Monsenhor JosĂŠ Luiz Marinho Villac: Jubileu de Ouro Sacerdotal (pĂĄg. 12)
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PuN10 CoRRÊA DE OuvE1RA
Uma lição de granito para os brasileiros
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P /\GINJ\ MAmANJ\ Nossa Senhora de Pe1/evoisin
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LmTrnu EsP11m·t11\I, Considerações sobre a oração - 11
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20 EN'l'mWIS'l1\ A guerra civil espanhola (1936 - 1939) 25 V AmE1>A1n:s 28ª Bienal de Arte Modema: "massa talicla"
26 CAPA 2007: visão retrospectiva
A arte contemporânea falida
38 VmAs 1m SANTOS Santo Antão Abade 4 1 D1sc1mN1Nno Popularidade e prestígio ela monarquia O mosteiro fortificado de São Pedro de Roda, magnífico exemplar da arquitetura gótica de fins do século X, encontra -se no extremo da Espanha , a dois passos da fronteira francesa e do litoral do Mediterrâneo
O
s moste iros fortificados da Idade M éd ia são, para os homens contemporâneos, um símbolo do que deles rec lam a a época presente. Construídos exclu sivamente para o culto divino e a contemp lação tranqüila das verdades etern as, os mosteiros se circundavam de fortíssimas muralhas, para se porem ao abrigo dos inimi gos da C ri standade, prevendo a guerra para manter a paz; e defendendo co m o braço dos cava leiros cristãos a sua liberdade contra os inimi gos do nome de Cristo. Ai do mosteiro medieval no qual o zelo p lo culto f'iz se desleixar a defesa conlrn o adv rsário mouro ou pa ão: em pouco tempo eri a assed iado e r duzido a ruínas. /\i
CATOLICISMO
também do mosteiro em que o zelo pela luta sufocasse o espírito de oração: desviado de seu verdadeiro ânimo, provocaria a ira de Deus e atrairi a sobre si os terríveis r itos ele sua cólera. "Oração e luta" - oração para )lori li ·ar u I cus e vencer na luta; luta para conservar o dir ' ito d ' pr •star culto a Deus e viver em oração. ra 'SS' o 1' llltl dos lllostciros fortificados da Idade M dia . E hoje, quantos país ·s h(l qm· j11 l1111 1n podL•r ·onscrva r sua fé cm travar, ' 111 qu:ilqu ·r IL'1n•1111, 11 1111 11 que a pres rvação da r · i , · 1 R ·z 'mos p11rn q11L' o Hrnsil 1u10 VL'1il111 11 sn co lhido de surpr •s,1, ·orno 11111 1 ·111plo SL'lll 1n111·11lh11s dl'l'•nsivas. •
("O 1, ·p ion:11-io", n" 2/N, 27-3- 1938)
52 AMn11w1·..:s, Cosn11Vms, C1v11.1zAçfH,:s São José: fisionomia espiritual cio santo Patrono da Igreja
Santo Antão Abade
JAN EIRO 2008 -
Pellevoisin, a Lourdes da região do Berry
Caro leitor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/ DF sob o nº 3116 Administração: Rua Javaés, 707 Bom Retiro CEP 01 130-01O São Paulo - SP Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (Oxx11) 3333-6716 Fax (Oxx1·1) 3331-6851 Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01064-970 São Paulo - SP Impressão: Artpress Indú stria Gráfica e Editora Ltda . E-mail: catolicismo @terra .com.br
O limi ar de um novo ano é o momenlo propício para um exame de consc iência, que nos conduza a pedirmos perdão a Deus por Lud o aquil o que, ao longo dos 365 dias que se escoaram , em nós Lhe desagradou; agradecerm os por todos os dons e favores que em sua infini ta libera liclacle Ele nos concc leu. Nosso pedido ele perd ão e nossa ação de graças Lerão Loda a sua efi các ia se apresentados por mei o de Maria Santíssima, M edianeira uni versa l ele Loclas as graças. Este ponto é cap ital. E a situação caótica em que o mundo se enconlra ain la teria solução, caso os homens se voltassem sinceramente para seu Cri ador, atendendo aos apelos que E le quis fazer à humanidade por meio ele sua Santa Mãe em Fáti ma: oração, penitência e emenda ele vida. Do contrári o, castigos terríveis asso larão o mundo. E como os homens não deram ouv idos a esses apelos, é lóg ico e compreensível qu e venham as punições divinas. O caro leitor poderá comprovar pela ex peri ência cotidian a - bem como, à gui sa de exempl o, pel a resenha dos aco ntecimentos objeto de nossa matéri a ele capa - , que a humanidade não corresponde à mensagem comuni cada em Fátim a. A justi ça é um atribu to ele D eus que não se contrapõe à sua mi seri córdi a, mas antes a com pl eta. Embora Ele prefira exercer a segunda à primeira, não hes ilou em apli cá-la ele modo radical ao criar o infern o para nele prec ipitar clern amcnle, em sofrimentos indi zíveis, os anjos rebeldes e os homens que morrerem im pen itentes . Por mai s temível que seja o infern o, ninguém poderá nega r ser ele ju slo e necessári o, porqu anto cri ado por Deus, perfeilo m Lodo plano la cri ação. A quele mes mo D eus que, para nos ev itar Lal desgraça nos alcança r a in excedível feli cidade celeste, fez-se H omem, pad ccu e fo i cru cifi cado, derram ando por cada um ele nós o seu preciosíss im o sangue. D epos iLo, po is, aos p s d nosso divino Jui z, p las mãos ele sua excelsa Mãe, nossa A !voga la e igualmenl M ã , o pedido ingenl c e filial ele que ao longo ele 2008 eles v 1cm esp ·ialm ·11 1 • sobr cada um ele nós - reclalores, co laboradores e leitores ele Catolicismo -, oi Lendo-nos a graça ele uma plena ficleliclacle no decurso deslc novo ano; e també111 para que, em consonância co m a Salve Rainha, depoi s clesle deslc1-ro, tão duro nesta época revolucionária e neopagã, a clemente e piedosa Virgem Mari a nos moslre a Jesus, bendito fruto ele seu ventre. Desejo a todos um a proveitosa leitura.
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Em .Jesus e M ari a, ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Janeiro de 2008: Comum : Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA.
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N ossn Scnl1ora de Pcllcvoisin manifesta sua n1iscricórclia inconicnsurávcl e sua poderosa intercessão junto a Deus, pedindo a propagação de un1 Escapulário do Sagrado Coração de llcsus
N ELSON RIB EIRO FRAGE LLI
A
Santíssima Virgem apareceu 15 vezes, em 1876, na peq uena cidade ele Pell evo i sin , di ocese el e Bourges, no Berry , ce ntro ela França. A vidente, Estell e Faguette, foi miracul ada durante as apari ções. Grave mente doente, desenga nada pelos médi cos, sua cura causou espanto e adm iração em todo o país. Estelle nasceu em 1843, de pais mui to pobres. Sempre adoentada, levava uma v ida simpl es, ele empregada doméstica. Aconselhada por seu confesso r, que era pároco ela Madeleine, em Pari s, passou algum tempo entre as freiras agost ini anas , se r v indo co mo enferm eira no Hôtel-Dieu, gra nde hosp ital el a capital. Podia assim , simultanea mente, cuid ar cios doentes e ser cuidada. Entretanto sua saúde, cada vez ma is fraca, levou-a a interromper o nov iciado em 1863. Sempre mui to piedosa, uma reli giosa ap rese nlo u-a à famíli a La Roc hefo ucauld, que a empregou no cas telo ele Poiri ers- M ontbel, a três quil ômetros ele Pell evoi sin . Para grande alív io de seus pai s, ela passou a receber um sa lári o, vi tal para o sustento ela famíli a. Estelle conservou grande ad miração por seus patrões. Em sua doença , eles cuidaram dela "com grande dedicaçüo", segundo suas pa lavras. A bondade el a condessa de La Rochefoucaulcl consolou-a sempre. Enferm a hav ia mais de I O anos , a doença se agravo u em junho ele 1875. De acord o co m declarações de seus médi cos - Dr. Benarcl e Dr. Hubert, ambos ele Bu zança is - Estell e so fri a ele tuber-
cul ose, periton ite ag uda e ele um tumor abdom inal. Em IO de fevereiro de 1876, a morte estava próx ima: ela não teri a vicia por mais do que algumas horas , afi rm ou o Dr. Benarcl. Pl'ÍIIJCÍl'él él/Jéll'ÍÇáO
Ocorreu então a prim eira elas 15 apari ções de Nossa Senhora, na noite fria ele J4 a 15 de fevereiro. Já desenga nada pelo médi co, Estell e esperava res ignadamente a morte. Entre orações e lembranças da vicia passada , renovava a cada in st,111te o of erec imento a Deus ele seu último sacrifício. De repente, ci o lado direito ele sua ca ma ela viu um a fo rm a humana horrível, ameaçadora, que agarrou seu leito e o sacudiu vi olenta mente. Estell e não duvidou tratar-se ci o própri o dem ôni o. M as o demônio ali presente, no momento da morte? A visão aterrori za nte parec ia-lhe um a promessa cio infern o. Fo i tomada de pâni co, enquan to a besta humana ru gia. Porém, nesse instante ele co nfusão e terror, Mari a Santíssima apareceu, co m bel eza indescritíve l, toda de branco, co m um longo véu ca indo até os pés. Seu olh ar se diri giu à enferma com bondade indi zível. E m seg uida, fix ou o demôni o e disse: O que fa zes aqui '! Nüo vês que ela
está vestida corn o hábito que Eu e meu Filho divino lhe demos ? M encionando o h,'íbito, N ossa Sen hora se ref eria à sua medalh a, que Eslell e sempre usava. O demôni o fu giu, não suportando o olh ar de M aria. N ossa Senhora di sse então à sua fi lh a: Não lenhas medo! Sabes que és n'li-
nha fi/ha . Ânimo e paciência. Meu Filho vai se deixar tocar. SrJfi·e rás ainda cinco
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dias ern. honra das cinco chagas de meu Filho. Sábado pró.x.im.o rnorrerás ou serás curada. Para a cura, Nossa Senhora estabeleceu uma condi ção: Se meu Filho te conceder a vida, anunciarás minha glória. Perguntando-se o que poderi a signifi car o anúncio da glória ele M aria, Estelle viu junto a N ossa Senhora uma placa ele márm ore branco, na qu al estava gravado o Imacu lado Coração ele Mari a. Vindo- lhe ao espírito a pergunta se deveri a colocar essa placa na igreja de Notre Dame eles Victoires ou em Pellevoisin, a Virgem lhe disse : Em Notre Dame des Victoires
já existem. muitas marcas de rneu poder. Em Pellevoisin, não. Os fiéis daqui têm necessidade de mais ânimo. Estel le prometeu então fazer tudo pela glóri a ele Nossa Senhora. Nesse in stante cessou a_visão. Ev identemente, ela narrou tudo a seu pároco no dia seguinte. Este ouviu pacientemente, mas dado o estado agônico ele sua penitente, julgou tratar-se de alucinação.
Segunda aparição N a noite seguinte, 15 a 16 ele fevereiro, o demôni o
passou, tua resignação resgatou tuas faltas passadas. Mari a lhe fez ver seus atos ele virtude e fa lou-lhe cios grandes desejos que lhe vão no coração: a santificação cios bons; a conversão cios pecadores; a práti ca ela bondade e da amenidade ele uns com os outros. E acrescentou: Sou toda ,nisericordiosa, oblen-
do tudo de meu Filho. Tuas boas ações e f ervorosas orações tocara,n meu Coração malerno. Na pequena carta que me escreveste em setembro, sobreludo es/a ji·ase locou-me particularmente: 'Vede a situação de n·ieus pais, caso eu venha a morrer. Eles teriam que pedir esmolas. Lembrai-vos de vossos sofrimentos quando vistes Jesus, vosso Filho, cravado na cruz'. Mos/rei essa carta a meu Filho. Teus pais necessitarn de li. De agora em diante, trata de serfiel. Não percas as graças que te são dadas, e anuncia minha glória.
Quarta a11arição Uma quarta vez apa receu- lhe M ari a, entre 17 e J 8 de fevereiro, repetindo o que anteri orm ente lh e di sse ra. N ossa Sen hora parec ia querer deix ar bem claro a recomendação de anunciar sua glória, e para isso torna a di zer-lhe: Faze lodo e.~/orço.
voltou a aparecer. Desta vez ele guardou certa di stância, Quinta apal'ição temeroso ele aprox imar-se da cama, como se um impedi Na sex ta-feira , 18 ele femento o retivesse. M es mo Oratório onde Estelle deixou a carta para Nossa Senhora vereiro, o estado ele saúde ele assim , a vi são era terrifican Es tell e tinh a se agravado te. N ossa Senhora logo apamuito. Pe. Sa lmon, seu conreceu, e estabeleceu-se um di álogo com a vidente: fesso r, julgando-a no extremo ela v icia, dispõe-se a ouvir sua - Não temas, estou aqui. Meu Filho te ve piedade de ti. confi ssão. A enferm a se recusou, dizendo que só se confessaSerás curada sábado e anunciarás minha glória. rá depoi s ele sua cura, que ela espera para o di a segui nte. O - Mas, ,ninha Mãe bondosa, já que estou bem preparaPadre se retirou, certo de que seri a chamado durante a mad ru da, não é melhor que eu morra? gada para ass istir a moribunda. Ta l não aconteceu. - Ingrata, se meu Filho te salva, é porque tens necessidaÀ s seis horas da manhã o Pe. Sa lmon fo i ver Estell e. Ende da vida. O que de mais precioso deu Ele aos homens nesta co ntro u-a ainda no leito, e, para sua surpresa, viva. Ce lebrou Terra ? Ele te conservará a vida, rnas não creio que te poupaa Mis sa em seu quarto, na presença de outras pessoas. Terrá de sofrimentos. Não, sofrerás e muitas serão tuas penas. O minada a Mi ssa, perguntou a Este ll e co mo se sentia. E la fez sofrimento dá méritos à vida. Foi tua grande resignação e o sinal da Cru z, com o braço direito inteiramente c icatri zado, levantou-se e vestiu -se soz inha, rad iante de saúde. Toda paciência que tocaram o coração de meu Filho. Não percas o fi"uto que escolheste. a cidade ele Pell evoisin foi vê- la. Os médicos que a jul garam N esse in stante Este lle viu , um a a um a, suas falta s passacondenada atestaram sua cura tota l e compl eta. O at staclo das. Fa ltas que, no entanto, ela considerava sem importância. do Dr. Bucq uoy, da Academ ia de M edi cina ele Paris , foi deNossa Senhora desapareceu deixando-a imersa em profunda cisivo para a com issão que em l 877 exa min ou o ·aso. E a cura não fo i passageira, Estell e v i veu em boil saú d • al a contrição, poi s compreendeu que mes mo os pecados veni ais são severamente detestados por Nossa Senhora. idade de 86 anos. Mas o que se dera durante a no it ? Noss11 Sl' nll orn upare'l'erceit'a apal'ição cera mais um a vez, postanclo-s b ' lll nwis pr >XillH> do leito de Estelle. A placa cl mármor • tu 1111l 111 I' •·1, p11r1\' dl'Sla v iNa terceira aparição o demôni o ainda precedeu No sa Senhora, mas estava ainda mais distante ele Estell e, que o viu são, mas agora com um a in s ·ri çuo : /11110,1111 •/ Alol'io 11 0 auf{ e vagamente, di scernind o sobretudo seus gestos ele ódio. ele ,ninha misério, e /\'/" 0 /1/1' 1'< ' ri, • ,1•1•11 Vi/1111 111/11/111 ,·11ro /ola/. Seg uia-s' a nss i1111111r11 : h's/1 •/11 • /•', l!111 \ ' Ol'111; 110 trn spassaCom a recordação muito viva cios pecados vi stos na noite anteri or, Estelle fo i tomada de temor em pre, ença ela Imaculada, do I or um 1' 6tli o l' e •1't'11 do d t' ntsns 11p11n·d11 11:r pnrlt' supeque no entanto a tranqüilizou: Ânimo, minha jtlha, tudo isso ri or. Es t •li ' pro ,11 ·t •u u Murin l111 nr srn1pn· prn· s11 11 glória.
-CATOLICISMO
N ossa Senhora lhe reco mendou: Se queres servir-me, sê simples; e que teus aios correspondam às tuas palavras". Estell e perguntou-lhe se deveri a tornar-se reli giosa, e a Virgem respondeu: Pode-se salvar ern todas as condições. Podes
f azer muito bem e anunciar minha glória tal como és. O que me aflige é a/alta de respeito por meu Filho na Santa Eucaristia e a atitude de distração corn outras coisas, que se toma na oração. Digo isto para as pessoas que pretendem ser piedosas. Estell e perguntou se deveria transmitir aos outros o que acabava de ouvi r, e Maria respondeu: Sim, sim, anuncia minha glória, mas antes de f alcu; espera conselho de teu conféssor e diretor espiritual. Soji·erás ciladas, tratar-te-ão de visionária, de exaltada, de louca. Eu !e C!judarei. Pedido de conversão Uma vez curad a, Este ll e lançou-se ao traba lho pela g lória de M ari a, tal como Ela lhe havi a pedido. Afl igindo-se com suas imperfe ições na exec ução desse santo traba lho, N ossa Senhora aparece u- lh e um a sexta vez, durante a oração do Rosá ri o: Calrna, minha
jtlha. Paciência. Terás sofrimentos, mas es/arei sempre aqui.
Ainda ontem eu quis vil; mas tiveste que jicar sem minha presença. Esperava de ti este ato de submissão e de obediência. /-lá muito tempo os tesouros de meu Filho estão abertos". Nesse in stante Nossa Senhora lhe deu o escapu lário cio Sagrado Coração ele Jesus, tirando-o ele seu peito: Tenho predileção por esta devoção, e nela serei honrada. N ossa Senhora, apósto la da devoção ao Sagrado Coração ele Jesus, trazia consigo esse esca pul ári o, e nos recomendou o coração que tanto amou os hom.ens. A Virgem Santíssima portava também esse escapulário quando apareceu pela décima vez, e não o deixará mai s. Eram três horas ela tarde, soaram as Vésperas, e Ela disse antes ele desaparecer: Que todos rezem . A décima primeira apa ri ção se deu em presença ele 15 pessoas. Era uma sex ta- feira , 15 ele setembro. N ossa Senhora aparece u co m as mãos juntas, em oração. Sei que
.ftzeste grande e.1forço para conservar- te calma. Não é apenas para ti que peço a ca lma, mas para toda a Igreja e a França. A Jg reja não goza dessa paz que eu desejo. Após profundo suspiro, acresce ntou: Que todos rezem e tenham conftança em mim. França - o que n ão fi z por e la? Quantas adve rtências! E assim. mesrno ela rec usa ouvi,: Não posso n·1ais conter meu Filho. E terminou
N a festa da Vi sitação da Escapulá rio recomendado por Nosso Senhora Santíss im a Virge m, 2 el e j u I ho, N ossa Se nhora I he apareceu pela sétima vez, às ace ntu ando es pecialmente 23:30h. A Mãe ele Deus estava cercada ele rosas de todas as estas palavras: A França sofi·erâ. cores, particu larmente brancas, vermelhas e amarelas. Foram li'11tw·os soh·imentos três curtas aparições, parecendo simbolizar os três terços cio Rosári o. Tens anunciado minha glória. Continua. Meu Filho Passa ram então diante dos olhos ele Estell e vários quadros tem almas prediletas. Seu Coração tem 1anto cunor pelo meu, nunca antes vi stos: so ldados em uniforme azul, desconhec ique nada lhe recusa. Por rneu intermédio Ele tocará os corados dela, usando capacetes "em forma de caldeirão", segundo ções mais empedernidos. sua ex pressão. Estavam entrincheirados. Mai s tarde, em 19 14, Estelle queria ainda pedir um sinal do poder ela Sa ntíss im a durante a Grande Guerra, ela reconheceu aq ueles so ldados. Virgem, mas não conseguia ex primir-se adequadamente. Nossa Num segundo quadro, ela vi a combates de ru a entre civi s e Senhora, lendo- lhe o pensamento, di sse: Tua cura nci.o é uma so ld ados. M ari a lhe disse então: Coragem e confiança. 7ànto das maiores provas de meu poder? E acrescentou: Vim para a pior para os que não acreditarem. Eles reconhecerão mais
con versão dos pecadores.
li 11ecessária /Jaz de alma N o dia seguinte N ossa Senhora apa receu mais uma vez, cercada de rosas. Estel le a esperava com certa agitação, e Nossa Sen hora a repreendeu docemente: Gostaria que f osses mais
calma. Eu não linha rnarcado dia nem hora em que voltaria. Necessitas de repouso. Ficarei apenas alguns minutos. A nona aparição deu-se em 9 de setembro. Nossa Senhora insistiu ainda sobre a calma e a tranqüilidade de alma. "Foste privada de m.inha presença em 15 de agosto, porque não tinhas Sl/ficienle calma. Tens bem o carâterfrancês, que deseja saber tudo ern lugar de aprende,; e compreender tudo antes de saber.
tarde a veracidade de minhas palavras. Na apari ção de 1° de novembro de 1876 (décima segunda), não houve palavras. Maria mani festou apenas terna bondade em relação à vidente. A seguinte aparição (décima terceira) se deu em presença de uma religiosa, enquanto Estelle rezava o terço:
Eu te escolhi. Escolho os pequenos e fracos para minha glória. Coragem.: o tempo das provas vai começar. Oito isto, a Virgem cru zou os braços sobre o peito e desapareceu. Na déc ima quarta aparição, N ossa Senhora lhe falou no sábado, 1 1 ele novembro de 1876, por volta elas 4 horas da tarde, em presença ele cinco pessoas, quanto ela rezava seu Rosári o. Nossa Senhora lhe di sse: Não perdeste teu ternpo hoje; trabalhaste por mim. D e fato, Estelle tinha bordado um escapulári o,
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e a Virgem acrescentou: É preciso fazer
rn.uitos outros.
Dililsão <lo escaf}ulúrio A festa da imaculada Conceição foi esco lhida por Nossa Senhora para sua 15" e última apari ção. Foi a mais importante de todas, tendo-se dado perante 15 pessoas. Pouco depois ele meio-di a Estelle foi a seu quarto, agora tran sformado em oratóri o, com permi ssão do bi spo. N ossa Senhora lhe apareceu mais bela do que anteri orm ente, cercada ele rosas: Minha.filha, lembra-te de minhas palavras. De todas as palavras ele Nossa Senh ora , as qu e mai s marcaram Estelle naquele momento eram: Sabes
que és min.ha .ftU1a. Eu sou toda misericórdia e senhora de meu Filho. O que mais me aflige é a f alta de respeito por meu Filho na Santa Comunhão e a atitude de distração com outras coisas, que se tem na oração. Seu Co ração tem tanto amor pelo meu, que nada lhe recusa. Por rn.eu intermédio Ele tocará os corações mais empedernidos. Vim especialmente para a conversão dos pecadores. Há muito tempo os tesouros de meu Filho estão abertos. Que rezern. Tenho predileção por esta devoção. Aqui serei honrada. Não é apenas para ti que peço a ca lma, mas pa ra toda a Igreja e a França. Eu te escolhi. Escolho os pequenos e .fi·acos para 111inha glória. E reco mendou: Repete-as sempre. Que elas l as palavra s! te fo rtifiquen·, e te recm1/ortem na hora da provação. Não rne reverás mais. A v idente mostro u-se perturb ada por estas últimas palavras. Nossa Senhora acrescen tou então ele modo profund amente matern o: Estarei invisivelmente a teu lado. Estell e viu então ao longe, à esq uerd a ela visão, pessoas com gestos ameaçadores . M as também, em outro plano, pessoas que parec iam boas. M ari a, referind o-se ao grupo ela esquerda, di sse: Não os ternas. Eu te escolhi
pa ra dar-me glória e propagar esta devoção. Estelle, vendo que N ossa Senhora seg urava o esca pul ári o, ped iu -o co rn o prese nte, e a Virgem ordenou: Levanta-te e oscula-o. Tendo feito o qu e a Virge m lhe di sse, exc lamou:
Osculei verdadeiramente um co ração de carne, senti o calor e as pulsações.
-CATOLICISMO
Nossa Senhora lhe di sse então para apresentar ao bi spo aquele modelo de escapul ári o, e ex primiu o desej o de que todos o portem, a fim ele reparar os ul traj es sofrid os pelo Santíss imo Sac ramento. Em sinal das graças dadas aos que o portam, Nossa Senhora f ez cair ele suas mãos urna chuva abundante: Essas gra-
ças são de 1-neu Filho. Colho-as em seu Coração. Ele não pode me recusa,: Es tell e pergun tou o qu e co nviri a represe ntar do o utro lado ci o escapul ári o, e ouviu esta res posta sin gul ar:
Quero que tu decidas. Submeterás tua idéia, e a Igreja decidirá. E afastanclose, acrescentou: Co ragern. Se ele não conceder o que pedes (N ossa Senhora se referi a ao bi spo) e puser dificuldades, irás além. Nada temas, eu te aju darei. Com estas palavras, N ossa Senhora encerrou as apari ções .
Reconhccime11to da Igreja Aind a em 1876, com li ce nça ec les iásti ca, o qu arto elas apa ri ções foi tran sform ado cm oratóri o, e pouco depois em capela. No ano seguinte fo i eri gid a a
Corifi·a ria da Mãe de Todas as Misericór lias, elevada à dignidade ele Arqui confraria cm 1894, por Leão X III. O mes mo Pa i a ofereceu um círi o a essa cape la, co ncedendo in du lgênc ias aos pcrcgri nos. • 111 1904, o Cardeal M erry dei V ai o fereceu a São Pio X um livro recentemente publ ica clo sobre as apari ções. O Pontífi ce envi ou sua bênção em
testemunho de sua acolhida f avorável, e também recebeu Estell e em março ele 19 12. Em 1922, Pio Xl concedeu aos párocos ele Pellevoisin o poder ele impor o escapul ári o cio Sagrad o Coração ele Jes us (nona apari ção), bem como o ele conceder indul gências. Em 1979, o Card ea l C iappi OP, mestre cio Palác io Apostóli co, entregou a João Paul o li o livro sobre o centenári o das apari ções. Em 1983, a comi ssão teo lógica que ana1isou os relatóri os médi cos a res1 ito ela cura ele Estell e concluiu seus trabalhos. O arcebi spo de B ourgc , Dom Paul Vi gnanc ur, com base n ssas conc lu sões, reconheceu o fi cialmcnl o milagre, um gran lc mil a 1 rc. • E-mail do 11 u1 or:
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Considerações sobre a oração - II N a cdiçüo anterior, o Padre Meschlcr* nos explicou no que consiste orar: no texto abaixo ele indica algumas condições para a eficácia da oração nós, e não a Deus, elevemos atribuir a inefi các ia ele nossas preces . Três são as causas determin antes dessa in sufi ciência. Ou ela se encontra em nós, ou em nossa oração ou, enfim, no obj etivo da mesma. Geralm ente a oração eleve reunir as seguintes condições : Primeiramente, cumpre termos uma consc iência nítida do que constitui o objeto de nossa prece; isto é, faz-se mi ster a intenção, a atenção e o recolhimento. O ponto importante é não nos quererm os di strair ou não nos entregarmos cientemente às divagações. Corn o poderá Deus atender-nos, se nós mesmos não temos consc iência cio que estamos a di zer? Certamente o nosso anjo custódi o sentirá pejo de apresentar à Maj estade divina semelh ante prece. Aliás, o nosso própri o interesse exi ge que procedamos de modo diverso, porqu anto as distrações
voluntárias não sarnente constituern obstáculo às graças di vinas, mas acarretam necessariamente um castigo. Quanto às invo luntári as, que sobrevêm mau grad o nosso, elas não nos privam cio mérito nem tiram à oração o seu valor satisfatóri o. Apenas interceptam o gosto, a doçura que nela poderíamos fruir. Deus conhece nossa f raqu eza e tem pac iência conosco. Em segundo lugar, é preci so tomar a oração a séri o e empenhar-nos em ser atendidos . Por conseguinte, elevemos orar com zelo e f ervor. Estes não con sistem na multipli cidade elas orações, senão na parte que a vontade nelas torn a. Não sobe o incenso se o fogo, consumindo-o, não lhe des prende o perfu me que se eleva aos céus . O ferv or é a alma ela prece; Deus esc uta a voz cio coração, e não as palavra s que os lábi os proferem. Conversa r co m Deus é sempre um ato importante; e o que lhe ped imos, algo de grande va li a. Eis porqu e o zelo e o desej o são impresc indíveis. Se, porventura, a confi ança na virtude da oração vi er a fraquej ar em nosso espírito, recorramos à in tercessão de outrem, por meio ele prece em comum ou pública. Invoquemos os santos e o bendi to nome ele Jesus, ao qual está parti cul armente li gada a efi cácia ela oração (Jo 16, 23). E m terceiro lugar, importa que a prece sej a humilde. Devemos aprox imar-nos de Deus como mendi gos, e não como credores. So mos réus ele pecado e não podemos tratar o Cri ador ele igual a igual. A própri a humildade ex teri or vem muito a propós ito. Ela apraz a Deus, O predi spõe em nosso favor e exc ita o ze lo em nosso coração. E m seguida - e esta condi ção é ele sum a importância - é prec iso orar corifiadamente, com seg urança. Tudo nos incita a isso. Deus quer que oremos; logo, quer atender-nos. Somos
cri aturas suas e filh os seus. Esses títul os que nos dão o direito a sermos ouvidos fa voravelmente, Ele os conhece e preza mais que nós mes mos. Finalmente, e importa não olvidá-l o, temos que nos avir uni camente com a infinita mi seri córdia de D eus, à qual compete tudo dec idir. Se grande eleve ser nossa confiança na oração fe ita em vi sta ele obter bens espirituais, faz-se mi ster, porém, evitar dois esco lhos, quando for questão ele favores de ordem temporal: [não se deve] implorá- los incondicionalmente, porquanto eles nos poderi am ser nocivos; ou então lé f also] pen sar que nunca os elevemos pedir. A o contrári o, cumpre fa zê- lo, porém de modo conveni ente. Deus qu er que O reconheça mos também como origem e fonte ele todos os bens temporai s. É a razão pela qual no- los fa z pedir na oração dominical. • Pc. Mauríc io Mcsc hl e r, S. J., A Vida Espiritual - Redu zida a Três Princípios, Ecli LO ra Vozes Limi1acl a, PeLrópol is, 1960, pp. 30 e ss.
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Ano Novo. São os me us votos, e de me us pais ta mbém. Feli cidades! (C.N.V.J. -
RJ)
Uma sociedade perl'cita Rea lme nte , "como os antigos compreendiam o sign(ficado deste vocábulo (Glória), quantos valores morais re.fitlgentes e arrebatadores viam nele". Os moderninhos não se
resépio, uma mcditaça
Espfrito de Natal [8] Parabe ni zo essa rev ista que tanto be m te m fe ito a me us pai s. Não só a e les, mas certa me nte a muitos outros, a mim inc lu sive. Eles fa lam tanto e ficam tão e namorado: dessa re vi sta, que a estou levando para minha casa. Eu d isse isso para eles, e mamãe me ince ntivou a escre ver para vocês. Dáme a impressão de uma rev ista que continu a de pé, no Bras il onde tudo está ca indo o u só a lg um a coisi nha continua de pé. Só para falar do Natal: o nde e ncontrar o lado bom de Nata l, a espirituali zação de Nata l, no Brasil govern ado como está? A gente só vê comé rc io no Natal. O "Papai Noel" virou ca me lô. Mas, ao conc luir minha le itura daquele texto no me io da rev ista - FESTA DE GLÓR IA E DE PAZ (Plínio Corrêa de O li veira) - fique i com a sensação de que estava sonh ando com o Céu. Mas que, aqui neste mundão, também poderi a have r a lgum a coisa de Céu se os home ns se preoc upassem ma is com a "G lória de Deus" e me nos com a sua "paz na Terra", não se preocupassem só e m "v iver e m paz". "G lória a Deus no mai s a lto dos Céus, e paz na Terra aos ho mens de boa vontade!". Fiquem com Deus e com os A nj os; e, de coração, com me us votos de Fe li z Nata l e Próspe ro
CATOLICISMO
di spõe m a nada por valores morais, não se di s põe m a sacrificar-se por nenhum valor. Eles ape nas se inte ressam por si mesmos, pelo dinhe iro e pelos prazeres nos quai s estão e nsopados. Lóg ico, há exceções, não quero genera li zar. E é para esses a literatura da revista Catoli c is mo . Va mos ex pandir essa literatura, para desse j eito ex pandir tais exceções. Que bom seri a um mundo perfe ito, o nde as exceções fossem aq ue les que não esti vessem di s postos a sacrifi carem-se pe los "valores morais refulgentes e
arrebatadores"! Escrevo isso porque tudo da re vista de Nata l de ixou-me maravilhada. Mas esse ponto não me sai da cabeça, pe nso muito e muito ni sso, fa lo muito e muito di sso, e rezarei muito e muito pedindo isso (a reorga ni zação lo mundo) pe las preces de Maria. (N.N.G. -
Vinho celestial Muito ag raciado, exprim o me u reconhec imento pe la mi ssão cios senhores, e e nvi o a todos os meus c umprime ntos neste nata lício cio Senhor nosso C ri ador. Recebi a rev ista, mas ainda não te rmine i de le r, estou fazendo a degustação gota-a-gota. Um vinho de uma safra celestial! Gostaria de um di a poder me e ngajar naque les eventos da TFP americana, "o rally para a recitação públi ca do Rosári o". Se e u fosse mai s jove m, me ali stava agora mesmo. Parabé ns, joven s ! Continuem na luta! (C.K.P. -
SC)
Sacralização do latim [8] [So bre "O Revide cio Latim , nov/
2006J - O latim é uma língua be la, e que pe rtence u ao mais inrlu e nte impé rio do mundo oc identa l, o ro mano. Contudo, foi na Igreja Cató li ca que e le se sacra li zo u e adq uiriu fe ições divin as, por este mo tivo se unive rsa li zo u e deve ser conservado co mo um a lín gua li tú rg ica a mpl amente utili zada co mo um a forma de mocrática de e nte ndime nto aos vários povos cató li cos. (M.C.D. -
SC)
PR)
ln/'ormações ele interesse geral "Perfümc" <le Natal Fiz a le itu ra logo que chegou o exempl ar de dezembro - um pouco atra. ado - , mas até ago ra estou e nca ntada com ele. O lindo presépio, as árvores nata lin as, o "corre io nata li no", as pai sagens, as decorações, todo o ambiente nata lin o, etc., etc. Vá lá, fo i um presente de Natal para a famí1ia. Nas lindas hi stórias , sente-se até - acredite - um como que pe rfume de Natal. Será que vamos precisar de uma "Tropa de Eli te" global para se respirar nova me nte, como no passado, esse " perfume" ele Natal ? (C.A.C. -
PE)
r:8] Le ndo os arti gos do número 680 de Catolicismo sobre eco log ia, me lembre i de doi s o utros a rtigos que li ante riorme nte sobre o mes mo ass un to : O primeiro foi na rev ista "Time", c ujo exempl ar não tenho mais, que é uma e ntrev ista com o pres idente do PC ita li ano, de poi s da queda do Muro de Berlim. O repó rte r pe rg untou como iri am sobre viver os PCs depoi s da queda do muro, e o e ntrevi stado responde u que dali e m di ante incentivaria m os partidos verdes. O utro artigo fo i publicado na revista " Manuel zão", da UFM G, que envio em anexo. À página 9 há uma dec laração de um pro fesso r la Universidade Federa l de Lavras, que causa
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uma certa apreensão, dada a sua ev ide nte parc ialid ade contra a e nerg ia hidrá ulica. Alé m de o utros tó picos, sempre na mes ma linha ele raciocín io. (T.M.S. -
MG)
Alguns esclal'Ccimentos [8] Após ter lido seu tex to lcle Lui s Dufaur] no s ite catolicismo.com.br, fiqu ei com algumas dúvid as a respeito da Profec ia de Fát ima, e ficare i grato se puder me ajuda r: 1 - De fato o mundo está de "cabeça para baixo", o ser humano está destruindo o que é bom e plantando o que é ruim; você acredita que a Profecia anunciada pode ser uma destruição total causada pelo próprio homem , ou algo divino realmente? 2 - Estou estudando Cultura Religiosa, por interesse próprio de conhecimento, e gostaria de lhe pedir uma o pini ão: Devo participar ele re uniões espíritas, mesmo sendo católico praticante? Te nho a curiosidade de aprender mais sobre a ex istência ou não ele um segundo plano. 3 - O Sr. acredita que pode acontecer algo realmente que mude a Igr~ja Católica? Minha humilde opinião é que já está acontecendo. O " mercado" da fé se instalou de vez em nosso meio, e tornou as pessoas produtos de sua fé. Estamos presenci ando a cada dia mais va ndalismo, jovens se pe rdendo nas drogas, morrendo, pessoas roubando e matando. Creio que tudo isso faz parte desse e norme movimento que leva o ser humano a interpretar o li vre arbítrio como o cam inho mais estreito, e mostra a cada dia mais a fúria ele um ser que pode pensar. 4 - O Sr. acha que esse movimento de re lig iões acabará com o futuro do mundo? E o que pode ser fe ito para mudar a consciência " inútil " de mu itas pessoas? (H.P.L. -
Nota do autor:
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Resposta à qu estão: A Santíssima Virgem não fa lou em Fátima de uma "destruição total ". Ela dis-
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se que várias nações seri am aniquiladas. Portanto, mui tas outras não o serão, mas sobrev iverão e se converterão. Sobre as destruições, deve-se supor que Deus aja como em outras circunstâncias am'í logas na Históri a. Por exemplo, na queda cio Império Romano. O u seja, que utilize como instrumentos da destruição homens, e eventualmente demôni os, que agirão de ntro dos limites estabelecidos por De us. Ele próprio poderá agir também, servindo-se da natureza que Ele rege com seu poder onipotente. Por exemplo, com fe nômenos cio tipo dos tsunamis, terremotos, etc. São supos ições. O certo é o que Nossa Senhora disse. Resposta à 2" questão : Todo católico que leve a sério sua condição de cató lico não pode nem deve participar ele nenhuma sessão espírita. É proibido pela lgreja e pelos Mandamentos da Le i ele Deus. Procure boa literatura para obter as info rmações necessári as ao seu estudo. São muito ilustrnti vos os livros cio Cardea l Merc ie r sobre o ass unto, como també m os do Padre Amo rth (exorcista ofic ial ela diocese ele Roma), cio Padre Leonel Franca SJ, entre outros. Por exemplo, procure bons li vros na livraria Perrus: http ://www.livrariapetrus.com.br. Resposta à 3" questão: A Ig reja Cató lica e nqua nto Corpo Místico de C ri sto - isto é, na sua parte divina, por exemplo em sua doutrin a, e m sua estrutura - é imu táve l, e "as portas
do inferno não prevalecerão contra Ela ". Entreta nto, o e le mento humano da Igrej a, inclu sive ec les i,'ísticos, pode defecc ionar, e portanto mudar, desv iando-se dos princípios católicos autênticos. É o que se pode constatar, infe li zmente, anali sando o chamado pmgressismo católico e a corrente da esquerda católica, da Teologia da Libertação, etc. Mas, como De us não abandona sua Igreja, a razão mais robusta de nossa esperança, na situação atual de crise do elemento humano da Jgreja, são as promessas de Nossa Senhora em Fátima e em La Salette. Sem fa lar da promessa do próprio Nosso Senhor no Evangelho, de que as portas
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cio in fe rno não pre valecerão contra a lgreja. Resposta à 4" questão : Como inte rpretar o suj eito ele sua pergunta? ("esse movimento ele re ligiões"). Se o Sr. se refere à pergunta anteri or (mercado das religiões, va ndalismo, drogas, etc .), compreendo que se possa ficar perplexo quanto ao futuro cio mundo. Se o Sr. se refere a fundamentalismos nihilistas como o islâmico, compreendo também, mas considero que o potencial destrutivo do mercado das religiões, vandali smo, droga, etc. não é menor que o dos refe ridos fundamentalismos . Entretanto, em qualquer caso, não é crível que a humanidade venha a fi car sem futuro. Primeiro por causa das referidas promessas de Nossa Senhora ele Fátima e ele La Salette. Segundo, pela arq uitetoni a da Hi stória. A Hi stória não pode terminar sem que o Evangelho tenha sido pregado e praticado em todo o mundo, como Nosso Senhor Jesus Cristo ordenou aos Apóstolos. Há imensidades geográficas onde o Evangelho não foi pregado e praticado, a não ser em pequena e até muito pequena proporção, como na Índia, Ch ina, Ásia Central , países muçulmanos, etc. Logo, ou se aceita o absu rdo ele que o plano ele Jesus C risto não se reali zará, ou se aceita racio nalmente que ele se realizará. E como o plano ainda não se desenvolve u por completo, deve vir uma época histórica futura em que a humanidade, considerada no seu conjunto, conhecerá e praticará o ens inamento cio Evangelho. Para mudar o que o Sr. chama ele "a consciência inútil ele muitas pessoas", nada há mais efetivo cio que difundir a devoção a Nossa Senhora; por exemplo, a mensagem de Fátima, a recitação do terço e outrns práticas de piedade recomendadas pela Igreja. Não somos nós que vamos conseguir mudar os corações, mas a Santíssima Mãe de Deus, que pode obter as graças necessárias para essa conve r. ão. Por isso o melhor apostolado é introd uzir a devoção a Nossa Senhora nas mentes e nos corações. Ela depois fa rá a parte melhor, mai s de li cada e sobrenatural.
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UBILEU DE OURO Orleans e Bragança, Chefe da Casa fmperi al do Brasil , e de seu irmão, o Príncipe Jmperi al D. Bertrand de Orleans e Bragança, e ainda de SS. AA. Príncipe e Princesa Dom Cas imiro de Bourbon e Duas Sicílias. Bem como a presença de direlores e co laboradores da Associação dos Fundadores: Dr. Adolpho Linde nberg, Dr. Luiz Nazare no de Assumpção Filho, Dr. Paulo Corrêa de Brito Filho, Dr. Eduardo de Barros Brotero e Dr. Plínio Vidiga l Xavier da Silveira. Também destacamos o comparecimento do Cel. Carlos Antonio Hofmeister Poli e do Dr. Mario Navarro da Costa. Além das três irmãs e de outros numerosos fa miliares do celebrante, compareceram duas dezenas de religiosas, ademais de representantes das TFPs americana (Sr. Michael Drake) e francesa (Sr. Jea n Goyard ). Dedicados ami gos da Arge ntin a (Srs. Carl os Federico lbarguren e Juan Carlos Voiseau Y. Jardon) vieram a São Paul o especialmente para o solene ato. Senhoritas da Associação de Nossa Senhora das Lágrimas (sob a direção de Da. Maria Amélia Vasco ncelos Marins), e também penitentes e admiradores do ilustre ecles iástico homenageado, vieram de várias partes do Brasil , somando mais de 500 pessoas.
''!\S/JCl'gcs me hysS0/J0 et mumlabo,· "
50 anos de combate em prol da Santa Igreja C on1 grande solenidade, o Revn10. Mons. lJosé l Juiz Marinho Villac comcn1oron seu lJuhilcu de Ouro Sacerdotal no Santuúrio do Sagrado Coraçáo de lJcsus, en1 São Paulo a e nso la rada ta rde de do min go, di a 2 ele dezembro, o Santu ári o cio Sagrado Coração ele Jesus, na capita l pauli sta, revive u outro di a ele g lóri a com a solene Mi ssa de Ação ele Graças ce le brada pe lo e ntão Cô nego José Lui z, be ne mérito colaborador de Catolicismo , fes tej ando seu Jubil e u ele Ou ro Sace rdotal. A cerimônia contou com a presença de seis sacerdotes: Mons. José Lrine u ele Sou-
CATOLICISMO
O santo Sacrifício, celebrado de acordo com o ritual tradicional, começou com a aspersão da água benta, como se faz antes das Mi ssas solenes ou conventuais. O cele brante, revestido da capa magna ou pluvial, auxiliado pelo Presbítero Assistente Pe. José He nrique e dois acólitos , fe ita a as pe rsão do Altar, dos Presbíteros e Príncipes, iniciou essa bela cerimônia percorrendo o templ o sagrado, asperg indo ág ua benta nos fi éis que o lotava m, enquanto o coro cantava e m gregoriano : "Asperges me, Domine, hyssopo et mundabo1; /avabis me et super nivem dealbabor" (Asperg ir-me-eis, ó Senhor, com o hi ssope e serei purificado, lavarme-eis e ficarei mais alvo que a neve). D epo is de re vestir-se na sacri stia com os paramentos para a Mi ssa - os mesmos que utili zo u e m sua orde nação sacerdotal, 50 anos a ntes - o Cônego José Lui z inic iou o santo Sacri fíc io . De pois das orações ao pé do altar, incensou-o e nqu anto o coro cantava o Kyrie Eleison da Mi ssa de Angelis , também em g regoriano. Na homilia, emocionado, o Cônego José Lui z apresentou seus agradecimentos a todos os seus benfe itores, auxiliares e amigos que du ra nte esses 50 anos o aj udara m a cumprir com os deveres
de sua vocação sacerdotal. Sobretudo agradeceu à Mãe de Deus a graça privilegiada que lhe fo i concedida ele poder celebrar, nesse meio século, todos os dias, sem uma falh a sequer, o santo Sacrifício, apesar de vicissitudes ele toda ordem e atividades múltipl as.
Subimlo
ao
altar <lc Deus
E tinha razão para estar e mocionado. Já ia longe aquele di a 26 cio mês ele julho cio a no ele 1929, em que ele abriu os o lhos para o mundo, causando grande alegri a a seus pa is, o Sr. José Alexandre Isnarcl Vill ac e Da. Anna Lui za Marinho Vill ac. No di a 7 ele agosto cio mes mo a no, recebeu as ág uas regeneradoras cio B ati smo na cape la do H ospital Sa nta Catarina, torn ando-se ass im filh o ele De us e membro cio Corpo Místi co ele C ri sto . Tendo fe ito seus estudos secundário e colegial no Colégio São Luís, ele São Paul o, onde perlenceu à sua Cru zada Eucarística Infantil e de po is à Congregação Mari ana, diri gida e ntão pe lo Revmo. Pe. Wal ter Mari aux, S.J ., graduou-se em 1947. Em 1949 fo i um cios dez congregados mari anos que, à partida de seu direto r Pe. Ma ri a ux pa ra a Europa, pedi ra m ao Prof. Plíni o Co rrêa de Olive ira que os aceitasse e m seu grupo ele redatores do semanári o "O Legionári o". O jovem José Lui z, e ntretanto, não permaneceri a de jure nesse grupo, que uma décad a ma is tarde deve ri a fundar a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, porque um c hamado cio alto o destinava para a g lori osa carre ira cio sacerd óc io. Por isso , e m 1950 diri g iu -se para o Se miná ri o ela ]mac ul ada Co nce ição, cios padres jes uítas, na c idade ga úc ha ele São Leopo ld o, onde c ursou com brilho os estudos ecl es iás ticos . No g lorioso di a 1° ele dezembro ele 1957, recebi a a orde nação sacerdotal el as mãos cio e ntão bi spo ele Jacarezinh o (PR), S. E xcia D. Geraldo ele Proe nça Siga ucl , S VD, na monume ntal Basíli ca ele Nossa Senhora do Carmo, e m São Paul o. Por admiração e reconhec ime nto para com o gra nde líder cató li co Prof. Plíni o Corrêa de Olive ira - que o Linh a incenti vado muito durante seus estudos sacerdotais - , esco lhe u-o como padrinho ela Ordenação.
Vínculo com Nossa Scnlwrn <lo Carmo O Pe. José Lui z nasce u à so mbra cio Carme lo, no bairro elas Perdi zes, e m São Paul o, fo i ordenado na basílica cios Carmelitas
za, Vi gário Geral, representando , cu Prelado, o Ex mo. e Revmo. Sr. D. Fernando José Pe nteado , b is1 o dioc esa no ele Jaca rez inho (PR) ; os Revmo s. pad res Dav id Fra ncisq uini e José Eduardo Pereira (a mbos ex -a lu nos cio ce le brante); o Revmo. Pe. José Portelli ; o Rev mo . Pe. José He nrique cio Carmo (que atuou como ce rim o ni á ri o) e o Rev mo. Pe . Sáv io Fernandes Bezerra. Destacamos també m a honrosa presença ele SS. AA. D. Lui z ele JAN EIRO 2008 -
da Antiga Observância, também na capital paulista, onde ingressou depois em sua Ordem Terceira com o nome de lrmão Bernardo Maria de Claraval. Celebrou sua primeira Mi ssa no Carmelo de Santa Teresa, da capital paulista, mantendo sempre, ao longo dos anos, íntimo co ntato com o Carmelo do Imaculado Coração de Maria e Santa O Pe. José Luiz (no centro) com seus cunhados e primeiros sobrinhos Teresinha, de Cotia, cujo Jubileu de Diamante de Fundação coincidiu com seu Jubileu ele Ouro sacerdotal. Daí sua veneração pela Ordem de Santo Elias e da grande Santa Teresa ele Jesus, a par de seu profundo reconhecimento aos padres jesuítas, que ao longo de seus estudos secundário, colegial e eclesiástico o assistiram com sua piedade e saber, à sombra ele Inácio, seu ínclito Fundador. Na <lioccsc de Jacal'czi11ho
Venerável Ordem Terceira do Carmo. Foi nomeado depois Vi gário Ecônomo da Paróquia de São José, em Cardoso Moreira, cidade da mesma diocese. Exerceu ainda as funções de vigário ecô nom o da igreja matriz de Nossa Senhora do Terço, na mesma cidade episcopal, e Reitor do Seminário Maior de Maria Imaculada. pais, irmãs, Em 1969, e nqu anto vigário ela Matri z de Nossa Senhora cio Terço, em Campos, o Cônego José Luiz, desejoso de promover a devoção a Nossa Senhora das Lágrimas, velha tradição no Brasil e em sua fam ília, formou, com um grupo de senhoritas suas dirigidas, uma associação com o mesmo nome. Tinha ela como finalidade, além da oração pela Igreja e pelo que resta de Cristandade nesta época tão conturbada, o estudo de documentos pontifícios, Cartas Pastorais, artigos e circulares de Catolicismo, isso tudo à lu z do ensa io do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução. Aos poucos, com as bênçãos de Nossa Senhora, outras jovens foram se unindo às primeiras, ampliando as fronteiras do grupo original. Assim, além da casa-mãe, Betânia de Santa Mari a, em Campos, hoje estão elas também na Fazenda Nossa Senhora das Lágrim as, em Ribeirão Claro (PR), e na "Vi la Montfort", em Barueri (SP). Embora leigas, vivem elas o idea l reli gioso e apostólico de " Monjas, Escravas e Guerreiras", dedicadas à oração, estudo e trabalhos manuai s, como escravas de amor que são d a Santíssima Virgem, segundo São Luís Maria Gri gnion de Montfort.
O neo-sacerdote ficou incardinaclo na diocese de Jaca-rezinho (PR), cujo bispo era então o mes mo D. Geraldo ele Proença Sigaud, que o ordenara. Nomeado professor cio seminário menor da diocese, depois ecônomo e reitor do seminário, nele promoveu a devoção ao Sagrado Coração ele Jesus e a Nossa Senhora, segundo o método ele São Luís Maria Grignion de Monfort. Difundiu também a devoção ao glori oso patriarca São José e, com aprovação de seu novo Bispo, D. Pedro Filipak, introd uziu desde então a recitação privada, mas em comum, do Exorcismo de SS. Leão XUI. Nomeado Diretor ela Federação das Congregações Marianas, em 1958, dedicou-se com entusiasmo, nos dez anos em que permaneceu no cargo, à promoVínculos cstrnitos com os ção dos retiros ele Carnaval segundo Sto. hm<ladOl'CS (lél 1'/i'P Inácio . Nesses dias me moráve is, a diocese de Jacarezinho chegou a ter 15 Em 1975, a conselho de seu então mil congregados marianos, número susuperior, S. Exa. D. Castro Mayer, ficiente para eleger deputado federal , o transferiu-se para São Paulo a fim de dar ass istência reli giosa aos membros mai s votado no Brasil , o co ngregado e amigos da TFP daquela cidade, o que mariano Dr. Mário Braga Ramos. Livro em homenagem pelo Jubileu de O uro fez ao longo de vários anos com denoPromoveu também a distribuição di- da Ordenação Sacerdotal do Côn . José Luiz dada dedicação e piedade. ária de alimentos e remédios aos pobres, Desde 1989, embora residindo na Fazenda de Nossa Senhora de molde a ser por eles chamado o "Pai dos Pobres". Foi um cios elas Lágrima , de sua propriedade, no Estado do Paraná, continua propulsores da construção do prédio do Seminário Menor Nossa dando assistência religio a a seus velhos companhei ros de luta, Senhora da Assunção, em Jacarezinho, com projeto do Dr. Beneos autênticos filhos espirituais e discípulos do inesquecível Prof. dito Calixto ele Jesus Neto. Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da Sociedade Brasileira de Seu apostolado cm Campos Defesa da Tradição, Família e Propriedade. Freqüentemente viEm 1968, a convite do Exmo. Sr. D. Antônio de Castrn Mayer, aja a São Paulo, onde celebra com o conhecimento e aprovação generosa de seus estimados ex-colegas, Sua Excia. Revma. D. então bispo diocesano, transferiu-se para a Diocese de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, exercendo o cargo de capelão da Conrado Walter, S.A.C. e S. Exa. D. Fernando José Penteado, CATOLICISMO
O Diácono José Luiz (ajoelhado) , num dos momentos da cerimônia de ordenação sacerdotal
hoje seu Bispo Diocesano, e sempre com a aprovação da egrégia autoridade arquidiocesana ele São Paulo. Para questões litúrgicas, conta ele também com a formal aprovação ela Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, datada ele 41O- 1990, assinada por Mons. Ca millus Perls (a Secretis). Zelo além <la fronteira pátria
Tendo sido nomeado pela Blue Arrny (Exército Azul de Nossa Senhora), cios Estados Unidos, seu representante e presidente no Brasi l, tornou-se o guardi ão da Sagrada Im agem Peregrina de Nossa Senhora de Ffüima, que verteu milagrosamente lágrimas e m Nova Orleans (EUA) em 1972. Passou então a fazer viagens com ela pelo Brasi l, Canadá, América Latina e Estados Unidos, para onde viajou nesse cargo 22 vezes. Nessas viagens, dava continuamente assistência religiosa também aos cooperadores e amigos das TFPs loca is. Em 1998 viajou para a França, a fim ele paiticiparcle um simpósio ela TFP francesa. Nessa ocasião, teve a oportunidade ele visitar inúmeros locais ele veneração na filha primogênita da Igreja. Bênção papal
Voltando à Missa ele Ação de Graças: a sagrada Comunhão foi distribuída à maioria dos presentes. Antes da bênção final da Missa, o cerimoniário, Pe. José Henrique, leu o texto da Bênção Apostólica enviada por Sua Santidade, o Papa Bento XVI, ao egrégio celebrante (vide quadro na página seguinte, ac ima) .
O Diácono ladeado pelo cerimoniário Mons . Pavésio e pelo padrinho de ordenação, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira
Depois foi feita a leitura da mensage m que o Emmo. Cardea l Oclilo Pedro Scherer enviou ao Cônego José Luiz. O Purpurado congratulava-se com ele pela data, almejando-lhe muitas fe licidades, e desculpava-se por não estar presente ao ato, poi s no mesmo horário deveria estar celebrando, na Catedral da Sé, a Mi ssa em Ação de Graças pelo Cardinalato (vicie quadro na página seguinte, abaixo). O cerimoniário passou em seguida a palavra a Mons. José lrineu, o qual co municou que o Ex mo. Sr. Bispo de Jacarezinho, e m vista dos grandes trabalhos reali zados pelo Cônego José Luiz na Diocese, principalmente na construção cio seminário, e em virtude de sua vicia edificante, concedia-lhe o título de Monsenhor (vide quadro à pág. 17). No encerramento da so lene Missa de Ação de Graças, num ato de amor filial ao Papado, o novo Monsenhor pediu ao coro e conclamou entusiasticamente a todos os presentes que cantassem o Hino Pontifício. Recepção
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Clube Pol'tuguês
Após a Missa, os presentes se dirigiram para as dependências cio aristocrata Clube Português, onde o novo Monsenhor recebeu os cumprimentos antes da festiva recepção que se seguiu . Todos queriam cumprimentar o homenageado e dizerlhe alguma palavra. Ao que ele respondia com sua proverbial amabilidade e bondade, deixando a todos encantados. Durante o esmerado jantar que se seguiu , vários presentes fi-
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Nunciatura Apostó lica no Brasil. Bênção Apostó li ca por ocasião do Jubileu de Ouro de Ordenação de Sacerdotal do Cônego José Lui z Marinho Vill ac
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Dom Fernando José Penteado
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can'nfio lo povo cru ao, esus. Sua Santiáaát ,v,corla-o em sua . ái 5 'ª'" _coração áe J Sa nhuíno O • ªJJ áâ . ÓIJS Jot1.í ,íe paz e a'4r.9 ria
tÍ4 OJ m fl'astor a a6un ncu.r oraÇtiO ir111ocan1fo o o r .. tério pastora( ao servi(º lo (fu,Jo r, Ji e profongaao minis 1 espirituaC p11fo se uJec un o Cristo e atfministrtufor ao.\
. áa QJoa ~f{011a áe Jesus ,
áe (J)ei,s, como mensa11e1ro 6 áa 'llirne m ~f aria , ',,M11r. cfe (,, lJ C ifiamfo-o à 11rol eç o mistérios d'a Sa vaç ,1. on áe 6ene110&.ncia t 9ra1.i.tfão, o
. s· ceráote, t como pro,NJ Cristo Sumo t 'ttemo . a . e a tolos presen tes nesta . a a seus fanufiarcs Santo <Paáre conetáe-Oie, e..tten.srv c:tft6raçdo, uma pafticufar fflinçào}f Post6hca.
O Santo Padre, unindo-se espiritualmente ao dom de seu Mini stério Sacerdota l, saúda-o e fe li cita-o neste di a em qu e, por e ntre ações de graças do Altíssimo e o carinho do povo cri stão, celebra o Jubileu de Ouro ele sua ordenação, no Santu ário do Sagrado Coração de Jes us. Sua Santidade recorda-o em sua oração, invocando do Bom Pas tor a abun dância cios dons ele paz e alegri a espiritual pe lo se u fec undo e pro longado ministéri o pastora l ao serviço do Povo de De us, co mo mensage iro da Boa Nova ele Jesus C ri sto e admini strador cios mi stéri os ela Salvação. Confi ando-o à pro teção da Virge m Mari a, Mãe de C ri sto, Sumo e Eterno Sacerdote , e co mo prova ele benevo lênc ia e gratidão, o Santo Padre concede- lhe, ex te nsiv a a seus fa mili ares e a todos presentes nesta celebração, uma particul ar Bênção Apostóli ca.
Dom femondo
Josô PcntoodO
l)ttrt l O
Tend o e m vi sta os re le vantes servi ços prestados ü Di ocese de Jacarez inho, como a construção do Seminári o Di ocesa no Nossa Senhora ela Assunção e o exercício de fun ções ele responsabilidade nesta Di ocese, e por ocas ião ele suas bodas ele ouro sacerdotais, e m virtu de do Câ non 185 cio Dire ito Ca nônico,
Dec reto pe lo presente decreto, co ncedemos o títul o ele Monsenho r ao Rev mo. Sr. Cônego José Lui z Marinho Vill ac. Comunique-se na fo rma de dire ito e arquive-se. Dado e passado na Sede do Bispado de Jacarezinho - Pr. , sob o Nosso Sinal e Se lo ele Nossas Arm as, aos 14 ele novemb ro de 2007 .
fflraslfw, 2J Ót novrm6ro rir 2007
Dom Fern ando José Penteado Bi spo Di ocesa no
Brasíli a, 23 de no ve mb ro ele 2007 Do m Lorenzo Balcli sseri Núncio Apostó li co
Do m Od il o Pedro Scherer Arceb ispo ele São Paul o
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São Pa ul o, 0 1 ele deze mbro ele 2007 . Revere nd íss imo Cônego .J osé Marinho Vill ac Al egro-me profund ame nte po r ter recebido o convite para ce lebração dos seus 50 anos de vida Sacerdota l, no próx imo di a 02 ele dezembro às 15hs no Santuário do Sagrado Coração ele Jesus. Co muni co a Vossa Reve re ndíss im a, qu e nesse mesmo honfrio, estare i impossib ilitado ele parti c ipar desse mo me nto tão espec ia l, po is presidire i com a arqui d iocese de São Paul o a Santa Mi ssa em ação de graças pe lo meu Cardin alato, na Catedral da Sé. Nessa ce lebração un o-me e m oração pe lo seu jubile u de ouro . Receba a ex pressão de minha estima minhas orações; que Deus o abençoe pe los 50 anos ele entrega generosa e pe lo a mor ardo roso à Igrej a em São Paulo. Me us sinceros votos ele fe li cidade e que Jesus Sumo Sacerdote, conceda à sua vicia sacerdota l muitos fru tos ele santidade e de paz.
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Dom OrJ,10 Pedro Scll . Areu/JÍS()O d~ São Pa1,10 e re r
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zeram uso ela palavra para homenagear Monsenhor José Luiz, destacando-se entre eles o príncipe D. Lui z ele Orleans e Bragança, que ergueu um brinde em honra do homenageado; Dr. Plíni o Vidiga l Xav ier ela S ilve ira, que fa lou em nome ela Associação dos Fundadores ; e Thi ago Vill ac Acide em nome ele seus famili ares. O banquete, cio qu al parti cipa va m c in co ce nte nas ele pessoas (foto à dir. ), es te nde u-se pe la noite num ca loroso c lim a ele e ntus ias mo, até que o prec lae ro Monse nh o r o e ncerrou co m ~º sua bênção sacerd ota l. •
Recepção no Clube Português . Mons . José Luiz com suas irmãs
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Em C ri sto Jesus, Ca rdeal Dom Odil o Pedro Scherer
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..... Mesa principal no banquete oferecido no Clube Português a 500 convidados . Da esq . para adir.: Dr. Paulo Corrêa de Brito, o Príncipe Dom Luiz, Pe . José Henrique, Mons . José Luiz, Mons. José lrineu e o Príncipe Dom Bertrand
Mons. José Luiz e as Irmãs Missionórias do Coração de Jesus Crucificado
JANEIRO 2008
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A REALIDADE CONCISAMENTE ONU divulga falsos números sobre aborto
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Organi zação Mundial da Saúde (OMS), o Fund o da ONU para a Infância ( UNI CEF) e o Fundo de Po pulação da ONU (UNFPA ) publi cam , sem nenhum fund amento, que todo ano morre m e ntre 500 e 600 mil mulheres no mundo por falta de "aborto legal ". A fraude fo i confessada pe lo e x-che fe do Esc ritó rio de Estatísti cas da ONU , Dr. Joseph C hamie, ao Ca1holic Family anel Hu rnan Rights lnstitute (C-FAM ). Essas c ifras não tê m fundam ento séri o, expli cou ele, porque a maio ri a dos países não inform a o número ne m a causa das mortes a nuais, ne m o sexo ou id ade dos falec idos . Poré m esses órgãos seg uem di vul gando cifras assustadoras de mo rtal idade mate rna para ai icerçar as campanhas de descrimin a li zação do abo rto promo vid as pe la esqu erda. •
Presidente Lula convoca conferência de homossexuais
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ul a convocou a 1" Co ,'1:ferência Nacional de Homo.1·sexuais, Bissexuais, Traves/is e Trans-sexuais para maio. Será organi zada pe la Secretaria Espec ia l dos Dire itos Hu manos da Pres idê ncia da Repúbli ca, e pro porá po líticas pú blicas e um pl ano nac iona l para prom over os dire itos dos homossexuais e reforçar o prog ra ma "B ras il se m Ho mo fobi a". Os ativi stas homossex uai s receberam a notíc ia co mo um triun fo . Nunca se ouve fa lar, entretanto, que as esquerdas , no go ve rn o o u na o po si ção, promovam eventos para fortalecer a família, a fide lidade conjuga l e as pro les numerosas, como a lgrej a e o Dire ito Natu ral postul am. É como se es tes não fo sse m dire itos o u não se a pli casse m aos humanos. •
Eutanásia legal nas ruas de Zurich
A
associação suíça Dignitas, de Z uri ch, que prati ca a eutanás ia sob o amparo da le i, não e ncontra loca l onde consiga se instal ar. C ri ou-se um tal ambie nte de horro r e m torno dela, que teve de abandonar as instalações onde tirou a vida de centenas de pessoas. Os vizinhos não suportava m a circul ação constante de "c li entes", cadáveres e ambul âncias. Dign.ilas passo u a oferecer seus serviços leta is em vans de aluguel estacionadas nas ruas. Nelas os suicidas bebem um sini stro e " legali zado" cocktail da morte. A sórdida situação cri ada é uma decorrênc ia da fu ga ante o dever de ca rregar cri stãmente o sofrim ento. •
CATOLICISMO
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Brinquedo tóxico chinês causa espasmos em crianças
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a is um ve nenoso brinquedo chinês causou medo e uma o nda de recctl/ no Brasil e no mundo. Jacob Esses, de 20 meses, engo liu e m Jac ksonville (Estados Unidos) uma bo linha co lorida do brinquedo conhecido como Bindeez [foto] e co m e rc ia li zad o pe la Long Jump do Bras il. Jaco b começou a reag ir co mo drogado, e os pais te me ra m qu e mo rresse. Pe lo menos mais duas cri anças nos EUA e quatro na Austráli a foram hospitali zadas pe la mes ma razão. A fábrica chinesa trocava por uma substâ nc ia peri gosa à saúde, embora mais barata, a substância que deveri a ser usada. Qu ando diluída na água, e la tran sforma-se na droga GHB , conhec ida como "ecstasy líquido " , e produ z problemas respirató ri os, espas mos e coma quando engolida. •
Juiz decide contra cotas raciais, a favor de candidato branco
Violência e doenças em "casais" homossexuais
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"Journal o f Urban Hcalth " lfotol , da Acade mi a ele Medic ina de New York , co ncluiu que e m 32% dos "casai s homossexuai s" há abusos entre os " parceiros", como socos, pontapés, empurrões, queiJournal of maduras, cortes e outros, a lém de violências sexuais e verbais e o contágio de doenças venéreas. Segundo o estud o, as princ ipai s ca usas "' .... ,. , ~#, , ,, são o uso de drogas, depressão, al coolismo, promi scuidade e "oulras desordens psicológicas e compor,. ,." tamentais " pato lóg icas Iigadas ao ~- . :::;~.:.:"'.'.,'.'.,;,;•;: . -,·::·:· •,., ... estilo de vida ho mossex ual. O estudo não trouxe nada de no vo. O estranho é que a mídia abafa esta realidade, causando a impressão ele ~=:::~·:·..·:.:-· ... i,,-,· 11 ,._..,.. ~ ",,4.,,.,. •• 1,,,. que o "casamento" antinatural não ;:.,;·:.::'::.·.:"'·"""'-""""'·•··•·. acarreta ma les. Só no matrimô nio legítimo, abençoado pela Ig rej a, os cônjuges encontram fo rças para vi ver com respeito, dignidade e amor mútuo. •
Urhan Health
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Delação do Yahoo ocasionou prisão de dissidente chinês
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mac ro-e mp resa ele lnternet Yahoo pediu desculpas por te r favo rec ido a prisão de um di ss idente pe lo reg ime comuni sta chinês. A desc ulpa só ocorreu após muitas ac usações de deputados dos EUA contra a partic ipação da Yahoo na reprc. são de opos itores na China. Jerry Yang, diretor executivo da empresa, entregou à po lícia chinesa dados sobre o jorna li sta opos itor Shi Tao, extraídos do seu endereço de email. Shi fo i preso e co nde nado a dez anos. Nada indica, entretanto, que Yahoo e o utras empresa do setor, co mo a Google, dóce is às ex igências da di tadura chinesa, Lenh am mu d a do de a titud e e m re lação à seg u ra nç a ci os se us us uários . •
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Evolucionismo: não conseguem confirmar
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Ju sti ça Federal garantiu a um ca ndidato branco o in gresso no curso ele geografi a da Unive rsidade Federa l ele Santa Catarin a (UFSC) e o di reito de concorrer a todas as vagas no próx im o vestibul ar, incluídas aque las destinadas aos ca ndidatos negros. O jui z Carl os Alberto ela Costa Di as, ele Flo ri anópo li s, julgou que a reserva ele vagas para coti stas vio la o princípio consti tuc io na l ela igualdade, in fo rmo u a revi sta jurídica " Úl tima Instânc ia" . Segundo o juiz, não se pode identificar com prec isão quem é negro no Brasil , dada a larguíss ima mi sc igenação brasil eira. As cotas rac iais, que não be nefi c iam aute ntica me nte os negros, não cessa m de gerar situações abstru sas no Brasil todo . Contudo, é isso o que desejam os pro motores esq uerdi stas ela lu ta ele raças e c lasses. •
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o ponto ele vista das c iênc ias naturai s, "!a/vez nunca possa confirmar-se como f oi a origem. da vida", afirmou Thomas Cech, prê mio Nobe l de Quími ca de 1989, em entrevi sta para o diário portenho " La Nac ión". O Prof. Cech e sua equipe identificaram a mol écula ele ác ido ribonucle ico, ARN , como sendo a primeira molécul a viva que pode ter tido a capacidade de se reprodu zir. Cech, presidente do mundi a lmente conceituado Instituto Médico Howard Hughes, observou ser imposs íve l existir qualquer registro fóssil que comprove alguma fo rma de e vo lução desde a hipotéti ca prime ira mol écul a viva até o ho me m. Por isso, concluiu que " nunca poderemos confirmar" elita evo lução. •
Guerrilheira devolve criança seqüestrada pelas FARC
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,~a guerrilhe ira arrep~nclida abandono u o criminoso grupo marxista FARC, levando con sigo um a cri ança de quatro anos, seqü estrada havi a seis meses. O me nino fo ra raptado numa esco la infantil pe los guerrilheiros, que ex ig iam um resgate de US$ 250 mil. A guerri lheira que cuidava de le teve pena, e dec idiu devo lvê-lo aos pa is lfotol . O fato comp rovo u mais uma vez a bruta l feroc idade ela subversão comunista e a virtua l imposs ibilidade de conve ncer os che fes elas FARC - ali ás, ligados às esquerdas brasile iras e ao pres idente venezue lano Hugo Chá vez - com base em di álogo, argumentos, boa fé ou gestos hum anitários. •
O Natal da Igreja perseguida no Irã
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s católicos no Irã passaram mais um Natal sob um estatuto legal iníquo e persecutório. Os que nasceram católicos puderam festejar, a portas fechadas em casas ou clubes, e ir às igrejas que têm um estatuto precá rio [foto] . A polícia vigiava as portas dos templos para impedir que os "ilegais" - aqueles que renegaram o islamismo e os filhos de casais mistos pudessem entrar, informou "AsiaNews" . O presidente Ahmadine jad ameaçou : "Acabarei com o Cristianismo neste país". Oficialmente há 340.000 cristãos no Irã. Entretanto, o país (antiga Pérsia) é a terra dos Reis Magos, os primeiros chefes de Estado que adoraram o Menino Jesus, maravilhosamente conduzidos por uma estrela até a gruta de Belém.
Pequim proíbe Bíblia nas olimpíadas
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Bíblia está na lista de objetos proi bidos aos esportistas nas olimpíadas de Pequim neste ano. O jornalista italiano Francesco Liello, do jornal esportivo "La Gazzetta deito Sport", fez a denúncia . O s comunistas chineses alegam "razões de segurança " para in terditar qua lquer símbolo religioso nos recintos ol ímpicos . Para fugir das críticas, o governo comunista embaralhou os termos da proibição, ajudado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o qual interpretou o regulamento da competi ção de modo a justificar os arbitrá r ios anfitriões . No Congresso ame r icano , o deputado Thaddeus McCotter disse trata r- se de mais uma jogada da p ropaganda comunista . Lembrou os bis pos e sacerdotes católicos fi é is a Roma , prisioneiros ou procurados pela polícia.
JANEIRO 2008 -
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A gueITa civil espanhola
70 anos depois U,na tentativa revolucionár·ia de fazer co,n que a Espanha deixasse de ser católica, seguida da reação popular anticonnmista com o Alzamicnto Nacional - \erdadeira cruzada para in1pcdir o banimento da Santa Igreja
N
o último dia 28 de outubro, quase 50 mil pessoas - den tre elas, 40 mil peregrinos espanhóis - reuniram-se na Praça de São Pedro, em Roma, para assistir à cerimônia de beatificação de 498 mártires, presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. Os 498 beatificados são os heróis da fé , de todas as classes sociais, muitos deles religiosos e religio sas, que derramaram seu sangue por amor a Deus, antes e durante a guerra civil espanhola de 1936 a 1939 - a maior perseguição anticatólica ocorrida na Espanha do século XX. Mas também a maior manifestação de heroísmo católico na Espanha do último século. Em nossa edição de setembro do ano passado, mencionamos numa notícia a palestra proferida pelo advogado Giovanni Formicola no Congresso de Verão realizado na histórica Cartuxa de Gaming, na Áustria , sobre A militância da lgre;a contra seus inimigos externos na sociedade temporal: o comunismo . O conferencista, advogado napolitano e sócio fundador da associação Alleanza Cattolica, mostrou a importância his tórica da guerra civil espanhola, destacando a resi stência do heróico povo católico, ao impedir que a Espanha se tornasse uma república socialista . Catolicismo solicitou ao Dr. Giovanni Formicola uma entrevista sobre esse tema, a fim de enriquecer o conhecimento dos nossos leitores sobre o épico período vivido se tenta anos atrás pela católica Espanha .
C ATO LICI SMO
D,: Giovanni fi'onnicola: "Enll'e os tantos CJ)iSódios
dessa guerra r evolucionária contra a Igr eja, a gesta esJ)anhola surge como uma
das mais emhlem áticas e instruti vas"
Catolicismo - Em sua conferência no último Congresso de Verão em Gaming, o Sr. ilustrou muito bem o aspecto ateu do comunismo e seu ódio encarniçado à Santa Igreja, analisando a guerra civil espanhola e exemplificando com a perseguição aos católicos, incêndios de igrejas e conventos, saques de objetos sagrados, etc. O Sr. poderia sintetizar este aspecto do comunismo naquele período? Giovanni Formicola - O ódi o revo lu c ionári o e co muni sta face a Deus tradu ziu -se desde o início em um ód io im placá vel à Santa I grej a e ao Cri stiani smo. Entre os tantos epi sódi os dessa guerra revolucionári a contra a Igrej a e contra o que sobrevi via ela Civ i li zação Cri stã no sécul o XX, a gesta es panhola na guerra civ il ela década de 30 surge como uma das mais emblemáticas e in stru ti vas. S ja porq ue di z respeito a um ci os lu gares ele mais anti ga i vi lização Cri stã, sej a porqu e envo lveu o mun do intei ro, seja aind a porqu e os protagoni stas aparecem dotados ele maior maturidade e consc iência dos respecti vos papéis. O que clcscl c logo deve ser rea lçado é que na Espa nh a, mas também no M éxico e em outros países, como por exemp lo a Hungri a, a reação cri stã fo i não só espirit ual e cul tural - ou sej a, não fo i desenvo lv ida apenas no plano da " bata lha elas idéias" - mas também e leg itimamente políti ca e militar: a totalilacle cio ra io ele ação do inimi go revolucionári o é ta l, que im põe uma resposta igualmente lota i. No campo po lítico, além d isso, o empenho fo i cristão; sej a ele modo direto, enquanto católi cos, como tam -
bém indireto, ou sej a, como efeito do espírito e ela mentalidade ca tóli co s difu sos, e que entendi am a ameaça constituíd a pela Revolução nas suas manifestações correntes, como também nas suas manifes tações na vida soc ial e indi vidual. A lém di sso, na Espanha, o comuni smo sóc io-econôm ico fo i certamente menos dominante do que o sócio-cultura l. Em outras palavras, se também se invocava o proletari ado e a expropriação das terras, a ação revolucionári a tinha uma dimensão e hostilidade cul tura l profund amente adversa à mentalidade, aos costumes e à legislação form ados pela Religião. D e tal modo que se pode considerar que tal ação é muito mais semelhante à ação revolu cionári a de nossos dias do que aq uela ele molde sov iético. Q ui çá por isso a guerra civil espanhola fo i mai s um " assalto ao Céu" do que à propriedade privada; e a reação fo i mais bem uma cru zada em defe sa da fé ca tó li ca do que a defesa de uma ordem sóci oeconômi ca espec ífi ca, se bem que tenha sido tanto urna como outra.
Catolicismo - Quando e como se configurou o quadro político da Espanha naquela época, que suscitou tanta sanha anticatólica? Giovan11i Formicola - Em 1930 o general Primo de Ri vera [prim eiro- mini stro pl enipote nc i ári o] apresenta sua demi ssão a co nvi te ci o própri o sobe-
Milicianos comunistas fuzilam a imagem do Sagrado Coração, no "Cerro de los Angeles"
"A gllel'l'a civil esJ)a11hola foi mais lllll "assalto ao Céu " do <Jlle à prOJ)l'Íedade pâvada; e a reação foi mais hem uma crllzada em delesa da fé católica"
rano. Na primavera de 193 1, rea li za m-se eleições administrativa s. Os partidos da ordem e monárqui cos conseguem a mai ori a no país, mas são derro ta dos nas c idades principais. lmprevi sivelrnenle o rei, mal acon selhado, abdi ca. N o di a 14 de abri I ele 1931, é proclamada a Repúbli ca - a segunda na hi stória espanhola - co memorad a co m assa ltos a igrejas, conventos incendi ados e profanações. Govern a uma coali zão entre soc iali stas e republi ca nos de esquerd a, que venceram as eleiçõe s ele ju nho de 1931. Ato contínuo, o novo govern o ex tradita algun s bispos, entre os quais o Cardea l Segura, primaz ela Espanha e arcebi spo de Toledo - urna glóri a do epi scopado no sécul o XX. O rum o radi cal e bolchev ista segue não apenas no plano social, mas sobretudo nos campos cultural e religioso. A políti ca de tal coa li zão é abertamente mani fes tada pela conhecida expressão de Manuel A zafi a Díaz ( 1880- 1940), líder maçom e republicano, bem como chefe e depois presidente da República: "Espaíia ha dej ado de ser católica" (A Espanha deixou de ser católica). Na nova Consti tuição, a I greja é reduzida à categoria de uma associação qualquer, nega-lhe todo subsídio econômico público, impede-a de parti cipar da indústria, do comércio e do ensino. Em outros termos, nega-lhe qualquer presença pública organi zada que possa ser enquadrada nessas três categori as ele ação.
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Não só isso. A Co nstit uição co loc a os bens da Ig reja à d ispos ição da nação e introd uz o divórc io. Segue-se o decreto de dissolução ela Companh ia de Jesus e ele nacio na li zação ele seu patri mônio. De acordo co m os d itames ela nova Constituição, é promul gada e m 1933 a Ley organica de Con/esione.1· y Co11gregacio11es Religiosas, que proíbe q ualquer manifestação ele culto fora cios ed ifíc ios re ligiosos, impõe a remoção dos símbolos e imagens relig iosas das escolas, ed ifíc ios públicos, praças e ru as, bem como cri a um im posto para sua ex ibição por parte dos fi é is, incentiva a laic ização dos casamen tos, dos funera is e dos cemitérios.
Catolicismo - A reação a essas ofensas à Religião Católica, a essas injustiças e perseguições tão arbitrárias, demorou a se levantar? O que a pôs em marcha? Giovanni Formicola - Co m a vitóri a das esq uerdas uni das na "Frente Pop ul a r", nas e le ições ele fevereiro de 1936, a s ituação se prec ipita. O pres ide nte da Repúb li ca, Niceto A lc a lá Zamora, cató li co ce ntri sta - substa nc ia lm e n te u m democ rata -c ri stão q ue o lh a para a esq ue rda, e de fé repub l ica na - d isso lve as Cortes , rec usando tra nsm itir o ca rgo ao Iíder da Co,~federación Espaíiola de Derechas Autónoma.,· (CEDA), José G il Rob les. As trapaças e le itora is, as vio lê nc ias, as d ivisões da dire ita, a const itui ção de u ma " terce ira fo rça" ca tó li ca, d ão ao bloco ela esq ue rda , po r efe ito ela le i e le itora l e pe la a rbitrá ri a a nul ação da s e le ições nas c irc un scrições o nde ve ncera a d ire ita, uma fort e ma ioria pa rl amentar. Desencade iam -se imed iatamente a vio lê nc ia nas praças e a re pressão de Estado. O go ve rno li bera co m uma an istia ad hoc os revo lucioná ri os ele 1934 a in da e ncarcerados. Para os pa rti do s e para os homens de dire ita , mas sob re tu do para os cató li cos , ec lesiásticos, re lig iosos e re lig iosas, para a Ig reja, o ar torna -se irres piráve l na Espan ha. Nos poucos meses que vão de fevereiro a junho ele 1936, contam-se 269 mo1tos, 1287 feridos, 25 1 igre jas incendiadas ou profanadas, das quais 160 completamente destruídas. Numerosíssimas são as sedes devastadas dos partidos ele direita, as propriedades dos mi litantes dani ficadas ou destruídas, as pri sões ilegítimas e baseadas cm fatos imag inários. No d ia 12 de ju lho de 1936, é barbaramente assass inado o deputado monarqu ista José Calvo Sotclo pelas Guare/ias de Asa/to. Tal assassinato constitui o que se costuma de finir como a gota d' água que faz tra nsbordar o copo da ind ignação.
CATOLICISMO
Catolicismo -
O governo republicano extraditou alguns bispos, entre os quais o Cordeai Seguro , primaz do Espanha e arcebispo de Toledo
"A 11e1•seg11ição
se ma11ilcsta tl'emen<la. Não ,IS lei8, não
só
só a ,riolência, mas uma l'eal e sistemática vontmle ele apagai' o cl'istianismo <la l!,'spanha"
Os comunistas tinham clara noção de que o povo espanhol é eminentemente católico. Mesmo assim, tinham a ilusória esperança de que ele abandonasse sua fé, e que a Religião Católica fosse banida? Giovanni Formicola - Durante a li Re pública espanho la, a Igreja é vítima de uma duríssima persegui ção. O e ncontro das tendê nc ias maçônicas e re publicanas com as sócio-comun istas e anárquicas torna a Re vo lução na Espanha particularmente agressiva no campo sócio-econôm ico-cultura l-re ligioso. A Revolução se dá perfe itamente conta ela re lação e da continui dade ex iste nte entre tais ca mpos. O regime dos soviets torna-se o modelo, não só pe la política de coletivização forçada e pe la luta contra a propri edade e as classes aristoc ráticas e bu rguesas, mas també m pe lo seu ate ísmo agressivo, pe rsec utó rio ela Re lig ião. Os comunistas, poré m, seja porque m ino ritá ri os, seja po rq ue ma is ate ntos ~1 teo ri a da ação, não estão de acordo com a "ma rc ha ráp ida" (segundo o conceito ex plic itado pe lo Prof. Plinio Co rrêa de O li ve ira na obra Re vo lução e Contra -Re volução) esco lhida pe los soc ia listas, a narq uistas e re publica nos de esq ue rd a. Aque les conh ecem as raízes profundas ex iste ntes no es pírito cató li co do povo espa nh o l e temem, co m razão, a reação an te um ataq ue rá pido e fro ntal à Ig rej a. Mesmo assim , a perseguição se manifesta treme nda. Não só ~1s le is, não só a violência difundida contra os se us edi fíc ios, os se us símbo los, os seus homens e mu lhe res, mas uma rea l e siste máti ca vontade ele apagar o c ri stiani smo da Espanha. Com o o bjetivo de rea li za r por todos os meios o que definimos ma is bem co mo um prog rama do que uma constatação - "Espa,ia ha dejado de ser católica" - , fazem ela Ig reja espanho la daqu e les anos uma Igreja-mártir. A marca da li Repúbli ca espanhola é o martíri o dos qu e crêe m; e la é animada de um ód io satânico contra Deus e seus seg ui dores.
Po rtanto, se objetivame nt e ex iste um márt ir, a lé m elas di spos ições mo ra is da vít ima ex iste a lg uém qu e ativamente odeia C ri sto, a fé, a Ig reja. O s católi cos es pa nh ó is viam ni sso o óuio satâ nico para bani r a Ig reja. In úmeros de les pega ram cm armas para de fe ndê- la, mas també m, nu m a lto g ra u ele he roísmo , inúm e ros ace itaram a morte po r amor à Ig reja. Na Es pan ha, segundo a opin ião ele Mo ns. Anton io Montero e m seu li vro Historia de la p ersecución religiosa en Espai'ia, publicado pe la BAC, ve rifico u-se um episódio sem precede ntes na H istó ri a ela Ig reja unive rsa l, o qua l não ocorreu ne m mesmo no tempo das pe rseguições romanas: o sacrifíc io c rue nto, qu e assumiu o caráter de um autênt ico massacre. Em po uco ma is de um se mestre, e num te rritório limit ado, foram mo rtos quase 7 mi l, e ntre bispos, sacerdotes , re i ig iosos e re lig iosas. E os ec les iásticos, segundo o mes mo Mo ns. Montero , não são senão uma modesta po rce ntage m na tre menda es tatís tica das vít imas feita s na zo na ve rme lha, assass inadas in odium/idei, ou seja, porq ue católicas. A d ime nsão desta pe rsegui ção é teste munhada pe lo núme ro de márt ires j á reco nhec idos pela Ig reja: quase mil (cios q uais 11j á ca no nizados e 498 beatifi cados recente me nte e m Roma, no d ia 28 ele outubro). Ou tros mil ha res ele casos estão sendo exam inados nos vários processos qu e lhes d ize m res pe ito. Numerosos foram os ultraj es sacrílegos ao Sa n-
"NtllllC.l 'OSOS
foram os ultrajes sacrílegos a o Santíssimo Sacramento, a <lestl'uição 011 a 11ro/'mwção blaslcma ,las igrejas e ele SCllS objetos <le <lccomção"
A praça de São Pedro no dia do beatificação dos mártires espanhóis, em 28 de outubro p.p.
tíss imo Sacra me nto , a dest rui ção o u a profa nação blasfema e ico noc lasta das ig rejas, ele se us objetos de decoração e vasos sacros, elas re líq ui as, dos luga res de c ul to, cios s ímbo los da fé, até mes mo os cem ité ri os e os cadáveres dos re li g iosos. São conhec idos os casos ele sac ríl egas proc issões burl escas qu e não po upavam a hós tia sa nta. Uma des tas proc issões, e m To ledo, custo u a vida do d irige nte co m uni sta . Este, por zo mba ri a, vestia os paramentos subtraídos ao bispo. Um mil ic ia no esq ue rd ista imag ino u q ue fo sse de fato um bispo, e não lhe pareceu impróprio d ispara r u ma ba la no corpo ele um "odiado sucesso r dos Apósto los" ... Também são con hec idos os fuz il a me ntos ao Sag rado Coração de Jesus cio Cerro de los Angeles, nas prox im idad es de Mad ri , e os perpetrados no T ibiclabo, nas vi zinha nças de Barcelona, bem corno a exumação dos cadáveres mum ificados de fre iras, ex1 ostos e m vil ipê ndio ao púb li co e m Barcelo na, mas não so me nte a li .
Catolicismo - A parte do povo espanhol que pegou em armas e se insurgiu contra a dominação comunista, com o chamado Alzamiento Nacional, contava com a aprovação da Igreja católica para uma luta armada? Giovanni Formicola - São co nhec idas as co nd ições que to rn am líci ta a desobed iê nc ia c ivil , a re-
Catolicismo - O Sr. poderia dizer-nos algo sobre o martírio aceito por esses valorosos espanhóis? O que levou os católicos a tal grau de heroísmo?
Giovanni Formicola - O que faz os mártires não é a pe na, mas a causa . E tai s são, para a Ig reja, aqueles que são mo rtos in odiu111.fidei, o u in odi,.1111 C!tristi, o u in odiu111 Ecclesiae, acei tando a mo rt e vo luntari a me nte , derramando se u sa ng ue por amo r de Deus e pe rdoa nd o os se us verdu gos.
JAN EIRO 2008 -
:1 Catolicismo - E os apoios eclesiásticos à resistência católica após o término da guerra civil espanhola? Giovanni Formicola - O juízo não muda com o té rmino da guerra. O novo Papa Pio XII envia fe licitações, no dia 16 de abril de 1939, numa radiomensagern ao povo espan hol, "com imensa alegria 1... ] pelo dom da paz e da vitória " . O pri rn az da Espanha ass i111 escreve: "São a alma ruim da anti-Espanha e a alma boa da Espanha a qf'rontar-se nos carnpos de batalha. É a alm.a da nossa nobre história, a antiga alma de nossos pais que barrou o caminho à alma bastarda dos.filhos de Moscou". A Igreja não temeu o julga me nto que de la fariam o mundo e os Judas. Corno também não o temeu g rande parte cio povo espanhol e das suas elites.
sistência ativa e a própria suble vação em armas contra o pode r constituído. O Catecismo da Igreja Católica as reassume no tópico 2243: Face à grave ilegitimidade ele o ri ge m ou cio exercício cio poder político, é necessári o que não haja outros re médios, que estes não sejam pio res que os males que afrontam, e que haja urn a razoável esperança ele sucesso. O juízo sobre a subsi stência ele todas estas condições é confiado à prudente análi se ele que m se acha nas condições de possuir a autoridade social.
Catolicismo - Mas houve apoio oficial da Igreja à ofensiva armada contra o comunismo? Giovanni Formicola - Desde o início, o Papa Pio XI , que já se ex pressara com a encíclica Dilectissima nobis, dec lara a posição da Ig reja sobre o conflito em curso na Espanha e sobre as partes que de le são protagonistas, se be m que não sem reservas acerca ele alguns excessos na conclução ela luta, sobre tudo quanto às contaminações ideológicas cio bando nacional. Em Castelga nclolfo, a 14 ele sete mbro ele 1936 (porta nto, a me nos ele dois meses cio Alzamiento ), ele ass im se pronuncia e m urna alocução diri gida a cerca ele quinhentos prófugos ela Espanha vermelha: " Dir-se-ia que uma satânica preparação reacendeu, e mais viva, na vizinha Espanha, aquela chama de ódio e das mais f erozes perseguições co,ifessada,nente de~j'echada contra a Igreja e a Religião Católica, como o único ve,dadeiro obstáculo à irrupção daquelas forças que já se.fizeram conhecer pe1.f'eitamente nos e4'orços para subverter todas as ordens, da Rússia à China, do México à América do Sul. I, ... ] A Nossa bênçcio se dirige, de ,nodo especial, a quantos assumiran·1 a perigosa tare.fà de de.fender e restaurar os direitos e a honra de Deus e da Religião, que equivale a dizer os direitos e a dignidade das consciências, condição prévia e a mais sólida de qualquer bem.-estar humano e civil" . O juízo e as reservas são confirmados na racliornensagem ao mundo inteiro, de 24 ele dezembro ele l936. A Igreja na Espanha não fez menos. Com coragem, determinação e solérc ia, abençoa na sua substância o Alzamiento Nacional e exorta os católicos a apoiálo. Prime iramente, com urn a Instrução Pastoral cios bispos ele Vitória e Parnplona (6-8-36), com a Carta Pastoral cio bispo ele Salama nca (30-9-36) e com a do Cardeal Isid ro Gorná Tomás ( 1869-1940), arcebispo ele Toledo e Primaz da Espanha (30-1-37). Em seguida, com a famosa Carta coletiva. dos bi~1Jos espanhóis aos prelados de todo mundo, ele 1° ele julho ele 1937.
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CATOLICISMO
VARIEDADES
Sacerdote abençoa as tropas católicas antes da batalha durante a guerra civil
"De lato, hoje o pl'imeil'o-ministro Zapatel'O prossegue, com outros meios, a mesma guerra contra a Jgrnja, a Religião, a família e a ordem moral"
Catolicismo - O que diz o Sr. da situação atual na Espanha? Giovanni Formicola - Na Maclri de 1936, a esqu e rd a fa zia desfilar as mulheres aos brados ele " 1-1ijo.1· sí, maridos n o" (F ilh os s im , ma rid os não); e um cios slogan.s mai s difundid os, que se e nsin ava també m às c rian ças, era "Ni Diós, ni patria, ni padres" (Nem Deus, ne m pátria, ne m pai s). Também isto demonstra como a Re volução na Es panha tinh a urn a clara e ex plícita o rientação c ultural , ainda querendo "fazer como na Rússia". Era, alé m ela Ili Revolução, também a IV , conforme a teori a ele Revolução e Contra -Revolução . O corpo socia l re velou a prese nça de anticorpos capazes de de rrotar a doe nça . Com uma visão retrospectiva, deve-se porém co nstata r qu e a c ura foi apenas aparente. De fato, hoje o prime iro- min istro Zapatero prosseg ue, com o utros me ios, a mes ma guerra contra a lgrej a, a Re li gião, a fam íli a, a o rdem moral e a dime nsão soc ial ela verdade so bre o homem. Ainda um a vez se move na Espan ha um a vangua rda qu e dá "o assa lto ao Céu". Assa lto qu e, apesar ele rechaçado uma vez, por isso mesmo conc luise ter sido apenas prote lado. E o corpo social parece não ter mais os a nti co rpos para combate r a atua l infecção. Uma elas muita razões, e não a me nos importante, é a de bandada pas toral que se manifes ta a partir da década de 1960. Os de rrotad os de on te m parecem os ve ncedores de hoje. Sete nta anos depois, agravado pe la " irreparáve l fu ga do te mpo", o nó revolucionário ata a Re li g ião, a cu ltu ra e a po lítica, e ai nela está para ser desatado. •
As voltas que o mundo dá 1 GRE GÓRIO VIVANCO LOPES
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ertas pos ições ideo lógicas, artís~ ticas ou po líticas q ue a pro paga nda impin g ia ele mod o qua se dogmático, há po uco ma is ele 50 anos, não res istiram ao passar do te mpo e vão se reve la ndo incons istentes . Exe mplo característico é a baju lação e m to rno ela c hamada a rte mode rna . O "mode rni s mo" c hego u a ser apresentad o co mo um a es péc ie ele " libe rtação" elas ama rras que s uje itavam a arte c láss ica, uma a lforria das regras. Nasc ia a arte instin tiva, a in s piração espo ntâ nea, a libe rdad e c ri adora em ruptura co m o passado. É ve rd ade q ue, fora a lg uns iniciados, o público nun ca se sentiu atraído por tal arte, ne m sequ e r a e nte nd e u. Mas, seja como fo r, a propaganda a e nd e usava. Em 1922, a S e ma na ele Arte M ode rna, e m São Pa ulo, a pôs no. cornos da lua: poesias, mú s icas, pinturas, esc ulturas, maqu e tes ele a rquitetura, tudo isso foi
ex posto no Teatro Muni c ipal ele 11 a 18 ele fevereiro daquele ano, regad o a pales tras ex pli cativas. A onda foi num c rescendo, e e m 1948 fora m c ri ados os mu se us ele a rte mode rna cio Ri o de Jane iro e ele São Pa ulo . Em 195 1 in auguro u-se a prime ira bi e nal ele São Paulo, por ob ra e g raça do mecenas C ic il o M a tarazzo e ele s ua es posa Da. Yol a ncla Pe nteado. Um pavilhão de expos ições no lbi rapuera, projetado na décad a ele 50 pe lo a rquiteto comuni sta Osca r Ni e meyer, fo i destinado, a pa rtir ele 1968, para ser u " temp lo" el a a rte moderna.
Es ta mos e m 2008 . No que de u toda essa propaga nda? Pre para-se agora a 28ª Bienal. Por fa lta de inte resse cio púb li co, e la se to rn o u um a " massa fa lida". Dos três pi sos do pa vilh ão de Nie meyer no 1bi ra pu e ra, o terceiro será clecl icado à me mó ri a de eventos passados, o té rreo
estará aberto a performances e ex ibi ções ele vídeo, e o seg undo deverá fi car... in te irame nte vaz io, seg und o prop ôs o curador, Ivo Mesquita ! Para e le, "o modelo de bienais já cumpriu seu papel e precisa ser repensado". O c rítico de arte e curador ela Fundação Eva Klabin , Márc io Doc tors, ac rescenta: " Propusem os deixa r o segundo andar vazio para simbolizar a crise p ela qual atravessa a instituição" . "Uma exposição de a rt e sem obras de a rte", definiu e m edito ri a l a "Fo lha ele S . Paulo" . .l á o a rti sta conce itu a i Ci Ido M e ire les d iz: "A Biena l é urna batata quente. [. .. J A situação é catastrófica" . As cond ições são ta is qu e, no momento e m qu e esc revemos, cogita-se o ca ncela me nto ela Bi e na l deste a no. E nqu anto isso, os gra ndes .c láss icos ela arte contin uam com se u pres tíg io ina ba laclo , e e m a lg uns casos até acrescido. •
R epleto de incertezas angustiantes, ameaças in1palpávcis e contínuas quedas rurno ao caos, transcorreu 2007. 1louve, contudo, em largos setores da opiniüo pública,
reações esperançosas c01n paráveis a raios de luz que perfuram um céu sornbrio e ameaçador. Lu1s Du FAUR
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assar em revista o ano que expira equivale, de um lado, a reviver um panorama confuso e perturbador, e de outro, a fazer um exercício ord enativo e tranqüili zador. Perturbador porque traz à mente um emaranhado de fatos desconexos, conflitivos e espec ialmente deso rd enados. Tranqüi I i zador porqu e ajuda a discernir o que f oi deveras transcendente e a tirar uma li ção proveitosa. Tomemos a situação nac iona l. O Brasil brasileiro, rea l e profundo, foi sendo conduzido tumultuosa mente para onde não queria ir. Esquerd as , defensores dos deca ntados " direitos humanos", ec les iásticos prog ressistas , prete nsos "se mteto", "sem-terra", " quilombolas", políti cos, sindica li stas, j orn ali stas etc. , fo rj aram um ambif nte de pesadelo: escândalos de toda ordem, declarações anarqui zantes, ameaças soc iali stas, estapafúrdi os legai s. Entretanto, qu antos desses fatos tivera m prosseguimento lógico? Poder-se- ia comparar o Bras il , ass im como o mundo de 2007, sobretudo a partir ele suas cúpulas diri gentes, com um tec ido podre que se desf az ele todos os lados, mas que, por uma estranh a c ircun stância, nunca chega a arrebentar. D e fato, por baixo desse tecido em deco mposição, cá e lá fo i aparece ndo outro tec ido com o viço da saúde, como a pel e rósea que surge quando ca i a casca seca ela fe rid a cicatri zada. Em 2007, esse tec ido novo deu sinais inesperados de vitalidade. V ejamos uma seleção ele fatos relevantes cio ano nesse se ntido.
BRASIL Na passagem do ano ele 2006 para 2007, o público tomou conhecimento ela carta que o presidente L ula enviou ao ditador Ficlel Castro, declarando-se "seu am igo e companheiro". Nela fez o elogio ela revolução marxi sta cubana e concluiu dizendo que "as semen/es de/afi·u1ificaram, devendo todos, por isso, dizer Gracias, Ficlel !" 1 Embora menos de um terço cios co nvidados tenham comparec ido à posse de Lula em seu segundo mandato, o esforço para caotizar o País não arrefeceu. Em fe vereiro, em dec larações amp lamente divul gadas pe la imprensa, o embaix ador brasil eiro Roberto Abclenur apontou a proximidad e id eo lóg ica cio l tamaraty com Hugo Chávez. 2 Como exemplo dessa tendência "chavi sta" , o governo petista favoreceu sensivelmente o estatismo, ex purgou o JPEA ele eco nom istas não-soc iali stas e co mprou empresas privadas do setor ele combustíveis, revelando clara tendência estati zante. Outro exemplo foram os assentamentos da Reforma A grári a, que não ap resentam resultado positivo algum e sobrevivem na miséri a, apesar ele di sporem ele uma área equiv alente ao dobro da ex plorada pelos parti cul ares. Os sem-terra, espec iosamente rotulados ele " movimentos soc iais", prosseguiram com o seu cortejo crimin oso e impune de invasões: faze ndas, pedágios, agências bancá ri as, órgãos públicos, empresas como a Embrapa, área cio Exército, porto
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"Oirnitos humanos", válidos só O agronegócio continuou sustentando a economia . Em 2006, suas exportações atingiram o recorde de US$ 49 ,42 bilhões.
de Maceió e uma universidade mine ira; destruições de maquin ário, trens, animai s, plantações, bosques; bloqueios de estradas e ferrovias; desrespeito a orde ns judic ia is; uso de crianças e mulheres como escudos nas invasões ; revenda de cestas b,is icas, etc. Só durante o "Abril vermelho" invadiram 8 1 fa zendas (mai s que o triplo do a no ante rior), em 21 estados. A Bri gada Militar ga úcha detectou grupo de elite do MST que precedi a as invasões no Ri o Grande do Sul utili zando armame nto e táti cas de gue rrilha.' Mas tal onda revoluci onária de monstrou fraqu eza: o MST protago ni zo u uma verdade ira "queda de braço" com a Ju stiça, a po lícia e os propri etári os, e nvi ando três co lun as de militantes para in vadirem a fa zenda Coqueiros, e m Carazinho (RS ). Pre val eceram a coragem dos propri etfai os e o bom senso das autori dades: as co lunas desistiram de seu cri minoso inte nto .
Agronegócio sustenta economia e ofensiva socialista se acfrm O ag ronegóc io continuou suste ntando a econo mi a. E m 2006, suas ex portações ating iram o recorde de US$ 49,42 bilhões, isto é, 93% do superávit da balança co me rcial. O qu adro do campo em 2007 teria sido desanimador, se o Brasil real não provasse sua vitalid ade . O bioco mbu stíve l trouxe a esperança de um a grande expansf.o da ag ri c ul tura, mas as esqu e rdas desencadearam
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CATOLICISMO
uma ofensiva contrári a. Fidel Castro, ambi e ntali stas, ON Gs e orga ni s mos inte rnac iona is, que nada produ zem e gostari am de ver nossa soc iedade transform ada à imagem e seme lhança da c ubana, se encheram de estranho zelo e desqualificaram gratuitame nte o eta no l bras il e iro. A alegação foi de s uposta ameaça à fl oresta amazôni ca e de priv ar a po pul ação de alime ntos, além de de pe nde r de "trabalho escravo". O pres ide nte Lul a fez-se advogado do etanol, mas de ixou transparecer o pl a no de estati zar a produção e di stribui ção do bi ocombu stíve l, ameaçando com is o afundar essa perspecti va pro mi ssora. O linguaj ar sem-te rra passou a adotar slogans ecologistas, mas os age ntes e métodos subve rsivos co ntinuaram os mes mos. Atingidos por barrage ns, semteto e índi os reprodu ziram a náloga estratég ia predatóri a da propriedade privada e da orde m lega l. Os arro zeiros e a maio ri a dos índi os que trabalh am co m eles na reserva Raposa Serra do So l ( RR ) continu aram a i-es istir às pressões gove rn ame ntais para retirá-los daque la área. Governo, ON Gs internac iona is, organi s mos de pe ndentes da CNBB e esque rdas desej am ex pul sálos de suas te rras, decl aradas reserva in dígena pe lo pres ide nte Lul a. Mas nin gué m até agora o conseguiu .4 O Exérc ito se negou a de rramar o sang ue desses bras ile iros que trabalham para o be m de Rora ima e do Brasil.
1Jm·a esquel'<la e clelinqiientes Em nome dos direitos humanos, políti cos e j o rna listas co ntinuara m atribuindo a co ndi ção de vítima a delinqüentes, co m base em s upostas des ig ua ldades injustas, que seriam fo1jadas por eli tes brancas e pe la c lasse médi a. Em c rime que estarreceu o País, em 8 de feve re iro, bandidos arrastaram por ruas do Ri o de Jane iro, ao lo ngo de sete quil ô metros, o me nino João Hé li o Fernandes, preso ao carro pe lo c into de seg urança. O s criminosos de bochavam das pessoas que queri am impedir o horroroso crime. O corpo da cri a nça fi cou irreco nhec íve l. E nquanto uma ime nsa indi g nação tomava conta do País por esse crime nefa ndo, defensores dos direitos humanos nos ambi entes do gove rno, nos foro s e nas sac ri sti as fi zeram o uvir o eco de seu vergonhoso sil ê ncio o u a defesa ve lada da to le râ nc ia co m o crime. Te ntaram de tudo para aba fa r a justa có le ra dos brasileiros e e vitar que e la gerasse uma re forma séria do sistema pe nal, para preve nir e punir com justiça exempl ar tantos c ri mes aná logos que vê m sendo co metidos no País.
"'1'1·01w ele Elite": ocasião
para clesa/Jafo cio País real A partir de setembro, o filme Trvpa de Elite fo i a válvula de escape através da qual o B rasil pro fund o fez sentir o que pe nsa a respeito da impunidade e do acobertame nto ideológico do crime. Lançado no intú ito de desmorali zar a ação da polícia, o filme teve efeito contrário e bateu recordes de bilhete ri a. Nos cinemas, fo i ovacionado espec ialmente dev ido ao uso da fo rça (embora nem sempre moralmente correta) conb·a o crime e pelas cenas que podiam ser interpretadas no sentido de defesa da família. Por esta última razão, alguns atribuíram o filme à TFP. A esque rda qualificou clefàscista esse fe nôme no do cinema nac ional. Ou tras acusações também patentearam sua impotê ncia di ante desse compreensível entusiasmo nac ional. Ficou então evidente que o desfa zime nto ela fam íli a e da sociedade pela gene rali zação do crime, como querem as esquerdas, é objeto de re pulsa genera lizada em âmbito nacional. 5
Mais ahusos soh pretexto ele direitos l11m1a,10s Em junho, a Co mi ssão ele Ani sti a cio governo federa l a provo u pensão vita lícia, co m níve l ele genera l, para a viú va do g ue rrilhe iro Carlos Lama rca. A med ida desperto u polêmi ca . O genera l Nil to n Ce rque ira c lass ifi co u La marca de " tra ido ,; deserto,; assalta nte e assassino", e nqu a nto o pres ide nte ci o C lube Naval d isse que a pe nsão re prese ntava um "de boche" .6 lgualme nte polêmi co fo i o lança me nto no Pa lác io do Planalto, com a presença cio pres ide nte Lul a, do li vro Direito à Mem ória e à Verdade, sobre perseg ui ções que te ri am so fri do mili ta ntes da esqu e rda sob a ditadura milita r. A o bra co ntud o o mite os no tó ri os de litos das esquerdas. Outras vozes se levanta ram para esclarecer que não apo iavam essa ani stia ela g ue rrilh a an ti bras il e ira.
Retrolução quilomhola, sorrateira olc11siva socialista A esse contu rbado q uadro el a co njuntura nac ional ve io ac rescenta r-se a revolu ção quilombo/a, excog itaela e m círc ulos cio govern o e da esquerda católica. Apo iados em dec reto do pres idente Lul a de 2003, autodcc larados rema nescentes dos quil ombos rec lamam a ex propri ação de te rras equ iva lentes c m área ao Estado de São Paulo, para ne las cri arem asse ntame ntos socialis tas co mo os ela Reforma Ag rária. Q uilombolas in vad ira m áreas de empresas, acobertados po r ma nob ras do IN CRA que envo lviam fa lsidade ideológ ica,7 ludibriando ta mbé m c idadãos que não sabiam o que ass inava m. O IN C RA ini c iou a exp rop ri ação de prop ri edades urbanas como a da Pedra do Sa l, na á rea hi stóri ca do Rio de Jane iro, o nde fun c ionam obras ele ca ridade ela O rde m Terceira ele São Francisco ela Pen itênc ia; ou a Ilh a da Maramba ia, pertencente há 100 a nos à Marinha! À revolução quilo111bola somou-se a ofensiva desencadeada a favo r elas cotas raciais nas uni vcrsiclacles, viciada por patentes abusos de fundo ideológico. Até intelectuais de esquerda denunciaram essas cotas como autêntico rac ismo. Racismo, aliás, 1ue não ex iste no País, e que agora
está sendo criado pe lo petismo e pela esquerda calólica. A reação que a revolução quilombo/a vem suscitando pode comprovar-se pe lo sucesso das iniciativas da campanha Paz no Campo.8
Rea ção conservaclom à escalacla dos impostos A esca lada dos impostos fo i asfixi ando as atividades econômicas na cidade e no campo. Quem tiver pressão alta e for impressionável, deve desv iar os olhos do lmpostôrnetro, um placar colocado e m boa hora pela Associação Come rcial de São Paulo à Rua Boa Vista, no coração do centro histórico da paulicéia, no qual está estampada a saúde do governo, obtida graças ao sacrifício dos contribuintes: quase 1 trilhão de reais em 2007! A po lêmica a propósito ela CPM F e a posterior derrota do gove rno, que tudo fez para mantê- la, patenteara m o grau de absurdo, extensão e cap ilaridade a que chegou a "ditadura fiscal"9 no Brasil , mas também o descontenta mento que ela gera nos setores sadios e laboriosos da população.
S. S. Bento X VI, /Jem acolhiclo p m· um Brnsil <Iue p1·eza a moml Em ma io, a hi stó ri c a vi s ita d e S. S. Be nto XVI incluiu a canoni zação do prime iro santo nasc ido no Brasil , Santo Antoni o ele Sant' Anna Galvão. Ainda no av ião, o Pontífice lembrou que os participantes de um aborto estão automaticame nte excomungados. E, ao descer no aeroporto de Cum bica, em São Paulo, fez a defesa
da fa mília tradicional e condenou o aborto e a eutanás ia. "Bento l 6 f oi recebido ern um. encontrv corn.jovens em São Paulo como se f osse o líder de uma cruzada contra o aborto ". 1º Nessa ocasião, o Pontífice foi muito aplaudido quando defendeu a castidade. S. S. Bento XVI abriu a V Conferência Geral do CELAM , em Aparecida, condenando "a utopia de voltar a dar vida às religiões pré-colombianas", que apresenta o catolicismo co mo um " retrocesso". Deplorou também as "leg islações civis contrárias ao matrimônio que, j àvorecendo os anticoncepcionais e o aborto, arneaçam o .fúturo dos povos ". 11 Estas afirm ações foram recebidas com desagrado por " líderes" indígenas, por Hugo Chá vez e por representantes das esquerdas, inclusive a católica. Mas o Brasil real sentiu-se bem interpretado por e las. Em março, o presidente George W. Bu sh fe z rápida vi sita ao Bras il. As esque rdas anunciaram grandes movimentos popul ares de re pul sa ao vi sitante, mas os atos por ela pro movidos foram ridículos, por sua exi g uidade e fa lta de representativid ade.
/Jmsil autêntico exprimiu seu pensamento com a imensa vaia Na ina uguração cios Jogos Pan-ameri canos, para cujos preparativos o governo fede ral havi a inj etado e normes so mas ele dinhe iro, outro fato pate nteou o desco lame nto do govern o peli sta e m re lação ao País rea l. O Maracanã e m peso
Bento XVI foi recebido em um encontro com jovens em São Paulo como se fosse o líder de uma cruzada contra o aborto
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vaiou por se is vezes consecutivas o presidente Lu la, a quem cab ia, como de praxe, inaugurar o eve nto. D iante daquela inu sitada reação, o presidente titubeou e dec idiu não discursar. Magoado e perturbado, retirou-se pouco depois com sua co mitiva. 12 A va ia constituiu uma espécie de desaba fo nac ional , repetiu-se cm outras cidades e foi noticiada pe la "Fo lha ele S. Pau lo" com a espirituosa manchete: "Lu la va i ao Pan - Pan vaia Lula". Por sua vez, o lançamento ele camisetas com o dísti co "Eu va iei o Lula no PAN" obteve grande sucesso ele vencia.
Catásll'ol'c cm Co11go11/ws causa imlignação Não se tinham ainda silenciado os ecos dessa vaia quando, em São Paulo, a tragédia com o vôo 3054 da TAM ceifou 199 vicias. O " apagão aéreo" havia gerado um caos inédito nos aeroportos. Ferira especialmente as vítimas desse caos - apontadas como integra ntes, grosso modo, ela hostili zada classe média - a maneira como foram tratadas pela adm ini stração pelista, notaclamentc pela ministra de Turi smo, Marta Sup li cy. A tragéd ia do aeroporto de Congonhas suscitou um clamor ele protesto. A indignação cresceu quando a TV flagrou o assessor ela presidência ela República, Marco Aurélio Garcia, e seu auxiliar comemorando com gestos obscenos a hipótese ele um defeito na turbina, que supostamente
CATOLICISMO
isentaria de culpa o governo, pouco se importando com a dimensão humana cio drama. A revoltante atitude foi clerenclicla pelo PT. i:i Nesses dias, também chocou a opinião pública o rato de quatro diretores da A gência Nacional de Aviação Civ il (A nac) serem condecorados com a medalha cio mérito Santos Dumont. A partir desse desastre rea l izaram-se múltiplos atos públicos de protesto contra a incúria cio governo Lu la, co mo as manifestações cio "Ca nsei ", o "Dia do Cronc/e Vaia Nacional" e outras.
Pugilistas fogem, Vi,lcl reclama (' governo hrasilcil'O dCf)Ol'l,a Nos mesmos dias, vários at letas cubanos que participavam dos Jogos Panamcricanos rugiram cm bu sca ela liberdade. Entre eles encon travam-se os dois mai s destacados pugilistas ele Cuba que, veementemente reclamados por Castro, foram reenv iados pe lo governo bras il eiro i:t ilha, a bordo de um avião venezuelano. A operação pareceu ter sido executada pela PF em obediênc ia a ex igências cio govern o cubano. Uma chuva ele protestos ele co lunistas e leitores ele jornais in vad iu órgãos ele imprensa.
Pclismo vropugna o a/Jm•w,
mas opinião /JlÍ/Jlica diz "mio" Em abri l, segundo enquête elo Datafolha, 57% dos brasileiros reprovam a eutanásia, 49% o "casamento" homos-
sex ual, e 52% a adoção de cri anças por "casa is" ho mo ssex uai s. Em outubro, outra pesquisa do mesmo instituto mostro u que só 3% cios brasil eiros consideram o aborto " mora lm ente ace itáve l" . Porém, a mini stra-chefe da Casa Civil , D ilma Rou sseff, reviciou com uma defesa veemente dessa prática, que eq uival e ao assass inato cios in ocentes. '" Em setembro, o 3º Congresso cio PT votou a favor da descriminali zação cio aborto . A propósito cio aborto, o abismo aberto entre o Bras il profundo e o socia l ismo peli sta patenteou-se mai s uma vez no encerram ento ela 13ª Co nferência N ac iona l ele Saúde. A mai oria cios cinco mil participantes votou co ntra o aborto. Mui to signifi ca tivamente, o representante cio ministro ela Saúde qualifi cou o voto do pl enár io de " hipóc rita ". '' O derrotado mini stro ela Saúde, José Go mes T emporão, dec larou " democraticamente" que ignorará a reso lução anti -aborto cios representantes cio setor ela Saúde no Brasil. Fem ini stas, co mo o grupo lpseuclo- 1 Católicas pelo Direito de Decidir, tacharam o res u I ta elo ela votação co mo fruto da " intolerância".
Pmg1 ·cssismo católico não descola <le /,ufa Enquanto a op ini ão púb li ca ia ass im se desco lando de Lu la e cio petismo, o Card ea l D. C lfü1d io Hummes, vindo ele Roma, celebrou mi ssa no palácio presi dencial e comparou o presidente Lu la a São Fra ncisco ele Ass is e a Nosso Senhor Jes us Cri sto. 16 N a se mana seg uinte, o próprio pres idente lançou seu programa de planejamento fami li ar, que inclui venda de anti co ncepcionai s com 90% el e descont.o e verbas para vasectomia. E m f eve reiro, o gov erno fede ral anunc iou uma cartilha para alun os de esco las púb licas, de 13 a 19 anos, com
"dicas sobre beijo, sedução, masturbaçüo e saúde", além ele co nse lhos para relac ionamentos sex uais-relâmpago entre j ovens. Simultaneamente, o Min istéri o ela Saúde an unciou que amp li aria a distribuição de preserv ativos nas escolas púb li cas. Ou seja, promove a promiscuidade e depois propõe o aborto! Em setembro, ca usou horror a denún cia cios co nteúdos " didáti cos" do livro esco lar Nova História Crítica, 8ª séri e,
distribuído gratu itamente pelo M EC a 750 mil alunos ela rede púb li ca. Propugna o anticapitalismo, enal tece o " idea l marxista", glorifi ca o inumano e crapu loso ditador chin ês Mao Tsé-Tung como "grande estadista e comandante mi I itar", defende a sanguin ári a Revolu ção Cultura l chinesa, a revolução castri sta e o pa redón cubano, entre outros absurdos ele ca ráter com uni sta. 17
IN1ERNACIONAL Chá11cz /Jl'OIIJO\IC l'C110l11ção C pro voca pcmírh1 na J/c11cz11cla C hávez im pu lsionou fortemente seu país rum o ao comuni smo. Em j aneiro, a inllação j á era ga lopante, o dólar paralelo atingia cifras astronôm icas, a Bolsa perdia 32% em uma semana e as reserv as eram torradas. Chávez cortou três zeros cio bolívar; moeda naciona l, an unciou a estati zação cio ensino e elas clínicas particulares, aprofundou a Reforma Agrária e rac ionou os ali mentos bás icos. Investiu contra as companhi as petro líferas ocidentais e firmou contrato com a empresa ru ssa Lukoi l. O sucateamcnto da máquina ex trati va venezuelana reduziu a produção de petróleo ele 3, 1 a 2,3 mi !hões ele barris diários. Chávez estabeleceu vultosos acordos com o Irã, ao qual se aliou apesar ele este ser incapaz ele satisfazer as necessidades ele seu consumo interno ele gasolina. Em maio o presidente fechou a maior TV oposicionista, ato uni versa lmente censurado como totali túri o e entretanto qualifi cado ele "democrát ico" pelo pres idente Lula. 18 A avançada chavi sta contra a propriedade privada e a li vre iniciativa incluiu empresas ele telefonia, intern et, eletricidade, cimento, hotéis e atrações turísti cas. Simbolicamente, o regime tentou mudar o nome cio Hospital Vi1ge111 ele Commoto, ele Maraca ibo, pelo ele Che Guevara, chegando a retirar da entrada cio edi fíc io a imagem da padroeira ela Venezuela. A reação popu lar fo i tal , que obrigou o presidente venezuelano a voltar atrás. N o rim cio ano, o país tornou-se o principa l entreposto de co ntrabando de coca ína para os EUA e Europa, e centro de redes crimin osas internaci onais. Nos mercados populares da Venezuela falta-
vam ali mentos básicos como leite, pão, açúcar, arroz, feijão, ovo, manteiga, carne e fran go . Os cidadãos que conseguiam adquirir a ração autori zada tinham a mão marcada com tinta inclclével, como se de an imais se tratassem, para não comprarem mais em outro mercado. Chúvez adquiriu sign ifi cativa quantidade de arm amentos russos . para serem usados possivelmente em países vizinhos. No Brasil, financiou empresas cm que os trabalhadores, organizados cm sov ietes, visavam estabelecer a utopia ela autogestão. Assinou parceria com a TV Educativa do Paran::.í. Na Assemb léia Leg islati va cio Rio ele Janeiro, onde recebeu a medalha Tiradentes, maior comenda co ncedi da pelo Estado cio Rio, despejou um discurso ele duas horas con tra "os oli garcas donos da Globo", lança nd o ou tros ataques demagógicos contra quem criti ca a ex tinção da liberdade ele imprensa na Venezuela.
"Pol' qué 110 te cal/as?" - frase que deu 110/la ao mw1<l0 Os desaforos com os quais Chávcz investia contra in stituições e governos estrange iros - entre mu itos outros, por exem pl o, qualificou o Congresso brasi leiro ele "papaga io" cio americano - enco ntraram um contendor à altura cm San tiago do Chil e, na pessoa do rei da Espanha, Juan Ca rl os 1, que lhe fechou a boca com o famoso "Por qué no te cct!los ?", que alcançou repercussão internacional. A intervenção cio monarca liberou um sentimento longamente reprimido na opini ão pública. Mi lhões viram a cena cm fil 1 ')
mes na internet. Foi unânime e universal a avalanche ele cart as de leitores favonívei s a que, por fim , alguém com autoridade pusesse limite aos abusos chav istas. Um sinal ele quão longe estava a ofensiva esquerdista lati no-ameri ca na do rea l sentimento ele povos inteiros.
Murcha a pse11(/0-éllll'éola ,1c Chávcz Pouco depois, era chegada a vez ele o presidente U ribc, ela Co lômbia, tomar medidas, o que ele fez desa uto ri za ndo Chá vez a prosseguir na tarefa ele mediador ju nto aos guerrilheiros elas FA RC. De fato, Chávez havia usado esse enca rgo para co nspirar contra o governo do país vizin ho. A atitude ele Uribe recebeu uma torrente ele aplausos. Inúmeros venezue lanos dep loraram o vergonhoso pape l ele seu pres idente. Doci lmentc, L ul a acorreu press uroso em soco rro de seu co lega em apuros:
"Pode111 crilicar o Chcíve-;. por qua lquer outra coisa, i11 ve11/e111 u111a coisa para criticá- lo; mas porfalta de dernocracia na Venezuela, não é", d isse .2 C hávez
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agradeceu efusivamente o apoio cio presidente brasil eiro. C háv ez quis a in da aprovar uma Constituição que, na prática, extinguia a democrac ia. Po rém, a op ini ão púb li ca venezue lana, após so frer anos ele atropelos , disse- lh e um rotundo " NÃO". Mais uma vez, substratos profund os ele tradição racharam a carapaça esq uerdi sta. Desvendou -se então uma rea l idade profunda muito menos clcgraclacla cio que a apresentada pela imprensa. O pres iclen-
Juan Carlos I fecha a boca de Chávez com o famoso "Por qué no te cal/as?"
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trariedadc gerou violentos protestos, reprimidos com sangue. Morales terminou o ano correndo o ri sco de ser derrubado por urna oposição ati va, com fo rtes notas separatistas, largamente majoritárias no país. No Eq uador, o novo presidente Rafael Correa co meçou a repetir a carti I ha chav i sta. Co nvoco u urna constituinte, aboliu os outros Poderes e an unciou urna Reforma Agrária soc iali sta. Abriu urna TV pública com dinheiro venezuelano e rom peu o acordo que permitia aos EUA usar a base de Manta, entrega ndo-a ~, Ch ina. Porém, vendo a derrota no referencio cio seu mestre C hávez, no fim do ano punha as " barbas ele molho".
Fracassa tc11tali\la cio PS ,te
1 nha e as presidenciais fran cesas; em junho, conqui stou o Parlamento francês e a cap ital federa l da Argentina ; em setembro, venceu o pleito parlamentar ela Grécia; em outubro, eleições parlamentares da Ucrânia e as gera is da Suíça; em novembro, as gerais da Dinamarca; em dezembro, o plebiscito ve nezue lano e as presidenciai s da Co réia do Sul. Foram exceções as eleições presidenciais da Guatemala e as parlamentares da Austrália.
ORIENTE ,, MEDIO
se aJJl'eSCJJU.11' como CCJJl,l'iSlél
te derrotado, entretanto, reafirmou que não voltará atrás nos seus intentos. Chávez fechou o ano co m a pior imagem de um pres idente latino-americano.
G011en10s /JO/Jlllistas penleram apoio N a Argentina , no inv ern o , faltou aquecimento nos lares e energ ia nas fábricas. O presidente Kirchner empenhouse numa revanche hi stóri ca em favo r da fracassada guerrilha marxi sta dos anos 80, visando punir aq ueles que se opuseram a ela. Porém, as eleições pres idenc iais de outubro reve laram enorm e rej eição ao populismo esq uerdista. Os candidatos principais omitiram as bandeiras esq uerdi stas e até declararam-se co ntra o aborto, o "casamento" homossex ual e a descriminalização das drogas.
CATOLICISMO
No Chile, a presidente soc ialista Michelle Bachelet bateu recordes de impopularidade, ao mesmo tempo em que promovia a "pílula do dia seguinte" e o aborto. O presidente da Bolívia, Evo Morales, nacio nali zou o gás boliviano com med idas brutais, lesando gravemente o B rasi 1. A Petrobrás so freu grandes prejuízos, tendo sido dispensado ao nosso País um trato humilhante. Mas a diplomac ia ideológ ica peti sta curvou-se a esse tratamento, e a estata l do petróleo se dispõe a investimentos ainda maiores no in seguro país vizinho. M orales distribuiu cheques assinados pela embai xada da Venezuela e convocou uma constituinte para alicerçar um poder ditatorial. A Assembléia ap rovou uma Constituição em novembro, dentro de um quartel com excl usão da oposição. A arbi-
Também na França aflorou a espantosa decalagern ex istente entre o públi co e o mundo político-midiático. O Partido Socia li sta tentou lu dibriar a op ini ão pública com o lançamento da candidatura de Segolene Royal à Presidência da República , apresentando-a com ares ele uma nova Santa Joana d' Are. Seu contendor, Ni colas Sarkozy, apelou para o voto da ex trema-direita e prometeu "v irar a página de Maio ele 1968", enquanto a ca ndidata soc ialista fazia apolog ia dessa ex plosão que revo lucionou a moral e os costumes em nível universa l. A manobra socia li sta não deu certo, e Sarkozy venceu folgadamente. Sarkozy nomeou mini stros soc iali stas, mas constatou que o ele itorado con servador não se dei xava enga nar. Houve revo lta entre seus seguidores, e ele quase perdeu o controle cio Parl amento. Depois disso o novo presidente francês aproximou-se dos EUA . Promoveu também a liberali zação econôm ica, que em novembro os sindicatos de esq uerda lentaram deter com gra ndes greves, sem respa ldo da opini ão públ ica fran cesa. As greves fracassaram.
/J'aqlle: coalizão n,i se consoliclmuto N o início do ano, urna mai ori a democrata obteve maioria no Co ngresso ameri ca no, poi s os eleitores decepcionados com a moleza cio presidente Bush no segundo período, segundo o " New York Times, "troca ram republicann.1· progres-
sistas por democ ratas conservadores". A nova maioria tentou pôr fim à partici pação americana na guerra no Iraque, mas não conseguiu nada ele decisivo. N o lccurso do ano a situação no Iraque foi mudando. Tribos patriarcais, fartas dos crim es incessantes contra civi s, engaj aram -se na repressão ao terrorismo. M elhores conhecedoras cio terreno e dos cos tumes iraquianos, as tribos contribu íram para quebrar o ímpeto do terrorismo islâmico. Nos últimos meses cio ano,
nem a TV nem os _j orn ais ocidentais noticiavam gra ndes atentados no país. Pelo fim do ano, todos os aspirantes democratas à Casa Branca desistiram ele falar em retirada elas tropas americanas. Nos cwnpi universitários americanos, o pac ifi smo pareceu "quase uma anom.a!ia de excêntricos". 21 Na Universidade de Co lurnbia, New Y ork , o pres idente iranian o fora convidado pelo reitor a falar. Uma multidão ele estudantes acorreu a mani fes tar seu repúd io, e o próp rio reitor teve que verberar fortemente o conferencista convidado.
Em setembro, o chanceler francês Bern ard Kouchner falou numa eventual 3ª guerra mundial , por causa do programa nuclear iranian o. A Rússia e a China logo alinharam-se ao govern o de Teerã. O pres idente Sarkozy dec larou ser inaceitáve l o Irã obter a bomba atômica, e o pres id ente ameri cano George W. Bush alertou também para o ris co de um a 3ª confl agração mundial.
Irã amc::,ça clellagrar a 3ª Gue1·1·a Mune/ia/
Rússia I·estaura tlitactum ele li/JO sol'iético ::mti-ocictental
A op ini ão pública manifestou sua aversão à es piral de demoli ção nos países ele passado cri stão e oc idental. Porém , nas outras nações, o processo revolucionári o pôde avançar quase sem freios, e a partir delas ameaçar o mundo. O Irã fo i um caso típico. Em fevereiro o país in sta lou centenas ele centrífugas proibidas pela AlEA, para produzir combustível nuclear. Seu presidente se vangloriou ele ter fabricado mísse is que atingiriam Israe l e as bases americanas no Oriente M édio e, em breve, quase toda a Europa. N a seg unda metade cio ano, os ru mores de um ataque ameri ca no ao Irã tornaram -se mais intensos . Na incerteza, o preço do petróleo beirou os 100 dólares por barril. A tensão atingiu alto patamar quando a aviação israelense destruiu eq uipamento nuc lear em terri tório da Síria.
Dil'eitas lel'am a melhor 110 uwmlo Várias eleições no mundo reg istraram pronunciada preferência pelas agru pações conservadoras. E m março, a di reita roubou a cena nas eleições leg islativas ele Québec, no Canadá; cm maio, venceu as eleições munic ipai s na Espa-
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ASIA A foice e o martelo voltaram a ser símbolos do exérc ito, e a força aérea ru ssa reiniciou vôos intrusivos em áreas ela NATO. Os EUA começaram a instal ar sistemas ele defesa antimísseis na Polôni a e na Repúbli ca Checa. V endo ni sso um a ameaça, a Rú ss ia suspe ndeu sua participação no Tratado das Forças Convencionai s na Europa e anunciou novas armas e foguetes nu clea res. Comparou sua tensão ante os EUA com a " crise dos mísse is" ele Cuba, que em 1963 pôs o mundo à beira ela guerra mundi al.
Silenciamento ela 011osição na Rtíssia Putin abafou os desco ntentes com métodos típicos ela KGB. Nas eleições de dezembro, seu partido passou o rolo compressor sobre urna oposição sil enciada ou enca rcerada. Os observadores in ternacionai s qualificara m o pleito co mo inteiramente in ace itável. O patriarca c ismáti co ele M osco u, Al exis li , co lega ele Putin na ex- KGB , continuou atacando o apostolado católico no mundo es lavo. No fim cio ano, pareceu ex ultar com a troca do arcebispo católico de M oscou. Visitou Pari s e o Parlamento Europeu, onde propôs urna aliança das religiões contra o libera lismo, a qual servi ria aos propósitos ele Putin.
Comél'cio: m·nw ela China para relmixa r Ocic/cnte
Putin (esq .) deu apoio diplomático à política nuclear iraniana
25% elas indústrias brasileiras podem desaparecer em virtude ela ofensiva comercial chinesa, vista por Pequim corno ins-
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favoreceu a proli feração nos supermercados cios EUA ele etiquetas China Free (livre ele co mponentes chineses). Até a pré-candidata esquerd ista pres idencial Hillary C linton fa lou em boico tar os produtos vindos da Chin a.
CULTURA 0 grém<lc hlt1l1' cio "élQllCCÍIIJCllto glolml" Em fevereiro, o IPCC (Painel fnlergovernamental de Mudanças Cli111áticas, gru-
trumento ideológico. V ári as fábricas deixaram o País por essa causa. C riffesde luxo européias investiram na Chin a, deg ra dando sua image m e sofrendo feroz contrafação. A escrav idão e se mi -escrav idão, que alimenta a máq uina indu stri al chinesa, filtrou até pelos j ornai s. A C hin a continuou seu expa nsioni smo na Áfri ca . AI i restauro u a escrav idão cios nativos em formidáveis obras de infra-estrutura. E o armamentismo chinês alarmou vizinhos co mo o Japão. Pequim desfec hou ataq ues c ibern éticos contra países ocidentai s, co m isso parou parte ela rede cio Pentágo no durante um a se mana . Por fim , em o utubro, o 17° Co ng resso cio Partido Co muni sta rat ifi co u os poderes ela nornen klalura que op rim e o país. Internamente a China sofreu ondas de motins populares . "A rrastões do aborto" lançara m pâni co nas c idades: fun cionários em cam inhões do govern o pega vam
CATOLIC I SMO
mulheres grávidas, em loca is públicos ou nas casas, e as obri ga vam a abortar. Pelo fim cio ano, a persegui ção co ntra a Igreja Católica foi intensifi cada . D. Han Din gx iang, bispo ele Handan resistente ao co munismo, morreu na pri são e a polícia só entregou aos parentes os restos inc inerados do prelado, morto pou cas horas an tes.
Reações cont;rn a o/'ensiYa comel'cial chinesa Produtos chineses adulterados invadiram o Ocidente: remédios que envenenaram centenas de pessoas , produtos ele hi giene peço nhentos , alimentos estragados, brinquedos malfe itos e perigosos para as crianças , "berços assass inos" que desmontam e sufocam o bebê, pneus avari ados, bateri as para celul ares ex plosivas, rações que mataram pelo menos 4 .000 animais de estimação nos EUA. A indi gnação contra esses produtos
po de cienti stas ativistas da ecolog ia) apresentou um tapeativo comunicado, sugerin do que a Terra está irreversível e catastrofi camente aquecida por culpa da civili zação. O comu nicado cio IPCC ele 2007 talvez passe à história ela revolução anarcoecológica como símile do Manifesto Comunista de Marx e Enge ls, de 1848, para o com uni smo internacional. Com base nele, a mídia criou um escâ nd alo espa lhafato so qu e impedi u a opini ão pública ele conhecer a verd ade dos fatos. Os cienti stas que se opuseram à deturpação sensacionali sta da realidade passaram a ser difam ados co mo merce nários a servi ço das multin ac iona is mais danosas para o planeta. O tendenc ioso film e ambi entali sta "Uma Verdade Inconveniente", cio derrotado candi dato à pres idência americano AI Gore, ga nhou o prêmio Oscc11; que está sendo concedido de preferência a filmes demolidores da civilização e ela cultura ocidental. A Justiça britânica, porém, proibiu exibir tal fi Ime nas escolas, por ser tendencioso, alarmi sta, exagerado, " contrário ao consenso científico", e por apresentar nove erros principais. AI Gore fo i ga lardoad o a segu ir com o N obel da Paz, pela sua militância contra o suposto aq uec imenl o globa l catastrófico ele ori gem humana. Desa fiado por cienti stas a di scutir o assunto, em anúnc ios enorm es no " N ew York T im es", Gore - que j á tinha se saído muito mal numa audi ência cio Senado - tirou o corpo desavergonhaclamente.
hed io nd o ace ntu ou -se no mund o el a moela. O est ili sta Alex andre Herchcovitch , por exemp lo, apresentou modelos feitos de saco ele lixo de 100 litros na São Paulo Fash ion Week. Outra tendência foi imitar os se m-teto e favelados. Os freegans - ricos novaiorquinos qu e se alimentam co m restos das latas ele I i xo na rua - atraíra m a atenção cios jornai s. Passou a ser "nova onda trans-
formar lixo em peça de luxo". 22 Ser ecológ ico é preferir fibras vulgares; o rebaixamento do bom gosto e cio requinte cultural passo u a ser chiqu e Um exe mpl o ela onda que ince ntiva as pessoas à procura do mais torpe foi o des taqu e dado pela mídi a brasil eira à subcultura vampírico que mi stura ocu ltismo, satani smo, neopagani smo, rock e fal sa místi ca, e é acusada de beber sa ngue ele vítimas. N este se ntido, pior cio que o suposto aqu ec im ento g lobal de ori gem hum ana fo i o "enlouquec imento g loba l, cuj a 'temperatura ' bateu record es in auclitos" 2' em 2007.
Silltomas ele (lesinteresse culturnl pelas esquenlas Em maio foi inaugurado o Museu da Cri ação em Ohio, E UA, que logo bateu recordes ele vi sitas. N a polêmica com o cri acioni smo, a maioria do público está se voltando contra os evolucionistas. Estes recorrem à imposição de sua tese por meio ele juízes icleologizaclos, ignorando o debate científico. O diário "Libération", ele Paris, porta- band eira das id éias anárquicas de M aio de 68 , foi outro exemplo vivo da cri se que distancia as esquerd as do público. Para sa lvá- lo da ruín a, um príncipe itali ano, Cario Caracciolo cli Castagneto, injetou nele milhões ele dólares e tornou-se o seu segundo maior acionista, após o banqueiro Éclouarcl ele Rothschilcl, representante do capitali smo que "Libération" aparentemente odeia!
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RELIGIAO Radi calizou-se a persegui ção levada
antieclesial ". O Parlam ento Europe u co nd eno u absurdamente a Polônia por " homofobia" e enviou uma mi ssão ao país para interferir nas decisões cio go vern o, sobretudo no referente à proibi ção do ensin o do hom ossex uali smo nas esco las polonesas . Também ameaçou perseguir qu alquer outro estado- membro qu e imi te a ca tólica nação polonesa .
Ra(licafüla<le (la ol'ellsfra Jwmossexual Em junho, a mídia trombeteou que a
11 ª Parada cio Orgulho homossex ual reu-
Uxo tra11s/'ormaclo cm moela - incentivo à vt1lgal'iclaclc A tendência para o sujo, prosaico e
a cabo pelos que defendem as práti cas homossex uais. O chefe cio Estado- M aior Conjunto dos E UA , Peter Pace, foi destituído por declarar que o homossexualismo é " imora l" e sustentar que as Forças Armadas não devem admitir homossex uai s e lésbicas. O arcebispo ele Mani zales, Colômbi a, recebeu ordem judi ciária de prisão por ter exp ul so um semin ari sta sodomita. Tribunai s superi ores anu !aram a absurda pri são à última hora. O presidente da Conferência Ep iscopa l Itali ana (CE I) , D. An gelo Bagnasco, foi am eaçado ele morte por falar contra as uniões homossex uais. A respe ito, o Ca rd ea l Julifü1 H erran z Casado, pres idente emérito cio Pontifício Conselho para a In terpretação dos Textos Legi slativos, denunciou que na Itáli a se vive "um clima de fanatisrn o
O presidente do Conferência Episcopal Italiano (CEI}, D. Ang elo Bog nosco, foi ameaçado de morte por folar contra as uniões homossexuais
nira 4 milh ões ele pessoas na Avenida Pauli sta. A "Fo lha ele S. Paulo" viu-se forçada a reco nhecer que a capacidade máxima cio local é de 806.400 pessoas, mesmo supondo haver na rua um aperto ele elevador lotado, e reco nhecendo que "não havia aquela concentração". 24 A parada homossex ual em Niterói afirmou ter reunido 100 mil pessoas; a ele Sa l vador, 300 mil ; e a ele Copacabana, inacreditáveis 1,2 milh ão. E m Ribeirão Preto, um casal homossex ual obteve a guarda judiciári a de quatro cri anças; o Estado do Rio concedeu pensão aos parce iros ele servidores homossex uais. 2,5 milh ões co ntraíram AIDS em 2007 em todo o mundo, segundo a ONU. O número não foi muito maior porqu e o organismo res pons,"í ve l pela esta tísti ca mudou os critéri os de anos anteri ores. O
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ni a de posse, em virtude de ler sido espião da polícia política comu ni sta. O escândalo envo lveu boa parle do episcopado polonês e orga ni zações católicas co mo Pax da mesma Polônia, "Sacerdotes pela paz ", da Hungria, "Pace111 in terris ", da Tchecos lováq ui a, e a análoga Ig reja Patrió1ica, na China aluai, que procuraram coex isti r co m o regime anti cri stão. Nos arquivos da po l íc ia políti ca comu ni sta polon esa haveria muitos bispos comprometidos com a espionagem marxista e um esq uema para
''.fa zer eleger como papa o bispo mais próximo às necessidades do poder lota litário comunisla ". 25
Progressistas cm revolta contl'a cm litul'gia
COIISCl '11él(l()J'iSll10
Em setembro entrou em v igor o " Motu Próprio" Sw11111orurn Pon1if1cu111 li bera li zando o uso da missa tridenlina, co m o qual S. S. Bento XV I desejava apaziguar as pol êmicas a respeito. Porém, em novembro, a opos ição escancarada ou velada de setores ec les iásticos pmgressis1a.1· levou o sec retá ri o da Congregação do Culto D i vin o e di sc ipli na dos Sacramentos, Mons. A lbert Ma lco lm Ranjith Patabencli ge, a lança r um veemente ape lo a "1eólogos, lilurgicis-
las, sacerdo!es, bispos e até cardeais " a obedecer o Papa: "Francamen.Je , não
Os progressistas sentem mal - estar com o crescente número de sacerdotes jovens e seminaristas que propendem para a liturgia e a disciplina tradi cionais da Igreja
número total ci os infectados no mundo é ele 33,3 mi !hões.
Resistências mundiais ;;', ofensiva homossexual A União Europé ia fin anciou cartazes ele propaga nda homossex ual nos ônibu s ela Lituânia. A reação popular foi categóri ca, os motori stas recusara m-se a sair à ru a, e os ca rtazes foram retirados. Em Roma, o Family Day reuniu mais de um milhão de italianos opostos ao reco nhecimento civil do "casa mento" homossex ual. O vice-primeiro-mini stro polonês, Roman Giertych, qualificou os homossex uai s ele "pedófi los asquerosos", em
CATOLICISMO
di sc urso durante a marcha a favor da família tradicional , rea li zada em Varsóvia. N a Co lômbia, em junho, um grupo de senadores conseguiu in extremis derrubar lei que reconhec ia os " casa is" homossex uais. Em Moscou, a parada do orgulho homossexual acabou em pancadaria. Os manifestantes receberam sara ivadas de ovos, tomates e copos d'água, buscando refúg io nos carros po li ciais.
Polônia dcsvcmla rede ele bispos colaboracionistas No início do ano, o recém- nomeado arceb ispo de V arsóv ia, Mons. Stan islaw Wielgus, renunciou na própria cerimô-
compreendo es/asformas de c1fástamenlo e - por que não? - de rebelião contra o Papa. Por Irás destas ações se escondem, de um lado, preconceilos de tipo ideológ ico; e de ou Iro o orgulho, um dos pecados m.ais graves".26 Causou especial mal-estar a esses con testatários o crescente número de sacerdotes jovens e seminaristas que propendem para a liturgia e a disciplina ti-adicionais ela Igreja, incluindo práticas pré-conciliares rejeitadas pelo progressismo, como o uso da batina, do barrete, etc.
Sinais de 1·c,1igoramc11to católico 110 m11ndo A ca pacidade de atração da Igreja Cató li ca não diminuiu por causa ele cri ses e escândal os de certos ecles iásticos. O número de peregrin os anuais a Roma pas so u de 2,2 milhões em 2003 a 4,6 milhões em 2006. Na Chin a o cristianismo teve verti-
11 ginoso crescimento: hoj e, 12% dos chi neses seriam cri stãos (40 milh ões de pessoas), com forte aumento dos católi cos, que entretanto so frem perseguições. Na África constatou-se qu e, no últi mo século, o crescimento cató li co foi de mai s de 100%.
~
CONCLUSAO Vi sto em retrospectiv a, 2007 foi um ano ca rregado de trevas. O hori zonte fo i toldado por um cenári o sombrio, rep leto de incertezas angustiantes, ameaças i mpal páve is e incessantes, mai s os contínuos avanços das esq uerdas para a desord em, o caos, o mal-es tar e a infeli cidade. Esse panorama ampliou a dimensão das ca tástrofes e minimalizou as reações do bom senso. A visão assim deturpada da realidade incl inou muitos ao desânimo e à claudicação, face aos desatinos que as esquerdas querem impor ao mundo. E ntreta nto, largos setores ela opini ão públi ca res istiram a seg uir a essa senda. Por isso a marcha para o desastre foi cortada por reações, comparáveis a ra ios de lu z que perfuram um céu sombri o e ameaçador. Prosseguindo essa lenclência, 2008 provavelmente não será muito diferente. A opos ição ao caos ta lvez seja até mais intensa.
2008 nas mãos ela Vil'gcm Santíssima Até onde irá, no ano que se ini cia, a oposição entre os que recu sam o mal e o pecado, e aq ueles que desejam seu auge? É difícil dizê-lo. O certo é que a nossa esperança está posta nas matern ais mãos da Santíss ima Virgem, Mãe de Deus e nossa. Ela é a Rainha dos Corações, e por isso mesmo a Rainh a da História. Ela é, em úl tima análi se, a inspiradora dos raios de lu z, qu ra sga m as trevas. N ossa Senhora anunciou seu triunfo em La Salette e em Fá ti ma . • sse é, no fundo , o resultado futuro do embate universal hod iern o. 1n •rcsscmos no ano novo combatendo o mal, com a certeza desse triunfo cuja data não con hecemos. Agindo ass im, no fim de 2008 poderemos repetir a frase
de São Paulo, com a paz na alma: "Bo-
num certamen certavi, cursum consumavi, .ftdem servavi (Combati o born com bate, terminei a viagem, conservei a fé) (2 Timóteo 4, 7). • E-mail do autor: luisdu fa ur@catoli cismo.com.br
Notas: 1. O G lobo, 26- 12-06. 2. O Globo, 6-6-07. 3. FSP, 28- 10-07. 4. Cfr. "Catolicismo", out/07, p. 44. 5. cr,·. "Catolicismo· •, dez/07, p. 14. 6. FSP, 14-6-07. 7. OESP, 9-8-07. 8. http ://www.paznocampo.org.
9. OESP, 28-3-07. 1O FSP, 11 -5-07. 11 . OESP, 14-5-07. 12. Cfr. "Cato li cismo", set/07, p. 42. 13. OESP, 25-7-07. 14. OESP, 5- 10-07. 15. OESP, 19- 11 -07. 16. Uo l, 20-5-07. 17. Cfr. "Catolicismo" , nov/07, p. 24. 18. FSP. 8-6-07. 19. O G lobo, 11 - 11 -07. 20. OESP, 15- 11 -07. 2 1. OESP, 28- 1-07. 22. OESP, 26-3-07. 23. OESP, 25-2-07. 24. FSP, 17-6-07. 25. li Mcssaggero, Miliío, 10- 1-07. 26. Pet.rus , hllp ://www. pa pa news. i l/n e w s. asp? ldN ews=3840#a
JANEIRO 2008
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vendeu o que tinha, distribuiu o produto
tificação e da penitência". ' Uma esteira
com essa canoni zação extemporânea, per-
aos pobres, não reservando senão o indis-
lhe servia ele leito; pão duro e água uma vez por dia lhe servi am de alimento, passando ele horas inteiras em oração. Para
guntou ao ser imundo quem era. "Eu sou o espírilo de incuntinência, que jâ perdeu m.uitas almas ". O santo respondeu- lhe que
Estava tudo feito? N ão, isso ainda não
combater a ociosidade, começou a fazer
muito propri amente ele tomara a figura de
era o mais per fe ito. V oltando à igreja, ou-
trabalhos manuais enquanto meditava, e
um anão, pois nada podia, com todas as
viu outras palavras ele Nosso Senhor Je-
assim vencia o demônio; ou melhor, como
suas forças, contra um homem que punha
sus Cri sto: "Não vos preocupeis com o dia de amanhã" (M t 6, 34). A ntão deu-se
diz Santo Atanásio, N osso Senhor nele
sua confiança em Deus N osso Senhor.
conta de que não dera tudo, era preciso
A ntão j amais pensava no que tinha
ser mais radica l. Recomendou sua irmã a
feito, mas só no que lhe restava fazer,
pensável para ele e uma irmã mais nova se manterem.
mantendo-se assim sempre pronto para o
Para isolar-se do mundo, A ntão foi vi-
do que lhe restava e renunciou ao mundo.
combate e nas condições em que queri a
ver então num sepulcro que só um amigo
N aquele tempo não ex isti am ainda no Egito os numerosos mosteiros que depois
praticado as 1nais rudes penitências; reuniu os primeiros solitários do Egito, sendo procurado por santos, reis e imperadores
"Confesso que me ,1cnceste"
w
conhecia; este levava cada di a o pão necessári o
à sua subsistência. Logo depois o
demônio atacou-o com tanta vi olência, que o deixou semi-morto no solo. L evado
à
cidade para ser curado, pôs-se de pé logo
encheram de santos suas solidões. Havia
Apareciam-lhe como manadas ele porcos
nos campos, perto elas cidades, eremitas
selvagens, grunhindo espantosamente e
que pôde e voltou para seu campo de batalha. E desafiou seu mortal inimigo: "Eis-
que vi viam separados cio povo, e por isso eram chamados de " monges" - quer di-
como bandos de chacai s furi osos, ou ain-
zer, "solitários" -
ameaçando dilacerá-lo com suas presas;
e que eram consulta-
da como milhares de serpentes e dragões
dos sempre que aparecia ocasião. Antão
que rodeavam seu corpo, lançando fogo
estabeleceu-se perto deles e começou a
pela boca.
vi sitá-los, recolhendo de seu ensinamento tudo que era útil para sua alma. Ass im, de
"Terríveis e pé1:fidos são nossos adversários - dirá ele mai s tarde a seus di scípul os - , suas multidões enchem o espaço. Esteio sempre perto de nós. [...] Deixando aos mais sábios explicar sua natureza, contentemo-nos corn inteirarnos das astúcias que usam em seus assaltos conlra nós". 2
ciência, de outro ma is o espíri to de penitência; e finalmente, de todos, o espírito de oração. Foi quando o espírito do ma l, adivinhando todo o bem que aquele j ovem tão
me aqui de novo, [sou] Antão. Eu não.fiijo, não me escondo e te desqfio; tua violência não me separará jamais do amor de Jesus Cristo". 3 Até então o j ovem anacoreta tinha vi vido a vida dos ascetas, na vi zinhança de Coma. Estava então com trinta e c inco anos de idade. Seguindo uma inspiração di vina, reso lveu fu gir ele todo contacto humano. T ornar-se-ia ele pai e fundador ela vida monástica e cenobíti ca. A travessando o ri o Nilo, A ntão dirigiu-se para o sopé de uma montanha não
radi ca l poderi a f azer no futuro, começou,
Num dia em que ele era assaltado mais
longe da atual A tfih, onde encontrou as
Protegido desse modo no recanto ele um lar cri stão e nobre, A ntão passou sua
por especial permi ssão divina, como a .ló,
terrivelmente pelos demônios em fo rma
ruínas de um castelo. Instalado nelas, fe-
a ininterru pta série ele ataques que durari a
de bestas selvagens, viu finalmente uma
chou totalmente a entrada, provido ele pão
m Coma, pequena vila perdida na
in fância e juventude em grande inocência
toda sua vida, e que o tornari am célebre
luz celeste que fez dissipar todas as fi gu-
para seis meses. Ali viveu durante vinte
região de Heracléia (no alto Egi-
ele vida. Religioso, respeitoso, afável, obe-
no combate ao demônio.
,
E
PuN10 M ARIA
SouMEO
Igrej a por mais de um século. A ntão era
Aos 20 anos, com o fa lecimento destes, herdou sua herança, que entretanto não
filho ele pai s nobres e reli g iosos qu e
o tornou feliz, porque, mais incl inado para
mesmo que dele pudesse gozar as delíci-
fora m tam bém seus mestres, para que o
as coisas celestes, só pensava em corno
as; não dando isto resultado, incriminou-
menino não se contaminasse com o pa-
lhe ler abandonado sua irmã; incutiu ain-
ga ni smo das esco las públi cas. Sa nto
melhor servir a Deus. Certo dia ouviu na igrej a as palavras
da cm seu corpo movimentos impu ros, e
"Onde estavas, Senhor gemeu ele docemente - que e/em.orastes tem/o para me acudir e curar minha.1·.feridas? ". R espo ndeu- lh e o Sa l vador: "Contigo estava, Antão, e assistia a teu generoso combate. Não temas; esses monslros não vo/Jarão a causar-te o menor dano".
A tanás io, primei ro biógraf o e admira-
ele nosso D ivino M estre ao j ovem rico cio
apr sentou- lhe imagens lascivas para que
U ma vez o demônio, não podendo
dor ele An tão, afirm a que ele não apren-
sucumbi sse. A tudo A ntão resistiu, como
fazê- lo cair em tentação, utilizou outra tá-
para Deus, peregrinos começaram a afluir
se f'oss • experi mentado batalhador, sain-
tica: apareceu-lhe como um anão de fe iú-
de todas as partes pma pedir- lhe conselho
dos gregos, mas que amava muito a leitura. Santo Agost inho chega a dizer que
"Se queres ser perfeilo, vai, vende o que tens, dá-o aos pobres e terás urn tesouro no Céu; e depois vem, e segue-me" (Mt 19, 21). Essas palavras, que
do ainda mais lo1tificado na virtude. "Sua fé viva o.fàzia triunfar de todos esses ataque.1·, pelos re111édios que são próprios a do111ar os apetites desregrados: os jejuns, as vi~flios e ris outras indústrias da mor-
ra inexprim ível que, lançando-se a seus
ou a cura ele males físicos ou morais. N aqueles tempos ela primi tiva Igrej a, em que
to), veio
à luz no ano 25 1 aquele
que fo i chamado a ser um lu zeiro da
deu as "belas letras", isto é, as c iênc ias
CATO LICISMO
comparecer na presença de Deus.
Os demônios não lhe davam trégua.
um aprendia a humi ldade, ele outro a pa-
S ua vida foi extraordinária, tendo ele lutado contra o demônio e
A virtucle atrai mais que qual<111e1· glol'íola humana
algumas virgens prudentes, despoj ou-se
fllinterl'upta luta contra o <lcmônio
Santo Antão Abade Fundador da vida monástica
vencia o demônio.
diente, era o consolo cios pais.
Evangelho:
A ntão sim plesmente não aprendeu a ler,
ouvira já tantas vezes, adquiri ram um novo
e que toda sua sabedori a e ciênc ia fo-
significado para ele, e pareceram ser-lhe
ram favores di vinos.
diretamente dirigidas. V oltando para casa,
O espírito tentador começou a sugerir ao j ovem anacoreta, ainda princi piante, remorsos por ter deixado o mundo antes
ras infern ais.
"Pobre de mim; eu já enganei e fiz cair mui/os servidores de Deus. Mas co1?fesso que tu me venceste ". A ntão, sem se importar pés, lhe disse com voz lastimosa:
anos ele oração, peni tênc ia e co mbate encarniçado com o demônio, sem ver nenhum ser humano, nem mesmo o bom cri stão que a cada seis meses lhe levava pão para os outros seis. Tudo o que é bom e ex trao rdi míri o atrai os bons. N os últimos desses anos, correndo a notícia de que um monge estava recluso nas ruínas cio castelo, vi vendo só
a vi1tude atraía mais que qualquer gloríola humana, "a santidade de vida do bem-
aventurado Antão provocava tanta admi-
JAN EIRO 2008 -
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raçéio que, do lugar· em. que estava, sua reputaçéio espalhou-se por toda a terra. [... ] De modo que grande número de pessoas, tocadas pelo espírito de Deus, acorreram ao deserto para seguir-lhe os passos e viver sob sua orientaçéio. Por isso .fúndaramse muitos mosteiros; e os desertosforam de tal modo cheios, que pareciam cidades povoadas por habitantes celestes ".4
Antão demonstrava uma paciência celestial, doçura seráfica e ca lma infinita. Um so rri so angélico fl orescia perenemente em seus lábios, e seus olhos eram como dois mananciais de águas imacu ladas. "As orações e as lágrimas - dizia purificam até o mais impuro ".
Na 11irtude, recomeçar todos os dias Antão dizia a seus discípulos que "uma das coisas mais importantes para u vida espirilual é crer que se começa todos os dias; que se pode encontrar o paraúo em. todo lugar; quemdo o coraçéio eslá apegado a Deus; que os espíritos das lrevas temem as orações, vigílias e penitências dos servidores de Deus, sobretudo a pobreza voluntária, a humildade, o despreza do m.undo, a caridade e a mort!ficaçéio das paixões; que séio as virtudes que esmagam. e partem. a cabeça da serpente". Acrescentava que "as melhores arrnas para vencer o inim.igo séio a alegria e o gáudio espiritual da alma que tern sernpre a presença de Deus em seu pensamento, porque essa luz dissipa as trevas e fa z com. que as tentações de satanás se reduzam a fúmaça. Que, e1?firn, é preciso ter sempre os exernplos dos santos para nos excitar à virtude ".5
Em 3 11 , quando o imperado r Maximino Daza, sobrinho de Galério, desencadeou no Egito furiosa perseguição aos cristãos, Antão deixou seu retiro e foi confortar os confesso res da fé, desejoso também de participar de
CATO LICISMO
sua sorte. la visitá-los nas pri sões, acompanhava-os ao tribunal e fazialhes companhia até o local de suplício. Mas não foi vontade de Deus que ele perecesse então, pois, apesar da iclaclc, tinha ainda outras batalhas a vencer. De volta ao seu isolamento, remontou o curso cio Nilo, chegando ao Monte Colzim, distante uma jornada cio Mar Vermelho, onde passou o resto de sua longa vicia. Também lá seus discípulos o encontraram, e muclru·am-se para as proximidades. De sua cela, Antão os dirigia. Foi por volta cio ano 342 que ele teve uma visão si ngular: viu subir aos Céus com grande glória um venerando ancião, rodeado de anjos. Consultando a Deus na oração, conheceu que se tratava de outro anacoreta, São Paulo de Tebas, que acabava de fal ecer. Conhecendo, por inspiração celeste, o lugar onde se encontrava o corpo cio santo, foi prestar-lhe as honras fúnebres.
sacerdotes pagãos iam às igrejas para tentar falar com o homem de Deus. Léí ele fez muitos prodígios, e Santo Atanásio reconhece que, durante o pouco tempo que Antão ali esteve, converteu à verdadeira fé mais infiéis cio que tinham sido convertidos durante todo um ano. Os filósofos que vinham discutir com ele, diante de suas respostas tão pertinentes, fi cavam espantados com a viveza de seu espírito e a solidez de seu julgamento. Via-se que Deus falava por sua boca. Os monarcas, os príncipes e o próprio imperador Constantino escreviam-lhe cartas cheias de respeito, implorando o socorro de suas preces e pedindo a consolação de uma resposta sua. Antão lhes respondia exortandoos a não se deixar ofu scar por sua cligniclacle, pois eram homens e teriam que prest,u- contas de seu poder ao Rei cios Reis. Que usassem de misericórdia e clemência para com todos, socorressem os pobres e se lembrassem de que só Jesus Cri sto é o verdadeiro e eterno Rei. Constantino conservava uma dessas cattas como o seu mais cru·o tesouro. Enfim , cheio de méritos, Santo Antão faleceu aos 105 anos, recomendando aos seus di scípulos que escondessem seu corpo para que não fosse adorado pelos pagãos como a um deus. Deixou sua túnica para o campeão da Igreja, Santo Atanásio. A Santa Igreja co memora a fes tividad e de Santo Antão Abade no dia 17 de janeiro. • E-mail do aut or: pmso limeo @catoli cism o.com .br
Ale11tall(/o os perseguidos p elo arianismo
Notas:
Sa nto Atan ás io, o grand e batalhador da [greja cqntra a heresia ariana, pedia o auxílio de Antão para confi rm ar, em sua diocese de Alexandria, os fiéis perseguidos pelos hereges. Apesar de já centenário, Antão atendeu a tão justo pedido. Sua presença naquela cidade foi de um efeito maravilhoso sobre o povo fi el. Mesmo os
1. Les Petits Boll and istes, Vies eles Sa i111.1·, B loud el Ba rrn 1, Pa ri s, 1882, torno 1, p. 423. 2. Fr. Ju sto Pe rez de Urbe !, O.S.B. , A,io Cristiano , Ecl iciones Fax, M acl ricl , 1945, 10 1110 1, p. 104. 3. Edelvivcs, E/ S0 1110 de Cada Dia , Ed itori al Lui s Vi ves , S.A. , Sa ragoça, 1946, tomo 1, p. 174. 4. Les Petits Bo llancli stes, op. cit. , p. 426. 5. lei. ib., pp. 426-427.
Uma frase, um destampar de simpatias também fa lou co ntra Chávez, mas não É também mani festação ele prestígio repercutiu. Além da antipatia por Chá- de uma in stitui ção quando e la in co moda vez, foi o prestíg io multi ssec ul ar da rea- seus adversários. Assim, o jornal soc iae sele o fim ela Seg u nela Guerra leza que ali se manifestou. li sta ele Maclri , "El País", passo u rec ibo: Mund ia l, as simpati as pelos reg i"A monarquia está adquirindo um. promes monárqui cos parec iam defi * tagonisrno que não fa cilita o trabalho de * * niti vamente relegadas às prate le iras emmoderaçüo atribuído a ela pelo sistema poe iradas ela Históri a. Os re is que ainda É sin a l ele verdad e ira popularidade constitu cional ". re in avam na Europa, pe nsava-se, co ns- qu ando os ditos de alguém penetram até A jorn ali sta Ruth Costas constata : "É tituíam apenas vestígios ele ousu rpreendente que uma institui tras eras que a ventani a da moçéio com. ra ízes na Idade M édia dernidad e, mais tempo me nos e .fúndam.entada na transmissão tempo, iri a apagar. hereditária tenha conseguido soEis qu e um episód io recente breviver em tão boa forma", e traz à Lon a afi ni dades co m a fi isto se dá porque os monarcas gura de um rei, que se diri a m "se tornaram. valiosos símbolos mo rtas. Re firo -me ao tão co de identidade nacional ". me nL aclo " P o r qu e n o te Di z o hi storiador britânico ca/las ! " (Po r q ue não ca la a Alan Sked, da London School of boca?), f'ra sc co m a qual o Rei Economics, qu e "e m ge ral as da Es panha, Ju an Ca rlos 1, in rnonarquias séio populares, e néio crepou Hu go Chávcz, da Venehá indícios de que estejam. serizu e la, no ple nário da C úpu la amente am.eaçadas ". Ibero-Americana, realizada e m Segundo Rafael Cru z Martínove mbro últim o no Chil e. nez, professo r de Hi stó ri a da As s impat ias pela atitude Univ ersidade Comp lutense de real encheram os not iciá ri os, as Macl ri , "o rei é uma.figura muico lun as cios jorna is, as ca rtas lo popular porque passou a ser dos leitores. Mi lhões ele especiden1(/icado com a Espanha moLaclorcs áv id os foram à Internet derna". à I roc ura dos vídeos mostrando Mas não é apenas na Espao c1 isóclio. Só no sile Youlub e nha. A monarquia britânica , hav ia mais ele 300 de les . No como in stituição, dá mostras de mundo todo , e de modo marca nser aind a mai s só lida que a este c m nosso Brasil , o ep isód io panhola. "A f amília real da Grãge rou um desabafo e um a ond a Brelan.ha j á conseguiu passa r de ai 'gria. por inúmeros escândalos e pela Fi cou mui to ressaltado nesmorte de Diana, sem que surgisse a ·on tcc im cnto o papel úni co sem movimentos de contestação da au1 or id ade rea l, po is o mesmo ep isó- as cap ilariclacles cio tec ido soc ial. A fra- sérios", di z o hi storiador Justin Chamdi o, s • protagonizado po r um po lítico, se rea l foi usada co mo toq ue de ce lul a- pion , da Univers idade de Lo ndres. Uma foss' ·I' um pres idente ela Repúb lica ou res, ga nhou versões em ritmo de passo- cerimônia rea l é capaz de levar multidões um prim eiro-min istro, não teria aqu ela dohle , tecno , hip-hop , e qu ase todas as às ruas. • fo rça de impacto nas mentes . O líder do suas variantes fo ram logo reg istrad as E-mail do au tor: gov ·rn o es panhol, Rodriguez Zapa tero, como do mínios de In tern et. cidalencas tro @ca Lo l icismo.co m. br CID ALENCASTRO
JAN EIRO 2008 -
compatriotas , favoreceu a ati vidade mi ss ionári a de São Vi celin o. Foi Duque da Jutl ândi a e recebeu do imperador do Sacro Impéri o Romano Alem ão o título de rei, o que provocou a ira do sobera no da Din amarca, tendo sido, por essa razão, assassinado por seus primos.
8 1
Santo Apolinário, Bispo
SANTA MARJA, MÃE DE DEUS
+ Frígia, 179. Sua fama em re-
(anti gamente, Circuncisão)
2 São Basílio Magno e São Gregório Nazianzeno, Bispos. Confessores e Doutores ela Igreja.
futar as heres i as val eu- lhe o cognome de o Apologeta. Segundo testemunha São Jerôni mo, escreveu contra os hereges, patenteando a origem filosó fi ca dos erros de cada seita.
3 Santíssimo Nome ele ,Jesus
+ Cantuária, 71 O. Italiano, nome-
Beata Ângela ele Foligno, Viúva
+ Itália, 1309. Das maiores místi cas da Idade M édia , por sua marcante personalidade é co nsid erada fi gura ímpar do movim ento franciscano da Itáli a central.
Primeira Sexta-feira do mês.
5 São João Neumann, Con[essor
+ Filadélfia, 1860. Natural da Boêmia , foi para os Estados U nidos como mi ss ionári o dos i 111 igra ntes de I ín gua alemã. N omeado por Pio IX bi spo de Fi ladélfi a, promoveu a ed ucação ca tólica das cri anças, fundou um a congregação reli giosa fem inina com essa finalidade e levou outras da Europa.
Primeiro Sábado do mês.
6 EPIFANIA DO SENHOR, OU SANTOS REIS
7 São Canuto Lavarei, mártir + Dinamarca, l 13l. Filho cio rei da Dinamarca , chamado Lavarei (ou o Senhor) por seus
12 Santo Antônio Maria Pucci, Confessor + Vi aregg io, Itáli a, 1892 . Da
ado por São Vitaliano para a Sé de Cantuária, suplicou ao Papa que nomeasse São Teodoro em seu lugar, dispondo-se a secundálo nos trnbalhos miss ionári os.
10 São Pedro de Urséolo, Confessor
BATISMO DE NOSSO SENI IOR ,JESUS CRISTO
14 São Sabas, Bispo e Confessor
+ Bulgá ria, 1237. Fi lho de Estêvão 1, fundador da dinastia e cio Estado independente da Sérvia, aos 17 anos retirou -se para um mosteiro cio Monte Alh os . Seu pai seguiu -o depois de abdicar o trono. Juntos fundaram um mosteiro para os sérvi os .
São Paulo Eremita. Confessor
para o dese1to perto de Belém a fim de viver em recolhimento, sua fa ma de santidade atraiu-lhe inúmeros discípulos. Construiu tJ'ês hospitais e, com São Sabas, lu tou valorosamente co ntra a heresia rn onofis ista, sendo por
IH São Leobardo Recluso, Confessor
+ França, 593. Depoi s de con-
19
Comand ante-em-chefe da esquadra de Veneza aos 20 anos, obteve vitória s contra os piratas que in fes tav am o Adri áti co. Envo lvido na in surreição que culminou com o assassinato do Doge Ca ndi ani IV, fo i eleito em se u lu ga r, exe rcendo o cargo com hab ilidade e competência. Provave lmente com o consentimento da esposa e filho , diri giu-se certa noite para o convento de Cuxa, na França, onde terminou seus dias em oração e austeras penitências.
+ Pales tin a, 529 . Retirand o-se
(V ide p. 38)
1~J
15
São Teodósio o Cenobita. Confessor
2~J Santa Emerenciana, Virgem e Mártir
sagrar- se ao es tudo , pa sso u seus bens ao irmão e foi vi ver na co ntempla ção perto de Tours, sob a d ireção de São Gregóri o, bi spo dessa cidade. D eus concedeu-lhe o dom dos mil agres e o conhec imento do dia de sua morte.
+ Ro uss ill o n (Fra nça) , 987.
11
17 Santo Antão Abade
Co ng regação dos Se rv os de M ari a, sa ntificou-se corno pároco de um porto pesqueiro e de veraneio. Dedi cou-se de corpo e alma à conversão dos infiéis e pecadores, à in strução infantil , bem co mo ao cuid ado dos doentes , anciãos e pobres.
9 Santo Adriano Abade, Confessor
4
isso desterrado pelo imperador. M orreu aos 105 anos de idade, tendo operado muitos mil agres.
+ Egito, 342. O primeiro e mais famoso dos eremi tas, tornou -se órfão aos 14 anos. Aos 20, durante a persegui ção do imperador romano pagão Décio, fu g iu para uma gruta no deserto. M ilagrosa mente um corvo trazialhe um pão cada dia.
1fi São Bernardo e Companheiros, Mi:í rtires
São Canuto Rei, Confessor + Dinamarca, 1086. Filho il eg ítim o cio Rei Swey n, da Di namarca, sobrinho de seu homônimo que conqui stou a Ing laterra , subiu ao trono após a morte de seu irmão. Vítim a de urn a rebeli ão , Ca nuto fu g iu para a ilha de Funem, onde se preparou para a morte. Foi assassinado pe los rebeldes enquanto orava aos pés do altar.
2.0 São Sebastião, Má rtir
+ Roma , 2 88. Ce nturi ão da guard a pretorian a de Diocleciano, e 111 ze lo apos tó lico susten tava os confesso res da fé e os mártires . D nunciaclo, fo i trespassado com fl echas ; curado mil agrosamente, depo is foi açoitado até a morte. Tornouse um dos santos mai s popu lares 111 Ioda a Igrej a. Al gumas gravu ras, mu ito clifuncliclas , in fe li zm ·ntc o apresentam corno um j ovem mo le e sem fibra, quan lo na realid ade era um sold ado f irme e va lente.
+ Roma, 304. De acordo com o M artiro lógio Romano, Ernerenciana era irmã de leite de Santa Inês. Após o martírio desta, foi rezar junto à sua tumba. A catecúrnena recebeu o batismo de sangue, ao ser morta ali mesmo a pedradas pelos pagãos.
24 São Francisco de Sales, Bispo. Con fessor e Doutor da Igreja
+ A nnecy, 1622. Bi spo de Genebra , anim ado de profundo amor ele Deus e das almas, dotado de urna bondade e suavidade excepcionais no trato, sólida cultura e ortodoxia, fundador e diretor de incontáveis almas que guiou com pulso firme no caminho da perfeição. É um mestre da vida espiritual. Combateu os j anseni stas, e é patrono dos j ornali stas e publicistas católicos.
25 Conversão de São Paulo Apóstolo Ao ca ir do cava lo, o persegui dor cio s c ri stãos tornou -se Após tolo. Instruíd o pelo própri o Cristo Jesus, foi um dos mais ard orosos proclamadores cio Cri sti ani smo. Submi sso ao Papado, soube entretanto resistir a São Pedro, com respeito e firmeza , na ques tão ci os judaizantes. São Pedro, demonstrando grande elevação de alm a, acabou por dar-lhe razão.
teólogo ela Igreja foi , aos ci nco anos, confi ado aos monges beneditinos de Monte Cassino, entrando depois para a Ordem Dominicana, da qual é a maior glória, juntamente com o Fundador. Co m razão fo i cog no minado Doutor Angélico, por sua pureza ele vicia e elevação de doutrina, que tran scende a pura inteligência humana. É o patrono das escolas católicas. Sua filosofia é a filoso fi a católi ca por excelência.
29 São Sulpício Severo, Bispo e Con[essor
+ França, 591. São Gregório de To urs refere-se a ele com muito respeito, elog iando suas virtudes. Fo i nomeado para a Sé de Bourges cm lu gar de candidatos simoníacos.
+ Pa lestina, 404. Matrona ro mana da mais alta ari stocracia, edifi cava Roma co m seu marido pela virtude. Tendo falecido seu esposo, fo i convencida por Santa Marccla, também viúva, a entregar-se totalmente a Deus.
logia, famoso confessor e exorcista, s ·u programa fo i o de levar os ·atólicos a parti cipar intensam ·ntc do traba lho apostólico. Para isso fund ou a Socie-
+ Roma, 672. Sucessor de Eu-
dade do /\ posto/ado Católico.
gênio I no Sóli o Pontifício, en-
27 São Vitaliano, Papa e Confessor
Será ce lebrada pe lo Revmo . Padre Dovid Franc isqu ini, nas seguintes intenções: • Pela união e so ntificoção de todos os fomílias católicas em torno do Sagrado Fomílio. Suplicando à So nto Mãe de Deus (festividade comemorada no dia 1º), pelos méritos da Ep ifonio do Se nhor (dio 6), copiosos groças para todos os lei to res . Que todos se jam providenc ial mente amporo dos, o fim de enfrentarem com energio e corogem os dificu ldodes que posso m suceder ao longo de 2008, de modo porticular as que provêm de perseg uições revolucionári os oos bons costum es.
30 + Fra nça, 680. Inglesa de nascimento, levad a para a França, encantou Clóvis li por sua virtud e e prudência. Es te a fez sua esposa. M ãe de três reis - Clotário Ili , Chilclerico li e Thi erry Ili - tornou -se regente à morte do esposo, govern ando o reino com rara hab ilidade.
~JI
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Intenções para a Santa Missa em janeiro
Santa Batildc, Viúva
São João Bosco, Confessor + Turim, 1888. Exerceu enorme
SanL!l Inês, Virgem e Mártir
+ Roma , 1850. Doutor em Teo-
+ Fossa Nuova, 1274. O maior
26
por São Franci sco de Ass is para converter os mouros de Sev ilha, foram ex pul sos desta cidade. D iri giram-se São Bernardo e quatro outros reli giosos fran c i sca nos para o Marrocos, co rno capelães de mercenários cri stãos do exército marroquino. Como pregavam ao povo e recusara m-se a cessar suas prédicas, o Sultão decepou- lhes a cabeça com sua cimitarra.
Suo Vicente Pallotti , Con fessor
2a Santo Tomás ele Aquino, Confessor e Doutor da Igreja
Santa Paula, Viúva
+ Marrocos, 1302 . Enviados
')',)_
viou à Inglaterra São Teodoro de Tarso para a Sé de Cantuári a, e Santo Adrian o como Abade de Santo A gostinh o.
influência no campo reli gioso e social, tendo fundado a Soc iedade Sales iana e o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. " O êxito de.1·sa obra - dizia São Pio X - só pode explicar-se pela
vida sobrenatural e santidade de seu Fundado r". D e alma simples, alegre e ardente, não hav ia obstáculo que o cleti vesse na senda cio bem .
rntenções para a Santa Missa em fevereiro • Em homenogem pelo sesquicentenário dos apa rições de Nosso Senhora de Lourdes (1 858). Suplicamos a Elo - que em Lourdes declarou "Eu sou o Imaculado Conceição", pois concebido sem pecodo originol - sua materno l proteção aos leito,·es, assinontes, coloborad ores e amigos de Catolicismo, preserva ndo-os do pecado e de quolquer tipo de imoralidode. Com menção específico às crianças e odolescentes de nossos fomíl ias, que neste século encontrom-se mais vulneráveis à imorolidade dos ombientes modernos.
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po , o coro das fre iras franciscanas da [macu lada entoou um hino em louvor da Mãe de Deus. *
Luci sull'Est comemora
os 90 anos das aparições em Fátima A associação italiana Luzes subre u Lcslc, inspirada 11a obra de Plinio Corrêa de Oliveira, rcletnbrou ele 1nodo fulgurante passagens ctlpitais da mcnsagcrr1 de Nossa Senhora de Fátin1a NE LSON FRAGELLI
orna, .17- 11 -07. A reuni ão estava marcada para I 6:30h no Audilório Augustinianwn, ao lado da Praça de São Pedro. Antes mesmo de l 5:30h chegavam os primeiros convidados. Por que tão cedo? Eram amigos e participantes das campanhas de Luci sul/ ' Est. Vinham informar-se, dar opiniões, envolverCATOLICISMO
se na atmosfera de sua assoc iação. Agradados com o ambi ente, examinavam li vros e publicações que iam sendo postos nos mostruários, conversavam com os responsáveis de Luci sul/ ' Est já presentes, olhavam comprazidos a pompa do auditóri o. Às 16: 15h, o sa lão estava quase repleto. Em Roma chovera torrencialmente nos dias anteriores. Céu ainda coberto, frio úmido e ventos sibil antes, num sábado à
tarde: condi ções idea is para se ficar em casa. Não fo i o que se deu. O público queria ver o que Luci sul/' Est fi zera em países outrora agrilhoados ao bloco sov iéti co, vedado pela Cortin a de Ferro. Chegada a hora, um a das im agens peregrinas de Nossa Senhora de Fátima entrou so lenemente no recinto, portada por quatro uni versitários vindos de diferentes regiões da Itáli a. Ao mesmo tem-
Antecedeu os oradores a apresentação de um audiov isual sobre o significado de Fátim a para nossos dias , ressa ltando a mais im pressionante mani festação sobrenatura l do sécul o XX: a Santíssima Virgem torna-se visível e pede oração e penitência; os homens afastam-se de Deus; a visão do in fe rno aterro riza sa lutarmente os videntes, mostra ndo- lhes que para lá vão os pecadores imp en ite nte s. "Quereis oferecer-vos a Deus, suportcm du sacr(/'ícius, cumo reparação pelos pecados e como súplica para a conversão dos pecadores ?". Sem emenda de vida, Deus castigará o mundo; a Primeira Guerra Mundial, então em curso, já era parte do castigo; um segundo conflito mundi al viri a, e mais tarde ainda outro, se não houvesse emenda; Nossa Senhora recomenda o santo Rosári o e a consagração da Rú.. ia, caso contrári o essa nação espalharia seus erros pelo mundo. Des le as aparições, o afasta mento de Deu s se ace ntuou. São hoje cometidos e aceitos pela soc iedade pecados até piores do que os de en tão: contracepção,
aborto, eutanásia, homossexualid ade. É patente que Nossa Senhora não foi ouvida em seus pedidos. Não tendo sido ouvida, mas ainda advertindo os homens, Ela fal a por meio de lágrimas matern as. Em 1972, uma das imagens peregrinas, bentas pelo Papa Pio XII, verteu lágrimas em Nova Orleans, nos Estados Uni dos. O fato fo i larga mente divul gado pe lo mundo. No íntimo de cada um Ela repete a pergunta feita aos videntes: "Queres oferecer-te a Deus? Meu.filho, tu tam.bém m.e deixas só? Não lutas por núm ?". E cabe a cada um de nós se perguntar: "Serei eu uma pessoa a quem Nossa Senhora olharia em vão?". E m profundo sil ênci o terminav a o audiov isual. Aquelas imagens da hi stória recente revo lvera m o íntimo das almas. Uma hi stóri a da qual somos ainda protagonistas - e agora o viam - junto à própria Mãe de Deus. Ela é a primeira entre os perso nagens do imenso drama da salvação da hum anidade. Ela não age sem nossa contribui ção. Ela nos espera há 90 anos. Alguns dos prese ntes chegaram à emoção das lágrimas .
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O mestre de ce rimoni a, Sr. Júli o Loredo, membro de Luci sull 'Esl, convi -
dou para presidir a sessão Mons. Tadeusz Kondrusiewicz, recém-empossado Arcebi spo Metro po lita de Min sk- Mohil ev (B ielo-rússia), tendo sido nos últimos 16 anos arcebispo de Moscou. A seu lado, Mons. Juan Rodolfo Lai se, bispo emérito de São Luis (A rgentina). A mesa foi composta ainda pelo Dr. Sílvio dalla Vall e, diretor de Luci sull 'Est, P. Massimili ano Zangheratti, F.l., professor de Teologia Mora l na Universidade Urbaniana de Roma , e o jovem sacerdote Pe. Pavi o Vyshkov sky, sec retári o na Nunc iatura Apostólica na Ucrânia. Numa longa e articulada expos ição, o Pe. Zangheratti , primeiro orador, anali sou o conteúdo teológico da mensagem, a qual ressalta os pontos mais negados pe las tendências teológicas erradas de nossos di as. Ela reafirma a ex istência do mal e do pecado; a ex istência da Lei de Deus, à qu al os homens devem obedecer; a punição divina a quem a desobedece (v isão do in fe rno e casti gos); o papel da respo nsab ilidade individu al em opos ição à dominação pelo Estado do homem , da soc iedade, da economi a, etc.
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Mons. Kondrusiew icz recordou suas dificuldades em prati car a Reli gião quando menino. Nasceu numa família católi ca quando a Igreja sofri a persegui ções na Bielo-rússia: poucas igrejas abertas, poucos sacerdotes, falta de literatura reli giosa, cri anças que não pod iam freqüentar igrejas, cató licos praticantes que não era m admitidos nas universidad es . Esse fo i o maior perigo da hi stóri a russa. Eis a situação quando Nossa Senhora de Fátima apareceu, pedindo orações e penitência pe la conversão da Rú ssia. Passadas as grandes perseguições, quan do católicos ru ssos fora m a Fátima 16 anos atrás, lá enco ntraram um a ve lh a portuguesa que há anos fazia, entre maio e outubro, uma peregrinação a pé a Fátima, percorrendo cerca de 40 km, pela conversão da Rúss ia. Os anos de ateísmo deixaram naqu ele país marcas profundas: o número de divórc ios aumenta; cerca de 70 % das novas uni ões red undam em separação; o aborto é uma horrível tragédia; os jovens não podem assim receber nas famílias a
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hav iam condenado à morte, à terrível morte por congelamento. Pav io partiu. A neve era movediça sob seus pés. Percorrer cem metros ex igia esforço enorme. Um quil ômetro, impossível. Mas tinha que percorrer cinco quilômetros até sua casa. A agressão cio frio o enrijecia todo. Na Ucrânia cio leste, naquele invern o, a temperatura descia até 20 a 25 graus abaixo de zero. Petrificado pel o ge l o, o fri o tendia a paralisá-lo. Caía seguidamente, rolava na neve. Pensa mentos quase agô ni cos se sucedi am: lembrava-se cios muros ele sua igrej a, dos quai s paroquianos martiri zados pendiam ele fi os metáli cos, que lhes atravessavam a cabeça ele um ouvido ao outro. "Pensava nas inúm.eras pessoas
de ,ninha paróquia que não hesilaram ern dar a vida por Jesus. Meu avô fora enterrado vivo pelos comunistas, por recitar o Rosário, negando-se a abjurar a fé". Essas im age ns anim avam- no a
necessária educação moral. Setenta anos de ateísmo militante deform ara m toda e qualquer vida es piritual. Freq üentemente, os fi éis não possuem mai s o "sensus
Ecclesiae". M ons. K onclrusiewicz hi stori ou sua luta para construir igrej as. Ao assumir a di ocese ele M oscou, em 199 1, esta contava com dez paróquias e oito sacerd otes . Hoj e ela dispõe ele 230 paróquias , cerca ele 30 instituições co mo o semin ári o maior Ma ria, Rainha dos Apóstolos, em São Petersburgo, o fn stituto ele Teologia, Hi stóri a e Fil oso fi a Santo Tomás, em M oscou, oito ed itoras, dois program as de rádi o ( M osco u e São Petersburgo), estúdi o ele telev isão em Novosi birsk; um jornal hebclomadári o, "Svet Evangeli a". Na Federação Russa trabalham hoj e 300 sacerd otes e 400 religiosos e reli giosas, proven ientes de 22 países. O Seminário de São Petersburgo formou até agora 45 sacerdotes. N esse im enso trabalho de reeva ngeli zação ela Rú ss ia, Luci sull' Est co laborou co m M o ns. K onclrusi ewi cz, el es ti nand o a vários de se us proj etos donativos obtidos na Itáli a.
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CATOLICISMO
Em meio a aplausos admirativos, o Pe. Pavio Yyshk ovsky narrou o que segue. A Ucrânia, onde se passou em 1986 o fato narrado, era duramente subju gada pelos sov iéticos. Pavio, embora tivesse apenas 11 anos de idade, foi dec larado pelo govern o co muni sta " inimi go ela pátria". Por que mot ivo? Porqu e no di a ele N atal , e·m ri goroso invern o, sobre densa neve, esgueirando-se entre árv ores e caseb res enrege lados, evitando o lhares traiçoeiros, tencionava ass istir à Mi ssa em sua paróqui a. Queria comemorar o nasc imento cio Salvador. Em torno ele sua igreja, entreta nto, a polícia es preitava. Queria capturar prec isa mente os mais devotos, que ousava m enfrentar gelos e denúncias para honra r o M eni no-Deus. À vista cio ca mpanári o seus pensamentos foram tomados pela pró•Xima vi são do presépio, no aconchego ela igreja, em torn o a poucos irm ãos ele fé. N esse in sta nte a polícia o captura. E a tern a visão ela Sagrada Fa míli a junto à m anj edo ura, Reis Magos e pastorinho s, foi brutalmente substituída pelas faces duras ele mili cia nos afe itos a martirizar fiéis indefesos. Preso, teve todos os agasa lh os arran cados, se ndo obri gado a voltar à sua casa em manga de ca mi sa. N ão teve dúvid a de que o
co ntinu ar. Foi sa lvo, conseguindo chegar à casa com a pele toda quei macia pelo frio, fatalmente surdo de um ouvido e ouvindo mal com o outro. Sob reviveu após passar oito meses num hospita l,
"mas agradecido a Deus por ter-me fe ito sobreviver e, n·,.ais ta rde, ter-me chamado ao sacerdócio". Tendo também um a glóri a entre outras: sua f é, a fé de
um menino ele 11 anos , amedrontara um governo. Co mo era clébi I aquele bárbaro regime, que tantos do Ocidente teimavam em considerar como o mais fo rte do mun do ! Pe. Pavio escreveu um livro a respeito ele seu país: O marlirio da Igreja Calólica na Ucrânia (230 p.), publ icaclo por
Luci sull 'Es1. *
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Os anos recentes, que para a nossa sociedade ocidental fora m de faci !idade materi al, fora m os anos de martíri o ele in co ntáve is irm ãos da fé. Em meio a moelas devastadoras da modéstia, ele ritmos musicais frenét icos, de in contid a vontade ele ga nhar e gastar, ele turismo e prazeres, muitos diziam: "Temos tanlo
co11for10, está-se tão bem.. Somos, portan/o, abençoado.1· por Deus". Era uma simp l ificação, e talvez um véu para a consci ência. O que chamava m ele uma época "abençoada" não fo i uma época ele acord o com o desejo de Deus. Ao contrário : Fátima fo i uma advertência a seu res1c il o, e casti gos ainda pendem sobre nós. A l li stória não se encerrou. Luci .rnll'Est susc ita essa revisão cio passado recente. É um sagrado " rev isi oni smo" i1 luz da mensagem ele Fátima,
com sua tragédi a e suas es pera nças. Encerrand o tão brilhante reuni ão, em meio aos ap lau sos entusiásticos cio públi co, o mestre ele cerim ôni a referiu -se ao Prof Plínio Corrêa de Oliveira, o maior apóstolo ele Nossa Senhora de Fátima no sécul o XX.
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Vista parcial do público presente
Lenta dispersão. Diferentes grupos entrelinh am-se co m vivaciclacle, mas sobriam ente. Palpi tavam na im ag in ação cenas recém-vistas ou resultantes danarração cios oradores. Uma fil a ele assistentes ped ia autóg rafos ao Pe. Pavio Yyshkovsky; pequena aglomeração junto à imagem peregrina ele Fátima; outros a tocavam e tiravam fotos . Para as pessoas gradas, esse convívio prosseguiu na sede soc ial de Luci sull 'Est, à ru a Savo ia. Presentes v,frios sacerdotes ci o Leste europeu ou empenhados nesse aposto lado, residentes em Roma. Nas rodas, os temas da reuni ão se impunham. E m m o m ent os ele di stensão, co rdiai s e com uni ca ti vos, era notáve l ver homens de sacrifíc ios, recordand o g lóri as, prontos a renová- los. Sua afab ilid ade e di screta alegria não tolhi am a impressão de ainda se ouvir
em torno deles o uiv ar dos ventos gé lidos de vastidões nevadas, o torvelinho de revo luções, o arrasta r de correntes nas masmorras sov iéticas. N asceram , viveram e pregaram o Eva nge lh o em meio às in certezas própri as a quem é indesejado, em países cuj os reg imes fundavam sua ex istênc ia na atividad e dos verdu gos. Durante o j antar, o Sr. Juan Miguel M ontes, diretor do U.fficio Tradizione Farnig li a Proprietà , sa ud o u M o ns. K ondrusiewicz, a quem visitara diversas vezes na diocese ele M osco u. M ons. Kondrusiewicz, agradecendo as co nsiclerac,;ões <..lo orador, dec larou-se pronto ao m es mo esfo rço, ago ra à frente da Arquidiocese de Min sk. A Bielo-rú ss ia ainda conserva um cios poucos govern os com uni stas remanescentes no território da ga ngrenada ex-U ni ão Sov iética. É preciso continuar, é preciso renovar conquistas. Todos ali têm um compromi sso apostó li co: a obri gação ele evange li za r povos cuj a conversão N ossa Se nh ora prenunciou em Fát im a. O qu e Luci sull 'Est puder fazer sob as bênçãos de Maria Sa ntíss ima, para incrementar esse apostolado, ela procurará fazer. • E- mail ci o au tor:
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Campanha de difusão do livro A Revolução Quilombola Realizada por Paz no Campo, da Associação dos F\mdadorcs, essa campanha alerta para um perigo imediato e grave: prepara-se nos gabinetes de Brasília uma gigantesca Reforina Agrária paralela e racial. Aríuo FAo Ro
O
Brasil está inquieto. E não é para menos. Está-se planejando nos gab inetes de Brasíli a urna desapropri ação gigantesca, equivalente à área do estado de São Paulo. O perigo está ass im confi gurado: urn a ampl a Reforma Agrária soc ialista, racial e confi scatóri a que atinge terras produtivas e improdutivas e promove um racismo baseado na opos ição ele grupos étnicos. Um fantas ma que não ex iste no Brasil, país rni sc igenaclo harmoni ca mente. O jorna li sta co laborador ele Catolicismo, Nelson Ramos Barretto, ao participar cio Fórum. Empresarial do Agronegócio, em Brasília, ficou pasmo com os depoimentos dos proprietári os, es poli ados pelo INCRA em nome cios direitos dos chamados quilombo/as. Vi sitou depois algun s lugares ele conflito, entrev istou muitos envolvidos - urna dessas entrev istas, Catolicismo a publicou na ed ição ele novembro último - e constato u que a Revo lu ção Quilombo /a é um problema grav íssimo que, em última instância, pode joga r o País numa guerra fratricida. Co m farto materi al jo rn a1íst ico e documental, Nelso n Barretto escreveu o li vro A ReDeaefo de Lula rasga esam,ras • açu"',~ .,. .~ volução Quilombola, já lança:f.'.;~·=~-~;::.do em Bagé (RS), Londrina, Cas_...... ... cave l (P R), C hapecó (SC) e Uberaba (MG) (Vide Catolicismo , novembro/2007). E a difusão prossegue de norte a sul cio País, co rno veremos abaix o.
!hões até 20 11 para ações destinadas a impl antar com unidades quilombolas. O INCRA an unciou mais notificações no Espírito Santo e no Paraná. Na cid ade paranaense ele Curiúv a, a população fi cou alarmada co m a ameaça cio INCRA ele desapropri ar cerca de 60 pequenas propriedades no município. Por meio ele uma med ida adm ini strativa, pode ass im tornar cad ucas escrituras secul ares. Nesta marcha rumo a um conflito rac ial, soma-se o fato ele que o governo federa l está exercendo forte pressão para aprovar o "Estatuto da lgualclacle Rac ial", co m o qual poderá gerar um perverso apartheid: os brasileiros serão obri gados a optar, por autodeclaração, entre ser negro ou branco. Tal Estatuto encontra-se em debate na Câ mara, já tendo sido aprovado no Senado.
* Devido à grav idade cio problema fundiário que se apresenta, a ca mpa nh a ele difusão cio li vro de 1
fi,1,l,/J,n•1,fom,1 · · p~ ;~:··•-'" -
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As desapropri ações co nfi scatórias ela Re volu ção Quilombola começaram a produzir reações cios proprietários que se senti ram espoli ados. O que fez o governo federal? Continuou ava nçando e divulgou, no último dia 20 de novembro, a destin ação de cerca de R$ 2 biCATOLICISMO
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A ·:i mpan ha Paz no Campo vem sendo desenvolvida em v,'írias l'r ' ntcs. Seu alcance pode ser avali ado pela enumeração do tra bal ho já realizado: ♦ Dislribuição da edição de Catolicismo (sete mbro/2007), cuj a mal <ria ele capa fo i dedicada à Revolução QuiLombola;
1
♦ Entrevista de Nelson Barretto na rede televisiva "Canal cio Boi ", que tem cerca ele 2 milhões ele espectadores, sobretudo do Brasi l rural, no dia 12 ele outubro;
r1. ,!'!•
♦ Difusíio nas exposições agropecuárias ele Bagé, Londrina, Cas ·a vel, Chapecó e Uberaba, ele um volante co m o título "Campo • cidade em perigo", convidando o público a adq ui rir a obru através da Internet;
ii.!~i AREVOLUÇÃO
Barrclo se intensifico u, como contra-ofensiva para desmascarar as squ 'J"tlas ele vários níveis e matizes que insufl am a investida qui/011,bola. A esquerda esperneou, mas não fo i capaz, até o momenl o, de oferecer nen huma resposta válida aos argumentos cio li vro. s próprios negros estão rejeitando a class ificação ele quilo111bolos, com receio ele voltar a sofrer uma espécie ele escravidão, 1'Sla vez controlada pelo INCRA.
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OmffllNnfa rAINDCAMfOISPu
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ARevolução Quilombo/a
♦ Entrevistas ele Nelso n Barretto e publicações no "Jornal ele lJb ·ni ba", na "Folha ele Londrina" e no diário "A Tarde", de Salvador. Entrev ista cio autor na rev ista DBO, uma el as maio r ·s do Bras il dedicadas ao agronegócio;
♦ Junto a magistrados, tendo sido envi ado o liv ro a mais de 230 juízes ele tribunais federa is e procuradores ela União;
Apr ·scntações da obra em livrarias importantes de São Paul o (Saraiva), Brasília (C ultura) e Salvador (Civilização Bra. il 0ira) ; e na "Feira do Livro", em Brasíli a;
♦ Junto a políticos, tendo sido di stribu ída a obra aos deputados da "Frente Parlamentar da Agricultura" e a deputados ela bancada ru ra li sta. Foi também distribuído aos deputados ligados ao agronegócio na Assembléia Legislativa da Bahia;
♦ Na int ernet, através cio bo letim eletrôn ico "Sem medo da verclad •", ' nviaclo para 20 mil simpatiza ntes da ca mpanha Paz no 0 111110 e para 380 redações ele jornais ele todo o País;
♦ Campanhas públicas ele difu são do volante "Ca mpo e cidade em perigo", pelo setor jovem ela Associação dos Fundadores? em Itu e Brasília ;
♦
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♦ Distribuição de uma Declaração de Princípios ela campanha Paz no Campo, intitul ada "O Direito ele Propri edade: valor sagrado e inegociáve l", no Serninário sobre o direito de propriedade e o desenvolvimento econômico, di a 27 ele novembro, organi zado pela Co mi ssão ela Agricultura el a Câmara; ♦ Participação, no dia 9 ele novembro, ela carreata "O Grito ela Agricu ltura", ele São M ateus a Vitóri a (ES), organi zada pelo Movimento Paz no Cwnpo (o mes mo nome é simples co incidência) ele São M ateus. Um representante negro ela campanha Paz no Campo, ele São Paul o, fez uso ela palavra na manifestação, encerrada diante ela Assembléia Legislativa cio Estado cio Espírito Santo;
A diretoria ela FENAGRO, alarm ada com as ameaças, pediu in sistentemente ao autor e ~1 ca mpanha Paz no Campo que ca ncelassem o lançamento no recinto ela FENAGRO. Tendo em vista que o governo estad ual om itiu-se em dar gara ntias para o lançamento - não custa relembrar que o evento ocorreri a na Bahia, estado govern ado por um pelista - Dom Bertrand ele Orl eans e Bragança decidiu suspender o evento. Em comuni cado à op ini ão pública, estampado no dia 28 no jornal "A Tarde", a ca mpanh a Pa z no Campo inform o u detalhadamente os motivos cio cance lamento ( Vicie fac-símil e aba i xo). • E-mai l para o autor: ati liofaoro@catolicismo.com .br
• ♦ Campanha de e-mails ao deputado Valdir Colatto, apo iando seu projeto ele lei (PDC 44/2007) que revoga o decre /o quilombo/a ele Lula. O deputado recebeu em poucas semanas cerca ele I O mil adesões.
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Ameaças ele distúrbios e ele atos ele vandali smo, guerra psi co lóg ica para intimidar os opos itores, carênc ia ele argumentos para um debate séri o e elevado. N ão se trata cio MST, elas FARC ou cio Sendero Luminoso, embora os métodos sejam caractcrí st i cos dessas orga ni zações. Trata-se cio movimento quilombola, que em Salvador (BA) tirou a máscara e mostrou sua face terrorista. O coordenador ela ca mpanh a Paz no Campo, o Prín cipe Dom Bertrand ele Orleans e Bragança, fora convidado para lançar o livro A Revolução Quilombo/a, no dia 28 ele novembro, no Parq ue ele Exposições ela Fe ira Nacional ela Agropecuária (FENAGRO), na capital baiana. Desde o dia 26 daquele mês, começaram a circul ar rumores ele que elementos ligados ao movimento quilombola iri am desencadear atos de vandali smo contra as instalações do Parque ele Expos ições e contra as pessoas que comparecessem ao lançamento cio livro no recinto ela FEN AG RO . Disseram ai nda que haveria mortes, inclu si ve ele cri anças, atos ele sabotagem e incêndi os.
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CATOLICISMO
Comunicado pa ~ mpanha Paz no Campo a opinião pública
L1berdéllde de expressão questionada na Bahia
Muitos rezam a Nossa Senhora de La Salette, até freqüentam alguma das igrejas a Ela dedicadas. Mas quem conhece o que realmente aconteceu em La Salette? Poucos sabem que lá Nossa Senhora falou longamente, e de modo especial para os nossos dias. Por uma razão providencial, a profecia de La Salette só agora pode ser divul gada livremente. A obra A aparição de La Salette conta-nos por quê. E apresenta a extensa profecia na íntegra, sem mutilações, com inteira fidelidade aos documentos originais. A profecia de Nossa Senhora contém muitas coisas que interessam diretamente a cada um de nós, católicos dos 'çu lo XXI. Ela traz uma chave que deci rra mistérios da época atual, esteml ' uma ponte de salvação irradia uma luz propícia a iluminar nossos passos futu ros. Ela poderá estar facilm nte cm suas mãos, encomendando est • livro.
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A MBI E N TES C OST UM ES
C IVI L I Z A ÇÕES
São José, Patrono da Igreja 1
Alrna ardente, conternplativa e cheia de carinho
~
10 C O RRÊA DE ÜL[VEIRA
Esta
fo i a melhor estampa de São José que conheci em minha vida. Trata-se claramente de uma pintura executada por alguém q ue interpretou bem o pape l de São José, e que soube exprimir isso em uma obra artística de boa qua lidade. Viaj ando pe la Europa, estive e m muitas cated rais e igrej as fa mosas onde se e ncontra m imagens de São José. Nunca me de parei com outra que re presentasse tão bem a fi siono mi a espi ritual do Santo Patrono da Igrej a. Não são os traços fís icos o que importa, mas a fi siono mi a espiritual do castíss imo esposo de Maria Santíssima. Habitualmente os traços apresentados de São José defo rmam um tanto aquilo que ele deve ter sido. As imagens correntes dele apresentam um ho mem que, à fo rça de ser simples, torna-se um pouco simplório, o lhando e sorrindo à mane ira de que m não está compreendendo bem as coisas, a quem fa lta firmeza de vontade, e que não é um verdadeiro chefe. É prec iso ressaltar que nas mãos de le Deus entregou o ma ior tesouro que houve na Terra, do q ual jama is haverá similar na História: Nosso Senhor Jesus C risto, o Filho de Deus humanado ! É fo rçoso compreender que Deus só pode ter des ignado para isso um ho mem de alto critério, alta prudê nc ia, alto di scernime nto e alto carinho. Mas ao mesmo tempo capaz de enfre ntar, com inte ligência e força, qualquer dificuldade e qualquer adversário que se lhe opusesse. Adversári os surgiram logo no iníc io. Conhecemos be m a perseguição que Herodes qui s mover contra o Menino Jesus, o massacre dos inocentes, a necessidade de fugir para o Egito. Que menta lidade precisava ter esse homem, que coração, que alma de fogo para gui ar através de tantos riscos a Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Ele era o esposo fide líss imo de Nossa Senhora. Entre esposo e esposa é necessário haver certa proporcionalidade. Não pode o esposo ser demas iadamente superior à esposa; nem a esposa ser des medidamente superior ao esposo. Porta nto, deveri a ser um homem que ti vesse proporção com Maria Santíssi ma, mas as imagens habitualmente d ifundidas não exprimem isto. Entretanto, neste q uadro contemplamos São José em sua pobreza, sua singeleza, um simples operário em Nazaré; mas ta mbém um homem de inte ligênc ia, de critério e firme. Não é um sábio, ne m universitário. Contudo, não há necessidade dessas credenciais para ser depos itário dos segredos de Deus. O que é necessário para isso? Ter alma de fogo, alma ardente, a lma contemplati va, alma che ia de carinho. Por essas razões, gosto muit o desse quadro. •
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em 22 de março de 1987. Sem revisão do autor.
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' Sesquicentenรกrio de Lourdes 1858 - 2008
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UMARI
PLIN IO (ORRÊA DE Ü LIVEIRA
Santa Bemadette, espelho de Nossa Senhora
Q
uando se lê a vida de qualquer santo, fec ha-se o liv ro ex. cJa mando: Que grande santo! Realmente é uma
rnaravilha surpreendente! n re lação à vida de Sa nta Bernadette Soubirous -
\ \
-
a vi rgem a quem Nossa Senhora apa receu em Lourdes - ficase com essa impressão. Santa Bernadette era dos Pireneus, uma zona que é uma síntese entre a Espanha e a França. Vendo fo tografias autênti cas de la (não as imagens deformadas que ex istem em algumas igrej as), percebemos um rosto lige irame nte dado ao quadrado, traços regu lares e bem fe itos, o lhos pretos, grandes e com uma certa fixidez hi spânica, que crava as verrumas e o lha profundamente - olhar rad iográfico! O nari z, também meio hi spânico, é um traço ele coerência ele toda a fisionomia, uma linha que vai de alto a baixo e marca muito ace ntuada mente. O feitio de espírito dela era taxativo, ele dizer as co isas sem rodeios. Ed ucada com muita simpli cidade, entretanto tinha muita elevação ele alma. Não recebeu uma certa educação que consiste em dissimular o que se pensa. O que e la pensava, dizia francamente. O todo dela era ele um desprendimento com pl eto, co mo quem , no fundo , não pretende ser nada, humilde diante ele todo mundo. Mas, no serviço ele Nossa Senhora, era exím ia. Por exemplo: e la ia para a gruta, por ocasião elas aparições, e poderia se e nvaidecer fa lando co m a Virgem Jm acu lacla diante ele uma multidão. Lourcles inteira ass istindo. Mas ela não se e nvaidecia, não clava importânc ia nen hum a, continu ava a ter toda a naturalidade diante ele todo mundo. Chamada para ser interrogada sobre as revelações, portava-se em re lação à políc ia com um desassombro e naturalidade ex traord inários. Entretanto, em relação aos pais e às pessoas respeitáveis com quem tratava, bem co mo em re lação a seu vigário e à sua superiora reli g iosa, era um modelo de respeito e obediênc ia. Aí está be m o esp írito ele verdadeira contra-revolucioná\ ri a, cató li ca e santa, que não li ga para as pompas deste mundo; que não dá importânc ia a ser tida em grande o u pequena conta; e que, por causa disso, despreza as honras e louvores mundanos. Para se ter sobranceri a, é prec iso não ligar para o mundo. Era esta a atitude ele Santa Bernadette Soubirous. A vicia inte ira dela foi motivo ele ed ifi cação para todos. Quando co meçava a visão ele Nossa Senhora, e la se transfi gurava, tornava-se de uma majestade que impress ionava todo mundo. Uma senhora ela sociedade francesa, que a observou durante uma elas visões, disse que nunca viu uma moça ela
CATOLICISMO
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Impostos, controles e corrupção FARC, Chávez e a reação da Colômbia
A vinda da Família Real ao Brasil
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Os Lusíadas e a mediocridade atual
44 V AIUEDADES Picasso: sua arte e sua anti-arte
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A manga, rainha das Frutas, e o coco verde ari stocrac ia que tivesse o porte e a fi gura ele Sa nta Bernadetl . Ou seja, como estava Lralan lo com a Rainha cio Céu e da T ' rra, e la adq uiri a algo d rég io da Rainha. Viam nela um ~I '· lho ele Nossa Sen ho ra. • ExcerLos da conferência proferida pelo Pror. Pl íni o Corrêa de O li v,•l r11 ,,,,, 15-4- 1966. Sem revisão do aut or.
Nossa Capa: Fotomontagem do ateliê artístico de Catolici smo
Picasso: auto-retroto
FEVEREIRO 2008 -
A estratégia das aparições da Virgem
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Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
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Prol Editora Gráfica Lida.
Com que palavras saudar o sesquice ntenário das aparições de Lourdes, quando a própria Mãe de Deus veio em pessoa confirmar o dogma de sua Imaculada Conceição, proclamado quatro anos antes pe lo imortal Pontífice Beato Pio IX? Com efeito, de J l de fe vereiro a 16 de julho de 1858 , Nossa Senhora apareceu nada menos que 18 vezes à inocente Bernaclette Soub irous, para abrir uma fonte de graças espirituais e de milagres contínuos, que se sucedem ininterruptamente desde então. Milagres que vêm sendo cientifi camente comprovados por especialistas, de modo a fazer da fo nte de Lourdes uma prova concreta e palpável da veracidade dos dogmas católicos. Agindo assim, Ela quis mostrar que, quando deseja algo, nenhuma barreira há que se lhe oponha. Tanto é que escolheu por confidente uma jovem e,xtremamente pobre, e que nem sequer fa lava francês , mas só o dialeto da região. A qual , entretanto, concedeu sabedoria e fortaleza para enfrentar vitoriosa mente as inqui rições e pressões a que foi submetida pelas autoridades ecl siásticas e civi s. Com sabedoria celeste, Nossa Senhora - como se verá na matéri a d apa desta edição, consagrada ao magno acontecimento - foi ao lon o das apari ções se revelando num crescendo, até o momento ápi ce c m qu cli ss : " l!.'11 sou a Imaculada Conceição!". Como Rainha, Ela veio chancelar o dogma co m o qu al, cm 1854, o 1 rundc e imortal Pontífice Pio IX encheu de gáudio os corações cat li cos. li, ao m ·smo tempo, desferiu rude golpe nos adversários da Igreja, que ost ntavam os fal sos dogmas - oriundos do Ilumini smo e da Revolução Fra ncesa - da " ·on · •ição imacul ada" das massas e da " infa libilidade" do sufrág io uni versal. Lourdes constituiu-se num manancial constante de graças, a s d •rrumarcm co m a mesma abundância com que de sua gruta jorram as mila rosas á uas. É também uma afi rmação vitoriosa cio caráter mi litante da fgrcja at li ·a ·rn sua Juta contra a Revolução satân ica, gnóstica e iguali tária , comp "' ndio ' ápi ce de todas as heresias, que visa extinguir por comp leto da face da~ rra todo • 1ualqucr reflexo de Deus. Quem vencerá? Aquela que a I ngo da Hi stória csmag u todas as hcr sias "Gaude Maria Virgo, cun ·tas haeresis so la interernisli in uni verso mundo " (Alegrai -vos, Virgem Maria, poi s sozi nha es magastes todas as heres ias no mundo inteiro) - e que em Lourdes proclamou: "Eu sou a Imaculada Conceição! ".
E-mail: catolicismo@terra.com .br
Desejo a todos uma proveitosa leitura. Home Page: www .catolicismo.com.br ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Fevereiro de 2008:
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Em Jesus e Maria,
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA.
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E m meio a uma crise sem precedentes na história da civilização, as aparições de Nossa Senhora parecem revelar sua sapiencial estratégia para a vitória final sobre as forças do maligno n V ALD1s GR1N sr E1Ns
leitor pode abrir qualquer jornal, de qualquer tendência, no dia que bem escolher, e lá encontrará de tudo, desde notícias importantes até banalidades desconcertantes. Mas, se encontrar uma notícia referente aos milagres de Lourdes, pode considerar-se contente, quase o ganhador de uma loteria. Como se explica, nessa superabundância de notícias sem a mínima importância que enchem os jornais, o fato de não haver praticamente nenhuma referência aos milagres contínuos que se produzem em Lourdes? Sendo um local onde qualquer médico pode se inscrever para investigar os casos que são apresentados (e todos os anos uns 500 médicos, crentes ou ateus, fazem uso desta faculdade), nada mais fácil do que enviar até lá um médico cético a fim de, segundo os ateus e assemelhados, "desmascarar a impostura dos pseudo-milagres". Sendo esta uma oportunidade tão atraente para tantos sem-Deus, por que não se faz uso dela? Está claro que a imprensa anticatólica teria as portas abertas para divulgar o que esse médico encontrasse de falso nas curas miraculosas.
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Desejo vil de leva,· uma vida sem Deus Discutindo com pessoas sem fé ou com pouca fé, tenho notado, quase como uma constante, a vontade de fugir a quai squer debates sobre milagres em Lourdes. Em grande número de casos são milagres novos, recentes. Pessoas beneficiadas estão vivas, podem ser entrevistadas, os antecedentes médi cos podem ser revisados. Há as radiografias, os exames e outros documentos comprobatórios. E é justamente isso que as pessoas sem fé procuram evitar a todo preço: ser confrontadas com provas que não podem refutar. Assim como o pior cego é aquele que não quer ver, o pior ateu é o que não quer discutir a possibilidade de Deus existir. Ele tem medo de que a religião seja verdade. Pois, se Deus existe, temos obrigação de seguir sua Lei , condensada nos dez mandamentos. Isso torna a existência de Deus incômoda para ele. Se fosse um Deus distante dos homens, que não impõe regras, não se interessa pelas suas criaturas, não julgará ninguém, não premia o bem nem castiga o mal, o ateu O aceitaria sem problemas. Mas, como se trata de um Deus do qual ele depende ...
FEVEREIRO 2 0 0 8 -
·LEITUJ Pessoas com essa mentalid ade são hoj e milhões, espec ial mente na Europa. E las desejam construi r um mund o no qual toda idéia ele D eus sej a posta ele lado, eliminada ela vida públi ca tanto quanto poss ível. E desenvolvem uma verdadeira guerra para que todo sinal vi sível ele reli gião saia ela frente ci os seus olhos, para assim poderem viver uma suposta fe licidade terrena na qual não haj a poss ibilidade ele aparecer subitamente algo que traga remorsos à consc iência.
A sapie11cial estratégia <le Nossa Senhora Neste terrív el panorama, de repente entra a mão de N ossa Senhora. Sua materna providência não pode fi car indiferente ao fato ele tantas pessoas quererem viver longe de Deus, arri scando-se a perm anecer etern amente longe d'Ele após a morte, nos castigos infern ais. N ão teri a o menor sentido que Ela não atuasse numa cri se ass im. Como toda atuação ela Santíss ima Virgem, também esta parece enqu adrar-se num a es tratég ia cheia ele sabedori a. No que consiste essa estratégia? A o anali sarmos as aparições mari anas ao longo ela Hi stória , vemos que elas são adeq uadas às necess idades cios fi éis das épocas res pectiv as. N os momentos ele persegui ção, Ela aparec ia para dar coragem e incentivar à constânc ia. Na med ida em que fora m se abrindo novos ca mpos ele apostolado, apareci a para confirmar os novos povos na fé, ou para dar alento aos mi ss ionári os. No meio elas gra ndes controvérsias teológ icas, as apa ri ções indi cam claramente qual o lado que tem razão . Hoj e, qu ando se deseja construir um mundo no qual não há luga r para D eus, as princ ipais apari ções mari anas li dam com a noção ele que D eus ex iste, ao reali zar mil agres que não podem ser negados. Este bem poderi a ser o sentido ele Lourcles, co m seus numerosos mil agres, ou ele Fátim a, onde a Virgem
rea li zou um milagre portentoso di ante de milh ares de pessoas, para que não possa ser escondido nem negado. Neste sentido, foram especialmente bem recebidas as palavras do Card ea l Ivan Dias, prefe ito da Congregação Vatica na para a Eva nge li zação dos Povos, envi ado es pec ial ci o Papa Bento XVI para ce lebrar em Lourdes, no di a 8 de dezembro de 2007, o co meço do ano jubilar ci o 150° aniversá ri o elas apari ções ( Vicie matéri a ele capa desta edi ção). Ex pli cou o ca rd ea l que as apari ções mari anas , co mo a ele Lourcl es, se in serem no enfrenta mento entre as fo rças cio bem e ci o mal, ori gin ado no princípio ela criação, e perd urará até o fim cios tempos. Naturalmente, isto leva a uma interv enção ela Virgem a fim ele proteger seus filhos fi éis el a ação mal éfi ca cio demôni o. Fora m pa lavras enco raj adoras para todos aqu eles preocupados com os rum os que vai tomand o a atual ci vili zação. Dentro ela lógica ela estratég ia marian a, podemos bem supor que a Virgem vai continu ar atua ndo na mes ma linh a ele rea li zar acontec imentos prodi giosos, que forcem todos a r con hecer não só que Deus ex iste, mas também que E le in t rvém na Hi stóri a. I sto força rá aq ueles que desej am negar a ex istênci a cio Divino Cri ador a escolher se querem passar por n seios que não vêem o óbv io, ou se abertame nte mani f"cs tam que o seu ateísmo esconde, na rea l idade, o ódi o mais venenoso poss ível a Deus. Nesta conjuntura, elevemos es pec ialmente rezar a Mari a Santíss ima não somente para que seu pl ano aclmiráv I s' r ali ze o mais cedo poss ível, mas também para que · la, na su a perfeita caricl acle, multiplique as ações visando onl"un clir e refutar o ateís mo moderno, inimi go feroz ela sa l vação las al mas e ela glóri a ele Deu s. •
Considerações sobre a oração - m Ü Padre Mcschlcr,* no tr'ccho que puhlicmnos cm janeiro último, indica as condições para a eficácia da oração. No texto abaixo, insiste na perseverança das preces visando tarnb(~rn os interesses da lgreja
rar, orar tanto quanto poss ível, f az também parte ela persevera nça na oração. Urge orar muito, porqu anto ele tudo carecemos, e é dever nosso interceder também por tantos outros. Pedir un icamente para si, e só advogar seus mesquinhos interesses, não é preencher sua mi ssão na Terra; é descon hecer o poder e a efi cácia da oração. N ossa oração eleve ser a ele um filho ele Deus, isto é, estender-se a todas as necessida-
des da Igreja e da humanidade inteira. A cada momento, qu antas graves e importantes questões, elas quai s dependem em grande parte a sa lvação elas almas e a glóri a divina, estão pera nte o tribun al ele Deus à espera elas respectivas so luções ! Incluir em nossas preces os interesses do mundo, apresentá- los ao Senhor, recomenclanclo-os a Ele, é isto orar ele modo apostó lico, cató lico, divino, e ao mes mo tempo humano. A ssim o fez o Sa lv ado r, e é o que nos ensina na oração domini ca l. Se, por acaso, aco ntecer que não tenhamos intenção prec isa ou particul ar, percorramos em espírito as diferentes regiões ela Terra, a fim de confi ar à proteção divina os interesses que nelas se debatem; todos rec lamam o auxíli o ele nossas preces. D o mesmo modo co mo aprenclemos·a anelar, a ler e a escrever - anelando, lendo e escrevendo-, assim também aprendemos a ora r bem exerci ta ndo-nos na prática ela oração. Se esta nos parece enfado nha e in sípida, é porqu e não recorremos a ela com ass icluiclacle. N o entanto, quanto importa o gosto ela prece, a fac ilidade de orar! Se prezarmos a oração, seremos engenhosos em achar tempo para o exercício dela, pois encontramos sempre ocas ião pro píci a para aq uil o que nos apraz. 1... 1
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Devemos ter pela oração voca l grande estim a, primeiramente por ser diri gida a Deu s, razão ele sobra para que sej a prezada. A lém disso, acha-se ela em harmonia com nossa natureza, que é um composto de alm a e corpo. É dever nosso louvar a Deus, uti li zando todas as facu ldades que cl 'Ele recebemo : as cio corpo como as ela alm a. N a prece voca l, quem ora é o homem tomado em conjunto: seu coração e sua carn e rejubilam-se no Senhor (S I 82). A Sagrada Escritu ra denom in a a oração "o fruto cios lábios que louvam a Deus" (Heb 13, 15). Há tantos que não somente rec usam essa homenagem, mas ainda
blasfemam o sa nto nome cio Senhor! É, pois, justo oferecer ao Cri ador uma co mpensação; é a qu e lhe damos medi ante a oração voca l. 1 ... 1
* * * As pal avras são im agens e símbolos. Postas em vibração pela vara mágica ela memóri a, elas nos descortinam magnífi cas perspectivas no reino da verdade e fazem brotar man anciais ela mai s suave co nso lação. O Espírito Sa nto compôs para nosso uso, no livro cios Sa lmos, as mai s belas orações vocais que se conhecem, e o Sa l vador levou a conclescenclência a ponto ele nos dar uma fó rmul a prec isa desse gênero ele prece. Na ce lebração ele seu cul to ofi cial, a I grej a só emprega orações vocais que, por via ele regra, são muito breves. A maior parte ela humanid ade só conhece esse modo ele orar, e nele encontra a sa lvação eterna. É, pois, essa fo rma ele oração a estrada real que condu z ao Céu, a escada ele ouro por onde sobem e descem os anj os, levando a Deus as mensagens da Terra e trazendo aos homens as graças divi nas . Enfim, graças à oração vocal, a prece ela Cri standade em todo o mundo é si multaneamente parti cul ar e comum. • Pc. M auríc io M csc hlcr, S..I ., A Vida Espiritual - Red11z.ida a Três Princípios, EdiLora Vozes L imi tada , PeLrópo li s. 1960, pp. 32 e ss.
FEVERE IRO 2008 -
cismo de janeiro. Se o que vocês já publicaram sobre Monsenhor Villac já é maravilhoso, quero logo ler esse livro, certamente com outras maravilhas a respeito desse sacerdote do Altíssimo. Vocês não imaginam como gostaria de ter assistido à missa que aconteceu no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, mas apenas agora soube de sua realização. (O.J.J. -
SP)
Nossa Se11l10ra de Pellevoisi11
Louvável sugestão ~
Queria sugerir-lhes fazer um DVD com a retrospectiva de 2007 que vocês publicaram. Com esse tipo de mídia, poderemos espalhar essa análise dos fatos do ano passado, chegando por esse meio a muitos jovens que não recebem a revista e estão mais perdidos (na bagunça desses fatos) do que cego no meio de um tiroteio. (E.C.E. -
RJ)
A Palavra do Sacerdote ~
Fiquei cheio de alegria por ter conhecido mais sobre o autor das palavras abençoadas de Monsenhor José Luiz, que leio todos os meses. É a primeira coisa que faço ao abrir arevista. Em espírito de oração, uni-me à celebração de seu Jubileu de Ouro Sacerdotal, pedindo a Deus que lho conserve por outros 50 anos, sempre nos orientando com a pura doutrina católica, que infelizmente está sendo cada vez mais desprezada, tendo como resultado o estado deplorável da sociedade atual de todas as nações . (Q.S. -
MG)
Sacerdote do Altíssimo ~ Quero adquirir o livro, cuja capa ilustra a página 14 da revista Catoli-
-CATOLICISMO
~ Apreciei cada linha dessa mensagem da Virgem Santíssima ("Página Mariana", janeiro/2008). Seu teor é tão belo, e foi muito comovente e aleg re conhecer tal manifestação de Nossa Senhora a Estelle, uma mulher carente e cheia de fé. Enviei e-mail do artigo para amigos, para que se alegrem em compartilhar os milagres e as graças de Nossa Senhora.
(O.S.S.Q.B. -
MS)
Gt1e1'J'a civil espanhola ~
Como filho de espanhóis, transmito minhas felicitações ao Dr. Giovanni Formicola por sua espantosa lucidez em sua visualização sobre a guerra civil espanhola. Já tinha lido bastante sobre o assunto, mas nunca tinha encontrado uma visão tão real daquele terrível acontecimento de nossa história. Minhas felicitações também a esta revista, que me brindou com a entrevista feita com referido advogado napolitano. Feliz 2008! (P.N. Y. - SP)
A missão de São José ~ Sem nenhuma dúvida, São José teve uma grande importância na condução da vida humana de Jesus. Foi, como Maria, escolhido para ela por Deus, inclusive tornando-a superior à dos apóstolos. Nenhum dos Evangelhos fala sobre José de maneira a nos oferecer dados sobre sua vida antecedente ao casamento, mas nos deixam a impressão de um homem justo, trabalha-
dor e honesto. Suas atividades profissionais como carpinteiro não lhe tomaram o tempo dedicado à família, principalmente a Jesus, cujos cuidados e proteção tiveram na fuga para o Egito um grande exemplo. (J.P. -
RJ)
Meditação rnmlge11te ~ Cada número de Catolicismo traz um elo de ouro com a doutrina da Santa Igreja Católica de sempre. E o de dezembro de 2007 quase supera a todos, pela meditação de Doutor Plínio Corrêa de Oliveira sobre o Santo Natal, à qual só me parece apropriado o qualificativo de refulgente. Suas considerações sapienciais sobre a glória são antológicas e oportunas na época em que vivemos. A esta só se pode mesmo chamar de atoleiro, como mencionado na preciosa "Carta do Diretor" deste mês. Realmente, quando abro os jornais diários, fico exatamente com essa sensação ao ver as fotos, publicitárias ou não, cheias de imodéstia e vulgaridade ... Páginas e cadernos inteiros não se podem mais ver, nem por alto, tal o nível de imoralidade neles contidos ... Se olharmos para a política, obretudo no Brasil do s MSTs e dos Quilombo/as - só decisivamente retratados como realmente são pelo Catolicismo - e pensarmos na com1pção reinante nas altas esferas do poder, onde a cada dia surgem novos escândalos e malversações de dinheiro público, aquela sen ação se confirma! Porém, a cada mês Nossa Senhora nos lança uma âncora de salvação na leitura do mensário Catolicismo, que o senhor tão bem dirige. [... ] Assim como os privilegiados pastores, convocados pelos Anjos ali presentes, não podiam ver os coros de Querubins e Serafins, Virtudes e Potestades que adoravam tanta Majestade em tanta pobreza e humildade, também nós não podemos ver qu , ao lado dos colaboradores de Catolici.~mo , diante do presépio, estão certam ·nt •
São Bernmdo ele Claraval, com sua eloqüência capaz ele convocar Cruzadas; Santo Inácio ele Loyola, com sua prudência suficiente para mudar os rumos da história moderna; São Luís Maria Grignion ele Montfort, com sua devoção abrasada por Nossa Senhora, de que resultou uma Contra-Revolução na Vandéia e na Bretanha! Santos cujas missões foram tão assemelhadas com a dos senhores, hoje em dia. [... ] Desculpe-me por texto tão longo, mas ele reúne um agradecimento por todos os números do ano que passou; e expressa os votos de que Catolicismo continue com as bênçãos de Nossa Senhora e ele seu Divino Filho por todo o ano de 2008. (C.C. -
SP)
"Família, prese11te de Det1s" ~
Em um mundo que hoje faz do Natal uma festa de consumismo, na qual esquecemos o verdadeiro dono da festa, o aniversariante, fico comovida ao perceber que alguém em algum lugar do Universo, preocupa-se com a inspiração divina em perpetuar e preservar na família, presente de Deus, o verdadeiro sentido da festa natalina, festejar o amor e a paz entre
os homens. E quão bom seria que todos fossem de boa vontade , como Maria que, ao dizer SIM, soube aceitar e ser fiel à vontade do Pai. Parabéns, e que todos saibam buscar divulgações que venham construir um mundo de paz e amor. (S.R. -AL)
Rara sugestão ~ Tenho uma pergunta a fazer egostat-ia de uma resposta. No texto sob o título "Por que Nossa Senhora Chora", lí que trata a respeito de Maria, falando de motivos que a fazem chorat·. Eu respeito Maria, mas não a devemos adorar, pois só seu filho é digno de adoração, digno de toda glória e toda honra. Por isso, acho que vocês deveriam mudar o título para "Por que Jesus Chora", e não Maria. (F.V.P. - CE)
Nota da Redação: Trata-se de uma objeção típica de alguém influenciado pela mentalidade protestante, que não consegue entender o papel que Nosso Senhor Jesus Cristo quis dar a sua Mãe Santíssima na obra da Redenção. Como se houvesse oposição entre o Filho e a Mãe, e como se o papel da
Mãe não fosse conduzir a seu Filho divino! Não faltam os surrados chavões protestantes, de que os católicos adoram Nossa Senhora. Como se reverenciá-La fosse colocá-La no lugar de Deus. Positivamente estão cegados para as realidades sobrenaturais. O objetante diz que é Jesus que chora. Então perguntamos: é possível Ele chorar, sem que sua Mãe Santíssima chore também? Ela não seria uma mãe sem entranhas, caso não se incomodasse com as lágrimas de seu Filho? Um pequeno fato ilustra estaquestão: um protestante estava mal, à morte, quando um amigo sugeriu-lhe que rezasse uma Ave-Mru·ia para pedir ajuda de Nossa Senhora na última agonia. O protestante respondeu: "Eu vou a Jesus". O amigo comentou: "Então
está bem. Mas, quando você for a Jesus, diga-Lhe que você o ama muito, mas não quer saber da Mãe d'Ele, e não quer saber d 'Ela no Céu. Vamos ver qual a resposta que Jesus lhe dará". O protestante levou um susto! Entendeu assim como Jesus ama profundamente sua Mãe Santíssima e a quer venerada. E se converteu ao catolicismo no último momento, ganhando desse modo o Céu.
ln Memoriam Faleceu em Roma , no dia 12 de dezembro passado, o Cardeal Alfons Maria Stickler, aos 97 anos. Há poucos meses, ao comemorar o septuagésimo aniversário de sua ordenação sacerdotal, saudou-o o Papa Bento XVI como sendo o "Patriarca do Colégio Cardinalício". Ele era o mais antigo dos cardeais romanos. O cardeal Stickler era salesiano, tendo passado a maior parte de sua vida sacerdotal em Roma, onde se tornou renomado professor de Direito Canônico . Foi Prefeito da Biblioteca do Vaticano, a qual modernizou e ampliou. Sagrado bispo em 1983, foi elevado a cardeal dois anos mais tarde . É autor de importantes estudos teológicos e canônicos traduzidos em numerosas línguas. Desde os tempos em que dirigia a Biblioteca Vaticana, mantinha freqüentes contactos com o Bureau Tradição Família e Propriedade, estabelecido em Roma. Em 1993 presidiu, no salão nobre do Palazzo Palavicini, na Cidade Eterna, o solene lançamento da obra "Nobreza e elites tradicionais análogas", de Plínio Corrêa de Oliveira. Mais tarde, impressionado com a biografia do pensador brasileiro "Plínio Corrêa de Oliveira, o cruzado do Século XX", de Roberto de Mattei, o cardeal escreveu o prefácio dessa obra. "Compreendi o valor de Dr. Plínio ao verificar que as perseguições que ele sofreu são semelhantes àquelas sofridas por São João Basco, Fundador de minha ordem", afirmou. A partir de então, interveio o cardeal, em momentos decisivos, em defesa do nome e da obra de Plinio Corrêa de Oliveira. Catolicismo, com gratidão e respeito, presta homenagem a esse insigne prelado da Santa Igreja, pedindo a seus leitores orações pelo repouso de sua alma.
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M onsenhor JOSÉ LUI Z VILLAC
Pergunta - Com que direito os católicos pretendem impor seus pontos de vista religiosos sobre aborto, eutam'ísia, união civil dos homossexuais, etc.? Vivemos numa sociedade pluralista em que muitas são as correntes de opinião, todas elas com direito a expressar-se, porém não de impor sua opinião sobre as demais. Aliás, o catolicismo de há muito deixou de ser uma corrente majoritária no Brasil. Mais precisamente: ainda constituem a maioria nas estatísticas, mas todo mundo sabe que o são apenas de nome, pois grande parte dentre eles não dá a mínima importância à religião. Na 1>n'ítica, são ateus ou agnósticos e procedem como tais (divorciam-se, recasam-se, etc.). Sobretudo nos temas mencionados, e em muitos outros, são manifestamente contrários à posição oficial da Igreja. Por fim , vivemos num Estado laico que concede liberdade de religião, porém não confe re a nenhuma denominação religiosa prevalência sobre o conjunto da sociedade. As questões em debate devem ser resolvidas de acordo com as verdades demonstradas pela ciência e atende nd o às co nveni ê ncias individuais e sociais. Resposta - A pergunta expõe concatenadamente a objeção que os partidári os do Estado laico apresentam contra a atuação pública dos católicos nos grandes debates da atualidade. É, pois, da maior importância e urgência refu tá-la. -
CATOLI C ISMO
Começamos por registra r que infe lizmente é verdade o que o missivista diz sobre a erosão do espírito católico nas fi leiras que, até uma ou duas gerações atrás, permaneciam fi éis aos ensinamentos e práticas da Santa Igreja. Não fa lamos aqui dos que a abandonaram para se incorporar a seitas protestantes. Queremos, sim, tratar daqueles que não renunciaram ofi cialmente à sua condição de católicos, mas que nas suas opiniões pessoais e na prática de vida seguem ptincípios não católicos. Até então se vivi a numa sociedade que, grosso modo, podia chamar-se Civilização Cris tã . O s prin c ípi os d o Eva nge lh o impreg nava m a parte largamente majoritária da soc iedade. A soc iedade brasileira e grande parte das nações que outrora se glori avam do nome de católicas foram pouco a pouco se di stanc iando desses princípi os, de modo que a civili zação hoje vigente nessas nações dificil mente se poderi a chamar cristã. Melhor seri a intitul á- la de civilização ex-cristã, embora conserve restos palpáveis das trad ições antigas. Fazendo esta constatação, pa rece mos d a r razão ao mi ss ivi sta. Pois, se apenas a minori a da soc iedade ainda pratica efeti vamente os princípi os cristãos, "os católicos que fi quem na sua" - dirão com menosprezo os arrogantes adversári os da Igreja. A verdade, d iz um provérbio fra ncês, está nos matizes. Na pressa de concluir contra os católicos, o rac iocíni o não conte mpla todos os aspectos da rea lid ade. Por exe mpl o, precisa me nte nas q ues tões que se debatem atu almente, como o aborto, a uni ão civil
dos homossexuais e a eutanásia, pesqui sas recentes tê m detec tad o g ra nd e ma io ri a contrária. Quer dizer, especificame nte nesses temas, a deteri oração da opini ão pública não chegou ao ponto de contaminar a maioria.
Lei moral natural e Dfreito Naturnl Porém, ainda que a maiori a fosse fa vo rável a essas medidas, tal não eximiri a os cató li cos do de ve r de luta r dec idida me nte co ntra a sua aprovação. Com efeito, se os católicos se posicionam contra o aborto, não o faze m simples mente porque ele é rejeitado pe la ma io ri a. So mos contrári os ao aborto não só por ser ele acintosamente contrári o aos Ma ndame ntos da Le i de De us, mas ta mbé m porque viola um princípio da lei mora l natural e, portanto, do própri o Direito Natura l.
Direito Natural, o que é isto? É o direito que decorre da natureza humana como ela é. Para o leitor compreender que importância tem isto, recorramos a uma comparação. Está na natureza do cachorro latir; e na do gato, miar; o gato anda por cim a dos mu ros e pelos telhados; o cachorro ladra e te nta inutilm e nte alca nçá- lo. Imagine mos que, no mundo dos bichos, o "rei" leão baixasse uma " lei" proi bindo aos gatos de andarem po r ci ma dos mu ros; e aos cac horros, o ladrarem ... Não te ria ne nhum se ntid o, pois está na natureza deles ag ir assi m. Igualmente, tomada a natureza humana como ela é, o legis lador não pode estabe lecer uma lei contrária à natureza do home m. Ass im, por
exe mplo, nenhum parlamento poderia estipul ar que as cri anças fossem arrancadas dos braços maternos e lançadas em creches de educação coletiva. Já houve experiências de vida comunitária, particulares e públicas, que o tentaram . Desfecharam num fracasso tota l, o bri ga ndo o s e xpe rime ntado res a voltar atrás. Os kibutzim de Israel são um caso bem conhecido dessa tentativa fracassada. O ra, o aborto, além de violar o 5° mandamento, viola um princípio grave do Direito Natural: o de que, a partir do mome nto em que a primeira célul a de um novo ser huma no é form ada no ventre ma te rno , ele tem dire ito à vida, e não pode ser sacrificado por nenhuma conveni ência da mãe que o concebeu. Basta cada um pensar na hi pótese de que ele próprio tivesse sido abortado, e portanto não existisse hoje ... O horror diante dessa hipótese fari a estre mecer qu alquer homem que estivesse na posse de suas fac uldades normais !
"A Jlistól'ia demonstrn: as maiorias podem el'l'al'" O tema que nos ocupa foi objeto de um importante discurso de S.S. Bento XVI à Comissão Teológica Internaci onal, no dia 5 de outubro de 2007. Nela o Pontífice declara que, "por causa do influxo de fatores de ordem cultural e ideológica, hoj e a sociedade civil e secular encontra-se numa nova situação de extravio e de conf usão: perdeu-se a e vidênc ia originária dos fu ndamentos do ser humano e do seu agir ético, e a doutrina da lei moral natural embate-se contra outras concepções que são a sua negação
EUTANASIA: lA CONOSCENZA E' SEMPRE UN BENE
direta. Tudo isto tem enormes e graves conseqüências na ordem civil e social. Hoje, em não poucos pensadores parece predominar uma concepção positivista do direito. Segundo eles, a humanidade ou a soe iédade, ou de f ato a maioria dos cidadãos, torna-se a fonte derradeira da lei civil ". R efu tand o essa teo ri a, Bento XVI lembra oportuname nte que "a história demonstra com grande clareza que as maiorias podem errar". Aliás, basta pensar no popul ac ho jude u di a nte de Pilatos, preferindo Barrabás a Nosso Senhor Jes us Cri sto. Continua o Papa: "A verdadeira racionalidade [das leis hum anas] não é garantida pelo consenso de um grande número , mas somente pela transparência da razão humana à Razão criadora [isto é, a Razão de Deus]". E conclui: "Nenhuma lei feita pelos homens pode subverter a
norma escrita pelo Criador no coração humano, sem que a própria sociedade sej a dramaticamente atingida". Assim, os católicos, na sua atuação pública, têm não só o direito, como o dever de alertar os seus concidadãos para as graves violações que os projetos de leis em di scussão possam garantir a moral natural. Violações essas que acarretarão, como observ ou Be nto XVI, "graves conseqüências na ordem civil e social". Como, por exemplo, o assass inato de seres inocentes no ventre materno. Saúde pública X l ei mol'al 11atul'al Te nta ndo co nto rn a r as exigências da lei moral natu ral, os defensores do aborto esquivam o debate, di zendo que a sua descriminalização é uma questão de saúde pública, devido ao grande número de mortes provocadas por
a bo rtos cla nd es tinos. O ra, nenhuma conveni ência indi vidual ou social justifica cometer um crime, como o é a mata nça de seres inocentes. Foi este o monstruoso pecado de Herodes. Que o Estado e a sociedade primeiro estudem medidas eficazes de restauração da moralidade pú blica, e depois criem-se instituições para que a mulher possa cri ar condi gnamente o fruto do seu ventre, ainda que gerado irregul armente. Essas be ne méritas institui ções parti cul ares e públi cas, mui tas vezes bafejadas e dirig id as pela Igrej a, existi ram no passado e continuam ex istindo. Em todo caso, seri a um a so lu ção me nos di spendi osa (se bem que esta observação seja muito secundári a di ante da relevância do te ma) do que a suste ntação cJiminosa de clínicas ofi ciais para a reali zação "segura e legal" do crime do aborto . Por fim , uma rápida palavra sobre o resultado das investigações científicas. Deus não pode ser contraditóri o e m suas leis. Por isso as leis físicas jamais poderão ser e ncontradas em conflito com as leis da moral natu ra l, e sobretudo di vina. Se isso ocorrer, alguma co isa es tará certa me nte errada na co nstatação cie ntífica, ou quiçá na nossa compreensão da le i natu ra l. Os católi cos devem estaJ moral e intelectualmente preparados para essa polê mica, que promete agitar o ano de 2008. Reafirmando o que acima ficou dito, compete aos católicos, acima de tudo por obrigação de fé, combater o crime do aborto. • E-mail do autor: monsenhorjoseluiz@catolicismo.com.br
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Bandidos fazem uso de dados fornecidos pelas próprias vítimas
Reação de fiéis leva cardeal a proibir ''missas homossexuais" s católicos ingleses não podiam acreditar, mas era verdadeiro: o Cardeal Cormac Murphy O 'Connor [foto] , primaz da Inglate rra, tinha autori zado "missas homossexuais" para milita ntes d a sodo mi a ag lutin ados na rede "Quest" . Estes di ziam que tais mi ssas eram "só o começo". Porém os católicos ingleses apresentaram seus protestos diretamente ao Vaticano. Pouco depois o vigário geral da arquidiocese d e Londres, M o ns . Sheamus O'Boyle, encerrou as escandalosas mi ssas. Re uniões de estud antes ho mossexuais que se di ziam católicos, na U ni versidade de L ive rpool, promovidas pelo mesmo grupo, també m fora m extintas pela arquidi ocese da c id ade, após que ixas aprese ntadas pe los
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fi é is. •
Croácia: redução do aborto, divórcio e suicídio esde 1989 até 2005 , o número de abortos caiu 88,5% na Croác ia. O res ulta d o é frut o d e um tra ba lh o d e catequi zação e formação pro movido pe la Igrej a Católi ca, info rmou a agênc ia Zenit. A monstruosa lei de aborto nesse país é a mesma do período comunista. E m virtude de dito apostolado, caiu o número de di vórcios e suicídios e o uso de anticoncepc ionais, e dupli cou o número de famíli as com pelo menos três filhos . O nível de doentes de AIDS fi cou baixíssimo. Nesta recuperação reli giosa, moral, cultural e humana, pesou dec isivamente a propaganda anti-aborto e a difusão da devoção a Nossa Senhora de Fátima, estimul adas por assoc iações le igas católicas ·co mo Luci sul! ' Est, da Itália. •
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tendência de publicar tudo sobre si pró~ri o na Int~rnet, em sites do tipo Orkut, serve para bandidos planeJarem golpes co ntra s uas futuras vítim as . Ag ind o ass im os internautas de "forma tão irresponsável e leviana" - conforme escreveu o professo r de Info rmática da USP, M arco André Vi zzortti - , não é de estranhar que bandos delituosos atue m com detal hado conhecimento das situações: fotos e costumes cios filhos menores, cio carro ou da moto na garagem, locais freqüentados, háb itos nas fé rias, preferências de comp ras, obras musicais, artísticas ou outras. Muitos dramas teri am sido evitados, se não se fo rnecessem tais informações em sites, páginas ou blogs ela Inte rnet. •
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Cardeal da Letônia: homossexuais não podem governar Cardeal de Riga (Letônia), D. Jan is P ujats [foto] , advertiu que os homossexuais devem ser banidos dos cargos públicos do país. N as próximas ele ições, di sse o Cardeal, os candidatos devem se manifestar "preparados para de-
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f ender a nação letã contra a invasão da homossexualidade na vida pública", info rmou "The Ba ltic Times". O cardeal P ujats sublinhou que um indivíduo que não sej a um "vigoroso advoga-
do dos valores morais do povo não pode concorrer e não pode ser nomeado primeiro-ministro". Os princípios morais coraj osa me nte d efe nd idos por D . Pujats, entretanto, são considerados ilegais pelas iníquas normas da Uni ão E uropéia. N ão é a prime ira vez que um sucessor dos Apóstolos desafia corajosamente normas jurídicas imorais. •
Terroristas arregimentam índios nas fronteiras da Venezuela presidente venezuelano Hugo Chá.vez abriu as portas para terroristas do Hezbollah fazerem doutrinamento de silvícolas no país. O Hezbollah, grupo financiado pelo Irã, já perverteu ao maometanismo a tribo Wayuu, dos índios Guajiros, que vivem entre a Venezuela e a Colômbia [foto]. As mulheres portam o véu islâmico, os homens treinam com fuzis russos Kalashnikov, e as crianças aprendem a ler o Corão. Alguns se fizeram fotografar como homcnsbomba. O Brasi l e a Venezuela têm reservas indígenas fronteiriças na altura de Roraima. No momento em que o governo L ula quer expulsar os arrozeiros da reserva Raposa Serra do Sol, o Hezbollah, auxiliado pelos petrodólares, pod ' rá tentar perverter os índios brasileiros da região, como já fez com os Wayuu . •
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CATOLI CISMO
Ex-premiê inglês torna-se católico Elisabeth li: a rainha mais longeva da Grã-Bretanha rainha Elisabeth II, ao completar 81 anos, tornou-se a soberana bri tânica mais longeva da história. Ela celebrou a data discretamente no castelo de Windsor, poucas semanas depo is de comemorar o 60º ani versário de casamento. O povo inglês regozijou-se. Quando os pres identes democráticos fal am ele 3° mandato, todos se enregelam, por motivo de interesses sucessórios. M as nas monarquias, quanto mais duram os monarcas, mais o povo se sente fe liz. Nestes sintomáticos contrastes, sente-se a dife rença entre o s regimes po líticos nascidos organicamente, sob o bafejo da C ivilização Cristã, e os sistemas igualitários oriundos ela Revolução Francesa. •
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Cientistas reieitam teoria da influência humana no aquecimento global
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ais de 400 eminentes cie ntistas, renomados mundi almente em dezenas de especialidades, publicaram estudos individuais sustentando que o aquecimento global deve-se a ciclos naturais e não pode ser relacionado com atividades humanas. Di tos trabalhos representam mais de 50% dos escritos científi cos recentes sobre o tema. A imensa li sta desses cientistas e dos seus trabalhos, com um excerto de cada um, fo i publicada pelo Comitê cio Senado dos EUA para o Meio Ambiente e Obras P úblicas. Muitos deles são ou fora m membros do IPCC, e contestam os diretores desse organismo da ONU que, movidos por tendênc ias ideológicas anti-capi talistas, publicaram conclusões abusivas sobre o chamado aquecime nto global. A mídia, entretanto, si lencia a produção científica da maior parte cios cientistas que não vêem grande influência humana em fe nômenos de aquecimento, deixando o público à mercê dos exageros "apocalípticos" e "catastrofis tas" do ecologismo anti-c ivili zatóri o. •
Não é filme de horror; são clínicas de aborto "legal" fechamento de q uatro clínicas abortistas de Barcelona, do grupo Ginedemex, desvendou algo do que ocorre no submundo do aborto " legal". Ne las faz iam-se abortos sem limite de te mpo de gestação, designando-os "abortos legais". Trituradoras industriais, ocultas sob a mesa da recepção da clínica ou junto da sala de espera das mulheres, moíam fetos de mais de 24 semanas; esgotos entupidos por restos humanos; simples fax ineiras que distribu íam re médios ou "esterilizavam" bi stu ris; anestesistas sem qu alificação e psiquiatras q ue assin ava m relató rios médicos sem terem visto as pacientes - horrores como estes constam nos autos do processo que corre no 33º Jui zado de Barcelona. O Tribunal Superior de Ju stiça da Catalunha ordenou a pri são do diretor e de responsáveis das cl ínicas por "atos radicalmente ilegais". •
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ex-premiê britânico Tony Blair abandonou o anglicanismo e ingressou na Igreja Católica . Blair queria anunciar sua conversão anteriormente, durante a visita que fez, ainda como primeiro ministro, a S. S. Bento XVI. O fato teria tido, no mundo inteiro, excelente repercussão entre os católicos e na crescente legião de anglicanos que estão se convertendo ao catolicismo. Porém Blair foi dissuadi do pelo cardeal Cormac Murphy O'Connor, pri maz da Inglaterra, que alegou ser a conversão um ato apenas pessoal. Entretanto, são numerosos os casos de chefes de Estado - alguns canonizados pela Igreja, como Santo Estêvão da Hungria - que entraram para a Santa Igreja no exercício do governo e tornaram-se apóstolos visando converter suas nações .
Igreja Católica não cessa de crescer na Ásia
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pesar dos atentados, da violência fundamentalista e da falta de liberdade religiosa, a Igreja Católica na Ásia não pára de crescer em número e dedi cação, concluiu o Conselho Especial para a Ásia da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, no Vaticano. Um exemplo comovedor verificou-se nas igrejas do Iraque, por ocasião do Natal. Os templos católicos ficaram abarrotados de fiéis para celebrar o Natal do Menino Jesus. Muitos deles tinham emigrado do país por causa dos atentados terroristas, mas voltaram depois que o sentido da guerra inclinou-se a favor da coalizão e dos iraquianos desejosos de ordem e paz.
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NACIONAL
Máquina de extorsão e de controle ditatorial N o ano recém-encerrado, o governo federal mostrou sanha arrecadatória e cara autoritária. O novo ano começa com a mcs1na fisionomia socialista golpeando os brasileiros com mais tributos. n
PuN1 0 V1 01GAL XAv1ER DA S1LvE1RA
ano ,nudou, mas o governo é o mesmo". Com esta forma ágil e sintética, a jornalista Sonia R acy, do jornal "O Estado de S. Pa ul o", se refe riu a uma das medidas ado tadas pe lo governo no a pagar das luzes do ano de
2007. Na ve rdad e, não um a, mas várias medidas - golpes, seria melhor di zer foram imple me ntadas e nqua nto muitos bras ileiros se dive rtiam , com despreocupação, nas festas de Natal e Ano Novo. Chamo aqui a ate nção para quatro desses go lpes, todos com o fim claro de consolidar o projeto de poder lulo- petista: 1) Lul a, des me ntindo o que prometeu, aumentou impostos; 2) Para restabe lecer o mecani s mo fi scalizador da CPMF, o governo Lul a determinou que bancos informe m à Receita Federal a movime ntação de pessoas físicas e jurídicas; 3) A pretexto de proble mas técnicos, Lula postergou por dec reto, para depo is das e lei ções municipa is, o siste ma de controle de re passe de verbas públicas a ONGs, estados e municípi os; 4) Contrariando a le i ele itora l, o preside nte aumentou os be nefícios do Bol-
sa Família. A "palavra " do preside11te Com o pretexto de compe nsar a perda de arrecadação, causada pelo fim da CPMF, o gove rno elevou , por medida provi sória (MP), as alíquotas da Contribui ção Social so bre o Lucro Líquid o (CSLL) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
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CATOLICISMO
Essas medidas contrari a m o acordo estabe lec ido pelo governo com a o posição, no fina I de 2007, na votação para a prorrogação da DRU (Desv incul ação de Receitas da União). Os governi stas garanti a m que não have ria aume nto de impostos para compe nsar o fim da C PMF. O preside nte Luiz Inácio Lula da Silva chegou mesmo a afi rmar: "Não existe ra-
zão para ninguém ficar nervoso, nenhuma razão para que ninguérn.fàça uma loucura de aumentar a carga tributária". Agora a o pos ição acusa Lula de ter me ntido (mais uma vez!). Afinal, o preside nte é mestre e m vi olar acordos estabe lec idos. Só resta a pe rg unta: qua l o mi stério que leva a oposição a ainda ac reditar nas promessas de Lula e a faze r aco rdos co m e le? Debrucemo-nos agora sobre uma das desc ulpas com a qual se tenta justificar o injustificáve l. O Mini stro Guiclo Mantega negou que estivesse a nun cia ndo a ume nto de impostos: "O que o presidente Lula.fá-
/ou é que não faria pacote para arrecadar R$ 40 bilhões. O que estamos.fazendo é um ajuste Jributário modesto ". Vingança, e não medicla casual
"Não esperávamos essa vingança tão ,;áp ida", dec la ro u Synésio B a ti s ta da Costa, presidente da Associação ele Fabricantes ele Brinquedos. Para e le, ev ide ntemente quem pagará a conta é o consumido r. O economi sta E mílio Alfieri , ela Assoc iação Co me rcial ele São Paulo, també m fa lo u em " vingança" : "Os tributos
pagos pelos brasileiros já são siificientes para a realização dos progrcunas so-
ciais do governo. Essa decisão vai contra o desejo da opinião pública e nwstra uma a/ilude de vingança, não pa rece uma decisão casual". Para o presidente cio In stituto Brasi leiro ele Planejamento Tributário, Gilberto Lui z cio Amaral , as operações fin anceiras como um todo serão prejudicadas. Segundo ele, ao prometer não aumentar impostos, o Presidente Lul a ou não tinha fe ito um a aná li se profunda ela situação ou "subtraiu a verdade à população". M as, afi na l, aume ntar impostos por qu ê? Porque o governo Lula não quer fazer a única coisa necessári a: diminuir
os gastos públi cos . Para o pres ide nte "choque de gestão" é inch ar mais a máquina públi ca e apostar no ass iste nciali smo com efeito e le itorais.
O Mini stro Marco Aurélio M e lo, do Supremo Tribunal Federal , cons iderou a medida inconstitu cio na l e uma qu e bra indi scrimin ada de s ig il o bancário. "Se
a pe rg unta : onde está a oposição, para de nunc iar a plenos pulmões o escândalo com o dinh e iro público e a potencial fraude e le itoral que acoberta?
Quebra cio sigilo bancál'io
quiserem, modifiquem a Constituição, mas enquanto ela esti ver em vigor; será respeitada. É o preço da democracia",
MP: amplial' o Bolsa Família
Além el e ev id e nc ia r s u a sa nha a rrecaclatóri a - uma faceta tipicamente soc iali sta - com o a ume nto ele im postos o governo mostro u sua face a uto ritá ri a. A pre tex to ele fi scalizar mov ime ntações bancá ri as suspe itas , divulgou instrução norma tiva o rdenando aos bancos que e nvie m à Receita Federal informes ele pessoas fís icas que movime nte m mai s ele R$ 5.000 no se mestre; e ele pessoas jurídicas que mov ime nte m mais ele R$ 10.000 nesse mesmo período. Ou seja, alegando a necess idade ele combate r o crime, o governo estabe lece mecani smos indi sc riminados ele controle sobre os c idadãos de be m. [sso enquanto narcotraficantes, co mo Fernanclinho Beira-M ar, continua m a utili zar a tranqüilidade ele in s ta lações pris io na is de seg urança máx im a (?!), federais o u estaduai s, para dar prosseguime nto a suas operações c riminosas, como ev ide nciaram recentes operações policiais.
afi rmo u. A OAB prete nde e ntrar com medida para dec lara r inconstituc ion al a in strução normativa editada pe lo gove rno.
"LOllClll'a e Íl'l'eS/JOJ1Sabiliclacle " Na velocidade co m que se sucede m os escândalos, talvez muitos j á tenham esq uec ido um dos mais recentes: frau des bilionárias e m repasses ele dinhe iro público a ONGs (frutos desses mes mos impostos que Lula acaba de aume nta r), apontadas por investigações da Po líc ia Federal , be m como ele audito rias do Tri buna l de Contas e da Controladori a Gera l ela Uni ão. Um pacote fora anunciado para conter tais a bu sos e ev itar desv io de verbas federa is. Entre outras medidas, have ri a proibição para a liberação de verbas federais a ONGs , as qua is tivessem como diri gentes deputados, senado res, servidores públicos o u fa mili ares. Por decreto, o Pres ide nte Lul a determinou o adiamento dos mecani s mos de contro le de repasses ele dinheiro público a ONG s, bem como a estados e muni cípios. Motivo a legado: probl e ma s tec no lóg icos e atraso no treinamento de pessoal! Segundo a impre nsa, ta is re passes atin gem a soma de 140 bilhões de rea is por ano. É pe lo menos c urioso! Sendo 2008 ano e le itora l, será uma mera coinc idê nc ia ? O Se nado r R a imund o Co lo mb o (DE M -SC) , presidente da C P! das ONGs , afirm o u que a medid a ele Lula co mpro mete o processo ele itora l: "A li-
beração /em um viés eleitoral. Considero urn nús/o de loucura e de irresponsabilidade do governo". É mes mo! Mas , um a vez mais, surge
Enquanto narcotraficantes, como Fernandinho Beira-Mar (esq .), continuam agindo a partir das prisões, os homens de bem são fiscalizados draconianamente pelo governo
E para fa la r e m fraude e leitoral, passemos à aná li se do quarto golpe. Para driblar a legis lação ele itoral , a três dias do final do ano o pres ide nte edito u mais uma MP para ampliar o Bol-
sa Familia. A proposta ele a mpli ação cio Bolsa Família es tava no Congresso. Sua tramitação fic o u parada, como fruto das inte rferê nc ias govername ntai s para possibilitar a aprovação da CPMF no Se nado . Alertado por espec ia li stas de que a legislação pode ria impedir a ampliação cio Bolsa Farnília e m ano eleitoral, Lula dec idiu conc retizar o seu plano por medida provisória. Afina l, não se entende qual a razão da " urgência" - uma das justificativas lega is necessári as para a edição ele medidas prov isórias - a não ser a ele realme nte dribl a r a leg is lação e le ito ral. M a rco Auré lio M e llo, cio Tribun al Superior Ele itoral, be m como líde res da oposição cons ideram a medida ilega l. Pode rá até ser cons iderada um a fraude à Constituição, alertou a inda o Mini s tro M arco Aurélio.
Novas benesses eleitorniras A MP estende o be nefíc io de R$ 30 para ado lescentes de 16 e 17 anos ... jovens e leito res. Até agora o be ne fíc io era conced ido a famílias com c ri anças de até 15 anos. O valor máx imo do be nefíc io cio Bolsa Família passa ele R$ 11 2 pa ra R$ 172, um a ume nto de 53 ,5%. Além di sso, a MP mod ifica o Projovern , ampl ianclo de 24 para 29 a nos a idade máx ima pa ra ser be neficiado com bolsa ele R$ 100. O le ito r ente nde po r que o governo necess ita a ume nta r impostos? E por que prec isa adiar os meca ni smos de fi scali zação dos re passes ele verbas públicas? O ano ape nas co meçou, mas o governo é o mes mo. • E-maiI do autor: plini oxav ier@catolic ismo.co m.br
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INTERNACIONAL
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Hugo Chávez e a senadora colombiana Piedad Córdoba (esq .) tentam conseguir que as FARC fossem tiradas da lista internacional de terroristas
~lguns países europeus têm man ifestado ingenuidade aceitando encontros com líderes das FARC, como Raul Reyes (à esq .) . A direita, a chanceler sueca, em 2002 junto com ele e outro guerrilheiro do comando gera l das FARC.
ne i ra de proceder, qu ase nada fal a de se u programa col etivi sta e ig ua litári o. E m deze mbro passad o a Sociedad Colombiana Tradición y Acción divul gou escl arecedor manifesto, sublinhando um ponto de grande atu alidade: "O
Cuidado com a farsa dos farcistas! As FARC agonizam na UTI, mas planeja-se reanimá-las para exercerem obscuro papel - juntamente com Chávez - na América Latina. Para isso, precisa-se desanimar o povo colombiano e quebrar suas sadias reações n Lu 1s Gu1LLERMO A RROYAVE
esquisa recente do Instituto Gallup constatou: 93% dos colo mbianos tê m hoj e im age m desfavor á ve l das FARC (Forças Armadas Revo lucio nári as da Co lô mbia); só l % apó ia o grupo g ue rrilhe iro . Extorsões, ligações muito próx imas com o narcotráfi co, torturas, seqüestros e assassinatos agravam
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CATOLI C ISMO
a. rej e ição popular. 1.700 gue rrilhe iros desertaram em 2007 . Q uantos mais gostari am de faze r o mes mo, mas não sabe m como ! Gente ass im tem fo rça política? Tem perspectiva real de ass umir o poder? De outro lado, a proposta das FARC poderi a di zer-se atual há 40 anos, na época em que Fide l Castro e C he G uevara representavam novidade. Hoje, é de um anac roni smo atroz.
N os último anos , a g uerrilh a narcomarx ista sofre u reveses militares fo rtes. Está confin ada a regiões da fronte ira e redutos de ntro da se lva mais inóspita. Di s persou-se e m peq ue nos grupos, para to rn ar ma is d ifícil a repressão mili tar. E ncontra-se redu zida a uma somb ra do q ue j á fo i. Todav ia goza de ampl íssima cobertu ra midiática, que e m gera l 'sconde s ua fraqueza, e ncobre h rror de seus crimes, di sfarça sua h di l nda ma-
terrorismo e o seqüestro têm sido importantes armas de guerra psicológica revolucionária, implem.enlados pela guerrilha como meios de pressão para exigir numerosas concessões da sociedade civil e do Estado". (Vide a íntegra desse
documento à p. 50). As concessões que a o rga ni zação g ue rrilh e ira ex ige são aco mpa nhadas de um a carac te rísti ca: conduzem ao abatime nto e ao desânimo quem hoje reage, na Colô mbi a.
Be11to XV/ e Hugo Chá vez A impressão que se quer generali zar é que destacadas personalidades ofi c ia is e pri vadas, nos mais vari ados países, estão di spostas a press ionar cada vez ma is o governo colombiano, para que se mos-
Representantes dos "países facilitadores" da fracassada entrega de reféns, no fim do ano passado
YV2040 -
tre mais fl ex ível com a guerrilha. E reconheça ne la um parceiro decente e Jeg íti mo do jogo político. T iveram até a petul ânc ia de te ntar colocar nesta encenação o Papa Bento XVI. A revista colo mbi ana "Ca mbi o de l J ", de j ane iro último, afirma que uma das propostas debatidas na última reuni ão do epi scopado co lo mbi ano e ra solic.itar a Bento X VI que pedi sse à comunidade internacional a reti rada das FA RC da li sta das organi zações terrori stas. Pode mos bem imagin ar a a legri a delirante dos farc istas, se isso ocorresse. M as é de se prever que Bento XVI não se prestará a uma reivindicação como essa, adequada para gente da estatura moral de Hugo C hávez. Destaco aqui outro aspecto: o efeito devas tador de ta l pedido entre os católicos co lombianos. Não seri a esse o efeito desejado pelos farcistas? E e les continua rão bu sca nd o es te efe ito. E m outras pa lavras, é normal que lancem mão de ex pedi entes diversos com o fi m real (e inco nfessad o) de demo lir resistências intern as que estão fi cando intoleráveis, impedindo-os de alcançar objetivos ardenteme nte perseguidos. O foco principa l dessa gigantesca e ncenação internac io na l, como se vê, não é proteger as FA RC, nem promover em série "resgates humanitári os" de reféns des validos. FEVEREIRO 2008 -
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tra e les. Os farc istas fingem que eles não existem, fingem que não têm importância, mas de fato o grande obj eto do seu ódio são eles. Desses setores sadios depende o futuro da Colômbia. Deles depende sua continuidade nas vias da Civili zação Cri stã, trilhados po r nossos antepassados.
Cyrano, mais atual do que mmca
Soldado colombiano que fugiu do jugo da guerrilha, segura as correntes que mantinha no pescoço, durante os anos de seu cativeiro na selva
O que vi sam é criar a impressão de que Álvaro Uribe está cada vez ma is incompreendido e iso lado, e també m incompreendidos e isolados estão os setores do povo colombi ano que apóiam sua po lítica contra a guerrilha. Ju sto seri a qu e, e m vez dessa orquestração internacio nal fa rci sta, houvesse pe lo me nos fo rte apo io dipl omático e militar ao governo colo mbi ano. O resultado é que este fl agelo seri a rapidamente varrido do mapa. Mas nem de longe ex iste esse apo io.
Ressaltando o ób11io Nos últimos di as muito se fa lou sobre o status de insurgênc ia para as FARC; sobre o seqüestro de seis turi stas pe las FARC (logo depo is da entrega de C lara Roj as e Consue lo de Perdo mo); sobre a dinhe irama que Hugo Chávez provavelmente deu às FARC em troca; sobre negociações de chefes ele Estado e concessões à guerrilha. Estive recente me nte na Co lô mbi a. Vi aje i pe lo pa ís, fal ei com muita gente de todas as condições soc iais e de vári as regiões, e trago observações que nascem dos fatos qu e prese nc ie i. Ne lso n Rodrigues repetia que o óbvi o é a coisa mais difícil ele ver, por isso quero ressa ltar o óbvio que poucos vêem . Para que m desej a a Colômbi a na senda da esquerda, o mais impo rta nte não é protege r as FARC. De fa to, e las são hoje quase um cadáver po lítico, mantido em vida na UTI por me ios artifi c iais. O alvo
CATOLICISMO
princ ipal é sobretudo destruir dentro da Co lô mbia uma fo rtíssima reação contra as FARC e contra os setores ele dentro e fora do país que as favo recem. Exi ste na Colômbia uma corrente de opinião que não está di sposta a aceitar a entrega de po ntos. Fo i e la que e legeu Álvaro Uribe duas vezes presidente da Repúbl ica, exatame nte por te r e le um prog rama e representar uma atitude ele combate enérgico à narcoguerrilha. Para os fa rcistas de dentro e fora da Co lô mbi a, esta corrente de opini ão prec isa ser abatida. Mais prec isa me nte, ser presa cio desânimo e da desorientação e fi na lmente se di spersar. E la só será derrotada se ac har que sua posição não tem justificativa, não te m fu turo; que seus apo ios são insuficientes; que contra e la se ergue no exteri or o que o mundo te m de mais presti g ioso e fo rte. Pensará e ntão q ue sua derrota é inev itáve l, e vi rá o abatimento. Depo is, a desagregação. E as portas da Colômbi a estarão então abertas para toda fo rma de aventura destruidora.
Hierarquia 1w dor Te nho profund a comi seração pelos reféns e seus famili ares, lame nto muito a sorte de pobres guerrilheiros que só querem sair do inferno e m que se meteram (ou fora m metidos), mas não sabem como escapar da garra de chefes impl acáve is. S into, po ré m, muito mais pena dos setores inconfo rmados e reativos da opini ão colombi ana. A farsa montada é con-
Cyrano de Bergerac, o heró i da famosa peça teatral de Edmond Rostant, na discussão com Bret, mostra que sente muito be m a beleza da sua posição de cavalhe iro odiado e percebe a grandeza de sua atitude, que desperta tantas inimi zades. Nada de choramingos! Ao cont rá ri o, ga lh a rdi a e des afi o: J 'aime raréfier sur mes pas les saluts (Gosto de ouvir os aplausos se amortecendo, quando eu passo). Em Paris, nas prime iras a prese ntações da peça , a a udi ê nc ia estrondejava e m aplausos a esta cena. Situações de isolamento (suposto ou real) prec isa m ser enfrentadas ao estilo Cyrano. É o que impedirá a derrocada na Colô mbia . Os setores colombi anos reativos não podem desconhecer essa situação, o que seri a fa tal. Precisam ter a convicção de que estão no úni co cami nho certo. O perigo será sempre a vergonha e o respeito humano ao ass umirem essa posição, tão diferente da outra que lhes está sendo apresentada, cada vez mais, como a de quem te m prestígio, dinhe iro e poder no mundo. Estamos di ante de mai s um embuste dos fa rc istas. Na realidade, e mbora isso sej a be m pouco noticiado, proporção importa nte dos que têm prestígio, dinhe iro e poder no mundo simpatiza com a ati tude reati va contra as FARC, hoje simbo lizada em parte na política do pres idente Á lvaro Uribe. Não só eles. Milhões de pessoas de todas as condições, pe lo mundo inte iro, compartilham essa simpati a. Mes mo q ue não houvesse tal simpati a, esta reação contra a destruição da Colômbia de veria permanecer a mes ma. É o que exige a justiça. É o que esperamos, com o o lhar posto em Nossa enhora de C hiquinquirá, pad roe ira da Colômbia. • E- mail do autor:
arroyave@catoljcjsmo.co
Há 200 anos ch~ava a Família Real portuguesa ao Brasil P ara marcar as comemorações do bicentenário da vinda da Família Real, que tantos benefícios trouxe a nosso País, nada mais adequado do que uma entrevista com o Chefe da Casa Imperial do Brasil, Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, descendente direto e continuador dinástico de D. João VI
Catolicismo - Qual a importância histórica e o significado mais profundo da vinda da Família Real portuguesa para o Brasil?
Dom Luiz - O Prof. Plíni o Corrêa de Oliveira costumava dizer que parecia haver um plano da Divina Providência, no sentido de formar para o terceiro milênio uma grande nação católica, com influência determinante nos acontecimentos do mun do, e que essa nação seri a o Brasil. Apesar das mazelas dos di as que correm, esse sentimento é compartilhado mais ou menos conscientemente pela maiori a dos brasileiros. Por sua extensão territori al quase continental, por seus rec ursos naturai s praticamente inesgotáveis, por seu povo inteligente, afetivo, bondoso e fundamentalmente cató li co, nossa Pátri a poderá, após os acontecimentos puniti vos e rege- j neradores previ stos pela Santíss ima Vir- .2 '3 gem em Fátima, ser um luzeiro para toda « a nova Cri stand ade. Numa era mari a l como a prevista por numerosos Santos, entre os quais o grande apósto lo mari ano, São Luís Grignion de Montfo rt. A Terra de Santa Cruz poderá ter, nessa época, um papel exemplar para as outras nações, como o da França na Cri standade de outrora. Vi sta nessa perspecti va, a vinda da Famíli a Rea l portu guesa para suas terras americanas tem um signifi cado prov idencial transcendente. Catolicismo - Fala-se geralmente que o Príncipe Regente Dom João e a Família Real fugiram para o Brasil. Está correto isso? Ou a realidade histórica é diferente? Dom Luiz - A consciência de que o Brasil , pelo
seu tamanho e pelas suas riquezas, teria um papel
l)om l,11iz: "Quando se apl'ese11to11 para Portugal a ameaça de 11ma invasão napoleônica, o Pl'Íncipe Regente Dom João viu que era o mo111e11to de concretizar o plano "
de primeira pl ana no império português, ex istiu desde o século XVJl. Isso se vê no fato de que, a partir da ascensão ao tro no da din astia de Bragança, em 1640, o herdeiro imediato da Coroa tinha o título de Príncipe do Brasil. Cogitou-se desde o fim do sécul o XVJI em tra nsferir para a América a capital do império luso, a fim de afastá- la das turbulências européias e, ao mesmo tempo, pô-la num lugar a partir do qual fossem mais fáceis e rápidas as comunicações com a Áfri ca e a Ás ia. O Rio de Janeiro tornara-se escala obrigatóri a para os navios rumo ao Oriente, e as possessões afri canas fora m mui tas vezes admini stradas, desde o século XVIII, por governadores gerais e vice-reis do Brasil. Quando se apresentou para Portuga l a ameaça de uma invasão napoleôni ca, o então Príncipe Regente Dom João viu que era o momento de concreti zar o velho plano, para poupar à Dinastia a sorte de tantas outras Casas re inantes es po li adas pelo ti ra no corso. A fim de ter tempo para preparar a tra nsferênc ia, Dom João aparentou longa indec isão entre a aliança inglesa e a francesa. Era prec iso armar e preparar toda uma esquadra, encaixotar todo o necessári o para a vida da corte e o funcionamento do governo na nova capital. Móveis, baixelas, obras de arte, bibli oteca, arqui vos, tesouro nacional, mil coisas di versas. O Príncipe Regente conseguiu , com sua aparente abuli a, despi star magistra lmente Napoleão. A ponto de este, em suas memórias redi gidas no ex íli o de Santa Helena, se manifestar ressentido contra o "único soberano que o ludibri ara".
FEVEREIRO 2008 -
Cliex(lda da Pamflia Real de J>ort11gal, 7 de março de ltJ0/3 - Gcoff Huut, R. S. M , A .. por cncomcnd;1<.lo Dr. Kcnncth H. Light. Coleção particu lar.
Catolicismo - A vinda da Família Real portuguesa foi vantajosa para a unidade e a grandeza do Brasil? Dom Luiz - Foi providencial! Catolicismo - Em que áreas? Dom Luiz - O principa l efeito foi que a nossa emancipação, pela virtude da Monarqui a, se deu sem o País se fracionar em várias repúblicas, ao contrário da Hi spano-América . O Brasil permaneceu uno. Durante os prime iros 67 anos de independência, foi poupado de muitas das turbulências políticas que assolaram nossos vi zinhos, com golpes de estado, revoluções, ditadores populi stas, etc. Após a proclamação da República, infelizmente, enveredamos também por essas brenhas ... Catolicismo - Estaria correto ou é exagerado dizer que Dom João VI assentou as bases do império brasileiro? Dom Luiz - É inte iramente exato! Segundo o hi sto riador Oliveira Lima, o Príncipe Regente D om João veio para o Brasil com o intuito de fo rmar aqui um grande império. M al chegou ao Brasil, aque le homem apare ntemente abúlico e indec iso tomo u uma série de medidas fund amentais para isso. Basta citar que, no mês que passou na Bahia de 22 de jane iro a 26 de feve reiro, antes de desembarcar definitivamente no Rio de Jane iro, j á decretara a abertura dos portos ao comérc io internac ional, aprovara a formação da prime ira Escola de Medi cina do Brasil e os estatutos da primeira companhi a de seguros, concedera a licença para a constru ção de uma fábri-
A nau Príncipe Real acabo de fundear; o Vice -Rei e nobres se aproximam poro ir o bordo . A nau ingleso Marlborough e o Forte de Vi ll egoignon disparam uma solvo.
