Um de seus reli giosos v iu sua alma transformar-se num lírio alv íssimo, que os Anj os levaram para o Céu. •
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Obras pesquisadas: -
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L es PeIiIs Bo ll andisIes, Vies eles Sai11 1s. cl'aprcs \e Pcrc Giry, B loud ct Barra i, L ibrn ires-Éd i1 curs, Pari s, 1882, 101110 V I. Fr. .lu s10 Perez ele Urbcl , O.S.13. , Aíio Crisric11 10, Ecl icio ncs Fax , Madrid, 1945 . 10 111 0 li. F. M . Gcuclens, T/i e Ca rlio lic E11cyclopedia. Vo lume X I.
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O movimento católico, no fim dos anos 30, formava um bloco coeso. No círculo, Plínio Corrêa de Oliveira, na época líder das Congregações Marianas. ■ N ELSON RI BEIRO FRAGELLI
mjunhode 1943, Plini o Corrêa de Oliveira era presidente da Junta Arquidi ocesana da Ação Católica de São Paul o. P ublicava e ntão seu prime iro livro, Em. defesa da Ação Católica (Ed itora Ave Mari a). Foi um livro-bomba. Embora tro uxesse um prefácio do então Núnci o Apostólico no Brasi l, D. Bento Aloi si Masela, e tivesse recebido cartas de aplauso de mais de 20 bi spos, ao lado do sil êncio de muitos, suas teses susc itaram irritação furibunda de o utros. A obra foi um brado de a le rta, que des pe rto u muitas a lmas da letarg ia em que se e ncontravam. Os erros que então grassavam e m surdina nos meios católicos foram apontados de público e solidamente refutados. Foi quebrada a unan imidade sile nc iosa que se construía em torno desses erros. Se is anos mais tarde, o próprio Papa Pio XU interferia na polê mica, e nviando carta de louvor ao autor. Ass im , Plinio Corrêa de Olive ira exercia pl enam ente, embora ainda muito jovem, sua mi ssão de "pedra de escândalo ". ' E o progressismo nascente levava duro golpe, do qua l nunca mai s se refez.
E
ne le frutificavam seme ntes de evan gelização aqui lançadas por Po rtuga l, cultivadas ao longo de quatro sécul os pelo zelo apo tólico das grandes orde ns religiosas e defendidas po r va lorosas fi guras como Dom Vital. O movimento cató li co prestava prec ioso serviço à Igreja. Ele arrebanhava, fo rmava e mantinha na prática das virtudes evangél icas a maiori a dos brasileiros. Unidos a seus leg ítimos pas tores , fo rmava m um bloco coeso, pesando dec isivame nte na opinião nac io nal.
A década ele 30 chegava ao fim. O c lima de piedade e concórdi a re in ava, de modo geral , e ntre pastores e fi é is, entre pais e filh os, patrões e empregados. A Re li gião cató li ca era absolutamente majoritári a no País; para muitos moços, fi cava be m mostrar na lape la o di stintivo ele um a associação re li giosa, e m partic ular elas Congregações M ari anas.
novos te mpos. A Vi a Sacra e os Exercíc ios Es pirituai s de Santo lnácio eram vistos como obso letos.
Estranhas novidaclcs Ta is reformas causava m estranheza, sim , mas pediam circunspeção, pois eram freqüenteme nte e ndossadas 1')0r autoridades ec le. iás ticas. Da obse rvação estranhada , Plíni o Corrêa de Oliveira passou à indagação . Aq ue las novidades, por que feriam arelig iosidade consagrada por todos? Anali sando-as e m seu conj unto, tomando cada inovação e colocando-a ao lado ele o utras , o líder cató lico co mprovou que e las formavam um s istema. Havia uma idé ia subjace nte. Es a idé ia alinhava princíp ios coerentes. E esses princípios eram os mesmos que agitavam as idé ias po líticas de e ntão, empurra ndo o Bras i I para de ntro de cri ses soc iais comuns às modernas de mocracias. Não foi difícil reco nhecer, incubadas naque las novidades, a ideologia ela Revolução Francesa.
Germinação 1·cvolucio11ária A velha hidra tricéfa la - Liberdade, Igualdade, Fraternidade - que no séc ulo XVIII lançara a França, e posteriorme nte todas as nações , num trágico
Nuvem cm luminoso hof'izontc Em seus a lbores, apresentava-se promi ssor e m nosso Brasil o Pontifi cado de Pio XII , no iníc io dos anos 40. Uma ameaçadora nuv em, e ntretan to, to ld ava um ponto do horizonte, nessa a urora de es pe ra nças. M as o qu e pode um a so mbra num vasto panorama ele lu zes? Outras épocas hi stóricas haviam afundado em sombras que, a princípio, pareciam manchas tê nues. Luís XV J não j ul gara ser a queda da Bastilha um simpl es motim , quando já estava nas ruas a Revolução ele 1789, na França? Plínio Corrêa de Oliveira co nhec ia essas épocas e sua tragédia; con hec ia bem as nuve ns q ue rapidamente tornam -se te mpestades . Elas se apresentam , ini c ial-
Aul'ora de luz Em todo o Brasi l, o movime nto católi co re unia o que havi a de mai s puj ante no laicato. Por espec ial obra da graça,
mente, sob a forma ele mudanças qu ase in gênuas, difíceis ele se criti car. Na Açc7o Católica, era m a lterações sorrateiras na concepção ela práti ca re ligiosa, preferências por novas formas de rezar, críticas a " ve lhas" práticas até então unanimemente adotadas, mai or indepe ndê nci a e m relação à autoridade ecles iástica. O apostol ado tom ava acentos naturali stas, neg li genciando o sobre natura l e a graça, aprox im ando-se das formas ele proselitismo laico, procurando a. massas (aposto lado ele ma sa) mais do que fo rmar e li tes, di sta nc iando-se ass im dos métodos recome ndados pe la mile nar sabedoria da Ig reja e pelos mestres co nsag rados ela vida espiritu al. Formas de piedade indi vid ua l, tão cio ag rado de noss povo, eram contestadas pela nova moda espiritual. Ela se dizia in ovadora e independ e nte dos ve lh os mestres, ultrapas. aclos. Inovava para ser popul ar - di z ia-se ntão. Iria ao encontro elas ma is íntimas aspirações dos fi é is, cansados da estagnação. Se a Santa Sé não aprovasse o qu e se fazia - conform diziam na época - , terminaria por ceder, ve ndo a e ufor ia cio povo de Deus, uma vez superados re motos ritos. Assim , o Rosá rio , a devoção a Nossa Senhora e o c ulto cios Sa ntos eram apresentados como incompatíve is com os
D. Bento Aloisi Masela , então Núncio Apostólico no Brasil, escreveu o prefácio para o livro Em Defesa do Ação Católico
Estranhas novidades penetraram nos ambie ntes católicos, trazendo incubada o ideologia do Revolução Francesa. A ilu stração a baixo represento a Queda da Bastilha, em 1789
período histórico, agitava novamente os espíritos. Mas, desta vez, dentro da Santa Igrej a. A Revo lução encontrava agora adeptos no interior d ' Aquela contra a qual votara feroz persegui ção. Antecedendo a Revolução Francesa, · a hidra revolucionária havi a disseminado otimismo e despreocupação. Durante o iníc io do reinado de Luís XVI, esse sopro di stensivo penetrara os espíritos. A sociedade pari siense, e lega nte e frívola, banqueteava-se e bailava, dominada pelo sentimento de in abaláve l estabilidade, ora graceja ndo a respeito do lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade, ora aderindo cinicamente a esses princípios. E ass im, entre passos de minueto e taças de champanhe, a hid ra esgueirou-se até o íntimo daquelas cabeças ; e, tendo-as inebri ado nos salões, ela as fez tombar na guilhotina.
Desprevcnção fatal Durante o pontificado de Pio XII, reinava em ambien tes católicos brasileiros despreocupação se me lha nte àquela cio século XVIII. Tudo respirava sossego. Aos domingos, das igrejas repletas a mocidade acorria às associações paroqui a is e lá recebia certa formação religiosa. De divórcio não se falava, e a concórdi a no interior ela fa míli as, apoiada por virtudes religiosas, embora um tanto superficiais , dava à soc iedade a impressão de gozar imperecedoura imutabilidade. Sacerdotes, e m sua mai oria ortodoxos e observantes, fo rmava m espíritos retos, em sua generalidade. Mentalidades honestas e homens honrados davam o tom na soc iedade de então. De fato, a ordenação social daque les tempos fa ri a inveja ao homem agitado de hoje, assa ltado na rua e e m casa, de confiado e suspe ito, muitas vezes divorciado, e até com filho drogado, conseqüe nte mente isolado. Incerto na velhice, confiando na previdê nc ia soc ia l mais cio que em me mbros es parsos ele uma família desagregada .
Paz e amo,; velho engodo Mas, naq ue la paz, a hidra revo lucionári a também se esgue irou. E ntre doi s sermões, entre duas proci ssões, ela insuflou a fum aça pestilenci al da desprevenção, até que ... 50 anos mais tarde, e la fez JUNHO2003 -
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CATOLICISMO
Revolução Francesa, havia estabe lec ido que o movimento ele leigos católicos deveria lutar pela rec ri sti ani zação cio indi víduo, ela família e da soc iedade.
pii ce função ele ensinar, governar e santificar os fiéis. Estes são por e la ensinados, governados e sa ntificados. E não perte ncem a e la.
Abuso da valavm <lc um l'apa
fü•,·os <lo igualitarismo
De onde viria esse novo "carism.a ", contraditóri o com o mais corriqueiro ensinamento da Ig reja? Vinha de um "manda/o", respo ndiam os teó ricos ela Ação Católica, conferido a seus me mbros pe lo Papa precedente, Pi o XI, ao afi rmar em s ua primeira e nc íc li ca Ubi A racano (1922) que o le igos da A ção Católica
te da Sagrada Hierarquia, a e la pe rtencendo a igua l títul o que os bispos e, por extensão do poder lestes, os sacerdotes. E m concreto, a nova concepção el a atividade a postó li ca dava a le igos um a pos ição jurídica essencial mente igua l à cio c lero. A concepção f"c ri a profundamente o e ns iname nto da Igreja e acarretava a subversão da orde m ecles iásti ca. Segundo a boa do utrina, Nosso Senhor Jesus C risto instituiu o Papado co mo ápice ela Sagrada Hi erarqui a, à qua l pertencem un icame nte bi spos e sacerdotes. Ela tem a trí-
Vendo-se a si mesmos co mo participantes ela Hi erarq uia, passaram os me mbros da Ação Católica a não tomar e m co nsideração a distinção esse nci al entre governantes e súditos, tendendo a ombrear com bi spos e sacerdotes, be m como, freq üente me nte, a desprezá- los. O Assistente Ecles iás ti co, até então respo nsável pe la formação espiritual e orientação do apostol ado, teve seu papel fortemente redu zid o. Ele deveria permanecer em sil ê nc io durante a in strução reli g iosa. Relig iosos não-sacerdotes e re lig iosas deveriam simpl es mente calar-se o u retirar-. e das re uni ões. Cessava sua fun ção didática. Toda in strução dos membros passari a a ser fe ita e m círculos de estudos, orientados por pessoas sem a formação dos seminári os, sem prática de direção espiritual, e sobretudo sem a graça sacerdotal. Era um gê nero de revolta contra a auto ridade, uma for ma ele igualdade de c lasses dentro da Igreja . Na ftá li a, houve que m s ustentasse qu e os me mbros da Ação Católica dependiam unicamente cio
Papa Pio XI
Pl inio Corrêa de Oliveira empenhou-se no defesa da hierarquia na Igreja
"participava,n do apostolado hierárquico da Igrej a". Alegan lo a ex istência desse "mandato ", o s memb ros da Ação Católica consideravam -se parte integran1
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Escrínio contendo o corpo de São João Maria Vianney, conhecido como o Santo Cura de Ars
zes pro ibid a pela Igrej a, noto u-se o inepassar tantos fi é is do grêmi o bendito da ,vitável e nfra qu ec ime nto cios cató licos. Santa Igrej a à organização das marchas E les de ixavam-se absorver pe los ambi do MST, nos di as atuais. entes contrári os à Fé, sem conseguir conFazia parte do otimi smo instil ado nas vertê- los. Contin gentes inteiros passara m fil e iras da Ação Católica subestimar o à Revolução, embora mante ndo mu itas mal ex istente nas heres ias, di spe nsandovezes um vern iz cató lico . se ass im do combate . Preferia-se sorrir a Jnte iramente oposto fo i o método ele refutar o e rro. Não era o he rege um irSão João Mari a Vianney, o gra nde C ura . mão? Irmão separado, é verdade, mas ele Ar , exemplo para todos os párocos e tinha chegado a hora de se tornar mais co nstituído seu patrono. Céle bre pe las sensível à fraternidade do que à separaconversões a que seu a posto lado deu ocação, à di stinção entre o bem e o mal. sião, notável pe lo ri gor ele seu combate Conseqüe nte mente, se o e rro não era às oçasiões ele pecado, chegou a negar a tão mau, a po nto de não me recer combaabsolvi ção, anos a fio , a paroqui anos que te, uma nova tá tica de aposto lado se imfreqüentavam da nças, jogos e lu gares punha: o apostolado de i,~filtração. Em pouco recomendáveis . Fo i rec rimin ado outras palavras, podi a-se freqü entar amna é poca pelos pusil ânimes. bi entes hosti à Re li gião ; torn ava-se possíve l certo convívio com ate us, soc iali sInvenção cal'ismát,ica tas e co muni stas, para, e m seu me io, proA Ação Ca tólica di z ia serem seus c urar fervorosos católi cos. membros imuni zados, por espec ial carisO objetivo primordi al da vicia reli g ima que os tornava in atingíveis por certas osa des locava-se ela santifi cação cios fitentações. Co m essa alegação, não se faé is para a co laboração co m os infi é is, caso ele sucess ivas advertênc ias ec lezia procurando com estes um te rreno cosiás ti cas a respe ito ele dive rsões mundamum. Nessa procura, até mes mo cató li nas, de ambi entes suspe itos, de ocasiões cos observantes, freqü enta ndo ambi ende pecado. A nova doutrina negava que tes ag ress ivos à sa lvação, eri g iram o praas freqüe ntações mundanas pusessem em zer hum ano e a ocas ião ele pecado e m ri sco a persevera nça. "ocasião de apostolado". Obviamente, para fa zerem-se aceitos Uma Revolução na Igreja e m ta is a mbi e ntes, membros ela Ação Católica forçosa me nte miti gava m não só Passado po uco te mpo ela introdução seu comportamento, mas també m a dedessa táti ca, desastrosa e re iteradas ve-
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CATOLICISMO
Quadro comemorativo da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, por Pio IX
fesa da boa do utrin a. A nunc iava m nesses ambi entes ape nas as verdades suaves, portadoras ele conso lação a toda pessoa, crente o u não. Q uanto ao mais, silê nc ios e concessões. Mascarava-se ass im a face militante da Santa Igreja. C hegavam à ousad ia ele decl ara r: " Já
hoje não são as pessoas como no tempo de Cristo. Assim, nem tudo o que Ele disse, numa aspereza de linguagem próp ria a seus dias, deve ser hqje repetido", e ra
Papa. Era um passo a mais para a independência em re lação a Ro ma. E ra a influência do espírito la icizante da Revolução Francesa. C rue l estratagema para retirar dos brasile iros a sua Fé.
"Na prática, o cuidado de fa zer círculos de estudos tem sido confiado muitas vezes a pessoas ainda na adolescência, ou de uma cultura tal, que lhes falta toda a aptidão para o assunto. Conhecemos o caso concreto de uma dirigente, a quem se perguntou inopinadamente, durante o círculo, se os gatos têm alma. A dirigente, para a qual este problema constituía impenetrável mistério, sentiuse confundida, e o círculo terminou sob o riso de todas as amigas, aliás tão pouco enfronhadas da solução quanto a própria dirigente" .2 A Ação Católica decaía ra pidamente . Quem não vê na essênc ia dos erros da Ação Católica os germes da "autodemolição da Igreja " (co nfor me expressão ele Paulo VI), que, 20 anos ma is ta rde, contaminari a o re banho de C ri sto, por ocasião do Concílio Vaticano li?
Em defesa <la pala11m do Papa A a firm ação ele Pio XI, seg und o a qual leigos "participam do apostolado hierárquico da Igreja", fo i inclebitamente utili zada pelos intuitos reformistas q ue
a cantil e na j á d if"un clida e ntão. Em face disso, recordava Plínio Corrêa ele O li veira as d ivin as verclacles , tai s como: "Sereis odiados de todos por causa de 111eu nome" ( Me, 13, 12- 13); "Este
povo honra -me com seus lábios, ,nas seu coração está longe de mim " (Me, 7,6); "Se alguém ve111 a vós, e não tra z esta dou trina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis" (2 Jo, 9- 11 ). Ta is divinas ve rdades re pelem as almas? As a lmas tíbias e f ri as, sim! " - res pondi a e le. A Ação Católica de ixava-se ass im tomar pe lo prin cíp io ela fa lsa fratern idade, segund o o q ua l, para se te r a paz entre os homens, é necessár io de mo lir barreiras e ntre re li g iões, ideologias e povos. Com essa Láti ca temerári a ele apostolado, de ixava a Ação Católica de c um prir . ua f~naliclacl e . De fato, o Beato Pi o lX, recém te rminada a fase derradeira ela
JUNHO2003 -
A partir do Em Defesa da Ação Católica, as atitudes de Plínio Corrêa de Oliveira e da TFP, a qual ele fundou e liderou até o fim de seus dias, desenrolaram-se numa linha de inquebrantável coerência
assa ltaram então a Ação Católica. Anali sando essa afirmação, Plínio Corrêa de Olive ira escreveu com eloqüênc ia: "Não se pode imaginar que Pio XI destruísse a ordem de coisas até então ex.is tente, sem regulamentar, desde logo, a nova ordem de coisas, abandonando, portanto, o campo da Santa Igreja ao li vre curso dos caprichos, das fantasias e das paixões individuais". 3 Aqueles tempos foram para Plínio Corrêa de O live ira marcados pela afli ção. Ele presenciava, pela primeira vez em sua longa vida de militante católico, uma urdidu ra contra a ordem interna da Igreja, levada a cabo por ecles iásticos avançados, jogando com palavras do Papa, e perante os quais Rom a até então mantinha si lê ncio. "Se tal tivesse sido a intenção de Pio X I, ele teria, aliás, afirmado que o apostolado da Ação Cató lica é urna participação integrante da Hierarquia. Com.o esta afirmação é herética, tal não pode ter sido sua intenção" .4
Livro-Kamikazc E ra necessário chamar a atenção da Autoridade Ec les iástica para esses eles-
vios de doutrina e de atitude. Pl inio Corrêa de Oliveira escreveu então o li vro Em Defesa da Ação Católica, denunciando erros e refutando-lhes a doutrina. Seg undo o autor, o lançame nto dessa obra foi uma operação kamikaze. Denunciados os graves erros que penetravam a princ ipal obra de aposto lado do ep iscopado, a reação seria, certamente, por parte de muitos, exp los iva. "Ou estouraria o prog ressismo, ou estouraríamos nós. Estouramos nós" ,5 escreveu mai s tarde Plí ni o Corrêa de Olive ira. E mbora tivesse o Núnc io Apostólico, D. Bento A loisi M ase la, dado um ho nroso prefác io ao li vro, e tivesse este receb ido cartas de apoio de mais de 20 bi spos, nos anos subseq üentes a ala progress ista do ep iscopado ganh ari a importância. E e la afastari a - pouco a pou co, mas meti c ul osamente - dos postos de influê ncia o autor e seus amigos, eclesiásticos e le igos. As no meações de novos bi spos foram fe itas segundo a ori entação daquela ala. Vinte anos mais tarde, o que restava do outrora pujante movime nto católico estava desfi gurado. Imbuídos dos prin-
cípios iguali tários da Revo lu ção Francesa, desaguavam na esquerda, suste ntando as reformas pró-comuni stas de João Gou lart. M as ainda então tiveram que enfrentar, na primeira linha da lu ta, Plíni o Corrêa de O li veira. O olho do ciclone comuni sta era a reforma agrária. E m torno do li vro Reforma Agrá ria-Questão de Consciência - um best-seller - arreg ime ntaram -se co mba te ntes v igo rosos e m defesa do direito de propriedade. Fora m co-autores da obra Plí nio Corrêa de O li veira, dois bispos e um economista. Mas este j á é um desdobrame nto do Em def esa da Ação Católica e a abertura da epopé ia gloriosa da TFP. A partir do Em def esa da Ação Ca!ólica, as atitudes de Plíni o Corrêa de O li veira, be m como campanhas de op inião que reali zo u como pres ide nte da TFP, desenro lam-se numa li nha de inquebrantável coerê nc ia. Décadas mais tarde hoje estamos p lename nte nessa situação - forças inte rn as à Igrej a tentari a m uti lizar a palavra de Papas para justificar sua opção revo lucionári a. A partir deste li vro, a lu ta passava a ser travada dentro do red il. E ass im , tão mais dolorosa, poi s contra adversári os inte rnos.
Aplauso de um Po11tílice O silê ncio de Roma a propós ito da convul são inovadora da Ação Católica fo i sendo finalm e nte rompido. Confirmações brilhantes da posição ass umida por "Em defesa da Ação Católica " sucederam-se. Pouco depois de seu lança mento, Pio XII dava a lume a encíc li ca Mystici corporis Christi; quatro anos mais tarde vinha a público a encíclica Mediator Dei ( 1947), també m favo ráve l às teses do livro-kamikaze; no a no seguinte, a Constituição Apostólica Bis saeculari die . Os três doc ume ntos condenavam os princ ipais erros denunciados pelo livro. No iníc io de 1949, o li vro recebia do papa Pio XII carta de e log io, assinada pelo então Substituto da Secretaria de Estado de Sua Santid ade , Mon senhor Giovann i Battista Montini , futuro Papa Paul o VI. "Sua Santidade regozij a-se contigo porque explanaste e defendeste com penetração e clareza a Ação Católica ", di z a carta (Veja q uadro na págin a ao lado).
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Regozijou-se também o autor do Kamikaze. Roma lhe dava razão. Regozij aram-se os numerosos bispos e ec les iásticos que cerraram fil e iras com o Em Def esa. Nas hostes opostas, o erro continuo u. Mas com dific uld ade. Ele não se retratou ne m desapareceu, mas perde u seu ímpeto ini c ial - e pe rd eu-o para sempre.
Um brado desperta e reúne De que ad iantou o brado de alerta do Em defesa da Ação Cal.ótica , se o progressismo continuou seu c urso demo li dor? Tantos cc l s iásti cos não chegaram , anos mais tarde, a apoia r abertamente o socia lismo, até mes mo o terrori smo comunista? Por um brado, sempre a lgun s são despertados. Assim , ambientes eclesiásticos inteiros, e m t do o Brasil , fec haram-se às inovações ig ualit árias do mov imento da Ação Católica e dcscon fiaram de sua conseq üe nte esquc rdi zação. Mais ainda, aq ue les ambi cnt s, ·0111 o esto uro causado pelo li vro, cornpr ' ndcra m melhor os documentos post riormcnte emanados do Magisté rio Ec l s iástico sobre tão grave questão. O li vro romp ra, cm larga medida, a desprcv ' nção rata i. Um brado dc1;pcrta , apela, re úne. Em torno de seu autor ·omcçaram a se reu nir aqueles qu vi ' 1-.iin a fo rma r a hoje grande fa mília d ' alm as da TFP. Fizeram ecoar outros brad os r ' lo Brasil e pelos c inco continc nt 'S. E, ·0111 os olh os postos na Senh ora d ' l •ú t ima, ·onti nua rão a bradar. o nf"i ando ' 111 q ue seu brado, por fim , contribuirá para d ·sr ' rtar a Justiça Divina. •
SEClETEllo~ OI ST,.,TO SUA SAN ltTi\ r,;r Atdtb1<1 VaflconfJ, dlt 1' ftbrurlf ' " '·
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Notas: 1. Em sua prim ·ini l 1pís1o l11 , Suo Pedro, fa lando d e N osso Se nh or, tli1,: "/\ p ed ra qu e o s edijicadore.,· rejei1,11·11111 /0111011 -.1·,, 11 pedra a11.g ula1; 11111a pedro dl' 11°11/ll'('IJ, 11111a pedra de escâ11da lo " (2,7-8) . .1 o Profeta Isa ías havia profeti zado: " Ele ,1·1•ra 11 111•dm de escâ11dalo e a pedra de Impeço " (K , 1<I ). lissa mi ssão de N osso Senhor, de s ·r "1wdm de e.1-câ11dalo " para os que não scgu ·mo h ·111, e parti cipada, ao longo ela l li s16ri11 , por 11qu ·l ·s d • seus santos e homens de 1"6 qu • di .-: ·m a verdade contra l odos os q ue querem o ·ul1 (i l:1 ou ncg{t- la. 2. Em D efesa da Açrio ('r,11illm, Arl press Lida. São Pau lo, segunda ·cli r,:1 o, 198 .l, p. 275. 3. Op. cit. , p. 7 1. 4. Op. cit. , p. 66. S. Kamikaze , " Fo lha d S. 111 1110", 15 -2- 69.
Carta que rompeu o silêncio "Em 1949, o silêncio [a respeito do livro Em Defesa da Ação Católica] se interrompeu iflOpinadamente. Do alto do Vaticano, uma voz se f ez ouvir, que haveria de dissipar todas as dúvidas e colocar numa situação de invulnerabilidade o livro, quer em. relação à sua doutrina, quer à sua oportunidade. Foi a carta de louvor de Mons. Montini, então Substituto da Secretaria de Estado, escrita ao Prof Plinio Corrêa de Oliveira em nome do inesquecível Pio XII ".
(Eloy de Magalhães Taveiro, artigo in Catolicismo, junho/1963).
CATOLIC ISMO
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rou-se para To urs, o nde se e ntregou à oração e pe nitê nc ia pela conversão cios mesmos.
5 São Bonifácio, Bispo e Márlir
+ Ale manha, 754. D e origem in g lesa, é co n s id e ra d o o Apósto lo da Ale manha, o nde conve rte u os povos bá rbaros e esta be leceu o c ri stia ni smo .
1 ASCENSÃO DE OSSO Sl<:NHOR JESUS CRISTO AOS CÉUS
ffi
6 São Norbcrlo, Bispo e Confessor (Vide p. 36)
Primeira Sexta-Feira do Mês
São Justino, Mártir
+ Ro ma, 167 . O mais ilu stre apologista c ri stão do século Jl. C hegou ao conhec ime nto ela ve rdade ao estudar os vários siste mas fil osófi cos. Torna ndo-se ardoroso defensor da fé, verberou os imperadores romanos com duas Apologias do Cristianismo, q ue lhe va leram o martíri o. ·
2 Sanlos Marcelino, Pedro e Erasmo, Mártires
+ Ro ma, 304 . São M arcelino, sacerdote, e São Pedro, exorc ista, fo ra m decapitados na perseguição ele Dioc lecia no. Santo Erasmo , B ispo de Fórmia, fo i ma rtiri zado na mesma pe rseguição.
3 Sanlü Ovídio, Bispo e Mártir·
+ B raga (Po rt uga l), séc. n. Pagão, converte u-se co m as pregações de São Pedro e São Paulo em Ro ma. São C le me nte o e nvio u como Bispo para a e ntão B racara-A ugusta, o nde, depo is ele mui tos traba lhos e conve r ·ões, fo i martiri zado.
4 Sanla Clolilde, Viúva
+ Tours (França), 545. Sendo esposa de C lóv is, re i dos Francos, suas orações e exemplos o preparara m para a conversão. Viúva, ao ver que seus netos eram assassinados pelos própri os pa is (filh os ela Santa) para os impedi r ele reinar, reti-
7 Sanlü Anlônio Maria Gianelli, Bispo e Confessor
+ Itá li a, 1846. Filho de agri c ulto res, dedicou-se à pregação, fund a ndo para auxili á-lo nesse mini sté rio os Institutos das F ilhas de M aria Santíss ima do H o rto, cios Mi ss io nários de Santo Afo nso de Li góri o e dos Obl atos ele Sa nto A fo nso . Bi spo de B o bbi o, fo i um ve rd ade iro mi ss io ná ri o para seus diocesanos.
Primeiro Sábado do Mês
8 SOLENIDADE DE PENTECOSTES
ffi Sanlü Efrém, Confessor e Doulor· da Igreja
+ Eclessa (Alta M esopotâ mia), 373. S imples diácono, fo i um campeão contra as he resias. Seus hinos e escri tos apo logéticos lhe valeram o cogno me de Cítara do Espírito Santo e de Cantor da Virgem.
9 Bcm-avenLUraclo José de Anclliela, Conrcssor
+ 1597 . Apósto lo do Bras il.
10 Sanla Margarida ela Escócia, Viúva
+ 1093. Exempl o ele rainha, esposa e mãe, é a pad roeira daquele país. D e seus seis fi lhos, do is são ta mbé m ho nrados como santos.
11 São Barnabé, Apóslolo e Márt ir + C hipre, séc. I. Fi el companhe iro de São Paulo na evange li zação, este o c ha ma de Apóstolo, e mbora não fosse um dos D oze.
12 Sanlü Onofre, Confessor + Egito, séc . IV. E re mita dura nte 60 anos no deserto d a Te baida, esta ndo pa ra mo rre r fo i e ncontrado por um m o nge a que m narrou a vida e ele que m recebe u a sepultura.
13 Sanlü Anlônio ele Pádua, Confessor e Doulor cln Igreja
+ 123 1. N asceu e m Lisboa, o nde se fez agostini a no e depo is fr a nc iscano . N a Itá li a, São Franc isco o e ncarregou da pregação e o cha mava ele "seu Bispo", po r sua e rudi ção. Cogno minado "Martelo
dos hereges".
a pe nas três a nos, que lhe fo ra arrancado dos braços, se lhe junto u para mo rrer, afirma ndo que ta mbé m era cristão .
17 São Ranieri ele Pisa , Confessor
+ l l 60 . Anti go tocad or de lira, conve rte u-se pe las orações de Santo Alberto da Córsega. Entrou para o mosteiro de São Gui do, o nd e op erou muitos milag re .
18 Santa ,Juliana ele l•'a lconieri , Virgem + F lo re nça, 1340. Aos 15 a nos e ntrou para a Orde m Terceira das Servi ta. , da q ual se torno u supe ri o ra e redi g iu as regras. Era devo tíss im a da Pa ixão de C ri s to, das do res ele Maria e do Sa ntíss imo Sac rame nto.
19 SANTÍSSIMO CORPO E SANGUI~OI•: Cl~ISTO
ffi
14 Sanlo l~liseu, Profeta + Palestina, séc. IX a.C. Pe rfe ito discípulo de Santo E li as, de le recebe u o duplo espírito, pelo qual obteve o do m dos milagres e o espírito de profec ia . Como Santo E li as, é conside rado um dos fund ado res ela Orde m Carmelita na.
15 DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE
ffi Santos Vito, Mocleslo e Crescência, Márlires
+ Ro ma, 305 . Vito o u Guiclo, filh o de pais pagãos, fo i martirizado a inda me nino juntamente com seu preceptor e sua a ma, M odesto e C rescênc ia.
16 São Cyro e Sanla Julila, Márlires + S íria, séc. IV. Julita, por não quere r renegar a fé, estava sofre ndo o martírio quando seu fi lh o Quiri co, o u C yro , de
São Romualdo Abade, Confessor +Roma, 1027. De po iscl uma v id a mund a na e di s. ipada , R o mu a ld o fund o u a Ordem dos Cama ldul e nses, pa ra un ir a vicia de comunidade à remítica. Fa leceu com 120 a nos de idade.
20
22 São Pa ulino ele Nola, Bispo e Confessor
+ Ro ma, 43 1. Pagão, ele nobilíssima fa míli a, ainda jove m fo i prefe ito de Ro ma e Se nador, casando-se com uma c ri stã. Ao converte r-se, de acordo com a esposa re nunc iou a tudo e fez-se sacerdote.
23 São José Cafasso, Confessor + Turim (I tália), 1860 . Conte mpo râ neo, co nte rrâ neo e mestre de São João B osco, fo rmo u o cle ro pie montês nos bo ns princípi os de São Franc isco de Sa les e Sa nto Afonso de Li gó ri o.
24 ASCIMl~NTO OI<: SÃO JOÃO BATISTA Por te r s ido purifi cado ainda no ve ntre materno pe las palavras da Santíssima Virgem, é o úni co Sa nto, a lé m da M ãe de De us, de que m se comemora o nasc ime nto .
25 São Guilherme Abade, Conressol' + Nápo les (Itá li a), 11 42. Fundo u um moste iro no mo nte Verg ili a no, q ue passou achamar-se M o ntevergine, e m louvo r da Virgem. Rogéri o II, re i de Nápo les, o to mo u como conselhe iro.
São Silvé1•io, Papa e Mál'til'
26
+ Gaeta (ltá lia), 537 . E le vacl ao S umo Po ntificado qu a ndo e ra a pe nas s ubdi áco no, fo i duas vezes ex ilado pe los imperado res, mo rre ndo vítim a das privações e fadigas.
21 São Luís Goniaga , Confessor
+ R o ma, 159 1. D e fa mília principesca, aos 17 anos i ngressou na Compa nhia de Jes us. De um a pureza a ngélica, m o rre u aos 24 a nos co rn o má rtir da caridade, vítim a de um a ep ide mi a co ntra ída ao ass istir e nfe rmos. É o patrono d a juve ntude.
São Pelayo, Márlir
+
ó rdoba (Espanh a), 925. Refém e ntre os mo uros, o sensua l califa Abcle rra mão UI, cativado por sua beleza e seriedade, fo z- lhe propostas infa mes. he io ele . an ta ira, o me nino de 13 a nos lhe responde u: "Afasta-te, cão. Não sou
dos teus e.ferninados lacaios". Foi e ntão martiri zado.
27 SAGRADO CORAÇÃO
01~ ,11,;sus Festa ce le brada na sexta-fe ira que segue a O itava de Corpus Christi, como pro longame nto
ela mesma. " O culto ao Sagrado Coração", escreve o Cardeal Pi e, "é a quintessência do cristianismo, o compêndio e sumário de toda a religião" .
28 IMACULADO CORAÇÃO DE MARJA Po r de.e reto da Congregação do C ulto Divino, de JO de j aneiro de 1996, aprovado po r João Pa ul o II, a cele bração desta festa fo i reintrodu zida no Cale ndário Ro ma no U ni vers al como Memória obrigatória. Desde o século XIX, a fes ta cio Imacul ado Coração de M a ri a e ra come morada e m alg umas dioceses e fa míli as re li giosas no di a 19 de agosto, com auto ri zação da Santa Sé. Pio XU esta be leceu que tal fes ta se cele brasse e m todo o mundo, no di a 22 de agosto, o itava da Assunção de N ossa Se nhora. Para isto certame nte contr ibuiu um a carta da Irmã Lúc ia ao Pa pa Pio XII com esse pedido ex plíc ito. Na reform a do Cale ndá ri o Ro ma no, executada no po ntificado de Paulo VI, a co me moração do ímaCLil ado Coração de M aria desceu para a categoria de Memóriafacultativa, a celebrar-se no sábado seguin te à sole nidade do Coração de Jesus. Com freqüênc ia suced ia q ue a fes ta não e ra cele brada, pe la ocorrê ncia de o utra com Memória obrigatória. Pe lo atual decreto, a come moração cio [mac ulado Coração ele Mari a sobe novame nte pm·a a categoria de Memória obrigatória e m todo o rbe católico. Em Fátim a, Nossa Se nhora pediu in siste nte mente re paração pelos pecados come tidos contra o Im ac ul ado Coração de M aria.
29 CCJMEMORI\ÇÃO DO MARTIRIO DE SAO PlmRO 1~ SÃO PAULO, APÓSTOLOS
30 Primeiros Mártires ela Igreja de Roma A ntes, co me mo ração de São Pa ulo, Apósto lo.
Intenções para a Santa Missa em junho • Em louvor ao Sagrado Coração de Jesus, poro que cumu le todos os lei tores de Catolicismo, e participan tes do Aliança de Fátima, com graças especia líssimos, bem como às suas res pectivos fam ílias . • Que os Apósto los São Ped ro e São Pau lo i ntercedam iunto o Deus pe lo formação e pe lo fide lidade do cle ro brasil eiro aos princípios imutáve is do verdade iro doutrino católico.
Intenções para a Santa Missa em julho • Que, por meio do Escapu lário, Nosso Senhora do Carmo concedo graças e proteção especia l o todos os le itores de Catolicismo e participantes do Aliança de Fátima, bem como às suas respectivos famí lias, livra ndoos do vio lência e do crimin o l idode que estão d isse mi nados por nosso Pa ís. • Que São Joaquim e Santana, pois de N osso Senhora, interce dam iunto o Deus pe lo sa ntif icação do famí lia brasi leiro e prate iam nossos cria nças tão expostos à agressão do TV imora l.
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Fátima: abertura do mais belo plano de Deus A TFP e a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
empreenderam na capital federal o XXXVII Encontro Regional de Propagandistas 11 BERNARDO M ARTINS
o dia da festa de Nossa Senhora do Bom Co nselho de Genazzano (26 ele ab ril), rea lizou-se o evento no auditório Botlicelli do Hotel San Marco, loca li zado no centro de Brasíli a. Desta vez contou com as presenças ilustres do Príncipe Dom Bertrand de Orlea ns e Bragança e de doi s sacerdotes, Pe. Ítalo Guerrera e Pe. Fran z Hõrl. Para a recitação do terço, entrou sole ne me nte um a be la cóp ia da im agem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, ao som do Hino Pontifício e preced ida dos "três pastorinhos" - três cri anças vestidas conforme o costume de Lúcia, Francisco e Jacinta, em 19 17. Co locada a imagem e m lugar de ho nra, Dr. Plinio Vidigal Xavier da Silveira, diretordaTFP, deu início à sessão.
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CATOLICISMO
Nos fotos, flagrantes do Encontro
A prim ira o nfcrência foi proferida pelo Sr. Diogo Wak i, que expôs as ativi dades que a campanha te m empreendido nos cinco conti n ntcs vi sando difundir a mensagem 1, l•ú lima. O expositor mostrou como, m ·dianl auxíli o da Mãe de Deus e a 'o labonição ativa de inúmeros devotos d' 11a no Bras il e no mundo, a campanha vem 'r se ndo, tra nsformando-se atua lm ' nt no maior movimento fat imi sta do lobo. Após um br vc int rvalo, durante o qual foi servi lo um lan che, fez uso da palavra o coorde nad or-geral ela ca mpanha, Sr. Marco: Lui 1/. Garci a. Sua exposição teve como t ma Fáti,-na: abertura do mais belo plano de Deus para a humanidade. Discorreu ' i 'sobre a decadência reli giosa e moral dos dias atuais; os pecados graves e num ' rosos que são cometidos; a situação cl ' caos e impiedade rein ante no mundo mod ' mo. O orador ressalto u, por outro lado, a importância de nossa fide lid ade a Nossa Senhora, que nos convida a participar do triu nfo ele seu Coração Imac ulado, prom 'lido em Fáti ma. Como epílogo, seg uiu-se uma breve e atraente representação l alral. O conjunto das exposiçõ s foi encerrado com as pa lavras prof' ridas por Dr. Plínio Xavi er e a bê nçã lo Pe. Franz Hõrl aos presentes. Todo d 'Correr do eve nto atraiu viva mente a at ' nção cios quase 400 participantes qu lotavam o auditório. •
Acampamento na Semana Santa l'J ALEXANDRE M ARTIN S DO N ASCIMENTO
um ambiente_ e ~e_vado e alegre, marcado pe los ideais da Civilização Cristã, bem como VIVlf-tcacto pe la vida de piedade e de oração, a TFP sediada em Campos (~J)_promoveu um acampamento durante a Semana Santa (ele 18 a 2 1 de abnl ultimo) na fazenda Três Marias, locali zada em Bom Jesus do Ita bapoana (RJ). ~ntes_de/~rtirem para o local do acampamento, os participantes assistir~m ª. c~nmonia da Sexta-feira Santa ofic iad a pelo Revmo. Pe. David Franc1squ11~1, da Igreja Ima~ulado Coração de Maria, e m Cardoso Moreira (RJ). A~em dos entreten,me n~os próprios a um acam pamento, como jogos e r~un,oes em torno de fog ue iras, também constou do programa: recitação da Via Sacra, representações teatrais, a tradicional malhação cio Judas e a comemoração ela Páscoa, encerrada com queima de fogos . •
Peregrinação !
C ARLOS
A
PEREIRA
a Sexta-fe ira Santa para o Sábado ele Ale lui a, um gru po de 17 cooperadores da TFP, na sua q uasc totalidade jovens, empreendeu uma camin hada , inic iada na cidade de Jundiaí, interior paul ista, até o antmfrio do Bo m Jesus de Piraporu (SP), onde fizera m uma vig ília de orações diante da famosa imagem do Bom Jesus.
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13 de Maio 1 Luís FERNANDO EscoBAR
o 13 ele maio último, rea li zou-se ato de homenagem a Nossa Senhora , orga nizado pela T-FP no Bairro Yarginha, muni cípio ele Jundi aí (SP), por ocas ião cio ani versário ela prim eira apari ção ela Virgem na Cova ela Iri a, em Portuga l. Co ntou com a presença ele 300 pessoas ela loca lid ade e I rovenie ntes ele diversos bairros de Jundi aí e c idades viz inhas, e rea li zou-se diante ela imagem de Nossa Senhora das Graças, em ta manho natu ra l, que marca a entrada daquele bairro. Após a recitação cios mistéri os dolorosos cio Rosário , entre meados de cân ticos sac ros tradicionais , houve um be lo espetác ulo ele fogos ele artifíc io e distribuição ele medalhas de Nossa Senhora elas Graças aos presentes. • Abaixo , flagrantes do evento
Simpósio universitário na capital mineira •
H ÉLIO ÜIAS VIANA
or ini ciativa de seu setor universitário, a TFP de Belo Horizonte promoveu um si mpós io de estudos e métodos de ação durante a Semana Santa, congregando estudantes de Brasília, São Paul o, Rio de Janeiro, além de diversas c idades mineiras. O reco lhim e nto característico dos dias da Semana Santa permitiu que, pari passu aos temas doutrinários tratados nas reun iões e debatidos e m círc ul os de estudos, fossem igualmente praticados atos de piedade adequados àq ue les dias, como a ado ração do Santo Lenho e a recitação da Via Sacra baseada no conhecido texto redig ido pelo Prof. Plinio Corrêa ele O li veira. Acompanhadas com grande interesse pelos participantes do /V Simpósio de Estudos para estudantes universitários, as conferê ncias despertaram entusias mo no aud itório, sobretudo pelo e nfoq ue dado aos temas abordados e o acerto das conc lusões. Entre as matérias tratadas, destacamos: igualitarismo, guerra justa,
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CATO LICISMO
segundo a le i natural, política internac ional e vicia inte ri or. Para o acadê mico ele medicina José Geraldo Gonçalves Ferre ira, o tema que mais o atrai u fo i o da guerra justa, desenvo lvido na conferênc ia proferida pelo Dr. Paulo Corrêa de Brito Filho, diretor ele Cato licismn . A preferênc ia ele Danie l Cáss io, bacharel em História e professor dessa matéria, se fixou no tema exposto pelo Sr. Ne lson Ramos Barretto a respeito do autêntico apostolado cató lico. Foram igua l mente co nfe re nci stas o cie nti sta político Dr. Frederico Abranches Viotti , que abordou a temática do igualitarismo e suas implicações na vici a soc ia l, políti ca, econômica, bem como · seus reflexos na ordem esp iritu a l; e o Dr. Alfredo Mac Hale Espinosa, que di sco rre u sobre a comp lexa situ ação internac io nal em face do terrorismo em escala mundial. As refeições , real izadas em um resta urante s ituado nas proximidades da Sede da TFP, ofereceram ocasião para animadas conversas . Nas fotos ac ima e à direita, aspectos do simpós io. • JUNHO 200 3 -
Pintura representando a Imperatriz Maria Te resa (1717-1780), Arqu iduquesa da Casa d'Áustria, casada com Francisco 1 (1708- 1765), da Casa de Lorena , Imperador do Sacro Impé rio Romano Alemão, e filhos.
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FAMILIA IMP~,.
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ijjffilll '~Limidade numa vida de família distinta PUNIO C O RRÊA DE ÜUVEIRA
emos neste q uadro a famíl ia imperi al austríaca reuida. E la est,i toma ndo café da manhã. Sobre a mesa uma cafeteira de prata e duas chi carazinh as. Com certeza, o casa l imperial acaba ele se servir. Nota-se q ue as crianças estão brincando: um a menina com boneca na mão, um cios men inos j unto a vários bri nquedos, es tá no chão. Vê-se ainda o utra cria nça ma is ad iante. Os móveis são de mui to boa qua li dade. Quanto ao tapete, percebe-se que é um tapete persa muito bom. Na parede, um quadro de bom níve l e uma lare ira de certa imponência. Vêem-se poucos móveis, sendo ev identeme nte uma sala íntima. O Im perador F rancisco r está de chine lo, com robe de chambre e uma touca para usar à noite, porq ue o inverno na Europa é mu ito rigoroso. A Imperatri z Maria Teresa está vestida com um traje também sim ples. Na pos ição do Imperador e da Imperatri z tra nsparece a bonom ia cios vienenses. Ele tem o modo de ser de um homem comu m da burgues ia, apesar de ser o chefe da Casa de Lorena e Imperado r cio Sacro Im pério. Ela, se saísse pe la ru a como se ap resenta na p.intura, não chamaria a ate nção. O men ino, com a mão no ro to nu ma atitude meio contrafeita, aparenta te r levado um pito. O Imperador
lê alg uma coisa escrita pela cri ança, e há alguma te nsão entre os do is. O ] mperaclor parece ass umir uma ati tude de pa i severo com o filh o. A mais velha das irmãs está apoia ndo o irmão. Os trajes cios personagens da g ravura favorece m a naturalidade, o repouso, a desprete nsão e manifes ta m o prazer da intimidade, que é ev identemente necessário ao eq uil íbri o de todo espírito humano. Se m o prazer dà in ti midade, este equil íbrio não ex iste. Não é, entretanto, uma intimidade vulgar. Chama a atenção como se vestiam as crianças naquela época. Traj avam-se como adul tos, o traje infantil não se usava. O menino era habituado, desde seus pri meiros anos, a vestir-se como um ho menzinho e a querer ser como um homenzinho. Observem a menina, que segura a bo neca: ela está vestida com uma saia- balão. Não há dife rença, no ssencia l, e ntre o traje dela, o da mãe e o da irmã. E ntretanto, o senso das conveniê ncias não está abo1ido. A Imperatri z veste-se co mo convém a uma senhora casada mui to jovem. A princesa está com uma roupa cor-de-rosa, que não conviri a à Imperatri z. Todo o senso das proporções está mantido. O ambiente apresenta um mi sto de burguês e de ari stocrático, ma. sem desurmo ni a. É o prazer da intimidade, na alegria de uma vida d fa míli a di stinta, e o nde as boas maneiras se conserva
JLICES
, ,Julho de 200~3
Bem-aventurado José de Anchieta 450 anos da chegada do Apóstolo do Brasil
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ambém cognominado
Apóstolo do Novo Mundo, José de An-
chieta nasceu no dia 19 de março de 1534 em São Cristóvão de La Laguna, Tenerife (Arquipélago das Caná rias). Iniciou seus estudos universitários em Coimbra no ano de 1548, e três anos depois ingressou na Companhia de Jesus. Com apenas 19 anos, embarcou como missionário para o Brasil, aportando na Bahia de Todos os Santos, Salvador, em 13 de julho de 1553 . Não se trata de narrar aqui a empolgante epopéia desse santo missionário (a respeito, vide Catolicismo, junho/77, junho/80, março/84, junho/97) . Mas, den tre os numerosos fatos épicos da sua vida, destacamos um: em 25 de janeiro de 1554, o jovem jesuíta fundou a Vila de Piratininga, no Pátio do Colégio, berço da capital paulista . Em homenagem aos 450 anos da imensa graça que representou para o Brasil a chegada desse filho espiritual de Santo Inácio, grande herói da Fé católica, a quem todos os brasileiros tanto devem, reproduzimos a seguir algumas palavras de Plinio Corrêa de Oliveira, publicadas em "O Século", do Rio de Janeiro, em 4 - 9 - 1932 . CATOLICISMO
UMARI
PuN10 CoRRÊA DE O uvE 1RA
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/\11chicta , pl'Ímcfro 1•c/Jc11to <lc sa11li<la<lc <lc uma grall(/c Nação "Se pud éssemos recorrer a uma comparação pro fana, para dar a idéia ela i mportância de A nchi eta cm nossa hi stóri a, diríamos que ele l"o i para o Bras il o qu e Li curgo fo i para ªS parla e Rôm ul o para Roma. Isto é,
um desses heró is fabulosos que se encontram nas ori gens de algumas grand es nacional idades, a levantar os primeiros muros, edifi ca r os primeiros edifícios e organi zar as primeiras institui ções. Sua fi gura, de uma rutil ante beleza mora l, se ergue nas nascentes ela nação brasileira, a construir seu primeiro hospital e seu primeiro gru po esco lar, e a redi gir, confi ando-os às pra ias do ocea no, os primeiros versos co mpostos cm pl agas bras il eiras. O rund ador el e São Paul o foi , portanto, simultanca mcnl c, nosso prim eiro mestrecsco la, nosso primeiro fundador de obras pias e o palri arca de nossa literatura , o mais c1111igo 1111/10 da li1era/u ra brasileira, co mo o chamava Síl vio Romero. E sobre es ta lríp li cc coroa ful gura aind a o di ade ma de um a virtude que fez reproduzirem-se cm se l vas brasil eiras os mil ag res lo Pove rel/o de A ss is, que, com sua simpl es prese nça, amansava fera s e atraía os passarinh os, nas fl ores tas densas el a Umbria. Seu processo de canoni zação está confi ado ao juízo soberan o ela Santa l greja. Esta , porém, j á bai xo u um decreto concedendolhe as honras de Veneráve l, o que torn a possível e recomend áve l o recurso à sua intercessão.* E todas as razões nos levam a crer que Deus ouvirá as orações que lhe forem diri g idas por interm édi o de Anchi eta, t"ac ilitancl o ass im a causa ele sua ca noni zação, para erguer sobre seus altares um grande sa nto, primeiro rebento ele sa ntid ade ele uma grande nação". •
Nota: *O
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CAR'l'A oo D11mT01~
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PAGINA MARIANA
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LEITURA EsP11m'llAI,
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C0tumSPONDÍ~NCIA
Nossa Senhora ele Beauraing
Das virtudes teologais
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PALAVRA Do SAumDOTE
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IN·1·1mNACIONAI,
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Ritual militar na gl ória e na guerra Desmoronamento da Europa
No Consultório M édico de Lourdes
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BIMSIL REAi,
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CAP!\
36
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39
19 Entrevista
OlJI~ NossA S1~NII01M C1101~A?
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Cuba: do mito à r ealidade inl'ernal
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SANTOS
São Camilo de L elis
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FATIMA
40 SOS F AMÍUA A formação da estirpe J'amiliar 42
INFORMATIVO RURAL
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43 Grandes Personagens
Papa São Gregório VII
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Cos·1·uM..:s, C1v11,1zAçfn:s Cardeal M e1ry dei Vai, Secretál'io de Estado de São Pio X
-
menc ionado decreto é de agosto de 1736, quando C leme nt e X 11 ló . a proc lamação da hero icid ade das vinu dcs cio Pe. José ele A nchi eta. Mai s recent emente. c 1n junh o de 1980, l'u i ele bca til'icacl o por João Paul o li.
Nº fi31
48 TFPs em Ação Nossa capa: Cenas do Cubo atual
JULHO 2003.....,
A Virgem do Coração de Ouro Ami go Leitor,
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
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Ouve-. e fal ar, freqüentemente, elas pro paladas maravilha s ci o paraíso cubano, alardeadas por órgãos ela grande mídi a. M as será possível razoave lmente viver em um país onde tud o é rac ionado? O nde ninguém pode consumir mais ele 250 gramas ele fe ij ão, 1,5 kg ele açúcar, meia dú zia ele ovos e um sabonete por mês? É possível imaginar que ex ista um país ass im, e que o considerem um verdadeiro paraíso? N a realidade, Cuba é ass im. E seus habitantes vivem, há mais de 40 anos, sob as condições subu111anas impostas I or um regi111e 111arxi ·ta ele Lipo stalini sta. Na matéri a ele capa deste mês, Catolicismo denuncia co m corage111 os abu sos contínuos que se cometem na ilha- pri são. apresent a subsídi os imporlantíss i111os para que o leitor possa comprovar co1110 a anLi ga Pérola das Anlilhas fo i tran sfor111 acl a, a preço ele muito sa ngue, no tri ste país ci o paredó11, e111 um gigantesco ca111po ele concentração. Tal matéri a, ele autoria ele nosso co laborador L uís Dufa ur, sobrepõe-se cri teri osa111ente à superfi cialidade que preclo111ina nos meios ele co muni cação em geral , no tocante à tirani a ci o reg ime marxista cuba no. Lamentáve l e incompreensivelmente admi rado e defendido por muitos membros ci o aluai govern o brasileiro. Basta lembrar que, algum Lempo ant es ele se torn ar pres idente ela República, o Sr. Lui z Inác io Lul a ela Sil va, na abertura ela reuni ão cio Foro de São Paulo, em Havana, 111anifes tou-se em nome ci os partid os e orga ni zações ci o Cone Sul e fez um ba lanço elas políticas neoliberais aplicadas e111 uba. Lula dirigiu-se a Ficlel as tro ' ao I ovo cuba no nos seguintes e espantosos Ler111os: "Obrigado, Fidel Caslro. Obrií{ado por vocês exis1ire111. Vocês dc7o demonstra-
ção rodos os dias de que é 111el/1or Jú zer me11os do que poderíamos f azei; de cabeça erguida, do que ceder e perder o w110-esti111a - é melhor fa zer pouco, mas com dignidade. A velhice é i111placável: dehilila o 110.1·so ('0rpo e e11mí{a a 11ossa pele - mas a /raição aos idea is é pio,; porq11e <'lll'llfia a própria ol111a. Embora o seu roslo esleja marcado por rugas, Fidel, sua 011110 co11ti11110 limpo porque vo('ê nunca traiu os in.leresses do seu povo ". (hLLp://www.fpabramo.org. brisa la lei tu ra/ forosp_cuba. htm). M as como alega r inter sscs do povo, se Cuba detém hoje um cios mais baixos índices ele qu ali dade ele vida do 111undo? E se as condições ele hab itação são ele uma precari edade inconcebível? Podem-se acompanhar também, nessa 111aléri a ele capa, dec larações ele cubanos que relatam a desorcl m soc ial promov ida pelo regime ele Castro. Prepare-se também o leit or para fazer, através destas pág inas, uma viagem de terror - sem censura p la dura r ai idade cuba na, encoberta ami úde pela cortin a de fumaça lançada medi ante o 111arketi11g d agênc ias ele turi smo. onhcça, cm clel alhes, a cl il"ícil vi ci a cotidi ana ci o povo cubano. Será inevitável, ao fin al, o leitor não se pergun ta r: como se ex plica que autorid ades mundi ais tenham o cl e: pl anle ele fazer propaganda cio regime castri sta? Como é poss íve l que um ditador como Ficlel seja recebido com pompa e circunstância, como o fo i na to mada ele posse ci o nosso pres idente e também na ci o presidente argentino? Qual a ex pli cação para o falo ele govern os e órgãos ela mídia faze rem lanta propaga nda cio envelhec ido e ana_crôni co chefe ele govern o cubano? Essas pergunlas o leitor sabcní respo nder, po r si própri o, ao chegar ao fin al elas páginas dessa matéri a esc larecedora e candente, estri tamente fi el aos ditames ela verdade. Desej o a Lodos uma boa lei tu ra. Em Jesus e Ma ri a,
M V ALD IS G RI NSTE INS
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endo co mentado nesta seção vári as aparições mari anas, anti gas ou recentes, alg umas pessoas nos perguntaram qual o critéri o ele di scernimento para jul gar se as aparições são fa l sas ou verdadeiras. Já tratamos dessa questão, em linhas gerai s, em nossa últim a edi ção. Mas recebemos uma indagação mais específica : N ossa Senhora cos tuma aparecer uma só vez, poucas o u muitas vezes? E, do fato de Ela aparecer muitas vezes, pode-se dedu zir que a apari ção é fal sa? Primeiramente, é preci so escl arecer que, nesse assunto, não há uma regra gera l. N ossa Senhora é Rainha e atu a conforme os desígnios ela Sabedori a ele Deus. Atu ando para o bem elas almas, não se deixa limitar por nossos pobres critéri os. E m segundo lu gar, há apari ções que se deram apenas uma vez, como a que converteu o judeu Afonso R ati sbone, em Rom a, no ano de 1842. N ela, Nossa Senhora sequer fal ou. [gualm ente em Pontm ain ( Fra nça- 187 1) e em L a Sa l ette (França- 1846) a Virge m Santíssima apareceu um a só vez. M as do simples fato de a M ãe ele Deus aparecer v ári as vezes nã.o se pode concluir que se trata de uma fa l sa apari ção. Em Fátim a Ela apareceu se is vezes, e ainda prometeu aparecer uma sé tim a vez. Em L ourcles, apareceu 18 vezes. Outra pergunta: N ossa Senhora pode aparecer muito seguidamente? Como res posta, parece- nos oportun o narrar a hi stóri a ele uma apari ção ocorri da há 70 anos.
Beauming: povoa<lo comum
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
P odem ocorrer aparições várias vezes seguidas às mesmas pessoas? A bela história de Nossa Senhora de Beauraing elucida essa questão.
Paul o Corrêa de Bri to Filho DIR ETOR
Um pequ eno po v oa d o el e apenas 2. 000 habitantes, si tua-se na B é lgica, denomina-se Beauraing. N ad a o di stin gue ele muitos outros povoados el a zo na.
Capela Votiva da Aparição, edificada com pedra do país Nesse loca l, nossa M ãe ce leste apareceu 33 vezes a cinco cri anças, ele 29- 1 1- 1932 a 3- 1- 1933, ou sej a, qu ase todos os di as ! Tai s aparições fo ram reconhec idas pela Igreja em 1943. É uma elas cin co apari çõe , ocorrid as no sécul o passado, reconhec id as ofi cialmente. Aind a m ais, 12-d ias após a úl tima apari ção em B eaura ing, N ossa Senhora aparecerá oito vezes a uma m enina, num outro povoado belga, a 80 quilômetros ele di stânc ia do povoado anteri or. Uma apari ção também reconhecid a pela Igrej a. L ogo, não é bom critéri o desqualifi ca r uma apari ção só porqu e oco rreu várias vezes e em locais próx imos .
Um a ca racteríst ica el a apari ção de B ea uraing é que Nossa Senhora fa la pouco. V ári as vezes não di z nada, limi ta-se a sorrir para as cri anças. Passemos ao relato dessas apari ções. A s meninas G ilberte e Anclrea Dege imbre, órfãs ele 9 e 14 anos, acompanham Fernanda e A lberto Voisin , de 15 e 11 anos, que fora m buscar, num pensionato ele freiras, G ilberte Voisin, ele 13 anos, irmã dos doi s últimos. Os meninos brincavam, qu ando Alberto fi ca assustado e di z: "Olhem, a Virgem vestida de branco está caminhando sobre a ponte". A s meninas o lham e fi cam também muito assustadas . Batem com força à porta cio pensio-
JULH02003-
nato. S urgem uma freira - a irmã Va lerie, que nada percebe - e Q ilberte Voisin , que vê a aparição e fica também muito ass ustada. Os me ninos corre m de volta à casa e contam a suas famílias o ocorri do. Estas não acreditam. Ainda p ior: a irmã mai s velha das meninas Degeimbre, tomada de inveja, diz: " Vocês duas vêem a
Virgem ? Se eu a tivesse visto, seria d/ferente ... Mas, vocês duas!?" Dom inada pelo despeito de nada ter visto, e la chegará a caluni ar suas irmãs.
Simplicidacle das /Jalavras C hama ,m;ito a ate nção nessa narração o pouco que Nossa Senhora fa la a estas crianças - fato que será utili zado como argumento princ ipal pelos adversári os da a pari ções. Após os me ninos indaga rem à M ãe de Deus o que queri a deles, E la simpl esmente responde u: "Sejam sempre bons". No dia seguinte, E la pergunta aos me ninos: " Vocês serão sempre bons, não é verdade?". "S im! " respondera m e nfaticamente. No dia 30 de dezembro de 1932 , ao mostra r se u Coração, que parec ia de ouro , a Virge m Santíssima reco me nd a: "Rezai, rezai ,nuito". No di a 1° de j ane iro, ape nas aco nse lh a: " Rezai sempre". Na última a pari ção, no dia 3 de j ane iro, E la fa lará mai s. E mes mo assim , será breve: "Eu converterei peca-
dores. Eu sou a Mãe de Deus, a Rain ha do Céu. Rezai sern.p re ". C uri osa mente, a Virgem Santíssima, nesta derradeira aparição, reve la três seOutra capela em Beauraing
-CATOLICISMO
gredos pessoais a três dos videntes. O que reve lo u? Nada veio a públi co . Algumas pessoas qui seram acrescentar pa lavras ao que Nossa Senhora asseverou, mas os vide ntes não ace itara m.
lncreduliclade e perseguição Outro as pecto di gno de nota: os menin os viam Nossa Senhora co m ra ios dourados e m torno ela cabeça, como se fosse uma coroa, símbolo de majestade. O que está e m consonânc ia co m a afi rmação: "Sou a Rainha do Céu". Desde o iníc io as apari ções chamaram muito a ate nção, e o inte resse I úb li co ia crescendo d iari ame nte. No d ia da última apa rição, hav ia uma multid ão le 30.000 pessoa. pre. e ntes . ntr e las , numerosos méd icos . Estes ap roveit aram a ocasião para fa zer experi ên ias , durante as apari ções. les beli scara m os videntes , apertaram-lh es a pe le, ap roxi mara m fogo ele suas mãos , so lt aram .flashes in ca ndescentes sob re os o lhos, mas os videntes não reagiram. Não fi caram marcas ou c icatrizes de tai s experiê nc ias . Os v identes sol"re rarn muita opos ição. Nem o sacerdote cio loca l ac red itava neles, e não tinham nas adjacênc ias a quem recorrer para os aj uda r. Corno até parte ela imprensa cató lica tentava negar os eventos miracu losos, sentiam-se rodeados por um desprezo geral. No início, até seus pai s mostravam-se contrários à verac idade das apa ri ções . Muitos ac usavam as cri anças ele mentirosas, po is esperavam que urna apa ri ção da M ãe ele Deus devesse ser ne-
cessa.riamente no estilo Hollywood, com mi lagres espetac ul ares e urna mensagem a poca líptica. A curiosidade geral encheu a loja dos Vo isin . M as logo e les perderam os fregueses, que não podiam ou não se atreviam a entrar na loja, que acabou te ndo ele ser fechada. Mas isto fo i um fator para a conversão cio pai, Hector Vo isin , que aba ndonou o partido sociali sta e vo ltou a praticar a reli gião.
Uma aparição incomum ? A lg um as pessoas pe rg untara m: por que Nossa nhora a pareceu para d izer Lão pouca co isa, a lém do ma is, j á muito conhec id a? Seria a lgo na linha de uma aparição "ordinária ", difere nte de apari ções ''.fora de série", como as de Lo urdes o u Fátima ? Co rno resposta, podemos le mb rar, de início, que a Virgem Santíssima qui s E la mes ma faze r a posto lado, para nos e nsinar que todo a posto lado é santo, mesmo se diri g ido a pessoas simpl es, e limi tando-se a re petir do utrin a j á conhec ida. Em segund o lugar, a Re li g ião cató li ca não se caracteri za por sensac io nali smos. É a Reli g ião da perseverança e m me io à vicia cotid iana. Nunca um a aparição de N ossa Senhora é a lgo co mum. Embora seja um aco ntec ime nto ex traordinári o, uma apa rição mari ana pode te r por obj eto, e ntreta nto, reafi rm a r urn a do utrina básica ela lgrej a. E m terceiro lugar, a Santíssima Virge m, com s ua aparição, ressalta que Ela está protegendo a nós, seus fi lh os. Ne m sempre medi a nte pal avras, mas sempre nos amparand o. O que ma is pode mos desejar? Adernais, urn a aparição de Nossa Sen hora não pode deixar ele trazer consigo grandes graças, seja para os videntes, seja para os que os rodeiam e mesmo para todo o mundo . Ela é a M ãe da d ivina graça, qu e co ndu z se mpre a se u Filho amantíss imo, Jesus. •
Bibliografia:
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Yves Chiron , E11 q1.1ête sur les appari1io11s de la Vie,ge, Ed. Perrin -Mam e, 1995 , França. www.Corazones.org Apa ri ción de la Yirgen en Beauraing.
Jean Ladame, Notre Dame de 1011/e l 'E11rope. Ed . Resiac, cidade, 1984. Do meni c o Marcucc i , Sa11 111 a ri Maria1·1i d"Europa, Ed. San Pao lo, 1993.
Das virtudes principais 1° - Das virtudes teologais*
(Co111..J
§ 4" - /)a Sagracla Esc1'itllra As verdades qu e Deus revelou estão contidas na Sagrada Escritura e na Trad ição. A Sagrada Escri tura é a co leção cios li vros escritos pelos Profetas e pe los hag iógrafos, pe los Apósto los e Evange li stas por ins piração cio Espírito Santo, e recebidos pela Igreja corno in spirados. Ela se divide em duas partes: Antigo e N ovo Testamentos. O Antigo Testa me nto contém os livros inspirados escritos antes da vinda de Jesus Cristo. O Novo Testa me nto conté m os liv ros in spirados esc ri tos de po is el a vinda de Jes us C ri sto . A Sagrada Escritura chama-se co rnurne nte co m o no me ele Bíblia Sagrada. A palavra Bíbli a quer di zer coleção cios li vros santos, o liv ro por exce lênc ia, o li vro dos liv ros, o li vro inspi rado por Deus. A Sagrada Escritura é c hamada o livro por exce lê nc ia por causa ela exce lê nc ia ela matéri a ele que trata e cio Autor que a inspirou. N a Sagrada Escritura não pode haver ne nhum erro, porque, sendo toda inspirada, o Autor ele todas suas partes é o próprio De us. O que não impede que, nas cóp ias e traduções da mes ma, possa ter-se dado a lgum e ngano cios copi stas o u cios traduto res. Porém , nas ed ições rev istas e aprovadas pela Igrej a Cató lica, não pode have r erro no q ue refere-se à fé ou à mora l. A le itura ela Bíblia não é necessári a a todos os cri stãos, in struídos corno o são pe la Ig rej a ; no e ntanto, é muito úti l e reco mendada a todos. Podem-. e le r as traduções e m vernácu lo ela Bíbl ia que são reco nhec idas como fidedignas pe la Ig rej a Cató li ca e venham aco mpanhadas ele exp li cações aprovadas pe la mesma Igreja. Só se podem ler as traduções que são ap rovadas pe la Igrej a, porque só E la é a legítima custód ia da Bíb li a. O verdadeiro sentido das Sagradas Escrituras, só o podemos conhecer por me io da Igreja, que não pode errar ao interpretá- las. Se a um cri stão fo r oferec ida a Bíb li a por um protestante o u por qualquer e mi ssário cios protestantes, deve-se rejeitá-la com horror, porque é proibida pe la [g reja; e se a tive r receb ido sem notar, deverá logo lançá- la nas chamas ou entregá- la ao própri o pároco. A Igreja proíbe as Bíb li as protestantes, porque ou são a lteradas e contê m erros, ou e ntão, fa ltando-lhes ap rovação e as notas ex plicativas elas passagens obscuras, podem causa r dano à Fé. Por isso a Igrej a pro íbe também as traduções elas Sagradas Escrituras já aprovadas por e la, mas re impressas sem as expli cações apro vadas pe la mesma Igreja.
A Tradição é a pa lavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus Cristo aos Apóstolos
§ 5" - Da 1'raclição A Trad ição é a pa lavra ele Deus não escrita, mas co muni cada de viva voz por Jesus C ri sto aos Apóstolos, e que chegou sem a lteração até nós, ele séc ulo em sécul o, por me io da Igreja. Os ensin amentos ela Trad ição ac ham-se principalme nte nos decretos dos Concíli os, nos esc ritos dos Santos Padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras e nos usos ela sagrada Liturg ia. A Tradição deve ter-se na mes ma consideração e m que se tem a palavra de Deus revelada, contida na Sagrada Escritu ra. •
* Cat echism o
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Ma gg iore pro11111/ga1n da Sa11 Pio X, Roma , T i pografia
Vaticana , 1905 , Ed izione A res, Mi lano, pp. 198-202.
JULH0 2003 -
reportagem di z, " ...ter permanecido um verniz do Catolicismo ortodoxo ... ". A citada matéri a di z tudo e es-
Orgulho <le ser assinante 181 Dois arti gos desta conce ituaclíssim a rev ista ca tóli ca me chamaram a atenção no mês ele junho/2003. São eles: a matéri a hi stori ando a devoção ao Sag rado Coração ele Jes us, vi sto que junho é o mês a ele dedicado, e também o " closs iê" sobre a Ação Católi ca, sob o pri sma ele incubador el a atual desord em e anarqui a instaura da pelo clero di to progress ista. Estes dois arti gos se in terpenetra m e se compl ementa m, visto que o primeiro di z com cl areza as verd ades que o c lero prog ress ista - advindo el a A ção Católi ca - não di z e não propu gna. Isto é, o esquerdi smo ca tóli co odeia as devoções parti culares, tentando, a todo custo, clese nra iz,i- la ci os corações ci os fié i . A demais, a reportagem trouxe- m achegas no que tange ao ódi o dos esquerdi stas espa nhóis e cubanos ao cul to ao SSmo. Co ração ele Jes us, a ponto ele atirar nas im age ns sagradas ele nosso Divin o Salvador , co loca ndo em se u lugar a fami gerada fi gura ele um revolucionári o pervertid o co mo "C he" Guevara... Co mo nasc i na década ele 1960, não vi vi este período ela A ção Católi ca, razão pela qual louvo e agradeço esta reportagem, em razão ele eu ter aprendido o porqu ê ele o clero esquerdi sta ter se abeberado desta e, como a
-CATOLICISMO
cl arece ele manei ra mag istral o porqu ê el e o go vern o es q uercl i sta el e " Lul a" ter preferid o se acercar cio clero esquerdi sta e parti cipantes ela j á elita A ção Católi ca, e não cio clero ortodoxo: em razão ele aprofundar e tentar perpetu ar a Reform a, j á estudada pelo Pro fesso r Plini o, implantando a aceitação cio casa mento homossex ual, a destrui ção cios valores morai s ca tólicos, o aborto, a descrimin ali zação ela maconha, etc, etc. Tenho orgulh o ele ser ass in ante desta revi sta! Gostari a que vocês continu asse m nesta linha editori al, pois outros meios ele comuni cação católi cos preferem propalar a luta ele cl asses - idea l marxista- lenini sta - em detrimento el a defesa ela Verd adeira Reli gião ... (T.J.G. - SP)
Apostola<lo <la Oração l2l Parabeni zo o empreendim ento para espalhar o culto cio Sagrado Coração ele Jes us. Sou cio Aposto lado ela Oração, e na assoc iação toda as ami gas fi caram muito sensibili zadas co m o trabalh o dessa revi sta, co m tanta co isa bonita e importante que nó. não conhecíamos ainda cio Sacratíss imo Coração ele Jes us. Aproveito para di zer que eu pessoa lmente a cada mês fi co mais sensibili zada com as leituras ela revi . ta Catolicismo . Muito e muito obri gado, vamos rezar por ssc empreendimento. (E.E.D. - MG) ESCll(/Os
l8l Escrevo para ped ir que me maneiem pelo correio um, se possíve l maneiem algun s a mais, E. cuclos cio Sagrado Coração ele Jesus, que esto u prec isa ndo muito. (A.M .P. - DF)
Nota da redação: A Campanha Vinde Nossa Senhora de Fálima, não /a rdeis! j á esta faze ndo envi os pelo correio cios Escudos do Sagrado Coração de Jesus. A queles de nossos leitores que ainda não recebera m podem, se desej arem, fazer seus pedidos nos
endereços i nsericlos na coluna ela página 4 desta edi ção. Ou ainda no endereço el a Campanha: Ru a Armando Coelho Silva, 141 CEP 02539-000 - São Paulo - SP Tel. : ( 11) 3955 -0660 E- mail: fatima@fatima.org.br
J)esa/Jal'o Sou pequ eno pecuari sta ele bov in os leiteiros e estou muito desa ni mado co m tud o no gera l , desde o preço cio leite, empregados, altos preços ele in sum os , furtaclores el e gado, cl cprecl aclores ele patrim ônio adqui rid o co m muito trabalh o, etc, etc. A pós insta lação deste govern o sem capac id ade ele admini strar nada, o desânim o aum entou. Es te govern o é conivente com toda essa ag itação rural que está aí, invasões etc. A Ca mpanha Fome Zero é um exempl o: quase tudo que é arreca lado está sendo destin ado ao MST e outros grupos do gênero, e não para os carentes. Para dar só mais um exempl o: num assentamento, feito na cidade ele lperó/SP, os lotes fo ram divididos pelos assentados e vendidos. E agora? É um a fa vela terrível, com barracos e bares, com pessoas desqu alifi cadas e sem esc rúpul os. O que eu acho pi or: o govern o grac iosa mente fo rn ece uma rend a mensa l a estas pessoas, f orn ece ani mais, etc, etc, tu do gratuito. E nós? N ós temo que trabalhar! 1 ara resumir: não sabem a di ferença entre " um boi e um a vaca". Como podem inves tir (e dinheiro públi co) em pessoas que certamente não co nseg uirão nem o sustento? Este modelo ele Reform a A grária é equi vocado. O governo prec isa saber que agri cultura e pecuári a é co isa para quem tem apti dão. Não conh eço nenhum assentamento lucrati vo até agora (se alguém so uber el e al gum, adoraria verifi ca r o I ivro ca i xa). D esculpe o desabafo, estou um pouco indi gnado .. . Apena s acho que as pessoas ele-
vem traba lh ar, e não invadir, para conseguir o que querem. (G.S.J. - SP)
Ca<la /JairPo excctle11 a outro 181 No mês passad o, tinh a mandado para VV. um a notícia cio JB sobre a vind a ao Brasil ela Imagem de Na. Sra. ele Fátima em 1953. A gora encontrei outra notícia do mesmo JB , sobre a mes ma vinda. Estou pedindo a meu sobrinho para enviar-lhes o tex to pela Internet. (F.R.C. - RJ) Jornal do Brasil, 16 de junho de 2003. A 13:
Nas Pág in as ela Hi stóri a / Há 50 anos:
" Durante um mês, a Virgem de Fátima viveu e palpitou na em.ação exaltada do povo carioca. Nesse 1-nês, cada bairro excedeu a outro, cada subúrbio a oulro, nas man!festações de enlusiasmo à Virgem pereg rina. Ao assistir a tanla devoção, até os ,nais céticos têrn de reconhecer que o povo carioca é prof úndamente religioso, e a cidade, sempre f iel a sua tradição ca1ólica".
O melhor caminho ~
Gostari a de parabeni zar pelo arti go sobre Nossa Senhora ele Fátima . Ri co ensinamento , fiqu ei mui to feli z ao ler. Dentro ele mim ia bro tando algo novo a respeito de Nossa M ãe, confesso que me emoc ionei muito. Tenho muito amor por M ari a e procuro todos os di as rezar o Rosário ; dói meu coração quando vej o uma pessoa bl asfemar contra Nossa Senh ora. "Minha
alrna glor!fica ao Senha,; meu espírito exulta de aleg ria em Deus, meu Sa lvado r" (L c. 1,46-4 7). Co mo não amar aq uel a que foi humild e di ante el a maior riqu eza? M aria é o ca minho que nos leva co m fac i I id ade a Jes us... Por ex peri ência própri a, tes temunh o esse caminh o. A guardo mais assuntos sobre Nossa Senhora. (M.L.R.P. - TO)
A Pala"''ª do Sacerdote 181 H á três anos recebo o Catolicismo e gosto muito, adoro ler a Palavra do Sacerd ote. (A.A. - SP)
Graças extraordinárias 181 A reza cio Terço faz parte ele nossa rotin a fa mili ar, mas se i qu e nos últim os temp os meu pensam ento muitas vezes não se detinha com a atenção devid a em cada mi stéri o. A doença ele nossa filh a forço u-nos a devotar mai s atenção à rec itação do Terço. M ais uma vez a TFP chegou na hora certa. A M edalha Milagrosa de Nossa Senh ora elas G raças chegou qu ando eu mai s prec isava de consolo. A gora chega também a pequena image m ele Nossa Senhora de Fátima enviada pela campanha. Di a 13 ele maio, lá estava a imagem esperand o por mim na caixa postal, exatamente em meio à minha tri bul ação. Nossa Senhora chegou atra vés ela TFP - apenas para di zer que ze lava por minh a famíli a. Um outro fato interessante. No di a em qu e minha filh a subm eteu-se à tomografia computadori zada, estávamos muito apreensivos. Na maiori a elas vezes, uma cri ança de 8 meses tem ele ser submetida à anestes ia geral para a rea li zação desse exame, po is não consegue fi car parada por ta nto tempo. Nosso medo era maior porqu e ela norm almente não dorm e pela manhã. Reze i muito, mas nada de dormir. No momento eu estava lendo a Vi a Sac ra cio Dr. Plíni o. N o virar el as páginas, vi a foto cio Fundador da TFP. Olhei bem para a foto e pedi a sua intercessão . Minutos depois minh a filh a pegou no sono e dormiu até o exato momento em que o exame terminou: abriu os olhos e sorriu para mim e sua mãe. [ ... _I Vimos ontem o segundo neuroc irurgião, que, co nforme opini ão até agora unânime, descartou compl etamente a hipótese de câ ncer. Não posso deixar de relatar, também, o fato ele o médi co de minha fi lha, após ouvir sobre as diversas graças alcançadas através ela M edalh a Mil agrosa, ter me pedido um exempl ar da Novena e el a M edalha. Passou então a pedir qu e seu filh o, que j á ti nh a prestado 8 ves tibul ares , fosse
aprovado para M edi cin a. Pois bem, menos ele um mês depois o rapaz obteve a 13ª colocação no certame. O doutor agora exibe orgulhoso a M edalha pendurada no pescoço, e me garante que toda a sua família j á usa a M edalh a. A gradeço as orações. (A.M.A. -
RN)
Nota da Redação: O nome ela filh a tinha sido incluído nas intenções elas orações qu e sóc ios e cooperadores el a TFP fazem todas as noites no Oratóri o de N a. Sra. ela Conceição, na Ru a M artim Francisco, 665 , em São Paulo. Agora o nome dela, cio pai e ela mãe foram incluídos novamente, mas, des ta vez, para ag radecer a N ossa Senhora as graças alca nçadas. O mi ss ivista relata também outras graças obtid as por interm édi o da M edalha Mil agrosa: a cura de seu irmão caç ul a e um probl ema na tiróide ela filha. Motivo para agradecerm os essas boas notícias e rezarmos ainda mai s e com maior co nfiança.
Visita maravilhosa Tenho o maior prazer ele agra decer, juntamente com minh a famíli a e demais convidados, pela vi sita maravilhosa de N ossa Senhora el e Fátim a em minha humilde res idênc ia. Por tudo el e maravilh oso qu e aconteceu aqui , só me resta agradecer com muito prazer aos senhor es qu e integ ram a ca mp anha " Vind e N ossa Senh ora ele Fátim a, não tardeis!". Pela primeira vez, tive a hon ra abençoada de coroar Nossa Senhora de Fátim a, e meu es poso a ele coloca r o terço sobre as mãos ele N ossa Senh ora . (R.S.C.B. - BA)
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Cône o JOSÉ LUIZ VI LLAC
Pergunta - Quero perguntar a diferença entre orar e rezar, já que o dicionário Aurélio fala que são sinônimos. Porém, ao celebrar a Santa Missa, o Padre às vezes fala oremos e outras vezes rezemos. Os protestantes falam que elevemos orar e não rezar ... E que, segundo a Bíblia, não elevemos orar repetidas vezes, por isso eles condenàm o Terço.
e
Resposta - Co mo j á di z a cons ule nte e o atestam os di c io nári os, orar e rezar são sinô nimos . A Liturg ia da Santa Igrej a - c uj a língua materna é o latim - e mprega e m di versas c irc un stânc ias o oremus, que se tradu z e m vernácul o por oremos o u rezemos, posto que são sinô nimos. Orar vem do latim orare; e reza,; do latim recitare, que ta mbé m de u e m po rtu g uês recitar. Já e m latim , os verbos orare e recitare tê m sentidos muito próx imos: o prime iro s ig nifi ca "pronuncia r uma fó rm.u/a ritual, uma oração, urna defesa em j uíza"; o segundo, "ler ern voz alta e clara" (portanto, o mes mo que e m portu guês recitar). E ntretanto, para orare prevaleceu na latinid ade e nas lín g uas ro mânicas o sentido de rezar, isto é, di zer ou faze r uma oração ou súplica religiosa (cfr. A. Ernout- A. Me illet, Diction-
n.aire étymologique de la tangue latine - Histoire des mots, Klin cks ieck, Pa ri s, 4ª ed ., 1979, p. 469). Nós, cató li cos, damos ao verbo rezar um sentido bastante amplo e genéri co, e reserva mos a pa lavra oração ma is es pec ia lme nte - mas não exclusivamente - para os d ive rsos gêne ros de o ração
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CATOLICISMO
menta l, como a meditação, a conte mpl ação etc . Não há razão, portanto, para faze r dessa li geira dife re nça, co mum nos sinô nimos, um te ma de di sputas . O s protestantes, e ntretanto, salientam a dife re nça por do is motivos. Prime iro, porque para e les serve de senha. Com efeito, acentu ando arbi tra ri amente essa pequena di fe re nça de mati z entre as palavras, e les utili zam orar em vez de rezar, e ass im imediatame nte se identificam como crentes (como di ziam até há pouco) ou evangélicos (como prefere m di zer ago ra). Jsso te m a vantagem, para eles, de detectar entre os c ircunstantes os o utros protestantes que a li estej am. É üm expediente ao qua l recorre m todas as se itas dotadas de um fo rte desejo de ex pa nsão, como é o caso dos protestantes no Brasil. Por outro lado, a o ração, para os protestantes, não te m o mes mo a lca nce que pa ra nós, cató li cos. Enquanto para nós o termo oração e ng loba todos os gêneros de oração desde a oração de peti ção até as orações ele lo uvo r e g lori ficação ele Deus - os protestan tcs esvaziam a necess idade ela o ração ele peti ção, que pa ra e les te m po uco o u nenhum se ntid o. o m e fe ito, como nós, cató licos, sabe mos, a vida nesta Terra é um a luta árdu a, em que elevemos pedir a De us em p_rime iro lugar os be ns eternos, e de po is o. bens terre nos de que te mos necessidade. É o que e nsino u No. so Senhor Jes us C ri sto. Do ponto de vista católico, o termo oração engloba todos os gêneros de oração, desde a de petição até as orações de louvor e glorificação de Deus
A errônea dolltrina protestante Para os protestante. , não é prec iso pedir os bens eternos, po rqu e e les defe nde m erroneame nte que a sa lvação de pe nde exc lu siva me nte de Deus, sem ne nhuma necess id ade da cooperação cio home m . Segund o do utrin a ele muitas se itas protes ta ntes, Deus j á e la borou, desde toda a eternidade, du as li stas: a li sta boa, dos que irão pa ra o Céu; e a li sta negra , cios que irão para o infe rn o. Ass im , qu e m es tá num a li s ta nad a pode faze r pa ra mu lar de lista. Se está na li sta boa , pode peca r à vo ntade, porq u será sa lvo; e que m esti ve r na li sta ruim pode reza r e faze r toda a
penitência e as boas obras que qui ser, que nada lhe adiantarão, pois j á está co nde nado. Ass im , a o ração de peti ção, pa ra e les, não te m ne nhum se ntid o, ne nhum a efi các ia para a obtenção ela vicia eterna. Porqu e tanto a sa lvação como a condenação j á estão predeterminadas desde toda a ete rnidade. Nestas condi ções, a úni ca o ração que tem a lgum sentido é a oração ele louvo r, g lo rificação ele De us e ação de graças . Pe la esco lha gratuita q ue De us teri a fe ito, ele nos inc luir na li sta boa ... Por isso, uma vez qu e e ntre nós, bras ile iros, a palavra rezar, e mbora te nha um sentido abrangen-
te e amplo, conforme fo i e xpli cado no iníc io do arti go, re mete ma is à idéia de oração d e p eti ção, os protesta ntes preferem di zer orar, porque tê m e m vi sta prepondera nteme nte a oração gratul atória (de ação de graças) e do xológ ica (de lo uvor e g ló ri a a De us). Qu anto aos be ns d es ta vid a, ta mpo uco te m muito sentido, para eles, a oração de petição. Po is, segundo a doutrina protestante, se temos fé - indíc io de q ue estaríamos na li sta dos predestinados Deus nos premia também com o sucesso na vida terrena. N ão cabe re futar aq ui essa falsa d o utrin a. Nossa inte nção é apenas apo ntar a errônea e, ali ás, mon struosa - concepção teológica qu e está por trás ele um a opção ling üística apare ntemente inóc ua.
O próprio Jesus Cristo Nosso Senhor deu o exemplo de uma oração longa e repetitiva no Horto das O liveiras
faze ndo il ações lineares, sem levar em conta outras passagens sobre o mes mo te ma, o que é indi spensável para chegar ao verdade iro sentido de todas e las.
Jmporttmação do filho que e11ternece a mãe
É louvá vel pe,·sistir llO pedido
Para s us te nta r qu e "não devemos o rar repetidas vezes", os pro testa ntes, co mo di z a mi ss ivi sta, ape lam para a Bíbli a. Provave lme nte se re f e r e m ao E va nge lh o d e São M ate us (6,7): "Nas vos-
ga e repetitiva no Horto das Olive iras, quando, prostrado c?m o rosto em terra, rezou por ma is de um a hora, dizendo: Pai, se é possível, afaste-
sas orações, não que ira is usar muitas palavras, como os pagãos, pois julgam. que, pelo seu muito fala,; serão ouvidos".
se de mim este cálice; mas não se faça a minha vontade, e sim a vossa (cfr. Mt 26, 3944; Lc 22, 41-45). Qua nto à necess id ade da
A interpretação de te texto de São M ateus não é e ntreta nto a que os protestantes lhe d ão. E le s ig nifi ca simpl esme nte que a eficácia da oração não decorre da loquac idade, mas sobretudo das boas di spos ições do coração. As di s pos ições se ndo boas, e m princípio, quanto mais se reza, me lh or ! E o próp ri o J es us C ri sto N osso Se nh or de u o exempl o ele uma oração lo n-
in s istê nc ia n a oração, n o Eva ngelho ele São Lucas ( l l , 5-8) se lê a impress ionan te li ção do Divin o M estre : "Se
algum de vós tiver um amigo, e for ter com ele à meianoite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, porque um meu amigo acaba de chegar a minha casa de viagem, e não tenho nada que lhe da r; e ele, respondendo lá de dentro, disser: Não me
sejas importuno, a porta j á está fec hada, e os meus fi lhos estão deitados comigo ; não me posso levantar para te dar coisa algum.a. E, se o outro pe rseverar em ba ter, digovos que, ainda que ele se não levan tasse a dar- lhos por ser seu amigo, certamente pela sua importunação se levantará, e lhe dará quantos pães precisar ". A reiteração ele nossos pedidos a Deus deve pois · chegar a esse ponto da importunação, segundo o conselh o do mes mo Nosso Senhor. E por aí se vê como os protestantes, aba ndo nando a sabedoria el a Igreja e arrogando-se o dire ito ao li vre exam.e, se afasta m ela reta interpretação das Sagradas Escrituras,
Quanto à negação do valo r do Terço, é mais uma vez o res ultado da aná li se vesga que caracteri za toda a teo log ia protes ta nte . O Te rço é composto das mais sublimes orações: o Pai-Nosso, a AveM ari a e o Glória ao Pa i. Poré m não se restringe à re peti ção m ecânica dessas orações. Su a concepção é o utra: e nqu a nto os lá bi os profe re m palavras s ublimes, a me nte se e leva à co nte mpl ação ci os princ ipais mistéri os de nossa Fé e o coração se abrasa no amor ele De us e da Sanl íss ima Virgem. Que exercício de devoção poderia haver mais precioso do que esse? Por isso os Papas o co locam logo depois da Sa nta Mi ssa e do Brev iário, para os sacerdotes, e da rece pção dos Sacra me ntos pelo le igos. O Terço é um a suave importunação que enternece o Coração da M ãe de Deus, uma apare nte contradição nos termos - importunação e nte rn eced o ra! - qu e para nós, cató li cos, não constitui ne nhum e mb a raço (a Bíbli a a ex pli ca), mas qu e não e ntra num a cabeça protes ta nte. D á pe na! Sobretudo dá pe na que eles não tenh a m N ossa Se nh o ra p o r mãe. É o que de pi or podi a lhes aco ntecer. •
JULHO2003 -
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Populaejão russa: perigo de desaparecimento
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egundo o último censo nacional, a Rússia tem 17 .000 cidades-fantasma e 38.000 povoados com menos de 10 habitantes que devem se esvaziar "nos próximos meses, ou na melhor das hipóteses, nos próximos anos ", informou Vladimir Sokoline, presidente do Comitê de Estado para as Estatísticas. Desde o censo anterior de 1989 , os falecimentos superaram em sete milhões os nascimentos e cinco milhões de ru ssos emigraram. Contudo, o retorno de 11 milh.ões de russófonos ao país, após a independência de algumas ex-repúblicas da URSS , evitou cifras ainda mais negativas . Hoje a Rússia conta com uma população de 145,2 milhões de habitantes, a saber, 1,84 milhões a menos do que e m 1989. "Nos próximos 50 anos, a população russa diminuirá fata lmente de um milhão de pessoas cada ano ", disse Sokoline ao jornal "Kommersant". As causas oficiais dessa queda são: controle da natalidade, alcoolismo e deterioração do sistema público de saúde. E m outras palavras, imora lidade, ausência de fa míli a e de pro-
rês j apo neses foram enco ntrados mortos de ntro de um carro, na região central do país, e m 21 de março. Este parece ser o caso mais recente de uma séri e de suicíd ios e m gru po, o rgani zados pe la Internet. Neste ano, pe lo me nos 12 pessoas j á fo ram descobertas mo rtas, e m circ unstânc ias análogas. Nos casos ante rio res de su icídio e m
CATOLI C ISMO
Cólera do patriarca cismático: dioceses católicas
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priedade, be m como estatismo: e rros cio comu nismo, que Nossa Senhora e m Fátima predisse que a Rússia espa lharia pelo mundo. Sem uma conversão radical a Rúss ia seria uma das nações q ue, segundo as palavras da Mãe de Deus, "vão desaparecer ". •
No Japão, suicídios organizados pela Internet
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Deus e o homem banidos da Terra?
grupo, acredi ta-se que as pessoas não se conheciam antes de se relacionare m através da rede mund ial de computadores. O Japão é um dos países co m maio r índice mu nd ial de sui cíd ios. Não é raro oco rrerem mais el e 30 .000 suicíd ios anu ais no país, habi tado por cerca de 125 milh ões ele pessoas. E is aí um sin toma do acentuado afastamento de De us e da lei natural, num país que é economica me nte próspero. •
Político socialista, pivô de escândalo sexual em Portugal
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po rta- voz ci o Partido Soc ia li sta Po rtug uês, Paul o Ped roso, fo i preso e ac usado de haver cometido 15 crime. de pedofil ia. U ma rede de pedo fi li a atuava jun to à Casa Pia, bene mérita in stitui ção lu sa qu e aco lhe crianças ó rfãs e desampa radas. Os crimes teri a m sido co metidos quando o deputado socialista era ministro do gove rn o G ute rres, ex-primei ro mini stro e a tual pres ide nte d a I nte rn acio na l Soc ialista. •
Brasil: um dos maiores consumidores de maconha esq ui sa da ONU apontou o Brasil entre os maiores consumidores de maconha do mundo. Na sinistra liderança, destacam-se os meni nos de rua. Segundo outra pesquisa, 26% dos universitários e m São Paul o di zem já ter usado maco nh a. E ntre os estudantes do l º e 2º graus, 4% de les afir mara m tê- la provado pelo me nos uma vez. Ei s aí um s ig nifica tivo e doloroso ind ício da deg rad ação mo ra l a qu e c hego u no ss o País. •
P
m. tubarão apareceu na Praia de Joatinga, no R io de Jane iro, após o utro ter fe ri do um surfi sta na pra ia de Copacabana. Os banhi stas matara m o prime iro de les com paus e facas. Ho uve um susto com um fi nal feliz. O ato dos banhistas, porém, foi qualificado como "rnussacre" por um diário carioca. O promoto r de Ju stiça do M ini sté rio P úbli co estad ual, R icardo Zouein , declaro u que eles poderi am ser co ndenados a um ano de prisão. "Não podemos invadir o habitat dos tubarões e matá- los", disse. Também co me te u c rime ambiental o mo rador da cidade de Buíq ue, Pe rnambuco, que mato u a cobra-cora l que passo u be m pe rto do presidente L ul a. A co ndenação depe nde rá da in te rpretação do j ui z. Para o bió logo Gi use ppe P uorto, d iretor do Mu seu B iológico cio In stituto B uta ntã, o mo rador se prec ipito u. Mas reconh ece u: "se eu estivesse lá, provave lm.ente te ria agido da m.esma ,naneira." Os ecolog istas mais ousados pedem o reconhec imento cios Diretos dos Ani11·1.ais, co mo análogo aos Direitos do Homem aplicados ao mundo a ni mal. O tubarão, a cobra-coral e outros gêneros perigosos de a nimais, ao q ue parece, estão sendo o bj eto de proteção se me lhante, conced ida a Fe rnandinho Beira- Mar, Batoré e colegas ... É ass im que o homem, cri ado à imagem e semelhança de Deus - e com ele o própri o Deus - , vão sendo banidos da C riação. .. •
patriarca da Igreja Ortodoxa (cismática) de Moscou reagiu iradamente ao ato da Santa Sé de criar novas dioceses no Casaquistão. Ele julga que a decisão católica é "inaceitável", porque é "proselitista", considerando a república de Casaquistão como seu "território canônico", um domínio fechado. O crescimento dos fiéis católicos na Rússia e na Ucrânia, bem como a difusão da mensagem de Fátima no eximpério soviético, enfurece o patriarcado cismático. Esse é mais um exemplo da política agressiva dos cismáticos russos em relação à Igreja Católica, cuja expansão pelo território da exURSS eles tanto temem .
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Eficaz proteção contra a Aids
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se nad o no rte a men cano aprovou um pacote de I 5 bi lhõe s de d ó la re s para o co mb a te ao HIV e m países afri canos e do Cari be, nos próx imos cinco anos. O plano prevê propaganda a favor da abstinê ncia sexual e contra a poli gami a. O pacote de aj uda prevê o investimento de 3 bilhões de dólares ao ano, pelos próx imo s c in c o an os, para evitar a disseminação do HIV, que j á co nta min o u 4 2 mi lhões de pessoas e m todo o mundo. A no t íci a dessa aprovação é ale ntadora, pois somente a volta a valores como, por exemp lo, abstin ência sex ual antes do casame nto podem prevenir a Al DS, segundo a mo ra l ca tó li ca e os estudos médicos. •
No Santo Sudário, marcas da ossatura de Nosso Senhor
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ois professores do Centro Espanhol de Sindonologia descobriram sinais da ossatura de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santo Sudário de Turim. Segundo os cientistas, o achado confirma a hipótese - em consonância com a Teologia - de que o Corpo santíssimo ressurrecto atravessou o sudário, à maneira de uma formidável irradiação de luz. Com efeito, a marca das vértebras aparece na parte superior do sagrado lençol e não na parte de baixo, segundo os especialistas José Delfim Villalaín, catedrático de Medicina Legal da Universi dade de Valência, e Margarita Ordeig Corsini, catedrática de Belas Artes. A professora Ordeig começara a desenhar a musculatura do corpo sobre uma foto, quando, "ao chegar no tórax, percebeu marcas pequenas e repetidas" verticais. "Fiquei tão emocionada, que não pude seguir desenhan do, porque eu sabia que não havia referência à existência de marcas de vértebras no Sudário", disse . O professor Villalaín, autor de mais de 1.200 autópsias, constatou a presença de seis vértebras , três costelas e o osso sacro. 'fu curvas milimétricas dos sinais correspondem exatamente ao ca-
racterístico perfil e localização desses ossos", acrescentou .
JULHO 2003
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A glória originada do cumprimento do dever
endo corno fundo o caste lo real de Buc kingham, os regime ntos da rai nha procedem à troca ela g uarda. O público, em grandíssimo número turi stas, se avoluma para assistir à cena quotidian a. No verão, montam- se arquibancadas para qu e todos possam ver. Uniformes resplandecentes, fa nfarra, ordem impecáve l, movimentos exec utados na perfeição. O belo, a pompa e a glóri a, numa fun ção bas icame nte práti ca, se oscul am num co ntexto agradáve l ele se co ntempl ar. No calor es tival, o famoso c ha péu el e pele ele urso pode provocar algum des maio. Mas nada altera a pontu al rotina, filh a cio senso do dever. Pode chover. Será então no espe lho cl 'água qu e os soldados vão repetir invari ave lmente o ritu al militar tradicional. Chega o inverno. A temperatura londri na é glac ial, a umidade e o ve nto multiplica m a sensação ele frio. O céu está encoberto, os di as são tri stes e c in zentos. Os turi stas e curiosos desertam a cerimô ni a. E ntretanto, e la se desenrol a norm almente, com um a determinação e exatidão admiráve i . Os g uard as portam pesados sobretudos. Toca a fa nfarra na solid ão do páti o, executam-se as ordens, a troca é feita. Dirse- ia que só Deus é testemunha.
* * * Na fo to emba ixo, fu zile iros nava is ingleses avançam no meio de uma te mpestade de are ia, durante a últim a g uerra no Iraque. As suas fi guras são co mo so mbras envoltas pela incógnita e pe lo peri go. A po u-
CATOLICISMO
cos passos pode estar a c ilada inimiga. A morte espre ita cada um . M as o passo é resoluto, a di spos ição de c umprir a tarefa mostra-se inalterável. Tanto na glóri a do palácio como na aridez do deserto, e m mei o aos peri gos da gue rra , a atitude psicológ ica e moral é a mes ma. É o alto senso ela honra e do dever, a afirm ação de que há valores muito além dos desta Terra, qu e devem ser defendidos, qu aisquer que sej am as adversidades que se levantem. * * * A nobreza natu ral dessas cenas nos faz pe nsar num a outra be leza, infinita me nte superi or. A ele Nosso Senhor Jesus Cristo avançando, ora em meio às ovações da multidão na entrada ele Jerusalém, ora no tédio e no pavor da agonia no Horto, ou sob a tempestade de injúrias do populacho jude u e da inclemênc ia dos algozes na Via Dolorosa. Ele ia com divina determinação, para cumprir o dever que Deus Pai lhe incumbira: o holocausto rede ntor do Calv ário. E ass im obedecend o, Nosso Senhor mostrou o caminho para tod os os ho mens, de ntre os quais, aque les que alcançam a heroicidade das virtudes - os santos - seguemNo de maneira mais perfe ita. D aque le ges to supre mo do Rede ntor desprende-se um a be leza ta l que, dois mi lênios depois, no caos contemporâneo, a inda ressoam algun s reflexos tardi os, mas a se u modo admiráve is, po rque se originara m de um divino exemplo. •
JULHO 2003
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Para onde ruma a Europa? N as capitais do Velho Continente discute-se o projeto de Constituição Européia; em Berlim reúne-se o Kirchentag ecumênico; e em São Petersburgo irrompe a exigência de uma Europa sem fronteiras, dos Urais ao Atlântico. Indícios estes da formação de uma Europa laica e igualitária, na qual os restos da Cristandade terão sido enxotados radicalmente. n
RENATO MuRTA DE VASCONCELOS Especial para Cato/ici.m,o
Madri -
Há pouco foi concedido em A ix- la-C hape ll e (A lema nha), a Val é ry Giscard d ' Estai ng, ex- presidente da França, o prê mio Carlos Magno, por seu empenho a favor da unidade européia. Com efeito, ele é o presidente da Convenção para o Porvir da Europa, que acaba de apresentar aos chefes de Estado do velho continente reu nidos em Tessa lôn ica o projeto de uma Constituição Européia. Gisca rd d ' Estaing imped iu que nele se inc lu ísse qualquer referênc ia a Deus, apesar de veeme ntes e numerosos ape los e m sentido contrário. Em seu lugar, ele in seriu princípios filo sóficos iluministas e CATOLICISMO
profundamente anticri stãos, como conditio sine qua non para a propalada República da Europa laica e iguali tária, contra a qua l os Papas sempre julgaram seu dever advertir a humanidade. Nesse projeto, atua lmente di scutido nas cap itais europé ias, as origens cri stãs da.E uropa, a benéfica influê nc ia da Igreja sobre os bárbaros e a formação da C ri sta ndade medi eval, base hi stórica da Europa hodi ern a, também são cuidadosamente om itido . Faz-se, no proj eto, um a menção genérica à "herança humanística, cu.llu.ral e religiosa" da Europa, em a lusão à influê nc ia pagã greco-romana, de ixando marge m para uma futu ra inte rpretação favo ráve l à conlribu.ição c ultural e reli giosa muçulm ana.
Ora, foram prec isamente os erros do iluminismo - já contidos no humani smo renascentista e no protestantismo - que geraram a crise que mina os fundame ntos da Europa cri stã. E que acabaram produzindo as catástrofes da Revo lução Francesa e os desastres imensos do comu ni smo. Assim , o preâmbulo da Constituição Europé ia in staura como ai icerces precisamente os fatores hi stóricos que vêm destruindo a ordem natural e cristã, e concomitantemente corroendo a própria Igreja. Entrementes surgem críticas, com diversos graus de severidade, ao texto desse projeto. E ntre e las, cabe reco rdar a do Cardeal Serg io Sebastiani , ecônomo do Vaticano. Em e ntrev ista ao di ári o "La Stampa", de Tu rim , o Pre lado afirmou que 1
Acima : Pe . Hasenhüttl, ex-professor de Teologia Dogmática, em celebração ecumên ica com uma pastora protestante
À esq uerda: Cardea l Lehmann, presidente da Conferência Episcopal Alemã, o metropo lita greco-ortodoxo Lambardakis e o metodista Walter Klaiber
"retirar a Crislandade da nova Constituição significa cortar as raízes de 2000 anos da Europa". E o ministro das Re lações Exteriores do Vaticano, M ons. JeanLouis Tauran , considera o preâmbulo "desequilibrado ", posto que me nc iona as correntes do Iluminismo e não se refere ao C ri stiani smo. Trata-se, segundo ele, de uma "decisão ideológica, com o objetivo claro de reescrever a História". 2
Em Berlim, o Encontro Eclesial Ecumênico E nquanto na capita l belga elaboravamse os te rmos do preâmbulo d a nova Constituição da Europa, reali zou-se na capita l a lemã, de 27 de maio a Jº de junho, o Ôkumenischer Kirchentag (1 Enco ntro Eclesial Ecumênico), que congregou centenas de milhares de assistentes. C uidadosame nte preparado e contando com grande apoio publi citário, o mega-evento, cujo logotipo era uma auréo la estili zada, tinha como objetivo dar impulso ao ec ume ni smo entre as diversas denominações cri stãs. Os jornais alemães mencionaram a c ifra de 400.000 participantes na
sessão de abertura, dos quais cerca de 30% eram cató licos. Estiveram presentes personalidades da Hierarquia cató lica - de o rientação progressista, bem entendido tais como o Cardeal Lehman, presidente da Confe rê nc ia Episcopal Alemã, e o Card . Wa lter Kasper, be m conhecido por suas pos ições teológ icas ava nçadas. Da Suíça veio Hans Küng, sacerdote suspenso de ordens pela Congregação para a Dou.trina da Fé, por causa de sua farfalhante e desinibida heterodox ia. Uma chusma de po líti cos, de prime iro e segundo escalão, compareceu igualmente ao Kirchentag. Não poderi am perder essa excelente ocas ião de se diri girem a um público tão numeroso. Utilizaram o pód io, sucess ivamente, o pres ide nte da República Federal da Alemanha, Johannes Rau, socialista e protesta nte, o chancele r Schrõder (SPD), protestante e quatro vezes divorciado, o mini stro das Re lações Exteriores, Joshka Fi scher (Verdes), católico "de orientação atéia", o ex- mi ni stro da Economia, Oskar Lafontaine (SPD), também ele de origem católica. Em seus discursos e nas respostas às pergunta que lhes fora m fe itas, nenhum destes políticos menc iono u uma vez sequ er o nome de Deus ... Quanto aos políticos de menor importância, esses sim , entraram em temas debatidos no KirchenJag. Assim , Annette Schavan, católica, mini stra no Estado de Baden-Württemberg e membro do Comitê Central dos Católicos Alemães, defendeu a introdução do sacerdóc io feminino. E o prefeito eleito de Bremen , o protestante Alois Scherf, relatou suas experiências com celebrações eucarísticas ecumênicas, comentando, ironicamente, que para ta l não consu lto u o Papa.
Extl'ema intolerância com os não tolel'a11tes Causou grande escând alo e prod uz iu imensas discussões por toda a Alemanha a mi ssa ecumênica que o Pe. Gottho ld Hase nhütll , professor emé rito de Teolog ia Dogmática, "concelebrou" com uma pastora protestante ... E ntretanto, a gra nde vedete do Kirchen.Jag ec umêni co acabou sendo o Dalai Lama. O líder do bu dismo tibetano, uma religião sem "céu nem ú~fern.o ", bem ao gosto dos BeaJ/es da canção Imagine , de cabeça raspada e trajes alara nj a-
dos, foi ovac ionado freneticamente por L5 mil ass istentes, que se aglomerara m di ante do Palco da Floresta. É preciso notar que o ecumeni smo do Kirchen.tag tinha lá suas fronteiras. Só era efetivo em re lação aos re lativistas relig iosos, pertencessem o u não a alguma confissão religiosa. Até ateus fora m convidados a apresentar seus pontos de vista durante os dias do encontro. Movimentos de esquerda estiveram presentes, como Attac, uma das principais entidades organi zadoras do Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Contudo, o Kirchen.tag foi intolerante para co m os não tole ra ntes. Po r exemplo, a assoc iação anti-aborti sta Aktion Leben Foi obri gada a fechar seu stand, tendo que se retirar do encontro.
As festivida<les pelos 300 aiws de São Petersburgo Simultaneamente à rea li zação do Kirchen.tag, São Petersburgo se engalanava. No dia 27 de mai o, a maravilhosa c idade construída pelo czar Pedro, o Grande, completava 300 anos de sua fundação. A cidade e/ema - uma pretensão dos russos - às margens do Neva recebeu na ocas ião cerca de 40 chefes de Estado, provenie ntes da Uni ão E uropé ia, da Índia, da C hin a e dos Estados Unidos . Pulin , o atual presidente da Rússia, ele mesmo natural de São Petersburgo, fez as honras da casa, procurando receber seus hóspedes com a hospita lidade dos tempos czari stas. No programa de festividades constava a reabertu ra do famoso Salão de Âmbc11; no Pa lác io Santa Catarina, pertencente ao complexo de Twrskoie Selo. Saqueado pelos nazistas em 194 1, e le jamais foi recomposto em sua totalidade. A reconstituição foi financiada em grande parte por capita is alemães, consumiu milhares de toneladas do precioso âmbar e demandou o trabalho especiali zado de 50 técnicos durante mais de duas décadas. As so le nid ades co me morativas do ani versário de São Petersburgo deram azo a um reenco ntro do presidente Bush com Putin e Schrõder. Estes dois, como é sabido, juntamente com C hirac, opuseramse veeme nte me nte à g uerra dos Estados Unidos contra o Iraq ue. Tanto Schrõder quanto Putin procuraram c ri a r um c li ma de distensão co m o presidente no rte-ame ri cano.
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Curas milagrosas de Lourdes: depoimento de um especialista
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alco de grandes milagres ainda em nossos dias, a pequena cidade francesa de Lourdes, nos contrafortes dos Pireneus, foi o lugar escolhido por Nossa Senhora para aparecer, em 1858, à camponesa Santa Bernadete Soubirous. O que entende a Igreja Católica por cura milagrosa? Quais os critérios empregados para que se reconheça oficialmente uma cura? A essas, e outras questões responde um profundo conhecedor do assunto: o médico responsável do Bureau Médical de Lourdes, Dr. Patrick Theillier.
À esquerdo : Putin e o chanceler alemão Schrõder, no Salão de Âmbar, em São Petersburgo; à direito , no centro: Metternich, em contraposição àqueles dois políticos, homem-símbolo do Civilização Cristã européia no século XIX
Sem e mbargo, cha mou a atenção o documento conjunto ass in ado pela Rússia e pela Com uni dade E uropé.ia. A par da criação de um mercado comum , fa lase c uri osamente em levantar a ex igência de vi sto de e ntrada para os ru ssos na Europa oc identa l. A ser levantada tal exigência, estarão abertas as portas - ou as comportas ? - para a invasão torrencial de ru ssos, em boa parte ateus, nos paíse. e uropeus do Ocidente. E uma vez aí in stalados, com o apoio de todo o tipo de máfias , quem terá condições de mandar de volta para as estepes esses eventu ais milhões ele ateus?
O perigo islâmico - a Europa invaclida A par da ameaça da entrada de hordas de a te us em seu território , tornase cada vez mais pre mente para a E uropa o per igo mu ç ul ma no. Vivem hoje nos países da Europa oc identa l cerca ele 17 milhões de adepto s de M aomé, fato que susc ito u a idéia ele um a nova h.égira. 3
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CATO LICISMO
Pode-se talvez dizer que, na Europa pré-medieval, os muçulmanos prestaram, a contra-senso, um contributo dec isivo para a fo rm ação da Cristand ade. De fato , os países cri stãos, atacados pelas hordas sarracenas que tentavam lhes impor um fa lso credo, uniram-se na luta contra o inimigo comum da Fé, surgindo daí essa maravilhosa unidade cios países cri stãos que constituiu a Cristand ade med ieva l. Hoj e o ava nço mu çulman o é mais sutil , e porta nto pode ser mais p rigoso. A hég ira e a jih.ad (guerra santa i. lâm ica) se rea li za m agora pe la via pacífi ca ela mi gração e pe la infl uê ncia c ul tura l de 17 milhões ele mao metanos em solo e urope u. *
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Em res umo, os três gra ndes perigos que ameaçam a E uropa : na Constituição de Bruxelas, Deus está ausente; em Berlim , reúne-se um Encontro Eclesial ecumê nico, uma autêntica mi scelânea de todas as denominações cri stãs, c uj o astro fo i o não-c ri stão Da lai Lama; e m São Petersburgo, dão-se os primeiros passos
para a abertura das portas da Europa ocidenta l - onde já vivem milhões de maometanos - a milhões de ateus e ele comuni stas, dec la rados ou velados . E ncontrará a nova Europa unida meios de se opor a tais peri gos que, efetivados, adespojarão por co mpleto cios vestíg ios de sua identidade cri stã? •
Notas:
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J. Ver a respeito das três Revo luções que aba laram a Civi lização Cri stã oc idental a obra mestra de Plínio Co rrêa de O I iveira, Revolução e Contra- Revolução, A rtpress, São Paulo, 4" ed ição, 1998. 2. " Deutsche Tagespost", 3 1-5-03. 3. Hég ira - Era maometana, que tem co mo ponto de part ida a fu ga ele M aomé ele M eca para M ed in a, em 622 clC. Ba ssa m Tibi , professo r ele Re lações In ternacionais na Universidade ele Gõttingen e ele ls lamo log ia em St. Gall en, sustenta que "os
europeus deveriam coosiderar que ainda hoje o lslc7 desempenha wn papel central na Europa " e que a islamização se dá por meio ele um a invasão pacífica através elas mi grações . E se pergunta se estes mi grantes "nc7o são a vem-
guarda da islarnização da Europa" (Europa 11nd de r lslam.: Das Schweigen hat Traditio11, " Deutsche Tagespost" , 3 1-5-03 .
Catolicismo - O Sr., como responsável pelo Consultório Médico de Lourdes, poderia explicar aos leitores de Catolicismo o trabalho que realiza aqui?
Dr. Patrick Theillier - Inicialmente, o trabalho co nsiste em receber os peregrinos, os doentes, que supõem ter sido beneficiados por uma graça ele cura por intercessão de Nossa Senhora ele Lourdes. São eles próprios que o dizem e vêm testemunhar esse fato . Eu anoto e procuro investigar se existe a poss ibilidade de que essa cura seja reconhecida como mil agrosa. É a primeira etapa. A segunda, nos casos que me parecem mais probatóriFormado pela Faculdade de -.. os, inicio uma pesquisa médica, reLille, no norte da França, especia- ~'" colhe ndo todos os documentos antelista do aparelho digestivo, traba- ] riores à c ura, que é o mais importanlhou na Cooperação Militar no Mar- i rocos como Médico Responsável do ] ____________________________, te e o mais comp li cado; e os posteriores, para estar bem seguro ele que Hospital de Targuist. Foi professor ela realmente ex istiu . Devo estudar, de cursos de Homeopatia na Universidade de com todos os médicos que passam por Lourcles, Lille e é detentor de diplomas de Medicina do uma causa dessa cura que possa ser natural ou Trabalho Agrícola, Acupuntura e Homeopatia . terapêutica. No tota l, devo dar a volta em torno Desde abril de 1998 é o médico permanente ela questão, para depoi s propor tal cura à Igreja, a lk Patrick Thcillicl': do Santuário de Lourdes, Presidente da fim ele que E la reconheça o milagre. O trabalho em meu consultório, que coincide Association Médica/e lnternational de Lourdes "Devo estu<la,; com o tempo entre a declaração voluntária e espon(AMIL) e redator-chefe do Boletim da AMIL (tricom todos os tânea daquele que foi curado e o reconhecimento mestral de l 0 .000 assinantes, divulgado em mé<licos que da Igreja, é ao mesmo tempo médico e científico. cinco línguas) . Autor de dois livros: Une noupassam por
velle approche biomédica/e des ma/adies chroniques: /'endothérapie multivalente (juntamente com o Doutor Michel Geffard), publica do em 2000 por F-X de Guilbert; e Et si on parlait des miracles ... , editado em 2001 por Presses de la Renaissance, Paris, traduzido em Portugal com o título E se falássemos sobre ... Milagres? pela editora Sopa de Letras. O Dr. Theillier recebeu nosso enviado especial, Sr. Miguel da Costa Carvalho Vidigal, no próprio Consultório Médico de Lourdes, para esta entrevista, mediante a qual podemos constatar, uma vez mais, a ocorrência do sobrenatural através da água de Lourdes.
Lourdes, uma causa da cura apresentada, que possa ser natural 011 terapêutica. No total, elevo dar a volta na questão, para clepois propor tal cura à Igreja "
Catolicismo - Quantos médicos fazem parte desse Consultório? Como ele funciona?
Dr. Patrick Theillier - Eu sou o único médico ele plantão, mas todos os médicos que passam por Lourdes podem participar desse trabalho. Eu edito uma pequena rev ista, "Boletim ela AMIL", que é e nviada a todos os médicos profissionais ela saúde que desejam e aos inscritos nessa assoc iação. Ela tem a tiragem ele IO mil exemplares, em cinco línguas, e é enviada a 75 países. Catolicismo - Somente médicos católicos fazem parte?
D,: Patrick Theillier -
Qualquer médico pode JULHO2003 -
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Catolicismo - Qual foi o primeiro milagre re-
"É bom saber <Jt1e o número de cums declaraclas p ela m edicina é 100 vezes maior do <1ue as reconhecidas pelas at1toôclades eclesiásticas. Semvre avarecem casos novos, e te11l10 semv., ·e mais menos cinqüenta casos varn estuda,: São as curas qt1e J'ornm declame/as llOS últimos 10 Oll 12 a11os e qt1e me parecem sérias"
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CATOLICISMO
entrar na assoc iação, desde que esteja inte ressado e que não tenha mau espíri to. Não pergun to a religião deles . Muitos médicos vêm aqu i, evidente mente a grande maioria é cató lica, mas não obri gatori amente praticantes. 'Eles vêm ig ualmente para faze r pesqui sas o u sim ples me nte com uma finalidade humanitári a para ajudar os doentes.
conhecido oficialmente? Dr. Patrick Theillier - O primeiro milagre fo i o de Catherine Latapie, que era uma mulher de 38 anos. Ela tinha dado à luz quatro filhos, dois j ,, hav iam morrido. Na no ite de 28 de fevere iro para o dia 1° de março 1858, sentiu a necessidade de vir à Gruta de M assa bie lle [nome da g ruta o nde N ossa Senhora aparece u] . Dois anos antes, e la caíra de um a árvore e tinha uma paralisia cubital no braço dire ito, que a atra palhava e norme me nte e m suas atividades. Além disso, e la estava g rávida. Apesar disso tudo, não hesitou e m vir durante a no ite para assistir à aparição que aco nteceu naque le di a - a décima segunda. Quando tudo tinha terminado, ela subiu na gruta, pois naq ue la época era preciso escalar um pouco. E encontrou a fo nte em que, três dias antes, N ossa Senhora tinha pedido a Santa Bernadette para lavar-se. A Sra. Latapie colocou a mão, e logo em seguida ficou com o uso completo do braço direito. Partindo de volta a pé para casa, a seis quilômetros da gruta, e la sentiu as dores do parto e deu à lu z um filho que se chamou Jean- Baptiste. M ais tarde e le torn ar-se- ia padre.
Catolicismo - Desde quando existe esse Con-
nhecidos até hoje?
sultório Médico?
Dr. Patrick Theillier - Ses senta e seis milagres
Dr. Patrick Theillier - O Consultóri o Médico de
fora m reconhecidos ofic ialme nte pela Igreja. Seria bom expli ca r que é sempre o bi spo da diocese, da qual vem a pessoa que fo i curada, que reconhece o milag re. Porta nto, não é o Papa nem o Vaticano, e tampouco o bispo da diocese de Tarbes-Lourdes. Pe lo mundo in te iro, o bispo loca l é quem recebe o doss iê reconhecido pe la medicina. No e ntanto, é bom saber que o número de cura dec laradas pe la medicina é 100 vezes maior do que as reconhec id as pe las auto ridades eclesiásticas. Apenas uma cura sobre 100 declarações, em médi a, é reconhecida de modo ofic ial.
Lourdes ex iste desde os anos L880, há mais de l20 anos ! Passaram por aqui 12 méd icos responsáveis . Eu sou o décimo segundo. M as a hi stória da med icina em Lourdes data das apa rições. Foi o méd ico de Santa Bernadete, o Doutor Douzous, que ass istiu a várias apari ções e també m a examinou, juntamente com outros médi cos, para ver se e la era sã de corpo e espírito. Este consultório começou realmente nessa época, mas logo ocorreram algumas curas, j á d urante a época das apari ções. O bispo da época, Dom Laurence, logo após o fi nal das aparições, havi a estabe lec ido uma primeira co missão médica, sob a ég ide do Dr. Verges, professor de medicina termal e m M ontpellier, para faze r as prime iras constatações e o primeiro trabalho de reconhec imento. Deste modo, o Dr. Verges estudou todos os prime iros casos durante os três primeiros anos. Isso levou Dom Laurence a reconhecer, em 18 de feverei ro de 1862, as apari ções de Lourdes, baseando-se ev identemente no testemunho de Santa Bernadete, que era fundame ntal, mas também nas curas ocorrida desde então e já reconhecidas pe la medicina. Foram estudados e transmitidos a Dom Laurence mais ou me nos 40 casos. Ele reteve sete, que fora m ass im os primeiros sete milag res de Lourdes.
Catolicismo -
Quanto tempo pode levar para estudar e reconhecer um milagre? Dr. Patrick Theillier - No mínimo c inco anos, já que não se fa la de cura na med icina antes disso. Mas, em geral, de 1O a 12 anos . Recebo mais ou menos 35 decl arações por ano, e destas, entre três e c inco serão objeto de uma pesquisa.
Catolicismo -
Como o Consultório torna contato com as pessoas curadas? Dr. Patrick Theillier - Nós ag uardamos as sol icitações. São as pessoas que tomam contato voluntariamente, seja por telefone, pessoalme nte, ou então por corre io postal ou e letrônico, tudo é possível. Há casos também de pessoas que fo ram curadas some nte rezando a Nossa Senhora de Lourdes, sem nunca terem vindo ora r diante da Gruta.
Catolicismo - Há um tipo de cura mais freqüente que outros?
Dr. Patrick Theillier - Não. Ex istem todos os cenári os possíveis, todos os tipos de doenças .
Catolicismo - Quando se vem a Lourdes, podeCatolicismo - Quantos milagres foram reco-
Catolicismo - Existem casos recentes? Dr. Patrick Theillier - Claro, sempre aparecem casos novos. Sempre tenho mais ou menos cinqüenta casos para estudar. São as curas que fora m declaradas nos úl timos I O, 12 anos, e que me parecem sérias. Necessito estudar alguns casos de câncer, por exemplo. M as há uma dificuldade quanto ao câncer. É uma doença que obrigatoriamente é tratada logo. Assim, é preciso distinguir aqui lo que poderia ser considerado um tratamento, na origem da cura. É um longo trabalho que necess ita tempo, estudos. É preciso compru-ar com outras
de Deus e m relação ao doente, ao pecador, mas que não acontece se m uma cura interior. No Evange lho, todas as c uras são se mpre aco mpanhadas de uma cura interi or: " Vai, tua Fé
eventuai s curas ocorridas no mundo. Dessa forma, novas declarações aparecem sempre.
se ler e escutar em vários lugares que "o milagre maior que se produz diante da Gruta, ou durante a peregrinação, é o milagre na alma, mais do que o do corpo ". Corno o Sr., enquanto médico católico, sente isso? Dr. Patrick Thei/Lier - Enquanto médico católi co, cre io que em cada ser humano ex iste uma dimensão espiritual que é inerente à sua natureza. Somos criados à imagem e semelh ança de Deus, existe em nós uma fonte de vida eterna. Considero que a cura física é um sina l da benevol ênc ia e da mi sericórdi a
te curou"; "A partir de agora não peques mais",
"Em111anto m éclico católico, creio qt1e em cacla ser humano existe mna dime11são espiritual qt1e é inerente à 11atu1·eza ht1mana. Considero qt1e a cm·a l'ísica é t1m si11al da be11evolência e da mise1·icórclia de Deus em relação ao cloente, ao pecac/01; mas que 11ão acontece sem 111na cura intel'ior"
e assi m por d iante. É, portanto, c ura que é sinal de um restabelecime nto total da pessoa. Acredito que e m Lourcles é assim . A cura física é a úni ca visível, a única sobre a qual podemos nos debruçar, traba lhar, estudar e precisar, mas todas as curas físicas tocam a pessoa e m toda a sua dimensão, sej a e la fís ica, psíquica ou esp iritual. Posso dizer-lhe que uma pessoa que vive uma cura divina - pois a cura milag rosa é uma c ura divi na - não esq uece nunca, representa algo muito forte na sua ex istência, hc'í um antes e um depois, isso a toca profundamente. Essas curas físicas são as únicas visíveis, mas e las deve m ser vistas como um sina l das curas invi síveis que têm lugar aqui , e que são talvez mais numerosas e importantes: as curas do coração, da alma, a cura cio pecado, a reconci liação com Deus, com os outros e cons igo mesmo. É preciso entender como uma cura in terior, uma cura de todas as feridas que nós ac umulamos durante nossa ex istênc ia, e que naque le momento parti cul ar precisam ser tratadas e curadas. Assim , acred ito que não se pode apenas fixar o lado "prodigioso" do mil agre físico - freqüentemente maravilhoso, c laro - mas procurar o sentido que está escondido atrás de le, que é a cura interior.
Catolicismo - As pessoas que foram curadas em Lourdes também têm a percepção disso?
Dr. Patrick Theillier - Narro-lhe a hi stória de um senhor de 67 anos, que veio aq ui contar- me uma cura que ele obteve e m 1963, exata me nte há 40 anos, mas que e le nunca esqueceu. Durante o serv iço militar na Argéli a, e le fo i ating ido por uma doença chamada sacro-coxalgia tuberculosa. Propuseram-lhe de vir a Lourdes, quando ele já estava hav ia vários meses no Hospital Mi Iitar de Borcleaux, repatri ado por causa da doença. É preciso dizer que ele tinha sido declarado, pelo sistema de saúde francês , como 100% inválido, beneficiando-se com a aposentadoria correspondente a isso. C hegando aq ui , sugerira m-lhe ir banhar-se nas ág uas de Lourdes . Ele aceitou, mas como hav ia um gesso de seu pescoço até os pés, impossível de ser retirado, fo i apenas apli cada do lado de fora do gesso, no local dolorido, uma es po nj a umedecida. Quando e le voltou ao hospital de Borcleaux e tiraram a radiografia, à qual e le se submetia a cada três semanas, todo mundo ficou surpreso de ver
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fim ela vida, quando ele morreu, foi encontrado um manuscrito, no qual conta sua viagem a Lourcles e reconhece ter assistido a um milagre.
Catolicismo - O médico responsável por esse Consultório, na época do escritor Émile Zola, manteve uma polêmica com este, não é verdade? Dr. Patrick Theillier - Com efeito, Zola veio aq ui no fim cio sécu lo XIX, interessado em conhecer, pois fa lava-se muito ele tudo o que se passava em Lourdes. O Dr. Boissarie, um cios meus predecessores, abriu todas as portas do Consultório Médico, e o escritor teve a possibilidade, durante o tempo em que esteve aqui, de assistir a duas verdadeiras curas mi lagrosas de duas jovens, ele quem temos os registros em nosso Consultório até hoje. Vo ltando a Paris, Zola escreveu seu livro sobre Lou rcles, onde e le conta de um modo impecável esses dois milagres. O problema é que ele transformou a realidade, dizendo que as duas tive ram uma recaída e morreram ele suas doenças, o que é absolutamente falso. O Doutor Boissarie fo i a Paris vê-lo, em uma conferência aberta ao público, e interpelou Zo la, mostrando que e le tinha modificado a realidade. O escritor respondeu que e le era um romanc ista, que tinha o direito ele colocar o que bem entendesse em seus livros ... Na verdade, as duas meninas foram realmente curadas de suas doenças , nunca tiveram recaídas e eram idosas quando morreram. Sempre é possível modificar a realidade, quando não se quer acred itar. É a liberdade humana...
que a sacro-coxa lgia estava completamente curada. Ele pôde voltar para casa, mas nunca esq ueceu o milagre. Apesar de ter vivido no Haiti , no Chile e em Ruanda, a cada dois anos ele vinha em peregrinação agradecer a Nossa Senhora de Lourdes com toda sua fam íli a. Entretanto, e le nunca tinha vindo ao consu l- · tório. Só depois que e le me viu na televisão, veio aq ui para descrever, com enorme emoção, a sua hi stória. Foi obrigado diversas vezes a parar, de tanto que chorava ao contar aq uil o que tinha vivido 40 anos antes, com pouco mais de 20 anos de idade.
Catolici.rnw - Alguma cura tocou-lhe especialmente?
Dr. Patrick Theillier - Para ser sincero, todas as curas me tocaram . A que me sensibili za mais especia lmente é sempre a última. Por quê? Simplesmente porque todas as c uras são maravilhosas. Pode-se sentir que as pessoas que foram curadas passaram por algo de sobrenatural , de muito forte. Elas são tocadas por alg uma coisa que ultrapassa a natureza, é uma experiência fundadora em suas vicias. E tudo isso é muito emocionante, não há uma mais bela cio que outra: todas elas o são. Catolicismo -
Houve casos de médicos que, vindo a Lourdes, se converteram após constatar um milagre?
D,: Patrick Theillier - Sim, por exemplo o Doutor Aléxis Carrel [Prêmio Nobel ele Medicina, 19 12] que tinha acompanhado uma doente realmente grave, pois ela estava em estado de coma terminal de uma tuberculose generali zada. Ele ass istiu, diante ela Gruta, essa doente como que "ressuscitar". Foi uma cura extraordinári a, mas e le não podia adm itir deviclo ''à sua formação positivista. Entretanto, no CATOLICISMO
"1'o<las as curas são maraYilhosas. Pode-se sentir que as pessoas que foram curadas passa,·am por algo de sobrellatural, <le muito torte. Elas são tocadas po,· alguma coisa (Jue ultrapassa a natul'eza, é uma experiência fundadora em suas Yidas"
Catolicismo - Em seu ponto de vista, qual é o sentido dessas curas?
D1: Patrick 11zeillier - Acredito que a cura é para todos, não somente reservada a alguns. Caso contrári o, seria injusto; poder-se-ia perguntar: por que alg uns se cu ram e outros não? Somos todos chamados a ser curados, cedo ou tarde, das nossas feridas, dos nossos pecados. É preciso viver na esperança e entender que Deus nos ama, que Ele não está na origem do mal , da doença ou da invalidez. Caso contrário, viveremos como revoltados. É preciso entender que Ele sofreu e deu a sua vicia por nós e nos salvou. O mais importante é a saúde espiritual, é preciso ver essas curas físicas dentro de uma perspectiva de etern idade, como uma antecipação da ressurreição cio nosso corpo. •
Escolas mistas prejudicam crianças
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ntre os educadores brasileiros, é quase consenso o ser contrário à separação entre meninos e meninas nas esco las. Prevalecem ainda certos mitos sem base na realidade, como o da igualdade, que já vem sendo abandonado em outros países. Essa persistência nas escolas mistas tem trazido sérios problemas para a educação das novas gerações. Uma forte corrente de educadores e psicólogos, em países de melhor nível ed ucac iona l, defende que os meninos estão sendo prejudicados pelo modelo misto ele ensino e ensa iam um coro que pede o retorno à separação cios sexos nos bancos escolares. Mas não são só os me ninos que se beneficiam com a separação, ressalva a irmã Dionéia Laward , diretora do Colég io Mãe de Deus, de Londrina (PR), com 700 alunas: "Há estudos que comprovam que garotas sozinhas se saem rnelhor". Consultor de uma escola do modelo chamado "same sex school" (colégio de sexo único), o psicólogo americano Michael Thompson diz que num estabe lec ime nto exclusivamente masculino os garotos se livram dos prejuízos que a comparação pode causar. "Lá, aprender direito e obter boas notas nos exames é algo totalmente masculino, e isso qjuda a melhorar o desempenho de muitos". No ano passado, o governo ameri cano revogou a le i ele obrigatoriedade de escolas mistas públicas e reservo u cerca de 3 milhões de dólares para estimular a criação de escolas não mistas. Hoje, os Estados Unidos têm cerca de 400 mil alunos em escolas privadas separadas; e no setor público, pelo menos 47 oferecem separação total ou parcial. "É preciso abrir a cabeça, admitir que meninas e meninos se desenvolvem e aprendem deforma dif erente", disse Christopher Wadsworth, diretor ela lnternational Boys Schools Coalition (Coalizão Internacional elas Escolas de Meninos) . É uma organização que reúne no mundo 135 colégios só para garotos. Segundo alg uns, a mistura cios sexos traz vantagens financeiras para as esco las: "Misturar os dois sexos é vantagem para a escola, porque para as particulares seria inviável excluir metade do mercado", reconhece Álvaro de Oliveira Bento, diretor do Centro Educacional e Assistencial de Pedreira, um colég io beneficente sustentado por doações no Jardim Pedreira, zona sul ele São Paulo. Mas as finanças das esco las não podem prevalecer sobre o aproveitame nto escolar dos alun os!
Oliveira Bento explica que "os meninos sozinhos rendem mais, isso é uma tendência na França e nos EUA. A escola só com garotos não.fica com aquele ar de clube. Eles não precisam ficar tentando 'aparecer' para elas" (cfr. "Revista ela Folha", 4-5-03). •
Macacos continuam os mesmos A teoria
ela evolução, segundo a qual os home ns
J-\. se o ri gina ri am dos macacos, vem sofrendo um desmentido atrás cio outro. Muitos a utili za m para negar a ex istência ele Deus criador. E com isso blasfemam. Algum tempo atrás, pesquisadores in g leses reso lveram fazer uma experi ênc ia para tentar dar visos ela realidade a essa teoria. Para isso, instalaram um grupo ele seis macacos num a área fechada ele um zoo lóg ico na Inglaterra. Co locaram máquinas ele escrever à disposição deles , com o intuito de que os sím ios aprendessem a esc rever na lín g ua ele Shakespeare. Professores e alu nos ela Universidade Plymouth receberam 3.200 dólares para tocar esse projeto e aplicaram-se a ensina r os macacos a usar os teclados . Para melhor monitorar a produção inte lectua l cios alunos, instalaram até um computador no local. Ao cabo de lo ngas e exaustivas tentativas, o projeto foi abandonado. Os animais não consegu iram escrever uma única palavra. •
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A língua portuguesa Um idioma que dispõe de uma extraordinária riqueza de matizes
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os diversos idiomas c ivili zados que ma is o u menos conheço, todos se prestam a que matizes lindos apareçam. Não vou dizer que os matizes que aparecem no portug uês sejam ma is bonitos do que os de outros idi o mas. Entreta nto , tantos mati zes para tantas coisas dife re ntes, distintas, a ná logas e de ixa ndo transpa recer aspectos de alma a propósito das coisas, como e m português, não con heço . Mais de uma vez me aco ntece que, não tendo isso e m vista, e conve rsando com pessoas que fa la m o utros idi o mas, estou dizendo uma co isa e percebo que não fui bem comp ree ndid o. Então, digo: Como é no s·eu idioma isto assim ? E vejo o me u inte rl ocutor me io e mbaraçado. É porque percebo que não ex iste esse matiz no idi oma dele. Aquela palavra não ex iste. Por exemp lo, a frase : 'A líng ua portuguesa tem uma ri queza ele matizes que é extraordiná ri a'. M as, se quisesse
fa lar numa ling uagem de um tom um pouco difere nte, diria: ' a líng ua portug uesa dispõe de uma riqueza ele mati zes que é ex trao rdinária ' . Seria isso a bsolutame nte a mes ma coisa cio que dizer que e la tem? Qual elas du as ex pressões é ma is e levada: o tem o u o di spõe? Sem dúvida o dispõe. Ora, ao pé da letra, o que quer di zer dispor? É ter ao a lca nce. O que há nessa palavra? E la tem qualquer coisa de mus ica l, que dá uma no ta distin ta, uma impressão de riqueza e fa rtura, mas fartura nobre , não fa rtura burguesa. E isso não ex iste na palavra tem. Vê-se que é um a coisa difíc il ele explicita r, mas que é uma gama de ling uage m que se pode ter conforme se que ira, co m uma riqueza e norme de registros - para falar e m ling uage m de ó rgão. Isso é uma riqueza no fund o ela a lm a, que foi pre parando essas palavras para servirem para dize r essas coisas, e ao mesmo tempo é a lgo que exprime no português uma diferença de tonalidades profundame nte diversas. O que correspo nde a uma sens ibilidade muito gra nde do bras il e iro. E essa sens ibilidade ex pli ca o atraente da bondade brasil e ira: é uma bondade muito matizada, que é capaz de a brir gra ndes distâncias, g ra ndes afagos , mas que também é capaz de se fechar e de se retirar - como as o ndas cio ma r sem que a pessoa que é obj eto desse trato tenha uma reclamação a faze r." Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, em 26 de abril de 1990. Sem revisão do autor.
FAO: Brasilcims têm alimentação sul'icicntc
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e acordo com dados rece ntes da Organização de Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO), cada brasil e iro te m um a disponibilidade diária ele 2960 ca lori as , bem acima elas 1900 calorias recomenda das pe los nutricionistas inte rnaciona is. O epide miolog ista Cesar G. Vi ctor ia , co ns ultor ela OMS (Orga ni zação Mundi a l da Saúde) , professor ela Universidade Federal ele Pelotas (RS) , re bate a afi rmação do governo de que o Bras il tem 10 milh ões de família s des nutrid as . Diz
CATOLICISMO
e le: "Não se pode confun-
dir pobreza com desnutrição e com f ome. Fome é rara, desnutrição é intermediária e pobreza é comum. Fome e desnutrição são coisas dUerentes. A .forne é a sensação provocada por urna quantidade insuficiente de alirnentos, que no Brasil atinge 2,3% das crianças. Desnutrição é quando a criança tem problemas na qualidade do alimento. Elas não passam .fom.e, mas sentem falta de proteínas ou micronutrientes. No Brasil, quase não há desnutrição entre os adullos ".
Rio de Janeiro, cidade do medo O pânico e a morte ameaçam a outrora alegre e distendida cidade maravilhosa. Os ataques incendiários a mais de 55 ônibus por traficantes causou pânico nos passageiros e motor istas. Por vezes, tiroteios e ba las perdidas param a cidade. O secretário da Administração Pen itenciária afirmou que o Comando M il itar suspeita da presença de guerri lheiros colombianos no Rio, provavelmente das FARC. Trata-se de uma grande operação de guerra psicológica para aterrorizar o Rio. Só o Rio de Janeiro? Evidentemente não. Todo o Brasil se sente ameaçado.
Terror narco-guerrilheiro surge no Brasil "Os terroristas hoje matam civis na Colômbia. Amanhã matarão no Brasil". Esta foi a de-
Passagem de São Tomé pelo Brasil g uns re latos hi stóricos e numerosos indíc ios mate riai s, quase desconhecidos do gra nde público, atestam a passagem do Apósto lo São Tomé, no iníc io de nossa era, e ntre os índios brasileiros. E m nosso Pa ís, a lege nda e vestígios de São Tomé e nco ntram -se espalh ados por muitos luga re s. É tradição antiga e ntre os índi os que aqu e le Apóstolo - a quem c ha mava m Sumé - veio ao Brasil e lhes fo rneceu a pl anta da ma ndioca e da ba na na, ajuda ndo-os a c ultiva r a terra. Pregou o be m àqueles indígenas, e nsin a ndo-os a adorar e servir a De us e não ao demônio ; a não terem mais de uma mulher e não co mere m carne huma na. Desde o Ri o Grande cio S ul , passa ndo por São Paulo, Ri o de Jan e iro, Bahia, Para íba , Ceará e M ara nhão, e ncontra m-se pegadas atribuídas a São Tomé. Pela tradição dos índios, e las vêm de re mo tas eras, a nt~ri ores ao Descobrimento. N a Bahia, em São Tomé cio Peripé, há uma fonte pere ne de ág ua doce, que brota ele um penedo jun to a certas pegadas, e é tradição que a li desceu São Tomé. Pe rto ele Cabo Frio (RJ) ex iste o utro pe nedo , que parece ter le vado várias bordoadas . É tradição dos índi os terem s ido impressas pe lo bordão de São Tomé, numa ocas ião e m q ue e les havia m res istido à doutrina do Apóstolo.
claração do Presidente colombiano, Álvaro Uribe, por ocasião de sua passagem pelo Brasi l. Ent:retanto, nossas autoridades não parecem preocupar-se com esta advertência. Com efeito, o Assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, em declarações recentes, afirmou que o governo brasi leiro não classifica as FARC como grupo guerri lheiro.
Tributos sobre salários no Brasil Um estudo elaborado pelo fnstituto Brasileiro de Planejamento Tributário mostrou que, do salário que o trabalhador recebe mensa lmente, 41,7 % ficam com o governo em impostos, pela soma dos tributos pagos pelo empregado e empregador, sob a forma de encargos sobre a folha de pagamento. Em projeção mundial nosso País perde somente para a Dinamarca em recolhimento de tributos. A relação dos cinco países mais socializados é a seguinte: • Dinamarca 43, 1% • Brasi l 41,7% • Bélgica 41 ,4% • Alemanha 41 ,2% • Finlândia 31,7% Se realmente há vontade política para acabar com a miséria entre os brasileiros, por que não se pensa seriamente em baixar a carga tri butária que recai sobre empregados e empregadores?
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Cuba: ,, Programa "Fome...zéria Ü
comuno-progressismo desejaria aplicar o modelo cubano em nosso País. Mas o Brasil profundo, o Brasil real, rejeita essa sinistra proposta e aspira a um futuro em consonância com suas autênticas tradições, no sentido de preservar os valores da Civilização Cristã. a
"No
Luís DuFAUR
nosso continente há um único país, de 110 mil quilômetros quadrados e onze milhões de pessoas, que não tem criança passando fo me, que não tem desemprego, que não tem mendigo j ogado na calçada, que não tem. velho pedindo esmola. É verdade que não tem. pessoas com duas televisões a cores, é verdade que não tem dois carros na garagem, é verdade que não pode ter espremedor de laranj a, liquidificador; não pode ter geladeira, um. fogão, não pode! ". ' Que país é esse? Cuba. Que m proferiu tais palavras? O então candidato pre-
side ncial Lui z Inác io da Silva. Qu al fo i a reação dos prese ntes? Cerca de 1.200 simpati zantes das CEBs e da Teologia da Libertação ovac io na ra m e ntu s ias ti came nte o orador. O fato não é novo. Mas é simbóli co. Naque le di a 24 de j aneiro de 1989, Lul a fo i apresentado na igreja de São Domingos, na capital pauli sta, como o candidato do prog ressismo católico, pe lo então Arce bi s po de São Pa u lo, Ca rd ea l D. Paulo E vari sto Arns, e nu trid a representação de teólogos da libertação. De ntre e les, destacavam-se Frei Betto e o (exFre i) Leonardo Boff. Se C uba, pa ra ti ra r da mi séri a um certo número, de ixou a generalidade da
popul ação sem espre medor de laranj a, sem liquidificador, sem ge lade ira e até sem fogão, é preciso reconhecer que a e me nda fo i catastrofi ca mente pi or que o soneto. Entretanto, a igrej a apinhada de s impati zantes da Teologia da Libertação estouro u em a plausos. Como se naquelas palavras se ocultasse uma lóg ica profund a, por eles partilhada, mas in acess íve l ao comum dos bras ile iros. Naquele di a, como ta mbém hoje, o e ntão ca ndida to e agora pres ide nte do Bras i I ex terno u o desej o de e rradi car a fo me e a pobreza no País. Mas não escondeu, ne m esconde, q ue o regime mi serabi lista de Fide l Castro é um fa rolin spi rado r dos projetos mais caros ao pro-
O miserabilismo e o regime cubano fascinam progressistas católicos . Da esquerda para a direita : apresentação da candidatura Lula ante adeptos da Teologia da Libertação em 1989; Frei Betto; fuzilamento de anticastristas na década de 50; o ex-Frei Leonardo Boff.
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gressismo católico, particularmente na sua verte nte da Teologia da Libertação. Esse fasc íni o é inqu ietan te para os rumos futu ros do Bras il. Na mes ma ocasião, Fre i Betto, ao introdu zir Lul a na asse mbl é ia, ex plico u: "Eu sou membro de um.a pequena comunidade. [... ] Desta comun idade f azem parte aqui o Lula, o Leonardo Bofl". Por sua vez, Lul a e nfa ti zo u a impo rtâ ncia absoluta que dava ao prog ressismo católico: "Aqui no Brasil ainda tem gente que chama vocês de comunistas: 'esses padres do demônio, esses j ovens do demônio! ' [.. .]. Vocês, companheiros, que participam em comunidades, vocês têm. um papel extraordinário neste País e fora deste País. Eu sou daqueles que acreditam piamente que, sem a Ig reja, não há saída para o nosso continente". 2 Estabelecida essa ai iança de fu ndo reli gioso, para onde rumará o B ras il ? Para algo parecido à "terra da promissão cubana", com o seu ainda ativo paredón? Para uma experiência renovada, mas numa li nha análoga ao ca tri smo? Há chance para uma sa ída, como tantos bras ileiros desej am, que não desfeche no caos?
