Refutação da TFP a uma investida frustra, vol. II

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REFUTAçÀO DA TFP a uma

/nvestida Frustra

Volume [I


REFUTACAO DA TFP VOLUMEI ,1 •

Tres Cartas Refutaçtio por . ÀTILA SINKE GUIMARAES

Parecer do

·

PE. VICTORINO RODRIGUEZ, 0.P. Professo11 de ..!J'.~qlogia e Prior do Convento de Sanio· Domingo e! Real (Madnd)

Um comentario anti-TFP Estudo de GUSTAVO ANTONIO SOLIMEO

acerca de um Parecer concernente a,_:uma Ladainha Analise de . PE. VICTORINO RODRIGUEZ, O.P.

Um exemplo conçreto

Como se analisam na Santa Sé os escritos dos candidatos à honra dos altares Posfacio

Qure cum ita sint. .. VOLUME II F.ditado para circ:ulaçAo restc:ita pela .: &ciedade Bras:ileira de Defesa da Tradi.çào, Fa milia e Propriedade Rua Dr. Martinico Prado, nl2 246 01224 - Soo Paulo - SP Tel: 22H3755

.Reflexoes e ex~niplos de Santos, oportunos para nossos ·d1as · 470 fichas hagiograficas em defesa da TFP Orientaçtio da pesquisa JOA.Ò 8. CLA DIAS · Ord~,:i,aç{i_o e reuiséio ·

Julho de 1984

Se:cviçò dat:ilografioo da TFP

GUSTAVO ANTONIO SOLIMEO Serviças graficx:s da ARTPRESS Papéis e Rua Gacib3Jdi, n12 404 - ~o Paulo - SP

Art.es Grafi.cas Ltda

• Colaboraçao, reuisao e posfacio ANTONIO AUGUSTO BORELLI MACHADO

.···


,

Indice I .

Volume II ~ ~!~mQlQ~ g~ §an~Q~, ogortunQ§ ~ara nossos g!~~--

RefleiQ~§

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fichas hagiograftcas da TFP -em defesa -

I nt roduçao -- Q exemplo dos Santo~ confirma as ~ clusoes do presente estudo ••••• .. •••..• . ••.•• .. ••. . •

3

Secçao ! -- 11 Vox populi, vox Dei!': .2. consenso dos fiéis pode d1scern1r santos· verdadeiros muito antes do pronunciamento of1Cial da Igreja ••• •. ••••••••.•••

5

I. Muitos Servos de Deu.s

.. i.

que morreram em odor de santidade sao desde iogo proclamados. "santos" pelo povo fiel • • • . • . • • • • ... • • • • • . . • . • • • • ..• . . . • • I I. No momento mel!mo da morte çie !11Uitos Serv.os de Deus . éomeça a di;iput;à por Pélfquias suas, .diretas e indiretas .•• : ........................... III. O entusiasmo pelas pessoas •eminentes em virtude se manifestà frequentemente por ocasiao dos funerais, dando origem a enterros festivos ou até apoteoticos . ·.:_. • .• • •• ••.•• ·. .• • • •• •• • .• ••• • •••••• IV. As mul ttdoes . ac.orr.,em ao t.umulo e aoi; luga,res ?nde viveram ou morreram pessoas muito . ~xcepcionalrnente virtuosas ·~···:···· · ······~···· ·· · V•. Os :f16-~s v~neram c<:>mo rel-!quias os objetos mais simples usados ou tocados pelos Servos de Deus . .Curas. sao obtidas , pelo contat.o. com suas relfquias VI . 0s fiéis querem ter consigo fotografias e es. , tampas .d os Se r.vos de Deus • • • . • • . • • • • • • • • • • • • • . VII. Ern · suas necessi'dadès·, os r i é1.s recorrem à interces·sao va..liosa dos Servos de Deus •••• , • • • . • VIII . O recurso . aos Servos de Deus se exprime interbalan'do. o seu nome na recitaçao privada de ladainhas e c ompondo oraçoes em sua honra ••.• •. . I X. Para obt.er graças, os f ié i s fazern prornessas e novenas aos Sèrvos de Deus ~

···········•••d•••••

7 27

41 49 63

71 77 89 93


Secçao IiI. -- . Quando~ para~!!!$° glori~ de Deus, os sàntos aceitam, permitem ou ate estimulam as man1festaçoes de veneraçao e re~effi de gue saoob1eto'; quando ~ mànifestaç~es nao sao para~ maior g16r1a--de Deus; eles as recusam . • • • • . . • . • . . • • • • • • • • • • . .

X.

11 Bonum est diffusivum sui": a devoçé'.o nascente ao Servo de Deus leva a divulgar sua vida e sua _o bra • • • . • • . • • . . • • • . • • . . • • . • . . . • . • . • • . • • . • • • . . • XI . O que caracteriza a sarttfdade é à virtude e nao o milagre, ou os· ~atos extraordinarios da vida espiritual .•.•••••••• : .••••• . •• ••••• •• ...

99 105

Secçé'.o II -- Ja ~ vida, pela~ eminente virtude, santos atraem ~ manifestaçoes de veneraçao e respeito dos fieis; ~ freguentement~ as repelem •• ~ I. A pessoa eminente em. .vrr..tude desperta nas almas boas a excl~açao: ·11E um santo! ,i • • • • • • • • • • • II. A açao de presença dos santos atrai as pessoas, que buscam acercar-se deles, conversar com e·l~s, J?~rman~cer junto a eles, ocupar o lugar onde estiveram, ou simplesmenté· contempla-

115

-los ... .... : ..................................

129

.Q.:!

113

III. ~s mul t'idoes ac~rrell) para ver. os santos, na ansia. de conhece-los, pedir-lhes. favores, tributar-lhes honrél:~::·,•;J ........................... 157 IV. O. entusiasmo pela pessoa dos santos' explode em aclamaçoes e aplausos e facilmente se transforma em jovial alvoroço, com corre~corres e disputas de· lug·ar ju·nto a eles •••••• • : ••••••••••• 161 V. A. fim d~ Pa.z:ti~ipa~, de alguma mineira, das .g.raças_ que os santés difundem, as ,multidoea querem tocar · nelea, possi.itr· objetòa toéados ou benzidos por ele·s , relfquias diretas ou indiretas, e ~magens suas ••••••.••• ~ •••••••• ~ ••• 179 VI. Copos e p'ratos, e até rèatoa dt ·.éomida e bebiba dos sahtos, ou da agi.la ha qual 's e lavaram; sa.o venerados COlllO portadores de· bençaos •••••• 203 VII. A bençao dos· santoà - mesmo nao- sendo' estes saèèrà.otes · - é ' particularmehte preciosà. 8.08 olhos dos f~éis, que em sinal de · veneraçao se ajoelham · diante deles e lhes beijam as maos e· ~s pés : .. ••••.~ •.•••••••••• : ••..••.• ~• .••••••·•.• 207 A confiança na oraçao e nos méritos dos santos leva os fiéis a recorrer-em à sua intercèssé'.o perant~ _Deus, m~smo à distancia .•............. 213 IX.. Alguns Ìsantos -s e. salie~ta.ram· peJ..o. discernimento dos espfritos é pelo acerto de suas decisoea 231 ' ... ' ~ X. A m1saao providencial, o dom ou o carisma da } profec1a . aao apont~dos pelo~ biograro's em varias vidas de , Santos •..•.•••••• ·•.• • • • • • • • • • • • • • 41 XI. As pessoas constitu!das em dignidade ou que se distinguem pela sua virtude tem direito à nossa honra e ao nosso louvor ••••. . ••..•.•. . •••.•• . • 255 .. •

_fIIi.

•"I

VII.

Indice

Indice

VI.

.I

I. A exemplo do Divino Mestre, os santos acolhem com ben1gn1dade e simp11c1dade as multidoes que os buscam sequiosas e entusiasmadas .. _. .•. .• ... II. Um problema espiritual delicado para os santos: corno passar 1ncolumes, em meio às honras e louvores de que sao àlvo, e sem se deixarem afetar ~éli ' fiidide? • . .••. ;; ••• : •••. : • .. •• ••. : : • •. •. • III. Se ne'cèssariq p'a ra o bem das almas, e sobretudo para a gloria de Deus, os santos manifestam os dons que dEle receberam, fazem a apologia de sua vida . e até elogiam a si mesmos.• · E nisto imi tam o Divino Mestre .•. ·••••.••.•..••...•••.• IV. Manifestando-se como imitadpres de Cristo, os santos · re'comendam aos fiéis que, por sua vez, os imitem ~ ..•..•.•. .••.•• • •••.•• ~ . ••• • . . • V. Santos e, pessoas eminentes em virtude, freqlie~temente ~pontam seus paia, e especialmente suas maes, c·omo niodelo de sua santidade . . • • • . • VI. Para que os. fiéis tenham sempre presentes os seus ensinamentos, ·santos consentem, às vezes com relutancia, que séjam ' dist-r ibufdas fotografias suas . Mas, para o bem das almas, por - vezes as _distribuem eles mesmo~ ··········· :··· VII. Para fazer bem às almas, os àantos chegam a · di's tribuir' · relfquias de 's i mèsmos, encarecendo o valor delas e, recomendando que . as . ..guardem .•• VIII. A rogo dos què lhes discerniam à sant1dade, pessoas virtuosas dao a bençao, mesmo sem serem sacerdotes. E até da.o ordens a seus filhos espirituais, em nome da san~a obedienc1a . IX. Nem sempre, porém, os santos sao compreendidos ou reconhecidos. Muitas vezes sofrem detraçoes e perseguiçoes, até mesmo de pessoas boas, e inclusive de membros d8: Hiera.r quia •.•. . ..••. ; .

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~

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Secçao IV -- A formaçao,cato1ica tradicional, proporcionada pelos santos, ~ urna formaçao viva~ gue, ~ par da doutrinaçao, ! personalidade do mestre ~ do superior, ~ exemp.l:os ~ ~ ·convfvfo desempenham ~ r-elevante , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

375

I. Para urna boa formaçao catolica, é capital nao so ministrar a ciencia, corno também inculcar a v1rtude e o amor de Deus • • . • . • . • . • • • • • . . • . . . . .

377


Indice

VIII.

II. Para inculcar nas almas o amor à verdade e ao · bem, é altamente util ufiar recursos sensi.:. veis, corno sejam fatos .. hist9ricos, sfmbolos è metaforas. Sé assim se tera , um ens1no ricamente .. vivo·, que 1lum1na a inteligencia e move a vontade .. .. .. .•. ......• ·• • III. O exemplo de urna vida santa~ por part e do superior ou do mèstre, é meio de grande eficaeia para tocar os coraçoes e ·irlduzir as almas à pratica do bem •••..•• .• •• ; ;· ...•.. ; •••• . .•..• IV~ 6 método dos santos: ganhar os coraç5e~ para ganhar as almas . . ..•... .••. • .•.• .•..•• , . • • • . . . . . . . V. Com a ajuda de recreaç5es sadla~ e atraentes, pode_-se preserv~r a inocen_c ia dos Jovens e suscitar neles o entusias!'l'o pela v1rtude .••••• ..• . VI . Os di'scfpulos verdadeiramente· fié is consideram .cada dia com enlevo e veneraçao crescentes até os mi.nimos · feitos e ditos dos &antos, .e se empenham em anota-los para proveito espiritual proprio, dos seus cond1scfpùlos e das geraç5es fu.t uras . : .:•... -•• : .• -. • . •••• .. •. : •. ·••.• .•• •••• VII. Na .formaçao catolica, o pap~l relevante das biografias dos santo~ : sua leitura despert~ o ·desejo de os imitar e de os seguir no caminho da perfeiçao • •.. . • . • . • • • • . • •.• • . . . • . • . • ..• • • • • • ...

i.~...... ..... ...... ... ..

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433

Apendi·ce Urna contradiçao aparente: Por gue os Santos o~a aceitam, ~ repelem ~ homenagens gue . lhes ~ prestaç}a-s? .• .. . . • .••... •, •••.• _;······~···················

447

S·ANTO' AGOSTINHO, Sobre ~ pure·i a de irjtençifo

449

· Indice onomastico dos Papas, Santos, Bem-aventur,ados, Veneraveis ..