"A Yillda da Família Real pol'tuguesa teYe como pl'i11cipal efeito que a nossa emancipação se desse sem o País se t'Tacio11a1· em Yál'ias l'epúblicas"
ca de vidro e outra de pó lvora. Além disso, ordenara abrir estradas, encomendara um plano de fortificação e defesa da Bahia e a formação de dois esquadrões de cava laria e um ele artilharia . Não é razoáve l supor que todas essas med idas, que tiveram tantas conseqüências benéficas a longo prazo, tenham sido decididas na hora, ao sabor dos aco ntec imentos, sem que tivesse havido um planejamento anterior, um projeto po lítico preexislenle. Já no Rio ele Janeiro, do is dias depoi s ele desembarcar a 8 de março, D o m João organi zou o governo. O Mini stério compunha-se de: Negócios Estrangeiros e ela Guerra, com D . Rodri go de Sousa Coutinho, futuro Conde de Linhares; Negóc ios do Reino, com D. Fernando José de Portugal , que seria feito Marquês ele Aguia r; e Negócios da Marinha e do Ultramar, com D . João Rodri gues ele Sá e Meneses, Vi sconde ele Anadia. No af-ã ele criar as estruturas cio País, Dom João ainda editou o regulamento da Administração Geral cios Correios, criou uma Escola Superi or ele Técnicas Agrícolas, um laboratório de estudos e análises químicas, a Academia cios Guardas-Marinha, a Academia Real Militar, que incluía Engenharia Civil e Mineração, a Impressa Régia. Estabeleceu, além disso, o Supremo Conselho Militar e ele Justiça, o Arquivo Militar, o Tribunal ela Mesa do Desembargo cio Paço e da Consciência e Ordens, ou seja, o Judiciário independente no Brasil , a lntendência Geral ele Polícia, o Erário Régio, o Conselho da Fazenda, o Corpo da Guarda Real. Mais tarde seri am cri ados o Banco do Brasil , a Biblioteca Nacional , o Museu Nacional, o Real Teatro de São João e o Jardim Botânico, este último com a fin alidade ele aclimatar no Brasil espécies vegetais oriundas ela África e Ásia. As regiões mai s distantes fora m ex ploradas e mapeadas, e Oliveira Lima relata que o Prínc ipe Regente mandou pôr marcos ele pedra em todas as nossas fronte iras, das Guianas à Argentina. Esses marcos serviriam muito mais tarde,já na República, para ca lçar as negoc iações de limites com nossos vizinhos, levadas a cabo pelo Barão cio Rio Branco. Cabe ainda le mbraT que em 181 5, já como Rei com o título ele D . João Vl, e le vou o Brasil a Reino Unido com Portugal e A lgarves. Com isso, poli ticame nte fi cava o Brasil emancipado de Portugal e equiparado à anti ga mãe-pátri a. Dom João rea lmente deu ao Brasil as institu ições po líticas, juclic iárias, militares, culturai s e cc nômicas fundam entais para um país independe nte e soberano.
Catolicismo - Vossa Alteza sempre teve muito interesse pelos estudos históricos, e certamente terá conversado sobre esses temas com o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, Ilustre
catedrático e mestre de História. Lembra-se de algum comentário dele sobre a vinda da Família Real para o Brasil?
Dom Luiz - Lembro-me especialmente ele ouvi-lo comentar o modo como a Família Real foi recebida no Brasil. Nosso povo, muito afetivo, estava encantado de ter um re i na sua terra, e portanto o recebeu muito bem. Já na Bahia, estava tudo preparado: o Vice-Rei, as autoridades militares, o Bispo da Bahia e Primaz do Brasil, acompanhado de todo o cabido e do clero, com a relíquia do Santo Lenho para 0 Príncipe se ajoe lhar e adorar logo que chegasse. Os sinos começariam a repicar, e uma proc issão aco mpanhá- lo- ia até o Palácio da cidade. Quando Do m João desembarcou, foi recebido por todos, mesmo pelos negros, já então muito numerosos na Bahia. Os sin os tocavam. E le desceu em terra, e a prime ira coisa que fez fo i ajoelhar-se e receber a bênção do Bispo. Cantou-se o "Te Deum" pe la fe li z chegada da Família Real. Nunca um soberan o tinha pi sado nas três Américas, e Dom João, que ainda não era soberano, era somente Príncipe Regente e m no me ele sua mãe Da. Maria l, fi cou encantadíssimo de ver um povo tão bo m. A co isa se passou às mil marav ilhas! No Ri o de Janeiro, a festa foi ainda maior. Segundo afirmou o Dr. Plinio, ele era um "0º vernante segundo um sistema de que gos tam os brasil eiros: pomposo, autêntico, legítimo, mas com uns lados muito fa mili ares. Tratava as pessoas muito bem, com muita cordialidade, muita bondade e muita gentileza. Era mesmo muito simples, muito lhano no seu modo de viver.
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Dom Joã o, que ainda não e ra sob e rano, mo s so me nte Príncipe Reg ente em nom e de suo m ãe Do . Maria 1 fi cou e n contodíssim~ d e ve r um povo tão bom
to , mais cedo ou mais tarde
o Bras il se tornará independente . Tomo tu o Coroo antes que um aventureiro o faço "
"Dom João gostaya ime11same11te <lo 11l'asi/ e de seu poYo. Sá Yoll'Ou para Portugal fol'Ça<lo por uma l'CYolução, que punha em l'isco a Mo11al'quia lusa"
Catolicismo - Na opinião de Vossa Alteza o Rei Dom João VI fez bem em voltar para Por~ tugal? Ou teria sido melhor permanecer no Brasil? Dom João vr queria permanecer no Brasil. Seu pl ano era estabelecer pe rmane nte me nte a cap ital do império lus itano no Rio de Janeiro, po is prev ia que o Brasil tornar-se-ia forçosamente a parte mais importante dele, por seu tamanho, sua população e suas riquezas naturai s. Além disso, ele gostava imensamente cio Brasil , de seu povo e de suas paisagens. A ilha de Paquetá, na Baía ele Guanabara, era para e le uma espéc ie de paraíso onde podia descansar das preocupações de governante. Só voltou a Portugal forçado por uma revo lução li beral e m Lisboa, que punha em risco a preservação da Mo narqui a lusa na Europa - e também, seja dito de passagem, a unidade do Brasil como nação. Pois as Cortes de Lisboa ameaçava m dividir nosso País em várias províncias diretamente admini stradas por Lisboa, ou seja, rebaixa r ao status anterior um território que j á era Reino autônomo. Entretanto, ao deixru· o Ri o de Janeiro, Dom João VI aconselhou ao seu filh o primogênito que aqui deixava com Regente: "Pedro, mais cedo ou mais tarde o Brasil se tornará independente. Tom,a tu a Coroa antes que um aventureiro o faça". Com isso D. João nos legou a continuidade monárqui ca, e também a unidade e a gra ndeza continental de nossa Pátria. Em Portuga l, Dom João conseguiu retomar logo o poder que estava sendo usurpado pelas Cortes e restabelecer as prerrogativas da Coroa, mas morreu
Dom Luiz -
CATOLICISMO FEVEREIRO 2008 -
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pa três dipl o matas ele prime ira o rd e m: o Marquês ele Marialva, junto à Corte de Vi e na, qu e negocio u o casame nto ele Do m Pedro com Do na Leopoldina e defe nd e u os nossos interesses no Cong resso ele Vi e na, jun ta me nte com o Conde ele Palme la, qu e normalme nte fi cava e m Londres . Alé m desses do is, havia tam bém um Senhor Britto, baia no ele nascença, qu e e m Pari s de ixav a ex aspe rado o Duque ele Ri c he li e u, mini stro ele Luís XYIJI , po r ca usa ela habilidade com qu e conseguia vantage ns pa ra Po rtu ga l e m todas as negociações. Esses três dipl o matas podi a m dar o melho r ele si, mes mo po rqu e se sabiam apo iados po r um re i inte lige nte, sagaz, com g rande visão po líti ca, muito es pe rto, e que sa bia o que qu e ri a.
pouco de po is, ao que tudo indica, e nve ne nado com arsêni co por se us inimi gos.
Catolicismo - Muitos autores fazem críticas pessoais, e até caricatas, a Dom João VI. Mas historiadores sérios como Oliveira Lima, e estrangeiros insuspeitos como Thomas o·Neill e o próprio Bonaparte, parecem considerar Dom João como um homem excepcional, de grande sabedoria, envergadura política e tino administrativo. O que pensa Vossa Alteza a respeito? Dom Luiz - Es to u conve nc ido ela verac idade dessa a prec iação fa vo ráve l. Toda a o bra de le nos dá tes te munho di sso. É lame ntá ve l qu e, a partir ela República, um a campa nh a siste máti ca de de tração nolo te nh a a presentado, inclus ive e m livros esco lares, como um ho me m des fibrado , indec iso, mo le e g lutão . Contud o, apesar dessa campanh a desfavo ráve l, no subconscie nte dos bras ile iros a ve rdade ira image m de Do m João pe rma nece u como tendo sido um re i grande, muito po pul ar e s impáti co. Catolicismo - Do ponto de vista do refinamento cultural e social, qual foi o papel de Dom João e da Família Real portuguesa na formação das elites brasileiras? Dom Luiz - Fo i e no rme. O esc rito r La ure ntino Go mes - a meu ve r, falh o e m dive rsos as pectos registra ins uspeitame nte que o tô nus ele vicia a um e nto u muito no Ri o ele Jane iro, com a presença ela Famíli a Real. Um sinto ma di sso é que "o com.ércio, que [antes] só vendia escra vos e cavalos, passou a of erecer pianos, li vros, tecidos de linho, lenços de seda, champanhe, água de colônia, leques, lu vas, vasos de porcelana, quadros, relóg ios e uma infinidade de outras ,nercadorias importadas". Não podia ser ele o utra mane ira. A ação de pre-
CATOLICISMO
Conjunto de dois selos que retrata à direita a partida em Lisboa ; ao centro um navio que figura a travessia; e à esquerda a chegado , primeiro o Salvador e depois ao Rio de Janeiro, tendo em primeiro plano a figura do Príncipe Regente Dom João .
"É lamentá vel que, a partir da República, uma campanha sistemática de <letrnção tenha ap1·ese11tado Dom João VI como um homem imleciso, mole e glutão"
sença da Corte só podia atra ir para o Ri o as famíli as ma is abas tadas e es timul á- las no afã ele me lhora r seu modo de vida. Com isso, po r via ele conseqü ê ncia, o tô nu s de vida de toda a po pulação te ve substanc ial me lho ria. Ac resce que Dom João atraiu para o Brasil mi ssões artísti cas e cultu ra is ela Fra nça e de o utros países ela Europa. Mais ta rde Do na Leopo ldina viri a acompanhada de o utras, espec ialme nte ela Áustri a e da Ale manh a.
Catolicismo - Na opinião de Vossa Alteza, Dom João VI chegou a vislumbrar algo da missão providencial do Brasil como continuador no Novo Mundo das tradições e glórias de Portugal? Dom Luiz - C re io qu e sim. O fa to de e le te r qu erido que seu he rdeiro se casasse com um a arqui d uqu esa ela Áustri a mostra qu e considerav a o fu turo sobe ran o cio impé ri o lu so, com ca pital no Ri o ele Janeiro , com sufi c ie nte nível para se unir com um a filh a ela mais a lta Casa reina nte ela Cri standade, e po rtanto cio mund o inte iro. Catolicismo - É verdade que, quando Dom João chegou ao Brasil, mandou invadir a Guiana Francesa como represália à agressão napoleônica, e em conseqüência disso o território do atual Estado do Amapá pertence ao Brasil? Dom Luiz - D e fa to, ao c hega r ao Brasil , Do m João mand o u invadir a Gui a na F ran cesa. Nosso Corpo ele Fuzile iros N a vais fo i c ri ado para essa mi ssão. O Prínc ipe Regente pre vi a impo rta ntes negoc iações inte rn ac io nais a pós a queda ele Na po leão, a fim ele reorde nar o mundo co nvul sio nado I c io tirano corso. Que ri a te r e ntão moeda ele troca, e s devolveu a Gui ana qu ando a França desi tiu ele te r fronte iras nas marge ns cio ri o Amazonas. É prec iso di zer que Do m João VI tinh a na uro-
Catolicismo - O que tem a dizer Vossa Alteza sobre a reação dos portugueses católicos diante da invasão das hordas revolucionárias francesas?
Dom Luiz -
Os po rtu g ueses cató licos reag iram hero icame nte di a nte cio invaso r. Começara m po r uma g ue rrilh a, qu e logo se tran sfo rmo u numa tropa reg ul a r. Auxili ados por fo rças ing lesas, infli giram aos exérc itos de Bo napa rte , na Bata lha cio Bussaco, a primeira de rrota e m ca mp o a be rto ele s ua histó ri a. As forças ang lo-lusas, muito ajudadas pe la feroz g ue rrilha es panho la, continua ram a luta até a ex pul são cios fra nceses da Pe níns ula Jbéri ca.
Catolicismo - Fazendo abstração do fato de Vossa Alteza ser descendente e sucessor dinástico de Dom João, e apenas considerando a perspectiva histórica: na opinião de Vossa Alteza, qual a grande qualidade ·e qual a grande carência de Dom João? Dom Luiz - A meu ver, as grandes qualidades ele
O portugueses vencem os hordas francesas na batalho de Bussoco
"As qualidades de Dom João foram o seu excepcional clescortino político e a sua sagacidacle hené,1ola. Uma de suas carências foi a /'a/ta de talento militar"
Do m João fo ram o seu excepcional descortin o po líti co e a sua sagacidade benévola e be nfazeja. Uma ele suas carê ncias fo i a falta de tale nto militar. Um Dom Pedro 1 te ria ma nd ado a Famíli a para o Brasil , toma nd o a fre nte ela res istê ncia contra o invasor. Entre tanto, é preciso pondera r qu e Dom João ele ve ter to mado e m consideração, para ag ir como agiu , o fato de sa be r qu e o ferm e nto da Re volução Fra ncesa também se encontrava no Bras il ; e qu e, perm anecendo e m Po rtugal, ele se arriscava a pe rde r aquilo que e ra o maio r florão ele seus domíni os. O qu e aconteceu com a Améri ca Espanhola parece lhe dar razão ...
Catolicismo - Pedimos licença para duas perguntas bem pessoais: Se Vossa Alteza estivesse no lugar de Dom João, como teria agido quando da invasão napoleônica? E como teria agido no Brasil? Dom Luiz - Não é fác il res po nde r à primeira perg unta, po is e ntraram e ntão e m jogo muitos fa to res qu e, à distâ ncia, não se pode julga r com segurança. Mas no Brasil , e u creio qu e te ri a ag ido como e le. Catolicismo - Por fim, uma última pergunta de ordem pessoal: quais as qualidades de Dom João VI e Dom Pedro I que Vossa Alteza mais preza e mais deseja possuir e cultivar em si? Dom Luiz - De Do m João VJ , e u que re ri a te r as qu a lidades qu e j á cite i. De Do m Ped ro 1, o arroj o e a co rage m po lítica e militar. •
FEVEREIRO 2008 -
INFORMATIVO RURAL
, turbando a tranqüilidade pública. Fique pois bem assente que o primeiro jimclamento a estabelecer para todos aqueles que querem sinceramente o bem elo povo, é a inviolabilidade da propriedade particular" Veja bem o que está aí afirmado, caro leitor, sobre a propriedade coletiva: l - é prejudicial àqueles mesmos que se quer socorrer; 2 - é contrária aos direitos naturais dos indivíduos; 3 - desnatura as funções cio Estado; 4 - perturba a ordem pública. Quem deseja o bem do povo deve, portanto, procurar o caminho de fomentar a propriedade particular, e não a propriedade coletiva. Esses princípios são cada dia mais oportunos em nosso País, onde o governo pratica a difusão ela propriedade coletiva, com as bênçãos da esquerda católica, que a cada dia se apresenta mais esquerda e menos católica.
Co,nrerlidos ao capitalismo
O Pá1'oco e os Quilombo/as O pároco do município de Brejo Grande (SE) [mapa acima] , sem qualquer consulta à população de um povoado com mais de mil pessoas, reuniu um grupo de no máximo quarenta indivíduos e obteve a certificação do local como "comunidade quilombola ", sem que njnguém soubesse. Bem ao estilo de como estão sendo feitas quase todas essas certificações. Usando a fraude e o silêncio, seduzindo e enganando pessoas de boa fé, inventou o pároco, segundo um denunciante, ameaças de morte e as divulgou na imprensa, para pressionar os órgãos públicos a acelerar o processo de desapropriação de terras para os quilombo/as. 90% da população está revoltada e rejeitando o projeto. Está sendo usada a máquina do governo estadual (cio PT), para tentar intimidar e seduzir a população (com cestas básicas e promessas de benefícios para saúde, educação, etc. O povo, quando esclarecido, rejeita a posse coletiva; e está lutando contra a máquina e a deslealdade dos dirigentes cio movimento, cujo interesse é meramente ideológico e político. É assim que o governo está atuando em diversos estados, para coletivizar uma área quase do tamanho do estado de São Paulo! É triste ver um pároco nessas atividades. Será que ele cuida com o mesmo empenho das almas colocadas ·sob sua guarda e responsabilidade, para conduzi-las no caminho do bem? Pelo contrário, vai lançando suas ovelhas nas garras do lobo.
Propriedade privada
x propriedade coletiva
É opo1tuno lembrar um trecho de Leão XIII [à direita] na Encíclica Rerum Novarum: "A teoria socialista ela propriedade coletiva deve absolutamente repudiar-se como prejudicial àqueles mesmos que se quer socorre,; contrária aos direitos naturais elos indivíduos, como desnaturando asjúnções do Estado e per-
CATOLICISMO
A edição especial de aniversário da revista "Exame", publicada em 29 de novembro último, tem como tema "Com.o o mundo realmentefi1nciona ". Destaca a revista: "Eles {os sem-terra] entraram para os movimentos sociais em busca da terra, masfoi em parceria com a iniciativa privada que ex-sem-terras conquistaram. renda". Uns ganharam com a cana de açúcar que venderam a usinas: Com a renda um deles pôde comprar um camüthão, outros, de acam pados viraram fornecedores de multinacional. Antes, en-
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quanto a mulher cortava cana, o marido São Paulo" de 29 de novembro de 2007 militava no MST. Hoje vendem semenpublica: "O governo desistiu de encates de urucum para uma multinacional. minhar ao Legislativo amplo projeto ele Alguns já podem pagar faculdade para lei tipi,ficanclo e detalhando o terrorisos filhos. Um deles já comprou uma ormo e optou por desidratar a proposta denhacleira mecânica. inicial. O receio é que ações de moviEsse processo de integração econômentos sociais viessem a ser caractemica está sendo bancado pela iniciatirizadas como atos terroristas". va particular, não sem dificuldades. A Quilombo/as já têm apoio de admissão desses novos fornecedores movimento guel'rilheiro exige muita paciência parn inici ar os sem-terra nas práticas de negócios. Mas O movimento Panteras Negras [foto vale a pena. à esq.], que agitou os Estados Unidos nos O governo brasileiro, imbuído ela anos 60, tem um braço no Brasil : chamaideologia socialista, vai atropelando o se Prisioneiros de Consciência, e foi lancampo com uma Reforma Agrária faliçado em Salvador (BA) pelo americano .,,. ucu;, uow ela, que já fracassou ern todo o mundo. CWI ..... w••- ....... ..,.. IOVTAU" .... , . . . .. . . . '"'"' ..., .... Freei Hampton Jr., filho de um cios fundanu ,t(U1.a.t MJCY p ~ ~ Inexplicavelm ente, vai insistind o em ~ """ ... ,... ,..,. dores cio Black Panther, prega a "auto...,,. •P,0.1+6"41, ~-..CitNI, apoiar o MST, com favorecimento a defesa e união negra" contra o "terroseus líderes e uma política assistencialista que tudo faz para rismo policial". E já tem o apoio do MST! sus tentar os acampamentos a peso de ouro. Em troca recebe Quem conhece a rustória dos Black Panther sabe que é um invasões, seqüestros, baderna, pressões de toda ordem, tudo o movimento com a doutrina marxjsta como ideal, e sempre usou que conhecemos e que está diariamente na mídia. de métodos terroristas em suas ações. 00G tol.tlCIAll.:N .....,
(MI, f',l,Ct THI WU,1"11 OI'
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011• C0,1,1,,M\IH tY-111,
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Lei ai1ti-te1ro1' para pl'Oteger a CP1' e o MS1'
Atl'opelan<IO...
Tão ciente está o governo de que os movimentos sociais são a fachada de um movimento potencialmente subversivo e guerrilheiro, que tomou uma deci são inusitada. No meio de uma notícia que trata ele lavage m de dinheiro, "O Estado de
O leitor poderá se perguntar: o que tem a ver o Estatuto da Igualdade Racial com a Reforma Agrária? É que ambos atentam contra a propriedade privada, são confiscatórios e promovem o coletivismo. O Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado pelo Senado Federal, e agora tramita na Câmara. O Estatuto aprova, na questão das terras para quilombolas, tudo o que consta no Decreto do presidente Lula que está sendo aplicado pela Fundação Palmares e pe lo INCRA. Se o "Decreto Quilombola" for declarado inconstitucional, ele cairá, mas será e ntão substituído pelo novo Estatuto. Este, sendo lei, derruba por terra um cios principais argumentos da inconstitucionalidade : o de que um dispositivo constitucional não pode ser regulamentado por um decreto, mas tem que passar pelo Legislativo e ser lei.
Para os quilombo/as, 2, 1 bill1ões - di11l1eh·o do contribulnre No dia da Consciência Negra, em solerudade no Palácio do Planalto, o presidente Lula [foto à esq.] lançou sua "Agenda Social Quilombola". Destinou R$ 2,1 bilhões para, no período de 2008 a 20 IO, um conjunto de projetos e ações voltados às assim chamadas comunidades remanescentes de quilombolas, em quatro áreas: a) acesso à terra; b) infra-estrutw-a e qualidade de vida; c) inclusão produtiva e desenvolvimento local ; d) direitos da cidadania. Em face da fraqueza cio movimento junto à opinião pública, Lula recomendou aos movimentos negros e aos quilombo/as que cobrem do governo a aplicação dos recursos. Em tom populista, declarou: "Sempre que a gente tenta ajudar os mais pobres, aparece urna ciumeira. E não estão perdendo nada, não querem. que o pobre tenha a mesma coisa que eles". • FEVEREIRO 2008 -
E m 1858 começou em Lourdes um regime torrencial de graças e milagres, unindo os católicos fiéis em torno da Santíssima Virgem rumo ao seu triunfo final f'lll
N
Lu1s DuFAUR
o último 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, mais de 150 mil fiéis afluíram a Lourdes, na abertura do Jubileu do 150° aniversário das aparições. Em filas tranqi.iilas, sob o frio e a chuva, os peregrinos passa,vam as mãos pelas paredes de granito da gruta, como que desejando apalpar o imponderável sobrenatural que delas emana. A superfície áspera da pedra tornou-se suave e polida até onde alcançam as mãos, transformando-se no mais expressivo livro de visitas assinado pelos milhões de fiéis que ali desfilam anualmente. Em Lourdes, a confiança calma e ardorosa, a paz hierárquica e acolhedora, a certeza da fé na intervenção celeste no cotidiano dos homens , são hauridos no ar. Quantos, no intenso frio, aproximavam-se da gruta arrastando suas doenças de corpo e de alma! Quantos voltavam sem receber uma cura milagrosa, mas levando no fundo do coração algo que talvez valesse mais do que qualquer milagre material! Porque Lourdes conquista e cura os corações, deixando neles uma marca e uma saudade indeléveis. Quem volta de urna peregrinação a Lourdes traz gravada no coração algo como uma reprodução da gruta de Massabielle. Para ela voltar-se-á com saudade e confiança nas horas mais difíceis , com a certeza de ser atendido. E basta recordar-se dessa lembrança para fazer renascer em si o desejo ao mesmo tempo inefável e irrefreável de algum dia retornar à gruta de Nossa Senhora.
O que visa Nossa Senhora, assim agindo no mais fundo das almas? O início do Jubileu de Lourdes trouxe-nos uma luminosa resposta a esta interrogação.
Sobre Lourdes, as palavras cio Legado Pontifício Abrindo o ano jubilar de Lourdes, o Cardeal Ivan Dias, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Legado Papal, pronunciou uma alocução merecedora de apurada meditação. Começou qualificando as aparições a Santa Bernadette Soubirous de "autênticas
irrupções marianas na história do mundo". 1 Não se trata, portanto, de aparições fechadas em si mesmas. Pelo contrário, elas se encaixam "na luta permanente e
f eroz entre as forças do bem e as forças do mal, desde o início da história humana, e que continuará até o final". Nessa imensa luta histórica, as aparições de Lourdes "marcam a entrada decisiva da
Virgem no cerne das hostilidades entre Ela e o diabo, como está descrito no Génesis e no Apocalipse". Referia-se o representante do Papa à realidade fundamental que marca a existência da humanidade neste vale de lágrimas. Ou seja, a luta da Santíssima Virgem e os filhos da luz seus seguidores, de um lado, contra o demônio, a serpente infernal, e seus sequazes, osftlhos das trevas. O Génesis registra-a assim: "O Senhor Deus disse à serpente: [. .. ]
Porei inimizades entre ti e a mulhe,; entre a tua posteridade e a sua. Ela te pisará a cabeça e tu armarás traições ao seu calcanhar " (Gen. 3, 14-15). FEVEREIRO 2008 -
Pedi que me ajudassem. a joga r pedras na água, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas disseram-me que devia fa zer corno elas, se quisesse. Fui um pouco mais longe, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas não poderia ".
lhos e filhas espirituais, para lançar uma forte ofensiva contra as forças do maligno para encarcerá-lo e assim preparar a vitória final de seu Divino Filho Jesus Cristo".5 E acrescentou que os católicos sensíveis ao apelo de Lourdes estão convocados a se congregarem nessa luta contra o mal. Portanto - seja-nos permitido acrescentar-, a se unii·em à Contra-Revolução no combate à Revolução gnóstica e igualitária. E ngaj ar-se, sim. Mas com que armas? Para o Cardeal Dias, em primeiro lugar, "a conversão do coração" - a conversão que Nossa Senhora pediu, em termos cada vez ma is prementes, a Santa Catari na Labouré, em La Salette, e m Lourdes e em Fátima. Em seguida, a rec itação quotidiana do rosário, a devoção ao Santíssimo Sacramento e a aceitação e oferec imento dos próprios sofrim entos pela sa lvação do mundo. 6 E is, pois, as nossas armas: uma conversão sincera e profunda, com a mudança de vida que ela importa; e essas santas devoções voltadas monarquicamente a Nosso Senhor Jesus Cri sto, pela intercessão on ipotente de Maria Santíssima.
Necessi<la<le <le se conhecer melhor Lourdes
Representação de uma das primeiras aparições
Esta inimizade basilar está hoje longe de ter amainado, explicou o Cardeal. Pelo contrário, "é ainda mais encarniçada do que em tempos de Bernadette". É uma autêntica batalha, que "causa inumeráveis
vítimas em nossas famílias e entre nossos jovens ". E m conseqüência dessa guerra movida pelo demônio e seus sequazes, o mundo "está sendo engolido espantosa-
mente na voragem de um laicismo que quer criar um mundo sem Deus ". 2 Reproduzindo as palavras do então Cardeal Wojtyla, acrescentou que na nossa época está em curso "o maior combate que a humanidade jamais tenha visto", isto é, a "luta.final
entre a Igreja e a anti-Igreja, entre o Evangelho e o anli-Evangelho". 3 As palavras do em inente purpurado nos trazem à mente o ens inamento fundamental do preclaro Prof. Plínio Corrêa de Oliveira sobre essa imensa guerra contra a Igreja e a C ivili zação Cristã, que desde o fim da Idade Média ve m sendo condu zida pela Revolução g nóst ica e -
CATOLICISMO
igualitária. Uma guerra que vi sa impor aos homens um mundo anárq uico, viscera l me nte anticri stão, caracteri zado pela ig ualdade absoluta e a liberdade também absoluta em relação a toda lei, natural ou divin a. Face a essa revolta, animada pelo espírito de Lúcifer, erguese a Contra-Revolução, que e le ass im define lapidarmente: "Se a Revolução é
a desordem, a Contra-Revolução é arestauração da Ordem. E por Ordem entendemos a paz de Cristo no reino de Cristo. Ou seja, a civilização cristã, austera e hierárquica.fundamentalmente sacra[, anti-igualitária e antiliberal " .4
Ni sto consiste o significado mais profundo dos acontecimentos de Lourdes . E ntretanto, quantos de seus devotos sabem narrar o que aconteceu naque le lo ngínquo ano ele 1858? Quantos conhecem bem o que Nossa Senhora fez, falou e pediu a Santa Bernadette - e, através dela, à leitora, ao le itor? No 150º ani versário dessa mag na irrupção de Nossa Senhora na História, nada melhor do que relembrarmos tudo o que se pa sou em cada uma das J 8 aparições que perfazem o ciclo de Lourdes.
1ª aparição - quinta-feira, 11 de fevernim
As aparições de Lourdes constituem um capítulo deci sivo na intervenção materna de Nossa Senhora para quebrar o curso devastador da Revolução. A isso se referiu o Cardeal Ivan Dias, dizendo que
Santa Bernadette Soubiro us redi giu de próprio punho, em sete ocasiões, a desc ri ção da apari ção, ac rescenta ndo novos detalhes em cada uma das versões. Eis um apan hado tão completo quanto poss ível de todos eles:7 "A primeira vez que fui à gruta, era quinta feira, J1 de f evereiro. Fui para re-
"a Virgem está tecendo uma rede de fi-
colher galhos secos com outras duas jo-
Coligação dos lilhos da luz, liéis a Nossa Senhora
Esta preocupação se ex plica porque Bernadette sofria de as ma, e a mãe não queria que tomasse fri age m. Nessa ocasião ela catava galhos secos para aq uecer a mísera habitação onde sua fa míli a arruinada era constra ngida a viver. Prossegue o re lato:
vens. Quando estávamos no moinho, eu lhes perguntei se queriam ver onde a água do canal se encontrava com o Cave. Elas me responderam que sim. De lá, seguimos o canal e nos encontramos diante de uma gruta, não podendo mais prosseguir. A Gruta na época das aparições
"Minhas duas companheiras se colocaram em condição de atravessar a água que estava diante da gruta. Elas a atravessaram e começaram a chorar: Perguntei-lhes por que choravam, e disserarn -me que a água estava gelada.
"Então, regressei diante da gruta e comecei a tirar os sapatos. Tinha acabado de tirar a prirneira meia, quando ouvi um barulho como se fosse urna ventania. Então girei a cabeça para o lado do gramado, do lado oposto da gruta. Vi que as árvores não se moviam, então continuei a tirar meus sapatos. "Ouvi mais urna vez o mesmo barulho. Assim que levantei a cabeça, olhando a gruta, vi uma Dama vestida de branco. Tinha um vestido branco, um véu branco, um cinto azul e uma rosa em. cada pé, da cor da corda do seu terço. "Eu pensava ser vítima de uma ilusão. Esfreguei os olhos, porém olhei de novo e vi sempre a mesm.a Dama. Coloquei a mão no bolso, para pegar o rneu terço. Queria fa zer o sinal da cruz, mas em vão. Não pude levar a mão até atesta, a mão caía. Então o medo tomou conta de mim, era mais forte que eu. Todavia, nüofugi. A Dama tomou o terço que segurava entre as mãos e f ez o sinal da cruz. Minha mão tremia, porém tentei uma segunda vez, e consegui. Assim que fi z o sinal da cruz, desapareceu o grande medo que sentia, e fiquei tranqüila. "Coloquei-me de joelhos. Rezei o terço, tendo sempre ante meus olhos aquela bela Dama. A visão fa zia escorrer o terço, mas não movia os lábios. Quando acabei o meu terço, com o dedo Elafezme sinal para me aproximar, mas não ousei. Fiquei semp re no mesmo lugar. Então desapareceu imprevistamente. "Comecei a tirar a outra meia para atravessar aquele pouco de água que se encontrava diante da gruta, para alccmçar as minhas companheiras e regressarmos. No canúnho de volta, perguntei FEVEREIRO 2008 -
"Então comecei a j ogar água benta nela, dizendo que, se vinha da parte de Deus, que permanecesse; se não, que fosse embora; e me apressava sempre a j ogar-lhe água. Ela começou a sorrii; a inclinar-se. Mais água eu j ogava, mais sorria e gira va a cabeça, e mais a via fa zer aqueles gestos. Eu então, tomada pelo terno,; me apressava a aspergi-la rnais, e assim. o .fiz até que a ga rrafa .ficou vazia. Quando terminei de rezar meu terço, Ela desapareceu e não me disse nada. Nós nos retiramos para assistir às vésperas".
3ª Aparição - 1111inta-l'eira, 1 IJ <le l'evernfro
"Fui ali com algumas pessoas importantes, que me aconse l haram a pegar papel e tinta e lhe pedisse que, se tinha algo a me dizer, que tivesse a bondade de colocá-lo por escrito" (3 ° aparição) .
às minhas companheiras se não haviam visto algo. "- Não. " Perguntei-lhes mais uma vez, edisseram-me que não tinham visto nada. Eu Lhes roguei que não falassem nada a nin guém.. Então elas me interrogaram: "- E tu viste algo? "Eu lhes disse que não. "- Se não viste nada, eu também não. "Pensava que tinha 111e enganado. Mas retornando a casa, na estrada me perguntavam o que tinha visto. Voltavarn sempre àquele assunto. Eu não queria Lhes dizer, mas insistiram tanto, que decidi dizê-lo, mas na condição de que não contassem para ninguém. Prometeramme que manteriam o segredo. Mas assim que chega ram às suas casas, a primeira coisa que contaram foi que eu tinha visto uma Dama vestida de branco. Estufui u primeira vez ''. -
CATOLIC I SMO
2ª apal'ição - domingo, 14 de f'evcrniro Conta Bernaclette: "A segunda vez foi no domingo seguinte. Voltei corn várias moças, para ver se não me tinha enganado. Eu me sentia muito constrangida interiormente. Minha mãe linha-me proibido volta,: Depois da missa cantada, as outras duas jovens e eu fomos mais urna vez pedir licença à minha mãe. Ela não queria. Dizia-me terner que caísse na água. Temia que eu não voltasse para assistir às vésperas. Prometi que sim, e deu-me então a 1jermissão para ir. " Fui à paróquia, pegar uma ga rrafinha de água benta para jogá- La na visão quando estivesse na gruta, se a visse. E saímos para a gruta. Ao chegarmos lá, cada uma tomou o seu terço e nos C(joelhamos para rezá- Lo. Apenas tinha acabado de rezar a primeira dezena, quando vi a mesma Dama" (Somente Santa Bernaclette via e ouvia Nossa Senhora).
"Ela só me falou na terceira vez. Foi na quinta-feira seguinte: Fui ali com algumas pessoas impor/antes, que me aconselharam. a pegar papel e tinta e Lhe pedisse que, se tinha algo a me dizer; que tivesse a bondade de colocá- lo por escrito. "Tendo chegado lá, com.ecei a recitar o terço. Após ter rezado a primeira dezena, vi a mesma Dama. Tra nsmiti esse pedido à Senhora. Ela se pôs a sorrir; e rne disse que aquilo que tinha para me dizer; não era necessário escrevê-Lo. Mas perguntou-me se eu queria ter a graça de voltar ali durante quinze dias. Eu lhe respondi que sim". Seg und o Sa nta Bernadette, N ossa Senhora aparecia tal qual é representada na Meda lha Milagrosa, mas sem os raios que saem das mãos. 8
Bernaclette tinha um círi o bento aceso. Este gesto, copiado em seguida pelos que as istiam às aparições, in spirou o costume atual ele levar velas e acendêlas diante ela gruta. Nesta quinzena, Nossa Senhora foi ensinando a forma de devoção que Ela que ri a que se praticasse em Lourcles.
5ª aparição - sábado, 20 de l'evereim Bern adette chegou a Massab ielle por volta das 6:30h . Desta vez, hav ia cerca de 30 testemunhas. Teve um êx tase de 40 minutos . Vo ltando para casa com sua mãe, confiou-lhe que a Senhora "teve a bondade de ensinar-lhe, palavra por pa-
lavra, uma oração somente para ela". E la a rezou todos os dias de s ua vicia, sem nunca revelá- la.
6 11 aparição - domingo, 21 de /'e11ernfro A Dama se apresentou a Bernaclette pela manhã, por volta elas 7: I0h . Cerca de 100 pessoas eslava m no loca l. A pri vilegiada vidente escreveu: "Esta rainha misericordiosa rn.e disse tarn.bém para rezar pela conversão dos pecadores. Ela me repetiu várias vezes essas mesm.as palavras". Santa Bern adette escreveu mais ele uma vez: Nossa Senhora "disse-me tarnbém que não me prometia tornar-me f eliz neste mundo, mas no outro". À tarde, o de legado ele polícia Dominique Jacomet submeteu a vidente a um grosse iro e ameaçador in terrogatório, ex igind o- lhe qu e se retratasse, sob pena Je prisão. Bernaclette não se inti midou e responde u com segurança, desmontando suas ciladas. No fim do interrogatóri o, o po li cial a proibiu ele voltar à gruta. O pai da vidente cede u à pressão, e também proibiu.
Quarta-leira - 22 <le l'twel'ei1·0: não há aparição Nesse d ia, so ldados fora m postos para vi g ia r os mo vi -
mentos ela vidente, prontos a prendê- la caso regressasse à G ruta ele Massab ielle. O apelo interi or foi contudo mais forte, e à tarde e la a li acorre u. Esta sua decisão fo i confirmada em confess ionário pe lo Pe. Pomian. Mas Nossa Senhora não apareceu, e Bernaclette parecia desfeita: "Não sei no que eu.fà.Ltei a esta Dam.a". Porém, no fim cio dia a c idade estava e m a lvoroço e o prefeito achou me lhor suspender a proibi ção.
7ª aparição - terça-feira, 23 de l 'evereil'o Cerca ele 150 pessoas fo ram até a Gruta por vo lta elas 6 h. O médico muni c ipal, Dr. Pierre Dozous, ele início um cético em relação às apari ções, re latou: "Eu conseg ui m.e posicionar muito perto de Bernadette Soubirous. [. .. ] Ela fa zia continuamente reverências graciosas e respeitosas em. direção ao nicho. [. .. ] Logo apareceram no seu rosto as mutações de que me tinhcun fa lado, refletindo precisamente a visão que ela tinha. [. .. _/ Parecia quase ver-se o que a criança via. [. .. ] Tudo com uma verossimilhança que a m.aior das atrizes não conseg uiria atingi,: [. .. ] Eu me inclinei perto dela e medi seu pulso: era quase norm.al. [. .. ] Para ir mais.fitndo, observei os reflexos dos olhos. Tam bém ali não apareceu anorn.alia algum.a.
Dr. Pierre Dozous
4ª aparição - sexta-feira, 19 de fevereiro Santa Bernadette não escreveu pessoalmente o relato da quinzena ele aparições que começou ne se dia. Redigiu apenas uma re lação gera l cios ditos e pedidos ma is importantes de Nossa Senhora. Por isso, a partir deste ponto, a narração é um a compos ição de pa lavras ela vide nte e fa tos testemun hados pelos presentes. A 4ª apa ri ção fo i sil enc iosa. Bernaclette "saudava com as mãos e a cabeça. Dava gosto vê-la. Era como se na vida toda não tivesse.feito outra coisa que não foss e aprender afazer esses cumprimentos", testem unh o u Josephe Barinque, uma viz inha. FEVEREIRO 2008
a.Ili
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em pleno século XIX haja ainda tantos idiotas! " - exclamou. Os fiéis responderam com cânticos marianos. Contou Jean-Baptiste Estrade, cobrador ele impostos em Lourdes, que pouco te mpo depois de ter entrado em êxtase, como alguém que recebe uma má notícia, Bernadette deixou cair os braços, e ab undantes lág rimas começaram a correr pe la sua face. E la subiu de joe lhos o declive que precede a cav idade, oscul ando a cada passo o chão. Voltou-se depois em direção à multidão de 300 pessoas. Com a voz marcada pelos so luços, referiu à multidão o pedido ele Nossa Senhora: " Penitência, penitência, penitên cia!"; e "rezai a Deus pela conversão dos pecadores"; além da recomendação ele "beijar a terra em penitência pelos pecadores". " Penitência, penitência, penitência " - lembremos que e m Fátima, em 1917, Nossa Senhora faria ai nda um derradei ro apelo, em termos ainda mai s cogentes e dramáticos.
9ª aparição - quinta-l'eim,
25 de l'cvc1·cil'o ·5 ...J
"E la me disse para comer da erva que se encontra no mesmo local onde eu fui beber "
[. .. ] O vento soprava fort e. Por vezes apagava o círio. Ela percebia e levava o círio para trás, para que o acendessem, sem afastar o olhar da gruta. Enquanto a observava, eu linha a impressão de que ela sabia muito bem o que se passava em volta dela". 9 Naquele dia, Nossa Senhora lhe confiou três segredos: "Ela me deu três segredos que me proibiu de contar". E la jamais os revelou. Interrogada, exp licou: "Eles só se referem a mim, não são nem sobre a Igreja, nem sobre a França, nem sobre o Papa". 10
8ª aparição - quarta-feil'a, 24 ele fevereiro O delegado Jacomet hosti li zou a mulliclão: "Como é possível que CATOLICISMO
A afl uência de público ati ngiu aproximadamente 350 pessoas. Bernaclette obedecia em êx tase às ordens da nobre Senhora, subindo até a gruta e be ij ando a terra com uma ag ili dade su rpreende nte. E is o que narrou a santa: "A Senhora m.e disse que eu deveria beber da fonte e lavar-me nela. Mas, como não a via, fui beber no Cave. Ela me disse que não era ali, e me f ez um sinal com o dedo para ir à gruta, mostrandome a fonte. Eu fui, mas só vi um pouco de ág ua suj a. Parecia lama, e em tão pequena quantidade, que com dificuldade pude colher um pouco no côncavo da mão. Eu me pus a arranhar a terra, até poder colhê-la, mas três vezes a j oguei fora . Foi só na quarta vez que pude bebê- la, de tal maneira estava suja". Nossa Senhora ordeno u também a Bernadette comer g ra ma da gruta. "Ela me disse para comer da erva que se encontra no mesmo local onde eu. fui beber.
Foi só uma vez, ignoro por quê". Uma vez interrogada, ela respondeu: "A Senhora me levou afazê-lo, com um movimento interior". Nossa Senhora pediu-lhe que se lavasse com aquela ág ua: "!de a beber da fonte, e lavai-vos ali". Se u rosto ficou então suj o. A mu ltidão não compreendia o que e passava, e começou a achar que a vidente estava louca. A cena, uma das mais tran cendentais na história de Lourdes, num primeiro mo mento des iludiu a todos.
26 de l'cvcrefro - nova p1·oihição Aprove itando a mome ntâ nea confusão, as autoridades baixaram um novo inte rdito de voltar à gruta. A cena do dia 22 se repetiu: havia 600 pessoas, mas Nossa Senhora não apareceu.
1 Oª apa1'ição - sáhado, 27 de feve1·ei1 ·0 Uma massa compacta de 800 pessoas aguarelava Bernadette na Gruta por volta das 6:30h. Por 15 minutos, Bernadette caminhou de joelhos e beijou o chão várias vezes. Em seguida comandou a mul tidão por duas vezes, com gestos, para que repetisse aq uele ato de penitê ncia. Só na segunda os presentes obedeceram. A partir daquele dia, o chão e a pedra sagrada de Massabie lle são cobertos de beijos de pessoas de todo o mundo.
11ª aparição - domingo, 28 de fevereiro Caía uma chuv a fina e constante, e fazia um frio terrível , enquanto cerca de 1200 pessoas se encontravam na Gruta desde o amanhecer. Bernadette chegou às 7h. Pôs-se ele joelhos , rezou o terço e beijou a terra , enquanto um potente sopro pareceu passar sobre os presentes. Todos ou qu ase todos os espectadores se ajoelharam , rezaram e beij aram o chão com Bernadette.
12ª apa,'ição - seguncla-l'efra, 1º de ma1·ço Desta vez, o pai ele Santa Bernaclette acompanhou a filh a à Gruta. Desde cedo, havia ali por volta de 1500 pessoas. A pedido, a vidente tinha levado o terço de uma outra pessoa, mas na hora de rezá- lo a Dama lhe perguntou: "Onde está o teu. terço?". Bernadette tirou -o então cio bolso. Sorrindo, a Virgem lhe disse: " Usai-o". A Santa repetia os gestos: comer ervas, beber e se lavar com a ág ua ela gruta. O povo começou a imitá- la, e se constatou que a água brotava cada vez mai s límpida e abundante. E ntre os ass istentes, por primeira e úni ca vez esteve um sacerdote . Fo i o Pe. Antoine Dezirat, que ignorava a interdição ao clero de comparecer ao local. Ele escreveu: "Só Bernadette viu a aparição, ,nas todo o mundo linha como
que o sentimenlo de sua presença. [. .. ] Respeito, silêncio, recolhimento, reinavam por todo lado. [. .. ] Oh! corno estava bom. Eu acreditava estar no vestíbulo do Paraíso! ". Na noite daquele dia aconteceu o pri meiro milag re. Cathe rine Latapie, grávida ele nove meses, tinha parali sados doi s dedos da mão direita. O mal lh e impedi a atender às necess idades do lar e cios filh os. Ela imergiu a mão na água e sentiu um grande bem-estar, com os dedos movime ntando-se naturalmente !
13ª aparição - tcrça-l'eim, 2 de IIWl'ÇO Nessa data, Bernadette teve só uma breve vi são el a Dama. Havia po r volta de 1650 pessoas. "Ela me disse que eu devia dizer aos padres para construir uma capela aqui" . E contou como cumpriu essa missão: "Fui procurar o senhor pároco, para lhe dizer que uma Dama me tinha ordenado de ir dizer aos padres para construir ali uma capela. Ele me olhou um momenlo, e logo me perguntou nurn. tom incomodado quem era essa Dama. Eu lhe respondi que não sabia. En!ão ele me encarregou de pergun tar a ela o nome, e de voltar para lhe contar ". "A Dama disse: 'Devem vir aqui em procissão'" - contou a vidente ao pároco, Pe. Domin ique Peyramale. Para o sacerdote, isso foi de mais. FEVEREIRO 2008 -
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16ª aparição - qui11ta-l'eira, 25 de março
Procissão na Gruta ainda no século XIX
Os milagres continuavam se multiplicando, e ao mesmo tempo iam se arrefecendo as resistências do pároco. Durante 20 dias, Bernadette não voltou à gruta. Sentiu o chamado de Nossa Senhora nas primeiras horas da festa da Anunciação. Então foi à gruta.
"Depois dos quinze dias, eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas. Ela sorria sempre. Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois braços ao longo do corpo [como na Medalha Milagrosa], levantou os olhos ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito, que ela era a Imaculada Conceição". "Então eu voltei de novo à casa do senhor pároco, para lhe contar que ela m.e tinha dito que era a Imaculada Conceição. Ele me perguntou se eu estava bem segura. Respondi que sim, e que para não esquecer essa palavra eu a tinha repetido durante todo o caminho".
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14ª aparição - quarta-feira, 3 de março Três mil pessoas se apinhavam em torno da gruta. Santa Bernadette rezou por muito tempo. Mas se levantou com os olhos repletos de lágrimas, e clamou: "Não me apareceu". No mesmo dia, após a aula, sentiu um convite interior de Nossa Senhora. Retornou à gruta, e desta vez A viu . Bernadette cumpriu a ordem do pároco: "Eu lhe perguntei seu nome,
ra deseja realmente uma capela, que diga seu nome e.faça.florescer a roseira da Gruta". Noutra época, quando Santa Catarina Labouré soube, em Paris, das aparições de Nossa Senhora em Lourdes, exclamou: "É amesma!". A santa lamentou várias vezes que não se tivesse construído na rue du Bac o santuário dedicado à Medalha Milagrosa, pedido pela Mãe de Deus: "Se os superio-
res tivessem querido, a Santa Virgem teria escolhido nossa capela"
por parte do senhor pároco. Mas ela não fazia outra coisa senão sorrir. Voltando, fui à casa do senhor pároco para dizer-lhe que tinha cumprido a missão, mas que não tinha recebido outra resposta senão um sorriso. Então ele me disse que ela Zombava de mim, e que eu.faria bem de nunca mais voltar. Mas eu não podia me impedir de ir".
15ª aparição - quinta-feira, 4 março
Fechando a questão , o Pe. Peyramale orientou: "Se a Senho-
A quinzena de aparições concluiu-se no dia 4 de março . Desta
CATOLICISMO
para operar os milagres de Lourdes, disse em outra ocasião. Para Santa Catarina, Nossa Senhora escolheu Lourdes para suprir a falta de interesse das autoridades religiosas de Paris . 11
Bernadette exp lica detalhes da apa ri çã o a uma comissão do clero
vez reuniram-se entre oito e vinte mil pe soas, segundo as versões. Havia avidez de um milagre. O delegado de polícia revistou a g ruta e as proximidades, à procura de alguma es pécie de fogo de artifício que serv isse para simular uma aparição, mas nada encontrou. Bernadette era amparada por um grupo de g uardas que continha a multidão. O êxtase durou quase um a hora, se m que acontecesse al go extraordinário. Ela disse: "Oh, sim, Ela vai vol-
tar: Mas agora j á não é mais necessá rio que eu vá à gruta. Quando ela voltat; então será necessário que eu retorne à g ruta. Elafar-me-á saber".
Santa Bernadette não sabia o significado de "Imaculada Conceição", cujo dogma o Bem-Aventurado Papa Pio IX proclamara poucos anos antes, deixando prostrados os partidários da Revolução e empolgando os devotos de Nossa Senhora no mundo inteiro! O pároco custou a conter as lágrimas. "Ela quer mesmo a capela ", murmurou Santa Bernadette. A partir desse momento, o sacerdote mudou de atitude.
17ª aparição - quarta-feil'a, 7 de abril A Virgem chamou-a já durante a noite de 6 de abril. Tendo-se espalhado que a vid e nte iria à Gruta, 1200 pessoas já a aguardavam quando e la chegou por volta elas 6h. O êxtase durou 45 minutos. O Dr. Dozous e outros constataram durante 15 minutos o "milagre do círio": Bernadette juntou as mãos sobre o fogo de um círio, como para protegê-lo cio vento. A chama e ncostava na pele elas mãos e saía entre seus dedos. "Está se queimando", bradou alg uém. Mas a vidente pros se-
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Corrêa de Oliveira nas páginas ele Catolicismo , por ocasião do centenário das aparições, quando escreveu que Lourdes é para o mundo inteiro o primeiro marco
do ressurgimento contra-revolucionário: 12 "Há um anseio imenso por outra coisa, que ainda não se sabe qual é. Mas, enfim - f ato talvez novo desde que começou, no século XV, o declínio da civilização cristã - o mundo inteiro geme nas trevas e na dor, precisamente como o filho pródigo quando chegou ao último da vergonha e da miséria, longe do lar paterno. [. .. ] "Têm fi m as mise ricórdias de uma Mãe, e da melhor das mães? Quem ousaria afirmá-lo? Se alguém du vidasse, Laureies lhe serviria de adm.irável lição de confiança. Nossa Senhora [. .. ] j á começou a nos socorrer. [. .. ] Os dias do domínio da impiedade estão con-ta-dos. A defini ção do dog ma da Imaculada Conceição marcou o início de uma sucessão de f atos que conduzirá ao Reinado de Maria". 13 • E- mail do autor: lu isd ufa ur @catolic is mo.com.br
Corpo incorrupto de Santa Bernadette
gui a, insensíve l. O médi co verifi cou depo is que e la não tinha sofrido qua lquer que imadura .
18ª e tíllima aparição - quinta-/'eil'a, 16 de julho O chamado de Nossa Senhora surpreendeu Bernadette ao ano itecer, quando ela se encontrava em oração na igreja paroqui a l. A G ruta tinh a sido fec hada com tapumes, por ordem das auto ridades hosti s à apa ri ção. Bern adette fo i então com sua ti a Luc ile e algumas a mi gas para o o utro lado do ri o Gave, di a nte da G ruta. Todas se aj oelh ara m e rezaram. Após alg un s in sta ntes, as mãos de Bern adette afas ta ra m-se e m sin a l de marav ilhada s urpresa, como por ocas ião da quinzena de apa rições. Terminado o êxtase, e vo ltando à casa, e la confidenc iou: "Eu não
via os tapumes nem o Cave. Parecia-me estar na gruta, na mesm.a distância das -
CATO LI CIS MO
outras vezes. Eu via somente a Virgem ". Esta última apari ção ocorreu na festa ele Nossa Senho ra do M onte Carmelo. Sinto maticamente, e m 13 ele outubro de 19 l 7, depois do mil ag re do so l em Fátima, Nossa Senhora se mostro u revestida do hábito da Orde m do Carmo. Foi a última desped ida na G ruta. Santa Bernaclette Soubi rous somente vo ltaria a ver Nossa Senhora 2 1 anos depo is, e m Nevers, no dia l6 de abril de 1879, qu ando deixo u esta terra de ex íli o para contempl á- la eternamente no Céu!
O grande apelo <le Lourdes neste 15 0° ani11ersário E mbora ape nas Santa Bern adette tenh a visto, o uvido e fa lado com Nossa Senhora, as mul tidões, acorre ndo à gruta, vendo-a e imitando- lhe os gestos de piedade, tinham uma certeza inabalável el a rea lidade elas apari ções. Por ass im di zer, os fi é is "vi am" Nossa Senhora em
Santa Bernadette, e experimentavam sua influ ê nc ia incli zive lm e nte be néfi ca ao imitare m sell s gestos. A partir de então, Nossa Senhora continuou a exercer em Lourdes essa misteriosa ação ele presença sobre os q ue lá vão rezar, a q ual constitui talvez o maior mil ag re daq uele pri vilegiado lugar onde o Céu oscul ou a Terra. Por meio dessa ação, Ela restaura as forças de seus fi lhos e s im ples fi é is, im pu lsionando-os com sinais sensíve is a se somare m à coli gação cios bons para pôr cobro ao reinado do caos infe rnal. La ureies é, po is, um fo rmidáve l apelo de Nossa Senhora a seus filh os, para que se ali em e emp reendam sob o manto d 'Ela essa úllima batalha j á engaj ada, a q ual há ele culminar com o triun fo fi nal predi to em Fátim a. Lembro u-nos isto, com pa lav ras penetrantes, o Legado Pontifíc io Cardea l Iva n Dias, acim a c itado. Enunc ia ra-o ta mbém o Prof. P líni o
Notas: 1. Agênc ia Ze ni t, 10- 12-07. 2. " li G iornalc", Mil ão, 9- 12-07. 3. ld. , ibid. 4 . Plíni o orrêa de Oli veira , Revolução e Co11traRevolução. Artpress, São Paulo, 4" ed. , 1998 , p. 93. 5. Zenit, 10- 12-07. 6. " li G iorna lc", 9- 12-07. 7. Para este apa nhado, seguimos a cronolog ia fo rmu lada pelo Pe. René Laure ntin nos li vros seg uintes: Lourdes - réc it a uthentique de.1· apparitio11s, P. Let hi e lle ux, Pari s/Oeuvre de la G ro tte, 1966, 286 p.; Lourdes - Histoire authe11tiq11e des apparitio11s /, P. Lethi e ll eux/ Oeuv re de la Grotte, Pari s, 2002, 187 p. , ambas obras elas ma is rigorosas j á ed itadas sobre as apa rições ele Lourdes, e que têm o Ni!til Obstai de Do m Philibert Morea u, abade de Tournay, e o l111pri111at11 r de Mo ns. Pierre-Marie T héas, bi spo ele Ta rbes e Lourdes. Do mes mo aut or: Vie de Bem ade11e, Desc lée de Brouwe r/Oeuvre de la rotte, 1978, 2" ed. , 25 1 p. També m nos va lemos da cronolog ia das apa rições di vulgada pe la Agência Fides, do Vati cano. 8. Pe. René Laurentin , Bem adelle vous parle, vo l l, P. Lethie ll cux/Oe uvre de la grotte/A posto lat des Ed iti ons, 1977 , p. 224. 9. Apud Fra nz Werfel , Le cha111 de Bem adelle, Albin Mic hel, Paris, 1953. 1O. Laure nt in, Bemade11e vous parle, op. c it., p. 222. 11 . Pe. René La urentin , Vie de Ca therine Labou ré, Desclée de Brouwer, Pa ri s, 1980 , p. 147- 148. 12. Catolicismo, fevereiro de 1958, nº 86. 13. Cd. , ibid.
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Os Sete Fundadores dos Servitas Ü s fundadores da Ordem dos Servos de Ma11ia foram 1nuito unidos durante a vida, sendo sepultados num mcsn10 túmulo e fato único na l Iistória - venerados e canonizados cm conjunto PLIN IO M ARIA Sü LIME O
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São Felipe Benício
[d ade M éd ia fo i , co m muita propriedade, chamada "a doce primavera da fé". Suas ca tedrais magnífi cas, verdadeiras rendas de pedra e ele vitrais, ainda hoj e atraem turistas ele todo o mundo. N o seu apogeu, viu fl orescer uma plêiade ele santos, como Santo Tomás de Aqui no e São Boaventura, que ilu straram para sempre a Santa l greja. Entre os santos medi eva is, imperadores, reis, príncipes e gra ndes senhores que pa lmilh ara m a senda da virtude fora m elevados à honra cios altares. A Idade M édia teve também a glória inusitada - que mostra como a santidade era então comum - ele ver sete
ci os mais -proemin entes c idadãos da República livre ele Florença abandonarem sua situação privileg iada e de ri queza para seguirem mais fi elmente os conse lhos evangélicos. São eles os sete santos f undadores da Ordem dos Servos de Maria, cuj a festa comemoramos no dia 17 ele fevereiro.
l)a riqueza à pobreza ela vicia r eligiosa Com o intuito ele louvar mais especia lmente a puríss ima Virgem M ari a, algun s j ovens do patric iado ele . Florença - ao que parece, todos mercadores de lã - hav iam fundado um a co nfraria ele leigos com o nom e de laudantes. N o dia 15 de agosto ele 1233, festa ela Assunção ele Nossa Se-
nhora, sete de seus membros mai s destacados estava m reunidos num a capela para ca ntar as glóri as da Santíssima Virgem, qu ando Ela lhes apareceu, recomendando-lhes que renunciassem ao mundo e se ded icassem excl usivamente a Deus. Buonfi gli o dei M onaldi ( Bonfíli o) , Giovanni di Buonagi unta ( Bonajunta), Bartolomeo clegli Amiclei (A madeu), Ricovero dei Lippi -U gg ucc io n i ( Hu go), Benecletto deli ' Antell a (M anetto), Gherardin o cli Sostegno (Sosteno) , e Aless io ele Fal coni eri (A lei xo) , os sete esco lhidos, venderam assim todos seus bens, di stribuíram o prod uto aos pobres e, depoi s ele ter consul tado o bispo da cidad e, D. Arinzo, retiraram-se a uma velh a casa em La Carm azia, nos arredores ela c idade, junto a uma capeli nha da Virgem. N o dia da Epifani a de J234, dois deles, Bonfíli o e A leix o, saíram pela primeira vez às ruas para pedir esmolas. E eis que as belas ru as e praças da orgulhosa Florença começaram a assistir a esse espetácul o não raro naqueles tempos de fé: dois membros de opu lentas famíli as, tendo se despojado de to las as po mpas e apanág ios ele sua cl asse por amor de Deus, e vestidos com pobre tú nica, pedindo a esmol a do pão para o sustento di ári o. O mais surpreendente foi que as crian ça s ainda de peito começaram a apontá- los com o dedo e a di zer: "Eis os servos de Maria ". Entre elas estava uma d cinco meses, que depois seri a São Feli pe Benício, futuro Superi or Geral ela congregação nascente, e que a de envolveria ele tal fo rma a ser considerado seu oitavo fundador. Ta l pr dígio fez co m que O. Arinzo aconse lhasse esses relig iosos a não mud ar o no me que lhes havi a sido dado tão mil agrosamente. E até hoj e eles são co nhecidos como Servos de
muito so li citados, com a anuência ci o bi spo reso lveram procurar um loca l mai s iso lado para viverem. D. Arin zo pôs à di spos ição deles um terreno junto ao Monte Senário, a duas lég uas de Florença. L á constrníram um oratório e, em seu redor, pequenas celas ele madeira. Entregava m-se à oração e penitência, vivendo elas ervas que nasc iam no sopé cio monte, med itando continuamente a Pai xão de Cri sto e as amarguras de M ari a Santíssima. Esco lheram o mais velho deles , Bonfíl io, como superi or. Este, vendo que
não poderiam viver se mpre ass im , mes mo porque as erv as escasseavam, mandou à cidade A leixo e M anetto, a fim de pedir es molas para o sustento ela peq uena comunidade. Al ei xo Fa lconi eri , filh o ele um dos principais membros ela Repúbli ca o mais conhec ido dos sete fund adores - não qui s depois, por humilcl acle, receber a ord enação sacerdotal qu ando seus companheiros obti veram autori zação para isso . Em sua longa vicia ele cento e dez anos, perman eceu sempre irmão leigo na ordem que co- funcl ara . Por mais que qui sesse livra r-se elas honras, sua personali dade o punha em evidência, e seria o mais lembrado quando se fa lasse cios sete santos servi tas. Em M onte Senário Nossa Senhora tornou a aparecer aos sete fundadores, mostrando-Ih s um hábito negro e recomendando que o portassem em memóri a ela Paixão ele seu Fi lho. Deu lhes também as regras ele Santo Agostinho , que dev iam seguir, fundando ass im uma nova ord em reli giosa. Os sete santos fi zera m os votos de obed iência, pobreza e casticlacle, e começaram a receber candidatos. Em memóri a dessa apari ção , que teve lu gar na Sexta-feira Santa ci o ano 1239, os re1ig iosos serv itas costumav am fa zer, nesse dia, uma cerim ô.ni a a que cleno-
Em Monte Senário, Nossa Senhora apareceu aos sete fundadores, mostrando-lhes um hábito negro e recomen dando que o portassem em memória da Paixão de seu Filho
Maria .
Nossa Senhora conce<le o hábito e as r egras Os sete . antos permaneceram um ano em La arm azia. Mas, como eram
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minavam Os fu'nerais de Jesus Cristo. No Sábado Santo, outra a que chamavam A coroação da San tíssim.a Virgem. O fim particular dessa nov a ordem era, prime iro , a santificação de seus me mbros; e depo is, a de todos os hom ens, através da devoção à M ãe de Deus, espec ial mente e m sua deso lação durante a Paixão de seu div ino Fi lho. Para isso os servi tas pregavam mi ssões, tinham a c ura de alm as e e nsinavam em in stitui ções superi ores de e ns ino.
Tendo esses santos varões agregado a si muitos companheiros, começaram a percorrer as cidades e alde ias da Itáli a, principalmente da Toscana, prega ndo Jes us Cristo cruc ifi cado, acalmando guerras civis e trazendo muitos desori entados às sendas da virtude. Em 1243 o dom inicano Pedro de Verona (São Pedro Mártir), ln -
o
milagl'OSO quadl'O da Anunciação
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No princípio os re li g iosos iam a Flo re nça e voltava m todos os dias. Entretanto, dev ido à di stâ ncia e às in tempéries , recebera m permi ssão para abrir um a espéc ie de hospedari a na cidade, onde os frades que sa íam para es molar pu dessem reco lhe r-se no fim do di a e acolher também pereg rinos que vi esse m a Florença. Ma is ta rd e, quando se pe nsou numa fundação na c idade, utili zara m essa hospedaria. Bonfíli o e Ale ixo tiveram a idéia de mandar pintar em sua capela o grande mi stério da Anunc iaqui sidor Geral da Itália (imagem ção. O pi edoso pintor que contraacima), pelas suas fami li ares re lataram , não se jul ga ndo com suficiente hab ilidade para reprodu zir os ções com aq ueles santos e por urna visão de Maria Santíssima, recotraços da Santíssima Virgem nessa mendou a nova fund ação ao Papa. cena, ped iu aos re li g iosos que uni sMas foi somente em 1249 que a pri sem orações às suas, para que Nosme ira aprovação ofi cial da ordem sa Senhora o ajudasse na empresa. foi obtida do Ca rdeal Raniero CaSegundo as c rônicas, ocorreu um pocci, legado papal na Toscana. Por fato maravilhoso: e nquanto o pinto r dormia, um arti sta ce leste comesse te mpo, São Bonfílio obteve permissão para fund ar o primeiro pletou o que e le não ousava faze r. E ass im nasceu o quadro milagro- · ramo de sua ordem em Cafagg io, so, que tornou célebre a bas ílica da fora dos muros de Flore nça. E m 1267 São Felipe Benício fo i Anunciata, pois começou a atrair multidões. O peque no oratório não eleito Superior Geral. Mas e m 1274 tinha capac idade para tanto e fo i o Concíli o de Lyon suprimi u todas prec iso pe nsa r-se e m uma igreja as ordens reli giosas ainda não apromaior, o que as abundantes esmovadas pela Santa Sé. Co nseqüenlas dos fi é is tornou poss íve l. temente, o Papa Inocêncio V, em
CATOLICISMO
carta de 1276, comunicou a São Felipe que a Ordem dos Servitas estava supressa. O santo foi a Roma defender sua causa, mas o Papa faleceu. Finalmente, a instâncias de São Felipe e diante da opinião favorável de três advogados consistoriais, o Papa João XXI decidiu que a ordem continuasse como antes. Mas a aprovação final só veio em 1304, com a bulia "Dum levamus ", do Papa Bento IX. Dos sete fundadores, só Santo Aleixo vivia. Com efeito, entre 1257 e 1268 haviam fa lecido quatro deles. Em 1282, morrendo Sa ntos Hugo e Sosteno, dos primitivos sete fun dadores restou somente Santo Aleixo. Em 1270 Sa nto Aleixo teve a dita de ver nascer milagrosamente a filha ele seu irmão Clarêncio, já septuagenário, a futura Santa Juliana Fa lconi ere, que fundaria um ramo fe minino da Ordem dos Servitas, as Mantellatas. Outro santo cuja fama ele santidade muito contribuiu para a expansão da obra dos Servi tas foi São Peregrino Laz iosi, nasc ido em 1265, recebido na Ordem em 1283. Sua humildade e paciência eram tão grandes, que fo i chamado "o segundo Jó". Seu corpo permanecia incorrupto até recentemente. Os sete fundadores foram sepultados no mesmo sepulcro. Simbolicamente, suas cinzas se misturaram . • E-mail do autor: pmsolimeo @catolic ismo.com.br
Obras consultadas: - Les Petits Bo ll andistes, Vies des Saints, Bloud et Barrai, Madrid, 1882, tomo li. - Edelvives, E! Santo de Cada Dia , Editorial Lu is Vives, S.A ., Saragoça, 1946, tomo 1. - Pe. José Leite, S.J ., Sanros de Cada Dia, Ed itoria l A.A., Braga , 1993, to mo I. - The Catholic Enc ycloped ia, Volume IX, Copyri ght © 19 1O by Robert Appleton Compa ny, On line Edition Copyright © 2003 by Kev in Knight.
Igualitarismo antinatural
U
m dos traços particularmente
sidade" (Cfr. "O Estado de S. Paulo", 18, 19e2 1- ll -07).
marcantes do mundo atual é a demolição de tudo quanto tenha aspectos de grandeza ou restos dela, em favor de um igualitarismo antinatural, frustrante e mediocrizante. Demolindo as imagens de grandeza na Criação, é a própria grandeza do Criador que fica obscurecida aos olhos dos homens.
Nova legislação familiar - Onde tal -
Churchill -
Essa onda demolidora atinge não apenas monumentos, mas também a memória de homens que, no passado, representaram alguma forma de grandeza. Um deles, relativamente recente, foi o primeiro-ministro britânico Winston Churchill , a cuja tenacidade e larga visão se deveu, em grande parte, a derrota do nazismo. Para tentar empanar sua imagem, contribuem não apenas a mídia, mas por vezes até descendentes seus. Veja-se esta lamentável notícia: "O bisneto do ex-primeiro-ministro britâni ·o Winston Churchill (18741965) declarou-se culpado de fazer parte de uma rede de tráfico de ecstasy. Nicholas Jake Barton, de 33 anos, foi preso em junho do ano passado pela polícia em sua casa em Sydney, na A ustrália. Ele e ra filho de Arabella Spencer-Churchill, neta do ex-premiê. Pelo crime, Barton pode pegar até 20 anos de ·odeia ".
Classe abastada brasileira - No que se refere a drogas, a sua crescente utilização pelas classes mais abastadas faz com que estas se desprestigiem aos olhos do País, o que por sua vez contr ibui para a implantação do igualjtarismo antinatural de que falamos acima. "Recentemente, a polícia do Rio de
Nicholas Jake Barton (esq .), neto de Churchill
Janeiro prendeu oito j ovens de classe média suspeitos de vender ecstasy, LSD, cocaína e maconha. Entre os detidos está o estudante de psicologia BrunoPompeuD'Urso, de 18anos. Ele é apontado pela polícia carioca como chefe da quadrilha. Bruno mora no Edifício Fonte da Saudade, de alto padrão, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Segundo a polícia, era ele que f azia a ligação entre traficantes de morros e vendedores de drogas no ambiente universitário. "As prisões de pequenos traficantes de classe média que vendem ecstasy tornaram-se rotina em. São Paulo. Até novembro, um.a em. cada três pessoas presas em São Paulo acusadas por venda de ecstasy tinha diploma universitário ou estava cursando uma univer-
vez mai s se afirmem as desigualdades naturais e legítimas, abençoadas pela Igreja, é no seio da família. A soc iedade familiar, em que pai, mãe e filhos têm seu papel próprio e inconfundível, é o fundamento e a causa exempl ar de todas as outras sociedades. Hqje ela está francamente debilitada pela ação do divórcio, do aborto, dos anticoncepcionais e de tudo o mais que o leitor conhece. Mas querem agora golpeá-la ainda mai s a fundo. "Está tramitando no Congresso o projeto de lei nº 2.285/07, de autoria do deputado pelista Sérgio Barradas Carneiro, que propõe uma grande reforma em todo o sistema j urídico brasileiro sobre afamília. É um projeto revolucionário que considera a realidade jurídica, no que diz respeito à família, atrelada a um passado que traduz concepções da.fa mília hierarquizada e patriarcal. "As separações de casais poderão ocorrer sem maiores problemas nem burocracias, e uma das partes não poderá alegar culpa da outra pelofün inf eliz. Por sua vez, o princípio da igualdade parental induz ao co mpartilhamento da guarda de filhos" . O projeto legitima todas as formas de "famfüas": "Poderá haver casamentos, uniões estáveis, famílias recompostas, monoparentais, nucleares, binucleares, homoafetivas [leia-se uniões homossexuais], famílias geradas por meio de processos artificiais" (Cfr. "Folha de S. Paulo", 22- Ll-07). • FEVEREIRO 2008 -
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O velho do Restelo em roupa nova /
E pisódio dos Lusíadas ajuda a compreender a mediocridade atual, implícita na pregação de determinados "direitos humanos" de índole igualitária CID ALENCASTRO
mui to louvado o gênio de Camões ao cantar as navegações portuguesas, pondo em realce o que nelas havia de sublimes propósitos, coragem intrépida, fé indômita. Menos sali entado, porém, tem sido o fino senso psicológico que o autor dos Lusíadas demonstra em sua epopéia, ao descrever o estado de espírito dos que objetavam contra tão altos ideais. As grandes navegações encontraram, entre os quinhentistas, entusias mo e dedicação, mas também não poucas críticas. Espíritos securitários, terra-a-terra, incondicionalmente apegados aos pequenos prazeres miúdos da vida de todos os di as, não suportavam ver nas navegações o fa ntasma do ri sco, o peri go dos mares, a incerteza da volta. E tinham por crue ldade o sacrifício daqueles que deixavam em terra pais, irmãos, esposas e filhos , a fim de expa ndir para a lém das ilh as e das águas as fronteiras da Cristandade e os limites da brava nação lusa.
* * * Ta is opos ições, os Lusíadas as descrevem simbo li camente no famoso episód io do velho do Restelo, que inc repava da praia os navegantes que partiam (C. IV,
90 a 104). No fa ntástico empreendimento lu sitano, o velho só via "glória de mandar; vã cobiça", mostrando-se avesso a "uma
aura popular; que honra se chama". Obcecado pelos riscos: "A que novos desastres determinas/ De levar estes rei-
CATOLICISMO
Hoje em di a tudo se passa de modo mais sutil do que na época quinhentista. Não é uma pessoa nem um povo que estão sendo indu zidos a renunciar a idea is elevados, mas as nações e m seu conjunto vêm sendo impe lidas a abandonar toda e qua lquer sublimidade e a própria Re li g ião de Nosso Senhor Jesus Cri sto. Pior ai nda, o fundamento dessa inci lação não é mais a afeição fami liar, mas uns alegados "d ireitos hum anos", que vêem no homem uma espéc ie de an ima l sem alm a, ao qual devem ser resg uardados ape nas a paz e o bem estar material. O direito à propriedade, a conhecer a verdade, a fa lar e m nome de princ ípios religiosos perenes, a defender os atributos de Deus , tudo isso é excl uído cios tais direitos. Baseiam-se eles numa igualdade utóp ica e medíoc re, que impede qualquer e levação de alma ou de ideal, qua lquer e lã de espírito que busque subir ac ima da vulgaridade rei na nte. Ta l é a nova ro upagem com que se apresenta em nossos dias o velho do Restelo. • E- mail do autor: c idale ncastro @catolic ismo.co m.br
nos e esta gente?/ Que perigos, que mor- vocava, como a família, que sangrava por se ver repentinamente privada de um de tes lhe destinas?". Medo de que Portugal se despovoe seus membros ou a nação despovoada. O erro dele consistia em negar que há com as navegações : "Por quem se despovoe o Reino antigo / Se enfraqueça e freqüentes circunstâncias na vida humase vá deitando a longe?/ Buscas o incer- na em que uma vocação mais alta conduz uma pessoa, ou mesmo um povo, a sacrito e incógnito perigo". Chega a ama ldiçoar o primeiro que ficar situações legítimas , mas de menor construiu um veleiro: "Ó maldito o pri- e levação moral. Isto se apli ca a vocações ineiro que no mundo/ Nas ondas velas religiosas, como també m a chamados de pôs em seco lenho,/ Digno da eterna pena ordem temporal ou temporal-re li giosa de do profundo". grande vulto , como foram as cruzadas e as grandes navegações. Q uando as famíl ias são verdade ira* * * mente bem constituídas - não apenas do As objeções do velho do Restelo não ponto de vista legal, mas principalmente se fundavam, porém, em fatos maus nem espi ritual - , aceitam o sacrifício pedido utili zavam arg um entos pérfidos. Eram com alegri a, pois a renúncia constitu i nesboas e legítimas as rea lidades que e le in- te caso a fina ponta do amor de Deus.
FEVEREIRO 2008 -
Da arte verdadeira à "rabiscagem" Co mo foi poss íve l que um pinto r, com talento tão precoce, após re presentar com tanta arte ambi entes tão dife rentes, desca mbasse depois para re presentar fi guras monstruosas co mo a Mulher
□ GREGÓRIO YIVANCO LOPES
O
quad;·o abaixo intitul a-se Mulher
chorando.
chorando?
Nenhuma mulhe r gostari a de ter tais fe ições, a me nos que estivesse sendo vítima de al guma possessão diabó li ca. Que moça ou senho ra sentir-seia à vo ntade, o lhando-se no es pe lh o e vendo refl etida essa fi gura? Pe nsari a tratar-se de uma a luc in ação. Ou e ntão, que um de mô nio te ri a desfi gurado sua face. Entretanto , esse é um dos qu adros mais cele brados de P ablo Picasso, quando tinha 56 anos, pintado e m 1937.
M as não pense o le itor que esse e nu merosos o utros quadros medo nhos o u inex tricáveis fo ram por e le produ zid os por fa lta de talento. Não ! Picasso tinha muito ta lento. S ua primeira pintu ra [quadro nacoluna do meio] data de 1895, co m a idade de apenas 14 anos, e re presenta uma Primeira comunhão. Note-se a piedade da menina e o de li cado de seu vestido
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CATOLICISMO
bra nco, que cai com e legânc ia. O autor soube manifes tar esplendidamente a dignidade do pai, cuj a di stinção varo nil lhe co nfe re carac terísti cas de no breza. O coro inha, de extração soc ial mais popular, es mera-se e m mante r o a ltar be m composto . Tudo é belo no qu adro, inc lusive o lustre e o tapete. Tudo fal a ele ordem , elevação de sentime ntos, piedade autê nti ca - num a pa lav ra, de catoli c idade. Do is anos de pois, em 1897, Picasso pintou esta obra- prim a [quadro à direita] , intitul ada Ciência e caridade. A palidez qu ase cadavérica da e nfe rma deno ta um o rga ni s mo pro fund a me nte _combalido. Seu o lh ar ag radec ido, mas quase extinto, diri ge-se para a irmã de caridade que lhe oferece algum alimento líquido, enquanto sustenta no braço esque rdo uma cri ança, provavelmente filha ela doe nte. O médi co segura-lhe o pul so e conta os batimentos com ar atento e preocupado. O ambiente é muito modesto, pate nte no desbotado das paredes, na simplic idade da ca ma e cio cobertor, no vesticlinho ela cri ança.
Deixa ndo ele lado a trajetóri a ele qualquer pintor e m concreto, tocamos aqui num ponto deli cado que diz respeito ao segredo da chamada "arte moderna". Ela parece ter sido a licerçada sobre o ódio à obra da Criação, e por isso a deforma. Tal "arte" não é nem retratista nem procura realçar os as pectos es pirituai s das realid ades terrenas; pelo contrário, parece empenhada em saJientar o grotesco, o disforme, o hediondo, quando não o esotérico. Ta l conc lusão parece impor-se quando consideramos que, ao lado de numerosos impostores que se limitam a produzir rabiscos como se fosse m a1te, há artistas verdade ira me nte ta le ntosos qu e in ex pli cavelmente aderem à " rabiscagem". • E-ma il do a utor: gregorio @catolic ismo.com.br
Santa Filomena tomou-se célebre, desde o início do século XIX, pelos milagres espantosos obtidos por seus fiéis, no mundo inteiro. O Papa Gregório XVI designava-a como "a Grande Santa" e "a Milagrosa do século XIX". O Beato Pio IX foi milagrosamente curado pela Santa e, depois de eleito Papa, fez uma peregrinação ao seu Santuário. Em agradecimento por tantos benefícios e favores prestados aos fiéis pela poderosa intercessão de Santa Filomena, o Papa São Pio X ofereceu, ao mesmo Santuário, belos presentes. E você, leitor, não quer também recorrer a essa poderosa santa? Não quer confiar a ela a solução dos problemas e dificuldades que afligem você e sua família? Santa Filomena está à sua espera...
"É certo que no martírio de Santa Maria Goretti brilhou, em primeiro plano e sobre todas as coisas, a pureza; não obstante, nela e com ela triunfaram também outras virtudes cristãs. (... ) "Salve, ó doce e amada Santa! Volve da tua glória teu olhar a esta multidão que te ama, te venera, te glorifica e exalta. Tu ostentas na fronte a marca brilhante e clara do vitorioso nome de Cristo. Em teu porte virginal resplandece a f ortaleza do amor, a constância da fidelidade a teu Divino Esposo, porque em verdade foste a esposa pelo sangue, ao gravar em ti a sua Imagem " (palavras do Papa Pio XII, na cerimônia de canonização de Santa Maria Goretti).
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ridade para com os pobres, sobretudo os nobres envergonhados, foi ex trema.
5 Quarta-Feira de Cinzas
6 São Guarino, Bispo e Confessor
+ Bolonha, 11 59. Cônego A gos-
1 Santo l lenrique Morse, MárUr
+ Inglaterra, 1645. Estudante em Londres, fugiu para a França a fim de tornar-se católico, ordenando-se sacerdote em Roma. D e volta a seu país como missionário, foi preso com o Pe. João Robinson, que o admitiu como j esuíta, fazendo ele seu nov iciado durante os três anos de cativei ro. Ex ilado, retornou à Inglaterra e, ob 1.1111 pseudônimo, obteve muitas conversões. Preso e ex ilado mais uma vez, ainda retorn ou à sua pátria, tendo sido preso, julgado e esquartej ado por ódi o à fé.
Primeira Sexta-feira do mês.
2 APR l•:SE:N'l'/\ÇÃO DO IVfüNI o .msus NO Tl~MPLO E PURIFIC;\ ÇÃO DE NOSSA SENI IOR/\ ( Nossa Senhora das Candeias ou Candelári a).
Primeiro Sábado do mês.
~J São Brás, Bispo e Má ,·U r + Sebas te, 3 16. Bispo em Sebaste, na Armêni a, grand e taumaturgo. Por ter li vrado 1.1111 menino de 1.1111 espinho que lhe atrav essara a garganta, torn ouse padroe iro contra as doenças nesse órgão.
4 SanLo André Corsini , Bispo e Confessor
+ Fiéso le, 1373. Co nvertid o pelas lágrim as da mãe (co mo Sa nto A gos tinho , o famo so D outor da Igreja), torn o u-se grande pregador carmeli ta, depois B ispo de Fiéso le. Sua ca-
tiniano da Santa Cruz, renomado por sua santidade, fugiu pela j anela do convento quando qu iseram fazê-lo bispo de M ortária. Tendo passado 40 anos no convento de M ortári a, em ed ificante observância religiosa, o Papa obrigou-o a aceitar o Arcebispado de Palestrin a com o chapéu cardin alício.
7 Lucas, o Jovem ou o 'l'aumaturgo , Confessor
+ Gréc ia, 946. Só aos 18 anos a mãe permiti u- lh e ir v i ver como eremita num monte perto de Corinto. Começou então a atrair multidões. Dev ido aos inúmeros mil agres que operava, ficou co nhec ido co mo o
Taum.aturgo.
8 São Nicetas, Bispo e Confessor
+ França, 6 11 . Ami go de São Gregório M agno, restabeleceu a Sé de B esançon, para a qual fora nomeado, e que após adestrui ção da cidade pelos hunos tras ladara-se para N oyon, na Suíça.
9 São Nicéforo, Má 1'Lir + Antioquia, 260. Leigo, teve uma desavença com o sacerdote Sabrício. Embora procurasse vári as vezes obter dele o perdão , este sem pre o rec uso u, mesmo na hora do martíri o. Isto fez com que Sabrício fraquej asse e, apesar das admoestações de Nicéforo, apostatasse. Nicéforo então decl arou -se cri stão e morreu em seu lugar. É exemp lo de um santo leigo que enfrenta um mau padre.
10 Santa EscolásUca , Virgem
+ Úmbria, 543 . Trm ã gêmea de São Bento, assemelhou-se também a ele na santi dade. São B ento viu sua alm a subir ao Céu em forma de pomba.
11 NOSSA SENI IORA D~: LOURDES (1858)
12 São Bento de An iane, Abade, Confessor
+ A lemanha, 82 1. Deixou a corte de Carlos Magno, tornandose monge beneditino. O Imperador Luís, o Piedoso, filho de Carlos Magno, para conserv á-lo junto a si, construiu para ele 1.1111 moste iro em Corn elimun ster, confiando-lhe a inspeção de todos os mosteiros do Império. A este santo deve-se principalmente a redação dos cânones para a reforma dos monges no Concí1io de Aqui sgrán, em 8 17 . É conhecido como o restaurador do m onaqui sm o no Ocidente e como um segundo Bento.
13 Sa nta Catarina de Ricci , Virgem
+ Itália, 1590.
Esta extraordinári a santa entrou aos 12 anos no convento das D om inicanas em Prato, aos 13 fo i nomeada mestra de nov iças, depois superi ora; e, aos 30, pri ora vitalícia.
14 São João Balista da Conceição, Confessor.
+ Córdoba, 16 13. lngressando na Ordem do Trini tários, constatou com tri steza que as regras primitiv as estavam em decadênc ia. Por i sso fundou uma casa de Descalços Reformados em Valdepe ií as, com aprovação de Roma, o que lhe causou per. eguição e agressões físicas por parte de confrades relaxados. É exe mpl o de sacerdote ze loso contrn os relaxados.
15 São Cláuclio la Colombicre + Paray-le-M oni al, 1682 . Con-
fesso r e diretor es piritua l de Santa M arga rid a M ari a A tacoqu e e Apó sto l o do Sagrado Coração de Jesus.
16 Sa nt,o Onésimo. Bispo, Mártir· + Roma, séc. 1. Escravo de Filemão, dcpo i · de roubar se u amo, fu giu para Roma, onde encontr u ão Pa ul o na pri são. O Apóstolo, depois de convertê- lo, mandou-o de volta a Filemão, ped indo a este que não o recebesse como escravo, mas como irmão (cfr. Col. 4, 7-9). Segundo ão Jerônimo, Onési111 0 to rn o u- se prega dor do Evange lho e bispo de Éfeso, sendo lap i lado cm Roma.
condenou aberLamente Carlos M artel por seu costume de apoderar-se cios bens da lgrej a para suas guerras. Foi por isso ex ilado para Colônia, Liege, e finalmente para o mos teiro de Sa int-Troncl , o nd e term in ou santamente seus dias.
21 São Pcdrn Damião, Bispo e Doutor ela Igreja
+ Ravena, 1072. Entrou na Or-
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dem cios Ca maldulenses. N omeado card ea l-bi spo de Óstia, a contra-gosto e sob pena de exco munhão, de ixou mai s de 158 cartas, 60 opúscu los, vári as vida s de sa ntos e admiráveis sermões. Sofri a de insônia e de terríveis dores ele cabeça, sendo por isso in vocado contra esses males.
Sete SanLos i"undadores dos Se,•vitas, confessores
22 Cátedra ele São Pedro
(Vide p. 36)
1a São Simão, Bispo e Mártir + Jeru salém, 107. Filho de Mari a C leofas, primo de Nosso Senhor, sucedeu a Sanliago Menor na Sé de Jerusalém. Avi sado sobrenatural mente da destruição da cidade, saiu com os cri stãos para Pela, às margens do Jordão, voltancl para estabelecer-se nas ruín as da cidade santa destruíd a. Foi martiri zado sob o Imperador Trajano.
19 São Bento ele Liéba na, Co111'essor
+ Espanha, 798. Quando o bispo ele Tol ·do começou a pregar abertam •ntc a heresia nestoriana, o monge Beato, do mosteiro de Li bana, e seu amigo o sacerdote EI ri o, de po i s bi spo de Osma, suíram a campo para atacá- lo p •la palavra e por escritos. Exemp lo d · santa res istência ao superi or h •r tico.
20 Srn 11.0 l•:uquério, Hlspo t' Confessor + Orl ans, 743. Logo após ser nom ado B ispo de Orl éa ns,
Festejar a cadeira de São Pedro é venerar, na pessoa de Pedro, os desígni os providenciais de D eus, que o escolheu para chefe dos Após tolos e primeiro pastor de sua Igrej a.
2a São Sereno, o ,Jarclineiro, M{11'Lit'
+ Alemanha, 307. Jardineiro "vivia na solidão, santificando seu trabalho manual com orações e penitências, até ser preso e decapitado por causa de sua Fé" (do M artirol ógio Romano).
24 São Montano e Companheiros, Mártires + Cartago, 259. Estes sete di scípulos de São Cipri ano, quase todos sacerdotes, foram apri sionados um ano após seu mestre, torturados e decapitados por ód io à fé sob o procurador ro mano So lon.
25 São Cesál'io Nazianzeno, Confessor + Constantinopla, 369. Irmão cio grande São Gregóri o Nazianzeno, torn ou-se médico da
corte imperial el e Juli ano , o Apóstata, que tentou pervertêlo. Por isso, renunciou à sua função e afastou -se da corte, para a qual fo i recondu zid o pelo novo fm peraclor.
2(j São Vítor de Areis, Confessor + França, 6 1O. Ded icou-se ao mini stéri o sacerdotal por algum tempo, mas logo se retirou para um lugar ermo para entregarse à contempl ação, j ej um e penitência . Sua fama de milagres logo lhe atraiu vis itantes ilu stres, entre os quais o rei.
27 São Leandrn, Bispo e Con ressor + Sevilha, 596. Irmão de Santo I sidoro, "encarregado da for-
maçcio do rei dos visigodos arianos, trouxe de volta toda a Igreja da Espanha para a verdade e unidade católicas" (do Martirológ io Romano) .
20 Sa nto Osvaldo, Bispo
+ Worcester (Ing laterra), 992. M onge beneditino, indicado para a diocese de Worcester pelo rei Edgar, por recomendação de São Dustan. Como Bispo, auxili ou este santo e Santo Ethelwold a reav ivar a Reli gião católica na Inglaterra, encorajou a vida monástica e escolar. Fundou o mosteiro de Westbury-on-Trym e a Abadia ele Ramsey, em Huntingdonshire. Nomeado também bi spo de York, ocupou ao mesmo tempo as duas dioceses, a pedido de seus diocesanos.
29 São Gregório ele Na rcl<, Conl'essor + Narek (Turqui a), 1OIO. Annêni o, um dos grandes poetas da li teratura universal, ainda j ovem entrou no mosteiro de Narek. Acu sado de heresia, ressuscitou doi s pombos assados com os quais queri am que ele quebrasse a abstinência numa sex ta-feira, o que provou sua inocência.
Intenções para a Santa Missa em fevereiro Será ce lebrada pe lo Rev mo . Padre David Fra nc isquini, nas segui ntes intenções: • Em home nagem pe lo sesq uice ntenário das aparições de Nossa Senhora de Lo urdes (1 858). Supli camos a Ela - que em Lo urdes declarou "Eu sou a lma c u lad a Co nce ição", pois concebido sem pecodo origi nal - sua materna l proteção aos leitores, assino ntes, colaboradores e amigos de Cato licismo, preservando -os do peca do e de qua lque r tip o de imora lidade. Com menção específica às cria nças e ado lescentes de nossas famí li as, que neste sécu lo encontramse ma is vu ln eráveis à imo ra lidade dos ambientes modernos.
Intenções para a Santa Missa em março • Pelos méritos da Paixão, M o rte e Ressurreição de N osso Sen hor, rogando pe las inten ções particu lares dos leitores de Catolicismo. Também misso em reparação ao Sag rad o Coração de Jesus e ao lmocu lado Coração de Maria, devido às ig nomín ias prati cadas no mundo inte iro, e que tanto ofendem os Sagrados Corações de Jesus e Maria.
FEVE EIRO 2008 -
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C ha mo u bastante a atenção da população a Revolução Quilombo/a, deixando os caravan istas impress ionados com o nú mero de pessoas que ainda não conhec iam a ma nobra perpetrada medi a nte o decreto 488 72003 - que acaba incitando a uma rivalida I ntre brancos e negros no Brasil. Muitos declaravam-se horrori zados com a ex istência de tal revolução rac ial: "Ouvi uma entrevista a respeito de uma cidade ameaçada pelos quilombo las. Esse negócio tem que dar num Ji-acasso ", observou uma se nhora abordada pe los ca ravani stas. • E-mail do aut or: cl ani el martj ns@catol ic ismo.com .br
Caravana de férias Animados pela realização de novos "cristãos atrevimentos", caravanistas da Associação dos Fundadores percorrem cidades brasileiras divulgando os altos ideais sempre defendidos por Plínio Corrêa de Oliveira D ANIEL
F. S.
MARTINS
egiões de nosso imenso e laborioso Brasil, espec ialmente nos estados de São Paulo e Paraná, viram nova me nte saíre m às ruas jovens defendendo pri ncípios fundamentais da C ivili zação Cristã. Baseados nos idea is e nos métodos de ação do grande pensador e líder católico brasile iro de proj eção mundi a l, Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, j ove ns caravanistas, colaboradores da Associação dos Fundadores, fizeram campanhas no período de suas férias ele jane iro. Até o fec hamento desta edi ção, j á hav iam percorrido 19 c idades. A ação ela caravana se exerce em duas frentes: primeiramente, a divulgação ela devoção a Nossa Sen hora e ele sua CATOLICISMO
mensagem revelada e m Fátima, com a finalidade ele fazer com que o maior número ele pessoas conheça e pratique aquilo que a Santíssima Virgem pediu; e m segundo lugar, a defesa cio sagrado dire ito ele propriedade, através ela difusão do livro A Revolução Quilombo/a cio escritor e jornali sta Nelson Ramos Barretto, colaborador ele Catolicismo. Os caravani stas contaram com ótimo acolhimento por parte das populações loca is. As pessoas ouviram as argumentações com grande atenção e respeito, muitas externando calorosamente sua satisfação: "Acho até que é sinal dos tempos, pois é d!fícil hoj e em dia a gente ver uma coisa assim. É difícil católicos saírem às ruas manifestando suas convicções". Esta afirmação de uma senhora sintetiza o modo simpático como os jovens fora m recebidos.
FEVEREIRO 2008 -
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As Farc têm a obrigação histórica de libertar todos os seqüestrados T ranscrição do manifesto da SoCÍedade Colombiana Tradição e Ação, dirigido ao Presidente francês Sarkozy, publicado no principal periódico da Colômbia, "El Tiempo", cm 14-12-07 ausou grande ex pectativa no mun.do a mediação do Ex mo. Sr. presidente da J França, Nicolas Sarkozy, no processo de negociação com as FARC, que es peramos culliline com a libertação de todas as pessoas seqüestrndas por esse grupo terrori sta. Sem e mbargo, a pressão exerc ida por numerosas o rga ni zações humanitári as de todo o mundo e por alguns governos, no sentido ele ex igir ela Colômbia a evacuação ele uma parte do terri tóri o para que depois as FARC decidam se libertam ou não os seqüestrados, nos obri ga a fazer algumas considerações ele fu ndamental importância. 1° - Ninguém, colombi ano ou est:rangeiro, deveri a estar seqüestrado por esse grupo terrori sta. E, menos ainda, estar convertido em mercadori a de troca, atra vés ela qual a guerrilha marxista das FARC pretende, além cio produto parti cular da extorsão, concessões políticas. 2º - Nas du as últimas décadas, os sucessivos governos da Colômbi a sucumbiram diante das ex igências de todos os grupos terroristas e de narcotraficantes, levando nossa nação a um caos indescritíve l, do qua l somente agora estamos saindo, graças à política firm e do presidente Álvaro Uri be. Capitular novamente ante as ex igências do terrorismo seri a retroceder nesse processo de reconstrução da Pátri a. As conseqüênc ias seri am imprev isíveis. E, o que é pior, nada assegura que as FARC libertarão os seqüestrados. Até hoje, após 40 anos de lu ta subvers iva e de múltiplas "negociações de paz", não se conhece que elas tenham cumprido um só dos acordos firmados. 3º - Os verdadei ros responsáveis dessa tragéd ia humanitári a são as FA RC e, em nenhum caso, o Gove rno da Co lô mbi a. As FARC seqüestraram milhares de pessoas com o fim de obter resgates em dinheiro, e também para pressionar reformas políticas de sua conveniência; manti veram-nas em cativeiro
até por IO anos, em verdadeiros campos de concentração que são uma vergonha humana; torturaram- nas sem misericórdia, como o de monstram muitos tes te munhos irrefutáveis; mantê m-nas e ncadeadas no mais profundo das selvas, e muitas delas foram assassi nadas de modo selvagem, apesar de continuarem cobrando dinheiro pelo seu resgate. Entretanto, os que exigem a capitulação do Estado colombiano para que eventualmente sejam li bertados os seqüestrados, acusam o Governo de ser o responsável por essa tragédia. Em nenhum caso acusam os verdadeiros culpados, que são as FARC. 4º - Por todas essas razões, Tradição e Ação editou recentemente um contundente estudo (Colômbia, nunca rnais sob o império do caos), no qual descreve a tragéd ia vivida pela Colômbia nesses 20 anos de capitul ações inaceitáveis, que nos levara m ao caos, ao desmoronamento das institu ições e ao forta lecimento de todas as organizações criminosas e terrori stas. A fim de evitar os erros hi stóri cos nos quais incorreram nossos anteriores governantes, fi zemos chegar um exemplar dessa obra ao Sr. pres idente da F ran ça, Nicolas Sarkozy,juntamente com nosso mais fervente desejo de que suas gestões tenham êxito para obter a libertação de todos os seqüestrados.
* * * Carta-dedi catória do livro Colômbia, nunca mais sob o império do caos e ntregue ao pres idente Sarkozy Ex mo. Sr. Presidente Como presidente da França, V Exa. ofereceu sua med iação para procurar solucionar nosso conflito armado, conve1tendo-se em porta-voz de um justo clamor mundial, o
qual ex ige da guerrilha marxista das FARC a ime diata libe rtação da S ra. In g rid Betancou1t e dos incont.íveis seqüestrados, alguns deles com IO anos de cativeiro. Todos os bons ofícios da nação francesa nesse sentido serão vistos com simpatia e agradecimento pelo povo colombiano. Por sua comp lexidade, uma medi ação dessa natureza ex ige um conhecimento amplo da realidade e das diferentes forças em jogo. Por esse motivo, a Sociedade Colombiana Tradição e Ação, reconhecida entidade autora de numerosas anál ises de nossos graves conflitos, deseja colocar em suas mãos seu recente opúsculo Colômbia, nunca mais sob o império do caos. Dito estudo mostra que o terrorismo e o seqüestro foram importantes armas de guerra psicológica revolucionári a, implementados pela guerrilha como meios de pressão para ex ig ir numerosas conccssõ~s da sociedade civil e do Estado. Estamos certos, Senhor presidente, de que sua leitura ajudará V Exa. a encontrar um caminho adequado para obter o ma ior anelo da nação colombiana., que é a cessação imed iata do seqüestro e do terrorismo promovidos injustamente por essa organi zação narco-guerrilheira FARC. A Colômbia j á sofreu dura nte muitas décadas os efeitos da violência e do crime promovidos pelas guerrilhas marxi stas. É chegado o momento para que, com o apoio internacional da França e de seu governo, essa situação acabe. Agradecendo de antemão seus esforços para obter a libe1tação da Colômbia da violência das FARC, apresentamos a V Exa. nossos respeitosos cumprimentos.
IN MEMORIAM
·
Ernesto Raul Pascual Burini 1943 - 2007 Confo rtado pelos sacra me ntos da Santa Madre Jg reja, e co m a Bênção Papa l co m indul gê ncia ple ná ri a in articulo m.ortis, fa leceu plac idamente no Senhor, no d ia 23 ele dezemb ro, no hospita l ele Dre ux (França), o Sr. Ernesto Burini. Di sc ípu lo cio Prof. Plínio Corrêa ele O li veira, a quem conheceu e m meados da década de 60 , ded icou sua vicia à d ifusão cios princípi os bás icos d a C ivili zação C ri stã - tradição, fam íli a e pro pri edade - na o rdem te mpora l. Em 1965, cola borou na difu são ele Catolicismo , com o estabe lec ime nto de uma agê nc ia da rev ista e m s ua c idad e nata l, Bue nos A ires. Sóc io-fundado r e prime iro pres ide nte do Conse lho de Adm ini stração da Fundación Argentina de i MaPíana, fo i també m colaborador ded icado da Deutsche Vereinigung für eine Ch ristliche Kultur (DVCK) e. V. , da A le ma nha, e da Fédération Pro Europa Christiana, com sede na França . Assessoro u com ze lo e compe tê nc ia e nti dades afin s e irmãs e m P o rtuga l, lrl a nda, Itá li a, Po lô ni a e Lituâni a. A Mi ssa de Réqui e m foi ce le brada po r S ua Exce lê nc ia Revere ndíss ima D. Juan Rodo lfo La ise, bispo e mé rito ele Sa n Luí s (A rge ntina), no d ia 28 de dezem bro p.p. , na igrej a paroquial de Notre- Dame-du- Pasme, ele C hateaune uf-en-Thyme rai s (Eure et Loire). Estive ram prese ntes deze nas de irmãos ele idea l, não some nte ela TFP francesa, mas també m ela A rge ntina, Bras il , C hile, Estados Unidos, A le ma nha, Espa nha, Irl a nda, Itá li a, Pol ô ni a e Re ino Uni do. Ao esvoaça r cios esta ndartes au ri -rubros ela TFP francesa e ao cântico d o C redo, os restos mo rta is ele Ern esto B urini , esse ardoroso contrare vo luc io ná ri o e escravo ele Nossa Senhora segund o o mé todo ele São Luís Mari a Grig ni o n de Montfort, fo ra m inumados no ce mité ri o ele M a rvi ll e- les-Bo is, o nd e ag ua rda m a ress urre ição cios mo rtos. Beati 1nortui. qui in Domino m.oriunlur (A poc. X IV, 13).
E ugeni a Trujill o V D iretor-Executivo
Sociedade Colombiana Tradição e Ação
CATOLICISMO FEVEREIRO 2008 -
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UMARI
PUNIO C ü RRÊA DE Ü UVEIRA
"Um tumor que explode"
O
s festejos do carnaval, ano após ano, tornam -se mais extravag antes e imorais; cenas grotescas e práticas de nudismo são ostentadas torpemente, tudo impul sionado pelas autoridades do País. Isto nos leva a uma reflexão: é possível alguém, durante os três dias de carnaval, entrar na "folia" - violan do gravemente os princípios da moral católica, portanto infringindo os Mandamentos da Lei de Deus - e depois voltar à normalidade? Esta questão é admiravelmente respondida por Plínio Corrêa de Oliveira, em artigo publicado em "O L gionário", em 15-2- 1942:
* *
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" L embro-me de qu , quando ra n ' nino, cert o pro f ssor j suíta lo ·o i , jo ão Luiz. m conlou qu um dipl omat a j apo nês , t nd o ass istid o I no Brasi 11 ao ca rn ava l - qu ' m sua p{i tri a não se co memorava - , nv iou ao s u govern o a seg uint e d ·scri ção : 'durante três dias
j,ca111 todos /0 11 ·os e pratica111 os 111aiores absurdos; depois, repentinamente, o senso 11,es volta e recob ram juíza'. A obs rvação, qu muiLo me impress ionou na ocas ião , é rea lm ente interessa nte. Muilas I cssoas j á a têm fe ito. EntretanLo, cumpre acentuar que ela não refl ete toda a rea lidade. " om efeilo, há uma regra de mora l que afirma: 'Nada de péssimo se f az subita111e111e'. É contra todas as regras da psi cologia humana supor que pessoas muito di gnas, muito morali zadas, muilo sensaLas, conseguem depor inteiramente as suas idéias duranlc os três dias do carn aval , e depoi s repô- las intactas, im ac ul ada s, inteiriças, após os dos festejos de Momo. Idéias não são roupas que se vestem ou se
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CATOLICISMO
Março de 2008
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Excmnos
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CARTA DO D11mTOR
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INTERNACION \1,
ca rn ava l constitui apenas um par 111 ' Se de loucura. Ele é um tum r qu ' •x pl otlc, e através de suas secreções s' podl' lwm avali ar todo o vulto da inf • 'Çt o qt1l', d ' maneira mais ou m nos di sl'111\ ' tlll 11 , já minava anteri orm cnl ' o or 1 111ii:-. 11H1 lh·s di as depoi s css tunior s • l'Í\'11 111 111, na apa rênc ia. Fá- lo, •11lrl· t1111t11, 11\-1 ,11 11 10 uma bases mprL' 11 11d ~ p111i11111I 1, 1111pre mais doloros11 , s1• 111p11· 111111 111 11posa, para o lulllor do 11111 1 q11 • 1· 111 '
O fim da era Castro?
Cuba: um ator sai ela cena. Ouem entrará?
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DO SACEIWO'l'E
Governo pelista e suas diliculdades
Sr. Eugenio Trujillo
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Colômbia: histórico protesto contra as li'ARC Exposição em Versa lhes
A Paixão ele Nosso Senhor Jesus Cristo
4 2 S \N'l'OS
despem . Se alguém procede, durante o carnaval, de modo extremamente leviano, é isto uma prova de que anteriorm ente já havi a uma fa lha na couraça moral dessa pessoa. Por outro lado, se essa fa lha pode ter ocasionado a ren(1ncia momentânea a certas atiludes e a certas idéias durante o carn aval, como é difícil voltar depois à primitiva linha ele moral ! " Não nos iludamos. Erram , e erram mi seravelm ente, o.· qu e supõem qu e o
Nº OH7
S \NT0S São Gregório de Nissa A chegada da família real portuguesa em 1808 Animais: direitos iguais aos dos homens?
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Exposição de prataria em Versalhes
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AMBmN'l'ES, Cosnil\ms, C1v11.11;Açü1,:s
Traçado harmonioso na arquitelllra do Palácio de Luxemburgo
Nossa Capa: Imagem de Nossa Senhora da Piedade, escola alemã século XVIII, autor desconhecido, pertencente à Fédération Pro-Europa Christiana . Foto: Lu is Dufaur
São Gregório de Nissa
MARÇO2008 -
Caro leitor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 3116 Administração: Rua Javaés, 707 Bom Retiro CEP 01130-01 O São Paulo - SP Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (Oxx11) 3333-6716 Fax (Oxx11) 3331-6851 Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01064-970 São Paulo - SP Impressão: Prol Editora Gráfica Lida. E-mail: catolicismo@terra.com.br Home Page: www.catolicismo.com.br
Fiel a uma tradição de vários lustros, Catolicismo lhe oferece nesta edição, correspondente à Semana Santa, duas matérias através das quais mais facilmente lhe seja possível unir-se aos inexprimíveis padecimentos de nosso Divino Redentor e de sua Santíssima Mãe. Para esse fim, a direção da revista escolheu uma belíssima meditação publicada em 1954 pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, intitulada "Ataram-lhe as mãos porque fazia o bem", acrescida de excertos de uma conferência proferida em 1967 por esse insigne pensador católico. Verdadeira página de antologia, perpassada de acendrado amor por Nosso Senhor, o artigo de 1954 vai num crescendo, partindo de considerações de ordem meramente descritiva para as metafísicas, e destas para as de caráter religioso e sobrenatural. Começa afirmando a tese de que só o ódio ou o temor justificariam amarrar as mãos de alguém, reduzindo-o à imobilidade e à impotência. Explica em seguida o papel das mãos como uma das partes mais nobres do corpo, usadas tanto para abençoar como para maldizer, tanto para acarici ar como para rezar, tanto para empunhar o cetro, símbolo do poder, como a espada, símbolo da força. Após citar o início do Evangelho de São João - "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus" (Jo 1.1) - , Dr. Plinio eleva-se das considerações terrenas para o mais alto dos céu , num frêmito de entusiasmo e amor. Contempla então Nosso Senhor enquanto vivendo desde todos os sécu los na glória suprema da Santíssima Trindade, e dessa infinita transcendência e majestade transportando-se depois à condição humana, deixando-se manietar para a nossa salvação. É a partir desse pedestal que Plínio Corrêa de Oliveira dá iníci à sua rica e empolgante meditação sobre Nosso Senhor, cheia de aspectos que antes não vislumbrávamos. Essa substanciosa meditação é completada por reflexões magníficas, extraídas da mencionada conferência de março ele 1967, sobre o papel cios sofrimentos indizíveis de Nossa Senhora na redenção do gênero humano. Ao concluir, formulo aos prezados leitores e suas excelentíssimas famílias meus ardentes votos de uma santa e feliz Páscoa.
Preços da assinatura anual para o mês de Março de 2008: R$ R$ R$ R$ R$
Retirado do mercado internacional, por decrepitude e com data vencida, o último frasco de certa substância re1nanescente da era leninista-stalinista H ÉLIO VIANA
atolicismo publi cou, em agosto de
ISSN 0102-8502
Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
Sai do mercado o "produto" Fidel Castro
106,00 150,00 280,00 460,00 10,00
Em Jesus e Maria,
9:~
DIR ETOR
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paulobrito @catolicismo.com.br
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TDA.
195 9 - pouco depo is de Ficle l Castro tomar o poder em Cuba - , matéria ele seu colaborador Sérgio Brotero Lefevre, intitulada Como se lançou no mer-
cado internacional o 'produto' Fidel Castro. O autor descreve uma bem concertada ação ele propaganda levada a cabo dois anos antes em Nova York, a qual tornaria vitoriosa uma revolução que, iniciada por alguns jovens em Sierra Maestra, não tinha qualquer possibi lidade ele vencer. Retoma-
mos com o presente artigo o "fio ela meada", após o anúncio ela retirada cio referido " produto" cio mercado. No anelar térreo de um clerruíclo e mal iluminado sobrado no centro ele Havana, um fun c ion ário do Estado retira, ele uma prateleira empoeirada e semi-vazia, o único frasco que restava de um produto - um elixir - agora proscri to, jogando-o com desdém numa lata velha ele li xo. E m se u rótulo estava impresso : Fidel Castro. Aquele rejeitado "produto" permaneceu 49 anos nas prate le iras não só ele Cuba, mas cios mercados intern ac ionais.
Foi trombeteado através elas ondas ela Rádio Moscou e congêneres. Jornais e televisões de plutocratas o afagaram. Atilaclos agentes o divulgaram nos mais variados países. Toda a intelligentsia ele uma ideologia tornada bolorenta o cortejava. Mais recente mente, sustentado largamente pe lo s petroclólares ele Chá vez. Era por fim sorvido, qual precioso néctar, por "teólogos da libertação". Nada di sso, contudo, demoveu a multinaciona l Chinacubarússia ele retirá-lo ele circulação. Motivo: além ela ausência ele procura pelos consumidores internos de Cuba,
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da opinião pública bras ileira felizmente não permitiram - diferentemente cio ocorrido na Rú ss ia - que houvesse no Bras il o advento ele um Lenine que Lula fazia pressagiar. Foi mister buscá- lo alhures, com algumas adaptações, pois líderes revolucionários também estão entre as espécies em ex tinção. Parece que o encontraram em alguma medida na pessoa ele Hugo Chávez. Pois, apresenta os modos ele ser, pensar e agir hauridos ela ideologia proletári a cio comuni smo, seu perfil assemelha-se ao de Fidel Castro. Sua pitada de Lenine adviria ela ri queza oriunda cio petróleo, com a qual sua revolução poderia alcançar alguma proporção com a daquele.
Obstáculos na OJJÍl1ião pública onde fo i lançado, apareceu no mercado venezuelano um "genéri co" mais efi ciente, após fi car pro vado que o " produto" estava causa ndo depressão e envelhecimento precoce em seus usuári os.
"Eu frei J)ara o inferno " A o contrári o da im agem do idea li sta que sacrifi cou o que lhe resta va ele poder para o bem de Cuba, Fidel Castro foi levado a "abdi ca r" em benefício ci o dei.fim seu irmão tão-só em decorrência do avançado estado de depauperamento físico e mental em que se encontra. Pois para ele o úni co fu turo é a morte imi nente, seguida de um terrív el Juízo. Neste sentido, em consonância co m a máx ima comunista de que " a religião é o ópi o cio povo", Fidel Castro não hesitou em declarar ao j orn ali sta Jean-L uc M ano, da revista " Pari s M atch" (29- 10-94 ): "Eu
irei para o inferno, e sei que o calor ali será insuportável. .. E lá chegando, encontrarei Marx, Engels, Lenine. E também encontrarei você, porque os capitalistas tarnbém vão para o ü1ferno, sobretudo se desej am. gozar a vida".
O ator e seu cenário A par de ser um líder revolucionári o, Fidel Castro fo i um grande ator, adrede preparado pela propaganda comunista instalada no coração de urna rnegalópole capitali sta. Esta cuidou de modo especial cio seu perfil - barba, charuto à boca e boné na cabeça - e ele seu cenári o - a revolu-
- C A T O L I C ISMO
ção iniciada em Sierra M aestra - , fazendo depois incidir sobre ambos os possantes holofotes da mídi a, numa bem orquestrada ofensiva fin anciada pelos cofres ele M oscou e ele macro-capitali stas. Filho de ri cos fazendeiros e ex-aluno j esuíta, Fidel Castro teve de enganar o povo cubano, para se impor, apresentando-se como católico. Para isso chegou inclusive a pendurar medalhinha no pescoço, ostentando-a por cima da cami sa. Sabi a que, se tal não fi zesse, teri a insucesso. Depois começou propri amente sua revolução: perseguições à I grej a e aos adversári os cio regime, institui ção cio f amoso paredón, e sobretudo aquilo sem o qual nenhum regime comuni sta se consolida: um a draconiana Reform a A grári a.
Miséria, fome e expansionismo Mas, como não poderi a deixa r de ser, o reg im e comuni sta só gerou mi sé ri a, tanto mora l como material , uma vez que a in stitui ção da famíli a fi cou à mercê elas leis libertin as decorrentes ele sua ideologia, e a ini c iativa parti cul ar cessou ele ex istir. Com isso, tanto por ocasião ci o esta belec im ento ci o reg im e co muni sta co rn o ao longo das cin co décadas em que ele te ve vi gência, incont,'íveis fora m as pessoas ele todas as idades e condições soc iais que, com ri sco ela própri a vicia, saíram ela llha outrora co nhec ida corno
tica a manteve de pé. Po is era através desta, e dos macro-capitali stas que aju davam a sustentá-la, que Cuba recebi a o dinh eiro e materi al béli co para tentar subl evar, com os fa lsos ideais comuni stas, as popul ações da Améri ca L atina e da Á fri ca. M esmo ass im, nunca obteve resultados express ivos. Antes pelo contrári o. C he G uevara , por exe mpl o, fo i locali zado e morto na B olívi a, após ter sido denunciado pelos próprios ca mponeses que ele afirmav a querer " libertar" . Com o des moron amento do Muro le Berlim em 1989, e ela Uni ão Sov iética em 199 1, Cuba fi cou redu zida a quase um ente ele razão. Su a subsi. tê ncia se deve u tão-só ao fa to el e para a cau sa mundi al ci o bo lchevismo ser impresc indível continuar a ex istir, em algum lugar do mundo, um ponto ele referência onde a rea lidade comuni sta continuasse a relu zir suas lu zes ele lantej oula aos olhos ele seus desco ncertados adeptos . Muito antes, portanto, ela ago ni a de Fidel Castro, seu regime j á estava co m os di as co ntados. No sentido de que Cuba não era mais a ponta-de- lança da revolução co mu ni sta no contin ente latin oameri ca no, mas se torn ara uma mera peça orn amental colocada na vitrine d pl ástico co muni sta para servir de alento a des iludidos partidári os .
a Pérola das Antilhas .
Possfreis sucessores
A revo lução cubana co nseg uiu se r ex pansioni sta enqu anto a Uni ão Sovi é-
A pós o go vern o "kerenskyu no" d · Fern ando Henrique Cardoso, as ·ondiço •s
Sucede, contudo, que os ventos ideológ icos que sopram no mundo não são os mes mos de décadas atrás. Nem os ele 19 17, nem os ele 1959. Na França, por exemplo, o semanári o "Courrier Intern acional" ( 14-9-06) publi cou um alentado dossiêr sobre a cri se ela esquerda, sob o significativo título: "C'esl du,; dur d'être de gauche! " (É duro, duro ser ele esquerd a!). Os arti gos escolhidos pelo j ornal convidavam os leitores a refl etir sobre o lugar ela esquerda no mundo e sobre seu sentido político . Cerca ele seis meses depois, a esquerd a perdi a as eleições presidenciais. O sucesso ci o novo " produto" depende, portanto, ele muitos fa tores . M as sobretudo deste: a recu sa el a opini ão públi ca in c lu siv e d aqu e l a parce l a fav o rec id a por po líti cas ass istenc iai s populi stas - ele caminhar em direção à esquerda. Se C hávez ti vesse sa ído vitori oso no referendo ele 2 ele deze mbro, com o qual pretendi a modificar a Constitui ção e perpetuar-se no poder, teri a certamente dado um passo cl ec i ivo nessa direção. M as ele se defronta ainda com outro obstác ul o: o povo venez uelan o, além ele estar cansado ele demagog ia, tem dific uldade em adquirir alim entos, fa ltam até os mantimentos bás icos no país. Co m a rég ia recrimin ação ainda lhe ecoando nos ouvidos - "Por qué no te cal/as? - , estari a Chávez dec idid o a levar adi ante sua revolução através ele um golpe ele f orça? Corroboram essa hipótese a sua estreita li gação com as FARC
e o arsenal béli co que adquiriu ela Rú ss ia, mas também os tratados com o govern o irani ano e o fato ele cé lul as do grupo isl âmico Hezhnllah estarem atu ando na Venezuela. Se lhe foi poss ível estabelecer ai ian ças em I ugares tão di stantes , seri a inveross ímil que ele também não as fi zesse com o subversivo MST?
O que será de Cuba? É ainda urna incógnita o novo modelo sóc io- político-econômico ela Cuba pósFiclel. A ssumirá o comuni smo urna fe ição chinesa ou vietnamita - soci ali smo políti co com liberdad e econômi ca? Ou voltará a ilha-pri são, dentro ele al gum tempo, ao regime pleno ela livre iniciativa e el a propri edade privada? N este caso, as propriedades roubadas pelo Estado serão devolvidas a seus legítimos donos ou aos herdeiros destes? Ou serão di stribuíd as como dádivas, a preços ele ga linh a- morta, aos membros ela nomenclatura comuni sta, como ocorreu na extinta União Sovi éti ca e em vári os el e seus ex-satélites? Corno reagirá o povo cubano após 50 anos ele reg ime comuni sta? Estará habilitado a empreender a reconstrução ci o país? Terá iniciativa para isso? Ou agirá como, por exempl o, parte da popul ação ela exAl emanha Ori ental, incapaz ele mover uma palha em decorrência ela ex trema inclolên-
eia a que a relegou o comuni smo? Quanto tempo levará para que se apag uem elas mentes os fa lsos dogmas ele M arx ? O episcopado e o clero católico estarão di spostos a empreender urna cruzada de regeneração moral ele Cuba? O que resultará ela terceira vi sita - ele uma semana ele duração - que o Cardeal Tarcísio Bertone, atual Secretári o ele Estado ci o Vaticano, empreendeu a Cuba dois di as após a " abdicação" ele Ficlel Castro? Reclamará para a Jgrej a plena liberdade ele culto e ele ensino, inclusive no tocante ao direito ele propriedade? Que papel será atri buído doravante à " Teo log ia ela Libertação", a respeito ela qual Ficlel teri a afirmado que, se a tivesse conhecido antes, teri a dado outro rumo à sua revolução? Sej a como for, chegou o fim ela era ci o tirano Ficlel Castro e ele tudo qu anto ele representou no cenári o intern ac ional, enquanto símbol o vi vo e sini stro ci o comuni smo. A o " abdi car" em favor ci o dei.fim seu irmão - um absurdo, mas considerad o pela esquerd a como a coisa mai s natural cio mundo - , ele não fez senão atender ao cl amor ci o drama vivido pela mi se ráv el po pul ação c ub ana qu e, a exemplo ci o filme " T ropa de Elite", lhe impl orava: " Pede para sair, revo lu ção malog rad a!" • E-mai l cio autor: heliov ian a caro li cismo.co 111 br
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mesmo diante ela incompreensão e surpresa cios que a observavam. Lendo o artigo (Excertos) "Santa Bernaclette, espelho de Nossa Senhora", do sa udoso Dr. Plinio, que prec iosa me nte traduz toda a verdadeira g ra ndeza dessa qu e ri da santa , não pude deixar ele reporta r-me ao passado e agradecer pe lo presen te, e le mbrar- me ele tudo que j á li sobre os milagres que se operam e m Lo urdes a té nos dias atua is, prodi ga li zados àqueles que crêem com a pureza e a fé ela querida Santa Bernaclette. (O.S.S.Q.B. -
MS)
Me<liação de Nossa Senhora 18] Co mo é lind a a M ãe ele Deus!
Provi<lencialidade
r:8:J Foi com muita sati sfação e a leg ria que receb i e m mãos a rev ista número 686 (fevereiro/2008), exatame nte no dia ] J de fev e re iro, data da 1ª a pa ri ção a Santa B e rn ade tte e m Lourdes. Quando me mude i para Santos, prec isava de um direcioname nto e m mi nha vida. Em espfrito de oração, fui à gruta de Lourdes aqui em Santos, e a lguns dias depois tive em meu coração as ce,tezas sobre a direção que de veria tomar. Como devoto de Lourcles, aprec iei cada linha sobre todas as aparições ele Lourcles a Santa Bernaclette. Estas matéri as trazem um grande conhec ime nto e c resc im e nto esp iri t ua l, uma g rande ligação com as apari ções em Fátima e sobre os acontecimentos ele nosso tempo. (S.R.R -
SP)
Como E le é gra nd ioso! Deus, e m grandi osa mi seri córd ia, e nvi a- nos sua Santíss ima Mãe para nos aproximarmos cl 'Ele. Nosso coração é o rg ulhoso, poré m o Pa i Eterno ama- nos mui to. E le e nvi o u-nos seu Filho único e concede-nos a graça elas apari ções ele Nossa Se nhora para que nos salvemos. Quando é que a huma nidade va i co rres ponde r ao AMOR IM E NSO DE DEUS ? (L.F.P.F. - AM)
O fascínio de Nossa Senhora [8:J É incríve l co mo, trata ndo-se ele ass untos re li g iosos, nin g ué m gos ta muito ele co me nta r. M as é mui to e moc ionante e linda a hi stória ela Virgem M a ri a. Vou co ntinu ar pesqu isa ndo sobre Na. Sra. ele Guadalupe, e não me canso ele buscar as co isas mi steriosas de De us! F ico fasc inada com tantas marav ilhas! (M.S.P. -
A verdadeil'a gran<leza [8:J Conheci Santa Bern aclette pelos me us saudosos pa is, que contavam a hi stória tão bela e cativante. Quando assisti ao filme, era criança, e impressio nou-me a coragem e fragilidade daquela jovem. A cena que se gravou em meu coração fo i q uando Nossa Sen hora mandou-a cavar a terra, po rque ali haveria um a fonte, e e la obedeceu,
-CATOLICISMO
BA)
Se11so /1istórico Gostei muito ela entrevista cio Prínc ipe Dom Lu iz sobre os 200 anos ela chegada ela Famíli a Rea l portuguesa ao Brasil. Elevação ele vis.tas, senso histórico, di scernime nto elas vias ele Deus nos acontecimentos. No aspecto gráfico, goste i espec ia lm e nte cio belo
(belíssimo) quadro q ue retrata a esq uadra portug uesa fundeando no Ri o ele Janeiro. Q ue quadro é esse, como foi concebido, onde se e ncontra? Sen1 possíve l conseguir uma cópia? (A.L.P.N. - RJ)
Nota da Redação: O quadro "Chegada da Família Rea l de Por/u gal", a ludi do pe lo mi ss ivi sta, foi executado po r Geoff Hunt, RSMA (sig las ela Royal Sociely of Marin e Ar!ists, secular e ntidade que cong rega pintores cio gênero na Grã-Bretan ha). Foi encomendado pe lo D r. Kenneth H. L ight, di stinto ing lês radicado no Rio ele Jane iro há décadas, atilado pesquisador e membro de diversos institutos e sociedades ele História, o qual gentilme nte autorizou sua reprod ução e m nossa ed ição ele fevere iro. Nos anos 90, pre te ndendo reconstitui r a hi stórica viagem ocorrida em 1808 , e constatando a in sufi c iê nc ia de dados sob re o fato, tanto no Brasil como e m Portu ga l, decidiu recorre r a uma fonte primária até entã o intocacla: os " liv ros de quarto" elas naus in g lesas que c ustodiaram a esquadra portuguesa e m s ua travess ia, os q uais e nco ntrou perfe itamente co nservados nos a rqu ivos da Royal Navy. Seu aproveita me nto exi g iu o pré vio estudo cio ing lês daq uele te mpo, bem como do peculi ar jargão e ntão e m uso na ma rinha in g l sa. Fo i ass im possíve l r con stituir não apenas a viage m cm si, com a gra nde variedade ele epi sódi os a que deu lu gar, mas também levantar um a quantidade ele informações e deta lhes antes ig norados. O D r. L ight qui s re unir o resultado ele sua apurada pesquisa e m um livro que contou com a colaboração d hi storiacl rcs lusos, o qua l, e m edição portug uesa, foi la nçado e m Lisboa no di a 29 de novembro último (200 anos ela parti la), e o será e m ed ição brasi le ira no Rio ele Janeiro, neste m~s d ' março, no quadro elas comemora ·< ' S do 200 anos ela T ra ns mi gração da Família Rea l.
Para coroar seu traba lho, o Dr. Light encome ndou o quadro (c uja e laboração levou 18 meses), fornecendo ao arti sta todas as informações, que incluíam a força e direção cio vento, o estado do mar, a luminosidade, a posição re lativa cios navios, para que pudesse reali zar traba lho de gra nde precisão e perfeição de detalhes, meta primorosamente atingida. Seu e- ma il é: li ght.ke nneth@gmail.com
Excelência [8:J A entre vi sta é uma das me lhores feitas com sua a lteza real, o Príncipe Dom Lui z. Ele demonstra ser um observador c uidadoso de determinados fatos históricos. Realmente excelente ! (P.A.D.F. -
RJ)
Descaminhos da arte moderna [8:J M eu amigo Ênio Toniolo reenvioume um e-mail com o aitigo sobre " rabiscos" e pintura de Picasso ("Da arte verdadeira à rabiscagem", de Gregório Viva nco Lopes). Eu também não concordo com esses " pinn,rebas" tão bada lados pe la grande imprensa (atéia e ico noc las ta). Nunca goste i e nunca aprecie i as pinturas da "aite moderna" - a liás, de nenhuma espéc ie de "a1te moderna" - , que ele moderna só te m o anticlericalismo e o niilismo que caracterizou mui tos setores do século XX, entre e les a pintura. Nunca gostei ele Mo net, Cézanne, Picasso, D ali , Portinari e tantos o utros nada cristãos, e que representavam em suas pinturas o desa linho de s ua a lm a desc re nte e pernóstica. A1te, pai·a mim, era a dos grandes gênios c ri stãos, entre os quais Donatello, Leonardo, Mic hela ngelo, Ross ini , M ozait, Dante e miríades de outros. O utro tanto diria das ciências. E nfim , cada passo ela História tem sua história. Pena que os dois últimos séc u los e o at ua l e nv eredaram po r descaminhos inacreditáveis, produzindo tanto ma l entre os cristãos, muitos dos quais continuam indiferentes - o Papa chama de tiran ia do re lativismo.
Que Deus tenha piedade do mundo e de nós. Um abraço. (A.B. -
PR)
Igreja progrnssista [8:J Estou encantado com a revista, pois a verdade é que a Igreja "atualizada", a cada dia q ue passa, de ixa suas pregações mais vazias, a ponto de não toc;u· nunca sobre a existênc ia do demô nio. É duro dizer isso, mas é preciso concordai· completamente com o que di z o Padre Amo1th. Peçamos ao Senhor que tenha piedade de seu povo, e que mande operários para a sua messe. (M.V. -MA)
(G.A.S. -
AL)
Nota da Redação: Sim, gosta ría mos de recebe r a foto.
Para a vi<la e para a lê 12] É com prazer que escrevo aos senho res, e com igua l a legri a desfruto a cada mês a le itura de tão proveitosa rev ista. Sempre obte nho ri cos conhec ime ntos, os quais esforço- me para ac rescentar à minha vicia, e de modo especial à minha fé. Te nho 52 a nos, e no próx imo ja neiro me tornarei a vó de uma garotinha que, com as bê nçãos de Deus, c hega rá para a legrar toda a minha família ... Digo isto aos senhores porque, ao ler as repo1tagens sobre o Natal, as considerações do Dr. Plínio, o "Co1Teio do Menino Jesus" (lindo), a árvore, e tai11bém a página variedades, fiquei imensamente feliz em aprender tanto. São realmente fatos que jama is vi alguém come ntar. Agradeço à revista Catolicismo a oportu n icl acle de a pre nd e r tão lindos ensinamentos, pois com muito orgulho um dia ensinarei aos meus netos as maravi lhas que aprendi sobre o Natal.
(1.S.P. -
do Coração de Ouro ou Virgem de Beauraing. E m viagem à Bé lgica e m 1997, e le trouxe a lg umas imagens de Beaura ing, e o propósito de construir uma estátua g iga nte e m nossa cidade. Conseguiu concreti zar esse sonho, e es te mês completou 10 a nos da edificação da image m de Nossa Senhora do Coração de Ouro, como carinhosame nte a c ha ma mos aq ui e m CRAÍBAS. Se inte ressa r a vocês , pode re i e nviar uma foto desta imagem daqui de nossa c idade. PARA NÓS É UMA BÊ N ÇÃO, POIS JÁ REALIZOU VÁRIOS MILAGRES.
MG)
Mundo COl'l'llpto 181 In fe li z me nte as pessoas es tão abandonando o bom senso, perdendo-se no mundo do mal, deixando-se le var por coisas vãs. É impressio nante a discrepância que se no ta e ntre o que é o ser humano, e aquil o para o que e le foi criado, com o que de paramos hoj e e m dia. (E.C.A. -
DF)
O exemplo dos santos As viJtudes de São Domingos Sávio fo rtalecem esta juventude atual , corrompida pe la ideologia do consumo e a exacerbação do prazer, o lvidando a transitoriedade da vida e centrando no indivíduo, e não na coletiv idade, a preocupação maior da existênc ia. Diferente da maneira de ser e agir do jovem santo itali ano . Que seu exemplo seja divulgado com freqüência. (E.F.O. -
CE)
Coração de Ouro Fiquei muito contente e m ler uma matéri a, de Valdi s Grinsteins, sobre N ossa Senhora do Coração de Ouro. Para nós de C RAÍBAS (AL) este título de M a ri a é muito conhec ido e fam iliar, pois nosso pároco é be lga e conhece muito essa devoção à M ãe
Confirmação na lê [8:J Fabulosa a entrev ista sobre a g ue rra civ il espanho la. Confesso que não conhec ia esse fato da Ig reja cató lica, e fico fe li z e co m a fé re novada na santa Igreja . Parabéns, Catolicismo! (J.C.B.C. -
CE)
MARÇ02008-
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r, Pergunta 1 - Gostaria de saber, já que sou católico e me preocupo com a Santa Madre Igreja, se, por não concordar com as " reformas" litúrgicas feitas pelo Concílio Vaticano II, sou eu, perante a mesma, considerado um herege. Pergunta 2 - Gostaria de perguntar por que as missas católicas eram rezadas em latim, e hoje em dia não são mais assim. Pergunta 3 - Sou assinante da revista Catolicismo , e aprecio bastante, juntamente com minha esposa, os artigos nela publicados, particularmente os relacionados à formação, aprofundamento na fé e história. Contudo tenho uma dúvida: entendo que nossa salvação é individual, ou seja, depende de nossos próprios méritos, e não da sociedade ou comunidade de que participamos. Pergunto isto porque, cada vez mais, participo de missas em que o lado exterior - representado por músicas, danças, sermões de caráter puramente social e atividades em comunidade - substitui a formação espiritual e a oração intro spectiv a, qu e acredito ser necess ária para o aprofundamento ele nossa fé e salvação. Entendo que somos diferentes, e necessitamos portanto de diferentes formas de expressão; mas, como não nos salvamos em conjunto, e sim incliviclualmente, é fundamental que as celebrações tenham a finalid ade e a premissa básica de agir individualmente em cada um de nós. Agradeceria se pudesse explicar melhor se estou certo.
Resposta -
As duas primeiras pergun tas são anteriores ao Motu proprio de S.S. Bento XV[, Summorum Pontfficum, de 7 de julho de 2007, que liberalizou - com algumas restrições - a celebração da M issa chamada de São Pio V, ou Mi ssa trad icional, segundo a ve rsão de 1962 do Mi ssa /e Romanum, ed itada com aprovação do pa pa João XXIII. Como a publicação do Motu proprio j á estava anunciada, reso lve mos ag uardá- la para responder mais adequadamente ambas as perg un tas. Entrementes chegou a terceira carta, que foca li za especificamente o aspecto doutrinário da questão. Uma resposta conjunta às três caitas permite um tra-
C ATO LI C I SMO
tamento mais ai11plo da matéria, condicionado embora às dimensões desta coluna.
"Reconciliação i11ten,a 110 seio ela l grnja " Jun ta me nte com o Motu proprio, o Po ntífice e nv io u uma caita pessoal a todos os bi spos do mundo expl icando as razões de sua dec isão. E diz c laramente que a "razão positi va" qu e · o levo u a essa medida fo i buscar "uma re-
conciliação interna no seio da Igreja". Com efe ito, desde 1969, com a entrada em vigor, em 30 de novembro daquele ano, do Novus Ordo Missae promulgado por Paulo VI, produ ziu-se uma estranheza em numerosos
M o nsenhor JOSÉ LU IZ VILLAC
bons católicos. S.S. Bento XVI, na referida caita, explica que a pa1t ir de então, em muitos lugares, "consideravam-se como
que autorizados ou até obrigados à criatividade, o que levou f reqüentemente a deformações da Liturgia no limite do suportável. Falo por experiência, porque também eu vivi aquele período com todas as suas expectativas e confusões. E vi como foram profundamente feridas, pelas deformações arbitrárias da Liturgia, pessoas que estavam totalmente radicadas nafé da Igreja" (destaques meus). Seg ui ram-se cisões profund a me nte do lorosas, d as quais a mais conhecida é a do mov imento guiado pelo arcebispo Lefebvre, que o Po ntífi ce cita e m sua carta, e cuja reconc iliação e le busca. Cumpre, aliás, observar que a questão d o Novus Ordo Missae - ou da Missa Nova, co mo se costum a si mpli ficadamente di zer - se insere num quadro muito mais amplo, que é o das acaloradas discussões q ue surgi ram na Igreja após o Concílio Vaticano II. E ainda desta vez é o próprio papa Bento X VI que descreve a situação. E m entrevista que concede u no Va ti cano ao Pe. Johannes Nebel FSO em 11 de novembro de 2006-e que explic itamente autori zo u que se publicasse, à guisa de prefácio, na ed ição ita li a na recé mlançada do li vro do Cardea l Leo Scheffczyk, ll mondo della
fede cattolica: Verità e Forma (Vita e Pensiero, Milão, 2007) - o Pontífice assim se exprime: Depois do Concílio, "a si-
tuação era extremamente confusa e irrequieta, e a própria posição doutrinal da Igreja nüo
era mais sempre clara. Punham-se em circulaçüo teses que se presumia houvessem se tornado de repente possíveis, embora, na realidade, nüo estives sem. de aco rdo com. o dogma. E foi aí que pude darme conta d e como Leo Scheff'czyk [. .. ] era sempre o primeiro a tomar posição de modo claro. Eu mesmo era, naquele contexto, talvez por demais receoso em. relaçüo a quanto deveria ter ousado para ir diretamente 'ao ponto'" (op. cit. , p. XI). Se um teólogo como o Cardeal Ratzinger se sentiu embaraçado diante da situação "ex-
tremamente confusa e irrequieta" do pós-Concílio, que dizer de eclesiásticos de menor envergadu ra intelectual, e dos leigos em geral, nem sempre d o tados d a capacid ad e de discernimento em meio a essa proli fe ração d e o pin iões conflitantes com o dogma católico? Bem, a toda essa confusão Bento X VI, ao que parece, procura agora dar remédio, começando por um ponto da máxima impo1tânc ia, como é o da desastrosa reforma I itúrg ica pós-conciliar, o que o levou a editai· o c itado Motu próprio. Nele se fac ul ta aos sacerdotes a celebração da M issa segundo o ri to anterior ao Concílio Vaticano II (1962-1965), dito também rito tridentino, porque compi lado por São Pio V com base na tradi ção mais q ue milenai· da Igreja, e m função das diretri zes do Concíli o de Trento (1545- 1563).
O Missal de São Pio V nunca /'oi abolido Portanto, não cab a lúvida do prime iro mi ss ivi sla,
que pergunta se, embora católico convicto, se teria tornado herege( !) por - no ambiente de confusão acima descrito - " não concordar com as ' reformas' litúrgicas fe itas pelo Concíli o Vaticano II", co m o e le as vi a. E le não e xp li cita es te pe nsa me nto, mas fica claro que se manteve ligado ao rito tradic ional. O ra, esta pos ição é in teiramente legítima, e o próprio Papa Bento X VI afirm a expressamente, na c itada carta aos bispos, que o Mi ssa l de 1962, que regul a a cele bração seg un do o ri to trad ic io na l, nunca foi abolido: "Quero
chamar a atenção para o f ato de que este Missal [de 1962] nunca foi juridicamente abrogado e, conseqüentemente, em princípio sempre continuou permitido ". E prossegue : "Na altura da introduçüo do novo - notemos, novo - Missal [de PauloVJ], nüo pareceu necessário emanar no rmas próp rias para um possível uso do Missal anteri01: Supôs-se, provavelmente, que se trataria de poucos casos individuais que seriam resol vidos um a um na sua situaçüo concreta. Bem de-
pressa, porém, se constatou que não poucos continuavam fortemente ligados a este uso do Rito Romano que, desde a infância, se lh es tornara familiar ". O leitor, po rta nto, pode fica r tranqüil o qu anto à sua orto d ox ia e a s u a pl e n a pertencença à Igrej a Católica. E u, p essoalm e nte, d e vidamente autori zado, sempre celebre i a Mi ssa segundo o ri tual tridentino.
O latim 11ão é o ponto p1'i11cipal A impre nsa le iga - em gera l mui to ig nora nte e m matéri a re lig iosa - costuma pôr em realce o fa to de o Motu proprio ter restaurado "a M issa em latim". De ta l ma neira a Igrej a to mo u o latim co mo lín gua própria, que se costuma di zer que é a lín gua da Igrej a. O latim é uma língua muito d igna, e à al tura desse títul o . Ademais, alé m de mãe de todas as línguas neolatin as, reves tiu-se, com o decorrer dos séc ul os, daque la aura sagrada que a torna muito apropri ada ao c ulto di vino, sobretudo para o Santo Sacrifíc io da
Mi ssa. A nova Mi ssa praticamente abo liu o latim , pri vilegiando o vernác ul o pe las razões que em seguida descreverei. Com efeito, a controvérsia em torno da Mi ssa nova não se cingia à questão do latim . Os seus adeptos mais ai·didos criticavam a Missa tradicional por ser mui to voltada pai·a o indivíduo, enquanto - segundo eles - a Missa deveri a revestir-se de um aspecto comuni tário, não sendo celebra nte apenas o sacerdote, mas toda a comunidade. Segundo essa concepção errônea e taxativamente herética, seria toda a comunidade que consagraria o pão e o vinho, participando do mi stério e ucarístico junto com o sacerdote, e ass im tornai1do Jesus Cristo presente naquela comunidade. E Jesus C ri sto só estai·ia presente enquanto a comunidade está reunida. Q uando a comunidade se di spersa, Jesus Cri sto se esvairia. P oss iv e lm e nte te rá sido esta um a das " teses que se
presumia houvessem se tornado de rep ente possíveis, embora, na realidade, não estivessem de acordo com o dogma", às qua is se referiu
Bento X VI no prefácio do li vro do cardeal germano-po lonês, acima citado. Co mp ree nde-se ass im o mal-estar do terceiro co ns ulente diante dessa tese, que talvez difusamente tenha percebido incubada nas missas novas a que assistiu. Também ele fique tranqüilo: nãoéessaa doutrina católica tradicional. A salvação da própria alma é, em última in stância, um ass unto individual. Embora, é claro, as diversas comunidades em que estamos inseridos - a família, o gru po soc ial, a paróq uia, o município, o estado, o país devam , enquanto tais, e por grave dever declarando-se católicos, prestar culto a Deus, e assim ajudar cada um a salvai· sua alma. Verdade esta, aliás, muito oportuna nestes tempos de laicismo e secularismo. Mas, em úl tima instância, o que me salvará mesmo será o meu SIM a Deus, pronunciado no mais íntimo de minha alma, com a aj uda da graça divina, obtida por meio da Virgem Imac ulada, a Medianeira de todas as graças ! • E- mai l do aut or: monsenhorjoseluiz@catolicismo.com.br
MARÇO2008 -
A REALIDADE CONCISAMENTE
li Agronegócio desenvolve o norte do Brasil
Livraria tradicional bate recordes de venda
iniciativa particul ar ampliou a área de lavoura no Bras il em 275,5% nos últimos 11 anos, na região Norte do País, segundo o IBGE. A agricultura ocupou 7,4 milhões de hectares e m 2006. Em 1970, ela cultivava apenas 617 mil hectares. O pasto passou de 4,4 milhões de hectares, em 1970, a 32,6 milhões de hectares em 2006 - o equivalente às áreas dos estados de São Paulo, Rio e Espírito Santo somadas. Ali criam-se 31,2 milhões de cabeças de gado, 80% a mais que e m 1995 . Este progresso admirável, entretanto, é hostili zado por uma campanha nacional e internacional ecologista de cunho esquerdista, a pretexto de impedir o desmatamento, mesmo quando eq uilibrado e indi spensável para a ocupação do território e para um eqüitativo progresso agropecuário. •
A
elo seu esplendor arquitetônico, a livra ria de Bu enos Aires El Ateneo Grand Splendid [foto] foi escolhida como a segunda melhor do mundo, pelo di ário britânico "The Guardian". Instalada num antigo teatro da Belle Époque, conserva majestoso interior coroado por des lumbrante cúpul a. Os clientes circul am por espaços atapetados, em meio a molduras douradas. Fala-se em voz baixa. Os palcos fo rrados de veludo vermelho serve m de salas de leitura. Te m J20.000 títulos em estoq ue. É visitada diaria mente por 3.000 pessoas, e ve nde mais de 700.000 exemplares por ano. A leitura é uma atividade nobre em si, e merece um ambiente condi gno - um ambi ente diametralmente oposto ao de certas livrarias impregnadas de modern ices se m graça, que desest imul a m o háb ito de le r com seriedade. •
P
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Bom senso de guerrilheiros colombianos presos resos em cárceres, 600 dos 1.600 guerrilheiros das FARC marxistas colombianas pediram ao comando central da guerrilha que os reféns políticos sejam liberados logo, e que eles próprios não sejam usados como vil " moeda de troca" de um possível "acordo humanitário". Esses subversivos [foto] , autores de diversos crimes, revelam mais sentimentos humanitários e maior senso de justiça do que chancelarias, ONGs e defensores dos "direitos humanos", que muito falam e m "acordo humanitário" na Colômbia. O qual mais parece concebido para salvar as FARC e para evitar que estas desapareçam, isoladas como estão pelas eficientes forças armadas daq uele país, e sobretudo pelo repúdio categórico da opi nião pública colombiana. •
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CATOLICISMO
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m Cleveland, nas ele ições primári as dos EUA, as urnas eletrônicas deviam imprimir um comprovante para os eleitores. Mas 20% deles desapareceram, e ninguém pod ia garantir em quem esses eleitores tinham votado. Nas primárias ele New Hampshire, as urnas eletrônicas fa lharam centenas de vezes: os votos saltavam de um a outro candidato, ou desapareciam, ou as contagens se interrompiam enigmaticamente. Em Waldenburg, Arkansas, as máquinas zeraram os votos de um candidato que jura ter votado e m si próprio. E m Sarasota, Flórida, essas urnas ignoraram 18.000 votantes numa eleição ganha por 400 votos. Diante de tamanha insegurança, o "The New York Times" perguntou a seus leitores se ainda confiam nas urnas eletrônicas. •
Sistema de cotas gera ódio racial e caotiza universidades
Comunismo chinês promove homossexualismo "China ?aily", diário publicado ~m inglês pelo gov_erno comuni sta de Pequim, fez escabrosa apologia do homossexualtsmo, em matéria de capa do mês de janeiro. O socialismo e o com unismo pleiteiam todas as formas de imoralidade com base em suas idéias radica lmente igualitári as. Porém, o regime de Pequim vinha escondendo velhacamente sua afi nidade profunda com o homossexualismo e outras perversões antinaturai s. Agora, tirou a máscara. Enquanto isso, a AIDS cresce e m proporções alarmantes no país. •
EUA: urnas eletrônicas não são confiáveis
procurador da Repúb li ca, Davy Lincoln Rocha, obteve liminar da Justiça Federal que suspende o sistema de cotas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região suspendeu a liminar. Já o TRF ela 5" Região (Rec ife) manteve liminares favo ráve is a candid atos " brancos", preteridos pe las cotas e m Alagoas . "Essa questão das cotas está estimulando o ódio racial ". "A universidade é lugar para quern tem. intelecto para ji·eqüentá- la. E a capacidade intelectual não está na raça ou na condição social", disse Rocha. De fato, as igualitárias cotas vão abalando a concórd ia social e o ambiente de estudo nas universidades, além ele dividir os juízes. •
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j Em Cuba, Lula se emociona com o camarada Fidel Castro presidente Lula deu US$ 1 bilhão e m créditos e investimentos a Cuba, onde até alimentos e o dinheirn para comprá-los fa ltam dramaticamente. No Brasil, a visão po lítica lu lopetista justifica todo tipo de ações legais - ou ilegais, como as do MST - cont:ra os proprietários, sob o pretexto de luta contra a fome e a pobreza. Na Cuba comunista, esse modo de ver não vale, pois ap lica-se um cri tério ideológico que favo rece o sistema marxista causador de fome. O pacote de ajuda a C uba incluiu obras de infraestrutura viária. No Brasil , entretanto, é oportuno lembrar que nossa rede viária estatal prossegue em petição de miséri a ... Lula ficou emocionado por encontrar o chefe enfermo [foto] que opri me a ilha, e confessou er "um apaixonado pela Revolução Cubana". Por trás das aparentes ontradições do presidente petista há no entanto uma constante, quando está em jogo o regime marxi sta da ilha de Fidel Castro. •
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Fran~a: Partido Socialista perde 25% dos militantes
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o último ano, o Partido Sociali sta francês perdeu entre 40.000 e 60.000 membros - 25% do total - info rmou Kacler Arif [foto], res ponsáve l cio setor de militantes socialistas. Segundo e le, a deserção deve-se ao fracasso do candidato preside ncial socialista pela terceira vez consecutiva. O Partido Socialista, único ainda viável ela esquerda fra ncesa (o Partido Comunista está na lona), já não tem idéias que sedu zam a França. Suas esperanças estão postas no desconcerto que causam na direita e no centro os desatinos, as atitudes esquerdizantes e os escândalos morais cio presidente Sarkozy. Este se e legeu prometendo cam inhar em sentido contrário ao que vem percorrendo. Perde assim popul aridade vertig inosamente e cria artificialmente chances para a recuperação cio PS. •
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Católicos do Vietnã pedem devolução de propriedades
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ais de dois mil católicos vietnamitas saíram às ruas de Hanói , capital do país, exigindo do governo comunista a devolução das propriedades confiscadas à Igreja. Quando algumas mulheres tentaram colocar flores aos pés da imagem de Nossa Senhora, que subsiste no jardim da antiga Nunciatura Apostólica, foram agredidas a vergastadas pela polícia comunista. Os populares enfrentaram a repressão da ditadura anticristã e ergueram uma grande cruz branca diante da ex-Nunciatura. Astutamente, o governo disse que deixaria a Igreja usar o prédio. Só a resistência destemida dos católicos intimida a impiedade socialista, e não acordos protelatórios.
Advertência de sacerdote exorcista contra esoterismo Pe . José Luis dei Río y Santiago, exorcista da diocese mexicana de Saltillo, alertou contra os perigos do esoterismo, dos curandeiros e das práticas de adivinhação, porque "estão abrindo as portas ao satanismo", informou a agência ACI. O sacerdote afirmou que os fiéis não estão sendo advertidos devidamente contra essas práticas demoníacas por quem deveria fazê-lo - em primeiro lugar, pelo clero . "O pessoal começa a ver o ocultismo ou a adivinhação como algo natural e legítimo", constatou o sacerdote, aludindo a programas de TV. Este é mais um alerta válido também para o Brasil.
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MARÇO2008 -
Governo Lula: meta e impasses As dificuldades do governo petista em fazer reformas de tipo socialista, consentâneas com a ideologia do partido, num País de maioria católica. O PT, para impor seus objetivos, precisa da esquerda catóHca.
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H ÉLIO VIANA
unca é demais recordar que a estrela vermelha, que norteia tanto o PT como o governo Lula, é marca reg is trada da ideologia marxistaleninista. Mas, como impor tal ideologia anticristã a uma opinião pública tradicionalmente católica? O governo pelista vive um paradoxo: necessita alimentar suas bases mais ardidas com os ingredientes dessa ideologia traduzidos em atos, sob pena de perdê-las; precisa, ao mesmo tempo, despojar-se da mesma ideologia, a fim de governar uma nação que, na sua grande maioria, é a ela avessa. Sendo um país catól ico, o único modo de o com unismo - de matiz petista ou não - prevalecer no Brasil seria obter que e lementos do clero o "batizassem". Foi o que levaram a cabo, infeli zmente, numerosos representantes da hierarquia ecles iástica, agrupados na corrente denominada esquerda católica. De suas entranhas nasceu na América Latina uma teologia marxista chamada da libertação; e no Brasil, o MST e um partido político chamado PT. Realizava-se ass im uma monstruosa simbiose, que Plínio Corrêa de Oliveira sintetizou dizendo que a teologia da libertação consubstanci a a religiosidade dos comunistas, enquanto o comunismo é o regime político-econômico-social cios
teólogos da libertação. Acontece que o carisma dado por Deus aos membros da Igreja é para praticarem o bem. Quando e les se desviam, o senso católico dos fiéis indica- lhes que, naqueles desvios, os pastores não devem ser segu idos. Foi o que em parte suce-
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deu, tanto no Brasil como na América Latina, onde o senso cató lico foi possantemente alertado e revigorado por providenciais campanhas de denúncias sobre a infiltração comunista no clero, feitas desde a década de 60 pelas diversas associações do continente inspiradas na doutrina e na ação de Plinio Corrêa de Oliveira. Com isso a doutrina com unista clássica não "colava"; mas também sua versão nascida na sacri stia de um "parto" tardio, representada pelo PT no que e le tem de mais autêntico. Daí as dificuldades do governo pelista em fazer reformas consentâneas com a ideologia do partido. A radicalidade da estrela vermelha no governo começou a empalidecer já desde o início . Pois, para sobrev iver e mostrar-se popular, teve de adotar med idas econôm icas do odiado receituário neolibera l, antes combatido. Ademais, o governo petista teve ai nda que mitiga r seu enfoque sociali sta em benefício do ass istenc ial.
Apelo a mét0<los mal'xistas Esse desvio de enfoque não só arrefece u o dinamismo das bases mais ard idas do partido. Associado à avidez pouco honesta que inspirou os mensaleiros, gero u impasses como o que deu origem à criação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O PT, com evidente desgaste para sua imagem , mas tendo que sobrev iver e manter-se no governo, precisou recorrer também aos métodos clássicos cio marxismo e exp urgar os opos itores políticos. Lula segue, com a lguns passos à esquerda, a mesma política de tipo socia1ista de se u antecessor, Fe rn ando Henrique Cardoso. Este último, co m
efeito, em entrev ista ao jornalista Michel Faure, da revista francesa "L'Express" (2-3-2000), declarou que, embora "criticado muito duramente" pelo MST, seus líderes iam depois procurá-lo. "Negoci-
ava-se. E se avançava, como nunca antes. Em quatro anos, ordenei a expropriação de 12 milhões de hectares, em torno de quatro vezes a Bélgica". E acrescentou: "Existe sempre, na realidade, uma espécie de dialética oculta que permite Jazer avançar a sociedade".
O "canwval 11en11elho" do MS1' Em outras palavras, o MST invade, o atual governo cede ... para, à frente , fi car novamente confrontado com novos desafios. E assim s ucessivamente, até atingir a sí ntese de uma comp leta exti nção da propriedade privada. Ferramenta indi spensável nesse mecani smo de "pressão-concessão" para "fazer avançar a sociedade " é o M ST - especiosamente rotulado de " movi mento social " - com suas sanhudas hordas invasoras. E o benefíc io da impunidade, que lhe é conced ido, ex plicase à vi sta deste seu papel , ainda que à custa de se atropelar a mora l c a Consti tuição que assegura a inviolabil idade da propriedade privada. Embora o carnaval oficial já tenha acabado, não terminou o "carnaval vermelho" do MST. Graças à impunidade, os seus "foliões" invadiram em fevereiro 18 propriedades no Pontal do Paranapanema! Em s u cortejo, não só José Rain ha - sempr processado, algumas vezes condenado, e sempre Livre - , mas também o bispo d Presidente Prudente e representante da PT, D. José Maria Libório Saracho, qu ' parece estar incumb ido de subslilL1ir D. Tomás Balduíno, já muito idoso.
Em consonância com o princ1p10 marxista de que os fins justificam os meios, o bispo não se pejou em declarar: "O único jeilo de chamar a atenção do
governo para a reform.a agrária é invadir e criar uma siluação de insegurança". E comp leto u: "Animo o pessoal para que continue invadindo ... " ("O Estado de S. Paulo" , 13-02-08).
Quilombo/as: êmulos do MS1' Outra ponta de lança cio governo Lula na s ua invest ida co ntra a propriedade privada é seu abstruso decreto 4 .887 , de 2003. Com base nele, propriedades rurais ou urbanas habitadas e lega lme nte escrituradas podem, de um momento para outro, passar para as mãos de qual quer afro-descendente (expressão equívoca, pois na África não há só negros!) que se auto-declare ta l e afirm e que elas pertenceram a seus antepassados ! Uma das faltas em que mais facilmente in cidimos é a de esq uecer que um princípio - no caso, o da propriedade privada - , se ndo negado em determinado lu gar, não há por que duvidar de que seja negado em todos os demais lu-
gares. E se nós, c itadin os, ass istimos até hoj e de arq uibancada às contínu as invasões dos sem-terra, não deveríamos nos su rpreender que os ê mul os deles os quilombo/as - c hegasse m até as nossas portas, esc ud ados num decreto presidencial que viola o princípio da propriedade! Municio das credenc iais de uma ideolog ia fracassada, regado com escândalos do mensalão e ca rtões de créd ito corporativo, impul sionado pela esquerda católica, arremete o trôpego governo Lula contra uma estrutura econôm icosocial que, sem ser perfeita, a inda mantém princípios fundamentais cio Direito natural, como a propriedade privada e a 1ivre iniciativa, ao contrário cio estatismo soc ia li sta. O jornal "O Globo", ed ição ele 14-208 , sob o título Quilombo da Sacopã é regularizado pelo Incra, noticia um fato característico: "O primeiro quilombo urbano do Rio de Janeiro, loca li zado num cios luga res mais caros, bonitos e valorizados da c idade, fica de frente para o mar, na Lagoa Rodrigo de Freitas e pertinho de
Copacaba na. O Quilombo Sacopã, que oc up a uma á rea de cerca de 23 mil metros quadrados, teve s ua regularização fundiária aprovada pelo Incra. As sete famí li as descendentes de escravos ainda não têm a posse cio terreno. O processo está ainda em fase de demarcação do espaço. Segundo o músico Luiz Sacopã Pinto, um dos quilombolas , existem dois processos. Um é a questão cio reconhec im e nto co mo á rea ele com unid ade quilombola, que permite que as famí li as ocupem a terra por usufruto, sem permissão para vendê-la. Em outra frente, uma ação de usucapião corre na Justiça. Em 2005, o músico perdeu a ação e recorreu. Diferentemente da área delimitada pelo Incra, neste caso inclui total ou parcialmente pelo menos três condomínios residenci ais, cujos representantes são réus na ação". A notícia não o diz, mas nunca houve qualquer quilombo na Lagoa Rodrigo ele Freitas ... Quem desejar mais detalhes sobre a investida quilombo/a, pode consultar o site http://www.paznocampo.org.br. • E- mai I do auto,-: heli ov iana @catolicismo.com .b,-
O movimento quilombo/a ameaço setor residencial da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, um dos lugares mais caros, bonitos e valorizados da cidade
CATOLICISMO MARÇO2008 -
INFORMATIVO RURAL População pel'{/e a paciência com o MS1'
Reina a conlilsão nas terras imlígenas
Em Ta ió (SC), militantes do Movimento dos Sem Terra (MST) fo ram hostili zados pelos habitantes da c idade, que não suporta m mais as invasões cio M ST. Enquanto se rea li zava uma audiênc ia no Fórum , ma is de 400 tra ba lh adores do muni c ípi o fi zera m um a ma ni festação ex igindo a sa ída cio MST da reg ião. O co mérc io parou e m apo io ao pro tes to. Durante três horas, os manifesta ntes do MST - cerca ele 50 pessoas, a maiori a crianças, que são usadas co mo escudo - gritavam palavras de orde m e pedi a m terras para pla ntar. Entretanto, a po pul ação que produ z no campo - e que j á não ag üenta mais as in vasões, os pretextos revoluc ionários, a arrogâ nc ia e a desorde m c rimin osa cio MST - jogava ovos e pedras.
Não pára ele crescer a desordem nos meios indígenas. Controlados pe los mi ssionári os do CJMl - Conselho lncl igeni sta Mi ss io ná ri o, ó rgão vinc ul ado à CNBB - , os índios são induzidos a manter sua "cultura" e sua "espiri tualidade" ele cunho pagão. À medida que o governo aumenta as reservas indígenas, os sil vícolas vão fica ndo cada di a mais isolados em enormes extensões de terras. Somente em duas semanas a imprensa noticiou que 300 índios invadi ram urna faze nda. No Mato Grosso do Sul, indi ozinhos continuam a morrer de desnutrição. Pais alcoólatras tê m seus filhos entregues à adoção. Violênc ia e maus tratos às crianças são freqüentes. Os jovens que desejam afastar-se ele seus costumes antigos são impedidos dev ido às limitações impostas por sua "cul tura" e pelo controle dos " missionários". É desumano não permitir o progresso a nossos ind ígenas, confi ná- los e m reservas, num reg ime triba l, para que continue m imersos no atraso e na barbárie. Sobretudo é inconcebíve l não evange li zá- los, ev itando que te nham abertas d iante de si as portas ela Re li gião cató li ca. M as esse é o desej o de ag itado res
O pároco, o bispo e os quilombolas Os fatos ocorreram em Brej o Gra nde (SE). O pároco da cidade mo ntou um processo para reco nhec ime nto ele um a área como se fosse qu.i/ombola. Para isso, utili zou o que Mao-Tsé-Tung de nominava " revo lução cultu ra l", que, e ntre o utras monstruos idades, indu zia ao uso ele ambi güidade no emprego das palavras, à ideologização ele todo debate e à cri minali zação cios adversári os. Mentiras, denúncias não comprovadas de ameaça de morte e vi o lê nc ias, oferec imento de cestas bás icas a que m se auto-defini sse qu.ilombola, fi zeram parte dos métodos utili zados. A popul ação local, que já estava irri tada com as ati tudes do pároco, res istiu a elas, no que fo i seguida pe la Câmara Muni c ipa l. O sacerdote ape lo u e ntão para o bi spo. Este fo i ao loca l, celebrou uma Mi ssa sonori zada com te ma afro, e deu apoio ao pároco. Reali zou-se após a Mi ssa uma reunião, na qual fa lara m vári as pessoas levadas pelo pre lado, inc lus ive um a re prese ntante da assoc iação Cáritas. Não fo i concedida a palavra a ne nhum re prese nta nte dos opo ne nte . Este fa to causou revolta e ind ignação na popul ação. As pessoas co meçaram a gri tar de fo rma incessante "fora, padre !", pondo fim à reuni ão.
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C ATOLI C ISMO
esque rdistas e neomi ss io nários prog ressistas.
A,/lrertência oportuna há mais ,Je 25 anos Gostaríamos ele lembrar uma advertênc ia do Prof. Plini o Corrêa ele Olive ira, fe ita 25 a nos atrás: "A perspectiva possível para u f u.tu.ro do Brasil é de um incitamento fe ito pelo clero de esquerda para um levante em. massa contra os proprie tários. Ou. sej a, para uma luta de classes, cujo êxito custaria ao País uma eventual guerra civil, seguida ao fim pela implantação do regime comunista". Ente nde-se e ntão a dec laração de g uerra ele João Pedro Stédil e, líder do MST, em palestra num acampamento de Cang uç u ( RS), re la tado pe la re vi sta " Veja": "Stédile se referiu aos sem terra como nosso exército, aos ag ricultores e pecuaristas como inimi gos, e convocou a audiência para uma gue rra. 'A luta camponesa abriga hoj e 23 milhões de pessoas. Do outro lado há 27. 000fazende iros. Essa é a disputa', afi rmou. 'Será que J.000 perdem para um? É m.uito di.f{cil. O que f alta é nos unirmos. Para cada 1.000, pegaremos um. Não vamos dormir até acaba r com eles" . •
Orientados pelos missioná rios do CIMI - Conselho lndigenista Missionário, órgão vinculado à CNBB - , os índios são induzidos a manter sua "cultura " e sua "espiritualidade" de cunho pagão
Uma explicação e um exemplo
U
m le itor desta seção, desejoso de explicar a amigos a finalicl acle que e la encerra, pede-nos ajuda nesse sentido. A 6 ele agosto ele 1972, a "Folha ele S. Paulo" estampava o artigo ele Plínio Co rrêa ele Oliveira "Lágrimas, milagroso aviso", que marcou época e serviu ele inspiração, anos depois, para esta seção ele nossa revi sta. Tocante na sua expressão e profundo no pensamento que desenvolvia, o arti go punha em realce a lacrimação, então recente, de uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, ocorrida na cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Ne le le mos que, em Fátim a, "Nossa Senhora incumbiu os pequenos pastores de comunicar ao mundo que estava pro.fi,mdamente desgostosa com a impiedade e a corrupção dos homens". E m No va Orleans, "o misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lág rimas de af eto terníssimo, lág rimas de do r profunda, na previsão do castigo que virá [... ] se não renunciarem à impiedade e à corrupção; se não lutarem especialmente contra a autodemolição da Igreja, a maldita fumaça de Satanás, que no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado. Ainda é tempo, pois, de sustar o castigo, leitor, leitora!". As lágrimas são, evidentemente, símbolo da dor de Nossa Senhora pelos pecados do mundo, que tanto ofende m seu divin o F ilho.
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Nos presentes di as, a impiedade e a corrupção moral alastram-se por toda parte. Por isso Nossa Senhora continua a chorar, co mo chorou em La Salette e em Nova Orleans. O prime iro movime nto de um bom católi co, que vê sua Mãe chorar, é co nsol á-la. Não por meio de um senti mentali smo estéril que não condu z a nada, mas pelejando para fazer cessar a causa que produz tão grande dor. Assim , o melhor modo de consolarm os Nossa Se nho-
ra é unirmo-nos aos sofrimentos d'Ela, medindo a imensidade do pecado que se comete contra Deus, indignandonos com o mal que está sendo produzido e fazendo tudo quanto estiver a nosso alcance para que esse mal cesse. Ora, na exig üidade de seus meios, esta seção vi sa exatamente pôr ao alcance do leitor certos fatos marcantes - dentro da multidão de les, que inunda o mundo conte mporâneo - que faze m Nossa Senhora cho rar. Os comentári os rápidos que acrescen tamos vi sa m ajudar o leitor a refl etir so bre a imensidade do pecado que se comete; e, na medid a em que não possa fazê-lo cessar, oferecer ao m enos à Virgem Santíssima sua reparação indignada. Dada esta explicação sucinta, o espaço que hoje temos di sponíve l comporta apenas um exemplo. *
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À medida que o laic ismo de Estado foi sendo implantado, e a Santa Ig reja margin ali zada, abriu-se um campo propíc io para a expansão da bruxari a e do satani smo. Eis um tri ste fa to: O menino argentino Ramón Ignac io Gon zá lez, de 12 anos, desa pareceu em 5 de outubro de 2006 na provínc ia de Corri entes, e dois di as depois seu corpo foi achado esqu artej ado e co m sinai s de ter sido abusado sexu almente. A polícia acabou suspeitando de um açougueiro de 20 anos, cham ado Beguiri stain, conhecido co mo "o bruxo", e o deteve no dia 9 de janeiro deste ano. E le confesso u perante a Ju stiça sua parti c ipação no bruta l crime: o menino fora abusado sex ualmente, decapitado e esqu artejado durante um ritual satâni co, que teve a participação de vári as pessoas . Após vi olentar o menino vári as vezes e matá-lo, "puseram-no em cima de uma hóstia negra e juntaram o sangue do corpo". O rito fo i fotografado, e seus participantes "deram-se as mãos com o sangue de Ramón, anunciavam as próximas vítimas e tinham certeza de que as almas de vários desaparecidos estavam ali presentes e comemoravam com eles" (Agê nc ia EFE, 17-1-08). • MARÇO2008 -
Monumental manifestação contra as FARC Emhistórico ato de protesto jamais visto, o povo colombiano
repudiou as FARC, que aterrorizam há décadas a nação vizinha, na tentativa de submetê-la a uma minoria comunista e assassina
O mundo inteiro - com exceção de alguns países, entre os quais o Brasil - foi largamente informado sobre as gigantescas manifestações contra as FARC (fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombio) ocorridas em 4 de fevereiro último. Um verdadeiro levante popular de indignação encheu avenidas e praças de Bogotá e das principais cidades colombianas. Jornais da Colõmbia e do exterior estamparam grandes fotografias das manifestações, nas quais podemos observar faixas com slogans contundentes como, por exemplo, estes: "Não mais FARC"; "Terro-
rista Chávez, chefe das FARC: por que não te calas?"; '~s FARC não são o exército do povo, são os assassinos e seqüestradores do povo". Lamentavelmente, em nosso País a mídia não deu destaque ao impressionante "mor humano" que encheu os centros das principais cidades da nação vizinha em repúdio às FARC. Catolicismo, tendo conhecimento da magnitude das manifestações, pro_c urou o diretor da Sociedad Colombiana Tradición y Acción, Sr. Eugenio Trujillo Villegas . Este, desde bem jovem, acompanha metodicamente as ações revolucionárias das FARC em sua pátria e tem denunciado corajosamente, em inúmeras conferências e documentos publicados, esse movimento narcoterrorista de orientação marxista . Como também vem denunciando governos e ONGs colaboracionistas que, em nome de uma
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CATOLICISMO
S1: E11gc11io 1'ruji/Jo: "Os colombia110s <lemo11straram seu mais absoluto repúdio à guerri/J,a marxista e tel1'orista que l1á mais de 40 anos 11em destruindo nossa pátria"
pseudo-pacificação do país, reivindicam um "acordo humanitário", o qual, na realidade, só favorece aos guerrilheiros marxistas e não ao povo co lombiano. É lamentável, neste sentido, o papel que o presidente venezuelano Hu g o Chávez tem desempenha d o, advogando o reconhecimento das FARC como "força insu rgente" legítima e não com o "movimento terrorista" . Entretanto, Sr. Eugenio Trujillo demonstra que não há lu gar para qualquer "acordo humanitário"; e que, e nquanto não se extirpar defi nitiva me n te as FARC, é impossível sua pátria viver em paz. Em sua atuação pública , ele conclama seus concidad ãos a não se desmobilizarem; e convida -os a um debate aprofundado para acabar de uma vez por todas com o mal que as FARC têm causado ao povo colombiano .
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Catolicismo - A imprensa brasileira noticiou, muito resumidamente e de má vontade, a colossal marcha contra as FARC ocorrida no dia 4 de fevereiro em Bogotá, além de muitas outras grandes cidades. Alguns jornais publlcaram apenas que "milhares" de colombl anos participaram da manifestação. Sr. Eugenio Trujillo - Milhares?! Permila-111 ' ·or-
ri gir. Foram milhões! Todos os ana li stas da marcha concordam que dela participaram entre IO e 15 mi lhões de pessoas em toda a Colômbi a. Foi um ato de solidariedade nac ional impress ionante, do qual não conheço ne nhum antecedente e m qualquer parte do mundo. A Colômbia tem pouco mais de40 milhões de habitantes. Que cerca de 10 a 15 milhões tenham paiticipado daquele protesto patr iótico, é algo de uma importância incomensurável. O objetivo único e inequívoco da marcha era protestar contra as FARC: contra a organi zação guerrilheira em concreto, contra seus métodos terroristas, contra os seqüestros que ela promove como arma de guerra, contra o terrorismo, contra a extorsão, contra a violência. Os co lo mbi a nos demonstraram seu mai s abso luto repúdio a esta g uerrilha marx ista e terrorista que há mais de 40 anos vem destruindo nossa pátria. O repúdi o não poderia ser mais categóri co !
Catolicismo - Como se avaliou a marcha na cidade de Bogotá? Sr. Eugenio Trt{jillo - Acho que a manchete do j orn al "EI Tiempo", do dia seguin te ao protesto contra as FARC, resume o acontecido: "Algojamás visto". Nesta frase está tudo dito. E a reportage m vem acompanhada de uma impressio nante foto ocupando toda a primeira página do jornal, onde se observa um verdadeiro mar humano que enche todos os espaços de uma das principais avenidas de Bogotá, a Sétima. Creio que em Bogotá saíram cerca de dois milhões de pessoas para protestar, numa c idade com seis a sete milhões de habitantes. Catolicismo - E em outras cidades da Colômbia, como foram os protestos contra as FARC? S,: E11ge11io Trt{jillo - Em todas as c idades da Colômbi a deu-se exatamente o mesmo. Por exemplo, em Medellín e Cali , as cidades mais importantes depois de Bogotá, saíram cerca de 500 mil pessoas em cada uma. Ou seja, um de cada quatro habitantes dessas c idades se uniu a esse monumental protesto. Essa maciça rejeição às FARC ocorreu em todas as cidades do país, tanto nas capitais dos departamentos [estados] co mo nas de mais localidades.
Houve também protestos nas principais cidades do mundo, pois em todas elas ex istem colônias de colombianos. As ma is concorridas fora m as de Mi ami , Nova York e Madrid, mas me chegaram também notícias de concentrações em Ro ma, Buenos Aires, Washington, São Paulo, Quito, Lima, be m como em dezenas de outros lugares. Estimase um tota l de quase 200 cidades do exterior. Foi algo asso mbroso !
Em Bogotá
"A opinião pública sempre repudiou as guen'illws, apesal' de estas ternm se aprm1eitado da debilidade de governos a11te1'iores pal'a amedro11tar a população"
Catolicismo - Houve jornais brasileiros informando que, no dia da marcha, a Colômbia ficou dividida entre manifestações a favor e contrárias às FARC. Sr. Eugenio TruJillo - Devo di zer que se trata de uma desinformação grosseira e menti rosa. A Colômbia inte ira repudiou as FARC. Não tenho notícia de qualquer luga r o nde tivesse havido um a manifestação de apo io a elas. Mai s. Embora antes dessa manifestação não ex istisse na Colômbia uma recusa tão categóri ca às FARC, também é certo que nunca houve uma mani festação significativa de apo io a elas. Nunca. A o pi ni ão pública co lo mbiana sempre repudiou as guerrilhas, apesar de estas terem se aproveitado da debilidade de go vern os ante riores para amedrontar a popul ação. Catolicismo - Como participante da manifestação, o Sr. poderia nos contar como a opinião pública colombiana foi preparada para uma tão grande mobilização? Sr. Eugenio TruJillo - Foram muitos anos de atrope los, crimes e injustiças cometidos pelas FARC, tendo a opini ão pública colombiana se cansado de tudo isso. Creio que não há uma só família que não tenha sido afetada por algum crime das FARC. O que conduziu naturalmente a uma gra nde reação de toda a população. As guerrilhas davam risada de todos os gove rnos, e nunca cumpriram suas promessas de paz. Ju stificam sua luta armada e seus crimes, alegando que o faze m pelo bem-estar da população. Mas agora essa mes ma população se manifesta com um rotundo NÃO contra e las, o que constitui um fator muito importante na atual conjuntura colombiana. A popul ação perdeu o medo das vinganças e re-
MARÇO2008 -
Tradición y Acción e a Fwulación Nacional Cubano-Americana o rga ni zaram urna confe rê nc ia
solveu e nfre ntar as re taliações das gue rrilhas, sendo este o prime iro passo pa ra a derrota de finiti va das FARC e de mais o rgani zações te rrori stas qu e atu a m na Colô mbia.
Catolicismo - O que poderia nos narrar sobre a atuação do movimento Tradición y Acción, dirigido pelo Sr.? Sr. Eugenio Trujillo - Vimos desenv o lvend o, há vári os anos, uma inte nsa atividade ideológica contra as FARC . Alegra- nos ime nsame nte constatar qu e agora todo o país se manifesta contra elas. M as fo i um processo muito lento, uma luta muito difícil. Cabe-nos a ho nra de te rmos sido os primeiros a leva ntar o estandarte de re púdi o às g ue rrilh as, e m mome ntos nos qu ais fazê-lo represe ntava um imenso risco. E o fi ze mos com corage m e e ne rgia, não só de ntro da Colô mbi a, mas ta mbé m e m muitos foros inte rnac io nais. Por exe mplo, 1}·adición y Acción publicou, no ano 2000, um manifes to de página inteira no "Washingto n Times" e no "Diario Las Américas", este último de Miami , denunciando que as FARC se fin anciavam com o dinheiro do narcotTáfi co, e que existia uma aliança macabra e ntre a guerrilha marxista e o narcotráfi co para destruir a Colô mbia. O preside nte da Re pública na época, Sr. Pas trana - o mesmo qu e entregou urn a pa rte do te rri tó ri o colo mbia no aos bandidos das FARC - apressouse a afirm ar que isso não era certo, e que não estava comprovado. E ntretanto hoj e, oito anos depois, esta é urna dessas verd ades tão e videntes, qu e ning ué m e m são juízo pode negar. Fo mos os primeiros a levantar essa ba nde ira, que mantive mos de pé durante todos esses anos, às vezes praticame nte sozinhos. E agora o mundo in teiro reconhece que o afirm ado po r nós e ra ve rd ade. M as isso tardo u muito e m converte r-se numa rea lidade inegáve l. Era prec iso te r coragem pa ra afrontar du rante o ito anos esse ri sco po nde ráve l. Catolicismo - Muito interessante! Que outro tipo de atuação exerce Tradición y Acción? Sr. Eugenio Trujillo - Outra ação muito impo rta nte fo i um fo ro reali zado e m Mia mi, com a ajuda da colônia c ubana exilada naqu e la c idade, o qu al te ve ime nsa reperc ussão na Colô mbi a.
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CATOLICISMO
para de nunc ia r a infiltração das g ue rrilh as e m di ve rsos o rga ni smos do Estado colombi ano. Um dos o rado res, convidado ele ho nra cio e ve nto, fo i o Gene ral Nés to r Ramírez, Jl Coma ndante do Exérc ito da Colô mbi a. Em sua confe rê nc ia, o ge ne ral denuncio u que as g uerrilhas tinham se infiltrado em organismos cio Estado, como na Procuradoria e na Fiscalia, o que gerou urna verdadeira tempestade publicitária. Muitos setores políticos e amigos e simpati zantes elas gue rrilhas protesta ram , chegando a exigir a destituição do General Ramírez. Mas essa denúncia, antes impe nsáve l, to rnou-se outra realidade incontestável. As próprias Forças Armadas e a Políc ia Nacional acabaram sendo vítimas dessa infiltração, corno fi cou clernonst:raclo à saciedade anos depois.
Em Medell ín
"Cabe-nos a honl'a de termos sido os primeiros a levantar o estandarte <le r epúdio às guerrilhas, cm momentos 110s quais l'azê-Jo r epresentava 11111 imenso l'Ísco"
Catolicismo - Como surgiu a idéia de fundar Tradición y Acción? Sr. Eugenio Trujillo - Tradición y Acción nasceu e m 1998, com o objeti vo principal ele dar continu idade ao trabalho ideológico desenvolvido pe la Sociedad Colombiana de Def ensa de la Tradición, Familia y Propiedad. A TFP da Co lômbi a havia inic iado suas atividades a partir d os a nos 70 , co n ve rte ndo-se na maio r orga ni zação ideológica de o pos ição às g uerrilh as, ao mes mo te mpo e m qu e lutava po r urn a verdade ira res tauração moral cio país. E m 1995, a mo rte do Prof. Pl ín io Corrêa ele Olive ira - fundad o r da TFP brasi lei ra e ins pirado r das de ma is T FPs - foi seg ui da ele urn a treme nd a c ri se no inte rior da o rga ni zação. Um seto r maj o ritá ri o da TFP co lo mbi a na decid iu e ntão dar no vos rum os à e ntid ade, a fasta ndo-a dos idea is o ri g inais de la. Foi ass im que surgiu Tradición y Acción - para continua r a luta ideo lógica, segundo os princ ípios de Plínio Corrêa de Olive ira. Até e ntão e u e ra vicepres ide nte da TFP colomb iana. Ao declarar-se a c ri se, alguns dos anti gos membros da e ntidade e cu dec idimos fund a r a Sociedad Colombiana Tradición y Acción, a fim de salvar e prosseguir os O a nos de luta em defesa de nosso país. Catolicismo - Seu movimento tem desenvolvido atualmente alguma outra atuação?
volução. N essa obra mag istra l estão contidos os princípios ele ação q ue inspirara m todas as e ntidades Traclição-Fa rníli a-Proprieclacle no mundo inteiro.
Sr. Eugenio Trujillo -
Estamos a tua lme nte trabalhand o e m du as iniciativas muito impo rtantes. A prime ira é urna gra nd e ca mpanh a de di vul gação da de voção ao Sagrado Coração de Jesus. A Colô mbi a é um país profundame nte cató lico, que fo i consagrado ao Coração de Jes us e m 1902 . As div ersas c ri ses de nosso te mpo fi zeram com que os va lo res morai s fosse m decaindo, mas há no mo me nto um grande ressurg ime nto re li gioso. É preciso então dar urn a o ri e ntação à po pulação nesse sentido. D aí a grande di vul gação da de voção ao Sagrad o Coração ele Jes us. Esta mos també m e mpenh ados na difusão de um li vro muito importa nte: Co-
Catolicismo - Hoje, diante de tão gigantesca reação às FARC, o Sr. crê que os objetivos desse movimento narcoterrorista-socialista continuam vigentes? Sr. Eugeuio Trt~jillo - As FARC co ntinu a rão se nd o um pe ri go, não se pode nd o ele ne nhum modo ba ixar a g u a rd a di a nte d e las. O s pro m o to res d a re vo lu ção ma rxi sta j a ma is descansarão na s ua luta re vo luci o nári a . I sso deve nos ma nte r ate ntos, com todos os s in ais ele a la rm e pe rm a ne nte me nte acesos. Ade rn ais, e xi ste um elemento novo nessa luta po líti ca, cio qu al ainda não fa lamos. É o Preside nte da Venezuela, Hugo C h,1 vez. E le está se converte ndo e m aliado e c úmpli ce el as FAR C. Isso é muito pe ri goso. N ão só p a ra a Co lô mbi a, m as ta mbé m para as de mais nações da Amé ri ca Latin a.
lômbia, nunca mais sob o império do caos . Trata-se de um a profunda an á li se ci o conflito armado colom bi a no, rea li zada po r uma comi ssão ele es tud os ele Tradición y
Acción . Esse livro é um compê ndi o dos últimos 20 a nos ele nossa hi stóri a, demo nstrand o co mo a ca pitul ação ci o Estado e ela sociedade a nte as pressões das g uerrilhas fo i realme nte o qu e nos condu ziu ao caos no qu a l temos vivido nes tas últimas duas décadas . A pressão terrorista elas g ue rrilh as gero u um a atitude profund a me nte equivocada do Estado e ela soc iedade, be m como ele a lg uns seto res cató li cos cio país. Muitos pe nsara m qu e capitula r ante as a meaças conduz iria à pac ificação ela Co lô mbia, mas aconteceu exatame nte o contrári o. O liv ro - do qu al estamos faze ndo urna grande divul gação - desc reve a gê nese desse processo la mentá vel, e ao mes mo te mpo lança um ape lo pa ra qu e uma situação simil ar j a mai s volte a aco ntecer.
Catolicismo - A que se deve a eficácia do trabalho de Tradición y Acción? Sr. Eugenio Trujillo - Tive a ho nra de conhece r o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, fund ado r da TFP bras ileira. Todos os de mais direto res de Tradición y Acción também tivera m. Com ele apre nde mos a an ali sar os processos sócio- po líti cos e ideo lógicos que a fetam o mundo conte mpo râneo. Vimos e ntão ap licando os e nsina me ntos recebidos de le ao lo ngo ele mui tos anos, e que estão consubsta nc iados e m seu li vro Revolução e Contra-Re-
Em Manizales
"Hugo Chá vez está se converten<lo em aliado e cúmplice <las FARC. Isso é muito perigoso para a Colômbia e as <lemais 11ações da A mél'Íca LatÍJ1a "
Catolicismo - Qual a opinião geral dos colombianos sobre essa relação entre as FARC e o presidente da Venezuela? Sr. Eugenio Tnijillo - Mui to gra ve e muito preoc upante. C re io qu e o público ainda não sa be rea lme nte até o nde c hega essa relação. Só sabe qu e é mui to es tre ita. Acho que de ntro ele po uco tempo serão conhec idas as intimidades dessa alia nça qu e ne m o pró prio C há vez oc ulta, mas pelo contrári o, procl ama aos quatro ve ntos. Es tou convenc ido de que as FARC faze m pa rte cios planos ex pa nsionistas cio preside nte Chávez. E le qu e r ex po rta r a qualque r preço sua revolução bo livari ana para mui tos países, di spo ndo pa ra isso ele dinhe iro abunda nte. E nas FARC e le e ncontrou um a ali a nça inte ira mente à medida ele seu dedo. A uni ão ele C há vez com as FARC é um a ameaça latente pa ra a Colô mbia. E també m para o Brasil, ainda que não se fa le di sso. E mbo ra para muitos brasileiros possa parecer ex travagante, um dos objetivos elas FA RC é obter uma grande influê nc ia no Bras il. Para este fim , os talões de chegue e os petroclólares ele C hávez poderão ser ele g rande auxílio ... •
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Va so s e cand elabros segundo o estil o retratad o por Hallé, no quadro " Re paraçã o feita ao Rei pelo Doge de Gênova".
Convite para a exposição Composiçã o da Sala do Trono em Versa lhes
Cintila em Versalhes uma luz de prata 1, N ELSON RIBE IRO F RAGELLI
E splendorosa exposição - muito apropriadamente denominada Quando Versalhes se mobiliava de prata - reflete algo
do brilho da Cristandade de outrora, cada vez mais apreciada atualmente
CATOLICISMO
Os portões de Versalhes estão permanentemente abertos ao povo. Esta tradição é mantida desde os tempos em que nele res idi am os reis. Se é outro o públi co que Versalhes hoje acolhe, o motivo que o leva ao palác io é o mesmo. Quando a corte ali residia, nenhum europeu julgava completa sua formação cultu ral se não tivesse percorrido seus salões de legenda. Sempre fo i o povo quem mais admi ro u a míti ca morada dos reis. Esta admiração é c rescente. Multipli cam-se nos últim os anos as preleções hi stóricas, ex pos ições e visitas àqueles ambientes grandi osos. Lu gar e m conferências, só se encontra reservando bilhete com meses de antecedência. Nos jardin s, sa lões, ga le ri as, por toda parte, mestres fa lam e alunos anotam, fotografam, consultam manuais. As imagens do passado encantam. Versalhes pulul a.
"Reparação feita ao Rei pelo Doge de Gênova", Claude-Guy Hallé, 171 O. Trono de Luís XIV (desfeito em 1689), vasos, candelabros e objetos de prata como atributos do poder. Em 1684 a República de Gênova proibira a travessia de seus territórios por tropas francesas. No ano seguinte seu doge apresentava ao rei francês reparação pelo gesto arbitrário. Luís XIV rece beu-o na Galeria dos Espelhos su perlotada, mal permitindo a pa ssagem do doge. Tendo entrado na Galeria pelo extremo oposto ao rei , ele caminhava com dificuldade entre nobres, prelados e o povo . O rei, percebendo essa dificuldade, desce do trono e dirige-se a ele, a brindo alas com o bastão do m estre de cerimônias (figura centra l, de costas), a fim de conduzi-lo até os degraus do trono . O serviço real, durante a reparação, amenizava ao ilustre doge o rigor da submissão. O quadro foi pintado dois anos após o desaparecimento do trono e dos objetos retratados. Eles já faziam parte da legenda simbólica de Versalhes, vivamente presentes na memória do povo. Hallé deu a seu quadro cores noturnas, que melhor realçam o brilho sutil da prata.
Qu ando os reis reuni am seus conselhos ou toma vam refeições, não só os jardins, mas ta mbé m grande parte dos salões eram permanente me nte franqueados ao povo. Cada vi sita nte era vi sto pelos guardas do palác io como enl e vaclo súdi to, desejoso de ver seu rei e a corte. Vândalos a rabiscar paredes e rasgar veludos são ' privil égio' dos nossos dias; de furtos de obras de arte, não se fa lava. O ódi o de classe não tinha ainda s ido in stil ad o nos es píritos. Se Robespi erre não estava tão longe, o espectro de Lenin e não ousava vag uear no refin ame nto elas grandes salas . Com terrori s mo, não se so nhava. Hoj e, nosso "progresso" impõe uma re vi sta poli cial à entrada do caste lo, última injun ção cio séc ul o XXI a quem bu sca no palácio os sonhos que ele e voca. Tran sposta essa barreira, o visitante penetra no primor ela rea leza, onde o aguarda uma pausa entre os co nstrang ime ntos do séc ul o.
Q11aJ1do Ver salhes se mobiliava de prata Até 9 ele março deste ano, um novo espl e ndor sed uz o visitante: nos Grandes Aparta mentos Reais é fe ita a ex pos ição Quando Versalhes se mobiliava de prata. Móveis e objetos de prata - em-
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o castelo de Rosenborg, e m Copenhague, e foi ced ida à exposição. Todas as outras peças de valor ali expostas provêm de casas reais ou principescas, muitas mantidas hoje em museus. Pratarias do Príncipe de Hanover, do castelo rea l de Berlim, dos castelos da Prússia, de Marienburg e de Brandenburg, do duque de Devonshire, entre outras, reverenciam hoj e o lugar onde seu estilo nasceu.
1'ên11e luz pmteacla, atmosfera de gala
Ambiente de solene acolhimento despertado pelos tronos, espelhos, consoles, mesas e candelabros da "Grande Sala", castelo de Rosenborg (Dinamarca) .
À luz de candelabros, a prata parece revelar ao homem segredos de interna ordenação. Ela retira da penumbra a luz que a anima, fazendo-a cintilar.
bora não os mesmos outrora existentes no palácio, mas cujo estilo ali fo i criado - são pela primeira vez reu nidos naqueles salões, desde que deles foi retirado seu mobi liário ori g inal. O que se passou com aq ueles móveis de refinado bom gosto, id ea li zados pelo próprio co nstrutor de Versalhes? Luís XIV, além de criar esti los decorativos, foi também ativo guerre iro. Em certo momento de suas guerras, quase toda a E uropa se coligou contra ele. Com odesdobramento das frentes de batalha, em L689, e le necessitava de fundos para cobrir excess ivas despe as de guerra, e ordenou para isso a fusão de seu mobi li ário de prata. Entre as peças fundidas estava seu mítico trono de prata. Contam do rei que, logo depois de dar a ordem de fundir essa obraprima, lame ntou-a profundamente. E ntre dois esple ndores - o militar e o soc ial - e le optou pelo das armas. Durante 20 anos, ourives e c inzeladores da França tinham trabalhado 20 toneladas de prata, transforma ndo-as em obras de artes. Os estilos de Versalhes sempre influenc iaram as cortes e uropé ias, e outros monarcas europeus, e ncontrando estím ul o no re i francês , mandaram fazer obras seme lhantes. E essas obras ficaram. Por isso hoje se pode reunir um mobiliário de prata que em tudo relembra as peças de. apa recidas em L689. Há muito vinham as atuais cortes e uropé ias mani festando o desejo de restituir a Versalhes, ai nda que temporariamente, esse aspecto desaparecido de sua grand za , reunindo no palácio suas mobílias de prata. Amai ri a d ssas coleções pertence à família rea l dinamarquesa . Ela de ora
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CATOLICISMO
O ouro tem no nascer e no pôr-do-sol sua evocação mais freqüente. O dourado presente em ambos associa, na imaginação, um ao o utro . Entreta nto, no tom argênteo e unifo rme da lua está a evocação da prata. Quem não viu nela um "d isco de prata"? E mbora corrique ira, a afirmação revela uma realidade: e m seu brilho, a prata e a lua se evocam mutuamente. Fora da noite, ambas perdem o melhor de seu resplendor. Na obscuridade, ambas difundem o raio de luz que as incide, por mais tênue que seja. Por esta razão, durante a exposição
perar-se do acabrunhamento sentido ao dar a lamentada orde m de 1689. O sa lão da Abundância e o sa lão de Marte, o Gabinete elas raridades cio Rei, o sa lão de Diana e outros abrigam a maior coleção j á re unida ele pratarias realizadas segu ndo sua inspiração. O mobiliário de prata representava a gra ndeza do poder rea l e a solenid ade hierática dos monarcas. Fazia parte das atribuições do poder. M onoco lor, re lu zente, a luminos id ade grácil da prata conforta. Há ne la uma fleuma afi m com os atos protocolares. E la se harmoniza com a majestade. Sem a suntuosidade do ouro nem a frieza do cristal, a prata é acess íve l, dúctil, gentil , bem representando a altiva amen idade dos príncipes.
Vel'salhes e sua "ação de presença" na França As horas passadas entre as pratarias de Versalhes expandem o espírito. Um francês que tudo via ana liticamente observou à sua esposa: "Não sei
se você tem minha opinião, mas estes salões, que conhecemos de outras visi-
tas, não pareciam tão grandes quando estavam vazios. Hoje, mobiliados, parecem ter mais espaço. Não é uma contradição?". Refletindo um pouco mais, ac resce ntou , conte nte ele sua solução:
"Creio que o espírito se engana ao ver as salas vazias, pois só se forma uma idéia real de seu tamanho através dos espaços intermediários. Mobiliadas, estas salas reencontram sua verdadeira proporção e causam impacto por sua vastidão". Não menos racioc inante, e la retrucou: "Sobretudo é preciso não ver estes móveis de prata isoladamente. Eles estão ligados a um conjunto decorativo, criam um ambiente, reavivam lembranças de Luís XIV, trazendo à mente o esplendor de sua corte". As imagens de outrora fasc inam . De onde vem esse e ncanto pelo passado? O palácio integra a magnífica legenda ele seu povo. Os fatos de outrora repercutem ai nda hoje na existência de cada um . Ele exerce sobre o país, ainda que discretamente, enorme ação de presença. Os franceses têm com ele um conúbio semelhante à sua ali ança com as catedrais. Do gótico ao Ancien Régime estendemse as eras de g lóri a desse grande povo. O palácio sussurra ao visitante segredos da História e da ex istê nc ia . As eras esvanec idas continuam presentes. Intenso é seu apelo. Três meses após o iníc io da expos ição , o importante jornal francês "Le Monde", de 3-4 de fevereiro, traz um artigo de J-M Dumay, a respeito do e uropeu e sua atua l cri se: "Há um senti-
mento de instabilidade, de quase caos. Nesta sociedade transitória tudo parece explosivo. Faltam simultaneam.ente idéias estáveis, uma bússola, horizantes largos".
estão obscurec idos os salões dos Grandes Apartamentos Reais; suas janelas, toldadas por espesso tecido. Apenas velas - uma infinidade de velas - irradiam sua luz sobre a prata das mobíli as e dos objetos ali expostos. Pretendeu-se ass im recriar a atmosfera das feé ricas noites de ga la e laboradas por Luís XIV. Hoje ele teria motivo para em algo recu-
No velho palácio tem-se um encontro com presenças invi síveis. E las nunca o deixaram. Despontam entre mármores e cristais, são reconhecidas nas tapeçari as grandi osas e distintas, portando as certezas de outrora, revestidas de harmoni a. Contin u am presentes as eras esva necidas. Versalhes pulula. • E-mai I do autor: netson frage 11 i@cato licismo .co m.br
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Apresentação
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proximidades da Quaresma, todos os os o secretariado da revista Catoliciso recorria ao Prof. Plínio Corrêa de Oliveira (nascido em 13 de dezembro de 1908 e falecido em 3 de outubro de 1995), inspirador e principal colaborador deste mensário, pedindo-lhe que redigisse alguma matéria para a edição correspondente ao mês da Semana Santa. Ele gentilmente costumava aquiescer, escrevendo algo sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo ou uma meditação apropriada para a época. Procurava sempre mostrar como, de algum modo, em nossos dias a Paixão de nosso Divino Salvador se repete nos padecimentos da Igreja Católica Apostólica Romana, Corpo Místico de Cristo. E insistia muito neste ponto: uma meditação séria sobre a Vida, Paixão e Morte do Divino Redentor não pode estar alheia ao que acontece atualmente na Santa Igreja e em torno de nós. Com a ausência do inesquecível e saudoso Dr. Plínio, pesquisamos nos arquivos da revista matérias de sua lavra que pudessem ser de utilidade para a meditação de nossos leitores nesta Semana Santa. Dentre inúmeros artigos e conferências, escolhemos duas importantes peças: a) um artigo de Catolicismo, edição de abril de 1952; b) texto transcrito de gravação em fita magnética, de conferência que ele proferiu em 17 de março de 1967. Não tendo sido este último revisto pelo conferencista, cingimo-nos a transcrever excertos dele, com pequenas adaptações necessárias à linguagem escrita, acrescentando título e entretítulos. Da redação
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Ataram-lhe as mãos porque faziam o bem □ PLI NIO C ORRÊA DE ÜLIVE IRA Catolicismo, nº 16, abril/1952
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or que fo i o Senhor manietado por seus algozes? Por que impedi ram eles o movimento de suas mãos, pre ndendo~as com duras cordas? Só o ódio ou o temor poderiam exp licar que assim se reduza alguém à imobilidade e à impotência. Por que odiar assim estas mãos? Por que temê-las? A mão é uma das partes mais expressivas e mais nobres do corpo humano. Qu ando os Pontífices e os pais abençoam , faze m-no com um gesto de mãos . Quando o homem inocente é perseguido, se vê saturado de dores e apela para a justiça divina - seu último amparo contra a maldade humana - é com as mãos que amaldiçoa. É com as mãos que pai s e filhos, irmãos e esposos, se acariciam, nos momentos de expansão. Para rezar, o homem junta as mãos ou as levanta para o céu; quando quer simboli zar o poder, e mpunha o cetro ; quando quer exprimir fo rça, e mpunha o gládi o; quando fa la às mul tidões, o orador acentua com as mãos a fo rça do rac ioc ínio com que conve nce ou a expressão das palavras com que comove. É com as mãos que o médico mini stra o remédi o e o home m caridoso socorre os pobres, anciãos e crianças. E por isto os home ns osculam as mãos que faze m o bem e algemam as que praticam o mal. Vossas mãos, Senhor, o que fizera m? Por que fora m atadas? "ln principio erat Verbum, et Verbum erat apud Deum, et Deus erat Verbum" - No pri ncípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo, era Deus (Jo 1, 1). Como descrever vossa tra nscende nte, eterna e inefável majestade, quando antes de todas as coisas e de todos os séculos vivíeis a vi da supre mamente gloriosa e feli z da Santíssima Trindade? São Paulo contemplou esta vida, e a única coisa que sobre ela conseguiu dizer é que não pode ser expressa em palavras hu manas. Do alto desse trono, viestes com desígni os de amor para remir os home ns. E por isto, com bondade inefável, assumi stes nossa natureza humana. Qui sestes ter um corpo humano por amor do homem. É para faze r o· bem, que fora m criadas vossas divinas mãos.
Mãos de Mestre, mas também mãos de Pastor Que m pode di zer, Senhor, a glóri a que estas mãos - agora sangrentas e desfiguradas, e entretanto tão belas e tão dignas desde os primeiros dias de vossa infâ ncia - deram a Deus, quando sobre elas pousaram os primeiros ósculos de Nossa Senhora e São José? Quem pode di zer com quanta meiguice fi zeram a Maria Santíssima o primeiro carinho? Com quanta CATO LICISMO
pi edade se uniram pela primeira vez em atitude de prece? E com qu anta fo rça, quanta nobreza, quanta humildade trabalharam na oficina de São José? Mãos do Filho perfe ito, que outra coisa fi zeram no lar, senão o be m? Qu ando começou vossa vida pública, fos tes principalmente o Mestre, que ensinava aos homens o caminho do Céu. E ass im, quando no pugillus grex (Lc 12, 32) [pequeno rebanho] de vossos preferidos ensináveis a perfeição evangélica, e vossa voz se levantava e pairava sobre as multidões enlevadas e reverentes, vossas mãos se mov iam apontando a morada celeste ou exprobrando o crime, acrescentando à palavra todos os imponderáveis com que as enriquece o gesto. E os Apóstolos e as multidões cri am em Vós e vos adoravam, Senhor. Mãos de Mestre, mas também mãos de Pastor. Não ensináveis apenas, mas gui áveis. A função de gui ar se exerce mais propriamente sobre a vontade; a de ensinar, mais exatamente sobre a inteligência. E como é sobretudo pelo amor que se gui am as vontades, vossas divinas mãos tiveram vi rtudes misteri osas e sobre natu rais para afagar os pequeninos, acolher os penitentes, curar os enfe rmos. Amor tão arde nte, tão abundante, tão comunicativo, que de lá até hoje, sempre que as mãos de um cri stão - e mais especialmente de um sacerdote - se move m para afagar os pequeninos, conso lar os penitentes, mini strar re médi o aos enfe rmos, o amor que as anima não é senão uma centelha deste infinito amor, meu Deus.
Mãos que fustigam o demônio e suas obrns
ondade inefá natu es es ter u ano ,, por amor do homem. E para fazer o bem, que foram criadas vossas divinas mãos.
Mas estas mãos tão sobrenatw·almente fo11es - a cujo império vergavam todas as leis da natureza, a cuj o aceno a dor, a morte e a dúvida fugiam - tinham ainda outra função a exercer. Não falastes do lobo voraz? Seríeis Pastor, se o não repelísseis? E se tudo fazíeis com força irresistível, como poderia alguém não sentir o golpe do látego que empunhásseis? O lobo, sim ... e antes de tudo o demônio. Vossa vida tornou patente que o demônio não é um ente de ficção ou quase tanto, um ser ao qual tão raras vezes é dado o poder de agir, que praticamente a imensa maioria das coisas se passa como se ele não existisse. Os homens hipócritas ou de costumes dissolutos, ostentando vestes de justiça e até do sacerdócio, tudo isto aparece nos Evangelhos, não só como conseqüência da depravação humana em virtude do pecado original e da nossa maldade, mas também como obra do demônio - ativo, diligente, emboscado ali e acolá, denunciando por vezes sua presença com espetaculares manifes tações de obsessão e de possessão. Vós ex pul sáveis o demônio, Senhor, com terrível império. E diante de vossa palavra grave e domin adora como o trovão, mais nobre e mais sole ne que um cântico de Anj o, os espíritos impuros fu giam espavoridos e derrotados. Tão derrotados e tão espavoridos, que daí por di ante tiveram que obedecer a vossos Apóstolos com docilidade. Por toda a parte onde vossa palavra fo i pregada e aceita pelos homens, a impureza, a revolta e o de môni o fugiram sempre. E só voltaram a estender sobre a humanidade suas asas de sombra e seu poder de pe rdi ção quando o mundo começou a rejeitar vossa Igreja, que é vosso Corpo Místico. Bastará que os homens
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correspondam novamente à graça de Deus, para que o império das potências infe rnais r;nais uma vez decaia; e as trevas, a lascív ia, o esp írito da revo lução, derrotados e impotentes, voltem para os antros secretos dos quais há séculos saíra m.
Mãos que empunham o látego 11a delesa <la Causa de Deus Vossas divinas mãos não se limitara m a brandir o caj ado contra as potê nc ias espiritua is e invi síveis que, no dizer de São Paulo, pairam nos ares para perder os homens; mas atacaram o demônio e o mal em seus agentes tangíveis e visíveis. Atacastes o ma l, antes de tudo considerado e m abstrato, e não houve vício contra o qu al não fa lásseis; mas também o mal em concreto, enquanto rea li zado nos homens. Não só nos ho mens em geral, mas em certas c lasses - os far iseus, por exemplo; não só em certas classes, mas em certos home ns concretissimamente considerados. Os vendilhões do templo estão imortalizados nas páginas do Evangelho, pelo castigo exemplar que sofreram. Vós, que recomendastes a mansidão até seus últimos extremos, quando estivessem em j ogo somente direitos pessoais; Vós, que quereis que respondamos voltando a outra face, quando recebermos uma bofetada; Vós no entanto empregastes um a ardente e santa difam ação para desacreditar os fariseus e empunhastes o látego para pôr em sangue os vendilhões. É que se tratava, não de dire itos meramente humanos, mas da Causa de Deus. E no servi ço de Deus há mo mentos e m que não recriminar, não fustigar, equi va le a trair. E estas mãos que fora m tão suaves para os homens retos como João, o inocente, e M ada lena, a penitente ; estas mãos que fora m tão terríve is para o mundo, o demônio e a carne, por que estão aí atadas e postas em carne viva? Porventu ra por obra dos inocentes, dos penite ntes? Ou por obra dos que delas receberam merecido casti go, e contra esse castigo diabo li camente se revoltaram?
Ataram vossas mãos, reduzil'am ao silêJ1cio vossa voz Por que tanto ód io? Por que tanto medo, a ponto de terem julgado necessári o atar vossas mãos, red uzir ao si lênc io vossa voz, extingu ir vossa vida? Seri a porque alguém receasse ser curado ou afagado? Mas quem teme a saúde? Quem odeia o carinho? Senhor, para compreender esta monstruosidade, é preciso crer no mal. É preciso reconhecer que a natureza humana fac ilmente se revo lta contra o sacrifíc io; e quando entra no caminho da revo lta, não há infâ mia nem desÚdem de que não seja capaz. É preciso reconhecer que vossa le i impõe sacrifícios, que é duro ser casto, ser humilde, ser ho nesto, e em conseq üência é duro seguir vossa Lei. Vosso jugo é suave, sim; e vosso peso, leve. Não porém porq ue não seja amargo renunciar ao que em nós há de animal e desordenado, mas porque Vós mesmo nos aj udais a fazê-lo. E quando alguém vos diz não, começa a vos od iar, odiando todo o bem, toda a verdade, toda a perfeição de que sois a própria personificação. E se não vos tem à mão sob forma visível, para
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CATOLICISMO
descarregar seu ód io satânico, golpeia a Igreja, profana a Eucaristia, bl asfema, propaga a imoralidade, prega a revolução.
Na Paixão, os beneliciados lilgil'am espavoridos Estai s manietado, me u Jesus. E onde estão os coxos, os paralíticos, os cegos e os mudos que c urastes, os mortos que ressusc itas tes , os possessos que libertastes, os pecadores que reerguestes, os justos a quem reve lastes a vida eterna? Por que não vêm e les romper os laços que pre nde m vossas mãos? C uri oso paradoxo. Vossos inimigos co ntinuam a te mer vossas mãos, em bora atadas, e por isto vos matarão . Vossos amigos parecem menos cônsc ios de vosso poder. E po rque não confiam e m Vós, foge m espavo ridos diante dos que vos perseguem. Por quê? Ainda aí a força do mal se patenteia. Vossos ini migos amam tanto o mal, que, sob as humilhações das cordas que vos prendem, percebem a inda toda a fo rça de vosso poder... e treme m! Para estar seguros, querem transformar em chaga vossa última fibra de carne ainda sã, querem derramar a última gota de vosso sangue, querem ver-vos exa lar o último alento. E ainda ass im não estarão tranqüil os. Morto, ainda incutireis terror. Ser-Jhes-á necessário lacrar vosso sepulcro e cercar de guardas armados o vosso cadáver. Como o ód io ao bem os torna perspicazes, a ponto de perceberem o que há de indestrutíve l em Vós ! E, pe lo contrári o, os bons não vêem isto com a mes ma clareza. Reputam-vos derrotado, perdido ... foge m para salvar a própri a pele. Só têm o lhos e ouvidos para pressentir o próprio ri sco. É que o ho mem é perspi caz só para aquil o que ama. E se vê melhor seu ri sco do que vosso poder, é porque ama mais ua vida do que vossa glória.
Não lazer concessões, nem se adaptar aos effos do século Ó, Senhor, quantas vezes vossos adversários tre me m di ante da Igreja, enquanto eu, miserável, vendo-a mani etada, reputo tudo perd ido. M as quanta razão tinham vossos inimi gos ! Ressuscitastes. Não só as cordas e os cravos de nada valeram, mas ne m a laje do sepulcro ne m o cárcere da morte vos puderam reter. Sim, ressuscitastes ! Aleluia! Senhor meu, que lição ! Vendo a Igreja perseguida, humilhada, abanei nada por seus filhos, negada pelos costumes pagãos e pela ciência panteísta de hoje, ameaçada de fora pelos erros do comunismo, e por dentro pelos desatinos dos que querem pactuar com o demônio, hesito, tremo, julgo tudo perdido. Senhor, mil vezes não ! Vós ressusc itastes por vossa própri a fo rça e redu zistes a nada os vínculos co m que vossos adversários pretendiam vos reter nas sombras da morte. Vossa Igreja participa dessa força interior, e pode a qualquer momento destrui r todos os obstácu los com que a cercam. Nossa e p rança não está nas concessões nem na adaptação aos erros do éculo. Nossa esperança está em Vós, Senhor. Atendei as súplicas dos justos, que vos impl oram por me io de Maria Santíssima. Envi ai, ó Jesus, o vosso Espírito, e renov are is a face da Terra. •
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·Dores e alegrias entrelaçaram-se continuamente na vida da Mãe de Deus n PuN10 CoRRÊA DE OuvEJRA Conferência de 17 março/ 196 7
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respeito das dores de Nossa Senhora, basicamente podese dizer o seguinte: engana-se quem pensa que Ela teve na vida apenas um e pisódi o de dor, no momento supremo da Paixão de seu Divino Filho. Não foi este um momento único, e mbora tenha sido a maior dor que jamais se tenha sentido no universo, abaixo da dor insondável de Nosso Senhor Jesus Cristo em sua humanidade sa ntíssima. Fo i uma dor tão grande, que recapitul ou todas as dores do uni verso e tudo quanto os homens sofreram desde a queda de Adão e sofrerão até o último momento e m que haj a homens na Terra. Nosso Senhor Jesus Cristo fo i chamado pelo profeta Isaías de Vir Dolorum (Is 53, 3) [Varão das Dores]. A Paixão de Nosso Senhor não foi um fato iso lado na sua vida, mas fo i o ápice de uma seq üê nc ia enorme de dores, que começaram desde o primeiro in stante de seu Ser e foram até o momento em que, com um dilúvio de dores, E le exalou o terrível Consummatwn est (Jo 19, 30) [Tudo está consumado]. Nossa Senhora, sendo um espe lho da Sabedoria e da Justiça, refl ete e m si tudo quanto é de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, pode-se afi rmar que Ela fo i a Mulier Dolonun, a Dama das Dores. Teve a sua vida inteira invadida pela dor. Foi no entanto uma dor proporcional às fo rças incalculáve is que a graça lhe dava. Como dor imposta pela Providência, por mais lanc inante que tenha sido, não era dessas dores que põem tudo e m turbulência, em provação, e que devastam uma alma. Eram dores imensas, mas muito arquitetôn icas, sábias, e recebi das com um a sere nidade de alma admirável. Na supre ma amargura, co nservava a paz. Assim, também de Nossa Senhora pode-se di zer que estava e m paz em rrieio a um a amargura supre ma. No meio de um ocea no de dores, tudo era equilibrado, raciocinado, carregado com amor e eq uilíbrio de alma incomparável, sem super-emoções, embora com uma quase infi nitude de sentimentos. Sem torcidas, sem pânicos, mas co m muito medo, muita angústia; e, nos momentos devidos, com um peso de dor que chegava quase a estraçalhar. Durante a vida inteira, Nossa Senhora fo i uma grande sofredora, mas teve também alegrias ao longo da vida inteira. CATOLICISMO
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Todas as alegri as do mundo - desde o primeiro in stante em que o home m nasceu no Paraíso terrestre até o último momento em que haja homens na Terra, todas elas somadas não se comparam às grandes alegrias da Santíssima Virgem. Essas dores e alegrias e ntrelaçaram-se continuamente. Ela vivia suportando o fardo das mai s tremendas dores, e ao mesmo tem po alivi ada pelas mais admirávei s alegrias.
Quais l'ornm as dores de Nossa Senhora? Fundamentalmente, Ela começou a sofrer já antes desaber que seria a Mãe de Deus. Tendo sido concebida sem pecado original, pensava e tinha profundo conhecimento de tudo que se passava. E tinha pela glória de Deus um zelo tal, que daria mil vidas para ev itar um pecado mortal. Entretanto passava pela dor tremenda de ver a humanidade inteira inerte no pecado. Mai s do que isto, Ela viu os pecados que se cometeriam por ocasião da vinda do Messias e os que viriam depois do Messias até o fim do mundo. E esses pecados causavam-lhe um torme nto do qu al simplesme nte não temos idéia. Santo Inác io de Loyola di sse que, se ele tivesse que passar a vida inteira de sofrimentos simplesmente para evitar que se cometesse um só pecado mortal, daria por bem empregados todos os sofrim entos de sua existência, de tal mane ira o pecado mortal é um mal insondável. Mas se esse santo pensava assim, o que pensava Nossa Senhora, diante da qual o maior santo é menos do que uma gota de ág ua comparada a todos os mares? A santidade de Nossa Senhora não tem proporção com nada. Nós não podemos faze r o cômputo da desproporção e ntre a santidade de M ari a Santíssima e a de todos os anjos e sa ntos re unidos. Então, que torme ntos isso seria para Ela? Depois Ela recebeu a notícia magnífica de que seria a Mãe do Verbo Encarnado. Pode-se imaginar a alegria que Ela teve em adorar o Deus encarnado, no primeiro momento e m que O concebeu por obra do Divino Espírito Santo. Mas também se pode imaginar a dor, pensando nos sofrimentos inenarráveis que seu Divino Filho padeceria.
Desde a h1fâ1,cia ele Nosso Senhor até sua morte na cruz Nossa Senhora passa pelas dores na infâ ncia do Menino Jesus, depo is pela dor da separação d' E le. Mais tarde começam os mil agres operados por Ele, começam as vitórias d 'Ele - é o momento da alegria. Mas, pouco depoi s, começa a ingratidão dos homens. Começa a se preparar a tempestade das injustiças que levaram Nosso Senhor até a Crucifixão. Ela vai sofrendo com tudo isso. Por exempl o, considerando a ingrati dão de que Ele era vítima por toda parte. No mome nto da Pa ixão, Ela vê tudo o que Nosso Senhor sofreu, e m cada transe, e sofreu junto. Se há santos e santas que desmaiarnm ao terem a revelação do que Nosso Senhor sofreu na Paixão, como avaliar o que seria para Nossa Senhora o mínimo episódio da Paixão? Afinal, vendo seu Filho no alto da cruz, as dores de Nossa Senhora atingem o inenarrável. Ela fica nessa alternativa: de um lado, desejar que E le morra logo, para diminuir as dores;
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1: de outro lado, desej ar que a vida d 'Ele ainda se prol ongue, porque toda mãe desej a pro longar a vida de seu filho; mas também devido à idéia de que assim E le sofreri a mais, e seri a me lhor para a re mi ssão dos pobres pecadores . E la adere à Paixão, adere ao prolongamento desse sofrim ento, e manté m o pro pós ito ele concordar em que Nosso Senhor sej a imo lado.
Aceitação <lo sacrilicio <la cruz /)ela safração <las almas A Santíss ima Virge m desej ava tanto a salvação de nossas almas, que aceitou que seu Filho passasse por tudo aquil o, pela alma de cada um de nós. Ela ama tanto a alma de cada um individualmente, que ainda que houvesse um só para ser sa lvo por aquele período ele dores, Ela aceitari a que o F ilho d'Ela passasse por aqueles tormentos para salvar essa alm a. Imagine m Nossa Senhora vendo todos os to rmentos . Por exempl o, a coroa ele espinhos pe netra r na fronte de Nosso Senhor e produ zir lesões nervosas, faze ndo todo o corpo estremecer no me io de todas aque las dores; a coroa de espinhos chegando a atingir os o lhos sagrados d 'Ele; na C ru z, os braços d 'Ele semi -separados dos ombros; a sede tremenda; o sangue que escorri a de todos os lados ; a fe bre altíss ima; os estertores ele todo o corpo contorc ido pe la dor. E la sabi a de tudo isso, medi a tudo isso, entretanto aceitava tudo. Desejava que fosse ass im . Era como que um sacrificador, um sacerdote que imo la a Vítima Divin a no alto do Ca lvári o. Ela queria que aquilo fosse assim, po is se era este o preço para salva r uma alma, Ela queri a que o Filho d 'Ela sofresse o que estava sofrendo. Aq ui está a grandeza de Nossa Senhora. Não tanto na enormidade elas do res que E la sofre u, mas por ter desej ado sofrer o que sofreu. Ela quis que o Filho d'Ela fizesse esse sacrifíc io tre mendo e ad mi rável por a mor a cada um de nós, porque Deus qui s sacrificar por amor ele nós o seu F ilho Unigêni to.
Eu tenho i<léia do que tem sido a minha ingrntidão? A Semana Santa está se aprox imando, e é o momento de fazer mos uma reflexão a esse respeito . Cada um deve se colocar sozinho di ante do Crucifixo, d iante da imagem de Nossa Senhora das Dores, e esquecer o mundo inte iro. Diante de Deus, fazer esta pergun ta: eu tenho consciência do que custou a minha salvação? Tenho idé ia das dores que custaram as graças todas que tenho recebido? Tenho idéia de q ue, no alto da C ru z, Nosso Senhor Jesus C ri sto pensou no minalmente e m cada homem, desde o começo até o fi m do mundo? E que, portanto, eu passei pela mente divina d 'Ele, com pensamento de mi seri córdia, de bo ndade e de salvação? E le viu a minha alma, v iu minh a pessoa. E le amo u o me u ser, cri ado por E le, e se imo lou num ato de a mor, po rque qui s minh a salvação. Tenho idéia de que a minha salvação custou tudo isso? Te nho idéia do modo pe lo qual eu tenho corres pondi do a isso? Tenho idé ia do que te m sido a minha ingratidão? Q uantas fa ltas cometid as, mui tas vezes por imprudê nc ia, simpl esme nte porq ue não qui s evitar um a ocasião de pecado, po rque eu não qui s faze r uma pequena mo r-
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C AT OLICISMO
Ela ama tanto a alma de cada um individualmente, que ainda que houvesse um só para ser salvo , por aquele período 'de dores, Ela aceitaria que o Filho d'Ela passasse por aqueles tormentos para salvar essa alma.
tificação ! Peca ndo, pegue i o Sang ue de Cristo e o j ogue i na sa1jeta. Sang ue derramado po r mim , e mes mo ass im e u me pus e m condi ções ele perdi ção. E Deus ainda me tolerou nesta vida, me supo rtou e me esperou com outras graças novas, a ind a ma iores do q ue aq ue las graças q ue eu tinh a recebido. E ago ra esto u mais uma vez no mo me nto ela Semana Santa, uma ocas ião de graças. O fl anco de Nosso Senhor Jes us C ri sto e tá aberto, jorrando mi seri córdi a para mim e chamando- me à contrição, à peni tê nc ia, à reco nc ili ação mag nífi ca com E le. Há uma efu são ele bondade e ele carinho, co mo eu j a mais poderi a imag inar. Na Semana Sa nta, minh a prime ira preocupação deve ser a de pensar na minha alma. Pe nsar sem te mo r, sem pânico, po rque Deus é o Pai ele Mi sericórdi a e Nossa Senhora é a M ãe e cana l ele todas as mi seri córdi as. Pensa r co m seri edade, pensa r a fund o. Co locar-me dia nte do Sa ng ue ele C ri sto que corre, ava li ar o que fi z desse sang ue.
"Que uU/i<la<le houve no meu sangue?" N osso Se nhor fez esta pe rg unta, e fo i um dos ma iores sofri me ntos cl 'Ele: Quae utilitas in sanguine ,neo ? Em úl tima análi se, cio que ad ian ta o meu sang ue? Ele pensou em ta ntas alm as q ue haveria m de pi sa r no sangue cl ' E le. Lev iana me nte, estu pidamente, por uma ninhari a, por um a bagatela. Po r um a risada ele cri ada, como no caso de São Pedro. Por trinta dinh eiros, como Ju das. Por pregui ça, po r vo ntade ele do rmir, co mo os o utros Apósto los. Po r medo, por oportuni smo , po r se nsualidade, por qu antas co isas as a lm as haveri am de reje itá- lo! Nosso Senhor teve e m vista a nossa época, e Nossa Senhora també m. Ele teve em vista todas as tra ições ele nossos te mpos, todos os aba ndonos, tudo quanto as a lmas sacerdotais O fizeram sofrer. Se o pecado ele qualquer homem tanto fez Nosso Senhor sofrer, quanto o fa ri a sofrer o pecado cios pró pri os membros ela Sa nta [g rej a? David , no Livro cios Salmos, te m esta que ixa em relação a um que lhe fez mal: "Se o ultrqje viesse de um inimigo, eu o
teria suportado; se a ag ressão partisse de quem me odeia, dele me esconderia. Mas eras tu, meu companheiro, meu íntimo amigo, com quem me entretinha em doces colóquios; com quem, por entre a multidão, íamos à casa de Deus" (S I 54, 13- 15) . Tudo de nossa época fo i visto por Ele, mas visto também co m am or. Pe lo fr uto desse sa ngue infinita me nte prec ioso, haveria ele brota r uma graça espec ial para al guns que são tão ruin s quanto os outros - e às vezes pi ores do que os outros , mas que, por essa graça espec ia l, fora m chamados para serem fié is nessa ho ra ele infi cle li clacle - para se re m aque les que estão j unto à cru z, co mo São João Evange lista, junto à ortodox ia, jun to à verdade ira do utrina, na hora e m q ue todo o mundo a abandona. São aque les que co mpreendem o martírio da Igrej a, a tragédia ela Jgreja corroída intern ame nte pelo progress ismo e e ntregue aos seus piores adversários . Esses foram chamados para luta r por E la, para compreender sua dor, meditar sobre essa do r e vi ver essa dor - a do r ela Sa nta Igrej a Cató li ca Apostó li ca Romana em nosso · d ias . •
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se deduz de uma carta de São Gregório Nazi anzeno , os e nsin ame ntos de São Basílio Magno serviam de antídoto contra as li ções das escolas pagãs, que Gregório de Ni ssa seguira em sua juventude.
De professor <le ,·etórica a Bispo de Nissa
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São Gregório de Nissa Bispo, Confessor e Doutor da Igreja D e uma família de santos, ilustrou com sua doutrina a Igreja no século i:v, combatendo as perniciosas heresias da época, principalmente o arianismo PUNIO M ARIA SO LIME O
Nisso, antiga capital de Alexandre Magno
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sse ilu stre Doutor da Igreja, com seu irmão mais velho, São Bas ílio Mag no , e seu gra nde amigo, São Gregório Nazi anzeno, forma a tríade chamada dos "Capadocianos", ou "Luminare da Capadóc ia", por sua santidade, doutrina e ortodox ia. Ficaram conhecidos por esta fórmu la:
"Basílio é o braço que atua; Gregório Nazian zeno, a boca que fa la; e Gregório de Nissa, a cabeça que pensa ". 1 Gregório de Ni ssa nasceu na Capadóc ia por vo lta do ano 335, numa família de santos. Seus avós, seus pai s e seus irmãos Basílio, M ac rina e Pedro de Sebaste foram també m e leva-
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CATOLICISMO
cios à honra dos altares. Um outro irmão, Naucratius, fo rmado em dire ito, inclinava-se à vicia ascética, mas morreu muito jovem e não pôde realizar seus desejos. Numa carta a Pedro, seu irmão mai s novo, Gregório demonstra os sentimentos de profunda gratidão que ambos compartilhavam para com o irmão mais velho, Basílio. Gregório a e le se refere como "nosso pai e nosso mestre", o que leva a supor que Basílio, muito mais velho que seus irmãos, teve importante papel em sua educação. Vivendo numa casa que era verdadeira esco la de sa ntidade, Gregório foi desde cedo inclinado à virtude. Muito dado ao estudo, cursou com ucesso as belas letras, tornando-se um orácu lo de e loqüênci a. Pelo que
verdadeira grandeza não consiste somente em ser capaz de grandes coisas, mas em poder fa zer parecerem grandes as pequenas" .2 Quem não concordava com essa opinião era o próprio Gregório, que julgava o ônus epi scopal muito acima de sua capacidade. Foi preciso que os bispos da
Como seus irmãos, Gregório também pensou em consagrar-se a Deus e entrou na carreira eclesiástica, exercendo o cargo de leitor . E ntreta nto , parece que se deixou seduzir pelo mag i tério e, não se m certo escânda lo para seus irmãos, aba nd o no u a carreira eclesiástica, começou a lecionar retórica e se caso u com uma piedosa mulher, de muito mérito, chamada Teosebéia. São Basílio tentou em vão fazê-lo ver o erro em que caíra; não obtendo sucesso, pediu ao amigo comum, São Gregório N azianzeno, que o ajudasse a chamar o reca lcitra nte ao verdadeiro caminho. E este o fez com êxito, pois Gregório abandonou a retórica e retomou o estado ec les iás tico . Tendo, de comum acordo, se separado de sua esposa - a quem São Gregório Nazianzeno, no elogio fúnebre, chama
"o rnamento da Igreja" e "glória do século" - fo i ordenado sacerdote. Vagando a Sé de Nissa, pequena localidade às margens do Halys, na estrada que vai de Cesaréia a Ancyra, São Basílio, que tinha sido e levado à Sé epi scopa l de Cesaré ia, pensou em seu irmão para preenchê- la. Tal era o conceito que dele faz ia, que escreveu a E usébio de Samosate: "Eu teria
querido que meu irmão Gregório governasse uma igreja proporcionada a seu mérito e à sua capacidade; quer dizer, toda a Igreja que está sob o sol. Mas isso não podendo ocorret; é necessário contentar-se em que Gregório honre o lugar em que for bispo. A
província lhe fizessem violência, para que aceitasse a sagração episcopa l.
Perseguido pela heresia ariana E Gregório de mon stro u desde logo que a escolha fora certa. Zeloso, caricioso, prudente, sua ciência profunda não o afastava de ninguém. Praticava a mais extrema pobreza para socorrer os pobres de Cristo. Zelava sobretudo para que os cânones sagrados fossem observados com todo rigor, combatendo o erro e a heres ia com santo ardor. Nenhuma consideração humana o imped ia de agir naquilo que era do múnu s ep iscopal.
Isso não podia deixar de irritar os arianos - os terríveis hereges da época - que o ac usaram a Demóstenes, governador do Ponto, adepto da heres ia. Este mandou soldados prenderem o santo bi spo, que se deixou levar sem res istênc ia. Mas, vendo depois que os arianos não queriam dar voz nem quartel aos bispos fiéis, fu g iu . Foi logo ex il ado pelo impe rado r Val e nte, também ganho pe la heresia. Os arianos convocaram e ntão um concílio em Ni ssa, que condenou Gregório. Este foi acusado de dilap idar os bens da diocese e de irregularidade em sua e leição. Um intruso foi nomeado para seu lugar, e ele se viu constrangido a vagar de cidade e m cidade por oito anos. No fim desse tempo, recebeu uma carta de Gregório, o Nazianzeno, que se mostrou profética : "Não te aflijas muito pe-
las coisas adversas, porque não as teríamos tão tristes e contrárias se não nos afligíssemos muito por elas. Não te espantes em que os hereges tomem forças, e como serpentes saiam de suas covas, convidados pela suavidade da primavera. Pouco durará o seu silvar, e voltarão logo para debaixo da terra, vencidos pela verdade e pelo tempo. E isso será tanto mais cedo quanto se nós, sabendo que Deus é o Senhor, o deixarmos agir e pusermos tudo em suas mãos". 3 E isso logo sucedeu. Vencido pelos godos e queimado mi se ravelme nte numa batrnca, morreu Valente, o imperador herege. Subiu ao trono imperial seu sobrinho Graciano, fervoroso católico, que chatnou de volta os bispos exilados e Lhes devolveu sua igrejas. Mas há males que vêm para bem.
"O exílio de São Gregório de Nissa não foi perdido para a Igreja. Foi o momento mais belo de sua vida, porque as igrejas dos lugares por onde sabiam que ele deveria passar o cha-
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mavam para as pacifica,; e para regular a ortodoxia e a disciplina. São Gregório Na zianzeno di z que essa mudança contínua de lugar em. lugar o tornava semelhante ao sol que, sem, j amais parar em, luga r algum., levava por toda parte o calo,; a luz e a f ecundidade" .4
modo que fiquei todo transportado e fora de mim". Ass im aq ue la
Um luzeil'o cio concílio de Collstantino/)la Apenas retorn ado à sua di ocese de Ni ssa, São Gregóri o fo i chamado e m 379 a Cesaré ia para ass ist ir aos últim os momentos de seu irmão São Basíli o. No mesmo ano fo i a Antioqui a, onde o patriarca São Meléc io co nvoca ra um co nc íli o . Como a situação de muitas igrej as tinha s ido arruin ada pe los hereges que ne las go vern aram durante o tempo do imperador Va lente, o concíli o esco lheu os varões ma is in signes pe la santidade e doutrina para que fos sem, como legados da asse mbl é ia co nci I ia r, às dife re ntes provínc ias para restaurar a di sc iplina ec les iástica e an imar os católi cos até então perseguidos pe los hereges . Ass im São Gregó rio de Ni ssa fo i esco lhido para visitar a Arábia e a Palestina. Antes de partir nessa mi ssão, virgem cri stã enfrentava a morte. um movimento da graça o levou a Daí seguiu -se um diál ogo tão elevisitar sua irm ã, Sa nta Mac rin a, vado, que lemb ra o de Santo Agosvirgem, no mosteiro que governatinho com Santa Mó nica no porto va com muita sabedori a e santidade Óstia. São Gregóri o serviu -se de. Apenas chegou, soube que e la de le para compor seu Tratado da estava à morte. alma e da ressurreição. O sa nto fechou os o lhos da irmã Gregório narro u depo is que, ao , e enco me ndo u sua a lm a a De us. ver prostrada no le ito a irm ã que venerava como um a segunda mãe, Depoi s escreveu sua biografia para edificação dos fiéi s. "estava todo perturbado, abatido, Do ocorrido na viagem de São e não pude reter as lág rimas. Mas Gregóri o à Arábi a e Pal estina, praela, longe de se deixar abater corno eu, aproveitou para di zer coisas ti camente nada se sabe . Mas, pe lo re lato que os outros legados fizemaravilhosas sobre a Providência ram , pode-se pensar qu e fo i muito divina e sobre a vida futura , de
CATOLICISMO
prove itosa para a g lória de De us e edificação dos fi éis. São Gregóri o de Ni ssa foi um cios luminares do Concíli o de Constantinopla , que fo rmulou a doutrin a trinitári a; e teve tanta importânc ia que, apesar ele ser composto só de bispos do Oriente, po r suas decisões foi aceito como universa l pela Igreja. Esse concílio e ra um dos qu atro que o Papa São Gregório Magno respeitava como os qu atro Eva nge lh os. Durante esse concíl io São Gregóri o ele Ni ssa co nheceu e tratou fam ili a rm e nte co m São Je rô nim o, outro grande Doutor da Igrej a. E pronunciou a oração fúnebre de São Me léc io de Antioquia, presidente ela assembl é ia, então falec ido. No ano seguinte, participo u de o ut ro co nc íli o e m Constantinopla, o nd e fez um belo cli curso sobre a divindade do Filho e do Espírito Santo. Enfim , ava nçado e m anos e e m virtudes, São Gregório de Nissa fo i, cerca do ano 394, receber no Céu a recompensa demasiada me nte grande que Deus reserva aos que o amam. 5 • E-mail do aut or: pmsolimco @ca toli cismo. com.hr
Notas: 1. Pe. José Le ite, Santos de Cada Dia , Ecli torial A.O., Braga, 1993, tom o 1. p, 3 18. 2. Lcs Pctit s Boll andi stes, Vie.1· des Sa i11t,1·, Bloud ct Barrai, Pari s, 1882, 10 111 0 Ili , p. 297, 3. Pe. Ped r o d e Ri bad ene i ra , Fios Sa11 ctor 11111 , in Dr. Ed uardo Maria V il ar ra sa, La Leye11 da d e Oro, L. González y Co mpaíl ia, Barce lona, 1896, tomo 1, p. 557 . 4. Les Petits Boll andistes, op. ci1. p. 298. 5. Outras obras co nsultadas: - Edelvives, E/ Sa nto de Cada Dia, Ed itorial Lui s Vives, S.A., Saragoça, 1947, tomo li. - 1-1. L ECL ERCQ, Cregory of' Nys,rn , The Cath olic Encyc lopedia, Online Editi on, Copyright © 2003 by Kevin Kni ghl.
450 páginas Formato 17 x 24 cm Impressão primorosa
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l A o estabelecer. . se· no Brasil, no século XIX, a família real portuguesa aqui incrementou as bênçãos da Civilização Cristã européia, na qual palpitavam ainda quentes as cinzas benditas da Cristandade medieval. n Cio
ALEN CASTRO
Acontecimento que marcou a fundo o Brasil consolidação da unidade territorial e política do Brasil, sob a égide da Religião Católica. Os historiadores hoje reconhecem que, sem a presença da dinastia dos Braganças, a unidade nacional teria se esfacelado com a formação de republiquetas várias.
Brasil devedol' de D. João VI
bo, apresentado em 2001, que caricaturizava Dom João VI como um glutão, despreparado, omisso e preguiçoso. O seriado foi um fracasso. Sobre a personalidade de Dom João VI , assim escreveu o escritor inglê s Marcus Chekek: "Era acessível ao mais humilde dos seus súditos. Foi sempre um fervoroso católico e um protetor da música. Era ca ridoso, profundamente leal para com os seus amigos, leal para com os aliados do seu país. [ ... ] A afeição e o respeito que gozou entre o seu povo foram postos à prova em inúmeras ocasiões". 2 Os organizadores das presentes comemorações buscam "fazer uma revisão histórica do fato em si, para que ele não seja mais visto como fuga apavorada [de D. João VI] diante do ultimato de Napoleão, [. . .] e sim como estratégia de um gove rnante. Não mais uma caricatura, mas um retrato fiel". O que se quer provar "é que o príncipe regente foi um rei querido dos brasileiros, um personagem notável na transformação do Brasil naquele início do século XIX". 3 •
O testemunho do historiador Oliveira Lima vai ao ponto: "Foi moda, durante muito tempo, Zombar o mais possível do bom Rei D. João Vi, a quem o Brasil deve sua organização autônoma, suas melhores fundações de cultura e até seus devaneios de grandeza. [... ] "O estabe lecimento de instituições monárquicas no Brasil, a partir de 1808, contribuiu - estamos hoje certos e, aliás, alicerçados numa larga tradição histórica - para uma mutação pacífica do estado de colônia à situação de Estado independente. [... ] "A unidade territorial e política da antiga colônia portuguesa da América do Sul é normalmente aceita como uma conseqüência do estabelecimento, por parte dos portugueses, de um governo colonial centralizado que viria a permitir uma E-mail do autor: cida lencastro@cato licismo.com .br herança de unidade". 1
á 200 anos, no dia 7 de março de 1808, a família real portuguesa chegava ao Rio de Janeiro, tendo à frente o então Príncipe Regente, D. João VI, para estabelecer no Brasil a sede da monarquia dos Braganças [vide, na edição anterior, entrevista com S.A.I.R., o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança]. Referindo-se ao Rio de Janeiro, o historiador e diplomata Albe1to da Costa e Silva, presidente da comissão encarregada das comemorações do bi-centenário, diz: "Em 1808, uma cidadezinha no fim do mundo, de ruas estreitas e sujas, transformou-se, subitamente, na capital do Império de Portugal. [... ] Não há instituição brasileira que não veja em seu passado a presença de D. Notas: João VI, que transformou a cidade extra- Revisão J1istÓl'iCa 1. O Império Brasileiro, Itatiaia , s. Paulo, 1989, p. ordinariamente em 13 anos". 182. Contribuiu para a difamação a que se 2. Carlota Joaquina , José Olympio, 1949, p. 210. Consolidação do Brasil refere Oliveira Lima um seriado da TV Glo- 3. "Diário do Rio de Janeiro" , 12-3-07. São conhecidos os grandes benefícios trazidos ao Brasil pela vinda da familia real. Ainda em Salvador, o Príncipe Regente decretou a abertura dos portos às nações amigas e criou a Escola MédicoCirúrgica, que hoje funciona como Faculdade de Medicina. Já no Rio de Janeiro, criou a Biblioteca Pública, o Jardim Botânico, o curso de agricultura, a Imprensa Oficial, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, o Curso de Cirurgia, o Banco do Brasil e tantas outras repartições que firmaram o Brasil como nação. Mas certamente o maior benefício foi a CATOLICISMO
Veleiro da Marinha e fuzileiros navais comemoram o bicentenário da chegada da família real ao Brasil
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VARIEDADES
Barnabé,
o crédulo R GREGÓ RIO V 1VANCO LO PES
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~mpre aprec iei muito o Barnabé. E fora de dúv ida que ele tem qualidades. É reto, despretensioso, de trato agradável. Mas o coitado tem um defeito incorrigível, tão incorrigíve l que acabou por fa zê- lo ficar de miolo mole. O defeito do Barnabé é que ele acredita piamente em tudo quanto di zem os intelectuais da última moda, aos quais uma literatura pseudo-filosófica e certos cadernos da mídia concede m grande audi ência. E o mais triste é que o pobre Barnabé procura seriamente ap licar na vida concreta as fa ntas ias e lucubradas por esse gênero de sonhadores utópicos que a esq uerda costuma produzir a rodo. A última enrascada e m que Barnabé se meteu fo i acreditar que os animais têm direitos iguais aos dos homens. Mai s ainda, que os animais são iguais aos homens. Eu não sei cm que leituras ele se meteu, nem que palestras ouviu , mas o certo é que ficou convencido da propalada igual dade. E, como é seu vezo, logo se aplicou e m lransferir para a prática a utop ia mirabo lant . Para cúmul o dos males, ele tinha um cachorro d esti mação, um fox terrier branco e engraçadinho, que atendia pelo nome de Pim pão. Não é qu e o pobre Barnabé concedeu estatuto de igualdade ao Pimpão! Às refe içõe , lá estava a cadeira do cãozinho , qu e de ve ri a se ntar- se educadamente, co m o guarda napo ao pescoço, tendo à sua frente o prato e os talheres. Na hora de do rmir, o Pimpão tinha seu qu arto e sua cama, com lençóis limpo e um coberto r de reserva para o caso de esfri ar à noite. Uma pia bem baixa, com luga r para o sabonete e a escova de dentes, fo i especialme nte encomendada . Tudo estav a pe rfe ito , e Barnabé contentíssimo. Mas a dificu ld ade surgiu:
o lerrier não se compenetrava de que era igual aos ho mens e não agia de acordo com a etiqueta. Aí começaram as agruras do Barnabé: como fazer para tornar eficaz essa igualdade com um cabeçudo como o Pimpão, que timbrava em agir como cachorro, e não como home m? Barnabé começou então a dar tratos à bola em busca de uma saída para um prob le ma tão inesperado. E le era inteligente, não propriamente intuitivo, muito menos es perto, mas raciocinante. Foi então - em meio a essas sessões escaldantes de raciocínio apertado, e m que o cérebro fervia de tanto trabalhar - que a solução pulou de dentro da cabeça de Barnabé, como lançada por uma mola. Ne m o esta lo de Vi eira pode-se comparar a tanta luc idez repe ntina :
- Heureca! Achei! Pimpão e eu somos iguais. Se ele não quer se portar como um igual em relação a mim, eu vou me portar como um igual em relação a ele. E eis o pobre Barnabé andando de quatro, co mendo no prato de ferro do terrier, forçando sua coluna vertebral para caber dentro da casinha do cachorro ; e - coitado! - latindo quando algué m se aproximava. A última vez que o vi sitei no manicômio, os méd icos me asseguraram que a situação dele é reversível, e que ele tem cura. É questão de te mpo, e sobretudo de não permitir mais que ele leia qualquer literatura pseudo-fi losófica ou as seções "culturais" de certa mídia. • E- mai l do autor: gregorio@catolicismo.com.br
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4 São Casimirn, Confessor São Lúcio I Papa , Mártir
+ Roma, 254. Foi um dos ilustres presbíteros de Roma qu e seguiram São Corné lio ao desterro, tendo sucedido a este no Papado.
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Santo Albino, Bispo e Confessor
Santo Adr.'iar10, Mártir + Palestina, 308. Sabendo que
+ Angers (Fra nça), 550. De no-
os cri stãos eram perseguidos em Cesaréia, para lá se dirigiu, a fim de prestar-lhes aux íli o. Preso, foi aço itado e depois lançado aos leões, que correra m para e le submi ssos. Teve então a cabeça decepada.
bre estirpe, foi eleito bi spo de Angers já sexagenário; combate u vigorosa mente, com ri sco de vida, o imoral costume de senhores semibárbaros se casarem incestuosamen te com irmãs ou filhas. Convoco u o Concíli o de Orleans, q ue estabe leceu penas severas contra esse ab uso. Muitos mil ag res lhe são atribuídos.
Primeiro Sábado do mês.
2 Santa Inês da Boêmia, Viúva
6 São Conon, Mártir
+ Galil é ia, 25 1. "Ja rdineiro cristão, condenado a correr na frente de um carro tendo seus pés atravessados por cravos, por haver confessado ser discípulo de Jesus cruc/ftcado ".
+ 1282. F ilh a de rei s, casada
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aos 13 anos com o príncipe da S il és ia, fo i para o mosteiro ciste rciense para terminar sua formação. Falecendo seu marido, reso lveu e ntrega r- se toda a Deus, fund ando um as il o destinado aos pobres e um sodalíc io - a Ordem dos Cruc(feros o u da Stella Rubra - para deles cuidar. Fund ou também o Moste iro das frmcis Pobres , ou Damianitas, no qual professou e govern ou por 47 anos.
Santas Perpétua e Felicidade, Mártires. Santo Esterwin Abade, Confessor
~J Santos Marino e Astério, M,í rtircs
+ Ingl ate rra, 686. D e ixo u a Corte de Nortúmbria pelo c laustro de Wearmouth, sob a direção de São Bento B iscop, seu parente. Como Abade, fo i mode lo de piedade, prudência e amor à penitência.
Primeira Sexta-feira do mês.
a São ,João de Deus, Confessor
+ Palestin a, 262 . "Marin o ia
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ser promovicf,o ao grau de centurião quando foi denunciado como crisl ão por um ri va l. Obrigado a escolher, preferiu a palma do m.arrírio às honras rnilitares. O senador romano Astério, que ha via assistido ao seu suplício, foi condenado à morre por haver- lhe recolhido o corpo " (do Martirológio Romano .)
Santa Francisca Romana, Viúva . São Gregório de Nissa, Bispo e Confessor (Vide p. 36)
10 São Macé:írio de Jerusalém, Bispo e Confessor
+ 335. Foi um dos signatá ri os cio Concílio ele Nicéia contra os
ari anos. Venerado pelo Jmperador Constantino e sua mãe Santa He lena, co m e la descobriu vários dos instrumentos da Pa ixão, in c lu s iv e a verdade ira Cruz.
ros, nos quai s viviam mais de mil re li g iosas.
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São José esposo ela Sa ntíssima Virgem, Patrono ela Igreja Universa l e da Boa Morte
São Sol'rônio, Bispo + Alexandria, 638. Nascido em
(Neste ano, por cair o dia 19 na Semana Santa)
21 Sl•:XTA-l<'EII~A SANTA Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dia de jej um e abstinência.
22 SÁBADO SANTO Jes us C ri sto no sepul cro e a sacral so ledade de Nossa Senhora .
Damasco, viveu 20 anos como erem ita para depo is "ser colocado à frente da igreja de Jerusalém, que viu ser destruída pelos sarracenos" (do Martirológio Romano).
DOMINGO OI•: l~AMOS
2:1
Triunfa l entrnda ele Cri sto Jesus em Jerusalém, poucos dias antes de sua Paixão na mesma cidade.
PÁSCOA D/\ RESSURREIÇÃO.
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Santo Inocêncio 1, Papa e Confessor
+ 417. "Eslendeu a solicilude
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São Patrício, Bispo e Conl'cssor. São ,José ele /\t'imatéia, Confessor
da Igreja Romana ao Oriente, defendendo São Jocio Crisóstomo quando de sua expulsão da Sé de Constantinopla; e à África, apoiando Santo Agostinho contra a heresia donatista. Na Itália, teve que enfrentar a invasão dos visigodos" chefiados por Al arico (Do Martirológio Romano).
"Homem bom e jus/o", esteve presente à C ru c ifi xão, conseguindo uma li cença para sepul tar No so Senhor. Segund o a tradi ção, juntou -se depo is aos discípulos de Jesus e fo i apóstolo fervoroso.
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Santo Alexandre de Jerusalém. Bispo e Mártir
Santos Rodrigo e Salomão, Mártires + Córdoba, 857. Rodri go, muçulmano convertido ao catoli c is mo, era sacerdote. Apaziguando uma disputa doméstica, seu irmão is lamita denunc io u-o ao ca li fa. N a pri são, e nco ntro u Salomão, também cristão preso pelo mesmo motivo. Ambos foram decapitados pelos muçulmanos por se recusarem a apostatar.
14 Sa nta Florentina, Virgem
+ Cartagena, 633. Irmã cio homem ma is notável da Espan ha, São Leandro de Sevi lha; de São Ful gê ncio, o Pai dos pobres , Bi spo ele Ec ij a; e ele Santo Isidoro, sucessor do irmão na Sé de Sev ilha; tia do mártir Santo Hermenegildo. Tomou o hábi to beneditino e, auxili ada pelos irmãos, fundou 40 moste i-
IH
+ 250. D iscípul o de São C lemente de A lexandria, foi e leito Bi spo ela Capadócia. Dirig in do-se em pe regrinação a Je ru sa lém, esco lheram-no para bispo dessa c idade. Narra Eusébio que , "co roado d e cabe lo s brancos, deu teslemunh.o da sua fé nos pretórios e morreu coberto de grilhões numa priscio de Cesaréia" .
19 QUARTA-FEIRA SA TA Consumação da traição. Q uando os príncipes dos sacerdotes e anc iãos pensava m no modo de pre nder Jesus Cristo, aparece Judas, um cios doze, que lhes diz: "Que 111.e dareis, se eu volo entregar?".
"Cri sto ressusc ito u; ressusc itou verdade iramente, Alleluia! "
24 Santa l lildclita , Virgem + Inglaterra, 524. Não havendo ainda conve ntos na Ing laterra, essa princesa atravessou o canal da Mancha, faze ndo-se religiosa na França. Vo ltou então à sua pátria , onde organi zo u a vida monástica em Barking.
25 An unciação cio An jo e Enca rnação cio Verbo O mai s impo rtante aco ntecimento da Históri a: o Verbo de Deu s se encarn a no seio puríssimo de Maria.
26 São Tcocloro e Companheiros. Má rtires
+ Líbia. 43 cri stãos vindos cio Oriente, possivelmente sofreram o ma,tírio sob Diocleciano.
27 Santo J labib, Márti r· + Edessa (Iraq ue), 322. Diácono, exercia a pregação no campo, sendo por isso persegui do. Escondeu-se e posteri ormente apresento u-se ao prefeito, que o mandou queimar vivo. Antes de morrer, fo i beij ar sua mãe, que ass istia ao suplício.
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São Sisto 111 , Papa e Confessor
QUINT/\-1•'1•:ll~A S/\NT/\
+ Roma, 440. A inda pres bíte-
[n stitui ção la Eucari stia e do Sacerdócio.
ro, combateu tenazmente a heres ia pelagiana, sec und ando
nisso os grandes santos da época, São Zózimo e Santo Agostinho. Sucedeu a São Ce lesti no I no Sólio Pontifício, dedicando-se a extirpar em sua raiz novas he res ias que ge rmin ava m na Igreja, bem como perigosas inovações que surg iam a cada dia. Depoi s ele oi to anos de governo, amado e venerado pe los fi é is e od iado pe los hereges, entregou sua alma a D eus.
29 Santo EustélSiO, Abacle e Conressor
+ França, 625 . Di scípulo e sucessor do gra nde a póstolo da Jrl and a, São Co lum ba no, na abad ia de L uxeuil , na F rança . Sobrinh o ele São Mi eto, bi spo de Langres, deu novo brilho a essa abad ia, que contava com 600 mo nges . Nela estabeleceu o coro perpétu o, de dia e de no ite, com os monges sucedendo-se continuamen te un s aos outros nos louvo res a Deu s.
30 Domingo lia Divina Misericórdia . São João Clímaco. Abacle e Confessor
Intenções para a Santa Missa em março Será ce lebrada pe lo Revm o. Padre David Fran c isq uini, nas seg uintes intenções: • Pe l os mér it os da Pa ixão, Morte e Ressurre i ção de No sso Se nhor, rogando pela s inte nções pa rt icula res dos le itores de Catolic ismo. Também Missa e m repara ção ao Sagrado Coração de Jes us e ao Im aculado Coração de Maria, dev ido às ignomí nias praticadas n o mundo inteiro, e qu e tanto ofendem os Sa grodos Corações de Jes us e Maria.
+ Palestina, 649. Após brilhantes estudos, retirou-se ao deserto do Monte Sinai , onde no princípio viveu isolado. Mas, correndo a fama de sua santidade e saber, muitas pessoas passaram a procurá-lo em busca de conselho. Tornou-se o mais popular escritor ascético de seu tempo com sua obra Escada do Paraíso, verdadeira súmula ele espiritualidade monástica, que lhe valeu também o cognome de "Clímaco", do grego cLymax, que significa "escada".
~lt São Daniel, Má rtir
+ Veneza, 14 11 . Alemão ele origem, estabe leceu-se como comerciante em Veneza. Bem sucedido, dava seu lucro aos camaldulenses, no convento dos quais morava como hóspede-leigo. Foi assass inado por ladrões que assa ltara m o mosteiro.
Intenções para a Santa Missa em abril • Pedind o a N ossa Senhora do Bom Conse lh o que incremente a ind a muito mai s as sa dia s reações ao nefand o crim e do aborto no Bra sil e no mun do . Também ped indo a Ela pe lo povo colombia no neste momento histórico da luta para ext irpar de sua pátria o narcoterror ismo soc iali sta das FAR C.
Pela restauração da Civilização Cristã N os dias de carnaval, simpatizantes da Associação dos Fundadores reuniram-se para analisar em conjunto temas da atualidade e traçar metas de ação para suas cidades ) FÁBIO CARDOSO DA COSTA
os di as 3, 4 e 5 de fe vere iro, durante o carnaval, a Associação dos Func..lado res realizo_u na cidade d~ São_José dos Campos (SP) o [V S1mpós10 para seus simpati zantes. Os partic ipantes provinham de vários estados brasile iros, totali zando cerca de 200 pessoas. Característi ca espec ia l neste ano fo i a adesão e o entusias mo pelas idéias e ações co ncretas propostas naque les dias. Proc urando trazer luzes e indicar rumos seguros aos que luta m pe los id ea is da res tauração da C ivili zação C ri stã, os organi zadores cio evento, sob a direção de Dr. Plínio Yidiga l Xav ier da Silve ira, proporc ionaram aos presentes nove palestras, todas fe itas por estudi osos de di versos ass untos, que os abordaram com profundidade e sobretudo com fid elidade aos princípi os da doutrina tradic ional da lgreja e aos ensinamentos ele Plíni o Corrêa de Oliveira. A tônica das confe rê nc ias fo i a cri se moral profunda em que se encontra a sociedade moderna, e os me ios de combatê- la. Por outro lado, salientaram as pectos conservadores que vão urg indo e m vári os setores da opini ão pública, indicando que cabe ao contra-revolucionári o autêntico, aproveitando assim essas reações sad ias, fazer um apostolado indispensáve l no seu meio. Como nos ensina a [grej a, deve mos ser instrumentos efi cazes de aposto lado nas mãos de Deus. Encontro u grande adesão e ntre os partic ipantes o lançamento da campanha de propagação do Santo Rosário. Praticamente todos os presentes se compro metera m a engaj ar-se nesta ini ciativa - uma Liga do Santo Rosário, campanha de âmbito nac io nal co m o obj etivo de difundir um peque no livro sobre o Rosári o, acompanhado de um terço para rec itação privada. A reza di ári a do terço fo i um dos ped idos insiste ntes de Nossa Senhora em Fátima. Com esta nova campanh a, e con ta ndo com a partic ipação efetiva de seus si1Í1patizantes, a Associação dos Fundadores quer, de maneira eficaz, contribuir para levar tal ape lo de Nossa Senhora ao maior número de bras il e iros . No encerra mento, fe ito por S.A.I.R . Do m L ui z de O rleans e Bragança, chefe ela Ca a lm peria l cio Bras il , desenvolveu o tema: "Vocação do Brasil, nossa vocação". Após esta magnífica co nferênc ia, todos se diri gira m ao santuári o do Bom Jesus na cidade ele Tremembé (SP), o nde o Pe. Dav id Franc isquini ce lebro u a santa mi ssa no ritu al triclentino.
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CATO LI C ISM O
Apó. o sim pós io, recebi al guns e-mails de participantes que bem res ume m o sentimento geral de todos, e por isso aqui tran screvo alguns trechos:
"Todos os simpósios acrescentam. algo para o aprimora1nento de nossa visão contra- revolucionária dos f atos, porque representam semp re uma aplicação aos últimos acontecimentos dos princípios que o D1: Plinio Co rrêa de Oliveira nos deixou. Para ·itar alguns exemplos da importância desse simpósio em São José dos Campos, quanto ao mencionado aprimoramento: a viscio do que será realmente decisivo nas eleições presiden ·iai.1· norte-americanas; as relações entre a RevoluNo Santuário do Bom Jesus da cidade de Tremembé (SP) .
ção, a Contra-l?evolução e as revelações privadas, inclusive as de Fátima; a avaliação da situação atual de nosso País e de outros, em jitnção dos princípios contra-revolucionários. Os participantes puderam co,~ferir as exposições com as experiências em suas respectivas cidades, o que nos aux ilia a traçar novas metas de ação. Pelos comentários dos participantes - mesmo dos m.ais novos - notei especialmente que eles estavam aj'inados com os tem.as e acompanharam com entusiasmo as palestras ". • E-mail para o autor: cato(jc jsmo@catolicismocom.br
O Pe. David Froncisquini após a santa Missa, com neo-comungantes
A Liga da Santo Rosário lançou componha de âmbito nocional paro a difusâo do opúsculo acima sobre o Rosário
MARÇO2008 -
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Simpósio. de estudos . . para un1vers1tanos
Nas vária s fotos acima e à esquerda, flagran tes do evento
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Q uestões históricas, políticas, artísticas, religiosas, dir-se-ia que não seria possível abordá-las simultancmnentc num Ines1no evento. Entretanto, elas foram abarcadas plena e l1armonicamcnte. li M ANOE L LOPES T EIXEIRA
o m a presença de 4 1 partic ipantes dos estados do Rio de Jane iro, São Pa ul o, Min as Ge ra is, Pa ra ná, M ato Grosso do S ul e do Distri to Federa l, a Associação dos Fundado res promo ve u no Ho te l Alvorada, da c idade mine ira de Lavras, o IX S impós io ele
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CATO LI CIS M O
Estudos para U ni ve rs itá ri os. As pa lestras ti ve ra m co mo te ma ce nt ra l o li vro el e Plíni o Corrêa de O li ve ira, Revolução e Con/ra- Revolução. Os trabalhos fora m dirigidos pelo Prof. Paulo Corrêa ele Brito Filho, que também discorreu sobre o tema Problemas e.1piri1uais dos contra-revolucionários. As de mais confe rências estiveram a ca rgo cio D r. Paul o Henri que Chaves (O
espírito épico em face da Revolução); Dr. Ne lso n Ra mos Ba rretto ( Revo lução Francesa e Maria Antonieta); S r. Hé lio Brambill a (Ba lduíno IV e o espírilo de cruzada); Dr. Frederi co de A branches Viotti (Os Novíss imos do homern) ; Sr. L ui s Gu ill e rmo Arroyave (Amb ien les, Cos lum.es, Ci vi li zações); e Sr. José Carl os Sepú lveda da Fonseca (Fenômenos da política mundial em 2007).
Na se~são de encerramento, palavras d e estímulo aos participantes, proferidas pelo Prof. Pau lo Corrêa de Brito Fº, quem dirigiu os trabalhos
Constou ainda el a prog ra mação um a v iage m cul tura l a Congonhas cio Ca mpo. Com o auxílio de um g ui a e ele s ubs tancioso mate ria l d idático prev iame nte di strib uído, os parti c ipantes pu dera m admi ra r as obras- primas de Ale ijadinho: perso nage ns dos Passos da Paixão e os Profetas, ace rvo artísti co que co nstitui o ma ior e mais portentoso conjunto barroco cio mundo. Foram di gnos ele nota o interesse e a seriedade co m que os pa rti c ipantes seg ui ra m todas as atividades, tendo se estabelecido um espec ial cl ima ele cordi alidade entre uni vers itári os proveni entes desses vá rios estados do B rasil. • E-mai l do aut or: hcli oviana@catolicismo.com.br
M ARÇO2008 -
Numa dos conferências, especial interesse
Acampamento na Serra da Bocaina P ara a boa formação da juventude católica - um dos principais objetivos do movimento Ação Jovem pela Terra de Santa Cruz - é indispensável a aliança entre devoção mariana e heroísmo l.J D AN IEL
F. S. M ARTINS
ircundado pe lo espetacular panorama ela Serra da Bocaina, no Estado de São Paulo, e sob a proteção da Rainha e Padroeira cio Bras il , re-
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CATOLICISMO
ali zou-se mais um acampamento ela Ação Jovem pela Terra de Santa Cruz. N os quatro di as ele recesso ele carna val, os jove ns partic ipantes c umprira m uma programação densa em for mação e recheada de remansos. O te ma des ta vez fo i a de voção a
Nossa Senhora ali ada à combatividade cató lica. Alé m ele mostrar os pontos fun dame ntais cio perfil do verdade iro católi co, as co nfe rê nc ias incluíra m vários exempl os históricos: a epopéia de Santa Joa na d ' Are, a luta de São G regório VII e a res istênc ia católica contra a Revolu-
ção Fra ncesa, fo ra m a lg un s cios fa tos narrados para ilu strar como um cató li co eleve ver a lu ta contra os ini migos da Civili zação Cristã. Nas horas vagas, os jovens entretivera m-s num saudável lazer. Além ele jogos ele mesa, co mo o xadrez, os jogos medi evais animara m a programação, junta me nle com uma desafia nte "caça ao teso uro". s mome ntos de lazer preparavam os ânimos para as horas de fo rmação, nutriam o v igor da juventude e ofereciam uma óti ma alternativa para os di as d carnav a l. D ias estes tão freq üent m nte des perd içados em fa lsos, pecamin sos e fr ustrantes "prazeres". No p núl timo dia, toda a vizinhança fo i convidada para um terço solene, com a presença d ' uma imagem ele Nossa Senhora ele Fáti ma. O terço fo i rezado em cortejo, ao lon o do qual entoaram-se cânticos religio os. Após essa oração, um cios jovens, vindo dos Estados Unidos, fez uma breve apr ' sentação ele mús ica, com sua simpática ' tradicional gaita ele foles. O acam pamento e ncerro u-se com chave de ou ro, com a visi ta a Nossa Senhora A par ·cida, cuja bas ílica di sta po uco mais d ' 100 km cio loca l cio acampamento. A El a ped imos que abençoe essa ini c iativ a tao esse nc ia l para os nossos dias, e qu ' p 'rpetue tal aposto lado. Quem a Ela roga, recebe. E é com essa confiança que s' 1 uiremos nesta ação contrarevo luc io ndria . •
Nos fotos acima : leituras e jogos animados
E-mai I do au1 or: dnnj clmartins@calolicismo.com br
M ARÇO2008 -
desfil e co m estas palavras: "Atrás dos estandarte.1· ver-
35ª Marcha pela Vicl:
A in stabilid ade do tempo, que ameaçava uma chuva ge lada, não i ntimidou nin guém. A o términ o da marcha, próx im o ao momento da dispersão, um gran de arco-íri s fo i visto por todos, atrás do Capi tó lio. O mencionado fo lheto, di stribuído largamente na M archa, enconl ra-se disponível em inglês no si te da T FP norte-ameri ca na: www.tf p.org. Seu texto faz referência à parti cipação da entidade em debates sobre a grave questão do ab ri.o e em protestos di ante de clíni cas abortivas, rn vários estados ameri canos; não hesita em cl assificar o aborto como problema mora l; afirm a que tal prob l ma, além de transgredir as Leis Di vin as, que proíbem tirar a vida das inocentes vítimas, afeta o bem co mum ofende todos os membros ela sociedade; encoraja todos os ameri canos a se recusarem a aceitar a promoção d qualquer form a ele aborto.
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om ufania rejeitando publicam ente o aborto" - este é o título
do fo lheto di stribuído pela TFP ameri cana por ocasião da 35ª Marcha pela Vida , realizada na capi tal estadunidense no dia 22 de j aneiro último. Enfrentando um frio em torno de zero graus, aprox imadamente 250 mil participantes desfil aram da Casa Branca até o ed ifíc io da Suprema Corte, manifestando uma vez mais sua tota l desaprovação à decisão judicial iníqua que permitiu legali zar nos Estados U ni dos o massacre de vítimas inocentes, não nascidas. A afluência de j ovens participantes, em número a cada ano maior, é realmente notável. A fa nfarra e os estandartes rub ro-áureos da TFP norte-a meri cana constituem um a presença tradicional e marcante no evento; e têm sido um ponto de referência para o públ ico. N ão é raro ouvir-se agentes da organi zação instru írem os participantes para o início do
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C ATOLICISMO
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Organizações Vog/io Vivere e leponto Foundotion , do Itália, também participaram.do marcho
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r>a ni zaçõcs cató li cas ele outros países, in spi radas p lo 111 ' smo ideal de defender a vida cios nasc ituros, enviaram s ·us rei resentantes. Cumpre destaca r: Aliança Viria e Fa111í/ia , cio B rasil ; Voglio Ví vere e Lepanto Fou ndotion , da llá li a; SOS Leben, da Al emanh a, e Droit rle No ítre, da França . rn nd' balalhador ela nobre causa contra o aborto, o Prín ·ip' 1 0111 B rtrand ele Orl eans e Bragança, colocando cm s · •undo plano outrns importantes compromi ssos no Brasil , vi <\j ou aos Estados Unidos para prestigiar a fa mosa Marc/1 f or L(fe. Como participante da M archa há vári os a11os consecutivos, vem sendo reconhecido intern a ·io11nl111 ·111c como O Príncipe pró-vida.
FRANCISCO JOSÉ SAIDL
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Fanfarra do TFP norte-americano
rnelhos, por favo r!"
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Na v sp 'ra da M archa, algumas dezenas ele se leto convidndos reun iram-se na sede da T FP ameri cana, em W11shi11 •ton, para ouvir a confe rênci a cio Prof. Roberl o d ' M :i tlci , autor ci o livro Plinio Corrêa de Oli veim , o 'm zado do Século XX. Ele di scorreu sobre a ª n · ·l i ·a />ascendi Dominici Greg is, do Papa São Pi o , do ·umento ponti fíc io que condena os erros do mod ·rni smo, cujo centenári o da publicação celebramos r · · ·111 ·mente. Qucs1io11 odo por um representante ele Catolicismo , se haveria :d 1 u111a relação entre os erros moderni stas e a liberal iz11c;:1o do aborto, o ilustre catedrMico ro mano pro ntam ·ntc ·sclareceu que o moderni smo in trodu ziu um a f'orm 11 de relativismo fil osófi co, conduzindo a soe i ·tl.1 d • de nossos di as para a ace i tação cio relati v ismo 'Ili matéria mora l, portanto também do aborto. •
aFonTe
DifeTO SonlaRacy sonia.racy@grupoestado.com.br
Praçacheia e Nunca antes a 'l'FP havia conseguido reunir 300 mil pessoas numa passeata. Desta vez, parece que chegou Já ••• em Washington. • Foi essa a m ultidão que a TFP americana diz ler ido à sua caminhada contra o aborto, semana passada. • Da qual acaba de voltar o príncipe dom Bertrand de Orleans e Bragança.
No foto acima, representantes do "Droit de Noitre", do França
MARÇO2008 -
A MBI E NT ES C OST UM ES C IVILI ZAÇÕES
Linhas suaves e leves respeitam as regras de transição e harmonia 0
PuN10 CoRR A DE OuvE 1RA
Os vasos são bonitos e atendem bem à finalidade ele elevar nossa natureza, que tem horror àq uil o que é achatado. Entre um leito e outro dos j ard in s, há como que um ponto intermed iári o, a balaustrada; em seguida, a ra mpa delicada; e no fim , as estátuas. As transições estão perfeitamente bem observ adas.
* que sa lta à primeira vista na fotografi a superior do palácio de Luxemburgo é a linda curva da balaus trada. O lha-se para ela e tende-se a sorrir, qu ase como quem agradece o prazer que proporciona essa curva fo rte e amável. A pena que traçou tal curva é a de um homem que entende o que é ca lm a. Um neurastê ni co não co nseguiri a desenhá-la. Um esp írito sem sutileza, também não. Este fari a uma balaustrada reta. E a linha reta, muitas vezes, afli ge o homem, porque gostamos da verd ade apresentada com uma pitad inha de fa ntasia e de poesia. N o palácio, as curvas conv ivem bem, não se ignoram as regras de transição e de harmoni a. Ao contrário do chamado "m inhocão" (passagem elevada, em São Paulo), que as ignora. O "mi nhocão" é um tabul eiro monótono e violento, para ser percorrido numa veloc idade brutal. Os moradores dos prédi os vizinhos estremecem ...
º
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O lindo palácio compõe-se de três partes: uma mai alla, com um teto de ard ósia meio azu lada e chaminés; um anelar intermediário; e por fim uma parte mais baixa. N o ccn l ro do ed ifício, onde se encontra a parte mais vi gorosa; d slucam-se altas co lunas. Mas tudo tão simétri co como um ros to humano, em que um lado repete o outro. Olhando os doi s lados iguais cio ed ifício, a pessoa sente no fundo da alma uma harmonia, que vem cio fato ele o corpo humano ser 111111bém composto ele duas partes iguais. Uma repete a oulrn, · ass im nos sentimos agradave lmente em casa vendo os doi s lados do ed ifício. Imaginemos que a parte da fac hada ele cima, conslru d11 com um certo recuo, estivesse alinhada com o resto da ·ons trução, e que todo o edifíc io fosse plano como um só I ar ·d1o. Perderia mui to, assemelhar-se- ia a uma ca rranca nor111 · diante da qual ficaríamos meio acachapado ·. N ão 1orn 11ri11 agradáve l o convív io cio homem com o I alác io. •
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em 23 de agosto de 1986. Sem revisão do autor.
UMÁRI
11 PuN1 0 C o RRÊA DE Ouv E1RA
Cuba e o submarino Ü regime comunista cubano é, para os esquerdistas do mundo inteiro, uma utopia que precisa sobreviver, custe o que custar, sob pena de faltar ar para seus pulmões
C
om a renúncia de Fidel Castro, poder-se-ia imaginar que haveria um rego zijo geral, pois o povo cubano poderia ficar livre de uma tirania que o escraviza há quase meio século. Entretanto, para a esquerda tal renúncia não foi motivo de alegria. Os esquerdistas ficaram aflitos com a possibilidade de Cuba verse liberta do regime comunista, e uniram -se para elogiar o ditador moribundo . O que há no mais fundo dessa aflição? Já em julho de 1992, Plínio Corrêa de Oliveira, num artigo distribuído pela " Agênci a Boa Imprensa", explicava o papel e o alcance que tem para o comunismo internacional a existência de Cuba:
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tou um baque psicológ ico espantoso para os comunistas no mundo inteiro. Entretanto, é um fator de alento para todos eles ver que, na pequenina C uba, ainda ard e um a Tróia comuni sta, irradiand o para as três Am éri cas os se us mal fazej os eflúvi os eletro-políti cos. A ilh a-pri são das Antilh as , porém, está imersa no caos. Castro parece estar co m fa lta de ar, e a única sa ída poss ível para a sua delicada situação é o apoio propagandísti co qu e lh e ve nh a do ex teri or. N esse se ntid o, ca rav anas face ira s de forâneos não têm faltado para lhe dar o indi spensável respaldo. Alegres próceres ela esquerda católica bras il eira, como Frei Betto, Frei Boff e quej andos, lá estiveram. Fazendo coro com eco logistas e tribali stas , esses homens-show da teologia da libertação entregaram-se à mesma lenga-l enga de sempre, cujos termos são mais ou menos os seguintes: Em Cuba, vive-sefeliz.
Lá há miséria, é verdade. Mas qual é a diferença entre miséria e pobreza ? E, no
total, u111a s111,ortável pobreza não será 111elhor do q11e o co11.1·11111ismo? Não pod nd o razer utra clel'csa ela ilha-cá rcere, seus pro1 ugnador s entrega m-se a essas desaj eitadas del'csas cio mi serabili smo. E pouco se incomodam ele, por essa form a, con ·orT r 111 para que ali se perpetu em as brut alidades, as incl emências e os crim es do ·omu ni smo stali ni ano, fracassado no Leste europeu. T udo is o não obstant ', o m lhor proveito da presente situ ação cubana pa ra os interesses cio co muni smo int ' rn ac ional, ain la acaba sendo a 1u 1, 1 portabancleira . Só para co mpara r, af"i ur ' -se o leitor um submarin o no qu al o perisc6pi o, ademais ele sua run ção 61i ·a, ex rc sse também outra, à maneira d ' 'Scafa ndro, sendo responsCtve l pela introdução do ar no i nterior da nave. Pois bem, uba, de momento, representa o papel desse periscópio hipotét ico. Em meio à tripul ação co mun ista subaquáli ca, imersa nas águas da mi séria, mi nguada, desa nimada e asfi xi ada à visLa do naufrágio do com unismo ru sso, ela introdu z o ar nesses pulmões . D e maneira que, se eles ainda res piram , é porque Cuba respira. E isso é de muito grande alcance" . •
Abril de 2008
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Excmnos
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CARTA DO DnmToH
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PArnNA MAIUANA
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Lmn 11u EsP1 mTllAI,
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CommSPONDl~:NCIA
Nº 6B8
A Virgem de Manaoag (Filipinas) Considerações sobre a oração - IV
A guerrilha encurralada na Colômbia
10 A PA1 ,Av1~A no SAcmmo·,·i,:
12 A R1-:M,mADE CoNc1sAM1wn-: 14
NACIONAi,
17
1·NT1<:1~NACIONAI,
Instituição familiar e propriedade privada Colômbia, as FARC e o bloco alinhado a Chávez Armando Yalladares, exilado cubano
20
ENTmw1sTA
24
EsPu:NDORES 0 1\ CmsTANDADE
Cuba: tudo como dantes no quartel de Fidel... Puy-en-Velay (França)
26 C1wA Aborto: um crime jamais poderá ser amparado por lei
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VmAs DE SANTOS
39 P«m
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São Marcos Evangelista
()l JE NossA S1-:N1101M (:1101~A
SOS FAMÍUA
Novo Estatuto da Família: Projeto demolidor
42 V ARUmAm~s Al guns "cartões postais" de São Paulo
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IN1<0RMAT1vo RtmA1,
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SA NTOS ,,: FESTAS oo Mf:s
48 Aç \O 52
CONTRA-REVOl ,l JCION/\RIA
A~mmN·1·1,:s , Cosn 1MES , C1v11,1zAç(rns
Um antigo arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Sil va
Nossa Capa:
A morte diante do juízo (detalhe)- Grandes Horas de Rohan (1430- 1435)
São Marcos Evangelista
A BRIL 2008 -
Nossa Senhora de Manaoag A devoção à Virge1n de Manaoag é muito difundida nas Filipinas,
Caro le itor,
Diretor:
Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 3116 Administração:
Rua Javaés , 707 Bom Retiro CEP 011 30-01 O São Paulo - SP Serviço de Atendimento ao Assinante:
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Prol Editora Gráfi ca E-mail: catolicismo@ terra.com.br Home Page: www.catolicismo.com.br ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Abril de 2008:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
O des~jo de ser " moderno", "estar na onda", ser "evoluído", tropeça com freqüência nos maiores absurdos que a História registra. Talvez o maior deles seja no tocante ao aborto. Esta prática, que muito consideram uma exigência dos novos tempos, remonta ao mais antigo pagani ·1110 . Evoca ela o deus Moloch, cuja cólera os cananeus pretextavam aplacar com vítimas in centes de crianças em tenra idade, quando na realidade cultuavam o inimigo número um do gênero humano, ali horrendamente representado, porquanto as Sagradas Escrituras dizem que todos os deuses pagãos são demônios (omnes dü gentiurn daernon.ia 195 ,5). Nossa soc iedade neopagã efetua, e m a mbi ntes assépticos, prática semelhante à utili zada em maca bros ri tuai satâni cos. Com a agrava nte ele que as vítimas ele hoj e são nascituro , portanto seres hum anos ainda no ve ntre materno, tota lmente indefesos. Chegamos a um ta l absurdo, que até mesmo po líti cos, escri to res e jornali stas não se envergo nham em apresentar o aborto como prete nsa fórmul a para reduzir a crimin alidade ! Nessa perspectiva, não se trata de ed ucar os filho para to rná-los aptos à vicia e m sociedade, mas s implesmente ele matá- los pre matura mente, ante a poss ibilidade ele virem a se to rnar maus cidadãos . Como po lítica de um reg ime marxista como o chinês, ela não espanta; como pro posta ele homens que se pretendem sensatos e civilizados, constitui verdade ira abominação. O utro absurdo é defender, como dire ito ela mulher, a fac uldade ele matar o pró prio fi lho. E, o que é pi or, idéias desse jaez são propaladas sem que provoq uem indignação proporcio nada. Cumpre entretanto lembrar que o crime do abo rto, e mbora não sej a punido em tantos países como deveria, pelas leis civi - q ue infe li zmente, com freq üência, o pro move m - , o é contudo pela Igrej a Cató lica, guardiã ela fé e da moral. Eis as severas penas contidas no câno n 1398 do Cód igo de Direito Canô nico, reservadas àqueles que o prati cam ou que com e le colaboram: "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae ente ntiae". Caso o abo rto te nha sido reali zado, incorrem na pena ele exco munhão não apenas a mulher que voluntári a e conscientemente o realizou, mas também todos os que fo rmalmente para esse ato colaboraram, como médi cos, enferme iras, pare ntes, a migos, etc. Apesar ele, segundo abali zada pesqui sa, aproximadamente 90% cios brasileiros serem contrários ao aborto, há vários projetos abortistas no Congresso Nacional, vi sando alterar a atu al legislação, no sentido ele liberar largamente a prática desse crime. Ante essa nova investida, cabe especialme nte a nós, católicos, defender a Lei de Deus e a Lei natura l, lutando para impedi r em nossa Pátria uma nova matança de inocentes. Evitaremos assim atrair, para a Terra de Santa Cruz, a maldição e a vingança di vinas. Desej o a todos uma boa leitu ra. E m Jesus e Maria,
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arquipélago do Pacífico constituído de aproximadamente 7.000 ilhas. De sua população, 82% são católicos.