Ma,-,x.istas históricos chocaclos com o comunismo cubano A pe rplex idade fo i acresc ida pelo incle me nte fu zil a mento, e m abril último,
de três j ovens cubanos que te ntara m fugir da ilha- prisão. Normalme nte, esse ato deveri a ter provocado uma condenação so nora e imedi ata po r parte das esquerdas brasil e iras no pode r. E isso até por razões políticas. Não podi a m elas ig nora r que a sensibilid ade nacio nal fi cara c hocada co m a ex tinção dessas três vidas de modo tão arbitrári o. Po ré m esqui vara m-se de condená- la, preferindo pagar um alto preço - tanto do ponto de vi sta moral quanto propagandístico - cio que contradi zer o mode lo cubano. 3 Até veteranos do ate ísmo anti cri stão, como o bl asfemo escritor portu guês José Sara mago, co nde naram a absurda execução. Em vista disso, fo ram re pro vados pe los seus camaradas comuno-prog ressistas. Ta is ateus, acostum ados a estarem na cri sta da o nda, subita mente percebe ra m que se us cornpanheiros de rota católicos os tinh a m de ix ado para trás. 4 Os fu zil ame ntos de Havana e seus desdobra me ntos reve lara m qu e as esque rdas latino-a merica nas, e m la rga medi da c riatu ras das CEBs e da Teologia da Libertação, ruma m pa ra um a s ituação qu e esta rrece até ma rxistas c l::'íssicos. E a velha guarda e ntrego u os po ntos, desapo ntada. "Cuba [... ] perdeu minha conf iança, destruiu núnhas esperanças e decepcionou minhas ilusões", desa bafo u Sa ra mago. 5
O inferno carcerário cubano
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o ucos meses após do min a r Hava na, Fidel Castro decretou a Reform a Agrária, confiou o Instituto Nacional de Reform a Agrária a marxi stas ortodoxos e o rde no u a invasão das g randes propriedades agrícol as. Concomi tante me nte, co meçaram os massacres de burgueses e opositores. E m 1964, os detidos trabalhavam quase nu s e m assentamentos ou em pedreiras. Como punição, devi am cortar erva com os cie ntes ou eram j ogados em fossas de excrementos. Os guardas aplicavamlhes Pentatal e o utras drogas. No hospital de Mazzora, recorri am a e le tro c h oqu es o u s imul a va m execuções. A pri são que de ixo u reputação mais terrível fo i La Cabana. Em Bo niato, pres ídi o de alta segurança, reina a violência e crue ldade. Certos presos políticos, para afa sta r os ho mossexuais, lambuza m-se co m excrementos. Em outros cárceres, há j aul as de fe rro e as mulhe res são entregues ao sadi smo cios guardas. A repressão atualmente é diri gida pelo Departamento de Segurança do Estado. Participam també m as Fuerzas Especiales cio Mi ni stério cio In terior em colaboração estre ita com a Dirección 5 e a Dirección de Seguridad Personal, guarda pretori ana cio ditador. 20% dos cubanos estão ex ilados, o que re presenta cerca de 2 dos 11 milhões que constituem a po pul ação to ta l. Des de 1959, mais de 100 mil cubanos passara m po r ca mpos de concentração ou por pri sões, tendo sido fu zil ados de 15 .000 a 17.000. Fonte de referência: Stéphane Courtois, Nico las Werth , Jean-Loui s Panné, A ndrzej Paczkowsk i, Karel Ba rrosek, Jean-Loui s M argo lin, O li vro 11egro do co1111111is1110. Cri/11.es, Jen v r e repressão, Bertrand B rasil , Ri o de .Janeiro, 1999, 9 17 pp.
CATOLIC ISMO
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A Teologia da Libertação foi , Ivo de uma condenação da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé. Porém, os bi spos, padres e leigos que a seguem, pouco li garam para tal condenação, e prosseguiram incó lumes a sua obra de desagregação do continente latino-ameri cano. Eles desafiam até seus compan heiros da velha guarda e apressam-se em atingir seus fins, sem parecer temer sanções eficazes da Hierarq ui a ec lesiástica. O que tem C uba que tanto fascina as esquerdas brasileiras, desde alguns esclerosados marxistas- len ini stas até macrocapita li stas de esq uerda, e sobretudo progressistas comuno-católicos ? O brasi leiro com um tem direito a ser esc larec ido sobre isso.
/la11a11a: cenário <le li/me de terror Quem for a Havana, certamente será assaltado por pasmosas impressões. Já as imagens do aeroporto são bastante estranh as. De um lado, turistas americanos e europeus desce m de av iões fretados , equipados para férias em hotéis com todos os luxos do consumismo capitali sta. O aeroporto costuma estar deserto. Dissimulados ao o lhar dos alegres inocentes úteis, estac ionam velhos bimotores Antonov sov iéticos, que ainda pou sam nas pistas rachadas e invadidas pelo mato. Os ônibu s, que levam esses descon-
CATOLICISMO
traídos hedonistas aos paraísos do praze r, seg uem os padrões do Oc id ente. Motos da polícia acompanham o cortejo. Em princípio, para sua segurança. M ero pretexto, pois nenhum cubano pode se aprox imar dos turi stas, como se estes estivessem infectados por uma doença contag iosa. No trajeto urbano, observa-se um espetáculo de pesadelo. Os prédios de Havana estão quase em ruínas. Desde a revolução castrista, em 1959, ninguém consertou reboco, te lhado, portas, janelas, eletri cidade ou esgotos. Não há vidro ou veneziana que não estejam quebrados, ou enegrec idos por uma sujeira de décadas. Excetuados, é claro, os prédios dos membros do reg ime e amigos, além de algun s monum entos hi stó ri cos res t aurado s
"para inglês ver". Salvo certas aven id as, o asfa lto está desfeito, há poças de água por toda parte. N ão há pi chações nem tin ta, nem paredes em estado de recebê- las. V êem-se càrtazes e mu ra is suj os e desbotados incita ndo à rebeldi a, à revo lução contra os Estados Unidos e, mai s recentemente, "pela paz ". N as esquin as há grandes li xeiras seletiva , ma. que parecem sem uso. Até o li xo é cob içado pelos pauperi zados hab itantes. As fachadas ele prédios evocam épocas pretéritas ele esp lend or e riqu eza. Anti gos casarões co loniai s de nobre.· e
comerci antes abastados, pomposos edi fícios el a Belle Époque, di spendiosas co nstru ções d a prim eira metad e cio século XX, respeitáve is casas burguesas e populares, ali perm anecem, alinhadas como cadáveres sem sepultura, dos quais aind a pendem farrapos das roupa gens funéreas. N ão há flores nas sacadas nem j arclin zinhos . Esquálidos cães vagam à procura ele qualquer alimento. O pesado silêncio ele um imenso cárcere, sem concessões à bel eza, tudo tende a acachapar o observador. Nas desoladas ru as circulam poucos carros, em sua grand e maioria peças de um museu de horrores: enferrujados, fumace ntos, barulhentos, remendados ao extremo para não se desmancharem, como ataúdes rolantes servindo para as funções mais díspares . D es locam-se também est.ranhas motocicletas de origem sov iética. O raquítico e bissexto tran sporte público parece mais adequado a transportar gado. O pobre passageiro aj eita-se como pode na caçamba, em ru as e estradas das peri feri as da capital ou do interior. Não fa ltam ônibus e táxis de tração an imal e hu mana. No centro de Havana, entretanto, o turista depara com o ônibus m.odelo, ape1idado de camelio, singul ar carroceria com jubas, mal soldada e mal pintada, arrastada por caminhões. Sem dúvida, em condi ções normais, o panorama natu ra l de Havana torná- la-
ia uma das cidades mais atraentes do planeta. Mas o dantesco espetáculo apresentado ao vi sitante neutrali za essa beleza geográfi ca. Na porta do hote l, guardas co m rádi os transmissores barram a passagem a qu alqu er cubano não autorizado. Um contato poderia ignifi ca r alguns dól ares para um medicamento indispensável, um alimento para um filh o doente. Porém ele é impedido pelos poli ciais, que afa stam o saudável cidadão mi serabi li zaclo cio leproso consumis/a vindo do exteri or. Mas, a se dar crédito à propaga nda dos admiradores incondi cionai s de Fidel Castro, C uba estaria perto da " utopia de
Jesus, de uma comunidadefratern.a onde todos sejam irmüo.1· e irrnãs, sem divisões nem títulos", 6 para utili zarmos palavras de L eo nardo B off.
Pcsa<le/o místico-miserabilista Segundo os dados ofi ciais, não há desemprego, mas também pouco ou mal se trabalha. Os salários quando são bons , como o ele diretor ele uma empresa pública, atingem 36 rea is por mês, o dobro do que ganha um operári o. O o rdenado é em pesos - a moeda nacional - que só têm valor nas lojas do Estado. Nelas, as compras são rac ionadas. Reg istra-se quanto cada um levou, para ninguém passar cio li mite fixado por mês e por pessoa: três
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quilos de arroz, 250 gramas de feijão, 1,5 quilo de açúcar, meia dúzia de ovos, 250 gramas de frango duas vezes ao mês, se houver. Carne de vaca, só para diabéticos ou regimes especiais com atestado mécli co.7 Para turistas, membros cio regime e seus amigos há shoppings especiais. Quem quiser uma galinha ou um porco, deve criá- los às ocu ltas, dentro da casa ou apartamento. 8 Estes, ali ás, milimetri camente subdivididos pela reform a urbana. Segundo estatísticas da UNESCO , os cubanos têm um dos mai s baixos índices de qualidade de vicia ci o mundo e as condi ções de hab itação são ele uma preca ri edade inimaginável. 9 O ca fé da manhã ele um a famíli a consiste numa xícara de café e pão com óleo, porque não h,1 manteiga. No almoço e no j antar, arroz mex ido com feijão ou quando há - ovos, uma batata cozida por pessoa e duas colheres ele macarrão. Um jorn ali sta simpático ao regime vi u ni sso um admirável sistema, que zela pelo peso da popul ação. Até co ntou o número ele gordos que observou em Cuba: ape nas três, em Havan a, M atanzas e Varadero. 10 O govern o contrata marqueleiros estran geiros para que o infeli z povo consi ga engolir os produtos, repul sivos pela fe iúra e má qualidade, que ele clistribui . 11 Sabonete, mensalm ente só um por pessoa. L eite, um litro por dia, para cri anças de até sete anos. E as prateleiras das
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lojas estata is estão freqüentemente vazias. O governo não cumpre as cotas. 12 Estas superam as privações e j ejuns das Ordens reli giosas mais ri gorosas da [grcja, nos tempos em que reli giosos e religiosas de clausura se imolavam movidos pelo amor ele Deus e pelo zelo das almas, sob o suave bafejo do Espírito Santo.
JncrÍlre/ exaltação do miscmbilismo Ficl el Castro não in stituiu nenhum pl ano Fome Zero. Dir-se- ia que o seu único plano é o Zero, ou mais propriamente o Zen budismo. Poi s o ambiente evoca, por oposição, alguma espécie de imenso convento - ou melhor, um a lamaseria budista - onde tudo está invertido, e o Deus de bondade, fautor de todas as belezas e perfei ções, de es pírito magnânimo, foi banido. Em seu luga r, a matéri a está entronizada pelo que tem ele fe io, malsão e carente. Para os bardos ela Teologia da Libertação, o sistema cubano não se compreende sem a mística de renúncia à própria individualidade, que ra ia ao aniquil amento es piritual budi sta. Um Frei Betto não verá contradição entre a situação cubana e "um.a espiritualidade holística que não
separa co rpo-espírito, espiritualidadepolítica ", e ex pli ca rá: " Me enriqueci muito espiritualmente com. contribuições, principalmente do budismo. [. .. ] A espi-
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ritualidade é a linguagem do.fi,ttu}o. [. .. ] não creio que a humanidade vai encontrar um caminho novo sem mergulhar jimdo na espiritualidade." 13 Tal sistema caóti co e místico-miserabilista faria os homens descob rire m que o verdadeiro Deus não é Aquele que a Igreja Católica ensina. O verdadeiro deus se ri a, seg undo o ex-frade franciscano Leonardo Boff, "o princípio dinârnico de auto-organização do universo, que está atuando em cada uma das partes do todo", e obviamente em C uba. O próprio termo deus é, para esse prócer da Teologia da Libertação, tão so mente "o nome que as religiqes acharam para tirar [esse princípio] do anonimato" . 14 Muitos marxistas certamente concordarão ecumênica e enfat ica me nte com e le. Tal concepção é totalmente diversa do que e nsin a, a respeito das riquezas e de seu reto uso, a Sagrada Escritura: "E quando Deus concedeu a um homem riquezas e bens e a possibilidade de gozar deles e desfrutar a sua parte, viver alegre do seu trabalho, isto é um dorn de Deus. Porque não se lembrará muito dos dias de sua vida, visto que Deus enche de delícias o seu coração". 15
Cuba: o reino da ilegalidade e elas mal'ias No di a-a-d ia, impera o mercado negro. Nas lojas il ega is encontra-se o in-
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dispensável, mas tudo se paga e m dólar. O própri o governo monta loj as desse gênero, eufe mi sticamente chamadas ele estabelecimentos de arrecadação de divisas. Ali vende-se, e m geral, material surrupiado das fábricas, de centros ele distribuição ou de refeitórios estatais. O simples indivíduo, para conseguir os dólares , vê-se compelido a cometer alg um ilícito, puníve l a qu alquer mo me nto pe lo arbítri o ditatori al igualitário. Os funcionários roubam, os clientes obtêm ilegalmente dólares, subornam-se os fiscais e policiais, mente-se e oculta-se por sistema. Em cada quarteirão está instalado um Comitê de Defesa da Revolução, dedicado a espionar, denunciar e entregar a verdadeiros linchamentos mora is e físicos os "inimigos da Revolução". "'O governo tem toda a população chantageada. Todos irifi-ingem. alguma lei', diz um ex-oficial do Exército, que ganha a vida com um lotação sem. licença". 16 A doutrina marxista tolera mic ro-propri edades de dimensão estritamente famili ar. Com base ni sso, os sofridos cubanos excogitaram mínimas atividades de sobrevivência, como resta urantes fam iliares. A polícia passo u a invad i-los, não à procura de esp iões ou ladrões, mas de lagostas, ca marões e tartarugas, iguari as abundantes no Ca ri be. A pesca é monopólio estatal, e alivi ar a fome com ela é crime. Também micro-pizzarias e micro-
sorveteri as vivem sob o espectro da chantagem, do fechamento ou da pri são. Castro excogitou um imposto de re nda que sufoca camponeses, peq uenos comerc iantes e donos de restaurantes. Inve ntou taxas e normas sanitárias que imposs ibi litam as atividades econô micas familiares. A sa ída é burlar a lei, mas como conseqüência fi ca-se à mercê elas máfias cio reg ime. 17 E ass im, esforços titânicos para se furtar à mi séri a são abafados sem cessar. Entretanto, no Brasil , Frei Betto apregoa que "só em Cuba os bens da terra e osfrutos do trabalho são.fi·atemalmente partilhados", atribuindo tal feito às virtudes das reformas agrá ri a e urbana. 18 No topo das máfias que controlam o mercado negro está o próprio Fidel Castro. 19 Ele é um dos raríssimos milionários do planeta li stados pela revista "Forbes". 2º "Estimamos que 10% da economia cubana passe pelas mãos dele, uma estimativa até muito conservadora", disse Carleen Hawn, repórter da revista, quando o chefe marxista foi incluído na lista. 2 1
Ilha lidelista: universo ele mentil'a e al1ição Certo tours conduzem a assentamentos da Reforma Agrária. Embora maqu iados para turistas, são deprimentes. A vegetação e o c lima lembram o Brasil , mas já nas estradas o espetácul o é lamentável , mesmo que possam arranca r os
mais entusiásticos elogios eco logistas e tribalistas de Leonardo Boff. No caminho vêem-se alguns canavi ais, pl antações de tabaco, trato res russos, arados enferrujados e um grande abandono. Não há sina lização. Os únicos cartazes existentes louvam Fidel, o Che, a guerrilha e a Revolução. O aproveitamento ela terra é pífio. O uso de técnicas agrícolas sov iéticas foi grote camente contraproducente em Cuba. Uma brigada de voluntários esquerdistas estrangeiros, acostumada à vida fác il do mundo livre, saiu horrorizada quando seus dormitórios foram invadidos por sapos, após uma desastrada eliminação de seus predadores naturais. Tudo asseme lha-se a um sonho doenti o. É como se o reg ime se esforçasse e m e liminar as belezas e as riquezas, que Deus pôs na ex uberante natureza cubana para ate nde r os corpos co m largueza, entreter as almas e elevá-las para a consideração do Céu.
Até Cl'iailÇaS são "estatizaelas" O tour pode estender-se a uma fá brica de charutos dos anos 40, a uma escolinha com PCs made in China, manipulados por meninos e meninas pioneiros da Revolução . Mas não é exp li cado aos turistas que essas crianças nunca pertenceram a seus pais. Desde pequenas, fora m confi scadas. A fo rmação é excl usi-
vamente estatal e gratuita: as cria nças serão utili zadas como mão-de-obra para colher cana de açúcar, desde tenra idade. O objetivo dec larado é cri ar o homem novo, um agente do sistema, sem alma e sem re li gião, com uma consciência moral sufocada, o que eq uivale à matériaprima humana maldosamente pred isposta para od iar o De us do Bem, da Verd ade e da Be leza. O níve l do ensino é acachapante. Professores e mestras recebem os piores salários, sendo pessimamente tratados pelo regime. Maria trabalha a se mana toda na escola primá ri a, mas seu orde nado não é sufi cie nte para alimentar os filhos. Ela dá aul as particulares, mas vive e m constante pânico de denúncias por parte dos vi zinhos. "Tenho que sair pela porta dos fundos com meus livros escondidos ", diz ela. "Se eu for denunciada à CDR [Comitês para a Defesa da /?evolução], perderia meu emprego, talvez até iria para a cadeia. Poderia nunca mais trabalhar novamente ". 22
O mito <la "medicina " cubana e a rnali(lade O inocente útil do mundo livre ainda pode conhecer a antiga prisão o nde Fidel Castro esteve e ncarcerado. Ali verá a cama da e nfe rmaria que e le usou. A sala de paredes e mboloradas está limpa e o le ito tem lençóis brancos.
Não é esse o tratamento comum proporcionado ao povo cubano hoj e em dia. Quase todos os hosp itais ex iste ntes fora m construídos antes da ascensão de Castro. Sem suborna r o médi co, as chan ces ele um tratamento eficaz são mais do que incertas. O Hospital La Dependencia é um exempl o. Várias alas que fo ram abandonadas não diferem muito das que funcionam. "Baratas passeiam tranqüilam.ente pela sala de cirurgia. Partes do reboco caíram. As janelas não têm vidros. As paredes das salas de espera estão cobertas de f ezes de morcegos". 23 Hi stóri as monstruosas so fridas pelos pacientes, dev ido à ig norância, à má vontade e ao ressentime nto do pessoal médico, correm de boca em boca e acabrunham os espíritos, res ignando-os a uma sorte adversa. Num é o gesso colocado torto, noutro a aparelhagem estragada que mata o cardíaco. É absolutamente proi bido aos turistas penetrar nos hosp itais. O reg ime não deseja que o lhos estrangeiros vejam o que lá acontece. As farmácias, de aparênci a hed io nda, só podem atrair o desesperado sem alternativa. Tudo o que pode sensibili zar a alma, mes mo pelo seu aspecto de beleza meramente natural, é enxotado. E isso é válido, afortiori, para as virtudes morais. Os M anda mentos da Lei de Deus teriam ficado superados pela dimensão comu ni tária da soc iedade, tão ao gosto da Nova
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Teologia. Fala-se de imoralidade~apenas para censurar acremente a época capitali sta. A gora é como se o problema se tivesse espiritualizado. A degradação, porém, é espantosa. "Cuba tornou-se um
bordel aberto aos vôos internacionais. As moças não têm mercado de trabalho, então se vendem, tão bara/o que só da Espanha vêm 20 vôos por semana, cheios de Pepes, que é como cham.am na ilha os homens de rneia-idade que alimentam o bordel de Fidel". 24 A generalização do aborto alimenta o comércio aterrador de fetos e órgãos. Segundo Hilda Molina Morej ón, uma neurocirurgiã e~-deputada da Assembléia Nacional, o govern o criou uma verdadeira indústria de transplantes de tecido cerebral , utilizando materi al tirado de fetos. 25 Estrangeiros ri cos viaj am a C uba, com vistas a prolongar a vida medi ante procedimentos rej eitados pela ética méd ica e pela moral católica. Eles pagam facilmente 20 mil dólares por operações proibidas nos seus países. Segundo a médica, as cirurgias são acertadas através ela empresa turística oficial Cubanacân e o dinheiro engrossa as caixas do reg ime. As mulheres que abortaram j amais são notifi cadas sobre o destino cios f etos. "Durante os sete
anos em. que dirigi o centro, eu mesma.fiz 50 transplanles com fetos de três a dez semanas", disse a méd ica ao j orn al "EI Nuevo Herald" , da Flórida. Somente em
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1996 o regime esperava obter 25 milhões ele dólares fornecidos por mais ele 7.000 estrangeiros, dev ido a servi ços macabros e cluvidosos. 26 Entretanto, no Brasil , seja em igrejas ou em órgãos de governo, a ,nedicina cubana é elevada às nuvens, sem se expi icar no que co nsiste m suas excelsas qualidades. M ais ainda, tenta-se impl antá- la no País, até como parte ele programas ele erradicação ela pobreza e da mi séri a! Em Tocantin s, por exemplo, o governo estad ual paga até I O mil reais a mai s de 200 méd icos cubanos, sem terem eles prestado concurso público, enquanto os bras il eiros, com superior formação acadêmi ca e profissional, só recebem entre 500 e 800 rea is. 27
Miserabilismo cuba110: "remé<lio " para o co11sumismo ... O Prof. Plínio Corrêa ele Oliveira costumava analisar meticulosa e ponderadamente o noti ciári o ela seman a, para auditórios de sóc ios e cooperadores ela TFP. Suas considerações e previ sões conservam uma atualidade que revela o acerto e a vastidão de sua visão ele fenômenos então incubados, hoje escanca rados. Assim , por exempl o, em 18-3-95, comentando ensinamentos dos teólogos da libertação, afirmou: "S ustentam estes o mi serabili smo que o ocidental qualifica ele pobreza -
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como a verdadeira solução. No fundo, o regime ele Castro - eles não o dizem claramente, mas é o que está em seu pensamento - é uma ofensiva fenomenal ela medicina a favor ela humanidade. E portanto Cuba está fazendo uma experiência ele interesse clínico, ele utilidade universa l. "Esse grande ' médico' Fidel Castro teri a co mpreendido geni al mente tal nova visão e reduzido o povo cubano ao que nós, consumi stas indece ntes - di ze m eles - chamamos ele miséria, mas que é apenas um a dieta ... E nqu anto nós, dos países que produ zem, comemos e gastamos bastante, vivemos vergonhosa mente num excesso que representa a glutoneri a mai s irracional e mai s vulgar. " De onde então Ficlel Castro passa do papel ele tirano, responsável pela mi séri a de um a popul ação, à de um homem que está inaugurando nova era. Porqu e todo reg im e comuni sta tem que passar por uma fase em que ele adapte o povo à mi séria. Na Rúss ia, isto foi feito em grande estilo, e alguma co isa [o reg i mel conseguiu ao cabo ele setenta anos de tirani a. Nos países livres, nós temos qu e trabalhar muito para co mer bem. Lá eles trabalham pouco para comer qua e nada. Eles se habituaram a isso. "O que o comuno-progressismo promete, na realidade ele tira. De fato, prepara uma era em que o homem será sujeito à mi séria e não encontrará nada para ser
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grato a Deus por Ele ter co locado alguma coisa boa na vida. Passará então a od iar o fato ele ex istir. O homem estari a pronto então para se j ogar em cu ltos do tipo cio budismo e em exercíc ios mentais que o levari am a ter contatos com energias, visões ou revelações fa lsas, produtos de estados delirantes ele depressão e fome. " A ssim, o itinerári o é este: miséria; na mi séri a, revolta e evasão da vida; a evasão provoca uma reli gios id ade subjetiva, na qual se acabam mantendo 'contatos' enganosos. E, entre eles, aparições verdadeiras de espíritos infern ais, que vão atraindo o homem para formas cada vez mais alucinantes ele fuga ela ex istência. "Ficlel Castro preparou em Cuba um instrumento ele tortura, para espremer o homem e fazê-lo I referir o infern o a permanecer nesta vicia. " Por isso os com uni stas têm necess idade de qu e a maior parte possível cios homens fuj a deste mundo, através ele uma im ensa mi séri a e cio ocul tismo. Porque, naturalmente, a atração é ele esta r num mundo onde se perceba o sorri so ele Deus, onde há a lu z cio so l e o gosto elas cerej as, das fl ore e ela beleza . E no fundo dessa espiral o homem miserabilizado encontra o demônio que sorri ."
'"l'ocha ela Revolução": ele Castro à gcrnção Lula? Enquanto na Rússia a metamorfose
do comuni smo foi embaçando a imagem do leninismo, Cuba manteve-se intol erante e fiel aos princípios marxistas. Essa obstinação é muito estra nha. Castro vi via das subvenções sov iética s. Como poderia sustentar-se se m o apoio ru sso a poucas dezenas ele quilômetros ela grande nação ameri cana, agora convergente com M oscou? O mi stério ficou sem expi icação. O fato é que C uba continuou como uma tocha acesa ci o marxi smo duro a in sultar a Deus, sustentada por uma fo rça discreta mas poderosa. Para quê? Com a ascensão cio presidente Lula e ele seus patrocin adores e co mpanheiros da Teologia da Libertação, sec undados por mov imentos análogos nos demais países sul -ameri canos, um a hipótese começo u a tomar corpo. Ficlel Castro teria sustentado a situação antinatural el a popul ação da ilha do Ca ribe, esperando transmitir sua chama devastadora a novos I ícleres que levari am a "ex peri ência" cubana a outros pata mares. Após o qu e, Castro poderia ceder o lugar a eventu al sucessor ele qualquer tendência: lenini sta, democrata-cristão, comuni sta di ss imulado etc. M as a tocha incendi ária ela Revolução segu iri a adiante em novas e boas mãos. O quotidiano " The New York Times" acenou para essa perspectiva, após reg istrar os sina is ele esgotamento propaganclístico e o desgaste (dev ido à avançada
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idade) cio ditador: "Fidel, agora corn 77 anos, parece cada vez mais anacrônico - alvo de cornediantes e caricaturistas. Se a esquerda latino-americana tem um símbolo hoje, é o novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da SiLva". 28 A hipóte. e não é nova . Já a levantara o Prof. Plínio em reunião para sócios e cooperadores ela TFP, em 6-5-89: " Vamos imaginar o seguinte: instala-se uma confusão dentro da Rúss ia a respeito de consumi stas e não consumistas. Tal confu são ex iste também em Cuba. I sto atravanca todo o processo comunista. D e repente aparece em países que estão passando por uma evolução política, como os nossos !'l atino-ameri canos], uma fórmula de comuni smo caboclo, que serve para reconciliar uns e outros comunistas, na Rússia, na Europa. Não seria encantador para eles? "Então o aparecimento ele um comuni smo latino-a meri cano, com a originalidade e a vitalidade elas co isas novas, haveria ele abrir caminhos, em relação aos quai s todas as esquerdas do mundo diri am: "É verdade ... a era do terceiro mundo entrou". D essa forma, atravessa ríamos o limi ar cio terceiro milênio com esta ignomíni a na mão: a luz cio comunismo vindouro". Verifi car-se-á esta possibilidade? O própri o Prof. Plínio era muito cauteloso na passagem ela hipótese à afirmação.
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Muitos anos transcorrera m ·aesde a prime ira tentativa fru strada de Lula chegar ao poder, por via e le itora l, e m 1989. Em 2002, o preside nte Lula não asce nde u ao governo com o mes mo e mbalo que tinha e m 1989. Fo i preciso que especiali stas de marketing mudassem medularmente sua imagem. Se a hipótese da tentativa de impl antação de um mi serabili smo tipo cubano na América Latina estiver e m marcha, os diri gentes latino-americanos da geração Lula deve rão provocar uma profunda, generalizada ~ g radua l degradação de vicia dos seus povos. Esta provavelmente seria acompa nh ada de violê ncias e caos. Ora, evidenteme nte não é isso o que anela o povo brasile iro pacato, tranqü ilo, e mbora angustiado pel as incertezas do futuro. Em última análi se, e le preferiria que a cri se atua l se resolvesse no sentido da preservação de suas tradi ções cristãs e de in stituições como a famí lia e a propriedade . O mes mo poder-se- ia di zer, mutatis mutandis, das demai s nações latino-americanas. Se a geração Lula, ati çada pe los teólogos da libertação, atirar-se nessa aventura , pod e rá ex pe rime ntar re tumbante fracasso. E arrastará para o abismo ela Hi stória as dem ais esquerdas mundi ais, já em acentuado declínio, espec ialmente na Europa e nos Estados Unidos. Se essa te ntativa for levada à frente, mes mo que fracasse no final , poderá e n-
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tretanto ser grave me nte danosa para o Bras il. Que o Sagrado Coração de Jesus, pe la poderos íss ima inte rcessão ele Nossa Se nhora, afaste tal eve ntual idade para o be m do País, das nações- irmãs latino -america nas e el a Civ ili zação Cristã. •
Notas:
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1. As c itações re produ zidas neste arti go, pro re ri das por oradores cio Encerram ento do Encontro sobre Teo log ia ela Libertaçflo (24 ele janeiro de 1989, igreja de Sflo Domingos, ba irro de Perdi zes, Sflo Pau lo), foram co lhidas de gravaçflo e fetuada no loca l, mediante lil as magnéticas, pe la re port agem de nossa rev ista . Ve r ta mbé m Catolicismo nº 457, de j a ne iro de 1989, e nº 46 1, de maio do mesmo ano. 2. ld. ibid . 3. A respeito, ver: /Jmtais violações e111 Cuba TFP dirige-se a Lula , Catolicismo nº 629, maio 2003 ; e A ilha-prisão de Fide/ Castro, Catolicismo nº 630, junho 2003. 4. C fr. " Veja", 7-5-03 , Apesa r de você, Fidel,.... 5. C fr. " Veja" , 23-4-03, Ele causou de aplaudi,:
6. in Leonardo Bo ff, ;,Qué lg!esia quere111os? e / proyec lo p op ula r d e l g les ia , hllp:// servic iosko in o ni a.org/re lat/29 1.htm . 7. C fr. "O Estado de S. Pau lo", 4-5-03, Para vive,; povo te111 de 'luchar '. 8. C fr. "Jorna l do Bras il ", 2-3-97, Cuba : o ,1·011ho verde que /e quero 11a ilha de Fide/. 9. Cfr. "Jornal do Brasil " , 29-3-97, Cuba. IO. C fr. "Jornal do Brasil", 2-3-97, icl . ibid. 11. " Prop aga nda & Mark e tin g". 2 a 8-6-0 3. Marke1i11g e11 Cuba. .12. Cfr. "O Estado ele S. Pau lo", 4-5-03, id. ibid . '13. in Dada Mahes hananda , " U111a Conversa com Frei /J ello, hltp :// www. dhnet. o rg. br/clire itos/ 111 i Iilantes/fre ibello/bello_clada. htm 1. 14. in Leo nardo Boff, Ecolog ia, polí1ica, leología, y 111.falica, http:// www.geoc iLi es.co111/soc ieclad_ tcoso fi ca_ar/1 in ks/eco logia/boff-cco log ia.htm 1. 15. Ecl es iastes, 5, 18- 19 16. C fr. " O Estado ele S. Paul o", 4-5-03, id. ibicl. 17. C fr. 'The Economi st", 1-3-97, Pra/o de Ji·11 los-do-111a1; em e.l'tilo de /-lavana. L8. in Fre i Betlo,,:; Por qué i11co111oda 1a1110 Cuba?, hu p://scrvi c ios koin on ia.o rg/relal/ 103.hlm . 19. C fr. "Jorn al cio Brasi l", 2-3-97, id. ibid . 20. C fr. "Jornal ela Tarde", 1-3-03, Saddam e l'ldel Cas11v 11a li.1·1a dos 111ilio116 rios. 21. C fr. " Folha ele S. Paulo", 15-7-97. Fidel conlrola 10% do Pl/3, diz 'Forbes' . 22. "The Econo mi sl", 19-4-97, Enga11a11do o sis1e111a.
23. C fr. "O Es tado de S. Paul o", 4-5-03, icl . ibi cl. 24. Cfr. " Fo lha de Londrina" , 27-7-96, Bordel So-
cialis/a. 25. C fr. "O Globo", 28-7-95, Médica cubana de11111,cia uso defetos e111 tran splantes. 26. C fr. "Jorn al cio Brasil ", 15- 12-96, Cuba fatu ra co111 111ri.1·1110 da saúde. 27. C fr. "Folh a de S. Pau lo", 26-5-03, Médico cubano ganha alé R$ 10 111il 110 TO. 28. C f'r. "O Estado de S. Paulo, 25-5-03, La1i110a111erica11os vacila111 110 cu/10 à revoluçcio.
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e nterrado pe rto ele Loreto. D a hera nça de seu progenitor, Camilo recebe u um arcabuz e um a es pada; e ela hera nça divina, uma c haga misteriosa na perna, que aparecerá se mpre que necessário, para co ndu zi- lo ao ca minho ele sua futura vocação. A fo me e a mi séria, e sobretudo a supuração ele sua chaga, fizeram-n o desistir da carre ira militar. Tocado pe lo exemplo ele doi s franciscanos, com sua modéstia e doçura, Cami lo fez voto de ser um de le.- . M as por causa ela chaga, não fo i receb ido. Acabou indo para Roma, sendo recebido no Hos pital cios Inc urá ve is como enfe rme iro, para curar a perna e ganhar algum dinheiro. Mas a paixão cio jogo o perseguia, e ele fugia do hospital para ir atrás das cartas. Como incorrigível , fo i expul so do hospital.
São Camilo de Lelis, Um gigante da caridade D e temperamento arrebatado, jogador contumaz, passou sua juventude entre o baralho, os dados e as armas. Uma chaga providencial na perna foi ocasião para que ele conhecesse o mundo do sofrimento e da verdadeira caridade, chegando, por esse caminho, a descobrir sua vocação para a santidade. !"1 PUNJ O M ARIA SOLIMEO
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Acima: Em 1590, durante uma grande carestia em todo a Itália, São Camilo e seus companheiros foram exemplo de heróico abnegação. No página ao lodo : máscara mortuário do Santo, que se conservo no igreja Santo Maria Madalena, em Roma .
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ami lo nasceu no ano 1550 em Bucchianico, nos Abruzzos, no a nti go R ei no de N ápo les. Co mo aco nteceu com São João Batista, sua mãe j á era ava nçada e m idade quando o concebeu. O pai , a serviço das armas, vivia ma is nos aca mpame ntos e ca mpos de batalha do que no lar. Como poderi a uma mãe idosa educar um men ino que se tornou mui to cresc ido para sua idade, e de um temperamento belicoso como o sang ue que lhe corria nas veias? Apesar disso, conseguiu ensinarlhe os rudimentos da Re li gião. Mas,
se m que e la o soubesse, a par di sso o menino aprendi a ta mbé m o segredo cios naipes e dos dados, e aos 12 anos já era um vic iado jogador.
Ellll'C o jogo e as armas Com a morte da mãe, Ca mil o e ntrego u-se cl esva irada me ntc ao j ogo, perdendo tudo o que tinh a. E ntro u e ntão para o exérc ito, onde ap rendeu a virtudes e os víc ios dos o lclados. Com o pa i, fo i alistar-se no exército que a Repúb li ca ele Ve neza meritoriamente recru tava para combater os turcos muç ulmanos. Mas no ca minho seu pai , João de Lelis , fa leceu e fo i
de le gritando: "Aí vem o São Cristóvão, aí vem o São Cristóvão!", dev ido à sua e levada estatura.
Na escola, humildemente entre os meninos Qui s continuar seus estudos-, para ordenar-se sacerdote. Como Santo lnácio de Loyola, asse ntou-se nos bancos escolares com os meninos, o que
o pe nsame nto ela fund ação ele uma Ordem religiosa para essa fin alidade.
Nasce a Ordem <los Camilianos Logo se lhe juntaram mai s quatro di scípul os, com os qu a is e le se reunia para rezarem e meditare m juntos, e depo is cuidare m dos e nfe rmos. E ra o núcleo ele sua futura congregação. Nas mil e um a dificuldades que surg iram para a consec ução desse fim , e le sempre e ncontrava consolo em Nosso Senhor cruc ificado, que lhe di zia: "Não
temas nada, eu estarei contigo ".
Com/Jatia como herói, jogava como um demônio Pen sou novame nte na ca rre ira das armas e entro u, a serviço de las, em um navio veneziano que partia para o Oriente. Partic ipo u ele várias bata lhas , e por es tar g ravemente e nfermo não pôde combater e m Lepanto, a fa mosa batalha em que Nossa Senh ora apareceu e deu a vitóri a aos católicos contra os muçulm ano .. Enquanto lutava como um heró i, jogava co mo um de mô nio. Uma violenta te mpestade no mar fez com que e le, a sustado, se lembrasse ci o voto de torn ar-se fra nc iscano. Passada a tormenta, e qu ceu- e nova mente do voto, continu ando na carreira das armas e subju gado pelo vício cio jogo. Retorno u a Rom a para cuidar da chaga, que lhe reaparecera na pe rn a. Mas perde u no j ogo até a cami sa do corpo. Saiu ela c idade, e cm M anfredônia foi recebido pel os capuc hinhos. O superi or cio convento, notando-lhe a lgo de espec ia l, fa lo u-lhe ele Deus e da vocação re lig io a. ami lo, tocado pe la graça, co nverteu- e, sendo recebido como postul ante. Quando passava pe la vil a, conduzindo duas mulas cio conve nto, a cri ançada corria atrá
nhor; que fossem verdadeiras mães para esses pobres doentes, e n.ão mercenários. Mas, onde encontrar tais hom.ens?". Começou e ntão a ruminar
o to rnava so bremodo notório pe la sua estatura, tão mais elevada que a de seus condi sc ípulos. Entreta nto, não era desíg ni o ele De us qu e ele permanecesse entre os franc isca nos. A úlcera reapareceu e m sua pe rna e e les, pesarosos, o despedira m. Vo lto u para a Cidade Eterna, onde permaneceu du rante quatro anos até a úl cera ser curada. Julgou então seu dever voltar para os fra nc iscanos, apesar ele seu confessor, São Fe lipe Néri , o ter desaconselhado, predizendo que achaga se reabriria. Foi o que aco nteceu, tendo Camil o que voltar ao hospital. Ali, dedicou-se a cuidar dos enfermos, chegando a ser nomeado ad mi ni strador geral do hospita l. Certo dia, o lh ando para o Cru c ifixo e nquanto c uidava dos doentes, exc lamou: "Ah!
Seria necessário aqui homens que não foss em conduzidos pelo amor ao dinheúv, m.a.s pelo amor de Nosso Se-
Cam ilo terminou seus estudos e fo i ordenado sacerdote, rezando sua prime ira Mi ssa e m lüdej unho cle 15 84. Ele fo i e ncarregado ela capela ele Nossa Senhora cios Mil ag res, fund ando ali sua Congregação. Esse pequeno núc leo ini cia l divid ia o tempo entre a prece e o cu iclado cios doe ntes. [a m seus membros cada di a ao grande hospital do Espírito Santo, onde consolavam os enfermos, arrumavam seus le itos, varri am as sa las, faz iam curativos e m suas chagas e preparavam os re médi os que lhes e ram presc ri tos. Mas cuid avam espec ia lme nte ele suas almas , preparando os doentes para receber os últimos sacramentos, aj uda ndo-os com suas preces e não se separando de les senão depoi s el e suas mortes.
Co11/1a11ça a/Jsoluta 11a Divina Providência A Cong regação nascente, por causa ele sua caridade, encontrava-se cheia ele dívidas. Certo dia em que os sacerdotes estavam mui to tentados por essa razão, Camilo disse- lhes que era prec iso confiar na Provid ê nc ia , como Nosso Senhor tinha dito a Santa Catarina de Siena: "Pensa em mim, que eu pensarei em li ". E profeti zou: "A n-
les de um mês estaremos com. todas as dívidas pagas ". E rea lmente, antes
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de 30 dias um be nfe ito r fa leceu, de ixando-lhes conside rável soma. O s Mini stros dos E17:/ ermos, como eram chamados seus filhosespirituais, aos poucos foram abrangendo outras obras de caridade. Camilo qui s que eles servissem também aos doentes atacados pela peste, aos pri sioneiros, aos feridos e m campos de batalha e aos que estivessem morrendo em suas próprias casas. Si l$. tO V confirmou a Co ngregação em l586 e ordenou que e la fosse govern ada po r triê nio . São Camil o naturalmente foi e le ito seu prime iro superi or.
filhos. Nesse mes mo dia, um padeiro ela cidade trouxe- lhes o pão necessário, promete ndo que lhes traria aque le alimento diariamente, até o fim da cri se.
Certa vez, passando pelo porto, ouviu a lguns marujos blasfe marem. Salto u na coberta da nave, com um Cruc ifixo na mão, e lhes disse irado: " Mise ráve is! Não sei como
Pl'esença imponente, energia contl'a blasl'emaclorns
Deus tem paciência com vocês e o mar não os traga, ou um raio não os carboniza".
E m 1591 , o Papa Gregório XIV erig iu a nova congregação e m Orde m re li g iosa co m o privilégio elas me ndicantes, sob obri gação de fazere m os três votos: pobreza, obe-
Os primeiros dois má1'tires ela cal'idade Aos poucos a obra fo i se a lastrando pe la Itá li a. Prime iro fo i o Reino de Ná poles que convidou os camili anos a fund ar uma casa. Lá e les chegaram prati came nte com a peste, e e ntregara m-se imedi atamente ao atendimento dos empestados das ga leras, que ningué m desej ava socorrer. Dois dos di sc ípu los de Camil o foram vítimas de sua heróica a bnegação e morreram em conseqüênc ia de sua ca ridade. E m l590 houve uma grande carestia em toda a Itália. O s pobres foram obrigados a se alimentar de ani mais mortos e de ervas. São Camilo passava pe las ruas de R oma, levando pão e vestes para os necess itados. Além da fo me sobreve io o fri o, que fo i mui to rigoroso naquele ano. Conta-se que o número ele mortos e m R oma e arredores fo i ele 60 mil. Muitas vezes, Camilo entregava seu próprio manto a pobres que estavam morrendo ele frio. Chegou a dar o último saco ele farinh a que havia no convento. Seus religiosos fi zeramlhe ver que eles próprios arri scavamse a morrer ele fo me. O Santo responde u-lhes então que os pássaros do céu não semeavam nem colhiam, e que entretanto De us os alimentava; quanto mais a eles, que eram seus
CATOLICISMO
O Papa Gregório XIV erigiu a nova congregação em Ordem Religiosa, em 1591
cliê nci a e castidade. Seus me mbros eram proibidos de passa r para outra comunidade re li giosa, exceto a dos Cartuxos. São Camilo era de uma imponente presença. Com mais de um metro e noventa ele altura, corpo bem proporcionado, cabeça ereta, o lhos escuros, um véu ele tristeza parec ia recordar-lhe a todo momento o pesar -pe la vida passada. Su a voz tinh a mati zes graves e severos, mas fi cava inte iramente transform ada quando fa lava da caridade. Uma testemunha di z que muitas vezes viram seu rosto cobe1to de chamas. Não tinha muito estudo, mas possuía uma sabedoria toda div ina para o governo ele sua Ordem e o cuidado dos enfermos.
Cal'idade extrema até nas véspems da morte Após a re ali zação do quinto capítul o da Orde m em R oma, e m 16 l3 , e le foi vi sitar suas outras casas com o novo s uperior geral. De vo lta à C idade Eterna, esgotado j á pe las fadi gas e sofrim entos, soube que breve me nte chegari a a hora de comparecer perante o tribuna l divino . A úlcera na pe rn a aco mpanhou São Camilo por mais de 40 anos, até o fim de s ua vida. Fo i e le também atacado por o utras mo lésti as, levando um a vid a de sofrimentos. E m sua última doença, qui s fi car no hospita l, e levantava-se de gatinhas do le ito para ir cuidar dos enfe rmos. E nfim , no di a 14 de julho de 16 l4, como hav ia predito, e ntregou sua alm a a De us. Tinha 64 anos de idade. Muitos mil ag res se o pe raram e m seu túmul o. E m 1742 foi e le bea ti f icado po r Be nto XIV, qu e ta mbém o ca no ni zo u q uatro a nos de po is. •
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Obras consultadas: Les Pe1its Boll ancl istes, Vies des Sa i11rs, d 'apres /e Pe re Ci ry , Pa ri s, Blo ucl et Ba rrai, Libraires- Écl iteurs, 1882, VIH vo l. Ecl elvives, E/ Sa 1110 de Cada Dia, Ecli to ri a l Lui s Vi ves, S.A. , Saragoça, 1948 , lV vo l. Fr. Ju sto Perez el e Urbe\, O.S.B. , Aíio Cris1ia110, Ecl iciones Fax , Madrid , 1945 , III vo l. T.J. Ca rn pbell , Sr. Ca111illus de Lei/is, T he Ca th o lic Encyc lopecl ia, Ili vo lume, Copyr igh1 © 1908 , by Robert Ap pl eton Co rn pa ny, O nl ine Ecl iti on, Copy ri ghl © 2003 by Kev in Kni ght.
Nomes de participantes da Campanha serão inseridos em nova imagem Peregrina de Fátima
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evido ao grande número de pedidos de vi s ita da Image m P eregrin a de Nossa Senhora de Fátim a aos lares, está sendo confecc io nada uma nova Image m para a peregrin ação. No inte ri o r desta Image m serão inseridos os no mes das pessoas que se e mpenharam , colaborando para que e la pudesse co meçar a peregrina r pelo B ras il o mais rápido possíve l. Estes no mes permanecerão para sempre de ntro da lmage m, e serão dedi cadas também a essas pes oas tod as as orações que se fi zerem di ante dela. O coordenado r da Ca mpanha Vinde
Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!, Marcos Luiz Garcia, conta que teve essa idéia após ler um livro obre a vida de São
João M aria Vianney, o cura d ' Ars. "Logo
depois de ser ordenado sacerdote, o j ovem Pe. Vianney f oi enviado à pequena aldeia de Ars, na França, onde tornou-se pámco. No ano de 1836, ele consag,v u sua paróquia à Imaculada Conceição. E mandou fazer um coração de prata, que ainda hoje pende do pescoço da imagem da Virgem Milagrosa, no altar da Igreja de Ars. E suplicando à Mc7e de Deus por seus paroquianos, escreveu o nome de cada um numa .fita de seda branca, que f oi introduz.ida para sempre no coração da Imagem ". "Passaram-se quase dois séculos, e a Imagem da Imaculada Conceição ainda continua na cidade de Ars, tendo den1rode seu coraçc7o o nome de cada paro-
quiano, como uma espécie de súplica que atravessa a História e alcança a eternidade", conclui o coordenador. E m sua próx ima vi age m a Fátima, alé m de leva r todos os pedidos ele orações que recebe ao lo ngo do ano, como fa z reg ul arme nte, levará ta mbé m essa Image m Peregrina de Nossa Se nhora de Fátima, que terá no seu interior os nomes dos partic ipantes e suas intenções.
"Levarei a imagem. a todos os locais das aparições: à Cova da Iria, á Gruta do Cabeço, onde apareceu o Anjo de Portugal, á casa onde residiam os Beatos Francisco e Jacinta e junto às sepulturas de ambos, e rezarei um terço nesses locais", afirmou animado o coordenador. •
Campanha prepara difusão da Estampa do Sagrado Coração de Jesus /\ Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
.t\. estará estimul ando a co nsagração das famíli as ao Sagrado Coração . O s partic ipantes d a Ca mpanha receberão um a be líss ima esta mpa com a foto e a o ração cio Sag rado Coração de Jes us, para ser e mo ldurada e e ntro nizada e m seus lares . N osso Senhor revel ou a Santa M argarida Maria Al acoque que cumul ará com grandes g raças todos os devotos de seu Sagrado Coração . E le di fundirá essas graças com abundâ nc ia, princ ipalme nte nos lares e m que estiver colocada s ua imagem , para ser amada e honrada. Assim reunirá as fa míli as dividid as, assistirá e protegerá aque las que esti verem e m alguma d ificuldade. Po r isso, a meta é difundir a devoção ao Sag rado Coração de Jes us no ma ior número possíve l de lares cató licos do Bras il. •
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
JULHO2003 -
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·Estirpes familiares /
"E muita coisa ser fruto de boa árvore, metal de boa mina, ribeiro de boa fonte" * m anteriores matérias para esta seção, vimos que a intromissão estatal na. instituição fam iliar é prejudicial não apenas à família, mas à sociedade e ao.próprio Estado. Mostramos também que a boa saúde cio · Estados depende da boa constituição ela fam íli a, e que esta esteve na ori gem da c idades. Passaremos a considerar, neste e em próximos arti gos, como se fo rmam as estirpes familiares e o papel dela.- no estabelecimento de c id ades e Estados; que estes tiveram suas raízes nas famílias ma is anti gas; e que as me nos a nti gas acataram ele bom grado a influê nc ia e governo elas ante ri ores. Entretanto, a dou trina soc ia li sta vitupera tal di s posição das coisas - uma disposição orgânica, bem como um fato hi stóri co - e o faz pe lo princípio igua li tário que não ad mite a superio rid ade de uns sobre os o utros. Po r isso, odeia o construtivo papel elas estirpes fam iliares na organização soc ia l.
Estirpe: l'<mtc <lc uma família O que é uma estirpe? Seg undo o di c ionári o Aurélio: Raiz. Por extensão: origem., tronco, linhagem, raça, ascendência, cepa. Plinio Corrêa de Oliveira desenvolveu o conceito de estirpe em diversas conferê nc ias. De uma delas, pronunciada em l º-6- 1966, extraímos a lg un s trechos úteis para as famílias que lêem Ca-
tolicismo: "Uma esti rpe é algo muito diverso ele uma famíli a. O que é uma fam ília? É a co njunção ele pai, mãe e filhos. Basta haver pais legitima me nte casados para que haj a fam íli a. Estirpe, contudo, é bem diverso. A líng ua francesa - que é mui to precisa - fa la em source, ou seja,fonte, origem.. E les tanto dizem source de uma famíli a quanto source ele um rio.
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CATOLICISMO
O que vem a ser a sou.rce de uma família? O que é um ho me m-estirpe? Aquele que funda um a estirpe é um home m com personalidade bas tante vigorosa para c ri ar uma fa míli a, a qual mantém a hereditari edade ele seus prin cipais traços morais e físicos; é um home m que dá aos seus um a fo rmação suficientemente forte para que o impul so inicia l, que e le com unica a um a determinada o rdem ele coisas, continue depois dele; é um homem que funda uma esco la de modo de sentir, ele agi r, de ser, de vencer dificuldades; que funda quase todo um peq ueno sistema ele vida. Eu afirmo que é preciso ter muito mai s personalidade para fund ar um a estirpe do que para governar um Estado. lsto, qualquer político o faz ...
Jlal'monia cnl/'c alma e
COIJJO
Se conceituarmos bem a família, saberemos o que é que nasce u q uando dizemos que surg iram as estirpes. M as para isso será preciso entra r a fundo na análi se dessa realidade que se chama homem. O homem é dotado de alma e corpo. E a rea lidades espirituais e invisíveis podem ser man ifestadas aos o lhos cios homens por meio de realidades materiais visívei s. Há uma forma ele nexo misterioso entre a alm a e o corpo, ele tal maneira que aq ue la tem uma es pécie de sím bo lo neste. O corpo hum ano, por sua cor, traços fisionômicos, timbre ele voz, dinamismo, modo de se mover, é um reflexo da alma. E le deixa transparecer as s uas qualidades, e é esse todo harmônico de a lma e corpo que constitui a pessoa humana. Assim caracterizado, o ho mem é susceptível de um maior ou menor desenvo lvimento físico ou moral. No terreno fís ico, o fenôm e no é por demai s conhec ido. Se um recé m-nasc ido é co locado
num ambi ente e m que suas energ ias físicas são estimul adas, a c riança pode vir a to mar uma grande corpulência, ao menos a que lhe permita a sua natureza; mas, se co locada e m c ircunstâ nc ias desfavoráveis, e la definhará.
A l'ormação <la cstil'pc O mes mo podemos di zer da a lma. Ne la existe uma séri e de potenc ialidades que se desenvolverão, se as condi ções fo rem propícias. Caso contrário, dificilmente estas qu a lidades se afi rmarão e triunfarão. Podemos, pois, considerar um desabrochar mai s ou me nos completo da alma humana, ele acordo com as condições e m que estiver. Assim como o corpo e m determinadas c ircun stânc ias rea1iza-se plenamente, ass im também a a lma. E é a ple na rea li zação da alma e do corpo, conjuntame nte, que constitu i a plena rea li zação da pessoa humana, que é alm a e corpo . Tomando isto e m consideração, melhor co mpreenderemos o que sej a uma estirpe. A famí li a é a instituição de ordem natural, fund ada num sacramento, incumbida da perpetuação da espécie hum ana e da ed ucação da prole. É uma in stitui ção que tem, portanto, como obrigação o desenvo lver e educar ao máx imo a persona lidade humana. E la c umprirá perfeitamente sua mi ssão se fi zer com que todas as qualidades do corpo e da alma, daqueles que de la nasceram, se ex pandam e se afirmem compl etamente. Ora, para isso e la é dotada de qualidades que são extraordi nárias.
até hoje os bi o log istas não consegu iram defini r satisfatori amente as regras que presidem a heredi ta riedade; mas e la é um fato, e muito im portante, constatado sob mil aspectos dive rsos. Cada homem traz dentro ele si vári as hereditariedades. Somos a resul tante biológica de um sem número de correntes de vida que vieram ter em nós o seu ponto de encontro. Assim como numa lagoa ex istem águas de di versos rios que ne la desembocam, assim exi tem em nós essas hereditariedades. Somos rec ipie ntes em que várias correntes do passado se funde m. A hered itari edade l'ísica, em primeiro lu gar, que se atesta pela semelh ança dos traços, pela transmissão da saúde e dos defeitos; da be leza e da fe iú ra; da graça o u do emburramento; da e legânc ia ou do desengonçamento; tudo são hered itarieclades. Tudo isto, embora muito relacionado com a hered itariedade física, o está ainda ma is com a me nta l.
'fransmissão ele caractcl'Cs De us c ri a a a lmas para os corpos, e cada uma é cria la com uma adequação para determinad c rp . Assim , havendo uma he redita ri edade física , Deus a respe ita, criand o alm as semelhantes aos corpos que irão nascer. E, se bem que a a lma não seja transm itida dos pais para os filhos , mas inf'unclicl a por Deus, há um a continuidade na Sua obra. Ass im , pode-se ate tar numa mesma família uma série ele di sposi ções ele a lma, puramente e pirituais, mas també m ligadas a este fe nô meno ela hereditari clade. Temos e ntão uma rea li dade que na fa míli a atravessa gerações: a transmissão de um conjunto de pr cli cados fí icos e mora is. Essa transmi são é o primeiro núc leo daquilo q ue se c hama tradição. Tradere sig nifi ca entregar; é o que se transmite, o que se entrega. O prime iro dado ela trad ição é a transmi ssão ele caracteres físicos e morai s".
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l·l crança cspil'itual e l'ísica
Co ntinuaremos a desenvolver o te ma no próximo artigo para esta seção. •
Pio XII, num di scurso à nobreza romana, fala das fo rças misteriosas da hered itari edade [Ver trecho no quadro ao lado]. São, de fato, mi steriosas, po is que
Nota: * Oeuvres co111p!eres de Sa i111
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O ensinamento de Pio XII sobre a transmissão dos caracteres hereditários "Desta grande e mi steriosa co isa que é a hereditariedade - quer dizer, o passar através de uma estirpe, perpetuando-se de geração e m geração, um rico acervo de bens materiai s e espirituai s, a continuidade ele um mesmo tipo físico e mo ral , conservando-se de pai para filho , a tradição que une através dos séculos os membros de uma mesma famíl ia - desta hereditariedade, di zemo , pode-se sem dúvida distorcer a verdadeira natureza com teorias materiali stas. Mas pode-se também , e eleve-se, considerar esta realidade ele tão grande importância na plenitude da sua verdade humana e sobrenatural. Por certo, não se negará à transmissão dos caracteres hereditários um substrato materia l; considerar tal fato surpreendente, seria esquecer a uni ão íntima da nossa alma com o nosso corpo, e e m quão larga medida as nos sa próprias atividades mais espirituais dependem do nosso temperamento físico. Por isso a moral cristã não deixa de lembrar aos pais a grandes responsabilidades que lhes cabem a esse respeito. Il ustração da Árvore Genea lógica Porém, o que ma is va le é a hede Nosso Senhor Jesus Cristo rança espiritual , transmitida não tanto por esses mi steriosos liames da geração material , quanto pela ação permanente daquele a mbie nte privilegiado que constitui a família; com a lenta e profunda formação das almas, na atmosfera de um lar rico de altas tradições intelectuais, morai s e sobretudo cristãs; com a mútua influência ex istente entre os que moram numa mesma casa, influência esta cujos bené ficos efeitos se prolongam para muito além dos anos da infância e da juventude, até a lcançar o termo de uma longa vida naquelas a lmas eleitas que sabem fundir e m si mesmas os tesouros de uma preciosa hereditariedade com o contributo das suas própri as qualidades e experiências. Tal é o patrimônio, mais do que todos prec ioso, que, iluminado por firme Fé, vivificado por forte e fiel prática da vida cristã e m todas as suas exigências, e levará, aprimorará, e nriquecerá as almas dos vossos filho ". A locução ao Patri ciado e à Nobreza Romana , Tipografi a Poliglotta Vatica na. 194 1, p. 364. Apud Plínio Corrêa de Oli veira, Nobreza e e /ire.,· tradicio11a.is análogas nas alocuções de Pio X II ao Parric iado e à Nob reza romana, Livraria Civil ização-Editora, 1993, p. 72.
Fran çois de Sales, Béth une Éditeur, Pari s, 1836, vo l. 11 , p. 404.
JULHO2003 -
INFORMATIVO RURAL
. 'Reforma Agrária toma contornos assustadores
São Gregório VII, Papa paradigmático da História da Igreja E mbora esse extraordinário Pontífice tenha sido canonizado, devendo pois, em princípio, figurar na seção Vida de Santos, sua exponencial atuação de tal maneira marcou a História, que é adequado reverenciá-lo na seção Grandes Personagens
P rojetos de lei que, se aprovados, empurrarão o Brasil para a sovietização do campo; a cúpula do MST projeta uma campanha contra o atual modelo de produção agropecuária, a âncora verde de nossa economia Lº) Tramita e m fase adiantada no Senado um projeto de le i de alca nce desastroso, que piora ainda mais as atuais normas de desapropriação. Até aqui , normal mente o INCRA oferece pela desapropriação um valor muito inferior ao rea l e entra imediatamente na posse da terra . O legítimo proprietário pode apenas contestar esse valor em Juízo. O processo às vezes demora anos. Ao final, o proprietário pode não receber nem mesmo os juros referentes a esses anos, e terá sido então objeto de um confisco brutal. É o que propõe o projeto em curso: o nãopagamento de juros compensatórios aos proprietários de áreas desapropriadas. O mesmo projeto exclu i ela indenização as áreas de florestas naturais que o proprietário é obrigado a manter por le i! 2°) Fa la-se em ap li car draconian amente a lei do governo anterior que prevê - na faixa ele até 150 quilômetros da fronteira - a anu lação dos títulos ele propriedade que tenham sido concedidos em épocas passadas sem ate ndimento de todos os aspectos legais. Essa faixa abriga cerca de 30 mil propriedades rurais. Ou seja, perderão as propriedades todos os que receberam esses títulos , ou os adq ui riram posteriormente, ele boa fé. Tratase outra vez de confisco. 3°) Outro ponto crucial é o esforço em curso para aprovar a limitação do tamanho elas propriedades rurais . A depu tada pe lo PT, Luci Cho inaki, apresento u proposta ele emenda constituc iona l limi tando o tamanho das propriedades rurais no Brasil para 35 módulos rurais (no sul ,
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CATOLICISMO
cada módulo equ iva le a 20 hectares). Mais um atentado ao princípio da propriedade privada, co m co nseqüê nc ias desastrosas para a agropec uári a. 4°) Querem ademais rever os índices de produtividade, ele modo a considerar "improd utivas" propriedades que atualmente são "produtivas", e assim desapropriá-las e incorporá-las ao ime nso latifúndio estatal. 5°) O presidente Lula declarou: "Vou lançar um grande programa de cooperativa de crédito para que os agricultores possam se organizar". 2 Ora, a organização dos assentados em cooperativas tem sido feita freqüentemente pelo MST, o qual as utiliza como meio de sociali zar a área agro-reformada. Estaremos diante ela perspectiva, no Brasil, ele novos kolkozes de tipo soviético? 6º) Uma das metas cio INCRA é não entregar o título de propriedade ela terra ao assentado. O governo seria o clono elas terras, os assentados não teriam nem a propriedade nem mesmo a posse, apenas o direito de uso.3 É a estatização absoluta da terra, como nos regimes comunistas. · 7º) A ma is nova fonte ele benefícios para o MST, o Programa Fome Zero, tem abastecido os sem-terra com grande quantidade de cestas básicas. Não se trata de um benefício apenas para diminuir a pobreza, mas para manter o MST atuante e invadindo terras. Segundo o superintendente do INCRA no Estado do Piauí, Padre Ladis lau João da Silva, a distribuição de cestas "é uma ajuda para
MIGUEL B ECCAR V ARELA
que os trabalhadores e trabalhadoras resistam na luta pela terra ".4 8º) Para o sociólogo Zander Navarro, professor do programa de pós-graduação em desenvolvimento rural ela Universidade Federal cio Rio Grande do Sul, "é possível afirmar, sem margem de erro, que [o MST] é atualmente uma organização que sobrevive, principalmente, de recursos públicos, sendo assim paraestatal ". 5
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1. Cfr. "O Estado ele S. Pau lo", 11 -5-03.
2. 3. 4. 5. 6.
direita da nave central da Catedral de Salerno (sécul o X I) enconlra-se a Capela dos Cruzados. Lá não mai s comparecem os cru zados para faze r sua vigília de armas. Sob o altar ele pedra tosca está o túmulo de São Gregório Vll. Atualmente, quem visita o loca l percebe ali um ambiente de solidão, uma penumbra eh ia de recolhimento, impregnada de oração. E a recordação do gra nde Papa, marco na Hislória ela Igreja e da Cristandade, inspirador de Cruzadas, susci ta admiração e enl evo nos visitantes daquele abençoado lu gar.
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Enq uanto a Reforma Agrária va i tomando essa forma assustadora , o MST - fiel a seus princípios socialistas, que almejam a igualdade na miséria - manifestou-se contra a produção ele alimentos em grande escala. A cúpula do movimento já está estudando o lançamento ele uma campanha para combater o atual modelo, em que sobressaem o sistema de agro-negócio e o exportador, cujo impacto na balança comercia l brasileira tem sido altamente positivo 6. E isso a tal ponto, que a agropecuária nacional tem sido qualificada ele âncora verde da econom ia do País. Aos incautos, convém lembrar: aq uilo que hoje é reivindicação do MST costuma ser meta do governo ama nhã. •
Notas:
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1.dem, 12-5-03 . "Correio Braz iIiense", 27-4-03. "Meio Norte", Teresina, 30-4-03. "O Estado de S. Pau lo", 5-5-03. Idem, 11 -5-03.
Da calma (/O IIWSlCÍl'O às lu/;as cm Roma Hildebrando - l'uluro Papa São Gregório VII - era monge na célebre abadia de Cluny, na França, na época em que ão Hugo dirigia como abade esse extraord inário mosteiro , onde o espírito feudal encontrou seu plen o equilíbrio católi co. Em 1049, ali foi procurá-lo Mons. Bruno n, Bispo de Toul , que havia sido nomeado Papa por seu parente, o Imperador Henrique 11 l. Ta l método de designação de um Papa, ainda válido então, hav ia se tornado abusivo. Brunon , co mo Sumo Pontífice, adoto u o nome de Leão IX. Levou o monge Hildebrando consigo para Roma e no meou-o arquidiácono, primeira dignidade do Sacro olégio de Cardeais e adm ini strador da Santa Jgreja. Ini ciava-:e assim um longo combate, de muitos anos ele duração, daquele que talvez tenha sido o maior dos Papas da História. Filho ele um pequeno proprietário de terras, Hildebrando nasceu na diocese de Soana, na Toscana, entre os anos de 1020 e 1025. Em 1045 enlrou em cena ao ser nomeado capelão cio Papa Gregório VI. O estado ele decadência em que se encontrava a Igreja o fazia sofrer, ao mesmo tempo que aumentava sua disposição e seu ânimo para uma autêntica luta.
A esse propósito, assim escreveu o Abade São Hugo, de Cluny: "Gostaria de vos tornar compreensivas as tribulações que me acometern e os cuidados incessantes que rne qfligem. cada vez m.ais.
O Imperador alemão Henrique IV aos pés de São Gregório VII
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Pedi rr'i:uitas vezes ao Divino Salvador que me ti rasset-deste mundo. Ou enlão, que rne desse as graças para servir como devo à Santa Igreja. Vendo a Igrej a do Oriente separada da Fé católica pelo espírito das Jrevas, sinto um.a dor que não posso exprimir e uma profunda tristeza que invade minha alma. Procuro observar o Ocidente, o sul e o norte. Dif[cil • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • encontrar alguns sacerdotes que chegaram ao episcopado pelas vias canônicas, levando vida conveniente e governando seu rebanho no espírito de caridade[. .. ]. Entre os príncipes seculares, não conheço quem prefira a glória de Deus à sua própria glória, a j ustiça ao interesse. Rornanos, lombardos e normandos, en tre os quais vivo, são piores do que os judeus e pa gãos[. ..]. Se não tivesse esperanças em melh ores tempos e em ser útil à lgre• ja, não me conservaria mais tempo em Roma, onde estou, Deus o sabe, como preso há vinte anos, entre uma dor que se renova quotidianamente e uma esperança mui/o longínqua! Acornetido por mil tempestades, minha viela é uma agonia continuada." 1
Antes de São Gregório VII enfrentar o Imperador ale:rpão, era ne· cessário reformar a : Hierarquia eclesiástica, infestada pela simonia e pelo nicolaísmo
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Contra h1vesticlurn em cal'gos eclesiásticos
Um dos maiores perigos que naq uele tempo a Igreja teve que enfrentar fo i a chamada lula das investiduras. Na in stituição feuda l, a investidura consistia numa cerimôni a dura nte a qual o senhor conced ia simbolicamente o feudo ao vassa lo. Neste ato, entregava- lhe um objeto sim ból ico: um pu nhado ele terra cio feudo e um ramo. No caso ele serem terras ecles iásticas, entregava o báculo ou o anel. Em conseq üência, o vassa lo ficava vestido do feudo que recebia, adquirindo sobre ele um direito que compartilhava com o senhor. Após a investid ura, rea lizava-se o juramento de fidelidade e a homenagem cio vassalo ao senhor. 2 O probl ema se colocava nas grandes propri edades de terras que a Igreja possuía. Com efeito, durante sécu los Ela havia recebido numerosas doações de terras. E os bispos e abade. de toda a Europa adm inistravam tais propri edades co mo grandes senhores feudais. Su rgia, assim, o prob lema po lítico ela relação temporal entre o rei e o bispo ou o abade, como propri etário de terras. Era natural que o rei exig isse uma certa sujeição temporal do bispo, enquanto senhor ele grandes domínios dentro do reino. Mas, pouco a pouco, para assegurar essa ficleli clade, os imperadores passaram a nomear leigos ele sua confia nça para os grandes fe udos ec les iásticos. O imperador então os investia elo anel e cio báculo. Não apenas lhes outorgava a terra como fe udo, mas CATOLICISMO
também decidi a quem seria sagrado bispo. Em vista disso, gera lmen te os candidatos às abad ias e aos bispados não eram ec lesiásticos, mas simpl es leigos, que pagavam ao imperador enormes somas pela investidura. A autoridade jurídica ela Igreja sobre os cléri gos ass im nomeados se perdi a, porque eles fi cavam sujeitos à autoridade civil. A investidura laica tornou-se, pouco a pouco, um fato consumado que era necessário erradicar, sob pena ele a Igreja perder sua independência. E ai nda, para piorar as co isas, os bispos ass im nomeados pelo imperador pretend iam que seu cargo se transmiti sse por herança à sua fa mília. Para isso, procuravam ter clescenclência. E, em conseqüência, não respeitavam o celibato, que havia séculos já estabelecera na Igreja do Oc idente. Fo i a partir cios imperadores saxões e sá li cos (Otos e Henriques, com exceção ele Sa nto Henri que ll) que o prob lema se tornou mai s agudo. Roma passou a ser cons iderada apenas como uma diocese a mai. s.-3 VigOl'OSO e autê11tico l'el'ormador ela Igreja
Desde sua chegada a Roma com o Papa São Leão IX, Hi ldebrando empen hou-se na lu ta com o máximo ardor, mas ao mesmo tempo com prudência cheia ele sabedoria. Antes de enfrentar o imperador, era necessário reformar a hierarqui a ec les iástica, infestada pela simoni a (venda dos bens ec les iásticos) e pelo nicolaísmo (heres ia que, ademais, sustentava que os sacerdotes poderi am se casar) . Muitos bispos sujeitaram-se às ordens procedentes dos chamados Papas gregori anos. Outros, porém, especialmente muitos alemães e ela Lombardi a (norte ela Itália), resistiram violenta mente, apoiando-se no imperador alemão, ele quem recebiam as dioceses como feudo. Na Lombardia, convém ressaltar, o Papado encontrou heróicos colaboradores. Em Mi lão, princ ipal cidade ela Lombardi a, os cató li cos fervorosos orga ni zara m uma assoc iação combativa co nhec ida co mo Pataria. Do is de seus líderes fo ram santos, Santo Ari alclo e Santo Es lembalclo, enqu anto seu fundador, o Papa Alexandre I1, fo i o antecessor imediato cio monge Hildebrando no trono pontifíc io. São Pedro Damião fo i um dos maiores sustentáculos da Pataria. Novo Papa impõe anluamcnte sua autol'Íclacle
Os momentos auges cio enfrentamento do Papado contra os abusos pagani zantes cio Império coincidem com a ascensão de Hi ldebrando ao trono pontifício, em I073. O novo Pontífice não tardou em dar um primeiro passo dec isivo. No Concíli o de Roma (Quaresma ele I074) , o Papa decretou que todo
simoníaco e todo nico laíta seria excomungado se não renunci asse ao cargo il egitimamente adquiri do, ou à mulher com quem vivesse contrari amente à lei canônica. O clero alemão protestou e resistiu , enquanto Henrique JV por algum tempo simul ou submeter-se. Em outro Co nc ílio, no ano ele 1075, o Papa excomungou vários bispos alemães. É duran te este primeiro enfrentamento que a doutrin a de São Gregório vrr se define. O Papa escreve seu famoso Dictalus Papae, no qual estão resumidos os princípi os el a autori dade papal:
a esperar três dias e três noites sob a neve, para ser recebido e lhe pedir perdão. Perdão que o Papa concede, contra sua vontade, press ionado por seus mais íntimos co laboradores. Pois bem, apenas voltou ao poder, Henrique IV recomeçou a trair o Sumo Pontífice e a combatê- lo. O Papa excomunga e depõe Henrique lV pela segund a vez em I080. Mas, então, o imperador consegue manter-se no poder e se coloca contra Roma, nomeando um antipapa. São Gregóri o VIJ refugiase no Castelo de Santo Ângelo, em Roma.
1 - a Igreja é ele ori gem cl ivi na; 2 - o Papa tem lodos os di reitos sobre os bispos; 3 - o Papa é o juiz de todos, não é julgado por nin guém. Ata e desa /a, pode des li gar os vassalos cio juramento ele fid elidade fe ito a seus suseranos; 4 - fi ca afi rmada, pela primeira vez, a monarquia papal, a subor li nação cio poder civil ao pontifício em temas ele doutrina e moral.
''A mei a justiça e ocliei a h1iqüiclade"
E11li'e11tamc11to com o lm{Jel'aclo,· llc11l'i</llC IV
A crise produziu-se dura nte o reinado cio tirânico Henrique IV. Este, já aos 25 anos, era um déspota cheio ele vícios e od iado por seus vassalos. Além di sso, hav ia-se entregado a todos os excesso no tráfi co las dignidades ecles iásticas. Ao sub ir ao tron o pontifício, em I073, São Gregório Vli já o hav ia advertido ele que teria ele reprimir seus excessos. Numa carta que hav ia escrito a Godofreclo, um dos gra ndes senhores alemães, lemos: "Não cedo a niniuém em zelo pela glória presente e .fútura do imperado,: E na primeira ocasião que ti ve,; hei de fa zer-lhe admoestações carilaJi vas e paternas. Se me atender, terei 1an10 júl ilo pela sua salvação como pela ,ninha própria. Se pagar corn ódio o interesse que lenho por ele, Deus me livre da ameaça que Ele fa z dizendo: 'Maldito seja o homem que se recusa a banhar a espada em sangue!'".
Henrique IV toma in teiramente partido cios bispos excomungados. Organi za um atentado contra São Gregório Vli , nomeia um antipapa e, no concili ábul o ele Worms, pretende destituir o Papa. Em l076, o Sa nto Pontífice dá o golpe decisivo: depõe e excom unga Henrique ]V com um anátema. Era ta l o prestígio do Papa, que toda a Alemanha e o ] mpério voltaram-se contra o Imperador excom un gado. Este vê-se fo rçado a pedi r perdão. Segue-:e então a famosa cena do caste lo ele Canossa, onde São Gregório VU, refu giado nos domíni os ela Condes. a Matilde, obriga o péss imo Imperador
Campanários (séc . XI e XII) da famosa Abadia de Cluny, onde São Gregório VII
foi monge
Os normandos acodem a Roma para socorrer o Papa. Mas é um auxíli o interesse iro, pois eles querem apoderar-se cio Sumo Pontífice para antepô-lo ao Im perador. E co mporta m-se em Roma co mo invaso res bárbaros. São Gregório Vll reti ra-se co m eles para Sa lermo, a fim ele ev itar pi ores mal es para a ca pi ta l ela Cr ista nd ade. Naq uela cid ade é mantido mai s ou menos pri sioneiro pelos norm andos. Afligido por aq uela aparente derrota, após uma luta ele toda sua vicia, o Papa morre em 25 ele maio de I086, exc lamando: "Amei a justiça e odiei a iniqüidade, por isso morro no exílio". Estas palavras sublimes recordam-nos aquelas outras, divinas: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?". Talvez
se possa m aprox imar ambas as expressões, porq ue é na aparente derrota de uma causa que se produzem as maiores vitórias. Com efeito, menos ele 30 anos depois, na Concordata ele Worms, em J 122, os senhores feudais leigos e reli giosos, impõem ao Imperador Henrique V, filho ele Henrique TV, o abandono das investiduras do anel e cio báculo, e também aceitar a liberdade elas eleições canôni cas. Em I095 , o Beato Urbano U, Papa gregori ano ardoroso defensor elas reformas propugnadas por seu grande antecessor, convoca a Primeira Cruzada. Por fim, devemos recordar que lnocêncio Ili , no sécul o Xlll, que exp li cita a teoria elas duas espadas (a espiritual e a temporal), continuador da obra de São Gregóri o Vll, é considerado o Papa que levou o poder e a glória ela Jgreja ao seu áp ice. •
Notas:
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J. Cesa r Ca nt LJ , Hi s16ria Uni versal, Ed itora ela s Améri cas, 1955, São Paul o, tom o X II , p. 40 1. 2. Gan shor, Que é o feudalis1110, Publi cações Europa-Améri ca , L isboa, 1959, p. 161 . 3. C rr. Geo lTrey Barraclough, S11 ,die.1· i11 Medioeva/ fl isro,y.
JULHO 2003 -
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ração religiosa ela Itá li a a ntes do Concílio de Trento.
Primeiro Sábado do Mês
(i Santa Ma ria Goretti, Virgem e Mártir
1 PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE CRISTO Festa in stituída pe lo Bemave nturado Pio IX, e m ação de graças pe la Ii be rtação da C idade Ete rna, a pós a revolução a nticle ri cal que o o bri gara a ex il a r-se e m Gaeta.
2 São Bemardino Realino, . Conl'essor +Lecce(Itália), 16 19. Formado nos direitos c ivil e canô ni co, advogado fiscal ele Alessancl ri a, no Piemonte, tudo aba ndo no u para servir a Deus na Companhi a de Jesus.
+ Fen-iere cli Conca (Itália), J902. Esta me nina ele 12 anos inco mpl etos preferiu morrer c rue lmente do que perder sua pureza virginal. Exemplo para todas as meninas e adolescentes.
7 São Guill1ebaldo, Confessor + Alemanha, 790 . Filho de São Ricardo, Re i dos Saxões oc ide nta is. Sendo monge e m M o ntecass in o, foi esco lhido por São Bonifácio como auxiliar na eva nge lização ela Alemanha, o nde mo rre u.
8 Santo Eugênio, Confessor + Cartago, 505. Dirigiu s ua diocese co m destemor durante o domínio dos hereges vândalos, sendo por e les condenado à morte .
3 São Tomé, Apóstolo, Má rt ir + índi a, Séc. I. Segundo a tradição, pregou o Evange lh o na Armênia, na M édi a, na Pérsia e na lndi a, o nde foi martirizado. Por seu apostolado e sua morte, confessou a Ress urreição ele Nosso Senhor Jes us C ri sto, ela qual, por mo me ntos, duvidara.
4 SanLa Isabel de Portugal, Viúva + Estremoz, 1336. Rainha de Portugal , espa nh o la ele o ri gem , distinguiu -se pela ilimi tada caridade para co m os necess itados. (Vide Catolicism.o, julho/ J986)
Primeira Sexta-Feira do Mês
5 Santo Antônio Maria Zacca,·ia, Confessor + Mil ão, 1539. Fundador da Co ng regação dos C lé ri go s Regu lares de São Paulo, Barnabitas. Dedicou-se à restau-
CATOU
9 Santa Paulina do Comção de ,Jesus Agonizante, Virgem (Vide Catoli cismo, m a io/
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São ,João Gualherto, Confessor
Beato Ináeio ele J\zcveclo e Companheiros, Már'L ires + 1570. Estes 40 Már1ires do Brasil, quando estavam a ca-
Santa Maria Madalena, Peni tente + séc. l. "Porque muito amou, mu ito lhe foi perdoado".
Sfío Pantalcão, Mártir
minho de no . sa Pátria, q ue vinham e va nge li za r, foram vítimas ele piratas h ré ticos protestantes. E m um ê xtase , Santa Teresa os viu entrando no Céu.
Acompanhou o Divino M estre até a Cruz e foi a prime ira , depois de Nossa Senhora, a ter no tíc ia ele s ua Ress urre ição. Antiga tradição diz que morre u no sul ela França.
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+ Itá lia, 1073. Nobre, seguiu a carre ira militar. Numa Sexta-Feira Santa, pe rdoou o assassino ele seu irmão em honra do misté ri o cio dia, recebendo de Deus, e m recompe nsa, a vocação re li g iosa. Fundou e m Va lumbrosa um ramo dos be neditinos.
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São Freelerico, Bispo e Már'Lir
Sm1ta Brígida da Suécia, Viúvél
Santo 1-IClll'i()Ue li e Santa Cu11cg11ndes
+ Holanda, 838. Defe nde u os direitos ela Ig reja, vange lizou bárbaros e incre i o u a imperatriz, segunda mulh r ele Luís, o Bonachão, por se us adultérios e maquinações políticas. E ta mandou assass inar o Sa nto.
+ Ro ma, J 373. Da família real da Suécia, caso u-se co m o príncipe ela N e rfcia. Este , após o nascimento ele o ito filhos, e ntrou para a Ordem c isterciense e a esposa retirouse com a filh a, Santa Catarina, para Roma, o nde fa leceu.
+ Alemanha, 1024 e 1033. Santo He nrique era Duque da Baviera, quando recebe u do Papa a coroa cio Sacro Impéri o por seu ze lo pela propagação ela fé e por sua vida profundamente re li giosa. Influiu na conve rsão ele Santo Estêvão ela Hun gri a, apoiou a c ri ação ele várias dioceses para acelerar a propaga nda mi ss ionária e promoveu a paz e ntre os príncipes cristãos do Império. Guardou a virgindade com sua esposa, Santa C uneg uncles, a qual, a pós a morte cio ma rido, ing ressou num mosteiro por e la fundad o.
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2002)
10 Santa Felicidade e seus sete filllOS, Márti res + Roma, Séc. m. Santas Rufina e Segunda, Virge ns e Mártires. Rufina e Segunda fo ra m duas irmãs que, e nfre ntaram o ma rtíri o para defender s ua pureza.
11 São Bento Abade, Confessor· + M o ntecassino (Itália), 547. Patriarca dos monges do Ocidente, Patrono ela E uropa. Seus monges reconstruíram, por me io cio C ristiani smo, aq ue le contine nte arrasado pelos bárbaros. São Gregório afi rm a dele que "estava cheio do es-
pírilo de todos os justos" , e Bossuet o chama "síntese perf eita do Cristianismo ".
São Camilo ele Lelis, Confessor (Vide p. 36)
15 São Boaventum, Bispo, Confessor e Doutor ela Igreja + Lyon (França), 1274. Discípul o ele São Francisco ele Assis , di stinguiu -se por sua sabedo ri a e piedade. (Vicie Catolicismo, julho/1995)
t(j NOSSA SENHOR/\ DO CARMO Festa prescrita a toda a Ig reja e m 1726 por Bento XlJ, tem por fim ag radece r a N ossa Senhora as extrao rdin árias graças que concedeu à Ordem cio Carm o e a todos os que, usando o escapul ári o, se co nfessa m seus di g nos servos.
19 Santa Ául'ca, Vlr-gcm, e Már'L ir + Córdoba , 856 . Re li g iosa havia ma is d 30 anos, ass ustou-se no Lribuna l muç ulmano com os inslrume nlos el e tortura, re negando ;i fé. M as no di a seguinte reaprcse nLo use ao tribunal , afirmand o ser ma is c ristã cio qu e nun a. Foi decapitada e lan ç ad a no ri o Guadalquivir.
20 Sant.o l•:lias, l'l'ol'ct.a Séc. IX a. . 1 os niai s exlraorcli ná ri os I crsona g ' ns ci o Antigo T: s lam ·11 10 , "consumia-se de zel o 1u1l0 Se11ho1; Deus dos Exércitos". C , cons ide rado fund ador da Orde m cio Carmo. ( Vide 'otolici.1·1110, julho/1994)
21 São Pio X, Papa e Conl'csso r· ( Vicie Catolicism.o , agosro/ 1993)
ffi São L0Ul'enço ele Brínclisi Confessor ü Douto l' da Igreja + Lisboa, 16 19 . Religioso capuchinho ita li a no, pregou du ra nte 20 a nos na Itáli a e Alemanh a, s ·nd o um dos ma is valorosos ad ve rsários cio protestantismo '111 seu te mpo.
24 Santa Cristina, a Admirável + Bélg ica, 1224. Aos 20 anos, fa leceu. Ressuscito u durante a mi ssa ele co rpo prese nte, conta ndo ter estado no i nfe r110, no purgatório e no paraíso, onde, e m proporção dec resce nte, viu inúmeros conhecidos. Foi-lhe permitido voltar à Terra para rezar e sofrer pelos pecadores. Deus te m ressusc itado a lgumas pessoas ao lo ngo ela História, como prova ele seu poder.
25 São 'l'iélgo Maior, Apóstolo, Mál'tir + Séc. I. Irmão de São João, foi um cios três Apóstolos presentes na Transfiguração e na Agon ia cio Horto. Pregou na Jud é ia, Sama ri a e Espa nha. Seu sepulcro, em Compostela, fo i um cios ma is famosos ela lcl acle Média. Patrono e Pro t to r da Espanha.
2(i Sn11tos Joaqu im e /\na, l'ais cln SanLíssima Vil'gem + éc. 1. Descendentes ele re is e ponl íri ces, sua maior g lória vem ele le re m sido pa is ela Virgem Mari aeavós cloVerbode Deus Human ado .
+ Nicomédia , Séc. III. M éd ico, conve rteu-se à fé ele C risto. Os numerosos mil agres que o perava invocando o santíss imo no me do Salvador excitaram a inveja ele colegas pagãos, que o denunciaram como c ri stão. Foi martirizado sob Maximiano. Uma ampola com seu sang ue é conservada e m Ravello, Itá lia, liqüefazendo-se milag rosame nte em sua festa e na iminê nc ia ele catástrofes.
28 Santos Nazá,·io, Celso e Vítor 1, Má r'Lires + Séc. l e U. Os dois prime iros foram marti ri zaclos em Mil ão nas pe rseg ui ções ele Nero, e suas relíquias ree nco ntradas no séc ul o IV. São Vítor I, Papa de o rige m africana, foi martiri zado e m J 97.
29 Santa Marta, Virgem + Séc. L Irm ã ele Lázaro e M aria Mada le na, foi hon rada várias vezes co m a visita ele Nosso Senhor. Represe nta a vicia ativa e Ma ri a a conte mplativa. É co ns id e rada paclroei ra das clonas-de-casa.
Intenções para a Santa Missa em julho • Que, por meio do Escapulário, N ossa Se nhora do Carmo con ceda gra ças e proteção especia l a todos os leitores de Cato licismo e participantes da Aliança de Fátim a, bem como às suas respecti vas famílias, livrandoos da vio lênc ia e da crimin a lidade, que estão dissem inadas por nosso País. • Que São Joaquim e Santana, pais de Nossa Senhora, intercedam junto a Deus pela santifica ção da famí li a bras il eira e prote jam nossas crian ças, tão expostas à agressão da TV imora l.
30 Sno Püclro c,•isólogo, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja + Ravena, 450. Por sua e loqüência, fo i c hamado Crisólogo, isto é, palavra de ouro. Grande moralista, combateu as superstições vi nelas cio pagani smo. Suas 160 ho milias densas ele doutrina valeram-lhe o título de Doutor ela Igreja.
31 Santo Inácio de Loyola, Confessor ·+ Roma, 1556. "Tudo para a maior glória de Deus" foi o le ma deste santo que, segundo o Papa Gregório XV, "tinha a
alma ,naior que o mundo ". Para combater a pseudo-Reforma protestante e propulsionar a Contra- Reforma cató li ca, fundou a Companhia de Jesus.
Intenções para a Santa Missa em agosto • Que o Papa São Pio X e São João Mar ia Vianney - patrono dos párocos - , cuja s festa s se c omemoram neste mês, intercedam junto ao Im acu lado Cora ção de Maria pela fid elid ade do clero brasi leiro à autêntica dou trina cató li ca, para li vrar o Brasil e nossas famílias das heresias e do ateísmo.
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Encontros Regionais da TFP no Rio de Janeiro e em São Paulo
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A grandiosa vocação do Brasil e seu glorioso porvir, caso ele seja fiel ao chamado da Divina Providência
O Ü SCAR V IDAL
ea li zou-se o XXXYIJ I Encontro no dia 17 de maio último, no Salão N obre do Hotel Glória, no Ri o; e na capital paulista, evento análogo ocorreu no dia 3 1 de mai o, no Hotel Hilton, tendo sid o o XXXIX Enco ntro Reg ional. Ambos fo ram organi zados pela TFP (Soc iedade Brasileira de D efesa da Tradição, Família e Propri edade) e pela Ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não !.ardeis! para seus simpati zantes . O Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança (aba ixo, à esquerd a, concedendo autógrafos a pessoas do públi co) foi um dos mais destacados conferencistas nos referid os encontros. Sua palestra ver-
À esquerda e abaixo: flagrantes do encontro no Hotel Glória, no Rio
sou . obre a vocação do Brasil, segundo o pl ano de Deus, Lend o sido anali sadas a trajetória hi stóri ca e as perspectivas fu tura que se a1 resenLam a no so País. Também atraiu a atenção ci os partici pantes a conferência a respeito ela mi seri córdi a e daju sLi ça ele Deus, es pelhadas na mensagem de Fá tima. Essa foi pronun ciada pel o coord enador da Campanha, Sr. M arcos Lui z areia, N o Rio de Janeiro, om pareceram ao Encontro cerca d 900 participantes, e em São Paulo 400. No pri meiro, a abertura da sessão coube ,10 1 r. L ui z N azareno Teixeira de A ss urnpção Fi lho - pres idente em exercíc io do onsclho Nac ional da TFP - e no segun lo ao Dr. Plini o Yidi gal Xav ier da il vcira, clireLor ela entid ade. •
Acima e à diroita : cenas no Hotel Hilton, em São Paulo
CATO LICISMO JULHO2003 -
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'l,F P na XI Bienal 1
Polônia ingressa na UE contra a vontade de muitos
Internacional do Livro A maior feira de livros já realizada no País, teve lugar no Rio de Janeiro, de 15 a 26 de maio último, com a presença de personalidades do mundo cultural, nacionais e estrangeiras 11 foSON N EVES
TFP participou da XI Feira Internacional do Livro , divul ga ndo suas obras e objetos reli giosos no stand da Artpress Gráfica e Editora Lida. Também foi largamente difundida a revi sta Catolicismo. A presença de propaga ndi stas da TFP com capas e estandartes da entid ade, no Pavilhão Azul do Riocentm, c hamou vivamente a atenção do públi co. Muitas pessoas procuraram esses propagandi stas para cumprimentá- los e agrad ece rlhes a exposição de obras sadias, em contraste com publicações muitas vezes imorai s, bl asfemas e heréti cas ex ibidas na Feira. A boa apresentação do stand contribuiu igualmente para esc larec imento do público a respeito da entid ade e dos elevados valores defendidos por ela. N o primeiro di a da Bienal , uma repórter e doi s auxili ares da Rede Globo film aram o stand da TFP e um grupo de vi sitantes, sendo a matéri a veicul ada no te lej orn al matutin o, no prog ram a Bom Dia, Rio. Outros repórteres posterior. mente vi eram vi sitar o stand . A Feira encerrou -se num c lim a de Guinness Book em matéri a ele público e de venda de livros. Cerca de 1,6 milhão de obras foram vendid as. Um record e ocorreu no sábado, di a 24, quando 80.000 vi sitantes percorreram os stands. O públi co total que compareceu à Feira foi de 560.000 pessoas. •
À direita : aspectos do stand da TFP na Bienal
CATOLICISMO
Li O N/\RI
PRZ YBYSZ
Cracóvia "n ·ndo 111 vista o referend o que se r ' :.tlií'.o u nos di as 7 e 8 de junho últim o, ccr ·a d ' 300 manifestantes de C ra có vi a, ·ontrií ri os ao ingresso da Polôni a na Uni fí o ll uropéia, percorreram as ru as entrai s d ' ssa cidade (f oto à direita), anti ' ª ·:,pit ul I olonesa. El es representavam •rn11d ' 11 úmero de poloneses . A munil' ·s t,Ic_;, o, organi zada pela As-
sociação pelo '11/t11 ra ristc7 Padre Piotr Skarga - in spirada na TFP brasileira e outras or •an i'.l,u '< s, susc itou a simpati a e o a1 lawm dos ·i1-- unstantes, muitos dos qu ais s ' uniram ao ato. Enlr · os vári os .l'/ogans que bradavam , cl cs t,1·:imos: "011te111 Moscou, hoj e
Bruxela.1'.'" ; " /{11 ml'o si111, Unic7o Europ éia não.'" ; " J>o /fi nia se111pre inde pende111 ,f ". •
Homenagem a destemido presidente do Equador do século XIX ARI
s 1/\l li lJ BtJI N
IX CARVALHQ
111 1873 , .io ' 11 • ·rrur-s ' um a mi ssão reli g iosa no : 1u ador, o pregador lembrou qu e o Imperad o r 11 ' rá ·lit o não se ntira res peito hum ano d ' l 'vai· aos ombros a C ru z de N osso enh or J sus C ri sto. T ão logo o uviu es se fal o, abri el Gar ia M oreno ( 182 1- 1875), então prcsid 111 ' da Repúbli ca equ atori ana, deixou s ' LI lugar e, acompanhad o por se us mini stros, tomou a C ru z, qu e seria co n-
duz icl a pelas ru as de Quito, e a ca rrego u na proc is são que se ef etuou nessa ocasião. Em 1875 , Ga rcia Moreno foi assassin ado por ódi o i1 Fê. Já mortalmente feri do, o heróico chefe de Estado exclamou : " Dios 11 0 muere " (D eus não morre). Integrantes da TFP bra sil eira ( foto ao lado) , aco mpanh ados pelo Revmo. Pe. 1 av i Fra ncisquini , prestaram homenagem a Garc ia M oreno, ve nerando a Cru z carregad a por ele, a qual se encontra na Catedral quitenha. •
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Cardeal MERRY DEL
VAL
Exemplo de prelado virtuoso .e de nobre estirpe ■ PUNIO C ORRÊA DE OLIVEIRA
E
sta fotografia, do Card ea l M erry dei Vai, mostra um f-id algo proveni ente de du as grand es fa míli as . Pelo lado patern o, era filh o do M arqu ês M erry dei Vai ; e pelo lado matern o, da Condessa de Z ulueta. C ircul ava em suas veias sa ngue ing lês, es panho l e ho landês. An ali sa ndo sua fi gura, no tamo. no todo - na impostação da cabeça, do pescoço, no modo superi or de o lhar uma di gnidade, a qual parece pousar sobre seu peito, e que o espl endorifi ca por inteiro. H á nele, sobretudo, muito do homem virtuoso. Um olhar bastante fi xo, que vê longe, muito longe; e uma ex pressão de fo rça e de tri steza. Força e tri steza aveludadas, meio di ssemin adas sobre o rosto . Muita reso lução. Todo o perfil dele é reso luto, as sobrancelhas e o corte da boca são de um homem reso luto. O olh ar revela algo de doce, mas que mira para bem longe, e como que di z para os inimi gos da Igrej a o seguin te: " Vej o tua il1fânúa, ela me entristece. Mas eu te e1i i·ento
e /e combato!" Quando da eleição de São Pio X para Papa, ele faz ia parte do conclave, não com o card ea l, mas com o secretári o do conclave. Entrando na Capela Paulin a, encontrou o então Cardea l Sarto, Patri arca de Veneza, reza ndo aos pés do Santíss imo Sac ramento, co m lágrim as que se des prendi am de seus olhos. Aj oelhou-se então junto ao futuro Pontífi ce e tra nsmitiu - lhe um a co muni cação do Ca rd ea l D eca no . Após ouvir a resposta de seu ilustre interl oc utor, M ons. M erry dei Vai di sse- lhe: "Enúnência, tenha coragem.,
o Senhor o ª {udará".
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Na m anha segu111te, o Card ea l Sarto foi eleito Papa co m o-rande maiori a de votos. 0 "' . _ . _ \ L ogo depois, Sao Pi o X , embora quase nao conhecesse O j ove'.11 ec les iásti co, m as p e~·cebendo seu valor, convido u-o para um a alt1 ss 1ma fun -
ção, o mai s alto cargo depois do Papado: Secretári o de stado da Santa Sé. E ele serviu São Pi o X durante todo os u pontifi cado. Em suas memórias, o C ardeal M erry dei Vai narra co mo São Pi o X morreu. Di z ele que, no decurso do mês de agoslo de 19 14, o Santo Padre estava acom etid o de uma enfe rmi dade que não cau sava maior preoc upação. M as na noilc d 19 daquele mês, seu estado se agravou. N a manhã seguin te, o Ca rdea l M erry dei Vai acudiu à cabeceira de seu I iI 0. O Pontífi ce reconheceu-o, estreitou fortemente sua mão, di sse: "Eminência .. ., Eminência!" . Não conseguiu di zer mais nada. A s últimas palav ra s pro nunciadas pelo Ponl íli ce, quando lhe comuni caram , pouco depois, a urgência d ' lhe serem admini strados os últim os sacramento , f'ora111 : "Resigno-m.e totalmente! ". Al gum as ho ras se passa ram São Pi o X entregou sua bela alma a D eus. -
Nota: O Cardea l Rafael Merry dei Vai nasceu cm Londres,
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~Y>lEN ,..~ • l" ;J'•
Ingressou na_Academia Pontifícia de No_brcs_Ecl. ~i, Sli ·os, l ' III 1885, 101nando-se seu p1 cs1dcnIc, poI dcs1gn,1çi10 do 111 p11 \JI Leão X 111 , em 1900. Secre1ári o do.crn,clav · qu · ·I ·µ ·11 Silo u.l Pio X, 1·01por esle nomeado seu pnnc1pal ·olaborndor. 1·· ' l' bendo a púrpura cardinalícia aos 38 anos d, idn I •. Q111111do T m'.da razia pressagiar sua.morl c, fal eceu cm 19. o, C lll CO II Sl' C\'-J~ Iücnc1a de uma cirurgia s11nplcs.
a
~S •
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 21 de maio de 1983. Sem revisão do autor.
1, PuN10 C o RRÊA 01
UMÁRI
Oi 1v1IRA
Agosto de 2003
"Ide, povoai a TeITa inteira"
"N-.
N o Brasil, o problema não está no homem sem terra; está, isto sim, na terra sem homem
ao poc.ernos meus t . aceitar . que os sem-terra de rodas as reg iões do País sejarn deportado.,· para as !erras devolutas lá no.f,11·1do mundo, na Amazônia" ("0 Es tado de S. Paul o", 29-6-03). Por incrível qu e pareça, essa di sparatada afirm ação é do pres idente ela Co missão Pastoral el a Terra , D . Tomás B alclu íno. Ele ac re. ·centou que há necess id ade ele dar ao MST terras nas áreas mais produtivas e ri cas ci o País, co m boa estrutu ra vi ári a e próx im as aos mercados ele co nsumo. Só f altou di zer qu e a doação deveri a se r em áreas próx im as a shoppin gs
centers ...
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Já nos idos ele 196 1, em Belo Hori zonte, Plini o orrêa ele O li ve ira, após ter pro ferid o co nferência públi ca sobre a Refo rm a Ag rári a, a co nv ite la União
Eswdua l dos Estudante.,· de Min as Gera is, fac ultou aos presentes a poss ibili dade ele fazerem pergun tas. E uma delas faz lembrar a sin gul ar aíirmação cio presidente ela PT Eis a pergun ta: " Dr: Plínio, as /erras devolutas, que
se en.con1ra111 nas mãos do gove rno, of erecern condições devidas para o lrabalhador'! Ou sej a, hospitais, escolas, habitações ? Quem os dará?". E o orad or res pondeu:
- "Se prevalecesse esse rnodo de pensc11; o Brasil não existiria .. . Porque, caso os porluguese.1· de Pedrv Álvares Cabral pergun/assem se havia escolas ... !'ri sos 1,
não se cumpriria o que está escrito n.o Génesis: ' Ide, povoa i a Terra inteira' . "E quem fosse construir hospital poderia perguntar se hâ hospital para ele. Quer dizer; é urn círculo vicioso. Então, não se povoa mais nada! Porque, se eu só vou aonde houver hospitais, o trabalhador; que vai construir o hospital, também só iria se houvesse hospital... "Ago ra, perg unto o seguinte: então, enquanto não houver hospitais, escolas, habitações - poder-se-ia acrescentar: se não houver cinemas... 1 ri sos] - , enquanto não existir tudo isso, não se vai povoar rnais nada?! ". 1O co nferenc ista fo i i nterro mpicl o por ri sos e um a pro longada sa lva ele palmas, passa ndo a res ponder outras perguntas ! •
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EX(:1-:R'l'OS
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Nº 632
A Virgem de Banneux Das virtudes teologais (cont.)
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ENTREVISTA
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A tática do salame SENIIORA
C1101ti\?
A absurda Constituição da UE
Reforma Agrária e fracasso
36 Vidas de Santos
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CAPA
Reforma Agrária: a insistência no fracasso
36 VmAs m:
SANTOS
São Domingos de Gusmão
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CtwmNÁmo
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TFPs EM AçAo
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Amm~NT1,:s, Cos'J'UMES, C1vu,1z.Açõ1,;s
Eleição e coroação de São Pio X
FAMÍUA
Esti1pe familiar na raiz de uma nação
A denúncia de uma coexistência pacíflca
M,-::s
O "sabor" característico de um nome português: Vila Nova de Ourém
39 Centenário Nossa capa: Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo . Fotografia de fundo: Assentamento Cachoeirinha (MG) -
C ATOLICISMO
Nelson R. Barretto.
AGOSTO 2 0 0 3 -
Nossa Senhora dos pobres pecadores
Ami go leitor,
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalísta Responsável:
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Prol Editora Gráfica E-mail: epbp @uol.com .br Home Page: http://www.catolicismo.com .br ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o mês de AGOSTO de 2003:
Comum: Cooperador : Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
Não sei se ex iste um term o para exprimir o fascíni o estranho e mórbido pelo f'ra ·asso. Fascíni o por aquilo que continuamente não funciona, que j á está provado como in ·li ·i ·111 • ' até prejudi cial. Penso nisso cada vez que co nsidero a inex pli cá vel atração ele políticos e govern os pela implantação da historica mente fracassada Reforma Agrária . Há mais ele meio sécul o, a I artir ela orientação ele seu fundador, Plínio Corrêa ele Oliveira, a TFP denuncia, alerta e faz previ sões, que se conlirmam nos dias atuai s. Não se conhece no Brasil e no mundo qualquer experi ência bem sucedida que autori ze a esperança de que o co nfi sco ele terras e a destrui ção el a propri edade privada - condenados pela doutrina ca tólica - sejam economica mente recomendáveis para qualquer nação. Entretanto os agro- reformi stas, que deveriam no mínimo ser con siderados homens sem o pé na realidade (para não dizer, ao menos ele al guns deles, malintencionaclos), co ntinuam ocupando cargos importantes em organi zações e governos, e voltam sempre com novos proj etos ele Reforma Agrári a. No Brasil , chegamos a uma situação las tim ável, em que os assentamentos tran sform aramse em favelas rurai s nas últimas três décadas. O auto-intitulado Movi111ento dos Trabalhadores Sem Terra (M ST ) conseguiu , co m suas invasões, aumentar a violência no ca mpo e acrescentar ao seu curriculum macabro numerosas mortes, crimes e fracassos. "Administrada" pelo MST, uma fazenda fértil atinge, em curtíssimo espaço ele tempo, um alto índi ce ele improdutividade. Paradoxalmente, os inimigos cio chamado latifúndio improduti vo conseguem a incrível façanha da di sseminação cio assentamento improdutivo. E a mi séri a é l al, que este não con segue sequer produ zir para o próprio sustento, poi s os assentados precisa m ser socorridos pelo Estado; e, na atual admini stração pet:i sta, co m cestas básicas da campanh a Fo111e Zero. A pretexto de di álogo, negociação e espírito democráti co, os últimos governos permitiram o crescimento e a organi zação dessa verdadeira frente ele guerrilh a rural - fato públi co e notóri o - instalada, em larga medida, estrategica mente cm regiões ri cas, que poderão servir ele base ele apoio na eventual ocorrência ele uma revo lução arm ada em nosso País. De repente, a imprensa de norte a sul cio País descobre aquilo que a TFP sempre denunciou, e começa a alardear os excessos praticados pelo M ST. Só que o alarde é f'eito ele lal modo que cri a na opini ão públi ca, não uma vontade ele opor-se efi cazmente a esses desmandos, mas sim um clima psico lógico ele terror, propício à capilUl ação cios fracos e acomodados, que passam a engrossar as fil eiras cios que pedem uma Reforma Ag rária "moderada" e "pac(/ica". Também ela perni ciosa para o País. Nossa matéria ele capa aborda esse tema candente e apresenta um resumo ela substanciosa obra do j ornali sta Nelson Ramos Barretto, co laborador ele Catolicismo: Reforma Agrá ria - o No atu al momento históri co, poderá ser chave o papel el as elites saudáveis ele nosso País, elas lideranças rurai s e políticas, para uma retomada elas vias cri stãs das quais nunca nossa Pátri a deveria ler-se afastado. Mas para isso é preciso que trabalhem e lutem, dentro ela lei mas com decisão, ele forma organi zad a e arti cul ad a, sem ca pitulações e concessões - sobrelUdo sem apli car o velho e fracassado princípi o do "cede r para 11ão perder " - contra a desagregadora onda agro-reformi sta. Onda ·esta que, hoj e em di a, é repudi ada pela generalidade ela opi ni ão públi ca brasil eira . Desejo a todos uma boa leilllra. Em Jesus e Mari a,
Paulo Corrêa ele Brito Filho DIR ETO R
CATOLICISMO
■ V ALDIS G RI NSTEINS
ós ape nas 12 di as das apa ri ções de Nossa Se nhora de Bea urain g sobre as qua is tra tamos na edi ção ante rior - a Virgem Santíss ima vo lto u a a parecer num peq ue no povoado, també m na B é lg ica, a somente 80 quil ô metros do local das a parições ante ri ores. A vide nte, neste caso, cha mava-se Mari ette Beco, de 1 1 anos. Era a ma is ve lha de seus 1 1 irmãos. A fa míli a de M ariette não prati cava a re li g ião, sendo seus me mbros cató li cos apenas de no me. N esse ambi e nte, qu e não e ra hostil à relig ião mas vivia num c lima de indifere nti smo re li gioso, a vide nte fi zera a pri -
me ira comunhão e por vezes rezava, a ntes de dormir, algumas o rações num Rosá ri o que havia enco ntrado po r acaso .
Aparição, SUl'Pl'CSa e l'CCCÍO Na no ite de 15 de jane iro de 1933, Mariette, enquanto cuidava de um irmãozinho, o lhava pe la j ane la à espera de ou tro irmão . Viu e la e ntão, através da j anela, uma senhora no j ardim da casa . Pe nsa ndo tra tar-se de um re fl exo da lâ mpada no vid ro sobre a mesa, move u-o do luga r o nde estava. Apesar di sso, a visão pe rsisti a. Se ntindo medo, c hamou a mãe, di zendo que havi a uma senh ora no jardim ela res idê nc ia . A mãe orde no u-lhe que se
Mit o e a Realidade.
R$ 80,00 R$ 120,00 R$ 240,00 R$ 400,00 R$ 7,00
Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES LTOA.
Q uando afirmamos que a Santíssima Virgem é nossa Mãe, não o dizemos por força de expressão ou num sentido metafórico. Ela é efetivamente Mãe espiritual de todos os homens, e maternalmente vela, de modo especial, por seus filhos mais necessitados espiritualmente.
Catoli cismo @terra.com .br P.S .: A partir des ta edi ção, será inserid o no fin al el e cad a matéria o e- mail cio respectivo autor. Nossos leitores terão ass im a oportunidade, caso o desej em, ele enviar diretamente ~10s autores sua opini ão, críti ca, co mentári o ou pedido ele esc larecimento.
Mariette Beco
A casa da família Beco
ca lasse. Mari ette in sistiu: " Mam.ãe, parece que é a Virgem ". A mãe não acredi to u mas fi cou preocupada, porque a menina não falava de coisas re li giosas. Acercou-se e ntão da jane la e nada percebe u. A criança excl amou : " M amãe, é a Virgem, Ela está sorrindo". A mãe retrucou : "É um.a bruxa ". Mariette continuou ve ndo a Santíssi ma Virgem, que lhe fez um gesto para ir até o j ardim . M as a mãe não a de ixou sair e trancou a po rta. Quando Mariette retornou à j ane la, Nossa Senhora havia desaparec ido. Ass im te rmin ou a prime ira apari ção . À no ite, ao come nta r o e pi sódio e m casa, ninguém acreditou na me nina . No dia seguinte, Mariette contou o fato à sua melhor amiga, que também não acreditou mas aco nselhou-a a narrar tudo ao pároco. Este pensou que o fato fosse conseqüência das recentes aparições em Beauraing, e, sem negar o ocorrido, aconselhou prudênc ia. E ntretanto, dias depois, o sacerdote fi cou deveras surpreso com a vo lta de Mariette ao catec is mo, após três meses de ausênc ia. M ais ainda: Mariette, ante rio rme nte a me nos interessada nas aulas, agora respo ndia be m às perguntas e interessava-se muito pe la re lig ião. O sacerdote, de modo prudente, chamou discretamente a me nina e pediu-lhe para repetir o que tinha vi sto. Sem parecer dar importância ao acontecido, de u-lhe conselhos e mandou um relatório ao bi spo.
AGOSTO 2 0 0 3 -
Das virtudes principais 1° - Das virtudes teologais* (ConL.) § 6" - J)a Esperança
A capela das ·Aparições
A segunda aparição No di a 18 de j ane iro, Nossa Senhora vo ltou a aparecer. Era noite e faz ia mui to frio: 12 graus abaixo de zero. Mariette, vendo novamente a Virgem, venceu o medo e a escuridão, saiu da casa e di rig iu-se ao j ardim . Aj oelho u-se e fi cou rezando apro ximadamente 20 minutos e m sil êncio e o lhando a Virgem. O pai fo i atrás da filh a, proc urando falar com e la. M as esta parec ia não o ouvir. E ntão foi chamar o sacerdote do local e, como não o encontro u, deixou-lhe um recado. Vo ltou à casa e v iu sua fi lha caminhando, como que seguindo Nossa Senhora, que a conduzia até uma peque na fo nte. A Virgem ordenou-lhe então colocar as mãos na ág ua . Qu ando a me nin a o bedeceu, Nossa Senhora disse: "Estafante me está reservada. Até logo, boa noite ". E desapareceu por cima dos pinheiros. Tendo recebido o recado, o sacerdote, Pe . Luiz Ja min , fo i à casa da fa mília Beco. Estava surpreso, po is sab ia que essa fa míli a não praticava a re li g ião. Ao chegar, M ariette j á se encontrava do rmin do. O pa i re latou o aco ntec ime nto ao sacerdote e, ao terminar, pediu para confessar-se e comungar no di a seguinte. E de fato e le, que não comungava desde sua primeira comunhão, vo ltou à prática da reli g ião.
A Virgem, llossa protetora No d ia seguinte, quin ta-feira, 19 de j ane iro, M ariette novame nte v iu a Santíss ima Virgem. O pai, que nesse mo me nto acompanhava a filha, nada percebeu.
lllllcATouc1sMo
A Casa do Peregrino
M ariette fez uma pergun ta, usa ndo uma grac iosa fó rmul a: "Quem a senhora é,
núnha bela dama?" - "Sou I Virge,n dos pobres", respondeu a apari ção. A me nin a ind ago u por q ue a fo nte estava re e rvada a Ela. A Mãe de Deus ex plicou que a fo nte estava reservada para os enfe rmos de todas as nações. E m oito po te ri ores aparições, Nossa Senhora afirmou que Ela era a M ãe do Sa lvador e ped iu para se rezar mui to. Revelo u um segredo a M ari ette, que esta não c ntou. No loca l das aparições fo i eri g i la uma capela, confo rme o pedido da Virgem, sendo até hoje local de contínuas peregrin ações.
Lição: reza ,· pelas co1111er sões O aspecto q ue mai chamou a atenção ne ·sas apa rições fo ram as conversões que elas ocas io nara m. Não fora m milagres fís icos, mas sim milagres esp irituais. Pe soas que hav iam abandonado a Re li gião cató lica vo ltaram a praticá-la . Q ual o motivo? Hoj e em di a, dev ido à propagação dos erros socialistas, quando se fa la de pobres, e m geral, as pessoas pensam logo naque les que não tê m d inhe iro e estão com fo me. Esquecem-se de q ue ex iste uma categoria de pessoas numa situação muito mais d ra mática: aq ue les q ue não tê m fé. São espiritu almente subnu tridos, espiri tua lme nte pobres . M esmo que sej am muito ricos materi almente, fa lta- lhes o necessári o à vida espiritua l. Fo i para esses que Nossa Senhora apareceu, a fim
de a li mentar aque les que tê m fo me de Deus. Ela não di stri buiu dinhe iro, ne m cestas-bás icas ou q ualquer bem materi al, mas sim um bem mui tíssimo ma is e levado e importa nte: a fé . A fa míli a Beco vo lto u à prática da re lig ião, e co m isso passo u a desfrutra r de todos os benefíc ios es piritua is. Nossa Senhora apareceu e di sse poucas pa lav ras, mas sua presença despertou na v idente e em muitas almas o interesse e a alegria pelas coisas do Céu. U ma li ção para nós. Se deseja mos que nosso próx imo vo lte à prática da reli g ião, deve mos ap resentar-lhe as maravilhas do Céu, as be lezas da prática da virtude, falar-lhe de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua Santíss im a Mãe. Nossa Senhora não é um mi to. E la é uma pessoa de ca rne e osso, que viveu nesta Terra e está no Céu em corpo e a lma, sempre prestes a nos ajudar. Porta nto, fa lemos d 'Ela e m nossas re lações soc iais, peçamos ardenteme nte para nosso próx imo graças espi rituais. E vere mos, como sucede u com a vidente M ariette, co mo mui tos retorn arão à prática das vi rtudes. •
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E-mail do autor: valdi sg r @ig.com.br
Bibliografia:
- Yves Chiro n, E11quête s11r les apparitio11s de la Vierge, Ed. Perrin -M ame, 1995 . - www. orazon s.or La Virgen de Ba1111e11x. - Jean Ladame, Notre Dame de toute l'E11 rope . Ed. Res iac, 1984. - Dome ni co M arcucc i , Sc111 111 a ri Ma ria 11 i d'Eu ropa, Ed. Sa n Pao lo, 1993.
A Esperança é uma virtude sobrenatu ra l, infusa por Deus em nossa a lma, pe la qua l desej amos e esperamos a vida eterna, que Deus pro meteu a seus servos, e os auxílios necessários para obtê- la. Devemos es pera r de De us o paraíso e os auxílios necessári os para o btê- lo, po rq ue De us mi seri co rd ios íss imo, pe los méritos de Nosso Senho r Jesus C ri sto, o pro meteu a que m o serve de coração; e, sendo fide líss imo e onipote nte, manté m sempre a s ua pro messa. As condi ções necessári as para obter o paraíso são a graça de Deus, o exerc íc io das boas obras e a perseverança no seu sa nto amo r até a morte . A Esperança se perde todas as vezes que se perde a Fé; perde-se ainda pe los pecados de deses pero e de presunção. A Es pe ra nça perdid a recupera-se com arre pende r-se do pecado cometido e excitando- nos de novo à confi ança na bondade divin a.
§ 7' - Da Cari<lade A Caridade é uma virtude sobre natural infundida por Deus e m nossa a lma, pela qua l amamos a Deus po r S i mesmo sobre todas as coisas, e ao próx imo como a nós mesmos por amor de De us. Devemos a mar a Deus porq ue Ele é o sumo Bem, in fi nitame nte bo m e perfeito; e, alé m d isso, porque E le o manda e pelos inume ráveis be nefíc ios q ue d 'Ele recebe mos. Deve-se amar a De us sobre todas as co isas, com todo o coração, com toda a me nte, com toda a a lma e com todas as fo rças. Amar a De us sobre todas as co isas quer di zer preferi -Lo a toda as criaturas ma is caras e mais perfe itas e estar di sposto a perder tudo antes q ue ofendê- Lo e cessar de amá-Lo. Amar a Deus de todo o coração quer di zer consagrar-Lhe todos os nossos afetos. Amar a Deus com toda nossa mente q uer di zer diri g ir-Lhe todos os nossos pensamentos. A mar a Deus com toda nossa alm a q uer di zer consagrarL he o uso de todas as potênc ias de nossa a lm a. Amar a Deus com toda nossa força quer di zer procurar crescer sempre mais no seu amor e fazer com que todas as nossas ações tenham por motivo e fim seu amor e o desejo de O agradar. Devemos a mar o próx imo por amor de Deus porque Ele o manda e porque todo ho me m é sua imagem. Somos ob ri gados a a mar mes mo os nossos inimi gos**, porque são ta mbém eles nossos próx imos e porque Jes us C risto o mando u expressa me nte. A mar o próx imo como a si mes mo quer d izer desej ar-lhe e faze r-lhe, tanto qu anto pudermos, todo bem que deve mos desej ar para nós mesmos e não desej ar faze r-lhe ne nhum mal.
Nós amamos retame nte a nós mesmos quando procuramos servir a Deus e pôr n'Ele toda nossa fe lic idade. Perde-se a Caridade co m qu alquer pecado mortal. Recupera-se a Caridade fa zendo atos de amo r a Deus, arrependendo-se e confessa ndo-se como se deve. •
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* Catechis1110 Magg iore p,vm11/ga10 da San Pio X, Roma, Tipografia Vatica na, 1905, Ecl izione Ares, Milano, pp. 198-202.
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Quando se trata, não de nossos inimi gos pessoais, mas de inimi gos de Deus, manda a cari dade que rezemos e proc uremos sua conversão e que tomemos as prov idências a nosso alcance pa ra evitar que faç am o mal, ainda qu e para isso eles tenh am que passa r por castigos es pec iais. Porém, se eles recusam a co nversão e perseveram no mal até o fim , elevemos co nform ar nossa von tade co m a de Deus, que os rej eita e condena.
Ato de Fé Eu creio firmeme nte, meu De us, todas as verdades que tendes reve lado e nos e nsinais pe la sa nta Igreja Cató li ca, porque Vós sois a verdade eterna. Amém.
Ato de Esperança Eu espero, meu Deus, com firm e confiança, que, pelos merecimentos de Jesus Cri sto, me dare is a vossa graça neste mundo e a vossa g lória no o utro, porque Vós sois fi e l em vossas promessas. Amém.
Ato de Caridade Eu vos a mo, meu Deus, de todo o me u coração e sobre todas as coi sas, porque Vós sois infinitamente bom e amáve l; amo também ao próximo como a mim mesmo por amor de Vós. Amém.
Acima , da direita à esquerda : a Fé, a Esperança e a Caridade; embaixo, os vícios opostos : a incredulidade, o desespero e o egoísmo . Detalhe do pórtico central da catedral de Notre Dame, Paris {século XIII).
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Fome sél'ia l'8l Feli cito os componentes dessa revi sta e pe lo e luc id ati vo arti go sobre C uba, ex ibido neste mês. Fazendo uma apli cada le itura do "Catolic ismo", e m todos os arti gos se poderi a divi sa r também a ass inatura do saudoso Prof. Plinio Corrêa de O live ira. E m suas aná li ses publi cadas no jo rnal "Folha de São Paul o", e le fo i um combatente invencível contra a revolução cubana, desde seu nascedouro. Hoj e, com um ma ior endurec imento na re pressão, fi -na l-men-te, mui tos estão acordand o para a rea lid ade ela fa minta Cuba, mas o Prof. Plini o desde os primó rdi os combateu as inte nções ele Ficle l Castro e toda a pl até ia esquerdi sta que aplaudi a esse tirano, apl audido até por esque rdi stas católi cos (uma contradição, mas ex iste isso, como, a li ás, o a rti go doc ume nta) . Mostre i a re po rtagem a um colega, que fo i em turi smo para C uba, e e le di sse que é aquilo mesmo. Mas também di sse: "Mas tem coisas pi ores ainda. Eu não vi , porque só ficava no hotel e seus arredores, e ape nas vi sitei a lgun s lugares dete rminados que os turi stas podi a m ver, mas ouvi direta me nte ele c ubanos a desgraça que eles sofrem. Por exemplo, para a fa mília não mo rrer ele fo me e les tê m que me ndi gar a lgun s dólares cios turi stas. É com essas esmo las que e les
lllllcATouc1sMo
conseg ue m vive r, po rque o sa lári o de les não dá para comprar nem pão e le ite para os filhos, du ra nte um a semana". (C.A.C. - PE)
ca r isso, po rq u é a pu ra verdade e po rque, s todo mundo não fa lar contra isso, o Bras il vira um a Cuba g igante. (P.E.N. - SC)
O boné da desonlem
Gol colltra ...
l'8l Vocês não fa zem idé ia como me
l'8l Os senhores vi ra m o que cl iss um dos líderes cio MST ao Lul a, naq ue la
agaste i vendo o apoio ao MST, po rque um apoio dado por um chefe que deveria representar a orde nação. Puxa vicia! co mo pode um chefe ela Nação botar um bo né que re presenta aqueles que só querem a desorde m? Um chefe que deveri a incentivar o acatamento às le is, e le vai e incentiva exata me nte o contrári o, apóia um bando ele gente sem-ve rgonha, gente se mle i. Co mo pode o governo ex igir que o povo c ump ra as le is, se e le apóia uns suje itos que agem como se esti vesse m ac ima el as le is, de gente q ue invade e ro uba, que debocha elas le is, que pi sa na nossa Constituição. Isso não é pro mover a desorde m? Só espero que o pres ide nte te nha se arrependido desse gesto que sig ni fico u uma aprovação àque le que quere m a destrui ção cio próprio Es tado ele dire ito no Brasi1. Descul pe, não é por egoísmo que falo isso. E u te nho pena cios pobres, e o. aj ud o na medi da de nossas poss ibi Iidades. M as esse ' " se m-te rra" não são pobres , são baderne iros q ue querem um di a to mar o poder, co mo fez e m C uba aq ue le ba ndo ele sem le is, comand ados po r Ficle l Castro, que judia tanto daque le pobre povo qu e vive na ma is negra mi séri a. Mas a ge nte que lula com cl ific ul clacle para produzir, para manter o que te m para nossos fi lhos , para pagar os impostos, fi ca mui to agastada. Ma is que agastada, fi ca encoleri zada ao ver um apo io daque les , porq ue fo i um apo io q ue re presenta um pontapé no seto r que sustenta nosso Pa ís. Os produtores não recebe m apoio ne nhum . M as aqueles que ro ubam dos prod uto res, que invadem suas pro pri edades, esses sim . Esses são tratados a pãode- ló, e os prop rietári os rurais a ped radas . Até qu a nd o va mos ser tão maltratados assim ? [ ... ] Podem publi -
re uni ão cio boné em Brasíli a? * Será que o govern o bras ile iro começará a faze r gols contra o própri o Brasil ? De pois de pôr o boné cio MST, vestirá a ca mi sa do M ST para derrotar o Bras il ? Di go isso porque um o utro líder do M ST **, no fin al daque la reuni ão, teve o descaramento de di zer: "O encontro fo i excelente. Foi cinco a zero sobre o latifúndio"*** . Não fo i só de cinco, fo i dez a zero, mas sobre o Brasil. Nessa seleção contra o Bras i1, vão colocar o F iclel co mo capitão? B rin cade ira à parte, o negóc io aqui está fi cando muito séri o e, se continu ar ass im , só Deus sabe o nde va i pa rar. Deus sa lve o Bras il! E o Padre Anc hieta, que é nosso apóstolo, pode inte rmedi ar essa sa lvação . (N.C.D. - RJ)
Nota da redação: * " Varnos pôr o senhor [diri gindo-se ao presidente Lula] como centroavante e pela esquerda deve entrar o ministro da Reforma Agrária [Mig ue l Rossetto ]". ** João Pedro Stéclile . ** * Esse mes mo líde r nac io na l do MST, e m o utra ocas ião, comentando a re uni ão, à qua l se refere o mi ss ivista, di sse: "A reforma agrária é igual ao.futebol e o lime dos lat!fún diários vai ser derrotado. O governo j oga no nosso time" ("Jorna l da Ta rde", 3-7-03).
Vc'll e a pena o sacrifício Quase sempre a prime ira co isa que leio da revi sta é a entrevi sta, gosto muito delas, mas essa última estava de ma is, 1i e re i i e separe i para ler no va me nte daqui a um tempo, goste i muitíss imo. Foi muito feli z a escolha ci o médi co para fa lar das c uras de
Lo urd es, difíc il e nco ntra r a lg ué m ma is abali zado para fa lar sobre elas. Deu-me uma vontade lo uca de ir a Lourdes, e se De us qui ser, um di a vou reali zar esse sonho, mes mo com mui to sacrifíc io. (A.E.J. - MG)
Sem meclo de dizer a verdacle
l'8l Gostari a de parabenizar a revi sta. É necessário sermos audaciosos para evangelizar uma gera ão "corro mpida e depravada" , como di z Nosso Senho r no E va ngelho. Que o Es pírito Santo, o Espíri to da VERDAD E, esteja sempre com vocês. Nunca se o mitam e m nada. Digam sempre a Verdade, pois "a verdade vos libertará". E se muitos não gostarem, não se preocupe m [... ]. "Se o mundo vos odi ar, odi ou a mim prime iro". Deixo meu abraço fraterna l e minha bê nção Diaco na l. Benedica t vos omnipotens Deus: Pater et Filius et Spiritus Sanctus. Amen. Salve Mari a ! (L.H.P.-RJ) Terrorismo 110 meio rural
l'8l Este govern o é amigo ele baderne iros cio M ST, estão querendo to mar pe la fo rça o que não é de les por dire ito. Te m que dar um basta neste MST, que só traz te rro r para o cam po e para nossos agri cultores, são um bando ele terro ri stas di sfarçados ele trabalhadores ru ra is. A soc iedade c ivil te m que se o rgani zar e dar um basta nesta violênc ia rural. Qua lquer di a e les estarão invadindo nossas casas, co m o pretexto de não te r o nde m orar. Minha mãe tem um pequeno pedaço de te rra, e la comprou e paga co m muito sacrifíc io, para que os filh os e os netos possa m desfrutar de um lugar nos fin s de semana, sa indo do stress da cidade grande . E u sou contra o MST. Invasão de terra no Bras il tinha q ue ser considerado crime hedi o nd o, in afi ançáve l. Eles são bárbaros di sfarçado, . Isso só acontece no Bras il mes mo com esta pse ud o-de mocracia. No te mpo dos mili ta res não tinha este tipo de baderna, todo mundo tinh a um lu gar para morar, todo mundo tinh a comida na mesa, todo mundo tinha e mprego, não
tinh a tanta vi olê ncia como a dos di as de hoje, o nde advogados e psiquiatras estão che ios ele c li entes. Por um BASTA no MST! (L.F.-via e-mail)
Aillda a velha "Nova Era " Parabe ni zo a revi sta pe la reportagem A velha "No va Era" .. F ique i muito co ntente com a expos ição tão perspi caz e verdadeira dessa arma demo níaca. Acho que vocês fo ram realme nte abe nçoados po r D eus, como sempre são, ao escolher um ass unto tão importante; um ma l que está efetivamente afli gindo nossa soc iedade. Ao le r esta edição, me u coração mui to se a legrou , e só aume ntou me u respe ito e també m minh a admi ração po r es ta imp o rta nte re vi st a c ri s tã ! (P.R.P.M. - MG)
Peço a visita 11ovame11te Recebi a vi sita de Nossa Senhora e m minh a casa. Esta fo i por acaso, po is ho uve des istê ncia. Li garam me um a se ma na antes. Na surpresa e na corre ri a, me esqu ec i de muitas pessoas, as qu ais gostaria muito que estivesse m co mi go naque le mo me nto . Nossa Senhora sabe o que fa z. Se não fosse a sua vi sita, hoj e e u não sei o que seri a ele mim , poi s passo po r grandes clific u Idades fin ance iras . De poi s da vi sita, sonh e i co m me u pa i, j á fa lec ido há 20 a nos , o qua l me mostrou o caminho da Santa E ucari stia. Se não fosse m estes enco ntros co m Jesus todos os di as, ac ho que não supo rta ri a tud o o qu e esto u passando . Por isso, peço a vi s ita novame nte. (A.R.P.F. - via e-mail)
Projeto absunlo
l'8l Recebi seu e- ma il sobre o resultado da Ca mpanh a co ntra a investida ho mossex ual. Coloco- me à di spos ição para ajudar sem reservas, em qualquer Campanha para cç,mbater projetos que fe re m o Coração de Jes us. O mundo j á não ag üe nta ma is tantos absurdos soc ia is, e é um dever ele todos nós cató li cos o rgani zarm o- nos fo rtemente para combate r pe lo Re ino do Senho r, te mos certeza de que Deus
conduz seu povo, como sempre fez na hi stóri a da hum anid ade, pois quando nossas fo rças se esgotare m, o Senhor nosso Deus susc itará entre nós um DAVI, e então derrotare mos qu alquer investida de qualquer Go lias . Que o Espírito Santo nos ilumine. Que nossa Senhora este nda suas mãos sobre os seus filh os e co m seu amor maternal leve nosso c la mor a Deus e Ele possa fa zer sua graça acontecer. Assim seja. Um grande abraço de um soldado ele Deus. (A.B.R. - SC)
Não tÍl'e o meu nome ~ Marcos, por favor eu te peço, não tire o meu nome. Por De us, e u te peço. Não de ixe de orar por mim. E m todas as Mi ssas que fore m celebradas para os contribuintes ela Ca mpanha, coloque o me u nome. (T.Z.M. - SP)
Reingresso Decorrid o um mês que esc revi sobre a possibilidade de meu re ingresso na divul gação dessa Campanh a, ainda que entendendo e reconheço a difi culd ade de conc ili ação de minha expectativa com a realidade presente desse Movimento. Com as necessári as desculpas que formul o, peço lice nça para acrescentar que ve m me entri stecendo a alma a hipótese ele que não devesse merecer o utra oportunidade, porque me co mportara ta l qu al fi Iho pródi go que aba ndo na tudo e busca o utras ex periê nc ias, e m detri mento de um a expectativa de continuidade que os Srs. deveri a m ter e m re lação à minha pessoa. Se ass im o fo i (e eu sou tíbio para me auto-avali ar e julgar), usando a mes ma imagem do filh o pródigo, e u vos rogo que me perdoem, busque m compreender-me e, na medida do possíve l, me e nsej em uma nova e derrade ira o portunidade de servir a essa mi ss io ná ri a Ca mpanha. (J.V.P.M. - MG)
Cartas, fax ou e-mails para as seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram na pógina 4 desta edição.
AGOSTO 2 0 0 3 -
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Pergunta - Passei nos últimos dois anos por um período de amargo agnosticismo. Passada essa fase, torno, qual filho pródigo, à casa do Pai. Ainda não de todo, pois algumas dúvidas persistem, tenazes. Leitor que sou do Doutor Angélico, penso que a Fé não pode contrariar a razão natural. Pode, evidentemente, transcendê-la, mas nunca negá-la. Contudo, todo o edifício intelectual da Igreja é primordialmente sustentado pela fé na veracidade do testemunho cios Apóstolos, correto? Homens escolhidos que testemunharam que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Esta é a base de toda a Cristandade: a Ressurreição. E aí vai a pergunta: como crer no testemunho desses homens? Resposta -
As realidades naturais e as sobre naturai s são harmô nicas entre si. De modo que o normal de uma alma reta é receber com simplicidade e até com gáudio as verdades da fé, po is estas complementam e ex plicam aq uilo que a mera razão não alcança. E ntretanto, seja por provação permitida por De us para o • fortalecimento espiritual , seja por dificuldades inere ntes a defeitos de formação ou mesmo pecados, a lgumas alm as precisam ser especialme nte amparadas para suste ntar-se na fé. E aq ui se insere - ao lado da oração, que nunca deve fa ltar - uma série de fatos e raciocínios que a Igreja bondosamente põe à disposição dos fiéis, para que eles encontrem um corrimão no qual ampararse na escalada da fé.
11111111:r!J
Pergunta - Não poderia ter ocorrido uma fraude histórica? Se dentro da história religiosa de outros povos há uma coerência interna em suas escrituras, elas não poderiam ser também a revelação divina aos homens? O que garante a exclusividade do Cristianismo? O que lhe faculta acreditar ser a Verdade, em detrimento de todas as outras? Dirão, talvez: "Só Jesus Cristo ressuscitou". Sim, só Ele. É o que nos dizem os relatos. Mas como um cristão pode ter certeza da veracidade desses relatos? Não tenho a menor dificuldade de acreditar em Deus. Mesmo a razão natural nos leva até Ele. Mas pergunto pelo Cristo, especificamente por Ele! Resposta -
O le itor tem razão em colocar a Ressurreição de Nosso Senhor Jes us Cristo corno verdade central de nossa Fé. "Se Cristo não ressuscitou, vã é a vossafé", d izia o Apóstolo São Paulo, dirigindo-se aos corínt ios ( 1 Co r 15 ,17). E essa verdade nos é transmitida pelo relatos evangélicos, bem corno pe lo te tem unho dos Apóstolos e seus di scípulos, co nsig nados e m suas epístolas e no Apoca lipse que, e m seguida aos quatro Evangelhos, co mpõem o Novo Testamento. Aqui cabe desde logo um primeiro esc larec ime nto, o qua l pode ajudar nosso Le itor a vencer as "d úvidas tenazes" que ainda o retêm no passo deci sivo e final de retorno à fé cristã: a verdade da Res-
surreição não nos é transmitida apenas pelos relatos do Novo Testamento, mas
Q1 Côneg o JOSÉ LUIZ VILLAC
também pela Tradição da Igreja! Com efeito, o edifício da Igreja é sustentado por dois pilares: a Sagrada Escritura e a Tradição. Foi por terem negado esta última, que os protestantes acabaram caindo no vazio. Enredando-se nas d ificu Idades exegéti cas dos livros sagrados, começaram por duvidar de partes dos relatos evangélicos, chegando por fim a questionar toda a sua historicidade, que independe da fé, mas é seu preâmbul o . Natu ralme nte, nesse processo, uma das primeiras verdades a ir pelos ares foi a historicidade da R essurrei ção de Jesus Cristo. E, com isso, sua fé se tornou vã - isto é, vazia (vã vem do lati m vanus, que quer di zer vazio) - como alertou São Paulo, na passagem acima citada. Importa, pois, conceituar bem o que a doutrina da Igreja e ntende por Tradição.
AssistêJwia do Espírito Santo Como é faci lmente compreensível, a primeira geração de c ri stãos não dispunha de nenhum dos escritos do Novo Testamento, pela s imp les e óbvia razão de que estes ainda não havi am sido escri tos! Os primeiros cristãos adqui ri am a fé pela pregação dos Apóstolos, acompan hada e autenticada por prodígios e milagres sem conta, pe lo testemunho dos discípulo de Nosso Senhor e de todos aqueles que de algum modo haviam presenciado episódios da vida do Divino Mestre. Como dizia o mesmo São Paulo, "fides ex auditu " (a fé vem pelo ouvido - Rom 1O, 17), isto é, pela pregação. O que é válido também depois da elaboração dos
escritos do Novo Testamento, poi s de um lado nem tudo que Jesus fez e ensinou fico u consig nado nesses escrit ·, e de outro lado a pregação nunca cessou na Igrej a. É a esta
transmissão contínua na Igreja, de geração em geração - sob a inspiração do Espírito Santo - dos fatos da vida de Jesus e de seus ensinamentos, que se chama Tradição. E la mes ma foi em boa med ida escrita posteriorme nte, a pa rtir dos Padres Apostólicos e cios Padres da Igreja. Cumpre salientar a importâ ncia deste ponto: de nada adiantaria essa pregação ininterrupta se e la procedesse de uma "fraude histórica" ou se se deturpas e ao longo do tempo. O que nos gara nte contra essa deturpação, o u existência de uma fraude hi stórica inicial , é a assistê ncia permanente cio Espírito Santo à Igreja. Por isso, é o Magistério ela Igreja - ass istido continuame nte pelo Espírito Santo - que asseg ura tanto a autenticidade da Sagrada Escritura como a fidelidade da Trad ição aos e nsiname ntos de Jesus e cios Apóstolos.
Os atl'ativos e esplendorns da
fec hado, sem um princípio vá1ido para quem está fora desse círc ulo. Portanto, todo esse rac iocínio não vale para quem não tem fé. E quem não tem fé não tem como e ntrar nesse siste ma fechado sobre si mesmo . Os apologetas cató licos de todos os tempos se mpre se viram às voltas com essa objeção. E desenvolveram respostas muito inte ressa ntes para mostrar o que um incré u poderia faze r para penetrar no âmbito ela fé. É conhecida, por exemplo,
a proposta cio infe liz Pascal: procede corno se tivesses fé - dizia ele - e verás corno tudo se artic ula harmon iosame nte aos te us o lhos; e ass im a fé nascerá e m tua a lma. A proposta tem a marca ele gênio do fa moso sábio francês - o qual resvalo u ele mesmo para a perniciosa heres ia do j anseni s mo - e mostra um aspecto profundo da questão: é tal o esplendor da coerência interna da Boa Nova do E vangelho, que um espírito desapaixonado não de ixará de se e m-
polgar com e le e assim abrir sua alma à fé. O conselho, corno se vê, é s ugestivo, mas tem o defe ito ele não pôr no dev ido realce os do i's fatores implicados no ato de fé: ele um lado D e us, sem c uja graça ningué m pode alcançar a fé (mas esta graça Ele não a rec usa a ninguém); ele outro lado, o mistério do coração humano que, como se costuma dizer, te m uma fechadura que só a bre pelo lado de dentro . Assim , pode ocorrer que, no mome nto e m que Deus lhe oferece o dom da fé, c uj a seme nte é impl antada no Batismo, o home m mantenh a tra ncada a fec had ura de seu coração. E, portanto, mesmo diante cios mai o res atrativos e esp le nd ores d a Fé, o home m se ma nte nha gé lid o e impe netrável. Não é portanto o domínio da fé que é
impenetrável pelo homemsem-fé, mas é o homem incréu que, por própria culpa, se torna impenetrável ao dom gratuito da fé. O ree11co11tro do caminho <la fé Católica E esse mi stério se passa no mais profundo da a lma humana, naquele ponto que São Paulo indi cava com palavras misteriosas, designando-o como o ponto de separação e ntre a alma e o espírito: "A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais
t'é
Tudo isto é muito c laro e coerente, dirá o leitor. M as toda essa coerência - prosseguirá ele - se desenvolve no âmbito interno da fé, mais precisamente da fé católica. Quem está fora des e âmbito alegará, contra esse raciocínio, o defeito fund ame ntal ele petição de princípio. Isto é, as premissas, o desenvolvimento ela argumentação e a conclu são se situam num cú·culo
penetrante do que toda espada de dois gumes; chega até ~ [ao ponto de i separação da ~- alma e do espírito, das junturas e das medulas, e discerne ,::;: os pensamentos e intenções do coração" (Heb 4, 12). É nesta
i 1
A verdade do Ressurreição fo i-nos transmitido não só por textos do Novo Testamento, mos também pelo Tradição do Igreja
profundidade que se dá a aceitação ou a rejeição cio dom da fé pelo homem. Ora, respeitando a libe rdade do ho mem, Deus não força a fec hadura do
coração humano, impondo-lhe um dom indi spensável à salvação, mas que e le não queira aceita r. rrnporta pois que o ho mem faça um sério exame de consciência para verificar corno é que sua alma se coloca diante da graça que Deus lhe oferece: se é de abertura ou de reje ição. No prime iro caso, o ato ele fé será fáci 1; no segundo caso, labori oso, e muitas vezes desfechará numa orgulhosa e imperdoável recusa. Quanto a esta pred ispos ição de a lm a, c umpre distinguir e ntre hábitos me nta is defeituosos - qu e re mos nos referir especialmente ao vezo rac iona li sta imperante na cultura mode rn a, que conta mi na até pessoas virtu osas, e que d esej a abarcar a De us com os Limitados braços da razão hum a na - e vícios morais (vemos bem que este não é o caso do cons ul e nte, graças a Deus). De un s e ele outros o homem deve se li vrar para que penetre nele a virtude teologal da fé. N es te se ntid o ampl o se pode inte rpretar a bem -aventurança eva ngé li ca : "Bem-
aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus" (Mt 5,8). *
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Muito have ri a que di zer ainda sobre a pergunta a presentada - seria preciso escrever um livro - mas esperamos que as presentes considerações ajudem o prezado le itor, qu e busca retamente a Verdade e m Nosso Senhor Jes us C ri sto, a reencontrar, com o a uxíli o de Nossa Senhora, Medianeira de todas as graças, o ca minh o ela fé cató lica. • Catolicisrno@ terra.co rn .br
CATOLICISMO AGOSTO 2003
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Aborto nos EUA foi legalizado com base em farsa
Mazelas da China comunista
Amea~a guerrilheira na América do Sul
S
Grã-Bretanha não cede símbolo de sua soberania ;\ Grã-Bretanha anun c iou adi a-
.t\. mento sine die da sua adesão à moeda comum européia, o euro. A hostilidade dos britâni cos contra o euro não se expli ca por razões econômi cas. A moeda inglesa - a libra este rlin a - é tid a como símbolo de um passado ele grandeza. Para eles, ~bancloná-la é com o renunciar à rainha e a um glori oso passado que deita suas raízes na Cri standade medi eval.
Ao contrári o de outros países europeus, os ingleses compreenderam que renunciar à moeda é um passo para renunciar à própri a soberani a, o qu e impli ca, e m boa medida, numa apostas ia da sua tradição cristã ! •
Novamente os ingleses recusam o Euro
CATOLICISMO
25 de dezembro: confirmada a data do Natal
N
;\ China comunista inaugurou .t\. a maior barragem do mundo no rio Yangtsé. Duas semanas após o fechamento das eclusas, os inspetores do governo detectaram mais de 80 rachaduras! "Se aáguapenetrar, as conseqüências serão gravíssimas", disse Pan Jiazhong , chefe do grupo de inspeção do Comitê de Construção da represa. Algumas rachaduras têm vários metros de extensão e inspiram os piores presságios . Além do mais, toneladas de detritos químicos aparnceram na água de modo inexplicável. Também sem explicação ficou a morte de toda a tripulação de um submarino chinês de tipo Ming, na costa de Shandong. A embarcação foi rebocada até o porto sem nenhum sobrevivente. A misteriosa tragédia foi confirmada pela agência noticiosa oficial Xinhua. •
egundo os servi ços ele inte li gência mili tar colombi anos - noticia "O Estado de S. Paulo" de 1º de março último - , as FARC teriam refú gios em Gu aíra (PR), Mi ra nda (MS) e Boa Vi sta (R0). E estariam em co nexão co m os movimentos terrori stas Hamas e Hez bo llah. Para a políc ia ca ri oca, as FARC teriam treinado mil narcotra fica ntes do PCC e cio Comando Vermelho. A Po lícia Federa l está instalando se is novas agênc ias na região amazô ni ca, a pós a guerrilha co lombi ana ter oc upado um a pi sta de pou o el a FAB, e m Açaí. Segun do re latóri o cio Exército, as FARC têm 320 homens ag indo em terri tó ri o amazô ni co, o nde controlam qu ase todos os ga ri mpos e cobram pedágio cios co merc iantes na fro nteira. O governo brasil eiro, porém, rec usa-se a c lass ifi ca r as FARC co mo terro ri stas ... No Peru , o Exérc ito libertou 71 reféns fe ito pelo Sendero Luminoso, enquanto a Comissão da Verdade e da Reconciliação conc luiu que até 60 mil peruanos teri am morrido entre J 980 e 2000, sobretudo por ação desse grupo subversivo. Na Arge ntina, D. Antoni o Baseotto, Bi spo de Afíatuya, Santi ago dei Estero, afirm ou qu e "estão se vendendo armas de guerra na Grande Buenos Aires" e que, na agitação exi stente naquele país, há parti cipação "da guerrilha que tem.f eito estragos no Peru e que segue f azendo na Colômbia". •
orm a McCorvey, cujo caso serviu para a Suprema Corte de Justiça dos EUA aprovar o aborto, apresentou e m Dallas recurso pela anulação daquela dec isão. Ela foi Jane Roe no célebre processo judici ári o Roe vs. Wade, que originou a lega li zação do aborto naquele país. Na ocas ião ela estava grávida cio terceiro filh o, e duas advogadas femini stas convenceram-na a mentir e di zer qu e fora vi olada. Anos de po is e la arrepend eu-se, converteu-se ao catoli cismo, aderiu à luta pró-vicia e confessou jamais ter sido vi olada. Seu rec urso sustenta que a dec isão da Corte baseou -se num a fa rsa e que há abundantes provas c ientífi cas de que o aborto só causa danos. Inclui 5.400 pág inas de provas, entre as quai s mil declarações registradas em cartório, de mulheres que garantem
e
ter sido prejudicadas pelo aborto. Ao anunciar o rec urso ~1 J usti ça, Norm a McCo rvey dec larou: "Sinto corno se carregasse o peso do inundo nas minhas cos tas" . Co mpreende-se sua dor ele consciência. Seu arrependimento patente ia a hipocrisia ci os aborti stas. O rec urso vem susc itando acesas di sputas em torn o do tribunal ele Dall as. •
Moda que imita insetos noturnos Agora até o vagalume é fonte de inspiração para a moda ...