~

~

Servos de Deus, bem

de outras per~onalidades citadas

• ~anto A·fonsQ ~aria M ragorio· (lb9b-17 7) . - Nasc. Italia. Fundador dos Redentoristas. Bispo . Beit . 15-9:-1816; Can. 26-5-18·39 ; Douto r 1a Igr eja 21-3-1871 .

Fi_c has: 74, · 84, 12 4; 244, 404, 405, 417 .

216,

• Santo Afonso (Alonso) Ro~guez (1533-1617). - _ Nasc. Espanha . Irmao leigo

Indice onomastico Jesuita. Beat. 12-6-1825; Can. 15-1-1888. Fichas: 120, 206, 207, 208. • Veneravel Afonso (Alonso) Rodriguez . Fichas: 316, 331 • Pe . Afonso Salmerén (1515 1585) . - Nasc. Espanha. 1esufta; dos primeros companheiros de Santo Inacio. Teologo do Papa no Concilio de Trento. Ficha: 27, • Santo Agostinho (354-430) - Nasc. Numidia (hoje Algéria) .. Bispo de Hipona. Fichas: 104, 358, 360. • · Santo Alexandre Sauli (1534-1592). Nasc. Italia. Barnabita. Bispo . Beat. 23-4-17411 Can. 1112-1904. Ficha: ts. "· . t Amalia Errazuriz de Subercaseaux (1860- 193Q)-.-_ 'Nasc. Chile. Mae de famflia . Ficha: 88. • Beata Ana Maria Taig! (1769-1837);- - Nasc. · Italia. Mae de famflia. Pertenceu · à Ordem Terceira Trinitaria . Beat. 30-51920i Fighas: 20, 52, 75, 125, 154, 292 . Santo Andrea Auclirto • ·('Ì520-16Ò8)~asc. Italia. Superior do Instituto da Ordem dos Teatinos · em Napoles . Beat. 1624; Can. 1712 . Ficha: 114. • Fra fill.gélico (Beat;o Joao de FiésoleflT387-1455), Nasc; Italia . -Prior do Cònvento Dominicano de Fiesole. Ficha: 7..

• Saqto Antao do Des·e rto (250~355) . Nasc. Alto-Egito . Pai do moriaquismo . Fichas : llO, 171. * Santo Antonio

! 1390-1459) ,

~ Florehç.!!_ - Nasc. Ita-

IX. lia . Dominicano . Arcebispo de Florença. Can . 1522. Ficha: 119. • Santo Antonio de Padua (ou de Li·sboa) (1195-1231) . Nasc. Portugal.. Frane iseano·. Viveu na Italia. Can . 30-5-1232: Fichas: 117, 196 • Frei Ant6niò de Sant'Anna Galvao (1739-1822). - Nasc. Brasil, Franciscano.F1chas: 49, 50, 92, 345, 375, • Santo Antòn1o Maria Claret (1807-1870).--Nasc. Espanha. Fundador dos Miasionar1os Filhos do Coraçao Imaculado de Maria (os 11 Clarèt.ianos"). Arcebispo de Santiago de Cuba. Beat. 25-2-1934;· can. 7- 5-1950, Fièhas~ 1·28, 164, 165, 183, 37-7,.425, 465. • Sao Bàsflio ' (329- 379) , Nasc.. Capad6c1a (Asia Me· n~r). Arcebispo de Cesarei.a. ·Fieha : 316. · ·· / Sao Beda Veneravel (673735) • .. - Nasc. Inglaterra, Sacerdote; . monge. Can. 1899, Dou~or da Igreja na me~ma dat~. Ficha-: 112. 1 Sao . · Benedi to ( 152 61589'), -tfasc. Italia; I rmao · menor da Observancia (de obediencia franciscana ) Superlor do Convento de Santa Maria de Jesus. Beat. 1743; · Can. 1807. Fichas: 1 73, 382, 442. • · Irma Benigna Consolata. Ferrero (~~1916).- ·Nasc. Italia. Mistica, religiosa do mosteir-0 · da Visitaçao de Cgmo tI-ta.l ia). Ficha: :76 . ~ ·Benio XIi (1675- 1758) . Nasc. Italia, Ocupou varios aargos ,. na Cµria Romana: Papa; um dos .mafores canonistas e legisladores da Igreja. ~ichas: 189, 340 . ,.r


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Indice onomastico

XVI.

• · Sao V!centè Ferrer (1350 141:§"). - Naec. Espanha. Dominicano. Confeseor e periitenciario de Bento XIII, -papa de Avinhao. Can. )._455. Fichas: 138, 178, 199, 200, 312, 317, 318, 334, #68 • .

do Apostolado Cà~6lico) , Ùm de Freiras, 'obcas de caridade . .e educaçao.. Beat. 22-5-1950; Can . 20-1-1963. Ficha: · 20. -~ Veneravel Virginia Centiirioni-- Bracen1 {1587 f651). - · Nasè. Italia. Viuva. Fundaàora. das Irmas de Nossa Senliora do monte Calvario. Fichas: 37, 47, 102,

• Sao Vicente ~ Strambi (1745-1824). - Nas~. Italia. Passionista. B1spo. Beat. 26-4-1925; Can. 11-61950. Fichas: 151., 217.

391. •

D. Vital Maria Gonçalvez 011veiracTITTi4:..1878·). 'Nasc·. - Bràsil. Capuchinho. Bispo de Olinda. Fichas: 34, 367. .

~

• Sa.o Vicente Pallòtt-i (1.7:g5,,.1850J. ·,.;. _ Nasc~ Itl.lià •. Formou um instituto de· padres secu;.ares (Soc~e.dade

I

Reflexoes e exemplos de Santos oportunos para nossos dias · .470-··' Fichas hagiograficas em defesa da TFP

.,,/./

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Orientaçao da pesquisa

J oao S. Cla Dias Ordenaçtio e revisào

Gustavo Antonio Solimeo


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Q ~I~!J!~lg dQ!ì ~~nl.Q'!ì QQOT1rm~·

~~ cgocluaoea do Qre.aeote .~a~~dQ .

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Como ja foi dito no Volume I, nas acusaçoes contra a TFP e contra o Dr. Pliniò Correa de Oliveira ali anal'isadas, c·abe urna importa'nte distinça(? _no to.cante às manifestaço~s de r~speito, e até d e veneraçao, que s6cio_s e cooperad6res .da ·entidade pres'tam à pessoa · do Presidénte · de seu Conselho Nacional e à alma de sua veneranda Ma.e. Em tese poder-se-iam alegar contra tais· manifestaçoes: I.!) -que sa.o heterodoxas, . e/ou contraria:s ao Direito Canonico; 2.!) que emb;ra tais manifestaçoes sejam conformes à sa Doutrina Cat6lica e ao Direito Canonico, as pessoas do Dr. Plinio Correa de Oliveira e de sua Mae nao as merecem. O objetivo do presente estudo consiste em provar que essas manifestaçoes sa.o conformes à sa Doutrina Cat6lica, e ao Direito Canonico. Nem o Dr. Plinio, nem a TFP tem qualquer empenho em provar que ele, ou sua Ma.e, merecem as referidas manifestaçoes. Mais especificamente quanto ao que lhe diz respe1to, jamais o Dr. Plinio dara o menor passo para provar .que ele merece tais manifestaçoes. Esta é matéria eminentemente opinavel, acerca da qual ele respeita, no mais alto grau, a liberdade de cada um, de formar sua convicçao pessoal, e de a externar. O unico ponto em que a TFP e o Dr. Plinio se empenham consiste em rebater, com argumentos irre-


4.

Introduçio

torquiveis, a acusaçao de heterodoxia e de ilegalidade canonica feita a tais testemunhos de respeito e veneraçao. Assim se explica porque razao, a toda a argumentaçao doutrinar1a, baseada na Teologia e no Direito Canonico, que fòi desenvolvida no Volume I , para demonstrar a ortoèoxia e a legalidade dessas homenagens, se segue aqui urna copiosa relaçao de fatos, extra!dos da vida de Santos que receberam, mu1tas vezes sem opos1çao, e por vezes até est1mularam, tais testemunhos de veneraçao, no que diz respeito a si pr6prios. Sem duvida, dentre tais atitudes, algumas, em circunstancias correntes, nao sao para serem imitadas. O que nao exclui, alias, que eventualmente possam servir de exemplo em circunstancias excepcionais. ·Talvez nao seJ(\/ de todo supérfluo r'e calcar o que d~ s l é 6bvio." ·rsto é, publicando esta relaçao de ratos, nao é feita qualquer comparaçao entre o Dr.• Pli.niq Correa . de Oliveira e sua veneranda ·Mae, de um lado , e, de outro lado, todos esses Santos. _Esta coletanea de fatos hagiograficos sera especialmente interessante para o leitor brasileiro, nio raras v~zes mais propenso à con~ideraçio dos fatos hist6ricos do que ao _e,studo dou trinarlo.

Secçao I

''V ox populi, vox Dei'': o ·c onsenso dos fiéis pode discernir santos: verdadeiros muito antes do· pronunciamento oficial da lgreja


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"§§Qig~" Rç!g RQIQ Cl~! l. "0s Santos foram canonizados pelos fiéis, antes de~ serem pela Igreja" Declaraçao prévla de Mons. Oaron MS, Pr6-Prefe1to Apostolico de Morondava, Madag~scar, em seu livro sobre Nossa Senhora de la Salette:

"Os santos foram canonizados pelos f1é1s. antes dè ~ serem pela Igr,èja. ' "As multidoes acorreram a Salette ou a Lourdes, ·antes que Dom Felisberto Bruillard e Dom Laurence pronunc1assem sua sentença sobre estas apariçoes. "0s fiéi.s gozam, pois, de certa l1berdade ~ Igreja. E desta liberdade que faço uso neatas paginas. Se proclamo santa esta ou aquela -pessoa; se, urna que outra vez, externo minha crença no milagre, antecipo ! ~ da Igreja, ~ nao empenho ~ jufzo, nao me intrometo no campo de sua autoridade; semente comprometo a minha".(E. GARON MS, A Virgem dos Alpes -- Nossa Senhora da Salette, ~Vozes, Petropol1s, 1956,p:-Tl) •

Nota: Todos os sublinhados simples, no texto das f1chas, sao nossos, bem corno os subtitulos 1ntercalados nos textos.

. 2. 0s f.!.ili, an1mados por ~ 1nstinto peculiar, e antecipando-se .as honras 3ue ! Igre}a tr1butara, re~onhecem mu1tas ve~es os verdadeiros santos Da v1da de Santa Isabel ~1207-1231), escrita pelo Conde de

da Hungr1a Montalembert:


8.

Secçao I

Secçao I

"Animados .22.!:. aquele instinto popular que tantas vezes ~ precursor da verdadeira fama, e antecipando !. honra que logo~ Igreja ~ecretaria---il aeus preciosos despojos,. QS. mais ardentes tentavam obter reliquias da ~Santa (Santa · rsabel da Hungria). Lançavam-se sobre o féretro; alguns rasgavam pedaços de seu manto; outros cortavarn suas unhas e seus catielçs; algumaa rnulheres chegaram ao ponto de cortar as pontas de suas orelhas", (Count de MONTALEMBERT ,· The Life of Saint El1sabeth P .J. Kenedy & Sons, NewYo~p-.-3~ ' 3. "Vox populi, -~

Dei"

Sobre as rnanifestaçoes de devoçao à recérn-falecida Joana, ex-Rainha de França e · nuquesa de Berry (1464-1505), escreve o Postulador de sua Causa de canonizaçao: \

"Joana (Santa .J·ò aha de Valois) morre entao no Mosteiro da · Anunciaçao; de Bourges, do qual havia sido a· fundadora e a mae, em 4 de fevereiro de 1505. Ela a! morre ' de . tal modo em odor de santidade que os favores miracÙlosos se multiplicam em torno dè seu tumulo, è sua fama sanét-it-atis se propaga por toao o reino, é iiiais alem, onde séus ~9steiros· co~heqem marayilhosa germinaçao. Vox popul1, ~ Dei. ~~do povo cristao nao espera · ~ - temp pira!. canonizar, anteeipando-se, ~ urn incoerc ve movimento do Esslrito Santo·~ ao ju,lgame!'to·. :!!!. Ie;reja. Dao-Ibe c:mumente 2. tftulo de Bem...av.enturada, e .ate ·de-- SanfJa. As a:utoridades ecl-esia-a tic·as· :deixaiii mesmoorgarlizar-se em torno de · sua ·meméria' um , certo .cul~o. que nao rar6. senao ~rescer. com os anos, ao mesmo tempo que a proteça'.o, da: qual a· -santa Duquesa da 'a . sèus' piedosos devotòs· sinais .sempre mais tangiveis. Nada detera e~ta devoçao p0~ular11 • (Mgr. R. FPNTENE~LE, L'Histoire d'un Proces, in 11Perveur 11 , · Paria, n. 7, aout ITw. p.7:).