V ALDIS GRINSTEINS
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on erei~ to me hoje?, Sim , sempre_~ ~oss ível, mas um~ poss1b1l1dade longrnqua, que cl1hc1lme nte nos ato1me ntará, ao qu e parece. A fo me, no sécul o XXI, é mu ito menos uma realidade do que um espectro levantado pelas esquerdas para compensar a falta de interesse das massas por suas doutrinas. Com exceção de algumas regiões ela África, o nde a desco lo ni zação inco nsiderada trou xe co mo conseqüência guerras tribais, e porta nto fo me. No entanto, se retrocedermos somente um séc ulo, época e m que as comu nicações eram muitíss imo mais difíceis, a poss ibilidade de fa lecer, caso as colhe itas fa lh assem, não era tão rara assim. E se retrocedermos ainda mais, encontraremos numerosos relatos de povos di zimados pela fo me. Nesse contexto, devemos entender o terror dos habitantes da reg ião de Pan gas inan, ao norte das Filipinas, quando e m 1698 uma praga de gafanhotos atacou sua fonte ele alime ntação. Durante horas os habitantes tentara m salvar seus c ultivos por todos os meios humanos possíve is: fogo , fum aça, pa nos e mbe bidos di sto ou daq uil o, mas nada pa rec ia deter os insetos. Decid iram e ntão pôr sua confi ança ·na Santíss ima Virgem ele Manaoag, e levaram sua imagem em procissão pelos campos atacados desse terríve l flagelo. E o resultado? Contra toda a expectati va, os gafanhotos co meçaram a se atacar uns aos outros. C inco dias depois, não se encontrava um único gafanhoto nos campos, antes literalme nte obscurec idos por e les. O l'ator 1111ifica<lor As Filipin as bem merecem este no me, e m honra do rei Filipe II ela Espanha, a q uem se deve, em larga medida, a preservação daquele país de colo ni zação ibérica cio fl agelo protestante. Logo depois de iniciada a conquista ela América, com o eno rme esforço que ela represe ntava para a Es panha, o utros missionários e soldados chegaram até essas ilhas, q ue se encontra m entre a Ásia e o Oceano Pacífico. São cerca de 7.000 ilhas, e não hav ia ne nhum fa tor que as uni sse num só país. A Espanha pôde envi ar para lá poucos mi ssio nários, e menor número ainda ele soldados, mas estes ajudaram os nati vos a se defender. Sendo e m geral de boa índole e natureza pacífi ca, os nativos compreenderam com certa fac ilidade a veracidade ela Re-
li gião católica, q ue se tornou o fato r unificador que lhes faltava. Mas, devido à enorme distância entre a Europa e as Filipinas, cada barco enviado representava enorme des pesa, e algun s conselheiros de Filipe Il insisti am e m que abando nasse aq uele território. E le deixou claro que preferi a arruinar-se antes que abandonar numerosas almas que fica ri am sem a proteção da Re ligião católi ca. Ao fin al, fo i possível ao mes mo tempo conq ui star a América e proteger as F ili pinas, onde até hoj e a Re ligião cató li ca é predominante. Por volta cio ano 1600, os frades agostini anos co meçara m a evangeli zação da região, onde se e ncontra hoje o Santuário ele Manaoag, uns 200 km ao norte de M anila, capital do país. Como a sede principal cios agosti ni anos estava bem distante, em 1605 e les e ntregaram o apostolado da região aos frades do minica nos, que possuía m conventos mais próx imos. No início, o apostolado fo i difíc il , muitos nativos fu gia m elas mi ssões, tribos das mo ntanhas atacavam os primiti vos povoados com freq üência. Isto levou os do minicanos a confi -
ABRIL2008-
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LEITURA ESPIRITUAL
Altar de Nossa Senhora de Manaoag e foto externa de seu santuário
Considerações sobre a oração - IV E1n continuação às dissertações do Padre Meschler sobre a oração,
segue a transcrição de trecho do seu livro, no qual recomenda os Salmos e a Oração Dominical
ar os recém-convertidos à proteção da Santíssima Virgem, tendo colocado numa pequena capela local uma imagem d'Ela, trazida da Espanha pelo Pe. Juan de San Jacinto. Quando um chefe local de nome Dogarat aceitou ser batizado, os frades dominicanos conseguiram estender a evangeli zação a toda a região. Como é natural, difundiram as devoções que lhes eram mais caras, entre elas a de Nossa Senhora do Rosário. Com isto, o povo simples da zona rapidamente adaptou-se a esta mudança, passando a invocar a Virgem sob este nome glorioso.
A aparição de Nossa Se11l10ra Algum tempo depois, quando um nativo da região voltava para sua casa, ouviu uma voz que o chamava. Assustado, olhou ao redor e viu uma Senhora parada junto a uma nuvem, que se encontrava na copa de uma árvore. Tinha um Rosário na mão direita e um menino na esquerda. O nativo contou às pessoas de sua fam íli a e da região o acontec ido, e muitos começaram a ir ao local onde ele dizi a ter visto tal Senhora. Como Ela o tinha chamado, deram ao local o nome Manaoag, derivado do verbo "taoag", que em dialeto local significa "chamar". Portanto, em português, seria algo como o "lugar da chamada". Contin uamente aumentavam os fiéis que iam visitar o local da aparição. Os frades dominicanos mudaram para Já a imagem trazida da Espanha, e construíram uma primeira capela, logo igreja, onde hoje há o santuário. Desde o início o santuário fo i protegido pela Virgem contra as tribos das montanhas, que costumavam atacar os povoados cristãos queimando as igrejas, naquele tempo ainda construídas com teto de palha. Apesar das numerosas flechas incendiárias atiradas, as crôn icas afirmam que o teto da igreja nunca foi queimado. Muito mais recentemente, na Segunda Guerra Mundial, o santuário foi bombardeado, caindo várias bombas no loca l, mas nenhuma delas explodiu. Na parede do santuário e ncontram-se pintados os mais conhecidos milagres operados pela intercessão da Virgem re-
-CATOLICISMO
presentada na imagem. Entre eles consta o de urna criança do povoado vizinho de Binmaley, que fa leceu a cami nho do santuário. Mas os pais decidiram colocar o corpo dela aos pés da Virgem, onde recuperou a vicia.
Vm fato misteôoso Em várias ocasiões, as autoridades eclesiásticas decidiram, por estas ou aq uelas razões, trasladar a imagem a outro local. Mas, por motivos os mais diversos, nunca foi possível fazêlo. Num cios casos, haviam até construído uma nova igreja de madeira, que estava já pronta. No dia do traslado, vários moradores apavorados apresentaram-se aos padres, relatando que a igreja nova havia simplesmente desaparecido. Os sacerdotes, que tinham acompanhado a construção, compareceram ao local. Esperavam ver a igreja queimada ou depredada, mas, para sua surpresa, nada encontraram, nem sequer um pedaço de madeira; e também não havia vestígios de a terra ter sido escavada, o que ele fato havia ocorrido para serem colocadas as bases. Este mistério continua dando até hoje o que fa lar, mas o fato é que a imagem permaneceu no local primitivo. Em outra ocasião, quando os ec lesiásticos haviam já edificado o atual santuário, um sacerdote teve a idéia de erguer outra capela no local onde a primeira havia "desaparecido". Mas esta nunca chegou a ser concluída. Parte da exp licação é que os peregrinos que vinham em procissão queriam levar alguma lembrança; e como não era possível levar algum tijolo do santuário, eles iam até o local da "desaparição" e lá pegava m algum material. Fatos curiosos como estes nos apresentam uma lição de caráter espiritual. Nossa devoção à Virgem Santíssima dev ser tão firme como firme foi a presença da imagem de M anaoag no loca l escol hido por Nossa Senhora. Seja essa devo ão inal terável e crescente, reduzindo a nada os ardis do demônio qu ' quer arrancá- la de nossa alma. •
á um grande número de orações que constituem excelentes modelos, dignos ele todo acatamento, não somente pelo valor intrínseco, mas ainda em razão cio seu autor, que é ou o Espírito Santo ou a Igreja. Os Salmos são as mais anti gas orações de que temos notícia. Inspirados por Deus, e destinados na maior parte ao culto do Antigo Testamento, nem por isso deixam de pertencer à Igreja, pela estreita conexão que têm com o Messias. São e les uma prece essencialmente nossa, porquanto só no Tabernáculo Eucarístico encontram seu significado próprio e sua compl eta realização. O objeto desses cantares são Deus e o homem, as re lações que entre eles ex istem por meio ela Revelação e ela Lei, assim como as bênçãos , esperanças, recompensas e castigos que delas dimanam. Deus é aí representado ora como Legislador, Rei , Doutor, Criador e Pai; ora como o Messias, o Esposo da Igreja, seu Pontífice e Redentor, a braços com o sofrimento e a amargura. Por seu turno, o homem também aparece. Considera e adm ira as obras ele Deus e se compraz na Lei cio Senhor. Lamenta suas inficleliclacles, confessa seus erros, dá graças ao C ri ador, implora e anseia pela ventura de o possuir. Todas as comoções e sentimentos que fazem pul sar o coração humano acham eco nesses admiráveis cânti cos. Sofrimen•.•
Os Salmos do Rei Davi são a s mais antigas ora ções de que temos notícia
to ou alegria, apelo in stante à misericórdia divina, grito de angústia na desgraça, nossas aspirações todas encontram neles a expressão que melhor e com mais verclacle as traduz. [... ]
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A Oração Dominical goza do particular privilégio de ser composta por palavras saídas dos lábios cio Divino Salvador. Recitando-as, podemos dizer em toda a realidade: vivemos e oramos mediante o F ilho ele Deus. Aquele a quem dirigimos nossas súpli cas ho uve por bem ensinar- nos pessoalmente o modo de form ulá- las. Ainda que prescindisse dessa prerrogativa, a Oração Donúnical não deixa de ser, por si mesma, a prece por excelência. É explíc ita, breve, completa. Neste último ponto ele vista, e la possui a essênc ia cio que constitui a prece: a invocação e a súplica. O título de "nosso Pai", que damos a Deus, impli ca tanto a honra cio mesmo Deus como a utilidade nossa, porquanto traz à memória as relações que a Ele nos unem como a um pai ; in sp ira-nos os mais reconfortantes sentimentos ele respe ito, amor e confiança; mostra-nos no gênero humano, a que pertencemos, a grande famí li a cio Pai celeste. As súplicas contêm tudo o que razoável e oportu namente poderíamos soli citar, e a ordem em que estão dispostas é a mais adeq uada. Referem-se ao fim a que elevemos tender ou aos meios de alcançá- lo. O fim é duplo: cons iste na glorifi cação de Deus e em nossa salvação pela posse do Céu. Os dois primeiros pedidos relacionam-se com esse intpito. Dispostos em duas séries, acham-se depois concatenados os meios de obtermos o nosso fim. Na primeira, solicitamos os bens necessários à alma ou à vida material - terceiro e quarto ped idos; na segunda, imploramos a preservação dos males que possam ameaçar ou impossibilitar a realização de nossos desígnios - os três últimos . Nossa ambição não poderia ir mais longe, nem a lmejar coisa melhor. Tudo se acha sumariado nessa prece divina. [... ] A Oração Dominical é a eloqüente expressão do amor de Jesus por Deus seu Pai, pela Igreja e por toda a humanidade. Nela está concentrado tudo o que individualmente possamos desejar, assim como o que corresponde a todas as necessidades do gênero humano. É ela, pois, a prece da fam íli a, do reino ele Jesus Cristo e ela Igrej a. • Pe. Mau ríc io Mesch ler, S.J., A Vida Espiritual - Reduzida a Três Princípios, Editora Vozes Limitada, Petrópo lis, 1960, pp. 37 e ss.
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Temas elevados A Paixão ele Nosso Senhor Jesus C ri sto e Nossa Senhora elas Dores, segu ndo o comentari sta católico Plíni o Corrêa ele Oliveira, são os mais altos te mas para todos lere m, re le re m e apli carem nos próx imos dias ela Semana Santa. Temos que para r um pouquinho nos nossos negóc ios e pensar nessas coisas mais a ltas, porque, cio contrário, não admini straremos bem nem as co isas materias, e muito menos ainda sabere mos ad mi ni strar as co isas espirituais que tocam nossas almas. Co m a introdução ac ima, repassei para colegas ele trabablho, ta mbém para alguns ex-colegas ele colégio, os dois arti gos ele Plinio Corrêa ele Oliveira publicados no número 687 ela rev ista Catolicismo. Em no me deles e no meu próprio, ag radeço- lhes pelos bens espiritua is que nos proporc io naram. Uma virtuosa Semana Santa e feli z Páscoa a todos.
o Calvário com a C ru z às costas. Ademais, como Jesus C ri sto era Deus, E le sabi a que no futuro, 20 séculos depois, a lgué m escreveri a esse artigo em sua honra, e co m certeza eleve terse a livi ado a lg um ta nto o peso ela Cruz sobre seus o mbros. O amor ele Deus que o articuli sta deixa manifestado, sem ter escrito com essa finaliclacle, é ex trao rdin á ri o. Gostei enormente desse texto que, segundo meu juízo, faz um desagravo a Jesus pelas ingratidões daqueles que atara m as mãos divinas, as quais imenso e incalcul áve l bem fizeram a toda a humanid ade. Também um desagravo pelas in gratidões dos ho me ns atuais, e ntre os qu a is me incluo ev ide ntemente, por não sermos agradecidos pelo sangue que E le deixou correr por nós, para apaga r os nossos pecados. Não posso terminar sem dizer que também o o utro texto do ilustre professor, intitulado "Dores e a legri as e ntre laça ra m-se co ntinu a me nte na vida ela Mãe ele Deus", representa um desagravo aos padec imentos ele Mari a e também uma g lóri a a mai s para E la. Quem g lorifica a M ãe, glorifi ca o Filho. O texto manifesta muito bem o pape l da M ãe ele Deus na redenção cio gênero humano. De coração, MUITO OBR[GADO! (J.D.A. -
PE)
Recordação que não morre 181 Dr. Plínio in fe li zme nte fa leceu, mas os senhores o mantêm vivo dentro ele nossos corações. Parabéns pelo exelente trabalho que faze m. (J.F. -
RJ)
cedo, j ovens ingerem bebida alcoóli ca se m c rité ri o a lg um . Relatos de muitas pessoas atestam isso, e meus o lhos também. A que ponto chega m a desumanização, a superfic ialidade, o vazio de um povo que, quase em sua totalidade, está longe da sobri edade e luc idez. FARC: Muito boa e escl arecedora a entrevista publicada na rev ista de março [co m E uge ni o Trujill o]. As Farc "sofreram" urna terrível baixa com a morte ele Raul Reyes, o segundo chefe, assassino, torturador, beligerante, 111 0 11 tro tra nsvesticlo de defensor de urn a ca usa que já ce ifo u milhões ele vidas em C uba, na Chin a e pelo mundo afora.
Tolerância zero com o MST: Quando eu tinha l l anos, meu avô materno morreu e deixo u uma faze nda em Goiás. Meu saudoso pa i teve que ir para lá, porque hav ia in vasores nas terras. Como papai co nhec ia le is, direitos e deveres, ingressou na Justiça. E ntrementes armou-se, e armou vários e mpregados caso houvesse ameaça. A lei não mudou: invasão de propriedade é crime. Mudou a mane ira de tratar os criminosos, não ap licando a le i.
Sistema de cotas gera ódio racial: É absurdo es e sistema de cotas nas universidades, po i traz em seu cerne que a admissão deva levar em co nta caracteres fís icos, " rac ia is", co nfi g urando-se em di c rimin ação, a lé m ele ca usa r desco nte ntamento naq ueles que consegue m ótimas notas, mas têm que "ceder o lugar" para o colega de outra "raça". F rancamente .. . fran camente. Que lástima ! (0.S.S.Q.B. - MS)
E11tuslasta da /'é católlca
MG)
1B:J Sobre o trecho cio Prof. Plínio a
~ Como artigo intitu lado " Ataramlhes as mãos porque faz ia o bem ", o Prof. Plínio deu urn a g ló ri a a mais a Jesus C ri sto na Sua cam inhada para
respeito cio carn aval (q ue tal festejo não constitui apenas um parêntese ele lo ucura), come nto que rea lmente e le é revelado r de a lg uns costumes brasileiros que, co m o passar dos anos, somente foram piorando. É triste perceber e constata r que, cada vez mais
Agradeço a Deus por ter nascido um homem co m a coragem de Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, que ta nto bem fez e faz a nós católicos apost Iicos romanos. Um verdadeiro varã , homem de fé e um verdadúro entusiasta da nossa fé. Obrigado, Dr. Plinio. (M.C.C. - SP)
20 séculos depois
-CATOLICISMO
Inicialme nte, quero agradecer o recebimento da re vi sta Catolicismo há a lgun s anos, c ujas ed ições guardo até hoje, e sinto- me fe liz e reali zado co mo cri stão-cató li co. Agora, integrado à web e com o um PC res idenc ial, graças a Deus, desej o estar integrado e cada vez ma is perto ele minha doutrina católi ca. Estou voltando a ass inar a rev ista cató lica. Nossa Senhora chora pela degradação do mundo a tual e de vido à banalização de seu santo nome. Sua piedade de Mãe está acima de todas as incompreensões, radicalismo de doutrinas que a ignoram, e não têm a concepção de que Ela fo i abençoada por Deus Pai ao gerar seu Filho Único, para que Este cumprisse sua missão de salvação da humanidade pecadora e perdida. Nossa M ãe Santíssima continuará resistindo, e glorificada por todos os que rogam a E la, pedindo sua intercessão junto a Jesus - Seu Filho e Nosso Senhor! Amém. (F.D.P.F. -
o u sej a, no mo me nto d o SOS. Quantas Ave Marias rezamos somente por nós, para pedirmos graças nos negócios, para melhorar nossos rencl i me ntos, etc, esqu ece ndo-nos de milhares de irmãos nossos mais necessitados, atingidos por guerras, doe nças, etc . Por que não pedir em prime iro plano por aqueles mais necessitados? Com certeza, a M ãe Santíssima intercederá. Aprendi, e muito, com este comentário "Considerações sobre a oração". (M.K. -SP)
Para mim não são surpresas todas es tas maravilhas da Virge m el e Guadalupe. Peço a Ela que lance seu o lhar sobre os me us filh os, qu e se afastaram da Santa I greja da qu a l Nossa Senhora é Mãe, e que, apesar ele todas as nossas ing rat idões, conti nu a zelando por nós. (A.F.T.F. -
RJ)
AM)
Livrns "didáticos" do MEC igJ Gostaria ele para be ni zá-lo pe lo texto da revista Catolicismo de nove mbro ele 2007: "Ens ino marxi sta nas esco las". Rea lmente são deprime ntes os ataques, explícita e impli citamente, contra a verdadeira civili zação embasada na doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, ensinada pela Santa Igreja. Eu estou terminando o terceiro ano do Ensi no Méd io, e é vergonhosa a depravação no e ns ino da ma ioria das esco las do País, principalmente as públicas.
DF)
Ainda não termine i de ler o Catolicismo , mas j á quero agradecer-lhes pe las palavras inspiradoras que tenho recebido em minha casa mensa lmente, por me io dessa rev ista. Sou consagrada segundo o mé todo de São Luís M aria ele Montfort, e fiquei feli z em ver, nas notíc ias e matérias, tantas alusões à Virgem. Peço orações, pois desejo rea li za r um apostolado difundindo essa devoção. (L.S. -
121 Nós ho mens somos mesq uinhos, egoístas, e infe li zmente não nos damos conta disso. Lendo o artigo sobre a oração, confirmei aquilo que j á pensava: pedidos, pedidos, e mais pedidos; e sempre, como se diz no vulgo popular, "q uando o ca lo aperta",
(B.A. -CE)
BJ Deus seja louvado por esse site Catolicismo . Precisamos, e muito , desse meio ele evangeli zação. Peço a Deus as ma is ricas bênçãos cio Céu a todos que nele traba lha m e aos seus. Fique m na paz ele Jesus C ri sto e com o amor de Maria . (A.G.P. -
MG)
O exemplo cios santos
121 As virtudes de São Domingos Sávio fo rtalecem esta juventude atual, corrompida pe la ideolog ia do consumo e a exacerbação do prazer, o lvidando a transito ri edade ela vida e centrando-a no indivíduo, e não na coletividade [no be m comum], apreocupação maior da ex istênc ia [te mporal]. Dife rente da mane ira de ser e agir cio j ovem santo italiano . Que se u exempl o seja divul gado com freqüê nc ia . (E.F.O. -
CE)
DF)
Formas ele governo Picasso: ludibriaclor
121 Dou-lhe parabéns [ao Sr. GregoEllcácla da oração
de mai oria dos modernistas em todos os ramos da arte. Que graça tem a poesia ele Os valei e Mário ele Andrade e ele tantos o utros que escrevem uma prosa desenxabida e sensaborona? Mas, paradoxalmente, são aplaudidos por mei o mundo de perfe itos idi otas. Escrevi certa feita um arti go sobre a poesia de Drummond, e quase fui apedrejado por a mi gos inte lectua is aqui do Ceará.
Melo ele e11a11gellzação Maravilhosa Mãe
C011sagração a Nossa Senl,orn
(LO.O. -
Di1rersos temas
(G.D.F. -
Pol' que Nossa Senhora Chora?
ri o Vivanco Lopes, pe lo arti go "Da arte verdadeira à rabiscagern "] pela matéria escrita e m Catolicismo nº 686, fevereiro de 2008. Concordo plenamente com suas pertinentes observações a respeito das artes plásticas, sobretudo do Picasso depo is da pri me ira fase. Na verdade ele tornou-se um luclibriador, como ele resto a gran-
l8l A monarqui a é como aqueles planetas caprichosos que desaparecem por algum tempo, para depo is serem vi stos pe los astrônomos atô nitos e confusos. Os as tros estão sempre lá. A República, na ma ioria dos países, é impl acáve l e injusta, com perseguições, difa mações e decadência moral. A Monarqui a é marcada pela ho nradez e li sura po lítica. (E.L. -
DF)
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n Monsenhor JOSÉ LUIZ VILLAC Pergunta - Qual a razão de tanto sofrimento nesta vida? É supérfluo descrever pormenorizadamente toda espécie de males a que, a todo momento e a propósito de tudo, está sujeito o homem no decurso de sua vida. E, por fim, o maior de todos os sofrimentos: a morte! Se Deus é misericordioso e bom, por que nos preparou um mundo tão cheio de turbulências, sofrimentos e misérias, e ademais com um desfecho fatal? O que leva muitos a uma pergunta: existe mesmo Deus?
Resposta -
Deus ex iste, e porque Ele é mi sericordioso e bom nos dará, após muitas do res (se s upo rtadas co mo co nvé m) um prê mi o in co me nsura ve lme nte ma io r; e, ade ma is, etern o ! Um a vida etern a no Cé u, se m a ma is leve somb ra de sofrimento, e tran s bo rda nte d a fe li c idade mais co mpl eta, parti cipante da Fe licidade Perfeitíssima do próprio Deus. Esta resposta, embora verdade ira e cabal, não expli ca para o perplexo consulente porta-voz de incontáveis dos nossos co nte mpor â neos como eluc idar o e ni gma tão punge nte qu e e le expôs. É prec iso mostrar-lhe, devagar e passo-a- passo, como é que, a partir d a pre mi ssa D eus existe, chegamos à conc lusão extraordinária: Deus nos destina a uma vida eternamente fe li z, passando pe lo vale dos sofrimentos, por vezes incalcul áveis e do lorosíssimos. O progresso cie ntífi co e tec no lógico introdu z a cada di a novas co modid ades na -
CATOLICISMO
vida do homem , de modo que nesse mundo " maravilhoso" da técnica o sofrimento parece uma excrescência. A mi ragem do progresso contínu o não eliminou o sofrimento, e até cri o u novas fontes de le (bas ta pe nsar num simples congesti onamento de trânsito ... ). Algo, portanto, que resulta da ação do próprio homem. Que culpa tem Deus de um " progresso" tão desord e nad o, e po r i sto tax a tiva me nte co nd e nad o pe lo Bem-aventurado Papa Pio IX e m sua E ncícJi ca " Qu a nta Cura" e no "Syllabus" (1864 ).
A morte entrou no mundo pelo pecado O d es íg ni o cel es te e a mo ro síss im o d e Deu s era precisa me nte ex ig ir do homem uma prova de fidelidade, praticada num jardim de de lícia, que era o Paraíso terrestre. O monumental equívoco de Adão e Eva fo i querer trocar as alegrias imensamente grandes e santas, proporcionadas por Deus, pelo ato de loucura que a serpente diabólica lhes sugeria: comerem do fruto proibido para se tornarem iguais a Deus: "E sereis como deuses" (Ge n. 3, 5), disse-lhes a serpente. O equívoco de Adão e Eva não fo i apenas um erro de cálculo, mas implicava em um ato de orgulho e rebeldia em re lação a D e us, um qu erer ig uala r-se a. E le . Porta nto, precisamente o contrári o da prova de submissão e fi delidade que Deus queria de les. Isso provocou um transtorno profundo em todo o seu ser de criaturas: a inocência de suas almas se quebrou , a desorde m das paixões adentrou seus corações, sua mente se turv ou e sua vo ntade fi cou
sujeita ao fascínio do pecado. E , como castigo de sua desobediência, Deus retirou deles o privil ég io especia líssimo que lhes concedera (não exigido pela natureza humana, pois sobrenatural), de serem levados para o Céu sem sofre,re m a dilaceração da morte. Por isso, di z o livro da Sabedoria que "pela inveja do dia bo en trou no mundo a morte" (Sap. 2,24). A ss im , di sse D e u s a Adão: "Porque deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que eu te tinha ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa; tirarás de la o sustento com trabalhos penosos todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra
de que fo ste tomado; porque tu és pó e em pó te hás de tornar " (Gen. 3, 17-19). F ica ass im e xplicad o como é que o sofrimento e a
morte entraram para o qu otidiano da vida humana. M as algumas perguntas permanecem de pé: 1) Afi nal , esse pecado fo i de Adão e Eva; que temos nós a ver com ele? 2) O sofrimento que presenc iamos sobre a face da Terra, a ser considerado como castigo, parece des mes ura d a mente e xc e ss iv o; co m o isso se compagina com a bondade de Deus?
Pecado original de nossos primeiros pais No tempo em que o ensino das verdades fundamentais da fé fazia parte do curso regular do catecismo preparatório de primeira comunhão, a doutrin a do pecado origi na l era sumária mas sufi c ie ntemente explicada, para que as crianças a desenvo lvessem depois, nas fases seguintes de sua formação. Hoje, a própria noção de pecado original parece desvanecida até das mentes de muito ad ul tos, sufo cad a que fo i pela pregação obsessiva ele princípios errô-
neos, como os da nova teologia dita progressista e da libertação. Isso nos obriga a relembrar verdades elementares, que antes qualquer criança sabi a de cor ("Decorar, que horror!" - exclama-se hoje em dia). Ora, a Igreja sempre ensinou que o pecado de Adão e E va transmitiu-se a toda sua geração; e co ntinua inexoravelmente transmitindo-se, porque, perdida a integridade original, eles não podiam comunicar aos seus descendentes o que não mais possuíam isto é, a inocência original - , assim como pais empobrecidos não podem transmitir aos filhos a fortuna que perderam. Dessa maneira, toda a humanidade herdou a situação de culpa em que se encontravam nossos prime iros pais, em conseqüê nc ia da qual o Céu se fechou para e les e para nós. É esta, em síntese, a doutrina do pecado original, isto é, um a m anc ha d e orige m co m que tod os os ho me ns nasce m (exce to a Virge m Mari a que, por um privilégio especial de Deus, fo i conce-
bida sem pecado, a fim de que em seu seio virginal e imaculado se formasse o HomemDeus).
A regenernção pelo sofrimento Foi Jesus Cri sto que m , como Deus e Home m, carrego u sobre se us o mbros os nossos pecados, oferecendose como Vítima Exp iatóri a. M orrendo na Cruz depo is de infi nitos sofrimentos, remiu a nossa culpa original, reconciliando-nos com Deus e reabrindo- nos o Céu. Esses fru tos d a P ai xão e M orte de Nosso Se nh or Jes us Cristo nos são aplicados ind ividualmente pelo sacra mento do Bati smo . Como se vê, o resgate do pecado vem pelo sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Diz o Apóstolo São Paulo que ele deve ser completado por nossos sofrimentos indi viduais: "Completo na minha carne o que f alta à Paixão de Cristo" (Col. 1, 24). E esta é a razão profund a pe la qu a l De us pe rmite o sofrime nto sobre a face da Terra, a fim de que nós, suportando-o com paciência, por amor de Deus, purifique mos nossa alma de todo resíduo do pecado original, e também dos pecados que cada um de nós comete pessoalmente, chamados pecados atuais . Fala mos e m "resíduo do pecado orig inal ", porque o bati smo apaga em nós a culpa (que é o essencial), porém não elimina a inclinação para o mal - conseqüência do pecado original -- representado pe los sete
São Francisco de Borja acom panha o féretro de Isabel, esposa do imperador Carlos V
víc ios capitais: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, invej a e preguiça.
Desproporção entre o castigo e a culpa? Resta- nos tratar do ponto que parece ser o mais candente da pergunta do consulente: esse oceano de sofrim e ntos que desabam sobre nós não é ime nsamente desproporc ional ao pecado que co metemos? Aquelas pobres popul ações africanas, submetidas a deslocame ntos inte rn os para escapar ao genocídio, que pecado cometeram para estarem sujeitas a tão espantoso sofr imento? Por que Deus permi te que haja tantas heresias rasga ndo a unid ade da própri a Igrej a? São realmente perg untas mui to de licadas, mas dignas de consideração. Aqui , mais uma vez, vo ltamos à cri ação do ho me m. Deus não qui s c ri ar um ser desprov ido da libe rdade de decid ir. Concede u-lhe, po is, o do m chamado livre a rb ítrio, isto é, a capacidade de dispor de si mes mo confo rme a sua vo ntade. O ho me m é um ser rac iona l e Iivre, porqu e de o utra mane ira não seri a responsável por seus atos, e porta nto seria in capaz de mér itos e de mé ritos. O ra, Deus não queria que o prêmi o da felicidade etern a no Céu fosse conced ido ao homem sem colaboração (mérito) de s ua pa rte. P o ré m , aco nteceu o qu e sabe mos : Adão pecou, e e m Adão peco u toda a hum anid ade, no sentido ac ima explicado . Ass im , as c hac in as d a África e tantas outras barbaridades pe lo mundo inteiro, be m como as heresias, resulta m do mau uso do livre a.rbí-
trio por parte da humanidade pecadora. Para impedi-las, só se De us atasse as mãos do home m, o que lhe ti rari a todo mérito e demérito, como acaba de ser ex plicado. Aí está o ass unto exposto e m suas linh as mínim as, e ainda assim deixando de lado fato res da máx ima importância, como a atuação do demônio - chamado pela Escri tura de "príncipe deste mundo" (Jo 16, 11 ) - que, brand indo as cordas das paixões, induz o home m ao pecado e à prática. de todos os males. O desfecho destes come ntários não pode ser outro senão chamar a a.tenção para a seriedade da vida e a obrigação de não nos enclausurarmos dentro de nossos problemas pessoa is; mas, e m toda a medi da de nossas possibilid ades, nos consagrarmos a fazer com que a le i de D eus, expressa nos Dez Mandamentos, sej a por todos respeitada; pri meiro em nós mesmos, em seguid a na fa míli a, no gru po social a que pertencemos, na cidade, no pa ís e no mundo inteiro. Po is, numa sociedade o rga nizad a seg und o De us, tud o fu nc io na d a ma neira mais perfeita, portanto a quota de sofrimento de cada um é a me nor possível neste vale de lágrimas. E m nossas afl ições, é altamente recomendável recorrer à intercessão da Virgem Santíssima, pedindo que amenize o que for possível amenizar, e nos dê forças para beber o cáJ ice da dor que não fo r possível afastar. E que, em todos os momentos, Ela estej a a nosso lado, como a Medianeira de todas as graças ! • E-mai l do autor: monsenhorjoseluiz@catolicismo.com.br
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A REALIDADE CONCISAMENTE Ar fresco: cientistas negam "aquecimento global"
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EUA: No ensino público, tende-se a abolir classes mistas
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egundo a National Association for Single Sex Public Education, 366 escolas públicas, em 38 estados americanos, já oferecem ensino separado para meninos e meninas [foto]. O Rosemount and Lakeville lnstitute abrirá aulas só para moças, apoiado pela Sociedade de Mulheres Engenheiras. Em Michigan, o legislativo estadual aprovou escolas públicas diferenciadas por sexo, e a Detroit lnternational Academy educa somente moças. A Caroli na do Sul tem 70 escolas com essa opção, e pretende disponibilizá- la em todas. Florida, West Virgínia, Colorado e Washington engaja.ran1-se nessa linha. Os estudantes de classes separadas mostram melhor aproveitamento que os das classes mistas e têm menos problemas de comportamento. Esta tendência nacional encoleriza os teóricos da "igualdade de gênero". •
Petismo tenta derrubar estratégia que freia a AIDS
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nquanto a abstinênc ia dos solteiros e a castidade matrimonial vêm se demonstrando o único método realmente eficaz para conter a AIDS, o governo petista segue empenhado em sabotar internacionalmente os programas de prevenção baseados na fidelidade co nju ga l e na abstinência. A coordenadora do programa nacional de DST-Aids, " , Mariangela Simão ~a lE [foto], disse que o Bra- ~
sil elabora un1a decla- w ração conjunta com países latino-americanos, criticando os programas de prevenção de aids baseados em fidelidade e abstinência. O documento, flagrantemente catastrófico, deverá ser apresentado na próxima reunião da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre HIV/Aids, programada para junho em Nova York. Quem semeia ventos, colhe tempestades. •
CATOLICISMO
m grupo de cientistas brasileiros entregou documento ao Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, contestando que haja influência ponderável da civilização nas mudanças climáticas globais, e afirmando que tal influência permanece sem comprovação. Os signatários também se declaram "céticos sobre a existência do aquecimento global". Para eles, dentro de 20 anos a temperatura do planeta terá diminuído; o famigerado relatório do painel da ONU sobre mudança climática (IPCC) é "alarmista"; e o Protocolo de Kyoto, "inúti l". Os cientistas participam do projeto Cloud, que reúne 24 universidades de dez países, e deploram que a imprensa só conceda espaço aos alarmistas apocalípticos, empenhados na demolição da civilização ocidental a pretexto de combater o tal "aquecimento". •
Valência recupera imagem de Maria Santíssima Turbinas eólicas arruínam a paisagem francesa
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ilhares de imensas turbinas eólicas [foto] estão sendo instaladas na França. Mas a experiência é calamitosa. As eólicas obedecem ao Protocolo de Kyoto e às exigências ecologistas radicais. Porém, produzem energia mais cara e causam mais danos que as próprias centrais nucleares. As supostas vantagens das eólicas são "pura propaganda", segundo a rede de ONGs Réseau Action Climat. O que o francês mais sente é a "catástrofe paisagística", produzida por esses gigantes metálicos. A Academia de Medicina alertou contra o caráter pernicioso dobarulho insuportável que elas fazem . O ecologismo radical e suas propostas fazem lembrar o velho ditado: "O diabo não dá o que promete". •
Decadência do clero deslustra Academia Francesa de Letras
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Academia Francesa de Letras [foto] orgulha-se de ter sempre entre seus membros cardeais ou eclesiásticos de alto nível. Até 1935 houve 120 eclesiásticos "imortais", porém hoje tem dificuldades para eleger algum religioso, segundo o diário "La Croix". A razão é que o clero "perdeu essa superioridade de cultura geral e essa aptidão para funções as mais variadas, em virtude das quais podia fornecer tantos candidatos para a Academia", como escreveu em 1935 Mons . Alfred Baudrillart, historia.dor e "imortal" ele próprio. O início dessa decadência cultural foi uma das conseqüências funestas da Revolução Francesa, e a atua l crise progressista a leva agora a um paroxismo. •
É errado dizer "não posso impor minhas crenejas aos outros"?
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s católicos não podem votar em candidato favorável a uma ação intrinsecamente má como o aborto, escreveram os bispos do estado de Kentucky, em carta pastoral coletiva. "Todas as leis humanas devem ser conferidas com a Lei Natural, gravada em nossos corações pelo Criador". Nenhum católico, político ou não, pode tirar o corpo alegando que 'pessoalmente eu me oponho ao aborto, mas não posso impor minhas crenças religiosas aos outros'. "Isto é uma contradição moral[... ], é um engano a si próprio ", con lui a pastoral. •
Justiça francesa reconhece direitos da crianCja abortada
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Cour de Cassation, a mais alta instância jurídica francesa na Justiça C ivil , estabeleceu, por meio de três acórdãos, que o bebê nascido sem vida, inclusive após um aborto, pode ser registrado como um ser humano, receber nome de seus pais e beneficiar-se de certos direitos, inclusive o da sepultura. Este último direito era negado às crianças aborta.das, que eram incineradas corno matéria desprezível. Os acórdãos ev idenciaram a contradição da lei do aborto com os fundamentos do Direito, e os legisladores foram exortados a sanar essa contradição. Quanto mais se aprofunda o Direito, mais se patenteia o absurdo legal do massacre dos inocentes. •
Perto das olimpíadas, cresce repressão na China comunista
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a iminência dos Jogos Olímpicos, o regime ele Pequim recrudesceu a repressão aos dissidentes [foto]. Para o governo chinês, o evento é uma imensa oportunidade de propaganda comunista. Quem critica a ditadura é enquadrado no crime ele "incitação à subversão do poder do Estado" com atos que "violam o espírito olímpico" . Para o diário parisiense "La Croix", o "ano novo chinês começou mal", pois ferve a cólera, o descontentamento e a frustração . Segundo o insuspeito diário "Le Monde", o "enrijecirnento repressivo" é executado através ele prisões, expropriações e corrupção. A respeito dessas injustiças socialistas, grandes órgãos ela imprensa brasileira silenciam, abafam, distraem as atenções, parecendo ter uma inexplicável cumplicidade com o comunismo chinês. •
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imagem de Nossa Senhora da Seo era levada pelo rei Jaime 1, de Aragão , em suas batalhas. Com ela, em 1238, libertou a grande cidade de Valência do jugo muçulmano. Porém, a imagem foi destruída pelos comunistas em 1936. O que os muçulmanos não conseguiram, fizeram-no os marxistas. Mas agora será produzida uma réplica da imagem na própria Valência. A original era uma pintura bizantina "elegante e sóbria da Virgem Maria, carregando o Menino Jesus no braço esquerdo e apontando para Ele com o direito, simbolizando que Ele é o caminho". Há um crescente retorno de interesse no mundo por tudo o que diz respeito à tradição católica. É uma espécie de revide contra o que foi feito historicamente contra o catolicismo .
Um episódio na vida do Bem-Aventurado Papa Pio IX historiador Francesco Guglietta descreveu , no diário vaticano "L'Osservatore Romano", a espécie de "conversão" do Beato Pio IX [foto], que o levou a proclamar o dogma da Imaculada Conceição e a se tornar um grande Papa contra-revolucionário. De fato, numa primeira fase, Pio IX favorecera políticos que hoje seriam qualificados de esquerdistas. Estes fizeram uma revolução e proclamaram a República Romana em 1848, levando o Papa a fugir de Roma. Nesse exílio, ele perdeu toda ilusão em relação aos "católicos liberais", precursores dos progressistas que hoje tumultuam a Igreja. Rezando e contemplando o agitado mar de Gaeta, o Bem-Aventurado Papa deci diu defender como um leão a ortodoxia e incentivar a contra-revolução em seu longuíssimo e glorioso pontificado.
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Um governo inimigo da família e da propriedade P ara ser fiel às raízes históricas e cristãs do Brasil, o governo deveria primar na defesa da instituição familiar e da propriedade privada, dois pilares das grandes civilizações PUNIO V IDIGAL XAVIER DA SILVE IRA
m construtor que pretenda erguer um edifíc io alto e sólido, cuidará em dotá- lo de alicerces compactos e profund os; assim também, um governo que deseje edifi car uma nação estável e próspera deve começar por lhe fo rtalecer os fundamentos. Se a areia, o cimento e o fe rro constituem os ele mentos básicos de uma construção, as in stituições da fa míli a e da propriedade privada são os fund amentos naturais de uma nação . Quanto mais fo rtes e coesas fo rem e las, melhor " liga" darão; pe lo contrári o, quanto mais débeis e desarti cul adas, mais vulnerável será o edifício soc ial. O governo presidido por Lul a vem atu ando neste parti cular, não como um construtor que edifi ca, mas como um empresário de de molição que opera uma multifo rme des montagem do Brasil , atacando-o em seus fund amentos representados por aque las duas in stituições. Se não fo r contido pe la mani fes tação da opini ão pública nac ional, esse ataque levará à completa destruição do Brasil autêntico e cri stão. Co mo eficie ntes o perári os, coadju vam o governo nessa inglóri a tarefa ele mentos e mov imentos vincul ados à esquerda católica, sem os quais essa desmontagem não seri a poss íve l.
Investidas "anti-família " Parte desse ataque atinge a fa mília de modo ape nas indireto. Já anteri ormente frag ili zada pelo divórc io, e la ve m sendo solapada por uma aval anche de imora lidades. Por exe mpl o, pela di stribui ção à juventude, em escala nac ional, de pílul as anticoncepcionais e preservativos. Tudo ilustrado por uma crua propaganda ofi cial na telev isão. Ou ainda por progra mas de controle da nata lidade que vi abili zam operações gratui tas contrárias à natureza e à moral. Outra frente de ataque à fa mília são os progra mas de ed ucação sex ual nas esco las, que des pertam precocemente nas cri anças apetências di fíce is de serem controladas, e que se tornam desregradas. E m vez de proporcionar fe lic idade aos j ovens, elas serão motivo de fru stração e desacerto, co m a ine-
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. vitável seqüe la de nascimentos indesejados e de incontáveis abortos. Verdade iro i,~fanticídio da alma. A eles se aplica m as se veríssimas pal avras do Divino Mestre sobre os que escandalizarem uma só criança: "Mas ai daquele que escandalizar um desses pequeninos que em mim crêem. Melhor lhe fo ra suspender a mó de um moinho ao pescoço e se lançar no.filndo do mar" (Mt 18,6). Foi para preservar a inocência infa ntil que o grande e imortal Pontífi ce São Pi o X antecipou para os sete anos a idade da primeira comunhão, que até então se faz ia aos 12 ou l4. Alé m di sso, não cabe ao Estado proporcionar educação sexual às cri anças. C a be a ind a le mbrar um a ini c ia tiva ce ns urá ve l do Legislativo: a aprovação de legislação fa vorecedora de ex periências com célul as-tro nco embrionári as, como primeiro passo rumo à aprovação do aborto, o qual, ademais, ve m sendo apoiado por várias figuras do governo. De outro lado, é sabid o que as pesqui sas com células-tronco adultas não fe rem a natureza e são eficazes no combate aos males que os defensores das células embri onári as afirm am quere r combater. Por que in sis-
tir no uso de uma arma il eg ítima e de efeito du vidoso, quando ex iste uma que é leg ítima e de efeito comprovado? Cumpre recordar também, na ofensiva anti -família, o nefas to pape l representado pela tentativa de legali zar o pseudocasame nto entre pessoas do mes mo sexo - oposto à própri a noção de fa míli a, cuj p escopo é a perpetu ação da espécie humana e a educação da prole - e outras medidas daí derivadas (adoção, herança etc.). A famíli a é ainda aviltada quando nossos homens públi cos, nos qu ais a Nação deveri a se espelh ar, não se portam na sua vida pri vada com a di gnidade cond izente com os altos ca rgos qu e oc up a m , o u de ixa m tra ns pa recer certos desregramentos através de gestos e vocabul ári o vulgares ou imorais.
Propriedade e família Outro tanto acontece com a pro priedade, que é estreitamente vincul ada à fa míli a. Todo aque le que deseja progredir juntamente co m sua fa míli a, a primeira coisa que fa z é acu-
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1 mular legitimamente seus bens. Adquirir um aparta mento, uma casa, uma chácara, uma faze nda, depende do valor dos be ns que conseguiu acumul ar. A pro priedade é, pois, segundo o Papa Leão XIII, o sa lári o acumul ado, uma segurança para o futu ro da fa míli a. E não um ro ubo, como di zem os sociali stas. No manifes to comuni sta de 1848, Marx e Engels afirm am: "Os comunistas podem resumir sua teoria nesta fórmu la única: abolição da propriedade privada " . Não é demais lembrar que a propri edade pri vada está amparada e m dois Mandamentos da Lei de Deus, o 7° e o 10º "Não roubar" e "Não cobiçar as coisas alheias " . Se, no tocante à corrosão da fa míli a, o governo vem contando mais co m a omi ssão dos naturais defensores dela do que co m a coiaboração de setores organi zados do País, no que se refere à de mo li ção da pro pri edade e le é fra nca me nte turbinado pela ação nefasta da esquerda católica. Esta atua através da CPT e do CIMI, conjuntame nte com os mal denominados " mov imentos sociais", dos quais o mais conhecido é o MST, e mais recentemente a chamada Vi a Campesina, uma multinacional das in vasões. E ncaixam-se nesse contexto as
O MST e quejandos constituem importantes parceiros do governo na tarefa de implantação de uma Reforma Agrária socialista e confiscQo Brasil
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escandalosas declarações do Bispo de Pres idente Prudente, D . José Maria Saracho, incitando os sem-terra às invasões . Ass im , o MST e quejandos constituem importantes parceiros do governo na tarefa de implantação de uma Reforma Agrária soc iali sta e confisca tóri a no Bras il. Com proteção ofi cial, atuam como elemento de pressão, invadindo as propri edades que o governo tanto deseja confi scar, mas que prec isa de um pretexto para o faze r. O pretenso antagonismo entre governo e MST nunca leva a um a ati tude fi rme por parte do primeiro.
QuellJ estará grnto a Lula? No que se refere à pro priedade, pode-se portanto dizer que no B rasil o Estado de direito está mui to abalado. Po is, não obstante ela estar assegurada pela Constituição, sua vi olação pelos ditos " movimentos soc iais" é permanente. E permanece sempre impune, o que só se expl ica à vista do exposto no parágrafo acima. Se o resultado das desapropri ações ti vesse sido positivo, o mal poderi a em algo ser atenu ado. Acontece que, além da enorme injustiça feita aos legítimos proprietários, houve ainda a pro liferação de favelas rurais pelo Brasil afora, uma vez que os "benefic iados" pela Reforma Agrári a vivem em condições mi seráveis, sendo mantidos por subvenções do governo. Quanto aos prop ri etári os espoli ados, mui tos fora m arrancados, de um di a para outro, de uma condição abastada e estável para outra próx ima da miséria, quando não mi serável. O Bras il va i aos poucos - embora me nos velozmente do que gostari am os esquerdi stas mais rad icais - sendo arrastado para um regime de propri edade coleti va própri a dos regimes co muni stas. Com o desprestígio e desgaste provocados pelas ações do MST, o governo L ula lançou mão de um novo exped iente para sati sfazer e m matéria agrária os esquerdistas radicais: o decreto quilombo/a. Com efeito, e m 2003 L ula assinou o decreto 4.887, através do qual basta qualquer afro-descendente declarar que determinada área pertenceu a um ancestral dele, e em seguida pleiteá- la, para que a mes ma lhe seja concedida ! Ora, tal decreto é inconstitucional, uma vez que a Constituição de 1989 atribuía ta l prerrogativa tão-só aos remanescen tes quilombo/as que esti vessem fixados em antigos territórios destes. O decreto 4.887 generalizou absurdamente esse conceito. Mas o objetivo neste caso não é o bem dos chamados afrodescendentes (coisa que todo brasileiro deseja), mas sim impl antar um regime coletivista de propriedade (a respeito da revo lução quilombo/a, ver Catolicismo , setembro/2007). Começaram então a espocar por todo o Bras il - sempre apoiados pela esquerda católica - pretensos quilombolas, que não se pejam até mesmo de in ventar as maiores farsas , vi ando seus escusos fi ns. E com isso va i-se criando aos poucos uma "questão racial" inexistente. Por todo o acima descrito, que m, em sã consciência, p derá dizer "obri gado, pres ide nte L ula" ? •
INTERNACIONAL
As forças em luta na América Latina Ü igualitaris1no marxista, utopia revolucionária oposta ao plano de Deus para a Criação, é o ideal comunista adotado pelas FARC, que têm encontrado forte oposição na Colômbia m HÉuo
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mov ime nto revolucionário uni versal não conseguiu a adesão das massas para a consecução de seu fim último, que é a igualdade completa entre os home ns. Trata-se de obj eti vo diametralmente oposto ao plano de Deus, que criou o universo desigual, a fim de que a soma de todas as desigualdades harmôni cas e pro porcionadas pudesse refletir em alguma medida sua imagem infinita. A Revo lução universal te ntou realizar esse idea l utó pico, especialmente no plano econômi co-social, a partir de 1917, com a implantação do comunismo na Rússia, que de pois se expandiu para o mundo inteiro . Mas o colosso soviético, como tudo que é antinatu ral, tinha pés de barro : simplesmente se esboroou, deixando à vi sta de todos a mi séri a moral e materi al a que governos igualitários reduziram os povos do minados. A esperança do comuni smo em relação à Améri ca Lati na - que sempre fora grande, por constitui r o maior bloco de nações católi cas do mundo - ultimamente subiu de tom . Isto explica o fato de que, extirpado em quase todo o orbe o câncer comunista, sua metástase chamada Cuba tenha permanecido intacta, para co ntagiar a partir dai i as de mais nações. E is, pois, o adversário: o marxismo; e o seu ideal supre mo: o estabelec imento da igualdade comp leta entre os homens e e m todas as suas relações. O i g ualita ri s mo o ním o do, seg und o o ideólogo co mun o- muç ulm ano fran cês
Roger Garaudy, é o meio mais eficaz para a i mpl antação do a teísmo, porqua nto impossibilita os homens de se faze re m sequer uma imagem de Deus. É para esse nefando ideal que são impelidas, em veloc idades di versas, as nações oc ide ntais.
Aplicação de ll1étodos gracluais e ll1étodos brutai s Dois são os métodos utili zados nesse escopo pela Revolução uni versal. Um é o das reformas grad uais e pacíficas, levadas a cabo através de leis como a de Reforma Agrária, do di vórcio, do aborto, do "casamento" homossex ual, do coletivismo quilombola, etc. E mbora lento, é o método que te m mais chances de
vingar, porque a natureza humana é propensa a aceitar mais facilmente as coisas, mes mo as mais adversas, quando mini stradas a conta-gotas. O outro é o método aberto e brutal, que faz a vançar ra pidamente. É impulsionado ora por guerras entre nações, ora por re voluções intestinas, ora pela ação de movimentos à mão armada, a exemplo dos que proliferara m du ra nte certo te mpo na América Latina: os Tupamaros no Uruguai, os Montoneros na Argenti na, o MRB no Brasil , o Sendero Luminoso no Peru e o MIR no Chile. Mas se as guerras se têm mostrado capazes de mudar a face de um país, mais rarame nte o tê m fe ito os movimentos guerrilheiros, à exceção de Cuba, que só ABRIL2008 -
vingou devido a cumplicidades externas. Na América Latina há grupos remanescentes que adotam esse método ou métodos análogos a e le: o MST no Brasil , as FA RC e o ELN na Co lô mbi a, be m co mo o mo vim e nto g ue rrilh e iro de Ch iapas, no M éx ico , e a ind a um a mul tinacional das invasões, chamada Via Campesina.
Bloco alinliado a Chá11ez e conexos Nessa perspectiva, para além da incursão de tropas co lo mbi anas no Eq uador, o qu e está e m j ogo é um g rande embate ideológico. De um lado, forças que almej am instaurar o socialismo, ainda que com recurso a métodos abertos e bru ta is, a po iadas pelos go ve rn os da Venezue la e Equador; de outro, uma nação que se recusa a encetar esse caminho, a Colômbi a. Ao apoiarem as FA RC, Chávez e Correa agiram em inteira consonância com o rumo interno que imprimem a seus governos. Há ainda, no espectro latino-americano, países como a Bolívia e a Nicarágua, alinhados ao bloco da Venezuela e do Equador. E outros que, sem perte ncerem ao
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mesmo bloco, são governados por esquerdistas que mantêm em relação a ele uma atitude de simpatia ou de colaboração, sobretudo no plano diplo mático. Estão neste caso a Argentina, o Brasil , o Chile e o Uruguai, que adotam preferentemente métodos graduais e pacíficos. No caso do Brasil , cumpre ressaltar que, apesar de não se decl arar prutidário dos meios abertos e violentos para a implantação do igualitru·ismo, o governo Lula faz uso indireto dos mesmos, ao apoiar e blindru· movimentos como o MST e a Via Campesina, preciosos elementos coadjuvantes na sua caminhada rumo ao socialismo. É preciso não esquecer ainda os "piqueteros" da Argentina.
Apoio maciço do povo colombiano ao presidente Uribe Esse panorama serve de moldura para se compreender a dimensão do desafio que enfre nta o governo de Álvaro Uribe, ao se defro nta r s imul ta neame nte co m dois adversári os com laços recíprocos: o interno, caracteri zado pe la nru·co-guerrilha; e o externo, consubstanciado no eixo Venezuela-Equador, com seus aderentes e simpati zantes.
Ele decidiu enfrentar os dois adversários . Impul sio nou-o a es magado ra maioria da opinião pública colo mbiana, e obteve importante respaldo dos Estad os Unid os . Ao co ntrá ri o de se u s antecessores, que vinham fazendo contínuas concessões à guerrilha - a ponto de lhes destin ar um "santu ário" do tamanho do estado do Ri o de Janeiro, onde o exército estava proibido de entrar - , Uribe assumiu uma política de "tolerância zero" em relação aos narco-guerri Jhe iros. E vem obtendo êxitos notáveis nessa sua atitude, a única eficaz para combater grnpos mru·xistas-leninistas que há 40 anos ensangüentam os lru·es colombiru10s, sem deixru· imune praticrunente uma só fa mília: seja por seqüestro, seja por m01te, seja por seqüestro seguido de morte. A esses crimes contra pessoas, acrescentem-se volumosas extorsões fin anceiras. Uribe praticamente acabou com o ELN (a organização guerrilheira do fa lecido Pe. Camil o Torres), e vem tangendo as FAR C rumo à mesma direção. Ora, é compreensível que o recente golpe assestado contra as FA RC tenha doído nos que compartem o seu idea l.
Foi o que sucedeu com Chávez e Correa, pregoe iros do "soc iali smo do séc ul o XXI": a morte do fa rcista Raúl Reyes e de seus comparsas exerceu, sobre ambos, efeito análogo ao que teria ocorrido se algumas fag ulhas dos mortais artefatos que liquidaram Reyes os ti vessem atingido na própri a pe le.
Depois das bra11atas, recuo de CJ1ávez e Correa. Por quê? Muito mai s grave do que a inc ursãore lâ mpago de tro pas co lo mbi a nas e m solo equatori ano, é o fato de o Equado r e a Venezuela di sponibili zarem seus territórios como bases, a partir das quais os f arcistas possam fu sti gar, de modo pe rmane nte e sem te mor de retali ação, o governo e o povo co lombi anos. Tal fato, devidamente comprovado, seri a de mo lde a provoca r a de pos ição dos governantes de ambos países. E ele fi co u comprovado ! Uma vez ex tinto o va lhacouto conce did o às f 'A RC pe lo ex- pres id e nte Andrés Pas tra na, os narco- te rrori stas passara m a se senti r inseguros na Co lô mbi a, re fu giand o-se na Ve nezu~la e no Equ ado r. Fato que fo i comunicado re ite-
radas vezes pe lo govern o co lo mbia no àque les dois países. O que també m expli ca por que Álva ro Uribe não de u ciê ncia ao preside nte equatori ano da sua projetada ação contra os narco-guerri lhe iros : estes seri am avi sados e se reti rari am do loca l. A c ump licid ade da Venezue la e cio Equador com as FA RC fi cou ainda mais notóri a a partir ela doc ume ntação encontrad a nos co mputado res ci os fa rcistas mortos, em parti cul ar no do chefe deles, Raul Reyes, e foi corrobo rada por depoimentos de guerrilhe iros que depu seram as armas . Foi a revelação dessa documentação que fez recuar - apanhados em fl agra nte delito de co laboração co m o terro ri smo - os até então irred utíve is ch e fes de Es tado da Ve nez ue la e cio Equ ador. Sucederam-se du as iniciati vas dipl omáticas: uma junto à O EA e outra e m Santo Domingo, por ocas ião ela reuni ão dos chefes de Estado latino-a mericanos. Em a mbas a Co lô mbi a, apoiada pe los Estados Unidos, atuo u co rno se vem porta ndo no co nflito armado: e ntro u com coragem e saiu com ho nra. • E-ma il do au tor: heli oviana @catolicismo.com.br
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Cuba: ''castrismo sem Castro'' S egundo Armando Valladares, eminente exilado cubano, Cuba prosseguirá no mesmo regime de opressão e miséria, devido à enigmática continuidade de uma política de mão estendida à tirania castrista x-preso político cubano , Armando Valladares, 71 anos , poeta, escritor e diplomata, é atualmente um dos líderes naturais do influente grupo de exilados cubanos nos Estados Unidos. Em 1960, sendo jovem funcionário do governo, foi preso por opor-se, no estrito plano das idéias, ao processo de comunistização impulsionado por Fidel Castro. Passou 22 anos preso. Sua oposição aos planos de reeducação ma rxista e sua re cusa de vestir o uniforme de simples prisioneiro desataram represálias brutais contra ele e um pequeno grupo de presos políticos resistentes, submetidos a espancamentos , torturas e confinamento . Valladares resistiu, mas as torturas o deixaram paralítico . Da prisão, começou a denunciar o regime comunista , escrevendo com o próprio sangue . Utilizava- se para isso de pequenos pedaços de papel, com os quais conseguia burlar a vigilância dos carcereiros . Sua esposa Martha encarregava-se de fa zê-los chegar ao Exterior. Valla dares transformou -se assim em expoente da resistência anticastrista, de projeção interna cional. Em 1982 , devido à pressão de governos e institui ções de direitos humanos internacionais, Castro se viu fo rçado a libertá - l_o e expulsá - lo de Cuba . Seu livro de memórias, cujo t ítu lo Contra toda esperança é inspirado na famosa frase de São Paulo, teve inúmeras edi ções no mundo intei ro . Valladares alcançou tanta notoriedade e prestígio moral, que o presi dente Ronald Reagan concedeu-lhe cidada nia americana e nomeou - o embaixador dos Estados Unidos junto à Comissão de Direitos Humanos da ONU, cargo no qual permane -
ceu até o governo de George Bush (pai) . Excelente polemista e con ferencista , Armando Valladares é atualmente embaixador itinerante do desterro cubano, gozando de enorme prestígio junto aos 11 milhões de com patriotas encerrados na Ilhaprisão . Em viagem pela Itália , Valladares concedeu entrevista exclusiva a Catolicismo por vídeo - conferência .
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CATOLIC ISM O
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81: !lnmmelo Vallaelm·c•s:
"O Cardeal Rerume declai'Oll q11e a viagem atendia a 11111 convite do episcopado ele Cuba, mas também era fr11to de '11111 con1rite caloroso das a11w 1·ielades ci,ris"'
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Catolicismo - Como o Sr. vê o futuro de Cuba depois da renúncia de Fidel Castro? Valladares - M inha suspe ita em re lação ao futuro de C uba é de q ue se pre pa ra, com a po ios ecles iás ti cos, um "fidelcastrismo sem. Fidel Cas tro ", q ue te ntaria sa lvar as supostas "conq ui stas" e " metas" do com unis mo c uba no e m maté ri a soc ia l, partic ularme nte qu a nto à educação e sa úd e . Es tes fo ram e co nt inu a m sendo do is instrume ntos implacáve is ele contro le das co nsc iê nc ias e de extinção da fé das cri anças, j o ve ns e ad ul tos. O siste ma comuni sta de edu cação e m C uba é um ve rd ade iro la bo rató rio de ate ísmo e a postas ia , no q ua l se ma nipul a m as me ntes de me u s compatri otas, desde o primário até a form ação unive rsitá ri a. Catolicismo - Qual é sua opinião sobre a recente viagem a Cuba do atual Secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Tarcísio Bertone. Valladares - Essa vi sita a C uba, e ntre os di a · 2 1 e 26 de fe ve re iro, provocou perplex idade e pro fu nd o
mal-estar nos fi éis a ute nt icamente cató licos da ilha e do deste rro. A ntes de emba rcar para essa viagem, e m decl arações ao j orna l "Av veni re", ó rgão cio e piscopado itali a no, o purpurado decla rou q ue ate ndi a a um co nvi te cio e pi scopado c uba no, de ntro das comemorações pelo 10º ani ve rsário da viagem de João Pa ul o II a C uba. Mas ac rescento u q ue resul tava també m de "um convite, particularmente caloroso, das auto ridades civis" - o u sej a, das atuai s autoridades co muni stas . O c hefe da dip lo mac ia vatica na c hegou a d ize r que "Cuba é a pro va de que o diálogo, se é sincero, sempre dá ji·utos". Se o fru to ao qua l o cardeal se referi u fo i a própria viagem, podemos d uvida r da sinceridade elas auto ri dades c ubanas ao fa zer o conv ite, haj a vista as va ntagens po líti cas hauridas pe lo regime ...
j o rn ali stas, e le sa iu da e ntre vi sta co m os o uvidos c he ios de prom essas, mas com as mãos vaz ias. O chanceler Pérez Roque, disse cinica mente que recebia o Card . Bertone com "respeito e hospitalidade ", acrescentando que essa visita era expressão dos "excelentes" relações entre o regime e o Vaticano.
Catolicismo - Qual foi a atitude das autoridades comunistas? Valladares - O chance le r Pé rez Roq ue, q ue o aguardava no aeroporto com a utoridades ec les iásticas e comuni stas, d isse cini came nte q ue recebia o alto d ig nitário com " respeito e hospitalidade", ac rescentando qu e essa visita era expressão das "excelentes" re lações e ntre o regime e o Vaticano . Compreende-se q ue a imprensa co mun ista te nh a dad o certa no to riedade à es tad ia do cardeal e m C uba, de modo es pecia l à sua e ntre vista com o no vo d itador, Ra úl Castro . Apesar de te r sido, ao lado do irmão, um dos ma io res repressores e to rturado res do regime d ura nte me io séc ul o, Raúl Cas tro recebeu do e nvi ado cio Vati cano votos de "ê.xito" para urna "missão" que exe rcerá "a ser-
Catolicismo - O Sr. acha que o balanço dessa visita teve algo de positivo? Valladares - A visita e a e ntre vista q ue e le ma nteve com o atual ditado r aco nteceram dez a nos após a viagem de João Paulo II , que s uscita ra no mundo inte iro tantas es pera nças de li berdade para C uba. Contudo, a j ul gar pelos seus de poime ntos a a lg uns
Suas tími das a lusões aos presos ela ilha, feitas po uco a ntes ele e mbarcar ele regresso a Roma, não foram s ufi c ie ntes para atenuar o sabor a ma rgo qu e sua estad ia de ixo u e m C uba, es pecialme nte nos presos po líticos e e m seus fa mil iares.
Catolicismo - Quais seriam , na sua opinião, as razões que levam o purpurado a conduzir uma diplomacia tão benigna para com o regime castrista? Valladares - Francame nte, não consigo ima g in a r. N uma v iage m a nte ri o r, e m 2005 , qu a ndo a inda era Arce bis po de Gê no va, e le mante ve uma lo nga e ntre vista com Ficle l, de po is da q ua l e logio u sua "notável lucidez " e exp ri miu a co nv icção ele q ue ne le "cresceu o respeito pela
religião " e o "apreço pela Igrej a". E conclu iu, contra todas as e vidê ncias, q ue na ilha- prisão "a abertura já é total ". Tive ocasião de pub li car um a rtigo exprimi ndo mi nha incomp reensão, in titul ado Cardea l Bertone-Cuba : o Pa stor
'abençoa' o Lobo.
viço de seu país". Catolicismo - O Cardeal Bertone levantou algum outro assunto durante a visita? Valladares - Sim , claro . Não faltaram , da pa rte de le, e nfá ticas decla rações contra o e mba rgo nortea me ri cano. M as o ca rdea l pareceu esquecer-se de q ue a causa da m iséria e m C uba não é o li mitado e m ba rgo dos E stados U ni dos, mas o imp lacáve l e mbargo in te rn o do regime comuni sta contra o po vo c uba no.
"Tudo começa sempre com promessas, ,nas esperamos uma abertura, posto que nada é impossível ".
"O Cardeal par eceu esq11ecer-se ele q11e a ca11sa da miséria em Cuba não é o embargo dos EUA , mas o embal'go do r egime COlllllnista contra o povo c11bano "
Catolicismo - Portanto, a benignidade da diplomacia vaticana para com o castrismo não é recente? Vallatlares - De fato, o ma is preoc upa nte dessa viage m a C uba é q ue ela se insere na e ni gmáti ca conti nui dade da po líti ca ele d iste nsão do Vatica no e ele impo rta ntes fig uras ecles iásticas de dive rsos pa íses com a tirania do Caribe. Tal po lítica ve m se dese nvo lve ndo ao lo ngo das últimas q uatro décad as, desde a é poca e m que D. Zacchi e ra N únc io Apostóli co e m C uba. Em 1974, D. Agostinho Casa ro li , e ntão secre tário do Conse lho para os Assun tos Púb licos do Vati cano, afirmo u após visita à ilha q ue os cató licos de lá era m fe li zes. Isto aco nteceu du rante o po ntifi cado ele Pa ulo VI. Catolicismo - Essa continuidade se manteve durante o pontificado de João Paulo li? Val/adares - In fe lizme nte, s im. Nas décadas de 1980- 1990 , numerosos cardeais e altos pre lados de dive rsos países peregrinaram a C uba e tecera m e log ios à sua ditad ura com unista. Tive ocasião ele a bo rdar esses fa tos e m muitos artigos. Ex primi mi nh a pe rp lex idade q ua ndo João Paul o II, ao receber as cartas crede nc ia is cio no vo e mbaixado r c uba no ju nto à Santa Sé (ja ne iro de 2005), le u um discurso reconh ecendo d ive rsas " metas" supos ta mente a lcan-
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çadas pela revolução comuni sta c ubana. E m matéria de "atenção sanitária", " instrução" e "cultura", através das quai s se rea liza ri a a " promoção humana integral", e ainda no tocante ao "c rescime nto harmô nico do corpo e do espírito". Foi algo qu e deixo u os católicos cubanos numa e ncru zilhada es piri tual sem precede ntes. Tanto mais qu e a contin uidade e ni gmáti ca da diplomac ia vaticana pa ra com o regime c ubano é agora mantida pe lo Cardeal Be rtone, e m seu novo e impo rtante cargo.
Agora com Raúl Castro (foto), a continuidade enigmática da diplomacia vaticana para com o regime cubano é mantida pelo Cardeal Bertone
Catolicismo - Houve na ocasião da recente visita alguma mensagem do Vaticano aos católicos cubanos? Valladares - Numa ex ten sa me nsage m leva da pe lo purpurad o, Bento XVI fez uma leve alusão ao drama dos cató licos cubanos, dize nd o qu e "em cerlas ocasiões, algumas comunidades crisíãs se vêem. oprimidas pelas dificuldades, pela escassez de recursos, a indiferença ou inclusive o receio, que podem induzir ao desânimo" . É muito pouco, se comparado com o ex te rmíni o s iste máti co dos cató licos c ubanos, que inclui o assass inato no "paredón" de jove ns mártires, c uj as últim as pal avras foram " Viva Cristo Re i! ", " Abaixo o co muni smo !". A lé m di sso, o assass inato es piritual de gerações in teiras . Catolicismo - O Sr. é um católico que não hesita em proclamar em alto e bom som sua fé. Não se sente incomodado em ter que fazer críticas a certas atitudes incompreensíveis das autoridades eclesiásticas? Val/adares - Não é a prime ira vez que me vej o na o brigação de consc iê nc ia de tecer come ntá ri os c ríti cos sobre a po lítica de mão este ndid a da Santa Sé e m relação ao regime castrista. Mas essas c ríti cas são in variavelme nte filiai s, respe itosas e doc ume ntada , e se refe re m às relações dipl omáti cas de a_ltas fi g uras da Igreja com o Estado co muni sta . São come ntá ri os que resulta m de um imperativo de consciênc ia de um fi e l cató lico c uba no, preso político durante 22 a no , que teve sua fé vivifi cada ao o uvir os brados dos jovens cató li cos qu e mo rri a m fu zil ados por o rd e m de Fide l Castro. As últimas palavras de le · foram de fid e li dade à Igreja e de re púdi o a um si te ma qu e é um a "vergo nh a do nosso tempo" . Quem qu a lifi co u com es ta ex pressão o regime comuni sta fo i o Ca rdea l Ratzinger, hoj e Pa pa Be nto
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CATOLICISMO
"Meus come11tários 1·esultam de um imperativo de c011sciê11cia <le 11111 l1el católico, que teve sua fé vivilica<la ao Olll'Íl' os bra<IOS <le jo ve11s l'llzilados "
XVI, qu a ndo era prefe ito da Congregação para a Do utrin a da Fé. Ali ás, é bom qu e os le ito res saibam qu e essa pos ição em re lação à po lítica dipl o máti ca do Vati cano, e u a to me i e m co nso nâ nc ia e inspirado na conhec ida Declaração de Resistência publicada pe lo Prof. Plínio Corrêa de Oli ve ira e m 1974, a pós a visita de D. Agostin ho Casaroli a C uba. Tomei conhecime nto dessa dec laração some nte em novembro de 1996, qu a nd o viajava de Santiago do Ch ile a Valparaíso na companhia de do is me mbros da TFP, a fim de partic ipar de um co ng resso . Era m j ovens qu e e u tinh a co nh ec ido po ucos di as a ntes, mas aos qu a is j á me uni a uma a mi zade corno se fosse da vida inte ira .
Catolicismo - Qual era o congresso do qual o Sr. ia participar? Val/adares - O Senado c hile no me hav ia co nv ocado para urn a se são extrao rdin á ri a, na qu al os presos políticos c ub anos seri a m ho me nageados na minha pessoa, pe lo fa to de e u ter conseguido viver 22 a nos nas mas mo rras castri s tas e se r tes te munh a dessa "vergonh a do nosso tempo" e do nosso contine nte. E u c hegara po ucos dias a ntes àqu e le im po rta nte país andino, a convite de um grupo de personalidades po líticas e c ivi s - e ntre as qu ais a lg un s d ire tores da TFP c hile na daq ue la é poca - a fim de mos trar a dram áti ca realid ade de uba. Estáva mos e ntão nas vés peras da Vl Conferê nc ia de C úpul a lbero-a rne ri cana de C hefes de Estado e de Governo, à qu al compareceria o ditador Fidel Castro. As co isas estava m corre ndo bem no C hile pa ra a nossa causa e m favor da libe rdade de C uba, mas e u tinha um a preoc upação qu e me ato rmentava a co nsc iê nci a. Naque le raro interva lo de privacidade, du ra nte um a viage m de ntro de um a agenda c he ia de compro mi ssos, dec idi co mpartilh ar o pro ble ma de co nsc iê ncia com me us do is novos a mi gos, expo ndo-o com toda fra nqueza . Tratava-se da anunciada viagem de Castro a Rom a, durante a qu al aprove ita ri a sua pa rti cipação em um congresso da FAO pa ra ter um a e ntrev ista com João Pa ul o li. Os be nefícios public itári os para o ditado r seriam e no rm es, co mo os fatos la me ntave lme nte viera m depois co nfirmar. Me us interl oc uto res deixaram-me fa lar; eu quase diri a, desabafar. Q uando te rmine i, res po nd eram-
à Cátedra de Pedro, e s uste ntava também qu e os
me qu e também Plíni o Corrêa de O li ve ira ha vi a passado - no toca nte à Oslpolilik vaticana co m os pa íses co muni stas e m gera l, e com Cuba e m part ic ul a r - po r a ná logo prob le ma de consciê nc ia. Proble ma qu e c hegou ao a uge e m 1974, qu ando o Card ea l Mind szenty, he ró i hún garo da res istência ao co muni s mo, foi destituído da s ua diocese de Esztergo m; e D. Agost inho Casaro li afirmou, no tocante a C ub a, que "os caíólicos que vivem. na
Plinio Corrêa de Oliveira havia passado - no tocante à Ostpolitik vaticana com os países comunistas em geral , e com Cuba em particular - por análogo problema de consciência
ilha são fe lizes dentro do sistema socialista". O doc um e nto e nume rava ainda o utra séri e de lances d ipl o máti cos da referida Ostpolitik, ressa lta ndo qu e e les c ri ava m perplexidades , a ng ústi as e dramas inte rio res, dos mai s do lorosos qu e podem ex istir, po rqu anto di z ia m res pe ito ao qu e há de mais fun damenta l na a lma de um ca tó li co, que é se u vínc ulo co m o pró pri o Vi gá rio de C ri sto.
Catolicismo - Gostaríamos de lembrar-lhe que esse documento foi reproduzido integralmente nas páginas de Catolicismo. * Val/adares -M eus inte rl oc utores naqu e la viage m s uste ntava m , baseados nesse doc um ento, que a fé dos cató li cos dev ia permanece r intac ta e a té fo rtalec id a diante desse dil e ma, porque e m ass un tos dipl o máti cos e po líti cos os Papas não são ass isti dos pe la infalibilidade. Po r isso, ao mes mo tempo e m que reafi rm ava s ua inco ndi c io na l obediê nc ia à Ig rej a e ao Papado , nos te rmo estabe lec id os pe lo Dire ito Ca nô ni co, a Declara ção de Resistência. mani fes tava toda a veneração dev ida
"Vá1'ias vezes tilre de ma11it'esta1' minha opi11ião disconlante sobre atitudes de altos eclesiásticos, de ap,·oximação e colaboração com a Cuba castl'Ísta"
fi é is ca tó li cos têm o dire ito e a té o deve r de res istir a de te rmin ad as o ri e ntações dipl o má ti cas do Vati ca no, na medida e m qu e es tas disc re pe m da linha tradi c io na lme nte adotada pe la Ig reja e m relação ao comunismo. O concre to é qu e, qu a ndo meus doi s am igos te rmin ara m de falar, es távamos c hega nd o à sede do co ngresso, o nd e um a comi ssão de rece pção nos aguardav a. Eu me senti a como se tivesse tirado um fa relo dos o mbros, como se minha co nsciê ncia ho uvesse se libe rtad o de um a fo rte pressão. De po is de minh a saída da pri são e pa rtida para o Ex te rior, vári as vezes e u tivera de manifestar minha opini ão d isco rdante so bre at itudes de a ltos ec les iás ti cos, de aprox imação e colabo ração com a C uba castrista . Eu o fi zera sempre dil acerado po r um dil e ma de consciê nc ia, pa ra o qu al não tinh a um a respos ta clara, mas agora o ass unto estava colocado nos se us justos termos. Alivi ado, confide ncie i aos me us interl oc utores : é exatame nte esta a ex pli cação de que os ex ilados c ubanos estáva mos prec isando, naqueles mome ntos e m qu e o ditado r Castro se pre parava para viaj a r a Ro ma. Na ocasião, esc rev i um arti go a esse res pe ito. Coi nc ide nte mente, ele sa iu publicado e m jornais de Roma e Miami no mes mo dia em qu e F ide l Castro c hegava à Cidade E te rna .
Catolicismo - O Sr. chegou a conhecer pessoalmente o autor desse documento, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira? Valladares - N ão o co nh ec i pessoa lme nte, e a maior pa rte do qu e conheço de sua vida e de seus esc ritos c hegou a mim após o seu fa lecimento. Mai s um a vez, fi z comi go mes mo esta refl exão: para reali za r o qu e Plínio Corrêa de O live ira fez e m favor da libe rdade de C uba, tocando com sua pa lavra e sua pe na certe ira os fios de a lta te nsão mais de licados da vida po lítica e re li giosa inte rn ac io na l - fios qu e passara m, e e m certa medida continuam passand o, po r cima da mai or ilha das Antilhas - , é preciso um conhecimento e um d iscernime nto da psicologia humana, da me nta li dade dos povos, da Hi stó ria , da soc io logia e da po lítica, qu e o tornam um homem realme nte fora do co mum , dotado de urna maestri a es pecia l. •
* O referido documento, intitul ado A política de distensão do Va ticano com os govem os co1111.111istas - Para a TFP: omitir-se ? 01 1 resistir?, fo i publi cado em Catolicismo na edi ção ele abril de 1974, mas também largamente di fun dido pela imprensa nac ional e internac ional , sendo reproclu ziclo en1 57 di ári os ele 1 1 países. Nel e o Prof. Plíni o Co rrêa de Oliveira comenta que sua atitude ele res istência se in spirava naquela descrita na Epísto la aos Gá latas (Ga l. 2, 1 1), onde vem afirmado qu e São Pau lo " res istiu em face" a São Pedro.
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l\ocbebo be $>ão ;ff-Míguel escalaba rumo ao sublíme w.
GABR IEL DA S ILVA
a França, tão rica em lugares extraordin ári os, Le Puy -enVelay é um dos mais impressionantes, sem ser dos mais conhecidos. A pequena cidade de 20 mil habitantes, situada numa bacia povoada de rochedos de origem vulcânica no extremo sudeste da região do Auvergne, é marcada pela fé, pela História e pela beleza natural. E la tira seu nome de uma montanha (este é o signifi cado de "puy") - o Puy d' Ani s, hoje conhecido como Rochedo Corneill e - em cujo pi co os católicos eri giram g igantesca es tátu a de Nossa Senhora da França, dominando toda a cidade (foto à esq.). Na Idade Médi a, Le Puy-en-Velay chamou-se Le Puy NotreDame ou Puy Sainte-M arie. Juntamente com Chartres, Le Puy-enVelay abriga um dos mais anti gos santuári os votados ao culto mari al na Gália c_e lto- ro mana. Apar ições da Virge m Santíss ima e curas mi raculosas fi zeram do luga r um centro de peregrinação. Já no sécul o IJl seus habi tantes abraçavam a fé cri stã, e o Anuári o Pontifício registra a presença ali de uma diocese desde essa remota época. Na [dade Médi a, tornou-se um dos principais pontos de partida do "caminh o de Santiago", para os pe reg rin os qu e ia m a Sa nti ago de Compostela.
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CATOLICISMO
O mai s célebre bi spo de Puy foi certamente Adhemar de Montei! , nomeado em 1087. Ardoroso adepto da reform a da Igreja, empreendida por São Gregóri o VII, ele desempenhou papel essencial na preparação d a prim e ira C ru zad a, co nv ocada pe lo Papa Urb a no 11 e m Clermont, capital do Auvergne, em I095. Conhecedor da Terra Sa nta, que visitara como peregrino, Adhemar de Montei! fo i escolhido pelo Papa como se u legado na direção da Cruzada, enquanto o comando militar foi co nfi ado ao Co nde de Toul o use, Raym o nd de Sa int-Gill es. Quando as divergências se manifes taram entre os barões que chefi avam os principais exércitos, o legado pontifício fo i a única autoridade capaz de impor-se a todos, por sua virtude e sua habilidade dipl omática. Morreu em 1098, durante o cerco de Antioqui a.
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Almas com sensibilidade notam ainda hoje em Puy - nesta França in felizmente cada vez mais laica e di stante da Reli gião de seus maiores - os sinais de predileção pro videncial e de proteção particul ar de Maria Santíss im a. Às vezes parece notar-se a bênção di vina na própria paisagem. A prime ira impressão re lig iosa é realçada pela própria confi guração Lopo-
gráfi ca, que o senso católico dos habitantes transformou em homenagem a seus padroeiros celestes. À distância, o olhar distingue três pináculos que falam por si. Primeiro, a imensa estátua de Nossa Senhora de França, que mede 16 metros de altura e pesa l l0 toneladas. Fundida em 1860 com o bronze de 2 13 canhões conquista.dos como troféus na tomada de Sebastopol, durante a guerra da Criméia, ela figura como símbolo apropri ado da real eza de Maria sobre a cidade. O segundo pinácul o corresponde ao campanári o da bela catedral, que abri ga a Virgem Negra do Puy, trazida do Oriente por Luís VII o u São Luís IX . Edificada em austero e recolhido estilo românico, ela revela influência bizantina e oriental. O aflux o de fi éis e de peregrinos exigiu sua ampli ação no século XII, e no século XIX foi objeto de importantes restaurações. Seu rico tesouro abri ga preciosas jóias e obras de arte. Fin almente o menos alto, mas não menos sublime, Rochedo de São Mi guel ou St-Miche l d ' Ai guill e, co roado por uma encantadora e secular capela votiva em homenagem ao Arcanjo, patrono da França.
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tar-nos ao ambiente de um a gruta dos primeiros ermitãos do Cri sti ani smo. O silêncio e o isolamento que ali imperam convidam o vi sitante ao convívi o com o Arcanj o ou com o própri o Deus.
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O que di zer na contempl ação de tais maravilhas? Diríamos que elas fa lam de homens profundamente imbuídos de espírito católi co, de almas que prati cavam a virtude, e por isso transmiti am o espírito de Cri sto em todas as suas obras, dando um sentido sobrenatural à vida humana. O panorama que descrevemos muito sumari amente fa la de hierarqui a, de um lado; de um a procura do sublime e do Céu, de outro. No mais alto está o reinado dos Corações de Jesus e de Mari a, simboli zado pela estátua de Nossa Senhora com o Menino Jesus. Em segundo lugar a Igreja, que representa a autoridade de Cri sto na Terra. Em terceiro lugar, um Arcanj o celeste, que representa também os santos, nossos intercessores junto a Deus, nossos a liados nas batalhas da vida terrena, difícil e incerta. Todos os píncaros apontam para o céu, mas o Rochedo de São Miguel o faz
com parti cul ar audác ia. Aí se conjugam a força da pedra e a leveza da arte. A linda capela no alto bem simboli za a Jerusa lém celeste, de beleza atraente e sublime, que devemos atingir galgando escarpados caminhos. É o convite para a luta, para as sa ntas ousadi as, pa ra o heroísmo, a fim de alcançar o tão elevado prêmi o da fe li cidade eterna, prometi do a todos qu e com ba te re m o bo m combate. • E- mai l cio autor: w - ga bri c l @c a1o li c i s111o.co 111 .br
A milenar chaminé de pedra bruta, originária das fúri as de um antigo vulcão, brota da planície e sobe de um só lance a uma altura de 82 metrns, para servir de pedestal à secular capela români ca ali construída, não se sabe como, em honra de São Miguel. A ela podese subir através de 268 degraus. Jóia de arquitetura, revela o gênio de arquitetos que souberam aproveitar todos os espaços de uma simples ponta de rochedo para ali erigir e combinar com maestri a a arte e a técnica. Os especialistas ressaltam seu porta l oriental, sua grac iosa decoração de arabescos, seus mosaicos de pedras negras, cinzentas e brancas, seu complicado sistema de abóbadas. Tudo tão original e tão belo, que se diri a inspirado. Em todo caso, fruto do espírito autentica.mente cristão. O edifíc io atual remonta ao sécul o XI, mas o perfume sobrenatura l que em seu interior se res pira parece transporABRIL2008 -
S e a grande maioria anU-aborUsta do Brasil não se mobilizar, o nefando massacre de inocentes poderá tornar-se lei, atraindo para o País a maldição divina
FREDERICO ABRANCHES V 1orn
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O ensinamento da greja, a L · natural e a ciência onvergettl na defesa da vida
ra uma manh ã de sábado quando Laura marco u sua o pe ração e m uma clínica de aborto. A clínica situava-se e m um prédi o di screto, sem placas ou cartazes. Laura, ainda jovem, caminhava insegura até a porta. Cada passo a aprox imava do lugar que marcaria sua vida para sempre. Foi recebida por uma enfe rmeira sorridente, amável, que a encaminhou para a sa la de espera. Na sal a, duas o utras mulheres ag uardavam ansiosas o chamado do médico para entrarem na sala de operações. A decoração, repleta de to ns claros e alegres, contrastava e no rme me nte com a tensão que se percebia na sala. Paredes azuladas, chão lustrado e limpo, cade iras confo rtáveis, mesas com revistas da semana. Tudo parecia lembrar um consultório médico normal. Não fa ltava ne m mesmo a música de fundo, com melodias tranqüilas do gênero new age. Era mai s um dia na vida de Laura, mas o último de vida do seu filho . Pouco depois, a e nfe rme ira chama pe lo nome a primeira da fila. Le vanta-se outra jove m nervosa, e entra na sala de operações. Lau ra estava convencida do que ouvira, destinado a tranqüilizar as pacientes: seria uma operação simples. Pelo que e la entende u, o médico utilizaria um aparelho parecido com um aspirador. Através da sucção, o fe to seri a arrancado do útero materno e a mãe assistiri a a tudo confo rtavelmente, amparada pelas enfe rmeiras, enquanto seu filho seria extirpa-
do como se fosse um tum or que in vadira seu corpo. Laura sabi a que não era um tumor, mas um bebê que lá estava . Por outro lado, achava que era mais fáci I ver o caso dessa maneira. Afinal, todas as abortistas di zem que o aborto é um caso de sa úde da mulher! T rata-se de seu corpo, de sua saúde, de sua vida. Pe nsar que e ra um bebê, apenas dific ul ta ri a sua decisão. Com tantos arg umentos reco lhidos e m jornais e televi sões, palestras a que ass istiu e livros que leu, tudo parec ia justificado. Era um caso de saúde pública, de sua saúde ! Le mbrar agora dos argume ntos religiosos e morais, pensou e la, apenas atrapalhari a sua dec isão. Com força ela afasta esses pe nsamentos, preferindo admitir que o bebê em seu ventre não era um ser di stinto, mas parte do seu própri o corpo, e que era seu di reito di spor da vida daquele ser inocente, que dormia tranqüil a mente no se io materno.
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Essa hi stória é fi ctícia, mas ocorre freqüente mente com pessoas que reali zaram abortos, e que com isso têm suas vidas marcadas para sempre. O depoimento abaixo é real, escrito por uma senhora que, e m um momento péssimo de sua vida, praticou um aborto, mas que está profunda mente arrependida do ato que co mete u. Por motivos muito compreensíveis, seu nome não será revelado:
"Hoje, venho expo r ve,dadeirwnente a minha opinião sobre esse assunto tão polêmico. E Deus é testemunha do que aqui relato. Já f iz wn aborto. Há ABRIL2008 -
mais ou menos JO anos atrás. E só Deus, na sua infinita misericórdia, sabe o que passei e o quanto me arrependi - e me arrependo até hoj e - por este ato. Cada rosto de um.a criança que eu olhava, cada sorriso, cada gesto, eu com.parava com o do meu filho( a) se eu não o tivesse assassinado. Sim, esta é a palavra certa. Me culpava, me cobrava imaginando como seria ele(a) hoje. Após tantos anos de arrependimento e pedidos de perdão a Deus, sei que ele me perdoou, pois me deu a graça de ter çí.ois filhos maravilhosos. Mas isso não quer dizer que esqueci o meu ato, e cada vez que olho para meus filhos, lembro-me de que era para ter três alegrias na minha vida, e não duas. Com.o disse, sinto que Deus me perdoou, mas sei que algum dia serei cobrada pelo meu ato".
Farsa abol'tista: causa da apmvação do abol'to nos EUA Não menos impactante é o relato de Norma McCorvey. Jane Roe, nome fictício de Norma McCorvey, fo i a primeira norte-americana a ganhar na Ju sti ça o direito de abortar. A partir da sentença da Suprema Corte, no caso que ficou conhecido como "Roe vs. Wade", o aborto foi ap licado em todos os Estados Unidos. Para med irmos a importância dessa decisão pró-aborto, basta lembrar que, depois dela, o aborto fo i sendo aprovado em diversos outros países. Depois de 30 anos de militânci a pró-aborto, Norma McCorvey, arrependida e convertida ao catolicismo, revelou a fa rsa perpetrada pelos aborti stas, com sua anuência, para a aprovação desse grave pecado. Fez um impress ionante relato ao jornal "El Mundo", 1 em que assegura ter sido manipul ada por "advogadas ambiciosas", que usaram uma moça inex periente para se tornarem fa mosas. Escreve o jornal : "Era o ano de 1969. Ela estava só, havia abandonado os estudos e dado os filhos para a adoção. As advogadas Sarah Weddington e Linda Cojfee convenceram-na a de-
CATOLICISMO
nunciar o fiscal de Dallas, Henry Wade, e a lutar pelo seu direito de abortar no Texas. Assim nasceu o caso Roe vs. Wade, que.foi, de acordo com Norma, um cúmulo de mentiras. Para que a Justiça fosse mais rápida, disse às advogadas que fura violentada. Mais tarde, numa entrevista à televisão por ocasião dos 25 anos da sentença, confessou a.farsa: a sua gravidez tinha sido fruto de 'um.a simples aventura'. Começou a sentir certa aversão pelas campanhas abortistas e pela clínica no inicio dos anos 90; não suportava a pressão de todas as mulheres que a procuravam. para lhe agradece,; porque tinham podido abortar. Quando começou a trabalhar com o grupo católico, toda a sua vida até aquele momento apareceulhe como um erro. [. .. ] Assim, Norma converteu-se em porta-voz da sua causa e publicou um novo livro, contrário ao aborto já desde o titulo de capa: Won by Lave (Vencida pelo amor)". 2 Norma guarda tri stes lembranças da época em que era abortista, quando pôde presenciar "a natureza aterrorizante do aborto e a devastação que causa nas garotas e nas mulheres". Um dos fatos que a levaram à conversão teria sido o seguinte: certa manhã de domingo, passando em frente a um playground, encontrou os balanços vazios empurrados pelo vento. Naquele momento, as convi cções pró-aborto perdi am força em sua alma di ante dos balanços vazios. Pouco a pouco, co m a assistência de sacerdotes, converteu-se ao catolicismo e se confessou, passando a rejeitar seu passado. Essa atitude lembra a exortação que Saint Remy dirigi u a Clóvis, antes de bati zar o rei franco: "Queima o que adoraste e adora o que queimaste". 3 Em 14- L-2005 , ela entrou for malmente com uma petição na Suprema Corte norte-americana para ped ir a reversão da sentença do caso "Roe vs. Wade", apresentando o testemunho autênti co de mais de mil mulheres abaladas psicologicamen te pelo aborto e 5.300 páginas de depoimentos médicos contrários ao aborto.
'J'ática cios abortistas: alijar o mwwne11to religioso Não é raro um católico, ao afirmar sua posição moral frente ao tema do aborto, ser menosprezado pelos abortistas. Argumentam estes que o aborto é um caso de saúde pública, e não deve ser tratado sob o ponto de vista reli gioso ou moral. Para completar, afirmam que a religião é um valor individu al, muitas vezes não seguida pelos seus próprios adeptos, e não pode ser imposta ao conjunto da sociedade. Nessa verdadeira sanha de combater a doutrina católi ca sobre o tema, e sobre o direito que assiste aos católicos de defender sua posição, procuram impor sua visão pró-aborto ao conjunto da soc iedade. Ou, em outros termos, transform am a defesa e prática do aborto em um valor que seria superior aos valores religiosos e mora is da própri a sociedade. Com essa falsa argumentação - contraditória em sua essênci a, já que nega aos católicos aq uil o que permite aos abortistas - procuram alijar o argumento religioso do debate públi co. Ora, se um abortista julga que a religião não tem que se meter na vida pública, um católi co tem todo o direito de discord ar disso e di zer exatamente o contrári o: a religião não
apenas tem o direito de interferir em questões mora is, como tem esse dever. Não se trata de saber se todos os católicos seguem ou não a moral católica, mas sim, cio direito que assiste à Igreja ele pregar as verdades da fé, segundo a Revelação. Se um abortista - ou mesmo um católico relapso, por não querer seguir os ensinamentos da Igreja - pudesse impedi-la de se man ifes tar, estaríamos presenciando o retorno de uma verdadeira perseguição reli giosa, que evoca a sanha persecutória de imperadores romanos pagãos. Nas perseguições dos primeiros séculos do cri stiani smo, muitos católi cos fora m jogados às feras cio circo romano por não seguirem a religião oficial de Roma. Proibir a defesa dos valores religiosos em pleno século XXI, época em que quase tudo é permitido, equi vale a di zer que o Estado moderno, a exemp lo ela Roma pagã, criou valores que considera superiores aos valores reli giosos da soc iedade, isto é, criou sua própria reli gião oficial. A argumentação pode parecer inusitada para alguns espíritos, mas não é ele hoje que várias leis estão sendo aprovadas em parl amentos do mundo inteiro, proib indo que a moral católica seja defendida abertamente, como no caso do chamado "casamento" homossexual. 5
A ciência tem desmentido a posição atéia-agnóstica Nos dois últimos séculos, o grande avanço da ciência empfrica6 deu a muitos ateus o ensejo para utilizar as descobertas mais recentes no seu questionamento da religião. Desejavam provar que a ciência daria as respostas para os mi stérios da vida. Com esse espírito, o positivismo 7 e o agnosticismo influenci aram ampl amente a humanidade. Mas, paradoxalmente, foi o próprio avanço ela ciência que criou novos obstáculos aos defensores do aborto. Já em 1827, com o aumento ela sensibilidade dos microscópios, Karl Ernest Von Baer pôde observar a fec undação e o desenvolvimento embri onário, co mprovand o-se que a vicia natural começa na fec undação. 8 A ciência continuou a se desenvolver, e em 7 de março de 1953 o norte-ameri ca no James Watson e o britânico Francis Cri ck descobriram a estrutura da molécula do DNA, 9 o que lhes valeu o Prêmio Nobel de fisiologia ou medicina em 1962. O DNA humano é a prova incontestável de que a vicia natural começa na concepção, pois a partir daq uele primeiro momento em que o óv ulo da mulher é fecundado pelo espermatozóide do homem, todas as características do fu turo ser hum ano já estão presentes. Do ponto ele vi sta científi co, não resta dúvida de que a vida de um novo ser começa no momento da concepção.
que só se pode fa lar em vida após o aparecimento do sistema nervoso (como se alguns seres muito simples, mas desprovidos de sistema nervoso, não estivessem vivos ... ). Outros preferem apenas dizer que não sabem qual o momento exato. Alguns abortistas com essa posição afi rmam que o embri ão não é um novo ser vivo, pois nem sequer possui vida. Assim sendo, o ser vivo surgiri a mais tarde, à medida que o embri ão se transformasse em feto. Esta pos ição é inteiramente inválida do ponto de vista fi losófi co, pois não é possível surgir a vida a partir de um ser desprovido ele vida, como seri a a célul a embri onária para os aborti stas. A verdade é que a célula embrionária possui vida. A qual não se origina dela própria, mas sim cios gametas masculino e feminino que se fundem . A vida é então transmitida, e não gerada. As in formações genéticas contidas no espermatozóide e no óvulo (duas células vivas, cada uma contendo parte das informações genéticas próprias ao novo ser) se fundem , e desse modo a nova vida, o novo ser, se insta la no útero materno.
A Lei natural confil'ma a posição religiosa Não apenas a religião, a ciência e a filosofia condenam o aborto, pois a Lei natural , impressa em todos os homens, ensina que não se deve matar. Quando o homem avança no terreno moral, aproxima-se da perfeição e explicita melhor sua próp ri a natureza e finalidade. Na mesma med ida, quando ele se afasta da Lei natural , tende a ca ir em vícios e a negar sua própri a natureza. É por isso que muitos ad ultos lembram-se de seu primeiro pecado - ou do pecado mais grave - porque tal pecado constituiu uma violência contra sua natureza, não apenas uma violência contra Deus e contra o próx imo. Mas a nanireza humana deve ser ex plicitada, não é imediatamente conhec ida quando a pessoa nasce. É por isso que a criança, em seus primeiros co ntatos com o mundo, vai também conhecendo e aprendendo o que é bom, verdadeiro e belo. E com isso vai explicitando e entendendo a Lei natural.
A mosol'ia confirma a 11osição rcligiosa Não é apenas a ciência empíri ca que confirma a posição da Igreja. Poderiam tam bém ser en umerados muitos argumentos de ordem metafís ica. 10 Para fac ilitar o entend imento, vamos explorar apenas um deles que, por si mes mo, é suficiente para demonstrar a inconsistência de algumas teses abortistas tentando negar que a vida começa na concepção. Para esses abortistas, o momento do início ela vida é incerto, variando segundo o especialista consultado. Alguns dizem ABRIL2008
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Se o ser humano fosse constituído predominantemente de fe rro, dar limonada para uma pessoa seria crime, pois ela poderia "enferrujar". 11 Por isso o Estado pune a droga (que cria dependência química e psíquica), e não evidentemente a limonada. E não é por outra razão que os povos do mundo inteiro rejeitam o assassinato de inocentes, pois o desejo de viver está gravado na natureza de todos os homens. O Estado não deve e não pode legislar contra a Lei natural. Por isso o aborto é considerado crime no Brasil , e por isso deve continuar proibido.
O chamado aborto legal no Brasil: uma farsa Para conto rnar a proibição da prática do abo rto no Brasil , os seus propugnadores passaram a defender o que chamam de aborto legal. Segundo eles, como o Código Penal Brasileiro não pune com prisão o aborto quando a gravidez é resultante de estupro, ou quando configura ri sco de vida para a mãe, e le poderia ser reali zado legalmente nesses doi s casos, inclu sive custeado por verbas públicas. Ao contrário do que dizem os defensores do abo rto, o Código Penal Brasileiro co nsidera s ua prática se mpre c rim e. Apenas suspende a apli cação da pena nos dois casos ac ima mencionados . Não se pode adm itir que o Estado pratique um crime (com o dinheiro dos impostos de todos os brasileiros, inc luindo o dos contrári os ao aborto) simplesmente porque esse crime não será punido. Ademais, é preciso cons iderar que não há fundamento natural , moral ou religioso para que a le i suspenda a punição à prática do abo rto em a lguns casos. Com esse pseudo-argumento do aborto legal, conseg uiram os abortistas que o então ministro da Saúde, José Serra,
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CATOLICISMO
editasse uma Norma Técnica auto ri zando o aborto no sistema público de saúde, para esses dois casos. Pouco depoi s, tentaram fazer com que os hospitais públicos não mais ex ig issem o boletim de ocorrênc ia como comprovação de que a grav idez, que se buscava interromper, tinha sido causada por estupro, mas aceitassem ape nas uma mera declaração da mãe, sem a necessidade de que o possível estup ro fosse provado. 12 Mai s recentemente, os abo rti stas têm procurado combater a "objeção de consciênc ia" dos médicos cató li cos, isto é, a possibilidade de que o médico se negue, por motivo de consciência, a rea li zar o aborto. Desejam esses abortistas que o médico responda crimina lme nte, caso se negue a realizar o aborto. Mais uma vez aparece, no horizonte, a ameaça de uma nova perseguição religiosa. Em elucidativo artigo na "Folha de S. Paulo", o jurista lves Gandra Martins assim se expressou sobre o aborto do ponto de vista constitucional: "A Constituição brasileira proíbe o aborto. O art. 5° claramente cita, entre os cinco direitos mais relevantes, consideradosfundamentais, o direito à vida". 13 Quando anali sa os aco rdos internacionais que o Brasil assinou, afirma o jurista: " Por outro lado, o§ 2o do art. 5° da Carta da República declara que os tratados internacionais sobre direitos individuais são considerados incorporados ao texto supremo, significando que tais tratados passam a ter status de norma constitucional - e não ordinária, corno ocorre com os demais tratados internacionais. [... ] Ora, o Brasil assinou o Pacto de Süo José da Costa Rica, tratado internacional sobre direitos humanos. No referido tratado, há expressa declaração de que a vida principia na concepção, o que vale dizer: do ponto de vista estritamente jurídico, o Brasil adoLou, ao firmá-lo, que a vida de qualquer ser humano tem. origem na concepçüo". 14 E conclui l ves Gandra: "Dessaform.a, duplamente, o legislador supremo assegurou o direito à vida (art. 5 °, "caput", e § 22) e definiu que a vida existe desde a concepçüo. [... ] Corno se percebe, do ponto de vista estritamente constitucional, a vida corneça na concepçüo e assim é garantida por tratado internacional e pelo Texto Maio,; nüo havendo, pois, como admitir a possibilidade de legislaçüo válida sobre o aborto no direito brasileiro". 15
já não encontrava repouso sobre a terra (Gen. 4, 16). Tal é a sorte de muito que pecam contra a vida do pióximo. M ais parti cul armente, não raras são as múltiplas seq üelas físicas e p ico lóg icas que resu ltam do abo rto. Como comprova o depoimento transc rito no início do arti go, muitas são as mulheres que não conseguem se libertar da lembrança de seus filhos abortados.
A imensa gravi<lade do pecado de aborto
Aborto não é permitido em nenhum caso. grnmplo de uma santa.
Após demonstrarmos que o aborto é inaceitável do ponto de vista científi co e filosófico , bem como do ponto de vista da Lei natural e da Lei constituc iona l brasileira, cumpre re lembrar a doutrina da Santa Igreja a respeito desse grave pecado. Assim defin iu João Paulo II o aborto : "O aborto provocado é a morte deliberada e direta, independentemente da forma como venha a ser realizada, de um ser humano na.fase inicial de sua existência, que vai da concepçüo ao nascimento". 16 O aborto se insere no contexto do pecado de hom icíd io e, segundo a doutrina católica, é um pecado que "brada ao Céu e clama a Deus por vingança". 17 Diz a Sagrada Escritura que, quando Caim matou seu irmão Abel, o sangue deste "clamava vingança do Céu" (Gen. 4, 10). E que, depois de matar Abel, Caim
A doutrina católica é taxativamente contra o aborto em qualquer situação, po is jamais é lícito matar um ser humano inocente. João Paulo U ass im se exprimiu a esse respe ito: "Muitas vezes / .. . ) a decisão de se desfa zer dofi·uJo concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes corno a própria saúde, ou um nível de vida digno para os outros rnembros da.família. Às vezes ternem-se para o nascituro condições de existência tais que levam. a pensar que seria melhor para ele não nasce,: Mas estas e ouiras razões semelhantes, por mais graves e dramálicas que sejam., nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente". 18
Refutando alguns argumentos abortistas 1) O aborto existe, sendo praticado atualmente por milhares tle pessoas. Não adianta proibi-lo. Resposta : O fato de existir o aborto não o torna lícito. Se assim fosse, o hom icídio e o roubo também deveriam ser legalizados. Ademais, pior do que viver e m um país onde ex iste o aborto, é viver em um país que aprovou o aborto. Diz o Revmo. Pe. Lod i, presidente do movimento " Pró Vida" de Anápolis (GO) e um dos grandes opositores ao aborto no Brasi 1: " Uma coisa é você não conseguir combater o ü1fanliddio com as forças policiais. Outra coisa bem diferente é você declarar que a matança dos inocentes não deve ser combatida, porque é um direito do cidadão matar seus filhos. [.. .] A partir do dia em que o aborto se tornar lei, não haverá apenas uma mudança quantitativa nos assassinatos intra-uterinos. Haverá uma mudança qualitativa essencial: o Brasil terá se tornado.formalmente uma nação inimiga de Deus".(*)
2) Tornar o aborto legal não aumentará sua prática. Resposta : A ilegalidade torna o aborto mais di fícil e deixa patente a rejeição a esse crime. Legalizar o aborto é romper mais uma barreira que ini be sua prática, a da ilega lidade. É tornar normal e líc ito um pecado gravíssimo. Quanto mais se di funde a idéia de que o aborto não é errado, tanto mais as pessoas perdem a noção da barreira que ex iste para sua prática.
3) Nem sempre a Igreja puniu com excomunhão a prática <lo aborto. Resposta : A pena de exco munhão é utili zada para punir uma falta muito grave e inibir a sua prática. Em um mundo que banaliza a vida humana, era muito natural que a Igreja buscasse demonstrar a gravidade desse pecado com uma pena mais severa. Apesar de nem sempre o aborto ter sido punido com a excomunhão, e le sempre foi considerado um pecado gravíssimo, não tendo sido jamais adm itido pela Igreja. * http://www. prov id aanapol is.org. br/naoeames. htm
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Com essa certeza, Santa Gianna Beretta Molla viveu e morreu em sa ntidade. Ela nasceu em Magenta (Milão, Itália) aos 4 de outubro de 1922. Formada em medicina e especializada em pediatria, Gianna ti nha especial cuidado com as mães e seus filhos, e considerava seu trabalho como uma
"missão". Optando pelo matrimônio "para formar uma família realmente cristã", e la casou-se com o engenheiro Pedro Molla. Quando estava grávida de seu quarto filho, em setembro de J96 l (final do segundo mês de gravidez) sua fé foi posta à prova. Apareceu um fibroma no útero, e a gravidez passou a ser de alto risco. Antes de ser operada do tumor, e diante da possibilidade de que ela ou sua criança viesse a morrer, suplicou ao médico que salvasse o bebê. Com o fe li z sucesso da operação, agradeceu a Deus pela vida de seu filho. Aproximando-se o momento do parto, e com grande confiança na Divina Providência, entregou sua vida a Deus, pedindo que salvasse o fruto de suas entranhas: "Se deveis deci-
dir entre mim e o jtlho, nenhuma hesitação: escolhei - e isto 0 exijo - a criança. Salvai-a". Na manhã de 21 de abri l, em meio a atrozes dores e após ter repetido a jaculatória "Jesus, eu te amo, eu te amo", morreu santamente. T inha 39 anos. Seus funerais transformaram-se em grande manifestação popular de profunda comoção, ele fé e de oração. A Serva de Deus repousa no cem itério de Mêsero, distante quatro qui lômetros de Magenta, nos arredores de Milão (Itália). Foi beatificad a por João Paulo II no dia 24 de abri I de 1994, e cano ni zada em 16 de maio de 2004. 19
Abortai' eq11ivale a priva,, a CJ'ia11ça de ser batizacla Há uma questão de suma importância, que não tem sido tratada nos debates. Como ensinou Nosso Senhor Jesus Cristo, "quem não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3, 5). Uma cri ança abortada é um ser humano a quem se negou a possibilidade de receber o batismo. Esse tema é de tal importância que, até mesmo a doutrina jurídica, quando discutia antigamente a questão do aborto no Cód igo Penal Brasileiro, trazia-o ao debate. 20 Infelizmente, com a descristianização cio Brasil , esse aspecto não vem sendo mais levantado.
As penas cai1ô11icas à prática cio aborto Para deixar c lara a gravidade desse pecado, a Igreja estabeleceu penas severas não apenas para quem o praticar, mas também para todos aq ueles que com ele colaborarem. Assim dispõe o Código Canônico, em seu cân. 1398: "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae." A excomunhão latae sententiae é uma pena au tomática, independentemente de ser declarada por qualquer autoridade eclesiástica. Para que e la recaia sobre a pessoa, é preciso que o aborto tenha sido voluntário (não espontâneo, mas provocado) e que o efeito tenha sido atingido (o feto tenha morrido). Se houve uma tentativa, há o pecado que deve ser confessado, mas não ocorre a pena de excomunhão. Caso o aborto tenha sido realizado, incorrem na pena de excomunhão latae sententiae não apenas a mulher que voluntária e conscientemente o realizou, mas também todos aqueles que formalmente para esse ato colaboraram, como médicos, enfermeiras, parentes , am igos, etc. Nesse sentido também se pronunciou João Paulo II: "Mas
a responsabilidade cai ainda sobre os leg isladores que prom.overarn e aprovaram leis abortistas e sobre.os administradores das estruturas clínicas onde se praticam os abortos, na - de l.es c.l epenc..a l " .21 medida em que a sua execuçao Para que a pena de excom unh ão seja levantada, é preciso que o penitente procure o seu bispo, pois é este que tem a autoridade para remir a pena ele excomunhão latae sententiae (cân. 1356). Algu ns padres podem receber poderes espec iais de seu bispo para atenderem esses casos de excomunhão automática (cân. 1357 § 2º). Caso o penitente tenha procurado seu confessor, durante o sacramento da confissão este pode, segundo o cân. 1357, remitir a censura latae sententiae, se fo r duro para o penitente permanecer em estado de pecado grave durante o tempo necessário para que o superior competente tome providências. Para isso, o confessor deve impor ao penitente a obrigação de recorrer dentro de um mês ao superior competente ou a um sacerdote munido de facu ldade, sob pena ele reincidência. Esse recurso ao superior pode também ser feito pelo próprio confesso r.22
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CATOLICISMO
No Supremo Tribunal Federal, recente votação sobre o uso de células-tronco embrionárias
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uve grande cobertura da mídia sobre a votaç_ão o~orrida no Supremo, T_ribunal Federal STF) a respeito do uso de células-tronco embnonánas, em 5 de março ultimo. A discussão remonta à aprovação, pelo Congresso Nacional, de urna lei que autoriza o uso de embri ões humanos para pesquisas científicas. Com essa lei, todos os embriões congelados há ma is de quatro anos poderiam ser usados pelos cientistas em pesquisas variadas. Diante da gravidade da situação, o ex-Procurador-Geral da República, Cláudio Ponteies, entrou com urna Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) junto ao STF, para derrubar a referida legislação. E m 5 de março do corrente ano, o plenário do STF começou a julgar a matéria, sendo que dois de seus ministros já se manifestaram sobre o tema, aprovando o uso das células-tronco dos embriões. O terceiro ministro a votar, Carlos Alberto Menezes Direito, pediu vistas aos autos do processo, isto é, pediu para analisar melhor o caso. Com tal pedido de vistas, o julgamento foi adiado. Peçamos a Deus seja afastado de nosso País o perigo de uma decisão favorável às pesqu isas com células-tronco embrionárias. A matéria é vasta, já tendo sido tratada na edição de agosto de 2005 de Catolicismo. Todavia, a revi sta não poderia deixar de meneio- ~ nar o abs urdo dessa presente discussão . 5 Em recente reportagem, o jornal "Folha ele ] S. Paulo"* narrou a história de Vinicius DorSessão no Supremo Tribunal Federal, te, hoje com seis meses de idade. O menino, que começou a julgar a questão das que foi gerado a partir de um embrião congela- células-tronco embrionárias do havia sete anos, seria urna das milhares ou milhões - de vítimas potenciais dessa lei. Salienta-se que os únicos resultados concretos no uso terapêutico de célul as-tro nco foram obtidos através do uso de células adu ltas (o que é inteiramente lícito do ponto de vista moral), e não de células embrionárias. Nesse sentido, o jornalista Nelson Ramos Barretto, colaborador de Catolicismo, assim se ex pressou em 4-3-08 à Agência Brasil: "Nós temos as células adultas, que estão conseguindo o que se deseja. Por que, então, ferir o direito à vida?".** Nada há de errado em buscar a cura para inúmeras doenças. Mas jamais seria lícito obter essa cura à custa da vida de embriões humanos. O que equivaleria às pesquisas médicas que muitos regimes totalitários (nazismo, por exemplo) realizaram no século XX, levando à morte incontáveis pessoas. É lame ntável que muitos sejam capazes de criticar os erros passados, mas poucos são capazes de condenar e evitar desassombradamente os mesmos erros no presente. *
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http://wwwLfolha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe090320080 l .htm . http://www.agenciabrasi I.gov.br/notici as/2008/03/04materi a/2008/03/04.84293402 I 7/v 1ew
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onal para ampliar os casos de aborto não punidos em nosso País, ou mesmo considerá-los legais. No Senado existem cinco projetos em tramitação. A grande maioria tenta ampliar os casos em que o aborto - apesar de ilegal - não é punido no Brasil. 28 Um dos projetos tenta obrigar as delegacias de polícia a que informem à gestante a respeito do seu "direito" ao "aborto legal" ... 29 Na Câmara Federal encontra-se mais de uma dezena de Projetos de Lei procurando favorecer o aborto de todas as formas possíveis. Há vários deles obrigando os hospitais públicos a realizar o aborto nos casos não punidos pelo Código Penal Brasileiro. Outras propostas legislativas defendem a permissão do aborto até certo período de tempo de gestação. Há também alguns que buscam liberalizar totalmente o homicídio dos inocentes, em qualquer tempo e em qualquer caso. 30
Conclusão e uma conclamação aos católicos Não é de hoje que a rejeição ao aborto vem aumentando em nosso País. Segundo pesquisas recentes, essa rejeição aumentou em mais de 30 pontos percentuais nos últimos 15 anos. 31 Exatamente por isso, os defensores do aborto procuram fazer passar lei s que obriguem a população a tolerar e até mesmo a aceitar a sua prática.
Catolicismo já alertou algumas vezes para a enorme máquina abortista que está em funcionamento incessante no mundo inteiro, incluindo o Brasil. 32 Diante dessa pettinaz onda abortista, nada mais impo1tante do que conclamar os católicos a serem rnifüantes, isto é, a defenderem vigorosamente a posição anti-abortista. E nesta defesa, empregarem destemidamente argumentos também religiosos. Não basta defender a vida no plano natural, é preciso defender desassombradamente a Lei de Deus na sociedade humana. A sociedade deve buscar ser um reflexo do Céu, e o homem deve preparar sua alma para a eternidade. É dever do católico, que nesta Terra deve ser militante, defender Nosso Senhor Jesus Cristo com ardor, e não apenas defender a vida humana. Se o Brasil aprovar o aborto, não estará aprovando apenas mais uma lei. Estará aprovando uma legislação contrária a Deus, à Lei natural, à própria ciência e ao Direito Constitucional brasileiro. A exemplo de Santa Gianna Beretta Moll a, que preferiu entregar sua vida a Deus para evitar que seu filho morresse, saibamos também nós, auxiliados pelas graças concedidas mediante a intercessão da Santíssima Virgem, defender os princípios d ' Aquele que, sendo seu Filho, também é nosso Redentor e fonte de toda e qualquer vida - Nosso Senhor Jesus Cristo. • E- maiI do auto r: fredericov iotti @catolicismo.com.br
A questão <la illl'usão <la alma por Deus Não resta dúvida de que a vida começa na concepção, como vimos. Já no que diz respeito à infusão da alma, a Igreja nunca definiu dogmaticamente o momento em que Deus a infunde no embri ão (também chamado de animação). Al guns autores, entre eles São Gregório de Ni ssa c-1" após 394), São Basílio Magno c-1" 379), São Máximo Confessor("!" 662) eram partidários ela animação imediata. Para esses santos, a a lma é infundida no mesmo momento da concepção, quando Deus "a nima" aquele ser que está sendo concebido. Já Santo Tomas ele Aquino("!" 1274) defendia a tese ela ani mação mecli ata (isto é, apenas um certo tempo após a concepção). Em qua lquer dos casos, o aborto sempre foi proibido e severamente punido, pois a vida natural deve ser preservada desde o momento da concepção, para que nela possa ser infundida a alma. É por isso que o Papa Inocêncio XI condenou em 1679 a idéia ele que seria lícito "praticar o aborto antes da animação do embrião [infusão da alma no embrião por Deus] para im-
pedir que uma jovem grávida fosse morta ou desonrada " (nº 34); e também condenou a tese de que "todo embrião (enquanto está no fÍtero) carece de alma racional, e portanto esta tem início qua~do ocorrer o parto; e conseqüentemente dever-se-ia dizer [com base nessa tese], em nenhum aborto co1nete-se homicídio " (nº 35). 23 Dessa forma, mesmo não tendo se pronunciado dogmatiCATOLICISMO
camente sobre o momento da animação, a Igreja sempre proibiu o aborto. Já desde o primeiro catecismo, conhecido como Didaqué prescrevia: "Não matarás o embrião por meio do
aborto ". 24 Ao longo de todos os séculos, essa proibição se manteve inalterada.
Te11tativas para a ampla legalização do abol'to no Brasil Em sua recente viagem ao Brasil, Bento XVI também deixou patente a clara posição da Igreja em face do tema. Ainda antes de chegar ao solo de nosso País, enquanto concedia uma entrevista a jornalistas que o acompanhavam , reiterou que todos aqueles que praticam o aborto incorrem na pena de excomunhão.25 No mesmo sentido foram suas palavras quando fez seu primeiro discurso no País, ainda no aeroporto internacional de Cumbica.26 Infelizmente, apesar de seu apelo contra o assassinato de inocentes , Bento XVI encontrou um País sendo acuado por uma maciça propaganda que busca liberalizar o aborto no Brasil. Ela tem o nítido interesse de quebrar a barreira moral que existe na opinião pública brasileira, 'amplamente contrária ao aborto. Recente pesquisa de opinião assegurou que cerca de 90% da população do Brasil é contrária ao aborto. 27 A escandalosa propaganda abortista, muitas vezes carregada de argumentos emocionais, não visa apenas quebrar o horror ao crime do aborto. Também tem a finalidade de apoiar os inúmeros projetos de lei que tramitam no Congresso Naci-
Notas: 1. "El Mundo" (Panamá), 19-1-03 / EWTN News. 2. Idem, ibidem. 3. São Remy , bi spo de Reims, co nverte u Clóv is, rei dos francos. Dessa conversão nasceu a Filha Primogênita da Igreja, a França. 4. "EI Mundo" (Pa namá), 19- 1-03 / EWTN News. 5. Em algun s países europeus, a lei do Estado já proíbe qualquer pessoa de se manifestar contra o homossex uali smo publicamente. 6. Para efeitos deste artigo, considera-se "ciência e mpírica" a ciê ncia nascida na época moderna, em que o valor de uma descoberta científi ca fi cava res trito à sua capac id ade de ser provada experim entalmente, isto é, empiri ca mente. 7. O pos itivismo (1 854) foi a doutrina difundida principalmen te por Auguste Comte. Segundo ela, filha das idéias da Revolução Francesa, a hum anidade estava entrando em uma nova era hi stórica, em que a ciência derrubaria os " mitos" da religião. Em sua tentativa de tornar a ciência um valor absoluto, Auguste Comte chegou a cri ar a Religião da Humanidade, na qual os cienti stas passariam a ser os novos sacerdotes. 8. A esse respeito, ver Catolicismo, março/2006. 9. Ác ido desox irribonucleico (ADN ou DNA, em inglês Deoxyribonucleic acid) é uma mo lécul a orgânica que contém a " inform ação" que coordena o desenvolvimento e func io namento de todos os organi smos vivos. 1O. Para efeitos deste arti go, utili zamos o termo "metafísica" (além da física) no seu sentido mai s amp lo, incluindo argumentos dedutíveis pela razão hum ana. 1 1. Essa "teoria da limonada" é atribuída ao juri sta Lídia Bandeira de Mello. 12. Apesar de ilega l, diversas são as notícias de que muitos hosp itais estão efetivamente di spe nsando a apresentação do Boletim de Ocorrência para interromper a grav idez (aborto), que supostamente teri a sido resultante de estupro.
13. "Folha ele S. Paulo", 5-12-03 - Seção Tendências/Debates 14. Idem , ibidem. 15. Idem, ibidem. 16. Encíc lica Evange/ium Vitae (25-3-95), nº 58. 17. Cf. Spirago, Catecismo Católico Popular, 5" edição, União Gráfica, Li sboa, 1951, p. 226. 18. Encíclica Evangelium Vitae (25-3-95). 1 9. h ttp: / /w ww. v a ti ca n . v a/news_serv i ces /1 i tu r gy / sa i n ts/ ns_ lit_cloc_20040516_ be re tta- mo ll a_po.html, a pud "Pró-v ida" de Anápoli s (GO) . 20. A esse respeito, ver Nelson Hun gria em seus comentári os ao Código Penal Brasileiro. 21. Encíclica Evangelium Vita e (25-3-95). 22. Código de Direito Canônico, II" edi ção rev ista e ampli ada. Comentários do Pe. Jesús Horta!, S.J. , Loyola, São Paulo, 1989. 23. Denzinger-Umberg, Enchiridion Symbolorum nºs 1184 e 1185, Editorial Herde r, Barcelona, 24" edição, 1946. 24. Didaqué, Paulu s Editora, São Paulo, 1989, p. 1O. 25. "O Estado de S. Paulo" , 10-5-07. 26. Idem, ibidem. Ver também Catolicismo de junho de 2007 . 27. Reportagem especial da "Folha de S. Paulo", 25-1-04. 28. SF PLS 001 83/2004 , S F PLS 00227/2004, SF PLS 003 12/2004 , SF PLS 00078/1993. 29. SF PLC 00018/2001 de 22-3-01. 30. Com o objetivo de permitir o aborto em qualquer época, destaca-se o PLI I 35/199 1, de autoria dos deputados Eduardo Jorge e Sandra Starling, ambos do PT, que propugna exti nguir o arti go do Código Penal que proíbe o aborto no Brasil. 3 1. Reportagem da "Fo lha de S. Paulo", 25- 1-04. 32. A Internacional do aborto: imensa máquina para impor o genocídio de nascituros ao mundo inteiro - Catolicismo, julho/2007, p. 27,
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São Marcos Evangelista Discípulo de São Pedro A utor do segundo Evangelho, colaborador, intérprete e discípulo dileto de São Pedro, fundador da Sé de Alexandria e amado patrono da República de Veneza B
S
PUNI O M ARIA SO LIMEO
obre a origem e identidade de São Marcos Evangelista houve muita di sc ussão. Se ria e le o mesmo perso nagem importante, na Igrej a apostóli ca, que umas vezes é chamado João (At. 13, 5- 13), outras João M arcos (At. 12, 12; 15, 37), e outras somente M arcos (At. 15, 39)? Alguns dizem que se trata de duas pessoas difere ntes. 1 Entretanto, parece prevalecer e ntre os exegetas a opinião de que os vários nomes referemse sempre à mes ma pessoa - São M arcos, Evangeli sta, di scípulo de São Pedro, citado po r São Paul o vári as vezes, e por São Pedro na sua primei-
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CATOLICISMO
ra epístola, onde o chama " meu filho dileto". Essa divergência se explica porque, segundo costume então em voga na Pa les tina, uma pessoa podia te r, além do nome judaico, um nome greco-ro mano, máx ime se procedi a de provínc ias do Impéri o Romano. Tanto no caso de São Marcos como no de São Paulo, o nome romano termjnou por impor-se sobre o hebreu. São M arcos era, como afirma São Paul o, primo de São Barnabé e filho de uma M aria, provavelmente viúva, cristã de alta posição, em cuj a casa se reuni am membros da Igrej a nascente de Jerusalém (At. 12, 12 ss). Foi para essa residência que o Prínc ipe dos Apósto los dirigiu-se quando saiu da
pri são de Herodes. M arcos devi a estar presente nesse momento. Por isso, não é de estranhar que ele se torne mais tarde sec retári o e intérprete de São Pedro. Segundo antiga tradição, essa casa da viúv a M ari a era a mesma o nde fo i celebrada a Última Ce ia, ou sej a, o Cenác ulo. O Getsemani , ou Jardim das Oliveiras, ta mbé m lhe pe rte nce ri a, se nd o o p ró pri o M arcos o ra paz que e le desc re ve em seu E va ngelho, fu g indo po r ocasião da prisão de Jes us, com ta nta pressa, qu e de ixo u a ro upa nas mãos dos so ldados (M e 14, 5 1-52). Prim o de São Barn abé, q ue era da Ilha de Chipre e levita, São M arcos deveri a perte ncer à co lônia c ipriota de Jeru sa lém. E seri a, como seu primo, sacerdote da raça de Aaro n, como afi rmam São Beda, o Venerável, e São Jerô ni mo. Como escri to res antigos afirmam que, e m Alexandri a, M arcos era chamado de "Galileu" , é provável qu e fosse da Galilé ia, terra de São Pedro e dos outros Apósto los . Afir ma-se també m que São M arcos fo i do número dos setenta e dois D isc ípul os de Nosso Se nh o r q ue se escandali zara m quando E le lhes di sse: "Se não comer-
des a carne do Filho do homem, e se não beberdes seu sangue, não tereis a vida em. vós". Nessa ocasião , e le terse- ia afastado com os outros d iscípulos . São Ped ro o teri a re-convertido e levado de volta a Jes us, após a ressurreição.
Divel'gê11cia e11trn São Paulo e SãoBanw bé Sej a como fo r, o certo é q ue São M arcos parti cipou da prime ira viage m apostólica de São Paulo e São Barn abé. Este último era de caráter bondoso, condescendente e muito espiri tua l; exerceu grande influê nc ia na Igrej a primiti va , por seus co nse lhos e exemplos, razão pela qual é, embora não do núme ro dos doze, també m cha-
mado de Após to lo. E le se to rn o u como que pad rinho de São Paul o recém-convertido, quando todos em Jerusa lém duvidavam de le. E o apresentou aos Apósto los , provavelmente na casa ele M ari a, mãe de João M arcos. Quando, por ocasião da fo me em Jerusa lé m nos anos 45-46, São Paul o e São Barnabé retornara m ela C idade
viage m apostó lica, São Barnabé qui s leva r de no vo São M a rcos, mas o Apósto lo dos Genti o não concordou. Ho uve divergência entre e les, e se separa ram: São Barnabé fo i co m São M arcos para a ilha de Chipre; e São Paulo, com Silas, rumou para a Síria e a C ilíc ia, e depo is para a Gréc ia. Por pe rmi ssão divin a, essa dive rgê nc ia redundou em prove ito do Evangelho , po is multiplicou as mi ssões ; e não impediu que, mais tarde, São Paul o e São Marcos vo ltassem a se reunir. Com efeito, o Apóstolo fa la de M arcos como co laborador, manifes tando o gosto e m o te r por auxili ar. M ais tarde , estando em Ro ma, escreve a Timóteo pedindo- lhe que venha encontrá- lo na capital imperial, e que traga consigo M arco , "pois me é útil para o ministério " (II Tim 4 , 11 ).
Discípulo dileto (10 Apóstolo São Pe<ll'O
S_a nta para Antioqui a, levaram consigo São M arcos. Vemo- lo com eles no iníc io da primeira viagem apostó lica, servindo-lhes de coadj utor na evangeli zação. Não esco lhido pelo Espírito Santo para essa missão, co mo o tinham sido São Paul o e São Barnabé (At. 13, 2), nem tendo sido delegado pela Igrej a de Anti oqui a co mo e les, São M arcos foi levado provavelmente como auxiliar para serviços gera is. E ntretanto, quando os cloi mi ss io nários passaram à Ásia Menor, desem barcando e m Perga da Panfília, Marcos deles se separo u sem dar explicações, voltando pa ra Jeru salém. Isto, que parecia uma inconstância e uma fraqueza, não agradou a São Paulo. E qu ando, mais tarde, os dois mi ss ionári os iam empreende r a segunda
M as fo i São Pedro o verdadeiro pai e mestre de São M arcos . Ele o trata afetuosamente como filho, o que leva muitos a pe nsar que fo i e le que m o batizou. Por volta do a no 60, ve mos nova me nte São M a rcos e m sua compa nhi a, e m Roma. O apos to lado do prime iro Papa fo ra tão abundante na c idade dos Césares, que e le não era sufi c ie nte para ate nder ao número cresce nte de prosélitos . M arcos o secundava ni sso. E fo i por causa de les - que lhe pediam com in stânc ia para lhes ex por a do utrina de seu mestre, se possível por escrito - que e le escreveu o segundo E vange lho. O Evange lho de São M arcos é o mais bre ve dos qu atro, um resumo do Evangelh o de São M ateus, e mbo ra o mita algumas partes deste e o complete noutras. São Mateus apresentava para os judeus Nosso Senhor Jesus C ri sto como o Mess ias por e les esperado. São Lucas o propunha aos greco-romanos como o Salvador de que fa lavam seus orác ulos. São M arcos o apresenta aos romanos, antes de tudo,
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como Fi lho de Deus. Ele se propõe, assim, a demonstrar que Jesus é verdadeiro Filho de Deus, e o faz especialmente com a nairnção de muitos milagres que Ele operou. Por isso alguns o chamam "o Evangelista dos Milagres". Entretanto, não relata os discursos mais longos de Jesus, como o Sermão da Montanha, nem suas discussões com os fai·iseus, pois isso não teria impressionado seus leitores pagãos. Escrevendo em grego, no qual tinha mais facilidade que no latim, explica freq üentemente certos usos e costumes e certas ex- ~ pressões próprias dos judeus. .lJ .~ Por isso, também aparecem ] em seus escritos freqüentes grecismos e algumas expres~ sões ai-ai11aicas. Embora seu ·B vocabulário seja pobre e restrito, escreve com muita vi- ~ vacidade; sua nairnção é co- ~ ] lorida e pitoresca, procuran- < do transmitir ao leitor o que ~~ ouvira freqüentemente dos ~ lábios de Pedro. Por essa ra- 'ig5 zão, São Justino, que viveu Li no século II, chama o Evangelho de São Marcos "Memórias de Pedro". E Santo lrineu afirma pouco mais tarde: "Depois da morte de Pedro e Paulo, Marcos, discípulo e intérprete de Pedro, nos transmitiu por escrito o que aquele havia pregado" .2 ' Sendo o intérprete de São Pedro, compreende-se por que deixou de descrever cenas que seriam honrosas para o Príncipe dos Ápósto los. E também porque, ao contrário dos outros Evangelistas, descreve com detalhes a cena da negação de Pedro e o canto do galo. Nesses pormenores se manifesta a exemplar humildade de São Pedro, que inspirava a pena de São Marcos. "Esse narrador simples, que carece da invenção e do gênio de um artista, só preten-
de fixar a lembrança clara da realidade vivida". Em seu papel de sombra de São Pedro, Marcos "pertencia a essas almas admiráveis que brilham na segunda .fila, ou que sabem retirar-se para a penumbra para consagrar-se à
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glória de um. mestre, merecendo assim o prêmio da modéstia e fazendo sua ação mais fe cunda, se bem que menos pessoal". 3 Apostolado de São Marcos, patro110 de Veneza São Jerôn imo e Eusébio afirmam que São Pedro conheceu, por divina revelação, que São Marcos havia escrito seu Evangelho, e alegrou-se muito vendo o zelo que os novos cristãos testem unhavam pela palavra de Deus . Aprovou essa obra e estabeleceu, por sua autoridade, seu uso na lgreja.4 São Pedro enviou São Marcos para evangelizar Aqui léia, cidade então cé lebre e de considerável tamanho . Ele aí formo u uma cristandade notável pela ciência reli-
giosa e firmeza da fé. Altamente satisfeito com o resultado, o Príncipe dos Apóstolos enviou seu discípulo depois para evangelizar o Eg ito. São Marcos desembarcou em Cirene, na Pentápolis, percorreu a Líbia e a Tebaida, sempre com abundantes conversões, e finalmente fixou residência em Alexandria, no Egito, onde fundou um a igreja dedicada a São Pedro, que ai nda vivia. São Jerônimo e Eusébio confirmam essa tradição. Por isso, como afirma o Papa São Gelásio, a igreja de Alexandria é patriarcal e a primeira em dignidade depois da de Roma. 5 Aí, segundo a trad ição, São Marcos recebeu o martírio. "No século fX a igreja do Ocidente foi enriquecida com. os despojos mortais de São Marcos. Seus sagrados restos, venerados até então em Alexandria, foram trasladados a Veneza, e sob seus auspícios começaram os gloriosos destinos desta cidade, que haviam de durar mil anos". 6 • E-rnai I c!o autor: prn so Iirneo@cato licisrno.corn . br
Notas: 1. Por exemp lo, o Pe. Pedro de Ribadane ira (Fios San ctorum , in Dr. Eduardo M. Yilarra s a, La Leye nda d e Oro, D. Gon zález Y Compaiíia, Editores, Barce lo1ia, 1896, tomo li, p. 1 18) qu e cita a se u favor Salm e rón , S ã o Roberto Be larmino e Ma ldonaclo. 2. Ecle lvives, El Santo de Cada Dia , Editorial Luis Vives , S.A. , Saragoça, 1947 , torno li, p. 566. 3. Fr. Ju sto Pe rez ele Urbe l, O.S.B. , Afio Crist /ano, Ecliciones Fax, Madrid, 1945, torno li, pp . 198-200. 4. Cfr. Le s Petits Bo ll ancli stes, Vies eles Saints , Bloucl et Barra i, Paris, 1882 , torno V, p. 17. 5. Cfr. Pe . Pedro ele Ribacle ne ira , op.cit. , p. 11 8. 6. D. Próspero Guéranger, El Afio Litúrgico , Ediciones A lclecoa, Burgos, 1956, tomo JII , p. 7 12.
Freiras verdes
e moças alcoólatras
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O panteísmo das freiras verdes - Um livro intitulado "Freiras Verdes: uma ecologia espiritual", escrito por Sarah McFarland Taylor, denuncia como panteístas numerosas freiras pertencentes a várias congregações religiosas nos Estados Unidos. O panteísmo - e sua expressão dinâmica, a gnose - sempre foi considerado na Igreja católica a pior das heresias. Para o panteísmo, tudo quanto existe é deus (pan=tudo; theos=deus). Ele nega a existência de um Deus pessoal, criador de todas as coisas. Contraria assim a doutrina católica e a razão natural, para aceitar que a árvore é deus, a pedra é deus, o ai· é deus, o homem é deu s, o pernilongo é deus; enfim, tudo é divindade. Pai·a essas freiras, "Deus e o cosmos estão fundidos um no outro" . No simpósio das "irmãs da terra", em 2001, 150 participantes cantavam, a respeito da Terra: "Tudo é santo, igualmente santo. Tudo é sagrado, igualmente sagrado. Tudo é uno ". Uma das freiras entrevistadas no liv ro sustenta que "na liturgia do cosmos" há uma fusão entre "a história de Jesus, a história da /erra e a história do cosmos", numa grande "epopéia evolu ionista ". Para outra, o voto de castidade significa "empenho moral de aliviar o ecossistema", que está estressado pelo cresc imento da popu lação. Com p ucas exceções, elas são vegetarianas; e muitas declaram qu não mais consideram os "não-humanos" como inferiores aos humanos. Uma delas explica que a ceia "é uma eucaristia quotidiana com o corpo da Terra e do Sol". E faz ainda uma an alogia entre o alimento consumido cada dia e a transubstanc iação eucarística ("La F'-lSiiiiillih~~----Stampa", Turim, 2 l-2-08).
Sarah McFarland Taylor
Bebedeira grassa entre mulheres - No mês de fevereiro, na Estrada de Itapeti-Pedreira, em Mogi das Cruzes, Grande São Paulo, ci nco moças morreram e duas ficaram gravemente feridas, quando o carro em que viajavam bateu de frente num cami nhão. A idade delas variava entre 17 e 28 anos. Exp li cou o motorista do cami nhão que o Fiat Siena das moças trafegava na contram ão em alta velocidade. Elas voltavam de uma festa, e no porta-malas do carro foram encontradas garrafas de bebida vazias. Desde que o chamado fem ini smo vem se insurgindo contra o nobre papel da mulher na família tradicional, a pretexto de outorgarlhe mais liberdade, aumentou enormemente o consumo de álcool entre as jovens. "A quantidade de álcool ingerida por mulheres aumenta muito e em idades cada vez mais precoces ", diz o médico Sérgio Duailibi , da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Un iad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para ele, o envo lvimento fem inino em acidentes é uma tendência. Levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Unifesp, aponta que o alcooli smo entre meninas de 12 a 17 anos quase dobrou de 2001 pai·a 2005 - ele 3,5% pai·a 6% do total. Entre as jovens de 18 a 24 anos, o porcentual subiu de 7,4% para 12, 1%. No Sudeste, pai·a jovens ele 12 a 17 anos a situação é inusitada: 6,4% delas são dependentes, ante 4,9% dos meninos. Desde 2001 a quantidade de vítimas do sexo feminino em ac identes de trânsito fatais aumenta em proporção maior que as do masculino. Em 2001, 25.335 homens morreram no trânsito, subindo para 29.798 em 2005 - alta de 17,6%. Entre as mulheres, o sa lto foi de 19,8% no período - de 5.682 para 6.805 casos. "O número de mulheres que bebem e dirigem sempre foi menor que o dos homens, mas está aum.entcmdo", disse o coordenador da Uniad, Ronaldo Laranjeira ("O Estado de S. Paul o", 17-2-08). Julgue o leitor se esses fatos não são próprios a faze r Nossa Senhora chorar! •
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Visa ademais à legalização do chamado casamento Corrêa de Oliveira, no ano de 1966, em pleno governo militar, homoafetivo: "Os casais homossexuais, desde que tenham por ocasião de sua vitoriosa campanha contra o divórcio. Eles se convivência pública, duradoura e com objetivo de constituir referiam às conseqüências desastrosas para a família, que se sefamilia, passam a ter os mesmos direitos reconhecidos aos guiriam caso fosse aprovado o então "Projeto de novo Código casais heterossexuais que vivem em união estável. Passam a Civil", proposto pelo jurista Orlando Gomes, já falecido. Aquele ter direito sucessório, previdenciário, de adotcu; de ter a guarda projeto felizmente não foi aprovado. e a convivência dos filhos". Entretanto, os adversários da sacrossanta in stituição da Prevê ainda a criação de um novo estado civil, denominafamília, não contentes com as devastações nela produzidas com do "convivente", para os que vivem amasiados: "Além de sola introdução do divórcio pelo governo Geisel em 1977, refeteiro, casado, separado ou divorciado, passa a existir o estarendadas pela Constituição de 1988 e ampliadas por lei s posdo civil de 'convivente' para quem vive em união estável". E teriores, preparam-se agora para lhe assestar outro rude golpe propõe reformulações nas questões referentes à guarda de fiatravés do Novo Estatuto da Familia. Fazem-no habilmente lhos de pais divorciados. em nome de um "iniludível imperatiPara Rodrigo da Cunha Pereira , vo da evolução", quando na realidade presidente do IBDFAM, o projeto do se trata de um bem orquestrado e medeputado petista Sérgio Carneiro é proticuloso processo de demolição da falnslilulo 8rdsi!ciro de Dircilo de fJruili,1 duto da reflexão de dez anos de exismília natural e cristã. tência do instituto: "A intenção é insFases de um processo O Estatuto das Famílias talar novos paradigmas jurídicos para "evolutivo" A complexidade da sociedade conremporânea a organização das familias". Na vermcita tnnsfonnações de diversas ordens qne incilo11game11te prepaI'a<lo dade, o conceito de família é dem diretamem e n a realidade sociocultural e privada dos cidadãos. Novos arraitjos e composições desnaturado : "Hoje, não existe uma Em linhas gerais, são estas as faf;un iliares se 111aterializ:1r:u11 se1n que a Lei tivesse familia. Existem várias: homoafetivas, ses do processo: tempo de prever e proteger seus direitos. A garrnsócio-afetivas e parentais ". ti., dessa pluralidade se encontra ame,, çada. sendo 1) A TV e outros meios de comumister e oportnno um ordenamento jurídico branicação apresentam novelas e prograsileiro mais lnnnanit~rio e mclnsivo. "Estatuto do J'uturo " em mas com enredos, vocabulários, moAtento às transforma ções. o IBDFAM. de acorsubstituição do ro m seus o bjeti\'os instirucionais. desde- n1arço das e modos de ser cada vez mais imode 2007. w m trabalhando na co nstrnçiio de um ao atual c6digo c/1riJ rais, ousados e extravagantes. proj eto de lei para a criação do Estatnto das Famílias. U ma nova legislaç~o qne visa positivar um DiAinda segundo Cunha Pereira, o pro2) Estes são adotados e repetidos reito de Fanu1ia mais adequado às necessidades e à jeto representa o pensamento mais legípor "vedetes" e "modelos", comentarealidade da sociedade conremporfoea . Mais que timo e contemporâneo do direito de fanma reforma no Código C ivil. o projeto desm emdos com simpatia em colunas sociais, bra o título que rr,u a do Direito de Família e reestmmilia: "É um projeto considerado ousapor professores nas aulas, e ostentatur.i rocl.i a matéria. cri:mdo tun esranuo antôno n10. con1 no\'as regras n1areriais e processuais. do, mas certamente traduz o pensamendos por ocasião dos carnavais. O Estatmo das Famílias. além de incorpora r to não só da comunidade jurídica, mas, 3) Vão sendo depois imitados pouv~rios projetos de lei específicos que tramitam no principalmente, da realidade brasileira co a pouco pelo público em geral, até Congresso Nacional. busca soluções para contli1os atual, já que o Código de 2002 traduz a se converterem em moda. A partirdesmoral do século passado". O presidente momento, o "espírito público" dá te do 1B FAM deixa clara assim sua posição doutrinária um passo na "evolução". anticatólica, aceitando uma moral de situação, como se houvesse Co11seqiiê11eias <leletérias para a sociedade diferente r n11as de moral de acordo com os tempos! Para a desembargadora Maria Berenice Dias, do Tribunal Como essa "evolução" nunca conduz à moralidade, mas de Justiça do Rio Grande do Sul, fundadora e ex-vice-presisó à degradação, sobrevêm necessariamente as conseqüências dente do 18 FAM, "esse estatuto é do futuro". Deus nos lipara a sociedade: mais divórcios, abortos, expansão da hovre desse ''./i 1turo" que querem nos impingir! mossexualidade, menos filhos, etc. Ela tamb m considera retrógrada a legislação vigente, por Setores ditos "avançados" da sociedade, eivados de uma perpetuar um modelo patriarcal de familia, e o Código Civil mentalidade materialista ou hedonista neopagã, começam ende 2002 como Lendo apenas copiado conceitos estabelecidos tão a exigir mudanças na legislação, para adequá-la à nova no final dos uno 60: "O livro do Direito da Familia do novo realidade, sempre encontrando legisladores receptivos. Assim, ora em nome da modernidade, ora da "evolução", Código já nosceu velho, e temos a necessidade de criar um livro novo", acrescentou. o processo acima descrito vai se repetindo, até a abolição inteira e completa da instituição familiar. A famílfa vmn sendo demolida É no contexto hedonista-evolutivo desse maquiavélico proe está 1·c,111zl<la a resíduos cesso que se insere o "futurista" projeto-bomba do Novo Es"Aprovado.1· os dispositivos que esta parte contém, da familia tatuto da Familia . • brasileira 11r7o restarão senão restos informes" - Este foi um dos slogans bradado pelos jovens idealistas seguidores de Plinio E -ma il cio auto r: trive ll ato @cuto !ic is mocom .b r
c: IBDFAM =>
Bomba contra a família no Congresso Nacional P rojeto demolidor - Novo Estatuto da Família - ameaça
reduzir a escombros o que resta da família brasileira autêntica, a pretexto de adaptar a legislação à realidade [1
VALDIR TRIVELLATO
nquanto no Iraque e no Afeganistão prosseguem as explosões de homens e mulheres-bomba, no Congresso Nacional tramita, desde outubro de 2007, um projetobomba muito mai s terrível. Se aprovado, lançará pelos ares os alicerces do que resta da famíl ia brasileira. Esse projeto-bomba - o Novo Estatuto da Familia, consubstanciado no Projeto de Lei 2.285/2007 - foi preparado pelo Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), com sede naci onal em Belo Horizonte. E está prestes a ser proposto pelo deputado petista Sérgio B. Carneiro, da Bahia.
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"Novas formas J'amiliares": extinção <la família autêlltica No artigo Familia do futuro - Projeto de Estatuto contempla novas formas familiares, publicado no "Consultor Jurídico" (16-2-08), a jornalista Gláucia Milicio oferece um resumo do projeto, entremeado co m declarações de dois membros do IBDFAM, entre outras. O projeto elimina do Código Civil de 2002 o arti go J 622, segundo o qual "Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem. marido e mulhe1; ou se viverem em união estável". E prevê, em seu lugar, a adoção de crianças por duplas de amigos, e até - pasmem! - por casais homo sexuais, tudo sem burocracia e sem maiores dificuldades.
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Alglins símbolos
de São Paulo m GREGóR10
Não se pode falar em símbolos de São Paulo sem mencionar o Pátio do Colégio, lugar abençoado do Planalto de Piratininga, em que a figura magnânima de Anchieta, apoiado por Nóbrega, lançou os fundamentos de um colégio para catequizar os índios e iniciá-los nas primeiras letras, intuindo talvez que era a edificação de uma grande cidade que assim se iniciava. A capela que ali se encontra restaurada contém como preciosas relíquias um fêmur de Anchieta e o manto que ele usou. No centro da praça, um monumento à fundação da cidade; e num canto dela um pequeno jardim gradeado, com bancos que permitem um agradável repouso.
V1vANco LoPEs
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or ter crescido desmesuradamente e se tornado uma cidade cosmopolita, São Paulo perdeu muito de seu charme e se despersonalizou. Hoje em dia, pouca diferença faz estar em São Paulo ou em qualquer outra grande cidade do mundo. Elas se equivalem pelo anonimato de seus habitantes, pela extravagância padronizada dos trajes, pela feiúra uniforme da arquitetura. Entretanto, São Paulo teve durante muito tempo uma expansão apenas moderada, desenvolvendo com originalidade e bom gosto características próprias. Não se trata de indagar se estas eram melhores ou piores do que as de outras cidades. O importante é que, embora se possam apontar defeitos, São Paulo adquiria com naturalidade as feições que ela era chamada a realizar, nos planos da Providência. Dessa realidade nos restaram símbolos expressivos. Aqui citamos alguns deles que resistem à invasão da modernidade.
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Comecemos pelo Museu do lpiranga, com seu soberbo jardim, em cujo extremo o Monumento da Independência abriga os restos mortais de D. Pedro 1. O quadro é imponente, grandioso mesmo, mas de uma grandeza amena e acolhedora para com os que ali vão com espírito contemplativo. De algum modo, o local representa a ligação íntima e indissociável de São Paulo com todas as outras regiões deste nosso imenso e querido Brasil.
Museu do lpiranga
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A Estação da Luz, com seu imponente estilo inglês, incorporou-se definitivamente à paisagem da urbe e tornou-se um de seus símbolos. Já foi a principal porta de entrada da cidade. No tempo em que o café constituía o grande produto de exportação do estado de São Paulo, era através da Estação da Luz que as sacas da rubiácea desciam até o porto de Santos para serem embarcadas. *
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Toda cidade católica reverencia piedosamente seus mortos ilustres. E São Paulo foi uma cidade muito católica, além de possuir aspectos marcadamente aristocráticos. Essa simbiose católico-aristocrática ainda pode ser percebida no ambiente imponderável do cemitério da Consolação. As grandes famílias que constituíram o cerne da vida social, cultural, política ou econômica da cidade depositaram nesse campo-santo os restos de seus entes queridos que esperam a ressurreição do último dia. Sente-se ali uma paz c uma suavidade cheia de elev ação. E,
notadamente junto a certos túmulos, um convite à oração calma e esperançosa. *
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A este conjunto, necessariamente incompleto, a valsa lampião de Gás acrescenta alguns itens da memória histórica que podem ser tomados como simbólicos. Apesar de chorosamente nostálgica, foi considerada a seu tempo uma "ode à São Paulo antiga". Depois de rememorar quadros da cidade de outrora, eis sua última estrofe: Minha São Paulo, calma e serena, que era pequena mas grande demais, agora cresceu, mas tudo morreu, lampião de gás, que saudades me traz. E-mail do autor: gregorio @catoli cismo.com.br
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INFORMATIVO RURAL Bandeira nacional X bamleira <lo MS1' A bandeira é um símbolo da nação . Veja um momento narrado pela revi sta Criança, do MEC, sobre a educação dos sem-terrinhas : O vento sopra forte. A bandei ra improvisada em um mastro de bambu, tremula. Lênin Cauã, de cinco anos, interrompe a brincadeira no balanço. Olha a cena e di z: - Esta é nossa bandeira. E bandeira é um símbolo, sabia? - O que é símbolo? - É aquilo que mostra alguma coisa. Aprendi aqui na escola, responde o menino. - O que essa bandeira está mostrando? Pego de surpresa, ele vacila. - O branco quer dizer Paz. Arranca um galho de árvore e começa a rabiscar o chão. Com os olhos baixos, prossegue: - O verde é a roça onde o meu pai trabalha, é onde planta a comida da gente. De repente, dispara a falar: - O vermelho quer dizer luta, sangue. Tem muita gente que já morreu. Na bandeira tem também um homem e uma mulher. É uma fa mí lia. - Mas não há crianças ! O garoto levanta os olhos cio chão e com segurança, contesta: - É lógico que tem. O pai e a mãe são sem-terra. Eu sou criança, eu sou um sem-terrinha. Assim se ensüw 110 MS1:.. ou se doutrina No estado do Paraná funciona uma estrutura de "ensino" do MST. São as chamadas escolas itinerantes, onde "estudam" 1400 alunos e há 180 professo res, chamados educadores. Ao todo são 11 escolas itinerantes, nos acampamentos. O método é o cubano. A Secretaria de Educação do Estado do Paraná fo rnece equipamentos, cartilhas e telenovelas produzidas para esse "ensino". Di zem que se preocupam com educação infa ntil , ensino fundamental e médi o. Mas, desta estrutu ra, só têm o nome. A alfa beti zação de adul tos não fi ca nada a dever à educação infa ntil , tendo como grande inspi rador Che Guevara - o sangtlinário lugar-tenente de F idel Castro, que ó é exemplo para guerrilheiros assass inos ! Aliás, o "pensamento" de Che Guevara - "o mais importante é que todos os companheiros que não saibam ler e escrever sejam a(fàbetizados " - estampado no cait az, não tem nada de original, não passando de um lugar-comum, muito comum.
Demarcações de áreas de quilombos: suspensas temporariame11te O governo federal dec idiu suspender por tempo indeterminado todos os processos ele reconhecimento de co munidades de remanescentes de quilombos. Assim que os processos fo rem retomados, os pedidos de áreas hoje oc upadas por fazendeiros ou por outros trabalhadores ru rais não irão prospe-
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rar, segundo di z a Advocac ia Geral ela Uni ão. "Se ele [remanescente de quilombo] está na terra, demarca e titula naquela área. O governo parece que entendeu agora que deve titular somente aquilo que está ocupado", declara o deputado Yaldir Colatto (PMDB -SC), que apresentou no Congresso um projeto de lei que vi sa a sustação do decreto pres ide nc ial 4.887, de 2003. O embargo a novas demarcações ocorreu desde dezembro, devido a mudanças na legislação defi nidas em 2007 pelo governo, e ainda não editadas por conta de resistência de entidades nacionais quilombo/as. O INCRA, entretanto, continua citando proprietários das terras. Temos informações bem recentes de Cachoeiro cio Itapemir im e da cidade do Rio de Janeiro.
No Brasil, a Medalha de São Bento teve, e ainda tem, grande difusão, mas pouca gente conhece sua história, o significado das letras nela cunhadas, os prodígios estupendos alcançados por seu intermédio. Pouca gente também em nosso País, conhece a vida maravilhosa de São Bento, Fundador da Ordem Beneditina e Patriarca dos Monges do Ocidente.
Nos acampamentos do MS1; ideal comunista puro... E m Itatiba (SP), invasores do MST denominam ele Comuna Che Guevara o acampamento, não escondendo seus verdadeiros intentos. As comunas popul ares fo ram ideali zadas por regimes comuni stas como grandes unidades de produção rural. Abra ngiam a ag ri cultu ra e peque nas indústrias. Cada comuna estrutu rava-se de fo rma coletiva e centrali zada. Os lotes agrícolas fa mili ares fo ram eliminados. Toda a terra estava colocada sob contro le elas comunas. As comunas organizavam também a vida social e a educação das cri anças. A impl antação desse siste ma teve fo rte impacto sobre a vicia familiar, diminuindo a força tradicional da autoridade patern a. É isso que os atuais sem-terra quere m? Ou estarão sendo conduzidos à destruição de suas fa míli as, co locadas cada vez mais so b a tutela do Es tado? Isso é comuni smo puro ...
Daí a importância deste volume, que contém, em linguagem acesível e atraente, a vida de São Bento e todas as explicações necessárias acerca da Medalha de São Bento.
1'erritórios da Cidadania: mais um inStl'Ume11to eleitoral Os Territórios da Cidadania consti tuem o primeiro grande pacote do governo Lul a para zonas rurai s. Pretende estimulai· as economi as de locais e m que beneficiários do "bolsafa míli a", assentados, quilombo/as e indígenas são maioria da população . Serão benefi ciados 958 municípi os e m todos os estados. Atingirá 24 milhões de pessoas. O governo destinou 11 bilhões para essa distribuição. Lul a di scursou: "Eu posso dizer para vocês que é o segundo grande passo para a gente acabar com a pobreza". Desde sua apresentação os Territórios da Soberania provocai·am protestos, por terem sido lançados em ano eleitoral. Mas esse é o as pecto secundário. São 11 bilhões entregues ao Ministro do Desenvolvimento Agrári o, que te m como órgão subordinado o INCRA, e destina-se a atender municípios onde a maiori a da população é de gente ligada à Reforma Agrári a, à Revolução Quilombola, a etni as indígenas e suas reservas. Certamente pai·a esconder o fracasso dessa política soc iali sta de coletivi zação e de mi séri a. •
80 páginas Formato 11 ,5 x 17 cm Ilustrado *Frete: R$ 6,00
Petrus Editora Ltda. Rua Javaés, 707 - Bai rro Bom Retiro - São Paulo-SP - CEP 011 30-010 Fone (11 ) 333 1-4522 - Fax. (11 ) 3331-5631 E- mail: petru s@Jivrariapetrus.com.br Visite nosso site na intern et: www.livrari apetrus.com.br
-CATOU
tini ana, gra nd e devota da E ucari sti a, Deus comunico u-lhe o desej o de te r uma festa dedicada ao Corpo de Cri sto. Pe rseguid a e m sua própria comunidade, teve que desterrar-se seis vezes até sua morte.
fe nsor da mo ral cató lica e da santidade do matrimô ni o, foi assass inado pe lo re i Boles lau II po r incre par-lhe a vida des regrada.
ram grita ndo pe las ru as: "Fal eceu o Santo".
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+ Có rd o ba, 856. Perseg uidos
Primeiro Sábado do mês.
Sanla Teresa "de los Andes" São Júlio J, Papa + 352. Defe nde u o mi stéri o da
pe lo s mu ç ulm a nos, "fora m conde nados à mo rte ao co nfessare m s ua fé cri stã di ante do Islami smo" (do Marti rológio) .
6 1 São Mac,í f'io, o Milagroso, Abade + Ás ia Me no r, 830. Abade de Pelecete, nas proximidades de Consta ntino pl a, fa moso pelos mil agres que o perav a. Foi du as vezes ex ilado pelos impe radores bi za ntin os co ntrá ri os ao c ulto das imagens. Faleceu devido aos sofrime ntos qu e lhe fora m infligidos .
São Ma f'celino de Cartago, Mártir + Áfri ca, 41 3. Re presenta nte do Impe rad o r Ho nó r io V na África, para fazer cessar a ag itação produzida pelos he reges do nati stas, os quais mandaram assass iná- lo ao qu e re r e le recondu zi-los à verdade ira fé .
7 Sa nlo 1-lenrique Walpole, Má rtir
2
+ Ing laterra, 1595. Reconc ili a-
São Francisco de Paula, Confessor
do com a Igrej a a pós te r ade ri do ao cisma ele He nrique VIII, o rde no u-se e m Ro ma no Colégio dos Ingleses. Co mo j es uíta, volto u ao seu país, o nde socorri a os católicos perseguid os.
+ Plessis 1508. Italiano, fund o u a Orde m dos Mínimos. Luís XI obte ve do Papa qu e o e nviasse à F rança, a fi m de preparar o re i para a morte.
~J São Rica rdo de Chichesler, Bispo + Ing late rra , 1253. C hance le r d a Univ e rs id ade d e O xfo rd , co nselheiro dos arcebi spos de Ca ntu á ri a S a nto E dmund o Ri ch e S. Bonifác io, te ve qu e lu ta r contra a pre po tê nc ia do Re i He nrique III.
4 Sa nlo Isidoro de Sevil ha , Bispo, Confessor e Doulor ela Igreja + 636. Sucede u a seu irmão São Lea nd ro na Sé ele Se vilha. A ele se ele ve m a c ri ação de seminári os, a unifi cação da liturg ia, a regul a me ntação da vida mo násti ca e outras impo rtantes o bras da d isciplina ecles iástica.
Santíssima Trindade contra os he reges . No Co ncílio de Sárdi ca, reabilito u S anto Atanás io e proc la mo u a primaz ia d a Sé e pi scopal de Ro ma.
13 Domingo do Bom Pastor Sanla Ma rgarida de Mélola, Virgem + Itáli a, 1320 . Filha de Condes, di sforme, cega, coxa, aleij ada e fe ia, fo i ab a nd o nada numa igrej a . Recolhida po r piedosa fa míli a, e nsinava o catec is mo e encanta va a todos pe la inocência, aleg ri a e confiança na Providê nc ia.
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8
Santa Ludovina ele Schiedam, Virgem
São Dionísio, Bispo
+ Holand a, 1433. Como vítima
+ Corinto, 180 . "Dev ido à c iê nc ia e à graça ele qu e fo i dotado, [.. .] ilustrou o povo não some nte da sua cidade e prov íncia, mas [ ... ] també m bi spos" (Do M a rtirol óg io).
9 Santa Cacilela, Virgem + Burgos (Espanha), l007. Filh a do re i mo uro de To ledo, co nverte u-se ao bebe r a ág ua mil agrosa do poço de São Vicente.
10 São Terêncio e Compa nheiros, Mú rlires
ex piatória, po r mais de 20 a nos fo i atin gida por qu ase todas as mo lés ti as im agi náve is, e m meio à ex tre ma mjséri a. Tinha constantes vi sões de Nosso Senh o r, cio Para íso, do Purgatóri o e do Inferno.
15 Santas Balissa e Anaslúcia, Mártires + Roma, 66 . Ilustres matro nas romanas discípulas de São Pedro e São Paulo, sofreram cruel martíri o por tere m reco.lhido as relíqui as cio Príncipe dos Apóstolos para dar-lhes sepultura.
+ Cartago, 250. Na persegui ção
16 São Benedito ,José La bre, Confessor
Primeira Sexta-feira do mês.
do Imperador Décio, estes 40 c ri stãos preferiram a mo rte a sacri fica r aos ído los .
5
11
Sanla ,Juliana de Comillon, Virgem + França, 1258. Reli giosa agos-
Sa nlo Eslanislau, Bispo e Má rtir
+ Cracóvi a, 1097. Grande de-
+ Roma, 1783. Mendigo vo luntári o, pe regrin ava e ntre os mais célebres santuári os da E uropa, sofre ndo humilhações e maus tratos. Ao fa lecer e m Ro ma, as c ri anças espo ntaneame nte saí-
17 Sa nlos Elias e lsidoro, Márti res
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22 Sa nlo Agapilo 1, Papa e Confessor + Consta ntino pla, 536. Eleito para a Sé de Ped ro qu a ndo j á era anc ião, mo rre u e m Con sta ntin o pl a, o nd e fo ra te ntar conve ncer o Impe rad or Justiniano a não invadir a Itá li a e a re mo ver da Sé de Consta ntinopla se u Patri arca mo nofi sita (o mo nofi siti s mo é um a heresia qu e tinh a fo rça naque le te mpo)
Sa nlo Apolônio, o Apol ogista, Múrlir
" po r s ua confi ssão de Cri sto, o bte ve um g lorioso martíri o po r decapitação. Quase todos se us fi éis fo ram també m martiri zados . O jui z mando u que a lguns fosse m decapitados à es pada, o utros qu eimados vivos, outros colocados num navi o e afo gado no mar" (do M artirol ógio Ro mano).
28 São l ,uís Maria Grignion de Monl for'l, Confessor
+ Ro ma, 185. "Se nado r roma-
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São Pa ulo da C ru z, Confesso r
no qu e, sob o Imperador Cô modo, foi e ntreg ue po r um escravo, como cri stão. Qua nd o lhe foi pedida explicação de s ua fé, com pôs um fa moso livro, que le u no Senado" (do Martirol ógio Romano).
São Jo,·ge, Má rt ir
+ Ro ma, 1775 . F und ado r dos
+ Lydia (Pal es tina), 303. Patro-
Passio ni stas, dedi cados à conte mplação da Paixão do Salv ado r e à pregação de mi ssões po pul ares. Favo rec ido com os do ns de profec ia, mil ag res e c uras, fo i um dos maio res pregado res do seu te mpo, conve rte nd o crimin osos e pecadores dos mais e mpede rnidos.
19 São l ,eão IX, Papa e Confessor
no da Inglate rra, Po rtu gal, Alemanha, Aragão, Gêno va e Veneza, é um dos mais po pula res santos no mundo . Dele sabe-se com certeza some nte qu e sofre u o ma rtíri o e m Lydi a, devendo ter perte ncido à Guard a Imperial.
+ 1054. Luto u contra a simo-
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nia (vencia ele be ns eclesiásti co ) e a incontinênc ia eclesiásti ca (imo ra lidade dos cléri gos).
Santa Ma l'ia Eufr.•úsia Pellelier, Vil'gem
Sa nta Calarina ele Siena, Virgem, Ooulora ela Igreja
+ Angers, 1868 . Nascida em ple-
+ Itá li a, 1380. A maio r g ló ri a fe minina da Ordem Do minicana, trabalho u para a vo lta do Papa de Avinhão a Roma, pediu a refo rma do clero e a organi zação de um a cruzada contra os infi éis.
20 Snnlo Al fege, Bi:-;po e Márlir + Gree nwi ch (Ing la te rr a), 101 2. Abade, B ispo de Winches ter e depois Arcebi spo de Ca ntuá ri a. D ' g ra nde a uste ri dade de vida , dedico u-se mui to em ua di ocese a ajudar os necess itados. Durante a invasão dos din amarqueses na Ing la te rra, r i ma rtir izado por não qu e re r pagar se u resgate com o dinh iro desti nado aos po bres.
21 Sanw /\11:-;clmo de Cantuár·iu , Bl:-;po, Confessor e Do111,or• <la Igreja + Inglaterra, 11 09. Italiano de ori gem, Ar ·cbi spo ele Cantuári a, foi pc rs ''uido e des te rrado pelo mo nar ·a por defende r os dire itos da Igreja. Foi o ve rdadeiro ri ado r da escolás ti ca, orie nta nd d •rinitiva mente os estudo fil os fi os.
na Revolução Francesa, conservou intacta sua fé e têmpera de espírito. Fundou o Insti tuto das Irmãs do Bom Pastor, para regeneração de mulheres transviadas e amparo às que se encontravam em perigo de se perder.
Sa nlo Eulrópio ele Sa inles, Bispo e Má rlir
São Ma rcos Evangelisla , Bispo e Márli r
+ França, 404. Ro ma no, acom-
26 Nossa Senllora do Bom Conselho Sa nlo .l.!:slêvão de Perm, Bispo e Confessor + Mosco u, 1396. M o nge russo, fo i mi ss ionário junto aos Urais e de poi Bispo de Perm. Por se o por às he resias de hussitas locais, teve qu e fu gir para Moscou, onde fa leceu.
27 Sa nto Anlimus, Bispo e Márli r + Nicomédia, 303. Bispo qu e
Se rá ce le b rada pe lo Revmo. Padre Dav id Franc isqui ni , nas seg uintes inte nções : • Ped indo a Nossa Senhora do Bom Conselho q ue incremente a in da muito mais as sad ias reações a o nefand o crime do aborto no Brasi l e no mundo. Também pedi ndo a Ela pelo povo colombia no neste momen to hi stó rico da luto para exti rpar de sua pátri a o na rco-terrorismo socia lista das FARC.
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25 (Vide p. 36)
Intenções para a Santa Missa em abril
panho u São Di onísio à França, sendo o prime iro bispo de Saintes. "Após ter exercido duran-
te longo tempo o of ício de pregado,; foi decapitado em testemunho a Cristo, morrendo em. triunfo" (do M artirológio Roma no).
Nota: Os Santos aos qu ais j á fi zemos referê ncia e m Cale ndá ri os a nteri o res tê m aqui ape nas seus no mes e nunc iados, sem no ta biog ráfi ca.
Intenções para a Santa Missa em maio • Pa ra que a Santíssima Virge m de Fá tima, cu ja prime ira a parição cele bra-se no dia 13 de ma io, nõo pe rmi ta a ap rovação de projetos d e le i co ntrár ios aos Ma nda mentos da Le i de De us e da Le i natu ral , q ue tra mita m no Congresso Nac iona l. Tam bém pedind o a Ela especia is graças para to das as mães dos le itores e simpati za ntes de
Catolicismo.
8Rll: 2008
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Lourdes: comemorações . . no sesqu1centenano /
A TFP francesa, no 150º aniversário das aparições de Lourdes,
promoveu uma conferência em sua sede social, em Paris, e uma peregrinação ao local das aparições
MARCELO Ü UFAUR
o 150º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora e m Lourdes, a Sociedade Francesa de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - TFP promoveu urn a conferência e m sua sede social de Pari s. Ante um público que lotou as instalações, Luis Dufaur, colaborador de Catolicismo, desenvolveu o terna Rue du Bac, La Salette, Lau reies e Fátima, numa visão de conjunto (fotos abaixo). O conferencista demonstrou como essas sucessiv as gra nd es aparições formam um a cadeia de apelos de
Nossa Senhora advertindo a França e a humanid ade, como boa mãe qu e tenta corrigir o filho que anda mal, e lhe anuncia os ca ti gos que lhe podem suceder se ele não se emendar. Mas ao me mo tempo a Santíssima Virgem, nes as ocasiões, foi dando ao filho transviado pelos erros da Revolução Francesa - e que depois produziriam o comunismo e a revolução anárquica de Maio de 68 - meios sobrenaturai · extraordinários para se reerguer, e para uma grande conversão que Ela lhe pedia. Ou seja, a Medalha Milagro a, na rue du Bac; a torrente de graça relacionadas à penitência; e os milagres que jorram em Lourdes, fazendo u ·o da água da gruta como Nossa Senhora pediu: "Bebei e lavai-vos" com ela. A con fe rência foi seg uid a de anim adíssimo debate, que se prolongou mais do que o usual nessas ocasiões, dada a entusiástica participação do público presente. *
*
Ainda a propósito do 150º aniversário da 1ª aparição de Lourdes e da festivid ade de Santa Bernadette, uma del ga ·üo de jovens da TFP francesa, a om panhada por representantes de asso ·iações ami gas, fez uma peregrinu ·ao ao Santuário de Lourdes. Os m 111 bros da TFP francesa comparec 'ra rn com suas capas e estanda.rt s, pa ra agradecer a Nossa Senhora as ru ·as e favores sobrenaturais ali cli sp ·nsados à França e ao mundo. Fa vor ·s esses que são prenúncio do triu nfo do Imaculado Coração de Mariu , pro metido pela Santíssima Virg 111 ·m lermos explícitos a Santa Catarin n Labouré, na rue du Bac; a Santa 13 ·rnadette, em Lourdes; em La Salett •; · d · modo defi nitivo em Fátima , ao s pastorinhos portugueses Lúcia, .lu ·i nta e Francisco. •
Terços para os católicos húngaros E mpreendida para propagar a mensagem de Fátima e a devoção mariana na Alemanha, campanha colaborou também para difundi-la na Hungria, mediante a distribuição de milhares de terços r
C ARLos EDUARDO Sc HAFFER
o dia 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, mas também come morado como "dia mundial dos enfermos", foram distribuídos e m 76 hospitais da arquidi ocese de Esztergo rn/Budapest da qua l fo i titular o famoso Cardea l Mindszenty - bem como em outras in stitui ções religiosas da Hungria, 13 mil terços doados pela campanha "Deutschlan.d braucht Mariens Hi~fe (A Alemanha necessita da ajuda de Maria), promovida pela Deulsche Vereinigung für ein.e christliche Kultur DVCK (Assoc iação Alemã pró-C ivili zação Cristã). E ta campanha surgiu a propós ito de uma carta do Cardeal Peter Erdêi, arcebi spo Primaz da Hungria, diri gida à e ntidade DVCK, pedindo apoio para a difusão da fé católi ca na Hungria. A DVCK dirigiu-se então a seus associados e aderentes a fim de angariar os meios financeiros para a aquisi ção de terços a serem distribuídos na Hungria. A resposta dos participantes da campanha A A lemanha necessita da ajuda de Maria foi entu siástica, e proporcionou a aquisição de 13 mil terços, cada um identificado com o nome do doador, como presente pessoal aos que os receberam. O presidente da DVCK, Benno Hofschulte, pres idiu pessoalmente a distribuição dos terços no hospital São Francisco de Assis, em Budapest. A apresentação da campanha na Alemanha foi fe ita pela Superiora Provincial das Franciscanas da Arquidiocese de Esztergom/Budapest, Irmã Luceta Vele bny. O Padre Gabor Ecsy procede u à bênção dos terços, que em seguida fora m di stribuídos aos e nfermos. No domingo anterior, dia 10 de fevereiro, o Cardeal-Arcebi spo emérito de Esztergom/Budapest, Dom Lázio Paskai , di stribuiu terços num hospital de Esztergom, após a missa dominical. • E-mail do autor: cschaffer@catolj cjsmo com br
E-mail 1>111 11 o uuto1 : o m. r
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CATOLICISMO
ABRIL2008 -
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Cooperadores do TFP norte-americano deslocaram-se poro o Flórido o fim de participarem dessa homenagem póstumo
Memorial Cubano R FRANCI SCO JO SÉ SAIDL
C erimônia, lembranças e orações pelas vítimas do regime comunista de Cuba, bem como por todos os demais cubanos ainda perseguidos por aquele cruel regime
CATOLICISMO
m nt ' ·o lo ·adas 10 m il cru zes, representando cad a uma das vítimas. Todas oste nt avam no me ou fo to, a lé m de fl o res e a menção do loca l ond · as vflim as roram assassinadas. Ta l monume nto consti tu i um símbo lo la ' no rmc persegui ção mov id a co ntra aquele povo. Ainda ·omo pa rt e ela so lenidade, d isc ursa ram líderes c ubanos ex ilados. Todos e leva ram suas preces à Virgem la Caridad dei Cobre, padn ·ir:t de uba , para que liberte o mais breve poss íve l a in fe li z naç~o do jugo marxi ta. N ·ss11 ocas ião, muitos cató li cos q ue a li se reuniram não im aginavam q u ·, de ntro ele poucos dias, o Cardeal Berto nne, Secretário de Estud , do Vaticano, de que m se esperava todo o apoio para fa zer cessur 11q u ·I · so frime nto ele q uase meio séc ul o, em prestasse seu pr stí ,i o 110 lobo verme lho. Embora moribundo, este não perdeu sua vorn ·idnde. Dez mil vítimas, muitas das quais expi rara m junto ao / or1•tl!Í11 brada ndo Viva Crislo Rei!, inre lizme nte não recebe ra m cio ilu sl1'l' pwpurado nenhuma man ir stação de so li dari edade. •
quase inacreditável, mas, tra nscorridas q uase duas décadas desde a queda do Muro de Berlim, sobrevi ve um Gulag comuni sta nas Antilhas: a Cuba castrista. Milhares de cubanos tentam evadir-se daque le " paraíso", preferindo arriscar suas vidas a pe rmanecer a mo rd açados. O tri ste epi sódio do menino E lián . González, por exemplo, permanece vivo na memória de inúmeras pessoas. Com uma cerimônia denominada Memorial Cubano, no mês de fe vereiro a comunidade cubana no exílio presta anualmente homenagem, na Flórida, às 10 mil vítimas do regime castrista. O evento du ra três dias e atrai milhares de pessoas, muitas delas parentes das vítimas . Todos ali se reúne m para rezar não apenas por esses mortos, mas também por outros 100 mil cubanos per~eguidos cruelmente pelo regime comuni sta e pe los 11 milhões que permanecem na 'ilha- prisão. Cooperadores d a TFP norte-americana des locaram-se para a Flórida a fi m de partic iparem dessa homenagem póstuma, portando uma imagem peregrina da Virgem de Fátima. No Tamiami Park da U niversidade Internac ional da Flórida foram cuidadosa-
ABRIL2008 -
A MBIENTES
C OSTUMES
C IVILI Z A ÇÕES
DoM DUARTE LEOPOLDO E SrLVA Insegurança controlada com que, dominando-se, dominava os outros ■ PuN10 CoRRÊA DE OuvE1RA
E
ntrei para o movimento católico em 1928, e o velho arcebi spo de São Paulo era Dom Duarte. Ele Linha muito do que os fran ce ses chamam de physique du rôle. Quer di zer, representava muito bem o papel cio verd adeiro arcebi spo. O monumento que há no largo de Santa Cecíli a (na capital pauli sta) nem de longe dá idéia ci o que ele foi, e o mesmo se dá com as fotografias que conheço dele. Era magro, alto, branco, sem ter uma pele demas iadamente clara. Cabelo abundante, gri sa lho, sempre penteado com muito cuidado. Cabelos brancos, mas os fi os pretos deixavam remini scências . Sobrancelhas não definid as, o lhos castanho escuro de tamanho comum . O rosto, que parec ia ter sido sugado por um a força de síntese de caráter ascéti co, era como que enco lhido em si mes mo: seco, um tanto rígido, concentrado em si, di scretamente audacioso. Pescoço um pouco alto. Nariz pequeno, que se projetava ousadamente para a frente, mas sem ser sa liente. Mãos singulares porque, sem serem esqueléticas, deixavam perceber os ossos. Dedos longos, afilados, sem nada característico de aristocrata ou de plebeu. Usando sempre a batina de arcebispo, com todos os frisos roxos, fa i xa roxa, cruz peitora l, ane l epi scopal , um bonito camafeu representando Nossa Senhora, meia roxas, sapatos de verni z com fivelas de prata, como usa vam os bi spos naquele tempo. D eixei para o fim o mais característi co: sua voz. Era uma voz fe ia, li geiramente em fa lsete, descambando fac ilmente para o fino. Parec ia nascer de profundidades dos pulmões, mas por isso mesmo era muito intere sante. Ele tinha um senso de autoridade muito aguçado e comportava-se frente aos acontec imentos de modo paradoxal: com uma espéc ie de in segurança control ada, estável e dominadora. Percebia-se que, no fundo, era muito vibrátil , mas tinha aprendido a se dominar completamente. E dominando-se, dominava os outros. Dominava por força do princípi o que representava e do cari sma que ti nha como arcebi spo . Mas dominava também porque era dotado cio poder de aplicar sanções. Faci lmente sab ia castigar e colocar mal-à-vontade quem se erguesse contra ele. As invectivas mais ameaçadoras dele - e, num certo sentido da pal avra, mais nobres - eram fe itas quando a voz soava fino. Em vez de de. fa lecimento da voz, era um controle de si mesmo. E isto ficava-lhe bem. •
Dom Duarte Leopohlo u SIivo na sceu em Ta ubaté (S P) l ' III 1J <k abril de 1867. Fez s ·11s ·st11d 11s tl1• humanid ades na c.ipilUI p1111llst11 , matri c ul a ndo-se aos I K 111111s 11 11 Facu ldade de Med i ·i,1 11 ti o 1{ o dr Janeiro. Não pross ·g11 i11 11 s1111('111 so médi co, vo ltan lo pum S1111 1'1111 lo, onde in gresso u 110 S1•11il11 1111 Episcopal. Em junho <k I H1) \, 1111 nomeado coa dju101· 1111 \'l tl11tl 1• tl1• Jaú (SP); em 1894, vii rio tl111111 v11 paróquia de unt11 C\•d!l11 11111 S 11 Paul o. Em 9 d nov ·1nh, 11 tl1• 11/(1 \, foi eleito bispo dt· C'11il1 h11 , 11 111 do e m Roma ·111 t11• 111 11111 tl1 1904. Em I d· dr11·111h11 !1 h1 11/llh, em virtude d ' d " r 'lo d11 S II I' 11 X, foi transferido p111 11 S 11 1'1111111 1 eleito arcebispo ,nr t, 11 p11l it 111111, 1•111 go que excrc ' 11 ti • 11/(1 1 1111 11 11 111 lec imcnto cm 11) \1/,
Excertos da conferência proferida pelo Prol. Plínio Corrêa de Oliveira em 28 de março de 1981 . Sem revisão do autor.
s 12 sí los e represe erfeições da .:G. ·.a tíssima Virgem~~--~~-~~~ o ra-p~l!na Deus
,
UMARI
Maio de 2008 Nº 689
, PuN10 CoRRÊA DE OuvE1RA
Em risco a soberania nacional mbora escrito em 14- 10-78, é atualíssimo um artigo de Plínio Corrêa de Oliveira publicado na " Folha de S. Paulo" . Ab aixo trans crevemos exce rtos dele, mas encontrase na ínteg ra em nosso site. * O artigo intitula-se Ao Papa ignoto, pois foi publicado às vésperas do co nclave que esco lheri a o sucessor de Paulo VI. Nele o autor suplica ao futuro Pontífi ce sua intervenção para livrar
E
o Brasil de grave ameaça à unid ade nacional: uma demanda pela "autodeterminação do povo indígena " . Como nenhuma providência foi tomada, a ameaça não fez senão se agravar. É o que hoje, assombrados, estamos assistindo com o conflito na reserva Raposa Serra do Sol (em Roraima), de cujas terras o governo fe deral - pressionado por missionári os indigenistas, pela ONU e por ONGs
estrangeiras - quer expulsar os proprietários, plantadores de arroz, e transformar aquela faixa da front eira, no norte do País, em "território indígena" . O que poderá condu zir à quebra da integridad e territorial e à secessão do Brasil. Observem os leitore s como as considerações do autor aplicam-se inteiramente ao atual conflito em Roraima.
"Santo Padre, o Brasil é o País de maior população católica. A unidade civil desse enorme bloco religioso é fator fundamental para que ele possa dar inteiro cum1 rimento, entre as nações, à sua vocação cri stã. Ora, essa unidade está ameaçada. Santo Padre, afastai o perigo com que se defronta a unidade do Brasil. Na segunda quinzena de janeiro deste ano [1978] , 52 missionários de 14 prelaz ias e dioceses, reunidos em Manaus, publicara m extensa decl aração sobre 'a situação
de calamidade em. que se encontram numerosos povos indígenas da região, espoliados de suas terras e de suas culturas, especialmente pela ganância de poderosos lati:fúndiários. [...] Os grupos indígenas têm o direito à autodeterminação já consagrado em tantas cartas internacionais assinadas pelo Brasil, e seus rnembros têm. direito de serem reconhecidos como pessoas responsáveis. Reconhecemos que o índio tem o seu direito especial, anterior ao nosso corpo jurídico. Tornamos nossa a deciscio tomada pelo índio presente em nosso curso: Lutar pela autodeterminação; mesmo que nos sujeitemos a prisões e a massacres, vamos conseg uir a autodeterminaçcio do povo indígena '[ .. ,], É difícil ler essas palavras sem pensar numa guerra de secessão indígena, chefiada por sacerd otes e freiras progress istas e esquerd istas. [ ... ] Eles pleiteiam que os índios constituam , à margem do regime representativo brasileiro, todo um sistema próprio, com 'assem.bléias indígenas tribais, ref{ iO-
nais, nacionais e a sua participaçcio em encontros internacionais '.
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PA<aNA MAmANA
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LmTIJRA EsPIIUTUAL
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Ccmm•:SPONDf~NCIA
Liga do Santo Rosário Considerações sobre a oração - V
10
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SOS FAMÍUA
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VAmtmADES
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CAPA
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VmAs m: SANTOS
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D1,:S'l'AQllE
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D1scERNtNDO
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SANTOS F. FESTAS no
REA(,ll)J\l)E CONCISAMEN'l'E
Sorbonne - 40 anos depois
Posição médica sobre células-tronco
orn~NossA
48 AçAo
SF.NHOIM CIIORA
O caso da pequena Isabel/a e aborto O potencial da Cllitura católica
Emblemas de Nossa Senlwra São Gregório VII, Papa
Caos: "aids psico-social" Auspiciosos sintomas
M1'is
CoN'tnA-R1-:vo1,uc10NAmA
u s •ja,
um a espécie de democracia indígena intertribal, na qu al nã s1{i r ·pr ·s •111 11do o brasileiro não indígena.[ ... ] Os índios constituiri am no Brasil um corpo privil 1 i,1tlo, um rnrpo pvlo 111 ·nos semi -estrangeiro, cuja situação seria melhor qu a d · lodos os h1·11sll(•i1·11s, Quem não percebe que as reivindicaçõ s 111ission(i1·it11H1sl1011 l11 i11do ns, i11 1pontos de pouso em plena selva amazônic·~ pani a 10l11 ·0111111il sll1' A 111111'/ /\~ botas? Quantas botas? Centenas? Milhar •s'/ Q111111los 111ill 1111l S' " , • 1
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AMBIENTES, COSTUMES, Ct\ill,IZAÇÜES
O belo e senhorial castelo da família Sforza
Nossa Capa :
Fotomontagem do ateliê artístico de Catolicismo. Imagem da Madonna dei Miracolo (Igreja de Sant' Andrea delle Fratte, em Roma). Foto: Kenneth Drake
Papa São Gregório VII
MAlO2008 -
Liga do Santo Rosário Uma Cruzada em favor do Brasil
Caro leitor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho
Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 3116
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De Maria nunquam satis (nunca se louva suficientemente Maria), acentuava o grande São Luís Maria Grignion de Montfort, missionário francês do século XVII e admirável devoto de Nossa Senhora. Eis a razão por que, após termos publicado na edição de maio/2006 matéria de nosso colaborador Marcos Aurélio Vieira sobre as prefiguras da Virgem Santíssima no Antigo Testamento, o presente número apresenta, como matéria de capa, outro estudo de sua lavra, agora sobre os emblemas da Mãe de Deus. O mundo de hoje não tem a menor idéia da grandeza e do poder de Nossa Senhora, obra-prima da Criação. Se tive e, certamente voltar-se-ia com mais confiança e assiduidade para Ela, única capaz de tirá-lo do terrível estado de dissolução e desespero em que se encontra. Sirva o artigo sobre os emblemas de Nossa Senhora para nos incitar à admiração e veneração para com Ela. Admiração sempre maior por Aq uela que é incomparável, e que a ladainha lauretana aclama como "Mater admirabilis ", porque soube acima de tudo admirar a grandeza infinita de Deus. Tanto as prefiguras bíblicas quanto os emblemas da Santíssima Virgem são pouco conhecidos até mesmo por católicos de boa formação. Essas temáticas foram sendo desenvolvidas pelos exegetas e mariólogos através dos tempos, sendo preciosas para ampliar o conhecimento da Santíssima Virgem e incentivar nossa devoção a Ela. Conhecendo as analogias entre personagens femininas do Antigo Testamento - como, por exemplo, Sara, Débora, Ester - e a Mãe de Deus, nossa admiração e amor por Ela tende a crescer. O mesmo poderíamos dizer quanto aos emblemas bíblicos aplicáveis a Nossa Senhora. As analogias com Maria Santíssima, nesse caso, não se referem a seres humanos, e sim a seres materiais, que constituem figuras simbólicas do Velho Testamento. Assim, por exemplo, a sarça ardente, a Arca da Aliança, a Torre de David e o Templo de Salomão representam símbolos materiais das excelsas perfeições da Mãe de Deus. Eis o tema do artigo de capa desta edição, cuja leitura aprofundará o conhecimento da obra-prima da Criação, e por certo incrementará uma sólida devoção mariana.
ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual pars o mês de Maio de 2008: Comum : Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
Desejo a todos uma boa leitura.
Em Jesus e Mari a,
~~7 DIR ETOR
paulobrito @catolicismo.com.br
A nte a crise da sociedade espiritual e temporal, surge uma coligação de católicos, unidos a Nossa Senhora pela recitação do Rosário, numa batalha espiritual pela moralização do País □ M ARCOS G ARCIA
Q
uem acompanha os acontecimentos da atualidade não pode deixar de experimentar uma viva sensação de esboroamento dos valores mais fundamentai s. a não ser fatigante, nomeio numa pincelada apenas algumas das crises que pululam à nossa vista e na mídia: a liquidação da família, a deformação da juventude, a violência fora e dentro do lar, o desprestígio moral da autoridade, a desonestidade e a corrupção de pessoas investidas em autoridade, a violação cada vez mais ostensiva da propriedade, a precariedade das relações internacionais, as guerri lhas comunistas e a investida dos movimentos ditos sociais na América Latina, inclusive no Brasil. Fiquemos por aqui. Intencionalmente não mencionei ainda a crise religiosa, não porque ela seja menos importante, mas exatamente por ser a mais grave e profunda. Explico-me. A religião, conforme a própria palavra diz, tem a função de estabelecer a "ligação espiritual" com Deus. Evidentemente, isso só pode se dar autenticamente dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, a única verdadeira, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, Redentor da humanidade. É por meio dessa "ligação" que Deus concede ao mundo as graças indispensáveis para este alcançar seu autêntico progresso e preparar as almas para o Céu. Ora, o papel de Nossa Senhora nessa comunicação de graças é fundamental, conforme explica com clareza cristalina e profundidade doutrinária o grande missionário mariano São Luís Maria Grignion de Montfort. Portanto, se desejamos seriamente que o panorama atual se transforme, precisamos alcançar de Deus, por meio de Nossa Senhora, as graças para tal. Sem a intervenção d'Ela, não há o que esperar.
A História con11rma a necessidade de uma nova "liga" Ora, quem contempla a História constata que, em situações de extrema gravidade para a Cristandade ou para países
católicos, foi a união dos católicos na oração e na ação que atraiu as graças do Céu para solucionar as respectivas crises. Isso ocorreu com as Cruzadas, que tiveram início atendendo à conclamação cheia de fogo do Papa bem-aventurado Urbano II; sucedeu também com a batalha de Lepanto, articu lada pelo grande Papa São Pio V; deu-se igualmente em outra Cruzada, promovida por São Domingos de Gusmão e comandada pelo heróico Simão de Montfort, para cuja vitória Nossa Senhora entregou o Santo Rosário. Em algumas dessa situações os católicos constituíram "ligas", que se definem como uma união de esforços para alcançar um grande e único objetivo. Daí, por exemplo, a Santa Liga, que venceu em Lepanto. Esta é a razão de formar a nossa Liga do Santo Rosário . Uma observação atenta dos acontecimentos nos faz pressentir que o Brasil está sendo empurrado - sob o olhar sonolento da maioria dos brasileiros, como que anestesiados - para a maior crise de sua história. Cada dia que chega é portador de notícias muito preocupantes nesse sentido. Diante desse triste e alarmante panorama, queremos, com a ajuda de Nossa Senhora, unir o maior número possível de católicos num grande objetivo.
Por que 11ma Cr11zada do Rosário? Antes de tratar de nosso grande objetivo, uma rápida explicação: Por que a nossa liga é do Santo Rosário? Nossa Senhora revelou ao Beato Alano de La Roche que tudo o que lhe fosse pedido por meio do Rosário, Ela atenderia. O Rosário é a oração predileta de Nossa Senhora, a que mais a sensibiliza. Como Nossa Senhora é a Onipotência Suplicante, pois Deus não recusa nada do que Ela lhe pede, podemos afirmar, sem exagero, que o Santo Rosário é a arma espiritual mais poderosa que existe. Assim, nossa Liga é uma união de pessoas de fé, que se propõem empregar a arma espiritual mais poderosa que existe, com a finalidade de atingir um grande objetivo. MAI02008-
Objetivos da Liga do Santo Rosál'io Estamos convencidos de que Nossa Senhora pode intervir de modo eficaz nos rumos que nosso País está tomando. Como Ela o fará, não sabemos, mas Ela o fará . Sim, porque sob o título de Aparecida, Nossa Senhora é Rainha e Padroeira do Brasil. Fato que A leva a detestar profundamente toda manobra que visa afastar o seu querido Brasil da obediência às Leis de Deus, com a conseqüente perdição das almas . Nosso objetivo é fo rmar uma grande Cruzada de Orações, composta por brasileiros que autenticamente amam o Brasil , e portanto desejam seriamente o seu bem, que só pode se realizar mediante a fidelidade a Deus e aos seus mandamentos. Outro objetivo é interior: Alcançar graças para cada um dos nossos participantes e por suas intenções parti culares. Por isso, ao entrar para a Liga do Santo Rosário , o novo participante é incluído automaticamente nas intenções dos terços rezados por todos os membros da Liga. Assim, quando esta chegar a 100 mil participantes, cada um deles estará incluído nas intenções dos terços dos 99.999 demais.
nosso lema: Todos por um, um por todos. O Brasil para Nossa Senhora! Aliás, nosso símbolo expri me bem isso: É Nossa Senhora de Fátima (que di sse em 19 17: Eu sou a Senhora do Rosário) protegendo o Brasil. O li vro divul gado presentemente pela Liga - O poder admirável do Santo Rosário - é o veículo ideal para a compreensão do Santo Rosário e para estimular a sua recitação e propagação. *
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Caro leitor ou leitora, torne-se participante da Liga do Santo Rosário e inclua-se entre aqueles que procuram alcançar de Nossa Senhora uma virada nos rumos do Bras il em nossos tristes dias. Adira a esta santa Crnzada, e com toda certeza Nossa Senhora não deixará de lhe dar o prêmio dos justos. E seu nome estará entre os daqueles que não se confo rmaram, não dormiram, não se entregara m; e também não permitiram qu e o Bras il fosse e ntregue nas mãos dos seus inimigo . •
O Brasil para Nossa Senllora Ambos os objetivos descritos ac ima tornam muito claro
E-mai l do autor: marcosga rc ia@catolic ismo.co m.br
LIGA DO SANTO ROSÁRIO O Poder Admirável do Santo Rosário, é um pequeno livro que contém uma grande mensagem. Por que o Santo Rosário é a arma mais poderosa que existe, a.o alcance de qualquer um? Saiba como Nossa Senhora entregou o Rosário a São Domingos de Gusmão e que benefícios Ela prometeu para quem o rezasse. Conheça como a recitação do Rosário salvou a França da heresia albigense, e a Cristandade inteira em Lepanto; fez os tanques russos, em 1955, abandonarem sem nenhuma explicação a Áustria invadida. E entenda como Ela pode ajudar cada um de nós e o nosso imenso País a vencer as múltiplas crises que o afligem. Aprenda como utilizar esta "arma poderosa" com eficácia, como deve ser feita a sua recitação e com que atitude de espírito. O livro apresenta artísticas ilustrações coloridas, muito indicadas para favorecer a compenetração de quem reza. Receba como brinde um terço já bento, para iniciar logo a utilização da arma mais poderosa que existe, e começar a vencer.
Para adquirir o livro, utilize o seguinte endereço eletrônico: http://www.fundadores.org.br/rosario ou encomende-o pelo telefone: (11) 2841-5199 Presenteie seus parentes e amigos com esta obra. É o melhor presente que você pode lhes oferecer. Santo Rosário: a arma espiritual mais poderosa que existe!
-CATOLICISMO
Considerações sobre a oração - V N a edição anterior foi transcrito um trecho do Padre Meschler* a respeito dos Salmos e da Oração Dominical; nesta, ele trata da Saudação Angélica, conhecida por Ave-Maria ediante a Saudação Angélica, temos o consolo de associar à nossa prece vocal Maria, Nossa Senhora, Soberana e Mãe, de cujas mãos recebemos todas as graças, e sob cuja proteção qu eremos viver e morrer. É de nobre estirpe a Ave-Maria. É a saudação que, em nome de Deus, um anjo trou xe do Céu. O Espíri to Santo a ampliou por meio de algumas palavras inspiradas a Santa Isabel; com o fito de transformá-la em prece, a Igreja acrescentou o pedido que a finaliza. Desde o século XVI a Ave-Maria é, sob a fo rma atual, recitada por toda a Cri standade. Acompanha a Oração Dominical e, no concerto da prece cristã, é o acorde que ressoa em honra da Virgem Mãe. Denominaram-na, com razão, saudação ininterrupta, porque efetivamente ela nunca cessa de ecoar na Terra para se elevar até o Céu. De que se compõe a Ave-Maria, e como se encadeiam suas di versas partes? Como qualquer outra oração, contém ela uma invocação e uma súplica.
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Para correspondência : Associação dos Fundadores Rua Avaré, 359 - Consolação Cep: 01243-030 - São Paulo - SP
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A invocação co mpreende cinco títulos de louvor à glória da Mãe de Deus. Os três primeiros, fo rmul ados pe lo anj o, referem- se ao mi sté ri o da Encarnação, do qual era mensageiro o mesmo anjo. Recordam como Mari a, pela pl enitude da graça recebida, estava cabalmente preparada para esse grande mistério; explicam, em seguida, a natureza da própria Encarnação - Deus habitando em Mari a, de modo todo espec ial, pela concepção de seu próprio Filho; finalmente, o efeito desse mi stério na Virgem, que é por Ele elevada e bendita entre todas as mulheres. Por seu turno, Isabel indica o princípi o e a causa dessa elevação e plenitude de graças: o di vino Infa nte que Maria concebera e dari a ao mundo. A excelênc ia da Virgem, bem-aventurada entre todas, já notificada pelas revelações do anj o e de Isabel; a Igreja, por sua vez, novamente a proc lama e atesta, por meio de palavras que são e serão, para todo o sempre, um dogma memorável de nossa fé: Mãe de Deus. Essa gloriosa in vocação encerra tudo o que a fé nos ensina em relação a Maria. É ela, por assim dizer, a suma da doutrina católica nesse particular.
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A súplica , de uma profunda significação não obstante sua brevidade, lembrando-nos a hora presente e aquela em que havemos de abandonar o mundo, resume toda a nossa vida e a instante necess idade que temos de auxílio e proteção; exprime eloqüentemente a idéia que fo rmam os cristãos da onipotente intercessão de Maria, e a confia nça que depositam na mi seri cordiosa di spensadora das graças. [... ] Mas , poder-se-á obj etar, não será fas tidioso repetir sempre as mesmas palavras, e insípida a monotoni a de uma única prece (como no rosário)? Se a oração nos parece monótona, e as palavras fa lhas de senso, é por culpa nossa. A vista habitual de uma imagem querida, a repetição de um nome amado, ou ainda de um mavioso canto, nada tem de enfadonho em si mes mo. O pássaro repete sempre o mes mo go1j eio, e nunca dele se enfas ti a. A cri ança não cessa de redizer os mesmos nomes e emitir as mesmas idéias; não obstante, os pais experimentam, cada vez, um júbilo novo, porquanto essas coisas, sempre repetidas, partem de um coração amante. O essencial é amar e pensar no objeto amado. E o que estimula o amor é a reiteração amiudada das mesmas idéias e verdades para que o espfrito se compenetre delas. Estas considerações se aplicam também à recitação do Credo, do Glória Patri e das palavras que acompanham o Sinal da Cruz. Até em suas fórmulas de oração a Igreja possui uma força, uma diversidade marav ilhosa. Assim como Deus esparge por sobre a Terra mil germes de fl ores, os quais desabrocham em uma infi nidade de variegadas espécies, assim, no magnífico donú nio da oração, o Espírito Santo opera, sem cessar, estupenda di versidad~. •
* Pc.
Maurício Mesch ler, S.J ., A Vida Espiritual - Redu zida a 7i·ês Prin cfpios, Ed itora Vozes Limi tada , Petrópo li s, 1960, pp. 40 e ss.
MAl02008-
Do Deputado Lael Varella 121 A respeito do tema principal da revista deste mês, "Aborto: Crime que brada ao Céu e clama a Deus por vingança", envio-lhes o texto do discurso - muito convenientemente pronunciado no Congresso Nacional - do Deputado mineiro Lael Varella, do DEM: "Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez a discussão sobre o ab01to volta ao Congresso. Há anos que a ameaça da ampliação dos casos de aborto vem pairando sobre o Brasil, tornando-se cada vez mais iminente o risco de sua aprovação, malgrado nossa opinião pública o desaprovar de maneira contundente, pois equivaleria à legalização do infanticídio. No Senado Federal, cinco projetos de Lei se encontram em tramitação, sendo que quase todos favorecem o aborto. Enquanto aqui na Câmara dos Deputados há mais de uma dezena de projetos visando aumentar os casos da prática abortista sob o amparo legal. Algumas propostas legislativas defendem a permissão do aborto até certo tempo de gestação, havendo outras que propugnam a liberalização total da matança de inocentes, como o PL-1135/91 , que legaliza o aborto
-CATOLICISMO
em qualquer caso até o 9º mês de gravidez! Nesse sentido, Sr. Presidente, arevista Catolicismo, revista de cultura que vem sendo editada há 57 anos, desde seus primórdios defende ardorosamente os princípios católicos e a Civilização Cristã no Brasil. Na atual emergência, tão séria, em que estão ameaçados os mais básicos valores da moral católica e até mesmo da Lei natural na Terra de Santa Cruz, Catolicismo não se omitiu. Em carta na edição de abril 2008, seu diretor, Dr. Paulo Corrêa de Brito Filho, manifesta a certeza de prestar oportuno contributo para o esclarecimento de tão importante tema, oferecendo a seus leitores a matéria de capa, cujo conteúdo trata de modo abrangente a delicada e importante questão. Com efeito, tal artigo analisa o crime do aborto do ponto de vista da ciência, da filosofia e da Religião católica, explanando sob esta última focalização a gravidade do pecado de aborto, condenado pelo Código de Direito Canônico com a severa pena de excomunhão automática. O Brasil, país de maior população católica do globo, pode se vangloriar pelo fato de seu povo ser católico, e sê- lo com ampla maioria. É compreensível, pois, que recente pesquisa de opinião tenha revelado que aproximadamente 90% dos brasileiros se manifestaram contrários à morte dos nascituros, e que a rejeição ao aborto tenha aumentado em mai s de 30 pontos percentuais nos últimos 15 anos. Dr. Paulo Brito termina manifestando a esperança de que os só lidos argumentos anti-abortistas constantes no referido artigo sejam de molde a esclarecer mais profundamente sobre o assunto, auxi liando-nos a votar a relevante matéria segundo os ditames da reta razão e em consonância com nossas gloriosas tradições cristãs. E conclui com uma súplica a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Pa-
droeira do Brasil : afastai de nosso País, ó Mãe de Deus e nossa, a chaga criminosa do aborto, evitando assim para a Nação brasileira a maldição divina! Sr. Presidente, neste sentido, venho pedir a transcrição nos anais da Câmara do artigo de Frederico Abranches Viotti da revista Catolicismo, exatamente pelos sólidos argumentos anti-abortistas e pelas sublimes idéias em defesa da dignidade da vida humana, da Lei Natural e da Lei de Deus, autor de toda vida. Tenho dito. (B.M. -
DF)
Do Senador Tasso Jereissati 121 Caro Paulo Corrêa de Brito Agradeço a gentileza do envio do exemplar da revista Catolicismo, contendo importantes considerações sobre a legalização da prática do aborto. Um tema tão controverso deve ser exaustivamente debatido antes de qualquer votação, e as informações constantes da publicação certamente serão de grande importância para formar a minha opinião sobre o tema. Atenciosamente, (T.J. -
sem fim contra os defensores do verdadeiro obscurantismo. (F.F. -
SP)
Sadias reações 121 Graças a Deus, as reações contra o aborto têm dado resultado. Em nossa Diocese, a posição dos católicos começou a se fazer presente. Temos que lutar para que mais essa fa lácia dos comun istas não atinja nosso querido País. Cristo nos proteja. (P.M.L. -
PR)
Ainda existem dinossauros 121 "Cuba e o Submarino". Com esse artigo, o Prof. Plinio nos brinda com um a expli cação que eu não encontrei em escritor nenhum, em Lugar nenhum: a atitude daqueles "dinossauros" (tipo Frei Boff, Frei Betto, Lula, Chávez, Morales, Dirceu, Niemayer, etc., etc.) em inexplicáveis verborragias, tecendo loas ao ditador de Cuba. Sem a Cuba comu ni sta, suas utopias vão para a fossa. Daí os esforços "dinossáuricos" para tentar tirar aquela pobre ilha da fossa na qual foi jogada pelo governo comunista. (N.B.M.S. -
RJ)
DF)
Do exílio cubano Pró-Vida 121 Vi, com entusiasmo, a matéria sobre o aborto, de Frederico Abranches Viotti, especialmente a referência ao Pró-vida de Anápolis, presidido pelo culto e incansável Pe. Lodi, a quem tenho a honra de auxiliar em assuntos jurídicos. Parabéns pelo bem escrito texto. (A.M.S. -
DF)
Aborto: obscurantismo 121 Exce lente seu artigo ( " O ensinamento da Igreja, a Lei natural e a ciência convergem na defesa da vida"). São peças como essa, clara e abrangente, que nos ajudam a ganhar mais algumas trincheiras nesta luta
121 O desterro cubano agradece sua desinteressada cooperação quanto a nossos mártires. Queira Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, cumulá-los de graças e bênçãos. Um abraço. (S.F.P. -
Miami)
Em estado terminal 121 Incompree nsíve l a atitude dos "esquerloprados" (os esquerdistas aJoprados do Brasil): não perdem ocasião de malhar a ditadura militar no Brasil , e não perdem ocasião de elogiar a ditadura comuni sta em Cuba ... Sendo que esta é milhões e milhões de vezes pior que a nossa no passado. O que justifica? Se realmente os
"esquerloprados " detestam a ditadura brasileira com seu sistema de torturas, por que demandam uma ditadura como a chavista para o Brasil, que também é milhões de vezes pior que a que tivemos? Só encontro uma justificativa: esquerdismo e contradição são sinônimos. Nunca a esquerda "deste país" foi tão contraditória como agora, com os elogios fúnebres do ditador em fase terminal. Da esq uerda "deste país", mas podemos falar o mesmo da esquerda do clero católico, como, por exemplo, do cardeal que visitou Cuba, como comenta o exi lado cubano Senhor Armando Valadares, um ex-preso que passou pelas torturas das masmorras de Fidel Castro. (1.J.S.F. -
RJ)
Descontentamento 121 Sobre o artigo " Um governo inimigo da família e da propriedade", de Dr. Plinio Vidigal Xavier da Silveira, gostaria de comentar que muitos também não estão contentes com esse estado de coisas que vem acontecendo. É o caso dos militares, que em 1964 articularam uma revolução democrática para combater o comunismo. Depois do fim da contra-revolução de 31 de março de 1964, elementos esquerdistas se apossaram do governo e subvertem a ordem e o progresso do País. (P.A.D.F. -
RJ)
Símbolos ele São Paulo 121 Conciso e elegante, verdadeiro e enriquecedor o artigo tão bem alinhavado pelo Sr. Gregório Yivanco Lopes, ao destacar alguns símbolos de uma cidade que cresceu sob o impacto da industrialização, diria, um pouco desordenada. Suas considerações sobre o belo, o histórico, cultural, tradicional, evocam nossa memória a dirigir um olhar importante que apreende as importâncias do passado para aquilatar nosso modus vivendi presente. Tenho dois meninos, melhor dizendo, moços, aos quais, quando crianças, eu
fazia questão de mostrar a importância de um museu e a história de uma cidade. Assim, visitamos mais de uma vez o Museu do lpiranga, e )embrome de que eles ficavam encantados em estar ali presentes, vendo aquilo que só tinham visto em livros. Alegro-me em comparti lhar todas as palavras do autor de um artigo precioso e ver fotos tão belas. Parabéns. (O.S.S.Q.B. -
MS)
Símbolos abandonados 121 Acabei de ler a edição de abril da revista Catolicismo. Gostaria apenas de comentar sobre os símbolos da cidade de São Paulo. Como seria bom que os mesmos estivessem como nas fotos! Mas in felizmente, hoje, não só esses que estão na revista, mas a Praça da Sé, Praça Clóvis, Largo São Francisco, marcos da cidade de São Paulo, parecem abandonados! Entregues aos mendigos, crianças drogadas, malandros, etc. Infelizmente ninguém faz nada. Já mandei vários e-mai ls e ofícios para a Prefeitura de São Paulo, para que alguma coisa seja feita, mas nada. Eles estão preocupados com a eleição, e não têm tempo para esse tipo de atitude. Bom, pelo menos existem fotos, assim poderemos relembrar como esses lugares eram lindos ... (S.R. -SP)
Perde-se a 11aciê11cia com o MS1' 121 O culpado das arruaças e invasões do MST é o governo. Sendo simpatizante dos invasores, não usa o poder que tem para defender os proprietários de terra. Basta! O MST já foi longe demais. (P.A.D.F. -
RJ)
Anseio de sa11tidacle 121 Tenho 15 anos, e fiquei extremamente admirado com esta divulgação. A vida dos santos me inspira, e tenho os mesmos desejos e necessidade de santidade. Fiquei muito fe liz! (W.C.B. - AL)
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~.I; n Monsenhor JOSÉ Pergunta - Sou católico apostólico romano e aceito sem hesitação e com amor todos os ensinamentos da Santa Igreja. Mas sei que sempre se pode crescer no conhecimento dos princípios da fé católica. Gostaria de saber como é que Deus atua nos acontecimentos humanos, interferindo neles e modificando o seu curso, principalmente no que se refere ao mundo material. No campo espiritual, não parece haver maior problema, pois, se peço a conversão de uma pessoa, Deus pode dar-lhe uma graça. Se ela cooperar, tornando-a eficaz, se converterá. Porém, se se trata de uma pessoa doente, e peço a sua cura, como é que Deus faz para devolver-lhe a saúde? E quando se trata de efeitos cósmicos - como a estrela que guiou os Reis Magos a Belém, ou o chamado Milagre do Sol, que aconteceu no dia e hora previamente anunciados em Fátima - como são produzidos? Deus modifica nesses casos as leis físicas por Ele mesmo estabelecidas, para atender às nossas súplicas ou para transmitir certos sinais aos homens?
Resposta -
A pergunta põe em foco um grande tema da doutrina católica, que é o da Providência divina, e indaga como é que se produz concretamente essa atuação de Deus governando o mundo. Convém, antes de mais nada, usar de uma pequena mas importante - preci são nessa questão, que é desfazer a idé ia de que Deu s criou o mundo, estabeleceu as regras do seu desenvolvimento, e depois retirou-se egoísticamente aos esplendores de sua mansão celeste. É o que alguém poderia grosseiramente deduzir do livro do Gênesis (2, 2-3): "Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho. Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia repousara de toda a obra da criação" . Não foi essa a divinamente in spirada intenção do Autor sagrado, e sim indicar que a Criação do universo estava terminada. CATOLICISMO
Ap6s a Criação, contim,a a atuação de Deus Mas se a Criação estava encerrada, não o estava a atuação sapiencial e misericordiosa de Deus, como ensina o Catecismo da Igreja Católica (nº 301): "Depois de ter criado, Deus não abandona a criatura a si mesma. Não só lhe dá o ser e o existir, mas a cada instante a mantém no ser, lhe dá o agir e a conduz ao seu termo ". O que já São Paulo lembrava em seu célebre discurso no Areópago de Atenas: "Nele [em Deus] vivemos, e nos movemos e existimos" (Act. 17, 28). Por isso, prossegue o Catecismo da 'Igreja Católica (nºs. 302-303): "Deus guarda e governa, pela sua Providência, tudo quanto criou, 'atingindo com força de um extremo ao outro e dispondo tudo suavemente' (Sab. 8, 1 ). [. .. ] É unânime, a este respeito, o testemunho da Escritura: a solicitude da divina Providência é concreta e imedi-
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LUIZ VILLAC
uma forma ou de outra. Como aconteceu concretamente, não o sabemos, mas ... "Creio em Deus Pai todo-poderoso ... "!
ata, cuida de tudo, desde os mais insignificantes pormenores até aos grandes acontecimentos do mundo e da história. Os livros santos afirmam, com veemência, a soberania absoluta de Deus no decurso dos acontecimentos: 'Tudo quanto lhe aprouve, o nosso Deus o f ez, no Céu e na Terra' "(Ps 114, 3).
O perigoso natumlismo obsessivo Nesta questão , cumpre evitar todo naturalismo obsessivo, que procura explicar tudo por fenômenos naturais, rejeitando a possibilidade de Deus suspender, quando quiser, a aplicação das leis por Ele mesmo estabelecidas. Neste caso, estaremos diante de um fenômeno sobrenatural, portanto de um milagre, no sentido estrito do termo. Foi exemplo desse naturalismo um livro, muito e m voga em meados do século passado, intitulado E a Bíblia
A Providência e as causas-segundas O mesmo Catecismo (nºs. 306 e 308) esclarece: "Deus é o Senhor, soberano dos seus planos. Mas, para a realização deles, serve-se também do concurso das criaturas.[. .. ] Esta é uma verdade inseparável da fé em Deus Criador: Deus age em toda a ação das suas criaturas. É Ele a causa-primeira, que opera nas e pelas causas-segundas: 'É Deus que produz em nós o querer e o operar, segundo o seu beneplácito '" (Philip. 2, 13). Embora, em seguida, o Catecismo aplique este texto às criaturas racionais, o princípio vale também para as criaturas inanimadas, como os astros ou as que produzem os fenômenos atmosféricos em geral, por exemplo. Não há unanimidade entre os intérpretes da Sagrada Escritura sobre a natureza da estrela que guiou os Magos até Belém, mas poderia ser algum asteróide tangido pelo s anjos. Neste caso, seriam as causassegundas agindo a mando de Deu s, segundo as le is dos movimentos dos corpos ceiestes. Ou então um milagre feito diretamente por Deus, fazendo aparecer uma estrela que antes não ex istia. Está no poder de Deus proceder de
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tinha razüo. O autor procurava mostrar que todos os milagres narrados no Antigo e no Novo Testamento correspondiam a fatos que tinham efetivamente ocorrido, porém se explicavam por causas inteiramente naturais . Assim, para o autor desse livro, tinha razão a Bíblia em apresentálos como fatos históricos , não porém como fatos miraculosos. Parece referir-se a esse livro um sacerdote beneditino de origem húngara, que, por sua vez, escreveu um opúsculo sobre o chamado Milagre do Sol. Desse opúsculo, a Enciclopédia de Fátima, editada com o apoio do Santuário de Fátima, publicou um extrato no qual o autor observa: "Importa lembrar que a travessia do mar Vermelho pode ter sido possível devido
à ação de um vento les te invulgarmente forte; que um terremoto poderá ter secado as águas do Jordão para que os israelitas pudessem atravessá-lo a pé enxuto; que o sol terá deixado de se mover no céu, obedecendo à ordem. de Josué, por meio de um prolon game nt o psicológico do dia, causado por uma tempestade de graniza súbita e muito forte que dizimou os amalecitas" (Stanley Jaki, verbete Milag re do Sol, in Enciclopédia de Fátima,
Princípi a Editora, Estoril, maio de 2007, p. 357). Poss ibilidades tão sui generis, que ademais nunca se repetiram, merecem o seguinte comentário espirituoso: "É mais fácil acreditar no milagre do que nessas hipóteses inverossímeis ... " Quanto ao Milagre do Sol, o autor apela para um fenômeno atmosférico denominado "lente de ar", do qual só se começou a falar a partir da década de 1950. Resultaria de um movimento rotativo numa
gre do Sol correspondia a um pedido de Lúcia, e foi prometido por Nossa Senhora na terceira aparição, três meses antes. Mas o fenômeno físico da "lente de ar" - "imprevisível e muito raro" - foi ocorrer precisamente no dia e na hora anunciados! Acredite quem quiser.. . De qualquer modo, não há como deixar de reconhecer que nisso entrou uma interferência de Deus nos fenômenos físicos, ainda que operando por meio de seus anjos, através das causas-segundas: um milagre, portanto.
Questão das curas milagrosas ou 11ão
massa de ar, a qual, se se encher de gelo, poderia fragmentar a luz do Sol em algumas cores do arco-íris, produzindo assim um espetáculo como o qu e ocorreu em Fátima em outubro de 1917. Não obstante, o autor não é cético: "Se considerarmos que aquilo que foi observado na Cova da Iria foi uma lente de a,; teremos em mãos a possibilidade de encará-lo como um milagre físico" (p. 357). E acrescenta que essas ocorrências "süo miraculosas na medida em que süo imprevisíveis e muito raras" (p. 358). Ora, o Mila-
Falta tratar do tema das curas que pedimos a Deus em nossas orações. Nem sempre, para atender nossos pedidos, precisa Deus atuar diretamente no plano físico ou corporal. Ele pode fazer com que a pessoa que prete ndemos beneficiar e ncontre um médico que receite um bom remédio ou um trata mento eficiente. Mas pode ser também que a doença seja incurável, e neste caso Deus intervém de maneira miraculosa, fazendo-a desaparecer de um modo que permanece misterioso para nós e para os médicos. A estes resta apenas reconhecer que a cura não tem explicação natural. Assim tem sido em Lourdes, onde funciona um centro médico aberto a todos os médicos, crentes ou não, os quais têm atestado essas curas inexplicáveis. É o milagre, a intervenção de Deus que supera o nosso entendimento, mas que está no poder d 'EJe, infinitame nte sábio, poderoso e bom! • E-mail do autor:
monsenhorjoseluiz@catolicismo.com.br MAI02008 -
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A REALIDADE CONCISAMENTE AIDS: coquetel de retrovirais é uma ilusão falsa idéia de que a AIDS seja controlável com coquetéis de retrovirais teve efeitos catastróficos. A sífilis, que se julgava erradicada no Ocidente há 25 anos, ressurgiu com força entre os homossexuais. Na Inglaterra, o número de casos cresceu mais de 1.200% em nove anos. O maior aumento ocorreu em Londres, Dublin, Berlim, Paris e Rotterdam, informou o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. O enganoso coquetel não é 100% eficaz e tem efeitos emocionais devastadores nos usuários. No Brasil, a faixa dos aidéticos entre 13 e 24 anos passou de 26% em 1996 para 41 %, nos 32 mil novos casos registrados em 2006. 474 mil brasileiros contraíram AIDS desde 1980, mas o total chegaria a 600 mil. Sem a reforma moral e a conversão pedida por Nossa Senhora em Fátima, o crescimento do vício e das doenças conexas é irrefreável. •
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Nas vésperas das Olimpíadas, · crescem protestos umentam os protestos contra a ditadura marxista chinesa. No Tibet, a China está massacrando populares que querem recuperar a independência para seu país. A chama olímpica percorreu praças e ruas de Pequim, esvaziadas pela polícia para evitar protestos como o ocorrido no dia em que foi acesa. Nas cidades por onde passou, manifestantes tentaram barrá-la. Em Paris, a despeito de uma custódia de 3.000 agentes, a tocha teve que ser apagada duas vezes [foto]. A chanceler alemã, Angela Merkel, não irá à abertura dos jogos por causa da violação dos direitos humanos na China. Intenção semelhante manifestou o presidente Nicolas Sarkozy, pois sabe que na França muitos querem o boicote político das Olimpíadas. Mas o comunismo chinês usufrui de cumplicidades na mídia para tentar transformar o evento esportivo num imenso show de propaganda de fundo ideológico, como Hitler em 1936. •
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omo quem procura antepassados com títulos de nobreza, centenas de milhares de franceses estão consultando a lista das mais de 18.000 pessoas guilhotinadas pela anticristã Revolução Francesa de 1789. Os nomes conhecidos foram postos na Internet pelo programador de computação Raymond Combes. Na realidade, houve muito mais vítimas em chacinas não registradas. Pereceram na guilhotina, desde o rei Luís XVI [foto] e a rainha Maria Antonieta até simples populares, condenados arbitrariamente pelos tribunais revo1uci onári os em nome da Liberdade, Ig ualdade e Fraternidade. O historiador Jean-Louis Beaucarnot calcula em aproximadamente cinco milhões os descendentes ou parentes colaterais das vítimas daquela revolução. Encontrar um parente vitimado pelos tribunais revolucionários é quase um título de honra. •
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ultidões indignadas de argentinos saíram espontaneamente às ruas em mais de 300 locais do país, para protestar contra o primeiro discurso da presidente Cristina Kirchner, todo ele eivado de populismo esquerdista contra os proprietários rurais . Pane/aços, buz, inaços, tratoraços e ruidosas cantorias com bandeiras nacionais encheram até a Praça de Maio diante da Casa Rosada [foto]. Piqueteros (equivalentes urbanos ao MST e congêneres) saíram em defesa da presidente e agrediram vários manifestantes. A maioria destes não era de proprietários rurais, mas de populares citadinos que se solidarizaram naturalmente com eles, que sofrem uma saraivada de impostos confiscatórios. O repúdio popular ao esquerdismo kirchnerista atinge níveis recordes. •
Crato: escolha de D. Luiz Cappio para figurar como boneco de Judas cidade de Crato (CE) costuma dar um nome ao boneco de Judas que malhado e enforcado na Semana Santa. A Fundação do Folclore Mestre E/oi propôs opções para o nome com que seria "batizado" o boneco de Judas. Foram sugeridos: Hitler, Fernandinho Beira-Mar, George W. Bush ou um estuprador (não identificado). Entretanto, o preferido da população foi o bispo de Barra, D. Luiz Cappio, cuja campanha esquerdista de greve de fome foi instrumentali zada contra a transposição das águas do Rio São Francisco [foto]. " O bispo de Crato, D. Fernando Panico, tentou mudar o nome preferido pela vontade popular para o boneco que representa Judas. •
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Fransa: descendentes das vítimas guilhotinadas
Argentinos repudiam socialismo tributário
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Desintegraejão: Bélgica e a própria Europa ameaejadas
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ários países europeus estão afundando numa espiral separatista, que pode levar ao colapso a unidade nacional. Na Bélgica, após nove meses sem governo, assumiu corno premiê o democrata-cristão Yves Leterrne à testa de uma coali zão instável e pouco unida. O país corre o risco de rachar em pelo menos duas regiões: Flandres, ao norte, que fala holandês ou flamen go; e Valônia, no sul, de língua francesa. A União Européia (UE), entretanto, a despeito de declarações formais, não vê com maus olhos a desagregação das unidades nacionais. Pois, se ocorrerem, produzirã regiões menores, as quais o governo da UE - centra lizador, absorvente e apátrida - manipulará com fac ilidade. •
Estado da escola pública é assustador, revela Enem
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Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que mede a qualidade do ensino, evidenciou o precipício aberto entre o nível do ensino médio privado e o público. Em São Paulo, 75% das escolas estaduais tiraram uma nota média inferior à do pior colégio particular. A melhor escola estadual ficou no 335º posto da cidade de São Paulo. A melhor nacional foi o tradicional colégio São Bento, dos monges beneditinos no Rio de Janeiro, que só aceita meninos. "O quadro da escola pública está assustador" , di sse Celso Ferretti, pesquisador da Fundação Carlos Chagas. No último exame que seleciona alunos para a USP, apenas 19% dos aprovados vinham da rede estadual; e para a Faculdade de Medicina, só 3,7%. Apesar de os alunos da escola pública serem privilegiados com um "bônus" de 3% na nota. •
Favelados cariocas aprovam "caveirão" maioria dos moradores de 101 favelas de Rio de Janeiro simpatiza com o blindado policial chamado "cave irão", usado para a intervenção das Forças Armadas nas favelas. Segundo essa enquête do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), 69,5% das 1.074 pessoas ouvidas foram também contra a legalização de drogas leves. 48,9 % concordam com a intervenção. O "caveirão" é sobretudo aprovado pelos mais jovens, de menor renda e menor alfabetização, mas vituperado - muito previsivelmen_ __ L_ -1 te, aliás - pelos adeptos dos movimentos de "direitos humanos". Para um favelado que reside há 38 anos na Zona Oeste, o narcotráfico desvalorizou as propriedades. Mas, com o "cave irão" , voltou a segurança e a valorização. É erro de intelectual esquerdista achar que o pobre, pelo fato de ser pobre, aprova o crime, a droga e o socialismo. •
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Terço promovido por Uribe teria evitado a guerra principal diário da capital colombiana, "EI Tiempo", informou que o conflito entre a Colômbia, Equador e Venezuela, o qual poderia ter degenerado numa guerra com péssimos efeitos nas fronteiras brasileiras, foi debelado após ter o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, confiado a crise à intercessão de Nossa Senhora . O Pe. Júlio Solórzano, capelão do palácio presidencial de Bogotá, revelou que no auge da crise o presidente convocou os funcionários do palácio , incluídos os ministros de Defesa e do Interior, para rezar o terço na capela presidencial, a fim de evitar a guerra. Uribe invocou oficialmente as padroeiras dos três países: Nossa Senhora de Chiquinquirá (Padroeira da Colômbia) , Nossa Senhora de Coromoto (Venezuela) e Nossa Senhora das Mercês (Equador) . A oração oficial de um chefe de Estado pode ter um especial valor, e atrai de modo possantíssimo a benevolência do Céu. Em sentido contrário, o ateísmo prático dos governos é um dos fatores que mais afastam as graças divinas.
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Fanatismo islâmico martiriza arcebispo iraquiano arcebispo de Mossul (Iraque), Mons. Paulos Faraj Rahho , morreu nas mãos dos terroristas islâmicos, que o tinham seqüestrado no mês anterior nas proximidades de sua cidade. Uma multidão acompanhou o enterro do pranteado prelado . Nos últimos tempos , vários leigos e sacerdotes católicos foram martirizados no Iraque. A Igreja Caldéia, formada por católicos de rito oriental caldaico, é a maior comunidade cristã do país, com quase 600 mil membros. Até o fim dos tempos o ódio satânico não deixará de causar mártires nas fileiras da Santa Igreja, aumentando a legião daqueles que reinam gloriosamente no Céu.
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MAIO2008 -
INTERNACIONAL
A ·memória de Luís XIV e de Maria Antonieta eclipsa a lembrança de Maio de 68 A explosão anárquica da Sorbonne disseminou 1nodas e costumes imorais e libertários. Certa mídia comemora o 40° aniversário do fato, mas aspirações profundas da opinião pública sopram em direção oposta. n Lu1s
DuFAUR
Maio/1968 -
Maio/2008: 40 anos depois da revolução anarco-libertária que exp lodiu na Universidade da Sorbonne, em Paris, certa mídia ocupa-se exaustivamente do tema, estendendo-se em comentários e reportagens. Mas, por parte da opi ni ão pública, observa-se um vazio e até frieza em relação àquele evento. É uma contradição, que leva a perguntar se restou algo de vivo dessa revolução, que entretanto, sob certos aspectos, se impôs. Neste ano, de passagem por Paris, quis apalpar como estava, no berço da revolta da Sorbonne, o estado de espírito do povo em relação a essa revolução que atingi u o mundo todo. Mas não foi fácil. Eis por quê.
Um <lesânimo 110 tl'iunfo apare11te
ria parecer que nessas expressões há um certo exagero de espíritos impacientes e um tanto desanimados.
Nos costumes e nas modas, Maio <le 68 venceu Percorrendo as ruas de Pari , minha perplexidade aumentava. Pois as modas - neste último inverno europeu, como nos anteriores - só refletem a vulgaridade igualitária e imoral que Maio de 68 arvorou como bandeira. A cor preta na roupa ma culinas e femininas domina a Cidade Luz. E não é um preto bonito e solene: é fosco, desbotado, sujo. Adequado para coveiro, carvoeiro ou limpador de chaminés. Há exceçõe. , é claro: vêem-se jaquetas cor de abóbora, de mostarda, de terra, de areia - tonalidades "ec@lógicas" - e até alguma tonalidade cereja ou verde-musgo. Mas os tons, mesmo os estridentes, têm sempre al go de tristonho.
As roupas apresentam-se amassadas, e até exibi ndo acintosamente, de modo vulgar, caspa e cabelos não removidos. De resto, entre os jovens ao menos, a uniformidade se impõe: mascar chiclete, fumar ansiosamente, "plugado" no MP3, e consu ltar sem repouso as mensagens no celular. Sim, nos estilos e na moda, Maio de 68 triunfou. Entretanto, ao mesmo tempo - eis a coisa singular - essas mesmas pessoas submissas às modas soixante-huitardes passam a impressão de que o entusiasmo revolucionário se esgotou. Não há paixão por Maio de 68. Em seu lugar, nota-se tédio e torpor.
Sarkozy vive o espfrito de 68, mas prometeu o contrário Um comentário de Daniel Cohn-Bendit, o homem-símbolo de 68 - aliás, ele anda muito sucumbido - , em algo me esclareceu: "Nós temos um presidente da República soixantehuitard, que fe z seu o slogan de 68 'gozar sem ft'eio ', e o demonstra todos os dias". 2 Referia-se ele aos escândalos que o presidente Sarkozy vem dando na sua vida matrimonial, a ponto de introduzir no Palácio de Windsor como primeira-dama, em visita oficial do presidente da França, uma ex-modelo de má reputação! Porém, um dos argumentos que levaram Nicolas Sarkozy à presidência francesa foi precisamente a promessa - hoje brutalmente desmentida - de "liquidar" e "virar a página de Maio de 68 " .3 Em poucas palavras, Sarkozy ganhou porque soube atra ir o voto do "mundo velho" e este, nas urnas, foi majoritário. Mas age como se fosse o contrário.
Maio de 68: revolução com uma penw quebrada Sarkozy está longe de ser o primeiro presidente a se guiar pelos princípios corrosivos de Maio de 68. Em 1981, o presidente socialista François Mi tterrand encarnou a esperança, viva
para os revolucionários de 68, de passar do protesto para os fatos. Ele fo i o portador de um e laborado projeto, visando aplicar aquela palavra mágica e ainda pouco conhecida que aparecia nos grafites de 68: autogestão! Porém, menos de um ano depois de eleito, ele enterrou o mesmo projeto, sem dar explicações a seus ardorosos seguidores de 68. Em numerosas ocasiões, Catolicismo mostrou o efeito decisivo que teve nesta abrupta marcha-à-ré a mensagem contra o socialismo autogestionário, de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira - "O socialismo autogestionário: em vista do comunismo, barreira ou cabeça-de-ponte?" . Mitterrand e seus próximos não podiam contar aos turbulentos ativistas de Maio de 68 a verdadeira causa dessa retração, sob pena de desanimá-los ainda mais. Ofereceramlhes então - e largamente - cargos no governo e benesses de toda espécie. A mídia macrocapitalista acolheu-os de braços abertos. Com o tempo, esses mesmos "ideali stas" da ultraesquerda acabaram se envolvendo em escândalos econômicos ou renegando com seu estilo de vida os ideais tóxicos que tinham berrado nas barricadas da Sorbonne. Aliás, algo parecido aconteceu no Brasil. Os governos de FHC e do PT deram também postos de comando decisivos a agitadores de Maio de 68. Observou-o o cientista político João Roberto Martins Filho: "A geração do movimento de 68 chegou ao pode,; seja no governo FH, seja no governo Lula. [... ] Símbolos dessa geração são José Dirceu e José Genoíno, recentemente punidos pela forma como se comprometeram" . Martins Filho acrescentou que "o resultado de 68 no Brasil foifi·ustrante. [... ] Se formos pensar nas grandes utopias,[... ] houve uma desilusão muito grande. [... ] Do idealismo mesmo, sobrou muito pouco". 4
Sacristias: refügio da revolução No recuo de Maio de 68 houve uma exceção. Nos seminários, institutos de teologia, paróquias e dioceses, a utopia
O diário parisiense "Libération" nasceu como um pasquim que era distribuído nas barricadas de Maio de 68. A este título, deveria ser o mais genuíno e ardido porta-voz dessa revolução, e desde o início do ano publica uma seção especial sobre o seu 40º aniversário. A seção é precedida sempre por uma pergunta: "Esprit, est-tu-là?" ("espírito, você ainda está aí?"), supondo que um médium espírita faria pergunta similar ao espírito de um ente desaparecido. O "Libération" é hoje um periódico sustentado por ricaços, representantes do capitali smo que Maio de 68 propugnava extinguir... Em 68, os revolucionários pichavam nas paredes o slogan: Corre, camarada! O mundo velho vem atrás de você. Hoje, um desanimado soixante-huitard (geração do movimento de Maio de 68) parafraseou o slogan no site do "Le Nouvel Observateur", grande semanário socialista francês: "Pára de corre,; camarada! O mundo velho te superou num.a virada à direita". 1 Ambas pub li cações me deixaram perplexo. Pois, como pode ser que o "mundo velho" esteja hoje na dianteira? Pode-
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CATOLICISMO
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soixante-huitarde entrelaçou-se ardidamente com os fatores de caos religioso que marcaram o período pós-Vaticano II. Foi assim que, nos anos seguintes, instalados em postos de governo, eclesiásticos e civis ativistas de 68, utilizando órgãos da mídia, promoveram a espantosa Revolução Cultural que devastou a vida quotidiana do mundo ocidental e cristão: amor livre, aborto, "casamento homossexual", nudismo, contestação de toda forma de autoridade familiar, civil ou religiosa, hostilidade declarada à propriedade privada, proclamação desavergonhada do hediondo e do aberrante nas artes, na cultura e na vida de todos os dias. Porém, fracassou a substituição do odiado capitalismo pela sonhada autogestão. Assim, a utopia libertária de Maio de 68 correu loucamente para a frente, mas com uma perna quebrada. A perna que restou permitiu-lhe dar saltos imensos em matéria de moral e costumes. A perna quebrada da transformação radical da ordem político-social e econômica, que devia acompanhar a Revolução Cultural - a perna da autogestão - não conseguiu acompanhar. Maio de 68 fez um prodigioso avanço, mas capenga. E 40 anos depois seu espírito aparece entorpecido. Hoje, nos jornais franceses, além de artigos de caráter histórico, muitas vezes nostálgicos ou eruditos, não se encontra mais o fervor revolucionário que incendiava as barricadas do Quartier Latin. Pelo contrário, é freqüente se deparar até com amarguradas lamentações pela perda do élan de outrora. E isso sem falar das críticas aos líderes de 68, hoje indecorosamente acomodados - como, por exemplo, o atual chanceler francês Bernard Kouchner, ou o famigerado Daniel Cohn-Bendit - no establishment político, cuja extinção pediam com paralelepípedos na mão em 1968.
O passado pré-1·evolucionário atrai mais o interesse Em inícios de fevereiro, fui procurar nas livrarias de Paris publicações novas que falassem do estado em que se encontra a tocha de 68 neste 40° aniversário. Não encontrei. Em fins de março , voltei disposto a localizá-las, armado duma lista publicada num hors-série do "Le Monde" sobre o próprio Maio de 68. Na entrada de uma das maiores livrarias de Paris, deparei me Jogo à primeira vista com uma grande mesa onde se expunham os títulos mais vendidos. "Estão aqui!" - disse de mim para comigo. Eu esperava encontrar o número mágico 68, bem grande, em vermelho, de todas as formas! Ó surpresa! 68 não era tema de nenhum dos livros de maior venda. Mas sobressaía uma pilha formada por um grosso volume de capa preta: "Livro Negro da Revolução Francesa". Folheei-o avidamente. Logo encontrei páginas estarrecedoras sobre os crimes perpetrados pela perseguição anticatólica e antimonárquica promovida pela Revolução Francesa. Imaginava topar com livros de apologia de 68, e descobrira uma polêmica contra a Revolução de 1789, avó da de Maio de 68! Porém, não desisti. Entre as muitas mesas temáticas havia urna especialmente freqüentada. Seria essa, afinal, a de 68? CATOLICISMO
Aproximei-me. Era sobre Lourdes e seu 150º aniversário! Uma vasta gama de edições, re-edições, álbuns e li vros para todas as idades. Maravilhado, detive-me longamente e comprei alguns. Mas não era o que procurava. Afinal, achei. Num canto secundário, aliás, mas eram bem as publicações sob re M aio de 68. Sentei-me num banquinho, para analisar com vagar. Tratava-se, na quase totalidade, de edições antigas, muitas das quais já conhecia, e até possuía. Puxei do bol so o hors-série do "Le Monde" com as novidades anunciadas como de recente publicação. Não estavam à venda. Com a lista na mão, abordei uma balconista. Ela consultou o computador. As respostas foram secas e precisas: "Não saiu ainda, previsto para 3 de abril... Este outro não saiu, previsto para a segunda semana de abril..." etc., etc. Decididamente, se houvesse interesse na opinião pública, há tempos esses livros estariam à venda. Saí com as mãos quase vazias ...
O mito de Luís XIV povoa o subconsciente dos lra11eeses Contei essas minhas pesquisa a um amigo francês, e ele confirmou as impressões que eu tivera. Porém, logo e quase com avidez, mudou de as unto e me passou sua câmera digi tal, onde estavam disponíveis umas fotos: - Veja. O Sr. certamente conhece. Comecei a passar no visor uma série de fotos deslumbran-
tes. Tinha certeza de ter estado no local, mas não reconhecia as fabulosas peças de prataria que ali apareciam. - Onde é? - perguntei. - Mas o Sr. conhece, pois sei que foi muito Já! - Não identifico ... - É Versalhes! A exibição da prataria dos tempos de Luís XIV. Uma multidão já foi lá. Eram filas e mais filas de público. Foi uma odisséia entrar no palácio, algo magnífico! 5 Meu amigo prosseguiu com elogios e exclamações quanto à mencionada exposição, e eu refletia: Aqui está o 'mundo velho', tomando conta das aspirações profundas dos franceses e deixando desanimados os admiradores de Maio de 68!
Maria Antonieta exerce mais fascínio que a Sorbonne Mas minha descida à realidade não parou ali. Pouco antes de voltar ao Brasil, contei a outro amigo que faria uma última visita a Paris. - Então - disse-me ele - não deixe de visitar a exposição sobre Maria Antonieta no Grand Palais. Começou há poucos dias. Parece algo fora de série. Centenas de obras de arte e preciosidades exclusivas. Tudo sobre Maria Antonieta! Visitei a exposição. É fabulosa! Nada de parecido já fora feito sobre a rainha martirizada pela Revolução Francesa. Minha curiosidade, entretanto, era atraída pelas reações do numeroso público que a visitava. Quase todos eram franceses. De modo geral, eram pessoas dos melhores bairros de
Paris. Nas modas, todas elas tinham aderido aos estilos de Maio de 68. Mas, em seus comentários quase sussurrados, palpitava a admiração comovida pela rainha de sonho que foi Maria Antonieta. Sem sabê-lo, os facinorosos revolucionários, que a decapitaram depois de um julgamento iníquo e odioso, transformaram-na numa rainha mítica, cuja figura atravessa as épocas. Na saída do Grand Palais, voltava-me à memória o dito do desanimado soixante-huitard: "Pára de correr, camarada! O mundo velho te superou numa virada à direita". Entendi o que ele queria dizer. Nas aparências, nas modas, nos costumes, no barulho da mídia, Maio de 68 triunfou. Mas, nas propensões profundas de inúmeros franceses, o mito e as saudades dos tempos de Luís XIV e de Maria Antonieta estão tornando a dianteira!
Na Rue du Bac, mais um sintoma da preferência pela tradição Fiz minha última despedida à capela da Medalha Milagrosa, em Paris, na Rue du Bac. Deparei-me com uma missa ou celebração do gênero, pois não compreendi bem aquela liturgia. E pensei: "Eis ainda Maio de 68, com suas desordens, infiltrado na Igreja" . Os oficiantes - religiosos e leigos puxavam cânticos gesticulando descomedidamente, para estimular a participação dos fiéis que lotavam a capela. Poucos respondiam, e quase sem fôlego. No fim, quando tudo terminara, uma voz entoou o "Ave, ave Maria", na sua versão francesa, corno se canta no santuário de Lourdes. A capela transbordava de emoção, e todos os presentes cantaram nas mais variadas línguas, sem necessidade de alguém estimulá-los. Saí pensando: "Eis outra manifestação, desta vez religiosa, do 'mundo velho' que se diria sepultado por uma camada de asfalto. Contudo, tão logo ele encontra uma oportunidade, manifesta-se com força telúrica". Compreendi então que, nas profundezas psicológicas que ditam os rumos da História, está se operando urna mutação transcendental, ao menos em grande número de pessoas . O "mundo novo" - igualitário, sensual, materialista, imediatista e neopagão - se estadeia na superfície, mas, na realidade, está seco e gasto. E o "mundo velho" - nostálgico da tradição, admirador da monarquia e devoto de Nossa Senhora está gestando nas camadas subterrâneas o verdadeiro mundo do futuro. • E- mail do autor: luisdufau r@catolicismo com br
Notas:
1. http://tempsre e l.nouvelob s.com/act ual ites/20080320.OBS5964/ lsreacti ons00e5 .html?l= 1 2. "Le Nouvel Observateur",Paris, 16-1-08, http://tempsreel.nouvelobs.com/ actual i tes/po I i t iqu e/20080 l l 6.OBS5424/coh nb e nd i t_sarkoz y_est_un_adepte_dujouir_sans_en trave.html. 3. Cfr. Catolicismo, junho/2007. 4."O Globo", Rio, 23-3-08. 5. Vide Catolicismo, março/2008 - "Cintila em Versalhes uma lu z de prata", p. 22-25.
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Uma nova vida humana começa no exato momento da fecundação Q uanto mais avança a pesquisa científica, mais claramente fica demonstrado que a vida começa na concepção. Mas cientistas a serviço da causa abortista tudo fazem para tentar provar o contrário.
Dr. Dalton Luiz de Paulo Ramos é professor do Universidade de São Paulo, onde há 25 anos leciono Ético Profissional; e no último década, Bioético, além de ter participado de outros instituições de ensino (em cursos de graduação e pós-graduação no área de Bioético) e de comitês de ético. Coube o ele dissertar sobre o
gametas (mascu lino e feminino) uma identidade geneticamente única se formou. Portanto, no momento da fecundação cria-se um patrimônio genético diferente daquele do pai e da mãe. Esse é um aspecto importante que merece ser ressaltado , porque a identidade dessa nova vida se cria já naq uele exato momento chamado fec undação.
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temo "Inconsistências conceituais sobre o início da vida humana", no audiência público convocado pelo Supremo Tribunal Federal, realizado em Brasílio em 20 de abril de 2007, referente à Ação Direto de Inconstitucionalidade (ADln nº 351 O) contra o ort. 5° e parágrafos do Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, que permite, poro fins de pesquiso e terapia, o utilização de células-tronco embrionários.
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Catolicismo - Qual é a natureza do presente debate sobre experiências científicas com embriões humanos? Prof Dalton - A natureza do debate é discutir o momento do início da vida. Julgo importante reafirmar umfato. No meu ponto de vista - devidamente demonstrado, como expli carei - , uma nova vida humana, segundo a Biologia e a Genética, começa no exato momento da fecundação. Uma nova vida humana, zigoto, embrião etc. A Biologia e a Genética vão empregar diferentes terminologias para caracterizar diferentes estágios do desenvolvimento, mas o fato é que, no momento da junção de dois
CATOLICISMO
Pm/: l)alton:
"O aspecto que fica evidente é que, quanto mais se pesquisa, mais rica e detalhaela se ton1a a rnalldade da vida lmmana elesde o momento ela co11cepção"
Catolicismo - Isto já se encontra demonstrado pela Biologia e pela Genética? Prof: Dalton - Na verdade, a Biologia nos demonstra esse cenário não só no campo do ser humano. Ao longo da História, a reprodução sexuada sempre gerou novos organis mos difere ntes cios pais. Entre o rga ni smos aquáticos, por exemp.lo, com fecundação externa, essa altericlade se torna evidente. Ninguém pensaria que um alevino (forma embrionária de peixe) u um girino (larva de anfíbio) é parte cio corpo de sua mãe. Sua alteridacle é evidente. M as seu " tatus" embriológico é comparável ao de um feto humano. E o aspecto que hoje fica evidente é que, quanto mais se pesquisa, mais rica e detalhada se torna a realidade da vida humana desde o momento ela concepção. Aliás, eu gostaria ele fri ar este aspecto da realidade como método. Para tal estudo é necessário termos acesso a todos os eleme ntos dessa realidade. Catolicismo - Se tal estudo não é fácil nem para os cientistas, o que dizer para a sociedade em geral? Prof: Dalton - Com efeito, isto constitui uma gran-
Pr<~J: Dalton - Ele é contínuo porq ue tem um pon-
de dificuldade quando falamos ele biotecnologia. No mais das vezes, o que chega à sociedade em geral são info rmações parciais, que nem sempre ajudam à fo rmação ele um juízo claro que possa embasar ele fo rma bem mais consistente as decisões. A E mbri olog ia é uma ciência muito com plexa, que ex ige muito estudo para se chegar a uma visão mais clara desta realidade. Ora, o público leigo não tem necessariamente tal clareza, até que os c ientistas o info rmem. Ao e mbrião humano não se pode dispensar o tratamento conferido a uma e ntidade biológica qualquer. E este é um aspecto impo rta nte pois o estudo do embrião humano enfrenta várias dificuldades. Uma delas é o fato ele e le ser muito pequeno. Assim sendo, fica difícil àqueles que não têm acesso aos recursos tecnológicos (ao conheci me nto tecnológico que permita a obtenção de uma visão mais c lara do que venha a ser este embrião) entender efetivamente o que ele representa. Catolicismo - O embrião humano pode ser desenvolvido em laboratório, fora do útero materno? PN~J: Dalton - O embri ão humano não é um simples aglomerado de células, pois o comportamento dessas primeiras células embrionárias, que form am um conjunto denominado embrião, é totalmente dife rente do comportamento de o utras célul as agrupadas. Em inúmeros laboratórios de pesquisa são hoje dese nvo lvidas culturas de célul as huma nas. Retira-se pequeno segmento da pele, por exemplo, e esse pequeno segmento de pele, com uma tecnologia que já dominamos há quase um século, é cul tivado em laboratório. Essa cul tura de células tem uma grande importância na pesq ui sa científica, pois permite aos pesq ui sado res testar a toxicidade de medicamentos, o comportamento dessas célul as, o comportamento de algumas das suas proteínas. Enfim, viabiliza uma séri e de estudos importantíss imos no cenário c ientífi co. Temos célul as humanas co locadas em um ambiente propício. Basicamente lhes é oferec ido um ambiente protegido, onde elas possam dispor cios a lime ntos necessários. Nestas condições de suporte de vida, essa cultu ra ele células permanecerá como ta l enquanto os recursos tecnológicos o permitirem. Agora vamos faze r um para le lo com o embri ão humano. Se ao embrião humano forem oferecidas condições de proteção, aco1h ida e a limentação necessárias, e le vai se desenvolver de aco rdo com um processo ou projeto que já fo i nele colocado: a vida humana como um processo contínuo, coordenado e progressivo. Mas ainda que não disponhamos de ta11ta tecnologia. Catolicismo - O Sr. poderia explicar esse processo com mais detalhes?
to ele in ício, isto é, o su rgimento ele uma nova vida humana, um novo ser com ide ntidade própria, distinto ele todos os outros. Contínuo ai nda porque tem um ponto de fim, que nós chamamos ele mo rte, quando se interrompe este processo . Quanto tempo isto vai durar? Vai depender de cada um , ela história ele cada um e m particular. Pode durar uma semana ou durar cem anos. O processo é coordenado, porque auto-suficiente. Auto-suficiente 110 próprio projeto, pois possui todas as instruções para que se realizem os processos biológicos necessários à continuidade desta vida. O embri ão não pergunta à sua mãe, depois da nidação, o que ele precisa faze r para constituir seu braço ou sua perna. Ele "sabe" ! É também progressivo, pois se oferecermos ao embrião as condições necessári as, se lhe oferecermos o amparo e a acolhida ele que precisa, e le sempre passará para um estágio seguinte. Ultrapassada uma etapa de desenvolvimento, passa à etapa seguinte, sem regressos. Em condições normais não há regressos, e essas evoluções vão co mpo r um a biografia.
Em inúmeros laboratórios de pesquisa são hoje desenvolvidas culturas de células humanas.
"0 /Jl'Ocesso é coordenado. O embrião não p erg11nta à sua mãe, clepois ela nidação, o <111e ele precisa faze,· parn constitui,· seu braço 011 sua perna. Ele 'sabe'."
Catolicismo - Isso significa então que a vida humana não se limita àquilo que um leigo pode perceber sem a ajuda de aparelhos? PN~/: Dalton - Esse conhecime nto ela vida humana, nós todos temos, independe ntemente cio nosso cabedal de in fo rmações na área da Genética ou ela Biologia, porque quando falamos ele vida humana, estamos fa lando de algo que nos di z respeito. Independentemente cio nosso conhecimento científico, esse processo que eu mencionei se torna ev idente após o nascimento. Todos concorda m que isso reflete o desenvolvimento da vida a partir cio parto ela criança, que vai se transformar em um ado lescente, e m um adulto, em um idoso: um iníc io e um fim. Ora, se dispusermos ele outra lupa, de outro sistema para ver essa realidade - o que a biotecnologia nos oferece - , nós vamos retrocedendo nessa crono logia até chegarmos à constatação ele que, já naquele pri meiro instante ela concepção, se configuram todas estas categorias, todo esse processo que acabei ele descrever.
A vida começaria na nidação? Não ! Não começa na nidação! A nidação, que é a impl antação e fixação cio ovo no útero ela mãe, apenas fornece ao novo ser a possibilidade ele se a limentar e se desenvolver. Quando um recém-nascido está sendo a mame ntado, torna-se muito c laro para nós o seu vínculo, o seu maravilhoso vínculo com a mãe. Se uma cri ança recé mnascida não é a limentada pe la mãe, e la morre! QuanCatolicismo -
PN~J: Dalton -
MAl02008 -
to à nidação, é possível através de microscópio ver o embri ão ali, ligado ao úteFO da mãe. Se a um embrião não for oferec ida a oportunidade de chegar à nidação, ele não se tornará feto, vai morrer e ser eliminado. Catolicismo - A relação com a mãe constitui originária e estruturalmente o novo ser? Prof: Dalton. - Não ! É a realidade do novo ser que torna possível a relação! Não há relação se não ex iste um ser humano que se relaciona com outro ser humano. Então, quando falamos de relação, nós estamos reconhecendo que existem dois seres humanos. A implantação faz simplesmente com que o embrião cresça e se desenvolva. Nesse sentido, eu lembro uma situação que é muito freqüente, e que muitas mães poderão relatar: a existênc ia de embriões congelados não tira da mãe que os cedeu o sign ificado da relação dela para com eles. Muitas mães podem relatar isto. Catolicismo - Alguns cientistas favoráveis à pesquisa com células-tronco embrionárias afirmam que não é possível haver um ser humano se ainda não existe o cérebro. Pode-se dizer que o cérebro começa a atuar quando, exatamente? Prof: Dalton - Sabemos que o cérebro se desen-
volve porque o embrião o faz desenvolver-se. Não é o inverso! O cérebro do feto não vai se desenvolver por ação ela mãe. Desenvolve-se por meio dos genes que estão dentro do embrião desde o primeiro momento da fecundação. Catolicismo - Dada a grande incidência de abortos espontâneos nas primeiras semanas da gravidez, alguns questionam se é possível falar em vida neste período. Prof: Dalton - É claro que sim! O aborto espontâneo é uma interrupção muito precoce desta vida, um episódio ele morte, o que não descaracteriza o fato de que esta vida ocorreu. Mesmo que o prognóstico seja ele morte em função de um aborto espontâneo - ou em função de uma intervenção tecnológica que privou este embrião de continuar seu processo, que priva este embri ão cio corpo da mãe, e que conserva.este embrião congelado - não podemos, por isto, dizer que esta vida nunca existiu, não descaracteriza o fato ele que esta vida ocorreu. Seria o mesmo que dizer que não estamos vivos porque um dia iremos morrer! Frente à baixa perspectiva de virem a ser implantados e viabi lizados alguns desses embriões crioconservaclos, equivaleria à pena ele morte uma lei autorizando a utilizá-lo. para qualquer fina ljdacle. Catolicismo -
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Visto que o embrião pode se
CATOLICISMO
Células -tronco
"Há terapêuticas que podem ser eficazes para a solução de p1·0blemas de saúde, como as pesquisas com célulastronco originárias de tecidos adultos"
dividir em dois ou mais, formando gêmeos com a mesma base genética, podemos ter certeza de sua individualidade? Prol Dalton - Essa individualidade existe! Ageminação do embri ão para formar os gêmeos não destrói o primeiro embrião. Em todos esses argumentos ex iste uma discussão, não a respeito da distinção entre a individualidade materna e a individualidade do embri ão. O que se discute, ainda que implicitamente, é se essa vida é "humana", isto é, se comparti lha todos os atributos de um indivíduo humano. Nesse particular, estamos retrocedendo na história da civilização ocidental. Os bárbaros exigiam que os recém-nascidos demonstrassem ter atributos humanos para serem plenamente reconhecidos no seio da comunidade social. Agora retornamos - de forma mais elaborada, talvez - à mesma discussão e à mesma exigência daqueles povos. Aos poucos, impregnados por tais erros, chegamos à conclusão de que pode ser válido matar todos aqueles que não sejam viáveis ou não tenham potência suficiente para se proteger. Sociedades assim são plenamente conhecidas ao longo da História, e seus mais recentes representantes, o nazismo e o stalini smo, ainda estão presentes na memória coletiva. Por tudo isso, a sociedade até poderá assu mir (!) um critério de "humanidade" que se baseie na potência e viabilidade do organi smo, porém não poderá negar que essa opção contraria o dado biológico, que caracteriza o "humano" por seus atributos genéticos e por sua expressão orgân ica. Ainda mais, tal critério de "human idade" traz o perigo do casuísmo e da própria negação da vida como direito universal. Claro que estamos todos interessados na busca de terapêuticas que possam resolver os males que afligem a nós mesmos e a nossos irmãos. Nesta discussão se apresentam indícios científicos de terapêuticas que podem ser eficazes para a solução de uma série de problemas de saúde, como é o caso das pesquisas em que se empregam células-tronco originárias de tecidos adultos - o que não implica na destruição de embriões - ou na reprogramação celular, quando células-tronco origi nárias ele tecidos adultos, por meio de intervenções genéticas realizadas em laboratórios, adq ui rem os atributos bi ológicos de totipotência si milares aos das células embrionárias para que, então, possa se pesquisar esses atributos para possíveis usos terapêuticos. O segundo aspecto - reconhecimento do embrião como vida humana - não se contrapõe às exigências éticas que devem regular a busca dessas terapêuticas. Hoje, é público e notório que o uso de célul as-tronco adultas oferece os resultados terapêuticos que a sociedade ex ige e precisa. •
Ação diabólica
no mundo moderno ambiente criado pelo mundo moderno é propício à ação diabólica. À medida que as almas vão se afastando mais e mais da verdadeira Religião, da devoção a Nossa Senhora, ela recepção cios sacramentos, ela vicia ele oração, ela humilde aceitação cio sacrifício, a presença diabólica vai se tornando mais densa. E m algu ns casos, poder-se-á chegar à consumação ele pactos satânicos. Casos individuais de entrega ao demôn io, sempre os houve na história ela humanidade pecadora. Mas provocavam horror. O que sobretudo preocupa nos nossos dias é uma certa aceitação socia l cio fenômeno diabólico, um a fa lta ele rejeição proporcionada à sua enorme gravidade.
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Consideremos a essa luz o seguinte relato, publicado pelo jornal "Clarin", ele Buenos Aires (14-3-08), a respeito ele um conhecido conjunto de rock: O líder cios Rolling Stones, o veterano Mick Jagger, disse que não consegue viver sem suas tournées musicais: "Um dia terei que pagar meu tributo ao
diabo, como Fausto. Mas, por que vou. deixar de de~fr·utar do sol de hoje para pensar nas nu.vens de amanhã?". A comparação com Fausto chama a atenção. Fausto, personagem central de um romance ele Goethe, é um intelectual clesilucliclo com o mundo, que não consegue mais encontrar sentido para a vicia e pensa em su icíd io. A solução vem de um demônio que se propõe acompanhar Fausto em sua vicia terrena, satisfazendo suas vontades, em troca ele sua alma. Fausto aceita, selando com seu próprio sangue um contrato. Ainda fa lando ele si mesmo, o roqueiro acrescentou enigmaticamente: "A pessoa que sobe ao palco não é idêntica ao
Mick Jagger real. Se eu. aparecesse nu.ma f esta com minha personalidade do palco, me expulsariam aos pontapés". *
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Bestie di Satan.a (an imais de Satanás) é um grupo elejovens satanistas ela província italiana de Varese. Está na ori gem de diversos assassinatos e suicídios rituais, que tiveram grande repercussão na Itália. O ju lgamento cios envolvidos estendeu-se pelos anos ele 2006 e 2007. A esse respeito, o importante site italiano Petrus - que apresenta notícias quotidianas sobre ativ idades do Papa e cio Vaticano - entrevistou em fins ele março último o Dr. Tiziano Masini, Procurador Substituto da República, em Yarese, que esteve encarregado ele representar a Procuradoria no processo Bestie di Satan.a. Transcrevemos alguns pontos ela entrevista.
- Que idéia o Sr. tem do satan ismo? Trata-se, sem sombra ele dúvida, ele um fe nômeno preocupante e em expansão, muito mais cio que parece. Uma das causas, tanto quanto eu pude constatar, é a desagregação ela fam ília. A maior parte cios jovens processados provinha ele núcleos fam ili ares problemáticos devido a separações e divórcios. [... ] Outra causa - sem falar da adoração cio mal são as 1m1s compan hi as. Os pais deveriam control ar mais e melhor as compan hi as cios filhos. - O Sr. fa lo u ele adoração cio mal ... Exato. Todos os envo lvidos - insisto, todos - mostravam inimizade e desprezo para com o cristian ismo, e diziam fa lar a linguagem cio anti-Cristo. [... ] Durante as audiências , falavam línguas estranhas, emitiam sons guturais indecifráveis e roucos, invocavam e nomeavam continuamente todos os demônios. Ademais, blasfemavam contra Cristo e a Religião cató lica e diziam sofrer diante ele imagens e objetos sacros. - Em que medida o fenômeno cio sata ni smo está presente hoje na Itália? Altíssima. O que se vê atualmente é apenas a ponta do iceberg. [ ... ] E les se reuniam para ce lebrar missas negras e invocar as forças do inferno. [... ] Penso que seja fruto destes tempos em que estão em voga horóscopos, leituras esotéricas, magos e cartomantes. - Que papel pode ter a igreja católi ca contra o satanismo? Importantíssimo. Creio que o fenôme no tem sido subestimado por a lguns setores ec les iásticos. Acrescento que uma parte ela Igreja [ ... ] permaneceu afastada do problema e clespreparacla. • MAIO2008 -
SOS FAMÍLIA .
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Isabellas Ü Brasil inteiro está chocado com a brutal e trágica n1ortc da menina lsabella, n1as incontáveis lsa/Jellas são assassinadas diariamente em clínicas de aborto
PAU LO ROBERTO CAMPOS
A
opini ão públi ca e ncontra-se estarrec ida co m o monstruoso fato ocorrido no di a 29 ele março último: uma me nininha , ele apenas c inco anos, jogada cio 6º anel ar ele um prédio; seu corpo fi cou espatifado no so lo. Nestes últimos dias, jo rna is, re vi stas, rádios, TV s e sites estiveram abarrotad os ele reportage ns sobre esse sini stro aco ntec im ento na ca pital pauli sta. Rea lm ente, todos qu a lifi ca m tal c rim e co mo mon struoso, e todos se pergunta m: Quem
matou lsabella Nardoni? Quern praticou ta,nanha crueldade? Por que? Trcmell(/a i11se11satez - i11cxplicávcl i11cocl'ê11cia Nesse caso, seria clamoroso não denunc iar uma atitude ele fl ag rante incoerênc ia ela mídi a e de incontáveis pessoa .. Re fi ro- me àqu e las qu e, co m toda razão, estão chocaclíssimas com o assass inato da menina, mas que não fi ca m chocadas com o não menos brutal assass inato ele cri anças ainda no ventre materno. É incompreensíve l que muitas pessoas, ho rro ri zad as co m a mo rte de Isabe l la, sejam fav oráveis ao aborto, portanto à e limin ação de peque nas e inocentes " lsabe ll as", qu e ne m sequer viram a lu z do dia. Quantas " Isabe l las" são di ari a me nte assass in ad as ci o modo mai s des um ano qu e se possa im ag in a r ! Extirpar uma vicia humana será sempre gravíss imo crime, não importando a idade ela vítim a: aos 80 , 50 ou cinco anos; ou algun s meses ou dias, até mes mo a lgumas horas. Ah! se um dia jo rn ais, re vi stas, rád ios, TV s e sites estiverem repl etos ele comentários contra assass inatos ele bebês in-
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CATOLICISMO
defesos no úte ro materno, seri a um aco ntec ime nto me moráve l! Seri a um evento importante para a restauração da civili zação, neste mundo neobárbaro e neopagão e m que vivemos. O xa lá, prox imamente, o Brasil inteiro - que se encontra horro ri zado com o caso !sabe/la - vi esse a se comover profund ame nte ta mbé m com as incontáveis vítimas cio aborto. Ass im como se desej a a condenação dos respo ns,i ve is pe la
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---nhanças estão se queixando do cheiro de carne humana queimada que sai do nosso incinerador: Dizem que cheira como um. campo de extermínio nazista durante a guerra. E continuou: O.ftcialmente, não sei o que se passa com os .fetos. Eles são preparados para seren·1. incinerados, e depois desaparecem. Não sei o que acontece com eles. Desaparecem. É tudo. - Por quanto o senhor está vendendo? "Estão se quefrall(/o <lo cheiro - Bem, tenho bebês muito grandes. É uma pena j ogá-los <lc car11c humana queimada " no incineradat: Há uso melhor para eles. Fazemos muitos Recente a rti go el e Ca rl os abortos tardios, somos espeHe itor Cony ("Fo lha de S. Paucialistas nisso. Faço abortos lo", 11 -4-08), muito apro priaque outros médicos nãofazern. damente intitul ado Uma históFetos de sete meses. A lei estiria repugnante , re lata a pespula que o aborto pode ser.feiquisa rea li zada por do is j ornato quando o f eto tem até 28 in g leses , Mi c h e l l is tas semanas. É o limite legal. Se Litc hfi e lcl e Su sa n Ke nti s h, a mãe está pronta para correr sobre a " indú stri a cio aborto" o risco, eu estou pronto para e m Londres. Eles investi ga ram f azer a cure/agem. [método utio que se passava nas c líni cas lizado para desmembrar iun aborti vas, após a lega li zação nascituro]. Muitos dos bebês cio aborto na fng laterra (com o que tiro j á estão totalmente "A bortion Act ", el e 1967), e f ormados, e vivem urn pouco gravavam as conversas co m os antes de seren·t ,nortos. Houve médi cos. Com base na pesqui uma manhã ern que havia quasa, escrevera m a c láss ica obra tro deles, urn. ao lado do ou"Babies fo r Bur11.ing" (Bebês tro, chorando corno desespepara qu e im ar) , editado pe la rados. Era um.a pena jogá-los Serpentine Press, ele Londres. no incinerado,; porque tinham Aque les que desejarem admuita gordura que poderia ser "Reze o Rosário pelo fim do aborto" quirir ta l obra e m português, a com ercializada. Se ti vessem e nco ntra rão publi cada pe las sido co locados numa in cuEdi ções Pauli nas (São Paul o, 1985), com o título : Bebês para badeira, poderiam sobreviver; mas isso aqui não é berçário. queimar: a indústria do aborto na In g!citerra. Não sou uma pessoa cruel, ,nas realista. Sou pago para li vrar O referido arti go pode ser lido na íntegra e m: uma mulher de um bebê indesejado, e não estaria desempehttp : // w ww1 .fo lh a .u o l. co m.br/f s p/ilu s tracl/ nhando ,neu o.ffc io se de ixasse urn bebê vi ver: E eles vivem, fq 1104200842. htm. Aqui tran screvo apenas alguns trechos: apesar disso. Tenho tido problemas corn as e,~f'ermeiras, al" Os autores souberam, por meio de i11formações esparsas, gumas desmaiam nos primeiros dias". que a indústria do aborto, como qualquer indústria moderna, "Quem <lcnmna o sangue humano tinha uma linha de subprodutos: a venda de f etos humanos será castiga<lo" para as .fabricas de cosméticos . [... l Contam os j om alistas: Quando nos encontramos em seu Rea lmente repugnante ! Mas é a rea lidade de inúmeras clíconsultório, o ginecologista pediu à sua secretária que saísse nicas abortivas: nasc ituros são espati fados, extirpados do ventre da sala. Sentou-se ao lado de Litcl~fie/d, o que melhorou a materno, incinerados, o u "comerc iali zados", ou jogados na lata gravação, pois o núcro.fon.e estava dentro da sua maleta. O ele lixo. m.édico mostrou wna carta: [sabe ila também foi morta, mas não inc inerada ou jogada - Este é um aviso do Ministério da Saúde - disse, com num a lata de lixo. Fe li zmente, e la e ra bati zada e teve um encara de enf'ado. As autoridades obrigam a incineração dos terro di gno, graça ele que são privados os bebês assass inados f etos ... não devemos vendê- los para nada .. . nem mesmo para po r mãos aborti stas. a pesquisa científica... Este é o prob/erna... . Encerro este arti go co m uma passagem ela Sagrada Escri - Mas eu sei que o senhor vende .fetos para uma f ábrica tura, que se apli ca aos assass inos de todos os nasc ituros, de de cosméticos e.. . e estou interessado em fa zer uma of erta... todas as "Isabe ll a&": "Quem. derrama o sangue humano será também quero comp rá- los para a minha indústria... castigado pela efi.tsão de seu próprio sangue" (Gen. 9, 6). • - Eu quero colaborar com o senha,; ,nas há problemas ... E-mai l do autor: pmil ocampos @cato licismo.com.br Temos de observar a lei. .. As pessoas que moram nas vizimorte dessa cri ança, ta mbém se ex ij a a condenação dos responsáve is pela matança ele crianças ainda no ve ntre de suas mães. A condenação não só da genitora qu e se submete a um aborto, mas igualmente daqueles que colaboram na execução cio ato, com o médicos, enfermeiras, parentes, etc. Ambos são crimes hedi o nd os. Ambos ele ve m ser lamentados profundame nte, e não pode m ficar impunes .
MAl02008 -
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Deslumbrante! □ GREGÓRIO V IVANCO LOPES
V
endo a foto acima, logo à primeira vista fica-se atônito diante de tal colorido múltipl o e contrastante, do do mínio abso luto desses homens calmos e esguios, com s uas vestes alvas e simples, tendo as cabeças c ingidas por turbantes magníficos que mais parecem coroas de reis; sobre e lefantes fortíssimos e imensos, mas submi ssos como corde iros numa pradaria. A natureza se encarrega de realçar esse quadro magnífico com a mo ldura simples e sem pompa de um céu azu l, com raras e esparsas nuvens brancas. A cena é impac tante, como mais não poderia ser. É feérica! Ne m é prec iso di zer que estamos na Índia, a terra legendária dos maraj ás e dos rajás, que nada tem a ver com a Índia moderna, nasc ida do espírito de re belião de Ghandi e seus sequazes. Tem-se vo ntade de para r e ficar o lhando, o lhando ... olhando! A cena é tão polimórfica, tão rica de coloridos, de aspectos inesperados, que não cansa contempl á- la. É claro que não e ncontramos neste cenário o inigual áve l senso das medidas e da proporção, de que a França é o exemplo sem par. Nada ne le se equipara també m à "garra" ibérica, à ordenação alemã, à graça austríaca, à perfe ição das formas da bela Itáli a. Ou sej a, não esta mos diante de um fruto característico da c ivili zação cri stã. Deve po r isso ser reje itado? De nenhum modo ! Ao contrário do neopagani smo atual, e m que tudo é fe io e disforme, o mundo anti go, ainda não c ri stiani zado, era depositário de numerosos valores de ordem natural, muitos de les e ncantadores, que uma catequese autê ntica e inteligente deveria saber aprove itar e levar ao auge pe la ação da graça divina. Nesse sentido, consideremos [vide quadros na página ao lado] o que nos ensina Plínio Corrêa de Oliveira em sua incom paráve l seção "A mbientes, Costumes, C ivili zações", publicada ao longo dos anos e m nossa revista. • E- mail do autor: gregori o@cato licismo.com br
CATOLICISMO
MAI02008 -
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Os doze emblema d Santíssima Virgem
M ARCOS AURÉLI O V IEIRA
Ü presente artigo rc1aciona-sc com outro, publicado por Catolicismo cm sua edição de rnaio/2006, intitulado As prefiguras bíblicas de Nossa Senhora: uma análise de personagens frnnininas do Antigo Testamento, cujas vidas prenunciaram a Mãe de Deus. Trata-se de um aprofundamento, com vistas a auxiliar os leitores a adquirir maior conhecimento daquela que é a obra-prima da criação, e assim aumentar sua devoção a Ela. Sendo o mês de maio dedicado a Nossa Senhora, nada mais natural do que homenageá-la com este estudo. ,CATOLICISMO
MA102008 -
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o longo cios tempos, o conhecimento e a doutrina arespeito da Santíssima. Virgem, bem como a devoção a Ela, desenvolvem-se segundo uma trajetória muito especial. Não é um crescimento sempre contínuo, mas muitas vezes ritmado, como o movimento das ondas numa maré montante. As ondas erguem-se, atingem um clímax e rebentam ; depois retrocedem, até que a onda seguinte leve mais ad iante o impulso da maré. Trajetória que pode também ser comparada ao crescimento de uma árvore. Há sucessivas eclosões primaveris, seguidas de repousos invernais. Cada período descobre mais algum traço da fisionomia da Virgem Santíssima. Em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santúsima Virgem, São Luís Maria Grignion de Montfort di z: "A alm.a da Santíssima Virgem se comunicará a nós para glorificcir o Senhor; seu espírito tomará o lugar vosso para regoz(iar-se em Deus, contanto que pratiqueis fielrnente esta devoção". ' Como Nossa Senhora comunica sua alma e seu espírito aos seus fiéis? Em que consiste tal co municação? É como que a infusão em nossa alma da intelecção e do querer cl ' Ela, iluminando a nossa compreensão e movimentando a nossa vontade. É um favor altíssimo e gratuito, pois receber algo da compreensão, da força de vontade e da santidade da Mãe de Deus é um bem inatingível pelas nossas forças. Basta ponderar que se trata da mai s alta das meras criaturas. Uma santidade mais alta do que a de todos os anjos e todos os santos juntos, inferior apenas à santidade infinita de Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem . Ao império de Nossa Senhora está submetido tudo o que existe abaixo de Deus. Tudo quanto é meramente humano se desfaz com o tempo. Pelo contrário, o que é de Nossa Senhora, por ser Ela cheia de graça, permanece. Unindo-nos assim à Virgem Santíssima, nossos atos podem frutificar por tempo indeterminado, podem produzir conseqüências boas até o fim cio mundo. Podemos ter a esperança de que, praticando bem e fielmente a devoção verdadeira a Nossa Senhora, Ela nos comunicará o seu espírito e a sua alma, donde efeitos maravilhosos se realizarão em nós e por meio de nós.
Comlições para conhecei' a Santíssima Vfrgem Ainda no Tratado da Verdadeira Devoção, São Luís Grignion de Montfort fala das condições para o conheciCATOLICISMO
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mento da Santíssima Virgem . Segundo ele, a pessoa deve procurar primeiro limpar-se cio espírito do mundo. Mas, como em nossa época o espírito que o mundo adotou é um espírito revolucionário, é preciso primeiramente procurar desfazer-se da mentalidade da Revolução universal, para que Nossa Senhora nos comunique seu entendimento das coisas, condição prévia para depois a amarmos, porque o reto amor nasce do reto conhecimento. Só quando se conheceu bem é que se ama retamente. E à medida que se ama, o próprio amor leva a querer conhecer mais, como que empurra a alma nas vias cio conhecimento. Portanto, o primeiro passo, depoi s da " limpeza preliminar" da alma, é conhecer bem Nossa Senhora. E São Luís indica as condições. A primeira condição é, desde logo, a oração. Mas ele especifica: Para este caso, não é qualquer oração, ela necessita ter como objetivo pedir o conhecimento da Santíssima Virgem. É uma altíssima graça a se pedir a Deus Nosso Senhor. Rogar ao Divino Espírito Santo - do qual exatamente partem as graças - que nos torne aptos a conhecer bem Nossa Senhora, a Esposa do Divino Espírito Santo. 2
Os doze emblemas da Santíssima Vil'gem A fim de conhecermos bem e cada vez mais profundamente Nossa Senhora , trataremos aqui de seus emblemas, em continuação ao que aqui publicamos há dois anos, em nosso artigo sobre as prefiguras d 'Ela ao longo da História. Da palavra "emblema" proveio o adjetivo "emblemático". Deriva do latim (emblema, atis), que o tomou do grego (emblema, atos), 3 encerrando uma idéia geralmente moral, apresentada através de .um ser vivo ou objeto concreto. Exemplo de emblema pode-se notar no hino da Hora Prima, do Pequeno O.fteio da Imaculada Conceição:
"Salve, prudente Virgem, destinada Para dar ao Senhor digna morada. Com as sete colunas da Escritura,
Madona do Monto Protetor
Do templo a mesa ornou-Vos em figura. Fostes livre do mal que o mundo espanta, E no seio materno, sempre santa. Porta dos Santos: Eva, rnãe da vida. Estrela de Jacó aparecida. Sois armado esquadrão contra Luzbel; Sede amparo e refúgio à grei.fiel". As expressões "sete colunas " e "estrela de Jacó " são emblemáticas da Santíssima Virgem.
Dil'erença entre preligura e emblema Por uma série de acontecimentos, episódios, etc., a Provi dência foi fazendo aparecer ao longo da História personagens femininas que apresentassem traços d' Aquela de quem Ele haveria de nascer. São as prefiguras . Por meio de sucessivas apresentações, Deus forneceu, de um lado, os elementos para que nas p1·efigurns as pessoas retas fossem entrevendo a magnitude e a beleza de Nossa Senhora. De outro lado, aquelas prefiguras davam ensejo a que essas pessoas praticassem as virtudes de louvor, admiração, gratidão e imitação, e de alguma forma cultuassem antecipadamente a futura Mãe de Deus. A par disto, os emblemas - seres vivos ou objetos concretos-, na medida em que foram surgindo, permitiam que as almas elevadas também fossem percebendo as sublimes funções que Nossa Senhora haveria de exercer, e realmente exerce para sempre. Os doze principais emblemas abaixo comentados relacionados em itens numerados com algarismos romanos - são simbolizados pelas doze estrelas que circundavam a fronte da Santíssima Virgem, vistas por São João Evangelista. Eles formam como que o diadema ao redor de sua formosa e radiante fronte. Diz São João: "Apareceu em seguida um grande sinal no Céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas"(Apoc. 12,1).