E
n~re as novas modas_ aviltantes, tanto femi nm as como mascuh1;as, apareceu a de levar no corpo luzinh as ele vári as cores, que acende m e apagam intermitentemente. Portam-se nas o relh as, nos pulsos e na roupa. O desejo de chamar a atenção vai a ponto de copi ar pecu Iiaridades ele i nse to noturno s, como se estes devesse m er imitados pelos seres humanos, criados à image m e se melhança de Deu s. •
om base na idéia de que a data exata do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo era desconhecida, e que o 25 de dezembro era apenas simbólico, alguns ateus criticavam as festas natalinas, alegando que a data fora fixada arbitrariamente pela Igreja católica . Agora, porém - informa o jornalista Vittorio Messori, em artigo publicado no diário "Corriere della Sera", de Milão, em julho último - um professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, Shemarjahu Talmon, traz esclarecimentos preciosos a respeito . Com base nos textos encontrados na biblioteca dos essênios de Qumram, o Prof. Talmon aprofundou o estudo sobre a ordem cronológica das 24 clas ses sacerdotais que prestavam serviço litúrgico no Templo de Jerusalém . E assim conseguiu precisar que a data do nascimento de nosso Divino Redentor foi realmente 25 de dezembro : "Aquilo que parecia mítico, assume de repente uma nova verossimilhança", comenta o jornalista italiano Messori.
Missionário italiano alerta contra o Islã
O
Pe. Piero Gheddo, conhecido missionário italiano, em artigo recente para a revista "li Timone", de seu país, denuncia a estreiteza de vistas do Ocidente, em sua política de aproximação com os islamitas. Ressalta que são justamente os países islâmicos ditos moderados que fomentam o ódio e o terrorismo contra o mundo ocidental: "Em Bangladesh, há centenas de 'modrosses ' (escolas que ensinam o Corão) financiadas pelos países produtores de petróleo, nos quais se fomentam pregações contra o Ocidente; e há outros centros de formação de guerrilheiros do Islã: os melhores jovens eram enviados ao Afeganistão, ou iam combater nas fileiras da intifoda palestina. "Pode-se aceitar isto em um país sustentado em tudo e por tudo pelo Ocidente? "- pergunta o religioso .
AGOSTO 2003 -
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A vós mais de três décadas, parece repetir-se no Brasil a tática usada pelo governo chileno de então
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CATOLICISMO
Farsa, salame e herói ■ PuN1 0 CoRRÊA DE OuvE1RA
De um a leitora anôn im a:
A respeito do Chile, peço-lhe a gentileza de uma elucidação. - Allende [Presidente cio Chil e entre [970 e 1973·1 é o propulsor da investida contra a propriedade privada, ou é um moderno,forçado por extremistas a wn papel ao qual seu temperamento repugna? Vejo no comportamento dele sintomas que parecem justificar wna e outra hipótese. E daí sentir-me perplexa. Vamos aos fatos. No período de instalação de seu governo, até pelos próprios opositores foi Aliende saudado como um moderno. Parecia ser a garantia contra uma radicalização total e rá-
pida. Teve assim as simpatias, pelo menos relativas, de toda espécie de empresários,fazendeiros, comerciantes e industriais. Dele esperavam que j ulgasse os terroristas do MIR 1, e evitasse as reformas violentas. Esta primeira imagem não tardou a se esvair. Ele anistiou terroristas do M!R, cruzou os braços diante das invasões de fa zendas, e ipsofacto estimulou uma reforrna agrária ilegal e violenta. Agora, Aliende parece desejoso de recobrar sua primeira fa ce. Se bem que acelere a desapropriação de fa zendas com, mais de 80 hectares, garante as outras contra as ocupações ilegais e aref orma corifiscatória. Assim, si,jeita a rit1no lento a execução do programa agrá-
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Tenho impressão ele que a mi ss ivi sta é professora, tal a clareza e a concatenação com que narra os fatos, e a precisão com a qual enuncia as perguntas. Dito isto, passo a responder, retificando desde logo o pressuposto' que, em sua pergunta, a simpática professora admite como líquido. O Partido Socialista, ao qual pertence m Allencle e Altamirano, é ofic ialmente marxista. Comu ni sta, portanto, Assim , os acontecimentos internos cio Partido ele Allencle e Altamirano não elevem ser julgados - como faz a mi ss ivista - segu ndo os critérios válidos para partidos libera is e burgueses, mas segun do os que são adequados a partidos tota1itári os. Um partido democrático é, internamente, um a mini atura ele democracia libera l, e nele seus membros atuam com a elasticidade de movimentos inerente a esse regime . Os partidos totalitári os soem ser, em sua vicia intern a, uma miniatura ele Estado ditatorial , em que a razão cios acontec imentos eleve ser procurada muito mais na decisão suprema ele um ditador cio que no entrechoque elas op ini ões ou elas ambi ções individuais. Isto posto, a verdadeira pergunta não eleve ser qual o papel ele Allencle, mero títere como são, em geral, os com uni stas ele ribalta. O que realmente importa indagar é se o co muni smo tem algum proveito com os vaivéns ele Allende, e qual seja esse proveito. Só med iante o esc larecimento deste problema se pode descobrir o sentido da atuação do presidente do Chil e. Passo, pois, a es te ponto.
Moderados e Radicais lguns leitores nos têm perguntado sobre a amb igüidade da atual conjuntura política nacional: um governo de tendência socialista que mantém a economia de mercado típica do capitalismo. Julgamos oportuno, tendo em vis ta esclarecer essa questão, transcrever um artigo do Prof . Plinio Corrêa de Oliveira, publicado na "Folha de S . Paulo" em 14-2-71. Apesar de os tem pos serem outros, podem-se notar, entretanto, importantes e inegáveis semelhanças com a época passada. O artigo esclarece a dúvida de uma leitora sobre a situação do Chile , quando governado pelo marxista Salvador AIJende. Um presidente que se apresentava como moderado e, no entanto, continuamente fazia o jogo dos marxistas mais radicais. Fica a cargo de cada qual fazer as adaptações e aplicações cabíveis.
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Carlos Altamirano (acima) e o MIR desempenhavam o papel de radicais no jogo da comun istização do Chile, durante o governo de Allende
rio dos socialistas e marxistas. E, ao mesmo tempo, se volta contra o novo secretário- ge ral do Partido Socialista, Carlos Altamirano, o qual disco rda do que é, ou parece set; a "moderaçc'io" de Aliende. Peço ao senhor que rne explique quais as rivalidades individuais e os choques doutrinários que ocasionam tanta confusc'io, e qual, dentro desta co11fúsão, a meta de Allende.
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Em política - no C hil e, como no Brasil ou em qualquer outro país - não basta derrubar o adversári o. Duas co ndi ções são indispensáveis para que seja efetiva uma vitória: a) qi1e o vencido se veja despojado ele qualquer possibilidade ele reação ; b) que o vencedor não sa ia tão debilitado ela luta, que lhe faltem meios ele reso lver os mil problemas inerentes ao exercíc io cio pod er. Tendo ascendido ao ca rgo supremo, cabe a Allende, o presidente reform ista, derrubar o empresariado rural , industrial
e comercial. Fazê-lo a pau e fogo talvez fosse fácil. Mas disto resultariam descontentamentos profundos , ressentimentos in sopitáveis, reações ele desespero ele alcance inca lcul ável. E um óbv io enfraquecimento cio governo. Então, a verdadeira fórmula para obter sobre os empresá rios - e também sobre a clara maioria cios chilenos , que é anticomunista- uma vitóri a sólida, consiste em induzir os próprios descontentes a aceitar as reform as com res ignação. Como cri ar tal resignação? Uma pessoa só se res igna a um mal quando se persuade ela imposs ibilidade ele o evitar, ou quando o prejuízo ela aceitação é menor que o ela reação. Por exempl o, um proprietário só não expul sa ele casa um intruso se reconhece não dispor ele meios para isto, ou se receia sofrer, depois da expul são, alguma vingança terrível. Assim, convém a Allencle incutir nos partidários ela propriedade privada ambos os sentimentos : o da impotência para res istir e o cio medo de conseqüências piores , em caso de resistência - ainda que legal e pacífica. A fim de chegar a este duplo res ultado é preciso, ele um lado, incutir no adversário muito medo do que sucederá se cair Allende. Para isto servem Altamirano e o MIR. E é preciso, de outro lado, obter algu ma simpatia cio adversá rio , garantir-lhe que não se lhe tirará tudo, se ace itar ele bom grado a derrota etc. I sto também não é difícil. Fá- lo a quinta coluna metida nos meios empresariais. O difícil, o impossíve l, é desempenhar ao mesmo tempo os papéis de vencedor bicho-papão e ele vencedor bonzinho. Qual a saída? É desempenhar sucessivamente um e outro papel. Assim, minha leitora vê quanto convém ao comunismo que Allende tome alternativam ente os papéis de bicho-papão onipotente, que pode quebrar tudo e todos com um decreto, e ele bonzinho, que só quebra pela metade, e que faz uma força terrível co ntra os que o querem obri gar ao quebra-quebra total. A pobre vítima, se não perceber o jogo, acabará por defender Allencle contra os "q uebraclores" mai s terríveis do que este (Altamirano e o MíR), e por lhe entregar resignada mente metade das penas, para conservar a outra metade.
AGOSTO 2003
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À esquerdo : porte dos armas encontrados no residência do presidente Allende e no Palácio do Governo, após o golpe de estado
de e impe ra", e nsin ava Maqui ave l. O s que se res ig nam sobrevive m um po uco. Os que não se res ig nam tê m de e nf re ntar, iso lados e e nfraquec id os, dura e in certa luta. Esta tática de dividir o adve rsári o, para o de vo rar aos po ucos - tão favo recida pe la co médi a que acabo de de c reve r - , te m um nome. O líde r ve rme lho Rákosi2 a levo u, na Hungri a, à ma io r perfei ção . Ele a c hamo u de " tática do sala me". Ningué m come de uma vez um sala me inte iro . Corta ndo-o e m ped aços, s im. É até agradáve l. Ass im, os comunistas reta lham e devora m seus adversári os.
* Pode ri a esta r ma is cla ro o j ogo de All e nde?
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su, seus age ntes ia m cochi cha ndo nossalões d a nobreza que Na po leão a estimava, e só lhe impunha sacrifíc ios pa ra não exace rbar os j acob in os. Assim , a dire ita se res ig nava a pe rde r ma is do que a metade de suas pe nas ... É c la ro que ne m tod o o mund o se de ixa e nrol a r pe la ma no bra. Al g un s de ntre os ve nc idos res iste m à fa rsa. D aí resulta ma is uma prec iosa va ntage m do jogo: divide o adversári o. "D ivi -
Ins istim os sobre os do is in strume ntos necessári os pa ra que Alle nde ga nhe esta pa rtida. Antes de tudo, co mparsas sa nhudos, co m ares de esta re m prontos pa ra de rru bar All e nde e faze re m , num só la nce, as reformas ma is radi ca is. Esses comparsas são Alta mira no e o MIR . O o utro in strume nto é a " quintaco luna" influe nte na cl asse ve nc ida, que ajuda o j ogo di ssemina ndo, de ouvido e m ouvido, info rmações " rese rv a d as", qu e apo nta m All e nd e como " bo m praça", pesaroso de ser o bri gado a pe rseguir os e mpresári os, e di s posto a ser brando nas reform as. N ão é difíc il co nseg ui r "Alta mi ra no s", " MIR s" e " quintas co lu nas". A Hi stó ri a de to d os os te mp os o prova. N a po leão, po r exempl o, qui s im por aos adversári os d a Re vo lução que aceitasse m o Estado ig ua litá ri o gerado po r esta. Pa ra ta nto, teve que m lhe fi zesse o papel de Al ta mi ra no. Fo i a corre nte dos j aco bin os (os te rrori stas do te mpo). O corso a continh a com pul so de ferro . Se e le caísse, o j acobini s mo re nasceria . Di a nte do ho rror desta pe rspectiva, a dire ita se res ignava ao de magogo fa rd ado. Pari pas- Cordeai Joseph Mindszenty
111111m
CATOLICISMO
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- Q ua lque r res istênc ia a esse processo é impossíve l? - Só a res istê nc ia mo ral , le vad a a cabo co m prestígio e fo rça, pode a trapalhar mui ta co isa. Disto é prova Mindszenty>, o ca rdeal-he ró i. Te rá o C hil e a lg um Mindszenty co m o u sem batin a? Es pere mos. Po is sem heró is ne nh um povo de hoj e sobrevive ... •
Notas:
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1. MI R: Movimento de /zq11ierda Revo/11 cio11ária. Fo i um gru po subversivo que apo iou o reg ime marx ista, enfrent ando e am eaça ndo a oposição , 1 ratica ndo nu merosos atos terrori stas e guerr ilh eiros, dos quais o pres id ente chil eno di zia discordar, mas impu nha- lhe ocas ionalmente apenas algumas rest rições. 2. Em 1953, depo is da morte de Stalin, M atías Rákosi , Secretári o Gera l do Partid o Comuni sta, dirig iu o govern o da Hun gri a, alega nd o querer razer algumas reformas super fi ciai s pa ra ev itar um a cri se geral, por ca usa dos enormes crimes ocorri dos sob a tira ni a st:alini sta. A nova posição não moderava o reg ime, apenas o tornava mai s maq ui avélico: exempl o é
a "tát ica do sa lame" ac ima descrit a.
3. O Ca rdeal Joseph Mindszenty ( 1892- 1975) , A rcebispo Primaz da Hungri a, enfrentou em seu país o comuni smo, e antes dele o nazismo, e po r isto fo i duramente perseguido pelos carrascos vermelhos. So freu um jul gamento iníquo e torturas, em 1948, e fo i condenado à pri são per pétua. Esteve preso até o leva nte anti comuni sta, em 1956. Quando este fo i esmagado, refu giou-se na emba i xada norte-ameri ca na, em Budapeste, onde esteve 15 anos, até que o Vaticano o fez sa ir do pa ís, rumo ao Oc idente, em 197 1. Perd eu seu ca rgo de A rceb ispo Primaz em 1974 e fal eceu em 1975.
O Canadá na rampa da decadência
pennitindo a pacientes de clínicas de Vancouver usar heroína, com seringas descartá veis, para evitar doenças " ("O Estado de S . Pa ulo", 19-6-03). E j á se come nta que muitos "casais" ho mosse-
.flzada - sem reação à altura, dos que princ ipa l-
xuai s dos Estados Unidos aco rre rão ao vi zinho Canadá, para reali zar seu "c asa me nto" . Poderão ir tam bé m à proc ura· de drogas. Ou seja, a mes ma tática que se usava no Bras il a res peito do divó rc io entre marido e mulhe r, na é poc a e m que nossa Pátria ainda estava livre dessa le i. O s qu e que ri am " recasarse", acorriam ao Urug uai . •
'A medida que a moral ca tólica va i sendo des preme nte deveri a m defendê- la - certos países vão toma ndo a di a nte ira nessa decadê ncia . É dol o roso ve r o que se passa no Canadá. Se ndo um dos pa íses de melho r qualidade de vida no Gl obo, está se tornando uma prova viva de que riqueza sem moral de nada serve. O ga bin ete canade nse aprovo u e m 17 de junho uma no va po líti ca de casa me ntos para casais ho mossexuai s, a brindo caminho para que o pa ís se to rn e o te rceiro do mundo a permitir uni ão e ntre pessoas do mesmo sexo, de po is dos péss imos exe mpl os d a Hola nda e da Bé lg ica. C ome nta um matutino pa uli sta: "A decisão, que
ainda tem ele ser ref erendada pela Câm.ara dos Comuns, é apenas um dos muitos sinais de que essa sociedade tradicional está passando por mudanças sociais em um ritmo alucinante. O Canadá lam.bérn. está alterando sua política de drogas, descriminando o porte de pequenas quantidades de maconha e
Na Austrália, prostíbulos capitalistas
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rostíbul os da Au strá li a estão investindo na B olsa de Val o res de M e lbo urne, colocando a li suas ações . Outras casas de pe rdi ção estão oferecendo 5% de desconto para a posentados e estão atraindo um público de um a fai xa e tá ria e ntre 60 e 80 anos. Di zer, como que re m alg un s, que a prostitui ção é fruto da po breza, é um contra-senso. Ela pros pe ra o nde não se prati cam os M a nda me ntos da Le i de De us, sej a e ntre ricos o u po bres. •
Da neo-ecologia ao paganismo: um passo
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ossuir um cachorro d e estimação ou para g ua rd a é um há bito arraigado e ntre nós . Até a í, nada de espec ial. Os animais pode m até ser muito inte ressantes, pitorescos e úte is. Ultimame nte, poré m, uma nova moda ecológica tende a produzir os ma io res absu rdos nessa màté ria, a começar por aqueles que prefere m te r cães a ter filhos. Substituir um filho po r um cachorro é, pe lo menos, uma aberração. M as é o que está produ zindo a contra-c ultura do aborto, da limitação da natalidade, do homossex ualis mo etc. Nosso Senhor ad verte no Evangelho: "Não convém jogar aos cães o pão dos filhos" (Mt. JS , 26). Agora pode-se até obter, por apenas R$ 3,00, uma carteira de ide ntidad e do cão , o Reg istro Geral Animal ( RGA ). Tudo isso nos e nca minha para uma vi são pagã da vida, como a que se pode nota r e m certas reg iões d a Índia. Em 1 1 de junho últi mo, no po voado de Khanyan, no Estado indi a no d e Bengala, uma menina de nove a nos de idade casou-se com um cachorro vira- la ta, numa cerimônia à qual co mpareceram mai s de 100 convidados. Trata-se de um ritu al pagão destinado a pôr fim a um mau agOLtro! A me nina, Karna moni Handsa, te ve de ser c asada com ra pidez para e ncerrar um mau agouro, segundo as crenças da tribo Santhal. Um dente de Karn a mo ni ca iu de sua arcada de ntári a superior, o qu e é considerado um mau presság io. A neo-ecolog ia ainda não retrocedeu a esse ponto. Poré m, mai s um passo para trás no afas ta r-se da Civilização Cristã, e tudo indica que c hegare mos lá. •
A afirmação de um exministro do Trabalho "cachorro também é gente" , não parece absurdo poro o paganismo, cujo antecâma ra é o neo -ecologio
HÃO DOAO°'I DE O GÃOS E TECIDOS • 1
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lu ção Fra ncesa, prec ursora do co muni smo, dese ncadeo u co lossa l in cêndi o político-soc ial q ue la nçou as bases do caos hodi e rn o. Essa sequê nc ia de revoluções foi uma ex pl osão ci o ódi o, que se pate nteou na metafísica natu ra li sta e ig ua litária da c hamada Filosofia das Luzes: destruir o passado c ri stão das nações para e rig ir uma Rep ública Unive rsa l sem fro nteiras. E m lugar ele N osso Senho r Jes us C ri sto, bani do, instala r-se- ia o ho me m e os seus direitos humanos, e m g ue rra co ntra o Dire ito di vino; e uma a nti -re lig ião uni versa l substituiria a Re li gião ve rdade ira.
Constituição in(lua/ilicávcl "Queremos o coração da rainha!". Tal âns ia revo luc io nári a, ora bradada, ora sussurrada, ora ludicame nte extern ada, desdo brou seu ód io, desde 1789, contra todos os pinác ul os da C ri standade. E, porta nto, contra a Europa e nqua nto ra inha da c ivilização e ela cul tura católicas, que se conc reti zaram no contine nte e uro pe u as úni cas q ue ating ira m a ple nitude do conceito ele c ul tura e civili zação.
S etores da Europa encontram-se estarrecidos com o projeto de Constituição européia, que atenta gravemente contra as raízes históricas, os fundamentos cristãos e a própria identidade do Continente m Luís DuFAUR "
uerernos o coração da rainha!".
O brado ec lodiu no ama nhecer chu voso do di a 6 de o utubro de 1789, no pa lác io rea l de Ve rsa lhes. A c hu s ma de megeras e de linque ntes invadiu o pa lác io, massac rou os g ua rdas, e ntregou-se a o rg ias indescritíveis e sequestro u os mo na rcas, numa das j o rnadas de maio r conte údo s imbó li co para os séculos poste ri o res. "Queremos cortar-lhe a cabeça - uivava m - , arrancar-lhe oco-
ração, fa zer picadinho de seu Jrgado, e.xtúpar-lhe as tripas para f azermos fitas para nós, e então tudo estará acabado ". 1 A Rainha M ari a Anto nie ta, maj esto-
CATOLICISMO
.-a e sobra nceira, seri a decapitada a l6 de outubro de 1793, j á e m ple no Terro r.
Parábola pungente Esse fa to hi stóri co te m aplicações e m nossos di as. A E uropa é a ra inha da c ivi li zação. N ão ta nto pe los seus fund a me ntos g reco- ro ma nos, o u ele o utras c ultu ras e povos há séculos de ·apa rec idos. A sua centra lidade c ultu ra l e projeção un iversa l lhe vê m do fa to de se te r conve rtido à Igrej a Cató lica du ra nte o Império Ro mano, e te r pe rmanec ido ass im fi e l à verdade ira Re li g ião, no caos que se seguiu à queda cios césares. Regene rada pe la ág ua do batis mo, co m uma de suas mãos a Euro pa cons-
tru iu caste los, estradas, hospita is, moste iros e cated ra is, e nqua nto com a o utra combatia os inimi gos da fé: novas ho rdas bárbaras, como a cio vikings e húngaros, be m como he res ias e o Is lã, acérrimo inimi go da C ri sta ndade . Em fin s cio sécul o IX, o Papa Leão lll coroou um ho me m provide ncia l co mo Imperado r cio Oc ide nte: Carlos M ag no, Re i dos fra ncos. Na Euro pa, constituiu-se assim uma fa mília de nações cató licas, que fi zeram de la o coração da C ri sta ndade e a ra inha c ultu ral ela Terra. Po r isso mesmo, e nfre nto u vaga ihões de ódi o infe rn al. Em 1517 , a revo lução pro testa nte c indiu re li g iosa e po li ticame nte o contine nte . E m 1789, a Re vo-
No di a 20 de junho de 2003, co m ace ntos pa usados e frieza burocráti ca, esse ane lo pres idiu a e ntrega do proje to ele Constitui ção Euro pé ia 2 aos 28 c hefes de go ve rno da Uni ão Euro pé ia, re unidos na G réc ia. O te xto fo ra e la bo rado po r um a conve nção diri g ida pe lo ex- pres id e nte d a F ra nça, Va lé r.y G isca rcl d 'Estaing . Ta l co nve nção não nasce u de um a e le ição. O comum dos e uropeus po uco co nhece a res pe ito do c ri téri o de escolh a de seus me mbros e co mo e la tra balh o u nos 17 meses de sua ex istê nc ia. Mas, qu a nd o vaza ram as prim e iras notíc ias, um estre mec ime nto pe rcorre u a Euro pa . O proje to não só recusa inc luir o no me de De us e faz tabula rasa cio do is mil ê ni os ele hi stória c ri stã no co ntin e nte, mas e ntro ni za o oposto visceral do cristia ni s mo: a me nc io nada h loso-
fia das Luzes. Pulul aram as críti cas contra o proj eto . Seus caute losos redato res e ntão tivera m o c uidado ele ri scar a me nção ex plíc ita a essa Filosof ia . M as ne le pe rma neceu ínteg ra a in spiração de Ro ussea u,
M arat e Robespi erre . Muitas e auto ri zadas vozes pede m pa ra sere m incluídos o no me de De us e um reconhec ime nto das ra ízes c ri stãs da E uro pa. Contudo, a resistê nc ia da Conve nção só confirmo u o escandaloso faccios is mo a ntic ri stão domina nte . Talvez a as túc ia serpe ntina venha a admitir tal inc lusão, mas e la fica rá co mo uma concessão ex trín seca ao espírito do tex to.
EsUltolatl'ia e totalitarismo A Constitui ção, na realidade, é um tratado que resume todos os acordos a nte ri o res da UE, s iste mati zando e aume nta ndo os se us pode res, hoj e di ssemin ados num e ma ra nhado bu roc ráti co impenetráve l. Tal e ma ra nhado bu roc rático assusta, po is ne le rev ive a ime nsa estrutu ra fracassada ela Uni ão Sovié tica. Até um jo rn a li s ta ag nósti co po rtug uês, José Pac heco Pe re ira, fico u c hocado ve nd o o preâ mbulo cio projeto: "A
versão que aí se dá da históriafitndacional da Eumpa éfalsa e ideologicarnente sectária, a ausência do cristianisrno só pode ser ideolog icarnente moti vada. [... ] Estamos dependentes da tradição revolucionáriafi'cincesa que produziu o Te rror e urna apologia e adoração do Estado, que abriu caminho ao com.unismo 101alitário. A maioria dos europeus não é maçônica, nuútos não são sequer republicanos. [.. . ] Por estas e por outras, é que não desej o uma Constituição Européia que me obrigue a ser o que neto sou" . 3
O mes mo j o rna li sta ma ni fes to u estranheza - co mo o utros co me nta ri s tas acostumados ao la ic is mo seco dos a tos da UE - ve nd o in s ta lad a no centro el a mesa do Praesidium um mo nstro de moníaco c hinês, co m corpo de ta rta ru ga, símbo lo pagão el a sabedo ri a e das potê nc ias o bsc uras qu e s uste nta m a a rqui tetura do uni verso. 4 Esse s ímbo lo de fun do esotéri co, que le mbra o mo vime nto Nova Era, fez co rre r mui ta tin ta. Mas a Co nve nção fez q uestão de ma ntê- lo; o seu serviço ele im prensa di vulga-o fa rDa esquerda para a direita : Condorcet, La Harpe, Voltaire, d' Alembert, Diderot e o Pe . Adam, representantes do enciclopedismo francês, que se baseou na Filosofia das Luzes
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Sobcra11ia-J1at11s l'Ocis
tamente ; Gi sca rd acaricia-o de público (foto ac ima); e os convencionai s, nos depoimentos ofic iai s, ide ntifi cam-se co m essa imagem pagã , ao mesmo tempo e m que e laborava m um projeto anticristão ...
Sobera11ias em fi'a11galhos Sem dúvida, a mais espi nh osa elas questões é a da sobera ni a nacional. Inspiradores e propulsores da unifi cação européia nunca esconderam o son ho de fundar os Estados Unidos da E uropa, imitando os EUA. Por sua parte, os arraiais antiglobalistas consideram a República Universal um passo rumo à utopia anarco-eco logista planetária. Assim, enquanto de um lado o e ntão presidente socia li sta francês François M itte rra nd ex ultava, constatando que "há um bom tempo que sefazern transferências de soberania da França à Europa, quer dizei; à Comunidade" 5, de outro lado o filósofo socia li sta Edgar Morin observava: "O ideal para anunciar ao mundo não é rnais a independência das nações, é a co,1f'ederação. [. .. ] O perigo nos sugere uma alta autoridade planetária, superior às nações e impérios, que teria poder sobre os problemas ecobiológicos vitais da Terra. Não está isso na continuidade de 1789?". 6 Em 1992, por ocas ião do plebiscito sobre o tratado de Maastricht, a TFP francesa publicou manifesto pela imprensa e o distribuiu largamente e m Pari s e nas grandes c idades do centro e norte do país, alertando: "Uma soberania em frangalhos não é soberania: não passa de engodo!". 7 Desde então, esta denúncia da mutil ação da soberania veio sendo confirmada pelos fatos. A Constituição vai a inda mai s longe que todos os tratados anteriores. Na sua primeira redação, o artigo J- 1 estabelec ia que a UE é fundada "em moldesfederais".8 Isto é, os países e uropeus inte-
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CATOLICISMO
grari am a UE como sucede com os estados brasileiros em relação à União Federal. Ou , mais propriamente, seriam comparáveis às unidades da Federação norte-americana. A expressão "em moldes federais" causou ca lafrios até em espíritos predispostos a abrir mão da própria soberani a. Ela então fo i suprimid a, o que acarretou um vácuo: não se esclarece em que molde se enquad rará a UE. Mas, em campos específicos, e la será de fato federa l. São tais campos definidos pelos artigos 1-12 e I-15 , como "competências exclusivas" da UE: as políticas monetária, comercia l e alfa ndegári a, os aco rdos internac ionai s, a política e a seg urança exterior comum . Nestas matérias, só a UE poderá legis lar, e as suas decisões serão juridicamente ob ri gató rias para os países membros (art.1- 1 J), cessando ipsofacto a soberani a. Em outros pontos, a UE funcionará como uma confederação, quanto aos chamados "dorninios de competência participada " (a rt 1-13): segurança e justiça ; mercado interior; ag ri c ultura e pesca; tra nsportes; energ ia; política socia l; meio ambiente e saúde pública - para mencio nar só os principais. Poré m o art. I- 1 estabelece como objetivo principal da Constitui ção cond uzir o Continente a uma uni ficação sempre maior, sem fixar limites. É de se temer qu e as co mpetênc ias nac iona is e participadas diminuam gradativamente em favor elas competências exclusivas da UE, segu ndo o c ri tério que esta estabeleça. Pois , como bem ressalta o manifesto ela TFP francesa, "sendo a soberania um poder supremo e incondicionado, não pode ser dividida em parcelas, tran~feridas a potências estrangeiras ou a organizações internacionais. Porque, neste caso, elafica à mercê dos detentores das parcelas tran.sferidas". 9
Em tese, os países sig natári os conser- . vam a soberania, podendo se retirar da UE. Mas, na med ida em que e les sejam absorvidos pela UE, uma tal decisão vai se tornando impossível ou extremame nte traumática. Assim, o projeto não declara abolidas de vez as soberanias nacionais, mas elas vão se assemelhando cada vez mais a um .flatus voeis (palavra vazia). Assim , tal projeto quer a "cabeça da rainha" num sentido me nos grosseiro, e mbora, no fundo, ma is radica l do que o desejo das megeras du ra nte a Revo lução de l 789: que os europeus pensem e trabalhem seg und o um a cosmovisão igua litária, que os leve a re negar a Europa e nqua nto filha da Ig reja e à própria sobera nia de cada país- membro da UE. Se se obtiver isto, "tudo terá acabado", parafraseando mais um a vez os a ne los manifestados no fatídico 6 de outubro de 17 89. Resta saber quai os sobressa ltos que poderão a inda adv ir nesse processo. Pois a opini ão pública e uropéia, por certos lados, está cada vez mais arredia ao igualitari smo nive lador. O que acontecerá se tal op ini ão for devidame nte esc larec ida pela denúncia de genuínas e li tes católi cas e tradicionais? O projeto ainda será anali sado pelos governos dos Estados-membros da UE. Realizar-se-ão referendos para ratificar a inominável proposta? A idé ia parece causar ca lafrio nos seus "dem.ocráticos" propu gnadores .. . •
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E- ma il cio autor: Lui sDufa ur @netscape. ne t
Notas:
1. Pi e rre Gaxot:te , La Révo /11ti o11. Fra11 ça ise, Fayarcl, Pa ri s, 1970, p. 152. 2. http://europea n-conve ntion.eu.in1/clocsffrea1y/ cv00820- re0 l .pt03.pclf. 3. A Europa do Preâ111/J11.lo da Co11stit11ição Eu ropéia, in "O Públ ico" , Li sboa, 5-6-03. 4. C fr. Mari anne Oesterre icher-Mo ll wo, Dictio11 11aire des sy111/Joles, Brepol s, 1992, verbete Tartou, Para os Pad res da Ig reja, a tartaruga é s ím bo lo ela luxúria. 5. " Le Monde", Paris, 14-4-92. 6. Le gra11d dessein. "Le Monde", 23/9/88. 7. La TFP dit "NON" à Maastricht - Un traité ill11sible: peut-011 l'appro11 ve r ?, " Le Quoticlie n ele Pa ri s", 10-9-92.
8. Projeto de Texto dos Artigos do Tra1ado que ln slitui 11111.a Co 11 st it11ição para a Europa, CONY 528/03, ht tp://reg ister.consi lium .eu.int/ pcl f/pt/0 3/c v00/cv00528pt03. pcl f. 9. La TFP dit " NON" à Maastricht, icl. , ibicl.
Sagrado Coração de Jesus nos lares brasileiros "J\ minha bênção permanecerá sobre as
.t\. casas em que se achar exposta e ve-
nerada a irn.agem. de meu Sagrado Coração". Das promessas de Nosso Senhor Jes us Cri sto feitas a Santa Ma rga rid a Maria Alacoque, esta nos cha ma a atenção de um modo especia l. Era comum , outrora, entrar numa casa e ver um quadro representa ndo o Sagrado Coração ele Jesus, colocado em local de destaque. Essa devoção de tal fo rma estava e nraizada no público católico brasi leiro, que faz ia parte dos costumes tradicionais de muitas fa mílias . Aos poucos, um outro costume foi usurpando o lugar de destaque nas casas: a televisão. Uma espécie de terminal do infe rno que, durante as 24 horas do dia, despeja toneladas de li xo imoral
dentro dos lares, deseduca as cri anças e afasta as famíli as da prática dos Mandamentos. E o Sagrado Coraç~o de Jesus ... Quantos la res o le ito r a ind a co nhece, o nde Ele é ostentado? Em contrapartida, quantos lares conhecerá que não possuem hoje um apare lh o de TV? É com o intuito de resgata r esse antigo costume cató li co, e ao mesmo tempo levar aos lares a promessa magnífica de Nosso Senhor Jes us C ri sto, transmitida a Sa nta Margar ida Mari a Alacoque, que a Campa nha Vinde Nossa Senhora de Fátirna, não tardeis! está rea li za ndo uma amp la difusão da Estampa do Coração de Jesus . Ini c ia lm e nte para 200.000 famílias em todo o País. A grande meta da coorde nação da Campa nh a é atingir 500.000 lares, num a segund a
etapa, e cam inhar para um milhão de lares . Marcos Luiz Garcia, coordenador da Campanha, faz um apelo para que todos os brasileiros abram seus lares para o Sagrado Coração ele Jesus: "Precisamos abrir nossas almas e nossos lares para o Sagrado Coração de Jesus. A Ele devem.os dirigir nossas esperanças, implorar e esperar a salvação. E d 'Ele poderemos esperar ternpos rn.elhores. Jacinta era ,nuito devota do Sagrado Coração e recomendava que se incentivasse essa devoção". Para ma io res in formações sob re co mo receber a Esta mpa cio Sagrado Coração de Jesus, basta li gar para o plantão de atendime nto da Campanha, pelo telefone ( 1 1) 3955-0660, o u acessar o site: www.fatima.org.br •
Distribuição de auto-adesivos de Nossa Senhora de Fátima pela Internet J\ ssim
que o site da CampaVinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! deu iníc io às suas ativid ades, começara m a chegar de todas as partes do Brasil pedidos de auto-ades ivos de Nossa Senhora de Fátima. Por não ser usuária do chamado "spam" (envi o indi sc riminado de mensagens pela Internet), a Ca mpanh a com uni cou aos seus am igos e correspondentes que poderiam solic itar os ades ivos no site. E também indicar amigos para que o solicitassem, poi s está constatado que, freqüentem ente, as pessoas que se tornam devotas de Nossa Senhora de Fátima recebe m grandes graças em suas vidas. Portanto, essa distribuição seri a um apostolado a mai s. O sopro da graça imed iatamente se fez sentir: em pouco tempo, cerca de 3.000 pessoas já haviam so li citado o auto-ades ivo. E a distribui ção continu a. Basta para isso que o interessado se cadastre no site e info rme seus dados. Em poucos dias receberá pelo
.t\. nha
corre io, gratuitame nte, um auto-adesivo já bento por um sacerdote. Aqueles que desejarem colaborar de alguma forma para a expansão deste aposto lado, entrem em contato com nosso plantão de atendimentos pois, conforme seja o auxílio prestado, poderão ser presenteados com dois livretos sobre a Mensagem de Fátima. Para receber o ades ivo de Nossa Se nh ora de Fát im a, acesse o site www.fatim a.o rg.br, o nd e é possíve l também indi car nomes de pessoas que estejam interessadas e m recebê- lo. •
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
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•A Reforma Agrária leva o País à ruína Mas, apesar de tudo, ainda se insiste numa política agrária comprovadamente condenada ao fracasso Catolicismo -
O Sr. julga que a lei de Reforma Agrária foi boa para o Brasil?
Prof: Aércio Cunha - Os responsáveis pela lei e por sua aplicação não levaram e não leva m em consideração que a agricultura, de modo geral, é um péssimo negócio. Apesar de desenvolvida, a agricultura europé ia e americana não sobrev ive sem os subsíd ios ele 64 bilhões ele euros e 19 bilhões de dólares, respectivame nte. Sendo a agri cultura muito extensa, existem ne la nichos que são razoáveis. A fruticultura de exportação, por exe mpl o, é um exce lente negócio. O setor sucroalcoo leiro é um bom negócio. O café é às vezes um excelente negóc io, e às vezes um péss imo negócio. Carne, atualmente está sendo um bom negócio, mas já passou por épocas ruin s. As pessoas que há 20 a nos fizeram fo rtuna com le ite, hoj e estão pobres. Catolicismo - Se há necessidade de subsídiProf. Aércio dos Santos Cunha, do De partamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) e Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados, concedeu elucidativa entrevista sobre a questão agrária no Brasil ao correspondente de Ca-
º
tolicismo em Brasília, Nelson Ramos Barretto. O ilustre entrevistado é especialista em problemas agrícolas brasileiros. O título de sua tese de doutorado na Universidade Vanderbilt (EUA), em 1978, foi : Modernização e pobreza na agricultura brasileira. É autor da obra Uma Sustentabilidade da Agricultura dos Cerrados e de muitos estudos estampados e·m revistas e livros especializados. Destacamos o trabalho National Factor Markets and the Macroeconomic Context for Environmental Destruction in Brazilian Amazon, selecionado entre os de 35 economistas da América Latina e publicado no famoso Modern Political Economy and Latin América, de Frieden J. Pastor, M. and Tomz, M. (Westview Press, 2000) . CATOLICISMO
Pml'. Aél'cio Cunha: "O /Jrnsil não sabe lidar bem com o comércio intenwcional. No lilwl de um COJlgresso sobre leite, uns australianos informaram o Jtamaraty <1ue o Brasil tinha iJ1teresse em exporta,· leite ... Daí, pela mesma l'orma, concluo que o Brasil é iJ1capaz ele cuidar ele um programa tão sollsticado como o ela Reforma Agrária "
os para a agricultura nos países ricos, por que não concedermos subsídios aos nossos agricultores?
Prof: Aércio Cunha - Se co ncedermos subsídi os à nossa agricu ltu ra, a fim de torná- la ren tável , os países desenvolvidos simpl esmente aumentarão os del es. Diante ele tal medida, nosso Tesouro não tem condições de concorrer com o deles. Catolicismo - Postas as coisas como estão, será a Reforma Agrária que resolverá este impasse?
Prof: Aércio Cunha - O Brasil não sabe lidar bem co m o comérc io internacio nal. Pouco tem po atrás, estiveram aqui un s australianos pa rti cipa ndo de um estud o sobre o leite. No final do cong resso, e les é que foram inform ar ao Itamaraty que o Bras il tinha inte resse em exportar le ite . Até aq uela ocasião, o ltamaraty não sab ia disso ... Daí minh a conclu são ele que, pela mes ma fo rm a, o Brasil é in capaz ele cuidar ele um programa tão sofisticado como o ela Reforma Ag rá ri a.
Desde os anos 50, os eco nomi stas dizem que os preços agríco las estão no tread-mill, num a esteira rolante, ou seja , anda-se sobre e la, mas não se sa i cio lu gar. E ainda é necessário corre r cada vez mai s rápido para ficar no mesm o lu gar, pois à medida que são adotadas novas tecnologias, há aume nto na oferta e diminuição nos preços. Se num tread-mill é preciso correr cada vez mai s rápido para ficar no mes mo lugar, alguém indicaria a um amigo este negóc io da Reforma Agrária? Só se for "amigo da onça". Se o governo pega os chamados sem-terra e os coloca num negócio desses, eu tenho um nome para isso. Chama-se crueldade. O tal ''.favor" da Reforma Agrári a passa a ser "crueldade".
Catolicismo - Então, qual é a saída que o Sr. vê para sanar ou minorar esse problema?
Prof. Aércio Cimha - Numa s ituação ideal, o pequeno eleve trabalhar com o gra nde, em cooperação com ele. Numa produção de grãos como soja e milho, não se pode imagin ar um pequeno agricultor trabalhando com enxada e arado, concorrendo com as grandes plantações meca ni zadas. Examinando a agricultura no seu todo, os setores onde o pequeno tem espaço são limitados. Então a Reform a Agrária não pode ser uma solução geral. Ela é, pois, muito particular, e só para a lg un s casos poderia ser criteriosamente ap licada. Mesmo assim , eles só podem ser efic ie ntes se vinculados a um esq uema maior. Uma fruticultura irri gada pode ser efic iente, desde que esteja ligada a uma cooperativa ele exportação. Como o produtor, ele sua fazenclinha, faria contatos com o importador da Holanda? Se for uma peça ela e ngre nagem, pode dar certo. Se for sozinho, ele não tem condições. Não basta fazer uma Reforma Agrária dando terra, ass istênc ia técnica e in strumentos ao interessado. É preciso e nca ixálo dentro de uma engrenagem. Mas para se encaixar dentro dessa e ng re nagem é preciso um requisito muito importante, que é o capita l humano ou recurso huma no. Se tivéssemos fazendeiros israelenses no Nordeste, poderíamos irri gar o Nordeste que iria dar certo, poi s o que se precisa é ele um empresário agríco la. O e mpresário é capaz de tomar decisões, ele correr ri scos, ele co mprar e vender, de minimizar c ustos e maximiza r lu cros. Sabe Iiclar com banco, créd ito, juros, inflação, mercado futuro. O e mpresário não é apena um admi ni strador. Faz-se um administrador numa facu Idade, mas nela não se ensi na a tomar decisões. É o empresário que descobre as oportu nidades ele negócio, formas de orga ni zação, demandas de tecnologia. De
fato, é mai s fáci l formar um c ie nti sta do que formar um e mpresário.
Catolicismo - Então o enfoque dos responsáveis pela Reforma Agrária está totalmente errado, pois os ditos sem-terra não têm nenhuma qualificação para isso que o Sr. acaba de afirmar.
Prof. Aércio Cunha - O maior abs urdo da Reforma Agrária é querer transformar mão-de-obra rura l, que nunca tomou decisão, e m empresá rio ag ríco la . Se e u pegar um indivíduo na ru a e o mandar fazer uma c irurg ia no co ração ou na cabeça de a lguém, a chance ele sucesso de tal cirurgia será ma ior cio que pegar um tra balhador rural e dizer: vá ser empresá ri o, vá gerir o seu negóc io! A me u ver, a soc iedade está an siosa, pois não sabe o que fazer com seus pobres. O que faz? Dá um tiro no pé. Como não se sabe o que fazer com e les, inve nta-se a Reforma Agrária. E u queria que nossos dirigentes e formadores de opinião fossem mais c ri ativos. Como o setor industria l e o seto r ele se rvi ços não co nseg uem abso rver a mão-de-obra não qualificada , jul gam que a agricultura pode. Essa é a ma ior discriminação contra a ag ri c ultura . Positivamen te, a Reforma Ag rár ia é uma forma ele discriminação co ntra a agricultura . Catolicismo - Outro problema, além dos vários já apontados pelo Sr., parece ser a concessão de crédito para esses pobres assentados. Isso também constitui um ponto vulnerável do programa de Reforma Agrária?
Prof. Aércio Cunha - Sem dúvida, é outra dificuldade que os rom ânticos não pensam: como dar créd ito aos muito peque nos. Para haver créd ito, é preciso um cadastro, uma conta de cada um . O custeio é tão caro, que não se consegue fornece r esse micro-c rédito. Até hoje não se conseguiu organi zar um .s istema de micro-c rédito para os pequenos. É a id é ia românti ca de que o governo vai pegar cada um pela mão e ficar anos e anos até que e le aprenda a lguma co isa. O governo dá os in sum os, a semente, compra a produção e ainda dá um seguro para e les. O u sej a, e les não vão produzir nada. Um indivíduo sem um trator consegue produzir no máximo em doi s hectares. Ele não consegue ne m a subsistên-
"Se o governo pega os chamacios sem-tel'ra e os coloca num negócio e/esses /da Reforma Agrál'iaj, eu te1Iho um nome para isso. Chamase cruelclacle. O tal 'favor' ela Rel'ol'ma Agrária passa a ser crueldade"
AGOSTO 2003
D11111
eia e vai morrer de fo me Iá. Aqui 'está a crue ldade à ~ qual j á me referi. Só se ele fi zer uma roça para pl a ntar batata, mandioca, cri ar um a ga linha, um porco para ele comer. É uma crue ldade absurda. Lá no. asse ntame nto a vi olênc ia aco ntece, mas ele fica longe dos olhos da soc iedade e da imprensa. Seria um ex íli o no próprio país. É a hipocris ia dos formadores de op ini ão da c lasse méd ia urba na qu e desej a isso. É a hipocrisia de po líti cos inescrupul osos que pescam em ág uas turvas. É um apartheid que os co loca lo nge dos olhos de todo o mundo.
tema. É c laro que ex istia abuso, mas sempre vai ex istir abu so. A le i simples me nte impl antou o caos. Crio u a mão-de-obra do bó ia-fria . Um desastre total , um a hecatombe. Como se pode, sob pretensa moderni zação, destruir o que te m? Para a resolução dos problemas, é prec iso parar de co meter e rros. N ão há nenhum sistema que agüente, por tanto tempo, tantos erros ass im. A economia brasileira continu a crescendo apesar do governo. Em 1998, dei um a assessori a ao mini stro Jung mann. O pessoa l da FAO estava envolvido no traba lho. N aq uela é poca, para se asse ntar um milhão de pessoas, seguindo todas as regras, seria m necessári os 100 bilhões de rea is . Hoj e, pode-se co locar o dobro disso.
Catolicismo -
O que o Sr. pensa da política governamental de não conceder aos assentados o título de propriedade? Prof Aércio Cunha - A lei é burra porque impede a se leção. Isso mostra como o Estado não tem ne m a concepção e nem a prática. Quando o asse ntado é insta lado, e le recebe um créd ito de insta lação. Para ver se o indivíduo não recebe o dinheiro e vai embora, mas fique mais tempo, é colocada essa c láusu la. Só que com isso o prejuízo é muito ma io r. As pessoas ficam proc urando soluções setoriais. Isso se chama burrice. As soluções setoria is são co mpl e me ntares de uma solução gera l. Se a economi a bras il eira crescer de fo rma sustentável - 5% ao ano - durante 20 anos, o problema da desigualdade se reduz a taxas ad mini stráveis. Para isso devem ser removidos todos os obstácu los. Quando a econo mi a cresce de mane ira sustentável, e la gera a lgun s empregos diretos mais um a infinidade de empregos indiretos. Todo mundo se benefic ia, e la sa i arrastando a turma toda. Acontece que muitas le is tra ba lhi stas cri aram am paro por decreto, estimul ando o conflito soc ia l. Sob adesculpa de proteger o mais fraco, e la estimul a o conflito e acaba tendo o efeito contrári o.
Catolicismo - O Sr. quer se referir à lei trabalhista no campo?
Prof. Aércio Cunha - A le i trabalhista no campo é um crime. Uma tentativa de moderni zar por decreto. E la crio u vítimas. C rio u-se o mito do regime fe udal na agric ul tura. Diziam que era preciso acabar com ele. O mercado funcionava naquele sis-
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CATOLICISMO
Catolicismo -
''.1 lei tmbalhista campo é um crime. Uma tentativa ele modernizar por decl'eto. Ela criou vítimas. Criou-se o mito do r egime f'etulal ela agl'icultura. l)iziam que em preciso acahat· com ele. A lei simplesmente implantou o caos. Criou-se a mão-elc-ohra do bóia-/'l'ia. Um dcsastl'c total" 110
Seriam R$100.000 por família assentada? Os agro-reformistas falam de R$50.000. Prof. Aércio Cunha - Se incluirmos a infra-estrutu ra , seri a muito mais. Este montante é tirado do o rçamento, de investimento, de e nerg ia. Sem e ne rg ia, o País não vai crescer. Se não tive r ene rg ia, não tive r tran spo rtes , o Pa ís fi cará parado e e les não vão produ zir nada.
Catolicismo - O que eles acham desse cálculo?
Prof. Aércio Cunha - Essa pergunta, eles não querem faze r. Eles só pensam nos benefíc ios. Se perguntar quanto custa a Reforma Agrária, não vão responder. Isso é um ass unto secreto, proibido. Isso não se pergunta, só se fala dos pretensos benefícios . Não se pode di zer que é um assa lto ao Tesouro? Quanto custa? Ve nde-se um sonho, uma ilusão e nega-se mostrar o custo para a sociedade. E m econo mi a estuda-se o custo e o benefício. Ser ineficiente cio ponto de vista econômico sign ifi ca destruir mais recursos cio que se cri a. Por isso o programa da Reform a Agrária não passa pelo teste da efic iênc ia econô mi ca. É uma crue lcl acle. Você aconselharia a se u am igo, a seu parente, um lote num asse ntamento de Reforma Agrária? •
Ruínas de Canudos
Cobrindo-se com o manto de Canudos
e
o mentanclo a atuação cio conhec ido invaso r de terras José Rainha, no -Pontal cio Paranapanema, o presidente el a Assoc iação Goian a cios Criado res ele Ne lore (AGCN), j orn ali sta Aclair Ribe iro, esc reve: No Ponta l, os ade ptos ela "teologia da distribuição de ter-
ras, aos olhos das autoridades, invadem propriedades, saqueiam sedes, abatem animais; o que é pio,; à luz do dia. É j ogo sem intervalo, tensão permanente. Muitos são aqueles [proprietários] que se encontram em processo depressivo com. AVC (acidente vascular cerebral), em síndrome de pânico etc. Enquanto isso o senhor Rainha transita livremente pela região apregoando a instalação do maior acampamento do País, não escondendo de ninguérn que o mesmo será utilizado para treinamento de lideranças.[. .. ] O que assistimos hoje é umfanático invocando o messianismo, buscando, através de estratégias de guerrilha entrar para a história, fa lando inclusive em 'novo Canudos'" ("Jornal Opção", Rur@l businnes, 5-6-03). *
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Ademais, acrescentamos nós, causa estranheza que os semterra fale m numa " nova Canudos". Os j ag unços ele Antonio Conselhei ro, no arraial de Canudos, no final do séc ulo XIX,
eram profundamente monarquistas e cató li cos. E por isso a Re públi ca ele tendências positivistas - hav ia pouco instaurada pelo go lpe militar ele Deodoro, e que ex il ara o velho imperado r e sua família - julgou que a ex istê nc ia cio arra ial no sertão ba iano constituía um perigo pa ra a nova instituição. Daí o e nvi o sucessivo ele cinco exped ições mili tares para arrasa r Ca nud os, contra as quais os sertanejos se defenderam co m valentia sem par. Os militares, poré m, consegui ra m cumprir a decisão do então Pres ide nte ela República, Prudente ele Mora is, que havi a ordenado não deixar pedra sobre ped ra e m Canudos. O que têm a ver os sem-terra com isso? Nada. Se alguma tendência po lítica predomina e ntre e les, é o comunismo, e não a mo narqui a. Se algum la ivo de religião asso ma nos acampamentos cio MST, é a ntes um mi sticismo revoluc ionário, ma is próprio a C he G uevara cio que às proc issões e à devoção ao Bom Jesus, cios sertanej,os cató licos de Ca nudos. Estes não invad iam terras , não era m co ntra a propriedade privada, não defendiam nenhum tipo ele Reforma Agrária. Querer cobrir-se co m o manto ele Ca nudos para suas andanças revo lucio nárias é, ela parte dos líderes do MST, uma verdadeira mi stificação. •
Os dois pesos e duas medidas de Rossetto
dois pesos e duas medidas. Quando se trata elas invasões criminosas do MST, diz que "não cabe ao governo se manifestar
º
permanentemente sobre táticas, opiniões de movimentos, de entidades "; seu mini stéri o "não é uma instituição policial [. .. ], portanto vamos prosseguir num processo de diálogo". Mas, perguntado so-
mini stro cio Desenvo lvime nto Agrário, Mi guel Rossetto, tem evitado de todos os modos ped ir a aplicação ela le i, quando e la é transgredida pelos se m-terra. Em e ntrev ista ao matutino "O Estado ele S. Paulo" ( lº-6-03), perguntou o repórter se a volta à cena de José Rainha contribui para o c lim a de co laboração. Responde u Rossetto: "Quero crer que
sim, minha expectativa é que sim". Na mesma entrev ista, Rossetto usa
bre milíc ias privadas que estari am sendo organi zadas por faze nde iros, investiu: "O
governo tem trabalhado no sentido de não tolerar esses movirnentos ilegais, produtores de violências". Parc ial id ade tota l! •
Governo decepciona produtores
e
ausaram grande decepção entre os produtores rurais os termos ela entrevista do presidente Lula, na qual e le
"disse que não vai mudar a medida provisória que impede a desapropriação de áreas invadidas, mas que tampouco pensa em utilizá-la" ("Fo lha ele S. Paulo", 28-5-03). A julgar por essas palavras, virou letra morta a proibição de desapropriar terra invadida. S inal vereie para o MST. • AGOSTO 2003 -
Ü notório insucesso da Reforma Agrária no Brasil, há décadas denunciado pela TFP, está sendo agravado assustadoramente pela ação socializante e desestabilizadora do atual governo petista rn
GREGóR10 V 1vAN c o LoPEs
jornalista Nel son Ramos Barretto acaba de lançar um livro da maior atualidade: Reforma Agrária - o mito e a realidade. É o resultado da pesquisa que realizou em mais de 50 assentamentos por todo o Brasil, juntamente com o Dr. Paulo Henrique C haves, ambos colaboradores ele Catolicismo e sócios ela Sociedade Brasileira de Defesa ela Tradição, Família e Propriedade - TFP.
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"Eu nunca ouvi di zer que alguém daqui tenha melhorado de situação" -
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Abaixo: fac-símile da capa do livro de Ne lson R. Barretto. Ao lado, fac-símile de sua entrevista ao "O Diário", de Campos (RJ)
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f)e ond, 1urg lu " ld,fü
é o grito de angústia de um asse ntado, reco lhido pela dupla de pesquisadores. Um outro denuncia: "Tinha até um pro-
fessor do MST para ensinar invasão" .
o
Os assentamentos de Refo;.ma Agrári a têm sido: a) cio ponto de vista ele melhora de condições do trabalhador pobre, um estrondoso fracasso; b) do po nto de vi sta do Brasil, um sorvedouro inextinguíve l de dinheiro público; c) do ponto ele vista ideológico, uma promoção perigosa ela esquerda católica, do MST e demais movimen tos de invasão de terras, rumo a uma tomada do poder pelo comuno-social ismo. O que fo i previsto ao longo de décadas por Plínio Corrêa de Oliveira - e com e le a TFP, por ele fundada - sobre os males que a Reforma Agrária traria para o Bras il , ao golpear a fundo o direito de propriedade, encontra s ua confirmação nas 130 páginas do livro recém lançado Reforma Agrária - o mito e a realidade (Artpress Editora, S. Paulo). A pesquisa fo i feita em duas etapas: e m 1995 e em 2002, início e fim cio governo Fernando Henrique. Pode-se assim compara r os resultados propalados da Reforma Agrária com a realidade crua cios assentame ntos, através de depoimentos cios próprios assentados. A obra é particularmente atua l diante cios últimos acontecimentos nacionais que ficaram conhecidos como a crise do boné - desencadeados pelo modo como o Presidente Lu la recebeu o MST, acei-
NEUON RAMOS BARRETTO
tanclo participar do mesmo "time da Reforma Agrária" com os invaso res e depredadores de propriedades alheias. Convém, pois, a ntes de apresenta rmos o resumo da exce le nte obra, e laborado por Paulo Henrique C haves, traçar as Iinh as gera is cio panorama presente.
o Brasil que /Jl'OdllZ e as favelas l'urais A realid ade cio Brasil de hoje ma is parece uma peça teatral prod uzida por Kafka, escritor tcheco do sécu lo passado, cujas obras exploram o abs urd o e o co ntraditório . No momento em que o
governo estim a para este ano uma produção, proveniente das propriedades pri vadas, ele 120 mi Ihões de toneladas de g rãos e oleaginosas - uma safra 24,2% maior que a a nterior - o mesmo governo quer levar ad iante uma Reforma Agrária rad ica l, que só tem disseminado a miséria e as favelas rurais. E como é co lossa l o montante elas verbas e das benesses que estão se ndo canali zadas para os acampame ntos cio MST e congêne res , o número ele acampados não cessa de crescer. Vêm e les elas cidades (ele todas as c idades, de qualquer c idade) e até cio Paraguai, atraídos pelo canto ele sereia de obter um lote de g raça, acrescido de financiamentos polpudos, que na prática são doações, a lém de com id a em abund ância. Deixam os e mpregos, se necessá ri o , o u e ntram numa compo nenda para não perdê-los; pagam "case iros" para tomar co nta de seu barraco nos acampamentos - qual q uer co isa é boa, desde que marquem lu gar na fila que leva à ga linh a dos ovos de o uro. Daí os números bombásticos AGOSTO 2003 -
trais ele irri gação estão em processo irreversível ele sucateamento e tem ocorrido furto de peças; duas represas romperam, havendo o ri sco ele se escoar toda a água; há montes ele vasilhames com veneno agrotóxico a céu aberto. Sem falar que alguns assentados já venderam ou arrendaram os lotes. 6
Muito cuidaclo com o clcsannamcnto
A chamado crise do boné constituiu um ato simbólico do clima atual reinante no campo : em seis meses de governo petisto, 128 invasões, número maior do que no ano inteiro de 2002
- verdad eiros ou infl ados - que nos aprese ntam: 600 mil sem-terra em 1.297 aca mpamentos, representando 149 mil famílias.' Gozam ainda ela vantagem, não pequena, ele qu e as il egalidades que co metam estão cobertas pelo manto ela impu nidade, desde que usem o boné dos semterra. Numerosos são os que es pec ul am co m os lotes, vendendo-os a bom preço e partindo para novas invasões. A práti ca é il ega l, mas o INC RA , quando mui to , preocupa-se apenas em punir o comprador, arran cando- lh e a terra se m qual quer indeni zação e deix ando o sem-terra vendedor usufruir livremente sua im punicl ade. 2 No Pontal do Paranapanema, por exe mp lo, o aca mpamento ele José Rainha Jr. consumiu , só nos primeiros 40 di as de sua instal ação, R $ 170 mil cios cofres públicos, além ele R$ 50 mil ele outras fo ntes. 3 E os líderes cio MST ainda se dão ao lu xo ele criti car co m azed ume esses "la-
tifúndiários gananciosos ", "indi,f'erentes aos problemas sociais", quando é deles indiretamente que recebem ele mão beij ada alimentos e dinheiro em profu são,
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CATOLICISMO
por via ele cestas básicas, programa Forne Zero e tantos outros ca nais que a toda hora estão sendo inventados. Tudo para manter essa massa ele manobra com a qual querem arrebentar o País, para dele faze r uma imensa, triste e desolada Cuba. Se a varinha m,1gica ele um a fada má fizesse cessa r ele repente no Brasil a produção oriunda ela ini ciativa privada, os primeiros a morrer ele fome seri am os assentados ela Reforma Agrária, que deixariam ele receber o maná que lhes cai cio céu sem esforço. Só ele uma tacada, o Ministéri o da Agri cultura destin ará R$ 15 milhões para as cooperativas ele assentados, e o Mini stéri o cio Desenvo lvimento Agrário outros R$ 12 mi lhões, como parte elas med idas para in centivar o cooperativi smo. 4 É bom lembrar que tais cooperativas, em geral dominadas pelo MST, têm se prestado a ensaios ele coletivi zação cios assentamentos à maneira ele ko /khozes, o que só não tem ava nçado até o momento pela resistência oferecida pelos próprios assentados. Não nega mos que o govern o - a par de punir as il ega lid ades e dispersar os oportuni stas - deve apo iar aq ueles cios
agri cultores se m rec ursos qu e queiram efet ivamente plantar e produ zir. É claro! Mas, para i so , aí está a imensidão das terras públicas. Segundo a insuspeita ouvidora do INCRA , M ari a ele Oliveira, se dependesse dela, "fa ria imedia-
tamente um. levantamento de todas as terras que pertencem à União e destinava todas à Refo rma Agrária". 5 Por qu e atacar as terras particulares , qu ando é imenso e totalmente improd utivo o latifúndi o estata l? E além de tudo, querem agora abocanhar as terras produtivas e próximas aos grandes centros ele consumo. Para quê? Para sucateá- las e aniquil ar a produ ção, à maneira cio que fi zeram com a outrora puj ante Faze nd a ltamarati , em Mato Grosso do Sul ? Apesar ele a receberem toda montada, as 1. 143 fa mílias sem-terra ali assentadas j ,1 conseguiram baix ar a produção para 1/3 cio que era antes, no reg ime ela propriedade privada. A maior renda mensal elas famíli as não ultrapassou os R$ 330, e pelo menos 277 entre elas continuam sem rend a e com difi cul dades para as três refeições diárias. Ademais, a obra de demoli ção na ltamarati vai ele vento em popa: cinco pi vôs cen-
Não é só um problema ele direitos in dividuais, ainda que legítimos. É o futuro cio Bras il que está em jogo. Hoje é a propriedade rural , amanhã será a urbana (com as invasões de prédios e res idências para o "sem-teto") e depois a empresarial , conforme advertiu numerosas vezes o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. Com as três reform as ele base feitas, o Brasil será um país comuni sta, mes mo sem necess idad e de derramam ento ele sangue. E aí teremos o reino idílico ela igualdade... na mi séria geral. . Para facilitar ainda mai s as invasões, os sem-terra têm a seu favor a campanha contra o porte e o comércio ele armas. Se for aprovado o desarmamento cios homen s honestos , co mo deseja o governo, as primeiras vítimas serão ev identemente os propri etári os rurai s. Imagine-se a comemoração que haverá nos arraiai s do MST e congêneres quando souberem que podem invadir impunemente qualquer propriedade, sem receio de que o fazendeiro, seus fami I iares e empregados possam defender-se à altura! A "paz" no campo terá sido obtid a - ao menos no que di z res peito às armas de fogo - à custa el a vitória es magadora dos fora-dalei sobre os proprietários legítimos. Ficou fa mosa na história cios povos a Pax Romana. As populações dominadas pela força do Império Romano eram reduzidas à impotência, e com isso a paz se impunha. Será e. sa a paz que se estabelecerá no ca mpo com o desarmamento? Se os proprietári os não protestarem, não pressionarem seus representantes no Congresso, é para onde as coi as caminham.
Proprietário sem meios para clcl'cndcr o patrimô1lio A s ordens judiciais de rei ntegração de posse, em larga medida não são cumpri das. O modo como vem sendo tratado no
Brasil o probl ema el as reinteg rações ele posse ele imóvei s rurai s é um verdadeiro escá rnio . Poi s esse in strum ento lega l ex iste para casos es porád icos ele esbu lhos, que por esta ou aquela razão podem ocorrer. Mas, quando se trata de in vasões programadas e habituai s, estamos diante de um movimento criminoso, contra o qual a reintegração ele posse é apenas um paliativo. Só nos primeiros se is meses cio govern o Lula foram registradas 128 invasões, número maior cio que no ano inteiro de 2002. 7 O normal seria uma intervenção direta cio Poder central e cios poderes estaduai s, para fazer cessar em sua fonte o desassossego que se abate sobre o campo. Essa omissão cios poderes constitu ídos leva- nos ao ano ele 1986, qu ando dois juri stas ele renome - Prof. Sílvio Rodri gues, da Universid ade de São Paulo, e Prof. Orl and o Gomes, da Universidade Federal da Bahi a - apresentaram seus famosos pareceres mostrando que os proprietários tinham direito, com base no Códi go Civil então vigente, de defender suas propriedades mes mo à mão arm ada, se necessári o, desde que o clesforço fosse imedi ato e proporc ionado. E o Códi go C ivil agora em vigor manteve, embora co m redação li geiramente diferente, o mes mo direito. O desarmamento tornari a praticamente inopera nte esse dispos itivo lega l. Sobretudo depoi s ela afinidade qu e o Pres idente Lula demon strou ter co m os sem-terra - recebendo-os na maior intimidade numa longa audi ênc ia, usando
seu boné emblemáti co, dando-lhes biscoitos a comer na boca, recebendo deles urna bola e não ex igindo seq uer que cum pram a lei - quem poderá segurá- los?
Es,1uc1·da calólica no l't·o11t das invasões Se dúvidas aind a houvesse sobre as metas cios sem-terra, a verdadeira propul sora cio MST, a "esquerd a católica", aí está a mostrar que não veio para brincadeiras. D . Tomás Balcluíno, por exemplo, presidente da Co mis são Pastoral da Terra (CPT), ao mesmo tempo que cl assifica de "semente de convulsão social" as milícias que, segundo ele, estari am sendo organi zadas pelos proprietári os ru ra is, considera as invasões ele terra apenas como uma forma de "chamara atenção" para o problema da Reforma Agrária. 8 Para D . Bal cluíno, os sem-terra elevem ser premiados com terra boa, produtiva e próxima cios grandes centros de consumo.9 Onde encontrar essa terra ? Evidentemente ex propriando os atuais propriet,h-ios. Outro Bispo, D . M auro M orelli assessor cio Mini sté ri o ele Co mbate ü Fome - foi hipotecar so lidari edade aos sem-terra que, no Ri o Grande do Sul , marchavam para forçar a desapropri ação, suspensa por liminar cio STF, ele um conjunto ele fazendas em São Gabri el. Na ocasião, "tirou o bon é Ido MSTI da ca-
beça de um dos trabalhadores e.fez que.1·tão de usá-lo", ao mesmo tempo que beijava a banclei ra cio M ST, tomando esse ícone marxi sta da luta de classes co rn o se fosse um símbolo reli gioso.'º O Bi spo ele Presidente Prudente (SP), D. José M ari a Libório Sarachi o, rezou Missa pelos sem-terra e aproveitou para também co locar o boné cio M ST e brandir foices e instrum entos agrícolas recebidos no ofertóri o. 11 Obsessão por bonés? Depois do episód io do boné cio presidente, isto mais parece provocação aos propri etários do que outra co isa. O mais preocupante, porém, é a reafirm ação, feita pelo mentor ec les iástico cio pres idente Lula e seu grande amigo, Frei Betto, ele que o apoio do govern o petista ao M ST é mesmo para valer. E o proprietário que arm ar um seu empregaFrei Betto, conselheiro e assessor do presidente Lula
AGOSTO 2003 -
Plinio Corrêa de Oliveira, na direção da TFP, liderou numerosas campanhas ao longo de décadas, denunciando os verdadeiros objetivos do agro -reformismo Abaixo, fac-símile da capa de um dos livros da entidade, difundido em campanhas públicas
bue . Ainda com o fito ele paralisar toda reação sad ia, a esque rd a te m ma nejado com habi lid ade in strume ntos verbai s como "diálogo", "conversações", "evitar co11flitos" etc. Mes mo hoj e, em ple na era das invasões de terras, vemos produtores que, na me lhor boa fé, se ressentem dessa me ntalid ade. Um de les, e m e ntrevista a um diário gaúc ho sobre a invasão recente de sua propriedade, di z: "Nunca pensei que
isso pudesse acontece,: Depois de 15 anos de sacrijkio vem o MST e invade, destrói e consome o nosso trabalho". 14 Como se vê, o pobre produtor estava totalmente fora da rea lidade ao pe nsar que sua propri edade nunca seria invad ida, e que o fato ele ser e le um esforçado trabalh ador o vacinava contra as san has cio MST!
Yigilâ11Cia: não cecler para não perder do para defe nder a propri edade, este será tachado nada menos que ele "bandido ". Para o frade dominicano, que é asse sor es pec ial da Pres idê ncia, "só falam do
MS7; como se esses bandidos financiados pelo lat!fiíndio fossem uma co isa natural". O frad e de u-se a inda ao trabalho de ex pli ca r que "o presidente tem uma cabeça qfinada com as aspirações sociais do MST [.. .}, o fluxo de diálogo entre o MST e o governo sernpre fo i excelente. Esse encontro [cio bonél apenas man,U'estou algo que no dia-a-dia j á vinha acontecendo" . 12 Não vimos ne nhum pronuncia me nto da CNBB desautorando tais c lérigos . O le ito r viu ? Co nv é m le mbra r que João Pau lo [T te m condenado reiteradamente as invasões de terras ... Na verdade, o que está ocorrendo j á fora prev isto por Plínio Corrêa de Olive ira, com sua vi são de lo ngo a lca nce e seu impress ionante acerto. Em 198 1, em li vro que denuncia a inspiração socia li sta do agro-reformismo da CNBB , e le escrevi a: "A perspectiva admissível é de um
incitamento f eito pelo Clem de esque,da para um levante em massa contra os proprietários. Ou seja, para uma luta de classes ciijo êxito custaria ao País uma eventual guerra civil, seguida, ao .fim, pela implantação do regime comunista ". 13 CATOLICISMO
D evei' dos 111·01,,.ietários: se,· firmes para o bem do Brasil O apoio meridi anamente c laro cio Preside nte ao MST produ ziu grande reação e m d iversos me ios de proprietári os rura is. É verdade q ue um pouco tardi a, poi s as advertênc ias fe itas pe la TFP ao longo de décadas, sobre os verdade iros fin s cio agro- reformismo, freqüe nte mente encontraram dia nte de si indo lênc ia e um otimi smo despropos itado. Muitos propri etári os deix ara m-se e mba la r pela fa lsa idé ia ele que os que trabalham pe lo bem do Bras il não são perseguidos , e ass im co ncluía m e rron ea me nte qu e fic ava m di spe nsados ela vig il ânc ia e ela lu ta. Essa idé ia in gênu a atuo u como uma es péc ie de gás para li sa nte, face à pressão co muno-socia li sta qu e e avo lum ava a o lhos vi stos e os co locava na prime ira fila daquel es que deveriam ser tragados, co mo os faze nde iros do Z imbá-
É verdade també m que os proprie tári os freq üe nte me nte fo ra m vítimas ele algumas cú pulas rurai s que se o bstinaram em tranqüili zálos (e portanto parali sá- los) di ante do peri go que se aproximava e que pedia providê nc ias urgentes . Segundo tais cúpulas, a idé ia ele que a Reforma Agrária caminhava inexorave lmente para chegar a suas mais extremadas conseqüênc ias, com vistas a um igua litari smo de tipo com uni sta e através de uma be m estruturada luta ele c lasses, não passava ele um fantas ma cri ado por a lguns radicais ele direita. A TFP estari a entre esses radicai s, que não elevem ser ouvidos, para não se perder inutilme nte o sono . Di zemo-lo se m ressentime ntos ne m acrimô ni as . Nossa luta pacífica e lega l, mas cleciclicla, vale u muito a pena, poi s sempre foi fe ita em defesa cio ideal mais a lto ela C ivili zação Cristã, a grande esquecida e ago ra a grande perseguida. Mas temos empenho também em esc larecer os proprietári os ru ra is na defesa de seus dire itos legítimos, poi s e les se encontram no momento na mira , marcados para serem demo lidos pe la o nda revo lu cio ná ri a. E nesse se nti do , é co m grande apree nsão que vemos reaparecere m no cenário, ap resentando-se co mo líderes cio me ritó ri o despe rtar da c lasse
rural , pessoas que em passado recente tanto fru straram as legítimas expectativas dos produtores rurai s. Inclusive durante a Constituinte ele l988, dando aprovação - a pretexto ele "diálogo " e de "ceder para não perder" - a muitos cios dispositivos ag ro- reformistas que hoje são o pesade lo cios propri etários.
A população brnsileira é contra o MS1' O MST é um movimento extremamente impopul ar. No período ele 1997 ao iníc io ele 200 1 foram publicadas di versas pesq ui sas no B rasi l, todas e las mostra ndo um a rej e ição da popul ação aos métodos cio MST, ela orde m ele 70 a 90 %. E nig matica me nte não se produ z iram novas pesq ui sas, ou pelo menos não foram public itadas. Mas todos os ind ícios falam no sentido de que a reje ição aume nto u. Na reg ião ci o Pontal do Paranapanema, por exempl o, a atitude cios prefeitos contrária aos acampamentos dos sem-ter-
ra eleve-se e m larga medida à pressão ela popul ação loca l. Em Qu edas cio fguaç u (PR) a população está em pé de guerra contra os invaso res cio MST que ocuparam a Fazenda da Araupe l, processadora ele macieira. Querem promover o des pej o pe las próprias mãos o u e ntão acampar e m fre nte ao Pal ácio cio Governo, e m C uritiba, para press ionar pel a re integração ele posse. Da Araupe l depende 75 % da economi a loca l, e la proporciona 1.500 empregos diretos e mi lhares de indiretos. No Rio Grande cio S ul , na reg ião de São Gabri el, o MST o rgani zou uma marcha sobre o municípi o para pressionar em favor ele uma desapropri ação. Ora, "ali
não são truculentos j agunços ou capangas que se opõem ao MST, mas a própria população civil decidida a impedir a chegada dos forâneos". 15 O MST va i contra os anseios cio brasile iro, ele orde m e pacatez, e só ex iste e prospera por imposição elas esquerdas e proteção ele al tas autoridades. Após os últimos acontecimentos fa-
lou-se em in staurar um a CPl no Senado para apurar as invasões cio MST, depoi s falou -se em in sta urá-la na Câmara. Seg uirão avante essas ini c iativas? Ou se destinavam ape nas a acalmar provi sori amente a população indi g nada , e não darão em nada? Esperemos para ver. •
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E-mail cio aut or: gv ivanco @sti .com.br
Notas:
1. Cfr. "Jornal ele Bras íli a" , 7-7-03. 2. Cfr. "O Es tado ele S. Pau lo", 10-7 -03. 3. "Jorna l do Co mm ércio", Ri o, 6-7-03. 4. "Gazeta Mercantil ", 7-7-03. 5. "Correio Braziliense", 6-7-03. 6. "O Estado ele S. Paul o", 6-7-03. 7. "Correio Brazili ense", 4-7-03. 8. "Fo lha ele S. Paul o", 4-7-03. 9. "Estado ci o Paraná", 3-7-03 . 10. "Jornal cio Bras il " , 6-7-03 e "Zero Hora", 7-7-03. J.l. "O Estado ele S. Paul o", 14-7-03. 12. "O Estado de S. Paulo", 5-7-03. 13. Sou Ca 16/i co: Posso Se r Con/ ra a Refomw Agr6ria ! , Ecl. Vera Cru z, 198 1, São Pau lo, p. 80. 14. "Zero Hora", 5-7-03. IS. "Gazeta Mercantil ", 4-7-03.
Reforma Agrária: o mito e a realidade (Resumo do livro de Nelson Ramos Barretto)
■ PAU LO H ENRIQ UE CHAVES
governo Fernando Henrique Car-. doso anunc iou ter fe ito a maior Reforma Agrária cio mundo. Entretanto, o asse nta mentos não passam de f avelas rurais i mprocl utivas, confo rme já acentu ávamos em nossa primeira reportage m, publi cada e m l995 . Seri a, po is, um imperativo ela razão e do bom sen o que, antes de prosseguir com essas desa propri ações e assentamentos, se fi zessem estudos pormenorizados sobre o aproveita mento até agora dado às propriedade.· que já passaram elas mãos do JN CRA ao assentados. Um re latório c irc un tanc iaclo preci sa ria ser e laborado e di scutido co m os setores representativos, tanto patro nai .· qua nto de trabalhadores, e promovido um debate nac ional que esc la reça esse mi stério elas terras desapropri adas.
O
In fel izmente não é o 1ue ve mos. Há um açocla me nto e m prosseguir no rumo agro-reformi sta, in sp irado pe lo socia lismo ag rário mai s clebanclaclo, radicado na CPTe no MST. Uma vez que tal ini c iativa não pa rte dos ó rgão, ofic iai s que deveri am tomála, confo rta- nos vê- la e mpree ndid a po r um jorn a li sta sério e competente, que se e mpe nhou numa verdade ira maratona, de no rte a sul cio País, a fim ele aver ig uar a situação dos asse nta mentos , mui tos cios quais apresentados como " modelo" pe lo governo. Disso res ulto u o li vro Reforma Agrária: o mito e a realidade, e m que Nel son Ramos Ba rretto co ntesta a so rrid e nte versão oficia l. Aprese ntamos a seg uir um res umo dessa obra esc larecedora. Prédio da sede do INCRA, em Brasília
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/\sseJJtamento-moclelo... .., só se l'o,· de fracasso Da in sta lação do asse ntame nto à sua impl antação, o INC RA prevê 18 meses de du ração. Neste período, os asse ntados recebem créd itos refere ntes à alime ntação, fomento agropec uá ri o e habitação. A rea lidade irá nos mostrar que não há praticamente nenhum assen ta mento emanci pado até hoje, e os asse ntados não passam de funcionários públicos de uma ime nsa estata l latifu ndi ári a e improd utiva chamada IN C RA! O Projeto de Assentamento (PA) São Pedro, G uaíba-RS, fo i apo ntado por um re lató ri o da FAO, de l 99 1, com renda igua l a 12 sa l{u·ios mínimos mensais para cada assentado. Todos os asse ntados entrev istados co ntestaram. A irm ã Teresa Schi avenato, re ligiosa da Congregação das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, que vive com mais duas freiras no assentamento, respondeu: "Isso deve ter sido erro de
irnprensa, ou alguérn que aumentou, pois eu me lembro bem que eles sófizera,n uma entrevista corn um cara da cooperativa aqui embaixo, e ele não fa lou isso". OPA Fazendas Reunidas, Promi ssãoSP, era um assentamento-modelo. Ali entrevistamos João Fra nc isco de Carvalho, no local desde 1987, líder do assentamento e preside nte da Cooperativa de Produção Agropecuária Padre Jos imo Tavares. Ele não aceita a qual ificação de modelo, e responde: "Modelo?! Se este assenta-
rnento for modelo, eu tenho dó dos ou-
Irmã Teresa Sch iavenato desmente números da FAO
A metade dos tra~alhadores acima (PA Barreirão -MG) está seg urando a enxada de maneira errada! A direita: fac-símile da capa da publicação do INCRA
Assentado Aparecido Baldán : "Temos uma economia de subsistência"
Assentado Gonçalo Homero Batista :
tros! Isso é dernagogia! Aqui não se tira nern um salário mínimo por mês!".
correspondente do "Correio do Povo" de Porto Alegre. Ele fo i taxativo: "Fiz umas 1Omatérias sobre aquele assentamento da Annoni. O que fizeram lá é uma verdadei-
Em outro assentamento-mode lo a resposta fo i a mesma . Aparecido Baldán chegou à fazenda Barre iro, Limeira do Oeste-MG, como invasor e líder dos semterra . Hoje é vice-pres idente da Câmara Muni c ipa l. E le é enfático: "Essa histó-
ria de três, quatro, cinco salários mínimos, isso não existe. Temos uma economia de subsistência". Quase a totalidade dos entrev istados garante não estar em dia com seus co mpromissos com os bancos. Trajano Oliveira, do já citado PA São Pedro, informa:
"Na verdade, a gente não paga o PROCERA. Nem eu pago e nem. ninguérn aqui. Vão completar I Oanos que a terra.foi desapropriada e todo ano sai o PROCERA ". Etrasão dos assentamentos e fraude São altos os índices de evasão dos assentamentos. O assentado vende ou arrenda o lote, mas co ntinua lá como 'caseirv' para enganar a fisca li zação. Em lturamaMG, o secretário da associação dos assentados, Oquildo Severo da Si lva, narra. uas dificuldades: "Das 80 famílias iniciais
restam ainda 23. Mesmo dos posseiros que já se encontravam há mais tempo aqui, uns tantos já venderam, pois ir parafrente aqui, não temos condições". A Reforma Agrária é fe ita em nome do social. Ora, passamos por Carazinho-RS , onde conversamos com o jornalista Jairo Martins, do jornal local "O Noticioso" e
CATOLIC I SMO
"Os maiores engolem os menores"
ra insensatez. Aquilo é considerado a n·,.aiorfavela rural da Am.érica Latina". fnviabiliclacle ele L'ix ação cio homem nos assentamentos Os assentados denunciam que dentro do asse ntame nto "os maiores engolem os menores ". Gonçalo Homero Batista, da Annoni, afirm a que os diretores das associações "trabalham com mão de gato.
Sou sócio da cooperativa de les e os conheço m.uito bem. Caem 5 mil reais lá para a cooperativa, e aqui chega só o restinho". Gonçalo cortava cap im com uma fo ic inha, para as suas duas cabeças de gado. Fo i a única fo ice vista por nós nos 44 assentamentos vis itados. A fo ice, símbo lo do MST, parece ser ape nas usada em manifestações, co mo propaganda. Apesar de termos vi sto cartazes com o jargão A terra vos libertará!, a presidente do Si ndi cato dos Trabalhadores Rurais de Rosana e a. sentada na G leba XV, Pontal do Paranapanema-SP, Raquel Malanzuch , expõe a situação de 'prisioneiros' e m que se encontram os assentados: "O desej o deles é de ser libertados,
fa zer um.financiamento, senlirem.-se responsáveis pelo quefazern.. Precisamos do título dessas terras". Não concedendo título de propriedade aos assentados, o Estado vai criando um caos jurídico fundi ário, na med ida e m
que o concess ionários "vendem" os lotes. Os assentados demon stram preocu pação pela fa lta de documentação. Gerson Ferraz de Souza, do PA Nova Piratininga, GO, conta: "Não tenho nenhum papelzinho ". Luís José de Sena, de Paje ú, BA, reclama: "Título da terra tam-
bém nós não temos". Na Bahia, o assentado Mauríc io Alves de Miranda , Secret,'írio da Agric.;ultura do muni cípio de Ponto Novo, fa la revoltado contra o reg ime de escrav idão:
" Você vive submisso às regras da Reforma Agrária! Es1ou há 10 anos nurn assentamenlo, não tenho um tÍlulo, não tenho wn docum ento que eu possa ir a un·, banco tentar desenvolver urn projeto individual. Eu vivo em reg ime de escravidão diante do governo f ederal." Apesar de to los os investimentos estatai s, com o dinheiro do contribuinte, os asse ntame ntos são insustentáve is. Os jovens vão para a c idade e os velhos aposentados permanecem. Assim, nem mesmo a fixação do homem no campo está gara ntida para as nova gerações. Para
Anto ni o Batista Bustos, de PromissãoSP, "cada lote desses da Reforma Agrária é si!ficiente apenas para o marido, mulher e os.filhos pequenos. Na medida em que eles crescerem, têm de partir para outro pedaço de terra". No PA São Pedm - RS, co nsiderado pe la publicação da FAO como sendo de re nda superi or, Trajano O li ve ira expressa seu desânimo: "Eu nunca ouvi dizer que alguém daqui lenha melhorado de situação. Para mim issp piorou."
Nova pesquisa: aprofimclamento cio li'acasso Nossa segunda pesquisa, que fi gura na Parte II r- Balanço da Reforma Agrári a no governo Fernando Henrique - do menc ionado li vro, fe ita nos meses de novembro/dezembro de 2002, ao longo de 8.000 km, mostra o con tinu ado insucesso da Reforma Agrá ri a. C ri ado em 1994, o PA Nova Santo Inácio, em Campo Florid o-MG, ab ri ga 11 5 famí lias numa área de 3.583 ha e ainda se encontra na fase 3 (sobre 7) da elas-
s ifi cação do INC RA , ou sej a, assentarnento criado. 80% dos assentados arrendam suas terras a produtores de soj a ou ca na-de-açúcar. Em Lagoa Grande-MG, o PA Barreirão, de 791 ha, com 27 famílias, c ri ado e m 1996, e nco ntra-se na fase de conso lidação e é apo ntado como "exem-
plo de assentam.ento bern-sucedido ", numa publicação do IN C RA de 1999. Ta l publicação, a li ás, ap rese nta um a c uri os id ade digna de nota. Na capa, e m a lto relevo, aparecem perfilados 12 trabalhadores com enxadas na mão, e m pose de quem se e nco ntra ca rpind o . Metade dos trabalhadores está segurando a e nxada de maneira errada. Parece que não sabem usá- la ! Numa pági na interna, lemos: "Dois assentarnentos, criados ern 1996, estão fornecendo 999 mil quilos de maraci1;já
para a Maguari, um dos maiores produtores de sucos do Brasil". Mas no PA do Ban-eirão, fomos info rmados de que a pl antação de maracuj á durou apenas um plantio. Segundo o asse ntado Lázaro Luís de Melo, todos sofreram um enorme prejuízo. A principa l fonte de renda na Annoni (RS) é a extração indiscriminada de madeira, acarretando uma devastação sem limites. Flagrante de um caminhão, carregado ilegalmente de lenha, cujos ocupantes fugiram ao perceberem a máquina fotográfica.
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No assentamento: impossibiliclacle ele progrcclir Em situação semelhante encontra-se o assentamento Fruta D'Anta, João Pinheiro-MG , com 23 1 famílias , 20.000 ha, criado em 1986. Apesar de ser um dos mai s antigos pela cl assificação do INCRA, encontra-se ainda na "fase 3", isto é, assentamento criado. Ex istem lotes negociados até quatro vezes, que já se encontram em mãos do quinto assentado. José Wil son, pequeno proprietário em Olhos d ' Água, local vizinho ao assentamento, conta- nos: "Aí dentro temfuncionário público,jimcionário de banco, dono de loja de bicicleta, mecânico. Tem de tudo aí". Na sede ·do assentamento ex iste uma lanchonete. Sua proprietária, Maria Moreira da Mota Rodrigues, observa: "É modelo para quem não conhece a realidade". Confessa enfrentar pressão no sentido de fechar a lanchonete, e pergunta: " Por que serei obrigada a ficar no lote, sem ter nenhuma perspectiva de melhora?". Gerson Pin to Cardoso di sse-nos ter comprado seu lote há se is anos, paga ndo R$ 14.000 por e le. Mas, pelo fato de possuir um a ofici na de lante rnage m na c idade, encontra-se ameaçado de despejo pelo IN C RA . Segundo Gerso n, "aqui, todos estão condenados a.ficar como entraram, sem nada, pois ninguérn pode melhorar de vida. Com a oficina, posso.fazer mais ern m.eu lote do que aqueles que não têm nenhum recurso para investir: Mas nin guém. aqui pode crescer ".
Uma vez que todo o mato da área já virou carvão, só resta aos asse ntados explorarem a pecuári a de leite. Com efei to, e les estão tirando (período das chuvas) cerca de 8 mil litros de le ite/dia. A cooperativa co meçou e m 1998 e chegaram a 137 fornecedores de le ite. Mas os pastos não estão sendo c uidados, e por fa lta de pastagens a lguns asse ntados chegaram a perder até 20 cabeças de gado na seca. Um problema presente em todos assentamentos da Reforma Agrária é o futuro das cri anças. Celso Soares, presidente da associação dos asse ntados, di sse que a escola tem cerca de 400 alunos, mas pelo tamanho da área os filhos dos assentados não poderão fi car lá, por fa lta de recursos. Seg undo Ce lso, "se não arranjarmos meios de eles ficarem, em breve terem.os aqui urna colônia de velhos com bengalas nas mãos", e ali na entrada uma placa: "Asilo de Velhos Fruta D'Anta ".
"Proelutos" cio assentamento: Mt~ Gingcr e bóias .. . O site do INC RA , em 12-6-02, apresenta como um sucesso o assentamento Nhundiaquara, Morretes- PR, com 92 famílias, 1.542 ha, cri ado e m 1984. Nele se planta geng ibre orgâni co, que é ex portado para os Estados Unidos, Reino Unido, China e Japão. O assentado Teiva Vie ira, c lass ifi cado como e mpreendedo r nato, estaria comercializando 70 tone ladas de gengibre por ano e ganhando R$ 40 mil por ano, ou seja, R$ 2,5 mil por mês. Apa-
"Mr. Ginger": caixa de geng ibre no site do MOA Viveiro de olericultura abandonado, na plantação de gengibre
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recem várias fotos, entre as quais uma embalage m de gengibre com o rótulo: M1: Cinger - produce of Brazil. A idé ia mítica cio M1: Cinger (ginger significa gengibre, em ing lês) foi quebrada j á na primeira abordage m feita a doi s funcionários ela prefeitura que se encontravam no assentame nto: "Aquilo não deu certo e acabou a plantação ". A realidade continuava des me ntindo o mito. Tisnado pe lo so l, mãos ca lej ad as , Donizete Ruela ele Oliveira conta qu e plantou gengibre durante c inco anos, mas a partir ele 96 começou a perder tudo e ainda ficou devendo cerca de R$ 70.000. Deixou c laro que não apóia o MST, o qual envi ou militantes para convidar os asse ntados a e ntrar no mov imento. Mas, co mo nin gué m de u ate nção, acabara m indo e mbora. Para Donizete, o MST só quer fazer confusão; e se qui sesse terra, o José Ra inha - chefe deles - estaria trabalhando no pedaço que ganho u. O site do INCRA fa la de uma nova "agri cultura" cio asse ntame nto: o a lugue l de bó ias. Fomos conversar com o presi dente da assoc iação cios assentados , Orle i Porcides . Ele fo i logo dizendo: "O gengibre me levou para o buraco. Foi só ilusão. A razão do .fi acasso foi o custo de produção". Orle i julga ser e le o assentado que me nos eleve. Sua dívida é ele cerca de R$ 70 mil. Há que m deva até R$ 300 mil lá no assentamento. Como seu lote encontra-se à be ira da estrada ela Graciosa e bem junto à c idade, fo i morar 0
Assentado lo lando Batista Veiga : ''Aquilo é uma máfia"
num barracão e transformou a casa e m hospedaria. Alé m dis. o, a lu ga bó ias para turistas se banharem no ri o Nhundi aquara, que passa ao lado da casa.
Em 1989: tapete vereie; em 2002: terra <lcvastacla OPA Pirituba li - Área 1, ltapevaSP, ele 2.51 1 ha, 1OI as entados, foi cri ado e m J 984 e encontra-se ainda na fase 4 sobre 7. O fal ec ido governador Franco Montoro, ao inaugurá-lo, afirmou que ali iri a "chover dinh eiro ". Mais ta rde o governador Orestes Quérc ia co locou fe ij ão do assentam nto à venda, junto às estações do metrô de São Paulo, como sendo o ''.fei:jão da Reforma /\grária". A Rede Globo film ou as pl antações ele feijão cios ho landeses que confi nava m co m o assentame nto, e co locou no ar como sendo "a plantação de.fei:jão da Reforma Ag râria "! Em 1989, quand o vi sita mos pela pri meira vez a região, impress io nou-nos o contraste entre a pl antação dos ho landeses e a s ituação ele seus viz inhos assentados . De um lado, um tapete vereie . De outro, um a te rra devastada. Em dezembro ele 2002, depo is de as terras dos holandeses tere m s ido invadidas e tra nsformare m-se e m assentamento, o tapete ve rele foi também devastado. Um técni co graduado da reg ião, que nos pediu di scrição, afirmou q ue das 94 família s qu recebera m lotes no asse ntame nto da Área I resta m ape nas umas quatro. c rca de 90 já fo ram e mbora ou arre nda m s u;i s terras.
Os recursos ela R eforma Ag rária são utili zados se m rac io nalidade o u fi scali zação. Um ex-funcionário do Ba nespa co nfesso u qu e téc ni cos e fi sca is do banco davam pareceres co ntrá ri os a financ ia me ntos aos asse ntados por fa lta de vi abilidade téc ni ca, mas o pres ide nte do banco despac hava: "Libera-se a verba apesar de parecer contrá rio ". Mai s tarde, qu a nd o os mes mos téc ni cos iam fi sca li za r a ap li cação da ve rba, o pres ide nte in struía: "Liberam -se novas f ases do.financiam.ento e cancele-se a.fücalização ".
Quali/icação cio MS1': "Ac1uilo é uma máfia " De ntro da Área r existem duas facções ele assentados. Uma diri g ida por Delveck M ateus, líde r do MST, que é o pres idente el a Cooprocol - Cooperativa que re ún e os partidá ri os da pl antação co letiva, e o utra é a Cooperativa J 3 ele Ma io, dirig ida por Jo lando Batista Ve iga. Ambas, na ve rdade, só ex iste m no papel. Delveck Mateus foi procurado por nós, mas encontrava-se viajando, como sempre, segundo fomos informados. lolanclo conta por que saiu cio MST: "Aquilo é uma máfia ". lo lando di sse que não pagava pedágio cobrado pe lo MST e ainda aconselhava os colegas a não pagar. "O que o assentado quer é trabalhw; cuidar de sua família, e o MST quer que a gente saia do assen /amento para fa zer invasão. [... ] Tinha até um, professor do MST para ensi-
nar invasão. Muitos lotes vagos no assentamento estavam reservados para os .filhos dos dirigentes do MST".
AJJcsar cio li'acasso, a insistência i11ex11licável Al guém que tivesse vi sitado os assenta mentos no iníc io do governo Fernando He nrique, em 1995, e de po is no fin al de seu mandato, e m 2002, poderia ter a impressão ele que a s ituação me lho ro u: barracos foram s ubstituídos por casas de alvenaria, asse ntados têm vacas que garantem o Je itinho elas cri anças. Mas, ao aprofundar s ua análi se, verifi cará que as causas do fracasso da Reforma Agrári a perma necem. Não se conseguiu a viabilidade econô mi ca desses assentamentos. Por isso os assentame ntos anti gos, de quase 20 anos, ainda não fora m emancipados . Se o governo conseguiu me lhorar a apa rê nc ia dos asse ntame ntos, fo i à custa de exorbi ta nte investime nto, ca lcul ado em 25 bilhões de reais. Com este montante poder-se- ia ate nder a um maior número de necess itados, co m res ultados mai s eficazes. Diante dessa fracassada expe ri ência, reve la-se um contra-senso o atua l presidente querer aprofundar a Reforma Agrária , poi s e la não está bene fi ci ando ning ué m e está prejudicando a todos. E la nada resolve e te m la nçado o ca mpo num verdadeiro caos. • 0 111 .
CATO LICISMO
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modesto, recolhi do, hu milde, devoto, temperante e obediente. Aos sete anos fo i aprender as pri meiras letras com seu t io, arcipreste em G umi el d' Y zan, e aos catorze ingressou na uni versidade de Caste la, em Palência. Du rante IOanos bri lhou nos bancos escolares e deu exe mpl o de virtude.
São Domingos de Gusmão, luminar da ortodoxia C oluna da Igreja, flagelo das heresias, providencial fundador da Ordem dominicana, defensora aguerrida da Igreja contra os hereges da época •
S
Acima : quadro de São Domingos que se encontro no claustro do convento dos Dominicanos em Bolonha . No página seguinte, Nossa Senhora guia São Domingos à vitória contra os albigenses
CATO LI CISMO
PUNIO MARIA SOLIMEO
ão Domingos de G usmão nasceu em Caleruega, em Castela, a Velha (Espanha), em 24 de junho de 1170. Seus pais, de ilustre nascimento, fora m Féli x de Gusmão e Joana de Aza, que deram ori gem a uma família de santos. A lém de Domi ngos, os dois outros fil hos do casal morreram em odor de santidade. O pri mei ro foi A ntônio de Gusmão, sacerdote que, distri buindo todos seus bens aos pobres, retirou-se a um hospital para servir Nosso Senhor Jesus Cristo em seus membros sofredores. M anes, o segundo, entrou depois para a Ordem dominicana, tornando-se grande pregador e exemplar reli gioso. Foi beatificado, j untamente com sua mãe, por Gregório XV I.
N ão admi ra que, numa tal fa míl ia, o menino Domingos se sentisse atraído para a vi rtude desde o berço . Conta a tradição que, antes de ele nascer, sua mãy fez uma novena no santuári o de São Dom ingos de Silos, e que no sétimo dia, o sa nto abade apareceulhe rodeado de glóri a, para anunciarlhe que o fi lho que trazia no ventre seri a a luz do mundo e a conso lação de toda a Igreja. Pouco depois ela v iu em sonhos que dava à luz um peq ueno que tinha um a tocha na boca e com ela começou a incendiar o mundo.
Mawl'iclacle pr ecoce, exemplo ele virW <le D iz-se que o peq ueno Domingos, tão séri o e mad uro, era j á dotado da sabedori a dos anciãos. Ele fo i sempre
"As verdades que compreendia graças à facilidade de seu espírito di z seu pr imeiro biógrafo - regavaas com o orvalho dos afetos piedosos, a fim de que germinassem os fru tos da salvação. Sua m.em.ória se enchia, com.o um silo, da abundâneia das riquezas divinas, e suas ações exp rimiam. no exterior o lesouro sagrado que enchia seu peito". 1 Os pobres, órfãos e v iúvas enco ntravam nel e um amparo e auxíl io. Os sacerdotes que tinham di ficuldades sobre a teologia, casos de consc iência ou dúv ida sobre pontos da E critura acorriam às suas luze·. Nessa época ele dava lições púb licas de Sagrada Escri tura na Universidade de Palência.
nhor Jesus Cri sto que lhe proporcionasse um me io de consagra r-se por in teiro à sa l vação das almas. E is que ele é ouvi do inopin adamente. "Tinha j á trinta e três anos.
Sua formação fís ica, intelectual e moral estava terminada. Sem dar-se conta, Deus tinha ido temperando sua natureza heróica com wn caráte r essencialm.ente combati vo. Tem uma ampla educação eclesiástica e universitária; a cátedra deu solidez a seus conhecimentos; a vida regular docabido o iniciou nas vias da perfeição religiosa, e seu cargo à fren te dos cô-
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IJe<lica ção hcr 6ica à salvação <las almas
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O bi spo de Osma, tendo conseguido reformar sua diocese, induziu os cônegos da catedral a viverem em comunidade, observando aregra de Santo A gosti nho. Obteve que Domingos fosse para aquela cidade e ves ti sse o hábi to de cô nego regular. Pouco depois ele fo i nomeado vice-pri or dos cônegos, que era o mais alto posto, visto que o de prior o bi po acumul ava com seu cargo epi scopa l. Domi ngos passou nove anos numa vida ele contemplação e de uni ão com Deus como cônego regul ar, dificilmente ul trapassando os li mi tes da casa canonica l. Ent retanto, ele estremec ia ao saber qu tant os se perdiam por fa lta de pregador s e impl orava a Nosso Se-
negos abriu- lhe as perspectivas da administração temporal e do regime das almas". 2 Estava ele pronto para a gra nde od issé ia espiri tual de sua v ida.
ffel'esia albigense incenti vou
seu zelo apostólico No ano 1203 o Re i de Castela, Afonso Vlll , ped iu ao novo bispo de Osma, D . D iego de Aceveclo, qu e fosse à corte ela D inama rca para negoc iar o casamento de um dos fi lhos cio rei com uma princesa daquela terra, cuja fo rmosura tin ha sido celebrada na corte pe los trovadores. Com ele iri a Do mi ngos ele G usmão. Era um longo cam inh o. T inham que atravessar os Pireneus e entrar no
sul ela França. Pas ara m por Toul ouse, que era a capital ci os hereges cátaros, uma sei ta maniqueísta que estava faze ndo mui tos prosélitos, in clu sive atraindo os condes ele Tou !ouse. A vista dessa reg ião devastada pela heresia impressionou sensivelmente os dois v iaj antes. Como di z um cios biógrafos ele Do mingos, ele sentia o cheiro dos inimi gos da Fé, co mo Santa Catarina ele Siena sentia o cios pecadores. Foi aí qu e Dom in gos deu-se conta ela necess idade ele uma congregação ele pregadores apostólicos para se opor às heres ias. Co nt in uara m sua v iagem, mas fo i esta do ponto ele v ista humano in frutífera, pois a princesa de quem iam pedi r a mão fa lecera pouco antes. Os dois apóstolos ouviram fa lar então ele umas tri bos se lvagens na A lemanha, que até então ninguém tinha conseguido evangeli zar. Tomaram a reso lução ele ir a Roma ped ir ao Sumo Pontífice perm issão para ir evangelizar aqueles povos, o que incl uía a res ignação ele D. Acevedo ao ep iscopado. M as [n ocê nc io lll , que conhec ia os méritos cio bi spo, e que jul gava mui to mais importante para a l grej a, no momento, combate r a seita dos cátaros, não acei tou a res ignação e apenas perm iti u ao bispo que ded icasse dois anos à conversão dos cátaros antes ele vol tar à sua d iocese. Juntaram-se eles a alguns monges ele C ister, que já estavam pregando entre os hereges, e se entregaram à difíci 1 tarefa ele reconduzi r a Deus almas extrav iadas pela pern iciosa heres ia.
Durante a /Jl'egação, esWpen<los milagr es M ui tos mil agres marcaram a eva nge li zação ele São Domingos ele G usmão entre os cátaros. U m cios mais fa mosos ocorreu em Fangeux, na diocese ele Carcassona. Os líderes cáta-
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... ros aparecera m em grande número, trazendo o livro que continh a todas suas heres ias. São Domingos levava um cadern o no qual hav ia refut ado a maioria desses erro s. Co mo não chegavam a nenhum acordo, dec idiram apelar para a prova do fogo. O escrito que permanecesse incó lume num a fogue ira seria o verdadeiro. Fi zera m uma grande fogueira e nela jogaram o livro dos cátaros. Pou- } . co depois estava este red uzi- ~ do .a cinzas. Lança ram então -~ E ao fogo o esc rito de Domin - ~ gos. Este voou ao ar sem se ~ queimar e fo i pousa r numa ~ vi ga do teto, ond e dei xo u 1 uma marca de fogo. Por três veze os hereges repetiram o ato, com o mesmo resul tado. Mas nem mes mo esse milagre co nverteu aqueles cora ções empedernido .
Santo Rosál'iO: antÍ<loto .,, eficaz contra a hel'esia Em 1207, em Prou i ll e, São Domingos preocupou-se co m a so rte de várias don zelas qu e seus pais não podiam sustentar, por causa da ca restia que asso lava a reg ião, e reuniu-as no primeiro mosteiro domini cano da Ord em Seg und a, a das monj as . Narram alguns dos bi ógrafos do Santo que foi na ca pela desse co nvento que Nossa Senh ora apa receu a São Domingos e lhe di sse qu e, "como a saudação
angélica tinha sido o princípio da redenção do mundo, era necessário tambérn que essa saudaçãofosse o prin cípio da conve rsão dos hereges; que assim, pregando o Rosário que contém cento e cin qüenta Ave Marias, ele veria um sucesso mara vilhoso ern seus trabalhos e os mais empedernidos sectários se converterem aos milhares " .3 A santidade de Domin gos, seu ri goroso ascetismo, seu ze lo infl a-
mado, sua in alterável doçura, sua conv incente eloq üência, começaram a produzir frutos esplêndidos. Muitas conversões se operaram, e em torno dele fo i se juntando um grupo de jovens para receber sua direção e imitar seu exemp lo. Esse foi o núcleo ini cial cio que seria depoi s a Ordem dos Predicadores ou Dominicanos.
casas nas principais cidades universit~íri as ela Europa, a fim de atrair a juventude acadêm ica para suas fi leira. Inocêncio IIT concedeu sua primeira aprovação à Ordem nascente em J 2 15 e propôs no Co ncíli o de Latrão, a todas as igrejas, aquele programa de renovação cristã e vicia apostó li ca. Seu sucesso r, H onóri o TIi , foi um protetor e am igo ele Domin gos e se us di sc ípulos.
Encontro ele dois santos ex11one11ciais Num a das viagens de Domin gos a Roma, enco ntrouse por acaso com Fra ncisco ele A ss is, que para lá tinha ido a fim de obter a aprovação de sua obra. Sem se conhecerem anteri orme nte, eles diri g iram -se um ao outro e abraçaram-se, enquanto di zia Domin gos: "Somos companheiSão Domingos recebido no Céu por Jesus Cristo e Nossa Senhora
Or<lem <lomi11ica11a: /Jl'egaclol'es-cavaleiros <le Cl'isto São Domingos tinha 45 anos, em 1215 , quando reuniu os se is primeiros discípulos em uma casa ele Toulouse e lhes deu o háb ito bran co com a capa e capuz de lã negra dos cô negos reg ul ares de O. ma, que ele continuava vestin do. Entre estes seis primeiros estava seu irmão, o Beato Manes. Deviam formar eles um corpo de homens sábi os, pobres e austeros, sendo que a ciênc ia e a piedade deveri am ser os traços essenciai s desses cavaleiros de Cristo. O trabalho manu al fi cava suprimido, o estudo prolongado, a oração litúrgica diminuída e os exercícios de penitência subordin ados às ex igências da pregação. São Domingos queria que seus di scípulos funda ssem
ros e criados de um ,nesmo Senhor; os mesmos negócios trata mos; os mesrnos são nossos intentos; caminhemos como se fôssemos um só, e não haveráforça inf ernal que nos desbarate". São Domin gos de Gusmão falece u aos 51 anos de id ade, em 122] , e foi canoni zado por Gregório IX em 1234. •
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E- mail do autor : p111 so li111eo@ uol.co111.br
Notas:
1. Fr. Ju slo Perez ele Urbe!, O.S.B., A,io Cris1ia110 , Eel icioncs Fax, Maelriel, 1945, vo l. Ili , p. 28 1. 2. lei. p. 284. 3. Lcs Pclits Bollanelistes, Vie.1· des Sai111s, d'a pre.r /e Pere Giry. Pari s, B louel el Barra i, Libraircs- Éeliteurs, 1882, 101110 IX , p. 283.
Outras obras consultadas: John 8 . O'Co nn er, Th e Ca1holic E11 cyc!opedia, Voh1111e V, Copyri ght © 1909 by RobcrtAppl clOn Co mpany, O nlin e Eelili on, Copy ri ght © 2003 by Kevin Kni ght. Ede l vivcs, E/ Sa1110 de Cada Dia , Eclilorial Luis Vives , S.A. , Saragoça, 1945 , vo l. IV
1903-2003
Há um século subia ao Trono pontifício um Papa santo Em4 de agosto de 1903, o Cardeal Giuseppe Sarto foi eleito para
o Sumo Pontificado, como sucessor de São Pedro, sendo coroado a 9 do mesmo mês. São Pio X, um dos maiores Pontífices de todos os tempos, foi o único Papa canonizado no século XX. ■ H ELVÉCIO ALVES
os primórdios cio sécul o XX, no mundo inteiro pipocavam revo luções ele cunho anarqui sta, vi sando aba lar as últimas colunas que restavam da Civi li zação Cristã. E na anta Igreja a situação não era menos grave. Verdadeiras heres ias, in fi ltradas nos meios católicos, minavam os fundamentos ela Igreja duas vezes milenar. Compe lida a combater o. inimi •os extern os, a Igreja estava sendo corroída também por inimi gos internos, pri ncipalmente pela conspiração organizada pelo movimento então denominado 111.odernisla precursor cio progressisnw católico de nossos dias. Nessa terrifi cante encru zilhada, morre o Papa L eão XHT, a 20 de julho de 1903. Urgia, cm vista desse quadro, o aparecimento de um providencial defensor da Igreja e ela Cri standade. A Divina Providência susc itou então um Papa Santo, dotado de ex traordinári a grand eza de alma.
Lleição e col'oação <lc Stw Pio X Transcorridos os 11 clia s ele orações, prescritos para sufrágio ela alma cio Papa Leão X IJI , recém-fa lec ido, os cardeais da Santa ígreja (em número ele 62, na época) ini ciaram o Concl ave - reu ni ão cio Colégio ca rdin alício com o obj etivo de eleger o novo Papa. Os primeiros escrutínios indicavam a escolha cio Cardeal Rampolla - que fora co laborador direto ele Leão XIII. M as no di a 1º de agosto fo i co municado aos card eais, no Conclave, o v to cio Imperador da Á ustria, Francisco José. Veto qu e, segun lo uma tradi ção, poderia ser exercid o pelo Imperador austríaco.
D vido a isso, o Card ea l Giuseppe Sarto, de Veneza, passou a s ·r o pre ferido. E ntretanto, num exercício de autêntica humildad ', pedi a aos cardeais que nele não votassem. Mas ele era o ·s ·olhido também pela Divina Providência. No sétimo
CATOLICISMO
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eia movida contra os.fatais erros do chamado modernismo e a co rajosa def esa da liberdade da Igreja na França, Alemanha, Portugal, Rússia e outros países, sem aludir a outros atos de governo, justificam. certamente que Pio X tenha sido destacado como um. grande Pont(fice e um diretor hum.ano excepcional. Posso testemunhar que todo esse enorme trabalho foi devido principalmente e - rnuitas vezes - exclusivamente à sua própria idéia e iniciativa. A História haverá de proclamá-lo como algo mais que um Papa CLt;ja bondade ninguém seria capaz de discutir. Os limites que rne impus ao traçar estas breves Memórias me impedem de entrar a fundo no estudo das diversas e importantes questões a que mais acima me referi; ,nas há urna delas CL\ja importância creio m.erecer especial atenção neste curto relato, e esta é a compilação do novo Código de Direito Canônico". 4
* O Cordeai Sorto deixo Veneza rumo ao Conclave, onde será eleito Papo turno da votação , o Card ea l Sarto, po r in sistência de vários d e seus pares no S ac ro Colég io, acabo u aceita ndo 1 e foi e le ito o 259º sucessor de São Pedro, por 50 votos a seu favor, no dia 4 de agosto de 1903. O Cardeal Sarto, de cabeça baixa, ouviu o resultado cio sufrág io. Segundo o costume, aproximo u-se de le o Cardeal Deca no e pe rg untou -lhe se aceitaria ou não a e le ição à Sede Pontifícia. Com os o lhos banhados em lágrimas, e a exemp lo de Nosso Se nhor .Jes us Cristo, responde u: "Se não.for possível afas-
tar de mim esse cálice, que se fa ça a vontade de Deus. Aceito o Pontificado como uma cruz". 2 Após cin co dias, teve luga r a g randiosa cerimô ni a de coroação do . ucessor de São Pedro, para a g ló ri a da Sa nta Ig reja.
Magnílicas ohras pela restauração ela Cristandacle O g lo ri oso, á rdu o e fecundo pontificado desse Vi gário de C ri sto durou 11 a nos. Nesse pe ríodo, foram lançados mais de 3. 000 docume ntos ofic ia is, com o objetivo de lnstaurare omnia in Christo - conforme seu le ma. E tem estre ita ana log ia com esta s ua afirmação: "Se alguém pedir uma palavra de ordem., sempre daremos esta e não outra: Restaurar to das as coisas e m Cristo". 3 Nesse sentido de restaurar todas as coisas em Cristo, foram nume rosas e admiráve is as obras e mpreend idas pe lo Santo Pontífice para de fend e r a C iv ili zação Cristã g rave mente ameaçada. Em seu es plê ndido livro de memó rias, o Cardea l Merry de i Va i, Secre tário de Estado de São Pio X , e nume ra de passage m a lg umas dessas obras:
"A reforma da Cúria Romana; a funda ção do Instituto Bíblico; a construção de senúnários centrais e a promulgação de leis para a melhor disciplina do clero; a nova disciplina referente à primeira comunhão e à com.unhão freqüente; o restabelecimento da música sacra; a vigorosa resistên-
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O Cardeal , fidelíssimo Secretário de Estado de São Pio X , passa a narrar o intenso trabalho cio Santo Padre para reorga ni zar e apri mo ra r o novo Cód igo, uma vez que o anterior era um emaranh ando confu so, uma legis lação que se prestava a diversas interpretações . Foram I l anos de trabalho quase ininterrupto, mas ao cabo dos quais a ad mirável codificação fi cou praticamente pronta nos últimos dias de São Pio X , em l 9 14. Se u sucessor, Bento XV, rendeu- lhe uma merecida homenage m, promul gando o novo Cód igo e labo rado por seu a ug usto predecessor.
Mansidão cio corcleiro, força do leão Uma palavra a respe ito de uma característica em que se destacou no mai s alto grau São Pio X : s ua extrema bondade, ao lado de uma indo máve l e nergia. Sobre isso, nada melhor que darmos a palavra a que m o conheceu mais de perto, e devotadamente o serviu por I l a nos - seu pró prio Secretário de Estado, o Cardea l Merry de i Val: "Seria wn grande erro crer que esta característica ra bondade ] tão atraente de Pio X o retratasse plenamente ou resu-
misse seus dotes e qualidades; nada mais longe da verdade. Ao lado dessa bondade, e de modo f eliz combinada com a ternura de seu coração paternal, possuía uma indomável energia de ca ráter e uma força de vontade que podiam testemunhar, sem vacilação, os que realmente o conheceram., embora em mais de uma ocasião surpreendesse, e até causasse estranheza àqueles que somente haviam tido ocasião de experimentar sua delicadeza e reserva habituais. Mantinha wn absoluto senhorio de si e dominava os itnpulsos de seu ardente temperamento. Não vacilava em ceder ern assuntos que não considera va essenciais, e até esta va disposto a considerar e aceitar a opinião de outros se isso não implicasse em risco para algum princípio; mas não havia nele nenhuma debilidade. Quando surgia alguma questão na qual se fazia necessário definir e ,nanter os direitos e liberdade da Igreja, quando a pureza e integ ridade da verdade católica requeriam C(firmação e def esa, ou era preciso sustentar a disciplina eclesiástica
contra o relaxamento ou influência rnundanas, Pio X revela va então toda a f orça e energia de seu caráter e o intrépido valor de um grande Pontífice consciente da responsabilidade de seu sagrado ministério e dos deveres que julgava ter que cumprir a todo custo. Era inútil, em tais ocasiões, que alguém tratasse de dobrar sua constância; toda tentativa de intimidá-lo com arneaças, ou de afagá-lo com sedutores pretextos ou recursos rneramente sentimentais, estava condenada ao fi-acasso ". 5 A conjuração cio mo 11imc11to modernista Esse sa nto varão, que de rram ava copiosas lág rim as cons idera nd o a pa ixão da Sa nta Ig reja, era e ntre tanto de uma severiclacl ímpa r contra o mal. D e poi s de esgotar todos os rec ur. os ao se u alcance para levar a lg ué m à co nve rsão, severa me nte conde nava. Estava se mpre di sposto a perdoar, por ass im di z r, ma te rn a lme nte. Mas se a pessoa pers istisse no e rro e, pi o r, proc urasse co ntaminar o utros com seus desv ios, o Santo Papa a rep rovava e ne rg ica mente. Fo i o que ocorre u quando con de no u o movimento modernista - "síntese de todas as t,eresias ", conforme o de finiu - , qu e se infiltrara sub- re i ti c iam ·nte nas pró pri as fil e iras cató li cas, com a fina lidade d e 11wdemizc11; adapta r e de turpar inte iramente o e ns inam e nto tradi c io na l da Igrej a. Ass i 111 , o anto Padre la nçou várias adve rtênc ias aos men tores dess movime nto, os quais não as levaram e m co ns ideração, poi s s' obstinava m no ma l e procuravam corromper o utros me mbros da Ig reja e até mesmo da a lta Hi era rquia ecles iástica. 1 ubli ou ·ntão sua estupe nda Encíc li ca ?ascendi Donúnici Cr,gis, d 8 de sete mb ro de 1907 , fu lmin a ndo o modernisrno IV r qu adro ao lado 1. Ta l doc ume nto co mple ta va a condenação j á 'Xpr 'ss,1 no Decre to Lamentabili Sane Exitu, de 3 de julho cio 111 'smo an o .
o /JCO/IIO(ICl'IIISIIJO <IC nossos tempos Como se I ôde o bs rva r, ve m de há muito a tentativa de infiltração no in te rior ela Sa nta lg reja, po r parte de inimigos ve lados o u clcc larudos, a fim de "modernizar", adaptar aos novos te mpos adulte rar o Mag isté ri o tradi c iona l e in fa lível da Santa l g reja ató li ·a Apostó li ca Roma na . Peça mos ao ínc lito Pa pa São Pi o X o discernime nto, a a rg úcia, a e ne rg ia e a combati vidade que e le teve ao e nfrenta r deste midame nte as raízes dos e rros que, e m nos os dias, professa o c ha mado progressi.rnw católico, continuador do modernismo ele sua é poca. •
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E-111 ai I d o auI o r:
Notas :
São Pio X condena o modernismo
"Os mais perigosos inimigos da Jgreja" · " Não se afastará, portanto, da verdade que m os tiver como os ma is perigosos inimi gos da Ig reja. Estes, em verdade, corno di ssemos, não j á fora, mas dentro da l greja, tramam seus perniciosos desígnios; e por isto, é por assim di zer nas próprias veias e entranhas de la que se acha o peri go, tanto ma is ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes, que são a Fé e s uas fibras mai s vitais, é que mene iam e les o machado. Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus portocla a árvore, de sorte que coisa alg uma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contamin,u:. E ainda vão mai s longe; poi s, po ndo e m obra o sem número de seus mal éficos a rdis, não há quem os vença em manhas e astúcias, po rquanto fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação, que arrastam se m dificuldade ao erro qualquer inca uto; e sendo o usados como os que ma is o são, não há conseqüências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos (nº 3) [.. .]. Já não se trata aqui do velho erro, que à natureza humana atribuía um quase direito à ordem sobre natural. Vai-se muito ma is longe ainda; chega-se até a afirmar [na doutrina modernista] que a nossa santíssima relig ião, no home m Jesus Cristo ass im como e m nós, é fruto inte iramente da natureza. Nada pode vir ma is a propós ito para dar cabo de toda ordem sobrenatural" (nº 10). (Encíclica de São Pio X sobre as Doutrinas Modernistas, ?ascendi Dominici Cregis, de 8-9-1907, Editora Vozes Ltda, Petrópoli s, 1948, pp. 4 -5; 10- 1]).
LL.12illi:li.W.tll.l=~ill:il,.ÇQ!!Ll1[
t. Na i;o111 racapa el a edição ele ju lho ele Catolicismo , vem desc ri Lo o papel f'u11d;1111c111al rcprcscn1aclo pelo emflo M ons. Mcrry dei Vai (depois Ca rd ·11 1) pnra convencer o Ca rdeal Sart o a acci1ar o result ado ela clciçflo. 2. P. Ciirnl 1111 10 Dai-Gal , Pio X il Papa Santo, L ibrcria Ecl i1 rice Fiorentina, Fit" il /.l', 11J40, p, 135 . 3. J) , l' Íl ,, p . 113,
'11nlt-11 I H11f'11L'I M crry dei Va i, Me111orias dei Papa Pio X, Soc icdad de Ed11l'll \' ll>11/\ il' lla s, S. A. , Maclricl , 1946, pp. 103 - 105 . 5. Op. l'it. , pp. ,15 46. 4.
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Exceções que não alteram a r egra Numa família onde existe, pois, hereditariedade de a lma, de corpo e de atmosfera mo ral, e ncontramos todo um ambiente sp iritu al que ace ntua o efeito da hereditariedade, obriga ndo a pessoa a dar de i ludo qu anto tem. M as a he rccl ilarieclade é uma força cheia ele mi sl ri os . Comporta exceções, . até berrantes; é próprio dela admitir exceções, às v zes até g loriosas: há home ns que brilhant emente rompe m a crosta das di sposições familiares, para virem a ser algo d muito ma is alto. Mas a regra gera l perman ce intacta. sl s três e le mentos - a he reditari ed ade ele corpo, de a lm a e o a mbi e nte mo ra l ompletados com o utros, como a expressão la me ntalidade da fa mília no modo I s r cortês, no modo de conversar, de decorar a ca a, de cozinhar, de tratar o ne i s, na maneira até de concebe r as r la õe afeti vas, o casa me nto, o no ivado et ·., Lodo este conjunto constitui a tradi ·, o que uma famí li a transmite. E se es tas !'o rças podem ser extraídas, desenv lvid as e conso lidadas pela fa mília, e la 1·v prod uz ir es ta tradição.
Estirpes familiares - II As estirpes, em seu conjunto, constituem e caracterizam uma nação. Na medida em que elas sejam desprezadas ou debilitadas, a nação perde sua continuidade histórica e descaracteriza-se. os trechos transcritos nesta seção, na ed ição de julho último, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira ex põe o conceito ele estirpe. E ressalta a influênc ia que a fa míli a recebe dos amb ientes, os quais atuam sobre a formação e o desenvo lvime nto da pe rsona lidade cios seus membros. Exp lana a mi ssão desta no sentido ele favo recer a ex pansão elas qu ali dades de seus me mbros, bem como de tran s mitir ele pa i para filho , por via ele he reditari edade, os caracteres físi cos e morais que lhe são próprios. Transcrevemos a seguir as palavras do Prof. Plinio na segunda parte ele sua confe rê ncia:
"Esta transmissão ele caracteres físi cos e morais é ace ntuada pelo ambie nte. S uponhamos que e u, que te nho um a in clinação natura l para a advocacia, tendo sido educado numa fa míli a ele advogados, fo se trans pl antado a rtifi c ia lme nte para uma de come rciantes, que e nte nde ele preço ele sa patos, qu alidade ele graxas, alta dos couros etc . Eu teria me tornado um ser meio comprimido. Porque as aptidões naturais, que e m mim ex istem e m estado germin ativo, teriam ficado sem possibilidade ele se ex pandir. No momento e m que e u quisesse fazer um rodeio ele frases be m fe ito, uma arg ume ntação s util , não e nco ntra ria nas graxas e nos sapatos maté ri a para tal. E
preci sa ri a conve rsar e inte ressa r- me pelas graxas. O res ultado é que e u pode ri a até, talvez, tornar- me um bom comerc ia nte de g raxas; mas have ri a a lgo de irre med iave lme nte trincado e m minha pessoa. As fo rças profundas ele minha he red itariedade pediam que e u fosse ad vogado, inte lectual; as c irc un stâ nc ias da vid a teriam esmagado este ape lo cio meu ser e me imposto uma personalidade a rtificial. Como, pe lo co ntrári o, fui ed ucado num a famíl ia de advogados, me us pendores naturai s tivera m expansão, e pude reali zar-me; tudo o que em mim hav ia em estado germinativo desabrochou, floresceu.
As ,·aíz(·s <lc uma 11ação D e nominam os est irpe uma fa míli a que ass im prod uz uma tradi ção: um tipo físico muit o ·ontinu aclo, um tipo de constituição psíq ui ·a e nervosa muito defi nida, um tipo de virtudes, às veze ta mbé m de de r it os mui lo definidos , um sistema ele vida , um estil o ele existência, tudo muito de finido. Esti rpe é uma famíli a que carre ia e nsi o uma g rande densidade ele trad ição, sob todos estes aspectos, e que co n Lilui um Lodo homogêneo e igual a si mes mo atrav s ele vários séculos. Os homens passam , a e. Lirpe é sempre a mesma - co mo um ri o, em que a ág ua passa mas e le é sempr o mesmo. Essa noção de est irpe preci sa ser compl etada. Não há estirpes somente na c lass ' nobre, mas e m todas as c lasses so · ini s. Se a estirpe é o produto do clese nvol virncnlo da fam íli a, e se esta é charn ad a, pe los des íg ni os el a Providê ncia , u d ·sc nvo lve r-se, devemos ter éri es · s<-, k s de estirpes e m todos os gra u
d a hi erarquia soc ia l. Estirpes de padeiros , de prínc ipes, de li xe iros, de joa lheiros , ele ca ntores . É o conjunto dessas estirpes que constitui a nação. E a nação não ape nas no prese nte, mas a nação como uma continuidade hi stórica, no passado, no presente e no futuro. O Brasil de hoje é o mesmo Brasil de outrora, porque descende das mesmas e antigas estirpes, conserva ndo uma ide ntidade de tradição. Poré m, à med ida que essas estirpes vão e desbotando e sendo substituíd as por novas, sem verdadeira tradição, e le j á não é mais o mesmo país.
A desiguale/ade ele berço O que nasceu no fe uda li s mo, tanto nas c idades co mo nos campos, fo i um conjunto e norme de ho me ns que formaram esti rpes. Este conjunto de estirpes e de organizações com ba e e m e tirpes é que propriamente co ns tituiu a Id ad e M éd ia. O que e la teve de ma is intrínseco e arraigado fo i esta estrutura de estirpes, vivificada pelo espírito ele fa mília . Por que razão a Revolução universa l detesta ta l ordem de coisas? Porque essa o rde m é a menos ig ualitá ri a delas. A afirmação de que os home ns não só são ele-
s ig uai s depois ele nasc idos, mas o são antes mesmo de nascerem, é a bomináve l para os revo luc ionários . [Ver o quadro abaixo] Nessa concepção, o futuro cio indivíduo, vi a de regra, está preestabelecido pelo aprove itame nto que o seu livre arbítrio dará, conforme corresponda ou não à g raça de De us, às riquezas que a heredita ri edade ne le depos ito u. Ainda que aproveite muito, não será mais do que aquelas riquezas o perm itirem; e elas são muito desiguai s. C hegamos ass im a um a des igualdade hered itári a, que é o contrá ri o cio que a Revolução Fra ncesa afirm ara. E la qui s inc ul ca r a cre nça da igua ldade de todos os homens; ela tol erou, por não ter outra so lução, a desigualdade baseada no mérito; mas essa tradição - resultado de um conjunto de mé ritos passados, que d,'í ao home m uma formidável vantagem sobre os demais - , este e le me nto de desigualdade e la jamais toleraria. A clesigualclacle fundamental que afirmamos está neces<;ariamente ligada às estirpes e à organização da fa mília".
* Conclu ire mos o tema no próximo arti go para esta seção. •
Princípio exposto por Pio XII refuta preconceito revolucionário "As desigualdades socia is, inclusive as ligadas ao nasc imento, são inevitáveis. A natureza benigna e a bê nção de Deus à Humanid ade iluminam e protegem os berços, osculam- nos, porém não os nivelam. [ ... ] Uma mente instru ída e ed ucada de modo c ri stão não pode conside rar tai s desigualdades senão como disposição desejada por Deus, pela mesma razão que Ele quis as desigualdades no interior da família, e portanto destinadas a unir mais os homens e ntre si na viagem da vida presente para a pátria celeste, un ajudando aos outros, do mesmo modo que um pai aj uda a mãe e os filhos". (A locução ao Patric iado e à Nobreza Romana, Tipografia Po lig lotta Vaticana. 1942, p. 347, apud Plínio Corrêa de Oliveira, Nobreza e elites tradicionais análogas 11as alocuções de Pio Xlf ao Patriciado e à Nobreza romana, Livrar ia C ivi li zação-Editora, J 993, p. 76.)
Mozart aos 11 anos. Seu gênio elevou-o muito acima dos outros membros de uma família musical.
AGOSTO 2003 CATOLICISMO
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Eco .fidelíssimo do supremo Magistério da Igreja E sse foi o elogio recebido pelo autor de A Liberdade da Igreja no Estado comunista. Nessa obra, Plínio Corrêa de Oliveira denunciou a colaboração de católicos com regimes comunistas, que visava adormecer a necessária resistência católica ao comunismo. A presença de Cuba comunista no panorama latino-americano confere especial atualidade ao tema do livro. · FJ Ü SCAR V1DAL
a poss ibilidade de um acordo entre a Igreja Católica e o Estado comuni sta, muito se falava na década de 60. Esse tema fo i muito ventil ado nas vésperas e durante o Concíli o Vaticano TI ( 1962- 1965). No que consistiri a esse "acordo "? A Igreja Católica deixaria de combater o regime comuni sta e, em troca, os governantes marxistas abrandari am a persegui ção que os católicos sofri am de tai s governos. Seria lícita tal composição?
se firmarem na posição verdadeira, de rejeição completa à fraudul enta tática de "coexistência pacifica" com o comunismo.
Apl'esentação ela tese A obra tornou a tese cabalmente demonstrada. Com linguagem clara e irrefu1
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Um pacto com o comunismo? Estando em Roma em 1962, Plínio Corrêa de Oliveira manteve in tensos contatos nos ambi entes ec les iásticos da Cidade Eterna . Nesses encontros, o fundador da recémcriada TFP procurava tratar desse grave problema moral. Mostrava ele a ili citude da colaboração da Igreja Católi ca com um regime marxista, ainda que com tal cooperação os cató li cos passassem a gozar de uma certa liberdade de ação nos países subjugados pelo então império soviético. Ecles iásticos conservadores concordavam com a posição do Prof. Plinio face ao problema, mas tinham diliculdade em demonstrar essa tese. Retornando ao Brasil , o insigne pensador e líder cató li co pôs mãos à obra: dedicou-se a escrever um ensaio a respeito, com a finalidade de auxiliar cléri gos e leigos católicos a
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CATOLICISMO
t{ivel, o autor, entre várias razões, deixa evidenciado e provado: • que um acordo desses deveria ser inteiramente rejeitado pelos católicos, pois a doutrina comunista nega Deus e a moral; • que a "coexistência pac(ftca " entre a Reli gião Católi ca e o Estado comuni sta seria absolutamente inaceitável, além de ser impossível; • que implicaria na omi ssão da Igreja em defender os preceitos da Lei de Deus, como exempl o, o 7° e o IOº Mandamentos ( "Não roubarás" e "Não cobiçarás as coisas alheias"), que se opõem fron talmente à doutrina marxi sta-lenini sta sobre a propriedade privada e constituem, entre outras co isas, uma garantia da institui ção fa miliar; • que a Igreja, ass im procedendo, esta ria renunciando à sua mi ssão de ensinar a verdade integral e sem jaça, e de condenar o erro em todos os seus aspectos; • que a igreja apresentari a aos fi éis uma imagem desfi gurada do próprio Deus, prejudicando gravemente a santificação e sa lvação das almas.
Polêmica e expansão da obl'a
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O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira com a edição de "Kierunki"; acima, fac-símile da primeira página
Nasceu ass im o ex traordinário e esclarecedor liv ro-denúncia, intitul ado A Liberdade da Igreja no Estado comunista. Em agosto de 1963, há precisamente 40 anos, Catolicismo teve a honra de estampar em suas pági nas, em primeira mão, esse ensaio. Meses depois, em maio de 1964, Catolicismo publicou uma edição ampli ada do mes mo . Em agosto de 1974, para a 10ª ed ição brasil eira da obra, o autor, a fim de melhor ex plicitar sua tese, dá- lhe um novo título: Acordo com o re-
gime co11uu1ista: para a Igreja, esperança ou autodemolição? 1 Essa tese gerou uma polêmica universal, repercutindo até mes mo em países atrás da Co rtina de Ferro. Uma dessas polêmi cas - largamente noticiada em Catolicismo - iniciou-se com ex tenso artigo, publi cado cm 1°-3-64 na primeira página do órgão polonês "Kierunki ", do influente mov iment o PAX, de tendência católi coesquerdi sta. A matéria intitul ava-se Carta aberta ao J rof Plínio Con -êa de Oliveira, atacando virul entamente seu livro. Isso gerou r pli cas e trép licas, repercutindo em outros 6rg1ios de imprensa estran geira (Vide CaLolicismo, maio,j unho, setembro, outubro/ 1964 e fevereiro/1 965). Em Roma, além ele ter sido di stribuído ao. 2.200 Padres Concili ares e aos 450 jornalistas do mundo inteiro, que faz iam a cobertura do oncílio Vaticano II, o estudo foi publicado na íntegra no maior jornal daquela cidade, " li Tempo", em 4- 1-64. "Tradu zida em oilo línguas (alernão, espanhol, .fi-r111cês, húngaro, inglês, italiano, polo11ês e vietna,nita), a obra tem 38 edições, 1111111 total de 171 núl exernplares. Além dis.w , seu texlo foi reprodu zido na ínteg ra ,,,, 39 jornais ou revistas de treze países. Rese11ltas e com.entários foram esta1npados e111 11111 número incontável de publicaçiJe.\" ".2 Por ocas ifo dessas publicações, o tema do ensa io d spcrtou interesse e pol êmicas. Ninguém consegu iu , porém, refutar a tese da impossibi lid ade de um rnodus vivendi entre a Igreja e o sistema comuni sta. Tendo já transcorrido quatro décadas da primeira publicação, ela permanece irrefuta da, pois é irrcfutáv 1. Alta qualilicação honol'Í/ica O Cardea l Giuseppe Pizzardo e Mons. Dino Staffa, respectivamente Prefeito e Secretário ela Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades, da Santa Sé, em carta datada de 2- 12-64, externaram ca loroso ·logio a essa obra do fundador da TFP: "Co11gratulanw-nos com [. .. } o egrégi11 /\11to1; merecidamente célebre pela sua cihwitt .filo.w!fica, histórica e sociológica, e 011g111m110.1· a mais larga difusão ao denso /1/111.l'r'ttfo, que é um eco fidelíssimo de tod11s 0 .1 /)oc ·1111te11tos do Supremo Magistério r/11 lgrt'.ill ". 1k s111rn 11 t•xpr ·ssão eco fidelíssimo, pois
Carta de aprovação da Santa Sé ao livro - denúncia
o Prof. Plinio, em várias ocasiões, comentou que esse era o título honorífico que ele mais desejaria para si e para a TFP. Ainda que dizi a ele, faze ndo uso ele uma linguagem metafórica - todos os sinos (as vozes daqueles que têm o dever de pregar o ensinamento tradicional da Igreja) em udecessem, não pretendia outra coisa. enão repetir e prolongar o som dos sinos que se tivessem calado. Assim, declarou ele em discurso pronunciado seis anos após a recepção da prestigiosa carta: "Meu desejo na vida não é senão repetir aquilo que eu ouvi da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana".'
Os "erros da Rússia " Alguém poderia indaga r: 40 anos depois de lançada, a obra continu a atual ? - Sim, atu alíss ima! Em primeiro lugar pela presença afrontosa de diversos regimes comuni stas no Globo, como os da China, Coréia do Norte, Vietnã e, aqui na América Latina, o de Cuba. Ademais - numa ex tensão legítima da tese defendid a pelo Prof. Plini o - , podese afirm ar que qualquer governo que legisle contrari amente às Leis de Deus não pod e deixar de ser rejeitado nesses pontos; os católico devem reag ir e denunciar tal legislação até que ela se confo rme aos preceitos divinos. Exemplificando, um verdadeiro católico - sob pretex to de viver tranqüilamente e não sofrer perseguições - não poderá jamais renunci ar ao dever de combater os "envs espalhados pelo comunismo", conforme Nossa Senhora os qualificou na 3ª aparição em Ffüima, no dia 13 de julho de 1917: "A Rússia espalhará seus erros pelo mundo".
Que "erros" são esses? - Eles estão im pregnados na legis lação atual de quase todos os países ou nos programas de qu ase todos os partidos políti cos. Citemos alguns deles: a leg itim ação do divórcio e do concubinato; o amor livre; a limi tação da natalidade; a eutanásia; as relações pré-matrimoniai s; a legalização do aborto; a edu cação sex ual nas esco las; os aberrantes projetos vi sando legitimar o chamado "casamento " homossexual; as leis soc iali stas que corroem o direito de propriedade; as reformas de base de inspiração soc iali sta, como Reform a Agrária, Urban a e Empresa ri al; a fa lsa igualdade entre pais e filhos, professores e alunos, patrões e empregados etc. *
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Concluindo, não nos é lícito faltar ao dever de denunciar tais "erros do comunismo", sob pena de sermos obri gados a reconhecer que não estamos à altura de ser verdadeiros católi cos, que timbram em ser um eco fi el da doutrina da Santa lgreja. •
Notas:
-
L O li vro encontra-se à di spos ição dos leitores, na seção "Fá tim a" da " Biblioteca Reli giosa" da co nce itua da e vasta bibli otec a di g ital " lntraTex t": www. intratex com a alo>o/A utori/Autl 25. HTM (Possui um rápido sistema de procura por palav ras, citações e autores, muito útil pa ra pesqui sas).
2. U111 /-/0111em, Uma Obra, Uma Cesta - /-/0111e11age111 das TFPs a P/i11io Corrêa de Oli veira, Edi ções Brasi l de Amanh ã, São Paul o, 1988,
p. 239. 3. Di scurso no ence rrament o de Co ngresso da TFP, em 15- 1-70.
AGOSTO 2003 -
6 Trn nsl'igurnção de Nosso Senhor Jesus Cristo
1 Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo, Conressor e Doutor da Igreja ( Vide Ca to l ic i srn o, agos to/ 1996 e agos to/2002)
Primeira Sexta-Feira do Mês
2 Santo l~usébio ele Vereei! i, Bispo e Confessor + ítá li a, 370. Foi e xilado pe lo Impe rad o r Co ns tâ nc io p o r não que re r ace ita r a he res ia a ri a na, só \'. Olta ndo à sua di ocese depo is da morte do pote ntado .
Primeiro Sábado do Mês
Esta festa, re le mbrando a g lorificação de C ri sto no Ta bo r, foi in stituída por Cali xto UI e m 1456 para come mo ra r a vitó ri a do s c ri s tã o s so bre Maomé III, conqui stador de Co nstantinopl a e te rríve l ini migo dos c ri stãos.
7 São Caetano de 'l'iene, Confessor + Nápole ·, 1547. Fundado r da Orde m dos Clé ri gos Regulares - os Tea tin os - que, num a he ró ica co nfianç a na Providê nc ia, vive m some nte das es mo las recebidas po r ini c iativa dos doado res.
8 São Domingos de Gusmão, Confessor (Vide p. 36)
9 Sã o João ela Alvérnia, Confessor
4
+ 1322. M ovido desde a infâ nc ia po r g rande devoção à Paixão de C ri sto, este fra nc iscano levo u uma ex istê nc ia de e no rme pe nitê nc ia. Ma ndado paraAlvé rnia, o nde São F ra nc isco havi a recebido os estigmas, pregava aos pe regrinos que lá aco rri a m.
São ,loão Ma ria Vianncy, Confessor
10
3 Santa Lídia + Ás ia M e no r, séc . I. P agã, dedicava-se ao comé rc io e m F ilipos, qu ando fo i conve rti da po r São Paul o .
+ Ars, 1859. S ua fam a de pregado r e confesso r atra ía pessoas de tod as as pa rtes da França. São Pi o X o no meou pa trono de todos os párocos e pasto res de a lmas.
5 DeÚicação da Basílica de Nossa Senhora das Neves R o m a. Seg und o a tradi ção, ca iu ne ve e m ple na seca, delimita ndo o lugar o nde deveri a ser edificada essa ig rej a. É a maio r Basílica ma ri a na de Ro m a, po r isso co nh ec id a co mo Santa M a ria M a i o r .
São Lourenço Diácono, Márt ir + Ro ma, séc. JII. Es panho l de o ri ge m , fo i o prim e iro dos Sete Di áco nos de Ro ma. O Papa São Si xto II confi o u-lhe a admini stração cios be ns da Igreja. N egando-se a e ntregar ao prefe ito d a c id ade esses be ns, de po is cio ma rtírio daque le Pa pa, fo i cru e lme nte assado a fogo le nto numa g relha. É um dos ma is fa mosos má rtires d a C idad e Ete rn a, que lhe dedi cou vá rias ig rejas.
11 Santa Clara ele Assis, Virgem + 1253. Dig na ê mula de seu conte rrâ neo e conte mpo râ neo
São Franc isco , fund o u a orde m seg und a dos Franc iscanos, conhecida pe lo seu nome C l a rissas - , dedicada à conte mpl ação e ao cultivo da ma is estrita pobreza.
12 São ,João Berchmans, Confessor + Ro ma, 1621. Novi ço j esuíta fal ec ido aos 22 anos, c hegou aos c umes da pe rfeição por sua pureza, mo rtifi cação e e ntranhada devoção a Nossa Se nho ra .
13 Santos Hipólito e Cassiano, Mártires + Séc. UJ. Sa nto Hipó lito e ra o carcere iro de São Lo urenço, que o converte u e bati zou, e a que m seguiu no martírio. Cassiano foi um professor a que m os alunos pagãos denuncia ram como c ri stão. N ão que re ndo ofe recer incenso aos ídolos, foi martiri zado e m Imola.
16 Santo l•:stêvão R'i, Conl'essor + 1038 . Duqu da Hung ri a, conve rtid o na a lo lescê ncia por S anto Acla lb rlo, de Praga, to rn o u-s o verdad e iro apósto lo ele s u povo, q ue levo u à f6 d .1 sus C risto. Recebe u po r isso a coroa real elas mãos do Pa pa il vestre II.
17 Sao ,ln<1ln1.o, Confessor + Pol )l)i a, 1 57. Nasceu perto d ' r.i · w ia, sendo recebido na ( rd ·111 do min icana pelo pró pri o Si o I o mingos. Prego u muil o ·m sua terra e nos p a ÍS'S h{i ll i ' OS.
IH 8 1111 111
+ Ro11111 , .'
lklnnn. Viúva 1) .
Mãe de Consta ntino, o l 111 pcrndor romano que, uma v ''/, ·rn1 vcr1 ido, asseguro u o triun l'o do 1 1 reja sob re o mundo p111•no. A Santa Helena s ':111·ill11i o ·ncontro da ve rclad ' iru ( '1111. d' Cristo.
14 São Maximiliano Maria Kolbe, Mártir + Auschwitz, 1941 . Já aos 23 a nos, este fra nc iscano po lonês, para preservar a juve ntude da ava la nc he revo luc io nária, fund o u a assoc iação Milíc i a da Imaculada. Fez o mesmo no Japão, incentivado por Pi o XI. Vo lta ndo à P o lô ni a, co ntinuo u seu trabalho na boa impre nsa, pe lo que fo i preso pe los nazistas . Substituiu-se a um dos condenados a mo rrer de fo me, não só po r te r este fa míli a, mas princ ipa lme nte pa ra ass istir es piritu a lme nte a té o fim os outros no ve pri s ione iros.
15 ASSUNÇ/\O OI•: NOSSA SENI IORA AOS
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rnus
Festa ma ri a na de muito a ntiga tradição. A Ass unção da M ãe de D e us fo i sole ne me nte proc la mada como dog ma p o r Pio XII, e m 1950.
1~) Sao ,10110 1:11d(•s, Conressor· 1
+ Frnn(,'.11 , 1<1XO. Dele disse São Pio "A r rl<•11do co m u m a111or 1•1ll'l11mli11ârio aos Sag mr/11,1· ( '11r11ro<'.\' de Jesus e Mari11, Jrii
(I
fll'Íllleiro a p en-
sc11; <' 11170 .l'<'llI inspiração di11ill(1, <•111 /1 llmtar-/1,es um culto //1111 :l{ i('(). I ksse cu lto tão d oei', r/1•1•,• S<' c·o11side rá- l o co1111 I l 'I/I, /)011toreAp6stol o".
Fundo u o l11 s1i1 u10 de Jesus e M:11-iil (/1/11/i,·11,s) e as Fi lhas de Noss11 S1·1il1oru da Caridade.
'O S110 llt •1•11111·<10 cll' Clamval, Cor Ilt isso r· (Vid1· e '11/11/in,1·1110, deze mbro/ 191)() )
') 1 S110 l '111 \ l 'np:r
!'
Confessor
+ 1t) 1,1 ( ) 11• 11 1:1 do seu Pontifi ·ado 1·111 N1·.1t1111mr tudo em 'risto , h11 o ~•randc Papa ela Eurn , 1 11 ,11 do< 'atccismo, do Dirl'i to < :111t 11 irn · do Canto
Gregorian o, refo rm ad o r el a C úri a Roman a, e sobre tudo o g rande batalhado r co ntra os erros do mode rni smo (precursor do prog ress is mo), " síntese d e todas as heresias".
sericórdi a. Entre estas, fund o u várias casas para pecad o ras a rrepe ndidas, a cong regação das S e nhoras Ad o rad oras e Escravas do Sa ntíss imo e da Caridade.
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27
NOSSA SENIIORA RAINIIA
Santa Mônica, Viúva
Festa anteri o rme nte cele brada a 31 ele maio . Neste dia 22 celebrava-se a fes ta do Imac ulado Co ração de M ari a, atua lme nte come morada no sábado imedi ata me nte após a fes ta do Sagrado Coração de Jesus.
+ Ó stia, 387. Su as o rações o btive ram a co nve rsão ci o marido e, d ep o is, do fi I ho Agostinho, destin ado a ser um d os maiores lumin a res el a Ig reja.
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Santo /\gostinho, Bispo, Conressor e Doutor· ela Igreja
Santa Rosa ele Lima, Virgem + 1617. Padroeira principal da América LatiJ1a. Ao cinco anos fez voto de viJ·gindade, vivencio entre extraordinárias morti fi cações, perseguições di abóli cas e comunicações di vinas.
28 + Hip o na, 4 30. D e le di sse Leão XIII : "É um gênio vigoroso que, dom.ina ndo tod as as ci ênci as huma nas e di vinas, comba teu tod os os erros d e seu temp o" .
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São Bartolomeu Apóstolo, Márt ir
Degolação de São João Batista
Séc. I. Segundo a uto res a nti gos, seu verdade iro nom e seri a Na ta nae l, ele quem Jes u di sse: "Ei s um verdade i ro isra elita no qua l não hâ d ol o".
Levo u o E va ngelho a vá ri os países, inclu sive Pérs ia, Índi a, Arábia e Armê nia, o nde te ri a sido esfo lado vivo.