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1

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4. Q povo ~ um· ~ -seri-t1dQ pe·10 qual reconhece ·!. p~~soa -s~nta Epilogo do Pe. Alfred Rush , CSSR à autobiografia de Sao Joao Neumann (·+ 1860), Bispo de Filadélfia (EUA):

"Tao logo faleceu Neumann (Sao Joao Neumann), fez-se .ouvir a vox poguli, a voz do povo, através de teda FiladéITia. _ povo tem um sexto sentido para a santidade; ele reconhece a pessoa santa, o artigo-verdadeiro. Ele 2 proclama-sempre devarias maneiras; ~ 2_ proclama com 1ns1stènc1a ~ persistencia ate que, finalmente, as autoridades ~ s1ast1cas introduzarn 2_ Processo de Canonizaçao. A voz do povo foi ouvida no profundo pesar, na aturdida descrença e nos reiterados pedidos para que se confirmasse a veracidade da not1c1a de sua morte. Ela se . ev1denc1ou nas rnultidoes, dentro e fora das Igrejas de Sao Joao e de Sao Pedro, nas rnilhares de pessoas que ocupavarn cada polegada de espaço ao longo das ruas, nos telhados e nas janelas, enquanto a procissao percorria seu trajeto rurno à Igreja de Sao . Joao. Ela se manifestou nos milhares que bloquearam o caminho para a Igreja de Sao Pedro, para tentar ver mais urna vez o seu bispo, quando o plano do funeral foi modificado e eles souberam que haveria urna outra exposiçao do còrpo e o sepultamento na Igreja de Sao Pedro. "Estas multidoes nao podem ser explicadas apenas pela curiosidade popular de vero funeral de um bispo importante. Urna ~escriçao da época diz: 'Se necessitassemos de alguma evidencia sobre q apreço com qu.e o distinto prelado era considerado pelo cl.ero e pelo laicato, bem com·o por todos que o conheciam, certamente a teriamos testemunhado na manèira corno elesse reuniram por ocasiao das · exéquias, para honrar sua memoria e atestar o amor que lhe dedicaram ' . "A . ivoz do povo' rnanifestou-se na reverencia com a qual eles sé aproximavam do corpo, osculavam as maos ou òs pés, e tocavam nele algum objeto para coriservar come lembrança ou reliquia. Ela se patenteou no oferecimento de flòres que constantemente ornamentavam sua sepultura. Outra manifestaçao da 'voz do povo' se ver1ficou na conversao que sua .morte provocou; para alguns foia conversao do pecado para a virtude; para outros foia conversao para urna pratica mais fervorosa da vida crista" . (Pe. ALFRED C. RUSH CSSR, Epilogue, in The Auto'biography of St. John Neumann CSSR, St. Paul Editiòns, Boston, 1977, pp. 69-70 / Imprimatur: William Cardinal Baum, Archbishop of Washington,

16-12-1976). f. ·

9,


10.

Se"ça.o I

Secçao I

5. ~ opiniao publica, tem frequentemente, quando se trata de discernir as almasgue Oeusfavoreceu com os seus dons, ~ Intui~à'.o segura

6. Sao Joao Nepomuceno, canonizado em 1729 , .J! era venerado corno santo desde sua morte, noseculo XIV

- - - -- l

Da vida da Beata Maria-Eugenia Milleret (1817-1898), fundadora e primeira Superiora-geral das religiosas da Assumpçà'.o: "Até o dia do enter~o houve uma constante afluencia de visitantes na capela onde o corpo estava exposto ; vinha-se rezar pela defunta (Beata Maria Eugenia Milleret) sem duvida, mas vinha-se a1nda mais para rezar a ela e para venerar seus despoJos. O sentimento geral se traduziu entao por um gesto bem simples, sempre o mesmo, mas cuJo sentido nao se . presta a enganos. A fé crista sempre Julgou que o corpo , separado momentaneamente da alma da qual ele fpi o 1nstrumento , retém uma 'virtude', quando · esta ,alma viveu da gra·ça de Deus. Da! ·o culto das rel!qu1as dos santos e as honras com as quais a IgreJa cerca os restos mortais de seus fiéis. "~ opin1à'.o publica, · tao fadl de extraviar~ . tem de qrdinario, quando~ trata· do discernimento das almas que Deus favoreceu -2.2!!! ~ d'o ns , ~ segurança .de intuiçao quase nunca ~ desmentida Eosteriormente P;la autor1dade competente. A nao ser nesta e·s pecie de sufragio, na'.o existe quase ma1·s nada onde ·a vozJido povo seJa habitualmente um eco da voz de De s. A Madre Maria Eugenia foi a~s1m espontanea~entè . honrada desdè o dia de - sua morte com urna espécie de culto que P.roclamava a eminància de suas virtudes ( 1 ). Toca.vam-se imagens e terços no corpo, beijavam-se suas vestes-, suas maos e seus pés , que continuavam flex1ve1s, apesar da ~orte". · (1)

A Madre M~ria ~ugenia de J-esus fo1

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De uma biografia de Sao Joao Nepomuceno (1340-1381), mart1r do sigilo de conf1ssao: "No tumulo de nosso Santo (Sa.o Joao Nepomuceno) deram-se muitos milagres . Tentativas de pilha~ -lo foram feitas pelos hussitas e novamente pelos ~alv1n1stas em 1618. "0 santo nao foi canonizado sena.o em 1729, mas desdeasuariiorte, no seculo Xrv-;-e'le foi ~ nerado corno-santo P;lo povo da Boeiiiia. Por ocasiao da canonizaçao:--o tumulo folaberto e milagres foram testemunhados. Verificou-se que a lingua tinha permanecido 1ncorrupta e perfeita corno no caso de Santo Antonio de Padua". (QESMOND MURRAY OP, ~ Saint of the Week, Catechetical Guild Educational Soc1ety-,-Sa1nt Pau1; Minnesota, p . 161).

1

'

7. de de de

Fra· Angélico pintava Santa Catarina Siena, com a auréola ~dacfe,'° mesmo antes ., ter s1do canonizada ou beatificada

- -- ---

t1f1cada.

11.

--

Da famosa H1stor1a dos Papas , de L. Pastor: "Os papas sempre celebraram com grande magnificencia as canoni~aç6~s dos Santos, das quais Pio II pode solenizar apenas uma; a -de San-ta Catarina de Siena. · "Tendo falecido aos trinta e tres anos de 1dade esta virgem .consagrada a Deus t~n~a-se tornadÒ 'em pouco tempo, còmo Sao Francisco de Assis, obJeto da veneraçao popular .• "l;luas cartas, _principalmente, e ram mui to 11das, e foram qualificadas até ppr certo h1stor1ador rac1onal1sta de 'grandioso 11vro -de edificaçao, onde ha cois~s que mais parecem ·escritas com o· estilo de um apostolo~ que com o de uma .donzela sem partièular instruçao'. "Suas 1magens, .J! no principio do século XV haviruii- se multiplicado ~ Veneza, anòavam ~ milhares de maos, e (o Beato) Fra Angelico, que

bea-

(Mère Marie-Eugénie de Jésus, Imprimerle J. Ite Hénaff- & Cie . -- Sai:nt-Etienne, 1922, pp. 478-419 / Imprimatur: Hyac1nthus, Ep. Modrens1s, v. g. Sanct1-Stephao1, 5-7-1922).

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t

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I 12.

Secçao I

representou Santa Catarina ern varios quadros, nao teve dificuldade em rodear a cabeça de suas imagens ~ ~ auréolaae santidade; poisela era cori=siderada ~ santa pelos dornin1canos reformadOS:"Ern seus convento~ ~eiebrava-se anualrnente urna festa no dia ern que morreu Catarina, pregava-se a respèito de suas virtudes, e as donzelas rodeavam suas imagens de coroas e rarnalhetes de flores. Pela' tarde executavam-se cenas dramaticas no atrio externo do convento, representando 08 mais notaveis epis6dios de sua vida; foram con8ervados os toros que se costumava cantar nessas ocasioes: 1 0. cidade da v1rgem~ 6 doce patria de Siena! A g!6ria desta donzela sobrepuja todos 08 teus brasoes!'"· N_o ta: O J;3eato Fra Angél1co rnorreu em 1455 ·, Santa Catarina de Siena (1347-1380) foi canonizada apena8 em 1461, sem ter sido beatificada previamente, o que era entlo ~sua1. · :1 (LUDOVICO PASTOR, Historia de los Papas, Ediciones G. Gili , Buenos Aires, 1glf8-;-vo1umen III, pp. 277-278 I Imprfmase: Antonio Rocéa, Obispo de Augusta y Vicario del Arzobispado de Buenos Aires, 20-5-1948). 4

(l

1 3.

Secçlo I

morte urna transf1guraçao semelhante à do Tabor, os ·riéis de Pavia prestaram ~ culto espontaneo ao seu tumulo. Nas proc1ssoes nao ousavarn pisar apedra sepulcral que o cobr1a. O bispo, o clero, os fiéis, compenetrados de profundo respeito, afastavam-se à diretta ou à esquerda, ao subir e descer os degraus da escada do coro. "Quantos ensinamentos g-randiosos e quantas v1rtudes egrégias nlo insp1rou e grangeou o benemérito taumaturgo milanesi Esse santo recebeu homenagen8 erofundas, exerceu Innuericias vivissimas ~ multidao que se prosternava orando ~ferver~ beijando respeitosamente ~ .pedra do tumulo. Foi mister rodeà-la de urna balaustrada que os fiéis cobriam de ex-votos de cera ou de prata, de quadros comemorativos; lampadas ardiam dia e noite; cfrios constantemente renovados testemunhavam a gratidio popular.

J

8. A Igreja tolerou o culto a Sahto Aleiandre Sauli, antes mesmo-da"l>"e'atificaçlo, ·tal o entu:aiasiii"o·· deseu8 devotos • .

---

1

.

------- ·

De urna biografia de Santo Aiexandre Sauli, o Apostolo da C6rsega (1534-1592), . depois Bispo de Pavia (Italia): "Aiexandre Sauli pedira para ser enterrado embaixo dos degraus do coro, na ·catedral de Pavia, mas corno escreveu M. de Falloux: 'Notou-se sempr'e uma espécie de contestaçiò entre Deus e os seus santos. Quànto mais èstes afetam sepultar os seus nomea, por humildade, com a lembrança de suas virtudes, mais Deus tem a peito retira-los das· trevas para torna-16s célebres à posteridade e propo-los corno objeto de veneraçio' (Vida de S. Pio V, T. II, P• ,319). "Depois da morte do santo Bis~o, cuja vidi ·fora um holocausto remodelado pelo d~ Cruz, e a

A Autoridade eclesiastica tenta refrear nao autor1zado pela ·IgreJa

~

culto

· · "0 clero procurava, ent~etanto, refrear os ardores deuiiia ·devoçio riio au..t·orizada pela Igreja. Q bispo . de :~ ' Joao. Iiatist·a Billia; Compenetrado de veneraçao pela memoria . de Ale-xandre, temeu, todavia, incorrer na censura da Santa sé; iiianoou. retirar -~ 1§.mpadas~os ex-votos, as oferendas que· ornavamo tumulo de Alexandre e explicou ao povo o que determinava oseu modo de proceder. Foi tudo' em vio. Quando ret1ravam urna lampada ou \iin"ex~ to, outros, ~ duplicata, os ~ubstituiame o povo aflu1~ cada vez mais. Q bispo persistia nasua resoluçao e, come meio preventivo, mandou fechar as porta$ da igreJa, convencido de que ~,~ esqueceriam ! devoçao. Este alvitre, porem, nao deu resuita'do sat1sfat6rio. 0s . fiéis ajoelharam-se diante das portas fechadas da igrej a , penduraram ex-votos e acenderam vel,as, corre??,do o risco de 1ncendiarem a igreja. A catedral conservou-se fechada por espaço de trinta e dois dias, desde domingo de Quas!modo até a As.c ensio. "Os conègos, 1nquietos; convenceram o Bispo de que nao era conveniente 1nterròmper, por tao longo tempo, o s~rviço divino e impedir as homenagens _tributadas ao servo de Deus, por meios 1nu-


14.