Se Deus pôs tanto esmero e dispensou tantas riquezas, para a habitação do mero homem, seu filho pela graça, quanto cuidado não deveria pôr, e que riquezas não deveria dispor, para a morada do Homem-Deus, seu Filho por natureza?! Maria Santíssima é chamada "o Paraíso da Encarnação". 5
a) Semelhanças do Paraíso Terrestre Especifiquemos algumas semelhanças do Paraíso Terrestre com a Santíssima Virgem. 1. Flores - O Paraíso Terrestre era adornado por formosíssimas flores, símbolos de virtudes da Virgem Santíssima: Lírio -> pureza ; Violeta -> humildade; Rosa -> ardentíssimo amor de Deus e do próximo.
I - O Paraíso 1'e1Testl'e Um dos autores que tratam do assunto4 reuniu mais de cem aspectos de semelhança de Nossa Senhora com o Paraíso Terrestre, extraídos dos Padres da Igreja. O Paraíso terrestre (Éden) é o jardim delicioso dado por Deus como morada a Adão e Eva, no momento de sua criação. O Gênesis assim o descreve: "O Senhor Deus plantou um jardim no Éden, e pôs ali o homem que tinha formado. E fez germinar do solo todo tipo de árvores - formosas para se ver, e de frutos doces para se comer - entre as quais estavam a árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal. E, para regar o jardim, brotava desse lugar um rio que se dividia em quatro braços: o primeiro se chamava Fison; o segundo, Gion; o terceiro, Tigre; o quarto, Eufrates" (Gen. 2,8).
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2. Frutos das árvores do Paraíso - De modo seme lhante re presenta m os frutos do Es pírito Santo, que co m abundância se e ncontram na Santíssima Virgem. Nosso Senhor Jesus C ri sto, a verdadeira árvo re da vida, nasce u da Santíssima Virgem, como aquela nasceu da terra, e po r E la foi alimentado e fe ito c rescer.
3. Rio do Paraíso, dividido e m quatro braços que o irri gavam - Um "rio de graças " inundo u a alma de Nossa Senhora, fazendo brotar flores de virtudes e frutos de boas obras. As graças concedidas po r De us a Nossa Senhora, desde o seu prime iro in sta nte, superarão as graças concedid as a todos os ho me ns juntos, até o fin a l da criação. /1 - A arca cle Noé A a rca foi o rde nada por De us e construída por Noé (cerca do ano 2348 a.C.) para sa lva r o gêne ro hum ano, no dilúvi o. D e modo semelha nte, Mari a Santíssima fo i pré-ordenada e criada para ser a co- redentora dos home ns.
1. O dilúvi o subme rg iu tudo, ho me ns e animais. Somente a a rca do justo Noé sa lvou-se, e po r me io de la o gêne ro humano. O "dilúvio" unive rsa l do pecado o ri ginal e nvo lveu todos os ho me ns. Apenas M ari a Santíssima - arca mística, que deveri a levar o novo Noé - ficou imune, pe rmanecendo imac ulada. E po r meio d'Ela salvo u-se a "fa míli a humana". 2. Na a rca sa lvara m-se a nim ais de todas as espéc ies. Po r me io de N ossa Senhora, verdadeira M ãe de Mi sericórdi a e refú gio dos pecadores, os pecado res de todas as es péc ies - simbolizados nos dive rsos animais - se convertem e se salva m.
4. Houv e um a inund ação contínua pe la s ág uas, durante qua re nta dias, levando a a rca de N oé. As águas do dilúvio podem ser comparadas às graças espirituais. Ass im , ao lo ngo dos tempos, ig ualme nte ex iste um contínuo crescendo de graças espiritu ais, obtidas pe los verdade iros fiéis por me io dos sacra me ntos e das boas obras, a ume nta ndo cada vez ma is a devoção à Santíssima Virgem.
5. Com a inundação, a arca se elevou conti nu amente da te rra. O que corresponde ao con-
A Virgem Branca de Toledo
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tínuo despre ndime nto de Nossa Senhora e m re lação às co isas terre nas. 6. A altura vertiginosa que a arca atingiu (q uin ze côvados sobre o c ume das montanhas mai s altas) equiv ale ao á pice de sa ntidade de Ma ri a Santíssima, inco mparavelme nte supe ri o r à dos maio res santos. 7. Fora da arca não ho uve sa lvação, senão afogamento. Fora de Nossa Senhora - que está sempre junto de Nosso Senhor Jes us C ri sto, causa de nossa R ede nção, e subordinada a Ele - não há sa lvação, e s im condenação ete rna.
/li - A f}Olllba (/0 <liltívio As ág uas do dilúvio inundara m a Terra dura nte 150 dias. Então leva nto u-se um vento impe tuoso e as águas começaram a diminuir, de mane ira que no primeiro dia do déc im o mês apareceu o c ume das mo ntanhas. Quare nta dias depo is, Noé abriu a jane la e e nv io u um corv o . M as este não voltou. Enviou um a po mba, para saber se a terra j á estava seca. M as esta, não e ncontrando o nde pou sar, vo lto u à a rca. Sete di as depo is, Noé e nvi o u nova me nte a po mba e esta regresso u à tarde, trazendo no bico um ramo de o live ira . Noé com preende u qu e as ág uas havi a m baixado, e ass im podi a sa ir com toda sua fa míli a. Em Ma ria Santíssima e ncontram -se admirav e lm e nte todas as caracte rísticas da po mba: ca ndura da pureza, ternura da voz, afeição à soledade, doçura do o lha r - manifestando fid e lidade, modéstia e sac rifíc io; seus pés nun ca po usa m sobre imun dície. Pelo que, saída do ninho, se não tem o nde pousar, vo lta a e le; ha rm o ni osa nas formas, se mpre se ap resenta co m um a indefinív e l e atrae nte be leza.
1. Candura da pureza - E m Nossa Senhora, essa ca ndura está e levada ao grau máx imo. Imune da c ulpa original, n'Ela não ho uve tampouco a mínima manc ha da c ulpa atual o u de impe rfe ição. Seus pés como os da po mba - não po usara m nunca sobre as " imundícies da te rra" ( impureza, fa lsidade, ganâ ncia, orgulho). Nossa Senhora é a Sede da Sabedoria: nenhuma ma nc ha pôde ins inua r-se n'Ela, po rque a Virgem Santíssima é irrad iação límpida da g ló ri a do Todo-Poderoso; é uma efusão da luz eterna, um espe lho sem mancha da ativi dade de Deus e uma image m da sua bondade ;
E la é que forma os amigos e os inté rpretes de De us, po rque o C ri ado r so me nte ama a qu e m vive co m a sabedori a. E la é, com efeito, mai s be la que o so l e ultrapassa o conjunto dos astros; se a compararmos com a luz do di a, Ela é supe rior, po rque à lu z sucede a noite, mas contra E la o mal não prevalece (Sab. 7, 25-30).(6)
2. Doçura de voz - A " voz" da pomba é um gemido, como uma lame ntação. A voz de Nossa Senhora, quando fala a seu Divino Filho sobre os pecadores, é uma ma nifestação de compa ixão mate rna pelas nossas mi séri as, efeito da frág il humanidade. Exemplo da doçura de sua voz se e nco ntra nas bodas de Ca ná.
Ire as nuvens, e quando ele aparece,; recordar-rne-á da aliança que vos prorneti, e não voltarão mais as águas do dilúvio a destruir toda a terra" (Gen. 9, 9- 13). 1. O arco-íri s é um gracioso fenômeno. Segundo a ciência, é produzido pelos raios do sol que, atravessando as nuve ns densas de vapor de ág ua, se decompõem em suas cores simples. Anuncia o fim da tempestade e o começo da serenidade. Ora, a presença de Mari a Santíss ima e m qualquer lugar da
3. Atração para a soledade - A Virgem Santíssima vive u se mpre oculta. Aos três anos de idade se recolhe u ao Templo, e lá pe rmaneceu até quando sa iu para desposar São José. Em todos os seus atos teve sempre o esp írito de recolhime nto, de modo a faze r de seu coração um templo pe re ne de Deus. 4. Doçura do olhar - Seus o lhos foram c he ios de simpli c idade e modéstia. Nela transpareceu sempre um vivo refl exo da doçura da fe li cidade celeste.
5. Harmonia nos traços fisionômicos - Nossa Senhora possui uma harmo ni a de traços fi s io nô micos e mora is que atrai , fascina e a rre bata - confo rme o caso, amed ro nta! aque les que A conte mpl a m. 6. Ramo de oli veira - A po mba regressou co m um ramo de o live ira indica ndo que as ág uas hav iam baix ado. M aria Santíssima foi , para o mundo s ubme rso no pecado, o "ra mo de olive ira", sím bo lo do fim do dilúvio espiritual e da aproxim ação da reconc ili ação do Céu com a Terra. Ou sej a, de Deus com os hom e ns .
TV - Arco-íris O prime iro alo de Noé, após sair da a rca, foi construir um a ltar e oferecer um sacrifíc io a Deus, pois era ho me m justo. "Justo", na Sagrada Escritura, exprime retidão no agir ou no procede r. Este ato de homenagem e gratidão agrado u mui to ao Senho r. Em compensação, ele fez a promessa a Noé: "Eu não amaldiçoarei m.ais a Terra em ra-
zão da maldade dos homens. Não mais enviarei, pois, açoite sobre os viven tes como fi z ago ra. Em nenhuma parte do mundo faltará a sernen te e o mel, o .fi'io e o calo,; o verão e o inverno, a noite e o dia" (Gen . 8, 2 1-22). Abençoou Noé e seus filh os, dizendo : "Crescei e rnultiplicai-vos, enchei toda a Terra, exercei vosso domínio sobre todos os animais. Eis que estabeleço uma aliança convosco, e este é o sinal de que haverá entre mim e vós, e toda alma viva de geração em geração: Porei m.eu arco enMAl02008 -
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. . . t:-. :_:_ ;~;~tl:i:.~,\ . Terra an unc ia o fim da "tempestade" de castigos, susc itada pelos pecados, e o começo de um tempo bom que nunca haveria de ser alterado. 2. O arco-íri s é como um arco cintilante que une a Terra ao Céu. Nossa Senhora é um "arco" de iri sações divinas. Reconci li ou a Terra com o Céu, o home m com Deus, o abismo da miséria com o abis mo de misericórdia. 3. O arco-íris aparece entre as nuvens, e é uma recordação de Deus e da promessa que Ele fez de não mais exterminar o gênero humano. Nossa Senhora torna Deus presente aos homens, mesmo quando as " nuvens" do pecado se condensam sobre o mundo. Sua íntima aliança com a humanidade pecadora foi assegurada mediante a sua co-redenção. 4 . Após a tempestade, o arco-íris, com a variedade e o brilho de suas cores, repousa o olhar de quem o contemp la. Com a variedade e o esple ndor de suas virtudes, Maria Santíssima regala o "olhar" da alma que A contempla, atrai o coração, eleva o espírito às cons iderações das verdades transcendentais e leva a pessoa a abandonar e a detestar o pecado e o vício. 5. O arco-íris brilha com as sete cores básicas de que se compõe a luz. Nossa Senhora resplandece com os sete dons do Espírito Santo, prodigalizados a Ela por Deus com verdadeira munificência.
V - A escada de Jacó 7 Jacó, temendo a vingança de Esaú, fu giu para a Mesopotâmia, indo à casa de Labão, seu tio. À tarde, chegou muito cansado a uma c idade chamada Lusa. Para descansar um pouco, deitou-se sobre a terra, apoiando sua cabeça sobre uma pedra. Em sonho teve uma misteriosa visão. Pareceu-lhe ver uma escada que, da Terra, chegava até o Céu. Deus estava no alto da escada e o lhava os anjos que desciam e subi am. Foi -lhe revelado que aquele era o Senhor, Deus de Abraão e de Isaac, o qual lhe deu por herança, para e le e para seus descendentes, aq ue la terra sobre a qual descansava, e assegurou-lhe uma posteridade incontável, na qual seriam abençoadas todas as nações, garantindo protegê-lo sempre e condu zi-lo de novo à terra de Canaã. Quando aco rdou, Jacó abe nçoou a pedra , erigi ndo-a como um monumento. E -
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fez um voto tríplice: a) ho nrar a Deus sempre mais do que tinha fe ito até então; b) dar àq ue la pedra e àq uele luga r o nome de "Casa de Deus"; e) oferecer ao Senhor a décima parte de todos os bens que d'Ele havia receb ido .
l. A Escada toca com uma extre midade a Terra, e com a outra o Céu. Maria Santíssima, enquanto pura criatura, por um lado toca a Terra. E por outro lado toca o Céu, visto que Deus A fez sua Mãe, e levando-A a uma dignidade que A liga ao infinito. 2. A Escada de Jacó uni a a Terra ao Céu. Maria Santíssima, como Med iane ira Universal, uniu a Terra ao Céu, o mundo visível ao invisível , as coisas terrenas às celestes. 3. Com a escada facilmente se sobe ao alto. Com Nossa Senhora e com o auxílio da devoção a Ela, sobe-se faci lmente ao Céu.
VI - Sarça a1·dente 8 Após muito tempo na corte do Faraó, M oisés deu-se conta de que se tramava algo contra ele. Deixou então o Egito e se reti rou para M adian. Casou-se com uma das filhas de Jetro e se dedicou ao pastoreio de suas ovelhas. Certo dia, conduzindo o rebanho, chegou perto do "M onte de Deus", como era chamado o Monte Sinai . Ali um Anjo do Senhor lhe apareceu em meio a um arbusto em chamas. Moisés observou que, apesar das chamas, o arbusto não se consumia. Ao se aprox imar para esclarecer o fenôme no de um arbusto que ard ia sem se consumir, ouviu a voz cio Senhor: "Moisés, Moisés!". Eis-me aqui, respondeu. " Não te aproximes daqui.
Retira os pés das sandálias, porque a terra que pisas é santa. Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó" (Ex 3, 4-6). 1. A sarça ardia sem se consumir. M aria Santíssima concebeu e deu à luz o Homem-Deus sem se despojar de sua virgindade. 2. Na sarça ardente estava Deus. Em Maria Santíssima, no seu puríssimo seio, estava o Homem-Deus. 3. Deus mandou que Moi sés retirasse as sandálias em sinal de humildade e respeito ao apro-
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ximar-se da sarça. Com vivos sentimentos de respeito e hu mildade devem os homens acercar-se da Mãe de Deus. 4. Somente após se aproximar da sarça arde nte é que Moi sés recebeu a autoridade e a capacidade para vencer os opressores do povo ele ito. Somente ap rox imando-se de Nossa Senhora é que os chefes do povo católico poderão vencer os inimigos e os opressores d a verdadeira Igreja e da C ri standade. Em outras palavras, essa é a condição para os verdadeiros católicos desfazerem as tramas diabóli cas e vencerem os promotores da Revolução gnóstica e igualitária, como demon strou o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em sua conhecida obra
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da Terra, foi inundada, desde o prime iro instante de sua ex istência, do "orvalho" da graça divina, enquanto as demai s cri aturas estavam "secas" devido à culpa orig inal e atua l. 4. O manto de Gedeão fo i o estanda rte da vitória. O mesmo se pode di zer de Nossa Sen hora, mãe d' Aquele que d isse: "Tende co11fiança, Eu venci o mundo! " (Jn , 16,33).
5. O manto de Gedeão, "embora provenienle do corpo, desconhece as suas paixões" (São Jerônimo). Maria Santíssima, sendo de carne humana como as de mais pessoas, não teve nenhuma das debilidades da carne.
Revolução e Contra-Revolução. VII - Mallto <le Ge<lcão 9 Por volta cio ano 1285 a.C., Débora, Barac e Jael (Juízes, 4 a 6) - que mataram o genera l Sísara - libertaram o povo eleito do domínio cios cananeus. Mas, por causa de suas reiteradas prevaricações, o povo eleito foi novamente entregue por Deus ao jugo, desta vez cios madianitas. Porém, tendo-se de novo arrependido com coração contrito, Deus encarregou Gedeão da missão de destruir o altar de Baal, erigido na cidade de nome Ofra, e de libertar o povo eleito da opressão dos madianitas, estabelec idos nas planícies de Jezrael. Sendo de caráter tímido e vac il ante, 10 Gedeão pediu dois prodígios como prova de que Deus iria lhe conceder a vitória sobre os inimigos. O primeiro consistiria em e le colocar um manto de lã ao re lento, durante a noite. Se o manto ficasse coberto de orva lho e a terra permanecesse seca ao redor dele, Gedeão estaria seguro de que Deus queria libertar lsrael por intermédio dele. Assim se fez. Na manhã seguinte, ao espremer o manto, encheu-se um barril com o orva lho. O segundo prodígio pedido por Gedeão foi o contrá ri o: que, co locado novamente ao re lento durante a noite, apenas o manto permanecesse seco, e molhado tudo ao redor dele. De fato, na manhã seguinte isso se cumpriu . Garantido com ta is sinais, Gedeão, com apenas 300 guerreiros esco lhi dos, derrotou o ini migo, prendeu dois príncipes madianitas e os matou. 1. O manto de Gedeão era de um tecido fe ito de pele, coberto por uma lã branca sem mancha. Nossa Sen hora era a candura e m pessoa: nos pensamentos, nos afetos, nas palavras e nas ações.
2. O o rva lho cio céu caiu sobre o manto de Gedeão. Sobre a Santíssima Virgem baixou, como dádiva de nosso resgate, o Verbo de Deus como "uma chuva
sobre o manto ". 3. O manto ficou todo embebido do orvalho, enquanto tudo ao redor dele permaneceu seco. Somente Nossa Senhora, entre todas as cri aturas
Mater Admirabilis
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VIII -A Arca· da A/ia11ça 11 1. Na Ladainha Lauretana invoca-se: "Foede ris arca" (Arca da ali a nça). Indi ca bem a síntese da missão única de Nossa Senho ra: a) quanto a Deus, mate rnidade divina; b) quanto aos homens, medianeira universal; c) e quanto a Si mes ma - Rai nha do Céu e da Terra. 2. A arca continha: a) as Tábuas da Lei; b) um vaso de ouro c he io de maná; c) a vara - que floresceu - de Aarão. Nossa Senhora conteve: a) o Autor da Lei; b) o Pão Vivo descido do Céu, simboli zado pelo maná; c) Aquele que instituiu o sacerdócio etern o, s imbo li zado pela vara de Aarão.
3. A Arca da Aliança era construída com madeira incorruptíve l. É a representação da dignidade esplendorosa da Sa ntíssima Virgem. E la nunca esteve suje ita à corrupção moral nem física. Imune da corrupção moral, posto que não fo i manchada pela c ulpa origin al nem pela c ulpa atual. Imune de toda corrupção fís ica, porque permaneceu se mp re virgem, embora sendo mãe, e escapou da corrupção do sepul c ro devido à sua g lo ri osa Assunção. 4. A a rca era toda revestida, por dentro e por fora , de o uro puríssimo. Nossa Senhora estava revestida do "ouro puríss imo" de uma ardente caridade para co m Deus e para com o próximo. 5. Para ser transportada, a Arca da Alia nça tinha nos pés quatro asas de o uro. Nossa Senhora teve, de modo todo sin gula r, as quatro virtudes cardeais - às quais se reduzem todas as virtudes morais - de forma a lhe ser fac ílimo ascender ao mais alto cume da perfeição.
IX - 1'emJJI0 ele Salomão 12 A idé ia e a preparação de um templo para a Arca da Aliança fo ram de David. E le hav ia designado, no monte Mória, uma á rea para a construção. Preparou os materiais (o uro, prata, ferro, etc.), designou os construto res e idea li zo u os planos para a ed ifi cação. Mas David , como castigo por seu pecado de ad ultério, não fo i adm itido co mo executo r desse nobre e mpreendime nto. Tão grande honra foi reservada a seu
Maria Auxiliadora
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filho Salomão. Este, desde o início de seu re inado, inic io u a construção do templo. Tomou como modelo o tabernáculo fe ito por Moisés sob a o ri e ntação de Deus. Dizia Salomão: "Quem.
poderá pois edi:ficar um.a casa digna d'Ele ? Se o Céu e os Céus do Céu não O podem. conte,; quen·1. sou eu que possa edi:ficar- lhe uma casa?". 13 Duzentos mil artesãos e operários trabalharam durante sete anos contínuos. Tudo ne le era maravilhoso, tanto no conjunto quanto nos detalhes. Nada hav ia que não estivesse coberto de o uro. Dir-se-ia uma "casa de o uro". As mais preciosas pedras o adornava m. Era o encanto de quem o visitava, e a g lória de Salomão e de toda a Palestina. Há várias analog ias entre o Templo de Salomão e a Santíssima Virgem. Nas lada inhas do Peru ex iste até mesmo a invocação de Nossa Senhora como "Temp lo de Salomão".
L Desde o iníc io do seu re inado, Salomão se dedicou à construção do templo. Deus, desde toda a eternidade - e ao lo ngo dos séc ul os - preparou o "templ o místi~';"'" co", no qual have ri a de habitar seu divino Filho.
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2. Em razão da infinita grandeza daquele que deveria hab itá- lo, Salomão construiu um templo g rand ioso. Ig ua lmente, em razão da infinita majestade de Nosso Senhor Jesus C ri sto, o "ed ifíc io esp iritual" que Ele iria hab ita r deveria ter proporções grandi osas.
3. O Templo de Sa lo mão era todo revestido de o uro e pedras preciosas. Maria Sa ntíssim a é toda revestida do mais puro ouro da caridade para com Deus e o próximo, e de pedras preciosas das mais ex uberantes virtudes, dons e privilégios, verdadeira obra-prima de Deus. 4. O Templo de Salomão causava sobressa lto e adm iração em quem o visitava, tanto que - confo rme comentário do grande exegeta Corné li o a Lápide (I[[ Reg., X) - a rainha de Sab,í o denominou "novo milagre do universo". Nossa Senhora fo i - e sempre será, no decorrer dos sécu los - objeto da mais a lta adm iração de quem A contemp la, estuda e tem verdadeira devoção para com E la: "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada", diz E la noMagnificat. 5. O templo fo i a g ló ria de Salomão e de toda a Palestina. M a ri a Santíssima, templo místico, foi e será a g ló ri a de Deus, da Igreja e cios verdadeiros católicos.
X - 1'ol"'l'C de David 14 Após derrotar os jebuseus e tomar Jerusalém, David a e mbelezou e fo rtificou , de modo que ela passou a se c hamar "a cidade de David". Para segurança contra represálias dos ve ncidos e incursões das nações vizinhas, ele erigiu num lugar abrupto e sobre os precipícios do monte Sião uma torre alta e muito sólida, chamada "Torre de David". Ela era recoberta com os escudos de seus melhores g uerre iros. "Mil escudos pendem dela: toda armadura dos fortes" (Can, 4,4 ). Os raios do sol batiam sobre essas armas de ferro e as fazia m brilhar de modo a ofuscar a vista e infundir um sagrado terror aos inimigos do povo eleito. O divino Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo - de quem David era uma prefigura - erigiu na Igreja uma verdadeira torre: a Santíssima Virgem. A Torre de David tinha três finalidades: a) Adorno para a cidade: por isso era belíssima; b) Servir de refúgio contra ataques dos inimigos; c) Servir para defesa contra os mesmos ataq ues: por isso era muito alta. Maria Santíssima: a) E m primeiro lugar, é uma "torre" belíssima, o adorno mais formoso de toda a Igreja (igreja militante, igreja padecente e, inclusive, para a igreja triunfante); b) Em segundo lugar, é uma "torre" altíssima, porque com a graça, com suas virtudes e com seus méritos, elevo u-se acima de todos o "edifícios", ou seja, ac ima de todos os santos e anjos; c) Terceiro, constitui urna "torre" fortíssima, refúgio seguro de quem a E la recorre contra os seus inimigos: o mundo, o demônio e a carne. Com efeito, aqueles que a E la recorreram sempre obtiveram vitória.
XI - A 1wvem 15 (também: Fonte selada) M aria Santíssima é simbolizada ainda por duas nuvens: a descrita pelo profeta Isaías e a nuvem vista pelo servo de Santo Elias. O profeta Isaías (19, 1): "Mensagem sobre o Egito.
Eis o que diz o Senhor, cavalgando uma nuvem célere: Entra no Egito; à sua chegada, ruem os ídolos do Egito, e o coração dos egípcios desfalece-lhes no peito. Açularei egípcios contra egípcios, e uns se defrontarão contra outros, homem contra homem, cidade contra cidade, reino contra reino. Confundi r- se-á entre eles a mente dos egípcios, e os privarei de conselho, por mais que recorram aos ídolos e aos feiticeiros, aos nigromantes e aos adivinhos". 16 Sobre a nuvem vista pelo servo de Santo Elias, narra a Sagrada Escritura: Ha-
via uma grande fome na Samaria. Elias subiu ao cume do Monte Carmelo e, prostrando-se por terra, pôs seu rosto entre os joelhos. E disse a seu servo: sai e olha para o lado do mar. Ele saiu, e depois de ter olhado, disse: não vejo
nada. Elias, então: volte por sete vezes. O servo obedeceu, e na sétima vez viu uma pequena nuvem, do tamanho do rasto de um homem, que subia do mw: Pouco a pouco o céu se escureceu, e se seguiu uma grande chuva. 17 1. A nuvem é composta de vapor conde nsado, suspenso na at mosfera. O vento a leva de um ponto para o utro do céu. Embora revestida do peso da carne, a Santíssima Virgem não o sentiu e, como uma nuvem ligeira, fo i movida co m toda facilidade pelo espírito de Deus . Reproduzindo trecho da Sagrada Escritura, afirma santo Ambrósio: "Eis que o Senhor
vem sentado numa nuvem ligeira". 2. A nuvem passa sobre o horizonte sem se poluir com as sujeiras da terra. Maria Santíssima passou sobre a terra sem roçar nas baixezas terrenas. 3. A nuve m cobre co m sua somb ra o que está embaixo. Nossa Sen hora cobre com a sua proteção a todos seus verdadeiros devotos. Nossa Senhora de Chartres
4. A nuvem faz cair a chuva sobre a terra seca e a torna fecunda. Nossa Senhora, consentindo livremente na Redenção, fez vir a "chuva" da graça divina sobre a Terra tornada árida por causa cio pecado, e a fez sobrenaturalmente fecunda.
A l'<mte selada A "fonte selada" era a fonte que estava próxima ao sul de Jerusalém. Através de condutos subterrâneos, essa fonte abastec ia de água a cidade de Jerusalém e os grandes reservatórios construídos por Salomão ao redor de seu palácio. Sobre a Santíssima Virgem, São Jerônimo tece o seguinte comentário: "Fonte privilegiada pelo selo da adorável Trin-
dade, donde nasceu o rio da vida sem sequer romper a barreira virginal" (Epist. ad Paul. et Eust.). Considerando que Jerusalém era o símbolo ela Cidade Eterna - ou seja, do Céu - pode-se conjeturar o papel de Nossa Senhora, inclusive na bem-aventurança eterna.
XII - O trnno de Sa/omão 18 (oujardimfechado) "Fez mais o rei Salomão um grande trono de marfim, e guarneceu-o de ouro muito amarelo, o qual tinha seis degraus; e o
alto do trono era redondo pelo espaldar; e dois braços, um de um lado e outro de outro, sustinham o assento; e havia dois leões junto de cada braço. E doze leõezinhos postos sobre os seis degraus, de uma parte e de outra; não se fez obra semelhante em nenhum outro reino do mundo" (III Reis, 10, 18-20). A Santíssima Virgem foi o trono vivo, temporal, quando o Verbo desceu do trono eterno; foi também quando, ao nascer, o Menino Jesus repousou nos braços d'Ela; foi nesse trono que Nossa Senhora O apresentou para adoração a São José, aos Reis Magos, aos pastores e aos animais que O foram ver; foi ainda depois da crucifixão, ao ser preparado para o sepulcro.
l. O trono de Salomão era de marfim. Ou seja, de substância óssea, alva, consistente e preciosa. Nossa Senhora foi o que a Terra teve de mais precioso, puro e consistente. 2. O marfim do trono era recoberto de uma camada de ouro finíssimo. Nossa Senhora possuía uma ardentíssima caridade para com Deus, simbolizada pelo ouro, para com o próximo, representada pelo marfim. 3. Os degraus do trono estavam circundados por doze leõezinhos, simbolizando a fortaleza e a proteção. Maria Santíssima era circundada por uma proteção divina inteiramente particular. Segundo abalizados autores, Ela dispunha constantemente de mil anjos, de todos os coros angélicos.
O Jardim fechado Após o pecado, Deus expulsou Adão e Eva do Paraíso, o jardim de delícias. E diante dele colocou um anjo brandindo uma espada de fogo. 18 Maria Santíssima, a antítese de Eva, é também poeticamente chamada de "Jardim fechado" . De fato, em seu seio, por obra do Espírito Santo, germinou a semente divina. E o anúncio desse milagre, de sua maternidade virginal, foi-lhe dado por um anjo. Agora é um anjo que, como mensageiro do Altíssimo, se curva diante da mulher bendita entre todas, da predestinada a ser Mãe do Salvador. Abre-se o mais belo dos "jardins fechados" e um novo Paraíso desponta para a humanidade. Ricardo de São Lourenço comenta (no De laud. B .V.):
"Jardim onde a serpente sedutora não pode se introduzir, como outrora no paraíso terrestre ". E São Jerônimo observa (na Epist. ad Paul.): "Jardim tão cuidadosamente fe chado, que jamais receará ser profanado". O penúltimo versículo do livro Cântico dos Cânticos, do Antigo Testamento, termina com a seguinte exclamação, muito cheia de significado: "Faze-me ouvir a tua voz" (Fac me au-
dire vocem tuam).
Maria Santíssima, ,wssa advogada e nossa mãe Nossa Senhora conhece individualmente cada um de nós. De maneira tal que, na multidão de pessoas ao longo dos séculos,
Virgem da Encina, Jaén (Espanha)
Ela acompanha solícita cada uma em particular. Foi por causa do pedido d'Ela que cada um de nós pôde ser batizado, conhecer a Igreja Católica, receber os sacramentos, obter a devoção a Ela e ser fiel em meio a essa tormenta pela qual a Igreja Católica passa de modo dramático em nossos dias. Pelo favor d'Ela, se o desejarmos de fato, alcança.remos o Céu. Esta é uma importante missão da Virgem Santíssima como nossa mãe e nossa advoga.da.. Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela é também mãe de todos aqueles que nasceram para a graça de seu Divino Filho. É igualmente enquanto advoga.da. que Ela se tornou mãe inclusive dos pecadores. É sabido que a mãe não tem o papel de julgar, ela é naturalmente advoga.da. do filho. E por mais miserável que este seja, mais imundo, mais asqueroso, a mãe o perdoa e pede a Deus que o indulte também. A mãe será solidária. com o filho até quando o pai o abomine completamente. A Sagrada Escritura afirma:
"A bênção de um pai constrói uma casa, e a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces!" (Ecl. 3, 11). Ou seja, quando um homem chega a ser amaldiçoado por sua mãe, acabou-se! Mas Nossa Senhora é a mãe supremamente boa. Perante as chagas de Nosso Senhor, ocasionadas em parte pelos pecados de cada um de nós, Ela intercedeu junto a Deus por nós. E assim cada um de nós foi perdoado. Por meio de Nossa Senhora Deus veio a nós no nascimento; foi por meio d'Ela. que Deus veio a nós por ocasião da Paixão, no momento da Redenção! 1 so explica que, após a morte de Nosso Senhor, sua Mãe Santí sima tenha continuado a ser a grande intermediária entre Deus e os homens. São Pedro cometeu um pecado horroro o, quando abandonou Nosso Senhor no Horto das Oliveira . Depois O negou três vezes! ... O galo cantou, Nosso Senhor olhou-o, ele começou a chorar e fugiu. Dizem alguns estudio os que ele foi então procurar Nossa Senhora. Ela apiedou-se do chefe do Colégio Apostólico e obteve-lhe o perdão. Ele não se desesperou, e se salvou. A tal ponto chega a misericórdi a d 'Ela, que teólogos afirmam que até Judas o mercador péssimo, o traidor por antonomásia - , caso se tivesse refugiado junto a Nossa Senhora, Ela o teria recebido com toda a bondade, e obtido o perdão para seu pecado imenso. Mas ele recu ou todas as graças e se enforcou, precipitando-se assim no Inferno: "Ai daquele homem por quem o Filho do Homem é tra(do! Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido!" (Mt 26, 24). Aqueles que e voltam para a Virgem Santíssima recebem tudo. Quem não pr cede assim, arrisca-se seriamente a não receber nada. Nos a Senhora é a "Porta do Céu", pela qual as pessoas conseguem a graças. Através d'Ela nossas orações chegam a Deus. Quanto mai estivermos unidos a Ela, mais facilidade teremos para praticar a vi1tude e nos tornarmos agradáveis a Deus. Segundo São Luís Grignion de Montfort, magníficas transformações operam- e nas pessoas que praticam a verdadeira devoção à Santíssima. Virgem. Adquirem capacidade de compreensão das coisas sobrenaturais, força extraordinária de vontade para lutar, potência de ação e fé valorosa., tomando-se capazes de derrotar a grande apostasia. dos inimigos de Deus. Quando Nossa Senhora profetizou em Fátima os castigos
para a humanidade - revelando até que várias nações irão desaparecer - , anunciou ao mesmo tempo seu triunfo final. Peçamos-lhe que, em relação a cada um de nós, conceda a graça que obteve para São Pedro, vencendo nossas dificuldades e aniquilando nossas maldades. Enfim, que o coração d 'Ela triunfe em nós, e que se realize logo sua promessa em relação ao mundo contemporâneo! • E-rnail para o autor: catolic is rno @catolic ismo.com.br
Notas: 1. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, cap. VII, art. 5, Editora Vozes Ltda., Petrópolis, 6" ed., 1961. 2. Este estudo tomou como base explicitações feitas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 4-4-92 e 25-4-94, comentando o livro Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 3. Antonio Cândido da Cunha, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Nova Fronteira, SP, I' edição, 1982. 4 . Hippolito Marracci , Polyanthea mariana , Editio novi ss ima, Coloniae Agrippinae, 171 O. 5. Gabriel Maria Roschini , O.S.M ., La Madre de Dios, Vol. 1 - Singular misión de María. 6. Livro da Sabedoria, 7, 24-30- "Porque a sabedoria é mais ativa que todas as coisas ágeis e atinge tudo por causa de sua pureza; ela é uma exalação do poder de Deus e uma como pura emanação da claridade de Deus onipotente, e por isso não se pode encontrar nela a menor impureza; porque ela é o clarão da luz eterna, o espelho sem mácula da majestade de Deus e a imagem da sua bondade; sendo uma só, pode tudo; permanecendo em si mesma, renova todas as coisas; através das gerações, transfunde-se nas almas santas e forma os amigos de Deus e os profetas; porque Deus somente ama aquele que habita com a sabedoria; ela é mais formo sa do que o sol, e do que todas as constelações das estrelas: comparada com a luz, ela vence; Porque à luz sucede a noite, mas a malíci a nada pode contra a sabedoria". 7.Gen.27,41;28, 11-15. 8. Ex 3, 1-11. 9. Juízes, 6,36-40. O fato hi stórico ocorreu por volta do ano 1245 a.C. 10. Roschini, op. cit., vol. I. 11. Ex., 25, 10-16, Época: 1491 a.e. 12. Ili Reis , 6,2-38; II Par, 3,3 ; 4,22. templo de Salomão: cerca de 991 a.C., primeira destrui ção do Templo: 975 a.C. 13. II Paralipômenos, 2, 6. 14. III Sam. , 5, 17. 15. Is 19, 1; Ili Reis 18, 42-45. 16. Bíblia Sagrada, Edições Paulinas, São Paulo, 1967, p. 897. 17 . 1 Reis, 18, 41-45. 18 . I Reis, 10, 18-20. 19. Gen. 3, 23-24.
Outras fontes consultadas: - Anotações de conferências proferidas sobre o tema pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira. - Pe. Júlio Maria, Por que amo Maria , Edições Paulinas, São Paul o, 1960. - Pe. René Lauren1in , Doutor em Letras, em Teologia, Professor da Universidade Católica de Angers, Membro da Pontifícia Academi a Mariana Internacional de Roma, Breve Tratado de Teologia Mariana , tradução da 4". edição francesa, Editora Vozes Ltda., Petrópolis, RJ, 1965 . - M. Paul Sauceret, Figures bibliques de Marie, Mere de Jé.rns - disposées pour deux mais de Marie, Librari e de Poussielgue-Rusand , Lyon, France, 1846, pp. 2 e 3. - Gabriel M' Roschini, O.S.M. La Madonna Secondo la Fede e la Teologia, Roma, Ferrari, 1954 - (La Madre de Dios según la Fe y la Teología, Editorial Aposto lado de la Prensa S.A., Madrid, MCMLVIII) 1 - Singular Misión de María; II - Singulares privilegios de María; III - Singular Culto de Marfa] . -A Bíblia Sagrada, Editora "Ave Maria" Ltda. , São Paulo, 1959. - Arnaldo Augusto Marmo, Dicionário Brasileiro de Sinônimos e Antônimos, Livraria Tupã Editora Ltda., Rio de Janeiro, 1959.
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São Gregório VII Zelo ardente pela causa de Deus U m dos maiores Papas da História e uma das mais eminentes personalidades que produziram os séculos, combatendo os abusos do poder temporal e a decadência do clero 11 PUN IO MARIA SOLIMEO
ão Gregóri o VII é uma elas figuras mai santamente controvertidas ela Hi stóri a. Os católicos verdadeiramente fi éis vêem nele um batalhador incansável na defesa cios direitos da Igreja, reformador exímio dos costumes do clero e grande santo, dos mais extraordinários Papas da História e um homem que marcou a fundo sua época e os séculos posteriores. Os inimigos ela Igreja, precisamente por essas virtudes, o abominam, o que é para ele uma glória a mais. Historiadores imparciais, até mesmo não católicos, prestam homenagem à sua grande personalidade e fo rça ele vontade, sobretudo ao
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CATOLICISMO
seu desejo sincero ele fazer tudo pela exaltação do Papado, e conseqüente maior glória de Deus.
Origem humilde e grande p er sonaliclade O menino Hildebrando, futuro Gregório VII, nasceu na pequena localidade de Saona, na Toscana, não longe de Siena, em uma fanúlia modesta. Seu pai foi, ao que tudo indica, carpinteiro, e nada teve a oferecer ao filho senão a proteção de um tio materno, Lourenço, que por seu mérito havia sido nomeado abade do mosteiro de Santa Mari a, no Monte Aventino. Esse tio encarregouse da educação do menino, de inteligência pri vilegiada, que fez profundos progressos nos estudo .
Ele era, como São Paulo, baixo de estatu ra e magro ·de corpo, mas, como o Apóstolo, tinha uma alm a de fogo . Ainda clérigo, tendo recebido as ordens menores, entrou para o serviço de João Graciano, que tinha sido seu professor na escola lateranense. Este, apreciador do raro talento de Hildebrando, afirmava que nunca havi a visto inteligência igual. Quando foi elevado ao sólio pontifício com o nome de Gregório VI, João Graciano nomeou-o seu secretário. Hildebrando, que tinha apena 25 anos e era ainda subdiácono, foi assim providencialmente iniciado nos negóc ios da Igreja, a qual mais tarde governaria com tanta abecloria e fo rtaleza. Nessa época ele travou relações com outro dos maiores homens do tempo, o cardeal São Pedro Damião. Apesar de não ter sido ainda ordenado acerdote, era já um grande pregador. O im perador Henrique III afirm ou que ne nhu ma palavra o havi a comovido tanto quanto a dele. No ano 1045, Gregório VI foi deposto pelo imperador e desterrado para Colôni a. Renunciou ao papado, e Hilde bra ndo seg uiu -o no exílio. Com a morte do ex-Papa no ano seguinte, H il de bra nd o viaj o u pa ra a Fra nça, o nde vis ito u a a bad ia de Cluny, então no seu apogeu. E ncantado com a santidade de Santo Hugo e de Santo Odi lon, nela tomou o hábito monástico.
Cardeal-c/Jácono da Santa I greja Mas não pôde lesfrutar por muito tempo do seu retiro. Bruno, bi spo de Toul, tendo sido eleito Papa com o nome de Leão IX, confiou a Hildebrando a administração temporal ela Igreja com o título de arcediago, e ta mbém o governo do mosteiro de São Pau lo Extramuros, então mui to decadente. Conferiu-lhe ainda o título de Cardea l-diácono. Secundado por Hildebrand , o novo Papa lançou-se com fervor e determinação à reforma do clero e restabeleci mento das leis da Igreja, principalmente de sua liberdade contra a ingerência
do poder secular. Para pôr em execução seus decretos, convocou um sínodo, no qual condenou os dois mais notórios males ela época: a simonia, e a incontinência do clero. Em 1054, Leão IX entregou sua alma a Deus. Muitos mil agres seus, em vida e depois da motte, fi zeram com que seu nome fosse incluído no Mattirológio Romano. Durante o reinado dos quatro Papas seguintes, Hildebrando destacou-se de tal maneira, que "nada se fez naquele tempo em Roma sem o conselho e o assentimento de Hildebrando; ele dominava, com sua vasta capacidade, a corte e as facções, e todos tributavam respeito e homenagem ao seu elevado mérito". 1 Sua influência chegou ao apogeu com o Papa Alexandre II (1061-73), que o nomeou seu chanceler. Já então desempenhava fun ções como as de um primeiro- ministro.
"São Pedro escolheu llildebral1(/0! " Em 107 3 falecia Alexandre II. E Hildebrando, como arcedi ago que era, presidia aos fun erais. Em meio à cerimônia, o cl ero e o povo, homens e mulheres, prorromperam num brado unânime: "Hildebrando, Papa! " "São Pedro escolheu Hildebrando! ". Recebendo então a ordenação sacerdotal, o novo Papa "estava muito versado na arte de governar, era consciente de sua missão, e tinha uma idéia elevadíssima da dignidade pontijkia. Sua promoção fo i providencial. Com ele a reforma começou a ser eficaz". 2 Para obter de Deus as graças necessári as à Igreja naqueles tempos tão conturbados, São Gregóri o VII organi zou um sodalício com o nome de Religio Quadrata , agru pando eclesiásti cos e secul ares que se propunham a rezar espec ialmente pela refo rma. Embora se concentrasse sobretudo nessa tarefa, seu programa era muito mais vasto. Incentivou, na Espanha, a reconquista do território em poder dos mouros, abençoando os estrangeiros que se al istassem nessa cruzada; pl anejava resgatar os Santos Lugares, aca-
bar com o cisma grego e cent:ralizru· o governo eclesiástico. Mas o que tinha ma.is fundo em seu coração era zelar pela santidade da Igreja, com a eliminação da simonia (venda de coisas sagradas) e do nicolaísmo (violação da lei de celibato pelos clérigos). Estes vícios decorriam em grande patt e da célebre questão das investiduras, isto é, da venda de cargos eclesiásticos ou prebendas por parte do imperador, de reis, de nobres e senhores fe udais. Os altos dignitários eclesiásticos, que pagavam cru·o sua dignidade ao rei ou a outro senhor, procuravam indenizar-se, vendendo a seus subordinados as funções menores. Com isso elas não caíam nas mãos dos mais dignos, e sim nas de quem podia pagar mais. Essa questão complicada, que se estendeu até o século seguinte, gastou muito das energias do combativo Pontífice. Ele depôs o Arcebi spo Godofredo de Milão por simoni a, e na França substituiu praticamente todo o episcopado. Mas encontrou fo rte oposição na Alemanha, sobretudo da parte do Imperador Henrique IV.
Preciosa exaltação do JJl'imado romano Ao olhar de São Gregório VII não escapava nenhum canto da Terra. O rei São Canuto, da Dinamarca, pedia-lhe conselhos, o mesmo fazendo Olavo, da Noruega. Já o rei Boleslau II, da Polônia, malgrado os avisos da Santa Sé, se servia do governo somente pru·a satisfazer suas brutais paixões. Chegou a enforcar, com suas próprias mãos, Santo Estanislau, bispo de Cracóvia, que o tinha excomungado. São Gregório VII atingiu com anáte ma o rei assassino, privou-o da realeza, desligou seus súditos do juramento de fidelidade a ele, e retirou o título de rei dos soberanos da Polônia, que durante muito tempo fi caram reduzidos a meros duques. E m 1074 São Gregório VII renovou os decretos de seus predecessores contra a simonia e os casamentos de eclesiásticos. No ano seguinte, promulgou um decreto contra a investidura, proibindo a todo secular, sob pena de
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excomunhão, vender bispados. Uma semana depois, "Gregório redigiu seu Dictatus papae, coleção de 27 teses em que condensava de maneira lapidar sua concepção do poder pontifício sobre a base de uma exaltação do primado romano no aspecto legislativo, judicial, administrativo e dogmático, com aplicações concretas ao temporal. As proposições mais chamativas eram estas duas: 'Que [o Papa] tem faculdade de depor os imperadores'; 'Que pode desligar os súditos do juramento de fidelidade prestado a iníquos'. [ ... ] [Isso porque] Cristo não excetuou ninguém do poder das chaves. Se a Sé Apostólica tem faculdade para julgar as coisas espirituais, com maior razão a terá sobre as temporais, que valem menos. Tudo o que há dentro da Igreja está sob o Papa; logo, os reis e imperadores, com todo seu poder e autoridade, estão submetidos ao Papa; portanto, este pode depô-los". 3
O Imperador Henrique IV em Canossa Henrique IV, entretanto, continuou repartindo bispados a pessoas indignas, e entabulou negociações com os normandos do sul da Itália para colher o Papa entre dois fogos. São Gregório o admoestou seriamente, ameaçando excomungá-lo e depôlo. O imperador convocou uma assembléia em Worms, onde depôs o Papa, declarando-o privado da dignidade pontifícia. Gregório convocou um concílio em Roma, no qual excomungou e depôs o imperador. O efeito da sentença pontifícia foi fulminante, ao contrário da de Henrique. Imediatamente todos abandonaram Henrique IV. E os príncipes alemães, reunidos em Tribur, decla-
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CATOLICISMO
raram que, se ele não obtivesse a absolvição da sentença no prazo de um ano, perderia a coroa. Entretanto, deveria viver como particular em Espira, despedir seu exército e todos os conselheiros excomungados, e se abster do culto público enquanto aguardava a decisão do Papa. O imperador, sentindo-se perdido, viu que não tinha saída senão procurar o Sumo Pontífice e dele obter perdão. No inverno de 10761077 - o mais frio do século - atravessou os Alpes e foi até onde estava São Gregório VII, em Canossa, na Toscana, na propriedade da Condessa Matilde. Lá Henrique permaneceu por três dias descalço na neve, vestido apenas com um hábito de penitente, implorando perdão. Por fim o Papa, cedendo às instâncias dos que o rodeavam e às mostras de arrependimento do imperador, retirou as censuras. Henrique comprometeuse a dar a Gregório toda ajuda necessária para resolver os conflitos da Alemanha. Mas, apenas se viu reempossado com o poder imperial, mandou fechar a passagem dos Alpes,
para impedir ao Papa sua viagem àquele país. No sínodo quaresmal de 1080, Gregório voltou a excomungar e a depor Henrique IV. Este empreendeu uma expedição militar contra o Papa e sitiou Roma durante três anos. Gregório se refugiou no Castelo Santo Ângelo. Henrique IV recebeu a coroa imperial das mãos de um antipapa, e depois abandonou a toda pressa a cidade quando soube do avanço dos normandos, liderados por Roberto Guiscard, duque da Normandia, que libertou o Papa. Devido à fragilidade da situação, São Gregó1io abandonou Roma e se encaminhou para o desterro, falecendo em Salerno no dia 25 de maio de 1085. Suas últimas palavras ficaram célebres, e sintetizam sua combatividade heróica na defesa da Santa Igreja: "Amei a justiça e odiei a iniqüidade, por isso morro no desterro".4 • E-mail do autor: pmsolimco@cato lic ismo.com .br
Notas: 1. Dr. Eduardo M a ria Vilarr asa, San Gregorio VII - La Leyenda de Oro, L. González y Compaíiía, Editores, Barcelona, 1896, tomo II, p. 328. 2. J. Goíii Gaztambide, San Gregório VII - Gran Enciclopédia Rialp, Ediciones Rialp, S.A., Madrid, 1972, tomo XI, p. 325. 3. ld., ib.
Outras obras consultadas: - Les Petits Bollandistes, Vies des Saints , Bloud et Barrai, Pari s, 1882, tomo VI.
- Fr. Justo Perez de Urbel , O.S.B., Aiio Cristiano, Ed iciones Fax, Madri, 1945, tomo II. - Edelvives , El San/o de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1947 , tomo III. - John J. Delaney, Saint Gregory Vil , Dictionary of Saints, Doubleday, New York, 1980. - Thomas Oestreich, Saint Gregory VII , The Catholic Encyclopedia, vol. IV, Online Edition, 2003 , Kevin Knight.
Caos: quantos crimes se cometem porque ocultam teu nome! D iagnosticado como "ajds psjco-sodal", o caos, hoje uma catástrofe universal, foi denunciado durante mais de 70 anos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira neopaganismo no qual se dê livre curso a todos os fatores de deterioração, e se reprimam todos os elementos que pretendem opor uma sadia reação.
11 JuAN GoNZALO lARRAíN C AMPBELL
i recentemente publicado na Colômbia, pela Sociedade Colombia• na Tradición y Acción, um livro-denúncia, da maior atualidade particularmente para toda a América Latina, inclusive para o Brasil. Trata-se do livro Colômbia: Nunca más bajo el imperio dei caos! , 1 no qual se desvenda com fatos e documentos irrefutávei s a manobra revolucionária induzida que levou aq uela nação á trágica situação pela qual tem passado nas últimas décadas, e que atinge, em graus diversos, todo nosso continente. Enfocando a realidade colombiana à luz dos ensinamentos do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira obre a metamorfose - e não morte - do comunismo, o Livro põe a nu as terríveis técnicas utilizadas pela Revolução universal para, através do caos, conduzir o mundo à sua meta final, que é a mesma do comunismo: o anarco-coletivismo tribal.
Metodização da suma desordem Apenas para mostrar ao leitor a importância do caos como manobra de guerra psicológica revolucionária, é preciso considerar que o objetivo último da Revolução não consiste apenas em suscitar crises religiosas, morais, políticas, sociais, econômicas, etc. Seus fautores pretendem quebrar o homem inteiro, introduzindo nele a desordem no pen amento e na própria psique. Esta desordem se repete nas insti-
"Aids psico-social"
Prof. Plínio Corrêa de Oliveira
tuições, o que por sua vez a agrava, formando um cfrculo vicioso em que o homem vai sendo cada vez mais impelido a seguir seus instintos, e cada vez menos governado pela razão, rumo a um estado de barbárie psicopática sem precedentes na História. Com efeito, o caos de que padece a sociedade contemporânea não é uma simples desordem. É a metodização da suma desordem,2 por meio da eliminação de todas as autoridades, leis, costumes e princípios cristãos, visando estabelecer um
Neste rutigo desejamos mostrar ao leitor com que longa antecedência o Prof. Plinio CmTêa de Oliveira denunciou a penetração do caos - um "aids psico-social", segundo sua feliz formulação - no panorama mundial, dando a conhecer algumas de suas primeiras adve1tências. 3 Já em 1930 - ao constatar a repercussão na sociedade neopaganizada de um cientificismo exacerbado com base em doutrinas fracassadas - denunciou ele o triste itinerário do anoitecer da razão, prevendo que isto teria como desfecho o estabelecimento do governo das paixões, cuja conseqüência é o caos contemporâneo: "Tal é o embate das doutrinas, tal é a confusão dos sistemas, tais as contradições entre as descobertas de hoje e as leis ainda ontem tidas por verdadeiras, que a árvore reta e frondosa da verdade - o magnifico j equitibá dos conhecimentos eternos, que resistem a todo o exame e são superiores a todos os paradigmas cient(ficos - custa para ser descoberta.[ ... ] "Vemos que o neopaganismo de nossa época infiltrou-se na ciência por tal forma, que o bom senso é conspurcado, e os próprios conhecimentos mais elementares são altivamente negados por pessoas de incontestável renome e valor intelectual. "E não poderia deixar de ser assim! MAlO2008
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Negaram os .filósofos do século XVlll a Fé Católica em nome da razão, cujo culto a Revolução Francesa quis estabelecer. A evolução do mesmo movimento revolucionário fez com que se acabasse negando a própria razão para ficarem [... ] escombros, que é o que vemos por quase todo os lados." 4
Não haverá ordem <lllrável Em 1932, ao prever as conseqüências da anarquia intelectual do século XX, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira declarou: "Enquanto subsistir esse caos no mundo do pensamento, será absolutamente impossível instituir uma ordem durável no domínio da política e da economia ".5 Comentando o lema de Pio XII Opus Justitiae pax, e analisando em função dele as relações internacionais, afirma que só há ordem entre os povos quando eles obedecem à Lei de Deus. Prevendo que esta não seria obedecida, mostrou que o caos tenderia a se tornar consolidado: "Evidentemente, violações da Lei de Deus, sempre as houve e sempre as haverá, com fi-eqüência maior ou menor; na História da humanidade. Mas, que se transforme a violação em direito, a desordem em hierarquia legítima e permanente, e se arvore como princípio básico e fundamental aquilo que é a negação radical e absoluta de toda a Lei de Deus, há nisto uma desordem monstruosa e profunda, com a tendência de se tornar definitiva, que deve apavorar todo espírito em que ainda bruxuleiam alguns lampejos, já não direi do senso católico, mas de simples e reta razão natural. Com efeito, o risco a que aludimos não consiste em uma simples injustiça, e sim na glorificação da injustiça como tal, na consolidação da injustiça, na entronização da injustiça como regra .fitndamental de ação e norma basilar nas relações entre os povos". 6
MollStl'llosa catástrofe Continuando os comentários do lema de Pio XII, uma semana depois, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira insistia no mesmo ponto, sustentando que a ruína de nosCATOLICISMO
sa civilização não será conseqüência só da desordem, mas de algo muito pior, que é a tranqüilidade nessa desordem: "Se a paz com justiça, a paz desejada pelo Santo Padre Pio XII com tão apostólico ardor, é um bem inestimável, a tranqüilidade decorrente da injustiça consumada, e que implique na cessação de qualquer resistência contra os fatores de desagregação da civilização católica, não pode deixar de constituir uma monstruosa catástrofe para o
rosas, da conjunção de tantas forças desvairadas, desde que estas sejam consideradas do ângulo da grande crise de que tratamos. "Com efeito, ao impulso dessas forças em delírio, as nações ocidentais vão sendo gradualmente impelidas para um estado de coisas que se vai delineando igual em todas elas, e diametralmente oposto à Civilização Cristã. "De onde se vê que essa crise é como uma rainha a que todas as forças do caos servem como instrumentos eficientes e dóceis". 8 *
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Esta vida de Nosso Senhor, apesar de escrita com o rigor de um grande exegeta, ~ apresentada com simplicidade pelo autor, para que se adapte a um maior número de leitores e seja capaz de interessar os espíritos e de atingir e emocionar·os corações, no intuito de dar a conhecer melhor e amar mais Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
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Após ler os trechos acima, confirmando a denúncia do caos feita pela Sociedad e Colombiana Tradición y Acción, podemos concluir, parafraseando Mme. Roland (revolucionária guilhotinada pela Revolução Francesa, que ao pé do cadafalso exclamou: Liberdade, liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome!): Caos, caos, quantos crimes se cometem porque ocultam teu nome, teus métodos e tuas intenções! • E-mail do autor: gonzalolarrain@catol icismo.çom .br
Notas:
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mundo contemporâneo, certamente comparável ao que foi para a Antigüidade romana a queda do Império do Ocidente". 7
As
/'orças do caos
Na sua obra-mestra Revolução e Contra-Revolução, publicada em 1959, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira denuncia o caráter não espontâneo, mas induzido, do caos que está a serviço da Revolução: "Encarados supe,ficialmente, os acontecimentos dos nossos dias parecem um emaranhado caótico e inextricável, e de fato o são de muitos pontos de vista. Entretanto, podem-se discernir resultantes, pro.fitndamente coerentes e vigo-
1. A obra pode ser encomendada a: Ca lle 23 Norte nº 3-33 of 402, Cali, Colômbia, ou a Calle 61 nº 4 A-00, Bogotá, Colômbia. E-mail: trad iaccion@telesat.com.co. 2. Sobre o mesmo terna, vide Catolicismo nº 481, de janeiro de 199 1, p. 49; e Catolicismo nº 521, de maio de 1994 , p. l O; ou Juan Gonzalo Larrain Cam pbe ll , em Plinio Con'êa de Oliveira: previsões e denúncias em,defesa da Igreja e da Civilizaçcio Cristci, Artpress Indústrias Gráficas e Ed itora Lida, S. Pau lo, 2001, pp. 64 a 67 e pp. 69 a 7 l. 3. O Prof. Plínio Corrêa de O liveira escreveu numerosos artigos sobre a matéria, que podem ser encontradas no site: www. pi iniocorreadeol ivei ra. in fo. 4. "Leg ion á ri o" nº 64, 24-8- 1930, Quid est verita s ?. 5. " Legio nário" nº 105, 2- 10-1932, Patriotismo. 6. "Legio nário" nº 433, 29-12- 1940, Ju stitia. 7. " Legionário" nº 434, 5-1-1941 , "Opus justiti ae pax" . 8. Revoluçcio e Contra-Revoluçcio, 4" ecl. em português, Artpress, S. Pau lo, 1998, Parte 1, Capítulo II[, 4. - Todos os destaques são nossos.
448 páginas Formato 14 x 22,5 cm
Depois de Louis-Claude Fillion ter escrito muitos livros e comentários bíblicos eruditos, foi esta visão estusiasmada, encantadora e serena de Nosso Senhor que o celebrizou junto ao grande público.
Petrus Editora Ltda. Rua Javaés, 707 - Bairro Bom Retiro - São Paulo-SP - C
•• Pontos luminosos na escuridão E m meio à tenebrosa escuridão moral do mundo moderno, surgem aqui e acolá alguns pontos luminosos. Serão sinais de que a Providência Divina está prestes a socorrer o mundo? Cio
ALEN CASTRO
s Papas pós-conciliares têm feito descrições tristíssimas, até alarmantes, da situação da Igreja. Paulo VI nos falou de uma "autodemolição " ( l 968) e da "fumaça de Satanás" , quepenetrou no "Templo de Deus" (1972). Para João Paulo II, "foram difundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas, confusões e rebeliões; alterou-se até a Liturgia " (1981). Bento XVI, ainda como Cardeal Ratzinger, poucos dias antes de assumir o Papado, denunciou: "Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele!" (2005). Mas Jesus Cristo não abandona sua Igreja. Assim, para as almas desoladas que contemplam a escuridão dos presentes dias, é fator de estímulo notar que pontos luminosos vão se fazendo presentes no panorama. Parecem prenunciar e preparar, para além das catástrofes e punições anunciadas em Fátima, o grande triunfo do Imaculado Coração de Maria, que as deve suceder. Pontos luminosos ... não vamos além disso. Mas se eles de fato provêm direta ou indiretamente das mãos sacrossantas de Maria, que um dia nesta Terra embalaram o Menino Jesus, então pode-se esperar que se transformem em tochas ardentes, as quais queimem de vez toda a sujeira e iluminem intensamente a Igreja de Deus. A re lação qu e segue é meramente exemplificativa. -
CATOLICISMO
Dogma da Mediação Universal e da Co-redenção de Maria Cinco cardeais pedem a proclamação do dogma da Mediação Universal de Nossa Senhora e de sua Co-redenção: Telesphore Toppo, Arcebispo de Ranchi (Índia); Luis Aponte Maitínez, Arcebispo emérito de San Juan (Porto Rico); Varkey Yithayathil, Arcebispo maior de Ernakulam-Angamaly (Índia); Riccardo Vidal , Arcebispo de Cebu (Filipinas); Ernesto ColTipio y Ahumada, Arcebispo emérito da Cidade do México. Havia ainda um sexto cardeal, Edouard Gagnon, ex-presidente do Pontifício Conselho da Família, que faleceu. Enviaram eles uma carta aos cardeais do mundo todo, a fim de que se unam num pedido a Bento XVI para que "proclame a plena verdade cristã sobre Maria ", ou seja, "Mãe Espiritual de toda a Humanidade, Co-redentora com Jesus Redentor, Medianeira de todas as graças com Je-
sus único Mediador, advogada com Jesus Cristo a favor do gênero humano ". O Cardeal Aponte Martínez, um dos promotores do pedido, explicou que é chegado "o momento da definição papal das relações da Mãe de Jesus com cada um de nós, seus filhos terrenos, em seu papel de co-redentora, medianeira de todas as graças e advogada" ("Agência Zenit", 12-2-08).
Reação à secularização atualmente em curso A Contra-Reforma foi o importante movimento católico do século XVI, que se opôs à pseudo-"reforma" protestante. Seu ímpeto maior ocorreu na Espanha, onde brilharam figuras como Santo Inácio de Loyola e Santa Teresa de Ávila. Sua expressão normativa foi o Concílip de Trento. Depois disso, muita água correu por debaixo da ponte, e a Espanha de nossos dias se viu governada por partidos socialistas, com atitudes freqüentemente anticlericais. Porém, reações têm despontado ultimamente, muito maiores do que a esquerda desejaria. Por isso, o jornal madrileno "EI País", de tendência abertamente socialista, publica aitigo do sociólogo e escritor Enrique Gil Calvo, intitulado "Uma nova contra-reforma " . Para Calvo, "esta nova contra-reforma é outro movimento reativo, dirigido contra a secularização atual, e que também pretende recuperar a influência da Igreja católica no espaço público" . Segundo ele, houve uma acentuação da perda da influência religiosa, a pait ir dos anos 60, que "foi confirmada pelo Concílio
Vaticano II ". Mas agora, com "a crise da esquerda" e a "perda da força mobilizadora do socialismo", a direção da Igreja católica "não podia permanecer desligada desta recente politização das religiões". Tanto mais que, "há mais de dois séculos, a identidade da direita espanhola depende do catolicismo como fonte hegemónica de inspiração poUtica". Tudo isto "pareceria coisa do passado", mas na verdade hoje "podese falar de contra-reforma, e não de mera continuidade histórica ".
A Missa de São Pio V faz seu caminho O rito tradicional da Missa católica, também chamada Missa de São Pio V ou Missa tridentina, vai ganhando espaço pelo mundo afora, num sinal evidente de que numerosos fiéis a desejam e a veneram. Na Polônia, "os antigos missais são no vamente procurados; para satisfazer a demanda, uma editora está publicando os textos litúrgicos em versão bilíngüe, latim e polonês. 'Se as pessoas não mais se agradam [da Missa de Paulo VI], é porque elas acham que a reforma foi longe demais', sublinha o Padre Krzysztof Stepowski".
um dos mais conceituados da Itália e do mundo, converteu-se do muçulmanismo ao catolicismo. Foi batizado na Páscoa pelo Papa Bento XVI, recebeu o Crisma e a Primeira Comunhão. O fato teve repercussão mundial. Merecem realce alguns trechos da carta em que Magdi - que adotou o nome de Cristiano - comunica ao diretor de seu jornal a sua conversão: "Ontem à noite eu me converti à religião cristã católica, renunciando à miRetumbai1tes conversões nha precedente f é islâmica. Assim, finalao catollclsmo mente, veio à luz, pela graça divina, o fruMagdi Aliam, vice-diretor do "Corrie- to são e maduro de uma longa gestação re della Sera", principal jornal de Milão e vivida no sofrimento e na alegria, entre
rlto tra
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a Missa católica vai anhando spaço ld mundo afora
uma profunda e íntima reflexão e sua consciente e manifesta exteriorização. "Para mim, é o dia mais belo de minha vida. Adquirir o dom da fé cristã na comemoração da Ressurreição de Cristo, por mãos do Santo Padre. "Aos quase 56 anos, na minha pequenez, é um fato histórico excepcional e inesquecível, que assinala uma mudança radical e definitiva em relação ao passado. O milagre da Ressurreição de Cristo reverberou sobre a minha alma, livrando-a das trevas de uma pregação de ódio e de intolerância; assim como minha mente se libertou do obscurantismo de uma ideologia que legitima a mentira e a dissimulação, a morte violenta que induz ao homicídio e ao suicídio, a cega submissão e a tirania, permitindo-me aderir à autêntica religião da Verdade, da Vida e da Liberdade. Na minha primeira Páscoa como cristão, não descobri apenas a Jesus, descobri pela primeira vez o verdadeiro e único Deus, que é o Deus da Fé e da Razão. "Caro Diretor, perguntaram-me se eu não temia pela minha vida, sabendo que a conversão ao cristianismo me atrairá certamente uma nova e bem mais grave condenação à morte por apostasia. Têm perfeitamente razão. Sei o que tenho de enfrentar, mas enfrentarei a minha sorte com a cabeça alta, com o corpo ereto e com a solidez interior de quem tem a certeza da própria fé.[. .. ] A Igreja até agora tem agido de modo prudente demais na conversão dos muçulmanos, abstendo-se de fa zer proselitismo nos países de maioria islâmica. [. .. ]. Por medo. [. .. ] É necessário vencer o medo e não ter temor algum na afirmação da verdade sobre Jesus Cristo, até com os muçulmanos".
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Outra conversão foi a de Tommaso Nisi, filho do proprietário da Plastic (famosa discoteca em Milão), conhecido como "o rei das noites transgressivas ". Converteu-se aos 34 anos de idade, abandonou "as noites quentes da Plastic ", e vai encerrar-se como monge na austera Grande Cartuxa da França ("Cronaca di Milano", 3-2-08). • E- mail do autor: c idale ncastro@cato lic ismo.com.br
MA1O2008 -
l Siio José Operát•io, Esposo da Sa ntíss.ima Vi1·gem Ao mesmo tempo de estirpe real e trabalhador manual.
2 Santo ALanásio, Bispo. Confessor e DouLor ela Igreja Santos Exupório, Zoé, Ciríaco e Teoclolus, Mártires + Panfília (Ásia Menor), 140. Esta família de escravos, pais e filhos, foi severamente açoitada e queimada viva, por se recusar a participar de ritos pagãos. Primeira sexta-feira do mês.
3 Sanlos Felipe e Tiago Menor; /\póstolos + Séc. 1. São Felipe deixou a casa, mulher e filhos em Betsaida para seguir Nosso Senhor, sendo martirizado em Hierápolis, na Frígia (Ásia Menor). São Tiago Menor, primo de Nosso Senhor, foi o primeiro Bispo de Jerusalém, onde sofreu o martírio. É autor de uma admirável epístola. (Anteriormente: Invenção da Santa Cruz) Primeiro sábado do mês.
4 /\SCENSÃO DO SENI IOR Süo RoherLo Lawr ence, Abade, MárUr + Tyburn (Inglaterra), 1535. Abade da Cartuxa de Beauvale, em Nottinghamshire. Tendo recusado o Ato de Supremacia, pelo qual o herético Henrique VIII se nomeava cabeça da Igreja na Inglaterra, foi barbaramente torturado e enforcado.
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Santo llfü:h·io de /\rlcs, Bispo
Sanlo Antonino de Florença, Bispo e Confessor
São João Nepomuceno, Má rtir
Santo André BolJola , lV1{11'Li1· + Polônia, 1657. Oriundo de
+ França, 449. De família pagã,
+ Florença, 1459. Antonio, co-
+ Praga, 1393. Consagrado a
da alta nobreza, exercendo elevado cargo no governo, renunciou a tudo quando foi convertido por seu parente Santo Honorato, a quem seguiu no Mosteiro de Lerins e depois sucedeu no Bispado de Arles.
nhecido pelo diminutivo por causa de sua estatura, tornou-se célebre por sua doutrina e obras. Defendeu o Papado no Concílio de Basiléia, e a sã doutrina católica no de Florença, contra os autores do cisma grego.
Deus pelos pais desde o nascimento, tornou-se confessor da rainha e "cônego da catedral. Tentado em vão (pelo rei Wenceslau) a trair o sigilo confessional, foi lançado ao Rio Moldávia, merecendo assim a palma do maitúio (do Martirológio Romano).
uma das mais antigas faniílias da Polônia, entrou para a Companhia de Jesus , dedicando-se à pregação na Lituânia, e depois na Polônia. Foi martirizado por cossacos russos cismáticos, com tantos requintes de maldade, que a Sagrada Congregação dos Ritos afirma ter sido o martírio mais cruel já apresentado àquela Sagrada Congregação.
Congregação do Oratório, que tinha como principal finalidade a renovação da vida cristã entre os leigos de Roma.
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+ 605. Enviado pelo Papa São
SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO 1~ SANGUE DE Cl~JSTO Santa lfüa de Cássia. Viúva + Itália, 1457. Durante 18 anos
Gregório Magno, evangelizou a Inglaterra, sendo considerado o apóstolo daquela nação.
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São ,foão Apósto lo na Porla Latina + Séc. 1. O imperador Domici-
DOMINGO DE PENTECOSTES São Francisco de Cirolamo, Confessor
ano o fez lançar aos 90 anos em uma caldeira de azeite fervente junto à Porta Latina. Dela o Apóstolo virgem saiu rejuvenescido. Foi então desterrado para a ilha de Patmos, sendo o único Apóstolo não mártir.
+ Nápoles, 1716. Pregador po-
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pular, jesuíta, passou a vida evangelizando o sul da Itália, onde seus sermões atraíam multidões. "Mostrou maravilhosa caridade e paciência em procurar a salvação das almas (do Martirológio Romano).
São ,João de Bevcr ly. Bispo + Inglaterra, 721. Monge bene-
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ditino e depois Bispo de York, onde sucedeu a São Bosa. Notável por sua contemplação contínua, santidade de vida e dom de milagres, teve sua biografia escrita por São Beda, o Veneráve l, a quem ordenara sacerdote.
8 Sflo Pedro de TaranLésia, Bispo e Confessor + França, 1174. Entrou para o Mosteiro cisterciense de Bonnevaux. Seu pai e dois irmãos seguiram-no nesta decisão. Nomeado Arcebispo de Tarantésia, reformou a disciplina eclesiástica, substituiu um clero corrupto de sua catedral por cônegos regulares e desapareceu, para ser irmão leigo em um convento na Suíça. Encontrado, teve que reassumir suas funções.
São Domingos de la Ca lzada, Confessor + Espanha, 1109. Este eremita teve a singular vocação de tornar menos rude o caminho dos inúmeros peregrinos que iam a Compostela, construindo para eles uma estrada (calzada), uma ponte e uma hospedaria.
17 São Pascoal Bailão, Confessor + Valência, 1592. Irmão leigo franciscano, de pureza angélica, passava horas diante do Santíssimo Sacramento. Recebeu aí a profunda ciência com que refutava hereges e explicava sabiamente os mistérios de nossa fé.
18 DOMINGO DA S/\NTÍSSIMA TRINDADE São ,João 1, Papa e Mártir + Ravenna (Itália), 526. "Aí aprisionado por Teodorico, rei ariano da Itália, por causa de sua fé ortodoxa, foi longamente afligido na prisão até morrer. Seu corpo foi levado a Roma e enterrado na Basílica de São Pedro" (do Martirológio Romano).
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Primeira aparição de Nossa Senhora em Fá ti ma ; em 19 17
Santos Pudêneio, Már'Lil', e Pudenciana, Virgem + Roma, séc. II. Pudêncio era
de Cristo, foi eleito à sorte para substituir o infame traidor Judas Iscariotes no Colégio Apostólico (festividade anteriormente celebrada a 24 de fevereiro).
um enador romano bati zado pelos Apóstolos e martirizado por sua fé, sorte que coube também a uma de suas filhas , Santa Prax des. A outra filha, Pudenc ian a, após ter reverentemente s pultado muitos mártires e di stribuído sua fortuna entre os pobres, faleceu santamente nos 16 anos de idade.
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São Beato de Vendôme, Confessor·
Santo Isaías de Rostov, Confessor
SanI.o Austregésilus, Bispo e Confessor
+ França, séc. III. Missionário
+ Rússia, 1090. Monge, Abade
+ Bourg s, 624. Abade em São
na Gália antiga. Por suas palavras, exemplo e santidade de vida, converteu inúmeros pagãos.
do Mosteiro de São Demétrio, em Kiev. Por fim, Bispo de Rostov. Trabalhou para converter os pagãos.
Nizier, Lyon, depois Bispo de Bourgcs. Já era honrado como santo cm vida, tal o bri lho de suas virtudes.
14 São Matias, /\póstolo e Mártir + Séc. 1. Um dos 72 Discípulos
25 São Gr·egório Vil (Vide p. 38)
26 São Filipe Neri , Confessor + Roma, 1595. Fundador da
27 Sa nto Agostinho de CanLuária, Bispo e Confessor
28 São Ber.·nar·clo ele Monljoux, Confessor + Aosta, 108 l. Vigário Geral da
suportou as asperezas e infidelidades de um marido de caráter brutal, a quem converteu com sua paciência e espírito sobrenatural. Tendo ele sido assassinado, pediu a Deus a morte dos filhos que queriam vingar a do pai. Após a morte do marido e dos filhos, entrou para o convento das agostinianas, onde recebeu na fronte um dos espinhos da coroa do Salvador. Operou tantos milagres, que passou a ser conhecida como a "Advogada das causas perdidas" e "Santa dos impossíveis".
diocese deAosta, durante mais de 40 anos trabalhou como missionário na região dos Alpes. Fundou duas hospedai·ias nos passos chamados Pequeno e Grande São Bernardo, onde estabeleceu um mosteiro de monges agostinianos que se dedicaram a socotTer, com seus grandes cães, viajantes extraviados na neve.
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+ Ásia Menor, 251. Menino
São Desidério, Bispo e Mártir + França, 607. Por reforçar a disciplina eclesiástica, combater a simonia e denunciar a conduta imoral da Rainha Brunilda, esta o acusou de paganismo ao Papa. Exonerado e banido, retornou quatro anos depois, sendo assassinado por ordem do Rei Teodorico, a quem também tinha publicamente censurado.
Será celebrada pelo Revmo . Podre David Fra ncisquini, nas seguintes intenções: • Para que a Santíssima Virgem de Fátima, cuja primeira aparição celebra-se no dia 13 de maio, não permita a aprovação de projetos de lei contrários aos Mandamentos da Lei de Deus e da Lei natura l, que tramitam no Congresso Nacional. Também pedindo a Ela especiais graças para todas as mães dos leitores e simpatizantes de Catolicismo.
29 Süo Ciri lo de Cesa réia, Má t'Lil' ainda, abraçou o Cristianismo sem o conhecimento do pai . Este o expulsou de casa e o denunciou . Como se negou a renunciar à fé, foi decapitado . Modelo de todos os que perseveram na fé contra a perseguição de pais ímpios .
30 SAGRADO COR/\ÇÃO DE .JESUS
Nossa Senhol'a Auxílio dos Cristãos
O culto ao Sagrado Coração, afirma o Cardeal Pie, "é a quintessência do cristianismo, o compêndio e sumário de toda a religião" (neste ano, celebrado no dia 30)
Apareceu durante a batalha de Lepanto, espalhando terror entre os muçulmanos.
Visitação de Nossa Senhora
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Intenções para a Santa Missa em maio
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Intenções para a Santa Missa em junho • Pelas intenções particulares dos leitores de Catolicismo e para que todos eles tenham maior afervoramento na devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Também para que seus filhos e netos possam receber sempre uma educação autenticamente católica, que os proteja contra o ensino anti-religioso.
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"The performing of [V***** Monologues] ... · 't an d is in direct opposition to both the spin leUer of Ex Corde Ecclesiae ." \Fort Wayne-South Bcnd's Bishop Jóhn M. D' Arcy)
TFI' S111de11t Actio11 www. TFl~org!sa
'l'FP Students in Action E studantes em Ação - voluntários da TFP norte-americana, em intensa e destemida atuação nos meios universitários, visando abolir iniciativas anti-católicas Atualmente essa entidade vinculada n FRANc1sco JosÉ SA1DL
. à TFP norte-americana denuncia a exis-
esses dias de decadência moral em que vivemos, é um dever do católico atuar junto aos estudantes, com o objetivo de alertar e encorajar aqueles que compartilham os mesmos ideais, a fim de defender os valores básicos da Civilização Cristã. Neste sentido, não poupa esforços e atua sempre com coragem e ufania a Students in Action.
tência de 96 universidades católicas que possuem clubes pró-homossexuais; faz um apelo para que sejam tomadas medidas contra este escândalo; explica as razões que a movem a esta atitude. Historicamente, as universidades católicas têm sido um farol para indicar a verdade, um veículo de progresso intelectual e excelente difusora de princípios morais. Contudo, os valores morais
CATOLICISMO
estão sendo minados em muitos campus, os princípios que guiam as almas na nobre tarefa do ensino estão sendo ignorados, e seu secular modelo invadido, permitindo o relativismo moral. Como resultado, a revolução sexual está fazendo seu caminho nas academias católicas. Estudantes universitários freqüentemente têm contactado a TFP Students in Action a propósito da ação do movimento homossexual no campus das universidades católi cas. A cada ano a situação
parece piorar. Por exemplo, a Universidade Georgetown, de Washington, a mai s antiga universi dade católica da nação americana, recenteme nte concordou em abrir um novo centro para estudantes homossexuai s. Para se avaliar a dimensão desta crise, voluntários da TFP examinaram o website oficial de 211 universidades e co légios catalogados pela Granley's Catholic Schools in America. A pesquisa indicou que 45 % deles possuem clubes pró-homossexuais. Muitos desses clubes são ligados a movimentos com metas radicais, para forçar a aceitação do vício antinatural. Provavelmente o número desses clubes pode exceder 45%, pois nem todos estão listados nos websites.
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a usa muita perplexidade quando estudant s católicos sentem-se perseguidos ao mani fc tar fidelidade ao Magisté rio da fgr ja atól ica nos campus, enquanto qu , a pr texto de "liberdade de exprcss, o" e de "tolerância", faz-se propaga nda d víci anti natural. 1 aru ilu strar o probl ema, cito apenas doi s x 'mplo .
Georg 'town University: Me mbros da TFP foru rn expulsos, apesar de se encontrare m llll zona de público acesso desta univcrs idu tle, por distribuírem folhetos contendo a doutrina católica a respeito do vício homossexual. O vice presidente interino dos assuntos estudantis mandou ag nt 'S da segurança adverti-los de que seriam pr sos caso retornassem.
zados por retaliações de administradores, professores ou ativistas pró-homossexuais.
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A Students in Action, faz exposições mostrando que a razão mais profunda do poder do movimento homossexual reside, não na sua força, mas na fraqueza dos bons. Esta fraqueza é o resultado de um gradual obscurecimento da distinção entre o bem e o mal, a generalizada perda da noção de pecado. A fim de restaurar a cultura católica, mostra que uma ação efetiva se faz necessária para reverter este grave problema moral; que se deve revigorar os fundamentos da Moral, firmemente alicerçados nos Dez Mandamentos e na imutável Lei Natural; que se deve criar um clima onde a homossexualidade seja rejeitada. Tese esta que se encontra profundamente explicada no livro Em defesa de uma lei maior, editado pela TFP americana, refutando os sofismas sobre a matéria.
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TFP Studenls in Action espera coletar milhares de assinaturas, urgindo os presidentes das universidades católicas a defenderem a verdadeira educação ca-
tólica e a não aprovarem a existência dos clubes pró-homossexuais. Estudantes, mestres , pais de alunos e o público em geral estão convidados a assinar este apelo urgente.
Católicos fiéis: rejeitem Monologues Este é outro apelo da ação universitária da TFP americana. No dia 27 de março, jovens voluntários da TFP dirigiram-se à Universidade de Notre Dame para distribuir um protesto contra uma peça imoral , com o título Monologues, apresentada naquele estabelecimento rotulado de católico. Apesar de censurada pelo bispo local John D' Arcy, esta peça que exalta o lesbianismo e provoca escândalo continua a ser exibida. Membros da TFP Students in Action deslocaram-se da Pensilvânia para Indi ana, para distribuir na porta da universidade folhetos contendo a censura do bispo D' Arcy, e pedindo ao reitor, Pe. Jenkis, que tal apresentação imoral seja banida para sempre. Foi grande o número de universitários que aderiram a esta ação e pediram folhetos para ajudar na distribuição. • E-mail pa ra o a utor: cato li c is mo @cato licismo.com.br
Duqucsn · lJ nlversity : O estudante Ryan Min r foi punido pela universidade por afixflr um comentário no seu blog, opondo-s' 1 -riução do "Gay-Straight Alliance", ulll clube no se u campus católico. Min ,. foi considerado culpado de violar a pol l ku antidiscriminatória, e obrigado a 'S ·rever dez páginas sobre "os pontos•d<'•Vistas pró e contra a homossexualidad1• ", utilizando matéria específica. 0111 0 recusou submeter-se a isto, tentaram ·xpulsá-lo da escola. Muitos outros studantes são forçados a permun ' · ·r cm silêncio, atemori-
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Pró Europa Cristã S impósio para jovens poloneses, realizado na França, com o objetivo de analisar questões morais e políticas concernentes à Europa atual, segundo o prisma da doutrina católica 1J LEONARDO PRZYBYSZ
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uma atmosfera de grande interesse, reali zou-se entre os dias 27 e 31 de março, na sede da Féderation ProEuropa Christiana, em Creutzwald, na França (fotos acima e na página seguinte), um simpós io promov ido pela
Associação p ró-Civilização Cristã Padre Piotr Skarga, estabelecida em Cracóvia, Po lôni a. As expos ições, aco mpanhadas pelos 35 partic ipantes, versaram sobre temas históricos e atuai s: a visão da Hi stória do ponto de vista católico; direita e esquerda nos dias atua is; seus respectivos métodos de ação; os problemas que enfrenta m face à config uração da opinião pública européia; a arte sacra! em confronto com a arte moderna; a cri se do sistema hodierno de educação; a crise moral, com sua projeção nas le is permi ssivista favorecedoras do divórcio, do aborto e do pseudo casamento ho mossexual. Co nsto u ta mbé m do program a cultural vi sita-gui ada a Tréveris, uma da c idades m ais antigas da Alemanha, fundada pelo imperador ro mano Augusto no ano 16 a.C . Tréveris, que
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CATOLICISMO
deu à Igrej a milhares de mártires nos prime iros séculos do C ri sti ani smo, tem o privilégio de conserva r e1n sua catedral a túnica inconsútil de Nosso Senhor Jesus Cri sto, para cuj a posse os soldados rom anos j ogaram a sorte . Tal relíqui a fo i trazida d a Te rra Sa nta po r Sa nta H e le na, m ãe d o imp e rado r Consta ntino. Os j ovens poloneses veneraram essa prec iosíss ima re líq uia, guardada num escrínio sobre o a ltar-mor da catedral. Tendo como guia o Pe . Gorges, pároco na pequena e sim pática cidade alemã de Kê:illerbac h, visitaram ta mbém muita outras igrejas, entre as quais a de São M athi as, que con erva restos sagrados desse Apósto lo. E ncerrou o simpós io um j anta r solene. A impo rtâ nc ia dos te mas, a a mplitude de vi são co m que fo ram anali sados, a di stinção do ambi ente, a cordi a lidade cavalhe iresca re inante, tudo isso marcou a fund o os parti c ipantes. E e m todos firm ou-se o desejo de, no próx imo ano, vo lta re m para mais um simpós io. E ass im de novo e confron tarem com os temas dessa realidade viva que é o e mbate e ntre a Revo lução e a Contra-Revo lução. • E-mai l do autor: lconardoprzy bysz@catolicismo.com.br
MAIO 2008 -
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PUNIO CORRÊA DE Ü LIVE IRA
' U .jaado pela Eumpa, coohed ;,omems castelos Um deles, mu;to belo e scoho,;, 1, é o Sforzesco, locali zado atualmente de ntro da própri a cidade de Milão, na Itá li a. Não tive tempo de ler nada sobre e le, apenas entrei, admirei e sa í. Infe lizmente, todos os móveis haviam sido retirados do edifício. Pertence i:t nobre fa míli a Sforza, que reinou na região ela Lombardia. Sforzesco quer di zer propriedade cios Sfo rza. É um castelo com grandes torres, edificado com pedras lav radas ele modo muito bonito. As pedras fi cam em seus quatros lados, não pontudas propriamente; mas vão se elevando até form ar uma crista redonda no cenlTO. E o tempo tornou a pedra meio dourada. Uma visão muito bela do edifício é percebida em seu pátio interior, todo cercado ele mu ralhas. Dentro dele perdi a-se completamente a noção da cidade. Tinha-se a impressão de estar no campo. O pátio estava ligeiramente ajardinado, com um agraciável négligé poético e encantador, que os itaJianos sabem pôr nas coisas. Quando se falava numa extremidade cio pátio, ouvi a-se o eco na outra. Tinha-se a impressão de ecos do passado, que ainda repercutiam em nossos dias. O castelo possuía em alguns lugares pontes levadiças, e em torno de le havia um fosso. Quando o injmigo se aproximava, levantavam-se as pontes. Com o tempo, desaparecendo as guerras urbanas, as ponte levadiças ficaram permanentemente abaixadas. As lrnves e as correntes que suspendiam as pontes fora m caindo em desuso e acabaram apodrecendo. Foi um erro, pois não _cleveriam ter permitido que isso acontecesse. Em vista desse desleixo, em alguns lugares via-se um bu raco no locaJ que tinha servido para alojar as traves e as correntes. Turistas passavam o lhando através desses espaços vazios sem entender nada. De repente, um de les viu at:ravé. de um desses buracos um automóvel velho. Voltou-se para a esposa e di sse: "Olha a marca daquele automóvel ... " Sinto ma frisante de vulgaridade! Diante de uma coisa maravilhosa como as muralhas daquele castelo, o turi sta prestou atenção na marca de um carro ... A beleza grandio. a de um edifíc io multissecular não era captada pelo hom.o hodier1111s, fasc inado pela mecânica. •
Exce rtos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em 5 de maio de 1984. Sem revisão do autor.
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UMARI
PLI NIO C Q RRÊA DE ÜLIVEIRA
Coletivismo tribal: utopia das esquerdas S ubstituir a vida civilizada - baseada nos valores da tradição, da família e da propriedade - pela vida comuno-Lribal, eis o ideal almejado pela corrente estruturalista da nova missiologia
e
ontinuam as fortes pressões exerc id as por institui ções ligad as à ala esque rdi sta do clero brasileiro (CPT , CIMI , etc ) e por órgãos governamentais (até mesmo a Polícia Federal entrou estrepitosamente em cena ), para forçar a demarcação em área contínua da "reserva indígena" Raposa Serra do Sol (Roraima ). Isso tem ocasionado violentas agitações - bem ao estilo MST - para expu lsar os "brancos" e proprietários rurais daquela "reserv a". O que está por detrás dessas agitações de cunho esquerdista? No trecho abaixo , extraído do Auto-retrato filosófico de Plínio Corrêa de Oliviera, o autor explicita o fundo desta problemática, no item em que. trata de seu livro Tribalismo Indígena, ideal comuna-missionário para o Brasil no século XXI. 2 1
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" Para o estruturalismo, cujo ex poente máx im o fo i o fi l ósofo Lévy Strauss, a soc iedade indígena, por ter "resistido à História " , é a que mai s se aproxima do ideal humano. E é para essa forma de vida pré- neo líti ca que - segundo essa corrente filo só fica - devemos retorn ar. Se causa espanto que fi lósofos ateus defendam teses tão absurdas, mai s ainda deve estarrecer que mi ss ionári os cató li cos propu gnem co mo padrão perfe ito de homem o índio selvático, e co mo mode lo ideal de vida humana a vida na taba. N ão obstante, é bem isto o que acontece. Uma nova corrente mi ssiológ ica, com livre trânsito nos meios ec lesiástico , sustenta que a civi li zação atual deve de aparecer, para dar lugar ao si t -
CATOLICISMO
ma de vida tribal. Instituto. como a propri edade privada, a família monogâmica e o casa m nto indi ssolú vel devem ser eliminados. A l'i ura clássica dos mi ss ionári os - evangeli zadores e civilizadores - , como o foram os Padres José de Anch ieta e Manoel da Nóbrega, deve ser abandonada. A nova corrente missiológica, porque não quer civili zar, não quer catequizar. E porque não quer catequi zar, também não quer civi li zar. in sinu a- se nessa co nduta um a questão tática. Se a mi siologia atualizada elogiasse a comunidade de bens impl antada nos países comuni stas, expor-se- ia inev itavelmente a críticas e refutações incômodas. Esquivando o peri goso ass unto, os novos mi ss ionári os fazem a apo logia do sistema de vida tribal: exa lça m nele a comunidacl d· bens, a inexistência de lucro, d capi tal, d salários, de patrões e empr gados, ele " privi legiados" e " mar in atizados", de " opressores" e " oprimid os", co mo di zem. E ass im ap rov ' il am u ocasião para invectivar a propri ' dad' privada, em vigor nas naçt ' S ·ivili:r.adas do Oc idente. (~b ·m uma sociedade de tipo comunista qu' 1n.1nsparece nessa vi são idílica do índio selváti ·o, apr ' s ·ntudu p ·la neomissiologia como ideal para o homem do s ·ulo I". • Notais: 1. A ínl ·grn do A11ro-n•rmroj1/11.wljirn , C'oroli -i.\mo publicou-a em sua edição de oul ubro/ 1996. l! n<.:01111·11-s · disponív ·I no silc www.catolicismo.com.br 2. A 111 ·grn d •ss11 obru puh li ·11(111 •111 1977 - um bcst-seller, que alca nçou a pode se r li da no site http :// 1irn gc 111 d· 87 .500 ·xc ,11pl 11 1"s www.pli11i o ·o,T ·ud ·o liv ·i,·11 .i 11 i'o/llvros.asp
Junho de 200H
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Francisco: centenário cio nascimento
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VARIEDADES
Situação objetiva cio campo no BrasH Pmt: Plinio na visão ele um intelecw al italiano
2008 : produção agrícola será recorde
Aborto: abalizaclo parecer cio Dr: Daniel Serrão
Do fariseu Saulo ao Apóstolo Paulo Devoção ao Sagraclo Coração ele Jesus lncligenismo e o óclio à Civilização Cristã
40 Mi,;iu(uuA Ação Catójjca - história ele uma clenúncia 44
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CoN'l'l{A-R1,:vot ,1J<:t0NAmA
AMBIENTl•:S, COSTUMES, Cl\111 ,IZ/\ÇÜES
O moe/o suave e cloce ele o português ser latino
Nossa Capa : Conversão de São Paulo (quadro de 1642). Igreja de Santo Inácio na cidade de Gyõr, Hungria
Apogeu do movimento católico
JUNHO2008 -
Beato Francisco de Fátima, um contemplativo da ordem sacral do universo
Caro leitor,
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Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 3116
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E-mail: catoli cismo @terra. com .br Home Page: www .catolicismo.com.br ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Junho de 2008: Comum: Cooperador: Benfeitor: G rande Benfeitor: Exemplar avulso:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA .
Catolicismo associa-se nesta edição às festividades comemorativas do segundo milênio do nascimento do Apóstolo São Paulo. "Saulo, Saulo, por que me persegues?" - Tais foram as pa]avras que aque]e ferrenho perseguidor dos cristãos ouviu de Nosso Senhor, quando se dirigia em comitiva a Damasco. Uma graça fu]minante o transformou radicalmente, de perseguidor a principal pregador do Evangelho. Antes de se pôr a campo para realizar sua maravilhosa pregação, o Apóstolo das Gentes passou por um período de purgação. Ficou catacego, andava às apalpadelas e dependia de outros para se locomover, tornando-se assim patente que tudo o que ele mais tarde empreenderia seria obra da graça. Com freqüência repetia: "Sou forte porque sou fra co ". Não se considerava um super-homem, mas uma criatura cuja força provinha inteiramente do auxílio sobrenatural. Com tal concurso, nenhuma empreitada era irnpossível. Como são inexcogitá.veis as vias de Deus! Esco]heu para ser o mais empreendedor dos Apóstolos alguém que nem sequer conheceu em vida o Divino Mestre, e que além disso perseguia os seus discípuJos. Mas Saulo não tinha a perfídia generalizada entre os fariseus contemporâneos do Redentor, cuja divindade se patenteava por sua augusta presença, pelos milagres, pelas maravilhas que operou. O perseguidor Saulo, convertido, transformou-se no grande Apóstolo Paulo, cuja atuação sobrenatural e sublime abalou a sinagoga de então e tornou-se esteio da Igreja nascente. A par de louvá-lo e enaltecê-lo neste segundo milênio de seu natalício, devemos pedir a São Paulo que obtenha da Medianeira de todas as graças, Maria Santíssima, a vinda de tantas outras almas de fogo como foi a sua, para abrasarem com seu zelo a Terra, desolada em virtude do multissecu]ar processo revolucioná.rio. Combatendo a Civilização Cristã, este processo vem ofuscando também a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, com vistas a destruí-la. No entanto, por maiores que sejam os males que a assolam, Ela tem a promessa de indefectibilidade assegurada por seu divino Fundador, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Desejo a todos uma boa leitura. E m Je us e Mari a,
9:~7 DI RETO R
pau lobrito@catolicismo.com.br
1908 - 2008. O centenário do nascimento desse bem-aventurado pastorinho de Fátima é ocasião propícia para ressaltar as virtudes de Francisco enquanto um místico consolador de Deus. fo i favorec ido esse privi legia.cio cio Céu, ele quem a Irmã Lúcia mostrava ter levado inteiramente a sério a Mensagem ele Nossa Senhora, e que teria sido melhor cio que ela! m ma io de 1946, a Irmã Lúc ia, e ntão fre ira do roté ia, Não nos cabe des lindar qual das graças concedidas a um e esteve e m Fátima para identificar os lugares hi stóri cos a outro cios videntes foi maior; e m enos ainda se a corresponelas aparições do anjo (19 16) e de Nossa Senhora ( 1917). dênc ia à graça foi maior em um que e m outro; cumpre- nos No sítio dos Valinhos (onde se deu a quarta apaape nas descrevê- las, para que to me mos os rição de Nossa Senhora, em agosto) havia um be m-ave ntura.cios videntes como referênc ia, grupo ele pessoas esperando-a, entre elas o seu ~ •_:_;.., ,.'"!.'"·'• - e ass im nossa correspondênc ia pessoal à Mentio Marto, pai ele Francisco e Jacinta. Este, ao sagem ele Fátim a sej a a maior poss íve l, sevê-la, disse com muito contentamento: gundo os des ígnios da Providê ncia para cada - Que bela moça tu estás ! Tu , sim, que um ele nós. va leu a pe na vires a este mundo ! Lembras-te Vi<lc11tc imcrnci<lame11tc oll1i<la<lo ela minha Jac inta e cio meu Fra nc isco? - Então, tio, não me he i ele lembrar?! As pessoas que tê m conhec imento ela hi s- Se fossem vivos, seri a m como tu! tóri a elas apari ções ele Fátima - e supom os - Seri am como eu?!... Seriam melhores do que o le itor estej a nessas condi ções - sabe que eu! Nosso Senhor, desta vez, enganou-se. que a Irmã Lúc ia via, o uvia e fa lava com Devia ter deixa.cio cá um deles, e deixou-me a Nossa Senhora; Jac inta via e ouvia; Franc ismim! ... (cfr. Sebastião Martins dos Reis, A vico vi a, po rém não ouvi a nem fa lava. Por isso, dente de Fátima dialoga e responde pelas aparitomava conhec ime nto do q ue Nossa Senhora ções, Editorial Franciscana, Braga, 1970, p. 123). diz ia através cios do is o utros vide ntes. Aqui se nota desde logo que Nossa Senhora É <lilícil a comparação e11tl'c as graças estabeleceu uma hierarquia entre eles. Esse fa to A Irmã Lúc ia sempre tri butou grande relevou a que muitos colocassem a fi gura de Franconhecimento pe las virtudes dos primos Francisco um tanto ele lado, como o menos favorecisco e Jacinta, que Nossa Senhora levou para cido cios videntes. Mas esse olvido é imerecio Céu, respecti vamente em 4 de abril ele 19 19 do, poi s não considera que o favor de estar ali e e 20 ele feve reiro ele J920. A principal videnver Nossa Senh ora já indi ca um privi lég io te somente iri a comparecer di ante de Deus no altíssimo, ao qua l Francisco correspondeu addi a 13 de fevere iro ele 2005 , quando seus primiravelmente, como vere mos em seguida. mos j á tinham sido beatificados por João Paulo Contemplação saem/ II durante sua te rce ira peregrinação a Fátim a, <las obras <lc Deus em 13 de maio cio ano 2000. Ocorrendo no dia J l de junho deste ano ele O Pe. Fernando Leite SJ escreve u um belo 2008 o centenário do nascimento cio Beato Franlivro sobre o Beato Francisco (Francisco de cisco de Fátima, nada mais justo que CatolicisFátim.a, Edito ri a l Apos to lado da Oração, mo consagre um artigo ressa ltando as qualidaBraga, 4ª ed. , 1986, 168 pp. ). Nele d iz o sades de alma e as graças espec ialíssimas com que ~ ce rclote jesuíta : T OMÁS AGOSTINHO CORRÊA
E
JUNH0 2 0 0 8 -
"Esta pequenina alma de poeta rFrancisco J, este caráter bondoso, este coração sensível, este contemplativo em embrião arnava todas as coisas. Compreendia que todas são obras de Deus , que depois de as criar as .fitou corn olhar complacente e viu que 'todas eram ,nuito boas ' (Gen. 1,3 1). Ele vivia o pensamento expresso por Cristo a Santa Catarina de Siena: 'Eu quero que tu sejas enamorada de todas as coisas, porque todas são boas, perfeitas e dignas de ser amadas, pois todas, exceto o pecado, brotam da fonte da ,ninha bondade ' (Carta
ajuntarnen.tos e as exterioridades. Mais tarde [depois que começaram as apari ções ele Nossa Sen hora !, veremos o Francisco isolar-se nos montes para meditar e contemplar sossegadam.ente ou .fitgir para a Igreja a fim de estar sozinho com Jesus " (op. c it. , p. 21 ).
ele Santa Cata rina ele Siena a um a abadessa, apucl E nrique Fernandez OP, Una Madre Santa de Nuestro Tiempo , Ed itori al Ficles, Sa lamanca, 2ª ecl., p. 2 18)" (op. cit. , pp. 17- 18). Numerosos são os mestres ela doutrina cató li ca que mostra m como_a co nte mpl ação elas co isas criadas eleva até De us, porque todas e las contê m e m si um re fl exo elas perfei ções divinas, que o olhar humano percebe e a alma admi ra, e ass im é conduzida a Deus. Pode-se falar aqui ele uma contemplação sacra! ela orde m cio universo. Assim, por exemplo, os videntes refe ri am-se às estre las como candeias dos w1jos, à Lua como candeia de Nossa Senhora, e ao Sol como candeia de Nosso Senhor. Em suas Memórias, a Irmã Lúc ia mencio na o fato: O Franc isco "lá ia conosco para a
.fico aqui, na Igreja, junto de Jesus escondido. Não me vale a pena aprender a ler; daqui a pouco vou para o Céu.' Quando voltares, vem por cá chamar-me" (IV Mernória, p. 286).
velha eira a brincar enquanto esperávamos que Nossa Senhora e os anjos acendesse,n as suas candeias. Animavase também a contá-las, mas nada o encantava tanto como o lindo nascer e pôrdo-sol. Enquan to deste se avistasse algum raio, não investigava se j á havia algurna candeia acesa. - Nenhuma ca nde ia é tão bo nita como a ele Nosso Senhor - di zia e le à Jac inta, que gostava ma is da de Nossa Senhora; porque, di zia e la , ' não faz doer a vista'.
E, entusiasmado, seguia com. a vista todos os raios que, da rdejando nos vidros das casas das aldeias vizinhas, ou nas gotas de água espalhadas nas árvores e matos da serra, os fazia brilhar corno outras tantas estrelas, a seu ver mil vezes mais bonitas que as dos anjos" (IV Memória, p. 248 - nossas c itações elas Memórias da Irmã Lúcia são extraídas da ed ição fac-similar produzida pelo Pe. Antonio Mari a Martin s SJ, Porlo, 1973). Por isso, o retrato esp iritua l que de le traça o Pe. Fernando Leite é perfe ito: "O Francisco afigu ra-se-nos uma dessas almas interio-
res, muilo sensíveis, de feição contemplativa, que não gostam do bulício, mais amigas de pensar do que de fa la,; mais propensas a ouvir do que a manifestar-se, mais propensas a estar quietas do que a mexer-se. Em casa e dentro de um círculo restrito sentem-se à vontade e são mesrno expansivas. Fora dos seus amigos ou do ambiente fanú lia,; fecham-se discretam.ente a tudo que não lhes interessa, aborrecendo os grandes -
CATO LI C ISMO
Nesta última frase, o Pe. Leite se refere ao tempo - depois das a parições - em que Francisco aco mpanhava Lúcia até a escola, ao nde esta ia aprender a escrever, conforme a ordem ele Nossa Senhora. Dizia ele à sua prima: "Olha, tu vais à escola. Eu
Graças místicas cio mais elevado grau O Pe. Joaquín M aría Alonso CMF - sacerdote corclimari ano qu e, por des ignação cio Bi spo de Le iri a, traba lhou desde 1966, até sua morte e m dezembro de 198 1, na ed ição críti ca cios documentos re fere ntes às aparições ele Fátima - concorda fundamen talmente com o Pe. Leite. E vai além. Procura ndo remed iar o o lvido imerec ido a que foi re legado Franc isco, consagra- lhe um capítul o especia l em sua obra póstuma po uco divulgada , mas prec iosa, intitul ada Doctrina y
espiritualidad de[ mensqje de Fátima (Arias Montano, Madrid, 1990). O título do capítul o j á diz tudo: Fran cisco, o extático contemplati vo (pp. l J 3- 129). O Pe . Alonso op ina que a percepção mística de Franc isco era do mais alto gra u e, por isso, "a própria visão do il1ferno não
o impressionou tanto, certamente porque contemplou o mistério da iniqüidade à luz superior da contemplação mística " (op. c it. , p. 122). Continu a o Pe. Alonso: "A percepção mística de Francisco estava toda subordinada ao f enômeno que Lúcia cham.a o reflexo " (op. cit. , p. 123), que se d ava durante as a pari ções, no qual os videntes se viam como q ue submerg idos e m Deus, e que provocou o seguin te comentá ri o ele Franc isco: "Essa
gente.fi.ca tão contente por a gente lhe dizer que Nossa Senhora mandou rezar o terço, e que aprendêssemos a ler! O que seria se soubessem o que Ela nos mostrou. em. Deus, nessa lu z tão grande! Mas isso é segredo, não se lhes diz. É melhor que ninguém o saiba " (IV Mem.ória, p. 262). A lrmã Lúcia exp l ica: "O que mais o impressionava ou absorvia era Deus, a Santíssirna Trindade, nessa luz imensa que nos penetrava no mais íntimo da alma" (IV Memória, p. 266). Assim , "tudo nos leva à conclusão - comenta o Pe . Alonso - de que a percepção m.ística de Francisco era da qualidade mais alta entre as graças místicas. Os efeitos, que Lúcia chamava íntimos, produzidos nos videntes pelas aparições, no Francisco se produziam por simples visão intelectual. Daí sua inefabilidade" (o p. cit., p. 12 1). De o nde a afirmação ousada cio Pe. Alonso, de que as "vi-
sões intelectuais altíssimas", conced idas a Francisco, foram "muito rnais pe,feitas misticamente do que as que experimentarcun .Jacinta e Lúcia" (op. c it. , p. 127). Se be m que não prec isemos necessa ri amente concord ar co m essa val oração elas g raças conced idas aos videntes, e la e m todo caso indi ca que Francisco não fo i um parti c ipante apagado cio affáire Fátima, mas um fi gura nte com um papel to do espec ia l, que o Pe. Alonso se comp raz em es miuçar em seguida .
Prioriclacle ele Francisco: consola,• a Nosso Senhor Observa o Pe. Alonso (op. c it., p. 126): "Lúcia ressaltou
bem as diferenças entre a espiritualidade de Francisco e a de Jacinta, no que se refere à compreensão ,nística, inteligência, caráter, etc., e sobretudo no que diz respeito à prática da reparação, di zendo: 'Enquanto a .Jacinta parecia preocupada com o único pensamento de converter pecadores e livrar almas do !11/erno, ele parecia só pensar em consolar a Nosso Sen hor e a Nossa Senhora, que lhe tinha parecido estarern tão tristes'" (IV Memória, p. 288).
Túmulo de Francisco
A Irmã Lúc ia narra também a seguinte conversa: " Um dia pergunte i-lhe: - Francisco, tu de que gos tas ma is: de conso lar a Nosso Senhor, ou ele co nverter os pecadores para que não fosse m ma is almas para o infe rno?
- Gostava m.ais de consolar a Nos so Senho,: Não reparaste como Nossa Senhora, ainda no último mês, se pôs tão triste, quando disse que não r!fendessem a Deus Nosso Senhor; que já está muito o.fendiclo ? Eu queria consolar a Nosso Senhor e, depois, converter os pecadores, para que não O o.fendessem m.ais" (IV Memória, pp. 284286) . Era-lhe tão c lara essa prioridade esp iritual de consolar a De us, que a todo propósito a expli citava. A Irmã Lúcia conta que, esta ndo e le j á doente, "ao entrar urn dia, com. a .Jacinta,
no seu quarto, disse-nos: - Hoje fa le m pouco, que me dói muito a cabeça. - Não te esq ueças ele oferecer pe los pecadores - disselhe a Jacinta.
- Sim., mas primeiro ofereço para consolar a Nosso Senho,; a Nossa Senhora; e depois, então, é que o.fereço pelos pecadores e pelo Santo Padre" (IV Mernória, p. 288). Ainda nas vésperas de morrer, Francisco disse a Lúcia:
"- Olha! Estou muito mal; já me fa lta pouco para ir para o Céu. - Entüo vê lá: não te esqueças de lá pedir muito pelos
pecadores, pelo Santo Padre, por mim e pela .Jacinta. - Sin·,, eu peço; ,nas olha: essas coisas pede-as antes à .Jacinta, que eu tenho medo de rne esquecer quando vir a Nosso Senhor! E, depois, antes O quero consolar" (IV Mem.ória, p. 304). De o nde conc lui o Pe. Alonso: "A contribuição de Francisco à Mensagem de Fátima não
se dá principalmente na ordem apologética. [. .. / Sua importância advém de sua experiência inefável da consolação de Deus, do caráter absolutamente original de sua espiritualidade 'teocêntrica '; isto é, dirigida primeiro e antes de tu.do a restituir a Deus a glória perdida pelo pecado, e só depois à salvação das alm.as. Esta lição é importante em tempos em que uma at itude horizontalista está f azendo perder o equilíbrio, em favor de um. antropocentrismo fora de órbita. E aí está a verdadeira contribuição espiritual de Francisco. Será necessário, portanto, não apenas tirá- lo do olvido ern que foi m.antido, mas também. dar-lhe a importância prim.ordial que tem, no interior da Mensagem de Fátima" (op. c it. , pp. 128- 129).
"Que luz tão honila, ali, junto da nossa janela " Por isso certa me nte fo i premi ado com uma visão ce leste pouco antes ele morrer. Narra o Pe. Fernando Leite SJ: " Nesse d ia 4 de abril de 19 19, a certa a ltura exc lamo u: - Ó minha mãe, que luz tão boni ta, ali , junto ela nossa j ane la ! E de po is ele a lg un s minutos ele doce enle io: - Agora j á não vejo (Inquérito Paroq ui a l ele 28 de setembro ele 1923).
Passado pouco tempo, o seu rosto iluminou-se com um sorriso angélico e, pelas 10 horas da m.anhã, sem. agonia, sem urna contração, sem um gemido, expirou docemente" (op. c it. , p. 154). É lícito supor que foi o próprio Deus - que é luz infinitamente bela - que ass im se manifes tou no derradeiro mo me nto ao confide nte ela Virgem. Os sa ntos são espec iais inte rcessores das graças afin s à sua escola espiritua l: peça mos ao Beato Franc isco ele Fátima que nos obtenha uma participação ele seu desejo j amais desmentido, de consolar a Nosso Senhor e a Nossa Senhora . Conso lação essa que daremos a Deus aceita ndo va lorosa me nte todos os sofrime ntos e dissabores que advê m de nossa opos ição desassombrada a esse mundo ele nossos dias, que se levanta orgulhosamente - mas, ao final , e m vão - contra todos os Mandame ntos da Lei de Deus! • E-mail para o auto r: cato licis mo @cato licis mo.co m,br
JUNH02008-
mas. No o rato ri oz inh o (ou " igreji nha", como a chama meu filho) coloquei um líri o, que é também um e mbl ema de Nossa Senhora. (A.F.N. -
MG)
Esperar uma graça ele co11ve1·são [8J Dá pena dos evangélicos que não
querem ver a beleza q ue é Nossa Senhora para nossa sa lvação etern a, e també m nos sa lvar nesta vida. Gostaria de dar uma revi sta de maio para cada um deles, para entrar-lhes o lhos adentro co mo Maria é uma gra nde graça que Deu s nos de u. Mas ac ho que e les não aceitari am. Estão com o coração muito fec hado. O q ue faze r? Esperar baixar uma graça?
que repre perfeiçõe Santíss· . a obra
(O.G.I. -
RS)
Uma Se11hora maravilhosa [8J Maravilhosa a Nossa Senhora
com as estrelas representativas dos 12 símbo los de suas perfe ições. Fiquei encantada com a foto tão celeste. Fui primeiramente le r o artigo sobre os 12 símbo los, e fiquei a inda mais encantada. Empreste i para uma ami ga ler, mas pedi de volta para reler, poi s tem muitas co isas que preciso conservar na me móri a, e com um a segunda leitura me fixa mais. Todas as o utras fotos do artigo são maravilhosas, cada uma mais bonita que a outra. A gente pode fi car um tem pão adm irando e reza nd o dia nte dela s. Ped i a Maria Santíssima que abençoe carinhosa mente todos vocês, pelo que fi zeram por E la ... e por nós també m. Obrigadão. (M.L.R.R. -
RJ)
Uma Se11hora emblemática
Do Se11adol' Marco Maciel [8J Reg istro o recebimento de atenc iosa carta, com a manifestação da direção da rev ista Catolicismo contra a instituc iona li zação do aborto no País. Agradeço os subsídios e nviados e o exempl ar da ed ição de abril/2008 do periódico , dedicada ao mes mo tema. (M.M. -
PE)
Do Senador Álvaro Dias [8J Sen hor Diretor. Agradeço-lhe a gentileza de obseq uiar-me com um exempl ar da revi sta Catolicismo, a qu a l ve m e nriqu ece r, so bre modo , meu acervo bibliográfico. Meus cumprimentos pe la ini c iativa e votos de se mpre c resce ntes êx itos e m suas ativid ades. Atenc iosamente. (A.D. - PR)
oportunidade para di spor meu gabi nete. Atenc iosa mente. (J.V.C. -
PI}
Do Se1wdol' !l ldemil' Santana [8J Ao cumprimentá- lo cordi almen-
te, gostaria de agradecer pe lo exemplar da revista Cato licismo (abril/ 2008), enca minhado ao meu gabinete. A abordagem de tema tão importante contribui para que a soc iedade brasil e ira lum e conhecim e nto da questão. (A.S. -
DF)
Do Deputado João Campos ~ Ao cumprimentar Vossa Senhori a, manifesto meus agradec imentos pelo envio da revi sta Catolicismo - Revista de C ultura, edição de abril , que aborda o tema aborto. Na oportunidade, parabenizo pelo brilhante trabalho desenvo lvido, colhendo o ensejo para re novar me us protestos de e le vado apreço e distinta consideração.
(J.C. -GO}
Formação e deformação (g] Tenho J9 anos e sou o responsáve l pe la Pastora l da Juventude da m inha reg ião. Gostari a muito que a fo rmação e o ensinamento da rev ista Catolicismo chegassem até aos j ovens da minha região. Aq ui em Go iás a Teologia da libertação é mui to forte, e quero que essa revista ilumine os passos de nossos jove ns. Certamente e la va i dar um a óti ma c qualificada fo rmação para todos, e desse je ito imped ir a formação da Teologia
-CATOLICISMO
ança da Imaculada Conceição com os.filhos da luz" ; uma entrev ista com Dom Luiz de Orlean s e Bragança, herdeiro presuntivo da Coroa do Brasil , marca o bicentenário da chegada da fam ília real ao nosso País; o maluco boquirroto pres idente da infeli z Venezuela é objeto de algumas cons id e rações ta mbé m nesta ed ição, alé m de muitos outros tó picos de alto valor jornalístico, po líti co e moral. ("Folha do Ceará", 19-3-08)
Cul'so de rnligião [8J Só para agradecer ao Monsenhor José Lui z Villac po r s uas pa lavras c he ias de sabedo ri a no espíri to do Senhor nosso Deus. Para mim a coleção dos textos na parte no meada como "A Palavra do Sacerdote" é um curso de re li gião (o me lhor curso de minha vida, de coisas da nossa re li gião) . A bem da verdade, só tinha fe ito o curso do catec ismo, mas agora, co m os textos do Monsenhor José Luiz, é que te nho ap rendido de modo e nriquecedor sobre temas tão importantes de nossa santa Madre Igreja. Tenho incentivado a le it ura e passado para frente esses textos . E les, geralmente, são os primeiros que eu le io quando recebo a minha revista. Fique com Deu s e meu agradecimento sin cero.
(T.B.E. -
SC)
da libertação. (P.A.S.T. -
GO)
[8J Só conhec ia alguns emblemas de
Nossa Senhora, a obra-prima do Cri ador, mas agora, tendo uma visualização de todos os aspectos d'E la, a minha devoção aumenta ainda mais. Reza mos em famíl ia o terço todos os dias e a rev ista , co loq ue i no o ratori ozinh o para reza rmos pensando n ' Ela, o "Paraíso Terrestre", e nos de ma is emble-
ta filosófica e teologicame nte o verdadeiro sentido e práxi s do Cristiani sn10 na pujança de sua tradição e mag nanimidade. Informações, entrevi stas, artigos , comentários. A edição de fevereiro traz matéria de capa sobre os " J50 anos de maravilhosa ali-
Do Senadol' João V. ClaudiJw
Do jornal "Follw do Ceará"
[8J Ilustríssimo Sen hor Paulo Corrêa de Brito Fi lho, D iretor de Catolicismo . Ao cumprimentá-lo cordi almente, ac uso recebimento da rev ista Catolicismo. Agradeço o envio e parabeni zo pela publicação. Aproveito a
A rev ista Catolicismo é um a publicação q ue prima pela qualidade das idéias e tem uma bela apresentação gráfica. As abo rdagens que faz constitue m um primor de correção ao expressar o pensamento que fundam en-
A11ti-religião [8J "Morte" ! Este seria o me lhor termo para desig nar "a bo rto ". Os me nto res des ta c rimin osa idé ia se encontram numa situação e m que, de um lado, os cega a fé num D eus da vida, da espera nça e do amor; de ou tro, " iluminados" por satã, que quer destruir as obras de Deu s utiliza ndo-
se de mentes fracas espiritu almente fa lando, e corações endurec idos pela incapacidade de legislar com integridade moral. Não enxerga m as conseqüências trágicas como a desvalorização da vida, pois não encontrarão so luções sem Deus e m seus próprios va lo res; são desajustados, in seguros, comprometidos com um siste ma que não leva em conta o ser humano no sentido mais amplo da palavra, mas sim no sentido comerc ial e material. Suas cre nças se baseiam num a anti religião ou anticristo: consumir, corromper, matar... O poder de persuasão é grande: querer conve ncer que a saída é esta - " matar o problema" - , nunca encarar de frente as situações. O prín cipe da mentira está com eles. Uma conversão sincera os faria mudar de idé ia, e ao invés de aborto, teríamos soluções rea lmente cri stãs, responsáveis e eticamente corretas. Jesus veio para dar a vida, não para detê- la; perdoar, não matar; in struir para o amor, mesmo que seja difíc il amar, às vezes. O preço deste crime é um só: negar a mi sericórdi a de Deus, o que signifi ca apoi ar, aderir num todo, aos projetos do de môni o. Somos filhos de Deus ... quem será do diabo? (A.C.L.F. -
SP)
Jsabellas [8J Até que ponto a lcança o braço da crue ldade humana, meu Deus! Li e permanec i e m sil ênc io o resto desse di a, pensando e ava liando o grau de civili zação que alcançamos, e ntremeada de crimes de toda sorte. Co mo mãe, se r hum a no, estarrece u-m e como uma punhalada essa realidade brutal e perversa. Sim, há crimes de que não tomamos conhec imento, nem sequer raciocinamos que existem. O de abortar é terrível e des umano, orig inando uma cadeia de maze las, principalmente para a mulhe r que carregará para o resto da vida o ônu s dessa infâ mi a. Os animais irracio nais não o faze m, e a raça hum ana sim .
E eis que fomos criados à imagem e semelhança de Deus ! Que E le tenha piedade de suas criaturas, todos nós, que padecemos neste val e de lágrimas. (O.S.S.Q.B. -
MS)
Dinástica sucessão Essa sucessão do poder, ca mbiando seis por meia dúzia em Cuba, me fez le mbrar da "dinastia" comuni sta in stituída na Coréia do Norte, em que o ditador Kim I passou o mando governamental para o filho , Kim II. Sai Fidel e entra o irmão Ra úl Castro, e tudo continua como dantes na dura vida dos balseiros cubanos. Assistire mos o ditador Castro II passando o mando para o filho, Castro III? E este passa ndo-o para o neto, Castro IV ? C uriosa essa "dinastia" co mu ni s ta, ju sta m e nte d o reg im e tã o antimonárquico. Acorda, povo cubano! Basta! (J.E.S. -
PE)
Um at1ÍSO matel'llal [81 Decidi fazer uma pesquisa sobre Nossa Senhora do Avi so - devoção mariana da minha alde ia em Serapicos, Bragança (Portugal) - quando deparei com o artigo dessa revi sta, o nde consta o nome da minha avó, a Sra. Da. Maria Rufina Baptista. Esse facto fo i verdadeiro, e estou muito feli z por estar no arti go re latado. Os meus para béns ! A Sra. Dona Maria Rufin a Bapti sta, de 84 anos de idade, grande devota de Nossa Senhora do Aviso, quando estava em seu le ito de dor, esperando a hora da pa rtida, três dias antes de sua morte, pediu para mandar vir os filhos da França, pois estava à be ira ela morte. Quando os filhos chegaram, disse-lhes: "Estava à vossa espera. Agora já posso partir. Irei
só amanhã, como me avisou Nossa Senhora do Aviso ". Isto fo i no di a 17 de março de 1986, e e la morreu no dia 18 às 21 horas". (A.C.F.V. -
Portugal)
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Monsenhor JOSÉ LUI Z V ILLAC
impul sos decorrentes cio pecado ori gin al, da ação diabóli ca e do mundo, como també m se abste ve de prazeres legítimos e m pe ni tência por nossos pecados e - mais alto ainda - para "completar em nossa carne o que f alta à Paixão de Cristo ", como di zia o Apóstolo São Pa ulo (cfr. Col. 1, 24). Segundo a teo logia de São Paul o, os sofrim entos de nosso corpo, unidos à Paix ão sacratíss ima de Cri sto, parti c ipa m cios mé ritos infinitos desta. É justo, portanto, que nosso corpo parti c ipe da glóri a ce leste que inund ará nossa alma. Daí a teologia tradi cional designar co m o nome de Céu empíreo o lugar preparado por Deus, e m que nosso corpo será recompensado de todas as fadigas e sofrimentos nesta Te rra. O que nada te m a ver com as heres ias do chiliasmo ou milenarismo. E como o corpo será re-
Pergunta - V. Revma. poderia explicar a diferença - se existe - entre Céu es piritual e Céu empíreo?
Resposta - O tema do Céu é um dos mais oportunos em nossos di as, qu ando mui tos di zem que o -infe rno é nesta Terra, mas na verdade querem que o céu deles seja exc lu sivame nte neste mundo. Na Ladainha ele Todos os Sa ntos, a Sa nta Ig rej a nos co nvida a rezar: "Para que eleveis nosso espírito ao desejo dos bens celestes, nós vos rogamos, ouvi-nos". Nada mais importante que este desejo cios be ns ce lestes, pois significa o impul so interi or ele nos unirmos ao própri o Deus, desprende ndo- nos dos be ns da Terra, aos quais somos tão apegados. A pergunta do leitor nos incita a isso. Tratemos, portanto, do te ma por ele levantado . O Céu é um só, para o corpo e para a alma N ão há do is Cé us, um e mpíreo e outro espiri tual. O Céu é um só. Isto é verdade ele fé. O que ocorre é que o hon1en1 é composto ele corpo e alma, de matéria e espíri to. Quando os Padres da Igreja e os Doutores medi evais tratara m cio Céu empíreo, apenas qui seram 111ostrar o que é óbvio, ou seja, que nosso corpo parti cipou da luta que travamos aqui na Terra para sermos fié is aos Mandamentos da Lei de Deus e aos Mandamentos da Igrej a. Não fo i só nossa alma que luto u. O corpo també m s ubm ete u-se a um a ascese para co ibir os ma us CATO LICISMO
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compe nsado? Não apenas pelos dons da imortalidade e da impassibilidade, pelos quais não conhecerá de novo a morte e ficará isento de toda dor e sofrim e nto. E le será restaurado na pe rfe ição de se us membros e no bom funcioname nto de todos os seus ó rgãos. Ade mais, será glorUicado, isto é, dotado de espl endor e mobi liclade como o Corpo glori oso de Cri sto ressusc itado. Seg und o se vê pe la na rração dos E vange lh os e dos Atos cios Apóstolos, Jesus Cri sto aparec ia de im provi so no Cenácul o e e m outros lu ga res o nd e esta va m os Apóstolos, sem que estes percebessem como tinha entrado ou chegado. Mas comi a com eles, para mostrar que não era um fa ntasma. E fez São Tomé tocar suas chagas, para certi fi car-se de qu e não e ra um e nte imateri al. Era o Ve rbo E nca rn ado, ress usc itado e glori oso !
Ass im , nosso corpo ressusc itado não deixará de ter uma natureza materi al, e mbora e levada e aperfeiçoada. E o lugar onde esse corpo se situ ará no Cé u fo i des ignado como Céu empíreo. Ora, seria uma aberração pensar que o corpo estivesse num lugar, o Céu empíreo, e a alma num outro, o Céu espi ritual. Pois o homem é composto ele corpo e alma, e onde estiver seu corpo (ressuscitado) estará sua alma. Portanto, não há dois Céus, um para o corpo e outro para a alm a. Como di ssemos no início, o Céu é um só, para o corpo e para a alma.
que nesta Terra não temos de ver a Deus f ace a f ace, tal qual Ele é, o que se designa com o no me de vtsao beatifica. M ais ainda, participaremos ela própri a vida divin a, sem perdermos nossa identidade própria e sem nos confundirmos com Deus. É a vida da graça, oriunda da fé e do Batismo. Será uma situação de fe li cidade perfeita, que colocará nossa alma num estado de gozo pleno, que se poderia designar de fato com o nome ele Céu espiritual. A expressão é inteiramente legítima, desde que não seja entendida como um novo lugar, distinto do Céu empíreo como o definimos acima.
Glol'ilicação da alma e felicidade p erfeita
"Os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram"
Mas se o corpo será ass im gl o rifi ca do, muito ma is glo rifi cada será a alm a. Ela será dotada ela capacidade -
Como o leitor está percebe ndo, é um a s itu ação tão alta, que nesta Terra não temos a menor capacidade de a compreender. É um mi stério, ao qu al aludi a São P a ul o quando di sse: "Os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem a mente do homem f oi capaz de conceber o que Deus preparou para aqueles que O amam " (1 Cor. 2, 9). Assim , por mais que nos esforce mos e m im agi na r como é o Céu empíreo ou a bem-ave ntu ra nça ete rn a das almas, fi caríamos incomensura vel me nte a ba ix o do qu e Deus pre paro u para os homens que se salvam. Não obstante, alguma coisa pode ser dita. Quando Deus criou o universo e nele colocou o home m, foi para que este, mes mo à lu z da razão natu ral, através das coisas criadas se elevasse até Ele. Todas as coisas cri adas têm e m si um reflexo de Deus. E con-
templando esse refl exo, o hom e m co nh ece um po uco como é Deus. Não há que m, alguma vez na vicia, co ntempland o um cé u es tre lad o - fora das megaló pole s modernas não tenha ficado extas iado. Ou, conte mpl ando um esqui lo brin cando co m um fru to que colhe u numa árvore, não te nh a tid o um so rri so de co mprazim e nto. Esse comprazimento com uma maravilha cri ada por Deus, no fu ndo glorifica De us; e glorifica tanto mais quanto mais amorosa e consciente for essa remi ssão ao C ri ador. Assim , pela escada das criaturas, o home m sobe até o Criador. E se pre para para as mag ni fi cências do Céu, indescri tivelme nte superi ores ao que há de mai s requintado sobre a Terra.
obras criadas diretamente por Deus, como a contempl ação das obras produzidas pelo homem de fé - sempre que conformes à ordem estabelec ida por Deus - encaminham nosso espfrito para compreender, muito limitadamente embora, como deve ser o Céu que Deus preparou para nós. Não será certame nte na contempl ação elas aberrações horrorosas da arqu itetura moderna que nosso espírito se elevará. ao Céu. Mas a contemplação de urna catedral - Notre D ame, Co lônia, Du omo de
Milão, e mil outras obras religiosas ou seculares que seri a infindo li star - nos encaminha até Deus. O Céu empíreo será um req uinte, mui to a lé m do imaginável por nós, de tudo aquilo que fo i feito de bom e belo pelo home m, ou cri ado direta me nte por Deus. Nele, as almas unidas aos respectivos corpos gozarão da vi são beatífi ca, que constitui rá para elas um a utêntico Céu espiritual. • E-mail do autor:
monsenhorjoseluiz@catolicismo.com.br
As obras do l10mem /JOdem conduzir ao Cl'iadof' P or o utro lado, qu a ndo Deus criou o homem, seu desígni o foi torná-lo um colaborador da própria obra da Cri ação. Por isso, deixou muitas coisas para o homem faze r. E fo i assim qu e os ho me ns construíram cidades, com casas, edifíc ios públicos, palácios, catedrais ... E Deus qui s que, ao construí-las, o homem pusesse nelas um refl exo do próprio Deus. Sabemos be m que, infeli zmente, os homens freqüente mente não fizera m isso, e até fizera m o contrário di sso. Outras vezes, porém, nas épocas de fé, fi zeram maravilhas que remete m a Deus. Aqui está a razão desta cligressão, que a algum leitor poclerá ter dado a impressão ele que se distanciava do tema. Não! Tanto a contemplação das
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CONCISAMENTE
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Castelo em estilo medieval em Napa Valley, Califórnia
Relação de causa e efeito entre Corão e terrorismo
aryl Sattui, bem-sucedido viticultor de Napa Valley, Califórnia, achou que faltava algo essencial no seu vinhedo: um castelo como aqueles que dão nome a prestigiosos vinhos europeus. Construiu então o Castello di Amorosa, verdadeira recriação de uma fortaleza medieval (foto). Sattui contratou artistas e artesãos da Áustria, porque queria algo com toda a fidelidade histórica e sem o aspecto artificial da Disneylândi a. O Castello di Amorosa reflete as técnicas defensivas dos séculos XII e XIII: torres e muralhas, fossos, ponte levadiça e seteiras. Os interiores foram decorados seguindo o melhor gosto da Idade Média italiana. Quando alguém procura honestamente o belo, vai encontrá-lo nos estilos engendrados pela Civilização Cristã. •
deputado hol andês Geert Wilders lançou pela Internet o filme de curta-metragem Fitna (do árabe: caos e impiedade apocalíptica), reproduzindo ao pé da letra frases do Corão que incitam ao extermínio dos cristãos. Exibe cenas das mais chocantes, de atentados do fund amentalismo muçulmano, e evidencia a relação de causa e efeito entre os ensinamentos religiosos de Maomé e a onda de terrorismo islâmico. A Justiça holandesa autorizou o filme , mas a Europa está atemorizada, pois alberga 53 milhões de muçulmanos. Os governos europeus, inspirados nas idéias laicistas e anticristãs da Revolução Francesa, são incapazes de dar resposta adequada à guerra re li giosa maometana. Somente por meio de uma cruzada moral , fiel ao espírito da Igreja Católica, a Europa poderá sair da atual encru zilhada . •
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Na Europa, aborto mata mais que todas as doenças somadas
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a Europa, segundo a agência vaticana Fides, o aborto é a primeira causa de mortalidade. A população cresce apenas 3 10.000 pessoas por ano, 12 vezes menos que nos EUA. Começará a despovoar-se a partir de 2025. A metade dos casamentos acaba e m ruptura. Há mais anciãos do que crianças. A cada dia fecham-se três escolas por fa lta de alunos, e um bebê é abortado a cada 25 segundos. Os abortos causam m a is mortes que as doe nça s do coração e cardiovasculares, acidentes, uso de drogas, alcoolismo e suicídio somados. Superam em número todos os óbitos causados por doença. Nas pegadas da "autode molição da Igreja", progride a autodemolição do continente-berço da C ivilização Cristã. •
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Zimbábue: Reforma agrária, fome, ditadura e genocídio
esqui sa "Data.folha" registrou que 76% dos brasileiros desejam que o uso de maconha permaneça proibido por lei. A maior taxa de apoio à descriminalização da maconha situa-se nas classes ma is ricas (33% ), e a maior recusa entre as mais pobres (82%). Porém as esquerdas continuarão dizendo que a descriminalização é uma reivindicação popular. 45 % dos entrev istados declararam-se contrários ao "casamento homossexual", e 39% a fa vor. 68% querem que o aborto continue criminalizado no Brasil. Este índice está e m contínuo aumento : em 2006, os que defendiam a lei ex istente era m 63%, e 65% em 2007. •
CATOLICISMO
unicidade de revoluções
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zzy Osbourne (foto), "astro" do rock apelidado Príncipe das Trevas, realizou degradante exibição de hea vy-rnetal no Parque Antártica, em São Paulo . Andou de quatro, rastejou, grunhiu , tornou ares de insano, disparou rajadas de palavrões e blasfêmias. Encenou uma paródi a de mi ssa, com ares de sacrifício oferecido a Satanás. Fingiu comer um morcego vivo, jogou baldes de água nos presentes. Entre estes, os m a is fanatizados usav a m simbólicos chifres vermelhos brilhantes. Nesse achincalhe geral, Osbourne serviu-se inclusive da bandeira nacional. Fazendo isso, patenteou que as revo luções que abala m a Igreja, a cultura e o Brasil têm um denominador comum e um mesmo objetivo: o caos infernal. •
O
Zimbábue, sob a atual ditadura socialista, envereda para o genocídio, denunciou o Catholic b1fonnation Service for A.fi-ica (CISA). A China está armando o ditador Mugabe, que perdeu as eleições presidenciais em prime iro turno e mobilizou os "veteranos de guerra" - agitadores equivalentes aos militantes do MST brasileiro - com vistas a organizar violências que incluem torturas e humilhações , a fim de sil enciar os opo itores. Ele visa também extinguir os últimos fazende iros brancos que ficaram no país (foto). A reforma agrária zimbabuana, em boa medida inspirada na brasileira, jogou a nação africana na fome e na miséria. A inflação supera 100.000% anuais. O governo é o único que dispõe dos alimentos, e os distribui para seus fiéis, sonegando-os para os não-si mpatizantes. •
Contra a maconha, o "casamento" homossexual e o aborto
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Show rock-satânico patenteia
Tribunal do Chile proíbe "pílula do dia seguinte" Tribunal Constitucio nal do Chile proibiu , em última instância, a abortiva "pílula do dia seguinte", revogando decreto assinado pela presidente socialista Michelle Bachelet. A sábia decisão vinha sendo reclamada pelos movimentos próvida, como Acción Familia por un Chile auténtico Cristiano y .fuerte. Militantes anti-v ida, políticos de esquerda e empregados públicos por um lado, e defensores da vida por outro, protagonizaram respectivamente manifestações de repúdio e de apoio à sentença do tribunal. A luta contra o aborto e em defesa da fa mília está polarizando o Chile. •
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Eleitorado italiano reieita vigorosamente a esquerda
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coalizão de centro-direita liderada por Sílvio Berlusconi alcançou estrondosa vitória nas e leições gerais italianas. O centrista Berlusconi (foto) foi catapultado ao poder pela fulgurante asce nsão da chamada extrema-direita italiana. A derrotada fre nte de centro-esquerda havia adotado princípios de centro, e até de direita liberal econô mica, para não se descolar demais da tendência geral do eleitorado itali ano para a direita. Da esquerda ostensiva nada sobrou : comunistas e ecolog istas ficara m fora do Parlamento. Duas semanas depois, um candidato da direita foi eleito à prefeitura de Roma, que a esquerda dirigiu durante 13 anos. "Desastre", "pesadelo", "amargura", foram termos freq üentes no noti ciário sobre a catástrofe da esquerda. Comentários depreciativos choveram sobre o povo italiano, ve iculados por certa grande mídia que declara ser democrática, mas de fato indigna-se quando o povo não vota pela esquerda . •
China "pirateia" iPhone, e fabricante perde grandes lucros
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Apple, gigante da info rmática, quis lucrar produzindo os celul ares iPhone na China. Porém, dos 3.700.000 iPhones made in China, apenas 2.300.000 foram registrados nos EUA e na Europa. O resto foi desviado por uma rede chinesa de contrabando, que desbloqueia os celulares e os vende no mercado paralelo. Logo após o lançamento do iPhone nos EUA, a China já o tinha desmontado para conhecer-lhe o segredo, e a Shenzhen Sunshine fabricava a imitação Ai Feng a preço irrisório. A China Mobile, maior operadora de telefonia móvel do mundo, iniciou negociações com a Apple, mas suspendeu-as assim que o esquema de "pirataria" ficou montado. O fato era peifeitamente previsível, mas uma como que maldição cega os macro-capitalistas que investem na China. •
Frente ao ecumenismo: insolência muçulmana
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nquanto certos meios católicos timbram em manter relações ecumênicas com os muçulmanos, estes freqüentemente viram as costas à Santa Igreja de modo insolente e agressivo, e até proclamam querer tomar Roma, capital da Cristandade. Assim é que - informa a CatholicNewsAgencycom- o líder muçulmano Yunis Al-Astal desafiou: "Muito em breve Roma será conquistada por Alá, assim como Constantinopla, como foi profetizado por nosso profeta Maomé. Hoje, Roma é a capital dos católicos ou a capital dos cruzados, que declarou sua hostilidade ao Islã". Este discurso foi transmitido pela cadeia do Hamas, AI-Aqsa TV. Nela, Yunis Al-Astal disse que Roma se converterá em "um posto avançado para as conquistas do Islã, que se estenderá na Europa por completo, e logo chegará à América, inclusive à Europa do leste".
Contestação à ofensiva catastrofista sobre o aquecimento Cardeal George Pell {foto), arcebispo de Sydney (Austrália), questionou os propugnadores da hipótese do aquecimento global e "profetas" de catástrofes universais. No diário "Sunday Telegraph", exemplificou com as temperaturas baixíssimas e recordes de nevadas recentes no Canadá, China e Inglaterra. E concluiu que é "exagerado" dizer "que o consenso absoluto entre os cientistas confirma a hipótese de um perigoso aquecimento global causado pelo homem". O problema diz respeito, antes de tudo, aos cientistas. Mas, quando entre estes surge uma tendência que contesta a civilização, é salutar que um príncipe da Igreja Católica refute a tentativa apocalíptica e demolidora.
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NACIONAL
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Sucesso da agropecuária nacional X
Miséria da Reforma Agrária A situação objetiva do campo no Brasil cabe no título acima. Ela só não é reconhecida pela esquerda - a laica e a calôlica - devido ao seu inveterado estrabismo ideológico H ÉLIO BRAMBILLA
rnagine o le itor a seguinte situação: sair de São Paulo, com os indicadores do servi ço de trânsito apo nta ndo a marca hi stórica de 200 km de congestio namento, para mergulhar no interior paulista, e m ple na safra de grãos; e passar a ver, não mais carros e po lui ção, mas co lhe itadeiras que trabalham; atrás delas, plantadeiras que semeiam a nova safra de in verno, denomin ada safrinha. Quem não gosta de observar a natureza na sua ca lm a e placidez, no riacho que murmura, no pássaro que canta, no mar grandioso que rumoreja no vai -e- vem de suas águas? Em outras ocas iões, é bo m sentir a dinâmica do homem, rei da criação, preparando a te rra, do mina ndo a natu reza bruta e plantando. Tudo contribuindo para co mprovar a ex istê nc ia de um Deus cri ado r, que nada deixa e ntregue à própria sorte. Santo Tomás de Aquino, o maior teólogo cató lico, diz que Deus não só criou todas as co isas, mas continuamente as sustenta através das leis que regem a ordem do Universo, e o faz pelo mini stério dos anj os.
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CATOLICISMO
Em alg umas tarefas, o homem participa da obra da criação. Fo i o que levou Dante Ali ghie ri a afirmar que as obras dos ho mens são " netas de Deus". Também participa dessa obra no ato de semear e colher: planta-se a semente, que se multi plica; enquanto urn a parte vai para a a limentação, a outra vo lta para o repl anti o, que perpetua o c ic lo da vida. Vi sto nesta perspectiva, é nobre o trabalho do campo, e m que a fo rça e mpreendedora do destemido agropec uari sta suplanta as adversidades do clima, as ervas daninhas, os ani mais nocivos. Invicto, e le enfrenta a batalha da vida e traz a vitória em suas mãos : o fr uto. Fossem ape nas contrariedades da natureza! A exempl o dos senhores feudai s da Idade Média, obri gados a enfrentar os ani ma is selvagens, e sobretudo o bárbaro in vaso r que tudo destruía à sua passagem, nosso guerre iro ru ra l, além de traba lh ar, é compe li do também a lutar. É o que vem faze ndo contra conspirado res revoluc ionári os que, disfarçados em parti c ipantes de " movimentos soc iais" e goza ndo de ampla proteção ofic ia l, tentam atravancar o progresso da agropec uária brasileira.
Espadas de Dâmocles sobre os pro<lutores rurais Sobre a cabeça de Dâmoc les, o legendário personagem
grego, pendia uma espada amarrada por um fio de linha muito fino ; sobre a de nosso heró i, o produtor rura l brasileiro, pende uma porção de espadas: a mbi enta li smo sectá ri o; Movimento dos Sem-Terra; movimento indi geni sta; mov imento quilombola; impostos altíssimos; falta de seguro agríco la; carênc ia de infra-estrutura; ameaças de fixação de índi ces de produtividade in atingíveis; ac usações de trabalho escravo; limitação do tama nho das propriedades, etc. Apesar da consp iração dos utóp icos do rni serabi li smo, que o cons ideram um "crime hediondo" pelo fato de se basear no d ire ito natural da propriedade privada, o agro negóc io tem dado mostras de um vi gor extraordin ári o. E vem produzindo comida farta e de boa qualidade a preços baixos: cerca de 40% do PIB nacio nal; mais de 50 bilhões de dólares de superáv it nas exportações; 40% dos empregos do País. O aumento do PIB, tão festejado pe lo governo do PT, deveu-se principalmente ao ag ro negóc io, que aume nto u 7,9% (cfr. "Va lor Eco nô mi co", São Paulo, 20 a 23 de março de 2008, p. B 16). Diversos espec iali stas avali am em 90 bilhões de dólares o montante de din he iro injetado no mercado pe la sa fra. Para se ava li ar quanto isso sig nifi ca, o " pacote" lançado pelo presidente B ush no intuito de sanar a economi a americana, na primeira fase da cri se imobiliária que afetou os Estados Unidos, fo i de US$ 150 bilhões. Quantia considerada sig nificativa até para a maior econo mi a do planeta, com um PIB de US$ 12 trilhões.
Os êxitos espetaculares do agroneg6cio A s co nseqü ê ncia s be néfic as desse grande feito do agro negóc io bras il eiro aí estão: aumento na geração de e mpregos e no consumo. Só no segmento de ca mi onetes, caminhões e máquinas agrícolas, a espera na fil a é de seis meses a um ano, poi s as fábricas não consegue m produzir o sufic iente para atender o mercado. As expos ições agropec uárias e os agrishows da tem porada 2008 estão batendo todos os recordes de público e de negóc io. Por exempl o, o show rural de Cascavel, populosa c idade paranaense co m menos de me io sécul o de ex istência, recebeu mais de 180 mil pessoas e teve recorde e m negóc ios, tra nsformando-se no maior da Améri ca Latina e um dos primeiros do mundo .
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Eis, a título de exempl o, outros fe itos de nosso agro negócio: A sa fra de grãos ultrapasso u 140 milhões de toneladas. So mos o segundo maior produtor de soj a do mundo. Somos o maior exportador de soj a. No setor de aç úcar e álcoo l, teremos produção recorde de 30 milhões de toneladas de aç úcar e 23 bilhões de litros de á lcoo l (eq uivalentes a 400 mil barri s de petróleo/dia). No setor dos cítri cos, embora te nha hav ido diminuição na área plantada de lara nj a, sua produção cresceu 30% dev ido à renovação dos lara nj ais. E m cada dez copos de suco de laranj a bebidos no mundo, o ito são do Brasil. M aior produtor mundi al de café: em cada dez xícaras tornadas no mundo, qu atro são do Brasil. Segundo produtor mundi a l de milho, co m 50 milhões de tone ladas (a E uropa produz 48 milhões de to neladas). Rebanho bovino com mais de 200 milhões de cabeças, o dobro do ameri ca no. O País torno u-se o ma io r produtor e exportado r de carne bovina. Segundo ma ior produtor e expo rtado r de carne de frango do mundo. No segmento de madeira e celul ose, j á estamos entre os cinco prime iros e m esca la mundial. Pe la primeira vez, a área de fl orestas plantadas ultrapassou a das abatidas. Com novas tec no log ias de clonagem de mudas, e m 20 14 teremos a maior área de fl orestas pl antadas do mundo, com a vantagem de prod uzirmos uma pl anta para corte em prazo méd io de cinco a o ito anos, ao passo que nos países nórd icos o prazo para corte é de mai s de 20 anos. Também no quesito prod utividade, nos Estados Unidos a méd ia po r hectare/ano é de I 0m3, enq uan to no Brasil é de 40m3/ano.
Progressos quanto à cana de açúcar Al guns detalhes quanto aos ava nços obtidos no setor de ca na-de-aç úcar, no qual somos líderes. N o mês de feve re iro, o co nsum o de álcoo l (a nidro/ hidratado) ultrapasso u o da gasolin a. Nossa frota, que no iníc io da produção de á lcoo l, na década de 80, era de três mi lhões de veículos, ul trapassa hoj e 30 milhões (fora os movidos a diesel). As usinas estão se aparelhand o para prod uz ir energia e létrica a partir cio bagaço de cana que imado nas ca lde iras. Se
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todas e las gerassem essa energia, sa ltaríamos de uma produção de 5 a 6.000 Mw/h para 32.000 Mw/h, eq ui va lentes à produção de duas usinas de Itaip u. Apenas 50 das quase 400 usinas existentes estão gera ndo e nergia, o que em grande parte se deve ao centra lismo estatal brasileiro . Os usine iros perdera m o estím ul o, porq ue nos leilões de energ ia o governo ofereceu menos de IOO reais por Mw/h . Como conseq üênc ia, o risco do apagão co locou-o na contingênc ia de acionar as termoelétricas a gás, que custam mais de 400 rea is o Mw/h. Alé m d isso, por causa do a.pagão do gás decorrente do boicote da Bolív ia, em alguns casos o governo teve de ac ionar as termoe létricas a d iesel, a um custo de ma is de 800 rea is o Mw/h. Estrabismo governamental em prej uízo da economia .. O ce ntro de tec nolog ia d a B ras kem, o ma ior g ru po petroq uímico da América L atin a, perte ncente ao Brasil, j á desenvo lveu o primeiro siste ma de produção de polietileno a partir do álcool de cana. O produto j á fo i certificado internac ionalmente, e até o fin al de 2009 in ic iará a produção de 200 mil tone ladas/ano. Será usado na indústria automobi lística, em e mb a lage ns, cos m é ti cos e tc ., co m a va ntage m d e se r biodegradáve l (A nuário da cana-de-açúcar 2007, p. 82). Está em fase fi nal de experiênc ia a chamada "segunda geração de comb ustível da cana" . O siste ma busca a viabilização do álcoo l celul ós ico por hidróli se e gaseifi cação, a partir da bi omassa dos restos do bagaço e da pa lha da cana. Ce ntros de pesquisas do governo paulista, com apoio da iniciativa privada, j á estão com estudos muito avançados para iniciar e m curto espaço de tempo a produção de álcool, ácido acético e dimetil éter (DME) . Trata-se de um substituto para o d iesel e o gás li quefeito de petró leo (GLP), co rnumente chamado gás de coz inha ("Jornal Cana", fevereiro de 2008, pp. 84 e 85). E m vista d isso, podemos vislu mb rar o que se pode abrir de perspectivas para o setor.
Política acertada: da,· precedê1wia à agropec11ária P lín io Corrêa de O liveira sempre di sse que o Brasil deveria dedicar-se primordialme nte à produção agropecuária e à conseqüente transformação de seus prod utos . Subsidiariamente deveria desenvolver seu pa rque indu strial, e mes mo assim dando precedência a produtos para a ag ric ultu ra e as indústrias processadoras, e secunda riamente a outros seg mentos industriais. Foi o contrário do que fi zeram certos governos de tendê ncia socializante. A partir da década de 50 do século passado, fo i criado um parque indu strial mantido à base de subsíd ios estatais, gerando empresas paquidérmicas da iniciativa p rivada e estatal que, por falta de lastro e de tecnologias competitivas , sucumbi ram ao menor sopro dos ventos da globalização. Exemp lo di sso foram as célebres "carroças bras ile iras", como se exprimiu o ex-pres idente Collor para se referir aos defi cientes veículos produzidos então no B ras il, comparados com a alta performance dos modelos importados . A abertura para o mercado internacional colocou- nos em CATOLIC ISMO
pé de igualdade com os fab rica ntes em escala mundial. Se os polít icos do sécul o passado ti vessem dado o sufic ie nte apo io ao setor do ag ronegóc io, atra vés das pesquisas, do seguro ag rícola, de garantias de preços mínimos, certamente hoj e estaríamos entre as primeiras nações do mundo. Aqui va le o dito: "É só o governo não atrapalha,; que o agronegócio deslancha ". Deixemos o homem do campo trabalhar em paz, e teremos comida farta e barata, grandes excedentes para exportação, aumento das reservas cambiais, geração de e mpregos, combustível eco logicamente correto, etc. Convém ressaltar que, nos últimos tempos, a esquerda intern ac ional vem levantando o espantalho da escassez de a limentos, tendo corno um dos vilões o biocomb ustíve l e pondo em foco princ ipalme nte o B rasil, pe la produção da cana-deaç úcar. A este propósito, cumpre esc larecer q ue menos de 1% das terras brasileiras são uti li zadas na produção de cana. De outro lado, contestar a esquerda internac ional ao tachar de "crime" o fato de o Brasil estar produ zindo cana, segundo eles em detrimento dos alimentos. A cri minosa, neste caso, seria a própria esquerda, por conta da propaganda e pressão descabidas e insistentes que exerce sobre o campo brasile iro, marte lando slogans marxistas cuj a ap licação só gerou mi séria pe lo mu ndo afora.
Conheça tudo sobre a influência dos Anjos e dos demônios nas nossas vidas! Como os anjos e os demônios podem influenciar nossa vida? O que pensar da feitiçaria, dos sabás, das missas-negras, dos bruxos e feiticeiras, do espiritismo, da macumba, do Rock'n Roll? Essas são algumas das perguntas que os autores deste livro respondem de modo claro, de acordo com a doutrina católica. Obra imprescindível para o católico culto e atualizado.
Ideal : á,·ea <la Refol'ma Agr ária para a pm d11ção de gr ãos A esq ue rd a bras ile ira , áv id a de se r co rtej a d a pel a
intelligentsia internacional, aplicou no Brasil uma Refo rma Ag rári a tão absurda, que é impossível não reconhecer má fé em seus fa utores. Hoje ex istem ma is de 50 milhões de hectares em mãos de asse ntados nas áreas agro-reformadas. Nada produ zem, e a inda depende m de cestas básicas com prod utos oriundos do ag ronegócio para subsistir. Se desse total fosse m retirados 45 milhões de hectares para a produção de grãos, pura e simplesmente a dobraríamos . Uti li zando-se outros 7 milhões para a produção de álcool, chegaríamos prati camente à auto-suficiê ncia e m matéria de co mbustível "ecologicamente correto" . Com isso, milhões de novos e mprego seri am gerados , devolve ndo a dignidade a ta ntas fa míli as que vegeta m de fo rma sub-humana em barracas de lona ou em autênticas fave las ru rais, nas quais se converteram os assentamentos. É na situação delas que deve mos pensar - e nos vastos espaços oc iosos que e las ocupam, sobre os quais inex iste, da parte do governo, q ualquer exigência de "índice de produtividade" - toda vez que ouv irmos algum alto dirigente se vangloriar dos "feitos" da Reforma Agrária ... Corno para Deus nada é im possível, possam os inveterados fa náticos da esquerda brasileira trocar as trevas da Teologia da Libertação, e m que j azem, pe la luz da graça di vina, de modo a um di a co mpreenderem que o futuro brilhante do B rasil está na observâ nc ia da Lei natural e da Lei de Deus, e não nos absurdos e utopias de M arx e de Lenine. • E- mail do autor: bra111billa@catolicis111o.co111 .br
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Intelectual italiano realça centenárto do nascimento de
Plinio Corrêa de Oliveira N uma série de três extensos artigos, que constituem um verdadeiro estudo, o Prof. Massimo lntrovigne destaca a ação do pensador e homem de ação brasileiro na história dos meios católicos Cio
ALENCASTRO
propósito do centenário do nascimento de Plinio Corrêa de Oliveira (13- 12-1908), cujas comemorações já se ini ciam, o intelectual italiano Massimo Introvigne publicou uma série de importantes e bem documentados artigos sobre os meios católi cos brasileiros,
que podem ser lidos na íntegra em: http:/ /www.cesnur.org/ Introvigne ass im inicia seu estudo: "A 13 de dezembro de 2008 ocorre o primeiro centenário do nascimento de Plinio Corrêa de Oliveira ( 1908-1995), líder católico, homem político e intelectual brasileiro que deu aquilo que é talvez o maior contributo no século XX para a escola católica dita contra-revolucioná-
ria, da qual se encontram ecos significativos no magistério dos Pontífices dos séculos XX e XXI". Escola católica contra-revol11cio11ária Lembra ele que Plinio Corrêa de Oliveira fundou a Ação Universitária Católica, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo; foi eleito aos 24 anos
para a Assembléia Constituinte de 1934, como o candidato mais votado de todo o Brasi l; presidiu a Junta Arquidiocesana da Ação Católica, em São Paulo; dirigiu, durante décadas, "O Legionário", semanário oficioso da arquidiocese paulopolitana; fo i o inspirador e principal articulista do então jornal (hoje revista) Catolicismo; até fundar, em 1960, a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Escreveu numerosas obras. A posição matizada que o pensador brasileiro tinha a respeito dos Estados Unidos da América do Norte é bem si ntetizada por Introvigne. De um lado a denúncia da "cultu ra de Hollywood", ou seja, a crítica aos modos novos, liberais e sem compostura, que o ci nema norte-americano espalhou pelo mundo, em contraposição aos estilos tradicionais de ser e de agir. E, de outro lado, "consideração pelo papel político desenvolvido pelos Estados Unidos na luta em defesa dos valores ocidentais contra o comunismo, e também contra o nacional-socialismo e os regimes autoritários e estatizantes europeus". Após cons tatar que o Brasil foi um dos países mais atingidos pela crise progressista e pela teologia da libertação de caráter marxi sta, Introvigne mostra que, precisamente nesse País, através da obra de Plinio Corrêa de Oliveira, "a escola ca tólica contra-revolucionária conheceu, na segunda metade do século XX, um de seus mais significativos desenvolvimentos". A crise da Ação Católica
nos anos 40 O primeiro livro de Plínio Corrêa de Oliveira, Em Defesa da Ação Católica, merece de Introvigne uma referência cui dadosa que, se não é exaustiva, é muito abrangente nas suas linhas gerais. Tratase de uma obra que nos proporciona "uma análise extremamente lúcida de como tendo por base diversos erros doutrinários - a Ação Católica estava em crise" . Prosseguindo a narração histórica daquela época, o intelectual italiano põe em realce o fato de que, com a entronização na Arquidiocese de São Paulo do Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, o Prof. Plínio perdeu a presidência da Ação
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CATOLICISMO
Católica, inclusive a direção do "Legionário". O novo arcebispo preferiu "ouvir com benevolência os críticos de Em Defesa da Ação Católica" (A respeito desse livro, vide p. XX). No Vaticano, en tretanto, a análi se da crise da Igreja brasileira, exposta nessa obra e pelo grupo do "Legionário", "era considerada sempre com a maior atenção, tanto mais que essa crise ia se mostrando em toda sua gravidade". Daí resultou que, em J 949, Mons . Montini escreveu uma carta a Plinio Corrêa de Oliveira, em nome do Papa Pio XII, louvando o livro Em Defesa da Ação Católica, "com expressões de um calor pouco comum para uma obra que, além do mais, havia sido publicada seis anos antes".
Massimo Introvi gne, advogado italiano e intelectual co nceituado, tem ocupado cargos docentes em diversas uni versidades. Formo u-se e m Filosofi a pe la Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma. É autor de 23 livros e editor de outros dez nos campos da sociologia e da ciência da religião. Tem denunciado com êxito atividades comprometedoras dos chamados movimentos anti-seitas. É fund ador e diretor do Centro de Estudos das Novas Religiões (CESNUR) e membro do movimento Alleanza Cattolica, diri gido por Giovanni Cantoni .
Catolicismo, Revolução e Contra-Revolução Pelo fim da década de 1950, o jornal Catolicismo "opõe-se ao mito populista da reforma agrária, a qual se tornará uma sua batalha central no decênio seguinte". Catolicismo desenvolve ai nda "uma obra sistemática de defesa dopapel das elites e da luta contra a vulgarização da cultura. Vão nessa direção, antes de tudo, os comentários metódicos de Plinio Corrêa de Oliveira às alocuções de Pio XII à nobreza e ao patriciado romano, os quais suscitarão, entre outros, o interesse de D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança ( 1908-1981 ), Chefe da Casa Imperial do Brasil; dois filhos de D. Pedro tornar-se-ão depois estreitos colaboradores do autor". Na série Ambientes, costumes, civilizações, partindo de imagens, fotog rafias, obras de ,ute, episódios históricos e filmes, "o pensador brasileiro mostra o influxo das tendências, dos ambientes, das cores e sabores na formação da mentalidade e da cultura". Tal modo de ver constitui uma das origi nalidades fundamentais da visão contra-revol ucionária do pensador brasileiro. Em 1959, Plinio Corrêa de Oliveira publica Revolução e Contra-Revolução, obra que "está indissoluvelmente ligada à fama do pensador brasileiro, seja na história do pensamento católico, seja do pensamento político latino-americano ". *
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Ainda num outro artigo - fora desta série - em que anali sa a última eleição italiana, Massimo Introvigne ressalta os bons resultados obtidos por um dos partidos , pelo fato de que seus dirigentes fizeram um "constante apelo a valores que podem resumir-se no lema 'tradição, família, propriedade'". E isto se dá, diz ele, ao mesmo tempo que "ocorre o centenário do nascimento do pensador católico brasileiro Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995), fato que, presumo, não estava especificamente em vista" para os componentes médios desse partido . • E- mail do au to r : e ida I cncas t ro @cato l ici smo.co m .br
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Aborto: médico renomado fala de suas experiências
Do aborto ao infanticídio
Importantes questões relacionadas à prática abortista e suas conseqüências, como os traumas pós-aborto, são respondidas com muita precisão por um profundo conhecedor do assunto
Filhos valem menos que plantas - A Suíça transformou-se num país em que os seres hu manos valem menos do que vegetais ou animais. O Parlamento suíço aprovou uma lei que outorga "direitos" sem precedentes aos animais: Obriga os donos de cachorros a fazer um curso completo de tratamento canino, com teoria e prática; recomenda que a pesca seja feita de modo "humano", para não agredir muito os peixes; e estabelece o modo pelo qual o gado deve ser tratado por seus proprietários. O Comitê de Ética Federal de Biotecnologia Não Humana trabalha para determinar que tipos de investigação científica respeitam a "dignidade das plantas", e quais não; as verbas públicas serão dirigidas apenas às instituições que respeitam tal "dignidade". "Toda esta proteção conferida a plantas e animais contrasta grandemente com o recente des respeito do governo suíço para com a vida dos não nascidos no país", adverte o site LifeSiteNews.com . "Em j unho de 2002, a Suíça decidiu permitir à gestante abortar no primeiro trimestre da gravidez, quando estiver num 'estado de stress' ambiguamente definido" (ACI, 29-4-08). Essa grave inversão da ordem posta por Deus na criação ofende o Criador e é de molde a fazer Nossa Senhora chorar! A sociedade não se ofende com nada - A aceitação do aborto como fenômeno social, além de favorecer um crime monstruoso, tem como conseqüência o debilitamento do amor aos filhos. Se é permitido matar o filho no ventre materno, por que não será lícito também matá-lo depois que nasceu? Sobretudo quando a criança se torna um estorvo para o desejo dos pais de gozar a vida. Nesse sentido, interessa conhecer trechos da entrevista dada a "O Globo" (27-4-08) pelo Dr. Francisco Cembranelli, que há 20 anos atua como promotor em casos de homicídio. P - O senhor acompanha casos de violência contra crianças no trabalho? R - Tivemos casos chocantes. Há dois meses, uma mãe decapitou o fil ho recém-nascido. Temos crianças agredidas até a morte com queimaduras, fraturas espalhadas. Tem alguns pais que, por circunstâncias de vida, acabam agindo dessa maneira. Dentro dessa situação de descontrole, acabam descontando no mais fraco, nas pessoas mais próximas. P - Nada o surpreende mais? R - Nada. Infelizmente. O que me choca é que a sociedade não mais se ofende com nada. CATOLIC ISMO
e
atolicismo tem o prazer de
Filhos torturados - A Justiça de Guaruj á, no litoral sul de São Paulo, decretou a prisão preventiva do casal Fábio da Luz Garcez e Priscila Cristiane Rosa, acusados de torturar os cinco filhos. Eles negam. Os maus tratos foram denunciados pelos vizinhos. O tio-avô dos meninos, acompanhado do Conselho Tutelar da cidade, compareceu à residência, localizada na Vila Áurea, constatando as agressões. No momento em que chegaram à casa, as crianças, com idades de 2 a 9 anos, estavam sozinhas, suj as, com fo me, e apresentavam cicatrizes no tórax e nas costas, além de bolhas nos pés e nas mãos, provenientes, segundo relataram, de pali tos de fósforos acesos pelos próprios pais ("Correio Braziliense", 30-4-08). •
estampar em suas páginas oportuna entrevista do Prof. Dr. Daniel Serrão, médico e docente aposentado da Faculdade de Medicina do Porto. Desde sua aposentadoria em 1998, dedica-se exclusivamente ao ensino de pós-graduação de Bioética e Ética Médica na Universidade Católica, no Porto e em Lisboa, e a proferir conferências em Portugal e em outros países. É membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa de Medicina e da Academia Pontifícia para a Vida . Preside a Comissão médica de verificação de curas extraordinárias, do Santuário de Fátima . Foi presidente nacional da Associação dos Médicos Católicos Portugueses. O ilustre entrevistad o é interna ciona lmente conhecido, tanto como cientista como por ser notoriamente católico. Vi sitou recentemente a cidade de Sã o Paulo e proferiu bela conferê ncia na Facul dade de Direito da USP, em sessão comemorativa do seg undo centenário da vinda para o Brasil da Fa m ília Real portuguesa - sessã o na qual fo i conferencista principal o Príncipe D. Luiz de Orlea ns e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasi l. Por ocasião dessa visita à capital paulista, o Prof. Dr. Daniel Serrã o concedeu a presen te entrevista a nosso repórter, Sr. Miguel da Costa Carvalho Vid igal.
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Catolicismo - No ano passado, Portugal tornou o aborto legal por meio de um referendo popular. No seu entender, faltaram mais pessoas do ambiente católico e de outros setores da sociedade para defender a posição contra o aborto? O Sr. poderia narrar como se deu essa consulta popular, e quais os frutos da aprovação da lei?
Pmf. D,: Daniel Sel'J'ãO:
"Tenho de concluir que a Igreja e os seus sacerdotes não souberam chamar os católicos à responsabilidade de não se absterem no referendo"
Prof: Dr. Daniel Serrão - Perdemos o referendo por uma escassa margem na contagem global dos votos; mas em muitas mesas de voto e em muitas regiões, ganhamos, e até com maiorias importantes. Tal como no referendo anterior, oito anos antes, nas zonas onde se constituiu um movimento organizado e coerente a favor do não, ganhamos. Só que, no referendo anterior, o cômputo global foi-nos favorável, igualmente por pequena margem, e muitos pensaram que a guerra estava ganha, quando só tínhamos vencido uma batalha. Quem ganhou, de fato, tanto num como no outro referendo, foi a abstenção: mais da metade dos p01tugueses não votou. Sendo Portugal um país de grande maioria de católicos, tenho de concluir que, num momento da maior gravidade, em que estava em causa a vida humana, os católicos ficaram em casa, atraiçoando a sua fé. E tenho de concluir que a Igreja institucional, os seus pastores e os seus sacerdotes não souberam chamar os católicos à responsabilidade de não se absterem. Porque, seguramente, nenhum dos adeptos do sim fico u em casa no dia da votação. A nova lei é a mais Jaxista da Europa. A mulher grávida decide livremente fazer-se abortar num hosJUN H02008 -
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pi tal públi co, sem encargos, até a IOª semana de gravidez; ou numa clínica privada de abortos (duas destas empresas espanholas de matar crianças ao abrigo da lei se instal aram logo em Portugal) que tenha acordo com o Serviço Nacion al de Saúde, o qual paga o aborto por uma tabela convencionada, que obviamente dá lucro à e mpresa aborti sta. Não se conhecem aind a núme ros ofi ciais de abortos já rea lizados, mas os adeptos do sim andam inquietos, porque parece que são me nos do que esperavam. Tenho exigido publicamente que esses números sejam divulgados, para que se possa, com segurança, fa zer uma análi se cios efeitos da lei. E espero conseguir esses números. Catolicismo - Que conselho o Sr. daria, como médico, como católico e como pai de família, a uma jovem que o procurasse manifestando dúvida se pratica ou não um aborto? Prof. Dr. Daniel Serrão - D ari a o conselho que tenho dado muitas vezes: não ass umas a responsabilidade de decidir em nome ele uma vida que não é a tua; o que está dentro de ti é uma vida nova que apela a viver, e tu tens de ouvir esse apelo, que é biológico antes de ser humano. Nenhum dos motivos pelos quais me dizes que queres abortar vai ficar reso lvido com o aborto, e tu vais comprar uma guerra contigo própria, que te vai aco mpanhar ao longo de toda a tua vida. Não uso argume ntos de cari z religioso, porque quem tenha verdadeira fé nunca colocará, a si própri a, a possibilidade ele se faze r abortar, sejam quais fo rem as situações da gravidez. Nem mesmo em casos de viol ação brutal. Catolicismo - Que papel uma santa e médica - como Santa Gianna Beretta Molla, que preferiu ter o filho, apesar da recomendação de ordem terapêutica para abortar - pode representar como exemplo para as mulheres nos dias de hoje? Prof. Dr. Daniel Serrão - Representa o apelo às virtudes heróicas que devem ser sempre apresentadas à juventude, porque ela é sensível à heroi cidade e à dedicação absoluta a ideais, que são vividos até às últimas conseqüências . Infe li zmente, à medida que a idade avança, o pragmati smo leva ao enfraquecimento da paixão pelos valores superi ores; e os exemplos, como os de Santa Gianna, são menos eficazes. Catolicismo - Em sua experiência médica, que traumas e conseqüências o aborto pode causar nas mulheres que o praticam? Prof. D,: Daniel Serrão - O mais grave, conforme a minha experiênci a, é a persistência, na memória
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CATOLICISMO
"Na minha experiência, ne11/mma mulller se recupera completamente de um ato de aborto. Há uma fel'Ída biol6gica que muito dificilmente cicatl'Íza "
afetiva, de um sentimento de profund a angústia ex istencial, que torna a vivência comum muito difícil. Tive um caso grave de suicídio iminente, que só foi controlado com tratamento psiqui átri co especializado du ra nte quase um ano. Uma jovem de 17 anos, que se fez abortar de uma gravidez resultante de um a relação incestuosa consentida, fi cou totalmente ini bida de ter vida sexual. O aborto de tóx ico-dependentes torna a recupe ração da de pe ndê ncia muito mais difícil, parecendo que a jovem quer casti gar-se pelo que fez. Mas o mais grave é que persiste a memória da decisão e do ato, muitas vezes com representação durante o sonho ou com alucinações. Uma das jovens, que obviamente não "viu" o ato de aborto feito sob anestesia, descrevia com profun do sofrimento a morte cio seu filho, com os pormenores que lhe apareci am nos sonhos. A sua angústi a e ra tão profunda, que necessitou de tratame nto psico lógico du ra nte quatro anos. Na minha experi ência, nenhuma mulher se recupera completamente de um ato de aborto . Há uma ferida biológica que muito dificilmente cicatri za. Catolicismo - Fala-se muito que a legalização tem como finalidade combater os abortos clandestinos. No seu entender, essa é uma razão real? Prof Dr. Daniel Serrão - É uma fa lsa e hipócrita razão. É evidente que, se todos os abortos passarem a ser feitos gratuitamente, à vontade da mulher, sem qualquer condicionalismo, deverão acabar os abortos clandestinos nos hospitais públicos, porque seriam absurdos. M as não é isto que acontece. E m Portugal não há números fidedignos, mas os abortistas lamentam o número baixo de abortos hospitalares; e insinu am, eles próprios, que os clandestinos continuam. É claro que continuam porque mui tas mulheres que decidem faze r-se abortar, por este o u aquele motivo, desejam que esse ato lhes seja praticado de forma clandestina, e não numa enfermaria de um hospita l onde toda a gente vai saber que ela está internada para faze r aborto. Catolicismo - Na Esparta pagã, e em outras culturas afastadas do Direito Natural, praticava-se o infanticídio no caso de crianças nascidas com defeitos físicos. No caso de prosseguir a atual ofensiva contra a vida, não é de se recear que cheguemos a esse ponto? Prof Dr. Daniel Serrão - Sem nenhuma dúvida. Na Holanda o infa nticídio é já praticado como uma extensão, tolerada pelos tribunais, da lei atu al da eutanásia. De acordo com esta lei, a e utanásia deixou de ser um homicídio despenali zado, e torno use uma decisão dos médicos como qualquer outra. O infa nticídio, por assimilação da lei, deixou de ser
um crime e passou a ser, igualmente, uma dec isão cio médico.
células de adultos, pois com estas podem obter-se, em curto prazo, resultados positivos, particularmente em doenças cardíacas e do sistema nervoso.
Catolicismo - Muitas abortistas alegam que a mulher é dona de seu corpo, e portanto caberia a ela a escolha e o direito de abortar. O que a ciência diz a respeito disso? Prof. Dr. Daniel Serrão - Não é prec iso a ciê ncia, bas ta o senso co mum. É evidente que a mulher é "do na" do seu corpo e deve procurar para este, sempre, o seu melhor bem. A cirurgia estética é um bom exemplo dessa espéc ie de propriedade sobre o corpo. Só que o embrião em desenvolvimento du rante nove meses é um corpo próprio, que se serve do corpo da mãe para se alimentar e desenvolver, e a partir de 500 gramas de peso j á pode di spensar o corpo da mãe. A mãe é dona do seu corpo, mas não é dona do corpo do seu filh o ou filha.
Catolicismo - Sabe-se que em alguns países essas pesquisas com células-tronco embrionárias já se fazem há algum tempo. Divulga-se algum fruto real dessas pesquisas? Prof. Dr. Daniel Serrão - Não há um único resul tado terapêutico em seres humanos com células-tronco de origem em embri ões humanos. Os principais proble mas - que são o controle da capacidade de transform ação dessas cé lul as- tronco e mbri onári as em célul as tumorai s, e a pró pria estabilidade do fenótipo de célula- tronco não diferenciada e das células dife re nciadas obtidas das células-tronco - não estão resolvidos . E sem estarem resolvidos, não se vi slumbra qualquer aplicação em doentes. Pelo contrário, as célul as- tronco obtidas em estrutu ras adul tas, em partic ular na medula óssea, há muitos anos dão resultados excele ntes em leucemias e linfo mas, e nos casos de neopl as ias em que é necessário aplicar terapias que destroem a medul a óssea. Atualmente é poss ível "guardar" célul as-tronco obtidas da cri ança logo após nascer, e se for necessário, us,'ílas anos depois, sem nenhum problema ele rejeição imunológica. Se os resultados dos investi gadores japoneses e americanos vierem a ser desenvolvidos com sucesso, qualquer célul a do nosso orga nismo adulto poderá ser tra nsformada, por engenhari a de genética molecular, e m célula com as características de célula-tro nco e mbrionária.
Catolicismo - Freqüentemente acusa-se a Igreja Católica de ser inimiga do progresso e da ciência. O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, inspirador da revista Catolicismo, sempre sustentou o contrário. Sempre ensinou que a Igreja é a grande benfeitora do autêntico progresso, da cultura e da civilização. Gostaríamos de conhecer sua opinião a respeito. Prof Dr. Daniel Serrão - Tinha Plínio Corrêa de Oliveira - que ti ve o ensejo de conhecer em uma ele suas visitas a Portuga l - toda a razão. O recente caso das célula ·-tronco o u estaminais é uma demon tração eloqüente di sso. A opos ição da Igreja à destrui ção de e mbri ões para se o bterem estas célul as levou investigadores em todo o mundo a procurare m fo ntes alternativas. Essas fontes apareceram pelo tra balho científico, e hoje pode di zer-se que, para se conseguire m res ultados tera pêuticos, não são necessári as cé lul as tiradas de e mbri ões, destruindo-os, já que as encontra mos no líquido amni ótico e no sangue do cordão umbilical. Catolicismo - Discute-se na Supremo Tribunal Federal o tema da utilização de célulastronco embrionárias em pesquisas médicas. Em caso de aprovação por parte dos magistrados, o Sr. acha que isso trará mesmo algum avanço para o mundo científico brasileiro? Prof: Dr. Daniel Serrão - Como acabo de responder, não há hoje necessidade de usar célul as-tronco de ori gem em embriões. No recente livro Cell Therapy, editado pela McGrawHill, e no qual tive a honra de colaborar, estão apresentados os resultados, nos diferentes campos, do uso terapêutico de células somáticas com função estam inal. No interesse dos doentes, os países que têm condições para fazer investigação com estas células devem subsidiar os ensaios com as
"A mu/J1er é "dona" do seu corpo. S6 que o embrião em dese1,vo/vbnento dwantenove meses é um corpo próprio. A mãe não é dona cio corpo do seu Olho"
Catolicismo - Que mensagem o Sr. gostaria de dar aos leitores de Catolicismo, para incentivá-los na luta contra a prática do aborto? Prof. Dr. Daniel Serrão - A mensagem é só uma: aprender a ter respeito pelo corpo próprio e pelo corpo do outro. Respeito, antes de mais, biológico, pois todo corpo vivo apela a viver, e esse apelo tem de ser escutado e respeitado. A criança que está a desenvolver-se apela à mãe para viver, com a linguagem própria do equilíbri o bi o lóg ico. De po is, res pe ito ao níve l humano, porque o feto é já da nossa família humana, mesmo que ainda não fale conosco; mas vai falar em breve, e se já falasse, pediria que não fosse morto. Finalmente, respeito espiritual, porque o ser que se desenvolve no útero da mãe não é uma coisa, mas uma estrutu ra pessoal, que irá manifestar-se como pessoa espiritual à medida que o tempo passar. No ato de abortar, o abortador destrói uma vida biológica, mata um corpo humano pessoal e anula a expressão de um espírito. Es pírito que, para nós cató li cos, é a marca do Cri ador e m nosso corpo, desde a concepção . •
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INFORMATIVO RURAL A espada <le Dâmocles Dizer que alguém está "sob a espada de Dâmoc les" significa que a qu alquer momento algo de muito ruim pode acontecer ao pobre coitado. O nome vem de um certo Dâmocles, que vivia na corte de Siracusa, no século TV a.C. Como freqüentava o palácio e era amigo do rei, expressava constantemente sua inveja do que considerava "delícias" proporcionadas pelo trono. O rei, para mostrar-lhe o sacrifício que representa o poder, ofereceu-lhe um req uintado banquete, deix ando-lhe suspensa sobre a cabeça uma espada que pendia ameaçadoramente do teto, presa apenas por um único fi o delgado. Com isso, o invejoso Dâmocles entendeu a precariedade de certas situações. A expressão passou a simboli zar "um perigo iminente que paira sobre alguém". Dâmocles tinh a um a úni ca espada sobre sua cabeça. No Brasil, o proprietário ru ral tem vári as espadas que respondem pelos nomes de Reforma Agrária, trabalho escravo, revolução quilombola, índices de produtividade, demarcação de terras indígenas, ambientali smo, MST e congêneres, CPT, CIMI, Incra, ONGs nacionais e internacionais, etc. Uma verdadeira conspi ração que desapropria, expropria, persegue. Com apo io e financiamento de fora do Bras il e do próprio governo, essas espadas estão prejudicando a produção, destruindo o campo brasileiro. E ainda ass im o agronegócio conti nu a sustentando a econom ia do País! Abl'il vel'melho Desgastados, e com a pecha de movimentos baderneiros com fi ns políticos, o MST e congêneres, agora sob a orientação da Via Campesina (a mul tinacional da invasão, com sede na Indonés ia), não escondem mais que não querem nada com agricultura, nem seu objetivo é conseguir terra para os sem-terra. A militância é mesmo política a serviço do comuni smo, o rancor é contra o agronegócio e as empresas que o representam. Agem para destruição do res ultado de anos de pesqui sas, leva nta m bandeiras novas, tudo é pretexto. A invasão da AMBEV, por exemplo, fo i sob o pretexto de que estão usando água do Aqüífero Guarani -
CATOLI C ISMO
para fa bri car cerveja. Segun do os que defendem s ua ex istê nc ia, o Aqüife ro Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea transfro nte iri ço do mundo. Mas é claro que o manancial não vai se transformar todo em cerveja ... E m São Gabriel (RS), onde invadiram uma faze nda forte mente armados, o pretexto é dar uma res posta ao governo, que descartou definiti vamente a entrega da Fazenda Coqueiros ao MST. E m outro caso, é para exigir uma indeni zação do governo por ter autorizado gari mpeiros a extrair ouro na Amazôni a. Haja paciência para aturar tanto despropósito ! Te,ras com limites máximos Foi lançada recentemente a Campanha Nac ional pelo Limi te da Propriedade da Terra, cuj a proposta será discutida em Brasília durante acampamento montado pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo. O encontro prevê a participação de três mil pessoas de pelo menos 20 estados, re u-
' nindo trabalhadores da agricultu ra fa miliar, povos tradicionais, grupos ambientalistas, quebradeiras de coco e comunidades ribeirinhas. Os sem-terra esperam recolher durante todo este ano 10 milhões de assinaturas, para apresentar ao Congresso uma proposta de limite da propriedade, e o encontro tem a finalidade de defi ni r qual deverá ser esse limite (Cfr. "Correio Braziliense, 12-4-08). Povos indígenas O Brasil assinou a D eclaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pela ONU no início do segundo semestre do ano passado. Para valer no País, precisa ser aprovada pelo Senado, que bem o pode faze r sem dar a atenção devida às suas conseqüências . Exatamente como aconteceu com o Estatuto da Igualdade Racial - que carrega em seu bojo a questão das terras quilombolas - que foi aprovado por unanimidade pelo Senado.
Quilombolas - Primeiro ato Diante das tropelias com que a Fundação Palmares e o Incra vinham promovendo a revolução quilombola, o governo federal levou o problema à Advocacia Geral da Uni ão (AGU), para ser avaliado. Quilombolas - Segundo ato O ministro José Antoni o Dias Tóffoli entregou o estudo do caso a um grupo de trabalho, com representação de 25 órgãos do governo federal. E tranqüilizou os proprietários das terras demarcadas, observando que seriam entregues os títulos de pro priedade das terras somente aos quil ombos existentes ao tempo da promulgação da Constituição de 1988. Quilombolas - Terceiro ato Apesar da suspensão de todo processo de demarcação, o Incra continuou a intimar proprietários, como se nada houvera. A Fundação Palmares ampliou, medi ante portaria, o conceito de quilombola. Passou a aceitar para tais efeitos as autodenominadas terras de preto, comunidades negras, mocambos, quilombos, dentre outras denomi nações congêneres. O grupo de trabalho convocou então 300 quil ombolas para um seminário, com despesas de avi ão e pessoais pagas pelo Poder Executivo. Após o seminário, reunir-se-ão com comunidades quilombolas para di scutir as propostas. O novo texto será apresentado às li deranças quilombolas. E os proprietários? Ficaram "a ver navios" .. .
Nessa dec laração está previ sto, entre outras coisas, que os povos indígenas têm direito à autodeterminação, podendo inclusive declarar independência. Têm direito de ser indenizados por uma infi nidade de razões, inclusive exigir que as indeni zações sejam pagas co m mais terras. Poderão dec idir sobre o destino das riquezas que estão em seus terri tóri os, daí o interesse das ONGs e governos de outros países. A continuar esse processo, onde irão morar os povos não-indígenas "neste País"?
beu R$ 3,7 milhões, dos quais R$ 2,3 milhões saídos da repartição de Oliveira. E esta é peça-chave do programa Territórios da Cidadani a, cujos investimentos previstos para o ano em curso alcançam R$ 11 ,3 bilhões". A Assocene recebeu, em 2007, 1,1 milhão exclusivamente para apoiar o projeto de "capacitação e fortalecimento de entidades e associações de quilombos na região norte e nordeste do Brasil" ("O Estado de S. Paulo", 13 e 15-4-08). Ou seja, verba para promover a revolução quilombola. •
Questão de soberania O novo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, declarou que defenderá a revi são do processo de demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol. Propôs a di scussão de uma solução alternativa, que substitua a fa ixa contínua de 1,7 milhão de hectares por um modelo de ilhas de preservação. O mini stro Celso de Mello di sse estar preocupado com a soberani a nacional, já que a reserva em área contínua pode tornar inviável o controle das fro nteiras. O presidente Lul a criou um grupo de trabalho co m os mini stros Tarso Genro (Justi ça), Nelson Jobim (Defesa), José Anto nio Tóffoli (AGU) e representante da Funai, para fazer uma avaliação técnica, jurídica e política do conflito. O governo não admi te rever a demarcação. P1·0111'ietá1'ios p e,·seguidos Enquanto isso a Polícia Federal, aprove itando a suspensão das hostilidades com arrozeiros e com os índios que os apó iam, invadiu a área sob o pretexto de garantir a segurança. Imediata mente outros órgãos do governo iniciaram ações de levantamento de possíveis irregul aridades fiscais para perseguir e quebrar o ânimo dos proprietários. Os índios favoráveis à demarcação contínua, bem industriados, já começaram a invadi r fazendas da região, na tentativa de criar um conflito que os ponha como vítimas. Uma voz coel'ente O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, criticou duramente a demarcação em terras contínuas da reserva Raposa Serra do Sol. Se-
General Augusto Heleno
gundo o general, o território assegurado com exclusividade aos índios ao longo da fronte ira do País, e outros benefícios previstos em lei, podem pôr em risco a integridade e a segurança nacionais. É a primeira vez que o general fala publicamente sobre o assunto, embora esta seja uma posição antiga e predominante nas Forças Armadas. "Preocupa a demarcação em terras contínuas, aliada a outras circunstâncias, como chamar algumas etnias de nações indígenas, bem como o que está escrito na declaração de direitos dos povos indígenas. 'No meu ponto de vista, isso começa a ser uma ameaça à integ ridade nacional e à segurança nacional', disse o general " ("O Globo", 11 -4-08). Um escândalo continuado "Segundo o senador Heráclito Fortes, há ' fortes ind ícios' de desvios mac iços de recursos públi cos em operações que envolvem pessoas e entidades ligadas ao PT e ao Planalto. [...] "Um caso de provável promiscuidade entre o público e o pr ivado, cujo principal protagoni sta é o ex-diretor executivo de uma ONG que mantém cinco contratos ati vos com uma agência federal que ele mesmo dirige. [... ] O secretário de Desenvolvimento Territo rial do Mini stério do Desenvo lv imento Agrário, Hum berto Oliveira, de 1992 a 2002 ~sa·,,- .•~ •.'•"' teve à fre nte da Associação de Orient~ ção às Cooperativas do Nordeste (Assocene). No atual governo a entidade rece-
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U ma das estrelas mais brilhantes do firmamento católico, e das maiores vozes que os séculos já ouviram. Apóstolo dos Gentios, trouxe para o seio da Igreja inúmeros pagãos que viviam nas sombras da morte. E de tal modo se identificou com Nosso Senhor, que pôde fazer de si esta afirmação sublime: "Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Gal 2,19-20). n PuN10
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SouMEo
uem era Paulo de Tarso? Ele próprio dá sua súmula biográfica: "Circuncidado no oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu.filho de hebreus e, segundo a Lei, fariseu" (Fil. 3, 5), "nascido em Tarso, na Cilícia" (Atos 22, 3). Portanto, legítimo judeu. O pai de Saulo era um helenista estabelecido no estrangeiro, havia muito tempo, como fabricante de tendas. Ensinou sua profissão ao filho (Atos 18, 3). De sua mãe, nada sabemos. Tinha ele uma irmã, que se casou depois em Jerusalém. Tarso era cidade de antiqüíssimo tráfico internacional, linha divisória entre duas civilizações: a greco-romana, do Ocidente, e a semítico-babilônica, do Oriente. Estava situada ao pé da cordilheira do Taurus e próxima do mar, na saída da única estrada por onde as caravanas, vindo da Ásia Menor, franqueavam o desfiladeiro das portas cilicianas. Era uma das maiores cidades do Oriente. A metrópole se havia tornado, desde o tempo dos Cipiões (aproximadamente 230 a.C.), aliada da Roma imperial então dominadora do mundo - , que concedia o direito de cidadania para romanizar as cidades de influência grega no Oriente. Por isso São Paulo pôde afirmar que era cidadão romano por na.scimento.
Por causa da forte influência do helenismo, Saulo pensava, falava e escrevia em grego como se fosse sua língua nativa. Nada conhecemos de sua infância. Sabemos que estudou a lei, os profetas e a história de seu povo, e foi completar sua formação de fariseu e de letrado em Jerusalém. Aí passou parte de sua adolescência: "Educado nesta cidade" e "instruído aos pés de Gamaliel, segundo o rigor da lei de nossos pais" (Atos 22, 3). Já nesse tempo "me avantajava, no zelo pelo judaísmo, a muitos dos companheiros de idade de minha nação, mostrando-me extremamente zeloso das tradições paternas" (Gal. 1, 14). O que explicará depois sua atitude contrária ao cristianismo, o qual lhe parecia minar pelos fundamentos o judaísmo.
Como era fisicamente São Paulo? Segundo o apócrifo Atos de Paulo, ele era "um homem de pequena estatura, calvo, com as pernas um pouco arqueadas, joelhos salientes, olhos grandes, sobrancelhas interligadas e nariz ligeiramente bombeado". A esse retrato pouco lisonjeiro o autor anônimo acrescenta que, no entanto "seu aspecto era cheio de graça; e por vezes, mais que de um homem, ele tinha a aparência de um anjo". 1 Após terminada sua educação, nada sabemos de sua vida, até que ele reaparece em Jerusalém pelo ano 33. PortanJUNHO2008 -
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to, é praticamente certo que não conheceu Nosso Senhor em vida d'Ele, nem presenciou o drama do Calvário. Na Cidade Santa, tomando conhecimento da nova doutrina baseada no Evangelho que nascia, considerou-a uma heresia dentro do judaísmo; e cheio de zelo, quis acabar com ela pela raiz. Quando sentenciaram o diácono Estêvão, Saulo participou de sua lapidação, segurando os mantos dos apedrejadores (Atos 7, 58). Ele era dos mais fanáticos judeus, pois "com grande fúria eu perseguia a Igreja de Deus e a procurava exterminar" (Gal. 1, 13-14). "A morte de Santo Estêvão foi o preço que devia pagar a primitiva Igreja, para rasgar sua envoltura nacional judia e ganhar o seu maior apóstolo, que devia executar esta separação histórica". 2 Ela marcou o início de uma onda de perseguições à Igreja nascente. Em Jerusalém houve debandada geral dos "nazarenos" - como eram chamados então os seguidores de Cristo - , chegando alguns até Damasco. Saulo recebeu missão de ir até lá para aprisioná-los.
"Quem sois, Senhol'?" Saulo dirá mais tarde a Timóteo: "Deus teve piedade de mim, porque agi CATOLICISMO
sem o saber, não tendo afé" (I Tim. 1, 13). Por isso concedeu-lhe a graça da conversão. É bem conhecida a cena da conversão de São Paulo: sua comitiva viajava normalmente quando, nas proximidades de Damasco, o céu foi iluminado por um clarão. As cavalgaduras empinaram e lançaram seus ginetes por terra. Saulo ouviu então uma voz clara, penetrante, comovedora, que o chamava quase num lamento cheio de censura: - Saulo, Saulo, por que me persegues?. Prostrado ao solo, ele olhou para o alto e viu a pessoa divina e humana de Nosso Senhor Jesus Cristo, majestoso com seus estigmas, dos quais saíam chamas luminosas. Embora temendo ouvir a resposta, que já pressentia, Saulo perguntou vacilante: - Quem sois, Senhor?. - Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Estava tudo dito, tudo compreendido. Uma torrente de luz inundou a alma de Saulo: - Senhor, o que quereis que eu faça?. - Levanta-te e entra na cidade; serte-á dito o que hás de fa zer. Saulo "levantou-se da terra e, com os olhos abertos, nada via" (Atos 9, l -8).
Por isso foi "levado pela mão " por seus amigos à Rua Direita, em Damasco. Aí, nos três dias e três noites seguintes, na solidão e nas trevas, em jejum, meditou. O que se terá passado em sua mente nesse tempo? Saberemos no dia do Juízo Final. Ananias, membro conspícuo da comunidade cristã de Damasco, recebeu de Deus a ousada missão de ir ter com o antes temido perseguidor. para abrir- lhe os olhos da alma com o santo Batismo, e os do corpo, porque "este é para mim um vaso de eleição, para levar o meu, nome perante as nações e os reis e os filhos de Israel". E como não há redenção sem a cruz, era preciso que esse vaso de eleição também dela participasse: "Mostrar-lhe-ei o quanto terá de padecer por meu nome" (ld. ib., 15-16). Saulo passou alguns dias com aqueles mesmos cristãos que quisera levar para a prisão e o martírio, e depois começou a pregar "que Jesus é o Filho de Deus" (Atos 9, 20), o que faz supor que ele tenha recebido uma ciência infusa nos três dias em que ficou cego. Apenas convertido, já começou como apóstolo: "Ai de mim, se não evangelizo!" (1 Cor. 9, 16). Que ele recebeu do próprio Cristo
Jesus sua formação reli giosa, ele mesmo o dirá: "Porque vos faço saber, irmãos, que o evangelho por mim pregado não é de homens, pois não o recebi ou aprendi de homens, senão mediante revelação de Jesus Cristo" (Gal. 1, 11 12). Foi isso imediatame nte? Foi depois de um retiro no deserto ( "parti para a Arábia" - ld. ib. , 17)? Ele não diz. Mas a opinião mais corrente é que recebeu sua formação du rante os três anos que passou no deserto. Saulo tornou-se verdadeiramente apóstolo: "Saulo era um apóstolo, não do mesmo modo que os doze, mas tão realmente como eles; e desse título que a Igreja lhe reconhece, a ele só entre todos os milhares de santos, quantas vezes não reclamou o privilégio, cheio de legítima ufania!". 3 Pelo que podia afirmar: "Sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a Igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que Ele me conferiu não foi estéril " (1 Cor. 15, 9-10).
"Ai de mim se não evangelizo" Num sábado na sinagoga de Damasco, quando ele pediu para falar, e para
espanto e escândalo dos presentes, demonstrou pelo testemunho dos profetas que Jesus era o Messias, um clamor geral levantou-se contra ele, e houve muita discussão. Os doutores da Lei o atacaram furiosamente; e ele os enfrentou, pois "cobrava mais forças e confundia os judeus" (Atos 9, 22). Começou aí a luta encarniçada entre o Apóstolo e os judeus, que iria até o fim de sua vida. Enfim, "passados bastantes dias, os judeus resolveram matá-lo". Houve então a fuga aventureira de São Paulo, descido pelos discípulos ao longo da muralha, metido numa cesta e com a ajuda de uma corda (id, 9, 23-25, II Cor. 11, 32-33). Livre do perigo, Saulo resolveu ir a Jerusalém para "conf erir os evangelhos " com Cephas (Pedro), Tiago e João, "que passam por ser as colunas ". Na santa cidade, Barnabé o conduziu e apadri nhou junto aos Apóstolos. Saulo contou o que tinha visto no caminho de Damasco, e como "pregara valentemente o nome de Jesus". Pedro, Tiago e João, como "compreendessem a graça a mim dada, deram-nos as mãos, a mim e a Barnabé, em sinal de perfeito acordo, para que nós nos dirigíssemos aos gentios, e eles aos circuncisos" (Gal. 2, 9). Assim foi ele oficialmente encarregado do apostolado com os pagãos. Em Jerusalém ele também "pregou com desassombro", o que levou os judeus a querer tirar-lhe a vida. Saulo não se resignava a fugir facilmente das mãos desses judaizantes; mas eis que, "orando no templo, tive um êxtase" no qual apareceu Nosso Senhor Jesus Cristo, e disse: "Apressa-te por sair logo de Jerusalém, porque eles não receberão teu testemunho acerca de mim". São Paulo tentou argumentar com o Divino Mestre, mas a ordem foi taxativa: "Vai, porque quero enviar-te a nações distantes" (Atos 22, 17-21). De lá foi para Tarso, onde ficou até que Barnabé foi procurálo e o levou consigo para Antioquia.
das Gentes, e o ponto de partida para suas grandes empresas. Outrora, perseguindo os discípulos de Jesus em Jerusalém, Saulo havia provocado, sem o querer, a fundação da comunidade de Antioquia, pelo considerável número deles que lá se refugiaram. Barnabé e Saulo permaneceram um ano na cidade. Desse apostolado em Antioquia nada se sabe. Foi lá entretanto que, pela primeira vez, os discípulos do Nazareno começaram a ser conhecidos por cristãos. Saulo estava em pleno vigor da idade e na força do entusiasmo. Se a igreja de Antioquia já tinha tido antes um grande impulso, com os dois apóstolos cresceu ainda mais. Os Atos falam muito rapidamente de uma viagem de São Paulo e São Barnabé a Jerusalém, para levar os donativos que os cristãos de Antioquia enviavam aos daquela cidade: "Barnabé e Saulo, cumprido o seu ministério, voltaram de Jerusalém trazendo consigo João, chamado Marcos" (12, 25). Entretanto, costuma-se assinalar nessa rápida estadia o arrebatamento memo-
Em Antioquia Antioquia, da Síria, era a terceira maior cidade do Império Romano depois de Roma e Alexandria. Era a residência do legado imperial, destinada a ser a segunda mãe da jovem Igreja. Por 20 anos ela será a pátria escolhida pelo Apóstolo JUNH02008 -
rável que o Apóstolo teve, e que descreve com estas palavras : "Sei de um homem em Cristo que há 14 anos - se no corpo, não o sei, se fora do corpo, também não o sei, Deus o sabe - foi arrebatado até o terceiro Céu. E sei que este homem - se no corpo ou fora do corpo, não o sei, Deus o sabe - foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis que ao homem não é lícito proferir " (II Cor. 12, 2-4).
Primeira viagem apostólica A igreja de Antioquia se desenvolvi a esplendidamente com seus apóstolos, profetas e doutores. Um dia, "enquanto celebravam a liturgia em honra do Senhor e guardavam os j ejuns, disse o Espírito Santo: Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os chamo " (Atos, 13, 2). Essa obra seria a primeira viagem apostólica de São Paulo. Os dois apóstolos tomaram consigo João Marcos e chegaram a Salamina (Chipre), e de lá a Pafos (Atos 13, 4-6). Ali residia o procônsul romano Sérgio Paulo, "varão prudente" que, sabendo da chegada dos dois apóstolos, chamou-os, "desejando ouvir a palavra de Deus ". Mas um mago judeu, Baijesus, quis impedir o contacto do procônsul com os apóstolos. Por isso "Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, cravando nele os olhos, disse: Ó homem cheio de todo engano e de toda maldade, filho do diabo, inimigo de toda justiça! Não cessarás de torcer os retos caminhos do Senhor? Agora mesmo a mão do Senhor cairá sobre ti, e ficarás cego, sem veres a luz do sol por certo tempo" (Atos 13, 10- 11). No mesmo instante o mago ficou cego, o que levou o procônsu1 a crer. A partir de então, Paulo e Barnabé trocam de papéis. De agora em diante Paulo comandará; e Bai·nabé, reconhecendo-lhe a superioridade, humildemente segui-lo-á. E é também a paitir dessa ocasião que, nos Atos dos Apóstolos, São Lucas começará a chainar o Apóstolo pelo nome com que foi imortalizado - Paulo. De Chipre, Paulo, Barnabé e Marcos foram a Perge, na Panfília, onde o último, por motivos ignorados, separou-se dos dois primeiros, desgostando São Paulo com essa atitude. -
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Em Antioquia da Pisídia A Panfília era uma província imperial de caráter militai·, governada por um "propretor " ou ge neral com mando . Seus habitantes tinham uma forte índole religiosa, com grande apego às supersti ções e aos cultos esotéricos dos pagãos. São Paulo e São Barnabé foram para Antioquia da Pi sídi a. A pregação da palavra divina foi muito bem recebida pelos gálatas. O que provocou a inveja dos judeus, que começai·am a insultá-lo e contradizê-lo. E proibiramno de pregai· na sinagoga. São Paulo tomou então uma determinação: daí em diante, evangelizará sobretudo os gentios. Os doi s Apóstolos começaram a pregai· em casas paiticulares. Aos poucos o movimento cristão se estendeu pa ra o campo, e assim numerosas aldeias e pequenas cidades foram contagiadas pela verdadeira Religião (Atos, 13, 49). De Antioquia, São Paulo e São Barnabé partiram para Icônio. São Lucas registra o grande êx ito da mi ssão em Icônio, a sublevação do populacho da cidade. Os Apóstolos, após larga ativid ade, só a duras penas escaparam do apedrejamento (Atos, 14, 6-7). A pequena cidade provincial de Listra, hoje desaparecida, era habitada por um povo bondoso, mas supersticioso e inculto. Um milagre operado aí pelo
Apóstolo, curando um paralítico de nascença, fez com que aquele povo pagão tom asse Paulo e Barnabé por de uses, chegando a querer oferecer-lhes sacrifícios. "Porém, judeus vindos de Antioquia e de lcônio seduziram as turbas, que apedrejaram Paulo e o arrastaram. para fora da cidade, deixando-o como morto" (Atos, 14, 18- 19). O Apóstolo podi a já di zer desde então: "Trago em meu corpo as marcas de Jesus" (Gal. 6, 17). Fazendo o percurso inverso, São Paulo e São Barnabé retorn aram pai·a Antioqui a da Síria (Atos 14, 27), ondejuntouse a São Paulo um jovem antioquenho, Tito, por quem o Apóstolo terá muito apreço, e será um de seus mais fié is discípulos e enérgico auxiliar. Ele o chamou de "meu verdadeiro filho pela mesma fé" (Tito 1, 4).
"Resisti em lace" O relato que fizeram de sua viagem repercutiu muito, mas não suprimiu a resistência dos cri stãos judaizantes com relação aos cri stãos de origem pagã: deveriam estes seg ui r as prescrições do Anti go Testamento e os mi I deta lhes com que os fai·iseus oneravam os fi éis? Queri am os judaizantes que Tito fosse circuncid ado. Ora, "fazer a admissão daqueles na Igreja depender da circuncisão e da lei
ritual, significava reduzir a Igreja à estreiteza da sinagoga, e negar a universalidade da redenção" .4 E era exatamente isto que queriam os judaizantes, como diz São Paulo: "Os falsos irmãos, que secretamente se intrometiam para espiar a liberdade que temos em Cristo Jesus, queriam reduzir-nos à servidão" (Gal. 2, 4)". Tanto São Paulo quanto São Barnabé eram contrários a isso. Resolveu-se que eles iriam a Jerusalém decidir a questão com os Apóstolos. Poi s a questão consistia, em última análise, em saber se a Igreja deveria ser independente da Sinagoga, ou se esta deveria absorver a Igreja nascente; ou mes mo, como queriam muitos, aniquilá-la. São Pedro deu razão a São Pau lo com relação aos vindos do paganismo, e também São Tiago Menor, contanto que "se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, das carnes sufocadas e do sangue" (Atos 15, 6-21). Foi o primeiro Concílio da Igreja. Mas depois ocorreu um fato do qual os Atos não falam, que mostra como a situação continuava ainda crítica por causa dos judaizantes. É o próprio São Paulo quem nairn aos Gálatas esse penoso conflito: "Quando Cephas [Pedro] veio a Antioquia, resisti-lhe em face, porque ele se tornara repreensível. Pois, antes de virem alguns dos de Tiago, ele comia com os gentios; mas, quando aqueles chegaram, ele se retraía e se afastava, por medo dos da circuncisão. E os outros judeus o acompanharam na mesma simulação, tanto que até Barnabé se deixou arrastar à simulação deles". Palavras du ras de um santo com relação a outro, ainda mais sendo um Papa! É bom notai· que não se tratava de erro doutrinário, mas tático, se bem que com repercussões muito sérias para o futuro da Igrej a. Continua São Paulo: "Mas, quando eu vi que eles não caminhavam com reti.dão segundo a verdade do Evangelho, disse a Cephas diante de todos: Se tu, sendo judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a adotar costumes judaicos?" (Gal. 2, 11-15). A aludid a conduta de São Pedro e dos judaizantes ofendeu muito os cristãos
originários dos gentios. Separando-se deles, os Apóstolos pareciam relegá-los injusta mente a um grau inferior da comunidade. Por isso São Paulo protestou. Como Apóstolo dos Gentios, cabia a ele elevar a voz. É claro que não foi pai·a humilhar São Pedro, mas sim para manter os princípios. Sentia que essa "simulação" , em vez de acalmar as dissensões possíveis, podia levar ao cisma. Assim, pai·a que seu ato tivesse todo alcance, e muito provavelmente seguindo uma inspiração divina, interpelou São Pedro publicamente.
Essa atitude de São Paulo em relação a São Pedro ajudou a explicitar para toda a Igreja, dezenove séculos depois, no Concílio Vaticano 1, que a autoridade do Papa, em matérias que não tratem diretamente de fé e costumes, não goza do carisma da infalibilidade. O que em nada diminui a excelsitude do Papado, mas ajuda a compreender a natureza da autoridade que Nosso Senhor quis lhe conceder. Ao longo da História da Igreja, a fidelidade do Apóstolo neste epi sódio brilha como uma lu z para a conduta de todos os fi éis. Humildemente São Pedro recebeu a admoestação, reconheceu seu erro e estendeu a mão a São Paulo, alegrando a todos que havia escandalizado com sua conduta. Este nobre reconhecimento de seu erro, por parte de São Pedro, é o último episódio da vida do primeiro Papa que encontramos narrado no Novo Testamento. No fundo, essa polêmica tinha o seguinte alcance: "Se as obras da Lei (Antigo Testamento) justificavam o homem, de que serviam os bem-aventurados sofrimentos de Cristo? A justiça que Ele nos mereceu tornar-se-ia uma falsa justiça, uma transgressão. Cristo seria 'ministro do pecado'! [. .. ] Bendito seja o erro de Pedro, pois que ele desencadeou essa sublimidade" .5
Segw1da viagem apostólica Quai1do São Paulo e São Barnabé, de volta a Antioquia, plai1ejai·am a segunda viagem apostólica, São Barnabé queria levai· outra vez seu sobrinho, São Marcos. Mas São Paulo, em vista da defecção deste na primeira viagem, não quis consentir. "Pmduziu-se certa dissenção " entre eles, e se sepai·ai·am . Bai·nabé paitiu só com João Marcos para a Selêucia; e Paulo, levando consigo Silas ou Silvano (1 Ped. 5, 12), da igreja de Jerusalém, pattiu para a Cilícia. Várias igrejas se desenvolviain nessas duas provÚlcias, e apai·entemente foi Paulo quem lhes deu o impulso. Essa divisão não teve futuro , pois mais adiante vemos o Apóstolo reclamar a presença de Marcos: "Traze-me Marcos contigo, pois ele me é muito útil para o ministério " (II Tim. 2, 11 ). São Paulo reviu as igrejas de Derbe e Listra. Nesta última, conheceu um jovem JUNHO2008 -
discípulo, Timóteo, predestinado a setornar, entre todos, seu "verdadeiro filho na fé" (1 Tim 1, 2). Ele seguiu fielmente São Paulo a Corinto, Éfeso, Jerusalém e Roma: "Porque nenhum outro é tão unido a mim. [. .. ] Vós conheceis a sua provada fidelidade, e que, como um filho a seu pai, ele me serviu no Evangelho" (Fil. 2, 20-22). São Lucas, para resumir a viagem, diz que "atravessando as cidades, comunicava-lhes os decretos dados pelos Apóstolos e anciãos de Jerusalém. [. .. ] As igrejas, pois, firmavam-s e na fé e cresciam em número de dia para dia" (Atos 16, 4-5). O que mostra que, contrariamente ao que alguns poderiam pensar, São Paulo era cioso em pregar as diretrizes de Jerusalém. O Apóstolo dirigiu sua marcha para o Ocidente e fez alto em Troade, porto para o qual Júlio César teria querido transportar a capital do Império. É nessa cidade que aparece pela primeira vez "Lucas, o médico bem-amado" (Col. 4, 14). Autor dos Atos, ele passa então a usar o plural "nós" no relato. Testemunha dos atos e gestos de São Paulo, São Lucas estava bem qualificado para tornai-se seu historiador. Ainda em Troade, São Paulo teve a visão do macedônio que lhe pedia que passasse à Macedônia e os ajudasse. O que inclinou o Apóstolo para lá ir, pois compreendeu que o Ocidente precisava também de ajuda.
Em Filipos da Macedônia Em Filipos, primeira cidade da Macedônia, São Paulo, Silas e Lucas encontraram uma mulher chamada Lídia, de Tiatires, rica comerciante de tecidos de púrpura. Ao ouvir Paulo, "o Senhor abrira-lhe o coração para atender às coisas que Paulo dizia " . Ela foi batizada "com toda sua casa ", obreiros e escravos. Foi em Filipos que uma jovem pitonisa passou a correr atrás deles gritando, com gestos convulsivos: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo, e vos anunciam o caminho da salvação". Paulo indignou-se, vendo que os demônios que a possuíam reconheciam sua missão. Não querendo ser glorificado pelo espírito impuro, ordenou ao demônio que saísse da mulher. Com isso a pitonisa perdeu -
CATOLICISMO
seus dons proféticos, que davam muito lucro aos seus donos. Estes apelaram para ajustiça e excitaram a população. "Toda a multidão levantou-se contra eles", e foram açoitados e levados ao cárcere. São Paulo acabou convertendo o carcereiro, depois de um terremoto que abalou o cárcere, e liberto no dia seguinte. "Passando por Anfípolis e Apolónia, chegaram a Tessalônica" (capital da Macedônia), cidade livre apesar da dominação romana, ativa e comercial. Nela vemos o Apóstolo recomeçar seu ofício de fabricar tendas . Certo dia, porém, novamente os judeus intervieram, "reuniram alguns arruaceiros, homens maus, e promoveram um motim na cidade". Paulo teve que dirigir-se à vizinha Beréia, mas também lá os judeus insurgiram-se, paitindo ele então para Atenas (Atos 17, 5-15).
"Temor e muito tremor" Atenas desagradou fortemente ao Apóstolo das Gentes, pois "seu espírito se confrangia vendo a cidade cheia de ídolos" (Atos 17, 16). Ele se encontrava
só, numa solidão hostil. Suas palavras a respeito dos pagãos em geral são terríveis: "Deus entregou-os aos desejos do seu coração, à impureza, com que desonram seus próprios corpos, [. .. ] às paixões vergonhosas, pois as mulheres mudaram o uso natural em uso contra a natureza; e igualmente os varões, deixando o uso natural da mulher, abrasaram-se na concupiscência uns pelos outros, os varões pelos varões, cometendo torpezas e recebendo em si mesmos a paga devida de seus desvarios" (Rom. 1, 24-27). É sabido que, em toda época de decadência, vicejam os vícios, principalmente os contrários à natureza. De suas palavras no Areópago poucos aproveitaram. E o Apóstolo dos Gentios foi para Corinto (a cidade dos dois mares à entrada do Peloponeso). Corinto era a metrópole da Acaia. São Paulo, ainda abatido pelo meio fracasso de Atenas, começou seu apostolado na cidade "em fraqueza, temor e muito tremor" (1 Cor. 2, 3-4). Entre os judeus de Corinto ele encontrou um, Áquilas, que com sua esposa, Priscila, eram por coincidência cristãos
e també m fabricantes de tendas . Eles logo deram trabalho e hospedagem a Paulo, e no futuro os veremos seguindo o Apóstolo até Roma. Em Corinto se reuniram a ele Si las e Timóteo, e Paulo entregou-se com novo ardor à pregação . Sua palavra teve em Corinto uma eficácia maior que em nenhum outro lugar. Foi de Corinto que Paulo escreveu sua primeira epístola aos tessalonicenses. "Com a primeira carta aos tessalonicenses, a Sagrada Escritura admitiu um novo gênero de literatura: a forma epistolar, a mais direta e mais viva de todas as formas de comunicação humana. E é signi,ficativo que fosse São Paulo quem a introduziu". 6 Em Corinto, Paulo exigiu das mulheres a modéstia em seu porte. Ordenou que elas tivessem a cabeça coberta na igreja. Sobretudo, proibiu-lhes tomai· a palavra para ensinar na igreja (1 Cor. J 1, 3 e ss). Mas também em Corinto apareceram os judeus. Desta vez, porém, o procônsul romano , que desprezava os judeus pelas suas perpétuas gritarias e controvérsias a todo propósito, disselhes: "Tratando-se de questões de doutrina, de nomes e da vossa lei, vede-o vós mesmos; não quero ser juiz em tais coisas". E os pôs fora do tribunal. Paulo permaneceu ainda em Corinto "muitos dias", calcula-se 18 meses. Passados uns três meses de enviada a carta aos tessalonicences, as coisas lá recomeçaram a despertai· novas inquietudes e má inteligência. O que o levou então a escrever uma segunda epístola a eles. Depo is, partindo com Áquilas e Prisc ila para Éfeso, onde ficou o casal, foi para Cesaréia, voltando de lá para Antioquia (Atos 18, l a 22).
1'el'Ceirn viagem apostólica O incansável Apóstolo começou por Éfeso sua terceira viagem apostólica, pois pareceu-lhe ser este o cruzamento das estradas por onde as igrejas do Ocidente se juntariam às da Ásia. Éfeso era o centro do encanto asiático, o paraíso das delícias e dos vícios do
Oriente. O templo de Artemis atraía multidões de peregrinos. Contudo, Éfeso já tinha ouvido a palavra de Deus. Um judeu convertido, Apolo ou Apolônio, tinha aí pregado um rudimento de cristianismo, pois só conhecia o batismo de João Batista. Foi preciso que Áquilas e Priscila o advertissem. De maneira que, quando Paulo indagou dos neocrentes se haviam recebido o Espírito Santo, eles disseram nem saber que Ele existia. Ainda em Éfeso o Apóstolo soube que missionários judaizantes, provavelmente vindos de Antioquia, destruíam sua obra entre os gálatas, semeando a discórdia entre os fiéis, a tal ponto que os alertou: "Se mutuamente vos mordeis e vos devorais, tomai cuidado que acabareis por consumir-vos uns aos outros" (Gal. 5, 15). Provavelmente entre os anos 53 e 54, escreveu na sua epístola aos Gálatas: "Ainda quando nós ou um anjo do Céu vos anunciasse outro evangelho diferente do que vos havemos anunciado, seja anátema" (Gal. 1, 8).
Nas epístolas de São Paulo, "não se pode deixar de admirar que, apenas 20 anos depois da Paixão, a coerência e a maturidade da doutrina, ao mesmo tempo que uma riqueza espiritual que não será jamais ultrapassada" se encontrem nelas. 7 Éfeso era um centro que atraía a si toda espécie de charlatães, que seduziam o povo sempre ávido de milagres e falso maravilhoso. Na cidade, o ocultismo e a nicromancia tinham muitos partidários. Em semelhante mundo, tão afeiçoado ao mágico e ao demoníaco, o Apóstolo das Nações tinha que, como contrapeso, fazer brilhai· os dons de Deus. Por isso, "Deus operava por mão de Paulo milagres extraordinários - narra São Lucas - , de sorte que até os lenços e aventais que lhe haviam tocado o corpo, aplicados aos enfermos, faziam desaparecer deles as enfermidades e sair os espíritos malignos". Pelo que "até alguns exorcistas judeus ambulantes chegaram a invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Conjuro-vos por Jesus, que Paulo prega" (Atos 19, 11-13). O resultado da pregação do Apóstolo foi uma grande queima de livros esotéricos e de magia. Ora, outro fruto de sua pregação foi minai· o culto à deusa Artemis, o que levou os fabricantes de imagens da deusa a se amotinarem contra ele, e "toda acidade encheu-se de confusão", o que fez o Apóstolo partir para a Macedônia (Atos 19, 23-40). Em Troade, Paulo ditou a segunda epístola aos coríntios, carta cheia de angústia e de censuras: "Suportais que vos escravizem, que vos explorem, que vos enganem, que vos exaltem, que vos esbofeteiem" (Il Cor. 11, 20). A atitude deles tinha provocado grandes aflições a São Paulo: "Eu vos escrevi levado por uma grande aflição e ansiedade de coração, com muitas lágrimas" (id. 2, 4). Quando Tito voltou para junto de Paulo, este, reassegurado do aiTependimento dos coríntios (II JUNHO2008 -
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Cor. 7, 5-9), dirigiu-lhes uma nova carta, que possuímos como segunda, e que de fato é a quarta, pois também se perdeu a primeira, que ele menciona em I Cor. 5, 9: "Eu vos escrevi (na carta que vós tendes) que não vos misturásseis aos fornicadores" . Ele anuncia aos coríntios sua visita. Pela terceira vez irá vê-los, provavelmente em maio de 57. É de se supor que foi lá, antes de ir a Jerusalém, com os olhos voltados para Roma e o Ocidente, que ele ditou sua grande epístola aos romanos.
guardá-lo". Os fiéis Priscila e Áquilas já estavam em Roma para o ajudarem. São Lucas narra que "dois anos inteiros permaneceu Paulo numa casa alugada, onde recebia todos os que vinham a ele, pregando o reino de Deus e ensinando com toda a liberdade, e sem obstáculo, o que dizia respeito ao Senhor Jesus". Com essa narração, termina os Atos dos Apóstolos (28, 30-31). O que sabemos sobre o Apóstolo, a partir de então, baseia-se em suas epístolas, na tradição e em alguns apócrifos.
"Faço-me servo de todos"
Epístolas
Chegando à cidade santa, os viajantes foram recebidos "com alegria". Mas outra vez levantaram-se os velhos problemas. Propuseram-lhe então que, para acalmar os ânimos, fizesse uma como que "profissão de judaísmo", purificando-se no templo, o que ele fez (Atos 21, 26). Pois, como ele afirma aos coríntios, "sendo totalmente livre, fàço-me servo de todos para ganhar a todos, e me faço judeu a fim de ganhar os judeus" (1 Cor. 9, 19). Porém, novamente os "judeus da Ásia alvoroçaram a multidão" contra ele, pois Paulo era o inimigo número 1 desses judaizantes. Assim, "toda a cidade abalouse e agrupou-se o povo". E agarrando o Apóstolo, arrastaram-no para fora do templo, sendo salvo pelos romanos, que o levaram para o cárcere. Os judeus, porém, tramaram uma conspiração, "jurando não comer nem beber enquanto não matassem Paulo". O que fez com que o tribuno o enviasse para Cesaréia. Permaneceu ele prisioneiro lá por dois anos, até que, para livrar-se dos judeus, apelou para o julgamento de César. "Na boca de Paulo, o apelo a César marca uma data maior e decisiva: A Igreja declara caduca a justiça da sinagoga; ela remete sua causa ao Império, que em seguida quererá exterminá-la, mas do qual ela esperava então uma proteção. De resto, ela o invadirá, ela o converterá pouco a pouco, enquanto que Israel resistirá a ela até a plenitude dos tempos". 8 Muitos incidentes ocorreram, nos quais não faltou um naufrágio, até que São Paulo chegasse a Roma para ser julgado. Na sua chegada à Cidade Eterna, "permitiram a Paulo morar em casa própria, com um soldado que tinha o encargo de
No cativeiro, o Apóstolo das Gentes continuou escrevendo suas famosas epístolas. Um dia Epafras, apóstolo dos colossenses, informou São Paulo das dificuldades que enfrentava sua comunidade de Colossos, e ele viu que o remédio para as doutrinas errôneas que tinham se infiltrado entre eles seria o conhecimento exato de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a união com Ele. Escreveu então a Epístola aos Colossenses. Mas, uma vez que as comunidades vizinhas corriam o mesmo risco;· ditou uma carta circular que conhecemos como "Epístola aos Efésios". Ao mesmo tempo escreveu outra, a mais curta de suas epístolas, também ao colossense Filemão, a respeito de Onésimo, o escravo fugitivo que ele mandava de volta, já agora cristão. Filipos era a primeira conquista de São Paulo em solo europeu. Era sua comunidade predileta, "a sua alegria ecoroa ". Em poucos d ias a sua pregação deu ótimos resultados. Embora o Apóstolo tenha saído meio às pressas, a permanência de São Lucas talvez explique tão magnífico resultado. Os filipenses, tendo ouvido falar da prisão de Paulo, enviaram Epafrodito com o fim de lhe levar um bom subsídio pecuniário. Este portador caiu gravemente enfermo. Depois de salvo do perigo de morte (Fil. 2, 27), o Apóstolo aproveitou sua volta para escrever "a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos com os bispos e diáconos". Conhecedor dos problemas internos da comunidade, São Paulo não perdeu de vista sua idéia principal de restabelecer a completa unidade de alma entre os filipenses.
CATOLICISMO
A causa das desavenças se encontrava na falta de pensar de um modo sobrenatural. Por isso recomendou-Lhes: "Tende todos o mesmo pensar, a mesma caridade, o mesmo ânimo, o mesmo sentir. Não façais nada por espírito de competição, nada por vanglória; antes, levados pela humildade, tende-vos uns aos outros por superiores, não visando cada um ao seu próprio interesse, mas ao dos outros" (2, 2-3).
Pauli " - mas desta vez em cadeias, "como um malfeitor". Era preciso que São Paulo, que pôde dizer de si que já não vivia, mas era Cristo que vivia em si, experimentasse também o abandono do Horto das Oliveiras: "Na minha primeira defesa ninguém me assistiu; antes, desampararam-me todos" (II Tim. 4, 16).
Epístola aos lwbrnus As epístolas pastorais As três chamadas "epístolas pastorais" (duas a Timóteo e uma a Tito) o são por versarem sobre as qualidades requeridas nos pastores da Igreja, bem como sobre os deveres que lhes incumbem no governo das comunidades cristãs que lhes são confiadas. Elas mostram o estilo de São Paulo, têm um caráter li terário muito semelhante, foram escritas na mesma época e com o mesmo fim. Revelam também que São Paulo voltou ao Oriente, visitou Éfeso, foi à Macedônia e pregou na ilha de Creta. Timóteo, por causa de sua timidez, necessitava de um impulso de seu mestre, que parecia dispor de um caudal inesgotável de energia. Já com Tito era diferente. O santo mostra-lhe o caminho conveniente para ter influência sobre os outros: ser modelo no falar, na fé, no amor, na dignidade e na simplicidade pessoal. As duas epístolas a Timóteo e a Tito permitem-nos ver o Apóstolo infatigável na luta, sempre firme, enérgico, mas já com a tranqüilidade e medida de um espírito próximo da luz eterna.
Visita às cristandades A primeira prisão de São Paulo em Roma deve ter terminado no verão do ano de 63, com sua absolvição. Terá ele ido à Espanha? O testemunho de São Clemente Romano dá a entender que sim. E diversas tradições locais afirmam sua presença e apostolado em seu território. No ano de 66, volta-se a ouvir falar de São Paulo no Oriente, visitando Creta, Troade e a Macedônia, onde teria escrito a primeira epístola a Timóteo. Provavelmente São Paulo foi levado novamente a Roma na primavera de ,67 - é o que registra anti ga tradição romana escrita no século II, a "Passio Petri et
Terá sido então que São Paulo concebeu ou inspirou a epístola aos hebreus? Os exegetas se esgotam em hipóteses em torno desse texto misterioso. Orígenes, a respeito dessa epístola, fez a seguinte observação: "Declaro abertamente que as idéias sc7.o do Apóstolo, mas a expressc7.o e o estilo devem pertencer a um homem que, tendo as palavras do Apóstolo na memória, parafraseou as doutrinas do mestre. Se, portanto, uma igreja tem esta epístola como paulina, pode-se concordar com ela". 9 Muitos exegetas supõem que essa carta foi escrita por São Barnabé, que conviveu muito com São Paulo.
'ít coroa da justiça" São Paulo foi condenado, como cidadão romano, à morte pela espada. Segundo a tradição, foi executado no dia 29 de junho. Para o grande Apóstolo, sua hora soara. Ele estava pronto. Ufano, podia afirmar: "Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. Já me está preparada a coroa da justiça, que naquele dia me outorgará o Senhor, justo juiz " (2 Tim. 4, 7-8). • E-mail cio autor: pmsoli meo@catolic ismo.com.br
Notas: 1. Daniel Rops, Süo Paulo - Conquisradorde Cristo, Livraria Tavares Martin s, Porto, 1952, p. 100 ; Émil e Baumann, Sain t Paul, Bernard Grassei Écliteur, Paris, 1952, p. 62, nota 1. 2. José Ho lzner, Sa n Pablo, Heraldo de Cristo, Editorial 1-!erd er, Barcelona, 1946, p. 2 1. 3. Danie l Rops, op. c it. , p. 63. 4. José H lzner, op. ci t. , p. 128. 5. Émile Baum ann , op. cit. , p. 159. 6. José Ho lzncr, op. cit. , p. 245. 7. François Amiot, Saint Paul - Épitre aux Galares, Épitre aux Th essa/011icie11s, Beauchesne et ses Fils, Pari s, 1946, p. 7. 8. Émile Baum ann , op. c it., p. 283. 9. Apud Frei Mateus Hoepers, O.FM., em sua tradução e come ntári os do Novo Testamento , Ed itora Vozes, Petrópoli s, 1958, p. 579.
São Paulo, no conceito de Plinio Corrêa de Oliveira "A história do Apóstolo São Paulo é rica em pormenores saborosos. E um traço característico é que se trata de uma história de violência. Saulo foi um homem violento na perseguição à Igreja nascente, que ele queria exterminar. Respirava violência e desejo de extermínio, era famoso pela sua violência e um inimigo radical dos católicos. No caminho para Damasco, ocorreu aquele acontecimento violento: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele caiu do cavalo, ficou cego e indagou: - Quem sois, Senhor? - Eu sou Jesus, a quem tu persegues. -Senhor, o que quereis que eu faça ? Ele foi curado, começou a ver e tornou-se pronto para a luta. Uma mudança completa e estrepitosa: passou apregar o nome de Jesus, que antes perseguia. É o líder da violência, que muda com toda a sua radicalidade para o outro lado. Para o apostolado, ele empreendeu inúmeras viagens, enfrentou riscos e operou conversões extraordinárias. Com isso abriu um sulco sobre o qual a Igreja Católica se desenvolveu. Depois agiu violentamente contra o Império Romano, foi o primeiro passo para a derrubada do paganismo. Até no final de sua vida, foi santamente violento em relação a Deus Nosso Senhor, quando bradou: Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei afé. Já me está preparada a coroa da justiça. É uma espécie de atestado brilhante que ele dá de sua própria fidelidade. É como um homem de consciência tranqüila que se apresenta diante de Deus. Os católicos moles gostariam de qualificar isso como falta de humildade. Mas, como foi o brado de um santo, não têm remédio senão ficar quietos. O católico amolecido não gosta de conversões violentas. Não gosta de cogitar em conversões de homens sábios, de conversões de homens que mudam as coisas. Devemos pedir a São Paulo essa santa violência. Ele lutou para derrubar o paganismo, nós devemos ter essa santa violência para derrubar em nossos dias o mal que está no auge, mais poderoso que o paganismo no tempo dele". (Conferência proferida no dia 25 de janeiro de 1965).
JUNHO2008 -
Sagrado Coração de Jesus,
símbolo do amor infinito .Assim como o mês de maio é consagrado a Nossa Senhora, junho o é ao
Sagrado Coração de Jesus. Catolicismo abordou em diversas edições esse magno tema. Para este mês, expomos algumas reflexões a respeito. r,
PAU LO ROBERTO C AMPOS
dicionário Aurélio, no verbete "coração", define: "Órgão 11iuscu lar situado !la cavidade torácica que, nos vertebrados superiores, é constituído de duas aurículas e dois
º
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CATOLICISMO
ventrículos, e que recebe o sangue e o bombeia por 1neio dos movimentos ritmados de diástole e de sístole". Mas, além de designar um órgão vita l do corpo humano, "coração" também significa, num sentido analógico, valores de ordem moral. Assim, metaforicamente se diz: fulano tem um "coração de ouro " ; sicrano tem um "coração de
pedra". No primeiro caso, significando que fulano é bondoso, generoso, etc.; no segundo, que sicrano é insensível, mesquinho, etc. Pode-se di zer também que sicrano te m o "co ração aberto ", e beltrano, "coração fechado ". E assim por diante, poder-se-iam fazer inúm~ras correlações s imbólicas a propósito de "coração".
Na Sagrada Escritura, encontramos qu ase mil vezes a palavra "co ração". Apenas um exemplo extraído do Anti go Testamento: "Eu lhes darei u,n só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por wn coração de carne" (Ez 11 , 19); e do Novo Testamento: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!" (Mt 5, 8) .
todo o mistério da nossa Redenção. Quando adoramos o Coração de Jesus Cristo, nele e por ele adoramos tanto o arrwr incriado do Verbo divino corno o seu arnor humano e os seus demais afetos e virtudes, já que um e outro amor moveu o nosso Redentor a im.olar-se por nós e por toda a Igreja, sua Esposa ".2
Coração: símbolo do infinito
amor de Deus pelos homens
Um escriba de Jerusalém, doutor da lei, perguntou a Jesus qual era o primeiro
Sumamente vinculada ao símbolo que o coração representa, está a devoção ao Sagrado Coração de Jes us (Vide Catolicismo , junho/2003) . Em primeiro lugar, simboliza ndo o infinito amor de Deus pelo gênero humano: "O Sagrado Coração de Jesus fa z parte de sua adorável pessoa. Entre os elem.entos integrantes da pessoa de Cristo, nenhum há tão aprop riado como o coração para ser obj eto de wn culto especial. Porque simboliza a obra do arnor infinito levada ao extremo, em nosso obséquio, pelo Verbo f eito homem, no mistério da Encarnação e Redenção. Portanto, o culto tributado ao Sagrado Coração de Jesus é culto tributado a Jesus Cristo na qualidade de amante do homem". 1 A e nc íclica de P io XII , Hau rietis Aquas ( 1956) con iderada por exce lência o doc umento sobre o c ulto ao Sagrado Coração ele Jesus , e le itura indispensável a respeito - fo i e crita com a finalidade de expor os fundamentos teol ógico desse culto , e publicada no centenári o da extensão para toda a Igreja da festa litúrgica do Coração de Jesus. Esse m morável doc umento pontifício e nsina: "O oração do llosso Salvador reflete de certo modo a imagem da Divina Pessoa do Verbo, e, igualmente, das suas duas naturezas: humana e divina; e n 'Ele podemos considerar não só um símbolo, mas também corno que um compêndio de
de todos os mandamentos. Eis a resposta de Nosso Senhor: "A marás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alm.a, com toda a tua mente, e com todas as tuas forças" (Me 12, 30). Se de todo coração um a pessoa ama a Deus, estará disposta a sac rificar-
O JJl'ÍllWÍl'O e maior de todos os mandamentos
se por Ele; estará pronta a combater aqueles qu e atacam e despreza m seus divi nos ensinamentos, e tudo fará para reparar as ofen sas que se fa zem contra Deus. Qua lquer ofensa a Ele, tomará como se fosse mais grave que uma ofensa pessoa l, e desejará arde nte me nte conso lá-lo pelo ultraj e recebido. Exemplo admiráve l desta disposição foi a vida de Santa Margarida Maria Alacoque ( 1647 - 1690), ena ltecida por Nosso Senhor como "discípula dileta de rneu Coração". A ela se deve - com o apoio de seu diretor espiritual , São C láudio la Co lombiere a g rande ex pa nsão no séc ulo XV([, e nos seguintes, da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, principalmente sob dois aspectos: o amor e a reparação àq uele Co ração, ofendido pelos pecados dos homens de "co ração duro ", ''.fechado" para a graça div ina. A e la Nosso Senh o r pediu (em Paray - le Monial - Fra nça) que fosse instituído o excele nte costume da comunhão reparadora das primeiras sextas-fe iras de cada mês. Sobre esta grande santa mística, Catolicismo tem publicado diversas matérias (vicie, por exe mpl o, a edi ção de julho/ 2004) , e poder-se-ia aludir a muitas o utras almas santas que difundiram atos de piedade para desag ravar o Divino Coração. Um exemplo é o de uma simpl es me nina, Jac inta, a quem Nossa Senhora, no ano de 19 l 7 , apareceu e m Fáti ma. Com apenas LO anos, ela já tinha uma clara noção disso. Pouco antes de seu fa lecime nto, di sse à sua prima Lúcia: "Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho cá dentro ,zo peito, a queim.ar-me e afazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!". Palavras singelas, mas que revelam o quanto um a me nin a inoce nte se abrasava de JUNHO2008 -
amor de Deus e se compadec ia daqueles Corações ofendidos.
Até mesmo católicos vivem/o como se Deus não existisse O mundo atual sofre os a balos de um terrível terre moto moral. Todas as insti tuições da soc iedade e do Estado encontram-se flage ladas por profundas cri ses. Certamente porque o Criador e Redentor do gênero humano de ixou de estar no centro das cogitações, até mesmo no cen lro dos corações daqueles que se di zem cató li cos. Ele é ultraj ado de todos os modos, tendo sido destronado na soc iedade neopagã de nossos di as. Como remed iar essa catastrófi ca situação? O Papa São Pio X indicou-nos uma solução: "Se alguém pedir uma palavra de ordem, sempre daremos esta e não outra: Restaurar todas as coisas em Cristo". Para isso, há necessidade de reentroni zar o Sag rado Coração de Jesus nas alm as, nas fa míli as, nas in stituições, e m todas as nações. Num a palavra : restaurar a rea leza social e divina d' Aquele qu e é " Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19, 16). Para isso, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é o re médio por excelê nc ia.
esta humilhação será ainda mais um traço de semelhança entre Vossa Maj estade e Nosso Senhor Jesus Cristo". Ao que Luís XVI res po ndeu: "Se isso agrada a Jesus, estou pronto para ser amarrado". Tal resposta do soberano francês poderia ser aplicada em todas as ci rcunstâncias de nossa vida: estarmos prontos para
"Fazei nosso coração semelhante ao vosso" Não sej amos surdos e ing ratos a essa sublime devoção, corresponde ndo ao di vino a mo r de De us por nós. Como correspo nder? Procurando, por exempl o, faze r tudo conforme seus divinos precei tos, e ev itar tudo o que os contrari a. Assim , estare mos purificando nossos corações e assemelhando-os ao Sacratíssimo Coração . Uma bre ve ap licação: por obra da funesta Revolução Francesa, o Rei Luís XVI fo i condenado à guilhotina. Subiu ao patíbulo co m tod a paciênci a, mas quando o carrasco quis atar-lhe as mãos, num gesto enérg ico e le não permitiu, dizendo que não aceitari a ta l humilhação. Seu último confessor, o Pe. Eclgeworth de Firmont, e ntão di sse- lh e: "Senhor, -
CATOLICISMO
faze r tudo o que agracia a Jesus; e nada, absolutamente nada que O desagrade. Para chegar a essa prática habiLual, é mui lo aconselhável uma jacul atória que se encontra no final da Ladai nha cio Sagrado Coração: "Jesus, manso e humilde de coração. Fazei nosso coração semelhante ao vosso".
O Imaculado Coração da Santa Mãe de Deus Peçamos essa graça por intermédio do lmac ul ado Coração de Mari a, e podemos ter a certeza de que seremos atendidos. O fundador da Congregação de Jesus e Maria, São João Eucles, comentava que, de tal modo as devoções ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Mari a eram inseparáveis e se uni am em
uma só e mes ma devoção, que se poderia dizer no singular: "Sag rado Coração de Jesus e Maria". Encerramos as presentes reflexões para este mês, espec ialmente consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, com um trecho da citada encíclica Haurietis Aquas: "A .fim de que a devoção ao Coração augustúsimo de Jesus produza frutos nuús copiosos na .fámília cristã, e mesmo em toda a humanidade, procurem. os.fiéis unir a ela estreitamente a devoção ao Coração Imaculado da Mãe de Deus. Foi vontade de Deus que, na obra da Redenção hwnana, a Santíssima Virgem Maria esti vesse inseparavelmente unida a Jesus Cristo; tanto que a nossa salvação é.fi·uto da caridade de Jesus Cristo e elos seus padecimentos, aos quais.foram intimamente associados o amor e as dores de sua Mãe. Por isso, convém que o povo cristão - que de Jesus Cristo, por intermédio de Maria, recebeu a vida divina - depois de prestar ao Sagrado Coração o devido culto, renda também ao amantíssimo Coração de sua Mãe celestial os correspondentes obséquios de piedade, amo,; agradecimenlo e reparação. Em harmonia com este sapientíssimo e suavíssimo desígnio da Divina Providência, Nós mesmo, por alo solene, dedicam.os e consagrarnos a santa Igreja e o mimdo inteiro ao Coração Imaculado da San.líssima Virgem. Maria ". 3 • E- mail do autor: pr-campos @catoli cismo com.br
Notas :
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Para um aprofundamento no estudo do Sagrado Coração de Jesus, recomenda-se a leitura das seguintes edições de Catolicismo: j unho/1 986, julho/ 1988, junho/ l 992, junho/ 1994, junho/2003 e julho/2004 - matéri as que se encontram di sponíveis no sile da rev ista www.catolicismocom.br . Recomenda-se também o site da Associação
Aposlolado do Sag rado Coração de Jesus: http://www.asc.org.b r/ 1. R. P. Tomaz Pegues, O. P., Suma Teológica de
Santo Tomás tle Aq1.1i110, em.forma de Cateci.1·Ta ubaté, 1942, p. 196. 2. Encíc li ca de Pi o XII , f-laurielis Aq1.1a.1· ( 15-051956), Sobre o cu lto do Sagratlo Coração de .les1.1 s, Editora Vozes LI.ela , Petrópo li s, 1Q59, n. 52, p. 3 1. 3. Encíc li ca /-/aurietis Aquas, n. 84, p. 47. 111 0 ,
"Cultura" do infanticídio n G REGóR10
V 1vANco LOPES
de Anchieta e o Padre Manoel da Nóbrega, que autenti camenleitor j á deve t~r ~uvido di :er que é ~reciso preservar a cultura dos 111d1os, mante- los confinados e m reserte queriam o be m dos índios. vas para e vitar que sej am conOs neo mi ss io ná ri os não desej a m ta minados pela civili zação atual, e até que os índios aba ndonem os costumes que os costumes deles são mai s puros e bárbaros - e, por vezes, criminosos e nat ura is que os nossos. satâni cos - de seus ancestrai s. No fun Por detrás do blá-bl á-blá dessa predo, porque odeiam a C ivili zação Cri sgação indigeni sta, o que está é co isa tã. E gostariam inclu sive que a própri a muito sé ria e te ne brosa. Ate nte, po r cultu ra oc idental cam inhasse em direexempl o, para os seguintes fatos: ção a essa barbárie. É para o nde nos emNo parque do Xingu (MT) vivem 14 purram , desde já, o nudi smo das moetnias indígenas, muitas das quai . pradas, o aborto, os pecados contra a natutica m o infa ntic ídi o. Os gêmeos, por reza e outros. exempl o, devem ser mortos por sere m s ina l de maldi ção. Praticado por cerca * * * de 20 etn ias no Brasil , o in fa nti cíd io atinge não ape nas os gêmeos, mas tamE mbora haja no Brasil um projeto ele bé m cri anças que nascem com defi c ile i que "combate as práticas tradicioênc ias me ntai s ou fís icas, o u doença não nais que atentem contra a vida", o anidentificada pe la tribo, e aind a filhos de tropó logo Ri ca rdo Ve rdum , do lnesc pai desconhec ido. (lnstiluto ele Estudo Socioeconômicos), O a ntropó logo Bruce Albe rt, da ac ha esse projeto uma intromi ssão no li CC PY (Co mi ssão Pró-Yanomami ), diz vre arbítri o cios índios. que, para os ya nomami s, "só as cricuiNa mes ma linha estão os novos misças às quais se podia da r a chance de O Pe . Anchieta catequizando os índios sionári os produzidos pe lo progressismo crescer com saúde eram criadas ". Uma católi co, conforme Plínio Corrêa de Oli es pécie de raça pu ra de tipo naz ista, veira denunciou, com grande antecipaportanto (cfr. " Folh a de S. Paulo", 6ção, em seu livro Tribalismo indígena. 4-08). O mi ss io nár io Saulo Fe rre ira Fe itosa, secretário- adjunto do Cimi * * * (Co nselho lndi geni sta Mi ssionário), ligado à C NBB , embora di zendo-se pesO satani smo vige nte em determinasoa lme nte contrário ao infanticídi o, afi rdas tribos, do qual o infantic ídio ritu al ma que este, "enquanto prática cultué uma das manifestações, constitui um ral e moralmente aceita, não pode ser pó lo permanente de atração para todos combatido de maneira intervencioaqu e les que, no mundo oc ide nta l, se nista ". O que ente nde ele por maneirá e ngaj aram de co rp o e a lm a na interve ncio ni sta? Cateq ui zar os índi os, anti cru zada para destruição do que respara que adotem a verdadeira Re li g ião ta de ivilização Cri stã. Estamos dian de Jesus C ri sto e se liberte m de seus te do ponto term in al de um processo de costumes pagãos, é intervencionismo? degradação da civilização oc identa l Mas então uma "cultura" assass ina cri stã nas suas raízes - , que veio degedeve ser mantida? Não é desumana? É nerando gradativame nte. para não muda r ta is costumes qu e se Do nde a ojeri za que ta is cultores do multiplicam as reservas indígenas no indi geni mo volam a fi guras de grande Brasil ? Isso favorece os índios? • relevo e mérilo na calequizaçãu e c ivi li zação dos índ ios, como o Beato José E- mail do autor: gregorio@cato licisrno.com.br
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JUNHO2008 -
Em defesa da Ação Católica Antecedentes - ambientes - episódios
tidade: seria mai s prudente que jovens da Ação Católica, circulando naq uele andar, não o notassem. Sorriu amavelmente, saiu, tomou o elevador, desvaneceu-se. Poucos di as mais tarde, estando ainda em São Paulo, fo i-lhe entregue o relatório solicitado.
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N os círculos da Ação CatóHca dos anos 30, "novos ares" - as doutrinas modernistas - foram inoculados. A denúncia foi feita logo depois por Plínio Corrêa de Oliveira li N ELSON
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FRAGELLI
uma noite de outono, em 1942, Plí nio Corrêa de Oliveira trabalhava em seu escritório de advogado, num ed ifício do centro velho de São Paulo. No mesmo andar situava-se a sede da Ação Católica, da qua l ele era o presidente da Junta Arquidiocesana, e àquela hora rumorejavam ainda ali os jovens, quando entra no escritório um sacerdote de pequena estatura, semblante e nérgico e afirmativo, iluminado por olhar fixado além. Teria uns 60 anos, trazia uma ma leta e ostentava o inconfundível ar dos jesuítas de outrora. Apresentações mútuas, ele toma assento e inicia-se a conversa. Em sua expressão cordial, patenteia-se discreta argúcia. Dispensava explicações exte nsas, apreendia os matizes, circulava agilmente por temas variados. Discernindo, observando com fineza, num leve baixar de pá!pebras denotava apreensão do subentendido . Capaz de uma penetração própria a um diretor espiritual, tendo suti leza·s diplomáticas. Sobre sua intenção, pouco revelava. De onde viria esta personalidade de porte? Viria por conta própria? Seria env iado de alguém? Com a arte de levar o interlocutor a falar, sem denotar curiosidade, ele desejava esclarecimentos sobre a Ação Católica, sobre a ori entação que vinha tomando, a ortodox ia
CATOLICISMO
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No dia seguinte, um a lto prelado da Cúria Metropolitana dizia a Dr. Plíni o ser aq uele um jesuíta categorizado. Era confesso r do Sr. Núncio Apostólico.
No círculo, Plinio Corrêa de O liveira, à época, presidente da Junta Arquidiocesana da Ação Católica de São ffi ulo
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À dir., Dom Bento Aloisi Masella, Núncio Apostólico no Brasil
"Aquele Senhor" era o Núncio Apostólico Dom Bento Aloisi Masella, Arcebispo de Cesaréia, representante no Brasil de Sua Santidade o Papa Pio XII.
N,mciatura Apostólica Na penumbra acolhedora do palácio da Nunciatura, tudo ressumava elevação e recato. Salões dourados, mosaicos magníficos, pesados ve lud os, a solenidade emanava de todo ornato. O Núncio uni a jovialidade e suma reserva - aristocráticas virtudes, realçadas pela escola de di plomacia pontifíc ia. E m meio à distinção de posa das a ti tud es, o uv e o Se nh o r Núncio, impassível, a matéri a do relatório. Nenhuma observação, nem mesmo sobre os pontos mais candentes: a circulação nos ambientes da Ação Católica de erros patentes; de opiniões já condenadas, mas agora em voga; inovações desvairadas . Mas o que os lábios não diziam, o olhar afirmava. E aqueles lábios fi nalmente se moveram. Prometeram um prefácio a um eventual livro que fosse a ampliação daquele re la tório. Em São Paulo, Dr. Plínio pôs-se a escrever o livro Em de fesa ela Ação Católica. O Núncio o leu, meditou sobre seu conteúdo. E cumpriu sua palavra, mes mo sabendo que seu prefácio o lançaria na tormenta. O que continha o livro, capaz de inclinar o fu turo cardeal a graves reflexões? O que havia na Ação Católica, para aquele tão categorizado jesuíta mover-se com tanta cautela em ambientes eclesiásticos?
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E~ DEl~ES/1 DA
!IÇAO CJITÓLICJI Protaciado Polo
das declarações de alguns de seus próceres, o pape l de determinados diri gentes, entrechoques doutrin ários, e rros nela infiltrados. Sobre estes ele estava a par, apreciava os detalhes, parecia preocupado, concordava com sua gravidade. Conhecia a oposição veemente de Dr. Plínio àqueles erros. Sondava sobre atitudes futuras : "O Senhor nunca procurou informar seus superiores? Far-me-ia o Senhor um relatório ? Resido no Rio de Janeiro, e talvez pudesse levá-lo a boas m.ãos .. . " Suave como o fu mo que se eleva ao apagar de uma vela, ele se levanLou estendendo a mão, assim significa ndo desejar não ser acompanhado até o elevador. A cautela emanava de sua persona-
Portanto, algo se movia na Nunciatura. A controversa si tuação da Ação Católica chegava assim à Secretaria de Estado de Sua Santidade. Pa sam-se alguns dias, e nomesmo escritóri o soa o telefone. Sem dar nome, uma voz abafada, agora já conhecida, chamava do R io de Janei ro: "Aquele Senhor gostaria de conversa,: Estaria nas intenções de D ,: Plinio vir ao Rio ?".
E.troo. o Ilvmo. Snr N , D. BENTO A LOlSI -M~~~ .Ap01lólico
JIJ.n l'hll '\,l n / ',111/u
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Em junho de 1943 - exatame nte h á 65 a nos - Plíni o Corrêa de O liveira lança seu livro-bo mba. Em defesa da Ação Católica enseja portentosa luta, já vári as vezes relatada por esta revista.* O E pi sco pado se divide. Vin te b isp os e nvi a m ca rtas de apo io ao autor, outros sile ncia m, minori a fu ribunda ataca a obra. Mas - é importa nte notar - ne nhum adversário o refuta. O livro obté m sucesso, sobretudo entre os que dele não gostaram . Lendo-o, passaram a ser vigila ntes, porque Em defesa da Ação Católica, c laro e irrefutáve l, instil ou nas alm as a desconfia nça em relação às novas doutrinas. O ímpeto revo luc io nári o a rrefece u. Nos a nos seg uin tes, os " inovadores" da Ação Católica passa ria m à região sombri a onde jaz inglóri a a infidelidade fracassada. JUNHO2008 -
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Primórdios da inflltração Plinio Corrêa de Oliveira era deputado, na Constituinte de 1934, quando manteve um de seus primeiros contatos com as novas idéias provenientes de Eu ropa. Era uma tentativa de infiltração nos meios católicos brasileiros. Uma notabilidade francesa, professor da Sorbonne, veio ao Brasil a servi ço de se u mo vim e nto , as Equipes Sociais. Grandes órgãos da imprensa anunciaram sua chegada. Pediu um encontro com o j ovem deputado : "A qui estou para fun dar meu mo vimento, preciso de seu apoio. Ele é bem visto por a rcebispos e cardeais europeus, conto com j ovens católicos até de comunhão diária - , embora o movimento nada tenha a ver com Religião" . Esta insólita decl aração levou Dr. Plinio a perguntar, in sistentemente, a respeito da adesão das tais Equipes ao Magistério Pontifício. O francês hesitou em responder, mas finalmente confessou que seu movimento tinha não-cató li cos na direção, a fim de evitar q ue ficasse inteiramente católico. As Equipes deveri am abrigar pessoas de religiões e tendê ncias ideológ icas di versas. E ra um primeiro intuito de fili ar cató li cos a um mo vime nto "aberto" ao mundo, com te ndências de um ec umeni smo relativi sta. Di ante do absurdo da proposta, Dr. Plini o recusou-lhe toda colaboração. As Equipes não fo ram fund adas em São Paulo, por oposição do Sr. Arcebi spo, mas tornaram-se operantes no Rio de Janeiro, onde jesuítas as apoi aram. Seus membros fora m fo rmados segundo as novas doutrin as impregnadas de soc iali smo, e 15 a 20 anos mais tarde constituíram bases da esquerda católica . Começava a rachar a unidade dos meios católicos brasilei ros. A concórdi a iria em breve desaparecer ( vide quadro acima). A Ação Católica fo i vítima de infiltração das idéias das Equipes. Liturgicismo Poucos anos antes de tal professor aparecer, estivera em São Paulo uma professora vinda da Bélgica. Ganhou logo prestígio entre todos, embora sua apresentação destoasse do nosso modo de ser: enorme, vestida sempre de preto, cabelos li sos presos por um coque, ar mi steri oso, olhos pseudo-cândidos, CATOLICISMO
sempre mastigando. Fazia conferências para moças católicas da boa sociedade. A elas abria as portas da Escola de Serviço Social de Louvain (Bélgica), onde permaneciam por dois ou três anos. Era um verdadeiro novic iado. Todas retornavam ao Brasil com novas idéias a respeito da religião e da sociedade, semelhantes às das Equipes Sociais. Em matéria de religião, eram liturgicistas, e socialistas em matéri a temporal. Ori ginou-se então o absurdo, mais tarde generalizado: a boa sociedade, enquanto católi ca, punha-se a serviço do soci ali smo. O liturgicismo reformava a liturgia de modo a ajustá-la inteiramente ao mundo moderno, propunha um a nova interpretação da doutrina da Igreja e de seu modo de ser. Contestava o ensinamento da Igreja sobre o papel da autoridade; equiparava o sacerdote ao leigo; menosprezava as fo rmas de piedade tradicionais, especialmente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, a Nossa Senhora, à recitação do Rosário ; desdenhava a espiritu alidade de Santo Inácio, o culto das image ns, etc. E m ass untos de moral, era liberal: anuía à freqüência de ambientes como clubes, piscinas, bailes, onde a gravidade do pecado era minimizada e o modo de ser das pessoas opunha-se à moral católica. Isto significava estender as mãos ao mundo neopagão. As reformas propostas para a sociedade espiritual eram análogas às reformas desejadas pelo soc iali smo para a sociedade temporal. l solamellto - fidelidade Contando com apoio ora de bi spos, ora de personalidades ecles iásticas de renome, esses dois movimentos foram ganhando adeptos. E Plini o Corrêa de Oliveira fo i sendo sempre mais isolado: velhos ami gos e batalhadores do movimento católico esfri avam, abandonavam a luta, desapareciam. De cá e de lá ouvi am-se murmúrios contra o método do apostolado de conquista desenvolvido nas g lori osas Congregações Mari anas (vide quadro na página ao lado). Se fi éis às diretrizes apostólicas de outrora, sacerdotes e leigos dos mais brilhantes passavam à obscuridade, deixavam de ser convidados a pregar, eram empurrados de lado, perdiam seus cargos. Mas se pas-
sassem - conforme escreveu Dr. Plinio no livro em foco - a "ocultar que a Igreja é uma escola de sofrimentos e sacrifícios" (p. 205), se "passassem a evitar sistematicamente qualquer coisa que, legitimamente ou não, pudesse causar a menor diversidade de opinião, [. .. ] calando cautelosamente as divergências com o mundo e com os não católicos, [. ..] e assim canonizando a prudência carnal" (p. 203 ), e ram guindados aos gala.rins. Era uma ação metódica, com apoio em setores da mais alta Hierarquia. A fi deli dade, tida por retrógrada, precisava da têmpera dos santos para resistir a estes miasmas do prog ress ismo , no qu a l se metamorfoseara o liturgicismo. Sacerdotes e leigos de valor enfrentaram a vaga progressista. Seu combate se inscreve nas páginas de glória da história eclesiástica brasileira. Permaneceu fiel aquele discreto jesuíta. Por meio de sua influência em Roma, prestava preciosos serviços. Conseguia conservar em seus postos sacerdotes e leigos que resistiam. Colaborava para que excelentes relações na E uropa e no Vaticano fossem conservadas. Agiu diligentemente, segundo seu discreto e eficaz estil o, até que desvaneceu (por obediência?) cio teatro ele guerra onde combatia o autor de Em defesa da Ação Católica. Dista11ciame11to da esquerda Núcleos da Ação Católica transform aram-se em viveiros nos quais, primeiramente o nazi-fasci smo, depois o comuni smo, retira ri am elementos para seus comandos. Long<) seria a enumeração dos erros que então assolara m os meios católi cos brasil eiro , prenunciando o transbordamento cios anos 60 e 70, hoje conhec idos e ele algum modo agravados . Todas essas doutrin as faziam um só conjunto e prepararam a infil tração marxista-lenini sta naque les meios: a Teologia da libertação , a adesão à Reforma Agrária sociali sta e confiscatóri a, bem como o tri bali mo ind ígena e um ecumenismo capitul ador. "Padres de passeata", "freiras de mini-saia" , domini ca nos secundando terrori sta , fra nciscanos marchando ao lado de invasores de terra , clérigos de esquerda, por traz da guerrilha nas-
cente. Em nossas igrejas fa la-se pouco de Deus, e quase somente de reivindicações sociai s. E m conseqüência, grande parte do povo é solicitada pelas seitas . Triunfaram o professo r da Sorbonne e a professora belga? Ilusão. Plini o Corrêa de Oliv e ira prosseguiu a obra do Em def esa por mais de 50 anos após se u lançamento, reforçando no público o sentimento de desconfiança e, portanto, de distanciamento da esquerda católica. Esta abandonou o verdadeiro Deus, perdeu sua fo rça de expansão. Fascinada por Marx, voltou as costas à eternidade. Radicalizouse, e há décadas é vi sta como fa utora de badernas. "Le111bra11ças a D1: Pli11io" Pelos idos de 1968, nas matas do Estado do Rio, às primeiras horas da manhã, um jovem militar em manobras proc urou receber a santa comunhão, antes de assumir sua função no comando do esquadrão. Por perto do campo de tiro havia uma capela, anexa a uma casa de repouso de sacerdotes idosos, onde a Missa era celebrada muito cedo. De um jeep estrepitoso, em roupa de combate, salta o oficial dirigindo-se à mesa de comunhão. No recolhimento da ação de graças, sente no ombro um suave toque de mão alva e descarnada, de um sacerdote. Trêmula, diáfana, parecia afeita apenas a livros e dossiês. "Lembranças a Dr. Plínio", di sse, com leve baixar de pálpebras. Era o nosso jesuíta. Nele, só o olhar não envelhecera. Como reconhecera, sop uniforme de combate, um homem do grupo ele Plinio Corrêa de Oliveira? Percepções de arguto diplomata ... Ele conservara de Dr. Plinio uma imagem indelével, ali reavivada. Indeléveis são também as lembranças que mandou. E se aqui seu nome não é revelado, é por reverência a quem tanto amou a discrição. • E-mail para o autor: nelso nfrage lli @catoli cismo.com.br
Notas:
* Do mes mo autor, vid e matéri a pu blicada na edi ção de Catolicismo de junho/2003: E111 Defesa da Ação Católica, obra providencial.
JUNHO 2008
IJIIIIIIII
5 São Bonifácio, Bispo e Mártir
+ Dokkun (Holanda), 754. in glês de nascimento, fo i o apóstolo ela Alemanha. Res ignou a sua sé episcopal para trabalhar os últimos anos de sua vicia reconvertendo os frísios (holandeses), que havi am recaído no paganismo, sendo por eles martirizado.
de nasc imento, fund ou vários mosteiros em seu país antes de mudar-se para a ilha de lona, onde insti tuiu um mosteiro que em pouco tempo se tornou o maior da Cri standade. Considerado apósto lo da Escóc ia.
10 Santo Itamar, Bispo e Confessor
15
de D. San cho T, renun ciaram às glórias cio mundo para entregar-se a Deus na vicia reli giosa.
Santa Germana Cousin , Virgem
21
meado Patriarca de Constanti nopla.
+ Pibrac (França), 1601. Pobre, escrofulosa, negli genciada pelo pai e maltratada pel a madrasta. M orreu abandonada em seu leito ele palhas no celeiro de seu pai , aos 22 anos.
+ In glaterra, 656. Nativo ele
6
1 São Panfílio e Companheiros, Mártires
+ Cesaréia (Palestina), 309. O maior dos exegetas do seu tempo, Panfílio fundou uma escola bíblica, centro de saber e virtude. Encarcerado e torturado em ód io à fé, fo i depoi s martiri zado com alguns di sc ípulos e companheiros de pri são.
2 São Nicolau, o Peregrino, Confessor
+ Trani (Itália), 1094. Jovem grego, vi sitava os santuári os do sul da Itáli a a pé, carregando pesada cru z e cantando o Kyrie Eleison. Fa leceu aos 19 anos de idade. Mui tos milagres se operaram em seu túmulo.
3 São Carlos de Luanga e 22 Companheiros, Mártires
+ Uganda, 1886. Carl os, oficial do rei de Uganda, converti do com outros fun cionário s pelos Padres Brancos, fo i com eles queimado v ivo.
4 São Francisco Caracciolo, Conl'essor + Ag none ( Itáli a), 160 8. De nobre famíli a napolitana, ''.fi,1ndador da Co ng regação dos Clérigos Regulares Menores" (cio M artirológio Romano) . Ti nha o dom de profecia, sendo favorec ido com êxta ses.
São Norberto. Bispo e Confessor
+ Magdeburgo (A lemanha), 11 34. C léri go mund ano, converteu-se por causa ele um raio, tornou -se pregador itinerante, fund ando depois os Cônegos Regulares (Premonstratenses). Foi nomeado posteri orm ente arcebispo de M agdeburgo.
Primeira Sexta-feira do mês.
7 Santo Antônio Gianelli, Bispo e Confessor + Bobbi o (Itália), 1846. Empenhou-se no campo das mi ssões e ela educação. Bi spo de Bobbio, governou com sabedoria e prudência sua sé epi scopal.
Primeiro Sábado do mês.
8 Santo Efrém, Diácono e Doutor· da Igreja São Mectard, Bispo e Confessor
+ França, 558. Irm ão ele São G ildarcl , B ispo ele Rouen, foi eleito para a di ocese de Noyon, à qual Tournai fo i unida mai s tard e.
9 Beato José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, Confessor
+ 15 97. Converteu inúmeros
K ent, fo i o primeiro anglo-saxão a ser nomeado bispo ele uma sé in glesa, sucedendo a São Paulino co mo bi spo de Rochester.
11 São Barnabé, "Apóstolo " + Chipre, séc. J. Fi el companheiro de São Paulo na evange li zação, este o chama de Apóstolo, embora não fosse um cios doze.
12 São ,João ele Sallagum , Confessor
+ Salamanca (Espanha), 1479. Da Ord em cio s Eremita s el e Sa nto Agostinho. Por denunciar o mal ex istente nos mai s altos postos ela soc iedade onde viv ia, so freu vári os atentados, sendo por fim envenenado pela co ncubina ele um nobre.
13 Santo Antônio de Pádua , Confessor e Doutoc· da Igreja + Pádua (ltá l ia), 123 1. Chamado de "Arca do Testamento " e " Mart elo dos hereges", esse grande taumaturgo foi uma das glóri as da Ordem Franciscana.
14 São Metóclio ele Constantinopla , Bispo e Confessor
índios à fé católi ca, arrancando-os às trevas do pagani smo. Operou numerosos mil agres.
+ Consta ntinopl a (Turquia) ,
São Columbano, Confessor
tocado pela graça, fez-se monge. Valente opos itor dos iconoclastas ; devido à interferência da Imperatri z Teodora fo i no-
+ lona (Escóc ia), 597. Irl andês
16 São Cyro e Santa JuliLa , Mártires
São Luís Gonzaga, Confessor + Ro ma, 159 J. De famí li a prin cipesca, aos 17 anos in gressou na Companhi a de Jesus. De uma pureza an gélica, morreu aos 24 anos como mártir da caridade, vítima de uma epi.demia contraída ao ass istir enferm os. É o patrono ela juventude.
+ Síria, séc. IV. Julita, por não querer renegar a fé, estava sofrend o o martíri o quando seu filho Quirico, ou Cy ro, de apenas três anos, que lhe fo ra arrancado dos braços, se lhe jun tou para morrer, afi rm ando que também era cri stão.
17 Santa Teresa de Portugal , Vi úva + 1250. Fi lha do Rei Sancho I de Portuga l. Sendo dec larado nulo seu casa mento por moti vo ele consa ngiiini lade, fundou um convento cisterciense.
18 Santos Mai·cos e Mal'ccli no, Már'Lil'CS
+ Roma, 287. De acordo com a tradição, na p rsegui ção mov ida I or D ioc lec iano esses dois irm ãos êmeos "ti veram o lado traspa.1·.1·ado por lança s, entrando o.1·.1·i111 11 0 Reino dos Céus pelo fi lríria do martírio" (do M arlirol > >io Romano).
9
22 São Paulino ele Nola, Bispo e Confessor
+ 43 .1. Pagão, de nobilíssima fa mília, ai nela jovem fo i prefeito ele Roma e senador, casando-se com uma cri stã. Ao converter-se, ele acordo com a esposa renunciou a tudo e fez-se sacerdote.
São Ladislau, rei da Hungria, Confessor siderado um dos herói s da Hungria, esse rei derrotou sucess ivamente os poloneses, ru ssos e tártaro s. Pela morte da irm ã, anexou ao reino a Dalmácia e a Croácia. Apoiou São Gregório V[I con tra o imperador Henriqu e IV, incentivou o trabalho mi.ssionário em seus territórios, co nstruiu vários mosteiros e igrejas.
28 São João Southwortll, Mártir
+ Turim (Itáli a), 1860. Contem-
+ Tyburn (Inglate rra) , 1654.
porâneo, conterrâneo e mestre de São João Bosco, reitor do in ternato Ec l es i ás ti co São Francisco de Assi s, ele Turim, formo u o clero piemontês nos bons princípi os de São Francisco de Sales e Santo Afonso de Li gório.
Ordenado sacerd ote na França e enviado à mi ssão na [nglaterra, fo i vári as vezes preso, depoi s libertado pela intercessão ela Rainh a H enriqueta, esposa de Carlos I. Após a execução desse rei , sob o reg ime ditatorial e herético de Cromwell , fo i aprisionado e martiri zado.
24 FESTA DA N/\TfVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA
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+ França, 463. Leigo e casado,
li a ele Ravena, aos 20 anos entrou num most ·iro. r undaclor da Ordem dos Ca 1naldul nses.
devotou-se ao estudo ela teo logi a, co rrespo nd endo-se co m Santo Agostinho, a quem adm ira va . Com ele combateu a doutrina herética dos semipelagianos sobre a graça. Indo a Roma, tornou -se sec retário do Papa São Leão Magno.
+ Portu ga l, s ·. X III. Filhas
27
23
+ Itáli a, 10 7. l)e nobre fa mí-
'O
o go vernador de palácio, e o segundo o cam.areiro da virgem Con.stân.cia,.filha do Imperador Constantino. Ambos obtiveram a palm.a do m.artírio sob .Julian.o o Ap6.1·tata, m.orren.do pela espada " (do Martirológio Romano).
São José Cal'asso, Confessor
São l<orn11alclo Abade, Con fessor
Beatas Sn11cl1a , Tcwcsa e Mafaldé1 <lc Portugal
+ Roma, 362. " O prim.eiro era
+ Nitra (Boêmia), l095 . Con-
São Próspero ele Aquitânia, Confessor
847. Itali ano de nascimento,
26 Santos João e Paulo, Mártires
29 Comemoração ele São Pedro e São Paulo, Apóstolos (V ide p. 26)
30 São Teobalcto de Provins, Eremita, Confessor
+ Sa lon igo (ltáli a), 1066. Filho dos Co ndes el e C hampag ne, trocou a carreira militar pela vida eremítica. Depois ele uma peregrinação a Roma, entrou para a Ordem cios Ca maldulenses em Sa lon igo.
Intenções para a Santa Missa em junho Será ce lebrada pelo Rev mo. Padre David Fran c isq uini, nas seguintes intenções: • Pelas intenções particulares dos leitores de Catolicismo e para que todos eles tenham mai or afervora mento na devoção ao Sagrado Cora ção de Jesus. Tam bém para que seus fi lhos e netos possam re ceber sem pre uma educação autenti camente católica, que os proteja contra o ensino anti-re ligioso.
Intenções para a Santa Missa em julho • Em agradecimento à Rainha e Padroe ira do Bm sil , pe la vitória al ca nçada no dia 7 de maio último, com a re jeição do Projeto de Lei que visava descrimina lizar o aborto em nosso País (vide matéria a respeito na p. 46). Uma menção especial porto dos que co laboraram em ta l re jeição. Qu e Nossa Senhora Aparecida continue nos auxi liando na luta contra o aborto, para conseg uirmos o arquivam ento fi nal de tal nefand o Pro jeto, que nunca deveria ter sido proposto.
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Movirn en to Leg islação e Vida da Diocese ele Taubaté, bem como outras personalidades que se distinguiram na batalha anti -abortista Após c inco horas ele acaloradas discussões, e m que os dep utados pró-aborto tentaram todos os artifícios possívei s para protelar a votação por mais sessões, o relatório cio projeto fo i lido. Ao preverem sua derrota inevitável, os depu taclos pró-aborto retiraram -se esbravejando. O projeto foi votado e rejeitado por un animidade: 33 deputados presentes, 33 votos contra, zero votos a favor e zero abstenções! Registra mos aq ui nossos agradec ime ntos aos 33 parlamentares que representaram a imensa mai.oria ela po-
pulação bras il eira contrária à prática do assassinato ele inocentes indefesos. Embora a ameaça abo rti sta não termine com tal vitória - o projeto seni ainda encam inhado para a Comissão de Constituição e .Justiça - uma importantíssima batalha foi ga nha. E o Brasil mostrou ass im que é contrário ao abo rto, e não deseja que esse pecado abominável seja aceito como legal em seu território. Além disso, a vitória cio dia 7 ele maio constitui um exe mplo para todas as nações em que esse debate ocorre. Êx ito importantíss imo, sim , mas ele quem ? Da Rainha e Padroeira cio Bras il , Nossa Senhora Aparecida, a quem desde o início desta batalha recorremos, e a quem rogaremos até o fim, e m defesa ele nossa Pátria. A E la nosso agradecimento, e a disposição inabalável ele enfrentar as próximas batalhas. • E-mai l do aut or: dan ielm arti ns@catoli cismo.com.br
Contra o aborto: 33 x O 7 de maio de 2008: dia histórico na luta contra o aborto no Brasil. Uma extraordinária vitória, que deixou confusa e desconcertada a bancada pró-aborto. DANI EL
F. S.
MARTIN S
ostaríamos de registrar, Sr. Depu tado , o nosso respeitoso ape lo para que V. Exa. compareça à sessão de aman hã e contribua ativ amente para findar um problema que afl ige a esmagadora maioria ela população brasileira. Tal problema é a cantilena infindável em torno cio PL 11 35/9 1. Sim, Sr. Deputado, há 17 anos esse projeto pende sobre nos sa Pátria como um a espada ele Dâmocles, se m que seja, como quer a população, reje itado definitivamente" . Foi esse apelo enviado aos deputados no dia 6 ele maio último, pelos participanCATOLICISMO
tes ela Campanha Nascer é um Direito, através cio site www.f'undadores.ori:.ln No total, 105.386 mensagens enviadas! Desde 199 l , há 17 anos, o Projeto ele Lei 11 35 e ra manipulado por defen sores cio abo rto, que procuravam, sempre na surdi na, aprová- lo; e ass im ficaria legali zado o assass inato ele inocentes em nosso País. Graças ao esforço conju nto dos anti-abortistas, no dia 7 ele maio o projeto fo i rejeitado na Comissão de
Segu ridade Social e Familia. Além da citada mensagem, grande influência teve para essa deci siva rejei ção o fato ele terem sido distribuídos, uma semana antes ela votação, exempl ares ela edição ele abril último ela revista Catoli-
cismo a todos os de putados e senadores. Catolicismo prestou aos parlamen ta res importantes subsíd ios para a discussão cio aborto, em defesa cio inocente, contribuindo ass im para e levar o nível cio debate no dia ela votação . Estiveram presentes à sessão vários propagandistas ela revi s ta , e ntrega ndo exemp lares para cada de putado ela comi ssão e para todo o público - maci çamente cató li co e anti-a borti sta - que enchi a o Plenário 7 da Câmara. Presentes também o Prof. Humberto Yi e im , presidente ela Associação Nacional PróVida e Pró - Fam.ilia, o Prof. He rm es Rodrigues Ne ry, coorde nador ela Comis-
são Diocesana em Defesa da Vida e
JUNH02008 -
Calorosa recepção ao príncipe imperial do Brasil D om Bertrand de Orleans e Bragança, coordenador da campanha Paz no Campo, visitou o norte e o oeste do Paraná a convite de autoridades e da sociedade locais FAUSTO Bo RSATO
ara difundir os ideais e objetivos ela campanha Paz no Carnpo , visitou o Paraná o príncipe imperi al D. Bertrand, cujo primeiro co mpromi sso foi a "48ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina/2008 " - um cios maiores eventos cio agronegócio ela América Latina. Depois segu iu ele para Maringá, onde fo i recebido na Sociedade Rural. No CESUMAR (Centro ele Estudos Superiores ele Maringá), pronunciou urna palestra sobre a at ua l conjuntura cio agronegócio, as ameaças que pairam sobre ele e as recentes denúncias ele Paz no Campo sobre a atuação deletéria cios movimentos revolucionários que se apresentam corno movimentos sociais. Foi ap laudido ele pé pelos 500 alunos presentes. Visitou ainda o prefeito Sí lvio Barros, com quem se entreteve sobre a atua l conjuntura cio País. Foi muito bem recebido pela sociedade local e por várias instituições culturais. Em Urnuarama - metrópole regional com mais ele 120 mil habitantes, cidade pólo cio agronegócio e importante ce ntro universitário - Dom Bertrand permaneceu por quatro dias, desenvolvendo extenso programa. Logo ao chegar à cidade, concedeu entrevista co letiva à imprensa local. Nas cidades vizinhas ele lvaté e Jcaraíma, foi -lhe oferecido um almoço pelo Prefeito José Cha legre, ela primeira -
CATOLICISMO
cidade, com a presença cio pároco e autoridades locais. Nessa ocasião, visitou usinas e pôde tornar con hecimento das tecnologias ele ponta do setor s ucroalcooleiro. Foi calorosame nte receb id o em Jcaraíma pela prefeita lzabel Fátima Prezzi cios Sa ntos, que lhe proporcionou , com a patrulha policial ambiental, um passeio ele barco pelo ri o Paraná, tendo em vista mostrar-lhe a foz cio rio lvaí e o iníci o da legendária Jlha Grande. Da outra margem ela ilha pode-se av istar o Estado ele Mato Grosso. O passeio terminou com visita à nova ponte que liga o Paraná ao Mato Grosso cio S ul , no distri to ele Dr. Camargo. Em Urnuarama, pronunciou conferências sobre os 200 anos ela c hegada ela Famíl ia Real portuguesa ao Bras il , nos Co légio Alpha, Global e Jean Piaget. Visitou o campus ela Unive rsidade Paranaense (Unipar) , almoçou com empresários e líderes locais e jantou com a comunidade portuguesa ela cidade na Associação Comercial. Na Sociedade Rural e no Sindica/o Rural, bem como num círcu lo ela sociedade umuaramense, discorreu sobre aspectos ela conjuntura nac ional. Participou ainda ele um café ela manhã com todos os coordenadores ela Unipar. Na cid ade ele Cascavel, participou ele coquete l com lideranças locais e pronunciou uma concorrida palestra no auditório ela maior universidade, a Fundação Assis Gurgacz, promovida pela Associação Come rcial e Induslrial de Cascavel (ACJC).