25 São Luís IX, Rei de França, Confessor + Tunís ia, J270. Fo i mode lo de estadi sta e de admini straclo r c ri stão. Empreende u du as C ru zadas, na últim a elas quais mo rre u, atacado pe la peste . De votíss imo ela Sagrada Pa ixão, fez co ns truir a fa mosa Sainte Chap elle, e m Pari s, reli cári o de pedra e vitra is para abrigar a coroa de espinhos do Salvado r.
26 Santa Micaela cio Santíssimo Sacramento, Virgem + M adrid, 1865 . D edicou-se inte ira me nte às o bras de mi -
Confo rme na rra o Evange lho, a santa intrans igênc ia do Prec urso r, e m cond e na r a vida pecamin osa de He rodes, fez com que este o ma ndasse degola r, cede nd o às maquin ações de sua conc ubina.
30 Sa ntos Félix e Mauto. Má rt ires + 266. Félix, pres bítero, fo i conde nado à mo rte sob Di oc lecia no . N o ca minho pa ra o s uplíc i o, ace rco u -se d e le A dauto, que dec la rou aoe rtame nte ta mb é m professa r a mes ma fé, sendo a m bos dego lados .
31 São Rai mundo Nonato, Confessor + Ca rdo na, 1240. D a Orde m elas Me rcês. Resgato u milh ares el e c ri stãos ca tiv os cios mu ç ulmano s n o no rte d a Áfri ca, pe rm anecendo vári as vezes como refém e nq ua nto se o btinh a o mo nta nte para o resgate.
Intenções para a Santa Missa em agosto Será ce lebra d a pe lo Revmo. Padre Dav i Fra nc isqu i ni, nas seg uintes inte nções: • Q ue o Papa São Pio X e São João M aria Vi anney pa tro no dos párocos - , cuj as festas se comemoram neste mês, interceda m jun to ao Im ac ul ado Coração de M ari a pela fid eli dade do clero brasil eiro à autênti co doutri na cató li ca, para li vra r o Bras il e nossas fam íli as das heresias e do ate ísmo.
Intenções para a Santa Missa em setembro • Em honra da Exa ltação da Santa Cruz de N osso Se nh o r Jes u s C ri sto - festa que se comemora nesse mês - , ped indo para todos os co laboradores, assin antes e leitores de Ca to licismo, bem como para os participa ntes da Aliança de Fá tima, o amor à Sa nta Cruz e as forças necessó r i as para não a ba ndona rem nun ca as cruzes que se apresentarem ao longo de seus caminhos .
AG
STO 2003
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www.tfp.org .br
Nova blasfêmia, novo protesto
IN MEMORIAM
(~a t61icos norte-americanos participaram de um ato, promovido pela TFP dos 1i:s1,ados Unidos, em desagravo a Nosso Senhor e de protesto contra uma ignóbil peça teatral 1 Li\VIO M ATIHARA
p1•s11r da tarde chuvosa, um 11111po de 150 católi cos de ( 'in ·innati (EUA), emjunli11 1il li 1110, reu niu -se di ante cio K11111 1 / '/11'//lre para protestarcon trn 111l11•11 :111tcpcça bl asfema Corp11s <'/11 ,,,•ti, na qual Nosso Senhor J ·s11 ( '1 isto e os Apóstolos são bl 11 , l1•111,1111 cnte ap resentados cm 110 h11111ossex uais. P1 11111ovido pe la camp an ha /11111 •11 1·11 N1 ed.1· Patim.a, empreendi d 1 1111 todo o pa ís pela TFP :11111•111 111H1, o protesto foi liderado IH' l11 , 'r. Tho mas McKenna, Vi1 •1• l 111 ,idcnte da entid ade, e ·w1!1 111 111111 a presença de 150 ud1·11•1111 locais ela ca mpanha , alt•111 cl1 ,111vistas ele outras orga11i1111 11 1nttílicas conservadoras. 1i111 11 , 1 oradores destacou-se o i\11•1•li1 p11 d· Cinc innati, Mons. 1>1111 11 l l 1 d11n:zyk, que ressaltou o dn,p1 op11~1to de "apresentar Je,,.,,,, < 111111 <' a sua histó ria da //11 111 , 11 ,1111t1i.1· brutal e repelente". i\ l1111 d1·ssa man ifes tação i) q11 ,il 11 111011 co ntrapor-se um 1• 111 p1 11li11 h11rulhento de 20 pesHlll l ' 1cl11 ·toria do Know Th.ea/11 1 11 11 lll'll 111ilhares de protestos 1wl111111 11 111 L' através de e-mail s, 11cl11 1111 11do lt'r sofrido prejuízo fi 11111 11 1 11 11 .-c1111 a apresentação da
Joseph Edward Parrot
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U ma revolução igualitária ameaça levar o mundo à anarquia rn ATíuo FAoRo
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Munique/Bonn - " Uma revolução igualitária quer impor no mundo a anarquia, e com isso destruir o que resta da Cristandade nos países europeus e nos que receberam a ben.1fica influência da cultura cristã" declarou o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Braga nça, Chefe da Casa Jmperi al do Brasil. O Príncipe Dom Lui z, destacado sóc io da TFP brasil eira, foi convidado pela Deutsche Vereinigun.gfür eine Christliche Kultur ( DVCK) para fa lar a seus ami gos e simpatizantes de Munique (A lemanha), em 1Ode maio p.p. (fotos 1, 2 e 3). E em Bonn , no di a 17 do mesmo mês (foto 4), sobre o tema "A Cristandade em perigo". O ilustre confe rencista ~escreveu a situação mundi al como "catastrófica ", do ponto de vi sta religioso, moral , soc ial e político. " Uma crise sem precedentes na História ataca simultaneamente todos os valores cristãos. Este ataque geral à Cristandade foi. qualificado pelo Papa Pio XII como um processo sutil e misterioso que se encontra em tudo e no meio de t(!dos". Concluindo, o Chefe da Casa Imperi al do Brasil convidou todos os presentes a se mobilizarem para defender a Civili zação Cristã, lutando contra a Revo lução · igualitári a e anticri stã, orientados pela consagrada obra "Revolução e Contra-Revolucão" ele Plínio Correa ele Oliveira, na qual esse "processo revolucionário" é descrito em detalhes. • E-mail do autor: agfaoro @gmx.de CATOLICISMO
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11 11 11111 ol11 11111111 : f1uta111a1 @holmail.com
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Dedicado membro da TFP norteamericana, faleceu aos 55 anos de idade, no dia J5 de junho p.p., no National lnstitute of Health (Bethesda, Maryland). Vítima de câncer ósseo, diagnosticado desde o ano de 2001, carregou os terríveis sofrimentos decorrentes da moléstia, não só com conformidade, mas com autêntica varonilidade cristã, nunca se ouvindo de sua boca uma pal avra de quejxa. Bacharel em Biologia pela Universidade ele DaJlas, Texas, era ao mes mo tempo profundo conhecedor da língua inglesa, tornando-se rev isor nato dos textos e obras que a TFP norte-americana clava a público. Dedicou-se com entusiasmo à formação ela juventude na St. Louis de Montfort Academy colégio de nível secundário mantido pela TFP americana - de cujo corpo docente fazia parte. Faleceu assistido pelos Sacramentos da Santa Igreja e pelas orações dos colegas, deixando em todos um sentimento de admiração pelo seu exemplo de contrarevolucionário e uma recordação cheia de reconhecimento, afeto e saudades. •
À d 11 1111 llu irantes do protesto
AGOSTO 2003 -
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www.tfp .o rg .br
Sociedade Colombiana Tradición y Acción l ◄~11Uch1dc promove importantes conferências < 111 Bogotá e Cali a respeito do conl'lito colombiano A LFR EDO M ACH ALE
Simpósio para a formação da juventude E studantes de São Paulo e Rio participaram de evento durante os feriados de Corpus Christi g CARLOS A. PEREIRA
simpós io fo i o rgani zado pela TFP para estud antes do segundo grau, em sua sede de campo no municípi o de Jundiaí, a 60 quilôm etros da capital paul ista. Aproveitou a seqüênc ia de f eri ados da festa de Co rpus Ch risti (20, 2 1 e 22 de junho passado) e reun i u j ovens cari ocas e pauli stas. Constara m da programação pal estras, audi ovisuai s, j ogos variados pró pri os à idade dos partic ipantes, e até um a fogueira junin a na fri a no ite de sábado, 21 de junho, qu ando a temperatura m ar cava 8 graus.
O tema do simpós io fora m os f enô menos psicol ógicos e soc iais que provocara m a decadênc i a do ho mem e da sociedade desde a Idade M édi a até nossos di as , transform ando o cru zado e o cava leiro de então no punk, no hippie e no drogado de hoj e. • E- m ail cio autor: RcvCa to li c is111 o@ uo l. co111 .br
Meio século de sadio jornalismo Tendo inic iado suas ati v idades em agosto de 1953, a Agência Boa Imprensa (AB IM) comemora 50 anos de seu bo letim noti c ioso, env i ado a vári as centenas de j ornais de todo o País. A ABJM destaca-se por apresentar um j orn alismo diferente, sobretudo por apontar aquilo que a grande imprensa
procura ocultar, mi nimi zar ou interpretar tendenciosamente. N o mes mo esti lo do j ornalism o característico de Catolicismo , a ABIM - que também pertence à E ditora Pe. B elchior de Pontes - publica, al ém de notícias em geral, análises dos principais acontecimentos nacionais e intern aci onais, com especi al empenho na divul gação de temas culturai s. •
:i segu nda sem ana de junho últim o, rea li /i11·a111-sc nas c id ades co lo mbi anas de Bopol6 e Cali conferênc ias do genera l no rteI11 11•11l illlo (iordon Sumner sobre o conflito béli co 11 11pI11 h Sl' lentriona l de nosso Continente e suas im pl1 1 ,1 rn·s l'Ol11 os Estados Unidos. 1'Ili ,1111 promov idas pela Sociedad Colombiana 'J) 11 ,/1111111 \' /\cc iôn - entidade co irmã da T FP braprimeira em co labo ração co m a Escola de ~il1•1111 l11 h•lI 11111l'lil do Exército co lo mbi ano, e a segunda \'11 111 i1 < ,1111ara de Co 1nércio de Ca li . \ 1onfert'.:nc ias susc itara m es pec ial interesse 11t1 11 1110s 111telccl uais, militares e empresa ri ais col1111tl 11.1110s, por se tratar de um general que inter1·11 11rn11 11111ito bri lho em graves conflitos em dé1·111 111 p11 ~sadas, como a 11 Guerra Mundi al e as g uer,. 1 d11< 111 l·ia e V ietnã. Co laborou com altas perso11 il1 d11d1 , l'lllre elas o G eneral D oug las M acA rthur, d1· qI 11 111 101 ass istente. Atu o u também nos anos 80 v I11 11 111 11111.1111L·s m issões diplo máti cas dos govern os ih· l 1 111 1ii ld Rl·aga n e Geo rge Bush ( pai). N1 l1 111111ncnto c m que perm anece ca ndente o i ' t11 il 11 111 11,ll l ll puerri lhe iro- terrori sta qu e fl age la a ( '1111111 !1 11.1 1• \ ilal que a opini ão públi ca desse país ·11111 11 l" 11s ,1poios co m que conta no hemi sféri o, pI11 1 1111111 d1s1wnsávcl defesa e vitóri a contra a guer1i lli 11 1lllllllll lSlil. N1 oi\ 1 lll'l lnstânc ias, o G enera l Go rd o n Sum Iw I 1111',ll iilldo os pr incípi os da guerra anti - subv1·1 I,.i 111111 1· l'lllp los de sua própri a vida e da hi s11 111 1111111l 1· l •z um ape lo às elites militar e empI 1• 11 11.d l 11l11111hianas, pa ra não pouparem esforços 1111d1 11 .i d1• s11:i pfüria. Espec ialmente m ani festand11 1 1111 ,1111l 11111 in t ' rnac ional, co m obj eti vo de que 1111p1111 1111 p11lili rn dos Estados Unidos e da A méri ca tl 11 111 1111 1· 1111 :1 es tar cm j ogo não somente a Colt 1111!1.1 111.1 ~ o l11t11 ro de todo o Continente. • 1 1111111 do autor A l frecloMac H ale@ hot mail. com
CATOLICISMO
AGOSTO 2003 -
Vila Noya do Ourém - Portugal Ü perfume da realidade primitiva, boa, reta e cheia de vida ■ PuN10 C o RRÊA DE OuvE1RA
Para quem experim enta encanto na análise do linguajar das nações, Vi la Nova do Ourém é um nome delicioso ! Delicioso no quê? Tal vez um português, nasc ido em Portugal , não si nta isso tão bem quanto um .descendente de portu guês, nasc ido do lado de cá do Atlântico. Ourém exprim e o sabor e o perfu me das realidades elementares, primitivas, boas, retas e cheia de vida. Da terra, da pedra, do ferro, do I it:e recém-tirado de uma cabra , ovelha ou vaca , de uma rajada de vento ca rregado com cheiro de ervas. Dessas co isas não trabalhadas, mas que contêm , em germe, civili zações. Magníficas, quando a civili zação as trabalha. M as , já desde o primeiro aspecto, atraentes e enca ntadoras, e que lucram muito e perdem um pouco quando a civili zação as aperfe içoa. De maneira que, quando se as vê no estado natural, há um certo encanto própri o a uma rea li dade que se apalpa com as mãos, e um perfume bom, mas que o civilizado reputaria forte demai s. Vil a é um lugar pequeno. Vila Nova do Ourém é um nome que sugere a ex istência de um passado antigo, em que é concebível ter hav ido uma vila velha, e depois uma vi la nova, cujo acesso se dava por longa estrada do gênero caminho de cabra, substituída depois por alguma auto-estrada standard, que se percorre em poucos minutos. Então, Vila Nova e Vila Velha tornaram-se subúr~Y>IEN l'~ bios uma da outrn, e ambas • t" J'• satélites de uma cidade () tJ'! enorme, loca lizada perto, ~ que eng lobou todas as vilas. E , com isso, elas ..,....~ ~ perderam se u enc anto. ~S • Q'-1~ M as o nome ficou: Vila N ova do Ourém , Portugal! N ão con heço lugar onde o real se apresente de um modo tão carregado de cores , tão truculento e enca ntador como em Portugal. •
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Aspectos de Vila Nova de Ourém Excertos da confe rência proferida pe lo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 7 de maio de 1983. Sem revisão do aut
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Setembro de 2003 Nº 633
Data que nos enche de alegria
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CARTA DO DmETOI~
Ü dia da Natividade de Maria Santíssima consiste para a tumwnidudc
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PAGINA MARIANA
em imenso gáudio, prenúncio do nascimento do nosso Redentor
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Lm'l'lJRA EsPIIUl'l!AI,
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inguém esquece, e com toda razão, o aniversário de sua própria mãe . Porém, infelizmente, há católicos que esquecem o dia natalício da Santíssima Mãe de todas as mães, Mãe de Deus e nossa também. A festa do nascimento de Nossa Senhora é comemorada a 8 de setembro. A fim de fixarmos bem essa magna data, e não nos esquecermos de a celebrar condignamente todos os anos, apresentamos a seguir admirável comentário de Plinio Corrêa de Oliveira, proferido durante confe rência comemorativa desse augus to aniversário, em 1965 .
- CATOLI C ISMO
"Co mo Nossa Senhora é a M ãe de Nosso Senhor Jes us Cri sto, tudo quanto se pode di zer do N atal , guard adas as devidas proporções, pode-se di zer da Nati vidade de Nossa Senhora. A ss im, a Nati vidade da Santíss im a Virgem também deve ser ocas ião para nós de todas as alegrias, todas as impressões, todas as graças da noite de Natal. A sa lvação veio ao mundo com o nasc imento de Nosso Senhor Jesus C ri sto. M as, de algum modo, esta afirm ação é também vcrcl aclc ira em relação à Nativid ade da M ãe cio alvacl or. Porqu , se é verd ade qu e o úni co Sa lvador é Nosso Senh or J sus ri sto, Nossa Senh ora, co m sua ora ção on i pot ntc, pccli u e apresso u a vind a ci o M ess ias qu e
j á estava prometid a. Pode-se di zer portanto que, de certo modo, com Ela veio a sa lvação. O N atal represe ntou um a honra in co mparável para a humanidad e, porqu e o Verb o E ncarnad o veio ao mund o na noite de Natal. Mas é também verd ade qu e - repito, guard adas as devid as proporções - repres ntou um a honra enorm para a hum anid ade o nasc imento el e Nossa Se nh ora. A cri atura mais 1crfc it a nasc id a c m todos os séc ul os; um a c ri atura co nce bid a se m peca do ori gin al, tra ze nd o cm si um a pl enitud e el e gra ças I ara lodo o mund o. Co mpreendemos ass im co mo a Nati vid ade da Virge m é parec id a co m a no ite de N atal". •
Privilégios de Nossa Senhora Das virtudes principais
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Não ceder para não perder Colômbia: energia do novo presidente
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Mãe recupera filho retido em Cuba
Sóror Catarina de Jesus Herrera
26 CAPA TFP denuncia os objetivos do MST
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SOS FAMÍl,IA
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TFPs t•:M AçAo
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AMBrnNTEs, CosnJMES, C1vu.1zAçõ..:s
São Tomás de Vilanova Godofredo de Bouillon
Estirpe familiar e sua missão histórica
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Características do paulista e do pernambucano
Nossa capo:
46 TFPs em ação
Flagrantes da campanha promovida pela TFP, iniciada em l O de agosto, na capital paulista . Fotos de Abel Campos e Feri J. Dozsa
SETEMBRO 2003
Doze notáveis privilégios de Amigo leitor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável: Mariza Mazzilli Costa do Lago Registrada na DRT-SP sob o n2 23228 Redação: R. Dr. Martinico Prado, 246 CEP 01224-010 São Paulo - SP Tel: (0xx11) 221-8755
Administração: Rua Armando Coelho Silva, 145 Sala 3 - Pq. Peruche CEP 02539-000 São Paulo - SP Tel: (0xx11) 3856-8561 Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (0xx11) 3858-1053 Fax (0xx11) 3858-1499 Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01065-970 São Paulo - SP Impressão: Prol Editora Gráfica E-mail: epbp@uol.com.br HomePage: http://www.catolicismo.com.br ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o mês de SETEMBRO de 2003: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
R$ 80,00 R$ 120,00 R$ 240,00 R$ 400,00 R$ 7,00
CATOLICISMO Publlcação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
A verdade a respeito do que pensa o povo brasileiro pod · s ·r p ·r · ·bida através do que informa a mídia? Qual a opinião da população sobre as invas ·s qu ' ·stão ocorrendo nas cidades e no campo? E sobre o MST? Qual o juízo dela a prop si lo da omissão do governo diante da escalada de invasões e da desordem cm ·urso 110 País? É contra ou a favor? Está alerta e preocupada, ou acompanha o noti ciário com indiferença ou desdém? O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira nunca pautou a ação da entidade por ele fundada, a TFP, pela "verdade" que nos é oferecida pela grande mídia. Bem conhecendo o patrulhamento ideológico freqüentemente exercido pela mídia, ele buscava as respostas diretamente nas ruas, em contato com a população, com o trabalhador, com a dona-de-casa, com o empresário, com pessoas das mai s diferentes extrações sociais ou culturais. O insigne pensador e líder católico pôs em prática um método de pesquisa de opinião pública e o transmitiu, durante décadas, àqueles que o seguiram nas filei ras da TFP. Tal método, ele o concebeu com o objetivo de sondar as reai s preocupações e anseios do público em geral, e, levado pelo desejo de enunciar a pal avra certa, propor as verdadeiras soluções fundamentadas na doutrina católica. O leitor pode estar se perguntando: por que a opinião pública é tão importante nesse contexto? O fato é que ela, especialmente nos dias de hoje, exerce grande influência nas decisões dos governantes e nos destinos de um país, a ponto de mudar seu rumo. De onde a necessidade não apenas de conhecer adequadamente o que pensa o público, mas também de esclarecê-lo sobre o grave erro que constitui a violação do direito de propriedade privada, promovida pela Reforma Agrária no Brasil. Como entidade de inspiração católi ca, a TFP não poderia omitir-se diante dos rumos que está tomando tal Reforma, de cunho sociali sta e consfiscatório. Como também diante da ação nociva de movimentos que manipulam pessoas do campo e das cidades, promovendo invasões crimi nosas com o objetivo de perturbar a ordem e a paz social e impor o socialismo ao País. Não se pode aceitar tampouco que o governo conlinu · passivo em face das invasões promovidas pelo MST e movimentos congêneres. Tal conj unto de circunstâncias levou a TFP a sair mais uma vez às ruas, cm campanha, para alertar e esclarecer a população. A recent ampanha recebeu ca lorosa e si mpática acolhida por parte do público, que pôde ler o mani lesto intitulado Reforma Agrária e violência unidas colltra o Brasil. Obteve também destaque na imprensa. Em nossa matéria de capa desta edição, apresentamos aos leitores um relat o sobre a recente iniciativa da TFP e seu impacto no panorama naciona l. Matéria sem máscaras, sem patrulhamentos, a qual retrata com fidelidade o pensamento do homem da rua . Desejo a todos uma boa leitura. Em Jesus e Maria,
Paulo Corrêa de Brito Filho DIRETOR
Catol ic ismo@terra.co m .br
Maria Santíssima U ma alma verdadeiramente católica deve exultar ao tomar conhecimento de dons especialíssimos concedidos por Deus a nossa Mãe celeste ■ VALDIS GRINSTEINS
U
m dos temas que mais atrai a ira dos protestantes é a devoção devida a Nossa Senhora. Incom preensões e calúnias de todo gênero circulam a esse propósito. Discutindo com protestantes, acabei constatando que, na raiz dessa posição, está sempre presente o orgulho. E este vício manifesta-se num ponto fundamental: o igualitarismo. Para uma pessoa orgulhosa, tudo aquilo que o outro possui, e ele não, é considerado um rebaixamento. Segundo tal mentalidade, para se evitar isso dever-se-iam suprimir todas as desigualdades. Aceitar-se-ia, quando muito, Deus como único ser diferente, mas nada de santos e criaturas privilegiadas. Essa é uma mentalidade anti-católica. Para uma pessoa de mentalidade católica, o fato de outro possuir algo que ela não tem não representa uma afronta, não constitui uma agressão. Mas, pelo contrário, sentimo-nos felizes reconhecendo e amando a hierarquia estabelecida por Deus.
Al'quitetonia da criação Isto dito, compreende-se que um católico, quanto mais conheça privilégios de Nossa Senhora, sinta-se especialmente comprazido. E realmente Deus Nosso Senhor A cumulou com uma série de privilégios altíssimos. O que é perfeitamente arquitetônico no plano da criação. O primeiro privilégio, do qual decorrem muitos outros, é a Imaculada Conceição, mediante a qual Nossa Senhora foi preservada do pecado original. Convinha que a Mãe de Deus fosse isenta de qualquer mancha de pecado.
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Desse privilégio decorre a ausência da inclinação para praticar o mal. A Mãe de Deus não experimentava nenhuma das más inclinações que podem levar ao pecado, e, graças à sua fidelid ade, não cometeu jamais a mínima imperfe ição. Igualmente - e este é o te rceiro privilégio - Nossa Senhora teve um parto miraculoso e sem dor. Quando Adão e Eva pecaram, Deus di sse a Eva: "Darás à luz com dor os filhos" (Gen 3, 16). Sendo Nossa Senhora isenta do pecado original, compreende-se que o parto d 'Ela não pagasse tributo à dor. O que é expli cável, pois não convinha que a vinda do Salvador - alegria do Universo - ocorresse em meio à dor, mas sim numa atmosfera de júbilo. Um quarto privilég io foi sua sa nta morte. A morte é fruto do pecado origi nal. Disse Deus a Adão: "Tu és pó e em pó te hás de tornar" (Gen 3, 19). Como a Virgem Santíss ima foi concebida sem pecado original, não havia razão para E la morrer. Poderia ir diretame nte para o Céu, sem passar pela morte. Entretanto, Nossa Senhora desejou não ficar isenta dessa provação, pela qual até seu Divino Filho tinha passado. Por isso faleceu, mas de morte tão suave que, na linguagem católica, fala-se e m Dormição da Beatíssima Virgem Maria. Sua morte não foi causada por doença ou velhice. Dominava-a tal amor de Deus, que Ela morreu mais propriamente devido a esse amor. Um quinto privilégio: Seu corpo não se corrompeu no túmulo. A perda da vida acarreta a destruição da matéria, mas no caso d 'Ela a morte não teve poder sobre
-CATOLICISMO
a matéria. Nada se alterou, nada se perdeu. Por isso sua morte é comparada ao sono, à Dormição.
Obm-prima da criação Um sexto privilégio é a plenitude das graças recebidas . Deus é grandioso, ge~eroso, porquanto cria sem ne nhuma necess idade de criar, fazendo-o porque assim o quer. E, ao criar, Deus decidiu que ao menos uma mera criatura recebesse tudo o que é po sível a um ente criado receber. Assim , recebeu E la já no primeiro instante de seu ser todas as graças poss ívei s. Então manifesta-se um sétimo privi légio. Em tese, seria possível Ela a receber e rejeitar. Mas Nossa Senhora foi inteiramente fi el à graça, que A preservou de toda imperfeição. Um oitavo privilégio foi a maternidade divina. Deus é a Sabedoria, e tudo o que faz decorre de uma razão altíssima. Qual seria o sentido de existir uma criatura a mais perfeita possível, isenta do pecado original e cheia de graça, e não lhe tocar uma vocação superior? Seria como uma obra de arte que não fosse exposta ao público e permanecesse fec hada num cofre. Nossa Senhora é a obra-prima da criação, sendo lógico, portanto, que recebesse uma vocação proporcional à sua especialíssima situação. E que vocação pode haver mais alta do que a de ser Mãe de Deus?
Maternidade e virgindade Tratemos de um nono privil égio. Deus quis que sua Mãe fosse Virgem. Por
quê? Não r "ra com um da vida que mate rnidad · · vir indade sejam incompatíve is'! A viPindade não é apenas algo físico, mas ·orr ·sponcle também a um estado de alma . Quis D us que as mães votem um amor es p ·ial , cio ponto de vista natural , pelos seres que genu·am. Mas para Nossa Senhora EI alm java mais . Ela devia ser dotada ele todo o amor possível de Mãe, mas concomitantemente, de todo desapego das coisas do mundo que a virgindade produz nas alm as. E Nossa Senhora, a mais perfeita das mães, devia ter alma de Virgem, a fim de fazer o mais perfeito sacrifício possível e praticar o supremo desapego: entregar seu próprio Filho para ser imolado, com vistas a redimjr nossos pecados. Um décimo privilégio de Nossa Senhora: sua Assunção aos céus, em corpo e alma. Compreende-se igualmente que, segundo o plano divino, um ser tão perfeito deveria receber um prêmio perfeito . Em contraste com os outros seres mortais, E la está no Céu em corpo e alma.
Dispensadora das graças Tendo-a chamado a Si, de forma tão privilegiada, compreende-se que Deus A tenha coroado como Rainha do Céu e da Terra. Este é o décimo-primeiro privilégio. Fin alme nte, o décimo- segundo: a onipotência que Jesus C~isto lhe concedeu, estabelecendo-a como dispensadora de todas as graças. Tal privilégio, altíssimo sem dúvida alguma, é também um extraordinário prêmio para todos nós. Afinal, quem se beneficia dele? Nossa Senhora recebe todas as graças para as distribuir aos outros. Ela é a dispensadora, Aquela que entrega. Voltamos ao início do artigo. Poderia alguém, com espírito de fé, la mentar tais privilégios? Posso eu sentir-me di minuído pelo fato de ser Ela a dispensadora de todas as graças? Como não licar jubiloso ao saber que tão perfeita Mãe dispõe do poder de espargi r e ntre seus filhos as graças divinas? Peçamos e ntão o pode roso aux íl io d'Ela. E rezemos pela conve rsão daqueles a quem o orgulho cega, não querendo entender a beleza de uma Mãe tão cheia de privilégios, que a todos eleva. • E-mail do autor: valdisg r@ig.co m.br
Das virtudes principais §
lf' - Das virtudes cardeais
As virtudes cardeais são: Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança. Elas se chamam virtudes cardeais porque são o eixo e o fundamento das virtudes morais. A Prudência é a virtude que dirige toda ação ao seu devido fim, e por isso procura os meios convenientes para que a ação seja bem feita, e assim aceita pelo Senhor. A Justiça é a virtude pela qual damos a cada um o que lhe é devido. A Fortaleza é a virtude que nos dá coragem para não temer nenhum perigo, nem mesmo a própria morte no serviço de Deus. A Temperança é a virtude pela qual refreamos os desejos desordenados dos prazeres sensíveis e usamos com moderação os bens temporais.
Capítulo H - Dos dons do Espírito Santo Os dons do Espírito Santo são sete: l º o dom da Sabedoria; 2° do Entendimento; 3° do Conselho; 4° da Fortaleza; 5° da Ciência; 6° da Piedade; 7" do Temor de Deus. Os dons do Espírito Santo servem para nos confirmar na Fé, na Esperança e na Caridade; e para nos tornar prontos aos atos das virtudes necessárias para conseguir-se a perfeição da vida cristã. A Sabedoria é um dom com o qual nós, elevando a mente acima das coisas terrenas e frágeis, contemplamos as eternas, isto é, a eterna Verdade que é Deus, comprazendo-nos com Ele e amando-O, pois consiste em todo nosso bem. O Entendimento é um dom com o qual nos é facilitada, tanto quanto é possível a um homem mortal , a inteligência da verdadeira Fé e dos divinos mistérios, os quais não podemos conhecer com a luz natural de nosso intelecto. O Conselho é um dom com o qual, nas dúvidas e incertezas da vida humana, conhecemos o que mai s convém para a glória de Deus, à nossa salvação e à do próximo. A Fortaleza é um dom que nos incute valor e coragem para observar fielmente a santa lei de Deus e da Igreja, superando todos os obstáculos e os assaltos dos nossos inimigos. A Ciência é um dom com o qual julgamos retamente as coisas criadas e conhecemos o modo de bem usá-las e de as dirigir ao fim último que é Deus. A Piedade é um dom com o qual veneramos e amamos a Deus e os Santos, e conservamos um ânimo pio e bondoso para com o próximo por amor de Deus. O Temor de Deus é um dom que nos faz revere nciar a Peus e temer ofender a sua Divina Majestade, e que nos afasta do mal , incitando-nos ao be m. 1
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O Rei Salomão brilhou por sua sabedoria, como se vê nesse julgamento
Os Apóstolos e os di scípulos foram iluminados pelo Espírito Santo. Ele lhes ensinou e recordou tudo quanto Jesus lhes havia dito; sugeriu-lhes as palavras certas para anunciarem a mensagem do seu Senhor perante judeus e gentios. Os Apóstolos e discípulos foram fortificados pelo Espírito Santo. Ele expeliu de seus corações a pusilanimidade e orespeito humano, consolou-os no tempo da perseguição e os armou de paciência no sofrimento . Deu-lhes a força de entregar até a própria vida pela Fé. O Espírito Santo estabeleceu-se e m seus corações com seus dons e graças, para neles permanecer • para sempre. 2 •
Notas:
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1. Catechismo Maggiore promulga/o da San Pio X, Roma, Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano, pp. 205-208. 2. Ca tecismo Ca t6 /ico, Versão e adaptação portuguesa do Revmo. Pe. Wolfgan g Gruen, S.D.B. , do Kath olischer Kat echismu.v der Bistümer Deut.l'clzland.l', publicado por Verlag Herder & Co., Freiburg im Breisgau (A lemanha), Editora Herder, São Paulo, 1958, pp. 204-205.
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rei em 2 livrarias de Curitiba e não consegui. (M.P.P.K. - PR) Nota da redação: Nossos leitores desejosos de adquirir o mencionado livro - de autoria de Nelson Ramos Barretto - podem obtê-lo entrando em contato com Artpress Indústria Gráfica e Editora Ltda, Rua Javaés, 681, Bom Retiro, CEP 0ll30-0IO, São Paulo - SP, fone ( 11) 3331-4522 e fax (11) 3331-563L.
MS'J' COl'l'OelldO o País
O "b011é dos gue1·1m1ei1·os" [8J Conversando com amigos, estou vendo que muitos começam a fazer a confissão. Se dizem enganados, que votaram no Lula mas não no PT, e agora vêem que é o PT que governa, e não aquele "lulinha" programado para ser visto na TV. Meu barbeiro até diz que "caboeleitorou" para o Lula, mas para um Lula como a propaganda o apresentava. Agora ele chora os votos que conseguiu para o PT. Outro amigo disse que quando viu o Lula com aquele boné dos guerrilheiros do MST, todas as ilusões se desfizeram como um castelo de cartas. Que imaginava que o Lula tinha ficado moderado, mas agora vê que quem governa é o PT mesmo, com o seu extremismo contra as instituições legalmente estabelecidas. Estão arruinando o país, pois se os atuais governantes pelistas não querem a baderna (como dizem), por que não prendem os baderneiros, a começar pelo chefe do MST? Se o Stédile está incendiando, por que não tomam as providências para apagar o fogo? Por que não impedem a ação do incendiário? (U.S.N. - MG)
O mito e a ,·ealidade [8J Como faço para comprar o livro "O mito e a realidade"? Procu-
-CATOLICISMO
[8J Assim como vocês, sinto-me muito preocupado com o mal que ameaça cada vez mais nosso País e o mundo: a esquerda satânica travestida de progressista, este eixo do mal que condena ao atraso qualquer sociedade por ela iludida. O MST, conforme já afirmei em carta enviada ao jornal "O Estado de S. Paulo" e por ele publicada, é um verdadeiro câncer, corroendo cada vez mais nosso País; e seu principal líder, SLédile, o tumor-mor. Ou o Brasil acaba com esta guerrilha, ou ela acaba com o Brasil. Há, entre os membros da nossa famigerada esquerda, um denominador comum: a incom petência. São todos incompetentes, e da sua total incapac idade de produzir nasce avoracidade e a fome, pela destruição. Vivemos hoje em uma sociedade cada vez mais corrompida e corroída pelo mal. O cri me, as drogas, os abusos e vícios estão por toda parte. E tudo isso por causa de um colapso que atinge cada vez mais o tripé que alicerça qualquer sociedade decente: a Tradição, a Famíl ia e a Propriedade. Na tradição, trazemos valores de grande valia para nossas vidas. É prec iso respeitarmos nosso passado e nossas gerações anteriores. É preciso crer em Deus e ter fé, fazer o bem e produzir! É no seio da família que garantimos nossos valores. Se hoje sou uma pessoa íntegra, devo isso à minha família e aos valores que me deram! Propriedade não cai do céu . Luta-
mos por ela. Trabalhamos diariamente para conqui starmos nosso espaço. No próprio Evangelho de Jesus, apropriedade é Lida como sagrada . Como direito conquistado pelo homem. Isso tudo posto, não podemos nós, brasileiros decentes e Lrabalhadores, permitir que uma legião de desocupados e vagabundos cada v ·z mais se apossem do que não lhes é de direito . Quem quiser conquistar seu quinhão do País, que trabalhe por ele. Vivo hoje uma vida confortável, uma vida de que meus pais não puderam usufruir na minha idade, pois eram de origem humilde e muito tiveram de lutar para conseguirem o que têm. Mesmo com todas as dificuldades por que passaram meus avós, meus pais são hoje pessoas dignas e honestas, com curso superior e com a vida estabilizada. Contudo, o maior valor que me deram não foi o dinheiro, o estudo ou toda a estrutura, mas sim os valores morais e verdadeira noção de que, para que colhamos, temos de plantar. É lamentável vermos, nos dias de hoje, um ramo tão podre na Igreja Católica. Felizmente há ai nda, entre os padres, um grupo de pessoas cientes de que respeitar as conquistas de outrem é necessário, assim como necessário é o trabalho em nossas vidas. Esta não é uma crítica dirigida somente aos católi cos esquerdistas, mas sim a toda esta escória que compõe a esquerda (brasileira, principalmente). Stalin, Lênin, Trotski e Che Guevara estão mo1tos. Que suas idéias apodreçam, como apodreceram seus cadáveres. (H.J.R.S. - SP)
A fé sem obras é morta
t8l O artigo do Cônego José Luiz Villac sobre rezar e orar não expressa o pensamento da maioria dos evangélicos quanto à salvação da alma. Nossa posição é essencialmente bíblica: a salvação do homem é dom da graça de Deus para o homem, cabendo a este somente a fé para recebê-la gratuitamente, sem qualquer mérito das obras. Boas obras são frutos da salvação que recebemos, e não causa. Quanto ao
pensamento da predestinação, cremos que todos os homens são predestinados por Deus para receber a salvação. Não existe uma lista negra de pessoas que irão automaticamente para o inferno . Entretanto, cremos que aqueles que rejeitaram o favor divino em Cristo já estão condenados, porque "todos pecaram" e destituídos estão da glória de Deus. Maior castigo, entretanto, receberá aquele que mudar o evangelho da salvação dos homens, transformando-o em doutrina de homens ou igrejas. (1.X. - MS) Resposta do Cônego José Luiz Villac: O mjssivista teve o mérito de sintetizar em poucas linhas, e numa linguagem precisa, .a doutrina protestante da salvação. Porém, ao contrário do que supõe, não rebate e sim confirma a doutrina protestante que expusemos na referida matéria de Catolicismo (nº 631, julho 2003), sobre adistinção que os mesmos protestantes estabelecem entre rezar e orar. Com efeito, ele nega qualquer papel às boas obras na tarefa da salvação. Sem dúvida, como a.firma também a doutrina. católica. (várias vezes por nós lembrada. na coluna que escrevemos para Catolicismo) , as boas obras são fruto da graça que recebemos de Deus, e não causa. Entretanto, Deus estabeleceu que não nos salva.ria sem elas. E nisto entra um mérito por parte do homem, não de condigno, como diz a doutrina católica, mas de côngruo. Isto é, um mérito que de si não é proporcional ao dom da salvação, mas o é pelo valor que Deus acrescenta a elas cobrindoas com os méritos infinitos de Jesus Cristo. A doutrina protestante reduz Ludo à fé, mas como diz o apóstolo São Tiago, "assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a.fé sem obras é morta" (Tg 2,26). Por isso, o missivista se engana pensando que a doutrina protestante da salvação "é essencialmente bíblica", porque contradiz essa e outras passagens da Sagrada Escritura. Ora, negando qualquer valor às boas obras em ordem à salvação, a
doutrina protestante desemboca na espantosa tese da dupla predestinação (praedestinatio gemina), segundo a qual Deus escolhe alguns para a vida eterna, e a outros condena à morte eterna. O próprio Lutero não a afirmou de imediato, mas, elaborando as premissas que estabelecera, foi pouco a pouco chegando a ela, mais especialmente em seus Comentários à Epístola aos Romanos (anos 15151516); e pouco depois, nos Comentários à Epístola aos Gálatas ( 1519), em que chega às últimas conseqüências. Com tudo isso, não podemos senão concordar com a última frase do missivista: "Maior castigo, entretanto, sofrerá aquele que mudar o evangelho da salvação dos homens, transformando-o em doutrina de homens ou igrejas [leia-se seitas]".
Cubanização do Brasil [8J Simplesmente fantástica a reportagem "Cuba sem censura", tema de capa do Catolicismo nº 631, Julho/2003. Vocês, novamente, se superaram. Primeiro, em nos trazer, a nós leitores privilegiados desta Revista, os fundamentos, os arcabouços da ilha-prisão de Fidel Castro, detalhando como é a vida do cidadão cubano comum. Segundo, em nos esclarecer a razão de a esquerda festiva e os inocentes úteis não quererem ver a triste realidade pela qual passa o sofrido povo cubano. Gostaria imensamente - e DEUS queira que vocês consigam, e nós leitores - de poder divulgar esta reportagem esclarecedora aos fNOCEN TES ÚTEIS, principalmente universitários e os que são manipulados pela esquerda festiva, que tece mil loas ao depravado "CHE", defendendo este famigerado regime - o socialismo, e também o cubano - sem se darem conta das mazelas e estragos que o mesmo proporciona à América Latina e ao Brasil. Um ponto me deixou entristecido: será que o Brasil - como a reportagem claramente adverte - será a Cuba de amanhã?
Que Deus e a Virgem de Fátima nos preservem de tão duro castigo e provação. (T.J.G. - SP)
P,·ogl'ama "Fomisél'ia" [8J Reportagem espetacular da TFP. Acho que foi a melhor reportagem sobre Cuba que já li . Estão de parabéns! Esse é o "mundo" que o PT quer importar para a gente ... (R.C. - RJ)
Coerência de pe11same11to [8J Consegui dois números da interessante Catolicismo por intermédio de um amigo. Politicamente, considero-me de centro-esquerda, e, não obstante, refleti cuidadosamente acerca do conteúdo político-ideológico da revista e comecei a entender muitas coisas que não percebia antes em torno da temática. Confesso que senti certa simpatia em alguns pontos de vista defendidos. Isso mudou muita coisa no meu modo de pensar, de compreender, de tolerar idéias que reputava adversas às minhas convicções. Apesar de ser avesso a radicalismo, tenho que admitir: os senhores sugeriram alguma abertura em mjm, por exemplo, em compreender o abismo que há entre a prática comunista e a radicalidade (desta eu gosto ... ) cristã. Ainda penso ser de centro-esquerda, todavia algo novo desperta em mim. Nem acredito que digo isto, mas ... Parabéns! (R.N.C. - AL)
Visão católica do mundo [8J Boa tarde. Eu admiro muito o trabalho de vocês, é muito bom para nós católicos jovens ter uma revista tão boa e cheia de assuntos ótimos para se conscientizar de como é o mundo! Eu estou fazendo Crisma na Paróquia e adoro estar na casa de Deus, é o melhor lugar que existe. Minha avó recebe a revista de vocês. Parabéns pelo trabalho! (D.F.S.O. - RJ) Cartas, fax ou e-mails para as seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: enviar aos endereços que figuram na página 4 desta ediçõo.
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■ Cônego JOSÉ LUIZ_VILLAÇ
Pergunta - Se Deus é nosso Pai, por que Ele permite a guerra, a doença, a fome? Por que Ele permite que seus tilhos sofram? Por favor, me ajudem! Resposta - O apelo final por ajuda indica uma pessoa submetida a muitos sofrimentos, que deseja entender a razão deles em face de um Deus que é Pai de misericórdia: "Compassivo e misericordioso é o Senhor, paciente e cheio de misericórdia; o Senhor é suave com o mundo todo, e suas misericórdias se estendem sobre todas as suas obras" (Ps 144,8-9). Como explicar,
CATOLICISMO
então, que Deus permita que soframos? Como primeiro movimento de uma alma católica e sacerdotal, me compadeço desses sofrimentos e peço a Maria Santíssima que interceda junto a Deus Nosso Senhor para que eles sejam diminuídos na medida do possível. Mas há uma quota de sofrimento, variável no modo e na intensidade, que cada um de nós nesta vida tem de carregar. Para esse sofrimento peço a Deus, em favor da consulente, a paciência e a resignação de alma, tão agradáveis a Nosso Senhor e tão cheias de frutos para nossas almas.
A pergunta tem um alcance mais profundo do que talvez a própria consulente imaginou ao formulá-la. Com efeito, ela incide sobre uma discrepância fundamental entre o espírito católico e o mundo moderno. Esse ponto de discrepância consiste na seriedade com que devemos encarar a vida nesta Terra.
A grave c1·ise de seriedade O mundo moderno vive um momento de grande decadência espiritual e moral, que teve origem numa grave crise de seriedade. Essa crise veio se desenvolvendo ao Longo de séculos, mas até a l Guerra Mundial ( 1914- 1918) a sociedade ainda conservava importantes traços de seriedade. Fotografias e filmes da época mostram pessoas geralmente sérias, tanto nas cenas da vida quotidiana como em ocasiões de solenidade. Entretanto, a
partir de e ntão, o processo que leva a ter uma posição superficial perante a vida sofreu uma aceleração rápida, e m conseqüência principalme nte da difusão do "espírito de Hollywood". Assim chamamos o espírito disseminado pelos filmes provenientes dos Estados Unidos (os quai s, aliás, segundo observadores dignos de crédito, apresentavam a mentalidade norte-americana não de modo autêntico, mas caricatural). O fato é que, em poucas dezenas de anos, implantou-se em todo o Ocidente um modo otimista, risonho e superficial de encarar a vida, caracterizado pela convicção gratuita de que o desenrolar dos acontecimentos termina sempre num happy end. Isto é, tudo nesta vida tem um final normalmente feliz. Tal estado de espírito predispõe a considerar o sofri-
menta como um intru so no decurso normal da vida. Ass im, pa ra compreendermos sem dificuldade a razão ele ser cio sofrimento no plano divino, temos que expungir de nossa alma todo resquício de espírito hollywoodiano que, mes mo sem o percebe rmos, se tenha introduzido em nós. Para isso, nada melhor do que nos compenetrarmos de que a vida é séria, extremamente séria.
O sol'rimento e a salvação <las almas O fundamento mais tangível dessa seriedade é que temos uma alma a sa lvar: o desfecho de nossa hi stória pessoa l será uma vida eternamente feliz no Céu ou uma vida etername nte desgraçada no inferno. A graça de Deus nos chama consta ntemen te para as vias da alvação, mas a escolha do ca minho depende també m de nossa cooperação ou não cooperação ... - com essa graça. E nesta alternati va se joga tudo por tudo! Como, e ntão, passar a vid a sorrindo tolamente diante dessa dupla perspectiva final? O sofrimento e ntrou no mundo pelo pecado. A conseqüência do pecado de nossos prime iros pais, Adão e Eva, foi sua ex pul são cio Paraíso terrestre, a condenação à morte e o fechamento do éu para o gênero humano. Deus, poré m, que é Pai de misericórdia, apiedou-se da hum anidade e determinou que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade se fizesse homem , pagasse por nós o débito lo pecado - que, por ser infinito, não estávamos e m condições de sa ldar - e nos reabri sse o Céu . Tal foi a obra da Redenção consumada pelo sofr ime nto de Nosso Senhor Jes us \.
Cristo no alto da Cruz. O essencia l, portanto, foi cumprido pelo Divino Salvador. Entretanto, De us estabeleceu que o fruto da Redenção se aplicasse a cada um de nós pela nossa parti cipação pessoa l no Sacrifício redentor de Cristo. E éssa participação se dá pel a aceitação amorosa e resignada dos sofrimentos que Deus nos manda nesta vida. É a doutrina ensinada por São Paulo, segundo a qual devemos completar em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo (cfr. Col 1,24). Fica assim ex plicada a profunda razão de ser do sofrime nto dos filhos de Deus nesta Terra.
Sem dúvida, o estado de convulsão ge nerali zada e m que está o mundo produz sofrimentos in auditos. Poré m, cumpre perguntar se o estado de pecado em que vive hoje grande parte da humanidade não é de molde a atsair castigos divinos. E a pecados inauditos, casti gos inauditos ... E como isso tudo ofende a Deus!
O bom pai, t/tmndo cast:iga, é para bem <lo /ilho
A rev ista Catolicismo tem mostrado a ex te nsão e a gravidade desses pecados: a imoral idad e in co nc e bível das modas e dos costumes, a desagregação in stitucional da família, o aborto, a depravação homossex ual e tantas ouSão insuportáveis tras desordens, na es fera in os soli·ime11tos? dividual como na social, naEssa ex posi ção tem corno cional e internacional. Tudo fundo de quadro sofrimentos isso ma nifesta o aba ndono humanam e nte s uportávei s dos princípios da moral natu(bem entendido, com a ajuda ral e da moral católica, um da graça divina). Mas nossa voltar desdenhoso de costas a missivista refere-se a três gêDeus . Como admirar-se de neros de sofrimento - "a que Deus puna o mundo com guerra, a doença e a fome" castigos nunca vistos? - que, no seu e ntender, paAssim, ao so frim ento que recem exceder de muito a casempre acompanhou a vicia do pacidade do homem de suporhom e m desde Adão e Eva acrescenta m-se so frim e ntos tá- los. Como co nciliar isso co m a visão que temos de um income nsuráveis, que se podem atribuir a um castigo pela Deus, Pai das mi sericórdias? apostas ia hodierna, a qual A dúvida faz sentido. Os jornais descreve m todos os ofende enormemente o Coradias horrores da guerra, atos ção de Jes us. Aceitar com pavorosos de terrorismo que a mor e resig nação os sofriatingem indiscriminadamente me ntos que daí decorrem é todo gêne ro de vítimas, incurum meio de a al ma católica sões c riminosas de guerrilhas re parar tão grandes ofensas. Deus nunca deixa seus fique tumultuam a vida ele di- lhos ao aba ndono, mas soversas nações, reg imes totalitários que provocam fomes corre-os misericordiosamen insanáveis a que estão submete. Por isso e nviou sua Santidas populações inteiras, a tís si ma M ãe à Terra, e m Fápandemia da Aids etc. Não A obra da Redenção foi constitui isso um sofrimento consumada pelo sofrimento que ultrapassa todo limite do de Nosso Senhor Jesus Cristo suportável? em sua Sagrada Paixão
tirna, a anunciar que, se os homen s não se emendassem, g randes castigos haveriam de so brevir. Porém , ao fim destes, graças também nunca vistas choverão sobre a humanidade, que retornará a Deu s e à Igreja, estabelecendo-se na Terra uma era de paz: é o Re ino de Cristo, que se reinstaurará com o triun fo do Imac ulado Coração de Maria. Essa a grande e ma ravilhosa es pera nça que nos dá ânimo para suportar todas as lutas e sofrimentos des te mundo convulsionado e m que vive mos. • Ca toli cismo @terra.co m.br
SETEMBRO 2003 -
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Hong Kong:' tirania comunista deixa cair a máscara
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e ntenas de milhares de pessoas rea li zaram sucess ivos protestos e m Hong Ko ng contra um projeto ele le i anti -subversão . O projeto é um pretexto para estrangu lar as liberdades desfrutadas pelos habita ntes ela c idade antes de sua anexação ao reg ime ele Pequim. Quando Ho ng Ko ng foi e ntregue pela Ing laterra à C hina, as a uto ridades comuni stas pro meteram respeitar o s istema capita li sta. Porém, na prática e las o vêm exting uindo, sorrate ira mas implacavelmente. Os ma nifesta ntes vestiam-se ele luto e protestavam ; porque a nova le i, sob pretexto ele coibir "atividades subvers ivas", impõe a re pressão que vigora na C hina vermelha . O governo designado por Pequim está faze ndo astutas co ncessões, que não convencem a população. Aprovada a le i, qualquer dissidente do co muni smo - como os católicos fié is a Roma - será tratado com a mes ma brutalidade e injustiça que se observa m e m todo o território restante ela C hina. •
Colar-bomba em fazendeiro: crueldade das FARC
CATOLICISMO
Alarmante avan~o da AIDS no mundo
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uerrilheiros colombianos das FARC colocaram um colarbomba no pescoço cio criador de gado venezuelano Jesús Orlando Guerrero, ele 65 anos . Os subve rsivos entraram em sua faze nda Água Bianca, no Estado de Táchira, a 10 quilômetros ela fron teira colombiana, e exigiram 180.000 dólares no prazo ele 72 ho ras. Caso não fosse atendida , ua ex igênc ia, o co lar-bomba explodiria. Este estava pintado de dourado e trazia as s ig las do grupo ma rxi sta- leninista. O fazendeiro passou 15 horas esperando a morte, até que especialistas vindos ela Colômbia decifraram a chave de um compli cado detonador e letrôni co de 12 díg itos. O proprietário não entendia o bárbaro atentado, pois mmca exerce ra qualquer atividade po1ítica , dedicando-se exc lu sivamente ao trabalho agrícola em sua fazenda. •
á42 milhões de in fec tados pela AIDS no mundo , 70 % cios quai s na África, segundo a UNAicls, agência ela ONU que c uida da doença. A UNAids assinala ainda que a epidemia tira a vida de mil pessoas diariamente na África, e que desde o seu in ício, há 20 anos, ela matou 26 milhões ele seres humanos. Segundo o Centro de Controle ele Doenças (CDC) ele Atlanta, nos EUA, pelo terceiro ano consecutivo aumentou o número de homossexuais e bissex uais infectados pelo HIV. Ao todo, foram 42. 136 novos casos. Entre 850 mil e 950 mil americanos são portadores ela doença. Porém, hoje a maior preocupação é co m o crescimento ela doença na Rú s ia, Índi a e Ch ina. Em Paris, dura nte a onferênc ia Interna cional sobre AIDS, espec ia li stas relataram três novos casos provocados por outra cepa ele HIV. É uma super-infecção, que atinge até os doentes que resistiram às formas ele AIDS conhec idas . Para Robert Gallo, um dos co-descobridores cio H[V, a distribuição do cocktail antiAIDS não basta e pode ser até perigosa. "Cor-
remos o risco de criar variantes resistentes", disse. Cerca ele 10% cios novo s infectado . na Europa foram atingidos por cepas resistentes a esses cocktails. •
Catastrofismo ecologista agredido pela ciência
S
egunclo um estudo conjunto ela NASA e cio Departamento ele Ene rg ia cios EUA, nos últimos 20 a nos a Terra, e m gera l, tornou-se mai s vereie e as pl a ntas cresceram mais, espec ia lme nte nas reg iões me nos produtivas. Em virtude elas mudanças climáticas elas últimas duas décadas - incluindo a controvertida corre nte marítima El Niíio - e m á reas onde as baixas temperaturas restringiam o c resc imento, o c lima esq uentou; o nde era preciso mais lu z so la r, as nuvens rarearam; e o nde o so lo estava muito seco, c hoveu mais. Na Amazônia, o c resc imento vegetal era limitado devido ao bloqueio cio
so l pelas nuvens, mas o céu ficou ma is limpo. Na Índia, onde I bi lhão ele pessoas dependem elas chuvas, as monções tornaram-se ma is co nfi áveis cio que era m e m décadas a nte ri o res. Estes res ultados confirmara m as tendências que vi nha m sendo reg istradas em numerosos estudos ele alto nível uni vers itári o e científico, especial me nte elas unive rs id ades de Boston e Mo nta na, nos EUA. Em face disso, é co locado e m c heque o catastrofis mo eco log ista, a nunc iando o colapso cio planeta por ca usa elas mudan ças cl imáticas interpretadas ele maneira preconcebida. •
MST: agora exporta revolução para a América Latina
E
nqu anto os proprietários rurais batem reco rd es ele produção e gara ntem substanc ia is s uperávits nas ex portações brasileiras , o MST bate o utros reco rdes ele exportação: os ela revo lução agrária na América Latina . Nesta s ini stra tarefa, compete co m as FARC e a próp ria Cuba. Na Bolívia, por exemp lo, o MST loca l, insp irado no brasileiro e a ni mado pela esquerda católica, invadi u recentemente ci nco fazendas, um a dela s pertencente a um fa-
miliar cio presidente ela República. O MST bras il e iro, desde 1998 é o a nfi trião ele um seminá ri o anual denominado
Curso de Capacitação de Militantes de Base do Cone Su l. O organizado r é a CLOC (Coordenação Latino-Ame ri ca na ele Orga ni zações Camponesa s) . O último sem in ário realizou-se em Foz cio fg u aç u (PR), contando com a presença de 37 parag uaios, 14 a rgentinos e ci nco chi lenos. Em o ut ras ocas iões, no Mato Grosso cio Su l,
participaram boi ivianos, costarrique nhos, co lo mbi anos, eq uatorianos, g uate m a ltecos, sa l vacloren hos, ha it ia nos, ho ndu renh os, mexicano s e, obv iame nte, agentes com uni stas vindos ele C uba. Os cursos ensi nam a fazer ocupações, a
"desobediência civil" e a "luta revolucionária". Mas Egidio Brunetto, membro da secretari a de relações internacionais cio MST, garante que não é um
"curso de guerrilha". Q uem quiser acreditar... •
Fraude: urna do "irmão de Jesus"
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m comitê israelense de 14 arqueólogos, geólogos e estudiosos da Bíblia concluiu que a inscrição numa urna de pedra, que conteria os ossos de um suposto "irmão" de Jesus, é uma fraude. O falsificador usou técnicas sofisticadas para enganar a datação por carbono e as análises com microscópios ultravioleta e eletrônico. Os dados dos cientistas não deixam margem a dúvidas. ';A inscrição foi feita recentemente por um artista habilidoso", declarou o Dr. Gideon Avni, diretor de escavações da Autoridade em Antigüidades, máximo órgão israelense na matéria . O falsário copiou os caracteres da Tabuleta de Jehoash, que também se revelou estar crivada de erros gramaticais e ortográficos. Segundo o "New York Times", a falsificação era de molde a abalar a fé no dogma da Virgindade de Nossa Senhora. Pode - se também supor que seria logo manipulada por teólogos progressistas, para semear confusão sobre a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo . Tudo era fraude.
SETEMBRO 2003 -
Não Ceder para não perder ■ D OM BERTRAND DE Ü RLEANS E BRAGANÇA
/ sempre com saudade que recordo os anos de minha infâ nc ia, passa:.J dos numa fa zenda de café no norte do Paraná. Le mbro-me do ambie nte hospitaleiro e harmôni co que lá rein ava. Al ém de chefe de nossa famíli a, ll)e u pa i era, ao mesmo .te mpo, um pai para todos e para cada um dos seus colo nos e ag regados. Minh_a mãe, apesar dos cuidados com seus 12 filh os, senti a-se na obrigação de c umprir sua fun ção soc ia l de mini strar aulas de catecismo para os filh os de seus empregados. As leg ítimas e tão harmô nicas des igualdades soc iai s impregnadas pe lo espírito cri stão, que conhec i tão de perto, contrastam com o c lima ác ido e c he io de acrimôni a espa lhado hoj e pe los ag itadores que vêem no faze nde iro - no " latifundi ári o" - o inimi go a destruir e a e li minar. Tudo e m no me do princ ípi o filosófico da igualdade, egundo o qual qua lque r des ig ua ldade seri a intrinsecamente inju sta. Ao faze r essas refl exões, e di a nte d as g rav es ag itações qu e asso la m o ca mpo, la nça ndo a in segura nça e até mes mo o medo po r esse im e nso, próspe ro e pac ífi co inte ri o r, dec idi de bru çar-m e sobre um a d as inúm e ras obras e m que Plíni o Co rrêa de Olive ira di ssecou os métodos e as metas do agro rrefo rm ismo ig ua litári o, qu e há décad as te nta investir co nt ra a pro pri ed ade pri vada no Bras il. Detive- me num tópi co - "A conqui sta do poder pe los utopi stas do ig ua litari smo" - e m que o in s igne pe nsado r cató li co descreve a atuação das minori as coli gadas e m prol da impl antação do que chama m de Reforma Ag rári a, a partir de três lances essenc iais: a) a propaga nda "consc ienti zadora" revo lucio nári a, destinada a faze r no tar as "co ndições s ubum anas" e m que todos vive m, e ass im promover o desconte ntamento gera l; b) a " pressão mora l libertadora", ta mbém revo luc ionári a, exercida po r me io da
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CATOLICISMO
agitação das massas "consc ie nti zadas" para desestabili zar a orde m ; c) o go lpe de força, isto é, a revo lução e, se necessári o fo r, a guerra civil. Se a lguém se detiver co m ac uidade sobre o noti c iári o e o anali sar com isen-
ção, terá a nítid a impressão de que os aco ntec ime ntos se vão di spond o segun do uma seqüênc ia determinada, que mui to fa z le mbrar a citação ac ima. A pro paganda consc ienti zado ra tenta assomb rar-nos com o fa ntas ma de um a fo me que ating iri a milhões de bras i le i-
ros. Para isso, usa núme ros - contestados po r estudi osos do ass unto - que osc i Iam ao bel-praze r dos de magogos de pl antão, como uma fo lh a morta que sobe e desce ao sabo r dos ventos . A pressão moral libe rtadora, exerc ida pelas " massas" no recrudesc imento da ag itação ag rári a a q ue ass istimos, age como a lg uém q ue acio na um inte rruptor e deslancha uma.o nd a de di stúrbios, saques e invasões pro movidos pe lo MST e congêneres, aco l itaclos pe la C PT.
Po r fim , o go lpe de fo rça o u até a g uerra civil. Quantas vozes não se levantara m e lançaram o a larme de que o níve l das agressões pe rpetradas pe lo M ST e movimentos afin s e a in segurança levada ao campo - ac rescida da inexpli cáve l pass ividade e até co nivê nc ia de mui tas de nossas a uto ridades - pode m fa zer brotar conflitos de co nseqüênc ias imprevi síve is? Ass istimos a uma manobra public itária que nos tenta passar a idéia de um eles-
"Somos levados a esquecer a realidade do campo, em que milhões de brasileiros, juntamente com suas famílias, em clima pacifico e ordeiro, continuam a trabalhar e a produzir nas t~rras que adquiriram com seu esforço ou herdaram legitimamente. Desse modo, vão tornando o Brasil um verdadeiro gigante da agropecuária".
contentamento que se alastra como fogo . So mos levados a esquecer a realidade do ca mpo, e m que milhões de brasileiros, juntamente com suas famíli as, em c lima pacífi co e ordeiro, continuam a trabalhar e a produ zir nas terras que adquiri ram com seu esforço ou herdara m legitimame nte. Desse modo, vão to rnando o Brasil um verdadeiro g igante ela ag ropecuária. E ntretanto o que ganha ressonância é o MST, seus profissionais da agitação e suas obscuras teses de uma agricultura coletivizada e sem propriedade privada. O movimento é até recebido no Planalto, em ambiente de aberta confraterni zação, e seus líderes proc lamam ao País que não farão trégua porque ninguém a pediu. Ao mesmo te mpo, anunc iam que suas agitações não diminuirão e nquanto não se fi zer a Reforma Agrária que tanto pleiteiam. Essa Reforma Agrária - tão aca lentada e propagada pela "esquerda cató lica" co nsiste numa imensa transformação, que visa a partilha compulsóri a e confisca tória de terras particulares, escudando-se para isso em mecani smos, como os índices de produtiviclacle, al teráveis a qualquer momento por quem conduz o processo. Vi sa igualmente reduzir nossa estrutura fundi ária a uma imensa rede de "assentamentos" - e não propriedades, note-se bem - , a ma iori a de les transformada em "fave las rurais" que vivem à custa ele cestas bás icas e programas assiste nciais. Di ante desse quadro, causa- me perplex idade ver certos faze nde iros, a larmados com os ri scos das invasões de propri edades e desacatos à orde m legal , propo re m co rn o pa li a tiv o um a Refo rma Agrári a dentro da le i. Jul ga m, ass im , colocar-se fo ra do a lcance da tormenta, cede ndo para não pe rder, segundo uma velha nu1x ima. Não percebem e les que o B rasi I não necess ita dessa Reform a Agrári a. O mode lo baseado na prop ri edade privada e na livre ini ciativa está provando seu êx ito no Pa ís. A esses faze nde iros, po is, sug iro um a o utra máxima: não ceder para não perde r. •
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(Tran scrito da "Folh a de São Pau lo", 9-8-2003, p. 3) D0111 Bertra nd de Orlea ns e Braga nça, Príncipe Imperi al do Brasil , é d iretor el e Relações In sti tucionai s ela Sociedade Brasileira. de Def esa da
Tratliçüo, Familia e Propriedad e -
TFP
(www. t fp.o r~).
SETEMBRO 2003 -
Colômbia a caminho da recuperação D epois de um ano de governo do presidente Álvaro Uribe, uma análise de seus êxitos e perspectivas - fazendo um confronto com a crise inaudita na qual se encontrava o país antes de sua eleição - e a situação das .demais nações ibero-americanas ra
ALFREDO MAc H ALE
urante 20 anos esteve e m c urso na Colômbia uma política que atornava subserviente a grupos g ue rrilheiro-terroristas e narcotraficantes, os quais submeteram sua população a massac res e contínuas tragédias. Situação esta freqüentemente lamentada, mas pouco combatida, pelo Poder Público. Ao mesmo tempo, o país era arruinado por uma corrupção político-administrativa sem precedentes. Tal panorama produziu profundo abatimento na op ini ão pública, pois predominava a impressão da ineficácia e mesmo da inex istência de um governo. lsso chegou ao auge quando, em 1998, o presidente Andrés Pastrana, com a ilusão de que por meio de mais concessões obteria a pacifi cação de g rupos guerrilhe iros, entregou a estes uma ime nsa zona do território colombiano - mai s extensa que a Suíça - sem fazer qualquer exigênc ia.
Fracasso do capitulacionismo Tais concessões leva ram o povo colombiano a exasperar-se, res ultando dessa situação que todos os ca ndidatos presidenciai s, apoiados pelos grandes partidos políticos, obtivessem pífios resu ltados e leitorais em 2002. Enq uanto Uribe, claramente oposto a essa fo rma de proceder, elevava-se nas preferências do eleitorado, tendo alcançado uma vitória fáci"I e contundente, como há muitas décadas não se via na Colômbia. Seu programa de governo era simples: acabar com a impunidade a terroristas, narcotrafica ntes e políticos corruptos.
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CATOLICISMO
O presidente Alvaro Uribe
Entretanto, a exec ução era sumamente difícil, mesmo com o importante - mas não incondic ional - apoio dos Estados Unidos. A política autodemo lidora, de indul gê ncia siste mática face ao c rime, seguida durante décadas, mais a situação de abandono em que estavam partes consideráve is do território co lombiano, haviam forta lec ido enormemente os guerrilheiros, debilitando as in stituições nac ionais e a própria economia do país.
Na Juta, a ú11ica solução Ao cabo de um ano do governo U ri be, sua e norme popularidade permanece intacta, obrigando muitos de seus adversários a reconhecer-lhe os êx itos, antes impensáveis. A quantidade e a gravidade dos ataques guerrilhei ro-terrori s-
tas ca iu de forma notória; os homicídios e seq üestros - que tinham a lcançado na última década índices ma is altos do que os de qualquer outro país, incluindo os que estavam em g uerra - diminuíram em mais de 30%; a g uerrilh a não conseguiu tomar seq ue r uma a ldei a neste ano, o que antes suced ia quase semanalmente. Em conseqüência, muitas regiões rurais, que eram dominadas ou traumatizadas pela guerrilha, foram resgatadas , e outras tantas estão em via de o ser. Mais de 150 prefeitos, que fo ram obrigados a abandonar suas cidades a fim de escapar das ameaças terroristas, puderam retornar e ocupar seus cargos. As rodovias que unem as principais c idades, antes freqüentemente bloqueadas por guerrilheiro , com vista. a queimar camjn hões e ôn ibus, ou para seqüestrar e assaltar os motori stas, hoje são transitadas quase sem proble mas por uma quantidade quatro vezes maior de veículos. Por esses e outros fatores, aume ntou muito a auto-confiança do país, em contraste com o geral abatimento que reinava anterio rme nte.
País 11/ano de seu /Í(/e1· A inda mais. Começou a surgir, em inícios do presente ano, um fenômeno inéd ito entre as guerrilhas com uni stas: uma paulatina deserção de seus adeptos. Ficou patente que, no fundo, a úni ca fo rça da g uerri lha residia na falta de e nerg ia (m uitos fa lam em cump li cidade ... ) dos anterio res governos para combatê- las.
Devido a esse fe nômeno, so mado às baixas sofridas em combate e às capturas ocorridas, a guerrilh a perdeu nos últimos J 2 meses, segundo dados oficiais do Exérc ito, cerca de 7.000 membros. Ou seja, aproximadamente um terço do total de seu contingente. Em outros países ibero-americanos, as decepções da população em re lação a seus governos surgem antes dos seis pri meiros meses. Na Co lômb ia de hoje, entretanto, sucede o co ntrári o . Segundo uma importante revi sta local - insuspeita, pois não simpati za com Uribe - , as demais nações desejariam, por causa dessas decepções, livrar-se de seus respectivos governantes, e a Colômbia e ncontrou em Uribe exatamente o que seu povo desejava: um govern o combativo, austero, esforçado e séri o, que verdadeiramente exerce a autorid ade e enfrenta a crise.
Protesto de familiares de seqüestrados
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Repl'essão <la COl'l'Upção
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Guerrilheiros tomam posto policial
Recuperação <lo país Obviamente, não estão resolvidos árduos problemas que afetam a nação colombia na. Esta ainda tem que enfrentar incontáveis e difíceis batalhas. Os grupos terroristas, apesar de debi Iitados, não renu nci aram à sua atuação crimin osa, ag ua rdando c irc unstâncias mais favo ráveis para agir. O esforço bé lico para derrotar a guerrilha implica um e norme gasto, dificilmente suportável para a econom ia crítica na qual se encontra a Co lômbia, depois de 20 anos de sangria devida aos contínu os ataq ues e atentados. As primeiras medidas tomadas por U ribe, há um ano, incluíram novos impostos a fim de enfrentar aguerri lha. A soc iedade colombiana, contudo, aceitou este custo, pois era óbv ia a necess idade de grande sacrifício para fazer frente a ta is prob lemas. Agora será necessário novo aumento da carga tributária, que poderá até ter efeitos recessivos, a lé m da poss ibilidade de a crise financeira mundial atingir a Colômbia. Entreta nto, diversos sintomas de vitalidade se fazem sentir na op ini ão pública, como por exemp lo o número considerável de colombianos que estão retornando de o utras nações , onde se haviam refugiado devido à situação crítica anterior. Repatriação sign ifi ca capital que volta ao país, agora confiável. Significa também aumento da superfície rural cu l-
tivada, pois muitos fazendeiros, aproveitando as garantias do governo, retornaram às suas propriedades, antes abandonadas devido às invasões e às ameaças da guerrilha.
~,?;_';.. ~ . Atentado terrorista contra um shopping No último ano, a guerrilha perdeu muito da sua força diante da mudança de atitude do novo governo co lombiano . Abaixo , corpos de guerrilheiros mortos em combate.
Além de enfrentar a narco-guerrilla, Uribe tenciona reprimir a intensa corrupção político-administrativa. A batalha lega l tem sido árdua, devendo incluir um referendum e, talvez, uma reforma constitucional, para desmontar um grande emaranhado legislativo formado nas últimas décadas. E ao mesmo tempo elimi nar incontáveis vícios nas redes partidári as encaste ladas nos três Poderes de Estado, na adm ini stração pública e nas empresas estatais fracassadas e corruptas. Tais problemas são compl exos, pois foram gerados ao longo de cinco décadas de tolerâiwia e vícios crô nicos. Para o pres idente Uribe, e les constitue m um grande desafio. Se não os resolver, todos os êx itos serão precários, uma vez que, após seu gove rno, provavelmente tais questões renascerão. O problema presente é que muitos dos mecanismos da corrupção são pouco conhecidos pelo e le itorado, o qual não chega a perceber a importâ nci a de corrig ir cada um deles. Ademais, a Corte Constitucional determinou que as J 5 perguntas propostas para o referendum devem ser votadas uma por uma. Assim, será difícil que a popularidade de Uribe influa na aprovação de todas e las. De outro lado, a reação norm al dos e le ito res, quando não entendem determinado problema, é abster-se de votar, e, geralmente, na Colômbia a abstenção é muito alta. Sem embargo, dada a eficácia daresposta que os g ue rrilhe iros recebera m durante este ano, é legítimo esperar que, combatendo com a náloga tenacidade a corrupção, esta - que saturou a paciênc ia da op ini ão pública colombiana sofra também um duro go lpe. Desse modo, a Co lômbi a, depois de uma das maiores tragédias ocorridas na América, poderá prosperar em ordem, gui ada pelos princípios cristãos, rejeitando a contemporização com o marxismo e a iniqüidade, corno ocorria em governo s anteriores. • E-mai l do autor: A l l'redoM acHale@hotmail.com
SETEMBRO 2003 -
Agora é a pedofiha que ameaça
E
xiste um movimento em marcha, no mundo aluai, que vi sa demolir uma após outra todas as barreiras morais, sabi amente levantadas pela C ivilização Cristã. Ass im , siste maticame nte fora m sendo destruíd as a indi sso lubilidade do matrimô nio, a virg indade das cri anças e ado lescentes, a moralid ade dos trajes e dos costumes, a sa ntidade do lar, a fec undidade do ato proc ri ativo. Em sua fúri a assass ina, ne m sequer poupara m as vidas dos inocentes que estão para nascer. Tudo e m no me da liberdade sexual, elo gozo neopagão da vi_d a, de acabar com as discriminações. E muitas vezes, antes mes mo de esse movimento derrubar uma determinada pil as tra, j á se apressa a lançar-se contra a seguinte. É o que está havendo atualme nte com a propaganda a fa vor da ho mossexualidade, que vai pre parando a entrada e m cena da pedofili a.
Pedófilos querem fazer passeata em Roma
E
esse ca minho j á está sendo preparado. Le mos no "II G iornale", de Ro ma (22-6-03), que j á começaram naquela c idade as tentativas de reali zar uma passeata " Pedo-p ride day" (orgulho pedófil o) logo e m Ro ma, a c id ade cios Papas ! A campanha fo i lançada na Internet por diversas orga ni zações que re ivindi cam o "direito" de se te r relações sexuai s com me nores . Houve diversas manifes tações contrári as à passeata, que acabou não se reali zando. M as os tarados da pedofili a conseguiram dar seu prime iro passo, que fo i proporc ionar vi sibilidade a suas mórbidas pretensões. Conseguiram mais. A julgar pela notícia, há uma pos ição ambígua do próprio prefeito e da maiori a dos vereadores a respeito da passeata: "A liança Nacional
impugna também o Prefeito Walter Veltroni e a maioria da Câmara de Vereadores por manterem. uma 'ambígua posição de indiferença' e de se haverem 'omitido de discutir um.a ordem do dia sobre o assunto"' . Al guma pessoa de boa fé, mas pouco habituada aos j ogos da propaga nda, pode ri a ac har que, te ndo havido reação e não sendo reali zada a passeata, o caso está encerrado. N ão nos iludamos . A propaganda em fa vor da ace itação do pecado de ho mossexu ali smo ta mbém começou por partes e chega hoje ao auge que conhecemos, e m que se fal a co m naturali dade até de "casamento" ho mossex ua l. Peçamos a Nossa Senhora de Fátim a que inte rvenha logo, e corte o passo a esse carrossel de ho rrores . Po r ma is te rríve is que sej am os casti gos previ stos na Cova da Iri a, nada é pi o r cio que esse suceder de abominações.
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CATOLICISMO
Mais uma criança cubana resgatada da tirania comunista
Pedofilia, variante do pecado de homossexualismo
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rime ira mente, é prec iso te r e m vi sta que a di stinção entre ambos é muito tênue. É verdade que, por pedofili a, pode-se e ntende r també m o pecado de um ho me m adulto co m um a menin a, o u de um a mulher adulta com um menino. Poré m, na g randíssim a maiori a dos casos, a pedofili a é uma vari ante da ho mossexualidade, tratando-se cio pecado cometido por um ho mem adulto co m um me nino. Neste caso, exi ste a ag ravante muito séri a de que uma criança é indu zida ao pecado, e portanto pesa de che io sobre o adulto a ma ldi ção la nçada po r Nosso Senhor: "Se alguém.fizer cair em pecado um des-
A expectativa de mãe aflita em recup~rar seu filho, retido despoticamente em Cuba, chegou ao fim. Mas somente depois de muita luta, incansável trabalho, corajosa denúncia da ditadura castrista e angustiosa espera de quase dois anos. Por fim, Da. Maria Elena Morejón Rodriguez pôde abraçar o pequeno Israel. Fotos: Atíli o G. Faoro
tes pequenos que crêem em Mim, melhor f ora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar " (Mt 18,6). É fa to que o pecado de pedofili a é habitua lmente uma espéc ie dentro do gênero ho mossex uali smo. É portanto uma hipocri sia aceitar o ho mossex ua li smo e clebl aterar contra a pedofili a, como fre qüentemente ve mos na mídi a e entre legislado res. E convém lemb rar que De us castigou as c idades de Socloma e Gomorra por causa do pecado de ho mossex ua li smo (cfr. Ge n 19,24-25). Na rea lidade, dar c idadani a ao pecado de homossexua li smo, tratá- lo como se fosse a lgo normal , sem considerar que se está di ante de um ato contra a natureza, que brada aos Céus e clama a De us po r vin ga nça, é ta mb é m pre pa ra r o ca minh o pa ra a pedofili a. •
~m~~mo - Q~~furam~m~~~q~a Sra. tomou para a libertação de seu filho?
À esquerda:
Da. Maria Elena e seu filho com nosso colaborador Renato Murta de Vasconcelos, no aeroporto de Frankfurt
Da. Maria E/ena - A prim e ira co isa que fi z fo i esc reve r um a ca rta ao e mba ixador c uba no e m Berlim , depo is ape le i ao esc ri tó ri o das Nações Unidas, bem como à Comissão de Direitos Humanos dessa organi zação. E, po r fim , ao Vaticano, o nde estive pessoa lme nte na Secreta ri a de Es tado. Catolicismo - A Sra. poderia dizer uma palavra de alento a todas as mães que se encontram em situação similar à sua, com filhos presos em Cuba, posto que essa separação é tremendamente dolorosa para uma mãe?
Vista a érea do Mar Morto, no fundo do qual estão a s ruínas de Sodoma e Gomorra
Da. Maria Elcna:
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hegou a Frankfurt (Alemanha) no dia 16 de julho último , procedente de Cu ba, o menino Israel Morejón Rodriguez, de seis anos de idade . Sua mãe, Maria Elena Morejón Rodriguez, esperava-o com ansiedade e materna sol icitude. Quando o menino assomou à porta, ela nã o se conteve e , chorando, correu -lhe ao encontro, abraçando-o longamente. Em entrevista especial para Catolicismo, ainda no aeroporto daquela cidade, enquanto aguardava a chegada do filho, a Sra. Ma ria Elena relata ao nosso colaborador, Renato Murta de Vasconcelos, diversas das tratativas que empreendeu para alcançar o retorno do filho, retido na ilha subjugada pela ditadura castrista .
"Eu ganho mc11 lilho e p el'CO a possibilidade de 11O/tar a meu
própl'io país, de 1·e1rer minha família, min/,a mãe, meu pai, m eus il'mã os, todos aimla vivendo cm C11ba"
Da. Maria Elena - S im , é uma situação extrema mente do lorosa, um sentimento prime iro que dil acera, porque não ter o própri o filh o é ve rdade irame nte d il acera nte. E no caso de nós cubanos, perde m-se coisas e ga nham-se o utras. E m me u caso, e u ganho meu filh o e perco a poss ibi li dade de vo ltar a entra r em me u próprio país, de rever minha fa míl ia, minh a mãe, meu pa i, meus irm ãos, todos ainda vi vendo e m C uba. Mas é necessá ri o munir-se de corage m para conseg uir a lgo; e conservar mui ta fé, muitíssima fé e mui ta fo rça, e isso a cada di a. C re io que, nesse te mpo todo, não ho uve um só d ia e m que eu não to masse algum a prov idênc ia para resgatar me u [ilho: escrevendo um a carta, da ndo um telefone ma, mantendo contatos etc. E, mes mo ass im , te mi a não estar faze ndo o s ufic iente. E por isso, todos os di as ...
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[A Sra. M ari a Elena, abrupta mente, inte rro mpe a entrevi sta e gri ta: "Mira nú hijo 1 mira mi hfjo! /sra!!!". E, c horando de alegria, corre ao enco ntro do me nino. Após abraçá- lo mate rn alme nte e conversar com o e le, recebeu um bouSETEM BRO 2003 -
quet de fl ores e cumprimentos do advogado Atíli o G uilherme Faoro, direto· do TFP Biiro Deutschland (o Burea u da TFP na Al e manh a), be m como de numerosos a migos que ali se encontravam. E ntre e les, membros do lG FM, lnternationale Gesellschafi: f ür Menschenrechte (uma enti dade que auxilia vítimas do comuni smo), com destaque espec ial para o Sr. Heinrich Brechtmann e a Sra . Birg it Schlicke, que a apoiara m de modo incansáve l em sua luta para reaver o pequeno Israel. A Sra. Maria Elena continuou depo is a entrevi sta].
O fun cionári o do mini stério ficou me e ncara ndo, e di sse: "Eu não vou ace ita r todos seus come ntári os, porque é uma mãe desesperada, mas seus comentári os são atrevi dos". Atrev idos sim , porque d iz ia a verdade, mas e les não ace itava m! Eu e ntão lhe di sse: "S im , são muito atrevidos, mas qu ando a gente começa a viver e m libe rdade, começa a meter medo na du pla moral. E u não cre io que sej a atrevida, mas de repente me solta a lín gua, e e u dire i o q ue penso". Ele me retrucou: " Vo lte para seu pa ís, vá para a Al e ma nha o nde vive, que eu asseg uro que com justiça você te rá e m agos to uma resposta pos iti va". C re io que isso fo i e m junho de 2002. Já e m abril , e les me hav iam co muni cado q ue vo ltasse tra nqüila para a Ale manh a, que e m do is meses me entregariam o fi lho. E nada aco ntece u. Então espere i, es pere i, de i-lhes um te mpo. Em fevere iro, quando lhes te lefone i, me di sseram: " Não te lefone mais, é me lhor volta r aq ui e esperar que o gove rn o dec ida, quando fo r o caso. Não telefo ne mais, não temos te mpo para fa lar co m você". E batera m o telefo ne ! Isso foi no di a 18 de fevereiro. Então sentei-me fre nte ao computado r e envie i um a me nsage m a La Nueva Cuba, de po is e nvie i vári as mensagens, denunc ia ndó o governo cubano por seqüestro. E , a partir de e ntão, eu não ma is pare i de atuar. •
* * * Da. Maria Elena - Alé m das providênc ias sobre as qu ais fa le i, julgo que fo i importa nte ape lar diretamente ao Vaticano, apesar de considera r praticamente imposs íve l. Fale i com um sacerdote de Ha no ver, e di sse- lh e : " E u q uero fa lar co m o Papa". Ele abriu un s o lhos desse tamanh o. Depo is, e le me confidenc iou que pensou: "Essa deve estar lo uca" . Eu comunique i a esse sacerdote: "O lhe, meu filh o está seqüestrado pe lo gove rno cubano, e le é um refé m desse governo, e penso que isso merece um a inte rve nção do Vati cano". Além do ma is, eu ape le i a tudo que era poss íve l. E u poderi a re memorar todos os lu gares onde estive, as cartas e e- ma il s que escrevi . Diri g i-me às Mães da Praça de Maio, mas nunca me respondera m ... Pedi auxíli o a todo mundo . Pedi ajuda ao governo guate ma lteco, ao governo argentino, às Nações Unidas, ao Kofi Ann an, ao Vie ira de Me l lo, a tudo que podi a. Aqui na Al e manh a e nviamos ca rtas aos po líticos, ao mini stro do Exteri o r, F ischer. M as isso era qu ase todos os di as, e a cada di a faz ia isso co m ma is fo rça. Pe nso que cada uma dessas ini c iativas consti tuía um go lpe de mar na rocha, e penso que tudo junto deu resul tado. É preciso considerar que, econo mica mente, todo esse esforço me custava. Essa viagem de me u fi lho, e u a pague i duas vezes ! Vi agens a Ge ne bra, a Berlim , a Roma. Ali fo i uma ex periência incríve l, para mim inesquecíve l, porque me aco lhera m um as relig iosas em duas casas. E m uma de las, paguei mui to po uco, 11a o utra não fo i preciso pagar nada. A acolhida fo i extre mamente cordia l. Em Ro ma, proc ure i Mo ns. ] avie r Losano. Isso ocorre u no di a 9 de junho, e no di a 27 de junho info rmara m-me e m minha casa que a saída de Israe l tinha sido aprovada. També m, penso eu, ajudou o meu caso o de um a mãe americana. O pai tinha os do is filh os seq üestrados em C uba, o governo cubano procedeu mui to rapidame nte para entregá- los, porque o fato fo i publi cado na impre nsa ...
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CATOLICI S MO
Catolicismo - Este é um caso Elián ao reverso! Da. Maria Elena - Rea lmente, é um caso Eliá n ao reverso. Ali ás, quando eu d izia às auto ridades comuni stas qu e esse era um outro caso Elián , e les respo ndi am: "Não se atreva a d izer isso. Não tem nada a ver com o caso E li án". Eu retrucava "S im, tem. Só que eu não morri lco mo ocorreu co m Eli zabeth Brotons, a mãe de Eli á n Go nzález.!, e vou faze r tudo para recuperar me u fi lho". Eu ameacei o govern o de C uba que iri a de nu nciá- lo às Nações Unidas, q ue iri a faze r um escândalo intern ac io na l. D isse ta mbém na Direção Nacional de Imigração e Estrangeria. D isse na sede do M ini stéri o do In te ri o r que isso era uma vio lação dos d ireitos hum anos , e, mais a inda, q ue era uma violação dos dire itos do menino, parecendo uma mentira o fato de C uba - q ue havia gritado ta nto e invocado o pátrio poder e o d ireito do pa i de Eli án, no sentido de q ue este vo ltasse a Cuba agi r dessa fo rma; e que, ago ra, os que estavam seq üestrando me u filh o não eram os "vermes de Mianú" - co mo e les d iziam - mas era o própri o governo cuba no !
"Eu ameacei o gmrer no de Cuba <Jue fria <lemmciá-lo às Nações Unidas, que iria fazei' um escânclalo internacional. Disse na sede cio Mi11istério cio Interior que isso era uma violação dos dil'eitos cio menino"
Para melhor entender o caso Israel Morejón Um caso .de sucesso, porque uma extremosa mãe não se conformou com o fato de seu filho permanecer retido na ilha escravizada por um regime marxista, mantido como refém, condenado a viver como órfão de pais vivos ! ! RENATO M URTA DE VASCONCELOS
Frankfurt - lsrael Perú Morejón, de seis anos de id ade, foi obri gado pe lo regime castri sta a viver separado de seus pais. O pai , alto func ionári o do governo cubano, fu g ira de C uba para Viena em 1998, quando trabalhava para uma organização intern ac iona l. Sua mãe, Mari a E le na Morej ón Rodri guez, juntamente com seu filh o, qui s sa ir de C uba para morar na Alemanha. O governo cubano autorizou-lhe a emig ração, porém não a do menino ! Alegando tratar-se do filho de um "desertor da Revolução" ... A mãe, quase deses pe rada, lutou du ra nte do is anos para obter a liberação do filh o. Empree nde u vári as vi age ns a C uba, todas elas infru tíferas . Apelou a d iversos orga ni smos intern ac iona is e, por fim , obteve sucesso. Esse caso Israel Morejón é um caso Elián González ao reverso. Em no vemb ro de 1999, Eli án, então com se is anos de idade, fugiu de C uba com sua mãe, Eli zabeth Broto ns, num a pequena balsa que afundo u nas costas da F lóri da. O pequeno náufrago, agarrado numa bóia, fo i sa lvo pela guarda coste ira no rte-ameri ca na e entregue a parentes res ide ntes e m Mi ami . Porém seu pa i, que perte nc ia ao Partido Comuni sta C ubano, ex ig iu o retorno do filh o, a lega ndo o pátri o poder. E o ditador Castro moveu céus e terra para que Eliá n vo ltasse a C uba. O que acabou aco ntecendo. Esse o utro menin o, Tsrae l Morejón, ta mbém de seis anos, qu eria viver com sua mãe. E o que fi zeram os fun c ionári os cubanos? Tudo o q ue podi am para impedir que a cri ança saísse da ilhapri são, po is isso poderi a colocar e m ri sco a revolução cubana ... *
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O que levo u as auto rid ades cubanas a libe rtar Israe l Mo rejó n? Há cerca de três meses, o im piedoso fu zil a me nto de três j ovens, ci.ue també m queri am sair de C uba, provocou estupo r uni versal, com repercussões desfavoráve is até mes mo em arraiais da esquerda. Era a face brutal do reg ime que reaparec ia. Ademais, Da. M ari a Ele na estava di sposta a cri ar um novo caso internac io na l. O q ue as auto ridades comuni stas queria m ev ita r a todo c usto ... Quantas centenas de outros, como l srae l, há a inda e m C uba? Eis a questão. •
SETEMBRO 2003 -
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Reforma Agrária, não! Cresce a divulgação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus J\ Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! começou a .t\. difusão de ades ivos para automóvel com o Sagrado Coração de Jesus e a in scri ção: "Alto! O Coração de Jesus está comigo!". Ao mesmo tempo, iniciou a impressão de um opúsculo de bol so, contendo breve relato da hi stória dessa maravilhosa devoção. De leitura fácil e agradável, esse trabalho traz informações sobre a vida de Santa Margarida Maria Al acoque, a vidente do Sagrado Coração. E apresenta vários santos e santas que foram grandes propagadores do Sagrado Coração. Vi sando facilitar a devoção, estão incluídas belíssimas orações, como a Consagração, a Ladainha e a Novena Irresistível cio Sagrado Coração ele Jesus. A partir deste mês serão di stribuídos, durante as peregrinações ela imagem ele Nossa Senhora ele Fátima aos lares, folhetos propagando essa devoção. Tais visitas alcançam 30.000 novas famílias, todos os meses, em várias regiões cio Brasil. O novo folheto incentiva a portar sempre o Escudo do Coração de Jesus e a expor em suas casas a belíssima estampa cio Sagrado Coração. Será utilizada para essa campanha também a Internet, através da qual as pessoas poderão solicitar o livreto, o adesivo, o escudo e a estampa. "Só no Brasil existem mais de 23 milhões de e-mails. Isto mostra como são grandes as possibilidades dessa propagação", afirma o coordenador ela Campanha, Marcos Luiz Garcia. Vi site e recomende a amigos e parentes o site www.fatima.org.br. Pode ter certeza ele que você alcançará muitas graças por ajudar a propagar essa devoção. •
Programa A Voz de Fátima refuta
erros do protestantismo
e
hega a 287 o número ele emissoras ele rádio que receberam os doi s novos programas radiofônicos deste mês. O programa nº 73 trata de duas promessas extraordin ári as feitas pelo Sagrado Coração de Jesus. Torna-se cada vez mais necessário ex pandir a devoção ao Sagrado Coração ele Jesus em nosso País, para fo rtalecer a fé das famílias católicas. Ao mes mo tempo, é necessário aumentar o conhecimento da doutrina ela Sa nta Igreja, para que todos possam refutar com segurança os ataq ues feitos a essa doutrina, a Nossa Senhora e aos Santos . Afin al, quem nunca se sentiu aborrec ido por ter ouvido investidas contra nossa Fé, sem saber como responder? Por isso o programa nº 74 apresenta argumentos muito úteis para refutar falsas afirmações fe itas por protestantes. •
Você também pode protestar contra programas imorais da TV
O
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
CATOLICISMO
a candente disputa agrári a que cobre o Brasil ele Norte a Sul, sem dúvida a campanha ela TFP (noticiada à pág. 26 desta edição) representa o lance mai s elucidativo do problema, ao ir diretamente ao cerne ela questão. Fiel à esco la ele pensamento ele Plinio Corrêa de Oliveira, o Alerta da TFP mostra claramente que a Reforma Agrária, seja fe ita pela viol ênci a ou por leis socialistas, em qualquer caso é anti cri stã e contrária ao ens inamento tradi cional cios Papas sobre o direito de propri edade. Ademai s, traz consigo necessariamente a mi séria. Aí estão os assentamentos, a prová-lo desde já. É, pois, um erro apoiar um a Reforma Agrária dita "pac(fica e legal", que seria levad a a cabo sem invasões ele terra e sem violên cia. A Refo rma Agrária, em curso no Brasil desde a década ele 1960, é claramente sociali sta e co nfi scatória, e tende portanto a uma cubanização cio País, com o estabe lec imento ele uma igualdade na mi séria. Reforma Agrária, não! •
N
site da Campan ha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! www.fatima.org. br - em breve estará disponibilizando um mecanismo prático para que as fa mílias possam protestar, ele forma eficaz, contra os programas imorais que inundam os canais televi sivos. Cenas torpes e imorai s não podem mai s continuar invadindo os lares, violando gravemente a Lei de Deus e agredindo brutalmente as famílias, principalmente nossas crianças e os jovens. "É preciso levantar uma barreira de reações contra uma TV moralmente inaceitável para nossas famílias. Tais protestos pela Internet têm justamente essa .finalidade. Com isso, poderemos inclusive alertar os patrocinadores de tais programas" , afirma o coord enador da · Ca mpanha. •
O ex-ministro Raul Jungmann, antigo propulsor da Reforma. Agrária, agora aponta mentiras dos agro-reformistas
Mentiras da Reforma Agrária ONG de empresários favorecerá o MST?
e
ausa estr.anheza que.várias das maiores empresas cio País - como Bradesco, ltaú , Yotorantin , Gerdau , Pão de Açúcar, Telefonica, Cutrale, Fiat, Camargo Correa, Usiminas e Alcoa - tenham se organizado numa ONG para apoiar financeiramente o Programa Fome Zero, sem fazer qualquer ex igência, ao que saibamos, de que esse dinheiro não vá parar nas garras cio MST. Pois é público e notório que o Fome Zero tem servido de veícu lo para manter a "luta" do MST. Segundo o superintendente do INCRA no Estado do Piauí, Padre Ladislau João da Silva, a distribuição de cestas do Progra ma "é uma ajuda para que os trabalhadores e trabalhadoras resistam na luta pela terra " ("Meio Norte", Teresina, 304-03). Dentro dos obj etivos soc ialo-comuni stas cio MST, depois da propriedade rural o alvo pode bem ser a propriedade empresarial na cidade. Os empresários pensaram ni sso !? •
O
ex-ministro Raul Jungmann , que durante o governo anterior foi um propulsor da Reforma Agrária socialista e confiscatória, agora, fora do governo, resolveu apontar algumas mentiras dos agro-reformistas. Por exemplo: a) "Não é verdade que tenhamos a maior concentração de terras do mundo ou sequer da América Latina. [... ] Segundo a FAO, somos o 9º colocado nas Américas. Porém a esquerda, sob~·etudo a agrária e católica, segue repetindo essa mentira. [.. .] O que puxa para o alto nosso índice de concentração fundiária é, grosso modo, a Amazônia. Pouquíssimo habitada, com imensas extensões devolutas ou impróprias para a agricultura, essa região, se subtraída ao cálculo nacional, faz despencar a concentração e o discurso dos agraristas"; b) "Como é mentira também que J % dos proprietários detenham 48 % das terras . Isso não existe. Como inexistem hoje os latifúndios de proporção gigantescas"; c) "Que a terra segue se concentrando no Brasil [é] outra mentira. Ainda que lentamente, a estrutura agrária se desconcentra"; cl) "Os dados do cadastro do INCRA estão defasados e, na verdade, nunca estiveram muito próximos da realidade"; e) "O número de famílias demandando terra em nosso País. Fico sempre pasmo quando leio que elas são 4,5 milhões, o que é um absurdo. Isso equivaleria mais ou menos a 22 milhões de pessoas, sendo que o IBGE registra 17 milhões de pessoas ocnpadas no campo!" ("Folha de S . Paulo", 15-7-03). •
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Espiritualidade admirável S or Catarina de Jesús Maria Herrera, religiosa dominicana (1717-1795), escreveu sua autobiografia por ordem de sua Priora. O texto começou a circular após sua morte, sendo muito apreciado mesmo por altos eclesiásticos. Trechos escolhidos dele comunicam um pouco do perfume que se desprende dessa alma eleita. 1i11
Cio ALENCASTRO
grande· Santa Teresa ele Ávila di z ia que a humildade é a ve rdade. Parafrasea ndo-a, pode ríam os dize r também que a verdade é a humildade . Ou seja, quem qui ser, ele fato, colocar-se diante ela verdade e o lhá-la ele fre nte, te m que necessariame nte ass umir uma postura ele hum iIdade. Nós, human os, somos tão peque nos diante ele De us, tão carregados ele más inclinações, tão necess itados ela mi seri córdi a divina, que a pos ição ele humildade é a que naturalmente nos convé m. Não se trata evide ntemente ele fal sos arro ubos ne m ele sentime ntali smos des locados, mas sim ela verdade vi sta com luc idez, ca lma e ponde ração . Essa reve rsibilidade e ntre a ve rd ade e a humi Idade - que tanto caracte ri za a
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CATOLICISMO
fi gura, e ntreta nto tão expo nencial, ele Pli nio Corrêa ele Olive ira - foi o que espec ialme nte me e ncantou ao le r a a utobiografi a ela fre ira equatoriana Catarina ele Jesús Maria He rre ra*. Sua a utobi ografi a não deixa margem à dúvida ele que e la foi santa, e mbora falte ainda sobre isso o juízo ela Santa Ig rej a. Te nho tratado nesta coluna ele ass un tos c ulturais, soc ia is, po líticos, hi stóricos é o utros; convé m que me dete nha hoje sobre esse tema ele espiritu alid ade católi ca. De ixo a pa lavra a So r Ca tarin a, e m c ujos esc ritos e la se dirige a N osso Senhor Jesus C ri to.
Recol'llações da i11fâ11cia Ainda muito menina "eu acreditava que todos os que pecavam, o fa ziam por ignorância ou e rro, embora soubesse, Senhor, que Vos ofendi am. E por isso me esforçava
junto a algumas pessoas para adverti -las ele que Vos ofendiam gravemente, para que aba ndo nasse m seus e rros. Até que uma delas me reve lou que ela, quando pecava, sabia muito be m que Vos o fe ndi a, e que por isso deveria ir para o infe rno; e que com toda dete rminação que ria o pecado; e que cio mes mo modo agiam os demais pecadores co m quem ela tratava e se re unia. í... ] Ah , Senhor, que punha ladas serão estas pa ra o vosso Coração, que ama os ho me ns, se já a mim , vil criatura, me causou ta nta dor ouvir e saber isto, que os home ns se la nçam e prec ipitam no infe rno porque querem! " (p. 23). " Meus pais me havi am adve rtido a que não brincasse ne m me juntasse com meninos. E neste ponto, Senhor, me aj udastes a que e u to masse muito c uidado, dando- me ódi o e desagrado a tudo aquil o que eu sabi a que e ra imo ral. Por isso, cli zen-
ci o- me um menino ela vi zinhança, ele sete anos - cre io que e u tinha menos idade cio que e le - umas pal avras não decentes, e u sofri muito e pareceu-me que e le não haveri a ele ser boa pessoa quando crescesse. E ntão eu me aproximava cio altar normalmente, a pedir-Vos, Senhor, que lhe tirássei a vicia sendo a inda criança. E a mesma co isa e u ped ia a vossa Mãe e ao me u Pa i Santo Antonio ele Pádua. [.. :1E um dia em que com mais fe rvo r Vos pedi a e u po r este menino, no di a seguinte e le amanheceu com ..,.... uma e nfermidade mortal. Sua mãe to mo u as providê nc ias para que e le di spu sesse bem sua a lma, e e le morre u. E e u, ve ndo tão especial favor, com espa nto e susto me aprox imava cio altar para agradecer-Vos o benefíc io ele lhe haverdes ti rado a vida" (pp. 25/6) .
j á, sern demoras. Olha que ambos os braços são para li de misericórdia; agora Me vês benigno, não queiras ver-Me rigoroso'. [ ... ] Co m o te mpo e passate mpos, a le mbrança ela vi são foi se apagando, e até me esqueci. [ .. .J Então apa recestes à minha alma como na prime ira vez, mas não tão pac ífico : co m o braço do coração me chamáve is, e na mão di re ita tínhe is uma es pada el e Justi ça. Vosso ros to re presentava ao mesmo tempo
Pl'o va ções "Comece i a fa ltar a mi nhas devoções o u rezá- las com pouca devoção, e ntreti da numa vida oc iosa, che ia ele mil erros. Se Vós não tivésseis ti do pena ele mim, aonde teri a ido parar isto, meu De us, senão e m ir-me precipi tando, até perder-Vos e ca ir no in ferno? [... l Some nte que m conhece Vossa bondade poderá crer que, em me io a tantos erros em que e u vivi a, me co locastes por inte rcessora a vossa Mãe Santíssima. f... l Some nte por uma parte do Rosário que e u rezei com devoção, medi tando os mistérios dolorosos, estando já perdida naquela idade, alcancei ele Vós, Senhor, que me tivésseis tirado ele meus erros" (pp. 30/ 1). De po is cios 12 a nos ele idade, " rezava-se o Rosári o e m casa, com a fa míli a, e antes o Ato ele Co ntrição. E ao cli zerVos: 'Se nh a,; p roponho em.enda r-m.e, nunca pecar e fu gir das ocas iões', senti a um a pe rto no coração: e u estou, co m esta pa lav ra, e nga na ndo a De us, po i aquilo que e u pro meto, não o c umpro. t ... ] Re pentina mente vi com os o lhos ela alm a que a parecíeis junto aos Céus. Vós, Senh o r, Vó me u Deus, e m vossa própri a Humanidade e Gra ndeza. Co m um rosto di v ino e afáve l, me di zíe is co m os braços a bertos: 'A té quando,.filha, a/é qucmdo! Olha que te espero C(/'a velmente. Vern
Ju stiça e Mi seri córdi a. Falastes à minha alma deste modo: 'Alma ingra ta! Se le negas ao apelo deste braço de núsericórdia, queres que com este outro, de minha j ustiça, /e lance aos abisrnos do in f erno?'. [... ] E logo me fi zestes ve r com os o lhos ela alma um caos profund o ele confusão, onde habitam as a lmas que a De us perde m" (pp . 3 1/2).
Rosário: proteção él pureza Já adolescente, quere ndo Catarina consagrar-se a Deus, segundo o costume ela é poca, fo i levada por um irm ão, ela faze nda onde morava à c idade, para recebe r o hábito. Mas tendo seu irmão outros negóc ios, de ixou-a aco mpanhada por um pare nte, o qual nutri a más inte nções. Conta e la: "Estes mesmos parentes queriam-me pôr em peri gos ele perder a minha alma, não fosse o fato de Vós, Senhor, me te rdes dado tanto horror e des prezo a tudo qu anto eu sabia qu e era contra a pureza e a castidade. [... ] O me io pelo qua l me ilumi nastes, Senhor, fo i o de deter e te importuno de Sata nás, faze ndo com que antes rezássemos o Rosári o. E rezei tantos quantos fo ram necessários para livrar-me ele ofender-Vos . E por aque le momento,
talvez porque rezei e o fi z rezar o Rosário de vossa M ãe Santíss ima, eleveis ter-lhe mudado o coração, de modo a que esperasse. De pois se arrependeu, quando se viu sem ocas ião. l A este foi decretad o, desde e ntão, uma morte re pentin a pel o atrevime nto que teve, sabendo ela finali dade pela qu al e u ia à cidade. E assim , sucedeu que o encontraram morto na cama ele seu pecado, na qual bom e são se havia de itado, deixando muito duvidosa sua salvação" (pp. 36/7). Sor Catarina di z que o primeiro conve nto em que esteve era muito relaxado e as freiras se entretinham longamente a sós com vi sitantes. Ela então ass umiu as funções de aco mpanh a nte : "N ão faz ia outra co isa senão acompanhar os vi sitantes e ficar à vi sta" dura nte as conversas de les com as fre iras. "Só por isso, certa vez um deles arrancou um punhal contra mim. Se um outro não o impedisse, me teri a tirado a vida. [... ] E have ndo nesse tempo uma Superiora pacífica, e la se pôs a favor da culpada, acreditando no que e la di zia e duvidando ela verdade. [ .. .] Mas Vós, Se nh or, destes a este ho mem tão crue l dor no braço com que brandiu o punhal, que fo i parar no hospi ta l, com terríveis dores e arreganhos.[ .. . 1 Ali gastou toda s ua fortuna, e já desfa leci a. Enviava-me um relig ioso quase todos os di as, para que me pedi sse perdão em seu nome. [ ... ] Eu lhe mandava di zer que já o tinha perdoado, mas que a ofensa ti nha sido mais a Deus e à Ordem Re li giosa cio que a mim ; que prometesse a De us não voltar a pôr os pés no Convento . Assim o fez, e logo melhorou. Empobrecido, foi- se para sua te rra" (p. 75) .
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No próximo artigo , prometo ao leitor ma is alg un s e xce rtos dessa admirá ve l vicia. • E-mail do au tor: cidal encastro@ad v.oabsp.org .br
*O
vo lume que tenho em mãos (A utobiog rl (/ia , Edi to ra Sa nto Do mingo, 1954, Quito, 580 pp.) reprodu z a edi ção promov ida por Frei A l fonso A. Jerver, O. P., em 1950, em obediência à determin ação cio Rev mo. Padre Vi sitador Geral, Frei Francisco V ázquez Fernández, O. P.
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ABEL DE O uvE1RA
CAMPàs
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As pessoas liam com avidez o Alerta da TFP, como se vê nas fotos à direita
te o c! im a d~ i~1s~abilidade gerado 10 Pais pe la 111e rc1a do governo e m re lação ao MST, e pe lo prosseguime nto de uma Reform a Agrári a altamente les iva ao Brasil , e m espec ia l ao me io rural , a TFP saiu às ruas, inic ia ndo um a campanha de esc larec ime nto de âmbito nac io nal. Se us sóc ios e coope rado res, todos eles católicos praticantes, consi dera m um dever denunc iar a esca lada das invasões rurai s e urba11as, que pode m arras tar o País à luta ele c lasses, à convul são e à revo lução socia l. E adverte m que a Reforma Agrária sociali sta e confi catória te nde a transformar o Bras il em uma ime nsa C uba co muni sta . Atuando de modo o rde iro e pac ífico, não defe nde m e les inte resses pessoais. Batalham e m pro l da pro priedade privada, enqu anto princíp io sagrado garanti do pe la Lei natu ra l e consubstanc iado em do is M andame ntos da L e i ele Deus, que ens in am: Não roubarás e Não cobiçarás
Abaixo, campanha no Largo de São Bento, em São Paulo
as coisas alheias.
Ideal católico ele justiça Para os sóc ios e cooperadores ela enti dade, o ideal cató li co ele justiça no te rreno sócio-econô mico não consiste na igualdade completa, como apregoam fa l amente soc ia li stas, comuni stas e a esquerda católica, mas sim no convívio harmô ni co elas classes sociais, de ntro ele um reg ime ele proporcionada desig ualdade. Nada ele des igualdades a berra ntes, mas também nada de igualitarismo malsão. Só desta ma ne ira será poss íve l ate nde r os dire itos ele todos, patrões e trabalhado res, de ntro el a concórdi a e da paz soc ial. Na medida, é claro, em que o permitire m as condições desta vicia te rre na, marcada pe lo pecado . Lutar po r tais princ ípi os, que a sabedori a da Sa nta Igreja ve io des til ando ao longo dos sécul os a partir cio Evange lho e da Tradi ção, não é uma opção mas uma verdadeira obri gação ele co nsc iênc ia para todo cató li co.
O Alerta da 1'FP Ao la nçar o documento "Alerta da TFP - Reforma Agrária e violência unidas contra o Brasil", a e ntidade con-
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CATOLICISMO
Plinio Corrêa de Oliveira fo i o baluarte, no Bras il , ela lu ta contra a Reforma Agrá ri a soc ia li sta e confisca tóri a. A nte os p ro nun c iamentos agro- refo rmi stas de bi spos, padres, re li giosos e leigos ela esquerda católica, e le demonstrou co m só li dos argumento q ue o cató li co eleve sertiel, acima de tudo, aos ens iname ntos tradi c iona is ela Sa nta Igreja. E , nos dias ele hoje, especialmente àq ue les relativos à propriedade pri vada, cujos fundame ntos são o pró prio D ireito natura l e do is M anda me ntos ela Lei ele Deus. Herdeira ele sua luta anti -agroreform ista, a TFP, por e le fu ndada, continua a proc lamar: para um cató li co, ser contra as invasões e contra a Reforma Ag rá ri a socia1ista e confiscató ria não é ape na. um d ireito, mas um dever. •
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trapõe um a aná li se séria, baseàcl a e m documentos e arg ume ntos, aos desmandos e à de magogia ve lh aca que percorre o País. Ass im , enqu a nto o utros invade m, depreciam e saque iam, insufl ados pe los princ ípios ele fund o marxista soprados pela esquerda católica, a TFP pro move uma campanh a o rdeira e pac ífi ca. Enquanto outros prega m a luta ele c lasses e a revo lução, a TFP pro põe a harmoni a social. Um comentári o in suspe ito ela j ornalista Tereza Cru_vinel o confirma: "A volta
da TFP (Tradição, Família e Propriedade) é signi:ficativa porque tem raízes urbanas, expÚ iência de agitação [sic !], discurso elaborado e penetração na vacilante classe média, di:ferentemente da UDR e das organizações ruralistas que estão se armando para enfr·entar a of ensiva do MST" ("O Globo" , 3-8-03) .
Atuação consta11te Para alguns órgãos ela mídia, a TFP
"estava sumida". Ao que parece, para o cenáculos fec hados ele certas redações, tudo o que não está e m foco na impre nsa é irre levante. Acontece qu e a T FP fo rm ou-se na esco la ele pensamento e ação ele Plinio Corrêa ele Olive ira, seu in signe fundador. E la sabe di stinguir a importânc ia real ela impo rtâ nc ia me ra me nte publi c itá ri a. Quando sai às ruas, age na hora oportu na, com as armas pacífi cas e legais que
uma lo nga experiência ele quase me io século ele atuação mostra serem as mais convenientes. E a calorosa receptividade que encontra é a confirmação ele seu acerto. E m suas campanhas ele rua, e la fala ao público e m geral. E nos intervalos ele suas grandes atuações, ex pande continuamente sua rede ele contatos, através ele vá ri as ca mpanh as pe rm a ne ntes: po r exe mpl o, a fa vor ela legítima defesa; ela expansão ela mensagem ele Fátima; contra o aborto, os prog ram as imora is ele televi são e o malfadado "casamento" homossex ua l atu a também por me io ele di versos sites na Inte rn et; pe lo correio e através ele publi cações nas pág in as ele Catolicismo e inserções na impre n a di ária. Ass im , e la alcança os que hoje são c ha mados "forrnadores de op inião", ele todas as elas e e condi ções socia is, ele norte a sul cio Brasil , num a atu ação profunda que atin ge o País e m suas capilaridades. Tanto é que, na di stribuição desse Alerta, o público recebeu os sócios e cooperado res ela T FP com a mesma naturalidade ele sempre, apl audindo-a, apoiando-a e partic ipando ele sua preocupação a respe ito ela sorte cio País, registrada naque le cloc u me n to . N ão fa lta nd o
também, é cl aro, aque les que, sej a por suas idé ias socialo-comuni stas, seja por razões inconfessa clas, se mostram refratários à ação el a entidade, e por vezes até ag ress ivos. Nesta matéria ele capa, Catolicismo aprese nta a seus leitores o que sig nifi cou tal ca mpanha ela T FP dentro cio panorama po líti co atual , as repercussões que encontrou na imprensa e as manifes tações ci o público di ante de la.
A 1'FP 11a horn certa O epi sódi o e m que o pres idente ela Repúbli ca recebeu amigave lmente líderes cio M ST, tendo colocado o boné cio movimento e dado bi scoitos a comer na boca a dois ele seus diri gentes, produ ziu um efeito inesperado: fo i a gota cl 'água que fez transbo rdar a irritação cios brasile iros contra a onda ele invasões e esvaziar o pote el as ilusões a respe ito cio governo L ul a ela Silva na questão ela Reforma Agrári a. Nunca um boné adquiriu ta l carga s imbó li ca e de u tanto o que fa lar. Entre surpresa e atô nita, a popul ação começou a acordar e a se dar conta cio víncul o profund o entre o MST e o governo L ul a, e ntre as invasões e a índo le cio PT. Fo i nesse momento psicológico que ve io à lu z o Alerta da TFP. Qu a nd o os pa uli sta nos vira m nas ruas, naquela ensolarada manhã ele sex-
ta-feira, 1º ele agosto, os herá ldi cos estandartes ela T FP, de u-se um fe nô meno ele e mpati a que pe rcorreu ele a lto a baixo os mais di fe rentes segmentos soc ia is e fez re perc utir a ca mpanha no Brasil inteiro.Uma senhora ela sociedade tradic ional ele São Paul o; e ncontrando-se com um diretor ela T FP, chegou mes mo a afirmar:
"Olhe, no Clube tal, o assunto hoj e, o tempo todo,foi só a TFP!".
l11teresse da mí<lia A ca mpanh a desperto u grande interesse também ela mídia. Diversos re pórteres apareceram para filmar, fo tografa r e entrevi , tar. Às 11:40h, a "A gênc ia Estado" colocava na Inte rnet uma notíc ia, ele respo nsabi liclacle ela jo rn ali sta Beth Cataido, que res umi a o bj etiva me nte o co nte údo el a campanha, c m j o rna li smo ele bo m quil ate. Parad oxa lm e nte, no d ia seg uinte a notíc ia publ icacl a no j orna l "O Estado ele S. Paul o", cio mesmo gru po eco nô mi co, safa inte irame nte "reciclada " pe la redação, resultando mal ri a tendenc iosa, temperada com o re i e o vinagre da prevenção anti -T FP. Q ue m q uiser co mparar as duas notí ias , 1 ode fa zê-lo na Internet, nos seguintes lin ks: www.estadao .eo m. br/agestaclo/notic ias/ 2003/ago/01 /47 .htm e www.estado.cs tadao .eo m.br/ed itori as/ 2003/08/02/po l 2 1 html
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" O Globo" (3-8-03), como j á' dissemos, também focalizou a ca:rnpanha. A j orn ali sta Te reza Cru vi nel come ntou:
"Em grande estilo, a velha TFP saiu às ruas em São Paulo na sexta~feira. 1 ... 1 A volta da TFP (Tradição, Família e Propriedade) é significativa porque tem. raízes urbanas, experiência de af{itação lsic !J, discu rso elaborado e penetração na vacilante classe média, d(ferentemente da UD R e das organizações ruralistas que estão se armando para enfi-entar a ofensiva do MST". "Nurna soci~dade democrática, todos têm. o direito de expressar suas crenças ideológicas e políticas", co mentava a j orn ali sta B iànca Justiniano na "Coluna do G ilberto D imenstein ", da " Fo lh a de S. Paulo" ( 19-8-03), "Mas não de ixa de
ser inlrigante ver a direita ui Ira -conservadora do país indo às ruas, ou rnelho1; aosfaróis de cruzamentos movimentados da cidade para 'a lertar ' a população sobre a 'ameaça'".
O descnl'olar <la campanha Para maior brev idade, vamos nos ater à campanha rea lizada em São Pau lo. Iniciou-se ela, como j á foi dito, na manh ã de sexta-fe ira, di a 1º ele agosto, no cru za mento das movimentadas avenidas Rebo uças e Brasi 1. Estendeu -se depo is pela Aveni da Pauli sta, Rua da Conso lação, por todo o Centro Velho e por vários bairros ela capital. Os sóc ios e cooperadores ela enticla-
ele, revestidos ele suas conhec idas capas rubras, abordavam os carros e os passantes nos cruzamentos e nos pontos estratég icos ela cidade, di stribuind o o menc ionado Alerta. Antes ele reinic iar a atuação na parte ela tarde, reuniram -se nas escadarias ela Cated ral de São Paul o, onde bradaram de fo rm a ritm ada os slogans da ca mpanha, que dizi am :
co m o público manifestando grande receptividade. O repúdio às invasões de terras e à maneira como o govern o vem tratando os invasores era genera li zada. Com as exceções de praxe, é claro! O único incidente partiu do fiscal Daniel Tosini , da administração petista da subprefeitura cio bairro de Pinheiros, no cru za mento ela Av. Rebouças com Av. Brasil. Após solicitar verbalmente a sus-
"A TFP denuncia, a TFP i11f'orma, a TFP alerta: ~ "As invasões de terras estão levando ~ o Brasil para a convulsão e para a revo- & lução social. "O brasileiro não quer desordem, o brasileiro não quer invasão, o brasileiro não quer lula de classes. O brasileiro quer ganhar o que é seu, na harmonia e na paz social. "Plinio Corrêa de Oliveira disse, Plinio Corrêa de Oliveira provou: a Reforma Agrária leva a miséria ao campo e à cidade. "Os Papas ensinam., os Papas cifirmam.: Ninguém tem o direito de invadi,; ninguém tem o direito de fa zer agitação social. " Prirneirof'oram as invasões no campo, agora são as invasões na cidade. Qual será o próximo passo ? Qual será o próximo passo ? A cubanização do Brasil?".
O tínico incidente A campanha transcorreu durante todo o dia de modo inteiramente tranqüil o,
pensão ela campanha, ameaçou, caso não fosse imed iatamente atendido, de enqu adram ento em crim e de desobedi ência e conseq üente pri são - os que argumentavam estar exercendo o direito de expressão e livre manifestação, usufruído por todo cidadão brasileiro. " Isso é líp ico do PT", escreveu um gaúcho ele Caxias do Sul para o site ela TFP (www. tfp.org.br), ao tomar conhe-
A8 .Q fSTAOOOCS PAULO
NACIONAL
Invasões ressuscitam grupos radicais de direita Sem-terra vão a Brasília para dizer que não há guerra JOS( M/1816 JPW1Zfl A ,:., .............. l'RESIDl!NTS l'IWDENTE - O Movh,icnto t.lot &mTtmi (MST) Vll l k: tcunlr rom mln l,;u OJ e rtprucnt.intu do
govtrno fcdcml p11r• ncgodu a ICl úUl;ldll dos :t$jCnlallltll •
tos e a rN.luç.lo d:u tcniões no cmu po. o Cll(OO U O dc,.·e Ql:Ot •
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"dls1cn.donar" a rcl~~o cmre o movlmt 1uo, o governo e outro!! sctoru dn $oth:d1uk.
;,c.unpú",dl~ s~~~r~1·,~~:,i'c.~~!s:r:~.~~~~:i;~~ Outros 1cnuu de lm11011ân, cl1 pArll o MST, Sq.-umto ele, iJl,r1 uma ddlnlçAotohn:o,M-
1·°'M.Se tUnn1C11tOJco, ln1-et1 I• ment OII no• já u:"tentl'II. " ~
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cimento desse fato . "Esse partido se diz
amigo dos debates, ,nas somente quctndo interessam a eles. A arbitrariedade do fis cal não se manifesla assim., quando as esquerdas provocam balbúrdia, violência e crimes no campo e na cidade. Resistam. a mais essa investida desse verdadeiro inimigo do Brasil, que é o fa lso 'amigo do pobre"'.
Siml)alia l)ela 'l'/il' Houve esquerdistas anônimos que, de seus carros em velocidade, gritavam insultos contra os sóc ios e cooperadores ela entidade. M as eram casos raros e iso lados. A tôni ca geral era de muita simpatia para com a ca mpanha, assoc iada à profunda preocupação pelo pa norama político- ideológ ico que se vai delineando no hori zo nte bras ileiro. Na Avenida Rebou ças, um se nh or afirmou : "Se a TFP saiu às ruas, é por-
que a situação está séria". No Largo cio Paissanclu , um a senh ora simpl es cio povo, que saía da Igreja Nossa Senhora do Rosário cios Homen s Pretos, co m o manifesto da TFP na mão, di zia enfática: "Eu disse aos n'teus
amigos, na época ch:1s eleições, para não votarem no lula, porque isso seria um desastre para o Brasil. E agora estamos vendo o que eslá acontecendo. Acho que só um impeachment po derá resolver o caso ". O mes mo repetia um homem ele aproxim adament 55 anos, abordado em seu carro no bairro da Lapa: " Foi uma estu.-
CATOLICISMO
SÁBADO 2 DE AGOSTO DE 2003
Q UESTÃO AG RÁRIA
· ·-··
pidez o povo ter votado em. lula. Agora estamos nwn clima sem.elhanle ao de 1963". Um empresári o que passava pelo centro da c idade co mentou: "Isto está pare-
cendo a época das Ligas Camponesas " . E uma senhora do bairro de Higienópoli s exclamou: "Vocês têm. que continuar
esse trabalho, porque eles estão querendo entrar de botina com o com.unismo no Brasil " . E m l taqu era, na Zo na L este pauli sta na, um moto ri sta de táx i parou seu automóvel e disse ao cooperador da TFP:
" Eu queria man!feslar o meu agrado pelo que vocês estão fa zendo, porque sou da zona do Pontal do Paranapanema e sei que aqueles invasores lá são todos uns vagabundos. Pegam as terras, passam para outros, vendem, não têm inleresse ern produzú; não têm interesse em sustentar a família ". Tomand o na mão o fo lheto estendido pelo cooperador, ele continu ou: " Invadir é a coisa
mais fácil que tem, mas para a gente conseguir algo, um trabalho honrado, é uma d(ficuldade. Eu agora estou trabalhando neste táxi, estou ci,juntando honestamente wn dinheirinho para comprar um lerreno. E não é justo que depois venha um vagabundo e invada o que conseg ui com sacrif'ício". Uma advogada, abord ada na praça João M eneies, manifestou também preocupação com a ação dos sem-terra e cios sem-teto, acrescentando: "Sou uma g rande adnúradora da TFP, pertenço à cam-
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Notíc ias sobre a ca mpanha foram pu blicadas por todo o Brasi 1. Além elas já citadas, poderíamos relacionar a "Folha cios Lagos", Campos (RJ ); "O Dia", Rio ele Janeiro; ".J ornal cio Commerci o", Rec ife; "Jo rn a l cio Tocantins" , Palm as; " Diário cio Nordeste", Fortaleza; " Diári o ele Pernambuco" (vári as notícias); "O Estado cio Mara nhão"; " Valor Econômi co", São Paulo; "A Tribuna", Santos ; "Monitor Ca mpi sta", Ca mpos (RJ). Na l11tcr11ct
panha 'Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! ' e contribuo para o trabalh o de vocês há anos. Admiro sobretudo o fa to de vocês propagarem a devoção a Nossa Senhora. Isso me dá muito alento". Abrindo a bolsa e mostrando o cartão ele membro ela campanha, acrescentou : "Gosto m.uito de conversar com os rnembros da TFP, porque vejo em vocês um modo de se,; wna educação, um modo de tratar, que aífora está acabando com pletarnente. Vocês rnantêm isso".
Opinião ele csqucnlistas A imprensa procurou ouvir pessoas ele destaq ue ela esq uerda, a respeito ela campanha da TFP. As reações foram as mai s diversas. Enq uanto o pres id e nte do PT, deputado José Genoíno, afirm ava qu e a manifestação el a TFP ''.laz parte do colorido dernocrático do País " ("O Estado ele S. Paulo", 1-8-03, matéri a ela jornali sta Eli zabeth Lopes), o deputado peti sta mineiro Pau lo De lgado enca rava a presença ela TFP nas ruas co mo "a vo lta do maniqueísmo ideológico", que e le considera "nociva ao Gove rno e ao País". Desabafou e le: "É uma parte da esquerda, com sua ansieda de, que es tá despertando a d ireita" ("0 G lobo", 3-8-03).
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CATOLIC ISM O
Embora di zendo que "a direção do MST nern se preocupou em responder oficialmente às acusações da TFP", o jornalista Roldão Arruda e outros (cfr. "O Estado ele S. Paulo", 28-03) soube entretanto que "para a organização [MSTI, as insinuações de que os sem-terra pretendem se armar faria parte de urn longo e já conhecido processo de senvo lvido por setores conservado res co m o obj e ti vo d e crim ina lizar os movimentos sociais". O jornalista cita ainda um a dec laração ele Gilmar Mau ro, diri gente cio MST, em que este afi rma ca ndidam e nte que "a violência não está colocada em nenhum mom.ento como alternativa para os sem/erra. Nossas ações são de desobediência civil ".
Na Internet, pulularam as notíc ias e os chats que trataram ela ca mpanha. Notou-se também um aum ento ele visitas ao site ela TFP (www.tfp .org. br), com mensagens ele apoio, estímul o e adesão à campanha. A título ele exempl o, tran screvemos algumas. Advogado de São Bernardo: "Recebi o m.anifesto contra as invasões, na Avenida Pau.lista, e me incorporei totalmente ao seu conteúdo, inclusive en~ vianda o cartão-resposta pelo correio. Só a sociedade mobilizada poderá enfrentar esse espetáculo das invasões". Brasileira, patriota e católica: "Tendo recebido seu folheto em que abordam o sério proble1na da " Refonna Agrária e Violência unidas contra o Brasil", vim.e no dever de lhes repassar a mensagem [carta ele um a proprietária ru ra l, descrevendo o drama ela invasão que sofreu] que segue anexada a esta. Como brasileira e patriota, bern corno católica adepta aos ,noldes tradicionais da nossa Igreja Católica Apostólica Romana, deixo-os estarrecidos como eu.fiquei, ao to marem conhecimento do teor da carta em questão". Cidadão contra as invasões de terras: "Como cidadão comum da cidade, sou a favor das
grandes fa zendas no campo, único meio de abastecer wn pais, e ainda mais das dimensões do nosso. Pequenas propriedades nunca abasteceram um país". De um homem do campo: "Folheto 'Reforma agrária e Violência unidas contra o Brasil '. Tenho visão diferente no que se refere à religião. Do resto, estou. de pleno acordo com o texto. O comunismo não deu certo em nenhum pais do mundo. Os direitos devem ser re.speitados. Os proprietários m.icro, pequenos, médios, grandes, devem viver ern harmonia. Eu lrabalhei na roça, de sol a sol, agora vêrn me tirar o que consegui. Isso não é justiça, não é religião, não é honesto, não é verdade. Nesse ponto, concordo com vocês". Também vieram mensagens com insultos, xingatóri os e pal avras ele baixoca lão, que, pe la completa fa lta ele conteúdo e por falta ele espaço, bem como por respeito aos leitores, om itimos.
Conclusão Em suma, a índo le ordeira e pacífica cio brasile iro se sentiu inteiramente expressa no alerta que a TFP fez à Nação. A invasão ele prédios na cap ital pauli sta e do terreno ela Yolkswagen por pessoas muito duvidosamente necess itadas, e o brutal a. sass inato ele um fotógrafo ela rev ista " É1 oca" no aca mpamento dos sem-reto, só fez acentua r a noção cio profund o nexo entre as ag itações do campo e as da ci !ade. E ele que essas ag itações poderão arrastar em breve o País a uma convul são e revo lução soc ial. Agredi I pelas ações violentas cio MST e I ela co nduta desconcertante cio govern o r lera ! ante esses desmandos, o bras il eiro começa a reagir e a exigir que seus clireilos sejam respeitados. Rezemos a Nossa Senhora Aparecida para que nã >comecem a aparecer fa lsos líderes que desv iem essas sad ia · reações, quer incitando seus li cleraclos para ações il ega is, que só os desprestigia ri am junto ao povo , quer deixando-se anestesiar por boatos que induzam à políti ca suic id a cio "ceder para não perder". C lareza , lóg ica, firm eza e o lhos abertos, a li ados a uma profunda e inabalável confi ança na Providência Div ina, eis a fórmula pa ra o momento po lítico em que vivemos . •
Alerta da TFP
Reforma Agrária e violência unidas contra o Brasil (resum o) Prossegue no governo Lula a escalada das invasões de terras.feitas pelo MST, CPT e congêneres, para impor a Reforma Agrária ao País; e j á lançou metástases nas cidades, com invasões de terrenos e prédios urbanos
1. A tática cio MST: ações revo lucionárias tonilruantes seguidas ele tímidos recuos, assinalando a meta que têm em vista, ele implantar uma estrutura agrosociali sta no Brasil 2. A impunidade cios invasores e a fo rte colaboração ele órgãos governamentais com o MST condu zem à idéia de que o movimento tem um plano para ditar as regras cio jogo político cio País. Tal plano, se rejeitado, poderá levar o movimento a enveredar por ações cada vez mais radica is, chegando até mesmo à guerrilha. 3. Essa política de confronto, antes restrita ao campo, agora deita metástases nas cidades, como no caso da invasão cio terreno ela Yolkswagen, cuj a meta foi enunciada por uma coordenadora dessa invasão: "Nossa luta é para, a longo praza, p1vmover uma transição para o socialismo" (Revista "Época", 28-7-03). 4. Em todas ou quase todas essas ações revolucionárias, pode-se discernir a inspiração e mesmo a coordenação feita pelos partidos de esquerda, e sobretudo por bispos, padres, religiosos e religiosas, bem como leigos ela chamada "esquerda católica ", que se põem em confronto direto com a doutrin a socia l católica ele defesa ela propriedade privada e ela justiça social baseada na harmoni a elas classes. 5. Diante das claras violações ela lei por parte cio MST e cios invasores, o governo, na retórica, diz que não admitirá ações ilegais. Na prática, deixa livre curso às invasões, movimenta a máquina estatal para garantir tanto quanto possível a impunidade cio que chama "movimentos sociais". Ao mesmo tempo, procura cercear ou mesmo tirar dos fazendeiros a possibilidade ele exercerem o direito ele legítima defesa. O empenho governamental em fazer passar com urgência projetos ele lei desarmando os homens honestos seria uma manifes tação dessa política. 6. Outro aspecto ela política governamental é a apli cação, como "remédio" para a onda ele invasões, ele uma Reforma Agrária socialista e confiscatóri a, que só tem dado como resultado fazer crescer a agitação agrári a e implementar os assentamentos, verdadeiras favelas rurai s que vão cobrindo o Brasil ele norte a sul. E cujo termo final será transformar nosso País numa Cuba comuni sta, pela divisão compulsória das propriedades privadas. O programa Fome Zem vai-se transformando em instrumento ele apoio às agitações do MST, uma vez que sustenta as pessoas mobilizadas para a agitação social. 7. A finalidade igualitária e sociali sta dessa Reforma Agrária vem claramente enunciada em documentos e enconl ros cio MST, co mo também em declarações ele personalidades e órgãos da "esquerda católi ca" que cercam o Presidente da Repúbli ca. 8. Dirigindo por fim uma súplica a Nossa Senhora Aparecida para que salve o Brasil, a TFP encerra o Alerta conclamanclo todos os espíritos clariviclentes, cautos e ágeis a que se concertem para repudiar, com firmeza, o atual processo ele demolição ela propriedade privada e ela paz social, fruto cio fa natismo reformi sta. •
Nota:
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O tex to co mpl eto do pronunciam ento da TFP, intitulado " Reforma Agrária e violência 1111idas contra o Brasil" , es tá à disposição no site da TFP: www.tfp.org.br
1:-mai l do autor: tfp @tfp.org.br
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J.
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ela fosse suscetível aos prazeres da concupiscência". Seu co nfessor, o 1
Padre Tiago Montiel, depôs publicame nte que e le guardou a inocência batismal até o túmulo.
Estu<lante mo<lelar na ,miversi<la<le de A/calá
São Tomás de Vilanova O anti-Lutero Q uase na mesma época em que um ex-frade agostiniano, Martinho Lutero, pervertia a Alemanha com sua pseudoreforma, outro agostiniano, São Tomás de Vilanova, promovia com firmeza a verdadeira reforma religiosa e de costumes na Espanha n PuN10
MARIA
SouMEo
S
Acima , São Tomás de Vilanova socorrendo um doente. Na página ao lado, vista panorâmica de Fuenllana, cidade onde nasceu o santo em 1488.
CATOLICISMO
ão Tomás de Yilanova nasceu em Fue nllana (Espa nh a) no ano de 1488 e crio u-se em Yillanueva de los Infantes, de onde tomou seu nome ao entrar na Ordem dos Agostinianos. Seus pais, Alonso Tomás Garcia e Lucia Martinez de Caste ll anos, emulavam nas obras de carid ade. Socorriam a toda espéc ie ele necessidades e eram con hecidos na região como "os
santos esmole res ". Tomás herdou dos pais essa virtude. Dava a seus co leguinh as mais necessitados tudo o que podia, inclusive suas próprias vestes e ca lçados. Um
dia em que os pais não estavam em casa, chegaram se is pobres pedindo esmola. O men ino, não encontrando nada para dar-lhes, foi ao ga linhe iro e pegou seis franguinhos , dando a cada um cios pobres um destes. E disse à mãe que, se houvesse mais um pobre, te r-lhe-ia dado também a galinha. Seguindo o exemplo ela mãe, desde muito cedo começou a jejuar, não só nos dias prescritos pela Igreja, como também em outros de sua devoção. Flage lava-se e faz ia outras sortes ele penitências como se fosse um ad ul to. Diz um seu biógrafo que Tomás
Aos 15 anos, os pai s e nviaram-no à famosa UniversicladecleAlcalá, para cursar humanidades, retórica, filosofia e teologia. Ele o fez com tanto sucesso, nos nove anos de estudos naque la instituição, que era aclamado por todo mundo. Mas sua virtude era a inda mais notável que sua c iênc ia. Apesar cio sucesso que obtinha, jamais perdeu sua modéstia e humildade, aceitando os elogios como se não fosse e le que estivesse em foco. Aos 17 anos, a morte de seu pai obri gou-o a voltar temporariamente para casa, a fim de pôr em ordem os as_s untos domésticos. Coube- lhe por herança uma grande res idênc ia, que transformou e m hospital para os pobres. Sua mãe cumpriu sua vontade, encerra ndo-se e la mesma no hospital, para passar os seus anos de viuvez a serviço cios pobres.
De prof'cssor <lc filosofia a l'rade agostiniano Voltando para Alcalá, passou a ensi nar fil oso ti a na Universidade aos 26 anos. Mas outras eram suas preocupações. Havia muito vinha ele pensando em consag rar-se int iramente a Deus, mediante a vida r ligiosa. Por isso, dei-
xou as glórias do mundo, pelo hábito agosti niano, fazendo sua profissão solene em 15 l 7. É sintomático que neste mesmo ano, Lutero, ainda frade agostiniano, inic iou sua rebelião contra a [greja Católica, afixando na porta da capela do Príncipe Eleitor ela Saxônia, na cidade de Wittenberg, suas 95 proposições. Dentro ela mesma Ordem, outro frade agostiniano, com sua profissão reli giosa, inic iaria uma obrarestauradora ela fé e cios bons costumes - uma autê ntica reforma - na Espanha. Tarefa completada posteriormente por Frei Tomás, como santo Arcebispo ela cidade ele Valência. Ordenado sacerdote algum tempo depois, celebrou sua primeira Missa no dia ele Natal, e ntrando em êxtase ao cantar o Glória. E le conservaria para sempre um a terna devoção à Divina Infâ ncia e ao Santo Sacrifício cio altar. Costumava dizer que é péssimo sinal para um sacerdote, quando e le é visto celebrar a Missa todos os dias sem se tornar melhor nem mais mortificado. Não perdia um minuto durante o dia . Podia ser e ncontrado nos c inco diferentes lugares, que consagrou às cinco chagas de Cristo: no altar, no coro, em sua cela, na biblioteca ou na enfermari a, c uidando dos doentes. O Santo não podia ver um religioso ocioso e inútil , comparando-o a um soldado sem armas e exposto ao ataque ele seus inimigos. Dizia que a ciência e grande erudição, sem a piedade, é como uma espada na mão de uma criança, arma que pode fer i- la, pois não tira proveito
daqueles dons de c iênc ia para ninguém. Criti cava também os religiosos que, sob pretexto de devoção, não se ap licavam sufic ientemente ao estudo.
São Paulo ou Santo Elias
Ollll'O
Designado à pregação, e le a fazia com tanto empenho, que o consideravam um outro São Paulo, pela profundidade de sua doutrina, o u um outro Elias da nova Lei, por causa cio zelo que demonstrava em seus sermões. Reformou de tal mane ira Salamanca que, segundo voz corrente, a cidade se havia tornado um mosteiro. Mui tosjovens renunc iaram ao mundo para seguir a Deus. O próprio Imperador Carlos V quis ouvi -lo, e depois escolhe u-o para seu pregador. E quando Tomás pregava fora do palácio, o Rei ia disfarçado para o uvi -lo . O sa nto não aprovava os pregadores que, para dar mostras de erudição, faziam longos e prolixos sermões. "É na oração, dizia ele, que o homem re-
cebe as luzes que iluminam seu espírito e os ardores que aquecern sua vontade". E é a esses sentime ntos que se deve procurar levar o auditó ri o. Por uma visão interior, co nhec ia as necessidades espiritu a is de seus ouv intes, e o mais adm iráve l era que, por mais diferentes que fossem seus inte rl ocutores, todos saíam com maior piedade após o uvir seu sermão.
Preguiça e ociosi<la<le: inimigas <la vil'tude Tomás foi e le ito prior de Burgos e
"começou a praticar a rnortijicação a .fim de fa zer sentir à sua carne as dores da penitência, mesmo antes que
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Vall adolid, e duas vezes provincial da Andalu zia e uma de Casle la. No governo de seus súditos, sua mansidão de coração e o atrativo de sua pessoa co nstituíam poderosas armas para exercer sua autoridade. Nos se us co nventos, desejava primeiro que os ofícios di vinos fossem celebrados com toda a reverência e atenção poss íveis; em segundo luga r, que os reli giosos consideras~em a meditação e a le itura espiritual como co isas invi o láveis; terce iro, que a paz e a uni ão na carida'de fratern a fosse m guardadas se m ne nhuma alleração; e fin a lmente, que ninguém fosse dominado pela preguiça ou pelo óc io, vícios que são os maiores 11rnrngos ela virtude, a ruín a ela alma, o sorvedouro da castidade e a fo nte ele todas as desordens. Co m tais norm as, fez ele fl orescer a observânci a em todas as casas sob sua jurisdição, ou seja, promoveu uma verdadeira reform a no sentido católi co do termo.
Arcebispo de Valência, por inspfração <livina Carl os V já tentara inutilmente fazer Frei Tomás ace ita r a Sé de Gra nada. Vagando a ele Valência, o lmperador esco lheu para o cargo um monge jerô nim o. Entretanto, seu secretári o apresentou-lhe o documento para ass in ar em nome de Frei Tomás ele Vil anova. O Imperador perguntou por qu e hav ia o secretá ri o a lterado s uas orde ns. " Corno, rnaj estade! Eu ou. vi cla ramente qu.e vós dizíeis Frei Tomás de Vilanova. Entretanto, éfácil reparc11; pois é só refazer o documento". - "Não, respondeu o Imperador, o qu.e está escrito permanecerá; vós.fizestes melhor do que eu disse; ou. eu disse melhor o que não pensava. É a mão de Deus". Compelido pela sa nta obedi ênc ia e ameaçad o de exco munh ão, caso não aceitasse o cargo, Frei To-
C ATOLICISMO
más teve que curvar a cabeça e conformar-se com os desígnios ela Providência. Tinha ele então 56 anos. Pôs-se a ca minho, a pé, acompanhado apenas ele um frade e dois cri ados. Ora, estava havendo uma seca muito g rande em Va lência, mas a chegada do novo arcebi spo ocorreu debaixo ele chuva, o que mui tos interpretaram co mo sin al das bênçãos que deveri a trazer sua admini stração à arquidi ocese. Conservou como arcebi spo seu hábito reli gioso, que ele mesmo remendava. O cabido ela arquidi ocese fez- lhe presenle de quatro mil ducados, para que comprasse traj es mais condi zentes co m seu posto. lmecliatamente enviou-os ao hospi tal, agradecendo muito ao cabido e di zendo que o bem que era fe ito aos doentes ele o tomava como para si. Co meç ou s ua admini stração pela vi sita pastoral à sua circunscrição ecles iástica, prega ndo por toda parte, resolvendo litígios, reformando conventos, extirpando os vícios. Promoveu um sínodo para acabar com muitos abusos e reformar o clero. Os cônegos cio cabido reca lcitraram e apelaram ao Papa, alegando que deste dependi am diretamente. "Eles não querem obedecer ao meu sínodo e apelam ao Papa; e eu, eu apelo de sua resistência a Nosso Senhor Jesus Cristo. Que eles escapen·1., se quiserem, à m.inha justiça, ,nas não escaparão da d'Ele". Isso fo i sufic iente para dobrar o cabido, que se submeteu. São To más teve també m qu e enf rentar o governador qu e, intrometend o-se na esfera ec les iásti ca, .qui s jul ga r e co ndenar do is cléri gos antes que e les comparecessem ante o tribun al ec les iásti co. Com o o go ve rn ado r não qui s vo lta r atrás, lanço u co ntra ele as censuras ec les iás ti cas. O caso foi parar no Vi ce- Re i, que teve ta mbém qu e ceder di ante da tenac idade do sa nto pre lado.
Extl'aOl'(lillál'ia cari<la<le e milagres A caridade de D. Tomás era insuperável. Atendia diariamente no palácio a mais de 500 pobres, não importava a hora do dia ou da noite em que acorressem pedindo seu auxílio. Freqüentemente acompanhava seus atos ele caridade com mil agres. A um paralítico que lhe pedia esmola, perguntou se preferia trabalhar e ganhar o sustento com as próprias mãos. À resposta afirmativa, ele lhe di sse: "Em nome de Jesus Crucificado, deixa tuas rnuletas e anda". No mesmo instante, o pobre começou a andar e a agradecer. São To más de Yil anova tinha arroubos e êxtases em público, diante de seus di ocesanos, o que con tribuía para aumentar a veneração que por ele se nti am. Seus mil agres também eram conhec idos por todo mundo. Entretanto, como ele di zia, m111ca temera tanto sa lvar-se como desde o momento em que se tornou arcebispo. rsso, devido às responsabilidades que lhe cabiam , pe lo b.em elas almas de todos seus di ocesa nos. Por essa razão, as pirava ardentemente a renunciar ao cargo e voltar para sua ce la de re li gioso. E nfim , quando e le supli cava com lágrimas a Nosso Senhor que o Iivrasse desse pesado fard o, o Crucificado lhe respondeu: "Tenha ânimo, que no dia do nascimento de minha Mãe virás descansar". E no di a 8 de setembro de 1555, foi ele receber o prêmi o demasiad a me nte g ra nd e de s ua fid e li clade.2 •
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E- mail cio autor: 0111so li111eo@ uol. co m.br
Notas:
1. Les Petils Boll ancli stes, Vies eles Sai11.1.1·,
d 'apres te Pere Giry, Bl oud el Barrai, Libra ires-Écliteurs, Pari s, 1882, torno XI, p. 203. 2. Eclelvives , Et San/o de cada Dia, Editori al Lui s Vi ves, S. A ., Saragoça, 1955 , vol. V.
Godofredo de Bouillon "Duque e Defensor do Santo Sepulcro"
Ü grande vitorioso da Primeira Cruzada, guerreiro extraordinário, conquistou a Cidade Santa das mãos dos infiéis e estabeleceu o Reino Latino de Jerusalém, do qual foi o primeiro Soberano, tornando-se o cruzado por excelência mJOSÉ
M ARIA DOS SANTOS
lgun s grandes homens de ixam após si uma egencla que os rodeia com uma lu z especial, arquetipi zanclo seus feitos e suas g lóri as. Um desses foi Goclofredo de Bouill on, o conqui tador e fun dador do Reino Latino ele Jeru salém. "A legenda logo se apoderou deste possante e terno senhor do país valão para torná-lo o arquétipo do cruzado". 1 Após sua morte, tornou-se heró i de canções de gesta, como o tinham sido antes dele o ramoso Carlos Magno e Rolancl. Filho ele Eustáq uio, conde de Boul ogne, e de ]da, filh a de Godofredo o Barbudo, duque da Baixa Lorena e de Bouill on, Godofredo pertenc ia a uma anLi ga ramília que alegava ter Carl os Magno entre seus anc strais. Ele era "ge ralmente estimado, r>to, voloroso, manso, casto, devoto, humano, de .fón110,1·0 aspecto e elevada estatura, cabelos mi vos", "é retratado como o perfe ito tipo do cavaleiro cristão. Alto de estatura, com. um porte agradável e com uma maneira tão cortês, 'que parecia 111ais um monge do que um. guerreiro"' .1 Era "tido por tão bom guerreiro quanto f er voroso cristão".'' Sua fo rça era proverbi a l.
Narram as crônicas que, com um só go lpe de espada, ele partiu um guerreiro árabe de alto abaixo, em du as partes iguais.5
Godofredo de Bouillon penetro em Jerusalém à frente do exé rcito dos cruzados
Godoli'edo, o Cruzado: início <la epo/Jéia À morte do tio Godofredo JH, o Corcunda, em 1076, dele herdou o condado ele Verdun e a Marca de Anvers. Mais tarde, em 1089, o Imperador Henrique IV cedeu-lhe em vassalagem o Ducado ela Baixa Lorena. Goclofredo seguiu o Imperador, tornado seu suserano, na Guerra das fnvestiduras e em sua ex pedi ção italiana contra o Papa São Gregório VII, entrando em Roma em 1084. Segundo alguns, para expi ar esse pecado, Godofreclo foi cios primeiros a tomar a cruz por ocasião do apelo· cio papa Urbano Jl, em 1096, juntamente com seus dois irmãos, Balclu íno e Eustáquio. Para fi nanciar sua campanha, ele vendeu ou empenJ1ou vários ele seus estados, reunindo, com seus irmãos, 80 mil guerreiros. Seu exército era composto em sua maioria de va lões e fl amengos. Como ele fa lava correntemente ambas as línguas, por ter nascido na fronteira dessas duas nações, servia de árbitro entre as querelas nacionali stas desses povos. SETEMBRO 2003 -
Os vári os príncipes cru zados eguiram, com seus respectivos exércitos, di fe rentes percursos para a Terra Santa, combinando reunir-se em Constantinopl a. Goclofreclo e os franceses ci o norte seg uiram seu ca minh o co m severa di sc iplin a, pela Alemanha, Hungri a e Bulgári a, chegando às portas ela capital cio Impéri o cio Oriente.