Secçao I

t~is e dos quais se poderiam originar desordens gràves. " Abriram-se, pois, a~ _portas ' da igreja. '· !

4 ~

Q Bispo decide nao mais embaraçar as manifestaçoes da devoçao popular

"No dia imediato apareceu um ~rande cfrio aceso sobre o tumulo do santo. O Bispo deaconfiado que fosse motejo, ordenou aérias pesquisas, para saber quem poderia tèr sido o autor da mistificaçao. Soube-se que o c1rio ..hav1a sido colocado por Jorge ~iaz~ola, reitòr da ~gr eja d~ 6. Nicolau. Mandou prende- lo. ·Este, porém.,' justificou- se, alegando que procurara, dessa maneira, manifestar o seu reconhecimento pela graça· que obtive r a de Deus por intermédio d·o · seu fiel servi dor. "Ante tao sip;nificativos testemu·nhos, Q Bis po reso1vei:i--nao mais emQ.àraçar ~ demonstraçoes dadevoçao pojmlar-.- "A corporaçao dos Mercadores manaou colocar, sobre o tumulo, um baldaqui m ·ae seda; as associaçoes da Doutrina Crista ofer.e ceram um magnifico estandarte· com tapetes preciosos; lrunpadas ar.diarn sem. ·c ~ssar; es ea111.aram imagèns , ~ gue 'Q re.presentavam ~ .:. ! aureola dos santos · .!::_ Q designavam pelo t!tuTo de Bem-aventur.ado gue- Q povo · lhe havia confe rido • . ·( . Sifo. Roberto Bel.ar mino~·e· -o pn8prioi..P~pa ·Paulo v.. : o cFns'ideram ~anto - ._ -1 --- - . !' Q.uando os _procurad·ores· do .l~ispg leva·ram estes fatos ao conheèiìnent'o ·do Cardeal E}elarm1no, entao· prefei to tla ·s agrada Congrégaç·§'.o dos R1tos, este examinou lon·g ~entè e còm a .ma1or atençao urna de ssas iiilagens. "E ele mesmo" ,- di·sse, conheci-o, fomos amigos ;·· era realmente um santo. "Q Papa Paulo y ao ouvir ~ re~a:çao do ·cardeal Belarmino. dec.l arou fue na·o tent:1onava ' impedir · .! contirtuaçao desse .c u to, mas desejava que fossem reg1stradas, coiitexat1d~o. as maravilhas · operadas po r . · Deus pela interces.sao do seu servo . 'E-nos agradavel ' , ac r esc~ntou. o Sotierano Pontifice, 'ter not!c,i.a das graças admirave1.s concedidas por Deus, à ., 1ntercessao do Bem- aventurado Bispo; n6s ·tarnbém

15.

Secçao I

conhecemos e o cons i deramos desde .J!. santo' . Em vista desta circunstancia Q Bispo de Pavia autor1zou a devoçao dos fiéis ao seu Pastor venerando. E'sta devoçao espalhou-se por toda a L~mbardia, pela Sab6ia, a França, a Alemanha e a Corsega. •••·

0

Te6logos culto

~

canonistas afirmam a l egitimidade

do

"Em 1625 , em virtude do decreto de Urbano VI~I proibindo que se prestassem as honras do culto aos mortos ainda _nao beatificados ou canonizados surg1ram duvidas sobre a legit1midade do culto ~onsagrado ao servo de Deus. Fabrf.cio Landrini, bispo ·d e ~ . consultou , _!_ esse resp~ito, teolo.s.2.:!. ~ canonistaa. "Com el~qiiente unanimidade, declararam todos que o culto tributado a Alexandre Sauli, ~ tolerado -pela Santa S~- ~ pelos b~spos locais , nao podla ser atingido pela proibiçao. "Em 1645 Joao Baptista Sfondrati ma ndou para Roma as peça; do processo apostolico do prelad~, afirmando que ~ devoçao ~ esse santo _estaya tao enraigada no espf.ri to dos povos que qualquer tentativa pa!a coibi-la seria .! ,origem de perturb~çoes ~ esc rtdalos. "No dia de Natal de 1732, o Soberano Ponti. fice Clemente XI, promulgou o decreto enaltecendo as virtudes her6~cas do servo de Deus". Nota: Santo Alexandre Sauli foi em 1742 e canonizado em 1904.

beatif1cado

(B. DE MAGDALENA, ~ de Santo Alexandre Saul1, Off1c1nas Graph. da Associaçao da Boa Imp,rerisa , Recife, 1928, pp. 105 a 109 / Imprimatur: Mons, Rosalvo Costa Rego, Vigario Geral 28-11-1925).

· 9. "!. devoçao do povo .J!. ~ ha via canonizado ~ ~ veneraçao ~ apreço ••• " De urna biografia de Sao Joao da Cruz (1542-1591), colaborador de Santa Teresa de Jesus na reforma do Carmelo:


16 .

"A populaçao ubedenha (da cidade de Ubeda) que ouvira o tanger dos sinos a finados, se precipitou no Carmo à not1cia de que ali havia morrido urn santo, avida de ve ~ o,. resto do bom frade que quase ninguém conhecia;· mas que todos admiravam. Parecia uma romaria ou um dia de visitas à igreja dos Carmelitas para ganhar indulgencias. Os ubedenhos empregaràm toda espéc1e de argucias para _s e apropriar de alguma reliquia do f1nado, e os menos afortunados tocavam os rosar1os e outros objetos nos seus restos mortais . ,Houve até dev:otos que se atreveram a cortar o seu habito ou a sua. capa. Por muitos lados voararn as suas reliquias, prodigalizando ·a mancheias graças surpreendentes •••.. "~ devoçao do -povo gue .J! ~ ~ canonizado na ~ devoçao ~ apreço, ~ ~ abundancia ~ brilho de ~ mui tos milagres, junto com -~ fama, ~ certo merècidà, de virtuoso e santo, f.izeram com gue ~ Papa Clemente .b ~ beatI_fI'c'asse .!:!!!. 25 de Janeiro de 1675 e gUè~Berito XIII o . inscrevesse nò catalogo dos Santos~ ~ de dezembro de 172611 • (R.--P-. JOSE ANTONTO DE LA MADRE DE Din5 CD, San Juan de la Cruz, Editorial Sanchez Rodrigo, Piasencia,-Ya-:-e~ pp . 84, 85 e 89 / Imprimi potest: R. P. Ot111o del Nifio Jesus, Provincial(.

10. Antes ~ da beat1f1caçao ~ Sao. Yicente de P.aulo 1 os . fiei's ~ honram ~ 1nvocam , De urna biografia (1581-1660): .

de Sao Vicente

de

Paulo

"Q ·çulto de SL Y1ceòte _de ~au~o_Os fiéis nao es~eraram a data da beat:tficaçao, 13 éle agosto Oe 17 9, para-horirare invocar o Pai aa Uaridade. 0s membros de suas duas Congregaçoes foram exemplares em cultivar a sua memoria e propagar as suas v1rtudes. Antes mesmo dà palavra da Igreja, o povo de França pronunciava com amor e re$peito o nome do fundador de tantas empresas de car 1dade", (Pe. JERONIMO PEDREIRA DE CASTRO, S. Vicente de Paulo, Vozes, Petr6polis, 1942, p.-448 / Com aprovaçao ecles1ast1ca). 0

Secçao I

Secçao I

17,

11. Ruas, colégios, Reiimentos colocados sob a proteçao da Irm Teresinha do Menino Jesus-; antes mesmo de sua beatlficaçao

I. i ;

Trechos de cartas da Madre Ines de Jesus, irma de Santa Teresinha: (Ao P. Frei Rodrigo de Sao Francisco de Paula OCD, Postulador da Causa de Beatir1caç1o e Canonizaçao de Santa Teresinha em Roma): "Um patronato de Paria foi fundado com .o nome .de Irma Teresa; em outro lugar, o .prefeito permitiu guT !!. de a urna via publica-~ ~ de ~ Santa eresinhaT.~pe·ro que este entusiasmo nao prejudique nossa amada causa (29-7-19i3)". (A Mons. De Tel1): "Que guerr.a tlo triste! E corno· se prolongal (I Guerra Mundial, de 1914 a 1918). "Ontem recebi ~arta d~ ~ cor.onel gue consagrou ~ regimento ! Irma Teresa. Nela diz: '·Aqui, neste bosque do qual tanto se fala eque se encontra todo encharcado de sangu~ ~rrances; temos o PSOJeto de levantar ~ capeli'nha ao Sagrid()cora= çao. Minha 1ntençao e de gue em um tle seus vitrais figure !. imagem de nossa admir!velsantlnha (Irma Teresinha). Esta capela se levantar! Com o dinheiro de meus soldados e a contribuJçao de meus oficiais. Meu regimento colocara na erecçao de&ta capela todo o seu cor.açao e todo o seu agradecimento' (30-4-1915)". (Ao Cardeal Vico, Prefeito da Sagrada Congregaçao dos Ritos e Relator da Causa de Santa Teresinha): "Vossa Eminencia vera nossa Capela, nao apenas coberta de ex-votos de m!rmore; mas também adornada com as bandeiras de quase todas as naçoes. Temos Ja vinte e cinco, todas de sed~ . bordadas e dedicad~s à Irma Teresa •. De todos os pa1ses nos chega esta homenagem com indèscrit!vè·l entusiasmo . Assim o Brasil, nao podendo empregar · todo o dinheiro coletado na compra de sua bandeira, teve a idéia de no- la enviar em um magnifico esto-


18.

Secçao I

Jo de madeira das Ilhas, maravi l hosamente escu l pido eque representa, por si s6, um valer de milhares de francos (31 - 1-1921)" . Nota : Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897) foi beatificada em 29 de abril de 1923 e canonizada em 17 de maio de 1925 . (La hennana ;f__ "Madrecita" de una Santa -- La R. Madre Inés de Jesus (PaulinaMartinfT Santa r e r e ~ El ~ngel 'del Carmelo, Buenos Aires, 1953, pp . 111r, 1 O, 122=I°23 •

1

1

·! I

12. A rnae de Sao Domingos de Gusrnao, beatificidapor Leao XII em 1828, era honrada ~ Santa desde ~ século XIII

I 1

De urna biograf i a de Sao Dorningos de Gusrnao: "Parece entretanto provado que, seja do lado dos dusman, seja do lado dos Aza, nesso santo (Sao Dorningos) descendia de nobres cavaleiros que, durante varios séculos, cornbateram pela patr i a espanhola e a fé cr1sta. Seus pais eram p1edosos; honrada corno urna santa desde o século XIII, sua mae Joana foi beati!'Icada por Leao XII einTT28ir:-(JEAN GtJ!RAUD";- Saint Dom1nique,7:rbra1r1eVictor Lecoffre, Paris~ ed., 1901, p. 4) . 13. "Ela vai nos ajudar la no Cé~Era urna santa"!

- - - -------

De urna biografia da Mae de Sao Joao Bosco:

"A boca g~ ~~~~- -- 'Dom Bosco se retirou, obedecendo--à vontade expressa da mae que, poucos instantes depo1s, entrava em agonia'. " Eram 3 horas da rnadrugada do dia 25 de novernbro de 1856. "'Dorn Bosco, que nao se tinha deitado, ouviu os passos de José qu·e vinha ter com ele. A p1edosa rnulher tinha voado ao céu. Os do1s 1rmaos entreolhararn- se sem nada dizer e romperam em copioso pranto'.

Vitral (à direita) dedicado à mae de Sao Joao Bosco, na Igreja de Nossa Senhora do Sufragio, em Medellin (Collìmbia). Nao esta representada com auréola ou resplendor, pois nao foi canonizada ou beatificada.