Protestos contra exposição blasfema Na Exposição Agropecuária de Londrina, da esq . para a dir.: Hélio Brambilla , José Antonio Fontes, diretor da Rural, Dom Bertrand e o deputado Abelardo Lupion Dom Bertrand com a diretoria da Sociedade Rural de Maringá
Após uma visita a Toledo, onde fez uma exposição no Sindicato Rural ela cidade, a turnê ao Paraná encerrou-se na cidade ele Maripá. O Prefeito Henrique Deckmann explicou a D. Bertrand por que a cidade é con siderada a capita l ela orqu ídea no Brasi l: ela contém a maior conce ntração ele orq uídeas por hab itante no País, contando com mais ele um mi lhão ele mudas plantadas pelas crianças. 90% da população é constituída por imi grantes alemães. Há doi s anos e meio foi fechada a cade ia local, por não haver nenhum delinqüente para prender. D . Bertrand ressaltou na ocasião o exe mplo ele Maripá para todo o Brasil. •
Diversos escândalos vêm abalando a Áustria nos últimos anos. Sobretudo uma exposição de "obras de arte" no Museu da Diocese de Viena. Protestos das TFPs austríaca e norteamericana. Dom Bertrand planta uma pal me ira na Fazenda Umuarama
■ CARLOS EDUARDO SCHAFFER Correspondente - Áustria
Viena - Entre os dias 12 de março e 10 ele maio foi realizada no Museu da Catedral e da Diocese de Viena, situado no prédio cio palácio episcopal, uma exposição de "obras ele rute" de autoria de Albe1t Hrdlicka. Várias elas obras expostas tratam de temas bíblicos e têm caráter profundamente blasfemo. Principalmente os quadros A Última Ceia (representa Nosso Senhor e os apóstolos em orgia homossexual) e A Flagelação, cuja descrição é impublicável em páginas de uma revista que entra em lru·es de famílias católicas; além de uma escultura denominada O Crucijfrado, que mostra um tronco humano inteiramente nu, sem braços nem pernas, onde o órgão sexual aparece exageradamente exposto. Outras, como a maior parte das obras do "artista" Hrdlicka, apresentam corpos nus ressaltando as partes pudendas, violação ele mulheres, atos sexuais, etc. Hrdlicka - como afirmam comentaristas de rute - é claramente uma pessoa obcecada por ternas sexuais, de violência e de horror. Denominada Religião, Carne e Poder, essa exposição comemorativa do 80° aniversário do "artista" foi noticiada por grande número de órgãos da imprensa do mundo inteiro, causando indignação generalizada. As Soc iedades ele Defesa da Tradição, Família e Propriedade, cios Estados Unidos e da Áustria, promoveram campanhas de protesto, pedindo a seus membros e colaboradores que enviassem mensagens exigindo o imediato fechamento da exposição. Milhares de protestos foram enviados ao diretor cio Museu, Dr. Bernhard Bohler. Contribuiu bastante para o êxito da campanha o site católi co Gloria-TV. sediado na Suíça, que poucos dias após a inauguração da mostra divulgou um filme mostrando, com comentários indignados, alguns dos quadros expostos. Dias mais tarde pediu aos seus telespectadores que apoiassem a campanha das TFPs austríaca e americana. Ca uso u espanto a atit ude do arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schonborn, que devido aos protestos mandou retirar do museu apenas A Última Ceia, a pior das obras expostas, e isto somente vários dias depois da abertura da mostra. Em um comunicado de imprensa, o purpurado surpreendeu mais uma vez negativamente, ao declarar: "Apesar de Hrdlicka se declarar comunista e ateu, tem entretanto um ardente interesse por temas bíblicos" ... • E-mail do autor: cschaffer@catolicismo.com br
E-mail do autor: catolicismo @catolicismo.com.br
JUNHO2008 -
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A Revolução Quilombola L ançada no Rio de Janeiro a segunda edição do livro A Revolução Quilombola, ampliada com a denúncia de recentes fatos ocorridos na Bahia, Sergipe, Paraná e Rio n
VALDIR TR1vELAno
pesar do dia chuvoso, o público carioca lotou as dependências da livraria Letras & Expressões, no Leblon, em 15 de abri l último, para o lançamento da segunda edição atua lizada de A Revolução Quilombo/a,* do jornalista Nelson Ramos Barretto. O evento contou com a presença do Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, coordenador nacional da campanha Paz no Campo, e de Dr. Plínio Vidigal Xavier da Silveira, diretor da Associação dos Fundadores. O tema ganhou repercussão no Rio devido ao novo confisco "quilombola" que atinge o Parque José Guilherme Merchior, junto à Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos lugares mais belos e valorizados da Cidade Maravilhosa. Indignados e perplexos com tal arbitrariedade do INCRA, a Dra. Ana Simas, presidente da AMOFONTE (Associação dos Moradores da Fonte da Saudade), a vereadora Aspásia Camargo e outros representantes do baurn também marcaram presença no lançamento. No dia seguinte, Nelson Barretto acompanhou os representantes da AMOFONTE ao Ministério Público de Meio Ambiente com um abaixo-assinado denunciando os invasores auto-intitulados quilombolas, pedindo sua remoção e a proteção para o Parque José Guilherme Merchior (foto na página ao lado). A segunda edição de A Revolução Quilombo/a vem ampliada com a denúncia de recentes fatos ocorridos na Bahia, Sergipe, Paraná e Rio. Fatos esses desconhecidos do grande público, pois a referida revolução se esgueira solerte e silenciosa, sendo conhecida quase só por suas vítimas; mesmo assim, quando a situação já se tornou uma tragédia. Com exceção da publicidade, o processo é semelhante ao do MST. Nas fotos à esq., fl agrantes do evento. • E-mail do autor: trivellato @catolic ismo.co m.br
Uma esperança no Congresso Por ampla maiori a, os membros da Co mi ssão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovaram , no di a 19 ele dezembro de 2007, o Projeto de Decreto Legislativo do Deputado Valdir Col atto (PM DB/SC), sustando o decreto presidencial 4.887 de 2003 , que rege o processo de reconhecimento das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos qui lombos. Anteriormente a essa aprovação, os aderentes da campanha Paz no Campo envi aram mais de vinte mil e-mail s ao deputado Valdir Colatto e aos membros da Comissão ele Agricultura, em apoi o ao projeto ele Decreto Legislativo (PDL 44/2007), que revoga o decreto "qui lombo la". O projeto seguirá agora para a Comissão de Constituição e Ju stiça, e depois para o pl enário. Diante da reação, a Advocacia Geral el a Uni ão (AGU) anunciou a suspensão dos pro · ·ssos ele demarcação. Infelizmente - como vem acontecendo com muitas medid11s •ov ·rnamentais - essa suspensão não vem sendo cumprida.
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CATOLICISMO
JUNHO2008 -
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POltTUG O modo suave e doce de ser latino ■ PuN10 CoRRÊA DE OuvE1RA
ando co loqui a lmente se fa la entre. bras ile iros a espe ito de portugueses, o português típico é o o merciante be m sucedido. É claro que isto reflet p linguagem corre nte, pois o brasile iro mais culto sabe que não é assim. Não é o comerciante aboletado num escri tório, mas o comerciante do tipo pão- pão, que ij o-queij o, aque le com o qual o público tem contato: o vendeiro. O perfil do português de algumas décadas atrás, quando esse fo lclore se constituiu , é forte, saudáve l, vendendo saúde; bigode e m pé à moda rei D. Carlos, com as po ntas fo rmando uma voltinha; sobrancelhas espessas, olhos mais dados a castanho-escuro ou pretos, cabe lo da mesma cor; entroni zado atrás de sua máquina registradora, mais ou menos como um ente müológico por detrás dos acontecime ntos que regem o mundo. Na parede atrás de le, um letreiro: " Não se vende fi ado" ! Quando girava a máquina registradora, produzindo um ruído típico e ejetando uma gaveta, ele pres idia àqueles sons e movimento com a compenetração de um chefe de orquestra. Tira o troco, dá-o para o freg uês, fec ha a gaveta e continua tranqüilo. E o dinheiro vai se acumulando ... É só ler alguma das obra de Eça de Queiroz, por exemplo, e observar como são bem expressos nelas os mil mati -
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zes da vida portuguesa. Em pa lavras rápidas, e le no faz sentir como se tivéssemos vivido dez anos e m Portuga l. Compreende-se que isso é próprio do gênio latino: em poucas palavras, pintar mil coisas, e ncher de matizes, arrancar um sorriso, um comprazimento o u uma emoção; e passar adiante, tendo deixado tudo bem posto do ponto de vista lógico; pois o latino é lógico, e no fundo de sua aparente de ordem ele deseja que as coisas estejam em ordem. ·Ésse é o modo suave e doce de Portugal fazer as coisas. Amistoso, benévolo, sem ba.rulh ira, eis a fo rma como o português marca sua presença no mundo latino. Nós, brasileiros, pretendemos ter herdado muito dessa forma benévola, e creio que realmente herdamos mui ta coisa. Consideremos, por exemplo, a Torre de Belém. De fato ela domina o estu á rio do rio Tejo, por 111 mais inspi ra o sonho do que provoca o recuo de um possível atacant '. Quem vê a Torre de Be lém não s nte medo, mas se encanta e fica d • sarmado. E la é nobre, delicada, alva e bela. Quem ou ará dar um tiro de canhão contra aqu 111 maravilha? Assim ela está p icologicamente defendida ·on tra qualquer canhão! É pr ciso ser comuni sta ou anarquista, para destruir uma coisa daq uelas. Ou então, clérigo p roM/"l'.I" sisla, pois até lá gente assim pode chegar. A Torre de B I m ' um admirável símbolo arqui tetônico de Portugal. •
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 21 de fevereiro de 1981. Sem revisão do autor.
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UMARI '
11 PUNIO C ORRÊA DE ÓUVEIRA
Centenário da imigração japonesa para o Brasil
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á um século chegava ao Brasil o primeiro grupo de imigrantes japoneses. No dia 18 de junho de 1908, o navio Kasato Maru aportou em Santos trazendo os primeiros 781 imigrantes, valorosos filhos do Império do Sol Nascente . Um marco na história deles, mas também na história do Brasil, poi s, desde aquele dia, a história do Japão se incorporou à nossa . Neste importante centenário, Catolicismo presta sua homenagem ao laborioso e contemplativo povo japonês , reproduzindo arguta apreciação feita pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira numa conferência em 19-2 -72 :
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" N o famoso Fujiyama (foto abaixo), toda beleza está na doçura das form as com que o monte se espraia. Tem um quê indefinido , ori gin alíss im o, lin díss imo, não ostenta nada de ponti agudo e tem algo de contemplativo. Dir-se-ia que dentro
dele há um olh o que co nl ' rnplu o · u. 'om mnj 'S iad \ le domin a a pa isagem n aravi lhosa. A natureza vege1al co mpl ' lt1 m ' 111 ' dil" ' r ·111 ' du o ·id 'ntal. A s árvores parecem de vidro, , ' hdas, um a urhori 1,11çfío de cri stal. As cerejei ras do Japão dão a im1 r ss.c, d ' s ·r ·m pl itn tas de cri stal. Como também a montanha: um im ·nso ·ri stal. U 111 pedaço de céu! É um a verd adei ra marav ilh a co mo d li ·ad •1,11 . Tu do é recolhidíss imo, o que é carac terí. ti co do j apon ·s, qu • t ·111 um chamado espec ial para a vi la reco lhid a. O panorama convida à cont mpl ação, a l"i ·a1'. l i u 11111 ls alta qu al idade de tudo é reter. Aqui lo que nos dá vo 11111d · dt· 1icar é de primeira classe; as co i as qu e Ião von tad ' d · s11i 1· suo de quinta classe. I sso reflete o povo japonês: gra nd ·0111bt1 li vi 111 1·, dcl il:acleza quase líri ca, capaci Jade ele or ani z:i ·1 o 111uit o 1• 1111Hil' e espírito contempl ativo enorme" . •
,Jult10 d<' 200B
2
Excmnos
4
CARTA no
5
P ,\GINA MAmANA
7
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8
CommsP0Nnf.:Nc1i\
i\: fü)1 0
Dnrn'l'(m
O caráter dos videntes da Vú,gem
EsPHU'l'l lAI,
Considerações sobre a oração - VI
1o A
P/\1,;\Vl~i\ 1)() SACERDOTE
12 A
R1•:i\Lll)i\l)I-: CON{:ISAMENTE
14
NACIONAi ,
16
INTEUNA('.IONi\L
19
ENT1mv1s·1'A
22
D1-:s·1·Ao1 11,:
Internacionalização da AmazônÍa: um absurdo Aliança entre subversão e narcotráfico
A nobre tunção do Reitor do Santuário ele Lourdes Irlanda: repúdio à Constituição Européia
25 V \lmmA1>1•:s Piercings: costume que conduz à barbárie 1
26 C ,w,\ A Revolução Cultural suscita sadias reações
36
VIDAS DE
40
SOS-FM1ÍIH
46
SANTOS E 1<'Es'1'As DO M1~:s
48 AçJ\o 52
CATO LICISMO
S \NT0S Santa Maria Macia/ena
O S11i' e as pesquisas com embiiões humanos
CoNTRA-R1,:vo1,1 1<:10NÁmA
Cosn1MES, C1v11,1z \<_;(u,:s Na fisionomia de São Martinho de Porres: amabilidade e severidade Aj\,nmwn:s,
Os videntes de Nossa Senhora Aiguns estereótipos são dilíccis de mudar, especialmente aqueles criados por má fé contra a Igreja. Exemplificando con1 n história de privilegiadas testemunhas de apariçôcs.
Caro le itor,
Diretor:
Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável:
Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 311 6 Administração:
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Prol Editora Gráfica Ltda. E-mail: catolicismo @terra.co m.br Home Page: www.catolicismo.com. br ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Julho de 2008:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES LTDA.
O artigo de capa desta edi ção oferece um a substanc iosa e equilibrada vi são de conjunto de impo rta ntes a.' pectos da profu nda cri se que abala a civili zação atu al: a Revolução Cultural. Tal análi se é indispensável, para ev ita r a sensação q ue po r vezes nos assalta, de total impotênc ia ante a procella Lenebrarum q ue se desa to u sobre o mundo; e também para realçar que, para a lé m dos mi as mas tenebrosos q ue envo lvem o acontecer contemporâneo, ex iste m sadi as e pressag iosas reações. Ao longo da leitu ra, recordando os horro res da revo lução de M aio de 68 na França - da qual Danie l Cohn Bendit, seu princ ipal expoente, a fi rmou que sem entendê-la não se compreende a Revo lução Fra ncesa - fica patente, por exemplo, o fato de como a generalidade dos manua is scolares são fa lac iosos ao procl amar os " benefíc ios" da Revo lução Francesa ( 1789) . A Revolução Cultural constitui a princ ipal fe rramenta utili zada p los atu ais obreiros da iniqi.iidade para a reali zação de sua nefasta tarefa de demo lição dos restos da C ivili zação Cri stã, sobre cuj os escombros so nh am estabelecer um mundo sem Deus, sem lei e sem moral. Mas por si só a Revolução Cultural não conseguiri a chegar às suas úl ti mas conseqüências. Prec isava para ta l estar " parafu sada" - co mo bem descreve Lui s Dufaur - a outro aspecto revo luc io nári o ainda mui Lo mais ampl o e radical: a Autogestão, meta fin al do comunismo. Esse indi spensáve l encaixe, que deveri a ter sido fe ito pel ov '1'11<) de Franço is Mitterrand a partir de 198 1, fo i impedido de se conc r Li1/,a r, ,raças à Me nsagem intitul ada "Autogestão socialista: em relação ao ·0 1111 111is11 w - barreira ou cabeça de ponte?", de autoria do Prof. Plini o rr'\ 1 1 Olive ira. Publicada integra lme nte e m ó rgãos de impren a do mun do int ' iro, ocupando seis p,'íginas, esse documento alcançou um a Lira ·m d ' mai s de 33 mi lhões de exemplares. Seu impacto sobre a op ini ão púb li ·a .mund ia l e o governo sociali sta fra ncês fo i tão grande, qu e ste último não s > não se atreveu a refutá-lo, como exerceu eno rme pr ss10 sob r i1111ortant ·s jornais daque le país para que recusassem - co mo a ·ont ' · 'u - sua publicação. E isto, apesar de vio larem e les contrato pr ·v iam ' nt ' ass in ado nesse sentido. E is como o governo Mitterrand nt ndia a lib rc.lade ... A matéri a de capa apresenta també m a i nt adoru s manifestações contrárias à Revolução Cultural e que compô m o borrascoso e complexo panorama do mundo contemporâneo.
V ALDIS GRINSTE INS
nossa Reli gião, como regra as apari ções benefi cia m pessoas adu ltas, e a maioria delas são homens.'
S11/Jtcrlúgios dos ohjeta ntes
U
ma pessoa que não tem fé, e pelo contrári o age co m má fé a respeito de tudo o que faz a Igrej a Católi ca, di ziame que uma das provas de as apari ções mari anas não serem verd adeiras, mas mera fa ntas ia, era que a maiori a cios videntes são mulheres; mais aind a, mulheres j ovens, desej osas de notori edade, sem form ação intelectual sufi ciente. Tal argumento revela uma ignorância notóri a, uma vez que têm sido feitas vári as análises sobre pessoas que viram Nossa Senhora em algum a ele suas apari ções ao longo ci os séculos, e nenhuma delas revelou mai ori a ele mulheres. M enos ainda que se tratava de mulheres ignora ntes, segundo esse mal intencionado intérprete. Por exemplo, G. Besutti fez um a análi se cios santuári os medievais marianos ela Itália, e concluiu que na origem de alguns desses sa ntuári os está uma maiori a de homens ad ultos que di zem ter tido uma apari ção. Outro estudo sobre o tema, fe ito por Michael P. Carroll ,2 chega a concl usões semelhantes. Espec ificamente, diz ele que na época elas apari ções os seus benefi ciári os são mais homens ci o que mulheres (58% contra 42%) e mais adul tos do que j ovens (62% com mais de 18 anos, 38% com menos). M ais um dado concreto: quando a apa ri ção se dá numa terra de mi ssão, ou sej a, onde os católi cos são min ori a e se rea li za aposto lado para converter as pessoas à 1
M as o argumento cios opos itores da Reli g ião Cató lica é mais de caráter psico lógico cio que estatísti co ou ele fa lta ele in formação. Na rea li dade, eles não querem que a apari ção seja verdadeira, po is daí decorreria que uma séri e de verdades que a Igreja ensina e uma série de regras mora is que a Igrej a defende têm de ser por eles ad mi tidas como verdade. Como não há pior cego cio que aq uele que não quer ver, ass im também não há pior adversário das apari ções cio que aquele que te m interesse pessoa l em que não seja m verdadeiras. Para estes , não há prova que valha, e automatica mente buscam clesacrecl itálas. Por isso, aferram-se a um fato que é verd ade iro - por exempl o, que há apa ri ções de N ossa Senhora a moças, e que algumas eram de pouca cul tura - para genera li za r a partir daí e conc luir que todas as apa ri ções têm esse mesmo caráter. A lgum ingênuo poderia pergun ta r: sendo ass i 111 , por que Nossa Senhora não apa rece para pessoas cultas, para algum gêni o com curso superi or, de forma a ca lar esses opos itores? A res posta é que não ad ianta ri a, porque eles simpl esmente mudari am ele argumento, continuando aferrados à sua crítica à Igrej a. Por exem pl o, em vez de d izer que "e la é j ovem e ignorante, não sabe do que fa la", passari am a dizer que esse vidente cul to "é um esperta lhão, que sabe todos os truques e está preparado para responder com mentiras inteligentes".
Desejo a todos um a boa le itura. Em Jesus e M ari a,
9:~7 D IRETOR
paulobrito@catolicismo.com.br
JU LH 020 0 8 -
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LEITURA ESPIRITUAL
Considerações sobre a oração - VI Com este capítulo, encert'amos a série de consideraçôcs do Padre Meschler* sobre a oração. Nossos leitores podetn sugerir outros temas para as próximas Leit,uras Espirituais.
Uma prova di sso é que os opos itores da Igrej a sabe m que Nossa Senhora também apareceu vári as vezes a Santo Antonio Maria C laret ( 1807- 1870), Arcebi spo de Santi ago de Cuba, autor de 15 livros e o utras 81 obras, sem contar as obras que traduziu de outras línguas. 4 Mas essa prova de erudição e cultura não os vai convencer ne m converter. Poderão alegar que e le, tão inte li gente, soube sair de numerosos proble mas enquanto confesso r da rainha da Espanha, que era mui to esperto, e se não o contradi sseram as pessoas anticató licas da época, não vai ser fác il contradizê- lo agora. Nossa Senhora te m aparecido também a pessoas sem cul tura, para que as pessoas de boa fé constatem que e les di zem a verdade.
A coer ência dos videntes Não é poss íve l a uma pessoa sem co nhec ime ntos bás icos de fi losofia e teolog ia trata r de assuntos que envolvam essas ciências, sem di zer incoerências e di sparates. Um exempl o bem conhecido: Santa Bernadette Soubi rous, a vide nte de Lourdes, fo i encarregada pelo vi gário de perguntar à "Senhora" q ue lhe aparecia qual era o seu nome. Te ndo a Virgem d ito que Ela era a Imac ulada Conceição, no caminho de vo lta Bernadette fo i repetindo este no me vári as vezes, no seu d ialeto das montanhas, porque não tinha idéia do que isso pudesse significar, e não queri a esquecê- lo ao dar a resposta que o sacerdote pedi ra. Se e la q ui sesse fraud ulentame nte inventa r um nome, diri a simples me nte que a aparição se chamava Mari a, e pro nto. Nos numerosos interrogató ri os a q ue fo i submetida, ela não caiu em contradi ção. Com os videntes de Fátima aco nteceu a lgo semelhante. Se o leitor contar a três cri anças uma hi stóri a simples, e ped ir e m seguida que cada uma a retransmi ta a um vi zinho, verá que o resultado será uma mi stura de vari antes com ilogic idade, esquecimentos e incertezas, somado tudo isso à fa lta de conhecime ntos da própri a língua. Sendo fácil constatar que isto é ass im, devemos ac reditar estare m de boa fé os três pastorinhos. Como ac reditar que e les iri a m inventar uma hi stóri a compli cada e mantê- la sem incoerênc ias, cada um isolada mente, fre nte à pressão de autoridades hostis? Além do mais, a própri a vida deles sofre u radica l mudança por causa d isso. Basta não ser C ATO LICISMO
um cego de espíri to para dar-se conta de que há a lgo aí que não pode ser uma simples mi stificação.
A fé não é imposta Nossa Senhora não impõe a fé de modo di tatorial. Deus quer ser amado pelo que Ele é, e não por interesse ou por me lo. As pessoas que estão de boa fé, e sinceramente dispostas a ver, acabarão de uma forma ou outra concluindo pela veracidade da Religião católica. Por trás desta ou daquela aparição, verão sinais de algo superior, transcendental, até mil agroso. Se Nossa nhora simplesmente aparecesse de forma a ser impossível negw·, todos aqueles que não querem ver revoltar-se-iam e cometeriam p cactos ainda maiore , poi o véu atrás do qual se escondem lornarse-ia vulnerável. Foi exatamente isso que aconteceu com Nosso Senhor. uando ressuscitou Lázaro, o que tornava patente a sua div inda 1 , decidi ram matá-lo: "E desde aquele momento resolv ,,m11 tirar-lhe a vida" (Jo 11 , 53). Tinha se tornado insuporLáv ·I aos p · ·adores, ao provar que era Deus, senhor da vida da 111or1 '. Por amor a esses mesmos pecadores, para 'Vi lar um cn lurecií'n ento de alma tão maligno, Nossa nhora, ·umprindo um plano de Deus, aparece de fo rma que r ·q u ·rum mínimo de boa fé de nossa parte para acred itar. Mas não força ninguém, não nos coloca entre a espada e a parcele. Como católicos, devemos rezar para que todos aceitem nossa santa Religião, e aq ue les a qu m a graça de Deus chamar, cumpram o que está na agracia Escritura: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações" (Hebreus, 3, 5). • E-mai l cio autor: va ldis~ ri nsteins @catolicismo.com .br Notas:
1. G. Bcsutli , Sagg io di ricerca sul/ 'origine de i santua ri mariani in /ta/ia, De ul lu Mari ano ,cculi s V I- X I, vo l. V, p. 290; ap ud Y ves hiron , Enquête .rnr les apparirion.1· de la Vierge, Ed. Perrin -M arne, p. 37. 2. M ichael P. arroll , Visions ofrhe Virgin Ma,y: rhe ejfecl offa11úly s1r11c111 res 011 Maria,·, apparirions , Journ al for the Scienl i fic Stucl ics of R ·l igion, 1983, pp. 208-2 12; apud Yves Chi ron, E11q11ête su.r les appa ri1io11.1· r/1• la Vierge, p. 37. 3. Yvcs Chi ron, idem, ibidem. 4 . h L l p: / / w w w. e w t n. e o 111 / s p a ni s h /sa i n t s / 13 i o r 11 r % ( ' 1% ADa_cle_A nloni o_M ar %C3 %ADa_Clarel.htrn
s ladainhas, e espec ialmente a de Todos os Santos, oferecem-nos uma excelente fo rma de oração que remonta às primiti vas e ras c ri stãs, quando a Igrej a se di rigia súplice, e m peregrinação, aos túmulos dos mártires ou aos princ ipais sa ntuári os. A ladainha dos santos, di sposta com o intento de servir para uma rec itação alternada, e levada a efeito por grandes multidões, lembra-nos, outrossim , que vive mos em pleno cri stianismo e e ntre irmãos. Os interesses da Igrej a, as necess idades comun s aos cri stãos, tudo é re le mbrado pormenorizadamente. O clero e o povo unem as vozes, faze ndo subir suas súplicas ao Céu. Os me mbros cio cl ero fo rmulam o objeto da prece, o po vo repete em coro as mes mas palavras. Esta parti cul ari dade é uma re mini scênc ia da constituição outorgada por Jesus Cristo à sua Igrej a, e ela Hierarquia que nela estabe leceu. Nas invocações dos santos nota-se o cunho eminentemente cató lico: aludimos a um a pec uli ar humildade, à atestação da comunhão dos santos e ela grande le i da medi ação, mormente ela ele nosso Sa lvado r, med ia ne iro supre mo e unive rsa l, cujos méritos so le nemente proc lamamos, en umerando os mistérios de sua do lorosa Pa ixão e os ele sua vida g loriosa. [.. .] *
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Uma palavra sobre as orações litúrgicas, o u fó rmulas de que se serve a [greja no seu c ul to público, e por esse moti vo revestidas de sua aprovação. É indubitável que, e ntre as preces não reveladas, e las elevem ter a primazia e m nossa estima e veneração. Ensinando-nos o que devemos crer, a Jgrej a nos indica a maneira de orar. A regra de sua fé é també m a norma de sua prece, e em nenhum a parte encontra remos orações mais substanciais e tão profunda me nte im pregnadas do espírito cristão e do perfume católico. Ne las, como nos Salmos e na Ora-
ção Dominica l, e ncontra m-se a c lareza, a s implic idade, a conc isão, a garantia ele sermos atend idos. Qu ando a lgreja ora, o Espíri to Santo, inspirador de sua prece, intercede com e la. Para faze rmos idé ia do amor, da terna solic itude, do carinho com que a Igreja cerca a humanidade, é bastante ler as orações do Santo Sacrifício ela Missa, partic ularme nte as ela Sexta-Feira da Paixão e do Sábado Santo. Não há um modo de ser, um in te resse, um sofrimento da mísera fa míli a humana, de que ela não tenha a intuição e a in te li gênc ia, e pe lo qu a l não s in ta co mpa ixão o u de ixe de in te rceder. Sendo todos os ho mens filhos seus, e la os reúne numa mesma prece, e m um só amor. [... ]
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Outra excelente maneira de orar é o uso das.Jaculatórias. No que concerne à oração, é isto uma indústria pessoal. Consistem as j ac ulatórias em aspirações ou atos ele virt ude muito breves, os quais, no decurso do dia, segundo as circunstâncias e sem preparação especial, desprendem-se de nosso coração e se elevam a Deus. Tudo pode dar ocas ião a esses impul sos ela alma: o sofrime nto ou o prazer; uma graça obtida ou uma tentação que nos assalte; o desejo de renovar nossos bons propósitos o u a lembra nça do que consti tui o ponto do exame particular; uma igrej a ou a imagem de um santo; o u ainda a presença de tal pessoa a quem desejamos qualquer be m o u quere mos preservar de algum ma l; fi nalmente, o cuidado de aproveitar os in stantes de lazer, assaz numerosos se ne les atentarmos. [ ... ] Quem menospreza as peq ue nin as co isas, não é d ig no das ma io res. As j ac ul atóri as são parcelas diminu tas, sim , porém parce las de ouro. •
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Pe. M auríc io Meschlcr, S.J ., A Vida Espirirua/ - Reduzida a 7i-ês Princípios, Editora Vozes L imitada, Petrópo li s, 1960, pp. 46 e ss.
JULH02008-
"Nas J)cgaclas <lo AJJÓSWlo " rgJ A propósito da matéri a ele Catolicismo comemorativa do ano jubil ar
pelos 2000 anos cio nasc im ento do Apóstolo São Paul o, envi o- lhes uma recensão que fiz do livro " Paul o de Tarso: Arqu eólogos nas pegadas ci o Apóstolo das Gentes".(*) 1mag i no que poderá ser- lhes de alguma utili dade como comp lemento da excelente matéri a que os senh ores publi caram a res peito. O autor é Michael Hesemann, hi stori ador, antropólogo e escritor católico. Depoi s de oito anos de pesqui sas e ele viagens, Hesemann publicou seu livro em fin s ele junho último - justamente no começo do referido jubileu. Hesemann percorre as etapas das viagens de São Paulo baseando-se no Ato cios Apósto los de São Lucas e nas Cartas Paulinas. E levanta continuamente a questão se a arqueologia, a hi stóri a e a literatura provam os fatos hi stóricos, políticos, sociais e as menções geográficas tirados do Novo Testamento. O resultado é uma prova impressionante ela autenticidade e do valor documental cios textos bíblico .. Até mesmo pequenos detalhes, como por exemplo os títulos ele funcionári os públicos ela época, são reprodu zidos co m prec isão. A ssim, este novo li vro ele Hesemann representa uma nova prova da inconsistência da exegese crítico-histórica,
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CATO LICISMO
para a qual os relatos bíblicos possuem apenas um mero caráter simbólico. Contudo não é uma obra teológica, mas um livro hi tórico. As pesquisas tornam-se patentes neste livro, ri co na menção cios fatos, e conduzem o leitor ao mundo no qual São Paulo agiu. Temse uma excelente perspectiva da política, da sociedade, dos costumes, ela economia e ela cultura daqueles tempos. Hesemann consegue que o leitor observe com seus próprios olhos o mundo no qual viveu São Paulo. Ficam igualmente claros os obstáculos políticos e culturais que o Apóstolo elas Gentes enfrentou, como o ceticismo dos gregos e seu relativismo religioso; Atenas tinha na época uma população de 5.000 pessoas e 3.000 estátuas dos mais diferentes deuses. Este livro é altamente recomendável, possui uma atração suplementar para o leitor que deseje visitar o cam po de atuação ele São Paulo, uma vez que o autor f ornece ex pli cações e dados exatos ele todos os lugares por onde o Ap ósto lo passou, chega ndo mes mo a dedica r capítul os inteiros aos mais importantes, como Malta, Éfeso, Corinto, etc. (Mathias von Gersdorff - Frankfurt) * Os leitores que deseja rem adquirir essa obra, publi cada em al emiio, podem fazê- lo através do seguint e link: h t t p :/ /w w w .a 111 azon . de/Pau l u s- Ta r susArcheo loge n-Spuren- Vü l kerapostels/dp/
edi ção de junho p.p., sobre o fracasso ela reforma agrária neste País. O Deputado pediu ao govern o que deixasse o homem ci o campo trabalhar em paz; para isso, impedi sse o.- semterra de agitar o campo, invadi ndo fazendas, etc. O que tem prejudi cado bastante um aumento ainda mai or na produção ele alimentos no Brasil. (B.M. - DF)
l)a /Jeputa<la Rose ele Freitas Agrade<s:o-lhe pelo expediente, env iaclo ao meu gabinete, com sólidos argumentos anti -aborti stas para auxili ar-me a votar a relevante matéria segundo os ditames da reta razão e em consonância com nossas glori osas tradições cri stãs. Na verdade, faz-se necessá ri o um mov im ento nac io nal supraparticlári o e supra-religioso pela rejeição elas proposições destinadas a legalizar o aborto. Como é do conhecimento geral, j á ex istem alguns movimentos em defesa cio direito int gral ~l vicia humana, porém não se pode presc indir ele uma ação organi za la para imped ir o pecado do aborto, inclusive co ndenad o pelo Códi go lc Direito Canônico. Por outro lado, o aborto é, também, in sustentável juridicamente, pois a Con tituição Federa l xpressa no seu arti go 5°, como cláusula I trea, o sagrado direito à vicia. (R.F. - ES)
3867440247 / ref=sr_ 1_2? ie= UTF8&s= books&q id= l 209399353&sr= 1-2 Mic ha el Hese mann : Pa ulu s von Ta rsus A rchüo loge n aul' den Spurcn des V o lke rapostels, 256 pp. Sankt Ulri ch Verlag, 2008 .
/Jeixe o homem cio camJ)o trnbalha,· Nova mente envio- lhes uma notícia relac ionada com o Deputado Lael Vare ll a, repercu tindo temas tratados na rev ista Catolicismo. Em anexo, envio também a íntegra do discurso que o Deputado pronunc iou, e que fi cou registrado nos Ana is da Câmara cios Deputados. Desta vez ele discu rso u so bre o art i go de H éli o Brambilla, que vocês publicaram na
/Jo IJc1mW<lo l!J'1111ício Oliveim
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Agradeço o env io da Revista Catoli ·ismo. Envidarei es forços para termos uma vo tação vitori osa [contra o aborto 1(E.O. - CE)
/Jo DeJJ. IJ011if'ácio ele J\mlra<la [g] Com meus cordiai s cumprimentos, acuso o recebimento de exempl ar da Rev ista Catolicismo, que abord a m destaque a questão do aborLo. A •radcço pela remessa e comunico-Ih · que pode co nt ar co m no sso apoi o ao posicionamento ela publicação, ·ontrá-
rio à aprovação de projetos de lei sobre o assunto no Congresso N acional. (B.A. - MG)
l)o JJeJJutaclo J\111'élio Vbiali [gJ Senhor Diretor. Comunico o recebimento cio exempl ar da edição de abril/ 2008 da Revista Catolicismo , gentil mente enviada ao meu gabinete. Muito importante vosso manifesto a respeito elas discussões de projetos ele lei que visam a descrimin ali zação cio aborto. Para mim, membro titular ela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vicia - Contra o aborto, esta revista vem somar esforços na luta pela rej eição destas matéri as que, conforme suas próprias palavras, atentam contra os mais básicos valores ela moral, da ciência, ela fil osofia e sobremaneira, da reli gião cri stã. (A-U. -SP)
Milton M onti tem se posicionado sobre o assunto. Anexo, segue o artigo ci o deputado Milton M o nti sobre a vicia, o aborto, a pena de morte e outras formas de violência, que tem sido publi cado em diverso s veícul os ele comunicação. Colocando-o à disposição para publicação, se interessar. (S.A. - DF)
fllcoerência
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caso Isabel/a
- Parabéns pelo artigo " lsabellas". Finalmente enco ntrei eco! Al guém sensato que não se deix a levar pelo simples e puro sensac ionali smo. É de estarrecer a insensibilidade, prin cipalmente elas mulheres e das famíli as, à in coe rência cio pranto sob re l sabell a (que não deix a ele ser legíti mo) e cio pedido ele morte aos bebês não-nasc idos ! (L.M.F.O.B.L. - RJ)
/Jo /JeJ)uta<lo Marcos Montes
CaJ)ela <la Meclalha Milagrosa
[gJ Em minhas mãos, a Revi sta de Cultura Catolici smo onde trata-se cio tema sobre a legali zação cio aborto. Jndependente dos pr~jetos que hoje tramitam no Congresso Nacional, em que ao que parece a grande maioria tenta favorecer o mais possível o aborto, sou totalmente contrári o co mo ser humano, médi co e cri stão. Na oportunidade, agradeço a gentileza do envio ela rev ista, que mereceu de minha parte especial atenção, e quero colocar-me inteiramente à disposição. (M.M. -MG)
Fi z um tour pela Europa em j aneiro e qu ando estive na França, em Pari s, log ica mente fi ze mos todos aq ueles passeios que estavam no programa. M as o que rea lmente me tocou o coração, e me fez sentir uma alegri a e paz enorme na alma, foi ter ido à capela da M eda lha Mil agrosa, na Rue clu Bac ; que co isa marav ilhosa se nti , só quem se nte esse amor imenso por Maria sabe o sign ifi cado dessas minhas pal avras. Parabéns pelas suas palavras no arti go A memó-
l)o DeJ)11taclo Milton Monti Sou assessor ele imprensa cio deputado federal Milton Monti. Das mãos do próprio deputado recebi a edição número 688 , ele abril de 2008, da revista Catolicismo. Li atenta e especia lmente a matéri a ele capa, relatando casos ele abo rtos e arrependi mentos, bem co mo o posicionamento cató li co sobre esse pol êmico tema. Assim , tome i a liberdade ele envi ar este e-mail para elogiar a abord agem do tema e informar co mo o deputado
ria de Luís XIV e de Maria Antonieta eclipsa a lembrança de Maio de 68 (Catolicismo , mai o/2008) (M.A.-SP)
Mobilização contrn o aborto O artigo sobre o aborto, considero completo e exce lente! Ele abord a o tema em todos os seus aspectos, com refutações a todas as falsas teses aborti stas. Divulgarei este arti go e a revi sta. De fato, se não nos mobilizarmos, a maldição se instalará em nosso País. E que nos lembremos sempre de que no dia cio juízo não nos será per-
guntaclo apenas o bem que fi zemos, mas também o que NÃO fizemos. Que não pequemos por OMISSÃO. Defender a vicia é nosso DEV ER! (G.S.R. - SP)
Pecaclo que clama aos Céus igJ Tenho lido os arti gos ela rev ista, e gostari a de dizer que sou um defensor ferrenho ela vicia, e agradeço por vocês baterem tanto nessa luta contra o aborto. Vamos nos unir para acabarmos com esse mal, que está clamando aos Céus por vingança. (J.I.F. - MG)
Frcims ecológicas O que essas " freiras verdes" [ vide artigo de abril/2008, Freiras verdes e moças alcoó/aJras ] tentam passar é puro pagani smo. Quem conhece um pou co da famigerada ond a wicca, entendeu bem os discursos apresentados por essas irmãs . Bruxaria dos tempos moderno s é essa tal mania eco logista, pagã, wicanna. Só falta di zerem agora que Nossa Senhora é uma elas perso nifi cações ela gra nde deusa invocada pelos neopagãos. (L.C.M.F. - MA)
"/Jita<lura cio relati,1ismo " [gJ Esse comportamento cio religiosomi ssionário Saulo Ferreira Feitosa, secretário-adjunto do C íMI (Conselho lncli geni sta Mi ss ionário), dependente ela CNBB , apoiando o infanti cídi o [vide, em nossa última edição, "Cultura " do lnf"anticídio], é daqueles que fazem parte do que o nosso Papa chama ele ditadura do relativi smo. É inaceitável o infanticídio, sej a em que cultura for. Assim teríamos ele aceitar o assassi nato ele I sabel la, por fazer p<Ute ela cultura de seu pai. Eis aí uma justificativa que os advogados do casal assassino podem utili zar: a menina não se comportou ele maneira adequada, e justifica-se a sua morte. Para mim, este Saulo Feitosa é pior que os padres pedófilos cios EUA. (A.T.F. - SP)
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Monsenhor JOSÉ LUIZ VILIAC
Pergunta - Ouvi alguns católicos dizerem que o inferno existe, sim, mas está vazio. E que Deus o teria criado apenas para assustar os homens, a fim de que andassem no caminho certo. Porém, não iria ser tão cruel de mandar alguém para lá. E assim, no fim da vida, mesmo aos piores homens, daria a graça do arrependimento final. Que achar dessa teoria? Resposta - Há muito tempo correm teorias que, de uma forma ou outra, tentam "esvaziar" o inferno. No início do século XX, alguns sustentavam a tese, condenada pela Igreja, de que o inferno existia, estava cheio de gente, mas, decorrido certo tempo, Deus teria pena dos condenados e os tiraria de lá. Depois começou a tomar cor-
CATOLICISMO
po essa teoria do "inferno vazio", que coincidiu com as perturbações pós-conciliares. Isso acarretou a zombaria dos inimigos da [greja, de que esta havia mudado sua fé no inte rno, que antes apresentava como "cheio", e agora estava "vazio". Tratou dessa temática o Pe. Giandomenico Mucci SJ, em artigo da revista La Civiltà Cattolica (nº 3788, de 19 de abril de 2008), intitulado precisamente L'ü1ferno vuoto (0 inferno vazio), do qual extraímos alguns dados para responder à pergunta que nos foi apresentada. Antes de fazê-lo, porém , desfaçamos alguns equívocos preliminares.
Um infe1•no só para assustar? A alegação de que Deus criou o inferno só para assustar não resiste à menor análise. É gravemente ofensiva a Deus, por torná-lo réu de blas-
fema deslealdade. A experiência da vida mai s corriqueira mostra que uma penalidade estabelecida "apenas para atemorizar", da qual se sabe que não será aplicada, não tem a menor efetividade. Um pai, um diretor de colégio, urna autoridade pública que recorressem a esse expediente fi cariam logo desmoralizados. Não é possível sequer imaginar que Deus procedesse desse modo com os homens. De onde é forçoso con cluir que as penas do inferno serão efetivamente aplicadas.
No Evangelho: a cena do Juízo Final Como o será, está descri to, com aquela beleza insuperável dos autores sagrados, no Evangelho de São Mateus, na cena do Juízo Final : "Quando, pois, vier o Filho do homem na sua maj estade, e todos os anjos com
Ele, então se sentará sobre o trono da sua majestade; e serão todas as gentes congregadas diante d'Ele, e separará uns dos outros, corno o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, e os cabritos à esquerda. "Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo. [... ]. "Então dirá também aos que estiverem à esq uerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o.fogo eterno, que.foi preparado para o demônio e para os seus anjos; porque tive.fome e não me destes de comer; tive sede e não ,ne destes de beber; era peregrino e não me recolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e no cárcere e nc7.o me visitastes. "Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando , que te vimos faminto ou sequioso, ou peregrino, ou nu, ou ,,fermo, ou no cárcere, e não te assistimos? "Então lhes responderá, dizendo: Na verdade vos digo: todas as ve zes que nc7.o o .fizestes a um destes pequeninos, a mim não o fizestes. "E estes irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna" (25, 31-46). Diante dessa descrição, que voltas foi preciso dar na sua interpretação para concluir que "o inferno está vazio" ? Tenhase apenas presente que o Ju ízo Final se dará após a ressurreição dos corpos, no fim do mu ndo, mas cada ho mem j á terá passado por um Juízo Pa,ticular, logo após a sua morte, e o seu destino individual t •rá sido
desde então traçado: as almas dos destinados ao Céu passarão antes pelo Purgatório - a menos de já estarem inteiramente puras de qualquer mancha - para se purificarem das culpas que não tenham purgado durante a vida; e as almas dos réprobos (condenados) serão precipitadas imediatamente no inferno, onde aguardarão a ressurreição de seus corpos para se unirem a eles, e assim se apresentarem diante do Supremo Juiz a fim de receberem a sentença confirmativa e serem lançados de corpo e alma no interno.
A tese de llans Ul's von Baltllasa,· O Pe. Giandomenico Mucci lembra que a expressão inferno vuoto (inferno vazio) foi atribuída ao teólogo suíço von Balthasar, no início da década de 80 do século passado. Von Balthasar parte da idéia de que "esperar a salvação eterna de todos os homens não é contrário à Fé", buscando respaldar-se na autoridade de alguns Padres da Igreja, entre os quais Orígenes e São Gregório Nisseno, "condividida por nc7.o poucos teó logos contemporâneos, entre os quais Guardini e Daniélou, de Lubac, Ratzinger e Kasper, bem corno esc ritores ca tólicos co mo Claudel, Marcel e Bloy" (G. Mucci, art. cit.). A enunciação dessa tese suscitou ásperas críticas, sobretudo na área teológica germânica, obrigando Von Balthasar a defender-se: "Minhas palavras .foram repetidamente deturpadas no sentido de que, quem espera a salvação para todos os seus irmãos e irmãs 'espera o inferno vazio' [.. .]. Ou no sentido de que quem
man(festa tal esperança ensina a 'redençc7.o de todos' ( apokatastasis), condenada pela Igreja, coisa que expressamente rejeitei". E depois de observar que ter a esperança da salvação de todos e saber que isso de fato ocorrerá são coisas distintas, conclui lamentando que suas palavras tenham sofrido uma "muito grosseira deformação nos jornais" (apud G Mucci, rut. cit.). Procurando defender Von Balthasar, o Pe. Mucci observa que "os escritores laicos e os jornalistas não es/ão habituados a essas distinções, que talvez julguem como ridículas cavilações eclesiásticas". Na verdade, como historiou o próprio Pe. Mucci , a tese de Von Balthasar provocou também fo,tes estranhezas nos ambientes teológicos ...
A l'Cjeição <le Deus e a condenação Aprofundando a questão, o Pe. Mucci continua: "Para compreender de algum modo o inferno, seria preciso penetrar o sentido e a gravidade do pecado mortal. O pecado é um mistério, como o é a sua punição. É o mistério da criatura que rejeita a .fonte e o .fim do seu ser. A agonia espiritual do i~f'erno é o final horrível das tendências pecaminosas maturadas pela alma ao longo da vida terrena, voluntariamente desenvolvidas, e que não desfecharam numa sincera conversão. Isto significa que o pecador se preferiu egoisticamente a Deus, e Deus rat(ficou a livre vontade do condenado. Sob certo aspecto, o i~ferno é o pecador que teve êxito, o pecador que conseguiu.fazer perfeitamente o que quis, e começou a fa zer nesta terra. Por isso,
o i~f'erno é obra do homem, cuja vontade Deus respeita. O homem obtém no inferno o que queria obter" (art. cit.). Deus sem dúvida "quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" , como diz São Paulo (J Tim 2,4), mas desde que alguns fizeram livremente e loucamente sua opção pelo inferno, Deus em sua infinita e perfeitíssima justiça a respe ita. Tendo o homem rejeitado a Deus, ele por sua vez sofre a rejeição de Deus, que o precipita nas profundezas do abismo , da "geena" (Mt 5, 22), ''.fornalha de fogo " onde "haverá choro e ranger de dentes" (Mt 5, 42).
A palavra de um teólogo especial Em abono do que acabou de explicar, o Pe. Mucci cita "um teólogo especial", isto é, o então cardeal Joseph Ratzinger, que, no livro Escatologia, Morte e vida ete rna (]977), afirma que Deus "não trata os homens como menores de idade, os quais, no jimdo, não possam ser considerados responsáveis do próprio destino", mas "deixa até mesmo ao perdido o direito de querer a própria perdição" (op . cit., p. 225 da ed. italiana). Comenta o Pe. Mucci: "Trinta anos depois, o autor destas páginas, que se tornou Bento XVI, retomou o grave problema com aflita sensibilidade pastoral na encíclica Spe Salvi. Sensibilidade pastoral e desencantado realismo". E cita o nº 45 da encíclica: "Pode haver pessoas [mas no latim está: sunt quidam (isto é, há alguns)] que destruíram totalmente em si próprias o desejo da verdade e a
disponibilidade para o amor; pessoas nas quais tudo se tornou mentira; pessoas que viveram para o ódio e espezinharam o amor em si mesmas. Trata-se de uma perspectiva terrível, mas algumas figuras da nossa mesma história deixam entrever, de.forma assustadora, perfis deste gênero. Em tais indivíduos, nüo haveria nada de remediável [mas no latim está: nihil sanabile invenias (isto é, nada de remediável encontres)] e a destruição do bem seria irrevogável: é já isto que se indica com a palavra i~ferno". Os colchetes são do Pe. Mucci; as explicações entre parênteses são nossas. Segundo o Pontífice, portanto, há pe ssoas - sunt quidam - que se condenam. E, portanto, o inferno não está vazio ... Não obstante, o Pe. Mucci quer de todos os modos salvar a tese de Von Balthasar, e apela para o que S.S. Be nto XVI di z logo em seguida (nº 46), ao observar que o fechamento absoluto a Deus não é "o caso normal da existência humana. Na maioria dos homens - como podemos supor - perdura no mais profundo da sua essência uma derradeira abertura interior para a verdade, para o amor, para Deus". O fato de que, na maioria dos homens, perdure por toda a vida a abertura interior pru·a Deus não permite concluir, como faz o Pe. Mucci, que podemos alimentar a esperança de que "todos possam um dia aceder" à bem-aventurança eterna. Fiquemos no "desencantado realismo" que ele mesmo notou em Bento XVI. • E-mail do autor:
monsenhmjoseluiz@catolicismo.com.br JULHO2008 -
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A REALIDADE CONCISAMENTE
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Natureza desmente alarmismo ecologista
lgreias fechadas ou cedidas a muçulmanos
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egu ndo predições apocalípticas do eco log is mo, 2007 deveria ter sido o ano mais quente do século. Porém , segundo o jorna l "Corriere dei la Sera", de Mil ão, foi dos mais gélidos . Nevou na África do Sul pela pri meira vez na hi stóri a, e em Buenos Aires após um sécul o. Temperaturas pol ares castigaram da C hina ao Afeganistão, do Orien te Médio até o Canadá. Jane iro de 2008 foi o mês ma is frio dos últimos 20 anos na ítáli a. Na C hin a, o gelo matou pelo menos 107 pessoas e danifi cou gravemente 17,3 mi lhões de hectares de fl orestas. O mes mo eco log is mo profetizava que e m 2007 o Adriático submergiri a Veneza e avançaria até Mâ ntua. Porém, jama is a ág ua esteve tão baixa e m Ve neza [fotol , a ponto de gôndo las, barcas e vaporetti não poderem navegar normalmente, observou o diário " La Stampa" de Turim . •
Abandono de casa modernista, interesse por estilos tradicionais
D China: polícia e exército cercam santuários marianos
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olic iais, soldados e câ maras de espionage m bloqueiam o acesso ao sa ntuári o de Nossa Senhora de Sheshan , perto de Shangai. É o maior da Ch ina. Carros e peregrinos não podem subir até a Basílica sem li cença [foto]. Mas os fi é is não a pedem , pois os registros serviriam "para nos reprimir após a grande f esta dos Jogos Olímpicos " , disse um de les. As dioceses não podem faze r ro mari as, restaura ntes e hotéis não podem acolher clientes. Há "b ru!al crescimento da fe bre securitária em torno dos san tuários católicos", escreveu o jornal " La Croix", de Pari s. Entrementes, a Igreja patriótica - grupo cismático a servi ço do regime comuni sta - pede orações pelo êx ito das Olimpíadas. A propósito desses j ogos, a propaga nda comuni sta traba lha ao máx im o para seduzir o Ocidente. •
A
prime ira casa modern ista do Brasil , situada na Rua Santa C ru z, em São Paulo, está aba ndonada ao compl etar 80 anos de ex istência. Ela já fora incensada co mo prenúncio do futuro arquitetônico paulista. No jardim , o mato está alto e há troncos pelo chão, a lgun s apodrecidos. A Secretari a de Estado da C ultura investiu I milhão de reais para restaurála. Nos tapumes da obra, um recorte ex ibe uma "v ista da casa moderni sta". Entretanto, podem-se ver os fundos da casa e a piscina cobertos por folhas secas lfotol- A casa está aberta ao públi co, mas ning uém vai visitá-l a ne m se interessa por ela. Em sentido contrári o, o est ilo neoclássico o u o colonial , que empregam linhas tradicionai s, despertam crescente atração no público. •
iz-se que a Igreja Cató li ca ale mã ten'í de vender ou aluga r 25% de seus 24.500 imóveis para eq uilibrar seus dé fi cits. O progressismo alemão financiou a su bversão ec les iástica no Brasi I e no mundo, enquanto se afastava das tradi ções católicas na Ale manha. Em conseqüência , perdeu fi é is e doadores. Stefa n Former, porta-voz do arcebi spado de Berlim , disse que igrejas e conventos se transformarão, na me lhor elas hipóteses, em "locais de eventos " ou museus e ga leri as de arte. No mosteiro de Arenberg, as fre iras aplicam "a rtes de relaxamento" e faze m "massagens", práticas que re pugnam à tradição e à pureza da vida re li g iosa. Segundo o di ário lo ndrin o "The Telegraph" , o mesmo se dá na Ing laterra . Na Bél gica, o prof?ressisrno cle mo l iclor cog ita um auge de profanação: ceder igrej as para os mu ç ulmanos as transformare m e m mesq uitas. •
Tradições militares empolgam novas gerações argentinas ime nso Ca mpo ele Pólo de Buenos Aires ficou pequ eno para as famílias que ass istiram à re-encenação de bata lhas hi stóri cas e demonstrações de aptidões militares do exérc ito argentino. As cri anças era m as mai s entu siasm adas com pára-quedi stas, uniformes e bande iras. Os uni fo rmes hi stóri cos l"fotol e cargas de cavalari a, como no séc ul o XJX, empolgaram os presentes. A formação moral e cu ltural elas nova s gerações supõe dese nv o lve r ne las o amo r pe lo país, por sua hi stória, e a ad miração pe las suas forças armadas. Em sentido contrári o, no Brasil a Revolução Cultural a ntimilita ri s ta . es querdista e a1:iát ricla - tud o faz para apaga r esses v a lo res e in st itui ções indi spensáve is . •
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Incoerência radical: aborto e ,,,,direitos" dos animais
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a Suíça, que lega li zo u o aborto, os seres humanos não nascidos vale m menos que plantas e animais, segundo o site Lif'eSiteNews. O Conútê de Ética Federal suíço promove ago ra a "di gnid ade" das plantas, e o Parl ame nto legislo u sobre direitos dos cachorros, cujos donos terão que fa zer um curso teórico e prático de "cuidados caninos" [foto! . O. pescadores deverão faze r uma " pesca human a", para não "afetar" tanto os peixes. Outro regul amento protegerá os re banhos dos " maus tratos" de seus proprietários. Em s ' nti do contrári o, foi exemplar a dec isão unânime do o n •r •sso de EI Sa lvado r, de assinar a declaração "Sim à vida", que conde na o aborto como "crime a bominável ". 108 dos 11 8 legisladores de Ho nduras assi naram análogo do ·u111 •nl o. •
CATO LICISMO
Em Codogno, Itália, estudantes fartos das modas
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o " Liceo Nove ll o" de Coclogno, Íté'ília , os estudantes pediram um dia dedicado a "se vestir bem" . Orne ila Casse, diretora cio instituto, compartilhou o ca nsaço co m as modas vul gares. No " Dia ela Elegâ nc ia" os a lunos trajaram -se com bom gosto e distinção. " Nosso geroçfío nfío é chata ", disse ao diári o mil anês " II Corriere deli a Será" a estudante M iri am Dragotta. "Por isso criarnos uma data que celebra o decoro, a classe, a elegância ". Têni s e jeans fo ram vetados. Os rapazes usara m terno e gravata ; e as moças, vestidos e até colar de pérolas. Al guns opositores ela inic iativa esperneara m co mparecendo mais es l"arrapaclos e com ma is piercing,· do que o habitu al. Para " 11 C ittad in o", j orn a l ela c idade, os jovens sinali zaram que o bom gosto e a elegância elevem estar presentes na vicia de todos os dias. O e vento va i se repetir. É uma tendê nc ia que me rece ser acom panhada. •
Iraquianos ingressam na Igreja Católica
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rês mil iraquianos , que vivem nos EUA, abandonaram a cismática Igreja Ortodoxa Assíria junto com seu bispo, D. Mar Bawai Soro, e se tornaram católicos de rito caldeu - um dos ritos tradicionais que fazem parte dos tesouros inesgotáveis da Igreja Católica. D. Mar Bawai Soro publicou elogio escrito sobre o poder de jurisdição universal do Papa. Há muito esses iraquianos tinham abandonado os erros de Nestório, que foram a causa do cisma . Algumas centenas de iraquianos "ortodoxos" ingleses seguem a mesma via, informou The Catholic Hera/d de Londres. Na Inglaterra o caso é muito comentado , em vista de estranha aversão do episcopado católico às conversões, e sua ojeriza em relação às liturgias tradicionais .
Imagem de Nossa Senhora reaparece no Camboja ito pescadores cambojanos encontraram uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes , que tinha sido jogada pelos comunistas no rio Mekong há 33 anos, durante o genocídio perpetrado pela ditadura marxista de obediência chinesa. Segundo o diário vaticano "L'Osservatore Romano", os católicos organizaram uma procissão solene para entronizá-la na paróquia. Em todos os dias de maio, grande número de fiéis peregrinou até ela e depositou flores a seus pés, segundo a agência Catholic News. A maravilhosa recuperação deu se no 150° aniversário das aparições de Nossa Senhora em Lourdes. Até no longínquo Camboja a Virgem de Lourdes faz milagres!
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JULHO 2008
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NACIONAL
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ças climáticas". A afirmação é do jorna l "The lndependent", de Londres, em artigo intitulado Salvem os pulmões de nosso Planeta ( 15-5-08). E acrescenta: "A Amazônia constitui um precioso recurso para o inundo todo, e sobre a qual nós devemos tomar as responsabilidades". É como di zer: a casa do me u viz inho constitui um prec ioso rec urso para mim , logo vou invad i-la. 2) Com o título De quem é a Am.azônia, qfinal ?, o jornal norte-ame ricano 'The Ne w York Times" ( 18-5-08) di z que
"um coro de líderes internacionais tem declarado cada vez mais abertamente que a Amazônia f az parle de um. patrimônio mais amplo do que o das nações que dividem. seu território". E cita o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, AI Gore, que em 1989 afirmou: "Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não pertence a eles; ela pertence a todos nós". Resel'vas indígenas causam muitas prnocupações
F atores deterininantes da campanha pró internacionalização da Amazônia brasileira: mídia internacional, reservas indígenas e principalmente esquerda católica. 0D
ALENCASTRO
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o anali sar, e m 1987, o proj eto de Constitui ção que depo is se cri stali zou na atua l Carta Mag na, Plíni o Corrêa de Oliveira denunciava "a existência de um plano arquitetado, dentro e fora do País, com vistas à internaciona-
lização da Amazônia e sob pretexto da def esa ·das prerrogativas indígenas". Citando o então Mini stro da Ju stiça, Paulo Brossard, o Prof. Plínio salientava ainda que "a emenda constitucional patrocinada [n a é pocal pelo Conselho lndigenista Missionário
(Cimi) 'comprova a existência de plano preparado pelos que imaginam solapar a soberania nacional por conta de seus interesses"' (Projeto de Constitui ção Angustia o País, Cap. VII; item 7: Concepção hipertrofiada dos direitos dos índios: ameaça à soberania nacional).
-.:J
Em resumo: 1) já naque la data, e ra patente a existência de uma ameaça à soberani a nac ion a l sobre a Amazônia; 2) a internacionali zação desse precioso pedaço de chão brasile iro estava sendo arquitetada "dentro e fora do País"; 3) dentro do País, um dos atores mai s evidentes dessa pressão para entrega da Amazôni a era o Cimi, órgão da esq uerda católica li gado à CNBB ; 4) o pretexto alegado era a defesa das prerrogativas indígenas . Estamos e m 2008 , e aq uilo que era um alerta vai, por não ter sido o uvido, cri sta li zando-se numa profecia.
.IOl'llais de LOll(ll'eS e Nova Yol'k /'alam em i11temacio11alização A título de exempl o, vejam-se estas notíc ias : 1) "Uma coisa tem que .ficar clara. Esta parte do Brasil é
importante demais para ser deixada aos brasileiros. Se perdermos as.florestas, perderemos a batalha contra as mudan-
Ante tais ameaças, a ex istênc ia de extensas e desprotegidas reservas indígenas na Amazô nia aumenta as preocupações. É evide nte que, para o próprio be m dos índios, deveriam ser no rmalmente integrados à c ivili zação e cateq ui zados aq ue les que ainda não o foram, poi s são e les parte da po pul ação brasileira, e não te m sentido permanecerem confinados em guetos, para ai i vegetar numa vida infra-huma na. Mas, além disso, há o proble ma muito sério de que os índios não teriam como resistir a uma investida estrangeira. Já não falo de um a investida armada, contra a qual arcos, flechas e bordunas não fa ri am me lhor figura do que peças de museu; mas fa lo de uma " imigração" insidiosa, patroc inada po r ONGs suspeitas que, uma vez estabe lecidas na Amazônia como e m território própri o, fac ilme nte se aprove itam da ignorância e do pequeno número de indígenas em cada reserva imensa, para tentar aí a aventu ra de um estado co mun o- indígena , independente e mes mo co ntrário ao Estado brasileiro.
O governo brasileim fica aquém do momento histórico Ante a estranheza que se ve m levantando na opini ão públi ca nac ional em face de ta is ma nobras, o presidente Lula tem feito uma ou outra afirm ação no sentido de que a Amazônia é brasileira. M as essas afi rmações não tê m o timbre da indig nação e da força que a grav idade da situ ação e o interesse do País ex ige m. Sobretudo não se vê que estej am sendo to madas med idas à altu ra do perigo . A preocupação eco lógica com a biodiversidade não pode virar um a mani a e um despropósito, a ponto de nos cegarmos para outras rea lidades mais altas, como a defesa da integridade do território naciona l a meaçada, be m como a preservação da nacionalidade e dos va lores que ainda nos resta m da Civi li zação C ri stã.
Essa posição tíbi a do governo, que deixa muito a desejar, estade ia-se francamente contrária aos interesses nac ion ais quando se trata da demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, e m Roraima. Chama a atenção o esforço quase desesperado do governo e m retirar daque la parte da Amazôni a os bra ncos, negros e pardos , como se aque le território não pertencesse ma is ao Brasil.
A cs(1ucrda católica manipula a questão indígena A grande fa utora dessa política indigeni sta na Amazônia é sem dúvida a esquerda católica. Seu ativi smo de incitamento de índios contra brancos, numa velada mas autêntica luta de raças, já teve uma conseqüênc ia bastante violenta e m Altamira, no Pará, por ocasião de um e nco ntro para di scutir a construção de barragens na bacia do rio Xingu . Quando o engenheiro da Eletrobrás, Paulo Fernando Rezencle, terminou s ua palestra, "índios de diversas etnias,
sobretudo caiapós, levantaram-se e começaram a grilar, cantar, dançar em círculos e se aproximar lentamente de onde estavam os palestrantes. Armados de facões e bordunas, eles cercaram o grupo e não deixaram ninguém sair " ("Folha de S. Paulo", 2 1 a 23 -5-08). Co mo se vê, um ritual para pegar a vítima. "O engenheiro teve a cam.isa rasgada, foi chutado e
teve um. corte pro.fúndo no braço ". O incrível é que "a corifitsão era acompanhada por policiais militares, que nlío inLervieram". Como é sabido, o governo estad ua l do Pará está em mãos do PT. Quem forneceu esses facões aos índios? "Segundo o dele-
gado Jorge Eduardo Ferreira de Oliveira, o padre espanhol Joseba Andoni Ledesrna Sanchez e o secretário do Cimi em Altamira, José Cleanton Cu rioso Ribeiro, aparecern em imagens gravadas por urna loja de Altamira comprando três .fácões, acompanhados por um índio. O delegado da PF disse que as imagens são um indício forte de que houve ajuda aos índios na compra do material". O "al'gumento ": ()uia nominor lco Ante tais indíci os ele envo lvimento de um sacerdote e do
Cimi, seria de esperar que algum bispo tomasse providências e nérg icas, da parte da Ig reja, para apurar o ocorrido e punir os res po nsáveis. Aconteceu o contrário.
"O bispo da prelazia do Xingue presidente do Cimi, Erwin Krautler; disse ontem que 'para os índios, os facões não são armas, são uma ferramenta usada como adereço em suas man(!estações '. Ele exinúu o padre e o funcionário do Cimi de qualquer culpa. 'Eles são gente minha '" . F icamos en tão sabendo que facões são ... instrumentos de propaganda. Seria uma manifestação propagandística esfaquear o e ngenheiro da Eletrobrás? Quanto aos sacerdotes e de mai s integrantes do C imi , segundo D. Krautl er, são inimputáve is, pois "são gente minha " ! Lembra a fáb ula do leão que, vendo ca ir por terra todos os argume ntos que apresentava para come r o co rde iro , apresentou o a rg um en to dec is iv o: Quia nominor Leo (Porque me chamo leão). • E-mail do autor: cidalencastro@cato) icismo.com.br
CATOLICISMO
JULHO2008 -
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INTERNACIONAL O Brasi I não está alheio a esse fe nômeno. Parte da fortuna cio narcotrafi cante Lui z Fernando ela Costa, vulgo Fe rnandinho Beira- Mar, provém do fornec imento de armas às FARC em troca ele cocaína, 4 em soc iedade co m o Negro Acácio. 5 Em março deste ano, a rev ista " I sto É", ele São Paulo, denunciou que a chamada Liga dos Carnponeses Pobres, oriund a do MST, vem utili zando métodos de guerrilha em zonas do Estado ele Rondôni a - onde estabe leceu um corredor ele centenas de quilômetros, denominado "Tra nscoca ineira" - para introd uzir drogas e armas a partir da Bolívia. 6
"C01J11ersão " marxista ao capitalismo?
Exército mexicano destrói carregamento de maconha
Narco-guerrilha colombiana
Drogas, marxismo e a guerra do futuro C)lllO se explica a alian(;a da suhvcr1são com o narcoLráfico? O que, 1sn essa aliém(,'a <·stratcgica,
<' como{· aplicada nos
países do bloco lati110-c1n1cricano? ALEJANDRO EZC URRA N AÓN
Correspondente
portando nada menos que 600 quilos de cocaína. 2 O subsLituto de Acácio parece ser agora o subversi vo Gcncr García Molina, vul go ./uhn 40, que de acordo com o citado chere po li cial "ten·,
um co111.portw11.ento mais narco que guerrilheiro ".·1 Lima - O nexo entre a sub versão marxista e o narcotráfico é cada vez mais patente, no Peru como em outros países . O próprio testemunho de terroristas e narcotrafi ca ntes capturados deixou claro que os remanescentes do Sendero Luminoso peru ano dedicam -se agora a proteger a prndução e o tra nsporte da droga em zonas de cultivo il ega l ele coca. 1 O plantio e elaboração ela droga está crescendo prec i amente em áreas onde ex iste m remanescentes de bandos terrori stas, ·reve lando ainda mai s o estreito vínculo entre traficantes e subversivos. O fenômeno não se restringe ao Peru . Em maio deste ano, o diretor da Polícia da Co lômb ia, Genera l Oscar Naranjo, r ve lou que o guerrilheiro Oscar M ed ina - vul go Neg ro Acácio , membro da cúpul a elas FARC, abatido pelo Exérc ito em sete mbro passado - era o enca rregado cio tráfico de cocaína por conta dessa orga ni zação subversiva. Ele substituía nesse " negóc io" o chefe ela Frente 16 elas FA RC, Ángel Leopoldo López, vul go E/ Chigiiiro. detido há três anos na Venezuela
CATOLICIS M O
Camponeses peruanos lutam contra o Sendero Luminoso
O contubérni o subversão-narcotráfico é hoj e uma rea lidade indi scutível. M as, prec isamente por ser incli . cutível, o pú blico é levado a supor que os grupos subversivos marxistas de não importa que tendência - os sta linistas elas FA RC co lombianas ou os maoístas cio Sendero Luminoso peruano - teriam abandonado suas pos ições revo lucionári as radicais para ingressar sem dissimulação na delinqüência pu ra e simpl es, e desde logo em sua fo rm a mais lucrativa. O afã de riqueza fácil , pensam muitos ingênuos, estari a preval ecendo sobre os obj etivos ideológ icos, aprox imando esses marxi stas da posição "capitali sta", ainda que em suas formas ilícitas. Ledo engano ! A verdade é precisamente o contrári o: a ali ança com o narcotráfi co j oga um papel centra l, teórico e prático, na estratégia revolu cion ária para nossos dias. Veja mos por quê.
A11al'q11ia na socieclade e na alma humana, meta revolucionál'ia Os co muni stas não diss imulam que sua meta final é in staurar a anarqui a, ou sej a, a abolição de todas as fo rm as ele hi erarqui a, mora lidade e ordem na soc iedade, para substituílas por um caos iguali üírio e libertário. Mas, como ex plica o Prof. Plíni o Corrêa ele Oliveira em seu magi stral ensaio Revolução e Contra- Revolução ( 1959), para que esse caos sej a durável, cumpre destruir também a ordem e a hierarqui a no interior cio própri o homem. Abolir ass im o domínio que exercem na alma os co mponentes es pirituai s - a in teli gência e a vontade - sobre os componentes materiais, os sentidos; domínio sempre árdu o, como todos sabe mos por experi ência própria, j á que, em conseq üênc ia cio pecado ori ginal, nossa sensibili dade está continuamente inclinada a rebelar-se contra a reta razão.
O papel ela Revolução Cultural Liberando os apetites sensíveis - os impul sos, os in stin tos, as paixões, as emoções - da tutela ela rac ionalidade, o homem perde o sen hori o sobre si próprio. Desse modo vai se in sta lando dentro ele sua alm a um a deso rdem crescente: a escra vidão aos im pul sos capri chosos ou descontro lados ev idencia justamente uma anarqui a interi or. É rumo a essa anarqui a que condu z, por exempl o, a chamada Revolução Cu ltural ini ciada nos anos 60, cuj o expoente mais notório é a ge ração do rock anel rol/, caracteri zada pela
"espontan eidade das reações primárias, sern o controle da
Disc-;ockeys, "animadores" religiosos como os de certas seitas pentecostais, líderes de alucinantes espetáculos de massas
inteligência nem. a participação efeti va da vontade", e pelo "p redomínio da fantasia e das 'vivências' sobre a análise m.etódica da realidade".1 É neste ponto que entra o papel ela droga, tornando-se fáci 1 ver o quanto sua difusão pode agravar até o parox ismo esse resvalar ela mente para o mundo ela pura fantasia, e co mo isto coincide com a meta marxista ele subverter interi orm ente o homem.
1'l'Íbalismo, percla da imlividualiclacle e nwssi/icação M as o papel revo lucionári o da droga vai ainda mais longe. Em 1976, quase 20 anos depois ele publicada a obra Revolu ção e Contra- Revolução, seu autor acrescentou-lhe uma im portante terceira parte, na qual aprofunda a análi se desse processo caolizanle, mostrando que uma forma co ncrela ele se co ndu zir à anarqui a é at ravés do que denomina ''. fúsc7o coletivista tribal ". 8 Essa fusão consiste no seguinte: nas tri bos mais primitiv as há uma espéc ie ele sentir e de querer comuns, que substituem a razão e a vontade individuais, e estas se atrofiam até ficarem reduzid as à sua mínima expressão. N esse sentir e querer panteísta tribal se disso lvem e se fun dem todos os "eus" indi viduais, resultando daí um a espéc ie de " personalidade co let iv a", puramente se nso ri al , qu e é diri gida pelos fe iticeiros, curandeiros e congêneres ela tribo. Um fenômeno simil ar ocorre hoj e, precisamente nas soc iedades mass ifi cadas e cada vez mais despersonalizadas do Ocidente. Nestas, o papel cios "feiti ceiros" é exercido por uma profusa coorte ele espec iali stas em manipular emoções co leti vas: disc-jockeys, "a nimadores" reli g iosos como os ele certas seitas pentecostais , líderes ele alucinantes espetáculos ele massas (demagogos, roqueiros etc.), todos eles dedicados a exc itar a sens ibilidade co letiva ele seus seguidores mass ificados, ajudados por uma parafernália visual e auditiva cada vez mais sofisticada e estridente.
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O papel da d1·oga: a "eucaristia do demônio" Mas toda essa manipulação de massas, destinada a faze r com que os ho mens pe rcam sua ide ntidade individua l, não prod uz iri a ple no efeito se não conti vesse um poderoso e lemento ativador: a droga. É mediante a ação narcótica do a luc inógeno que, nas tribos ma is degradadas, o fe iticeiro pode manipul ar num pl ano pseudo- místico a psique coletiva, utilizando "cultos totêmicos carregados de mensagens confusas, mas 'ricas' em.fogos.fátuos ou até em.fulgurações, provenientes muitas ve ze s do mundo da transps ico log ia ou da parapsicologia. Por meio dessas 'riquezas' o homem compensaria a atro.fta da razão". 9 Para esse estado conduz a nova etapa revo lucionária na qual vamos ingressando. É a fase da razão atrofi ada ou do "pensamento selvagem", como o deno minou um pioneiro da Revolução Cultu ral dos anos 60: 10 a etapa em que a alucinação deve destronar a razão, e uma irraciona l mania de sensações deve chegar às úl timas profu ndidades da mente humana. Mas, repetimos, esse extremo seria inalcançáve l sem o concurso da droga. Valendo-nos de uma expressiva comparação de Plinio Corrêa de Oliveira, podemos denominar a droga como "eucaristia do demôn io": uma tenebrosa comunhão com o preternatu ral, pela qual o home m afunda num pseudo-êxtase de irracionalidade que o aniquila mental, moral e fis icamente.
Alucinógenos e mal'x_ismo, uma aliança estrntégica Se tal é a importância dos a luc inógenos para anarquizar o ho me m, compreende-se perfe itame nte po r que, na atual fase re vo luc ionária, em vários países europe us e da América ( inc lusive no Bras il) os partidos sociali stas e a esquerda em geral quebram lanças pela libera li zação do co nsumo de certas drogas. E se compreende també m por
que e m nações como a Co lô mbia e o Peru a guerrilha ou o terro ri smo marxi sta se convertera m, e les pró prios, ora e m carté is de narcotráfico, ora numa espéc ie de guarda pretoriana dos cartéis. É que a droga, "libertando" o homem da "opres-
são" da razão, o converte num perfeito anarquista interior, encurtando as etapas para se chegar a estabelecer a anarquia em toda a sociedade, como quer, em última análise, o marxismo.
CATOLICISMO
Ü Pe. Zambelli, Reitor do Santuário de rjourdes, consLaLa um aumento de 60% no número de peregrinos que at1uc1n para celebrar o sesquicentenário das aparições
Dois tipos humanos opostos, numa grande confrontação Po r conseguinte, uma vi são atua lizada do marxi smo em nossos dias impõe ter em vi sta q ue o conflito comunismo-
anticomunismo não se limita ao terreno sócio-econômico, mas se desenvolve num campo preponderantemente psicológico, no qua l está dando ori ge m a uma confrontação, agora de tipos humanos e de modos de ser. De um lado está o neo-revolucionário, entregue à desordem total dos sentidos. Fazem parte do quadro o uso de drogas, a libe1tinagem sexual e todas as formas de frenesi induzido, como meios de impe li-lo, e à sociedade atual, a um estado de coisas neotribal. Na nova estratégia do comunismo e do socialismo, é o "homem novo", produto de um embrute-
cimento programado. No extre mo oposto situa-se o homem de fé e de princípios, o católico verdadei ro. Conservando a orde m das potênc ias de sua alma - isto é, a lucidez de sua inteligênc ia ilumi nada pe la graça, a força de sua vontade sujeita à reta razão, o eq uilíbrio de seus sentidos - e ncarna o protóti po mais atua li zado e ma is efi c ie nte do bata lhado r contra- re vo lucio nário. Estes são os dois parad igmas que personi fica m do is pó los metafís ico- re li g iosos opostos, e ntre os qua is o Oc idente e o mundo inte iro estão sendo levados a optar, de fo rma imperceptível mas inexorável. Preparemo-nos! Po is, q ue rendo o u não, essa opção se aproxima de nós. Ma is rapida mente do que imaginamos. •
Notas:
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considerações do Reitor do Santuário
A aliança marxismo-narcotráfico não é portanto um fe nômeno casual e fugaz, fruto de circunstâncias fo1tuitas, mas uma estratégia calculada na passagem da atual etapa revo lucio nári a para a sua fase fin al anárquica.
E- mail do autor: ezcurra@catolicismo com br
A nova etapa revolucionária, na qual vamos ingressando, é a aquela em que a alucinação deve destronar a razão
No Jubileu de Lourdes,
1. Ver hll p://ffaaperu.blogspot.com/2008/02/sendero-prod uce-y-venclc-droga- los. ht ml 2. Cfr. "Correo", Lima, 25-2-05, p. 16. 3. htt p://www. 111 ilen io.com/i nclex. php/2008/05/04/233 73 7/ 4. "EI Merc urio", Santi ago do Chi le, 15-6-05. 5. EFE, Rogotá, 3-8-07. 6. http://www. terra.eo m.br/istoe/ed icoes/2003/artigo75560-3. htm 7. Revolução e Contra- l?evolução, Pa rte 1, Cap. VII ,§ 3, B., cl. 8. Idem, Cap. Ili ,§ 2., IV. 9. Idem, ibid. 1O. Cfr. Cla ude Lévy-Strauss, La Pe11sée Sa u vage, Plon, Pari s, 1969.
E
mbora muito absorvido por intensa atividade neste Ano Jubilar de Lourdes, o Pe . Raymond Zambelli gentilmente con cedeu oportuna entrevista ao cola -
borador de Catolicismo, o Sr. Luis Dufaur. 0 Pe . Zambelli nasceu em Trouville -sur-Mer, em 2 de junho de 1943, na região onde viveu Santa Teresinha do Menino Jesus Calvados, na Normandia (França) . Após completar o seminário menor e o maior em Caen e Bayeux res pectivamente, foi o rdenado em 1967 na basílica de Santa Teresinha, em Lisieux. Tendo exercido diversas atividades pastorais e aprofundado seus estudos , em 1986 tornou - se capelão do Santuário de Lisieux . Desde 1992 até dezembro de 2001, foi reitor do mesmo santuário, tão conhecido pelos católicos do mundo inteiro. Escreveu vários livros sobre Santa Teresinha, entre os quais destacamos: Prier avec Thérese de Lisieux; Lisieux parle de Thérese; e Thérese nous parle . Em 5 de maio de 2003, foi nome ado para o importante cargo de Reitor do fa moso Santuário de Lourdes.
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Catolicismo - Quando os peregrinos chegam ao Santuário de Lourdes, encontram uma organização calma, transparente, discreta, mas muito eficaz. Ninguém imagina a amplitude das ocupações e o trabalho que isso representa
para o Reitor e seus colaboradores. V. Revma. poderia nos dizer uma palavra sobre essa tarefa, pelo menos em suas linhas gerais?
Pe. Zambelli:
"O Reito,· (leve manter o objetivo Pl'ÍlllOl'dial (IO Sa11t 11ál'io fie Loul'des: a r ecepção dos p er egrinos e a llililsão fiel da Me11sagem lia Vfrgem ".
l'e. Zambelli - Quando se acolhe a cada ano mais de seis milhões de peregrinos vindos do mundo inteiro, é necessário que o Santmí ri o esteja mu ito bem organi zado. Deste ponto de vista, o Santuári o de Lourdes adquiriu grande experiência e goza de boa reputação. Mais de 430 funcionários traba lham no Sa ntuári o, se m co ntar os pad res, re i ig iosos e re i ig iosas , com os quais esse tota l ascende a 500 pessoas. Há, portanto, mui tos serv iços espec iali zados na organi zação, gestão, conta bili dade, co muni cação, pl anificação dos gru pos e recepção dos doentes. É claro que todas essas ati vidades são ligadas à vida pastoral e litúrgica do Sa ntuário. O Reitor é, pois, encarregado de coordenar todos os serviços, harmoni zá- los, fazê- los traba lhar juntos, conservando constantemente o objeti vo primordi al do Sa ntuário de Lourdes: a recepção dos peregrinos e a di fusão fie l da Mensagem da Virgem. O Reitor é o representa nte permanente do Bispo de Tarbes e de Lourdes, o qual é o primeiro e último responsável pelo Santuário. Catolicismo - O secretariado de V. Revma. impressionou-me pela simplicidade e acessibilidade. Nele colaboram também inúmeros voluntários - médicos, enfermeiras, padioleiros e outros - que trabalham no anonimato e de-
JULHO 2008 -
Catolicismo - Quais são os sentimentos que mais o encorajam na sua missão? Pe. Zambelli - É certamente uma graça ter sido esco lhido para esta missão ec les iásti ca universa l. Estou muito consc iente disso, e peço todos os dias ao Espírito Santo conceder-me as luzes necessárias e a força sufi ciente para cumprir es ta mi ssão tão importante, com a ajuda da Virgem Maria e de Santa B ernaclette.
Catolicismo - Para muitos peregrinos, o Reitor do Santuário está imerso num ambiente de milagres e de graças extraordinárias no seu dia-a-dia, pois tal é o cotidiano de Lourdes. O que pensar a respeito? Pe. Zambelli - É verdade que o Reitor de Laureies se banha constantemente num clima de oração, de fé e de grande fervor. É uma graça que manifesta a vita lidade da vida cri stã no coração de tantos homens e mulheres. É também uma ex igênci a para ser mais fi el à nossa mi ssão e corresponder cada vez mai s à nossa vocação de servir o Evan ge lho e a I grej a.
Catolicismo - Como informou V. Revma. , vem aumentando o número de fiéis peregrinos, devido ao ano do Jubileu. Na qualidade de Reitor do Santuário, como é possível acolher essa imensa multidão de peregrinos? Pe. Zambelli - Não é da responsabilidade ci o San-
sinteressadamente. Como são organizados? Que sentimentos os inspiram? Quantos são? De onde vêm? Pe. Zambelli - O Santuário de Lourdes conta com mais de 200 mil vo lun tários espec ialmente dedi cados ao servi ço dos doentes. Esses voluntários pertencem à Hospitalidade Nossa Senhora de Lourdes, ou fazem parte das hospitalidades diocesanas ou de grandes organi smos, tais como a U.N .I.T.A .L.S .l. ou o O.P.T.A.L. , no que diz respeito à Itáli a. Eles vêm do mundo inteiro e consagram generosamente seu tempo ao servi ço dos doentes e do Santuári o ao longo de todo o ano.
Catolicismo - As comemorações do sesquicentenário de Lourdes aumentaram suas atividades? No quê? Pe. Zambelli - Vim os nos preparando há dois a;1os para este Ano Jubil ar do Sesquicentem'íri o das Apari ções da Virgem M ari a a Bernadette. Comunicamonos muito, por todos os meios que a mídi a nos o ferece hoj e. O povo de Deus correspondeu, po is constatamos no momento um aumento de mais de 60% no número cios peregrinos em relação ao ano anteri or, o que nos faz prever uma freqüência da ordem de nove a dez milhões de peregrinos até o fim do Ano Jubil ar.
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CATO LICISMO
"À(Jueles (Jue não poclerão Yir a Lourdes, é sempr e possfrel unirem-se espil'Ítualme11te a este acontecimento cio .Júbileu pela oração a N. Sra. ele l~ounles "
tu ári o de Laureies orga nizar a intendência relativa ao acolhimento cios milhões de peregrin os. ísso incumbe aos donos de hotéis da cidade, com os quai s trabalham os em harm oni a. No que nos toca, esta mos organi zados para que tod os os grupos sej am bem recebidos no Santu ári o neste An o Ju bilar. Tendo em vi sta a excepcional aflu ênc ia, mu itas celebrações li túrg icas deste ano serão rea li zadas ao ar livre.
Catolicismo - Muitos brasileiros gostariam de vir em peregrinação a Lourdes neste ano. Para aqueles que estão impossibilitados de empreender tal viagem, o que V. Revma. aconselharia? E para os que se dispõem a vir, que recomendações lhes daria? Pe. Zambelli - Para tod os os cri stãos cio mundo inteiro que não poderão viajar a Laureies, por múltiplas ra zões pessoais ou materiai s, é sempre poss ível unirem-se espiritualmente a este acontecimento ci o Jubi leu pela oração invocando Nossa Senhora de Lourdes , em pa rti cu lar pela rec itação ci o Rosário feita diante de uma reprodução da Gruta ou de uma imagem da Imaculada. E les podem igualmente, graças aos meios de comuni cação, acompanhar os ·,contec imentos que se desenro lam ao longo cio ano jubi-
lar no Santuári o de Laureies. Podem, por fim , rec itar a oração cio Jubileu ou a novena preparatóri a.
Catolicismo - O Cardeal Ivan Dias, Legado de Bento XVI, na homilia de abertura do Ano Jubilar, em 8 de dezembro de 2007, disse que Nossa Senhora está tecendo uma rede de filhos e de filhas para encetar uma batalha final contra o Maligno, para a vitória de Jesus Cristo. O que sugere essa frase especialmente? Pe. Zambelli - Todos já vimos, no início de um concerto, os músicos afinarem seus in strumentos. Esse gesto é absolutamente necessári o, pois se executará mal uma sonata de Bach num violino mal afinado, ou um prelúdio de Chopin num piano desa finad o. Do mesmo modo, um maestro sempre se assegura, antes cio recital, de que cada um cios membros do coro esteja bem afin ado, segundo o tom de seu registro. Em mú sica, cumpre portanto afin ar sempre os instrumentos e aju star as vozes . Este exemplo é de molde a nos fazer compreender melhor um a das missões da Virgem Mari a. Toda sua v icia fo i cl ecli cacla ao pensamento de Deus e à procura de sua vontade, tornando-se a única cri atura para a qual nós podemos nos vo ltar para reencontrar a harmoni a daqu il o que somos no co tidi ano e o que Deus espera de nós. Tendo sua vicia sido perfe itamente una, não ex iste nela nenhuma di ssonância, nenhuma nota fa lsa, tudo ressoa de acordo com o som muito puro cio Evangelho. É como eu compreendo seu reiterado ape lo à "pen itência", quando de suas apari ções em L aureies . Sua in sistência para que nos convertamos não é senão o eco fi el da pregação de São João Bati sta. Jesus não disse outra coisa quando começou sua mi ssão: "Convertei-vos e crede na Boa Nova" (M e 1, 15) . Cumpre entretanto reconhecer que a maioria de nossos contemporâneos é alérgica a este apelo, porque a palavra "penitência" soa estranh amente a seus ouvidos. Eles ouvem "penitência" e traduzem: ascese, mortifi cação, austerid ade, sacrifício. Ora, a Virgem Maria, em Laureies, não empregou nenhuma dessas palavras. Se Ela esco lheu a palavra "penitência", é em razão de sua ressonância eminentemente evangé lica. Perguntei-me então se haveria
outra pa lavra que pudesse tradu zir, se m o trair, o vocábulo "penitência ". Parece-me que "coerência " convém bem. Com efeito, o ape lo à penitência é ele fato um apelo à coerência. Em Lau reies, a Virgem M ari a nos pede ter um a vici a coerente co m a nossa consciência, coerente com o nosso bati smo, coerente com a nossa fé, coerente com o Evangelho.
Catolicismo - Na sua opinião, quais seriam os frutos mais importantes deste Ano Jubilar de Lourdes? Pe. Zambelli - Espero que, por ocas i ão deste Ano Jubil ar das Aparições da Virgem em Laureies, cada um redescubra a atu alidade de sua mensagem e ele suas ex igências es piritu ais, em razão da ressonância profundamente evangé li ca das palavras da Virgem M aria , e que este acontec imento ec les ial produ za frutos duráve is de sa ntidade . •
JULHO 2008
B1111
Irlanda:
Palavra certa para r esolver a questão ele consciência
NAO ao Tratado de Lisboa 53,4 <¼, x 46,6% -A rejeição do povo irlandês a esse Tratado representou o repúdio à Constituição Européia, que pretende dissolver soberanias e impor aberrações corno aborto e "casamento" homossexual SANTIAGO FERNÁNDEZ
O
s líderes da Uni ão Europé ia (UE) pl anejara n~ in:1p_or a qual~~er c usto a Const1tu1çao Europeia. Eles sabiam que os povos europeus não engoli riam o vinho tóx ico, e excogitaram um engodo na tentativa de camuflar o veneno. Primeiro : prometera m algo dife re nte da fa migerada Constitui ção Europé ia. Chamaram-no de Tratado de Lisboa e o qualificaram de " mini-tratado". O e urodeputado dinamarquês de centro-esquerda Jens- Peter Bonde, a utor de dezenas de livros explicati vos dos tratados da UE, mostrou o s ig ni ficado do " mini " : 8.500 pala vras a mais do q ue a j á to rre ncial Constituição Européia, mas reduziu-se o espaço e ntre as linh as. Res ul tado : 62 pág inas a menos! 1 Eis o significado do "mini"! Ainda ass im , preenche 274 páginas na versão oficial e m português! Ele copi a 80% da recusada Constitui ção, mas faz ve lhacos cortes de po ntos polêmi cos que, a rigor, poderão ser re introdu zidos em fu turos acordos po ntuais da UE. Segundo: a redação bateu recordes de il eg ibilid ade. As 274 pág in as co ntê m uma li sta de emendas a serem feitas em 3.000 páginas de tratados anteri ores. Fica assim vetado o entendimento do texto. Segundo Bo nde, a UE in te rdito u toda edição que permita uma leitu ra corrida, antes que os 27 países membros o aprovem! Aprovação às cegas, no estilo soviético ou chinês. Uma fraude ! Terceiro: decid iram que os e le itorados não seri am consultados. O Tratado seria ra tificado às pressas, em conchavos parl amentares. A macro-mídi a garanti ri a a desinfo rmação popul ar. CATOLICISMO
O "SIM" com Wclas as cartas na mão O Tratado deparava-se e ntreta nto com um o bs tác ul o inco nto rn á ve l. Há anos, a Supre ma Corte de Justiça da Irlanda estatuiu que toda modificação rele vante da Consti tui ção do país deveri a ser re ferendad a por consulta po pul ar. O ro lo compressor ela "de mocrática" UE tinha que passar por essa vi a. E começou a tremer. Deveri a consultar o simples c idadão irl andês, a voz do povo, soberano das democracias ... Mas a UE tinha suas cartadas. Prime ira: torrentes ele dinheiro injetadas na Irl a nda nos últimos anos: 40 bilhões de euros só em créd itos e subsídi os. Num país de 4,2 mi lhões ele hab itantes, é uma pirâmide de ouro. Segunda: a grande míd ia, o governo e a qu ase to ta li dade ci os pa rti dos, do empresari ado, dos sindicatos e das grandes associações apo iava m o Tratado. Te rce ir a: a le i e le ito ra l pa ra os refere ndos engessou os do nativos para publ icidacle superi or a 170 e uros. Nenhum particul ar o u pessoa jurídica podi a doa r mais de 6.300 euros. Para os simpati zantes do "NÃO", isto equivali a a fi car quase sem meios, enqua nto os do "S IM ", do nos da mídi a e no comando cios órgãos me ncio nados, fi cavam com o monopó li o da propaganda. Quarta: na católi ca Irlanda, a voz cio epi scopado é determinante. Era claro que os católi cos, face a um tratado inin teligível, tenderi am a seg uir seus conselhos. Ora, segundo a BBC, os bi spos não ass umi ra m uma pos ição pública a fa vor do Tratado, mas sugeri am aos fi é is que o apro vassem.2
O casal considerado como o mais idoso de Dublin - os simpáticos e coraj osos Ge rry O ' Ma ho ny, 90 a nos , e s ua mulher Maire, 96 - lançaram uma cruzada de orações para que o Tratado não passasse. Ó surpresa ! O arcebi spo de Dublin mandou retirar dos pórti cos elas igrej as todo pedido de o ração neste sentido. Os grupos de orações so freram a proibi ção, mas a TV cató li ca mundi al ETWN , dos EUA , continu ou promovendo a cru zada. 3 Grupos pró-v ida denunciaram o aborto introdu zid o pe lo Tratado . Outro s verberaram seu caráter antinacional. Todos e les , vi a de regra, apresentara m argumentos consistentes e lógicos. Entretanto, faltava uma voz católi ca que respondesse à questão de consciê ncia levantada pelo refe rencio: pode-se sancio nar um texto tão anti cató li co? Nessa questão, des taco u-se a lrish So c iety fo r Christian Ci vilisa tio n (íSCC), associação cató lica que atu a na difusão da Mensagem de Fátima. Ela elaborou um cuidadoso estudo intitul ado "9
razões pelas quais um católico consciencioso deve recusar o lratado de Lisboa". 4 O estudo, com 5.000 exempl ares, foi entregue aos bispos irl andeses e envi ado a todos os pá rocos da Irl anda, a re li giosos e re ligiosas, es tas muitos numerosas no país. A seguir, a ISCC publi cou no mensário " Alive !" um resumo do estudo, com o título Sou católico: posso aprovar um
Tratado que viola princípios cristãos inegociáveis?". A tiragem é de 325.000 exempl a res , di stri buída gratuita me nte nas paróqui as de todo o país. A campanha fo i completada com banners, links patrocinados e comunicados ele imprensa para a mídi a, ta mbé m por sites e blogs dos opos ito res ao tratado . Materi almente os recursos fo ra m ex íguos, face ao moloch do establishment e da mídia pe lo "SIM", mas o gesto da deste mida íSCC conqui stou a confi ança dos cató li cos . Ne nhum bi s po ma ni festo u qualque r di scord ância e m re lação ao documento. A imposs ibilidade mora l de um "SIM" católico fi cou proc lamada. Assim , entende-se que o " Di ári o Econômico" de Portuga l esta mpasse as manchetes: Nem
a Igreja dá a cara pelo Tratado de Li sboa - O arcebispo de Dublin apóia o Tratado de Lisboa, mas não aceita f azer campanha pelo 'Sim'". 5
Dermdcil'a tentativa do cst1ucrdismo católico
lr/sh Socloty for Christian Clvillsatlon
9 reasons why a conscientious Cathollc citizen should
reject the Treaty of Lisbon Tho v/o/atlon oi non-11ogotlab/o pr/nc/p/os ra/ses a grave q11ost/011 oi consclence for lrlsh Cathollcs
Tendo ficado be m esclarecida a questão de consc iência dos católicos, noto use um a mudança nas preferências do eleitorado . Os indec isos começara m a se definir, e as sondagens a prognosticar a vitóri a do " NÃO". A pre vi são de participação popular cresceu - 53%, bem mais do que o esperado. Ness as c irc un stâ nc ias , o " Iri s h Cath olic", jornal próximo à Confe rência Epi scopal, dedi cou maté ri a de ca pa e vári as páginas incitando os católi cos a votarem "S]M". Afirmava que o Tratado fav o receri a a Re li g ião, e para isso e xplora va a lg umas de suas passagens e nganosas. A contradi ção do "lrish Catholic" em re lação à verdade dos fatos e à doutrina católica foi gritante. A ISCC respondeu com um comunicado, po ndo os " pingos nos is". O " lrish Catholi c" negou-se ri spidame nte a publi cá- lo. Poré m, seus sofi smas pouco impress io naram os fi éis. A me lhor parte do e le itorado católico confi o u mais na ISCC do q ue no esq uerdi smo cio "Jri sh Catholic". A vitóri a do " NÃO" foi incontestáve l. E ta mbém a derrota do europeísmo a nti c ri stão, a nti-europe u e e nd ossado pe lo progressismo.
1AM ACATHOLIC. Can I approve a Treaty which violates "non-negotlable" Christian principies?
► Thc l:U will r«ognisc, l'or thc llr11 1lmc ln 1ho hl~lory oi' h11crnn1ion.1I lrcn • th:, . "sounl orknm1 lon" ai n hu~ls Jbr 11011-UIS\.•rlminnlion, 01>eni1111 lhe "'">' Jôr homu'k:,\li:tl n:mrh•~c 111111 ndori1ion oi'
1'11lliln•n hy humo<,' '(Lt:l lt \Vi• tl íl nnt wn nt
l:.11m1"-! ln h(.•comc nn111hcl' S111Jnm 1111d ( imnom1 h! ► Thc l::lJ wll l imp11scc11ccit~l\'J llmlt~
Ili til\! 1·11,1 111 ul' lllé pnr~llh ln cd ttCU(C II Hl lr
chfld,cn ln 11ec,1nluucc wi1h 1hclr1·11m•IC • lilllli, 'íhc l'n:~-.ltHn lo fl.l Mi 011 lhe Poil h 111 11 1-tg:igy 1h1u cri n 11\! H 'r 1w 1lls1)11ll~I ln C111holk lrtlmid!
Say NO to the Treaty of Lisbon and you wlll be saylng YES lo a Calhollc lreland and YES to a Christian Europe
JULHO 2008 -
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VARIEDADES 'l'o<la a Eul'OJJa engajou-se r e/'e/'CIJllO il'lamlês O referendo ga lvani zou todo o conti ne nte euro peu. Comentári os dos le itores de gra ndes jo rn ais da Fra nça e da Inglaterra tornaram isso patente. Eis a lgumas opi ni ões de ass in antes do " Le Mo nde", de Paris : "Corno querem que os irlandeses dêem uma resposta circunstanciada a um tratado que jamais puderam conhecer?"; "Os povos recusararr, a Constituição de 2005, os gove m an tes lhes apresentaram a mesma coisa com um pouco de cosrnético em 2008, sem lhes pedir wna opinião. Felizmente, os irlandeses tiveram a chance de repelir esta palhaçada vergonhosa"; "Eu já ouço as rolhas de charnpagne estourando em toda Europa ... ". Não só franc eses escreveram para os jornai s de Paris . "Fo rza Irlanda! ", reg istro u um ita li ano; "A UE está pondo de lado o pode r demo c rático do povo da Europa. Eles o estão mantendo deliberadamen te des informado, porque sabem que o povo não vota por eles!", come nto u um neoze la nd ês; "Congratulações grandes e efusivas da parte da Espanha! O povo da Irlanda era nossa última esperança. Obrigado por dize r NÃO a este tratado an tide mocrát ico! Não nos.foi dado o di reito ao referendurn, portan to dep endíamos d e vós" , ac resce ntou um es panhol; "G randes notícias para os irlandeses e todos os europeus. Obrigado, l rlctnda! ", ex ternou um a lemão; " Melhor é que 3 milhões de cidadãos irlandeses fal em por 500 milhões de europeus, do que urn pequeno número de min istros dos países m embros" obse rv o u um ameri cano. " Que vergonha os governan tes da Polônia terem votado tc7o ligeiram ente SIM. Foi so rte que vocês nos sal va ram. Não precisarnos de marxistas na Europa Central para nos guiar desde o berço até o túm ulo. Precisamos menos de UE e mais liberdade ", dep lorou um a po lonesa. 110
Ingleses l'evollados J)elo me110s/Jl'CZO cio gm1cr110 e da UE Os britâni cos senti ram-se in timamente concerni dos pelo referendo irlandês. Eis o q ue come ntaram a lg un s d iá ri os co mo o "T im es" de Londres: " Ótimo CATOLIC ISMO
pelos irlandeses. Agora podernos esperar ca ir fora juntos da UE"; "Ouçam bern, políticos britânicos: vosso Lrabalho é j ogar no sentido que o eleitorado vos pede, e NÃO embaralhar as cartas para enganá-lo"; " Os irlandeses nos sa lvaram da constituição introduzida pela porta dos fundos e dera,n a mesrna resposta que o povo inglês daria "; "A UE está virando um rnonstro antidemocrático que visa impor um gove rno centralizado. Eujá.fui um.fã da UE, ago-
ern impostos. /-lá Estado demais na França, e ainda mais em Bruxelas. NJET!"; "Uma To rre de Babe l dirigida por tecnocratas apátridas e manipuladores. [. .. ] Dezenas de milhões de europeus compartilham vosso sentimento, e eu sinto-me f eliz de estar em sintonia hoj e com essa imensa maioria silenciosa ".
GREGÓRIO VIVAN CO LOPES
Pal'tidários <la UE ,·evelam eSJJÍl'ito clitatol'ial A ocas ião deu azo para os simpatiza ntes da UE e do péss imo Tratado revelarem se u temperamento ditatorial. Assim , e ntre muitos o utro s, alguns e uropeístas escreveram : "O voto popular é um horro1: O que é que pretendem ser e saber essas pessoas do povo, para opinar em questões importantes! Os povos da Europa são bons apenas para ver fut ebol". E a inda: "Devolvam o dinheiro! A Irlanda deveria reembolsar as c1;judas que a Europa lhe deu durante anos!"; ''.foi uma j ornada triste. O 'povo' não quer Eu ropa. Ele não quer evolui,: Ele não entendeu nada"; "É preciso banir os referendos das Constituições".
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ra sou inimigo de morte e acredito que a Ing laterra tem que ca ir f ora. Por que nosso governo entrega nossa soberania a burocratas sem rosto?"; "Agora os marxistas estc7o passando m.al. Graças a Deus "; "Se se consultasse a todos os povos europeus, a resposta seria unâni111e pelo NÃO a um tratado indig esto e sem alma ". Os le ito res do " Lc Figa ro" de Pari s não foram menos enfáti cos: "Europeístas de· toda espécie, exilai- vos ... de ixai a França e ide a Bruxelas, onde sereis pagos gordamente elaborando leis ineptas e ditatoriais"; "Chega de Tratado, chega de Turqu ia. Obrigado, irlandeses"; "Irlanda liberal recusa a União Soviética da Europa! " ; "Nós NÃO QUEREMOS esta Europa tecnocrática e opressora que nos tira a liberdade, a soberania, que só é boa para deg lutir bilhões
O belo e o aberrante
Os líderes da UE entregaram -se de imed iato à tarefa de fo1jar novo arti fíc io para atingi r sua meta. Ou sej a, a construção de um a Repú bli ca Unive rsa l a partir das ruín as da ri standade e uropé ia, em virulenta opos ição à mora l católi ca. O que fa rão ago ra? Uma co isa é certa : os povos e uropeus não os aco mpanham. Por isso, como escreve u um inte rnauta: "Não lhes resta senc7o driblar a vontade do povo " . Quer li zer, des respeitar co m a lguma velhacari a a vontade da Irl anda. Em no me da democrac ia, é claro ! Rotunda e contraditoriamente, a li ás. • E-mail do auror: ca1olicismo@ca1olicismo com br
Notas: 1. b.J.1.p://hiclclen i reland.word Jress.c m 28/vote- no-to-1isbon/. 2 . h t t p : / / n e w s. bbc .co . u k /2/ h i / u k nc ws/ northern ireland/7450602.stm . 3. " Evening Heral d", 9-6-08. 4. b.l.1.p:/ www.sa -no21i sbon.blo s 10 · 1 5. ''Diário Econômico", Lisboa , 12-6-08.
A
revolução nos costumes, que há muito tempo conta mina o Oci de nte, co ndu z ge ralm e nte ao aberrante: arquitetura louca, pinturas extravagantes, músicas cacofünicas, trajes abs urdos , modos cafaj es tes, a lé m de muitas outras manifestações em diversos campos. Assim co mo ex iste um requinte para o belo, ex iste também um requinte para o aberrante. E se o primeiro chega a tocar o Céu, o seg undo nos leva direta me nte ao infe rno. A esse respe ito, Plínio Corrêa de Oliveira nos legou uma verdadeira escola de di scernimento psicológico, que se refl ete admirave lmente na seção Ambientes, Costwnes, Civilizações, duran te muitos anos red igida e publicada por e le em Catolicismo , na qua l ressa lta o contraste entre o verdadeiramente belo e essas mani festações modernas de extravagância e aberração. Multiplicam-se hoje quase ao infinito tais excrescênc ias, que poderi am fornecer abundante material para lumin osos come ntári os do ilu stre escritor.
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Tome-se por exempl o o uso de brincos por moças e senhoras . É um ado rno que, utili zado com discrição e bom gosto, sempre fo i ad mitido com naturalidade nos povos c ivili zados. D esde os brincos de pérolas e diamantes de princesas e ra inhas, até as simples bijuterias re luzentes ostentadas di gnamente por simples camponesas. O primeiro quadro - do pintor holandês Vermeer ( 1632- 1675), intitul ado Moça con·,. brinco de pérola - é um exempl o fri sante do que que rf'mos di zer. O brilh o moderado do brinco é o
adeq uado para rea l~ar discretamente a ca ndura e a inocênci a presentes no rosto, sobretudo no o lh ar, da moça ainda muito jovem. O jogo de luz e sombra é perfeito, de modo a ressa ltar as vestes de boa qua lidade, que denotam uma fi lha da alta burguesia flamenga da época, vivendo num ambiente psico logicamente calmo e moralmente e levado. *
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Em sentido contrári o, vem se generalizando ultimame nte o uso dos chamados piercings , tanto para mulheres como para home ns, perfurando lábios, nari z (co mo gado), toda a conc ha auricular, língua, pálpebras e o rosto e m gera l. Como a tendênc ia não é para o belo, mas para o extravaga nte, nem é pa ra o c ivili zado, mas para a barbárie, pode-se c hegar por esse caminho à total deformação da fisionomia física e mora l de uma pessoa. Veja-se a segunda foto. A brasile ira E laine Davidson, que mora na Escóc ia, entro u para o Guinness, o livro dos recordes , ao ex ibir alguns de seus 5.920 piercings es palhados por todo o corpo (Agênc ia Reuters). Um abs urdo e uma extravagância que, ao contrário do brin co no quadro de Yermeer, deformam o corpo hum ano como o faziam selvage ns e m muitos países. Ora, a natureza humana foi criad a à imagem e seme lhança de Deus. Deformá- la propositadamente signifi ca assemelhar-se ao demônio, ainda que não se tenha isso em vi sta, pois é ele o ser que deformou a si pró pri o. •
E-ma il do auror: gregorio @catoli cismo.com.br
JULHO 2008 -
U ma imensa mutação sob o rótulo "cultural" transforma mentalidades, costumes, leis, e em última análise extingue o senso moral e a religião. Suas espantosas conseqüências geraram, em contrapartida, uma reação conservadora que opõe resistências inesperadas. Lu1s DuFAUR
no me da pequena l sabe ll a, atrozmente assassinada, ainda está na me nte de todos. Sua morte tem um as pecto espec ia lme nte estarrececlor: a ausênc ia ele senso mora l e m quem a matou. Essa com pl eta a usê ncia ele senso moral causa calafrios. E o pior é que se trata ele um fenômeno que parece estar se generali zando, como se gerações inteiras estivessem imbuídas de que não há bem nem mal. Ou, como apregoavam os revoluc ionários de Maio ele 68, "é proi bido proibir". 1 Na "cultura nova" tudo está permitido, tudo é " normal". Tudo pode ser praticado, mesmo o mais horrendo, sem causar re morsos ou dor ele consc iência. Com a ausênc ia ele valores da família, crimes co mo o perpetrado contra [sabell a acontecem sem que os autores se sintam ating idos pelo aspecto mo nstruoso do que fi zeram. Mas isso não é normal. Algo trabalha para para lisar o senso moral.
º
Fatol' que anestesia o senso cio bem e do mal Há pouco, a polícia austríaca prendeu um homem que manteve sua filha e m cative iro no porão de casa durante 24 anos e a obrigou a manter com e le re lações incestuosas, gerando sete filhos . Um de les morreu pouco depois ele nascer, sem ass istência médica, e três mmca tinham visto a lu z cio so l quando a políci a os encontrou. Na Alemanha, cri anças buscando algo no freezer ele sua
casa depararam-se com os cadáveres ele três irmãozinhos, que a mãe abortara e ali guardara . Crimes, infe li zmente sempre se praticara m neste vale ele lág rimas, desde Caim. Mas o que nunca se vira e m tão larga escala é tanta insensibilidade moral di ante ele fo rmas inexcog itadas de maldade. O que se passa nas mentes? A noção mai s bás ica da moral , que é o respeito instintivo pela vicia, parece apagada em muitas mentes. Tirar a vicia ele embriões humanos em ex periê nc ias de laboratóri o é contra a natureza, não e ncontra base no Direito natural , fundamento ele todo dire ito. Entretanto, foram aprovadas no Supremo Tribunal Federal experiênc ias com células-tronco e mbrionárias, o que supõe a supressão ele vicias huma nas embri onári as. É como se uma o utra humanidade sem entranhas, desprovida ele sentimentos, estivesse ocupando os espaços ele um gênero huma no o utrora modelado pela fé e pela razão.
E11ga11adoms aparências de ,wrmalidacle Há poucos meses, atravessei quoti dianame nte a reg ião cio Sarre, na Alemanha. Era aprazíve l ver a boa ordem das c idadezinhas do percurso. Estradas e ruas bem asfaltadas, s in a li zadas e lim pas; trânsito inte nso, mas flue nte e ordenado. As casas - camponesas, operárias ou pequeno-burguesas - sempre bem arra njadas, com be los jarclinzinhos, carros novos ou semi- novos no estacionamento. Através das jane las, com cortininhas
JULHO2008 -
e fl o res, transparecia o ca lo r de a mbi entes be m equipados e aco ~c hegantes. Po ré m , um a o u o utra vez, sa ltava como uma fe ra a impressão de que qua lque r coisa de sórdid o se mex ia de ntro daqu e la orde nação ma te ri a l exímia. Essa impressão intriga nte contradi zia as a parê nc ias mai s palpáve is. Apa rê nc ias ... qua nto e las pode m e nganar! B as tava, no e ntanto, e ntrar numa ig reja da região para ve r te mplos restaurados, im pecáve is .. . mas vaz ios . Liturg ias he te rogêneas para um esquálido punhado de senhoras idosas da pa róqui a. A s po pul ações daque las c idades supe ro rde nadas vive m a s upre m a desorde m de não praticar ma is re lig ião a lg uma ! C rianç as? Muito raras nas ru as. Jo ve ns? Po ucos, m as com muitos pie rc ings, j aquetas com sinai s roque iros ou demo níacos. Em certo posto de gasolina, um a migo mostroume uma co leção de ído los e de mô nios à ve nda. E m pl ásti co, ba ratinhos, provavelme nte produ zidos na C hina. Casa is be m constituídos? Outra raridade .. . Modas? Uma competição de e xtra vagâ nc ias. A úni ca no ta comum, a li ás tirânica , é que a e legânc ia e o bo m gos to fo ra m expul sos .
Revolução religiosa sob aparência <le "mlldança Cllltural" A e xpli cação para es te dram á ti co quadro, e u a o uvi de um j ovem sacerdo te a le mão. Ele é cape lão num impecáve l asilo pa ra anc iãos, ma ntido po rrelig iosas f ra nc isca nas de ze lo e ca ridade admirá ve is, e me in fo rm o u: O S r. vê como esta casa está be m o rga ni zada. Os a nc iãos, e xe mpl a rme nte be m tra tados pe las re li g iosas. Po is be m , a té po ucos anos atrás havi a fila ele candida tos para obter vaga, hoje não há ma is. Há até quartos vazios. O Sr. sabe: é a e utanás ia. O s filh os combinam com os pa is. E a inda os ma neiam e nterrar, e m 70% dos casos,
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CATOLICISMO
como "anô nimos", para não te re m despesas e e vi ta r os trâ mites burocráti cos, que pode m atrapa lhar as fé ri as. Ele de u o utros porme no res dessa s inistra situação. Conto u casos . Confessou
Propagando do cultural war
seu desconcerto a nte uma descri sti a ni zação tão profund a, que seu aposto lado sacerdota l não consegue reve rte r: É um pro ble ma c ul tura l, está na c ultura. A ge nte prega, o rga ni za tr íduos, mi ssas e proc issões. De po is, até os me lho res ime rgem nessa "c ultura" que está a í, e acabam se contag iando. Sim , essa horríve l produção ele a lmas ·care ntes ele sentime ntos retos e escrúpulos ocorre com ares ele " muda nça c ultura l" . Mas, no fim cio processo, des fecha na extinção da re li g ião . No f undo, é uma artic ul ada revo lução anti-re i ig iosa.
"Mudança cultural" (Jlle revoluciona as cabeças Nas cave rn os idades ela inte lectu a li clacle soc ia li sta e uropé ia, a lude-se a e la
como Re vo lução C ultura l. Nos E UA a de no mina m , aliás com ma is fo rça, cullural war (g uerra c ultu ra l). Essa cullu ral war, o u Re vo lução C ul tura l, te m um marco hi stó rico cio qu a l muito se fa lo u nestes últimos meses : a Re vo lução ele M a io ele 1968, na Uni ve rs id ade de Pa ri s, ma is co nhec id a co mo Sorbo nne (o no me te m o rige m no cônego Ro be rt ele Sorbo nne, cape lão e confessor ele São Luís IX , re i, que a fund o u no sécul o XIII , apogeu da Idade Médi a) . A So rbo nne moderna s in tet izo u num só m o vim e nto te ndênc ias como o hippi smo, o ig ua litari smo, o pac ifi smo, o eco logismo, o fe mini smo e a "c ultu ra da d roga", j á muito desenvo lvidas nos EUA . Ela se co nsorc io u com os mo vime ntos co ntestatá ri os que aba laram a Ig rej a Cató lica a pós o Conc íli o Vati cano lL Laure nt Joffrin , diretor do j o rna l pari s ie nse " Libératio n" , po rta-voz cios sorbo ni anos e m re vo lta, s ublinh o u qu e "os aconlecim.enlos de 1968 [. .. }
p rolongaram a Re vo lução .fiwicesa. [. ..] O vento do Vaticano li soprou sobre a poeira das igrejas, e a voz dos e ristãos de esquerda começou a dominar o cor9 católico. [. .. ] Enlão, naluralmenle, a revolta contra a 1radição seguiu pela ,nesrna via ".2 O s revo luc io ná ri os sorbo hi a nos, pa ra pregar a liquidação cio senso mo ra l q ue está impresso na a lma ele cada ho me m, di z ia m: " Um po li c ia l do rme e m cada um ele nós, é prec iso matá- lo". D e fato , o senso mora l é comparável a um po li cia l qu e apo nta co ntinu a me nte o qu e estc'í certo o u e rrado, o q ue é bo m o u mau, o que é belo o u fe io . E les g rafitara m esse prin cíp io nos muros. Desde então e le ve m sendo apli cado e m esco las e uni ve rsidades, com di scursos di versos, po r corre ntes pedagóg icas, artísti cas, fil osófi cas, ps ico lóg icas o u comporta me nta is. Essas corre ntes justifi ca m estilos ele vida, modos ele ser, moelas, fo rmas artísticas " sem co m-
pl exos", que se espa lha m na soc iedade. E a mídi a os consagra da ndo- lhes a lta ressonâ nc ia.
os do nos leg ítimos ele modo cada vez ma is de prec iativo, e seus dire itos te nde m a fi car mo ralme nte des val o ri zados.
Exemplo: o bamli<lo justilica<lo, o propriet;ário penalizado
Crime e loucura inspiram a moda e a arte
Da Ale manha volte i parn S ão Paulo. Pe rcorri ele no vo as ruas ele meu ba irro . A difere nça com as c idadezinhas do Sarre salta aos olhos: g rades, muros, ce rcas e létricas, câmaras ele segurança, ho lofotes a utomáti cos, a larmes, pl acas anunci a ndo a e mpresa que mo nito ra esta casa o u aque le prédi o, po rta ri as com vidros blindados, seguranças com rádi o, g uari tas com g uardi ões ele ru a, c ac ho rros. Nos anos 70, as mes mas ruas, casas e prédios ex ibi a m simpáti cos e fl o ridos jardins; cercas vegeta is, murinhos, g rades orna me nta is e po rtinho las e nfe itadas marcava m a di visória. Tudo mudo u. A insegurança asso mbra o ba irro o nde antes e ra no rmal o uso despreocupado da pro pried ade. A rua se parece com um corredo r carcerári o de luxo, finan c iado pe los próprios " presos" ac uados pe lo medo. Essa inve rsão te m uma causa profunda. O s sorbo nia nos que oc uparam as cátedras unive rs itá rias, os ministé rios e os tribun a is pregava m e e ns in a va m : " S e que res ser fe li z, e nfo rca te u pro prietário". Ou a inda: "Aque les que fec ham a porta com c have são timoratos, porta nto inimi gos" . " Rico" , "capita li sta", " burg uês", "egoísta": a "c ultura no va" trata
O po lic ia l, que vig ia o respe ito à le i e à o rde m pública, ele be ne mé rito pas. o u a inimi go nº 1. " Po nha um poli cia l na mi ra do seu fu z il " - di zia m rindo os jo ve ns revoluc io nári os que de to na ram a Re vo lução C ultu ra l. E ac resce ntava m , como que brinca ndo: "A ma is be la esc ultura é o parale le pípedo que j ogamos na boca do po lic ia l". " Se e ncontras um po li c ia l, qu e bra-lhe a cara" , e ra o utra palavra ele o rde m da contestação. Em 1970, tinha-se a inda a convicção ele que os ba ndidos acabari a m na pri são. Ali purga ri a m seus c rimes o u fi cari a m to lhid os d e re in c idir ne les . Ta mbé m ac hava-se natura l que os de me ntes fossem e ncerrados e m casas ele saúde espec ia is. Eram medidas para preservar a sanidade e a paz social. A ofens iva "c ultura l" inve rte u os te rmos: o bandido é natura lmente bom ; e a sociedade, com suas desigualdades ou "injustiças", é que os leva a de linqüir. E essas desigualdades foram cavadas - e is outro sofi sma "cultura l" - pe los "ricos, " brancos" , " burgueses" de "c lasse média". A " no va cultura" desenvo lve u a inda um novo conceito de "dire ito humano" que, na prática, só func iona e m fa vo r cio marg inal. Para os que a pregam, a "cultu ra ve-
lha" reprime injustamente também os loucos. Estes exprimiriam o que ferme nta ele mais ava nçado nas profundezas da humanidade. Artistas futuri stas, anarquistas, drogados, loucos: são todos partícipes ele um dantesco élan universal. Que ruma para o inferno, ac rescentaríamos nós. " Não ! reclargúe m os revo luc ionários culturais esse é lan desemboca na ' nova cultura ' cio espo ntâ neo. Eles j á expe rime ntam uma vicia em que ' a imaginação to mou conta do pode r"'. O que parecia um ditado galhofe iro e irreali záve l dos utopistas ele 68 fo i se to rnando tendência; e, e m alguns países, le i: "Abramos as portas cios hospíc ios, das prisões e outras Fac uldades". Como se os cárceres e hospitais psiquiátricos fosse m centros ele ensino superior. "Os lo ucos são os que estão cio lado ele fora", afix aram num hospita l psiquiátrico italiano. "Aqui , tudo é espo ntâ neo" - com esse s logan , os re vo luc io ná rios culturais de 68 "explicavam" o que bra-que bra ele carros, casas, loj as e logrado uros públicos. Obvia me nte, não falto u que m protes tasse. Mas a res posta de les e ra , ao mesmo te mpo, um a garga lhada e uma ameaça ele extinção: " Burg ueses ' vocês não e nte nde m nada !".
Demolimlo o respeito pelos supeJ'iores O s pa is, os a vós, os s upe riores, os pro fessores, os c hefes no traba lho, as a uto rid ades públi c as, os profi ss io na is
"A 'revolu ção cultural ' instalo - se na universidade", afirmavam alarmados o jornais franceses em 1968
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La «révolution culturelle>> s'installe à l'université D ,1
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Avant un vote de censure difficile JULHO2008 -
graduados, todos eles, cada um na sua situação, eram antes objeto de uma forma de respeito peculiar: famili ar, social, profi ssional, oficial. A Revolução Cultural fez questão de demolir todas essas respeitabilidades, todas essas relações de veneração, proteção e obediência, e visa a liquidar todas as leis, pátrias e fronteiras. Não usa os bruta is métodos bolchevi stas nem as sádicas sessões de re-educação da Re vo lução C ul tural de MaoTsé-Tung. A arma da Revo lução C ultural é a derri são. Ela escarnece de públi co todos esses va lores, oste ntando um sorriso " bon enfa nt" , " ingênuo", "espontâneo". A fo to do líder de M aio de 68, D a ni e l Cohn- Be ndit, faze ndo ca re tas para um po lic ial, é toda uma aula prática da nova contestação [foto à dir.]. "A insolê nc ia é a nova arma revo luc ionária"; " O respe ito se perde. Sobretudo não o procures de vo lta" - repeti am em tom de deboche os novos contestatários. Na Igrej a, a abo lição do respe ito à condição sacerdotal e reli g iosa fo i empreendida po r teó logos e ec les iás ticos que fi zeram sua própri a Revolução C ultu ral: " Nós estamos nesta revolução sem ignorar que ela implica um re-questi onamento do cri stiani smo e m todas suas form as d e pe nsa me nto, ex pressão e ação", cla mara m o ito grupos cató licos e protestantes reunidos no colóquio "Cri stiani smo e revo lução", em Pari s, nas vésperas do incêndio revoluc io nário sorboniano. 3 No Brasil , as CEBs jogaram-se decididamente nessa senda sob a batuta da Teologia da Libertação. Segundo as conve niê nc ias, anti gos mili ta ntes ela Ação Católica engaj aram-se na g uerrilha e no terrori smo.
Radical demolição cultural do ensino Na escola, uma auréola de ve nerabi1idacle e nvo lvi a o pro fessor. O própri o estabelec imento de ensino usufruía essa respeitabilidade, máx ime quando mantido por re li giosos ou re lig iosas, representantes de Deus ante os a lunos. Mas, na "guerra cultural" , o professor, a mestra, o representante de De us, o próprio pai e a pró pria mãe são ma lfazejos: eles reprimem! E os alunos que os achincalham são inocentados e até apla udidos .
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"O que é um mestre, um Deus? Um e outro são uma imagem do pai e exercem um a fun ção o press iva po r defini ção", proclamavam os revo luc ionári os de 68. E a inda propunh am aos alunos bruta lme nte: " Não di ga mais 'Senhor professor', di ga: 'arrebenta, patife "'. A inversão cultu ral chegou ao d itado fe roz: " Devorai vossos professores" ; ou ao mais expli c itame nte anárquico: " Ne m mes tre,
ne m De us, nem reg ra". Nesse po nto , como em outros, Maio de 1968 inspirouse na Revo lução F rancesa. Em seu di scurso ele 3 de dezemb ro de 1792, na Conve nção, pedindo a morte imedi ata do Rei, o sanguinári o Robespi erre afirmava que " para c ime ntar a República nascente é prec iso gravar profundamente nos corações o desprezo pela realeza".4 A indi sc iplina e o caos depredaram estabe lecime ntos educativos, arrebentaram com o materi al pedagóg ico, emporcalharam as aulas e m escolas e universidades . Vimos isso na Universidade ele São Paulo no ano passado, por exemplo. Para a Revolução C ultu ral, essas destruições são um triunfo. Imitam as badernas de Maio ele 68. "A degradação cio materi al desta Faculdade burguesa é a ex pressão da arte revo luc ionári a", exclamavam e m Pari s. "Tere mos um bo m professo r no di a em que cada um será o professo r de si própri o", proc lamavam os mesmos revolucionários culturais. Se o pro fessor não serve para mais nada, só resta a anarqui a.
O pl'Ogl'esso <la civilização contestado "cultul'almente" Em 1970 ainda havia fo rtes resquícios da crença de que o progresso venceria a doença, a pobreza e a ignorâ nc ia. Sempre mais ricos, saudáveis, sati sfeitos e instruídos, os homens ascenderiam a novos patamares de felicidade e civilização. O caminho do fu turo estava ting ido de azul. A Revo lução C ulLu ral in.cutiu o desinteresse por esse futuro: " Parem o mundo, que eu quero descer", d iziam sorbonianos e hippies. Ela incensou o contrário do homem culto e realizado [foto à esq. 1. Como que se divertindo com a peraltice, pichou as paredes de Pari s com o slogan "Eu sonho ser um imbecil fe li z", que traduzia o olhar aparvalhado do hippy. Nos anos 70, julgava-se que a economia abriria as avenidas da prosperidade. O trabalho multiplicado pela tecnologia se ex pandiria sem fim. Porém, os profetas cio Maio francês tinham outra bandeira: "Jamais trabalhar"; "A economia está ferida, que arrebente". A vagabundagem do hippy fo i um pre lúdio da aparição, no Brasil ou na França, dos sem-teto, dos sem-terra. No fundo, dos sem-lei. O progresso foi apontado corno inimi-
go. Em 1970, conqui star novas terras para a produção era expandir a riqueza cio Brasil e do mundo. Para a Revo lução Cultural, isso ameaçava o País e o planeta todo. Como se este outro slogan de 68 fosse a fina ponta da verdade: "A floresta precede o ho mem. O deserto o segue". Hoj e o ecologismo radica l proclama em prosa e verso o mesmo sofisma com pretextos c ientífi cos o u não - para cortar a ex pansão da civili zação.
te, com a natu ra lidade de quem inaug ura um novo consultó rio médi co. Fo i a entrada da Nova Era, e m no me de uma nova cul tura , para uma hum anidade ta mbé m nova. A droga, a hiper-tecnologia e o oculti smo tornaram-se os "sacrame ntos" da " libertação c ultu ra l". No Bras il , a ay huasca já teve seu uso permiti do pe la SENAD (Secretari a Nac iona l Anti -Drogas), e m ritos da Religião ela Floresta (Santo Da ime).
"Sacramentos" da "libertação cultural"
Ódio a11tic1·istão da Revolução Cultural
Por vo lta cio ano 70, o rock n' ro ll progredi a. Do mero frenes i rítmico e da estridê nc ia antime lód ica de Elvi s Pres ley, jogavam-se os j ovens no de lírio da droga. Os Beatles então exaltavam o LSD ("Lucy in the S ky with D ia mo nds"), e o filme "Ye llow subrn arine" ex ibia para o não- inic iado os efe itos de uma " viagem" causada pe la ingestão de a luc inógenos. O s hábe is cunhadores de slogans de Maio de 68 consagrara m a tendência. " O álcool mata, to me LSD", apregoavam desinibicla rne nte. Depo is diriam que o tabaco faz mal, mas a maconha é terapêutica; o u que o ácido lisérgico e xpande as fronteiras de cri atividade; ou ainda que ajuda a fu gir da opressão repressora da rea lidade. A "c ul tura ela d roga" fo i ganhando c idadani a, e passeatas pediram s ua legali zação. Q uem fosse contra sua descrimina li zação seri a apontado pe la moda e por certa míd ia como repressor, cerceado r ele um d ire ilo humano ex pandido. A droga fo i um do, in strume ntos para insta lar a imagin ação no poder. Mas não fo i o único. As novas tecnolog ias da imagem, as profec ias bru mosas de Marsha l Mc Luhan Uunto com Marx, Mao e M arcuse, eram os quatro M s de Ma io de 68) acenderam a ilusão tóx ica de uma vi da sem lógica ne m razão. Houve mais. A Revo lução C ul tural impo rtou práticas enfe itiçadoras e autohipnóticas do O riente. Os Beatles voltaram da Índi a com um mestre espiritu al: o guru Mahari shi Yogui. O exemplo espalhou-se. Salas de yoga, med itação tra nscendenta l e o utras " técnicas" o rie ntais, para entrar e m contato com as energ ias infernais, abri ra m-se um pouco por toda par-
E sobre o doce jugo de Nosso Senhor Jes us Cri sto e de sua Santa [greja? Oi -
dos; e os teólogos de vanguarda os reves tiram de al a mbicados raci ocínios, para escapar à censura da Igrej a. Uma de suas frases lapidares resumi a todo esse imenso leque de " mutações culturais": " Revolução C ultu ra l contra uma soc iedade de robôs", pressupondo fal samente que que m ama e obedece a seus superiores naturai s é um ente sem inteligênc ia ne m vo ntade própri a. Ou ainda: "A cul tura é a inversão da vida". Talvez esta sej a a defini ção mai s clara da Revolução C ultu ra l: virar o mundo ao avesso sob capa de "cul tura" . Não apenas modificá- lo cá e lá, mas instalar em cada meand ro o seu oposto mais horroroso.
Os Beatles voltaram do lndio com um mestre espiritual : o guru Moharishi Yogui. O exemplo espalhou-se.
ante da s imples perg un ta, o to m lúdicofes ti vo da Revolução Cul tural muda completamente. No seu âmago não confessado, crepi ta m os impul sos ele Maio ele 68 com mais ód io do que nunca: "Co rno se pode pensar livre mente à sombra de uma cape la?" ; " Descri stiani zemos a Sorbonne". Pi o r: "Aind a q ue Deus ex ist isse, seri a preciso suprimi -lo"; " O sagrado, e is o inimigo" ; "Nem mestre, ne m De us. Eu sou De us" . Mais exp líc ita e bl asfemamente ainda: "Aba ixo o canalha de Nazaré". Neste ponto, a " guerra cultu ra l" mostra sua dimensão re lig iosa.
Pôr todo o mwulo de cahcça para baLYO Os fab ricantes de slogans de 68 res umi ra m e m frases d iretas o que fi lósofos desenvo lveram e m intérmi nos trata-
Durante Maio de 68, um diário anunc iou estar em curso uma Revolução incomparavelmente mais profunda do que a de 1789, e que ao cabo de la os home ns que e ntão se c umprime ntavam com a mão direita fá-lo-iam com a esquerda. Se esse co mentári o foi e m a lgo utó pi co, deve-se admitir, no e nta nto, que essa Revo lução disseminou fó rmulas até mais ex travaga ntes que o handshake com a mão esquerda.
O segre<lo <la Revolução Cultural: a autogestão Os propulsores dessa "guerra cultura l" não constataram que, pe la aplicação de seus princípi os, a c ivilização cairi a por terra? Que de la só ficariam ruínas? O mais espantoso é que os " revo lucionários cultu rais" não negavam querer redu zir tudo a ruínas. Porém, tinham uma
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vi sua lização e ni gmática dessa catás trofe: "Aqui , e m breve, ruínas charmosas", exclamavam em Pari s. Como se da demolição da ordem se evo lasse um perfume inefável! Por certo, os que desej amos a ordem qualificamos de fétido, caos e anarquia esse pretenso charme. Eles, entretanto, espera m que nessa demo li ção algo inesperado se mani feste. O que seri a esse algo? Os artífices dessa imensa revolução sonhavam introduzir o mundo e m novas estruturas sóc io-econ ô mi cas ada ptadas ao " novo ambie nte cultural ". Elas tinham um nome e uma fórmula, que os líderes de Maio de 68 afixavam e m cartazes e bradavam em slogans. Em algumas fábri cas, a fórmula conseguira ava nços sob o influx o dos " padres ope rári os", que preparavam a revo lução na Ig reja. Chamava-se autogestão . Em nosso Pa ís, começou-se a falar dela nos primórdios da infiltração revo lucionária da Ação Católica, no fim dos anos 30 e iníc ios dos 40: o sel,f government de nunciado pe lo Prof. Plíni o Corrêa de Oliveira no livro Em Defesa da Ação Católica. Se a Revoluçcio Cultural consegui sse implantá- la, a autogestão fec hari a com cadeado de ferro a colossal mutação cul tural e a consolidaria. No Bras il dos anos 70, uma companhe ira de viagem já hav ia aberto ca mi nho para a autogestão. Eram as CE Bs, células revo luci o ná rias e nqui stadas na Igreja, funci onando como comunidades autocéfa las. Elas e laboravam sua interpretação do Evangelho sem Magistério, fo rj ava m sua liturgia sem sacerdóc io e se governavam sem hierarqui a. Na Ni carágua, a ali ança de guerrilhe iros marxistas e teólogos da Libertação era profunda e ap resentava-se co mo fa ro l. D. He lde r Câ mara, D . Casa ld á li ga, Fre i Beto, (ex)-frei Boff impe li a m o País para esse obj etivo.
veria sua autonomia própria e m plena liberdade. Uma sociedade que se organizari a po r meio de conselhos operários, ca mponeses, estudantes, consumidores, que teriam esboçado essa nova soc iedade que se in stituiri a na base da autogestão". Poré m, reconheceu e le que "fo i lá precisamente onde 68 se enganou". 5 O que esses líderes não di ziam é que a autogestão é a realização mais ousada e radica l do comuni smo. Era a meta da então a inda ex istente URSS.
Os revo lucionári os de 68 insultavam o marx ismo o rtodoxo e a obediência soviética, deblateravam contra o PC francês. Mas, de fato, os protegiam em tudo, como a hiena e m re lação a seus filhotes. O Kre mlin e o PCF, en tão decrépitos , podi am desabar. A tocha da última etapa do comuni smo fi cava nas mãos de seus legítimos herde iros, os porta- bande iras da Revo lução Cultu ra l e da autogestão. . Po ndo de lado o palavreado e nganoso, a a'l.rtogestão trazia a mais metic ulosa e im J)itaclura comunista pl acável ditadura j á excog itada. Aliás , raclical clisl'arçacla isso é muito expli cável. Na rea lidade, po ucos sabi am ao cerA " inversão da vida" pode, num pri to e m que consistia a autogestão. Mas me iro mo mento, incendi ar a conc upi sera o sonho, a utopi a. Daniel Cohn-Bencênc ia e e mpolgar, prometendo uma li dit, ho me m-símbo lo de Ma io de 68, esbertinagem desbragada . "Gozar sem li creveu: "Eu mes mo me de ixava e mba lar mites" era bandeira de 68. "Inventa i nope lo sonho de uma sociedade que, e manvas perversões sex uais", bradava-se na ci pando-se da a lie nação capita li sta, vi Sorbonne. E isto foi feito. Os resultados CATOLICISMO
tornaram -se rotineiros na mídia todos os dias, com seu cortejo de crimes hediondos. Poré m, como a "guerra cultu ral" faz ia uma torção antinatural da a lma humana, num prazo mais longo e la engendrari a ma l-estares espiritu ais in so ndáve is. Mais cedo o u ma is tarde, as pessoas se perguntari am se valeria a pena, e ne las reacender-se- iam saudades da norma lidade. Estas seriam inev itáveis. Era preciso que o mundo entrasse num esque ma irreversíve l no embalo da Revolução Cultural. Do contrário, pouco estari a fe ito. A " inversão da vida" , da orde m e da c ivili zação que a Igrej a in spirou nos séculos anteriores, prec isava ser fix ada por um a máquina opressiva universa l. No reg ime autogestionári o, a Revolução cul tural ter-se-ia instalado de modo irreversível, es magador, ditatorial. Mas isto era um segredo de poucos.
a no cio fracasso ela outra metade, que deveria comp letar o processo para subverter o mundo. Po r isso, J acq ues Ranc icre, professor da Sorbonne, co nstato u: "A liquidação inte lectua l dessa herança [ele Maio ele 68 1 hav ia começado co m a c hegada ao poder do Partido Soc ia li sta e m 198 1". 6
li Revolução Cultural suscita uma Contra-Rcmlução Cu/lura/ A Revo lução ul tura l seguiu seu curso sem o sistema político-soc ia l que de-
tica abo rtiva, visando pôr limites a e las ou mes mo extinguir o massacre dos inoce ntes. Im e nsa marc ha a nti -a bo rti sta ocorre todo mês de janeiro e m Was hington , e outras anál ogas multiplicam-se na Euro pa e nas Améri cas, co m partic ipação domi nante ela juve ntude. E a o nda abortista - poucas décadas atrás, tão agress iva e certa da vitória - hoje não tem militância para responder à altura. Nos E UA cogita-se e m fec har a brecha lega l que introd uz iu o a bo rto. Ao mesmo te mpo, numerosos estados a me-
Na França, o socialismo autogestionório não ousou contestar o manifesto, mas proibiu sua publicação. Na foto, o jornal alemão que estampou a matéria.
1981 devc,•ia ter COllljJletado 1968 Em 198 1, François Mitte rra ncl subiu à pres idênc ia francesa empunhando uma rosa na mão: a rosa cio socia li ·mo novo, autogestionári o; a rosa de M aio ele 68. Coube então ao Prof. Plínio orrêa de Oliveira a glória de denunciar ao mundo, quando ainda havia tempo, a an nacl ilha autogestionária: a ditadura tra ns-com unista radical que e la trazia no seu bojo. No hi stó rico mani festo "O soc ialismo autogestionári o: cm vista do comuni smo, barreira ou ca beça-ele-ponte? ", o insigne pensador e líder cató li co esmiuçou o estratagema autogestionári o do soc ia l ismo fran cês. O mani festo ocupava seis págin as de jorn al e fo i reprodu zido e m 52 países , num total de 33,5 milhões de exemplares. Na França, o soc iali smo autogestio nário não ousou contestá- lo, mas proibiu sua publi cação. Ne nhum grande jornal francês pôde estampá- lo, nem seq uer aq ueles que se tinham compro metido med iante contrato assinado. A conc lu são do epi sódi o fo i que Mitterrand retirou o projeto sem dar expli cações, e a autogestão não foi ap licada na França. Para li sada na França, não se a lastrou pelo mundo. 198 1 deveria ter sido o ano fatídico que co mpl etari a 1968. M as tornou-se o
veri a parafusa r a soc iedade e imped ir os retrocessos. Avan çou co mo uma le pra, insta lo u na vida de todos o dias contradições que cri ara m repul sa. O fervor li bertário começou de poi s a esfriar, e o oposto começou a tomar corpo. Gerou-se um colossa l paradoxo. Por c im a triunfava o vagalhão "c ultural " desatado por Maio ele 68, e os " revo luc ionári os cul turai s" ass umi am governos e postos de comando. Po r baixo, nas profundezas da opi nião pública, gestava-se um a o nda conservadora que pedia a interrupção do c urso "c ultural" lo uco. O choque fo i inev it,1vel. O aborto é um caso exempl ar. Nos a nos 70 , as passeatas fe mini stas pe lo abo rto suced iam-se e m c lima extremado ele obsceni dade e blasfêmi a. Hoje, e las murc hara m. As passeatas atuais são contra a prá-
ri ca nos adotaram legisl ações restrrtrvas que beiram à proibição gera l dessa prática ho mi c ida. O caso do Brasil também é característico. Segundo dados cio Datafolha, só 3% cios brasileiros acham o aborto " moralmente aceitáve l", e 87% o reprovam. Em nove mbro passado, a maioria cios ma is ele 5.000 age ntes de saúde na 13" Co nfe rê nc ia Nac io na l de Saúde vo to u contra o aborto. E era m eles os esco lhidos para ap rovar as políticas cio próprio governo ! O mini stro ela Saúde, José Gomes Temporão, declarou que ig noraria a resolução anti -aborto cio plenário. 7 Mas nega r certas realidades é co mo dar murro e m ponta de faca. Os " revoluc ionári os culturais" estabe lec idos e m governos e organi zações internac io nais não pretendem parar. Afinal, e les fi zera m uma metade cio cami -
nho e não querem largar a condução dessa marcha para o ab ismo.
Oposição ao "casamento" homosse;rnal O caso do cha mado "casame nto" homossex ua l é paradig mático também. Nos EUA , plebiscitos o baniram das consti tui ções ou legislações estaduai s na imensa maiori a dos estados. O engajamento popul ar contra o tal "casamento" (condenado na Sag rada Escritura) engrossou dec isivamente a o nda conservadora que reelegeu o pres ide nte George W. Bush. No momento, apenas o estado de Massachu setts o reconhece. A reação co nservadora mostra sua força . Contra o povo e a sua vontade soberana nas democrac ias - a "guerra cultural" in spira sentenças o u acórdãos ideo lógicos de juízes conqui stados por ela. O povo da Ca li fó rni a recusou esse "casa mento" e m pleb isc ito, mas os legis lado res tentaram ludibri ar o e leitorado com uma nova le i. O governador di scordou e vetou-a, mas agora a Corte Suprema estad ual a fez passar medi ante " interpretação constituc ional ". Os defensores da família obtiveram a marcação de mais um pleb iscito, para reformar a constituição estadual e e liminar as chi canas. A TFP a merica na publi cou extenso e documentado estudo defendendo a moral cató li ca contra o tal "casamento". 8 O e mbate continua. Na Itália, as esq uerdas qui sera m fazer passar de contrabando o "casamento" antinat ural , sob vestes de contrato civ il , o DICO. O golpe suscitou o protesto de mais de um milhão de pessoas: o Famil y Day. A manifestação constitu ía a lgo nunca visto no país. Os partidári os do DICO reuniram parcos milhares de pessoas e m ato s imultâneo. E o DICO não passou .. . Pouco de po is, as esqu e rdas so freram arrasado ra de rrota e le itora l no pl ano nac io na l. E para a prefe itura de Rom a foi e le ito um ca ndidato que não oc ulta seu passado na ex tre ma-d ire ita, c uj o cresc im e nto vertiginoso se fez com base em prin cípi os que contra ri a m a "gue rra cultural ": família, repressão ao crime e preservação el a influê nci a cató li ca na Itá li a, a meaçada pe la imi g ração muç ulman a.
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Em pl'Otcsto, milhões saem às r11as na Espanha Na Espanha, o governo soc iali sta do prime iro-mini stro Zapatero precipitou-se para incluir nas le is as mais chocantes re ivindi cações sexua is da Revo lução C ultural. Obteve o q ue queria, com a cumplicidade do mundo po líti co. Mas susc itou contra si manifestações populares que incentivaram milhões de espanhóis a protestar nas ruas. Anestesiada nas décadas do franquismo e centri smo, a corrente conservadora espanho la e m favor da fa míli a e da vida, e contra o "casamento" homossexual, não dá sinais de parar de crescer. Até membros do ep iscopado espanhol, muito pro penso ao "di álogo" e às acomodações face à "guerra c ultural", compareceram a essas manifes tações. Com isso, cessará a "guerra cultural"? Não, e la tem revidado com atuações provocadoras. Apelo pop11lar pela repressão ao c11mc e cm favor da polícia Também a glorificação do transgressor e a de moni zação da ação policial têm declinado. C lamo r em escala universal vem ex igindo mais segurança, mais polic iamento, mais co mbate à droga e à delinqüência. No Brasil, o filme "Tropa de E lite" lotou cinemas e empolgou platéias. Os ass iste ntes ovac io navam muitas vezes os atos mais repress ivos à delinqüência e, por isso mesmo, mais opostos à Revolução Cultural. Nunca se imaginou que isso pudesse acontecer em nosso País.9 Na França, tornou-se fato rotineiro alguns dos "ex-68" virem a público declarar-se favo ráve l a um a mai or intervenção da polícia contra a droga, as gangues e a anarq ui a nas esco las. E m síntese, contra as fa lsas " liberdades" que reivindicavam em 68.
Na Frn11ça, VCJlCC o apelo anti-rnvol11ção ele 68 Nesse mes mo país, o governo, parti dos e mídi a com prometeram-se a impedir que valores morais entrassem na cena política. Foi como erguer muros de areia para conter a maré. O clímax de vergonha em re lação à Revolução Cultu ral manifesto u-se claraCATOLICISMO
me nte na França. Sarkozy foi e le ito após pro meter: "Eu quero virar a página de Mai o 68". Ele pedira que o ele itorado se pronunciasse sobre a seguinte questão: "Se a herança de Mai o 68 deve ser perpetuada, ou se deve ser liquidada de uma vez por todas". E venceu a e leição com fo lga. Uma vez na presidência, não cumpriu o que prometera e praticou escândalos, a ponto de Daniel Cohn-Bendit apontálo como exemplo do ideário de 68. Assim , a Revolução Cultu ra l avança com base em truques politiqueiros e degradação moral e política. Na mídi a, "astros" do c inema e do escândalo sobe m aos cornos da lua, ex ibindo-se como figurinos da "cultura nova". Até quando o mundo prosseguirá dividindo-se dessa maneira?
Revolução Cultural VCl'SIIS "011da co11scrvadora" O professor Luiz Carl os Bresser-Pereira, da FGV-SP, avali a a situ ação a partir de um prisma de esquerda: "As duas revoluções terminaram: a revolução estudantil [de 68] fo i só um mome nto; a mudança na Igreja Católica perdeu fo rça na América Latina; [ ... ] os novos tempos foram tempos contra-revolucionários, tristemente conservado res". 'º E completou esse pensamento a jornali sta Laura Capigli one: "As saudades da família estruturada e m casamentos que obrigatoriamente duravam para se mpre, o repúdio às drogas, a ojeriza à política e o ostracismo das utopias igualitárias - um sonho ' regressista' - uma o nda conservadora parece ter varrido como tsunami os rastros deixados por 1968 no Brasil". 11 Talvez a desilusão a te nha levado a carregar as tintas. Mas há fatos que para a Revolução Cul tural são bastante desalentadores. Hoje, por exemplo, a Sorbonne . "é considerada um bastião da direita católica, hostil ao movimento estudantil de esquerda". 12 O jornal parisiense "Libération" pediu aos ex-protagonistas de Maio de 68 que escrevessem os slogans com que hoje pi chari am as paredes. Qual foi a reação deles? Desânimo e frustração: "Pior que o ruído das botas é o silêncio dos chinelos"; "2008, tudo acabou, eis os aristocratas de volta"; "Nossa geração está na noite, no
tédio"; "Aproveita, camarada, o pior está diante de ti"; "Tudo o que não está prescrito está proibido"; "O consumo tomou o poder" [Vide quadro ela p. 35]. E Pierre Marcelle, jornalista domesmo "Libération", co mpl eta cruamente: "Já ficamos identificados como coveiros ela mora lidade pública, eis que agora somos citados a prestar contas por nossa imora lid ade presumida. Ontem a ind a éramos considerados pedófilos por causa ele nossas más leituras. Eis-nos hoje, devoradores ele Viagra, velhos lúbri cos. A o rde m moral segue avançando". 13 E ainda um teste munho : "Quarenta a nos após a revolta ele Maio, a ambição procl amada é voltar aos ' val ores fundamentais"', sublinhou Paul-Henri du Limbert, vice-di retor do diário pari siense "Le Figaro". As resistências mora is crescem, sim . O desconcerto cios adeptos da "inversão cultural ", também. Mas não abando nam seu insano projeto.
lancl a, onde a constitui ção nac ional ex igiu um referendo. Na ilha de São Patrício, j ovens católicos e organizações contrá ri as ao aborto, sobretudo a Jri sh Society for a Chri stian Civilization, engajara m-se - infeli zme nte, sem o apo io cios bi spos numa luta de Davi contra Golias para impedir a aprovação desse Tratado anticristão. De fato, ele impõe o aborto e o "casame nto" ho mossexua l, que os católicos não podem aceitar sem re negar sua fé. Na reta fi nal, a ação desses poucos mas he ró icos irl a ndeses esc larece u o públi co, e o "N ÃO" venceu com fo lga: 53,4% contra 46,6%. Fo i uma vitória ela C ivili zação Cri stã. Com esse resultado, a Europa não deverá avançar no sentido cio Tratado de Lisboa. Po is, se os líde res ela UE respeitarem as regras da democrac ia - e muitos europe us não crêem
que isso ocorrerá - o velhaco Tratado não pode entrar em vigor. É a res istência à Revolução Cultural, empreendida por poucos, num esforço in extremis para defender os últimos resquícios ela Cri standade. Mas sobre eles desce a bê nção ele Nossa Senhora, como desceu na gruta ele Covaclonga, na Espanha, tornando vitoriosa a resistênci a de Don Pelayo, no século VIII, acuado pela invasão maometana junto com os últimos fiéis. Eis o cerne cio drama hodierno: ele um lado a Revolução Cul tural, levando à apostasia os homens pela perda cio senso moral. De outro a resistência, que só vencerá sob a bandeira ele Nossa Senhora. E e m Fátima Ela prometeu seu triunfo. • E-mail cio auto r: 1 isclu f, ur <il catoli c ismo.co m.br
Notas:
1. Apucl Philippe Darwin, Le petit libre rouge ele Mai 68, C ity Écl iti ons, Pari s, 2008. São também desta fonte os demais sloga ns ele Mai o ele 68 c itados nes te a rti go. 2. Toute la véri té su r Mai 68, G lobe, Paris, maio ele 1988. 3. "La Cro ix", Paris, 2-5-08. 4. "Le Livre No ir ele La Révo luti on Fra nça ise", Écl itions clu Cerf, Paris, 2008, p. 767. 5. Apucl "Le Nouvel Observa teur" , Paris, 27-3 a 2-4-08. 6. "Folha de S. Paulo" , 4-5-08. 7. "O Estado de S. Paulo" , 19- 11 -07 . 8. A publicação da TFP a merica na, intitul ada "Battling for Ame rica 's Sou!: /-fow f-lomosexua/ "Marriage " H1reatens Our Nation and Faith TFP Urges Lawful and Conscientious Resis/ance " fo i publicada em 5-6-08 em três grandes jornais: "New York Times", "The Los Angeles Times" e "The Washi ngton Times". 9. Ver Cato lic ismo, dez/2007, "Consulte, Presidente, Consu lte" . 1O. "O Estado de S. Paulo", 1 1-5-08. 11. "Fo lha de S. Paul o", 4-5-08. 12. "Folha de S. Paulo", 4-5-08. 13. "Libération" , Paris, 17-4-08.
Em c011t1·aposição, a rcsistê11cia él Rcvo/11ção C11Itw·al E nqua nto os quotidi anos paulistas fec havam suas ed ições cio dia, e me preparava eu para concluir este extenso artigo, noticio u-se que c hegara ao fim nos EUA o prol ongado duelo e ntre Hillary C linton e Barack Obama pela investidura democrata. Obama será o candidato. É difícil saber qual cios dois poderia aprofund ar mais a Revolução C ul tura l naquele país. No Brasil, o presidente Lul a inaugurou a 1ª Confe rência Nac ional de Homossex uai s, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transex uais (GLBT) e m Brasília, coorde nado pela Secretari a Espec ial cios Direitos Humanos (SED H) . Ela vi sa fo rmular um P lano Nac io nal ele Promoção da Cidadan ia e Direitos Humanos desses setores de ponta ela "guerra cultural " . Na Europa, as lideranças da União Eu ropé ia impõe m a toque de ca ix a a Constitui ção Europé ia, maq ui ada e renomeada Tratado ele Lisboa. O povo francês e o holandês já a havi am rejeitado e m fa mosos plebiscitos, e m 2005. Em vi sta di sso, os chefes ela UE querem aprová-la sem consultar a opini ão pública. E iam co nseguindo se u inte nto, quando e ntrou e m cena a pequena e católi ca Ir-
A imaginação tomou conta do poder
O consumo tomou o poder
Eles poderão cortar todas as flores, mas não impedirão a pri mavera
Tudo acabou, eis os aristocratas de retorno
No pasarán!
Nos pasaron!
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A poesia está na rua
Nossa gera ão está na noite, no tédio
Não à burocracia!
Para viver livres, vivamos com Previdência Social
Revolução Cultural contra uma sociedade de robôs
Aproveita, camarada, o pior está diante de ti. E é só o início
Seja realista, exija o impossível!
Sejam os realistas, peçamos um aumento de 170%
Vibração permanente e cultural
Durma. O residente cuida de nós
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Cohn-Bendit passará
Dany [Cohn-Bendit] está morto. Viva Sarkozy.
Ceder um pouco é capitular demais
Esqueça Maio de 68, foi há lustros!
Sob o calçamento, a praia
------- ·-Sob o calçamento, batatas fritas
O sonho de um mundo melhor
Sobreviver no presente
Gozar sem limites
Trabalhar sem limites
---------~-------------------------A luta continua
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A luta continua ... após os comerciais!
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fama de se us mil ag res e santidade de vida este ndi a-se pe las te rra s da Palestin a . Atorme ntada por de mô ni os e pelos remorsos ele sua consc iê nc ia culpada, Mari a fo i procurar o g rande Taumaturgo que al guns apo nta vam co mo sendo o M ess ias pro metido. Não sabi a que seus irmãos j á se tinham tornado seus di sc ípul os e rezavam fervo ro same nte po r sua conve rsão. O Senho r a pi edou-se de la e livroua de sete de mô nios (Me 16, 9), tocando-lhe ta mbé m pro fun da mente o coração.
/Jágrimas <lc
Santa Maria Madalena Contrição perfeita que levou à santidade Q uando todos os Apóstolos fugiram por ocasião da Paixão, u1n gl'upo de mulheres, entre elas Maria \lladalcna, pcrn1aneccu fielrncntc junto a Nossa Senhora aos pés da Cruz PLINI O M ARIA SOLIMEO
O
A Santa aos pés da Cruz
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CATOLICISMO
s Santos Evangelhos referemse a uma Mari a pecadora (Lc 7, 36-50), a uma Mari a irmã de Marta e Lázaro (Lc IO, 38-42, Jo 11), e a uma Maria Madalena. Os Padres gregos entendem que elas são três pessoas di stintas. Os Padres latinos, entretanto - desde Tertuli ano, Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho, São G regóri o Mag no, até São Bernardo e Santo Tomás de Aq uino - reconhecem nas três uma e mesma pessoa: a Santa Mari a Madalena penite nte, que seguiu Nosso Senhor duran te a Paixão. Basead os nes ta a uto ri zada o pi ni ão, que fo i adotada pe la Igreja, seguire mos os traços da vid a de Sa nta Mari a Mada lena - cuj a fes ta é ce lebrada a 22 de julho - seguin do os Sa ntos Evange lhos e as vá ri as trad ições que chegara m até nós.
A /) eCa(/()J'a da cidade ele Magda/a Mari a Mada lena teri a nascido em B etâ ni a, c id ade d a Ju dé ia , de pa is muito ricos, te ndo por irmãos Marta e Lázaro. Como parte de sua herança, recebe ra o caste lo de Magda la , ele o nde lhe veio o no me. Uma lenda fa la de sua esp lêndida fo rmosura, cabele ira fa mosa, de seu e nge nh o, e ap rese nta-a casada co m um do utor ela Le i q ue, muito c iumento, a tra ncava e m casa q uando saía. C heia d e vida, a lti va e impetu osa, Mari a te ri a sacudi do esse jugo e fu gido com um o fi c ial das tropas ele César. Estabe lecera m-se no caste lo ele Magcl a la , pe rto de Ca fa rn a um , de onde em breve o ru mo r ele suas desorde ns e escâ ndalos enche u a região. E nquanto isso, o divino Sa lvado r hav ia inic iado sua pe regrinação , e a
COlll/JUllÇfJO SÍIICCl'él
A partir ele e ntão, co meçou para Mada le na a co mpleta conversão. Ho rro ri zada a nte se us inúmeros pecados, e ca ti vada pe la bo n lade e mansidão ele Jesus, ela proc urav a um a ocas ião e m que pudesse mostra r- Lhe seu reconhecim nto e profund o arre pe ndimento. Essa ocas ião surg iu na casa de Simão - um rariseu, provave lme nte de Cafarnaum - , que hav ia con vidado o M estre para uma refe ição. O ágape seguia seu c urso norma l, quando ines peradame nte Madale na irro m1 cu na sa la, fo i direta me nte até Jes us, rompe u um vaso de alabastro que levava apertado ao pe ito, e "co111eça11do a banharLhe os pés co111 lág ri111as, enxugavaos co111 os cabelos da sua cabeça, beij ava-os e os ungia co111 o bál.1·a1110 " (Lc 7, 38). S imão to mou a mal esse ato. Co mo ousava uma pecadora pública entra r ass im no santuári o de seu lar e profaná- lo co m s ua presença? Ademais , cog ito u e le. "se es/e j(1ss e pro.feia, co111 certeza saberiu quem e qual é a mul/Jer que o loca, pois é pecadorn ". O di vino Sa lvador, lendo -e u pensamento, respo nde u- lhe com uma parábo la: " Urn credor linha dois devedo -
res: um devia- lhe quinhentos denários, o oulro cinqüenta. Não te11do eles co111 que paga ,; perdoou a ambos a dívida. Qual de les o amará mais '!" . S im ão res po nd e u ace rta d a me nte: "Creio que aquele a quem perdoou mais". Res po nde u-lhe Jes us: "Jul gaste ben,." . E, vo lta ndo-se para a mulher, di sse a Simão: " Vês esta mulher ? Entrei em. lua casa, não medeste água para os pés; e esta, com. as suas lág rimas, ba11hou os m.eu pés e enxugo u-os com. os seus cabelos. Não m.e deste o ósculo (da paz), porém esta, de sde que entrou, não cessou de beijar os meus pés. Nüo un giste a minha cabeça com bálsamo; enlretan to, esta ungiu com. bálsarno os meus pés. Pelo que te digo: são-lhe
perdoados ,nuitos pecados, porque muito amou" (lei. , ib. 39-50). "JUai•ia escolheu melhor /)arte"
a
Perdoada, conve rti da, des pojada de suas ga las mundanas, Mari a Madale na foi vive r com seus irmãos e m Betâ ni a. Foi lá que as duas irmãs receberam a visita do Messias prometido. Lázaro, parece, estava ausente. Mari a sentouse junto ao Sal vador para absorver suas palavras divinas, enquanto Marta afanava-se nos afa zeres domésticos para bem receber seu di vino Hóspede. E julgo u que sua irmã fa zia mal, pois e m vez de ajudá-la, estava ali sentada esquecida ela vida. Disse Jesus: "Marta,
Marta, afadigas-te e andas inquieta corn muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária. Ma ria escolheu a melhor parle, que não lhe será tirada" (Lc 10,
38-42). Mais tarde Lázaro ficou muito doente, e o Mestre divino estava longe. As duas irmãs mandaram-lhe uma mensagem: "Senho,; eis que está e,~fermo aquele que amais". Mas Jesus não apareceu, e Lázaro morreu. Quando foi a Betânia, Lázaro jazia no sepulcro havi a já quatro dias. Nosso Senhor, que amava Láza ro, co moveu-se diante ela dor das duas irmãs, e fo i uma das raras ocasiões em que chorou. De pois, diante de muita gente, inclu sive de fari seus, ress uscitou Lázaro (Jo J 1, 1-46). Milagre estupendo, que provava sua divindade. Em outra visita cio divino MestTe a Betânia, Maria Madalena, já não mais "a pecadora", ungiu novamente os pés do Redentor com precioso perfume, o qu e le vou Judas a reclamar do "clesperd ício", pois podiam vender o perfume e "dar o dinheiro aos pobres". Nosso Senhor interveio: "Deixai-a; ela reservou isso para o dia da ,n inha sep ultura; porque sempre tendes os pobres convosco, mas a mirn não fendes sernpre" (] o 12, 1-8). Advertência muito válida hoje em dia para os que, com o pretexto de amor aos pobres, pretendem acabar com as pompas sagradas da Igreja !
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Aos pés Cl'IIZ junto com Nossa Scnhon, Chegou o mome nto da Paixão. São Pedro nego u o Mestre, e todos os Apóstolos fu giram. Some nte algumas sa ntas mulhe res pe rco rrera m a Vi a Do lo ros a junto ao di v in o Rede ntor. Aos pés da cru z, Mari a Mada le na encontro u-se aco mpa nhando Nossa Senhora e São João Evangeli sta. Quando o corpo de Jesus fo i de positado no sepulcro novo de José de Ari matéia, Ma-
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dalena estudou bem o :;,~ modo corno ele era ~ -ll feito e a pedra com que ~ selaram sua entrada. :;,;,: N arra São João: ; "No primeiro dia da 8 semana, foi Maria ~. <1'. Madalena ao sepul- J: cro, de manhã, sendo ~ ainda escuro, e viu a -!; ~ pedra retirada do se- ~ pulcro". Surpresa, e la 8 ~ pensou primeiro em ~ avisar os discípulos. Relatou o que vira a São Pedro, que com São João Evangelista correu para o sepulcro, e os seguiu. E acrescenta São João: "Entretanto, Maria Madalena conservava-se na parte externa do sepulcro, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para o sepulcro, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde fora posto o co,po de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Eles disseram-lhe: Mulher, por que choras ? Respondeulhes: Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram". Então voltou-se e viu Nosso Senhor. Mas, devido à penumbra e pela veste, julgou ser o jardineiro. Perguntou-lhe Jesus: "Mulher, por que choras? A quem procuras?". E la, sempre pensando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: "Se tu o levaste, dize-me onde o puseste; eu irei buscá-lo ". Nosso Senhor lhe disse então: "Maria! ". Reconhecendo o Redentor, ela só pôde exclamar: "Raboni!", que em hebraico quer dizer Mestre (Jo 20, 1-18). 1
Maria Madalena nas Gálias, segundo a tradição Mais tarde, depois do martírio de Santo Estevão, de acordo com os Atos dos Apóstolos desencadeou-se urna perseguição tão violenta dos judeus contra os cristãos em Jerusalém, que todos os fiéis, com exceção dos Apóstolos, se retiraram da cidade para a Judéia e a Samaria. O que
CATOLICISMO
leva a supor que também M aria Madalena e seus irmãos saíssem da Cidade Santa dirigindo-se para a Galiléia. Quando a perseguição cessou, voltaram eles para Jerusalém, onde permaneceram até o ano de 45 , mas houve uma segunda grande perseguição. São Pedro partiu então para Roma, e a Virgem Santíssima foi conduzida por São João Evangelista a Éfeso. Os Padres gregos afi rmam que para lá fo i também Santa Ma.ria Madalena, tendo morrido e sido enterrada naquela cidade. Mas outra tradição, não menos vigorosa, afirma que e la e seus irmãos, mais algu ns outros cristãos, foram presos pelos judeus em Jerusalém e colocados no mar num barco sem remo, sem leme, e sem as mínimas condições para navegar, a fim de perecerem num naufrágio. Alguns afirmam que São Maximino, um dos 72 discípulos do Senhor, e Sidônio (o cego de nascença de que fala o Evangelho, e que foi curado por Nosso Senhor) e mesmo José de Arimatéia sofreram a mesma so1te. Entretanto, o barco dirigiu-se milagrosamente para a Sicília., e de lá para a França, chegando finalmente a Marselha, que era então um dos principais po1tos das Gálias. São Ma.ximino foi bispo de Aix , e São Lázaro encarregou-se da igreja de Marselha. Santa Marta reuniu em Tarascão uma comunidade de virgens, e Maria Madalena, depois de ter trabalhado eficazmente na con-
versão dos marselheses, retirou-se para viver na solidão, refugiando-se num a g ruta que se encontra na igreja. de São Vítor, em Marselha. Mas, como não julgasse tal lugar suficientemente recolhido, afastou-se para urna montanha entre Aix , Marselha e Toulon, "La Sainte Baume" (a -Santa Montanha ou Santa Gruta), como dizem os habitantes do lugar. Lá permaneceu cerca de trinta anos, levando vida contemplativa e penitencial. Enfim, estando para morrer, os anjos levaram-na p,u·a junto de São Maximino, de quem recebeu os últimos sacramentos, entregando sua alma a Deus. Seu corpo foi então, segundo a tradição, levado para um povoado vizinho - a Villa Lata, depois São Ma.ximino - onde esse bispo havia construído uma capela. No sécul o VIII, por temor dos sarracenos, s uas relíq ui as foram trasladadas para um lugar seguro, tendo ficado esquecidas até que Carlos li , rei da Sicília e Conde da Provença, as e ncontrou em 1272. Entretanto, a urna de Santa Maria Madalena desapareceu no sécul o XV] , durante as guerras de re lig ião entre cató licos e protestantes. • E- ma il do autor:
Obras consu ltadas: -
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Les Petits Bollandistes, Vies de.1· Saint.1·, Bloud et Barra i, Pari s, 1882, tomo VII I, pp. 583 e ss. Edclvives, El Santo de Cada Dia , Edi torial Luis Vives, S.A., Sa ragoça, 1948, tomo IV, pp. 2 2 1 e ss. Fr. Ju sto Perez ele Urbel , O.S.B., A,io Cristiano, Ecl iciones Fax, Madri, 1945, to mo Ili , pp. 166 e ss. Hu go Pope, Saint Mary Magdalen , Thc Ca th o li c E ncyc lopeclia , Rob e rt App le to n & Co mpany, 19 1O, On lin e ecl ition , www.NewAclvent.org.
Homens de saia
D
esde tempos imemoriais, a igualdade total tem sido o grito de guerra (ou de revolta) daqueles que se insurgem contra a obra do Criador, toda e la feita de seres desiguais e harmônicos entre si. Depois de o feminismo ter trabalhado para fo rçar as mulheres a usar trajes masculinos, surge agora uma nova onda, buscando fazer com que os homens usem saias. Não entenderia bem as coisas quem se limitasse a rir desse fato, como se ele traduzisse apenas a manifestação de excêntricos ou homens efem inados. O aspecto ridículo existe, é fora de dúvida, mas o pior é a doutrina que se esconde por detrás, a qual nega as diferenças evidentes entre homem e mulher. Tais ondas sempre começam aos poucos.
Na França - Noticia o jornal francês de esquerda "Libérati on" (14-5-08) a existência de um movimento de "homens que defendem 'a libertação do guarda-roupa masculino ', exigindo o direito de livrar-se da 'ditadura das calças ' e adotar a saia como peça de vestuário (foto ao lad o). É o que explicou Domin.ique Moreau, 39 anos, .fitn.dador e presidente da asso iação Homens de Saia, que já conta com cerca de 30 membros". Segundo Morcau , "centenas de homens que há anos rnanif'estam sua vontade de abandonar as calças [. .. ] pedem direitos ig uais, pa ra pode r também vestir saio.,· e veslidos 'pelo conforto e pelo prazer '". Re ivindicam o "direito de dispor plenamente do próprio corpo, nos 1110/des da libertação f eminina ". Segu ndo Jeromc a lo mé, "as saias são 'mais conforlâ veis, mais amplas', não 'restri11ge111 as partes íntimas, e por isso são 111ais adequada.1· à .fisionomia masculi11a '" ... Na Suécia -
No1i ·ia o jornal madrileno "ABC" (25 - 1-08) qu e, de uns tempos para cá, "os op •rários de construção suecos usarn saias (foto ao lado). Trabalhadores de qualquer idade apresentam-se en·1seus locais de Jrabalho com saiazinha.1· azuis, alé osjo-
elhos, fabricadas com o mesmo tecido dos jeans, combinadas com um paletó também azul ou um impermeável anorak. Assim vestidos, sobem nos andaimes, assentam. tijolos durante suas oito horas diárias, sem se incomodar com. os transeuntes. "fü·ta saia para homens, que é a estrela do ano e recebeu o prêmio de Moda da TEKO , está sendo lançada pela Blôkliider, uma em.presa que fabri ca roupas para várias profissões. Situada em. Svenljunga, na província de Gotaland, a companhia conJa com 77 empregados e se vangloria de ser a melhor do ramo. Desde 1959 confecciona uniformes de todos os tipos, inclusive para o setor da Saúde e o Exército, com.filiais em 10 paúes". As saias para operários "transformaramse na novidade mais cool [arrojada] e radical do ramo. Contém grandes bolsos exteriores para as.ferramentas e um bolso interno para objetos pessoais. São de vários tamanhos". O jornal "ABC", sem ir ao fundo do problema, apo nta entretanto a contradi ção aberrante: "É preciso reconhecer que fica esquisito ver estes enormes vikings, Ião másculos, alguns com. barba, bigode e uns bíceps dignos de um campeão de levantamento de peso, revestidos com umas saiazinhas muito coquetes, veste que contribui, por certo, para tornar seu caminhar mais so_fisticado e gracioso". Nunca é demais lembra r o ensinamento da Sagrada Escritu ra: "A mulher não se vestirá de homem, nem o homem se vestirá de mulher, e aquele que o .fizer será abominável diante do Senho,; seu Deus " (Deut. 22,5). •
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JULHO2008 -
29 de maio de 2008: dia trágico na história do Brasil P ara a obtcnçilo do an1paro legal às pesquisas con1 crnbriocs hu1nanos - corn a controvertida decisão do STF - - alguns cientistas e instituições pró-a horto, com largo apoio da rnídia, fizcnun "propaganda enganosa", venderam ilusôcs, e nu1itos compraram suas falsas promessas.
PAULO ROBERTO CAMPOS
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o dia seguinte à votação no Supremo Tribunal Federal - que em controvertida sessão aprovou por 6 votos a 5 as pesqui sas com célul as-tronco embri onárias (conforme a L ei de Biossegurança) - quase todos os meios de comunicação do Brasil festejaram tal aprovação, considerando aquele dia como rad ioso e de grandes espera nças. Entretanto, não temos a menor dúvida em afirmar que foi um dia sini stro e tri ste para a hi stória de nosso Paí. . A dep lorável votação no STF parece interpretar a Consti tuição co mo não reconhecendo o direito ü vida senão depois do nasc imento. Isso corresponde a um verdadeiro atentado contra a Lei natural, a ética e a moral católi ca. A lém do mais, contrari a fundamentadas pesqui sas de gra ndes cientistas do Brasil e do exteri or, comprovando que a vida se inicia na fecundação, e que o embri ão humano não é apenas um ag lomerado de célul as, mas possui uma vida em estado ini cial, com um patrimôni o genéti co própri o (v ide Catolicismo, maio/2008 - entrev ista com o Dr. Dalton Luiz de Paul a Ramos). É o que, por exemplo, afirm a a renomada pesq uisadora e méd ica Dra. Alice Teixeira Ferreira: "Está demonstrado pela
ciência que a origem do ser humano se situa no momento da concepção. (. .. ] Já em 1827 isso foi descrito por Karl Ernst von Baer. Ele observou o ovo, ou zigoto, em divisão na tuba uterina, e o blastócito no útero de animais. Em duas obras descreveu os estágios correspondentes ao desenvolvimento do embrião. Por isso é chamado 'pa i da embriologia moderna'. Todo livro moderno de embriologia humana tra z essa descrição. Todos os textos consultados, nas suas últimas edições, <4irmam que o desenvo lvirnento humano se inicia quando o ovócito é ferlilizado pelo espermalozóide. Todos c!firmam que o desenvolvirnento humano é a expressão do fluxo irreversível de eventos biológicos ao longo do tempo, que só pára com a 111.orte". 1
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CATOLIC ISMO
Resolução que ah,·c as port;as 11ara a pl'ática cio ahorto Com a liberação das pesq ui sas com cé lul as-tronco embri onárias (CTEH), abrem-se as portas para a despenali zação do aborto, pois o feto é um embri ão mais desenvolvido. Se for permitido destruir a vida embri onári a, por que proibir que se tire a vida de um feto no ventre matern o? O ministro Marco Aurélio M ell o afirm ou que, com a aprovação da Lei de Biossegurança, o STF está maduro para jul gar
a causa de aborl o nos casos de anencefa li a. Segundo ele, " o
j ulgamento do /HO<"esso sobre as pesquisas corn células-tron co embrionárias O/J/o i11 011 o /erreno ". Primeiramente, a legali zação do aborto nos casos de bebês anencefá licos, depois ... Depois da aprovrn;ão pelo STF das pesquisas com embriões humanos, os abor1i s1as tentarão legali zar o aborto - em qualquer tempo de gcstaç:"ío, at < mesmo quando praticado no 9º mês da gravidez. Com is o, abr ' 111- S • as portas também para outras práticas antin aturais. Como, por •xc mplo, a clonagem hum ana (técn ica de reprod ução s ' lll o concu rso do casa l). Primeiramente, poderão alegar qu a ·lon a icm visa ü obtenção de " materi al biológico" (peças d ' r ·posição) para servir na cura de certas doenças ou de órgãos para transplantes. Depois, nesta deplor,ivel senda antin alural , r 'vc lar-se-á que a fin alidade rea l é a tentativa de produ ção d ' s •rcs humanos por meio ela chamada " engenharia gen ti ·a". Portanto, tal ap rovação e suas conseqüênci as merecem o r •púdi o de todos aq ueles que defendem a ordem da cri ação ·st:1h ·le ·ida po r Deus. Nessa esca la la 1• absurdos que vio lam a Lei Divina e a própria Lei N atura l, nãos· c hegaria também a propor no Brasil ex peri ênc ias cl , 'slaçao de embriões humanos em úteros de animais? ausa horror s6 cm pensar, mas ... "cesteiro que fa z um ceslo, fa z u111 cento ". O u, recordando um sa lmo da
Sagrada Escritura: "Abyssus abyssum in vocai'' (U m ab ismo atra i ou tro ab ismo). Nesse sentido, o Parl amento Britânico aprovou recentemente uma monstruos idade: a cri ação de embri ões híbridos - a implantação de células humanas em an imai s. 2 O homem, distanciando-se da orde m natural, revo ltando-se contra o Cri ador, pode chegar a abismos de infâmi a e aberração. Nesse caso, que monstros serão gerados? A tecnologia da clonagem j á não está sendo ex perim entada em laboratóri os clandestin os, talvez j á em diversos países, ü reveli a das leis atu almente proibitivas? A ss im como "criaram" um a ovelh a " Dolly" (o primei ro mamífero clonado), não tentari am cri ar um " hum ano clonado"? Co m a prática abortiva, mata-se um se r humano, criad o à imagem e se melhança de Deus; com a clonagem, "constróise" um ente humano criado em laboratóri o. É a utopia atéia e materiali sta dos propugnadores do chamado " mundo novo" a ser construído. E, para hab itar esse " mundo novo", a cri ação de um " homem novo". Uma " nova era" para os contestadores da ex istênc ia de Deus, Criad or de todas as coisas. Não estamos cons idera ndo aq ui um aspecto delicado da questão. A ser poss ível ta l "cri ação" - o que de nenhum modo está provado - Deus poderia infundir um a alm a num ser assim ? Em que condi ções? É um problema teológ ico-fil osófico
JULHO 2008
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autori zação das pesqui sas, poi s, desse modo, em pouco te mpo eles seriam curados. É a velha tática revolucionária: "Menti, menti, sempre alguma coisa.ftcará" [nas cabeças das pessoas], dizia o ímpio Voltaire. É curioso observar que esse era o discurso antes da aprovação no STF. Após a aprovação, o di scurso mudou . Os mesmos cientistas e porta-vozes das pesquisas com CTEH, que prometeram as curas, começara m a di zer que ainda ti nham pela frente longos anos de pesqui sas, e que não hav ia ne nhum resultado concreto para apresentar. Por exemplo, a genetic ista Mayana Zatz (da USP) declarou : "Todos vamos nos benefici ar dessa vitória. Temos uma enorme responsabilidade pela frente. Quero deixar claro que não estamos prometendo cura imediata, mas dar o melhor de nós nas pesquisas ". Células-tronco
que fi ca para os especialistas da l greja estudare m. De qualquer modo, vai ficando claro que hé'í, da parte de alguns, um desígnio malfazejo de substituir-se ao Criador, à maneira do ato de revolta de Lúcifer que quis ig ualar-se a Deus. Revolta esta que a serpente infe rnal procurou insti lar também nos homens, quando prometeu a Eva: "Sereis como deuses" (Gen . 3,5).
As <leclarnções "salvadorns " antes <la votação 110 S1'F Nos últimos dias de maio, houve uma gigantesca articulação para se obter a liberação das pesqui sas com CTEH. Por detrás di sso, a ex istência de fo rtes interesses de instituições pró-aborto (por exemplo, a Fundaçcio Rockefeller), que sustentam ONGs e o lobby nacional e internacional para forçar a aprovação de leis que despenali zem o aborto. Na mes ma ocasião, observou-se também grande atividade midiática de des informação. Muitas vezes a mídia ad ulterava os fatos, noticiava sucessos em pesquisas com células-tronco, in s inuando que se tratava de cé lulas-tronco embrio ná ri as (CTEH), quando os bons resultados tinham sido obtidos a partir de célul as-tronco adu ltas (CTAH). Estas sim, extraídas da medul a óssea, do cordão umbilical e de outros tecidos humanos, tê m produzido bons resultados. O que não é divulgado pela grande mídia. Manipulou-se também o sentimentalismo do povo brasileiro, divul gando apenas a "voz do sentimento" e não a "voz da razão" - como se, para o bem do progresso e dos deficientes físicos, a ciência tivesse direito a fazer qualquer coisa. Portanto, agindo segundo a pseudo-ética i11aquiavélica: "Os .fins justificam os meios". Para sensibili zar e criar forte emoção na opinião pública, e assim influe nciar os senhores mini stros, não tiveram escrúpulos em fazer uso de defici e ntes, enganados por fa lsas promessas de curas. Assim, muitos deles foram conduzidos em suas cade iras de rodas para o prédi o do STF, a fim de serem te levi sionados e prestarem declarações emocionadas. Reportagens afirmaram que, em todo o Brasil, milhões de defici entes e portadores de moléstias degenerativas "torciam" pela
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CATOLIC ISMO
Verdadeil'a esperança <la me<licina: r esultados apenas com C1'AH Ainda que o tratame nto com CTEH curasse, e le não seria lícito, pois não se pode sacrificar uma vida humana para salvar outra. Renomados cientistas asseguram que todas as pesqui sas com CTEH fracassaram , mas que eles depositam grandes esperanças no tratamento com CTAH, com as quais já se têm obtido ótimos resultados concretos (Vide no quadro na pág ina ao lado, trecho de um documento da citada Profa. Ora. Alice Teixeira Ferreira). Em artigo para a "Folha de S. Paulo" (28-5-08), intitulado A Constituiçcio e as células-tronco adultas, o Prof. lves Gandra da Silva Martins, jurista e professor e mérito da Universidade Macke nzie, explicita muito be m o engodo que envolve a questão das pesqui sas com célu las-tronco embrionárias. Transcrevo alg uns trechos: "A Constituição brasileira declara, no caput do artigo 5º, que o direito à vida é inviolável; o Código Ci vil, que os direiOs juristas lves Gandra Martins e Cláudio Fontel~s durante a votação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso de células -tronco embrionárias em pesquisas científicas
tos do nascituro estão assegurados desde a concepção (artigo 2º); e o artigo 4° do Pacto de São José, que a vida do ser humano deve ser preservada desde o zigoto. O argumento de que a Constituiçcio apenas garante a vida da pessoa nascida - ncio do nascituro - e que nem sequer se poderia cogitar de 'ser humano ' antes do nascimento, é no mínimo curioso: retira do homem a garanlia constitucional do direito à vida até um minuto anles de nascer e assegura a inviolabilidade desse direito a partir do ins1ante do nascimento. De rigor, a Constituição não fala em direito inviolável à vida em relação à pessoa humana, mas ao ser humano, ou seja, desde a concepçcio. "Lembro-,ne, inclusive, do argumento do prof essor Jérôme Lej eune, da A ademia Francesa, para quem, se o nascituro está vivo e não é um ser humano, então é um ser animal, de tal maneira que lodos os que defendem essa tese admitem ter tido, no correr de sua vida, uma natureza animal, antes do nascimento, e uma natureza humana, depois dele. "Ocorre que, em novembro de 2007, J. Thomson, nos EUA, e Yamanaka, no Japão, conseguira111 produzir célulastronco adultas pluripotentes induzidas, passando a ler especlro aplicacional semelhante àquele prometido - e, até hoje, não obtido - com células-tronco embrionárias. E, ,,,, 14 de.fevereiro deste ano, Yam.anako anunciou a produçcio de células-mm ·o pluripotentes induzidas sem riscos de gerar tumores. As embrionárias imporiam tal risco, assim como o da rejeiçlio. "A declaração de Yamanaka é sujicientemenle e ,,ressiva: 'Quando vi o embrião, eu repentinamente percebi que não havia muita diferença entre ele e minhas filhas. Eu pensei, nós não po<Lemos continuar destruindo embriões para nossa pesqui:,;a. 1 ,ve haver outro meio"' ( "The New York Times ", // - / 2-07, "Minha meta é evitar usar células embrionárias"). "Não sem ra züo, do site do governo do Canadá consta relalório com a seg 11i111e conclusão: 'Recentemente, o debate sobre o uso de e111bri{Jes como uma fonte de células-tronco pode tornar-se des11 'Cessá rio, na medida em que as pesquisas vêm mostrando sig11(/icativos sucessos na demon.straçcio da pluripotencialidode das células-tronco adultas, originárias de músculos, cérebro e sangue'. "Compreendo, pois, a posição dos cientistas brasileiros, professores Alie , Teixeira, Cláudia Batista, Dalton de Paula Ramos, Elizabeth Kip11w11, Herbert Praxedes, Lenise Martins Garcia, Lilian Pi fíero Eça, Marce lo Va cca ri, Rodo(f'o Acatauassú, An1ô11io l~ça e Rogério Pazetti, quando declaram que a esperança <la medicina regenerativa encontra-se na pluripotencialidatle iluluzida das células-tronco adultas" . Resolução bascmla cm falsas premissas
''A verdade sobre
as células embrionárias contra as mentiras divulgadas" Profa. Dra. Alice Teixeira Ferreira
Durante a conferê ncia organizada pela Associação Nacional para a Defesa do Direito à Objeção de Consciência (ANDOC) na Academia de Med icina de Granada, a pesquisadora Natália López Moratalla (foto à esq.), cated rática de Bioquímica da Universidade de Navarra, afir mou que hoje a pesqui sa ' derivou decididamente para o emprego das cé1ulas-tronco adultas', que são extraídas do próprio organi smo, e que já estão dando resultados na cura de doentes. Segundo López Moratalla, "existem cerca de 600 protocolos que utilizam células-tronco adultas, e não se apresentou nenhum com células de origem embrionária". As célul as ad ultas "possuem o mesmo potencial de crescimento e diferenciação das células-tronco embrionárias e substituem muito bem as possibilidades biotecnológicas sonhadas para aquelas". "As últimas descobertas sobre as possibilidades terapêuticas das células-tronco adultas põem em suspeita abertamente as duas grandes 'p romessas' propiciadas pela nova lei espanhola de biomedicina: o uso e criação de embriões para pesquisa e a chamada clonagem terapêutica. Aos graves problemas éticos já conhecidos (a destruição indiscriminada de milhares de embriões humanos) se unem evidências cientificas que questionam cada vez mais sua utilidade terapêutica", afirmou a pesquisadora.[ ... ] Tendo em vista os esclarecimentos acima, seria ético que se parasse com o engodo segundo o qual as células embrionárias humanas, obtidas com a morte de embriões humanos, vão fazer paralíticos andar, cegos enxergar, etc.
Mesmo com os bilhões de dólares desperd içados nas duas últimas décadas em p sq ui sas com CTEH, e las não produzi -
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ra m qualq uer resul tado salu tar. Um fracasso evidente. Mas, apesar disso, seis mini stros do STF votaram favorave lmente a essas pesqui sas. E les ju lgaram improcedente a Ação Di reta de Inconstituc ionalidade (Acl in ) impetrada pe lo ex-proc uraclorgera l ela República, C láudio Fonteles. Segundo este, a Le i de B iossegura nça " viola dois princípios da Constituição: o direito à vida e a dignidade da pessoa humana". Contudo, os seis mi ni stros, fu ndamentados e m fa lsas prem issas (que os e mbriões congelaJos não tê m vida; q ue são inviáve is; e que o desti no de les era o lixo), conc lu íram q ue os embriões não são pessoas huma nas. Data vê nia, os senhores mi nistros não sabiam que o fato de o embri ão estar congelado não é impedimento para que e le dê ori gem a um ser hu mano? E m uma única clíni ca no Brasil , a partir de e mb ri ões congelados ocorreram 402 nasc imentos de bebês, a mai or parte acima de três anos de co nge lame nto.'
Embriões congelados tornarnm-se ser es h11manos sadios A prática de gerar embriões in vitro e depois congelá-los é imoral e condenável. O documento da Sagrada Congregação para
a Doutri na da Fé, ao qual faze mos referência abaixo, é cl,u-o neste sentido. Não obstante isso, uma vez gerados os embriões, e les não podem ser mortos, pois se trata de vida humana. Há d iversos casos de e mbriões que, depois de muitos anos conge lados, foram impla ntados no útero de mulheres, e são hoj e pessoas muito saudáve is. Nos Estados Unidos há casos ele e mbri ões que ficaram congelados por mai s de IO anos, e geraram cri anças inte iramente no rmais. No B ras il , ao que consta, o e mbri ão que fi cou ma is tempo congelado (o ito anos), te ndo sido depo is imp lantado no útero de sua mãe, é o de Yiníc ius. Hoj e co m I ano, e le é uma cri atura inte irame nte norma l, vivendo a legre j unto a seus pais e m Mi rassol (SP). Se esse embri ão tivesse sido utili zado e m pesqui sas, conforme a Le i de Biossegurança, Vinícius teria sido morto, usado como "coba ia de laboratório". Quantos outros " Vin íciu s" serão eli min ados? A mãe do pequeno Yi níc iu s, Da. Mari a Roseli, dec laro u: "Meu .filho venceu oito anos de congelarn.ento e a prematuridade. Imagine se eu tivesse desistido dele e doado o embrião para pesquisa? Acredito, .sim, que há vida [nos embriões]; o Vinícius é a prova disso".
O Dr. José Gonça lves Franco J un ior, méd ico gineco logista responsáve l pela c líni ca o nde Viníc ius fi cou por o ito anos congelado e m fo rma de embrião, decl aro u: "É uma loucura f alarem que embrião congelado há mais de três anos é inviável. E isso não tem nada a ver com. religião. A viabilidade é um f ato, e ponto"."
Se a ciência l'CIICga o Criado,; ela l'Ctl'Ocecle À vista dos abs urdos q ue estão despontando a partir de uma c iênc ia revo luc io nári a, que avança rej eitando a Deus - e que portanto só rclrocede - , é conveniente re le mbrar a doutrina católica que condena os métodos antinatura is de procriação, como a fec un lação in vitro, assim co mo as pesqui sas com e mbri ões humanos. Na Instrução Donum Vitae, ela Cong regação para a Doutrina da Fé - ass in ada e m 22 ele fevere iro ele 1987 pe lo então Cardea l Jose ph Ratzinger, hoje Papa Be nto X VI - , sobre "o respeito à vida humana nascente e à dignidade da procriação" (vide quadro aba ixo), e ncontramos consubstanc iado o e nsiname nto do Magistério ela Igrej a. A liás, d iga-se de passagem, teri a sido de suma efi cácia se nas vésperas cio ju lgamen-
to no STF, sobre as pesquisas co m CT EH , os membros da Hierarq ui a ec les iás tica tivessem insistido e m d ivulgar e pregar aos fi éis essa dou tri na trad icional da Igrej a. Talvez tivessem infl uenci ado a decisão do STF. Mas, apesar ela infa usta aprovação das experiências com células-tronco embriomírias, devemos redobrar nossa luta contra o aborto, ag indo sempre dentro das le is di vi nas e humanas para susc itar, sempre com maior vi gor, reações sad ias ela larga ma io ri a cató lica da popul ação bras ileira! • E- mail do autor: pau locampos@catolic ismo.com.br
Notas : 1. Ora. Ali ce Te ixe ira Ferreira , formad a na Esco la Pauli sta de Med ic ina em 1967, do utorad a e m Bio log ia Mo lecular c m 197 1, pos-doc na Research Di visio11 da C/eve la11d Cli11 ic Fo 1.111da tion, E UA , Livre Doce nt e da UNIFES P/EPM. Trecho de sua entrev ista concedida a Ca tolici.,·mo (edi ção ele jane iro/2006). 2. C fr. "O Estado ele S. Pa ulo" , 24-3-08, Ministro defende lei de embriões
híbrido.>3. hllp://www 1.folha .uo l. co m.br/fo lha/c ic nc ia/u lt30 6u38035 l .shtml 4. " Folha ele S. Paulo" , 9-3-08.
Excertos da Instrução Donum Vitae, de 22-2-1987, sobre "o respeito à vida humana nascente e à dignidade da procriação"* " Desde o momento da concepção, a vida de todo ser humano deve ser respeitada de modo absoluto, porque o homem é, na Terra, a única criatura que Deus 'quis por si mesma', 1 e a alma espiritual de cada um dos homens é 'imediatamente criada' por Deus; 2 todo o seu ser traz a imagem do Criador. A vida humana é sagrada, porque desde o seu início comporta 'a ação criadora de Deus ' 3 e permanece para sempre em uma relação especial com. o Criador, seu único fim. 4 Somente Deus é o Senhor da vida, desde o seu início até o seu fim: ninguém., em nenhuma circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente.5 "A procriação humana exige uma colaboração responsável dos esposos com o arnor fecundo de Deus;6 o dom da vida humana deve realizar-se no matrimônio, airavés dos atos específicos e exclusivos dos esposos, segundo as leis inscritas nas suas pessoas e na sua união. 7 [ .. . ] "Esta Congregação tem conhecimento·· das discussões atuais acerca do início da vida humana, da individualidade do ser humano e da identidade da pessoa humana. Ela relembra os ensinamentos contidos na Declaração sobre o abo rto provocado: 'A partir do momento em que o óvulo é f ecundado, inaugura-se uma nova vida que não é aquela do pai ou da mãe, e sim de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria. Nunca se tornará humano se já não o é desde en-
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CATO LI CISM O
tão. A esta evidência de sempre [. ..] a ciência genética moderna .fornece preciosas confirmações. Esta demonstrou que desde o primeiro instante encontra-se fixado o programa daquilo que será este vivente: um homem, este homem-indivíduo com as suas notas características já bem determinadas. "Desde a f ecundação tem início a aventura de uma vida humana, cujas grandes capacidades exigem, cada unw, tempo para organizar-se e para encontrar-se prontas a agir'. 8 Esta doutrina permanece válida e, além disso, é confirmada - se isso f osse necessário - pelas recentes aquisições da biologici'humana, que reconhece que no zigoto [célula resultante da fusão dos núcleos dos dois gametasJderivante da f ecundação já está constituída a identidade biológica de um novo indivíduo humano. "É certo que nenhum dado experimental, por si só, pode ser SL/ficie nte para f azer reconhecer uma alma espiritual; todavia, as conclusões da ciência acerca do embrião humano f ornecem uma indicação valiosa para discernir racionalmente uma presença pessoal desde esta primeira aparição de uma vida humana: como um indivíduo humano não seria pessoa humana? O Magistério não se empenhou expressamente em uma af irmação de índole fi.losófica, mas reafirma de maneira constante a condenação moral de qualquer aborto provocado. Este ensinamento não mudou e é imutá vel. 9 [ .. . ]
"Os embriões humanos obtidos in vitro são seres humanos e St,!j >itos de direito: a sua dignidade e o seu direito à vida devem ser respeitados desde o primeiro momento do s,w existência. É imoral produzir embriões humanos desti11ados a serem usados como 'material biológ ico ' disponível. "Na prática habitual da f ecudação in vitro, nem todos os embrilJes são transferidos para o corpo da mulher; alguns srio destruídos. Assim como condena o aborto provocado, a lp,reja proíbe também o atentado contra a vida destes seres humanos. É necessário denunciar a particular grovidade da destruição voluntária dos embriões hu111a110.1· obtidos in vilro, unicamente para fin s de pesquisa, seja mediante fecundação artificial como por 'fissão gemelar '. Agindo de tal f orma, o pesquisador toma o lugar de Deus e, mesrno se não é consciente disso, fa z-se senhor do destino de outrem, uma vez que escolhe arbitrnriw11e11te quem f azer viver e quem mandar à morte, suprim indo seres humanos indefesos. "Os métodos de observação e de experimentação que causam dano mt impõem riscos graves e desproporcionados aos embrilJes obtidos in vitro são moralmente ilícitos pelos 111e.1·11w.1· 1110/ivos. (. .. ] "As técnicas de f e ·1m dação in vitro podem abrir possibilidade a 011trasfom1a.1· de manipulação biológica ou genética dos embriões humanos, tais como as tentativas ou projetos de f ecundação entre gametas humanos e animais e de gestaçc7o de etnbriões humanos em úteros de animais, bem como a hipótese ou proj eto de constru-
ção de úteros art(ficiais para o embrião humano. Estes procedimentos são contrários à dignidade do ser humano própria do embrião, e ao mesmo tempo lesam o direito de cada pessoa a ser concebida e a nascer no matrimônio e pelo matrimônio. Também as tentativas ou hipóteses destinadas a obter um ser humano sem conexão alg uma com a sexualidade, mediant e 'fissão gemelar ', clonagem ou partenogénese, devem ser consideradas contrárias à moral por se oporem à dignidade tanto da procriação humana como da união conjugal ".
Notas:
* A íntegra desse documento encontra-se disponíve l e m: h ttp :/ /www.vati ca n.va/roman_c uri a/congregati o ns/cfaith/documents/ rc_con_cfaith_doc_ l 9870222_respect-for-human-life_ po. htm l#_ ftn2 I 1. Const. past. Ga 11diw11 et Spes, 24. 2. C fr. Pio Xll, Enc ic l. Hu111 ani Ge11eris: AAS 42 ( 1950) 575; Paulo Vl, Pro.fe ssio Fidei: AA S 60 ( 1968) 436. 3. João XXIII. Enc ic l. Ma ter et Mag istra, lll: AAS 53 ( 196 1) 447. 4. C fr. Const. past. Gaudium et Spes , 24. 5. C fr. Pio X ll , Discurso à Uni ão Médico- Bio lóg ica "São Lucas" , 12 de novembro de 1944: Discorsi e Radiomessaggi VI ( 1944- 1945) 19 1- 192 . 6. Cfr. Const. pasl. Ga11dit1111 et Spes, 50 . 7. Cfr. Const. pasl. Ga 11diw11 et Spes, 5 1. 8. Sag rada Congregação para a Doutrina ela Fé, Declaração sobre o aborto provocado, 12- 13: AAS 66 ( 1974), 738. 9 . C fr. Paulo VI, Discurso aos participantes do XXIIJ Congresso Nacional dos Juri stas Cató licos Italianos, 9 de dezembro de 1972: AAS 64 ( 1972).
JU LH O 20 08 -
tes do Conc ílio de Tre nto. Fun do u a Congregação dos C lé ri gos Regul ares ele São Paul o, o u "Barna bitas".
Primeiro Sábado do mês.
gregação religiosa fe minina brasileira, das Irmãzi nhas da Imacul ada Conceição.
Santo Olivério PlunkeLL, Bispo e Mártir
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+ Bé lg ica, 123 0. Trovado r,
Santa Mmia Goretti, Virgem e Mártir
conve rte u-se aos 50 a nos o uvindo pregar São Franc isco, que o recebe u e m sua O rdem e e nvi o u-o depois para estabelecê-la e m Pa ri s.
+ Londres, 168 1. Irla ndês, fo i orde nado sacerdote em Roma, e de pois ele ito Bi spo e Primaz da Irlanda. Foi martiri zado e m Lo ndres.
2 São Bernardino Realino, Confessor
+ Lecce (Itá lia), 16 19 . Form ado e m D ireito C ivil e Canô nico, ad vogado fisca l de Alessanclria, no Pie mo nte, tudo aba ndo no u para serv ir a De us na Companhia ele Jesus.
~J São Tomé, /\póstolo
+ Índi a, Séc . I. Segundo a trad ição, pregou o Evangelho na Armê ni a, na Médi a, na Pé rsia e na Índia, onde fo i martiri zado. Po r se u apos to lado e sua mo rte, confesso u a Ressurre ição d e Nosso Se nh o r Jes us Cristo, da qua l, por mo mentos, du vidara.
4 Santa Isabel, Rainha de Portugal Santo Ulrico, Bispo e Confessor
+ Au gsburgo (Ale manha), 972. Zelo u pela di sc iplina do clero e m sínodos anu ais, reafe rvorou o povo por.me io da pregação e visitas pas to rai s, protege u os po bres e fundo u mosteiros.
Primeira Sexta-feira do mês.
5 Santo /\ntonio Maria Zaccaria, Conl'essor
+ Itáli a, 1539. Dos grandes santos que se e mpenha ra m na restauração da Igrej a na Itá lia a n-
1902. Esta me nina de 12 a nos incompletos prefe riu ser submeti da a uma mo rte crue l, antes q ue pe rde r sua pureza virg ina l. Pio XU afirma ser e la "o
f ruto de lar cristão onde se reza, se educam cristãmente os j tlhos no santo amor de Deus, na obediência aos pais, no amor à verdade, na honestidade e na pureza " .
7 Beatos Rogério Dickenson e Raul Milner, Mártires + Win c hes te r (In g late r ra), 159 1. Rau l, agri culto r analfabe to, a bju ra ndo o protestantismo , fo i preso no di a de sua Prime ira Com unh ão. Li berado , passou a auxili ar os católicos pe rseguidos . Para isso, uniu-se ao Pe. Rogéri o, ajuda ndo-o e m seu ministé ri o oc ulto e ntre os cató li cos. Encarcerado co m o me nc io nado sacerdote, rec usou-se a abju rar a verdade ira fé, sendo exec utado com e le .
8 São Quiliano, Bispo e Mártir
+ Wwtzburgo (Alemanha), 689. Irlandês de origem, partiu para eva ngelizar a Bav iera. Q uando seu apostolado ia ser coroado de s ucesso com a co nve rsão do Duque de Wu rtzburgo, a cunhada deste mandou assassiná-lo na ausência do Duque.
9 Santa Paulina do Coração de ,Jesus /\gonizante, Virgem + São Paulo, 1942. O riunda da Itália, aos dez anos e migrou com a fa mília para o Brasil, estabelecendo-se inicialmente em Santa Catarina. Fundou a prime ira con-
l9 Santo Arsênio, Confessor
+ Ro ma, 16 14. De nobre fa míBeato Pacífico, Confessor
+ Ferri e re d i Conca (Itá li a) ,
14 São Camilo de Lellis, Confc. sor
11 São Bento, Abade
+ Mo ntecass ino (Itá li a) , 547. Patriarca dos monges do Ocidente, Patrono da Europa. Seus monges reconstruíram , po r meio do C risti anismo, aquele contine nte a rrasado pe los bárbaros. São G regório Magno dele afirma que
"estava cheio do espírito de todos os justos ", e Bossuet o c hama de "síntese perfeita do Cristianismo ". Luto u por uma E uropa católica, oposta à que hoje se quer construir.
12 Beatos ,João ,Tones e João Wall, Mártires
+ Inglaterra, 1598 e 1679 respecti va mente. De fa míli a católi ca galesa, João fo nes e ntrou n a Orde m Fra nc isca na e m Roma. Enviado para a mi ssão ing lesa, aca bo u sendo preso, decapitado e esq uartej ado por ódi o à Fé. João Wall , ta mbém fra nciscano, traba lho u na cla ndestini dade dura nte 22 a nos no Condado de Wo rceste r, onde fo i executado.
t ~l Santo Henrique li e Santa Cunegundes
+ Ale manh a, 1024 e 1033 respectivame nte. Santo He nrique era Duq ue da Baviera qu a ndo recebeu cio Pa pa a coroa do Sacro Im pério Ro ma no A lemão, por seu zelo em pro l da propagação da fé e em virtude de sua vicia pro fund a me nte reli giosa . S ua es posa, Santa C unegundes, a pós a morte do marido, ingresso u num moste iro po r ela fun dado.
lia, ingressa ndo no e xé rcito, fo i ex pul so po r ma u carfüer e víc io de j ogar. Po r ca usa do jogo, pe rd e u a fo rtun a e te ve q ue me ndi gar. Tocado pe la graça, e ntrego u-se ao serviço cios e nfermos nos hospita is, es pec ialme nte dos pes1ífe ros, fundando para isso a rele m cios Mi ni stros cios Enf"c rmos. Mo rreu v ítim a de sua ·ar icl acle, co m mo lésti a cont a iosa que co ntraíra. Leão X III cl ·la rou-o patrono dos hos1 it ais cios e nfe rmos.
1,) São Bonvcnwra, Bispo, Confessor e Doutor· da lgr 'ia
+ Lyon (Fra nça), 1274. Discípulo de São Fra n ·isco ele Ass is, d isting uiu-s po r sua sa bedo ri a e pieclacl . S us esc ritos, c heios de un ç, o so bre natu ra l, lhe vale ra m o IÍlul o ele Doutor Serájico . Ge ra l cios fra nciscanos e cardea l, mo rreu m Lyon dura nte um conc íli o.
Hi Nossa Senhora do Cnr'lllo São Sisenando, Mfü·Lir + Có rdoba (Es pa nh a) , 85 1. Po rtu g uês ele o ri gem. Pregad o r a ud az e fogoso, fo i la nçad o ao cá rcere e de po is martir izad o pe los mao me ta nos .
17 Beato lrnkio de /\zevecto e Companheiros. MéÍrtires + 1570. Esl s 40 Má rtires do Brasil foram vítimas de pi ratas he ré ti cos pro l s ta ntes q uando estava m a cami nho ele nossa Pátri a, q ue vinha m e vange li zar. Em um êxtas , Santa Teresa os viu e ntra ndo no ' é u.
+ Mê nfi s (Egito), 4 12 . Romano, retiro u-se para o deserto, no Eg ito, a fim de fu g ir elas cil adas cio mundo.
20 Santo Elias, Prol'eta Santa Margarida, Mártir
+ Constanti nopla, séc. IH. Po uco se sabe ela vicia dessa mártir. Se u cu lto fo i traz ido ao Oc ide nte pelos c ru zados.
21 São Lourenço de Brindisi , Confessor e Doutor da Igreja Santa Praxedes, Virgem + Ro ma, séc. 11 . Co ntem porânea cios Apósto los e irm ã ele Santa Pru denc iana, fo i ele suma generos idade para com os c ristãos, ma nifesta ndo intre pi dez e m a uxili ar os má rtires.
22 Santa Maria Madalena, Penitente (Vicie p. 36)
23 Santo Apolinário, Bispo e Mártir + Dalmác ia, séc. J. Discíp ul o
cro e m Compostela fo i um dos mais fa mosos ela Idade Médi a. Patro no e proteto r desse país.
26 São ,Joaquim e Santa Ana, pais de Maria Santíssima + Séc. L Descendentes ele reis e po ntífices, sua maio r gló ri a consiste e m tere m sido pais da Virgem M ari a e avós cio Ve rbo de Deus Huma nado.
27 Santa Natália e Companheiros. M{t rtires
+ Córdo ba, 852 . N a tá li a e o marido, ele origem mu ç ulmana, conv e rte ram-se ao c ri stia ni smo, sendo imitados po r Félix e Liliosa, també m c ri stãos oc ultos. Todos fora m cond enados à morte jun to co m um mo nge pa lestino, Jorge, a q ue m dava m abri go.
28 Santo Inocêncio 1, Pa pa
+ Ro ma, 417 . Papa numa elas m a is t urb ul e ntas é pocas el a Igrej a, e m q ue a Itá li a e ra invadida pelos godos e pela he resia pe lag iana. Conde no u es ta última a pedid o de Santo Agostinh o.
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• Em agradecimento à Ra inha e Padroeira do Brasil , pela vitó ria a lcança da no dia 7 de ma io últi mo, com a re je ição de Projeto de Le i que visava descrimina li zar o aborto em nosso Pa ís. Uma me nção especia l por todos que colaboraram em ta l re jeição. Que Nossa Senhora Aparecida continue nos a uxilia ndo na luta contra o aborto, poro consegu irmos o arq uivame nto fina l desse nefa ndo pro jeto , q ue nunca deveria ter sido proposto .
Santa Marta. Virgem Santo Olavo Rei, Confessor + No ruega, 1030. Estabelece u
Intenções para a Santa Missa em agosto
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o cato li c is mo co mo re li g ião ofic ial cio Estado.
• Rogando pelo Brasil, na crise sóc io-po lítica pela q ua l e le a travessa, para que não se jam aprovadas le is contrá ri a s às Le is de De us, como as q ue visam im por a aceitação de pecados co ntra a na tu reza. E que a Santíssima Virgem fo rta leça a insti tu ição fam iliar, tão vul nera d a po r ataques co nstan te s da p ropaga nda imora l. Q ue os pa is e mães de fam ília se jam mu ito pro tegidos, a fim de poderem ed ucar se us filhos co nforme a mora l sempre e nsina da pela Ig re ja Cató lica Apostó lica Ro mana.
São Charbel Makhlouf Santa Luíza de Sabóia , Viúva
+ O rbe (Su íça) , 1503. Descencle nle cio Beato Amadeu IX ele Sabóia, caso u-se com Hugo ele C hâlon s. Perde ndo o marido IO a nos depoi s, e ntrou num conve nto íranc isca no .
~JO São Justino ele Jacobis, Confessor
+ Etiópia, 1853 . Lazarista itali ano, fo i vi gári o apostó lico na Ab issíni a.
a1
IH
São Tiago Maior, /\póstolo e Mártir
São l•'ll!t81.l'0, Conl'cs1-1or
+ Séc. 1. Irmão ele São João, fo i um cios três Ap sto los presentes na Tra nsfig uração e na Agonia do Horto. Prego u na Judé ia, Sa mari a e Espa nh a. Se u sepu l-
e m D ire ito Canôni co e C ivil. Ao mo rre r Santo Amado r, bi spo daq ue la c idade, Ge rm a no fo i e leito para seu luga r.
mo inimi go los 11ri nn os, fo i nomeado pároco d • llr scia.
Se rá ce lebrada pe lo Revmo. Padre Dav id Fra nc isq ui n i, nas segu intes in te nções:
de São Pedro, fo i po r e le sagrado Bispo de Rave na, ele o nde fo i expulso pelos pagãos, sendo martirizado na Da lmácia.
Santo Inácio de Loyola, Confessor São Germano de Auxerre, Bispo e Confessor + Ravena (Itá li a) , 450. Do utor
+ Bréscia (ltália) , 386. Acérri-
Intenções para a Santa Missa em julho
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Polônia:
Itália: Peregrinação a San Giovanni Rotondo
Contra o aborto, em defesa da família
N essa cidade italiana, 1narcada pela vida do Padre Pio - tambén1 conhecido como São Pio de Pictrclcina - , são expostéls as relíquias desse santo sacerdote
A cada ano avoJuma-se a Marcha pela Vida, em Varsóvia. Os poioncses, apesar de tcrcn1 sido subjugados durante décadas pela Lirania con1unista, têm se 1nanif'estado finnes cm defesa da instituição familiar:
Ju1 10 LoREDO
LEO NARDO PRZYBYSZ
Cracóvia - Com a participação de quatro mil pessoas, e por
iniciativa da Associação pela Cultura Cristã Padre Piotr Skarga e da Fundação Pro, realizou -se em Varsóvia (Polôn ia), no dia 25 de maio último, a Terceira Marcha pela Vida, que visa defendê- la desde a concepção até a morte natural , e também defender os valores cristãos, como a família. "Esta já é a terceira marcha. Tudo começou quando vários membros de nossas organizações participaram da marcha anual contra o aborto em Washington, que ali se realiza há mais de trinta anos", disse um dos organi zadores do evento. A manifestação teve início na rua Nowy Swiat, e à frente dela estava uma orquestra formada de jovens. Membros de numerosas organ izações de defesa da família acorreram de várias cidades da Polônia. Animaram também a marcha representantes da Ucrânia, do Brasil e da TFP dos Estados Unidos, assim como de AcciónFamília, do Chi le. Entre as faixas e cartazes se destacavam: "Stop aborto!", "Médicos, defendei a vida!", e outros. Prestigiaram a marcha com sua presença dois juízes do Supremo Tribunal de Justiça e cinco deputados, entre eles o ex presidente da Assembléia Legislativa, Marek Jurek. *
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"A Europa é um Titanic demográftco. Ela passa por urna crise demográftca que começou nos anos 60, quando teve início um solapamento de valoresfundamenlais sobre os quais a civilização européia foi construída" - disse o presidente da Associaçêío pela Cultura Cristêí Padre Piolr Skarga , Slawomir
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CATOLICISMO
Olejniczak, referindo-se à queda da natalid ade. E ressaltou que a Polônia ainda é um sad io bastião da família , e deve manifestar muita adesão a esses va lores. Mariusz Dzierza rwski , falando em nome da Fundaçêío Pro, comentou: " Há anos observamos a/aques de ideólogos e burocratas contra a família . E vernos as trisles conseqüências disso. Entretanto, a siluaçêío da Europa depende da situação dasfamílias que a compõem. A Europa do futuro será apoiada nafamília, ou entêío ela não e.xislirá ". Vários canais de televi são e jornai s deram eco ao evento. A marcha fo i encerrada co m um an imado lanche das famíli as num dos jardins à margem do rio Vístula, que banha a capita l polonesa. • E- mail do autor : lconardoprzy bysz@catolicismo.com.br
Roma - Não podíamos faltm· no dia da ostentação elas l"lfqu ias do Padre Pio. Éramos 53 pessoas, a 111 ·tade composta de ita1ianos, cooperador ' S da Associazione Luci sull 'Est, e a outra metade poloneses da Associação Padr ' / iolr Skarga, ambas instituiçõe inspiradas nos ideais e atuação do Prof. Plinio orr'la d ' Oli veira, fundador da TFP brasil iru . Partimos de Nápoles, onde no clia ant •rior tínhamos vis itado o Santuário de Noss11 S ·nhora de Pompéia, ao pé do famoso V·súvio. Durante a via • •m, as naturais bmTeiras lingüísticas • ·1ilturais entre os dois grupos com çanim a se evaporm·. O terço e as ladainhas l'orum r ·zados, parte em latim - língua ·0111t1 m dos católicos - e também em italiu110 l' polonês. Cada grupo cantou hinos r ·li ,iosos da própria tradição. O grupo d · 1111politanos deleitou-nos com velhas rnúsi ·11s l'lll seu dialeto, algumas compostas por Santo Afo nso Maria deLigórionos ·til o Vlll.D iantedenossos olhos estcndi 111 11 se até o horizonte campos de um v •rd · vivíssimo, entremeados de papoulas wrrnl'lhas e margm·idas brancas. Dirigimo-nos pri 1m·iramente ao santuário de San Mi ·h ·k 111 <largano, a poucos quilômetros d · S1111 ( liovanni Rotondo. Pouco con hecido l'orn da Itália, esse santuário é um cios pri11eip11is lugares reli giosos do mundo, ond • o 11 n;anjo São Miguel
apareceu quatro vezes. A primeira, no ano 463, quando disse a um rico proprietário da região: " Eu sou o arcanjo Miguel, e eslou sempre na presença de Deus. Esta gruta é sagrada, e eu sou o seu guardiêío. Aqui serêío perdoado.1· os pecados dos homens. Todas as orações serêío atendidas ". Nesse monte surgiu então uma basílica dedicada ao Príncipe das Milícias Celestes, lugar de peregrinação dos cruzados antes de partirem para a Terra Santa a fim de combater os mouros. A última aparição ocorreu em 1656, quando São Miguel salvou a região de uma terrível peste. O próprio Padre Pio era muito devoto do arcanjo, e di zia sempre aos fi éis: "Ide rezar a São Miguel, ele é muilo poderoso contra o dernônio". *
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Chegando a San Giovanni Rotondo, fomos acolhidos por Mons. Juan Rodolfo Laise, bispo emérito de San Luís (Argentina), atualmente residente naquela cidade italiana. Com uma amabi lidade que a todos impress ionou, Mon s. Lai se nos foi mostrando os diversos lugares marcados pela presença de Padre Pio: a sua cela; o lugar onde ele se alimentava no refeitório
dos frades ; a pequena capela onde celebrava a Missa (sempre em latim, pois nunca aceitara as reformas na liturgia); o corredor pelo qual ele passava, deixando-o manchado pelo sangue que ve1tia de seus estigmas; o jardim onde ele rezava o terço, etc. Em cada um desses lugm·es, parecia que se vi a o Padre Pio. Durante a visita, um guia nos explicava episódios pouco conhecidos da vida do santo sacerdote. Por exemplo, sua firme posição a favo r da monm·quia no referendum de 1947; sua campanha contra a reforma agrária socialista e em defesa da propriedade privada; seus ardorosos sermões contra o comuni smo, que ele considerava "a ruína da sociedade ", etc. Nele conviviam o místico e o homem perfeitamente consciente dos problemas de seu tempo, nos quais não hesitava em intervir, suscitando não poucas inimizades. No final , Dom Laise nos levou até a cripta onde é exposto à veneração dos fiéis o corpo do Santo. Fechado numa urna de cristal (foto interior), paramentado com o hábito de frade capuchinho, o rosto retocado com uma li geira capa de silicone, a barba branca como a neve, São Pio de Pietrelcina parece apenas dormir. Dele se desprende uma sensação ao mesmo tempo muito serena e muito fo1te. Eram precisamente estas as características de sua personalidade: de um lado, uma serenidade celestial, fruto de altíssimas contemplações e constante oração; de outro, uma força ferrenha que, por exemplo, levava-o a negm· a absolvição aos penitentes que não demonstrassem perfeita contrição. Na volta, reinava profundo si lêncio no ônibus. As impressões tinham sido tantas, que mal conseguíamos pô-las em ordem na cabeça. Aos poucos começamos a rezar, depois a conversm·, e por fim a cantar. Quando chegamos a Nápoles, à noite, pairava uma tal alegria, que mais de uma pessoa exclamou: " Foi o dia mais f eliz da minha vida! " . • E- mail do autor: ca1olicismo@ca1olicis1110.com .br
JULHO2008 -
A força do perdão Santo Alberto Magno nos afirma que Deus, no mundo da graça como no da criação material, quis fazer duas grandes estrelas, a saber, as duas Marias: Maria, a Mãe do Senhor, e Maria Madalena, a irmã de Lázaro. A maior é a Virgem Bem-Aventurada, que preside ao dia da inocência. A menor é a Maria penitente, colocada aos pés da Santíssima Virgem para presidir à noite da penitência e iluminar o caminho dos pecadores que, como ela, buscam o atTependimento. A Lua, cqm suas fases, assinala os dias de festa na Terra; assim também Madalena, no Céu, assinala a alegria dos Anjos de Deus quando os pecadores fazem penitência.
Estados Unidos: Jornada mariana
para ítalo-americanos Ü evento foi realizado na sede da TFP norte-americana, numa das comemorações para celebrar as aparições de Nossa Senhora de Fátima há 91 anos FRANCISCO J OSÉ SAIDL
lV
ui tos itali anos que imi graram para os Estados Uni dos, mes mo depois de várias décadas de permanênc ia nesse país, co nse rva ram íntegras as tradições trazidas da Itália. Isto se pode dizer dos dialetos, da culinária, mas sobretudo do dom incomparavelmente mais precioso e profundamente arraigado em seus corações, que é a fé católica. Di sto deu demon stração uma centena de italianos res identes nos Estados Unidos, que participaram da jornada mariana na sede da TFP norte-americana em Spring Grove (Pensilvânia) no mês de maio. Num clima de muito e ntusias mo, peculiar aos europe us me ridi ona is, o e nco ntro fo i ma rcado por inte nsa pi edade mari ana. *
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Às dez horas da manhã houve missa, seguida de uma procissão com recitação do terço. Presidia a procissão uma imagem peregrina da Virgem de Fátima, que normalme nte visita as fa mílias em suas residências. Seguiu-se um almoço com animada conversa, durante o qual o Sr. Robert Ritchie, diretor da campanha America needs Fatirna, discorreu sobre a importância da mensagem de Fátima. Ressaltou especialmente alguns fatos bíblicos, nos quais é notório que Deus sempre envia um profeta quando os homens se desviam do reto caminho. Para admoestar os homens de nossos dias, Deus enviou sua própria Mãe. E foi 'em Fátima ( 19 J7) que Ela falou, portando uma mensagem de suma gravidade. Como parte do evento, fo i proj etado o filme Fátima, mensagem de tragédia ou de esperança?, produzido pela associação italiana Luci sull 'Est. Todos partiram com o a rdente desejo de que outras jornadas como esta se repitam, e impressionados pelo a mbie nte impregnado de grande esperança. Nas fotos cenas do eve nto. • E-mai l do au1ur: caJolicismo@catolicismu.corn .br
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São Martinho de Porres Vários aspectos de uma alma: placidez, amabilidade, severidade e tom santamente aguerrido ■ PuN 10 C o RRÊA DE O uvE1RA
uardo comigo um quadro de São M artinh o de Porres ( 1579 - 1639) . Uma fi sionomi a feia, traços irregul ares, qua e vulcânicos, e com uma peculi arid ade que custei a ex plicar-me a mim mesmo. Observ ando o rosto dele, notava algo de díspar: de um lado clava uma impressão, e ele outro dava impressão diversa. Apliquei uma folha ele papel sobre seu rosto, isolando uma metade ela face ela outra metade. Percebi então que ap resentava duas fi sionomi as conjuntas: um a pl ác id a e amável, de um lado; outra severa e sa ntamente aguerrid a, ele outro lado. Essa disparid ade cri ava algum a difi culdade para se entender sua personalidade. M as, no total, é santo, ca noni zado pela l grej a.
G
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A lgum tempo depois, ca iu-me nas mãos uma biografi a dele. São M artinho não era padre, mas sim irmão leigo cio famoso Convento ele São Domingos ele Lima . Certo di a, ele sa iu com um grupo ele reli giosos domini canos dessa comunidade para fazer um passeio a pé. Em determinad a hora,
Túmulo de São Martinho de Porres
perceberam que se tinham atrasado demais, qu · não ·onseguiriam voltar ao co nvento a tempo para a oração lo Angelus. O que fazer? Rezaram , e todos elevaram -se no ar. 0 1110 precursores da aeron áutica, voaram por cima dos 'd i rfcios ela cidade co loni al ele Lim a, e suavemente I s ·eram no claustro cio convento, bem na hora cio Ange/11s. A cena me parece enca nt a !ora. Um verdadeiro fto retti , que merec ia ser pintada por um rancl e arti sta como Fra Angelico . •
Foto recente do claustro do Convento de São Domingos em Lima , admiravelment restaurado
Excertos da conferência proferida pelo Prpf. Plínio Corrêa de Oliveira em 21 de dezembro de 1984. Se m revisão do autor.
Nยบ 692 - Agosto 2008 - Ano LVIII
-
, PUNIQ C O RRÊA
QE
UMARI
01 IV[ IRA
2
EXCERTOS
4
e \R'l'A
A festa da Assunção de Nossa Senhora, que se comemora no
5
Po1~ 01m Nossi\ SENIIOIM c1101M
dia 15 deste mês, é a celebração do triunfo da Mãe de Deus
6
D1sc1mN1Nno
A glória da Assunção
"Os
an ti gos, quando fa lavam ela fes ta ela Ass unção, di ziam que era a resti viclacle ele Nossa Senhora ela G lória. Eles entend iam bem que a Assunção não é apenas o fato físico ele N ossa Senhora sa ir desta Terra - tendo sido ressusc itada por virtude ele seu Di v in o Fil ho - e ir para o Céu. M as é a glori fi cação el a M ãe ele Deus. Depois ele ter passado por toda es péc ie ele so fr imentos, angústias, d il acerações e hu mi lhações , Ela é glori ficada por N osso Senhor aos o lh os ci os homens, por meio ela A ssunção. Privil ég io único na Hi stóri a, pelo qual um a mera criatura é levada em corpo e alma pelos anjos ao Céu. Ela, que poss uía um a alma sa ntíss i ma, uma cli gnicl acle, um a majestade, e ao mes mo tempo uma afab ili clacle inex prim íveis, natu ra lmente cleixou que tra nsparecesse nesse momento toda sa ntidade em sua fi sionomia. Também nesse mo mento tra nspa rece u um a efusão ele tern ura, ele miseri có rdia e d bondade suprema ct ' Ela, co mo mani festam todas as mães que se des pedem ci os fi lhos . C om a segurança para todos ele que la, n::ío estando mais presente na Terra, co meçava sua grande mi ssão cio alto cio Céu. Depois ela A ssunção, sua glória s manifestou cada vez ma is. Como bem obs ·rva S::ío L uís Grignion ele M ontfort, não x ist ' um a igrej a na Terra onde não haja um ali ar dedicado a Nossa Senhora, exceção fei ta hoj e a certas igrejas modern osas, que quase não são ma is igrejas; não há uma alma que se tenha sal vo, sem ter sido devota le Nossa enhora; não há uma graça que os homens tenham recebi do, que não foi obti da por Ela. A ssi m, sua glóri a vai crescendo até o fi m cios sécul os, co m o di a do Juízo Fin al. Todos os homens serão julgados; portanto, Ela também. M as, como Ela não está sujeita a nenhuma dív ida, não cometeu nenhu ma fa lta, no Juízo Fin al haverá uma suprema glorifi cação ela Santa M ãe ele Deus". •
(Excertos de conferência de Pl íni o Cu rrêa de Ol ive ira, pro nunciada em 13-8- 1965)
CATO LI C ISM O
00 DnmTOI~
"Direitos humanos" acobertando abel'l'ações
10 A
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REAl,IDAOE CoNCISAMIWl'I<:
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SAc1muoT1•:
Ecologia e endeusamento da nawreza
15 Arn \l ,IDADE Computado1; atrações e dependência 16
INl-'Ol~MATIVO RI JRAL
19
ENTm-:VISTA
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41
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46
SANTOS 1,: F1,:STAS no
48 /\<.;ÃO 52
O alvissareiro e altissonante NÃO da ll'landa Maria Antonieta
Oue rumo seguirão as nações sul-americanas? SãoJoãoEudes
Manisf'esto da 1'FP norte-americana
M f.:s
CON'l'IM-Rl~VOl ,l JCION/\l~IA
!\MBIEN'l'l•:s, CosnJMES, CIVU ,IZAÇÕES
Santa Catarina ele Bolonha: bondade, lucidez, esWbilíclade e decisão
N ossa Capa : Foto da manifestação em Bogotá (Colômbia), no dia 4 de fevereiro de 2008, contra a ação narcoguerrilheira das FARC
China, Zimbábue, Brasil
Caro le itor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 3116 Administração: Rua Javaés, 707 Bom Retiro CEP 01130-010 São Paulo - SP Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (0xx11) 3333-6716 Fax (0xx 11) 3331-685 1 Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01064-970 São Paulo - SP Impressão: Prol Editora Gráfica Lida. E-mail: catolicismo @terra.com.br Home Page: www .catolicismo .com.br ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Agosto de 2008: Comum : Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
A Hi stóri a comprova qu , freqüentemente, o mal avança me nos pe la força e audácia próprias lo que pe la rraqucza e tibi eza dos bons. Cri ses e revoluções teriam sido ev itadas, se os bons tivessem lançado mão dos recursos humanos fortalecidos pela graça de Deus, nunca negada àque les que O invoca m em justa causa. O cató li co não deve se co nte ntar apenas c m 1ue cri ses e revoluções sejam ev itadas. Pe lo ca ráter militante da San ta Ig rej a, d v cl scja r arde nte me nte ver estabelec ida na Terra a aspiração ex pressa no Pai Nosso - "Seja f eila a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu" - e para isso e mprega r todos os me ios lícitos ao seu alcance. Ou seja, para al cança r o re in ado soc ial de Nosso Senho r Jesus Cristo. Esse des íg ni o to rno u-se rea lidade durante os sécul os de Civ ili zação ri stã na Europa medieva l, quando "afiloso.fta do Evangelho governava os Estados", conforme escreveu o Papa Leão XII[ na E ncíc li a Jmmortale Dei. Al gum te mpo depoi s, tendo arrefec ido o amor de Deus e o ze lo pela fé, os inimi gos da Igreja e ela Civilização C ri stã, medi ante o multi ssecul ar processo revolucionário, foram pau latin amente tomando as rédeas da situação, até os nossos dias. Mas não nos esq ueça mos de que o demônio é, na rea lid ade, usurpador de Deu s e da Igrej a, e com e le colaboram os revoluc ionári os que se deixam inrluc nci ar pe lo espírito das tre vas . Estes devem ser lega l e vi gorosamente impedidos de obstar os planos divinos no tocante à santificação e salvação das almas , e po rtanto de organi zar, nos dias atuais, um mundo oposto aos desíg nios de D us. Mundo este que encontra, nas iníquas máximas do soc iali smo e do co muni smo , o caminho para sua rea li zação po lítico-econô mico-social. Na América do Sul , importantes injunções de op ini ão púb lica, at o momento, não permitiram a concretização desse des iderato pe las via. 1cm cráti cas. Entretanto, diversas nações de nosso continente vac il am di ante das invc. tidas marxistas. Daí o surg imento de guerrilhas, como as FA R , qu tentam tomar o pode r pe la força das armas; ou e ntão governos populi sta., 01110 o I hávcz, que buscam agir através de pseudo-leis arbitrári as . Há de momento um po nderáve l reflux o I ssas l'or ·as r vo lu io nári a. no continente, fato alvissa re iro, ao qu al certamente não slá a lheia a Providênc ia Divina, que tanto protege a América Latin a. Mas isso não nos ex ime de vig iar e lutar, pois qu podemos constatar na matéria de ninguém sabe o futuro que nos ag uarda. capa desta ed ição, que anali sa com pe n tração a co nj untura sul -a mericana . Tal análi se se deté m num país para li gmáti co: a Co lômbi a. E m face de um inimigo que lhe quer arrebatar a ver lad ira l'é e a sobera ni a, os co lombi anos vêm ag indo de modo lo uváv 1. cus atua is governantes , atendendo aos c lamores da opini ão nacion al, estão e nfre ntando com rorça e ga lhard ia o adversári o - tornado poderoso graças à fraqu eza e sue ss ivas concessões de seus predecessores. Em lu gar do "ceder para não per ler" , o enfrentam com destemor, apli ca ndo a políti ca do "lutar para vencer". Desejo a todos um a boa leitura. Em Jesus e Mari a,
9~7 DIRETOR
paulobrito@cato licismo.com.br
Escola , em Sichuan, destruída pelo terremoto
China - Enquanto no Ocidente se faz um a inexplicável propaganda ela China comunista, constato u-se que os terre motos ocorridos naquele país, e m maio último, produziram desabame ntos sobretudo de escolas, devido à má qualidade ele suas construções. O resultado foi que cerca de IO mil crianças morreram quando as escolas desabaram sobre suas cabeças, enqu anto prédi os ao redor de las permaneciam de pé. Tal fato motivou denúnc ias de corrupção na construção de escolas com materiais baratos, envo lvendo o governo do qual tudo depende. Em vez de procurar minorar a catástrofe com uma reparação adequada , os Iícleres comuni stas chin eses mostra m-se mais preocupados e m esconder sua própria culpa. Talvez para não ofuscar a reali zação das O lim píadas, das qu ais esperam tirar vantagens e prestíg io indev idos junto à opinião públi ca ocidental. Assim é que pa is de crianças que morreram no desabame nto de esco las, por causa do te rre moto em Sichuan , estão sendo imped idos de protestar ou recorrer à Justiça. Ademai s, o governo te m negado o acesso de jorna lis tas estra ngeiros às escolas, proibido a imprensa loca l de abordar a má qualidade das construções e assed iado os pai s mais revoltados. Esco las a inda e m escombros foram iso ladas pe la po lícia. Pais que queri am fazer vi g ília foram in struídos a não perm anecere m ali. "Muitos pais queriam apenas homenagear seus .filhos mortos, mas não podemos chegar per/o da escola, há centenas de policia i.1· ao redor ", di sse ao jornal britâni co 'The Guardian " a ag ri cul to ra Xu Yan, mãe ele uma menina de 11 anos que morreu sob os escombros da esco la Xi nji an (cfr. " Folha de S. Paul o", 16-6-08) . Seri a esta uma boa oportunidade para as associações de dire itos hum anos promovere m uma campanha internaci onal visando cancelar a rea lização das Olimpíadas naque le país. Ou, me lhor ainda, apontar ao mundo todos os males de um reg ime comuni sta. Por que não o fazem?
Zimbábue - Sob a ditadura de Mugabe , o Zimbábue fez uma Reforma Agrária radical, perseguindo violentamente os leg ítimos proprietários e lançando o país na mi séria, além de frau dar vergonhosamente as eleições para impedir a oposição de ascender ao poder. Por motivo de a China ter fornecido armas para esse país que pe rseg ue se us próprio s cidadãos, a África do Sul e Moçambique negaram-se a receber o navio chinês An Yue Jiang, que transportava seis contêineres com três milhões de muni ções para espingardas automáticas AK-47 , 1.500 RPG (morteiros com auto-propulsão) e mai s de três mil granadas de morte iro. Em Angola o navio atracou , mas ao que consta, diante dos protestos dos Estados Unidos e outros países, não descarregou as armas e voltou para a China, poi s o Zimbábue não é acess íve l por mar.
Brasil - O site "DHnet" (Dire itos Humanos na [nternet) j á recebeu vários prêmios, inclusive da Secretaria Especial dos Dire itos Humanos do governo Lul a, que o apó ia oficialmente. Poi s be m, ta l sile ed itou nada menos que o Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano, do guerri lhe iro e terrorista Carlos Mari ghell a. No capítulo "Assaltos ", enco ntramos : "Os alvos mais vulneráveis para o assallo são os seguintes: bancos e estabelecim.enlos de crédito ; negócios comerciais ou. industriais, incluindo a produção de armas e explosivos; estabelecimentos militares; delegacias e eslações de polícia", etc. Há também capítulos sobre como executar pessoas, como seq üestrá- las, como fazer ex plodir uma propriedade, o u incendi á- la , etc. O site e log ia muito Frei Betto ... • AGOSTO 2008 -
Direitos humanos ou perseguição religiosa? Nal{evoluçfio l◄'rm1ccsa, adeclaração de direitos humanos serviu
par·a acobertar' sa11gl'enta perseguição aos católicos. 1~; pelo mesmo
caminho que nos conduzem agora?
Cio
ALENCASTRO
e alguém dissesse que as atuais campanhas pelos direitos humanos podem desembocar num a violenta perseguição aos católicos fi é is, muitos ingênuos achariam isso imposs ível, mera lucubração de mentes doentias. Então, vamos aos fatos : 1 - E m nome cios "direitos ela mulher ao próprio corpo", força-se por toda a parte a aprovação ele leis de aborto, que matam os inocentes no próprio seio ele suas mães. E procuram , em seguida, obrigar enfermeiras e médicos católicos a agir contra sua consciência, sob pena de lançá-los na mi séria e talvez na cadeia. 2 - Para garantir o "dire ito ele não sofrer" , condenam-se velhos e doentes à morte pela eutanásia, obrigando terceiros a "ajudá-los". 3 - Em nome cios "direitos das minorias", vão sendo espoliados legítimos proprietários para beneficiar falsos sem-te rra, sem-teto, índios e quilombolas. 4 - Os "direitos humanos" vão dando guarida a todas as aberrações sexuais. Ao mesmo tempo se obriga os católicos, nas fábricas, nos escritórios, muitas vezes em seus próprios lares, a conviver com indivíduos que ostensivamente as praticam , sob pena de processos e perseguições sem fim . 5 - Sob acusação de fundamentali smo, e alegando "direito à liberdade re lig iosa", sustentada por um ecumenismo mal são, vai <li sendo impedida a proclamação ufana da 1 verdade católica, bem como a expressão ~ ele sua incompatibilidade total com o mal ~ -CATOLICISMO
cos e monárquicos. Inferiores em núme- estão em fase de tomar-se .fitturos bandiro e em armas, seus habitantes - em ge- dos '. Com estas desaparece igualmente o ral simples camponeses, comandados aqui risco ele represálias e vinganças . Criame ali por algum nobre - foram , em larga se inclusive campos de extermínio reservados às crianças, como em Noirmoutier. medida, massacrados. "Em 1° de agosto de 1793 a Conven- Em Bourgneuf e em Nantes organizamA 11wtriz 11a Revolução Fm11cesa ção votou a destruição ela Vanclé ia: os se afogamentos especiai s para elas" (ReyO que talvez mais confirme o caráter bosques deveriam ser abatidos, os animais nald Secher, La guerre de Vendée: guerre persecutório desses pretensos "d ire itos", capturados, as casas confiscadas, as co- civile, génocide, mémoricide, in Le Livre entendidos e m seu atual sentido laicista e lheitas ceifadas. [ ... ] Em 1º ele outubro: Noir de La Révolution Française, Éclitiateu, é sua origem. É sabido que eles ti- 'Soldados da liberdade, é necessário que ons clu Cerf, Paris, 2008). veram sua matriz e inspiração na Revolu- os habitantes da Vandéia sejam extermição Francesa, que os proclamou por meio nados antes do fim do mês de outubro: a * * * ela "Declaração dos Direitos cio Homem salvação da Pátria o exige; a impaciênÉ necessário, pois, abrirmos os olhos e cio Cidadão", adotada pela Assembléia cia do povo.francês o ordena; a coragem Constituinte francesa em 1789. Embora dos soldados o deve cumprir'. enquanto é tempo e lutar com todas as ,u-a constituição ameri cana j á se referi sse "A Vandéia - exclama o Gal. Turreau mas lícitas para defender nosso direito de anteriormente a tais direitos, foi de fato a - el eve transformar-se num cemitério seguir integralmente a Lei santa que Jesus Revolução Francesa que os propagou. Cristo nos legou. Esta sim, defensora ele nacional. Durante o período revolucionário, toda "Os relatórios políticos e militares são autênticos direitos humanos, porque baseauma região ela França - a gloriosa Van- de uma precisão eloqüente: é necessário dos nos direitos ele Deus e ela natureza. • déia - foi atrozmente esmagada por de- primeiramente eliminar as mulheres, 'fon- E- mail do autor: cida lc ncastro @catolicismo.com.br fender seus princípios e costumes católi - tes reprodutoras '; e as crianças, 'porque e com o erro, nos lugares mesmo onde essa verdade há pouco re inava. Tudo isso são indícios, por vezes o começo da tempestade que está se armando contra os católicos fiéis.
AGOSTO 2 0 0 8 -
um ser humano do sexo masc ulin o ostentar brincos, tampouco os fami gerados piercings, sem mencionar as tatuagens. Há tanta in sensatez e mau gosto nos trajes, na arquitetura, nos costumes! Cultivar o belo dentro ele si é cultivar o bem. (O.S.S.Q.B. - MT)
Não ao 1'rataclo de Lisboa
Mudança transcendental Li seu excelente texto lde autori a de Luis Dufaur] na rev ista Catolicismo e fiqu ei admirado com tamanha · destreza com que colocou as palavras e as observações sobre tai s eventos !'maio ele 68). Espero sinceramente que esses processos de reação não termi nem apenas em museu, mas que se espalhem por todo o planeta. O planeta não pode e não eleve se degenerar como aqueles baderneiros ele 1968 querem. A mudança transcendental está próx ima, e virá clarear aquilo que os baderneiros escureceram. (E.G.L. - SP)
Retomo às tradições ~
A revolução de M aio ele 68 (e a passeata ci os cem mil ocorrid a naq uela ocas ião no Brasil ), não levou a nada. A s pessoas estão decepcionadas com este mundo ele hoje, onde o igualitari smo , o materi ali smo e a anarquia triunfam ; só mes mo voltan do às velhas tradições e a Deus. (P.A.D.F. - RJ)
Insensatez e mau gosto Muito bom esse artigo 1' " 0 belo e o aberrante", ele autoria ele Gregóri o Yivanco Lopes]. Jamais vi beleza em
-CATOLICISMO
Ainda é possível sa lvar o mundo. Espelhemo- nos no exemplo ci o casa l Gerry O ' Mahony (p. 23 ela edi ção ele julho/2008) e sua esposa Maire [o casal mais idoso ele Dublin, que lançou uma cru zada ele orações para que o Tratado de Lisboa não f osse aprovado pela Irl and a'!; vitalidad es cio amor cri stão que sa i ele dentro ele seus corações, e, nesse caso, cios seus corações que em Cri sto, pelo Sacramento do matrimônio, fo rm aram uma só unid ade. A graça ci o Espírito Santo irradia-se sobre os cri stãos católi cos. (J.A.B.M. - AL)
Um menino "clescongelaclo"
181 O caso cio Viníciu s, para exemplificar com um caso brasil eiro, é uma marav ilh a da natureza para contrari ar os promotores ci o aborto . O embrião fi cou 8 anos conge lado e, tendo sido impl antado no útero ele sua mãe, nasceu um belo e saudável menino, inteiramente norm al, hoj e com 1 ano ele vicia fe li z na cidade ele Mi rasso l (SP). Os promotores da liqui dação cio s embri ões congelados elevem entender que, muito além ele pensar em produzir algum bem aos enferm os, acima de tudo está a vicia, que não pode ser tirada para alegrar algum enfermo. Há outros meios para alegrá- los, mas não à custa ele homi cídios. Eu, apesar ele ter fi cado com nojo cios mini stros que vo taram a favor elas pesqui sas co m célul as-tronco ele embri ões hum anos, rezo por eles. Para que enxerguem o horror que fizeram e voltem atrás, pois , a conti nuar a sim, qu antos outros milhares ( milh ões?) el e Viníc iu s não se rão
mortos? Que País é esse? " Neste País" há lei para defender o. ovos elas tartaru gas, os fetos das bal eias , as cascas de árvores nativas, etc., mas não ex iste lei para defender o feto ele um ser humano! Pior ainda, há lei para destruir fetos humanos. Pobre Brasil , onde são crim es certas destrui ções ao meio-ambi ente (crim es ditos "a mbi entais" ... ), mas não é crim e a destruição de fetos humanos! A cordem, Senhores ministros I A cordem, cienti stas sem coração ! C ienti stas que têm inteli gê nc i a para c lo nar um a ovelhinha Dolly (a pesar de j á nascer velhinh a e morrer em pouco tempo), mas não têm coração humano. (U.J.R. - DF)
Nota da Redação: Embora a práti ca de conge lar embri ões sej a condenável , a mi ssivi sta tem razão ao di zer que, uma vez que eles ex istem, não podem ser eliminados.
c,·imes hecliomlos Rea lmente monstruosa a in dústria do aborto, nos países em qu e ele é aprovado. Nenhuma I i é capaz de garantir que um feto f ra lo útero não tenha vicia. Ex tirpá- lo é um crime tão hedi o nd o quanto o assassinato ele l sabell a. M as nossa sociedad e está cega para ver isto. , ai nda há gente com coragem d afirmar que aborto é um caso d saúcl publi ca ... (F.C.S. - CE)
"Um clm, textos mais limlos"
M Recebo a revista Catolicismo em minha casa , conheci a revi sta pela Associaçc7o do Sagrado Coração. A de junho publica matéri a sobre o Sagrado Coração ele Jes us, e no final cio artigo apresenta algum as indicações para leitura ele arti gos anteri ores. Eu gostei de ler esses arti gos. Muito obri gada a todos, e parabeni zo a toda a equipe por tão lindas fotos, arti gos e, em es pecial, a matéri a sobre o queri do Beato Fra ncisco M arta, um cios tex tos mais lindos que li . Paz e bem. (L.C. - RJ)
Nota 11 [gJ A revista Catolicismo é uma revista que todo católico tem o prazer de ler, ela o mantém informado sobre tudo que acontece. É uma revista informati va, educativa. Eu aprendo cada vez mais com o Catolicismo. Sempre que termino de ler a rev ista cio mês, fi co ansiosa para chegar a próx ima. Logo que começa o mês seguinte, eu vi sito o site para ver que grandes notícias virão nessa edição. Numa escala ele O a 10, o Catolicismo merece nota 11. A rev ista mudou muito a minha vida, e agora ela tem um papel muito importante para minha formação doutrinária, e sempre terá. Felicitações e agradecimentos a todos os senhores pelo exce lente trabalho que fazem. (J .M.F.F. - RJ)
Vicia ele Santos
B Estou escrevendo para agradecer os tex tos sobre os santos. Tenho uma devoção particular por eles. Coloquei o texto no meu blog de orações e in diquei o autor e fonte. Se não puder fazer isso, fale comi go, que retiro. M eu sobrinho nasceu, e acred ito que tenha sido por mil agre. Não creio em acasos. E le estava com o cordão enrolado no pescoço, dando 2 voltas, que faziam exatamente um nó de forca. M eu sobrinh o nasceu por cesárea, graças a Deus, e fi ca no meu pensamento tal curi os idade. Aos olhos hu man os pode ser mero acaso? M as meus olhos hum anos apre ndera m a ver co isas não tão humanas. (M.A.-PR) Nota da redação : N orm a geral para con hecimento de todos: para se transcrever matéri as publicadas em Catolicismo, apenas se ex ige a citação el a fonte. Ou sej a, que determin ada matéria foi ex traída ela rev ista Catolicismo, na ed ição de [mês e anoJ, e é ele tal autor. Não é cond ição sine qua non, mas pede-se que: 1. Jn sira-se no final ela matéria reproduzida que ela se encontra di sponível no site www.catolici smo.com.br
2. Se possível, que se envie ao nosso endereço ou e-mail (v icie p. 4) uma cópia da publicação para nossos arquivos.
Apesar dos sofrimentos ... ~ Não, D eus não preparou um mundo cheio de sofrimentos e turbulências, ele criou um mundo maravilhoso, cio qual podemos desfrutar sua natureza e tudo o que ela produz para nosso sustento, as marav ilhas ele todos os animai s que nele ex istem; o mm·, a terra, tudo é bênção ele Deus, principalmente a família bem constituída. (A.L.S. - SP)
1'ática cliabólica Sobre a questão dos exorcismos, é bem verdade [o que a revista publicou]. Infeli zmente, o que vemos sobre exorcismo é só pelos filmes, e por isso acabamos pen sando que é uma coisa muito di stante ele nós. No entanto, a coisa está aí e muito prese nte, apenas bem camuflada pela es perteza do mali gno! (M.A.C.S. - RJ)
Como capturar porcos selvagens? Recebi , por e- mail, o texto abaixo, repassei a amigos e rogo-lhes, se possível , a publicação na revista Catolicismo , com a qual tive muita sintoni a por seu timbre anti-socialista. "U m dia um professor de quími ca, enquanto a turm a estava no laboratóri o, noto u um jovem que conti nuam ente se esticava como se suas costas doessem. O professor perguntou ao j ovem qual era o problema . O aluno respondeu que tinha uma bala alojada nas cos tas, poi s tinha sido alvejado enquanto lutava contra os com uni stas de seu país, pois estavam tentando derrubar seu govern o e in stalar um novo regime, um 'outro mundo possível '. No meio da sua hi stóri a, ele olhou para o professor e fez um a estranh a pergunta:
- O senhor sabe co mo se capturam porcos selvagens? - Como? - Capturam -se porcos selvagens encontrando-se um lugm· adequado na floresta e colocando algum milho no chão. Os porcos vêm todos os dias co mer o milho gratuito. Quando eles se acostumam , co loca-se uma cerca , mas só em um lado. Quando se acostum am com a cerca, voltam a comer o milho. Depoi s, coloca-se um outro lado da cerca. M ais uma vez, eles se acostum am e voltam a comer. Conti nu a-se desse j eito, até colocar os quatro lados da cerca, mas deixa-se aberta apenas uma porta . O s porcos que j á se acostum aram ao milho fácil e às cercas, começam a entrar pela porta aberta. Então fec ha-se a porta e captura-se o grupo todo. Assim, em um segundo, os porcos perdem sua liberdade. Eles ficam correndo e dando voltas dentro da cerca, mas j á foram pegas. Logo, voltam a comer o milho f ác il e gratuito. Eles ficaram tão acostumados a este, que se esq uecera m de como caçar na floresta por si próprios. E por isso, aceitam a servid ão. O j ovem então di sse ao professor que era exatam ente isso qu e ele vi a aco ntecer ' neste país '. O governo fi cava empurrando seus habitan tes para o comunismo e o soc ialismo e es palhando o milho gratuito , na forma de programas de auxílio de renda, bolsas di sso e daquilo, impostos variados , es tatutos ele ' proteção ', cotas para estes e aqueles, subsídio para todo tipo ele coisa , pagamen tos para não plantar, programas de ' bem-estar soc ial ', med icin a e medi camentos 'gratuitos ', sempre novas leis, etc, tudo ao custo da perda contínua elas libercl acles, mi ga lh a a mi galha. Finalmente, percebe-se que toda essa marav ilh osa 'ajud a' governamental é um probl ema que se opõe ao futuro da liberdad e em nosso país. Os brasileiros ' benefi ciados' estarão cercados, sem porta aberta". (G.P.A. - PB)
AGOSTO 2 0 0 8 -
Monsenhor JOSÉ LUIZ VILLAC
Pergunta - "Morreu, acabou. Não existe nada depois da morte" Quantas vezes já ouvi esta frase! Muitos não a dizem, mas pensam assim, e conduzem a vida dessa maneira. E suas decisões exprimem esse pensamento. Um octogenário recentemente falecido declarou que não queria ser enterrado, mas cremado, e que suas cinzas fossem espalhadas no clube que freqüentava. Ficou claro para seus familiares que a razão era essa: com a morte tudo terminava, e nada mais havia a fazer senão a dispersão das suas cinzas. Na cabeça de muitas pessoas esvoaça essa dúvida: que provas há da existência de uma vida futura? Nunca ninguém voltou para con!ar ...
Resposta - Se tudo termina com a dispersão das cinzas nos canteiros de um clube, se tudo termina na dissolução do ser humano no nada, é forçoso reconhecer que a vida humana não tem sentido. E seria pura fantasia aquela apetência do Ser Absoluto, que Santo Agostinho coloca no fundo do coração humano: "Fizestes-nos para Vós, Senhor, e nosso coração permanece inquieto enquanto não repousa em Vós". Que provas há de que existe algo para além da mo1te? Começaremos por dar a reposta para os que tê m fé. Em seguida nos dirigiremos aos incréus, pois o missivista evidentemente quer uma resposta para este gênero de gente. Insistimos, de antemão, no
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CATOLICISMO
que temos várias vezes repetido: devemos ter fé e dar adesão intelectual à Palavra de Cristo, de acordo com Santo Tomás de Aquino.
cena com a chegada de Maria, avisada por Marta. Jes us se comove, chora, dirige-se ao sepulcro e diz:
"Tirai a pedra. " Disse- lhe Marta , irmã do defunto: Senhor, ele j á cheira mal, porque já está aí há quatro dias. "Disse-lhe Jesus : Não te disse eu que, se tu creres, verás a glória de Deus? "Tiraram, pois, a pedra; e Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: Pai, dou -te graças porque me tens ouvido. Eu bem. sabia que me ouves sempre, mas falei assim. por causa do povo que está em volta de mim, para que creiam que tu me enviaste. "Tendo dito estas palavras, bradou em alta vo z: Lázaro, vem para fora!
"Eu sou a l'CSSlll'l'eição e a vida" Para os que têm fé, basta lembrar que a ressurreição dos mo1tos e a vida eterna são objeto dos dois últimos artigos do Credo: creio "na res-
surreição da carne; na vida eterna. Amém". São dois pontos claríssimos da pregação, e mesmo do agir de Nosso Senhor Jesus Cristo, como se vê no episódio da ressurreição de Lázaro, nati-ado no Evangelho de São João ( 11 , 153): tendo Lázaro adoecido, suas irmãs Marta e Maria apressaram-se em avisar o Divino Mestre. Este, porém, deixou-se ficar mais dois dias no lugai· em que estava, sabendo bem o que ia acontecer e o que iria fazer. Assim, quando chegou a Betânia, fazia quatro dias que Lázaro tinha falecido. Marta acorreu ao seu encontro e disse-lhe:
"Senho,~ se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também sei agora que tudo que pedires a Deus, Deus te concederá. "Respondeu-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. "Disse-lhe Marta : Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; o que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo o que vive e crê em mim, ncio morrerá eternamente. Crês isto ? "Ela disse -lhe: Sim, eu creio que tu és o Cristo, Fi- {l lho de Deus vivo, que vieste .ê '8. a este mundo " (vv. 21-27). -
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Em seguida repete-se a
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"E imediatamente saiu o que estivera morto / ... /. Então, ,nuitos dos judeus que tinham ido visitar Maria e Marta, e que tinha,n presenciado o que Jesus.fizera, crerarn nele" (vv. 39-45) . Segundo todos o s i nté rpretes da Sagrada Escritura, a ressurre ição de Láza ro um morto de quatro dias! era uma prova que Jesus queria dar de que Deus tem o pode r de ress uscitar Lodos os homens no último di a. A ressurreição dos mortos e a vida eterna são, pois, doi s pontos perfeitamente estabelecidos da doutrina cató lica, e hi storicamente arqui com provados.
Deus, infinitamente misericordioso e justo, é também infinitamente poderoso poro ressuscitar os mortos no último dia e dor-lhes um destino eterno, que será o suo justíssimo recompenso
Que sentido tem a Jlida pl'esellte? Poré m, nestes tempos de ateísmo e neopagani smo teórico e prático, convém apresentar provas també m para aqueles que fecharam se us corações à palavra divina. E as perguntas que se põem naturalmente, para um esp írito sensato, são estas: - Que sentido tem a vida presente se, com a morte, o ser humano se di ssolve no nada? - Que sentido tem falar em aspectos morai s de nossos
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atos se, por praticarmos o bem não seremos recompensados, e se fizermos o mal não seremos punidos?
É forçoso (Jue a vida tenha sentido No universo há uma orde m admirabilíssima. O mundo físico é tão ordenado, que os cientistas descobriram que ele é regido por leis requintadamente matemáticas. E a tal ponto que milhares de cientistas do mundo todo buscam há um século, afa nosamente, reduzir todas as forças da natureza a uma só ex pressão matemática. Ora, se há uma o rdem, tudo no unive rso tem o seu posto, sua função, sua explicação, e sobretudo finalidade. Só a vida humana, que é o elemento mai s alto sobre o uni verso, não teria sentido? Esse sentimento é tão profundo na hum a nidade, que muitos buscam explicações em doutrinas fantasiosas. No começo - ruzem - havia um ser único, que vivia na tranqüilidade, na harmon ia interna e na mais pe,feita felicidade. Não se sabe como nem por quê, produ ziu-se no interior desse ser
uma cisão, que provocou uma explosão, originando-se daí a multiplicidade dos seres. Mas misteri osas forças cósmicas procuram restabelecer a unidade primitiva, o que acontecerá quando todos os seres se reintegrai·em nesse "deus" primitivo, dissolvendo-se nele. Aqui está - segundo esse pensamento - o que se passa com o homem quando motTe: ele não se di sso lve no nada, mas reintegra-se nesse ser (mico que reabsorve em si todos os seres. É o que constitui o fundo das doutrinas gnósticas e panteístas (tudo é deus). Doutrinas, como se vê, fantasiosas, para não dizer mon struosas, mas que mostram como o homem tem necess idade de buscar uma explicação insofismável para o sentido da vida. Esse sentido só nos é dado pela idéia de um Deus criador - verdade que está inteiramente de acordo com a razão, ao contrário dessas fantasias .
É fOl'ÇOSO lJUC a justiça seja feita Por fim, a questão da justiça. É evidente que a justiça
nesta Terra é tremendamente falha; freqüentemente triunfam os maus, e os bons não são reconhecidos. O mundo todo tem sido sacudido ultimamente por crimes tão hediondos, que a justiça humana não dá conta na tarefa de punir. E mesmo que punisse os criminosos, que por sua vez tornam-se até ídolos, nada reintegraria nos seus direitos as vítimas imoladas. Se não há uma Justiça superior, que castigue na devida proporção o crime cometido e restabeleça as vítimas na integridade do seu ser, nada tem sentido nesta vida. É uma prova de que a existência de Deus é necessária. E esse Deus, infinitamente misericordioso e justo, é também infinitamente poderoso para ressuscitar os mortos no último dia e dar-lhes um destino eterno, que será a sua justíssima recompensa. Portanto , nada termina com a morte, mas tudo recomeça com uma vida eternamente feliz para os bons, e eternamente infeliz para os maus. Pers pectivas tremendas, que nos devem fazer encarar a vida presente com profundíssima seriedade. Não fechemos os olhos para o que se passará depoi s do umbral da morte! Se temos dificuldade em olhar de frente essa realidade, e tirar dela todas as conseqüências, peçamos o auxílio da Santíssima Virgem, que Ela nos tornará indiscutivelmente amena e esperançosa essa perspectiva. Te Deum
laudamus! • E-mail do autor: monsenhorjoscl11iz@catolicismo.com.br
AGOSTO 2008 -
A REALIDADE CONCISAMENTE Só é queiio camembert aquele feito segundo a tradição
Homem acorda quando ia ser despedaçado para transplantes
U
m parisiense de 45 anos, de nome não-revelado, acordou numa mesa de operações do hospital de La PitiéSalpêtriere, enquanto os médicos iam arrancar-lhe os órgãos para tra nsplantes. Segundo o primeiro diagnóstico, ele teria morrido de um ataque cardíaco na rua. Os médicos basearam-se no conceito de " morte cerebral", muito contestado do ponto de vista científico. Mas o ateísmo prático de uma legi slação e ivada de mentalidade sociali sta impôs esse cri tério incerto, sob o enganoso pretexto humanitário de aj udar os necess itados de transplante. Assim, desde a concepção até o túmulo, leis anti-v ida asso mbram a ex istência dos vivos. Rejeitando-se a Lei divina e a Lei natural , a vida tornase um pesadelo. •
Prédio-robô de luxo: pesadelo da Revolução Cultural arquiteto itali ano D av id Fisher apresento u e m Nova York a Torre Dinâmica, que será construída em Dubai [foto]. Terá 80 andares e 420 metros de altura. Um apartamento custará até 36 milhões de dólares. Cada andar consiste num imenso contêiner pré-fabricado que gira e m torno de um eixo, independente dos demais andares. O "edifíc io inteli gente" será um ime nso robô que obedecerá a comandos vocais. Será alimentado por 79 turbinas eólicas instaladas entre os anda res . O esgoto funcionará como os cabos que fo rnecem combustível aos av iões em vôo. "Não gostaria de estar num.prédio desses em caso de incêndio", comentou no lançamento um jornali sta britânico. O afastamento da boa ordem cristã orgânica é um objeti vo da Revolução cultural, que prepara um mundo caracterizado por uma desordem fund amental. •
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Obama promete aborto total, e mídia esquerdista o apóia
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candid ato presidencial democrata Barack Hussein Obama pretende fazer do aborto irrestrito a maior prioridade do seu governo, se ganhar a eleição, segundo denúncia da entidade pró-vida Focus on the Fam ily. A proposta de Ob a ma fo i feita em me nsage m à fa mi gerada e ntid ade abortista Planned Parenthood. Falando para at ivistas do aborto, Obama acrescento u: "A primeira coisa que .farei como presidente é assinar o 'Freedom of Choice Act"' , projeto do próprio Obama e 18 senadores, que visa eliminar toda lei estad ual que limite o massacre dos inocentes. À luz dessa informação do site LifeSiteNews, compreende-se bem o apoio do macro-capitali smo midi ático das esquerdas ao candidato democrata para as próxi mas eleições americanas. •
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CATOLICISMO
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a utê nti co e fa m oso queijo carnembert [foto], da Normandi a (França), há anos estava ameaçado de desaparecer. As injunções da União Européia e de macroatravessadores internac io nais press ionavam no sentido de esse tipo de que ij o ser fab ri cado com le ite pasteuriza~ do, e não cru como é necessário para obter-se todo seu sabor. Após anos de querelas judiciárias, os defensores da tradição levaram a me lhor. O Comitê Nacional de Denominações do Instituto Nacional da Origem e Qualidade francês aca ba de estabe lece r que só pode se r rotulado "camembert de Normandie" o queijo fe ito co m leite cru , tirado de vacas normandas, numa região definida da própria Normandi a, além de outras ex igênc ias tradicionais de produção, refi namento e empacotamento, informou o diário "Ouest-France". Vi tória da tradição! •
Dramas ocultos por trás da modernidade da Olimpíada
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modernidade ostensiva dos estád ios o límpicos de Pequim esconde fatos monstruosos , info rm o u o d iário parisiense "La Croix" . Pequim vi ve envo lta numa nuvem de po luição e poeira, que impede a visão a lé m da di stânc ia de 100 metros [foto]. A popu lação queixa-se pelo fato de o governo bombardear as nuvens de poluiçã com substâncias químicas; e, como conseqüência, os habitantes passarem mal. Massas de miseráveis que moram na rua ·crão xpu lsas sumari amente, a fim de não , erem vistas p los estrangeiros. As fábricas cessarão , eu trabalhos durante os jogos, para que os atletas não fiq uem asfixi ados. Rodízios espec iais de carros estão prev istos. Os c ntr les poli ciai s estão cada vez mais invasivos. O governo comuni sta chinês decretou que o prime iro dia da O lim píada deverá ser ensolarado. O di a da inauguração deve ser azul. Ai de quem não o veja dessa cor ! •
Santa Sé: excomunhão de religiosos que "ordenem" mulheres Alunos renunciam aos eletrônicos e descobrem a família
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s 254 alunos da escola primári a de Ziegelwasser (França) re nunci ara m ao uso de TV, computador e consoles de videogame durante dez dias [foto] , sob o o lhar de espec iali stas. O ambiente nas casas melhorou, os pais co nversaram com os filhos nas refeições ou leram histórias para eles à noite. As mães engaj aram as filh as em tarefas nunca antes feitas por elas, como costura. Elas próprias começaram a se dizer " bom di a" umas às outras, aumentando a simpatia recíproca. A taxa de sucesso superou 90%. As cri anças querem repetir a ex peri ência, pois sentiram a ação benéfica dos pais. Parece conto da ciência-fi cção, mas fo i descrita por diários como "Le Figaro", "Le Monde" e "Ouest-France". Ela mostrou até que ponto o abuso atual dos eletrônicos prejudica os relacionamentos mais básicos e destrói a convivênc ia familiar. •
Conselho da ONU pede abolição da monarquia inglesa
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monarquia inglesa nasceu sob as bênçãos da Igrej a, e hoje é grande fato r de estabili dade e d ignidade do país. Mas governos esquerdi stas o u anticristãos propõem medidas antimonárquicas absurdas a pretexto de direitos hu manos. O Conse lho para os Direitos Humanos da ONU publicou um extravagante relatório propondo a abo lição da mo narqui a na Grã-Bretanha. Sugere um "plebi sc ito", cujo resu ltado anunc ia antec ipadamente: um a "Constituição escrita preferentemente republicana". O Conselho hoje inclu i países como Cuba, Sudão, Síria, Arábia Saudita e Sri Lanka, onde as arbitrariedades dos reg imes e as execuções s istemáticas de dissidentes políticos e religiosos são notóri as . A interpretação revolucionária dos direitos hum anos passa agora a ser aplicada às formas de governo. •
Foge novamente pugilista cubano entregue pelo Brasil pugili sta cubano Erislandy Lara, que o governo brasileiro mandou de volta para Cuba, após fug ir durante os Jogos Pan-Americanos do Rio (vide Catolicismo, setembro/2007), voltou a evadir-se do "paraíso cubano" e está em Hamburgo (Alemanha). Lá revelou que em Cuba ficou submetido a dura persegu ição. Ele e seu companheiro Guillermo Rigondeaux perderam tudo o que tinham, quando foram entregues pelo governo petista às garras do regime castrista. Em Cuba, foram ban idos de todos os eventos esporti vos, e até proibidos de obter algum emprego. Lara vendeu a única coisa que tinha, uma motocicleta, para sustentar a mulher e os filhos, que estão retidos em Cuba, e Lara não sabe como ti rá- los da ilha-prisão, sendo impossível a emigração normal. •
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;\ Congregação para a Doutrina da Fé f\.p ublicou decreto confirmando que todo eclesiástico que pretenda conferir o sacramento da ordem a uma mulher, e a mulher que o "receba", estão excomungados latae sententiae - automaticamente, sem necessidade de declaração eclesiástica, no mesmo instante da paródia (pois em nenhum caso ocorre verdadeira e real ordenação ou sagração) . Dita excomunhão só poderá ser suspensa pelo Vaticano. O decreto foi emitido após reiteradas cenas burlescas de ordenação ou sagração de mulheres, praticadas em igrejas e locais públicos por expoentes do progressismo católico que subvertem a Igreja. Entrementes, a igreja anglicana como que implodiu, após aprovar a sagração de mulheres e homossexuais. Centenas de seus líderes e milhares de seguidores a estão abandonando. Muitos deles estão pleiteando o ingresso na Igreja Católica.
Desejo do demônio: tornar possessos empresários e políticos Padre Gabriele Amorth , exorcista oficial da diocese de Roma, explicou à revista "Maria Mensageira" que Satanás "gosta de se apossar de pessoas que exercem cargos de respon sabilidade, empresários, políticos". E acrescentou que Hitler e Stalin foram possessos, em virtude de "uma aceitação total e voluntária das sugestões do diabo, que trabalha em toda parte. {. .. ] E com toda segurança age também no Vaticano, no próprio centro do cristia nismo". Essas impressionantes revelações tornam imperiosa a necessidade de recorrermos com maior empenho e confiança às armas sobrenaturais, que põem em fuga o pai da mentira.
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AGOSTO 2008 -
Jogos de computador viciam O que a ecologia não diz
NELSON
R. FRAGE LLI
n GREGóR10 V1vANco LoPEs
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cologia é a palavra de ordem da moda. Tudo tem que se dobrar ante as exigências ecológicas: a agricultura, as construções, as barragens, as fábricas, o lazer, o próprio homem. A natureza é intocável. Se o leitor se der ao trabalho de analisar o fundo do pensamento ecológico contemporâneo, no que ele tem de mais central, verá que ele repudia a idéia de uma natureza criada por Deus e refletindo as perfeições do Criador. É o culto do meio ambiente pelo meio ambiente, da natureza pela natureza. Deixando à margem o que essa concepção tem de atéia, panteísta e gnóstica, fixemos apenas um ponto: com que olhos um católico deve ver a natureza? De um lado, é claro, ela contém tudo de que o home m precisa para manter-se. Dela tira ele o sustento para a vida, os medicamentos para as doenças, os abrigos nas intempéries, além de infindáveis outros elementos de apoio. Mas sobretudo o meio ambiente é o habitat criado por Deus para o homem nele crescer e formar sua alma, de modo a estar apta, no fim da caminhada desta vida, para o encontro com o Criador. Essa finalidade mais alta do ser humano, a natureza nos ajuda a atingi-la de doi s modos: a) admirando aquilo que ela tem de belo, reflexo do Supremo Artista que a modelou ; b) tendo horror aos aspectos hed iondos com que o pecado original marcou certos a pectos dela. De fato, Deus disse ao homem: "Porque comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa" (Gen. 3, 17).
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A primeira foto, representando uma pai sagem de outono no hemisfério norte, é um exemplo característico de beleza a ser admirada, e que eleva a alma. O colorido exuberante da vegetação espelha-se nas águas, formando um quadro impressionista de rara beleza. O casal de cisnes parece, mai s do que nas ág uas, banhar-se naquela feeria de cores que sua alvura completa e contrasta. A cena, na sua simplicidade, é paradisíaca. Admirá-la, e encantar-se com ela, prepara a alma para o Paraíso. Na outra foto, pelo contrário, a natureza nos apresenta um símbolo do mal e do pecado existentes nesta Terra: uma sucuri estufada após ter engolido um animal de gran-
CATOLICISMO
de porte. Dir-se- ia uma imagem do demôni o, digna ele ilu strar o inferno ele Dante. Estes aspectos pelos quai s a natureza s nos apresenta como símbolo, ora do Céu, ora do In ferno, a corrente ecológica atual os ignora, voltada que está apenas para o endeusamento de mine rais, plantas e animais . Q uando não é utilizada co mo in strum ento para patrocinar o mi serab ili smo comuni sta .. . • E-mai l do autor: i:rei:orjo@cato lic ismo.com.br
e início não passa ele uma inocente diversão. Tem-se prazer em dominar situações, exercer um pode r, controlar dificuldades ou imergir num mundo de fantasia. Assim é a primeira reação às emoções ele um jogo de computador. Entretanto, a multiplicação das horas passadas diante do computador é danosa. Renovadas sensações absorvem a mente, levando o pensamento ao chamado mundo virtual. Se essa ime rsão representa uma fu ga das dificuldades do quotidiano, é o caso de soar alarme, poi s o cérebro passa então a reagir num círcu lo vicioso, como no caso das drogas: 1. o jogo traz alívio; 2. esquecem-se os aborrecimentos, passa-se por cima de frustração, do medo ou da insegurança; 3. pode-se dominar o stress; 4. volta-se a novos jogos em busca de novos alívi os. Ilusão. Quando a demanda de sensações virtuais aumenta, aumenta o isolamento dos jovens. E les deixam de lado amigos e esporte. As notas escolares pioram. Ficam nervosos quando não podem jogar. Só o computador parece serenar os ânimos. A começar pelo mouse, em seguida entra o joystick. Esses dois intrumentos exercem particular fasc inação. Velozmente o cursor se desl oca pela tela, satisfaz desejos variados, metamotfoseiase, move ao próprio arbítrio o mundo misterioso da informática. Ele abre informações de uma revista, telefona, penetra páginas de um catálogo, compra entradas para o estádio, recebe um recado por e-mail intercontinental, corrige um trabalho escolar, entra em sites quiméricos; ou põe exércitos em marcha, metralha, explode, trucida-quando se trata de um jogo. É fascinante deslocar o mouse ou a alavanca do joystick através de um programa: acende e apaga janelas, abre quadros imensos, faz desli zar as opções, tran sforma confi gurações a um simples clique, simplifi ca trabalhos, amplia esco lhas, define a seleção. Suas funções trazem uma prév ia degustação das sensações fortes de um jogo. Nem mesmo Ali -Babá, com seu "Abrete Sézamo" (será que os modernos internautas sabem quem foi esse mágico personagem?), sonhou com tal poder de abrir e fechar mundos. Com o mouse ou o joystick em mãos, cada um sente-se em algo com poderes de um ser estranho como Harry Potter. Antigamente se falava em fadas gentis, portadoras de imaginárias varas ele condão. Hoje esses instrumentos atuam nas mentes corno um real "fio de condão".
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Não espanta que esse fascínio leve à dependência psíquica. De fato, seus sintomas despontam em cerca de dez por cento dos jovens aficionados a jogos de computador. Cuidado: surgida a dependência, a sol ução dos problemas corriqueiros complica-se enormemente. • E-mail para o autor: ne lsonfrage lli @catolic is111o.co111 .br
AGOSTO 2008 -
INFORMATIVO RURAL Ambi ente, Carl os Mine, anunc iou que o lbama autuou as 24 usinas de cana-deaçúcar de Pern ambu co, que terão que
pagar multa total de 120 milhões em média, 5 milhões para cada uma
Engessamento das te1Tas vs. produtividade O mini stro da Agricultura, Reinho ld Stephanes (foto acima) - ressalvando que estava faze ndo uma brincade ira que não poderi a ser levada ao pé-da-letra di sse que "é mais.fácil haver a extinção da agricultura brasileira do que da f loresta". Referi a-se e le ao engessamento das áreas utili záveis por particulares por meio da agropecuária, enquanto tanto se fala sobre desmatamento. "Se vocês somarem todas as reservas criadas no Brasil, só as indígenas dão cinco estados do Paraná. Mais as quilombolas, as flo restas de preservação permanente, as de uso sustentável, as reservas legais, a não utilização das encostas acima de dete rminada altitude, já congelamos 70% do territó rio nacional". Esqueceu-se o mini stro dos assentamentos do MST. Pediu que o ass unto sej a tratado co m ma is rac io na l id ade: "Nós temos alguns estados em que a capacidade de uso do solo está restrita a 2,1 8%, o resto está proibido". Esta notícia sa iu no mes mo di a em que outra dava conta de que o agronegócio, verdadeira locomoti va da econo mi a brasile ira, deve crescer 11% neste ano. Lembramos que esse setor é essencialmente de inic iativa parti cul ar.
Usineil'os de Pernambuco: de J,eróis a bandidos O s usine iros de Pe rn a mbu co, q ue Lul a tinha enaltec ido como " heróis", virara m fo ra-da- lei. O mini stro do M eio
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CATOLICISMO
- por crimes ambie ntais, como desmatar a mata atlântica e não apresentar licença para fun cionamento. Esta é ma is um a das milh ares d e ações do governo contra o agro negóc io. São elas be m característi cas de um govern o reativo e não proativo, que sai à proc ura de c ulpados, vi sando e ncobrir sua fa lta de planejamento para os verdadeiros proble mas do País. Renato C unha, pres idente do Sindi cato da Indú stri a do Açúcar, rebateu o mini stro, mostrando que todas as li cenças havi am sido concedidas. O mini stro fi cou quieto.
1 Campo recebeu de Pollyana Moreira, de Cachoeiro do Itapemirim, ES: "Pela TV, no jornal local, assisti uma reportagem onde crianças, junto com seus professores, vi sitam uma comunidade quilombola na região de Monte Alegre e percorrem pela mata trilhas ecológicas. Infeli zmente a repo1tagem não explicou que essas matas da região fo ram preservadas por proprietários ru rais, e não pelos quilombolas, como davam a entender. E m minha propriedade tenho 40% de mata preservada que faz di visa com a comunidade quilombola. Ex iste a mata porque mi nha família preservou. Mas, pelo que percebo, os quilombolas usufruem do que preservei em proveito de movimento quilombo/a. Seria isso uma atitude correta?"
Ouilombolas: cumprimento com o cl1apéu alheio Até agora, a farsa quilombola fi cara na autodeclaração, na autodefi nição, nos processos de constituição das associações e na demarcação das terras levada a efeito pelo Incra, com o maior desrespeito para com os pequenos e médios proprietários do País; que não foram atingidos pela Re- .; fo rma Agrári a, e agora são ex propri ados 1 da forma mais revoltante que imaginar se possa, com o apoio de grande pa1te da mídia. Vej am a denúncia que o site Paz no
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Na reser va Raposa Sel'ra do Sol, quem coman<la os í11dios? Para o padre Herm ínio Canovo, coordenador da C PT (Comissão Pas toral da Terra), órgão da CNBB , o que está acontecendo na Raposa Serra do Sol é "a ressu rreição do movimento indígena de Roraima, que não vai ceder ". Os índios são firm es e solid ári os entre si. O Pe. Canovo afirm a que essa luta dos índi os te m o apoio apenas da Igreja, porque a sociedade roraim ense toda te m a vi são dos faze nde iros. Aí está mais uma confi ssão. É a esqu erda pseudo-cató lica que está ori entando e aç ulando os índi os co ntra as outras c lasses.
Para onde vai a campanha pela Reforma Agrária? A Aditai (Agência Fre i Ti to para a América L atina), de Fre i Betto, de ix a transparecer qual é o próx imo passo, preparado pe la esque rda católica para a Reforma Agrári a, para a co muni sti zação do País. Di z a Aditai: "O Pad re He rmíni o Canovo, coorde nador da CPT Nac ional, esteve na reserva indíge na Raposa do So l. Em entrevi sta à Aditai, afirm ou que, para proteger as reservas indígenas e, antes de tudo, democratizar a terra no Brasil com uma reforma ag rária rea l, desde abril organizações da soc iedade c ivil que integra m o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e por Justiça no Campo debate m sobre o limite da propri edade de terras no B ras il. O obj etivo é fo rtalecer a organi zação da Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra. Segundo Canovo, estão sendo preparados vídeos, cartilh as e cartazes, para aprese ntar à sociedade brasile ira os motivos fís icos, soc iais, econômicos, ambie ntais, geográfi cos e éticos des e limi te. A idé ia inic ial é info rmar a soc iedade sobre o tema. E nquanto isso, um a equipe de espec iali stas, que inclui advogados, geógrafos, agrô nomos, está e laborando um p rojeto para ser apresentado ao País". A estratégia está confessada. Pode demorar, mas o cam inho é esse. Vão tentar pôr um limi te pequeno à propri edade para destruir o agronegócio e transformar o País num imenso acampamento destinado às j á famosas "favelas rurai s". •
Para melhor entender o que acontece nos meios rurais
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m confe rência no dia 12 de julho de l 992 - época da ECO-92 o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira apontou que o objetivo igualitário da revolução ecológica é o mesmo da revolução comunista. Disse ele: "Na EC0 -92, cientistas disseram que a Terra estava gravemente ameaçada nas suas condições de atender à sobrevivência dos homens. Isso porque o modo como os homens têm exercido o domínio sobre a Terra é próprio a depredar o planeta. O que resultaria numa catástrof e, numa espécie de fim do mundo. Então afirmaram eles que é preciso uma mudança radical em nosso padrão de vida, e adotar o estilo de vida indígena, uma vida tribal, como modelo de comportamento humano perante a Terra, porque estaríamos destruindo o planeta". Depo is de mostrar que outras sumid ades do mundo c ientífi co contradi taram essa tese catas trofi sta, provando o contrári o, o Prof. Plini o continu a: "Segundo o Gênesis, o homem.foi criado por Deus como rei do Universo, e seres de natureza inferior .foram criados para servir o homem. Mas a Revolução (confo rme definida no livro Revolução e Contra-Revolução) é contrária a todas as superioridades, a todas as desigualdades, logo a todas as autoridades. A Revolução gnóstica e igualitária quis derrubar a autoridade eclesiástica por meio do Protestantismo, a autoridade civil por meio da Revolução Francesa; e com o comunismo, destruir todas as desigualdades econômicas e sociais. "Atualmente pretendem organizar o estág io último dessa Revolução. Assim, nasce uma desconfiança de que a ecologia seja o comunismo metamorfoseado. "O comunismo não estará passando por uma transformação, que será a última Revolução? Uma Revolução que coloca o homem a serviço de algo iriferior a ele, portanto contrária à ordem hierárquica estabelecida por Deus na Criação. Então, para aqueles que dizem que o comunismo morreu, a resposta é: 'Aqui está a nova cara do comunismo! '".
AGOSTO 2008 -
Recusando o Tratado de Lisboa, a Irlanda foi a voz da Europa C ontinua repercutindo o alvissareiro e altissonanLe NÃO da Irlanda caLólica às leis anLicrisLãs que os tecnocratas de Bruxelas e os membros do Parlamento Europeu dcsejmn impor aos povos da Europa
ory O'Hanlon nasceu em uma família de políticos . Seu avô lutou na guerra da indepen dência da Irlanda . Seu pai foi membro do parlamento irlandês a partir de 1977, tendo ocupado em diversas ocasiões o cargo de ministro do governo e, mais recentemente, a presidência do parlamento. Foi educado no colégio dos Irmãos de São Patrício e pelos Padres do Espírito Santo . Posteriormente estudou engenharia civil, tendo exercido durante algum tempo a profis são . Em 1990 conheceu Plínio Corrêa de Oliveira, cujo exemplo o inspirou a dedicar su a vida à Contra-Revolução . Residiu na Inglaterra, França, Es tados Unidos, Itália, Filipinas e Brasil, antes de retornar à Irlanda , onde está à frente da lrish Society for Christian Civilisation (Sociedade Irlandesa por uma Civilização Cristã), coadjuvado por membros de outras TFPs eu ropéias e norte -americana. O Sr. O'Hanlon foi entrevistado, via Internet, pelo colaborador de Catolicismo Sr. Paulo Roberto Campos, sobre o rece nte ple biscito ocorrido na Irlanda, durante o qual ele não poupou esforços, à frente da sociedade por ele dirigida, atuando destemidamente pelo bom resultado : a vitória do NÃO, o re púdio da Europa profunda e autêntica ao controvertido e rejeitável Tratado de Lisboa, que impõe uma legislação inaceitável.