/Jra<lo "Deus o <1uel' "vitóf'ía <le Go<lofredo Quando Bqernundo, príncipe de §
i
Tarento, convidou Goclofreclo a unirem seus exércitos para atacar o I m- ~ peraclor bi zàntino Al ei xo, "Godo- ~ ! cõ &.1,. . . . . .1,,j .fi·edo, que era demasiado honrado,
não quis lutar contra cristãos, e temeu esgotar as forças de seu exército antes de e,~fi·entar os infi.,,. " 6 eis . Depois ele muitas negoc iações, Goclofreclo prestou juramento ele fi cleliclacle a Al ei xo, embora com restrições, e l evou outros a fazê- lo. M as alguns príncipes recusaram -se a prestar o jurarnento, pois os f rancos menosprezavam os gregos. Em 1097 deu-se o cerco ele Nicéia, afirm and o alguns que nele Goclofreclo não teve qualquer destaque es pec ial;7 e outros, que fo i "só quando a
divisão comandada por Godofredo se acercou, com. o clamor do trovão 'Deus o quer!', que se decidiu a renhida batalha em.favor dos cristãos". 8 Os cru zados tomaram depois Eclessa, form ando um princ ipado cio qual Balclu íno, irm ão ele Goclofreclo, se torn ou o senhor, derrotando os turcos ele vári as fortalezas.
O encontl'o da la11ça de /.,ongi1111s
Visão <le São Jof'ge e tomada de Jef'11salém F in almente, "Godo_fi·edo viu no Monte das
Oli veiras um hornem com brilhante escudo: 'São Jorge vem em nosso auxílio! " ' - exc lamou. 10 Entusias mados, os guerreiros cri stãos empurraram as torres de co mbate para junto das mu ralh as da cidade. Este ndera m pontes, e Goclo fredo fo i um dos prim eiros a sa ltar, correndo para abrir as portas. O exército, como a enchente de um ri o, penetrou na cidade. " O sangue corria pelas escadas e
chega va até as patas dos cavalos". "Foi umju{w de Deus ", afirm a o croni sta Guilherm e de Tyro, "que os que havian·t prof anado o Santuário do • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Senhor com. ritos supersticiosos, e o haviam tirado do povo.fiel, expiassem o crime com seu próprio sangue e extermínio". 11
Du ra nte o cerco ele A ntioqui a, co m o in vern o vieram as chu vas e as enfermi dades, atingindo homens e animais. O exército cru zado fico u redu zido à metade. A primavera trouxe uma melhora. Sobretudo dev ido a refo rços vindos por mar, os cru zados conqui staram afin al a cidade. Por pouco tempo, po is três dias depois os turcos voltaram com mais ele 200 mil homens e cercara m A ntioqui a. A fo me e a doença abatera m-se nova mente sobre os sitiados. Foi qu ando um sacerd ote ela Provença, Pedro Ba rto lomeu, anunciou que Nosso Senhor lhe hav ia apa rec ido em sonhos e reve lado onde estava enterrada a lança que atravessara seu peito adorável. Com efeito, jun to ao altar ela igrej a ele São Ped ro encontraram um a lança .9 Esse fato sobrenatural deu novo
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O Imperador bizantino Aleixo recebe o juramento de fidelidade de Godofredo de Bouillon
"Godofredo viu no Monte das Oliveiras um homem com brilhante escudo: 'São Jorge vem em nosso auxílio'"
C ATOLICI SMO
de seus senhores. Os de alguns deles declararam coisas que os prejudicavam, de medo de terem que .ficar em .Jerusalém e não voltar para suas terras. Alguns outros príncipes declararam que não desejavam ser eleitos pa ra o cargo, tão oneroso. Assim, chegando a vez de Godo.fi'edo de Bouillon, seus servidores só tiveram a dizer contra ele que sempre .ficava demasiado tempo na igreja, mesmo depo is de terminada a missa, e perguntava sobre cada quadro e sua história; e que, enquanto isso, em casa se es.fi-ic1va a comida", 13 o que serviu para que os eleitores o esco-
ânimo aos cri stãos que, tomados ele entu siasmo, caíram sobre os muçul manos, apesar da desproporção nu méri ca. Al guns afirmaram ter vi sto São Jorge co ndu zind o a batalha. Com a vi tóri a, Boe munclo estabeleceu-se como senhor ele Antioquia. O mes mo impu lso poderi a ter levado imedi atamente à conqui sta ela C idade Santa. Mas o cansaço, a fa lta ele ca valos, e sobretudo a co nte nda entre os príncipes cri stãos, além de outra peste devastadora que ce ifou a vida ele 50 mi l so ldados, diminuíram em muito o número de cru zados que se diri giram a Jeru salém. A cidade estava fortifi cada e bem defendida por mais ele 40 mil homens. No di a 7 ele junho ele 1099 os cru zados a cercaram. N ovamente todos os sofrimentos ele um síti o prolongado, como a sede sob um sol abrasador ele verão, castigaram os cava leiros da Cru z.
Depois os cru zados se lavara m, e com sentimentos de pi edade fora m andando pelos lugares santos, osculando-os "com gran-
de devoção, humildade e coração contrito, entre soluços e lág rirnas ". 12 Passados os primeiros di as em devoções e em limpar a cidade cios cadáveres, pensaram logo em fixa r a vitóri a, elevando Jeru salém a Reino L atino.
O escolhido para r ei11ar em ,lef'usalém
"Quando se tratou de eleger um rei, interrogou-se, sob j uramento, aos servidores dos Príncipes com mais condições para isso, sobre a vida
lhessem por un ani m idade como a pessoa mais digna para o ca rgo.
Não
l'Ci ,
mas
Defensor do San to Sc1mlcrn De acordo com as crônicas cio tempo, Godofredo rec uso u-se a usa r a co roa "po r respeito
Ilumi nura representando a tomada de Jeru sa lém pe los cruzados
Àquele que tinha sido coroado com uma Co roa de Espinhos naquele lugar". 14 "Ele nunca usou o título de rei (que somente aparece sob seu sucessor), e contentou-se corno de Duque e Defensor do Santo Sepulcro". 15 Pouco te mpo depois, Godofreclo conso lidou a vitóri a na bata lha ele A sca lon, derrotando, co m apenas 5 mil cavaleiros e 15 mil infa ntes, o exér-
cito de AI - Afdhal, Vi zir muçulm ano do Egito, que contava com 200 mi l etíopes, bedu ínos e árabes . Com muita valentia e uma direção prudente, logo no prim eiro ímpeto os cri stãos dispersara m os mouros. Com essa bri lhante vitória, a fam a de Godofredo espalhou-se por todo o Oriente.
"Um enú r pediu a Godo_fi·edo que, com sua espada, cortasse o pescoço de um grande camelo com um só golpe, o que o Duque.fez sorrindo. Em seguida, com. uma simples lâmina sarracena, degolou o segundo camelo com a mesma f aciüdade, enchendo de admiração os árabes, que constataram que a f ama de sua prodigiosa .força era verdadeira".1 6 Quando Godofredo fo i interpelado a respeito da fo rça dos seus braços, respondeu que isso se devia ao fato el e que jamais tinha utili zado seus membros para co meter qu alquer pecado contra a santa pureza. Godo freclo era sa bidamente tão ju sto, que até os ca udilhos árabes submeti am a ele seus litígios. Ele pro tege u as fronteiras, favoreceu o comércio e govern ou co m reli giosa prudênc ia e gravid ade. Com a ajuda dos cru zados ele Pi sa, reconstruiu a c idade ele Jaffa para torn ar-se um porto para a chegada cios ca valeiros cristãos. E le intentava assedi ar Acre, mas era desígni o de D eus que, aquele que passara por tantos peri gos nos combates, morreri a simpl esmente num leito de hospital. Godo fredo fo i atacado pela peste em Cesaréia. Retorn ou a Jeru sa lém onde, após nomear o irmão Ba lduíno como seu sucessor, fal eceu no dia 18 de julho ele l l 00, aos 39 anos ele idade, sendo enterrad o na igrej a do Santo Sepulcro. •
Notas:
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1. Hac hette Multimedia / Hac hette L i vre, onlin e editi on, Copy ri ght © 200 1 Ya hool France. 2. Ju an Ba ti sta Weiss, His tori a U ni versa l , T ipogra fi a La Ed11cació11 , Barce lona, 1928, vo l. V, p. 467 . 3. Robert the M onk, l-l ist. Occicl. Cro is., Ili , 73 1, apucl Louis Bréhie1; T he Catho lic Encyclopecl ia, 1906, vo l. VI , online ecl ition, Robert A ppleLon & Cia., 1999. 4. La Grande Encyclopécl ie, Pari s, Société An ony me ele la Grande Encyc lopédie, 10 111 0 18, ano ... , p. 1145 . 5. C fr. Guibert ele Noge 1H, Gesra, vo l. VII , 11, apud Lo11i", Bréhie,; Th e Catholic Encyc lopeclia , Onlin e Ecliti on. 6. Weiss, op.cit., p. 470. 7. Cfr. T he Catholi c Encyc lopccli a, e l-lacheue M ulti medi a. 8. Weiss, op. cit. , p. 474. 9. Cfr. Weiss, op. cit., p. 477 ; La Grande Encyclopédie, tomo XIII , verbete "Croisacle", p. 44 1. 10. Weiss, op. cit ., p. 479. 1.1. Gui lelmus Ty rius, VIII , cap. 20, in Weiss, op. ci t. , p. 479. 12. Weiss, op. cit., p. 479. 13. lei. , p. 480. 14. The Ca tholi c Encyclopecl ia, onl ine ed iti on. 1.5. lei , ib. 16. Wciss, op. cit. , p. 482.
SETEMBRO 2003 -
Estirpes familiares
III
N a organização da sociedade familiar, deve-se ter como ponto de referência os valores do passado. E não o rompimento com as tradições, como apregoam certos adoradores da modernidade. m prosseguime nto à série de artigos desta seção, apresentamos a seg uir trechos da te rceira e última parte da conferência de Plinio C orrêa de Oliveira sobre o conceito de estipe fami1iar, proferida e m 1º-6- 1966; seu pa pel na formação dos me mbros de um a famíli a; sua indepe ndê ncia e m re lação ao Estado; sua contribuição para a o ri gem ele um povo e sua missão hi stóri ca na constituição ele um país.
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* * * "Se houver numa família caracteres be m definidos, espraiando-se numa parentela muito re mota, mas muito unida, e m que todos tenham a sensação viva de sere m me mbros da mes ma famí lia, cada membro será·amparaclo por um g rupo socia l independente cio Estado. A fam íli a é uma potência, um todo; ela se move inde pe ndente do Estado, constitui uma célula com a qual o Estado te m que contar; seus membros não depe nde m ele IAPAS {Instituto de Administração Financeira Tapetes, sinos, vinhos, queijos, presuntos ... Quando produtos como esses alcançaram requinte, na raiz do êxito estavam famílias que, muitas vezes através de séculos, os aperfeiçoavam
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da Previdência e Assistência Social] ou de quai squer outros ó rgãos ele assistênc ia soc ia l; se e mpobrecere m, a famíl ia os ajudará; os pare ntes constitue m o me io ele suas relações, que lhes asseguram uma posição socia l, inde pe nde nte da mane ira ele se traj a re m.
Na família patriarcal, como a que vemos no quadro, o papel do avô dava estabilidade para preservar as características próprias de geração em geração.
E m re lação a in s titui ções desta natureza, o Estado te m um pode r muito li mitado: se a lg ué m nasce u e m determi -
nada estirpe, o Estado não a pode promove r muito além dis to. Uma estirpe definida é o fato r da própria independência do indivíduo; cria um a barre ira contra o Estado.
A família na llistoricidade de um país Uma sociedade repleta de estirpes é aquela em que há grupos soc iai s muito importantes, que o Estado deve a todo momento tomar e m consideração. Uma sociedade sem estirpes, onde só há parentescos vagos e as famílias se desbotam, é caracteristicamente a sociedade de hoje. N a organi zação feudal e medieval, a matéria-prima eram as estirpes. São um, dois, dez séculos de continuidade histórica realizada por essas estirpes. É preciso notar que os historiadores são concordes e m afi rmar a existência de obras que prec isam ser levadas a cabo por várias gerações : a fundação de certos países, o desenvo lvime nto de determinada política, a criação de certas fontes de prosperidade. A ins tituição que, de direito natural , asseg ura a realização da obra hi s tórica a través das gerações, é a família. É a estirpe que faz com q ue, ao longo das gerações , uma dinastia realize uma obra, uma família de s ineiros aperfeiçoe certo tipo de sinos, uma fa mília de viti c ultores c heg ue a prod uz ir um vinho excele nte , o u um a de professores apure um s istema didá tico incomparável. S ão obras de geraç ões, e são as obras mai s profundas da Hi s tória. De dire ito natural , devem ser desenvolvidas por estirpes .
A força da tradição "O sopro impetuoso dos novos tempos arrasta na sua voragem as tradições do passado. Mas, com isso, vem mostrar mais claramente o que está destinado a cair como fo lhas mortas, e o que, pelo contrário, pela força da sua vida interna, tende a manter-se e a consolidar-se".
( Discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pio XII, Tipografia Poliglotta Vaticana, l l- 1-1951, p. 423).
Punição ou recompensa às famílias ainda 11esta 1'eJ'ra Os homens, sendo eternos - no sentido da imortalidade da alma humana - , serão julgados na vida eterna; mas as nações, não o sendo, receberão prêmio ou casti go ainda nesta Terra. O mesmo se d á com as famílias: como tais, não se salvam nem se pe rdem; tê m a recompen sa ele s uas qualidades ou a punição de seus defeitos m es mo nesta Te rra. Certas famílias terão até seu anjo da g ua rda próprio . Este é o mi sté rio de que nos fala muitas vezes a Sagrada Escritura: famíl ias que são c hamadas a uma certa missão, recusam e sae m do cenário hi stórico ; outras, que correspondem à graça, começam a florescer e Deus faz nasce r delas homens inteligentes, capazes, ilustres.
Não quer isto dizer que cada família que empobreça, isto s ucede como punição; mas de um modo gera l, pode-se dizer que a ascensão ou decadência das famílias está relacionada com o uso que tenham feito das graças divinas. Um homem, pois, asseg ura a continuidade e ascensão de sua estirpe, praticando atos de virtude que se somam, como que numa balança, aqui na Terra. O bem de um avô recairá sobre o neto. E muitas vezes a punição de um acaba caindo sobre o descendente*. Tal é a continuidade da família, que a sua balança na justiça divina é uma só.
A fa1nília mode1'lla vive na anticonatumlidade Uma das razões do tédio da vida de fam ília hodierna consiste no fato de, muitas vezes, serem famílias frustradas; as personalidades e a conversa também o são; e uma das frustrações - quanta maldição daí provém! - é que ne m todos os filhos nasceram [devido a abortos, controle artificia l da natalidade etc.]. Numa fam ília do Ancien Régime ** - nobre ou plebéia, porque todas são miniaturas umas das o utras, desde a família do rei até a do mais pobre - todos pensam e sentem do mesmo modo, todos se quere m, a prole é fecunda, a família existe efetivamente. Se vão passear juntos, é porque lhes é conatural estarem uns com os o utros. Com a atua l decadê ncia das famílias, isto tudo j á não mais se dá. Se e las fossem estirpes, todos sentiriam tal conaturalidade; cada comentário feito por um repercutiria em todos de um modo agradável; seria uma espécie de sinfonia. Hoje é uma cacofonia pobre, com poucos instrume ntos e dissona ntes, porque quase n ão são mais sonantes !" •
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Notas da Redação:
* A esse respe ito, di z a Sagrada Escritura: "Eu
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CATOLICISMO
sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqiiidade dos paü nos filhos, nos netos e no., bisnetos daqueles que me odeiam, mas uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos" (Ex 20, 5-6). Antigo Regime: Denom in ação francesa para a época hi stó rica ini ciada com o Renascimento, e que se estende até a Revo lução Francesa de 1789.
SETEMBRO 2003 -
1 São Gil, Abade e Confessor Séc. VIII. Originário da Grécia, estabeleceu-se no sul da França e fundou uma comunidade de monges. Foi muito procurado para a cura de enfermidades do corpo e da ai ma.
2 Santos ,Justo, de Lião, e Viator, Eremitas Séc. IV. Justo, amigo de Santo Ambrósio e Bispo de Lião, na França, desgostoso por seus fiéis terem linchado um louco assassino que se pusera sob sua proteção, retirou-se com um di sc ípulo, Viator, para o Egito, onde levaram a vida penitente dos padres do deserto até a morte.
3 São Gregório Magno, Papa. Confessor e Doutor ela Igreja + Roma, 604. De família senatorial romana, muito jovem foi prefeito da cidade. Herdeiro de enorme fortuna, fundou seis mosteiros, fazendo-sebeneditino em um deles. Eleito Papa, exerceu o governo da Igreja com firmeza e energia, destacando-se sua obra na organização do culto e do canto sagrado.
.4 Santa Rosa de Viterbo, Virgem + 1252. A vida desta santa é realmente um prodígio. Terceira franciscana e pregadora popular aos oito anos, foi desterrada para Soriano pelo Imperador Frederico II, inimigo da Santa Sé. Retornando a Viterbo, fundou um convento, que foi fechado pela inveja de
outras monjas. Faleceu aos 17 anos de idade, já aclamada por todos como santa.
vítima de moléstia contraída ao atender empestados.
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São Nicolau de Tolentino, Confessor + Itália, 1305. Da ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, sua vida foi semeada de aparições celestes e perseguições do demônio. Apóstolo na pregação e no confessionário,já lhe eram atribuídos milagres em vida.
São Lourenço Justiniano, Bispo e Confessor + Veneza, 1455. Patriarca de Veneza, distinguiu-se pela santidade de vida e caridade para com os pobres. Modelo de Bispo, é considerado o inspirador da reforma eclesiástica levada a efeito um século mais tarde pelo Concílio de Trento. Primeira Sexta-Feira do Mês
6 Santo l<:leutério, Abade e Confessor + Roma, 585. Abade do mosteiro de São Marcos, em Espoleto. São Gregório Magno, que o conheceu, afirma que, entre outros milagres, ele ressuscitou um morto com suas lágrimas e orações. Primeiro Sábado do Mês
7 São Clocloaldo ou Cloud, Presbítero, Confessor + Saint Cloud (França), 560. Neto de Clóvis, tendo seus tios assassinado seus dois irmãos para apoderar-se de seus Estados, Clodoaldo renunciou ao mundo, fazendo-se eremita. O lu gar onde construiu uma igreja e fixou seu recolhimento, próximo a Paris, até hoje guarda seu nome.
8 NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA Celebra-se essa festa para se honrar o Nascimento daquela que viria a ser a mãe do Redentor e nossa.
9 São Pedro Clave,; Confessor + Cartagena (Colômbia), 1654. Apóstolo dos Negros, nasceu na Espanha e partiu para a então Nova Granada. Por mais de 40 anos fez apostolado com negros, morrendo
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11 Santos Proto e Jacinto, Mártires + 257. Estes dois irmãos, escravos, por sua influência converteram a filha de seus donos, a menina Eugênia que, como eles, sofreria também o martírio.
12 SANTÍSSIMO NOME DE MARIA Essa festa foi instituída pelo Papa Inocêncio XI para celebrar a libertação de Viena que estava sitiada pelos turcos, em 1683 - efetuada por João Sobieski, Rei da Polônia.
13 São João Crisóstomo, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja + Armênia, 407. Um dos quatro grandes Doutores da Igreja Oriental, foi Bispo de Constantinopla, onde notabilizouse por rara eloqüência, donde seu nome Crisóstomo (Boca de Ouro).
14 EXAL:l'AÇÃO DA SANTA CRUZ DE NOSSO SE MOR JESUS CRISTO Essa festa comemora a recuperação triunfal da verdadeira Cruz das mãos dos persas, em 630, pelo lmperador Heráclio.
15 NOSSA SENHORA DAS DORES Festa instituída por Pio VII em 1814, em substituição a duas outras muito antigas, para rememorar as dores da Co-Redentora do gênero humano.
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Santos Cornélio, 1 apa, e Cipriano, Bispo, Mártires + 252 e 258. Esses doi s mártires aparecem juntos no Cânon da Missa. São Cornélio governou a lgreja de 25 J a 253, sendo desterrado pelo [mperador Galo. São Cipriano, Bispo de artago, exerceu, por sua virtude e sólida doutrina , extraord inária influ ência no norte da África, onde foi martirizado.
São MaLeus, Apóstolo e l'.:va ngelista + Antioquia, Séc. T. Deixou sua mesa de arrecadador de impostos em Cafarnaum quando o Senhor, fixando-o, disse- lhe simplesmente: "Segue-me". Foi o primeiro que, por inspiração divina, escreveu o Evangelho.
17 São Roberto Bclar·mino, Bispo, Conl'csscll' e Do111.01· da Igreja + Roma, 162 1. J ·suíta, autor das admiráveis on.lrovérsias, obra em que refuta os sofismas protestant es. Foi Arcebispo de Cápua, ardeal, consultor das principais Congregações Romanas e conselheiro de vários Papas.
IU São ,losô <lc C11pcrtino, Co11l'< 'sso1· + llá lia , 1663. Esse !ilho de São Fran ·is ·o compensava abundant ·111 nt cm inocência e si111plic idade o que lhe faltava d · dons natura is.
19 Sao ,lo11 11{11•io, lfo;po, e seus Co111 pa11hci ros, Mártires + Bcn ·v ·uto, 305. Na perseguição movida pelo Imperador romano Diocleciano, Janu ário foi lançado às feras com víírios dio ·csanos. Como elas os poupassem , deceparam- Ih ·s as ·ahcças.
20 S1 1111,o 11:w-;1 11q11lo e Co111p1111h<'il'OS, MIÍl'Lircs
22 São Tomás de Vilanova, Bispo e Co11l'essor (Vide p. 36)
23 São Lino, Papa e Mártir Séc. 1. Primeiro sucessor de São Pedro, governou a [greja por L1 anos, sendo então decapitado.
24 São Vicente Maria Strambi, Bispo e Conl'essor + Roma, 1824. Pass ioni sta, grande pregador popular e depois bispo, recusou-se a fazer o juramento de fidelidade a Napoleão, que usurpara os Estados Pontifícios, sendo ex ilado por sete anos. Leão Xll aceitou depois sua renúncia ao episcopado, tomando-o como seu diretor espiritual e conselheiro.
25 São Firmino, Bispo e MárLir + Amiens, Séc. lf. Originário da Península fbérica, de nobre família, foi sagrado Bispo aos 24 anos para converter os pagãos na antiga Gália. O governador pagão mandou prendêlo e assassiná-lo discretamente no cárcere, para evitar revolta popular em seu favor.
+ Roma , 1 O. Eustáq uio foi
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um dos 111:i io1l'S g ·nerais do exército imp •d ai e notável por sua caridadl', apesar de pagão. Convcrt ·11 se ao t.·iistianismo e sofreu o 111a1tuio com a esposa e dois filho s, assados dentro d • l'IIOl'llll' 'státua de metal aqu ·cida.
Santos Cosme c Damião, Mártires Séc. Ili. Irmãos gêmeos de origem árabe, médicos, segundo a tradição operavam curas milagrosas. Por isso a Igreja os invoca contra doenças do corpo e da alma. Não
querendo sacrificar aos ídolos, foram martirizados na perseguição de Diocleciano.
27 São Vicente de Paulo, Confessor + Paris, 1660. Cognominado o grande Santo do grande século na França. Fundador dos Lazaristas e das Irmãs de Caridade. Praticamente não houve atividade religiosa ou de caridade a que não estivesse ligado. Os religiosos e religiosas das Congregações que fundara foram peças fundamentais para fazer o protestantismo retroceder e perder força naquele país. No Conselho de Regência, foi res ponsável pela nomeação de bispos virtuosos, o que auxiliou a realização de uma verdadeira reforma religiosa. Incentivou que fosse feita uma cruzada contra a [nglaterra, que naquela época perseguia cruelmente os católicos. Tal cruzada não se realizou devido à oposição do Cardeal de Richelieu.
Intenções para a Santa Missa em setembro Será ce lebrado pelo Revmo. Podre Davi Fran c isquini, nos se guintes intenções: • Em honro do Exaltação do Santo Cruz de Nosso Senhor Je sus Cris1o - festa que se comemoro neste mês - , pedindo poro todos os colaboradores, as sinantes e leitores de Catolicismo, bem como poro os portici pon1es do Aliança de Fátima, o amor à San to Cruz e os forças necessários poro não recusarem jornais as cru zes que se apresentarem ao longo de suas vidas.
28 São Venceslau, Mártir + Boêmia, 929. Duque da Boêmia, praticou as mais heróicas virtudes. Foi assassinado enquanto rezava na igreja, pelo próprio irmão, pagão, que ambicionava o trono .
29 São Miguel, São Gabriel e São Rafael, Arca njos (Antigamente: Dedicação de São Miguel)
30 São Jerônimo, Conl'essor e Doutor da Igreja + Palestina, 420. Nascido na • Dalmácia, foi o oráculo de seu tempo e temível polemista contra os hereges. O Papa São Dâmaso confiou-lhe a tarefa de traduzir a Bíblia para o latim. A Igreja atribuiu-lhe o título de Doutor máximo na ciênc ia da interpretação das Sagradas Escrituras.
Intenções para a Santa Missa em outubro • Que Santo Teresinho e São Judas Tadeu, cujos festas se come moram em outubro, intercedam junto o Deus pelas necessida des mais prementes de todos os lei tores de Catolicismo, dos parti cipantes do Aliança de Fátima e de suas res pectivas famí lias. • Que Nossa Senho ra Aparecido, Rainha e Padroeiro do Brasil, li vre nossa Pátria de co nvul sões socia is no campo e nas cidades, preservando as famíli as brasileiros do violên cia, do desordem e do perseguição religioso.
SETE
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'l FPs realizam o Terceiro Curso Internacional de Verão 1
A encantadora Áustria foi o país escolhido para o evento deste ano ■ CARLOS EDUARDO SCI-IAFFER Correspondente na Áustria
Viena - Reali zou-se na Cartuxa Maria Trono de Deus, na peque na c idade de Garning, situada a cerca de 130 km de Vie na, o J]l Curso Internacional de Verão das T FPs, entre os dias 26 de julho e 2 de agosto. O ponto alto foi a presença da Imagem Peregrina Inte rnacional de Nossa Senhora de Fátima, a mesma que chorou miraculosame nte e m Nova Orleans, e m 1972. Vinda dire ta me nte dos Estados Unidos, a Imagem Peregrina pres idiu as reuniões dos quatro prirne.ros d ias e derramou copiosas graças sobre o eve nto.
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CATOLICISMO
O C11 r.\'/I ri,• \4•rrio, o terceiro já reali zado 1111 li111 o p11, nhriu urna nova tradição de ·oupn·ssos promovidos pelas TFPs, afirmou 1)1 , ( 'uio Xavier da Silveira, na aberlura do t• n ·ontro que congregou jove ns un iwrs,1 11 ios provenientes de 15 países da H111 opu · das três Américas, num total d • l '10 p:111 it'ipantes. Ess • 111 ( '111 ·.1·0 de Verão teve corno leitmoti v a 111111 lisl· da formação da C ri standade rn ·dil•val , s ·u desenvolvimento a pa rtir du 1' l' lll u 111par de Carlos Magno, seu ·spl ·11drn · sua decadência, em virtude da t·x plos:ío do processo revolu-
cionário, be m corno as poss ibilidades e perspec tivas de sua restauração em nossos dias, à luz do pensamento do Prof. Pli nio Corrêa de Ol iveira, expresso e m sua obra Revolução e Contra-Revolução. Os congressistas· assistiram não some nte a um largo leque de expos ições doutri nári as - traduzidas s imultaneamente para o inglês, francês, alemão, espanho l, itali ano e polonês - , mas também tivera m a possibil idade de conte mpl ar de perto alguns dos estupendos frutos qu a Igreja e a C ivili zação Cri stã produziram na Áustria. Constou do pro-
grama urn a peregrinação ao Sa ntuário Nac ional de Mariazell , onde, numa igreja barroca e m meio a montanhas, se encontra a imagem de Nossa Senhora Magna Mater Austriae, Regina Hungarorum et Domina Gentium Slavorum (Grande Mãe da Áustria, Rainha dos Húngaros e Senhora dos Povos Eslavos). Visitaram ainda a ime nsa e esple ndorosa Abadia benedi tina de Melk, a cerca de 100 km de Viena, onde Maria Antonieta repousou urna noite, em sua vi agem a caminho da França, onde iria se casar com o Delfi m, o futuro rei Luís XVJ. SETEMBRO 2003 -
www.tfp.org.br A capital austríaca também fez parte do programa cultural. Alé1u de um passeio pelas avenidas centrais de Viena, de uma vi sita à Catedral de Santo Estêvão e ao Palácio de Schõnbrunn, os participantes puderam apreciar, numa excelente visita guiada, os tesouros incomparáveis do Sacro Império Romano Alemão contidos na Schatzkammer (a C â mara do Tesouro da Hofburg). Promovido pelas TFPs da França e da Áustria e pela Associação alemã DVCK e.V., o Curso de Verão - ou Som-
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merakademie, contou com a presença de Mons. Juan Rodolfo Laise, bispo emérito de San Luís (Argentina). Na homilia que proferiu na Missa de abertura, conclamou os jovens presentes a seguirem o admirável exemplo de Plínio Corrêa de Oliveira, defendendo os valores da Civilização Cristã, ameaçados hoje em dia pelo laicismo persecutório e pelo crescente perigo da expansão islâmica. Encerrou-se o Curso de Verão de 2003 com um jantar sole ne no "Priilatssaal ", o salão mais imponente e impor-
tante, do ponto de vista histórico, da Cartuxa de Gaming. Foi nesse local que, em meados do século XIII, o Duque Alberto II decidiu estabelecer Viena como capital de seu Reino, a nascente Áustria. Ao final do jantar, discursaram jovens estudantes das delegações dos países representados. Além de agradecerem os ensinamentos recebidos, manifestaram seu desejo de voltarem a Gaming, ainda em maior número, para a próxima Sommerakademie, em 2004. • E-mail do autor: cschaffer @oestj ugend org
Com a palavra os jovens universitários A lguns cios congrnssistas clel'am entrevistas a CaWlicismo. ão havendo espaço para a publicação integral delas. trnnscrevcmos apenas alguns trechos: Fernando Firmino (Cri ciúma -
Brasil)
"Recebemos nesta Sommerakademie uma visão única da História. Uma visão que nos dá uma perspectiva para analisar os fatos . O noticiário atual na TV e nos jornais nos dá um panorama confuso, nos apresenta falsas doutrinas, sem nenhum referencial verdadeiro. Com as conferências que ouvi, sobretudo aquelas que trataram do Sacro Império Romano Ale mão, pude perceber que, na realidad e, a verdadeira Religião é a Católica e, em face disso, a contradição que existe em aceitarmos influências que não são católicas" . Thomas Tricoli (Hannover -
Infelizmente, muitos jovens não levam uma vida cristã e acabam caindo na pista erra da. Por isso, sou da opinião de que organizações como a TFP, a DVCK e.V., a dsterreichische Jugend devem agir de modo preponderante, no sentido de proteger a juventude" . Daniel Pribble (Chicago -
Estados Unidos)
"Foi algo inteiramente novo para mim. Nunca tive algo assim nos EUA. ■ Apreciei muito todas as ex posi ç ões, sobretudo o tem a da IV Revolução. Aliás, preciso di ze r que todo o ambiente aqui é totalmente o contrário da IV Revolução, a começar pelo modo de as pessoas se apresentarem" .
Alemanha)
"As conferências represen taram um grande enriquecimento para mim . Eu não tinha uma idéia completa da Revolução anticristã, em particular a que afeta o clero. As pa lestras abriram os meus olhos para esta problemática. Pud e compreender mais a fundo o problema da Revolução.
Antonio Caldarelli (Roma -
Itáli a)
"Com a Sommerakademie, pude ter um quadro mais preciso da atual situação do mundo . Vol tando à Itália, quero sobretudo agir de modo coerente com os ensinamentos aqui recebi dos, e também usar a palavra para convencer outros .
Reputo importantes três temas tratados : Primeiro, a figura de Carlos Magno . Não tivemos na escola uma apresentação de sua envergadura moral tão abarcativa quanto a que nos foi dada aqui. Segundo, a ameaça que representa esta onda de anticristianismo, que está se abatendo sobre o mundo e arrastando a juventude. Terceiro, a verdadeira devoção a Nossa Senhora , segundo o método ensinado por São Luís Grignion de Montfort" . Oscar Eduardo Ayala Quintana !Truiillo -
Mieczyslaw Betkowski (Cracóvi a -
Polônia)
"Gostaria de agradecer a todos os organizadores, a todas as pessoas que torna ram possível que nós estivéssemos aqui . Para mim e para meus colegas da Polônia, foi uma honra estar aqui e poder ouvir as exposições feitas. Constituiu uma formação profunda para nós. No futuro, estaremos muito mais fortalecidos, e esta influência benéfica marcará nossas vidas".
Peru)
"As conferências nos ajudaram bastante para compreender melhor e mais o pensamento de Dr. Plínio Corrêa de Oli veira e como aplicá - lo na atualidade. N e s t a Sommerakademie, pudemos tocar a História com as mãos . Pu demos entender como foi o Sacro Império Romano Alemão e sua influência sobre os países hispano-americanos, a arte, o labor missionário, como pôde surgir esta coisa tão maravilhosa, que foi a Civilização Crista ".
Víctor Manuel Carvalho Pinto (Porto -
Portugal)
"A Sommerakademie contribuiu fundamentalmente com esclarecimentos sobre o que realmente se passa na atualidad e. Entendi m elhor a crise do mundo moderno, denominada pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira como Revolução, e que atinge a maior parte das pessoas . Ela está de tal modo infiltrada na sociedade atual, por onde estamos assistindo a uma perda de todas as tradições católicas antigas" .
A floresta, o castelo e a e ça A associação francesa Avenir de la Culture, conhecida pela eficácia na luta contra a degradação moral nos meios televisivos, promove concorrido concerto de trompas de caça ._ W11
N
/\BRl[L DA SILVA
O 111 ·s de ju nho na França, ·0111 s ·us longos dias de ver. o, ·spec ialmente propí ·io : s aprese ntações culturais ao nr livre. Desde os exuberaul ·s ·spctáculos das fontes d · Y, ·rsalhes aos maravilhosos l'o 1 0s de artifício de hanlill y, uma constelação d· llH111 ifcstações culturais movi111 ·n la a vintena de regiões . Íi qu as • uma centena d· d ·parl11 111cnlos ou milhares d · ·omunas que se mobili;,,am ·111 !orno de festas, eut •raud • pmtc priv ilegiando al 1• u111a lradição local. Oulnts, inl' ·lizmcnte, não passam d ' lll'Íludos shows ao som d • h1tt ulus rock, rave, funk, p1111~ l' d •formações do gênero. ou1 Sl'tt Sl' ·r •lariado nacional i11st11 lodo no hclo castelo do .Ju 1• lt1 , ·omuna de Sain1 -S11u w11r Marville, no Thymcrai s, a C:l'lll quilômetros a o ·sll' <k Paris, a associaçfio /\ 1'/'IIÍI' d,• la Culture (" Futuro do C'ult ura") te m promov id o upr ·sentações musicui , co111 vislas ao ince111 ivo dn c11ll11rn local. Essa asso ·iaç:10 tornou-se amplamenlc l'Olll ll'nda ·m toda a França por 1,11:1 luta contra a pomo •rnh t 11:1 tl'lcvisãoe nos meios d · cou111n icação e m geral , hc111 c111110 p •la denúncia da r ·volt ui:\o cultural que destrói a f1111 11hu l' a cultura.
Paris
À direito :
aspectos do opr s ntoçã o CATOLICISMO
O concerto de trompas de caça que patrocinou no dia 22 de junho último foi particularmente concorrido, atraindo uma expressiva afluência de cerca de 1.500 pessoas da região. Seis comunas vizinhas fizeram -se representar por seus maires - equivalem mais ou menos aos nossos prefeitos municipais, acumulando funções de juiz de paz. Com seus belos uniformes, ao gosto dos séculos XVIII e XIX, apresentaramse os conjuntos de trompas de caça le Cercle du Vol CE L' EST, de Rambouillet, Le Rallye Trompes de Bonelles, cidadezinha do vale de Chevreuse, perto de Versai lles, e
Les Echos de la Fontaine aux Liards, de La Loupe, pequena cidade do Perche, vizinha do Thymerais. No programa, trechos de missas de SaintHubert, o patrono dos caçadores, fanfarras de animais e de circunstâncias, fanfarras de equipagens de caça e cantos. Depois de uma curta retrospectiva sobre a caça, com todo o seu cerimonial e parafernália, os sonneurs (músicos de trompa de caça) se apresentaram de modo brilhante, sobretudo na pàrte final , quando os três grupos tocaram em uníssono. Em suma, o público que comparece u ao Jaglu saiu plenamente satisfeito. • E-mai I do autor : wga bri el @wa nadoo.fr
SETEMBRO 2003
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www.tfp .org.br
· Caravanas da TFP:
oportuno alerta anti-agro-reformista T rês caravanas, compostas de jovens cooperadores da entidade, percorreram sete estados divulgando obras da TFP e esclarecendo a opinião pública sobre a grave situação em que se encontra nosso País
na<.lél 111:110 •ross · nsc .
"(,'oslnrir1 de ler essa coragem. para fa zer tal campanha co111m 111\1/S't ; e lowJ nesta cidade [Cantaga lo"J, que é território deles. \tíwh· 111111 11111i1a coragern!" - foi a a firm ação ele um
GELBO PEREIRA
ho m · 111 s urpr ·so • ad mirado com a reali zação ela campa nha. - 1 • lllllil s •nho ra ela mes ma cidade: "É, eslou com rnedo ...
ALEXANDRE M ARTINS DO N ASCIMENTO D ANI EL M ARTINS
egundo os conhecidos ve rsos de Gonçalves Dias, "A vida
é combate / Que aos fracos abate / Que aos fortes, aos bravos,/ Só pode exaltar" (Canção do Tamoio). Realmente, a atuação das carava nas é um verdadeiro e gra nde combate. Mas um combate e m prol de um ideal , contra tudo aquilo que é oposto à Civilização C ri stã. Isso não foi e xceção na a tuação das três caravanas, que durante as férias de julho percorreram cidades do DF e dos estados do ES, GO, PE, PR, RJ e SP. O s jove ns caravanistas num total de 34 - passara m por várias localidades, esclare cendo as popul ações sobre os d anos impostos ao Brasil com a impl antação de uma Reforma Agrária socia li sta e confiscatóri a, e lançando um alerta contra as invasões de propriedades no campo e na cidade. Além disso, distribuíram quase 100 mil exemplares do comunicado da TFP intitulado O MST acelera marcha das invasões no Brasil, divulgaram a Medalha Milag rosa e livros com a M e nsagem de Fátima, a fim de propagar a de voção à santa M ãe de Deus. A boa acolhida por parte do público foi geral, atestada por diversos jornais e rádios - vários, inclusive, difundiram ao vivo entrevistas sobre a ação que a TFP e mpreendia nas cidades-, e algumas TYs loca is notic iaram a epopéia desses caravanistas.
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TFP protesta contra os Trabalhadores Sem-Terra Representantes do Movimento TFP dislribu rom panfletos, ontem, em Campos, <ontro o MST O l\ iovimc-nto Tradição -agrária íiw. com qot• o tml»'Frunfti.1 e Propricd."dc (Tl'I'') lh.ldor m~I se transforme ÍI':>: ontem pela manhã. no num <k.-pm<Jffll do gover~ cm C-'.mpos. um111 no. ~ de empregos distribuiç.io <lc p.i,,ncto.,. altl.'11Wlivos par.ti Q!- manter rootmoMovimcntodosTm· e o custo d<' RS 20 bilht~ b.111~ RumisSem--TeJ-- g."!,,tCIS 1'10!,"0\'émOF,iC no ti\ (fl,.iST). assaentnmcoto M 600 miJ bo ma letin l Impresso n mílin~ M (_-olaburo u para TFr di~ qul'.' os lfdC'res do rnantcro~dcUwasõcs ~T ,oagit~ atkiam do MS,-. pe!ISQ3S sunpk'S para .1tingir Ainda ~ ndo • nr. o seus objcth "('G I'.' que "'(.'Cl6ht• Ja.1ST nlw '"rontr,1 a lei invamnm invndlr, S.""JUC-V I'.' de-- dindo propricdadar. n"l..1!30preda r fn~ndas". Para a Jn gado. cJe1nolh\do e,,:-a, TFr A refonn.'l :igr,lri;, 11.'$1;1 rur;iis, destruindo pl:i nt,1.,-1 Ír:K'ass.Kia e ns terras (W)(je Çt"'lL-..., f.u,e,r-do n...~l!ol e <1. ._ ci. ~ t:uncntos s\o feitos pa- minando .1 violi!nda.• No mm de produzir-ou têo\ sua p.'Ulík."10 ~i~ un\a pa,qui-l~t-;;ionJX""S 1::iar.1 a sul,- .s:1-!IOOn• ll l"t'ÍOrml\ ~ria e C'I Slsté:ndn. ns primeira$ mil ~ \JUC:
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A seguir, transcreve mos excertos de um dos relatórios de viagem , redi g ido por um caravanista residente e m Brasília: "Enquanto fazíamos as campanhas, percebía mos no público g rande simpatia e abertura em relação à TFP, e antipatia para com o MST e congêneres. Alg umas dessas ma nifestações: - De uma senhora curitibana: "Ainda bem que vocês são
contra a Reforma Agrária, pois do contrário começaria abrigar com vocês agora mesmo". - Um senhor, que tinha feito parte do MST, di sse: "Moro no norte do País, e deixei lá meus filhos e esposa por causa do trabalho. Já passei por quatro invasões de terra, e a gente vive CATOLICISMO
ameaçado pelo M T Quando ouvirem falar de 'sem-terra', enten.da.111 'hr111rlirlos e a.1·sassú1os '. Eles invadem., n·1.atam., roubam. ga lo, e.,·fm MC/111 as máquinas, soltam os bichos das criações, ,, q11011rlo soe111, incendeiarn as casas". · uma o ulra senh ora: "Fico indignada com essas invasõ ,.1· rio MS'f: ,~·o pior é que padres apóiam. esse tipo de gente. Isso é 11111 11 IJ.l'llrrlo. Tenho alé alguns parentes que são conlrários à IM1"<'.i " por causa disso ". "Nrí,1· 1(11!,cu11os uma fa zenda na região de Cuiabá, que em 11osso g111,lw-püo, ,nas por causa das invasões do MST 1i v1'1110.1· 1;11 1' ve11dê- la e vir para cá " - in formo u uma indi g-
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~&;n!:;t,!::~-:so~ =~'7::S,:~;.
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~pond~ a 20 milh~ de hcd.ires o que cqulvnl~ria
11riitiro de Pn.'Vt:f'l('io ronb"a hwasõés". t\té o fotharncn-
dd: tõi foram alxuldonoo:l!l. 1a,'l$àoda'll-1 1 a.n..-fomlol
: . ! ~ ~ ~ ~ do MST p:1·r.t coment.-v a opinião do n'-ltl"NI d;,1FP.
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Flagrantes das campanhas em vários estados brasileiros
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m.edo r/1• 110111,r o comunisrno. Subiu o Lula, e ele não está fa zendo 11 11rlo co11/m os 'sem-terra'. Pensando no .fúiuro, nós fomosj1111/1111 r/o 11mpriedades, mas se o comunismo vier a genle perde 111r/o. Nossos avós vieram para cá e desbra vararn tudo, e agom os ·.1·1•111 -rerra · vêrn, querendo tomar tudo pron to ". - /\p< s ·0111prar os li vros e recebe r o comuni cado da TFP, o ulr,1 s · 11I Hll'11 observo u: "É wn absurdo esses senHerra! OuIro clinJi,i ri<' r·11rro deixar uma.filha em. outra cidade, e passei por 11111 nr ·n11111w11e1110 de les. É uma ve rgonha, eles não fa zem na lo! ti' 11i11r q11e bicho! Ficam. o dia inteiro sern fa zer nada ... Bi ·!,o 11l'ln 111c•11os se ,nove e fa z alguma coisa ". lJ 111 11 la,r.e nde ira, clo na de e mpresa agropecuá ri a, pe rguntou : ·• \l111 ·1 ,1· .wlo ca tólicos?! Mas não são os católicos que esteio /JI Yll/1 //l '<'llrio estas barbaridades ?" Emoc io na ndo-se mui to, por w, ni tó licos contra as invasões, e ao mes mo te mpo tri st • d · v1•r nlg u ns setores ela 1g rej a progress ista apo ia nd o essas ·oi s11s, l'otH.: lu iu : "Certa vez, na Igreja, duran/e a rnissa, o
padr<' 1•,1·/111 1" fa ze11do o sermão, def endendo os 'sern-lerra '. Fiq11('/ i11rlig11orlo e co1111nuita raiva, e aí resolvi sa ir da igreja pom 11 1711 ,·,•il,·r à 1e111ação de bater no padre". 1h' 111n 11 pessoa q ue passava, durante nossa ca mpa nh a: " (,; n•n/1111'11/1' 11111 absurdo o que esse pessoal eslá fa zendo, e i1i/<•li-;.111 1•11/1' 1·11111 upoio de genle da Igreja. Rezem pelo meu 11111rir/11. W, • s,• w m ou protestante, porque o padre daqui é a .ft11 111r r/n 1\/S't : No igreja daqui, ele não põe n-1.ais os pés. Eu c1111111 sn1111111ll11'1; 111e11os esquentada, conlinuo indo, porque o r1111· o INlrl /'1 ' <li . ,•11 /ra por um ouvido e sai pelo ou tro" . ( ),1· .11 •111 1,•rra i11vadircun a fa zenda vizinha à rninha I na ·idnd(' dl' l 'i11lt ao - PR!, chegaram lá e cortaram. rodas as rín •n1·, ,1 , , r/, •11oi.1· 1 e11deram a madeira. Ai de núm se eu toca r e111 11/,~1111111 11n orc• de minha propriedade! Mas para eles não IC'/11,, m/Jl, •111(1111'111111111, nenhuma punição. Eles não fa zem nada. ()11!/'II 1/i11 , t'/1 •.1· n•ce/Jeram calcário do governo para a plantaç<111, 11111,1 ,, ,,11,•Ji-:.erwnfoi vender o ca lcário. Eu mesma con1pn•i 1°1//1 °111 in i/l'ies a preço de banana ", na rro u um a o utra fa1
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z ' lld t·it11 11111 polil'iul afirmou que den tro cios aca mpa me nlos h1:'í as pirn·1•,s l't11 s11s: armamento , trá fi co ele drogas e tc. •
TFP na ExpoAgro de Campos Foram cinco dias de contato com o público da Feira, que contou com a visita de aproximadamente 200 mil pessoas ,
ALEXANDRE M ARTINS DO N ASCIME NTO
a 44ª Fe ira Ag ropecuária e Industrial de Campos dos G oytacazes (RJ), reali zada e ntre os di as 2 e 6 ele julho último, a T FP montou seu stand, a fim ele difundir mate ri a l acerca da grave questão ag rária no Bras il ele hoje - com o o rece nte lançame nto ela o bra do jorna li sta Ne lson Barreto, Reforma Agrária - o nú to e a realidade - e manter contatos com os vi sitantes, ele modo especi a l co m os propri etá rios rurai s. Esses são os mais partic ularme nte a meaçados pel a ag itação rura l promo vida pe lo MST. N este eve nto, a TFP di stribuiu seu ma nifesto denun cia ndo a atuação desesta bili zado ra de líderes do MST, mo vime nto que te m pro mo vido invasões inclus ive de terras produtivas. E e ncontrou , de modo geral, os pro pri e tários rura is basta nte preocupados com tal atu ação subve rs iva. Para c itar um exempl o : um faze nde iro mine iro, que vi s ito u o stand, ex clamo u: "É uma
ve rgonha para o Brasil o Presidente ap oiar tal movirnenlo guerrilheiro e ainda ter a ousadia de usar o boné deles". • E- mail cio autor: allexa nclre111n @bo l.co m .br
1~-ma i l para os autores: RevÇa1o l icismo @uol.co 111.br
SETEMBRO 2003
D11111
O pau~ista e o pernambucano ~
D ois modos de ser bem brasileiros, co1n ana]ogias < 11 rcln<;fío aos nobres europeus de cidade e de castelo.
O
J PUNIO C O RRÊA DE ÜLIVEIRA
pernambuca no é o pauli sta cio Nordeste. E foi verdade outrora que o pauli sta era o pernambucano do Sul. Antes da indu striali zação de São Paulo, o pauli sta era um bandeirante, sendo o pernambuca no do Su l, o ho mem ele guerra cio Sul. Pernambu co e São Paulo foram dois Estados dotados de espírito béli co . Nós, em São Paulo , lutamos pouco contra os invasores de fora, mas tomamos a ca rgo e a peito des bravar o Brasil , ocupando os nossos vastos es paços. Basta pensar que houve pauli stas qu e, andando a pé, chega ram até o Equador, 1ara "lavar as mãos 11 0 Oceano Pac(/ico ". Naquele tempo, sem estradas, atravessando a selva. É uma co isa renomenal 1
* Mas há uma diferença entre os dois tipos, que é a seguinte. O pernambucano é mui lo aparatoso no pensa mento, possui inteli gência forte, lóg ica e um palavreado substanc ioso, ri co. N ão o caracteri za o charme cio baiano, nem pretende tê- lo. Pretende ir direto às co isas e reso lvê- las . É sério, um pouco brusco, sendo dotado de sen horio. O pau li sta não é ass im. No tempo elas bandeiras, ele possuía algumas notas tÍJ icas qu e hoj e não mai s se observam. Ou seja, com o tempo o paulista foi se cosmopoliti za ndo, sobretudo se afrancesando. M as sem deixar de ser brasil eiríss imo. Este fator co nf ' ria um certo verniz ao pau li sta. Sou um gra nde admirador de vern izes, que em cima da madeira produzem o efeito da ed ucação em cim a do homem. E o pau li sta adquiriu um tom de vida pal ac iano, que não é próprio ao modo de ser pernambu ca no. O gênero pernambucano é o da casa grande do senhor de engenho. Do tipo cl aq ue! s nobres caçadores da Europa, com bi goele, meias longas, cães perdi gueiros e espin gar la na mão. Assim , há os nobres ele cidade, que são mais aje itados, e os nobres de caste lo. Enquanto o pauli sta é nobre de cidade, o pernambucano é mais nobre ele cas telo. •
Acima : O bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhangüera) , para impressionar os índios, ateou fogo ao álcool numa vasilha , que ele afirmou conter água
À direita: Batalha de Guararapes - Óleo de Vito r Meireles. Em destaque, a cavalo, o herói pernambucano André Vidal de Negreiros
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrê'a de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 26 de abril de 1990. Sem revi são do ui r. Note-se que ele era descendente de pernambucanos por parte de pai, e de paulistas por parte de mãe.
Nยบ 634 - Outubro 2003 - Ano LIII
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UMA R1
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PLINI O C ORRÊA DE ÜLIVE IRA
OuLUbl'O ele 200:3
Santa Teresinha do Menino Jesus U m luzeiro cintiJante no firmamento espiritual da Igreja m 1947, por ocasião do cinqüentenário do falecimento de Santa ·Teresinha, ocorrido em 30 de setembro de 1897, Plínio Corrêa de Oliveira, em artigo para o "Legionário", teceu interessantes comentários sobre a santa carmelita de Lisieux (França). Desse artigo - escrito em preito de gratidão por graças recebidas - destacamos um trecho para este mês em que comemoramos, no dia 1 º, a festividade dessa extraordinária santa de nossos tempos .*
E
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Nº 6~34
2
EXCER'l'OS
4
CARTA oo Dnm·mR
5
PÁGINA MARIANA A Virgem de Nazaré (Bel ém do Pará)
7
LEl'l'lJIM. ESPIIU'l'llAI, As bem-aventuranças
8
CommSPONDl~NCIA
10 A P /\1,AVRA
12 A
DO SACERDO'm
REA[,ll)/\IU: CONCISAMENTE
14
NACION/\J,
16
INnmNACIONAI,
18 Pm~ ou..:
Desarmamento civil. Sim ou não? Caos versus ordem no Iraque
NossA S1~NIIORA C110RA?
19
ENTIUWIS'l'A
23
INFORMATIVO RllRJ\I,
24
BRASU, REAL
Especialista questiona desarmamento
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Fe li z me nte, a f otog rafi a j á es tava inventada em di as de Sa nta Teres inha, pelo que conservamos o retrato autênti co da grande Sa ntinh a: singul arm ente bela, de traços regul ares, olh ar lumin oso e vasto, porte firm e, semblante reso luto, sua fi sionomi a dei xa tran sparecer qu alid ades que parecem opostas entre si - ao menos segundo a mentalid ade liberal - , co mo a bondade e a firm eza, a di stinção e a simplicidade, o per fe ito e abso luto domíni o ele si e a mais atraente naturalid ade. Se não poss uísse mos fotog rafia s el a santa rosa do Ca rm elo, que idéia tería mos dela ? A que nos apresentam muitas ele suas imagens: doce, ele uma doç ura sentimental e quase ro mânti ca; boa, ele uma bondade puramente hum ana e sem o menor sopro ele sobrenatural ; enfim uma jovem ele boas inclinações, se bem que exageradamente se nsível. M as nun ca uma Santa, um a autênti ca e genuín a Santa, um lu ze iro cintilante no firm amento espiritu al da I grej a ele Deus Verd adeiro. •
26 CAP/\ Obra providencial lançada há 1O anos 36
VrnAs DE SANTOS
39
'fRAOlÇÃO Concurso de bandas austríacas
42
D1scERNINDO
44
SANTOS
46 'fFPs
52
r,:
São Bruno, fundador dos Cartuxos
Sóror Catarina de Jesus Herrera
FESTAS
no Mf~s
EM AçÃo
AMBIENTES, Cos·1·uM1•:s, C1v11,11.Açfn:s
Esponsais de Nossa Senhora e São José
46 TFPs em ação
Nossa capa:
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Nossa rev ista, na celebração do centenári o da morte el e San ta Teresinha , pu bli cou m atéria espec ial sobre ela . Vide
Catolicismo , setem bro ele 1997.
CATOLICISMO
Foto de Plinio Corrêa de Oliveira em 1982 Fac-símile da capa do livro Nobreza e Elites Tradicionais Análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romano
OUTUBRO 2 0 0 3 -
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA .
Como já se tornou tradi ção nos últimos anos, Catolicismo presta neste mês a merecida homenagem àquele que fo i seu inspirador, mestre e principal colaborador. Até seu último suspi ro, em 3 de o utubro de 1995, Plinio Corrêa de Olive ira lutou em defesa da Santa Igreja e da Civili zação Cristã, deixando- nos como último legado escri to a porte ntosa obra Nobreza e Elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana. Livro que repercutiu no mundo inteiro, .notadamente em me ios intelectuais europeus. A matéria de capa da presente edição, em vi sta di sso, analisa essa admirável o bra - cujo IOº aniversário de lançamento comemo ra-se também neste ano - e sua expressiva repercussão. Nas vári as visitas que fez à Europa, o Prof. Plinio, observando a realidade dos países desse continente, pôde deter-se acuradamente na análise dos vestígios da civilização outrora gloriosa, hoje e m lamentável processo de decadê ncia moral e re li giosa. Ade mais, seu agudo senso da realidade permitiu-lhe utili zar suas conclusões a respeito da situação do continente europeu como elemento auxili ar, mas precioso, para delinear um panorama preciso da realidade do nosso País. Hodiernamente, os fatos nos permitem avali ar a assustadora veloc idade desse processo de decadê ncia europeu-americano e comprovar a exatidão das previ sões do fund ador da TFP. E m sua derradeira obra ele indica, poré m, que tal processo pode ser reve rtido medi ante uma reação sadi a das elites sociais autênticas, sob in spiração da Providência Divina, oomo já ocorreu antes no curso da Hi stó ri a. Esse magistral livro derruba por terra ve lhos mitos da mentalidade igualitári a de nossos di as e, ao mesmo tempo, reforça a importância das verdadeiras e lites para restaurar a Cristandade. Mas será que hoje ta is e li tes têm consciência de sua vocação hi stóri ca? Comportam-se à altu ra dessa mi ssão transcendenta l e de sua pos ição social? Tê m e las o direito de se aco modar e deixa r ava nçar na soc iedade os inimigos da Santa Ig reja e da Civilização Cri stã? As conseqüê ncias fun estas de uma certa aco modação já impregnam todos os ambie ntes. Os grandes me ios de comunicação di sseminam largamente o ideário do igualitarismo e do neopaga nismo. E mesmo nas escolas incentivam-se práticas contrá ri as aos manda mentos di vinos e à própri a Le i natural, afasta ndo cada vez mais a infâ ncia e a ju ventude de uma vida pautada pela virtude e mora lidade. Essa ve rd ade ira ob ra- prim a do in signe pensador e líde r cató li co exa la o suave aro ma daque la bend ita civili zação, fo rmada sob o bafejo benéfico da Santa Igreja. É a pa rtir dos prin cípi os e dos vestíg ios de ta l c ivili zação qu e as e lites devem fo rta lecer sua sad ia capac id ad e de reag ir e m defesa das tradições, da fa míli a, da pro priedade e de todas as inst itui ções cri stãs q ue sustenta m e revi goram as nações. Cabe às e lites, po is, to mar co m presteza a fre nte na di fíc il tarefa de restauração da C ivili zação Cristã. Se não o fize rem, deixa rão ca mpo livre pa ra os inimi gos continu a re m, com ce le ri dade, a infa usta ta refa de de mo li ção dos últimos vestígios da C ri stand ade. Desejo a todos uma boa leitura. E m Jesus e Mari a,
Paulo Corrêa de Bri to Filho DIR ETOR
Catolicismo @terra.com.br
Imponente manifestação de fé e devoção mariana no norte do Brasil V ALDIS GRINSTEINS
T
odo segundo do mi ngo de o utubro, mais de um milhão de pessoas conve rge m à cidade d e Be lé m d o Pará, a fim de homenagea r a Virgem de N azaré, num a co me mo ração re li g iosa popul a rme nte co nhec ida co mo o C írio de Naza ré . Nessa ocas ião a po pul ação já numerosa da capital parae nse dobra, e verifi ca-se tam bé m urna muda nça no estado de espírito da c idade . As pessoas torna mse ma is a má ve is, ate nciosas, e o re laciona me nto e ntre e las fica d ife re nte. T ão impo rta nte ma nifestação de fé não passa desapercebida aos jornais do mundo, dos ma is im porta ntes . Ass im , o "The N ew Yo rk Times" reconhece que é "a maior
f esta religiosa de um. país com a maior população católica do mundo. [... ] O Círio talvez seja o exemplo mais im.pres-
sionante [. .. ] a fo rça e viabilidade contínua de um catolicismo popular ".* O C írio de Naza ré é um e xe mplo de fest ividade católica de c unho po pul ar, numa é poca neopagã como a nossa.
Antiqüíssima tradição Co mo mui tas devoções nac io na is, esta ta mbé m prove io de Portuga l. M as não nasceu lá . Be la tradição narra que a imagem o ri g inal fo i esculpida por São José na pró pria casa de N aza ré, o nde morava a Sagrada Fa mília. Daí o no me da devoção . Tal imagem pe rmaneceu na Terra Santa e veio parar nas mãos de São Je rô nimo. Este, te me ndo pe la segurança da image m, devido aos ataq ues dos ini migos da fé, e nvio u-a a Santo Agostinho no no rte da Áfri ca. O s monges agostini anos levaram -na para a Es panha, e q ua ndo ocorre u a invasão muç ulma na e la fo i escond ida num local de difíci l acesso,
fi cando esq uec ida po r mui to tempo. Até que, e m 1 182, o no bre portug uês Do m Fuas Ro upi nho, pa rticipa ndo de uma caçada, estava para ca ir do cavalo num despenhadeiro. [nvocou e ntão Nossa Senhora e fo i salvo . Em agradeci me nto, mando u edifi car no loca l urna cape la, e os o breiros que a co nstruía m descobri ra m a image m. Este fa to é le mbrado nos vitrais da Basíli ca parae nse, o nde apa rece um cavale iro pe rseguin do um cervo, q ue cai num precipício . A devoção à image m foi aume nta ndo com os milag res e as graças o btidos por seu inte rmédio. Posteri orme nte, fo i di ante dessa im age m que rezou São Francisco Xav ie r antes de parti r a converter o O rie nte. E fora m os pad res jesuítas que tro uxera m, po r vo lta de 1653, esta excele nte devoção ao Bras il. A image m brasi le ira não é a o ri g in al, que a inda se e ncontra e m Portu gal. E m
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També m faz parte cio Círio uma romaria fluvial. A imagem é levada até a vil a ele Icoaraci. Em seguida, parte pe la Baía do Guajará, acompanhada de todo tipo de e mbarcações e mbande iradas até o porto de Belém. É um lind o espetáculo contemplar o ri o repl eto de barcos escoltando a image m. Não poderi a deixar de ser mencionado o costume ele preparar pratos típicos para essa festa. Se a procissão revigora a alma, é justo que o corpo receba também sua parte. Os pratos mai s apreciados na ocasião são o Pato no Tucupi e a Maniçoba. nosso País, a história começa quando, em 1700, um rapaz chamado Plácido de Souza e ncon tra nas margens do Igarapé do Utin ga uma im age nzinha esquec ida ou perdida. Ele pegou a pequenina imagem (que mede ape nas 28 cm de altura) e a levo u para casa. Entretanto, a imagem desapnreceu. Plácido voltou ao Iga rapé e lá a reenco ntrou . Novamente retornou para casa com a imagem. O prodígio, contudo, repetiu -se. Percebendo ele, então, que hav ia um manifesto e sobrenatural desejo de Nossa Senhora ele permanecer no me. mo luga r onde fora encontrad a, promoveu a li a construção de uma capela para ab ri gar a mil ag rosa imagem. Hoj e, nesse loca l, encontra-se n imponente Basíli ca de Naza ré.
\/árias fases da pmcissão A prim e ira procissão do Círio ele Naza ré ocorreu e m 1793, organizada pelo governador português Francisco Coutinho, impress io nado com a força dessa devoção. Desejando que não fosse apenas ve nerada pe la população da c idade, mas ele toda a região, convocou ele uma procissão. Justamente um dia antes de sua realização, o governador ficou doente. Prometeu e ntão que, caso ficasse curado, iria até a erm ida para buscar a image m, lcvÍl -la-ia até o palácio do governo e a acompan hari a ele volta. Após tal fato, essa tradi c ional procissão é sempre real izacla até os pre. entes dias . A festa cio Círio conté m diversas etapas. Prime iramente, um a proci ssão rodovi ária ; outra fluvial; e, finalmente, o cortejo na c idade. A proc issão em Belém do Pará começa com o traslado ela réplica da imaC ATOLICIS MO
gem, desde o Colégio Gentil Bittencourt até a Catedral, no sábado à noite. No domin go, às 6 horas da manhã, as pessoas já aguardam o início da proc issão. São cinco quilô metros, percorridos em quatro horas, mas que podem chegar facilmente a oito. dev ido ao impress ionante número de participantes. A imagenzinh a é colocada numa berlinda de estilo tradicional , construída e m 1964. Em 1963, colocaram -na num ca rro novo, mas a novidade foi rej e itad a pe lo povo. Ori ginalmente tal be rlinda era puxada por cavalos, mas desde 1885 e la é conduzida pe los devotos, que a puxam medi a nte uma cord a. Esta lo nga cord a, de 300 metros, é muito di sputad a, pois todos querem ter a possibilidade ele ter algum contato, mesmo indireto, co m a im age m. Para essa festividade, pagadores ele promessas acorrem à cidade, provenielll"es de todas as partes cio Brasil , principalmente cio Norte e Nordeste; numerosos meninos vestidos ele anjo. seguem a imagem; durante o cortejo, romeiros levam casas em miniatura, partes do corpo humano feitas em cera, e até barcos em miniatura. 1\.1do isso em agradecimento por graças e curas alcançadas. Naturalmente, o mai comum são romeiros portando círios - as velas qu_e dão nome à celebração.
Manil'cstações <la <levoção Durante todo o trajeto, a imagem não pára de receber homenagens: chu vas de pape l picado, palmas, flores, câ nticos , especi almente rojões e fogos de artifício. Após algumas horas a im agem c hega à Basílica de Nazaré, construíd a, como dissemos, no mes mo local em que, há 2 1O anos, a imagem foi encontrad a.
Uni vigor de alma "medieval" Como exp li ca r tão impress ion a nte manifes tação de fé, no século XXf, herdeiro elas desordens do século XX ? É o qu e se perguntaram os jorna li stas do "The New York Times", que termi nam o me ncio nado arti go com a seguin te refl exão: "Ta is costumes e a intensi-
dade do fervor religioso em torno do Círio são um lembrete de que a Idade Média ainda está presente entre nós e não desapareceu completamente". Heraldo Ma ués , auto r cio arti go e professo r ele antropo log ia da Universidade Federal do Pará, acrescenta: "Ela [a íclade Média]
aparece nas práticas, nas idéias e nas crenças quando menos se espera ".* É be m isso! As melhores tradições reli g iosas elas épocas ele fé a inda estão vivas, após séc ul os ele te ntativas para extirpar ela alm a cio brasileiro todo vestígio ele Cristianismo. Mas o séc ul o XX í também dá sua contribu ição. E e la é muito infeli z. Nos traj es muitas vezes imo rais cios romei ros, e e m múltip las manifestações inconve nientes dura nte a procissão, vemos a marca deste sécul o ele abomin ação e m que vivemos. Peça mos a Nossa Senhora de Nazaré que as manifestações re lig iosas cio Círio sejam para o mundo inte iro um exe mplo de fé, em nossos conturbados dias . E que e las , apesa r cios ataq ues dos inimi gos ela San ta Igreja, continue m crescendo até o · adve nto bendito cio Reinado cio Imac ulado Coração, prometido em Fátima. • E-mail do autor: vatdi sg r@ig .com.br
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E111 atos de f é 110 A111azo11as, a Idade Média sobrevive. "The New York Times". t 0- 10-2000.
Das bem-aventuranças evangélicas Cavitulo 111 (Conl.) As bem -ave nturanças evangélicas são o ito: Iª - Bem-ave nturados os pobres ele espírito, porque de les é o reino do Céu. 2ª - Be m-aventurados os mansos , porque possuirão a Terra. 3" - Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 4" - Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 5" - Bem-aventurados os misericordiosos , porque encontrarão mi seri córdia . 6ª - Be m-avenlurados os puros de coração, porque ve rão a Deus. 7" - Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados fi lhos ele Deus. 8ª - Bem-aventurados os que sofrem persegui ção por amor ela justiça, porque deles é o re ino do Céu.
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Jesus Cristo propôs as bem-aventuranças para fazer detestar as máx imas cio mundo e para convidar a amar e praticar as máx imas ele seu Evangelho. O mundo chama bem-aventurados aqueles que abundam e m riquezas e honras , que vivem a legre mente e não têm nenhuma ocasião de sofrer. Os pobres ele espírito, segundo o Eva nge lho, são os que tê m o coração desapegado elas riquezas; delas faze m bom uso, se as possue m; não as procuram co m soli c itude, se não as têm; e sofrem com res ignação sua perda, se lhes são tiradas. Os mansos são aque les que tratam o próximo com brandura e sofre m com pac iê nc ia os defeitos e as ofensas que deles recebe m, sem quere la, ressentimento ou vingança. Os que choram , e no entanto são chamados ele bem-aventurados, são os que sofrem res ig nados as tribul ações e se afligem pe los pecados cometidos, pelos males e pelos escândalos que se vêem no mundo, pela ausê nc ia cio paraíso e pelo perigo ele perdê- lo. Os que têm fome e sede ele justiça são aqueles que desejam ardentemente progredir cada vez mais na graça divina e na prática das obras boas e virtuosas. Os mi seri cordi osos são aq ue les que ama m a De us e, por a mor ele Deus, o próximo, compadece m-se das suas mi sérias es pirituai s e corporais e procuram socorrê-lo segundo as suas forças e o seu estado. Os puros ele coração são aqueles que não têm nen hum afeto ao pecado, se afastam dele e evitam sobretudo toda sorte ele impureza. Os pac íficos são aqueles que conservam a paz com o próximo e consigo mes mos e procuram estabe lecer a paz entre aque les que estão e m discórdia *.
O s que sofrem perseguição por a mor da justiça são aque les que suportam com paciê ncia os escárni os, cens uras e perseg uições por causa da Fé e da le i de Jes us C ri sto. Os diversos prêmios prometidos por Jesus C ri sto nas be maventuranças significam todos, sob diversos no mes, a g lória eterna do Céu. As bem-aventuranças não nos a lca nça m somente a eterna g lória cio paraíso, mas são também me ios de conduz ir neste mundo uma vida feliz, tanto quanto poss íve l. Certamente os que seguem as be m-ave nturanças recebe m j ,1 a lg uma recompensa ainda nesta vicia , po rque gozam ele urna paz e um contentamento internos que são o princípio, e mbora imperfeito, da felicidade eterna. Os que seguem as máximas cio mundo não são felizes, porque não tê m a verdadeira paz ele alma e corre m o perigo de se condenar. • • Tradu zido do Catechis1110 Maggiore pro11111tga to da Sa11 Pio X, Ro ma, Tipografia Vatica na, 1905, Ed izione Ares , M ilano, pp . 2 12-2 15.
Nota da redação: * Ev ide ntemente não se trata de
uma paz a qualquer preço, 111as s i111 daqu ela que é fruto da justiça. Dando-se a Deus o lo uvor que Ele merixe, e a cada um o que é seu. age-se com justiça e se o btém i' paz. De u111 mundo baseado nas o fe nsas a Deus. como o nosso. não se pode esperar urna 1x11 vcrdatk ir;1.
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Posso e elevo ...
Recebi o exempl ar da fab ul osa rev ista Catolicismo. Sou interessado nos artigos sobre a Reforma Agrária. Lembrei-me do go lpe .co ntra essa Reforma, com o livro do Dr. Plinio "Sou católico, posso ser contra a Reforma Agrária?" In c rível, co mo até hoje essa porcari a de Reforma ainda a Revo lu ção co ntinu a insistindo, apesa r cio fracasso. Gosto muito da rev ista! A luta continua! Para Fre nte ! (B.T. - África do Sul) Preocupantes mazelas
l8J Parabéns! É com saudável e ntusias mo que vejo nos dias atuais uma entidade CATÓLICA conservadora, lutando contra as mazelas que estamos vivendo hoje e m nossa Nação, as quais tenderão a pi orar face à compactuação do atual governo pró-comunista. (P.C.X.S. - RJ) Colombianização
à vista
Apoio. Opinião: Gosto muito da TFP. Gosto muito de suas notas arespeito do MST. Acho, inclusive, que a busca pela terra é apenas um pretexto para tomar o poder no País. Corre mos o ri sco de nos transformar numa outra Colômbi a. Temos que nos organi zar. Abraços. (C.M. - via internet)
-CATOLICISMO
Lágrimas de Cl'OCOdilo pelo MS1' Os membros do PT passara m anos e anos alimentando e instigando o MST às invasões. Foram anos e anos criando serpentes , agora estão chorando (não acredito muito nesse choro) porque agora as serpentes estão invadindo as propriedades alhe ias, na zona rural e nas cidades, picando os proprietários. Agora ascobras estão ameaçando matar os fazendeiros, mas o Stédile anda dize ndo que não di sse o que disse. Mas tinha um lá, misturado no me io dos "sem-terra", um gaúcho, que não era "sem-gravador", e gravou tudinho. Será que o Stédile vai dizer que o gravador gravou errado ? Ou que gravou o contrário, e o que ele disse era " um para pegar mil"? Digo isso porque são milhões e milhões de brasile iros que não vão permitir que as "serpe ntes-verme lhas" tomem conta cio Brasil, pelo me nos aqui no nosso estado, não. Não mes mo . Não queremos passar pela experiência de C uba, para ver se aqui o regime comuni sta pega. Não, não e não ! Estamos esperando aqui a campanha pública da TFP já acontecida em São Paulo. (D.S.R. - RS) Pe,-og,mtas não ofendem ...
Algumas perguntinhas que não consigo responder: Em que país estamos?! Oferecer nossos espaços para receber os guerri Iheiros da FARC? ! O governo quer ou não quer combater o terrorismo?! O governo quer ou não quer combater o tráfico de drogas?! Ele quer ou não quer que nossos jovens cresçam lo nge das toneladas de maconha que a FARC exporta para cá? ! Será que nossos diplomatas não mais di stinguem um mov imento social de um movime nto guerrilheiro?! Será qu e nossos diplomatas não percebem que não se pode intervir na política interna da Colômbia?! (Aliás, políti ca EXCELENTEMENTE levada a cabo pelo presidente colombiano. Nota LO para ele, que está conseguindo devolver a paz àquele sofrido povo).
Mas, e aq ui no Brasil?! Será que o medo já está derrotando a espera nça? ! Será que o presidente, depois de ter botado o boné cio MST, vai colocar o boné da FARC?! Só para essa última pergunta tenho resposta: não há diferença entre MST e FARC, ambos são mov ime ntos formados por guerrilhe iros comu nistas ! Escondido no fund o de ambos os bo nés está desenh ada a foice e martelo ! (N.A.B. - AM) Um boné ,111e não sai da cabeça
Parabeni zo pela atuação da TFP nas ruas, denunciando as tramóias do MST. Os cabeças dos "sem-terra" não querem resolver o problema da distribuição de terra neste País. Eles não querem re-sol-ver, querem re-vó l-ver. Querem a rm as para i nvacl ir terras alheias. E o pi or é que o presidente Lula vai e coloca aqu ele boné e nsa ngüe ntado no sa ngue de ge nte brava desta terra, ge nte que desbravou nossos sertões, gente que tanta riqueza trouxe ao Bras il , riqueza que ainda hoje prospera mal grado os impostos e os mil e ntraves levantados pelo gove rno. Só mes mo tendo muito a mor a nossa te rra, é que não largamos tudo aq ui e partimos para o utro país. (A.R.F. - SP) 5para 1
Não sei o que os ilu stríssi mos da TFP ac ham , mas faço aq ui a minha colocação. " 1000 sem terra (se m-le i) para pegar I propriet,'írio". Acho que essa a ritmética cio João Stéd il e está muito exagerada. Acho que e ntre mi I home ns que estão fichados no MST, apenas alg un s são realmente ca ras que querem um governo co muni sta no Brasil. A gra ndíss ima maiori a di gamos, e ntre os 1000, un s 995 são pessoas do povão que não querem mata nça nen hum a. Mas esse povão todo é levado pelo beiço, essas pessoas estão se nd o usadas pela minoria de líde res do MST (co mo o
Rossetto, o Stéclile e o José Rainh a, que quer fazer no Pontal cio Pantnapanema uma matança co mo na antiga Canud os) . E ntão, na minha opi ni ão, poderiam fa lar de "5 MSTista para pega r l propri e tári o". Ma s, mes mo assim, essa ameaça é MUITO GRAVE, e o João Stéclile deveria se r mandado para o xilindró IME DIATAM ENTE, porque não é c rim e a pe nas matar a lgué m, mas espicaçar o utros para mata re m, també m é c rime. Mas se essa justiça fosse fe ita, de uma co isa estou certo: logo apareceri a o deputado Greenhalgh para tirar o Stédile da cadeia. Esse pelista poderia receber a máxima condecoração: "defenso r cios c rimin osos". (N.D.F. - SP) . Mel'ecida vitória
l8J Consegui a reintegração de posse do me u c liente. Trata-se da Fazenda M onjo lo, loca li zada a 215 km de Goiânia e 100 de ltumbiara-GO, no municípi o de Turvelânclia. Todas as pessoas fora m retiradas da área, os objetos estão sendo tirados se m estragos e devolvidos aos invasores. São 750 alquei res "goianos" de terra, 3600 hectares de terra plana. Es tá se ndo , até o mo me nto, a ma ior vitória que tive e m processos desta natureza. Trabalhei 18 meses incessantemente, as primeiras invasões ocorreram em 1996. Os advogados a nte ri o res não co nseg uiam c umprir a orde m, por indev id as in terferênc ias do Ouvidor Agrário Nacio nal [ ... ]. Tenho que lhe contar uma conversa que tive com o superintendente da Conab e m Goiás, que me afi rmou: "Estocamos os alime ntos doados para o Fome zero." Perguntei: "Quem são os beneficiados do programa?" - "Os aca mpame ntos de sem terra. A Senhora sabia ...não?" - "Só eles? - "Rara me nte alguma co munidade indíge na". Nada ma is ... (D.B. - GO)
Desolação co,mmista A notícia " População russa: perigo de desaparecimento" [Catolicismo , julho/2003] é absolutame nte verdadeira. No ano passado, estive e m aldeias do Ártico siberiano (Rúss ia) e aldeias do Ártico canadense; pude constatar a grita nte difere nça e ntre umas e outras: as aldeias russas siberi anas (tanto as esq uimós como as de russos propriamente ditos) estão e m acelerada decadência. As aldeias canadenses, inclusive as esquimós, fazem gosto! Excelente qual idade de vicia ! Ótimas escolas, universidades, hospitais, tratamentos de ntári os, info rm<"ítica, etc. Nas aldeias ru ssas da Sibéria, só desolação; prédios e m ruín as; em presas fechadas; cada vez mais, menos gente ... Só não emigrara m para partes me nos ruins da Rú ssia as pessoas que não conseguiram dinheiro para vi ajar! A empresa de turismo nos adve rtiu que nada co mprássemos nas aldeias siberian as, pois o que comprásse mos faria fa lta aos moradores; mas a advertência não se faz ia necessári a, po is .. . nada havi a para co mprar! (A.L. - RN) Nem abobl'inhas...
l8J Gostei p'ra valer! [Catolicismo, agosto/2003] Esses cori feus da máfi a do MST falam tanto em acabar co m lat ifúndi o improdutivo, e m acabar com terra improdutiva (uma conversa fiada, de gente que fala sem saber o que está dizendo), agora chegou a vez de acaba r com assentamento improd utivo. Esses assentamentos sim , não produzem nada de nada, e co m extensões territoriais in comparavelmente maiores que qualquer propriedade particular, por maior que seja. A maior parte dos- assentamentos não produ z nem abobrinh as para o próprio sustento. (E.M.F.A. - RJ)
te irinha, certificado de membro da Alia nça de Fátima, estampas, livros, medalhas de Nossa Senhora e a folhinha trazendo os mi stéri os do Santo Rosário. Um dia vive re mos e veremos o triunfo do Imacul ado Coração de Maria. (S.H. - MG) Hoje sou uma pessoa l'cliz
Eu quero testemunhar a graça ele te r voltado ao sentido da vicia e à alegria. Eu estava um a pessoa depressiva, só tinha vontade de chorar e fi car isolada. Tudo co meçou quando morre u me u filho caç ul a, de 18 a nos, morreu de repe nte de ataq ue ca rdíaco. Fiquei desolada. Mas co mo tinha do is filh os qu e me deram muita coragem, fui rec upe rando aos poucos, mas se ntia aind a muita tristeza. Passara m-se o ito anos, o filh o mais velho adoeceu com uma enorme dor de cabeça causando- lhe derrame ce rebral, até que veio a fa lecer. Ca í em depressão, não tinha vontade de vi ver ma is, só ficava trancada no quarto ou às vezes ia ao cem itéri o faze r visita nas sepulturas dos me us dois filhos. Mas acontece u que meu filh o do meio fez uma vi agem e ga nhou um folheto de Nossa Senhora de Fátima. Chega ndo em casa, fo i direto ao quarto e e ntregou-me o folheto. Deus neste mome nto fez com que e u tivesse corage m de preencher o folheto e co locar no co rre io. Recebi muitas cartas, imagens, posters, revi stas, orações etc. Co mece i a rezar o terço e hoje sou uma pessoa fe li z, alegre, co m entu sias mo para viver. Senti que o amor de Deus é muito mai s importante. Quero agradecer ele coração esta graça que alca ncei através de Nossa Senhora de Fáti ma . (H.O.S. - MS)
Ileremos o tl'iu11fo ele Mal'ia
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Pergunta - Sou leitora assídua da Bíblia, lendo os textos de cada dia e, na minha pouca sabedoria, faço tudo também para praticá-los. Só que, muitas vezes, me falta uma luz para compreender certas expressões e, em havendo o senhor Cônego à disposição para nos clarear, aqui venho ~u: 1) Em Mateus 12,40 está assim: " ... do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho ,to homem ficará três dias e três noites no seio da terra". Como pode sei·, se Jesus morreu na sexta-feira e ressuscitou no domingo, perfazendo dois dias apenas? 2) Ainda em Mateus 13,12: "Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem". Não entra na minha pobre cabeça que se deve tirar daquele que já não tem. Onde fica o dever de se fazer caridade? 3) E no mesmo capítulo, versículo 15: " ... para que não se convertam e eu os sare". Mas Deus não quer a nossa conversão, a nossa salvação?
dulgência plenária: o estado de graça, o desapego de todo afeto ao pecado mesmo venial, a confissão sacramental uma única vale para vários dias - , a comunhão eucarística e uma oração pelas intenções do Sumo Pontífice. Para uma leitura de menos de meia hora, a indulgência é parcial (cfr. Manuale delle lndulgenze, 1987, concessão nº 50).
A leitura da Bíblia exige cautela Porém, como tudo na Igreja, isso não deve ser feito sem a devida preparação e as condições requeridas. Para ler a Sagrada Escritura com proveito espiritua l ou mesmo cultural, supõe-se a devida formação religiosa e valer-se do ensinamento dos que, no curso teológico, estudaram a ciência sagrada da Exegese, para interpretar as passagens difíceis . É o que procura fazer a consulente, valendo-se dos conhecimentos escriturísticos de um Sacerdote que mantém esta seção ela revista Catolicismo. O qual, por sua vez, não se fia exclusivamente nos conhecimentos adquiridos no tempo de sua preparação no seminário ou ao longo de sua carreira sacerdotal, mas recorre sempre que necessário aos manuais dosestudiosos que escreveram tratados sobre o assunto, com a devida aprovação do Magistério da Igreja . Sem essas precauções , a leitura da Bíblia Sagrada, em alguns casos, pode até fazer mais mal do que bem. É o que não compreendem os protestantes que, na trilha de Lutero, pregam a leitura indiscriminada da Bíblia por qualquer fiel em quaisquer condições. Como se o Espírito Santo es-
Resposta -
A leitura da Bíblia Sagrada é recomendada pela Igreja, que até cóncede indul gência plenária uma vez por dia a quem o faça ao menos por meia hora, não a título ele pesq uisa ou de mero estudo, mas "corn a devida veneração à palavra divina e a modo de /eilura espiritual" . S up õe- se ev identemente a observância elas demais condi ções requeridas para a in -
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CATOLICIS MO
tivesse obrigado a iluminar cada fiel individualmente para ajudá-lo a interpretar sem erro até mesmo as passagens mais difíceis da Escritura, quando sua única interpretação autêntica cabe exclusivamente ao Magistério da Igreja. A dificuldade de entendimento é natural e ocorria até entre os Apóstolos, a respeito do que Nosso Senhor lhes ensinava. Assim, por exemplo, quando Jesus narrou a parábola do semeador, os Apóstolos não entenderam seu significado e foram perguntar ao Divino Mestre o que ela significava. Nosso Senhor então lhes deu a explicação (cfr. Luc 8, 5-15). Pela doutrina católica, o Espfrito Santo assiste a Igreja - à qual está confiada a Palavra divina - para que Ela não caia em erro em sua interpretação . Sem dúvida, o
Espírito Santo também inspira os fiéis na leitura da Sagrada Escritura, desde que o façam com as devidas precauções, das quais a mais importante é justamente recorrer ao Magistério infalível da Igreja e deixar-se guiar por ele. Isto posto, procuremos resolver as dificuldades apresentadas pela consulente.
Os três dias incompletos 1) São Mateus 12,40: não há dificuldade em harmonizar os "três dias e três noites" que Jonas esteve no ventre da baleia com os "três dias e três noites I' incompletos que Jesus Cristo permaneceu morto no sepulcro. A comparação deve ser entendida não de modo estrito e cartesiano. Jesus foi sepultado pouco antes do pôr-
do-sol de sexta-feira (primeiro dia), esteve no sepulcro todo o dia de sábado (segundo dia) e ressuscitou ao amanhecer de domingo (no terceiro dia). Para os judeus, um dia começado valia, para certos efeitos legais , como um dia inteiro. Portanto, trata-se de uma expressão oriental para indicar três dias, sem querer significar com isso três dias inteiros. Aliás, no próprio Livro de Jonas (2, 1), ao referir os "três dias e três noites", não se diz que foram inteiros. Cabe aqui uma observação importante: o feitio de espírito oriental é propenso a comparações, metáforas, hipé rboles muito amplas, que às vezes causam certa estranheza à mentalidade ocidental , mais afeita à objetividade e precisão. Não se pode, portanto, exigir dos textos da Sagrada Escritura uma preci-
são alheia ao espírito de seus redatores.
Jnsensibilida<le e e11du1·ecime11to de comção 2 e 3) Para melhor entender o problema e a solução, convém juntar os dois trechos da Sagrada Escritura apresentados pela consulente em suas perguntas 2 e 3, e analisá-los no seu contexto (Mt J3, J0-16): "[10] E, chegando-se a Ele os discípulos, disseram-lhe: Por que razão lhes falas por meio de parábolas? [ 1 1] E Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é concedido conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é concedido. [12] Porque ao que tem lhe será dado mais e terá em abundância; mas· ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. [13] Por isso lhes falo
em parábolas, porque vendo não vêem, e ouvindo não ouvem nem entendem. [14] E cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os ouvidos e não entendereis; e vereis com os olhos e não vereis. [15] Porque o coração
deste povo tornou-se insensível, e os seus ouvidos tornaram-se duros, e fecharam os olhos, para não suceder que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam com o coração, e se convertam, e eu os sare. [ 16] Dito-
terá depois dificuldade em entender o seu significado. Trata-~e, em suma, de saber por que Jesus falava ào povo por meio de parábolas, cujo sentido explicava depoi s aos discípulos. E a razão está apontada no versíc lllo 15 :
"Porque o coração deste povo tornou-se insensível, e os seus ouvidos tornaram-se duros, e fecharam os olhos". Muitos, ouvindo as pregações do Divino Mestre, não se interessavam seriamente por elas, e ass im sucedeu que seu coração se fechou para o seu significado. De modo que, ouvindo, era como se não ouvissem. E isto era uma conseqüência do endurecimento de seus corações. Eloqüente mas divina punição! f'(Jf'(/l/e emllll'CCem o coração, 11ão se co11vel'tem
Algun s exegetas fazem notar que o espírito semítico ordinariamente não distingue sos, porém, os vossos olhos, os diversos matizes que devem porque vêem, e os vossos ouservir de apoio para interprevidos, porque ouvem". tar um texto. Não distingue, Não é possível prosseguir em nossa explanação sem an- - por exemplo, entre causa, contes ressaltar a beleza sacral e liseqüência, ocasião, permissão etc. Assim, o que no texto em terária do texto. Quem a percebe, sente desde logo que o texquestão é apresentado como fito está impregnado de verdade, nalidade das parábolas ("Por porque o belo - como dizia isso lhes falo em parábolas [. ..]para não suceder que [. ..] Santo Tomás - é o esplendor do bom e do verdadeiro. Quem se convertam, e eu os sare"), na rea lidade é uma consese fecha para a beleza do texto,
Jesus falava ao povo por meio de parábolas, cujo sentido explicava depois aos discípulos.
qüência do fechamento de coração de muitos do povo à pregação de Jesus ( "o coração deste povo tornou-se insensível, e os seus ouvidos tornaram-se duros. e f echaram os olhos''). Pois o Divino Salvador tinha uma mi ssão salvífi ca, repetidas vezes an unciàcla nos Evangelhos, e não podia deixardetê- la emvi sta: " O Filho do homern não veio para perder as almas, ,nas para salvá-las " (Lc 9,56). E em São Marcos (2, 17): "Não são os sadios que têm necessidade de médico, mas os enfermos; porque eu não viln para chamar os justos, e sim, os pecadores" . Como a mi ss ivi sta vê, estas explicações não estão ao alcance de todos, sem estudos especializados. De onde a prudência da Igreja em não recome ndar indiscriminadamente a le itura da Bíblia: só se deve fazê-lo co m formação adequada, e sobretudo com a humildade de recorrer ao~ mestres postos por Jesus para ensinar, governar e santificar os fiéis. Como, aliás, fez adequadamente a missivista. •
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E-mai l para o autor:
Catolicismo@terra.com br OUTUBRO 2003 -
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Velho caminhão: para fugir de Cuba vale tudo
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o dia 16 de julho, ao largo da Florida, tudo ia bem para uma dúzia de valentes cubanos, flutuando sobre um velho caminhão, a l.3 quilômetros por hora, quando foram interceptados pela Guarda Costeira norte-americana. Os g uardas aplicaram a le i de 1994, controvertida, para dizer pouco, que só concede as ilo aos cubanos que consegue m pi sa r o solo a me rica no. E permite inter-
ceptá-los antes di sso. Os interceptados, ainda flutuando no mar, foram re patri ados, e seu caminh ão afund ado nas ág uas ... Ora , as tentativas de fu gas são severa mente punid as e m Cuba, em alguns casos co m a morte no "paredó n". E não se sabe quais os mais fe1izes, se os que são mortos ou os qu e a p od rece m na s pri sões comuni stas ! •
Esquerdas pedem eutanásia
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ite nta deputados soc iali stas fra nceses a nun c iara m a ap resentação de proje to de le i para legali za r a e uta nás ia a pedido do inte ressado. Esta forma de s ui cídio seri a "o ato der-
radeiro de liberdade do indivíduo", n a co nce pção soc iali sta filh a da Revo lu ção Francesa . Já e m dezembro de 200 1, um lacô ni co anúnc io fú nebre no di ário pa ris ie nse "Le F iga ro" info rm o u que a mãe do e n tão prim e iromini stro soc ia li sta Lione l Jos pin e ntrego u-se à morte, e mbora gozasse de boa sa úde , para at ra ir a a tenção do público sobre as propostas da
Associação pelo Direito de Morrer com Dignidade (ADMD). Tal assoc iação, d e
CATO LI C ISMO
c uj o co mitê patrocinador faz ia pa rte a Sra. Jos pin , publi cara e m 1982 um Guia
para a au to-liberação, pro ibid o por
A Comissão para os Assuntos Sociais da União Européia
de auto-de termina ção. Se aprovado pelo Parlame nto E uro pe u, os Estados-membros da UE serão so lic itados a ofi c iali za r e m s uas leg islações esse c rime abo mináve l. Os ma is c larivi dentes dentre os europeus j á te me m que , após a liberação do s ui c ídi o, virá a imposição do assass in ato, primeiram e nte dos anciãos ... E depoi s? •
S
Eventual derretimento do Ártico seria benéfico ;\ recente pesquisa inte rn ac io nal
.t\. Câmbios climáticos do Ártico demonstrou que, se continu ar o atual derretimento do Pólo Norte, dentro de cem anos a ca lota polar desa pa rece ri a durante o verão. Co mo se sabe, no Pólo Norte não há terra sob o gelo. A esse propósito, o professor Olaf Johannessen, do In stituto de Pesqui sa N ansen ( NE RSC), de Berge n, No ruega, co-auto r do trabalho, esc lareceu que "contrariamente à idéia generalizada, o derretirn.ento dos gelos não trará um aumento do nível dos oceanos. Pois, derretendo o gelo que está sobre a água, não se acrescenta nenhuma massa". Se-
cons tituir in c itação ao s ui c ídi o.
ap resentou neste a no a ná logo projeto, defendendo c ini ca mente o que c hama direito
Militares colombianos voltam-se para o Catolicismo
gundo o estudo, o desaparecimento estac io na i da ca lota g lacial terá efeitos positivos para o transporte,
Astuta propaganda de Lenine
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orrate iro trabalho propaga nd í st ico está tran sform ando a im agem do crue l d itador ru sso Len in e numa fi g ura "ven ráve l". Ta l esforço representa grande be nefíc io para o gove rno do pres ide nte P utin e de seus co legas fo rmados pela polícia política sov ié ti ca, a KGB , que hoje estão no poder. Continuam intocadas, em grande núm ero, as está tu as do res pon sáve l pe lo
culto. É um esq ue ma de
ao que, no Brasi 1, promove a im agem de Che G uevara, para favorecer o MST, e nquanto o País sofre com a vio lê nc ia e as invasões efet ivadas sob essa im agem revo lu c io ná ri a. A c uri osa analog ia de método s publicitários e mpregados na Rú ss ia e no Bras il parece, cada ve z mais , des me ntir a a ute ntic idade da tão propalada "morte do co-
propagand a aná logo
mun ismo". •
morti cínio da famí li a do cza r e de milhões de russo.· da nob reza, da burguesia e do povo. Nas estações de metrô, tre ns e aeroportos, camel ôs ve ndem videocassetes co m film es alu sivos à era sov iética, ca mi setas e souvenirs co m a s ua sini stra im age m. Também co meçam a apa recer sites na I nternet dedi cados a seu
especialmente na Europa e no Japão. Além do mais, aumentarão as áreas para a pesca e a exploração de petró leo. Também a qualidade do ar na Terra melhorará, porque "o ocea-
no ·a bsorve 2,5 gigatoneladas de anidrido carbônico das 7 gigatoneladas emitidas hoje. Portanto, quanto maior ele for, mais absorve rá" - sublinhou o professor Johannessen. Ecologistas há que não aceitam o advento dos cataclismos previ stos em Fátima, mas estão prontos a propagar qualquer notíci a ou boato sobre possíveis catástrofes naturais. É curioso: quando estudos cie ntíficos desmentem seu catastrofis mo ecológico, e le s si lenciam .. . •
Filósofo de maio de 68 desaparece no esquecimento
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o tota l esquec imento, as c in zas de He rbert Marcu se, que fo i o idolatrado filósofo da revo lu ção anárquica da Sorbonne, de maio de 1968, foram sepultadas no cemitério de Dorothee nstadt, Alemanha. E le efetuou a fu são e ntre as doutrinas de Marx e Freud , tornando-se um " profeta" da revo lução sex ua l, que destrói a fa míli a e a Re li g ião. Em s ua cá-
tedra na Universidade de Berkeley, Califórni a, ateou o incêndio da cham ada Revolução C ultural , do hip-
pismo, da droga e da rebeli ão. Hoje se us livros não atraem mai s le itores. Uma nova edição deles, em preparação, prevê tão só doi s mil exemplares para cada título. "O governo do
presidente Bush.fortaleceu as tendências de direita que já existiam", tentou justificar seu filho, Peter Marc use, durante um encontro na Universidade de Berlim . •
oldados colombianos, que lutam contra as FARC marxistas, estão se voltando para a Religião católica. Cada ano, os capelães católicos administram cerca de 15 mil crismas e um número maior ainda de primeiras comunhões, além de batismos, segundo o Vigário Geral castrense da Colômbia, Mons. Javier Rojas . Enquanto nos quartéis colombianos ensina-se o catecismo e distribuem-se os sacramentos, nas escolas da guerrilha e de seus congêneres brasileiros, como o MST - exaltam-se as figuras de Marx, Lenine e Che Guevara, sob as bênçãos da Teologia da Li-
bertação!
Ateísmo: amargo fruto do livre-exame luterano
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pastor e teólogo luterano Thorkild Grosboeell, de Taarb~k, norte de Copenhague (Dinamarca) publicou livro afirmando não acreditar em Deus, na Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e mesmo na vida eterna. Após certa agitação provocada pela obra, o pastor ateu reconciliou-se com a sua bispo Lise-Lotte Rebel, sem se retratar em nenhum ponto . Mais ainda : sua popularidade está crescendo. Outros 2000 pastores julgam que podem exercer suas funções sem acreditar na Ressurreição, e 75% deles não vêem problema em duvidar da existência de Deus. Uma ampla franja da igreja luterana dinamarquesa acredita que a instituição está perdendo a sua razão de ser. Não é para menos. Entretanto, tal situação é a conseqüência lógica do princípio do livre-exame propugnado por Lutero ...
OUTUBRO 2003 -
O direito de possuir e portar armas de defesa
Háquatro anos, tenta-se aprovar no Congresso Nacional leis de
desarmamento civil. Mais de 60 projetos foram apresentados, todos eles insistindo num ponto: para deter a escalada do crime é necessário proibir a posse e o porte de armas de defesa. A TFP, através da campanha Pró f1cgílima Defesa, tem mostrado a Falsidade desse argumento e lutado para impedir que seja aprovada tal lei. O que deve o católico pensar sobre esta questão que divide as opiniões de norte a sul do Pais? li
DIOGO W AKI*
mídia tem se ocupado insistentemente com o tema do desarmamento. A opinião pública, horrorizada pelo aumento dos crimes que muitas vezes vitimam entes queridos, e também influenciada pela crueza com que os meios de comunicação apresentam os fatos, é levada a votar um horror às armas. Tal reação, quase instintiva, sob certo ponto de vista é exp li cáve l. O pai ou a mãe que viu o próprio fi lho assassinado barbaramente por um crim inoso, o mais das vezes prefere não tocar no assunto; ou, quando muito, apela quase inutilmente à Justiça, sabendo que o sistema carcerário deixa muito a desejar. Compreende-se e ntão que ta l pai ou mãe pense, erroneamente: "De que valerá prender um margi)
nal a mais, uma vez que a sociedade produz, ela mesma, seus marginais?" Suponhamos que esses pais vêem ou ouvem a lg ué m gritar: "Chega de crirnes, sou da paz!" Poderão ser levados a empu nhar esta bandeira. Se alguém lhes perguntar se são favoráveis ao uso de armas para se defender dos bandidos, talvez digam equ ivocadamente que pleiteiam o desarmamento. E se tomarem conhec imento de que há no Co ngresso Nacional pelo me nos 60 projetos de lei visando estabelecer o
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CATOLIC ISMO
desa rmamento c ivil , talvez não compreendam por que não se aprova uma lei supostamente tão necessária para se obter a paz soc ial.
A vicia é um dom de Deus, que por E le nos foi dada, e só a Ele cabe o direito de tirá-la. Quando Pilatos perguntou a Nosso Senhor Jesus Cristo "Não
'/'ema <111e exige explicação
sabes que tenho direito de te condenar ou de te perdoar?" (e Nosso Senhor
É esse um ponto muito delicado e que deve ser tratado cum grano salis, ou seja, com o cu idado de uma clonacle-casa ao temperar um prato, para não colocar sal demais nem ele menos. A pe rgunta fundamental que deve ser levantada e respondida é a seg uinte :
"Sou católico, posso ser favorável ao uso de armas para a legítima defesa? Sirn ou não?" Para se responder tal pergunta, é necessá ri o fazer primeiro uma distinção. O 5º mandamen to da Lei de Deus ordena: " N ão matarás" . Em conseqüência, o bandido que, usando uma arma, ameaça o u mata para roubar, viole ntar ou vingar, peca mortalmente contra tal mandamento. E, obv iamente, este mesmo mandamento proíbe a qualquer católico fazer o mesmo.
abia perfeitamente que isso significava condená-Lo ou não à morte), o Divino Redentor respondeu-lh e: "Não
teríeis este poder se não te.fosse dado do alto" . Portanto, também o Poder legitimamente co nstituído pode, para atingir sua finalidade que é o bem comum, usar deste recurso ex tremo. Ora, se assim manda a Lei divina, facultando apenas ao Estado, a título de exceção, o direito de tirar a vida de um indivíduo, o mero indivíduo não pode, afortiori, tirar a vida de seu próximo. Exceção: a legítima del'esa
Quando Nosso Senhor Jesus Cristo es tabeleceu que o homem deve
"amar ao próximo como a si mesmo", estabeleceu também que o ponto de referência para o amor que se deve ter ao próximo é o que se tem a si mesmo. Mormente no que se refe re à própria vicia. E se Deus me concedeu a vida, devo ze lar para que e la não me seja tirada injustame nte. Devo protegê-la, lutar para que ela seja preservada. Se devo zelar por minha vida, devo fazer tudo o que estiver ao me u a lca nce para protegê- la, e, conseqüentemente, também à minha fam íli a e até ao meu patrimônio. O Estado não pode proibir que eu tome medidas preventivas para tanto. Por exemplo, e le não pode proibir-me de co locar uma fec hadura reforçada na porta de minha casa; de estabe lecer um siste ma de alarme; de colocar uma cerca e letrificada, a fim de irppedir que um assa ltante invada minha propriedade. O Poder Público tem obrigação de env iar a polícia para proteger-me, quando eu estiver ameaçado . E se minha família ou eu mesmo fo rm os ameaçados por um criminoso, o Estado não pode imped ir que e u utilize o meu direito de defender-me. E se o c ri mino-
so for morto, em conseqüência de eu exercer esse meu direito, não posso ser incriminado pela le i dos homens, uma vez que a legítima defesa é garantida pela Lei de Deus. O Estado ,1e,1e ser j11sto
Por uma fa lha de nosso s istema de segurança, os bandidos, nos dias atuais, estão "armados até os dentes" e detê m armas das mais sofisticadas. Para garantir meu direito à legítima defesa, o Estado não pode proibir que també m eu lega lme nte me arme. Se o fizesse, estaria co metendo g rave in justiça, favorecendo com isso o cr iminoso; poi s este continuará podendo atacar-me e aos meus, e eu ficaria cerceado e m meu sagrado direito à legítima defesa. Compreendo que uma pessoa como aquela aludida no iníci o deste artigo, traumati zada pelo assassi nato de algum ente querido, tenha horror às armas, e, sensibilizada assim por um a fata lidade, não queira usá- las . Todavia, incriminar outros que desejem exercer o direito de defender-se, para ev itar para si o trauma do qual e la fo i vítima, não seria razoável, mas sim um a atitude puramente sentime nta l. A posição católica
O 5º Mand amento proíbe que e u mate outra pessoa, mas proíbe também que eu mate a mim mesmo, ou seja, que co meta o sui cíd io. Isso inclui igualmente a proibição de que eu deixe que me assassine m de modo injusto e estulto. Os católicos, portanto, devem defender o direito à legítim a defesa, de todos se prevenirem contra criminosos e de todos poss uíre m e portarem armas de defesa. Mes mo aq ue les que não as poss ua m devem defender tal direito. Garantindo-o, fica assegurada nesse ponto nossa liberdade. • E-mai l do autor: waki san @prolegit i madefesa.org.br
* Coordenador da campanha Pró Legítima Defesa. OUTUBRO 2003 -
A cilada do caos a partir do Iraque A propósito d.a guerra no Iraque, desencadeia-se imensa campanha psicológica e publicitária no Ocidente contra aqueles que aspiram à restauração da ordem Luís DuFAUR
uando a tempestade sopra no deserto, os' beduínos deitam os camelos e se protegem detrás deles até passa r a fúria cios ventos. Qu ando amaina a tempestade, homens e anim ais, após serem aço itados pela areia, entra m em movimento, sacodem a poe ira e ress urge m, co mo um a fantasmagórica co lun a qu e segue entre horizo ntes sem fi1.11 , gui ados pel as estrelas . Mi stéri os do deserto, grandeza da alma human a, que vence as piores adversi dades !
Descobcl'tas l'cvcladoras, mas silcncia<las Essa prática mil enar marcou os povos que cri aram as legendári as caravanas ele comerciantes e as primeiras falanges cio Islã. Ela vem-nos à memóri a, vendo-se as elucidativas fotografias ele caças Mig e Sukhoi enterrados no deserto, perto ele AI Taaqclum, a oeste ele Bagdá. Eles são parte elas centenas ele jatos iraquianos que, durante a guerra, sem exp licação sumi ra m elas telas de rada res e elas tele-objetivas dos satélites. Surge então a incógnita: por que a mídia não difundiu amplamente tais fotos tão reveladoras? O fato é que ocorreram muitas outras descobertas. Armas e dinheiro vivo fora m csconcliclos pelo regime ele Saclclam, visando provavelmente sustentar, ele futuro, uma rede ele sabotagem e subversão. Ele parece ter julgado que a investida ela coa lizão que dominou o lraque acabari a passando, e após, os aliados abandonariam o país como os EUA, quando sa íram do Vi etnã - desanimados por um a longa série de atentados e guerrilhas ! A comparação com o Vietnã tem aflorado na imprensa, mesc lada com crescen-
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CATOLICISMO
tes doses de "torcida" esquerdista. De fato, se tal abandono concretizar-se no Iraque, as forças do caos exultarão em todo o mundo, inclu sive no Brasil. Poi s se a maior potência bélica, econômica e política da Hi stória não conseguir restabelecer o Direito e a Ordem no Iraque, os militantes do caos julgarão que têm campo livre para reali zar seus mai s sini stros intuitos.
Rcss11rgime11to cm meio aos atcnta<los Os atentados contra as tropas americanas vêm sendo praticados por membros do antigo regime soc iali sta de Saddam Husse in , comprometidos eles próprios com crimes hediondos. Sobre eles paira a ameaça da Ju stiça, não tendo mais o que perder. Segundo notícias imprecisas, tais elementos teriam sido reforçados por terrori stas estrangeiros, integrando uma organi zação pouco clara. Mas não será de um fator tão pouco consistente que poderá advir o triunfo do caos. Com efeito, unidades de engenharia da coalizão anglo-americana liberam as estradas das carcaças calcinadas de tanques e mísseis de fabricação sov iética e removem pilhas de lixo e entulho acumul adas nas ru as elas cidades, após anos de negligência. Nos portos, as minas estão sendo desativadas e a produção econômica recomeça. O comércio se restabelece velozmente, num povo muito dotado para essa atividade. Sheiks e líderes tribais loca is entram em acordo com os ocupantes para reconstruir cada região. Na área curda, onde os problemas históricos, étnicos e raciai s são intricadíssimos, a mera presença da autoridade militar americana bastou para que a vida política e econômica se recuperasse surpreendentemente 1•
Abaixo: um dos aviões dentre as centenas de aeronaves que foram soterradas por Saddam antes do início da guerra
Eliminação de lig11111s anti-caos No Iraque vem nascendo, não sem clificuldaclcs, um quadro altamente indesejável para os agentes do caos, e é claro que eles teri am que intentar algo. Multiplicaram as sabotagens: aquedutos explodidos ou furados, tios e torres elétricas roubados, oleodutos incendiados. A maior prejudicada com tais atos é a população civil. O caos visa indispôla com a presença ocidental , revoltá-la e depois oprimi-la ele novo. Mas ela, em sua grande maioria, prefere a autoridade ela coalizão. A mão obscura e sini stra lo caos voltou-se também contra duas figuras que se destacavam. Primeiramente, o chefe ela missão ela ONU no fraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mell o. Diplomata hábil , vinha conciliando os grupos étni cos e religiosos iraqui anos. Os fautores ela anarquia di sseram não! E ti raram- lhe a vicia num atentado. Logo depoi s fo i a vez cio aiato/á Mohammecl Baqer ai Hakim , o mais considerado líder religioso cios xiitas, corrente muçulmana que reú ne 60% ela população. Também ele almejava uma solução reali sta e se lhe atribuía uma propensão pelos EUA. De novo o caos disse não! Foi ele chacinado junto com mais ele cem pessoas.
Esq11cl'dismo p11bliciLál'io nas asas cio JJacilismo Apesa r de atentados e crim es quase quotidianos no Iraque, vem crescendo a aprovação da população americana à guerra. Subiu ele 56% a 63% de junho a agosto, segundo pesquisa do "USA Toclay'', o jornal de maior tiragem nos EUA2. Entretanto, o macro-capitali smo publicitário nos EUA e no Oc idente favo rece um a distorção cio notici,frio que desacredita os esforços para in staurar a ordem. Ass im faze ndo, favo rece a meta cios fa utores cios atentados no Iraque3. Neste ponto, as analogias co m a guerra cio Vietnã são sugestivas. Naq uela época, a KGB russa empenhava-se ao máx imo para infiltra r os orga ni smos internac ionais e os meios ele comuni cação oc identais, com vi stas a deformar as in fo rmações e minar o sustentácul o moral à guerra. Associações pela paz, te legui adas por Moscou, faz iam protestos e passeatas, sobretudo nos EUA, com a colaboração ela esquerda católica. E a atu al onda ele críticas antiamericanas e ele manifestações ditas pacifistas soa m anacroni ca rnente, co rno um realejo repetidor cios anos 60 e 70.
O resultado daqu ela ofensiva psicopublicitári a foi a queda ela Indochina sob o jugo tirânico do comunismo, com massacres, ca mpos de concentração e persegui ção à Igreja Católica. No Ocidente, determinou o recrudesc imento marxista. Basta considerar que a Regional Sul [f ela CNBB chegou a propor, corno modelo para o Brasil , a situação humilhante da Igreja no Vi etnã sob o tacão comuni sta, julgando próxima a dominação marxista no nosso País 4 . Agora , tam bém os fatos no Iraque estão servindo de ocas ião para imensa manobra psico-propaganclística, que um jornali sta do "New York Times" qualificou ele Grande Guerra . Porque visa destruir os princípi os e valores em que se baseia o que subsiste de civili zado, em benefício da sua mais ex tremada negação' . O ca mpo de batalha primordial dessa manobra não é o Iraque, mas a op ini ão pública oc idental. É sobre ela que se exerce principalmente a imensa pressão psicológica que pode determinar o maior triunfo cio caos.
Fo,·ças do caos X fol'ças <la Ol'<lem Eis o dilema: vencerá o caos promovido no Iraque pelos remanescentes da crimi nosa ditadura sociali sta de Saclclam Hussein , imensamente ampli ado no Ocidente por órgãos ela mídia e organi smos internacionais? Ou, resistindo aos artifíc ios da propaganda esquerd ista, prevalecerão os setores sad ios da opini ão pública que, no Iraque, nos EUA e no mundo querem encam inhar aquele país pelas sendas da ordem? Caos versus ordem, no plano universal, é o que está em jogo nessa Grande Guerra psicológica, a propósito cio Iraq ue. Dependendo do resultado, a humanidade toda poderá sofrer tremendas conseqüências ou experimentar um alívio, ai nda que temporário. • E-mail do autor:
LuísDufaur@netscape.net
Notas: l. Cfr. "O Estado ele S. Paulo", 5-9-03. 2. "O Estado ele S. Paulo", 29-8-03 .
3. Sobre as distorções ela imprensa na guerra cio Iraque, vicie Catolicismo nº 630, junho 2003, pp. 16- 17.
4. Reg ional Sul li ela CNBB , A Ig reja do Vie111ã estâ disposta a sobrevivei; " Voz cio Paraná", 25-4 a 1-5- 1976, apud Pl ín io Corrêa ele Ol iveira, A Igreja a111e a e.w:a lada da a111eaça co 1111111is1a - Apelo aos bispos s ile11ciosos. Vera
Cru z, São Pa ul o, 1976, pp. 87 ss.
5. Cfr. " O Estado ele S. Pau lo", 28-8-03.
OUTUBRO 2003
11111
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~Sintoma de civilização neopagã
Há correlação entre posse de armas e violência?
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E
m São Paulo, na movimentada Avenida Pauli sta à altura da Rua Augusta, após o relógio do canteiro central marcar 12h40m, cerca de cem pessoas atravessaram de repente o leito da avenida, tiraram um sapato, bateram com a sola dele repetidas vezes no chão, ca lçaram-no novamente e dispersaram-se. Provin ham de algum desses manicômios que o governo Lu la quer fecha r? Pior do que isso. Obedeciam a uma moda recente. É a nova ·mania, a.flash mob - algo como turba relâmpago -, em que a multidão mobili zada por e-mail surge de repente num lugar, todos praticam a mesma determinada ação absurda e desaparecem. É completamente irracional , mas já vai sendo bafejada pela mídia. ,Jogam-se
TIO
chão, i11vadem lojas ...
E m Nova York, no marco da cidade, o Times Square, cerca de 30 pessoas entraram na loja de brinquedos Toys '51' Use, corno em transe, ficaram olhando o dinossauro gigante que ruge para os fregueses. Então jogaram-se no chão, gritando, e levantaram-se agitando as mãos . A multidão dispersou-se tão rápido como se reunira. Essa.flash. mob fo i a sexta em Nova York, e espalha-se pelo mundo. Já houve manifestações em pelo menos 40 cidades. Surgem quase diariamente em Boston, Nashville, Roma, Cingapura, Amsterdã e Paris. A primeira gra nde.flash mob foi na loja Macy's, no centro de Nova York, em junho. Alguém , que se identificou como Bi ll , enviou uma carta para listas de e-ma il conv idando os desti natários a se reunir no 9º andar, na sessão de tapetes. Cerca de cem pessoas marcharam escada ac ima e puseram-se a examinar uma pi lh a de tapetes. Logo depois saíram, sem dar nenhuma explicação aos atôni tos funcionários . Em Londres, mais de 200 pessoas invad iram uma loja de sofás em Tottenham Court Road e li garam pelo ce lul ar, para am igos, elogiando as mercadorias. Logo depo is, todos sumi ram. Como explicar que grande número de pessoas ditas normais aceitem de repente um convite absurdo e se portem como doentes mentais? A explicação é fáci l. O /'um/o do problema A "única ordem. verdadeira entre os homens" é "a Civilização Cristã", ensina o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira*. Outras civilizações havidas na Históri a, antes de Cristo, tinham muitas vezes traços de
CATOLIC I SMO
autêntica ordem e coerência. Porém, invariavelmente misturadas com horrores e deformidades monstruosas. É o caso do Império Romano, por exemplo, no qual vicejou o Direito, mas ao mesmo tempo chafurd ava em bacanais e orgias que fi caram famosas. Só a inspiração da Santa Igreja e a ação da graça divina nas almas podem gerar uma civili zação globalmente ordenada e santa. Pior do que as civili zações pagãs antigas é esta moderna, que apostatou de Cri sto. Co rruptio optimi, pessima (a corrupção do ótimo é péss ima), di z um ditado latino. É por isso que vemos a cada dia, nesta pós-Civilização Cristã, surgir novos horrores, cada vez mais absurdos, como é o caso das .flash mob acima citadas. Um dito de São Luís DC, o grande Rei de França na Idade Médi a, aplica-se bem ao nosso tern a: "Se Jesus Cristo não reinar pelos ben.e.fteios inseparáveis de sua presença, reinará pelas calamidades inseparáveis de sua ausência". Afastando-se de Cri sto e de sua Igreja, os homens perdem não apenas as promessas divinas, mas ficam privados também da própria luz da razão. Preparemo-nos, pois. E nquanto não se reali zarem integralmente as promessas de Fátima, veremos absu rdos ai nda maiores. •
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Revolução e Con1ra -Revol11ção, Ecl. Artpress, São Pau lo, 4" ecl. em portu guês, 1998, Parte 1, Ca p. Vil, p. 6 1
"S e as armas est.fio fora da lei, só os fora-da-lei terão armas"
Mr. Cunningham concedeu entrevista es pecial a Catolicismo, respondendo perguntas sobre o tema de sua especialidade . Tema muito atual no Brasil, pois, como se sabe, tramitam no Congresso Nacional projetos de lei com o objetivo de estabelecer em nosso País o desarmamento civil.
Catolicismo -
M1'. Cunningham:
'~ pós a aprovação ela l,ei ele CoTltl'ole ele Armas em
Abaixo : numa livraria de Roma, o primeiro flash mob da Itália
.1,9611, a Associação Nacional elo Ri/1e (NRA) partici-
P
ara conferências em São Paulo e Rio de Janeiro, veio ao Brasil
Mr. Charles Cunningham, Dire tor de Assuntos Federais do Instituto paro Ação Legislativa da Associação Na-
cional do Rifle (ILA-NRA), dos Estados Unidos -
a mais antiga entidade de
defesa de direitos civis daquele país. Sua fundação data de 1871. Mr. Cunningham, que dirige o escritório da NRA
pou ativamente
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processo político e legislativo [nos Estados lJTlidos/"
Nossos leitores gostariam de conhecer um pouco da história, atuação e objetivos da Associação Nacional do Rifle - NRA. Mr. Cunningham - A National Rifle Association (NR A) foi fund ada em 187 1 po r a nti gos fun c io nár ios do gove rno federa l. E les hav ia m a pre ndid o por experiê nc ia própria, durante a War Between the States f" Guerra e ntre os Estados" - refere-se à G ue rra ele Secessão], que espec ia lm ente nos Estados cio no rte hav ia um a ev id e nte necess idade ele treinam e n to e pe ríc ia e m tiro ao a lvo. Após a aprovação da Le i de Controle de Armas em 1968, a N RA pa rtic ipo u at iva me nte no processo político e leg is lativo, por meio do seu Instituto para Ação Leg is lativa e do F un do pa ra Vitória Política, nosso co mi tê de ação política.
Catolicismo - Quantos membros tem a NRA?
em Washington, foi a primeira pessoa galardoada com o prêmio Ronald Reagan, instituído pela Conservative Politi-
Mr. Cunningham - Temos cerca de 3,8 .
cal Action Conference, em 1998.
Catolicismo -
Após sua conferência no Rio de Janeiro (vide matéria nesta edição, à p. 46),
milhões de membros contribuin tes. Qual o embasamento legal da NRA para defender o direito de possuir e portar armas? OUTUBRO 2003
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Mr. Cunningham - A 2? E me nda da Con tituição Ameri cana garante, e ntre os nossos direitos, o de os cidadãos honestos possuíre m e portarem arm as. 44 Estados in c lue m também esses direitos nas suas constituições próprias. Esse direito fundam ental é o que assegura nosso status de c id adãos, e tem ev itado que os ameri canos se tornem súditos ou servos tiranizados por governos opress ivos.
Mr. Cunningham - Além de uma explosão de patriotismo, muitos cidadãos ameri.canos tornaram-se intensamente interessados em proteção pessoal, tendo em vista que o terrorismo era praticamente desconhecido no nosso território, e se desconhece ainda que forma ele pode adq uirir no futuro. Conseqüentemente, cresceu o número de pessoas adq uirindo armas, o envolvimento em cursos de treinamento para sua utilização com segurança e os pedidos de autorização para o porte, especialmente entre as mulheres.
Catolicismo -
O movimento pacifista americano, por ocasião do fim da guerra do Vietnã, criou problemas para a NRA?
Mr. Cunnzngham - Não me parece, ao menos e m curto prazo. O contro le de ar-
''A obl'igação de autodefesa é de ca<la indivÍ<luo. A va ntagem <le se ter uma população anna<la é que as potenciais vítimas inocentes têm a opol'tunidade (/e <le/cl1(/e1· a si 111·ó111·ias e às
Catolicismo - No Brasil, os esquerdistas querem tornar ilegal a fabricação, venda, posse e porte de armas. Tem havido forte reação contra esses projetos, e em conseqüência a esquerda atenuou sua investida. Estão agora propondo a proibição do porte de armas de defesa própria, sob alegação de que isso reduzirá os crimes, que têm aumentado rapidamente no País. Se conseguirem esse objetivo, o Sr. acha que os crimes diminuirão?
mas tornou-se ass unto de controvérs ia nacional a propós ito de atentados - abusos de armas de fogo por criminosos -· contra políticos de projeção, como Robert Kennedy e Martin Luther King.
Mr. Cunningham - É claro que não. E seria ingen uidade e to lice pensar de outro modo. Os criminosos, por definição, violam as lei s, especialmente as de controle de armas. En tre nós ex iste um ditado: "Se as armas estão fora da lei, só os fora-d alei terão armas". Não surpreende que os Estados e cidades com leis mais rigorosas de controle de armas sejam os que têm maiores índices de crimes violentos. O controle de armas só atinge e prejudica os c idadãos honestos, desarmando as vítimas potenciais de crimes violentos. No que se refere ao porte de armas de fogo para defesa pessoa l, o que se sabe é que os crimi nosos não req uerem o porte, e os detentores do porte não cometem crimes.
Catolicismo - Pelo que se pode perce-
Catolicismo - Qual a vantagem de a po-
ber à distância, depois dos ataques de 11 de setembro, houve grande aumento do espírito patriótico americano. Isso de fato aconteceu?
pulação se armar? Não é obrigação do Estado defender os indivíduos?
suas famílias"
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CATOLICISMO
Mr. Cunningham - O Estado (ou a polícia) não tem a obrigação de defender os
indivíduos, e sim a sociedade como um todo. A obrigação de autodefesa é de cada indivíduo. A vantagem de se ter uma população armada é que as potenciais vítimas inocentes têm a oportu nidade de defender a si próprias e às suas fam ílias. Não é exeqüível sustentar policiais em número suficiente para proteger nossa vizinhança. Mesmo se pudéssemos, pessoas livres não devem ser forçadas, por motivos de segurança, a viver num Estado policial. Benjamin Franl<lin afirmou que "os que sacrificariam a liberdade por causa da segurança não merecem nem a liberdade nem a segurança". Ao arrepio das le is, os criminosos têm e sempre terão acesso a armas que podem ser usadas para violência, até mesmo nas prisões. Conseqüentemente, os cidadãos honestos devem ter acesso aos meios para se protegerem contra esses predadores violentos.
Catolicismo - Segundo parece, a população americana tem um sentimento religioso profundamente cristão. Isso cria dificuldades para a NRA?
Mr. Cunningham - Pelo contrário. Acredito que a fé re li giosa da maioria dos americanos age em nosso favor. Há urna possante ética de justiça e de tomar diariamente importantes decisões entre o certo e o errado . Esses altos padrões de comportamento nos favorece m, pois é correto conceder aos c idadãos inocentes o acesso a meios e oportunidades de defender-se contra ataques violentos. E é e rrado restringi- los quando uma ínfima minoria abusa de suas 1iberdades constitucionais. Catolicismo - Como age a NRA para manter a "cultura da arma" tão viva na mentalidade dos americanos?
Mr. Cunningham - Nós trabalhamos para fornece r à juventude oportunidades de caça e tiro, a fim de garantir que a próx ima geração mantenha o in teresse de assegurar para o futuro os direitos da 2ª Emenda. A NRA tem também muitos programas -de educação, treinamento e aperfe içoamento,
serviços de caça etc. - para auxiliar nesse esforço contínuo. Demonstrações de armas e clubes locais de tiro e caça são também atividades muito importantes para perpetuar nosso modo de vida dotado de livre posse e uso de arma. Finalmente, nossas revi stas mensais - The American Rifleman, The American Hunter e Ame rica 's First Freeclom - mantêm nossos membros sempre informados.
Catolicismo - Quais são as acusações dos pacifistas contra a NRA e os proprietários de armas, e como o Sr. as contesta?
Mr. Cunningham - Esta é uma pergunta muito abrangente, cuja resposta toma.ria mais espaço do que o disponível. Nossos adversários políti cos sempre procuram difamar as armas e seus proprietários. Procuram assoc iar armas a violência, como se seres inanimados pudessem cometer crimes. Estamos convencidos de que não existem armas boas ou más, e preferimos usar essa classi.ficação para as pessoas. Ou seja, nosso esforço para tentar reduzir os crimes violentos está centrado nos criminosos, e não nas armas das quais eles abusam. A NRA sustenta a necessidade de puni ção segura, rápida e severa pelo uso de arma de fogo para cometer um crime. Durante muito tempo o sistema de justiça criminal adotou uma prática de "prende-e-solta" em relação a criminosos violentos, por meio de artifícios como acordos para redução de penas, livramento condicional , sursis e licença,.que liberaram criminosos para se misturar à soc iedade e continuar ameaçando cidadãos inocentes. Se nosso governo finalmente agir efetivamente em relação aos poucos que repetidamente cometem atos de violência, nossa soc iedade não só se sentirá mais segura, mas de fato será mais segura. •
"Nossos a<lvcrsál'ios 110/íticos SCIII/Jl'e /Jl'OCUl'alll <lil'amal' as al'mas
e SCIJS /Jl'O/Jl'ietál'iOS. l'l'OCUl'am associai' al'mas a violência, como se SCl'CS ina11ima<IOS JJU<lesscm comete,· Cl'imes"
OUTUBRO 2003 -
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Ouça A Voz de Fatima e dê sua opinião pela Internet J\ partir deste mês, os ouvintes do pror\. gra ma A Vo z de Fátima poderão acessar o site www.fa tima.org. br, dar sua opinião e informar o nome da rádio em que costumam ouvir o referido programa. As rádios serão também informadas sobre o result~do desse levantamento feito pela Internet. A participação de todos os ouvintes em tal pesqL1i sa é muito import ante e aju dará a ava li ar as regiões que têm maior audiência .e receptividade ao programa, que continua em plena expansão. É atualmente enviado a 287 emi s oras de rádio brasileiras. O êx ito dessa ini ciativa se deve em grande parte ao seu conteúdo formativo, sempre exposto de forma di dática e inteiramente de acordo com a autênti ca doutrina cató lica. Aproveite para solicitar os programas nºs 75 e 76, que abordam temas de grande relevância para todos os católicos. O progra ma nº 75 fornece importantes argumentos para refutar a falsa doutrina do protestantismo e os ataques lançados contra Nossa Senhora. E o programa nº 76 apresenta um a impressionante narrativa a res peito da grande batalha do Monte das Tabocas, para ex pulsar os protestan tes hol andeses que invadiram o Brasil no sécul o XVII. A vitória nessa batalha se deu graças à apari ção de Nossa Senhora e de Santo Antão, que estiveram presentes no fragor dos co mbates , incutindo terror aos protestantes holandeses e coragem aos católi cos brasileiros. A presen ça g loriosa da Santíssima Virgem duran te a luta foi decisiva para livrar os brasileiros do grav íss imo peri go de se desviarem da verdadeira Religião e adotarem a herét ica doutrina calvinista. Poucos sabem que os invasores holandeses cometeram crimes brutais contra a população católica do ·Nordeste, enquanto permaneceram no Brasil. Reco me nd e o progra ma A Vo z de Fátima para pessoas de sua amizade. Parti cipe desta difusão. • CATOLICISMO
153.000 Escudos do Coração de Jesus distribuídos em todo o País
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este ano, a campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! já distribuiu mais de 153.000 Escudos do Sagrado Coração de Jesus em centenas de cidades brasileiras, comprovando sua grande aceitação. A distribuição continua, e a meta é atingir ainda neste ano 300.000 escudos, rumo a l milhão. A necessidade de fortalecer esta devoção levou nossa campanha a imprimir também 100.000 exemplares de um livreto popular sobre a essência e o histórico da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Tal livreto, em linguagem simples e clara, procura incentivar areparação e o desagravo ao Coração de Jesus, tão duramente ofendido nos dias de hoje. Os primeiros exemplares já estão sendo enviados aos participantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!. Se obtivermos recursos, pretendemos imprimir mais 100.000 livretos até o final do presente ano. •
Cuidado com a Reforma Agrária "legal e pacífica" U 1tilna1nente, certa n1idia ve1n einbaralhando os
Lerrnos da controvérsia em torno da Reforma Agrária algum tempo atrás, os que deendiam a Reforma Agrária em geral comunistas, clérigos de esquerda, inocentes úteis -- o faziam por princípios claros. Consideravam que a propriedade privada constitui um obstáculo capital e primeiro para a gestação de uma sociedade de tipo igualitário, como a sonhada por Marx . Assim sendo, ou se golpeia a fundo a propriedade, a ponto de aniquilá-la ou pelo menos reduzi-la ao estado de cadáver, ou não se concretizará a utopia da sociedade sem classes. Ora, a Reforma Agrária? ao insurg ir-se contra os grandes proprietários de te rras (e depoi s dos grandes os médios , e por fim os peq uenos), iniciava no campo a luta contra as desigualdades, mes mo as legítimas, que as Reformas Urbana e Empresarial completariam e m seguida nas cidades. Segundo os agro-reformistas, é preciso conscientizar os pobres de que toda desigualdade é uma injustiça, e quem está numa situação inferior na escala social é necessariamente um oprimido. Este tem, portanto, não apenas o düeito mas o dever de atirar-se contra os que estão acima e arrancar deles o que possuem. Isto por um princípio de justiça, uma vez que a justiça está na igualdade. E todo aquele que possui algo a mais do que o outro - uma terra, uma casa, um relógio ... - é por definição um ladrão, um malfe itor que deve ser espoliado. Já dizia o socialista Proudhon: "A propriedade, eis o roubo". Daí a Reforma Agrária ser sinônimo de confisco, desapropriação etc. Do lado oposto, defendendo a Civilização Cristã, a ordem e a Contra-
Revolução, levantaram-se os católicos adeptos da perene doutrina social da Igreja, cuja figura exponencial foi, sem sombra de dúvida, o fundador da TFP, Plinio Corrêa de Oliveira. Para estes, a sociedade ideal não é a que
Para o socialista francês Pierre Joseph Proudhon (foto acima), ao contrório do estabelecido pela Lei de Deus e pela própria Lei Natural, a propriedade seria um roubo
emana do Manifesto Comunista de Marx-E ngels , mas sim a que floresceu dos princípios do Evangelho, sabiamente interpretados pela tradição católica. Ou seja, uma soc iedade na qual as desigualda9es sejam harmônicas e proporcionadas, com todos os graus intermediários que vão do Papa ao último fiel, do Chefe de Estado (seja ele um monarca ou um presidente) até o último súdito. Tudo temperado pela caridade cristã. No que se refere aos métodos a empregar, os adeptos da Reforma Agn'íria
podem ser divididos, grosso rnodo, em duas correntes. Os que que re m a apli cação imediata e violenta dos princípios igualitários - a CPT e o MST são exemplos - e os que optam pela via gradual, trabalhando para modificar as l_eis, os costumes e a mentalidade dos brasileiros, e assim chegar, por um caminho mais longo, porém mais seguro, ao mesmo fim ig ua litário. É, por exemplo, a ala dita " moderada" do PT. Mas a verdadeira oposição não está entre os que querem a violência e os que preferem a via pacífi ca. É um e ngano pensar isso. Ambos desejam a mesma coisa, e na prática se entre,j udam para obter o fim comum. A verdadeira oposição está entre os que defendem o in stituto da propri edade privada, com base na douLri na tradicional da Igreja, e os que o odeiam, com base no marxi smo. Ora, o que nota mos de algum tempo para cá é uma tendência perigosa, à qual certa mídia vem dando ampla cobertura, de dizer que a Reforma Agrária "legal e pacífica" é boa e todos a querem. O mal estaria apenas na violência dos métodos. Por incrível que possa parecer, até a lg umas cúp ul as de proprietários rurais embarcam nessa direção e procuram fazer embarcar os seus liderados. Isso é um erro mortal , que pode levar ao fim do que resta de propriedade, de ordem e de Civilização C ri stã no Brasil. A verdadeira oposição não é legalidade x violência. A verdadeira oposição é propriedade privada x confisco. Ou , mais propriame nte, desi-
gualdades harmônicas e proporcionadas x igualitarismo social. • OUTUBRO 2003 -
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A Origin~lidade do Brasil
"Uma
pessoa fa zendo pesqui sa de caráter arqueológico pe rfura o c hão e e ncontra ca madas dife re ntes de so lo. Te nh o a impressão de qu e e xi ste m ta mbé m no Bras il ca mad as e gê neros d e bras ilidacle dife re ntes. De ma ne ira ta l qu e uma coi sa é, po r exe mpl o, o estilo cio bras il eiro ci o séc ul o XJX, cio tempo d o [mpé ri o. Outra coi sa é o bras il e iro ci o te mpo el a R e públi ca a ri s toc rá ti ca, d os barões e ci os co ro né is . E d epoi s o utra co isa é o que po de ríam os c ham a r pós- Bras il , ci o te mpo ele Get úli o Varg as. Hoj e o que e xi ste é o pósBras il do pós-Bras il. À ma ne ira ele a rqueólogos, os ma is jove ns pe rcebe m o que e xi ste no fundo elas ca madas, mas não tê m idé ia cio Bras il que conhec i, que e ra o Brasil cio te mpo cios barões e cios coro né is. O . Bras il re publicano, po rta nto, mas
ainda forte me nte mo nárqui co, irrigado po r esse perfume q ue e ra a influê nc ia cultural fra ncesa na e lite . De ma ne ira que era uma soma ele vári os fato res. E desde Jogo pe rcebe-se isto: o Bras il , pa ra ating ir o q ue foi cha mado a ser, de ve ria te r a o ri g ina lidade ele ser ma is um ass imilado r ele muitas coisas cio que uma nação inte irame nte orig ina l. A o ri g ina lidade estari a na ass imil ação fe ita co m bom gosto, e colocada sobre e la uma nota bras ile ira pró pria. Dife re nte, po r exe mpl o, das nações e uro pé ias ! ... l Exi ste m do is tipos ele ass imil ação. Ass im ilação pe la fo rça e depo is a produção ele um de no minado r comum . Mas ex iste uma ass imil ação pe lo afeto, que não faz questão d e ser impe rmeáve l. De mane ira que, por exempl o, no caso d a Ing laterra foi rea li zada com es pad agadas, que matara m mui ta gente, aqui no Brasil não. O dito de Getúlio Ya rgas - "deixa como está, para ver como.fica" - qu ase exp li ca a ass imilação cio gê nero bras ile iro . Não ex plica in teirame nte, porque não sig nifi ca a rédea solta, mas é um a noção prév ia, intuída, de co mo as co isas devem ser, de ixa ndo os fato res es po ntâ neos ire m ag indo". O que é uma form a de inte li gênc ia po lítica, talvez única". •
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP, em 6 de setembro de 1992 . Sem rev isão do auto r.
Brasil .
líder na a~riculUlra mundial
Recente estudo pu bli cado e m Ge ne bra, pe la ONU, apo nta o B ras il co m potenc ia l pa ra to rn a r-se o ma io r produtor agríco la de ntro de 12 a nos. A a va li ação é do re lató ri o anu al 200 3-2004, e la borado pe la Co,~ferência das Nações Unidas pa ra o Comércio e o Desenvolvirn.ento (Unc tad ). O re lató ri o info rm a que "as oportunidades estão da-
das: o País dispõe de não menos de 90 milhões de hectares de terras virgens potencialmente cultiváveis sem ter que cortar uma sim.pies árvore ". O estudo mostra q ue a produção ag rícola bras ile ira dos ma is d ive rsos pro dutos, co mo café, soj a, algodão, suco de la ra nj a e fibra s, te m aume ntado constante me nte. Entre ta nto, caso se faça a Reform a Ag rá ri a, todas essas ótimas pe rspecti vas pode m ir ág ua a ba ixo. •
C AT OLI C ISMO
Rcst.•1·vas dt• gás natmal lri1>licam No iníc io ele sete mbro últim o, novos testes rea li zados pe la P e trobrás na j az ida d e gás na tural na Bac ia de Sa ntos- SP, d escobe rta e m a bri I p.p. , in d ica m qu e nossas reservas ultrapassa m os 400 bilhões d e me tros c úbi cos, vo lume s ufi c ie nte pa ra tripli ca r as a tua is . Segun do téc ni cos d a e mpresa, há a ind a muito gás a se r desco berto no loca l, bloco ex plorató rio c ha m ado d e B S-40 0. Es tim a -se que, com essa d esco be rta, o Pa ís c hega rá à pro du ção d iá ri a ele 80 milh ões d e me tros c úbi cos de gás nat ura l nos pró xim os a nos. Para efe ito de co mpa ração, o aco rd o as sinado com a Bo lívi a prevê a impo rtação de 30 milh ões d e me tros c úbi cos po r di a. A ma io r difi c uld ade será e nco ntrar co ns umid o res pa ra o gás que será pro du z ido na B ac ia d e S a ntos. •
A luta contra os hereges holandeses
E
ntre 1630 e 1654 , calvinistas ho la ndeses invad iram nosso te rritório, traze ndo na a lma sentime ntos de ódio ao Cato lic is mo . Nos meses de julho e outub ro de 1645, esses he reges assass inara m c rue lme nte 60 pessoas nas loca lidades de C unha ú e Uruaç u, no Rio G rande do N o rte . C unha ú era um e ngenho ele aç úcar, e m to rn o do qu a l form o u-se uma vil a. No d ia 15 de julho de 1645, o de legado ho la ndês Jacó Ra be convocou tod a a po pul ação pa ra se re unir na ig reja e o rde no u ao vi gári o André de Sovera l que cele brasse uma Mi ssa. P reve ndo o pi o r, o padre advertiu: aque le q ue tocasse ne le o u no a lta r fi caria com os braços secos e mo rreri a de modo atroz. Logo depo is, os ho landeses fec hara m as po rtas d a ig rej a e matara m todos os presentes . Di as após, a ma ldição se c um priu: os assass inos ficaram co m seus braços ressecados e, e m deses pe ro, mata ra m-se un s aos o utros. No di a 2 de o utubro, Jacó Ra be com 200 índi os invadiu a a lde ia Uruaç u e truc ido u vá ri as pessoas, não pe rmitindo que os cadá ve res fossem sepultados. A pós 15 di as, os pa re ntes fo ra m ao loca l e e ncontra ra m os restos mo rta is frescos e incorruptos, co m o sang ue a brilha r como se as vítimas aca bassem de ser mo rtas . Pa irava no a r um odor ag rad á ve l e inte nso, que pe rduro u po r muito te mpo e à no ite. No po voado, os pa re ntes o uvira m uma mú s ica ce lesti a l que provinha do loca l do sepulta me nto. Po uco de po is, os ho la ndeses, junto com o coma ndante Jacó Rabe, fo ra m passados a fi o de es pad a. T ra ns ita e m Ro ma, junto à Sagrad a Cong regação para as Ca usas dos Sa ntos, um processo de cano ni zação desses 60 má rtires de C unha C1 e Uruaç u. •
Líder do MST declara guerra Durante re uni ão no muni c ípi o de Cang uç u (R S), o líde r d o Movimento dos Sem-Terra, João Pedro Stédile, di ante de um poster de C he G ue va ra, referindo-se aos sem- terra co mo "nosso exército", e aos ag ric ul tores como "inimigos", convocou os presentes para uma g uerra aos faze nde iros. [Vide Catolicismo , agosto/2003, p. 26]. Não nos iluda mos a respe ito do MST. A dec la ração de Stédile exprime o que rea lme nte desejam os seus líderes. Se conseguirão reali zar seus planos, isso é o utra questão. Tudo va i depende r da reação da opini ão pública bras il e ira. •
Latifundiários improdutivos Segundo leva nta me ntos recentes, 0,2% da po pulação bras ile ira - o u seja, a pe nas 330 mil pessoas - d etêm 15 % do territóri o nac iona l. Que m são · e las? Com que o bj e ti vo ac umul a m ta ntas terras? Esta rão sendo be m ap rove itadas? Esses g randes latifundi á ri os são índ ios, os no vos plutocratas do nosso séc ul o. São in tocáve is, a e les nad a se pode cobra r. N e m se põe o probl e ma de como estão utili za ndo essas terras: pode m de predar o me io a mbi e nte à vo ntade, fa zer que imadas, pode m tudo. E que m le vantar essas questões será fulmin ado pe la mídi a, pe los indi ge ni stas, pe lo CIMI e tc. Segundo recente decisão do Ministé ri o da Justi ça e m favor de 120 índios ca iapós, será conferida a cada um de les a " propriedade" de 15 .400 hectares de te rra. O utra reserva j á demarcada é a dos índios de nis : para cerca de 740 a bo ríg ines, fo i atribuído um terri tó ri o equivale nte à metade da Bé lg ica ! E toda essa absurda po lítica é inspi rada pe lo Conselho Ind igenista Missio ná ri o (ClM[), ó rgão v inc ul ado à CNBB . A contradi tó ria pos ição d a esquerda católica é fl agra nte : para po ucos índi os, pro põemse territóri os ime nsos que pe rma necerão inex pl o rados; para os produ tores ru ra is, que representa m a princ ipa l âncora econô mica do País, prega-se um trata me nto persecutó ri o, com desapropriações injustas e confisca tó ri as. Tudo sob o pre texto de redi stribui ção do so lo j á c ul tivado para assentados e sem-terra, os qua is irão enc hê-lo de favelas rura is ... •
O UTUBRO 2003 -
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Em defesa da ordem social católica N obreza e b'lites Tradicionais Análogas, cujo 1Oº aniversário de c1 "ainento G.01neJnonunos neste mês, foi a úlU1na obra d au oria de l)iuuo CoLrea de Oliveira verdadeiro prograrna-soJuçao para o inundo sair do caos no qual vai afundando. O livro indica os rumos para urna autêntica rcstaul'ação da Civilização Cristã en1 nossos dias É unw dessas obras que partic1pa1n do eterno, pois são sempl'e atuais.
N ELSON RIBE IRO f RAGE LLI
s documentos pontifícios que ful 11inam os erros contemporâneos, Plínio Corrêa de Oliveira devotou uma veneração perpassada de e ntusiasmo. Ca usaram-lhe especial e ardente di leção os que combatem as doutrinas igua1itári as oriundas da Revolução Francesa, as quai s serve m de este io ao comunismo . Provam-no seu prime iro livro, Em defesa da Ação Católica ( 1943), e o último, Nobreza e Elites Tradicionais Análogas nas Alocuções de Pio XII ao Patriciado e Nobreza romana ( 1993). Neste ano comemoramos, respectivame nte, 60 e 10 a nos dos lançame ntos das me ncionadas obras.
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1943 - 1993 - 2003 Sua primeira obra defendia a ordem interna da Santa Igreja, ameaçada pelo igualitari smo mode rnista. Seg undo tal desvio doutrin{u-io, leigos da Ação Católica participariam dos poderes e da dignidade inerentes à Sagrada H ierarquia. Na verdade, pela natureza própria do sacerdócio, os leigos estão exc luídos de tais poderes 1• As teses do livro, baseadas em documentos pontifícios, tiveram a glória de ser ratifi cadas por documentos posteriores do Supre mo Magistério Eclesiástico2 • Seu último livro, versando sobre o papel das elites, poderia de nominar-se "Em def esa da ordem social católica". Encerrou a série de se us livros, e m sua vida de pensador católico, defende ndo os fundamentos sagrados da C ivili zação Cristã. Ass im co mo nos portais e m fo rma de arco se lê a dedicação de um templo, també m sobre um arco imaginári o, de meio século, in screve-se a epopéia desse incomparável apóstolo, cognominado Cruzado do Século XX 3.
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papel da nobreza (1940- 1958). O panorama ps ico-social que lá encontro u ex pli cavalhe o porquê daqueles sábi os di sc ursos pontifíc ios. Parc ia lm e nte e m ruín as, chagada e empobrec ida, a Europa do pós-guerra voltava-se a Deus e à sua Lgreja, e m busca de co nfo rto para suas dores e ori e ntação para o futu ro. Grandes congressos eucarísti cos, peregrinações e jornadas de orações atraíam mul tidões. Pi o Xll discerni a naquele panorama a hora da Providê ncia. Esperava de todos, e em parti cular das elites hi stóri cas, uma ação decisiva no soerguimento euro peu. De onde suas alocuções.
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Europa do pós-guerm O movimento católico brasileiro sempre fo i profundamente influenciado por tendências originadas na Europa. O con tato antes de tudo com Roma, e também com organizações européias, era indi spensável a um líder católico latino-americano. Plínio Corrêa de Oliveira visitou a Europa duas vezes logo após a Segun da Guerra Mundial, precisamente durante os anos das alocuções de Pio XII sobre o CATOLICISMO
OUTUBRO 2003 -
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ou na paz, ela deixou exempl os de heroísmo e de santidade. I sto não obstante, a nobreza foi vítima, após a Revolução Francesa ele 1789, de um a verdadeira legenda negra. Tal difamação - hoj e torna-se claro - consti tu ía etapa necessári a para reba ixar tudo quanto é elevado e chegar ao grau de degradação religiosa e moral do sécul o atual.