20 .

Secçao I

Sècçao

"~ Q~ ~~g!gg;? -- 'Nao se pode descrever a dor, os soluços, o choro desconsolado, quando receberarn a infausta not1cia de que a mae de Dom Bosco -- a mae deles todos -- ja nao existia. "'-- Perdemos nossa mfe, mas estou certo de que ela vai nos ajud'i'r"Ta do céu:-Erauma santa,-,--- -- -- -- -- --"Foi o que disse ·Dom Bosco aos meninos reunidos, querendo consola-los. "'Era urna santa!' ~ ~ que dizia ~ mestre de santida<i"e,° ~ ~ ~ de um dos maiores santos da Igreja. "Es~a declaraçao encontra eco no coraçao de todos nos, de quantos amam Dom Bosco". (FAUSTO CURTo, · A Mae de Dom Bosco, Editorial Dom Bosco Sao Paulo, ffi9-,-p-;-r3~ ,

- --

Do depoimento da Irma Cristiana de Messire Christiano de Parisse, no processo de Canoniza~ao de Santa Clara de Assis : "A depoente continuou dizendo que a perfeiçao e a honestidade de vida da dita Senhora Madre Clara foram · tais que ela nao as conseguirla descrever. Porque, assim corno ela o cria firmemente, a Bem-aventurada Madre era, em todos os seus atos, chela de virtudes e chela do Espirito Santo. Do mesmo modo, ela pensava que tudo o qui se po~e dize r da santldade de urna mul'fi'er"; aepo 8 aa 1 r'geiii Maria, p{~ia ~ dito, ~ toda verdadé, de Santa Clara". 'ai connu Madame Sainte Claire --=---te' pro'ces de canonisation de Sainte Claire d'AssI=' se, Editions du Cèdre, Paris, 1961, p. 5 / 'Imprimatur: J . Gaston, Vie. Gen. de Toulouse, 12-7-1960).

Les

i

I Relato do depoimento da Abadessa e das freiras do Convento de Sao ·Damiao, no processo de Canonizaçao de Santa Clara de Assis (1193-1253): "No dia 24 de novembro, Mons • .' Barthélemy, seguido de seu tribunal, se apresentà em Sao Damiao. Faz jurar às treze Innas de diz4rem a verdade sobre o que elas sabem de Clara, sua Mae, e recebe no claustro seus depoimentos. A est-as treze Irmas acrescenta-se urna décima quarta e depois uma décima quinta, doente na enfennaria.. "No dia 28 do rnesmo mes, as depoentes sao reunidas de novo no claustro, e à urna so voz, unidas à sua Abadesa, Soror Benedita, atestam sob a féAdo juramento ~ santidade de Clara, gue elas nao creem inferior senao a da Virfem Mar1a 11 :--[J 1 ai connu madame SairiteC'laire -- e proces--de ca:tio= nis ation de Sainte Claire d'Assis, Leseditions du Cedre, Paris, 1961, p. 1~ / Imprimatur: ~- Gaston, Vie. gen., de Toulouse, 12-7-1960).

21.

15. "Tudo ~ que se pode dizer da iiantidade de urna mulher, depois da Virgem Haria, podia-se dizer de--g-anta Clara"

,

14. As rel1g1osas d e - ~ Clara consideravam a santidade de sua fundadora - - .~: -de- : -Nossa --apenas inferior SeOhora

t

16~ Caetano f grande diante ~ Deus !::. tem ~ lugar 1:0 coro dos Sérafins" 11

Con~a . um biografo de Sao Caetano de (1480-1547), fundador dos Teatinos:

~:

••

Thiene.

"No momento mesmo da morte de Sao Caètano de Thiene, parece que dela ·teve çonheèimento à distancia Sao Pedro dè Alca~tara. Enquanto Caetano de Thiene ' expirava em Napoles, teria ele exclamado com a mesma intuiçao de vidente com a qual Santo Afonso de Lig6r1o, mais tard·e, anunciar! aos familiares a morte do papa Ganganelli: -- 'Ahi, em um ponto da terra deixou de haver urna forte coluna para a santa Igreja!'. "Santo André Avellino, precioso recoletor em Napoles .das mem6r1as do Santo, ainda esvoaçantes em Sao Paulo Maior, tnterpelado a respeito, com a sua exuberancia disse: 'Caetano é grande diante de Deus e tem seu lugar no Coro dos Serafina'. E o explicava assim: 'Quem, depoia dos Santos Apostolos, demonstrou mais fé do que Caetano? Quem, comparado a ele, pode dizer-se mais humilde? Quem, em


22.

Secça.o I

confronto com ele, mais despido e desapegado da terra?' •.•• " Sao Caetano .• ·.• foi proclamado santo pela ~ do povo, com urna ven~raçao inteiramente espontanea . Quando o Pontffice Clemente X, em 12 de abril de 1671, ~ canonizou, pode-se dizer gue. ele legitimou, nos coraçoes, um culto que ..J! estava d1fuso ~or toda parte". (PIERO CHIMINELLI, San Gaetano hien"e:-soc. An. Tipografica Fra Cat tolic i VicentiAi Eaitrice, Vicenza, 1948, pp. 938, 939 e ~41 / Imprimatur ; Franciscus Snichelotto, Vie. Gen.). 1 7. "Pat-ece.,..me .gue nosso bem-a:ventur.ado Pa.~re ~ - urna imagenì viva em que estava pintado ~ Filho de Deus·, · Senhor Nosso"

.

,

Santa Joana de:' Chantal escrevia em carta, respeito de Sao· Franc isco de Sales (1567-1622):

a

"'Oh, Deus meul atrever-me-ei a dizl -lo? Sim, eu o direi: parece-me que o nosso bem-aventurado Padre era urna imagem viva em pue estava pintado ~ Filho de Deus, Senhor Nosso. orque, verdadeiramente, ordem e a economia desta santa alma erà toda sobrerìatural e divina. Muitas pessoas disseram- me que quando olhavàm este bem-aventuraao, recia-lhes ver Nosso . Senhorna t~rra' (E. M. B GAOD, Historia de Santa · JòanaF.7f:cre Chantal, t. I, p. 167)'1 • (Pe . RAMON J. DE MUttANA SJ, Verdad l..., Vida, Ed_it'~rial El Mensajero dèl Coraz6n de Jesus, Bil~ao, · 1947, Tomo I, p. 437).

a

go-

18. "Foi ·guem _m elhor reprbduziu ha terra exemplos vivos do Filho de · oeus"

~

Airida ·s obre Sao Francisco de Sales, depoimento de Sao Vicente de Paulo no Processo de Canonizaçao: "0 fervor do Servo de Deus, disse ele, brilhava em seus col6quios fntimos e familiares. Os que o ouviam ficavam corno que presos a seus labios. Tinha a cilncia de acomodar-se a cada um,

23.

Sècçao I

mostrando-se acessfvel a todos. Consultado sobre assuntos importantes, sobre escrupulos de consciencia ou sobre qualquer outra matéria, nao deixava se~ interlocutor antes de ti-lo satisfeito e consolado. Repassando em meu espfrito as palavras do Servo de Deus, sinto tal admiraçao, que ~ inclino a pensar g e foi ele quFi melhor reproduziu na terra~ exemp os vlvos do lho de Deus" • . •••• "Eu mesmo fui testemunha de corno moderou e apaziguoù ele as paixoes da alma e os gozos do espfrito ••• , pois de tal sorte submetera ao impér;o da razao as paixoes e movimentos da alma, que nao s6 conservou s·empre o mesmo teor de vida, corno nem sequer se refletiam na sua fisidnomià. os acònteci,mentos pr6speros ou adversos". (FERNANDO FURQUIM DE ALMEIDA, A_ graça pr6pria dos Fundadores, Secçao "Calicem Domini biberunt" in "Catolicismo", n. 144, Junho de 1960).

1

19. "Estou tao certo de~ gléria !!2_ céu, corno seavisse com meus olhos corporais"

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De urna biografia de Sao Joao · (1599- 1621), da Companhia de Je~us:

Berchmans

"Os alunos do Colégio Romano, entravam nas aulas quando as badaladas do sino anunciaram que a alma de Berchmans havia deixado a terra. "Os cursos foram imediatamente suspensos. 0s gemidos e as lagrimas de mestrès e a~unos misturaram-se, e to·dos celebraram à porfia os louvores de Berchmans. O padre Diego S1cco, professor de teologia, fez _sem demora, e com os olhos nadando em lagrimas, o panegirico do santo estudante. Ao terminar, disse o que mais tarde escreveu. :orar pela alma de Berchmans, seria fazer 1njur1a !! pro~essas divinas. Devemos dàr graças à Bem-aventurada Vi.rgem por haver sido chamado para o céu, um filho tao dlgno dEla. Nunca vina sua pessoa, coisa que ' nao fosse conforme às leis de Deus, e . às nossas Regras; e eu estou tao certo da sua gloria no céu, corno se a visse com meus olhos corporais'"· TTe:" L. 'J. --;;;-:--c-RoSSJ ,-vrcfa cre-s. Joao Berchmans, Duprat & Comp., Saol5'aulo, T912~ 3"8"57 Com licença da autor1dade eclesiastica).


Secçao I

Secç§'.o I

25,

20. ~se ela nio est! no ~ara!so, en,t§o nifo h!nTnguem rr,

21. "Nunca vi verdacfe'I'ri do

-Mons. Salotti (depois Cardeal) recolhe ·o testemunho de v!rios Santos ,··' sobre a santidade de Ana Maria Taigi (1769-1837). beat1ficada em 1920:

Mons. Francia Trochu apresenta o depo1mento sob~e Sao Joao Baptista de v!rios Sacerdotes Vianney, o Cura d 1.Ars (1786-1859):

"0 Vener!vel Bernardo Clausi, que muitas vezes tinha experimentado a ericic1a das oraçoes. das luzes e dos conselhos da Bem-aventurada. quan~ do soube de sua morte bradou enfaticamente: •se e1a nio est! !!.2. para!so, ent!o n!o h! n1nguém l!T' ·o"Beato---iJ'aspar ·del Bu?ilo (canonizado -em 12~6-~954), consternado por ter Roma perdido tao gr,ande senhora, assim_exprimiu sua profunda dor: 'Quando o Senhor chama a si certas almas a Ele multo - caras·. -é sinal d e que nos . quer castigar. Preparemo-nos para ser açoitados •. O Vener!ve·1 Vic~nte Pallott1, cuJa causa de beati?icaçao est~"eiii pieno cùrso no moment~ (beat1ticado em 22-1-1950), te~e provas da p~r~1cular proteçao da Serva de Deus depo1s fte -ralecida. tanto que a1'-1rmou desejar constitu!-la secret!ria plen1potenc1ida ~unto ao tr~no da Santisaiiiia Trindade, para auaa o raa. A Vin'e-ravef: !rati Maria &itrlaia. Pellet1er (beat1t1e&da em 30-r-IJ3-r:=-canonhada e.m 3-5-1940). rundadoff:t da.s Ii,ala do Bom •Pastor, tei.id~ ouy1do o pJ.edoa!ss1mo Cardeal Odeacalch1 talar muito bem del"'; venerou-a grandemente e co~1ou l . sua. intercesalo .todos ~à aa1uritoa que t1~a necèiifdàde de tl.'&t•t" em Roma. B todo \liii ·.coral ~e louvoreis e de 4tlog-1os a1nceroe. que -·a -te11tam -~ é .. ta: lo- comum de •ant1.dad-e, ! gual .!!. rev1gorou a s !. morte de Ana.