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Rol'y O'J/a11/o11: "Ninguém co11dicio11ou a ajuda eco11ômica da União E'ul'op éia a abril'mos mão de nossa sobel'ania, bem como <le muitas de nossa s tl'a<li-
ções"
Catolicismo - O mundo inteiro ficou admirado com o histórico NÃO da Irlanda (53,4% x 46,6%) à Constituição Européia, rebatizada com o título de Tratado de Lisboa. Poderia dizer algo para nossos leitores sobre seu país, que teria contribuído para a vitória do NÃO? Rory O'Han/011 - O mundo manifesto u-se surpreendido. Mas não deveria surpreender-se com o NÃO irl andês ao Tratado de Lisboa, pois há v,hias razões, ta nto reli giosas como econô micas, pelas quais votamos NÃO. Ao longo cio século XX a Tri anda fo i social e moralmente conservadora. Embora tenhamos e normes problemas na área ela fa mília, ela moralidade pública, etc., graças a Deus te m havido uma sadia reação ao dec línio mora l em nosso país nos últimos 25 anos. Catolicismo - Os irlandeses foram favorecidos por fazerem parte da União Européia? Rory O'Hanlon - Sim, de fa to recebemos benefíc ios econômicos ela Comunidade Européia, e agora nos ac usam de sermos ingratos por te rmos reje itado o Tratado de Lisboa. M as ningué m condic iono u a ajuda econô mica a abrirmos mão de nossa soberani a, be m como de muitas ele nossas tradi ções . É també m largame nte d isc utíve l se so mos meros bene fi c iários ela União Européia, uma vez que entregamos a e la todas as nossas vaiiosas ág uas de pesca.
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Catolicismo - Como o Sr. explica a convocatória de um plebiscito, que resultou tão contrário à posição do governo? Rory O'lla11/o11 - O govern o não tinha escolha. Graças a um caso submetido à Suprema Corte em 1987 , o governo irlandês está obri gado a promo ver referendo so bre cada tratado europeu, quand o este afeta a nossa Constituição. Catolicismo - Quais as propostas do Tratado de Lisboa que causaram maior rejeição entre os irlandeses? Rory O 'lla11Lo11 - Há uma g rande preoc up ação so bre a harm oni zação de qu alquer tratado, em re lação ao Imposto de Corporação. Na Jrl and a e le é muito baixo, e por isso atrai muito investimento externo. A neutralidade militar fo i também outro tema focali zado , po is a Irl anda não desej a lutar num a guerra sobre a qu al não exerça contro le. Outra consideração fo i o fa to de essa "democracia aperfeiçoada" vir sendo imposta sobre nossos colegas europeus sem o rec urso a referendos. M as penso qu e a maior preoc upação dos irl andeses di zia respeito à Corte Européia de Justi ça, qu e teri a poderes para ditar leis sobre assuntos mora is e sociais, parti cularmente em relação ao aborto e às uni ões homossexuais. Tudo isso, evide nteme nte, causa repulsa em nossa po pul ação. Catolicismo - A identidade nacional e a soberania irlandesa seriam violadas, caso se aprovasse esse controvertido tratado? Rory O'Ha11lo11 - Como o Tra/ado de Lisboa era rea lmente um tratado constituc io nal europeu, mui tos especiali stas argumentara m que, se aprovado, ele se so bre po ri a à necessidade de um referendo para tratados futuros. Alé m do ma is, a marge m para a interferência das instituições da Un ião Européia na vida irlandesa aumentari a eno rmemente. Se o Tratado tivesse sido aprovado, não tard aríamos em nos dar conta da ex tensão dessa interfe rência.
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CATOLICISMO
Com o Tratado de Lisboa, a margem de interferência das instituições da União Européia na vida irlandesa aumentaria enormemente
''A maior preocupação <los irlai1deses dizia r esp eito à Col'te Elll'OJJéia <le Justiça, que t eria poder es para <litar leis sobre assuntos morais e sociais "
Catolicismo - A entidade dirigida pelo Sr., a Sociedade Irlandesa por uma Civilização Cristã, como atuou em favor do NÃO no plebiscito? Rory O'lla11Lo11 - A lrish Society f or Chris1ian Ci vilisalion publi co u um doc um e nto intitul ado: Nove razões pelas quais um ccaólico consciencioso deve recusar o Tratado de Li sboa. Ne le ex pôs os peri gos que hav ia em transformar a Carla Européia de Direitos Fundamenlais em documento com fo rça lega l. Muitas das nove razões g iraram em to rno da legislação so bre a fa míli a, qu e seri a influenciada pe la Carla. As outras razões para a rec usa do Tratado deveram-se à negação de Deus e das raízes cri stãs da Europa. Nosso documento fo i di stribuído nas paróqui as, nas ru as e pe lo correio. Foi também pu blicado em fo rm a de fo lheto, be m como no jorn al cató lico ele maior c irculação na Irl anda, o "Ali vc" , di stribuído para cerca ele 360 mil res idênc ias . Foi ainda divul gado através de nosso si/e na in tern et e em blog.
muito import antes, e pa rece-me qu e nossa ca mpanha teve bom efe ito.
Catolicismo - Que atitude tomou a Hierarquia eclesiástica da Irlanda a respeito do assunto? Rory O'l-/a11Lo11 - A Hierarqui a cató lica di vul gou uma dec laração moderadamente a fa vo r cio Tralado de Lisboa. Temia-se que e la o fi zesse em termos mais fo rt es, e isso representou um cert o alívi o . Ev identeme nte, uma dec laração ma is dec idida da Hi erarqui a ec lesiástica, ele apoio ao Tratado, não se compag inari a com a fo rt e reação negati va existente na Irl anda entre os cató licos fi éis. Catolicismo - O Sr. julga que se deveriam fazer plebiscitos, como o realizado na Irlanda, em todos os demais países que constituem o bloco europeu? Rory O'l-la11/o11 - Sim , deveri a te r hav ido um referencio e m cada um cios países ela E uro pa. Mas, pe lo visto, a UE não aprecia muito rea li zar consultas pop ulares, pois a reação conservadora não aceita as imposições qu e os parl a me ntares e uro pe ístas qu erem aplicar aos povos do continente euro pe u. De fato, o último ponto abordado em nosso doc ume nto e ra este: " Devido ao modo corno o Tratado ele Lisboa vem sendo impos/o, sem qualquer consulta pública, a Irlanda deve ser a voz daqueles que não 1êrn voz ". E uma voz não para defender dire itos qua isqu er, mas os ma is sagrados cios d ireitos. Por exemplo, a Europa Uni da, previ sta no Tratado de Li sboa, ignora Deus e as ra ízes cri stãs da Europa ; cri a uma nova identidade e uropé ia baseada num seculari smo ra-
Catolicismo - Essa atuação alcançou muita repercussão? Poderia dar algum exemplo? Rory O'lla11/o11 - Nosso documento foi certamente objeto de amplos comentári os. É indispensável d izer também que foi muito atacado . Numerosos blogs o criti caram, especia lme nte aqu e les favo ráve is ao "casamento" ho mossex ua l. Mas, por outro lad o, fo i reconhec ido por atil ados ati vistas como send o po rtador das previ sões mais ac uradas acerca cio póstrataclo. A mídia esquerdi sta menc iono u-o apenas ele passagem , e com alguma zo mbari a. É im possível aquil atar precisamente o efeito de nossa campa nha so bre o res ultado geral cio referenciá . Não éra mos certame nte a maior orga ni zaçã mob i lizacla contra o Tra wdo de Lisboa, mas insistim os em assuntos
Send the enclosed coupon to us today for a free copy of the study: "9 reasons why a consclentious Catholic citizen should reject the Treaty of Lisbon in the upcoming referendum ", whlch has already been welcomed by raligious and cívic authoritias.
ln contras! to lhe Dlvlne commandment, lf lhe Treaty of Usbon 11 rdfled by lrlsh Cathollcs: lho E.U. IOil ltJ)ore God and lhe Olillli n roots oi EL<q>e and v.it aeate a new E1rq>oan ilerllyoooed on - • a,larism and at.eislic~. W. do no, wlltll ow chldrwt ao a,w., ~,n anlrefandwfthout Godl
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Send this coupon to: lrish Society for Christian Civilisation, Ta/boi Hall, P.0. Box 9701. Swords, Co. Dublin
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I am a Catholic. Can I approvc of the Treaty of Lisbon? The violation of non-negotiable principies rais cs a grave Cjll CSliOII or COII SCÍCII CC .-or
lrish Catholics in the face ofthis referendum
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A spcdrc is lmunling Europc - it thrcat c11s you,
1Jes, ·.exuaJ orientatkwt aaabaeillotrll in-<liw imilalion, opening IM way f« homoMxual marriaga and adoOllal, ~ chikl<en by tomosoxuats. H todty ,romltculty tnd _ . . . , tlready Invade our homes and n,ln ~ fduc1llon oi our ~ what wlll Ir bt "'" when these lúndf of pr11cdco. aro lmpol#IO M tff 11
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Catolicismo E agora, com a rejeição da Irlanda às imposições da Constituição Européia, o Sr. pensa que frish Society for Christian Civi/isation o Tratado de Lisboa será sepultado? Ou a União Européia exigirá novo plebiscito? Rory O'l-la11Lo11 - In fe li zmente , as repercussões pós-re ferencio na Irl anda indi cam que novamente va mos ter qu e nos confro nwhy a conscientious tar co m o mes mo Tratado, o u com um a Catholic citizen should versão li geiramente alterada de le. Se o Tra 1ado de Lisboa esti vesse morto como seri a desej ável, seria inú til ins istir em aprová-lo em outros pa íses, po r isso seu processo de ra tifi cação em curso deveri a parar imedi ata me nte. Mas isso não se deu, e numa ati tude ele completo des prezo pe la The vlolation of non-negofiabfe_ rincip/es raises a grave ques_ t,on democrac ia, di versos outros países o ra~f conscience for frish Cafhol1cs tificaram, sem consulta popular, após o NÃO irl andês. Po rtanto, uma decl aração ele vitóri a a esta a ltu ra seri a prematu ra. Ganhamos uma batalha, mas não a guerra. Teremos a inda longas bata lhas pe la fre nte.
g reasons
reject the Treaty of Lisbon
Publicações difundidas pela lrish Society for
Our Lord Jesus Chrlst commandod: S kye flrst thc Klngdom of God nnd Hls justice, and everythlng • ile lhall bo added on to you'
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"l)evido ao modo como o Tratado de Lisboa vem sendo illlJJOSlO, sem qualquer consulta ptíhlica, a Irlanda deve se,· a voz <laqueies que nã o têm voz "
cl icai e em fil oso fi as até ias; restringe a proteção à vicia humana; promove o aborto, a e utanás ia e a experi ê nc ia com e mbri ões; destrói a fa míli a tradic ional, baseada na união ho mem e mulher, equiparan do-a às uni ões e ntre pessoas do mesmo sexo, etc. Ta is imposições chocaram a opinião públi ca de meu pa ís. Apesar di sso, co mo j á mencio nei, o gove rno irl andês só efelu ou o referencio po rqu e era a isso legalmente obrigado. Sua preferência teri a sido não reali zá-lo, o que equivaleri a a uma não-derrota para o Tra1ado de Lisboa. Esta foi , ali ás, a mesma atitude cios o utros govern os euro peus, que não promovera m referendos em suas popul ações, temendo que eslcs redund assem e m derrota para o Tratado. É o que certamente aco nteceria .
Christian Civilisation (Sociedade Irlandesa por uma Civilização Cristã), e que excerceram ponderável influência para o triunfo do NÃO
Catolicismo - Aos brasileiros que desejarem conhecer o seu país, que lugares o Sr. lhes aconselharia visitar? Rory O'flan/011 - Penso qu e a Ir landa tem para mostrar aos visitantes, ta lve z a inda ma is cio qu e o utras nações el a Euro pa, os restos ela c ivili zação medi eval (séc ul os VI ao XJ ). Es ta fo i a idade ele ouro el a C ri standade na Irl anda, um período de gra nde crescime nto e ati vidade mi ssionári a. infe li zmente, começa mos a deca ir antes qu e outras nações e uropé ias alcançassem o ápi ce ele g lóri a do sécul o XIII. Poss uímos mui tas ruín as g lo ri osas ele edifíc ios monás ti cos , qu e pode m a inda ser encont radas . A ma ior de las, não d istante ele Dublin , é o Mosteiro ele G lendalough, fund ado por São Kev in no séc ul o VI. • AGOSTO 2008 -
A rainha de sonhos, martirizada pelo ódio revolucionárto, comove Paris U ma multidão acorreu à exposição sobre Maria Antonieta, realizada no Grand Palais uc Paris. Envolvendo 1nais de 300 obras de arte, foi a prhneir·a uo gêncr·o desde a injusta cxccuç5o ua sohet1ana cm 1793. Lu1s DuFAUR
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a avenida Winston Churchill, o esplendor das vestes, a suav idade do sorri so, a majestade do porte de Maria Antonieta iluminam os ime nsos ca rtazes que indica m a e ntrada. Trata-se de uma ex pos ição - realizada entre 15 ele março e 30 de junho - sobre a rainha martirizada pela Revolução Francesa. Eu era um dos milhares de visitantes. A avenida conduz dos Champs Elysées até a po nte ele Alexandre III, que leva para a gra ndiosa perspectiva cios Invalides. Nesse loca l, hav ia uma manifestação. O pres ide nte Sarkozy presidi a uma sole ni dade patrió tica: a home nage m ao último combate nte francês na I Guerra Mundial , que fa lecera. Jnté rminas barre iras de isolame nto fec hava m a ime ns idade dos espaços que antecedem os Invalides, visando conte r uma multidão que se esperava para ass istir às festividades republica nas. A qual, a li ás, não apareceu. Nos g ramados, a única cena viva era um pai brincando de bo la com seus filhos. Na ausência geral ele pessoas, clava até para ouvir o que diziam: eram turistas ame ricanos. No Granel Palais, ao contrári o, a fi g ura el a última rainha fr ancesa cio Ancien Régime, Mari a Antonie ta, atraía multidões com a força de um mito que ve nce u o tempo e as revo luções. A expos ição ocorreu a poucas centenas ele metros ela Pface de la Concorde, onde o Terror revoluc ioná ri o g uilhotino u arainha de fá bula. Esse c rime, ma rcado pe las trevas e pelo ód io ig ualitário, obteve a li s ing ul ar revi cie: a memória ele Maria Antonieta ressurge, envo lvida numa aura de conto ele fadas, ele tragéd ia e martíri o.
Supel'iOI' doçura e saem/idade 11a i11tâ11cia A entrada cio Granel Pedais é esplê ndid a. H á vários mecanismos de segurança para o ing resso. Modernos, portanto bana is. Passa-se com a rotina de quem e ntra no metrô. A mo ntagem da expos ição, poré m, tem a lgo de de libe rada me nte teatral , o que diminui o vazio de a lma e ntranhado e m ta ntos museus. Dentro, e is a surpresa ! Logo na primeira sala, um ó leo ele Jo ha n Georg We ike rt nos apresenta uma c ri ança ele nove anos ele idade, franz ina, clelicacla, tesa e cônscia de sua a lta condi ção, da nçando um balé com seus irmãozinhos para ho nra r o casame nto do primogênito, seu irmão ma io r, o futu ro imperador José II [foto 1]. Pela seri edade, po rte e sobra nceri a, clir-se-ia um a moça j á ha bi tuada à corte.
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CATOLIC ISMO
O luxo ri goroso elas roupas nada tira d o seu charme infanti 1. Uma lu z imponderável paira sobre e la e seus irmãos, sin al ele um a vocação provide nc ial. Naque la impe rial festa infantil , ref orça va-se um re lacionamento dec isivo para o equilíbrio e a paz na Europa. No mes mo sa lão, mais uma surpresa: um suntuoso ex-voto e m prata e latão doura do, ofe rec id o pe los pai s ele Maria Antonieta - o imperado r Francisco l e a impe ratri z M aria Teresa - à padroe ira da Áustria, Nossa Senhora de Mariazell . A ri ca peça re presenta, e m medalhões, os impe ri a is genitores e os seus 16 filhos. O medalhão de Maria Antonieta está junto com o das irmãs. O esple ndo r e riqueza do ex-voto, oferecido à Santíssima Virgem po r monarcas cató li cos, testemunha a força do espírito famíl ia r e a coesão da aug usta família [foto 2].
Pl'incesh1ha que empolgou os franceses Ma is adiante, e m mai s um quadro, outra surpresa. Dir-se- ia uma mulher da mai s a lta condição, uma ra inh a na ple nitude cio seu poder. Apenas o frescor e a candura da pe le revela m o e nga noso ela impressão inic ia l de que se está diante ele uma soberana e m todo seu espl e ndo r. Pura e requintada, supe rior e clel icacla, atraente e marcando as distâncias, sorride nte com recato, fa mili ar e majestosa, apresenta-se Mari a Antonieta no quadro pintado para Luís XV, rei ela França, durante as tratativas do casame nto ela Arquiduquesa com o filho primogênito do De lfim da França, o futuro Luís XVI [foto 3]. Na é poca, contando apenas 14 anos, e la de ixou sua a mada Áustria natal e sua augusta famíl ia para cumprir o duro de ve r de princesa imperial : casar com aquele que o bem de sua pátria e dinastia pedi a. No caso, o Duque de Berry, que depois seri a o rei da nação c ristianíss im a, Luís XVf. Gravuras e pinturas retrata m a alegria da França sedu zida pelo charme da princes inha austríaca. Um casame nto da família rea l e ngaj ava todas as fa míli as do re ino, uma sole nidade real era uma festa nac io na l e fa miliar de cada lar francês. Ma is ad iante, um quadro contendo o registro do régio casame nto, redi g ido pe lo pároco de Ve rsa lhes e seguido elas assinaturas cio re i Luís XV, dos jove ns cônjuges e dos padrinhos e testemunhas. Tudo transpira nobre regozijo, doces presság ios para a família e a nação, se é que num a mo narqui a se pode distinguir o destino de um a do destino ela outra. Desfilamos e ntão diante de uma marav ilhosa sucessão de móveis e objetos do pa lácio de Ve rsa lhes usados por Maria Anto nieta, culmin ando com o comovedor qu adro em que arainha- mártir ap resenta a seu esposo o prime iro filho , o sucessor tão aguardado pe la corte e o povo. A cena é esple ndo rosa, pe la pompa das régias vestes do casal e das teste munhas. Mas impressiona ainda pe la d oçura da cena fa mi I iar no centro da composição artística [foto 4].
,/ovem rninJ,a a<lmirnda pol' toda a França A princesinha cedeu o lugar à jove m rainh a. N o ri gor protoco lar ela corte , no exerc íc io das extenuantes o bri gações e exigê nc ias da esposa de um mo narca, os quadros nos apresenta m a de licadeza, a boa disposição, a finura, o senso fa mili ar e a sacra lidacle da ve lh a Áustria, e m fe li z consórcio com o requinte e a douceur de vivre do Ancien Régime francês . AGOSTO 2008 -
Estão ali os móveis qu e ela tanto apreci ou, ou para cuj a confecção ela in spirou os ebani stas. Por exe mpl o, um feéri co conjunto de móveis de nácar, prata e latão dourado, qu e parecem mais fe itos para o Cé u Empíreo do qu e para este vale de lágrima s. Por ce rto, eles suge rem a id éia da vid a ce lestial [foto 5] . Os sa lões vão se sucedendo. Nos primeiros, da juventude e adolescência, predomina o azul , e a música é vi enense . A seguir, as salas torn am-se mais luminosas e a música evoca a corte francesa .
Leviamlade qmm<lo crescia a tormellta M ais algumas salas, e a decoração muda, torn ando-se dominada por cores frescas e desenhos de fo lhas e fl ores, e o fun do mu sical é o ca nto de passarinhos. A s peças vêm do Petit Trianon e do Hameau de Versalhes. Predomin am cores muito clara s e desenhos muito suaves, segundo o gosto da rainha. Ela bu scou um derivati vo às exi gências da corte, con struindo uma faze ndinh a de conto infa ntil , o Hameau, onde se vesti a de camponesa e cuidava de seus animais domésti cos . A idéia afinava com a moda de culto da natureza, segundo a versão idílica fo1jada pelo revolucionário e pseudo-fil ósofo JeanJacques Rousseau. Porém esse culto tinha profundi dades más, que talvez a rainh a nunca imaginou. Minava a f undo as mentes, preparava a explosão do crime e da revolução que assassinou o soberano e a própri a ra inha. O que para M ari a Antonieta foi pior, submeteu seus filh os a torturas morai s indi zíveis, em especial o bemamado delfim, morto em circun stâncias sini stras. Por fim , um grupo de es plêndidos bu stos em márm ore nos apresenta a ra inha na plenitude de sua irradi ação pessoa l. Um a espéc ie de fogo de arti fíc io ex pondo quali dades naturais, saúde e superi orid ade inata, régia, que inclinava as pessoas a sentimentos de enlevo e serviço. A alvura dos márm ores e o ari stocra tismo supremo de Maria Antoni eta, neles ex pressos, nos apresentam a ra inh a como um ci sne do gênero humano [foto 6].
A trngédia e o 11w1·tírio <le uma rai11ha de so11hos No fim da brilhante mostra sobre M ari a A ntoni eta, desc i por urn a escada ladeada por paredes cobertas de gravuras da soberan a, lembranças co rn o as de um ser fal ec ido, muito queri do. A desc id a é interrom pid a por um escuro espelho cri vado ele balas . Dir-se- ia que um crim e horroroso acabava de ser co metido ali [foto 7]. É a fase fin al ela vida da rainh a, depois de 14 de julho de 1789 - o início da Revo lução Francesa. Numa sa la, com móveis aind a es plêndidos do período prérevolu cionári o, aprec iamos um dos f amosos qu adros de Vi gée Lebrun em que Mari a Antonieta, com uma veste de veludo cor de cerej a, segura seus filh os. No co lo, o Delfim Luís X VII , ainda bebê. A um lado, a prim ogênita M ari a Teresa de Boubon, a Madam e Royale. D o outro lado, meio afastado, num berço recoberto de panos pretos, o G rande Delfim , o filh o de maior idade que a doença levou. Ela está amadurec ida. O olhar sugere a visão da tempestade representada pela Revolução Fran cesa, que ela percebi a com maior clareza que seu amolec ido e otimi sta consorte, Luís XVl. A preoc upação marcalhe o rosto. Protege seus filhos, enquanto a tempestade se avoluma.
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CATOLICISMO
Atrnvessando o tlÍnel escuro da Revolução Co ncluindo o percurso, abre-se um enorme túnel esc uro que se afunil a no fim
[foto 8]. Em pequenas vi trines i lurninad as, obj etos miúd os usados pela rainha nas diversas pri sões para as qu ais f oi arrastada. Uma cadeira ele palha com um respalclar apenas trabalhado, que havia na pri são do Templo. Um j ogo ele papelão que ela usava para entreter seus filh os, e ass im desvi ar suas frágeis atenções da desgraça que os assedi ava. Uma cami sa remendada, uma das poucas peças que lhe foram restando. Uma sin gela coifa ele viúva, que usou após a decapitação ele seu marido [foto 9]. O fim se aproxima. Entre essas lembranças, há um sa lpico de folh etos grosseiros que era m difundi dos pelas sociedades revolucionárias. Bi cos de pena o u es tamp as, o bras de gravuri stas mai s aptos a produ zir panfl etos imorai s, apresentam a famíli a rea l e a própri a Mari a Antoni eta sob form as monstruosas, rid ícul as, que convidam ao sarcas mo ou ao ódi o. Reprodu zem as torpes ca lúni as arti culadas por uma máquina infern al, que atiçou o ódi o e a sede de vingança das chu smas revoluci onária s.
Maior 11a trngé<lia <lo que 11a glória da realeza No meio daqueles pobres obj etos pessoais e torpes panfletos, encontramos a patéti ca des pedida escrita pela rainh a para seus filhos, pouco antes de ser levada ao patíbu lo. Está numa página do livrinho de orações que ela rezava pi edosa mente na prisão: " /6 de outubro, 4hs e rneia da ma-
nhã. Meu Deus, tende piedade de mi m! Meus olhos não têm mais lág rimas para chorar po r vós, meus pobres .filhos; adeus, adeus! Maria Anloniela" [foto 10]. O acachapante corredor escuro se estreita cada vez mai s, até morrer junto ao fam oso bico de pena de David [foto 11]. N ele o pintor reproduziu , com rápidos traços, a rainha na charrete que a conduziu ao cadafal so . Despoj ada de tudo, co m os cabelos tosados para não prejudicarem a lâmin a da guilhotina, os braços brutalmente amarrados nas costas, ela conserva a altaneri a régia que vence as f ro nteiras da morte. O olh ar segura da d ignidade de sua condição e da sua inocência, confi ante na miseri córdia divin a. E la vai suportar a derradeira humilhação, ostentando a grandeza de filha de imperadores e esposa de rei . N a tragéd ia ela é fi el ao berço que a viu nascer, e à real família em que in gressou no di a de seu casamento. Os percursos co incidem e chegam ao seu final : o da vida de Maria Antoni eta e o da ex pos ição . M as a proj eção daquela rainha - que encarn ou, malgrado suas fraquezas, os charmes da Cri standade - não parece terminar. Pelo contrári o, agigantase co m o passar dos anos . Foram as minhas impressões naquela memorável visita. • l~v
E-mail do autor: lui sdufour @ca1olici s111o.co m.br
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AGOSTO 2008 -
P assado o período inicial dos atuais governos de esquerda sul-americanos, a tônica populista foi sendo substituída pela socialista, o que ocasionou manifestações enérgicas de oposição, inclusive de grupos antes aliados, que preferiram não pôr cm risco seu futuro político. Nessas condições, é provável que os embates subam de tom, acirrando-se as duas posições. Na Colômbia, a espetacular libertação dos reféns das FARC, longe de ter sido tão-só um golpe de audácia que impressionou o mundo e desnorteou as esquerdas, coroou uma longa política do governo. Este soube aliar inteligência e sagacidade com destemor e força, atendendo a crescente incompatibilidade da opinião pública c0111 as forças da desagregação e do caos.
ALFREDO M AC H ALE
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a edi ção de nove mbro de 2007 , Catolicismo ass in alou que desde o iníc io desta década as forças de esquerda do Contine nte vêm se e mpenhando na tarefa de lançar as nações ibero-americanas em torvelinhos revoluc ionários, passíveis de se transformarem em furacões que as arrasem. Obviamente o objetivo é formar urna espécie de União de Repúblicas Socialistas Sul-americanas, a qual poderi a constituir no futuro urna importante fo rça revo luc ionária. Caso essa tentativa se consume, a América do Sul converter-se-á num conglomerado in for me de países, o nde as mais e lementares no rmas da Moral e do Direito terão sido minadas, e em seguida errad icadas em prol de minorias de agitadores articulados pelas cúpulas dos Estados. A partir de então estes passariam a operar uma total transformação da socie-
dade, implantando a igualdade completa, pela destruição das hierarquias e a derrogação dos direitos correspondentes. A região afund aria assim na mi séria negra, característica dos regimes sociali stas. Os agitadores podem ser designados com diferentes nomes: milícias bolivarianas, movimento dos sem-terra, piqueteros ou membros do Movinúento al Socialismo. Contudo, sua índole é sempre a mesma: falanges de agitadores atuando à margem da lei e contra ela, graças à impunidade assegurada pelos próprios governos. Tais agitadores muitas vezes não são senão agentes desses governos, com vistas a atingir um fim comum, sobre o qual estes julgam às vezes imprudente insistir com demasia: destruir iITeversivelrnente o que chamam "as classes dominantes". Conseguindo destruí-las, ou ao menos debilitá-las, obteri am um domínio muito mais fo rte sobre os respectivos países, aos quais manterão durante décadas numa co mpl eta prostração.
AGOSTO 2008 -
Essa te m s id o a retó ri ca de Hu go C hávez e de outros líderes soc iali stas sul americanos, que atacam o que denominam o "lmpéri o" - isto é, os EUA. E isso a qu alquer pretexto, e muitas vezes sem o ter. É um modo de exa ltar o fa nati smo de seus sequazes, amedrontar adversári os timoratos e cerra r fil eiras entre os pro motores das fo rmas atuais de Revo lução. Al guns países nos quais atuam essas fo rças pode m, no mo me nto, viver e m certa opulê ncia. Outros, contudo, a fun dam rápida ou lenta mente na mi séri a. Al guns de les podem te r gozado, não faz muito, de um a orde m jurídica e soc ial só lida e estável, enquanto o utros quase nunca a desfrutara m ve rdade irame nte. Em todo caso, apesar das dife renças, em uns e outros a fo rça da le i, quando esta é a fim com o Dire ito natura l, é corroíd a de modo galopante , e nquanto se estabelece um novo e fa lso "dire ito" e m no me do povo, o qu al não será o princ ipal benefi c iári o da mudança, mas o mais grave e definitivamente prej udi cado.
Re(Juisito essencial J)ara o socialismo ra<lical contcmJ)Ol'él neo Em todas as nações sul-americanas em que a esquerda prevaleceu, esta se apoderou dos governos em eleições com certa '
CATOLICISMO
aparência legal, e sem que houvesse mui tos atos de vi olência. Isso porque prometia às respectivas populações red imi -las da corrupção dos governos precedentes. Depois, porém, fo i o contrário que ocorreu: hipertrofi a do poder, para dominá-lo e exercê- lo totalmente, atropelando todas as normas jurídicas e morai s. Corno de costume, a esquerda deseja "todo o pode,; de imediato e para sempre". Por isso, em alguns países, tão logo governos de esquerda fo ram e leitos, convocaram Assembléias Constituintes, visando dar ao Executi vo fac uldades esmagadoras. Para esse fim utilizaram as tubas publicitárias e as arcas do Estado, os favores de seus funcionários e os incontáveis empregos públicos, além das mobilizações popul ares e das fo rças polic iais. Tudo posto em intensa atividade, para amedrontar a oposição e atingir a meta de domínio total. A pioneira nessa tene brosa senda fo i a Venezuela, que vem sendo há urna década demolida e oprimida pelo regime chav ista, sem que a opini ão pública, até o momento pe lo menos, tenha conseguido impedir sua ação.
OllLl'OS govel'nOS "/J0J)llliSk1S" na mesma sen<la <lo "chm1ismo" Mais recente mente, pelo mesmo caminh o se e mbre nh a ram a B o lívia e o
Equador, o nde asse mbléias constituintes com fo rte predomíni o populi sta e sociali sta fo ram formadas , em intenso c lim a de agitação das massas. Começaram e las, ato contínuo, não propri ame nte seus trabalhos - para os qu ais grande parte dos ele itos não tem o menor preparo - mas urna séri e sem fim de negoc iações entre as várias facções, cada urna preocupada mui to mais em aumentar o própri o pode r, co mba te r, absorver e do min ar as outras, do que em persuadi-las de algum princípi o razoáve l de qua lquer índo le . Por que as esquerdas age m assim ? Para que se cri e na assemblé ia urna co ncorrênc ia desenfreada, na apresentação das pro postas mais incendi ári as para demo lir a orde m estabe lec id a. P rocura m obter que a Iiderança recaia nas mãos dos mais radica is, enquanto lança m . obre os que res istem a acusação de sere m cúmplices da burgues ia. Se não fo r deste mida e pugnaz, a opos ição cala-se amedrontada. O resultado é que se estabe lece um clima de confrontação entre as c lasses, segundo a palav ra de ord em nefasta e de mo lid ora de M arx, desa parece ndo a harmoni a soc ial e dando aos esquerdi stas vi a livre para atuar à vo ntade.
Na rea lid ade, se os líde res desses mo vime ntos reve lassem c lara me nte a seus e le ito res aq uil o qu e efeti va me nte pensam reali zar - ou sej a, tra nsformar os países em conjuntos acéfal os, mass ifi cados e igua litários, sem cabeças pe nsantes e sem so lução para qu alquer probl e ma - não venceri am as e le ições, po is o bo m senso ainda ex iste nte nas popul ações as induziri a a não votar por eles. Procuram então, para chegar ao poder, fasc inar as massas popul ares com pro messas sem maior se ntido , por vezes to ta lme nte absurdas o u q uiméri cas. E, urna vez ne le in stalados, oc upam-se de modo impl acáve l e m abater as hi erarqui as e as lideranças autê nti cas, de modo que o conjunto social se torn e totalme nte dóc il em suas mãos, sem queixas ou res istê nc ias .
C011<lição para os governos socialistas <lomi11a1·em O s govern os e le itos graças a urn a onda de popul aridade artificia l, com promessas de magóg icas e se m sustentação na vid a rea l, cae m logo de po is num a impopul aridade cresce nte, à medida que aume nta o núme ro do s seto res soc iais
afetados pe las prá ticas de mo lidoras. Pari passu, os ali ados co meça m a separar-se de les, de modo prim e iramente di screto e depois precipitado, pois não desej am ser contagiados pe lo desprestíg io. Entretanto, o regime va i im pondo seus des ígni os até que a impopul aridade se torne torme ntosa. Soma-se a isso o fa to de os chefes de Estado que impul s io nam esse processo desej are m amiúde que tudo se faça segundo sua vontade. Por isso press ionam se m ne nhum escrúpul o as asse mbl é ias consti tuintes, para que elaborem rápid a e doc ilmente o proje to a ser submetido a referendo. Agem sem muita preocupação com os princípi os ju ríd icos, co m as faculd ades das institui ções e co m a opi ni ão pú blica , o que, com fac ilidade, prod uz co nflitos. De o nd e os proj etos de Co nstitui ção confi g urare m o do mínio do Executivo, sem co ntrapeso. Jsso se deu na Ve nezue la, Bo lívi a e Equador, nações q ue segue m um itinerári o em q ue o estati smo, a luta de cl asses , a c ri se eco nô mi ca , a pe rturbação social, a cobra nça de impostos des proporc io nados, a agitação sindica l, a hostilidade e m re lação à empresa privada, as ex propri ações, os conflitos in cessantes, e aind a outros fato res, vão se agrava ndo e cri ando um a se nsação de que o país afund a num a c ri se sem retorn o.
Para 011</e foi' a Venezuela, il'ão suas nações camlatál'ias? Desde o começo de sua vi da políti ca lega l, corno se sa be , o pres idente venezue lano Hugo Chávez ganhou as ele ições e os pl eb isc itos enqu a nto manteve um to m grosso ,nodo po puli sta. Mas, à med ida que fo i adota ndo pos ições mais extremad as e destemperadas, próx imas do tota litari smo, atacando in d istintamente pessoas, nações e fo rças diversas, o apo io po pul ar fo i diminuind o co ns id e rave lmente. Em dezembro de 2007 - pouco depo is da me rec ida apóstrofe "Por qué no te cal/as ?", com a q uai o Mo narca espanho l deixo u Chávez sem voz - o pres ide nte ve nezue lano perde u o refe renci o sob re o proj eto da nova Co nsti tui ção , fo rte me nte penetrado de idé ias marxistas . Este não encontrou respaldo sufi cie nte nos e le itores, mas is.to não o fez
mudar de rumo. Lo go e m seguida anunciou que envidari a novos esforços para a aprovação do projeto. Por o utro lado , C hávez co ntinu o u ace ntu ando o processo de militari zação do regime, ag rupand o seus seguido res nas hostes " bo livari anas" para e nfrentar os o pos ito res; lançou um progra ma de doutrin ação soc iali sta para cri anças nos colégios; ameaçou ex pro pri ar toda a in dústri a de cimento; press ionou os empresári os para que se uni ssem ao "prog rama socialista para o século XXI ", recusado pe lo país no menc ionado referendo; e laborou um proj eto tota litá ri o de inteligência e contra-inteligência, através do qual pretendi a fo rçar toda a popul ação a se converte r em agente informativo do Estado em matéri as de segurança . Cad a pessoa seri a espi ã das dema is conh ec id as s uas, a rri sca nd o se r posta na cadeia caso não c umpri sse essa le i. Num a palavra, co m tais medid as, a Ve nezue la fi cari a a do is passos el e um reg ime co muni sta. É verdade que C há vez to mou ao mesmo tempo certas atitud es de aparência conc iliadora. Mas estas pareceram recursos para susc ita r ilusões na opini ão pú blica sobre seu governo, mais do que uma verdade ira muda nça de rumo. Ass im , e le conc lam ou as FARC a se d issolvere m, a libertare m os seqüestrad os e a abandonarem a luta arm ada, apesa r de ter te ntado, meses antes, que fossem qu a lificadas de ''. fo rças beligerantes", o que, se fosse aceito, lhes gra njea ri a o reconhec ime nto internaci ona l. Também retirou o projeto de inteligência e contra- inteligência recé m-apresentado, depo is rechaçado pe la opini ão pública e de nunc iado pe los bi spos, po is era abertamente sta li ni sta. Por fim , suas atitudes agress ivas e grosseiras em re lação ao pres ide nte colo mbi ano Álvaro Uribe fo ra m substituídas por um a pos ição mais cordi al, sobretudo depois das retumbantes vitó ri as deste sobre as FARC.
Chá,,ez co11seg11iní u/lmJ)assa,·
as <lilicul<la<les? Cabe pergun ta r q uanto te mpo du ra rá essa suposta moderação, j á que C hávez to mo u novas atitudes radi ca is, como a detenção de um general do Exérc ito ac usado de in subordinação e ofensa às AGOSTO 2008 -
Fo rças Arm ad as po r te r- se · o pos to ao lema Patria, socialismo· o muerte. Venceremos! - ape lando nesse sentido ao Tribun al Supremo de Justiça. O chavi smo proc ura impor esse lema pe las vi as de fa to, j á que não usa as do Dire ito. Do mesmo modo, aproveitou a última reunião do Mercosul em Tucumán, na Argentina, para diri gir novas are ngas insul tantes contra os EUA a propósito de vári os te mas . O mo mento c ruc ia l será provave lmente em nove mbro próximo, por ocasião das eleições para prefeitos, governado res e de putados, cuj os resultados serão vitais, tanto para o presidente quanto para a oposição. M as, antes di sso, pode m ter efeitos decisivos mui tos outros fa tores : a crônica escassez de gêneros alimentíc ios; infl ação crescente, profunda corrupção nas esferas oficiais; repressão "bo livari ana" aos oposito res; atentados (às vezes morta is) que estes sofrem; crescimento dos índices de crimi nalidade; poder ditatorial de Chávez não só no Estado, mas também dentro cio movime nto que o apó ia . Tudo isso pode prec ipitar uma cri se dentro do própri o governo. Na opos ição a C hávez, algumas carac terísticas também podem compro meter grave mente seus resultados: as notóri as riva lidades entre os partidos e movi mentos que a compõem; di sputas no interior dos mesmos; índo le freqüe nte mente pouco séria e de fraco respaldo doutrinári o; competição incessante pela li derança geral cio anti -chavi smo, porque esta pode abrir caminho para importantes candidaturas futuras. E m suma, se de um lado Chávez re presenta adeq uadamente os defe itos da Nação, de outro não surge na opos ição nenhum líde r que encarne sati sfatori ame nte as qualidades que ela deve ter.
Bolívia: M omles imita Chávez, mas sem o l)oder do l)etróleo Enquanto na Venezue la di gladi am-se em diversos e longos conflitos os defensores e adversári os de Chávez, na Bo lívi a acontece outro tanto com seu homólogo e sequ az E vo Mora les. Mas ta is conflitos não contê m só uma ex pressão po lítica e soc ial. São conflitos também rac iais e geográfi cos, pois quatro provínCAT OLI C ISM O
cias da zona orienta l - em c uj a popul ação o fa tor indígena é menor que no altiplano - j á aprovaram, por maioria esmagadora, regimes de autonomia em face do Poder central. Este desaprovou-os totalmente, o que poderá acender di sputas ainda muito mais graves. Por outro lado, no Estado altiplano de Chuqui saca - cuja capital é Sucre, sede da Corte Suprema - nas recentes ele ições para Governador venceu a oposição. A candidata triunfante anunciou e m seguida que reali zaria também ali , como prometera em ca mpanha, um refe rendo nos moldes do ocorrido nos ou-
contrário, ter-lhe estimul ado ainda mais o radi cali smo, mante ndo aceso o confronto. Este não fa rá se não crescer, à medida que se aproxima o LO de agosto, qu ando haverá o cham ado " re fere ndo revogatório". De le de penderá a permanê nc ia tanto de Evo Morales como dos governadores em seus respectivos cargos, embora o decreto exec utivo que o crio u dê ao Pres idente condições muito mais fa vorave is do que as estabe lec idas para os governadores . Nesse c lima de co nflito, o mo vim e nto a uto no mi sta c resceu muito e m intensidade em várias provínc ias importantes , enquanto a
Evo Morales: caudilho intemperante, fator de desagregação da Bolívia
violentos ou, pelo contrário, a agrav,1-los. Uma coisa é certa: se Morales sofrer alg um prejuízo nessa ocas ião, este será atribuído por Chávez ao "Império" ...
Equador: caudilhismo /Jl'OÍllllda111e11te llOCÍ VO
tros quatro Estados. Foi prec iso faze r a e le ição, po is o governador anteri or, pertencente ao Movimento ao Socialismo e a li ado de Evo Morales, bateu literalmente em retirada. Asil ou-se no Peru, pois sua vida corria ri sco em decorrê ncia das co nvul sões, segui das de três mo rtes, ocorrid as em nove mbro último. Nessa ocas ião, os de putados ofi c iali stas resolveram votar " na marra" a nova Consti tuição, dentro de um quarte l, protegidos pe la po líc ia e sem a presença da opos ição. Desde então, Morales não conseguiu sequer vo ltar a Suc re ... Atua lmente, dos nove Estados de que se co mpõe a Bo lívia, ape nas do is contam com govern ado res partidári os de Evo Morales. Mas tudo isso, que seri a de mo lde a inc itar Morales à moderação e à caute la di ante de seus adversári os, parece, pe lo
popul aridade do pres ide nte não fez senão despe ncar. Nessas condições, seguindo o exempl o alti ssonante de Hugo Chávez, Morales te ntou conquistar mais apoio popular com lances de inspiração nacionali sta, atacando de modo incompatível com as normas do protocolo o presidente peruano Alan Garcia, atri buindo-lhe a di spos ição de admitir a insta lação de bases norte-americanas e m solo peruano. Mas estas atitudes, alé m de tere m um efeito efêmero, prejudica m a imagem internac ional de Mo ral es e da própria Bolívi a, po is mostra m que um caudilho intempera nte é muito di fe rente do estadi sta de que o país necess ita. Cumpre ass im es perar os resultados de IO de agosto, quando veremos se estes serão de molde a atenu ar os conflitos
No Equador, a atuação do Presidente Rafael Correa também é muito confusa e questionável. A Assembléia Constituinte, apesar de ter iniciado seus trabalhos em novembro de 2007 e contar com forte maioria governi sta, não estava conseguindo, algumas semanas atrás, terminar a tempo a redação da nova Consti tuição, que deverá ser submetida a referendo em setembro. Esse fato suscitou um vio lento incidente entre o próprio Presidente da República e o Presidente da Assembléia, Alberto Acosta, notório ofi cialista, que teve que renunciar ao cru·go alegando que não podia estar à frente de um processo que não levava em conta as minorias. Ou seja, sua posição não Linha sido respeitada por Correa, e não teve outro recurso senão deixar o cargo. Se isto acontece com um conhecido aliado do Presidente, pode-se imaginar o que acontecerá com os membros da oposição ... Algumas semanas depois, foi anunciado que a nova Constituição, de 494 arti gos, já estava pronta pru·a ser votada, mas poucas horas depois se soube que 50 desses artigos fora m reti rados. Ma is ainda, o novo Presidente da Assembléia, Fernando
Cordero, declarou que se qualquer cidadão encontrasse repetições, erros ou incongruências no tex to fi nal, deveria avisru· às autoridades a fim de se fazer as correções ... Isto significa que o trabalho da Constituinte é de uma total improvisação e falta de seriedade, e que os membros do Governo pouco se impmtam com o conteúdo da Carta. O que lhes importa é que sej a logo aprovada. Então, como esperar que eles respeite m depois a totalidade do texto que eles mes mos prepararam ? Ficou assim patente que Correa julga ser atribuição sua governar a Assembléia como um simples caudilho, e não como Chefe de Estado que não interfere na Consti tuinte. Como também fi cou claro que para ele o importante é o projeto fi car pronto o quanto antes, pru·a que o referendo seja realizado enquanto os e leitores ainda estiverem dispostos a aprová-lo; e não depo is, quando haja risco de recusa. Isto porque, à queda da popularidade cio processo consultivo - de 62% a 37%, segundo pesquisas independentes - soma-se o fato de que o apoio ao próprio Correa também diminuiu . Essas circunstâncias, somadas, podem ocasionar a rej eição da nova Carta constituc ional. Apesar de conhecer a pouca popularidade de Chávez no Equador, Correa optou por seguir seu estilo, servindo-se também de altercações nacio nali stas para auferir mais apoio de seus simpatizantes. Ele o fez
ao provocar a Colômbi a a propós ito da morte do diri gente terrori sta das FARC, Raúl Reyes- que atacava alvos nesse país a partir do território equatori ano, a pouca distância da fronteira - obrigando o governo de Bogotá a redargi.iir ele forma ful minante e definitiva. O epi sódio causou grande indignação na dupla Chávez-Correa, que perdeu um fi el amigo na pessoa cio chefe guerrilheiro. Como durante a operação ele legítima defesa da Colômbia houve uma inevitável e episódica incursão no território vizinho, Correa utili zou-a para clamar contra a " vi olação da soberania equatoriana", simulando desconhecer que seu país servi a de base permanente para os guerrilheiros atentarem impunemente contra a nação e o povo colombianos. A cum plicidade de Chávez e Correa em relação às FARC fi cou mais do que comprovada, através dos documentos encontrados depois nos computadores de Raúl Reyes.
Colôm/Jia: luta e11érgica e vitoriosa co11tl'a o terrorismo No pólo oposto ao da Venezue la, a Colômbia vem demonstrando, nos seis últimos anos, a crescente determinação nac ional de não c laudicar diante do terrorismo nem ele seus cúm plices. Pelo contn1rio, expressou repetidas vezes a decisão de combatê-los com firmeza, de acordo com as leis, esforçando-se pru·a que abandonem totalmente o crime terrori sta e voltem à vicia legal, aceitando as condições razoáveis estabelecidas pelo Governo. De fato, milh ares de terrori stas, guerrilheiros e pa ra milita res optara m pe la pac ificação, ajudando muito na rec uperação do país e contribuindo para conceder ao presidente Álvaro Uribe uma popul aridade nunca vista, que permitiu-lhe resistir com êx ito e garbo às fo rtes pressões exercid as por Chávez e por outros me mbros da esquerda internacional sobre o governo co lombi ano, para que cessasse de combater as FARC ou se submetesse às suas ex igênc ias. Nesse contexto, o governo de Bogotá obteve, nos últimos meses, importantes vitóri as contra essa fo rça terrori sta. A mais impress io nante de las foi certame nte a manifes tação de cerca de dez milhões de col ombi anos que saíra m às ruas das principais cidades do país e cio exAGOSTO 2008 -
A firmeza do Estado ante o crime terrorista é o único caminho para a verdadeira paz
Os reféns resgatados das mãos das FARC se ajoelham na pista do aeroporto, para agradecer a Deus a liberdade recuperada
O mundo presenciou, alvoroçado, o impress ionante resgate dos seqüestrados, numa brilhante atuação que honra o presidente da República, o mini stro da Defesa, os comandantes elas Forças Armadas, os integra ntes do Corpo ele Elite que realizo u a operação e todos aqueles que ele uma ou outra forma participara m de la. A todos e les a Sociedad Colombiana Tradición y Acción pre ta uma homenagem de gratid ão . Fo i uma ação intrépida como poucas, ele altíss imo risco, mas que afin al a Divina Providênc ia abençoou, ele tal form a que, sem disparar um só tiro, um grupo ele seqüestrados recuperou a liberdade e regressou a seus lares, sãos e sa lvos. Celebramos com júbilo esse destemido resgate. Mas queremos que ele sirva para que, tanto na Colômbi a como no mundo, se preste atenção em vários temas fundamentais que se depreendem desse fe ito me moráve l. Ceder ante o 1,c1·r01·ismo não concluz
terior, e m apoio ao Governo, e c la mando pe lo fim das FARC. O fato se de u poucas sema nas a ntes da morte d e Ra úl Reyes - deixando nas mãos das autori dades co lo mbianas co mputado res co m in fo rm ações sig il osas, úteis para o combate à narco-gue rrilh a e comprometedoras para vários protetores dela. Pouco tempo depo is, o g ue rrilhe iro apelidado " Tiro.fUo ", fundad o r e c hefe s upre mo do g rupo terrorista, também mo rri a na selva. Sua morte foi muito simbólica, po is se deu quando as FA RC passam pela pio r crise de sua hi stó ri a, levando muitos o bservadores a ac red itar que e las acaba rão se desintegrando em futuro próx imo. Por fim, o a udac ioso e bem-suced ido resgate de 15 reféns da narco-g uerri lha, operado pelo exérc ito colo mbi a no no di a 2 de julho, gero u nova o nd a de júbi lo d e ntro e fora da Co lô mbi a. E teve como res ultado um acrésc imo de po pularidade para Álvaro Uribe, que atin g iu o impress io nante índice de 9 1%, justame nte po rqu e a opini ão pública vi u nessa vitória mai s uma atitude valente e hábil de seu governo na luta contra a narco-gue rrilha (v ide quadro à p. 33). Ao contrári o do "ceder para não perder", apregoado pelos covardes e pusi lâ nimes, o mandatári o co lo mbi a no preCATOLICISMO
fe riu "lutar para vencer", não se submetend o às ex igê nc ias d os terroristas, . ne m às dos políticos que os protegem, ne m tampo uco às daqueles qu e es tão sempre dispostos a ceder ante as ameaças co muni stas. Tal fo i o caso de se u antecessor Andrés Pastrana, que durante seu gove rn o c hegou a destinar às g uerri lhas, durante anos, um território do tamanho do estado do Ri o de Janeiro . Álvaro Uribe, pelo contrári o, prometeu-lhes tão-só sete pa lmos de terra ... no sentido vertical , caso não depusessem as armas.
Não é certo que, a pós esses notáveis êx itos, os qu e combatem o te rrori s mo o bte rão sempre gra ndes vitórias. Po is os te rro ri stas tê m prestimosos simpatiza ntes e auxiliares e m postos-chave do mun do político e midi ático. Nesse sentido, não são raras as notícias conte ndo comentários de políticos de esq ue rd a, bem como ed itoriais que se obstinam e m ser condescende ntes para com a sub versão, ataca ndo os que se lhe opõem e imag inando inte nções inconfessáve is no atual go ve rn o co lombiano. Ao mes mo tem po
à paz
Duran te duas décadas, entre 1982 e 2002, imple mentou-se na Co lômbia uma política ele concessão ante os ini mi gos cio Estado e ela sociedade. Todos os presidentes cio período me ncionado, sem exceção, decidiram que o ca minho mais adequado para conseguir a paz era render-se ante as ex igências cios grupos terroristas ela guerrilha e cio narcotráfi co. Foram 20 anos ele negociações, com um denominador comum : o Estado e a sociedade ced iam tudo, ac reditando que a claudi cação ante os terroristas os apaziguava, quando na rea lidade se conseguia exata mente o contrári o. Quase todas as instituições colombianas aderiram a essa atitude suicida. Governantes, políticos, empresários, intelectuais, ONGs e até os mais destacados dirigentes eclesiásticos aplaudiram essa determinação absurda. Os que a ela se opunham foram sistematicamente desacreditados como supostos inimigos ela paz. Até que, por fim , a opinião pública, numa clara atitude ele lucidez e ele recusa a algo tão absurdo, escolheu para presidente o único candidato que manifestou sua total discrepância com esse processo. Sua po líti ca ele enfrentar com mão dura a guerrilh a marxi sta deu resultados tão ex traordin ári os, que hoje nos encontramos de verdade às portas ele uma pacificação ele nossa Pátria. E quanto mais se trabalha nesse sentido, maior é o apo io ela opini ão pública, a ponto ele provavelmente não existir no mundo presidente que tenha obtido uma aceitação e popul aridade como o nosso. Este processo está pe rfe itamente descrito pe lo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e m seu brilhante e nsaio Baldeação Ideológ ica Inadvertida e Diálogo (Catolicismo, nºs 178- 179, outubro- novembro ele 1965). Um cios recursos ma is efic ie ntes na Guerra Psicológica Revo lu c io nári a, empregada sistematicamente pela guerrilh a marxista, é a utili zação do Diálogo como arm a ele conqui sta. Desta for-
ma, grande parte ela opinião pública foi sutil mente persu adida a aceitar o diá logo como única forma ele pacificação, quando na realidade as guerrilhas se fortaleciam e aumentavam sua capac idade bé lica. Que o mtmdo reconheça a malclacle cla g11e1·rill,a colomhiana
Como seri a bom que todo o alvoroço micli ático, produzido pe la gra nde notícia ela liberta ção cios seqüestrados, contribuísse para ex tirpar ele uma vez por todas ela mentalidade ele muitas pessoas e orga ni zações europé ias, norteamericanas, latino-americanas, e também colombianas, a idé ia fa lsa e ingênua de que as guerrilhas colombianas lutam por uma causa humanitária e por um ideal soc ial! E que esse a lvoroço mundia l obtivesse a libertação imediata de todos os demais seqüestrados, que, ao que parece, são mais ele 700. Todos <levemos apoia,· o processo <le restauração ela Colômbia
Nossa Pátria foi terrível mente afetada durante décadas pela violência e pelo terrorismo. Embora isto tenha gerado uma destruição material que jamais poderá ser quantificada, arrasando fo ntes de trabalho, gera ndo migrações, impedindo o desenvolvimento ele regiões inteiras, cumpre afirmar que jamais conseguiu dobrar o espírito cios colombianos. Muito poucas instituições fizeram então ouvir sua voz perante o governo e opinião nacional e internacional para denunciar essa situação assombrosa e injusta. Entre as que o (izeram ele modo permanente, sistemático, com valor e heroísmo, estú a Sociedad Colombiana Tratlició11 y Accióll. Com efeito, desde os remotos te mpos ela primeira anistia impul sio nada pelo Pres idente Betancourt, em novembro ele 1982, até o presente, sua voz impugno u as concessões contínuas e nefastas à narco-guerrilha terrorista. De 1982 a 1997 atuou-se sob o nome g lori oso ele Tradició11, Familia y Propiedad -TFP, e, quando esta cessou sua luta doutrinária me morável, ele 1999 para frente, atuou-se sob o le ma ele Tratlició11 y Acció11. Só nos resta implorar ao Sagrado Coração ele Jesus a que m a nação colombi ana esteve consagrada durante mais ele 90 anos - que nos proteja e nos dê a fortaleza necessári a para que a Colômbi a sa ia vitoriosa desta crise. Isto é, que as guerrilhas marx istas sejam derrotadas para sempre, que nossa PMria recupere a paz perdida durante décadas, e que fl oresçam abundante mente os valores ela Civilização C ri stã. Socieclacl Co lombiana Tracli ció n y Acción Eugenio Trujillo Yillegas Diretor Executivo
A íntegra deste manifesto encontra-se disponível no site abaixo, em sua verão original em castelhano: www.colombia-autentica.org
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"Tratorazo" contra o governo, em Gualeguaychu, província de Entre Rios, Argentina
que atribuem aos g ue rrilhe iros qua lidades que e les nunca tiveram. Nesse sentido, a grande be neficiária da coerê nc ia cio govern o de Álvaro Uribe, [ng rid Betancourt, pouco depois ele libertada cio cativeiro do qual pode ria, como tantos o utros, não ter saído viva, fez declarações contrárias à política do presidente e m re lação ao narco-terrori smo - que e la
considera fruto das desigualdades sociais, e não da ideologia marxista .. .
O segumlo pel'íodo cio casal Kirch1w1·: como afrmclal' um país Outro g rande país que está sendo fortemente traumatizado pela esquerda é a Argentina, especialmente depo is ela última e leição presidencial. Como se sabe, a
Durante quatro meses os " panelaços" em favor do agro realizaram - se nas principais cidades argentinas
po lítica econômica do casal Kirchner consiste e m um conjunto de medidas de cont:role ele preços, ele subsídios abundantes a muitos seto res, de pesada tributação e de e norme gasto público, fatores estes que contribuem para o aumento da inflação. Muito se discute e m certos ambientes sobre quem de fato governa hoje a Argentina: se a preside nte C ri tina Fer-
fo rçados a sustentar as massas de agitadores que os Kirchne r lideram e utili zam na de mo lição e m c urso. Os agricultores foram respa ld ados po r gra nde parte da Nação, especia lme nte a cl asse média. Protestos nume rosos e e loq üe ntes dos afetados pe las medidas pres ide nc ia is a lastrara m-se por todo o país, sendo revidados agressivamente por me mbros do Executivo com os e píte tos de " nazistas" e "golpi stas", por praticare m o bloqueio de estradas. Este parece ser cons ide rado, pela esquerda, seu pri vilégio exc lusivo ... O setor rura l ha vi a apoiado a pres ide nte na e leição, mas pouco te mpo depois ele ass umir o poder e la retribuiu o favor com os altos impostos e m questão. Entre o utros efeitos políticos, isso ocasiono u a queda abrupta de sua popularidade e a demissão do ministro da Econom ia, be m como o afasta me nto do governo de consideráveis setores do próprio peronismo. Procurando superar o conflito, o Exec utivo declarou que a palavra fin a l seria do Parlamento. A votação na Câmara dos Dep utados, na qua l o governo contava com a mpl a maioria, a provo u o projeto por uma margem muito estreita, re metendo-o ao Senado. Neste, por sua vez, o nde o governo també m dispunha de fo rte maioria, a votação termino u num e mpate. Coube e ntão o desempate ao presidente do Senado e vice-presidente, também go ve rni sta . E ntretanto, e le votou
ná ndez de Kirchn er o u seu esposo antecessor no cargo e hoj e c hefe do peronismo. Na reali dade, é indi scutível que a responsabilidade é co mum , tanto pelos probl em as atuais, q ue têm sua origem no governo anterior, como pe lo comum acordo com que vê m atuando. É notório que a principal preocupação cio casal é ele enfrentar aqueles que considera seus inimigos, em concreto a importante classe dos proprietários rurai s. Esta constitui , por assim dizer, a espinha dorsal ela Argentina, tanto pela sua sólida estrutura social como pela grande potência que representa, e ainda por ter sido, du rante muito te mpo, a parte mais influe nte da Nação. Não obstante, o casal Kirchner parece apenas ver nos com ponentes dessa classe aq ue les que devem ser combatidos e liquidados, sem se importar pela injustiça de tal política e dos prej uízos que produ zirá ao país. Os Kirchner, a li ás, não são os primeiros a atuarem ass im . Muitos governos tomaram atitudes demol idoras e m re lação à classe rural. Desta feita, o ataque se deu através de impostos confi scatóri os, acima de 30%, sobre os produtos exportados. Assim, os produtores arge ntinos ficam colocados diante da segu inte o pção: vender os produtos na Argentina, a preços controlados e meto di camente ~ baixos, o u vendê- los no exterio r, a pre- ~ ços mais próximos dos internacionais , ~ mas pagando esse i1nposto elevado. De ~ um modo ou de o utro, os agric ultores são &
contra o projeto dos Kirchne r. Isto representa um a diminuição conside ráve l no poder d o casal presidencial, acarretando- lhe dific uldades futuras ainda ma iores, so bre tudo se pe rs istire m e m s ua ag ress ividade face aos setores soc ia is com os quais deveriam co laborar.
Brasil: influências do P'l' e do indigenismo Ao anteriorme nte dito, devemos acrescentar consi derações a nálogas sobre as demais nações. N o Brasil , o preside nte Lula da S ilva continua enrascado na rad icalidade ideológica de seu g rupo político - o Partido dos Trabalhadores (PT), cuj a voracidade é conhecida - nos escândalos financeiros, na tolerância de certos setores com os mes mos, na crescente e impune vi o lênci a cios "sem-terra" no cam po e sua projeção negativa sobre as c idades, na forte recusa da ma ioria orde ira e pacífica da população à progressiva anarqui zação que sofre o País. Nessas c ircu nstâncias, se a situação econômica pode ser satisfatória - graças, entre outras coisas, aos capitais que flu e m das nações desenvolvidas para as e mergentes - essa prosperidade de pouco valerá se coex istir com os vícios adm inistrativos ex istentes nos mai s altos níveis. Por o utro lado, denúncias rece ntes indicam que, no estado de R o ndôn ia, opera há dois a nos uma g uerrilha, a Liga Camponesa dos Pobres, que j á reivindica três "zonas libertadas", onde comete
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tal Boli variana, as casas de la amistad revolucionári as, que j á são várias dezenas . Por fi m, é necessário acrescentar a incorporação em tais entidades de elementos que militaram no terrori smo peru ano, e que ass im se vão reagrupando.
Perspectivas de boas reações e ação da Divina Providê11cia
assassinatos, saques e seqüestros. Mas o Governo não parece preocupar-se co m isso, embora seja evidente que a desestabilização dessa região poderá contagiar facilm ente os países vizinhos. Contudo, muito mais preocupantes são doutrinas perniciosas que medraram nos meios católicos, sob o rótulo de mi ssiologia neotribali sta, e em ambi entes culturai s e universitários, enaltecendo a condição de vida dos índios e propondoª como model o para o mundo civili zado. Tal condi ção de vida consistiri a na ausênci a de propriedade privada; do víncul o entre patrão e empregado; do lucro; da indumentária, etc . Sem o absurdo de pretender afirm ar que os índi os sej am comuni stas, ou sequer que saibam no que consiste o comuni smo, o sistema descrito como sendo o de vida deles, queira-se ou não, é muito semelhante ao desej ado pelo co muni smo. Com um a agravante: optar voluntari amente por esse sistema é muito mais censurável quando tal escolh a é fe ita por pessoas civilizadas . Tais doutrinas, magistralmente expostas e refutadas no profético livro de Plíni o Corrêa de Oliveira Tribalismo indígena, ideal comuna-missionário para o Brasil do século XXI (Editora Vera Cruz, São Paulo, 1977), têm como corolário o que está se tentando faze r agora no Brasil : destinar a um pequeno número de sil vícolas dimensões imensas do terri tório, que a qualquer momento poderão ser por -
CATOLICISMO
eles reivindicadas para tornarem-se outras nações, com o apoio da ON U!
Paraguai: que 1'umo tomará seu novo governo? Sobre o Paraguai, aventou-se bastante a hipótese de que o recém-eleito presidente, o bi spo suspenso de ordens Fernando Lugo, pudesse afi li ar-se ao bl oco chavi sta. Contudo, seu partido, Alianza por el Cambio, é uma coalizão de mais de 20 organi zações, na qual prepondera o Partido Liberal Radical Auténlico, considerado de centro-direi ta. A Alianza, ademais, será francamente minoritária no parlamento, o que torna bastante improvável essa hi pótese, pois um governo paraguaio tipo Chávez não teri a suficiente apoio no Legislativo. Talvez por isso, na recente viagem que Lugo fez por vários países sul-americanos, foi bastante esquivo ante os alardes revo lucionários com os quais Chávez procurou envolvêlo. O novo presidente paraguaio tem reafirm ado que seu governo assumirá características própri as, e não se deixará levar a reboque por outros regimes. Para se avaliar as dific uldades pelas quais passará o novo governo paraguaio num terreno no qual, ao que tudo indi ca, e le parece co incidir com os vári os regimes de esquerda do continente - o ataque à institui ção da fa míli a - veja-se o seg uinte fa to. Tendo esco lhid o Lili an Soto e Gl ori a Rubin para ocuparem, res-
pectivamente, os mini stérios da Mulher e da Função Pública, o pres idente Lugo fo i fo rte mente cri ticado por im portantes setores da opini ão pública pelo fato de ambas serem favoráveis ao aborto.
Peru: muitas esperanças e graves aprnensões Na região andin a, que a esquerda ta nto proc ura convul sionar, o Peru parece, até certo po nto, constituir um a exceção. Ex iste um a relativa estabilidade política, e os indicadores econô micos fa voráveis j á faze m sentir uma melhori a na qualidade de vida da popul ação. O presidente Al an Garcia parece ter deixado para trás certos condicio namentos ideo lóg icos que anteri ormente lhe foram mu ito noc ivos, e adota pos ições a favor de um real ismo e corclura que só pode m ser benéfi cos para sua gestão e para o país. Contudo, não nos deixemos enganar por essas aparências, pois existem também frin chas notóri as. Com efeito, se na fac hada o Peru aparece re moçado e pu j a nte, o pe ri go pode rá surp ree ndê -lo " pe la porta de trás": a cresce nte presença cio narcotráfico na serra e na selva, hoj e ampli ada para regiões onde antes e le não operava. Também causam apreensão as pretensões rac iais-separatistas de províncias cio sul. E ainda as conexões de tais mov imentos com o tri o FARC-Chávez-Morales, através da Coordinadora Continen-
Tudo o que fo i vi sto até aqui mostra como é difícil e problemática a aplicação do pl ano chav ista em escala conti nental. Sem respaldo de grande parte da opini ão pública, e com um a parcela de seus ali ados se di stanciando, o socialismo bolivariano perde altura e impul so, ao mes mo tempo em q ue as resistências a ele se torn am mais rígidas . Isto não signi fica que Chávez e os ali ados que lhe restam - como o regime da revolução islâmica do Irã - não possam ainda tentar, para sair de seu estancame nto, cartadas surpreend entes e inclu sive violentas , para prec ipitar um conflito no mo mento em que há ri sco de um a crise fin anceira global. De todos os modos, dadas as reações que comentamos, o que se apresentava como um fu racão em gestação poderá vir a termin ar em simpl es vendaval, capaz de produzir prejuízos, mas não necessari amente catástrofes irremedi áveis . Po r outra parte, do ponto de vista moral, em todas as nações do Continen-
te, sem exceção, vários são os as pectos da cri se na fa míli a, para cuj o agravamento operam numerosos agentes que sati sfaze m assim as esperanças demolido ras de muitas fo rças da esquerda. Os projetos e as le is, os aco rdos e a ação dos organi smos internac io nais, a penetração de ONGs, as sentenças arbi trári as de certos tribunais, a contaminação moral produ zida pela mídia, tudo converge para produzir um desgaste acelerado nos costumes , que raras vezes é combatido. A proliferação de escândalos de latroc íni o e a de pravação reve lam um a crescente corrupção, c uj o efeito natu ral é gerar mais de linqüência, desestabili zar as fa mílias e desagregar de modo crescente o tec ido soc ia l. Mas ta mbém é verdade que aind a ex iste m, na opini ão pú bli ca mais profunda dos países sul -ameri canos, enormes reservas de re li gios idade e conservadorismo q ue a Prov idência Divina poderá fazer aumentar e dar frutos numa situ ação fu tura.
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Sem dú vida, a orfa ndade moral é o calcanhar de Aquiles de nosso Contine nte, o maior mal que padecemos, a porta aberta para todos os de mais males, e seria de molde a levar ao desespero, se não pudesse ser co mpe nsada direta me nte pela ajuda da Prov idê ncia.
Mas se essa imoralidade não fo r contida dev idame nte, através de uma valorosa luta de princípios no pl ano temporal, todo esforço de recuperação poderá fru strar-se, e os agentes do caos - bo li varianos ou não - verão chegada sua hora, dando razão às advertências co ntidas na Mensagem de Fátima, hoj e mais atual do que nunca. O que vem ocorrendo ultimamente na Colômbi a, cuj o afervoramento espiritu al da o pini ão públi ca vem-se faze nd o sentir nas atitudes públi cas e pri vadas do pró pri o Govern o, é prenún cio do qu e poderá acontecer em nível ibero-ameri cano. Ou seja, se persistir du ravelmente a determin ação de "lutar para vencer" que ali se observa - em substi tuição do "cede r para não perde r", que predomi nou nas últim as décadas, levando-a à beira do abi smo - poderá influenciar o resto do Contine nte e favo recer muito a restauração da C ivili zação Cristã. Seja como for, para além dos perigos aos quais nos referimos, e de outros que seri a exaustivo enumerar, podemos ter a certeza da misericordi osa intervenção da Santíssima Virgem na hora-chave, neutrali zando ameaças e conjurando perigos, assim como ajudando maternal mente as populações fiéis a lutarem em defesa da fé e da moral, esperando d'Ela sua vitória. • E-mail do autor: al frcdo rnachal
catolicisrno.com.br
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Esta se deu em 1625. Apenas orde nado, foi cuid ar de e mpestados . Passo u de po is pa ra o Orató ri o de Caen, tendo em vi sta preparar-se para sua carreira mi ssionária.
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Recolllimento J'o,.çado po,• dois anos
São João Eudes precursor da devoção aos Sagrados Corações F undador de duas congregações religiosas e de seis seminários, foi grande pregador popu]ar, realizando mais de cem missões. Deixou escritas inúmeras obras nscéLicas e místicas. PuN10
M ARIA
SouMEO
São João Eudes nasceu na pequena c idade de Ry (d iocese de Séez, na Ba ixa- Normandi a, França), no di a 13 de novembro de 1601. Seu pai, Isaac, havia tentado a carre ira sacerdota l, mas fora obrigado a abandoná- la devido à morte de quase toda a fa míli a, vítima da peste. Ded icou-se então à ag ri c ul tura, exerce nd o també m as funções de médico ru ra l. Rezava di ari amente o bre viári o e rivali zava e m virtude com a esposa, Marta. O pri mogênito dos sete filhos que tiveram, João Eudes, fo i mais "fruto da oração que da natureza". Por isso o oferecera m a Nossa Senhora do Socorro, em ação de graças por seu nasc imento, e nada neg ligenciaram e m sua educação reli giosa e temporal.
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CATOLICISMO
O me nino correspondeu ao desvelo dos pais, e aos 14 anos fez o voto de perpétua virgindade. Nessa época, foi envi ado ao colégio dos padres jesuítas de Caen, onde estudou com bri lho humanidades, retórica e fi losofia. Desde muito pequeno, por inspiração do Di vino Espírito Santo, João Eudes tinh a profund a devoção aos Corações de Jesus e Mari a. Em 161 8 entrou para a Congregação Mariana do colégio, para incrementar ainda mais sua devoção a Nossa Senhora. Recebeu então da Mãe de Deus inú meras graças . Em J 623, desejando tornar-se sacerdote, e ntrou para a Sociedade do Orató rio de Jesus, fu ndada pouco antes pelo fa moso Cardeal de Bérulle. O fund ador concebeu por João Eudes uma estima tal, que o faz ia pregar e m público antes mes mo de sua ordenação sacerdotal.
Desde os 22 anos de idade, trabalho u incansavelmente no campo das mi ssões populares. Pregador nato, torno u-se fa moso co mo mi ss io ná ri o. Dizia-se que, desde São Vicente Ferrer, a França não tivera um maior do que ele. Maravilhosamente bem dotado para a eloqüência popular, entusias mava as multidões e lograva copiosíssimos frutos de penitência. Impug nava com vigor todos os vícios, cortava na raiz os escândalos, e a todos pregava a verdade salvadora. A arde nte caridade que manifes tava no confess ionári o atraía os pe nite ntes, porque ele, ao ful minar os víci os, sabia apiedar-se do pecador. No ano de 1641, São João Eudes cumpri a 40 anos de idade. Foi então atacado subitamente por grave enfermidade, que o levou a um repo uso forçado, absoluto, durante dois anos. A Providência Divina queri a que ele se pre parasse no reco lhime nto para nova fase de sua vida, talvez a mais prove itosa: "Deus me deu estes dois anos para empregá-los no retiro, para vagar na oração, na leitura de livros de piedade e em outros exercícios espirituais, a .fim de preparar-me melhor para as missões" . Ao recuperar a saúde , la nço u-se nov ame nte à vida miss io nári a co m novo fruto. Entretanto, afli gia-se ao ver os resultados pouco duradouros das mi ssões. Atribuía isso à fa lta de pastores cultos e piedosos que contimia sse m a ação dos miss io ná ri os, ma ntendo aceso o fervor adquirido durante as missões. Para isso fa ltavam seminári os nos quai s os seminaristas recebessem, a par das virtudes próprias de seu sagrado estado, preparação para exercer os ofícios de se u mini stério com relação às mi ssões.
Se não havia seminários, por que não fundá- los? Muitos o aconse lhavam nesse sentido. M as, de vido às oposições, e le titubeava diante de tamanha responsabilidade. Por outro lado, nas mi ssões ele ha via co nv e rtid o bo m núme ro de mulheres perdidas. Tocadas pela graça, e las queri am expiar, numa ex istê nc ia consagrada, sua má vid a. O mi ssionári o reuniu-as numa casa que alugara . Mas era difíc il diri gi-las sem estare m ligadas por vo tos religiosos. O que faze r?
O encontro com Maria des Vallées Fo i e ntão qu e, e m mea dos de 1643, quando pregava na c idade de Coutances, recebeu um dos maiores
favores de sua vida, como ele mes mo declara, ao encontrar-se com M ari a des Vallées, uma virgem fa vorec ida po r fa ma de santidade. Filha de pobres agricultores, atraía os olhares de todos qua ndo tratavam com ela das coisas da reli gião. Inte ligente, bela, recusou diversas propostas de casamento, pois esco lhera a Jesus Cristo por seu único Esposo. E la havi a se oferecido como vítima expiatóri a pelos pecados do mundo. Um de seus pretendentes recorreu à bruxaria para fazê-la mudar de idéia, e lançou sobre a jovem um malefício obtido de uma bruxa, que pouco depois morreria na fogueira. Imedi atamente Maria des Vallées foi possuída pelo demônio. O príncipe das trevas teve assim poder sobre seu corpo, mas não podia penetrar em sua vontade. Frades e bispos a exorcizaram sem sucesso. Maria des Vallées aceitou com docilidade o fato, submetendo-se res ignadamente à vontade de Deus. Assim, mes mo em meio às piores crises provocadas pe lo pai da menti ra, ela não perdia sua admirável calma e fé invencíve l. Nos momentos e m que o demôni o a de ixava, ela rezava, trabalhava e fazia penitência pela conversão dos pecado res. Apesar das crises e das tentações, ela passou por qu ase todos os fe nômenos da vid a mística, inclu sive o da troca de vontades com o supre mo Senhor do Céu e da Terra. Du ra nte dois anos sofre u em espírito os suplícios do inferno, e durante doze participou dos tormentos de Cri sto.
Culto aos Sagrados Corações ele Jesus e Maria São João Eudes fi cou sumamente cativ ado pe la virtude dessa mulhe r heróica. Esc utava-a com admi ração e respeito, recebia seus conselhos com av idez, e os seguia escrupulosamente. Dura nte 15 anos, Maria des Vallées oferecerá a ele prec iosa ajuda e poderoso apoio, tornando-se por vezes para o santo uma di vina conselheira e inspiradora.
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Perseguido por inimigos internos
Foi ela quem incentivou São João Eudes a fundar uma ordem religiosa destinada à fo rmação do clero nos semi nários, e uma congregação de religiosas cuja missão seria a regeneração das mulheres arrependidas: " O projeto é sumamente
São João E udes foi um inimigo declarado da heresia jansenista, essa espécie de protestantismo, que levava as pessoas a se São João Eudes consagro aos Sagrados Corações de Jesus e Maria os duas ordens religiosos afastarem dos Sacramenfundados por ele tos sob pretexto de indignidade. Os adeptos dessa agradável a Deus, e foi o Corações, pregava por toda parte heresia foram os que mais combapróprio Deus Quem o inspirou ", disessa dupla devoção, que conhecia se ela depois de muito rezar. teram as devoções pregadas pelo melhor do que ning uém . No fim Assim incentivado, São João Santo. Se bem que não fosse partidas mi ssões, ele estabelecia uma dário de disputas públicas e violenEudes desligou-se da Congregação confraria, a do Santíssimo Coração tas, refutava esses inimi gos disfardo Oratório e dedicou-se às novas de Maria. fundações. Compôs um ofício em çados da Igreja, apoiando-se na São João E udes fez celebrar a doutrina tradicional cató lica e nas honra do Sagrado Coração de Mafesta do Santíssim o Coração de ria, e começou a propagar o culto constituições pontifícias. Maria, pela primeira vez, em 1648. aos Sagrados Corações. Note-se No ocaso de sua vida, São João E mais tarde, em 1672, podia afirque sua pregação da devoção ao SaEudes teve que suportar muitas e mar que essa comemoração se cegrado Coração de Jesus deu-se anpesadas cruzes, como enfermidalebrava em toda a F rança. Nesse tes mes mo d as revelações deste des e lutos por amigos e benfeitomes mo ano ele ordenou que, em res; murmurações e calúnias, não Coração divino a Santa Margarida todas as casas do seu Instituto, se Maria Alacoque. só da parte dos jansenistas, mas ce lebrasse no dia 20 de o utub ro a Assim nasceram as Congregatambém de pessoas consagradas a festa do Sagrado Coração de Jesus. Deus, que o acusavam de zelo inção de Jesus e Maria, ou dos PaO Ofício próprio e a Missa para discreto; manobras que visavam dres Eudistas, e a de Nossa Senhoessas so lenidades foram composra da Caridade do Refúgio, ou Irdesacreditá-lo ante o Papa e o rei tos por ele, antecipando-se a Santa mãs do Bom Pastor. O Instituto dos da França; e também a publicação Margarida Maria no cu lto ao Sade um libelo difamatório. Tudo isso Padres Eudistas era secu lar, como grado Coração de Jesus. Com efeio do Oratório, e tinha como fim perseguiu-o até o túmu lo. Já no ano to, esta santa teve suas revelações principal a formação de sacerdotes de 1680, tinha ele renunciado ao sobre o Sagrado Coração de Jesus zelosos, por meio de seminários e cargo de superior geral de sua cone m 1674, época na qual tal festa j á exercícios espirituais. Só após congregação. Preparando-se com todos se celebrava publicamente na famícluírem essa obra primordial , poos tesouros espirituais que a Igreja li a religiosa do Pe. Eudes, com os possui para a última hora, rende u diam seus membros pregar mi ssões ofícios aprovados pelos bispos lonas paróquias . ele seu espírito no dia 19 de agosto cais. Por isso, o Papa Leão XIII, São João E udes fundou tam de 1680, aos 79 anos de idade. • ao proclamar em 1903 a heroicibém, para leigos que desejavam E- ma il do au tor: dade de suas virtudes, denominouviver uma vida de perfeição, a Somso li m o ca o l' cis mo. ·0 111. br
ciedade do Coração da Mãe Mais Admirável, que se assemelha às Ordens Terceiras de São Francisco e
o "Autor do Culto Litúrgico do Sagrado Coração de Jesus e do Santo Coração de Maria". São
João Eudes pode ser considerado o São Domingos, e dedicou as capelas de seus sem inários de Caen e · doutor desses cu ltos, por ter exposto seu fundamento teológico, apreCoutances aos Sagrados Corações. sentado as fórmulas precisas de sua Neles estabe lece u confrarias em inovação, determinado seu sentido honra desses Sagrados Corações. prático e li túrgico, obtendo assim a Pers uadido de que não havia aprovação da Hierarquia e os bremelhor modo de inspirar só lida pives apostóli cos destinados a propaedade e de manter fervor durável gar e perpetuar essa devoção. do que a devoção aos Sag rados
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CATOLIC ISMO
Obras utilizadas: - Les Petits Bollandistes, Vies des Saint.1·, Bloud et Barrai, Paris, 1882, tomo XV, pp . 542 e ss. - Fr. Justo Perez de Urbe!, O.S .B., Aíio Cristiano, Ed ic iones Fax, Madri, 1945, tomo Ili , pp. 381 e ss. - Edelvives, E/ Sa nto de Cada Dia , Ed itorial Lui s Vives, S.A ., Saragoça, 1948, tomo IV, pp. 503 e ss. - Charles Lebrun , Saint John Eudes, The Catho li c Encyc loped ia, tomo V, on line edition , www.NewAdvent.org
A Sociedade Americana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) publicou importante documento sobre a questão das uniões homossexuais, nos diários "The New York Times", "The Los Angeles Times" e "The Washington Times", no dia 5 de junho último. Reproduzimos aqui excertos desse documento. O tema diz respeito não apenas aos Estados Unidos, mas a todas as nações, pois o estudo se fundamenta na perene doutrina da Igreja, a qual não muda com os tempos, porquanto baseada na Revelação divina e na Lei natural. É muito recomendável que nossos leitores tomem conhecimento da íntegra desse manifesto, o que pode ser feito no site da TFP norte-americana http://www.tfp.org. Para se ter acesso diretamente à versão em português do documento, entrar em: http://www .tfp.org /index.php ?option = com_ content&task = view&id = 1045
Lutando pela alma dos Estados Unidos da América C orno o "casmnento" homossexual ameaça nossa nação e a fé. A TFP insiste nun1a resistência Jegal e de consciência. a perspectiva da Guerra Cultural em curso na nação, em maio de 2008 os americanos sentiram toda a fo rça de duas ações favo recedoras do movimento homossexual. O "casamento" entre pessoas do mesmo sexo está sendo agora imposto à nação, através de um fiai do governo.
A. A aceitação do "casamento" entre pessoas do m esmo sexo é incompatível con1 o Cristianismo 1) Visões divergentes da realidade e da ordem natural... A raiz deste confl ito reside na profunda divergê ncia do laicismo em relação à visão cristã do mundo, a qual é ancorada na realidade. Quando a idéia que o ho mem faz de determinada co isa corresponde à realidade, ela é verdadeira. Caso contrário, caímos no erro. Este pode ser o resultado de um eq uívoco intelectual, de um capricho ou de uma motivação ideológica que deforma nossa pe rcepção. Neste últim o caso, afastamo-nos da realidade e apegamo-nos a uma compreensão ilusória e utópica da co isa. 2) ... Conduzem à aceitação de diferentes conceitos de casamento, família e sociedade Poucos temas ilustram tanto a divergência entre a visão laicista e a cristã como a atual batalha cu ltural a respeito do casamento. Os laicistas, ao aceitar o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, negam a realidade específica do casamento, enraizada na natureza do homem. E les negam que as ev identes diferenças biológicas, fis iológicas e psico lógicas entre homens e mulheres encontram a ua complementaridade no casamento, do mesmo modo como negam que a fi nalidade primária, específica do ca-
sarnento, é a perpetuação da espécie humana e a educação dos filhos. Este conceito estritamente natural de casamento é sustentado tanto pelo Novo como pelo Velho Testamentos.
3) Sociedades utópicas e perda da liberdade A História é uma grande mestra. No século XX, o nazi smo e o comunismo mostraram ao mundo que, quando a soc iedade abandona suas amarras da ordem natural para se entregar às utopias, o efeito inevitável é a ditadura. Esta ditadura pode tomar muitas formas e ser exercida a partir dos palácios governamentais, das sedes dos partidos políticos, dos trib unais de justiça ou através dos meios de comunicação. 4) Uma ameaça à Religião e à liberdade Não nos iludamos. Nas últimas décadas, os EUA assistiram a uma maré crescente de leis, decretos, regulamentos e decisões judiciais favorecendo de um lado o homossexualismo, e de outro dificultando e castigando os que se opõem a ele por razões de fé, consciência e outras. Ao legali zar o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, o estado se torna o seu promotor oficial e ativo. Ele convoca funcionários para oficiá- lo na nova cerimônia civi l, ordena as escolas públicas a ensi narem sua aceitação pelas crianças e pune qualquer funcionário que manifeste sua desaprovação. Na esfera privada, os pais que defendem a moral tradicional verão em breve seus filhos, mais do que nunca, expostos a esta nova "moralidade"; as empresas de serv iços para casamentos serão forçadas a atender às uniões do mesmo sexo; e proprietários de imóveis terão de concordar em alugá-los para "casais" do mesmo sexo. AGOSTO 2008 -
Em qu a lque r situação e m que o referido "casamento" afete a soc iedade, o estado vai espe rar que os c ri stãos e todas as pessoas de boa vo ntade trai a m suas consc iê ncias, consentindo, po r ação o u o missão, nesse ataqu e à Lei divina e à o rde m natural. Se não for contida, essa te ndê nc ia anticri stã to rnar-se-á um ate ntado sem precedentes à Prime ira Eme nda (que garante a li be rd ade re lig iosa) e ao modo de vida ame ri cano, de form a tal que não hesita mos e m cha má- la de pe rsegui ção.
5) A legalização do "casamento" entre pessoas do mesmo sexo cria um terrível problema de consciência E nqua nto a into le rância da re vo lução ho mossexua l anti cristã avança atra vés de medidas cada vez mais persecutó rias, um te rríve l proble ma de consciê nc ia se põe para aqueles que resiste m : Devem e les ag ir de acordo com o que suas consciênc ias lhes indi cam como certo? Ou deve m contrariá- la? Para os cató licos como nós, a res posta é c lara, pois a ace itação do "casame nto" e ntre pessoas do mes mo sexo equiv ale ri a a uma renúncia à fé.
6) A aceitação moral do "casamento" homossexual equivale à negação da Revelação divina Como observo u o Pro f. Carlin , o siste ma mora l cri stão é parte esse ncial do C ristianismo. O dogma e a moral cató li ca es tão baseados na Re ve lação divina, e de ve m po rta nto ser aceitos e m virtude da a utorid ade supre ma de Deus, fund a me nto de s ua ve rac idade e bo nd ade. O mesmo De us que re ve lo u verdades nas qu ais de ve mos c rer, també m reve lo u verd ades de como de ve mos vive r. Po rta nto, qu a nd o um cató lico reje ita um a ve rd ade e m maté ri a moral co ntida c lara me nte na Re ve lação, rej e ita a a uto ri dade divin a qu e ga ra nte aqu e la ve rd ade e tod a a base sobre natural d a fé. O ra, a Revelação di vina, o "constante ensinamento do Magistério e o senso moral do povo cristão" conde nam cla rame nte os atos homossex uai s. Assim , nega r a maldade intrínseca do ato homossex ual e, ainda mais, reconhecê-lo como di gno de ser prati cado e aceito na o rde m socia l, é contradi zer expressame nte a Re ve lação d ivina (e os prece itos da Lei natura l).
B. A doutrina moral p er e11e e imutável da Jgrnja Católica condena a pl'ática lwmossexual Para um cató lico , o que es tá e m foc o não pode ri a ser mai s impo rta nte, uma vez que nada é mais precioso do que a fé. Assim , é útil re lembrar o e nsiname nto pere ne da Igreja Cató lica, de modo a não restar ne nhuma dú vida sobre a imoralidade intrínseca dos atos homossex uais. Es te e nsina mento ·da Igrej a é imutáve l, pois que se base ia na imutáve l Revelação di v ina e na ina lterá ve l natureza huma na. À vi sta da incessante propagand a do movime nto ho mossexua l, cios procedim e ntos jurídi cos e elas medid as leg is la tiv as favo recedo ras da práti ca do ho mossexualismo, o M agisté rio da Ig rej a vem sendo repe tida me nte o brigado a le mbrar aos fi é is a do utrin a moral perene, segundo a qua l os atos ho mossexuais são " intrinsecame nte maus". As mais im porta ntes dessas reafirm ações do utrinárias a respeito do ass unto e ncontram-se nos seguintes doc um entos :
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CATOLI C ISMO
1) "Persona Humana - Declaração sobre certas questões relativas a éticas sexuais"
Assumindo . ~ uma pos1çao com base em princípios, ~ nao em pessoas
Em 29 de dezembro ele 1975, em meio ao generali zado abandono ela mo ral cristã causado pela revolução sexual, a Congregação para a Do utrina ela Fé ela Santa Sé publicou " Persona Humana Dec/araçcio sobre cerlas quest1ies relati vas a élicas sexuais ". Em re lação ao ho mossex ua li s mo, o docume nto rej e ita a conc lu são ele al g uns , no sentido ele qu e um re lac io name nt o ho mosse xual está ve l seri a an álogo ao casame nto, e pode ri a ser justificado (Sec. 8).
2) Carta aos Bispos da lgreja Católica sobre o cuidado pastoral de pessoas homossexuais Em 1º de o utub ro de 1986, a Cong regação pa ra a Do utrina da Redigindo esta declaração, não temos a intenção de difamar ou menosprezar ninguém. Não somos movidos pelo ódio pessoal contra nenhum indivíduo. Opondo- nos cloutrinariamente a pessoas ou organizações que promovem a age nda homossexual , noss q único objetivo é a defesa cio casamento tradicional, da família e cios preciosos restos da Civilização Cristã. Como católicos praticantes, nosso espírito é movido por uma integral compaixão, e rezamos por aqueles que lutam contra a tentação implacável e violenta do pecado de homossexu a lismo. Re zamos por aqueles que caem nesse pecado em decorrência ela fraque za humana, a fim de que Deus possa assi s ti - los com sua graça. Somos cônscios da enorme diferença entre as pesso as que lutam contra sua fraqueza e procuram sobrepujá-la, e o utros que tra nsformam seus pecados e m motivo de orgulho, querendo impor seu modo de vida à sociedade como um todo, e m fl agrante oposição à moralidade cristã tradicional e à Lei natural. Contudo, rezamos também por estes. Rezamos ainda pe los juízes, legisladores e fun cioná rios do governo que, de um modo ou de outro tomam atitudes favorecedoras cio homossexualismo e do "casa mento" entre pessoas cio mesmo sexo. Não jul ga mos suas intenções, disposições interi o res ou motivações pessoais . Rejeitamos e co ndenamos qualqu e r violência. Exercemos s impl esmente nossa liberdade de filhos de De us (Cfr. Rom. 8, 21 ), e nossos direitos cons tituciona is de liberdade de ex pressão e de proclama r, de modo sincero e desassombrado, nossa fé católica. Opomos argumentos contra a rg umentos. Aos argumentos a favor do homossex ualismo e do "casamento" entre pe. soas do mesmo sexo, res pondemos com argumentos baseados na re ta razão, na Lei natural e na Revelação divin a. Em declaração polêmi ca como esta, é pos.-ível que uma ou o utra formulação possa ser inte rpretada como exces:-;iva ou irônica. Tal não é nossa intenção.
Fé publicou um a Carla aos Bispos ela Ig reja Cató li ca sobre o c ui dad o pasto ral de pessoas ho mo sse xua is. Diri g ida a todos os bispos cató licos cio mun do, a Carta a firm a que "uma pessoa engajada em procedimento homossexual, age imo ralrnenle" (Nº 7). A Ca rla ta mbé m afirma qu e aqu e las pessoas afli g idas pe la atração e m re lação ao mes mo sexo "são chamadas a realiza r a von!ade de Deus em suas vidas, unindo ao sacrifício da Cru z do Senhor lados os .wJi·imen /os e dijiculdades pelos quais passam, e111 virlude de sua condiçcio" ( Nº 12).
3) A encíclica "Veritatis Splendor", do Papa João Paulo li E m 1993, o Papa João Pa ul o li publi co u s ua e nc íc li ca "Verilalis Spiendor", na q ua l afirma: "Ao ensina r a exislência de aios inlrinsecmnenle maus, a Igreja cinge-se à doulrina da Sag rada Escrilura. O ap6.l'!olo Paulo afirm a ca1ego rica111 en1e: 'Não vos enganeis: Nem imorais, ne,n id6lalras, nem adúlleros, nem. efernin ados, nem .w domilas, nem ladrões, nem a varenlos, nem maldizenles, nem os que se dão à ernbriaguez, nem salleadores possuirüo o Reino de Deus ' ( 1 Cor. 6, 910)" ( Nº 8 1).
4) Catecismo da Igreja Católica Em 1994, a Santa Sé publico u o Catec ismo ela Igreja Cató l ica, o qual rea fir mou a dou trin a ex pressa e m docum e ntos precede ntes . O Catecismo ensina cla rame nte qu e os atos homossexuais são antinaturai s, es tando e ntre os "pecados gra vemente conlrário.1· à caslidade" (Nº 2396).
5) Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais Em 2003, a Sant a Sé lançou ainda out ro docum e nto recorda ndo a do utrina cató lica sobre mo ral sex ual, co nde na ndo as propos tas ele legali zação do "casamento" e ntre pessoas cio mes mo sexo e as c hamadas " uni ões civ is" . Pu blicado pe la Cong regação para a Do utrina da Fé e m 3 1 de julho ele 2003 , o doc um e nto Considerações sobre os pn>jelo.1· de reconhecime1110 legal das uniões entre pessoas homossexuais fo i ass inado pelo en tão prefe ito da Co ng regação, Card ea l Jose ph Ratz inger, atualmente Pa pa Bento XVI. Baseado no princíp io ele qu e o casa me nto press up õe "a complementaridade dos sexos ", o doc ume nto expõe: "O ,nalrimônio nüo é uma u11icio qualquer en/re pessoa.1· humana.1·. Foi j imdado pelo Criado,; com sua 11a1ureza, propriedades essenciais e fin alidades " (Nº 2).
A Santa Sé e nsin a qu e não há ne nhuma analogia e ntre as uniões ho mossexuais e o plano ele Deus pa ra o casame nto. Nossos tribunais legali zam o "casa me nto" e ntre pessoas do mes mo sexo baseados nesta an alogia inex iste nte.
C. "Casamento " entre pessoas do mesmo sexo prejudica o IJem comum Os a tivi stas ho mossex uais e seus ali ados la ic istas re pe te m freqüe nte me nte o so fi s ma ele que não há da no na lega lização do "casame nto" e ntre pessoas do mes mo se xo, po rqu a nto e le não implica e m ne nhuma mudança o u proscri ção cio casame nto tradi c io na l. Supos tame nte, ambos pode m coex istir de modo pacífi co. Ale rtando os fi é is para esse so fi sma, Considerações mos tra dive rsas conseqü ê nc ias soc iai s ne fastas, prove nie ntes el a legali zação das uni ões homossex uais :
1) A legalização das uniões homossexuais enfraquece a moralidade privada e pública O direito positivo atua co mo um mes tre daquil o qu e é mora lme nte ace itá ve l. Ass im, Considerações afirm a : "A !ai propósito convém re/7eli1; an/es de mais, na dif erença que exisle enlre o comporlmnento hornossexual cornofenômeno privado, e o m.esrno cornpo r/a rnenlo como rela çcio .\'OCial Legalm en/e previs/a e aprovada, a pon/o de ,\'e !ornar uma das insliluiçõe.1· do ordenamen/o jurídico. O segundo f enômeno não s6 é mais grave, mas assume uma relevância ainda mais vasla e prrifimda, e acabaria por inlroduzir al/erações na inleira orga nizaçüo social. que se /ornariam r-rm/rárias ao bern comurn. As leis civis são princípios que e.1·1ru.1uram a vida do homem no seio da sociedade, para o bem ou para o ,nal" ( Nº 6) .
2) A legalização das uniões homossexuais solapa o casamento e a família De aco rd o com Consideraçõe.1·, "leis f avorávei.1· às uniões hornossexuais ,\'ão conlrárias à rela razão", e "o Eslado não poderia conceder s/a/us legal para /ais uniões sem f altar com sua obrigação de promover e defender o casamenlo corno uma insliluição essencial ao bem comum " ( Nº 6). Considerações di z mais adiante: "A sociedade deve a sua sobrevivência à fa,nília júndada sobre o malrimônio. É, por/Cm/o, uma con!radição equiparar à célula júndamenlal da sociedade o que conslilui a sua negação. A conseqüência imediata e inevilável do reconheci111e11/o legal das uniões homo.1·.1·exucti.1·seria a redefinição do 11w lrimô11io, o qual se converleria numa insliluição que, na sua essência Legalmenle reconhecida, perderia a ref erência essencial aosfa1ores Ligados u helerossexualidade, corno .1'c10, por exemplo, as fún ções procriadora e educadora. Se, do ponlo de vis/a legal, o malrimônio en/re duas pessoas de sexo d/ferente for considerado apenas como wn dos ,nalrimônios possíveis, o conceito de matrimônio so_ji'erá uma alteraçüo radical, corn gra ve prejuízo para o bem comwn. Colocando a união honwssexual nwn plano jurídico análogo
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ao do matrimônio ou da fam.ília, o estado comporta-se de modo arbitrário e entra em contradição com os próprios deveres" (Nº 8).
3) A legalização das uniões homossexuais não encontra suporte na razão Por não pree nc here m a finalidade primária do casamento, as uni ões hom ossex uai s não têm justificação racional.
"Nas uniões homossexuais estão totalmente ausentes os elem.entos biológicos e antropológicos do rnatrirnônio e dafa,ní/ia, que poderiam dar umjúndamen/0 racional ao reconhecimento legal dessas uniões. Estas não se encontram em condição de garantir de modo adequado a procriação e a sobrevivência da espécie humana. A eventual utilização dos meios postos à sua disposição pelas recentes descobertas no campo da f ecundação artificial, além. de cornportar graves faltas de respeito à dignidade hum.ana, não alteraria minim.amente essa sua inadequaçcio ". (Nº 7)
4) A legalização das uniões homossexuais avilta o amor conjugal Finalmente, Considerações afi rma que "nas uniões homossexuais está totalmente ausente a dimensão conjugal, que representa aforma humana e ordenada das relações sexuais" (Nº 7).
D . A 1'F1' apela parn uma rnsistência legal e <le co11sciê11eia ao "casamento" entre pessoas do mesmo sexo e ao movimento homossex ual 1) Os católicos têm obrigação de se opor ao "casamento" entre pessoas do mesmo sexo Considerações afirma que os cató licos devem fazer de tud o para se opo re m à legalização das uni ões homossexua is. Somos ob ri gados a fo rtiori a res isti r ao "casame nto" homossex ual , tomando e m linha de conta os seg uintes pontos de Considerações: • "A aprovação o u lega li zação do ma l é algo muito diferente da tolerância ao mal". • " Deve-se abster de todo tipo de cooperação fo rmal na promulgação o u ap licação de tais le is grave mente injustas". • Deve-se ev itar "cooperação materi a l e m níve l de sua apli cação". • Pode-se inclusive ape la r para o "d ire ito de objeção de co nsciênc ia". • Onde as uniões homossex ua is tiverem s ido legalizadas, "é um dever opor-se-lhes de modo claro e incisivo" ( Nº 5) .
2) Leis que contradizem a reta razão não obrigam em consciência Considerações explica a base moral para esta resistênc ia, dizendo: "A lei civil, todavia, não pode entrar em contradição com. a reta razão, sob pena de perder a fo rça de obrigar a consciência (Evangelium Vitae, nº 72). Qualquer lei.feita pelos homens tem razão de lei na medida em que estiver em co,iformidade com a lei moral natural, reconhecida pela reta razão, e sobretudo na ,nedida em que re.1peitar os direitos inalienáveis de toda a pessoa" (Nº 6). CATO LICISMO
A le i moral natura l ob ri ga tod as as pessoas, e m todos os tempos. Ne nhum estad o está ac ima de seus preceitos . As autoridades públicas que promulgam o u faze m c umprir leis re lat ivas ao "casamento" entre pessoas do mesmo sexo prevaricam e m sua obrigação de suste ntar o be m com um. A e las podem ser dirigidas as palavras ele São João Batista ao Re i He rodes: "Não te é lícito" (Mat. 14:4; Me 6: 18).
3) Políticos católicos têm uma obrigação específica Na Seção IV, intitul ada " Posição dos políticos católicos no tocante à legislação ernfavordas uniões honwssexuais ", Considera ções e nfati za a ob ri gação dos representa ntes cató licos e le itos, de se opo rem a tal legis lação:
"Se todos os .fiéis são obrigados a opor-se ao reconhecim.ento legal das uniões homossexuais, os políticos católicos o são de ,nodo especial, na linha da responsabilidade que lhes é própria. [... ] O parlamentar católico tem. o dever moral de m.anifestar clara e publicamente o seu desaco rdo e votar contra esse proj eto de lei. Conceder o suj-i'ágio do próprio voto a urn texto legislativo tão nocivo ao bem comum. da sociedade é um ato gravemente imoral " (Nº 10). Alguns cató licos e le itos ou nomeados para funções públicas invocam o princípio laicista da separação entre Igreja e Estado como uma escusa para ig norar a moralidade católica na sua vida pública. O que e les realmente estão faze ndo é separar, em suas pessoas, "o católico" do " fun c ionário público". Esta separação viola a unid ade cio ser humano e as premissas da moral e ela lógica. Todo homem é jul gado por Deus de acordo com seus pensamentos, pa lavras e atos, e portanto na unic idade ele sua personalidade.
4) Fidelidade à promessa de nosso Batismo Um cató li co que aceite como boa a prática do ho mossex ua li smo e o "casame nto" e ntre pessoas cio mesmo sexo renun cia aos princípios ela le i mora l natura l co nfirm ada pe la Revelação divina, e rompe ass im com a promessa de ficleliclacle fe ita a Nosso Senh o r Jesus C ri sto no Batismo.
5) Participe da Cruzada espiritual Deve mos participar de uma Cruzada, como o fizeram muitos cios que "nos precederam corno sinal dafé". No e ntanto, distin ta elas C ru zadas cio passado, a nossa não é uma luta física , mas espiritua l. Tomar parte nesta Cruzada espi ritu al significa ser um incansável após to lo do casamento e ela família; nunca perde r uma opo rtuni dade para dizer a o utros - fami li ares, a mi gos, vizin hos e co legas ele traba lho - qu e os atos ho mossex ua is e o "casamento" e ntre pessoas do mesmo sexo são errados, antinaturai s e "intrinsecamente maus ".
6) Participe da luta política Católi cos não e ngajados na vida política necessita m faz ê- lo. Quando as libe rd ades e o pró pri o C ri stiani s mo estão e m j ogo, abse nte ísmo não é um a opção . Para a lg uns, este e nvo lvimento político começa com o voto. Entreta nto, ex istem inúmeras o utras ini ciativas, não ligadas diretamente ao voto, que merecem ate nção, tempo e talento. Es tas atividades e inic iativas po líticas va riam co nstante men-
te. Aqueles que se empen ha m em defender o casame nto precisam mante r-se informados. Este campo ele batalha é s uj ei to a constantes mudanças. 7) Oponha todos os esforços à legalização do "casamento"
entre pessoas do mesmo sexo Devemos opor tod os os nossos esforços à legali zação do "casamento" entre pessoas cio mesmo sexo, d iante de cada instância cio governo: cio legislati vo, cio judiciário e cio execu tivo. Devemos promover petições, esc rever cartas aos jornais e estabe lecer contato com políticos e fun cionários do governo.
8) Reverter a legalização do "casamento" entre pessoas do mesmo sexo Nas juri sd ições onde o "casame nto" e ntre pessoas do mesmo sexo foi lega l izaclo pelos tribunais o u pelo leg is lativ o, o u o nde seu reco nh ec ime nto foi o rdenado e m níve l cio exec uti vo, c umpre env ida r todo esfo rço legal, com vis tas a reverter es ta lega li zação e este reconhecime nto.
e fins , o erro e o ma l, pe lo contrári o, são capazes ele sed uzir apenas na medida em que esco nde m seu objetivo final. Ao impor à sociedade o "casamento" en tre pessoas do mesmo sexo, o mov ime nto ho mossex ua l e se us a li ados la ic istas mostram sua verdadeira face, o que diminui s ua capac iclacle ele sedu zi r. Tal imposição torna cada vez mais c laro aq uil o que o ativista ho mossex ua l Paul Varnell esc reve u no "Chi cago Free Press":
"O movi111e1110 ho1110.1·sexual, reconheçamo-lo ou não, não é um movimento pelos direitos civis, nem mesmo urn movúnento de libertação sexual, ma,1; urna revolução ,nora/ destinada a mudar a visão das pessoas a respeito do homo.1·.\"exualismo ".
Conclusão: JJ:stamos luta11<Jo pela alma <la nação
Fica, portanto, c laro qu e a batalha pelo casamento em nossa nação é um co nfli to entre d uas visões do mundo. De um lado es tão aq ue les americanos que a inda defendem a le i moral. Do 9) Permanecer firme em meio à perseguição ou tro, a revolução ho mossex ua l e se us a li ados la icistas. Onde o "casa men to" entre pessoas do mes mo sexo j á tiver Os objetivos também estão claros. Esta é uma batalha pela alma s ido lega li zado, eleve-se faze r uso cio direito ele objeção de consda América. A ass im chamada Guerra Cultural está se tornando grac iê ncia e recu sa r qualquer coo pe ração fo rm•v;,.,~,,,, dual me nte uma Guerra l?eligiosa. Pois não se ma l o u material na sua ap li cação. Battling for America's Soul pode modificar a le.>.:"age11di (q ue rege a moral) Se, como res ultado des ta obj eção, alguém How Homosexua/ "Marriage" Threate11s sem, em COnseq liênc ia, mocliftCat",t /e·""••C"l"'''/ei·i ,ft" sofrer perseg ui ção, ele ve, ao mes mo tempo que Our Natíon ar,d Faith- the TFP Urges Lawru1 and Co11scic11tious Resistance (que rege a crença), dado O profundo re lacioo ferece a Deus este sofrimento, reagir, to rnanc.L4
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namento e ntre as duas. Q uem aceita a prática homossex ual como sendo um bem, e até a exalta, não pode adorar o Deus vivo e verdadeiro que destruiu Socloma e Gomorra por causa desse pecado (Gen. 18- 19). À vista do ac ima descrito, urge resistir à impos ição ao nosso país ele um a " mo ral " oposta à de C risto. Nossa res istência eleve se r acompa nhada JO) Se lutarmos fiel mente até o fim , Deus ele oração s in cera, a rd e nte e perseverante, nos dará a vitória! pois o Sa lvador nos ad moesto u: "sem mim Santa Joana d' Are e ncorajo u suas tropas nada podeis" (]o 15:5). a lutar corajosam ntc, apesa r de todas as cl iPor fim , dado que a legali zação do "caficulclacles, dizend o : "Se lutarm.os, Deus nos samento" homossexual é um pecado públi dará a vitória!" co que pode atra ir o castigo ele Deus sob re Nesta batalha, também nós elevemos lutar nosso país , eleve mos faze r sacrifíc ios e peni como se tudo clepcnclcssc de nós, mas co nfiantê ncias, pois Deus não des preza "um corado inteiramente em Deus que nos dará a vitóção contrito e humilhado " (Ps. 50: 19). ria. E Ele o fará, ele acordo com as palavras do Faz-se tarde. Nossa Senhora adve,tiu em Th• An111rlo;11n S<>C ioty for l hu Oo!Qn ~<1 o i Tn,dlllon, P111nlly ,11111 Prupfl rtw (TPP) Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "Quando os uu ...,..,._ A,, 1,.1.. .., -.r••T •H . T•• •1u.<1wu n n . , • ., n, 71 21.• n•>. " ~ '"•·••• Fátim a que os pecados pesam consideravelhomens resolvem cooperar com a graça de mente na balança da justiça de Deus. "De Deus Deus, .w7o as maravilhas da História que se operatn ". não se zomba" (Ga l. 6:7). Assumindo uma ação enérgica e fiel nesta luta, podemos atender à maternal advertência da Santíssima Virgem, reconhecer e corri gi r nossas fa ltas, e ce,tamente ser uma nação subE. Estamos IIOS opondo mi ssa a Deus. A escolha é nossa. li "r evolução moral" homossexual Possa Ela nos aj udar a c umprir o dever, na total e estrita ficleliclacle aos e nsi na me ntos pere nes e imutáveis ela Santa Madre Ig reNesta res istência legal , inspirada na fé e necessá ri a, elevemos j a sob re a maldade intrín seca cios atos ho mossex ua is. ter em mente os ve rd adeiros objeti vos cio la ic ismo e cio movi mento homossex ua l. - 3 ele junho de 2008 Enq uanto a verdade e o be m se tornam ma is atraentes na medid a cm q ue se mostra m in te ira me nte e m sua natureza, métodos The American TFP do essa injustiça conhecida do público. Isto pode ser fe ito entrando cm contato com a mídia, com advogados, o u com a lg um mov ime nto pró-família capaz lc assisti-lo na defesa ele seus direitos. Os d ireitos assegurados pela Primeira Emenda (que garante a libcrclacle re ligiosa) podem ter s ido enfraquec idos nos EUA, mas ainda não foram abo lidos .
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Pepino, o Breve, para reformar a Igreja na Gá li a , esco lh e u Abel para Bispo ele Reims. Jmpediclo ele tomar posse dessa diocese, refugiou-se na Bélgica, onde morreu entregue à oração e penitência por seus diocesanos.
Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja + Pagani , 1787. Fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, dedicada à pregação de missões popu lares . Grande moralista. Primeira Sexta-feira do mês.
2 São Pedro Julião Eyrnard. Confessor + França, 1868. Fundador do Instituto cio Santíssimo Sacramento para a adoração perpétua, seus últimos anos foram cheios ele sofrimentos. Dizia a Nosso Sen hor: "Eis-me aqui, Senhm; no Jardim das Oliveiras; humilhai-me, despojai-rne; dai-me a cruz, contanto que me deis também o vosso amor e a vossa graça". Primeiro Sábado do mês.
~{ São Pedl'O de Anagni, Bispo e Confessor + Anagni, 1105. De famí lia nobre, tendo entrado ainda jovem num mosteiro daquela cidade italiana, foi nomeado seu bispo pelo Papa lá ex il ado, e por ele env iado a Constantinopla como embaixador junto ao imperador bizantino.
4 Silo ,loflo Maria Vianney, o Cura crA1'S
5 Dedicação da Basílica ele Santa Maria Maior Santo Abel ele Reims, Bispo e Confessor + Lobbes (Bé lgica) , séc. V 111. São Bonifácio, chamado por
quanto havia ganho na sema na precedente " (cio Martirológ io).
li
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+ 1253 . Digna êm ul a ele seu
+ Polônia, 1257. "Depois de ter estudado em Cracóvia, tomou o hábito dos ji-ades pregadores em Roma, das mãos do próprio São Domingos. Fundou a província dominicana da Polônia e estendeu seu apostolado para a Rússia e Prússia " (cio Martirológio).
Santa Rosa de Lima, Virgem, principal Padroeira da América Latina + Peru , 16 17. Aos ci nco anos
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12
a São Domingos de Gusmão. Confessor + Bolonha, 122 1. Cônego ele Osma, na Espan ha, oriundo de nobre família. Ao se dirigir em peregrinação a Roma, viu o estrago que a heres ia albigense faz ia no su l ela França. Ali ficou para pregar e defender a verdade, íunclando a Ordem cios Pregadores. Nossa Senhora lhe revelou o modo ele rezar o Rosário contra os albigenses.
H Santos ,Juliano, Mariano e Companheiros, Mártires + Co nsta ntin op la , séc. V 111. Esses IO ecles iásticos , por terem clefencliclo o cu lto elas imagens, sofreram "inúmeros tormentos e foram mortos pela espada " (cio Martirológio).
10 São Deodato, Confessor + Roma, séc. VI. Era sapate iro. "Segundo São Gregório, ele distribuía no sábado tudo
17 São Jacinto, Confessor
São Sisto II, Papa. e Companheiros, Mártires + 258. O perverso imperador Valeriano estabe lecera a pena ele morte no Império Romano "semju{f?a1nento, só com veri.ficação da identidade", contra bispos, padres e diáconos cristãos. Sisto li foi executado na Vi a Ápia, no mesmo lugar em que celebrava clandestinamente os Santos Mistérios . Com o Pontífice foram martirizados seis diáconos que o ass istiam.
morava-se a 3 1 de maio. No dia 22 ele agosto celebrava-se a festa cio Imacul ado Coração ele Maria.
Santa Clara, Virgem conterrâneo e contemporâneo São Francisco, fundou a ordem segunda cios Franc iscanos, conhec ida pelo seu nome - as Clarissas - , dedicada à contemplação e ao cultivo da mais estrita pobreza.
(J Transfiguraçüo de Nosso Senhor Jesus Cristo
toso e levado à pri são, onde morreu na miséria ao cabo de cinco anos.
Santo Euplúsio, Mártir
IH
+ Catân ia, séc. IV. Este intré-
Santo AgapiLo, Mártir
pido cristão, movido pela graça, apresento u-se à entrada cio tribunal ela cidade e desafiou: "Desejo ,norrer, porqu e sou cristão". Depois ele diversas torturas, foi decapitado .
+ Palestina, séc. UI. Com ape-
1a Santa Radegunda Rainha. Viúva + Poitiers, 587. Esposa ele Clotário 1, rei cios francos , por sua virtude exerceu grande influência na corte. Retirou-se depois para um mosteiro que fundou em Poitiers.
14 Santa Anastácia, Abadessa + Egina (Grécia), séc. IX. Por duas vezes teve qu e se casar contra sua vontade. Mas o segundo marido, com o qual se dedicava às boas obras, resolveu fazer-se monge, e ela fun dou, no deserto ele Tímia, um mosteiro que governou até sua morte.
nas 15 anos, mas já cheio ele amor ele Deus, foi du ra me nte flagelado com nervos ele boi, depois entregue aos leões, que não o tocaram , e fin almente teve a cabeça decepada.
IH São João Eudes, Confessor (Vicie p. 38)
20 São Bernardo, Abade e Doutor da Igreja + França, 11 53 . O monge mais ilustre ele seu século. Fundou a Ordem Cisterciense, fo i conselheiro ele Papas e príncipes, pregou a Segunda Cru zada, combateu os hereges. Devotíssimo ele Nossa Senhora, é chamado Doutor Mel(fluo e con siderado o último cios Padres ela Igreja latina.
21 São Pio X, Papa e Confessor
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+ 19 14. O lema cio seu pontifi-
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA AOS CÉUS
cado era Restaurar tudo em Cristo. Foi o grande Papa ela Eucari stia, do Catecismo, do Direito Canônico e cio Canto Gregoriano, e sobretudo o grande batalhador ·ontra os erros ela heresia moclcrni sla, antecessora cio progressismo atual.
16 São Roque, Confessor + Montpelli er, séc. XIV. Perdendo os pais aos 20 anos , partiu em peregrinação para Roma, passando pelos lugares empestados para tratar cios enfermos. Voltando à sua cidade natal , foi tomado como revol-
22 NOSSA St•:NIJORA RAINHA Anli 1 amcnle esta festa come-
fez voto ele virgindade, vivencio em ex traord in ári as penitências e mortificações, perseguições diabólicas e com uni cações divinas. Tinha freqüentes colóq uios com a Mãe ele Deus e com seu Anjo ela Guarda, e fo i a primeira a ser elevada à honra cios altares no novo continente.
24 São Bartolomeu, Apóstolo + Séc. 1. Segundo autores anti gos, seu verdadeiro nome seria Natanael, de quem Jesus di sse: "Eis um verdadeiro israelita, no qual não há dolo". Levou o Eva ngelho a vários países, inclusive Pérsia, Índia, Arábia e Armênia, onde teria sido esfolado vivo. r.:: 2 ,l
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São Luís, Rei de França, Confessor
27 Solenidade de Nossa Senhora dos Praze1'Cs Um de seus santuários mais famosos, no Brasil, é o cios Montes Guararapes, onde se deu a batalha decisiva dos brasileiros contra os hereges calvinistas.
2a Santo Agostinho, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja + Hipona, 430. Dele disse Leão Xíll : "É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e divinas, combateu todos os erro.1·de seu tempo". Morreu quando os vândalos punham cerco à sua sede episcopal, a cidade ele Hipona, no norte ela África.
2H Martírio de São ,João Batista São Seba Rei, Confessor + Essex (Inglaterra), 700. Rei ele Essex , dele diz São Becla, o Venerável: "Era homern muito dado a Deus. Preferia uma vida isolada de caráter monástico a todas as riquezas e todas as honras do reino ".
Intenções para a Santa Missa em agosto Será ce lebrada pelo Revmo. Padre David Francisquini, nas segu intes intenções: • Rogando pelo Brasil, na crise sócio-po lítica atual, para que não sejam aprovadas leis contrárias às Leis de Deus, como as que visam im por a aceitação de pecados contra a natureza. E que a Santíssima Virgem fortaleço a instituição familiar, tão vu lnerada por ataques constantes do propaganda im ora l. Que os pais e mães de família se jam muito protegidos, a fim de poderem educar seus filhos conforme a moral sempre ensinada pelo Igreja Católica Apostólica Romana.
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+ África, 1270. Árbitro e;1tre reis ela Europa, e depois mesmo entre infié is, quando empreendeu a V li C ru zada. Foi pa i ele seu povo, jui z para os ímpios e defensor ela fé contra os muçu lmanos. Morreu viti mado pela peste na costa ela África.
2() Santa 'teresa de Jesus Jomet-e-lbars, Virgem + Líria (Espan ha), 1897. "Nascida na Catalunha, de uma fa mília de agricultores, consagrou -se inicialmente ao ensino, e depoisfundou o Instituto das Irmãzinhas dos Idosos Abandonados" (cio Martirológio Romano - Monástico), que logo se espraiou por toda a Espanha c também para o exterior.
~U) São Fiacre, Confessor + Fra nça, 670. Filho ele um rei da Escócia, instalou-se na Fra nça, o nd e co nstr uiu um mosteiro. Monge desbravador, fo i muito venerado pelos jardineiros e hort ic ultores , tornando-se muito popular na Fra nça.
:u São Paulino de Tréveris, Bispo e Confessor + Tréveris, 358. Defensor da fé no Concíli o ele Nicé ia e grande partidário ele Santo Atanásio, foi por isso ex il ado pelo imperador ariano Constâncio para a Ásia Menor, onde morreu entre não católicos, vítima de sofrimen_tos e fadigas.
Intenções para a Santa Missa em setembro • Missa em ação de graças pela derrota dos defensores do aborto na Comissão de Constitui ção e Justiça e de Cidadania (CCJ), no dia 9 de julho pp. Rezaremos para que o projeto abortista (o PL 1134/ 91, que visa descriminalizar o aborto) sequer vá para votação no plenário da Câmara, e que seja definitivamente arquivado. Também rezarem os em agradecimento pela atuação dos deputados da CCJ, que votaram pela inconstitucionalidade de tão malfadado Projeto de Lei.
AG
Atividade da Associação dos Fundadores no norte fluminense A campanha Paz no Campo, prmnovida pela Associação cios Fundadores, atuou na maior fei11a agropecuária do estado do Rio de lJaneiro, a 49ª Exposição agropccuál'ia de Campos elos Goyu1cazes
Angonese os recep ion ou co m um desfile militar e as honras de estilo (foto 4). ua Alteza visitou também o qu artel do 8º Batalhão de Polícia Milita r, sendo recebido muito cortes mente pelo comandante cl. Paulo Cezar Vieira, ocasião e m que pudera m trocar id ias sobre assuntos de relevância, especialmente a questão da segu rança pública (foto 5). *
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Catolicismo aproveitou a presença de Dom Bertrand em Campos, convidand o seus ass in antes e amigos ela regiã para comparecer a uma conferência sua sob o títu lo A missão providencial do Brasil, alusiva aos 200 anos ela chegada ela Famíli a Real Portu guesa. Quase 200 leitor s la rev ista co mpareceram ao evento no auditório do SENACRIO . Após a co nf rênc ia fo i servido um cock-tail, se ndo o as ião pa ra animadas conversa e confral rnizações.
H ÉLI O B RAMBILLA
e 4 a 14 ele julho último, num stand montado na área central da 49ª Expoagro (Campos - RJ), a Associação dos Fundadores expôs o material de sua campan ha Paz no Campo, em defesa do dire ito de propri edade e do agronegócio, distribuiu folhetos sobre o fracasso dos assentamentos ela Reforma Agrária, sobre o êxito cio agronegócio e a questão quilombola, num total ele 50 mil exemplares durante os IO dias cio evento. A feira foi visitada por aproximadamente 200 mil pessoas. Houve momentos em que os colaboradores ela entidade não davam conta em atender o numeroso público em seu stand (foto 1). Inúmeras repercussões foram colhidas, entre elas a ele um fazendeiro que, ao deparar-se com a foto de Plínio Corrêa de Oliveira bem no centro do stand, exclamou: "Na década de 60, este homem foi o único a prever a questão da Ref orma Agrária! E todo mundo o taxava de visionário, que só enxergava fantasmas no horizante. Ago ra, suas previsões se cumpriram, e aí esJão os ef eitos desastrosos da Reforma Agrária! Dr. Plínio foi um verdadeiro profe1a! "
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CATO LICISMO
No dia 10 de julho, Nelson Ramos Barretto, jornali sta e autor do livro A Revolução Quilombo/a, lançou a segunda edição ele seu best-seller para um se leto públi co, no auditório do parque ele expos ições (foto 2). O evento contou com a presença do príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança. Vári os outdoors foram es palhados pela cidade, convidando os interessados para o evento (foto 3) . O príncipe e sua com itiva vi sitara m o quartel cio 56º Batalhão de Infantaria, onde o comandante Ce l. Iv an Gendri
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Em Cardoso Moreira, cidade vizinha ele Campos, o príncipe imperia l, a convite cio P . Dav id Francisquini , proferiu uma palestra no salão de ev ntos do Colégio Estadual Baltazar Carneiro, com a presença de aproximadamente 150 pessoas, figurando na primeira fila o prefeito Renato Jacinto, a primeira dama e ai-
guns vereadores. Mais tarde, Dom Bertrand recebeu Menção Honrosa da Câmara dos Vereadores; e do prefeito, as chaves da cidade (fotos 6 e 7). Na igreja do Imaculado Coração de Maria, o Pe. David celebrou Missa solene, segu ndo o rito tradicional da Igreja. Após o ato religioso, as crianças do Centro Educacional Maria Imaculada, escola anexa à igreja, homenagearam o príncipe com cânticos e proclamações (foto 8). Em seguida, teve lugar a coroação de Nossa Senhora de Fátima. (foto 9). • E-mai l do autor: brambi ll:i @catolic ismo.com.br
AGOSTO 2008 -
111e.1·n·1a. Esse proj elo nc7o vai vingar na Câmara. A vontade dos parlame111ares é preser var a Constiluição e o d ireito à vicia " (" A gência Câmara", 9-7-08).
·Extraordinária vitória da causa anti-aborto
A preva lecer essa lógica, apenas uma ínfim a minori a votará favorave lm ente ao proj eto no plenári o. E se não fo r aprese ntado nenhum rec urso em até cin co sessões leg islati va s, ele será arqui vado definiti va mente. T rabalhemos empenh adamente nesse sentido, rogando a Nossa Senhora A parecida, Rainha e Padroeira do B ra sil , qu e livre nossa Pá tri a do fl age lo aborli sta. •
D e 61 depuLados da Comissão de Consliluição e Jusliça e ele Cidaclania, apenas quaLro voLm'am félVOt'avclrncnLc ao pr'ojcLo de lei 1135/91 , radicalmcnLc aborLisLa
E- ma i l do autor : pr-c a111 pos@c ato l ic is1110.co 111 .br
Membros da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania {CCJ)
descan sa r enquanlo nüo conseguir a lega lizaçcio do abo rto 11 0 Brasil ". Uma
PAULO RO BERTO C AM POS
dec laração anti -democ ráti ca , que tam bém se contrapõe à inesquecível e im portante vitóri a contra o aborto na Co endo sido divul gado que no dia 9 de julho se reuniriam os parlamentares membros da Co missão d e
111issc7o de Seguridade Social e Fa111 ília. ~
em 7 de ma io último, na qual, por unani mi dade (33 x 0), o mes mo proj eto fo i rej eitad o.
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Constituição e Ju stiça e de Cidadania (CCJ) , com a finalidad e de votar o PL 1135/9 1, a Ca,npanha Nascer é u,n Oi.. E 'iã reito empreendeu um conjunto de ope- ~ rações - no seu site, com envi os ele e- 2 mails e por telefonemas - para que seus ui simpati zantes atua ssem junto aos depu O depu tado Eduardo Cose ntin o el a tados. Cunha (PM DB-RJ), relator e presidente da A ss im, milhares ele mensagens conCCJ (na foto, à esq.), recomendou o arqui citaram os membros ela CCJ a comparev amento ci o PL, c lass ifi ca ndo-o co mo ce rem e v o t arem co ntra o proj et o inconstitucional. Segundo ele, e em conabortista. formidade com o arti go 5° ela Constituição De fato, no mencionado di a os depuFederal , o proj eto fere o direito da tados reuniram-se em sessão extraordi inviolabilidade da vida, acrescentando: "As nári a e ocorreu a votação. Esse proj eto non nas tendentes a abolir os direitos e as ele lei pretendi a descriminali zar o aborto; se aprov ado, seri a a legali zação da · garantiasfundamentai.1· inserida.1·na Com;hedionda prática abortiv a no Brasil , em 1it uição de vem f icar a salvo da ação erosiva do legislador ". qualquer estág io ela gestação, até mesmo no 9º mês ! A fim ele acompanhar ele perto a ses* * * são, compareceram alguns parti cipantes O deputado José Genoíno (PT - SP), ele B rasíli a ela Campanha Nascer é um percebendo que o projeto aborti sta seri a Direito, ela Associação dos Fundadores, rej eitad o, fez des medido esforço para juntamente com outras beneméritas enadi ar a votação, tentou até impedi - la por tidades anti -aborto (vicie quadro na pámeio de manobras regimentais. Sem argina ao lado). C ATOLICISMO
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gumentos, insi sti a em di zer que não se poderi a votar "a toque de ca ixa ", e que
"precisava de mais tempo para discussões ". Difícil in ventar pretex to mais esfarrapado, pois o PL 11 35/9 1 vem sendo exaustiv amente di sc utido há 17 anos .. . O pretexto não convenceu. Dos 6 1 deputados prese ntes à sessão , apenas qu atro votara m pela descrimin ali zação cio aborto. Os outros 57 fora m co ntrári os ao proj eto. A pesar da fragorosa derrota da bemcada pró -abo rto , o depu tado peli sta garantiu que vai co lher assin aturas para, no fin al do recesso parl amentar, levar o PL para votação no plenári o ela Câ mara, afirmando: "Com certeza vou conseguir
5 1 assinaturas pa ra levar a rnatéria ao plenário". E o mini stro ela Saúde, José Gomes Temporão, asseverou: "Não vou
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Para qu o proj ·lo de lei vá a plenári o, há ncccssidad · d · s • obl ·r que um décimo cios 5 13 dcI ul ados r ·d ·rui s ass inem o pedido. O "lobby f}l'ú-ohorto ", nacional e intern acional, j á v ·m ai uan lo a fim de obter as 5 1 assinai.u ms dos d ·pu lados. Resta saber se estes lerão ora , ·m d al'rontar a imensa maiori a da popu laçfio bras ileira , que se tem mani festado muil o ·onLrári a à descrimin ali zação do abort o. Port anto, todos aqu eles qu lu tam contra a prática aborti va não I odcm baixa r a guarda, e devem atu ar, scmpr cm conl'ormiclacle com as leis, para obslar tal int 111 0 favoráve l à mata nça ele in oc nt s no út ero matern o. . • •undo o deputado Eduardo unha, se o 1 1, l'or levado ao plenári o, a Câmara terá lJll l' r ·tir () res ultado obtido na C J, com u proporcional rej eição. Cunha dec larou: "/\ votoçüo aqui te ve apenas 4
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obre a atuação de brasilienses ela Ca mpanha Nascer é um. Direito, a " Folh a ele S. Paul o", de 10-7-08, e " O G lobo", do mesmo dia, publi caram notíc ias, mas muito el e passage m. A primeira, sob o títul o " Câmara derruba proj eto qu e legali za aborto", reg istrou que "a ma i-
or pa rte das pessoas presentes [na CCJJ era conlrá ria às proposições {abo rtislas/. Havia quem rezasse o terço e distribuísse re vistas católicas ". E a notícia de " O G lobo" ass in alou : " Os calólicos distribuíram. pc111fle10.1· com di ze res 'Aborto: crime que brada ao Céu e clama a Deus por vingança '". Este é o títul o de ca pa da revi sta Catolicismo (ed ição de abril/2008), que publi ca, co mo matéri a principal , arti go de aut ori a de Frederi co de Abranc hes Vi otti , intitulad o: Aborto: O
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1,
e11si11a111e11 10 da Igrej a, a Lei natural e a ciência con vergem na def esa da vida. M atéri a que teve enorm e repercussão ele norte a sul do País.
votos 1·1111/r<Írios ao relatório, em 6 1. Se .fo r 11111·11 1J/1'11(Írio, a p ropo rção será a
AGOSTO 2008 , -
_-_ M B I ENTES
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1VI LI Z A Ç Ô E S
Santa Catarina d~ Bolonha Sorriso de desdém para as coisas desta vida -----':1fü 10 ( ORRÊA DE Ü LIVl IRA
T.ve
a oporLunidade de ver algo singul ar e raro : uma sa nta canoni zada em carn e e osso . E isso, sem que houvesse qualquer apari ção ou fenômeno místi co. Ela estava senta la nu m troneto sobre um altar. Era Sa nta Catarina de Bo lonha. Ela morreu há mais de 5 sécul os, entreta nto seu cacláv ' r con. erva-se abso lutamente in tacto até hoj e num a igrej a m Bolonha, na Itáli a. Duran te a li Guerra M und ial, por ca usa do peri go d ' bombardeios, o corpo da sa nta fo i tra nsportado para um I orão da igrej a; e ali , devido à umidade, a cor dele mu lou, adq uiriu uma to nali da le verd e- aze i tona. Entretant , a carn atu ra está per fe ita.
* Haglogral'ia Santa Catarina de Holonha ( 14 13 - 1463), filha de um diplomata a serviço do Marquês de Ferrara, recebeu aprimorada educação. Franciscana terciária aos 14 anos. Estabeleceu um convento de Clarissas em 1456, e lá serviu corno abadessa. M ística, operou grandes mil agres e profetizava. Era também pintora - um de seus quadros encontra-se no Museu do Vaticano. A utora cio Tratado em an11as espirit11ais e Revelações. Escrevia correntemente o latim com admirável elegância até para os humani stas. Dezoito di as após seu falecimento, foi ex umada - devido a milagres que ocorri am junto à sua sepultura - e seu cadáver estava incorrupto. Assim, seu corpo foi colocado sentado cm um troncto, mantendo-se incorrupto até hoj e, po11anto, há 545 anos ! Foi canonizada pelo Papa Clemente XI, em 22 de maio de 17 12. É padroeira ela Academia de Arte de Bolonha, dos pintores e das artes liberais.
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A fi sionom ia da santa é distendida. Apesar de estar com olhos fechados, a fi sionom ia tem mui ta expressão. O mai s expressivo mani f sta-s' nos lábios: longos, fi nos e cerrados, extern ando um meio sorri so qu · , ao mesmo tempo, de afa bi lidade e aco lhida. Um sorri so de quem, ·0111 muita suavidade, mas mui to de cima e com enorme transcenclên ·i:i, sorri com desdém para as coisas desta vida. Como quem diz: O/f,e, l11do isso
não é nada, tudo passa, não tem importância. As coisas ten ·e 11(1 ,\' /Hts sam, só a eternidade .fica. Eu passei por tudo, so_fr-i todas (I S rfo r l'S, tiv<' todas as provações. Agora sorrio para tudo isso. Porque aquilo que .f,1ram m.ares encapelados, precipícios temíveis, m on1011/1os i11escofr1veis, tudo isso .ficou para trás. Percebo hoj e que tudo que /Ht,1·.1·011 fo i //{/ do. /\ vida não é nada, só a eternidade é séria. Nela se vê ao mesmo tempo a bondade, mas tamb m lu icl z, rd m, estabilidade e decisão extraordinári a. Eis a santa qu vi m carn e osso! Hoj e se fa la tanto de experi ência, e esta l'oi para mim um a cxpcri ·ncia raríssima. Só não compreendo por que tantas pessoas não se di spõ ' lll a ver esta santa em Bo lonha. •
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em 19 de maio de 1971. Sem revi são do autor.
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Nº 693 - Setembro 2008 - Ano LVIII
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PUNJO CORR~A D OLIVEIRA
Os anjos e a batalha dos homens
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Excmnos
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CARTA 1)0 DIIU:TOI~
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PAGINA MAmANA
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POR OUE NOSSA SENIIOl~A CIIOIV\
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CommSPONDf:NCIA
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á exércitos de anjos que promovem o bem, portanto promovem a Contra-Revolução; e exércitos de anjos decaídos, os demônios, que fomentam o mal, ou seja, a Revolução.* Sendo por natureza muitíssimo superiores aos homens, cabe aos anjos a parte mais importante da batalha. Mas quem está no centro da di sputa entre o bem e o mal são os homens. Isto porque os anjos intervêm numa luta que é a dos homens, favoráveis à Revolução ou à Contra-Revolução. Os anjos, por mais poderosos que sejam, apenas nos ajudam a lutar. Eles nos inspiram a tomar a direção certa, e os demônios instigam-nos a tomar a direção errada, mas a batalha nesta Terra é a batalha dos homens. Os anjo da guarda conhecem profundamente cada um de seus protegidos; conhecem melhor a beleza que nossa alma terá, se corresponder inteiramente à graça; assim como avaliam a hediondez que a alma terá, se entregar-se ao pecado, sobretudo se ela perder-se e for para o inferno. Eu imagino que cada pessoa é, de algum modo, sós ia e piritual e psicológica do anjo da guarda próprio. Ass im como é legítimo que um pai tenha preferência por um filho mais parecido consigo, também se compreende que um anjo tenha predi leção pela pessoa mais parecida com ele. E ·que haja um intercâ mbio entre ambos, que depois continuará no éu pelos séculos dos séculos. •
Maria, uma "menina de ouro"
PA1.AVRA oo SAc1,:1moT1•:
Show propagandístico do comunismo chinês
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OuM1•íADAs
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INTERNACIONAi,
18
An JA1,mAD1<:
Os perigos da internet
20
ENT1mv1s'l'A
Roraima: o governador e as áreas indÍgenas
24
EsP1,1•:N1>01ms DA Cms·1·ANDA1>1<:
26
CAPA
Anjos enviados por Deus para custodiar os homens
36
VmAs
u..:
39
D1,:sTAQlJI•:
Conseqüências da invasão russa na Geórgia
SANTOS
Pálio de Siena
Santa Pulquéria, imperatriz
Os empresários e os monges beneditinos Governador José de Anchieta Júnior
Conservadorismo entre jovens brasileiros
40
NA<:JONAI,
44
SANTos ,,: l<'i-:sTAs Do
46 AçAo
M,~:s
CoNTRA-R1,:vo1.t JC10NÁmA
52 Al\'m11wn:s, Cosn1Mi-:s, C1v11.1zA<;fn:s A montanha, os píncaros da virtude e o Céu
(Excertos de confcr!:ncia proferida por Plinio Corrêa de Oliveira cm 7- -92. Sem revisão do autor).
* Plinio
orrêa de liv ira, cm sua magna obra Revoluçüo e Contra -Revo /11 (·/lo , deno min a Revolução o processo
multissecular qu vem d struindo a ivi lização Cristã, desde o declínio da ldad M édia - época cm que o ideal mólico de . iedad mais se aproxim u de sua realização. E entende por onlru-R. voluç a reaçi o organizada que se opõe à Revoluçi o e visa rcs1uurur II ristandadc.
CATOU I M
no do "top çorio de Ange rs" . Foi encomendado m 1373 pelo duque Luís I d'Anjou, ilu Iro o Apocalipse do Apóstolo São João .
Nossa Capa: An;o Custódio - Joan de Joones, pintor espanhol do séc. XVI Contrado do Coramu;o em Siena
SETEMBRO 2008 -
Um louvor perfeito U ma imagem que representa a Santíssima Virgem - por assim dizer,
Caro le itor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 311 6 Administração: Rua Javaés, 707 Bom Retiro CEP 01130-010 São Pau lo - SP Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (0xx11) 3333-6716 Fax (0xx 11) 3331-685 1 Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01064-970 São Paulo - SP Impressão: Prol Editora Gráfica Lida. E-mail: catolicismo@terra.com .br Home Page: www.catolicismo.com.br
Com razão dizia Plinio Corrêa de Oliveira que a grati dã a mai s frág il das virtudes, e ac rescentaríamos até que e la é ignorada pe la maio r parte dos homens. Quantas vezes nos esquecemos de agradecer favo res receb idos, qu er do próx imo, quer sobretudo de Deus, a quem nem seq uer atribuímos um bem que d' E le recebemos, e sem o qu a l não poderíamos abso lutamente nada: a nossa ex istê ncia. Para conservá- la, preservando-a dos perigos a que constanteme nte está exposta pelo inimigo da nossa sa lvação, designou Deus um anjo da guarda para cada um a de suas cri aturas humanas, com características esp iri tuais semelhantes às de seu protegido, e mbora naturalmente ma is e levadas. Ainda que não o vejamos - houve santos e almas privilegiadas que o viam - , sua ex istênc ia é tão real quanto a nossa. A d iferença está no fato de o anjo da guarda ser puro espírito, destituído de matéria, enquanto nós somos dotados d ·orpo e alm a. Se nos fosse dado escolher o melhor de todos os am igos, jamais seríamos capazes de encontrar a lguém com os atribu tos de nosso anjo da •uard:1 : sua beleza mora l, seu poder e seu zelo. Sua natureza torna-o capaz de nos n ·0 1111 .inhar até mesmo e m situações nas quais nenhum ser humano esta ri a a1 to. 11 s 'mprc com dedicação comp leta, ai nda quando nos e ncontra mos frent i'is mnior 'S dil'icu ldades. Portanto, o angéli co protetor envi ado de Deus é, por 'X · •I n ·ia , o amicus certus in re incerta - o ami go certo na hora incerta e rn totl11 s :,s ntlvcrsidades. Para custod iar os homens com essa inteira disponibilitl11tl ', 111í11i ·.i retribu ição viver e m - a reciprocidade que o anjo da guarda exige de cad:i 11111 d ' 11 < s estado de graça. E ntão nada temos que temer. Quando 111 'li 111 p ·rd ' a raça de Deus e cai no poder do maligno, nem ass im o anjo du •1111rd11 d ·s ist · dele. Ele se entri stece, reza e intercede junto a Nossa Scnhorn, l~11i11ilt1 dos Anjos , 1 ara que aquela alma volte o quanto antes à ami zad d· 1 ·us , l1k s , s' s •para de seu protegido se este, ao morrer, tiver a indi zív ' I inl' ·ll ·id u I · d ' ·u iposa me nte se condenar. Os q ue se sa lvarem, pelo contrário , ·011vlvl'1'1o ·0111 s ·u anjo no Céu e ser- lhe-ão eternamente gratos. Sirvam estas breves reflexões de incentivo p11r11 st·r111os :t 1 rndccidos desde agora ao melhor de nossos am igos, a quem st~ ·0 II s111 1 r1H l1111 111111 ria de apa da presen te edição. Desejo a todos uma boa le iturn .
ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Setembro de 2008: Comum : Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso :
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CATOLICISMO PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA .
MIGUEL BE CCAR V ARELA
Santana de Parnaíba
S
antana de Parn aíba, a 40 quilômetros da capital pauli sta, é con hecida como "berço dos bandeirantes", pois de lá partiam as bandeiras rumo ao sertão. Na veneráve l igreja matri z daquela c idade histórica e ncontra-se um a bela imagem de madeira pin tada, provave lm ente do séc. XVIII, q ue representa a padroeira ela c idade: Sa ntana te11do em seus braços a Virgem Men ina. A e legância e a majestade no porte e no gesto das duas figuras , o bril ho e o bom gosto elas cores, tudo é de uma perfeição artística que agrada contemplar. M as não é apenas, nem principalmente, o prazer estético o que atra i nessa imagem, e sim a percepção de a lgo sobre natura l pairando sobre e la. A arte fo i capaz de representar a pureza sobrenatural da inocênc ia, e é isso o que princ ipalmente atrai os visitantes.
A imagem cativa os <levotos 1\lll
Jesus c Maria,
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D IRETOR
Publicação mensal da Editora
unia "menina de ouro" - enlevada por sua mãe, encanta os visitantes e os faz perceber as belezas sobrenaturais da inocência infantil
p11ulohrito@cato lic ismo.com.br
A cena é atrae nte e tocante. Santana, com expressão séria e compenetrada, está ensinando sua pequena filh a a ler. Maravil hoso mistério: a criança a q uem a mãe ensina é a própria Sede ela Sabedoria ... A Virgem Sa ntíss ima está atenta e pensativa, nos braços maternai s. Como em um trono, tem um liv ro aberto nas mãos e o o lha atenta mente. Para dar ao le itor uma certa idéia dessa preciosa im agem que me e nca ntou, d iri a que é ele um a " meni na ele ouro": rostinho redondo, nari z pequenino, infanti l, tez
O centro antigo da cidade ainda permite ter uma idéia - ainda que muito tênue - do que ela teria sido nos tempos da Colônia. Em meados do século XVI, era um pequeno mundo entre outros dois: "o Reino", referindo-se a Po1tugal (de onde lhe vinham o impulso, as instituições, a cultura, a Religião); e "o sertão" (que designava a fronteira, odesconhecido), a vasta selva que representava sua riqueza e seu futuro. O rio Tietê era o único caminho que levava ao vasto oceano e ao contato com Portugal. Seu primeiro habitante foi Manuel Fernandez Ramos, ali chegado com a expedição que, em l561, organizou Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil. Foi esse Manuel Fernandez que construiu a primeira capela, em louvor de Santo Antonio, e foram sua viúva e filhos que construíram a segunda, em 1581, no mesmo lugar da primeira , desta vez dedicada a Santana. Em frente à igreja atual construída em taipa de pilão no século XIX-, do lado oposto da praça, encontra-se a Câmara do Conselho. Residência bandeirista urbana da segunda metade do século XVII, na qual, presume-se, residiu o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva-o Anhangüera. É uma edificação típica das construções do século XVII, representando a tradição urbana das primitivas moradas paulistas, que mantêm até hoje seu estilo original. Foi transformada no Museu Histórico e Pedagó-
gico Casa do Anhangüera. Santana de Parnaíba preserva seu patrimônio histórico. Com suas construções coloniais, a cidade concentra um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do estado, com 209 edificações tombadas.
SETEMBRO 2 0 0 8 -
Devastação moral empreendida pela TV Novelas de TV: efeito desastroso -
As nove las ele telev isão tornaram-se verdadeira mania em algumas res idênc ias e tê m co ntribuído para a decadência ela moralidade e da vida familiar. Já não se conversa e m família, ap rende-se tudo da " mãe e mestra" TV.
"Pessoas que vivem em áreas cobertas pelo sinal de emissoras de TV são mais propensas a batizar seus.filhos com nomes de personagens de novelas, o que comprova que a televisão tem papel importante nas decisões familiares", mostra o estudo Novelas e Fertilidade: Evidências do Brasil (Soap Operas anel Fertility: Ev ide nce from Brazil ), co m base na análise de nove las ex ibidas entre 1965 e 1999. A investi gação começou há do is anos para o Centro de Pes-
quisa e Análise Econômica para o Desenvolvimento, e te m como a utores os
rosada, lábi os vermelhos bem apertados, a fronte alta e lumi nosa, o conjunto denotando muita concentração. Ela está regiamente vestida com um tecido estampado e usa ricos brincos. Os olhos estão baixos e fixos no livro aberto. Toda sua atitude é ele suma plac idez. Logo que nosso olhar se fixa na sua cativante fi gura, nosso coração se sente atraído; e começa a ad ivinhar, mais cio que a conc luir, o que se refl ete na expressão ela Santíssima Menina. Parece-nos sentir a harmoni a que há entre sua alma e o texto sagrado que Ela tem diante ele si. O que a mãe está lhe mostrando, Ela o traduz em um canto ele louvor a Deus. Nunca ningué m g lorificou tão perfeitamente a Deus, nem O glorificará até o fim cios séculos, como esta Menina o faz. Vê m-nos à memória as palavras ele Nosso Senhor e m sua entrada triunfal em Jerusalém, no Domingo ele Ramos: "Da boca das crianças farei para mim um louvor pe,:feito " (Mt 2 1, 16).
A inocê11cia i11/'a11til A ternura inefável ele Santana quase passa despercebida, s comparada à que nos parece vi slumbrar na luz que envolve a Virgem Menina. Quanto é bela a inocência iluminada pela graça! -CATOLICISMO
Quanto é bela a inlin ita doçura com que Deus acolh a inocência! Que contraste ·hoca ntc com a agitação a s ' nsação de abandono las pessoas no mundo cm que vivemos ! Um mundo des prov ido ele sensib ilidade e inocência, que se rec usa a g lorifica r a Deus. Cada vez m a is as cr ian ças não são batizadas pelos seus pais, e cada vez ma is a luz ela graça vai se apagando nas faces infantis. Nas cri anças que encontramos pela rua cujo número muitos casa is procuram criminosamente red uzir - ou nas que a mídi a apresenta ass oc iadas a produtos come rc ia is, e las são pro paga ndisticamente bonitinhas, mas ao mesmo tempo vaz ia. da verdadeira fe li cid ade da in ocênc ia e da graça sobr natural. • E-mail do autor: mi guclbeccar @catoli cismo.com.br
economi stas Alberto Chong e Suzanne Duryea, do Banco lnteramericano de Desenvo lvime nto, além de Eliana La Ferrara, da Universidade Bocconi (Itália) (Cfr. "O Estado de S. Paulo", 13-7-08).
As novelas antifamília - "O que importa não é o simples fato de assistir à televisão, e sim assistir a um tipo de prog reuna - novela - com o qual o espectador possa estabelecer uma relação direta com as situações retratadas", diz o estudo. A própria taxa óe nata lidade está sendo influenc iada pe la TV, pois as "fam íli as" que aparecem nas novelas têm em geral pouquíssimos filh os. Métodos anticoncepcionais, abortos e o utras mazelas do mundo conte mporâneo são propagados. O trabalho aponta que, "ao re-
tratar um modelo familiar pequeno, urbano e de classe média", as novelas teri am estimul ado as mulheres a bu scar a contracepção. 62,2% das personagens femininas das nove las não tinham filh os; 20,7% tinham ape nas um ; e 9%, dois. Verificaram ainda que as mulheres que viviam em ~í reas cobertas pe lo sinal da e mi ssora ap resen-
tavam taxa de fecundidade muito me nor.
"Famílias de televisão são pequenas", infor ma o texto.
"Uma série de propagandas passou a retratar como família-padrão aquela composta pelo pai, a mãe e um casal de filhos", diz a demóg rafa E Iisa beth Ferraz, coordenadora do departamento de pesq uisas da ONG Bem-Estar Fanúliar no Brasil (Bemfam).
Brasil assemelha-se à China -
Não ape nas se incentiva os casa is a não terem filh os, como também se procura deixar mal os que têm um número mai or de cri anças. A pesq ui sa constatou que nas nove las "os pobres, quando retratados,
têm mais filhos e suasfaces revelam inf elicidade". "Chamou-nos a atenção o fato de que o único país em desenvolvimento, de tamanho comparável ao do Brasil, que vivenciou declínio tão grande na natalidade foi a China [comunista}, onde há política rigorosa de planejamento familiar", exp lica Alberto C ho ng. Sinistro laboratório social - Cho ng reconh ece "que há sempre interesses
corporativos, e m.uitas vezes políticos, por trás da programação das emissoras com.e rciais" . Ademais, a televisão pública "também pode ser tendenciosa, e quase sempre o é". Ao que tudo indi ca, há uma espécie de laboratóri o soc ial por detrás da "fabricação" das novelas. Vi sa impor às famílias, indiretame nte, padrões de imoralidade e indecênc ia que e las norma lme nte não admitiriam. O catarinense Nilson Xavier, espec iali sta em novelas, afirma: "A novela é,
sem. dúvida, uma formadora de opinião, [. .. ] e os autores têm se aproveitado disso para fa zer o merchandi sing social ". Os roteiros ousados "questionavam valores tradicionais e religiosos e faziam circular idéias modernas, como a da emancipação feminina". Como pode Nossa Senhora não chorar diante dessa campanha contra a família numerosa? Pois a Sagrada Escritura nos ensina que "os.filhos são um dom de Deus:
é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como a.1'.flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua a/Java " (SI 126, 3-5). • SETEMBRO 2008 -
Não ceele,; lutar e ve11cer! 121 Achei perfeitíssimo o artigo princ ipa l da rev ista deste mês [agosto]. Acho que deveria ser encami nhado por e-mail para todos que têm internet. Deveria também ser traduzido para o espan ho l e envi ado para nossos " hermanos" vizinhos. Todos que lessem esse artigo iri am adotar o lema: NÃO CEDER, LUTAR E VENCER!, a exe mpl o da nação vizinha do Brasil, a Co lômbia. Adotei esse lema, porque não há mais diálogo possível com guerrilheiros, tanto os das FARC co mo os do MST e movimentos ditos "soc iai s" se melhantes no Brasil e outros países, especialmente os sul-americanos. Concordo 1000% com a posição do Alfredo MacHale, quando escreveu que o "calcanhar de Aquiles" da América do Sul é a "orfandade moral" dominante em nosso continente. Se nos aferrássemos à moral, e nossos governos dessem exemplo de moralidade, tudo seria diferente. Parece que a Colômbia está agindo para fazer essa diferença. Ela tornar-se-á nossa referência. (A.G.Z. -
SP)
1'em explicação? 121 Não consigo entender como o presidente Lula permite que seus assessores, como os Srs. Gilberto Carva-
-CATOLICISMO
lho, Celso Amorim e Marcos Aurélio Garcia, co ntinuem de braços dados com certos governantes sul -a mericanos, tipo Chávez, Morales, e Correa. Lula diz que deseja que o povo brasilei ro passe bem (no entender dele, não no meu, que coma bem 5 vezes por dia), mas permite que seus assessores fiquem viajando pelo planeta e logiando tais governantes, como se e les fossem solução para todos os males da América do Sul. Ou os j ornais estão mentindo ou os países desses governantes estão indo para o fundo do poço. Querem aq ue les assessores, tão próximos do Palácio do Planalto, levar o Brasil para o mesmo buraco? Ou esses governantes socia li stas ela espécie dinossáurica não respeitam os direitos hum anos básicos e o direito de propriedade, ou eu não sei o que é direito humano nem o que é propriedade. Ou esses governantes são co laboradores cios terroristas das FARC, ou eu não sei o que é terrorismo. Acho que o Lula não tem outra saída: ou e le pede ex plicações a esses assessores, ou e le deverá exp li car-se e m cadeia nacional. E explicar também por que o governo não reconhece as FARC como movimento terrori sta, além de narcotraficante. Ademais, poderia aproveita r para esc larecer por que nomes ele assessores seus foram parar nos computadores do chefão da guerrilha co lo mbi ana ... (N.C.E. -
DF)
l{:1Je para o Brasil
(M.C.A.F. -
DF)
Mumlo COl11lll1ÍSta 18] A matéria China, Zirnbábue, Brasil [edição de agosto/2008] é impres-
s io nante e terrível. Infelizmente o mundo com uni sta, por não ter abraçado o cri stiani smo, vive no ateísmo desumano. (R.P.G. -
PB)
pela al,na dos Estados Unidos da Am.érica. Como o casamento homossexual ameaça nossa nação e a fé". Ele vale para o Brasil, sem tirar uma só palavra. CE)
Mobilização católica 18 Excelente matéria! Parabéns a todos. Nós, católicos conscientes e convictos ele nossa fé no Deus único e verdadeiro, desconhecemos ou ignoramos o enorme poder de nossa mobilização em torno das questões que ameaçam a
tumes morais e às tradições daqueles povos. Nota-se que os burocratas europeístas têm verdadeiro horror ao voto popular, não desejam as consultas para ouvir a voz cio povo. Portanto, não são democráticos como desejam parecer. Os povos europeus não querem perder sua li gação com o passado cri stão. E, ao contrário, tais burocratas forçam ditatorialmente a imposição ele le is conforme o modelo sov iético, in ace itáveis debaixo do ponto de vista moral e soc ial. Viva o "NÃO" ela Irlanda. E la sa lvou a Europa. Obrigado, [rl ancla ! (A.E.J. -
18] Se pega a moda de ho mens vestirem-se como mulher, será mais uma coisa lamentável, e leva rá até nós, ele bom caráter, a chorar!
(E.V.N. -
18] Sou totalmente contra o aborto.
Como cristão e ser humano, acho que a mulher que pratica um ato dessa natureza não tem Deus em seu coração, e nem ao menos pode ser chamada mãe, porque a maior dádiva de Deus é dar à mulher o direito de ser mãe, e não o ele tirar a vicia ele um inocente indefeso antes mesmo de ele vir ao mundo. Não há mais dúvida, a vicia começa na concepção. (A.L.S. -
SP)
Modas imlece11tes Parabéns, Monsenhor José Lu iz, pelo exce le nte artigo sobre as moelas indecentes. Obrigado, po is fo i mu ito ed ificante e esc larecedor. (J.A.S.F. -
SP)
A frla11da do "Não " O plebiscito qu de u vitória ao " NÃO" ela Irlanda ao "Tratado ele Lisboa" signifi cou a recusa de uma Europa comandada pelos burocratas de Bruxelas e mem bros do Parlamen to E uropeu, que vi sa m estabe lecer lei s opostas à a1 tê nc ias ela E uropa, nascida cio c ri stiani smo . E les querem introduzir leis opostas aos bon · cos-
MG)
Homens ele saia
J/iela desde a concepção
~
18] Gostei muito do texto "Lutando
(H.C.E.M. -
integridade da vicia e da pessoa humana, da família e do amor, e, por conseguinte, da fé em Deus e na Igreja. Sabemos em Quem acred itamos, mas parece, muitas vezes, que duvidamos do poder e do Amor de nosso Pai por nós, quando nos dirigimos a E le com amor e confiança de filhos ... Que Ele tenha mi sericórdia de nós e nos dê o seu Espírito de Fortaleza e Sabedoria, para não nos deixarmos vencer pelo inimigo e sua astúcia.
SP)
Ca11O11izaçõcs 121 É sempre muito motivador ler sobre a vida de algum cri stão reconhecido como santo pela Igreja! É um alento e uma proximidade que sinto nessas histórias. Muito bom também ver as fontes usadas para extrair os textos. (R.O.L. -
ES)
Ver para crer [;81 Assisti a um vídeo sobre a abs urda e truculenta invasão ela Polícia Federa l elas fazendas de arroze iros na região ela reserva "Raposa Serra cio Sol", em Roraima. Eu recomend aria a todos os amigos da revista Catolicismo que o vissem também. No fi nal deste e-mail vai o site. Se alguém me contasse como se deu a invasão - comp letamente injustificada e, in clusive, sem mandado judic ial - eu não acredita ri a. É preciso ver para crer. Os pitbulls ela PF meteram o pé, quebraram os cadeados das porteiras e invadiram as propriedades, co mo se estas pertencessem a perigosíssimos terroristas e traficantes a li e ntrinche irados e armados até os cientes. Entretanto eram propriedades ele honestos e pacíficos homens do ca mpo, pro-
clutores rurais que, com muito suor, trabalharam na preparação ela terra, plantaram , irrigaram e agora estão apenas querendo colher o fruto do in te nso trabalho fe ito ele so l-a-sol. O que é bom para suas famílias, mas também bom para o Brasil inteiro, sobretudo neste período ele ca restia de alimentos. A maioria dos índios daquela região está contentíss im a com a espetacular produção de arroz, e vão se enriquecendo junto com os proprietários. Apenas um a meia dúzia de gatos pingados indígenas, manipulados por ONGs estra ngei ras e igrejas dominadas pelo CIM l, estão favoráveis à invasão da PF e à expulsão dos produtores rurais para, desse j e ito, abocanharem sem esforço nenhum aque las extensões ele terras. Depois esses índi os manipulados não vão plantar nen hum pé ele milho, e logo mais vão cedê-las ou trocá-las por um a simpl es motocicleta, para essas ONGs estrangeiras as exp lorarem contra os interesses cio País e pondo em grave risco a sobe rani a nacional. É melhor ver o vídeo, pois sem isso não acred itarão no que falo. O filme ela invasão, já assistido por ma is de 50 mil pessoas, pode ser visto no site: http://www.gloria.tv/ ?v ideo=x96xw9b lhqme jpu2 l 2zcl (R.B.N.R. -
CE)
llistól'ia apai,mmmtc
(L.S. -
PA)
Manto de Guaelalupc 181 Pena é que os meios ele comu ni cação valorizam de forma exacerbada o trágico e aq uil o que destrói as pessoas e as famílias, na busca ele audi ência e lucro. Se valorizassem informações como a cio M anto da Virgem de Guadalupe, estariam prestando um excelente serviço para a soc iedade, e talvez ev itando tragédias a exemp lo cio "caso Isabella". Somente em dias ela semana passada é que, numa das au las ela Universidade-
SC)
Paelroeira da Améi'ica Latina Co me nto o artigo A Virgem de Guadalupe: desafio à ciência moderna ["Pági na Mariana", Janeiro/2006]: cada vez que le io sobre a Virgem de Guadalupe, fico mais enca ntada com sua hi stória. (L.C.P. -
RJ)
1'êm olhos, mas 11ão 11êcm 121 Só não vê quem não quer. Só não c rê quem não quer ver algo que é tão claro e divino! Precisamos rezar mais por todos os ateus e por todos que perseguem a Mãe ele Jesus e nossa Mãe. Sejamos fiéis a Deus e à Virgem Mãe. (J.F.L.F. -
AL)
Exorcismo t1l'ge11te 121 É uma pena os padres ela Igreja Cató li ca não darem resposta aos necessitados, que se perdem no mundo elas trevas ... por falta de exorc istas. (S.L. -AP)
Cl'ise na Igreja 18] Tenho buscado conhecer Cri sto verdadeiramente, mas vejo que nós fiéis somos ovelh as sem pastor. ..
(I.T. -
181 Em tudo o que leio, me apa ixono pela históri a ele Nossa Senhora e seus sin ais. (1.V.Y. -
ONISUIL, fiquei sabendo do milagre ele Guadalupe, quando o professor nos contou este fato .
CE)
Jlandea11Os ela fé Parabéns pela magnífica hi stóri a narrada no artigo Andreas Hofe1; Lí-
der contra -revolucionário do Tirol ["Grandes Personagens", j anei ro 2006]. Nós católicos devemos sempre ser vancleanos da fé. (E.J.A. -
SP)
Manifesu1ção ele Nossa Senhora 181 Vi site i o site www.catolicismo.com.br, e achei a coisa mais bonita cio mund o a manifestação ele Nossa Sen hora para a hum anidade. É um a pena que os protestantes não conheçam a beleza ele nossa Mãe. (A.C.G. -
PE)
SETEMBRO 2 0 0 8 -
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Mo nsenhor J OSÉ LUIZ VI LLAC
Pergunta - Sou de família católica, e minha intenção sempre foi casar-me na Igreja. Mas todas as minhas amigas já estão separadas, em geral depois do primeiro filho. No civil, o casamento pode ser desfeito pelo divórcio, de maneira cada vez mais fácil. Mas na Igreja, só com um processo de anulação* complicado, caro e, segundo me dizem, desagradável. Como pode a Igreja não flexibilizar suas posições diante da situação concreta do mundo atual? Eu quero estar bem com Deus e com a Igreja, mas não acho justo correr o risco de ser abandonada depois do primeiro filho e não poder casar-me de novo. Então parece melhor juntar-me durante algum tempo e só casar depois que der certo. Se der ...
Resposta - A descrição que a miss ivi sta faz do mund o mode rn o corres po nde, e m grande parte, à rea lidade. E nos lugares onde não se está inteiramente assim, caminhase a passos rápidos para lá. A perplex idade dessa jovem é até mes mo co mpree nsíve l, embora não se possa absolutamente aprovar a solução que propõe. De qu a lquer modo, sua manifestação de querer "estar bem com Deus e com a Igreja" indica uma boa disposição de fundo de alma, pelo que merece ser especialmente ajudada. É o que procuraremos fazer.
Uma civilização que se afastou de Deus O mund o modern o tornou-se um organi smo doente, CATOLICISMO
precisamente porque se afastou de Deus e da Santa Igreja. A questão é saber se tem cura, se tal cura se daria pelos processos normais. A resposta é bem defini da: cura tem que haver, porque do contrário seri a preciso admitir que as portas do inferno prevaleceram defini tiv amente sobre a [grej a, o que se opõe à promessa formal de Nosso Senhor, quando constituiu São Pedro chefe da Igreja: "Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igrej a, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16, 18). Durante um período mais ou menos longo, as fo rças do mal podem sobrepuj ar as fo rças do bem, confo rme se vê hoje em dia. Mas o que não pode acontecer é que essa vitóri a seja defi nitiva. O Divi no Espírito Santo está continuamente atu ando nos corações dos ho mens a fim de reconduzi-los para as vias do bem. Entretanto, se essas graças habitu ais não enco ntrare m correspondência por parte da hum a nid ade, De us pode rá usar processos extraordinários. Como ocorre com o organi s mo hum ano : qu and o os remédios normais não fun cion am, é prec iso reco rrer a uma cirurgia, ou a outros métodos mais ou menos " invas ivos" (segundo a terminologia médica, sóbri a mas muito express iva). É muito de recear que este sej a o caso, porque a humanidade atingiu grau tão intenso de obstinação no mal, que sem um a fo rte sacudida da Provid ê nc ia não te m mais conserto ... Essa sacudida seria um castigo de proporções
mundi ais, do qual fa lam di ve rsas revelações priv adas, com a de Fátima à frente e acima de todas. Mas nossa jovem consulente não pode esperar até que Deus intervenha. Ela tem que conduzir sua vida para a frente, tanto mai s que nin guém sabe quanto tempo transcorrerá até que se dê essa intervenção extraordinári a. O que fazer até lá?
As vil'gens prudentes e as virgens lãtuas Nos Evangelhos destacase a parábola das dez virgens co nvid adas para um a fes ta nupcial. Dela se serviu Nosso Senho r para nos indicar que devemos estar constantemente preparados para a sua vinda, porque não sabemos o dia nem a hora: "Então o reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tornando suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. Mas cinco delas erarnfátuas [isto é, tolas, sem tino, imprevidentes], e cinco prudentes. Ora, as cinco .fâtuas, tomando as lâmpadas, não levaram óleo consigo; as prude ntes, porém, j un lamente com as lâmpadas, levaram óleo em seus vasos. E, tardando o esposo, começaram todas a ter sono e adormeceram. À meia-noite, ouviu-se um grito: Eis que vem o esposo, saí ao seu encontro. Então levantaram-se todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as .fâtuas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso óleo, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Responderam as prudentes, dizendo: Para que não aconteça de f al-
tar óleo a nós e a vós, ide cmtes aos vendedores e compraiº para vós. Mas, enquanto elas.foram comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para celebrar as bodas, e foi f echada a porta. Mais tarde chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos! Mas ele, respondendo, disse: Na verdade vos digo que não vos conheço. - Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora" (Mt 25, 1-13). Segundo os intérpretes da Sagrada Escritura, estar com a lâmpada acesa significa estar na graça de Deus no momento em que fo rmos chamados para comparecer di ante d'Ele. E os vasos de óleo de reserva, be m co mo o largo período de espera, indicam que ao longo da vida devemos
nos preparar para esse dia, sobretudo com oração contínua e generosa penitência. O que é estar na gmça de Deus Estar na graça de Deu s supõe andar na linha de seus Dez Mandamentos. No caso concreto que estamos analisa ndo , está parti cul armente em foco o sexto Mandamento da Le i de Deus, o qu al só permite a coabitação do homem e da mulher legitimamente unidos pelo sacramento do Matrimônio. Sendo um dos mandamentos do Decálogo, à Igreja cumpre zelar pela sua observância, e não derrogá-lo ou sequer " fl exi bili zá-lo", quaisquer que sejam as vic iss itudes dos tempos. Nem o Papa pode fazêlo. Por isso, a solução aventada pela jovem consulente de coabitação a título experi-
mental - não pode ser aceita, por ser gravemente pecaminosa. Que fazer, então, para evi tar o ri sco de um casamento fru strado pe lo dese nte ndimento do casa l?
Conspirnção do mundo moderno contm a moral A parábol a das dez virgens ressalta a importância da preparação ao longo da vida para o momento supremo da chegada de Jesus Cristo. Este princípio se aplica também à preparação para o casamento, para que ele seja do agrado de Deus e por Ele abençoado. É preciso reconhecer que os jovens de nossos di as são induzidos por grande número de insti tuições do mundo moderno num sentido contrário aos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Nesta matéria, é particularmente es pantoso o que se propõe aos jovens nas
novelas da TV. Não há comportamento imora l que não seja exaltado, não há comportamento virtuoso que não seja ridicul arizado. Daí, por exemplo, o aumento verti ginoso de gravid ezes de me nin as de quin ze anos, e até de o nze anos ! E não só os meios de comunicação soc ial estão empenhados em promover essa depravação. Até nas escolas a chamada educação sexu al é o ri e ntad a nesse se ntid o, a ponto de promover-se a di stribuição gratuita de preservativos por organismos ofi ciai s. Nestas condi ções, como es perar que os casa mentos dêem certo? Os jovens que queiram ser fi éis aos princípios da Relig ião cató li ca tê m que ter a coragem heróica de enfre ntar, e até mesmo romper com esse ambi ente hostil. Mais do que tudo co m a roda de amigos, e m que "fi ca fe io" não ser co mo os o utros. Re pudi a r qu a lqu er pu sil a nimidade e covardi a.
Não é nas baladas que se e11contm marido liel Sejamos bem concretos. Se o jovem ou a jovem se deixam arrastar pelo grupo de amigos - pela "galera", como dizem - e vai a excursões, "baladas", etc., não é aí que encontrará o marido ou a esposa que lhe seja fiel. O mais provável é exatamente que o casamento não dure um ano, quiçá nem mesmo o tempo para nascer o primeiro filho! Di ante desta situação, não cabe pl e itear qu e a Ig rej a "fl exibili ze" suas le is para aceitar a coabi tação pré- matrimoni al, o divórcio, o recasamento, etc. Mesmo porque o final do caminho dessa " fi e-
xibili zação" seri a a aceitação do amor livre, há muito tempo preconi zado pelas escolas freudi anas, marxi stas e anarqui stas, todas e las atéias . A Santa Igreja não vac il ou diante da perda de toda a Inglaterra, ao contrariar essas mesmas pretensões de Henrique Vlll. Surgiu um São Tomás Morus. A jovem missivi sta não se iluda: a felicidade não se encontra em dar vazão a todos os reclamos dos sentidos, mas na ascese, isto é, no refreamento dos instintos desordenados que deixou em nossa alma o pecado original, herdado de Adão e Eva, que deso bedecera m a De us nos primórdios do gênero humano. Ass im faze ndo, e recorrendo a Deus em suas orações - por me io de Nossa Senhora, nossa Mãe amorosíssima, como recomenda a [greja - , pode estar certa de que seus pedidos serão ouvidos e encontra rá um esposo que lhe sej a fie l por toda a vida. E se quiser dar um sentido ainda mais elevado à sua vida, una-se à ação de outros jovens que res istem à avalanche pagã e in fe rnal do mundo moderno, para reco nduzi-lo às vi as benditas da Civilização Cri stã, onde os princípios de Nosso Se nho r Jesus Cristo não precisam ser " flexibili zados"; antes, pelo contrári o, a í e les são seguidos com todo o rigor e com todo o amor. • E-mail do a utor: monsenhorjosel11iz@catolicismo.com.hr
* Esclarecimento: o casa mento reli gioso pode ser declarado nulo, isto é, decl ara-se que nunca ex istiu. O correspondente processo chama-se, pois, de nulidade do matrimôni o, não de anulação. porque não se anul a o que nunca ex istiu .
SETEMBRO 2008 -
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Em aulas, crianças inglesas obrigadas a adorar Alá
Preservativos em escolas: fator de corrupção moral
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Mini stéri o da Saúde instalará, ini cialmente em número de 400, máquinas di stribuidoras gratuitas de preservativos [foto] , em esco las públi cas do País. Elas se parece m com máquinas de refri gerante. "A proposta é estirnular o co,n-
portamento seguro entre os jovens", di sse Edu ardo Barbosa, diretor adjunto do programa nacional de Aids. Para o psiqui atra I çami Tiba, a medida "rompe a barreira da vergonha". De fato, as nu1quinas favorecem a f alta de vergonh a e a devass idão e preparam o di a em que os atos libidinosos escancarados nas escolas serão aprovados ou mesmo recomendados. Ademais, nas esco las públicas a falta de di sc iplin a muitas vezes beira a anarqui a. Com essas máqui nas, não é difíci I conjeturar até onde se pode cair. A Revolução Cultural na escola bane qualquer educação verd adeira e vi sa erradicar completamente a mora l da juventude. •
N
a britânica Alsager 1-/igh School, dois alunos da sétim a séri e fora m punidos por se recusarem a adorar Al á num a aul a de religião. A professora argumentou "ecumenicam.ente" que tal ato era para se "aprender sobre as outras religiões " e valorizar os "direitos hurnanos ". "Se se pedisse aos muçulmanos para irem à igreja no domingo e comungarem., sairia guerra", contestou o avô de um dos alunos ao j orn al " L ondon D aily M ail". A máxim a autorid ade da Justiça inglesa defendeu a tese de que os muçulmanos no país se govern em pela lei islâmica, e não pela inglesa. O chefe da igrej a anglicana, Rowan Williams, também defendeu a prática da lei islâmica no país. Tudo isso comprova que o maior peri go dos muçulmanos que se estabelecem na Europa res ide na atitude capitul ac ioni sta de muitos europeus. Quando da invasão mao metan a da Es panha, no séc ul o VIU, bi spos entregui stas como Dom Opas ajudaram mais os invasores do que as próprias hostes arm adas do I slã. •
de TV independente UllD ldcn , un libro y unaorgan izaci6n.
º
CATOLICISMO
C
Frade 11 metaleiro": antípoda de São Francisco fran ciscano ital.iano Cesare Boni zzi [foto] se faz chamar de Frate Metallo (Frei M etal) e se ex ibe à testa de um grupo heavy m.etal. Ele tem 62 anos, e há 13 anos levou rapa zes a um co ncerto rock. D esde então, foi como se outro espírito - diametralmente oposto ao de São Francisco - entrasse nele. Sem largar o hábito, afundou pelo submundo do heavy ,neta! e cio punk. "Eu me enamorei do heavy n'1.etal, veri,ficando a descarga de energia que te dá", di sse o reli gioso com a linguagem esotéri ca cio rock. "Sou um fi ·ade verdadeiro ", no cenári o consagrad o aos Gods ofM etal (deuses do metal). Seu di sco inclui uma canção sobre o álcoo l, outra sobre sexo, e até uma ode metaleira a Nossa Senhora ! •
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Novelas da Globo e a diminuição da população
Eutelsat colabora na repressão di ári o pari siense " L e monde" noti ciou que a Eutelsat [foto] , operad ora de satélites intergovern amental européia, com sede em Pari s, bloqueou a NTD, úni ca emi ssora de TV que inform ava livremente para a China. Não é a primeira tentativ a de Pequim para sil enciar a NTD, mediante a Eutelsat. Anteri or tentativa fracassou , após mais de 250 parlamentares europeus apelarem à Eutelsat, invocando respeito à liberd ade de expressão. O deputado fran cês Lionel Luca qu alificou a ditadura de Pequim de "regime a ser derrubado e intratá vel ". Para ele, se não for restabelec ida a difu são da NTD, a Eutelsat "enca rnará a desonra das democracias moles que se ahaixam ". Nos tempos da f alida di tadura sovi éti ca, o macro-capitali smo co laborav a com ela. O sistema soviéti co ruiu , mas certo macro-capitali smo pró-comuni sta continua sua atuação f avorecedora do marxi smo, ao menos no que se refere à China. •
Pedra do Mar Morto confirma a fé católica
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Comunidade de iguais" entre homens e símios
govern o soci ali sta espanhol outorgou absurdos " direitos in ali enáveis" ao ora ngotango, ao chi mpanzé e ao goril a, a título de "cornpanheiros da humanidade ". A nova norm a garante a esses animais o direito à vida, à liberdade e a não serem tortu rados. E la é fru to do proj Lo europeu " Grande Sími o" impul sionado na Uni ão Européia [foto], a mesma Uni ão Européia que incita o massacre ele bebês não-nascidos pelo aborto, de modo cada vez mais ilimitado. Quem vi olar o delirante texto legal será punido cri min almente. A deputada opos icioni sta Raquel Arias disse que o programa "Grand e Sími o" vi sa incluir antropóides e seres humanos numa "comunidade de iguais". É um auge de absurdo transformado em lei. Inspirado pel a metafísica igualitái a, pretende eliminar os resquícios ela Civili zação Cri stã ainda ex istentes em nossos dias e rebai xar a um níve l inimaginável o ser humano. •
º
A
Pesquisa Nacional de Demogrc!fia e Saúde (PNDS ) apontou que a tax a de maternid ade no Brasil caiu a 1,8 filh o por mulher. Ou sej a, a popul ação nem mais se renova. O ass ustador dado foi reforçado por estudo do Banco lnteramericano de Desenvolvimento (BID), reproduzido pela agência Lff'eSileNews. Segundo o BID, a queda deve-se à influência da propaganda contra a natalidade, veiculada sub-repticiamente pelas novelas da TV Globo. An álogas conclusões apresentaram o britâni co Centre f or Economic Po!icy Research e o grupo aborti sta Population Media Center (PM C). Este último promove novelas, segundo um método que ele chama ele " sabido": de início adota valores pró-famíli a, e depoi s lentamente passa a inocular contra-valores antifamili ares. •
Lula-Morales-Chávez no lugar de Marx-Engels-Lenine
N
a B?lívi a, o encontro entre os_p1_·:s ide1Hes Lul:•:~Evo M ora,i,es e Hugo Chavez em R1vera lta, na op1111 ao cio Jornal Zero Hora de Porto Al egre, evocou o "c ulto à personalid ade" típi co do impéri o soviéti co [fotos]. Tropas desfilaram co m bandeiras estampando fo tos dos três presidentes. As imagens dos três enchi am um enorme ca rtaz, semelhante às enorm es pin turas de M arx , Engels e L enine - sini stros artífi ces do comuni smo - como as que presidi am os desfi les do exército sovi ético na Praça Verm elha ele M oscou. "Trocando-se Lula, Morctles e Chávez
por Marx, Engels e Lenine - e substituindo-,1·e o calor arnazônico pelo outono russo - , a solenidade de Ri veralta e o Dia do Trabalho moscovita guardam sernelhanças ", concluiu "Zero Hora". •
ientistas israelenses confirmaram a autenticidade de uma laje de pedra de 100 centímetros encontrada perto do Mar Morto. Contém 87 linhas escritas em hebraico, e data de vários lustros antes de Jesus Cristo. Prova que os judeus aguardavam um Messias que seria morto, mas ressuscitaria três dias depois. Para Daniel Boyarin, professor do Talmude na Universidade de Berkeley, a peça é mais uma prova de que Jesus Cristo corresponde ao Messias esperado pelos judeus. Para Israel Knohl, professor da Universidade Hebraica, comprova que "a ressurreição
depois de três dias é uma idéia anterior a Jesus, o que contradiz praticamente toda a atual visão acadêmica". Do ponto de vista católico , a descoberta confirma a fé e a Sagrada Escritura. Compreende-se que entre os judeus ela cause polêmica, pois deixa em situação incômoda aqueles que rejeitaram o Messias, o Deus humanado.
A comunhão distribuída na mão enfraquece a [é
A
recepção da sagrada Comunhão de joelhos e na língua será norma nas liturgias pontifícias, informou Mons . Guido Marini, mestre de cerimônias do Vaticano . A comunhão de joelhos põe em relevo "a ver-
dade da presença de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia e ajuda a devoção dos fiéis", declarou ele a " L ' Osservatore Romano" . E Mons. Malcolm Ranjith, secretário da Congregação para o Culto Divino, disse ao diário "La Republica" que a recepção da Sagrada Hóstia na mão leva o fiel a considerar que a Hóstia é pão comum.
SETEMBRO . 2008 -
No centro de imprensa de Pequim , os computado res travavam ao se dig itar expressões como "direitos humanos", ou ao se procurar sites info rmativos ocidentais como o da BBC.
Pequim: "el'ro clesastl'oso "
As Q}jmpíadas de Pequim constituíram uma espetacular manobra propagandística para anestesiar o Ocidente e estimular a expansão dos erros do comunismo chinês pelo mundo inteiro n Lu1s DuFAUR
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a abe rtura do eve nto, uma menina aparec ia cantando. Mas de fato e la não cantava: uma outra, escondida, mas não bo nitinha, faz ia a dubl agem. O públi co, à uma, ace ndi a luzes multicolores .. . sob o comando de um mestre secreto. Os fogos de artifício vi stos na T V eram apenas "efeitos especiais" e letrônicos. A coreografi a plag iou uma ó pera italiana. A de legação das 56 etni as chinesas foi uma farsa. Ginastas loca is dec lararam idades fa lsas. Foram tre inados sob regime carcerári o para ganhar medalhas. Não foi tapeação uma cena: a entrada em passo de ganso dos soldados cio exérc ito verme lho que hastearam a bande ira comuni sta, g lorificando o dono ela fes ta.
Ambiente opl'essivo As entradas fo ra m todas " ve ndidas", a firm ou o Partido Comuni sta. Com esse argumento, muitos parentes de atletas tiveram seu ingresso barrado. M as as arquibancadas estavam vazias ... O partido não queria contato dos estrangeiros com os nac ionais.
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CATOLICISMO
Em Peq uim, vigora va toque de recolher desde as cinco da tarde. Atl etas angusti ados imploraram remoção ela Vi la O límpica para um hote l. O bi spo coadjutor de Hong Kong, D. John Tong, que fo i à inauguração em espírito " progress ista" de di álogo e distensão com o comuni smo, qui s ver o arcebi spo de Pequi m. Res posta: não ! No hotel que lhe des ignaram , soube que seu visto vali a apenas para uma noite, e mbora o hote l só aco lhesse hóspedes por pe lo menos duas noites. Não adi antava pagar o dobro. Fo i posto na rua !
"Eles têm rostos de pedra. Eles encaram carrancudos os estrangeiros em Pequim. É preciso f azer algo. O fa to de andarem armados e com um ar sinistro piora as coisas", alertara G erhard He iberg, me mbro norueguês do Comitê Olímpico Internacional (COI), a respe ito dos po li ciais e so lclaclos que ga r a nti ra m a seg ura nça el a Olimp íada. Os me mbro s colaboracioni stas do COl riram dele .
Pel'seguição ao catolicismo Os bis pos e sacerdotes cató li cos de Pequim - os fi é is a Roma - fora m proibidos ele di stri buir os sacrame ntos durante os Jogos, até para os ago ni zantes, notic iou " UC ANews". '
O clero das igrej as " patri óti cas" - tota lme nte de pe ndentes do regime comuni sta chinês sorri a e e log iava a " libe rdade" re li giosa re in ante no país. Até di stribuía bíbli as com o imprimatur do reg ime ateu. Mas as bíbli as dos es tra nge iros e ram confi scadas no aeroporto ... E m Tianjin, província de Pequim , os bi spos sofreram pri são domiciliar. Houve pro ibições análogas nas províncias de Anhui e Shandong. Na Mongólia [nterior, os padres tivera m que cancelar aulas ele catecismo e romarias. Em Wuqiu, Hebei, os agentes ela repressão vasc ulhavam a residência do bi spo Julius Jia Zhiguo a cada duas horas.
Cel'ceamento ele libcl'dacles Antes do início cios Jogos, lTês militantes pró-vicia americanos estenderam uma fa ixa com a frase "Jesus Cristo é Rei" na Praça Tianamnen, em protesto pela violação cios direitos humanos, notadamente pelo fo rçado aborto em massa promovido pelo regime. Foram presos no ato. Sendo estrangeiros, e havendo jornali stas presentes, il polícia liberou-os logo, para prendê- los depois e deportá-los em seguida. A polícia " limpou" as cidades de dissidentes e generalizou as " prisões admini strati vas" - confi namento dos suspeitos sem processo num campo de concentração. Lá funcionam os velhos métodos criminosos marxistas de "reeducação pelo trabalho" e de "reform a do pensamento". Mais de 100.000 policiais ele " rosto de pedra" faz iam vigilância ostensiva. O esquema ele repressão incluiu 400.000 cidadãos encarregados ele delatar seus vizinhos e tudo o que vissem. Um ate ntado - islâ mi co, segundo o governo - contra uma de legac ia ve io como que de e nco me nda para "justifi car" o po lic iamento. Do is j ornali stas j aponeses fora m cobrir o fato no própri o loca l. Ingenuidade prim ári a ! A po líc ia os prendeu e m fre nte da de legac ia, tortu rou-os e destruiu seus equipame ntos .
Perto ela Praça da Paz Celesti al erg ui a-se a "segunda mura lha da C hin a", muro le vantado por pri sio ne iros escravos sob a chibata do partido. Ele escondia bairros que a ditadu ra não pudera arrasar e m tempo. M oradi as minú scul as e paupérrimas; banhe iros externos e coletivos; entulho por toda parte: a imagem autêntica do soc iali smo. A imprensa a le mã qualificou a escolha de Pequim para as Olimpíadas de "erro desastroso". O di á ri o " Frankfurte r All geme ine Zeitung" sa lie ntou a censura e a ausênc ia de liberdade típicas de reg imes autoritári os e clilalori ais. O " Die We lt" escreve u: "Os j ornalistas são amea-
çados e têm os vistos negados. Até responsáve is do COI têm dado uma mão para chegar a esta situação ridícula em relação à censura da imprensa. [. .. ] O verdadeiro espírito das Olimpíadas está morto". 2 Seri a supérflu o e numerar as críticas às multibilio nárias instalações esportivas, que tinham um ar artificia l de supermercados do contrab a nd o qu e a bre m e fec ha m . Ou as ma nipul ações cios núm eros, qu e esco nde m abi smáticas fraquezas da economi a chinesa e pressagiam colapsos.
/Jinômio mcclo-simpatia No Brasil e no Oc idente, a impre nsa de viés esquerdi sta tudo fez para apresentar o evento o límpi co como consagração ele uma C hina "super-potênc ia". Em 8 de agosto de 2008, as multicoloridas Olimpíadas de Pequim inauguraram um novo capítulo da ofensiva psicológica para espa lhar os erros comuni stas. Erros contra os quais Nossa Senhora e m Fátima ve io alertar o mundo. [vide artigo na pág. seguinte] Pequim-Geórg ia: o binô mio medo-simpatia, ve lha fónnula e xplorad a pelo comuni smo, nessa data foi aplicado ple namente. Ele vi sa que o mundo livre se res igne à idé ia da vitóri a ine lutáve l cio d ragão comuni sta de duas cabeças: a chinesa sorridente (só apare nte mente) e a ru ssa genuin amente imperi ali sta e vio le nta. • E- mail do autor: lui sd ufaur@ca1ol icis1110.co111.br
Notas: 1. " UCANews", 7-8-08. 2. hltp://w ww.spi ege l.de/in ternalional/world/O, 1S 18,569903,00.htrnl
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INTERNACIONAL A cobra tl'OCOll de /)ele
Lituânia, Letônia e Estônia, q ue O candidato presidencial repuvi ajaram conjuntame nte à Geórblicano John McCa in , depois que g ia e m pleno conflito, para apoiáfixou os o lhos cio chefe da nova la. O preside nte po lo nês L ec h Rúss ia, Vl ad imir Putin, disse ter Kaczy nski criti cou Paris e Berlim vi sto neles três letras: K.G.B. como "conciliadores demais com. ou seja, a polícia po lítica secreta, Moscou". responsá ve l pelo clima de terror Logo depois, a Polônia assinou que sustento u o regime sov iético. com os EUA um aco rdo de in staCo m a queda cio Muro de lação de mísse is interceptaclores Berlim em 1989, e da Cortina de Prisioneiros georgianos são conduzidos vendados em cima ame ri canos e m seu solo e um traFerro no iníc io ela década de 90, o de um tanque russo tado de defesa mútua, q ue inc lui reg ime sofreu uma meta morfose o estabe lec ime nto de um a base cos mética . Apenas renovou-se , ame ri cana no país. A resposta cio como a cobra que troca ele pele. O Kremlin foi brutal : ameaçou usar e nfe rrujado e inefi caz s istema sobombas atô mi cas contra essa granviético foi para o desmanche. de nação cató li ca quando lh e Catolicismo, ecoando a de nún aprouver. A Ucrânia ex ig iu qu e cia profética ele Plíni o Corrêa ele navios e aeronaves ru ssas, que Oliveira, há duas décadas vem usam bases uc raniana s no Mar apo ntando essa as tuta metamo rfo- Os presidentes da Polônia , Ucrânia, Lituãnia, Letônia e Negro, co muni cassem qualquer se cio velho com uni smo russo. Este Estônia viajaram conjuntamente à Geórgia em pleno con - mov imento com 72 horas ele anflito , para apoiá -la . visou sempre um retorno futuro, tecipação. O comandante da frota que deveria surpreender o Ocidente amolec ido e despreveni ru ssa cio Mar Negro respondeu que só obedeceri a a Moscou. do. Esse mo mento parece estar chega ndo. A ag ressão ru ssa assustou. A imprensa a le mã destaco u: As altas es feras da mídi a, da política, ela eco no mia ci o Oci"O Ocidente tem que parar Putin", 2 acresce ntando que é dente, desde o iníc io da operação de metamorfose repetiam o prec iso fazê-lo na Geórg ia , sob pe na ele ma is cedo o u mai s slogan: "O comunismo rnorreu". tarde e le pular no pescoço ela Europa Central. Os EUA ass uE m sentido contrári o, o Prof. Plínio a le rtara: se m uma nova miram posições ma is coe re ntes. A sec re tá ri a el e Estado, Nure mberg para errad icar ele fato a se ita marxista ela Rú ss ia, o Co nclo leezza Rice, disse que a "l?ússia não sairá irnpune ".' co muni s mo meta mo rfosea d o reto rnari a mais tarde, para Putin ac usou rec ibo e o rd eno u uma ret irad a le nta e incerta. flagelar o mundo com forças e recursos renovados. Recursos Irritada, a OTAN suspende u as re lações co m a Rú ss ia, que estes que lhe seriam fornecidos pelo próprio Ocidente. po r seu lado a ac usou ele acobe rtar um "reg irne crinúnoso" Uma Nuremberg deveria desmantelar també m a rede ele (o ela Geórg ia). " agentes pró-marxistas infiltrados na mídia, nas unive rsidades, Retorno <la ameaça ,·uss,i nos governos e associações cri pto-comuni stas que o Kremlin espa lhou no Ocidente. Bem entendido, um esforço desse tipo O mundo foi assim posto diante desta rea lidade: o confli supo ri a que as autorid ades ec les iásticas extirpasse m os erros to Ocidente-Oriente reace nde u-se. N o cern e dele, voltou o soc iali stas e comuni stas que infecc io nava m o c lero e os se mi e nfrenta mento: com uni smo (embora me tam orfoseado) e antinári os. co muni smo. O parêntese hi stóri co abe rto com a queda cio Porém, nada disso fo i fe ito. Os próprios suspe itos de criptoMuro e da Cortina de Ferro parece esta r se fec ha ndo: o co muni smo - que antes pregavam o entregu ismo face ao coflage lo moscov ita, sob novas ro upagens, a meaça nova mente muni smo - tomaram a dianteira no coro universal que repeo mundo. tia sempre: "O comunismo morreu". Chegou-se a dizer que Nessas circu nstânc ias, vozes altamente qualifi cadas ouvi os avisos de Nossa Senhora em Fátima estavam definitivaram-se no sentido de que as ad vertê nc ias de Nossa Senhora me nte "superados": a Rússia se teria convertido! e m Fátima ga nh aram nova atualidade. Agora, hori zontes carAgora, co m a invasão ru ssa da Geórgia, essas mes mas regados de casti gos bate m às portas ela Geórgia e da E uropa. A vozes, com su rpreendente sincroni a, recomeçaram a pregar o Rúss ia ergue-se com re novado furor, ameaçando com um dientregui smo face ao urso marxi sta que renasce. E continuam lúvio atômico esse mes mo Ocidente que não atendeu a Mena ataca r os EUA com o mal di ss imul ado parti pris ele outrora, sagem e os ape los ela Santíssima Virgem na Cova da Iria. • dando-o por fatalmente derrotado no Cáucaso. 1
Flagelo comunista ressurge na Rússia e ameaça o mundo I nvadindo a Ceórgia, a Rússia eI'gue-se contra o Ocidente e o ameaça com mn apocalipse atômico. As advcrtôncias de Nossa Senhora, rH'ol'cridas crn 1917, estão n1ais aluais do que nunca. SANTIAG O F ERNÁNDEZ
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o mesmo dia em que a "sorridente" C hina ab ri a as Olimpíadas, desempenhando o pape l de "superpotência", a Rússia de Putin, sua aliada ideológica, incendi ava uma região do Cáucaso. Há anos M oscou instigava as províncias georg ianas Ossétia do Sul e Abkházia a rebelarem-se contra o governo ela Geórgia. Em 8 ele agosto, o caso estourou. Ainda se discutirá quem começou o conflito - como até hoje debate-se quem iniciou a crise cios Sudetos, quando Hitl er estav a na iminência ele desencadear a U Guerra Mundi a l. A mob ili zação quase instantâ-
CATOLICISMO
nea do exército russo leva à suposição de qu e a invasão há tempos estava planejada e pronta para ser ex ·ulacla. A sucessão cios fatos foi vertiginosa . A p ' quc nina fo rça militar georg iana foi an iquil ada num ab rir ' r c har de o lhos. Co lunas de blindados russos perfuraram m vúrios pontos as fronteiras cio país. Atrás dos tanques vinham mil icianos que assass in ava m home ns, seq üestrava m c ri a nças, estuprava m mulheres, saq ueava m propriedades e atcav;im fogo em casas e fl o restas. C idades, portos, pontes , instalaçõ ·s militares e infra-est rutu ra c ivil fo ram demolidos cm pou ·os d ias . Aplicou-se a "po líti ca de terra arrasada", segund o o ve lho estil o sov iético. A Geórgia co metera o crime imp rcloávc l ele escaataqu russo conspar ela esfera ele influênc ia da ex-UR tituiu uma vingança e um av iso para o mundo .
E-mai l do au tor: santiagofernandez@cato lic is mo.com.br
Exceções corajosas De iníc io, as reações dos líderes oc identai s frente à invasão sofrida pe la Geórgia foram mol es e fo rma is. Outra foi a co raj osa atitude cios presidentes el a Polônia, Ucrânia,
Notas: 1. AP, 16-8-08. 2. ·Der Sp iegel" 011li11e, 13-8-08. 3. "Fo lha" online, 13-8-08. 4. "O Es1ado de S. Paulo" , 20-8-08.
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"O que se pode ver é horrível"
DO PEUT CACHER N'IMPORTE Z VIGILANTS SUR INTERNET
O site adion innocence é um dos muitos que alertam: atrás de falsas informações se escondem pessoas inescrupulosas com sinistras intenções
Os efeitos nocivos da internet não se resumem ao perigo de contato e envolvimento com redes de pedofilia. As imagens e filmes pornográficos, os apelos ao suicídio e à anorexia, os jogos violentos, a dependência e o consumo exagerado de internet, entre outros perigos, preocupam os pais. Desesperados face ao fenômeno, 31 % dos pais afirmam na mesma enquete de IPSOS que seus filhos entre 6 e l 7 anos navegam na internet diariamente. E a freqüência explode entre os adolescentes de 15 a 17 anos, que em 65% dos casos se conectam à internet todos os dias. Com conseqüências negativas para os estudos e para o sono, mas sobretudo acarretando graves danos morais. Para os pais desavisados ou incrédulos, que não vigiam cuidadosamente o conteúdo visto por seus filhos na internet, serve de advertência o depoimento de Cario d' Assaro Biondo, do AOL Frcmce: "O que se vê na internet é imundo, o que se
pode ver é horrível. Os riscos que correm nossos filhos são enormes. Eles perdem a inocência entre 6 e 7 anos, se não estivermos atentos. É irresponsável, inaceitável brincar com o fogo como neste caso". "O que se nota claramente nos últimos meses é o aumento dos contatos polencialmente perigosos a que as crianças estão expostas via mensagens instantâneas - tipo SMS - e os blogs ". Adverte ainda Christine du Fretay para "os amigos virtuais que, após algumas conversações, pedem que a internauta se dispa diante da webcam, filmadora incorporada ao computador".
Estado inoperante e omisso
INIBRNET: pais alarmados
Por estas e outras razões, muitos pais se perguntam: que faz o Estado para proteger meus filhos? O mais estranho, neste caso, é que o Estado dispõe de um arsenal legislativo bem
completo para enquadrar os promotores da imoralidade e violência. Na França, por exemplo, o artigo 227-24 do Código Penal pune com até três anos ele prisão, e multas de 70.000 euros, quem produzir, transportar ou difundir mensagens de caráter violento ou pornográfico, suscetível de ser vista por um menor. Esta lei não é posta em prática, à semelhança do que aconteceu com a diretriz 97/36 da CE do Parlamento Europeu, que visa a proteção dos menores no caso de programas televisivos, notadamente os que contêm "cenas de pornogra-
fia ou de violência graluitas". No caso da internet, para desamparo dos pais, alega-se que o Estado não pode impor nenhum tipo de censura, ou que lutar contra essa onda é difícil. Um quarto dos sites de pedopornografia estão em servidores da Rússia, e a metade nos Estados Unidos, cujas legislações são liberais com este tipo de conteúdo. Seria preciso que o servidor do site fosse localizado, judicialmente citado, e que as autoridades interviessem junto ao país no qual está o servidor. Estes procedi mentos, longos e complexos, quase não existem; e quando são iniciados, o resultado é que o servidor muda de país. Desta forma, temos um Estado omisso diante da investida de poderes marginais que movem fortunas. Estudos sérios registram 420 milhões de páginas pornográficas na rede. A guerra contra esse poder demolidor da família, da inocência e da formação cristã de nossos filhos e netos está declarada. Os pais têm a obrigação de defender seus filhos, proporcionando-lhes uma educação moral elevada. Ademais, devem se mobilizar com energia, para que os poderes públicos saiam a campo e entrem em combate, antes que os estragos sejam irreparáveis . • E-mail para o autor: atili ofaoro @catol ici srno.co m.br
Ü alarme soou em diversos países, e no Brasil não é diferente. Os perigos da internet preocupam os pais, com ameaças múltiplas: pornografia, violência, contatos com redes de pedofilia e outros. ATíUO FAORO
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particularmente grave quando as crianças estão sozinhas, entregues a si mesmas diante da tela, sem monitoramento dos pais" - declarou Christine du Fretay ao quotidiano parisiense "Figaro". Ela é presidente da e-Enfance,
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associação que aJerta para os riscos da internet para crianças e adolescentes. É mais um importante alerta de que os pais devem estar atentos aos malefícios da internet, e os filhos devem ser formados moralmente e prevenidos dos riscos que correm. Esse instrumento de comunicação, que os filhos manejam geralmente melhor que seus pais, inquieta a maioria dos genitores na França. Foi a conclusão de uma enquete realizada pelo instituto de sondagem de opinião IPSOS para uma delegação interministerial do governo francês. De 801 pais e mães consultados, 52% estão preocupados com a má influên-
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eia da internet sobre seus pequenos entre 6 e 17 anos. A preocupação cresce nos pais com filhos adolescentes entre 15 e 17 anos: 65% declaram-se em estado de alarme contra a internet. Têm eles razão para estar preocupados? Sem dúvida, afirmam os responsáveis de numerosas associações que alertam para os perigos da pornografia e lutam pelo dire ito dos pais de proteger a inocência dos filhos. Algumas associações estão exigindo do governo francês um pólo judic ial específico, controlador do uso da internet. Um estudo ela Fundação para a Infância recenseou mais de dois milhões de imagens pedófilas em circulação na internet. "Alguns perversos utili-
zam, nos motores de busca, palavras-chave que são usadas pelas crianças", adverte Jacques Henno, jornalista e autor do livro Pornograjfo: a verdadeira violência. Segundo o comissário de polícia Fabien Long, "o desenvolvimento da internet leve como conseqüência facilitar consideravelmente o acesso, a difusão e a troca de imagens pedófilas na internet". SETEMBRO 2008 -
Governador de Roraima esclarece a controvertida
demarcação de áreas indígenas A soberania nacional continua an1eaçada. Roraima está en1 pé de guerra contra a decisão do governo Lu1a de demarcar uina enorme reserva em área contínua no noroeste do estado.
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ma extensa e preciosa área de nossa fronteira com a Venezuela e a Guiana Inglesa está ameaçada de tornarse definitivamente reserva indígena . Para tal, bastará o Supremo Tribunal Federal suspender a liminar impetrada pelo governa dor de Roraima, José de Anchieta Júnior, contra a demarcação em área contínua da Reserva Indíge na Raposa Serra do Sol. Os produtores rurais e parte da população - 80% dela constituída por índios já mestiços - das cidades da região estão ameaçados de expulsão pela Polícia Federal. Recentemente o Gen . Augusto Heleno, Comandante Militar da Ama zônia, manifestou sua posição contrária a essa política indigenista do governo federal. José de Anchieta Júnior - o governador mais jovem do Brasil - nasceu na cidade de Jaguaribe-CE em 1965. Em 1988, formou-se em engenharia civil pela Universidade Federal do Ceará (UFC), e em 1991 chegou a Roraima . Em 2006, foi eleito vice-governa dor. Com a morte do governador Ottomar Pinto, ocorrida em dezembro de 2007, assumiu o governo do estado . Em seu gabinete no Palácio Hélio Campos, recebeu a reporta-
gem de Catolicismo na tarde do dia 28 de julho de 2008 para, com entusiasmo e ponderação , explicar as razões de sua decisão -
CATOLICISMO
aos nossos colaboradores, Srs . Paulo Henrique Chaves e Nelson Ramos Barretto, as razões de sua posição contrária à demarcação da reserva em área contínua.
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Gov. Jm,é ele /\nchicta ,Jtí11ior: "Se Pl'OCC<ICl'll1OS a uma pesquisa junto à 11op11/ação, veremos que mais de 80% e/aquelas com1111i<lacles não que1·cm a demarcação cm área contínua "
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Catolicismo - Por que o Sr. entrou no Supremo Tribunal Federal com pedido para suspender a demarcação contínua da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol? Gov. José de A11chieta Júnior - Antes de esc larecer o motivo pe lo qu al nós entramos na Justi ça , prec iso di zer que a demarcação de áreas indígenas no Bras il é emblemáti ca, pois é fruto de uma política equi vocada da parte do governo f ederal. Especificamente, a Reserva Raposa Serra do Sol é uma área de 1.760.000 hectare ·, que o presidente Lula, através de decreto pres idencial de abril de 2005 , transferiu para os índi os daquela região. A contece que clenlro ela referid a área ex istem enlre oito e dez etnia s vivendo harm onicamente com os brancos, e onde o governo estadu al está presente para manter a sobrevivência daquela popul ação. Catolicismo - O Sr. tem o número exato dos índios que habitam a área da reserva? Gov. José de A11chieta Júnior - São estimados em 12 mil os índios que habitam lá, e para os qu ais o governo ci o estado dá assistência como ed ucação, recuperação ele estrad as, ele pontes, fomentos à pe-
cuári a e à agricultura. O estado ele Roraima conla com 400 esco las estaduai s, elas quai s metade são esco las para ed ucação dos índi os . Na Reserva Raposa Se rra do Sol, os índios já são ci vili zados. Se procedermos a uma pesq ui sa junto à população, veremos que mais ele 80% daquelas comunidades não querem a demarcação em área contínua. O que ex iste ele fato ali são interesses escusos de ONGs que, diga-se ele passagem, tomaram conta da Am azôni a lega l e representam com certeza interesses internacionais. Haja vi sta serem elas internac ionais, em sua grande maioria, e agirem através ele comunidades ca tó licas e evangélicas . N ão quero generali zar, pois em qualquer grupo humano pode haver pessoas de boa ou ele má fé. Lá ex iste uma ONG conduzida por uma dessas organi zações, cujo nome é CJR , e que demonstra interesse na demarcação em área contínua, razão do desencadea mento cio problema com seus habitantes . Somente agora, três anos depoi s ela ass in atura ci o decreto pres idencial, é que o governo Lula resolveu fazer a clesintru são dessas pessoas ele lá. Foi a partir desse momento que se afu nilou Lodo o processo, desencadeando os acontecimentos que o Brasil todo pôde acompanhar. O Exército nacional se negou a parti cipar ela operação ele retirada cios nãoíncli os, obri gando o governo federal a enviar a Polícia Federal para retirá- los.
Extensos p lantações de arroz em Roraima
"O Exél'Cito nacional se negou a J)al'Uci}Jar da opel'ação ele 1'ctiracla cios não-Íll<lios, obrigando o g,we,·110 /'eclcral
a enviar a PF f}arn retirá-los ".
Catolicismo - Por que o Sr. entrou no STF com pedido de suspensão da desintrusão dos não-índios? Gov. José de Anchieta Júnior - Porqu e era evi dente que, naquele momento, dada a insis1ênci a ci o govern o federal em retirar os não- índios ela região, nós iríamos ter com certeza uma tragédi a ele repercussão intern acional. Catolicismo - Falou-se também da falsificação de um laudo antropológico. Gov. José de A11cliiela Júnior - Houve ele fato o laudo manipulado. Da equipe que trabalh ou para fazer o laudo, não parti cipou ninguém ela soc iedade ci vil rora imense nem ela classe produtora. Ou seja, fo i um laudo antropo lógico fab ri cado pelo ClM I, pela FUNAI , e assin ado por antropólogos que nunca pi saram em Roraima. Em ra zão di sso, tal laudo antropológico perdeu sua credibilidade e valor, ao não levar em conta o res peito pelas pessoas que se encontravam lá morando há décadas e décadas. Catolicismo - Como o Sr. imagina harmonizar o desenvolvimento do estado, cujo potencial é muito grande, com essas imensas reservas indígenas demarcadas? Gov. José de Anchieta Júnior - Creio ser um problema muito fácil ele reso lver. Na verdade, o que o
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junção dessas du as áreas proc ura induz ir à idé ia de que ta is índios pe rte ncem a uma só e tni a, mas na ve rd ade são cerca de o ito a dez e tnias. São g ru pos de pessoas que vive m e pe nsa m de modo dife re nte. Aliás, re presenta a té um pe ri go qu e ta l de marcação sej a e m á rea contínua, po is e les não vão se e nte nde r e ntre si, o que pode rá res ulta r e m rivalidades e mo rtes .
índio precisa é exatame nte da integração. Ele precisa de c idadani a, de di gni dade, de educação e de saúde. O índio da Raposa Serra do Sol qu er hoje tec nolog ia agrícola, que r te lefone celular, que r inte rnet, quer te r acesso à uni versidade. E e le não vai o bte r isso co m esta política di storcida do governo federal. A FUNAI vem, de ma rca e va i e mbo ra, de ixando os índios vive re m a pró pria sorte . É muito fác il o bte r o apo io das comunidades indígenas pa ra faze r a integração, po rque nós temos uma po lítica clara de desenvo lvime nto e m parceri a com essas comun idades. Pro mo ve r seu desenvo lvime nto resulta rá e m ganho não ape nas pa ra o estado, mas ig ualmente para as comunidades indígenas.
Catolicismo - Como se encontra a situação dos índios dentro das reservas já demarcadas, quanto à alimentação, habitação, educação, saúde e renda? Gov. José de Anchieta Júnior - Às reservas indígenas nas qua is o estado tem acesso, nós consegui mos le var todo tipo de ass istência, exceção fe ita às á reas dos ianomâmis, o nde só pode e ntrar o pessoal da Sa úde, através da Funasa, e o Exérc ito bras ileiro. M as para se te r um a noção exata sobre a etni a dos ianomâmis - que vive isolada e m ple na fl o resta a mazôni ca, no noroeste do nosso estado - e do tipo de ass istê nc ia q ue os índi os vê m recebe ndo _po r parte do gove rno fede ral , a expectativa ele vicia deles é de a pe nas 45 anos. Então, que preserv ação cio povo indígena é essa? Nas áreas o nde te mos acesso e atu a mos, a in tegração é vo lun tá ri a e é condi ção sine qua nun pa ra q ue os ínJios possam sob re vive r. Outro dado impo rtante é que a Raposa dista cerca de 200 quilô me tros da Serra do Sol, e m linha re ta. Pe la de marcação, a Reserva Raposa Serra do Sol começa na Raposa, parte bai xa a oeste, até a Serra do Sol, pa rte alta e m direção ao Mo nte Roraima. A
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CATOLICISMO
O governador de Rorai ma, José de Anchieta (esq.), participo de audiência público sobre a política indigenisto e o situação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol , junto com o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger
Minérios como nióbio, tântalo, ouro, urânio, tório e diamantes são abundantes nos reservas ind ígenas demarcadas pelo governo. Será essa o cousa de tantas ONGs internacionais atuarem junto aos índios do Ama zônia?
Catolicismo - Ontem percorremos cerca de 350 km de carro pela região, e hoje sobrevoamos por três horas a Reserva Raposa Serra do Sol. E pudemos constatar o pequeno número de malocas, podendo ser contadas quase nos dedos das mãos. Gov. José de Anchieta Júnior - E há mais. O in teresse nessas de ma rcações, fe itas exata me nte nas fro nte iras bras ile iras com a Guia na lng lesa e com a Ve nez ue la, provoca o esvaziame nto de nossas fro nteiras, daí a preoc upação do Exérc ito com a questão - preoc upação qu e é ig ualme nte nossa. Nós afirmamos e m a udi ê nc ia pública que essa política dema rcató ri a influe nc ia rá a sobera ni a nac io na l. Por quê? Po rque não é a presença do índio que atrapalha, mas a a usência do branco. Com efeito, as íro nte iras brasile iras preci sam de vivificação, prec isamos marcar presença nas nossas fronte iras, e natu ra lme nte zelar pe lo qu e é nosso. Nas dema rcações, comparando os dados de orde m geog ráfi ca com o utros da mo rfol ogia, gê nese e c lass ificação do solo, ve re mos que a mbos co incide m. Se to marmos o mapa geográfi co das de marcações de Roraima e o ma pa das riquezas mine ra is de nosso subsolo, e sobre puserm os os do is, have rá um a pe rfeita harmo ni zação, po is uma área e rá exatame nte igua l à o utra. Po r baixo das rese rv as indígenas
estão as ma iores riquezas natu ra is de nosso es tado. Me ra coincidê nc ia !...
Catolicismo - A quem interessa isso? Gov. Jos é de Anchieta Júnior - Com certeza não será aos índios, po is e les não faze m pros pecção de solos . Sabe mos qu e há um interesse generalizado e ime nso pela Amazô nia. Te mos a maio r fo nte de água doce do mundo, te mos a maio r bi odive rsidade do mundo, te mos as maio res riquezas mine rais do mundo . É tão ó bvio, qu e às vezes fi co me pe rg untando po r qu e te mos de lutar tan to pa ra mostrar ao po vo brasile iro um a rea lidade tão lógica e clara. Ali ás, que ro agradecer à impre nsa pe la divul gação des ta ques tão do me u estado. Conseguimos passar para o povo bras ile iro o qu e ve m ocorre ndo aqui , graças à impre nsa, pois e la fo i so lidá ri a conosco e e nte nde u o nosso recado. Re fi ro- me de modo partic ul a r ao de po ime nto ele Ale xa ndre Ga rc ia a ind a o nte m, no progra ma Cana l livre da Band, no qu al o Gen. Lessa concede u e ntre vi sta. O grande a poio qu e o Ge n. He le no o bteve nos estimul a, po is a voz do povo é a voz de De us.
Catolicismo - O que acontecerá com os habitantes de cidades naquela região que conhecemos como Pacaraima, Uiramutan e Normandia, e das vilas como Surumu, Pontão e Flechai? Gov. José de Anchieta Júnior - Vo u começar pelo lado o timi sta. Hoje, es to u ac redita ndo mui to na inde pe nd ê nc ia do STF. Es ta mos num mo me nto e m que o STF ve m mos trando com muita isenção, com mui ta res po nsabilidade, a maneira de condu zir esses processos qu e representa m os inte resses do Brasil. Pa rtic ul a rm e nte, pe nso qu e a de ma rcação da Raposa Serra do Sol será sem dúvid a um a balizado ra para as de mais de ma rcações que vie re m a ser fe itas Bras il a fora; por isso, a de marcação va i sofrer alterações. Po r o utro lado, se pe rma necer como está, será mui to la me ntá ve l, po is nossa luta não vai parar po r aí. Pode re mos pe rde r a bata lha, mas não perde remos a g uerra. Na disc ussão so bre a Raposa Serra do Sol nós j á fo mos mui to lo nge. Conseguim os c hamar a atenção do po vo pa ra a pro priedade e para o patrimô ni o do povo brasile iro. Mas se pe rm anecer como que r o governo fede ral , e u não tenh o dú vida de que os índios fi carão aba ndo nados pa ra sempre, po is o go ve rn o federal não va i faze r nada po r e les. De minha pa rte, vo u continuar o meu trabalho a fim de ass isti-los. A pre valecer a de marcação e m á rea contínua, e u não me permi tirei aba ndo ná- los.
"Há um interesse imenso pela Amazônia. 1'cmos a maior /'onte de água doce do ,mmdo, temos a maior biocliversidade, temos as maiorns riquezas minerais"
Riquezas naturais da Amazônia
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res de arroz ameaçados de expulsão de suas terras? Go11. José de A nchieta Júnior - Quero deixar claro que es ta luta do go ve rn o es tadu al de Roraima contra a de marcação co ntínua não é para defe nde r os inte resses de me ia dú zia de arroze iros, mas para defende r o inte resse de toda aquela po pulação produtiva qu e vive lá, e mais espec ificame nte os arroze iros. A Raposa Se rra do Sol te m um a área de 1.760 .000 hecta res. Exi ste m seis arrozeiros lá que produzem o corres po nde nte a 7% do PIB de Roraima . Eles produ zem não ape nas para o consumo inte rn o, mas ex po rtam o excede nte para os estados do Amazonas e do Tocantins. Esses home ns estão trabalhando lá há mais de 30 anos, com tec no logia e equipa me ntos de po nta, gerando e mpregos para muitos índios da região, e hoj e estão fa dados a le r de la rgar, a sair de lá. Di gase de passagem, deve ser a área de arroz mais produtiva do Bras il po r hectare plantado. Eles tê m du as safras e meia po r a no. O mundo está atra vessando um a c ri se de alime ntos, e é um a ocasião que o Brasil pode ri a esta r apro ve ita ndo para desenvo lver s ua produção de grãos. Mas exatame nte nessa hora surge essa po lítica equivocada, que re ndo reti rar os produto res de arroz de lá e cessar a produção. •
Catolicismo - Governador, o que representam para a economia do estado os produto-
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de s ua idade. Mas também porque, a julgar por sua catad ura, bem pode ser um empresário abastado, a lg uém que ocupa o u já ocupo u uma a lta situ ação. E ntretanto, aq ui e le é um s imples a nô nimo como tantos o utros, na solidão e na provável incapac idade de aprec iar a be leza do desfile. Pouco adia nte, um casal ig ua lme nte vestido com roupetas vu lgares de nossos dias. Parecem e ntretanto ma is impressiona dos , e a esse títul o menos deteriorados pe los tóxicos anestesiantes da vida moderna, q ue condenam os ho mens a um interminá ve l fasti o.
A festo do Pálio de Siena atinge seu ponto oito no corrido de cavalos, montados por jóqueis representat ivos dos contradas
O garbo
e o enfado w.
G ABRIE L DA S ILVA
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ovens em vistosos trajes do sécul o XV desfilam co m ga rbo na famosa Piazza del Campo e m forma de concha, junto ao mag nífi co Palácio Público de Siena (Itá lia). Aí se desenrola anu a lme nte a fes ta do Pálio, desde o sécul o XVI, e m ho nra de N ossa Senhora da Vi s itação o u de Provenzano, e m 2 de julho; e e m J 6 de agosto, di a seguin te à comemoração da Assunção. P ovos com muita vitalidade t:êm necess idade de mani festações leg itimame nte grandi osas, sem as quais ta l vitalidade poderá gerar frustrações o u extravasar de modo ca nhestro. A origem próxima do Pálio de Siena fo i a proibição das corridas de touros, decretada pelo Grão-Duque da Toscana e m 159 1. Mas seus antecedentes se perdem na Idade M éd ia, pois trata-se na realidade de uma fo rma de manifestação das contradas, que são corp o rações representativas dos bairros da c id ade. As contradas, de ori gem medieva l, conservam até hoje seus colo ridos trajes e símbo los, com forte influê nc ia renascentista.
A fes ta do Pálio de Siena atin ge seu ponto a lto na corrid a de cava los, mo ntados por jóqueis de cada uma das contradas. É a parte emotiva. Mas ex iste sobretudo o lado maravilhoso do desfile, e m que os participantes executam com seus escudos, estanda rtes, ta mbo res e mú sicos uma espéc ie de coreografia com suas bande iras . O número de contradas j á c hegou a 49. Hoje são apenas 17, das quais somente JO disputam a corrida, por um s istema de revezamento a nu a l. Seus no mes são pito rescos: Águia,
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CATOLICISMO
Caram.L1;jo, Onda, Pantera, Selva, Tartaruga, Unicórnio, Concha, Torre, Lagarta, Dragão, Carneiro, Girc!{a, Porco espinho, Loba, Ganso. Todas têm cores e s ímbo los próprios. As bandeiras rubro-negras com listas brancas da foto A indicam tratar-se da Contrada da Con1;ja.
N a· fotos A e B, ressa lta um interessante con traste e ntre os desfi lante e os assistentes, e ntre o a nti go e o mode rn o. N a foto (A), dois jovens da contrada desfraldam suas bandeiras co m donai re: corpo e reto, passo firme, porte e legante. Atitude teatra l? Certa me nte, mas ne m por isso de ixa de re presenta r um va lo r que os participa ntes querem trans mitir aos presentes : a upre macia do belo sobre o feio, da firmeza sobre o desmazelo, da ordem sobre a desorde m. E ntre os ass istentes a postura é bem o utra, característica das multidões conte mporâneas. Ao centro, um senhor cuj a carranca reve la o e nfado modern o, vestido de modo inadeq uado para a sole ne fest ivi dade; apa re ntemente trata-se de um turista e uropeu setentri ona l, a quem a ditadura da moda impôs trajes ridículos e degrada ntes. Degradantes, sim , po rque ressa lta m os inconve ni e ntes
Algum le ito r poderi a objetar: não é justo comparar assi m a juventude com a ve lhice. M as na fo to (B) aparecem do is jovens, e també m a í observa mos o mes mo contraste e ntre a postura firm e e e reta do jovem - c uj as cores indi cam pertencer à Contrada da Selva e a do coetâ neo que vai a seu lado, de be rmudão. Este, e mbora ig ualme nte forte , não tem a e legâ nc ia do primeiro e parece ma l-hum orado. Estará precocemente tomado pe lo e nfado? Ou trata r-se-á de um s imples e nsaio, que desagrada o nosso j ovem de tênis? Modos de ser e trajes modern os vão sufoca ndo aos poucos as mani festações de persona lidade dos itali anos esuas ri cas e sec ulares tradições. Na ex ube râ nc ia de suas manifestações regio nai s, estes constitue m a inda um dos mai s a rtísticos e inteli gentes povos da E uro pa. As contradas e o Pálio de Siena surg iram , como tantas tradições e uropé ias, de um ca ld o d e c ultura d e fund o metafísico- re li g ioso com raízes na [dade Média c ri stã. A esse título representa o esple ndo r de um povo que teve e continu a a ter papel re levante no que subs iste da C ri standade medieval. • E- mail do aulOr: w-gab ri cl @ca1o licis1no.co rn .br
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E necessário recorrer aos santos anjos para debelar a ação diabólica. Sobretudo ao nosso anjo da guarda, para que nos guie nas sendas do autêntico espírito católico. PuN10 MARIA SouMEO
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ão Bernardo exc lama en levado a propósito dos anjos: "Que maravilha!" E, em segu ida, ele demonstra o seu entus iasmo pela ação dos anjos: "Cristãos, podeis crer? Os espíritos celestes não são sarnente os arijos de Deus, mas também. os anjos dos homens. Sim, Senhor; eles são vossos anjos, eles são nossos anjos". O grande pregador francês Bossuet ( 1627- 1704), Bispo de Meaux, faz-l he eco: "Ó cristãos! Credes não serdes associados senão corn homens. Não pensais senão em satisfazê-los, como se os anjos não vos tocassem. Desenganai-vos. Há um povo invisível que vos é unido pela caridade. 'Vós vos aproximastes da montanha de Sion, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste, e da multidão de muitos milhares de a,~jos' (Heb. 12,22). Um de sua companhia bem-aventurada está ligado e!>pecialmente à vossa conduta. E todos tomam parte em vossos interesses, mais que vossos pais mais ternos, mais que vossos amigos mais íntimos". 1 Essa verdade conso ladora está contida nas Sagradas Escrituras e na Tradição, tendo sido sistematizada pelos grandes teólogos e doutores da Igreja, que nos apresentam uma doutrina sólida e coerente sobre a natureza e missão dos anjos em gera l e do anjo da guarda em particular. Penetremos um pouco nesse maravilhoso mundo angélico.
Os santos anjos <lese/e a Antiguidade Quase todas as religiões pagãs cultuavam espíritos intermediários entre os deuses e os homens, isto é, corruptelas de anjos e demônios, como resquício da revelação primitiva. Para o homem, sem as luzes da Revelação e da Fé, a ex istência desses seres espirituais era apenas uma fugaz reminiscência; ou, quando muito, uma conj ectura fatigante, se bem que genial e bela. Feli zmente temos um testemunho, não apenas mais concreto do que a crença comum e o acordo de todos os povos, mas infalível: o Espírito Santo nos declara, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, que há anjos que executam as ordens de Deus e trabalham pela salvação dos homens. Para nós, católicos, a crença nos anjos é um dogma de fé. Dizemos no Credo que Deus é cri ador de todas as coisas visíveis e invisíveis ( visibilium et invisibilium), isto é, também dos anjos. A liturgia está repleta de referências a esses espíritos angélicos, como também o Ritual Romano os invoca muitíssimas vezes. A verdade sobre a ex istência dos anjos foi definida de modo sole ne no IV Concí·~ lio de Latrão ( 1215): "Deus ... desde o princípio do tempo criou do nada duas espé:s cies de seres - os espirituais e os corporais, isto é, os anjos e o mundo". De forma idêntica se expressa o [ Concílio do Vaticano ( 1870). Segundo o Padre José Morales, a doutrina definida so lene me nte pela Igreja a SETEMBRO 2008 -
respeito dos anj os contém c inco afirm ações princ ipais: a) os anj os ex istem ; b) são de natureza espiritual; c) fo ram cri ados por Deus; d) fo ram cri ados no começo do mundo; e) os anj os maus ou demô nios fo ram cri ados bo ns, mas se pervertera m por sua própria ação. 2
Os
santos anjos nas Sagradas Escrituras
Nos Livros Sagrados a presença dos anj os é freqi.iente. Para sermos mais precisos, a palav ra anjo(.1) ocorre 136 vezes no Anti go Testame nto, e 174 no Novo. Como di z São G regóri o Mag no, "quase todas as páginas dos livros sag rados testi,ficcun que existem w1jos e arcanjos " .3 Tobi as e Danie l são os livros mais ri cos do Anti go Testamento e m alusões aos anjos. Já no Novo Testame nto os anjos aparecem não só nos mi stéri os da vida de Cri sto (Nasc imento, Paix ão, Ressurreição e Ascensão), e m s ua pregação, como també m na vida da lgreja primi tiva, a começar pelos Apóstolos. Sa nto To más de Aquino apresenta para a criação dos anjos um a razão de conveni ênc ia, de grande profundid ade fil osófi ca: "É ne-
cessário adnútir a existência de algurnas criaturas incorpóreas, po rque u requer a perfeição do universo "." Isso porque Deus
Santo Tomás de Aquino apresenta para a criação dos anjos uma razão de conveniência, de grande profundidade filosófica: "É necessário admitir a existência de algumas criaturas incorpóreas, porque o requer a perfeição do universo".
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CATOLICISMO
atin g ir nossos sentid os. Por isso, de ordinári o, tomam a fi gura humana na sua expressão mais bela e mais pu ra : a crian ça com sua graça e candor; ou o jo ve m resplandecendo de fo rça, nobreza e be leza. O ma is das vezes aparecem com asas, como se lê nas Escritu ras e o atesta m as legendas cri stãs, para significar a sublimidade de sua conte mplação ê a pron tidão com a qu al executam as ordens de De us. E ntre tanto, esses es píritos ce lestes, como ensin am Santo To más e todos os escolásticos, não info rmam esses corpos do modo como a a lma inform a os corpos vi vos: e les os movem, mas não os anim am. Nesses corpos fo rj ados, e les estão co mo um operári o na máquina que manobra. Imitam os movimentos do ho mem, da ndo a impressão de qu está vivo . Co mo o operári o que não te m nenhuma li gação perm ane nte com a máq ui na, ass im o anjo não te m nenhuma relação com o boneco que fo rmo u, fora das missões a que fo i destin ado.
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scl'l1iam " <los anjos
apóstatas
O s teó logos e nsina m que os anj os fora m c ri ados e m estad o de g raça , mas se m a vi são de De us. Desde o prime iro in sta nte de s ua exi stê nc ia, to maram co nsc iênc ia de sua natureza, perfe ita e m si mes ma. Isso os e nc he u de gáudi o e de lo uvo res a De us. Mas o C ri ado r não qui s parar na me ra natureza. Convidou os a nj os a subir aind a ma is a lto , ac im a de les mes mos, a um destino so bre natural que ultrapassava tud o o qu e pode ri am conceber: conte mpl ar a De us face a face e m um eterno e jubiloso êxtase de a mo r. Segundo grandes douto res, no in stante em que os anj os fora m convidados a partic ipar da vida divina, De us lhes teri a reve lado sua futura dependênc ia em re lação ao Verbo Encarnado; e que Maria Santíss ima, "cheia de graça" (Lc 1,28), e mbora simples filh a dos ho mens, ocuparia uma pos ição ac im a de todos e les junto a seu Filho, por sua excelsa di g nidade de Mãe de Deus. E e les teriam de servi -la. Muitos dos espíritos angé li cos - um terço de les, segundo se dedu z do Apoca lipse6 - preferiram dar o brado "non serviam!" (não servi rei - rej e ito o plano de Deus) . A reação desses anj os rebe ldes é be m descri ta por Frei Berna rd-Marie :
c ri ou toda as coisas para que tornassem manifes ta a sua bondade, e de a lgum modo parti cipasse m dessa bo ndade . O ra, essa parti c ipação e manifes tação não seri am perfe itíss im as senão no caso e m que houvesse, alé m das cri aturas meramente materi ais, outras compostas de matéri a e espírito (os ho mens); e, por fim , outras puramente espiritua is, que pudessem refl etir de modo mais ple no as perfe ições di vin as. Ao contrári o da natureza do ho me m, que é composta (isto é, fo rmada de dois e lementos di stintos, o corpo e a a lma), a dos a njos é uma natureza simpl es, purame nte espiritual. E mbora a alma humana sej a espiritu al, foi criada por De us para vive r em uni ão substanc ial com o corpo; quando se dá a morte e a alma se separa do corpo , e la permanece em estado de vio lê ncia e nqu anto não se dá a ressurreição dos corpos. Já o anj o não te m, como o ho mem, necessidade de um corpo. Desse modo, é um ser mais perfeito. Qu anto à natureza, é inferi o r apenas ao própri o Deus. Não se pode, pois , conceber o anj o à maneira de uma alma hum ana separada de seu corpo. Esta última não é ca paz daquilo que o anj o pode faze r por sua sim ples natureza. O conhec imento do a njo é ma is perfe ito que o dos homens. Para e le, ver algo j á é conhecer e m toda sua profundidade a coisa vi sta. O Cardea l Lepi cie r observa que, co mo os anj os possuem um conhec imento das le is físicas e químicas que ultrapassa tudo quanto a ciê ncia possa ter descoberto ou ve nha a descobrir, e, além do mais, tê m um pode r ime nso sobre a matéri a, pode mos di zer que difi c ilme nte se encontra rão no universo fe nômenos naturai s que os anj os não tenham a capacid ade de produ zir, de um modo ou de outro. Essas ações angélicas são por vezes tão surpreende ntes, que chegam a parecer mil ag res. O anj o só não pode faze r algo que esteja acim a da natureza cri ada, como, por exempl o, ressusc itar mortos o u prever o futuro. Sendo entretanto ex tremame nte inteli gente, e te ndo um co nhec ime nto profundo da natureza e dos ho mens, um anj o (igualmente um demô ni o, anjo deca ído) está e m condições de faze r conj ecturas muito prováve is sobre o 5 rumo que to marão as co isas ou os aco ntecimentos, postas certas causas e condições. Além di sso, sua vo ntade é constante e efi caz. Querendo e les cabalmente o que desejam, nunca se apartam do que uma vez esco lheram . Por isso o pecado dos anj os mau s teve conseqi.iências sem fim , po is a esco lha que fi zeram fo i de um a vez para sempre. Daí també m a eternidade do casti go no Infe rno, como a do prê mi o no Céu.
Em vez de formarem o cortej o daque la que seri a a Rainh a d os anj os e dos santos, passaram a armar in sídi as ao seu ca lcanh ar, isto é, aos filh os e devo tos de Mari a, conforme ass inala São Lu ís M ari a Gri gni o n de Mo ntfo rt e m seu fa moso Tra tado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.
Anjos IJO<lem aparncer cm lig11ra humana
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Al gumas vezes os a nj os, qu ando e nviados por De us à Terra para alguma mi ssão junto aos ho me ns, ass ume m fo rma humana, a fim de aco modar-se à nossa natureza e
A ex istênc ia e atuação dos anjos da guarda é crença firm emente estabelec id a na tradi ção cri stã. Apesa r de j amais te r sido de finid a como dogma 1 ~ •...-·~'"'""
Segundo grandes doutores, no instante em que os anjos foram convidados a participar da vida divina, Deus lhes teria revelado sua futura dependência em relação ao Verbo Encarnado; e também a Maria Santíssima, "cheia de graça" (Lc 1,28)
"Para seu puro espírito, isso constituía certamente uma prova, porque equi valia a pedir-lhes que deixassern uma urdem bela e boa em si, para se submeterem, a uma outra paradoxal, que não podia ler sua coerência senão no Amor divino, indo além de to das as exigências de uma natureza criada. Para aderir a tal plano, era necessário que eles abandonassem seu julgamento de criatura e aceitassern colocar-se, com toda cor,fiança, no que lhes propunha seu Criado,: Esse ato de a,nor sobrenatu ral era para eles, ao mesmo tempo, ocasião de mérito e de cooperar livremente com seu destino de eterna beatitude. Certos rnísticos .sustentaram que, nesse instante de escolha, os ar;jos fo ra111 confortados em seu ato de abandono a Deus pelo que eles perceberam do ser imaculado de suafittura Rainha, ao mesmo tempo tão humilde e tão próxima do Altíssimo". 7 De acordo com a orde m sobrenatu ra l da ca ri dade co muni ca nte, eles preferira m perm anecer pequ enos "deuses" solitári os di ante do grande Deus trinitári o, mas definitiv ame nte fo ra de sua vi sta. "De rnudu que, conclui
São Tornás, pelo seu li vre arbítrio o anjo pecou, voltando-se contra seu próprio bem, sem u ordenar à reg ra superior que é a vontade di vina "_ H
anjo <la g11anla, nosso celeste IJl'0tcto1·
SETEMBRO 2008 -
"Ninguém é tão pequeno e insignificante que não tenha anjos para a sua proteção. Eles vigiam e vos guardam para que não vos afasteis de Cristo vosso Senhor". Papa Pio XII
de fé (é dogma de fé a ex istênc ia dos anjos e m geral, não especificame nte dos anjos da guarda), não pode ser negada, po is se trata de uma doutrina universalmente aceita e sempre e nsin ada pe la Igreja,9 sendo tema de sua pregação ordinária, que impregno u profundamente ao lo ngo cios séculos o sensus.fidelium, ou seja, a sensibilidade cristã, o instinto sobrenatural dos fiéi s. Tal doutrina está so lidame nte fund ada nos teste munhos da Sagrada Escritura e da Tradição: Santos Padres, Mag istéri o Ec les iás tico, Liturg ia. Está tão be m firmada na Igrej a, que - segundo o grande teólogo j esuíta cio séc. XVTT, Francisco Suárez - seri a te merári o e quase incidir e m erro contra a fé querer negá- la. Ele não hesita em concluir que essa verdade tem a certeza mesma da fé . 111 Com efeito, é sentime nto co mum dos Santos Padres e cios teólogos que, logo ao nascer, o homem recebe de Deus um desses angélicos guardiões, que o aco mpanhará durante a vicia; e de po is de sua morte, o levará, segundo o modo como tiver vivido, ao Paraíso o u ao Purgatório, pois está afi rmado na Sagrada Escritura: "Eis que eu enviarei
o meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho, e te introduza no lugar que preparei " (Ex 23, 20-23). E se tiver sido condenado para todo o sempre, e le o abandonará às portas do Inferno. Que m ousari a negar uma verdade ensinada pelo pró prio Salvador? Aos seus discípulos, advertindo-os contra os escândalos e m relação às cri anças, di z: " Vede que não
desprezeis a um só destes pequeninos, pois eu vos declaro que os seus anjos vêem continuamente a face de meu Pai que está nos Céus" (Mt 18, 1O). Essas palavras deixam cl aro que mesmo as crianças pequenas tê m seus anjos custódios, co mo também que estes anjos mantê m a visão bea tífica de Deus ao descer à Terra para atender e proteger seus custodiados. Ora, se as crianças tê m um anj o da guarda, por que haveri am de perdê- lo atingindo a idade madura? "Quando crescidas e adultas, seus anjos haviam de abandoná-las?" - perg unta o Papa Pio Xll, comenta ndo o Evangelho, numa a locução no dia 3 de outubro de 1958, poucos dias antes de sua morte ocorrida no dia 9 do mesmo mês. E responde: "Sem dúvida que não! Ninguém é tão
pequeno e insign(ficante que não tenha anjos para a sua proteção. Eles vigiam e vos guardam para que não vos afasteis de Cristo vosso Senhm: [. .. ] Queremos avivar vossos sentúnentos de vivência fra terna e amiga para cornos anj os. Eles são sempre perseverantes em seu zelo por vossa salvação e santUicação. Durante toda a elernidade - que Deus vo-la conceda f eliz-, estareis unidos com eles em santa alegria. Começai j á agora a conhecê-los ". 11 E m uma palavra, os anj os nos faze m compreender que tudo o que não está orde nado à nossa salvação não é senão loucura, e que é necessári o pedir a De us a inte li gênc ia da verdade. Quando vivemos em estado de graça santificante, o nosso sa nto anj o é o guarda de honra da Santíssima Trindade presente em nossa a lma. Somos um templo de Deus, onde nosso anjo O adora.
"Meu anjo caminhará acliantc de ti" Com muita poesia, o Sa lmo 90 ex prime toda a solicitude de Deus para conosco, por me io cio anj o da guarda: "O mal não virá sobre ti, e o flagelo não se aproximará da tua tenda. Porque mandou lDeus] os seus anjos em teu favo ,; que te
guardem em todos os teus canúnhos. Eles te levarão nas suas mãos, para que o teu pé não tropece em alguma pedra" (S I 90, 10- 12). E as palavras de Deus a Moisés, como se lêem no livro do Êxodo (23, 20-23), indica m os múltiplos ofíc ios que incumbem ao anj o da guarda, de proteção e de conselho, como também nossos deveres para com e les, de respeito e submi ssão: "Eis que
eu enviarei o meu anj o, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho, e te introduza no lugar que preparei. Respeita-o, e ouve a sua voz, e vê que não o desprezes; porque ele não te perdoa rá se pecares, e o meu nome está nele. Se ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que te digo, eu serei inimigo dos teus inimigos, e qfligirei os que te afligem. E o meu w~jo caminhará adiante de ti". CATOLICISMO
A necessidade que temos da celeste proteção angélica deve-se ao fato de estarmos desti nados a ser, de futuro , companheiros cios anjos no Céu, e ocupar a seu lado um dos tronos de ixados vazios pe la queda cios anjos rebe ldes. Ta l necessid ade, ademais, provém sobretudo da própria humana fraqu eza. Como não imaginar o e mpenho que o demô ni o terá, por exempl o, para que um recém-nasc ido não receba as ág uas regeneradoras do batismo? Em sentido contrário, que empenho cio anjo da guarda dessa criança, que intercessão junto ao trono de De us para que e la sej a bati zada em tenra idade e te nha prope nsão à virtude ! O anjo só passa a custodiar a nova cri atura depo is que ela sa i das entra nhas maternas. Isso porque, desde o momento da concepção até o nascime nto, o anjo da guarda da mãe guarda também o filho, ass im como que m guarda uma árvore carregada de frutos custodia também a fru ta juntamente com a árvore.
Nossos anjos nos protegem nos perigos físicos e mornis São Roberto Be larmino, doutor da Ig reja, afirma : "Os anjos custódias protegem os homens de perigos físicos e morais. Nada do que afeta os homens deixa de interessar-lhes. Tudo o que, de um modo ou outro, qfeta nosso destino eterno, os afeta: o desencadearnento das forças da natureza, ataques de animais, paixões, intrigas, conspirações, guerras, tudo pode ser obj eto de uma intervenção decisiva do a,~jo, desde o m.omento em que o destino eterno dos amigos de Deus está emjogo". 12 A fun ção princ ipal do anjo da g uarda é iluminar-nos e m relação à verdade, à boa do utrina . Mas sua c ustódia tem també m muitos outros e feitos, como reprimir os demônios e impedir que nos sej am causados danos espirituais ou corporai s. Ele nos auxili a sobretudo a lutar contra os demônios e s uas te ntações, permitidas por Deus. Segundo alg un s teólogos, o demôni o é o respo nsável por quatro quintos de nossa malícia. Santo Hil ári o afi rma que todos os males que sofrem os ami gos de Deus não têm outros instigadores senão os de mô ni os: a execução vem dos ho mens ; a inspiração, dos anjos ca ídos. Nossos santos anj os da gua rda reza m por nós e oferecem nossas preces a Deus, tornando-as mai s e fi cazes pela sua intercessão (Apoc. 8, 3; Tob. 12, 12), sugerem -nos bons pensamentos, inc itando- nos a faze r o bem (At 8, 26; J O, 3ss). Do mes mo modo, qu ando nos infli gem penas com o objetivo de nos corrig ir (2 Sam. 24, 16). E, mais importante que tudo o mais, qu ando nos assiste m na ho ra da morte, forta lecendo-nos contra os supremos assa ltos cio demô ni o.
OJ'crecem nossos soli'ime11tos pacientemente suportados Alé m de nossas orações, nossos anj os da g uarda oferecem também a Deus nossos sofrim entos paci ente mente s uportados . Como puros espíritos, e les são impass íve is e in sensíveis, não pode ndo ass im partic ipar po r si mes mos dos dolorosíss imos so frim entos de Nosso Senhor Jes us C ri sto em sua Paixão. Essa g lória cabe-nos a nós, ho mens, o que pode provocar nos anjos uma santa invej a. Não possuindo sofrime ntos própri os, e les oferecem a De us Nosso Senhor os nossos, al enta ndo-nos a suportá- los com a mor para nos asseme lharmos mais à Vítima do Calvári o. Diante de Jó, mergulhado profundamente em seu sofrimento, raspa ndo com um caco de telha suas feridas, os anjos param com respeito: "É que eles eslimam esse santo
homem, f elizes de assinalar sua fide lidade na prova. Eles vêem que não podem ter essa honra, e se satisfa zem louvando-a; seguem a pompa do triw1/o e tomam parte na honra do combate, cantando o valor do vitorioso", come nta Bossuet. 13 O s demô ni os, por sere m es píritos angé li cos, tê m um a c iênc ia muitíss imo supe rio r à nossa e conhecem os segredos da natureza, pode ndo influir e m nossos humores para nos tentar, ou mes mo nos provocar doenças, não só nervosas mas també m físicas. Do mesmo modo os anjos podem curar nossos ma les me lho r do que os ma is competentes médi cos, e da ma neira mais cabal , se isso for para a maior g ló ri a de Deus. Por essa razão devemos recorrer a e les, principalmente ao nosso anjo da g uarda, a que m Deus confi ou nossa vicia e nossa mo rte.
A função principal do anjo da guarda é iluminar-nos em relação à verdade, à boa doutrina. Mas sua custódia tem também muitos outros efeitos, como reprimir os demônios e impedir que nos sejam causados danos espirituais ou corporais. SETEMBRO 2008 -
Devemos Ínvocar os anjos da guarda do motorÍsta, do maquÍnÍsta ou do pHoto do avjão que tomaremos. Nossa vÍda depende, não poucas vezes, de uma fração de segundo ou de um centímetro de desvÍo.
l11 voca,· cm W<lo nosso anjo da guan/a Hoje em dia, apesa r ele todos os progressos ela técnica, corremos muitos riscos em nossas viagens. O ho mem, que inventou a máquina, freq üe nteme nte é sua vítima. Por isso elevemos sempre nos recomendar ao nosso anjo ela g uarda e m todos os trajetos curtos ou longos, não só para que nos proteja contra possíve is acidentes, mas também para que ex pul se ele nossas vias todos os demônios e ho mens perversos, e façam com que nosso percurso, que fazemos para a g lóri a ele Deus, resulte em benefício ele nossa vicia esp iritu al. Devemos invoca r os anj os ela guarda cio motorista, cio maquini sta ou cio piloto cio av ião que tomaremos. Nossa vicia clepencle, não poucas vezes, ele uma fração ele segundo ou ele um centím etro ele desvio. Se os anjos ela guarda fossem mais invocados, sem dúvida dimin uiria muito o índice ele acidentes.
N a iminê nc ia da morte, são rezadas junto ao enfe rmo as orações dos ago ni zantes ou e ncomendação da alma a Deus, pedindo mais um a vez o auxílio dos santos anjos: "Par-
te deste mundo, alma cristã, em nome de Deus Pai onipotente, que te criou; ern n.orne de Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que por ti padeceu; ern. norn.e du Espírito Santo que sobre ti desceu; [... ] em nome dos santos a,~jos e arca,~jos; em nome dos tronos e dominações; em nome dos principados e potestades; em nome das virttules, querubins e sel'l~fins; que São Miguel te acolha, esse arcm~jo de Deus que ,nereceu ser 0 chefe da milícia celeste! Que os santos anjos de Deus venham ao teu encontro e te guiem para a cidade da celeste Jerusalém.' ". Enfim, o doente entrega a alm a a De us. Nesse mo mento solene do desenlace a Igrej a se inc lina sobre seu le ito de morte e, pe la boca do sacerdote ou de outra pess,oa presente, suplica e mpenhada mente: "Acorrei, santos de Deus; dai-vos pressa, anjos do
Maria: /JCla graça, su1Je1·io1· a to</a a milícia angélica
Senhor: recebei a sua alma, introduzi-a na presença do A/tíssinw. Receha-a Cristo, que por ti chamou, e os anjos te conduzam ao seio de Abraão".
Um auto r jesuíta - que esc reve sob o pseudônimo ele A.M.D.G 14 - faz notar muito bem que a própria Mãe ele Deus fo i submetida, como os anjos, a uma escolha esp iritual radical. Ao convite cio arca nj o Gabriel, Ela també m poderi a, em tese, responder como os anjos maus, non serviam! (não servirei! ). Abrasada do amo r de Deus, Ela respondeu com um Fiai amoroso e total. Sa nto Tomás ele Aquino, em seu come ntário ela Ave- Maria, observa que, antes ela Anunciação, não se tinha jama is o uvido dizer que um anj o se tivesse inc linado diante ele uma criatura humana. São Gabriel, entretanto, o fez di ante ela Santíssima Virgem. Por quê? Se e le o fez ao saudá- la, é porque Mari a, e mbora mera criatu ra, era- lhe superior por sua plenitude ele graça e fa mi Iiaridac!e com De us, mas sobretudo por sua cli gniclacle ele futura Mãe ele Deus. Fora Ela destinada a re inar no Céu, ac im a cios anjos e santos. Essa passagem cio Angélico Doutor é ass im desenvolvida pe lo re no mado teólogo francês Pe. Reginald Ga rri gou-Lagrange O. P.:
C hega depois o momento doloroso de se separar do e nte querido. Da igrej a e le será carregado processionalmente até o cemité rio, ao som dos sinos fúnebres. Durante esse cortej o, a Igreja ca nta: "Que os a,~jos te levem ao paraíso . [... ] Que o coro dos a,~jos te
"A graça habitual que recebeu a bem-aventurada Virgem. Maria no instante rnesmo da criação de sua santa alma fo i urna plenitude, na qual já se veri:ficava aquilo que viria dizer o anjo no dia da Anunciação: 'Ave Maria, cheia de graça'. É o que a.firma, com a tradição, Pio IX, ao definir o dogrna da lm.aculada Conceição. Ele diz mesmo que Deus, desde o primeiro instante, 'de preferência a qualquer outra criatura ' (prac creaturi s universis), fê- la alvo de tanto amo ,; a ponto de se comprazer nela corn singularíssima benevolência. Por isto curnulou-a admiravelmente, mais do que a todos os w1jos e a todos os santos, da abundância de todos os dons celestes, tirados do tesouro da sua Divindade' (Pio IX , Bula lnejfábilis Deus). "Um pouco n·1ais adiante, na mesrna bula, diz o Papa /Pio IX] que, segundo os Padres da Igreja, Maria é superior pela graça aos querubins, aos serc1fins e a toda a milícia angélica (ornni exercitu angelorum), ou seja, a todos os cu~jos juntos". 15 É o que afirma São Germano, dirigindo-se a Mari a: "A tua honra e dignidade colocam-te acima de toda a criação: a tua sublimidade fa z-te superior aos c11~jos". 16 "Os anjos te comluzam ao seio
e/e Abraão"
No termo de nossa vicia, a Igreja, nossa Mãe, nos acompanha passo a passo com seus sacramentos, orações e liturg ia, para nos auxi liar na doença e no último transe. E supl ica a Deus, a cada passo, que mande seus anj os em nosso aux ílio. Assim é a liturg ia tradicional. ·Qu ando a doe nça, ta lvez a última, desce sobre um lar atingindo um de seus membros, a Igreja, ao e ntrar na casa em pranto, na pessoa de seu mini stro, pede a Deus: "Dignai-vos, Senhor; enviar do Céu vosso santo anjo para que guie, conserve,
visite e defenda esse doente e todos os que habitan·1 nesta casa ". Mas o doente está na iminência da morte. É prec iso ad mini strar-lhe os últimos sacra n ntos, para o purificar de suas últimas faltas. Se o doente já fez uma boa confissão, está pronto para receber o sacramento da mi sericórdia. Se não, o sacerdote, antes de mi1 istrar-lh a Extrema Unção (Unção dos Enfermos), confessa-o e administrn-lhe a sagrada comunhão, como viático para o embate final.
preste hornenagern, e tenhas eterno descanso com Lázaro, o pobre de outruru ". O cortejo se aprox ima e nfim do lugar da última mo rada. É poss íve l que o túmul o
Na ÍmÍnênCÍa da morte, são rezadas junto ao enfermo as orações dos agonjzantes ou encomendação da alma a Deus, pedÍndo maÍs uma vez o auxí]jo dos santos anjos
sej a novo, e que precise, portanto, da bênção da Igreja. Ao benzê-lo, o ce lebra nte apela mai s uma vez para os sa ntos anjos: "Ó Deus, por c1,(ja misericó,dia as almas
dos fiéis estão ern. descanso, dignai-vos abençoar esta sepultura, para ela um a,~jo custódio" - quer dizer, um anjo da guarda . Missão do anjo e/a guarda clepois de nossa mol'tC No mo mento e m que a a lma do falecido se separa do co rpo, vem a hora tremenda cio seu juízo particular, a que assiste seu anjo ela guarda. Se a pessoa tiver vivido como um sa nto - o que é um heroísmo neste vale de lágrirnas, principalmente nos nossos di as - seu anjo da guard a aco mpanhá-la-á jubiloso ao Paraíso, canta ndo ambos hinos de g lóri a a Deus. Se falecer na graça de Deus, mas tem a inda que se purificar no Purgatóri o, o que é mais habitu al para os que se sa lvam , se u anj o da g uarda levá- lo-á, perm anecendo do lado de fora durante todo o tempo de sua purgação. Segundo di z Sa nto Agost inho, um a conso lação que o anjo ela guard a procura então para a a lma de seu protegido é dar-lhe conhec ime nto das orações e boas obras que estão sendo feitas por ele na Terra. Além disso, por me io de inspirações, sonhos ou le mbranças, leva os parentes, am igos ou pessoas piedosas a faze rem sufrág io. pela a lma do falecido, sobretu do med ia nte o Santo Sacrifício da Missa. Os anjos aplicam também aos fa lec idos os benefícios inesperados, não merec idos, da co munhão cios santos. Depois que a alma de seu proteg ido term ina o período de purificação no Purgatório, che io de alegria seu anj o da guarda a leva para o Céu, onde ocu pará um dos tronos vagos pe la apostas ia dos anj os maus ou de môni os. Mas devemos considerar tam bé m a hipótese, tão possível quanto terríve l, ele a alma culpada ser conde nada. Aquela a li ança de amor e ntre o anjo da guarda e a a lma de seu proteg ido cessa então nesse mo mento. E le aco mpanhará até a entrada do ab ismo infe rna l seu antigo protegido, a fim de pôr-lhe o último se lo.
O cuidado do anjo e/a guarda por seu /J1·otegido Após o fa lec imento de alguém, o anjo da g uarda velará para que e le não fiqu e insepulto e que vá para um cemitéri o, po is e m seu cadáve r está a semente da ress urre ição.
CATO LI C ISMO SETEMBRO 2008 -
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Os anjos da guarda podem mesmo providenciar a inumação dos corpos e render-lhes esse último dever, como a Santa Maria Egipcíaca. Os anjos da guarda se estabelecem depois como guardiões de seus despojos mortais, para que não sejam profanados até que, ao som da trombeta, no dia do Juízo Fi na l e les se recomponham ressurrectos. Evitam também que os demônios utilizem de modo ignominioso esses corpos, deixando-os sofrer em paz a ação das leis da corrupção. Há entretanto santos que, por especial dispos ição da Providência, não sofrem em seus corpos a lei da corrupção depois da morte, durante períodos maiores ou menores. Seus anjos da guarda velam para que seja observado, com relação a esses corpos milagrosamente intactos, o respeito e a veneração devidos, até o momento em que poderão sofrer também, como todos os mortais, a lei da corrupção da carne. E zelam por eles enquanto são expostos à veneração dos fi éis, como relíquias. Enfim, depois de ter guardado nossos restos mortais para a ressu rre ição, o anjo da guarda estará presente no dia do Juízo Final, quando o corpo voltar do pó ao estado de carne, tal como na vida mortal. "Quando vier o Filho do homem na sua majestade, e todos os anjos com ele (Mt 25, 3 l), para esse dia do Juízo
Final, se tivermos morrido em Cristo, abrir-se-ão esses mesmos olhos e contemplaremos nosso anjo da guarda, levantar-nos-emos sobre seus j oelhos, e sua doce bênção será o sacramento da vida gloriosa ". 17 Nesse terrível e glorioso dia, "virão os anjos, separarão os maus do meio dos -.~11!1,ô;.,--..:<M- ~ justos e lançá-los-ão na fornalha de.fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes" (Mt 13, 1/ 49): e "os anjos abrirão e~tão os.fossos do a~ismo p~ira ali lançar os réprobo!, ~ grita, rão: Factum est (tudo esta consumado). E altos eleitos de Deus mesclar-se-ao as santas falang es, segundo o lugar que terão merecido, e entc7o a epopéia angélica e a epopéia humana serão f echadas por um eterno Alleluia ". 18
EXEMPLOS DA INTERVENÇÃO DO ANJO DA GUARDA EM NOSSOS DIAS Proteção do anjo junto aos amigos de botequim Uma mulher, há não muito tempo, procurou um sacerdote e lhe di sse: "Não é
No dia do Juízo Final, "virão os anjos, separarão os maus do meio dos justos e lançá-los-ão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes" (Mt 13, 49)
CATOLICISMO
todos os dias que meu marido entra num botequim; mas quando isso acontece, é só de madrugada que ele volta, e sempre embriagado. Um sacerdote me aconselhou a rezar muito ao anjo da guarda dele, e também aos anjos dos amigos e colegas que na hora estivessem com ele. De um tempo para cá, meu marido volta cedo, sempre bem disposto e nunca embriagado. Há dias disse-me ele: 'Preciso consultar um especialista, por causa do meu coração. Quando estou com os amigos no bar, sempre às nove e meia, começo a fi car inquieto e angustiado; nada me satisfa z, e tenho inexplicável repugnância por qualquer bebida. Sinto-me virtualmente impelido a sair, e só em casa é que outra vez me acalmo. Deve ser o coração .. .' - Ah! Eu conheço o meu marido; ele não sofre do coração! Veja, padre, sempre que meu marido sai de noite, eu reza o terço em honra dos anjos de todo aquele pessoal ali no bar. Estou convencida de que a tal inquietude ou angústia vem dos santos anjos". 19
Angélico "C11ga110 telel'ônico " sa/ya /'amília Ocorreu um fato nos Estados Unidos, no qual se vê a intervenção do anjo da guarda: O Sr. William Cranks, católico praticante, estava dormindo em seu apartamento na Rua 47, em Nova York, quando ele madrugada tocou o telefone. E le acordou mal-humorado, com forte dor de cabeça, para constatar que era engano. Resolveu então aco1~dar a mulher e pedir-lhe para pre parar algum alimento, mas a encontrou desmaiada. As pressas escancarou as j ane las e telefonou para a polícia, que chegou rapidamente e, com aparelhos de oxigênio, socorreu a senhora e as três crianças. Os policiais, sentindo forte cheiro de gás, descobriram que o aquecedor do banhe iro se deteriorara, e que o gás estava entrando nos quartos pela porta entreaberta. Não fosse pela insistente c hamada telefônica, as cinco pessoas na casa teriam morrido intoxicadas pe lo gás. Bom católi co, o Sr. Cranks atribuiu logo o fato ao seu anjo da guarda, que os livrara de morte certa.20
Despertada pelo anjo no meio da noite, para salYar o fllllinho Quantas mães cristãs devem ao seu anjo da guarda ou ao de seu filhinho o ter sido este livre de perigos que muitas vezes ignoramos! Como ocorreu no caso segu inte: Uma mãe cristã e bem digna de fé contou ao religioso americano Frei Paul O'Sullivan o seguinte fato: "Cada dia eu recomendava a Deus e a seus santos anjos minha numerosa
fàmília. Uma noite eu despertei com estas palavras, bem distintamente pronunciadas: 'Levanta-te'. Olhei ao meu redor, e tudo esta va tranqüilo. Pensei ter sonhado, e retornei a dormir. Uma segunda vez a voz, mais imperativa, reiterou a advertência: 'Levanta-te'. Então eu me decidi, e pus-me a examinar meu quarto. Qual não.foi meu espanto, e ao mesmo tempo meu reconhecimento, quando percebi o m.ais novo de meus filhos, de somente vinte e dois meses, caído de seu berço, e de tal modo emaranhado em suas cobertas, que sufocava sem poder livrar-se nem gritar. Eu o livrei e recoloquei no berço, abraçando-o como a um pequeno ressuscitado, e agradecendo ao seu anjo da guarda e ao meu, intimamente persuadida de sua mediação nesse fàto tão providencial". 21
O a11jo da guare/a do menino Michael O seguinte fato traz tão forte marca de veracidade, que dificilmente pode ser contestado. É narrado também por Frei Paul O 'S ullivan, e ocorreu há uns trinta anos nos Estados Unidos. Tem sido reimpresso muitas vezes, com a garantia pessoal daqueles que estavam presentes na hora da ocorrênc ia. Numa pequena cidade da Pensilvânia, o pároco, com a ajuda de algumas fre iras, estava prepara ndo as crianças da paróquia para o santo sacramento do crisma. Na véspera da cerimônia, as crianças foram levadas à igreja para fazer sua confissão. De repente começou um cochicho entre as crianças, o que muito desagradou a uma das religiosas presentes, pois julgou aquilo leviandade. Notou que elas cochichavam umas com as outras, olhando todas na direção de um de seus companheiros, um menino de dez ou doze anos de idade, e ordenou às crianças que ficassem quietas e se recolhessem. Voltando à escola depo.is da confissão, e la lembrou novamente às crianças que na igreja não se deve fa lar nem cochichar. Para seu espanto, elas contaram-lhe que haviam visto um anjo, e estavam muito surpresas de que ela não o tivesse visto també m. O tom ele inocênc ia e sinceridade, e ao mesmo tempo a unanimidade com que todos afi rmavam que hav iam vi sto o anjo, impress ionou a boa irmã. De fato, parecia não ser possível duvidar cio que e las afirmavam. No entanto, para tornar os fatos mais concretos e claros, e la fo i chama ndo as crianças separadamente, e dili gentemente perguntou a cada uma o que tinha ocorrido, e como.era o anjo. Uma vez mai s as crianças descreveram, cada uma separadamente, com perfeita concordância até nos detalhes, exatamente o que haviam vi sto. O co legui nha Michae l, exce lente menino, tinha ido confessar-se. Quando deixou o confessionário, as crianças todas viram um belo anjo, de um branco imaculado e radianteme nte belo, acompanhando Michael: primeiro ao a ltar o nde e le se ajoelho u, depoi s ao seu lugar no banco. O anjo tinha suas asas abertas e uma expressão de terno amor, quando o lhava para Michael. Imediatame nte as crianças, surpresas, exc lamaram: "Olhem! Olhem! Oh, como é belo!". A freira, mais do que nunca convencida ela veracidade do que as crianças lhe contavam, apressou-se em contar o fato aos padres. Estes discutiram entre si, e sem levantar suspeita nas crianças, começaram também a questioná-las. Elas estavam profundamente impressionadas, porque não viam razão para duvidar do que afirmavam tão firmemente. Sua Excelê ncia, o Bispo, chegou à noite, e os sacerdotes o informaram de tão consolador inc idente. Ele também q ui s ter um a confirmação pessoa l, e uma vez mais as crianças, sem vac ilar, narraram a e le todos os fatos como antes . Inquirindo sobre o comportamento de Mi chael, soube que ele era realme nte um bom e inocente menino. Era alegre e bom companhe iro, di ligente aluno. Se bem que morasse muito di sta nte da igreja, assistia às instruções regul armente e sabia suas lições com muito cuidado e aplicação. O bi spo, os padres e as freiras convenceram-se de que o anjo da guarda de Michael tinh a de fato mani festado sua presença. • E-ma il do au1or: pmsolimeo@ca1ol icismo.com.br
Notas: 1. Jacques-Bénigne Bossuet, Sermão para a f esla dos Anjo., da Guarda, apud A.M.D .G., les Anges de Dieu, am.is des homm.es. Disponível na Internet em: ht tp ://www. spi ri tua Iite-e h re ti e nne .co m/ anges/ange-gardien/ref-09.htm l 2. José Morales, El m.ülerio de la creaci6n, EU NSA, 1994, p. 202. 3. Apud Fr. Ángel Pe iia O.A.R., 7tt Amigo, e/ Ángel, Lim a, Pe rú , 2. 000, p. 5. Disponíve l na Inte rnei em: h I lp:/ /www. au tor escato l icos. o rg / ange lpena I l .pdf. 4. Suma Teológ ica , 1", q. 50, arl. 1. 5. Cfr. Gustavo Antônio Solimeo e Lui z Sérg io So limeo, Anjos e Dernônios: A luta contra o poder das trevas, Artpress, São Pau lo, 1996, pp. 23-28. 6. "(O Dragão) varria com sua cauda uma terça parle da., estrelas do Céu, e as atirou à Terra " (Ap 12,4). 7. Fr. Be rnard - Mari e, o. f. s ., Bulletin de l 'CEuvre eles Campagnes, nº 205 - Janv. Fév. -Mars 2003. Disponíve l na In ternet em: hltp:/ /www .spiritual ile-c hreti e n ne.com/ anges/ange-gard ie n/ref- 14.htm l 8. Suma Teológica, 1", q. 63, art. 1, ad. 4. 9. C fr. Catecismo Romano, Parle JV, cap. JX, nº 4. 10. F. Suárez, De Angelis, 1.4, c.33, n.3, p.536. C fr . J. Rib e l, la Mys liqu e divin e distingu ée des contrefaçons diaboliques et eles ana log ies humain e., - Paris, Pouss ie lgue Freres, 1879. 11. Apud Frei Severino R. G isder, A11cios ... Fantasia ou realidade? Edições Louva-aDeus, Rio de Jane iro, 1992, p. 65. 12. Apud Fr. Ángel Peiia O.A.R., Ángeles en acci611, Lima, 2.006, p. 20. Disponível na Internet em: h llp ://www .au toresca to l icos .o r g / angelpena 12.pdf. 13. Apud A.M.D.G. , op. c it. 14. A.M.D.G., l es Anges de Dieu, Amis des hommes, cap. VIII : Des Anges Gardiens. Di sponíve l na Internet e m: http://www. sp iritua Iile-c hretien ne.co m/ anges/ange-gard ie n/ref-09. html 15. Pe. Reg. Garri gou-Lagrange, O. P., A plenitude inicial de graças em Maria, in "La vie sp iritue lle" nº 253, mai o de 1941. 16. São Germano, Hom. li in Donnitionen1 Bea/ae Ma riae Virginis : PG 98, 354B. Apud Pio X II , e nc. c itada. 17 . Abbé Th. Lava i, l e Monde lnvisible ou Trailé dog111a1iq11e et ascétique eles Anges, cap. IX : l e rôle de.v Anges. Disponível na Intern ei e m: http://www. s pi ri tua Iite-e hret ie n ne.co m/ an ges/ange-gardien/ref-02.htm l 18 . Mons abré, Quin zieme Conference Carême 1875, apud Abbé Lavai , op. c it. 19. Apud Frei Severino Gisder, op. c it. , p. 70. 20. Plini o Maria So limeo, Os Anjo.v, nossos celestes protetores, Ed. Padre Belchior de Pontes, Arlpress, S. Paulo, 1997, p. 38. 2 1. Fr. Pau l O'Su llivan , loc. c it. p. 63.
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prias ao sexo fem inino. Em tudo se adiantava, praticando mortificações desconhecidas então na corte imperi al. Proibiu a entrada no seu apartamento e nos de suas irmãs de pessoas do outro sexo, e não fa lava com homens senão em público. Reco mendava a Deu s todos os negócios de Estado, e não tomava nenhuma decisão séri a sem antes ter ouvido as pessoas scfüias e virtuosas que compunham seu conselho. Ela pensava com rap idez e obrava com reso lução, não se tendo notícia de que, durante toda sua vida, houvesse uma só rebeli ão no im péri o, o que era raro naq ueles tempos conturbados.
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Santa Pulquéria
Moeda com a efígie de Sta . Pulquéria
A santidade elevada ao trono G overnante querida e respeitada, defensora da Igreja e da ortodo\ia ratúlica cm meio aos esplendores ela corte in1pcrial de Constnnt inopla PLINI O M ARIA SOLIMEO
S
batizou a santa
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CATOLICISMO
anta Pulquéria nasceu no ano de 399 em Constantinopla, filha do Imperador Arcádio e da Imperatri z Eudóx ia. Batizada por São João C ri sóstomo, revelou desde cedo senso adm ini strativo e rara piedade. O Imperador Arcád io, ao morrer em 408, deixou Teodósio, filho de apenas oito anos, a filha Pulquéria, somente dois anos mais velha do que ele, além de outras filh as menores. Por isso, designara como tutor do imperador-menino um dos homens mais sábios do império, Antimo, muito ligado a Santo Afraates e a São João Cri sóstomo. Pulquéria demonstrou tanto tino e maturidade, que em 4 14, tendo apenas 15 anos, foi proclamada Augusta, para compartilhar o governo com seu irmão.
Apesa r de ser apenas doi s anos mai s velha que Teodósio , Pulquéri a enca rregou-se de sua ed ucação, cerca ndo-o de mestres hábeis e virtuosos. Aplicou -se em in spirar- lhe profundos senti mentos de piedade. E nsinou-o a rezar, a ama r tudo quanto se relacionava com o culto divino, e sobretudo a defender a doutrina da santa I greja. Teodós io rr fo i casto, devoto, moderado, mas sem indepe ndência de ânimo e sem talento de governo. Pulqu éri a cuidou igualm ente ele suas duas irmãs menores, Arcádia e Mariana, levando-as a progredir na virtude. Incentivou-as a fazer, como ela, o voto ele virgindade, consagrando-se assim a Deus. Juntas tomavam as refei ções e faziam os exercícios ele piedade, empregando o tempo livre em trabalhos manuais ou outras obras pró-
Pulquéri a era resoluta advogada de São Flav iano, Cri sáfio procurou o auxílio de Eudóx ia para afastar os doi s. Num sínodo que São Flav iano ti nha convocado para anali sa r uma disputa havida em seu clero, o arquiman drita Eutiques, li gado a Crisáfio, fo i ac usado de heres ia. Embora São Flaviano o tratasse com clemência, procurando fazer com que se retratasse e aba ndonasse a posição herética que
Ingratidões e intrigas de coric Quando Teodósio comp letou 20 anos, Pu lquéria deu-lhe como esposa a mai s bela e culti vada donzela da corte, filha de um l"ilósofo pagão de Atenas. Esta converteu-se, e no batismo tomou o nome de Eu lóx ia. M esmo depois de se torn ar imperatri z, Eudóxia compunha, com graça e espírito, escri tos e poemas. Sua sabedoria era universal, tendo sido assombrosos seus progressos em gramáti ca, retórica, matemática, música e poesia. Era também perita em bordados com ri os de ouro e de púrpura, arte na qual assina lavam-se então as damas da sociedade. Grata a Santa Pulquéri a, qu e a havia elevado ao tron o, de início Eudóxia via com comp lacênc ia a influência del a sobre o irmão. Mas depo is de se tornar imperatri z, quis ela mes ma governar o marido. Influenc iada por de sco ntentes da corte, começo u a press ioná- lo para que afastasse Pul quéri a da capital imperi al.
Injustiças e o "co11cílio de ladrões " N esse tempo, sucedendo a São Proclus, foi elevado à Sé de Constantinopla ão Fl aviano, fato que contrariou os desej s de Crisá fi o, ministro de Teodósio 11. Este procurou de todos os modos íazer o novo bispo cair em desgraça li ant e do imperador. E como Santa
anali sar a situ ação. Eutiq ues fo i abso lvido, apesar dos protestos cio enviado papal , e todas as medidas contra ele anul adas. Flav iano foi con denado e deposto. Duramente maltratado em seu ca minho para o exíli o, faleceu três di as depois. Um partid ário ele Dióscoros fo i nomeado para sucedê- lo na Sé de Consta ntinop la. São Leão I escreveu vá ri as epístolas advogando a inocência de São Flaviano, espec ialmente a Teodósio li , a Santa Pulquéri a e ao c lero de Constantinopla. Fez mais : convocou um concílio em Ca lcedôn ia (ver aba i xo) para julgar a farsa do que denomi nou "concíli o de ladrões". São Flav iano foi inocentado.
Sai cio rctfro para clcl'e11der a Igreja
O Papa São Leão I concedeu grande apoio à Santa Pulquéria
defendia a respeito das duas naturezas de Cri sto, Eutiques não abandonou a heres ia. Diante da rec usa, São Flav iano pronunciou sua sentença de deg radação e exco munh ão. Env iou depois uma relação co mpl eta do que se passara no sínodo ao Papa São L eão 1, que aprovou sua decisão. Eu tiques ape lou para o imperador, rec lamando que a justiça hav ia sido violada no sínodo, e pedindo rev isão do mesmo. Fei ta esta por ordem de Teodós io U, nenhuma irregul arid ade fo i constatada, e São Flavia no fo i inocentado. Entretanto, o patri arca de Al exandria , Diósco ros, que súditos se us ac usavam de v ida irregu lar e op ini ões heretizantes, tomo u o partido de Eutiques. Crisáfio co nvenceu então Teodósio a convoca r em É feso, no ano de 449, novo concí li o, sob apresidência de Dióscoros, para de novo
Para fazer opos ição a Pulquéri a, Eudóxia levou o marido a apoiar o heresiarca Nestório, que atacava a maternidade divina de Nossa Senhora, e cuj os erros hav iam sido condenados pelo Co ncíli o de Éfeso em 43 1. Eudóx ia apoiava também o heresiarca Eutiques. Em vão São Cirilo de A lexandria tentou fazer ver à imperatri z Eudóx ia o erro em que caía . Teodós io li publi cou um ed ito no qual aprovava tudo o que hav ia sido fe ito pelos hereges. São Ci rilo de Al exandri a enviou então a Pulquéri a, que sempre se mostrara ardente defensora da f é, uma obra que intitu lou De .fide ad Pulcheriam, pedindo-lhe defender a verdadeira doutrina da Igreja. Pulquéria convenceu o irmão a voltar atrás, e o reconhec imento dos erros de Nestório pelo imperador deve-se sobretudo à sua influência. Os nestorianos, aproveitando-se de toda a in triga ex istente no palác io, li derada por C ri sáfio com o apoio da imperatri z Eud óx i a, press ionara m também o imperador a afastar Santa Pulquéri a. Sem nenhuma recriminação ao irmão nem à cunh ada, que se mostravam ass im tão in g ratos, ela afastou-se para um a propriedade sua no campo, para ali levar uma vida verdadeiramente monástica.
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Eudóxi a entreme ntes continuava a apoi ar Eutiques e os nestori anos, ameaçando não só a ortodoxi a mas també m o império. Em seu retiro, ao saber do que se passava na corte, Pulquéri a fi cava pe ne trad a de do r, mas não pensava e m intervir. Entretanto, o Papa São Leão supli cou-lhe encarecidame nte que deixasse seu reti ro e fosse em auxíli o da Re li gião perseguida. Pulquéria voltou à corte para fazer cessar os abusos de que eram vítimas a Religião e o Império. Conseguindo falar a sós com seu irmão, o fez com tanta força e persuasão, que lhe tornou claro o abismo em que se tinha precipitado, apoiando Nestório contra São Cirilo de Alexandria. Teodósio II procurou remediar com novas leis o mal que tinha feito. E baniu da corte os instigadores da desgraça da irmã.
Ú11ic<1 se11hom <lo Império Rom<1no do Oriente Quando Teodós io II fal eceu em 450, devido a uma queda de cavalo, sua viúva Eudóx ia re tirou -se para um convento e m Jerusa lém, onde terminou piedosame nte seus di as. O que resta de seus inúmeros escritos de monstra que e la se torno u uma fe rvo rosa católica, depois de ter, por más influênci as, apoiado os hereges. Com a morte do irmão, Pulquéria tornou-se única senhora do Império Romano do Oriente. Entretanto, para firmar sua autoridade, julgou seu dever dividi-la com o hábil general Marciano, viúvo, que juntava a um conhecimento profundo dos negócios um zelo ardente pela fé católica, incomum virtude e amor pelos pobres. Casou-se com ele, mas decl arou-lhe o voto de virgindade que havia feito, e seu desejo de que Marciano o respeitasse. Assim ela o e levou ao trono imperial , vivendo ambos em continência.
Tanto Marciano quanto Pulquéria opunham-se aos rovos e nsinamentos de Dióscoros e Eutiques, eivados de heresia. Por isso, Marciano informou ao Papa São Leão seu desejo de convocar um novo concílio, como era também desejo do Pontífice, para julgar os dois renitentes. O zelo de ambos pela ortodoxia mereceu-lhes grandes elogios da parte do Papa São Leão e dos padres reunidos nesse Concílio Ecumênico de Calcedônia, em 451 , que condenou e excomungou novamente o heres iarca Eutiques, excomungou e depôs Dióscoros de sua Sé, e declarou São F laviano mártir da fé. Os imperadores, para dar mais força a esse Concílio, assistiram pessoalmente a seis de suas sessões. Na sexta, Marciano e Pulquéria estiveram presentes com grande acompanhamento de todos os comissários imperiais e do senado. O imperador fez um di scurso e foi lida a profi ssão de fé fe ita na sessão anterior, novamente aprovada pelos imperadores. Essa sessão terminou com alegres aclamações ao imperador e à imperatriz, que fo ram comparados a Constantino e Santa Helena. Santa Pulquéri a trouxe e ntão os restos morta is de São Flaviano para a capital do impé ri o, o nde foram recebidos triunfa lmente, e os sepulto u junto aos seus predecessores na Sé de Constantino pl a. Q uando, ainda e m 451 , Átila envi ou um ul tim ato aos imperadores para que lhes pagasse pesado tributo, sob pena de invasão, Pul quéri a e Marciano respo nde ramlhe que tinh am ouro para os ami gos, e ferro para os inimi gos. E recru ta ndo novas tropas, guarnecera m as fo rta lezas e se prepararam para a guerra, o q ue fez o huno desviar seus olhares para o decade nte Impéri o Romano do Oc ide nte, que com efe ito atacou. Para aniquilar a he res ia ele Nestó ri o, qu e negav a a mate rnidade
divina de Nossa Senho ra, Pulquéria mandou co nstruir no impéri o três magnífi cas igrej as e m honra da Mãe de Deus. Uma de las, especialmente bela, recebeu um quadro de Nossa Senho ra de muito valor, que a Impe ratri z Eudóxi a lhe havia mandado de Jerusalé m, e que era atribuído a São Lucas. O que comprova que a paz e o afeto havi am voltado a reinar e ntre as duas imperatri zes . Al é m de ig rej as , Pulqu é ri a construiu também hospitais, casas para peregrinos e, sempre preocupad a com o decoro das casas ele Deus, fez- lhes grandes doações. Ta mbé m ma ndou trazer de volta para a capital imperial os ossos de São João Cri sóstomo, que morrera no ex íli o . Se ndo fav o recid a por uma vi são, mandou buscar as relíqui as dos 40 mártires de Sebaste, que foram encontradas próximo de Constantinopla. A grande imperatri z fal eceu no dia lO de sete mbro de 45 3, aos 69 anos. Du rante a vida, havi a sido a protetora da Igreja e dos pobres, e de ix o u e m fa vo r de les todos os bens de que podia di spor. M arc iano executou fi elmente o testamento de sua esposa, e conti nuou as boas obras que e la havia começado. E foi , por fim , reunirse a e la em 457, depois de quatro anos de enérgico governo. • E-ma il cio autor: pmsolimeo @ca to lic ismo.com.br
Obras consultadas: - Juan Bauti sta We iss, Historia Uni versal, T ipog rafi a La Edu cac ió n, Ba rce lo na, 1928, tomo IV. - Ede lvives, El Sa nto de Cada Dia, Ed itoria l Lui s Vives , Saragoça, 1955 , to mo V. - Pe. José Le ite, S.J. , Santos de Cada Dia, Ed ito ri a l A.O., Braga, 1987, to mo Ili . - J.P.Kirsc h, Saint Pulcheria , T he Ca tholic E ncyc lo pc dia , O nlin e c diti o n , www. New Ad vent. org - Les Petits Bo ll andistes, Vies des Saints, Blo ud et Barrai , Libraires-Éditeurs, Pari s, 1882, tomo X 1.