Formação histórica da 11obreza
De outro lado, em oposição ao espírito reli gioso, o europeu daquele período hi stóri co depositava es pera nças nos anunciados milagres econômicos. O núlagre alemêio, o milagre italiano fora m os mai s notáveis. Trouxerani riqu ezas e otimismo. E com isto a Europa afastouse cio sobrenatural. Exemplo característico é a Alemanha. Após a hecatombe mundial provocada pelo mess iani smo hitleri sta, ela neces itava ele refl exão, a fim ele colocar-se novamenle nas vias ela C ivili zação Cri stã. Entretanto, dentre os povos europeus, fo i o que mais procurou o milagre econômico.
"Milagres" e crise moral Ta l prosperid ade européia não fez se não agravar a cri se mora l, j á ex iste nte antes el a II Guerra Mundi al. A revo lução ela Sorbonne, ele maio ele 1968 , foi sua mais aguda explosão. As cri ses políticas atrelam-se inexoravelmente às cri ses morai s. À CuerraFria, em pl eno curso no ano ele 1968, so maram-se depois aco ntec imenLos trág icos port ado res ele ameaças para o mundo inteiro, co mo os ci o Golfo Pérsico e o cresce nte agravamento el a guerra ára be-israelense. M ais rece ntemente tivemos, nos dois últim os anos (confirmando ass im o panorama vislo por Plí nio Corrêa ele Oliveira em 1993), o atentado co ntra o World Trade Cen ter em N ova York, em sete mbro de 200 1, e a guerra do Iraque, ademais da expa nsão mundial do terrori smo.
CATOLICISMO
O grande império caro língeo esfacelara-se lentamente, sob sucessi vas inva sões de povos bárbaros , do século IX em di ante. Com elas, a Europa inteira entrou num l ongo período ele convul são. C idades queim adas, estradas destruídas, conventos e igrejas saq ueados , num a Cri standade nasce nte onde a terra arra sada quase nada produzia. Não hav ia lei nem Direito. O europeu não ousava sair ele seus pequenos povoados, no alto ele penh ascos , sobrev ivendo no medo e na penúri a. Era m inúmeros os desamparados qu e pediam proteção, em meio a tanta ca lamidade. N essas circun stâncias , algun s chefes loca is distinguiram-se na defesa ele suas famílias e de seu povoado. Sobressaíamse, antes de tudo, por sua corage m na repressão das hordas invasoras . E ta mbém por seus métodos ele organi zação da vida civil em tempos ele pa z, sobretud o ela agricultura e da pecuária. Eram, ao mesmo tempo, proprietários de terras e chefes ele guerra, chamados também à admini stração. Torn aram-se assim senhores. Suas fortifi cações foram embri ões
No ca mpo privado, a família, até algum tempo atrás um refúgio seguro de todo homem, viu -se desagregada pela imoraliclacle cios costumes e por separações freqü entes, não oferecendo mai s a ·acolhida ele outrora. O aborto, a homossex ualidade seguid a pela Aids, as drogas e a crimin alidade ceifa m vidas assustadoramente. A humanidade parece hoj e mais abatida ci o que nos anos do pósguerra. E se m ilu sõe qu anto a novos núlagres que possa m ser produzidos pel o engenho humano. Assim, numa soc iedade vulgarizada em virtude do igual itari smo nivelador na qual triunfa o hed iondo e o obsceno - , oferece uma saída para nossos di as conhecer o mi steri oso impul so para todas as fo rmas ele perfeição, que animou a nobreza ao lon go cios séculos . Mostrar qu al é esse impul so e essa saída, foi a tarefa assumida por Plínio Corrêa ele Oli veira ne ta sua incomparável obra .
Nobreza e elites t1·a,licio11ais Nin guém, nenhuma in stitui ção ou partid o políti co fez tanto pelos trabalhadores quanto a lgreja Católi ca. A hi stória de seus incontáveis sa ntos narra uma fec unda obra dedicada aos mais necessitados. Esta foi uma elas razões pelas quais a maioria dos santos canonizados é constituícla por nobres 4 • É inerente à nobreza a proteção e a elevação cios menos favorec idos5. É também inerente à nobreza o serviço en1 prol do ben1 con1un1. Na guerra
dos primeiros castelos; e eles, el a nobreza nascente. "A figura do 'p roprietáriosenhor nobre' nascia assirn da espontâ-
nea realidade dos fatos" 6 • No/Jreza I1asce11tc Entre a população e o senhor, os laços estabelecidos, fortificados pela cari dade, pregada por uma I greja florescente, eram simil ar es aos exi tentes na famíli a. Em tempos de pa z, o senhor possuía como deveres - e estes foram também os deveres cios primeiros reis - fortifi car a cidadela, organi za r a produção, manter a Ju stiça, proteger vilas e estradas contra as feras. A natureza desses laços era tal , "que outrora se pôde dizer
que no leu; mesmo o mais modesto, o pai era rei dosfilhos; e no ápice, o rei era o pai dos pais " 7 • A hi stória el a França, da Hungria, el a Alemanha mostra que esses senhores locais, por sua vez, foram se reunindo pelo mes mo processo orgânico ele ag lutinação aqui descrito - em torno ele senhores mai s altos, ele mais amplos domínios e poderes. Sobre estes recaía m, em períodos de guerra ou de paz, deveres intrin seca mente mai s árdu os e mais nobres. E assim, numa esca la ascension al de senhorios mais abrangentes, chegavase até o Rei. Este co lossa l processo ele definição e ele organização natural ela nobreza veio aco mpanhad o ele altas qual id ades ele alma, co m as exceções ex istentes em todo grupo human o. A palav ra nobre evoca ainda hoje a idéia ele elevada abnegação.
Uma c<mvicção confil'mada Era co nvicção ele Plínio Corrêa de Oliveira que até o grande progresso material norte-a mericano, geralm ente tido como fruto exclusivo do trabalho e do esforço humano ele muitos indivíduos, sem dependência das estirpes familiares, deveria forçosamente estaí·• baseado em possa ntes elites. Sendo as elites - nobreza e aristocracia - indi spensá vei s ao reto progres so social 8 , deveriam es tas existir di sse minadas em todo o país e nos mais variados campos ela atividade. Poi s, sem elites, nem o progresso material pode ser alcançado. Tratava-se apenas ele arranhar a superfície da realidade e estudar a formação da nação norte-americana com um pouco de profundidade. Elites nos Estados Unidos? A afirmação causa estranheza a muitos. O própri o conceito ele elite parece contradizer a idéia de democraci a. Sobretudo na nação democráti ca por excelência, cuja Declaração de Independ ência consagra o princípi o "todos os homens são criados iguais", tornado dogmático pelas repú blicas modernas. A convicção cio insigne pensador católico contrariava, poi s, a idéia comum a respeito daquele país. Era prec iso prov á- la. Para tal, o autor contou com a colaboração exímia ela Comissão de Estudos ela TFP norte-a mericana. Dili gentes pesqui sas confirmaram inteiramente a tese ele Plínio Corrêa ele Oliveira. Por isso, a edição norteamericana de Nobre za e elites tradicionais análogas conta com um apêndice a respeito elas elites nos Estados Unidos.
Elites <lil'ige11tes
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E a tese foi fácil de provar. Sobretudo a partir cios anos 30, sociólogos, historiadores e psicólogos norte-americanos ele reputação demons tram ser a história cios Estados U niclos determinada por suas elites - ao contrário cio que circula habitualmente - , e que a história do país se confunde com a de suas elites dirigentes. Eminente estudioso ela questão, C. Wri ght Mills conclui uma ele suas principais obras afirmando que a ex istência de uma sociedade americana igualitária
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deve-se a "u111 co11jun 10 de imagens !ira-
das de u, 11 con/o de fada s" 9 . O pro f. M ichae l Burto n, do Loyo la Co llege, Ba lti more, e o prof. John Hi g ley, da Uni vers idade do Texas (Austin), citam o Social Scie11ce l11dex, que reg istra mais ele 250 artigos sobre as dites, entre 1976 c 1984 10 • Thomas Dye e L. Harmon Zcig ler cle:,me ntem a fábula jacobina, seg undo a qua l as elites são "11ecessa riw11e111e cons-
pirações deslinadas a oprimir ou explorar as 111l1ssa.\"'. Ao contrário , demonstram sere m "as eliles, e ,uio as 11wssas, aqu elas l/Ue conferem valores a uma sociedade ", e q ue e las ·'go vema111 os Eslados Unidos". Ma i!> ad iante: '' as elites e não as massas carrega111 a responsabilidade do be111-eslar público". A hi stória cios Estados Unidos é a hi:-tóri a ele s uas e lites, concl ui Plínio Corrêa ele O live ira . "Jâ exisle111 suficie11/es es1udos para/ ... J
convencer o leilor de que a plmicipação popular nas !Omadas de decisão polílicas f ora111 habilual111e111e de ÍJouca i111 porlância ", c:,crcvc nt Prt:wilt e Sto ne 11 . Desfaz-se J'ábula igualitál'ia
É inte ressa nte co nstatar o fato de que Pierre van den Berghe, soció logo, iro ni za os sig natúri os ela Dt:clarac,;ão ele Indepe nd ê nc ia ci os Es ta d os Unid os, por "acharem Ião evide111e que w dos os homens 1e11lw111 sido criados igua is: o que é cont rário a toda evidê11cia ". O utras de suas conclu sões: "O igualilari.rnw represe111a u111 111al pa ra a Sociologia, sendo e111pirica111en1e um absurdo. [. .. ) Toda s as sociedades humanas süu esm11ificadas. / .. . ) A ordem hierárquica é evidente na família e esta é a 111enor e mais universalfor111a de organizaçüo hu111wza ." 12 Desfeita a fábul a igua litári a, trabalhos ci entífi cos mostra m como se constituíram as e lites nos Estados Unidos e co mo se tormu·am pólos ele per-fc ic,;ão. Sempre apoiado e m estudos de soc ió logos americanos, o apê ndice sobre as e lites norteamericanas demon stra que, desde os tempos coloniai s até os dias atua is, os Estados Unidos nunca tivera m uma soc iedade de iguais . A ari stocracia dos grandes agricultores do Sul , ou dos comerc iantes cio Norte, impu lsionou desde o início o prog resso e a vida cultural do país. Mais ainda : e ntre os negros norte-
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CATOLIC ISM O
americanos fo rmou-se natura lmente uma e lite de famíli as antigas, com intensa vida soc ia l, festas tradic io nais, c lubes - e m tudo semelha nte à constitui ção de outras e lites soc iais. Elas repre entam as melhores as pirações de sua etnia, po is, para sua afirmação e prosperidade, sempre encontrara m as so luções mai s adequadas.
Na vida da classe alta norte-americana destacam- se os bailes anuais de debutantes, costume cujas raízes remontam às cerimônias anólogas no Ancien Régime
As formas ele governo Tendo P io XJJ pronunc iado 15 alocuções sobre o pape l ela nobreza na sociedade, e dada a a finid ade desta cl asse soc ia l co m a fo rma de governo mo nárqui ca, um a pergunta se impõe: deve todo cató li co ser mo narqui sta? Faz parte do e nsin ame nto pontifíc io sere m três as fo rm as I íc itas ele governo: mona rq ui a, ari stocracia e democrac ia. A lgreja nãos opõe a qu a lque r fo rma de governo que sej a ju sta e ate nd a ao be m comu m . Pi o VL 1\ e ntretanto , adotando a pos ição do grande Santo Tomás de Aquino 14, e ns ina ser a mo narqui a a melhor e ntre todas. Co nside rando as condi çõe. concretas e hi stó ricas de um povo, a fo rma republicana ele governo pode ser, para ele, perfe itame nte leg ítima e na tu ra l. É o caso, por exemp lo , da Repú blica de Veneza, na Idade Médi a, a qua l, a i iás, possuía traços ari stocráticos ace ntuados .
República revolucionál'ia É d ife rente o caso ele uma República revo luc ionúria. O · seguidores dos princíp ios ela Revo lução Francesa, a partir de 1789, foram impo ndo em série, a qu ase todos os povos, seu mode lo revo luc ionúrio de re púb lica. E a. sim, dinastias sec ulares el as ma is res peitá ve is, foram ejetadas de seus do mínios, vio le nta me nte o ma is das vezes, sendo a nobreza reduzi da e hu milhada, senão abolida . A rep ública nasc id a el a Revolução Francesa traz c m si uma ideolog ia totalitária e radical, visceralmente ig ualitária e anticatólica . Na França, e la perseg uiu a Reli g ião, martiri zou sacerdotes, guilhotino u inocentes - "culpados", segundo o inj usto e a ntinatural critério revolucionário, de pertencere m a uma estirpe ilustre, co m serviços heróicos prestados no passado. Afirmava Diderot (Les Eleu1héro111anes), um dos próceres dessa ideolog ia, que "suas 111ãos, tecendo as enlra-
nhas do padre, f ariam delas uma corda para Le nfo rcarJ o último dos reis "! Por s ua radicalidade, os continuadores da Revo lução contribuíram, nos anos posteriores a esses ho rrores, a que a rcj e ic,;ão cio s cató li cos à re públi ca fo sse c lara e in ape láve l 15 • Por exempl o, Georges C le me nceau, ferre nho anticató li co , rep ublicano enragé, não cesso u el e lo uvar os crimes ela Revo luc,;ão Francesa. Prime iro- mini stro du ra nte a I Gran de G ue rra , afirmava : "Desde a Revolu -
ção eslam.os e111 revolla conlra a auto ridade divina e hu111ana, com quem, de um só golpe, ajus/amos uma terríve l conta em 21 de janeiro de 1793" [decapitação de Luís XVII 11' . 1'erceil'a via desastrosa Entretanto, cessada a ação ela gui lhotina, não faltaram católicos timoratos, sob capa ele moderados, que propunham o diálogo, uma aproximação, cobrindo com o manto cio olvido a sanha revoluci onária. Em nome da paz, do diálogo e da boa convivência, acenavam com uma terceira via para o catolicismo francês, que consistiria em não abdicar da fé católica
- certame nte não! - mas em faze r certa co mpos ição com a Re públi ca j acob ina . Eram eles católi cos centri stas , indi fe re ntes aos destin os el a leg itimid ade mon árqui ca e da nobreza . Sua po líti ca con sisti a e m ace itar as humilh ações im postas à Reli g ião, a fim el e conseguir a coexi stênc ia pac ífi ca. " Leão XIII, subindo ao Só lio Pontifício ( 1878), resolveu f azer s11a esta po-
lílica. Para isso /. .. / sacrifico11 ele o apoio qu e poderia obler da parte dos católicos que, no plano político, se mantinham f iéis à monarquia leg ilimista do Conde de Chambord e, no plano religioso. reclamavam para a Igreja todos 0 11 quase todos os direi/os q11e a Revoluçtio lhe arran cara. Tais católicos noslcílgico.1· da estralégia política de Pio IX eram os mais .fervorosos, os mais en/usias/as do Papado, os mais intransigenles na defe sa dos dogmas" 17 .
Igualitarismo a11Uca1;ól/co O ensinamento ele Santo Tomás de Aquino a respeito ela liceiclade das três formas de governo - entre as quais a democracia - não poderia conduzir à
ace itação ele um a re públi ca, tod a e la pi a. macia pe los princípi os anti católi cos de 1789. Posteriormente, j ú no sécul o XX, São Pio X de ixaria claras ta is verdades. As bases ela po líti ca ele Leão foram de finid as e m sua Encíc li ca A11 111ilie11 eles sol/ici111des ( 16-2- 1892). Ela levou a maiori a dos católi cos a aceita r a repúbli ca oriunda ela Revo lução. Seu resultado desastroso fo i ma is tarde r conhec id o pe lo p rópri o Leão Xlll. Por que desastroso? De um lado, desa lentou os cató li cos mais fe rvorosos e combati vos. O rd ens re li g iosas, co nve ntos, famíli a,, reg iões inte ira . , martiri zadas pe la Revo lução por su a adesão à Igrej a, e desejosas de restau rar a orde m legítima,
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"i11flexíveis na defesa da integridade dos direito:~secularmente reconh ecidos à Igreja pela /radição nascida de São Remígio e de Clóvis'' 18, se viram fru stradas em suas as pi rações.
"A ssim n11111 erosos ca tólicos con tinuaram a ver com apreensão a política seguida pelo fam oso Pont(fice em relaçüo à Fm nça, porjulgare'.n q11e ama iOUTUBRO 2003
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Lançamentos, aplausos, repercussões
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ublicado também em inglês, italiano, espanhol e francês, o livro teve lançamentos em diversas cidades da Europa e uma histórica apresentação nos Estados Unidos. Notabilidades de fama mundial aplaudiram a obra. Entre elas, os seguintes altos eclesiásticos: Cardeal Sílvio Oddi, que exercera o cargo de Prefeito da Sagrada Congregação para o Clero; Cardeal Mario Luigi Ciappi, O P. , então teólogo da Casa Pontifícia; Cardeal Alfons Maria Stickler, SDB, que fora Bibliotecário e Arquivista da Santa Igreja Romana; Pe. Victorino Rodrigues, OP, grande teólogo do século passado; Pe. Raimondo Spiazzi, OP, decano do Instituto ele Ciências Religiosas, ele Roma. A edição portuguesa traz um prefácio do Chefe ela Casa Imperial cio Brasil, o Príncipe Dom Luiz ele Orleans e .Bragança (foto à direita). No prólogo à edição francesa, o famoso historiador francês Georges Borclonove afirmava ser "a obra notável em todos os pon tos, especialmente pela abundância e exatidão rigorosa da documentação, pela cultura universal do autor, pela solidez da argumenlação e pela transparência do pensa111ento". Nos Estados Unidos a obra foi lançada em 28 ele setembro de 1993 , no prestigioso Mayjlower Ho!el, em Washington. A sessão foi presidida por Morton Blackwell, presidente cio Leadership lnslitut, muito influente junto aos conservadores da Casa Branca. Outras personalidades civi s e militares di scursaram sobre o pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira, aplicado à realidade americana. O Autor, não tendo podido viajar a Washington , teve seu discurso lido por Raymond Drake, presidente da TFP dos Estados Unidos. Organizada pela TFP e pelo Centro Cultural Lepanto, da Itália - dirigido pelo Prof. Roberto ele Mattei - a apresentação ao público romano se deu no Palácio Pallavicini (foto abaixo). Construído pelo Cardeal Scipione Borghese Caffarelli, sobre as ruínas das termas ele Constantino, o Grande, nele reside parte muito expressiva ela legenda romana. A imprensa da cap ital italiana noticiou fartamente o acontec imento . " li Tempo ", ele Roma, registrou : "Plinio Corrêa de Oliveira, u111 dos mestres do pensamento da direi/a"; La Repubblica: "[. .. ] palrocinado pelo Cen/ro Romano Lepanlo e por urn Movi111en.10 cujo norne é mais eficaz do que um slogan político: Tradição, Família e Propriedade"; L'Unilà, jornal do ex-Partido Comunista: "um programa ornado pelas condessas, sobre um eslandarte ca rmesim.: Tradição, Família e Propriedade". Cinco outras importantes cidades italianas tiveram também seus lançamentos: Mil ão, Nápoles, Palermo, Verona e Pádua. Uma campanha de visitas a particulares apresentando a obra, e sua exposição na Feira do Livro, rea li zada em Lisboa, Coimbra e Porto, precederam as sessões ele lançamento em Portugal. A Espanha seguiu o exemp lo português, realizando também campanha de visitas a particulares. Foi ocasião de animar a tantos espíritos confundidos pela desordem contemporânea.
CATOLICISMO
oria dos republicanos esla va imbuída dos erros doutrinários que haviam herdado do Iluminism o do século XVIII, isto é, o igualitarismo radical, e a fo bia, de raiz deísta ou atéia, contra a Ig reja Calótica" 19 •
Pel'scguição à lgl'cja De outro lado, visto que a Revolução se mpre se aproveita dos gestos ele boa vontade daqueles a quem persegue, para acossá- los ainda mai s, a política ele pacificação preco ni zada por Leão Xfll redundou em novas perseguições co ntra a Igreja, tendo a República decretado pouco depois a expu lsão elas congregações rei ig iosas. Oito anos após a publicação ele sua Encíclica, em duas cartas Leão XIII reconhecia o erro ela política que adotara - uma dirigida ao Cardeal François Richard, Arcebispo de Paris, e outra ao pres icle nte da República francesa, Em il e Loubet. A este, confessava: "Seria para Nós, chegado ao entwdecer da vida, uma dor e uma amargura demasiadamenle grandes ver evanescerem-se, sem darem os seus frutos, todas as Nossas inlenções benevolentes a respeilo da nação Ji-cmcesa e do seu governo, aos quais Nós de111os teslemunhos reiterados não apenas das Nossas mais delicadas a/enções, como também da Nossa eficaz e particular afeição" 20 •
A nohl'eza ol'iginál'ia No Brasil colônia, a exemplo da Europa e cios Estados Unidos, a nobreza originou -se com um a naturalidade toda familiar. Ela surgi u cio impul so natural de todo grupo humano rumo à perfeição, e representou, em cada período de nossa formação social, sua força propulsora. À e lite ini cia l, enviada pela co roa portuguesa para dirigir o povoamento e a co loni zação elas terras descobertas, somaram-se pouco a pouco líderes de influ ência local. Eram estes os primeiros brasileiros, em gera l proprietários, plantadores de ca na, produtores ele açúcar base ela economia ele então. "Esles plcm tadores - 'senhores de Engenho' - vieram a constituir uma classe aristocrálica, uma nobre za de falo" 2 1. Pois esses homens, vencendo a rudeza selvática tornaram-se influentes, elevando-se, ao longo dos séculos, a um alto padrão ele vicia e finura de maneiras. "Mas deveis de saber que esses povoadores, que primeireunente vieram povoar o Brasil, a poucos lan ços, pela largueza da terra deram em ser ricos, e com a riqueza foram largando de si a ruim 11atureza, de que as necessidades e pohrezas que padeciam no Reino os.faziam usar" 22 .
de a celebração ela prim eira Missa ani mou os colonizadores e m sua rude mi são. "A principal coisa que me moveu a mandar povoar as ditas !erras do Brasil foi para que a gente dela se convertesse à nossa Fé católica", escrevia D. João l[[ a Tomé de Souza. Gilberto Freire, em seu clássico livro Casa-grande & Senzala, comprova os clesígn ios do monarca: "O Brasil formou-se , despreocupados seus colonizadores da unidade ou pureza de raça. Durante quase todo o século XVI a Colônia esleve escancarada a esJrangeiros, só irnportando às autoridades coloniais que fossem de Fé ou Religião católica. [. .. ] O português esquece raça e considera ser igual aquele que !em religião igual à que professa" 23 . Assim foi que a nascen te nobreza da terra, para conservar a integridade da fé na colônia, se notabilizou por feitos mi litares, ao expul sar ca lvinistas holandeses e franceses. A bravura de João Fernandes Vieira, André Viciai de Negreiros, Henrique Dia e Felipe Camarão povoou a imag inação ele nossos escolares - pelo
O /e/cal: a l'é católica Notável na elaboração de nosso tipo humano foi seu caráter católico, que elesOUTUBRO 2003 -
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Fazem/as: campo de guerra Segund o Olive ira Vi a nn a, "o que
ocorreu ali é pe,:feitamente idêntico ao que ocorreu na primeira f ase do período medieval.{. ..] O valor social dos homens era dado pela bravura.(. .. / O in gresso na camada da aristocracia provinha daí" 25 .
menos até que a Hi stóri a pátri a não passasse po r um revisionismo ecumênico ou mes mo marxista. Foram arde ntes os fe itos de guerra . Mas não os ma is árduos .
llcróicos
COllf/UÍSta(IOl'eS
Amara l G urge l refere-se aos des bravado re s d e no ss o im e nso te rri tó ri o
"àqueles titãs dos tempos coloniais raça notável, cuj os fi lhos de catadura f era, vestes de couro e braço fo rte, empunhando o bacamarte conquistador, devassa ram os sertões inóspitos do sul e norte do país e que, na .fi·ase de Taunay, '. fi zeram recuar os me ridianos alexandrino e tordesilhano, até quase o sopé dos Andes, através da selva aspérrima , povoada de perigos e mistérios "' 24 • G urge l fa lava de nossas En tradas e Bandeiras. O exe rc íc io do ma ndo mili ta r e m cond ições "aspérrimas " nobilitava aute ntica me nte seus chefes, à se me lh ança da no breza e uro pé ia. E, de i xa ncl o- nos um ime nso territó ri o, vê-se que não pe nsara m uni ca mente e m s i, mas sobretudo no bem comum - o que é da essê ncia da missão da nobreza. A de fesa da Re ligi ão e da in teg ridade territo ri a l representa m um a fo rm a de sac ri fíc io, característica ci o ma is a lto grau de dedi cação ao bem co mum. CATO LI C ISMO
Árduo fo i obter dos campos que produ zissem . Tudo era ime nsamente agreste. "Nas f azendas estava -se como num campo de guerra ", escreve Theodo ro Sampa io 26 . As propri edades eram fortifi cadas, ne las se refu g iava m fa míli as vi z inhas "quando de súbito acossadas pelos bárbaros ", di zia Gilberto F reyre. Nessas faze ndas um novo estil o de vida, pró prio à colô ni a, se o rgani zo u. Delas su rg iram, vitoriosos co ntra a incl e mênc ia do terri tório, os futu ros admini stradores cio Pa ís. Nesses ho mens encontra raízes nossa bras ilidade, que hoje os ditos "semterra", imbu ídos da luta de cl asses marxista, ta nto ode iam nas pessoas e pro pri edades ele seus lo ngínqu os descende ntes, os faze ndei ros. C om a mudança da corte portuguesa para o Brasil , nossa nobreza da terra sofreu forçosas adaptações. Famíli as desloca m-se para o Ri o ele Ja ne iro, e lá passam a conviver, na corte, não só com uma burg ues ia nac io nal próspera, mas co m representantes da antiga nobreza portuguesa. São ajustamentos, tran sfo rmações ta lvez, mas o caráter da nobreza da te rra j á estava mode lado e iri a constitui r um dos mais só lidos fund amentos ela nac iona lidade .
Um lil'l'O, um progl'ama As apreensões neste in íc io do sécul o XXI são a inda ma iores do que as ela Europa ci o pós-G uerra. E as esperanças não são idênti cas, nem mesmo nos milag res econômicos. Que so luções se podem di scernir? Nobreza e elites tradicionais
"constitui verdadeiro programa positivo que o eminente Autor of erece para enfiYmtar os numerosos.fatores de desagregação e de caos da sociedade contemporânea. Ele contém um apelo às elites tradicionais, a que cumpram o seu papel histórico no reerguimento da Civilização Cristã". 27 O caos social se alastra inexorave lmente por todo o Ocidente. Quem tenha
a preocupação superior ele encontrar uma explicação para a loucura conte mporânea pode, e le mesmo, ser tentado ele louc ura, caso não se baseie em cri térios in aba láve is. Nobreza e elites tradicionais fo rnece só li das considerações a nti -caos. Só lid as, porque fundamen tadas no Mag istéri o Ro mano e na Tradição da Igrej a. Essas conside rações são, o mais da vezes , acompanhadas de uma im ponde ráve l ação el a graça, traze ndo bem-estar e esperança ao le itor. O programa de lineado na obra de Pli ni o Corrêa de O live ira, sim, nos enche ele es pera nças. A cum pri -lo , não trabalha m ape nas os ho me ns. O panorama soc ia l cios d ias atu ais não pode perd urar. S ua mudança fo i anunc iada em Fátima, onde, v inda cio Céu, Maria Sa ntíss ima a nunc io u o triunfo e o re inado de Se u ]mac ul ado Coração. •
Nobreza e elites tradicionais: a obra contém um apelo dirigido a elas para que cumpram o seu papel histórico no reerguimento do Civilização Cristã .
E-mail cio autor: NFragelli@aol.com
Notas: 1. C fr. São Pio X, Encíclica Vehe111e111er, 1906. 2. Encíclicas My.l'lici Corpori.1· ( 1943) e Mediator De i ( 1947); Co nstit uição Apos tó li ca Bis Saecu/ari Die ( 1948) . No seu conjunto, esses três document os, posteri ores à pub licação ele Em def esa da Açüo Católica, enunciavam, refuta vam e co ndenavam os principais erros sobre os quais versava o livro . 3. Cfr. Roberto de M anei, O Cruzado do Século XX - P/i11io Corrêa de Oliveirq. Editora Civil ização, Porto, 1996. 4. Pli nio Co rrêa de Ol iveira, Nobreza e elites 1radicio11ais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza rol/lana, L ivrari a Civil ização Editora, Porto, 1993, pp. 323 -327. 5. Pi o X II, Alocução ao Pa1riciado e à Nobreza Romana, 1958, p. 709. 6. Pl ini o Corrêa ele Oli veira, Nob reza e elites tradicionais análogos, p. 11 3. 7. Op. cit., p. 111 . 8. Cfr. Pi o X I 1, A/ocuçüo ao Pa1riciado e à No breza Ro111ww, 1944 e 1958. 9. C. Wri ght Mi l ls, The powe r eli te, Ox ford University Press, New York , 1956. p. 300. JO. C fr. M ic hael G . Burton e John Hi g lcy, /11vi101io11 10 elite 1heory: 1he basic co11te111io11s recm1sidered, in G. Willi am Domhoff e T homas R. Dye, Power elites and orga11isations, Sage Publications, Ncwbury Park (Ca l.). 1987, pp. 235 -237. 11. K cnncth Prcw itt e A lan Stone, 111e m ling elile s: elit e th eo ry, po,ve r and A111 e rica11 de111ocracy, Harper & Row Publi shers, N ew York, 1973, p. 4. 12. Pierre L. van dcn B erghe, Mo 11 i11 society: o bio.wcial view, Elsevier, New Yo rk, 1975 , p. 238 . 13. Cfr. A locução ao Consist6ri o Secreto ( 17-617 93) . l' ii VI Pon l, Max. Acta, Ty pi s S.
Congreg. ele Propaganda Ficle, Roma, 187 1, vol. 11 , p. 17.
14. De Regi111ine Pri11cip11111 ad Regem Cypri, Li vro I, cap. II , Marietti , Roma, 1950, pp. 259-260. 15. Ca rdea l Louis Bi llot, Le.,·
prín cip es d e 89 e t le urs co11 .l'équ e11 ce s, T équi , Pari s, p. 30 : " ... [A Revolução Francesal apresenta leio expressamente, tão visivelmente um caráter sa tânico q11e a distingue desde já de tudo o que se viu em 1e111pos passados "; J. de M aistre, Du Pape, D iscours préliminaire: A Revolução Francesa é satânica em sua essência. 16. Ap ucl Cardeal Loui s Bill ot, Les príncipe,\' de 89 e / leurs conséquences, T équi , Pari s, p. 33. 17. Plini o Corrêa de Oli veira, Nobreza e elites 1ra dicio11ai.1· {/1/áloga.1·, p. 236 . 18. Op. cit. , p. 235 . 19. Op. cit., p. 239, nota 2. 20. Op. cit. . p. 238, nota 2. 2 1. Op. cit. , p. 160. 22. Diálogo das Grandezas do Bra;·il, Rio ele Janei ro, 1943, p. 155 ; ap ud L uís Pa lacin, Vieira e a visüo trág ica do Ba rroco, Hucitec/Pró-M emória e Instituto Nac ional do Li vro, p. 105 . 23. Gi lberto Freyre, Ca.rn -g rande e Senzala, Ecli tora José Olymp io, São Paul o, 5" ed., 1946, vol. 1, pp. 12 1 a 123. • 24. L. A maral Gurgel, E11.vaio.1·Quinhenti ·tas, Editora J. Fagundes, São Paulo, 1936, p. 174. 25. F.J . Oli veira Yianna, lnstituiçõe.1·políticas bra sileiras, 2° ecl. , vo l. 1, p. 170. 26. in Gilberto Freyre, Casa-g rande e Senza la, Ed itora José Olympio, São Paul o, 5". cd ., 1946, vol. 1, p. 24. 27. As Américas r111110 ao terceiro milênio: crm vicções, apreensões e esperauças das TFP,1· do Continente, in ''Folh a de S. Pa~il o", 9- 12-94.
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rori zava. Queri a ele reform ar o mundo, e não ser por ele seduzido. Por isso voltou para sua Colôni a nata l e ali ord enou-se sacerdote, entregando-se depois à eva nge li zação cio povo pobre e ignorante cios lu gares mais afastados.
/i'ormac/01• ele fütw·os santos M as, se ele foge ela glória, esta o persegue. O Arcebi spo ele Reims, Gervás io, também quer reform ar sua diocese e pensa no j ovem lev ita. E Bruno retoma sua cátedra, torna-se chanceler ela cúria, diretor dos estudos ou inspetor de todas as escolas el a di ocese. Entre seus alunos ele Teolog ia, ressaltam doi s que teriam grande papel no futuro: São Hu go, futuro Bi spo ele Grenob le, e o Bem-aventurado Urbano ll , o Papa elas Cru zadas. Porém, "Mes/re Hu go é
São Bruno
de Colônia fundador dos Cartuxos
um homem auste ro e g rave. Nc7o sorri dia11 1e dos aplausos nem parece ler e,n gra nde eslim a se1.1 renome de sâbiu. Em se1.1 co111porrarnen10 e em sua palavra há um quê de desenga no, que nc7o pode encob rir o brilh o de lodos seus êxitos. {. .. ] Entre outras coisas, dizia : 'Feliz o homem que /em sua rnente .fixa no Céu e evila o mal com vigilância conlínua; f eliz lambém aquele que, lendo pecado, chora seu crime co,n a rrependimen to. Mas, ai, os home11s vivem como se a mor/e não existisse e como se o i11fernofosse uma purafábula' ". 3
D otado de uma das mais belas inteligências de seu século, aplaudido cm toda a Europa como Mestre, São Bruno deixou todas as glórias humanas e encerrou-se no deserto da Cartuxa, a fi1n de viver somente para Deus
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1 PLINIO M ARIA SOUMEO
randeza de nascença, grandeza de espírito, grandeza de f ortuna, g raças exteriores, inteligência clara e vigomsa, incomparáveis aptidões para as ciências, presentes já magn(ficos que fa ziam brilhar o mais belo deles, a virtude: eis em que m.eio de esplendor se desenvolvia essa jovem alma". 1 É ass im que um hagió-
Acima, São Bruno, fundador de uma das Ordens mais rigorosas da Igreja Na página ao lado, visto atual da Grande Cartuxo, fundada por São Bruno em 1084, na França
grafo descreve a infânc ia e adolescência de São Bruno de Hartenfaust, nascido em Colônia por volta do ano 1030, cuj a festa comemoramos no dia 6. Ainda muito jovem foi co mpletar sua ed ucação em Reims, atraído pela reputação de sua esco la episcopal e de
seu diretor, Herim an. 2 Brilh a ali , obtendo sempre os primeiros luga res em todas as matéri as . Co land o grau, é nomeado professor, adquirindo fama, sobretudo pela seg urança e profundi dade de sua doutrina. Mas o j ovem mestre Bruno Gallicus - como passou a ser conhec ido nos meios uni versitári os el a Europa de então - ou simpl es mente Mestre Bruno não se dei xa embair pelo sucesso. D esde há mui to sua nobre alma as pirava a um a glória imorredoura e a servir a outro Senhor que não o mundo. A corrupção ele sua época o entri stec ia; a simonia ( vencia dos bens ec les iást icos), qu e então grassava nos amb ientes cio clero, lhe causava indi gnação; a heres ia o hor-
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E o mal aproxi ma-se del e na pessoa cio novo Arcebi spo, Manassés, que ~, força ele intrigas tinha conseguido apossar-se ela Sé ele Reims. Bruno se levanla contra os escândalos cio novo Arcebispo e apela para o legado do Papa. Um Concíl io em Autun, cio qual foi a alma, condena M anassés, que é obrigado a dei xar o cargo e morre na obscuridade, depois ele todo o mal que fi zera.
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CATOLICISMO
Fumlação ela Cariu,rn: ,,ocação r calizaela Entreta nto, Bruno atin ge os 40 anos e reso lve el e vez aba nd o nar o mundo. Com al gun s discípulos, vai para M o lesmes pôr-se sob a direção ele São Roberto. Mas, apesar do ri gor desse mosteiro, ele sente que ainda não é a so lid ão abso luta que alm eja . Co m seus discípulo s, des pede-se de São Roberto - os sa ntos se entend em e parte em direção a G renobl e, onde seu ami go São Hugo era bi spo. N arra-se que, durante a viage m, Bruno sentiu -se fati gado e recostou-
se co m a cabeça apo iad a num pil ar. T rês anj os lhe apareceram em sonho e anunc iara m que Deus marchari a a seu lado e bendiri a sua obra . N essa mes m a noite, durante o sono, esses três anjos apareceram a São Hugo, em G renob le, anun ciandolhe a próx ima vinda de se u ami go e co mpanheiros . O prelado fo i transporLado aind a em sonh os ·até um lu gar ermo e agreste ele sua diocese, onde viu erguer-se um templo e descerem ci o céu sobre ele sete estrelas . R epresenlavam São Brun o e seus se is companheiros. São Hugo revestiu os novos soli -
tários com um háb ito ele lã branca e depois os levou para o luga r v isto em so nh os . Assim, São Brun o tomou posse ci o deserto ela Ca rtu xa - que depoi s deveri a dar nome à sua Ordem - ecomeçou a vi ver a vida que im aginara para si e para os se us.
Austericlacle fie 11i<lé1 Wela 110/1,aela /Jª"ª Deus O que o Sanlo alm ejava era viver no iso lamento, cio modo mais se melhante poss ível ao cios prim eiros eremitas ci o deserto , ma s tendo ao mesmo tempo os recursos ela vicia cenobítica, isto é, em com unidade. E fund ou assim um a elas O rd ens mai s austeras ela Igrej a. Os cartuxos usam "ás-
peros cilícios, fa zem lon{?as vig ílias, j ejum co111 ínuo, silêncio perpélu o com os hornen.1· e co11 ve rsaçc7o in cessanle co11·1 Deus. Nun ca comem carne, seu pc7o é um pc7o neg ro de cevada ; admilem peixes, se lh os of erecem, mas jamais os compram. Un icamente às qu i111as e aos do mingos chegam à sua mesa qu eijo e ovos. Nas lerças e nos sábados alirnentam-se de legumes cozidos. Às seg undas e quartas j eju an·, a pc7o e água. Nc7o lêm mais que urna re.feiçc7o diá ria. À porta de suas celas 111 orre111 os rum ores do mundo extern o. Rezam, tra11screvem códices ou lraba /h a111 no jardin zinho circundante / ... ). Só se reúnem na ig reja para reza r as Mati11as, à meianoite, e durem/ e o dia para a Mis sa e Vésperas. Fora disso vivem sós, 'leva,uando a Deus suas oraç6es, com os olh os.fixos na Terra e os cora ções elevados ao Céu "'. 4 O Bispo Hu go provid enc io u a construção ele um a igreja e de pequenas ce las ele macieira para cada um cios monges. De vez em quando, ia passar períodos ele reco lhim ento entre os monges, como um deles .
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1 Contra o cisma 1·ci11a11tc, a SCl'VÍÇO <la l gl'cja Os pri me iros anos da recémfu ndada Cartuxa passara m rapidame nte no fe rvo r da co nte mplação e da oração. Mas a Terra não é o Céu, e a íe lic icl acle perfe ita tem seu li mite. Certo di a, Bruno recebeu um corre io urgente de seu ex-di sc ípu lo e então Pa i ela C ri standade, o Papa Urbano li : o Im perado r Henrique IV não aprovara sua e le ição ao Só1io -P o nt ifíc io e provo2 cara um c isma na lgre- ] j a ao eleger um antipa- "·g pa, G uiberto. O vereiacie iro Papa, necessitan- , cio cios conse lhos e das ,,~ lu zes de São B ru no, c ha mava-o a Roma. Este, che io de tristezâ pe lo futu ro incerto d ] r;l s ua o b ra , d es ig no u .lJ Lauclu íno como supe- -~ rior em seu Iugar e par- .~tiu para a C idade Eterna. O Papa recebeu-o com todas as ho nras e a estima com que um discípu lo recebe seu mestre. Mas as apreensões cio Santo, quando deixara a Cartuxa, rea lizaram-se: sem o mestre e superior, os outros se is monges não ag üentaram, e acabara m seguindo-o a Roma. Urbano li des ig nou um lugar para aloj,i-los nas Termas de Dioc leciano, onde e les proc uraram levar a vicia conte mp lativa que seg ui am na Cartuxa. Mas não era a mesma coisa. Aos poucos, os fug itivos fo ram se dando conta de q ue o lugar deles era lá na Cartuxa, e não em meio a uma c idade cos mopo li ta como Roma. E, animados por B runo , refize ram o ca minho de vo lta. Co mo um bom pai , e le manti nha consta nte contato por carta tanto quanto era possível naq ue les tempos - com seus fil hos espiritua is, estimu lando-os, instru indo-
os, rev igorando-os na vocação, respo nde ndo às suas dúv idas e animando-os a perseverarem. Conta-se q ue, certo di a e m que e les estavam es pec ia lme nte provados e a ponto de tudo abando nar, apareceu-lhes um venerando ancião q ue d iss ipo u- lhes todas as dúv idas, co mo q ue a fas to u co m a mão a ten-
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CATOLICI SM O
tação, asseg urando- lhes q ue a Santíssima Virge m ve lava po r e les e seria sempre s ua advogada e protetora. Dito isto, o anc ião desa pareceu, pelo q ue os mo nges s upu seram ser e le São Pedro, mandado por Deus para animá-los. Com isso e les perseveraram , e desde e ntão sempre houve mo nges naquele mosteiro até 1903 , q uando novas le is persec utó rias da Igreja, na França, expul saram os re lig iosos cio país, e com e les os cartuxos . Mas, depois da Seg unda Guerra Mu nd ial, lá estavam e les de vo lta, o nde até hoje . permanecem.
Segunda Cal'tuxa, 11a Calábl'ia E São Bruno? Imp lorava e le ao Papa, no ite e dia, que lhe permi tisse vo ltar para s ua q ueri da so lidão. O Papa esteve te ntado a aceitar o ped ido cios hab itantes de Regg io
TRADICÃO
Ca lábri a, da ndo- lhes o Santo por Arcebis po. Mas, ante a ins istê nc ia de Bruno , julganclo que ta lvez esti vesse indo contra a vontade de Deus co m a rec usa, aq uiesceu e m parte aos seus justos pedidos. E ntreta nto, para tê- lo mais à mão para o caso ele a lg uma necess idade, recome ndo u q ue e le esco lhesse q ua lq ue r o utro luga r so li tá r io ma is pe rto de Roma. A ss im Sã o B run o , com a lgun s novos d iscíp ul os, e nco ntrou um va le na Ca lábria, q ue fo i o berço da seg unda Ca rtuxa . A li e le passo u o s úl t imo s d ia s ele s ua vida em conte mplação e escreve ndo co me ntári os aos Sa lmos e às Epístolas de São Paulo. "Seus sentidos não
lhe serviarn. senão para as necessidades indispensáveis do co,po e pa ra os o,ffcios de piedade. Sua conversação estava conlinuam.ente no Céu, e ele gozava uma pa z e uma lranqüilidade de alma Ião perf eila, que j á experimentava, adicm tado, o repouso e as doçuras da eternidade" .5 Enfim c hego u para e le esse tão esperado te mpo. E, rodeado ele seus di sc ípu los, e ntrego u s ua a lma a Deus num do mingo, se is ele o utu bro de 11 01. • E- mail do autor: pmsoli meo@ uo l.com.br
Notas: 1. Lcs Pe tits Bo lla ndi stes, Vie.,· des Sai111.1·. d'o pres /e Pere Gi,y. Blo ud e t Ba rra i,
2.
3.
4. 5.
Li braircs-Éd ite urs, Pa ri s, 1882, vo l. X II , p. 9 1. A mb rose M o u ge l, The Ca th o li c E11cyclopedia, 190 8 , vo l. Ili , o n lin e cd iti o n. í'r. Ju sto Pe rez d e Urbt:I , O.S .B., Aiio Cristiano, Edic io nes Fax, Mad ri d , 1945, to mo I V, p. 48. ld .. pp. 50 -5 1. Lcs Pctits Bo lla ndi stes , op . c il. , p. 98.
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sua dedicação é notáve l. O que seus componentes tê m em me nte é sobretud o a alegria na convivência entre colegas em torno de uma atividade e levada, que exalta um valor pátrio. Não são competitivos, embora busquem se mpre a perfeição. Admiram com e ntusiasmo as celeb ridades, vendo e m sua s uperioridade um incentivo para se aperfeiçoarem. Sua música é como suas casas: despretensiosos chal és de pinho, traves e colunas esculpidas, algumas com pinturas do Santo patrono, de um Anjo, de Maria Santíssima; gerâni os nas janelas, interior encantador. Fotografados tai s chalés , nós os colocaríamos num quadro. Mas ne nhum deles tem como ambição ser um palácio.
1'rajes tí11icos, música e evoluções Todos os anos, no início do verão, realiza-se em Vi ena um concurso dessas bandas. Trata-se do Blasmusikkapellen Festival. Nele tomam parte conjuntos vindos de todas as províncias da Áustria e alguns de outros países. Os componentes de cada banda envergam o traje de s ua reg ião. São lindos eco-
loridos. Singulares ornamentos, inex plicáveis à primeira vista, o que aumenta a curiosidade. Que condecorações trazem na lape la? Que sentid o tem o barrilzinho a tiracolo de a lguns músi cos, de certos chapéus pequenos e duros, e outros de imensas abas moles? Entretanto, tudo tem sua história. O que nos contariam e les se pudéssemos interrogá- los? Amabilidade austríaca: para entreter Viena, as bandas se apresentam nos diversos bairros da cidade, nos dias precedentes ao grande desfile de e ncerrame nto. Este tem início no palácio imperial , a Ho.fburg, no centro da capital austríaca, rumando para a prefe itura, a l?athaus, imponente edifício neogótico . No concurso, conta não ape nas a qualidade da músi ca, mas também a exatid ão de complicadas evo lu ções. Numeroso público acompanha o desfile, po is na !?athaus tem lugar o concerto final. Todas as ba ndas re unidas, 1800 músicos executam o que Viena mai s aprecia de seu histórico repertório. • E- ma il do a utor: schaffer @oest j ugencl .or g
R >\io rnusical por excclôncia, o austríaco apresenta ao inundo cxernplo significativo de bom gosto C ARLOS EDUARDO Sc 1-1AFFER Correspondente - Áus1ria
Viena - Na Áustria, cerca de 90 mil jovens exec utam seus in strumentos nas tradicionais ba ndas do país. Cada região possui a sua. A música c ircu la no sangue a ustríaco . Tal como Moza rt, seu paradigmático mode lo, os jovens começa m cedo a prática instrumenta l. Vejo-os com freqüência nas ruas de Vi ena ,já aos I Oanos, in strumentos a tiracolo. De lon ge, mais parecem trompas ou vio linos encimados por um tufo de cabelos louros, dotados de perninhas incertas a cami nhar apressadas rumo ao conservatório. Certo dia, perto da Ópera, debruçados sob re seus in strumentos enquanto es peravam o bond e, dois de les discutiam sobre a teatra l idade dos atuais grandes maestros, em contras-
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CATOLICISMO
te com a seri edade dos regentes do passado, comentada por seus professores ... Estão bem lo nge dos descabelados e barulhentos conjuntos m ck heavy metal, que infestam tantas das concentrações populares do nosso Brasil.
A IJelcza da dcspl'ctcnsão e a alcgl'ia ele viver Algumas dessas bandas são centenárias, ri cas em históri a. Tocaram para imperadores, animaram festas de corte, acompanharam a pompa lutu osa de cortejos fúnebres de arquiduques e arq uiduqu esas. Por e las passaram músicos que mais tarde a lcançaram ce lebridade, delas saíram compos itores e regentes. Tudo isso é razão de orgulho para seus compone ntes e chamari z de novos membros. E estes não faltam. Mas seria errado pensar que e las são trampolins de mu sic istas amb ic iosos em busca de ca rre ira . A despretensão de OUTUBRO 2003
a.li
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Verdade e humildade P rosseguimos a publicação de textos escolhidos da autobiografia dessa alma eleita que foi Sóror Catarina de Jesus Maria l!errera, religiosa dominicana (1717-1795) do Equador. Espiritualidade admirável, c1n que verdade e humildade se confundem*. Cio
ALENCASTRO
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esde que fi z minha pro fi ssão reli g iosa, co meçou o de mô ni o a co loca r-me c il adas, parti cul arme nte no que diz respe ito a um sacerdote que tinha boa reputação e ntre as irmãs, mas não para mim , pois procurava re lacio nar-se co migo de modo iníquo. [... J Ele nu nca pôde conseguir nada, nem com presentes, porq ue eu não os recebia, ne m co m recados para que o atenpesse. "Aos sete meses de ser professa, a Superi ora co locou-me como porte ira da igreja e coro baixo. Aq ue le sacerdote a legrou-se mu ito com a ocas ião que lhe proporc ionava o luga r tão perigoso em que me hav ia co locado a obed iênc ia, pois eu ali fi cava soz inha. "Dois anos d uro u a perseguição desse pobre sacerdote; mas e u sempre procurava a lguém de consideração q ue me acompanhasse. De modo q ue se cegou esse mi seráve l, que j á ne m zelava pe lo seu bom no me f...]. "Sem atentar para a grav idade do que faz ia, se expôs, Senh or, a ofender- Vos com seu atrev imento, e procuro u prime iro obte r as boas graças da S upe ri ora. Obtido isto, esperou a opo rtuni dade e m q ue estivesse todo o co nvento e m fun ção no coro ba ixo, e ped iu à Supe ri ora para a lmoça r; e, de favor, q ue eu sozinh a fosse serv ir-lhe o a lm oço, jun to a uma po rta fa lsa. A morte do miscrá11cl "Mando u-o a Superi ora. Eu, inocente, sem saber deste estratagema, fui abrir a ta l porta. [ ... 1 E q uando de i acordo de mim , enco ntre i-me nu m perigo diabóli co. Q ua ndo perceb i q ue e ra m iníquas suas palavras, qui s fu gir, mas já não pude, pois vendo e le, por me u desagrado, que CATOLIC ISM O
Visões dilre1·sas Certo d ia apareceram a Sóror Catari na a lgun s de mô nio : "Vede, dizia-me um de les (muito machucado) , que terrívelfo i Deus conosco, que sern dar-nos tempo, nos lançou no Inferno. A 111im (d isse-me o utro), sem culpa 1/le atúvu com os culpados . Eles q ueriam, com isso, inc utir-me pena de les e que eu pensasse mal da Mi seri córdi a de Deus e de sua Ju stiça" (p. 1 18) . "Tive grande ho rror e pe na dos pecados das crianças. Pois todos, me parece, paga m-se por lo ngo te mpo . Uma menina de sete anos, que ca iu de um meza nino na igrej a, morreu. E mui to te mpo esteve em penas. Eu não q ueria crer ni sto, a ind a que por duas vezes a tenh a vi sto. Nu a, padec ia gra nde fri o, pedind o-me q ue rogasse a Deus po r e la" (p. 153).
'Jesus, Ave Maria'. E com isto se reti rou a besta fin gida. M as a maior apreensão q ue tive fo i, an tes de perceber que era de mô ni o, pensa r que fosse um home m. Porqu e tinha mai o r ho rror a isto do q ue ao própri o de mô ni o; pois este não pode, Se nho r, faze r mai s do qu e
A Divina Justiça
eu não era das que se compraziam e m o uvir se me lh a ntes pa lavras , não q uis ma is esperar. E apenas digo, meu Deus, que das fo rças dele só as vossas me livrara m, porq ue era impossíve l q ue as minh as o vencessem . Eu se nt.i que, ao faze r fo rça para so ltar-me de seus braços, uma violênc ia superior me arranco u de suas fo rças e me puxou para dentro, livra ndo-me daque le perigo. "E eu, se m te r em vista j á a orde m da S upe ri ora nem temer seu desagrado, de que houvesse deixado aberta a porta, com o susto fug i, abominando os conventos abertos. "O tal sacerdote não fico u nisso, porque sempre q ue eu estava doente, como e le tinha o benep lácito da Superiora e a autoridade ele Sacerdote grave, entrava o nde e u estava. E era tão atrev ido que, dia nte daq ue les que o acompanhavam e
"Tu, filha, pede -me com perfeição as coisas"
daq ue la q ue me fazia companhia , atrevia-se a q uerer acariciar-me com as mãos, fingindo não perce ber meu ge to contrário. E onde me tocava uma de suas mãos, ficava-me uma dor into leráve l 1.. .1. "Ao cabo ele algum tempo, Vós , Senho r, me mostrastes - oh, que horror sinto a inda em lembrar-me! - esse pobre sacerdote batalhando num gra nde ma r, e m grandíssimas penas. Pedia-me perd ão e mostrava-me as mãos, mais negras q ue um tição. E me disse que as tinha assim por ter uma vez segurado as minhas. [ .. .] E este foi o tormento ele suas mãos na outra vida, porque, pouco depo is que tive essa visão, chegou a notícia ele que e le havia morrido" (pp. 108-1 1O).
M ostran do Nosso Senhor a Sóro r Càtarin a os castigos q ue preparava para a human idade pecadora , e la Lhe pedia mise ri có rdia . Nos ·o Se nh o r e ntão lhe disse: "'A lgumas al111as 111 e desagrada111 porque se de ixam levar apenas pelo tem.ar e 111e i111portuna111 para que Eu suspe11da 111 i11lia Ju~·,iça. O que me agrada é que, ainda que me peça111 misericórdia, islo seja fe ito com uma ind(/erença a111orosa e conf or111ada, co111pmze11do-se tc111to com ,ninhas obras de Justiça como co111 as de ,ninha Misericórdia. Porque à al111a que é ve rdadeira 1ne11 te a111 orosa todas as obras do Anwdo lhe devem agrada,; conforlllando-se co111 /:,"le llln/0 11a sua Justiça qua11to na sua Misericórdia. {... / Tu, .filha, pede-me com pe,f eição as coisas "' (p. 323). "Ce rta no ite es tava com uma gran de do r de de nte, e, com a dor, tentada ele impac iê nc ia. Abriu então o cort in ado da cama um vul to, parecido com um homem . Fiq uei se m fo rças para clel"cnde r-me. De ito u-se ao me u lado, como co mpadec ido da minh a do r. Queria ali via r- me, co loca ndo s ua mão cm meu rosto. Eu não que ria admi tir esse ai ívio , e comecei a chamar-Vos e m minha aju da e~, vossa santíss im a Mãe, d izendo :
"O rosário é o que mais enternece o Coração virginal de Maria"
aquilo q ue Vós lh e perm itis; e os home ns , mais atrev idos que o próprio demôn io, são de temer-se mais . Q ua ndo me destes luz para ver q ue e ra de mônio , não o tem i; e co m tuas armas, Senhor, proc urei defe nde r-me dele. E Vós vencestes (pp. 167 - 168).
li Juta contra
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tilJieza
"Oh meu Deus , q ue segura nça é esta que a tibieza causa! Expomo-nos aos perigos mais graves! Ela gera a soberba e presunção de que, mesmo que a alma se exponha a perigos, não cairá. E ass im me vi muitas vezes em grande risco. O utra miséria da tibieza é que ela não dá lugar a que a pessoa se conh eça a si mesma.
" Vós me chamastes com voz amorosa e grave : 'Saiba que me of ende muito uma alma tíbia '. "Já o Rosário de vossa Mãe santíssima, meu Deus, dificilmente o rezava. E decorria m oito ou quinze dias seg uidos, sem rezar nem uma parte dele. Sendo que o Rosári o é o que ma is enternece o Coração virginal de Maria, e por cujo me io se resguardam as a lmas dos assa ltos inferna is e de inúmeras quedas. "Com tudo isso eu ficava muito assustada, mas não me emendava verdade ira mente nem perseverava nos propósitos. Oh, meu Deus, livra- me de ser tíbi a, porque tornase muito difícil a perseverança. "E tive uma suspensão dos sentidos. E vi que du as Mãos sustentavam minh a pobre alma, que j á não podi a manter-se de pé. E mostra ndo-a a mim , quão fe ia e asquerosa estava, deste-me a entender, Se nhor: 'Olha a tua alrna como está'. E ra como uma me nina que só o rosto tinha ão, bo m e alegre. Mas do pescoço para ba ixo, toda era de carne sem ossos que lhe dessem consistê ncia, e tão asquerosa aquela parte, coberta por uma baba amarelada, que me provocou vômitos . E com o asco terrível que tive, vo ltei a mim . Eu não havia conhec ido, me u Deus, em Vós, tanto desagrado, mes mo por ocas ião dos meus ma iores delitos. De o nde vej o que o ma ior mal é o estado de tibieza. "Co mecei a examinar por o nde tinha de começar a reacender o fe rvor que a tibi eza tinha apagado. E conheci que a humildade é o prime iro fundamento. Vendo tanto o maquinar de pa ixões que trabalhava m em mim contra e la, afli gi-me, considerando impossível vencê- las. Logo me le mbrei de que a cri atura nada pode sem Vós, Senhor, e que com vosso poder me seri a fác il ve ncer. E Vos disse: 'Senha,; sou toda vossa; que quereis fa zer de nútn"! Disponde como quiserdes daquilo que é vosso'" (pp. 140 a 148). • E-mail do autor: cidalencastro@adv.oabsp.org.br
* Auto/Jiog rt!/ia,
Editora Santo Domingo, 1954, Quito, 580 pp. Reproduz a ed ição promovida por Frei A lfonso A. Jervcr, O. P. , em 1950.
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po, re novando os costumes, j á tão decaídos, com seu heró ico exempl o. É uma das maiores g ló ri as d a Sa nta M adre Igrej a e m todos os tempos. Primeiro Sábado do Mês
5 São Plácido e Companheiros, Mártires
t Santa Teresinha do Menino Jesus, Virgem + Li sie ux (França), 1897 . A grande Santa de nossos te mpos entrou no Carmelo aos J 5 a nos, le va ndo uma vida de imo lação e sacrifícios e m favor das mi ssões e de toda a l greja. Por isso fo i no meada Padroeira d as mi ssões, se m nunca ter de ixado a clausura. Desejando possuir todas as vocações para nelas glorificar a Deus, inclusive a de cruzada, e ncontrou no amor a Deus, conforme diz, sua reali zação. Anteriormente sua festa era comemorada no dia 3 de outubro. (Ver Excertos, na página 2).
2 SANTOS ANJOS DA GUARDA Tal festa, originada na Espanha, d ifundiu-se para todo o mundo e tem por objeto agradecer a esses nossos celestes be nfe itores sua guia e proteção.
~J São Francisco de Borja, Confessor + Ro ma, 1572. Vi ce-R e i da Cata lunha e D uque de Ga nd ia, re nunc io u às honras do mundo ao ver e m deco mpos ição o cad áve r da o ut rora be líss im a ra inh a Isa be l, de Es panha . Primeira Sexta-Feira do Mês
4 São l•'rancisco de Assis, Confessor + Ass is (ltá lia), J226. O Povere llo de Ass is a mo u tão a pa ixo nadamente o Salvador, q ue lhe fo ra m comun icados seus estig mas e até uma semelh ança fís ica com Ele. Com São Domingos, fo i um a das colunas da Igrej a e m seu te m-
+ Sic ília, 541 . Foram truc idados pe los sarrace nos na S icília. O s be nedi t inos ho nra m também neste dia outro Plác ido, educado por São Be nto desde os sete a nos, e que ating iu grande santidade.
6 São Bruno Abade, Confessor (Vicie p. 36)
7 NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO Festa in stituída por São Pio V em ação ele graças pe la vitóri a obtida em Le panto contra os mao metanos, em 157 J, por me io ela rec itação cio Rosário.
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nário. S upe rior Geral cios Barna bitas aos 35 anos, aos 40 tornou-se Bi spo ele Aléria, na Calfü ri a, que re-evangeli zo u. Com sua rara eloqüê ncia, converteu jude us e protestantes à ve rdade ira fé.
12 NOSSA SENHORA APARECIDA, PADROEIRA DO BRASIL E m 17 17 , ocorre u o e ncontro ela milagrosa image m. Que ira a Mãe ele De us continua r a fa vorecer nosso que rido Pa ís, ele tal sorte que cada bras ile iro corresponda a ta ntas graças recebidas ele sua Padroe ira.
13 Santo Eduardo 111, Rei e Confessor + 1066. S ucessor do re i e mártir do mesmo no me no tro no el a Ing late rra. P rotetor cios órfãos e indi gentes, nunca nego u um pedido fe ito e m no me ele São João Evangeli sta. Com a esposa, fez voto ele perpétua castidade.
Santa Pelágia, Virgem e Mártir
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+ Séc. 1V. São João C ri sóstomo narra, num cé le bre sermão, co mo esta ado lescente de 15 a nos prefe riu morre r a ser desonrada por um mag istrad o ro ma no. Exe mpl o ele virgindade para as j ovens .
São Calixto I, Papa e Mártir
~) São João Leonardi, Confessor + Roma, 1609. Fundou a Congregação cios C lé rigos Regulares ela Mãe ele De us, dedicada às o bras edu cac io nais, para ajudar a deter a ameaça protesta nte.
10 São Daniel e Companheiros, Mártires + Ma rrocos, 1227. Estes sete di scípulos ele São Franc isco ele Ass is, ac usados ele "b lasfê mia" contra M ao mé, preferi ra m o martírio à apostas ia .
11 Santo Alexandre Sauli, Bispo e Confessor + Asti ( [táli a), 1592. Apóstolo ela pa lavra e cio confess io-
+ Ro ma, 222. Dirig iu a Ig reja no tempo do a ntipapa Hipó li to, de que m sofre u persegui ções e ca lúni as. C ri ou o cemitéri o da Vi a Ápia, que traz seu nome.
15 Santa Teresa de Ávila, Virgem, Reformadora + Alba (Es pa nha), 1582. A lma ardente e ené rgica, empreendeu a reforma cio Carmelo. "Sofrer ou morrer", fo i o desejo que viu plenamente satisfeito nos muitos trabalhos e doenças que suportou. Uni a a mais sublime contemplação a uma extraordinária capacidade de ação, sagacidade e combate.
16 Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem + Paray- le- Mo ni a l (França), 1690 . Re li g iosa vi sitand ina, e ntregou-se desde cedo à conte mpl ação da Pa ixão do Rede ntor, recebe ndo ele Nosso Senhor Jesus C ri sto a me nsa-
gem sobre a devoção ao seu Sagrado Coração e a incumbê n c ia ele difundi - la pe lo mundo inte iro.
17 Santo Inácio de Antioquia , Bispo e Mártir + Séc. li. Di scípul o cios Apósto los e sucessor de São Pedro na Sé de A nti oqui a. Com São Po li ca rpo, fo i o mais ilu stre dos Padres Apostó li cos.
a São Lucas, Evangelista Séc. l. M édi co de Antioquia co nve rti do po r São Pa ul o, aco mpa nho u-o e m vári as vi age ns. A uto r do 1ll Eva ngelho e dos Atos dos Apósto los.
19 São Paulo da Cruz, Confessor + Ro ma, 1775 . Ardoroso devoto da Pa ixão cio Sa lvador, sua vicia fo i ma rcada pelo sofrim ento e pe nit ência. Fundo u a Cong regação dos Pass ionistas, c uj os re li g iosos íazem voto de pregar por toda par te os mi stéri os da Paixão.
20 São Pedro de Alcfüllara, Confessor + A re nas (Espa nh a) , 1562. PA DR OE IRO PRIN IPA L DO BRAS IL. Re formador dos Franc iscanos da Espa nha, medi ante conselhos auxili ou incenti vo u Santa Teresa na r rorma do Carme lo. Fo i admirável por suas morti fi caçõ ·s e peni tências. Q uando fa le ·cu , a Santa o viu subindo ao u, di zendo : "Bendita pen itência
quem.e valeu tal recompe11.,·o "
21 São Gaspar ele Búfalo, Confessor + ltá lia, 1836. Jesuíta. Po r s te r recu sado a prestar o ju rame nto de fid e li dade a Napoleão , passo u c inco a nos no cárcere.
22 Santas unilona e Alódia, Mártires + Hu cs a (Es pa nha), 851 . Filh as ele pai muç ulma no e mãe
c ri stã, fora m ed ucadas po r esta na ve rdade ira Re li g ião. Ao morre r o pa i, passaram à custódi a cio tio, fe rrenho islam ita. Entre a escolh a da apostas ia ou ela morte, não titu beara m, o fe rece ndo o pescoço ao carrasco.
para C ri sto, fo i ter com Sa nto Ata nás io, em A lexandri a, ped indo- lhe miss io nários para a A bi ssíni a. No meado bi spo, fo i sagrado por aque le in trépido defe nsor ela fé e volto u ao seu país, ded ica ndo toda s ua vi da ao tra ba lho de evange li zação.
2a
2H
São João de Capistrano, Confessor
Santos Simão e Judas, Apóstolos Séc . 1. São Judas Tadeu era
+ Hungria, 1456. Este fra nc isca no ita li a no fo i o grande pregador da c ru zada co ntra o fs lã, que c ulmin ou na vitó ri a do exé rc ito c ri stão so bre o muç u I ma no, qu ase du as vezes ma is numeroso. O fa to ocorre u e m Be lgrado, no a no de 1456.
irm ão de São Ti ago M e nor, filhos ele C leofas e M aria, primos de Nosso Senho r. Pregou o Evangelho na Judé ia, Samari a, S íri a e Meso potâ mi a. Esc reveu uma e pístola exorta ndo os fi é is a perseverare m na fé, ataca ndo vigorosamente os sobe rbos, os lu xuri osos e os fa lsos do uto res . São S imão, cognom inado Cana ne u, ou Ze lador, era ori g in á ri o da Ga lilé ia. Na Pérsia, e ncontro u-se com São Ju das Tadeu, sendo a mbos martiri zados naq ue le país.
24 Santo Antônio Maria Claret, Bispo e Confessor + Fontfro ide (Fra nça) , 1870. Pregado r pop ul ar, fund o u a Congregação Mi ss ionária dos Filhos do Coração imac ul ado de M ari a. Fo i Arcebi s po de Santiago el e C uba, confesso r e conse lhe iro da ra inh a Isabe l li , da Es panha . No Concíli o Vati cano 1, destacou-se como intrépido defensor da in fa libi1idade po ntifíc ia.
29 São Narciso, Bispo e Confessor + Jerusa lém, 2 12. Q uase octogemirio, fo i e le ito Bispo ele Jerusa lém. Pres id iu , com Teófi lo ele Cesaré ia, um concíli o re uni do para decid ir o d ia da celeb ração ela Páscoa. O pe rou vá ri os m il ag res em vida.
25 Santos Crisanto e Daria, Mártires + Ro ma, 237. Es posos, vieram do O ri e nte para Ro ma, onde se e mpe nhara m na conversão dos pagãos. Ta mbé m: Bea to A nt o ni o Sant' Ana Ga lvão, Confesso r.
~JO Santo Afonso Rodriguez, Confessor + Palma de Maiorca (Espanha), 16 17. Tendo perd ido a m ulher, dois fi lhos e a estab ilidade econôm ica aos 36 anos, bendisse a mão ele Deus que o fe ria e e ntrou para a Companhia de Jesus como irmão le igo.
2fi Sanlo l•:varisto. Papa e Mártir éc . li. Qu in to s ucesso r de Süo Pedro na Sé Apostó lica, dividiu Ro ma e m sete Diaco11ias e leg is lou sobre o matri môni o cri s tão. Fo i martiri zado sob T raja no .
27 São Frumêncio, Bispo e Confessor + Abi ss ínia , Séc. IV. Educado p lo rei loca l, a lcançou irnportantes cargos no re ino. 1 ·scjoso de ga nh a r o pa ís
~JI •
São Wolfgang, Bispo e Confessor + Li nz (Á ustri a), 994. Bened itino, Bispo de Regensburg, na Bav iera, transfo rmo u sua d iocese pe lo ze lo, tale nto e santidade ele vicia que possuía. Foi mestre e d ire to r esp iritua l cio f utu ro Im pe rado r Sa nto Henri q ue 11 .
Intenções para a Santa Missa em outubro Se rá ce lebrada pe lo Revmo. Pad re Davi Fra nc isquin i, nas seguintes intenções : • Que Santa Teresinha e São Judas Tadeu, cujas festas se comemoram em o utubro, interce dam ju nto a Deus pe l as necess i dades ma is prementes de to dos os leitores de Cato licismo, dos participantes da Aliança de Fátima e de suas respecti vas famí li as. • Que Nossa Senhora Aparecida, Ra inha e Pad roe iro do Brasil , li vre nosso Pá t r ia de co nvu lsões soc ia is no campo e nos cidades, prese rvando as famí li as brasil eiras do vio lência, da desordem e do perseguição relig ioso.
Intenções para a Santa Missa em novembro • Mi ssa de Finados, pe las a lmas dos fam iliares d os leitores de Catolicismo e dos partic ipantes do Aliança
de Fátima . • Pelos san tas a lm as do Purgatório. Na intenção de que neste mês de novem bro, em qu e se co memora a festa de Nossa Senho ra das Gra ças, co nceda Ela a todos os nossos leitores e am ig os abunda ntes graças.
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vado, pois, poderão ag ir livrement . Não mais encontrarão res istência a seus intuitos delit~ osos, uma vez que a popu lação esta rá indefesa.
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Proibição <lo pol'tc <le al'mas J'avol'ecc os marginais
FEDERAÇÃO PAU[~IA DETIRO PllA11co
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Legítima defesa N ão pode o llo1nem de ben1 exercer seu legítinto dil'eiLo a auLodcfcsa? Ainda que tenlla de fazer uso de armas para p1·cscr·va1· sua vida ou proteger sua fan1ília e seu patr'ilnônio? Restringir· css(' di1·ciLo sú alegrará e favorecerú mna categoria: a dos n1m·gi1wis, que pc.1ssat·ao a co1neter delitos serr1 correr risco. Ü SCAR VIDAL
os dias 14 e 18 de agosto, proferiu clarividentes pa lestras em São Pau lo e no Ri o de Janeiro o Diretor de Assuntos Federai s do Instituto para
Ação Leg islativa da Associação Nacional do Rifle (JLA-NRA), dos Estados Unidos, Sr. Charles Cunningham. O evento fo i promov ido pela campanha da TFP Pró Legítima Defesa, juntamente com outras enti dades, como Safári Club do Brasil, ANPCA, Federação Paulista de Tiro Prático, APADDI, RAM Clube e ABAR. Na capita l pauli sta, a conferênc ia foi rea li zada no Clube Nacional (fotos J, 2 e 3); e na capita l cari oca, teve lugar ·11 0
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CATOLICISMO
Guanabara Palace (fotos 4, 5 e 6). Am bos os auditórios fi caram lotados - no primeiro, co m cerca de 350 pessoas , e no segundo, 250 - co m participantes ávidos em ouvir o conferencista desenvolver o tema "Estratég ias efetivas próarmas de fogo numa cultura anti-arm as".
Uma lei não '"'tinge
os J'ora-cla-Jei Dete rmin ada mídia tem proc urado induzir o público à idéia de que, se fo r aprovado o projeto de lei 292, chamado Estatuto de Desarma111e11to - que tramita no Congresso Nac ional em regime de urgência - os crimes diminuirão. Isso constitui , pelo menos, notória ingenui -
dade, entretanto mui to propalada. O conferenc ista norte-americano demonstrou caba lmente que tal idéia não passa de um engodo, sustentado por campanha mid iática, organizada por esq uerdistas e certas ONGs, visando enganar a população med iante man ipu lac,:ão Je informações di storc idas. Caso aprovado o projeto, a nova lei poderá desarmar a população ordeira, que usa arma como autodefesa e como meio de defender a própria famí li a e seu patrimônio. Mas não desarm ará, ev identemente, os criminosos. Estes não acatam as leis, usam armas ilega is, rou badas ou contrabandeadas. E certamente fi carão muito satisfei tos se o contro vertido projeto de desarma mento for apro-
O Sr. C harl es Cunningham desc reveu a estratég ia adotada pela NRA para garant ir, nos Estados Unidos, o di reito cio c idadão de ter e portar arma s de fogo: co nsiste em es vaziar o clim a demagógico e emoc iona l cri ado pela mídia esquerdi sta e desfazer tal onda com arg um entos lóg icos. Nenhum Estado, di sse o conferencista, tem condi ções de dar segurança total ao cidad ão. Para isso, seri a prec iso haver um policial para cada pessoa ... O que é impraticáve l. Ele exemplifi cou com a situ ação nos presídios. N esses locais, os crimin osos estão sob severa vi g i lância cio Estado e privados el a liberdad e de ir e vir. Mesmo nessa situ ação eles co nseguem prati car delitos, por vezes até dirigem o crim e. Como esperar qu e não consigam prati cá- los fora cios presídios? Outro ilu strativo exemplo mencionado na conferência: em Washin gton , onde vigora rígida leg islação para o con trol e ele armas, o índice de viol ência é um dos maiores dos Estados Unidos. Entretanto, nos Estados norte-americanos que torn aram mais livres o porte e a posse de armas pelos homens de bem, os índices ele criminalid ade baixara m imediatamente.
Dcsannamento citril aJ)lica<lo aumento cio Cl'ime
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"Não são ns armas que rna1am 1"' - ressa ltou o palesVocê pode deixar uma arma em cima de um móvel duranle 100 anos, que ela não matará ninguém. Quem mata são as pessoas". trante -
Ass im sendo, defendeu ele a necess idade ele preparar as pessoas para usar adeq uadamente as armas, prevenindo os eventua is risco s e seu mau uso contra terce iros . Neste se ntido, a NRA procura incentivar a criação de leis que regulamentem o porte e a posse elas armas, prevendo punição severa co ntra os que as utili za rem de forma crimin osa. O que não é ace itável é o argumento irraciona l ele subtrair ao homem honesto o direito de portá- las e usá- las. Cada um deve responder pelos atos errados ou crimi nosos que venha a cometer. Não é porque há ac identes de trânsito que se deve negar ao indivíduo o direito de comprar e diri gir automóve is. A cu lpa não está nos automóveis nem nas armas , mas sim no mau uso que se faz deles. Outros ilu strativos exemplos apresentou o Sr. C unningham, evidenciando não se dever acred itar que o desarmam ento da popul ação resulta na diminui ção da crimin al id ade . Estatísticas séria s co mprovaram isso em vários países e - caso o funesto Estatuto de Desarmamento fo r aprovado pelo Congresso - no B ras il não será diferente. • E-mail do autor: OscarVi dal @terra.com.br
OUTUBRO 2003 -
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Jornada Crtsto Rei
Uma nódoa na certmônia
e I Luís FERNANDO EscosAR
P resença do diLéldor TFP rea li zo u e m sua sede ca mpestre , loca li za da no muni c ípi o de Amparo, mais uma Jornada Cristo Rei, progra ma para seus correspondentes e simpati za ntes de algumas regiões do interi or pauli sta. Reunindo 90 pessoas, o evento teve início na manhã do dia 3 de agosto. Após essa reuni ão, os corre_spondentes partic ipara m de divulgação do manifesto da TFP, que a lerta a opini ão pública para o ri sco soc ia l representado pelas invasões promov idas pelo MST. E um evento aná logo rea li zou-se na mesma localidade, no di a 7 de setembro p.p., para as senhoras corres po nde ntes e simpati zantes da TFP daque la reg ião. Nas fotos à direita, flagrantes da Jornada. •
de posse do novo presidente do Paraguai mancha um evento importante na história do país vizinho 11
O voto dos católicos pode favorecer um programa anticrtstão? C om o título acima, uma enérgica clcclaração foi publicada no diário "Ln .~ación'', etc Buenos Aires, rm D de scternbm p.p., por Acci ôn Nunília uma iniciativa dn Fundadôn ArgenUna cio/ Mafwna.
documento constituiu um a lerta à pop ul ação a respeito do conflito ele consciênc ia, para a maioria cios e leitores de Buenos Aires, pelo fato de que o chefe de governo dessa c idade e candid ato a reeleição, Dr. Aníbal !barra , tinh a promovido um progra ma de inspiração anti cristã, g raveme nte atentató ri o à fa míli a. O referido ca ndidato - que afinal foi reele ito e m 14 de sete mbro p.p. - tinha promul gado, e ntre outras, a le i do "casamento" e ntre pessoas do mes mo sexo e aberto cam inho ao aborto através da le i da "eutanás ia in tra-uterina". Acción Família afirma que a Santa
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CATO LICISMO
LA NACIO t•:t ,·uto ,h• lt\"I: ~utdll,•08. (,IJUl·t.lt flntH't..'\.'1.'t'
un 1u'l1ijru11m m1ti\'1•l-.1h1no?
1 ,cg1
provint dul'llm ti'11l){J.N1Adl.'f
Sé le mbrou aos fi é is, na Nota Doutrinária ele 24- 1 1-02 , que não se pode favorecer co m o pró pri o voto "a realização d e um programa políti co" co ntrá ri o "aos conteúdosfundarnentais da fé e da moral ". O come ntári o de uma advogada sintetiza a profund a repe rcussão obtida pelo documento nos me ios cató li cos: "Comparto ampla e totalmente os terrnos da publicação. É simplesm.ente incontestável! Nenhum católico pode ignorar um texto escrito com tal obj etividade, a respeito de temas tão cruciais ". • Para ler a íntegra do comunicado, recomendamos o site: http://www.fadm.org.ar
E-mail do au1or: fadm@fndm.org .ar
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TRA NS~ fl'SI ÓN DEL MANDO MAN C HADA POR LA l'RESE NCJA DEL DI CT,\DOR CASTRO ( .o , -.11u1t,, 11 1" • 1, 11
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JAVIER PENA
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Assunção - No dia 15 de agosto p.p., festa de Nossa Senhora da Assunção, pad roeira da ca pital paraguaia - e m cuja honra está erigi da a catedral do mais antigo bispado do que outrora foi o Vice-Reinado do Prata - realizouse a transmi ssão de poder, ass umindo a presidênc ia do pa ís o Dr. Nicanor Duartes Frutos. A concorrida a. sistência de autoridades estrangeiras à solenidade de posse - qu cont ou com a presença do Príncipe das Astúrias (Espanha), da Vice-pres idente d l•ormosa, ass im como de outros altos representantes de nações amigas - TJ de molde a atrair as bênçãos de Deus e a colaboração, confiança e unid acl cios paraguaios. lnfe li zment , ·0 111 0 fez notar a TFP paraguaia em manifesto público, a transmissão pres id '11 ·i·1I foi manchada pela presença do ditador Castro, que "cínica e obstinrula111ente se ufana de manter um dos últimos redutos do comunismo no inundo, .1·e11I incomodar-se com os sofrimentos do povo cubano ". E m seu manir •sto, perg unta a TFP parag uai a a Castro: "Não compreendes que és um estm11/w 110 concerto latino-americano, que representas o que nossos povos não q11ere111, o que a Lei Natural e a Lei de Deus proíbem. o que a evidência e o ho111 senso mais elementar rechaçam?" E acrescenta: "Nenhum vínculo espef'ial com Fideljustijica sua vinda. Pelo contrário, todos os vínculos qu , nos 11nem corn o oprimido povo cubano - vínculos de caridade, de cristandade, de língua, de origem e de destino - nos pedem não homenagear o ·arcereiro, o tortu rador, o tirano que o oprime de modo injusto e iníquo". O documento, publicad o no princ ipal diário de Assunção, o "ABC Colo r" (fac-s"ín1ile ao lado), di stribuído por cooperadores da entidade e m praça públi ca, nas universiclad 'S ' p las ruas da capital (fotos ao lado), despertou e normemente a atenção, at e ntão adormecida, de muitos paraguaios. Diretores ela TFP parag uaia fo ra m convidados a conceder entrevistas, e vári as emi ssoras come ntaram a val ente atuação da entidade. O diário "ABC", e m editorial , tomou pos ição ·o ntrári a à tão danosa vi sita, o que muitos interpretara m como um eco do manircsto da TFP. No cerne de seu come ntári o, a TPP cha ma a atenção de tantos pa ladinos da de mocrac ia, e dos ass im c hamados "defe nsores dos direitos humanos", para a fa lta ele indignação fa c ~s crue ldades de Castro. O que re presenta uma "cont radição tão grande, q11e chega a te r um caráter de mistério. Mistério este mais profundo que o e11ig111a da s e:,:finges egípcias", c omenta o manifesto da TFP. E c itando Plin io orrêa de Oliveira, fund ador da TFP bras ile ira e inspirador da para ua ia, acrescenta à gui sa ele ex plicação: "Sem dúvida, Fidel Castro é, hoje em dio. 11111 dos.filhos prediletos da Revolução. Por isto 11ode praticar em sua t ,rro ris crueldades e barbaridades mais evident es, atentar indistintamente contra vidas e propriedades, que entretanto não se levanta apoio nem comi.,·Noçrio alguma em. prol das vítimas do ditador cuhc11w ". •
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E- ma il do autor: japen @hotmai l. com
OUTUBRO 2003 -
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Acampamento de verão revive espírito de cavalaria C ontrariando as aparências, o heroísmo católico, plenamente alcançado nas Ordens de Cavalaria nascidas na ldade Média, entusiasma, atrai e arrasta a juventude neste início do século XXI nos Estados Unidos ' •. F LÁVIO M ATIHARA
ogos eletrônicos, Internet, filmes de ação, es portes , libe rd ade de movime ntos, trajes sum ári os este seria, no mundo moderno, um programa de fé ri as considerado ideal para jovens. Nada di sso aconteceu no Acampamento de Verão pro movido e m julho último pela TFP norte-a me ricana na zona rural de Norwood, na Loui siana, próximo às margens do ri o Mi ss iss ippi. Ao invés dessas "atrações", j ove ns provenie ntes de vári os Estados america nos, e també m da Escóc ia, viveram intensame nte um convite ao pe nsa me nto e ao hero ís mo, e m qu e se mesc laram estudo, orações, co nfe rê ncias e vi sitas culturai s, alé m de jogos medi evais. Desde o matinal hasteamento dos estandartes da TFP e do Papa, be m como da bandeira americana, até a procissão noturna com tochas e rec itação do Rosário, os jovens aderiram com entusiasmo ao vari ado programa. Cônsci os de que assim se preparavam para grandes pugnas em defesa da Civili zação Cri stã, pondo ê nfase espec ial na vida de oração, sem a qual não pode haver heroísmo verdadeiro.
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Visita ao Brasil Jovens que estão se ap rox ima ndo da TFP norte-ameri ca na estivera m vis ita ndo as sedes ela T FP bras ile ira no Ri o de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, com o objetivo ele me lhor conhecer a primeira TFP, fundada por Plini o Corrêa de O live ira e m 1960. De passagem pelo Bras il , aproveitara m ain da para conhecer alguns loca is de referê ncia no País, prin cipalme nte lu gares hi stóricos ele fa ma mun dial (fotos abaixo).
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Para jove ns de outros Estados norte-americanos, programação semelhante foi rea lizada em agosto, també m organi zada pela T FP dos Estados Unidos. Desta vez, o evento passou-se na sede da e ntid ade e m Spring Grave, na Pensilvâni a. • E-mail do autor: fl atamat@hotm ail.com
CATOLICISMO
OUTUBRO 2003
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O Casamento de \ J Nossa Senhora e São José ~-ª~~ 11 PUNIO C O RRÊA DE OLIVEI RA
ste quadro* ostenta como fundo um pequeno ed ifício que é, segundo imaginação do pintor, uma parte cio Templo de Jeru salém. Vê-se o sacerd ote co m uma capa vermelha, e debaixo dela uma es péc ie de meia-tú nica desce ela cintura até o pé. É um homem idoso, digno, já ele cabelos brancos, abundantemente barbado, e que numa atitude de piedade e recolhimento está ce lebrando a cerimônia cio matrimônio ele N ossa Senhora e São José. Vê-se São José passando uma ali ança à Beatíssima Virgem e segu rando uma vara com flores. A vara floresceu, e desse modo indicou ser ele o esposo esco lhido pela Providência para M aria Santíssi ma. Segundo velha tradição, São José é apresentado mais idoso que Nossa Senhora. Ela ainda muito j ovem, e com o recato e a co mpostura de uma pessoa toda virginal. Para o casamento, Ela está vestida co m uma túnica ele um cor-de-rosa tão claro, que quase se diria branco, lembrando a virgindade, a pureza e a delicadeza ele ·se ntimentos levadas ao mai s alto grau. Com um porte ereto e virginal , está cingida com uma coroa ele fl ores. São José assume, até certo ponto, um pouco o papel de esposo e um pouco o papel ele pai cm relação a Nossa Senhora, numa atitude de proteção. E a M ãe de Deus toma a posição ele quem se deixa proteger. É um a atitude muito apropri ada, apresentando alguma timidez junto ao sacerdote respeitável e diante de São José. M ais atrás, pessoas comentam as bodas. Estão vestidas com trajes romanos, cujos coloridos contudo são ori entais. E bem ao fundo vê-se a cidade de Jeru salém. •
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Afresco pintado entre 1302 e 1306 por Giouo di Bondonc ( 1267-1337), que se encontra na Capel a degli Scrovegni, cm Pádua (Itáli a).
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 30 de novembro de 1988. Sem revisão do autor.
JLECESMO
,
UMARI ·
PLI NIO C ORRÊA DE OLIVE IRA
Novcm bro de
Açúcar amargo, Natal sem luzes E ste espaço é exíguo para analogias. l•'a~a o pt'OJ)l'iO leit,01' as suas elas saltam aos olhos - e vrn•ifique como a l list(H'in se l'cpete m 13-12-1970, em artigo publicado na "Folha de S. Paulo", Plinio Corrêa de Oliveira comentava uma intérmino discurseira de Fidel Castro - três horas e meia de duração(!) - na qual o ditador lamentava, uma vez mais, não ter atingido nem de longe sua meta estabelecida para produção açucareiro. Após tal comentário, o articulista escreve:
E
" M as i sto mes mo nos mostra também outra co isa, que nos di z respeito bem mai s el e perto. Para apontá- l a, tiro os olhos ela infeli z C uba e os fix o na Am éri ca L atina. Como compreender que um chefe ele Estado [o Prof. Plínio referi a-se a Allende, marxista causador ela mj séri a no Chile] que anuncia para seu povo um futuro cheio ele fartura e liberclacle, acabe ele restabelecer relações dipl omáticas com C uba, e, não contente com isto, se arvore em campeão ela causa ele Ficlel Casb·o no continente? Não sabe All encle que o restabelecimento cios laços ela Améri ca L atin a com C uba ref orçari a inevitavelmente a ditadura ne se país? Como, então, tomar a séri o as tirada cio novo presidente chileno a favor ele seu próprio povo, quando se o vê cúmplice cios que oprimem povos irmãos? Só Allencle? D o co ntin ente, retrai amos nos os olhares para dentro de casa ... Sim. E olhemos para todo o conjunto de periferi as político- ideol ógi cas equ ívocas e suspeitas que, à maneira de um cinturão de segurança, rodeia o comuni smo caboc lo. Fa lo dos demo-cri stãos, dos sociali stas, dos progr e si stas ou que outro nome tenham. E l es, que tanto se revol-
CATOLICISMO
ta m contra qualquer cle r ito ela utu ol 'S trutu ra I o l íti co -soc ial bra sil ,ra , ·0 111 0 podem si len iar, e si I nc iar Lão co m pi tamente, sobr a situ ação de uba? Já no ano pas ado, a propó. i1.o ci o rra casso da sa fra açuca reira ele 10 milhões de toneladas, que F idel va ti cinou e nã obteve, fi z- lhes - por esta co luna - a mes ma interpelação. Se é o ze lo pelos pobres, que move todos esses inocentesútei s do comuni smo (duvidosamente inocentes e tão indi sc utivelmente úteis), por que não lutam eles pelos pobres de C uba? Um silêncio pesado se seguiu à interpel ação. Vej amos se, desta vez, os interpelados se mo vem a uma réplica .
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Fi xo agora meus olhos sobre o leitor. Peço- lhe a atenção para estas linhas que encerra m um noti ciári o da Fo lh a de S. Paul o: Declarou também I Fidel astro, no mencionado di sc urso ! que a sq/i·a a/ uai /... 1coni.,çou co111 c• rto a iroso, e propôs que, como no cn ,o w1t eri o1; sejo111 /im rrogadas para 011/m étHJcr1 os .fi1.I·tr1.I· tro di ·io11a i.1· de No to / e /\ 110 Novo. /\o decfo mr-,,·e ' re.1·1,e itor/01· rios t m diçõ •,1· ', /•'i de/ e11t re tr111to r1,,·si110 /011 : 'S<1o tnuito c r istri.1·, 11111ito {)elos 11 11111 ito f }{//1 fi cas, p or ' Ili ('1/ /l ,\'l i fll ('III Ili// ,/<•11 1 Ili ('// /}
.1·1d!i<'t i110 111111 110s trr11 I.1'<'l'<1111 do h'11 ropo '. /\ ss im , p11 ru l 1'id ·I '11stro, o Nu tal não passa d ' '11111.fc 11 I11 e110 s11l~i etivo q11e nos I m 11xem 111 do ,~·11 m1H1·. ns1' o homem qu d s · ' u d Sier m Maestro os tentan do um enorm ' rosú ri o uo p 'scoço para embair os católi cos d s ' LI país . uiclacl o, leitor, cuidado. Ni:ío d~ cr d ilo a alguém só porqu s di z a i li co . •stam os na época da hi pocri sia, cm que Satanás por vez s se raz sacri stão, 1 or vezes padre e... prefi ro não co ntinu ar. 1
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2
Ex<:1mTOS
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CAR'l'A no D11u:Ton
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PA<aNA MARIANA Nossa Senhora do Rodo, de Paranaguá
7
LEl'l'l/RA EsP11n·1·uAL
8
Co1umsPON1>1~:NC1A
1O A
As obras de misericórdia
1O A palavra do Sacerdote
PAl,AVI{/\ DO SACERDOTJ•:
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JNTEUNACIONAI,
18
PoR
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ENTIU:vtSTA
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E<:os DE li'AT1l\1A
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1N1,•onl\1A.TIVO RURAL
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D1sc1mNJNDO
O p erigo islâmico e a cisão do Ocidente
ocr..: NossA
S1<:NII01{A
C11oiv\?
Reforma tributária ameaça a propriedade
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L eitor ami go, posso pedir- lh e algo para o N atal ? Posso pedir- lhe o presente de uma prece? Qu ando rezar ao pé ci o presépi o, ou qu ando se sentar fe li z para a ceia ele Natal, lembre-se do Natal negro , se m festas nem lu zes, ele um povo irmão qu e nessa mes ma noite, a essa mes ma hora, está na escuridão, dormind o exausto para retomar no di a im cli ato a produção do açúar ·1mar o, rcsull ant do traba lho escra vo. L ' t11 br -s · d uba . L mbr -se ta m10s ·hil •nos ·l11 ri v id ·nl 'S, qu ' dis · ' rn ' 111 · 111 /\ li 'tHI • o Pid •I d · s ' li pu s. R 'Z' 1or todos •ss ·s inl' •l i;,, 'S. I! r •;,, · p ·lo Brasi l, ca ro leitor, para qu · j11 muis Ih ' oco rra desg raça igual". •
Sóror Catarina de Jesus He1Tera (final)
26 CAPA Nova campanha da TFP alerta a Nação
36 VmAs m:
SANTOS
Santo Alberto Magno, um sábio
36 Vidas de Santos
39
GRANDES P1msoNA<a•:Ns
42
SOS
45
ATUAl,IDADE
46
S1\N'1·os E
48 TPPs
Simão de Montfort, cruzado
l◄'AMÍl,IA O sacramento do matrimônio
El\1
Frei Betto exalta Che Guevara
l◄'i,;sTAS DO M1~:s
A(1Ão
52 Al\mmNT1•:s, CosnJMES, C1v11,1zAçf>1,:s Magnata húngarn: conjugação entre Ocidente e Oriente
Nossa capa : Encerramento da campanha da TFP na capital paulista, no Monumento da Independência, bairro do lpiranga, em 4-10-2003 (foto: Feri J. Dozsa). No ovalado, imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.
39 Grandes Personagens
NOVEMBRO 2 0 0 3 -
Amigo le ito r,
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Prol Editora Gráfica E-mail: epbp@uol.com.br Home Page: http://www.catolici smo.com .br ISSN 0008-8528 Preços da assinatura anual para o mês de NOVEMBRO de 2003:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
É inegável que se observa alualme nte e m nosso País um perigoso processo rumo ao soc iali smo. E nesta hora nós, cnqu anlo caLó li cos e brasileiros, não nos podemos ca lar e om itir, pois está e m j ogo a lcf"esa dos a lLos interesses de Deus e da C ivili zação Cri stã. O que se e conde por trás ela aparente descoordenação políti ca cio alua i governo? Será que essa desordem não representa um a cortina de .Júmaça para desv ia r nossa atenção cio mov ime nto revo luc ionári o e m c ur. o no ca mpo e nas c idades? Uma profu nda revo lução ideológ ica e cultural está se processando no Brasil, amparada por signifi cativas mudanças na legislação. Com isso, o soc iali smo vem se incrustando em estruturas políti cas e soc iai s da Nação, favorece ndo peri gosame nte a eclosão ele uma convul são soc ia l. Plinio Corrêa de Oliveira, em seu best-seller Reforma Agrária - Questão de Consciência, já advertia: "As revoluções têm como que intuições ou instintos políticos .finíssimos, que as levam a dizer ou calar o que lhes convém, lhes inspiram a escolha de slogans adequados, e de fórmulas hábeis para irem revelando por etapas os seus desígnios" . * * * Por sua vez, os ideólogos e militantes ela chamada esquerda católica utili zamse do de magógico conce ito ele m.ovim.entos sociais, como pretexto para ex igir cios Poderes Públicos a aceitação da violação sistemática de direitos líquidos e certos. Tudo é fe ito em me io ao caos, o que dificulta não só a percepção das tra nsform ações que se operam rumo às utopias revolucionári as, mas também o rápido cresc ime nto de uma oposição anti-socialista. Assim ag indo, a esquerda católica contraria ademais , com ousadia, a índole centri sta e conservadora ela maioria de nosso povo e qua lifica, falsamente, como reivindicações populares as posições mais extremadas e radicais de cunho soc iali sta. Afrontando a autêntica doutrina católica, ela in sufla conflitos sociais e vai disseminando a idé ia abs urda de que toda propriedade é um roubo e todo proprietário um ladrão. Nessa atmosfera carregada ele preocupações e ele ameaças, Catolicismo julga opo rtuno e até necessário, para o esc larec ime nto de seus le ito res, publicar como matéria ele capa desta ed ição a penetrante Análise da TFP, inti tulada Marcha progressiva do Brasil rum.o ao socialismo, com decisivo apoio da "esquerda católica". O documento começou a ser difundido pela entidade no in ício do mês passado, med iante campanha pública. Que Nossa Senhora Aparecida ilumine o povo brasil eiro e as autênticas lideranças nac io nais, no sentido ele se opore m, dentro da le i mas com firmeza, à onda desagregadora da propaganda soc iali sta, que ameaça seriamente o Paí ·. Se tal não fizerem, estarão atra indo para nossa Pátria os castigos previstos pela Mãe de Deus . e m Fátima, no ano de 19 17 . Desejo a todos uma boa le itura. E m Jesus e Maria,
Paulo Corrêa de Brito Filho DI RETOR
Catoli cismo @terra.com .br
Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Paraná C elebra-se no dia 15 de novembro significativa festividade cara a todos os habitantes desse irnportantc Estado brasileiro, a qual desejamos tornar conhecida por todo o País V ALDIS GRINSTE INS
P
or vezes, Nossa Senhora não atende diretam e nte nossos pedidos, mas sim os rogos que outros fazem por nós. Foi o que aconteceu em finais do século XVIII ou começo do XIX com Agostinho, escravo do Sargento-Mor Simão Cardoso Paes, homem rico e importante da cidade ele Antonina, no Paraná. S imão era,
entretanto, mais rico em bens espirituais do que materiais. Tendo o escravo caído gravemente doente, a ponto de os médi cos darem o caso por perdido, o Sm·gento-Mor não desanimou. Jnvocou Nossa Senhora cio Rocio de Paranaguá, prometendo que ajudm·ia durante seis meses na construção da nova igreja dedicada à Virgem do Roc io - iniciada em 1797, mas que avançava em meio a clificulclades materiais caso Agostinho ficasse c urado.
Promessa fe ita, mil agre a lcançado. E a hi stóri a registra que, recobrada a saúde integralmente, também o escravo Agostinho passou a ajudar na construção da ig reja.
Prodigiosa
ÍlllCl'VCllÇáO
Transfiramo-nos ago ra para o ano ele J 932. Recordemos que Para nag uá é um porto paranaense dos ma is importantes do Pa ís. O navio "Mari a M " tenta che-
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,/ ... \· tEITURA .ESPIRITUAL· . · gar ao porto, mas furi oso vencia ai o lança num banco ele are ia, situado a nove milhas cio Farol el as Conchas ela Ilha cio Me l. A embarcação ficou encalhada no di a 8 ele agosto, e no di a 13 foi considerada perdida, apesar ele todos os esforços ela tripul ação . As pessoas ela capitani a reti raram-se cio navi o. Entretanto, este não afundou . No di a 16, tendo o tempo melhorado, voltaram a bordo 77 homens, vi sando retirar a carga, a fim de que o barco, fi cando mais leve, desencalhasse . Isso foi imposs ível. No di a J 8 o navi o partiu-se ao meio. A bordo a situação era lamentável, poi s, além de exaustos, os maruj os não di spunha m ele ág ua para beber e corri am séri o ri sco ele afoga mento. As embarcações ele socorro mais próximas encontravam-se a uma di stância de 700 metros. Sem sa ída, os tripul antes invocaram Nossa Senhora do Roc io. E, ele modo inco mum , medi ante uma jangada improvi sada, os tripulantes puderam ser sa lvos. No di a 23 do mesmo mês, todos eles diri giram-se em pi edosa romari a à capela do Roc io, a fim de agradecer a Nossa Senhora sua proteção naqu e la emergência.
Em 1926, novo surto de peste bu bôni ca atin g iu a loca lid ade . Mais um a vez a im agem foi tras lad ada a Paranaguá, e novame nte o res ultado fo i prodi gioso. Após te r a image m entrado na c id ade, não mai s se reg istrara m casos el a peste. Al ém desses auxíli os extraordin ári os du ra nte peste ou naufrágios, registramse igualmente casos ele prod ígios indi vidu ais. Co mo o de otero ele Sa nt' Anna Bonfim , um lenh ador que, tra balhando na fl oresta, foi sepultado por um a pilha ele toras que desabara m sobre ele. F icou ass im coberto pe la madeira du rante um di a. Todos que procuravam socorrê-lo já haviam perdido a esperança de sa lvá- lo. Sua es posa pediu então a Nossa Senhora do Roc io proteção especial para seu marido. Por fim , quando se conseguiu retirar o pobre lenhador, encontrava-se ele num estado lamentável, com várias fraturas graves. Permaneceu seis meses entre a vida e a morte, durante os quais teve Lima vi são em que a Virgem cio Roc io lhe prometi a a cura . Realmente o fa to aconteceu, tendo o benefi ciado se diri gid o depois àquele sa ntuário mari ano em agradec imento.
Socorro maternal em epiclemias
A origem da imagem
Mai s recentemente, em 1999, tendo co meçado um a epide mia de có lera na cid ade, os habitantes de Paranaguá in vocaram o auxíli o da Virgem do Roc io, sendo ate ndidos. E aind a em três ocasiões, no séc ul o XX , E la sa lvou a localidade de pestes. A primeira teve lugar em 1901, quando oco rreu um surto de peste bubôni ca. O vi gá ri o de Paranag uá fez um voto ele edifi ca r novo templ o à Virge m, caso a mo lésti a cessasse, sendo então a im age m levada em proc issão pe las ruas el a cidade . A partir desse di a cessou o flage lo. E m 19 18, di fundiu -se um a epide mi a universa l, conhec ida co mo a "gripe espanho la", a qual ce ifou vári os milhões vidas no mundo inteiro. Paranag mi fo i atin g id a por ela. Era difíc il encontrar uma res idê ncia el a cidade se m ao menos um contag iad o. Novamente os habitantes transportaram a im age m ele sua ca pe la até a cid ade, tend o, após esse fato, diminuído sensive lmente o número de mortes.
Qual a ori ge m de tão extrao rdinári a im age m? Há carênc ia ele doc umentos hi stóri cos, mas ex istem várias tradi ções. A mais conhec ida delas alude a um pescador chamado Pai Berê, que certo di a, no séc ul o XVll, apanhou a imagem em sua rede. Intri gado co m o fato, contou-o a outros pescadores e colocou a im agem numa rústica capela. Ali começaram a render-lhe culto, es pec ialmente medi ante a rec itação cio Santo Rosári o. Algum te mpo depo is, a im age m foi invocada para p roteger as lavouras da chamada "peste ela Bicha". Nossa Senhora atendeu aos rogos, e a devoção começou a difundir-se por todo o Estado do Paran á. Por que o nome do Rocio? Al go relativo ao fa moso santuário que ostenta a mes ma denomin ação, exi stente na Andalu zia (Espanha)? Nenhum a vincul ação consta a respeito. Uma lenda ou tradição registra ter a im age m aparec ido banhada pe lo orvalho [roc io] e no meio de rosasloucas (fl ores ass im chamadas devido à facilidade com que perdem as pétalas).
CATOLICISMO
Seja qual for a origem, o fato é que a prodi giosa imagem tem protegido o povo paranaense em numerosas ocas iões ele provação. E por isso, desde 1977 ela fo i procl amada ofi cialmente Padroeira Perpétu a cio referido Estado da Federação.
Rcspomlc11clo a uma ohjeção Al gum le itor talvez alegue que os falos aqui narrados pocl m não parecer propri amente ex traordin ári os, mas apresenta m ca racterísti cas el e aco ntec ime ntos comuns. Não consideramos que tal observação obscureça a venerabilidade da imagem ou sua hi stóri a. Nossa Senhora pode escolher o meio que desperte maior devoção dos fi éis. Ass im como uma mãe conhece qual o método mais efi caz para chamar os filh os, repetindo-o com freqüência, assim também a Mãe ele Deus pode utili zar reiteradas vezes meios aparentemente comuns, para nos inclinar à devoção. Por que teri a E la obrigação ele criar um método inédito em cada nova apari ção? O que mais importa é constatar o resultado obtido: mediante a devoção a Nossa Senhora cio Roc io, os paranaenses afervoraram-se na piedade mari al.
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E -mail cio autor: va lclisgr @ig.com.br
Fontes de referência: " O Passa rinho", Curiri ba , nº 249, A no XX , mai o ele 1999. N air Vega, Hi stó ria d e Nossa S enho ra do l?ocio, Paranaguá, 1977 . Novena de Nossa Senhom do l?ocio, Curit iba, 1983.
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Das Obras de Misericórdia Capitulo JV (Cont.) As boas obras, el as qu ais será pedida urna co nta particular no dia do Juízo, são as obras de mi sericórdia*. Obra de mi seri córdi a é aque la com a qual se socorre as necess idades corporais ou espiritu ais do nosso próximo.
As obras de misericórdia corporais são: Jª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7a -
Dar de co mer a quem tem fo me. Dar de beber a quem tem sede. Vestir os nus. Dar pousad_a aos peregrinos. Vi sitar os enfermos. Vi sitar os encarcerados. Sepultar os mortos.
As obras de misericórdia espirituais são: li! 2ª 3ª 4ª 5a 6ª 7ª -
Dar bom conselho. In struir os ignorantes. Advertir os pecadores. Conso lar os aflitos. Perdoar as ofe nsas. Suportar pacientemente as molésti as do próx imo. Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
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Narramos aqui so mente prodígios exteri ores, que pode m ser constatados pelos sentidos. Muito mai s importantes são os milagres espirituais que a graça opera no interi or elas almas, os quais di fi cilmente podem ser avaliados. Quantas graças terá outorgado Nossa Senhora do Roc io para manter as fa míli as unidas, os corações tranqüilos, a fé de seus devotos? Sabê- lo-ernos apenas no dia cio Juízo Final. Por enqu anto, estando nós neste vale de lág rim.as, peçamos- Lhe que nos proteja nas provações que afrontam todos os verdadeiramente cató li cos nesta época ele neopagani smo. •
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Dos pecaclos e ele suas pl'incipais espécies
Há du as espéc ies de pecados: o pecado ori g inal e o pecado atual. O pecado ori gin al é aquele co m o qual todos nascemos, e que contraímos pela desobediênci a de nosso primeiro pai, Adão. Os males provocados pelo pecado de Adão são: a privação da graça, a perda do Paraíso, a ignorância, a inclinação para o mal, a morte e todas as outras mi sérias. O pecado original se apaga com o santo Bati smo. O pecado atu al é aquele que o homem, chegado ao uso da razão, comete com sua vontade livre. Os pecados atu ais são dois: o mortal e o ve ni al. O pecado mortal é uma transgressão da lei divin a, pela qual se fa lta gravemente aos deveres para com Deus, para co m o próximo e para consigo mesmo. Di z-se mortal porque dá morte à alma, fazendo-a perder a graça santificante, que é a vida da alm a, como a alma é a vid a do corpo. O pecado mortal: 1° - priva a alma da graça e da ami zade de Deus; 2° - fá- la perder o Paraíso; 3º - priva-a dos méritos adquiridos e torna-a incapaz de adquirir novos; 4° - fü- la escrava do demôni o; 5º - fá- la merecer o infe rno e também os casti gos desta vida. Al ém da gravidade da matéri a, para constituir um pecado
Santa Francisca Romana (1384-1440) pratica uma obra de misericórdia oferecendo alimentos aos pobres
mortal requer-se plena advertência de tal gravidade [pleno conhec imento] e a vontade deliberada de cometer o pecad o. O pecado venial é uma leve transgressão à Lei divin a, pela qu al se fal ta só levemente a algum dever para com Deus, para com o próximo e para consigo mes mo. Chama-se veni al porque é leve em compa ração co m o pecado mortal, e não faz perder a graça divina. E porque Deus o perdoa mais facilmente. Seri a um grandíssimo engano não faze r caso do pecado veni al, seja porque o pecado venial contém sempre uma ofensa a Deus, seja porque ca usa prejuízos não pequenos à alma. O pecado ve ni al: 1° - enfraqu ece e esfria em nós a ca ridade; 2° - predi spõe ao pecado mortal ; 3° - faz- nos merecedores de grandes penas temporais neste mundo e no outro '. * * * Qu ando alguém co mete freqüentemente o mes mo pecado mortal, este vai-se tornando habitual, constituindo por fim um vício. Quem repetidamente rejeita a graça, e sempre vo lta ao pecado, pouco a pouco torn a-se cego à verdade divina e surdo à graça. Fica obcecado, e não percebe mais a sua situação; fi ca empedernido, e não quer mais deixar-se salvar. Corre grave peri go de morrer impenitente, e de ser ass im rechaçado para sempre para longe de Deus2• •
Nota da redação: * Co nvém ressa lt ar que,
na s úl tim as clécaclas, in sta lou-se dent ro el a Igrej a um a corrente el it a " prog ress isLa" . que tende a rej eitar as obras ele mi seri córdi a. Adotando a chamada Teolog ia da Libertaçcio, abole prati camente a cari clacle e centra tudo na ju stiça. U ma ju sti ça porém entendid a ele modo oposto • ao ensin amento ela Igrej a e cio D ireito Na tural (dar a cada um o que é se u), porqu e in spirada na doutrin a marxista, que ente nde por ju sti ça uma quiméri ca ig ualcl acl e total entre os homens. Segun do essa clo urrina el e ca ráter lu ciferino, que111 estÍI nu111 a pos ição in feri or não deveri a aceitar nada por 111i seri córcl ia, 111 as arranca r tudo ci o superi or, se necessá ri o pela força, e111 nome ci o direito il igualclacle.
Notas: l. T raduzido cio Ca 1ec/1is1110 Maggiore /Honwlgato da San Pio X, Roma, T ipogra fi a Vati cana, 1905 , Ecli zione Ares, Mil ano, pp. 2 12-2 15.
2. Catecismo Car6 /i co, Edit ora Hercler, São Paul o, 1958, pp. 204-205.
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"propri edades" [ ... ]. As transformações são coerentes e bem- vindas. A violência é praticada pelos "proprietários " co nsta nte e impunem e nte. Milhares ele famílias já foram assentadas pelo MST [ ... ]. Vocês defendem que tradição? A tradição ela exclu são? Sou radicalmente contra as idé ias deste Ma nifesto conservador. Inclignadamente! (L.A. - SP)
Nota da Redação: Prezada missivista, Vamos pensar com ca lma. Lemos em sua carta que "é fácil defender a
propriedade quando se tem uma".
"'l'udo seria melhor" ~ Parabe ni zo pela re po rtage m do li vro do Prof. P línio sobre as e lites. Certamente uma so lução linda se as nossas e lites dessem o bom exemplo para o povo, rea lmente soluc ionari a a crise moral desse país o nde os j ornais só noticiam exemp los de corrupção e roubalheira[ ... ]. Ah, se e les dessem o bom exem pl o, tudo seria alterado para melhor. Rea lm ente mais grave que a cri se eco nômica é a crise mora l. Gostar ia ele comprar esse liv ro " Nobreza e e lites tradicionais", como posso obtê- lo? Eu quero dar ele presente para uma am iga do Rio, e la é ele um a famí li a muito tradicional, mas a ntes vou dar um a liclinha. (E.E.D.S. - MG)
Nota da redação: Esse livro do Prof. Plínio Corrêa ele Oliveira pode ser obtido na Artpress (Indústria Gráfica e Ed itora Ltda), RuaJavaés, 68 1, CEP O11 30-0 1O, São Paulo - Capita l. Tel. ( l l) 3331-4522/ Fax ( l l) 333 1-563 1 E-mail: artpress@a jato.com.br "Vocês dcfcmlem que trn<lição?" ~ É muito fácil defender apropriedade ele modo ferrenho quando se tem um a. Aliás, é muito fác il combater as ações ele mov ime ntos soc ia is que visam a uma distribuição JUSTA das
-CATOLICISMO
M as o fato de ser fácil não significa que seja errado. Há muita co isa fáci l que é bom fazer. Quanto à TFP, defe nde e la o princípio ela propriedade privada não por interesse próprio, mas por ser e le integrante da doutrina católica e ser ampa rado por dois Mandamentos ela Lei de Deus: o 7° e o 1Oº. Ademais, o que é um a "distribuição justa das propriedades"? Depende cio conceito de justiça que se tenha. Para Ma rx e os com uni stas e m geral, pretensamente só há justiça quando há igualdade comp leta. É isso o que pensa a indi gnada missivista? Nós preferimos ficar com os ens in amentos da doutrina tradicional da Ig reja, que ensin a serem justas as clesigualclacles proporcionais e harmôn icas na soc iedade, e também que os pobres elevem ser tratados com muita caridade. A virtude teologal ela caridade é de gra nde importância nas relações socia is, ao co ntrário do qu e propugnam marxistas , progressistas católicos e esquerd istas de todo o gênero. Há problemas no Brasil? Certamente os há. Mas e les não se resolverão com a debilitação e muito menos a abo li ção ela propriedade privada. Pelo contrári o, tais medidas só agravarão os problemas cios pobres, como se comprova na infe li z Cuba. Quais as transformações que a mi ss ivista desej a? Não são espec ificadas. Atribuir toda a violência aos proprietários é um tal contra-senso, que não merece comentário. Milhares ele fa-
míli as j á foram assentadas pelo governo, em muitos casos por pressão do MST, é verdade. M as qual foi o resultado dessa med ida? Os assentados viraram dependentes cio Estado, para não dizer escravos ... Não conseg uem faze r nada por si mesmos, vivem pedindo verbas, cestas básicas, esmo las ele todo tipo. Os asse ntamentos ele Reforma Agrária constituem clamoroso fraca . so. A missivista deseja ainda multiplicares. a situ ação de miséria? A tradição que defendemos é a ela C ivili zação Cristã, na qual há distinção proporcionada ele c lasses soc iai s, cujos membros vivem em harmonia, ajuda ndo-se mutuamente, sem luta ele classes. Tradição a ute nti came nte católica, segundo a qual os bens espirituais primam sobre os materiais, sob o influxo benéfico e materna l ela Santa Igreja.
Atenção ~ Um aviso a todos os brasileiros. Prestem muita ate nção, pois é um aviso que c hegará ele Brasília: A partir do dia em que for aprovada a le i do desarmamento, só os lad rões poderão usar armas. (A.M.P. - DF)
Só aos bandidos ~
Gosto muito ela revista Catolicis-
mo. Sou a favor ele que o cidadão de
bem, para sua proteção, ele sua famíli a e ele seus bens, possa ter em casa sua arma ele fogo. A quem inte ressari a, a não ser aos bandidos, que a população não tivesse como se defender, uma vez que a polícia, quer por conivência, quer por coação, está mais refém de meliantes que os c ivi s? (J.B.S. - RJ)
Muitos anos de vicia ... ~
A f esta dos "tora-da-lei " ~ Nossos deputados poderiam sim leg islar para imped ir o uso de armas. Mas o uso delas pelos bandidos, e não para impedir aos c idadãos que utili zam armas ape nas e m leg ítima defesa, como meio ele e protegerem cios marginais. Tais deputados têm seus guarda-costas, bem pagos com nosso suado dinheiro, para se protegerem . A população comum não tem o direito ele se defender? É uma tal burrice o que e les estão faze ndo, ficando-se sem saber o que dizer. A não . e r que eles estejam agi ndo desse jeito não por burrice, mas como retribuição aos donos cio c rime, pe la caixinha que pode m estar recebendo, para não leg is larem impedindo a entrada ele a rmas ilegais, mas só impedir o porte ele arma lega l do cidadão que a nda dentro da le i. O uso ele arma de fogo tem matado sim, mas não são as armas reg istradas e portadas lega l mente , são as armas dos "fora-da-lei " . Esses darão um gra nde baile para festejar o desarmamento da população. Estão co nvidados os se nhores deputados que ap rovam essa crimin osa le i. (F.R.C. - RJ)
O que Lula diria se no governo militar se fuzilassem os opos itores? O que Lula diz visitando o governo cubano, o nde se fuzilam os opos itores? Para os partidários cio Ficle l, isso não é execução sum ári a, é política ele governo. Em C uba, Lula não recebe a oposição, alega ndo não querer meter-se em assuntos internos cio país. Na Venezue la também, e pe la mesma razão. Entreta nto , no M éx ico e le recebeu com todo ap reço a oposição. Em relação à Co lômbia, e le receberá os g uer rilh eiros elas FARC de braços abertos. E o PT está mandando uma missão com negociadores para mediar com a opos ição boliviana. É a " lógica" petista: receber a oposição, quando esta é ele esquerda, não é intromi ssão nos assu ntos internos do país. Mas se a oposição é ele direita, é uma inaceitável in trom issão. Por favor, não publiquem meu nome, não gosto ele execuções sumárias e ac ho que ainda tenho un s 50 anos ele vicia, se Deus quiser. (Mensagem via Internet)
Tentativa ele "cubanização" ~ Como pode em pleno Séc ul o XXI, os malfadados movimentos
"sociais" (te rrori stas) que assolam o nosso País, pregar doutrinas comuni stas n ão só ultrapa ssadas, como fracassadas na prática? Será qu e os nossos govern antes perderam o bom senso? Acredito que não, trata-se ape nas de mai s um oportuni smo e leitore iro, da mesma forma que fo i utili zado na última campa nha presidencial. Como jovem , que trabalho desde os I O(dez) a nos de idade e hoje so u um emp resá ri o ele relativo sucesso, respe itado em meu ramo de atividade, tanto por meus c li e ntes quanto por meus concorrentes, fico estarrec id o co m a falta ele dignidade de s upostos líderes políticos, que nada fazem para co ibir as ativid ades criminosas cio MST, que só fazem destruir o que foi constru íclo com muita determinação por vári as gerações. O sucesso dos produtores rurais deste País está se ndo recompensado com a tentativa de estabelecer o "fracasso", de tentar-se reconstruir o muro de Berlim, quando do mesmo só restam escombros e lembranças od iosas. Devemos nos espe lh a r e m vitórias e não derrotas. N ão há necess idade ele passarmos pelas experiênc ias amargas ele russos e c uba nos. Chega ele bravatas e hipoc ri sias. Não podemos perseguir quem nos a lim enta, não elevemos permitir a destruição ele plantações, de pastos, ele florestas; em nome de uma pseudo-reforma ag rária, q ue na verdade vem se transformando num a g uerrilh a desigual, entre marg inais al ucinados por promessas de-
)irantes e faze nd ei ro s pacíficos acostumados a produzir e não destruir. (L.G.R.C. - BA)
Meda/fia Milagrosa ~ Na rodovia Anhangüera, fui envolvido em um acidente com 6 veíc ulos, por imprudê nci a de um caminhone iro. Foi por Deus que uma cegonh a [transporte de veículos] não passou por cima ele quatro a utomóve is: Um era meu : Gol prata. Eu portava a Bíblia Sagrada, o terço e a Medalha Milagrosa ao peito. Tenho plena co nvicção que fui protegido pelo manto de Nossa Senhora e pelo Sagrado Coração de Jesus. Como participante ativo da "A li ança", quero lhe pedir que me ajude a ag radecer esta graça. (V.A.S.R. - SP)
Era
um <1uebra-,111ebra geral
~ Na primeira visita de Nossa Senhora aq ui em casa, ela deixou suas bênçãos. A minha vizinha do lado recebeu uma graça para a filha dela casada. Eles brigavam muito, era um quebra-q uebra gera l, pois quando os dois discutiam o marido quebrava tudo dentro de casa, pois era um beberrão, ambos bebiam e a minha viz inha não ag üentava mais . Conv idada por mim , ela fez o pedido a Nossa Sen hora em favor de sua filha e a graça fo i alca nçada. Hoje, passados 2 anos, o casal está vivencio muito bem, acabaram as brigas e as bebedeiras. Quero comuni car-lhes que este ano vou a um enta r minha co ntribui ção. (M.P.F. - MG)
Aviso aos assinantes de Catolicismo e participantes da Aliança de Fátima Recebemos número inco mum de reclamações, devido ao não recebi mento da última ed ição de nossa revista. Exam in amos rigorosamente nossos registros e c.on statamos que todos os env ios foram efet uados. Isso nos leva a concl uir que, possivelmente, em virtude da recente greve dos C orreios, deve ter havido problemas na distribuição domiciliar. Já estamos em contato com a referida e mpresa, e so lic ita mos a todos que nos aj udem nesse controle, inform ando-nos de qualq uer irregularidade ocorrida, à nossa Central de Atendimento (11) 3955-0660.
NOVEMBRO 2 0 0 3 -
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Cônego JOSÉ LUIZ VILLAC
... Pergunta - Considerando os fatos com que nos deparamos no dia-a-dia da fé, percebemos muitas vezes o espanto de toda a massa do povo de Deus em se preocupar com tantas coisas e não dar a devida importância ao básico. Visando uma melhor vivência da fé, sugiro um esclarecimento concreto do que são "dogmas", e quantos e quais são os considerados "dogmas de fé". Sabendo-se que apenas os chamados "dogmas de fé" são indiscutíveis, e neles temos que acreditar, querendo ou não querendo - pois fazem parte da essência de nossa fé - e que os demais não são de fé, podendo ser discutidos abertamente ... Resposta - A própria formulação ela pergunta está a mostrar que um esclarecimento sobre o assunto é mais cio que oportuno. Porque, ele um lado, não é verdade que podem ser discutidos abertamente todos os pontos que não são dogmas ele fé; e, ele outro lado, mesmo os pontos que já foram declarados dogmas, às vezes deixam em aberto a possibilidade de discussão de algum aspecto complementar ao dogma, que não diz respeito ao núcleo daquilo que foi definido infalivelmente. Diante desta nossa dupla afirmação inicial , o leitor poderá, talvez, ficar dupl amente pas mo. Tranqüilize-se, porém , pois verá que, retificadas eventualmente algumas noções mal apreendidas, o que dissemos corresponde à idéia que ele mesmo sempre se formou da doutrina católica. CATOLICISMO
Alguns aspectos em aberto Comecemos pela segunda afirmação: a declaração de um dogma não fecha necessariamente todos os aspectos da questão dentro da qual se insere a definição dogmática. Com um simples exemplo, o leitor compreenderá facilmente a situação. Assim , quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria Santíssima ao Céu, em 1950, declarou infalivelmente que Nossa Senhora foi levada ao Céu em corpo e alma. Mas deixou ele lado um aspecto que continua a ser debatido pelos bons teólogos - e havia grande número deles, mesmo em passado recente, antes ela invasão "progressista" na Igreja - a saber, se Nossa Senhora, imediatamente antes da Assun ção, morreu ou não. Alguns acham que sim; outros acham que não, poi s sendo a morte um castigo cio pecado, e a Virgem Imaculada tendo sido preservada do pecado desde a sua Conceição, estava dispensada desse castigo. Os primeiros lembram que tampouco Nosso Senhor podia ter contraído qualquer espécie de pecado, e não obstante ofereceu-Se para sacrificar sua vicia no alto da Cruz para a remi ssão de nossos pecados; e para assemelhar-se mais com seu Divino Filho, convinha que Ela també m morresse. Os segundos respondem que Nosso Senhor queria para sua Mãe Santíssima a maior glória possível, e a di spensa da morte, com a conseqüente Assunção ao Céu, corresponderia a essa maior glória. E assim a discussão prossegue com argumentos lindís-
simos de ambos os lados. Havia teólogos de primeira plana em ambas as posições, se bem que nos últimos tempos da boa teologia - aquela que não se alinhou com a chamada Teologia da Libertação - a primeira corrente, a que acha que Nossa Senhora conheceu a morte, já era majoritária. Poré m, enquanto a Igreja não definir a questão, ela estará aberta à discussão ... cios entendidos, pois não é assunto para qualquer fiel sem maior formação pôr-se a debater, pelo mero gosto de opinar. Como vê o leitor, naqueles as pectos que a Igreja já definiu , um dogma está fechado à discussão. Porém, em outros aspectos cio tema que ficaram em aberto, que não fazem parte da definição dogmática, pode prosseguir adiscussão dos teólogos.
A sall1ta1· elaboração teológica Por esse simple exemplo, o leitor já pode ver que a elaboração teológica não representa uma deficiência e sim um enriquecimento da doutrina ela Igreja. Alguém poderia pensar - e esse parece ser o pensamento subjacente à pergunta cio consulente - que as coisas seriam mais si mples e fáceis se todas as grandes verdades na Igreja já estivessem perfeitamente definidas, catalogadas e etiquetadas como dogmas . E o que não é dogma, colocado noutra lista dos temas entregues à livre apreciação cios fiéis. O consulente poderia ter ido mais longe e perguntado Jogo de uma vez por que Nosso Senhor Jesus Cristo já não deixou essas duas listas perfeitamente elaboradas, de modo que não houvesse ne-
nhum trabalho nem dúvida para os fiéis. A resposta é simples: nós temos que tomar e amar a Igreja como Jesus Cristo a fez, e não como nós gostaríamos que Ele a tivesse feito para nossa comodidade. Porque, evidentemente, o modo como Ele a fez é a priori o melhor! "Só Vós sois Santo, só Vós sois Senhor, só Vós sois Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai" , canta a Igreja no Glória in Excelsis. Em todo caso, as razões por que Ele procedeu assim são profundíssimas, e até certo ponto ao alcance ele nossa compreensão.
A Boa-Nova eva11gélica A missão de Nosso Senhor, enquanto Mestre, era revelar as verdades funda mentais que deveríamos crer e os caminhos que deveríamos trilhar para glorificar a Deus e alcançar a vida eterna. Isso Ele o fez através de suas pregações e dos exemplos de sua vida. E deu ordem a seus discípulos para que transmitissem essa Boa-Nova da salvação a todas as gentes: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. O que crer e.for batizado será salvo; o que, porém, não crer será condenado" (Me 16, 1516), e estai certos de que "Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos " (Mt 28,20). Jesus Cristo, entretanto, não escreveu nenhum livro. Uma parte ele seus ensinamentos ficou consignada nos quatro Evangelhos, nas epístolas escritas pelos Apóstolos e nos ele-
mais livros do Novo Testamento. Nem tudo, porém, foi escrito. São João o diz expressamente no final de seu Evangelho: "Muitas outras coisas há que fez Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que seria preciso escrever" (Jo 21,25). Ass im , as verdades que devemos crer em ordem à nossa salvação estão em parte nos Evangelhos e demais escritos dos Apóstolos e discípulos que constituem o Novo Testamento - e outra parte nos é transmitida pela pregação ininterrupta da Igreja, desde os Apóstolos até nossos dias, o que constitui a chamada Tracl ição. Sagrada Escritura e Tradição são as duas fontes que contêm as verdades ele nossa fé.
Dogma dele e verdades da fé É nessas duas fontes que os bons teólogos, guiados pelo Magistério Pontifício, vão colher os elementos para a sua elaboração teológica, procurando explicitar as verdades ele nossa fé. Sob a inspiração cio Divino Espírito Santo e o olhar vigilante ela Igreja - que Jesus Cristo instituiu como guardiã e intérprete infalível do depositumfidei (Escritura + Tradição) - os teólogos vão fazendo avançar pouco a pouco o nosso conhecimento das verdades ela fé. Esse caminho nem sempre é fácil, nem retilíneo, mas por vezes laborioso e complexo, sujeito a muitas perplexidades e aparentes contradições . Quando, porém, uma vereiaQuadro comemorativo da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição (1854)
de chega a um grau suficiente de clareza e limpidez aos olhos cios teólogos e de toda a Igreja, esta pode, através cio Magistério infalível, a quem cabe a última palavra, proclamá-la como dogma de fé como fez Pio IX proclamando o Dogma ela Imacu lada Conceição. É então uma luz que passa a brilhar, sem nuvens para encobri- la, é um gáudio para toda a Igreja. Extingue-se uma incerteza, uma clebilidacle cio espírito humano encontra afinal amparo, e com isso encerra-se a discussão, nos termos ela definição dogmática (que ,não exclui o prosseguimento da investigação teológica sobre os aspectos não definidos, como explicamos acima). Outras verdades há que ainda não foram definidas como dogmas, mas já alcançaram um tal grau de unanimidade entre os teólogos, e sobretudo uma tal continuidade e firmeza no Magistério da Igreja, ao longo de um perío-
do de tempo considerável, que negá-las constituiria verdadeira temeridade por parte do fiel comum. São o que se chama verdades da/é .
Verdades próximas da
te e hipóteses teológicas Abaixo destas últimas, estão as verdades próximas da fé; isto é, há um consenso muito grande porém não absoluto entre os teólogos, de modo que um católico normalmente deverá seguir a sentença comum. Entretanto, se ele for suficientemente instruído e tiver razões de peso para isso, poderá optar pela tese da corrente minoritária, desde que o faça com o devido respeito à autoridade da Igreja e sem escândalo para os fiéis. E sempre pronto a seguir o juízo infalível ela Igreja, quando Ela assim se pronunciar. E desse modo, sucessivamente, há gradações de verdades que vão descendo até às simples hipóteses teológicas , para as quais os teólogos não
encontram na Sagrada Escritura nem na Tradição elementos suficientes para afirmá-las ou negá-las peremptoriamente. Por exemplo, a hipótese de que o pomo da discórdia que levou à re belião dos anjos maus foi a revelação que Deus lhes teria feito da Encarnação do Verbo, isto é, ela união hi postática de Deus com a natureza humana . Daí o brado revoltoso de Lúcifer "non serviam" (Jer 2,20), de que não serviria o Verbo de Deus encarnado, e por via de conseqüência sua Mãe santíssima . Contra ele se levantou São Miguel, bradando "Quis ut D eus?" (Quem como Deus? - s ignificado do nome hebraico Miguel) , capitaneando assim os Anjos bons, que permaneceram fiéis a Deus. Como se vê, hi pótese lindíssima, mas para a qual os elementos oferecidos pela Escritura e pela Tradição não parecem suficientes para se chegar a um a afirmação, ao menos no atual estágio dos estudos. Esse processo de explicitação das verdades da fé, sempre guiado pela Tradição e pelo Magistério, resulta num elã que nos impulsiona no sentido de um maior amor ele Deus. Assim, a razão profunclíssi ma , entre outras, pe la qual o Divino Mestre não nos deixou um tratado academicamente completo de sua doutrina, com um catálogo perfeitamente definido de quantos e quais são os dogmas de fé, está precisamente nisso: a intenção de nos atrair a Si pelo desejo amoroso de um conhecimento cada vez maior d'Ele e de uma união sempre mais ardente com Ele. • E-mail para o autor: Ca toli c ismo @terra.co m.br
NOVEMBRO 2003 -
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Mais uma derrota socialista
N
as recentes e leições reali zadas no importante estado da Bavi era, o SPD - partido do primeiro-ministro Gerhard Sc hrode r - e xpe rime ntou amarga derrota . Desgastada com o atual gove rno, que lançou a próspera A le manha numa crise econômica e num índice de desemprego sem precede ntes, a o pini ão pública lhe deu o troco nas urnas. Mas não é some nte no campo econô mico que o soc iali smo a le mão vem dando mau exemplo . Na vida privada de seus me mbros, pululam escândalos de toda ordem . N ão é à toa que o próprio Schrõcle r é c hamado de Chanceler Audi, devido às quatro a li anças que simboli zam essa marca de ve ículo, aplicadas a e le pelo fato de já estar no quarto "casame nto", rivali zando nessa infe li z corrida com soc iali stas de outros quadrantes. •
Suécia diz
A
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xe m~lo de out:J~~s naçoes e urope ias, a Suéc ia rejeitou num pl ebiscito o euro co mo moe d a a se r adotada pelo país. Justamente desconfiados, e te ndo e m vista a "eurofobia" qu e tomou conta do Velho Contine nte, os suecos preferiram não arriscar sua estab i Iidade monetária, por considerá- la uma das salvaguardas
não" ao euro de sua inde pendê nci a. Ne m o brutal ·assassinato da chanceler socialista Anna Linclh, a rdorosa defensora do euro - o que pode ria, e m me io a um clima de comiseração, pesar no resultado do plebiscito - fo i capaz de mudar a dete rminação dos suecos: 56, 1% deles di sseram não ao euro. A vantagem sobre o sim foi mai s do
Um dos fundadores do PT: amigo das FARC
E
dson Alb e rtão, um do s fund adores do PT e vereador e m Guarulhos, organizou uma r ifa para be ne fí c io das FARC. "Não é para comp rar arm.a ", te ntou ex plica r-se. E, à "Fo lha de S. Paul o" (14-9-03 ), ao mes mo t e mpo d efiniu -se como "en tusiasrna-
se lv a com o po rtavo z do sa ng uinário movim e nto g ue rri lh e iro co lo mbi a no , Raúl R eyes. Procurado por aque le qu otidiano pa uli sta, R eyes a pontou o PT co mo um d os principai s co ntatos dessa g ue rrilha marxi s ta - le ni ni s ta no Bras il , me ncionando es pec ia lme nte Frei Betto, teó-
díssirno com a guerrilha das f'A RC". O
logo da libertação e
pe ti sta ac resce ntou te r conversado n a
assessor es pec ia l d o pres ide nte Lula . •
que o do bro do esperado, te ndo sido inte rpretada co mo no vo castigo à unifi cação européia. Segundo o quoti dian o s ueco "Gõteborgs Poste n", c rescem os te m o res d e que o euro "pode explodir", pois as mai ores economias e uropé ias não conseguem frear os seus c rescentes desequilíbri os o rçame ntários. A lé m do
mais, muitos come ntari stas passaram a desejar que não se aprove a Constituição E uropé ia, poi s esta ex igiri a novos referendos, que poderiam ser po r demai s cl esabonaclores para a Europa Un ida. A República Uni versal, para a qual encaminh a a uni f icação e uropé ia , es tá pa recendo ser o contr{u·io da panacéia que ossocia listas prometiam. •
Reforma Agrária no Zimbábue produz fome trem do desespero sai de Joanes-
º
burgo (África do Sul) para o Z imb á bu e, du as vezes por semana, com mil passageiros. Trata-se de z imbabuanos que e ntraram il egalm e nte no país, sendo re pa triados. Mas, no decorrer da vi age m , os co itados pulam pe las janelas, até nos desertos, poi s "a morte é qua-
se preferível a retornar àfome, opressão, doença e desespero", que re in a m no Zimbábue após a Reforma Agrária. Esta foi a pli cada pe lo preside nte Robe rt Mugabe, um ex-gue rrilhe iro comuni sta que reciclou as tutame nte a sua imagem. A outrora próspera Zimbábue (ex-Rodésia) rea lizou a Reforma Agrária socia-
li sta e confi sca tória, em muitos ponto s análoga à que se tenta implantar no Brasil. O s proprietários, na sua maioria brancos, foram pe rseg uido s, suas fazendas foram invadidas e depredadas pelos se m- terra , amigos cio pres idente de esq ue rd a. E, por fim , e las acabaram confiscadas e redi stri buídas . A produção, segu ndo a ONU , fi cou reduzid a a 10% do que era em 1990, e o dese mprego ultrapassa 70%. Hoje, para a população, não há o s uficiente para um a papa de milho, último recurso d e um país subnutrido e mi serabilizaclo pela Reforma Agrária sociali sta. •
U
CATOLICISMO
e t:J·aclicionais pratos da gastronom ia francesa, nascida sob o bafejo da C ivilização Cristã. Seu requintado sabor, a exemplo de inúme ras o utras realizações gastrnnômicas o rig inadas naque le contine nte, significa um triunfo do espírito sobre a matéria, e levando a alma ao mesmo te mpo q ue alime nta e agrada tempera ntemente o corpo. O rad ica li s mo ecolog ista vai até o ponto de, sob pretexto de pena do sofrime nto de gansos e o utros a nimais, não ter mais pena dos home ns, isto é, privá- los de valores que, ta nto na cul inári a qu anto e m o utros te rre nos, satisfazem o rdenada me nte o corpo e e nobrecem a alm a. •
O
bispo auxiliar de Lima, Mons. José Antonio Eguren Anselmi, deplorou a existência de "sérias falsidades " e "graves omissões" no relatório final da Comissão da Verdade e Reconciliação, encomendado pelo governo peruano. Nele, a organização guerrilheira Sendero Luminoso é equiparada às forças do Estado. O prelado disse estar "completamente surpreso de que não seja mencionada para nada a parte de responsabilidade que teve a Teologia da Libertação do Pe. Gustavo Gutiérrez na promoção da violência que viveu o país". E acrescentou que esse sacerdote "nos seus primeiros escritos fomentou a luta
de classes e o compromisso revolucio-
Respeito pelo carvalho da Rainha Maria Antonieta
A
O foie gras na mira do ecoterrorismo m g rupo de vândalos, defensores dos direi/os dos animais, de predo u o Sonoma Sauveurs, gra nde restaurante de pratos tradicionai s, e m Farmington, Ca li fórnia (EUA). Os mesmos ecote rro ri stas, assim de nominados pe la polícia, invadi ra m ·a res idê nc ia do chef Laurent Manrique e de seu ajudante Didi e r Jaubert, puseram ácido e m seu carro, estragara m a trava da po rta e pic haram a casa com a meaças . O crim.e do restaurante cons istiu e m o fe recer aos freg ueses o famoso patêfoie gras, feito de fígado de ga nsos e patos c ri ados especialme nte para esse fim . Ofoie gras é um dos mai s a prec iados
Teologia da Libertação favoreceu guerrilha no Peru
Fazendeiros presos pelo regime comunista do presidente Robert Mugabe
onda de ca lo r, neste último verão e urope u, secou també m o cé le bre carvalho de Maria Antonieta nos jardins do palác io rea l de Ve rsa lhes. A frond osa árvo re fora plantada e m 168 1 e, co mo precaução, de la j á hav ia m sido tiradas diversas mud as. Segundo a tradição, a Rainha M ari a Antonieta gostava de repousar à sua sombra, e por isso o vegetal foi poupado nas re novações do bosque. A lembrança da última ra inha da França do Ancien Régime, g uilh otin ada pelo ódio ig uali tá ri o, tornava a vetusta árvore um objeto devene ração. A ta l ponto que, a pe ar de seca, e la não será de rrubada e nquanto não houver pe ri go; e quando o fo r, as auto ridades de te rminaram conservar sua base como le mbrança . O tufão da Revolução anticristã de 1789 não conseguiu derrubar o prestígio daq ue la sobera na, por muitos cons iderada má rtir. Enqua nto isso, a classe po lítica hodierna recorre freneticamente a artifíc ios para se tornar po pul ar perante a o pini ão públi ca francesa - freqüenteme nte sem êx ito. •
nário. {... ] Isto trouxe como conseqüência que muitas pessoas cristãs, entre elas jovens, inicialmente ligados aos grupos da Teologia da Libertação, acabaram se comprometendo com os movimentos terroristas". As observações do prelado valem evidentemente também para o Brasil. E quanto ...
Parque de diversões religioso: conúbio espúrio
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a cidade de Ravenna , Itália, foi aberto o parque de diversões Mirabilandia, que mistura divertimentos, jogos e espiritualidade . Em meio a montanhas russas, praias caribenhas e danceterias, está situada a nova igreja de São João Basco. Não é difícil imaginar o resultado desse espúrio conúbio entre Religião e diversões de um mundo neopaganizado. No espírito de seus freqüentadores, a Religião tenderá a ocupar papel secundário, e o gozo neopagão dos divertimentos modernos ocupará o primeiro plano . Pior ainda, a Religião servirá de isca para atrair muitos católicos para esse centro mundano .
NOVEMBRO 2003
D11111
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Divisão do Ocidente
face à ameaça islâmica A mídia esquerdista tenta, de modo insistente, contribuir para uma divisão do Ocidente, ante o ímpeto anticristão do Islã. O que pensar dessa can1panha midiática de âmbito mundial? 1 JOSÉ ANTONIO UR ETA
ma das notas da verac idade da Santa Igreja é ser católica, ou seja, universal. Ao contrário el as ass im chamadas igrejas ortodoxas, ou da comunidade anglicana, a católica não é uma igreja nacional, li gada exclusivamente a um Estado ou a uma cu ltu ra. O mandado do Divino Redentor impõe à Igreja Católica a missão de pregar o Evangelho a todas as nações. Fiel desde os tempos apostólicos, Ela suscitou vocações missionárias, impulsionando milhares de seus filhos a deixar a terra nata l para atuar generosa e apostolicamente junto a povos longínquos, com costumes e cu lturas muito diferentes. E assim Ela levou a luz da Revelação e a seiva da graça divina até os confins do orbe, vivificando todas as civ ilizações e culturas que se abriram à sua influência sobrenatural.
Glól'ia <lo Ocide11te cl'istão Mas tão extraord in á ria fecundidade e cato li cidade não constituiu obstácu lo
para que Ela estabelecesse, ao longo da História, laços privilegiados com uma particular área de civi lização: o Ocidente. Para a consolidação dessa relação pri vi legiada, teve particular preponderância o fato de São Pedro haver esco lhido Roma como sede de seu apostolado, transformando assim a capital do Império em centro de irrad iação da Igreja. Tais laços foram ainda forta lecidos por ter sido o povo franco, sob a liderança de C lóvis, o primeiro a aderir unanimemente à fé cristã, fazendo da França a Filha primogénita da Igreja. Mais ainda, ao longo da Idade Média os demais povos bárbaros que haviam invadido a Eu ropa oc identa l foram sucess ivamente rece be ndo da Igreja o santo batismo e, sob sua influência benéfica, engendraram a primeira civi li zação verdadeiramente cristã na História universal. Formou-se assim no Ocidente a Cristandade medieval, ou seja, o conjunto de povos cristãos qu e, sob o jugo suave do sucessor de Pedro, procuraram acima de tudo o Reino de Deus e suajusti-
ça. Em conseqüência, tudo o mais fo ilhes dado por acrésc imo: floresceram as artes e a cu ltura, nasceram as universidades , humanizaram-se as le is, desenvolveram-se a agricultura e o comércio, trazendo prosperidade para as c idades e os campos; enfim, a Europa oc idental, por obra e graça da Jgreja Católica, passou a ser, por oito sécu los, líder indiscutíve l do mundo.
Nascimellto do Novo Mumlo E foi desse tronco bendito - a Europa cristã - que a Santa Igreja, na época dos descobrimentos e elas navegações, pôde estender seus ga lhos até as Américas, a África e o Extremo Oriente, catequizando os aborígines e fazendo brotar novas realizações da Cristandade. Atacada pelo protestantismo no coração da Europa, a Igreja Católica reag iu mediante a Contra-Reforma, capitaneada por santos, bem como cu ltivando uma imensa seara no Novo Mundo. Os missionários e os colonizadores trouxeram para o Novo Mundo, junto
com o dom infinitamente precioso ela Fé, também o sang ue e a cultura e uropeus. N ossa América Latina tornou-se um cios componentes ela área ele c ivili zação oc idental. Por certo, a c ultu ra européia fo i aqu i e nxertada no pujante cau le autóctone, mas nem por isso deixou de ser fundamentalmente oc identa l. Também a c ultura ela América cio Norte, embo ra não sendo latina como a nossa, é ta mbém herdeira de esple ndores cio Ocidente c ri stão. Assim, o futuro da Igreja Cató li ca e o cio Ocidente estão indi ssociavelmente ligados . Basta recordar que as Américas contêm hoje mais da metade dos católi cos do mundo.
Missão decisiva <la lgl'eja Não queremos dizer que se o Ocidente viesse um dia a definhar como potência cultural , política e militar, e c hegasse até a desaparecer da História - como sumi u, por exemp lo, o Egito cios Faraós - a [greja Cató li ca estaria ipsofacto fadada a definhar e desaparecer. Poi s a Ela, e somente a Ela, Nosso Senhor fez a promessa de que a Providência divina protegeria até a consumação dos sécu los. Na hipótese do desaparecimento dessa área de civilização, poderia repetirse o que s ucedeu no tempo das invasões dos bárbaros: a Igreja renasceria das ruínas do Ocidente mais viçosa do que outrora, como re nasceu das ruínas cio Império Romano, e restabelecendo mais tarde a noção de império, coroando Carlos Magno como Imperador na noite ele Natal ele 800.
Dado que o Ocidente foi a área de civilização que, num longo período histórico, mais se abriu à influência be néfica da Igreja e serviu até ele pedestal para E la proclamar para o resto cio mundo a Boa Nova da salvação, compreende-se que a Esposa de Cristo procure de todos os modos sa lvá- lo, mesmo e m s ua apostasia. No atua l ocaso da fé, em que vive o mundo ocidenta l, a Santa Igreja eleve luta r clenoclacl amente para que esses povos, que foram outrora sua honra, se ree rga m da atual crise reli g iosa, moral e sócio-política em qu e se encontram e co ntinuem a exercer sua influê ncia benéfica nos destinos ela humanidade.
Ocidente: /Jl'incipal baluarte Há inegavelmente núcleos católi cos de valor inestimável em o utras áreas de civi li zação fora do Ocidente. Basta pensar na pujança do catolicismo nas Filipi nas, enc lave ela fé no Extremo Oriente. Ou no heroísmo cios catól icos perseguidos na China comun ista, na Índia e em tantos países ela Ásia ou ela África, dominados pelo Islã. N a imensidade ele seu coração ele Mãe, cabem fo lgadamente todas es as populações católicas e ainda muitos outros povos que viere m a se converter, cada um trazendo e conservando sua própria c ultura, apenas purificada de tudo aq uilo q ue é contrário à Lei de Deus e à Le i natural. Prova-o a riquíssima variedade cios ritos orientais da [g reja, inteiramente católicos, mas quão diferentes cio nosso rito latino! É inegável que hoje, apesar da nefanda influê ncia ela c ul tura revolucionária
neopagã, o Ocidente representa o principal baluarte do que ainda resta ele Civi lização Cristã no mundo. Uma eventual derrocada cio mundo oc idental poria em perigo o aposto lado da Igreja, não apenas nos restos da velha C ri standade ocidenta l, mas também nas flore sce ntes manifestações de Cristandade ex istentes em o utras áreas ele c ivili zação.