"Ouçamos agora aquele que foi seu prelado durante 29 anos. Em 1838 o P. Tailhades, de Montpellier, depois de uma estada de? meses com o Cura d'Ara, encontrou-se èom Mons •. Devie. OP. Tatlhades tomara alguns apontamentos sobre o Cura· d • Ars com o intuito de imprimir um opusculo. Para isso precisava da aquiescencia do b1spo de Belley. Entao, conta o refer1do sacerdote, 'S. Exc1a., aproveitando a oportun1dade para conhecèr minha ·op1n1ao sobre o P. Vianney, perguntou-me: •Que pensa V.Revma. sobre o Cura d 1 Ars? -- Creio gup um santo 1 • respori<IT':" 0" ~ i i ~ o acrescentou: Eu tiunbrm-penso corno y. -Revma rocesso · Ord1rt'a rio, p. 1525). .... · "0 P. Toccanier, seu coadjutor durante seis a·n os., ass1m rala d?_ nòsso Santo: "--· Aproximavam-se dele ·corno d e ~ rel!gu1a. Jamais vi tanta energia e t~~força ·de vontade. Nada o abat1a; nem as contradiçoes,· nem as enrermidades, nem as tentaçoes. Mostrou oonstantemente a mesma coragem tna pratica da vi-rtude e no devotamento ao proxi.mo. Era tao ' surpreenden_te a sua virtude que causava admiraçao a ·q uantos o v1am.. Era uma tor.ça tranqilila como vinda de Deu·8.; urna força invenc!vel. Os. peregrinos. até mesmo. 08 religiosos, pertencen.tes às oÌ'dens ma,is austeras, d1:z·iam nao haver necessidade de outros milà.g.res que aquela r~rça, para se convencerém de ·sua . aantidade (~rocèsso apostolico.!,!!, genere, p. l~~; Pr~cesso Ordinario. p.· 160) ••••• "0 P. Joao Lu!s ·aorjon. antigo èura de Ambér,ieux-er)-Dombes.• que multo rez sofrer ao Santo e· a quem e8te perdòou de todo. o coraçao·. diz: "-~ Encontre1 nele as vlrtud~s que razem 08 grandes aa.nto8. "De outros sacerdotes que também tiveram ocaa1io de o conhecer. 8&0_ as palavras seguintes : "--OP. Vianney era a imagem viva da vida

0

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Mar.la. . . . •

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"'oi _verdadè!:ramente aurJ)réertde~te que a v_1 da Uftigpobre mulhérzinha roàsé tlo universalmente p..-opi~fi'.'i1a .9. ·prete:~lda ia vl:daa. de_;tantoa ·• •ntoa. antigoe · e " jiovd.a, '9U~ t.anta grarufeza._ troìinrrr ! '.tgl"eja. Ire-· on e· o deadJo viviasimo de o re.t rato de !!:!!_ MàrI• ,faigi. ! ~ §edldocont;J o de al,(u . reHguiu que v1~h!!l d~ to u aa ~"~•a do Sll#tdo". (Mons~ CARLO SAtoTTI; La ~eata Annat&.ffla Madre di Patlli!ài'a, Oro~ttrmata· -- · p_1pog~atica Italo rientale "S. Nilo•~ f.2a, pp. 377..:316 / Imprimatur: Pr., Ube-rtus Lepidi OP, S.P. Ap~ Magiater. Imprimatur! Can. Sylv1Us de Angelis Vie. Gen. Dioec. Tusculanae).

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mais 06pia ivino~tre"


26 .

Secçao I

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sobrenatural .•• (Conego Joao Gardette, capelao das • cannelitas de Chalons, Processo apostolico nepereant, p. 921). A perfeiçao que pregava aos outros era a regra austera de sua conduta. O m6vel de todas as suas açoes, de todà a sua vida foia fé. (Pe. Raymond, Processo Ordinario, pp. 306 e 290). Sempre notei nele a perfeiçao das virtudes •••• (Pe. J. B. Descotes, missionario diocesano de Belley,. Proéesso Ordinario, p. 1343). Nunca vi 06pfa mais verdadeira do Divino Mestre .:-:-:--rPe":" rs= tevao Dubouis, cura de Fareins, id., p. 1246). A felicidade que tive de conhece-lo foi urna graça espècial de Deus (P. Faivre, Processo Ordinario, p. 1493)". (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ars, Vozes, Petr6polis, 2a. ed., 1960, p p ~ 9 - ~ / Imprimatur: Lu!s Filipe de · Nadal, Bispo de Uruguaiana, 29-6-1?59).

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22. "A ciencia materiaUsta deplora~ perda de Ferrini corno -Kb16; 0 ma6 a cTencfa~istaveri'e'ra-o corno ~ um santo"

23":. Carçleais e Bispo,s colocaval!l sèus anéis sòb.r e , as mao.s -d.e Santa Clara, - - - -pàra acfgurrirem~v'Irtude que de_las se desprendia

Conferencia realizada em Milao a 25 de março de 1905, pelo Dr. Luigi Olivi, grande promotor da Causa do Beato Contardo Ferrini (1859-1902), beatificado em 1947:

-~ Da Legenda de Tomas de Celano C).ara de Ass~s {1193-1253): , ,

<

sobre

Santa

"A devoçao dos f1éis em torno de seu corpo era tao grànde .qùe Cardeais e outros. Prelados fizeràm colocàr .sobrè .!!!. mao·• da -virgem · ~ precici= sos aneis para qit'e eles pudess_em. aaguirir um pouco d_a . vi r;-tude gue . ~ Oesp.rendla d"os · dedos multo santos" . (J'ai connu. Madame .S ainte·· c1aire, ·Le Proces de Canonisat1on de . Sainte. Claire · d 1 Assisè, . L.es Editions · dù Cedre, Paria, 1961, p. 13 / Im rimatur: J • . Gaston, Vie., ~en., de Tou ouse, 1'2-7-1960). ·

"Poi grande nele a cienc1a, porém maior ainda a Fé, e a sua cienc1a foi ·profu~da, porque mais pr~funda foi a sua -convicçao · rel~giosa. A Fé e a ciencia sempre andaram nele par a lpar, 11uminando-se e . completando-se reciproc.ame~te. Que exemplo para a mocidade! A ciencia materiaiista, que nao que~ saber nem. de 1deal nem de vida futura, deplora · a· perda de Ferrini corno sabio, mas a ciencia crista "venera-o corno a um santo •. Mitig·a-se a nossa dor por pensamentos consoladores e 'sobre o seu tumulo eleva-se tranqilila e majestosa a imortalidade dos ~an~os". (Padre H. W. SPYKER SJ, Beato Contardo Per~ini, Vozes, Petr6pol1s, 1~45,~63 / Com aprovaçao èclesiastica, 30-12-1944).

1

24. Devotos "sagueiam" a cela de Stinta Gertrudes ~ deixar coisa gue- - - tivesse usado ~ tocado .!:.2E! ~ maos De urna biografia da prodigìosa virgem Gertrudes a Grande (1255-1301):

Santa

"A primeira que fizeram depois disto (da morte de ~~nta Gertrudes), fo1 saquear ~ sua cela, tomando ~ porfia suas pobres vestes por relfgu1as, I'?·

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28.

Secçao I

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27. Dificuldades em enterr.ar o Padre Salmeron: cada umqueria urna rellgiiia

25. Devoçao fervorosa.;!!!, torno do cadaver· de Santa Catarina de Gen·ova

O famoso Jesu1ta Padre Pedro .de narra em sua Vida e Morte do Pe. merén (1515-15'8s'f: -

De ·urna

v1da de Santa èatar.1 na de Genova (1447- 1510), canon1zada por Clemente XII em 1737:

~6. Funeral de Sao Pio y: todos queria.m ter . um pedaço de seu~ orna.mentos poiitITicais ~ dfsputavà.m -~ cabelos ~

29.

ve um concurso imenso de povo nos funerais. A. guarda su1ça foi obrigada a se inte r por oara proteg~r o corpo do Santò contra os excessos da veneraçao . Todos queriam ter um pedaço de seus ~ mentos pontif1cios j disputavam-se sua barba~~ cabelos ; os ~ favorecidos queriam ao menos fazer tocar em seu caixao teraos ou outros objetos de d"evoçao;;--:- TT. CHANTREL,istofre Pobulaire des ~ . Saint Pie V et Six~e-Quint, C. illet, Parrs;-1862, Vol::-XIX,pp. 167-lfiB).

sem deixar coisa que tivesse usado, ou ·tocado com suas maos , crendo que de seu contato tinham ficado tao santificadas, que poderiam dar saude a muitos: e nao se enganaram, porqp.e operou Deus por elas mui tos milagres, corno ··vèremos adiante, pelo que foram pedidas, e estimadas de toda a cristandade, corno de Santa , e tao valida do Senhor". (Fr. JUAN DE CASTARIZA~ Vida de la prodigiosa Virgen Santa Oertrud1s la Magna, Administrac16n del Real Arbitrio de Benef-1cenc1a, Madrid, 180~, p. 313).

"A afluenc1a em torno do santo corpo fo1 tao grande, q'ue foi ne.c ~ssa.r1o de1x!-lo -expos to- oor 01 to dias, a f1m dé° sat1sfaze r ,à ·d ev oçao pubi1·éa. Durante todo esse tempo , a 1greja nao se esvaz1ava, da manha até à ~o1te, e umr clamor de adm1raçao perpassava a ~ult1dao, à vista de urna conservaçao tao m1raculosa. Os tec1dos que èobriam o santo corpo torna.ram- se logo insuf1cientès p~ra sat1sfaz~r o fervor da devoçao. Alguém arrancou furtiva~ mente urna de suas unhas , e est~ . ato com certeza ter1a sido · 1mUiido, se nao se· rrouve§se tornado ·a pr-ecauçao de col•o car em segurança o prec1oso deposi tp. Foi ele colocado em uma caP,el~ d~fehdi~à -pqr urna grade_que o deixava ver aos qu~ o vi~ham visitar; e Deus continuou a mani-fes.tar o pod~r das preces de sua serva, multiplicando os prod!gios em favor dos que recorriam à sua intercessao". (Abbé POSTEL, Vie de Sainte ' Catherine de Genes~ Librairie Catholiqueet Classique de Perfsie"Trères, Paria, 1881, p. l43).

Secçao I

..

Ribadaneyra Afonso Sal-

"Quando se soube da morte do Pad~e Salmeron, toda a cidade acorreu à nossa casa para ve-lo e beijar-lhe a mao. O A.rcebispo de Napoles veio ao enter~o com o Cabido ~ o Clero, em trajes pontifica1s. Acabado o of!cio, foi tanta!; gente que aco,;reu, tanto .Senhores, 'Cavale1ros. e M1n1stros rea1s, comopessoas do povo, que' ~ se pode . fazer o enterro, porque uns. lhe cortava.m os cabelos e a barba, outros ~ unhas dos pes; outros · pedaços-dé suas vestes, ate que , com um estratagema, se conseguiu despedir as pessoas e, ja de noite, fe_cha..: das as portas da _igreja, e presentes apenas os da casa, o enterraram". (P~DRO DE RIBADENEYRA, Vida ~ muerte del P. Alfonso de Salmeron, in Historias de la Coritrarreforma, BAC, Madrid, 1945, P· 595 / Iiiipriiiiatur: Casimiro, Obispo Aux ; y Vie. Gen. ,

31-3-1945).