A sabedoria dos mosteiros N ELSON RI BEIRO FRAGELLI
s empresári os estão cada vez me nos sati sfe itos com seus exec utivos. Não se trata pro pri amente de sua fo rmação profi ssional, nem de seu empenho e m procurar novos clie ntes. O pro ble ma se encontra na atitude moral dos executivos: e les se tornaram egoístas. Em servi ço, proc ura m exageradamente benefícios pessoa is e m detrimento das vantagens da empresa. Num liv ro publicado e m junho de 2008, uma equipe suíça de pesqui sad o res e mpresari a is apresenta um a solução. Depois de minuciosas investi gações, chegaram e les à conclusão de que as empresas de veriam ado ta r os usos dos mos te iros beneditinos. O título do liv ro é significativo: O que podem as empresas aprender com os mosteiros . Como essa equi pe chegou a ta l conc lu são, tão abstru sa para o mundo conte mpo râ neo? *
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Se reduzirmos os moste iros beneditinos à condição de meras "empresas", foram e les as que ma is duraram em todos os séculos. Seus abades ("empresários", segundo a ótica desses suíços) os tornaram grandes, influentes e ricos. Foram pi oneiros de um mode lo econôm ico de produção que enriquece u todo um con tine nte: a Europa. As riqu ezas q ue ac umul a ram fora m as mai ores até então conhecidas. Qu al a ca usa desse sucesso? Os mo nges-ad mini stradores, como recome ndação para o êxito de sua mi ssão, não recebi am dos abades mais que dois ou três princíp ios. Estes eram ri gorosos, mas hav ia g ra nde libe rdade de ação. Nos adm in istradores não se vi a
cresc imento da Orde m. O sistema era tão pe rfe ito, qu e até mes mo sob má admini stração no caso de abades des interessados da gestão - a Orde m progredi a. E os autores do livro conclue m: e m sua gestão, tinha cada monge muito cl aro que o objetivo último de seu trabalho não era sua vantagem, nem mesmo a da Orde m, mas tudo se faz ia tendo De us em mente. De us de veri a refl etirse na grandeza da Ordem e da C ivili zação Cri stã que e la gerava. •
"egoístno, nem f avoritismo, nem ganância", assinala o livro.
E- mail para o autor: ne lso nfra ge l Ii@catol ic is mo .com .br
Ond ' estava o segredo? Ligava-os à Orde m a monumental Regra de São
Bento. Llla est·1be lec ia um equilíbrio perfe ito entre o incentivo ao sucesso pessoal, a recompensa pe los resultados e o CATOLICISMO
Dois exemplos da iniciativa empresarial beneditina: um dentifrício (acima à esq .) e uma destilaria
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NACIONAL ne la tudo quanto ainda conservava ele o rde nado, ele costumes tradicionais, de lo uça nia juve nil. E isto para faze r cios jovens um in strume nto privileg iad o da rebeldia contra os supe ri ores, da re pugnâ nc ia pela vida e m família, do desprezo po r toda forma de propri edade privada, difundindo o ho rro r ao passado , a libe rtin agem mais desvairada, a ace itação cio mo nstruoso e cio contrá ri o à natureza. Mús icas cacofôni cas, da nças de lirantes, pressão para usar a nticoncepc io nais, aborto, promi sc uidade ele sexos, nove las corruptoras; professores, livros didáticos e currículos escolares ensinando a perversão; até práticas satânicas - nada fo i poupado por essa máq uina infe rnal para deformar a me ntalidade dos jovens e fazer deles seres mai s a~jetos que um hippie ou um punk. O resultado e ntre ta nto fi cou lo nge, e até muito longe ele ser propo rc io nado à ava lanc he e ao impacto dos me ios e mpregados para corro mpe r. É ve rdade que o mime tis mo, ocas ionado pe las modas e pela pressão ela mídia, levou a ime nsa maiori a dos jove ns a apresenta r um exteri o r revoluc io nário, a utili zar roupas e ling uage m degradada, e mes mo a adquirir hábi tos vi c iosos . M as e m numerosos e importantes po ntos, contra toda a ex pectativa, o jovem resistiu e não se dobro u. Conti nuo u fi el ao ideal de fa míli a (m uitas vezes, mesmo quando sua fa míli a se desfaz ia por efeito do divó rc io e o utras pragas), fi e l à impo rtâ nc ia ele progredir na vida co m base na propriedade privada, e saudoso das tradições, que abando nava a contragosto po r impos ição do am bi e nte.
Em que se11tido o jovem <le hoje é mais conserva<lor?
Juventude conservadora P esquisa abrangente do Dau1fr>llw apresenta dados muito significativos sobre o conservadorismo dos jovens brasileiros, ao contr6l'io do que costuma ser difundido pcln mídia ;1 Revolução da Sm'bonnc GREGÓ RIO V1VANCO LO PES
s dados de recente pesquisa condu zida pe lo Datqf'olha podem parecer surpreende ntes para que m está habituado aos pa râ metros difundidos pelos jo rn ais, pe la TV, pe lo rádi o , e nfim pe los me ios de co muni cação. Mas e les corresponde m à rea lid ade que vemos e m torno de nós, sempre que não nos de ixa mos impress io nar desmesuradamente pe las apa rê nc ias. A pesqui sa fo i publicada sob o títul o Jovem, século XXI , e m cade rno espec ial da "Fo lha ele S. Paulo", e m 27-7-08. Antes ele e ntrarmos no conc reto da pesquisa, convém esc larecer o que ne la se eleve e ntende r po r "conservado r".
De modo que, fe ito um balanço g lo bal, pe rg unta-se: é certo que o jove m dos anos 50 e 60 era mais conservador que o desta primeira década cio novo milênio? A resposta, se objetiva, te m que ser: "é prec iso di st ing uir" .
É c laro que, 60 anos atrás, os jove ns esta va m mai s proxi mame nte li gados a háb itos ainda vivos do passado, mov ia mse num a mbi e nte mais co nservado r, receb ia m apoios mais ex plíc itos para viver na no rm alid ade. Mas e les não hav iam sido submetidos ainda ao bo mbardea me nto mo ral e psico lóg ico desencadeado a partir ele 1968. Em boa medida, eles própri os fora m protagonistas dessa re vo lução e aderiram às muda nças e à re be ldi a. O jovem ele hoje, pe lo contrário , passou po r esse bombardea me nto e res istiu a e le e m gra u conside rável. E e m dive rsos po ntos te m a nseios ele voltar atrás. De modo que, considerado o caminho pe rcorrido, é certo que o j ovem ele hoje está situ ado mais adiante na linha el a Revolução do que o das décadas de 50/60. Po ré m, se considerarmos o fundo de a lma e as res istênc ias opostas ao processo revoluc io ná ri o, o j ovem de hoje é ma is conservado r - e a pesquisa do Datqf'olha o confirm a.
Razões naturais e sohl'e11at11rais Caberi a ind aga r as razões ele tal fe nôme no, tão surpreende nte . Não é o caso aq ui ele faze r um estudo ele soc io log ia ne m ele psicologia. Po r isso, esboça mos apenas du as causas, a sere m aprofu ndadas oportunamente: um a de o rde m natural e o utra sobre natural. Co mo ca usa natural , convé m reconhecer que o processo revoluc io nári o corre u de mais, queimou etapas, e desse modo leva nto u contra si res istências e opos ições que não esperava. Mas parece não ser sufi ciente só isso para exp licar a amplitu de e a força cio fenômeno . De o nde so mos levados a nos pe rg unta r se não ho uve também uma ação da graça, obtida de Deus pela Virgem Santíssima, com o fim de co meçar a prepara r as a lm as para as gra ndes conversões que elevem ocorre r quando cios aco ntec ime ntos - te rríve is, mas mi sericordi osos
Ao contrário do geração hippie dos anos 60, uma porcentagem grande dos jovens brasileiros de hoje é contra o descriminalização do maconha e o liberação do aborto
foi um marco
É claro que o jovem de hoje, se comparado com o cios anos 50 e 60, veste-se ele modo mai s extravaga nte e imoral, usa um pal av reado adulterado e mes mo corro mpido, tem hábitos mais revoluc io nários de modo geral. Como e ntão c ha má-lo ele conservado r? Não é um contra-senso? Essa objeção tem impo rtantes laivos de veracidade, se nos detivermos na supe rfíc ie cios fatos. M as c umpre ao ser humano, racional que é, não se conte ntar com o q ue apa rece ~1 prime ira vista e proc ura r a pro fund a r. Vamos, pois, arranhar essa cam ada primeira ela rea lid ade, para ver o que e ncontram os mai s no fund o . Sobretudo a partir ela Revolução da So rhonne, e m maio de 1968 , a ju vent ude fo i a lv o de um a propaga nd a inte nsa e ininterrupta, poder-se-ia dizer alucinante, que bu scou de mo lir SETEMBRO 2008 -
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CATOLICISMO
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importante de sua vida; depois, o trabalho, que paga sua faculdade. [ ... ] Como 72% da juventude brasileira, ela acha que a maconha não deveria ser descriminalizada. Fernanda Lima, 18, é contra a descriminalização do aborto e a pena de morte e a favor da redução da maioridade penal. E la faz curso de produção cu ltural na C ufa (Central Única das Favelas): 'Esse
mundo já está muito perdido, muita liberação vai acabar estragando', acred ita. Apesar de ter opini ão semelhante ao restante da população sobre temas polêmicos, a juventude brasilei ra é mais escolari zada e politizada. Quase metade (47%) dela diz acompanhar o noticiário político e 37% se diz de direita, contra 28% de esquerda". "Os jovens brasileiros fazem uma boa avali ação de seus professores e dão a eles, de zero a dez, uma nota média 8,1. Para a maioria (71 % ), o que se aprende na escola tem muita utilidade em suas vidas. O percentual é ai nda mais alto entre jovens das classes D e E. Consumismo - "Os pais já perceberam e reclamam. Mas agora é a vez de os próprios jovens admitirem: 'Somos
consumistas mesmo!"'. Mães - "Quando o ass unto é confiança ou amor, é mes-
Quando o assunto é confiança ou amor, é mesmo a mãe a figura mais lembrada
- previstos e m Fátima no ano de 19 17. Pois o triunfo do Imacul ado Coração de Maria, anunciado naquela ocasião, só poderá ter alcance social e mundial se for também e fundamentalmente um triunfo nas almas. Isto posto, está mais do que na hora de passarmos aos dados da pesqui sa que ilustram o que acima ficou dito.
Os dados da pesquisa "Jovem, século XXI" "Perfj l é inédito no Brasil: foram fe itas 120 perguntas para l.54 l jovens (entre 16 e 25 anos) em 168 cidades do País. O resultado é a mais completa pesquisa do século, [ ... ] o mais comp leto perfil do jovem brasileiro neste século 21. [... ] Se refere a todas as c lasses socia is. A cobertura-é nacio nal, incluindo capitais e cidades do interior de todos os estados. "A primeira constatação da pesquisa é simples: cai por terra o c lássico im aginário do jovem co ntestador, rebelde, engajado, participativo, etc. O jovem brasileiro quer emprego. Seus maiores sonhos são materiais: realização profissional, comprar imóvel e veículo e ficar rico. Seus principai s valores são famíl ia, saúde, trabalho e estudo. E nem em temas polêmicos como descriminalização da maconha ou liberação do abo rto e les se descolam do resto da população brasileira". "A na Paula Oliveira, 22, diz que a família é a coisa mais
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mo a mãe a figura mais lembrada. Ao pedir que jovens tentassem traduzir, numa escala de zero a dez, o a mor que sentem por cada um dos familiares, o Datafolha verificou que as mães receberam média 9,7. No quesito confi ança, a méd ia é 9,4. As médias para pais, irmãos e avós também foram altas, mas sempre aba ixo da das mães. 37% de jovens disseram concordar totalmente com a afirmação 'minha mãe é minha melhor amiga e eu conto tudo para ela '. Carla, por exemplo, deu 11 para a pergunta 'de zero a dez, quanto você ama sua mãe?"' Aborto - 'Trinta e três em cada cem jovens brasileiras conhecem alguém que fez aborto, mas só 4% admitem ter recorrido ao procedimento . Também c hama a atenção o percentual maior de abortos entre mulheres com renda fami liar superi or a dez salários mínimos: 9%". Morte - "Em mais uma ironia da hi stóri a das ilusões sobre os jovens, de 1968 ou de 2008, moças e rapazes disseram que seu maior medo é mesmo o da morte. O medo da morte representou 40% das respostas ao Datafolha. Violência é o terceiro maior medo, mas foi citado por ape nas 13%. Dos jovens, 26% dizem ter "muito medo" de sai r de casa (18% no caso dos rapazes, 33% no caso das moças). O medo de não encontrar trabalho é maior entre os que têm curso superior". Sonhos - "Com o que sonha um jovem brasilei 1o? O 'maior sonho' dos jovens o uvidos pelo Datafolha é 'trabalhar/formar-se ' numa profissão (18% ). Ter uma casa, terminar os estudos e fazer fam ília são as outras aspirações maiores. 'Sucesso profissional/na carreira' ou apenas ter um bom emprego (fixo, com carte ira, numa boa empresa, com bom salário) ocupam o segundo lugar dos maiores sonhos dos brasi le iros entre 16 e 25 anos, com 15% das respostas. "Os mais jovens, de 16 e 17, previsivelmente, sonham em se formar em determinada profissão: é o 'maior sonho' para 34% deles. Para os mais ad ul tos, de 22 a 25 anos, a resposta deriva mai s para a rea li zação profissional , 'sonho maior' para 17% dos entrev istados.
"Porém, para a fa ixa de 22 a 25 anos, a resposta mais freqüente é 'ter casa/uma boa casa' (22%). No caso das moças de 22 a 25, esse é o sonho ma ior para 28% ( 16% no caso dos rapazes); constitui r uma fa mília e cu idar bem dela é o maior sonho para 10% dos entrevistados. 'Fazer faculdade/terminar os estudos' é o maior sonho de 20% das meninas de 16, 17 anos e para 9% dos meninos . 'Ficar rico/ter dinheiro/comprar coisas ' é o sonho maior para 13% dos rapazes. "Os sonhos variam pouco entre as classes de renda, educação ou região onde moram os entrevistados. Os mais pobres sonham um pouco mais em ter casa; os mais instruídos sonham um pouco mais com realização profissional" . Religião - "39% de jovens declararam se organi zar em igrejas".
Amílises O caderno especial publica também algumas análises da pesquisa. Seguem excertos : Para André Lobato, "o jovem brasileiro de hoje dá mais va-
lor a religião, estudo, trabalho e família do que há dez anos e pensa de forma rnuito parecida com o restante da população sobre a descriminalização da maconha, a redução da maioridade penal, a pena de morte e a lei do aborto. Para especialistas, ele tem poucos coriflitos com a geração anterior, gosta de se divertir e se preocupa com. a inserção social pelo trabalho". Para Contarclo Ca lli garis, "a pesquisa de hoje mostra que os adolescentes se preocupam sobretudo com família, saúde, trabalho e estudo. Seu maior sonho é a realização projissioSucesso profissional, ou apenas ter um bom emprego, ocupam o se gundo lugar nos maiores sonhos dos brasileiros entre 16 e 25 anos
nal - não empreendimentos .fantasiosos, mas o devaneio de qualquer mãe de classe média: ser médico, advogado ou encontrar um bom emprego que lhes garanta casa própria e carro. Em matéria de política, a maioria se posiciona à direita ou ao centro e não tem interesse em participar de movimentos sociais. Eles têm opiniões parecidas com as da média nacional: são contra a legalização do aborto, contra a descriminalização da maconha e a favor da dinúnuição da maioridade penal. Sobre a pena de morte, estão divididos meio a meio. Quanto às drogas, espantalho dos pais, eles preferem a que os adultos se permitem, o álcool. Cúmulo para quem imagina que os adolescentes sejam contestatários: em sua maioria, eles acham que o que aprendem na escola é de grande utilidade para o.futuro. A surpresa da pesquisa de hoje não está nos resultados, rnas no nosso susto ao lê-los: ainda acreditávamos numa visão cinematográftco-literária da adolescência. Ou seja, supúnhamos que os adolescentes fossem insubordinados e visionários". Para André Forastieri, "o jovem brasileiro quer saúde, quer estudar e ganhar dinheiro. Quer ser feli z no trabalho e no amor e quer ir para o céu quando morrer. Parece bom e parece pouco. Nesses valores pragmáticos se igualam classes de A a E, brancos e mulatos, manos e minas. A pesquisa Datc!f'olha dá voz a um.a geração pé-no-chão. 81% acham a religião im.portante, [. .. ] 50% a favor da pena de morte; 35% admitem a tortura". A míclia e os políticos Ainda sobre a pesquisa, seguem abaixo excertos do comentário do jornalista Reinaldo Azevedo em seu blog, ligado à revista "Veja".
"Mais uma vez, constata-se o óbvio: há um enorme hiato entre o que pensa o conjunto da população - e, nela, sua fatia mais pretensamente inquieta [os jovens] - e os vários canais que vocalizam a opinião pública. Não, senhores! Não temos a imprensa que representa os valores que vão acima: a nossa, com as exceções de praxe, é majoritariamente 'politicamente correta' e experimenta um verdadeiro divórcio em relação ao pensamento da maioria. " Tais opiniões [cios jovens] são verdadeiramente demonizadas pela patrulha politicamente correta do jornalismo. No que respeita aos costumes, temos uma imprensa de esquerda e um. povo de direita. "O povo, como se vê, não tem receio de ser ou de parecer de direita, mas os políticos evitam tal 'estigma' - ou, mais apropriadamente ainda, .fogem da palavra 'direita ' como o diabo.foge da cruz - e acabam se alinhando com. .. o diabo, hehe. Vejam como é freqüente que lideranças se digam "de esquerda" sem qualquer vergonha, mas jamais de direita quando muito, são todos de centro-esquerda ... Será que temem o povo ? Não! Temem o jornalismo politicamente correto. Líderes conservadores, mundo cifora, tiveram a coragem de enfrentar a hegemonia esquerdista. No Brasil, até agora, todos se ajoelham no altar da hipocrisia " . • E-mail cio autor: gregorio @catolicismo.com.br
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.fàla a um am.igo" (cio M artirológio Romano - M onástico).
5 São BcrUno , Confesso!' + Lu xeuil (França), 700. Este patriarca fundou com Santo Omer a abadia ele Luxeui l, ela qu al 22 monges fo ram eleva dos às honras cios altares.
Primeira sexta-feira do mês.
São .João-Gabriel Perboyrc , Márt ir + China, 1840. Depois de haver trabalhado na formação da juventude em várias escolas cató1icas ela França, foi enviado para a missão da China. Deus atendeu seu pedido, concedendo-lhe a graça do martírio numa inesperada perseguição.
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Sanla Margarida de RiéLi, Virgem
Seis bispos africanos. Má1til'CS
+ Florença, 1770. D e abastada
+ Á fri ca, séc. VI. Estes prela-
família , grande mística, entrou para o Ca rm elo aos 19 anos, vindo a falecer aos 23 incompl etos . Pelo seu empenho em não aparecer, fi cou conhec ida como a San ta da Vida Oculta.
dos, "como verdadeiros pasto-
Sant.íssimo Nome de Maria Beala Maria ViLória l1br·nar·i, Viúva + ltál i a, 16 l 7 . Enviuv ando
2
7
1
SanLo /\nLônio, Mártir
+ Síri a, séc . IV. "Jovem cristão de 20 anos, co rtador de pedras por pro.fissão, quebrou em pedaços ídolos pagãos. Por esse ,noti vo, foi condenado a morrer na própria construção de uma igreja em que esta va trabalhando " (cio M artirológio Roman o - M onástico).
:1
res, oferecerarn. suas vidas por seus rebanhos durante a perseguição do Rei Hu n.erico" (cio M artirol ógio Romano) .
Primeiro sábado do mês.
Sanla Regina de /\ lésia, Virgem e MárUr
+ B orgonha,
séc. li. Seu culto na Borgonha "é docurnentado
desde o século V por urna basílica edi:fi.cada sobre seu sarcófago. Uma tradição desig11a assim o luga r do rnartírio de Alésia: 'Aqui César venceu a Gália; aqui urna virgem venceu César "' (do M arti ro lóg io Romano - M onástico).
São Gregório Magno, Papa, Confessor e DouL01· ela Igreja
N/\TIVI D/\DI<:
+ Roma, 604. De famíl ia sena-
Dl 1: NOSS/\ Sl~NI 101~/\
torial romana, muito j ovem foi prefeito ela cidade. Herdeiro ele enorme fo rtuna , fundou se is mos teiros, fa zendo-se bened itino em um deles. De legado apostó li co em Constantinopla, e depois Papa , exerceu o governo ela Igreja co m firm eza e energia, des tacando-se sua atu ação na orga ni zação cio culto e cio canto sacro.
4 PaLriarca Moisés, Profela + Palestina, séc. XIIl a.C. Profeta e legislador, Moi sés "recebeu de Deus a missão de libertar o povo de Israel oprimido no Eg ito pelo Faraó. Falava com Deus fa ce a fa ce corno se
a
quando esperava o sex to filho , N ossa Senhora prometeu- lh e ser seu auxíli o. Quando todos seus fi lhos ingressaram na vid a reli giosa, fundou a ord em das Anunciadas Celestes, de vida co ntemplativ a, para honra r a Anun ciação.
sr,o .João
13
CrisósLomo, Bispo, Confessor e DouLor da Igreja
mano - M onásti co).
17 São Roberto Belarmino, Bispo, Confessor e DouL01· da Igreja
+ Roma, 162 1. .lesuíta, autor das admiráveis ontrovérsias, obra em que refuta os so fi smas protestantes. Foi arcebispo de Cápua, c,u·clcal , consultor elas principai s congregações romanas e conselheiro de vári os Papas.
+ Lima, 1645. ontemporâneo de São M arti nho ele Porres, e dom ini ca no como ele, embora em outro convento de Lima. Foi mode lar cm todas as virtudes, princ i1 almcntc na obediência e pureza.
19 Em 1846, aos clo i · pastorinhos M ax imin e M élanic, recomendando a oração qu oti diana e a sa ntifi cação dos do mingos. Denunciou em lerm os ca ndentes os pecados do clero.
20 Sant.os EusLáquio e co mpanheiros, Mártires
+ Roma, 120. Eustáquio foi um
+ Cartagena (Co lômbia), 1654 . Apóstolo dos Negros, nasceu na
D/\ S/\NT/\ CRUZ
Espanha e partiu para a então Nova Granada, di zendo: "Quero passar toda minha vida tra-
15
dos maiores generais do exército romano imperial e notável por sua caridade, apesar de pagão. Numa caçada, o cervo que persegui a vo ltou-se para ele co m uma cruz entre os chifres. Eustáqui o converteu-se e sofreu o martíri o om a esposa e dois fi lhos, assados dentro de enorme estátu a de meta l aquecida.
que fez, viv encio por mais ele 40 anos entre os negros, morrendo vítima ele moléstia contraída ao atender empestados.
Festa instituída por Pio V JL em 18 14, em substitui ção a duas outras muito anti gas, para rememorar as dores ela Co- Redentora do gênero humano.
1H
, 1
10
Sanla Edile, Vi rgem
Sfío Mmcus, /\ póst.olo e l•:vangelista
SanLa Pulqué1'ia llnperaLr•ii, Viúva
+ Wilton (Ing laterra). " Filha
+ Antioqui a, s ·. 1. De ixou sua
do Rei Edga r, da Inglat erra. Consagrada a Deus desde a
mesa I arr caclaclor ele imposto s c m af'arn aum qua ndo o
(Vid e p. 36)
da Baviera, foi martiri zado pelos pagãos. Sobre o seu túmulo foi erguida a abad ia beneditina ele Kl einchel fendorf, que se tornou lugar de peregrin ação.
2~1
l•:X/\J:1'/\ÇÃO
balhando pelas alm.as, sal vá/as e 1norre1· por elas". Foi o
+ A lemanha, séc. VII. Apóstolo
São Pio de PieLrelcina, Confessor Santa Tecla , Virgem e MárUr
/\parição cl ' Nossa Senhora cm La Sa lcLLc (l<'rw1ça)
NOSS/\ Sl~NI IOR/\ D/\S DORES
22 Santo Emerano, Bispo e Má rtir
IB
tro grandes doutores da I grej a Ori ental , fo i bi spo de Constantin opla, onde se notabili zou por sua rara eloqü ência, ele onde seu nome Crisósto,no (boca de ouro). Perseguido e desterrado pela Imperatri z Eudóx ia, morreu a cam inho cio exíli o. São Pio X dec larou -o patron o dos oradores cri stãos.
14
Senh or, fi xand o-o, di sse- lhe sim pl es mente: "Seg ue- m.e". Foi o primeiro que, por inspiração divina, escreveu o Evange lho. Segundo a Tradição, fo i martiri zado em Antioquia ou na Et iópi a, onde teria in stituíd o um convento ele virgens.
Bca w ,loúo Macias, Confessor
+ Armênia, 407. Um dos qu a-
9 São Pedro Clave,; Conl'essol'
mais tenra infância ( 11 0 Mosteiro de Santa Maria, em Wilton), morreu aos 23 anos, pranteada unanirnemente por suas irmãs " (do M artirológ.i o Ro-
+ Se lêuc i a (Turqu ia), séc . L Convertida por São Pau lo, sofreu inúm era s perseg ui ções para conservar seu voto de virgind ade, sa ind o in có lume do torm ento ela fogueira, cios leões e das serpentes. Embora, depoi s disso, a tenh am deixado li vre, ela é co nsiderada pelos Padres da I greja como a "pri-
meira das mulheres mártires",
Congregação de Nossa Senhora do Ce nácu lo, dedicada à obra dos retiros espirituai s para senhoras, so freu toda sorte de humilhações, ingratid ões, riv alidades, sendo mesmo des tituída do ca rgo de superi ora da ob ra qu e fund ara , se ndo- lh e negado o títul o de fundad ora.
27 São VicenLe ele Paulo, Confessor
Intenções para a Santa Missa em setembro Será ce le b ra da pe lo Revmo. Padre David Fronc isq uini, na s segu intes intenções :
+ Pari s, 1660. Cognominado o grande Sa1110 do grande século na França. Fundador dos Lazari sta s e das Irmãs de Carid ade. Praticamente não houve atividade religiosa ou de caridade a que não estivesse ligado. Os religiosos e reli giosas elas congregações que fundara foram peças fundamentai s para fazer o protestanti smo retroceder e perder força naq uele país. No Conse lho de Regência, foi responsá vel pela nomeação de bi spos virtuosos, o que auxiliou a reali zação de uma verdadeira reforma religiosa. Incentivou que fosse feita uma cru zada contra a Inglaterra, que naquela época perseguia cruelmente os católicos. Tal cruzada não se realizou devido à oposição do Cardeal de Ri chelieu.
• Mi ssa em ação de graças pela derrota dos defen sores do aborto na Com issão de Constitui ção e Justi ça e de Cidadania (CCJ), no dia 9 de julho pp. Reza remos paro que o projeto abortista (o PL l 134/ 91, que visa descrimina lizar o aborto) sequer vá para votação no plená rio do Câ mara, e que se ja definiti vamente arquivado. Também reza remos em agrad ec imento pelo atuação dos deputados da CCJ que votaram pela inconstitucionalidade de tão mal fadado pro jeto de lei.
e "semelhante aos Apóstolos "
(do M arti ro lógio Romano).
24 Nossa Senhora das Mercês
25 Bealo I Ierma110 Conlracllls , Confes::wr + Baden, 1054. Filho de condes, foi vítima de um traum ati smo obstétrico ao nascer, e teve que ser carregado no colo durante toda sua vida. Daí o cognome ele Con.tractus ou Entrevado. M as a Providência compensou essa lacuna corporal com dons de inteligência, que lhe mereceram ou tro cognome, o ele Maravilha do século, por sua ciência e vi1tude.
2fi SanLa Teresa Couder·c, Virgem
+ Li ão, 1885. Fundadora da
2B São Weneeslau da Boêmia, Rei e Mártir Sanla EusLóquia, Virgem + Palestin a, 418. Virgem romana qu e, co m sua mãe Paul a, mudou-se para a Pa lestina a fim de se torn arem reli giosas sob a direção de São Jerôn imo.
29 /\rcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael
ao São ,Jerônimo, Confessor e DouLor da Igreja SanLo I Ionório, Bispo e Confessor
+ Ca ntu ári a, 653. Di scípul o e sucessor de Santo A gostinho na Sé de Ca ntuári a, seguiu- lhe os passos na evange li zação dos anglo-saxões.
Intenções para a Santa Missa em outubro • Em louvor a N ossa Sen hora Aparecid a. E nas seg uintes intenções: l) que Ela não permito que seu g lorioso títul o de Padroeiro e Rainha do Brasil se ja abolido co mo pretende iníqu o pro jeto de lei, de outorio de deputado protestante; 2) poro que todos os brasileiros venham a ser d' Ela súd itos inteiramente fi éis; 3) qu e nosso Pátria jamais se afaste do maternal proteção de suo Rainha e Padroe iro e correspon do a tão obundontes groças que Elo tem concedido.
Atualidade da cruzada contra-revolucionária C om o leilmotiv acima, realizou-se cm julho último um Curso de Verão na Alemanha, que consistiu numa homenagem a Plinio Corrêa de Oliveira (1908 -1995) no centenário de seu nascimento
CARLOS EDUARDO Set-lAFFER
Correspondente - Áustria
Viena - A vida e obra de Plíni o Corrêa de Olive ira vão sendo cada vez mai s conhec idas no mundo inte iro. Dos c inco contine ntes chega m-nos liv ros, artigos, monografi as, textos publicados e m sites, vídeos etc., todos c itando, comentando, e na ltecend o, e por vezes co ntesta nd o esse grande pe nsado r e Iíde r cató li co, nascido em 13 dezembro ele 1908. Como parte das come mo rações cio centés imo aniversário de nasc ime nto ele Plinio Corrêa de Olive ira, o Curso de Verão, que se rea li za anualme nte na Europa no mês ele julho, teve como tema cen-
-
CATOLICISMO
tra i uma visão ele conjunto cio pensamento, vida e ação desse e mine nte personagem católico do sécul o XX . O evento teve lugar no histórico caste lo dos prínc ipes ele Lõ we nste in e m Kle inheubac h, pitoresco vil arejo às margens cio ri o Me no, na antiga Fra ncônia, hoj e parte ela Bavi era (foto 1). M ais de 100 parti c ipantes tomaram pmte no programa, inic iado di ari amente com a Santa Missa ce lebrada no ri to tradic io nal, e constou de confe rê nc ias, círcul os ele estudos e visitas a lugares hi stó ri cos. Co mpa receram de legações da Al e manh a, Argentina, Áustri a, Bras il , Estados Unidos, França, Inglaterra, Ltáli a, Parag uai e Po lôni a. *
*
*
Mo nsenhor Ca mille Perl , Vi ce- preside nte da Comi ssão Po ntifícia Ecclesia Dei , a qu al assessora o Papa Bento XYf no qu e se refe re à Mi ssa d o rito triclentino, fo i convidado ele honra e celebro u a Mi ssa solene de e ncerrame nto (foto 2 e 3). A conferência de abertura foi proferida po r Dr. Ca io Vidi ga l Xavi e r ela Silve ira, pres idente da assoc iação Pró Europa Cristã, que apresentou diversos fa tos ilu strativos de seu convívio com o fund ador ela TFP brasile ira (foto 4). Coube ao Sr Be no1t Be melm ans, preside nte ela TFP francesa, fa lar da atua lidade da aná li se do processo revo luc ionário e xposta pe lo Prof. Plínio em sua obra-mestra Revolução e Contra- Revolução (foto 5).
O r. Mathi as von Gersdorff, diretor da campanha Kinder in Gefàhr (Crianças em Peri o) da Alemanha, sinteti zou as tese da última obra escrita pelo Prof. Plínio - Nobr,zo e as elites tradicionais análogas nas alornç6es de Pio XII (foto 6). A edi ção o ri ina l portuguesa dessa o bra, publicada m 1993, foi traduzida para o inglês, fran ·ês, italiano e espanho l, estando no pre lo a edição alemã. O Prof. Roberlo de Matte i, professor de Hi stóri a Moderna na Faculd ade de Filoso fia d ' assi no, na Itália, ana li sou os e f iLos da Revolução nas almas desde o Re nasc im 'nlo alé nossos dias, passando pe la R ·volução de ma io de 68 na So rbo nn ·, ·om o movimento ho mossexual e ·on ' neres (foto 7).
SETEMBRO 2008 -
O pensamento do Pro f. Plínio, enquanto indicando vias futu ras na restauração da Ci vilização Cri stã, fo i o tema da conferência de um dos diretores da T FP americana, o Sr. John Horvat (foto 8). O s S rs. Julio Lo redo, Re nato Vasco nce los e José An to nio Ureta di scorreram sobre as di versas grandes campanhas contra-revo lucionári as promovidas pe las TFPs ela Europa e cios Estados Uni dos, sob a in spi ração dos ideai s defendidos po r Plíni o Corrêa de Olive ira. As magistra is análi ses cio fund ador el a TFP brasile ira - sob o po nto ele vi sta dos princípi os de Re volução e Contra Revolução, e segundo o estil o consagrado nas páginas ele Catolicismo na seção Ambientes, Coslumes, Civilizações - foram comentadas pe lo Sr. Ne lson Fragelli , pres idente da assoc iação ita li ana Luci sull 'Est. O duque Paul de Olclenburg proferiu brilhante conferência na sessão de encerramento, conclamando os participantes a tirarem conseqiiências do que vi ram e ouviram na Curso de Verão para a formação da juventude e ação junto à opinião pública em seus respectivos países (foto 9). Dr. Ado lpho Lindenberg, arquiteto de grande renome em todo Brasil , conhec ido também no exterior por seus livros sobre econo mi a de mercado e m uma soc iedade católi ca, não te ndo podido, por motivo de fo rça maior, profe rir a confe rênc ia programada, envi ou seu texto. Este fo i lido para o auditóri o e bas tante aprec iado. Dr. Ado lpho, como primo cio Prof. Plíni o, di scorre u sobre aspecto marcantes da personalid ade cio homenageado . Costumes tradic ionais, ainda vivos na Alemanha de hoje, despertaram a admi ração cios jovens participantes: uma ceia no castelo do. bispos-príncipes de Wiirzburg; outra, por ocasião cio encerramento, no castelo de KJeinheubach, em que fora m muito apreciados vários tipos de salsichas; e fina lmente uma soirée bávara e cervej as, bem como músicas fo lclóricas ale mãs (foto 10-11-12-13). • E-mail do autor: cschaffer@catolic ismo.com.br
Revivendo o ideal medieval T endo como Lema ccnLral a lcla!lc Média. uma aLraenLc programação marcou a vida de jovens nortc-mncr'icanos, desejosos de conhecer n1eHlo1' a sacralidadc e n glória da Cristandade
a Loui s iana, ex tremo sul cios Es tados Uni dos , rea li zo u-se de 1° a 11 de julho o Cal! to C/ú lvary (chamado para a cavalaria), um aca mpa m 111 0 que a TFP no rteamericana patroc in a todos os a nos, a fim de proporc ionar boa formação reli g iosa, inte lectu al e física aos jo vens partic ipantes. Neste ano, as ati vi lacles dos IOdias - organi zadas pe la sede ela T FP na § Loui siana e pela Acade111ia Seio Luís de ~ Montfort - ocorreram no Feliciana ~ Retr~at Cente r, na c idade s uli sta ele ~
&'"-----•-----•••••iiiiiiiÍI o
Norwood, contando com 52 participantes dos estados de Arkansas, Ca li fórnia, Texas e Missouri . O progra ma combino u exposições ilustr adas por meio ele sketche.1· e sombras chinesas, conversa. in forma is e jogos (competições de painlba/1, arco e flecha, escaladas, aulas ele defesa pessoal, caça ao tesouro e xadrez). Nu 111 cios dias, os participantes puderam visitar o USS Kidd Ship Mu seum, em Baton Rouge. Os temas principais foram o Imperador Carlos Magno e a França católica. Para tormí-los mai s vivos, rea-li zouse um jantar carolíngio, no qual fo i servido um javali selvagem caçado pelo pai de um cio jovens p,uticipantes. Durante a re ~ ição, fo i apresentado o código de honra cio cavaleiro medi eval aplicado à vida moderna, ao qual se seguiu uma "v i ,fli a de armas". Um 111 dalhão ele Ca rlos M ag no, obra do artis ta Álvaro Z apata, fo i a le mbra nc;u di s trib uíd a no fin a l cio aca mpam •111 0 . Nas fo tos, · ·nas ela programação. • E-mail tio lllll nr :
CATOLICISMO SETEMBRO 2008
~
Chamado para a Cavalaria R0 RY O 'HANLO N
Formação moral e cultural da juventude
'] V ALDIS G RIN STEINS
a pequena cidade de Roscrea (Irlanda), com o seu antigo castelo medieval e a veneráve l abadia ci sterciense, a Sociedade Irlandesa por uma Civilização Cristã organizou seu segundo acampamento "Chamado para a Cavalaria" (Cal! to Chilvary). Acampados de 29 de junho a 5 de julho junto à Abadia do Monte São José, os jovens participaram de jogos e outras recreações próprias para a ocas ião, e também se exerc itaram para perseverar na defesa dos princípios católicos em meio à sociedade neopagã de nossos di as. Para isso fo ram reali zadas reuni ões diárias, com debates sobre temas hi stóricos. Excursões cul turai s incluíram vi sitas a monumentos do período medieval e cidades hi stóricas da [rlanda. No últim o dia , rea li zo u-se anim adíss imo jantar medieval, com a presença de familiares dos acampados. No encerramento daqueles abençoados dias, um co1tejo com tochas em agradecimento a Nossa Senhora de Fátima, cuj a imagem foi levada num andor. O ato terminou com uma bênção solene do Santíssimo Sacramento. Nas fotos, fl agrantes do evento. • E-mai l para o auLor: catol ici smo @catoli cismo.co m.br
CATOLICISMO
Associação pela Cultura Cristã Padre Piotr Skarga, da Polônia, organizou um acampamento para jovens entre os di as 2 Le 27 de junho. O local escolhido fo i a ilha dinamarquesa de Bornholm, no mar Báltico. Do programa participaram 2 1 rapazes provenientes de cinco cidades polonesas. Além das ati vidades normais de um acampamento, houve uma exposição sobre a mensagem de Fátima, análise de notícias mostrando a gravidade dos problemas do mundo atual, como a crise moral e a possibilidade e a catástrofe que representaria uma guerra nuclear. Os jovens visitaram as famosas igrejas "redondas", características na região, alguns povoados de pescadores e o castelo de Hammershus. Confo rme costume da ilha - conhecida como "paraíso dos ciclistas", com 200 km de ciclovias - muitas dessas atividades fora m realizadas de bicicleta. Nas fo tos, as pec tos d o aca mp amento. • E-mail lo aut or: va ldi sg rinstein s@cato licismo.com br
SETEMBRO 2008 -
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Escalada ao alto dos píncaros Símbolo de que o Reino do Céu é dos violentos ■ PU NJO CORRÊA DE ÜLIVEIRA
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ma montanha desafi ando o ho mem: quem terá a coragem de e mpreender a escalada? O desafi o está na atração. Nãb há quem não sinta vontade de chegar até o alto. Não há quem não desej e banhar-se na luz ex posta neste panorama e fi car imerso ne la. Mas, que pedras escorregadias ... Que caminhos resvaladiço e di fíceis ... Quanta e nergia será necessári a ! Grande lição mora l! Rea lmente, as grandes luzes estão nos píncaros. Píncaros da virtude, ela fé, ela sabedoria. M a é prec iso fo rça para ga lgar esses píncaros. Diz Nosso Senhor no Evangelho que o Reino cio Céu é cios vi olentos. E só com vi olênc ia ele pode er conqui . taclo. Na Terra, o homem não ex iste apenas para o gozo ela vida, mas para ser heró i, para ter uma alma capaz ele praticar gra ndes ações. lmaginem este panora ma sem elevações; todo seu equilíbrio fi cari a prejudicado. As montanhas exi stentes na Terra são co lunas necessárias ao equilíbrio terrestre. O panorama parece de um conto de fadas . A neve apresenta-se tão apetecíve l, que se te m vontade de comê- la com uma colher. Pensa-se num trenó com re nas pu xa ndo-o ve lozme nte pe las neves. Mas depoi s disso, quem não cogitará en1 galgar a montanha e não sentirá tristeza em não poder esca lar até o mais alto? Píncaro que pod · ser atingido por ascensões penosas, convidando os homens a escaladas ainda mais árduas, qu · evoca o céu ele todos os ideais. A Sagrada Escritura qu alifica Nossa e nho ra como "mons super montes positum " - um monl ' colocado sobre todos os montes. O pico mai s alio da montanha representa Nossa Senh ra, mai s vi,· ginal , mais nívea, mais pura do que tudo qu ' s1· possa imaginar. Os outros picos pode m simho li zar os santos ela Igrej a Católi ca: a lvos, hrilh1111 tes, elevados. Mas nenhum chega ai Ela , A ·i11 11 1 da Virgem Santíss ima, apenas Deus, r ' ()l'CSl' ll111 do pelo céu de anil que criou, para indi c11r 110s estar Ele acima ele tudo, e qu s na o ulru vid11 ( > atingire mos. •
Excertos da conferência proferida pelo Pr0f. Plinio Corrêa de Oliveira em 10 de fevereiro de 1974. Sem revis o do utor.
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EXCERTOS
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o dia cinco deste mês completa 20 anos a Constituição vig ente, promulgada em 1988. No ano anterior, enquanto seu texto estava em discussão , Plinio Corrêa de Oliveira lançou um livro-denúncia : Projeto de Constituição angustia o País (Editora Vera Cruz, S. Paulo, 209 pp.). A obra foi enviada aos 590 constituintes e obteve eno rme difusão: em apenas cinco meses, escoaram73 mil exemplares de três edições. * Recordando esse 20° aniv rsá ri o, extraído das págin as fin i d r f rid r, suma atua lidad . B t I cu ldad cll r pr n
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" l i d1· , 'l'l'l I1' qul', d ·nlr • tantos propri etári os lesados a l1111do ldv vido a urti •os da onstituição que não garantem d1•v id11111 •11I c o di1" ito de propriedadel , muitos conc luam , d1111do Ih •s r 'ssonfi ncia trág ica, com as palavras do bem rnn h · ·ido ·stribi lho: 'Daqui não saio, daqui ninguém m.e
tiro '. An te essas res istências eventuais, que restará fazer ao Poder Públi co? A garrar à força esses legítimos proprietári os, bem como as suas esposas, seus filhos , seus fam ili ares, os móvei s que lhes guarnecem o laJ, j ogar tudo em cam inhões, e obrigar a que deixem a fazenda ou a propriedade urbana, ou a empresa, rumo ao local mai s próximo, onde serão atirados à rua homens e coisas, para que se arranjem como puderem, como souberem e como quiserem ? Essa operação, rea li zada contra legítimos proprietários, quiçá à vi sta de soldados de armas embaladas, se a imaginarm os realizada às centenas, aos milhares, que I mbrança deixará nos corações sensíve is dos brasileiros? Tanto n111i s q111I11I11 11 11 1111 quadra, a vida vai-se tornando sempre menos desconfort áv ·l • 11111 ~1 · 11111 pIII II 11 nos, ladrões e outros malfei tores de todo gênero". • * A ín teg ra desse li vro pode ser obtida , gratuitamente, acessando o http://www. p ti n ioco rreadeo l i ve i ra . i n f'o/1i vros.asp
CATOLICISMO
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Uma Constituição que angustia profundamente o Brasil
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A questão do aborto em casos de anencefalia
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26
CAPA
40
VmAs o..: SANTOS
Conservadorjsmo e o consenso americano
O poder da ''América profunda" JornaHsmo católico contra-revolucioná1io
A formação do ideal de Plinio Corrêa de OJjveira São Luís Beltrán
43 V \lmm \u..:s A agonja de São José 44
SANTOS Jo: Fi-:sTAS 1>0
46 /\<;Ao
M 1~:s
CoNTltA-R1wo1,u,:mNÁmA
52 AMm1w1•1,:s, Cosn1M1•:s, C1v11,1zA(;fü,:s lmagem do Sagrado Coração: representação da certeza de Nosso Senhor
1
,1
1111
1 Nosso Copo: Foto de Plínio Corrêo de Oliveira no dia de suo primeiro comunhão, em 19- l l - 191 7. Estótua de São Luís Beltrón en Valência
OUTUBRO 2008 -
Nossa Senhora de Gietrzwald e o poder da oração
Caro leitor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/ DF sob o nº 3116 Administração: Rua Javaés , 707 Bom Retiro CEP 01130-01 O São Paulo - SP Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (Oxx11) 3333-6716 Fax (Oxx 11) 3331-6851 Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01064-970 São Paulo - SP Impressão: Prol Ed itora Gráfica Lida. E-mail: catolicismo@terra.com .br Home Page: www.catolicismo.com .br
Muitos se perguntam por que Plíni o orrêa de O li veira, 13 anos após seu fal ec imento, continua sendo tão ad mirado e tão co mbatido. É porque ele nunca foi um homem de meias verdades, mas, pelo co nlrári o, de uma integridade e coerência na fé católica, que nenhuma ca mpanha d si lêncio dos adversários conseguiu empalidecer, nem os ataques mai s viru lentos, injustos e soezes, conseguiu abalar. Uma fortaleza inexpu gnável, que resistiu até mes mo às torpes traições. A fim de ex plicar co mo se deu a formação desse personagem extraordi nário, para a matéri a de capa da presente edição Catolicismo pediu a co laboração de Adolpho Lindenberg, engenheiro de grande renom e, primoirmão de Plínio Corrêa de Oliveira e seu di scípulo. Ninguém melhor do que ele para descrever o ambiente no qual cresceu e fo1jou sua personalidade esse grande líder cató lico, cujo pensam nto e atuação irradiaram-se para muito além de nossas fronteiras. Adolpho L indenberg mostra a influência natural que o prim o xercia no ambiente fam iliar, em parti cular a ex traordinári a arte da co nversa ·ão que sempre o caracterizou, e que era um prenúncio de sua grande l iderança futura nas lides da co ntra-revo lução. Essa qualidade, ali ada mais tarde à de insigne pensador, escril or, orador, estrategista e polemi sta, fez de Plínio Corrêa de Oliveira uma fi gura ímpar do século XX. A lguém cujo leit-motiv da vicia foi o de influir a fun do no rumo dos atuais acontecimentos, com vistas ao cumprimento da promessa de Nossa Senhora em Fátima: "Porfim, meu /ma ·1,tfado Coração triunfará! ". E para confirmar a certeza da vitória, proclamou le: "Os cé-
nfe li zmente, hoje é muito comum encontrar paróqui as que não tê m pároco, ou várias paróquias cujo pároco é o mesmo. Obviamente isso traz como conseqüência dificuldades para as pessoas freqüentarem os sacramentos, horários de mi ssa complicados, doentes sem assistência re li giosa, e muitos outros problemas análogos. A tendência natural das pessoas é queixm·-se, procurar um culpado, mas esquecemos que a so lução desse tipo de proble mas passa muitíss imas vezes por nossas próprias mãos. Como? Utili zando o poder da oração do Rosário. E a história das aparições de N ossa Senhora el e G ietrzwalcl , no norte da Polônia, nos dá desse poder uma prova concreta.
ticos poderão sorrir. Mas o sorriso dos céticos jamais ·ons •guiu deter a marcha vitoriosa dos que têm fé".
Uma história tumultuosa
N a proximidade do centenário de nascimento de Plíni o orrêa de O li veira, a completar-se no próximo di a 13 de dezembro, os acontecimentos mundiai s - ela crise internacional gerada pela invasão ru ssa da Geórgia aos últimos aba los políticos latino-americanos - pare· '111 indicar, como nunca antes, a proximidade da realização das pro f cias de Fátima: casti gos purificadores seguidos de uma completa restauração. Desejo a todos uma boa leitura.
ISSN 0102-8502 Preços da assinatura anual para o mês de Outubro de 2008: Comu m: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
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Em Jesus e Maria,
9:~7 D IR ETOR
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
paulobrito@catolicismo.com.br
T emos em nossas mãos o poder de n1udar n1uiLas coisas, rezando diariamente o Rosário. Uma aparição da Santíssima Virgem na Polônia nos dá disso um exempJo. VALDIS GRINSTEINS
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Poucas nações têm um a hi stó ri a mai s tumultuada que a ela Polônia. De antiga potência na região leste ela Europa, e baluarte do cato lici smo, passou no sécul o XVHI por uma decadência mora l espantosa, que chegou a extremos, co mo o fato ele bi spos imora is serem linchados pelo povo, e o próprio re i condecorar genera is invasores inimi gos . Nada estranho, pois, que o país tenha e ntão desaparec ido, repa rtido e ntre seus vizinhos. Mas foi justamente o choque e a humilhação dessa divisão que produziu um sobressa lto re ligioso e um ressurgimento nac io nal. Dois cios países que dividiram a Polônia - a Rú ss ia c ismática e a Prússia protestante - colocavam todo tipo ele obstáculos para a renovação moral cio país. Entre esses obstácu los estava o controle das paróquias, motivo pe lo qual muitas ficavam sem p{u·oco por períodos mais o u menos prolongados. Mesmo havendo sacerdotes disponíveis, estes não podiam cumprir suas obrigações. Parecia uma situação sem saída.
Justamente nesse mo mento dera m-se as aparições ele Nossa Senhora a duas me ninas ele 12 e 13 anos, e ntre os dias 27 ele junho e 16 ele setembro ele 1877. A prime ira elas apari ções ocorreu a Justyna Szafryiiska, quando voltava com a mãe ele um exame re li gioso para avali ar se estava preparada para a primeira comunhão. Passavam diante de uma árvore ex istente na frente ela Igr~ja, quando a menina viu a Virgem. Surpreendida, mas tímida, decidiu vo ltar ao mes mo loca l no dia seg uinte, co m s ua amiga Barbara Sam ul owska, de 12 anos. Logo qu e co meçara m a rezar ali o Rosário, vi ram uma " brilhante Senhora" sentada num tro no, com o Me nin o Jesus em suas mãos, e rodeada de anjos. As meninas lhe perguntara m quem era, e E la respondeu: - Sou a Virgem Maria ela [m ac ulada Conceição. - E que deseja a Mãe de Deus? - Desejo que rezem o Rosário todos os dias. Numa elas aparições seguintes, e ntre perguntas sobre se estas ou aq uelas pessoas tinham se sa lv ado, perguntaram se a Igreja na Polônia voltaria a ser livre, e se as paróquias ela região receberiam párocos em breve. A resposta ele Nossa Senhora fo i muito clara: - Sim. Se as pessoas rezarem com ardor, a Igreja não será oprimida e as paróq ui as abando nadas receberão sacerdotes em breve. Esta resposta da Virgem difundiu-se pelo loca l, e as pessoas começara m a rezar o Rosário, não só individualme nte, mas ele modo espec ial em fa míli a e e m público. E igualmente começaram as peregrinações ao loca l. É c laro que as autoridades anti cató li cas da zona fizeram ele tudo para ev itar essa renovação reli giosa. Declararam ser tudo uma fraude, uma mani festação de nac ionali smo, um perigo público para o Estado, e até obstáculo para o " progresso". Os padres que defenderam ou apoiaram as videntes foram presos e multados por "es pa-
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O Papa Paulo VI elevou a igreja de Gietrzwald a basílica menor em 1970
Eleições e Sagrada Escritura
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lhar falsidades" . Um dos que mais se distinguiu em difundir as aparições foi o capuchinho Honorato Kozminski, beatificado em 1988. Mas as perseguições não conseguiram evitar que as pessoas continuassem rezando o Rosário. Pelo contrário, solidificavam as pessoas na sua determinação. O bispo local procedeu conforme as normas sapienciais da Igreja nesses casos. Enviou delegados para investigar discretamente o que se passava e verificar a conduta das videntes . Sabendo que aumentava a recitação pública do Rosário, ordenou aos religiosos do local que rezassem também com o povo, dando e le próprio o bom exemplo. Seus delegados confirmaram que as meninas videntes se comportavam normalmente, e que nada nelas indicava desejo de ganhar notoriedade ou aproveitar de outra forma os acontecimentos. Cinco anos depois, e graças à perseverança na reza do Rosário, a situação era completamente diversa. As paróquias tinham sacerdotes, a freqüência aos sacramentos se multiplicava, aumentaram as vocações nos mosteiros da região e houve notórias graças de conversão de pecadores. A recitação do Rosário em família tornou-se comum e permanece até hoje. Os próprios perseguidores da Igreja acharam melhor não mexer no caso, para evitar problemas maiores. Se bem que o bispo diocesano te nha publicado no ano seguinte os resultados favoráve is do seu inquérito, e o Papa Paulo VI tenha e levado a igreja de Gietrzwald a basílica menor em 1970, foi somente em l 977, nas cerimônias comemorativas
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do primeiro centenário das aparições, que estas foram aprovadas ofic ialmente pelo bispo local.
Hoje podemos lazer o mesmo Nas minhas numerosas viagens de norl a sul do Bras il , fiquei muitas e muitas vezes chocado p la falta d c lero e de sacramentos até em capitais, especialme nl e no mês de janeiro, durante as "férias" re li giosas. É c laro q ue a tre menda crise pela qual atravessa a santa lg r j a I m parle nisso, e não pequena. Mas não podemos nós l'a z ·r a lgo para so luc io nar o problema? Não podemos organizar lambé m a reza do Rosário? A doutrina católica não muda, e Nossa Senhora, como boa mãe, sempre quer nos ajudar. 1 ortanto, aq uilo que ajudou a outros no passado pode nos au x iI iar hoje tam bé m. Afinal, Deus •lc q ue move os corações dos é o Senhor da História , homens. Na procura de um sac rdotc fervoroso para a cidade, paróquia ou instituição, v nce q uem consegue mover o Sagrado Coração ·1 nos cone der o q ue pedimos. O que para nós pode ser ou pare er impossível, para Ele não o é. Nada é impossível para Deus. E move r o ag rado Coração está ao nosso a lcance, por meio da Virgem Santíss ima. Basta rezar com fervor, conforme a Virgem recomendou às meninas em Gietrzwald . •
uem se vê envolvido num processo judicial procura normalmente, dentro de suas possibilidades, o advogado que melhor poderá representá-lo em juízo. E quando se trata de fazer um negócio que envolve risco, o negociante busca informações com os entend idos, para não dar um passo em fa lso. Desde comprar um carro usado até aplicar na bolsa. Ou seja, em qualquer tarefa que a lguém vai empreender, se não é um especia li sta no ramo, procura ser orientado por quem esteja à altura da empreitada. É o bom senso mais elementar que indica esse modo de agir. Por isso, os melhores em cada ramo são, habitualmente, os que têm mais chances de progredir. E os que não têm jeito para o negócio acabam por desistir dele, procuram outra atividade em que se encaixem melhor. Mas neste mundo às avessas em que vivemos, essa regra parece não valer quando o tema é eleições, embora se trate de escolher os políticos que vão nos representar na gerência dos mais altos interesses da Nação. Aos concursos para cargos bem remunerados afluem aos montes os candidatos, e assim também para os cargos eletivos, onde atropelam -se os que querem ocupar um lugar no poleiro das vaidades (e das vantagens). Mas neste caso não é exigido ter aptidão para o cargo, basta obter maior número de votos.
garis, 36 cove iros e 60 caladores de recicláveis - o pessoal que recolhe papelão e madeira em lixe iras e caçambas, puxando uma carroça. Essa babel tem ainda artista de circo, manicure, recepcionista, atendente de lanchonete e até guardador de carro. Diante de tanta variedade, o TSE não tem idéia do que fazem mais 39.624 cidadãos que se definiram como "outros". Algum fanático do igualitarismo dirá: "democracia é isso" . Ora, se "isso" é a nossa democracia representativa, então é preciso convir que estamos muito mal representados. *
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Mas o que este tema tem a ver com esta seção, que busca sa li entar fatos aberrantes que fazem Nossa Senhora chorar? A resposta pode ser encontrada no seguinte texto da Sagrada Escritura: "Aq ue le que pouco se agita adquirirá sabedoria. Que sabedoria poderia ter o homem que conduz a charrua, que faz ponto de honra agui lhoar os bois, que participa de seu labor, e só sabe falar das crias dos touros? [ ... ] Igualmente acontece com todo carpinte iro, todo arquiteto, que passa no trabalho os dias e as noites. Assim sucede àquele que grava as marcas dos sinetes; [... ] que ap lica todo o seu * * * coração na imitação da pintura, e põe todo o cuidado no acabamento de seu trabalho. Segundo reportagem de "O Estado de S. Paulo" ( 17-8-08), Assim acontece com o ferreiro sentado perto da bigorna, exauma listagem do Tribunal Superior Eleitora l (TSE) com as minando o ferro que vai moldar; [... ] seus olhos estão fixos no ocupações dos quase 380 mil brasileiros modelo do objeto. [... ] que concorrem a algum cargo neste outuO mesmo sucede com o oleiro que, bro reve la que uma verdadeira multidão, entregue à sua tarefa, gira a roda com os JUSTIÇA sem as aptidões nem as qua lificações nepés, sempre cu idadoso pela sua obra; e ELEITORAL cessári as, decidiu entrar no jogo. São patodo o seu trabalho (visa a produzir) uma deiros, vi g ilantes, manicures, ga rço ns, quantidade (determinada). [... ] motoboys, funil eiros, frentistas de postos, Todos esses artistas esperam (tudo) de fax ine iros e dezenas de outras profissões. suas mãos ; cada um deles é sábio em sua A li sta dos candidatos a prefeito inprofissão. Sem eles nenhuma cidade seclui 10 barbeiros, 8 taxistas, 6 vigilantes, ria construída, nem habitada, nem fre24 motoristas particulares, 3 padeiros, 2 qüentada. pescadores, 1 motoboy, 1 lavador de carMas eles mesmos não terão parte na ros, 1 frentista de posto, 2 bailarinos e 1 assembléia, não se sentarão nas cadeicozinheiro. Mais 847 definiram sua ocuras dos juízes, não entenderão as dispopação no campo "outros". sições judiciárias, não apregoarão nem Já entre os 348.530 cand idatos a vea instrução nem o direito, nem serão enCABINA DE reador, há 558 motoboys, 83 lavadores de contrados a estudar as máximas " (EcleVOTAÇÃO carro, l I flanelinhas, 273 faxineiros , 199 siástico, 38, 25-38). •
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bons e edificantes os re latos que testemunham a prese nça deles e ntre nós. Creio que cada um de nós, provave lmente, eleve ter na le mbrança alguma hi stóri a em que os anjos agiram e nos protegeram, seja de um modo sutil ou de modo mais enérgico. Assim , fica aqui me u agradecimento em contar com a instrução, cultura e alimento que significa a revista Catolicismo para todos nós. (S.Q.B. -
Lembranças da infância Surpreendeu-me agradavelmente o te ma da querida re vi sta Catolicismo sobre os anjos. Re portou-me à infância e à lembrança de meu batismo, cuja ilu stração apresenta uma criança com bochechinhas rosadas e um anjo lindo próx imo de la; e e mbaix o havia me u nome completo e a oração ao anjo da guarda. Estava num quadro e fi cava próx imo à minha cama. Certa vez, logo que mamãe colocou o quadro ali, perguntei quem era a criança no berço. Ela dizia que era eu. E fe li z eu ficava, sentindo-me bela e amada por aquele anjo tão suave e lindo. Que lembrança feliz ! Transmiti o amor e a contiança nos anjos para me us doi s filhos. Temia que as maldades e perigos cio mundo machucassem, desv iassem me us me ninos. Drogas, obscenidades, más companhias, acidentes, tantos e tantos temores. Conhecia casos de pais e filhos e m conflitos, em luta para recuperar um filho drogado ou que havia fu gido de casa, enfim, sempre pedia pelos do is meninos. Assim , o amor e a gratidão aos santos a njos sempre estiveram presentes em nossas vidas. No mundo contemporâneo, onde o esoté rico desvirtua a significação e lugar dos anjos, lançando cre ndices idiotas e mal fundamentadas, le r algo primoroso sobre os anjos foi um precioso presente. Muito
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tantos fatos me ocorreram, que não considero necessário relatar, mas sempre o invoco e posso dizer que recebi sua tutela em tantíssimas oportunidades. Me le mbro de ter lido, não sei em que revista , o seguinte: "Saber que temos um anjo da guarda e não recorrer a ele é como ter uma Ferrari na garagem e não utili zá-la". R ceba o meu agradecimento, e qu seu anjo sempre esteja ao seu lado.
MS)
(A. R. - PR)
,1 Palavra do SaCCl'dOtc
"1'1'atamento" obrig:'.ll61·io...
12] Gostaria ele agradecer ao Monsenhor José Luiz Villac pelos conselhos para acertar no casamento. Graças a Deus, dentro de cinco anos completarei meu jubile u de prata, mas vou transmitir para minha filha esses bons conse lhos, para não errar na escolha ela pessoa certa com a qual e la se casará.
[B] Com o fato ele a Rú ssia invad ir a Geórgia, compreendo como na Rú ss ia não aparece oposição. A me no r o posição que apareça será a bafada pe los ta nques cio "democ rático" Putin , o ve rdadeiro clono ela Rússi a. Acho que o pres idente russo não maneia nada, só recebe ordens e cumpre o que Putin lhe manda fazer. Se não obedecer, será transferido para algum campo ele reeducação, como aco ntec na hin a com os cidadãos que di scord ·m cio reg ime. Quem discordar , s ·gundo o reg ime comunista, um louco . Logo, prec isa ser "internado" · submeterse a tratame nto méd i ·o '111 um " hospital " psiquiátri co. N ·st ', ·ntra-se são e sai-se doiclão. (V.L.A. - SC)
(J.V. -
SP)
O amigo certo Recebo regularmente a Revi sta Catolicismo, e na edição nº 693 (setembro de 2008) li atentamente e várias vezes o artigo "O anjo da guarda, nosso verdadeiro ami go". Achei excelente o conte údo e muito edificante. Fiquei contente ele ler e saber mais a respe ito cio santo anjo da guarda. Posso dizer, sem sombra ele dúvida, mas por uma questão ele fé, que recebi muitas graças todas as vezes que o tenho invocado juntamente com Nossa Senhora. Entrego o meu dia-a-dia à intercessão de Nossa Senhora e ao meu anjo. Me aco nteceram fatos extre mamente significantes, que sempre atribuí ao meu anjo guardador. O invoco sempre e estou muitíssimo contente com essa devoção. Para relatar somente um fato: tempos atrás, pouco depois ele deitarme e ao fazer as minhas orações, vi na frente um assaltante com uma lante rna na mão, dirigida para minha face, · 111 • di zendo para ficar quieto do rmir. 111vocanclo o me u anjo, logo 111 • 1 ·va nt ei para ver o "estrago", reconhe · ·11do qu · assumi um risco. M as nada m • 1 ·vo11, e tudo correu bem. O la Irão saiu p ·la mesma porta pela qual ntrou . Outros
Inigualável ~ Senhor s d • Cato licismo, ven ho agradecer d · todo o ·oração por me te rdes pr ·s · 111 ·ado ·om um bom núme ro da r •vista Catolicismo. É rea lm nt ' 111:irnvilhosa a re v ista, c re io qu • 11 1 o hó outra igual.
(1.P.T.D. -
via e-mail)
www.cut.oJlclsmo.com.br [vj Por ·e· que este site era tudo o que · 11 qu ·ria . Tenho computador, le io os jornais, le io algumas c uriosidades, e ·onr ·sso que muitas vezes, sem quer ·r, até já fui parar em sites espíritas; dou uma lida, e não gosto de seu cont •údo, não me atrai, e ntão des li go o aparelho. E ncontrei este belo site quando fui pesquisar sobre o Papa Pio X. Queria saber quem foi ele, e acabei vin-
do parar aqui! Estou aposentada do Estado, e agora tenho mais tempo para encontrar algo que REALMENTE valha a pena ler. Logo para o fim cio mês vou assinar esta revi sta, pois vi que, de fato, é ele boa le itura. Muito obrigado a Deus, que me trnuxe até este site. (M.C.G. -
via e-mail)
Poclcr do santo rosário 18] Ao ler o livrinho que tem como título O Poder do Santo Rosário, fiquei muitíssimo feliz, por sua riqueza de fatos hi stóricos verídicos e experiências vividas por muitos santos e santas, comprovando o poder e a eficácia do santo rosário, sobretudo o que nossa Mãe cio Céu nos di z em tantas aparições: rezai o santo rosário, por meio dele obtereis todas as graças, etc. O rosário é uma me lodi a de amor, lo uvor e reconhecimento a Deus, mediante a qual a alma, contemplando os mistérios de nossa Rede nção, eleva o coração em terna gratidão por tudo o que Deus fez em Maria Santíssima por nós. O rosário é também a arma que nos conduz num reconhecimento e na correspondência mais amorosa ao amor de De us por nós. É um impulso poderoso, poi s mostra- nos e apo nta- nos aquela que é toda poderosa junto de Deus. Maria que, tomando-nos sob sua mate rnal proteção, nos livra cio inimigo. Avante, poi s, com sua divulgação. Que ela seja ampla, extensiva a todos os homens, para honrarmos assim a Mãezinha do Céu e, por meio d ' Ela, subir de maneira mais sublime e pura o nosso louvor a Deus Uno e Trino.
(M.B.J.C. -
CE)
Poder do santo l'Osário - li 181 Muitas e muitas catástrofes foram vencidas no mundo com o santo rosário. Temos a hi stória de muitos santos que venceram grandes tentações e grandes investidas do demônio com a recitação do rosário. E até mesmo batalhas, como a ele Lepanto, e tantas outras coisas, somente com a força div ina transmitida pelo santo rosário. Mas, infelizmente, hoje e m dia estes novos movimentos trocam a recita-
ção cio verdadeiro rosário tradicional por terço ele tudo. Se você pegar alguns livretos de certos movime ntos, vai encontrar terço ele tantas coisas, que no final elas contas você até se perde. Mas procuro o terço tradicional , que é difíci I encontrnr. Até em rádios rezam o terço com os fiéis, mas não o tradicional. Por isso é muito louv,1vel a iniciativa ele fazer as pessoas conhecerem o terço tradicional , pois é com ele que teremos força para vencer as ciladas do demônio, que se apresenta como uma ovelhinha, mas é um lobo feroz. Precisamos estar atentos para não nos deixarmos enganar. Estou do lado deste movimento, e o que puder faze r para divulgá-lo, o farei. (I.M.C. -
CE)
"Cultura " imlígcna 1B] Sou estag iária ela 6ª Câmara cio Mini sté rio Público Federal aqui e m Brasília. Estou fazendo uma pesqui sa sobre infanticídio indígena . Estava le ndo uma maté ria qu e voc ê [Gregório Vivanco LopesJ escreve u para a revi sta Catolicismo. Na matéria '"cultura ' do infanticídio ", você comenta que existe m "ce rca de 20 etnias no Brasil" qu e praticam o infanti c ídio . Gostaria el e saber de onde você retirou este levantamento, po is també m estou interessada. Desde já agradeço a atenção.
(F.S. -
DF)
Resposta do autor: Agradeço seu e-mail , pois o assunto é rea lmente importante. Não tê m nome os absurdos que vê m sendo cometidos, inclusive contra os índios, a pretexto ele preservar a "cultura indíge na". O fato de haver cerca ele 20 etnias que praticam o infanticídio, eu o tire i de ex tensa reportagem sobre o assunto, publicada no jornal "Folha de S. Paulo" ele 6 ele abril deste ano, no primeiro caderno, sob o títlrlo " Infanticídio põe em xeque respeito à tradição indígena". Desejo-lhe boa pesquisa.
A lmpcratl'Íz Da. Leopoldina [gl Parabenizo pela iniciativa em levantar a polêmica sobre a questão ela parti-
cipação de Da. Leopoldina no processo ele independê ncia do Brasil ("Uma arquiduquesa na origem ela Independência cio Brasil" - Catolicismo, abril/ 2007). Acred ito que o Decreto-Lei assinado por Da. Leopoldina é muito mais importante e significativo para a História do Brasil que o simbólico e "CÔMICO" grito de D. Pedro L Pois bem, des d e qu e li se u tex to [ele C id Alencastro] estou buscando uma cópia do referido decreto ele 2 de setembro; tenho envo lvido me us alunos, nesta busca, e até agora nada ... E olha que já fa z um tempo. Por acaso você tem uma cópia cio referido decreto? (P.F.B. -
RJ)
Resposta do autor: Agradeço s ua me nsagem e o in teresse pe lo me u artigo. Infeli zme nte não te nho o decreto ele 2 ele setembro ele 1822. As diversas fontes hi stóri cas que co ns ultei são un â nimes na constatação do fato, mas não reprodu zem o tex to cio decreto. Uma pi sta para tentar obtê-lo seri a pesqui sa r no Instituto Hi stóri co e Geográfico. De qualquer modo , e nvio- lh e foto do quadro (óleo sobre tela), pintado e m 1922 por Georgina ele Albuque rque, re presentando a Princesa Leopoldina (que logo mai s seri a Imperatri z) presidindo o Conselho ele Estado. Permita- me apenas uma di scordânc ia amigável em re lação a seu texto. Não me parece que se possa qualificar ele "cômico" o ato de D. Pedro 1. Ele era realmente a maior autoridade no País, e a aquiescência dele a um ato tão fundamental quanto a proclamação ele inde pendênc ia e ra necessári a. Os próprios brasileiros de e ntão não compreenderiam uma decisão desse porte da Princesa-Regente que não fosse corroborado por e le. A Princesa Leopoldina compreendeu-o bem, ele modo que não publicou imediatamente seu decreto, mas mandou-o ao esposo para que o ratificasse. Isso não tira o mérito dela, pelo cont:n1rio, aume nta-o. Aliás, a independência já vinha se ndo gestacla havia algum tempo entre D. Pedro, a Princesa Leopoldina, José Bonifácio e outros.
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Monsenhor JOSÉ LUIZ VILLAC
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Pergunta - Na matéria publicada nessa seção no mês de agosto, o autor promete uma res posta para os incréus, que não acreditam numa vida após a morte. Parece-me que um incréu não se moveria um milímetro depois de ler aquilo, que me parece insuficiente para esse tipo de gente. Ademais, as conclusões a que o autor chega, sobre a existência de uma vida futura, extrapolam de longe os pressupostos da argumentação apresentada.
Resposta -
O le ito r tem razão e m di zer que um incréu provavelme nte não se moveria um milímetro com a argumentação absolutamente concl udente desenvo lvida na refe rid a ma té ri a. M as devo acrescentar que a maio ria dos ateus ou agnósticos - sempre de má- fé - não se moveri a com nenhuma argumentação que lhes fosse apresentada. São Paul o di z que, diante elas mag nificê ncias postas por Deus na natureza, quaisquer homens podem chegar ao conhecimento do Criador; e se não chegam, é por culpa própria, por isso e les "são inescusáveis" (Rom. J, 20). Por que então a rev ista pu bli cou essa matéria? Por duas razões: pri meiro, porque Deus pode, a rogos de Nossa Senhora, servir-se desse tipo de arg um e ntação e tocar a a lm a de a lg un s de les com uma graça excepc ional, e e le. se converte re m. E isto será o maior ganho de sua vida, porque são almas que se sa lvam. E para isto não se pode econo mi zar esforço algum .
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CATOLI C ISM O
Em segundo lugar porque, e mbora tenhamos desenvo lvido uma argume ntação para pro va r qu e os ate us o u agnósticos não tê m razão em suas dú vid as q uanto à ex istê nc ia de De us, na ve rd ade estávamos vi sando ma is os próprios fi é is, mostrando- lhes a insustentabilidade do ateísmo e do agnostic ismo. Vendo que há insofi smáveis razões para admitir que Deus ex iste, os fi é is fi ca m corro borados e m sua fé. Um parêntese apenas para esclarecer que ateu é aque le qu e nega a ex is tê nc ia de De us, enquanto o agnóstico dec lara não sa be r se De us ex iste ou não. E este úl timo, como fi losofia de vida comodi sta, passa a viver como se Deus não existisse. O que não é uma pos ição lógica e séria, pois na hipótese de que haj a Deus que me pode premi a r o u casti ga r no fim da vid a, se ri a indi spensável
passar a viver como se Deus existisse. É o argume nto de
Pascal, segundo o q ua l, se De us não ex iste, o máx im o que pode acontecer é eu levar uma vida inútil de pe nitê nc ia nes ta te rra. M as se De us ex iste, e e u co nd uzir uma vida co ntrári a aos Dez Mandame ntos, serei casti gado po r toda a eternid ade ... Um mau negóc io, portanto ! O argume nto de Pasca l te m o grave inco nveni e nte de pôr em dúvida a fé, e só o aduzimos aqui para mostrar a incongruê nc ia dos ag nósticos. Fechado o parêntese, vo ltamos para o núcleo elas objeções le vantadas pe lo mi ssivi sta.
Se Deus exi ste, exi ste
vida eterna De fa to, a argume ntação dese nvo lvid a no arti go e m q uestão não chegou a todo o desdobra mento que seri a necessári o para torná-la inte iramente cl ara e lógica. O le itor nos oferece ocas ião ele vo ltar ao ass unto e mostrar a fo rça pro ba nte cios arg um e ntos
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apresentados. E m prim e iro lu ga r, os pressupostos. A incredulidade tem muitos graus: a fo rma ma is rad ical é a daqueles que pu ra e simples mente não crêe m em Deus. Mas uma pessoa pode crer cm Deus e não cre r em Jes us risto; pode cre r em Jesus C ri sto e não crer na Igrej a; pode crer na Igreja e não ace itar todos o. seu s dog mas. Cad a um desse s graus de increduli dade mereceri a um trata me nto à parte. Ali ás, cada um de les comportari a a extensão ele um livro. No a rt igo em ques tão, restringimo-nos à rorma mais radica l: a negação da ex istênc ia de Deus. Porque o tema foca li zado pe lo ·onsulentc de agosto ra a 1u 'st ão da vida futura, d pois da morte. Ora, nos outros rau s de incredulidade essa qu ·stão pouco se põe: que m n ' ia ai ium dogma ela I r ja, j(i 11ega ipso jàcto su·1 divin lad • · a de Cri sto.
Quem a edita num falso deus vago, difuso, confuso, que se disso lv na matéria o universo, provavelmente seró adepto de alguma das tooria mirabol tes, panteístas ou gnósticos
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A pessoa que crê num Deus pessoal, existente desde toda a eternidade, infinitamente poderoso, que criou o Céu e a Terra , não teró maior dificuldade em aceitar a existência de uma vida eterna para além da morte
Negará talvez o in fe rno, mas pouco provave lmente o fa rá quanto à existê ncia do Céu . . . Que m crê na Igrej a ou em Jes us C ri sto, a fo rtiori não te rá ma iores proble mas para acred itar na vida eterna. Resta a pergunta: e quem apenas crê e m Deus? Se for num fa lso D e us vago, difuso, confuso, que se di ssolve na matéri a do universo, provave lme nte será adepto de alguma das teo rias mi rab o la ntes, panteístas o u gnósticas a q ue nos referimos no a rtigo de agosto . Para a pessoa que ass im pensa, o fu turo do ho mem pouco se disting ue do absurdo retorno ao nada. Não cabe vo ltar aq ui a tratar do ass un to. Se, po ré m, a pessoa crê nu m Deus pessoa l, ex istente desde toda a eternidade, infi ni ta mente poderoso, que criou o Céu e a Terra, não terá maior di fic ul dade em ace itar a ex istênc ia de uma vida eterna para além da morte. Pois quem é eterno pode comuni car a eternidade. Quem é infin itame nte pode roso pode reunir as partículas d ispersas dos mortos e ressusc itá-los. O prob le ma, portanto, é provar que Deus ex iste. Po is, a partir da ex istênc ia de De us,
tudo mais se segue: a ressurre ição dos corpos, a vida eterna, a preva lênc ia fin al da Ju stiça, o prêmio aos bons, ocastigo aos maus, etc. É nessa linha de raciocíni o que fo i dese nvo lvido o arti go ele agosto.
A existência de Deus e a ciência mo<lenw No artigo em q uestão fo i dado espec ial rea lce aos rumos da c iê nc ia e m nossos di as. Ev ide ntemente, a maiori a de nossos le ito res e nós mesmos não temos condições de aco mpanhar, e até de entender med iana me nte, os incríveis e marav ilhosos desenvolvimentos da c iênc ia moderna. Mas, co mo tod o o mund o, acompanh a mos as not ícias q ue os jornais publi cam. Se um leitor tem fo rmação universitária, pode rá esta r e m co ndi ções ele co mpree nder alg um a rtigo que levante para os leigos no ass un to o véu do v<é!stíbul o de entrada de onde se e ntrevê o " rec into sagrado", di gam os ass im , o nde moram os espec ialistas .. . E qual o interesse de uma rev ista de c ultu ra cató li ca como esta, numa matéria c ientífica compli cada e inaces-
sível para o comum dos mortais? É que os c ie nti stas entrevi ra m, no fim do túne l de s uas investi gações, um Ser com o qual muitos não contavam: Deus! O c ienti sta brasileiro Marcelo Gle iser, professo r de fís ica teó ri ca no Da rt mo uth Co llege, e m Hanover (EUA), esc re ve u rece nte me nte um inte ressante arti go ("Folha de S. Paulo", caderno Mais!, 226-2008), do qual destacamos alguns tópicos : "Quando resolvi que seria.físico, tinha em mente um caminho bem claro: queria participar da busca pelas leis que estão por trás de tudo que existe na natureza, as leis que ditam desde a origem do Universo até o comportamento dos átomos e elas partículas de matéria. [. .. ] O ápice do
conhecimento, a coroação da razão humana, seria revelar o plano da Criação . Como escreve u Stephen Hawking em Uma breve hi stó ri a do tempo, a descoberta dessas leis, da unificação de todos os p roce ssos natura is, seria equivalente a conhecer a 'mente de Deus'". Não nos iludamos. Como observa Gleiser, "esse 'Deus' de Hawking é uma metáfora,
[. .. ] ele não se referia ao Deus judaico-cristão. Sendo esse o caso, que Deus é esse? Por que cientistas como Hawking, [. ..] Weinberg, po r que imortais como Einstein, [. .. ] Plank., [. ..] Schrodinger, [. . .] Heisenberg dedicaram tantos anos de suas vidas à busca dessa teoria unificada? Por que milhares de físi cos hoj e continuam essa busca, convictos de que essa unificação existe? Tudo começou, como sempre, na Grécia antiga". E de po is de histo ri ar o desenvo lvime nto da c iê nc ia até o séc ul o XVU, G le ise r co ntinua: " Insp irados pelo sucesso desses patriarcas, os f ísicos abraçaram o conceito de simetria p latônico: p or trás da diversidade dos f enômenos naturais, [. .. ] há uma ordem que pode ser expressa em termos matemáticos. Essa ordem é a expressão máxima da verdade e cabe ao cientista desvendá- la. É ela a 'mente de Deus ' (li teralmente, para Kepler e Newlon)" gri fos nossos. Há cem anos, portanto, os maio res c ientistas estão buscando desvendar a ordem que ex iste na natureza. Por ass im di zer, batem com o nariz nessa ordem. E se não a atribuem a Deus (alguns o faze m), é po r um a obstin ação q ue, co mo di ria o A pós tolo São Paulo, os torna inescusáveis. É um argumento poderoso e m favo r da exi stênc ia de Deus. E les batem com o nari z na verd ade, mas continuarão a dizer: "Deus não ex iste !" . Obstinação já diabólica O mi ss ivi sta te m razão: nada os des locará um milímetro de sua incredulidade! Sua alma, sua palma! • E- mail do autor:
monscnho(joscluiz@catolicismo com,br OUTUBRO 2008 -
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Antártida iá foi mais quente, concluem cientistas
Coroação faz transparecer a sacralidade do poder temporal
ela presença ele um fó ss il ele cru stáceo na Antártida, cientistas britânicos deduziram que esse continente teve temperaturas mai s elevadas que as atuais, informou o diário argentino " La Nación". Os cru stáceos foram colhidos na região cios Va les Secos lfoto], e estão bem conserv ados até nas suas partes moles. Segundo o professor Mark Williams, geólogo ela Universidade ele Leicester, eles provam que lá houve cond ições ótimas para a colonização an imal. A região - 77° latitude su l pode ter mantido um ambiente como a tundra ela Sibéria, há 14 milhões ele anos. Mesmo assim, a mídi a sensacionali sta segu irá martelando que é preci so acabar com o progresso e a civiliza çã o por causa cio aqu ecimento ela Antártida ... •
o minúscu lo reino ele Tonga, na Polinésia, foi coroado George Tupou V I foto 1- Ele foi ungido pe lo arceb ispo - infeli zmente anglicano - e recebeu o cetro, o anel e a coroa, ornada ele fl ores ele li s e enc imada por uma cruz. Entre os 1000 conv idados ele honra fi guravam o príncipe imperial japonês N aruhito e o duque ele G loucester, ela Grã-Bretanha. 21 disparos ele canhão, o reboar cios sinos e o entusiasmo cio povo saudaram a coroação. A cerim ôni a evocou, em modesta escala, as pompas ela rea leza britânica, herd adas ela Idade Média cató li ca. A chefia cio Estado tem uma sacraliclacle intrínseca, e para atingir seus fin s eleve se guiar pela Lei Divi na. O laicismo anticristão, que infeccion a o Ocidente após a Revolução Francesa, é a causa elas continuadas degradações nos governos. •
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Quem pratica o aborto não pode comungar Prefeito ela Signatura Apostólica - Supremo Tribunal ela Santa Sé - D. Raymoncl Leo Burke lfotol, declarou à rev ista italiana " Radiei Cristiane" que os abortistas, sejam simples cidadãos ou políticos, não podem receber a santa comunhão, e acrescentou que os mini stros têm obrigação ele lhes negar o sacramento enquanto não desistirem ele apoiar esse crime abominável. O arcebi spo lembrou que "receber indignC/mente o Cmpo e o Sangue de Cristo é um sacrilégio, quemdo ocorre deliberadwnente ern pecado rnortal". Entra neste caso qualquer ''.funcionário público que, com conhecimento e consentimento, sustenta ações que vüo contra a lei rnoral divinC/ e eterna. Por exemplo, se apóia publicarnente o aborto provocado". É "simplesmente errôneo" achar que a fé eleve se reduzir ao âmbito privado esquecendo o âmbito público, por isso esta norma não interfere indevidamente no plano político, esclareceu Mons. Burke. •
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Videogame abre portas para o controle dos cérebros
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diário dos bispos italianos, "Avvenire", noticiou que, no domingo do encerramento da última Olimpíada, a polícia comunista chinesa prendeu Mons. Giulio Jia Zhiguo [foto], de Zhengding, bispo chinês fiel a Roma. Segundo a agência AsiaNews, ele foi preso quando celebrava a Missa. O prelado tem 73 anos, 15 dos quais passados atrás das grades (19631978). Durante os jogos, a polícia vigiava-o 24 horas. O bispo e os fiéis não se intimidaram e celebraram a festa da Assunção de Nossa Senhora durante as Olimpíadas, irritando os policiais. Agora veio a retaliação. O prelado "parece ter sido engolido pela máquina repressiva ", acrescentou "Avvenire". Ninguém sabe para onde foi levado nem quando voltará. Se voltar ...
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Museu de arte moderna exibe crucifixo blasfemo Museu ele Arte Moderna de Bolzano, Itália, instalou uma obra que esca rn ece N osso Senhor Jesus Cristo. Ele é fi gurado por uma " rã cru cifi cada" ele cor vereie, que segura uma caneca ele cerveja numa mão pregada ~1 cru z, um ovo na outra, e mostra a língua. O autor ela blasfêmia é o alemão Martin Kippenberger. Ele diz injuriosamente que satiri za os habitantes ela região (Alto Aclige, ou T irol cio Su l), uma elas mais cató li cas e conservad oras ela Itáli a. Seus habitantes, com razão, estão indi gnados. Até os partidos políticos - oh surpresa! - protestaram. O prefeito ameaçou fazer greve ele fome, e os Schutzen (assoc iações ele atiradores do Tirol) lfotoJ pretendiam sa ir em passeata. Os diretores do mu seu preferiram cobrir a "obra" com jornai s. Poderiam - ai iás, mais acertadamente - recolher tanto o invólucro quanto seu conteúdo e jogá-los no lugar que lhes é próprio: o li xo. •
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s videogames - que criam dependência - ga nharam um in strumento que brinca co m a mente humana, noti ciou o diário argen tino " La Nación" . É o EPOC !foto I, capacete que, segundo se diz, lê as ondas cerebra is e as transforma em ordens para videojogo. O capacete detectaria também mai s ele 30 expressões faciai s e emoções cio jogador. Este poderia mover ou fa zer cle:aparecer obj etos na tela, só em im aginar os atos. O EPOC pode ana li sar o estado ele ân imo cio usuário para mudar a intensidade cio jogo. O invento poderá ser usado na TV, nos computadores e na vi gilância eletrônica. N em as emoções mais intern as esca parão ao controle (e eventual repressão) ele um mundo que vai se asseme lhando a um campo ele concentração para as almas. •
CATOLICISMO
Terminada a Olimpíada, recrudesce a vingança comunista
Civilização urbana modelou a selva do Alto Xingu
ienti stas do Brasil e dos EUA constataram que há 2000 anos os índios do Alto Xingu fundaram c idades como as ela primitiva Grécia ou da Idade M édia. Possuíam muros, praças e centros cerimoni ais l"foto 1- Seus habitantes clesmatavam , construíam canai s, criavam tartarugas em tanques, pescavam em larga esca la e trabalhavam a terra sistematica mente em roças e pomares. Foram identificadas estradas ele 20 e 50 metros ele largura e até cinco quilômetros de ex tensão, pontes , elevações ele terreno, ca nai s para ca noas e barragens. 15 grupos principais de aldeias se espraiavam em 2 milhões de hectares. A s conclu sões sa íram na reputada revista "Science". Para o antropólogo Heckenberger, chefe do estudo, a ''. floresta tropical virgem" foi , em verdad e, modelada pela ação humana. Esses fatos desmentem fal sos mitos inventad os pelo missionarismo comuno-progress ista e pelo eco logismo radica l sobre a intocabilid ade ela floresta e aversão cios índios à civilização. •
Bispos sul-africanos: métodos da CPT e do MST
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fome devasta o Zimbábue como resu ltado da Reforma Agrária socialista e confiscatória. O ditador do país , Robert Mugabe , assassinou opositores , queimou vivas as mulheres e fraudou as eleições . A Rússia e a China garantiram a impunidade dele na ONU. Isso não obstante, representantes dos bispos catól icos sul-africanos vieram a Brasília para "importar" os métodos da CPT (órgão da CNBB) e de sua criatura, o MST, para fazer análoga revolução no campo, em seu país. Reformas Agrárias socialistas e confiscatórias, como a brasileira ou a zimbabuana, só se explicam por um fanatismo igualitário religioso e metafísico. E causa pasmo que bispos católicos de outro país queiram importar métodos e experiências de reforma notoriamente fracassada no Brasil.
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NACIONAL
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Aborto de anencéfalos,
No entanto, no dia 20 de outubro de 2004 o plenário do STF deu parecer contrário à liminar, derrubando-a por 7 votos a 4. No mês de agosto último, quando da aprovação de experiências com células-tronco e mbrionárias, o Ministro Marco Auré lio festejou essa aprovação, dizendo que e la seria muito importante pará a próxima votação do aborto de anencéfalos. Para tanto convocou uma audiência pública, que deveria encerrar-se em três sessões, tendo sido prorrogada por uma quarta. Esta, porém , até o momento em que escre ve mos, não foi reali zada.
nova ameaça à família E nquanto o Congresso Nacional está em "recesso branco" por causa das próximas eleições municipais, o STF - extrapolando de suas atribuições - faz as vezes de Legislativo, tentando despenalizar o aborto
Co11clusão: séria e imccliata ameaça para o Brasil
Marcela de Jesus desmente os prognósticos médicos PUNIO YI DIGAL XAVIER DA S ILVE IRA
o Brasil, o aborto em qua lquer circunstância é crime. 1 Em dois casos, apesar de continuar sendo crime, não se aplica pena: quando há risco de vida para a gestante e quando a gravidez resulta de estupro. A fgreja Católica, no enta nto, é totalmente contrária ao aborto provocado. Sempre e e m todos os casos o aborto é pecado grave. É doutrina corrente, reafirmada ao longo da Hi stóri a da Igreja por vários Pontífices. O bem-ave nturado Pio IX , por exemplo , definiu: " Declaramos esta r sujeitos a excomunhão latae sententiae [na qual se incorre pelo próprio fato de cometer o crime"!, reservada aos Bispos ou Ordinári-
os, os que praticam aborto com a eliminação do concepto". 2 Esta posição é confirmada pelo atual Códi go de Direito Canô nico de 1983 (cânon 1398). Portanto, mesmo nos doi s casos e m que o aborto provocado é despenalizado no Brasil, a Igreja Católica o condena, e a ele se aplica a e xcomunhão.
A radicaliclade da sanha ab01'lista Não satisfeita com a atual legislação brasileira, uma atuante corrente abortista trabalha no sentido de despenalizar gradativamente o aborto para outros casos. Hoje, o foco é o abo rto do feto anencefá lico. Dizem os abo rti s ta s que os bebês anencéfalos, pelo fato de não possuírem cérebro, não têm condições de sobre vida: ou nascem mortos ou morrem logo ao nascer. E · portanto, para evitar sofrimentos para a mãe, é me lhor que sej am abortados. Para não chocar os "ouvidos pios", recomendam que não se fale de aborto, mas de "antecipação terapêuti ca do parto". Afirmam a inda que, como é gera lme nte aceito no Brasi l, a vida termina com a morte cerebral. Se o anencéfalo não dispõe de cérebro, poder-se- ia declarar que e le não tem vida, logo pode ser abortado. Os mais radicais dizem ainda que seus órgãos pode m ser utili zados para transpl antes !
CATOLICISMO
O recente caso de Marcela de Jesus, anencéfala filh a de Cac ilda Galante Ferreira (foto), da cidade de Patrocínio Pauli sta (SP), que viveu quase doi s anos, contrariou todos os vaticínios médicos. Dizi a-se que ela morreria no ventre de sua mãe, ou logo ao nascer. Da. Cacilda é católica, e quando lhe propuseram reali zar o aborto, pois os exames de sonografia atestaram que sua filha era anencéfala, ela recu sou-se termi nantemente, dizendo que aceitaria a criança como Deus a crio u, e que ela viveria o te mpo que Ele quisesse. O Criador lhe deu a vida, e só Ele a poderia tirar. Hoje, o caso de Marce la é um entrave à despe nalização do aborto de anencéfalos. Por essa razão, há um esforço enorme para " provar" que Marce la não era anencéfala, ou que era dete ntora de um tipo difere nte de anencefalia, etc, ele. (Vide quadro na página seguinte).
l)eputado: quem deve legislar é o Congresso No Congresso Nacional, há pelo menos c inco projetos de le i abortistas tra mitando nas comissões. Diga-se de passagem, vêm eles e ncontrando forte oposição, haj a vista os doi s últimos reveses nas comissões de Seguridade Soc ial e de Constitu ição e Justiça da Câmara dos Deputados. Na primeira, a derrota do aborto foi por unanimidade; na segunda, por uma ampl íssima maioria com apenas três votos favoráve is. Como se isto não bastasse, há ainda um projeto de le i sobre o aborto de anencéfalos em trâmite nas com issões. Ou seja, o Legislativo, ao qual compete legislar, está trabalhando para elaborar e votar leis, apesar de todos os pesares. Como as se ve rou o de putado Luiz Carlos Bassuma (PT-BA) em uma das audiências públicas no Supremo Tribunal Federal (STF), o Legislativo está cumprindo suas atribuições. Acontece, no entanto, que os abortistas passaram a não contar com um futuro promissor, depoi s das duas esmagadoras de rrotas que tiveram no Legislativo. E voltaram suas baterias para o Judici ário. De um tempo para cá, o caminho para impor determinadas leis fa voráve is ao aborto e ao "casamento" homossexual te m
sido a via judicial. Contrariando em geral as le is vi gentes,j uízes de primeira instânci a profere m sente nças favoráveis ao aborto ou ao "casamento" homossexual, as quai s, após recursos v,irios, acabam chegando ao STF. Este, tendo que dec idir, o faz muitas vezes ao arrepio de le is existentes, ou mes mo sem o amparo da lei. E tai s dec isões acabam incorporadas à nossa legis lação por via indireta .
Ao Judiciá1'io 11ão compete legislar No tocante ao aborto de anencéfalos, tal procedime nto ficou muito claro. Primeiro, juízes de diversas partes do Brasil autorizaram o aborto d e não nascid os po rtadores de ane ncefalia, apesar de tal ato não ser previ sto e m le i e até contrariá-la. A reincidê nc ia de casos levou o ministro do STF Marco Auré li o de Mello, no dia 1º de julho de 2004, a autorizar o aborto de anencéfa los em todo o Brasil, mediante liminar.
Universidade da Ca lifo rnia - Los Angeles Dr. Al an Shewmon, M.D. Professor de N euro log ia e Pedi atri a C hefe do Departamento de Neurol ogia Olive-View / CenLTó Médico da UCLA
l.O de Setembro de 2008 A que m interessar possa
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n. ,.,
Examin e i as im age ns de to mografi a co mputa dori zada datadas de 20 de novembro de 2006, e as imagens da ressonânc ia magnética de 13 de novembro de 2007 reali zadas no be bê Marce la de Jesus Galante Fe rre ira. Co ncordo que e las mostram a ausênc ia do calvárium (termo técnico do denominado calv ário) e tec idos mo les que o re vestem. O s conte údos da fossa posterior e tão presentes, corno també m algum tec ido
Está previ sta para novembro deste ano a votação no STF da Argüi ção do Descumprime nto de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54. Se aprovada, passará a ter força de le i; ou seja, estará estabe lec ida a despenalização do aborto para casos de anencefalia. Os brasile iros anti -abortistas e defensores da Lei Natural deve m se mobili zar de todos os modos contra essa no va ameaça à vida humana. Para os católicos, é um dever premente rogar a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, que Ela não permita mais este caso de matança de inocentes. Que não será o único, poi s abrirá as portas para outros. De nossa parte, redobraremos os esforços para esc larecer todos os brasil e iros sobre o enorme e iminente risco que corre o direito à vida de todas as crianças anencéfalas e m nossa Pátria . E las têm o dire ito ele nascer e ser batizadas, mesmo que venham a falecer em seguida. •
Notas: 1. Art s. 124 a 128 do Cód igo Penal. 2. Pio IX: Bula Apostolicae Seclis de 12/1 0/1 869, pp. 335-33 1.
cerebral suprate ntori al difere11c iado. Este é um c lás, ico caso de anencefali a. E mbora a ma iori a das cri anças ane ncéfalas mo rram na prime ira semana, uma minori a pode viver muito ma is, como a bebê M arcela. U ma revi são da literatura sobre ane ncefalia, dete ndo-se ta nto no diag nóstico quanto no período de $Obrevida, pode ser encontrada nos seguintes arti gos: Shewmo n, D .A.: Anencefali a: as pectos médicos selec ionados . Hastin g Center Report 18(5): 11 - 19, 1988 . S he wm o n, D .A. , Capro n A .M. , Pe acoc k W.J. , Schulman B.L.: O uso de crianças ane ncéfal as co mo fonte de órgãos : A crítica. JAMA 26 1( 12): 1773- 178 1, 1989. Coloco-me à di sposição para oulro~ esclarecimentos que fore m necessários. Atenc iosamente,
D. Al an Shewmon
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INTERNACIONAL impreg nados a tal ponto cios Dez Man damentos, que a separação é quase impossíve l.2 Esse consenso tornou-se o regul ador da nossa moralidade, o ades ivo esp iritual que nos mantém unidos. Uma nação cristã
veira sobre o que ele denominou "consenso ameri cano", uma espéc ie de adesi vo espiritual que mantém o país unido. Tratase de um acordo gera l ele índole hi stórica, com o qual nos comprometemos a Vim ele avançar e manter o país no rumo.
Ol'Ígc11s (lo COIISCl'Va(/Ol'ÍSmo
Estados Unidos, país conservador A aliando os ''dez nwndarnc11tos" mncricanos. para se cnteno conscnadorisrno nos l ◄ :ll \ e o "consenso americano'' que rn,111Lc~m o país unido e no mesmo rumo 1'
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Vi ce-p resid ente da TFP ame ri ca na
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s Estados Un idos são hab i tualmente encarados pelos estrange iros de acordo com uma perspectiva hol/ywoocliana, daí a surpresa que muitos visitantes demonstram ao leparar co m um país di ferente cio que conhecem através cio cinema. Os próprios ameri ca nos tend em a tomar essa imagem como verclacleira, e não se conscientizam ela amp litude cio nosso conservadorismo. No entanto, o país é conservador e reage fortemente contra práticas revo lucionári as ele há muito ad miti das em ou-
CATOLICISMO
tros países. Até os ca ndidatos ma is esquerd ista s têm de reco nhecê- lo e adaptar sua mensagem a essa rea lidade.
Uma nação consc1·n1dora Exemp lo carac terístico é o caso do aborto. A imprensa conserv adora informou recentemente que, no estado ele South Dakota, fo i fec hada a última c líni ca abortista, torn ando-se o primeiro estado a prescindir delas. O mai s impressionante é que tais clín icas estão sendo fechadas continu amente. A Plannecl Parenthood , por exemplo, desde 1995 vem fechando filiai s a um ritmo ele uma por mês, atingin lo hoje o menor número clcscle 1987. 1 Semanas antes ela olimpíada ele Peq uim, o Congres-
so ameri ca no aprovou por 4 19 votos contra I uma advertência ao governo chinês, a fim de encerrar a brutal campanha de abortos obrigai rios. Existe de fato um verd ade iro oceano ele pensam ento conservador em todo o país , e quem não tem suas posições bem clcf"iniclas corre o risco ele desorientar-se. Tanto é possível imob ili zar-se nas águas estag nadas de um tradicionali smo acomodado quanto aventurar-se na maré montante ele um mut,'íve l li vre arbítrio. Para se compreende r o conserva dorismo americano, vamos delinear o caminho histórico no qual ele se formou. Nesta ex posição tomamos como base os comentários cio Prof. Plíni o Corr~a de Oli-
Esse consenso formou -se enqu anto o país surgia como tal. Imed iatamente após a g uerra ele ind ependência, houve uma crise ele ca ráter reli gioso. Não hav ia uma seita protestante com maioria indi scutível , e também não se pod ia contar com ori en tação vind a da Europa. As igrejas protestantes estavam clesorga ni zaclas, cada uma vivencio para si. A guerra el e inclepe nclênc ia lanço u as co lôn ias ameri ca nas num caos reli gioso. As estrutu ras ec lesia is e a moral idade se encontravam desmanteladas pelos seis anos de guerra, e a própri a reli g ião es tava ameaçada pela irreli gião, pe lo es pírito " li vre- pensador" difundid o pe los franceses segu idores de Voltaire e Rousseau. Essa situ ação poderi a rapidamente degenerar numa total imoral id ade e irreli g ios idad e, e a nação teve ele adotar uma defesa con tra a irreli g iosidade. Optou por um tipo ele consenso reli g ioso. Não se tratava ela uni ão entre o Estado e um a igreja específica, o que era proibido pela Constitui ção, mas si m ela uni ão polí-
tica do Estado acompa nhada ele um acordo não escrito ele consenso rei igioso . Por meio desse consenso, os ameri ca nos prossegu iri am co m um conjunto de normas ele ação, pe las quais certas co isas co ntra Deus era m pro ibid as. O Estado conservou um a certa reverência a um deus indefinido no qu al acreditava. Um cód igo mora l cristão consens ual , frouxamente baseado nos Dez Mandamentos, fo i adotado pe lo Estado e pelas suas leis. Daí se poderem encontrar, por exemp lo, numerosos documentos e leis
Co1110 conseq üência, o Estado americano não adota nenhum a reli g ião ou se ita espec ificamente, mas seri a grosseiramente exagerado tomá- lo co mo nãorei igioso. Na prática , quando não através ele lei, a rei ig ião oficial cios Estados Unidos é esse conse nso ec umêni co gera l. Como esse co nsenso foi cri stão, a nação é vagamente cri stã. Se alguém cultua algum tipo de deus, de preferênc ia cri stão, pa rti cipa desse consenso qu e mantém a religiosidade, o patriotismo e o respeito à famíli a. E participa cio consenso quem vagamente respeita a lei de Deus, co mo uma espéc ie ele seguro para garantir a ordem pública . Esc ritores e soc ió logos ameri ca nos tê111 comentado o si ngular relacionam ento cio americano com a reli gião. Sa mu el Huntington , no li vro American Politics, observou que os america nos conferem à nação e à sua cultura "111uitos dos atri-
butos e .fi111çlJes de uma igreja ". Mesmo hoj e, em meio ~1 guerra cu ltura l que tenta destru ir as co nvicções rei ig iosas e morais, amp las fileiras cio público ameri cano aderiram e continuam aderindo a esse vago consenso. Uma 11ação religiosa
As conseqüências práticas dessa atitude são muito importantes, bem ev identes no clima político. Po is, quando a ma ioria de um país atinge o consenso ele que todos elevem cul tuar algu111 tipo de deus, essa nação se torna 111uito reli giosa. E ninguém hoj e nega, embora não sa iba ex plicar, o fato ele que os a111ericanos são muito religiosos. Os ateus são raros. A devoção re li giosa di stin gue os Es tado s U niclos cios seus al iados mais I róx imos. Embora essa vaga profissão reli g iosa esteja longe de uma ún ica Igreja verdade ira, esse país rei igioso é um obstác ul o à in vest id a
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secularista mundial contra a própria idéia de re li gião.
Uma 11ação moralista
as pectos econô micos e po líticos, a opini ão pública americana se apega à convi cção de que os M andame ntos deve m ser obedecidos, e que a desgraça deve atingir quem os transgride .
A segunda conseqüência do consenso americano é o aparecimento de uma amUma nação conser vadora pla parcela da população que respeita um código moral fracamente baseado nos Dez Não estamos afirmando que no país Mandamentos, ainda que o faça apenas a não há pecado, ne m mesmo que se prati bem da ordem pública. Por isso, o pa ís te nde a ser morali sta no A TFP americana atua em conjunto com 9 bom sentido da palavra, a transmovimento conservador, incentivando a fo rmar os assuntos em problemas oposição ao aborto, ao "casamento" homossexual, à blasfêmia, etc., morais, avaliando-os em termos temas que polarizam a nação de certo-errado. Os proble mas morai s obj eto do Decá logo são exatamente os que po lari zam hoje o país. Esses ameri ca nos que professam inquesti onáve l crença e m Deus e nas le is de De us são muito ma is d is postos a assoc iar a fé co m a po lítica do que nos o utros países. Fazem coa li zões em matéri a de aborto, oração nas escolas, combatem a pornografi a, a ho mossexu alidade. É o único país desenvo lvido em que grandes mo vim e nto s d e protes to abord am te mas mo rai s. Temas que não se evanescem, mas ano após a no oc up a m a age nd a legislativ a. A dife rença fund amental e ntre o movime nto conservador na E uropa e o dos Estados Unidos é exatamente essa nossa vi são morali sta. Enquanto na Europa os con se rvado res destaca m os
CATOLI C ISMO
cam zelosame nte os Mandamentos. Pecado e imoralidade são abundantes, mas a simpl es exi stênci a desse apego à le i moral é um constante apelo a reconhecêla e retornar a e la, que vi sita nossa consc iênc ia para reerguê-la. Num mundo em que a moral desaparece rapidame nte, os que se apega m aos Dez Mandame ntos são um obstác ulo conservador. Por isso, ainda que muitos americanos se recusem a admiti -lo, o nosso país é conservador. Embora esse consenso moral s~ja deficiente, ele consti tui um obstáculo à Revolução, tal como a define o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em " Revolução e Contra-Revolução". Atenta a isso, a TFP americana atua em conjunto com o movimento conservador, sustentando a idéia de um conservadorismo cultural focado nos assuntos que atraem o grande número de "americanos dez mandamentos ". Atuações que incentivam a oposição ao abo1to, ao "casamento" homossexual, à blasfêmia, à qu e im a d a ba nd e ira nac io na l, ao evolucionismo e a tantas outras man ifestações da Revolução, são temas que polari zam a nação. No clima amar go da atua l revo lução cultural, esses assun tos ocupa m o centro do ce nário entre os eleito res que se orientam por princípios, e eles constituem obstác ul os ao resva la mento do pa ís rumo à imoralid ade. Como católi cos, unimo- nos a outros ameri canos para defe nde r nosso amado país, que, no cenári o intern ac ional, co nstitui esse obstácul o. Mas rezamos também para ter a coragem de proc lamar sempre um patriotismo verdadeiro, autênti co e santo, po is ansiamos que nosso país se transforme de mero obstác ulo à Revolução cm uma nação autenticamente contra-revo luc ionári a. • E-mail cio autor: ca1olicismo@catolicismo.com .br
Notas : 1. http://www.all.org/article. php?= 10890 2. O li vro Os Dez Manda111e111os e Sua // 1,fluência 11a Lei Americana, ele Willi a111 J. Federer, é u111a exaustiva co 111pilação de textos 111os1rando co1110 cad a um cios M andamentos iníl uiu no descnvo lvi111ento das leis ameri canas.
O "fenômeno Sarah Palin'' PAULO RO BERTO C AMPOS
inu sitada escolha da govern adora do Al asca, Sarah Palin, para vi ce de John McCain, com a conseqüente reversão das intenções de votos nas pesqui sas, reve la a fo rça da opini ão pública americana, que deseja uma sociedade baseada nos princípios morai s e re ligiosos. Uma c lara ma nifes tação do poder da " Améri ca profunda". O candidato republicano à presidê nc ia dos EUA preferiu para sua chapa uma senhora be m conservadora, mãe de cinco filh os, que recusou abortar o último deles que nasceri a com a síndrome de Down. Se u filho mais ve lho, Trac k, 19 anos, entro u para o exérc ito em setembro de 2007 e fo i recente me nte mandado para combater no Iraque. Palin, 44 anos e casada há 20, opõe-se ao aborto e m todos os casos; é contra o "casame nto" homossex ual; grande defensora de po líticas pró-famíli a; a favor da abstinê nc ia sex ual antes do matrimôni o; defende o ensino do c ri ac io ni smo nas escol as; é fa vo rável à pe na de morte e contra o desarmamento da popul ação. E la é membro da NRA (Associação Nacional do Rifle), entidade que defende o dire ito ao porte de armas nos EUA . Enfim, e la gosta também de caçadas e de hambúrguer de carne de alce - hábitos abomináveis para os ecolog istas ... Resume acertadame nte a pos ição da candidata republicana o di ári o madrileno "El País": "Sarah pôs no centro do deba-
te americano a religião, a tradição e a família ". Res ultado: as pesqui sas de intenções de voto se in verteram . O esquerdista Barac k Obama, que levava vantagem desde que se lançara como candi dato à Casa B ranca, fo i s uperado pelo conservador John McCa in. E is aí o que os come ntari stas estão cl assificando de "f enômeno Palin " - o "efeito" que re verteu a vantagem democrata. Segundo diverso s institutos, pesqui sas rea li zadas logo após o anúncio de Sarah Palin mostrara m o candidato re publicano à fre nte do de mocrata . Por exe mpl o, o Callup apo nta va McCa in com cinco pontos ac ima de Obama. *
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Eles "caíram na rea l" . Antes di ziam: "O problema maior dos EUA é econômico". Agora confessa m que, apesar da crise financeira, o problema central não é econômico. Nesse se ntid o, do is arti c uli stas do "F inan c ial Times", Andrew Ward e Edward Luce, escreveram: " O benefício trazido por Palin é sua capacidade de cijudar os republicanos a
f azer corn. que a eleiçc'lo gire em torno de cultura e de valores, e não da economia". Confirm ando isso, um co luni sta do " Washingto n Post", To m Shales, concluiu : "Se os republicanos vencerem. as elei-
çõe.1· ern novembro, poderá ser dito que eles a venceram na noite de quartafeira - a noite em que a brilhante e eslranha escolha de John McCain para sua companheira de chapa mudou de alvo".
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Fica a pergun ta: E no Brasil ? Se aqui os candidatos defendessem propostas tão conservadoras quanto as de Sarah Palin , não seriam eles os escolhidos pelo eleitorado bras ileiro? Certamente. Ao menos a julgar por recentes pesqui sas de opinião e m nosso Pa ís, po r exe mpl o a do Da tqfolha (vide Catolicismo, edição de setembro/2008, "Juve ntude conservadora"). Entretanto, nossos candidatos preferem repetir mesmices, temas secundários e apresentar soluções demagógicas ou esquerdistas. Adotando a pe núltima moda, estão perdendo o " bonde da Hi stóri a" ... • E-mail do autor: pr-camJ)O!,@catolícísmo.com.br
A familio de Sarah Polín
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Com tal revi ravolta, até os democratas mais esquerdi stas foram obrigados a mudar o foco de sua campanha eleitoral. E m vez de insistirem em questões econômicas, guerra do fraque e racismo, passaram também a abordar valores da instituição famili ar.
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Catolicismo - Para melhor compreensão de nossos leitores, analisando profundamente e conceituando com precisão o processo revolucionário em Revolução e Contra-Revolução, como o Prof. Plínio sintetizava esses dois termos? Dr. Paulo Brito - A meu ver, a frase que fi gura no início ela cap. ll ele sua obra é característi ca nesse sentido : " Se a Revolução é a desordem, a ContraRevolução é a restauração ela ordem. E por ord em entendemos a paz ele Cri sto no reino ele Cri sto. Ou seja, a Civ ili zação Cri stã, austera e hi erárqui ca, l'unclam enta lmenle sacra! , antii gualitári a e antili bera l" .
Plinio Corrêa de Oliveira: modelo de jornalista católico contra-revolucionário A 01'iginalidade dos escl'itos desse líder' católico e seu csl ilo jorrwlíst.ico, cm sua atuação em clivcrsos meios de conH111icaçüo, desde o i11ício de sua vida púl>lica
este mês em que se cele bra o 13° aniversário d e fa lecimento de Plínio Corrêa de Oliveira , no ano do centenário de seu nascimento, a comis são de redação de Catolicismo pediu ao diretor de nossa revista, Dr. Paulo Corrêa de Brito Fº, para abordar um dos muitos dotes da rica personalidade daquele insig ne líder cató li co : o de exímio jornalista contra - revolucionário . Nosso entrevistado cursou a Faculdade Paulista de Di reito da PU C de São Paulo . Foi professor de História da Id ade Média e de Ética Social na Faculdade de Fi losofia, Ciências e Letras "Sedes Sapientiae", na capital paulista . Lecionou a disciplina Institui ções 8 de Direito na Faculdade de C iên - 3 cios Econômicas, C ontáb eis e Atuariais "São Luís", dos padres jesuítas, na mesma capital. E regeu a cadeira de "Históri a da C ultu ra" na Fa culdade de Comunicaçã o Social "Cásper Líbero" , em Sã o Paulo . Em 1960, coadju vando Dr. Plínio, foi sócio -fundado r, juntamente com outros congre gados marianos, da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade. Nessa entidade ocupou ca rgos de direção, tendo sido diretor de seu Serviço de Impren sa de 1969 a 2004, colaborando intimamente com Dr. Plínio no á rea do imprensa, até o falecimento deste em 1995. Em 1976 tornou-
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se Diretor de Catolicismo, fun çã o que exerce até hoje.
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CATOLI C ISM O
Catolicismo - Desde que assumiu a direção de "O Legionário" , o Prof. Plínio introduziu no jornal modificações que alteraram o seu perfil? Dr. Paulo /Jrilo - De fa to, sob sua direção o quinzenári o se l ran sl"ormou. No mesmo mês ern que assumiu a direção, a publicação tornou -se o órgão oficioso ela A rquid iocese ele São Paul o. Des tin ava-se primorclialrncnt.e ao movimento católi co, lendo cm vista proporcion ar- lhe segura ori entação tan to doutrinária quanto referente à ação. E em pouco tempo, em virtude ela ortodox ia, sabedoria e dotes cio j ovem diretor, o j orn al passou a infl uenciar os ambientes cató licos ele todos os quadra ntes cio País. Dotado ele excepciona l est ilo jornalístico - claro, inci si vo, lógico - , D r. Plíni o redigia os arti gos ele fund o e a colun a denominada 7 dias e111 revista. Neste espaço, ana li sava fatos relevantes ela se mana, tanto nacionais quanto intern acionais. Soube também reunir cm torn o ele si va li osos co laboradores, todos co ngregados marianos, que se dedi cavam ele corpo e alma à Igreja e ao jornalismo católico. Em 1936, o jornal passou ele quinzenári o ele duas fo lhas a se manári o ele oito páginas. De simples bo letirn paroqu ial, tran sfo rmou-se na voz católi ca rnai s influente cio País.
O,: Paulo IJl'iW:
"O venla<l eil'o jomalisla católico é 11ecessal'iame11te co11tl'a-1·ew,lucio11ário, {)ois não 11ode igllO/'al' a Revolução e <leve combatê-la em qualquer de suas rases"
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Catolicismo - O Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, desde o início de sua atividade na imprensa, foi um ardoroso jornalista católico . Mas pode-se dizer que já era também um jornalista contra-revolucionário? Dr. Paulo Brito - Dr. Plíni o iniciou sua traj etóri a j orna I ísl ica crn 1929, no próprio ano ern que fo i l'und acl o " O L eg ionári o" , então órgão o fi cia l ela Congregação M ari ana ela Paróquia ele Santa Cecíli a, na cap ilal pauli sta. E j á ern se ternbro daq uele an o , co rn 2 1 anos, escreveu pa ra o referi do j ornal urn arti go corn o Lílu lo O Vaticano e o Kremlin, que já indicava um cios terna s básicos ele seu pensamento: a radi ca l im poss ibilidade de qu alquer acordo entre a Igrej a Ca tóli ca e o comuni smo. A ss im , desde o in íc io, seu ardente e ali lado espírito ele fé cató lica se ma nifes tava militante e combativo, denunciando o peri go que o comuni smo tercei ra etapa ci o processo rnulti ssecul ar que vinha destruind o a C ivili zação Cri stã, por ele cl enornin aclo Revoluçcio - representa va para a Santa Jgrcja. Na rea lidade, todo verd adeiro jornali sta ca tól ico é necessari arn ente contra- revolu c io nário, po is não pode ignorar a Revo lução e eleve co mbatê- la em qualquer ele sua s rases e manifes tações .
Catolicismo - Mas não foi somente em 1959, com a publicação de sua obra-mestra Revolução e Contra-Revolução, que o Prof. Plínio conceituou de modo preciso tal processo? Dr. Paulo Brito - Com a publicação dessa obra, ele sin teti zou e aprof undou sua análi se cio processo revolucionário, embora já o ti vesse percebido e combatido nas pág inas ele " O L eg ionári o" , espec ialmenle quand o se tornou seu diretor, a partir ele agosto ele 1933. E le correspondeu ele modo integra l ao tipo ele jornali sta indicado por Pio X I na Encíclica Reru111 O,n niwn, de janei ro ele 1933 , que instituiu São Fran cisco ele Sa les padroeiro cios j orn ali stas católi cos. E apli cava-se bem ao caráter contra-revolucion ári o cio j ovem diretor a frase ela encíc lica: "Guardem-se Los j ornalistas cató li cosJ de faltar com a verdade, e ja mais, sob pretexto de evilar a crítica dos adversá rios, a atenuem ou dissirnu lem ".
"Em 11frtmle da Ol'todoxia e clotes do jovem dil'CWI' <lo "Legionál'io", o joma l {)assou a i11l1ue11ciar os ambientes católicos ele toclos os quaclmntcs do País"
Catolicismo - Analisando especialmente a política internacional, o Prof. Plínio chegou a fazer previsões que contrariavam a opinião prevalente na imprensa da época? Dr. Paulo Brito - Com efeito, em rn ais ele uma ocasião isso aconteceu. Há mu itos exemplos. Urn ci os mais fri santes ele tais previ sões - poder-se-ia di zer como que proféti cas - ocorreram por ocasião ci o pacto Ribbentrop-M o lotov em 1939. Ou tra prev i são im po rtan te foi o rev igoram ento cio peri go muçulmano, mais ele 50 anos antes cios atentados maometano s ao World Trade Center e ao Pentágono, em setembro ele 200 1. Em 14 ele maio ele 1935, como diretor cio " L egionári o" , observava: " A nota mai s curiosa ci o notici,1-
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Plínio. Desde a década de 70 ingressaram na Europa Oc idental milhões de muçulmanos, ameaçando a pró pria ide ntidade cios países euro peus.
ri o da semana passada foi forn ec ida, sem dúvida, pe los rum ores in siste ntes so bre uma aproximação teuto-russa [ .. .]. Em prime iro lugar, nenhuma pessoa medianamente culta poderá negar a inte ira afi nidade ideo lógica ex istente entre o tota litari smo e comuni smo [ ... ]. A Ale manha é nac iona l- sociali sta. A Rúss ia está fi cando nac ionali sta sem de ixa r de ser comuni sta. Pesem-se be m as pal avras: e ntre um ' nac io na lismo-soc iali sta' e um ' nac ionali smo-comuni sta', que diferença há?". Note-se que, na ocasião, naz ismo e comuni smo eram tidos, pe lo público em geral , como inimi gos ferrenhos. Após qu atro anos , e m 23 de agos to de 1939, era ass in ado o pac to Ribbentrop-Mo lotov, confirmando as previ sões de Dr. Plínio. Nove di as depo is, com o apo io russo, Hitler invadia a Po lô ni a, dando in íc io à Seg und a G uerra Mundi a l. Na fase final dessa conflagração, em 5-3- 1944, alertava o diretor do "O Legionário": "Chame-nos a bancada dos míopes mais uma vez de visiomüios: o problema muçulmano vai constituir uma das mais graves questões reli giosas de nossos dias, depois da guerra". E e m 15-6- 1947, no arti go " Mao mé renasce", Dr. Plíni o proc lamava: " A Liga Ára be, uma confederação vastíss ima de povos muçulma nos, une hoj e todo o mundo mao metano. l ... ] A Liga Árabe age como um vasto bloco, perante as nações não árabes, e fo me nta por todo o no rte da Áfri ca a in surreição" . A partir da c ri se do petróleo e m 1973, e de modo es pecia l com a revolução de Kh o me ini , inic iou-se uma operação muç ulm ana de co nqui sta mundi a l, tendo como base o fund amenta li smo. Confirmando, de modo impress io nante, as previ sões de Dr.
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CATOLICISMO
Foram inúmeros os entrevistas concedidos por Dr. Plínio poro jornais e revistos nacionais e estrangeiros
"Uma das qualic/ades marcantes do estilo jornalístico de l)r. P/iJúo em sua capacidade de aclaptaç.i ío, baseada no senso psicolúgico 11ercladeimmc11tc ímpar"
Catolicismo - Em 1947, Dr. Plínio deixou a direção do "O Legionário", iniciando em 1951 nova fase de sua trajetória jornalística, inspirando a fundação de Catolicismo, do qual foi a alma e o principal colaborador. O Sr. poderia apontar algumas características de seu jornalismo nessa nova fase? Dr. Paulo Brito - Os te mpos mudaram e o público de Catolicismo era difere nte dos leitores de "O Legionári o". Uma das qualidades marca ntes cio estilo jornalístico de Dr. Plínio era sua ca pac idade de adaptação, baseada no senso psicológico verd ade iramente ímpar de que era dotado. Seu estilo, e mbora continuasse a firm ativo, c laro e lógico, adaptou-se às novas ge rações, menos afeitas às po lê micas de é pocas anteri ores. E ass im Catolicismo foi se torn ando um pó lo do pensamento cató lico autênti co e defensor da tradi ção, embora adaptando o tô nus po lê mi co mai s contundente de arti gos cio "O Legionári o". No novo me ns,frio, atraía es pec ialmente os le itores uma seção ori g inal íssima deno minada Ambientes, Costumes, Civilizações, cri ada por Dr. Plínio. Em seu Auto- relrato .filosó.fico, e le ass im a ex pli ca: "Essa seção constava da análise cornparati va de aspectos do presenle e do passado, tendo por objeto monurnen/os históricos, fisionomias características, obras de arte ou de artesanato, apresen!ados ao lei!or a/ravés de f otos". Tal análi se vi sava "nwstrar que a vida de todos os dias, ern seus aspectos ápices ou triviais, é suscelível de ser peneirada pelos mais al!os princípios da Filos()fta e da Religião". Dr. Plínio clava muita impo rtâ ncia ta mbém à seção Verdades Esquecidas , em que era m realçadas verd ades qu e uma piedade fal sa e adoc icada timbrava em pôr na sombra. Catolicismo - Há outro aspecto jornalístico que Dr. Plinio pôde apresentar a um tipo de público diverso, não especificamente católico? Dr. Paulo Brito - S im , di versos as pectos . Um exemplo: durante vári os anos, a partir de 1966, Dr. Plíni o co laborou em "A Folha de S. Paul o", j orn al de maior tirage m do Pa ís naque la época. Em vi sta desse novo público, e le utili za va um estilo atraente, versátil , às vezes até j ocoso, sempre para de fe nder os princípi os perenes da Santa lgreja e a C ivilização C ri stã. Seus arti gos denotava m serenidade, e ne les torn ava-se pate nte uma convicção profunda ela verac idade do que afirm ava. A ori ginalidade de seus escri tos des pertava interesse e por vezes a c uri os idade cios le itores, mesmo de mu itos
que di sco rd avam de suas idé ias . Alguns exe mpl os de títulos cios arti gos da " Fo lha" são sinto máticos dessa cri atividade jornalísti ca: " Kamikaze"; "Cai xas de sapatos: boas urnas de e le ição?"; " Não le iam o u leiam meu próx imo artigo"; " Não encontre i títu lo para este artigo" ; " A nuve m, a onça e o mancebo"; " Rum o firm e na nau da indec isão"; " Açúca r amargo, Natal sem lu zes" rem C uba] ; "Corcovado ou fo rmi ga"; " Re li gião a servi ço da irre lig ião".
Catolicismo - A imprensa diária costumava interpelar o Prof. Plinio a respeito de assuntos de atualidade? Dr. Paulo Brito - Isso oco rri a com freqüê nc ia. Le mbro-me, por exempl o, de dec laração sua condenando a tentativ a de e limin ar, no Códi go C ivil , a fid e lidade conju gal co mo dever dos cônjuges; de mani festação de discord ânc ia e m re lação ao projeto que propunha a extinção grad ativa dos manicômios cio Pa ís; de sua reje ição a todo e qu a lque r caso de permi ssão legal para o aborto; de seu repúdi o contra a liberação dos jogos de azar, que fasc inavam os ho me ns, arrastando "osjogadore.1· pela via das mais ex/remas Jemeridades"; de sua re pul sa indi gnada a film es bl asfe mos como "./e vous salue, Marie" e "A última tentação de Cristo " . Catolicismo - E de entrevistas dele para rádios, o que o Sr. poderia dizer? Dr. Paulo Brito - Record o- me de uma concedida ao programa "Pin ga Fogo" - de perguntas e respostas curtas - , de uma rádi o de Urugua iana (RS), em junho de 1990. Al gumas de suas res postas reve lam sua presença ele es pírito e a superi o rid ade com que e le e ncarava as questões trivi ais apresentadas pe lo e ntre vi stador. Assim , por exempl o, à pergunta do locutor "D,: Plin.io, o S,: !em medo? - res ponde u sobra nce iro: "Sim, de Deus". E inte rrogado so bre sua opi ni ão a res peito do c inema, teatro, TV e rádi o, observou: " Desde meu lempo de moço, pareceu-m.e que a vida era mu ito mais interessante de ser observada e analisada do que esses meios de di versão". O locuto r, ao perguntar- lhe que m e le jul ga va ser uma personalidade mundi al, fi co u surpreso com a res posta rea li sta e franca: "lnfelizmenle, devo dizer que o mundo conlemporâneo eslá terrivelrnen.te vazio de personalidades m.undiais ".
"O pres. Sa1·11ey 11ão atem/cu o 11edido de realização do plebiscito pmposto pelo l)r. l'li11io. O PNRA cio go11er110 fracassou e praticamelll;c 11ão foi aplicado "
Durante o entrevisto à "TV Capital", de Brasílio, no programo "Mensagem ao Presidente", em agosto de 1985
Plano Nacional de Reforma Agrária cio Presidente José Sarn ey. E de nunc iou o fracasso dos assentamentos de Reform a Agrári a introduz idos pelo Estaluto da Terra anos antes. A me nsagem que Dr. Plínio, através desse prog rama, envi ou ao presidente Sarney fo i, e m síntese, a seguinte: "Eu fa ço lao pres idente] um apelo: ordene um plebiscilo geral, promova {. .. ] uma consulla geral à Nação. Se o povo deseja uma das !rês coisas: 1- a rnanutenção do atual status quo; 2que o gove rno aplique in.leg ralm.ente a /?e.forma Ag rária já; 3- que o gove rno f aça experiências agrárias ern várias parles do Pa fl' [. .. /. Em lodos os pafaes do mundo onde a !?e.forma Agrária tem sido aplicada, os resultados são muito de.1favorávei.1·. [. .. ] Consul!e, presidenle, consul!e o povo brasileiro para pergun/a,; eles/as três hipóteses, qual ele pre.fere". O pres ide nte Sarney não atendeu o pedid o de rea li zação do plebi scito proposto pe lo Dr. Plíni o. O PNRA do go verno Sarney fracassou e praticamente não foi aplicado, como fracassaram até hoj e todas as tentativas ele aplicar uma Reforma Agrária mac iça, que altere a estrutura agrári a do Brasil. Ao contrári o di sso, o suste ntác ul o econô mico cio País - a "âncora verd e" - te m sido a produção agropec uári a e o agron egócio. Em larga medid a, isso se deve às vi go rosas campanhas anti - Reform a Agrári a que Dr. Plíni o empreende u na direção ela TFP, e m todo o Bras il , desde o iníc io da década de 60. O Prof. Plínio foi vá ri as vezes co nvidado a formul ar pe rguntas a entre vi stados cio programa " Roda Vi va", da TV Cultura de São Paul o. E suas pergun tas cos tumavam deixá- los embaraçados, sendo geralme nte fi guras esqu erdi stas do mundo políti co. •
Catolicismo - E de programas de TV, nos quais Dr. Plinio tenha participado? Dr. Paulo Brito - Ele concedeu di versas entrevi stas a TVs. Uma das mais memoráveis foi ao prog rama " Me nsagem ao Pres idente", da "TV Capita l", de Bras íli a, em agosto de 1985 . Nessa ocas ião, to rnou pate nte o caníter soc iali sta e confi scató ri o do
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INFORMATIVO RURAL
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"1'il'aram a bancleira hrasileil'a " Quem relata o fato é o Cel. Gélio Fregapani, um dos fundadores da Escola de Guerra na Selva: "A cidadezinha de Pacaraima.
lhama, Incra e Funai: "tridcnlc do diabo" Quem criou o bordão ac ima foi o prefeito de Pacarairna e empresário rural Paulo César Quarti ero, líder da res istência contra os que querem expu lsa r os não-índios da reg ião do Rio Sururnu , onde está sendo imp lantada a reserva indíge na Raposa/Serra do So L Quem está criando probl ema no loca l, seg und o Qu arti ero, é o governo federal, por meio principalmente do Mini stéri o da Ju sti ça . "O senhor Tarso
na fivnteira com a Venezuela, é a única povoaçc7o brasileira nas serras que marcam, no norte, o início de nosso Pafl-. Apesar de toda a pressüo, essa população está crescendo, o que torna rnais diffcil a rnissão dos traidores da pátria: acabar com o enclave brasileiro na pretensa nova 'nação' separada do Brasil. a reserva Raposa/Serra do Sol, em área contínua que chega até afivnteira. Uma das vilas sob pressão dos traidores resiste: Surumu, que mantém hasteada das 6 às 18 horas uma gmnde bandeira nacional, corno símbolo da decisão de se rnanter brasileira. Sorrateiramente, num.fim de semana, gente do Conselho Indígena de Roraima (CIR) retirou a bandeira depois de espezinhá-la. A população /oca/ - na maioria índios, mas todos brasileiros - preparou-se para retornar a bandeira à força. Na iminência de um conflito, a Funai afinal se mexeu: f ez com que devolvessem a bandei;-a_ Entretanto, ao devolvê-la, tos do C fRI decla rarmn que depois de agosto (data ern que previarn haver o julgamento do STF) haveria outra bandeira hasteada, e que não seria a brasileira" ...
ESTADO OE RORAIMA MAPA OE MINÉRIO IJi!ASll!!llHOIJIS l!U fUNII · 11SrnJ Íldlj!llõl
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Genro mandou sua polícia aqui para nos expulsar e criou essa co,~fúsão toda".
A manipul ação de índi os por brancos e reli giosos da esquerda continua a todo vapor.
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CATOLICISMO
Onde há l'i(f11eza, há índio refrindicando O sul do M ato Grosso do Sul é a área mais ri ca do estado . Vivem na região 635 mil hab itan tes e 40.000 indígenas, com eco nom ia em forte cre sc imento. O governador André Pucc inelli co ntesta esse número, garantindo que os índio s não passa m de 25.000. Ali se concentra 6 1% da produção da soj a em MS, estado que é o maior produtor dessa cultura no País. Ali a FUNA I (Fu ndação Nacional do Índi o) pretende au mentar ass ustadoramente, por determin ação fixada em cinco portaria s, as áreas oc upad as pelos índios guarani-ka iowás , abran gendo 28 muni cíp ios. As propri edades qu e fo rem decla rada s território indígena serão ex propriadas se m indeni zação l O probl ema, entretanto, não se limita às riqu ezas da região. Trata-se da preservação da propri edade particular ameaçada por ataba lh ~adas ações de urna fund ação pública que, gL'.t ada por urn a 1deo log1a de ca ráte r co muni sta, exp ropria milh ares de produtores rurai s ou urbanos mediante simpl es atos adm ini strativos. Será que em breve veremos nosso País redu zido a favelas e malocas rurai s?
Propositad ame nte não usa mos o term o territórios indígenas no títu lo. O territóri o brasil eiro é um só. Entretanto a ex -
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No relato diri gido ao senador M ozarildo Ca val canti (PTB RR) e a deputados da Assemb léia Leg islativa do estado, o gru po acusa a PF de rev istar apenas veícul os li gados aos agri cul tores, mas libera r a entrada sem restri ções de pessoas e cam inh ões a serv iço do Cm.. "Somos discriminados. A Polícia Fe-
Fazern de tudo para excluir as famílias que trabalham cornos ag ricultores".
E os pontinhos verm elhos serão tribos indígenas? Não ! São reserv as de minéri os corn o Nióbio, Tântalo, Ouro, Urâni o, Tório e Diamante. Não é se m ra zão que governo s atuam há 25 anos' na reo-ia b ~o , bem corno as milhares de ONG s, tanto estran geiras corno brasil eiras. O primeiro- mini stro da Noru ega, Jens Sto ltenberg, esteve no Brasil e doou 100 milh ões de dólares para a proteçã~ de_ fl ores ta s tropicai s, podendo essa quanti a, num prazo mai s dil atado, estender-se a I bilhão. Será pura fil antropi a?
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tão ·:e sentindo desamparados, sern apoio da PF ou da Força Nacwnal de Segurança".
No tex to, os moradores também argumentam que há interfe rência de entidades estrangeiras, co rno as ONG s multinacionais Greenpeace, Amigos da Terra e WWF, em defesa da demarcação contín ua. "Dos padres da Igreja Ca tólica, tambérn.
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Pl'ocessos de demarcação <le tel'l'as inclígcnas
Enqu anto o Supremo Tribunal Federa l estud a o caso, a PF conti nu a sob suspeita. Segundo a Agência Cârnara , indígenas ali ados a produtores de arroz apresentaram um relatório a um grupo de parlamentares, denun ciando a atuação da Polícia Federa l a favor do grupo li gado ao Conselh o Indíge na de Roraima (CIR). Os moradores que def endem a perman ência dos arroze iros "es-
deral come e convive em. parceria com o pessoal do CIR. Com a gente o tratamento é outro. Nós é que fa zemos a nossa própria segurança", afirm a o relato.
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Omle há minério, há ,·eser n , de índio O mapa ac ima reproduz o Estado de Roraima . Atente-se para as coincidências: as partes em c in za são as reservas "generosamente" demarcadas para algun s poucos índios, destacando-se por sua ex tensão a ass im chamada nação ianornâmi , acima e ü esq uerda; e o territóri o indígena Raposa/ Serra do Sal , ac ima e à direita.
pressão é usada reiteradam ente pela esquerda para adaptar-se mai s ao es pírito da Declaração Un iversa l dos Direi/os dos Povos Indígenas, aprovada em setembro do ano passado na O NU , com voto favoráve l do Bras il , e que ameaça tornar-se lei no País se o Congresso a ratificar. Durante mui to tempo 0 Bras il liderou o bloco de países co ntrári os à aprovação, mas recentemente mudou de pos ição . Hoj e, nosso País tem cerca de 300 reivindicações de demarcação em 18 estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Su l Pará, Minas Gera is, Rio de Janeiro, Acre, Ba hi a, Pern arnbu~ co, Para ná, Amazo nas, Rio Grande do Su l, São Pau lo, Santa Catarin a, A lagoas, Ceará, Tocant in s, Amapá e Rond ôni a. Note-se que o grosso dessas reivindi cações tê m a frente brancos, e por vezes reli giosos, manipulando índios. As áreas j á demarcadas ocu pam 13% do território nac ional. A cada dia surgem novos pedidos de certificação ou extensão de área j á ex istente. Onde iremos parar? Recentemente, fun cionári os da Funai em Rondôni a ped iram ao Mini stéri o P(ib li co aj uda para obri gar a própri a Fun ai a proteger uma área de floresta ao noroeste de Mato Grosso, onde vi vem ape nas doi s membros de uma etni a - os piripkuras! Só que esses (iJtimos desce ndentes são homens.. . não tendo, portanto, condi ções de preserv ar a etnia . •
Protestos contra a revolução quilombola Eis a truculenta ameaça de um diretor do INC RA na região de São M ateus (ES): "Assirn como o esta -
do não paga nada por um automóvel roubado e o devolve ao legítimo dono, assim também não pagará nada a vocês, pois as terras/oram roubadas dos neg ros ". Milhares de produtores e traba lhadores rurai s do norte do Es pírito Santo reali zaram, no dia 28 de ju lho (i ltim o, gra nde manifestação na cidade de São Mateus, em plena BR IO1, que durou sete horas e meia. Co m tratores, caminhões, caminhonetas e automóveis, eles protestaram contra a já conhec ida revolu çüo qui/ornbo/a, ao mes mo tempo que reivindi caram melhorias para a região. A idéia do protesto surgiu porque, após urn a trégua, o INC RA reini ciou de forma intempestiva, uni latera l e trucul enta as noti fi cações das propri edades a serem confi scadas para assentamentos de preten-
sos quilombo/as. De acordo com fontes da Conf'ederação Nacio nal de Agricultu ra, as propriedades não serão mai s desapropriadas (por preço justo ou, o mai s provável, injusto), e também não serão ex propriadas (paga nd o-se apenas as benfeitoria s) , mas terão suas escrituras anuladas. Em conseqüência, os atuais e legítimos propri etári os serão expul sos de suas terras pela força polic ial. Foi o qu e afirmou um dos diretores do INCRA do norte do Espírito Santo, que ta xa tivamente ameaçou os produtores durante urna reuni ão. Existem propriedades com documentos de 154 anos, portan to da época do Impéri o. Em razão di sto, os agricu ltores pediram a anulação do decreto 4887 do presidente Lu la, qu e vem permitindo esses in ad missíveis atrope los ao direito de propri edade.
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Os membros da Associação dos Fundadores, que partic ipam da Ca mpanha Paz no Campo, de São Paul o, estivera m presentes di stribuindo milhares de impressos em defesa do agronegócio, contra o MST e a revolução quilombo/a. Por sua vez, o mov imen to Paz no Campo, de São Mateus, divu lgo u um docum ento intitulado Carta do povo de São Mateus, com as prin cipais reivindi cações dos prod utores e agricultores do Espírito Santo. •
OUTUBRO 2008 -
A DOLPHO LINDENBERG
m dos mais renomados engenheiros de nossa época, fundador da Construtora Adolpho Lindenberg (CAL), Dr. Adolpho é das poucas pessoas ainda vivas que teve o privilégio de privar com Plínio Corrêa de Oliveira em sua infância, uma vez que era seu primo-irmão. Na proximidade das comemorações do centenário de nascimento do Prof. Plinio, que ocorrerá em dezembro deste ano, Catolicismo pediu a Adolpho Lindenberg uma colaboração na quaJ narrasse algumas recordações daquele convívio. Numa linguagem muito atraente, o engenheiro e empresário paulista nos descreve, além dos fatos referentes ao período de infância, o modo como desde pequeno o Prof. Plinio foi forjando seu ideal, que veio a ser inteiramente explicitado décadas depois em sua obra Revolução e Contra-Revolução.
uai s são as mai s anti gas recordações que g uardo, co m ca rinho, dos te mpos em que meu primo-irmão, Plinio Corrêa de Oliveira, era moço e e u uma criança? Nossa difere nça de idade era de 16 anos. E le vi via na casa de nossa avó materna, Gabriela Ribe iro dos Santos, porque tio João Paul o, pai de Plinio, embora muito bo m advogado, não teve sucesso enquanto administrador, te ve prej uízos com fábricas que tentou dirig ir, sem hab ilidade para tanto. Nossa avó - matri arca de estilo antigo, que marcou é poca na soc iedade pauli sta de fim do sécul o XlX e iníc io cio sécul o XX - era monarqui sta. N o me io republi ca no e m que vivi a, nunca escondeu suas re lações com a Princesa l sabe l, então ex ilada na França. Podia-se mesmo dizer que vovó fo i uma expressão do Brasil antigo, tinh a hábi tos e m que se sentia o Impéri o e o Brasil do interi o r. Um quadro que pertenc ia a Plinio, pintado por conhec ido retrati sta francês , aprese nta vovó como uma be la se nh o ra, com olhar dec idido, vivo, inte li gente e maternal (foto à dir.). Ela ex ig ia qu e seus c inco filh os e respectivos cunsortes fossem visitá-la diari ame nte e m sua res idê ncia situada no bairro dos Campos Elíseos. fsso permitiu que e u tivesse com Plinio um convívio praticame nte de irmãos. Lembro-me de que ele era uma pessoa bem alta para a época, quase 1,80 m, bem gordo, extraordinari amente loquaz, dono de uma voz forte, riso fácil e contagioso, comunicativo ao extre mo. Numa palavra, uma personalidade que se impunha pela presença, mas que cativava pela afabilidade e atenção dada a todos os que com ele conversavam. Na espaçosa residênci a, falava-se e se discuti a de tudo: hi stóri a, re li g ião, política, o governo de Getúlio Vargas, mo narqui a, república, divórc io, fatos do dia-a-dia. Nunca vi me u primo contando pi adas, mas e le tinha um gosto todo especial e m ap resentar hi stori etas e episód ios hi . tó ricos, co m seus personage ns pitorescos, paradi g máticos ou mes mo hi lari antes. Conversava com prazer sobre tudo o que tivesse relação com o mundo cultural ou com questões ideo lógicas. Co m muitas metáforas, ditos de espírito e aná li ses de pessoás, comparações surpreendentes e ntremeadas de gra ndes exp li c ita-
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Plínio viveu nesse meio, fez parte dele e o anali sou meticulosamente. Foi nesse círcul o $6c ial que pôde observar como os preconceitos, tendências e mentalidades podem predispor as pessoas a aderir a esta ou àque la ideologia.
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Penso que quem não conheceu as delícias do bem viver de uma família patPiarcal, da época de nossa avó, tem dificuldade para compreender como um ambjente lamHiar pode ser tão aconchegante, agradável, harmônico e cheio de vida
ções, mas também com característi cas case iras e des preten si osas, suas conversas sem pre foram consideradas entretid as, interessantes e agradáveis, até por pessoas hostis a seu pensamento. Um beneditino alemão, que ia freqüentemente ao seu escritóri o d advocacia para tratar de assuntos da Ordem , confidenciou-me que discordav a de quase tudo o que ele di zia, mas julgava sua conversa de tal modo interessa nte que nunca perderi a a oportunid ade de estar com ele. Foi sempre um ótimo ouvinte. Costumava di zer: "A gente conversa sobre o que o outro que,; nêío sobre o que a gente quer ". Atento, paciente para com os tímidos, como que mergulh ava no mundo dos pensamentos daqueles com 1uem conversava. FiY. de passagem uma referência a Getú lio, e convém aqui esclarecer que Plínio sempre detestou o getuli smo, um movimento político que ele considerava igualitário e revolucionário, responsável pelo fim da " República velha". Esta, que se caracterizava pela altern ância de políticos tradicionais mineiros e paulistas no governo da Nação - o tão conhecido esquema "café com leite"-, tinha laivos ari stocráticos, apesar de ser um regime republicano. Os chamados "coronéis" e os " barões do ca fé" governavam então o País, e seu afastamento das lides políticas abriu as portas do Brasil para as ideologias totalitári as, que cm menos de dez anos levaram o mundo à maior de suas guerras.
/\m/Jic11t,c l'amilim· aco11chc~a11l · e lrmlicio11al Talley rand , grande diplomata fran cês e exími o homem de soc iedade, co111entou que não co nhecia bem a doçura de viver quem não conhecera a sociedade de ant es da Revo lução Francesá. Respeitadas as proporções, penso que quem não conheceu as delícias do bem vi ver de uma famíli a patriarca l, da época ele nossa avó, tem dificuldade para co111pree nder co mo um ambien te famili ar pode ser tão aconchegante, agradável, harm ônico e cheio de vicia .
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·Com sua irmã Rosée
Se quiséssemos destacar a nota característica de sua personalidade, eu diria que tia Lucilia encarnava o ideal perfeito da mãe católica, em toda a extensão do termo
E le gua rd ava mui to viv as as recordações daquela época . Três 111eses antes de sua morte, estand o j ,1 doente e enfraqu ec id o, deu-se à última co nversa qu e tive a sós com ele. N o fim do encontro , começou a relembrar e a discorrer sob re os antigos tem pos, se u co nvív io com sua irm ã Roze ncla (R osée, para oi; íntimos), primos e am igos, o ambi ente - tão vivo por um lado , e tão séri o por ou tro - que rein ava na casa de vov ó. Fiquei qui eto e não o interrompi , co mpreendendo co mo ele, ainda muito mais do qu e eu, sentia sa ud ades da boa ord em, seri edade e bem-estar daqu ele peq ueno 111undO, tão agrad avelm ente patriarcal. Terá esse ambi ente co ntribuído para au mentar em Plíni o seu amor à tradi ção? Creio 9 ue sim . N o fim da co nversa, ele agradeceu minh a atenção em ouvi- lo di scorrer tão longam ente sobre ve lh as lembranças, e se retirou . Pouco tem po lepois, c m outubro de 1995 , j á não estava entre nós. Foi no convívi o com nossa avó, seus pais , seu tio Gabriel , sua irmã Rosée, seus o ito pri mos e os am igos que freqüentavam regularmente a casa, que ele passou sua infância e ado lescência, co meçou a ord enar e estruturar seus pensa mentos, fo rmou seu caráter. Fo i esse o fundamen to que lhe poss ibilitou depois ded ica r sua vida à Igreja e torna r-se o "Cn m\dó do séc ul o XX " - co mo tão bem o denominou o pro f. Roberto de M at:tei ao escrever sua biogra fia.
/)a. J.,ucilia: católica 11wnarq11ist,a e ll'a<licionalislél Para uma compreensão melhor da personalidade dê Plíni o, nada mais adeq uad o do qu e começar por conhecer de peno a fi gura muito es pec ial , muito próxima a mim, muito querid a, que roí sua mãe, ti a Lucíli a, irmã ele minha mãe. Se qui séssemos destacar a nota ca racterísti ca de sua persona lidade, eu diria que ti a Lucíli a encarnava o ideal perfeito ela mãe ca tóli ca, em toda a ex tensão do termo. N ãó só de 111ãe, mas também de esposa, filha e tia. Sendo ela a 111ai s ve lh a das irmãs, cuidou de vovó durante o longo período ele sua doença, como era o costume daq ueles tempo .. "Lu ·ilia
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se anulou, se afastou de tudo para cuidar de sua 111ãe, d ia e noire, co1110 se fosse uma e1~/"e. rm eira " - este era o ma is freq üente comentári Q sobre ela, feito pela parentela, que guardei na memóri a. Com o orrer do tempo pude avali ar quão penosa deve ter sid o essa 111issão, pó is vovó foi uma pessoa co m inúmeras qualid ades, mas a paciência certamente não era a mai or delas.
Fotografia de Da , Lucilia tirada em Paris
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mil. T ení ela tid o con. c iência de que, ai;sim fazendo, estava me preparando para tornar-me um fiel seguidor de seu filho?
Uma senhora cerimoniosa e acolhedora
Da. Ducilia foi a fonte da aversão de Plínio por tudo quanto era modernizante, pouco cerimomoso e igualitário
CATOLICISMO
A razão de seu ' anulamento", no cnLanto, conforme foi -me dado observa r ao longo dos anos, se deve ao l'aLo de ela, sendo católica à ou/rance, monarq ui sla e tradicionali sta, não pactuar de modo algum co m o relaxamento dos cos tumes , com as modas ex travagantes nem co m a glorificação do progresso. Enfim, co m aquil o que passou a se denominar " mundo moderno". Nesta poslura , ela foi a fonte ela aversão de Plínio por Ludo quanto era modernizanté, pouco cerimonioso e igualiLário . Quem não conheceu tia Lucília, terá difi culdade de entender o fi lho. Foram muiLo próximos a vida inteira, com temperam entos e gostos em perfeita sintoni a. Ele faz ia ele tudo para agradá-la, e ela, por sua vez, tinha a atenção LoLalmcnLe posta no filho. Lembro-me de que todos os dias Plínio, j ,í homem fe iLo, após o j antar reserv ava vinte minu tos para conversar com ela, hábito esse que manteve mes mo quando estava ocupadíssimo com trabalhos urgentes. A pós Ler ele sofrido um revés no seu trabalho apostólico, ela o conso lou com uma·frase que sinteti,.ava perfeitam ente seu modo de sentir as coisas: "fi'i/hão, o importante na vida é olhar-se, querer-se bem e estar j un tos " . E isso eles praticava m. O resto, seja lá o que for - ambições, êx itos, l'racassos - para ela contava bem menos. Plínio sempre lembrou essa rrase até o fim ela vida, edi l'icaclo e saudoso. Lemb ro-me muito bem ele ti a Lucília, vindo visitar-me qu ando eu estava doente, a ometido pelas c láss icas doenças de infância. Ela me lia Os três mosqu ,reiros e tantos outros livros que exa ltavam o hero ísmo a fidelidade e a uni ão mais abso luta entre os amigos. Inútil dizer que a leitura era entremeada por co nse lhos, advertências sobre os perigos que encontraria ao lon go de minh a vida, além ele agrados
Tenho certeza de que nunca vi -e creio que poucas pessoas viram- um olhar tão doce, expressivo, acolhedor e profundo como o de tia lucj]ia
Tia Lucília nunca tin giu nem cortou curto seu ca belo, não se pintava, usava vestidos discretíssimos. Em outras palavras, tinha-se a impressão de que era uma senhora de uma geração anterior, cerimoniosa e acolhedora. Seu maior atributo era o olhar. Tenho certeza de que nunca vi - e creio que poucas pessoas viram - um olhar tão doce ex pressivo, acolhedor e profundo. Triste? - poder-se-ia perguntar. Às vezes, sim; melancólico, não. V ou tentar recordar, em algumas palavras, um traço muito fugidio desse olhar, ao qual nunca vi ninguém se referir: ao falar com os sobrinhos ou co m os jovens que freq üentavam a casa, viase nele como que um desa fio, um repto, um convite para que enfrentassem as vicissitude:; da vida - a cruz, que todos nós temos de carregar - com galhardia, ânimo e alegria ; pois não pensásse mos que ela, por razões de seu isolamento, doenças e certa carência de recur~os materiai s, se senti sse menos feliz cio que eles. P,u-a ela, a res ignação, a conatural idade com o sofrimento, a noção de que os valores fundamentais da vida são de ordem moral , faziam parte de seu m cio de viver e de observar as coisas. Segundo ela, ex iste entre o bem e o mal uma oposição radical , infensa a concessões ou a meios termos. Deus ex iste, Nosso Senhor fundou a lgreja, que é infalível e deve nos guiar. Suas devoções principai s foram para com o Sagrado Coração de Jesus e parà com Nossa Senhora. O resto lhe era totalmente secundário, e só valia na medi da em que fosse virtuoso, belo e consoante com a doutrina católica. O pecado, a feiúra, a sujeira, a anormalidade se equivalem, e devem ser rejeitados com toda a força da alma. Não tenho dúvidas de que as devoções ele tia Lucília e sua visão do mundo - simples por um lado, plenas de certeza por outro - foram transmitidas, pelo leite materno, ao seu " fi lhão" muito querido.
Numa i11J'â11cia cá/ma, foti<>11-$c 11111 aguerriclo polemista Quem conheceu Plínio no apogeu de suas polêmi cas contra o progressism.o católico, o ag ró-reformi smo socialista e tantos outros movimentos revo lucionári os, talvez tenha dificuldade em compreender que seu natural era mui to pacífico e co rdato; alegre até, po ler-se- ia cli 1.er. Pelo que se contava na família, e as fotografias daquele tempo o confirmam, na sua in fâ nc ia foi um menino de temperamento calmo, pacífico (bem ao contrári o de sua irm ã), um pouco sonhador, ainda desarm ado para se opor à trucul ência de seus futuros co legas de esco la; detestava debates aca lorados , gritari as, palavrões sobretudo. Gostava de trocar idéias com seus primos e ami gos, mas sempre que as discussões esquentavam, preferia encerrá- las. Anti ga fotografia, pertencente à família, mostra Rosée aos sete anos, pequena, viva e atenta, andando por uma calçada e puxando pela mão o
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irmão - dóis anos mais moço, mas de sua altura - que com ar absorto e distraído olhava para algum ponto indefinido do horizonte. A governante alemã Fréiulein M athilde sempre comentou como os dois irmãos era m diferentes : Rosée, alerta, desconfiada, pronta para cle1'encler suas prerrogativas; Plínio , meditativo, cordato, ainda desarmado contra a agressividade dos futuros maus co legas ele escola, infenso a desord ens e cliscu~sões, pensando talvez nas delíci as ele um bom lanche prep,1rado pela queridíssima mãe. Lembro-me de ter notado, apesar de ainda ser pequeno, um a característica que marcou toda a vicia ele meu primo : sua presença, suas idéias, suas certezas , principal mente, rachavam o públi co ele alto a baixo . M eu pai, infeli zmente f'aúa não poucas resLri çõe. ao modo ele Plínio pensar e agir. Eu, graças sem dúvida a uma proteção mui to especial ele N ossa Senhora, absorvi a no entanto, cleslurnbraclo, as descrições que ele fazia do Ancien Rég ime e os relatos elas memórias ele tantas fi guras ele realce ela Hi stóri a, sobretudo francesa. Amiúde Plínio recordava um conselho que havia recebido de seu pai, Dr. João Paulo. Certo dia, não sei quando, depoi. ele uma magnífi ca di ssertação ele um outro tio durante uma reun ião ele família, tio João Paul o chamou o 1 filho e lhe disse: ' Plinio, preste atenção. Você viu como
Sem ter ainda montado a estrutura de sua obra Revolução e Contra-Revolução - que só veio a lume em 1999 -, sua pessoa já era a Contra Revolução em marcha
ticolores e os vitrais das catedrais. Vivendo num ambiente em que alguns manifestavam admiração pelo estilo moderno, pode-se imaginar o cenário de polêmicas vivíssimas em que se tran sformou a casa de vovó. Se as po lêmi cài,i aparentavam um ambiente Lenso entre tios e sobri nhos, por outro lado o convívio di ári o era animadíssimo, e isso em grand e parte pela alegria e jovialidade com que Plínio participava ele brincadeiras, de conversa s se m fim. E sobretudo ele jantares opulentos em restaurantes alemães e itali anos, que na época começaram a se abrir em São Paulo. Lembro-me também de seu assombroso apetite. Em seus almoços e jantares , começava por comer algumas fati as de pão co m bastante manteiga; depois se servia ele uma entrada seguida pelo prato principal ; e no fin al, doces, rrutas ou sorvetes. O que distin gui a suas refeições eram os co mentários qu e fazia - esses,. im, trucul entos - sobre as vi,tucles cio. diversos pratos. Quais suas preferências ? Do qu e ele não gostava? Ni sso era um fi el seguidor ele Eça ele Queiro,,:, para quem todos os pratos, requintados ou simples, são deli ciosos, desde que seus in gredi entes sejam ele primeira ordem, preparad os com cuidado e servidos largamente.
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seu tio é um bom exposito,; ag radou a 1odos. Mas ele não f oi preciso ao enunciar seu pensam.enlo. Ele. é sempre assim, o pensamen/o não sai com precisão. Meu filho, nuncu seja assim. E.1force-se. O enunciado do seu pensamento /em c[ , ser sempre preciso, nílido ".
Era de personalidade extrovertida, exuberante, bem-humorada e benquerente. Co m sua fi gura imponente, era cerimonioso ao extremo, mas afável e sempre int eressado nos ass un tos levantad os pelos interlocutores. L embro- me muito bem de um jantar na casa de uma t:i a nossa, durante o qual ele se sentou ao lado de uma gineco log ista. Ouviu com tanto interesse as di gressões sobre a necess idade ele serem construídas mai s maternidades na cidade, que ela ficou pas ma ao saber que era um advogado, e não um médico.
Ele tinha a tendência a ex primir o conceito de forma muito adaptada a quem o ouvi a ou li a, sem entretanto deturpá- lo em nada; e ainda a relacioná- lo com fatós da atualidade ou com algu ma rea lidade humana, o que o tornava mais fácil ele ser entendido por quem o ouvi a. Esta deve ser, talvez, a razão ela críti ca infundada que alguns faziam ao seu modo ele discutir, afirm ando que seu rac iocínio era " psicologizado" . Com efeito, graças ao seu senso psicológ i c◊ agudo, ele percebia as menores variações dos estados ele alma ele seus in terlocutores.
A "C011tra-Rc11olução" cm marcha Como se pode imagi nar, no seu modo ele vestir, comportar-se, falar, tecer elogios a eras pa::;saclas, e sobretudo criti car o mundo moderno, Plínio era um contra-revolucionário total, sem disposição para concessões. Sem ter ainda mqntado a estrutura de ~ua obra Revolução e Contra-Revolução - que só veio a lume em 1959 - , sua pessoa j á era a Contra Revolução em marcha. M onarqui sta, entusiasta cio Ancien l?éginF, contrári o às modas extn1vagantes, crítico acerbo ela arte contemporânea e ela influência hoffywoodiana em nossos costumes, desconliado das benesses ela industri alização e do progresso, ele manifestava por todos os poros uma opos ição veemente a tudo o que partici passe cios erros 111 demos . No que s refere à arquitetura, sua preferência, séu entusiasmo, seu enlevo, sempre fo i para o gótico, estilo que não foi herdad o ele urna civilização pagã, mas fruto ele uma civili zação verd adeiramente cri stã - a Idade M édia. No estilo gótico, Plínio apreciava enormernente as rosáceas mui -
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Da. Lucília contratou Frãulein Mathilde, uma governante alemã bóvai-a, paro educar seus filhos . Da esq. para o dir., Plinio, sua prima llka, Frãulein Mothilde e Rosée, a irmã.
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Pmfündo discemimento das características dos pon>s Tia Lucília, apesar de seus limitados rec ursos finance iros e de sua prefe rênc ia absoluta por tudo o que fosse francês - parcia lidade essa sempre criticada pel o meu pai , germanófilo à outrance - , contratou uma governante alemã bávara para educar seus filhos, Rosée e Plinio. Fréiulein Mathilde, católica, monarqui sta, culta, européia a mais não poder, abriu os olhos de seus pupilos para os esple ndores da Idade Médi a, levouos a admirar as grandes figuras do passado, dissertou sobre os fin s trágicos da maioria das famíli as reina ntes na Europa. Essa abertura de hori zontes permitiu a Plinio, anos depoi s, di scorrer com freqüência e gosto sobre as qualidades e limitações de cada povo europeu. As comparações que fazia sobre as características dos franceses, alemães, in gleses, italianos, espanhóis, húngaros, etc, de tão interessa ntes poderi am perfeitamente ser publicadas em separatas. lembro-me de um es panhol afirmar que só compreendeu a gra ndeza de sua terra natal depoi s de ter assistido a uma conferência na qual Plinio e log iava os traços ainda existentes do es pírito de cruzada na alma espanhola, a altivez e o espíri to varonil do caráter ibé ri co, o destino glorioso que ainda aguarelava a Espanha numa futura época de c ivilização católica. Brilhantes também foram suas comparações entre pruss ianos e bávaros. As conclusões a que e las conduziam me levaram a acreditar que a Fréiulein Mathilde teve uma parti c ipação não peque na nessas apreciações. !ldmirnção pelos grandes pe1·sonage11s da llistó1'ia
Na imagÍnação de criança dos dois irmãos, Plínio e Rosée, habitavam /'adas, príncipes, cruzados, grandes santos, reis, rainhas, herójs e personagens de realce do
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Nos dias de hoje, a mente das crianças é povoada por mon stros ou fi guras ele re inos imag inários e pagãos. Porém, na imag inação cios dois irmãos, Plinio e Rosée, habitavam fadas, prínc ipes, cruzados, gra ndes santos, re is, rainh as, heróis e personagens ele rea lce cio Ancien Régime. Figuras co mo Carlos Magno, Roland , Santa Joana d' Are, Felipe II, Luis XIV, personagens das memórias do Duque de Saint-Simon e tantas outras, ficaram tão próximas a Plinio, a ponto de ele referir-se a e las com a mes ma naturalidade com que seus primos se referiam aos artistas de cinema ou aos jogadores de futeboJ. As prosas na saleta dos moços na casa de vovó eram pelo me nos curiosas: Rodo lfo Valentino e Friedenreich Uogaclor de futebol dos a nos 30) alternaildo-se muito harmoni camente com La Grande Mademoiselle, Maria Antonieta e Chateaubri ancl ... Prêiulein Mathilde ensinou-os também a distinguir tudo aquilo que é ho nesto, nobre, elevado, verdade iro, das coisas chul as, ordin ári as, falsas ou mesquinhas. Levou-os a compreender que a ed ucação e a elevação de espírito são valore intrinsecame nte sliperiores à ri queza materi a l e às glórias efêmeras que o mundo pode oferecer. Compreende-se assim como, desde pequeno, Plínio conheceu o primado da cultura, da finura e do espírito aristocrático. Não foi sem razão, por conseguinte, que duas realidades disputavam a primazia dentro de minha cabeça de criança: o mundo de
meus outros primos - corriqueiro, banal, com prevalência cio imediato, cheio de contradições, materialista e hedonista - e o mundo de Plinio, com seus absolutos, suas grandezas, seus píncaros do espírito a serem atingidos.
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Certeza ele suas convicções e sant-a intm11sigê11cia
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Plínio vestido de espanhol numa festa em Águas da Prata (MG)
Com apenas 22 anos, Dr. Plinio formou -se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo
Como aluno dos jesuítas, Plinio aprendeu desde cedo a arte elas disputas ideológicas, os meandros da boa argumentação, a habilidade em se defende r ele falsos argumentos. Sua pl acidez e objetividade constituíram també m armas e ficazes nas polêmicas e perseguições de que foi vítima. Com efeito, e le ouvia calmame nte os argumentos e as objeções de seus interlocutores, e de pois os ia desmontando, rebatendo, separando o verdade iro do errado, e tudo isso com uma lógica inaciana, num tom ele voz forte mas desapaixonado. Sua principal força residia, no entanto, na certeza e segurança ele suas convicções. O superior de um colégio - no qual e le fora fazer uma conferência para os alunos - queixou-se de que, sempre que convidava Plínio para falar, o ambiente ficava alvoroçado com discussões, que se prolongavam por bom tempo após o término da exposição. Eu redarg üi , e logiando o interesse dos rapazes pelo debate de temas ideo lógi cos, mas ele foi peremptório: "O Plinio é de uma radicalidade insuportável. As verdades precisam ser apresentadas de modo diplomático, não com essa afirmatividade". De fato, ele era tão infenso a meios te rmos e concessões e m questões de ortodoxia cató lica, que transmitia a muitos a impressão de excess iva inLran sigência. Chegaram inju stame nte a acusá-lo de fanático.
O ardente anseio por uma civilização icleal
Num tempo em que só as senhoras eram católicas praticantes e iam à Missa, em que os homens, em sua Ímensa maioria, eram positivistas, maçons e liberais, ele, com sua voz forte, proclamava em alto e bom som que a moral católica deveria ser praticada por todos, mulheres e homens
Essa impressão de intran sigência e de espírito categórico que Plinio causava era reforçada pela vitalidade e de~assombro com que defendia verdades de há muito esquecidas. Num te mpo e m que só as senhoras eram cató licas praticantes e iam à Mis sa, em que os home ns, e m sua imensa mai oria, eram positivi stas, maçon s e liberai s, e le, com sua voz forte, proclamava e m alto e bom som que a moral católica deveria ser praticada por todos, mulheres e homens. NLim tempo e m que nos me ios católicos só se louvavam a paci ênci a, a humildade e a conformidade, dizia que os católicos deveriam afirmar sua fé com desassombro, ser combativos e capazes de vencer os inimi gos da Santa Madre Igreja. Mais ainda, que deveriam se arregimentar e formar um movimento que tivesse condições de influir nos destinos do País e alterar o rumo dos acontecimentos. Amigos mai s próximos de Plínio, todos aprendemos com e le, ao longo de nossas vidas, a desejar uma sociedade ideal, numa civilização autenticame nte cristã - chamada intername nte por nós, com base nos escritos de São Luís Grignion ele Mont:fort, de Reino de Maria. Tal sociedade deverá ter um tônus sacral, urna organização soc ial orgânica e hierárquica, e refletir a do utrin a católica em toda a amplitude desta
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Dr. Plinio, nos anos 1940 e 1950, leu os discursos de Pio XII à nobreza e patriciado romano, e teceu muitos e magníficos comentários a respeito . Tais comentários, ele depois os compilou e completou em seu último livro, publicado em 1993 :
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Nobreza e Elites Tradicionais Análogas nos Alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana
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belec iclos ao longo elas gerações. Dr. Plini o, nos anos 1940 e 1950, leu os discursos ele Pio XII à nobreza e patri ciado romanos, e teceu muitos e magnífi cos comentá ri os a respeito. T ais co mentári os, ele depois os co mpil ou e co mpletou em seu último livro, publi cado em 1993: ''No-
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Dr. Plinio junto à Imagem Pereg rina de Nosso Senhora de Fátima que chorou milagrosamente em Novo Orleans, no ano de 1972
expressão. E m meu estreito convívi o com Plínio, pude constatar como ele era um modelo vivo, uma pré-fi gura dessa futura sociedade idea l.
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' Uma personali<lade suscitada por D eus N estas linhas, tentei dar alguns traços ele como Plinio, desde cri ança, j á respirava val ores contra-revolucionári os. Com os anos, ele cresceu ultramontano, monarqui sta, antimoderni sta, católico em todas as suas manifestações. Com a leitura ele autores como De Bonalcl, Donoso Cortés, Y euillot, e de numerosos santos como São Pi o X , ele explicitou e formulou ele f orma sistemática suas teori as, sua Weltanschauung (vi são cio universo), embora todas elas ex istissem em sua alma em estado germinativo. Co mo isso foi poss ível numa cidade moderna, incru stada no Novo Mundo? Por um a graça es pec ialíss ima ele N ossa Senh ora ? Certamente. M as isso nos leva a outras considerações: se Deus susc itou uma personalidade como Dr. Plini o, não será essa uma prim eira graça e um primeiro passo para uma mudança radica l no rum o ci os acontecimentos? A restauração da C ivili zação Cri stã não estará próxim a?
ConsideJ'ação <lo passado com vistas ao füt111 ·0 Essas co nsiderações conduzem à última parte desta matéri a: Plini o Corrêa ele Oliveira e o futu ro. A mais comum, a mais contundente elas acusa ões feitas aos mov imentos tradicionali stas é a de que são saudos istas, estão vo ltado · ao culto cio passado, manifesta m desagrado ou mes mo aversão a tudo o que é atu al e se contentam em derramar lágrim as sobre os infortúni os que se acumul am sobre suas cabeças. NO entanto, sabemos que a tradi ção não se opõe ao futuro, apenas postula que sej am respeitados o rum o, os hábitos e as leis por ela esta-
Com a leitura de autores como De Bonald, Danoso Cortés, Veujj]ot, e de numerosos santos como São Pio X, ele explicitou e formulou de .forma sistemática suas teorias, sua Weltanschauung (visão do universo), embora todas elas existissem em sua alma em estado germinativo
Por conseguinte podemo. afirm ar que ele modo algum , :eus di scípul os fec hamos os olhos para o fu turo. Pelo Ontrári o co nsidera mos o acompanhamento ci os novos rum os da cultura e da po líti ca como uma elas ati vidades prim ordi ais. A lém ele acompanh arm os com lupa as notícias para nelas entrever os próxi mos passos ela Revolução, e ao mes mo tempo detectar os sinais ela prox imid ade cio gran de casti go previ sto em Fátima no ano ele 19 17 - ao qual Plini o, em linguagem caseira, denomin ava Bagarre (confusão, em francês) - , procuramos acompanhar a evolução ela arte contemporânea e cios costumes em sua senda I ara o mais abjeto ci os satani smos. Esforçamo- nos igualmente em descobrir os interesses e pl anos elas fo rças mais decisivas que vi sa m à ex pansão ci o mal em todas as nações, entre os qu ais está certa mente o islami smo revo lucionári o. Tudo isso sem nos desc uidarm os elas po lêmi cas que mantemos com o progressismo e elas campanh as contra o agro-reformi smo, a pnítica homossex ual, o aborto, etc.
Além de detectar os sinais da proximidade do grande castigo previsto em Fátima no ano de 1917, procuramos acompanhar a evolução da arte contemporânea e dos costumes em sua senda para o mais abjeto dos satanismos
O UTUBRO 2008 -
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Co11/ia11ça em Nossa Senhora e cel'teza da sua vitória O que pensar sobre o futuro ? Primeirame nte, e procurando interpreta r o pen sa mento de Dr. Plinio, eu diria que mai s importante do que tudo é o empenho, a vontade, a força de alma com os quais devemos agir em nossa luta contra-revolucionária. Escrevo especialmente para os le itore de Catolicismo, alguns dos quais já nos acompanham desde sua fundação nos anos 50, outros desde a metade do caminho, e outros mai s recentemente. Mas todos, certamente, com muitas apetências contra-revoluc ionárias. Al guns ded icam seu tempo para dar continuidade à obra de Plinio Corrêa de Olive ira, outros acompanham tal obra bem de perto, outros um tanto di stantes, mas todos de algum modo já participaram ou ouviram falar de nossas polêmicas, campanhas, livros, etc. Numa palavra: acompanham os acontecimentos segundo um prisma muito de acordo com a vi são que e le nos de ixou. No entanto , com todo o respe ito e seriedade, afirmo enfaticamene: tudo isso é pouco, está muito aquém do que podemos fazer. Inte rpretando o pen samento de Dr. Plinio, posso di zer que sucessos parciais - e esses nós temos alcançado - eleve m servir ele pedestal para conqui stas ma is árduas, visando à vitória final apontada por ele como sendo o Reino de Maria, como mencione i acima. O empenho cada vez maior é a verdade ira chave para a rea li zação da meta traçada por Dr. Plinio. Esse e mpe nho consiste e m proc urar estudar e agir com o firme propósito de defender os idea is católicos e contra-revolucio nários. No mundo moderno, essa é um a batalha árdua. Mas e m meio aos go lpes, sucessos e derrotas, te mos confiança na Santíssima Virgem e a certeza ele que a vitória final será cl 'Ela. Se a Hi stória apresenta exemplos de pequenos agrupamentos ele g ue rre iros seriame nte di spostos a alcançar seus objetivos, que por isso de rrotaram impé rios, por que não es perar que a Civilização C ristã triunfe? Nosso olhar para o futuro conté m a certeza ele que, e m determin ado momento, a Providência Divina inte rvirá nos acontecimentos, poi s se m um auxflio di vino muito es pec ial é praticame nte impossível reverter a marcha dos acontec imentos. Nesse sentido, a me nsagem ele Fátim a - com sua promessa "Por.fim meu Imaculado Coração triunfará" - , para os cató licos que desejam ser inte iramente fi é is, co nstitui o que no passado medi eva l ga lvani za va o e ntu siasmo dos cavale iros: o esta ndarte do re i, presente e participante de todas as batalhas. Dr. Plinio se mpre procurou em sua vida detectar e estimul ar os mov imentos que reag iam contra medidas revolucionárias, não apenas
Interpretando o pensamento de Dr. Plinio, posso dizer que sucessos parciais - e esses nós temos alcançadodevem servir de pedestal para conquistas mais árduas, visando à vitória linal apontada por ele como sendo o Reino de Maria
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. no Brasil mas no mundo inteiro. Devemos também detectar e apoiar tais movimentos. Devemos mostrar-lhes que os diversos pontos do programa revolucion ário que e les combatem são interli gados, fazem parte de um movimento único, qualificado por Dr. Plinio e outros pensadores católicos de revolução universal. Movimentos inspirados no pensamento e na luta de Dr. Plinio surgiram durante sua vida e m muitos países, outros vêm se constituindo em diversas partes, como por exemplo um que pude conhecer recentemente, nascido na Pol ô nia. Confesso que fiquei e ntusiasmado. Um mov ime nto com intensa devoção a Nossa Senhora e fie l à missão hi stórica de Dr. Plinio, que tem potencial para dar o rumo certo àquela nação católi ca, tão castigada pe lo regime comuni sta que a tinha subjugado . Assim como na Pol ônia, em muitos outros lu gares podem nascer movime ntos de católicos contra-revolucionários. Dr. Plini o utilizava com freqü ênc ia a expressão alemã vorwéirtz (para fre nte). Encerro este artigo imaginando o que e le diria, se e ntre nós estivesse, a todos que se e mpe nham e m segu ir eus ideais e o rumo por e le trnçado. Creio que diria com um tom de voz de quem está conclamando para uma cruzada: "Olhemos o futuro, confiemos em Nossa Senhora, e vorwartz! " . •
CATOLICISMO
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São Luís Beltrán, Apóstolo da Colômbia N urna época cn1 que con\(Wler' e civilizai' os selvagens era ainda urna das prioridades ela Igreja, este santo passou sete anos entre os aborígines da Colômbia PUNI O M ARIA SOLI ME O
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CATOLICISMO
cidade ele Valênc ia, imortali zada por EI Cid e por São Vi cente Ferrer, viu nascer em seu seio em 1526 outro grande santo, João Luís Beltrán , parente remoto cio segundo. Primogênito dos nove filhos do notário de mesmo nome, o menino recebeu desde cedo a esmerada educação cristã de toda aq uela prole, que levou-a a distinguir-se no caminho ela virtude. Sua devoção ~1 Rainha do Céu era profunda. Já aos oito anos de idade co meçou a rezar seu Ofício, o que fari a por toda a vida. D izem seus biógrafos que Luís era tão respeitoso e obed iente a seus pais, modesto na esco la e reli gioso na igreja, que muitos j á prev iam ne le um grand e santo.
Apesar de sua extrema piedade, Luís só pôde faze r a primeira comunhão aos 15 anos, dev ido ao costume da época, recebendo então licença ele seu conressor para com unga r três vezes por semana, o que era então raro. Mas só isso não contentava o adolesce nte. Jul ga nd o que não lhe era possível serv ir mais perfeitamente a Deus rodeado cio carin ho dos seus, fug iu de casa para ir a algum lu gar onde não rosse conhecido nem ben qui sto. Mas o pai fo i ao seu encal ço, trazendo-o de vo lta para o lar. Saben do, porém, que o filho queria consagrar-se a Deus, propôs- lhe começar a usa r j á o háb ito clerical , como futuro sacerdote diocesano. Não era este o desejo ele Luís. Já fazia algum tempo que desejava entrar na Ordem Dominicana, então fio-
resce nte. Por isso, certo dia, sem dizer nada ao pa i, fo i ao co nvento dessa ordem em Valência, pedi ndo adm issão. M as o pai adianto u-se, pintando ao prior do convento com tintas tão pretas as enferm idades e achaques cio rapa z, que lhe tornava impossível a vid a no c laustro. O prior prom eteu que, enquanto fosse superior, não daria o hábito ao filho . Quando ele foi substituído, e depois de muito insi stir, Luís conseguiu ser admitido na Ordem em agosto de 1544. No princípio de seu nov ic i ado , penso u em deixar os estudos para entregar-se mais à oração e à co ntemp lação. M as reco nh ece u ni sso uma tentação do demônio, para evi tar que ele tom asse a via para a qual Deus o chamava, e na qual poderia ser depois ma is útil às almas. Passou a dedicar então muitas horas ao estudo, não considera ndo malogradas essas horas não dedicadas à co ntemplação.
teve que passar por um longo e terrível purgatório. O filho empregou todos os recursos que a Igreja possui , isto é, Mi ssas, es molas, j ejun s e sacrifícios, durante oito anos, em sufrágio da alma do fa lec ido. Foi só então que o viu entrar na glória ce leste.
Chamado a pregar, se bem que não possuísse nenhum a das qualidades do bom orador, São Luís atraía a atenção por sua san tidade. N em a catedra l nem outras igrejas de maior capacidade eram sufi cientes para acomodar a crescente multidão que desejava ouv i- lo.
Mestre ele 110viços do convento dominicano
ComJ11ista1· o mundo para a glória <lc l)e11s
De tal maneira brilhava a santidade de Luís Beltrán , que ele fo i escolhido, aos 25 anos de idade, para ser
Em .1 556, quando era novamente mestre de nov iços no conve nto de Valência, chegaram ao porto da cid ade alg um as ga lés de mo uros cheias de cristãos cativos, para resgate. Ora , o coma nd ante mouro não achou nada melhor cio que pavonear-se pela cidade, com os seus subordin ados, num dia de festa. Ao saber do fato, São Luís Be ltrán indi gnou-se. Reuniu seus nov iços e lh es disse: "Quem sofrerá,
meus.filhos, que os inim.igos de Cristo, depois de terfeito cativos a cristiios, venham passear em nossa cidade e partam gabando -se do fato"! Ponham.onos de joelhos e re zemos um. salmo contra esses mouros".
As terríveis penas <lo Purgatório Em 1548 fo i enviado para o convento de Lombay, recémfundado pelo Duque de Gandia, São Franc isco de B01j a. Pou co tempo f ico u ali , poi s teve que acorrer junto ao pai, que agonizava. Vendo-o chega r, o mo ri bundo I he d i sse:
"Meu filho , uma das co isas que me deu maior pena nesta vida foi ver- te .fi·ade. E ago ra, o que me dá mais consolo, é ver que tu o és. Eu te encomendo minha alma. Lembra-te de mim depois que eu parta ". São Luís assist iu o pai em sua morte, depois da qual Nosso Sen hor lh e reve lou os muitos padecimentos dele no Purga tóri o. Q ue co isa séri a é o Purgatório! Apesar de se tratar de um cató li co cumpridor dos deveres, e que teve uma feli z morte assistida I or um filho sacerdote e sa nto, João Luís (pai)
mestre de nov iços no convento domini cano ele Val ência. E de tal maneira cumpriu esse dificílimo encargo, que fo i esco lhido mais se is vezes para ele durante sua vida. Na formação de seus nov iços, ele era ao mesmo tempo mãe e jui z, apoiando a hu mana fraqu eza, mas não pactua nd o com ela. Q ueri a que as constituições da Ordem fossem ex ímiamente observadas, e não tol erava fa ltas co ntra a obed iência . In sistia com seus nov iços para que se ded icassem seriamente ~1 oração.
Essa oração, partida da indignação e do ze lo pela glóri a de Deus, fo i bem aceita no Céu: começando os mouros a navegar, levantou-se furiosa tempestade, que os levou ao fundo do mar junto co m suas naves. O zelo de São Luís não podia conter-se nos limi tes de Valência. Queria ele conqui star o mundo para C ri sto, conforme o preceito ele N osso Senhor: " Ide, pois, e ensinai a
Iodas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito San.to" (Mt 28,19). Por isso, pediu aos superi ores que o enviassem às Índi as Ocidentais para trabalhar na conversão de muitas almas para Deus.
Missionário cntl'e os natims da Colômhia Assim , emb arco u em Sevilha , aportando no ano de 1562 em Carta-
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gena de Índias, na atual Colô mbi a, para onde fora designado. Ao ver-se só entre indígenas, dos quais desconhec ia a língua, proc uro u um intérprete, mediante o qual evange lizava aq ue le povo rud e e ig nora nte. Descobriu poré m que o intérprete o enganava, dando às s uas palavras um se ntido contrári o ao que dizia. Suplicou e ntão ao Divino Es pírito Santo que o socorresse, tendo obtido nessa ocas ião o marav ilhoso dom das línguas. Ele fa lava em caste lhano e os silvícolas o entendi am em suas línguas nativas. A graça divina, faze ndo frutificar seus sermões, multiplicava as conve rsões. Durante sete anos e le percorreu aq uelas selvas impenetráveis da então Nova Granada, e ntrando em lugares nunca vistos por c ivili zados, atravessando cauda losos ri os e al cança ndo os silvícolas nos tugúri os mais miseráveis, para levar-lhes a fé no verdadeiro Deus e a esperança da salvação eterna. Co mo sacerdote ze loso, quei mava as choças que serviam para o c ulto da religião pagã, e ivada de satani smo, e serv ia-se das crianças para descobrir os ídolos que os pais tinham escondido. Encontrando-os, queimava-os em público para demonstrar àq ue les infe li zes índios que e les não deviam temer aq ue les impotentes ídolos, os quais não possuíam nenhum poder contra a verdadeira Religião.
Portentosos milagres no retorno à Espanha Após sete a nos de fecundo apostolado entre os indígenas, São Luís Beltrán retornou à Espan ha. Q uando chegou, em 1570, quis recomeçar seu nov ic iado, o que fez
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CATOLICISMO
Luís não a rredo u pé. O agressor encostou-lhe então a pi stola ao pe ito, gritando: "Mau frade, como
A morte de São José
ousas falar contra alguém como eu?". E acionou o
co m todo fervor e observância. Mas logo foi designado novamente para mestre de noviços. E ra tanto o bem que faz ia ao diri g ir esp iritualmente as a lm as, que o demônio não o deixava em paz. Perseguia-o de tantos modos, que e le chegou a lamentar-se a um co mpanheiro: " Vós vos espanta-
ríeis, irmão, se soubésseis os trabalhos que me dão os dem.ônios". Narra-se um dos muitos milagres operados por São Luís Beltrán nessa é poca: sendo pri or do convento de Albaida, pregava no púlpito com grande empenho contra os pecados púb licos, que constituíam escândalo na c idade. Um homem de qua li dade, que se julgou atingido, mandou dizer ao santo por um criado que, se e le não se desdissesse num próx imo sermão, haveria de tirar-lhe a vida. São Luís respondeu-lhe que teria como fe li cidade morrer pelo que hav ia pregado. Certo tempo depois, estava e le numa estrada fora da c idade com um senhor de sua am izade, quando viu aprox imar-se a toda brida o tal cava lhe iro, de pistola em punho. O co mp a nhe iro fu g iu, mas São
gatilho. Nesse mo me nto a pi sto la co nve rte u-se e m um c ruc ifix o . Assustado ante o milag re, o cava lhe iro ca iu de j oelhos, ped iu perdão ao santo e prometeu emendar a vida. Nos últim os anos de São Luís Beltrán, voltara m-lhe com mais força as e nfe rmidades de que havia padecido toda a vida, provocando-lhe crué is sofrime ntos. A São João de Ribeira, arcebi spo e patri arca de Valência, que lhe perguntou se estava co nte nte co m os sofrimentos que Deus lhe enviava, respo ndeu: "Em
verdade, senhor, eu não trocaria estas penas por quaisquer bens do mundo. E estou confuso pelo fato de Deus Nosso Senhor fa zer-rne tantos favores, a mim, que sou um grande pecador". São Luís Beltrán fa leceu no di a 9 de outubro de 158 1, sendo declarado, em 1690, patrono de N ova Granada (Colô mbia). • E-ma il do a ut or: pmso li meo @cato lic ismo.com.br
Obras consultadas: -
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Pe. Ped ro ele Ribadeneira, S.J. , Flos Sanc toru111, in Dr . Eduardo Maria Vilarra sa, La Leyenda de Oro , L. Go nzá lez Y Compaílía, Ed itores , 1897, tomo IV , pp. 60 e ss. Lcs Petits Boll and istes, Vies des Sai11t.1·, Bloud c t Barra i, Pari s, 1882, tomo XII , pp. 228 e ss. John 8. O 'Con no r, Saint Lou is Bertra11 , Thc Ca tholi c E ncyc loped ia , 19 11 , o nline edition. Fr. Ju sto Perez ele Urbe!, O.S.B., A,io Cri.l"tiallo, Edicioncs Fax, Madrid, 1945, tomo IV , pp. 67 e ss. Edc lvivcs, El San to de Cada Dia , Ed itorial Luís Vives, S.A., Saragoça, 1955, tomo V, pp. 39 1 e ss.
CONfO inspirado no conjunto escultural representando São José em agonia (t<>to), que se venera na igreja de São José, no centro do Rio de Janeiro, ao lado da Assembléia Legislativa ■ G REQÓRIO VIVANCO LOPES
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ão José c hegara ao fim de seus dias. Ning ué m como e le, e ntre tantos varões ve neráveis que o precederam na sa ntidade, fora incumbido de mi ssão tão alta. le era o guarda e protetor do Filho de Deus feito homem e de sua M ãe santíssima. Deus Pai o escolhera pessoalmente para esse mi ster, elevado entre todos. E São José c umprira sua missão com tanta perfeição, tanta dignidade, tanta humildade junto a seus inefáveis protegidos, tanta força e astúcia contra os inimigos de Jes us, in sufl ado · por toda parte pelo demônio, que esteve inteiramente à altura dos desígnios divinos. Tanto quanto é possível a um a sim ples criatura , e le teve proporção com o sublime encargo de ser esposo da Santíssima Virgem e pai adotivo do Verbo de Deu s encarnado. Quanto isto significa! *
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Aproximava-se porém o tempo em que Jesus iria iniciar sua missão pública; a Virgem Maria não mais se encontrava na situação de uma jovem mãe que precisa de proteção diante de um mundo hostil e de línguas ale ivosas. A missão de São José cheg~u-a magnificamente a seu termo, e ele agonizava placidamente.
De um lado e de outro da cama, Nosso Senhor e Nossa Senhora, emocionados, o contemplavam com amor e gratidão, tristes porque ele partia, mas supremamente consolados por saber que o aguardava a melhor das recompensas celestes. Do lado de fora, corno quer uma antiga tradição, a morte impaciente mas temerosa não ousava entrar par·a recolher sua presa, pois esperava um sinal do Altíssimo, postado ao lado do moribundo. São José tivera sempre uma tal veneração pela Virgem Sa ntíssi ma, uma idéia tão e levada de seus mé ritos e virtudes, um tal respeito por s ua virgindade imaculada, que jamais ousara tocar sequer um fio de seu cabelo. Agora, posto ele em seu le ito de morte, a Santíss ima Virgem, corno recompensa por tanta ded icação, segura-lhe a mão, num s upremo ato de reconhecimento e amizade. Aquele toque quase divino comunicou a São José, ainda lúcido, uma tal alegri a sobre natural, que e le, varão castíssimo, sentiu sua alma invadida por uma graça de superior virginalidade, como se a inundasse um rio de águas puríssimas, cristalinas e benfazejas. Essa sensação inefáve l - até então para e le desconhecida, porque ac ima do que a natureza humana pode a lcançar o e levou a um patamar de indizível uni ão com Deus, inacessíve l à nossa compre-
ensão atual, mas que um dia no Céu e le poderá nos contar. Estava São José nesse verdadeiro êxtase, quando sentiu pousar sobre seu ombro direito a mão amiga do Filho de Deus. Incontinenti viu-se submerso em Deus, e Deus nele. Era a vi ão beatífica, não concedida até então a nenhum mo,tal, pois o acesso ao Céu fora fechado pelo pecado de Adão, e lhe era com uni-cada por antecipação, ai nda que fugazmente. São José noto u e m seguid a que uma coorte de pessoas se aprox imava dele. Reco nhece u na prime ira fila o patriarca Abraão e o profeta Moisés, seguidos de todos os justos que o hav iam precedido com o sin al da fé . Só e ntão e le se deu conta de que não estava ma is nesta Terra, e qu e adentrara os umbrai s do Limbo . Todos os hab itantes daquele lugar· o interrogavam atropeladamente: Quando se consumará a Redenção? Quando nos será aberto o Paraíso celeste que tanto esperamos, algun s há rnilhar·es de anos? Corno é o Filho de Deus? E sua M ãe Santíssima, como é a sua presença? São José a todos respondia com atenção e bondade, mas j á começando a sentir uma saud ade ime nsa daqueles dois seres perfeitíssimos, com quem conviveu tão proximamente nesta Terra de ex ílio. • E-ma il do auto r: i;: regorjo @carolicjsmo com .br
JULHO2008 -
SanLa Teresinha do Menino Jesus, Virgem , Doutora da Igreja
+ Li sieux (França), 1897. A grande santa de nossos tempos entrou no Carmelo aos 15 anos, levando urna vida de imo lação e sacrifícios em favor das mi ssões e de toda a I grej a. Desej ando possuir todas as vocações para nel as g lorifi ca r a Deus, encontrou no amor a Deus, conforme diz, a solução para seu problema. Por isso foi nomeada padroeira das mi ssões, sem nunca ter deixado a c lausura. Sua doutrina espiritual da " pequena vi a" abriu as portas da perfei ção a inúmeras almas.
2 Santos /\njos da Guarda São Tomf1s de t<:rcford, Bispo e Confessor
+ Inglaterra, 1282 . Descendente de uma das mais ilustres famíli as da In glaterra, após ser ordenado sacerdote fo i Chanceler da Universidade ele Oxford , e depoi s Arcebi spo de Ereford .
3 São Francisco de Borja . Confessor
+ Ro ma, 1572. Vi ce - Rei da Ca talunha e D uque de Ga ndia, renunciou às atrações cio mundo ao ver o cadáver da outrora belíssima rainha I sabel. Envi uvando aos 40 anos, ingressou na Companhia ele Jes us, da qual foi depoi s Superior Gera l.
seus estigmas e até uma semelhança física com Ele. Com São Domingos, foi uma das colunas da I grej a em seu tempo, renovando com seus heróicos exemplos os costumes, j á tão decaídos naquela época. É uma das maiores glórias da Santa M adre Igreja em todos os tempos.
São G regó ri o Ma g no para evangeli za r a Inglaterra, rea li zou frutu oso aposto lado nas regiões ele K ent e ela Nortúm bri a, converteu o Rei Edwin e fund ou o Bispado ele York.
Primeiro Sábado do mês.
+ Tebaida (Egito) , 357. Discí-
5 Santa fi'lor ou Flora, Virgem + Beaulieu (França), 1347. Filha de pais nobres, ingressou muito cedo como religiosa na hospedari a dos Cavaleiros de São João de Jeru sa lém para cuidar dos doentes e peregrinos.
(i SanLa Maria Francisca elas Cinco Chagas, Virgem + N ápoles, 179 1. Aos 16 anos, entrou para a Ordem Terceira de São Francisco, entregando-se à oração,jej um e peni tência, sendo visitada por seu anjo da guarda, que a animava. Foi reti rada cio convento pelo pai , que a encarregou dos cu idados da famíl ia.
Festa institu ída por São Pio V em ação de graças pela vitória obtida na batalha de Lepanto co ntra os ma o metan os , em 1571 , durante a qual Nossa Senhora apareceu. Vitóri a at ri buída à rec itação do rosário.
B Sa11La Taís, PeniLcnLe
+ Assis (Itália), 1226. O Povere/lo de Assis amou tão apaixonadamente o Salvador, que adquiriu
pu lo de Santo Antão, fo i morto pelos sarracenos por ód io à fé. Dizia: " Pre.firo um homern que,
tendo pecado, reconhece esse pecado e fa z penitência, a um que não tenha pecado e se considere justo".
12 NOSS/\ SENI IOR/\ D/\ CONCl~l(_;Ão J\PARl•:CID/\, RAINI 1/\ 1~ P/\DROl~IR/\ DO BRASIL
1a Sa11Los l•'ausLo, ,Januário e Marcial , Mártires
Deus, São Pafúncio deixou seu retiro no deserto para conduzila ao bom ca minho. Ela que imou seus vestidos e j óias e entrou num mosteiro no deserto.
H (Vide p. 40)
10 São Paulino de York, Confessor
+ Inglaterra, 644. Enviado por
+ Paray - le- M on i al (Fran ça),
mãos increparam o novo governador roma no da Espanha, Eugêni o, por sua cru eldade para com os cri stãos.
14 São João Ogilvie, MárLir + G lasgow, 16 15. Calvinista inglês convertido pelo célebre exegeta j esuíta Cornélio a Lápide. Entrou para a Companhi a de Jesus, voltando a seu país para socorrer os cató licos perseguidos. Depois de converter muitos hereges, fo i traído e entregue ao arcebispo protestante.
15 SanLa Teresa de Ávila, Virgem , Doutora da Igreja
+ Alba (Espanha), 1582. A lma ardente e enérgica, empreendeu a reform a do Carmelo, sendo auxiliada por São João ela Cruz no que diz respeito ao ra mo masculino. Padeceu mu itos trabalhos e doenças por amor ele Deus. U nia a mais sublime con templ ação a uma extraordinári a capacidade de ação. Foi uma das colunas da Contra-Reforma.
ad miráve l por suas mortifi cações e penitências. Reformador dos franciscanos da Espanha, auxi liou e incentivou Santa Teresa na reform a do Carmelo.
glória dos cristão.1·ganhar a verdadeira vida eterna ao perder aquilo que tu crês ser vida".
27
1690. Religiosa visitanclin a, entregou-se desde cedo à contemplação da Paixão do Redentor, recebendo de Nosso Senhor Jesus C ri sto a ex tr ao rdin ári a mensagem sobre a devoção ao seu Sagrado Coração e a in cum bênci a de cli fundi -la pel o mundo inteiro.
21
Santos Vicc11I,<\ Sahi1H1 e Cl'isdn. M1í1'1.i 1•es
Sn11t.o l lilnri:io. /\hadc
+ Áv ila, Séc. IV. Vi cente, depois
+ Pa lestina, Séc. IV. Filho de
de defender coraj osamente a fé em Talavera diante ele Daciano, governador romano, fugiu com as duas irmãs para Áv ila.
17
22
pagãos, que o env iaram a estudar em Al exandri a, converteuse e partiu para o deserto, onde fo i diri gido por Santo Antão.
Sn111.0 Inácio ele /\111,loqula. Bispo e M:'11'1.lr'
Sa 111.a Mmia Salo111(1, Viírvn + Palestin a, Séc. 1. Segundo a
+ Séc. li. Di scípulo ci os Após-
tradição, prima da Santíss ima Virgem e mãe ele São Tiago e São João Evangeli sta, era uma das Santas Mulheres que estavam ao pé da Cru z.
tolos e sucessor ele São Pedro na Sé de A nti oquia. 0111 São Policarpo, fo i o mais ilustre dos Padres Apostólicos . uas cartas às igrejas da Ásia e de Roma são os documentos mai s preciosos da época. Condu zido a Roma, foi devorado pelas feras no Co li seu.
+ Córdoba, 307. Esses três ir-
+ Egito, Séc. IV. Inspirado por
São Luís BclLrán, Confessor São Francisco de Assis, Confessor
São SármaLas. MárLir
7 NOSS/\ Sl•:NI IOR/\ DO ROSÁRIO
Primeira Sexta-feira do mês.
4
11
1(j S11111.a Mrn•gml<IH Mrn'iH /\lncocquc. Vir·gem
IB Siio l.ucns l•:va ngclisl,a. MiÍl'l.ir'
2~J Santo ln:'1cio. Bispo, Conl'cssor· + Síria, 877. Filho do Imperador Mi guel, tornou -se monge aos 14 anos, e depois Abade, fundando três mosteiros. Patri arca de A ntioquia.
+ Séc. 1. Méd ico de Anti oqui a co n ve rti do po r São Paulo , acompanhou-o em vári as viagens. A utor do lJI Evangelho e ci os Atos dos Após tolos. É célebre um quad ro de N ossa Senhora que teria sido por ele pin tado . Embora não se tenh am dados concretos a respe ito de sua morte, tradição autorizada afirm a que so freu o martírio.
19 Srnrl,OS ,loiio <lc Br{ilHllll', lsrn1c ,Jogues e C0llll)ílllllCil'OS, MiÍr'l.il'OS
+ Améri ca do Norte, Séc. XVJI. Jesuítas franceses que evangeli zavam o então Ca nadá (atual norte dos Estados Unidos), regara m ·ssas terras com seu sangue, ao s ·r ·111 martiri zados pelo f ·roz ' S índios iroq ueses.
'O Soo l'<·<lr·o <l<• /\lcf1111.n 1·a , C:orrl'('SSOI'
+ /\r ·nas (Espanha), 1562. Padro ·iro principal do Brasi l, fo i
2B 811111.os Simiio e ,l tr<lns Ta<lc11 . Ap<'>sl,olos
+ Séc. 1. São Judas Tadeu era irmão de São Tiago M enor, filhos de Cleófas e M ari a, primos de Nosso Senhor. Pregou o Evangelho na Judéia, Samari a, Síria e M eso potâmi a. Esc reveu uma epístola exortando os fiéis a perseverarem na fé, atacando vi gorosamente os soberbos, os luxuri osos e os fal sos doutores. São Simão, cog nominado Cananeu ou Zelador, era originário da Ga liléia.
2H
Intenções para a Santa Missa em outubro Se rá ce le brada pe lo Revmo. Pad re Dav id Francisquini, nas segu intes intenções: Em louvor a N ossa Senhora Aparec ida. E nas seg uintes intenções: 1) Ação de graças pe la re jeição do pro jeto de lei que visava abolir o seu glorioso título de Padroeira e Rainha do Brasil; 2) para que todos os brasileiros venham a ser sú ditos d'E la inteira mente fi éis; 3) que nossa Pátria jamais se afaste da materna l proteção de sua Rainha e Padro eira e corresponda a tão abunda ntes graças que Ela tem concedido.
Síll tl.a l 1:r,11di11<1a , Víl'l.:Clll
24
+ Meldert (Bélgica), Séc. VI.
S:1111,0 Antonio Maria CJar•ct, Bispo e Conl'cssor + Fo ntfroide (França), 1870 .
Adol escente, filha de pais nobres e ri cos que a desejavam casar, cortou os ca belos para dedicar-se inteira mente a Deus, retirando-se para a solidão.
Pregado r popular, fundou a Congregação Mi ss ionári a dos Filhos do Coração Imaculado de Mari a. Fo i Arcebispo de Santiago de Cuba, confessor e conselheiro da rainha Isabel Jl , da Espanha.
~JO Siio Marcelo Ccnl,lll'iiio, MIÍl't.il'
+ Tanger, 298 . Pai dos santos
Srn 1Lo /\ n1.n1110 de Sanl.'/\nn Calviio , Conl'cssor· + São Paulo, 1822. Natura l ele
mártires C láudi o , L uperco e Vitório, esse ce nturi ão espanho l fo i decapitado por haver dec larado que era cri stão e servia a Jesus Cristo.
Guaratinguetá (SP), franciscano, fo i fundad or do Reco lhi mento Mosteiro da Luz, e dirigiu-o até sua morte.
Srn rl.a ,lon11n Dcl:111011c, Vlr·gcrn
25
31 + França, 1736. Herdou do pa i
26 SmrLos l ,uclano e Mal'<:iuno, MiÍl'l,lrcs + Nicoméd ia, Séc. 111. Condenados a serem queimados vivos por se terem convertido ao Cri stiani smo, disseram ao jui z: "É a
um modesto baza r, que com habilidade fez prospera r. Começou a ded icar-se também a obras de caridade, a ponto de ser chamada mãe dos pobres. Fundou um asi lo ao qu al denominou '.'A Providência".
Intenções para a Santa Missa em novembro Mi ssa de Fin ados, pelas almas dos famili ares dos leitores de Catolicismo e por todas as santa s olmos do Purgatório. Rogando o N osso Sen hora das G ra ças, cuja festividade a Sa nta Igreja comemora no dia 27 de novembro, que conceda superabun dantes graças para todos os nossos leitores e simpatizantes e uma especia l proteção àqueles que portam sua Medalha Milag rosa .
Terço em Família ,
M ARCOS
Luiz
Capital Federal: Marcha contra o aborto
G ARCIA
D AN IEL
"Peregrinos do Santo Rosário" é o nome do corpo de parti cipantes da Liga do Santo Rosário,* que voluntariamente assumiram a mi ssão de le var im agen s pe regrinas de Nossa Senhora de Fátima aos lares católicos. Eles tê m a finalidade de estimular a reza do Terço e a piedade católica para defende r as famílias das múltiplas agressões que sofre m no contexto soc ial neopagão de nossos dias. Praticamente não há família que não esteja atingida por sérios problemas deco rrentes da influência de letéria da televisão, da imoralidade re inante, das modas decade ntes, das drogas, etc. A melhor solução para enfre ntar tais proble mas consiste e m aproximar da Santíssima Virgem o maior número possível de famílias, mediante a recitação do Santo Rosário ou , pelo menos, do Terço. •
F. S.
M ARTINS
ob um so l escaldante e em meio ao clima tipicamente árido da capital federal, aproximadamente IO mil pessoas se reuni ra m para proclamar seu categórico NÃO ao assass inato de nascituros. De máx ima relevância, essa manifes tação, intitul ada Marcha da Cidadania pela Vida, tran scorre u no dia IO de sete mbro último. Como nunca, as o rgani zações pró-aborto se mobili zam para protestar contra a tentativa dos três poderes de implantar o aborto - de fato, e se possíve l de d ireito - na maior nação católica do globo. Uma vez mais, a marcha demo nstrou o quanto a popul ação brasile ira é maj oritari amente católi ca e contrári a ao crime do aborto - um pecado que, segundo a doutrina da Jgrej a, "brada aos Céus e clama a Deus por vingança". A Campanha Nascer é um Di reito, junta me nte com os mo vimentos Brasil pela Vida, Juventude pela Vida, Pró Vida Família e outros, paiticipara m ativame nte da marcha, provando que a reação à práti ca abortiva ve m c rescendo di a a di a. Fez sucesso e ntre os participantes do e ve nto o artigo sobre o abo rto publicado por Catolicismo , e m sua edição de abril deste ano, hu·gamente di stribuído e ntre os presentes. Esperamos que tais manifestações continuem e se inte nsifiqu e m pa ra qu e a praga do a bo rto vo luntá ri o não seja legali zada. •
E-mai l para ao autor: marcosga rcia@eato lieismo. com.br
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Vi sitas ela imagem pereg rina podem ser so li citadas pelo telefo ne ( 11 ) 284 1-5 199, ou pelo e-mail : li ga.santorosario@g mail.com
E-mail cio autor: clanielm art in s@ca toli cismo.co m.br
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CATOLI C ISMO
OUTUBRO 2008 - -
Nas primeiras cadeiras, m mbros de TFPs européias no IV centenário das aparições de Nossa S nhora em Siluva
Lituânia: calorosa acolhida a membros de TFPs da Europa A caravana anual de TFPs européias à Lituânia já é uma tradição. Iniciada em 1H9~3. é um estímulo para os que lutam para preservar a identidade cristã do país, hoje ameaçado por tantos fatores desagregadores. FELIPE DEL CAMPO
embros de TFPs européias percorreram em setembro último diversas cidades da Lituânia. Eles acompanhavam uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima e participaram de várias comemorações do 17° aniversári o da independência do país em relação à ocupação soviética. A Lituânia desempenhou papel hi stórico na desintegração da União Soviética. Em 1990, quando Gorbatchev pro-
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CATO LICISMO
curava impressionar o Ocidente com sua política de perestroika, aq uela nação re·cobrou sua independênc ia. Resistiu a um ano de embargo econômico e às inúmeras pressões provenientes cio bloco comunista, e também do Ocidente que não queria enfrentar a Rú ss ia vermelha. Com a Lituânia totalmente iso lada, Plínio Corrêa de Oliveira organi zou um abaixo-assinado mundial pela independência do país . Em dezembro de 1990, uma delegação de TFPs entregou pessoalmente ao presidente lituano a carta de
apoio contendo 5,2 milhões de ass inaturas. Alguns dias depois, tanques russos cercaram ed ifícios estratég icos da cap ital, entre os quais o Parlamento e o ed ifício da TV. Heroicamente os lituanos formaram uma barreira humana: na resistência ao avanço cios blindados morreram 14 pessoas. Esse fato consternou o mundo e estimulou outras repúblicas da URSS a também ex igirem a independênci a, causando o desmoronamento do bloco soviético.
Visita a locais marcados pela perseguição Neste ano, os membros da delegação de TFPs européias estivera m presentes a vários atos em memória dos que morreram nas mãos dos comu ni stas. Na saída de uma pequena cidade, uma cruz caída lembra o ca lvário derrubado pelos sov iéticos. Ao lado, outra bem alta recorda os cerca de um milhão de deportados à Sibéria. N fi nal da cerimônia, os membros da delegação ntoaram uma Salve Regina por aquelas almas. E m seguida visitaram o cemitério onde jaz um bravo resistcnt. , morto cm combate. A idosa viúva, traj ada d luto, ouviu emocionada a homcna cm prestada. Caminhando-se um pouco mai s, cm meio a um arvoredo diante de um velho castelo, encontrn-se outra cruz. Ness local padeceram muitos nas garras da KGB. No fina l dos cânticos por essas almas, quando todos se preparavam para pait i:r, ouvi u-se um longínquo toque de sino, simboli za ndo a fé que animou aquele povo durante a escrav idão imposta pelos vermelhos. Em Vilnius, a capital, o momento mais impressionante foi a visita às 14 tumbas dos que morreram esmagados pelos tanques ru ssos diante do prédio da Rádio e Televisão Lituana. Pelo descanso eterno
desses heróis, os membros de TFPs cantaram uma hora do Ofício Parvo de Nossa Senhora. Ao final , entoai-arn a Salve Regina e deram um brado pela Lituânia. Estava presente a mãe de uma das vítimas, que agradeceu emocionada a presença dos membros de TFPs da Europa.
J>crcgrinação ao S,wwário ele Sil1111a Durante o regime comunista, lituanos vindos de todas as partes do país realizavam todos os anos uma peregrin ação à pequena cidade de Siluva, loca l onde
Nossa Senhora apareceu h,'í 400 anos (vide quadro na pág. 51 ). Essa marcha de 8 km, ato de fé e de resistência dos católicos ao regime ateu, continuou mesmo depoi s da proclamação da independência. A imagem de N ossa Senhora de Fátima, portada pelos membros de TFPs européias, encabeçava o cortejo. Ao longo da caminhada, o bispo D. E ugenio Bartulis animava os peregrinos co m cânticos e a reza do sa nto rosário. Mui tos se aproximavam da imagem e ped iam para portar o andor. Um colorido especial era proporc ionado pelos trajes típicos das sen horas. Comemorando o 400º anivers{u-io das aparições de Nossa Senhora, um grupo com mais de 1.500 jovens empreendeu uma romaria de 70 km durante três dias até o santuário. Na chegada, juntaram-se a outros vindos de vários pontos do país, totalizando mais de 5.000 pessoas. Foram recebidos por Mons. Sigitas Tarnkevicius, ai·cebispo de Kaunas e primaz da Lituânia, por Mons. Zurbriggen, Núncio Apostólico, e por vários bispos e autoridades políticas regionais e municipais.
Visita ao J>a,•/amento e a escolas O vice-presidente do Parlamento recebeu a delegação de TFPs no próprio ed ifíc io que havia sido cercado há 17 anos pelas tropas sov iéticas. Insistiu nas dificuldades que a Lituânia enfrenta hoje para conserv ar os valores da Civilização Cri stã e recordou agradecido a atuação das TFPs pela independência de seu país.
OUTUBRO 2008 -
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A passagem da de legação fo i ocas ião para difundir o livro Em 'defesa de uma lei suprema, da T FP norte-ame ri cana, que expõe a doutrina cató li ca contra a prática ho mossex ual e descreve a tática usada pe lo movimento homossexual para impor-se no mundo. A edição em lituano fo i publicada com uma carta de apresentação de M o ns. Tamkevic ius. A obra fo i enviada a todos os deputados e autoridades muni cipais dec idades importantes, assim como a sacerdotes influe ntes . O prefeito d a c id ade de Kaunas, que recebeu a delegação no salão nobre da prefeitura, ma nifesto u seu apo io à luta de TFPs e uropéias pe los valores cristãos. Os me mbros da delegação puderam oferecer pessoalme nte o livro ao corpo docente de várias escolas. E m algumas delas, os diretores desej aram que os alunos pudessem conhecer os partic ipantes da de legação, organi zando a visita direta nas sa las de aul a.
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O vice-presidente do Parlamentg recebe a delegação de TFPs
1608-2008
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Siluva comemora seu IV centenário n
O No dia lº de setembro, te ve iníc io o ano letivo co m uma festa e m todas as escolas. Neste ano, os membros da delegação esti veram presentes numa dessas cerimôni as de inauguração, te ndo oportu nidade de se d irigir aos alunos, dandolhes uma palavra de estímul o para q ue ma ntivessem acesa a luz da fé católica,
A passagem da delegação foi ocasião para difundir nas escolas o livro Em defesa de uma lei suprema , da TFP norte -americana
condição indi spensáve l para um fu turo cri stão de seu país.
Paró,111ias r ecebem a imagem tle Nossa Senhora A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima visitou inúmeras paróquias nas dioceses de Kaunas, Telsiai, Siauliai e Panevezys. Alguns párocos pediram que a imagem pudesse permanecer algumas horas com seus fiéis. Ela era recebida solenemente, com cânticos. Viam-se mui tas pessoas com a fis ionomi a e moc ionada, marcada pelo sofrimento, que se aprox imavam da imagem de Nossa Senhora e, de joelhos, rezavam devotamente. Como le mbrança, e las recebi am um calendári o com uma be la reprodução da imagem pe regrina que, em 1972, verteu lágr im as mi rac ul osam e nte e m New O rleans. Desse cale ndário foram d istribuídos 15.000 exempl ares . • E- mail do auto r: Llaunpo@catol icismo.com .br
Aspectos do h m n c1gem a No o 111ho ,o de Siluva no wu f !.la No dia 1° de setembro, teve iníc10 ·0 Ôtío letivo com uma festa em tQdas as esc9lci1
CATO LI C ISM O
RE NATO MuRTA DE V ASCONCELOS
TV centenári o das aparições de S iluva foi comem . orado fes tivament_e no dia 13 de setemb ro último. Uma Mi ssa solene, celebrada na gra nde praça situada entre a igreja e a capela, sob cuj o altar-mor se encontra a rocha da aparição, consti tuiu o ponto alto das comemorações. O E pi scopado lituano, grande número de sacerdotes e dezenas de milhares de fi é is estiveram presentes. Representando o Papa, compareceu também o Cardeal Joachim Meisner, arcebi spo de Colônia.. E m sete mbro de 1608, Nossa Senhora a.pareceu em Siluva, uma aldeia ao noroeste da Lituâni a, para alguns me ninos pasto res. E ntão a fé católica havia pra ti came nte se extinguido, com a expansão da he resia calvini sta. G rande número de igrejas da Lituânia - a filha mais nova da Igreja Católica na Europa - haviam sido entregues aos protestantes o u destruídas, como era o caso da pequena igreja de Siluva. Construída em 1457 por Petras Giedgaudas, diplomata de Vytautas o G rande e destruída por volta de 1570, essa igreja havia se tornado um grande centro de devoção mariana por causa do belo e milagroso quadro da Mãe de Deus, que Giedgaudas trouxera de Ro ma . Em 1532, qua ndo começaram as perseguições à Ig rej a Cató li ca, com expropriação de igrej as e de bens eclesiásticos, o então pároco de Siluva, Jo nas Holubka, guardo u o precioso quadro, juntame nte com doc umentos de propriedade da ig rej a, paramentos e obj etos litúrg icos, numa grande urna de rcrro que enterrou nas prox imidades de uma grande rocha. 76 a nos depo is, sobre essa rocha, N ossa Senhora apa receu com o Me nino Jesus nos braços, verte ndo abundantes lágrimas e lame ntando o fa to de aque le lugar sagrado, o nde outrora seu Divino F ilho era ho nrado, ter-se transrormado cm campo de pl antio, o nde se passava o arado, e em passtagem para ani ma is. Nossa Senhora apareceu ainda uma vez. Grande mul tidão pôde vê-La, inclu sive o próprio pasto r calvini sta do lugarej o. E a urna, enterrada por cerca de 80 anos, fo i encontrada graças a um idoso cego, de mai s de cem anos de idade, que havia conhec ido o Pe. Jonas . Ao indicar o local, junto à rocha da aparição , fico u in stantaneame nte c urado de sua cegue ira. Os doc ume ntos guardados na urn a possibilitaram aos católicos locali zar e recuperar o te rreno da igreja outrora confiscada e destruída. Aí se construiu novamente uma igrej a, in augurad a em 1622, que cedeu posteriormente lugar à atual basíli ca da Natividade de M ari a, eri gida em 1786. A notícia da apari ção de Nossa Senhora e m Siluva espalhou-se rapidame nte, e os li tuanos retornaram defini tiva mente e e m bre ve espaço de te mpo ao seio da Igreja Cató li ca. O mil ag re fo i reconhecido o fi c ialmente pe la Igrej a, através de um decreto do Papa Pio VI e m 17 de agosto de 1775. Desde e ntão, S iluva converte use no santuário mariano ma is importante da Lituâni a. Ass im , pe la in terve nção da Virgem Santíss ima, a L ituâni a vo lto u a ser cató lica. Desde então é conhecid a como Terra de Maria . E assim pe rmanece, apesar dos 120 anos de do mín io czarista e dos 50 anos de o pressão comunista. • E-mail do autor: renatovasconcelos@ catoli cismo.com.br
OUTUBRO 2008 -
Imagem do Sagrado Coração de Jesus que pertenceu a Dona Lucília Corrêa de Oliveira, e que se encontra no quarto em que e la habitou na Rua Alagoas, 350, 1º andar, na capital paulista. Imagem aitesanal de origem francesa, sem grande valor aitístico, mas muito expressiva, que servia a Dona Lucília como refl exo da bondade do Sagrado Coração, ao qual e la tinha grande devoção. Dizia seu filho, Plinio Corrêa de Oliveira, que tal imagem era o analogado pri m{trio de todas as devoções dela.
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São Leão Magno Intrépido defensor dos direitos da Santa Igreja
"s ão
Leão M agno (390 - 46 1) fo i um dos maio res Pa pas que a Hi stóri a registra. P rocedeu com a autoridade ele Po ntífice, mas ta mbé m com a virtude ele santo. Santidade confirmada por um dos maiores milagres da Hi stória da Igreja: enfrentou e deteve o huno Átila à entrada ele Roma. Enquanto o enfre ntava, apareceu São Pedro nos céus e fez retroceder esse f lagelo de Deus-como Átila se autode nominava. O Papa impediu ainda a total destruição de Roma pelos vândalos, coma ndados por Genserico. Co mbate u grandes he res ia rcas q ue ag itava m a I g rej a, como E u tiqu es e Nestóri o . Ta mbé m lutou cont ra os he reges ma nique us vin dos da Á fri ca, que chegaram à Itália por causa da pe rseguição dos vânda los . São Leão M ag no, tomando conhec ime nto da presença desses he reges, im edi ata me nte ini c io u a pug na. Fez se rm ões, ad ve rtiu o po vo contra e les, exorto u os fi éis a de nunciálos aos sacerdotes e vigários, natu ralme nte pa ra sofre re m as pe nas ca nô ni cas e, e ve ntualme nte, as pe nas te mpo ra is. Depois, o Sumo Pontífice pessoalme nte instituiu uma espécie de inquisição e m Ro ma. Ele mesmo procurava de mover os h r ges e os interrogava, para que pe rcebessem os erros q ue praticava m. E mandava aplicar as pelílas aos hereges que se r • ·usavam a abjurar os erros. 1~ a prática da mais extre ma e sacrossa nta intrans igê nc ia co ntra os he reges. ( u s ja, a prálica ele uma virtude q ue hoje s ·ria mu ito pouco a preciada, o posta ao ·eum nismo, no sentido ma u ela pa la vra. O q ue ão Leão M ag no d iri a elas her ·s im; difu nd idas hoje m d ia? Se e le re s us ·il uss e visse ·1 a nta I r ja ató li-
...
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11
1. M
UMARI
Pu N10 CoRRÊA DE O uvE 1RA
Novcmhm de 200B
Nº üH5
2
EXCl<:R'l'OS
4
CAR'l'A DO D11mT01~
5
Po1~ OLJE NossA S1,:N 1101~A c110RA
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AniA1 ,mAm:
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CommSl'ONDl~:NCIA
Extravagância ou perda da luz da razão?
1o A
PAl,AVI~;\ 1)0 SACERDOTE
12 A
R1,:A l.1DAm: CONC1SAI\IEN'l'E
Pesquisa eleitoral: erro ou manipulação?
14
NAc10NA1 ,
17
INTERNAc10NA1,
19
ENTm-:v1sTA
Roraima resiste à demarcação de áreas indígenas
23
V 1\lmmAo..:s
Objetos de "arte" (lixo) a preços exorbitantes
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D1so:1~N1N1>0
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CAPA
40
VmAs 1n: SANTos
43
M1•:MúmA
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SANTOS E FES't ,,s oo M1~:s
48 AçAo
52
No Vietnã: perseguição religiosa
Escolas: doutrinação marxista
A história da Medalha Milagrosa O Papa São Leão Magno
Decadência do Ocidente e tribalismo indígena
CoN'l'HA-R.1~vo1 .ucmNÁmJ\
AMmENTEs, CosTuM1•:s, C1v11,1zAç()1,;s
San Gimignano: cidade que reverencia seu passado medieval
ca na situação tri stíss im a m qu ' l~la s' e nco ntra, o q ue co mc nl a ri a? Propo ri a im e di ata m e nte a r s ta u raç ão da I nq ui s ição. Peçamos-lhe q ue rcac nda na I r ja esse es pír ito ele v ig il â nc ia, d d iscernim e nto, ele in t ra ns igê nc ia, d lu ta à
outrance, q ue seri a sufi c ie nte para evi la r à h um a ni dade os te rr íve is casti gos pelo. q ua is e la deve passar". • (T recho de conferência do Prof. Plíni o Corrêa de Oliveira em 10-4-1967).
Nossa Capa : Altar de Na . Sra . das Graças (Paróquia de Sant'Ana, na capital paulista) . Foto: Luis Gui llcnno A rroyavc
Leia ma is a res pe ito do te rn a à p. 40 .
NOVEMBRO 2008 -
Enquanto a Igreja é perseguida na India, o Ocidente se omite /
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Nesta edição, Catolicismo oferece a seus leitores uma história ao mesmo tempo sucinta e apaix nante das aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, m Pari s, no ano de 1830, escrita por um compatriota da vidente, r. B noí't Bemelmans, o qual mais de uma vez nos brindou com sua colabora ·ão. Com essa matéria, no sa r vi sta ·o loca novamente ao alcance dos caros leitores um atraente r lato 1 ·om nas eu e se propagou a Medalha Milagrosa, uma das armas mais p d r sas de que nos dotou a Divina Providência para e n tarm s ·om ~xilo o bom combate nesta Terra de exílio: glorificar a I us u. Diante do dilúvio de catás tr r ·s 1u ' v ·m s' d sp j ando sobre o mundo pós-moderno, quis a Prov i<.! n ·in ·on · ·d ' r-nos por antecipação uma nova imagem da arca cl salva ·: o. S · no /\ntigo Testamento esta foi a de Noé, no Novo p d ·r-s ·-ia d i:t, ·r, •rn · rto sentido, que foi a de Zoé. Explico-me. Em sua narrativa, o aut or 1·rn hra qu ' esse era o nome com o qual Santa Catarina ra ·hnnwd:1 no lnr, durante sua infância, por ter nascido no dia 2 de maio, d ·di ·udo a Sant a Zoé. Sendo tantos os port ntos obtidos •m lodo o mundo através da Medalha Milagrosa, pode-s di z ·r qu ' •la s' tornou - por analogia um a ar ·a de salvação para os com a arca do Antigo T stam 111 0 homens no mundo de hoj , stuh ·I' ·i l:1 1 or 1 ·us através das aparições de Nossa Senhora das ra ·us, ·uja r ·stn ·0111 · mora-se no dia 27 deste mês. Não que a M dalhn , d ' s i, 1 •nh a ·sse poder, mas a Santíssima Virgem qui s umul ur 1' 1 r:1 ·as qu m a portasse com devoção. Agarrados devotam nt t M '(fa lha Mi lu )rosa, não pereceremos, por maiores e mai s te mív is qu ' possam ser os tsunamis espirituais e materiais a se lançare m ao lon 'º d · nossos caminhos. Desejo a todo um a boa 1·it urn .
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Em Jesus e Maria,
~~7 D IR ETO R
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CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES L TOA.
J
á encontrou o leitor, na grande impre nsa brasileira, alguma advertê ncia ou atitude contra as perseguições reli giosas que estão sendo mo vidas na Índi a? Silê ncio, ou apenas notíc ias insignifica ntes, po uco chamati vas . Veja entretanto alg un s títulos de notíc ias publi cadas por esse mundo afora.
• Índia: 15.000 protestam contra a violência anticristã; mortes em Orissa são agora 50.1 • Três novos assassinatos de cristãos na Índia, entre eles um sacerdote. 2 • Ataques anticristãos na Índia assemelham-se a operações militares. 3 • Perseguição aos cristãos está se estendendo por toda a Índia. 4 • Índia - perseguição e morte de cristãos em Orissa. 5 • Novas notícias de perseguição aos cristãos na Índia. 6 • Mais dois foram assassinados em Orissa, apesa r das promessas de proteção. 7 • Vítimas do movimento anticristão descrevem suas experiências .8 • Índia: Em dois estados, advertências contra a permissão a perseguições. 9 • Em Orissa, Arcebispo considera situação "fora de controle". 'º Comenta o vaticani sta Sand ro Magister: "Em pouco mais de um mês, as vítimas f atais da onda de violência anticristã, que começou em. 24 de agosto na Índia, elevaram-se para 60. A isto de vem. ser acrescentados mais de 18. 000 f eridos, 178 igrej as destruídas, mais de 4.600 casas queimadas e J3 escolas e centros sociais devastados. Pelo menos 50. 000 cristãos ti veram de emigrar de suas alde ias para buscar abrigo em campos de re.fiig iados e .florestas. Este balanço alarmante foi f ornecido pelo Conselho Cristão da Índia. Em. lugar de diminuir, os ataques, antes esporádicos, tornaram-se sistemáticos e estenderam-se para vários estados além de Orissa, para o inte rior de Kerala, Ka rn.ataka, Andra Prade sh, Madhya Pradesh, Chattisgarh e Tamil Nadu ". 11
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O que faz o Ocidente ante isso? De cá e de lá, uns mi ados estére is de protesto, e nada de consistente. A política ecumênica mostra-se impotente para defe nder os católicos. Q ua lquer assass ino ou ladrão que não é tra tado com toda a "di g ni dade", imed iata me nte levanta a seu favo r um a onda mundi al e nsurdecedora dos defensores dos " dire itos hum a-
nos". O mes mo a larido se faz o uvir e m defesa de homossexua is e prostitutas. E ntretanto, na Índ ia, cri stãos são bru talmente perseguidos, torturados, mortos, expul sos de suas casas e de suas a lde ias; e o Oc idente, berço da C ivili zação C ri stã, que recebeu da Igrej a o que tem de me lhor e mais ele vado, o mi te-se vergonhosamente . Apli cam-se ao Oc idente as pa lavras ele fogo do D ivino Mestre: "Ai de vós, escribas e .fariseus hipócritas! [. .. ] Guias
cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo ". [. .. ] Por f ora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade" (Mt 23, 15-28). No Brasil , e mbora a mídia sempre fa le de ecumeni smo, ne m seque r notic ia a enormidade brutal ela perseguição q ue está esmaga nd o os cató licos na Índi a. Como estranhar, po is, que Nossa Senhora apa reça chorando e m suas manifes tações aos ho mens, como e m La Salette? É co mo se di ssesse: "Da i atenção a minhas lágrimas, convertei-vos, combatei o mal. E E la própri a advertiu : "Se
meu povo não se quer submete,; sou forçada a deixar cair o braço de meu Filho. É tão f orte e tão pesado, que não o posso mais suster". 12 • Notas : 1. "Catholic Culture", 3- 10-08 2. Agência Zenit, 23-9-08 3. "Catholic Culture", 23-9-08 4. Canção Nova Notíc ias, 16-9-08 5. Blogue iros Cristãos, 26-9-08 6. " Mi ssões Mundiais", 13-9-08 7. Blog Christian Persec11tion Índia, 1- 10-08 8. A/1 !11c/ia,1 Christian Council, O1- 10-08 9. Christian Persecution !rifo, 23-9-08 10. "Catholic Cultu re", 6- 10-08 11. WWW.C hicsa, Ro ma, 3- 10-08 12. http://www. nsrasa lette.org.br/nove na.asp
NOVEM BRO 2008 -
De ponta-cabeça C asas construídas com o telhado rente ao solo e o piso 110 lugar do teto, nas quais se entra pelas janelas, situando-se as portas no alto. São meras extravagâncias? Ou sinais da perda da luz da razfio? M ARCO S LUIZ G ARCIA
uma das inesperadas noites fri as que açoitaram São Pau lo no último mês, j á di sposto a envolver-me nos cobertores, retirei uma última mensagem eletrônica. Certo amigo, entre perpl exo e indignado, encaminhou-me notíc ia estarrecedora. E m Belo H ori zonte, um advogado construiu duas casas: uma de ponta-cabeça, e outra deitada de lado. Tudo fo i pensado, proj etado e pago para ser ass im. As fotografias não deixam dúvida. Mas o disparate va i mais longe: a decoração interna também é de cabeça para baixo! Confesso que, quando li a mensagem, fiqu ei bastante atordoado. Reso lvi então pesqui sar um pouco mais, e encontrei na Intern et fotos de casas anál ogas co nstruíd as na Al emanha, França, Estados Un idos. Chocado com tais absurdos, deiteime e apaguei a lu z. Custei a conciliar o sono.
* Fui assaltado por terrível pesadelo. Vi -me conduzido à força por sequestradores encapuzados, que me apris ionara m num a dessas casas. Trancaram a porta e deixara m- me iso lado dentro. Comecei a circul ar de um cômodo para outro, e vi tudo ao
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contrári o. N ada tin ha lóg ica, a I i du •ra vi ladc parec ia ter-se in vertido, nada estava de acord o ·orn s ' li s ' nl id o próprio. T udo o que deveri a estar embai xo cn ·o nl ravn -sc cm cima, e vicevers a. Son hei que estavas nlind o um l'ort ' mal -estar, e a ún ica maneira de evitar aq uela 1orturu 111 ' ntal era renunciar ao meu modo de ver o mundo e a ''i lar como normal a casa in vertid a, com todo seu non-se11.1· ', adaptand o-me inteiramente àq uele amb iente oposto à ord m natural. Em meio ao s nh , uma mist ri osa " voz" ali ciante me di zia que meus "seqi.icslraclorcs" desej avam apenas (') roubar-me a razão, e me levar a aceitar a loucura como norm al. Mas eu não queri a abso lutamente renun ciar à minha normalidade de ser humano racional e lógico. Nisso uma outra " voz", cm conformidade co m minha razão, disse que se eu me senti sse enquadrado naq uele ambiente in vertido, renunciaria à minha fé católica, 1 ois tu lo o que é ordenado, lóg ico, belo, decorre de Deus, que cri ou a natureza humana. E gritei: " Renunciar à minha fé e acei tar a loucura?! Jamais!" . Com is o, procurava - aind a sonhando - um meio de sair daquela casa louca, ainda que devesse romper com as própri as mão um a j anela ou parede. Com essa intenção, indi gnado, percorri a a casa. A ssustado, acordei co m o coração di sparado.
Após o ca fé da manhã, saí de meu apartamento em direção ao loca l onde trabalho. Contudo, o tormento das casas de cabeça para baixo não abandonava minha mente. N a ru a, notei pela primeira vez um homem barbado vestindo uma saia, com toda naturalidade. Pensei: isso está na linha da casa de ponta-cabeça ... Peguei um ônibus, no qual chamou-me a atenção uma senhora sentada, fo lhea ndo uma rev ista com fotos de penteados feminin os que fo rm avam caras de bi chos estranhos no alto da cabeça, o que dava a idéia de a pessoa poss uir duas fi sionomi as. As moças da rev ista, essas modelos anoréx icas subnutridas de hoje em di a, pareciam fi guras bárbaras de um passado muito remoto. As cabeças de bichos (que não pensa m) estavam ac ima das cabeças human as que pensa m. Refl eti : isso também está na linha da casa de ponta-cabeça ... Passe i em frente a uma loj a de lu stres. O que vejo? Um lu stre co m form a de têni s! Pensei: a luz provir de um ca lçado! Casa de ponta-cabeça ... Como co mpreender tudo isso? Como co nsiderar o fato de o público gera lmente demonstrar indiferença diante de tais aberrações? Não foi difíci l chegar a um a tentativa de exp li cação: tudo acontece como se houvesse a in tenção de enl ouquecer o ser humano, ostentando o absurdo co m natura1id ade. O fruto desse enl o uquecimento seri a a quebra, na mente dos homens, de todo padrão de ordem da natureza e de ordem cri stã que a Santa Igreja in sp irou e fomentou ao longo de sécul os, em conformidade co m nosso Criador. A marcha do afastamento em relação a Deus leva o homem a perder a noção de certo e errado, de bem e mal , de belo e horrendo, considerada a
partir das verdades da fé e da própria Lei natural. Privados das normas da razão, da lóg ica e dos princípios reli giosos, o homem torna-se inclinado a aceitar todos os absurdos, que se opõem à Lei natural e à Lei de Deus, poi s ficará indiferente a tudo. Com isso, o absurdo, o aberrante, o di sparatado parecer-lhe-ão normai s. A ss im deform adas as mentes , poderão ser aprovadas leis que subtraiam direitos os mais fundamentais e imponham costumes os mai s loucos. Caso este trágico prognóstico torne-se rea lidade, estará destruída, em toda a medida do possíve l, a semelh ança do ser humano com o C ri ador. Não seri a este um estado equi va lente ao reino do demôn io? C hegaremos até lá?
* Encerro o presente arti go, valendo-me das admiráveis palavras do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, no final de seu livro
Revolução e Conlra-Revolução: "Em meio a esse caos, só algo não variará. É, em. meu coração e em meus lábios, como no de todos os que vêem e pensan·1 com.igo, a oração: Levanto m.eus olhos para ti, que habitas nos Céus. Vede que, assim. corno os olhos dos servos estão j1.x.os nas mãos dos seus senhores, como os olhos da escrava nas mãos de sua senho ra, assim nossos olhos eslão .fixos na Senhora, Mãe nossa, alé que Ela lenha misericórdia de nós (cfr. Ps. 122, 1-2). "É a c1/irmação da invariá vel confiança da alma católica, gerniflexa, masfúme, em meio à con vulsão ge ral. "Firme com 10da a.firmeza dos que, ern meio da borrasca, e com uma força de alma maior do que esla, co111inuarem a afirmar do mais fúndo do coração: 'Credo in Unam, Sanctam, Catholicam et Apostolicam Ecclesiam' , ou seja, creio na Igreja Católica, Apostólica, Romana, conlra a qual, segundo a promessafeila a Pedrv, as porias do i11/erno não prevalecerão". • E-mai l para ao au lor: marc;os:;a rc.: ia@c;alolic.: is1110.co111 .br
NOVEMBRO 2008 -
A Contra-Rcmlução cm marcha [B] Agradou-me de modo especial o
número de outubro de Catolicismo . De le destaco a matéria de capa, cuj a le itura recome nde i a am igos para me lhor compreenderem como se deu a formação do ideal de P línio Corrêa de O liveira; e como ele, desde a infâ ncia, era "a Contra- Revolução em marcha", segundo a fe li z expressão de Dr. Adolpho Lindenberg, autor da matéri a. Tal ideal encontra-se muito bem condensado e defi ni do em seu livro Revolução e Contra-Revolução, o qu al teve vári as edições aqui na Itá1ia ( 1964, 1972, 1977 e 1998). Outro reconhec imento da autenticidade contra-revolucionária do Prof. Plín io, mas por uma fonte de posição ideológica bem diversa, manifestou-se através de artigo publicado em setembro último por um dos maiores jornais italianos, o "La Repubblica". Esse periódico - mencionando uma outra obra do Prof. Plínio, Nobreza e Elites Tradicionais Análogas nas alocuções de Pio XII ao Palriciado e à Nobreza romana ( 1993) - comenta: "Juntam.ente com outros (nobres) descendentes dos Colonna, Massimo, Orsini, Torlonia, Clúgi, Boncompagni, poderiam ser encaixados nos esquemas nos quais um autêntico mestre do pensamento contra-revolucionário como Plinio Corrêa de Oliveira os inseriu na obra "No-
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breza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao patriciado e à nobreza romana" ("La Repubblica", 28-9-2008, edição dominical, p. 34). Ox alá certos órgãos da imprensa brasileira, até por uma questão de eqüidade, também tirassem proveito dessa citação para reg istrar o pre tígio que representa para o Brasil constatar o renome de que goza Plínio Corrêa de Oliveira nos meios intelectuais do exterior. Mes mo quando parte desses órgãos não concordem com todas as suas idéias. No próximo dia 13 ele dezembro, comemorar-se-á o centenário de nascimento daquele que foi merecidamente qualificado como o "Cruzado do século XX". Talvez certa imprensa brasileira esteja aguardando tal ocasião para fazer comentários objetivos a seu respeito. Seja como fo r, mai s cedo ou mais tarde, a verdade sempre virá à tona e a justiça será feita: é como azeite colocado em copo d'água ... [N.F. -
Roma]
Esclarecimentos ~ Ext raordinária a matéria d e Adolpho Lindenberg. Tanto pelo conteúdo quanto pela beleza da apresentação gráfi ca. Esclareceu muitos aspectos da vida de Plínio Corrêa de O live ira, que para mim ainda eram meio nebul osos. Também elu cidou como fo i a gênese e fo rmação cio pensamento dele no ambiente de sua família, o papel que exerceu sobre ele s ua mãe (pe lo que conta o articuli sta, senhora inteiramente fo ra do comum , e as fotos da revi sta indi cam i.-so) e o amb ie nte político daqu e la é poca . Também gostei bastante da entr vista ace rca do estilo jorn a líst ic cio Prof. Plínio, bem como cio traba lho dos senhores na Lituâni a. Parab ns!
(M.L.G. -
SP)
Maravilhamc11to [gJ Não encontro um a pa lavra para
expressar minha satisfação quando vi a rev ista de o utubro . Ta lvez eja: M ARA VJLHA ! Como não sei me expressar direito, escrevo ó para lhes
fazer um pedido. Ali ás, três pedidos: gostari a de receber uma foto cio Sagrado Coração de Jesus (está na últi ma página), uma foto de Dr. Plínio por ocasião da prim eira comunhão (na capa da rev ista) e uma foto de Da. Lucíli a (aquela da página 29). Se preferirem, podem envi ar as fotos para o e-mail de meu filh o, que ele impri me e fi ca igual à fotografia. Fico por aq ui , e agradeço antec ipadamente. Que Deus lhes pague por tudo. (F.C. -
SP)
Fé e 11crslstência (8J Eu já passei por muitos momentos
clil'íc is na minha vicia, cm que achei qu não linha mais solução; como aquele em qu quas0 perdi minha mãe e meu irmão qu ·s1uvu nascendo. Pareceume que tucl< 'slavu 1 ' relido. No instante em qu mais pr " ÍS ' Í, minha Mãe do Céu me si ncl ' LI u mão e me acolheu debaixo cio s ' LI manto. Senti uma paz e confi ança , por JLI ' sabi a que Ela ia trazê-los I • vo ll a pra mim. Agora estou c rto d · qu ' mo importa o problema , pois u s ·mprc terei alguém que olha p r mim . Eh leva minha preces a seu ama lo Filho. Não ·onh · ·i o I r. Plinio pessoalment , 111:is, p •lo que li e pelo que outros m ' ·onlnm, foi um homem extrarclin{i rio. m fi lho cl Nossa Senhora que nos d ·ixou ·xcmplos ele fé, persist n ·iu • ·nsinam ·ntos preciosos. (J.M.F.F. -
0
(/ll(l flCOlllCCC llOS
H Na leitura que fi z elas páginas re-
r •r •ntcs
aos Estados Un idos, fiquei ·0111 1 reendendo realmente o que está acontecendo naquela imensa e complexa nação. Garanto- lh es qu e fi z uma leitura muito atenta, porq ue esta é uma questão que estudava com afinco, sem conseguir resolver. Um grande abraço, e muito obri gado! PR)
São José ~
(M.P. -
RJ)
De um com1111ista "religioso " ~ Amigo, sou católico e vi que sua matéria [Flagelo comunista ressurge na Rússia e ameaça o mundo ", de Santiago Fernandez] no site www.catolicismo.com.br sobre o "o.flagelo com.unista " é um engano. Primeiro, você mostrou que não entende nada de conjuntura internacional; segundo, a Geórgia foi qu em inv adiu os territórios independentes há anos, e conseqüentemente mato u civi s ru ssos. Cabe à Rússia, sim, responder e com vigor a esse insul to ocidental à sua nação. Sou comunista e amo minha religião! E o que vemos agora é um mundo ocidental, um Estado que socorre a sua economia, na qual só os fortes sobrev ivem e os pobres nada têm! É justo o que acontece no Iraque e Afeganistão? A Rússia tem o dever de se impor como nação importante no mundo. É uma pena que o comuni smo tenha acabado, pois o fl agelo que ex iste Já só veio depoi s da queda da União Soviética.
(V.P.C. -
CE)
RJ)
EUA?
(K.N. -
tes de Jesus , poi s, na Vi a Crucis, só aparece Maria Santíssima. Fiquei sabendo como ele faleceu. Agradeço de coração, e continuem ass im , nos informando sobre a vicia e morte das pessoas que aprendemos a amar através da Bíblia. Muito obrigada, e que Deus os abençoe.
Sempre tive admiração e curiosidade sobre a vida de São José, até que idade ele viveu e se tinha morrido an-
Resposta do autor: Prezado leitor, Sua carta tem vári os méritos. O primeiro é o da franqueza. O segundo é o de patentear o quanto é falso o mito de que "o comunismo morreu". Suas li nhas testemunham que ele está bem vivo, e na fórm ula mais sini stra: a de Lenine, Stalin e Brezhnev. E que a fó rmul a mascarada de comunismo, estilo Putin, não atisfaz a sua radicalidade comuni sta. Você não conseguiu esconder que seu coração palpita não precisa mente pelo Brasil, mas sim pela Rússia cios sovietes, responsável por dezenas de milhões de mortos no século XX. O Magistério Eclesiástico ensi-
nou que é impossível ser cri stão e socialista ao mesmo tempo; que catolicismo e comunismo são termos contraditórios. Ao se afirmar enfaticamente católico e comunista ao mesmo tempo, você reconhece estar viva mais uma teoria radical, que muito " inocente útil" ou desav isado imagina "morta": a Teologia da Libertação! Após sua apologia da ex-URSS, sua carta registrn seu cargo na Prefeitura Municipal ela importante cidade de Sobral (CE). Os leitores de Catolicismo podem constatar, pelo que transparece em sua missiva, quanto o velho comunismo e a esquerda católica estão ainda bem vivos no coração de alguns brasileiros.
Da "Folha cio Ccaf'á" ~ A revista Catolicismo, ed ição nº 692, correspondente ao mês de agosto p.p., está exemplarmente bem elaborada, apresentando matérias da melhor qualidade, consentâneas com o projeto ed itorial que a faz respeitada em todos os meios em que militam pessoas de bem. A matéria de capa versa sobre os caminhos e descaminhos das nações sul-americanas e subordina-se ao título "Que Futuro Aguarela a América do Sul? Uma União ele Repúblicas Socialistas ou a Restauração da Cristandade?". A partir daí surge abali zada análise política e soc ial dos acontecimentos que se desenvolvem na reg ião e quais as responsabilidades que pesam sobre os ombros de seus principais protagoni stas, os quais se não tiverem o bom senso e cuidado de preservar os valores de uma sociedade cristã e orde ira, poderão levar o caos a toda a com unidade latino-americana. Outros textos ele moral, ele religião e informativos compõem esta excelente publicação que pode ser adquirida através cio representante da Editora Padre Belchior de Pontes Ltda em Fortaleza, o sr. Garci a de Sena. O telefone dele é 8639-3683.
("Folha do Ceará", 17-9-08)
Boa surpresa 18] Como essência, podemos extrair desta pesqui sa (Catolicismo, setem-
bro/2008, "Juventude conservadora") qu e o jove m atua l está co m mai s di scernimento; mesmo com os "bombardeios" ci o mundo ela informação on -line, ele permanece conservador, prezando os valores éticos, morais e espirituais, procurando em seus sonhos a formação da fa mília sustentada pela dignidade e amor. Busca nos estudos a alavanca para realização destes sonhos. Enfim, foi para mim uma boa surpresa, mes mo porque sou pai de dois adolescentes. (R.S. -SC)
s.o.s. [;81 Em nossas batalhas, nas incertezas desta vida, sentimos mesmo a manifestação do anjo da guarda de não permitir que o seu protegido sej a derrotado pelo demônio. Mas rea lmente a vitóri a depende de cada um de nós, de recorrermos aos anjos nas horas difíceis. Eles estão prontos para nos socorrer, mas precisamos ao menos me nt a lm e nte ma ni festa r nosso "S.O.S.". Vou ampliar a foto cio anjo da ca pa ela rev ista para co locar na sala; erá a minha permanente mani festação do pedido de S.O.S.
(1.K.L. -
SP)
Pági11a Maria11a As matérias sobre a Santíssima Virgem são mui to interessantes. Elas demonstram a influência das aparições ele Nossa Senhora no forta lec imento da fé, nos momentos difícei s da hi stóri a. (Z.G.H. -
RR)
Maravilha [gJ Sou simpatizante de Catolicismo, e vocês estão de parabéns! Esta revista é maravilhosa. Muito obrigado. (A.L.S. -
BA)
Novelas: um absurdo [gJ Sinto vergonha de ver como as novelas ensinam a roubar, ens inam prostituição e tudo mais que se passa na TV, e até mes mo em horários em que as cri anças estão acordadas. (G.B.L. -
ES)
NOVEMBRO 2 0 0 8 -
Monsenhor JOSÉ LUI Z VILLAC
Pergunta - Gostaria que comentasse esta passagem da Sagrada Escritura, talvez uma das mais imp1·essionantes: "Então Josué falou ao Senho,; no dia em que entregou o Amorreu nas mãos dos filhos ,te Israel, e disse em presença destes: 'Sol, não te movas sobre Gabaon, e tu, Lua, sobre o vale de Ajalon '. E o Sol e a Lua pararam, até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos justos? Parou, pois, o Sol no meio do céu, e não se apressou a pôr-se durante o espaço de um dia. Não houve, nem antes nem depois, um dia tão Longo, obediente o Senhor à voz de um homem, e pelejando por Isra el". Teria sido poss ível que Deus parasse qualqu e r um dos astros, o Sol ou a Terra? Qualquer um dos dois eventos resultaria em destruição de nosso planeta, ou alguma outra catástrofe no sistema solar. Seria então possível que Deus, criador de tudo, inclusive cio tempo, tivesse gerado uma "bolha temporal" numa determinada região geográfica, onde o tempo tivesse parado? Resposta - Essa é rea lmente um a passage m célebre da Sagrada Esc ritura, que esteve inc lu sive no epicentro do processo de Ga lil eu, que defendia o he li ocentri smo, contra a opini ão então corrente, inc lu sive nos me ios científicos, de q ue era o So l que girava em torno la Terra. Mui to sa bi a me nte , São Roberto Belarmino, Doutor da Igreja - e filh o do grande e -
CATOLICISMO
prudentíssimo Santo Inácio de Loyola - , ponderava aos teólogos seus colegas que não deviam imi scuir-se em questões cie ntíficas; pois se a ciência chegasse à concl usão de que o he liocentri smo era verdadeiro, o que não contrnriava nenhum dogma da Igreja, os exegetas deveri am reestudar sua interpretação dessa passagem da Sagrada Escritura, uma vez que não pode haver contradi ção entre fé e ciência, sendo Deus ao mesmo tempo autor da Escritura e criador das leis que regem o uni verso. Galileu, aliás, que pri vava com diversos cardeais romanos, inclusive o cardea I Barbe rini (futu ro Papa Urbano Vlfl), com quem tinha longas tertúlias a respeito do tema, chegou até a esposar por escrito a tese de São Roberto Belarmino, numa fa mosa carta à Rainha Cristina da Suéc ia. Adema is, o he li oce ntri mo j á hav ia s ido defendido anteri orme nte pe lo cie nti sta polonês Ni co la u Copérni co, sem receber por isso qualquer co nde nação.
Po r outro lado, o parecer dos co ns ulto res teo lóg icos daque le tempo, contrariamente ao conselho de São Roberto Belarmino, aferro u-se às idéias vi gentes do geocentri smo, e dec laro u que o sistema de Galileu era fa lso e absurdo c m fil osofia e fo rmalme nte herético, por contradi zer os tex tos bíblicos, segundo o seu s ntido próprio e a interpretação unânime dos Padres e Doutores da Igreja. Hoje em di a a que tão está perfe itame nte e luc idada. De um lado a Igreja, já no pontificado de Bento XIV ( 17401758), levantou a interdição ao heliocentrismo e reabilitou indiretamente a figura de Ga lileu (200 anos antes de o ter feito formalmente João Pau lo l 1), em que pese o caráter burlesco do personagem, qu e, e nfat uad pela sua intui ção c ie ntífi ca
A col1llenação <le Galileu Galilci Infe li z me nte o caso tomou o pior ca minho possível, co mo é bem sabido. De um lado, Ga lile u não conseguiu convencer nem sequer seus co legas cienti stas, inclusive o fa moso Kepler, pois s; X as provas que alegava não eram -~ conclu sivas; a li ás, muitas se ~ revelaram depois falsas (uma § delas, o fe nômeno das marés, q ue e le atribuía à rotação da ~
!
Terra, enquanto hoje está corn- ~
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provado dever-se prin cipalmente à atração da Lua; a um objeta nte que lhe aventou esta ~ 13 hipótese, Ga lileu replicou, mui- {l to burlescamente, que isso era ~ uma "imbecillità"). ~
(para a qual não apresentava a rg um e ntos co nvin ce ntes, co mo foi dito), zom bava de seus adversários, inclusive ridicul ari zando o Papa Urbano VIII , anteriormente seu amigo. Bem, tudo isto é para di zer como se deve ser ca uto nessas matéri as q ue envo lvem aparentes contrad ições e ntre r ciência.
No vo /mio <la questão: /JCl'llll 'hação CÚSlllÍC<I 1 itor mostra, com razão, qu uma parada brusca, tanto da 11 rra 1uanto lo oi - a ser intcq r' tado litera lmente o episódio d ' Josu - , não é concebív 1 ·om os atuais conhecimentos d ' m ' ·ânica celeste: a Ter-
láx in , 'S ta se mov imenta e m
relação ao conjunto das galáxias, de forma que uma freada brusca não é sequer pensável. B as ta im ag inar um ca rro locomovendo-se a 120 km por hora, que levaria dezenas de metros até parar, depois de o motorista pisar f01temente no freio (sem falar na possibilidade de capotamento). Em vista disso, os exegetas puseram-se em busca de explicações de ordem fís ica para o fenômeno da "parada do Sol" descrita no livro de Josué. Segundo estas explicações, os anjos, que têm o poder de atuar sobre a matéri a (não pode m criá-la), poderiam ter dirigido os raios solares para a região da batalha de Josué, de forma a ficar ainda dia claro, para que ele pudesse concluir sua vitória sobre os cinco reis amorreus coligados contra o povo de Israel. Neste caso, ne m o Sol teria parado , ne m a Terra . A partir da premissa filosóficoteológica de que os anjos podem atuar sobre a matéria, a explicação é coerente e aceitável. Basta pensar nos demônios dos ares, aos quais Deus permite que atormentem os homens com o arremesso de panelas, louças e outros o bjetos - os chamados em alemão poltergeist, cuj a atuação está bem documentada . Se
Deus permite que os de mônios - que são anjos (maus)façam isso, com muito maior razão mov e os a nj os bo ns para que façam o be m aos homens. No caso concreto, a defesa do povo eleito contra o ataque de seus inimigos. Mesmo neste caso, é justo falar em mil agre, porque as lei s da natureza são aí manipuladas pelos anjos de uma maneira que não é dada aos homens. O milagre neste caso, nos termos descritos, é perfeitamente possível sem nenhuma pe1tw-bação cósmica. Aliás, há um fato moderno de notoriedade mundi al, que também desafia as leis da ciência, e para cuj a explicação não se chegou ai nd a a um consenso. É o cha mado Milagre do Sol, ocorrido no dia 13 de outubro de 1917 em Fáti ma, e testemunhado por uma multidão calculada em 50 mil pessoas. Já tratamos desse ass unto em nossa matéria de maio deste ano, na qual mostra mos que algumas e xplicações tê m s ido tentadas, pois nesse caso também é inim ag inável, segundo as le is da física, que o Sol tenha se precipitado sobre a Terra. Pode ter ocorrido então um fenômeno visual semelhante ao da explicação dada para o
epi sódio de Josué: os anjos, a mandado divino, teriam dirigido os raios so lares de maneira a parecer que o Sol despencava so bre a Terra. Ou também, segundo outros, que tivesse ocorrido um fenômeno atmosférico natural , como o das "lentes de ar", que produzisse o mes mo fenômeno vi sual (cfr. Catolicismo , nº 689, maio de 2008). De qualque r modo, não pode deixar de ser qu a lifi cado como miraculoso que esse fe nômeno natural , aliás raríssimo, tivesse ocorrido precisamente no dia, hora e local anunciados pelos videntes com três meses de antecedência. Neste caso os anj os também teriam atuado, não para dirigir os raios solares, mas para criar condi ções atmosféricas tais que os raios so lares, incidindo sobre essas " le ntes de ar", produzissem o fenômeno descrito por dezenas de milhares de testem unhas.
Explicação segundo a exegese mais l'ecente Tudo isso levou os exegetas a procurarem outro caminho. Anali sando literariamente a narrativa do episódio, verifica-se que o feito profético de Josué - des locando- se
para Gabaon num a march a noturna de 30 km, surpreende ndo os cinco rei s coligados e derrotando-os - constituiu uma proeza que pareceu aos coetâneos tão grande, que não ca be ria na longitude de um dia. Ademais, Josué co ntava com a promessa divina: "Não os temas, porque eu os entregarei nas tuas mãos e nenhum deles te poderá resistir" (Livro de Josué l O, 8). Desse modo, o feito assumiu co ntornos épicos e foi cantado e m prosa e verso. A li ce nça poética teri a e ntão posto nos lábios de Josué a interpelação ao Sol e à Lua, para que parassem, a fim de aumentar a extensão do dia, permitindo que nele coubesse toda a proeza realizada. Nesta hipótese, não teria hav ido um mil agre físico, e sim uma ajuda divina espec ialíss ima, dando a Josué e seus guerreiros a força e a destreza para realizar com êx ito toda a operação bélica. Essa a inte rpretação da Bíblia Comentada dos professo res de Sala man ca (BAC, Madrid, 1961 , vol. 2, p. 45). Como a exegese moderna tende - de modo questionável e perigoso - a encontrar uma ex plicação natural para todos os fatos narrados na Bíblia, co mpreendemos que alguém receba essa interpretação com reservas. De qualquer modo registramo-la, para que o leitor tome conhecimento de todos os enfoques da questão, e ass im co mpree nda a cautela que é prec iso ter nessas maté ri as . Sempre tendo presente a afirmação de Nosso Senhor: "Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível" (Mt 19,26; Me 10,27). • E-mail do autor: monsenh91joseluiz@catolicismo.com.br
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A REALIDADE CONCISAMENTE Ignorância e má fé nos exageros ecologistas
Hotel 11 miserabilista" é edificado com contêineres
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m Londres foi inaugurado um hotel aproveit_ando contêine1:es_[foto]. Morar em caixas para transporte de matenal, sempre foi srnal de mi séria acentuada. Mas agora a ditadura da moda impõe co mo bonito este estilo "mi serabi li sta". O prédio está situado a leste da capital inglesa, conta com 120 quartos e foi montado em 20 dias com 86 contêineres. Cada contêiner foi preparado e importado da China (tinha de ser!), incluindo as divisões, instalações elétricas e banheiros, como que para garantir sua má qualidade. O edifício foi levantado em velocidade recorde, empilhando um amontoado de caixões. A técnica será aplicada em outras áreas, como as moradias "sociais" tipo "cingapuras", informou a BBC. •
Brasil: 3° consumidor mundial de drogas sintéticas Brasil ficou em terceiro lugar num dos piores rankings do mundo: o dos consumidores de drogas sintéticas, como ecstasy. Os dados são do Escritório da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). Em primeiro lugar está a Argentina, o que leva a supor um obscuro comércio entre ambo os países [foto]. O diário "La Nación", de Buenos Aires, informou a existência de laboratórios clandestinos na capital platina. Outro laboratório foi descoberto no Chile, e mais dois na Colômbia. O diretor do UNODC, o italiano Antonio Maria Costa, denunciou a falsa idéia de se tratar de drogas " inofen sivas". Os viciados acreditam obter, mediante os entorpecentes, maior "conjfonça, sociabilidade e energia "; mas na prática vão sofrer "graves problemas mentais e dano cerebral". •
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mídia se nsacio nalista e ativistas do "apocalipse ecológico" espalham conclusões al armistas sobre o derretimento do Ártico . A manobra visa torpedear o progresso e a civilização ocidental. Foram porém desmascarados por notícia sobre o derretimento do Ártico, publicada pelo "Wash ington Post" ... em 2-11-1922: " O oceano Ártico está esquentando; as focas desaparecem e os icebergs derretem". A matéria confirma a posição científica de que esses fenômenos não ão novos, mas conseqüência de ciclos ainda pouco estudad s. O recorte foi reproduzido pelo " Wa hingt n Times" em 14-8-07 e comentado em muitos blogs, mas em poucas colunas jornalística (cfr. " rreio do Povo", Porto Alegre, 29-6-08). Em geral , a grande mídia brasileira não lhe deu espaç proporcionado ao que concede para o exagcr catastrofistas de ecologistas. •
"Meu
Manual de sobrevivência dos católicos contra o laicismo
filho volta para casa e conta que o professor quer convertê-lo ao evolucionismo. Na aula de catecismo, ensinam-lhe que todas as religiões são iguais[. .. ]. Na TV, aprende que não há d(f'erença entre o casamento de um homem com uma mulher e entre pessoas do mesmo sexo. No sermão o padre explica que a Quaresma é como o Ramadã dos muçulmanos. A novela preferida da TV é um enredo emjàvor de algum casal homossexual. Nas conferências da paróquia ouve-se falar de comentaristas esquerdistas ou comunistas... " Assim a agência "Corrispondenza Romana" condensa a denúncia do livro de Alessandro Gnocchi e Mario Palmaro: Eu espero permanecer ainda católico - Novo m.anual de sobrevivência contra o laicismo moderno. Segundo a agência, o livro descreve os sistemáticos ataques "culturais" que sofrem os católicos na Itália. Trocando os nomes, a situação não é muito diferente no Brasil. •
Livro reprova ignorância de datas-chave da História
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iane Moczar, especialista em história med ieval do Northern Virginia Community College (EUA), publicou o livro Dez datas que todo católico deveria conhecer [foto]. Ela deplora que os católicos estejam esquecidos de que "a história católica é a história da civilização ocidental". Eis as datas: 1) 313: Edito de Milão, térmi no das perseguições aos cristãos; 2) 452: O Papa São Leão Magno salva Roma da invasão dos hunos; 3) 496: batismo de Clóvis, rei dos francos; 4) 800: sagração de Carlos Magno imperador da Cristandade; 5) 910: fundação de Cluny; 6) 1000: novo impulso do cristian ismo; 7) 1517: Lutero inicia sua revolta; 8) 1571: católicos derrotam muçulmanos em Lepanto; 9) 1789: Revolução Francesa, ataque à Igreja; 10) 1917: revolução comunista e aparição de Fátima. "A civilização medieval foi grande, porque a Igreja modelava todas as instituições", explica Moczar e comenta: "Hoje os estudantes perguntam se Napoleão veio antes ou depois de Colombo. Não podemos cair tão baixo ". •
O catolicismo no âmago das grandes questões mundiais • No Japão, o novo primeiro-ministro conservador, Taro Aso, é católico. De nobre estirpe, é tido como "falcão", morou no Brasil e fala o português. • Na Grã-Bretanha, o Partido Traba1h ista (socialista), visando lucros eleitoreiros, anunciou projeto que permitiria a um católico tornar-se rei . Pela atual legislação inglesa, é categoricamente proibido o monarca ser católico . • Na Índia, os fundamentalistas hindus estão furiosos com o crescimento do catolicismo e têm martirizado incontáveis católicos . • Nos EUA, a recusa do sacramento da Eucaristia aos católicos abortistas repercute a fundo na campanha eleitoral dos candidatos. • Na Argentina, mais de 800.000 fiéis foram à cidade de San Nicolás para comemorar o 25° aniversário das aparições atribuídas a Nossa Senhora do Rosário; centenas de milhares de jovens dirigiram-se em peregrinação à basílica da padroeira da nação, Nossa Senhora de Luján [foto] . • A mídia local concluiu que o laicismo não tem mais vez no país. Todos estes fatos são sintomas incipientes, mas promissores, de que o futuro será genuína e intensamente católico, como Nossa Senhora prometeu em Fátima.
Professores querem retorno da disciplina e das punições
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egundo a última pesqui sa Pnad da ONU, o ana lfabetismo no Brasil está pior que na Bolívia. Outra pesquisa feita no Brasil pela Organização dos Estados fberoamericanos mostrou que 83% dos professores desejam o retorno da disciplina nas escolas. 67,4% deles defenderam a expulsão de alunos. "Somos agredidos verbalmente pelos alunos diariamente ", disse Ricardo Pinto, professor de História em São Paulo. O presidente da CNTE (Confederação dos profission ais da educação), Roberto Franklin de Leão, declarou: "Estamos abandonados pelo Estado, sem condições adequadas de trabalho". Wanderley Codo, pesquisador da Universidade de Brasília, acrescentou: "Não há limites para nada. A expulsão é necessária em alguns casos". No ambiente de Revolução cultural permanente introduzido pelas esquerdas, o analfabetismo não acabará; além di sso, a anarquia e a ignorância continuarão devastando as crianças brasileiras. •
CATOLICISMO
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NACIONAL São Caetano do Sul (SP) : funcionárias da Justiça Eleitoral prepa ram as urnas eletrônica serão enviados às seções eleit9rois da J.id de
CArRA
GRiG r
tão decantada aliança arqui tetada pelo governador de Min as Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o prefeito da cidade, Fernando Pimentel (PT), obteria esmagadora vitória no l º turno, confor me as pesquisas. A cinco dias da eleição, de acordo com o DataFolha, Lacerda contava com 45 % da preferência do eleitorado; e Quin tão, com apenas 23% . Quatro di as depois (na véspera ela eleição), aind a segundo o DataFolha, Lacerda subiu para 48 %; e estranhamente, Quintão para 35%, mantendo-se ainda um a dife rença de treze pontos percentuais. Contrariando tudo isso, as urnas confe ri ram 43,59% a Lacerda e 41 ,26% a Quintão, num quase empate.
El'l'o
011
mallipuiação?
O exíguo espaço deste artigo não permite debruçar-me detidamente sobre os métodos, validade e papel das pesquisas de opinião. E ntretanto, as falhas que acabo ele apontar não constituem casos iso lados. Em todo o mundo, pesquisas ele opinião têm sido fragorosamente desmentidas, o que deixa uma pergunta no ar, à qual é difíc il fu gir: não se tornaram as pesqui sas um meio de manipul ação da opinião pública, nos regimes democráticos? Convém não esquecer que as pesquisas de opinião, além de contarem com a poss ibilidade de erros, como qualquer atividade humana, podem também ser desvirtuadas. A formul ação das questões apresentadas aos entrevi stados, o modo e as
A análise do quadro delineado pelas eleições municipais de 2008 revela uma realidade política bem diversa da que nos impingem os meios de comunicação, baseados nas "verdades dogmáticas" das pesquisas ffl
PUNI O V10 1G AL XAVIER DA S ILVEIRA
ed ij o estas linhas ao encerrar-se o primeiro turno das eleições municipais. I mportantes cidades ainda aguardam um segundo turno, por isso minha análise restringese ao que se conhece até agora. Muitas ilações se podem desde já tirar do atual pleito, e a elas se têm entregado jornalistas, analistas e cientistas políticos. Abalanço-me a fazer o mesmo.
"lllquestionadas" pesquisas Pode-se dizer que as grandes derrotadas desta eleição foram as pesq uisa de opinião. Não sei se o leitor já notou, mas nos dias que correm as pesquisas passaram a ter valor de dogmas. Comentaristas das mais diversas procedências e orientações anali sam a realidade à luz dos res ul tados que elas apresentam, e praticamente não as questionam. Precisamente em nossa época, tão afeita ao relativismo moral, ideológico e prático, são elas tomadas quase como verdades de fé. Mas elas se mostram falíveis, e até largamente falíveis. C ATOLICISMO
Disparidade elltre p esquisas o votos Cito apenas três exemplo · d monta, referentes a cidades de pri meira importância: São Paul o, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. E m São Paul o, durante toda a corrida eleitoral, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) apa rec ia em primeiro lugar, com uma vantagem acentuada sobre o segundo colocado. Chegou mesmo a cogitar-se em vitóri a definitiv a da petista no primeiro turno, quando lhe eram atribu(das intenções ele voto de 47 %. As pesquisas ele boca-de-urna também deram vitóri a à candidata petista. Entretanto ela foi para o segundo turno; e, bem ao contrári o do que indicavam as pesqui sas, já no primeiro turno ela amargou um inesperado segundo lugar. No Rio de Janeiro, pesqui sas de opinião chegaram a apontar Eduardo Paes (PMDB) como não tendo chances; e sobretudo asseguravam, até o último instante, que Marcelo CriveJla (PRB) passaria ao segundo turno. Eduardo Paes venceu no pri meiro turno, e Marcelo Crivella foi afastado da corrida eleitoral por Fernando Gabeira (PV). Em Belo Horizonte, ocorreu o fato que considero mais escandaloso. A candidatura de Márcio Lacerda (PSB), de uma
circun stâncias de sua abordagem, o universo consultado, a seleção das entrevistas a serem computadas na elaboração fi nal da pesqui sa, enfim, uma miríade de fo rmas e fó rmulas pode detu rpar-lhes o sentido. Conta-se que Winston Churchill - o grande estadista inglês, que se opôs heróica e vitori osamente a Hi tler - afirmava de modo irônico que, em matéri a de estatísticas, só acreditava nas que ele mesmo fa lsifi cava...
Pesquisas e o crivo da realida<le Tenta m algun s expli car fa lhas, co mo as referidas , pela metodologia utili zada. A explicação, convi ncente na aparência, faz surgir uma dúvi da. Pretende-se que a pesquisa seja um retrato fiel da realidade, mas se a diferença de métodos leva a imagens que dela divergem, há algo de fu ndamentalmente errado. E o errado não será, por certo, a realidade. Muitas vezes as pesqui sas de opinião são confro ntadas com a manifestação di reta do público, e nesse momento passa-se ela suposição à realidade incontestável. Nas presentes eleições, as urnas desmentiram as pesquisas, como vimos mostrando. Mas os defensores ela objeti vidade das pesqui sas não cedem, e tentam explicar o inexplicável. Em matéri a intitul ada Datafolha antecipou tendências das eleições, a "Folha ele S. Paul o" (7- 10-08) atribui os erros à "indecisão e volatilidade do eleitorado". Estranha observação esta, pois as pesq ui sas demonstravam constância nos seus resultados e nas suas tendências. Se hav ia volatilidade, como expl icar que as pesq uisas não a detectaram? A matéria mais paradoxal talvez tenha sido a estampada pelo caderno "Eleições 2008" do "O Estado de S. Paulo" (6-10-08): V mas contrariam pesquisas, mas especialistas negam falhas, dizia o título. Ou seja, a real.idade palpável do voto desmentiu as pesquisas, mas as pesquisas é que diziam a verdade. São afirmações como essa que levam à constatação inicial deste artigo, de que as pesquisas hoje passaram a ter valor dogmático.
Lula não elege apa<lrinhados Tal reflexão conduz a outro crucial as pecto do atual pleito. A imprensa tem-nos bombardeado com os elevadíssimos índi ces de aprovação popular cio presidente L uiz Inácio Lul a
Morta Suplicy (PT) e Gilbe rto Kossob (D EM)
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1 da Sil va e de seu governo. Segundo as pesqui sas de opini ão (sempre elas) , a popularidade pessoa l do pres idente chegari a aos 80%, enquanto seu governo beira os 70% no ques ito de aprovação. Mas as urnas reve laram que tais índices estratosféri cos não tiveram efeito prático, e o presidente não conseguiu e leger seus apadrinhados po líti cos nos locais mais dec isivos para a po lítica nac io nal. A máquina lulo-peti sta, pela voz do diri gente máximo do partido, Ricardo Berzoini , logo e laborou uma teo ri a para "explicar" o ocorrido: no B ras il não há tra nsferência de votos sente nc iou. Teori a, a li ás, tota lme nte o posta àqu ela que há meses se vinha difundindo nos me ios governistas e em boa parte da imprensa, a esse respeito.
Populal'idade a 11tê11tica A ve rdadeira e autênti ca popul aridade de um líder político, máx ime de um presidente, consiste prec isame nte e m obter apoio e engaj amento e m prol de suas idéias e de seus proj etos para o País, e ass im atrair para seus desígni os o e le itorado. É verdade que as eleições munic ipais, sobretudo nas c idades de menor porte, têm cono tações locais e até pessoais, que as tornam muito peculi ares e pouco representativas da realidade po lítica nac io nal. M as é imposs íve l negar que, nas grandes cidades e nas capi tais dos estados , apesar dessas c irc un stâ nc ias locais, está em jogo o destino político da nação. Nesse sentido, e como é óbv io, inúmeros ana li stas nacionai s e estra nge iros a prese ntavam as atua is e le ições como muito impo rta ntes para o proj eto político de L ul a, sobretudo com vi stas à ele ição pres idenc ial de 201 O. O própri o pres idente o de monstrou, ao engajar e m peso seu governo nas di sputas muni c ipa is e ao comprometer, e le mesmo, seu cc prestígio pessoal e m prol de dete r- ~ minados candidatos. ~ o: No entanto, nem de longe obteve -'ií os resul tados almejados. Mais ainda, ~ em di versas circunstâncias marcantes, ~ o apo io p úbli co do pres idente teve efeito adverso e contribuiu para o decréscimo da fo rça eleitoral do apadrinhado.
Exemplos que falam por si A ele ição de Marta Suplicy em São Paulo era de notóri a importância para L ula e o PT. Avento u-se até a hi pótese de Marta vir a ser a candidata peti sta à presidência, no caso de uma vitória. O presidente convocou a mili tâ ncia a "entrar co m tudo" para ve ncer j á no primeiro turno, e piamente afirmo u ac redi tar nessa poss ibilidade. Co m ta l fin alid ade partic ipou de carreatas ao lado da ex-prefeita. O que aco nteceu, todos -
CATO LI C ISMO
conhecem ; e, em conseqüência, os assessores mais próx imos do pres idente recomendara m que no segundo turn o e le se mantivesse di stante da di sputa na capital paulista. No Rio de Janeiro, L ul a começou por apoiar Molon , o candidato do PT. Este obteve apenas magros 6% . Ao perceber as poucas chance de M olon, Lul a também não escondeu - nem muitos de seus mini stros - suas abertas simpatias por Marcelo Crivella. O mini stro Mangabeira Unger afirmou, pouco antes da e leição, que este candidato tinha o proj eto político mais afin ado co m o Governo Federa l. C rive ll a ne m seque r passo u para o segundo turno. E m C uritiba, o Governo Federal deu apoio maciço a Gle isi Hoff mann (PT), mulher do M ini stro Paul o Bernardo, sendo a cidade peça-chave na estratégia governi. ta. Dilma Rousseffoi a C uritiba e e mpe nho u todo o seu pre tíg io de prováve l candidata pres idencial e m pro l da petista. Afirm o u até que Gle isi poderia fazer em C uritiba um governo na linha do preside nte L ula. Resultado? Devastado res 77 ,27 % de votos para Beto Ric ha, contra os minguados J8, l7% da ca nd idata do PT e do Pl analto. Em Natal, Lula também subiu ao palanque para dar apoio à petista Fátima Bezerra. Ali proferiu um dos discurso mai s agressivos da campanha e garantiu que sua apadrinhada venceri a M ica.ria de Souza, apo iada pe lo se nador Agripino M a ia, líd e r d o DEM no Se nad o. Micaria obteve 50,84% dos votos, vencendo no 1° turno e impondo mais um vexame e lcit ral ao presidente. Não fa ltam exemplos, mas fico por aq ui.