Fissuras
110
Oci<le11te
Tais refl exões vieram-me ao espírito após a leitura ele recente coluna cio político francês Pierre Lellouche no diário pari s iente "Le Figaro". Sob o título Todos no n-1.esmo navio, esse deputado ga ul1ista por Paris, vice-pres idente ela Assemb léia parlamentar ela OTAN, es pecialista em geopolítica e a ntigo conselhe iro de Jacques C hirac em q uestões ele segurança internacional, faz uma perspicaz aná1ise elas fratura s q ue enfraq uecem peri gosame nte a segurança cio mundo. Após fa lar cio agravamento da situação no Iraque, ela recomposição elas forças ela Al-Qaeda no Afeganistão e no Paquistão, da g uerra estabe lec id a e ntre [srae l e os palestinos, bem como da ameaça nu clear ostensiva no Irã e na Coréia cio Norte, e le aborda o ponto centra l: Trata-se ele uma quebra, ele ordem política, que fende o própr io Ocidente. "O
clim.a perrnanece envenenado entre ocidenta is" - assevera o deputado - e especialmente entre .fi·anceses e norteamericanos. Aos desacordos de ontem. sobre a oportunidade da guerra no Iraque somam.-se os novos desacordos sobre os meios de sair dessa crise. [. .. ] O batismo de Clóvis (1) e a Coroação de Carlos Magno (2) , constituíram um marco na instau ração da Civilização Cristã (3) e de sua difusão na América (4), bem como do estabelecimento do catolicismo na Ásia, como atesta a foto de uma festa religiosa em Cebu, nas Filipinas (5)
CATOLICISMO
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Jamais o f osso entre aliados' foi tão grande, nem tcio tangível,•desde a Se gunda Guerra Mundial ". Ora, para sa ir desse co njunto de cri ses, afirm a Pi erre Le ll o uche, é prec iso que todos compreenda m be m que esta não é a gue rra ape nas dos Estados Uni dos: "Nós franceses, nós europeus es-
tamos igualmente embarcados no mesmo navio; se os Estados Unidos.fiYt.cassam, é o conjunto do mundo ociden tal que fracassa rá; se a espe rança da reconstrução de um Iraque livre e democrático se evqpora, será o toque de .finados de todos os regimes muçulmanos moderados que se esforçam para resistir à escalcida do .fitndamentalismo islâmico; se a maior potência militar do mundo é de rrotada, como j á o foi outro ra na Somália ou no Líbano, um sinal devastador será enviado a todos os Bin Lade ns do Orien te Próximo, do Maghreb ... ou da Europa". O articuli sta to rn a ai nda mais prec iso seu pensame nto: "O que se j oga no
Iraque é, nem mais nem menos, a relação entre o Islã e o Ocidente para as décadas futuras; é também o f uturo do sistema internacional em. seu conjunto e, em particulcu; o lugar que os Estados Unidos e as relações transatlânticas desempenharão em seu seio; é, por.fim, o .fitturo do bilhão e meio de muçulmanos no mundo: .fúga para trás, rumo ao terrorismo e à guerra, ou reconciliação corn a modernidade. Numa palavra, o que se j oga no Iraque é o .fúturo da segurança no rnundo: a contenção do terrorismo ou, pelo contrário, a propagação do terro-
rismo de massa, paralelarnente a uma aceleração do processo de nuclearização de um certo número de países-chave no mundo muçulmano e alhures" 1•
No, 10 "cisma <lo Ocide11te"? A alguns poderi am parecer exageradas as apreensões do co luni sta de " Le F igaro", jul gando que se trata de um a opini ão isolada . Contudo, o utros destacados analistas in ternacio na is apo nta ram para o que de no min a m de "c is ma do Oc ide nte", desde o prim órd ios da guerri lha di plo mática entre Pari · e Was hingto n a propós ito de Saddam Hu ssein . Nesse sentido, o hi stori ado r ale mão E rnst Noite, de tendê nc ia conservado ra, apresenta uma visão d igna de nota, em entrev ista para o principa l semanário itali ano, "L'Es presso", concedi da antes da invasão do Iraque pe los Estados Uni dos : "O Ocidente baseou-se sempre, apesar
da dife rença de poderio milita ,; sobre uma relação de igual dignidade entre os Estados Unidos e a Europa. Uma guerra de agressão dos Estados Unidos contra o Iraque sign!ficará o.fim desse equilíbrio. Ela provocará não sornente a divisão da Europa entre Estados satélites e Estados neutros, ou sej a, a cisão do Velho Continente, mas uma .fi·atura ainda mais radical nas relações entre os Estados Unidos e a Europa. O conceito tradicional de Ocidente será o primeiro a não sobreviver a essa guerra" 2 .
A míclia fü vorece a cisão M ani fes tando a mes ma preocupação, Edward Luck, professor de Re lações ln-
ternac iona is na Universidade Columbia de Nova York, havi a dec larado ao di ário fra ncês "Le Monde": "Houve crises mui-
to sérias durante a Guerra Fria, mas se produziram. no contexto da confrontação Leste-Oeste. Desta vez, trata-se de uma crise Oeste-Oeste. É muito inquietante. Tanto mais quanto eu creio que é apenas a primeira de urna série" 3. M a is ainda, o po li tólogo C harl es A. Kupchan, professor da U niversidade norte-americana de Georgetown e ex -diretor de Ass untos Europeus no Conselho de Segura nça N ac ional do governo C linton, e m seu recente livro The End of the American Era (0 fim da era americana), 4 chega a fa lar, ainda que e m sentido metafó ri co, da possibilidade de uma "gue rra c ivil " e ntre os Estados U nidos e a Uni ão Europé ia. E anunc ia que o Ocidente, até hoj e unido, está fadado a dividir-se e m du as metades contra postas, co mo o Impé rio Ro mano após o terce iro séc ul o de nossa era. Para T im othy Garto n As h, professo r de Oxford , o ma is inq ui eta nte da c ri se não é ta nto a di scó rdi a e ntre os líde res po líticos das respectivas potênc ias, mas o fosso q ue co meça a di v idir as po pul ações de ambas marge ns do At lântico, graças ao ve ne no destil ado pe la mídi a. Segundo o acadê mi co ing lês, e m artigo p ubli cado no "Le M o nde", e nqu a nto certa imprensa euro pé ia, toca ndo a corda de um ve lh o resse ntime nto mi stu rado de inveja pe la riqu eza dos Es tados Uni dos, apresenta os no rte-america nos como cow-boys bru ta is e g rosse iros , seus parceiros norte-ame ri canos alimen-
ta m uma irri tação mi stu rada de des prezo, a prese nta nd o os e uro pe us co mo moc inhos efemin ados, q ue gastam seus euros e m vinho, fé ri as e pl a nos de saúde, ao invés de e mpregá- los na defesa nac ional.
Agrnvame11to elas <livergê11cias Dessa c resce nte in co mpree nsão ag ra vada pe lo traum a produ z ido nos Estados U nid os em conseq üê nc ia dos ataques te rro ri stas do 1 1 de sete mb ro - res ul to u este fato s in g ul a r: se du ra nte a G ue rra F ri a a a meaça da Uni ão Sovi éti ca uni a o bl oco oc ide nta l, as atua is a meaças o riundas do Or ie nte M édio di v ide m o Oc ide nte, o bserva T imothy Ga rto n As h. E co nc lui : "Nós assis-
tirnos talvez àquilo que o escrito r australiano Owen Harries previa há quase de z anos num artigo da revista Foreig n A.ffáirs: o declínio do Ocide nte, enquanto eixo geopolítico sólido, em conseqüência do desaparecimento des se in ún igo manUés to e comum [a UR SS]" 5 • De fato , esse d istanc iame nto das opi ni ões públi cas d as d uas ma rge ns d o Atl â ntico Norte confirmou-se pe los resultados de uma so ndage m pu bli cada e m junho úl tim o pe lo German Marshall Fund, um centro de pesqui sas ameri cano, fi nanc iado pe lo D e parta me nto do Estado e destin ado a reforçar a cooperação entre os Estados Uni dos e o Ve lho Continente (o q ue torna os resultados da pesq ui sa parti c ul arme nte in s uspe itos). Após in te rroga r o ito mil ame rica nos e e uro pe us o ri g in ári os de sete países, a
sondage m mostra que a questão iraqui ana ag ravo u as di vergê nc ias e ntre un s e o utros. Apesar de partilharem a mes ma percepção das ameaças atua is (ambas partes c itam o terro ri smo internac io nal, a Coré ia do N orte, o [rã, o fund amenta li smo islâ mi co e o conflito pa l'e stino- israele nse), as o pini ões públi cas di fe re m a respe ito do modo de enfre ntar ta is ameaças. Enqu anto 55 % dos norte-a meri canos julgam que, sob certas condições, a guerra é necessári a para restabe lecer a justiça, ape nas 35% dos britâ nicos, 22% dos holandeses e somente 12% dos fra nceses e a le mães partilham a mesma opi ni ão. E m co nseqüê nc ia, ape nas 45% dos euro peus desej am hoje uma importante presença no rte-a me ricana nos ass untos internac io nais, o que representa grande d iminui ção se comparados com os 63% que a desej ava m há ape nas um ano 6.
Pel'igos russo e chi11ês "Todo reino dividido perecerá", d isse Nosso Senhor no E vange lho. Poucas regras de sabedori a enunc iadas pe los lábi os divin os tivera m co nfirm ação tão exata e vari ada quanto essa, ao lo ngo da Hi stóri a. Nosso mundo não fa rá exceção. Se o fosso que começa a d ividir o Oc ide nte continuar a abri r-se e a aprofund ar-se, é ele se te mer que as pi ores pers pectivas delineadas por Pierre Le ll o uche to rne mse verossímeis, colocando ass im e m grande perigo o pouco que ainda resta ela anti ga Cristandade face à ameaça do fun damenta lismo islâmico.
Si tuação essa ta nto ma is pe ri gosa quanto não é poss íve l preve r, numa eventual confro ntação Islã-Oc idente, qual a ati tude a ser adotada pe la Rússia e C hi na, que a inda conservam muitos dos laços que estabe lece ra m co m os países muçulm anos no período e m que fo menta ram nessas plagas as guerras de liberação nacional contra as anti gas metrópoles e uropé ias.
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Numa eventual cri se mundi a l, seri a recomendáve l que certos países oc identa is adiassem para mo mento mais oportun o alg um as leg ítim as re ivindi cações co merc iais que os o põem aos Estadps Unidos e à Europa, com vi stas a dar prioridade aos supre mos in te resses da C ivili zação Cri stã. A esse pro pós ito, convé m ressalta r o seguin te : muito mais do que parceiros das OMCs, das OEAs o u dos Mercosuls, tais nações são parti c ipantes, e m últim a análi se, de admiráve is princípi os e tradi ções comuns, nasc idos sob o benéfico impulso da Igrej a Cató li ca, presentes e ainda vi vos nos vestíg ios da g lori osa C ivili zação C ri stã. • E-mai l do autor: j .urc1a@wanadoo.fr
Notas: " Le Figaro", 29-9-03, p. 14. "Courrie r lnte rn ati onal", nº 646, 20-3-03. "Le Mo nde", 16-3-0 3. Publi cado pela edi tora Alfred A. Knopf, New York, 2002. 5. "Le Mo nde", 22-3-03. 6. " Le Mo nde", 5-9-03.
1. 2. 3. 4.
A guerra do Iraque (1) originou atritos entre as potências ocidentai s. Contra a posição de Bush (2) e seus aliados, a França de Chirac (3) e a Alemanha apresentaram todo o tipo de entraves à invasão daquele país. Manifestação em Nova York contra a França , a propósito da guerra do Iraque : vinho francês jogado fora (4)
CATOLICISMO
NOVEMBRO 2003 -
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A reforma tributária
Pior que os polígamos
em tramitação: análise crítica de um abalizado especialista
e os terrortstas!
H
istoricamente, a religião muçulmana sempre foi cons iderada imoral pelos católicos, tendo em vista, por exemp lo, a prática da poli-
gamia. Hoje em dia, porém, com a decadência genera lizada dos costumes no Ocidente e a fa lta de vigilância, quando não conivênc ia, de tantos prelados e sacerdotes, a imoralidade penetra por todos os poros de nossa civilização ex-cristã, e por essa forma as profecias de Nossa Senhora de Fátima vão se realizando.
Uma boneca para pl'opagar a imoralidade Assim , chegamos ao ponto em que dirigentes muçulmanos consideram o Ocidente como profundamente imora l. A polícia reli giosa da Arábia Saud ita declarou a boneca Barbie uma ameaça à moralidade, reclamando que as roupas curtas e apertadas do brinquedo já banido no reino - ofendem o Islã. O Com itê para a Pmpagação da Virtude e Prevenção do Vício, nome oficial da polícia religiosa, cita a boneca numa seção de sua página na internet dedicada a itens considerados ofensivos, segundo a interpretação saudita do Islã. "As bonecas Barbie [... ], com suas roupas reveladoras e posturas indecorosas, acessórios e instrumentos, são um símbolo de decadência do Ocidente pervertido. Atentemos a seus perigos e tenhamos cuidado " , di z um cartaz reproduzido no site. O cartaz, cheio de foto de Barbie com vestidos curtos e calças apertadas, afirma: " Um estranho pedido. Uma garotinha pede a sua mãe: 'Mãe, eu quero jeans, uma camisa decotada e um traje de banho como os da Barbie"'. Os cartazes estão sendo distribuídos em escolas e afixados nas ruas pela polícia reli.giosa, ou muttawa.
1'en'Ol'ismo ataca pol'nogralla para pt'estlgiar-se E há mai s. No Iraque, até há pouco dominado pela ditadura férrea de Sadam Husse in , os filmes pornográficos eram proibidos. Após a queda do regime, dados os primeiros passos para instauração de uma democracia libera l, a pornografia foi permitida , como no Ocidente, em nome da "liberdade CATOLICISMO
de expressão". A conseqüência di sso é que os terroristas, procurando ganhar a simpatia da população muçulmana do país, lançaram uma granada de mão contra um ci nema que exibia filmes eróticos, na c idade iraquiana de Mossul. Morreram duas pessoas e vinte ficaram feridas. Vários grupos religiosos e políticos têm distribuído panfletos no Iraque, ameaçando proprietários de cinemas e adverti ndo que a exibição de filmes pornográficos pode causar reação violenta. A "jogada" dos terrori stas, embora servindo a fin s péss imos, é astuta. Eles se aproveitam das enormes brechas morais, abertas no Ocidente por urna libertinagem desenfreada, e atacam por aí. E o Ocidente passa a ser apresentado, não como um libertador da ditadura soc iali sta de Sadarn, mas sim como um corruptor dos costumes. *
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"Os pecados que levam mais almas para o inferno são os pecados da carne. Hão de vir umas modas que hão de
demia Paulista de Educação e do Academia Brasileiro de Letras Jurídicas. Membro de numerosos Conselhos Editoriais de revistos jurídicos do Brasil e do exterior, publicou mais de 50 livros individualmente, 200 em co -autorio e 1000 estudos sobre direito, economia, filosofia , política, história, literatura, sociologia e músico, no Brasil e em 16 países. Já publicou também mais de 3000 artigos nos principais jornais brasileiros e em diversos do exterior. O Prof. lves Gondro (à esquerdo, no foto) recebeu nosso colaborador, Sr. José Francisco da Costa Carvalho Yidigol, em seu escri tório de advocacia, no Capital paulista, onde concedeu o entrevisto que segue.
ofender muito a Nosso Senhor.
As pessoas que servem a Deus não devem andar com a moda. A lgre;a não tem modas. Nosso Senhor é sempre o mesmo" Jacinta Morto
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O escândalo causado por essa situação te m levado alguns católicos a ficar perplexos. O Islã menos imoral que a santa Religi ão de Nosso Senhor Jesus Cristo? O problema está mal posto. A verdadeira solução consiste em não transigir com a imoralidade no Ocidente, defender os verdadeiros princíp ios cató licos e aumentar nos a confiança na intervenção vitoriosa de Nossa Senhora, como Ela prometeu em Fátima. Um exemplo magnífico de int rans igência em face das modas imorais nos é oferecido pela Bem-aventurada Jacinta, a vidente de Fátima. Mesmo que a intervenção da Mãe de Deus traga cons igo catac li smas, será bemvinda, poi s deverá restaurar a Civi lização Cristã, e com ela a moralidade, na sua pleni tude. •
Catolicismo -
A reforma tributária proposta pelo governo, modificada parcialmente na Câmara dos Deputados, ameaça destruir os fundamentos da livre iniciativa e da propriedade privada?
e
otolicismo entrevistou um dos mais conceituados tributaristas brasileiros, Prof. lves Go ndro da Silvo Martins, sobre o reformo tributário. Temo candente e de capital importância, com inegável influência nos destinos do Brasil, e que pode comprometer o fundo a fidelidade da Noção aos valores do Civilização Cristã. Professor titular de Direito Econômico e Direito Constitucional na Universidade Mackenzie (1980-1992), é professor emérito da mesma Universidade, bem como do Uni versidade Paulista e da ECME (Escola de Comando do Estado Maior do Exército). É membro do Academia Paulista de Letras, do Academia Paulista de Letras Jurídicos, do Academia Paulista de Direito, do Aca-
Pl'OI'. 1vcs Gandra:
"O pl'ojeto o1'iginal de reforma Uibutál'ia pl'oposto pelo gove,110 l'etil'ava recursos <la cidadania, para levá-los para o Estado. Seria, pois, extremamente negativo para a liv1'e iniciativa. Seria conl'iscar a propt'iedade privada em prol do governo"
Prof: lves Gandra - O projeto original estava nessa linha. Tinha alguns aspectos positivos, mas outros negativos como, por exemplo, a tributação da COFINS na importação de mercadorias e a in trodução da progressividade da tri butação sobre patrimônio, nas heranças e doações, que euferni sticamente era denomi nada de "redistribuição de renda", mas que, de fato, representava técn ica de tirar da sociedade e passar para o governo. Isso iria retirar recursos da cidadan ia para levá- los para o Estado. Seria, poi s, extremamente negativo para a livre iniciativa. Seria confiscar a propriedade privada em prol do governo. Catolicismo - Há semelhança entre esse projeto e as leis dos países da Europa oriental que obedeciam ao fracassado modelo socialista imposto pelos partidos comunistas? NOVEMBRO 2003 -
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dade do imposto de tra nsmi ssão imobiliária. Caiu o imposto progress ivo sobre heranças e doações, portanto o governo só poderá voltar a apresentar emenda neste sentido no ano que ve m.
Catolicismo -
Catolicismo -
Prof: lves Gamlra - Não tenho a me nor dúvida de que, se houver um elevado imposto de hera nças e doações, desestruturaremos as e mpresas, e m cada fa lec imento de seus líderes , e esse dinheiro nunca será redi stribuído . O Bras il manté m um défi c it público muito elevado. Nossa dívida interna e externa, que está em torno de um trilhão e cento e cinqüenta bilhões de rea is, frente a um PIB nac ional de cerca de um trilhão e quinhentos bilhões de rea is, demonstra que tudo o que entrar fi cará no gove rno. Não há o utra possibilidade. Tiram-se recursos da sociedade que gera riqueza e eles saem pelos diversos des pe rdícios que ex iste m e m qualqu e r governo - co mo nos ladrões das ca ixas d 'ág ua (quero que entend am corretame nte essa ex pressão, para eu não ser mal inte rpre tado) inclusive pelo inchaço das máquinas admini strati vas. Isso é ruim para o País.
O relator da reforma tributária na Câmara, Dep. Virgílio Guimarães (PT/MG), afirmou que um dos seus objetivos é a redistribuição de riqueza.
Prof Jves Ga,ulra - Não há poss ibilidade de comparação de siste mas . A economi a daqueles países era inteiramente dife re nte. Não havi a economi a de mercado; o Estado era dono de tudo. E a nossa economi a é uma economi a de mercado. Agora, no projeto do governo, há o viés de se procurar retirar recursos da sociedade para passá- los para o governo. Ni sso, as te ndê ncias socialistas fi cam muito nítidas . Assim, não há semelhança, mas há um evidente vi és sociali sta. Olhando outro as pecto, o governo quer absorver a riqueza da soc iedade bras il eira para passa r para o Estado, enquanto o investidor estrange iro tem s ido se mpre melh or tratado que o investidor brasil eiro. Como quem di ssesse: a poupança do bras il eiro vai ser do Estado, mas os estrangeiros que aplicarem aqui serão privil egiados. Catolicismo -
As mudanças ao projeto original de reforma tributária do governo na Câmara dos Deputados alteraram essas características confiscatórias da propriedade particular e inibidoras da iniciativa privada?
Pro_/: Jves Gcmdra - Houve uma certa melhora. Por exempl o: o imposto sobre heranças e doações ca iu. Não por méri to do gove rno, mas da opos ição. Mas foi mantida a progress ividade no imposto sobre operações imobili ári as . Ca iu a poss ibilidade de lei ordinária para grandes fo rtunas, o que ta mbém fo i uma melhori a. O projeto é completamente injusto e m uma série de outros aspectos. Enfim , fo i mantida a tô nica, no sentido de redi stribuir riqueza p ro domo sua, na progress ivi CATOLICISMO
''A l'el'ol'llla tributária que o gove,·110 propôs fria enfraquecer o sistema proclutivo 11acio11al ao retira,· dele mais J'CCUl'SOS
e passá-
los para o Estado, que nem gera nem clistribui l'iqueza. É um tradicio11al despel'diçado1· de l'iqueza "
Pro_/: lves Gandra - O deputado Virgílio Gui marães é um bom economi sta, mas, co mo todo peli sta, di z que é preciso redi stribuir riqueza. A carga tributári a já é igual a 37% do Produto lnterno Bruto. A reforma tributári a que o governo propôs iri a enfraquecer o siste ma produtivo nac ional ao retirar de le mais recursos e passá- los para o Estado, que ne m gera nem di stribui riqueza. É, sim , um tradicional desperdiçador de riqueza. Por isso o B ras il não progride mais. Que m conhece o Estado, sabe perfeitame nte que não se pode acreditar ne le. E a vi são do governo é a de quem acredita no Estado. Eu me dou mui to be m com mui tos participantes do governo, sou advogado de alguns deles, e meu relac ionamento pessoal com eles é muito bom. Sempre que debati com eles, entretanto afirmei-lhes que a soc iedade cresce graças a si mesma, e nunca ao governo. Assim , apesar da minha admi ração pessoa l, eu estou convencido de que são eles os idea li stas de teses erradas. Pessoalme nte, gosta ri a que viessem a apre nde r a lição, já que estão exercendo mandatos no governo. Catolicismo -
A transferência de bens da propriedade privada para a administração pública vai trazer desenvolvimento ao País e dar melhores condições de vida à população ou, diferentemente, vai levar a algo parecido com o fracassado regime da União Soviética, onde os protegidos do governo levavam vida de milionários enquanto a maioria do povo sofria privações?
Pro_/: lves Gandra - E u não acredito que vamos chegar a um sistema sov iético. Fo i um sistema que provocou um fracasso muito notório. O regime ditatorial não func iona. Mas os me mbros do PT gostam da idéia de confisca r riquezas, de fo rtalecimento das estrutu ras estatais. Enqu anto houve r democracia, isto será constante mente exa minado . E les não são fa voráve is à ditadu ra, e sim à de mocracia, mas acham que as teses redi stri butivistas são boas. E é ni sso que está o erro. Ac red itam que o Estado pode gerar riqueza, e o Estado nunca gera riqueza. Quando não atrapalha, já faz mu ito. Se um Estado procura retirar tudo, o país não se desenvolve. Como aconteceu com os países do minados pela Uni ão Sovi ética.
A tributação pesada de heranças e doações pretendida pelo governo beneficiaria os mais pobres ou iria apenas inchar a ineficiente máquina burocrática da administração pública?
di scutir tudo de novo. Creio qu e, neste ano, apenas alguns pontos seri am pro mulgados. O resto voltaria para a Câmara para ser di scutido. E se ainda qui serem introdu zir impostos elevados sobre heranças, isso só pode ser te ntado no ano que ve m. Se for apro vado, será péss imo para a produção nacional. Catolicismo -
A transferência paulatina de recursos econômicos da iniciativa privada para o Estado não acabará levando o Brasil à limitação das liberdades individuais, criando um Estado totalitário?
Catolicismo -
A reforma tributária pretendida pelo governo, ao transferir recursos de capital da iniciativa particular para o Estado, iria gerar progresso e desenvolvimento para o Brasil?
Prof: Jves Gamlra - Eu estou conve ncido de que os ho mens do governo tê m a intenção de faze r o País progredir, mas eles acreditam e m algumas vacas sagradas . A primeira é que o Estado é e fi c ie nte para gerar riquezas; e m nenhuma parte do mundo o é. A segunda é que o soc iali smo fa lhou no resto do mundo porque havi a desonestos, mas, co mo eles são honestos, tudo vai dar ce rto. E a terceira é a de qu e todo mundo está interessado e m dar dinhe iro para o governo para gerar e mprego, gerar desenvo lvime nto, e que os e mpresári os tê m que apre nder qu e são e les, os governantes, que sabe m admini strar empresas, e não os e mpresári os. Como não são empresári os, pensa m que e ntendem de e mpresas. E ntão, não há po líti ca de desenvolvime nto. O grande e rro é que não perceberam que os países qu e deram certo e se desenvo lveram , dera m certo porque ac reditara m na ini c iativa privada.
Catolicismo -
O senhor vislumbra que a reforma tributária encaminhada ao Senado vá gerar aumento de produtividade das empresas e dar maiores recursos para investimentos produtivos, único caminho eficiente para reduzir a pobreza?
Pro_/: Jves Gandra - O Se nado pode mudar tudo. Houve um acordo de lideranças para se começar a
Pro_{. lves Gandra - Se ca minharmos para um partido único sociali sta como o PRI mex icano, se o País e ntrar e m grande desco mpasso econômico e se o grupo dos ideológicos preva lecer dentro do governo sobre o grupo dos efi cientes, podemos correr um ri sco de uma certa totali tari zação no governo. M as tenho a impressão de que já há anticorpos postos e m ação. Esses anti corpos dão-me certa tranqüilid ade e m relação à tentativa de se cri ar um reg ime mais fo rte. A reação contra o prôjeto de reforma tributári a do governo, que levou agora o Senado a um acordo para começar tudo de novo, de monstra que a soc iedade tem reagido, tem batido, tem gri tado, e eu tenho a impressão de que este é o caminho. Nós precisamos é gri tar. Essas e ntrevi stas, esses arti gos contra a reforma é que faze m as pessoas compreendere m a "verdade verdadeira" e prin cipi are m a gritar. •
"Não te11ho a menor clúvicla de que,
se houver um
ele11aclo imposto de heranças e doações, desest1·uwraremos as empresas, em cada falecimento ele seus líderes, e
esse clinhefro mmca será reclistribuído ,,
NOVEMBRO 2003 -
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"Meus amigos do MST"
Campanha inicia distribuição de
ova perplexidade no públi co brasile iro fo i ocasio nada, em sete mbro último, pe la dec laração do pres ide nte Lul a e m N ova York, ao qu alificar simples me nte de "um incidente no Ministério da Agricultura" os atos de vi o lênc ia cometidos pe lo MST contra aque le ó rgão, e m que os invaso res chegaram a quebrar a po rta do Mini stéri o. O preside nte não fa lou e m to mar qualquer providê nc ia no caso, ne m mes mo para co ibir futuro s des ma ndos dos invasores. Pe lo contrári o, ap ro ve ito u para qua lificá-l os de "meus amigos do MST " e limito u-se a lame ntar qu e "com um com-
N
Calendários 2004 ;\ Ca mpanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! estará e nvi ando a r\. seus parti c ipantes ativos o novo Cale ndári o 2004. Trata-se de uma verdade ira o bra de arte, que fi cará exposta du ra nte o a no todo e m milhares de lares brasil e iros. Este ca le ndário vi sa estimular a oração di ári a e o lo uvor à Santíss ima Virgem, como fo rma de reparação pe las blasfêmias e pecados cometidos em nossa Pátri a. Os deta lhes artísticos são rea lme nte impress io nantes . Cada mês é ilustrado com um be líssimo vitral que versa sobre te mas apropri ados. A inte nção é ampli ar a inda ma is tal di stribui ção, e para isso a ca mpanha j á está e mpe nhada e m obte r recursos . "Essa iniciati va é muito importante nos
dias de hoj e, em que muitos lares católicos, i,~f'elizmente, utilizam-se de calendários esotéricos, prof anos e até mesmo irnorais, f artamente distribuídos por estabelecimentos comerciais, que acabam üi luenciando negativamente as fam ílias brasileiras", afirm o u M arcos Lui z Garc ia, coorde nado r gera l da
portam.ento desses, eles [do MSTJ não êii se C(judam ". Acrescento u a inda: "Acho que o MST é democrático e tern de fa- o zer suas pressões e reivindicações"; o ~ gove rno está co nstruindo uma pro posta > .,___.:.;.~i:a.,• .a..,..:
]
ca mpanh a . Os parti c ipantes da ca mpanha que contribuírem para expandir essa divul gação parti c iparão do sorte io de c inco be líss imas image ns do Me nino Jesus, doadas por um partic ipa nte, co m o intuito de auxili ar tal difusão. Aq ue les que ainda não e nvi aram sua contribuição para se rea li zar tal divul gação, ainda poderão fazê- lo. Va le le mbrar que o referido sorte io ocorre rá apenas entre os partic ipantes que oferecere m suas doações até o pró ximo di a 30 de no vembro. •
Lance o seu protesto contra a TV imoral!
Apesar de membros do MST terem invadido o Ministério da Agricu ltura, em 23 de setembro p.p. (foto abai xo) , o presidente Lula qualificou-os de "meus amigos do MST"
(/)
de Refo rm a Agrária, a qua l "será pactuada com os sem-terra e outras entidades que cuidam da questão da terra" (cfr. " O Estado de S . Paul o", 25-9-03). N ão estranha po is qu e, apesar da s ubstitui ção d o pres id e nte do IN C RA , o MST continua co ntando com fo rte colabo ração de ó rgãos gove rname nta is. A troca no lNCRA parece te r sido a de seis por me ia dú zia. •
1.
José Rainha e o facciosismo A propósito da pri são de José Rainha .Jr. e da mulher Dio linda, o PT critiJ-\..cou asperamente o juiz, ac usando-o de perseguição políti ca. Como se o fato de os condenados pertencerem ao MST lhes desse auto maticamente salvo-conduto para toda espécie de crimes . Um cidadão comum , por exempl o, s urpreendido com uma arma ilegal, deve ser preso e condenado. M as se perte ncer ao M ST, deve ser ho menageado como um ideali sta! Dificilmente se poderia ser mai s facc ioso. •
Vi ma • a uhl V1ur11>1 d.,, um U/\ST/\ .li IV 11:tOMI.I
ê prtc,,o ltv•nu, 1J111• 1WlULf1t.JU.OO • ll'.ltl1idlLlft que o1t"9u1m •
V
ocê j á po d e acessa r o no vo site www.fat ima.o rg.br/oanf e faze r se u protesto contra os programas e nove las imorais da TV. Já está e m fun c io namento a pág in a Fátima Ação Família e OANF (0 Amanhã dos Nossos F ilhos) . Este espaço fo i reservado ao conjunto de todas as pessoas que não concordam com o desrespe ito à Le i de Deus - praticado pe la TV - e congrega pais e mães contrários à ag ressão moral imposta po r um a minori a de produtores de TV aos lares brasile iros . Nesse site, são tratados te mas atu alíss imos, ex ibindo pesqui sas e dados própri os a ori e ntar o le ito r a respe ito das razões pe las qua is se deve protestar contra o baixo níve l moral das programações. É possível encontrar mais in for mações na enquete Ranking dos Piores Prograrnas da TV Brasileira, ta mbém di sponíve l na pág ina Fátima Ação Família. CATOLICISMO
Ta is campanhas de protesto e ale rta desempenham importa ntíssimo pape l no panorama de nosso País. Se elas não ocorressem, as TVs sentiriam o campo livre para praticar abusos ainela maiores. Sentir o freio da reação popular, por meio de campanhas sucessivas de protesto, provoca nos bastidores da mídia um salutar mal-estar. E isto os obriga a não avançar certos sinais. Os produtores de TV te me m que se utili ze tal descontentamento para despertar a consc iê ncia crítica e m re lação aos progra mas inconve nientes e imorais ex ibidos pe la TV. E é justa me nte isso que a ca mpanha está rea li zando.
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Você é convid ado a se ma ni fes ta r. Acesse o nosso site www.fat im a .o rg. br/oa nf e la nce hoj e mes mo se u protesto. Va mos juntos dar um basta a ta nta imo ra lid ade e des respe ito aos lares bras il e iros. •
Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis!
E a TFP tinha razão ... A TFP fez uma campanha,
·•
há mais de J-\..cinco anos, através de seu bo letim " Info rm ativo Rural" e de Catolicismo (fevere iro/ J998), contra a desapropri ação das terras da Usina Malvina, no norte de Minas, para al i implantar um assentamento. M ostra mos e ntão o absurdo da inic iativa, dado que a us in a gerava muitos empregos e que a Reforma Agrári a sempre fracassa. Acresce a inda q ue a população local estava contra a desapropri ação. Entretanto e la fo i levada a cabo para sac iar o in sac iáve l ído lo da Reforma Agrári a: um asse ntamento mode lo iria ali ser impl antado, com o no me de Betinho. No que deu? Repo rtage m do "Estado de Minas" (7-9-03) nos informa que, "lançado há
Fac-símile da página 12 do
cinco anos para ser modelo no País, o
Catolicismo de fevereiro / 1998
Em Minas, trabalhado!e.s contra a Reforma Agrana ..,.,,., , ...... ~.,., ... i,,,,, ....
assentamen to da Us ina Malvina está comprometido. [... ] Tinha tudo para se transformar num exemplo bem-sucedido de reforma ag rária: trabalhadores experientes, terras de ótima qualidade e muita água. [... ] Raul Jungrnann anunciou, com .festa e tudo, o início da implantação do projeto. [... ] Urna série de problemas, inclusive irregularidade na prestaçcio de contas de dinhe iro liberado para os assentados, transformou o maior proj eto de reforma agrária de Minas em uma pálida imagem do que deve ria sa Muitos assenlados desistiram da terra. Outros permanecem no local, ,nas vivem em condições precárias". O utros ainda fa zem " bi cos" fora do asse nta mento para sobreviver. E apesar de tudo, a inda te imam em prosseg uir com a Reforma Agrári a ! • NOVEMBRO 2003 -
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para que o queres saber? Pede somente a Deus que o destrua '. "Outras vezes me dava a entender o Senhor: 'Este pecado é causa de que pereçam as Ordens Religiosas. E nas Ordens femininas, causa-me asco ouvi-las dizerem-se minhas esposas. Faz com que Eu não habite nos conventos. Somente por força da minha palavra eu ainda habito ali sacramentado, sofrendo tanto desacato naquelas que se chamam minhas Casas. Eu as deixarei sem a Casa que assim ultrajam "'.
Instrumentos de penitência e banqueta de Sóror Catarina de Jesus
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Pecaclo hol'roroso e clesonlenaclo
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&'. -------
Pecados que provocam a Justiça .divina Emduas edições anteriores, reproduzimos trechos escolhidos de Sóror CaLarina de Jesús Maria Herrera*, religiosa dominicana do Equador (1717-1795), que viveu e morreu como uma santa. Sua vida, marcada por autêntica humildade, fruto de profundo amor à verdade dos faLos, a faz descrever todas as coisas sem deformações nem atenuações. Encerramos hoje a publicação desses excertos, trazendo à consideração dos leitores alguns trechos que se referem mais especialmente aos maus ec1esiásticos. , CID ALENCASTRO
óror Catarina nos descreve uma revelação parti c ul ar que teve: "E Vós, me u Deus, me dizíeis: 'De toda a perdição do mundo são causa os sacerdotes, religiosos e religiosas. Os eclesiásticos são a causa da perdição dos leigos. Na Lei da Graça, Eu os coloquei para exemplo, para que eles conti vessem os deslizes do século. E como eles deixaram que se perdesse CATOLICISMO
completamente o respeito por eles, por cqusa de seus maus costumes, já o mundo não fa z nenhum caso deles. [. .. ] Se eles vivessem como deve riam, meu Espírito, por seus lábios, infundiria f ervor nas pessoas do inundo, e deste modo seguir-se-ia a moderação nos costwnes. Mas, como os leigos vêem que os eclesiásticos fa zem as m.esmas coisas que eles fa zem, como conseqüência foi-s e introduzindo o costume de menosprezálos. [. .. ] Religiosos e eclesiásticos, en-
velhecidos nos vícios, desde há muito tempo dão mau exemplo. Estes são os principais motivos pelos quais meu braço quer descarregar sua Justiça. Outro pecado há, minha filha, nos conventos de religiosos e religiosas, que me tem muito irritado e vai provocando minha Justiça a que não deixe nos conventos pedra sobre pedra '. "Ignorava eu que pecado fosse este. E pergun tando-o a meu confesso r, este deu um susp iro e disse: 'Ai, minha filha,
"Certa noite Vos pedia, Senhor, que destruísseis aque le pecado que dizíeis haver nas Ordens Religiosas, e que eu não conhec ia. [... ] E sem saber como, saí fora de meus sentidos, mas não tanto que não percebesse algo com eles, pois ouvi com os ouvidos do corpo o ruído de uma carroça. E quando percebi a carroça junto à porta do oratório onde eu estava, Vos disse: 'Senhor, detende este monstro do lado de fora, que não tenho coragem de vê-lo '. Deteve-se à porta e não entrou. Ente ndi que vinha triunfan te na carroça aquele horrendo pecado, na fo rma de um gra nde monstro que não tinha pés ne m cabeça, tão horre ndo e sobremaneira negro, coberto de uma fumaça espessa. E em torno da carroça, serv iam a este mon stro muitos pequenos re li giosos, me ninos. E conheci que o monstro abri gava dentro de si muitos reli giosos de mais idade e sacerdotes, e também mui tas religiosas de várias Ordens. Conhecendo ass im o pecado, que era tão horroroso, fe io, suj o e totalmente desordenado, fo i tanto me u pavor, que e u inteira tremia de horror. [... ] E e u Vos dizia: 'Senho ,; se para algo valho, aqui estou eu para padecer a fim de que Vós não sejais tão ofendido pelos religiosos e religiosas'" (pp. 271 -272).
perguntou-lhe o que a faz ia padecer mai s. A resposta foi : "' Por tudo eu padeço muito. Mas o que mais me atormenta no interior de minha alma é o mau hábito que eu tinha de procurar conversas de cela em cela. E isto eu o fazia por curiosidade [. .. ] para sabe r o que se falava de umas e·outras religiosas' . E e u pensava: 'Valha-me Deus! Corno se paga a falta de reta intenção!' " (pp. 442-443) . "E vi a minha sobera na Rainha Mari a. [ .. .] Não se i, Senhora, quando vivíeis na Terra, co mo não vos acompanharam todas as cri aturas racionais, se-
Acima : Menino Jesus pertencente a Sóror Catarina, o qual transformava-se numa criança viva em seus braços
* * * Esse "atrativo divino", que se desprende da Virgem Santíssima, foi o que atraiu Sóror Catarina durante toda sua vida mortal, e a fez ver com objetividade perfeita as realidades deste vale de lágri mas, ai nda as mais dolorosas . • E-mail do autor: cidalencastro @adv.oabsp.org.br
*
Autobiografia, Ed itora Santo Domi ngo, 1954, Qu ito, 580 pp. Reprodu z a edição promov ida por Frei A lfonso A. Jerver, O .P. , em 1950.
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Ensinamentos " Vós me repreendestes, Senhor, porque eu mais temia o inimigo do que confiava em Vós" (p. 337). "E os grandes pecadores, como eu, não percam a esperança de receber grandes favo res do Todo Poderoso" (p. 458). Aparecendo-lhe uma religiosa que estava no Purgató ri o, Sóror Cata rina
guindo de vossa majestade esse atrativo divino" (p. 457) .
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À direita : original do manuscrito autobiográfico de Sóror Catarina
NOVEMBRO 2003 -
Análise da 'l1F P, vigoroso alertá à Nação 1
"A TFP denuncia, a TFP informa, a TFP alerta: ':A 'esquerda católica' está levando o Brasil para a convulsão e para a revolução social. Leia o alerta da TFP. Leia o alerta da TFP". Este fo i um dos slogans - bradado recentemente pelas ruas de São Paulo por sóc ios e cooperadores da TFP - que mais chamou a atenção do públi co. Para melhor ouvi-l o, pedestres paravam; motori stas, na abertu ra de semáforos, se esq uec iam de dar partida a seus automóveis; donas-de-casa abri am as janelas; comerc iantes saíam às portas de suas lojas; algun s ambulantes e até me ninos repeti am de cor ta l slogan, à medida que proc uravam vender seus produtos. Enquanto essas cenas ocorri am, propagandi stas da TFP di stribu íam a mais recente Análise da entidade e davam ao público breve ex pli cação a respeito do texto. *
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Caro leitor, leia ta mbé m essa Análise da TFP. Para isso reproduzimo-la nas pág inas seguintes. Trata-se de um docume nto que descreve e julga a preocupa nte realidade brasi leira atual, fr uto de ag itações sociais, do incentivo à luta de c lasses, às invasões no ca mpo e na cidade; da ocupação siste mática da máquina do Estado pelo Partido dos Tra balhadores (PT); da nova, singul ar e desastrosa po lítica externa brasil eira (como a tática de in sistir num confro nto
e ntre Norte-rico X Sul-pobre; o apoio ao ditador cubano Fidel Castro, para ajudá- lo a manter-se no poder; e a pro palada m.ediação para um acordo do governo co lombi ano com o movimento guerrilheiro FARC). Esses e outros fe rmentos revolucionários são anali sados no doc umento, pondo e m evidência que tal situação poderá levar o País a uma generali zada convul são soc ial, ao caos. É foca li zado també m o pape l da cha mada esquerda católica, impul sionando notóri a e decidid ame nte essa re vo lução e m ma rc ha. Por e xe mplo, com sua velha insistência no co mprovadamente fracassado prog rama de Reform a Agrári a soc iali sta e confi scatóri a, c uj a conseqüência natural será, se aplicado, a diminuição de nossa espetacul ar produção agro pecuária e o aume nto da miséria nas zonas rurais.
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Para onde a esquerda católica quer conduzir a Nação? Os atuais governantes ausc ultarão o Bras il profundo, o Bras il rea l, o Brasil cri stão? Ou , pe lo contrário, vão impor à Nação um programa de magógico e obsoleto, que ruma na contra mão do glori oso passado deste País, outrora c ha mado Terra de Santa Cruz? Pelas expressivas e sintomáticas repercussões co lhidas durante essa nova campa nha da TFP, constatou-se que a mai ori a dos brasil eiros está rea lme nte inconfo rmada e apreensiva, percebe a gravidade da situação, está desperta ndo de seu letargo e di sposta a não se deixar levar para o soc ialismo. Ficou patente ainda que o Brasil aute ntica mente bras il eiro não quer o ro mpimento com seu passado e suas tradições e reje ita ser • cubanizado medi ante uma revolução social. Leia o alerta da T FP!
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alvez o maior desafi o do nosso governo e dos próximos anos sej a esse: que o Brasil ocupe o seu lugar no mundo. Mas para que o Bras il ocupe o seu lugar no mundo é preciso que o nosso povo ocupe o seu lugar no Brasil. Isso só é possível com uma grande transformação social, co m uma verdadeira revolução social. Não tenho medo de dizer esta palavra. Uma verdadeira revolução social, nós devemos isso ao nosso povo" (Nós não ternos o direito de f racassar, "O Estado de S. Paulo", 3/J/2003). Foi com essas expressivas palavras que José Dirceu, o ministro-chefe da Casa Civil , traçou, no di scurso de posse, o programa do novo governo que subia sob o comando do presidente Luiz Inácio Lul a da Silva. Para um observador ate nto, não é difícil notar que vai faze ndo significa tivos avanços o c umprime nto dessa veeme nte promessa, de levar a cabo no Brasil uma " verdadei ra revolução social", de inspiração soc ia li sta. Avanços, é verdade, ne m sempre claros e abertos, avanços che ios de idas e vindas, avanços di spersos num a mbie nte po líti co-soc ial confuso, que se degrada progressivamente. Nesse processo de revolução política, social e econômica, há um fato r determinante, como mostraremos ma is adiante: o pape l-chave desempenhado oste nsivamente pela "esquerda católica".
Em wn ambiente de aparente contusão, esgueira-se o p1·ojeto socialista Quem anali se estes meses de governo, constatará na cena nacio nal um a mbie nte de fo rte confu são, e muitas vezes de ações políticas e govern amenta is descoordenadas, pe lo menos na aparê ncia. - Co nsidere m-se os discursos, as e ntrevi stas, as medidas a nunc iadas pe las auto ridades e às vezes pro ntamente reti fi cadas ou desmentidas; - considerem-se os debates de reformas anunc iadas como importantes, e nvo ltos e m práticas tantas vezes criticadas no passado, cujas votações, emendas, propostas e contra-propostas se arrastam
de moradamente, tornando imposs ível ao home m ela ru a saber o que seus re presentantes estão ele fa to esco lhe ndo e fazendo; - considere-se o anúnc io ele recordes na produção agrícola, fruto ela inic iati va privada no ca mpo, a par das ameaças , agressões e depois rec uos parc iais levados a cabo pe los chamados " movime n-
Tudo isso dá a impressão ele um emara nhado caóti co ele indefi nições e indec isões, ele propostas e contra-propostas, ele ziguezag ue no rumo cio País. Mas exa minando a fundo os fatos, percebe-se que há método nesse caos, e que ne le gradualme nte se vai esgueira ndo a velha e fa lida ideologia socialista, di sposta a to mar conta cio Brasil e a tentar aqui mais uma ele suas utópicas e desastrosas aventuras.
Revolução i11cr11e11ta: uma autêntica r evolução
tos soc ia is" contra essa mes ma inic iativa privada; - considere m-se as e nfá ticas proclamações da inviolabilidade el a lei juntame nte co m a tolerâ nc ia de não poucas a uto rid ades às vi o lê nc ias perpetradas co ntra o direito de prop ri edade; - considere-se o rumo da políti ca econô mica, co m a manu te nção de um a re lativa estabili dade, de-par com o anúncio de pro messas não reali zadas e se mp re postergadas; - considerem-se os projetos para co ibir o direito ele legítima defesa dos home ns ele bem e, por outro Ia.do, o crescimento ela insegurança e as múl tiplas ousadi as cio crime orga ni zado, di ante da qu ase tota l inoperânc ia ele muitas autori dades;
Ta l caos produz uma profund a a pree nsão na ime nsa ma iori a ela Nação, que reje ita as idé ias, propós itos e métodos cios soc iali stas, a inda que estes não os ex presse m c larame nte. O in stin to de magóg ico, ele si mes mo tão fin o e sutil , faz esforços por des no rtear a intuição e debilitar a vo ntade daque les que se lhe opõem, di ss imul ando seus propós itos num a mbi e nte confu so. Ve la seus desíg ni os sob um pal avreado imprec iso, q ue se in sinua sem se afirmar, evitando sobretudo dar a idé ia de q ue suas pro postas e ações constitue m um só bl oco doutrinário fi rme e coeso. Isso porque as fo rças sociali stas não podem de ixar cl aro, pelos fatos, que começaram uma transformação revoluc ionária rumo a suas utopias, po is a opos ição cresceri a ra pidamente até se tornar quase geral. "Co mo é be m sabido, as revoluções têm como que intuições ou instintos políticos finíssimos, que as levam a dizer ou calar o que lhes convém, lhes inspiram a esco lha de slogans adequ ados, e ele fórmulas hábeis para irem revelando por etapas os seus des ígni os", o bservou com sum a perspi các ia Plini o Corrêa de O live ira c m se u best-seller
Reforma Agrária - Questão de Consciência (3". ecl., p. 46). A grande ma io ri a pac ífica e orde ira de nossa popul ação, fund amentalmente avessa à ideo logia soc ialista, vê-se ass im paul atin ame nte arrastada para uma situação revolu cio nári a, ainda que incruenta. A esse propós ito, é uma vez mais Pli nio Corrêa de Oli veira quem observou, no j,'í c itado best seller: NOVEMBRO 2003 -
Plinio Corrêa de Oliveira já lançara um brado de alerta no sentido de que a esquerda pode arrastar a grande maioria pacífica e ordeira, fundamentalmente avessa à ideologia socialista , para uma situação revolucionária, ainda que incruenta
"As crises ideológicas e institucionais tendem por natureza a se alastrare m para todos os terrenos, entre os quais o do vocabulári o. E las exercem uma pressão sobre certas palavras, que vão assim perdendo sua clareza e admitindo sentidos cada vez mais vastos e imprecisos. Foi o que aconteceu , por exemplo, com o termo 'revolução'. [...] "A palavra ' revolução' designa mui tas vezes uma ação apo iada na fo rça e destinada a impor aos poderes públicos, ou a uma categoria numerosa de pessoas, ou enfim a todo um povo, a aceitação de uma violação qualquer de direitos. A deposição de um chefe de Estado é, neste sentido, uma revolução. Como o é também o ato de um governo que, apoiado pela fo rça, ampli a suas atribuições alé m dos limi tes estatuídos por lei. Em a mbas as hipóteses, a circunstância de ocorrer, ou não, derramamento de sangue é apenas acessória: a revolução arquetípi ca é cruenta, mas pode haver revoluções incruentas de caráter mui to mais profundamente revolucionário do que ela" (3ª. ed. , p. 45 ).
Fenne11tos revolucionários
na atual ,·ealidacle brnsileira Basta mencionar alguns dos múltiplos as pectos de nossa atual vida sóc io-política, para ver que é oportuno le mbrar a pro messa-ameaça do mini stro José Dirceu e m seu di scurso de posse.
-,:J
CATOLICISMO
a) Em pouco tempo a ag itação agrári a espalhou-se pelo Brasil , deitando suas garras também nas cidades, com invasões u·rbanas. O MST e a CPT - co m fo rte presença no Mini stério da Reforma Agrária e no Incra - rea li zaram invasões, saques, depredação de bens públi cos e privados, interru pção de rodovias, tomada de pedágios e manutenção de pessoas e m cárcere privado. A ameaça ao direito de pro priedade tornou-se consta nte e um clima ele fo rte in stabilidade difundiu-se entre propri etári os rurai s e aque les que, num ambiente ele concórdi a, trabalha m em suas terras. Entretanto, nenhuma medida séria fo i tomada pelo Governo Federal, a fim ele co ibir tais es bulh os. Para espa nto ele mui tos, o pres idente Lul a recebe u, e m clima ele confra terni zação, os líderes cio MST e envergou o boné cio movimen to, num gesto simbólico que fo i um claro sinal ele adesão aos propós itos cio movimento . Esse gesto se viu confirmado há dias quando o Chefe ele Estado, ao apontar apenas a fa lta de oportunidade ele mais uma elas muitas ações vi ole ntas do MST, se referiu a seus integrantes como " meus amigos do MST". Al é m di sso, diversas a uto ridades, como o mini stro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, defendem a tolerância face às ações cios "movimentos sociais"; e o Procurador Geral ela República, Cláudio Fontelles, até justifico u certo tipo ele invasões.
b) Numa c lara afronta ao Poder Judi ciário, magistrados que ex pediram sentenças ele condenação ele integrantes cio MST fo ram a tacados por me mbros cio Executivo, como o Secretário Nacional cios Direitos Humanos, Nilmári o Miranda, e por fi guras cio PT, como seu pres idente nac ional, José Genoíno. Insiste m estes últimos em não "criminali zar" os movimentos soc iais, o que te nde a transfo rmá-l os numa categoria de cidadãos ac im a ela lei. c) O Poder Judiciári o te m sido alvo ele siste mática campanha desmoralizadora, e apregoa-se a " necessidade absoluta" de aplicar-lhe um contro le externo, o que colocari a em grave ri sco a independência de poderes e os fund amentos do Estado de Direito. d) O programa "Fome Zero", a "bandeira soc ial" do governo, revelou-se inconsistente, de ixando entrever as inte nções de seus promotores. Baseado e m núme ros inegavelmente infl ados e contestados por técni cos imparciais, o programa tornou-se uma máquina de sustentação dos fa lidos assentamentos da Refo rma Agrári a e dos acam pamentos cio MST. E revelou-se, segundo denúncias estampadas na imprensa, um anteparo
para ações de c unho político, profundame nte esquerdi stas: de um lado, ele prepararia a cri ação de "conselhos gestores" no mol.d e dos Comitês de Def esa da Revolução e m Cuba ou dos Círculos Bolivarianos na Ve nezuela; ele outro, favoreceri a a conquista de novos militantes para o PT, e m loca is onde até agora esse partido não te m presença. e) Os meios econômicos de há mui to ag ua rdavam uma reform a tributári a que simplifi casse e baixasse a carga de impostos no País, para tornar a economi a mais competitiva. No ambiente confuso que cerca as reformas, o País fo i surpreendido por uma proposta que aume nta Início-da campanha ainda mais a arrecadação. Conhec idos tributari stas a qualificaram de produ to da j no cruzamento da Avenida Cidade Jardim ideologia marxi sta, ass inalando que será [o com Avenida Faria Lima um fo rte go lpe à propriedade privada e à õ livre iniciativa, abalando e m seus fund amentos o atual modelo sóc io-econômi co e transformando-o num caduco regime soc iali sta. t) Mul tiplicam-se as denúncias da ocupação sistemática da máq uina do Estado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e há anali stas que já apontam seri amente o ri sco de este vir a governar o Brasil por várias décadas num sistema de partido único.
Outro flagran1e do público examinando atentamente o cumento da TFP
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pressão que está prestes a explodir. A
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Frei Betto, um dos mais ativos expoentes da "esquerda católica", acompanhou Lula em sua viagem a Cuba
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i:2 g) Vários sinai s inquietantes provêm do campo da liberdade de expressão, pois enquanto se fala de um "Mini stério da Propaganda", começam a ser ventiladas várias propostas de um "control e soc ial " da impre nsa.
Uma diplomacia singular: rumo a uma frente revolucionária i11ter11acio11al? A política externa é apresentada como um dos símbol os da mudança desejada pelo atual governo, e ne la há motivo para as mai s graves preocupações: a) Fala-se de importa ntes vitórias diplomáticas - na verdade tão quiméricas quanto festejadas - como na recente reuni ão da OMC e m Cancún, no México, na qual o Brasil in sistiu no desgastado discurso ideológ ico esq uerdi sta de um e mbate norte-s ul , de países pobres contra pa íses ricos. b) Numa confusa ação diplomática, nosso País se ofereceu, ora para " mediar" um diálogo com as FARC, ora para sediar e m seu território um diálogo da ONU cóm o grupo terrorista colombiano. Esse grupo é profundamente li gado ao narcotráfico e quer estabelecer ramificações no País, como a imprensa freq üenteme nte notic ia; e passou décadas fa lando de "diá-
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logo", enquanto prossegui a sua " indústria" de mortes e seqüestros, o que faz temer que aproveite a ocasião para penetrar no Brasil. e) Recente me nte, após ter proc lamado da tribuna da ONU sua crença na democrac ia, o presidente Lula (juntamente com sua comitiva) fo i a Cuba presti giar o reg ime de Fidel Castro, c uj a afinidade ideo lógica com muitos dos atuais dirigentes brasile iros é notória. E nquanto em todo o mundo civilizado se fazem ouvir condenações ao reg ime castri sta pe las perseguições políticas que pratica contra opositores, incluindo o julga mento sumário e o fu zilame nto de três deles, o Brasil esco lhe como objetivo preferencia l de s ua dipl o mac ia preservar o velho ditador cubano e criar condições, inc lu sive econômi cas, de sobrevivência para o seu regime. Tal atitude complacente em re lação a Fidel Castro e ao seu regime tirânico contrastam com a política extern a "altiva" e " pró-ativa", proclamada aos quatro ventos, a qual tem levado o presidente Lula até a confrontar abe rtame nte a política do pres idente dos Estados Unidos. Nas palavras que Frei Betto, o assessor espec ia l do presidente Lula, dirigi u a estud antes e m C uba , enco ntrare-
mos a c have desta clamorosa contradição: "Aos inimi gos a denúncia; aos amigos a crítica reservada" ("Folha de S. Paulo", 28/9/2003).
Clamor <la "esquerda católica" po1· uma profu11da tra11sl'ormação social Analisando o qu adro acima descrito, nota-se um preocupante fator que o domina por inteiro: a presença crescente e o clamor cada vez mais estridente da "esquerda católica" em favor de uma transformação social profunda, que não é definida, mas que não se distingue da anun ciada " revo lução social", e assim prepara o caminho para esta . A "esquerda católica" se apresenta como genuín a intérprete dos mai s recônditos anseios populares. Contrariando a índo le majoritariamente centrista de nosso povo, qualifica de "reivindicações populares" as posições mais extre madas e radicais. Brandindo exagerados índices de pobreza e de fome, cria a idé ia de hordas incontidas de miseráveis vagando por este imen so Brasil e acena com os mai s sombrios prognósticos, se as mudanças por e la propostas não forem reali zadas. "A mi séria é muito grande, os movimentos sociais formam uma panela de
pobreza está à vista de todos. Os confli tos soc iais, registrados ultim amente, apenas de monstram que a soc ied ade qu er mudar e necess ita de mudanças", afirm ou o arceb is po de Salvador, D. Geraldo Maj e lla Agnelo, presidente da CNBB , no di a 7 de setembro. Nesse dia a entid ade eclesiástica presidida pe lo Cardea l organi zava, em várias c idades brasile iras, a marcha do 'G rito dos Excluídos' ("Folha de S. Paulo", 8/9/2003). Sob o pretexto ela legítim a defesa dos pobres, a "esquerda católi ca" cri a a idé ia errô nea de que a Cgreja deseja a igualdade mais radical, e difunde um estado de espírito rancorosamente hostil a qualquer hierarqui a política, econômi ca ou soc ial. Para o "cato.lic ismo" de esq uerda, os verdade iros ou falsos care ntes devem ver e m todo proprietário um " ladrão", indevidamente de posse daquilo a que o carente tem direito. Impul sionados pela "esquerda católica" e amparados pe lo berreiro demagógico de certa imprensa que lhes é afim, os ditos "exc luídos", organizados em "movimentos socia is", se acham no direito de invad ir a propriedade alheia, de porrete, foice ou arma na mão. Entretanto, da boca dos próceres desse "catolici smo" de cunho socia li sta nada ou quase nada se ouve a respeito do papel da ca rid ade cristã para resolver de forma pacífica situ ações de verdadeira necess id ade. E munidos de uma fa lsa noção do que seja a "j ustiça soc ial", investem eles contra toda a ordem sóc ioeconôm ica vigente. Para gáudi o dos soc ia li stas, utopi stas e terroristas, que colherão os frutos dessa ag itação.
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Peça-chave da prol'tm<la re, 10/ução na socie<lade brasileira: a Reforma Agrál'ia Plínio Corrêa de Oliveira alertou contra a "fermentação dos corpúscul os da intelligentsia de esquerda, do snobismo soc ia li sta, faceiramente apoiado por certo veio de pessoas dos bairros residenc ia is de luxo, pelos corri lhos demagógicos encastoados nos partidos políticos, pelos tecnocratas 'no vento', pelos 'consc ientizadores' de sacri stias". À direita : aspectos da campanha da TFP em vários locais da capital paulista
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Esses corpúsculos interli gados e efervescentes, qu e rec iprocamente se e lo giam e s ustentam, montam há décadas um assa lto ao princ ípi o da propriedade privada, e nsinado pe la Igrej a há do is mil anos, posto em prática pe las nações cristãs e vital para que estas se conservem como tais. Em suas muitas obras, Plíni o Corrêa de Olive ira apontou també m a "esquerda cató lica" co mo a mais influe nte fo rça que impul siona o reformi smo sóc io-econômico globa l, centrado primordi almente no agro-reformi smo soc ia li sta. Em contradição frontal com a do utrina moral e. social da Igrej a, o esquerdi smo católico visa, num prime iro mo mento , passa r a pla ina sobre a classe dos proprietários ru rais, segundo o desgastado e injusto princípio soc iali sta de ti rar de un s para dar a outros. Anima esta sanha agroreformista o princípio fil osófico da igualdade. Contrari amente ao que ensina a doutrina cató li ca, a des igualdade seri a algo intrin secamente injusto, não só no setor imobili ário ru ra l, como também no setor imobili ário urbano e e m todos os de mais. Uma vez atingidas as metas mais ex. tremadas do agro-reformi s mo e, conseqüe nte mente, aniquil ada a propri edade privada no campo, o Brasil teri a dado um passo decisivo para a tra nsformação compl eta e fo rte mente iguali tári a de toda a sua estru tura sóc io-econô mi ca. Por isso a sanha agro-igualitária da "esquerda cató lica" não se deté m diante de nenhuma evidência e se joga contra a propriedade privada com fúri a destruidora. - N ão lhe inte ressam os evide ntes êx itos da agropecuári a brasil e ira, impulsio nada pe la livre ini c iativa, que só favorecem o be m comum social e econô mi co do País; - não lhe impo rtam os estrondosos fracassos dos assentamentos da Reforma Agrária, que levam a mi séri a ao campo, como está ampl amente ex posto no recente liv ro Reforma Agrária: mito e realidade (j á e m terceira edição), do j orna li sta Ne lson Ra mos Barretto, que dirige o escritóri o da TFP em Brasília, livro que tem o btido grande repercussão no País; À esquerda: flagrantes da campanha
em outros pontos da cidade
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Antes de partirem para a campanha nas vias públicas de São Paulo, os membros da TFP rezaram diante do túmulo do fundador da entidade, Plínio Corrêa de Oliveira, no 8° aniversário de seu falecimento
- não lhe interessam as inju sti ças perpetradas contra aque les que dedi caram sua pac ífi ca ex istênci a a traba lhar e a fazer crescer legítima e ordeiramente seu patrimôni o e o País. Por este motivo aí estão as invasões largame nte insufl adas pe la CPT, com todas as inerentes vi olações da le i. Estão aí ta mbém os clamores dos ditos " movime ntos soc iais", co mo o M ST, que exigem do governo uma verdade ira operação " pega-fazendeiro", contra os propri etários ru ra is que nada mais faze m do que defender-se das inj ustas agressões a seus be ns e a suas fa mílias. N a ardilosa manobra do esq uerdi smo católico, config ura-se uma estranha inversão pu bli citári a de papéis: os invasores, que agride m a pro pri edade, seri am os ho mens pacífi cos e ordeiros ; os proprietários q ue, abando nados pelas autoridades, defende m seus direi tos, seri am os ag ressores ! Como se o dire ito de propriedade j á estivesse abo lido no B ras il.
camadas ma is profund as da população, o número de bras il eiros gradua l e leg iti mamente tomados pe la inconfo rmidade e a apreensão, diante da marc ha progressiva rumo ao soc ia li smo, impul sio nada pe la esquerd a e acolitada pe lo "cato lic ismo esquerdi sta" . N ão é di fíc il pe rceber qu e se vão e mpilhando os fa tores de incompreensão e de indi gnação. E que vai despertand o de seu ve lho letargo um B ras il pro fun do, um Brasil que é e quer continuar a ser autenticamente brasile iro, em legíti ma continuidade com seu passado, e c uj os passos se ori enta m nessa continuidade, para constituir um Brasil e m asce nsão, fi e l a si própri o, e não o contrári o daq ue le que fo i e é . O di stanc iamento entre o Bras il de superfíc ie, que ruma para a esquerda, e o Bras il profund o, o Brasi l real, que não desej a esquerdizar-se, pode levar a um desacerto gravíss imo, de co nseqüênc ias imprevi síve is.
Fatol'es de i11compree11são e imlignação acumulam-se: até que ponto?
A 1'FP co11clama à estabilidade e à paz social
Qu em lê com ate nção o noti c iári o, q ue m ana li sa as conversas em diversos ambie ntes, quem observa o pul sar das ruas, que m se e mbre nha por esse ime nso B rasil do interior, percebe que cresce, nas
A lhe ia a te mas es trita me nte po líti cos , desde que não se re lac io ne m co m os princ ípios do utr inári os concerne ntes à o rde m c ristã d a soc iedade te mporal, a TFP proc uro u se mp re co nvive r
har mo ni ca me nte co m todos os reg imes po líticos. Fie l aos idea is e à conduta de seu fun dador, o Prof. Plini o Corrêa de Oli veira - cuj a fi gura ímpar de ho mem de fé, de pe nsame nto, de luta e de ação a TFP evoca com admiração no o itavo ani versári o de seu fa lec ime nto - proc ura e la uma vez mais advertir para o peri go consti tuído por fo rças desestabili zadoras que se articul am para pro mover de norte a sul do País a luta de c lasses ag rári a . A TFP desej a cordi almente alertar as a utoridades e faze r ver a todos os setores da po pulação que o Brasil medi ano, o B rasil sensato, o Brasil autêntico não quer a Refo rma Agrária soc iali sta e confi scatória, ne m a ampl a mudança sóc io-econô mi ca dela decorre nte. Nessa atmosfera carregada de preocupações, de desavenças e de a meaças, uma vez mais a T FP depos ita seus esforços aos pés de Nossa Senhora Aparec ida, Rainh a e Padroe ira do Bras il. E a Ela e rg ue a súplica , cri stã me nte confi ante, que há tanto os bras il e iros pi edosamente lhe diri gem: "P rotegei a Santa Igreja, ó M ãe terna e estre mec ida, protege i a nossa Pátri a, ó Se nhora Aparec ida" . São Paul o, 3 de outub ro de 2003 Soc iedade Bras ile ira de Defesa da
l)·adição, Família e Propriedade - Tl<'P
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Tinha "o olho incessantemente aberto sobre o grande livro do mundo exterior, e aplicava-se a ler suas páginas maravilhosas. Fazia numerosas excursões, corn seus amigos, às vilas e províncias vizinhas, observando com olhar penetrante todos os fenômenos e procurando explicá-los" 2 • Entretanto, nada disso prejudicava sua profunda piedade e o interesse que tinha pelas verdades eternas. Del'i11ição da vocação religiosa
Santo Alberto Magno mestre de Santo Tomás de Aquino S anto dominicano, cognominado Doutor universal, grande sábio, teólogo e filósofo, pregador de cruzada, foi exímio professor na Sorbonne, o mais famoso centro universitário da época PUNI O M ARIA SOLIMEO
Acima: Santo Alberto exercendo o magistério. Ele separou com precisão os campos do filosofia e do teologia . No página ao lodo: fachada do edifício atual do Universidade do Sorbonne, em Paris, onde Santo Alberto Mogno lecionou .
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uando o Papa Pio X[, no dia 16 de dezembro ele l 93 l, proclamou Santo Alberto Magno S Doutor ela Jgreja, dec larou: "O presente momento parece ser o tempo em que a glor(ficação de Alberto Magno é mais adequada para conquistar abnas à subnússão do doce jugo de Cristo. Alberto é exalam.ente o Santo cujo exernplo deveria inspirar esta idade rnoderna, que Ião ardentemente procura a paz e é tão cheia de esperança em. suas descobertas cient(ficas" 1• Veremos por quê. Santo Alberto Magno nasceu no ano ele I J93 em Lauingen, cidade ela Suá-
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bia bávara, filho ele um conde ela Casa de Bollstaedt, elas mais ilustres cio país. Desde cedo foi tomado pela sede de saber, ele modo que nem pensou em seguir a carreira das armas, na qua l se us ancestrais se hav iam gloriosamente notabili zado . É nobre e rico, mas deseja ser sábio. Foi por isso que, de poi s dos primeiros estudos na terra natal , vemo-lo na universidade de Pádua. Na época, para as ciências, ela era o que a de Pari s era para a filosofia e teologia. Com ap licação e entusiasmo, cursou gra mática, dialéti ca, retórica, mú sica, geometria, aritmética e astronomia, sob a direção de sábios mestres. Observador atento, buscava expli cação para tudo o que via.
Quando chegou para ele o momento ele decidir sobre sua vocação, apresentou-se- lhe o estudo ele Direito, que lhe abriria grandes poss ibilidades no mundo, ou a carre ira ec lesiástica, que não lhe oferecia menores chances de sucesso. Mas ele considerava também a vicia reli giosa, na pobreza e na humild ade . Não optou imediatamente por tal vida porque, supunha, ela o imped iri a de prosseguir seus estudos e aprofundamento nas ciências. Certo dia em que, perturbado por esses pensamentos, rezava di ante de uma imagem de Nossa Senhora na igrej a dos dominicanos, pareceu-lhe ouvir estas palavras: "Alberto, meu.filho! Deixa o inundo e entra na Orclern elos Pregadores, da qual eu obtive de meu Filho a júndação para a salvação elo mundo. Tu /e aplicarás corajosamente às ciências, segundo as prescrições da Regra, e Deus cumular-te-á de uma tal sabedoria, que a Igreja toda inteira será iluminada pelos livros de tua erudição" 3. Entretanto, a oposição da família a esse projeto segurou ainda Alberto no mundo. Mas a Providência velava por ele. Certo dia apareceu para pregar na igreja dos dominicanos seu Gera l, o Beato Jordão de Saxe. E o fez com o carisma próprio a atrai r as almas, que lhe era peculiar, de tal modo que Alberto, apenas terminada a pregação, foi lançar-se a seus pés suplicando-lhe que o recebesse corno filho.
O olhar penetrante cio Beato percebeu logo o tesouro que ali se encerrava, e o recebeu de braços abertos. Alberto tinha então 30 anos de idade. Professor cio Doutor Angélico Ele foi env iado a Bolonha, onde estavam situ ados o segundo convento da Ordem, o de São Nicolau , e a uni versidade, que passava por ser o segundo centro do mundo científico de
Co lôn ia, teve por discípulo o futuro Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino, na ocasião um jovem apenas saído da adolescência, tímido e reservado, o que lhe valeu da parte de seus colegas a alcunha de boi mudo. Mas o mestre, tendo descoberto a sutileza de seu espírito, a profundidade de pensamento e sua grande e fiel memória, afirmou que um dia esse boi mudo mugiria tão alto, que seri a ouv ido em toda a Terra. Fulgo,· cio Doutor Universal
· então. Lá estudou filosofia e teologia com tanto êx ito, que foi envi ado a Co lôn ia para ens inar essas matérias, com o aplauso de toda a cidade. "O que mais se adnúrava nele é que junrava a essa profunda erudição, que alraía todo mundo à sua escola, uma simplicidade, uma modéslia e uma humildade prodigiosa" ". Tendo falecido o Beato Jordão de Saxe no ano de 1237, Frei Alberto ocupou seu lugar até a eleição de um sucessor, o que se deu no dia seguinte ao de Pentecostes ele 1238·, quando São Raimundo de Penhaforte foi eleito. Santo Alberto foi enviado depois a ensi nar sucessivamente em várias casas de sua Ordem, espec ialmente nas cidades de Hildesheim, Fribu rgo, Regensburgo e Estrasbu rgo. Voltando a
Em 1245, o Mestre Geral da Ordem enviou Alberto a Paris, onde estava loca li zado o Co légio Santiago, o mai s importante dos dominicanos, incorporado à Universidade de Paris, o mais afamado centro de estudos da Id ade Média. Suas au las tiveram um êxito estrondoso, e em pouco tempo a sa la de aul as era insufic iente para conter a multidão qu e ia ouvi -lo. A praça, em Paris, onde ele ensinava então, até hoje conserva seu nome, se bem que de modo deturpado: Place Maubert, de Mailre Albert5 . O ful gor dessa luz fo i tal , que dele se dizia na ldade Média: "Mundo luxisli, quia roturn scibile scisti " (iluminaste o mundo, porque soubeste tudo o que se pode saber); e "onde quer que assente sua cátedra, parece monopolizar todos os arnantes da verdade" 6 • Ele foi chamado pelos seus contemporâneos ele Doutor Universal, tal a amp lidão de seus conhecimentos. " Não contenle com estabelecer as leis da investigação, Alberto e~forçouse por recolher todos osji·u1os da experiência antiga, entesourados em Aristóteles, Avicenas e Nicolau ele Damasco, maturando-os e aumentando-os com sua própria experiência " 7 • No capítu lo provincial da Ordem no ano de 1254, em Worms , Frei Alberto foi e leito provinc ial da província alemã dos dominicanos. Além da
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·, Alemanha, abarcava esta também a Holanda, Flandres e Áustri a. Viajando sempre a pé e mendi gando o alimento e a pousada, ele vi sitou todos os conventos sob sua jurisdição. Dois anos mais tarde, chamado pelo Papa Alexandre CV, fo i a Ag nani , na Itá li a, o nde refutou Guilherme do Santo-Amor, professor da Universidade de Pari s, que pregava contra as Ordens mendicantes. E m Colônia, fundou o Convento do Paraíso, para as filh as da nobreza. Enquanto isso, rezava, estudava e ensinava.
D efesa do discípulo amado Já estava Santo Alberto avançado em anos quando soube que, em Pari s, alguns professo res secul ares da Universidade convenceram o reitor a condenar algumas proposições de Tomás de Aquino, que se encontrava ausente. Disso sabendo seu anti go mestre, apesar dos achaques da idade e da di stância , cor-
Bispo ele Rege11sburgo e pregac/01· de cruzacla Entretanto, por mais que amasse seus livros e a ciência, teve que se curvar por obediência e aceitar o bispado de Regensburgo. Com a mes ma seriedade com que se dedicava aos estudos, exerceu sua dignidade epi scopal, apli cando-se inteiramente aos deveres de seu cargo, visitando sua diocese, pregando, reformando, santifi cando. Mas isso fo i só um parêntese de dois anos em sua longa vida, pois, à fo rça de insistência, obteve do Papa di spensa do cargo e vo ltou para seus livros, suas aulas e as ciências. Se o Papa lhe concedeu essa di spensa, deu-lhe no entanto outra tarefa bastante difícil : pregar a Cruzada na Alemanha. Co m o mes mo zelo, o Magno Alberto dedicou-se a tal empresa e obteve grande sucesso, levando considerável número de senhores a receber no peito a Cruz e a partir para a Palestina. "Nos 10 anos que se seguiram, empreendeu. freqüentes viagens de Brenner a Ambers, de Colônia a Lião, e, condescendente com o desejo dos bispos ou. de seus irmãos, pregava, consagrava altares e igrejas, conferia ordens sacras e semeava a seu passo bênçãos, indulgências e o suave pe,f ume de suas virtudes" 8•
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Santo Tomás de Aquino : glória do mestre
reu de Colôni a para Pari s, a fim de defender seu di sc ípul o predileto. E o fez com sucesso. Santo Alberto Magno pode ser considerado o primeiro que separou com precisão os campos da fi losofi a e da teologia. A moderni dade de Santo Alberto está "em seu amor à verdade, por suas ardentes .aspirações d.e toda a alma, por sua intuição p rofun da d.a interdependência d.e todas as ordens d.o conhecimento, por sua dou.trina da harmonia preestabelecida entre os descobrimentos da razão e a fé, entre a ciência e a revelação, entre a vontade e a graça, entre a Igrej a e o Estado. [. .. ] Seu mérito princi-
pai está em ter visto, antes que ninguém, o enorme valor que a filosofia de Aristóteles podia ter no dog ma cristão. Ao apoderar- se d.ele para levantar sobre seus princípios fu ndamentais uma construção teológica, originava um.a verdadeira revolução nas escolas de seu tempo. Santo Tomás ape,feiçoa rá sua idéia, mas ele é o iniciador; ele reúne os materiais e planej a a construção, que levantará o gênio sintético d.o discípulo. Sem o f ormidável e f ecundo labor de Alberto Magno, apenas podem.os conceber a Suma Teológica" 9 . Certo dia, o mais que octogenári o Mestre Alberto estava dando uma de suas luminosas aulas, quando de repente fez-se um bra nco em sua mente. Sabi a ele que era o sinal concedido por Nossa Se nhora, de que toda sua c iência lhe fora dada por Deus para serviço do próxi mo, e lhe seria tirada; e de que seus di as estavam contados. Numa espéc ie de semilucidez, viveu ele os últimos três anos de sua vida, vindo a fa lecer em Co lôni a a 15 de novembro de J280. Seu di scípulo amado j á se is anos antes, recebera o prêmi o demasiadamente grande que Deus destina àqueles que fi e lmente o servem. •
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Simão de Montfort, campeão da ortodoxia contra a heresia P aladino da Igreja católica no combate à heresia albigense, era dotado de uma sincera e ardente piedade; passou sua vida lutando contra infiéis e hereges, principalmente na cruzada contra os albigenses, no sul da França, salvando este país e, como conseqüência, parte da Europa do flagelo da heresia
E- mail do autor: pmsoli meo @uol. com.br
Notas:
J. Albert the Great. by M. Albert Hughes.
2.
3. 4. 5. 6.
7. 8.
9.
O.P., Sp iritu ality Today, Autumn 1987, Vol. 39 Supp leme nt , online ed itio n. Les Petits Boll andi stes, Vies des Saints, d'apres /e Pere Gily, Bloud et Barrai, Libra ires-Éd ite urs, Pa ri s, 1882, vo l. X III , p. 4 19. ld., p. 420. ld ., p. 42 1. ld. , p. 422. Fr. Justo Perez de Urbe!, O .S.B ., Aiio Cristiano , Edic iones Fax, Madri d, 1945 , vol. IV, p. 349. ld. ib. Edelvives, E/ Santo de Cada Dia, Ecli toria l Lui s Vives , S.A., Zaragoza, 1949, vol. VI , p. 157 . Fr. Ju sto Perez de Urbel, op. cit. , p. 35 1.
! J OSÉ M ARIA DOS SANTOS
imão IV, conde de Montfort, fo i o segundo filho de Simão III e de Amícia, fi lha de Roberto de Beaumont, conde ele Leicester, na Inglaterra. Nasceu aprox imadamente em I L50. Tendo sucedido a seu pai como barão de Montfo rt em J181, casou-se em 11 90 com Ali ce de Montmorency, de quem teve três fil hos . Em 1 198 partiu para a Pa lestin a com uma tropa de cavaleiros franceses, ma obtiveram poucos êx itos. Em 1202 participou da IV Cruzada. Mas vendo que seus companhe iros se desv iavam do fim piedoso que os tinha mov ido, e tomaram de assa lto Constantinopl a, separou- e deles e foi para a Terra Santa, onde se cobriu ele glória. Alguns anos mais tarde, em 1209, aderiu à cruzada convocada pelo Papa fn ocêncio 111 contra os albigenses, no sul da França.
Quem eram os albigenses Tomando o seu nome da cidade de Albi , ao sul da França, centro da heresia, essa se ita pante ísta e maniqu eísta pregava a ex istência de dois princípi os (o u deuses) opostos, um bom e outro mau. O bom era o cri ador do mundo espiritual, e o mau o do materi al. Eram considerados males - frutos do princípi o mau - os fe nômenos naturai s, como o crescimento dos ho mens, animais e plantas, e mes mo os fe nômenos extraordinários , co mo terre motos; esse princípi o mau era também res ponsável pelas desordens socia is, co mo a guerra. Fora ele quem criara o corpo hum ano, e, sendo res ponsável pela matéri a, era o autor do pecado, o qual teri a sua origem nela, e não do espírito 1• Por isso a procri ação era também um mal, porque perpetuava a matéri a. Daí tiravam como conseqüência os maiores absurdos. O ideal para os mais pe,fe itos era aniquil ar o corpo até atingir uma espéc ie de nirvana budi sta. Para li vrar-se da matéri a pecaminosa, alguns chegavam a tais excessos, que procurava m a morte pela abstenção da comida e da bebida (endu.ra) , por sangra mentos ou veneno, ou
Moeda representando Simão de Montfort
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territórios, como Conde de Toulouse e Duque de Narbonne (1 215). O Papa conf irmou essa indicação, entendendo que ele ef etivamente completaria a supressão da heresia 1°.
À direito :
ainda faze ndo-se degola r para não vo ltar a cair na cl asse dos impu ros 2 • Segundo essa do utrina, C ri sto, como era perfe ito, só tinha espírito . Seu corpo mate ri al e ra apenas uma aparê nc ia. Com isso, conseqüe nteme nte, negava-se sua pa ixão e morte real; negava m ta mbém a mate rnidade di vin a de Nossa Senhora e os Sacra me ntos . Evide nte me nte, os a lbi genses eram contra a Igrej a e nqu anto in stitui ção e contra sua Hierarqui a, e vi savam s ua ex tinção, como também a do Estado. Constituíam uma seita "socialista, ou sej a, anarquista", contrári a ao casamento e à pro priedade privada>, e mes mo contra a raça hum ana, ao pregar o sui cídi o. Desej ava m ex tinguir a Igrej a e in sta lar um Estado o nde só ho uvesse puros. O Papa Jnocênc io IIJ di zia que os a lbi genses e ram p iores que os sarrace nos. Quando os albi genses adquiriram fo rça s ufi c ie nte, com o auxíli o de vári os senho res da região, aos po ucos começara m a ataca r igrej as e moste iros, a ex pul sar bi s pos de suas cidades e a ameaça r os fié is. A situação c hegou a ta l estado de cala midade, que um a testemunha ocul ar declara: " Vi igrej as incendiadas e destruídas até os
alicerces, e vi os mosteiros transform.ados ern habitação dos animais do campo" 4 • O grande São Bernardo, vi sitando aque la .reg ião, reg istra que e ncontrou "as igrejas sem povo,
o po vo sem sacerdotes, os cristãos sem Cristo" 5 • Ta l se ita teve um g ra nde defensor no conde Raimundo VI, de To ul o use, qu e "levava uma
vida licenciosa, ha via-se casado cinco vezes e voltara a se separar de suas mulheres ao seu capricho; atribuíam-se a ele os lances mais licenciosos" 6 . Outros se nhores da reg ião, que levava m vida ig ua lme nte li cenc iosa, fa vorecera m també m a heres ia.
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CATOLICISMO
FascíJ1io que paralisava os inimigos Inocênc io IH proc urou antes ganhar
Acima, à esquerdo : visto noturno do costeio de Corcossone, dominado pelos cátoros, e subjugado em agosto de 1209 por Simão de Montfort
À direito: costeio de Puyventi - um dos bastiões do heresia cátoro foi dominado, após três dias de assédio, por Simão de Montfort No círculo, o Papo Inocêncio Ili, que pregou uma cruzado contra os olbingenses, sendo o Conde Simão de Montfort eleito capitão geral do empresa
os hereges pe la persuasão, e nvi ando e ntre eles monges cartuxos co mo mi ss ionári os. M as os he reges não lhes deram ouvidos e continu aram e m sua impiedade. O Pontífice incitou e ntão o conde de Toulouse a pe rseguir seus súditos hereges. Ra imundo VI fez j ogo dupl o, expul sando algun s de les, mas conco rre ndo para o assass in ato do legado pa pal, Pedro de Cas te lna u ( 1208). In ocêncio UI e ntão o excomungo u, des ligando seus súditos do jurame nto de fid e lidade, e pregou uma c ru zada contra os albi genses . E ntretanto, o re i da F rança, Felipe Aug usto, s userano de Raimundo VI, e po r i. so ma is diretame nte respo nsáve l pe la cru zada, não acorre u ao chamado do Pa pa por estar e m g ue rra contra João Sem-Terra, da Ing laterra. Mas I ibe rou seus vassalos para esse fim. Uma multidão de les ate nde u ao ape lo pontifíc io, e ntre os quai s o conde Simão de Montfort, que logo fo i eleito capitão genera l da e mpresa . Fo i e le o ho me m talhado para ta l, p o is "e ra
da madeira de que se f azem. os f úndadores de Estados. Se bem que já com 60 anos de idade, era ainda um homem fo rmoso, hábil, prudente, intrépido, de heróico valo,; incansável, eloqüente, afâvel; soube inspirar em seus súditos uma fe rvorosa adesão, e exercia sobre seus inimigos uma f orma de fascínio que os paralisava" 7 •
"Levanta-te e cinge-te ela espacla " O Papa, te me ndo o desapa rec ime nto da Igrej a naque las paragens, incentivo u Simão a combater tenaz me nte os he reges: "Eia, paladino de Cristo,
gravura representando o morte de Simão de Montfort, em 1218, quando defendia Toulouse do cerco estabelecido contra o cidade pelo olbingense Raimundo VI
o sangue dos justos clama a ti para que ponhas diante da Igreja o escudo dafé contra seus ininúgos! levanta-te e cinge-te da espada" 9• Ac usa-se de excessos a Simão de M ontfo rt em sua ca mpanha, mas te m-se que levar e m conta os usos bárbaro que a inda persistiam de a lgum modo naque le séc ulo . So bretudo é necessário ressa ltar que • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • a crue ldade dos a lbi genses e m seus ataques às igrej as e moste iros, seu ódi o à R e lig ião cató li ca e seu fa nati smo re iig ioso causavam justa i ndignação no ânimo de seus adversá ri os cató licos. Ade mais, aque la guerra adquirira ainda o caráte r de uma guerra de civili zações, "pelo ódio que di-
Papa Inocêncio III: · "Eia, paladino de · Cristo [S. de Mont- · fort], o sangue dos justos clama a ti para que ponhas diante da Igreja o escudo da fé"
vidia então as duas raças - os fi'anceses do norte e osjiwiceses do sul - tão d(f'erentes pela sua língua, costumes e grau de civilização" 8• Se não
fosse o valor e a e ne rg ia de Sim ão de Montfo rt, provave lme nte a heresia albi gense teria domin ado não só o su I da França, mas te ria se estabe lec ido na Itá1ia utros países e urope us.
"Sc11ho1; que teu scrtr<J 11w1·1·a cm paz" Em 12 13 S imão derrotou o Re i Pedro de Aragão, gen ro de Raimundo, na batalha de Muret.
" Os albigenses fo ram então esmagados, mas Simão conlinuou a guerra como urna guerra de conquista, sendo indicado, pelo Conselho de Montpellier, senhor de rodos os recém-conquistados
M as não era o fim da guerra. Em 12 18 Raimundo voltou da Espanha, para onde fu g ira. Com a ajuda de seu sobrinho Jaime [, de Aragão, fo rmara poderoso exército, e com e le ce rcou To ulouse. Simão de Mo ntfo rt estava ass istindo à Mi ssa qua ndo lhe fo ram dar a notíc ia . E ra a ntes da C onsagração. R espondeu ele: "Não vou enquanto não tiver visto meu Salvador ". E qu ando o sacerdote elevava a Hósti a, e le este nde u as mãos ao céu e exclamo u: "Senho1; deixa que teu servo morra em paz, se é tua vontade". Logo mo nto u a caval o e corre u para o lugar da luta, qu ando viu seu irm ão Guido de Mo ntfort caindo do cavalo, fe rido por uma seta. Nesse mo me nto uma pedra, atirada por uma máquina de guerra, lhe ro mpe u a cabeça. E le morre u recome ndando sua a lma a De us. Foi e nterrado no mosteiro de H a ute-Bruyere . À morte do intrépido comandante, os cru zados retirara m-se para um acampamento fo rtifi cado, enquanto na cidade os re be ldes, de a legri a, fizera m tocar a re pique os s inos de todas as igrej as . Dos três filh os do heró ico comandante, o mais ve lho, Ama ury, herdou suas possessões francesas; e o caç ul a, com o mes mo no me que o pai , sucede u-o como barão de Le icester, desempe nhando um importante pa pe l na hi stó ri a da Ing laterra. Amaury, filho de Simão, estava longe de ter o valor do pai. Tanto ele quanto Raimundo VlJ, que também sucedera ao pai, cederam seus direitos sobre o território ao rei da França. O Concílio de Toulouse, e m 1229, confiou a vigilânc ia religiosa do território à Inqui sição. Mais ta rde, em 1233, esta passou aos domini canos. Mas a perniciosa heresia só iria desaparecer no fim do século XIV 11 . Entretanto, Simão de M ondo rt lhe havia dado o golpe mortal. •
Notas: 1. C fr. The Ca tholic En cyc/opedia, verbe le Si1n o n de Mon(/'o rl , Edwin Burton, transcribed by Douglas J. Potter, Volum e X, Robe rt Appl eton Co mpany, 1908. Online Edition, Copyri ght © 1999 by Kev in Kni ght. 2. C fr. Juan Bautista Weiss, /-listaria Uni versal, T ipogra fía La Educac ión, Barce lona, 1929, vo l. VI , JJP· 11 8 a 126. 3. C fr. Abbé A . Boulanger, f-li sloire de l 'Eg lise, L ibrairi e Catholique Emmanuel Vitte, Pa ri s, 1925 , p. 250. 4. Hurter, /-lis10ria de ln ocencio Ili y s 11.1· conlemporáneos, 11, p. 3 1 1, apud Weiss, op. cit. p. 133 . S• .1. 8. Weiss, op. cit. p. 126. 6. ld., ib. 7. J.B.Weiss, op. cit., pp. 139, 140. 8. Abbé A. Boulanger, op. cit., p. 253 . 9. J-lurter, op. cit. , li , p. 3 13, apud J.B .Weiss, op. cit., p. 134. 10. The Catholic Encyclopedia, Online Edition, art. cit. 11 . lei., N .A. Weber, verbete Albigenses, tra nsc ribed by Tim Dra ke, Onlin e Edition.
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ção, a encontramos no texto do Papa Pio XTJ que transcrevemos no quadro da página 44.
A santidade cio matl'imônio A Santa Igreja sempre ensinou que:
• O matrimônio cristão é indi sso lúvel e monogâmico. "Na.fidelidade, tem-se em vista que, fora do vínculo cor,jugal, não haja união com outro ou com outra; na prole, que esta se acolha amorosamente, se sustente corn solicitude, se eduque religiosamente; com o sacramento, enfim, que não se rompa a vida comum, e que aquele ou aquela que se separa não se junte a outrem nem mesmo por causa dos.filhos. É esta como que a regra das núpcias, na qual se enobrece a fe cundidade da incontinência" (Santo Agostinho, De Gen. ad lit., livro IX, cap. VII, n. 12).
• O matrimônio é a união legítima, contraída por mútuo consentimento, entre um só homem e uma só mulher. "Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se juntará à sua mulher; e os dois serão uma só carne. E assim não são mais dois, mas uma só carne" (Me J0,7-8).
Novo casamento? Ou adultério? Ü vínculo matrimonial, segundo a Sagrada Escritura: união sacramental, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, que nenhum poder temporal tem a facuidade de dissolver. ulano ele tal com sua "nova esposa". Cicrana com seu "novo marido". Frases do gênero vão setornando cada vez mais habituais no noti ciário, sobretudo em colunas sociais deste início de sécu lo. Nessa época neopagã, tudo passa velozme nte, tudo em processo de mudança, tudo vem se degenerando, afundando. Uma coisa entretanto não muda mmca: a perenidade dos ensinamentos da Santa Igreja Católica, Apostólica, Roma-
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CATOLICISMO
na. Sua imutável doutrina é a mesma desde Nosso Senhor Jesus Cristo, suas palavras não passam, são palavras de vida eterna. "Jesus Cristo [é sempre o mesmo] ontem e hoje; ele o será também por todos os séculos" (Heb l3, 8). Assim também a doutrina da Igreja sobre o matrimônio não se altera, será a mesma até a consumação dos séculos. E, como sempre, e la não aprova um "novo casamento" de pessoas já casadas, como não aprova a união livre nem o amor li-
vre (concepção de "família", segundo a doutrina marxista); nem o divórcio e o "re-casamento" de pessoas divorciadas - isso seria uma paródia de casamento. Neste simples artigo, que não pretende ser um estudo teológico, não fazemos a distinção entre o matrimônio sacramental (entre batizados) e o matrimônio natural (entre não batizados) . Ambos são, de si, monogâmicos e indi ssolúveis, embora sujeitos a especificidades diferentes conforme o caso. Algo dessa distin-
t
• Nenhum pod er ou lei humana (como a " lei do divórcio") pode anular o matrimônio, poi s é um sacramento in stituído por Nosso Se•~ nhor Jesus Cristo e nin g ué m pod~ separar o ~ue Deus uniu . \ Portanto nao separe o homem, o que Deus juntou " (Me I O, 9). • Se alguém , unido pelos laços do matrimônio, contrai novas núpcias, Deus e a Igreja consideram tal uni ão como adultério. "Qualquer que repudiar sua mulher, e se casar com 01,t/ra, comete adultério contra a primeira. E, se a mulher repudiar seu rnarido e se casar com outro, come/e adultério" (Me 10, J0- 12). • E se alguém negar esse en sinamento, ipso facto co loca-se fora da Igreja. "Se alguém disser que o vfn - , cu/o do matrimônio pode ser dissolvido pelo cônjuge por m.oli-
vo de heresia, de molesta coabitação ou de abandono do lar - seja excornungado" (Co ncílio de Trento , DenzingerSchoenmetzer, "Enc hiridi o n Symbolorun ", 1805) . "Se alguém disser que a Igreja erra quando ensinou e ensina, segundo a doutrina evangélica e apostólica (Me 10, I Cor 7), que o vínculo do rnatrúnônio não pode ser dissolvido por causa de adultério de um dos cônjuges, e que nenhum. dos dois, nem. mesrno o inocen-
le que não deu ,nolivo ao adultério, pode conlrair outro rnatrúnônio ern vida do outro cônjuge, e que comete adultério tanto aquele que, repudiada a adúltera, casa com. outra, como aquela que, abandonado o marido, casa corn outro seja excornun.gado" (Concílio ele Trento, ibid. , 1807).
"Ambos cafrão
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ahismo"
Entretanto, apesar desse c laríss im o e nsinamento cio Mag istério infa líve l da fgreja, até mesmo entre pessoas con hec idas como cató licas, notamos lamentavelmente, não raras vezes, uma posição divorcista, como se a doutrina cató lica não ex igisse a fidelidade conj uga l, condenando as re lações ad ulterinas . Tal posição resulta ele um amolec ime nto progressivo da convicção dos católicos a respeito da doutrina tradicional da Igreja, resultando como conseqüência, em muitos, uma grave re lativização da moral católica. Pois essas pessoas, ao sofrer um verdadei ro bombardeio psicológico, que visa demolir suas convicções e os princípios da Santa Igreja, não reagem; não recebem adeq uadamente o ensinamei1to do Magistério eclesiástico; não se sentem sustentadas e protegidas por seus pastores, responsáveis estes por dar condições de perseverança e santificação aos fiéis católicos. A tais pastores se dirigem as palavras de Nosso Senhor: "São cegos, e guias de cegos; e, se o cego guia ao cego, arnbos caemnafossa" (Mt 15, 14).
Ataque micliático Tal bombardeio contra a família se faz dentro de uma metódica guerra psi cológ ica, desfechada por certos mei os de com unicações de massa, sobretudo a televisão imoral. Assestam seus ho lofotes sobre pessoas que dão mau exemp lo ü sociedade; veiculam costumes depravados; divulgam filmes e novelas permissivistas, que vão corrompendo os membros de um a famíl ia, ridicularizand o os valores da vida familiar; apresentam como normais verdadei ras aberrações, como as expe ri ências pré-matrimoniais, os concubinatos, os "casamentos" de pessoas já casadas (ad ultério), e até mesmo horribile dictu - a união e ntre pes-
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soas do mes mo sexo (ho mossex ua lid a,.. de/l es bi a ni smo)*. Para defendermos com eficácia os pri ncípios católicos, é necessário solidificarmos nossas convicções, apoiando-nos inteiramente naque la que é a Mestra Infa lível da Verdade, gui a seguro para os fi é is, a Santa Igreja. Com tal objetivo passaremos a publi car e m Catolicismo , nesta seção SOS Família, alg un s fund amentos ela doutri na cató li ca sobre a sa ntidade do matri mônio. (No quadro ao lado o le itor encontrará a resposta à seguinte perg unta:
cató licos - vindos às vezes ele onde menos se esperaria - e ntre as sólidas muralhas da pere ne e boa doutrina ela Igrej a. Só lidas po rque base iam-se no ensinamento d' Aquele que é a Verdade e a Vida ( "Ninguém pode pôr outro .fúnda-
"Nenhwn pod~r temporal pode dissolver o matrimônio? E a Igrej a, pode?").
ra sucinta men te, alg uns g raves p roblem as que am eaça,n a fa m ília brasile ira, cita ria em p rim e iro lug a r a ex trem a fi-ag ilidade dos casa -
Ass im , poss ibilitare mos a nossos le itores responder com segurança o bj eções, protegendo-os contra bombarde ios anti O matrimônio sacramental é monogâmico e indissolúvel, como também o casamento natural (entre não batizados)
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CATOLICISMO
C he Guevara, "santo" da Teologia da LÍberlação, guerrilheiro comparsa de Fidel Castro na implantação em Cuba do comunismo, regime que· reduziu a infeliz ilha do Caribe a uma situação de extrema pobreza
rnento, senão o que já f oi posto, que é Jesus Cristo " - [ Cor 3, 11 ). •
Nota: * "O q ue
sobre a evolu ção da fa m.ília no Bra.vil
se conhece, indica 11ma crise que ncio se deve 111i11i111iza 1: Se eu ti vesse t/t.1.e 111enc i unc11; embo -
mentos, de que resultam as inwneráveis separações. O i11fl11xo negat i vo do.v mass media , in vadidos por p rog ramas que não só ridicula riza m valo resfa111i!ia res com o a unidade, a fi d e lidade e a p erenida de do casam en to, che gc111do até a p reconiza r o contrá rio" (João Pau-
lo li aos bi spos bras il eiros, "L' Osse rvato re Romano", 10-6- 1990).
Nenhum poder ·na Terra pode dissolver o vínculo do matrimônio cristão " Na unidade cio vínculo [m atrimoni al] , vê-se impresso o selo el a indi sso lubilidade. É, sim , um vínc ul o ao qu al a natureza inclina, poré m não causado necessariame nte pe los princípi os ela natureza, pois se executa medi ante o livre arbítri o: mas a simpl es vo ntade cios co ntrae ntes, se o pode contra ir, não o pode di sso lve r. Isto vale não somente para as núpc ias cri stãs, mas e m gera l para todo matrimôni o válido, que tenha sido co ntraído sobre a Terra pe lo consenso mútuo cios cônjuges. Mas, se a vo ntade dos esposos não pode mais di sso lver o vínc ul o do matrimô nio, poderá talvez fazê- lo a autoridade superi or aos cônjuges, estabelecida por Cri sto para a vicia re lig iosa cios ho mens? O vínc ul o do matrimoni o cri stão é tão fo rte que, se j á ating iu a sua pl ena estabilidade com o uso cios dire itos conjugai s, nenhum poder no mundo, ne m mes mo o Nosso, o de Vi gári o de C risto, pode r esc indi -lo. É verdade que nós podemos reconhecer e decl arar que um matrimôni o, contraído como válido, enrrealidade é nulo, por cau sa de algum impedimento dirimente, ou por vício essencial do consenso, ou defeito ele fo rma substanc ial. Podemos também, em determinados casos, por graves moti vos, di ssolver matrimônios privados do caráter sacramental. Pode mos até, se há uma justa e proporcionada causa, di ssolver o vínculo de esposos cri stãos, o sim por e les pronunc iado diante do a ltar, quando conste que não tenha chegado ao seu cumprimento com a reali zação da convivência
A "canonização" de um guerrilheiro
l W ILSON G AB RIEL DA SILVA
ara o dominicano Fre i Betto, assessor da Presidê ncia da República, "nossos heróis não são reis e homens que se destacaram à .fi'ente de
P
gue rras, mas sim. .fig uras libertárias como Bolivar, [. .. ] Marti, Sandino e Che Guevara ". Um dos protagoni stas sali entes do famoso "caso M ari g he la", F re i Betto não esco nde os laços que vinculam a esquerd a peti sta ao comuni smo, quando afirma: "Aqueles que [. .. ] cons-
truirmn. o m.ovimento social e político que levou Lula à Presidência da República bem sabem o que signi:fi.ca a Revolução Cubana para nós latino-arnericanos". 1 A procl amação revo lu c ionári a desse ativi sta da Teologia da Libertação vai ainda mai s longe e m outro documento, a Carta a Che Guevara.2 Nela Fre i Betto lamenta "tantas derrotas e erros" do soc ia li smo marxi sta no o ntin cnte, por não ter tido o ardor do g ue rrilhe iro arge ntin o-c uba no mo rto na Bo lívia e m 1967 . Mas saúda como um a elas "con-
matrimoni al. Mas, uma vez que isto aconteceu, aquele víncul o permanece subtraído a qualquer ingerênc ia humana. Não reconduziu porventura Cri sto a comunhão matrimonial àq uela fundamental di gnidade que o C riador na manhã parad isíaca do gênero humano lhe havi a dado, a dignidade invi o lável do matrimoni o uno e indissolúvel?". (D iscurso aos esposos, ele 2 1 ele abril ele 1942, apud Mi chael Chinigo, Pio XII e os Problen,as do M1111do Moderno, tradução cio Pe. José Marins, Edi ções Melhora ment os, São Paul o, 1959, pp. 189- 190).
quistas importantes ao longo desses trinta anos" o te r-se e ngendrado a Teo log ia ela Libertação. "E.xtraírnos consideráveis lições das guerrilhas urbanas dos anos 60, da breve gestão popular de Sa lvado r Allende; [. .. ] da ascensão e queda da Revolução Sandinista ".
"Ji'é" de guerrilheiro E ntre essas "co nqui stas", inc lui a ascensão do PT ao governo co m a e le ição ele Lula. E prossegue e m to m I aléti co :
" Há muito a fa zer; querido he. Preservam.os com. carinho tuas maiores heranças: o espírito internacionalisla e a Revolução cubana. Uma e outra crJis 1 hoj e se intercalam como um só s f111bolo.
Comandada por Fidel, a Revolução cubana resiste ao bloqueio imperialista, à queda da União Soviética". A essa proclamação de "fé" na revolução atéia, Fre i Betto acrescenta sua oração ao "sa nto" gue rrilhe iro: "De onde estás, Che, abençoes [sic]
todos nós que comungamos teus ideais e tuas esperanças. Abençoes também os que se cansaram, se aburguesaram ou .fizeram da luta uma profis são em bene_{icio próprio. Abençoes os que têm vergonha de se co,~fessar de esquerda e de se declarar socialistas ". E conclui que "não nos resta outra vocação senão [. .. ] revolucionar sociedades e continentes ". De po is das pala vras de Fre i Be tto, não há como nega r que "o marx ismo está aqui ", co mo escreveu co m lu c idez um j o rn a li sta.3 Está aqui , não só infiltrado no govern o bras il e iro, mas també m na [g reja, que ainda pe rmite es paço à atu ação cios ade ptos el a cha mada Teologia da Libertação. Muito sa ng ue e muito caos pod e ri a m ter s ido po upados se tivesse m sid o o uvid as as advertê nc ias do Prof. Plíni o Corrêa de Olive ira e ela TFP co ntra a infiltração comuni sta na Lg rej a ao lo ngo dos Ctltirnos 40 a nos.
*
como "s iste mas criminosos", " mon stros horre ndos que são a vergonha da soc iedade e a meaça m ser-lhe a morte", "seita destruido ra da soc iedade c ivil", "se ita pestífera", "de mo lidora", "abomináve l", incompatíve l co m a fé cató lica?'' •
Notas: 1. Cart a aberta a Jorge Semprún , "Folha de S. Pau-
lo", 10- 10-03 2. Publicada pela A g ênc ia de Info rmação Fre i Tito p ara a Amé rica La tina (Aditai), ele Fortaleza, em 9- 10-03. 3. Benedi cto Ferri de Barros, "Jorn al da Tarde", 10- 10-03. 4. Cfr. Encícli cas N osc ilis e t N obiscu,n (8- 121849), ele Pi o IX; D iuturnum 11/ud (29-6- 188 1), Q uod Apostolici Mun e ris (28- 12- 1878) e Libertas Praes1a11tissim.111n (20-6- 1888), ele Leão X II 1, Q 11adrages i1110 A nno ( 15-5- 193 1), de Pi o XI , entre outras. Frei Betto, em sua "oração" a Che Guevara (foto abaixo), chega a pedir que ele "abençoe" os que comungam seus "ideais"
*
Será prec iso demon stra r quão di stantes e opostas se enco ntram as idé ias de Frei Betto e m re lação às ele São Domingos , fund ador da Ordem à qual ele perte nce? Ou ele Sa nto To más ele Aquino, o Doutor Angélico? Ou ela do utrina tradi cional ela Igreja ex pressa pe los Papas, que co nsidera o sociali smo e o co muni smo NOVEMBRO 2003 -
5 São Zacal'ias e Santa Isabel, pais de São João Batista Séc. I. Sua fé mereceu-lhes, já na velhice, gerar aquele que pre para ri a os ca minh os do Salvador.
6 1 TODOS OS SANTOS Ce le brad a j á no séc ul o V como festa de Todos os M ártires. Mais tarde de u-se a esta fes ta um caráter mais universal, sendo fix ada neste di a. É a co me mo ração d a I g rej a Triun fa nte, formada por todos os be m-ave nturados qu e j á gozam da glória eterna. Primeiro Sábado do Mês
2 FINADOS Comemoração da Igreja Padecente, fo rmada pelas nume rosas alm as que sofrem no Purgatóri o e pelas quais se deve rezar.
3 Sfto Mar'liullo de POl'l'CS, Confesso!' + Lima, 1639. Mestiço, descendente de cruzados pelo lado paterno, sua mãe era uma esc rava libe rta. E ntrou co mo "doado" para um dos conventos do mini can os de Lim a , onde levou vida extraordinária pela humildade, pe nitê nc ia, caridade e dom de milagres.
4 Sfio Ca l'los Bo1·1·omeu, Bispo e Confessor + Milão, l 584. Cardea l aos 2 1 a nos, de po is Arcebi spo el e Mil ão, seu ideal de epi scopado fo i rea li zado pl ena me nte em sua arquidiocese, medi ante apli cação das reformas do Concíli o de Tre nto. Fa leceu aos 46 anos, sendo considerado um a das fi guras e xpone nciai s da Contra-Reform a.
MO
São Leona1·elo ele Noblat, Confesso!' + França, Séc. VI. Afilhado de C lóvis, o primeiro re i cri stão dos francos, que o queria afetuosame nte. De uma grande caridade para com os cativos, procurava socorrê-l os em todas as suas necessid ades, sobretudo livrá- los do cativeiro cio pecado.
7 Santo ~mesto, Confessor + Palestina, ll47. Monge e m Zwi efa lte n, próx imo ao lago de Consta nça, sentiu-se movido a partir co m a Segunda Cruzada para a Terra Santa. Primeira Sexta-Feira do Mês
8 Os quatl'o Santos Coroados, Mál'til'eS + Hungri a, 306. C inco escultores cristãos da Panôni a, não querendo esculpir estátuas dos ídolos, fo ram martirizados sob Diocleciano, e seus corpos levados para Roma. Pouco depo is ente rraram junto a eles quatro irmãos, mártires, e ergueu-se uma igreja dedicada a esses "quatro Santos Coroados". Hoj e cele bramos, sob esse título, os nove mártires.
9 Dedicação ela Basílica de Sflo ,loão ele Latrfio, Roma Catedral cios Bispos ele Roma, fo i elas primeiras basíli cas dedi cadas por Co nstantin o ao culto cri stão e consagrada por São Sil vestre, e m 324.
10 São l ,eão I Magno, Papa e Confessor + Roma, 46 1. Governando a Igreja por 2 l anos, du rante a
invasão dos bárba ros, lutou contra os hereges eutiqui anos e donatistas, deteve o huno Atila às portas de Roma, defe nde u intrepidamente os di re itos ela Sé Apostólica, increme ntou e de u novo esple ndor às cerimônias litúrgicas. Por isso tudo, recebeu da posteri dade o título ele Magno.
11 São Martinho ele Tours , Bispo e Confessor + Candes (França), 397. Ori ginári o ela Hungria, seus pa is eram pagãos. Já como so ldado imperi al, foi bati zado aos L8 anos e tornou-se di scípulo de Santo Hilári o de Poitie rs. Como bispo de Tours, sua atividade pastoral fo i in fa tigável e fec unda, sendo conside rado um cios apóstolos das Gálias.
12 São ,Josafá , Bispo e M{11·ti1 · + Vite bsk (Rú ss ia B ra nca), 1623. " Bispo de Polozk, mártü; trucidado pelos cismáticos em ódio à unidade e verdade católica" (cio Marti rológ io).
13 São Diego ou Diogo, Coul'essol' + Alca lá (Espanha), 1463. Irmão leigo franci sca no, recebe u o dom cios mil agres. Por sua carid ade, obedi ência e espírito ele oração era reputado santo já e m vida.
14 São Leopoldo Ili ela Á11Stl'iél, Confesso!' + Viena, 11 36. Filho cio margra ve da Áu stria , casou-se com a filha do Imperador Henrique V, Inês, de quem teve 18 filhos. Recebeu ele seus conte rrâneos o títul o ele Piedoso. É patro no da Áustria.
15 Santo Alberto Mngno, Bispo e Douto!' ela lgl'cja (Vide p. 36)
16 Santa Gertrueles. Vil'gcm + He lfta (Ale manh a) 1303. Tendo entrado para um mosteiro aos cinco anos de idade, é considerada uma das maiores místicas el a lclacle Médi a.
17 Santa Isabel ela Hungria, Viúva + Turíngia, 123 1. Filha do rei ela Hungria, casada com o duque da Turíngia, enviuvou aos 20 anos com três filhos. Abandonada e perseguida pelos parentes do marido após a morte deste, sem recursos, ofereceu seus serviços a um hospital ele leprosos, fa lecendo na paciência, pobreza e humilhação aos 24 anos ele idade.
18 Santo Oclon ele Cluny, Confessor + 942. Numa época e m que a di sc iplina cios mosteiros estava relaxada, a ponto de o Papa João XT di zer "não há um. em que a reg ra sej a observada ", coube a Cluny afervorar-se e organi zar-se de tal modo que, du ra nte dois século ·, exerceu profunda e benéfi ca infl uê ncia na Igreja e na política cios Estados europeus. A r r rma no moste iro fo i introclu zicla por Santo Oclon.
19 Santa Mal.ilclc (lc l lnckcl)Ol'II + J 299. De uma elas mai s nobres fa míli as de Magdeburg, era irmã mais n va d anta Ge rtrud es (vi de d ia 16), a que m seguiu no convenl o com a idade ele sete anos. Tam b m teve trato pessoal co m o alvaclor, descrito no seu Livro da Graça .
20 Sflo Félix de Va lois, Confesso!' + Cerfroid (França), 12 12. Da fa míl ia real francesa, di slinguiu-se desde cedo pela imensa caridade para com os pobres e el es va i id os. F u ncl o u
com São João el a Mata a Ordem ela Santíssima Trindade para a libertação cios cativos e ntre os mouros, um dos mais graves probl emas ela é poca.
21 /\PRl~Sl~NTAÇÃO DE NOSSA Sli:NI IORA Esta tradição, segundo a qual os pais da Santíss ima Virgem a oferecera m ao te mplo para ser educada e ntre as virgens, fo i reco lhida por São João Da masceno .
22 SanLa Cecília, Virgem e Márti l' + Ro ma, Séc. llI. Uma elas mais veneradas mártires ela lgreja primitiva, Cecília tinha fe ito voto de castidade quando o pai a casou com Valeriano, a quem ela converteu junto com o cunhado Tibúrcio. Os três sofre ram o martírio pe la fé, se nd o o co rpo da Mártir reencontrado e m 822 e transferido pa ra a igreja ele que é titular, no Trasteve re, em Roma. É honrada como a padroeira dos músicos.
23 NOSSO SE:Nl IOR ,msus CRISTO, REI Festa institu ída e m l925 por Pio XI, para proclamar a realeza soc ial ele Nosso Senhor Jesus Cri sto.
24 São Columba no, Conl'essol' + Bóbio (Itáli a), 85 J. lrl anclês ele origem, foi para a França pregar o E vangelho e fu ndar mosteiros . Por censurar as desorde ns cio rei Thie rry, fo i expul so ci o país, morrendo na Itá li a, no último mosteiro que fu ndou.
25 Sflo Mel'CÚrio, Mártir + Ás ia Me nor, 250. Soldado, diz-se que um a njo lhe e mprestou uma espada para levar seu exército à vitória. Denun c iado co mo c ri stão, fo i decapitado.
26 Sflo Leonardo ele Porto Maul'Ício, Confesso!' + Itália, J75 1. Fra nci scano, notável pela inocência de costumes e só lida virtude, pregador infatigável, extinguia ódi os, reconciliava facções , convertia os pecadores mai s enclureddos, afervorava os indi fe rentes e consolidava os bons na virtude.
27 Santa Catarina Labouré, Virgem + Pari s, 1876. Esta filh a espi ritual ele São Vicente de Paulo recebeu ele Nossa Senhora a revelação ela Medalha Milagrosa, que tantas graças, conversões e mil ag res te m obtido em todo o mundo.
28 São Tiago ela Marca, Confessor + Nápoles, 1476. Franci scano, foi grande mi ssionário popular, obte ndo conversões cons icle radas mil agrosas . Co m São João de Capistrano, pregou a Cruzada co ntra os tu rcos. Inqui sidor Gera l, levou muitos he reges à retratação ele suas he resias e reco nciliação co m a Igreja.
Intenções para a Santa Missa em novembro Se rá ce le bra da pelo Rev m o. Pa d re D av i Fran c isq uini, nas seguintes intenções: • Mi ssa de Fi nados, pe las a lmas dos fa mi liares d os leito res de Catolicismo e dos po rt ic i pa ntes d a A lia nça de Fátima. M enção es pecia l merece o fal ecimento d o Sr. A ntô nio Francisquini, em 23 de setemb ro pp ., pa i do Revmo. Pe. Davi Fra ncisq uini , dileto a migo e cola bo rador de nossa revi sta . • Pelas sa ntas a lmas do Purgató ri o . • N a in te n ção d e que, neste mês de novem bro, em que secome m o ra a f esta d e N osso Se nh ora d as Graças, conceda Elo a todos os nossos leitores e a migos a bund antes gra ças.
29 São SaLu1·11ino, Mártir + Roma, Séc. ]V. Originário de Cartago, por ser cristão fo i conclenaclo a trabalhos forçados, apesar da avançada idade. Como continu ava ze losame nte a faze r proseliti smo, fo i decap itado.
30 Sa nto André, Apóstolo Séc. I. Irmão de São Pedro, fo i cios prim eiros di scípul os ele Jesus. Pregou o E vangelho na Ás ia Me no r e nos B á lcãs, o nde fo i c ru cifi cado num a c ru z e m X (C ru z de Santo André). É o patrono elas vocações.
Intenções para a Santa Missa em dezembro Intenções para a San ta Missa em dezembro • Missa de Nata l. A intenção da Mi ssa se rá roga r ao M en ino Jes us, por meio de sua M ãe Puríssi ma, q ue conce da a bun da ntes e es pecia is g raças às fa míl ias d e to d os a qu eles q ue nos a po ia ra m du ra nte o a no de 2 0 03.
NOVE BRO 2003
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Atuação contra ações do MST e congêneres Ü tema das agitações sociais atualmente cm curso no Brasil, relacionado com a Mensagem de Fátima, foi objeto de estudo em Encontro organizado pela TFP para a região norte e noroeste Fluminense ALExÀNDRE MARTIN S DO NASCIMENTO
om o câ ntico mariano A treze de ,naio e a entrada solene da imagem de Nossa Senhora de Fátima, deu-se a abertura do 42º Encontro Regional de Correspondentes e Simpatizantes da TFP, bem como de participantes da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, Não Tardeis! de Campos (RJ) e região. O evento foi realizado no dia 20 de setembro último, no auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), situado na região central da cidade. Coube ao diretor da TFP, Dr. Plínio Vidigal Xavier da Silveira, abrir oficialmente o Encontro. Acompanharam com entusiasmo as palestras 330 pessoas. A primeira foi proferida pelo advogado especialista em assuntos agrários, Gregório Vivanco Lopes, sobre As invasões de propriedade à luz da Mensagem de Fátima. Atraiu especialmente as atenções, por versar sobre as invasões de terras, assunto que atua lmente constitui manchetes de jornais e da imprensa em geral, no norte fluminense. A temática foi também abordada pelo encarregado da TFP local, Gilberto Almirio Ghiotto, o qual destacou a eficaz ação de a lerta que a entidade vem promovendo na região contra as agitações praticadas pelo MST e congêneres. A última exposição foi feita pelo coordenador da Campanha, Marcos Luiz Garcia.
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EosoN N EVES
este ano, até outubro, a TFP esteve presente nas maio res Exposições Agropec uá ri as. As principai s foram as das seg uinte s c id ades: Campo Grande (MS) , Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Goiânia (GO), Patos de Minas (MG), Monte, Claros (MG), Campos dos Goytacaz.es (RJ), Cornélio Procópio (PR), Este io (RS) , Ourinhos (PR), Nova Granada (SP) , Araçatuba (SP) e Assi s (SP). Além de confe rênc ias para proprietários rurai s, a entidade parti c ipou também de manifestações , organi zadas por esses últimos , contra as invasões ele te rra em Guarapuava(PR), Po nta G rossa( PR) , Cascavel(PR) e Goiâni a(GO). Em toda essa atuação foram d istribuídos 230.000 manifestos la TFP brasileira a respeito da desastrosa Refo rma Agrária de caráter soc iali sta e con fi scatório, bem como das ag ita ões promov idas pelo MST de norte a sul ci o País. Foram també m divul gados os li vros: Guia Prático contra Invasões; Reform a Agrária - o Mito e a Realidade; A pre1exto do combate à globalização, Renasce a Lura de Classes. Este último denunc ia o caráter revolucionário e anárquico dos Fóruns Sociais de Porto Aleg re. • E-mail cio autor:
O deputado Federal Dilceu Sperofico recebe uma dos últimos publicações da TFP contra a Reformo Agrário
O representante do TFP (dir.) visito o stand do Associação Baiano de Criadores, na fxpozebu em Uberobo (MG)
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Ao final do evento, o repórter Mário Netq, do jornal "Monitor Campista", comento u: "Gostei muito das conferências, pois foram claras e objetivas. Estamos muito aflitos com as invasões promovidas pelo MST, mas graças a Nossa Senhora a TFP tem se manUestado e recebido caloroso apoio da opinião pública. Vou publicar matéria sobre este congresso, e varnos à luta!". •
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Presença da TFP nas princ pais Exposições Agropecuárias do País
E-mail cio autor: allexanclremn @bol.com.br
Também na Feira do Livro em Duque de Caxias TFP marcou prese.nça no concorrido Sa lão de Leitura e Tecnologia, reali zado em D uque de Cax ias (RJ), de 16 a 2 1 ele sete mbro último. Os propagandistas da e ntidade divul garam a rev ista Catolic ismo, a lém de objetos reli g iosos e obras editadas pela Artpress Grá.fica e Editora Lida.
A tradiciona l apresentação do stand com suas obras atra iu vivamente a atenção do público. Autoridades cio Estado do Rio de Jane iro e do município de Duque de Cax ias passaram pelo stand para cumprimen tar e agradecer a presença da TFP naquele presti g ioso evento. •
Nos fotos, aspectos do encontro
CATOLICISMO
NOVEMBRO 2003
llillllll
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Uma procissão condu z iu a imagem até a catedral, onde o bispo, Dom Euge nju s Ba rtu li s (foto 4) , após ter falado da i mportância da tradição, da família e da propriedade, princípios básicos da Civ ili zação C ri stã, agradece u às TFPs por sua campanha, ao mes mo tem po que ofereceu suas preces no sentido de que "o Espírito San-
lo desse aos membros das TFPs forças para o pleno sucesso de sua obra de crislianização do mundo ". *
Dez anos de atividades das 'l FPs na Lituânia 1
"N ão deixe de voltar ao país nos próxirnos 10 anos e ainda nos 10 seguintes"
na organizada pela TFP francesa percorreu diversas cidades da Lituânia levando uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Todos os anos, desde .1993, membros da entidade vêm sendo convidados a participar da grande peregrinação marial de Nossa Senhora de Siluva, organi zada pelos lituanos para agradecer à M ãe de Deus a independência, duramente alcançada, face ao regime com uni sta da então URSS. As TFPs de todo o mundo, por inic iativa dePlinio Corrêa de Oliveira, desem. pen haram importante papel nos acontec imentos de 1990 ao recolher 5.218.520 ass inaturas em dezenas de países - o maior abaixo-assinado da História, consignado no Guines.1· Book of Recoreis pleiteando a independência da pequena
CATOLICISMO
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A peregrinação de Si luva se fa z num percurso de I O qui lômetros e ntre as c id ades de Ty tuve nai e S iluva (fotos 3 e 5), onde se e nco ntra o sa ntu ário mariano por exce lênc ia da Li tuânia. Fo i a li , sobre uma pedra , que Nossa Senhora aparece u no séc ul o XVI, exortando os litu anos a permanecerem fi é is à fé cató li ca diante do ava nço da heresia protestante. Os ape los da Mãe de Deus foram ouvidos, o país permanece u no red i I da Santa Igrej a, e desd e e ntão a Lituânia passou a se r denominad a Terra de
Maria .
FELIPE DEL CAMPO
m setembro último, uma carava-
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santuá ri o. um convento de freiras contemp lativas, diversas paróq ui as, centros de formação de j ovens e as il os, em numerosas c idades da reg ião central da Lituânia. Um exemp lo notável da boa aco lhida dispensada pela popul ação cató li ca aos caravan istas, em todos os lu ga res, foi a que lh e preparou um a pequena a ld e ia, cuj os habitantes os es peravam na es trada, muitos deles enve rga nd o se us trajes típicos. A imagem de Nossa Se nh o ra d e Fát im a, co locada d iante do c ru ze iro e ri g ido bem no ce ntro ela aldeia , atra iu a todos, e a e la se dirigiram lo ngas orações e câ nti cos piedosos. Uma professo ra loca l dec lamou uma poes ia dedicada à Sa ntíss im a Virgem. Durante todas essas vi s itas, os caravanistas puderam distri buir rosários , fotos ela image m pe reg rina de Fátima que em 1972 verteu lág rim as e m Nova O rl ea ns (EUA) e um ca lendári o do a no de 2004, com uma foto ela Virge m ele Fátima (fotos 6 e 7).
nação católica do Báltico do jugo sov iéti co. Na época, o deputado que presidia a Comissão de Assuntos Estrangeiros do Parlamento lituano declarou que tal abaixo-assinado fora "um dos melhores apoios
que recebernos do Ocidente na lula pela independência de nossa pátria". Posteriormente a TFP francesa lan çou a iniciativa Lumieres sur l'Est (Luzes sobre o Leste), distribuindo no país 100.000 exemplares da ed ição lituana do livro Fátima, mensagem de tragédia ou de esperança?, de Antonio Augusto Borelli Machado.
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Na véspera da peregrinação de Si luva, os lituanos prestam home nagem a todos aqueles que morreram na resistênc ia à oc upação sov iét ica. Cerca de 300.000 litu anos pereceram nas mãos dos
com uni stas. Calvários, erig idos em pleno campo e nas cidades, indicam os lugares o nde os resistentes :foram abatidos ou torturados pelos sov iéticos. Os membros da caravana, com suas capas vermelhas e estandartes, estiveram presentes em várias destas cerimô nias. Em Siauliai, a quarta c id ade do país, a cerimô ni a teve luga r numa grande praça do centro (foto 1). O dirigente da caravana, Sr. Renato Muita de Vasconcelos, conv idado na ocasião a usar da palavra, relembrou a lg un s pontos da c ri se do mundo atua l e manifestou o desejo da TFP de que a Lituânia continue a combater a ltiva e corajosame nte os inimi gos da Civ ili zação Cristã . Como se tratava da décima vez que a entid ade comparecia a este ato, seus organi zadores pediram que e la "não deixe de voltar ao país nos próximos JO anos e ainda
nos 10 seguintes".
Dois bispos , Dom Bartulis e Dom Zema iti s, acompanharam a procissão co m milhares de pessoas, diri g indo a rec itação do terço e e ntoando cânticos marianos. C hegando ao santuá ri o, a imagem de N ossa Sen hora de Ffüima fez sua e ntrada so lene no meio de uma multidão que lotava o belo temp lo barroco. Conversando com o diri ge nte da caravana, o presidente Pacsas (foto 2) relembrou a campa nh a realizada pelas TFPs em prol da independênc ia de seu país, e comentou que ainda havia muito o que fa zer para reerguer a Lituânia da imen sa ruína produzida por 50 a nos de regi me com uni sta.
Entre as diversas manifestações de g ratidão à a tuação desempen hada pe la TFP, destacamos um coment,frio do Bispo emérito ele Te lsia i, Dom Antanas Vai<.:ius: "Recordo perf'e ila-
rnente lodo o bern que a TFPfez pela independência da Lituânia. Estamos num rnomento crílico para a reconstrução do país. Uma herança pesada de 50 anos de comunismo, a crise moral, o divórcio, o materialis1no, a juventude que abandona as igrejas e os sacramentos e se enlrega às drogas ... Os senhores, estuantes de idealismo, são um verdadeiro milagre nos dias de hoje". • E- M ail cio autor: f.ca m o @wa nacloo.rr
NOVEMBRO 2003
EIIIIIII
PU NIO C üRRÊA DE OLIVE IRA
que é um magnata húngaro? A palavra magnata ve m de magnus, grande. Equivale ma is ou menos ao título de Grande de Espanha . Magnata húngaro seria um Grande da Hungri a. Qu al a característica própri a ao magnata hún_g aro? Coube aos húngaros, devido a c ircunstânc ias hi stóri cas, fi carem situados durante muito te mpo nos confin s entre o Orie nte e o Oc ide nte. Há na rea lidade daque le país, nas maneiras húngaras de ser, e m seus trajes etc., algo que parti cipa, ao mesmo tempo, do equilibrado, do acertado, do di stinto do Oc idente e de a lgo do fa buloso do Ori ente. E xi ste um re lu zime nto da Ásia conjugando-se com a categoria do Oc idente. E isso faz ia-se notar muito nos traj es com que os magnatas húngaros comparec iam a certo tipo de cerimôni as na corte da Áustri a, em Vi ena. A Áustri a e a Hungri a constituíam uma mo narqui a du al. O impe rador da Áustri a era re i da Hungri a. Em vi sta di sso, na corte de Vie na aparec iam muitos húngaros, e natu ra lme nte, conforme a cerimôni a, com traje reg ional. Eles ostentava m vestes que co nsti tuíam um conjunto de indumentári a difícil de ser descrita em seus po rmenores. Fi gurava ne la um chapéu a lto, de pele, com uma aigrette, isto é, uma pena a lta, bonita. Depois havia ne la uma espécie de capa colocada nas costas, de fo rma um tanto e nvi esada, com botões e alamares muito bo nitos. Por fim , botas a ltas, de verni z. O todo era muito impo nente, com um quê de ultra-civili zado, mas de ixando. entrever, pelo meio, alguma coisa do tigre, que pode pul ar em c ima de quem lhe desagradar muito vivame nte .. . Ta l mescl a de alguma co isa de fe ra co m certa caracte rísti ca de gentil -home m, de um toque ori e nta l com uma dosagem oc idental, confe re uma fo rça e uma di stinção - alé m de indicar o poder do magnata no fe udo onde e le é o senhor - que enchem a a lm a católi ca de de líc ias. •
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J
certos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 1º de junho de 1993. Sem revisão do aulor.
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UMARI ·
P1 INIO C O RRÊA DE ÜUVEIRA
Dezembro de 2003
A Imaculada Conceição A
maculada Virgem '\1ar'ia, '\1ãc do Di\ ino l11fa11l<. · , 1cehida ,, lJn pecado original. é a olwa-prirna de Deus, superior' a ludo quanto foi criado, com exceção somente da l lumanida<le Santíssima de l\Josso Senhor lJcsus Cristo
4
CAR'I'.,' \ DO Dm..:·1·01~
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PAGINA MA1~1ANA
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LmTllRA EsP11un 1A1.
lo A p A LAVRA ela Bula /neffabi/is Deus (1854), o Bem-aventurado Papa Pio IX solenemente proclamou o Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, cuja festividade é celebrada pela Igreja no dia 8 do corrente mês . Para essa comemoração - que enche de gáudio os corações dos católicos do mundo inteiro - selecionamos um comentário do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, proferido no dia l 0 - 121964, em conferência para sócios e cooperadores da TFP.
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Ciência comprova data natalina Os 7 vícios capitais
DO SACEllDO'l'I•:
Rl~Al,JDADE CON(:ISAMIWl'I•:
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NACIONAi, In11ltração guerrilheira no Brasil
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IN·nmNI\CIONAI, Revolução indigenista na Bolívia
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Nossi\ S..:NIIOIM CnmM?
19 D..:s·1'A()L11•: A macabra /'esta do Halloween
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EN'l'REVIS'l'A Revivescência da música sacra
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OtmSTÃO
26 E<:os
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" N ossa Senhora, tendo sido concebi da sem o pecado ori g in al, desde o pri meiro instante de seu ser não co nheceu nenhum dos efeitos que o pecado o ri g inal produ z nos ho mens. Portan to, toda a i m1 ul sividade desregrada, toda a desordem da fa ntas ia, toda a preguiça da vontacle, enfim, todos os defeitos que ex i stem cm nós, em N ossa Senhora não ex i stiram. Ela ti nh a uma o rd enação hum ana natura l perfeita. A lém disso Ela era, dentro da ord em humana, uma verd ade ira obra-p rim a quer dizer, o que D eus cri ou, na o rd e1n natura l, ele mais alto no sexo feminino. De maneira ta l que a personalid ade dela não era apenas co mum , concebida sem o pecado o ri g in al, mas a mai s alta personali la le fem inina ele todos os sécul os. E isso, a perder de vista em comparação com qua lquer o utra , e posta em es tado de ise nção completa ele culpa ori g in al. A lém cio mais, a graça sa ntifi ca nte conced ida à Sa ntíss ima Virgem lm acu-
ATO LICI SMO
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CAPA A Luz que dissipa as trevas
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ESPÍRITO NA'l'ALINO Os 12 dias do Nata l
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Arn~AmA Documento da TFP sobre o PNRA
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43 An1A1,mADE Velho estilo-KGB r enasce na Rússia
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46 TFPs em Ação lada num a abund ân ·ia inaudit :1 • inso11 dável - foi orr 'S I o ndid:1 p •,f ·il 11111l•11 te por ai'J a ·ad:1 111()111 ' 111 0 , /\ssi 111 M'
l'o111p11·1·11d1· 11 q111· ' l ' l' Íll a orde m interna , 11 p1111•111, 1 11111d1· l ' n santidade ele Nos,~11 1'1•1111111 11"
Fotografia da capa: Luis Guillermo Arroyave
DEZEMBRO 2 0 0 3 -
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Neste ano, como tem ocorrido tradicionalmente no mês de dezembro, Catolicismo apresenta matéria especial sobre o Sanlo Nal al. O nasc imento de nosso divino Salvador brilhou sobre toda a humanidade, fez resp landecer sobre ela a lu z da verdade e di ss ipou as trevas do erro e do pecado. A propósito deste magno tema, selecionamos para nossos lei tores um primoroso texto de autoria do Professor Plínio Corrêa de Oliveira, publicado por nossa revista em 1953, cujo conteúdo preserva um admirável cunho de atualidade e nos apresenta, como modelo sublime, as admiráveis atitudes de Nosso Senhor em sua vida terrena. Pelo seu exemplo e por suas palavras, o divino Mestre nos ensina antes de tudo que é preciso nunca silenci ar a verdade; que cumpre proc lamá- la inteira, ainda que nossos ouvintes não nos aplaudam e nos rejeitem. Este modelo seguro ganha ainda mai s importância em vista do acentuado processo de decadência em que se encontra a Civilização Cristã nos dias atuai s, debi litada em seus princípios e valores pela nefasta ação co rrosiva de um re lativi smo universal, que domina a mentalidade de nossos contemporâneos. Relativi smo que tende a abolir completamente as noções de bem e mal, verdade e erro. Civ ili zação Cri stã que, em última análise, vem sendo substituída pelo neopagani smo, após ter sido vítima dos ataques do la icismo e do ateísmo militante. As conseq üências desse processo hi stórico de decadência são notórios: a crueldade e dureza do paganismo penetrou novamente na leg islação dos povos e nas relações entre as nações; as leis cada vez mai s sociali stas e, portanto, mais inj ustas, são elaboradas em todo o orbe. O quadro do antigo mundo pagão poderia ap licar-se, com as devidas adaptações, ao mundo de hoje, cujos líderes transigem de modo crescente com o erro e o mal, tornando-se, em conseqüência, intransigentes com o bem e a verdade. Di ante desse panorama sombrio, cumpre a cada um de nós fazer a sua parte e sobretudo rogar confiantemente a Deus que, pelos méritos do nasc imento do Menino-Deus e da maternidade da Santíssima Virgem, possamos continuar firmes no cumprimento de nosso dever e na fidelid ade aos princípios da autêntica doutrina católica. Até o momento, que esperamos não estar longe, em que raie novamente a Luz de Cristo para todos os povos.
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Nesta edição reproduzimos, ademai s, importante documento publicado pela TFP na " Folha de S. Paulo" (edição de 19-11 -03) e outros órgãos de imprensa do País sobre o candente tema da posição do Conselho Permanente da C NBB em face da Reforma Agrária. Desejo a todos uma boa leitura e um santo e fe liz Natal. Em Jesus e Maria,
80,00 120,00 240,00 400,00 7,00
Paulo
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
orr ·a d · Brito •ilho 11.br
A Santíssima Virgem, a tradição e o Natal Ü mundo moderno não dá o devido valor à verdadeira tradição. Entretanto, mesmo recentes descobertas científicas a confirmam. [] V ALD IS GRIN STEINS
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o mundo pragmático e materialista de hoje, em geral as pessoas costumam acreditar só naquilo que vêem documentado em papéis repletos de carimbos. Quanto ao Natal , por exemplo, muitos julgam legítimo pôr em dúvida quase tudo. Motivo? Onde está o papel escrito, a ce,tidão provando que o nascimento do Menino Jesus foi no dia 25 de dezembro? Que ocorreu na cidade de Belém, a Bíblia o atesta, mas não precisa a data. Não será uma data convencional? Se não há uma certidão escrita, não há ce1teza ... Tal raciocíni o despreza totalmente o valor da trad ição, aquilo que nossos antepassados foram transm itindo de geração e m geração. Entretanto, justamente neste século adorador da ciência, esta vem confirmar a
trad ição. Não apenas nas maravilhosas descobertas sobre o Santo Sudário de Nosso Senhor, ou sobre a santa casa de Loreto, a ciência vem corroborando aquilo que a tradição sempre ensinou. Agora também, a respeito do Natal, a ciência vem con firmar que a tradição não mentiu. Como?
Nossa Senhora e a tradição A uma pessoa com mentalidade cató lica, parece impossível pensar que a Santíssima Virgem não tivesse contado aos Apóstolos - e estes, por sua vez, não houvessem co muni cado a seus discípulos - numerosas info rmações a respeito do nascimento do Divino Redentor. Entre e las, é óbvio, indicou a data de tão importante acontecimento. Não apenas isto, mas os fi éis devem ter guardado relíqui as do memoráve l fato. Assim , por exemp lo, o presépio onde Nosso Senhor
nasceu enco ntra-se na Bas ílica de Santa Mari a Maior, em Roma. A tradição cató li ca sempre ensinou ser o dia 25 de dezembro a data do Natal. Nesse fato, pode-se vi slumbrar ademai s um si mbolismo: é um dos dois períodos do ano em que a Terra está mais distante do so l. E Nosso Senhor teria queri do nascer nesse dia, uma vez que os homens nunca tinham estado tão afastados de Deus, o so l de justiça.
O testemu11llo dos evangelistas Lendo a Sagrada Escritu ra, verificamos que, dos quatro evangelhos, só dois fa lam do nascimento do Menino-Deus. Um deles é o de São Mateus, atestando que Nosso Senhor nasceu em Belém, no reinado de Herodes, o que determina a época, mas não a data. O Evangelho de São Lucas é bem mais detalhado, e for-
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Cientistas judeus demonstraram o que a Tradição sempre sustentou : Cristo nasceu em 25 de dezembro .
nece dados va liosos para se determinar a data exata do nasc imento do M ess ias. Esse texto bíblico começa narrando o nasc imento de São João Batista. Di z que seu pa i, o sacerdote Zacarias, estava prestando serviço litúrg ico no Te mpl o de Jerusalé m quando lhe foi reve lado pe lo Arcanjo São Gabriel que lhe nasceri a um filho - o precursor do Mess ias. E que, tendo terminado seu turno no Templ o, retornou e le para sua casa, e po ucos dias depois sua mulher, Santa Jzabe l, concebe u São João Batista . Aos seis meses exatos dessa concepção - prossegue o mes mo evange li sta - deu-se a Anunci ação a Mari a (Lc J, 26). Assim, temos a possibilidade de conhecer a data do Natal : se soubermos qual a data em que São Zacarias oficiava no Templo, e sabendo que seis meses depois ocorreu a Anunciação, basta acrescentarmos nove meses para obtermos a data do Nascime nto de nosso Salvador.
Descoberta arqueológica Para as datas se aj ustarem, São Zacarias deveria estar oficiando no Templo em fins de setembro. Seis meses depois chega-se ao mês de março, e após nove meses atinge-se os últimos dias de dezembro. Os levitas do Templo de Jeru sa lé m dividi a m-se e m 24 classes sacerdota is, que se revezavam todo o ano numa orde m imutável. Cada grupo prestava serviço durante uma semana, duas vezes ao ano. Sabemos que São Zacarias pertenc ia à classe de Abias , que era a o itava do e le nco ofic ial. A respeito dessa questão, pairava uma
--CATOLICISMO
dúvida: ninguém conhecia as datas em que cada grupo oficiava, o que era um empecilho para determinar uma data comprecisão. Mas recentemente se fez uma descoberta capita l. Descreve-a o conhecido jornalista Vittorio Messori, cm artigo intitulado Jesus nasceu verdadeiramente em 25 de dezembro, no diário "Corri ere della Sera", de Mil ão, e m 9-7-03:
"Utilizando pesquisas desenvolvidas por outros especialistas e trabalhando sobretudo em textos encontrados na biblioteca dos essênios de Qumram, o enigma foi revelado pelo professor Shemarjahu Talmon, o qual ensina na Universidade hebraica de .Jerusalém. Ou seja, o estudioso conseguiu precisar em que ordem cronológica sucediam-se as 24 classes sacerdotais. A de Abias prestava serviço litúrgico no templo duas vezes por ano, como as outras, e uma dessas vezes era na última sem.ana de setembro. Portanto, era verossímil a tradição cristã oriental que situa entre 23 e 25 de setembro o anúncio a Zacarias. Mas tal verossimilhança aproxima-se da certeza porque, estimulados pela descobe rta do professor Talmon, os estudiosos reconstruíram o _fio daquela tradição, chegando à conclusão de que ela provinha dire tamente da Igreja primitiva judeu-cristã de Jerusalém".
A ciência e a tradição Surpreendente? Sim e não. Sim, porque a forma e ncontrada para resolver o caso passa po r um peq ue no detalhe ressa ltado no Evangelho: que São Zacari as pertencia à classe de Abias. Sim, ta mbém,
pe lo fa to de ter sido a descoberta feita por uma pessoa que não é cató lica. Por outro lado não, porque até agora ne nhuma pesq ui sa científi ca séria conseguiu contradi zer os dados da tradição cristã. Paira entreta nto uma pergunta: por que ex iste tanto desprezo e desconfiança contra a trndição católica? Se analisarmos bem o problema, ve remos que, no fundo, arazão di sso é que ela revela a contínua intervenção de Deus na Hi stória . Quantas vezes uma verdade poderia ter sido desvirtuada por boatos e ma lente ndidos .. . O fato de que uma verdade com uni cada no sécu lo I tenha chegado a nossos dias sem de l'o rmações, só pode se r e xp li cado por um auxílio sobrenatura l. Natura lme nte fa la ndo, uma tal transmi ssão, atravessa ndo os sécu los e passando por povos diferentes, poderia terse defo rmad o . Mas Deus protege sua Ig reja , imped indo a d istorção de uma verdade . A trad ição desperta igua lmente a antipatia de certas pessoas contaminadas pe la me nta lidade moderna, segundo a qual tudo está e m co ntínu a mudança, deve ndo-se, e m conseqüê ncia, ter em vista mais o futuro e nã.o o passado. Revelar até que po nto o passado está presente em nossos di as irrita 1a is mentali dades moderni zantes e proMressislas. Mas, para a i · •ri a dos verdade iros católicos, mai s uma vez a trad ição foi confirmada . n pod ' mos agradecer a Nossa Senhora o nas ·i mcnto do Verbo Encarn ado na dala j á consagrada pe lo decurso d ' 1an tos s ~ ·u los. •
1: 11111il do uul or: va ldisi;r @ig.com.br
O
víci o é uma má di sposição da alm a, que a leva a fugir do bem e a fazer o ma l, causada pela freqüente repetição dos atos maus. E ntre o pecado e o vício há esta d ifere nça: o pecado é um ato que passa, enquanto o vício é o ma u háb ito co ntraído de ca ir em algum pecado.
luxúria com a castidade; a ira com a pac iê nc ia; a gula com a abstinênc ia; a invej a com o amor fraterno; a preguiça com a d iligênc ia e com o fervor no servi ço de Deus. Esses vícios chamam-se capitais porque são a fonte e a o ri gem de muitos o utros vícios e pecados.
Os vícios que se chamam capitais são sete:
Os pecados contra o Espírito Santo são seis:
12 - Soberba 22 - Avareza 32 - Luxúri a 42 - Lra 5 2 - Gul a 6 2 - Inveja 7 2 - Preguiça Os vícios capi ta is vencem-se com o exercíc io das virtudes opostas . Assim , a soberba se vence com a hu mildade; a avareza com a libera lidade; a
Iº - Desesperação da sa lvação 22 - Presunção de sa!vação sem me recimento 32 - Negar a verdade conhec ida como tal 42 - Invej a da graça qu e Deus dá a o utrem 5 2 - Obstinação no pecado 6º - Impenitênc ia final Estes pecados se dizem parti cul a rme nte contra o Espírito Santo porque se
co metem po r pura malícia, a qual é contn'í ria à bondade que se atribui ao Espíri to Santo.
Os pecados que bradam ao Céu e pedem a Deus por vingança são quatro: Iº 22 32 4º -
Ho mic ídio voluntário Pecado sensual contra a natureza Oprimir os pobres Não paga r o sal,'íri o a quem tra balha Di z-se desses pecados que bradam ao Céu e clama m a De us po r vingança porque o di z o Espírito Santo; e porque a sua iniqi.iidade é tão grave e manifesta, que provoca Deus a puni-los com os mais severos casti gos . •
Traduzido do ateclti.1wo Maggiore pm111ulgato da Sa11 Pio X, Roma, Tipogra fi a Vaticana, 1905, Edi ziuneAres, Milanu, pp. 2 15-2 17.