28 . De Sao Lufs Gonzaga, cortaram-lhe as vestes, os cabelos, as unhas, e atéduas artricuiaçoes do dedo-mlnfmo da mao direita

™ barba

Funèr11.-l e manifestaçoes de devoçao em relaçao a Sao Lu{s de Gonzaga (1568-1591), num livro sobre sua vida·:

De urna historia dos Papas:

"Os dois Padres qu~ ass1stiam Lufs (Sao Lu1s de Gonzaga) na sua ·morte julgaram ter receb1do do

"A dor do~ romanos foi igual à veneraçao que professavàm pelo santo Pont!fice (Sao Pio V). Hou-

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I Secçao I

30. ·

1

Senhor uma grande graça; com efe1to, eles t1nham sido preferidos em relaçao a tantos outros que desejavam estar presentes na ocasiao da morte ~esse santo Jovem. Pouco anteQ de sua morte, ele lhes asàegurou que os recoméhdaria a Deus durante todo o: tempo de suas vidas. Eles sentiram em breve os felizes efeitos disso ; O Padre ministro encontrou ùma paz de espfrito ·perfe1ta e uma sen.s fvel consolaçao, e o ·p. Guelfucc1 sent1u nesse momento. uma devoçao part1cular, uma grande dor de ter ofendido a Deus, e um ardente desejo de melhor O s·erv1r segundo os conselhos qe Lu!s. Esta viva impressao nao durou nele so~ente alguns meses, mas anos, nem sempre com 1gual vivac1dade, mas conforme as ocasioes mais ou menos importantes. Por dev·oçao, todos desejavam

~

Mais do gue

~

"por" ele, rezavam "a" ele

"Mal havia Lu!s expirado; muitos dos seus mais !ntimos· amigos. avisç1.dos por um dos Padres de qu·e o nosso anjo .tinha voado para o céu, levantaram-se 1med1atamente cheios de ferver, e acorsreram para se recomendarem à sua proteçao, certòs de que ele tinha chegado a bom porto. Muitos fizeram entao por ele as oraçoes que lhes tinha pedido por

31.

amizade antes da sua morte. Na manha seguinte, 21 de junho, mal foi dado o s1nal para o despertar, que a enfermar1a onde estava o corpo nao podia mais conter o grande numero de pessoas que acorreu a{. Rezavam por ele, mas ~ recomeridavam ain!,ia mais~ ele; muitos se lançaram sobre ~ seuQ sa.patos, sobre urna camisola e outras vestimentas de seu uso. Enfim, lévaram o-corpo a capela domestica. Nao se cansavam de o proclamar santo "Muitos dos seus Irmaos, dominando o horror que se tem normalmente de tocar num morto, aproximavam-se do caixao, beijavam por devoçao o defunto, e nao se cansavam de chama-lo santo. Todas as mi,ssas quese disseramnesse dia no colégio e nas outras casas da Companhia em Roma foram celebradas na intençao dele, se bem que muitos nao lhe aplicassem o fruto senao para se conformarem ao costume, certos que estàvam de que ele ·nao tinha neces~ sidade disso. ·

reliquia sua

• 11 E~te ~ Padre desejava, por devoçao ~ Lu!s, ~ gualguer 9~i~a .gue tivesse estado n o ~ uso,~ !!!2 ousando · entretanto ~ n o ~ corpo, ~ ~ conservou ~ cordoes de ~ sapatos, ~ penas de gue ·e1e ~ serv1a para .escrever ~ outras co1sas semelhantes, 0s enfermeiros, tendo v1ndo para lavar o corpo e prepara-1o ·antes de o vestir, apèrceberam-se, ao tira-lo do leito na presença dos do1s Padres ,· que èle . tinha . sobre 9 se:,i pei to o crucifixo de bronze, de que f.alamos, e do q~al nao se ·a.e.parava ha tres dias. Ao de~p!-lo, eles vi ram também que ele tinha nos · joelhos dois grossos ca-los, causados pelo habito que ti~hà desde i infancia de fàzer totlas as suas ~raçoes· ~e Joelhòs. Al~ ·- pòr de.voçao, cortar8IJl parcelas.. desses calos, ~ conservaram-nos corno outras tàhtas .reliquia:s:'71m dos ·enfermeiros, atendendo ao pedido que alguns lhe faziam, quis cortar. carne, mas errou e nao cortou senao pele, que, aplicada a um doente o curou.

Secçao I

Embora fosse simples_seminarista, vieram o s c u l a r ~ ~

até os

Padres

..

l

"Para bem compreender que sensaçao causou em todo o colégio a morte de Lu!s, erà precisò ter estado a! presente. Nao se falava seriao. das suas virtudes e da sua santidade; càaa""uinTembr.àvao que tinha-visto-:-Kas o cora9ao dizia mais do que 9:s palavras. ao recordar a perola preciosa que'. tinham perdido. "A tarde, pelas seis boras, antes de r~zar o offoio, transportaram O· corpq . ~a capela ciomé.stic.a para a grande sala onde QS Padres .e ..os Irmaos es.:.. tavam· reunidos. o habito era de beiiar a mao so. mente aos Padres ;-mas • ~ bem,gue Lu s . naoTivesse senao as ordens menores,- a ideia gue faziam -de sua iinrrdacfe levou todo mundo, . mesmo ·.2.!!. Sacerdo~s-;-i lhe beijar ~ mao. Seu corpo! levado

~

procissao

. "Qepois desse piedoso testemunho de estima, levaram processionalmente o seu corpo à Igreja da Annunziata, do colégio, _onde, segundo o costume, salmodiaram o of!cio dos mortos.

(


Secçao I

32. Altos per80nagens disputam 8Uas rel!quias

"0epo1s do offcio, houve uma tal concorrencia de estudantes ~ de out~eSSOa8 qui~ aproximavam do corpo papa~ homenagear ~ d e e ~ ~ IlquTas, que os adre8, nao podendoaominar e8ta massa de gente , foram obrigados a fechar a8 portas da Igreja. Fo1 nesta ocasiao gue lhe cortaram ~ vestes, 08 cabelos, as unhas, e as duas articulaçoes do dedo minimo da mao direita. Entre os gue dividiram ~ si estas reliquia·s encontravam-se Dom Francisco Dietricht, ma~s. tarde Cardeal da Santa Igreja, Bento e F1lipeGaetan1, Julio Orsinr:--oom Max1miÌ1ano Pernestein, ilustre Senhor da ~oemia, . que morreu camareiro secreto do Papa Clemente VIII, ao qual tomou um grande pedaço da bat ina, que eu Vi' nas . suas maos • . 0

~~ corpo ~ tratado -~l_e todo ~ ~ reliquia • •

'.l

"Quando chegou o momento de colocar o corpo na sepultura, os pr1nc1pa1s Padres ·do colégio, e entre eles o Padre Bellannino (Sao Roberto Bellarm1no), forani da opiniao que nao convirha confundi-lo com 08 outros, mas deposita-lo num tumulo part~cular; porque, !!, consideraçaQ de tao grande santidade, Deus nao de1xar1a . de ~ .glorificar ~ o~hos do mundo tanto quanto ele se tinha aplicado eiii"ser ·pouooconhecido . Èntretanto, corno o costume da Companhia era de enterrar os mor.tos sem caixao, o Reitor enviou · o Padre ministro r.eceber as ordens do Padre Geral, o qual declarou qpe o deviam colocar num· ca1xao, e que ele dispen·sava do uso. comum com tanto mai.s boa vontade quanto estava eersuadido · da .santidade· singular <lesse Jovem Irmao. Pode::Se jÙlgar por a! que 1de1a tinham de"w!s, uma vez que faztàm par a ele coisa tao extraordinaria, tratando · .J! o seu . corpo c6mo urna reliquia. O seu precioso cadavèr foi' entao cofocadQ num caixao· fe1to sob enconìendà-~ e ~nterr~do na .capeli; qo Cr:ucifixo, no lado esquerdo da igreJa do colegi'o. Muitos v1s1tavam

~

tumulo

"Durante varios d·ias, nao se tratava de ou tra coi sa senào do sant'o Jovem; veneravam-no ~ . nao tendo mais a felicidade de o ·homenagear vivo. Todos os dias-; varios 1am ao seu tumulo para se

Secçao I

33.

recomendar ! ~ proteçao. Eles lhe deram esta prova de confiança e de veneraçao durante todo o tempo que permaneceram em Roma. Um Padre _cobria 2, tumulo de flores, todos os dias

"0 Padre Antonio Valtrino, vindo da Sicilia, que nunca tinha visto Lu!s, concebeu por ele urna tal devoçao ao ler o meu 11vro, que nao contente de 1r todos ~ dias ~ ~ ~ tuiiiufo, colhia no jardiT flores que semeava sobre ~ ~ sepultura. Ninguem, dizia ele, merece mais esta homenagem do que aquele que cultivou no seu coraçao as flores de tantas virtudes". (Pe. CHARLES CLAIR SJ, La vie de Saint Louis de Gonzague, L1brair1e de Firm1n-D1dotetei~ar1s, 1891; pp. 267 a 270). 29. Durante as exéquias de Sio _Vicente de Paulo, ~ entusiasmo extraord1nàr1o do povo leva alguns a arrancar fios de seu cabelo para conservar corno rel!gµTas - Exéquias de Sào Vicente de Paulo (1581-1660), patrono das obras de Caridade: 7

/

"0 corpo foi revestido dos habitos sacerdotais e colocado na eça, na igreja de s. Lazaro. Durante o dia e a noite, seis padres, revestidos de sobrepelizes, rezavam, Junto ao corpo, o offcio dos mortos. A multidao dos pobres enchia, incessantemente, a igreja. Nà capela-mor, viam-se muitos bispos, prfncipes, magistrados, religiosos. Todas as nobres Damas de Caridade e as. Irmis de Caridade revezavam-se, banhadas em lagrimas, tocando os obJetos de piedade nas maos do Santo, be1Jando-lhe os pés e essas maos, santificadas pela pratica de tantas v~rtudes. Algumas pessoas chegavam a arrancar-lhe alguns fios de cabelo da cabeça. Os-padre-s da Missli'.9 precisaramser energicos, impedindo este entusiasmo extraordinario do povo". (Pe. JERONIMO PEDREIRA DE CASTRO, S. Vicente de Paulo, Vozes, Petr6polis, 1942, p. 407 / Com aprovàçaoeclesiastica).


34.

Secçao I

Secçao I

30. Os mais afortunados cortaram os cabe~de Santa Rosa e houve quem lhe~tasse um dedo .

35.

31. "Arrebataram-lhe o crucifixo, terço, ~ barrete, -_ os sapatos !:. rnuitos ate~ cabelos"

~

l

Relato da devoçao pÒpular quando das cerimonias funebres de Santa Rosa de Lima (1586-1617), a prirneira Santa canonizada do Novo Mundo: "Chegado o momento de conduzir o cadaver (de Santa Rosa de Lima) ao convento de _Sao_ Domingos, foi tal a agl·ome r açao de gente, que encheram as ruas desde a casa onde falecera até o dito convento , sem que fosse poss!vel ao proprio Arcebispo penetrar por entre aquele apertado concurso de fiéis. Assistiram ao cortejo o cabido metropolitano, a camara rnunicipal, todas as comunidade·s e confrarias da cidade, sem nenhum convite. "Suas vestimentas (de Santa Rosa de Lima) eram despedaçadas ~ .arrebataciascom tal-avici'ez, que foi necess8.rio ·renova-las por seis ~ · Os mais afortunados cortaram os seus cabelos e ainda houve quem ~ ~ dentes lhe a.mputasse !:!!!!. d e d ~ "0 povo nao queria permitir que fosse enterrada, pois · nao havia sihal de corrupçao, e para nao se ver privado de su~ vista , de tal maneira Se agrupou ao redor do féretro, que nao'· sehdo possivel move-la do lugar, houve neces·s idade de persuadir aquela gente de que o enterro seria apenas no dia seguinte. Retirou-se por fim , e levaram a Santa ao capitulo (é ali a enterranam); mas quando à tarde abr1ram a 1greja e o povo jdeu pela falta de seu corpo, rompeu os ferrolhos dd claustro, e qual onda impetuo~a lançou-se ao cap!tulo par~ rezar jun~o a seu tumulo e levar consigo ~ terra corno preciosa reliquia. "Durante~ mes nao cessaram as peregr1naçoes da multidao à casa onde morreu e ao convento aonde ro1 énterrada, verierando 08 lugares po~ ela santr=" f1cados, ~ instrumentos d e ~ pen1tencias ~ tudo 9uanto mais de rOKiN· recordava a sua 9uer1da 'Santa". ( Pe. 71r':" vrc o OSENDE, mTsionero dominicano, Santa Rosa de Lima, Lima, 4a. ed., pp. · 154 -155 / Con las ~idas 11~encias). ·

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De urna biografia de Sao Joao Berchrnans (1599-1621), da Cornpanhia de Jesus: "A noticia da morte de Berchmans, espalhou- se depressa ern Roma, pelos dois mil estudantes do colégio Roma.no. "Logo urna multidao de religiosos e de seculares , corr eu pressurosa a rodear o corpo do Bem- aventurado exposto na IgreJa, apesar de haverem fechado a porta principal que comunica com a rua. "Nurn minuto desapareceram as -flores gue adornavarn ~ esquifej depois, nao obstante ~ resisten= eia dos Padres encarregados de proteger o corpo, arrebataram-lhe ~ crucif1xo, ~ terçA , ~ -barrete, ~ sapatos !:. n\uitos ~ ~ cabelo.s . custo consegui ram afastar os indiscretos, e a igreja foi aberta. Urna onda de povo precipitou-se para dentro. O . respeito que à prirneira vista imprimiu o corpo de Berchrnans, irnpediu a desordern, porém dai a .pouco, al gun5 dos assistentes tendo consegu1do a consolaçao de beiJar piedosamente as maos do defunto, os guardas foram empurrados por urna multidao avida de satisfazer a propria devoçao. "Começaram entao a falar de muitas curas rnilagrosas que acabavarn de operar-se; disso resultou um rumor interminavel, que abafava o canto dos sacerdotes. ~ vestes d o ~ foram _ desp 7da~~das, cortaram-lhe as unhas, e ate um dedo do~- ornente depols deumtraoalno-rnauaito puaeram colocar sobre o corpo quase todo despoJado, os pedaços de um pano mortuar io e transportar o esquife para a capela de Noss·a Senhora , onde ficou protegido por uma grade de ferro. A! mesmo , nao ficou resguardado- contra a piedade dos fiéis, e forsm obrigados a l ev&-l o para a sacristia" . (Pe. L. J. M. CROS SJ, V.1da de S. Jo~o Berchmans, Duprat & Comp., Sao -Paulo ,-I9f2 , pp. 385- 386 / Com licença da Autor1dade ecleei&etica).