M anl1111lação sem limites Esta mo perante uma evidênc ia: L ula nã consegue mover o eleitorado para votar cm seus apadrinhados, o que qu ivalc a não apoiar seu projeto polític . Essa infl uência bastante defic iente fica ainda mais notória se a confrontarmos com a desmedida popul aridade do pres idente, apontada pelas pesquisas. Mas, apesar de ta l constatação clamorosa, prossegue a repetição incansável do "dogma" da popularidade de Lula. Re interpreta-se a mani festação palpável do e leitorado nas urnas, da ndo a entender que e la não é aquilo que parece, ou ej a, o des mentido fragoroso da proclamada popularidade presidenc ia l. Contra essa realidade palpável, apenas a "rea lidade" impalpável de uma vaga pesqui sa. A man ipul ação parece não ter limites . O termo adequado é prestidigitação - a arte exercida por ilusioni stas para embair cri anças e até adultos, em espetáculos circenses: tirar coelho da cartola, e outros do gênero. • E-mail para o autor: plini oxavier@catolicis mo.com.br
INTERNACIONAL
Católicos vietnamitas resistem à ditadura comunista C atólicos resistem à demolição de prédios eclesiásticos, nas maiores manifestações desde que o comunismo tomou o poder no Vietnã. O governo censura as notícias, e no Ocidente a mídia abafa as informações. Multidão de católicos protesta diante da paróquia de Thai Há, e m Hanói (29-8 -08) ■
Lu1s DuFAUR
m Hanói, capital do Vietnã, os católicos te ntam im pedir a destrui ção dos prédi os da paróqui a de Thai Há, ordenada pela ditadura marx ista. Pede m que a propriedade seja restitu ída aos padres redentori stas. ' O socialismo e o comuni smo não admite m a propriedade privada, que está fundamentada em dois M andamentos da Lei de Deus: o 7° ("Não roubarás") e o JOº ("Não cobiçarás os bens alheios"), e na própria Lei natural. No Vi etnã, as propriedades da Igreja Cató li ca fora m todas confi scadas pelo regime comunista. Recente mente, o governo mando u de molir vários préd ios religiosos, inclu sive a paróqui a ele T hai Há, para erguer nesses locais áreas de " lazer" e fá bricas. Os fi éis iniciara m vigíli as j un to a um cru zeiro e duas imagens - de Nossa Senhora das Graças e de Lourdes - visando impedi r a sacrílega iniciati va governamental. Os responsáve is da segura nça públi ca ameaçara m com a repressão o arcebispo de Hanó i, D . Ngo Quan g Kie t, sacerdotes e fi é is. Em resposta, o bispo de Tha i Binh, D . Franc is Nguyen Van Sang,
Anciã enfrenta policiais no mesmo oco sião publi co u um a d ec laração intitul ad a
"Quem pega na espada, morrerá pela espada ". Por sua vez, D. Cos me Hoa ng Van Dat, bi spo de Bac Ninh , no norte do país, fo i até Thai Há com 39 sacerdotes e cente nas de fi éis, para prestar seu apoio aos católicos dessa paróqui a. Aco rreu també m D . Paul Cao Dinh T huyen, de
83 anos, que viaj ou 334 quilômetros de sua d iocese de Vinh , no centro de Vietnã - até Hanói. Repressão e violência Segundo a agênc ia AsiaNews, 2 desceram das mo ntanhas muitos católicos da etni a Hm ong com seus instrumentos NOVEMBRO 2008 -
existir e agir eficazmente na sua missão salvadora, sob um regime de ditadura do proletariado". 9 Os dois arcebispos e L7
Admirável reação da população roraimense
bispos da Regional S ul II fizera m seu o seguinte juízo enunciado pelos bispos vietnamitas: "O regime que 'libertou'
nosso povo pode agora escravizar nossa Igreja [... ]. Mas o que importa a Igreja ir às catacumbas, se o povo - que é sua missão primeira e única - vive finalmente em paz, tem trabalho, e sobretudo dignidade?". O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em sua obra A Igreja ante a escalada da
ameaça comunista - Apelo aos bispos silenciosos, publicada em 1976, denun Fiéis defrontam forças policiais em Thai Há (27-9-08)
musicais típicos. Os Hmong tiveram participação ativa nas manifestações, em Hanói , a favor da restituição do prédio da ex-Nunciatura. A polícia prendeu 16 mulheres Hmong. Entre elas figura Nguyen T hi Nhi , ac usada de "atividades ilegais e contra-revolucionárias". Nhi está desaparecida desde 1º de setembro. Em 22 de setembro, quinhentos católicos foram atacados no local por uma centena de "criminosos" amparados por meio milhar de policiais comunistas. 3 Os delinqüentes destruíram imagens religiosas. No mes mo dia, mai s de 10 mil católicos realizaram uma procissão até o prédio da Nunciatura Apostólica, que começou a ser arrasado pelos marxistas. Fo i a maior manifestação católica desde que o comu ni smo tomou o poder em J954. O bispo de Lang Son, D. Joseph Dang Duc Ngan e centenas de sacerdotes partic ipara m do ato. No leito da rua, diante da Nunciatura, ergueram um altar com uma imagem de Nossa Sen hora. 4 Os católicos haviam suspendido as vigílias diante ela Nunciatura ameaçada, após falsas promessas do governo, o qual mantém tratativas ele aproximação com a diplomacia ela Santa Sé. Os fié is estão comprovando, por ocasião ela atual perseguição religiosa movida pelo governo, a fa lsidade dessa política de aprox.i mação. No dia 24, sete mil cató licos fizeram uma vig ília de orações em Saigon, a capital cio sul do país, em apoio aos católi cos resistentes ele Hanói. 5 No dia 26, os comunistas voltaram ao ataque em Hanói. Segundo AsiaNews, 6
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CATOLIC ISMO
"ônibus do governo conduziram membros das associações comunistas de jovens e veteranos de guerra ", que espancaram os presentes, derrubaram um cruzeiro ele metal e roubaran1 uma imagem de Nossa Senhora ela Piedade. A lguns fiéis fizeram soar os sinos da catedral de São José, pedindo aj uda. Os militantes cios "mov imentos sociais" fugiram diante da multidão de católicos que acorria pelas ruas, em auxílio de eus irmãos na fé. O governo propôs então um "diálogo" aos bispo , durante o qual o primeiro-ministro Ng uyen Tan Dung ameaçou : se os prelados não abafarem a reação católica, o governo interromperá a aprox imação diplomática com o Yaticano .7 A Conferê nc ia Episcopal Vietnamita comemorou o "diálogo" assim iniciado, enq uanto os marxistas moveram uma perseguição contra a paróqu ia de Mac Thuong, composta apenas por 300 fiéis. 8
O exemplo do Vietnã O caso do Vietnã traz uma lição especial para os brasileiros. Quando aquela infe li z nação foi subjugada pelo comunismo, vozes ecles iásticas declararam que o Bras il devia se preparar para uma s ituação aná loga à do comunismo vietnamita. N a ocasião, a Reg ional Sul II da CNBB fez um e logio da colaboração dos bispos vietnamitas com o regime comunista. Os prelados asseveraram que "essa
Igreja dos confins da Âsia nos dará o primeiro exemplo de como a Igreja pode
ciou essa funesta estratégia episcopa l. Desde então, e ntidades ligadas à CNBB, como a CPT, o CIMI e movimentos apo iados por ela, como o MST, atuaram e continuam agindo para que o Brasil seja subjugado por um regime socialista ou comunista. Hoje, 32 anos depois, fica patente o acerto dessa denúncia. O exemplo dos cató licos vietnam itas atuais constitu i comprovação cabal do judic ioso alerta lançado pelo Prof. Plinio Correa de Oliveira. E levemos fervoro as orações para que Nossa Senhora liberte os fiéis vietnamitas, tão cedo quanto possível, cio flagelo comuni sta. E, sobretudo, afaste cio Brasil a ameaça ele que tal flagelo possa se abater sobre nossa Pátria. • E-ma il do autor: lui sduf'a ur @catolic ismo.com.br
Notas: .http:/ /www.asianews. it / index.p hp? l= it&art= l 3 l 85&geo=53&size=A; http ://www.as ianews.it/ index.php?l=it&arl= 13037 &size=A 2. http ://www.as i anews. i t/ index.php?l=it&arl= l 3246&geo=53&size=A 3. hltp :/ /www . as i a n ews. i t/ index.php?l=it&art= l 3283&geo=53&size=A 4.http://www.indcatholicnews.com/masport435.htm1 5.http://www.asianews .i t/ index.php?l=it&art= l 33 16&geo=53&size=A 6.http://www.as i a n ews. i t/ index.php?l=it&art= l 3320&geo=53&size=A 7. http://www .as i a n e w s. it/ index.php?l=it&art= l 3373&geo=53&size=A 8. http ://www . asianews.it/ index.php?l= it&art= l 3400&geo=53&size=A 9. cfr. "Voz do Paraná", hebdomadário católi co de Curitiba, sema na de 25 de abri l a I' de maio de 1976.
A retirada dos brancos da Reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima, não convém ao Brasil. Há entretanto interesses internacionais representados por ONGs estrangeiras que :manipulam nossos índios.
gaúcho e desbravador Paul o César Quartiero, 55 anos, tornou-se protagonista de feitos dignos de admiração no que se refere à conquista e manutenção da brasilidade setentrional do País, em Roraima . Seu modo de pensar e agir promete ser um divisor de águas na questão indígena no Brasil , que de um momento para outro gerou uma polêmica que está longe do fim. Prefeito do município de Pacaraima, na reserva indígena São Marcos, preside a Associação estadual dos Arrozeiros . Além disso, possui as maiores lavouras de arroz e soja na área que o governo federal quer desapropriar: a já bastante conhecida Reserva Raposa/Serra do Sol. Paulo Quartiero está em Roraima desde 1976, quando, recém-formado em Agronomia, mudou-se para lá na caudal política da colonização de nossas fronteiras agrícolas lançada pelos governos militares da época, sob o lema integrar para não
Catolicismo - O que vem ocorrendo em Roraima nestes últimos tempos? Sr. Paulo Quarliero - É a indigna-
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entregar. Em entrevista concedida há três meses aos colaboradores de Catolicismo, Paulo Hen rique Chaves e Nelson Ramos Barretto, o tema da defesa de nosso território é o ponto-chave de seu empenho em permanecer na área, posição que agora depende de decisão do Supremo Tribunal Federal.
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ção de sua popu lação contra a política do governo federa l em relação ao estado de Roraima. Não se trata apenas da reação de me ia dúzia de fazendeiros rurais , como parece esta r sendo difundido Bras il afora. A reserva Raposa/Serra do Sol é uma entre cerca de 40, mas que ganhou especial in teresse porq ue é onde se encontra a produção do estado. Foi exata mente a essa região que os primeiros coloni zadores chegaram. Seus habitantes - índios, não-índios e mestiços - têm um sentimento mui to arraigado pe la região. Na verdade, a população daqui não aceita a políti ca do PT para Roraima. No últi mo pleito naci o nal , Lu la perdeu no estado; aliás, ele nunca veio aqui enquanto pres idente.
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"Quase do tamanho do estado de SP, RR tem ape1,as 400 mil habitantes, e o go11erno que/' tirar os propl'ietários alegando falta de terras para í11dios "
Catolicismo - Qual é, a seu ver, a situação de Roraima como um estado da Federação? O senhor crê que o estado ainda é tratado como mero Território por parte do governo federal?
Sr. Paulo Quartiero - Roraima não deseja e nem precisa viver às expensas ela nação brasileira. O estado apresenta um potencial agrícola muito grande. Julgo isso assim enquanto ag rônomo, fi lho e neto de produtores rura is. Considero Roraima um dos melhores locais do País para produzir. Outra coisa que o estado não quer é ser uma mini NOVEMBRO 2008 -
Sr. Paulo Quartiero -
D/CIR/FUNAI Nº. 47 -1963 COOPERAÇÃO REPÚBllCA FEOERATJVA DO BRASIL • 1
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Brasília e viver, como se costum a dizer, de "chapa branca", sem produção. Com um terri tóri o quase do tamanho do estado de São Paul o, Roraima tem apenas 400 mil habitantes, o equiv ale nte à população de um bairro da ca pital pauli sta. E mes mo ass im , po r incrível que possa parecer, o governo federa l quer tirar as pessoas de suas propriedades alegando fa lta de terras para a lguns poucos índios. Esta mos nos sentindo tolhidos em nossa vocação de des bravadores, de produtores, em nossa ânsia de progresso. A política atual de Brasíli a implica na e liminação de qua lque r possibilidade de as pessoas progredire m. E impede até o prog resso dos índios. Os defensores de tal política certa me nte quere m que os po bres indíge nas fiqu e m confinados para sempre e m j a rdins a ntropo lógicos e etern a me nte exp lorados por ONGs e grupos re lig iosos com interesses muito pouco definidos e convincentes e m relação a eles.
Adesivo, em porta de uma viatura do CIR, alusivo ao acordo entre Brasil e Alema nha para fiscalizar as áreas indígenas
"Padres e religiosos, pertencentes à ala da 'feologia
da Libertaç.10, Catolicismo - Para o Sr., que é protagonista da história de Roraima desde 1976 - depois dessa data a população saltou de 40 mil para 400 mil habitantes - qual seria a política ideal para fazer cessar toda essa confusão aqui reinante? Sr. Paulo Quartiero - O gove rn o federa l precisa pe rmitir ao estado levar sua vida própria dentro do regi me federat ivo. Se e le não quise r ajudar, pelo me nos não atrapa lhe. Toda essa qu estão indíge na do estado e o conflito gerado aq ui dentro são importados. O estado precisa ter a uto nomia para afasta r as pessoas ele fora qu e vê m aqui para esta belecer as bali zas ela po lítica loca l. Antes da de marcação ele terras indíge nas po r parte do gove rn o federa l, e m R oraima nun ca ho uve conflitos. Temos capac idade para traçar nosso plano de desenvo lvime nto. Temos a o bri gação de po-
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CATOLICISMO
trnballlam atiçando índios contra nãoÍlldios, co11corre11do parn conllitos"
voa r nossas fronte iras, de gara ntir nelas a presença brasi le ira, sob pena de um di a perde rm os pa rtes cio te rritó rio, tão á rdua e hero ica me nte co nqui stado pelos nossos antepassados . Por outro lado, Roraima te m a vocação e a obrigação de ser o cele iro da Amazônia. Te mos qu atro milhões de hectares de cerrado - o que aqui intitu lase lavrado ou savana - onde se pode produzir sem desmatar uma á rvore seq ue r. O que se quer faze r com Roraima é um contra-senso: retirar os brasileiros e substituí-los por ONGs estrnngeiras.
Catolicismo - Existem muitas ONGs atuando aqui na região? Que tipo de trabalho elas realizam? Sr. Paulo Quartiero - Ex iste m sim, e todos de Roraima as conh ecem bem. Há uma delas que se propôs dese nvo lve r um Programa de Proteção das Terras da Amazô ni a Brasileira. Parece ter sido ela fruto de um acordo entre Bras il e Alemanha, q uando Luís Felipe Lampre ia era mini stro da Relações Exte riores do governo Fern ando Henrique Cardoso. Pelo es tabelecido no acordo, as á reas indíge nas não teriam mais fi scali zação dos governos federa l e estadual. Ou sej a, duas ONG s a le mãs se e ncarregaram de fiscali za r as áreas de mar cadas para as rese rvas indígenas! Se levarmos e m conta que tais áreas confina m pelo les te com a G ui a na Ing lesa - que, ali ás, aca bo u de cede r suas flores tas para a Ing late rra - e ao no rte com a Venezue la, te mos ainda o conte nc ioso das FARC, um pouco mais a lé m. Diante de tudo isso, não parece sensato e ntregarm os a g ua rd a de nosso territóri o a ONGs que ning uém sa be de o nde vêm e a serv iço ele que m elas estão.
Infelizmente não te m sido bom . Esses padres e relig iosos certame nte pe rte ncem à ala ela Teologia da Libertação e traba lham ati çando índios contra não-índi os, concorrendo assim para a c ri ação de conflitos sociais e mes mo religiosos. N a verdade, e les quere m não ape nas a retirada dos produtores rurai s d a região, mas de toda a população brasi leira radicada aqui. E isso não nos inte ressa, não inte ressa aos índios e ao Brasi l. A qu e m inte ressa? Tudo indica que apenas a o rgani smos internac io nai s. Essas ONGs, na verdade, utili zam-se do índio como meio para consegui re m dinhe iro no exteri or. Muitas vezes e las disputa m entre si de te rmin adas áreas como reservas de me rcado, e que m acaba sendo ex plo rado é o índ io, que e las di ze m defende r. Está sendo fe ito aqui um verdadeiro apartheid. Famíli as que co nvive m há séculos vão se separar porque o ma rido é branco e a mulhe r é índia . E como ficarão os filhos? É isso que vem causand o indig nação em nossa população ordeira, pacífica e, sob retudo, muito brasileira. Caso tal política do governo continue, a situação não fará senão piorar.
Catolicismo - Pela posição de resistência que o Sr. vem assumindo, além de ter sido algemado e preso durante uma semana em Brasília, sofreu algum outro tipo represália? Sr. Paulo Quartiero - Si m . Por exemplo, recebi uma multa de trinta milhões ele reais sob alegação de da no a mbiental. O governo federa l, o CJMI, a FUNAI e as ONGs exploram o assunto através de questões simpáticas à o pini ão públi ca, e de las fazem uso político. Po r exemplo, qu e m é contra pre-
"Se o STF decidir pela dema,·cação, as co11seqiiências serão desastl'osas. Sení o reco11Jwcimento da falta de zelo das autoridades por nosso te1Titório"
Um belo exemplo do potencia l agrícola de Roraima: plantação de soja
serv ar a natureza? Quem é contrári o à prese rv ação ele uma minoria étnica? E ntretanto, aqui e m Roraima o go ve rn o federal e as e ntidades ac ima me nc ionadas vêm utili za ndo isso como esc udo para ate nde r a inte resses muito po uco c laros, que certamente nos prejudicam, como por exemplo, o de uma tute la internacional so bre a nossa Amazôni a. Já temos visto declarações no estilo de qu e o Brasil não pode ser o úni co de te ntor da Amazôni a, de que não é sufici entemente séri o para c uidar sozinho da Amazô nia, e tc. Tenho lido e o uvido isso e m palestras das qu a is tenho pa rti c ipado pelo B ras il afo ra, inc lusive ele altas a utoridades brasile iras.
Catolicismo - E se acontecer de o STF decidir pela demarcação contínua da Reserva Raposa Serra do Sol? Sr. Paulo Quartiero - As co nseqü ê nc ias serão desastrosas para nós, para o es tado, e sobretudo para o Brasil. Será o reconhecimento ela falta ele zelo ele nossas autoridades por um território que fo i á rdu a e va lo rosame nte co nqui stado por nossos antepassados. Pode-se até não le var e m co nta o potencia l agrícola de Roraima, apesar de ele ser ri co e necessário. M as nossa popul ação certamente não vai se submete r a isso. Apresento e m defesa dessa pos ição algum as razões. Se se pro ibir as pessoas de trabalhar e produzir, como acondicio ná- las? A questão não é a dema rcação ela área ind ígena, mas si m da políti ca brasileira para a Amazônia que prec isa ser mudada. Esta questão cio preservacionismo, a me u ver, é uma política nociva aos interesses cio País. Exp lorar nos-
Catolicismo - E o trabalho desenvolvido pelo Conselho lndigenista Missionário (CIMI), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil?
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1 Diante dessa atitude do povo roraimense, o mi ni stro da Ju stiça, Tarso Genro, afirmou que ia combater a barbárie aqui. Mandou então um exército de 500 policiai s federais e guarda s nacionai s, que vêm se comportando como se fossem os marines ameri canos no Iraque, com a diferença de que os terrori stas somos nós. Eles estão oprimi ndo nossa população, humilhando todo mundo. Será poss ível que o mini stro não sabia que tínhamos 33 ações tramitando no Supremo? Sem contar que fez um gasto extraordinári o para envi ar e manter essa gente até hoje aqui , à cus ta cios cofres públicos. Como a população reagiu, o Supremo tomou a deci são correta, acatando limjnar pedida pelo governo estadua l solicitando que se aguardasse a decisão final.
sas riquezas sem agred ir o meio ambiente é uma posição razoáv el. Mas esse preservacioni smo puro que engessa o País, proibindo-o de explorar suas ri quezas naturais, inibe o nosso desenvolvimento. I sso só poderá servir a interesses alienígenas.
Catolicismo - Pelo visto, a questão da Reserva Indígena Raposa/Serra do Sol transcende sua própria importância e acena para uma temática muito maior dentro do quadro atual da política brasileira ... Sr. Paulo Quartiero - Penso que se trata de um marco divi sor, além de ser muito emblemático, pois inclui até a presença brasileira na Amazôni a. Afirmo que a batalha da Amazôni a j á começou. Começou em Roraima e por Roraima. Catolicismo - Caso continue este estado de tensão em Roraima, há risco de correr sangue de irmãos por aqui? Sr. Paulo Quartiero - O que ex iste em Roraima é terrori smo. M as terrori smo de Estado. A Uni ão vem fazer terrori smo em Roraima, seqüestrando as terras do estado, desalojando fa mílias estabe lecidas e não permitindo que o estado tenh a possibilidade de progredir econom icamente. Nós, desde o começo, fomos a favor da judicialização da questão. O povo daqui é como todo brasileiro. Até os índi os - na verdade, todos aculturaclos - têm o temperamento brasileiro. É por isso que desejamos que se aguarde a decisão do Supremo Tribunal Federal.
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CATOLICISMO
"Tarso Genm afirmou que ia combater a barbárie aqui. Mandou um exét·cito ele 500 policiais l'ederais. Eles estiío ov1·imi11do e lmmilhando a J)UJ)lllaçãu"
Catolicismo - Ocorreram ferimentos de índios numa invasão efetuada em sua fazenda. Como sucedeu isso? Sr. Paulo Quartiero - O grande culpado pelo que houve foi o mini stro T arso Genro. Quando sa iu a limin ar do STF, houve uma in vasão - que nós chamamos ele invasão "chapa branca" - na minha fazend a. " C hapa branca" porque promov ida pela FUNAI , com índio s tran sportados pelos padres do ClMI , com o apoi o da Políci a Federa l. A ss im , eles invadiram as fazendas. Por qu ê? Eles queri am fazer um " mártir". Imagin avam uma reação viol enta da qual surgisse um " mártir", para ass im consegu irem um a nova Doroty Stan g ou um novo Chi co M end es. " M ártir", graças a Deus , não houve. Infeli zmente houve algu ns fe ri dos, pessoas in ocentes que foram para lá iludid as . Os reais responsáve i s pela invasão estav am em sa las co m ar-condicionado , es perando uma víti ma para depoi s comemo r arem o ocorrido co m o sa ngue alheio ... Desse modo, as ONG s encheri am o bo lso ele dinheiro. Estou certo ele que, se o governo federa l conti nuar com essa políti ca cio PT, tal teatro vai se repetir entre nós. Catolicismo - O Sr. acredita na possibilidade de uma insurreição em Roraima, caso o STF mantenha a decisão de demarcação da reserva com área contínua? Sr. Paulo Quartiero - É difícil dizer, pois não se trata ele uma questão matemática, mas sim ele senti mento. E o sentimento aqui é de um povo ultrajado, qu e presenci a a bandeira nac ional ser pi soteada, enqu anto os estrangeiros dão as ordens. É o senti mento de a pessoa se sentir humilhada em seu próprio País. Como se trata ele sentimentos, não se pode aquilatar. Pode surgir revo lta? - Pode. Pode dar em nada? - Também pode. •
VARIEDADES
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Falta arte, mas sobra dinheiro •
G REGÓRIO Y IVAN CO LOPES
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m brasileiro muito dileto, que mora em Paris , envi oume um exemplar de " L a Gazette de !' H otel Drouot", rev ista francesa espec iali zada em noticiar objetos em leil ão, muitas vezes obras de arte .. . ou de "arte". A s aspas têm aqui sua razão de ser pois, não raro, obj etos dos mai s esdrú xul os são apresentados co mo se fosse m artísti cos. E o incrível é que alcançam preços elevadíssimos. Esperteza dos vendedores? Mau gosto dos compradores? Talvez entre um pouco de ambos, mas sobretudo importa sa li entar a tendênci a a apresentar como arte objetos dos mais absurdos, di sform es ou mesmo deteriorados. E a fa lta de bom senso comparece pressurosa para atribuir- lhes va lores acim a de qualquer proporção. D estaco, para os leitores, doi s exemplos que se encontram na ed ição de 20 de junho último, da citada revista:
• "Yves Klein - o monocromo - Yves Klein era dotado de humo,; e o utilizava nos códigos de mercado de arte. Assim, não hesitou em vender m.onocromos exatarnente idênticos por preços diferentes. Um. delesfoi arrematado por 377.956 euros, despesas incluídas [aproximadamente R$ 930.000,00]. O dobro do valor inicialmente estimado. Trata-se de wn monocromo azul de 1960, pigmentos sobre tela, aplicados num painel de 40 x 35 cm. Está dedicado no dorso pelo auto1; com a seguinte nota: 'monocromo período azul '. Sem dúvida uma história para não se esquecet: .. " O tal monocromo, como o leitor pode ver na foto acima, não passa de uma simples tela azu l. Pagar quase I milh ão de reais por isso ! ...
• "Jean Royere - canapé e poltrona - Modelo Boule, denominado comumente 'Urso Polar'. Criado em 1947, testernunha a modernidade das linhas imaginadas por Royere. O autor trabalha sobre a noção de linhas sinusoidais, ondulantes e movediças. Guarnecido de seu tecido de origem de lã vermelha, o conjunto atiçou, apesar de seu [mau] estado de conservação, a cobiça dos apreciadores. Os dois móveis foram ao.final arrematados por um diletante estrangeiro por 369. 300 euros [aproximadamente R$ 9 10.000,00], incluídas as despesas, ou seja, o quíntuplo do valor estimado ", Trata-se de dois móveis velhos e rotos (foto à esquerda), que ficariam melhor num depósito de li xo. Pagar um preço qualquer por esse conjunto já é exorbitante, é pecar contra a sabedori a. • E-mai l do autor: grcgorio@cat olicisrno.corn.br
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Escolas infectadas de marxismo N o Brasil, é obrigatória a freqüência dos adolescentes às escolas reconhecidas pelo Estado. Entretanto, nelas está sendo imposta uma educação de tipo socialista. n Cio ALENCASTRO s regimes comunistas e assemelhados sempre tiveram e mpenho e m tra nsform a r a me nta lid ad e das novas gerações, a fim de que estas assimile m os princípios, doutrinas e práticas mar xistas. E o lugar pr ivilegiado para esse fim têm sido as escolas, nas quais professores esquerdi stas mini stra m uma educação de acordo com os interesses do regime. C uba é di sso um exempl o na América Latina. Tal programa de ação comunista desfi gura evide nte mente a natureza do ensino, porque a educação deve vi sar a reta fo rmação do caráter e o desabrochar da persona lidade do jove m, com vi stas a que e le possa cumprir sua mi ssão específica na sociedade e di ante de Deus; e não impingir-lhe idé ias deformantes, como as ma rxi stas, que le va m o ad o lesce nte a tra nsformar-se num ro bô das pl anifi cações soc iali stas e a ter uma v isão fa lseada e sectári a da realidade.
Impasse marxista M as, de o ut ro lado, os esque rdistas estão di ante de um pro blema quase insolú vel para rea li zar seus péss imos objetivos: as doutrinas socialistas e m gera l são profundame nte contrárias à natureza humana, constitue m uma cami sa de fo rça para o home m e a sociedade. Ig ualitari smo, propri edade comuni tári a, sociedade sem c lasses são fenô menos sociais monstruosos. Daí o empenho obsess ivo dos reg imes de esquerda numa antinatu ral "educação para o sociali smo". Num a ordem re li g iosa, ao re nunciar ao casamento e aos bens materia is por amor de Deus, as pessoas desapegam-se
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CATOLI C I SMO
també m de vantagens da natureza. Podese conceber desta form a o voto de pobreza vo luntário e a renúncia a exe rcer algumas de suas qu a lidades natu ra is. Aí se for ma uma ta l o u qual igualdade, mas em vista de um be m superio r, de ordem sobrenatural. Querer impo r a todos os ho mens de uma nação, por le i ou pela fo rça polic ial, a renúncia a ter propriedade, a constituir fa-
mília, que imando no altru- do igualitari smo a poss ibilidade de desenvolver suas aptidões, é suma injustiça. Alé m de negar a cada um o que é seu, impede-se qualquer progresso socia l ou humano legítimo. É uma fá brica de revoltados e medíocres.
Reportagem elucidativa M os tra um a re po rtage m d a rev ista " Vej a" (20-8-08) que, no Bras il , muitos
professo res e seus co mpê ndi os, co m a justificativa de " incentivar a cidadania", incute m nos alunos ideo logias anacrônicas e preconceitos esquerdi stas . Num a aul a de Hi stóri a no Colégio Anc hi eta, de Porto Aleg re, o professo r Paulo F ioravanti pergunta: " Quem pro-
Foi ao co légio rec lamar. Diz Nagib: "As
"Eu e todos os m.eus colegas prof esescolas precisam ficar sabendo que mui- sores temos, sim, uma visão de esquerda tos pais não concordam com essa viscio". - e seria impossível isso ncio aparecer Estamos no século XXI, o comuni s- em nossos livros. Faço esforço para mosmo destruiu a si próprio provocando mi- trar o outro lado", di z a geógrafa So ni a
séria, assass inatos e injustiças du ra nte o Castell ar, que há 20 anos dá aul as na faséculo passado. É embaraçoso que o mar- culdade de pedagogia da Universidade de voca o desemp rego dos trabalhadores?". xi smo- lenini smo sobreviva em C uba, na São Paul o (U SP). Respondem os a lunos: "A máquina". Jn- Coré ia do Norte e nas sa las de aula de "Reconheço o viés esquerdista nos livros e apostilas, fruto da fo rmaçcio mardaga, ma is uma vez, o professor: "Quem escolas bras ileiras, di z " Veja". xista dos professores", di z Mig uel Cereseio os donos das máquinas?". E os estudantes: "Os empresários!". É a deixa para A pesquisa zo, responsáve l pe lo conteúdo publicado Fioravanti e ncerrar com a li ção de casa: A pesquisa CNT/Sens us o uviu 3000 nas a pos til as do C OC (a ntigo "C urso "Então, quem tern pai empresário aqui pessoas de 24 estados brasileiros e ntre Oswaldo Cru z"). deve questionar se ele está f azendo isso". pais, alunos e professo res de escolas púHá uma tendência prevalente entre os blicas e particul ares. Os professores, e m O sucesso ,10 homeschooling professo res bras ile iros de esquerdizar a maior proporção, reconhece m que do uO Estado arvorar-se em educador únicabeça das c ri anças. A doutrin ação es- trinam mesmo as cri anças, e ac ham que co da juventude é imoral, uma vez que, que rdi sta é predominante em todo o sis- isso é sua mi ssão principal - algo mui to segundo ensina a doutrina cató li ca, a edutema escolar pri vado e particul ar. É algo mais vita l do que ensin ar a interpretar um cação das cri anças compete à fa míli a e à que os professores leva m mais a sério do texto ou ser um bamba em matemática. Igreja, e só subsidi ari amente ao Estado. que o ensino das matérias e m classe, con- Para 78% dos professores, o di scurso en- Ou sej a, na melho r das hipóteses o Estafo rme revela a pesqui sa CNT/Sensus en- gaj ado faz sentido. do deve er um auxili ar da fa míli a e da comendada por "Vej a". Pobres alunos .. . Mui tos professo res bras ile iros se en- Igreja, qu ando necessári o e requi sitado O advogado Migue l Nagib fundou há cantam com personagens como o guerri - para tal. A infe li z situação atua l do Brasil tem quatro anos, em Brasíli a, a ONG Escola lheiro argentino C he G uevara, que na pesSem Partido, com o objetivo de chamar quisa aparece com 86% de citações posi- seu precedente na Revo lução Francesa, atenção para a ideologização do ensino na tivas, 14 % de neutras; e zero, ne nhum du rante a qua l o sanguinário Robespierre sala de aula. Nagib se inco modou com os ponto negativo. Ou idolatram personagens defendi a que "a pátria tem o direito de sintomas do problema na escol a particular sem co ntribui ção efetiva à c ivili zação educar seus filhos; ela não pode conftar de sua filha, então com 15 anos, onde o ocidental, como o educador Paulo F re ire, essa j imção ao orgulho das f amílias nern professor de H istória gostava de comparar auto r de um método de doutrinação es- a.os preconce itos dos pa rticulares" (Hippo lite Ta ine, ap ud Le Livre No ir de la Che Guevara a São Francisco de Assis ... querdista di sfarçado de alfa beti zação. Révolution Française, Cerf, Paris, 2008 p. 85 1). É muito salutar a prática que vem sendo adotada em vári os países, de promover ou ao me nos pe rmi tir a ex istênc ia da chamada homeschool (a lgo como escola da fa míli a), em que fa míli as se organi za m e cri am suas próprias esco las para dar uma educação adequada a seus filh os. Ou então os co locam em estabe lec imentos de ensino de pequenas propo rções, cri ados para esse fim por associações nas qua is os pais confi am. De modo geral, os alunos das homeschools têm es tado entre os prime iros c lassifi cados nos exa mes vestibulares das uni versidades. Exemplo característico é, nos Estados U nid os, a Saint Louis de Montfort Academy, patroc inada pela TFP norte-americana. • E-mai l do autor: cidalencast ro @catoli cis1110.co 111. br
NOVEMBRO 2008 -
A verdadeira história da Medalha de Nossa Senhora das Graças narrada às crianças. Tal medalha, conhecida também como Medalha Milagrosa, foi comunicada pela Mãe de Deus a Santa Catarina Labouré. Essa comunicação ocorreu no dia 27 de novembro de 1830 na capela da Casa-mãe das Filhas da Caridade, na Rue du Bac, em Paris. ' ! BENOiT BEMELMANS
C
atarina Labouré e ntra ra na Congregação das Filhas da Caridade no começo de 1830, para se entregar inteiramente a Deus, faze r sacrifícios, atender os pobres e doentes como se atendesse o próprio Jesus. Ao se deitar para o repouso naque la no ite, no grande dormitório das nov iças, e la pensa: "Há tanto tempo sinto vontade de ver a Santíssima Virgem; talvez possa vêla esta noite!" . Muitas vezes, ao rezar, pedira ao seu anj o da guarda para ver a Santíssima Virgem, a sua Mãe do Céu. Che ia de confiança, ado rmeceu.
A pl'imcil'a aparição "lrmc7, lrmc7!" - acorda-a uma voz de criança. A Irmã Catarina desperta, surpresa, e ab re a cortin a que circunda sua cama. Um menino de quatro ou ci nco anos, vestido de branco, encon tra-se lá e lhe diz: "Vistase depressa e venha à capela. A Santíssim.a Virgem a espera". "Mas vc7o me escutar " - pensa a Jrm ã Catarin a preocupada. O menino, que ad ivinhou o que e la pensara, tranqüiliza-a: "Fique tranqüila. Sc7o onze horas e meia, e todos dor- Cadeira da primeira mem profundarnente. Siga-me, eu espero por aparição da Santíssima Virgem você". Irmã Catarina veste-se e aco mpanha, se m fazer ruído, o menino que caminha à sua frente. É noite, mas a cri ança é tão resp landecente, que parece carregar um raio de lu z. Por o nde passa, ilu min a tud o. Diante da porta da capela, não precisa abri-la: toca-a com a ponta dos dedos, e e la se ab re sozinha. Surpresa ! Todas as lu zes da capela estão acesas, por volta da mei a- noite! O menino conduz Catarina junto ao a ltar, não longe ele uma cadeira que a li se encontra. Ela ajoelha-se imediata mente, enquanto o menin o perm anece de pé. A demora parece longa para Catarin a. As Irmãs encarregadas de vigiar o convento durante a NOVEMBRO 2008 -
verá ter a coragem de contar esta aparição e repetir as pal avras que lhe serão ditas. Logo a seguir, a Santíssima Virgem av isa-a: "Os tempos são ,naus. Desgraças abater-se-ão sobre a França. O Rei será
destronado, o mundo inteiro será transtornado por desgraças de todo tipo. Mas vinde ao pé deste altar. Aqui as graças serão derramadas sobre todas as pessoas que as peçam, com, co11fiança e fervo,; grandes e pequenos". A Santíssima Virgem tinha uma ex pressão en tri stec ida enqu anto dizia essas coisas. Logo a seguir Ela anunc ia- lhe outras desgraças que virão mais tarde: "Chegará o mornento
em que o perigo será grande, considerar-se-á tudo perdido. Então Eu estarei convosco". A Santíss ima Virgem tem lág rim as nos olhos enquanto explica à Irmã Catarina que haverá mortos, entre os quais o Arcebispo de Pari s, e que a C ru z de Jesus será desprezada. Em certo momento, devido aos grandes ma les que anuncia, a Santíss ima Virgem não consegue mais fa lar. A dor reflete-se em seu rosto, e Ela ac rescenta por fim: "Minha filha, o mundo
inteiro ficará submerso na tristeza".
noite não poderão passar por ali e surpreendê- la? E m certo momento o me nino chama a atenção de Cata rina: "Eis a San -
A Irmã Catarina demora ainda algum te mpo fa lando com a Santíssi ma Virgem. M as fin a lmente, como se alguma coisa se exti ngu isse, não consegue ver mais do que uma sombra, que aos poucos se reti ra pelo mesmo caminho por onde viera. "Ela partiu" - disse-lhe o me nino, que tinha ficado lá todo esse te mpo. Sempre todo iluminado, e le a reconduz pe lo mesmo percurso, até seu dormitório. Catarina compreendera bem q ue aquele menino brilhante era o seu anjo da guarda, que se tornara visível para condu zi-la até a Santíssima Virgem, como lhe pedira tantas vezes. Já na cama, Irmã Catarina ouve o relógio bater duas horas da manhã. Não consegue dormir, e até a manhã segu inte fica pensando em tudo o que lhe di ssera a Santíssima Virgem.
tíssima Virgem. Veja-a ". E ntão Irmã Catarina ouve um som di screto, a lgo parecido com o frufru de um vestido de seda. Vem do alto, aproximase, deté m-se nos degraus do altar e pousa na cadeira. M as Catarina duvida: É mesmo a Santíss ima Virgem que m acaba de se sentar na cade ira? O menino repete: "Eis a Santís sima Virgem!". O que se pa sa então na cabeça da Irmã Catarina? E la não sabe: é como se não visse a Santíssima Virgem, mesmo estando Ela à sua frente. Mais uma vez o menino repete-lhe, desta vez com muita ênfase, como se fosse um homem e não um menino: "Eis a Santíssima Virgem!". E ntão Catarina não duvida mais. Dá um salto e se coloca junto da Senhora sentada na cadeira. Ajoelhada perto cio altar, apóia as mãos sobre os joelhos da Santíssima Virgem e fa la prolongadamente com Ela, como à sua Mãe. A Virgem dá-lhe conselhos e exp li ca como deverá suportar todos os so frimentos que lhe advirão, oferecendo-os sempre para agradar a Deus. Para a Irmã Catarina, este foi o momento mai s fe li z da sua vida. A Virgem Santa lhe di z: "Minha.filha, Deus quer encarregar-te de uma missão". Para cumprir a mi ssão, Catarina de-
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CATOLICISMO
As primeiras realizações dos anúncios das aparições
A
ssim que pôde, Irmã Catarina relatou tudo secretamente a seu confessor e diretor, o Pe. Aladel. Mas este não queria acred itar: "Não são mais que ilusões, minha filha, a tua imaginação inventou essa história". Alé m disso, ele não acred itou no anúncio das desgraças: a França está tão fe li z e tão ca lma sob o reinado do bom Rei Carlos X! Porém, decorridos apenas dez dias, exp lode uma revolução horrível, que espalha o terror em Paris. Trata-se do começo dos acontecimentos anunciados pela Santíssima Virgem. Al gumas igrejas são pilhadas e danificadas ; cruc ifi xos são jogados por terra ; os sacerdotes são perseguidos e maltratados; o Arcebispo de Paris é forçado a disfarçar-se e esconder-se.
Carlos X, o último rei legítimo da França, foi destronado, devendo fu g ir para o ex ílio. A revo lução prolonga-se por três longos dias. Porém, tal como anunciara Santa Catarina, nada de grave afeto u a sua comunidade. O Pe. Aladel estava impress ionado: não seria po r acaso o que a Irmã Catarina lhe prevenira? No seu íntimo, começa a crer. Mas, por cautela, continu a a di zer-lhe que não de ve dar importância ao que vira e ouvira. Irmã Catarina sabe que será difícil convencer completamente o Pe. Aladel. A Santíssima Virgem tinha-a prevenido sobre isso. Obedie nte e res ig nada, e la busca antes de tudo seguir os conse lhos que recebera du ra nte a aparição. Durante muitas semanas, o sacerdote não lhe fala fora das confi ssões regulares. Catarina também não lhe fala, e ele crê que e la voltara a ser uma irmã sem hi stória, como as demai s. M as e is que, quatro meses ma is tarde, Irmã Catarina lhe an un cia uma grande nov idade: a Santíssima Virgem aparecera-lhe outra vez, e ped ira que fosse feita uma medalha da qual lhe indicara o modelo.
A revelação da Meda/lia A 27 de novem bro, no fim da tarde, e nquanto Catarina rezava na cape la, a Virgem Maria lhe aparece mais uma vez. Catarina sentira nesse dia um grande desejo de ver a Santíssima Virgem. O desejo era tão intenso, que e la estava certa de que a veri a "bela na sua maior.formosura ". Durante sua oração na cape la, em me io ao grande silê nc io, o uviu subitamente o .fn!fi·u de um vestido de seda que se aproximava. Catarina leva ntou a cabeça e viu a Santíssima Virge m de pé junto a um quadro de São José, que e ntão estava do lado direito do altru·. Com os pés apoiados sobre uma me ia esfera, Ela pisa sobre uma serpente. Catarina está maravilhada com a beleza ela Santíssima Virgem. "O seu rosto é tão.formo-
so, que me seria impossível descrever sua beleza. Trajava um vestido de seda branca", dirá mais tarde. Nas mãos, a Santa Virgem tinha um g lobo; e nos dedos, anéis com pedras preciosas. Destas pedras preciosas saíam ra ios de luz, que c intilavam ele todos os lados. E la disse a Cata rina: "Este globo que
vês representa o mundo inteiro, particularmente a França e cada pessoa individualmente. Os raios, tão belos, são o símbolo das graças que derram.o sobre as pessoas que mas pedem. Estas pedras das quais não saem raios representam. as graças que se esquecem de me pedir ". Nossa Senhora fez compreender à Irmã Catarina "como era agradável rezar à Santíssima Virgem; como Ela era generosa para com as pessoas que a Ela reco rriam; quantas graças concede às pessoas que lhas pedem.; e quanto lhe aleg rava conceder essas graças ". Formou-se em seguida em torno da Virgem um arco lige iramente ovalado, onde aparec iam estas palav ras escritas em letras de ouro: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por
nós que recorremos a Vós ". E ntão Irmã Catarina ouve: "Faze cunhar uma medalha conforme este modelo; todas as pessoas que a usarem ao pescoço receberão grandes graças. As graças serão abundantes para as pessoas que a levarem com confian ça". A seguir, o arco ovalado gira e mostra o outro lado: um grande M, inicial de Maria, enc imado por uma Cruz; e abaixo dele os dois corações de Jesus e de Maria: o primeiro rodeado de esp inhos, e o segundo atravessado por uma espada. Ao cabo de um mo mento, a apari ção vai-se tornando difusa e desaparece, deixando Irmã Catarina com o coração che io de bons sentime ntos, a legri a e consolação.
A última apa1·ição "Pura ilusão " - responde-lhe o Pe. Alaclel , quando e la lhe contou o pedido da Santíss im a Virgem. "Se você quer NOVEMBRO 2008 -
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honrar Nossa Senhora, imite as suas virtudes e dei.xe de imaginação! ".
A Irmã Catarina permanece calm a e não fa la mais das aparições, embora a faça sofrer muito a recusa em mandar cunhar a Medalha. A Sa ntíss ima Virgem já a preve nira de que sua mi ssão seri a difícil. No mês seguinte aparece- lhe uma última vez, també m na cape la. Como sempre, o som do.frufi-Lt da seda anuncia sua chegada. Desta vez a Santíss ima Virgem aparece ac ima do altar, um pouco atrás do mes mo. Tem nas mãos um globo e ncimado po r uma pequena cruz. No vame nte os rai os de luz, de um brilho muito grande, são projetados pe los anéis e pe las pedras preciosas que Nossa Se nhora leva nos dedos, e que iluminam tudo e mbaixo . Catarin a re para q ue das maio res pedras saem os maiores rai os, e das menores saem os raios me nores. "Estes raios são o símbolo das graças que a Santíssima Virgem obtém para as pessoas que as pedem ", di z uma voz no fundo do coração de Catarina. Antes de partir, a Santíss im a Virgem lhe di z: "Não me verás mais, entretanto ou virás a minha voz durante as orações".
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Mas que m era Catarina? Como tinha sido a sua infâ ncia? O que fi zera antes de ser no viça das Filhas da Caridade? Antes de aprec iarm os a hi stóri a da Medalh a, qu e fa rá mui tos mil ag res, voltemos um pouco atrás para conhecer algo da infâ ncia de Catarina.
A infância de santa Catarina
A
pequena Zoé tinha nove anos e chorava. Sua mãezinha acabava de morrer. Não chorava sozinha. Também choravam seu pai, Pedro Labouré, sua irmã Tonine, de sete anos, e seu pequeno irmão Augusto, que fi cara ale ij ado após ter caído de uma carroça conduzida pe la sua ama de le ite. Zoé tinh a ainda outros sete irm ãos e irmãs, todos mais ve lhos que e la. Zoé era a Catarina a que m a Virgem haveria de aparecer mais tarde. Na fa míli a chamavam-na Zoé, porque o di a em que nasceu - 2 de maio de 1806 - é aquele e m que se fes teja Santa Zoé. M as seu verdadeiro no me era Catarina, porque esse foi o que o sacerdote lhe deu no bati smo. A grande sa la estava che ia de vizinhos e ami gos. Falava-se em voz baixa. No quarCATOLI C ISMO
to onde j azia a mãe recente mente fa lec ida, rezava-se com fe rvor. Crendo-se sozinha no quarto dos pai s, a pequena Zoé subiu numa cade ira para alcançar a imagem de Nossa Senhora . Abraçou-a e di sse- lhe chorando: " Vós sereis agora a minha mama . . Catarina tinha ass im acabado de se entregar à Santíss ima Virgem, que iri a protegê- la ao lo ngo de toda a vi da. De mo me nto, Pedro Labouré tinha de o rgani zar-se para que a vida da propriedade continu asse. As du as peque nas, Catarina e Tonine, deveri am partir para a casa da ti a Margari da, irmã de Pedro, que morava a no ve quilô metros. Catarina deixou ass im o síti o no qual nascera. Era um a bela propriedade na Borgo nha, cm Fain-les-Mo utiers, dotada de um g rande pombal. Seu pai era também pessoa importante na aldeia, da qual fo i inte nde nte. Al ém da dor que lhe causava a mo rte da mãe, Catarina entri stec ia-se agora por ter de de ixar o pai a quem queria muito. Mas partiu coraj osamente com a ti a, levando Tonine pela mão. A tia Margarida e o tio Antonio, seu marido, fab ricava m vinagre. Possuíam uma casa grande, acolhedora e muito ani mada, com dois fi lhos e qu atro filh as, todos mais velhos que as duas pequenas. Foi nesta fa míli a que e las fi caram dois anos completos. Findo esse período, e sentindo Pedro a fa lta das suas filh as, Catarina regressou ao sítio fa mili ar ju nto co m To nin e. Chegara para e la a hora de faze r a primeira comun hão, e ass im a alegri a de reencontrar o pai foi redobrada pelo desej o de receber Jesus no coração. Mari a Luísa, a irmã mais velha, ensinou-lhe os traba lhos da propri edade. Nutri a um grande sonho, que o regresso de Catarin a tornari a reali zável: queri a ser re li giosa, mas para isso era prec iso que Catarina fosse capaz de substi tuí-la como encarregada do síti o. Catarin a, que acabava de co mpl etar 12 anos, sentindo-se fe li z, comento u com a sua irmãz inha Tonine: "Nós duas.fa remos andar esta casa". E com ardor ass umiu a pesada tarefa de secund ar o pa i nos trabalhos da pro priedade.
às vezes uma vi zinha que não era muito a máve l. També m outros a criticavam sem razão: "Rezar não é tudo. É preciso lambém trabalhar". Mas se Catarina faz ia os seus serviços tão be m, era precisamente porque todos os di as dedi cava um te mpo à oração. Para a Mi ssa do do mingo, ela ia co m Tonine à alde ia de Mouti ers Saint-Jean, onde fi zera a pri me ira co munhão. O caminho se inici ava por uma lade ira que subi a por mais de um quilô metro, percebe ndo-se lá do alto o campanári o da igrej a sobre as árvores . À saída, as duas meninas c umprimentavam as j ove ns da sua idade e volta vam ra pid ame nte para casa. Nos dias da sema na, qu a ndo podi a, Catarin a també m ia à Mi ssa, pe rcorrendo a pé o percurso de ida e volta, tota li za ndo quatro quilô metros.
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A vida de Catarina na /Jl'O/Jriedade Com coragem, ajudada pela pequena irmã Tonine e por uma empregada, Catarina cuido u das tarefas domésticas da me lhor form a. Tinha tanta co isa a faze r! Levantava-se com as pri meiras luzes da aurora, começava por prepa rar a comi da para toda a fa míli a e també m para os operári os agríco las q ue trabalhavam com o pai. Dura nte as co lhe itas, ela mes ma levava a comida ao campo. Q uando preparou pe la pri meira vez o pão para toda a semana, fi cou com rece io de não conseguir um bo m cozime nto no grande fo rno. T inha també m qu e se oc upar dos animais, recolher os o vos das ga linhas, o rdenh ar as vacas
A vocação de Catal'ina
du as vezes por di a e levá- las ao bebedo uro da aldeia. Como não ex istia ág ua canali zada, ia bu scá- la no poço que fi cava na praça, junto ao lavado uro, perto do po rtão de e ntrada do sítio. Pu xar a ág ua e transportá- la era sempre um trabalho pesado. Mas o que dava maior sati sfação a Catarin a e Tonine era ir ao po mbal dar de comer aos po mbos. Eram vári as cente nas, e todos conheciam bem Catarina, pois assim que ela chegava, punham-se a voar e m seu redor para apanhar no ar os grãos que ela lhes lançava. Uma vez por semana ta mbém tinha que ir de carroça ao mercado, a 15 qui lômetros de di stância. Levava mante iga e ovos para vender. Al é m desses serviços, oc upava-se também de To nine, e espec ialmente do peq ue no irmão ale ij ado, com um ze lo de mãe . N o início ela não sabi a faze r tudo, se ndo por isso muito ajudada pela empregada do síti o. Mas co m o passar do te mpo fo i-se to rnando capaz de "fazer andar esta casa ", confor me tinha dito. Assim , qu ando completou 14 anos, a empregada tornou-se desnecessária. De onde vinha essa corage m de Catarina? Todos os di as e la desaparecia por um certo tempo, porque ia rezar na cape la da aldeia que se encontrava bem próxima, ao lado da sede da adm ini stração loca l. Ali , sempre de joelhos sobre as lajes fr ias, rezava muito tempo. Depo is da grande Revo lução [1789], deixa ra de haver a li um pároco, e Jes us não vo lto u a habitar o tabernáculo, sendo a Mi ssa rezada apenas es poradi camente . A famíli a de Catarina era muito católica. Seu pai fi zera restaurar a capela da Virgem, no interi or da igreja, o nde Catarina ree nco ntrava sua Mãe do Céu, ao rezar de moradame nte diante do qu adro que a re presentava com os braços abertos. "As orações não adiantam os trabalhos", di zia- lhe
M as a oração não era suficiente para Catarina. A partir dos 14 anos, e la qui s oferecer cada vez mais sacrifíci os. Começou a jejuar às sex tas-fe iras e aos sábados. Em cada um desses dias ela só fa zi a uma refeição, e nada di zia. Tonine teve medo de que ela adoecesse, e tento u im pedi -la: - " Vou di zer ao pai! ". - "Poi s bem, di ze- lhe !" . O pai repreendeu-a, e deu-lhe ordem pa ra aca bar com aqui lo. Mas para Catarina esse era um ass unto entre Deus e ela, não devendo ma is ningué m intro meter-se. E continuo u. Catarina já acale ntava, de fa to, um grande desejo que um di a confi ou e m segredo a To nine : queria ser reli giosa, co nsagrar-se a Deus, atender os doentes e e ntregar-se à oração. Co mbino u com Tonine que lhe passaria os c uidados da casa, ass im
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que estivesse c resc id a o sufi c ie nte para ass umir sozinha tal responsabi Iidade . Certa no ite Catarina teve um sonho : Viu -se na ig rej a da aldeia, no lugar que habitua lme nte ocupava na capela de Nossa Senhora, quando chegou para rezar a Missa um sacerdote idoso, que e la não conhecia. O o lh ar muito vivo do sacerdote impress iono u-a. No fim da Missa e le fez- lhe s ina l pa ra q ue se a proximasse, mas e la recuou. Pouco depois, e a inda durante o seu sonho, e la fo i visitar um doente, mas lá e ncontrou de novo o mesmo padre que lhe disse: "Minha fi lha,
está nmito bem cuidar dos doentes. Hoj e .fúgiste de mim, mas um dia serás muito.feliz por poderes vir a mim. Deus tem projetos para ti. Não o esqueças! ". Um pouco receosa, Catarina afasto u-se, mas sentiu no coração uma a legria que lhe deu a impressão de não estare m os seus pés a tocar a terra. Quando no seu sonho e la c hegou à entrada do sítio, acordo u. Em breve ela sabe ri a quem era aq uele sacerdote idoso.
A longa espera Ao completar 18 anos, Catarina ainda não sabia escrever, pois nunca tivera tempo para aprender. Agora, porém, era indispensável possuir e se conhecimento para tornar-se re lig iosa. Como tinha urna prima educadora, que manti nha um inte rnato em C hâti llo n, fo i a li aceita como a luna, ficando Tonine a c uidar da casa durante a sua ausênc ia. Para a legri a de Catarina, e m C hâti ll on havia Mi ssa e um sacerdote a quem confia r-se. Ao o uvi - la contar o seu sonho, e parecendo-lhe a descrição fa mili ar, o sacerdote comentou: "Creio, minha.filha, que aquele sacerdote não é outro senão
São Vicente". Mais tarde, ao visitar uma religiosa em companhia da prima, e la teve a li urna grande surpresa. Viu num quadro o velho sacerdote que lhe aparecera naq uele sonho: "Mas é o quadro do nosso Pai São Vicente de Paulo ". Foi e le quem fundou as Fi lhas da Caridade - exp li caram as re lig iosas. Para Catarina, estava tudo mui to claro: era a li que deveria tornar-se relig iosa. M as ainda tinha que completar os 21 anos, e te mia que o seu pai não estivesse de acordo. Voltou ao sítio e retomou o seu trabalho, mas o pai , que já suspeitava de a lg uma co isa, estava resolvido a não ceder. Q ua ndo completou 2 1 a nos, Catarina fa lou-lhe francamente do seu projeto. Mas ele se recusou furiosamente, pois preferia que e la se casasse. Conhecendo a obstinação da filh a, e numa tentativa de fazê- la mudar de idé ia, mando u-a para Paris no começo cio a no seguinte, para aj udar um irmão que tinha um pequeno restaurante e vendia vinho, mas que estava sozinho por ter e nviuvado recentemente. Embora muito e ntri stecida por ter de e nfrentar a oposição do pai ao desejo de se tornar religiosa, e por se ver ass im afas tada dele, Catarina obedeceu.
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CATOLIC ISMO
O a mbie nte do restaurante e m Paris não lhe agrado u. Os clientes lançavam- lhe ga lante ios, e o irmão continuava a fazer todos os esforços para levá- la a esquecer o seu g ra nde projeto e convencê-la a casar-se. M as Catarina não se de ixo u vencer. A sua vocação pe rmaneceu mais forte do que nunca: ela que ria ser religiosa. Ao cabo de um ano, seu irmão vo lto u a casar-se. Ela e ntão decidiu voltar a C hâtillon, à casa da prima, para continuar a aprender o que lhe faltava. A prima tinha acabado de casar-se com outro irmão de Catarina, e recebeu-a be m juntame nte com o marido. Ambos resolveram defendê-la perante o pai, que acabou fin a lme nte por aceitar sua decisão. Catarina ficou a inda a lg um tempo na casa da prima, mas p asso u a freqüentar , tanto quanto possível, o convento das Filhas da Caridade. A Irmã Vitória, apenas um pouco ma is velha do que Catari na, tendo acabado de formá- la nas coisas que a inda lhe faltavam , começou a explicar- lhe a vida religiosa. Po r fim, e m ja neiro de 1830, Catarina e ntrou co mo novi ça em Châti ll o n, causando desde logo admi ração pelo fe rvor com que rezava. Duas vezes por semana as Irmãs pre paravam a sopa desti nada aos doentes pobres, que traz ia m cada qua l a sua panela para ser e nc hida.
Vila de Moutiers Saint- Jean, onde Catarina fez a Primeira Comunhão
M a is tarde, a 2 l de abri l, Catarina pa1tiu para Pari s, onde haveri a ele passar todo o tempo restante da sua vida de religiosa. Não haviam ainda decorrido três meses qua ndo, numa no ite de julho, o seu anjo da guarda veio acordá- la para lhe di zer que a Santíssima Virgem a esperava na cape la cio conve nto.
A Medalha faz o seu caminho
A
s a parições da Santíss ima Virgem à Jrmã Catarina, narrad as no iníc io, ocorreram na capela da Casa- mãe das Filhas ela Caridade, na Rue du Bac, em Paris. Esta capela ex iste ainda hoje, e N ossa Senho ra continua a de rramar a bunda ntes graças aos que vão a li rezar com confia nça . Catarina pe rma neceu ali durante a lg un s meses, a fim de co mpletar s ua fo rmação. Logo a seguir foi e nvi ada para cuidar dos pobres e idosos no as il o de Eng hie n, na ex tre mi dade oposta ele Paris. Esta hospedage m fora fundada po ucos a nos antes pela Duquesa ele Bourbon e m me mó ri a do seu filho , o cha rmoso Duque cl ' Enghien , cruelmente fuzilado por Napoleão . Ali pas a rá e la toda a sua vida . Ocupa-se dos doentes, cios po bres, cios idosos, corno se cada um deles fosse o próprio Jesus. E a inda passa boa parte do seu tempo e m orações.
As primeiras Meclal/1as Nossa Senhora prometera-lhe, e c umpriu a sua promessa: fala-lhe ao fund o do coração, mesmo não lhe apa recendo ma is. E insiste para que se ma ndem faze r e divulgar as medalhas.
"Ele não me quer escutar", o usa dizer Cata rina à Sa ntíss ima Virgem, na sua o ração. "Ele... " trata-se por certo do Pe. Al ade l, o confessor de Catarina, que ainda não crê rea lmente na a pari ção. É ele a única pessoa à qual Catarina co nfiara o seu segredo. M as cada vez que lhe fala di sso, o Pe. Aladel repree nde-a duramente, c hegando a di zer-lhe que está lo uca. Po r isso, Catarina tem muito medo quando necessita falar com e le . Porém , a Virgem ins iste : "Ele é meu servido,; temeria entristecer-me". Então Catarina torna a ver o Pe. Aladel, e lhe afirma com coragem: "A Virgem está muito desgostosa!". Novame nte relata a aparição de Nossa Senhora e o seu pedido de fazer cunhar uma meda lha . Desta vez o Pe. Aladel começa a c re r. Princ ipa lme nte porque, como o di ssera a Virgem, e le tem medo de entri stecê-La . M as não di z nada a Catarina, e depois de ouvi-la atentamente, despede-se sem manifestar o que pe nsa. O Pe. Aladel e tava dec idido a falar com o Arcebispo ele Paris. E faz be m, porque o prelado quer muito a Santíssima Virgem . Ele escuta com atenção ... e autori za que se cunhe a meda lha: "Que se d(fúnda simples-
mente essa medalha. Julgaremos a árvore pelos seus .fi-utos ". E ntão o Pe. Aladel se decide. M as va i faze r um a medalha um pouco difere nte daquela que N ossa Senhora ped ira. N ão a desenha com o globo - que re presenta o mundo inte iro, a França e cada pessoa e m partic ul a r - nas mãos. Em vez disso, representa-a com as mãos abe rtas e este ndidas. Apesar disto, Irmã Catarina fi ca muito conte nte, urna vez que o essencial da meda lha está a i i: os raios que re presentam as graças, a invocação "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós "; e no verso, o "M " com a C ru z e os Corações de Jesus e de M ari a. Ma is tarde e la ainda dirá: sobretudo não se rnodi fique esta meda lha. "Agora é preciso propagá-la" - di z Catarina com alegria ao Pe. Aladel , que lhe dá uma das primeiras meda lhas. Doi s anos haviam se passado depois da primeira aparição da Virge m!
Os pl'imefros milagres
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Começa a distribuição das medalhas. As Irmãs já sabe m que M a ri a Santíssima a parecera a urna elas re li giosas para pedir que fosse c unhada esta meda lha, mas ning ué m sabe que m é . Irmã Catarina g ua rda rá para sempre o seu segredo, até o fi m da vida. E poucos saberão, durante toda sua vida, que fora e la quem vira a Sa ntíss ima Virgem e recebera a revelação da medalha. E nquanto as prime iras Meda lhas são difundidas, ressurge em Pari s uma terrível epide mi a de cólera, doe nça horrível que causava morte a muitas pessoas, po rque não ex isti a c ura. As pessoas são dominadas pelo pânico. Com toda a naturalidade, as Irmãs di stribue m as medalhas
NOVEMBRO 2008 -
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Uma das primeiras conversões Um soldado no hospital de Ale nçon encontra-se prestes a morrer. Di zia coisas horríveis contra Deus e negava-se a preparar-se para entrar no Céu. Temendo que, morrendo nesse estado , ele acabasse indo para o infe rno, uma Irmã co locou uma medalha perto da sua cama e nquanto e le dormi a. Qua ndo aco rdo u, e xclam o u fitand o o local o nde havi am colocado a medalha: " Por que pu-
seram lá uma luz?" Porém, não havia ali luz alguma; havi a só a meda lha. Pouco tempo depo is, e le acrescentou :
"Oh, m.eu Deus, tende piedade ele mim! " A seguir, pediu um sacerdote para se confessar, e obteve deste mo do o perdão dos seus pecados. Ao longo dos do is di as que se segui ra m, segurou na mão um crucifi xo e a medalha, oferecendo com coragem os seus sofrim entos a Deus. Pouco antes de morrer em paz, di sse: "O que me
entristece é ter amado a Deus tão tarde, e não amáLo hoj e mais ainda".
aos doentes de có lera, recomendando- lhes muita confi ança e m Nossa Senhora. E os prime iros mil ag res surgem: • A pequena Carolin a N enain , de 8 anos, era a única da sala que não tinha recebido a meda lha. Contag iou-se de cólera e adoeceu seri ame nte. Uma Irm ã deu-lhe a meda lha, e a pequena restabe leceu-se imedi atamente: pôde retornar às aulas do is di as depois. • Um a senhora da aldeia de Mitry, na região de Meaux, estava grávida e fo i contag iada pela doença de fo rma muito grave . O médico não tinha esperança de sa lvá-la. Deram-lhe a medalh a, e e la se curou em poucos di as. A criança nasce u com boa saúde. • Na mes ma alde ia entregaram a medalha a um menino a le ij ado de 5 anos, que nunca con seguira andar, apesar de numerosos médicos tere m sido consultados. Logo no prime iro di a e le começou a andar! Rapidamente a medalha - apelidada de "Milagrosa" começou a ser conhec ida e a fa lar-se dela e m toda a França, e até mesmo nos países vi zinhos. Todo mundó queri a um a medalh a. M as atenção: a Medalha Mil ag rosa não é um obj eto m g1 co. É a Santíss im a Virgem que opera os mil ag res para aque les que levam a medalh a co m confia nça e amo r. Levar a meda lha ao pescoço é co locar-se sob a proteção de Nossa Se nhora. É afirm ar que ama mos Mari a Santíssima, e que E la nos ama. Ela não somente cura os corpos, mas sobretudo protege as almas. Muitas pessoas que fo ram más, inimi gas de Deus e da Santíss ima Virgem, converteram-se e torn aram-se boas. O que é muito mais importante do que curar uma doença.
CATOLICISMO
Multiplicam-se as narrações das curas, das conve rsões e da proteção da Virgem Sa ntíss ima para aque les que levam a sua medalha com co nfi ança, com amor. O Pe. Al ade l está ago ra plena mente convenc ido. Redi ge um pequeno livro com a hi stóri a das aparições, sem re velar o nome de Catarina, e ali re lata numerosos mil agres ocorridos na F rança e no mundo inte iro. Para ate nder aos pedidos, muito numerosos, o primeiro fabri cante da medalha te m de aumentar constantemente a sua A pequeno Carolino Nenoin, contaminado pelo cólera , foi solva ilagrosomente, após receber a M dãlliã
produção : em poucos anos a medalha espalhara-se pelo mundo inte iro. Em dez anos e le vendera do is milhões de meda lhas fe itas e m ouro ou prata, e 18 milhões em cobre ! Pelo menos outros 1 1 fabricantes em Paris venderam tanto quanto e le; em Lyon, outros quatro fabricantes venderam o dobro. Fabrica-se em muitas outras cidades da França e do exterior. Deste modo, em apenas 10 anos, a quantidade de MedaJ has Mi lagrosas di stribuídas ultrapassa centenas de milhões ! E m Ro ma, muitos cardea is distr ibue m a medalha, e o próprio Papa a oferece a mui tas pessoas. Ademais, é em Roma que se operará uma grande conversão, da qual todo o mundo o uvirá fa lar.
Um gramle milagre da Medalha: a con ver são <le Ratisbonne Afo nso Ratisbonne é um j ove m israelita de Estrasburgo, ele uma fa míli a im portante e conhec ida. Pertence à re li gião judaica, embora não seja praticante. Tem tudo para ser fe li z : é rico, jo vem, inteli gente, e fez bons estudos. Dentro em breve va i casar-se, e após o casamento - já está tudo combinado - irá traba lh ar no banco ele um ti o. Só uma coisa o irrita: seu irmão ma is velho convertera-se à Re li gião católica e torn ara-se sacerdote. Isso, Afo nso não lhe perdoa. É hostil em re lação aos cató li cos, e com freqüência os ri diculariza. Antes ele casar, empreende sozinho uma longa viage m para conhecer a Itá lia, e ass im c hega a Ro ma como turista. Pouco antes de partir ele lá, conhece Teodoro ele B uss ieres, um católico am igo de seu irmão. C umprime nta-o muito fri amente. Teodoro, poré m, insiste para que prolongue um pouco mais a estadia, a fim ele visitar com e le as belas igrej as ele Ro ma. M esm o proc urando rec usa r, Ra ti sbo nn e aca ba por ace ita r o convite se m saber bem por q uê. E du rante os seus passeios, d iscute reli g ião co m Teodoro. Logo no começo, este declara: "Já que você está tão segu-
ro ele si, eu lhe proponho um desafio: coloque esta Medalha ao pescoço e levea durante vários dias, recitando nesse período esta oração curta que lhe dei- , xo". E fez com que Afonso cop iasse a be la oração do "Lembrai-Vos". Com a inte nção ele satir izar, Rat isbonne ace itou . E rapi da me nte decoro u a oração, repetindo-a maquin alme nte vár ias vezes por d ia, como se faz co m a letra ele uma canção qu e f ica na memória. Afonso pensa que, ao regressar, escreverá a hi stó ri a de sua viagem e relatará esta estranha ave ntu ra de Teodoro, de sua M eda lha e ela oração. Ao nde quer q ue vá co m Teodoro, ridi cul ari za os católicos e a sua Re li gião. E repete que j amais se torn ará católico. Mas sempre leva a s ua Meda lha ao pescoço, e a oração do "Lembrai-vos" não lhe sa i da cabeça.
C inco di as após ter recebido a Meda lh a, e ntra com Teodoro numa igrej a. Este o de ixa sozinho por um momento, pois deve falar com a lgué m na sacri sti a. Durante esse te mpo, Afo nso Rati sbonne passeia pela igrej a, o lhando-a fri amente e ac hando-a muito fe ia ... Quando Teodoro volta, não vê Rati sbo nne ! Procura-o, e o e ncontra ... ele j oelhos di ante de um peque no a ltar, com o rosto banhado em lág rimas ! Está tão e moc io nado, que ma l consegue fa lar. Retira então a M eda lh a que levava ao pescoço e oscul a-a mu itas vezes, enquanto chora com emoção: "Ah, como sou f eliz! Como Deus é bom! Que ple-
nitude de graça e de f elicidade! Como devem ser compadecidos os que não conhecem isto!". O que tinha aco ntec ido? Nossa Senhora acabara de lhe aparecer, co m as mes mas característi cas que tem na medalha. E la era tão fo rmosa, che ia ele majestade e de bondade. Eis como e le própri o narra o aco ntecimento : "Já faz ia alg um tempo que estava na igreja, e subitame nte senti -me to mado por uma confu são inexprimíve l; ergui o olhar, e o edifício todo sumira aos meus o lhos . "Um a só cape la tinha concentrado toda a luz, para me ex priNOVEMBRO 2008 -
rnir desse modo, e no meio desse resplendor apareceu em pé sobre o altar - grande, brilhante, cheia de majestade e de doçura - a Virgem Maria tal qual está representada na minha Medalha. "Ela me fez um sinal com a mão para me ajoe lhar, uma força irres istível atraiu-me na direção dela, e pareceu di zerme: 'Está bem! '. E la não me fa lou, mas eu co mpreendi tudo". Com efeito, e le compreendera tudo. E acima de tudo sabia agora que estava protegido po r uma bondade imensa, pelo amor da Santíss ima Virgem. Ass im , dec idiu batizar-se para se tornar católico. A alguém que lhe perg untara como era a "imagem " de Mari a Santíssima que vira, respondeu: "Mas eu a vi na realidade, em pessoa, como vos vej o agora!" A história de sua conversão percorreu o mundo. Os jornais falaram dela. O próprio Papa recebeu-o com bondade e ordenou urna investigação séri a de tudo o que tinha acontecido para que este mil agre fosse conhec ido de todos, sem qualquer contestação possível. No dia do seu bati smo, Afo nso acrescenta o nome de M aria ao seu. Doravante chamar-se-á Afo nso Maria Ratisbonne. Al gun s anos mais tarde, to rna-se sacerdote católico. Consagrará a sua vida à oração e a faze r o bem em torno de si, trabalhando espec ialmente pela conversão dos israelitas. Trata-se sem dúvida de um dos mil agres mais fa mosos operados pela Santíss ima Virgem em favor daque les que levam a sua medalha.
A Medalha durante a revolução da comuna 1870: começa a gue rra ! Os pru ssianos invade m a França e cercam Paris. Torna-se mui to difícil sair ou entrar na cidade. A co mida começa a fa ltar, sobretudo para os pobres. Catarina e as outras Irmãs faze m o que podem para atender os doentes, os fe ridos, os pobres e pessoas do bairro. Mas a França é vencida, e os pruss iano entra m em Pari s. Começa então outra guerra - ou melhor, uma revolução - , desta vez entre franceses. Na cidade ele Pari s os re volucionários to mam o poder. Esta revolução chama-se Comuna, e os revolucio nários são os communards. * São ferozes e pretende m destruir a Re li gião. Detestam os sacerdotes, o rei e o Bom Deus. Dura nte três meses faze m rein ar o terror. Fuzil am todos os q ue não concordam com e les. Perecem desta fo rma muitos inocentes. Não respeita m ne m o arcebi spo de Pari s, Monsenho r Darbois, que é fu zil ado co m mais 20 sacerdotes ! Finalme nte o exé rcito francês penetra na capital para libertá-l a daque les bandi dos. Mas por ódi o eles -
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incendeiam grande parte cios belos monumentos de Pari s e seus palác ios. Durante todo esse tempo as Irmãs correm um risco muito grande. Somente Catarina não tivera medo. Sabia de antemão o que aconteceri a, e di ssera-o a uma das Irmãs : "Teremos a guerra, urna guerra mais terrível do que a outra e ainda mais mortífe ra. Oh meu Deus, quanto sangue, quantas ruínas!". Mas ac ima de tudo ela sabe que pode contar com a proteção da Santíssima Virgem. "A Virgem vigiará, Ela protegerá tudo. Não nos acontecerá mal algum ", afirm ava às Irmãs inqui etas. Catarina lembra que, qu ando da primeira apari ção, Nossa Se nhora lhe di ssera, co m lágrimas nos o lhos, que haveri a muitas mortes, incluindo a cio arcebi spo: "Momento virá em que o perigo será grande, julgando todos que tudo está perdido, mas então Eu estarei convosco".
Irmã Catarhw enfre11ta os r evolucionáôos Na tarde da Páscoa, durante a revolução, um grupo ele revo lucionári os agitados in vade o hospital das Irmãs . Estes vêm buscar dois soldados fe ridos du ra nte a guerra contra os pruss ianos, acusados, sem razão, de serem os inimi gos do povo. Q uerem fu zil á-los, e os levam à fo rça para a prisão. A Irmã superi ora que diri ge o hospital vai procurá-los na pri são e os traz de volta. Mas no dia seguinte os revolucio nários retornam. Procuram os soldad os por todos os lados , mas não os e ncontram. E ncole ri zados, querem levar a Irmã supe riora, ameaçam-na com as suas armas. As outras Irmãs, junto com Catarin a, decl aram que se os revolucio nários levare m a Superi ora, elas irão todas com ela. Diante ela sua coragem os revo lucionários recuam. Mas as Irmãs tê m muito medo. Estão todas ele acordo: é melhor que a Superiora saia, pois pode m voltar a proc urá-la. Irmã Catarin a, agora a mais idosa, encarrega-se cios cuidados do hospital. Para evitar que os revolucionári os volte m, vai e la mesma vê-Los no seu quarte l general. Existem lá mais
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de 60 ho mens de aspecto perverso, cingidos de grandes cintos de tecido vermelho. Catarina explica que os soldados feridos são inocentes, e que foram embora. Furiosos, os revolucioná.rios insultam-na e querem prendê-la. Ela replica, cheia de coragem: "Mostrai-me a ordem, o documento que vos autoriza a prender-me". "É esta a minha ordem! " - diz ocomandante puxando o seu sabre. Vários homens fortes rodeiam Catarina e querem prendê-l a. Então um dos so ldados, de quem Catarina cuidara quando estava ferido, pega-a pelos braços e puxa-a fortemente para trás a fim de a salvar. Catarina consegue assim sa ir, apenas com alguns hematomas nos braços.
Dist1·ibuição de Meda/J,as aos r evolucionários A Sa ntíss im a Virgem a protegera. Cumpre di zer q ue, se mpre qu e pode, Irmã Catarin a distribui Medalhas até mesmo aos revolucionários, que as recebem com respeito. Catarina carrega sempre Medalhas, distribuindo-as a todos que encontra. O revolucionários o sabem, e muitos deles, quando a vêem, correm para as pedir. " Vamos pedir Medalhas à Jrmci Catarina. Ela já as tem dado aos nossos camaradas". "Mas para que vos serve, se ncio credes em nada ?" - pergunta uma Irmã que os vê passar. "É verdade que não cremos em quase nada, mas cremos nessa Medalha. Ela já protegeu outros, e também nos protegerá". Mesmo àque les que, revoltados, profe rem in sultos contra a Re ligião, Catarina dá Medalhas para que a Santíss ima Virgem os converta. E ntre os revolucionários há muitas mulheres, que também levam uma grande faixa vermelha à cintu ra. Certo dia essas mul heres chegam à escola d irigida pe las Irmãs, para lecionar no lugar das religio. as. Não querem mais que se fa le de De us às crianças, e imedi atamente faze m reti rar o crucifi xo que está na parede. Quando a nova aul a vai começar, uma j ove m aluna põe-se de j oelhos. Logo as outras a imitam: "Perdão, senhora, mas ainda não fizemos a oração. A nossa prof essora sempre inicia va a aula com uma oração ". A piedade das pequenas causa grande furor às revolucionárias, que pretendem apagar completamente das almas dessas cri anças o amor a Deus e a Nossa Senhora. A mais temida dessas mulheres chama-se Valentin. Ela criou muitos pro blemas às Jrmãs, mas está longe de suspeitar o que lhe acontecerá. Uma noite, dois revolucio nári os armados vê m procurar Catari na c a levam consigo. Antes ele partir, e la repete para a o utras Irm ãs que nada lhe acontecerá. So mente pede qu e reze m.
Duas horas mais tarde, es tá de volta. Os revo luc ionári os tinham-na levado para que acusasse Vale ntin ; estavam determinados a fu zil á- la, por a considerare m malvada demais. Mas Catarina lhe salvara a vida, graças às suas respostas cheias de bo ndade.
Invasão ela casa das ll'mãs Um grupo ele revolucionári os invade um di a a casa elas Irmãs. E m meio de muitos insultos e ameaças, decide m fazêlas pri sione iras. Irmã Catarina, muito calm a, passa pe lo me io de les e oferece meda lhas, e muitos as aceitam. O chefe, chamado Siron , é um verdade iro bandido que j á passara pelo cá rcere. Chegara anunciando que fa rá todas as ma ldades possíve is com as irm ãs. Catarina dá- lhe também uma M edalha. - "Estou completamenle mudado! ", di sse então, tocado por algo que o conteve (Vide desenho acima). Ao longo de três dias as re li giosas fi cam pri sioneiras. Fecham-se na lavanderia para se proteger. À noite, os revolucionários encontrara m garrafas de vinho na adega e começaram a bebe r. E mbri agados pe la bebid a, começam a ameaçar as irmãs. No entanto, chegando à porta da lavanderi a, hesita m. S iro n, o bandido-chefe que usa a medalha, di z bem alto: "Não lernam nada! Eles te reio de passar sobre mim antes de chegar até vós". De ita-se contra a porta e adormece logo. Os outros faze m o mesmo. Sem faze r barulho, as Irmãs saem du ra nte a noite e vão esconder-se em o utro lugar. E no di a seguinte vão embora. Antes de partir, Catarina e todas as Irmãs vão rezar e canNOVEMBRO 2008 -
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tar diante da imagem de Nossa Senhora que se encontra no jardim. Nenhum dos revolucionários ousa intervir. Catarina pega então a coroa que está sobre a cabeça da imagem da Virgem e promete: "Eu vo-la trarei de volta daqui a um mês, a 31 de maio ". Os insultos surgem de todos os lados, mas elas conseguem sair de uma Paris inteiramente controlada pelos revolucionários. Os horrores se multiplicam. Um batalhão de revolucionários que se apelidam "os vingadores de República" co ncentra-se na Igreja de Nossa Sen hora das Vitórias. Há nesse local uma associação que tem por emblema a Medalha Milagrosa. Cheios de fúria, os revolucioná.rios quebram tudo, abri ndo os túmulos do interior da igreja. Quando Irmã Catarina soube da notícia, declarou: "Mexeram com Nossa Senhora, não irão mais longe ... " Com efeito, na semana segui nte o exército francês entra em Paris e esmaga os revolucionários. Poucos dias depois as Irmãs já podem voltar para sua casa. Irmã Catarina traz de volta a coroa da imagem de Maria que fora um pouco danificada pelos bandidos. "Eu Vos tinha prometido, minha boa Mãe, que voltaria para vos coroar antes do.fim do mês".
Os últimos conselhos ele Sa11ta Catarina Irmã Catarin a já está idosa, tem 70 anos. Sabe que é o último ano da sua vida. Desde o começo de l 876, repete: "Não verei o próximo ano". E em cada uma das festas religiosas do ano, lembra ainda: "É a última vez que vejo esta festa". Está muito contente por ir encontrar Jesus, a Santíssima Virgem e São Vicente. Como boa cristã, Catarina sabe bem que esta vida na Terra não é feita senão para se ganhar o Céu. Continua muito discreta em relação às aparições da Virgem, tendo confiado o fato a poucas pessoas, junto às quais multiplica os bons conselhos. O primeiro deles é o de levar consigo a Medalha. "Há Irmãs no noviciado que não usam a Medalha, e ninguém se preocupa em lhes dar uma", queixa-se um dia. Mas levar a medalha não é suficiente. Catarina insiste que se faça oração e sacrifícios. É preciso, sobretudo, pedir a Maria o que Ela nos quer dar, antes do que nós mesmos desejamos. "Pede-se demais o que se deseja, e não sLifi,cientemente o que Deus deseja", diz Catarina. E outras vezes aconselha: "É preciso ter con,fiança. Deus tudo pode. É preciso dar tudo a Deus, e não andar a queixar-se". / E la sempre leva medalhas para distribuir àqueles com quem / se encontra. ,1 No dia de Santa Catari na, uns meninos vieram desejar-lhe boas festas. "Portai-vos bem, obedecei, e a Virgem vos amará. Irei rezar por todos vós", diz-lhes. CATOLICISMO
Mais do que isso, Irmã Catarina insiste em que Nossa Senhora seja reconhecida e proclamada Rainha de todo o Universo, de todos os países e de cada pessoa. Enquanto assim não for feito - repete, poucas semanas antes de morrer - , grandes desgraças continuarão a nos ameaçar. "Num certo momento tudo parecerá perdido; mas tudo será ganho. É a Santíssima Virgem que nos salvará. Sim, quando a Virgem oferecer o mundo a Deus e for honrada, teremos a paz. Oh, como será belo ouvir dizer: Maria é a Rainha do Universo, e em especial da França. E os meninos exclamarão: e de cada pessoa em particular! Será um tempo de paz, que será longo". O 31 de dezembro de 1876 chega. É o último dia do ano e o último dia de Irmã Catarina sobre a Terra. Ela pede que lhe enviem Medalhas, com as quais faz pacotinhos para oferecer. Depois, como o anunciara, perto das sete horas da tarde ela adormece numa morte muito doce, enquanto as outras Irmãs repetem muitas vezes junto dela: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós". • E-ma il pa ra o au tor : be noit @ca1oli c is111o.co m.br
Nota:
* "Communards" : termo francês para designar os ativ istas da Revo lução da Comuna de 1870 em Paris. Apesar das ev identes afinidades ideológicas, não devem se con fundir com os comunistas. Seu pen samento provin ha ela radica lização elas correntes ex tremadas ela Revolução Francesa.
Explicação da Medalha Milagrosa
A
Santíssima Virgem está de pé sobre o globo terrestre. Isso quer dizer 9ue .Ela não é somente a nossa Mãe do Céu, mas também a Rainha da Terra e do Universo . Ela esmaga uma serpente sob os seus pés. A serpente representa o diabo que tenta fazer mal aos homens e levá-los ao inferno. Santíssima Virgem é muito mais poderosa que o diabo, e esmaga-o facilmente. Ela protege os seus filhos que rezam com confiança. Das suas mãos saem raios de luz. Estes raios representam as graças que a Santíssima Virgem dá às pessoas que lhas pedem. Graças são ajudas especiais que recebemos gratuitamente de Deus, e que nos tornam seus amigos ao nos conceder benefícios e fazernos participar da vida divina. 1830 é o ano da aparição em que a Santíssima Virgem revelou a Medalba a Santa Catarina, no final da tarde do dia 27 de novembro. Em torno da imagem da Virgem lê-se a frase Maria concebida sem pecad , rogai por nós que recorremos a Vós ". Trata-se da oração curta que a própria Virgem quis coloca· na Medalha, e que devemos repet"r com confiança.
.No reve1·so da medalha O grande " " encimado por uma Cruz é a inicial do nome de Maria, a Santíssima Virgem, nossa ãe do Céu. A cruz é a de Jesus gue morreu por nós; ao pé da Cruz
acha-se Maria, que sofre e nos ama em união completa com Jesus. Em torno há 12 estrelas: Como Rainna do Céu e da ~erra, a Santíssima Virgem possui uma coroa de 12 estrelas, que representam o seu poder sobre toda a criação. Tudo o que pede a Deus, Ela obtém. Lado a lado estão os corações de Jesus e de Ma ·ia. Ambos possue pequenas chamas que sobem, para jndicar ue ardem de ano~ por nós. À esquerda, o Coração de 1 esus está coroado de espin os e sangra por uma ferjda. É por causa dos nossos pecados, das nossas más ações qt:1e O tazem sofrer tanto. Para resgatar nossos pecados, Ele foi coroado de espinhos, morreu na Cruz e teve o Coração traspassado por uma ança. À direita o Coração de Maria está traspassado por uma espada, qne representa a do que Ela supo1tou ao ver os sofomentos de seu Filho por nós. Ela ofereceu esses sofrimentos em união com os de Jesus, para ue sejan;ios salvos e alcancemos o Céu.
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A Medalha não é um objeto mágico. Não basta levála; é preciso, sobretudo, esforçarmo-nos para viver como bons cristãos. Ela é um sinal de que se ama Jesus e a San~íssi1 a Virgem, e gue temos confiança em seu amor l?ºr nós.
500 mil Medalhas distribuídas no Brasil
I
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Desde 200 , a Associação Devotos de Fátima (ADF) tem promovido em todo o Eaís maciça distr· buição da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças. E(n pouco mais de dois anos, a campanha tem obtido assina lado sucesso em nossa Pátria, com a perspectiva de alcançar ainda em 2008 a impressionante cifra de 500 mil ~1edalhas distribuídas em todo o territórjo nacional. Segundo Marcos Luiz Garcia, orientador e conselheiro de campan as da ADF, divulgar a Medalha M ilagr_osa é, acima de tudo, "alertar o País para a gravi ade das mensagens transmitidas aos homens por Noss Senhora no ciclo de aparições marianas, que se inicia co,n,a Medalha Mila,grosa, tem conrinuidade em a Salette e Lourdes, e culmina nas aparições de Fátima-". A,queles que desejarem participar dessa ação ou solicitar sua Medalha Mil agrosa, poderão fazê-lo acessando o site: www.de votosdefatima.org.br
NOVEMB RO 2008 -
~ ~ Aécio, e o principal magistrado, Albino - , que não pensavam senão e m sua de avenças em vez de voltar-se co ntra os bárbaros que estava m às portas do vasto Império. São Leão encon trava-se nessa mi ssão quando, fa lecendo o Papa Sixto, foi eleito para sucedê-lo. Leão foi sagrado no dia 29 de setembro de 440. Um mês depois, pedia ao povo romano, reunido na basílica de São João de Latrão: "Eu vos conjuro, pelas misericórdias do Senha,; que ajudeis com vossas orações àquele que haveis chamado com vossos desejos, a fim de que o espírito da graça permaneça sobre mim e não tenhais que arrepender-vos ele vossa eleiçc7o". 3
São Leão Magno .,
Incansá vel dcfe11sor da ortodoxia
O Papa que deteve Atila às portas de Roma C ombateu heresias, reforçou a disciplina eclesiástica, escreveu importantes obras, sendo seu pontificado o mais importante da antiguidade Cristã ■ PUNIO M ARIA SOUMEO
"Num
Moeda com a efígie do Imperador Valentiniano Ili
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CATOLICISMO
tempo em que a Igreja enfi'entava os maiores obstáculos para seu progresso, em conseqüência da rápida desintegração do Império Romano do Ocidente, enquanto o Oriente estava profundamente agitado por controvérsias dogmáticas, esse grande Papa, com urna sagacidade sem precedentes e poderosa mão, guiou o destino ela Igreja Romana e Universal".' São Leão nasceu e m Roma, de pais toscanos, no fina l do sécu lo IV ou começo do V. Já na juventude distinguiu-se nas letras profanas e na ciê nc ia sagrada. U m anti go concíli o geral diz dele: "Deus, que o havia destinado a obter brilhantes vitórias contra o erro e a submeter a sabeclo-
Igreja se m ter fe ito abjuração explícita de sua heres ia. O Papa, além de condenar severamente o fa to, ordenou que um sínodo provincial se reunisse naquela cidade, no qual tais pessoas fosse m intimadas a abjurar publi camente a heresia e a subscrever uma confi ssão de fé ineq uívoca. Outro grave problema que teve de enfrentar foi contra nova onda da heresia maniquéia. Hordas e hordas de maniqueus, que fugiram da África por causa da invasão dos vândalos, hav iam se estabelecido em Roma, onde fundaram uma comunidade maniquéia secreta. O Papa ordenou aos fiéis que denunciassem esses hereges aos sacerdotes. Em 443, junto aos senadores e presbíteros, conduziu uma invest igação pessoa l contra a seita, sendo então seus líderes julgados e condenados. Por influência do Papa, o Imperador Valentiniano 1Il promulgou um ed ito pelo qual estabeleceu punições contra os maniq ue us. São Próspero de Aquitânia afirma em suas Crônicas que, em conseq üência das enérgicas medidas do pontífice contra a heresia, os maniqueus fora m também expulsos das províncias; e que mesmo os bispos orientais emulavam com Leão I na perseguição a essa seita herética. São Leão defrontou-se também com a questão da heres ia monofi sista no Oriente, defendida por E utiques, monge de Constantinopl a. E nsinava o monge que em Jesus Cristo havia
ria elo século à verdadeira f é, tinha posto em suas mãos as arm.as ela ciência e da verdade" .2 Tornando-se arcediago da Igreja romana, serviu sob os Papas São Celestino I e Sixto III. Hábil diplomata, era ele bem conhec ido, pois foi por sua sugestão que Cassiano escreveu em 430 ou 431 sua obra De lncarnatione Domini contra Nestorium ("Sobre a Encarnação do Senhor, contra Nestório"). E também nesse mesmo ano São Ciri lo de Alexandri a a ele se dirigiu para interessá- lo em seu favor contra o mes mo herege Nestório. São Leão foi designado para várias mi ssões delicadas na época. Em urna delas, em 440, fo i enviado pelo Imperador Valentiniano III à Gália, para tentar reconci li ar dois dos mais fa mosos personagens do I mpério o comandante militar da Província,
São Leão considerou como um de seus principai s deveres, na qualidade de supremo Pastor, manter a disciplina ec lesiástica, nesse tempo em que a contínu a in vasão de hordas bárbaras provocava de ordens em todas as condições da vida ; inclu sive nas regras de moralidade, que estava m se nd o seria mente violadas. Foi ele extre mamente enérgico para a man utenção da disc iplina, e muito de seus sermões e decretos vão ne. se sentido. Esforçava-se principalmente e m sustentar a 01todox_ia naqueles tempos difíceis para a Igreja e de decadência geral. "De sua primeira carta, escrita a Eutiques em 1ª de junho de 448, à sua última carta ao novo Patriarca ele Alexandria, Timóteo SaloJ?haciolus, em 18 ele agosto de 460, não podemos senão admirar a clara, positiva e sistemática maneira pela qual Leão,fortificado pela primazia da Santa Sé, teve parte nessa dij[i ·i/ confusão". 4 Pouco depois de sua e levação ao só li o pontifíc io, começou a combater energicatnente as heres ias que surgiam no Oriente. Assi m, por exemplo, so ube que em Aq uil é ia sacerdotes, di áconos e clérigos, que tinham sido
somente uma natureza; e não duas a humana e a divina - como é o ensiname nto correto. E utiqu es j á havi a sido excomungado por São F laviano, 5 Patriarca de Co nstantinopl a, e apelou ao Papa. Leão I, depois de investigar a questão, escreveu uma carta dogmática a São F lav iano, com uma exposição serena e profund a da cristologia católica. No caos das discussões, este fo i o gui a seguro para os espíritos sinceros, estabe lecendo e confirmando a doutrina da Encarnação e da uni ão das naturezas divina e humana de Nosso Senhor Jes us Cri sto. E le urgiu que um concíli o se reuni sse para julgar o concílio ilegalmente reali zado em Éfeso - que condenara e depusera São Flaviano, inocentando Eutiques - e ao qual denominou de "Conc íli o de Ladrões". Fo i ass im reunido o Concílio de Calcedô ni a, sob os auspíc ios dos imperadores Ma rc ia no e Sa nta Pul qué ria (v ide Catolicismo, sete mbro/ 08), que condenou E utiques e Dióscoro, patriarca de A lexa ndri a.
Átila, 1·ei cios h1111os, o "Flagelo de Deus" Um peri go de outra ordem surgiu no horizo nte. Átil a, re i dos hunos, que a si mesmo chamava de "Flagelo de Deus", tudo destruía nas Gáli as. Tongres, Treves e Metz fora m pilhadas; Troyes fo i salv a por São Lupo, e Orleans por Sa nto Ani ano. Batido nas pl anícies de Chalons pelos esforços
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NOVEMBRO 2008 -
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conjuntos de Aécio, Meroveu, rei cios francos, e Teodorico, rei dos visigodos, Átil a voltou-se para o norte ela Itália, destruindo tudo a ferro e fogo. Muitos se refugiaram nas pequenas ilhas ex istentes nas lagunas do Mar Adriático, dando ori gem a Veneza. Átila saq ueou Mi lão; e o imperador Valentiniano III, não se julgando a salvo em Ravena, fugiu para Roma. O imperador, o senado e povo só viram uma saída para conjurar a situação: que São Leão fosse parlamentar com o invasor. Para São Leão, sua mi ssão era c lara: sa lv ar o mundo cristão, e também sua pátria e seu povo. Mas a tarefa não era nada fácil, e o sucesso imprevisível. São Leão foi encontrar-se com o temível bárbaro nas proximidades de Mântua, revestido de todos os paramentos pontificais e acompanhado por sacerdotes e diáconos em trajes sacerdota is. "Como um leão que não conhece medo nem tardança, este varão se apresentou para falar ao rei dos hunos em Peschiera, pequena cidade próxima de Mântua, e moveu o vencedor a voltar", diz um cron ista da época. Outro contemporâneo, São Próspero da Aquitâ nia, afirma que São Leão "abandonou-se ao auxílio divino, que nunca falta ao esforço dos justos, e o êxito coroou suafé". 6 Áti la prometeu viver em paz com o império mediante um tributo anual. Fez cessar imed iatamente as hostilklades, e pouco depois, fiel à sua palavra, retornou aos Alpes. Os bárbaros perguntaram então a seu chefe por que, contra seu costume, havia mostrado tanto respeito para com o Papa, a ponto de obedecer tudo quanto ele havia proposto. Átila respondeu que "não foi a palavra daquele que veio me encontrar que me inspirou um medo tão respeitoso; mas eu vi junto a
CATOLICISMO
esse Pont(fice um outro personagem, de um aspecto muito mais augusto, venerável por seus cabelos brancos, que se mantinha em pé, em hábito sacerdotal, com uma espada nua na mão, ameaçandome com um ar e um gesto terríveis, se eu não executasse.fielmente tudo o que me era pedido pelo enviado". Esse personagem era o Apóstolo São Pedro. Segundo outra tradição, o Apóstolo São Paulo estava também presente. Não nos resta nenhum re lato contemporâneo dessa intervenção dos Apóstolos. Mas a trad ição que no-lo narra está consagrada pela autoridade do Breviário Romano.7 Outra invasão de Roma, outras ciJ·cu11stâ11cias O Sumo Pontífice ordenou preces públicas para agradecer a Deus tamanho benefício. Mas o povo volúve l logo se esq ueceu do magnífico favor, e se entregou às diversões como jogos no circo, teatros e deboches. O imperador não foi o último a da r o mau exemplo da imoralidade mais revoltante. Num sermão, São Leão aplicou ao povo as palavras ele Jeremias (5, 2): "Vós os atingistes, e eles não senliram; vós os quebrastes de golpes, e eles não quiseram submeter-se ao castigo". Emocionado, acrescentou: "Queira Deus que estes males sirvam para a emenda dos que sobrevivem, e que, cessando as desgraças, cessem também as ofensas". 8 Mas sua advertência não fo i atend ida. Por isso, três anos depois, São Leão já não foi tão bem suced ido com o vândalo Genserico. O que o Pontífice pôde obter dele foi que não queimasse a c idade e respeitasse a vicia de seus cidadãos. E que estaria a salvo tudo o que se pudesse recolher nas três grandes basílicas ele Roma. Mas Roma foi saqueada durante 15 dias. Ninguém morreu, mas muitos ficaram na mi séria.
O Pontífice procurou socorrer os necessitados e reconstruir a cidade, declarando outra vez que esses ma les se dev iam à impiedade do povo. E excla mou: "Meu coração está cheio de tristeza e invadido por um grande temor. Porque estão em grande perigo os homens quando são ingratos a Deus, quando se olvidam de suas mercês e não se arrependem depois do castigo, nem se alegram com o perdão ". 9 São Leão enviou missionários à África para atender os cristãos cativos que Genserico levou consigo. A rica coleção ele cartas e sermões admiráveis que nos legou São Leão Magno - e que lhe mereceram o título de Doutor da Igreja são um claro espelho da históri a de seu tempo. "Com ele vemos pela primeira vez o Papado medieval em toda sua concepção grandiosa e sua intransigência necessária, e nele resplandece o duplo elemento que garante a vida divina da Igreja: autoridade e unidade". 1º O grande Papa e santo fa leceu e m Roma no dia 10 ele novembro de 461, e foi declarado Doutor ela Igreja e m 1754. • E-mail do autor: vmsolimeo@catoli cismo.com.br
Notas: J.P. Kirsch , Pope Saint Leo, The Catholic Encyc l o pedia , o nlin e eel ition , www.newaelvent.com. 2. Les Petits Boll andi stes, Vies de Sa int.1·, Bloud et Barrai, Pari s, 1882, tomo lV, p. 328. 3. Frei Justo Perez de Urbel, O.S.B ., A,io Cristiano, Eeli ciones Fax, Mael ri , 1945, tomo li , p. 10 1. 4. J.P. Kirsch, iel., ib. 5. Ver nosso arti go sobre Santa Pu lquéria em Catolicismo, edição de setembro ele 2008 6. J.B. Weiss, História Universal, Tipografia La Ed ucac ión, Ba rce lona, 1927 , tomo IV , p. 328. 7. Les Petits Boll aneli stes, op. cit. p. 333. 8. Fr. Ju sto Perez de Urbel , op. cit. , p. 103. 9. lei. , ib., p. 105. 1O. lei. , lb. , p. 108.
MEMÓRIA
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Barbarização do Ocidente leva ao tribalismo P unia Corrêa de Oliveira descreveu a decadência do Ocidente e previu a sociedade anarco-tribalista a que este chegaria. A propaganda indigenista atua] confil'Jlla a previsão.
L JUAN G O NZALO LARRAÍN CAMPBELL
M
uitas pessoas se perg untam, ao le r os jornai s ou ao ver o noti ciário da televisão, por que razão tantas personali lacles eclesiásticas e civis levam a enaltecer a fi gura dos ín li os - na sua condi ção selvagem e enquanto não civili zados - clanclo-lhes um destaq ue desproporcionado na mídia, ou outorgando aos silvícolas imensas extensões territoriais. R esposta a esta justificada indagação, já a deu com toda clareza o Pr f. Plínio Corrêa de Oliveira. Desde os anos 40, predi z ia e le: a clecaclência reli giosa e moral que o processo revolucion ário vinha procluzinclo, espec ia lmente no Oc idente, conduz iri a o mundo ao completo abandono ela c ivilização e a um estado ele co isas análogo ao tribal ismo.
"Desabal'am-sc ela civilização" Assim, em 1944 , escrevendo sobre o carnava l do ano a nterior, afirmava: "Cada vez mais, a invasão torrencial das idéias ditas modernas destruía princípios, aluía hábitos, deformava sentimentos e desorienlava as mentalidades. Cada ano representava urn degrau que se descia na escala da moralidade. E, por isso, cada carnaval seguinte trazia consigo sintomas mais característicos de decadên ·ia moral. Todos os instintos, lodos os 1/revimentos, todas as impudências, Iodas as fa cilidade.1· e desregrm11en.1os, cada vez mais acesos e 111ois mal contidos no correr do ano, explodiam durem/e o carnaval co111 i111e11.1·idade maior: Os !rês dias de como vai passavam a ser a válvula por onde passava a chama de urn in. ·ê11dio q11e crescia sob a aparente
normalidade da vida quo1idian.a. O carnaval pe,deu assim sua no/a familiar: [.. .'I Chegamos por fim a este resultado: anligamenle o carnaval era um desabafo. Mas desabqfo supõe abc!fómenlo. A vida se transformou ern. um. carnaval; o carnaval perdeu a sua razão de viver [... J "Todo mundo, nestes dias, .foge para as praias e para os campos. Para quê? Para descansar? Sim. Só para isso '! Talvez não. Corn efeito, chegados às praias, aos campos, o que fazerr, os excursionistas? Outro desabafo. Desabafam-se da civilização. Despem tudo quanto podem despir. "Tudo se desabafa, tudo se despe, tudo toma roupas com corte de traje proletário ou ele mendigo (mas com que fa zendas, exorbitan.lern.ente caras!), ludo toma ares de poviléu, quebram-se as últimas cerimônias, desfazem.-se os últimos recatos, dissolvern-se as últimas dignidades ; e, 1erminados os dias de excursão, todo mundo volta para a vida de todos os dias wn pouco mais inimigo da roupa, da linha, da cerimônia, do que era antes. É o .fi"ulo deste outro gênero de desabqfo. Outrora o carnaval era um desabei/o da imoralidade. Agora, as excursões à orla marítim.a e ao ccunpo servern. para desabafar das regras mais elemenlares do bom. tom. "Daqui a 30 anos, é provável que o desabei/o con.sisla em. usar só uma tanga, não lirnpar mais os ouvidos, nem o nari z, nem as unhas, cuspir no chão, dançar samba desca lços no mato. Haverá tabas luxuosas, corn diária de 700 ou 800 cruzeiros. Cada pena de tanga custará 100 cruzeiros, o que não será mau, porque as tangas não terão mui/as pen.as. Um.a lctn.ga modelo, cuj a originalidade consistirá em. ser de penas de pás.1·aros de vários países, custará alguns dez mil cruzeiros. "Exagero, d ir-se-á. Há 30 N OVEMBRO 2008 -
anos, havia uns catões que prediziam. ern que charco havería1nos de parw: E havia também uns toleirões que respondiam.: 'exage ro '! Os exageros não estavam nos profetas, mas nos acontecimentos que superaram as profecias". '
IV Revolução e barbárie tribal Na terceira parte de Revolução e Contra-Revolução, escrita e m 1976, porta nto 32 anos de pois do texto a nterior, Plini o Corrêa de O live ira exp licita com detalhes a prev isão que fizera e m 1944. Ao anali sar a transformação interna pe la qual passava a m Revolução (comuni sta), afi rma q ue a di tadura do proletari ado não é o fim do processo revolucio nári o. 2 E prevê o nasc ime nto da IV Revo lução. "Não é impossível, entretanto, prever corno será a IV Revolução. L... ] Ela deverá ser a derrocada da ditadura do proletariado em conseqüência de urna nova crise, por força da qual o Estado hipertrofiado será vítim.a de sua p rópria hipertrof ia. E desaparecerá, dando origem a um estado de coisas cient!ficista e cooperativista, no qual - dizem. os comunistas - o homem terá alcançado um grau de liberdade, de igualdade e de fi"aternidade até aqui insuspeitável. "Como? - É impossível não perg untar se a sociedade tribal, sonhada pelas atuais correntes estruturalistas, dá uma resposta a esta indagação. O estruturalismo vê na vida tribal uma síntese ilusória entre o auge da liberdade individual e do coletivismo consentido, na qual este último acaba por devorar a liberdade. Segundo tal coletivismo, os vários "eus" ou as pessoas individuais, com sua inteligência, sua vontade e sua sensibilidade - e conseqüentemente seus modos de ser, característicos e co11flitantes - se fundem e se dissolvem na personalidade coleti va da tribo, geradora de um pensm; de um querei; de um estilo de ser densamente comuns. "Bem entendido, o caminho rumo a este estado de coisas tribal tem de passar pela extinção dos velhos padrões de ref lexão, volição e sensibilidade individuais, gradualmente substituídos por ,nodos de pensamento, deliberação e sensibilida de cada vez mais coletivos. É, portanto, neste campo que principalmente a tran.1formação se deve da,: " De que f orma 7 - Nas tribos, a coesão entre os membros é assegurada sobretudo por um comum pensar e senti r, do qual decorrem hábitos comuns e um comum querei'. Nelas, a razão individual fica circunscrita a quase nada, isto é, aos primeiros e mais elementares movimentos que seu estado atrofiado lhe consente. "'Pensamento selvagem', pensamento que não pensa e se volta apenas para o concreto. Tal é o preço da f usão coletivista tribal. Ao paié incumbe mante,; num plano místico, esta vida psíquica coletiva, por meio de cultos totêmicos carregados de mensagens confusas, mas ricas dos fogos fátuos ou até mesmo das fu lgurações provenientes dos misteriosos mundos da transpsicologia ou da parapsicologia. É pela aquisição dessas riquezas que o homem. compensaria a atrofia da razão. "Da razão, sún, outrora hipertrofiada pelo li vre exame, pelo cartesianismo, etc., divinizada pela Revolução France sa, utilizada até o mais exacerbado abuso em. toda escola de pensamento comunista, e agora, porfim, atrofiada e feita es-
...:IJ
CATO LI C ISM O
crava a serviço do totemismo transpsico lógico e parapsicológico".'
Estruturalismo -
1'cndêllcias pré-tribais
Em segui da, o Prof. Plini o re lac io na toda a decadência mora l a que o Oc ide nte vem sendo submetido, com a meta anarco-bárbaro-tribal da Revolução: "Seja cornofo1; na medida em que se veja no movimento estruturalista uma f igura - mais exata ou menos, mas ern todo caso precursora - da IV Revolução, detenninados .fenômenos qfins com. ele, que se generalizaram nos últirnos 10 ou 20 anos, devem ser vistos por sua vez como preparatórios e propulsores do próprio ímpeto estruturalista. "Assim, a derrocada das tradições indumentárias do Ocidente, corroídas cada vez rnais pelo nudismo, tende obviamente para o aparecirnento ou consolidação de hábitos nos quais se tolerará, quando muito, a cintura de penas de ave de certas tribos, alternada, onde o fáo o exija, com coberturas mais ou ,nenos à rnaneira das usadas pelos [apões. "O desaparecimento rápido das fórmu las de cortesia só pode ter como ponto f inal a simplicidade absoluta (para ernpregar só esse qualificativo) do trato tribal. "A crescente ojeriza a tudo quanto é raciocinado, estruturado e metodizado só pode conduzi,; em seus últimos paroxismos, à perpétua e fantasiosa vagabundagem da vida
Conforto s quartos de "resort" na Tailândia . Ao lado o quarto visto por fora .
das selvas, alternada, também ela, com o desempenho instintivo e quase mecânico de algumas atividades absolutamente indispensáveis à vida. "A aversão ao esforço intelectual, notadamente à abstração, à teorização, ao pensamento doutrin ário, só pode induzi,; em última análise, a uma hipertrofia dos sentidos e da imaginação, a essa 'civilização da imagem ' para a qual Paulo VI julgou dever advertir a humanidade"4
Co11/il'mação Ass im, de um lado, a Revo lução va i barbari za ndo o Oc ide nte, e de outro, a mesma Revolução va i apresentando aos
olh os do públi co, pe la via dos fatos, o novo tipo humano para o qu al o mundo eleve ruma r: o índio em seu estado mais primitivo e selvagem . Para confirmar as prev isões e denúncias de P lini o Corrêa de O li ve ira expostas nestas linhas, citamos a e normi dade de terras destinadas com exc lu sividade aos índi os entre os anos 1992 e 2002, das q uais da mos alguns exempl os: • Reserva Ka iapó, no Pará, com 3,2 milhões de hectares, pa ra 3.000 índios ("Folha de S. Paul o", 9-6-92).
• 22 reservas a serem demarcadas, com um total de 3,3 milh ões de hectares, para 9.488 índios ("Fo lha de S. Paulo", 30-5-92). • Reserva Menkragnoti , no sul do Pará, com 4,9 milhões de hectares, para 489 índ ios ("Fo lha de S. Paulo", 5-7-92). Esta reserva ficará unida às reservas Kaiapó e Jarina, e ainda ao Parq ue Nac ional do Xi ng u, fo rmando um tota l de 11 ,3 mi lhões de hectares (idem). • Reserva Araweté, no sudeste cio Pará, com 985 mil hectares, para 195 índios ("Folha de S. Pau lo", 19.4.92). • Reserva Javari-Juruá, na fro nte ira com Peru e Co lômbi a, com 8,5 19 milhões de hectares. Quantidade de índios não mencionada ("Jornal do Bras il", 2 1-4-01). • Reserva do Baú , no sul do Pa rá, com 1,4 mi lhão de hectares. O Superior Tribun al de Justiça negou a inclusão de ma is 450 mil hectares. A amp liação constava de ato do mini stro da Justiça e foi objeto de recurso do M in istério Público F dera! ("Fo lha de S. Pau lo", 14-2-0 1). A ampli ação iria abran ger a cidade de Novo Progresso e inúmeras faze ndas pa rtie ul are ·. Total de índios da reserva: 120 ("O Estado de S. Pau lo", 13-8-00). • total elas terras reservadas aos índ ios já ocupa 104,368 milhõ s de hectares, mais de um milh ão de quilô metros quadrados , eq uiva lente a 12,26% do território nac ional ("A Notícia", Joinville, 19-4-00). 5
Ao mesmo tempo e m que os índios são transformados em latifundi ári os, vai-se eliminando, através da Reforma Agrári a soc iali sta e confisca tó ri a, o direi to de pro pri edade rum o ao estabe lec imento do mi serabili smo anarco-tribal.
A solução Antes de concluir, devemos de ixar claro que o Prof. Plini o Corrêa de O live ira nada objetava contra a raça indígena enqu anto tal, como contra q ualquer outra raça. Pelo contrári o, reco nhec ia comprazidamente seus valores autênticos. O que desejava, co mo deixou claro em seu livro Tribalismo Indígena, ideal comuna-missionário para o Brasil no século XXI, era que os sil vícolas fosse m evangeli zados e civi lizados de acordo com a doutrin a trad icional da Igrej a, como o fi zeram o Beato Anchi eta, Pe. Manoe l ela Nóbrega e outros verdadeiros ho mens de Deus. Liv ra ndo-os ass im da barbárie pagã, na qual os neocomuno-mi ssio nári os desej am não só mantê- los, mas até transformá- los e m modelos ideais para a sociedade. Sobre isto e as denúncias cio Prof. Plin io a respeito do papel da esquerda católica neste processo, podere mos tratar e m outro a rtigo. Te rminamos estas considerações - que a alguns talvez possam parecer sombrias, mas cuj a procedência e atualidade não poderão negar - pedindo a Nossa Senhora Aparec ida, Rainha e Padroeira do Bras il , que - após as graves to rmentas q ue se abatem sobre os homens em nossos dias e ai nda outras futuras, anunciadas e m Fá tima pela San tíss ima Virgem - tenha mi seri córdia dos silvíco las, hoje manipul ados por revolucionári os ecles iásticos e le igos. E que, enviando mi ssionários autenticamente contra- revo lucionári os, os converta à única Religião verdadeira, tra nsformando-os assim e m no vos di sc ípulos do Beato Anchi eta e e m corajosos defe nsores da fé católi ca, como outrora o fora m, po r exempl o, o índio Felipe Ca marão e os que o segui ra m. • E-ma il do autor: gonzalolarrain @cato li c ismo.co m.br
Notas: * Os grifos nos textos tra nsc ritos sã o nos sos. 1. " Leg ionári o" nº 603 , 27-2- 1944, "7 dias em re vista" . 2. Co m efeito, 20 a nos depois ua publicação da terceira pa rte de Revolução e Cont ra -Revolução, e m mui tos países está em c urso um processo avançado de des montagem do Estado, pe lo qua l este se mostra incapaz de exercer com e fi các ia suas funções essenc iais co mo, por exe mp lo, manter a ordem pública, ad mini strar a j usti ça, ev ita r ou casti ga r a de linq üê nc ia, co ntrolar os cá rceres, re frear a corru pção, defe nder a sobera ni a co ntra mov imentos subversivos ou regiona li stas, etc. São exemplos destes movime ntos certas ONGs, as g uerrilhas que pul ulam em tan tos países da América Latina e ela Á fri ca, etc. Na Améri ca do S ul , a Co lômbia é o país no qual, até há pouco, por me io espec ialme nte elas FARC, o desma nte lame nto do Estado fo i ope rado co m ma is e fi các ia e rap idez (cfr.
Colombia: Nunca mós baia el imperio dei caos! Un análisis de 20 anos de guerra subversiva y de capitulaciones inaceptables, edi tado pe la Sociedad Colombiana Tradición y Acción). 3. Catolicismo, nº 3 13, j ane iro ele 1977, Revolução e Contra-Revolução 20 anos depois, parte III , Capítul o Ili. 4. lde n, ibidem. 5. Dom ini que Pierre Faga, Índios: a.1· invasões perante o direito brasileiro e a questão indigenisla desde os seus primórdios, pp. 16 e 17. Ed ição e im pressão " Diári o das Le is Ltda. " - 5' ed ição ampliada - ma io de 2002 .
N O VEMBRO 2008 -
5 Sa ntos Zaca rias e Isabel, Pais (lo PreCUl'S0I', São .Joi:'io BatisLD + Séc. 1. Sua fé mereceu-lhes, já na velhice, gerar aque le que prepararia os caminhos do Salvador.
1 TODOS OS SJ\NTOS Cel.ebracla já no século V como fes ta el e Todos os Mártires . Mais tarde se deu a esta fes ta um ca ráter mai s universa l, sendo fi xada neste di a. É a comemoração ela Igreja Triun fa nte, fo rm ada por to dos os be maventu rados que já gozam el a glória etern a. Podemos pedirlhes que nos alcancem graças. Primeiro Sábado cio mês.
2 FINADOS Comemoração el a l grej a Padecente, form ada pelas numerosas ai mas que so fre m no Purgató ri o, pe las qu a is se eleve rezar. *
3 São Martinho de Porres, Confessor + Li ma, 1639. Mestiço, clescencl e nte de cru zados pe lo lado paterno, sua mãe era uma escrava liberta. Entrou como "doado" para um dos co nventos domini canos de Lima, onde levo u um a vid a ex trao rdin ári a pela humildade, penitência, caridade e dom de mil ag res.
4 São Carlos Borromcu , Bispo e Confessor + Mil ão, 1584. Ca rdea l aos 2 1 anos, depo is Arcebi spo de Mi lão, seu idea l de epi scopado fo i rea li zado pl enamente em sua arquidi ocese mediante as reformas do Concílio de Trento. Faleceu aos 46 anos, sendo considerado uma das fi guras ex ponenciais da Contra- Reforma.
(j Bento Nuno Alvares Pereira , Conrcssor + Lisboa, 143 1. Armado cavaleiro aos 13 anos, Condest,1vel de Portu ga l aos 25, a e le D. João I deveu seu tro no, e Portu ga l sua independência, pela retumbante vitóri a em Aljubarrota.
7 São Vilib1·m·clo, Bispo e Conl'eSSOI' + Alemanh a, 739. Nascido na Irl anda, fo i sagrado Bispo de Echternac h, de onde seus mi ssionários parti am para evange1izar a Renâni a. Seu zelo chegou até a Dinamarca. Primeira Sexta-feira do mês.
8 Sfio Clm·o. Confessor + Tours, 386. Pertencente a famíli a de alta nobreza, foi ordenado sacerdote ainda j ovem, deixando tudo para viver junto ao grande Bispo de Tours, São Martinho.
9 Declicaçflo fia Basílica ele São ,Joi:'io de l ,aL1·5o. l~orna Catedra l dos Bispos de Roma, foi das primeiras basíli cas dedi cadas por Constantino ao cul to cri stão, consagrada por São Silvestre em 324.
10 Sfio Lci:'io I Magno , Papa e Confessor (Vide p. 40)
11 São Bartolomeu J\baclc. Confessor + Grotaferrata, 1065. Ca labrês, muito jovem entrou para um
mosteiro íta lo-grego, co locando-se sob a direção do fund ador, seu compatri ota São Nil o.
12 São Teodoro Stutlita, Confessor + Constantinopl a, 826. Considerando as ordens monás ti cas como "os nervos da Igrej a", fez do mosteiro bizantino Stu dios, que contou até com mi 1 monges, um centro de santos e sábi os.
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17 Santa Isabel ela ll11ngria, Viúva + Turíngia, 123 1. Filh a do re i da Hungria, casada co m o du que da Turíngia, enviu vo u aos 20 anos com três filh os. Aban donada e perseguida pelos parentes cio mari do após a morte dest , e sem rec ursos, ofereceu seus servi ços a um hospita l de leprosos, fa lecendo na pac iência, pobreza e humilhação aos 24 anos de idade.
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educada entre as virgens - fo i recolhida por São João Damasceno.
22
+ Pari s, 1876. Esta filha espiri tu al de São Vicente de Paulo recebeu de Nossa Senh ora a revelação da Medalha Milagrosa, que tantas graças, conversões e milag res tem obtido em todo o mundo.
Na primeira, no Vati cano, encontra-se o túmul o de São Pedro, o primeiro Papa; a segunda , na Via Ósti a, fo i construída no local do epul ta mento de São Paulo.
14
+ Ri o Grande do Sul , 1628. Mi ssionários jes uítas que eva nge li zaram a região das Missões. Na de Caaró (RS), quando o Pe. Roque terminava a Mi ssa, índi os sublevados pelo pajé (feiti ceiro) partiram-lhe a ca beça com a clava. O mesmo fi zeram co m o Pe. Afo nso Rodríguez. O Pe. Ju an de i Castillo tinha sido martiri zado anteri ormente, na missão de Pirapó.
+ Vi etnã, Séc. XVI. Vi etnami tas "con vertidos pelos 1rtissionários dominicanos que ha viam começado a evangeliza r a região,foram martirizados sob a acusaçüo de estarem introduzindo no país urna religiüo estranha" (do Martirol óg io Romano).
20
Sa 11 ta Catarina ele J\lexa11cll'ia , Virgem e Mártir
+ Roma, 181 l. Nobre espanhol de ori gem itali ana, entro u aos 15 anos para a Companhi a de Jesus. Ordenado sacerdote, dedicou-se ao magistéri o e mini stérios apostóli cos.
15 Santo Allle1'Lo Magno, Bispo e Doutor ela Igreja + Co lôni a (Al emanha), J 280. Pouco dotado para o es tudo, mas grande devoto de Mari a, recebeu d' Ela a ciência, que lhe valeu de seus contemporâneos o títul o de Douto r uni ve rsal. Fo i professor de Sa nto Tomás ele Aquino.
16 Santa Gertrucles. a ''Magna ·· , Virgem + He lfta (Al e manh a), 1303. Tendo entrado para um mosteiro aos cinco anos de idade, é considerada um a das maiores místi cas da ld ade Médi a.
Santo Eclrnunclo, Mártir + ln laterra, 870. Subindo ao trono in glês aos 15 anos, govern ( u co m sa bedori a e pru dência de ancião. Protegeu pobr 'S , órfãos e viú vas, sendo um pai pa ra seus súdi tos. Tendo pa I os dinamarq ueses invadi do o p11fs, decap ita ram-no por e l nt o querer apostatar.
21 /\ l 'lmSli:N'l'/\CÃO DE
N( )SS/\ SENI IOR/\ Esta tn1dic;1o - segundo a qual os p:ii s da Santíss ima Virge m a o~ r · 'l'l'tlln ·10 templo para ser
(Vide p. 26)
+ Roma, Séc. IU. Padroeira da mú sica sac ra . Uma das mais veneradas mártires da Jgrej a primitiva, Cecíli a já tinha fe ito voto de castidade quando o pai a casou com Valeri ano, a quem ela converteu junto co m o cunhado Tibúrcio. Os três so freram o martírio pela fé.
+ Roma, 1567. Pertencente a famíli a das mais nobres da Polôni a, sua vida é pa lmilhada de maravilhas. Receb ido por São Pedro Canísio no noviciado da Companhia de Jesus, na Al emanha, foi enviado a Roma e paternalmente acolhido por São Francisco de B01ja.
São José Pig11atelli , Conressor
DE NOSSA IORA DJ\ MEDALI IA MILAGIWSJ\
Santa Catarina Labouré, Virgem
Dedicação elas basílicas de São Pedt'O e São Paulo
Santos l~oque Conzález e Compan heiros, Mtí rLires
SI◄:NI
Sa nta Cecília, Virgem e Mártir
Santo Estanislau Kostka, Conl'essor
19
27 l◄'l•:STA
23 NOSSO SENI IOR ,JESUS CRISTO, 1m1 DO UNIVJ<:l~SO Festa in stituída em 1925 por Pi o XI, para proc lamar a realeza soc ial de Nosso Senhor Jesus Cri sto.
24 Sa11tos J\ncll'é Dung-Lac e Compa nl1ei ros. M:-í1•tircs
25
+Séc.CV. Uma das santas mai s popul ares dos primeiros séc ulos, aos 17 anos tinh a recebido o dom da sa bedori a, ele tal maneira que era tida como a mais sábi a das jovens do [mpéri o.
26 S5o Peclro de Alexancll'ia, Bispo e Márti1· + 3 11 . "O historiador Eusébio sauda va-o como urn desses pastores divinos, pela vida virtuosa e por sua sagrada eloqüência. Foi uma das últimas vítimas das p e rseg uições ro manas" (d o Martirológio Romano).
28 Santo L~stêvão e Companheiros, Mártires + Constantinopl a, 764. Monge do Mosteiro Studios, foi martiri zado com centenas de outros companheiros por terem defendido o culto às image ns.
29 São Francisco Antonio Fasani, Confessor + Itáli a, J 742. Fra nciscano no convento dos Frades Menores Conventu ais de Lucera, doutorou-se em Teolog ia, tornandose exími o pregador, diretor de a lm as , conse lh eiro, de fen so r dos pobres e humildes.
Intenções para a Santa Missa em novembro Se rá ce le brad a pe lo Revm o. Pa dre David Fron cisquini, na s seguintes intenções : • Mi ssa de Finados , pelas almas dos famili ares dos leito res de Catolicismo e por todas as sa ntas almas do Purgató ri o . • Roga nd o a N ossa Se nho ra das Groças, cuja festivid ade a Sa nta Igreja comemo ra no dia 27 de no vembro, que co nce da sup e rabun dantes graças para todos os nossos leitores e simpatiza ntes e uma especia l proteção àqueles que portam sua M edalha Milagrosa.
30 Santo André Apóstolo, Mártir + Séc. I. Irmão de São Pedro, foi dos primeiros di sc ípulos de Jesus. Pregou o Evangelho na Ásia Menor e nos Bálcãs, onde foi crucificado. É patrono das vocações.
* Nota: "Aos que visilarern o cemitério e rezarem, ainda que só mentalmente, pelos de.fimtos, concedese uma Indulgência Plenária, só aplicável aos de.fim/os; diariam.ente, do dia I O ao dia 8 de novernbro, nas condições costurneiras, isto é: co11fisscio sacrarnenta/, comunhüo eucarí.s-tica e oração nas intenções do Sumo Pont(fice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchir. lndulgentiarum, nº 13)" - Igreja no Bras il , Diretório Litúrgico 2005 , CNBB.
Intenções para a Santa Missa em dezembro • Missa de Natal , rogando ao Divino M eni no Jesus, po r mediação de sua Santíssima M ãe, que co nceda muita s e especiais gra ças às fa mílias de todos aqueles que nos apo iara m ao lo ngo deste ano .
NOVE
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Caravana da 'I,FP americana: aplausos e insultos
Um ativista homossexual atirou um copo de café quente no rosto de um cooperador
Em campanha empreendida em diversos campus universitários dos Estados Unidos, cooperadores da TFP defendem a instituição da família e combatem a legalização do "casamento" homossexual 11 FRANCISCO J OSÉ SAIDL
o dia das eleições presidenciais, 4 de novembro, o estado da Califórnia, um dos maiores dos EUA, vai definir em plebiscito uma proposta de e me nda constitucional estadual que defi ne o casamento como a união entre homem e mulher. A TFP americana empreendeu uma campanha para esclarecer o público, mostrando as razões fundadas na moral católica pelas qua is se deve defender essa posição, votando "sim". Diante de uma imagem de São José, padroeiro das famílias, dez cooperadores da TFP americana invocaram sua proteção e partiram, no dia 26 de agosto, de Spring Grove (Pensilvânia) rumo à Califórnia. Depoi s ele cruzar o país de leste a oeste, iniciaram no Golden State uma campanha em defesa ele valores morai s, especialme nte da fa míli a bem constituída. Foi distribuído um folheto intitul ado: DEZ RAZÕES PELAS QUAIS O "CASA MEN-
TO" HOMOSSEXUAL É NOCIVO E TEM QUE SER COMBATIDO. E is as razões: l. Não é um casamento 2. É uma violação da Lei Natural 3. Sempre priva as crianças de terem um pai e uma mãe 4. Dá validade e promove o estilo de vicia homossexual 5. Converte uma ação má em direito c ivi l 6. Não cria uma família, mas uma uni ão naturalmente estéril 7. Anula o propósito do Estado de benefic iar o matrimônio 8. Impõe sua aceitação a toda a soc iedade 9. É vanguarda da revolução sexual 10. Ofende a Deus A campanha contou com exce lente aco lhida entre muitos estudantes. No entanto, como a proposta de emenda constitucion al tem sérias chances de ser aprovada, a into lerância homossexual tem perdido as estribe iras, e os jovens da Sociedade Americana de Defesa da Tradição, Família e Propriedade vêm sofrendo ag ressões. A argume ntação lóg ica e serena da TFP não recebe nenhuma rép lica válida. À gui sa de "argumento", um ativ ista homossex ua l atirou um copo de café quente no rosto de um cooperador; o utro asperg iu um spray ele in seti c ida. Não fa ltaram também ameaças de agressões mais graves, e mesmo de morte. Isso, entretanto, fez aumentar a coragem dos jovens cooperadores para prosseguir. No início de outubro, os carava ni stas partiram para outra reg ião do país, com o mesmo objetivo. Estão eles faze ndo campanha na Flórida, no extremo sul , pois análoga proposta de emenda constitucional também será votada nesse estado americano . •
Entrevista com o Sr. John Ritchie, dire tor da campanha, na cidade de Fresno
E-111ail do autor: catolicis111o @catolicis1110.co111 .br
CATOLICISMO
NOVEMBRO 2008 -
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400 páginas - Formato 12 x 16,5 cm. Acabamento capa dura.
Contra a despenalização do aborto de anencéfalos
Agenda ilustrada
o
Ü s nascituros anencéfaios devem ser mortos? Este foi o tema no lançamento da Campanha Brasil Pela Vida na cidade de Itu (SP), no dia 'J 7 de outubro.
Você pode escolher entre as cores verde, bordô ou preta
Kit om a presença de 170 pessoas, o evento contrário à despena lização do aborto teve luga r no Espaço Fábrica São Luiz, no centro ela cidade de ltu, patrocinado por uma coa li zão de associações anti aborti stas. O convite foi reprodu zido pela TVConvenção e publi cado no "Jorn al Periscópio" e na "Fo lha da C idade", órgãos de imprensa loca is, se ndo também enviado a autoridades reli g iosas, mi l itares e civ is. O Dr. Rodri go R. Ped roso, da OAB/ SP, abord o u os as pec to s jurídi cos da ADPF 54 (A rgüi ção do Descumprimento ele Preceito Fundamental), que visa despenalizar o aborto ele fe tos anencéfa los. E la está para ser julgada no Supremo T ribun al Federal (STF) e há sério ri sco ele ser aprovada. O Dr. José Haddacl Jr. , presi lente ela coali zação Brasil Pela Vida , focalizou o tema so b o prisma médi co, demonstrando o absurdo cio aborto de anencéfalos. Co mpareceram ao ato vários médicos, sendo um deles vereador reeleito, advogados, universitários da área médi ca e jurídica, sec retá ri os da prefe itu ra, militares, etc. Também esteve presente a menina L etícia K ok um ai Pereira, ele quatro anos, portad ora de hidrocefa lia , levada ao evento por sua avó, Da. Gina K okumai,
CATOLICISMO
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Agenda 2009 Ícone de São Pedro e São Paulo
' MÁRCIO COUTINHO
*Frete R$6,00
Nélo puco o polestro sobrf. r.st importontf. temo, que. está s~n
discutido no STF. e.m Bros,11 t)io 17 de. Outubro às t9 •30h .
e que no final cio evento " roubou a cena". Todos qu eri am vê - l a, fa l ar co m ela, fotografá-la. M al sabia a menin a Letícia que, se for aprovada a despenalização cio aborto para anencéfalos, quase certamente nasc ituros que forem portadores ele hidrocefa li a serão as próximas vítimas condenadas à morte pela sa nha ela ca mpanha aborti sta. Participou cio ato Da. Luciana Franco Costa ela Silva, mãe de M ariana Franco, nascida com anencefalia, e que faleceu com dois anos e quatro meses. Disse ela que, apesar ela pressão que recebeu para que abo,tasse sua filha, não cedeu, conviveu com ela durante sua cu,ta ex istência e sente hoje muitas saudades ela menina. No fin al, os presentes foram convidados a assinar o Mani/eslo de /tu , dirigido aos participantes ela Frenle Parlamentar
/
pela Vida, para que advirtam os membros cio Congre. so Nacional a respeito ela ameaça ele aprovação cio aborto ele anencéfalos pelo STF. Se a Suprema corte de Justiça vier a eles penalizar o aborto ele anencéfalos, estar-se-á abrindo mais uma porta para a l ega l i zação do aborto no Brasil, indev idamente por vias judiciais, o que constitui uma anomali a juríd ica. Peçamos à Rainha e Padroeira cio Brasil, Nossa Senhora Aparecida, que impeça esses graves males para nossa Pátria; e que ilumine aqueles que defendem o direito à vicia, mesmo daquelas crianças que possam vir a morrer em tenra idade, mas que têm o direito ele na cer e ser batizadas; poi s somente Deus, que as criou, pode tirar-lhes a ex istência. • E-mail do autor: catoli cismo @catol icismo.com.br
Icone dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo Neste ícone, São Pedro e São Paulo são representados como as colunas que sustentam a Santa Igreja de Cristo. Madeira, com dourado e verniz e revestimento em resina. Tamanho 15x20 cm.
Petrus Editora Ltda. Rua Javaés, 707 - Bairro Bom Retiro - São Paulo-S P - CEPO 11 30-01 O Fone (11 ) 3331-4522 - Fax ( l l) 333 1-563 1 E-mail : petrus@ li vrari apetru s.com.br Vi site nosso site na internet: www.li vrari apetrus.com.br
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San Gimignano ■ PUNIO C ORRÊA DE OLIVEIRA
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Cidade italiana medieval: Ufania em relação a um passado de glória
San
Gimignano! É a fa mosa c idade, s ituada na Toscana, cercada por muralhas. Todas suas construções são medie va is. E la exprime exatame nte a idé ia do que seri a uma c idade de me no r porte daque la é poca, com construções be m simples. M as també m com casas mais confortáve is, que le mbram um tanto o gótico ve neziano (foto 1). O aspecto das edificações, o traçado das ruas é muito caracte rístico das a ntigas c idades ita lia nas (foto 4). San Gimignano era uma urbe g uerre ira, que visava ser a sentine la daquela região da Toscana. Subindo-s ' e m suas torres, podi a-se vislumbrar de lo nge o inimi 'º se aprox imar (foto 2). As torres estão num loca l levado e, apesar de o terreno ser e m declive, são conslru çõ ' S fortes e a ltas. A igreja, com uma fac hada compl Iam ·nt ' sem o rname ntos, causa uma impressão de so lidc:r., d ' ·stabilidade, de fo rça. Passaram-se sécul os, e la conserva sua solidez (foto 3). É muito bonito o conjunt o dessa visão constituída de moradi as e torres. Na foto princ ipa l, ac ima, as ri I to rr s - para um o lho ma l habituado, deformado p lo espírito co ntemporâneo - à prime ira vista poderiam par cer arra nh a-céus. Dir-se-ia que a c id ade d sca nsa a me na me nte da é poca dura e bé lica de o utrora. Mas a inda co nserva com sati fação , com ufa ni a, a le mbra nça de um passado de gló ri a. • Excertos da conferência proferida pelo l"rof. Plínio Corrêa de Oliveira em 14 de março de 1993. Sem revi são do autor.
Dezembro de 2008
2
Excmnos
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CAlrl'i\ no DnmTOR
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Nº 696
''Arte contemporânea" em crise terminal
R1~1\1 ,m'\1>1<: C0Nc1 s •\ M 1w n :
Popularidade baseada apenas em pesquisas
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CAPA
"Obamania", sugestionada pela mída
Centenário nawlicio de Plinio Corrêa de Oliveira
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SANTOS
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São Pedro Fourier
Convertido condena o diálogo com o fslã
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Natal -A adoração ao Menino-Deus e seu amor à criatura
DEZEMBRO 2008 -
A Bienal do vazio, ou o vazio da Bienal
Caro leitor,
Diretor: Paulo Corrêa de Brito Filho
Jornalista Responsável: Nelson Ramos Barretto Registrado na DRT/DF sob o nº 3116
Administração: Rua Javaés, 707 Bom Retiro CEP 01130-01 O São Paulo • SP
Serviço de Atendimento ao Assinante: Tel (Oxx11) 3333-6716 Fax (Oxx11) 3331 -6851
Correspondência: Caixa Postal 1422 CEP 01064-970 São Paulo · SP
Impressão: Prol Editora Gráfica Lida.
E-mail: catolicismo@terra.com.br Home Page: www.catolicismo.com.br ISSN 0102-8502
Para comemorar, o quanto possível condi nam ·nl ', o · nl ·nário natalício de Plinio Corrêa de Oliveira, inspirador e alma d atolici.wm,, a ·omissão de redação da revista escolheu como tema da matéria de capa d sta edição tratar de suas três devoções fundamentais: ao Santíssimo Sacramento, a Nossa Senhora e ao Papado. Elas sintetizam bem sua intensa vida espiritual e, por certo, seria do agrado desse insigne líder católico que se divulgassem, caso ele estivesse entre nós. Tais devoções, o conhecido apologista francês do século XIX, Mons. de Ségur, as qualificou acertadamente como as "três rosas dos bem-aventurados"_ Poder-se-ia acrescentar, parafraseando esse escritor, que elas são três florões dos católicos contra-revolucionários_ Portanto, qualificação muito apropriada para nosso homenageado, considerando ter sido ele mestre ímpar da Contra-Revolução_ Analisando a História da Igreja, verifica-se a aversão que as heresias votam a tais devoções_ Basta lembrar o violento ataqu movido pelo protestantismo, no século XVI, contra a Sagrada ucaristia, Nossa Senhora e o Papado. E a vigorosa defesa desses três florões dos ·atóli ·os contra-revolucionários oferecida pelos grandes santos da on lra- R forma, como Santo Inácio de Loyola, São Pedro anfsio o ard ·ai S, o Roberto Belarmino. Postcrionncnt , a h ·r ·sia jans •ni sta n1prccndcu pertinaz investida contra as "três ro.w .,· dos IJ,,m-nvl'ntumrlos ", sendo finalmente dominada, mediante várias ·ond ·naçõ •s ponti r ·ias · Ili ·d idas tomadas por Papas, especialmente Urbano VIII , 13 •111-t1v ·n111rudo Pio IX e São Pio X. Admiráv •is ·si •ios da lgr :ja foram, cm suas épocas, os contra-revolucionários qu • d •l' ·nd ·ra111 a Esposa de risto contra a sanha da Revolução em sua primeira fas •, o prol ·stantismo; e também em sua forma mitigada, o janscnismo, qu pod s r ·onsiderado um semi-protestantismo. No s cu lo XX, Plínio orrea de Oliveira denunciou o secular processo revolucionário o combat ·u eficazmente_ Apontou suas mais recentes manifestações e pugnou ·ontra las: no plano espiritual, o progressismo, dito católico; no plano t mporal, a revolução comunista, cuja etapa final é a anarquia completa. Fazemos votos de que o conhecimento de mais esta faceta de nosso inspirador seja de grande proveito para os prezados leitores, com vistas a seu progresso espiritual e intelectual. Rogamos a Nossa Senhora, Medianeira das graças divinas, que obtenha de seu Divino Filho as mais escolhidas graças natalinas para todos os leitores de Catolicismo . Um Santo e Feliz Natal!
Preços da assinatura anual para o mês de Dezembro de 2008: Comum: Cooperador: Benfeitor: Grande Benfeitor: Exemplar avulso:
R$ R$ R$ R$ R$
106,00 150,00 280,00 460,00 10,00
CATOLICISMO Publicação mensal da Editora PADRE BELCHIOR DE PONTES LTOA.
Em Jesus e Maria,
~~7 ÜIRETOR
paulobrito@catolicismo.com.br
A "arte contemporânea" em crise terminal: não atrai, nem desperta paixões ■
R_ MANSUR
GuÉR10s
V
sitar a Bienal de São Paulo, em sua 28ª edição, não é distensivo. A "arte contemporânea", vanguardeira do mundo das artes, está em crise. Constatação que, aliás, se pode fazer para a maioria das manifestações culturais. Feita para ser "vanguarda", abrigo de novas tendências, exemplo de ruptura com o passado, a obra que nela provocou mais manifestações, críticas e protestos foi um andar vazio, por carente de algo expressivo para ocupar tal espaço. Suscitou comentários virulentos na imprensa diária: "Se a intenção da curadoria da 28ª Bienal de São Paulo era dar visibilidade à crise do modelo das bienais, o resultado foi plenamente alcançado. O vazio do segundo andar, que representaria a tal crise, recebeu muito mais elogios de artistas e curadores do que a mostra de arte apresentada no terceiro andar, marcada pelo tom conceituai" ("Folha de S. Paulo", 28- 10-08).
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Há muitos descontentes com os rumos dessas manifestações artísticas. Não há infelizmente indignação, salvo honrosas exceções. Em suma, a 28ª edição da Bienal corresponde bem ao sinistro e derradeiro degrau a que chegou a pseudo-arte, dita "contemporânea", reflexo do vazio de alma de homens que rejeitaram o verdadeiro Deus e se chafurdaram no neopaganismo de nossos dias. • E- mail para o autor: guerios@cato licismo.com.br
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Indignados com tal desperdício de espaço, pichadores invadiram e executaram suas "artes" no monótono e vulgar espaço vazio do pavilhão de exposições_ Compreensível, pois quase não há um metro quadrado na megalópolis paulistana sem suas marcas - as "griffes" das "tribos" de "artistas pichadores". "Fossem outros os tempos, [o andar vazio] teria suscitado acusações para todo lado, brigas de foice e a leitura de manifesto em praça pública. A arte contemporânea já não produz mais paixões descabeladas " (Barbara Gancia, "Folha de S. Paulo", 3 I- I0-08)_ Monitores, telas, telinhas e telões em profusão, com projeções sobre seus autores, tudo foi feito para atrair admiradores. Mas filas e afluxo de interessados, só havia no "tobogã" deslizante do 3° andar até o térreo (foto ao lado). A incapacidade de atrair, de arrastar, visando indicar rumos para o mundo, ainda que desvairados, nos parece o ponto central: como "desconstruir" um mundo que já se apresenta "desconstruído", que aceita e admira, por exemplo, corpos tatuados, crivados de metais, como os de selvagens de tribos primitivas? DEZEMBRO 2008 -
mo da Nação, não poderiam ser resolvidos? (L.0.-PA)
Graça de conversão 121 Meu nome é Raquel, eu li a matéria sobre a verdadeira história de Nossa Senhora das Graças, e confesso ... ocorrem milagres até hoje ... pois, só de ler essa matéria, eu me converti. (R.D. -
RJ)
Graças de Nossa Senhora
Proteção milagrosa 121 Levo sempre numa correntinha a minha Medalha Milagrosa de Nossa Senhora. Acho que muitas coisas ruins que quase aconteceram comigo não se realizaram por causa da proteção d'Ela. Já ouvi falar de muitos casos de pessoas que foram protegidas pela Medalha Milagrosa, até mesmo cura de câncer. Já ouvi falar da tentativa de um seqüestro, que não ocorreu porque a vítima tinha na sua bolsa uma Medalha. Também um caso de roubo que não se realizou, casos de curas, de desastre de automóvel em que o carro ficou todo arrebentado e nada aconteceu com as três pessoas que estavam dentro, nenhum arranhão elas tiverem. As pessoas precisariam saber mais dessas coisas. (A.M.M. -
RN)
A solução por excelência 121 Essa Medalha deveria ser muuuiiito mais distribuída no Brasil. As autoridades só ficam prometendo soluções, mas apenas criam mais problemas. Elas poderiam, ao menos, dar os meios pecuniários para que as associações religiosas e as famílias pudessem entregar uma Medalha Milagrosa para cada brasileiro. Quantos problemas pessoais, familiares, e mes-
-CATOLICISMO
121 Nasci no dia 17 de novembro, mesma data em que nasceu a rainha Santa Izabel. Como minha mãe chamava-se Izabel, ela verificou uma outra data mais próxima, que foi 27 de novembro, dia de Nossa Senhora das Graças. Por isso meu nome é Maria das Graças em homenagem a Ela. Tenho devoção a Santa Izabel e a Nossa Senhora das Graças, e reconheço que sou muito abençoada! (M.G.R.O. -
SP)
A Medalha nos EVA t8] Sou brasileira, atualmente residindo nos Estados Unidos. Achei o site da revista Catolicismo através de uma pesquisa no Google sobre a Medalha Milagrosa. Gostei muito dos artigos oferecidos. Parabéns pelo trabalho!
(C.S.-EUA)
Que graças pedir? 121 Gostei muito da história de Nossa Senhora das Graças e de Santa Catarina Labouré, como contam na revista de novembro. Gostaria de saber o que é preciso fazer para receber as graças da Medalha Milagrosa e que tipo de graça devemos pedir. (V.F.A. -
AM)
Resposta da redação: É recomendável portar com devoção e sempre a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças. Pode-
se levá-la no pescoço, no bolso, na c,uteira ou no chaveiro. Convém têla cm casa, no trabalho ou no automóvel. Sempre que for colocá-la ou tirá-la, recomenda-se osculá-la e rezar a jaculatória inscrita na própria Medalha ("Ó Maria oncebida Sem Pecado, Rogai Por Nós Que Recorremos A Vós! "). Convém pedir as graças que mais se necessite, por exemplo, a conversão de alguém ou a graça de santificação própria, bem como a de abandonar os vícios, evitar as situações pecaminosas. Podemos pedir benefícios não apenas de ordem espiritual, mas também de ordem material, como bom emprego, auxílio nas dificuldades financeiras, saúde, proteção para os filhos, parentes, etc. Resignadamente subordinando-se à vontade de Deus, podemos pedir tudo - tanto para nós como para nossos conhecidos; tanto para o País como para o mundo e a Igreja. Pedir com toda confiança, por mais difícil que pareça, deixando nas mãos puríssimas de Maria o que Ela julgar mais conveniente. Ela é nossa Mãe, e melhor do que ninguém conhece nossas necessidades. Entretanto, E la deseja que lhe dirijamos nossas súpli cas com humildade, mas também insistentemente.
sidente se curvando às exigências. Vejo um Corrêa repetindo as sem-vergonhices do Momles, pois, como o Brasil cedeu, o presidente equatoriano também quer tirar um naco de nosso País. Agora aparece outro presidente, o do Paraguai , seguindo os passos de Morales na questão de ltaipu. Aliás, um presidente que é bispo?! Não estou mesmo tendo pesadelos?! A solução tem sido fechar o jornal e abrir a revista Catolicismo. Muitas vezes fecho o jornal, falando sozinha: esses países estão sem governo? Quando abro o Catolicismo, vejo que, mesmo quanto às notícias "pesadeliformes", as análises são inteligentes e lógicas, o que coloca mi nha cabeça em ordem. Em questões alarmantes que a revista publica, sempre aponta para um rumo acertado. O Catolicismo tem sido meu manual de sobrevivência nesta casa enorme fei ta de ponta-cabeça, que é o mundo de hoje. {I.L.V. -
MG)
Aparições de Nossa Senhora 121 Gostei muito do artigo sobre as aparições de Nossa Senhora, pois, além de relatar a importância das aparições, são sempre em defesa da vida e da fé no seu Filho Jesus Cristo. (A.N.S. -
BA)
Mundo de po11ta-cabcça 121 Meu Deus! Abro quase todas as manhãs o jornal, e não consigo acreditar no que estou lendo e vendo. Fico com a impressão de que ainda não estou acordada, que estou tendo pesadelos. Mais ou menos como alguém que vivesse naquelas casas construídas de ponta abcça. Dentro desse mundo de ponta-cabeça, vejo fantasmas girando, zumbindo e fazendo caretas em torno de minha cabeça. Vejo o venezuelano Hugo Chávez, um presidente fazendo palhaçadas, envergonhando o povo da Venezuela. Vejo um Evo Morales envergonhando os bolivianos, humilhando o Brasil com os seus desaforos e fazendo exigências absurdas, e nosso pre-
Reagindo aos absurdos 121 Não gosto dos sem-terra e de todos os outros "sem". Dizem que isto é ser reacionário. Contudo não gosto de vê-los invadindo fazendas, indústrias, supermercados, Congresso Nac ional, Assembléias Legislativas, Câmaras de Vereadores, Palácios do Executivo, parando o trânsito de ruas e estradas, ocupando linhas de trens, quebrando repartições públicas, tentando impedir o lento progresso do Brasil. Sou reacionário? Não gosto dos congressistas que aprovam a demarcação de áreas indígenas nas fronteiras de nosso País, maiores do que muitos países euro-
peus, para meia dúzia de índios , aculturados e (muito bem) preparados no exterior para formar uma nação ou várias, desmembradas do Brasil. Sou reacionário? Não gosto de índios insuflados por interesses obscuros, parando o lento andar do progresso na construção de usinas hidrelétricas para geração de energia que tanto necessitamos (já tivemos apagões e teremos outros, se não agilizarmos as novas construções). Sou reacionário? Não gosto de bufões que gritam contra governos estrangeiros e vendem petróleo a eles. Não gosto de cocaleiros que estatizam empresas brasi !eiras sem o devido ressarcimento dos investimentos feitos em seus países. Não gosto de esquerdistas eleitos em seus países, que querem discutir contratos firmados há mais de 30 anos, em hidrelétricas construídas com dinheiro tomado emprestado pelo Brasil, e que estamos pagando com juros altíssimos. Sou reacionário? Não gosto de governantes frouxos que não tomam atitudes enérgicas para impedir a espoliação de nossos investimentos externos, que compram aviões de empresas estrangeiras em detrimento das nacionais. Não gosto de governantes semi-analfabetos que acham que instrução e educação não são importantes para o povo. Não acredito em cotas para negros e índios. Dizem que sou racista. Mas para mim, racista é quem julga negros e índios incapazes de competir com os brancos em pé de igualdade. Eu acho que a cor da pele não pode servir de pretexto para discriminar, mas também não devia ser fonte para privilégios imerecidos, provocando cenas ridículas de brancos querendo passar por negros. Sou reacionário? Não gosto da farta distribuição de bolsas tipo família, vale gás, vale isso, vale aquilo, que na realidade são moedas de troca nas eleições, para que certos partidos políticos, com seus filiados corruptos, possam se perpetuar no poder. Sou reacionário?
Não gosto das bases de sustentação de governos eleitos de forma minoritária, com loteamento de cargos públicos e desvios de dinheiro público para partidos e seus filiados, como no caso do mensalão. Sou reacionário? Hoje não se pode mais deixar os filhos trabalharem com idade inferior a 18 anos, mas se pode deixá-los sair para festinhas e " raves", beber e consumir drogas. Eles podem roubar e até mesmo matar sem serem devidamente punidos pelas faltas (somente medidas sócio-educativas) cometidas; com 21 anos, já estão de novo na rua para cometerem novos crimes. Estou velho? Não quero ouvir mais notícias de pessoas morrendo de dengue. Tapo os ouvidos e fecho os olhos, mas continuo a ouvir e ver. Não quero saber de crianças sendo arrastadas em carros por bandidos, crianças adotadas sendo maltratadas pelos pais adotivos, velhos jogados (ou amontoados) em asilos, ou de uma menininha jogada pela janela em plena flor de idade. Meu coração não tem mai s força para sentir emoções a respeito disso. Estou mais velho que o Oscar Niemeyer. Ele ainda acredita em comunismo! Estou cansado de quererem me culpar por não ser pobre, por ter casa, carro e outros bens, todos adquiridos com honestidade e muito trabalho, por ser amado por minha mulher. Nada mais me comove ... Estou bem envelhecido! Bem, sou um brasileiro "reacionário", indignado com a bandidagem existente neste País. (J.A. -
RJ)
Cartas, fax ou e-mails paro os seções Correspondência e/ou . , A Palavra do Sacerdote: · enviar aos endereços que figuram na página 4 desta edição.
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■ Monsenhor JOSÉ LUIZ VIU.AC
Como vejo Plinio Corrêa de Oliveira L eigo dotado de carisma profético para estabelecer os fundamentos de uma sociedade temporal inteiramente católica. Preito de homenagem que, a justo título, presto a esse insigne líder católico em seu centenário nata1ício.
H
á na sociedade humana duas esferas de realidades: a esfera espiritual, habitualmente entendida como aquela em que o homem se relaciona diretamente com o seu destino eterno; e a esfera temporal, que diz respeito aos assuntos desta Terra, na qual compete ao homem viver durante um certo tempo, antes de ser chamado a comparecer diante de Deus para receber o prêmio ou o castigo de suas obras. A esfera espiritual e a esfera temporal correspondem, de algum modo, aos dois elementos de que o homem é composto: alma e corpo, espírito e matéria. E como a alma é unida ao corpo, deve haver uma união e ntre a esfera temporal e a esfera espiritual para não dilacerar o homem, que é um composto único.
Plena autonomia, perl'eita harmonia Tenha-se presente, porém, que a atividade espiritual do homem abrange também aspectos que se situam na esfera temporal: intelectuais, afetivos, culturais, artísticos, científicos etc. De modo que a expressão esfera espiritual, enquanto aplicada exclusivame nte aos aspectos sobrenaturais da vida do homem, é uma si mplificação de linguagem. É uma forma legítima de falar, desde que não se confundam os doi s sentidos da palavra espiritual: a) o caráter meramente natural da alma humana, dotada de intel igência, vontade e sensibilidade; b) sua elevação ao estado sobrenatural pelo dom da fé, recebida pelo sacramento do Batismo. Assim, enquanto reunidos para alcançar sua finalidade sobrenatural, os homens constituem a sociedade espiritual, isto é, a Igreja, governada por um poder eclesiástico (Igreja vem do latim Ecclesia); e, enquanto reunidos para tratar dos fins terrenos, os homens constituem a sociedade temporal, ou sociedade civil, governada por um poder civil, que hoje costuma se chamar Estado. Ora, é evidente que os fins terrenos do homem, que são transitórios, não devem opor-se à sua finalidade sobrenatural, que é eterna. Pois isso significaria que a sociedade civil dirige o homem a um fim contrário ao que Deus o destina. E posto que o destino sobrenatural do ser humano é o que mais imporCATOLICISMO
ta, as atividades terrenas devem ser conduzidas de forma tal que ajudem o homem a alcançá-lo. De onde se segue que o poder civil, ou Estado - em vez de empreender um rumo paralelo e independente da Igreja, e muito menos discrepante - deve pôr-se a serviço desta, no que concerne a ajudar o homem a alcançar o seu fim sobrenatural. Assim procedendo, a sociedade temporal se reveste de um caráter sacral, porque se associa ao que o homem tem de mais elevado, que é a busca da união com Deus nesta Terra, para unir-se a Ele por toda a eternidade no Céu. Fica claro, portanto, que o Estado deve ter um caráter mini sterial em re lação à Igreja. E isto, longe de o diminuir, sacraliza-o e e leva-o. Este caráter ministerial do Estado, cm ordem à salvação eterna das almas, em nada lhe retira a pi na autonomia no plano estritamente temporal, no qual não ah à Igreja interferir, a não ser em matéria de pecado (mtion e peccati), quer dizer, quando alguma determinação do Estado col ide com a Lei natural , consubstanciada nos D z Mandamentos da Lei de Deus, ou com a Lei eterna ou divina, qu ' r' •e toda a natureza criada. De tais princípios, genuinamont' ·atólicos, estavam imbuídos os homens nos felizes t mpos m qu \ como dizia Leão XIII, "a filosofia do Evang •lh o governava os Estados " (encíclica lmmortale Dei). "Nessa época - continua o Pontífice - a influência <la sabedoria ·ri.1·u7 e a sua virtude divina penetravam as Leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorios , todas as relações da sociedade civil. Então a Religir1o instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que Lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção leg{tima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam Ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer".
Porém, tendo estas noções se esmaecido e, por fim, quase desaparecido da mente dos homens, a Providência, sempre benigna, nos enviou um homem como Plinio Corrêa de Oliveira para no- las recordar. Máxime nestes tempos de um secularismo agressivo e determinado a eliminar até os últimos vestígios de Civilização Cristã.
"O conhecimento profético não se extinguirá na Igreja. - A Igreja[ ... ] é também esclarecida sobre o estado do mundo e o movimento dos espíritos. Os mais lúcidos de seus filhos participarão desta sua miraculosa penetração. Eles saberão discernir, à luz divina, os sentimentos profundos de sua época, saberão diagnosticar os verdadeiros males e prescrever os verdadeiros remédios. [ ... ]Com um instinto sobrenatural e Centenário: homenagem necessária infalível, irão direto ao alvo. O recuo dos séculos manifestaPareceu-me, pois, que neste mês de dezembro de 2008, em rá a justeza de sua visão. Santo Atanásio ou São Cirilo, Sanque ocorre o centenário do nascimento desse grande leigo católito Agostinho ou São Bento, Gregório VII, Francisco de Assis, co, tem todo o propósito deixar de lado a matéria habitual desta Domingos, viam numa espécie de clarão profético a marcha seção para homenageá-lo, redos tempos e a orientação que cordando o que, a meu ver, sua era preciso dar às almas. O pregação teve de mais caracteautor da Cidade de Deus, o rístico e, em certo sentido, mais contemplativo que fundou, há original. 800 anos, a regra sempre viva Com efeito, sua atuação redos cartuxos, Santo Tomás, vela, segundo me parece, a misque elucidou, três séculos ansão profética de estabelecer os tes da Reforma, as verdades fundamentos de uma civilização que iam ser mais contestadas inteiramente católica que, de no limiar dos tempos novos, acordo com as profecias de FáJoana d' Are, Teresa de Ávila, tima, erguer-se-á sobre os eseis os verdadeiros profetas da combros da civilização laica, Igreja. Eram ao mesmo temneopagã e atéia de nossos dias. po santos, e é verdade que a Isto é, uma "civilização cristã, profecia é distinta e mesmo seaustera e hierárquica, fundaparável da santidade. Mas, mentalmente sacra[, antiigualiquando autêntica, se encaixa tária e antiliberal", como ele sempre no sulco da revelação escreveu em sua obra-prima Reapostólica [ ... ]. 'Em nenhuma volução e Contra-Revolução época - diz Santo Tomás (Parte II, cap. II, 1). faltaram homens dotados do Ele retraçou os lineamentos espírito de profecia, não certadessa civilização em outra obra, mente para trazer qualquer inacabada, à qual deu o título nova doutrina da Fé, ad novam provisório de Notas sobre a doctrinam fidei depromendam, conceituação de Cristandade mas para dirigir os atos humaCaráter espiritual e sacra[ da nos, ad humanorum actuum sociedade temporal e sua directionem' (H-Ilae, q. 174, a. ministerialidade, divul gada 6 ad 3)" (L'Église du Verbe postumamente por Catolicismo lncarné, Desclée de Brouwer, em outubro de 1998, e que, seParis, 1962, 3º ed., vol. I, pp. gundo estou informado, consta173 -1 75 - destaques em rá de uma publicação que neste negrito nossos). Mons. José Luiz Villac e Plínio Corrêa de Oliveira mesmo mês de dezembro será Não tenho receio de afirlançada em sua homenagem. mar que "o recuo dos séculos" Esse caráter profético que atribuo à s ua atuação reconhecerá - e tal reconhecimento já vai se difundindo corresponde a um conceito hoje corrente nos ambientes teolóque Plinio Corrêa de Oliveira foi , ao lado de São Luís Maria gicos, e mesmo leigos, embora nem sempre aplicado de forma Grignion de Montfort, um profeta do Reino de Maria, traçanjusta (basta pensar no seu uso para des ignar os profetas da do os lineamentos de uma sociedade temporal plenamente Revolução!). conforme aos princípios da Santa Igreja, segundo Nossa SePorém, autores categorizados mo stra m a perfeita nhora anunciou em Fátima, 91 anos atrás. • congruência desse conceito com o ensino tradicional da Igreja, como expõe com muita clareza o Cardeal Charles Journet: E-mai l do autor: rnonsenhorjoseluiz@catolicismo.com.br DEZEMBRO 2008 -
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A REALIDADE CONCISAMENTE
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: Cruéis perseguições aos católicos da lndia
Pinheiro natalino empolga os alemães o Natal, 88% dos alemães enfeitam suas casas com um pinheirinho. Eles gastam mais de 1,5 bilhão de reais em mais de 28 milhões de árvores tiradas de 38 mil hectares plantados para este fim - informou a Deutsche Welle. Muitas famílias derrubam a própria árvore. A variedade preferida é abeto do Cáucaso. A tradição de enfeitar árvores no Natal provém da [dade Média. A cidadezinha alsaciana de Sélestat é urna das que reivindicam a paternidade da tradição, segundo a qual, numa noite de Natal, o imperador Carlos Magno pernoitou na localidade e mandou ornar urna árvore para comemorar o nascimento do M enino-Deus. A partir de então, Sélestat instala solenemente urna árvore natalina na sua igreja principal. •
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eis bispos de Orissa (Índia) assinaram urna carta pastoral denunciando os morticínios de católicos que vêm ocorrendo na região há vários meses (ver nossa edição de novembro). Eles comparam os ataques sistemáticos dos pagãos indianos com as perseguições sofridas pelos primeiros cristãos no Império Romano, pela sua fidelidade à Igreja Católica e a Nosso Senhor Jesus Cristo. A "história mostrou que aquela perse-
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Jovens impediram profana~ão da Sé de Neuquén (Argentina)
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rn 17 de agosto último, urna centena de jovens católicos argentinos evitou que a catedral de Neuquén (capital da província onde fica Bariloche) fosse profanada por urna passeata de abortistas, lésbicas e feministas. Pablo, que foi um desses jovens, declarou: "Tudo durou uma hora e quarenta
minutos. Foi terrível. Berravam, cuspiam, jogavam latas, aerossóis e pedras, rasgaram a bandeira argentina e atearam fogo nela. Nós só rezávamos a Ave-Maria sem parar. Pedindo por cada criança abortada, pela Igreja e em reparação pelas blasfêmias". Milhares de pessoas viram o filme na Internet, e muitos concluíram que a agressão abortistaferninista mostra a influência de Satanás na vida hodierna. •
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Ônibus de luxo para cães e gatos
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rnagine que urna empresa de ônibus urbanos ofereça urna linha de seus veículos com cabine individual , janela exclusiva, carpete, ar condicionado, aquecimento, toilette, som ambiente com música clássica, guloseimas e objetos de entretenimento. Tudo a preço bem salgado. Não faltaria algum demagogo que visse nisso urna desigualdade odienta, criada pela "classe média" rica, "branca", com espírito encharcado de discriminação e preconceito. Entretanto essa linha ex iste! Só que para cães e gatos. É a alemã Pfotchen-Express. Ela leva e traz esses animais para um hotel destinado a bichos perto de Berlim, dando-lhes também alimentação, banho de piscina e acompanhamento numa "escolinha". A notícia só não fala de "psicólogo". Sendo animais, os demagogos não reclamam. Dois pesos e duas medidas ... •
CATOLICISMO
guição, em última análise, reforçou a Igrej a". O caso patenteia mais urna contradição da esquerda católica: proclama-se a favor
No Natal, mais de meio milhão de cartas para São Nicolau a Alemanha, São Nicolau recebe 500 mil cartas enviadas por crianças cheias de esperança. Para atender esse afluxo, os correios alemães montam sete filiai s natalinas. As cartas vão endereçadas a urna pequena cidade da Renânia do Norte-Vestfália, cujo nome signilica [greja do Anjo. Os pedidos afluem do mundo todo, e até em japonês, inglês, ru sso, chinês e português (e do Brasil). Dez donas-de-casa locais são responsáveis pela leitura dessa correspondência. As crianças recebem urna resposta-padrão, na qual o Menino Jesus agradece a iniciativa e envia urna pequena lembrança. Escrevem até aposentados e presidiários, "porque ficam alegres em saber que alguém lerá suas cartas ", explica Birgit Müller, urna das leitoras. Essas são algumas das doçuras que o Menino-Deus trouxe ao mundo. Entretanto, esse mesmo mundo está cada vez mais longe d'Ele .. . •
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dos perseguidos, marginalizados, dos que sofrem injustiça. Seria, pois, o momento de ela elevar a voz no Brasil e no mundo em prol de nossos irmãos na fé, perseguidos na Índia, vítimas das piores formas de injustiça e de violência. Porém, ela permanece em silêncio. Na verdade, as razões que a esquerda católica aduz a favor dos "marginalizados" são meros pretextos para promover a revolução socialo-cornunista. •
Colômbia se consagra ao Imaculado Coração de Maria
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Colômbia renovou este ano a Consagração ao Sagrado Coração de Jesus realizada em 1902, acrescentando também, pela primeira vez, a Consagração ao Imaculado Coração de Maria, em cerimônia na catedral de Bogotá. Tal consagração foi efetuada pelo cardeal-arcebispo da capital colombiana, e dela participaram importantes políticos e altos comandantes militares. A idéia de incluir a consagração ao Imaculado Coração de Maria era pleiteada havia mais de 20 anos por cerca de quatro mil grupos marianos do país. Por fim, felizmente, foram atendidos.
Piercings fazem mal à saúde dos que se escravizam a essa moda
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piercing pode trazer risco relevante à saúde, não só moral e psíqui-
ca. 15% dos jovens que o usam precisaram de atendimento médico por causa de dores, febres, infecções e inflamações. 15% não têm coragem de se fazer tratar. O "British Medical Journal" publicou um levantamento apontando essas e outras conseqüências lastimáveis. Segundo o relatório, 50% das perfurações da língua degeneram em problemas dolorosos e infecções, que podem chegar à endocardite bacteriana (uma infecção do tecido cardíaco) . Nos furos dos piercings podem se formar quelóides - cicatrizes anômalas que não param de crescer. Em São Paulo, dezenas de vítimas precisaram de auxílio médico para reconstituir a orelha ou o nariz, por terem portado esse sinal de escravidão. •
Não há provas de que o homem cause aquecimento da Terra 31 .072 cientistas participantes no Global Warming Petition Project recu sam a presunção de que o "aqueci mento global" se deva à atividade humana. Entre eles há autoridades em dezenas de especialidades. Eles assinam urna declaração que diz: "Não há Global Warmin& Petition Project
provas cientificas convincentes de que a produção humana de dióxido de carbono, metano ou outros gases-estufa esteja causando ou venha a causar num futuro previsível um aquecimento catastrófico da atmos~<': .., ..:.!:.4{.ta;"-----··-...., _ _ _••" '" " "'h" .......... fK(J trs fera da Terra e o desequilíbrio do clima da Terra. [. ..] Mais ainda, há provas cient(ficas substanciais de que o aumento do dióxido de carbono na atmosfera produz efeitos benéficos nos ambientes naturais das plantas e dos animais na Terra". ,f/,fl: ~lff •t'ri<fllf .frirHli>N l,1$>'<' >iÇllt'<I iltiJI µ lfri,m,
lm1,ulnx ~.nu nith l'll l>•
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Porém, o fanatismo ecologista, sobretudo de certa mídia, abafa este apelo da ciência e do bom senso. •
Kazakistão: catedral em antigo campo de concentração
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a cidade de Karaganda, capital do Kazakistão, segundo a agência vaticana Fides, será inaugurada uma nova catedral dedicada a Nossa Senhora de Fátima. Durante mais de 50 anos o comunismo tentou apagar a fé no país. A região virou "um imenso campo de concentração", para o qual foram deporta d as milhões de pessoas de 120 etnias. Ali foram martirizados inúmeros católicos, entre os quais o Pe. Alexis Saritski, beatificado em 2001. A nova catedral, construída em estilo gótico e revestida com pedras do Cáucaso, honrará a memória desses mártires. Fiéis de todo o mundo, organizados por campanhas como a da italiana Luci sull'Est, obtiveram os recursos para esta vitória de Nossa Senhora de Fátima.
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NACIONAL
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O jogo mudou N as recentes eleições municipais, derrotas marcantes do PT desmentiram pesquisas sobre a popularidade presidencial e desfizeram o clima sócio-po1ítico de suposta hegemonia inconteste do lulo-petismo n
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PuN 10 V 10 1GAL XAv1ER DA S1LvE1RA
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jogo que era armado antes da eleição virou de pontacabeça e recomeça em outras bases" . Este comentá
rio de Raymundo Costa, no jornal "Valor", sintetiza bem o panorama político que se desenhou no País após o segundo turno das eleições municipais. "Nada se passou de acor-
do com as regras preestabelecidas, o inesperado continua a produzir surpresas todos os dias", comentou a analista política Dora Kramer ("O Estado de S. Paulo", 21-10-08). As eleições deveriam revestir-se de um caráter plebiscitário, que consagrasse a tão proclamada popularidade do presidente Lula e de seu governo. Lula se consolidaria como o único político na cena nacional com peso para indicar um nome viável à sucessão presidencial. Partidos e figuras da oposição sairiam enfraquecidos e minguados da disputa, com dificuldade de ser alternativa ao lulo-petismo.
Entretanto, "os grandes perdedores das eleições municipais foram o presidente e o projeto político do PT", como bem afirmou Marco Antonio Vi lia, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos, em entrevista ao jornal "O Estado de S . Paulo" (28-10-08).
"As pesquisas sobre popularidade registram um apoio político maior do que o existente na realidade", acrescentou. Um breve retrospecto ajudará a compreender o alcance dessa derrota .
Pesquisas alimentam "popula1·idade" Pesquisas de opinião, cada vez mais desconcertantes, há meses alimentavam a idéia de uma popularidade avassaladora de Lula e de seu governo. Os índices de aprovação atingiam 80%. Proclamava-se que até antigos redutos (sociais e geográficos) de resistência e oposição ao presidente tinham cedido. Falou-se até de Lula como o líder político de maior prestígio no mundo.
Aceitos como incontestes e comentados à exaustão pela mídia, tais dados transmitiam a idéia de que seria inútil e sem futuro qualquer oposição ao presidente. A própria oposição confessavase desorientada e parecia não encontrar seu discurso.
Petróleo: combustível <la máquina de propaganda Muitos falavam do momento "mágico" da economia, e os brasileiros eram bombardeados concomitantemente com notícias de achados fabulosos de petróleo. Verdadeiras obras-primas de ficção e propaganda política foram montadas em cima dos resultados futuros da exploração do pré-sal. Lula, Com as mãos sujas de óleo, imitando Getúlio Vargas, parecia oferecer uma prosperidade sem limites ao País (foto na página ao lado). O "companheiro" Chá.vez saudou o presidente como magnata do petróleo. Lula aparecia como um predestinado!
l/egemo11ia endossada pela mídia A bem dizer, vivia-se um clima psicopolítico de hegemonia, endossado por ~ grande parte da mídia, e que as urnas deveriam_ consagrar de modo deva~~ador. Anunciava-se a "onda vermelha , e o ~ lulo-peti smo se imporia "democratica- 00 ~ mente" ao País. ~ o:: Muitos asseveravam que, devido à fra- _9 queza dos pa.itidos e ao caráter personalista ~ da política no Brasil, Lula facilmente t:rans- A candidata Marta mitiria sua popularidade aos apadrinhados.
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Candidata símbolo do Julo-petismo É fácil compreender que São Pau 19, pelo seu peso político e pela propaganda em torno de Marta Suplicy, era peça-chave na estratégia governista. Por tal motivo, o presidente decidiu envolver-se na disputa. De acordo com a lógica simplista do lulo-petismo, o prestígio presidencial elegeria Marta, que ficaria assim apta a ser designada por Lula candidata à presidência; e o imenso potencial de votos do presidente faria sua sucessora em 201 O. A disputa eleitoral em São Paulo tornou-se, pois, uma parábola para o Brasil. É esta parábola que passo a analisar.
Desarticulação a11te o g011er11ismo triu11fante Marta Suplicy, desde o início da campanha eleitoral, liderava com vantagem folgada, de acordo com as pesquisas. Na oposição, duas candidaturas se digladiavam, sem rumo e com profundo descrédito, o que era de molde a gerar desconcerto e desânimo na faixa de público que não aderia ao lulo-petismo. As intenções de voto de Marta cresciam, falava-se até em vitória já no primeiro turno, e o presidente convocava a militância para " liquidar a fatura" logo. Pairava a sensação da inoperância de todas as forças políticas pera.i1te o governismo triunfante. Esta era a parábola que, em São Paulo, tanto a atitude do governo quanto a da oposição constituíam para o País.
CATOLICISMO
Surpresa <las urnas Marta Suplicy manteve a dianteira, segundo as pesquisas ... até na boca-de-urna. Aí uma surpresa.: Gilberto Ka.ssab venceu o primeiro turno. Não seriam igualmente falhas as pesquisas da popularidade do presidente? O fato é que as urnas desmentiram a tão proclama.da. popularidade presidencial , o fragoroso desmentido das pesquisas atingia também Lula. E não apenas em São Paulo! Diante de resultados bem desfavoráveis em todo o País, tornara-se essencial virar o jogo em São Paulo no segundo turno, pois uma vitória de Marta ainda podia dar fô lego ao lulo-petismo.
Sai de cena o lema "paz e amor" O presidente jogou todas as cartas. Designou seu secretário pa.iticular, Gilberto Carvalho, pm·a. coordenar a campanha de Marta Suplicy para o segundo turno. Dez ministros desembarcaram em São Paulo para subir no palanque com a candidata. Nos discursos transpa.i·eceu todo o rancor autoritário do lulo-petismo. Ataques à chamada "elite", aos "tabus" conservadores, e até a acusação de que crer na vitória contra o PT era um "descompromisso com a democracia"! A campanha da petista lançou insinuações a respeito da vida particular de Kassab. Diante da repercussão negativa da Suplicy manobra, Mmta encenou a farsa do "eu não sabia". O lulo-petismo e seu braço sindical tentaram manipular uma manifestação de policiais civis em greve, instigando um confronto armado com a Polícia Militar, fato que assombrou o País . Em desespero, o lulo-petismo articulou o apoio explícito de sua verdadeira força inspiradora: a esquerda católica. Em uma manobra coordenada pelo secretário particular do presidente - o ex-seminarista Gilberto Carvalho - e pelo bispo Dom Pedro Luiz Stringhini, mais de J 00 padres assinaram um documento pm·a ser lido nas paróquias da capital paulista, em apoio explícito a Marta Suplicy. A indignação nos meios católicos foi de tal monta, que o bi spo-auxiliar de São Paulo teve de recuai· e pedir desculpas públicas. Envergando uma camisa vermelha, ao estilo "chavista" e com discurso agressivo e populista, o presidente Lula encerrou a campanha ao lado de Marta Suplicy. Os resultados do segundo turno são conhecidos de todos. A exposição do lado agressivo e esquerdista da candidata pelista fez aumentar o repúdio do eleitorado, tornando a derrota massacrante. A disputa em São Paulo tornou-se verdadeiramente uma parábola, porém num sentido bem diverso do desejado: a derrota do lulo-peti smo em grande pmte do País. • E- ma il do autor: p lin ioxav ier@catolic ismo.com. br
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INTERNACIONAL
-;J~·sagrou o democrata" (Vitória de democrata não afasta conservadores, 7-11 -08).
Obamania messiânica
Duas análises signilicativas Cabe ainda me ncionar, de passagem, du as análi ses sig nificativas a respeito do resultado e leitora l. No conhecido " Wall Street Journal", o ex-conselheiro de Bill Clinton, Lanny J. Dav is, afirmou: "A vitória expressiva
A esquerda e muitos órgãos da mídia se apressaram em interpretar a vitória de Barack Obama como mudança no panorama ideológico dos Estados Unidos. Os fatos desmentem. n JosÉ CARLos SEPúLvEDA DA FoNsEcA
rias" (O resgate moral da América, "O Estado de S. Paulo", 7- 11 -08).
Mudanças de supe11icie o i gra nde o interesse despertado pela recente e leição presidencial norte-americana. Os órgãos de comunicação social lhe deram enorme destaque, e e m sua grande maioria revelaram estranha parcialidade. Diogo Main ard i, na revista " Veja", ressaltou o fa to de, nas primeiras páginas dos jornais americanos, Barack Obama ter recebido 45% de cobertura pos itiva, enquanto John McCai n, apenas 6% (cfr. O brasileiro Obama, 5-11-08).
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Misterioso soprn de simpatia desprevenida Logo após a vitória do senador democrata, um mi sterioso sopro de simpatia - com grande força de contágio, desprevenido, carregado de esperanças vagas, mas eletri zantes - se espalhou pelo mundo. Muitos que ne m sequer conheciam Obama, ainda menos suas propostas de governo, o saudaram como uma promessa para os Estados Unidos e o mundo. Falou -se de obam.ania universal. Obamania que bordejou o delíri o, quando o presidente e leito fo i qualificado de " messias". A irracionalidade desse fenômeno fo i atestada num artigo - elogio o! - de João Mellão Neto: "Ninguém tem como dizer
qual é o seu plano de governo. [. .. ] Sua pregação, imprecisa e atraente, na sua boca, é irresistível. Seu apelo - místico e messiânico na dose exata - se multiplica ainda mais na medida em que se recusa a explicitá-lo. [. ..] No imaginário popular é um messias providencial que vai empreender as mudanças que se fazem necessáCATOLICISMO
Uma análise extensa e aprofundada da ele ição comporta ria variadíssimos as pectos. Ci ngimo- nos, de mo mento, a um dos pon tos nev rálg icos do quadro político que emergi u da recente disputa. A esqu erda - dos mais diversos matizes - saudou eufó rica a vitória de Obama, apontando-a como inequívoca mudança do quadro ideológico cios Estados Unidos. Terá tal interpretação base na rea lid ade, o u será e la s impli sta e apressada? A guinada do ele itorado americano, que permitiu a vitória ele Obama, se deu, segundo inúmeros anali stas, com o desencadear da cri se financeira. Só então as pesquisas passaram a dar vantagem
segura ao candidato democrata. O abalo econôm ico e a incerteza profunda, aliados a um desgaste político natural e a uma propensão à mudança, causara m um des locame nto decisivo ele parte do e le itorado de centro. Os 66.882 .230 votos de Barack Obama (53%) e os 58.343.67 L votos de John McCa in (46%) são sinto máticos de um e le itorado cindido em dois blocos de proporções semelhantes.
Mentalidade conservadora Desde há bo m te mpo a soc iedade norte-americana vem sendo qualificada de atrasada, e as posições político-icleológ ico- re lig iosas, de boa parte dela, cons ideradas retrógradas: postura morais anti liberais, como a opo ição ao casamento ho mossexua l, ao ab rto ou às pesquisas com célul as-Lronco embrionárias;
Obama recebeu 45% de cobertura positiva da mídia, enquanto John M cCain, apenas 6%
de Obama não pode ser pintada com nitidez como um outro ciclo, desta vez da direita para a esquerda". Segundo ele, Obam a se mostrou pouco liberal e assumiu posições até conservadoras: "Corno
A recusa do "casamento" homossexual na Califórn ia, Flórido e Arizona confirma que, "ma/grado a vitória de Barack Obama e de suas posições reformistas, boa parte dos Estados Unidos permanece ancorada nos valores conservadores"
rec usa das teorias evo lu c io ni stas ele Darwin e reafirmação dos princípios criacionistas bíblicos; defesa de posições sócio-econômicas e m prol ela pro priedade privada e recusa da carga tributária co nfi scatóri a; firme defesa da liberdade ele porte ele armas pelas pessoas de bem; apo io a posições firmes e até a reações bélicas, quando justificáveis, na política inte rn ac io na l; atitud e refratária ante a chantagem dos a larmi stas ela mudança climática e cio ecoterrori smo - são algumas das facetas ela mentaliclacle conservadora, abraçada inclu sive por número bem ponderável de jovens, que causam profundo incômodo nos meios liberais cios mais diversos matizes . Fác il é compreender q ue inúmeros órgãos de comu ni cação social,juntamente com ara utos das hostes esquerd istas, se tenham apressado em transmitir a impressão ele que a e le ição de Obama constituiria uma recusa clara e maciça dessa me ntali dade - maliciosamente apodacla de "fu ndamentali sta" - e uma guinada no rumo oposto. Mas os fatos não co nfirm a m essa aná li se.
A derrota do "casamento" Jwmossexual Como é hábito nos Estados Unidos, as e leições são acompanhadas de inúmeros pl ebi scitos ou referendos.
Na recente ele ição, ganhara m destaque três consultas populares - nos estados da Califórnia, Flóricla e Arizona para ap rovar ou recusar eme nda constituc io nal que proibi sse os mal denominados "casamentos" ho mossex ua is. Co ntra todas as previsões, a Ca lifórnia, considerado o mais liberal dos 50 estados no rte-a me ri ca nos, rechaço u o "casamento" homossex ua l. Nos outros do is estados o resultado fo i seme lhante. A recusa do "casame nto" homossexual nos três estados, segundo a análi se do destacado j o rn a l ita li a no "La Repubblica", confirma que, "m.a.lg rado a
vitória de Barack Obama e de suas posições reformistas, boa parte dos Estados Unidos permanece ancorada nos valores conservadores" (6- 11 -08). Os resultados da Califórni a fa lam por si: Obama venceu com 61 % cios votos ; entretanto, o "casamento" homossexual foi derrotado por 52 % cios ele ito res. Muitos dos e leitores de Obama, portanto, rechaçaram o "casamento" homossexua l. Até nesse estado, o ma is liberal, a vitória de Obama não teve o significado de uma maciça guin ada à esq uerda . A constatação de tal realidade levou o jornal "O Globo" a comentar: "A frase mais
jàmosa de Barack Obama após a sua vitória nas urnas - 'a mudança chegou' contrasta com o resultado de um referendo, praticamente paralelo à eleição que con-
qualificar essa mistura ideológica de Obama? Uma caracterização possível: uma nova m.aioria de centro". Com Obama, os Estados Unidos não viraram à esquerda - foi o título da análi se apresentada pelo diretor-adjunto do importante jornal francês "Le Figaro", Pierre Rousselin. Destaca ele: "As sondagens efetuadas à. saída das urnas mos-
tram que os eleitores americanos se consideram 22% de esquerda, 44% moderados e 34% conservadores. Quatro anos antes [qua ndo ela reeleição de George Bush] o resultado de uma pesquisa. dava um resultado muito similar: respectivamente 21%, 45% e 34%. A crer neste resultado, a paisagem ideológica dos Estados Unidos permanece a de um país muito majoritariamente de centro-direita. [. ..] Os resultados das diversas consu ltas referendárias que acompanharam as eleições mostram que a sociedade americana permanece muito conservadora " .
Dilemas do anti-amel'icanismo Poucos dias a nte das e leições, o Príncipe Dom Bertrand de Orl eans e Bragança publicou no jornal "Folha ele S. Paulo" artigo em que analisava precisamente esse dilema. E se perguntava se a vitória de Obama leria a capacidade ele alterar a rea lidade profunda da op ini ão pública norte-americana.* E-mai l para o autor: sepu lveda @catoli c ismo com br Nota:
* O arti go de Dom Bertrand , publi cado na "Folh a de S. Pau lo" de 3 1- 10-08, permanece de candente importância e atua li dade, motivo pelo qual Catolicismo o colocou à disposição dos leitores no site www cato li c ismo.com.br
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di a 13 deste mês, Plínio Corrêa de Oli veira completaria 100 anos. Na peque na e aprazível São Paulo do início do sécul o passado, nascia no aristocrático e aconchegante palacete da fa míli a Ribeiro dos Santos aquele que muito justa mente fo i cognominado "O Cruzado do Século X X ". Em comemoração desse centenári o, dedicamos a matéria de capa desta edi ção ao deste mido líder católico, idea li zador, sustentáculo, principal co laborador e alma de Catolicismo. Centúria que é ocas ião para renovarmos nossa resolução de prosseguir na mesma linha editori al com a qual o Prof. Plinio marcou Catolicismo desde sua primeira edi ção, em janeiro de 195 1, com a memorável matéria intitul ada A Cruzada do Século XX - arti go- manifes to delineando a fin alidade e o idea l que deveri a nortear o "Grupo de Catolicismo": "É esta nossa fin alidade, nosso grande idea l. Caminhamos para a civili zação cató lica que poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos esco mbros do mundo romano nasceu a civili zação medieval. Caminhamos para a conqui sta deste ideal, com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar todos os obstác ulos, co m que os cruzados marcharam para Jeru sa lém". Ocas ião també m para mani fes tar nossa imorredoura gratidão e prestar homenagem a nosso inesquecível articuli sta, fa lec ido e m 3 de outubro de 1995. Poderíamos qualificá- lo como nosso modelo, mestre e guia no exercício do jornalismo católico. Com efeito, se Catolicismo continu a, contra ventos e m.arés , a Cruzada inic iada por Plini o Corrêa de Oliveira, a ele o deve mos. *
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Na presente edi ção, nossa home nagem consiste e m proporcionar aos leitores matéri a - que, e m seu conjunto, nunca abordamos - a respeito das três grandes devoções de Plinio Corrêa de Oliveira : sua devoção ao Santíss imo Sacramento, a Nossa Senhora e ao Papado. Mons. de Ség ur (1820-188 1), filho da célebre condessa de Ségur, pregava essas três devoções como sendo as "três rosas dos bem-aventurados" - devoções essenciais a um verdadeiro cató li co, de um predestinado e predil eto do Altíssimo. Sobre essas grandes e indi ssoc iáveis devoções, são tantas as considerações tecidas pelo Prof. Plinio ao longo de quase sete décadas, que a redação de Catolicismo se deparou com uma dificuldade: o "embaraço da escolha". No vasto acervo de livros, ensaios, arti gos, entrevi stas e conferências da lavra desse grande intelectual cató lico do século XX, que trechos esco lher para compor este trabalho? Reso lve mos simplesmente compendiá- los, selecionando excertos para esta publi cação. A Direção de Catolicismo
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As três grandes devoções
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Grupo de Catolicismo". Assim eram conhecidos os seguidores de Plínio Corrêa de Oliveira que trabalhavam na redação e difusão desta revista - no início, em formato de jornal. Porém, antes da fundação de Catolicismo Uaneiro de 1951), vários daqueles então jovens colaboravam com ele em "O Legionário" e eram qualificados como "O Grupo do Legionário". 1 Antes de colaborarem neste semanário, eram denominados "O Grupo do Plínio". Assessorado sucessivamente por esses três grupos, que se ampliaram mais tarde com a fundação da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) em 26 de julho de 1960, o Prof. Plínio difundiu seus ideais contrarevolucionários pelo Brasil e no mundo inteiro. Inspirados em tais ideais, surgiram no exterior outros grupos, que formaram em seus respectivos países associações co-irmãs e autônomas em relação à brasileira, assim expandindo a atuação contra-revolucionária pelos cinco continentes. Com extraordinária fé, pensamento, personalidade e ação, Plínio Corrêa de Oliveira marcou o século XX e prossegue influenciando o século atual. Sem dúvida, ele continua sendo o pólo de referência de incontáveis admiradores no Brasil e no exterior, cujas vidas são pautadas pelo influxo de ordem espiritual, moral e intelectual recebido do mestre da Contra-Revolução. 2 E também de opositores, que em função dele definem suas posições.
Amor especial a tudo que se atacava na Religião A fim de que a ação contra-revolucionária fosse profundamente eficaz e fecunda, Plínio Corrêa de Oliveira sempre orientou seus discípulos a cultivar uma sólida vida interior, em conformidade com os ensinamentos do abade cisterciense francês Dom Chautard (1858-1935) em sua obra A alma de todo apostolado. Neste sentido, à pergunta "Qual o ideal inicial do "Legionário?", Plínio Corrêa de Oliveira responde num artigo publicado naquele semanário em 28-5-1944: "Muita, muita, muitíssima devoção a Nossa Senhora. Espírito eucarístico ardente. Uma especial delicadeza em tudo que se refere à pureza e aos bons costumes. Em suma, como sempre se deu na Santa Igreja, os fiéis de escol deveriam amar com grande ardor tudo aqui lo que de modo especial se ataca na Religião. Em nossas palavras, graças a Deus, nenhum conceito, nenhum matiz que destoasse do Magistério de Pedro em uma só vírgula, em uma linha sequer. CATOLICISMO
Ao mesmo tempo, nunca perdemos de vista a obrigação de alimentar de todos os modos a devoção a Nossa Senhora e ao Santíssimo Sacramento".
1'rês comlições para o /Jorescime11to <la Igreja Na edição de Catolicismo de fevereiro de 1958, em artigo intitulado Primeiro marco do ressurgimento contra-revolucionário, nosso mestre sintetiza o quanto são fundamentais, para o florescimento da Igreja, três grandes devoções: "Há para a Igreja três condições de florescimento tão essenciais, que se avantajam sobre todas as outras. Delas já tenho falado muito. Porém, nunca será suficiente insistir. Antes de tudo, está a piedade eucarística. Nosso Senhor presente no Santíssimo Sacramento é o sol da Igreja. D'Ele nos vêm todas as graças. Mas estas graças têm de passar por Maria. Pois é Ela a Medianeira universal, por quem vamos a Jesus, e por quem Jesus vem a nós. A devoção marial intensa, esclarecida, filial , é, pois, a segunda condição para o florescimento da virtude. Se Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento está presente, mas não nos fala, sua voz se faz ouvir para nós através do Sumo Pontífice. De onde a docilidade ao sucessor de São Pedro é o fruto próprio e lógico da devoção à Sagrada Eucaristia e a Nossa Senhora. Quando, pois, estas três devoções florescem, cedo ou tarde a Igreja triunfa. E, a contrario sensu, quando elas estão em declínio, cedo ou tarde a Civi lização Cristã decai.
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De há muito vinham sendo os meios católicos da Europa e da América trabalhados por uma verdadeira lepra, que era o jansenismo. 3 Essa heresia tinha em mira precisamente enfraquecer a Igreja, minando a devoção ao Santíssimo Sacramento sob as aparências de um falso respeito. Exigia disposições tais para que se aproximasse alguém da Sagrada Mesa, que as pessoas por ela influenciadas, infelizmente muito numerosas, deixavam quase completamente de comungar. De outro lado, o jansenismo movia urna campanha insistente contra a devoção a Nossa Senhora, acusando-a de desviar de Jesus Cristo, em lugar de conduzir a Ele. E, por fim, essa heresia movia luta incessante contra o Papado, especialmente contra a infalibilidade do Sumo Pontífice. Com a definição da [maculada Conceição, desprendeu-se como uma chama um imenso anelo. Os melhores, os mais
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doutos, os mais qualificados elementos da Igreja desejavam a proclamação do dogma da infalibilidade papal. Mais do que ninguém, queria-o o grande Pio IX. E da definição deste dogma veio para o mundo um surto de devoção ao Papa, que constituiu para a impiedade nova derrota. Por fim, veio o pontificado de São Pio X, e com ele o co nvite aos fiéis para a comunhão freqüente e até diária, bem como para a com unhão das crianças. E a era dos grandes triunfos eucarísticos começou a brilhar radiosa, para toda a Igreja. Com tudo isto, a atmosfera jansenista foi varrida de dentro dos meios católicos . O surto modernista e, mais tarde, o surto neomodernista não consegu iram anul ar as grandes vitórias que a Igreja alcançara contra seus adversários internos. N os lances trágicos de uma crise apocalíptica que parece inevitável, não produzirão a grande conversão todas as graças acumul adas para a humanidade pecadora por esse novo su rto de devoção à Sagrada Eucaristia, a Nossa Senhora e ao Papa?"
1'rês carncte1isticas do "Grupo do Pli11io" Alguns discípulos de Plínio Corrêa de Oliveira perguntaramlhe quais eram as principais ca ra cterísticas "do Grupo". Numa exposição feita em 1966, ele as definiu: "A primeira caracterísca é uma devoção especial para com as
três rosas dos bem-aventurados: a devoção ao Santíssimo Sacramento, a devoção a Nossa Senhora e a devoção ao Papa. [ ...] A essência do Grupo é, ev identemente, viver da sei va da Santa Igreja Católica. De sorte que, se fosse para o bem d' Ela, qualquer um de nós deveria estar disposto a imolar o Grupo sem vacilação e com entus iasmo. Para nós a Igreja é tudo, mas absolutamente tudo nesta Terra. Eu nunca achei que houvesse um título mais bonito, dado a quem quer que seja, do que o título de 'Rei Católico' (concedido aos reis espanhóis). Quando de alguém se pode dizer que ele é, por antonomásia e por excelência, católi co, para mim todas as bem-aventuranças estão contidas dentro disso. A palavra cató lico contém tudo quanto de bom, belo, verdadeiro e justo ex iste no vocabulário humano. Se alguém, no meu epitáfio, escrevesse Fuit vir Catholicus, dentro de minha sepu ltura eu estremeceria de alegria, por assim dizer. Porque eu não quero ser outra coisa senão um varão cató lico" (vide quadro à p. 22).
Eucaristia, Nossa Se11hora e o Papado Correspondentes e esclarecedores da TFP norte-americana, reunidos num congresso em Nova York, desejaram ouvir do Prof. Plínio algumas ponderações sobre o que a TFP visava. Assim, em 27 de outubro de 1982 ele lhes enviou a seguinte mensagem gravada: "Mons. de Ségur considerava as 'três rosas dos bem-aven/urados ': o amor à Sagrada Eucaristia, a Nossa Senhora e ao Papa. Amor à Sagrada Eucari stia, à qual devotamos um culto intenso e constante; fomentamos a comunhão diária; fomentamos a devoção a Nosso Senhor nas suas várias invocações,
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e também, notadame nte, traze mos muitas pessoas para o grêmio da l grej a. Amor a Nossa Senhora: a TFP estimul a seus me mbros para que te nham o e mpenho na luta contra o comun ismo, contra o sociali smo, contra os grandes adversários da C ivili zação C ri stã; mas pa ra que e les te nham a fo rça necessária nessa luta, a T FP inc ute a devoção ao Santo Rosári o. Todos reza m diari ame nte o Rosário, a lém de outras devoções ma ri anas, e são entusiastas da espiritualidade de São Luís Ma ri a G rigni on de Montfo rt, o grande apósto lo ma ri a l dos te mpos mode rnos. Amo r ao Papa: ao pronun ciar esta pa lavra a ugusta - 'o Pa pa' - parece- me ouvir, do fundo dos sécul os, a voz di vina ele Nosso Senhor Jesus Cri sto proc lamando : 'Tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do infe rno não prevalecerão contra ela' ( Mt 16, 18). Q ua ndo fa lo cio Pa pa, fa lo, be m e nte ndido, cios Papas cios nossos d ias, mas fa lo també m dos Papas de todos os séculos, do Papado ao lo ngo da Hi stória, co m sua mi ssão grandiosa, na continuidade admirável dos Papas a utênticos e m re lação a São Pedro, que fo i o fund ame nto esco lh ido por Nosso Senho r. O Pa pa, visto ass im, é o e ixo da Hi stória. Ele é o e ixo da Hi stóri a ela lgrej a, que, por sua vez, é o e ixo da Hi stóri a cio mundo. A devoção ao Papa é funda menta lmente a devoção ao Papado - a de voção à Cátedra infa lível ela verdade. E toca aos cató licos - na continuidade cios ensiname ntos trans mi tidos pelo verdadeiro M ag isté ri o da lgrej a - de vota re m a esse e nsin ame nto uma clecl icação, uma entrega, uma adesão, uma submi ssão sem limites.
Nas a nti gas torres elas igrej as eram insta lados relóg ios. Era um símbo lo muito poético: a Ig rej a indi ca a hora certa cio pensame nto huma no. Para a Igreja todos se volta m, acertando seus re lóg ios individuais, suas me ntes individuais. Não pode haver coisa ma is prec iosa para pôr o gêne ro huma no e m ordem, para a C ivili zação Cristã e pa ra se a lca nçar o Céu, do que a infa li bilidade da Igreja assegurada princ ipalme nte nos docume ntos pontifíc ios. Nos documentos pontifíc ios ve rdadeirame nte infa líve is, segundo os preceitos do Direito Canô nico. Nessas condições, é co m emoção que ta mbém me refi ro ao Papa, uma das 'três rosas dos bern-aven/urados' que Mons. de Ségur menc ionava . Com os o lhos postos nesta tril og ia tão grata ao espírito de todos nós, e u julgo que nossa ex pos ição te rmina, natu ra l e harmonicame nte, e m três te mas que são o po nto de e ncontro ele nossas inteligênc ias e ele nossos corações".
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"Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam, et portac inferi non praevalebunt adversus eam. Et tibi dabo claves regni coelorum. Et quodcumque ligaveris super terram, erit ligatum et in coelis; et quodcumque solveris super terram, erit solutum et in caelis". (Mt 16, 18-19)
"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edHicarei a minha Igreja; as portas do interno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será deslig_ado nos Céus".
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Ence rrando este capítul o, seguem algum as pa lavras de Pl inio Corrêa de Oliveira, pronunciadas em 9-4-94, nas qu ais manifesta gratidão à sua querida e extremosa mãe, Da. Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, por tê-lo estimu lado a pratica r importantes devoções que têm íntim a analogia com as devoções pregadas por Mons. de Ségur. São pa lavras que transcrevemos como singela homenagem àquela mãe que trouxe ao mundo o varão católico cujo centenário de nascimento ce lebramos.
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"Eu receb i de minha mãe a devoção ao Sagrado Coração ele .Jesus, a devoção a Nossa Senhora, a fé cató lica apostólica e ro ma na, e as recebi como co isas fund amentais, que se eleve m to mar profu ndame nte a séri o".
Varão Católico Em vista de comentários de Plinio Corrêa de Oliveira a respeito da expressão latina Fuit vir Catholicus, discípulos seus promoveram a gravação de uma lápide - fixada em sua sepultura no cemitério da Consolação, na capital paulista - com o epitáfio que bem o reflete : Vir tatus catholicus et apostolicus plene romanus (Varão católico, todo apostólico, plenamente romano) .
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Devoção ao Santíssimo Sacramento
A
póstolo incansável da prática da comunhão freqüente, Plínio Corrêa de Oliveira considerava a Sagrada Eucaristia o antídoto para os males atuais e um sacramento absolutamente indispensável para a vida espiritual de todo homem. Desde muito jovem passou a comungar diariamente, e com muito recolhimento fazia a ação de graças. Logo que recebia o Santíssimo Sacramento - disse ele em várias ocasiões - rezava o "Lembrai-Vos", pedindo a Jesus Eucarístico que aumentasse sua devoção a Nossa Senhora. Rezava também o Magnificat e fazia os atos de adoração, reparação, ação de graças e petição. Numa conferência proferida na "Semana Eucarística de Campos" (RJ), em 23-4-1955, pediram ao Prof. Plínio que falasse sobre a ação da Eucaristia no mundo moderno. Eis um trecho da exposição: "Se uma nação como o Brasil, tão digna de melhor presente, se contorce neste momento numa cri se das mais graves da sua hi stória, é porque lhe falta a moralidade, porque lhe fa lta a coerência da fé com as atitudes práticas, porque temos a tendência, que infe li zmente cada vez mai s nos invade, de adorar a D eus N osso Senhor só com as palavras, dizendo 'Senhor! Senhor!', mas continuando a viver como bem entendemos. [ .. .'I M as também é verdade que, neste mundo cada vez mai s dominado por esse espírito [corrupção da civili zação moderna], está presente Alguém eterno, que é N osso Senhor Jesus Cristo, sempre presente em todos os sacrários da Terra - nos sacrári os de ouro, nos sacrári os indigentes, nos sacrários ocultos dos países que estão atrás da cortina de ferro ou da cortina de bambu. Mas este Al guém, cuj a presença não se sente com os sentidos da carne, é o grande Apóstolo do mundo contemporâneo, como de todos os tempos; e E le fa la constantemente às almas, ensinando- lhes pela linguagem muda, mas infinitamente efi caz, que é a de D eus N osso Senhor. Ele lhes fa la constantemente a respeito da necess idade de o homem se opor a essas coisas que constituem a sua mi séria e degradação; da necessidade de voltar o seu caminho em outro sentido; de construir sua vida sobre Deus, sobre o sacrifício e a renún cia; de aceitar a autorid ade; de se voltar e se converter a D eus Nosso Senhor, de todo o coração. [ ... ] N o momento em que a iniqüidade está chegando ao seu cúmulo, a graça e a mi seri córdia de Deus chegam ao seu cúmulo também. À fortaleza do vício e do mal, D eus opõe uma indômita fortaleza do bem. O triunfo da Igreja Católica dar- se-á no mundo moderno, certamente pelo embate gigantesco entre as forças pequenas
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do bem e as forças e no rm es do ma l. Essa vitória será a da Sagrada E ucari stia, fonte de graça aberta para o mundo pe la intercessão de Nossa Senhora, que rezando sempre a Jes us Eucarístico, con ·egue para nós as g rac,:as de que preci sa mos. Esse pape l da Sagrada Eucaristia no mundo moderno fa z pensar e m Nossa Senhora. E como não se pode fa lar em tTiunfos e e m graças sem fa lar n'Ela, que é a medi ane ira necessária, posso afirma r que um dos dons mai s preciosos que a Sagrada Eucari stia dá ao mundo é a devoção a Nossa Se nhora. É essa devoção, tão caracte rística e tão radicada e m nossa Te rra de Santa C ru z, q ue há de salvar o Brasil" (vide quadro abaixo).
se fazem Corpo e Sangue de Nosso Sen hor Jesus C ri sto, pe las pa lavras sacrame ntais pronunc iadas pe lo sacerdote. Este ato, que ao mesmo tempo é oferecime nto e imo lação, é també m o ato dete rminante da presença rea l, a qual depois se conserva nas Sagradas Espécies e ncerradas nos sacrários".
Odeia-se a Eucaristia e o Papa, (Juando se promulgam leis ímpias Na edição de abril de 1955 de Catolicismo, o insigne devoto da Euca ristia escrevia:
"Atesto u [Nosso Sen ho r] sua mi ssão divin a com milagres estupe ndos, com que c umul o u as a lmas de incontá ve is benefíc ios es pirituai s e te mporai s. Estende ndo sua soli c ituPlinio Corrêa de Oliveira , em conferência no dia 8 -4 -1971, de a to d os os homens, e m todos os te mpos, in stituiu esta comenta um fa to sublime: com a gloriosa Ascensão de Nosso ma ra vilha das maravilh as , que é a Sa nta Ig reja Cató lica. E Se nhor Jesus aos Cé us, após a Ressurre ição, Ele não abandode ntro da Santa Ig rej a prolongou sua presença por dois monou a Terra, mas desejou continuar o convívio com os home ns dos: rea lme nte, no Santíssimo Sacramento; e pelo magisté ri o, por me io d e sua presença rea l nas espécies e ucarísticas: na pessoa de seu Vigári o. T ão g ra nde soma de graças e d e be nefíc ios, ne nhuma me nte humana "C re io que, se e u ass istisse à c rupode ria excog itar. [ ... ] c ifi xão de nosso Rede ntor e tivesse A E ucari stia é Jesus rea lme nte conhec ime nto da Ascensão, a inda presente, mas q ue não fa la. O Papa que não soubesse da ex istê nc ia d a é Jesus que fa la, e mbora sem a preEucari sti a, começaria a procurar Jesença real. sus C ri sto e m a lg um lugar da Terra , E m nossos dias, pode-se di zer que porq ue não conseguiria me conve nJesus e o Papa são igualmente objeto cer de que E le tivesse deixado de do amor e do ódi o do mundo inte iro. convive r e ntre os home ns. Do amor: as multidões se des locam Ta l co nvívi o verdadeiramente "Sendo o Brasil realmente um País eude toda a Terra para adorar Nosso Semaravilhoso faz-se exatame nte por carístico, será ao mesmo tempo e por nhor nos Cong ressos E ucarísticos inexcelência o País devoto da Sagrada me io da E ucari stia. E m todos os lugaternacionais, para aplaudir o Vigário Eucaristia, de Nossa Senhora e do res da Terra, em todos os mo mentos, de Cristo em Roma. Até no mais fun Papa, que jamais tenha existido sobre E le está presente, tanto nas catedra is do de uma soc iedade j á quase toda a face da Terra" (Plinio Corrêa de Oliopule ntas como nas igrejinhas pobres. pagã, florescem almas que praticam veira, "Legionário", 25-10-1942) . Q uantas vezes, viajando em estrada de uma virtude ilibada, ardem de zelo rodagem, encontramos capelinhas mipe la ortodoxia e a mam de todo o coseráveis, minúsculas, d ispersas ao lo nração Nossa Senhora. São forçadas por go de descampados tremendos. Pasvezes a renunc iar a carre ira, situação, sa-se por lá e fica-se comov ido ao penbe m-estar, a suportar a hostitidade até sar: Nosso Senhor Jesus C risto estede suas próprias famíli as, mas contive, está ou estará a inda realme nte prenuam im pertérritas. [... ] sente nessa capela. Presente com toda a g lória do Tabor, com Mas de o utro lado, qua nto ódi o. Odeia-se a Eucaristia e o toda a sublimidade do Gólgota. Presente com todo o esplendor Papa, qua ndo se promulgam leis contrárias à doutrina da lgreja, da divindade nessa minúscula capelinha. De tal mane ira E le mulquando se difundem costumes que levam as almas ao inferno, tip licou pe la Terra a sua presença adoráve l. [...] quando se dá à heresia e ao ma l a mesma liberdade que à o rtodoPor pouco que se pe nse ni sso, nossa a lm a não pode de ixar xia e ao bem. Odeia-se a Eucaristia e o Papa quando se cruzam os de transbordar de reconhec ime nto, e nl evo e gratidão por aquil o braços diante do prog resso do socialismo que conduz ao comuque Nosso Senhor o perou na Sagrada Ce ia. Só uma inte ligê nnismo, negação completa da E ucaristia e do Papa. c ia divina poderia excogitar a Sagrada E ucaristia e imaginar E a bu sa-se da E ucari stia e do no me do Papa quando se esse meio de estar presente po r toda a parte, estar com todos recebe a comunhão co m tibieza, e de poi s se usam trajes, se os ho me ns. Só mes mo um De us poderi a rea li za r isto. [ .. .] freqüentam a mbi e ntes, se apóiam princípios impli c itame nte A Euca ri stia é, por assim dizer, um corolá ri o da Missa. A neo pagãos e conde nados pe los Papas. lme nsa to rre nte de ódi o transubstanciação opera-se no próprio ato e m que Nosso Semilita nte e ex plícito, o u de inconformis mos velados e implínho r Jesus C ri sto re nova a sua Paixão. A essênci a da Mi ssa c itos, que constitue m a força inimiga a chocar-se contra o amor, dá-se na tra nsubstanc iação. É o ato pe lo qual o pão e o vinho neste confuso e revo lto século".
O Santíssimo Sacrame11to em todas as partes do mtm<lo
Virtudes-chave para as naçoes
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Devoção a Nossa Senhora
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minha Mãe, dai-me a plenitude e o píncaro da devoção a Vós". Plinio Corrêa de Oliveira rezava diariamente 50 vezes essa jaculatória. Pedia a Nossa Senhora a graça de alcançar o ponto mais alto que lhe fosse possível na devoção a Ela. E tal graça, a Santa Mãe de Deus concedeu-lhe em alto grau. Infatigável militante da propagação da devoção mariana, sempre procurava introduzir em suas conferências e escritos algumas palavras a respeito, ainda que o tema não fosse relacionado com questões religiosas. Esse paladino da devoção à Santíssima Virgem foi líder dos congregados marianos de São Paulo; membro influente da Liga Eleitoral Católica, através da qual foi eleito para a Assembléia Constituinte de 1934, tendo sido o deputado mais jovem e mais votado de todo o País; professor catedrático na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pertencia à Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, e jamais deixou de portar o escapulário. Além da recitação diária do Rosário, rezava diariamente diversas outras orações marianas: o "Angelus", os "Salmos do Nome de Maria", as "Horas do Ofício Parvo de Nossa Senhora", o "Ave Maris Stella", o "Salve Regina", o "Lembrai-Vos", etc.
Consagração à Santíssima Vfrgem Na essência de tal devoção, o que mais entusiasmou Plinio Corrêa de Oliveira foi a espiritualidade mariana de São Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716), e mais especificamente seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, obra que leu em 1930, na qual o santo missionário recomenda a consagração a Nossa Senhora como escravo de amor. Terminada a leitura e feita a preparação - segundo o método ensinado no Tratado - o Prof. Plinio ajoelhou-se diante de uma imagem da Virgem e fez sua "consagração como escravo perpétuo de Nossa Senhora". Tinha então 22 anos de idade, e até seus últimos dias renovava quotidianamente a consagração. Em artigo publicado no "Legionário" em 21-10-1945 - pouco depois do bombardeio atômico sobre Hiroshima e Nagasaki - faz uma analogia desse fato com o Tratado, qualificando-o como uma "bomba atômica" da Divina Providência contra os adversários da Igreja: "Esta bomba se chama com um nome muito doce. É que as bombas da Igreja são bombas de Mãe. Chama-se Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Nele, cada palavra, cada letra é um tesouro. Este é o livro dos tempos novos que hão de vir.
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li G ri gni on de M ontfo rt ex põe, na sua obra, em que consiste a perfeita devoção dos fi éis a Nossa Senhora, a escrav id ão de amor dos verd adeiros católicos à Rainha do Céu. Ele nos mostra o papel fundam ental ela M ãe de D eus no Corpo Místico ele C ri sto e na vicia es piritual ele cada cri stão. Ele nos ensin a a viv er nossa vicia espiritual em consonância com essas verdades. E nos ensina a nos unirmos a Maria Sa ntíss ima num processo tão sublime, tão doce, tão abso lutamente maravilhoso e perfeito, que nada há na literatura cri stã ele todos os sécul os que o exceda neste ponto. Esta devoção, unindo o mundo a N ossa Senhora, uni - lo-á a Deus, di z G ri gni on ele M ontfo rt. No di a em que os homens co nhecerem, aprec iarem, v i verem essa devoção, nesse di a Nossa Senhora reinará em todos os corações, e a face ela Terra será renovada (vide quadro abaixo) . N esse di a, esco lhido por Deus, a restauração cio Reino ele C ri sto estari a assegurada. É essa V erd adeira D evoção a bumba atômica que, não para matar mas para ress uscitar, Deus pôs nas mãos da I greja cm previ são das amarguras deste sécul o".
Deus os valores cio século que fora m cri ados para Ele, e cios quais se eleve ex igir que lhe dêem glóri a. [ ...'j Impõe-se que o homem se consagre a N ossa Senhora, obraprima ela C ri ação, para, por meio cl'E la, poder amar mais profunda e estreitamente a obra de Deus no universo. Esta consagração consiste em o homem entregar-se a E la. E j á que ele pode rea li zar em si de algum modo as virtudes que d ' Ela reful ge m, dar-se à M ãe ele Deus é, para o homem, procurar imitá- la e também serv i- la. O co nhec imento ele N ossa Senh ora, a ad miração por Ela, a imitação e o servi ço cl'Ela, são os elementos integrantes desta compl eta consagração que nós queremos verdade iramente reali zar. Mas daí passamos a um a pergunta: Qual a influência exercida pel as condições pec uliares à vici a no século, no modo ele v i vermos nossa consagração? A vicia no séc ul o eleve ser tal que os mes mos princípios ele beleza universa l, que revertem em última análi se em princípios de moralidade e sa ntidade universa l, se reflitam não só nas almas, mas em tudo aquilo que cerca o homem. Por uma mi steri osa afi nidade, as form as, os sons, as cores, os perfumes podem ex primir estados de espíri to cio homem . É necessári o, pois, que reflitam estados de A estética (/0 1111ilrerso e espírito v irtuosos para a f orm ação ele ambientes em que o bem a consagração a N ossa Senhora encontre os recursos necessári os para a sua santificação. É necessári o qu e sejam imagens ele Na Basílica do Carmo, na cidade Deus, que lhe fa lem aos sentidos, lhe de São Pau lo, Pl ínio Corrêa de Olidêem o atrativo ela virtude e o esti veira proferiu uma conferência memulem por essa forma a conhecer e morável, indica ndo o ponto mais elea ter apetência daq uela beleza incri vado da devoção a Nossa Senhora. ada de Deus, que ele só verá, face a Qu e não se resume apenas a um ato face, na glóri a cios Céus. de piedade - por vezes sentim enta l, Orga ni zar um a ordem temporal voltado somente para a salvação da que ass im form e as almas e as conprópria alma - mas numa devoçã o vide para o Céu, eis uma alta mi svoltada para a suprema glória de são cio s leigos v ivendo no séc ulo. Deus, para que tal glória se manifes"Quem procuro afastar-se de Maria o fim de melhor concentrar em Jesus seu C laro está que tal ord em temporal te na Terra em todo seu esplendor, amor, afasta -se sim ultaneamente de teri a uma consonância profu nd a com para a devid a sac ralização da ordem Jesus e de Maria. Maria Santíssima é o a Reve l ação, os ensinamentos e as tempora l. caminho que vai a Jesus, o canal único leis da I grej a, bem como com os diEssa conferência foi transcrita na de todas os suas graças, o único meio tames da verdadeira ciência. Ela seCircular aos Propagandistas de Caque temos paro chegar realmente o Ele. ri a, pois, o Reinado ele Jesus C ri sto, tolicismo de outubro/novembro de E, por isto mesmo, o devoção filial e o Reinado de Maria na Terra. [ .. .] o Nosso Senhora é sempre uma ardente 1963. Eis alguns trechos: prova de bom espírito, enquanto a tiCo mo são freq üentes em torno bieza nessa devoção é dos mais alarele nós as pessoas que supõem que "A característica cio aposto lado mantes sintomas do vida espiritual" (Plitêm verdadei ro es píri to cató li co, nio Corrêa de Oliveira, "Legionário", dos leigos consiste em desenvolverporque recebem um a ou outra vez 25-1 O- 1942). se no século, em ag ir no seio ela soos sac ram entos e praticam algun s ciedade ci v il para promover a sa latos de pi edade. Entretanto, os seus vação das almas por todos os meios modos de pensar, ele sentir e ele ag ir lícitos, inclusi ve pela impregnação são marcados por um espírito oposcio espírito da Igrej a em todo s os J to ao ela Igreja. va lores própri os à esf era tempora l. N ão se trata, portanto, para Ass im, pois, a nossa co nsagração a Nossa Senhora é rea li o apóstolo leigo, ele evitar as co isas do séc ul o enqu anto tais, zada, em nossos dias, pela reconclução elas almas e ele tod os os de fugir para uma Teba icla ou para o recesso sagrado ele uma valores ela soc iedade tempora l para darem glóri a a Deus, à sua orde m estritamente contempl ati va, nem sequer de viver a vida causa final , tendo em Deus a sua causa exemplar. D entro de conventu al numa Ordem co nsagrada ao apostolado ex tern o. um rumo que só será de verdadeiro progresso se for indi cado Trata-se, isso sim, de estar dentro do séc ulo e de ord enar para pelos princípi os magníficos ela tradi ção cri stã" .
Medianeira de todas as graças
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CATOLICISMO
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Devoção ao Papado
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m sua vida pública, iniciada quando entrou para o Movimento Católico no dia 9 de setembro de 1928, Plínio Corrêa de Oliveira desenvolveu extensa atividade, tanto nos meios católicos como nos ambientes seculares, com abundantísima produção enq uanto escritor e conferencista; e em nada destoou do Magistério infalível de Pedro. O que é reconhecido mesmo por adversários ideológicos, mas sobretudo confirmado por altos prelados. A propósito de seu livro A Liberdade da Igreja no Estado Comunista (primeiramente publicado em Catolicismo, agosto/1963, e depois com diversas edições em várias línguas), o autor recebeu do então Prefeito da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades, Cardeal Giuseppe Pizzardo, carta oficial na qual certificava que o referido livro é uum eco fidelíssimo dos Documentos do Supremo Magistério da Igreja". O Prof. Plínio comentou que esse encômio correspondia ao que ele mais podia desejar na vida: ser um eco fidelíssimo da voz da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana. Disso a sua longa e fecunda existência - atestamos - foi um exemplo contínuo, sempre repercutindo os ensinamentos perenes do Magistério infalível. Prefaciando a consagrada biografia Plínio Corrêa de Oliveira - O Cruzado do século XX (de Roberto de Mattei, professor de História Moderna na Faculdade de Filosofia de Cassino, Itália), escreveu o Cardeal Alfons Maria Stickler S.D.B, em 2-7-96:
"Com a coerência da sua vida de autêntico católico, Plínio Corrêa de Oliveira confirma-nos a fec undidade da Igreja. De fato, para os verdadeiros católicos, as dificuldades dos tempos constituem ocasiões em que eles se destacam na História, para nela afirmar a perenidade dos princípios cristãos. Foi o que fez o eminente pensador brasileiro, mantendo alta, na era dos totalitarismos de todas as cores e expressões, a sua fidelidade inamovível ao Magistério e às instituições da Igreja".
O entusiasmo pela lgl'eja e pela infalibilidade papal Declarações que revelam o amor e a submissão entusiástica de Plínio Corrêa de Oliveira à Igreja e ao Soberano Pontífice encontram-se registradas em inúmeras publicações e conferências. Iniciamos por um trecho de um discurso em 14-12-68, por ocasião da celebração de seu 60° aniversário:
" Ainda menino, eu percebi que a Santa Igreja Católica Apostólica Romana é a verdadeira Igreja de Deus. Lembro-me do en levo DEZEMBRO 2008 -
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que tive quando to mei conhecimento ela infalibilidade papal. Lembro-me cio entusias mo que senti quando, aos poucos, saindo elas brumas ela infância, fui percebendo os lineamentos ela Igrej a Cató lica, a liturgia, a organi zação ela Ig rej a, a Sagrada Hierarqui a. Com isso, fui compreendendo depois a Civili zação C ri stã". Não teria tal entusiasmo diminuído com o tempo, sobretudo em vista da crise na Igreja, a respeito da qual os Papas contemporâneos têm alertado os fiéis? 4 A essa questão, que lhe foi posta vári as vezes, ele sempre redarguia que, pelo contrário, com o passar dos tempos seu entusiasmo aumentava. Numa de suas colaborações para a "Folha de S. Pau lo" em 12-7-70, ele responde brilhantemente:
" Não é com meu e ntusias mo cios tempos ele jove m que eu me coloco hoje ante a Santa Sé. É com um entusias mo aind a maior, e muito maior. Pois à medida que vou vivencio, pensando e ganhando experiência, vou compreendendo e amando mais o Papa e o Papado. Le mbro- me ainda elas aul as ele catecismo em que me expli caram o Papado, sua institui ção divin a, seus pode res, sua missão. Me u co ração ele menino (eu tinha e ntão 9 anos) se enche u ele admi ração, ele enlevo, ele entusias mo: eu encontrara o idea l a que me dedi cari a por toda a vicia. De lá para cá, o amor a esse ideal não te m senão cresc ido. E peço aqui a Nossa Senhora que o faça crescer mais e mai s e m mim , até o meu último alento. Q ue ro que o derrade iro ato ele meu inte lecto sej a um ato ele fé no Papado. Que meu último ato ele amo r sej a um ato ele a mo r ao Papado . Po is ass im morrere i na paz cios e leitos, bem unido a Mari a minha mãe, e por E la a Jesus, me u Deus, meu Re i e meu Redentor bo níss imo. [... ] (vide quadro ao lado). Quero dar a cada ensinamento deste Papa, como ele seus antecessores e sucessores, toda aquela medida ele adesão que a doutrina ela Igreja me prescreve, tendo por infalível o que E la maneia ter por infalível, e por falível o que ela ensina que é falível. Quero obedecer às ordens deste ou ele qualquer outro Papa em toda a medida em que a Igreja manda que sejam obedecidos. Isto é, não lhes sobrepo ndo j amais a minha vontade pessoa l, nem a fo rça ele qua lquer poder terreno, e só, abso luta mente só recusando obedi ênc ia à orde m do Papa que importasse eventua lmente e m pecado. Po is neste caso extremo - como ensinam , re petindo o Apóstolo São Paul o, todos os morali stas cató li cos - é prec iso colocar ac ima ele tudo a vo ntade de Deus. Fo i o q ue me ensinaram nas aul as de catec ismo. Fo i o que li nos tratados que estudei. Ass im penso, ass im sinto, ass im sou. E de coração inte iro".
CATOLICISMO
Excertos do testamento de Plinio Corrêa de Oliveira "Em nome da Santíssima e Indivíduo Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo. E da Bem-aventurada Virgem Maria, minha Mãe e Senhora . Eu, Plinio Corrêa de Oliveira . Declaro que vivi e espero morrer na Santa Fé Católica Apostólica e Romana, à qual adiro com todas as veras de minha alma. Não encontro palavras suficientes para agradecer a Nossa Senhora o favor de haver vivido desde os meus primeiros dias, e de morrer, como espero, na Santa Igreja, à qual votei, voto e espero votar até o último alento, absolutamente todo meu amor. De tal sorte que todas as pessoas, instituições e doutrinas que amei durante minha vida, e atualmente amo, só as amei ou amo porque eram ou são segundo a Santa Igreja . Igualmente, jamais combati ins tituições, pessoas ou doutrinas senão porque e na medida em que eram opostas à Santa Igreja Católica . Agradeço da mesma forma a Nossa Senhora - sem que me seja possível encontrar palavras suficientes para fazê - lo - a graça de haver lido e difundido o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem , de São Luís Maria Grignion de Montfort, e de me haver consagrado a Ela como escravo perpétuo . Nossa Senhora foi sempre a Luz de minha vida, e de sua clemência espero que seja Ela minha Luz e meu Auxílio até o último momento da existência . Agradeço ainda a Nossa Senhora - e quão co movidamente - haver-me feito nascer de Dona Lucília . Eu a venerei e a amei em todo o limite do que me era possível, e, depois de sua morte, não houve dia em que não a recordasse com saudades indizíveis . Também à alma dela peço que me assista até o último momento com sua bondade inefável. Espero encontrá - la no Céu, na coorte luminosa das almas que amaram mais especialmente Nossa Senhora" . São Paulo, 1O de janeiro de 1978
Plínio Corrêa de Oliveira
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Obediência ao Vigál'io de Cl'isto e rnsistência católica A exímia fidelidade de Plínio Corrêa de Oliveira ao Romano Pontífice nunca esmoreceu. Seu amor e sua obediência incondicional ao Papado intensificaram-se especialmente em circunstâncias difíceis, como a da política de distensão da diplomacia do Vaticano com os regimes comunistas, no Pontificado de S.S. Paulo VI, a qual causou muita perplexidade à maioria anticomunista dos católicos. A détente do Vaticano criou um grave problema para os católicos: deviam estes cessar a luta contra o comunismo? Ou manifestarem-se em "estado de resistência" a essa orientação diplomática? Assim, em um magistral documento escrito numa linguagem transbordante de veneração ao Papado, o fundador da TFP brasileira explicita sua perplexidade face à Ostpolitik vaticana. Ao mesmo tempo, ele externa sua irrestrita obediência à Santa Sé, nos termos preceituados pelo Direito Canônico. Primeiramente publicado na "Folha de S. Paulo" em 10 de abril de 1974, o documento-manifesto intitula-se A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas - Para a TFP: omitir-se ou resistir? 5 A reverente "declaração de resistência" foi então assumida pela TFP brasileira, e depois pelas TFPs e entidades afins existentes então nas Américas e na Europa. Eis um trecho do histórico documento em que o autor responde à objeção que se poderia fazer aos católicos anticomun istas: por que não agem de acordo com a diplomacia de distensão do Vaticano com os governos comunistas? " Tal pergunta traz como conseqüência, para todos os católicos anticomunistas, uma alternativa: cessar a luta, ou expli car a sua posição. Cessar a luta não podemos. E é por imperativo da nossa consciência de católicos que não o podemos. Pois se é dever de qualquer católico promover o bem e combater o mal, a nossa consciência impõe-nos que difundamos a doutrina tradicional da I greja e combatamos a doutrina comunista [ ... ]. Sentir-nos-íamos mais agrilhoados na I greja do que o era Soljenitsin na Rússia soviética, se não pudéssemos agir em consonância com os documentos dos grandes Pontífices que ilustraram a Cristandade com sua doutrina. A I greja não é, a I grej a nunca foi, a Igreja jamai s será tal cárcere para as consciências. O vínculo da obediência ao sucessor de Pedro, que jamais romperemos, que amamos com o mais profundo da nossa alma, ao qual tributamos o melhor do nosso amor, esse vínculo nós o osculamos no momento mesmo em que, triturados pela dor, afirmamos a nossa pos ição. E de joelhos, fitando com veneração a figura de Sua Santidade o Papa Paulo VI, manifestamos- lhe toda a nossa fidelidade.
N este ato filial , dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é vossa, nossa vida é vossa. Mandai-nos o que qui serdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe. Sim, Santo Padre, São Pedro nos ensina que é necessário obedecer a Deus antes que aos homens (At. V , 29). Sois ass istido pelo Espírito Santo e até confortado - nas condições defi nidas pelo V aticano I - pel o privilégio da infalibilidade. O que não impede que, em certa s matéri as ou circunstâncias, a fraqueza a que estão sujeitos todos os homens possa influenciar e até determin ar vossa atuação. Uma dessas é - talvez por excelência - a diplomacia. E aqui se situa a vossa políti ca de di stensão com os governos comunistas. Aí o que fazer? As laudas da presente declaração seriam insuficientes para conter o elenco de todos os Padres da I grej a, Doutores, morali stas e canoni stas - muitos deles elevados à honra dos altares - que afirmam a legitimidade da resistência. Uma resistência que não é separação, não é revolta, não é acrimônia, não é irreverência. Pel o contrário , é fidelidade, é união, é amor, é submi ssão. Resistência é a palavra que escolhemos de propósito, pois ela é empregada nos Atos dos Ap ós to los pelo próprio Espírito Santo, para caracterizar a atitude de São Paul o. Tendo o primeirn Papa, São Pedro, tomado medidas di sc iplinares referentes à perm anênci a no culto católico de práticas remanescentes da antiga Sinagoga, São Paulo viu nisto um grave fator de confusão doutrin ári a e de prejuízo para os fiéis. Levantou-se então e ' res istiu em face' a São Pedro (Gal. H, l l ). Este não viu, no l ance fogoso e inesperado do Apóstolo das Gentes, um ato de rebeldi a, mas de uni ão e amor fraterno. E, sabendo bem no que era infalível e no que não era, cedeu ante os argumentos de São Paul o. Os Santos são modelos dos católicos. N o sentido em que São Paulo resisti u, nosso estado é de resistência. E ni sto encontra paz nossa consc iência. Resistir signifi ca que aconselharemos os católicos a que continuem a lutar contra a doutrina comunista com todos os recursos lícitos, em defesa da Pátri a e da Civilização Cri stã ameaçadas . Resistir significa que jamais empregaremos os rec ursos indignos da contestação, e menos ainda tomaremos atitudes que em qualquer ponto di screpem da veneração e da obediência que se deve ao Sumo Pontífice, nos termos do Direito Canôni co".
Com l'edobmdo amol' e dedicação ao monal'ca da Sa11ta Igreja Decorridos poucos dias do lança mento do manifesto acima, em artigo publicado na "Fo lha de S. Paulo" de 21-4-74, o Prof. Plínio escreve:
" N esse ato de resistência à política de Paulo VI não há outras componentes psicológicas senão o amor, a fidelidade e a dedicação. D ado que o Papa é o monarca da Santa Igreja, meu gesto importa em defender o reino em benefício do Rei, ainda quando, para tanto, deva incorrer no desagrad o deste. Mai s longe, segundo me parece, não é dado ao homem levar sua dedicação". Com filial e irrestrita submissão ao Papado, Plínio Corrêa de Oliveira conduziu toda sua vida dedicada à exa ltação da Santa Igreja e em sua defesa contra os erros do progressismo que se infiltraram nos meios católicos, como aqueles veiculados pela Teologia da Libertação. Nessa situação de dolorosa crise, ele aconse lha os leitores de Catolicismo em artigo para a edição de julho/92: " A ssim como um filho se nte redobrar seu amor e sua veneração qu ando vê sua própri a mãe atirada ao infortúni o e opressa pela derrota, ass im é co m redobrado amor, com veneração inexprimível que me refiro aqui à Santa Igreja de D eus, nossa M ãe. Precisa mente neste momento hi stórico em que a Ela caberi a refazer, à etern a luz do Evangelho, um novo mundo, vejo-A entregue a um doloroso e deprimente processo de ' autodemolição', e sinto dentro dela a ' fumaça de Satanás ', que penetrou por infa mes fi ssuras (cfr. Pau lo VI, Alocuções de 7-12-68 e 29-6-72). Para onde voltar então as esperanças do leitor? Para o próprio Deus, que j amai s abandonará sua Igrej a sa nta e imortal , e que por meio d'Ela fará nos dias longínquos ou próximos - cujo advento sua Miseri córdi a e sua Justiça marcaram , mas permanecem mi steri osos para nós - o esplêndi do renascimento da Civili zação Cri stã, o Reino de Cri sto pelo Reino de M aria".
Restauração da Cfrilização Cl'istã 110 Rehw <le Mal'ia Na sua magna obra Revolução e Contra-Revolução (RCR), Plínio Corrêa de Oliveira sintetiza os princípios que devem reger a Civilização Cristã: " A ordem nascida da Contra-Revolução deverá reful gir, mais ainda do que a da Idade M édia, nos três pontos capitais em que esta foi vulnerada pela Revo lução: Um profundo respeito dos direitos da Igreja e do Papado e uma sacrali zação, em toda a ex tensão do possível, dos valores da vida temporal , tudo por oposição ao laicismo, ao interconfess ionali smo, ao ateísmo e ao panteísmo, bem como a suas respectivas seq üelas. Um espírito de hierarqui a marcando todos os aspectos da sociedade e do Estado, da cultura e da vida, por oposição à metafís ica igualitária da Revo lução. Uma diligência no detectar e no combater o mal em suas formas embrionárias ou veladas, em fulminá-lo co m execração e nota de infâmi a, e em puni-lo co m inquebrantável firmeza em todas as suas manifestações, e particul armente nas qu e atentarem contra a ortodoxia e a pureza dos cos tumes,
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tudo por oposição à metafísica libera l da Revolução e à tendência desta a dar livre curso e proteção ao mal". 6
Filial devotamento e obediência ao CJ,efe Augusto <la Cl'istandade Termin amos esta matéria fazendo nossa a conclusão do livro RCR, o qual foi publicado em primeira mão no centésimo número de Catolicismo, em abri l de 1959: " N ão quereríamos dar por encerrado o presente artigo, sem um preito de fili al devotamento e obediência irrestrita ao 'doce Cristo na Terra' , coluna e fund amento infalível da V erd ade.
" Ubi Ecclesia ibi Christus, ubi Petrus ibi Ecclesia" [Onde está a Igreja aí está Cristo, onde está Pedro aí está a Igreja] . É pois para o Santo Pad re que se volta todo o nosso amor, todo o nosso entu siasmo, toda a nossa dedicação. É com estes sentim entos, que animam todas as pág inas de Catolicismo desde sua fundação, que nos abalançamos também a publicar este trabalho. Sobre cada uma das teses que o constituem, não temos em nosso coração a menor dúvida. Sujeitamo-las todas, porém , irrestritamente ao juízo do Vigári o de Jesus Cristo, di spostos a renunciar de pronto a qualquer delas, désde que se di stancie, ainda que de leve, do ensinamento da Santa I grej a, nossa Mãe, Arca da Salvação e Porta do Céu". 7 • E-mai l para a redação: catolic ismo@catolicismo.com.BR
Notas: 1. "O Legio nári o": Ó rgão o fi c ial da Congregação Mariana de Santa Cec íli a, do qual Plíni o Corrêa de O li veira fo i direto r de 1933 a 1947. Sob s ua di reção o jorna l foi a mpli ado e adq uiriu e norme penetração no público ca tól ico, to rna ndo-se ó rgão o fi c ioso ela Arquidiocese de São Paulo. 2. De acordo com o que exp lanou em sua obra- mestra Revolução e Contra/?evolução, Plínio Corrêa de O li ve ira de nomina "Revolução" o secul ar processo que vem destruindo a Civ ili zação C ri stã, desde fin s da Idade Média . E "Contra- Revo lução", a atuação qu e se opõe diametralm ente a esse processo desagregador. 3 . Ja11se11is1110: heresia que constituiu uma corrent e semi -protes tante no interi o r ela Igreja. Era de um ri gorismo hirto e despropositado. Tal heres ia, um a elas mais pernic iosas da Hi stó ri a da Igreja, foi in stituída pe lo holandês Corné lia Ja nsêni o, bi spo de Ypres ( 1636). Este negava a infinita mi seri córdia ele Deu s e defendi a a predestinação . In fectou grande parcela de bispos, sacerdotes e le igos na Fra nça e em o utros países ela C ri standa de. A heresia janseni sta fo i condenada por diversos Papas, entre os quai s Inocênc io X, na bu la papal Cum occasione ( 1653). Mes mo assim, a heres ia proj etou-se nos séc ul os XVIII e XIX , e só fo i debelada quando o grande São Pio X, no in ício cio sécul o XX, publicou o decreto favorecendo a comunhão freqüente. 4. Veja-se, por exempl o , a alocução de João Paulo li, e m 6-2-8 1, aos Reli giosos e Sacerdo tes parti c ipan tes cio I Congresso Nacional Itali ano sobre o tema "Missões ao Povo para os Anos 80", in "L' Osservatore Romano", 7-2-81. 5. Manifesto primeiramente pub li cado pelo matutino paulista "Folha de S. Paulo" , seg uido ele 36 jornais bras il e iros e depoi s reproduzido cm 73 ó rgãos de impre nsa, entre jo rnai s e rev istas, de 11 países, sem receber qualq uer objeção qua nto à sua o rtodox ia e correção ca nôn ica. Em Catolicism o, foi publicado na edição de maio/1974 e encontra-se di sponível no site www .pl ini ocorreadeo liveira. info 6. Plíni o Corrêa de Oliveira, Revolução e Conlra -Re volução, Parte li , Capi tul o li , 4" ed . em po rtug uês, Artpress, São Paulo, 1998. 7. Op. cit., Co nc lu são.
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Mas sobretudo o que nele atraía e encantava era uma profund a bondade de coração. Todos se se ntia m be m com e le, e sabi a-se que, e le presente, não haveria críticas vãs, rivalidades, brigas, di sputas ne m o utras co isas muito freq üe ntes entre cri anças quando e ntra o amor própr io. Aos l5 anos de idade fo i enviado à Universidade de Pont-à-M ousson, onde um tio paterno era reitor, a qual gozava na época de grande fama dev ido a seus excelentes mestres. Pedro seguiu o curso na universidade como e e tivesse num co nvento. Passou a comer uma só vez ao dia, e de prefe rência a comida mais grosseira. Suprimiu o uso do vinho, tão comum naquelas terras. Só bebia água, e ainda assim moderadamente. Para preservar a pw-eza e obter controle sobre si mesmo, pa sou a flagelar seu corpo e a usar disciplinas, que só tirava para dormir. A proteção de Nossa Senhora fo i para ele fundamental. Sobretudo recorria incessa ntemente à Ra inha do Céu para que o tomasse sob sua proteção e não permi tisse que jamais falta voluntária vies e tisnar-lhe a pureza virginal . Por devoção à Vi rgem, ingressou na Congregação Mariana da universidade. Ao chegar à maturidade, era de estatura alta e majestosa, semblante benévolo e presença muito agradável. Pedro ap rendeu tão be m o latim, que li a corrente mente o que os autores havi am escri to de mais difícil nessa língua. Apre ndeu também o grego, de modo a ler obras de São João C ri sósto mo e de o utros Padres gregos da Igrej a no orig inal. Ótimo aluno, com muita fac ilidade para compreender e bem explicar o que aprendera, alguns gentis-homens rogaram-lhe fosse tutor de seus filhos, o que aceitou. Isso lhe seria de muito proveito no futu ro para a congregação que fundaria, dedicada ao ensino.
São Pedro Fourier Pároco, fundador e reformador D esconhecido no Brasil, foi entretanto um grande santo, em algo semelhante ao Cura d'Ars como pároco, a São João Bosco como fundador, a São Pedro de Alcântara como reformador e a Santo Afonso de Ligório como missionário Ili
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PLINIO M ARIA SOLIMEO
uitas vezes os santos deve m a fa míli as be m fo rmadas e pais piedosos sua propensão para a sa ntidade. São Pedro Fourier não fu g iu a essa regra. Seus pais, Domingos Fourier e Ana Nacquart, eram mediocremente dotados dos bens da Terra, mas ricos dos ce lestes. E legaram a seus c in co filh os, co mo e u ma ior tesouro, a integ ridade da fé. São Ped ro Fourier nasce u a 30 de novembro de 1565 em Mirecourt, nos Yosges, reg ião da Lo re na (Fra nça), en tão um ducado inde pende nte. Seus pais o consagrara m espec ialmente a Deus e o destinaram - caso correspondesse aos seus anseios - para o
servi ço dos alta res. Deus aceitou beni g no esse oferec imento, cumul ando o menino de graças espec iais. Ped ro te ve ass im , desd e ced o, mui ta inclinação para a virtude, espec ialmente para a pureza. Desde muito pequeno, não tolerava que se deixasse desco berta ne nhuma parte de seu corpo, mesmo quando se tratava de trocá-lo. Chorava inconso ladamente, sossegando ape nas quando inteira me nte vestido. E ntão sorri a, e tornava-se me igo e apraz íve l. À medida que c resc ia, tornava-se mais modesto e m seus olhares, moderado e m seu ri so, inocente nos modos de agir, fazendo tra nsp<U·ecer, em todos os d ivertimentos da idade, um a maturidade que provocava a admi ração de todos que o observavam.
Maus tratos, tentativa ele assassinato M as Pe d ro q ue ria co nsagra r-se in te ira me nte a Deus. N ão fa lta vam
então na Lore na conve ntos e casas religiosas cheias de fervor, que pudessem atraí-lo. E ntretanto, escolheu os Cônegos Regulares de Santo Agostinho, de Chaumousey, muito decadentes na época, ne la ingressando aos 20 anos de idade. Apesar da sua profunda humildade, quando nov iço fo i mal visto pelos outros relig iosos, po rque sua observância ex ími a do regul amento era para eles uma constante censura. Enfi m, e le perseverou e recebeu a ordenação sacerdotal em 1589. Seu superior e nvi ou-o novamente à unive rsidade de Po nt-à-Mousson para co mpletar seus estudos de teolog ia sob a d ireção de seu parente, João Fourier, q ue ta mbém teve a g ló ri a de ha ver fo rmado São Francisco de Sa les . Após ter-se aprofundado no estudo da teologia, Sag radas Escritu ras e obras ci os Padres da Ig reja, vo lto u para seu convento, pelo desejo de seus superi ores de que ali ele restabe lecesse a a ntiga regularidade e fe rvor. Sem criticar ou que ixar-se, procurava co nqui star seus confrades pe lo exemp lo. A tática não surtiu efe ito, pois os maus odeiam os bons porque são bons. Três ou quatro membros dos mais irregul ares da comunidade ligaram-se co ntra e le, subm ete nd o-o a toda sorte de confusões, chacotas e maus tratos; inc lusive atentaram contra sua vida, proc ura ndo envenená- lo. Mas Pedro comia tão po uco, que não lhe fez ma l o veneno que lhe mini strara m. Sua mortificação sa lvou-lhe a vida.
Vigário <le ale/eia, exemplo <le vicia para to<los Após dois anos de pro vações, ta lvez para livrá-lo dos maus tratos, em relação aos qua is Pedro parec ia muito fraco para co mbater, o supe ri or no meo u-o vigári o de Matta inco urt, situada num va le risonho regado pe lo ri o M adon. Essa c idadezinha, a par ela indife rença re li giosa, estava mui to influenc iada pelo ca lvini smo por causa de s uas re lações comercia is
com Genebra, a ruidosa capita l dessa heresia na época. São Pedro Fourrier logo constatou que a ignorância religiosa, a sede de prazeres, a heresia e o ateísmo haviam criado profundas raízes na cidade. Antecedendo o Santo Cura d ' A.rs em quase 200 anos, começou a reconquistar seus paroquianos, um a um . Ia às casas, onde procurava reunir três ou quatro famílias, ensinando-lhes os preceitos do Evangelho. Inculcava- lhes de ta] maneira os princípios de nossa salvação, que emoci onava os assistentes. Ele ia ao encontro dos libertinos e alcoólatras e lhes atirava e m face sua impi edade e malícia. Tudo isso fruto de uma caridade, uma ternura e um ta l interesse pela salvação de suas almas, que os tocava a fund o. Mas havia ta mbém a conquistar os "espíritos fo1tes" da cidade. Depois de muito rezar e fazer penitência por eles, Pedro Fow·ier tomava uma ati tude extremamente caridosa: ia à casa desses ímpios e, com voz toni truante, autori dade e firmeza, os exprobrava, por sua impiedade. Depois, no tribunal da peni tência, ele obtinha duradouros frutos. Todos sabi am que o pároco era tudo para todos. Estava sempre pro nto, a qualquer hora do dia ou da noite, a atender qualquer caso. Visitava os doentes e também as escolas, informando-se da conduta dos alunos, aperfeiçoando-lhes os métodos e ensinando ele mes mo o catecismo às crianças. Os artesãos e comerc iantes caídos em desgraça eram por ele socorridos. C riou para socorrê- los um fu ndo, chamado de Bolsa de São Evre. Os nobres e mpobrec idos e envergonhados encontravam nele um apo io seguro. Para conjurar a cólera de Deus, manifes tada nos fl agelos naturai s co mo enchentes ou secas, recorreu à Santíssima Virgem como advogada e instituiu três sodalíc ios - um de São Sebastião para os homens, e dois para as mulheres: do Santo Rosário e da Imacul ada Conceição, ou F ilhas de Maria. Fez cunhar uma medalha com os dizeres: Maria foi concebida sem pecado",
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que distribuiu por toda a Lorena. Assim, mais de 200 anos antes da proclamação desse dogma, ele divulgou essa devoção à Mãe de Deus. Houve um projeto de São Pedro Fourier que seria muito apropriado para nossos dias, especialmente para o Brasil , onde todos se afogam numa infinidade de leis e processos. O santo via que, quanto mais se multiplicavam os oficiais de justiça, tanto mais lentos eram os processos. Ele adotava a máxima de Santo Agostinho:
"Não processos, ou terminálos depressa". E concebeu
Interior do basílica de Mottoincourt
uma associação na qual se enNessa faina, teve contacto progajariam os personagens mais nofundo com os vícios e a corrupção bres e mai s influentes da cidade. de costumes da sociedade, o que lhe Acompanhados de alguns advogasangrava o coração. O que podia fados escolhidos entre os mai s hábeis, zer para solucionar essa situação? eles deviam trabalhar para terminar Depois de muito rezar e meditar, cheamigavelmente os processos e difigou à conclusão de que era necessáculdades surgidas. Se uma das parrio educar a mocidade, logo que cates envolvidas, julgando ter inteira paz de instrução, e submetê-la à dirazão, se recusasse a esse acordo reção de pessoas sábias e piedosas. amigável, haveria uma caixa coFormando os jovens desde cedo, os mum da qual a outra parte, se nepreservaria dos males do século. Tencessitada, pegaria o dinheiro necestou então fundar uma obra para a sário para o prosseguimento do proeducação dos meninos e outra para a cesso, sem que ninguém sofresse das meninas. Entretanto só teve êx idano com isso. As guerras de relito com a obra para as meninas. Estagião, que se seguiram, impediram a va reservada a São João Batista de la realização desse plano. SaJle, aJgum tempo depois, a educaSão Pedro Fourier mudou a face ção dos meninos. de Mattaincourt, que se transforUm grupo de donzelas, por ele mou num corno que oásis, no qual dirigidas, declarou que estava m floresciam as virtudes cristãs. O dispostas a se consagrar a Deus na uso dos sacramentos passou a ser obra que e le meditava. Surgiu asfreqüente, os casados viviam e m sim a Congregação de Nossa Seboa harmonia, muitos jejuavam ou usavam instrumentos de mortifica- . nhora das Cônegas Regulares de Santo Agostinho, que logo se esção, e mesmo levavam seu cilício palhou pela Lorena e pela França. e seu terço ao trabalho. Antes de sua morte, São Pedro FouEducar a juventll(/e para rier pôde ver trinta e dois mosteisalvar a sociedade ros solidame nte estabelecidos. Foi ele, assim, o precursor das várias Isso fez com que os prelados da congregações dedicadas ao ensino, região lhe pedi ssem que fosse preque surg iram depois na Igreja. gar missões em suas dioceses.
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A caridade de São Pedro Fourier era entretanto muito mais ampla, e abraçava outras obras de apostolado. Por isso, ' em 1621 ele se pôs a trabalhar na reforma da decadente Ordem dos Cônegos Regulares, numa antiga abadia de São Remígio, de Luneville, com seis noviços. Deus abençoou de tal modo essa empresa que, quatro anos depois , já oito casas das mais consideráveis abraçavam sua reforma. Em .1629 formaram a Congregação de Nosso Salvador. Em 1625 São Pedro foi enviado para tentar a conversão dos habitantes do Principado de SaJm, próximo de Nancy, que tinham apostatado e abraçado o calvinismo. Em seis meses todos os protestantes, a quem ele chamava ele "pobres est:rangeiros", retornaram à fé. Uma das suas mais profundas dores nesse tempo foi a de saber que, e m sua cara cidade de Mattaincourt, 40 pessoas havi am ficado possessas do demônio e constituíam fontes de desordens na igreja e na paróquia. Acorreu logo em socorro ele suas antigas ovelhas, e por me io de exorcismos, jejuns, preces e penitências conseguiu livrar seus antigos paroquianos da possessão diabólica. Por s ua ficleliclacle à Casa de Lorena, São Pedro Fourier teve que ex ilar-se no Franco Condado, então espanhol, onde faleceu no dia 9 de dezembro ele 1640. • E-mai l do autor: pmsolimeo@catolicjsmo.com .br
Carta aberta ao Papa
condena diálogo com Islã Ü diálogo inter-religioso, levado a cabo por altos prelados, é posto em causa, especialmente no que concerne ao Islamismo, em carta aberta de um católico ao Papa Bento XVI. A mídia brasileira não noticiou o fato que, entretanto, tem ecoado na Europa e nos Estados Unidos. 1
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conceituado jornalista católico Magdi Cristiano Aliam, convertido do islamismo, é vice-diretor cio "Corriere dei la Sera", um dos mais importantes jornais da Europa. Publicou uma "carta aberta ao Papa" a respeito cio modo como vem se desenvolvendo o diálogo católico-islâmico, documento que tem repercutido e m países europeus e também nos Estados Unidos. No Brasil , ao que nos con ste, tal carta não está sendo noticiada, em parte porque o diálogo com os muçulmanos não é um problema entre nós, uma vez que eles aqui representam minoria pouco significativa. Ao contrário da Europa, onde o
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Carta aberta ao Papa: "A Igreja pode legitimar o Islã como religião e considerar Maomé um profeta?" Apelo ao Santo Padre a fim de que se esclareça o desvio relativista e islamica me nte correto que levou altos prelados católicos a legitimar o Islã co mo religião e a transformar as igrejas e casas paroqui ais em salas de oração e de reunião cios extremistas islâmicos.
Obras consultadas:
A Sua Santidade o Papa Bento Xl/1 - Les Petits Bollandi stes, Vies eles Sai11.1s , Bloud et Barrai, Pari s, 1882, tomo VIII. - A. Aliaria, SI. Pe1er Fourier, The Catholic Encyc l oped ia , on lin e ed iti on , www .newadvent. - John J. Delaney, SI. Peter Fourier, Dictionary of Saints, Doubleday . New York , 1980.
tema é muito vivo, pois há milhões de muçulmanos que não se integram na vida social e constituem por isso uma espécie de tumefação social; e os poucos que se convertem ao Cristianismo sofrem todo tipo de ameaças. Nossa revista tem sido sempre muito reservada (tanto do ponto de vista teológico como prático) em pronunciar-se sobre o diálogo de católicos com outras religiões, afortiori com o Islã. Mas, posta a carta aberta de Magcli Cristiano Aliam, Catolicismo subscreve as críticas aí feitas a tal diálogo e o pedido que o conceituado jornalista faz a Bento XVI. A extensão da missiva obriga-nos a transcrever apenas trechos. Ela pode ser lida na íntegra, em italiano, em : http:// www.magdiallam.it:80/node/7467. Passamos a palavra a Magdi Cristiano Aliam. Só os intertítulos são da redação.
ALENCASTRO
Dirijo-me diretamente a Vós, Vigário de Cristo e Cabeça da Igreja Católica, com a deferência de um sincero crente na fé em Jesus e como incansáve l protago nista, testemunha e obreiro da Civilização Cristã, para manifestar a minha máxima preocupação pe lo g rave desvio religioso e ético que se infiltrou e difundiu no seio da Igreja. A ponto de, e nqu anto nos vértices da Igreja alguns altos prelados, inclusive entre os vossos próximos colaboradores,
sustentam aberta e publicamente a legitimidade do Islã como religião e Maomé como profeta, na base da Igreja outros sacerdotes e párocos transformam a igreja e as casas paroquiais em salas para orações e de reunião dos integristas e extremistas islâmicos, que perseguem lúcida e infatigavelmente a estratégia de conquista do território e das mentes de um Ocidente cristão.
É vital parn o bem da Igreja que o Papa se p1·onw1cie Pois bem, Santidade, como é possível não se dar conta de que a disponibilidade ou, pior ainda, o conluio com o Islã como religião - o qual, a despeito das aparências, põe em perigo o amor cristão para com os muçulmanos enquanto pessoas culmina em renegar a fé em Deus que se fez Homem e no Cristianismo, que é o testemunho de Verdade, Vida, Amor, Liberdade e Paz? DEZEMBRO 2008
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Eis por que hoje é vital para o bem comum da Igreja católica, para o interesse geral da Cristandade e da própria civilização ocidental, que Vós vos pronuncieis de modo claro e vinculante para o conjunto dos fiéis sobre o problema de fundo que está na base deste deletério desvio religioso e ético que está desacreditando a Igreja, abalando as certezas nos valores e na identidade do Ocidente cristão, arrastando ao suicídio da nossa civilização: é concebível que a Igreja legitime substancialmente o Islã como religião, levando até o ponto de considerar Maomé como um profeta?
Dois exemplos muito siglliflcativos Santidade, limitar-me-ei a indicar dois recentes episódios dos quais fui testemunha. Quarta-feira passada, 15 de outubro de 2008, o arcebispo de Brindisi, Dom Rocco Talucci, qualificou Maomé como "um profeta" e substancialmente legitimou o Islã como religião enquanto "expressão da aspiração do homem a elevarse a Deus". Não é absolutamente núnha intenção levantar um caso pessoal em face do arcebispo Talucci. Pois que não é um caso isolado. Quisera Deus que assim o fosse! Infelizmente é uma atitude difundida no seio da Igreja católica hodierna. O segundo episódio concerne ao cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Interrel igioso. Repetiu a tese por ele já sustentada no passado, se-
gundo a qual as religiões seriam de si ''.fatores de paz", mas que causariam medo devido a "alguns crentes" que "traíram a sua.fé", quando na realidade todas as crenças seriam "portadoras de uma mensagem de paz efratemidade" . A tese do cardeal Tauran é que as religiões seriam intrinsecamente boas, e que, pois, sê-lo-ia também o Islã. Disto se seguiria que, se hoje o extremismo e o terrorismo islâmico se tornaram a principal emergência para a segurança e a estabilidade internacional, isto se deveria imputar a uma minoria "ruim" que interpretruia de modo transviado o "verdadeiro Islã", enquanto a maioria dos muçulmanos seria "boa" no sentido de respeitosa dos direitos fundamentais e dos valores não negociáveis que estão na base da comum civilização do homem.
Jesus Cristo Jlada tem de comum com Alá A realidade objetiva, digo-o com serenidade e animado por uma intenção construtiva, é exatamente o contrário do que imagina o cardeal Tauran. A verdade é que o extremismo e o terrorismo islâmico correspondem genuinamente ao "verdadeiro Islã", que é uma coisa só com o Corão, o qual , por sua vez, é considerado uma coisa só com Alá. Na raiz do mal não existe, pois, uma minoria de homens "ruins", responsáveis pela degradação geral, enquanto as religiões seriam todas igualmente "boas". A verdade é que o ''A verdade é que o extremismo e o terrorismo islâmico correspondem genuinamente ao 'verdadeiro Islã', que é uma coisa só com o Corão, o qual, por sua vez, é considerado uma cois só com Alá".
Cristianismo e o Islã são totalmente diferentes: o Deus que se fez Homem encarnado em Jesus, que partilhou a vida, a verdade, o amor e a liberdade com outros homens até o sacrifício da própria vida, não tem nada de comum com Alá, que se fez texto impresso no Corão; que se impõe sobre os homens de modo arbitrário; que legitimou uma ideologia e uma praxe de ódio, violência e morte visadas por Maomé e seus sequazes para difundir o [slã.
A Igreja não pode legitimar um "Islã moderado" ... A amarga verdade é que aquela parte da Igreja doente de relativismo e de islamicamente correto corre o risco de setornar mais islâmica do que os próprios islâmicos. Como pode a Igreja prestar-se ao jogo de quem instrumental e ideologicamente tira do contexto, tira de seu unum, seleciona arbitrariamente o conteúdo e a mensagem corânica, com o fim de ressaltar os versetos que, extrapolados dos que o precedem e dos que o seguem, permitiriam afirmar a existência de um "Islã moderado"? Como pode a Igreja legitimar substancialmente um pseudo "Islã moderado", acabando por dar crédito a um personagem abjeto e criminal, que não hesitou em recorrer a todos os meios, inclusive o extermínio dos que não aderiam ao [slã, para submetê-los à sua mercê?
... J1ão pode ser cúmplice na construção de um panteão mundial das religiões Pergunto-me se a Igreja se dá conta de que, ao não se afirmar e não se levantar como testemunha da unicidade, do absoluto, da universalidade e da eternidade da Verdade em Cristo, pode acabar por tornar-se cúmplice na construção de um panteão mundial das religiões, em que todos considerem que cada uma delas seja depositária de uma parte da verdade. Como espantar-se depois que o Cristianismo, colocado no mesmo plano de uma miríade de fés e ideologias que dão as respostas mais disparatadas às necess idades espirituais, cesse de atrair, persuadir e conquistar a mente e os corações dos próprios cristãos, que abandonam sempre mais as igrejas; que diminuam as vocações sacerdotais; e, mais em geral, que seja excluída a dimensão religiosa da própria vida?
O CristiaJ1ismo é a única religião verdadeira Para mim o Cristianismo não é uma religião "melhor" do que o Islã, ou uma religião "completa" com uma mensagem "perfeita e acabada" em face de um Islã, considerado como uma religião "incompleta" com uma mensagem "inacabada". Para mim o Cristianismo é a única religião verdadeira, porque é verdadeiro Jesus, o Deus que se fez Homem e testemunhou em meio a nós homens, através das obras boas, a verdade, o fascínio, o razoável e a bondade do Cristianismo. Para mim o Islã, que reconhece um Jesus apenas humano - que condena pois o Cristianismo como heresia porque crê na divindade de Jesus, e como idolatria porque crê no dogma da Santíssima Trindade - é uma falsa religião, inspirada não por Deus mas pelo demônio. Santidade Bento XVI, a Igreja, o Cristianismo e a civilização ocidental hoje estão sucumbindo, pela penetração da chaga interna do nihilismo e do relativismo de quem perdeu a própria alma, sob o influxo da guerra de conquista de natureza agressiva do extremismo e do terrorismo islâmicos, acrescidos do transviamento de um mundo que se globalizou; inspirando-se na modernidade ocidental, mas apenas na sua dimensão materialista e consumista, enquanto não acolheu inteiramente a sua dimensão espiritual e de valores. Elogio do Papado e pedido nnal Em tal contexto tão crítico e com perspectivas tão densas de trevas, Vós hoje representais um farol de Verdade e de Liberdade para todos os cristãos e para todas as pessoas de boa vontade no Ocidente e no mundo. Vós sois uma bênção do Céu, que mantém em pé a esperança no soerguimento moral e civil da Cristandade e do Ocidente. Inspiramo-nos em Vós e confiamos na vossa bênção para atuar como construtores da Civilização cristã, a fim de promover um movimento de reforma ética que realize uma Itália, uma Europa, um Ocidente e um mundo de fé e razão. Que Deus vos assista na missão que vos conferiu; e que Deus nos acompanhe no comum caminho dedicado à afirmação da Verdade, na consecução do bem comum e na realização do interesse geral da humanidade. Magdi Cristiano Aliam
Quem
é Magdi Cristiano Aliam
Nascido no Cairo (Egito) em 1952, de pais muçulmanos, Magdi Aliam estudou com os padres salesianos. Emigrou em 1972 para Roma, onde se licenciou em sociologia pela Universidade La Sapienza. Trabalhou nos jornais "II Manifesto" e "La Repubblica", sendo atualmente vice-diretor do Corriere della Sera . Foi considerado um dos muçulmanos mais influentes da Europa, recebeu entretanto várias ameaças de morte por suas posições contrárias ao terrorismo islâmico. É autor de uma dezena de livros. Estudou longamente o Cristia nismo, convenceu-se de sua veracidade e fo i agraciado com o dom da fé. Em 23 de março de 2008, durante a cerimônia da vigília pascal, recebeu na Basílica de São Pedro o batismo das mãos do Papa Bento XVI, e mudou seu nome para Magdi Cristiano Aliam. Após sua conversão, continuou seu grande renome.
CATOLICISMO
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vida eremítica nos desfiladeiros do Cedron reuniu e dirigiu numerosos eremitas, fundando o mosteiro que depois levou seu nome. Primeira Sexta-feira do mês.
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1 Santos Edmundo Campion, Roberto Soutllwell e Companl1eiros, Mártires + Inglaterra, entre 1581 e 1679. Desses 10 jesuítas, oito eram ingleses e dois do País de Gales. Foram martirizados por ódio à fé.
2 São Cromácio, Bispo e Confessor + Itália, 407. Bispo de Aquiléia, no Vêneto, desenvolveu em sua sé uma espécie de ordem religiosa com vida clerical em comunidade. São Jerônimo denominou-o "o mais santo e o mais douto dos bispos".
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São Nicolau, Bispo e Confessor + Mira, 324. Bispo de Mira, na Ásia Menor, de eminente caridade, foi desterrado pelo Imperador Licínio. Derrotado este por Constantino, voltou à sua diocese, onde operou estupendos milagres. No Concílio de Nicéia foi dos mais ardorosos adversários do arianismo. Primeiro Sábado do mês.
7 Santo Ambrósio, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja + Milão, 397. De nobre família romana, governador civi I de Milão e depois bispo, conselheiro de imperadores e do Papa, teve papel decisivo na conversão de Santo Agostinho.
São Francisco Xavier, Confessor + Sancião, 1552. Discípulo de Santo Inácio de Loyola, apóstolo da Índia e do Japão, seu zelo alcançou Málaca e as Molucas. Faleceu aos 46 anos de idade às costas da China, que pretendia evangelizar. São Pio X o declarou patrono especial da obra da Propagação da Fé e das Missões católicas.
Fl•:STA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA SANTÍSSIMA VIRGEM Festa instituída pelo Bemaventurado Pio IX em seguida à promulgação desse dogma, há 154 anos, com base nos Evangelhos e coroando tradições muito antigas a respeito.
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São Pedro Fourrier, Confessor (Vide p. 38)
Santa Bárbara , Virgem e Mártir + Séc. III ou IV. Não é possível precisar os locais de seu nascimento e martírio. Padroeira da Artilharia, é invocada contra raios, morte súbita e impenitência final.
5 São Sabas, Confessor + Palestina, 532. Cognominado "a pérola do Oriente", após
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10 Trasladação da Santa Casa de Loreto
12 Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira principal da América Latina
13 Santa Luzia, Virgem e Mártir + Siracusa, séc. IV. Consagrando a Cristo sua virgindade e renunciando em favor dos pobres seu rico patrimônio, foi degolada à espada. Santo Tomás a cita duas vezes na Suma Teológica. É invocada nas doenças dos olhos.
14 São João da Cruz, Confessor e Doutor da Igreja + Ubeda, 1591. Co-reformador, com Santa Teresa, do ramo masculino da Ordem do Carmo. Poucos penetraram mais a fundo nos arcanos da vida interior.
15 São Folcuíno, Bispo e Confessor + França, séc. IX. Primo-irmão do Imperador Carlos Magno, por sua autoridade e energia foi designado bispo para governar a região ainda bárbara de Thérouanne (norte da França).
16 Beata Maria dos Anjos, Virgem + Turim, 1717. Uma dos 11 filhos do Conde de Santena e Baldissero, cujo pai descendia da família de São Luís Gonzaga. Entrou aos 16 anos para o Carmelo de Turim.
17 11 Sflo Daniel l~stilita, Confessor + Constantinopla, 493. Depois de visitar os Lugares Santos, fixou-se numa coluna às margens do Bósforo, aí vivendo como estilita por 33 anos.
Cinqüenta Soldados de Gaza, Mártires + Egito, 630. Ao general árabe que os intimava a apostatar sob pena de morte, responderam: "Ninguém poderá nos separar do amor de Cristo; nem nossas mulheres, nem
nossosfilhos, nem as riquezas do mundo, pois somos servidores de Cristo, Filho do Deus Vivo, e estamos prontos a morrer por Aquele que morreu e ressuscitou por nós " ( do Martirológio).
18 São Gatiano, Bispo e Confessor + Tours (França), séc. rv. Primeiro a pregar o Evangelho na região de Tours, da qual foi Bispo.
19 São Nemésio, Mártir + Alexandria, séc. III. Absolvido de fal sa acusação de roubo durante a perseguição de Décio, quando saía do tribunal foi denunciado como cristão e condenado pelo juiz a ser queimado vivo, recebendo assim a coroa do martírio.
20 São Teófilo de Alexandria ' Companheiros, Máttircs + Séc. Ili. "Estes soldados cristãos do tribunal imperial, vendo um de seus irmãos na fé vacilar diante do juiz, fi zeram-lhe sinais para encorajálo. Ao perceber os seus gestos, o juiz os intimou e eles não hesitaram em confessar sua f é, sendo imediatamente condenados à morte" (do Martirol gio).
21 São Pedro Canísio, Confessor· e Doutor <la Igreja + Friburgo, 1597. Discípulo de Santo Inácio, notabilizouse pela eficácia com que combateu, pela palavra e escritos, a heresia protestante, especialmente entre os povos de língua alemã. Graças a ele, a Renânia e a Áustria permaneceram católicas.
22 SanLa .lula, Virgem + Alemanha, séc. XI. Foi ter com ela a futura profetiza do Reno, Santa Hildegarda, aos oito anos de idade. Juta instruiu-a, dando-lhe noções de latim, medicina e História Natural, familiarizando-a tão bem com os textos litúrgicos e a Sagrada Escritura que, ao falecer, Hildegarda a substi tuiu como abadessa.
23 São Sérvulo, Confesso1· + Roma, 590. São Gregório Magno relata sua vida em seus " Diálogos". Paralítico, vivia de esmolas sob o pórtico da igreja de São Clemente em Roma.
24 São Delfim , Bispo e Confessor + França, séc. IV. Paladino e intrépido defensor da Igreja, foi bispo de Bordeaux e participou do Concílio de Saragoça, onde muito contribui para a condenação dos hereges prisc ilianistas.
25 NATAL DE NOSSO SENHOR JJ•:sus CRISTO
26 Santo EsLêvão, Pr0Lomá1'Li1• + Jerusalém, séc. I. Um dos sete primeiros Diáconos nomeados e orde nados pelos Apóstolos. Relatam os Atos dos Apóstolos que ele "fazia prodígios e grandes sinais entre o povo". Não podendo isso suportar, membros da sinagoga alegaram que ele blasfemava, e o lapidaram.
27 São ,João, Apóstolo e l•'.vangelisLa + Éfeso, séc. I. O Discípulo amado por sua virgindade re-
presentou a humanidade ao receber, junto à Cruz, Nossa Senhora como Mãe. Foi o Evangelista por excelência da divindade de Cristo. Perseguido pelo Imperador Domiciano, foi levado a Roma e mergulhado num tacho de azeite fervente, de onde saiu rejuvenescido. Foi então deportado para a ilha de Patmos, onde escreveu o Apocalipse. Tendo morrido seu perseguidor, voltou a Éfeso, onde residia, escrevendo então, a pedido dos fiéis, seu Evangelho e três epístolas, para refutar as heresias que negavam a divindade de Nosso Senhor e pregar o amor entre os cristãos.
28 FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA
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Intenções para a Santa Missa em dezembro Será celebrado pelo Revmo. Podre David Francisquini, nos se guintes intenções: • Missa de Notai, rogando ao Divino Menino Jesus, por mediação de suo santíssimo Mãe, que conceda muitos e especiais graças às famílias de todos aqueles que nos apoiaram ao longo deste ano.
SanLo Davi , Rei e Pl'ofeta + Judéia, séc. X a.C. Escolhido pelo próprio Deus para suceder a Saul, primeiro rei de Israel, entrou a serviço deste como tocador de cítara e derrotou o gigante Golias. Subindo ao trono, instalou a Arcada Aliança em Sion, que transformou na capital de Israel.
30 Santo Anísio, Bispo e Confessor + Macedônia, 407. Discípulo de Santo Ascólio e seu sucessor na Sé de Tessalônica, foi nomeado por São Dâmaso Vigário Pontifical na Ilíria.
31 São SilvcsLr'C 1, Papa e Confessor + Roma, 335. Foi dos primeiros santos não mártires que recebeu culto público. Sob seu pontificado a Igreja começou a sair das catacumbas e a construir basílicas magníficas. Iniciou a série de Papas-reis, como fundador dos Estados Pontifícios.
Intenções para a Santa Missa em janeiro • Pelos assinantes, leitores e benfeitores de Catolicismo, a fim de que suas famílias, neste novo ano que se inicia, sejam especialmente protegidas pela Sagrada Família, para serem preservados de todo pecado, da violência, do desemprego e das drogas, que constituem grande perigo sobretudo paro os mais jovens.
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Lançada na capital austríaca a edição alemã do livro de Plínio Corrêa de Oliveira: Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana CATOLICISMO
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CARLOS EouARoo Sc HAFFE R Correspondente - Áustria
Viena - Sob a dinastia dos Habsburgos, Viena foi durante quase sete séculos de 1278 até o fim do Impé rio AustroHúngaro, em 1918 - o ponto de encontro das mai s dive rsas culturas. E está voltando a sê- lo depois da queda da Cor-
tina de Ferro. Deste império, durante o reinado do Imperador Carlos V, se pôde dizer que ne le o sol nunca se punha, pois abrangia extensas regiões não apenas da Europa, mas també m das três Américas, da Ásia, da Oceania e da África. O Palácio Coburg, que pertenceu à família Saxe-CoburgGotha, um dos mais belos edifícios da antiga capital do Sacro Império Romano Alemão, foi o local escolhido para o lançamento da primeira edição alemã da obra de Plinio Corrêa de Oliveira: Der Ade[ und die vergleichbaren traditionellen Eliten in den Ansprachen von Papst Pius XII an das Patriziat und an den Ade[
von Rom, editado pela "Ósterreichische Gesellschaft zum Schutz von Tradition, Familie und Privateigentum" (a TFP austríaca). A obra, em seu original português, Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, foi editada em 1993 pe la Livraria Editora Civilização da cidade do Porto. Adema is teve edições em francês, inglês, italiano e espanhol num total de mais de 50.000 exemplares. Nela o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira comenta as 14 alocuções natalinas de Pio XII, proferidas entre 1940 e 1958, ao patriciado e à nobreza de Roma. DEZEMBRO 2008 -
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volvimento do processo revolucionário e seu efeito sobre a sociedade temporal: a "desconstrução" da própria natureza humana. A revolução gnóstica e igualitária - descrita pelo Prof. Plínio em sua obra-mestra Revolução e Contra-Revolução procura destruir hoje a própria natureza humana. Uma sociedade que aprova leis de proteção e incentivo à homossexualidade, ao aborto, à eutanásia, à mudança de sexo, e que procura atingir a fusão do homem com o animal, ou do homem com a máquina por meio de chips eletrônicos, desconstrói a natureza humana tal como ela foi criada por Deus. Esse processo só pode levar a humanidade a catástrofes imprevisíveis. Após as conferências, foi oferecido aos presentes um coquetel. Em clima de grande cordialidade, os participantes puderam cumprimentar pessoalmente o príncipe Dom Luiz e os nobres presentes e também trocar idéias sobre os temas expostos.
Desfazendo as objeções que comumente se levantam contra a nobreza e as elites análogas, o autor desmonta os mitos igualitários da Revolução Francesa e ressalta o ensinamento do Papa, de que só as autênticas elites podem apresentar soluções verdadeiras para os graves problemas hodiernos, de natureza religiosa e moral, que vão hoje em dia destruindo os fundamentos da Civilização Cristã e ameaçando abalar a própria Igreja Católica. A nobreza, essa elite por excelência que marcou ao longo dos séculos a história da Cristandade, tem um papel importante e imprescindível a desempenhar em nossos dias.
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O evento foi considerado em Viena um dos mais prestigiosos lançamentos dos últimos tempos. Contou com a presença de mais de 150 pessoas, boa parte delas pertencentes ao clero, à alta nobreza austríaca e alemã e à intelectualidade vienense. Destacamos especialmente a presença do representante da Nunciatura Apostólica, Mons. Christoph Kuhn, que transmitiu os votos do Núncio Apostólico Dr. Edmond Fahrat, arcebispo titular de Byblos; do arquiduque Michael Salvator, bisneto do imperador Francisco José; do arquiduque Michael e sua esposa, a arquiduquesa Christiana; do príncipe Viktor de Thurn und Taxis; do príncipe Alexander de Saxe; do príncipe Franz de Windisch-Graetz; dos condes Peter de StolbergStolberg e Johann-Ferdinand de Kuefstein; além de outros nobres e pessoas de proeminência na sociedade austríaca. Presidiu a sessão o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasii. O conde Peter de Stolberg-Stolberg fez a saudação aos presentes e apresentou os conferencistas (foto 1).
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Dom Luiz iniciou sua conferência descrevendo a influência decisiva que exerceu em sua formação intelectual e moral o Prof. Plínio, grande amigo de sua família. Descreveu em seguida o plano revolucionário de abolir todas as desigualdaCATOLICISMO
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des justas, proporcionais e harmônicas, instituídas pelo próprio Deus na sociedade humana. Discorreu ainda sobre os movimentos que historicamente se opuseram a essa revolução na Áustria e em outros países. Explicou, por fim, como surgem e se formam as verdadeiras elites, indispensáveis para o bom desenvolvimento de toda sociedade humana. O duque Paul de Oldenburg, distinguido membro da TFP alemã, mostrou a necessidade das elites no processo de restauração da Cristandade, pois uma sociedade sem grupos dirigentes é como um corpo humano sem cabeça (foto 2).
Aspecto surpreendente e ilustrativo dessa conferência foi um gráfico do Google comparando, mediante uma curva estatística, o interesse de intemautas do mundo inteiro nos últimos anos. De um lado, pelos dois últimos primeiro-ministros austríacos Wolfgang Schüssel e AJfred Gusenbauer; e, de outro, pela família dos Habsburgos. O gráfico mostrou que o interesse pelos Habsburgos é igual e por vezes maior do que pelos políticos. Além do mais, o interesse é constante, não sofrendo baixas. O terceiro orador, prof. Roberto de Mattei (foto 3), da Universidade Monte Cassino (Itália), falou sobre o atual desen-
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À noite, depois do evento no Palácio Coburg, teve lugar um jantar de gala comemorativo do centenário do nascimento de Plínio Corrêa de Oliveira, no Palais Hotel Radisson, antigo palácio da família Henckel-Donnersmarck. Contou com a participação de 112 convidados, entre alemães, austríacos, brasileiros, espanhóis, franceses, italianos, poloneses e portugueses (fotos 4 e 5). Numa atmosfera de muita harmonia e contentamento, os convivas - todos interessados em conhecer melhor o pensamento e obra do Prof. Plínio - trataram do tema que em muitos ambientes é considerado "tabu": a possibilidade da volta de elites autênticas, e especialmente da nobreza, à cena pública. Pratos e vinhos bem escolhidos propiciaram animadas conversas nas diversas mesas. A tal ponto que, previsto o evento para terminar à meia-noite, muitos convidados somente se despediram após as 2 hs. Como bem observou na ocasião um conde francês, casado com uma vienense: "A TFP austríaca está promovendo uma revolução, no bom sentido da palavra, em Viena. Nunca um jantar começou e terminou tão tarde aqui!". • E-mail do autor: cschaffcr@cato licismo.com.br
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Lançamento!
Rosário recitado em lugares públicos dos Estados Unidos C oncentrações denominadas ''Rally do Rosário" ocorreram em 3.500 locais, onde católicos rezaram publicamente, rogando a proteção divina para a solução de necessidades prementes da Civilização Cristã
ditamos no poder do Rosário e de Nossa Senhora para mudar os corações, podemos esperar uma mudança da sociedade" . *
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o dia l3 de outubro, dois membros de associação America Needs Fatima (Os Estados Unidos precisam de Fátima) partiram para Portugal com o objetivo de levar à cidade de Fátima 3.500 rosas representando o número de Rallies do Rosário (Jornadas do Rosário), realizados nos EUA por ocasião da celebração da última aparição de Nossa Senhora em Fátima. De norte a sul e de leste a oeste dos EUA, católicos de todas as idades reuniram-se em locais públicos para a recitação do Rosário. Valendo-se desta poderosa arma sobrenatural, desejavam obter, por meio da Santíssima Virgem, graças especiais tendo em vista os difíceis dias em que se encontra a Civilização Cristã. A campanha exigiu seis meses de exaustiva preparação, envolvendo mais de J 20 mi l participantes, sob o lema Rezemos para que Deus salve os Estados Unidos. Francis Slobodnik, coordenador dessa iniciativa, declarou em entrevista à revista "Crusade": "O Public Square Rosary é muito importante para nossos dias. Aproximadamente três quartos dos católicos norte-americanos não vão à Missa nem freqüentam os sacramentos. Os locais públicos são aqueles nos quai s fazemos apostolado com os não-católicos e com os que estão imersos nos vícios característicos de nossos dias. Os Apóstolos e os primeiros cristãos pregavam nas praças, e converteram milhões. Se acreCATOLIC ISM O
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As concentrações tiveram diversos estilos e tamanhos. Talvez a mais significativa tenha sido em frente à Suprema Corte, em Washington. Durante esse evento, Robert Ritchie, diretor de America Needs Fatima, aproveitou a ocasião para acrescentar mais uma intenção na recitação do Rosário: em reparação pela onda de blasfêmias que se vai espalhando, especialmente contra o Santíssimo Sacramento, registradas em vídeos colocados no YouTube. Uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, escoltada por cooperadores da TFP americana em seu traje de gala, presidiu à cerimônia. A recitação do Rosário foi entremeada com músicas e cânticos religiosos e o conhecido hino God bless America.
Em frente à Suprema Corte, em Washington
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Por ocasião do Encontro Nacional de Correspondentes da TFP americana, realizado em Spring Grove (Pensilvânia) no final de outubro, Michael Drake dissertou sobre esse grande acontecimento, ressaltando que constituía um sonho, mas que se realizou efetivamente. Participantes do Encontro estiveram também em diversos rallies e puderam trocar suas impressões com os demais correspondentes e amigos. Especial encorajamento para sua atuação, eles o receberam do Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, que uma vez mais honrou aquele evento com sua presença. •
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Excertos de artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Catolicismo, dezembro/1963