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Graças a l)eus ... 181 Quero rece ber a infecta propaganda da TFP, porque a gente deve estar preparado. Parece qu e os TFPs têm um poderoso antivíru s e sobrevivem a qualquer condição, e não só no nosso querido Brasil. .. Estão por toda parte e são cató li cos de direita. (M.A. - via Internet)
De us salve Cuba! Que os pobres cubanos possam, ao menos neste Natal, res pirar o ar puro da esperança de se ve re m livres do "compa nheiro" Fidel astro, li vres de suas barbas e de seu eterno uniforme verde-oliva, e Cuba volte a ser o que e ra: um paraíso, rico e g rande ex po rt ador de açúca r. (M.A.P. - RJ)
Aprovação
No beco escuro e sem saída
181 Co nco rd o pl e na me nte com o manifesto da TFP e auto ri zo, caso possível , que meu nome sej a in seri do no documento que for publicado e/o u enviado a que m que r que seja. (R.C.G. - PA)
181 Gostei bastante do fo lheto recémdi stribuído pel a TFP. A situação neste País realmente causa muita preoc upação o governo está num beco sem saída, pois, para atender aos peli stas radicais, e le precisa fazer as refo rm as, a reforma agrária, e as o utras prometidas reformas sociai s ("revo luções sociais", na fala do primeiro mini stro Dirceu). Mas se o governo parte para essa aventura, e le cai, porque o Brasil afu nd a na mi séri a cubana. O meio que e le tem para não cair é faze r uma política conservadora, mas, com isso, não atende às reivindicações cios peti stas fundam entali stas, e também pode cair, dev ido ao racha que vai dar de ntro do próprio PT. Vej a qu e o governo está num a e ntalada; é aquela história: "se corre o bicho pega, se pára o bicho come". Então fi ca o problemão: eles vão corre r com as " reformas (le ia-se revoluções) soc ia is", o u vão parar com essas reformas q ue só levam ao fracasso? Em q ualq uer dos 2 modos serão devorados . (C.N.S. - SP)
Revolução silenciosa Nobre incentivo Al egrou-me o texto Análise da TFP, principalmente um texto tão sincero; tão erudito. C reio que todos nós temos razões de sobra para sermos gratos à TFP por expressar de maneira tão nobre tudo aquilo que tanto prec isava ser dito. Estou não só de acordo, mas de profundo e comov ido acordo. Uma ameaça à democrac ia, à nossa soberania e ao nosso povo surge num horizonte, que temo, não mui to di stante. Estamos para perde r tudo aquilo que co nqui stamos, qu e nos custou tão caro, tendo muitas vezes nos custado a vida de nossos brasil e iros mais patri otas. Te mo que as nossas in stituições livres estejam sendo ameaçadas pelas mais peri gosas hord as; hordas essas que ainda acredita m na radica li zação ideológica. Eu, mais cio que ning ué m, sei exatamente o que significa "dar murro em ponta-de-faca", e sei o qu ão d ifíc il é defender as posições que defendemos. Poré m, a TFP está na vanguarda ela defesa da de mocrac ia no Bras il. Por isso, peço-lh es: não des istam. Vocês são as pessoas com que m o Brasil pode contar. Prec isa mos nos unir e não pode mos ficar parados e olhando sem que nada seja feito. Um abraço e cordiais saudações. (R.M.R. - SP)
CATO LICISMO
181 Este texto [Análise da TFP J mostra a mais pura elas verdades, que faz de tudo para não ser aparente. O Brasil cam inha di sfarçadame nte para o ab ismo cio comuni smo totalitári o do PT. Por detrás ela confu são estratég ica existe um método para os comunistas tomare m o poder no Brasil. Está em cu rso um a revolução si lenciosa, onde um dos ingredi entes é a fa lácia ela confu são. Para reverter este caminho, o Bras il prec isa ele homens de fé e de o rdem. (F.E. - SP)
"Surdos" de mente Acho um absu rdo o Brasil fazer acordos co m o regime cubano, que desres peita o.- dire itos humanos mais e le mentares, sobretudo na atu al fase difícil de nossa econo mia . Vocês estão ele parabé ns, po is são os únicos a fa larem ele modo c laro e organi zado que o Lu la não mudou nada e conti nua am igo cio Fidcl as tro. É o óbvio, mas o aboba lha men to produzido pela mass ifi cação da população chega a ta l ponto, que é preciso mes mo megafone para que os menta lmente s urdos possam o uvi r o ulul a nte ! (C.D.V. - SP)
Depois, cubanização? 181 A colombianização do Brasil j á é um fato. E agora? Ca minh amos para a cubani zação? Deus salve o Brasi l!
r... ].
llerança <lc D1: Plinio
r0 Apoio todas as ações da TFP. Q ue ro co locar-me à di spm; ição para co laborar (principa lmente com servi ços) com a TFP, herança de Dr. Pli ni o Corrêa de O liveira, a quem tive a graça de con hecer pessoalmente, em 1958/1 959. (N.C. - SP) Uma analogia "válida" 181 Me us caros am igos, a aná li se da TFP é, como diziam os esq uerd istas ele botequim , nos idos anos 70, "VÁLIDA , LÚCIDA E INS ERIDA NO CO NTEXTO"! Tudo nel a é pertinen-
te e ATUAL! Vej am: em Porto Alegre, um grupo dos c hamados "semterra" invadiu o pátio da Receita Federal. A AGU protocolou uma ação de reintegração de posse e a Juíza Federal concedeu um prazo para que os manifesta ntes se retirassem. Após reunião co m o Mini sté rio Públi co, que solicitou que a desocupação fosse sustada(!), a Juíza suspe nde u sua decisão, que já era tímida, poi s previa que 10 dos manifestantes poderi a m pe rm a nece r no pá tio da RF (! ! ! ! !). Posteri ormente, a mes ma Juíza ordenou que os "se m-terra" se re tirassem. Os ocupantes, po r sua vez, fizera m sabe r a que m o qui sesse, que só sa iri a m de onde estava m, após terem se encontrado com o mi ni stro da reforma agrária (sic) Migue l Rossetto (sic). Realmente, é o CAOS! (R.A.N.D. - RS)
População sendo enganada 181 Li a Análise da TFP e acho que vocês estão cobertos de razão. A população, através de subterfúgios, sile nciosame nte, está sendo conduzida para o soc iali smo. Acho que se isso fosse abertamente debatido, a resistência ocorreri a. Gostaria de receber as demais análises e informações sobre reforma agrária. (E.O.M. - PR)
ber mais sobre vocês. Que devo fazer para entrar para a TFP? (E.P.P. - SP)
Brilhante 181 Li a brilhante análise da TFP e, e mbora não passe de um s impl es cidadão comum, aposentado com os " brilhantes" vencimentos do INSS , achei-a simplesmente completa, clara e rea l. Parabéns pe la publicação. (E.B. -SC)
Opol'tunas precisões A seção "Santos e Festas de Novembro" faz crer que Santa Matilde era irmã de Santa Ge1trudes a Grande, cuja festa ocorre em 16 de novembro. Santa M atilde de Hac ke bo rn (1 242- 1297), cuja festa ocorre em 19 de novembro, era irmã mais nova de Santa Gertrudes de Hackeborn ( 1232J 29 1), que era abadessa de He lfta quando Santa Gertrudes a Grande nela ingressou. Santa Gertrudes a Grande ( 12561302) não era parente de las e foi discípula e confidente de Santa Matilde. (C.C.C.V. - SP)
Nota da Redação: Agradecemos as retificações ac ima, que contêm vali osas informações para os le itores de Catolicismo.
O alvo foi atingido
Momento Cl'IICial
181 O manifesto de VV. SS. não poderi a ser mais oportuno, acertaram na mosca. Acho interessante manifestar minha opinião, j á que, como méd ico, sempre traba lhei a favor dos pobres e desprotegidos deste injusto País, mas sempre consciente q ue não será pela via do desmoralizado esquerdismo que ire mos cam inhar para uma soc iedade mais justa. Fica aí, po is, o parecer de alguém que nunca foi da TFP, ne m de qualquer institui ção política de centro ou direita, católica ou evangélica, etc., etc. Parabéns pelo manifesto. (E.M. - SP)
181 Conhecendo parte da história da Sociedade, be m como admirando a vida do Dr. Plinio, é uma honra estar em contato com a TFP, principalmente nestes momentos conturbados e preocupantes pelos quais passa o Brasil. (A.L.R.C. - MG)
Tel'
te e coragem ...
181 Estou encantado com a coragem e fé de vocês da TFP. Eu gostaria de sa-
E11 me peguei com a Vit'gem Minha mãe foi o perada de urgência com fe bre alta e, quando o médico abriu o abdômen dela e verificou que era cânce r no pâncreas, fec hou e não tirou o tumor. Eu me pegue i com a Virgem e com Nosso Senhor Jesus Cristo e fa lei: os médicos disseram que e la só te m mais uns dias de vida, mas o Senhor meu Pai vai curá- la. Já faz 5 anos e e la não tem mais nada.
Com meu esposo, foi o mesmo problema no intestino, foi para UTI desenganado. Minha fé foi muito forte e ele está bem. (O.P.V. - PA)
Um m1111do "pi11er 181 Aqui em Salvador, onde resido, há no be lvedere da Praça da Sé umas esculturas de umas cruzes caídas, atribuídas a Mario Cravo. Para falar a verdade, a imprensa dá muito destaque a este escultor, mas nada me consta que e le seja " pinel" (termo muito usado aqui , que quer di zer maluco). Por outro lado, não vejo ne nhuma manifestação de aplauso do povo a este tipo de "arte". Eu estou perplexo e me pergunto a mim mesmo se não há método nesta loucura, para a gente també m ficar "pinel" . (J.F.S. - BA)
Nota da Redação: O leitor envia ainda, como anexo, um recorte do jornal "A Tarde" (13-7-03) que faz propaganda das obras de Arthur Bispo do Rosário, "que esteve internado num hospital psiquiátrico durante 50 anos. [. .. ] Entre seus delírios, e recusando tratamento e ajudas terapêuticas, era um enorme trabalhador e criador místico, e convencido de urna grande missão ". A respeito do assunto, convém notar que, com o desaparecimento gradual da Civilização Cristã, foi se retirando também aquilo que o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira chamava de Lumen rationis (a luz da razão). Ou seja, aresistência dos homens à ação da graça de Deus conduz, como conseqüência, a um duplo fenômeno: maior penetração do demônio nas almas e diminuição da lucidez natural. Não estranha pois que, num mundo tão di stante de Deus como o nosso, fenômenos estranhamente "místicos", unidos à loucura, sejam exaltados. O tema mereceria uma explanação maior e mais aprofundada, mas não é possível fazê- lo numa simples nota. Talvez voltemos a ele. Cartas, fax ou e-mails para as seções Correspondência e/ou A Palavra do Sacerdote: envíar aos endereços que figuram na pógina 4 desta edição.
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n Cônego JOSÉ Pergunta 1 - A Bíblia nos ensina que devemos perdoar, mas também que devemos ser justos. Como devemos proceder com quem nos deve algo? Devemos cobrá-lo, para sermos justos, ou devemos perdoá-lo? E alguém que nos ofende, devemos perdoá-lo ou devemos procurar a justiça dos homens? Um empregado que, após muitas orientações, não consegue realizar as tarefas que lhe são confiadas, deve ser despedido como forma de justiça? Pergunta 2 - Se Jesus pede para dar a outra face a quem nos bate, qual a justificativa para a legítima defesa? Resposta -
As duas perguntas, provenientes de dois consul entes distintos, versam sobre o mesmo tema, e convém juntá- las para dar-lhes uma res po sta única . São, aliás, muito oportunas, pois tanto se fala hoje em perdão, que se corre o ri sco de esquecer o aspecto da justiça, muito bem sali entado por ambos os consulentes. A solução da questão está precisamente em como conci1iar, tanto em teoria como na prática, o perdão com ajustiça. Na verdade, essa questão vem de longe, pois divide os espíritos desde os a lbores da huma nidade. Sempre houve espíritos bondosos, propensos ao perdão e à mi seri có rdia para com os demais, e outros propensos a exigir os direi tos da justiça, com o rigor devido e m cada caso. Se se tratasse apenas de um a propensão que se manti vesse nos limites do razoável e da virtude, estaria bem, mar-
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CATOLICISMO
cando apenas uma legítima diferença de espíritos. O problema nasce quando os espíritos misericordiosos querem perdoar a todo custo, passando por cima das exigências da justiça, ou quando os espíritos justiceiros se olvidam dos convenientes ungüentos da misericórdia.
O descabido rigor ja11se11ista Essas duas correntes estiveram largamente representadas ao longo da história d a Igreja. No século XVII, por exemplo, os jansenistas faziam uma idéia deformada da Justiça de Deus, que minimi zava qualquer ponderação da Misericórdia divina. A aplicação que faziam à recepção da Eucaristia era típica: afamosa Madre Angélica Arnauld ( 1591 - 1661 ), do convento jansenista de Port Royal, em Paris, dizia que o Sacramento da Eucaristia era tão elevado, tão acima de qualquer proporção humana, que para bem recebê-Lo era preciso pelo menos um ano de preparação! Ademais, devido a seus pecados, o homem era indig no de O receber, devendo fazer antes uma longa penitência para expungir de sua alma toda mancha do pecado, de modo a apresentar-se condignamente diante de Deus. Concepção aparentemente virtuosa, mas totalmente errada do ponto de vi sta doutrinário, e que tinha por efeito prático o afastamento das a lmas do Santíssimo Sacramento, pão de vida eterna. E com isso as almas murchavam, exatamente por falta do alimento espiritual. .. Por essa razão - ensina a doutrina católica - o Sacramento da Eucaristia deve ser rece bido
LUIZ VILLAC
com a maior freqüência possível (desde que nas disposições devidas, isto é: estado de graça, jejum eucarístico, modéstia nos trajes e devoção no coração), precisamente para que possamos vencer nossas fraquezas e misérias. A posição jansenista era, portanto, contraditória e pe rniciosa, e por isso foi vi gorosamente combatida por grandes santos, como São Vicente de Paulo e São Luís Grignion de Montfort, e condenada por diversos documentos emanados da Santa Sé, dentre os quais cabe mencionar como o mais célebre a bula Unigenitus (1713), de Clemente XI. Não obstante, o erro seduziu os espíritos durante pelo menos dois séculos e meio, podendo ser considerado praticamente extinto somente com o decreto Sacra Tridentina, sobre a comunhão freqüente, em princípios do século XX (1905), no pontificado do grande São Pio X.
A desequilibrnda posição 1·omâ11tica Ao lado dessa reação genuinamente católica, infelizmente o jansenismo produziu também, por contragolpe, uma reação desequilibrada, fortemente influenciada pelo movimento romântico, cujos ventos deletérios já se faziam sentir nos fins do século XVllI, em plena Revolução Francesa. Consistia essa reação errada no extremo oposto do erro jansenista, isto é, numa concepção desvirtuada da Misericórdia divina, e na conseqüente supervalorização do papel do perdão e da bondade na vida do católico, em prejuízo das exigências da justiça. Essa posição errônea criou um tipo de católico amoleci-
do diante dos adversários da Igreja, os quais, por seu lado, iam se tornando cada vez mais audaciosos, expulsando Deus da vida social (é o fenômeno do secularismo ou secularização, dominante hoje em dia). Os católicos românl.icos - usamos o termo por falta de outro mais adequado deram assim origem a um tipo de católico que só considerava em Deus os aspectos de doçura, bondade e misericórdia, e manifestava aversão aos seus aspectos justiceiros, como as penas e os castigos devidos ao pecado, sobretudo - máximo horror! - às penas do inferno! Por isso eles não gostam de Fátima! Esta corrente de católicos se desenvolveu desembaraçadamente até os albores do Concílio Vaticano II, quando então já se fazia notar fortemente na Igreja a influência da corrente progressista, da í resultando um tipo novo de mentalidade - uma espécie híbrida de romantismo e progressismo - que algum dia poderemos descrever mais pormenorizadamente.
No Divino Mestre, a solução do problema Diante deste fundo de quadro, fica mais fácil compreender a solução para os problemas apresentados, o que faremos de modo esquemático: a) Não se pode dar uma solução genérica para o caso do perdão das dívidas; depende muito de cada caso concreto. Se o devedor é muito pobre, e o credor muito abastado, de modo que aquela quantia não lhe fará grande falta, é de esperar que use de misericórdia, dil ate muito o paga-
mento ou mesmo perdoe a dívida, para ajudar o mais pobre. Se o credor, entretanto, depende daquela quantia para o sustento da família, é justo que exija o pagamento dentro do aprazado, ou tão cedo quanto possível. O leitor já vê por onde corre a solução para outros infinitos exemplos de situações concretas. b) No caso de ofensas pessoais, a hipótese do perdão poss ivelmente será mais freqüente. Por isso dizemos no Pai-Nosso: "pe rdoai-nos as nossas dívidas ... " (segundo a fórmula do Evangelho de São Mateus, 6,9-13), ou "perdoainos os nossos pecados ..." (se-
gundo o Evangelho de São Lucas, 11 ,1-4). Em ambas as formulações, o significado é o mesmo: as dívidas que contraímos para com Deus são as ofensas que lhe fazemos, isto é, os nossos pecados. Isso, contudo, não significa a instituição de um perdão sumário e universal das ofensas! Pode haver casos em que será preciso enfrentar o injusto ofensor e exigir-lhe a devida reparação, inclusive perante a Justiça dos homens. Por exemplo, se sofrermos uma difamação ou calúnia que prejudique nossa reputação diante de terceiros, afetando nossa honra pessoal ou de nossa família,
nosso emprego ou a empresa que possuímos etc. c) Um funcionário incompetente pode comprometer ma is gravemente ou menos o andam_e nto de uma empresa. Com isso, não é apenas o empregador que ficará prejudicado, mas o conjunto dos operári os. A hipótese figurada pelo consulente pode representar um caso de di spensa justa, por mai s pena que se tenha da situação pessoal em que o desempregado incompetente se verá colocado. Será louvável se o empregador, ao despedi-lo, movido de caridade mas não ex justitia, lhe der até uma quantia extra para aj udá-lo, mas não se pode impedir que o despeça. E quiçá um outro pai de família que estej a desempregado se beneficiará da vaga assim aberta. d) O contexto em que se insere o conselho evangélico mencionado pelo segundo consulente é claro: "Ouvistes
o que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos que não resistais ao mau; mas se alguém bater na tuaface direita, apresenta-lhe também a outra "(Mt 5,3839). Era a dura lei do talião - olho por olho e dente por dente - , que Jesu s Cristo suavizava para seus di sc ípulos com a lei da man sidão:
apresenta-lhe a outra face. Qual há de ser a atitude do cristão ante o agressor injusto? "Não resistir-lhe", não
' A justiça divina atingiu Ananias {à esquerda, morto aos pés de São Pedro), o que parece excessivo para certo tipo de católico romântico
por abulia ou pusilanimidade, mas para fortemente "vencer o mal com o bem.", como exp Ii cava São Paulo (Rom 12,2 1), certamente à luz da palavra de Cristo no Sermão da montanha: "Bem-aventu-
rados os mansos, porque possuirão a Terra" (Mt 5,4). Esta atitude de alma de mansidão - fruto requintado da virtude cardeal da temperança - , de generosidade e de perdão constitui ensinamento evangélico. Mas, que o conselho de Jesus Cristo não era para ser tomado em sentido literal e estrito, prova-o o fato de que o próprio Divino Mestre, posto numa situação semelhante, não ofereceu a outra face, mas interpelou o seu agressor: quando o soldado O esbofeteou diante do Sinédrio, reagiu com divina nobreza: "Se.falei
mal, mostra-me em quê; mas se falei bem, por que me esbof eteias?" (Jo 18,23). Ou quando - sem sair da perfeita mansidão - ex pul sou os vendilhões do Templo (Mt 21, 1213). Sobretudo é necessário considerar que, se a agressão inju sta não atinge apenas a mim, mas atinge os direitos de Deus, ou da Igreja, ou de minha família, ou de alguma instituição honrada, ou da sociedade como um todo, o direito de legftima defesa transformase num dever. E nesse caso, deixar de defender-se pode ser pecado, até mesmo grave, contra a justiça. O cri stão de ve vive r em sociedade, e sem o recurso à justiça a vida humana tornarse-ia muitas vezes impossível. Assim , o direito à legítima defesa entra em consonância com o conselho evangélico da mansidão. • E- mai I para o autor: Catoli cismo @terra.com.br
DEZEMBRO 2003 -
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Parlamento suíço em Berna
..,.
Justiça alternativa ameaça Estado de Direito
O
Estado de Direito, que gara nte a plena vigência da le i e a proteção da Ju stiça a membros de uma comunidade política, está sendo "ferido de mo rte" no Brasil. A afi rm ação é do Prof. Alberto Oli va, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Enquanto os
parlarn.entares elaboram leis em profusão, a maioria das quais totalrnente desnecessárias, no Judiciário awnenta o número de adeptos da justiça alternativa", expli cou e le. Para o professor, a justiça a ltern ativa, que "relativiza até o
que estabelece a Constituição, é urnfator que cria animosidade so-
cial e produz a estagnação e/ouretrocesso econômico". Segundo o Prof. Oliva, a noção ele justiça social, manipul ada pela justiça alternativa, é tão vaga que pode provocar um a "babel nosjulgarnentos ". Ela leva os juízes a se voltarem contra a propriedade e o respe ito aos co ntratos. Por essa senda, c hega-se aos Comitês Revolucionários do Povo, como em C uba, "e tudo se resolverá de modo surn.ário ", ac rescento u e le. Assim, a justiça alternativa poderá ir conduzindo nosso infe li z Brasi l aos abismos da via cubana, tão exaltada pela esquerda católica. •
Policiais drogados na Holanda
N Na Suíça, marcante vitória conservadora /\ s modificações ele itorais na Suíça costumam .t\.ocorrer muito caute losa e vagarosamente. Nas últimas e leições pa rlame ntares e estad ua is, contudo, a União Democrática de Centro (UDC), que defende posições ma is conservadoras, obteve um êx ito inédito desde a Segunda Guerra Mundi a l. Esse partido, fundado em 1979, obteve 27,7% dos sufrág ios, 5% a mai s do que nas últimas ele ições, tornando-se o partido com maior representação no Parlamento nac ion a l. Nos cantões de língua francesa, a UDC ati ng iu um aume nto de mais de 100%, como e m Genebra. Nos cantões de idioma a lemão (65% do país) , com freqüência superou os 30%, ati ng indo 43,6% no ca ntão de Schwyz, coração hi stórico do país . Os resultados refl etem a in satisfação dos e le itores em face das políticas de tolerância com a crimina lidade, as drogas e um a imprudente imi gração, que alimenta o narcotráfico, o crime e os distúrbios de rua. Pesou também decisivamente para esse res ultado o fato de a UDC e ncarnar a opos ição suíça à integração do país à União E uropé ia, bem co mo a esperança de diminuição dos impostos. •
CATOLICISMO
ume rosos c idadãos hola ndeses tê m socorrido policiais do país, sob visível ação de drogas, durante horári o de serviço, em pleno centro de Amsterdã. A TV holandesa levou ao ar cenas de o fi cia is da po líc ia drogando-se nas delegacias e fo rnecendo cocaína e ecstasy a seus colegas. Eis aí a lgumas elas trágicas conseq üê nc ias ela libera li zação cio consumo ele e ntorpecentes na Ho la nda. O descontentamento popular
e m face dessa libera li zação é crescente. O governo e os partidos políti cos fa lam e m impor a policiais e funci onários públi cos restrições ao uso ele drogas. Segundo tais propostas, eles não poderiam ingressa r nos loca is o nde a ve nda de drogas é permitida. M as essas ridículas med idas asseme lham-se à atitude ele quem, durante o incênd io ele uma floresta, tenta apagar o fogo em algumas árvores e o deixa grassar nas demais. •
Ao velho estilo soviético, Putin ameaça Ocidente
O
preside nte ru sso Wl ad imir Putin ameaçou a NATO até com mísseis nucl eares. Isso ocorreu durante reunião com o alto comando elas Forças Armadas ru ssas, que fo rmulou a doutrina militar ele Moscou para o séc ul o XXI. Putin e nfati zou qu e seu país possui um arsenal ele mísseis atômicos com um "poder
O Islã ameaça a cruz no próprio Ocidente
de ataque sem paralelo". E numa referên-
diretas de ca ráter anti-russo".
cia indireta aos Estados Unidos , e logiou
Além disso, o presidente russo incorporou de vez os países da ex-URSS à área ele influência militar de Moscou. A Rússia, expi icou Putin, lançará
"sua capacidade de superação de qual quer tipo de sistema antimísseis". Acrescentou a inda qu e a nova estratégia nuclear será redirecionada contra.a NATO se esta não abandonar o que o Kremlin considera
"alusões diretas e in-
"ataques preventivos", caso se encontrem em risco ela própria ou os seus "aliados". Ante as reações, o ministro de d efesa
russo, Serguei lvanov, corre u para reunião da NATO, em Colorado Springs (EUA), a fim de tranqüilizar os â nim os. Para inglês ver, diriam a lg un s co nse rvado res ate ntos. Por essa vi a, ma is cedo do que se poderi a im ag in a r, Putin , ex-age nte da KGB, acabará reconduzindo a Rússia aos tempos de Stalin e Brejnev. •
Senado americano proíbe aborto ""por decapitação"" Senado cios Estados Unidos proibiu, mediante le i, o aborto por "nascimento parcial" ou
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/\ gora é no próprio coração da Crisna Itália, que os sequazes de Maomé ousam manifestar a sua sanha anticristã . Não contentes com o fato de já possuírem em Roma a maior mesquita do mundo ocidental, passam eles agora, como não poderia deixar de ser, à ofensiva contra aqueles mesmos que julgavam poder aplacá-los mediante táticas concessivas. Vem causando grande repercussão a recente decisão de um juiz italiano, do tribunal de L · Aqui la, de proibir o uso do crucifixo em escolas, porque assim o exigiu o diretor da União Islâmica, sob a alegação de que os muçulmanos se consideram por essa forma discriminados. O Vaticano reagiu, como também o governo italiano, dizendo ser inaceitável tal exigência . Mas daqui a pouco, serenados os ânimos, a ofensiva recrudescerá, sob este ou outro pretexto . E ela só não se tornará vitoriosa, se nós católicos nos compenetrarmos definitivamente de que os muçulmanos são irredutíveis em seus propósitos, e nos opusermos vigorosamente ao ímpeto conquistador do Islã .
r\. tandade,
pró-aborto, e esclarece u: "Vote i para
"por de capitação ".
proibir algo que na concepção do povo é extremamente horroroso".
A vitória ele 64 a 34 fo i hi stór ica. Vár ios senadores abortis tas julgaram qu e ser ia catastrófico votar contra as tendências co nservado r as el a opini ão pública a meri ca na. A se nadora democrata B la nc he Lincoln, de Arkansas, declarou ser 99%
Os abortistas ameaçam recorrer à Justiça para imped ir a apli cação dessa lei. É imensa a qua ntidade de nascituros assassinados no ventre materno, no mundo todo, por causa do abo rto. Essas in ocentes e indefesas vítimas já são muito m ais nu-
merosas que os mortos em todas as g uerras no mundo . E a desproporção cresce a cada ano. Por ocas ião d a g ue rra do Iraqu e, a esquerda em geral tomo u urna posição pacifista, alegando querer ev itar mortes. Por que não se pronunciam contra o aborto, que mata muito ma is? Mais uma vez fi ca patente a hipocrisia do falso pac ifi smo hu manitári o. •
Missão católica no Nepal destruída por comunistas
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uerrilheiros comunistas maoístas queimaram a missão de Okhrey, no Nepal, durante um ataque noturno. As religiosas da Virgem Maria ofereciam ali ajuda aos pobres, remédios e assistência sanitária. A missão foi completamente destruída e perdeu-se o instrumental e o estoque de remédios . Os guerrilheiros deixaram panfletos ameaçando a população católica. Nos últimos anos, três escolas católicas foram obrigadas a fechar por análogo motivo. Também no Nepal ficou patente que essas esquerdas não querem solucionar os problemas dos pobres .
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minoso mistura essa fórmul a com fo rte dose de indigenismo, be m ao gosto da Teologia da Libertação. O Líder, Abimae l Guzmán, encarcerado num pres ídio em Lima, diri ge o ress urgimento do movimento. E e missários dele já têm pro movido reuniões e di stri buído panfletos para professo res e alunos da USP e da Unicamp2. O Comando Militar ela Amazôni a e a Políc ia Federal registraram incursões do Sende ro Luminoso no Acre, e vão in stalar mais cinco pelotões de fro nteira entre as cidades de Estirão do Equador (AM) e Cru ze iro do Su l (AC).
Infiltração guel'l'illleiI'a ameaça a sobera11ia naci011al
Guerrilhas penetram no Brasil S e a infiltração narco-marxista dos países vizinhos continuar, há o risco de reservas indígenas e assentamentos virarem "santuários" para guerrilheiros Luís DuFAUR distância parec iam índios, mas res istiram com ar mas automáticas a um he li cóptero e lanc has dotadas de artilharia, do Comando M ili tar da Amazôn ia (CM A), e m j ulho último, na fronteira com o Peru . De fato "não havia índios[. ..]. Havia brancos disfarçados de índios. Estavam equipados e agiam com a disciplina que só o treinamento confeCATOLICISMO
re " dec laro u um ofic ial bras.ileiro no teatro de operações . Por trás desses "índios" atuava o Sendero Luminoso, guerrilha comu no-maoísta em plena reorgani zação no Peru . Trata-se do mais extremista movimento guerrilheiro já aparecido no nosso continente. Prega uma revolução como a do Khmer rouge no Ca mboja: esvaziamento das ci1
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À direita : da prisão, Abimael Guzmón consegue reestruturar a ação terrorista do Sendero Luminoso
dades e extermínio dos proprietários, burgueses, e até dos simplesmente alfabetizados; e a reed ucação dos sobreviventes em assentamentos agrários, verdade iros campos de concentração. A experiência no Camboja custou a vida de 25 a 30% da popul ação, de ixand o gerações inteiras quebradas psico logicame nte e defic ientes dev ido à desnutri ção. O Sendero Lu-
E m 2004, os soldados bras ile iros tra nsferidos para a fro nteira com a Colômbi a e a Venezuela chegarão a 23 mil. O CMA contabili zou pelo me nos 11 fre ntes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias ela Colômbi a) na região da Cabeça do Cachorro e na entrada no Rio Negro. Lá, os atritos com os guerrilhe iros co lombianos são mantidos e m sigilo e as baixas são atribuídas a acide ntes. "Mas basta observar o que está acontecendo nos aeroportos de Porto Velho, Boa Vista e de Manaus para perceber que os três estão se lransformando em bases da aviação militar". Esta declaração é cio missio nário ameri cano William Parsons, conhecido como padre Biló, que há sete anos trabalha na região. Ele nunca viu "tanta gente de farda, tanto helicóptero armado e tanto avião camuflado" 3• A recente revolução na Bo lív ia vem
acrescentar mais uma fro ntei ra inquietante. E mpreendida e m no me do cultivo da droga e cio anti-neoliberali smo, ta l revolução conto u com o apoio das mesmas guerrilhas narco-marxistas da Colômbia e do Peru4 •
De "l'eserva indígena " a "sai1tuál'io de guerrilheiI'os" A guerrilha marxista proc ura a li star indíge nas brasil eiros. Dois deles, recrutados à força pelas FARC, consegui ram escapar e na rraram a sua odi sséia. "É uma confirmação de que as guerrilhas estão recrutando brasileiros, a maior parte deles índios " 5, decla rou um portavoz ela Polícia Federal e m São Gabrie l da Cachoe ira, (AM). A PF suspeita que a guerrilha te nha e ngajado ass im dezenas ele ind ígenas brasi le iros e m nosso terri tório, para obrigá-l os a se unire m à luta armada. A escolha dos sil víco las não é cas ua l. Se a guerrilha re un isse um certo número deles, poderi a pleitear um "santuário" em alguma reserva indígena, ex plorando a atual legis lação bras ile ira qu e in stit ui eno rmes privilégios para os índios . Um "santuário" análogo ao que as FA RC detivera m na Colô mbia duran te anos, e depois perderam por ex igência da opini ão pública colo mbiana. Tal red uto viria também ao encontro do sonho co muno- mi ssio nári o ele certos prelados, favoráveis a re públicas autôno mas tri bais e autogestionárias, as quais, ele fato, des membrari am o Brasil.
MST e a g11el'rill1a marxista-leninista Segundo os serviços de inte ligência cio Pa ís, as FA RC teriam produzi do 17 o utras organi zações análogas na Améri ca Lati na. No Brasil, o maior gru po é
abrigado pelo M ST. E le já está di sposto à luta armada, mas, antes de co meçá- la, ag uarda reunir um número suficiente de combatentes 6 • As FARB (Forças Arm adas Revolucionári as do Bras il), em vi a ele formação, querem fo rçar a Reforma Agrári a e a distri buição ela renda. Para isso estari am se articulando em acampamentos ele sem-terra próx imos a hidroe létricas no Rio Grande do Sul , Santa Catarina, Paraná e São Paulo, especialmente no Pontal do Paranapanema. De lwek Matheus, coordenador nac ional cio M ST, in sinuou que a decisão de entra r pela via elas armas estari a sendo to mada na região " urbana" 7• Nas escolas do MST, há mui to tempo o ensino da teori a e das táticas revolucionárias é parte essencial do currículo. O peri go não se funda apenas e m indícios fac tu ais. Há um a re lação intrín seca e ntre Reforma Ag rária e guerrilha. O fa mi gerado - mas tão c ul tuado pe lo M ST - Che Guevara encarregou-se de explicar tal união. Em seu manual A guerra de guerrilhas, e le martela incessantemente que "o guerrilheiro é, antes de tudo, um revolucionário agrário ", e que "a base das reivindicações sociais que levantará o guerrilheiro será a mudança da estrutura da propriedade agrária. A bandeira da luta durante todo este tempo será a reforma agrária" 8 • Desta ma neira, e nqu anto as Forças Armadas nacionais vigiam uma extensíssima fro nte ira, consum indo o seu ming uado orçamen to, avoluma-se às suas costas um perigo muito maior e mais espalhado, sob a égide cio M ST e da CPT (Co mi ssão Pastoral da Terra). Peri go esse, entretanto, que poderá ser diss ipado, caso a parte sadia ela opini ão pública bras il eira venha a reag ir a tempo, movi da pela fé e pelo patri otismo. •
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E-mail do autor: Lui sDufaur @netscape.ne1·
Notas:
l. "O Es1ado de S. Pau lo", 13- 10-03. 2. lei. , ibid. 3. "O Estado de S. Pa ul o", 2 1-9-03. 4. "Jorn al do Brasil", 15- 10-03. 5. "Jorn al do Bras il", 4- 10-03. 6. "O Es1ado de S. Pa ul o", 2 1-9-03. 7. "Jorn al do Brasil" , 14-9-03. 8. Che Guevara, La Guerra de Guerrillas , cap, I, Princ ípio s genera les de la luc ha g uerrill era, hl tp://www.ma rxists.org/espa nol/guevara/guerra/cap l .hlm.
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Bolívia: agitação rumo à fragmentação Ü s fortes distúrbios ocorridos em outubro último na Bolívia, que culminaram com a renúncia do presidente, causaram surpresa e perplexidade em muitos ambientes da América Latina. ALFREDO M AC HALE
rápido desenrol ar da cri se bo liviana suscita natura lme nte a apreensão de que algo simil ar possa ocorrer em outras nações. Isso equivaleri a a uma subversão geral em todo o continente, tornando imperativa uma análi se dessa perspectiva. Tratava-se ele um governo recém-eleito, a cuj a frente estava o presidente Gonzalo Sánchez ele Lozacla. Um político de longa trajetória na Bolívia, o qual exercia pela segunda vez a supre ma magistratura. Observando-se mais profundamente os fatos, muitas coisas se expli cam, mas raros são os meios ele comu ni cação que apontam essas exp li cações.
Destmição das elites A Bolívia sofreu, em inícios dos anos 50, uma tormentosa revolução soc ialopopulista que destruiu as e lites, desfez o sistema produtivo cio país - espec ialmente no campo e na mineração - , levou ao auge a luta ele classes e ele raças, bem como estim ulou o levante ele índios. Essa mesma revolução moveu ainda imensas massas indígenas cios campos e elas minas para as periferias elas grandes cidades, onde e las vegetam , cada vez em maior número, sem verdadeiros líderes, sem profissões definidas nem trabalho e, sobretudo, sem maiores esperanças - , vítimas freqüentes cios novos agitadores demagógicos, amiúde desonestos. Ora, o presidente Sánchez ele Lozada e seus ali ados, longe ele serem expoentes ela Bolívia trad iciona l, provinham justamente do círculo dos fome ntadores dessa revolução. Viam com antipatia os laCATOLICISMO
cios tradicionais de seu próprio país e sonhavam em impregná- lo com a modernidade da qual o mesmo chefe ele Estado se embebeu nos Estados Unidos, durante sua juventude. Tais governa ntes demonstravam uma quase total ausência de preocupações ideo lógicas e morais, crendo que, com a riqueza, qualquer problema se reso lve. E oscil avam, q ua ndo havia ag itação soc ial, e ntre dois erros: a repressão pura e simpl es e às vezes brutal, de um lado; e logo a capitul ação, quando a primeira não reso lvia as questões que se apresentavam. A atual ausência, em g rande parte cio país, de verdadeiras e li tes que liderem a op inião pública - ausência essa produzida pela perseg uição aos patrões e pelo êxodo rural - , representa um mal ele difícil so lução, pois o estatismo e o populismo são ruinosos não só enqu anto estão vivos , mas também quando morrem, porquanto deixam luga r a outros desvios soc iais.
Revolução socialo-trihal A isso soma -se a fragme ntação cio país em seto res geográficos e popu !acio nais mui to diferentes . Quando arevolução soc ialo-triba l ar raso u a parte mais antiga da Bolívia - o Altiplano, na zo na and in a-, grandes setores dinâmicos co ncentraram suas ativid ades na co lon ização de outras regiões , como a o ri enta l e a a ustra l, de popul ações mui to mais esforçadas e menos sujeitas a conflitos raciais. De modo que, hoje em dia, dificilmente o que satisfaz a essas partes cio país deixará contente a o utra, que , apesar de ser mais importante politicamente, é débil econôm ica e soc ialm e nte.
Além cio mais, a globali zação impul sionada nos últimos anos não passou de quimera, na q ual poucos acred itavam, um a vez que a rápida diminuição cios subsíd ios e tatais aos produtos alimentícios e à exportação os estimul ou fortemente, enquanto a aj uda econôm ica dos Estados Unidos escasseava, por não haver garantias ele que os governos bolivianos fossem estáveis, nem ele que as leis seriam respeitadas.
Necessi<lade <la livre i11iciativa O que sem dúvida não é apenas possíve l, mas indi spe nsáve l para a Bolívia e para o resto do contine nte, é que a propriedade privada e a livre ini ciativa tenham plena vigência; que as desigua ldades proporcionadas e harmôn icas no ca mpo soc ia l e econôm ico sejam respeitadas; que a corrupção político-administrativa e as máfias que a pratica m sejam e nergicame nte co mbatidas ; que os ab usos do poder sej am elimin ados. Sem isso não há rec uperação possíve.l. Contud o, sucedeu exatamente o contrário: os empresários se preocuparam muito mais em ter ocasiões para bons negócios a curto prazo cio que em obter segura nça permanente para seus direitos ; o governo centrou sua política muito mais em conseguir ali ados c ircunstanciais para suas metas do que em estabelecer uma estratégia ele lo ngo prazo para a recuperação nacional. E na hora ela crise esses a li ados se dispersaram, deixando-se muitos deles arrastar, na condição ele inocentes-úteis, pela frente unida ela esquerda opositora, na qual as regras eram ditadas pelos extremistas ela agitação indígena.
O líder cocolero Evo Moroles
Nessas condições, qualquer pretexto poderia servir de estopim para detonar uma crise galopante. E foi o que aconteceu com os planos de exploração do gás produzido na zona austral, e ele sua exportação para os Estados Unidos e o Méx ico através do Chile. Foi, por ass im dizer, uma verdadeira com.édia de absurdos, que pode ainda conduzi r a muitos o utros, pois os vários setores aliados na ag itação têm planos e ex igênc ias muito diferentes, e am iúde contraditórios entre s i, ele modo que qualquer governo, inclusive o atual, será am pl a e fortemente co ntestado.
Esquerda católica e agitação Ficou inteiramente claro, ao longo da crise, o papel ela esquerda católica em provocar a agitação social nas populações indígenas, sendo difícil não qualificá-la de abusiva, um a vez que se baseou nas pa ix ões, na desordem e, infelizmente, também numa profunda ig no rânc ia. Ju stamente porque, sob pretexto ele libertação, ditas populações foram arrebatadas ele seus líderes naturai s, que era m os patrões, e entregues à influência nefasta ele verdadeiros aventureiros, quando não ele marxistas declarados . Olhando para o futuro , há um grande perigo à vista , o qual fo i co locado ele modo desafiante pelo dirigente indígenacocalero Evo Mora les, e m Havana, durante um congresso ele ag itadores: formar "muitos Vietnãs na América Latina", como desejava Che Guevara. Só que agora não seria com o aspecto sov iético, mas inclígeno-anarquista e ecolog ista, inclusive no que diz respe ito ao c ultivo da coca. Para o que vão sendo preparados focos nas várias nações cio continente, g raças em gera l aos respectivos governos ele esquerda e à agitação soc ial. Caso essa perspectiva se concretize, não deixará ele suscitar - na Bolívia como nos demais países - reações que derivarão provavelmente em movimentos autonomistas e talvez separatistas, iniciando um processo ele frag mentação elas nações e ele erosão ela soberan ia , o qual poderá tomar com o tempo o continente inteiro, afu ndando-o num caos dificilmente reversível. • E- ma il du a ulor: A ll'red0M al: Ha le @ho1111a il. co 111
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Frenesi, tédio e desespero no
Aids, castidade e lágrimas m tempos de fé, o eclodir de uma epidemia era visto como provável castigo divino. Promoviam-se orações e penitências públicas, e o mais das vezes e epidemia amainava e acabava por desaparecer. Hoje temos a devastadora epidemia da Aids, que mata milhões e se propaga principalmente como conseqüência da prática de um ato do qual se àbusa pecaminosamente de todos os modos. Entretanto, é proibido falar em castigo. Quem proíbe? Uma lei? Não. Algum chefe de Estado proibiu ? Não. Trata-se de uma pressão monumental da mídia, dos políti cos, do ambiente em geral, para dei xar mal quem ouse falar em castigo, nos termos da Mensagem de Fátima. Há mais. O próprio combate à do e nça é feito d e modo a evitar que se coloqu e qualquer freio à corrupção moral que campeia. Peque;m à vontade (é o que vem dito nas e ntrelinhas), mas usem preservativos para não contrair Aids. Ora, é de toda evi dência que o vício da impureza pede sempre mais. E se hoje a pessoa utiliza o preservativo, amanhã o próprio dinamismo do pecado a levará a não querer mais usá- lo. Portanto, as campanhas que aconselham o preservativo, no fundo estão trabalhando para a disseminação da Aids e para aumentar a mortandade. Refletindo a doutrina católica, o Arcebispo de Nairóbi, no Quênia, Mons. Raphael Nding i Nzeki, afirmou: "A Aids tem crescido tão rápido, por causa da disponibilidade de preservativos".
E
Castidade, a solução A posição da Igreja Católica nesse ponto é clara . As pessoas devem praticar a castidade. Seja a castidade perfeita do solteiro, seja a fidelidade matrimonial do casado. Só isso é moral, só isso é eficaz para conter a epidemia, só isso atrai as graças do Céu.
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CATOLICISMO
Mas parece que, no mundo de hoje, o ódio à castidade é maior do que o desejo de evitar as mortes e sofrimentos causados pela epidemia. De modo que essa posição da Igreja, apesar de ser a única que verdadeiramente funciona contra a Aids, é combatida ferrenhamente. E todo aquele, mesmo não sendo católico, que dá algum passo na defesa da abstinência sexual como meio de evitar o contágio, é criticado acerbamente. Ainda recentemente um dos mais famosos jornais do mundo, o "New York Times" (16-10-03 ), criticou duramente o presidente Bush por incentivar a abstinência sexual antes do casamento. Por que essa aversão à virtude angélica? Não há ni sso tudo uma revolta contra o Criador, pior do que o próprio pecado de impureza? Como estranhar então que imagens de Nossa Senhora chorem, como a anunciar o castigo que vem? Tais lágrimas purís si mas constituem , como di zia o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, um " milagroso aviso". Apressemo-nos a dar ouvidos a esse aviso enquanto é tempo. •
Halloween A comemoração do dia de finados -
própria para se rezar especialmente pelos fiéis defuntos - vem sendo pouco a pouco eclipsada pelas extravagâncias do dia das bruxas, o Halloween
À esquerda: Mons. Raphael Ndingi Nzeki, Arcebispo de Nairóbi, no Quênia
Bandidas feminismo, com sua man(a de forçar as mulheres a fazer tudo quanto os homens fazem, tem provocado devastações não pequenas na imagem da mulher, outrora tão elevada. Agora, uma quadrilha formada só por mulheres está agindo em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Quatro bandidas aparentando 25 anos, armadas com revólveres, roubaram dinheiro, relógios, celulares e carteiras em um ônibus com cerca de 50 passageiros. Outra mulher esperava o grupo em um carro e ajudou na fuga. Antes, a quadrilha havia realizado outros assaltos na BR-381, que dá acesso a Contagem. •
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2 de novembro. A lembrança nesse dia volta-se para os seres queridos que Deus chamou a Si. Especialmente para aqueles que nos deram a vida e nos educaram segundo os princípios e valores que mais acalentamos na alma, sobretudo a Fé católica. A recordação dos nossos próximos já falecidos, para a mentalidade católica, é carregada de saudades, mas também de paz. Numa enternecida homenagem póstuma que se renova todos os anos, os túmulos costumam ficar floridos e perfumados. Flores que preanunciam o gáudio da ressurreição dos justos, quando suas cinzas, à voz do Anjo, hão de se recompor em carne viva e se reunir à sua alma para toda a eternidade. Esta certeza baseia-se no dogma da ressurreição dos mortos. Nele funda-se também a esperança de que, pela intercessão de Nossa Senhora, iremos nos reunir então àqueles que amamos. E com eles usufruiremos a eterna bem-aventurança, nos castos e inebriantes prazeres do Céu Empíreo, com a alma arrebatada pela insondável graça da contemplação de Deus face a face.
Mentalidade neopagã x cat;ó/ica Neste século de caos, materialismo e neopaganismo, uma mentalidade malsã vem enxotando a católica. Significativa manifestação daquela mentalidade é o Halloween, a 31 de outubro, antiga festividade pagã de origem céltica, que entrou em profunda consonância com o espírito moderno, sôfrego de fu-
gir da seriedade da vida que lhe parece enfadonha. O Halloween usa disfarces e encenações que batem na tecla do burlesco e do macabro. A procura frenética da excentricidade e do riso vai a ponto de comprazer-se com aquilo que a morte tem de mai s repugnante: a palidez cadavérica, a putrefação,juntamente com o hediondo e o tétrico levado até a insânia. E também com abjetas práticas de bruxaria, condenadas claramente pela Santa lgreja, e mediante as qu ais se invocam o demônio e potências infernais . Nada há no Halloween da suave e sobrenatural esperança da vida eterna. Nele, a ânsia do prazer joga os espíritos numa espiral de atração pelo mais baixo, mórbido, feio, tocando no blasfemo. A extravagância dele é de molde a dissimular o imenso tédio e o larvado desespero da anti-civilização, neopagã, materialista e igualitária, que hoje escraviza tantos homens. Ele revela um vazio de alma devorador. E, para preenchêlo, propõe o apelo histriônico aos poderes das trevas. Sim, a Satanás, o supremo revolucionário, o "rei" do frenesi, da gargalhada insolente e do desespero eterno. Saudades, paz, esperança e luz na alma católica que celebra a festa dos Fiéis Defuntos como a Santa Igreja sempre ensinou. Frenesi, burburinho de bruxas, tédio, desespero e trevas, naquel es que se deixam levar pela agitação do Halloween. Duas concepções opostas que almejam dois destinos eternos, também opostos. • DEZEMBRO 2003 -
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Regente L. Escher - O Coro dos Meninos Cctntores conta atualmente em seu repertório: Pa les-
Catolicismo - Como se formou o Coro dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo? Regente L. Escher - Foi criado no ano de 1974 na Escola Marista PIO Xfl de Novo Hamburgo, pelo Professor Celso Fortes. No ano de 198 1, to rnou-se uma instituição indepe ndente. Foi e ntão criado o Instituto dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo (Os Canarinhos), e ntidade filantrópica sem fin s lucrativos. Esse é o prime iro coro brasileiro a contar com um menino cantor no coro da Cape la Sixtina, e m Roma, nos 1400 anos de ex istê nc ia dessa in stitui ção. Rafael Fortes, esse menino ca ntor, 13 anos, hoje é titular do coro do Papa. Ele inici ou seus estudos mu sicais comigo e m 1998, tendo ingressado no coro do Vaticano e m maio de 2003.
Resgatar nos dias atuais a verdadeira música sacra E ntrevista com o regente Leandro Escher, maestro do Coro dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo (Canarinhos) (RS)
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osso entrevistado iniciou seus estudos musicais em 198 l, no Centro Diocesano de Música Sacra (Cedimus) de Novo Hamburgo. · Durante sete anos assistiu a aulas de teoria musical, canto, hormônio, órgão de tubos e flauta transversal. Teve como mestre o maestro Pe. João Marcos Porto Maciel, laureado em música Sacra na Kirchenmusikschule (Escola de Música Sacra) de Regensburg (Alemanha) . Estudou também regência com os maestros Vilson Gavaldão de Oliveira e Carlos Alberto Pinto Fonseca, além de regência orquestral com o maestro Ernani Aguiar.
CATOLICISMO
Começou seu trabalho com o Coro dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo (Canarinhos) em 1988, como preparador vocal, tendo assumido a regência em março de 2000. Atualmente, além dessa função, o regente Leandro Escher dirige o Coro Masculino Schola Cantorum Ceciliana Os Bem-te-vis. É também professor de técnica vocal e flauta transversal do Liceu Musical Palestrina, diretor da Profmusic - Centro de Música e maestro da Orquestra de Cãmara Feevale Canarinhos, de Novo Hamburgo.
Catolicismo - Qual a origem e que atividades exerce o Instituto dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo, ao qual pertence oreferido coro? Regente L. Escher - O Instituto manté m o Conservató rio de Mús ica, com aulas de violino, teclado, pi ano, técnica vocal, teori a e so lfejo. Possui o Co ro dos Meninos Cantores, o Coro das meninas Cantoras (criado no ano de 2000, culti vando a música popular e folclórica), a Orquestra de Câma ra Feevale/Canarinhos, a qual está sob minha batuta, e que forma a base da futura Orquestra Sinfônica de Novo Hamburgo. Catolicismo -
Os fiéis católicos rejeitam os desrespeitos, para dizer o mínimo, praticados freqüentemente, hoje em dia, em atos de culto nas igrejas. Resgatar a verdadeira música sacra corresponde a esse sentimento? Regente L. Escher - Certamente. Hoje o Co ro dos Meninos Cantores de Novo Hamburgo é responsável pe la mú sica e pela li turg ia da missa, no segundo sábado do mês na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, e m Novo Hamburgo. E há fiéis que se deslocam de o utros bairros para assistir à mi ssa, pois sabem que poderão ir à igreja para orar, sem rece io de o uvir música ba rulhenta e impi edosa.
Catolicismo -
Que tipos de música religiosa executa o Coro dos Canarinhos? O canto gregoriano? Peças de grandes compositores da música polifônica sacra, como Palestrina e Tomás Luís de Victoria?
trina, Corné liu s Verdonck, Pachelbel, Zoltán Kodály, Pe. José Alves, Viva ldi , Mozart, entre outros compositores. O gregori ano está sendo introduzido aos poucos.
Catolicismo - O Sr. não julga que deveria ser eliminado o uso de certos instrumentos musicais profanos, como a guitarra, bem como de cânticos e ritmos dessacralizantes, que se opõem ao ambiente sacral de oração, próprio das igrejas? Regente L. Escher - Com toda a certeza. Deveria ser resgatado o uso de harmônios e órgãos de tubos na mi ssa, na qual fossem e ntoados cantos verdadeiramente cató li cos, a fim de e levar os corações ao alto. É dever de todo cató li co, mais ainda dos sacerdotes e bi spos, zelar pela sa nta mi ssa, pois é tudo o que temos: "Zelus Domus tuae cornedit me". O zelo por tua Casa me devora (Jo 2, 17).
Regente L. Escher: "Os CSJJCLáculos ele tipo midiático [como ocorl'Cm cm certas cc1'imô11ias ele culto, cm igl'cjas] se dcs11iam do vcnlac/cil'ó anseio rcligioso elas almas. Co11l'u11dem a cabeça cio /icl lwmilclc, (JllC acha SCl'Clll eles autênticos da lgl'cja Católica. Mas, in/'clizmc11tc, as ahcrmçõcs e os sac1'ilégios co11ti1111am UCOl'l'ClldO C/11
gl'amlc parte cio /Jrasil"
Catolicismo -
Na sua opinião, espetáculos de tipo midiático, como ocorrem atualmente em certas cerimônias de culto em igrejas, que utilizam músicas e ritmos profanos, representam um meio válido de aproximar as almas da verdadeira fé? Ou constituem, na realidade, um desvio do anseio religioso para pessoas desejosas do amparo espiritual da Santa Igreja? Regente L. Escher - Com toda a certeza, os referidos "espetáculos" se desviam desse anseio re li g ioso. Confundem a cabeça do fi e l humilde, que acha serem e les autê nticos da Igreja Cató li ca. Mas, in fe li zmente, as aberrações e os sacril ég ios co ntinu am ocorrendo em grande parte do Brasil. Não podemos desanimar, po is, como católi cos apostó li cos roma nos, te mos que esc larecer todos os que não sabe m ser a nossa Igreja uma outra realidade, e não este ci rco de sacrilégios que transform aram o templo num picadeiro, ou num sa lão de baile, onde dançam, esfregam-se até com um certo erotismo. U ma vez que julgam que rebolando, dançando e se esfrega nd o também se reza, então que não construam ma is igrejas, e sim sa lões de baile e boates. Queremos nossa Igreja piedosa e autênti ca de vo lta, queremos sentir a força do Senhor, o uvindo o canto gregori ano, com o odor perfumado do incenso e leva ndo nossas preces a Deus Pai. • DEZEMBRO 2003 -
UESTÃO AGRÁRIA
J
BispQs encaminham o País para a luta de classes e a revolução social? C onselho Permanente da CNBB declara a Reforma Agrária necessária e quer impor ao País um novo tipo de estrutura fundiária, numa indevida intromissão cm assuntos temporais Brasil assiste nestes dias a uma ampla e -inquietante articu lação de forças da esq uerda agro-reformista, que visa impor uma radical transformação no ponto mais vital de nossa o rgani zação sóc io-econôm ica, a estrutura agrária do País. Os jornais têm falado de um novo
O
Marcho do MST, iniciado em Goiânia rumo o Brasílio (nov./2003), poro pressionar o aprovação do PNRA
Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). A julgar por indícios colhidos na própria imprensa - pois o teor do Plano vem sendo estranhamente mantido e m sigil o - o direito de propriedade será atingido a fund o; os critérios ele desapropri ação (ou me lhor, co nfi sco) se basearão no fluido conceito de "fun ção soc ial "; a ex ploração elas terras será coletiva como nos kolkhozes; os assentados, pressionados a se incorporarem a cooperativas dirigidas pelo MST ou por prepostos governa mentais, serão reduzidos à condição de vítimas ele um soc iali smo ag rário, que só encontra atualme nte paralelo na C uba de Fidel Castro.
Apoios ao PNRA: a CNBB e a mal'cha dos "sem-tc1·N1 " Apesar ele seu conteúdo ainda sig iloso, o referido PNRA já co meça a receber calorosos apoios das forças mais e ngajadas
ag ro- ig ua litária cio País - antevendo provávei s reações ao PNRA, procura mobilizar a favo r deste o prestígio hi stóri co ela [g reja e toma assim a dianteira na drástica transformação sócio-econô mica a ser imposta ao Brasil.
A caminho de uma l'cpú/Jlica clcl'ical? C hama a ate nção que os s ignatários da Nota da C NBB afirme m receber no agro- reformi smo socialista e confi scatório. Alguns cios chamados " movimentos soc ia is" (Comi ssão Pastoral ela TerraCPT, MST e congêneres) ini c iaram uma marc ha ele Go iâni a a Brasília, a qual almeja ser recebida pelo Presidente Luiz Inácio Lula ela S ilva, e tem como objetivo fazer " pressão" sobre o governo para que apliq ue com urgência o PNRA , sem que haja um debate nacional com todos os i nteressaclos. M as o apoio mais express ivo partiu da C NBB , e m Nola ele seu Conse lho
Permanente (3 1- 10-2003). A par dessa
Nota , a ltas figuras ec les iásticas publi caram arti gos na grande impre nsa, g losando o texto ela mesma: D. Luciano Me ndes de Almeida, Arcebispo de Mariana , na "Fo lh a de S. Paulo" ( 1- 11 2003) e D. C lá udi o Hummes, Cardea lArcebispo ele São Paulo, em " O Estado ele S . Pau lo" ( 12-1 1-2003). A CNBB - a qual ele há muito se to rno u a mais influe nte força propulsora
"com satisfação a notícia de que o Governo pretende lançar brevemente o novo PNRA ". Ora, tal PNRA a ind a é s ig iloso. Estariam os Srs. Bispos precipitadamente comprometendo sua autoridade moral e m relação a um plano que ne m seq ue r conhecem, dando-lhe ass im um a espéc ie de cheque em branco? Ou será que a C NBB esteve e nvolvida na preparação do dito PNRA? Ou quiçá até seja co-autora dele? Difícil saber. O certo é que causou espéc ie no público o fato ele a Nota da C NBB ter sido divul ga-
da no dia seguinte a uma reunião ele Cardeais, Arcebispos, Bispos e Sacerdotes na residência cio Sr. José Sarney, presi dente cio Senado, com 19 se nadores, di versos outros po líticos e o próprio Presidente Lula, reuni ão na qual, segundo o noticiário, se tratou largamente ela Reforma Agrária. Tudo parece, pois, apontar para um pacto agro- reformi sta e ntre o atual governo e a CNBB. É a própria Nota episcopa l que afi rma ter "enorme relevância
a estreita integração entre o Mutirão da CNBB pela superação da Miséria e da Fome, o projeto Fome Zero e o Plano Nacional de Reforma Agrária". No mesmo sentido vão as palavras do Mini stro da Reforma Agrária, Mig ue l Rossetto: "A
CNBB é nossa parceira nessa questão" ("Fo lha de S. Paulo", 1- 11 -2003). Estaremos assim a caminho de uma república clerical, à maneira do regime dos aiatolás, em que o Alcorão seria substituído pela Teologia da Libertação, o novo "evangelho" da "esquerda católica"'?
João Paulo ll e a Rcl'ol'ma Agl'ária A Nota da C NBB faz alusão vaga a declarações de João Paulo 11 a respeito da Reforma Agrária, insinuando dessa forma um endosso pontifício à posição agora assumida. Mas, além de serem as c itadas alu sões de si inte irame nte incon-
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CATOLICISMO
c lu sivas, a que tipo de Reforma Agrária se teria referido o Sumo Pontífice? A uma Reforma Agrária de caráter sociali sta e confiscatório? Não parece, pois seus ilustres predecesso res condenaram largame nte o socialismo e o comunismo e e naltecera m a propriedade privada. Seria fazer injú ria ao Santo Padre supor ter e le um a doutrina pessoal diferente. Ademais , não é verossímil a hipótese de que João Paulo li quisesse pronunciar-se a respe ito dos aspectos técnico-tempora is impli cados na questão da Reforma Agrária brasil eira, uma vez que estes estão fora do a lcance de sua mi ssão es piritual , tão ma is e levada. Ora, são exata me nte esses aspectos téc ni cos, a liás muito compl exos, que há décadas, e a inda ago1:a, dão a tônica da controvérsia e m to rn o da Reforma Agrária no Brasil. Em sentido bem diverso da Nota dos Srs. Bispos, afirmou ainda recentemente o Pontífice que "para alcançar a jus-
tiça social se requer muito mais do que a sim.pies a11licação tle esquemas ideológicos originados pela Luta de classes como, por exemplo, através da invasão de terras - já reprovada na minha Viagem Pastoral em 1991 - e de edifícios públicos e privados, ou, por não citar outros, a adoção de medidas técnicas extremas, que podem ter conseqüências bem mais graves do que a injustiça que pretendiam resolver " (discurso de 26-11-2002 a Bispos brasileiros em vi sita "ad limina" a Sua Santidade).
Intromissão imlcvida cm assuntos temporais Todo cató li co reconhece que a missão de ensin ar aute nti camente a Moral cristã compete, na Igreja, à Sagrada Hierarquia. Em co nseqüê nc ia, a voz dos Bispos deve ter normalmente uma in fluência determinante sobre a atitude dos cató licos face aos as pectos morai s impli cados na contrové rs ia agro-reformi sta. Sempre suposto, é c laro, que se situe em co nsonânc ia com os ens inamentos pontifícios e a Tradição bimilenar da Igreja. Porém, quando se trata de aspectos técnicos e mate ri ais, a opini ão dos Bispos, embora merecendo respeito pela a lta condi ção ecles iástica de quem a emite, D EZEMBRO 2003 -
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do acerto dessa medida tão drástica e tão grave c uja aplicação a CNBB quer já e j,17 Nenhuma ... Con/litos 110 campo: ação s11/Jvet'SÍYa <la CP1; <lo MS1' e c011gê11e1'eS
de modo algum faz autoridade, ne m se pode exigir para e la um a atenção diferente daquela dada ao parecer de um mero particular não espec iali zado. Ora, a Nota da CNBB pressupõe uma análise de aspectos da situação econô mi ca nacional e da agricultura brasileira, de caráter técnico, que está fora da alçada de sua mi ssão esp iritual. Os católicos brasile iros têm , portanto, todo o direito - e até o dever - de discordar respeitosamente da visão economicista-marxi sta da C NBB , be m como das so lu ções por e la propug nadas. Essa atitude dos católi cos, é bom frisar, de ne nhum modo in fringe o Direito Canôni co, o qual reconhece aos le igos uma leg ítima autonomia em matéri as temporais (cfr. câns. 2 15 , 225, 227 e outros). Rcl'orma Agrária: i11sistê11cia obsessiva por uma /'alsa solução A Nota do Conse lho Permane nte da CNBB base ia-se num a apreciação g rave me nte deturpada da realidade sóc ioeco nômica nac ional , afastada de uma visão se nsata e cr istã. Tal rea lid ade, se m ser idea l, por certo não se ide ntifi ca com o quadro de pesade los a qu e costuma aludir a "esqu e rd a ca tólica", como pode constatar qualqu e r bras i lei ro ao percorrer as im e nsas vastidões de nosso País. Por outro lado, a Nota dos Bispos silencia inexp li cave lme nte dados fundamentais da questão agrá ri a. Re lega ao olvido, por exemplo, os notóri os fracasCATOLICISMO
sos das repetidas experiências agro-reformistas, que não fizeram senão cri arfávelas rurais no campo brasileiro. E o mite igualme nte os extraordinários avanços e o êxito crescente de nossa agro-pecuária, fundada na propri edade privada e na livre ini ciativa, com evidente vantagem para o be m comum da Nação. Ora, a simples constatação desses fatos contrari a de s i a política agro- reformi sta o nímoda e açodada que, numa atitude não isenta de agress ividade, a C NBB quer impor ao País. Mes mo supo ndo que os problemas apo ntados pela Conferência Nacional dos Bispos tivesse m a dimensão que a enti dade lhes atribui , que provas e la apresenta para afirm a r que a Re forma Agrária "constitui um instrurnento privilegiado de inclusão social "? Quais as garantias
Afirma ainda a Nota da CNBB que o tema da Reforma Agrária é "preocupação constante" do episcopado brasileiro "diante do crescimento das ocupações de terra, dos conflitos cada vez mais graves, da violência e impunidade no campo ". Ora, esses Srs. Bispos parecem esquecer que toda essa violência a que se refere m - totalmente artificial e fabricada - é diri gida e promovida por organismos co mo a CPT (criado pela CNBB) e o MST, os qua is utili za m métodos de ação próprios da luta de classes ao estilo marxi sta, chegando às raias da revolução socia l. As invasões de terras, por seu turno, atestaram e continuam a atestar, ao con trário do que in sinua a Nota da CNBB, que os trabalhadores rurais não têm nenhum espírito de revolta contra os propriet,hios , pois não há menção a que empregados numa fazenda tenham confraterni zado ou cooperado com os invasores da mes ma! A ameaça da CNBB: explosão social de co11scqiiê11cias imprcvisíYcis Na ânsia de impor ao País seu projeto agro-igualitário, a Comissão Permanente da C NBB afirma que a Reforma Agrária se torna "irnprescindível para evilar uma
Fevereiro/1980: reunidos em ltaici (SP), 172 bispos aprovam o documento agro- reformista Igreja e Problemas da Terra .
explosão social de conseqüências imprevisíveis não só no meio rural, mas em toda a sociedade brasileira ". Tal ameaça repete as inflamadas - e infundadas - di atribes de D . He lder Câmara (que lhe valeram a alcunha de "arcebispo vermelho"), o qual há mai s de 40 anos já previa que uma revolução estouraria naquel es dias, caso não se fi zesse a Reforma Agrária de imedi ato ... Sendo o brasileiro infenso, por natureza, à ansiedade e às rix as, tal afirmação peremptóri a da Nota da CNBB suscita g raves perplex idades nos espíritos, particularmente no dos católicos: significa ela a perspectiva de um incitamento feito pelo clero de esquerda para um levante em massa contra os propri etários? Estarão, porventura, as forças da "esquerda católica" dispostas a articular uma insurreição "popular", organizando colunas de "sem-terra" - na realidade, hordas de agitadores - que comecem operações "pega-fazendeiro", ou até "mataJazendeiro", diante de autoridades lenientes ante as agressões aos proprietários, a suas famílias e a seus pe rtences, e implacáveis com os homens de bem que se defendem de injustas agressões? Enfim, estará o progress ismo católico disposto a promover uma luta de classes, cujo ê xito custaria ao País uma eve ntual guerra civil, culminando na implantação do reg ime comunista? CP1' c IP1; exemplos JJl'COCllpa11tcs de "solicillldc pastoral" O caráter virulento do agro-reformismo pleiteado na Nota episcopal manifesta-se também quando ela apresenta, como exemplo de "solicitude pastoral", a cri ação, em 1975, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ora, não há que m possa ignorar, de norte a sul do Brasil, que a CPT, que está na origem do MST, promove também suas próprias invasões de te rras, produz violências , faz reféns, e já teve vários de seus líde res presos, e pelo menos um condenado. Em resumo, e la age no campo como um verdadeiro movime nto comunista revolucionário. A Comissão Permanente da CNBB evoca ainda essa "solicitude pastoral" mencionando a publicação, em 1980, do documento Igreja e problemas da Terra
(!PT). Quem sabe, talvez seja ele o inspirador do novo PNRA ... Na época o Prof. Plínio Corrêa de Olive ira, Fundador e Pres idente da TFP, publicou - com a colaboração do economista Carlos Patrício de i Campo - o 1ivro Sou católico: posso ser contra a Reforma Agrária ?, no qual an~lisou detalhadamente o documento da CNBB. Nessa obra, que teve e norme re percussão nacional e jamais foi refutada, ficou largamente provado que o docume nto Igreja e Problemas da Terra insinuava ou até
pleitea va formalmente uma Reforma Ag rária soc ialista, igualitária e contiscatória, e que tal Reforma preconizada pela CNBB não estava e m consonânci a com os ensinamentos tradicionais do supremo Mag istério da Igreja. Apelo a uma frente única a11tiag1'0-rcl'on11ista cm delesa do sagrado direito de Pl'OJJl'ÍCda<le Diante do recrudescimento da ofensiva agro-reformista , a TFP não estaria à altura de sua missão e não se conservaria na senda de seu insig!)e Fundador, se se recolhesse a um cômodo si lêncio. A experiência do passado indica que, ao tomar esta atitude pública contra o tufão agro-re formi sta que ameaça abater-se sobre o Brasil, estará e la exposta às di famações, às vinditas e até às perseguições dos defensores extre mados do agro-reformismo soc iali sta e confiscatório. Mas
está a TFP igualme nte ciente da proteção de Nossa Senhora Aparecida, a qual sempre se fez sentir, particularmente nas horas críticas e difíceis que a entidade atravessou ao longo de seus quase 45 anos de existência. Este brado de alerta se dirige aos brasileiros que, por fidelidade à doutri na tradicional da [g reja, ou por preocupações patri óticas de índole sociológica ou econômica, ou enfim pela defesa de seus legítimos direitos, desejam salvar do soçobro o instituto benfazejo e multimilenar do sagrado direito de propriedade. Sagrado porque se fund a em doi s Mandamentos da Lei de De us: "Não furtarás" e "Não cobiçarás os bens do próximo" . Sagrado ainda porque, ao lon go de quase dois mil anos de vida da Igrej a, o ensinaram os Papas! Neste momento crítico da vida da nação, a TFP convida os múltiplos opositores de uma Reforma Agrária socialista e confiscatória para que, todos juntos, somemos forças, numa nobre frente única cujos compone ntes tenham em vista tão-só o que nos une nesta matéria, e relegue m para um provi sório olvido tudo quanto em outras maté ri as eventu almente possa nos separar. Que ira a Rainha do Brasil, Virgem Mãe Aparecida, conceder a esse esforço comum sua proteção inestimáve l. Pois a TFP está bem certa de que o êx ito dos esforços que ass im se coliguem não se conseguirá sem Ela. E também de que, com a ajuda dEla, não há êxito que não se possa esperar. São Paulo, 18 de novembro de 2003
O Conselho Nacional da TFP
TFP Sociedade Brasi leira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade Rua Dr. Martinico Prado 234 01224-010 - São Paulo (SP) Peça mais exemplares deste documento e divulgue-o Ligue para nossa Central de Atendimento (11) 3666-9187 ou entre em contacto pelo e-mail: tfp @tfp.org.br ou visite o site www.tfp.org.br
DEZEMBRO 2003 -
Internet a servi o da Mensagem de Fátima
E
m 2003, a Campanha Vinde Nossa
Senhora de Fátima, não tardeis! realizou ampla divulgação de um auto-adesivo com a foto da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que chorou miraculosamente 14 vezes e m Nova Orleans (EUA), em 1972. Só neste ano foram distribuídos mais de J90.000 adesivos com a foto da imagem de Nossa Senhora de Fátima. O Coordenador da Campanha esclareceu: "Grande parte desses adesivos foram solicitados pelo site de nossa Campanha www.fatima.org. br. Temos nos empenhado em fa zer tal distribuição rapidamente, de tal modo que as pessoas que o solicitam pela Internet o recebem em poucos dias pelo Correio. Nossa meta é difundir 300.000 adesivos em 2004. Espero que, no próximo ano, possamos continuar contando com o melhor apoio dos participantes de nossa Campanha, afim de garantir o sucesso deste e dos demais projetos que estão em andamento, como o novo CD com a Mensagem de Fátima para as crianças, que será lançado em breve. Quero man(festar minha profun-
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da gratidão a todos aqueles que nos apoiaram no presente ano com suas orações e seus donativos, bem como desejar a todos um Santo e Feliz Natal, e também um abençoado Ano Novo, cheio de paz e de muitas realizações ". •
Mensagem de Fátima: aumento de sua difusão nas ondas de rádio
D
ia nte da proliferação de prog ramas protestantes nas emi ssoras radiofônicas, a Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tardeis! aumentou seus esforços para expandir a difusão da Mensagem de Fátima por todo o Brasil. E os programas A Voz de Fátima exercem importante pape l nessa difusão. Atualme nte e les j á são e nviados a 295 e mi ssoras de rádio de todo o País. Estas emi ssoras pµd eram confirmar por escrito seu interesse na transmissão desses prog ramas e utilizam formulários de avaliação, mediante os quais enviam sugesLões e informações sobre a audiência. A produção de tal programa chega neste mês à sua 82" edição, e já prepara novas surpresas para 2004. •
A verdade inteira 110.000 estampas do Sagrado Coração de Jesus em lares
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om a participação ativa dos aderentes da Campanha, foi poss ível realizar uma a mpla divulgação da estampa do Sagrado Coração de Jesus, em 2003 . No total, mais de 110.000 estampas foram enviadas a fa mílias católicas de todo o Brasil. "Tal difusão fundamentou-se
na promessa de que as bênçãos do Sagrado Coração de Jesus permaneceriam sobre os lares em que fosse exposta e venerada sua imagem. Surpreende o grande número de pedidos que nos chegaram pela Internet solicitando a estampa do Coração de Jesus. As pessoas têm sentido no dia-a-dia a necessidade de contar com a proteção do Céu", ressaltou o Coordenador. •
Peregrinação: 21.000 lares brasileiros visitados
e
om o objetivo de expandir_a_inda ~ais a ~evoção a Nossa Senhora de Fat11na e mcenttvar a recitação do terço, foram visitados em 2003 mai s de 21.000 lares católicos, e m dive rsos estados do País. "Isso só foi possível graças à proteção de
Nossa Senhora e ao apoio constante dos aderentes da Aliança de Fátima. Essa peregrinação é um excelente meio de atender aos apelos f eitos por Nossa Senhora, pois em quase 2.000 novas visitas mensais f eitas aos lares, 30.000 terços por mês são rezados pelos presentes. Além das intenções habituais, incluímos nessas orações uma súplica a Nossa Senhora para que proteja asfamílias brasileiras contra a violência e a criminalidade, que atingiram níveis insuportáveis nos últimos meses", afirmou o coordenador da Campanha, Marcos Lui z Garcia. •
CATOLICISMO
e sem mácula
VIHOE H.SRA.Ôt FATIHR.' HÃO TARDEIS !
Como anunciar a verdade ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo? Com severidade ou com suavidade? Ele ora a anunciou com palavras de ameaça, ora com palavras de doçura. É pela vida elo Divino Mestre que devemos pautar nosso .modo de ser e agir; assim, "sorrindo ou increpanclo, diga-se que o mal é mal e o bem é bem. Não se tenha a menor transigência para com o mal"
e produzimos na presente edição matéria publicada exatamente há meio século e m Catolicismo . Entretanto, ela é de grande atualidade, pois trata de tema que até o fim dos te mpos será focalizado: a Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo e o sublime exemplo que Ele veio apresentar a todos os homens. Em artigo publi cado e m nossa revista (dezembro de 1953), o insp irador e principal colaborador de Catolicismo , Prof. Plínio Corrêa de Oliveira (foto aci ma, da época em que o autor redig iu o arti go a seguir), tece importa ntes e ad miráve is consi derações a respe ito do augusto nascimento do Menino Jesus, a Luz por exce lê ncia que brilhou nas trevas, para di ss ipar o paga nismo que então dominava os povos. Não era hábito de tão elevado autor ficar apenas em considerações teóricas. Dotado de talento e graça extraordinários, aplicava a doutrina à realidade concreta dos fatos e às necessidades dos católicos nas circ unstâncias e m que viviam; e le es pec ifica o modo divino de Nosso Senhor ser e agir, como o supremo modelo para todos os cató licos.
R
"Chris tia nu s a lt er Christus " (o cristão é um outro Cristo). O Prof. Plí nio mostra que - g uardadas as infinitas proporções que separam a criatura do Criador - o verdadeiro cri stão deve ser semelhante a Jes us Cristo, em toda sua mane ira de ser e atuar. Assim, se formos autenticamente cristãos, seremos outros Cristos e devemos também ser, como o divino Redentor, uma luz que di ssipa as trevas. Como proceder para di ss ipar as trevas do neopagani smo revolucionário que obscurece os presentes di as? Que métodos empregar? Utilizá- los com mansidão? Com dureza? Empregá-los à maneira de um increpador intransigente? Ou como algué m que só sabe ceder? É o que mag istralmente o autor explicita na matéria que segue* . * * * Aproveitamos a ocasião para consig nar nossa homen agem àq uel e que • bem poderíamos qualificar "a alma de Catolicismo", o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. Nascido no dia J 3 de dezembro de 1908, completaria e le, no corrente mês, 95 anos de idade.
Graciosa encenação durante a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima em Bela Cru z (CE)
DEZEMBRO 2003 -
, PuN10 CoRRÊA DE OuvE1R>A
,.,
ux in tenebris lucet. 1 Fo i com estas pa lavras que o di scípulo amado anunc iou para seu tempo e para os sécul os vindouros o grande aco ntec imento que celebramos neste mês. Fórmula sintética, sem dúvida, mas que exprime o conteúdo inexaurive lrnente rico do grande fa to: havia trevas por toda a parte, e na obscuridade dessas trevas se ace nde u a Luz. Por isto é que a Santa Igreja afirma com estas pal avras proféticas de Isaías o seu júbilo na no ite do Natâ l: "Hoje uma luz brilhará sobre nós, porque nasceunos o Senhôr, e será chamado Admirável, Deus, Príncipe da Paz, Pai do século futuro, cujo reino não terá fim" (Intróito da 2ª Mi ssa do Natal, com base e m Is. 9, 2 e 6).
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era de laicismo e de ateísmo militante. Os ricos são novamente duros, os pobres tendem cada vez mais para a rebeldia e o ócio, a crueldade penetrou novamente nas le is dos povos e nas re lações entre as nações, a ganância dos homens de negócios não tem limites, as leis são cada vez mais sociali stas e, po is, cada vez mais injustas, a confo rmação da sociedade e do Estado se torna cada vez mais defeituosa. O quadro que traçamos do mundo antigo poderia aplicarse fac ilmente ao mundo de hoje com simpl es mudanças de no mes, fa lando, po r
A Luz (Jue dissipou as trevas do paganismo Qual a razão destas metáforas? Por que lu z? Por que trevas? Os comentadores são unânimes em afirmar que as trevas que cobri am a Terra quando o Salvador nasceu eram a idolatri a dos genti os, o ceticismo dos fil ósofos, a cegue ira dos jude us, a dureza dos ri cos, a rebeldia e o óc io dos pobres, a crue ldade dos soberanos, a ganância dos homens de negóc io, a inju stiça das le is, a confo rmação defeituosa do Estado e da sociedade, a suje ição do mundo inteiro à prepotênc ia de Ro ma. Foi na mais profund a esc uridão dessas trevas que Jesus C ri sto apareceu corno urna luz. Qual a missão da luz? Evidentemente, dissipar as trevas. De fato, aos poucos foram elas cedendo. E na ordem das realidades vi síve is, a vitória da luz consistiu na instauração da Civilização Cristã que, ao tempo de sua integridade, fo i - embora com as falhas inerentes ao que é humano - autêntico Reino de Cristo na Terra.
Os cristãos devem atuar como Jesus Cristo agiu Não é o caso de se faze r aq ui a história do crepúsculo da C ristandade ocidental. Basta lembrar que, do século de Santo Tomás e São Luiz deslizamos para esta nossa
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CATOLICISMO
O demônio, o mundo e a carne, três fato res determinantes da imensa aposta sia do mundo contemporâneo .
exemplo, não de Ro ma, mas de Was hington e Moscou. Essas as LTevas. E a luz? A luz é Jesus Cri sto, e a luz somos nós, pois
"christianus alter Christus ". Co rno ag ir para di ss ipar as trevas? Corno o fez Jesus C ri sto, q ue fo i a luz po r excelê nc ia. Concretame nte co mo? Que métodos e mpregar?
Diversas posições face ao demônio, ao mrm<lo e à carne Todos admite m que três são, e m essênc ia, os fa tores que retê m os homens no erro e no pecado: o de mô ni o com suas te ntações; o mundo co m suas seduções; a carne com seu aguilhão.
Em que proporções age m estes três fa tores no produ zir a imensa apostasia do mundo conte mporâneo? Aqui nasce a divi são nas to rn adas de posição. Não prete nde mos apo ntar as várias pos ições teoricamente poss íve is no proble ma ass im considerado: as que se e xtremam num sentido, as que se extre mam no outro sentido, e por fim o me io te rmo mode rado. Quere mos registrar ape nas os do is estados de espírito mais generali zados e os vários mati zes com que se apresentam.
Inconvenientes da posição de rotina para os internsses da Igreja Ternos antes de tudo a pos ição rotine ira, q ue e ra há alg uns anos ainda a mais generali zada, e que consiste em não co mpreender, e m não cons iderar sequer o proble ma. Ao escolher para si um campo de traba lho na imensa linha de ação, a muito poucos ocorri a considera r previ ame nte, e e m seu conjunto, os interesses da Igrej a, para tornar pos ição no po nto ma is impo rtante, mais abandonado talvez, e e m que o traba lho seri a ma is útil o u mais urgente . Agia-se ao . abor das c ircun stâncias. As re lações pessoais atraía m para esta o u aque la pos ição, e a li se fi cava. O u então um pendor pessoa l por certo gênero de atividade, uma c ircun stânc ia fo rtui ta q ue faz ia ver este ou aque le aspecto de um pro bl e ma, era o motivo determ inante da esco lha. Como se vê, este sistema tinha um quê de in stin tivo e irrefl etido, e este cunho se transmi tia da escolha do campo de ação para a do método. Segui am-se pura e simpl esmente os precedentes j á fi xados.
Posição ardorosa: combate total ao demô11io, ao mundo e à came Ao lado dos rotine iros, havi a e há os ardorosos . Para estes - implic itame nte alg um as vezes, ex pli cita mente outras o qu ad ro se aprese nta muito c laro . A questão de saber qua l dos três fatores de mô nio, mundo o u carne - é o preponderante no mundo de hoje, é em boa parte fa lsa e inútil , corno seria a do ho me m que, fo rte me nte agarrado pe lo pescoço por um ag ressor, em lugar de reag ir, se
perguntasse a si mesmo se era do antebraço, do braço ou dos ded~s do adversário que provinha o mais fo rte da pressão. De fa to, o home m e ntregue às volúpi as da carne tende a ati ra r-se com todo o peso de sua miséri a às delícias do mundo; e sua alma cheia de tanto lodo está preparada para receber a ação do de môni o. Cada um destes fa tores abre pois o campo para o outro, e m lugar ele lhe di sputar o terreno. E por isto, instaurado numa alm a o jugo cio de mô ni o, ela se torna mais escrava do mundo e ela carne. É o que se po~e chamar um c írculo vicioso.
... e a ton,a incapaz de <lisce1·ni1· entre a verdacle e o en·o Daí as notas tão freqüentes no mundo de hoje, e que estão num nível inferi or ao da natureza humana: a incapac idade quase total de di scernir entre a verdade e o e rro; a indife re nça completa e ntre o bem e o mal; a cegueira ante mil agres estu pendos como os de Lourdes; o ódio mili ta nte à Igreja; a idolatri a da carne. E acima de tudo isto, um tão fo rmidável endurec ime nto no mal, como poucas vezes antes o registrou a Hi stóri a.
A ação cio clemônio cr esce na alma com o pecado ... De mais a mais, ca rne, mun do e de môni o não constitue m três etapas di stin tas, três abi smos sucess ivos. A capitul ação di a nte de qu a lqu er de les, po r mais in c ipi ente qu e seja, dá imed ia to v igo r aos outros. O círc ul o v icioso tem in íc io logo na prim e ira de rrota, já é sob a fo rm a de círc ul o vi c ioso que se apresenta m as primeiras te ntações. Sa ber po r qual destes três dedos o in fe rno bateu pe la prime ira vez à porta de um a alm a, qu em o poderá d izer, suposto que de fato não se tenh a utili zado de todos os três! E de res to po uco importa isto à qu estão de método para o "ardo roso". Conside ra ele qu e a ação do demô ni o c resce na a lm a co m o pecado, e qu e por sua vez agrava as devastações do pecado na alm a. Mas no que co nsiste prec isa me nte a ação do de môni o? Em dar aos impul sos de deso rde m, qu e o pecado ori g ina l in stalou e m nós, um a vivac idade, um a e ne rg ia, uma ba ixeza a in da maio r; em nos arras tar a uma esfera de degradação, de sensuali dade e de imp iedade pi or aind a que a da sim ples malíc ia hu ma na. Arrasta ndo po is para baixo os pecadores, proc urando dar coesão, uni dade, acerto de mov imentos e m toda a Terra às e nergias caót icas e por s i mesmas anárquicas da corrupção, sopra ndo, estimul ando, capi ta neando, o de môni o é o ve rdadei ro c hefe do re in o das trevas no mundo. CATOLICISMO
A posição otimista tende a ser co11cessiva ao mal Muito diversa é a posição dos "otimistas". Para eles, o home m contemporâneo não é senão um meninão travesso, mas bom no fundo, que só tem um ponto difícil : é irritável. Por certo ele está algum tanto longe de praticar todos os mandamentos. A culpa entretanto não é principalme nte sua, mas dos que não o souberam compreender. E m lugar de o ter irritado com dogmas, preceitos, penas, dever-se- ia tê-lo nutrido com o mel suave das concessões, dever-se-ia tê-lo tratado a pão-de-ló e sorri sos. Não se compreendeu isto, e como ele é irritável e algum tanto traquinas, eito que quebra igrejas, desencadeia gue rra s, mul tipli ca re vo lu ções. Como se admite que nada disto encerra uma malícia fundamental, é de se excluir também uma ação durável e profunda do demônio. E nem é de se admitir que a carne e o mundo sejam tão vigorosos e m seu império sobre o " me ninão". O mal, portanto, foi que o irritaram, e a cura consistirá em abrandá-lo. A condenável linguagem otimista, "politicamente correta"
No mundo atual notam-se aspectos degradantes, situados em nível inferior ao do natureza humano . É uma esfera de degenerescência por vezes pior que o do simples malícia dos homens.
Vi sto assi m o quadro, é claro que se trata de res istir com todas as fo rças a este turbilh ão dos ele mentos desencadeados, de ntro do qu al sopra adema is o espíri to das te mpestàdes. É preciso acende r ho lofotes tão potentes que abram os olhos aos cegos; fa lar tão alto que os surd os ouça m; co mbate r e m todas as suas mani fes tações, aind a as menores, os surtos da lascívia, do mundani smo, do satani smo, pois toda concessão é uma se me nte da qu al nascerão não só árvores, mas fl orestas.
Concessões? Mas o que co ncede r? Bem e ntendido, não o essenc ial, mas o ac ide ntal. O que é o essenc ial? O que é o ac ide ntal? É aqui que o problema começa a sair do puro â mbito da metodo log ia. Antes de tudo - segundo a pos ição otimi sta - é prec iso não d izer as coisas clara mente, porque "pode irritar". Castidade, sim, mas pro nuncie a palavra be m baixinho; só quando fo r essencial, indi spensável; ou melhor, re nuncie a fazer uso de la por muito te mpo. Obedi ê nc ia ao Magisté rio da lgreja? S im , sem dúvida, mas não fa le propriame nte e m obediê ncia, ne m pro pri amente em Mag isté ri o: poderíamos irritar o " meninão". Melhor seri a fa lar vagamente e m fé. Pecado? Não é termo conveniente: falese antes em fraqueza, em lapso, em deslize. E cuidado: fa le-se sobre isto sorrindo. Inferno? Para quê? Se nosso " me ni não" pe rcebe que pode ir te r lá, acabará por sentir um terrível ódio contra De us.
Há no Evangelho algumas referências a este assunto. Mas é que os publicanos ouviam falar nisto, e lhes fazia bem. Nosso "meninão", pelo contrário, é emancipado e fez várias "tomadas de consciência". Ele se revoltaria. Deixemos o assunto para mais tarde, será mais prudente. Tudo isto quanto ao modo de enunciar a doutrina. Quanto ao modo de aplicar, as coisas vão mais longe. Dizem que é preciso ceder em matéria de saias curtas, de trajes de banho, de promiscuidade sexual; que é preciso ceder em matéria de danças lascivas, de atitudes provocantes, de rom.ances e filmes imorais; que é preciso ceder em matéria de existencialismo e de qualquer outra moda ideológica que represente um passageiro capricho do "meninão". Pois o contrário poderá irritá-lo pavorosamente.
intransigente com eles, poi s do contrário ... o mundo se transformará num grande convento onde não caberá o " meninão" ... isto é, num verdadeiro inferno!
Posição de Nosso Senhor: proclama,· a verdade inteira O que nos ensina a este respei to Aquele que é por excelência a Luz brilhando nas trevas? Por seu exemplo e por suas palavras, Nosso Senhor nos ensina antes de tudo que é preciso nunca silenciar a verdade; que cumpre proclamá-la intei-
1i·a11sige11tes com o mal, intransigentes com o bem De concessão em concessão, chega-se ainda mai s longe. É bem certo que há mal em tudo isto? Há neste assunto as capitulações implícitas. Proclama-se que não há mal no namoro, mas não se di stingue entre o namoro feito em tempo oportuno e em modos decentes, com vistas ao casamento, e todos os outros estilos de namoro. Afirma-se que não há mal nas saias curtas, mas evita-se dizer o que se entende por "curta". Sustentase que não há mal em usar trajes de banho, mas evita-se lembrar que a imensa maioria dos trajes usados é má. Diz-se que, em si, dançar não é pecado, mas evita-se acrescentar que hoje em dia a maior parte das danças é perigosa. Verdades acacianas que levam ao equívoco, tudo para não irritar o "meninão". E às vezes se vai mais longe ainda. À boca pequena, acaba-se confessando que a Igreja evoluirá ... porque senão o "meninão" é capaz de fazer coisas horríveis! Mas, bem entendido, o "meninão" é muito bom. Quem representa o demônio não é ele, mas os retrógrados, os carrancudos, os reacionários, que têm a "mania maldita" da lógica, da coerência, das idéias claras, das posições nítidas. Estes, sim, é preciso ser inflexível, combativo, CATOLICISMO
A apetência desordenado dos prazeres e confortos do sociedade hodierno adormece nos pessoas os manifestações de intransigência ante o mal e favorece os capitu lações implícitos ou explícitos em face deste
ra, ainda que nos os ouvintes não nos aplaudam, ai nda mesmo que nos queiram lapidar ou crucificar. É preciso anunciá-la com palavras de ameaça? É preciso anunciá-la com um semblante de indulgência e de bondade?. Nosso Senhor fez uma e outra coisa, conforme o estado de alma daqueles a quem se dirigia, e o mesmo faremos nós. Nem havemos de renunci ar às apóstrofes candentes e ao tom polêmico, nem às palavras de doçura e incitamento. E pediremos a Nosso Senhor que nos dê o discernimento dos espíritos necessário
para fazer uma e outra coisa no momento oportuno. Santos houve que fizeram principalmente uma coisa, e santos houve que fizeram principalmente outra. Não houve um só santo que jamais fizesse prova de severidade, ou jamais fizesse prova de suavidade. Cada qual agiu segundo nele soprava o Espírito, e por isto uns e outros foram canonizados pela Igreja. Cada um de nós proceda segundo o espírito que tem, e não atire pedras no outro porque age de modo diferente.
S01·1·h· ou increpar, mas nm,ca ceder ao mal, doa a quem doei· Com uma ressalva porém, e esta muito importante. É que na aplicação dos princípios jamais se pode ceder. Sorrindo ou increpando, pouco importa, diga-se que o mal é mal e o bem é bem. Não se tenha a menor transigência para com o mal, nem na menor e mais velada de suas manifestações. E não se deixe de estimular, incentivar, pregar o bem em todos os seus aspectos, doa a quem doer. Poi s agir de outro modo não é trabalhar para propagar a luz, é velá-la, é querer extingui-la. Esta é a lição que nos deixou Aquele cujo nascimento neste mês celebramos genuflexos. Saibamos imitá-Lo até o fim do caminho, ainda que repudiados e vilipendiados por todos. Que mal haverá em que algum dia se ponha em nosso epitáfio "sui eum n.on receperunt" - e os seus não o receberam (Jo 1, 11 )2 - , se com isto imitamos Aquele cuja imitação é nosso único ideal, é toda a nossa razão de ser? •
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Catoli c ismo @terra.co m.br
Notas: * O texto
ac ima const itui a transcrição praticamente integral do artigo do Prof. Plinio, elimi nadas apenas algumas frases co ncernentes a problemas concretos da época em que foi escrito. Na presente reprodução, in serimos o subtítulo e os entretítulos, conforme o estil o da nova apresentação gráfica da revista. 1. " Lux i11. tenebris li.Icei, et tenebrae eam non co11prehenderu111 " (A Luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam - Jo 1, 5). 2. "ln propria venit, et sui e111n non recep erunl " (Veio para o que era seu, e os seus não o receberam - Jo 1, 11 ).
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Os 12 dias do Natal
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proxima-se o Natal. Há mais de dois mil anos nasci a o Salvador dos homens. Depois da Páscoa da Ressurreição, essa é a festa mais importante para O que dizer sobre o interessante conto toda a Cristandade. Nesses mais de 2000 Natal na Trincheira? Em plena SeNatais da História, quantos fatos gunda Guerra Mundial , um a e exemplos memoráveis se departe dos combatentes cesram. Seria necessária uma ,'.;;..{é..(~ sa as hostilidades e sa i de grande coletânea de livros suas trincheiras cantanpara narrar tantos acondo o Stille Nacht; e o tecimentos desde o priinimi go, tomado de esmeiro Natal - a Natipanto, percebe tudo: era vidade por exce lência a noite de Natal! - , passando pelos NaSeria pouco, se ficástais durante a persegui semos ape nas no campo ção romana e as abençoaque mardos fatos externos das comemorações ·natalicaram o Natal e m todas as nas da Idade Médi a. Avançanépocas, poi s esse magno acontecido na História, por fim chegaríamento inspira nas alm as variados temas, e mos ao sécul o XXI, reconhece ndo (com nos oferece també m lições de virtude e granquanta dor!) que o verdadeiro significado do deza de alma. Natal foi sendo deformado e dessacrali zado. Assim, merece destaq ue a despretensão Não é, porém, nosso objetivo anali sar de um Franz Grüber, compositor do Stille aq ui todos os ricos aspectos que apresenta o Nacht (Noite Feli z) , que se tornou a canção Natal, mas sim relembrar, med iante alguns nata lina por exce lência. E la poderia ser hoj e poucos exemplos, a grandeza dessa data, e atribuída a autor anônimo, caso o Imperaquanto ela influenciou e quanta ascendência dor da Prússia, F rederico Wilhelm JV, não ainda exerce na sociedade hodierna. tivesse orde nado que se localizasse o compositor de tão sublime melod ia. * * * É digno de nota quanto o Natal in spirou É tocante lembrarmos o Natal Chouan, povos e nações. Deus cumulou cada povo, belo fa·to que se passou durante a Revoluquase cada região, de graças espec iais, a ção Francesa. O conto narra que um dos cada um propiciando um a compreensão valorosos chouans - camponeses católicos única do Natal, diversa da inte lecção de do oeste da França, que se levantaram conqualque r outro povo. Isso é espelhado no tra a Revolução Francesa - era cativo das co memorar, nas mú sicas e nos modo de hordas revolucion árias. Apesar da implacáambientes natalinos. vel feroc idade de seus algozes, ao toque do Através de músicas natalinas próprias, sino anunciando a Noite Santa foram estes o espírito espanhol manifesta sua particular tocados tão fortemente pela graça, que o livivac idade . Num a mbi e nte fest ivo, esse bertaram.
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CATOLICISMO
povo revela sua alegria esfuziante pelo nascimento do Redentor. De outro lado, as músicas natalinas alemãs ressaltam, de modo espec ial, toda a serenidade e inocência do clima próprio ao Natal, vi sto pelos germânicos. O italiano, o polonês, o austríaco, o inglês (este, na medida em que conservou sua fidelidade à Santa Igreja), e nfim , todos os povos cri stãos souberam expressar, cada um a seu modo, o que o Natal representa para cada um deles. A verdadeira glória nasce da dor - escreveu Plinio Corrêa de Oliveira. Quantos povos e quantas pessoas conheceram em seus Natai s o sofrimento e a perseguição ! É ainda hoje o caso da China, de Cuba e outros países. E essa circunstância, em tantos casos, só fez aumentar nesses católicos sofridos a fé e o amor pela Santa Igreja. * * * Há uma bela mú sica de Natal inglesa intitul ada Twelve Days of Christmas (Os 12 dias do Natal), pouco conhecida entre nós, e que surgiu du rante a época da perseguição anglica na contra os católicos naq uel e país, no século XVI. Com a pseudo-reforma protestante, países como a Inglaterra, ao abandonarem o regaço da Santa Igreja e caírem na heresia, começaram a perseguir os católicos, tornando quase impossível a prática da verdadeira Religião. Para comunicar aos fiéis a sã doutrina e poderem celebrar sem medo de represáli as o Natal do Salvador, segundo a tradição da Santa Igreja, católicos ingleses compuseram tal mús ica, que é um catecismo secreto, porquanto expressa em símbolos a realidade de nossa fé. Ela foi também utilizada muitas vezes durante a Revolução Francesa. Ei-la: "No primeiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu -me: uma perdiz numa pereira. No segundo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu -me: 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira. No terceiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 3 galinhas francesas, 2 pombas-rolas e uma perdiz numa pereira". (Di a após dia, ela va i narrando, e m orde m decrescente, o que o " me u a mor deu-me"). "No quarto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 4 pássaros cantando ...
No quinto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 5 anéis dourados .. . No sexto dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 6 gansos chocando ... No sétimo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 7 cisnes nadando ... No oitavo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 8 servas_ordenhando ... No nono dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 9 senhoras dançando ... No décimo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 1O lordes saltando ... No décimo primeiro dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 11 .flautistas tocando..." E termina dizendo: "No décimo segundo dia de Natal o meu verdadeiro amor deu-me: 12 tocadores de tambo,;] ].flautistas tocando, 10 lordes saltando, 9 senhoras dançando, 8 servas ordenhando, 7 cisnes nadando, 6 gansos chocando, 5 anéis dourados, 4 pássaros cantando, 3 galinhas francesas, 2 pombas-,vlas e uma perdiz numa pereira ... " Qual o significado da letra dessa mú sica? 1° di a: O meu verdadeiro amor é Deus Pai. E a perdiz na pereira simboliza Nosso Senhor Jes us Cri sto. A perdiz é um anim al corajoso, capaz de lutar até a morte pa ra defender seus filhotes. E a pereira representa a Cruz. 2° dia: Duas pombas-rolas representam o Antigo e o Novo Testame nto. Durante séc ulos, judeus ofereciam pombas a De us. As du as pombas le mbram o sacrifício de Nossa Senhora e São José oferec ido por Nosso Senhor. 3º dia: Três galinhas.francesas representam as três virtudes teologais: fé , espera nça e caridade . Essas galinhas eram muito caras durante o séc ulo XVI e só os ricos tinham condi ções de comprá-las. Simbolizava m os três presentes ofertados pelos Reis Magos a Nosso Senhor: ouro, o mais prec ioso dos metais; incenso, usado nas cerimônias religiosas solenes; e a mirra, uma especiaria sem igual.. 4" dia: Quatro pássaros cantando representa m os quatro Evangelhos. Neles estão co ntidos a vida de Nosso Senhor e seus ensiname ntos. Como pássaros cantand o de modo claro e em alta voz, os quatro Evange li stas espalham por todo o mundo a BoaNo va da Vida, M orte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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DEZEMBRO 2003 -
·:1. 5° dia: Cinco anéis dourados representam os cinco primeiros livros do Antigo Testamento ou o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), que lembravam aos católicos suas raízes. Os judeus consideravam esses livros mais valiosos que o ouro. E depois que a devoção do Rosário tornou-se mais conhecida, lembravam as cinco dezenas do Rosário da Bemaventurada Virgem Maria. 6º dia: Seis gansos chocando representam os seis dias que Deus empregou na cri ação da Terra, do Universo e das criaturas. Os seis gansos chocando ovos recordam como a Palavra deu vida à Terra. 7º dia: Sete cisnes nadando representam os sete sacramentos e também os sete dons do Espírito Santo. Com os sacramentos e os dons, os fiéis poderiam sustentar-se através dos tempos de perseguição. Como os filhotes de cisnes transformam-se de patinhos feios em belos cisnes, assim a graça de Deus nos transforma de simples criaturas em filhos de Deus. 8° dia: Oito servas ordenhando representam as oito bem-aventuranças pregadas por Nosso Senhor no Sermão da Montanha. As bem-aventuranças, como o leite, alimentam e nutrem o católico. 9° dia: Nove senhoras dançando são os nove frutos do Espírito Santo (Gal. 5, 2223): caridade, alegria, paz, paciência, afabil idade, bondade, fidelidade, brandura e temperança. Da mesma forma como as se-
nhoras que dançam alegres, os cristãos podem alegrar-se com a vida transformada pelos frutos do Espírito Santo. 10° dia: Dez Lordes pulando simbolizam os lO Mandamentos da Lei de Deus. Os Lordes eram homens com autoridade para governar e disciplinar o povo. l 1° dia: Onze .flautistas tocando representam os 11 Apóstolos que permaneceram fiéis a Nosso Senhor, após a infame traição de Judas. Como crianças que seguem alegremente o flautista, esses discípulos acompanharam a Jesus. Eles também chamaram outros a segui-Lo. E tocaram uma canção eterna: a mensagem de salvação e da ressurreição após a morte. 12° dia: Doze tocadores de tambor representam os doze artigos do Credo. Assim como eles tocam sonoramente para que os outros acompanhem o ritmo da música, o Credo revela a fé daqueles que são chamados cristãos. Muitas pessoas não imaginam quais são esses 12 Dias de Natal. Trata-se dos dias entre o Natal e a Festa da Epifania, a qual é tradicionalmente ce lebrada no dia 6 de janeiro. •
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E-mail d o autor: rogerlui s@ hotma il.co m
Fonte de referência:
"Da ily Catho li c", Kimberlin g City (M isso uri) ,
5- 1- 1999. http://www.fbcwpb.org/sitedata/mi ni stry/chi ldren/ l 2days/forward .h tm
INFORMATIVO RURAL
ONU pressiona para intervir no Brasil A ONU, que tem se revelado um órgão J-\.. internacional fracassado para resolver problemas nos mais variados quadrantes da Terra, está empenhadíssima em intervir no Brasil. A razão parece clara: querem impor ao País um modelo socia lo-comunista, a começar pela Reforma Agrária. E um passo para isso seria cercear a ação do Judiciário. 1) Em 21-10-02, o relator especial da ONU para a fome, Jean Ziegler, criticava a lei que impede fazer Reforma Agrária em terras invadidas. 2) 16-9 a 14- 10-03: a relatora especia l sobre Execuções Extrajudiciais da ONU, Asma Jahangi1·, disse que "no Brasil, ainda existem forças desesperadas tentando manter o status quo ". Ou seja, ela quer mudar a situação interna do Brasil. Em que direção? Evidentemente a do sociali smo que caracteriza a ONU. Clara intromissão nos assuntos internos do País. E la vai solicitar a visita de outro relator da ONU especializado no poder judiciário, o argentino Leandro Despuis, para averiguar a independência dos juízes e advogados. 3) Em 9-10-03, a diretora-executiva do Programa para Assentamentos Humanos da ONU, Arma Tibaijuka, "disse considerar a reforma agrária uma estratégia indispensável para melhorar o problema da habitação" no Brasil. Ou seja, forçando a realização da Reforma Agrária! E foi mais longe: "defendeu ainda
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Asma Jahangir, funcionária da ONU, com sua declaração, deseja uma mudança interna em nosso País, no sentido socialista
Anna Tibaijuka, outra funcionária da ONU, a propósito do tema moradia, ameaçou : uma revolução pode estourar no Brasil
Breves
Frase
• Ó pres'ictente Lula terá uma convers~1 re-AV;/~i-esidente da CPT, D. Tomás B.~lduíno: "Vi servada com o ruralista Ronaldo Caiado. estarrecido as declarações de D. Amaury. Preocupante! Caiado foi, na década de 80, Eu <isámsidem absolutamente illíquas, in quem favÔr~ceu a aprovação dos dispositi- .fi111c/adas e' preconceituosas" ("O Povo",
"Os negócios de reforma agrária no Brasil são vergonhosamente políticos, mas poucos se atrevem a dizer por temerem represálias" (Uchôa de Mendonça, "A Gazeta", Vitória, 10-9-03).
vos socialistas sobre a Reforma Agrária, que estão na Constituição. • O Bispo de Jundiaí (SP), D. Amaury Castanho, criticou o líder do MST, João Pedro Stédile, o que provocou as iras do
CATOLICISMO
uma reforma política, de modo a reparar a desigualdade para acesso à propriedade". Chegou a ameaçar com uma revolução: "Caso o tema moradia não seja posto na ordem do dia, em décadas a situação ficará tão insuportável que dificilmente será possível escapar de uma revolução " . Essa linguagem lembra as velhas arengas de D. Helder Câmara, 40 anos atrás, para o qual uma revolução estouraria naqueles dias, caso não se fizesse a Reforma Agrária imediatamente. 4) Em 17-10-03, ficamos sabendo que mai s um relator da ONU ameaça vir ao Brasil em março próximo. Trata-se do encarregado de "direito e moradia" , o indiano Miloon Kothari. Ele "quer saber o que o Supremo Tribunal Federal está fazendo para garantir acesso à moradia e à terra " . Está planejando passar pelas principais capitais do País para "investigar a questão da propriedade das terras, de casas" e avaliar a "distribuição de terra". Como se vê, é uma pressão violenta. E o pior é que parece articulada com certos setores do governo brasileiro. O secretário dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, anunciou que já está agendada a vinda do relator da ONU, Leandro Despuis, para averiguar as condições da Justiça e da advocacia. Enquanto isso o presidente do INCRA, Rolf Hackbart, criticou o Judiciário por dificultar a Reforma Agrária. •
Forlalú.a, 25-8-03). • O gclVerno fatia da Silva está derrubando às 'restrições para o repasse de recursos públicos aoscofres das entidades dos semterra.
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Santa Maravilhas de Jesus F iel filha espiritual de Santa Teresa de Ávila no seu amor à Religião e à Ordem carmelitana, Madre Maravilhas de Jesus, carmelita descalça, lutou tenazmente no século XX para que permanecessem intactas as regras, os usos e costumes legados pela grande Santa de Ávila, Reformadora do Carmelo. Sua festa transcorre no dia 11. " ' PLIN IO M ARIA SOLIMEO
M Acima: duas fotos de Madre Maravilhas; à esquerdo, pouco antes de entrar no convento No página ao lodo : acima , os carmelitas no dia do inauguração do Monumento no Cerro de /os Angeles; abaixo, durante o Guerra Civil, os comunistas atiram contra o Sagrado Coração, no referido monumento
CATOLICISMO
ari a de las Maravilhas Pidal y Chi co de Guzmán nasceu em Maclri no di a 4 de novembro de 189 1, filha de Luís Pidal e Cri stina Chico de Guzmán y Mufíoz, Marqueses de Piela!. Seu pai exerceu os cargos de mini stro de Fomento, embaixador ela Espanha junto à Santa Sé e presidente do Conselho de Estado. Os Marqueses de Piela! eram muito religiosos e esmoleres, rezavam o terço diariamente em fa mília e cumpriam com a maior exatidão seus deveres de estado. Num ambiente familiar assim, Maravilhas sentiu-se desde cedo predisposta à virtude. Além disso, beneficiava-se da boa influência de sua avó materna, Da. Pat:ricia Mufíoz Dominguez, piedosa e austera, com quem compartilhava a habitação.
Madre Maravilhas de Jesus afi rmará que sentiu o apelo divino para a vida religiosa com o despertar da razão. Aos cinco anos de idade, fez voto de castidade. Diari amente ia com sua avó à santa Mi ssa e, apesar de seu desejo, não pôde fazer a primeira comunhão senão depois cios 10 anos de idade, como era costume na época. Dirá ela a seu diretor espiritual: "O dia de minha primeira comunhão foi fe licíssimo. Só f alei com o Senhor de meus anelos de que chegasse o dia de poder ser toda sua na vida religiosa". 1 Ardente desejo de consagração a Jesus Nesse tempo, fo i recebida como f ilha de Maria. A adolescente escreveu na primeira página ele seu manual francês, também nesse idi oma: "Maravi-
lhas, fi lha de Maria! Ó Santa Mãe de Deus, obtende-me um coração ardente para desejar a Jesus; um coração puro para recebê- Lo; um coração constante para não O pe reler jamais". Em 1913 morre seu pai, e no mês seguinte sua avó materna. Como seus irmãos já se havi am casado, tocava a Maravilhas fi car com a mãe, o que tornava mais difíc il para ela a entrada no convento. Anos depois, indo passar uma temporada com seu irmão e cunhada em Torrelavega, fo ram até Covaclonga, onde Maravilhas suplicou muito à Virgem ali venerada que lhe concedesse a graça de entrar o quanto antes num carmelo. Nossa Senhora a ouviu . Pouco depois, tanto seu diretor espiritu al quanto sua mãe concederam-lhe a esperada permi ssão. Entrou no carmelo de El Escorial no di a L2 ele outubro ele 19 L9. A obediência a fi zera esperar até os 27 anos para consagrar-se toda a Jesus!
O Ccno de los Angeles e o novo cannelo Em junho de 19 11 reali zou-se em Maclri o Congresso Eucarísti co Internacional. Como conclusão do mes mo, foi organi zado um ato ele co nsag ração da Es panh a ao Coração de Jesus Sacramentado. Al gun s fe rvorosos católi cos tiveram a idéia ele erigir um monumento a esse Divino Coração no Cerm de los Angeles, a 14 quil ômetros da capital, solenemente inaugurado no dia 30 de maio de J 9 l9, com a presença de toda a família real e mini stros, tendo então o jovem rei Alfo nso XIII lido o ato de consagração. No entanto, não havendo boas estradas, o monumento do Cerro fo i caindo no esquecimento. Certo dia Nosso Senhor, por meio de inspi rações interiores, comunicou à então Irmã Marav ilhas seu desejo de que fosse edifi cado um carmelo naquele local, para velar pelo monumento e se imolar pela Espanha. Também inspirou outra freira do mes mo convento a secundar a Irmã Maravilhas nessa empresa. Depois ele mil e uma dificuldades, as duas reli giosas com sua antiga Mes-
tra de Noviças e uma noviça fund aram o carmelo no Cerro de los Angeles. Este depressa prosperou , tendo recebido muitas vocações. A Irmã Maravilhas, apesar de ter feito os votos solenes pouco tempo antes, foi des ignada Mestra de Noviças, e logo depois priora cio novo carmelo.
E11fi•e11tando a revolução comunista de 1936 Era necessário um pul so fo rte para enfrentar a tormenta que se avi zinhava, e que resultou numa das mais cruentas perseguições à Religião de que se tem notícia - a revolução comuno-anarqui sta de 1936 a l938, que produziu um número imenso ele mártires. Não coube a Madre Maravi lhas e às suas filhas espirituais, embora o <lese-
jassem ardentemente, darem a vida pela Fé. Foram expul sas do convento e passaram um ano em Madri , mantendo a vida de comunidade num apartamento, sob constante ri sco. Até que ela e suas 20 freiras, com alguns leigos que a ela tinham se confiado, conseguiram sair ela Espanha para nela reentrar na região não dominada pelos co muni stas. Assim surgiu o convento de Batuelas, onde se estabeleceu a comunidade até a liberação do país cio jugo vermelho. Então, como havi a muitas pretendentes para o carmelo, foi possível voltar ao Cerro de los Angeles deix ando uma comunidade em Batuelas. Madre Mara vilh as, qu e em 1933 já havia envi ado religiosas para a ereção de um convento carmelita em Kottayan, na Índia, fun dari a ainda mai s LO na Espanha. Enviou também freiras suas para reforçar o carmelo de Ávil a, onde tinha vivido Santa Teresa, bem como outro no Equador. Fideli<la<le J,cróica ao espfrito de Santa 1'eresa Pe la Co nstitui ção Sponsa Christi, Pio XII propunha aos religiosos a formação de federações de mosteiros com noviciados comuns, madres federai s e reli giosos para as assessorar. Isso trazia como conseqüência reuni ões, vi sitas dos dirigentes da federação etc., o que alterava muito a vida ele um convento de contempl ativas como são as carmelitas . E não se coadunava com o que Santa Teresa estipul ara para seus carmelos, que deveri am ser comunidades autônomas e estáveis, com número limitado de monjas, clausura estrita etc. Madre Maravilhas, que não desej ava nenhuma alteração naquilo que Santa Teresa legara, fez o possível para evi tar modi ficações que alterassem a vontade da gra nde reform adora do Carmelo. Consultou o Geral ela Ordem do Carmo, o Pe. Silvério de Santa Teresa, a quem já conhecia e com quem tratara por ocas ião da fun dação do carmelo de Cerro de los Angeles. Diri giu-se mesmo ao Secretário da Congregação dos Reli giosos, o espanhol Pe. Arcádio Larraona. Os dois concordaram com o
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ponto de vi sta da M dre. Mobili zou ela todos os contatos que mantivera, tanto no campo civil quanto no eclesiástico, em favor de sua aspiração. Para ela, tratava-se de uma verdadeira batalha, para a qual tinha que usar todos os recursos da piedade, mas também da argúcia, da tenacidade e da sua extraordinária vitalidade.
1'enaz defensora da Ordem cannelitana A todo momento lemos em sua correspondência da época as palavras m.ilagre, salvar a Ordem, e outras que externam suas profundas preocupações, bem como sua sensação de que se entrava em difíceis tempos. Assim, quando o embaixador da Espanha junto à Santa Sé, Fernando Castiella, comunicou-lhe boas notícias a respeito do andamento de suas gestões no Vaticano, escreveu à priora do Cerro em 5 de junho de J954: " Isto f oi um milagre verdadeiro. A Santíssima Virgem quis salvar sua Ordem". 2 Em outra caita à mesma, ll-ês meses mais tai·de, afirmava: "A Santíssima Virgem, em seu Ano Mariano [1954], vai nos salvar ". A essa Madre, ela já afirmai·a pouco antes: "Minha Madre! Quanto temos que pedir à Santa Madre Teresa que livre sua Ordem! A Santíssima Virgem no-lo concederá". 3 A Frei Victor de Jesus Maria , O.C.D. , canonista e Definidor Geral da Ordem , escreveu e la em 4 de julho de 1956: "Já sei que V. Revma. não nos esquecerá e pedirá muitíssimo para que não permita o Senhor que a Ordem de sua Mãe seja tocada em nada. Já não nos resta mais que a oração, mas realmente é a arma mais pode rosa ". 4
Resistindo aos ventos dos 110vos tempos A questão arrasta-se, sobretudo com o início do Concíli o Vaticano li. Em carta escrita em abri I de J967 ao Preposto Geral da Ordem, Frei Miguel Ângelo de São José, diz ela: "A eleição de V. Revma. nos encheu de aleg ria, e vimos como Nossa Mãe Santíssima vela por sua Ordem, pondo-a em suas mãos nestes tão difíceis e delicados momentos". 5
CATOLICISMO
No dia de São Miguel, 29 de setembro de 1967, volta a escrever ao mesmo: "Faça tudo quanto seja necessário para salvar a 'Ordem da Virgem ' nestes tão difíceis tempos. Com a ajuda de Cristo, nosso Bem, e de sua Mãe Santíssima, não pode1nos duvidar de que assim será". O tempo foi passando, e um dos decretos do Vaticano II, o Pe,jectae Caritalis, voltou com a proposta de Pio XIl, recomendando às religiosas
"EI Priorito", imagem do Menino Jesus que Madre Maravilhas colocou como Prior do Convento no Cerro de
los Angeles
contemplativas a fo rmação de federações, uniões ou associações, como um meio de ajuda mútua entre os mosteiros . Madre Maravilhas vê no número 22 do decreto a saída que buscava. Recomenda esse item que "os Institutos e Mosteiros autônomos promovam entre si [. .. ] uniões, se têm iguais constituições e costumes e estão animados do mesmo espírito, principalmente se são demasiado pequenos". 6 Di scernia ela aí uma saída: fundar uma união de carmelos (dos por ela fundados e mais alguns que pediram sua admissão) sem ter que alterar em nada a vida desses mosteiros. A finalidade de tal associação era a de que esses cai:melos pudessem ajudar-se com faciliclacle, espiritual e economicamente, e até com o pessoal necessário, sem saídas nem entradas, sem visitas nem visitadoras etc. 7
Realização do desejo de "não mudar nada " Depoi s de muitas dificuldades, tensões e argúcias da Mad re, final -
mente Roma aprovou essa união em 14 de dezembro ele 1972, com o nome de Associação de Santa Teresa , sendo Madre Maravilhas eleita sua pres idente por unanimidade, em 12 de março de 1973. Numa carta enviada a Madre Luísa do Espírito Santo, priora de Arenas, em 22 de março desse mesmo ano, mostra Madre Maravilhas seu contentamento ao mesmo tempo em que indiretamente aponta as principais conquistas: "Como vêem, já nos concedeu o Senhor esta graça que lhe vínhamos pedindo, se essa.fosse sua vontade, e já temos aprovada a nossa Associação de Santa Teresa na Espanha. Foi como um. milagre que o Senhor tenha.feito que a aprovassem tal como a havíamos pedido. Para nossos conventinhos tudo isso não supõe nenhuma novidade, pois o vínhamos vivendo, com a ajuda do Senhor, desde há temtos anos; mas é muito que o Senho,; pondo em nossa maneira de viver o selo e a aprovação da Igreja, parece dizer-nos, pelo caminho mais seguro, que está contente com isso e que aprova nossos desejos de nüo mudar nada, e que sigamos adiante pelos mesmos caminhos que nossa Santa Madre nos traçou. [. .. ] De vários conventos nos pedem para entrar em. nossa união, mas por agora nos parece que não convém aumentar o número". 8 Madre Maravilhas 'de Jesus morre u em I J de dezembro de 1974, sendo beatificada por João Paulo II em 1998, e por ele canonizada em 3 de maio de 2003. • E-mai l cio autor: pm solimeo @uol. com.br
Notas: l. Pe. Rafael Maria López M elú s, O.Carm .,
2. 3.
4. 5.
6.
7. 8.
Nu estra D11lcís.1·i111a Madre - La Virgen Ma ria en la vida y escritos d e la !Jea/C/ Madre Mara vi lh as, Ed ibesa, M ad ri , 2001 , p. 50. lei. , p. 104. lei., ib. lei., p. 105. lei. , ib. Paul o VI , Decreto Pe1fec1a e Ca rilatis So/Jre a adequada re novação da vida relig iosa, 28 ele outubro ele 1965, n. 22. Pe. Rafael M. López M elús, op. cit., p. 106. lei. , p. 107.
ATUALIDADE
Stalinismo avança na Rússia de Putin Ü restabelecimento do velho estilo KGB, de repressão aos inimigos do partido, está na ordem do dia em Moscou □ SANTIAGO F ERNÁN DEZ
jati nho aguardava numa pista da Sibéria, quando agentes especia is do Kremlin o arrombaram, a lgemaram o dono e, sob a mira das pistolas, lançaram-no numa ce la da Mastrokaia Tichina, a Carand iru moscovita,junto com c inco criminosos comuns. Ali ficará, sem direito a fiança, até a Procuradoria forma li zar, ou não, as acusações. O preso é Mikhail Khodorkovsky, o mais ri co e mais bem suced ido empresário privado da Rússia. Ele e ng rossou assim a li sta dos empresários e ncarcerados ou fugitivos do regime. O crime? Na ordem de pri são constam g raves violações de leis c ivi s que, na opini ão dos anali stas, eram inevitáveis em atabalhoadas privati zações sob uma legislação a inda com uni sta, que não admitia a propriedade privada. Entreta nto, a verdadeira causa é pública e notória: Khodorkovsky obteve sucesso na livre iniciativa, financiava partidos que lutam pelas liberdades civis e era cada vez mai s popular, porque sustentava obras educativas e caritativas. Putin co nge lou 53 % das ações da Yukos, a gra nde empresa petrolífera de Khodorkovsky. Num jogo duplo que tem a marca típica da KGB, tentou tran qüilizar os intimidados empresários, enquanto a im prensa estatal colava neles o ve lh o rótulo marxista de oligarcas, sendo ni sso imi tada pela mídia oc idental. Com o mes mo intuito de tranqüili zar e angariar apoios, Putin vi ajou à Itália e ao Vati ca no. O embaixador dos Estados Unidos em Mosco u qu estion o u essa "justiça seletiva ". Vári as a utoridades americanas fizeram declarações no mesmo sen-
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Acima, à esquerda: o presidente Putin; na foto ao lado, Mikhai l Khodorkovsky
tido . Putin, entreta nto , advertiu Washin gto n de que as considerava incorretas e desresp eitosas. Simultaneamente, trovejou que recorreria a ataques preventivos com mísseis atômicos, caso se senti sse ameaçado . A eq uipe proveniente da KGB , hoje no poder, abateu ass im uma figura sim bólica. E, com ela, as esperanças de que a Rússia sairi a da cam isa de força docapitali smo de Estado, peça-chave do comuni smo soviético. Na pessoa de Khodorkovsky foram manietados os empreendedores privados, até o dono de mercadinho ou de banca de jornai s. Boris Berezovski, empresário ru sso hoje refug iado político em Londres, descreveu o governo Puti n como promotor de um processo de liquidação ·da oposição, para restaurar o "Estado.forte e centralizador do pe ríodo soviético".
Ilusões otimistas e_ s traçalhadas Em Moscou e no Ocidente já não pairam dúvidas de que o retorno do regime stalinista está adiantado. Putin vi-
nha asfix iando a liberdade re li g iosa, confi scando a mídia opos itora e concentrando pode res de contro le dos c idadãos na FSB, sucessora direta da polícia soviética , KGB. De ora em diante, a propriedade privada e a liv re iniciativa só desfrutarão de margem mínim a de ex istência, ao lado do Estad o, dono de tudo, como nos tempos de Stalin e Brezhnev. Que m ultrapassar essa margem - fica in sinuado - terá a sorte de Khodorkovsky. Permanece, porém, aberta a porta para as aplicações do macrocapitalismo oci dental combin adas com o Estado neocom uni sta ru sso. Ali ás, opção também j á existente, a seu modo, na é poca de Brezhnev ... A prisão de Khodorkovsky promete desenvolvimentos futuros, talvez desconcertantes. Mas, e ntre as muitas ilu sões que já exti ng uiu , encontra-se uma muito a lardeada no Ocidente por otimistas incorrigíveis e inocentes-úteis: "O comunismo morre u "! • E-mail cio autor: santi ag fernancles @netscape. net
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São Geralclo, Bispo e Confessor·
Santa Maravilhas de Jesus
+ Braga, 1108. De alta estirpe, monge de C luny. E leito Arcebispo de Braga, trabalhou com dedicação na formação do clero e instrução religiosa do povo. Primeira Sexta-Feira do Mês
1 Santo Elói, Bispo e Confesso!'
+ França, 659. Ourives famoso por sua honestidade, foi nomeado intendente do erá rio real. Dagoberto II, rei da França merovíngia, o fez mais tarde seu conse lheiro. Sagrado Bispo de Dornick, tornou-se apóstolo e evangeli zador de Flandres e do Brabante. Seu nome foi imortalizado em canções infa nti s.
2 Sa nta Bibiana, Vil'gem e Mártir + Roma , 363. Do patriciado romano, é filha dos mártires Flaviano e Dafrosa, e uma das santas mais populares de Roma. Como nada a faz ia renegar a fé, foi açoitada até morrer, sob Juliano o Apóstata.
3 São Francisco Xavier, Confessor + Sancião, 1552. Discípulo de Santo Inácio de Loyo la, é o apóstolo da Índia e do Japão, tendo seu ze lo a lcançado Málaca e as Molucas. Faleceu aos 46 anos às costas da China, que pretendia evange li zar. São Pio X declarou-o patrono especial da obra da Propagação da Fé e das Missões católicas.
4 São ,João Damasceno, Confessor e Doutor da Igreja
+ Síria, 749. Distinguiu-se pela defesa do culto às sagradas imagens, contra o_s iconoclastas. É o último dos Doutores da Igreja do Oriente e grande mariólogo.
6 São Nicolau, Bispo e Confessor
+ Mira, 324. Bispo de Mira, na Ásia Menor, de em inente caridade, fo i desterrado pelo Imperador Licínio. Derrotado este por Constantino, voltou à sua diocese, onde operou estupendos milagres. No Concílio de Nicéia, foi dos mais ardorosos ad versá ri os do arianismo. Primeiro Sábado do Mês
7 Santo Ambrósio, Bispo, Confessor· e Doutor da Igreja
+ Milão, 397. Governador de Milão e depois bispo, conselhe iro de imperadores e do Papa, teve um papel decisivo na conversão de Santo Agostinho.
8 IMACULJ\DA CONCEIÇÃO DA SANTÍSSIMA Vll~CI :M 1
Festa instituída pelo Bemaventurado Pio JX em seguida à promulgação desse dogma, que coroava trad ições muito antigas a respeito do tema.
9 Santa Leoc,íclia, Virgem e Mál'ti l' + Toledo, 304. Durante as perseguições de Diocleciano, foi presa. "Interrogada, confessou; atormentaram-na, e Deus concedeu-lhe a Coroa", conforme registra a antiga li turgia espanhola.
10 Trasladação ela Santa Casa de Loreto.
(Vide p. 40)
morte do marido, Adelaide governou o l mpério até a maioridade de seu filho .
pela eficácia com que combateu, pela palavra e escritos, a heresia protestante.
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Nossa Senhora ele Cuaclalupe, Padroeira principal da América Latina
São Lázal'o
Santa l<'l'élncisca Xavier Cabri ni , Virgem
Em 1521, poucos anos depois da conquista do México, Nossa Senhora apareceu a um índio, Juan Diego, deixando como penhor sua imagem impressa no poncho do vidente. Começava assim a série de intervenções sob renaturais, que mostrariam a especial complacênc ia da Santíssima Virgem para com este continente que se tornou majoritariamente católico.
13 Sa nta Luzia, Virgem e Mártil'
+ Siracusa, Séc. IV. Consagrando a Cristo sua virgindade e renunciando em favor dos pobres seu rico patrimônio, foi degolada. É invocada nas doenças dos olhos.
14 São João da Cruz , Confessor· e Doutor ela Igreja + Obeda, 15 9 J. Co-reformador do Carmelo com Santa Teresa. Poucos penetraram mais a fundo nos arcanos da vida interior.
15 Santa Maria Crucil'icada Di Rosa , Virgem
+ Bréscia, 1855. De nobre família, sua vida transcorre num período crítico para a Igreja e para a Europa. Fundadora das Servas da Caridade.
+ Marselha, Séc. l. "Aquele que amais está doente", mandaram dizer Marta e Maria ao Salvador. E realmente Jesus amava Lázaro de tal modo que o resgatou do mundo dos mortos. Segundo a Tradição, e]e foi colocado com as irmãs num barco sem leme e sem velas, que aportou em Marselha, o nde fundou uma comunidade cristã da qual foi o primeiro bispo.
18 Nossa Senhor·a ela Esperança ou Nossa Senhora cio S Celebrava-se neste dia a Expectação de Nossa Senhora . Por coincidirem, na liturgia, as primeiras Vésperas da festa com as Antífonas "s", daí a invocação de Nossa Senhora do S. Relembra as alegrias da Virgem ao aproximarse o dia bendito em que dari a à luz o Menino-Deus.
italiana, fundadora das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus. Foi ao e ncalço dos milhões de emigrantes italianos . Nos Estados Unidos, abr iu esco las, hospitais e dispensários em várias cidades. Estendeu seu trabalho à América Centra l e do S ul , Espanha, França e Inglaterra, para manter a fé dos adu ltos e formar as novas gerações.
23 São João Câncio, Confessor
+ Cracóvia, 1473. Cônego e professor de Teologia em Cracóv ia, depois pároco de Ilkus, confirmava sua pregação com o exemp lo da vida, tendo praticado em gra u heróico a caridade.
24 São Chal'bel Makhloul', Confesso!'
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+ Líbano, 1898. Segundo Pio
Santo Ul'bano V, Papa e Confesso,·
XII, esse monge libanês do rito maronita, modelo de contem p iação, "já gozava em vida, sem. o querer, da honra de o eh.amarem. santo, pois a sua existência era verdadeiramente santificada por sacrfffcios, j ejuns e abstinências".
+ Avignon, 1370. Papa do exílio de Avignon, ao subir ao trono pontifício propôs-se três metas: fazer voltar a Roma a sede do Papado, reformar os costumes e propagar a fé.
20 São Domingos de Silos, Confessor'
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+ (Espanha), 1073. Guardador
Santa Aclelaiclc Imperatriz, Viúva + Sehl , 999. " Maravilha de graça e de beleza", dela diz
de ovelhas na infância, foi chamado pela Providência a restaurar a Abadia de S il os, arruinada espiritual e materialmente pelas guerras árabes.
Santo Odi lon. Enviuvando aos 19 anos, casou-se em segundas núpcias com Otto I. Este recebeu do Papa a coroa de Carlos Magno, tornando-se Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Com a
+ Illinois, 1917. De origem
21 São Pedro Canísio, Confessor e Doutor ela Igreja
+ Friburgo, 1597. Discípulo de Santo Inácio, notabilizou-se
25 NATAL DE NOSSO SENHOR ,Jl~SUS CRISTO
26 Sar1Lo l•:stêvão, Protornártir Jerusa lém, Séc. I. Um dos sete primeiros di áconos nomeados e ordenados pelos Apóstolos. Segundo os Aios dos Apóstolos, ''.fazia prodígios e grandes sinais entre o povo". Não podendo isso suportar, membros da sinagoga alegaram que ele blasfemava, e o lapidaram.
27 São ,João, Apóstolo e I :vangelista + Éfeso, Séc. I. O Discípulo Amado por sua virgindade, re1
presentou a humanidade ao receber, junto à Cruz, Nossa Senhora como Mãe. Foi o Evangeli sta por excelê ncia da djvindade dt: Cristo. Perseguido pelo (mperador Domiciano, foi levado a Roma e mergulhado num tacho de azeite ferve nte, de onde sai u rejuvenescido. Foi então deportado para a ilha de Patmos, onde esc reveu o Apocalipse. Tendo morrido seu perseguidor, voltou a Éfeso, onde residia, tendo escrito então, a pedido dos fiéis, seu Evangelho e três epístolas.
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Intenções para a Santa Missa em dezembro Será ce lebrada pelo Revmo. Padre Davi Fran cisqu ini, nas segu intes intenções: • Missa de Nata l. A in tenção da Missa será rogar ao Menino Jesus, por meio de sua Mãe Puríssima, que conceda abundantes e especiais graças às famílias de todos aqueles que nos apoiaram durante o ano de 2003.
FESTA DA SAG RADA FAM ÍLIA E DOS SJ\NTOS INOCENTES
29 São Tomás Becket, Bispo e Mártir·
+ Canterbury, 1 170. Arcebispo de Canterbury e Primaz da Inglaterra. Por defender os direitos da Igreja contra o abso1utismo real , foi morto a machadadas, em sua própria catedral , durante um ofício.
30 São Sabino e Companheil'OS, Mártires
+ Séc. IV. Bispo de Espoleto (Itália). Na perseg uição de Diocleciano, foi preso com seus diáconos Exuperâncio e Marcelo. Obrigados a adorar um ídolo, Sabino o fez em pedaços, tendo por isso as mãos decepadas. Os diáconos morreram heroicamente com as costas retalhadas por unhas de ferro.
31 São Silvcstl'e 1, Papa e Con fesso!' + Roma, 335. Foi dos primeiros santos não mártires que recebeu culto público. Sob seu pontificado, a Igreja começou a sair das catacumbas e a construir basílicas magníficas.
Intenções para a Santa Missa em janeiro • Para o novo ano que se ini cia, pediremos, pela int ercessão da Santa Mãe de Deus e pelos méritos da Epifania de Seu Divino Filho, que Deus Nosso Senhor conceda aos leitores de Cato licismo e aos participantes da Aliança de Fátima e suas respectivas famílias, todas as graças necessarias para enfrentarem as di ficuldades que surg irem ao longo de 2004 , indicando-lhes os melhores cam inhos e so luções . • Também pedindo ao Apósto lo São Pau lo que alcance da Divina Providência abundantes graças de conversão para o Brasil , a fim de que o País persevere na verdadeira Religião e no cumprimento fiel dos Mandamen tos da Lei de Deus.
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. O papel da familia na ordenação da sociedade XLIII Encontro Regional de Correspondentes-Esclarecedores e Simpatizantes da TFP - Grande São Paulo n
Ü SCAR VI DAL
stituição famili ar neste sécuo; como ela tem sido denegrida de todos os modos; com o se incentivam ao máximo em nossa época a limitação da natalidade, o aborto, as relações pré-matrimoniais, os "casamentos de experiência" etc; e como deve proceder a fa mília católica, a fim de não sucumbir a essas investidas . Estes fora m alguns dos principais temas desenvo lvidos na primeira confe rênc ia desse Encontro Regional, proferida pelo integrante da TFP bras ile ira, Sr. Abel de Oliveira Campos, e acompanhada com grande interesse pelos 520 participantes, que lotaram o Auditório do Circolo Italiano, no Edi fíc io Itáli a, centro da capital pauli sta, no dia 18 de outubro último. *
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Mito e Realidade
Equador
., M AURO A LVES C O RRÊA
Brasília - Edi tado há apenas quatro meses, e já em sua 3ª edição, o livro Refo rma Agrária: o mito e a realidade, do jornali sta Nelson Ramos Barretto, acaba de ser lançado ofic ialmente em Brasíli a. O evento ocorreu no conhec ido restaurante Carpe Diem. Na ocas ião, o autor (fotos abaixo) autografou 100 exemplares adquiridos por professores universitários, agrônomos, produtores rurai s, jornalistas, políticos, magistrados, proc uradores, militares e estudantes que compareceram ao lançamento. Publicado pela Artpress Indústria Gráfica e Editora, de São Paulo, a obra vem despertando vivo interesse junto ao público brasile iro, tendo o autor recebido centenas de cartas e mensagens de congratulações pela sua ousadi a e acerto. Reforma Agrária: o mito e a realidade é fruto de oito anos de pesqui sa em conjunto com o sóc io da TFP, Paulo Henrique Chaves, e tem por base, em sua primeira parte, estudo anteri or elaborado por ambos. O autor percorreu mais de 20.000 km e vi sitou 60 assentamentos de Reform a Agrári a, mui tos dos quais tidos como " modelos" pelos respectivos órgãos públicos. Barretto ouviu a hi stóri a dos assentados contada por eles mes mos. Cotejou cuidadosamente as infor mações publicadas pelo INCRA , FAO e MST com a realidade encontrada nos assentamentos. Des mitificou a Reform a Agrária, mostrando, sem rebuços, seu rotundo fracasso. • E-mai l do autor: mauro co rrea@yahoo.co m. br
Membros da TFP brasileira e norte -ame ricana empreenderam na capital equatoriana uma Jornada de formação de jovens de Quito e Guaiaquil, abordando aspectos artísticos e religiosos da Civili zação Cristã daquele país, como também da vida e obra do fundador da TFP, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira .
A milagrosa e belíssima imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso permane ceu durante o mês de agosto na igreja do Mosteiro das Concepcionistas de Qui to, para ser venerada pelos fiéis . Uma delegação da TFP brasileira e da TFP norte-americana efetuou no dia 31 de outubro o traslado da imagem para o coro do referido mosteiro, onde permanece durante o ano .
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Igual interesse susc itou a segunda confe rência, a cargo do Sr. Marcos Luiz Garcia, Coordenador Geral da Campanha Vinde Nossa Senhora de Fátima, não tarde is!, a qual, juntame nte co m a TFP, orga nizou o evento. O expositor tratou do tema Os erros da Rússia se espalham pelo mundo - uma das previ sões de Nossa Senhora de Fátima, em 1917. O orador ressaltou também que o Imaculado Coração de Mari a triunfará sobre os erros espalhados pelo comuni smo. Tanto a abertu ra como o encerramento desse XLIII E ncontro coube a Plínio Vidi ga l Xavi er da Silveira, diretor da TF P bras ileira. •
I Bienal do Livro de Nova Iguaçu essa cidade da Baixada Fluminense, rea lizou-se de 3 a 12 de outubro a I Biena l do Livro, promovida pela Prefeitura Munic ipal, Câmara Brasileira do Livro e SESC. O evento reu niu 70 das principais edi toras do Brasil , tendo mais de 200.000 vi sitante percorrido os stands ex positores. A TrP participou dessa Bienal, divul gando obras e objetos religiosos no stand da Artpress Gráfica e Editora Ltda., bem como difundindo a revist a atolicismo. •
E-mail do autor: Osca rYidal @terra.com.br
CATOLICISMO
D EZEMBRO 2003 -
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Encontro anual de correspondentes da 'l FP norte-americana 1
ampla sede da entidade em Spring Grove, no Estado da Pensilvânia
s Encontros anuais de correspondentes das TFPs apresentam entre ·si várias semelhanças, mas também muitas diferenças. Como numa grande e pujante família, em que as pessoas e o modo de agir, em essência, são sempre os mesmos, mas sempre com novidades e desenvolvimentos que cativam, atraindo o interesse e a participação de todos. Ou também, à semelhança da Santa Igreja, imutável em seus fundamentos doutrinários, mas sempre adaptando sua atuação às características dos diversos povos. Foi esta a impressão que marcou os participantes do Encontro anual/2003 da TFP americana.
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CATOLICISMO
E ntidade alemã coirmã da TFP brasileira, a DVCK e. V. participa da maior exposição de livros do mundo [] RENATO MURTA DE VASCONCELOS
existe nele de antigo? Qual o limite entre o novo e o antigo? Provavelmente, muitos dos participantes não saberão responder com precisão, mas todos retornaram para suas casas plenamente satisfeitos com o que viram e ouviram, dispostos a voltar para reencontrar não só os mesmos amigos mas outros novos, após um ano de ap licação, na sua vida diária, do que ali aprenderam. •
e centenas de milhares de visitantes. A Associação Alemã pró Civilização C ri stã - Deutsche Vereinigung für eine Christliche Kultur (DVCK e. V) - esteve presente pela nona vez consecutiva, apresentando livros referentes a suas duas iniciativas principais: de um lado, a campanha "A Alemanha precisa da ajuda de Maria" (Deutschland braucht Mariens Hi(fe), para difundir a devoção a Nossa Senhora; e, ele outro, a campanha "Crianças em perigo" (Kinder in. Gefahr), contra a imora li dade que campeia sem freios nos meios ele comunicação ocial. No stand da DVCK (fotos 1 e 2), que expu nh a mais ele 30 publicações, ocupou local de destaque a Carta Pastoral do Cardeal Jorge Medina sobre a castidade, editada recentemente em forma de livro pela entidade. O interesse suscitado pela obra foi imenso. E também admiração, pois é rara a defesa da castidade nos dias de hoje, mesmo entre sacerdotes. Uma prova disso foi que um dos diretores da DVCK, o Sr. Mathias von Gersdorff, foi procurado por uma rede de televisão do Paquistão, para conceder entrevista sobre o tema. (fotos 3 e 4). Continuou a causar especial atração, como em anos anteriores, a edição alemã de Revolução e Contra-Revolução, a obramestra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que orienta o pensamento e a atividade da Bureau TFP e da DVCK na Alemanha. A Feira do Livro de Frankfurt, que teve neste ano a Rússia como tema preferencial, foi ainda ocasião para os representantes da DVCK travarem contatos com o público em geral e com editoras da Alemanha e de todo o mundo. •
E-mail do au tor: natarnat @hotrnai l. com
E-ma il do autor: renatovasconcclos @çornpuserve.co m
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As conferências abordaram interessantes temas como O Céu, objetivo último da nossa caminhada; Dirigindo a Contra-Revolução; O riso como instrumento da Revolução; Por amor de Deus e não por interesse próprio. A Santa Missa foi celebrada diariamente por D. Juan Rodolfo Laise, bispo emérito de San Luis, na Argentina, culminando com a belíssima missa solene pontifical de domingo, na igreja de St. Patrick, em York (foto 1). Na conferência inaugural, o Prínci pe D. Bertrand de Orleans e Bragança (foto 3) convidou os participantes a um empenho cada vez maior na luta contra a Revolução igualitária. Armando Valadares (foto 2), ex-pris ioneiro político do regime com uni sta c ubano, apresentou reflexões sobre os 21 anos em que viveu nos cárceres de Fidel Castro; um videotape gravado especialmente pelo Coronel John Ripley, herói da Guerra do
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Frankfurt - De 9 a 14 de outubro, reali zou-se em Frankfurt am Main a tradicional feira anual do livro, Franlifurter Buchmesse, que atraiu milhares de expos itores
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'l FP na Feira do Livro de Fr
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Emoutubro último, os participantes desse evento reuniram-se na n
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Vietnã, continha profunda visão sobre aque la guerra; uma procissão à luz de velas, no parque da propriedade, conduziu em andor a imagem, em tamanho natural, de Nossa Senhora da Macarena, tendo sido acompanhada pela recitação do terço (foto 4); o solene jantar de encerramento realizou-se no Yorktowne Hotel (foto 5), na vizinha cidade de York. * * * Desse amplo e variado programa, o que pode ser considerado novo? O que
DEZEMBRO 2003 -
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www.tfp.org.br
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Munique - No último 25 de outubro, a DYCK e.V. (vide explicação na página anterior) promoveu em Munique uma conferência pública do Cardeal Jorge Medina Estévez, ex-prefeito da Sagrada Congregação para o Culto Divino. O Purpurado veio de Roma expressamente para o lançamento, em forma de livro, de sua Carta Pastoral sobre a castidade, escrita quando ainda era Bispo de Yalparaíso, no Chile. Em sua exposição, o Cardeal Medina enfatizou a importância da castidade enquanto relacionada com as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e com as quatro virtudes cardeais (fortaleza, justiça, prudência e temperança). O ilustre conferencista insistiu em sua exposição sobre o fato de ser indispensável para o desabrochar pleno da personalidade humana - e, como conseqüência, de uma autêntica civi li zação - a prática fiel da virtude da castidade. Ao terminar sua palestra, pediu a Santa Maria Goretti que "ajude todos os jovens a experimentar a beleza e a alegria da bem-aventurança evangélica: 'Felizes os puros de coração, porque verão a Deus " ' (Mt 5, 8). Ao evento compareceu seleto público, que dirigiu ao Cardeal perguntas não apenas sobre seu livro Die Keuschheit - belamente ilustrado e que já está sendo difundido em grande esca la pela campanha A Alemanha precisa da ajuda de Maria - mas também acerca da situação geral da [greja em todo o mundo. • E-mai l cio autor: JVSaicl l @com )UServe.com
CATOLICISMO
uem somos nós? Os que não dobram os dois joelhos, e nem sequer um joelho só, diante de Baal. Os que temos a Lei de Deus escrita no bronze de nossa alma, e não permitimos que as doutrinas deste século gravem seus erros sobre este bronze, que sagrado a Redenção tornou. Os que amamos como o mais precioso dos tesouros a pureza imaculada da ortodoxia, e que recusamos qualquer pacto com a heresia, suas obras e infiltrações. Os que temos misericórdia para com o pecador arrependido - e que para nós mesmos. tantas vezes indignos e infiéis, imploramos misericórdia - mas que não poupamos a impiedade insolente e orgulhosa de si mesma. o vício que se estadeia com ufania e escarnece a virtude. (Plinio Corrêa de Oliveira, "Legionáriq_", 22-12-1946)
Nota da Redação: o texto acim a, r r -rente aos redatores de " Leg ionário" , pode ser aplicado validam ente aos redatores de Catolicismo, herdeiros dos ideais daquela publi cação e continuadores da luta que ela mpreendeu em prol da Santa Igreja e da Civi lização Cristã .
PAlMt RAS MPtR A Graça, naturalidade e lógica
1 PUNI O CORRÊA DE ÜLJVE IRA
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rn exemplo magnífico de pal_rneiras impe riai s são aq uelas do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Duas fila s de palmeiras muito altas, e as copas isoladas em cima: corno soldados apresentando armas a um rei de sonho que deve passar, e em cuja expectativa elas estão alinhadas para a continência. Consta, ali ás, que foi D. João VI quem mandou plantá- las . Aquelas palmeiras ostentam, corno vegetais, a beleza das coisas diretamente criadas por Deus. É um renque de palmeiras muito bonito, grandioso, próprio a determinar movimentos de alma de entusiasmo. Por que entusiasma? Se o entusias mo é bom, aqu ilo deve agradar eleme ntos de ordem que ex istem no homem. Quais são esses elementos de ordem? * * * Elas são muito altas, e têm um aspecto que se aprecia muito em certas colunas. Urna coluna não é tão bela quando é um cilindro igual desde o chão até o teto. O bonito de urna coluna é quando ela tem urna proporção entre o diâmetro maior embaixo e o pequeno em cima, de modo que ela vai afinando cada vez mais até chegar no alto, sem nenhum salto brusco. Ela eleve ir afinando corno um taco de bilhar, até em cima. Isto é o bonito da coluna. A coluna vegetal da palmeira , corno não tem fo lh agem,
so be com faci lid ade e graça, dando a impressão de toca r as nuvens com tanta naturalidade e com tanta lógica, que o nosso senso de ordem se encanta em contemp lar. Em cima, de poi s el e um ·i grande ascensão muito lógica, ex iste a fo lh age m entreg ue à fantasia cios ventos. E é uma folhagem muito nobre, co m rolh as largas, que parecem ~ iLas para esvoaçar de todos os lados, e que atestam a firm eza da 'Í rvore. Ela não cede, e n'io h(i vento que a faça hes itar. Ao se perceber esse ·ont ni ste, instintivamente, gosta-s' d • ver que aquilo está or I nudo, u natureza do homem a 1' , ru -s · em ver tal ordenação.
* * * Mas também há dil' ·r •n ·11 de cores. Aquele tron ·os · ·o ·s turricado, marrom muito ·s ·11 ro tendente ao pr to, uo ·h ·1•11 1· na parte superi r, dá lu •t1r 110 verde claro da folh ag ' lll , qu · atesta não estar rnort11 u : rvor ·. Dochão, no int riortl ·s·11trrn1 coescuro, va i subindo 11111111111s censão espantosa a se iv11 , qm• irriga toda a pa lm •irn Sl'll l qu l' se perceba. Em ·imn , 11q11 ·111 parte mais d · li ·ada hrilhn 110 sol. Há um a ho11it11 prop(ll\ ' t1o de cores entr · o v •rd · ·1111·0 d11 fo lh agem e a niad ·ira •14 •111·11do tronco. Percebemos ·111 tio qm· 11 pnl meira, por vários Indo.~, s11ti sl111 o nos. o s nso d· ordl' II I. 11 • sultante di sso qu · d1•~1w11 1 entus iasmo. •
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa 'de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 24 de outubro de 1987. S m r
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