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32. "!!!!! pediam algo d e ~ vestidos, outroe algune eecritos d e ~ mRo" Do Compendio da vida de Santa Margarida Ma ria


36.

Secçio I

Alacoque (1647-1690), a vidente de Paray-le-Monial, escrito por um seu contemporineo: "A morte desta sant1 .moça (Santa Margarida Maria Alacoque) causou no esp1rito de todo o mundo aquelas impressoes de admiraçio e de piedade, que causa de ordinario a morte dos justos cuja memoria esta na estima universal. Ouvia-se .22..!: toda a Casa ~ E2!. toda !. Cidade ressoarem estas palavras: Mor~ !. Santa. E em vez de sentirem aquele horror que se tem naturalmente à vista de um corpo morto as pessoas presentes nao se podiam cansar de olha-' -la e de permanecer junto a seu cÒrpo. Diversas pessoas. declararam que parecia um nio sei que no seu rosto que inspirava aquela veneraçio , e aqueles sentimentos de devoçio que se tem para -com as rel!quias dos Santos. A afluencia do povo às suas exéquias foi tao grande que os Padres qui faziam o serviço, foram frequentemente interromp dos pelo ruido daqueles p~dJ:am , f i zessem tocar seus terços ~ corpo: uns pediam algo de seus vesti~ outros alguns escritos d e ~ mao, todos gueriam ter algo d e ~ Reliquias, e a veneraçio que se tem pafp com esta santa defunta aumenta todos os dias". e:-:TolocROisET' SJ, Compendio davfd.a da !!:!!!! Mar~arida Maria Alacogue, religiosa dilV'isitaçao de anta Maria, Livraria Agir, Rio de Janeiro , 1950 , pp. 104- 105). ·

-

37 .

davam repetindo: ~~santo. Perante tal espetaculo e tais elogios, devia por força subir de ponto a fama de santidade do Servo de Deus; e nio havia quem nao ficasse comovido ao ver uns, que choravam de emoçio; outros que rezavam fervorosamente; estes que ~ recomendavam ! sua intercessio; aqueles que pediam graças e favores; e todos que lhe beijavam o habito, ou as mios ou os pés, e lhe tributavam as homenagens da sua mais profunda veneraçao. Desejosos de rel{quias, cortavam-lhe Q habito e os cabelos "Nem parou nisso a sua devoçio. Desejosos de terem alguma reliquia do homem de ,Deus, começaram indiscretamente !. cortar-lhe Q habito, ou os c.abelos, ~ !, lhe tirar seja ~ que for gue Ilietives'=' se pertenc!do,Oemaneira que dar-a pouco aquele veneràvel cadaver .ficou quase meio despido. Para por um limite à sua indiscriçio, formaram com 08 bancos corno um recinto, o qual depois do meio-dia foi preciso reforçar. Dentro deste recinto havia alrans senhores, que distribuiam pequenas rel1~ . ~ faziam tocar ~ veneravel corpo do Servo de ~ os terços, ~ medalhaS" ~ outros obJetos';" que eram apresentados pela pi~dade popular. O concurso do povo foi indo até de tarde. Para satisfazer !. devoçao, enxugavam com os lenços_ que lhe sa1a do rosto

~ ~

33- ~ Banta porfia, pessoas de i respeito reclamavam rel!quias de Sao Paulo1da Cruz

De uma biografia de Sao' Paulo (1694- 1775), fundador dos Passronistas:

Secçio I

da

Cruz

"Apenas a sua bela alma se separara do corpo, todos diziam a uma voz: 'Acaba de morrer um·santo· temos visto morrer ~ santo!' - ---• Todos falavam d e ~ virtUdes e repetiam: 'E santo!' -

um

"Entretanto o corpo do Servo de Deus estava cercado pelo povo, que se aglomerava e nio se fartava de contemplar aquele rosto, que parecia iluminado e quase resplandecente, corno sabemos pelos processos; todos falavam nas suas virtudes, ~ ~

"Chegando à noite, foi urna dificuldade para fazer sair da tgreja a grande massa do povo; mas nio foi poss1vel mandar sair diversas pessoas de respeito, que desejaram ficar. Tratou- se entretanto de colocar o cadaver no caixao, e por isso em presença do Monsenhor Vice-gerente, tendo sido redigida a ata do reconhecimento, foi despido aquele resto de habito que lhe ficara no corpo, e distrTiiurdo às pessoas presentes, que numa santa porfia, ~ reclamavam. o ·cadaver estava perfeitaiiìeri= te flex!vel em todas as suas partes, e foi obsèrvado com admiraçio que do rosto sa!a um suor tao abundante que serviu para satfsrazeradevoça°o dos gue ~ enxugaram ~ ~ ~ lenços;-e no peito acharam-lhe gravado com ferro em brasa o nome santissimo de Jesus •••••


38. Até da quias-

Secçao I porta do quarto onde Jazia fizeram

reli-

"Muitissimo sentidas ficaram depo1s por sua vez as pessoas, mesmo dJs,t-intas, que no dia segui nte foram em grande numero à 1greja para vero Servo de Deus, queixando-se de que o tivessem tirado ta~ depressa à veneraçao dos fiéis. Para satisfazer -0e um modo qualquer a sua piedade ficaram rezando diante da porta do quarto, onde estava aepultado, e houve peasoas tiraram alguns fra~mentos da mesma boNgH·, conservandb-as corno rel quias". TT.75Too E DE MARIA, Vida de Sao Paulo da Cruz, Imprenaa Pontificia do Instituto Pio IX, °lfoma, 1914, pp . 247 a 250 / Imprimatur: Fr. Albertus Lepidi OP, s.y.A. Magister).

34 . "Fui obrigado a cortar ~ pedaços urna bat1na de Dom Vital para satisfazer !. ~~o do .P2.~" Carta de Frei Vicente, Religioso que serviu de enfermeir o em Paria. a Dom Vi tal, Bis po de 011ndà (1844-1878), cujq Processo d~ 8Aat1ficaçao esta em curso: "V. Revma. nao tem mais Bispo! Monsenhor Vi-· tal morreu corno um santo e corno um martir na quinta-feira, 4 de julho , às onze horas e quinze minutos da noi te. . • • . • . . i "Mas seus e xemplos me restar e minha fé me diz que temos um protetor ~ céu . Ore, _Revmo . Senhor , a ele por _mim corno eu f _a ço todas as noites por V. Revma ••• . " ~ que ele morreu , todos exciamam , una voce , ' e um santo' . Todos os jornais falaram dele C()D] elogio";'" exaltando bem alto sua coragem e sua f i rmeza •• • As e xéquias~pareceram mai s ~ triunfo do - oue uma ce r imÒnia funebre. Dizer-lhe o numero de rrunalhete s , de flores, de palmas, de cruzes qu è foram lançadas em sua sepultura seria coisa imposs ivel. Todos guerem reHquias ~ !:.. eu fui obrigado !_ cortar ~ pedaços ~ ~ batina para ~ tisfazer !. devoçao do povo.

';ecçao I

39 .

'' Envio-lhe, caro Sr., urna imagern mortuaria dele e um p!uco de aeus cabelos . Ouso crer que V. Revma. ficar aatisfeito eque dignara de acusar a recepçao de minha carta, assim corno tera a bondade de comuni car-nos por miudo o efeito produzido no Brasil pela morte de S. Excia." (Bel, ANTONIO MANUEL DOS REIS , O Biapo de Olinda Perante a Hist6ria, Imprensa IndustriaI: Recife, 1940 , pp. 53 e ,S- I Imprimatur: Miguel , Are . de Olinda e Recife, 12-3-1940). 35, Santa Teresinha: "Ousei tornar por reliquia a u l ~ l àgrima de urna Santa ••• " Sobre a morte de -Madre Genoveva Santa de Lisieux:

escreve

a

"No instante mesmo do nascimento de nossa Santa Madre Genov,eva par a o Céu, minha disposiçao i nterior mudou- se ;' senti -me, num abrir e fechar de olhos , inundada por urna alegria e fervor indizive i s; era corno se M~dre Genoveva me desse urna parte da felicidade de que gozava, p9is estou persuadida de que foi direrto para o Céu ••••••• Cada Irmà apressou- se !:.,!!!_ reclamar urna reliquia; sabe"fs'; minha Mae querida, a que ténho a _ felicidade de possuir ••• Durante a agonia de Madre Genoveva, notara urna lagrima cintilando em sua palpebra, corno urn diamante; esta lagri rna, a ultima de todas as que ela derramou nao caiu; no Coro, eu a vi , ain~ da, brilhar aem que ninguém pensasse em recolhe:la. Entao , tornando~ paninho fino, aproximei-me , !. noite, sem ser vista , e ousei tornar~ reliquia ~ Uitiiiia Iag'riiiia de urna S'anta ••• --uescfe enta'.o, trago-a s·empre na bolsinha onde estao guardados os meus votos". (Santa TERESA DO MENINO JESUS, Manuscritos Autobiografi cos, Carmelo do I. C. de Maria e Santa Teresinha, Cotia, 2a. ed., pp. 213- 214 / Reimprimatur , Antonius Maria, Are. CoadJ., 11- 5-1960). 36, O Pe. Regatillo oscula o cristal da urna do Marguès de Comillas "corno se beijam as reliquias dos Santos" Carta

do Pe. Gutiérrez del Olmo,

Provinci al


40.

Secçao I

da Companhia de Jesus, à viuva do Marques de Comillas (1853-1927): "Tive a ventura de descer ao panteao com o cortejo funebre e ver os rep tos veneraveis do Marques. A emoçao que experimentei ao ver aquele Santa vestido de jesuita (o Marques havià pedido para ser enterrado com o habito dos jesuitas, o que lhe foi conced1do) fo1 prof~ndiss1ma. Despertava devoçao o ve-lo. O Padre Regatillo osculou o cr1stal da urna (.J!- que nao era rossivel -beijar o cadaverT:-como se beiF asrelquias dos Santos 11 --:(Pe. EDUAlilloF-.-REGA ILLOSJ, Un Marques Modelo, Sal Terrae, Santander, p. 234/ Imprimatur: Josephus, Episcopus Santanderiensis, 1-5-1950).

ru Q eotua1aamo ~ela§ ~~~~Q~~ em1oeote§ em virtude se m~nlre~t&

r

rregueotemeote ~or ocaaiao doa ruoerai§, dando oc1~em a eoteccoa

,~~tlYQ~

QU

até aR?te6t1CQ§

37. 0s funerais de Virginia Bracell1 foram como que ~celebraçao d e ~ festa

r

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Da vida da Veneravel Virginia Centurione Bracell1 (1587-1651): : · "0 cadaver de Virginia, por disposiçao do Carde~l, foi exposto na capela do Instituto, e urna multidao enorme acorre para ve-la~ venera-la. Parece estar dormindo; os membros estao flexiveis como se a1nda fossem yivos, placida a fronte e •aquele resto parece mais r6seo e sorridente que e~ vida. O povo, esquecido de que contempla urna defunta, procede ~ quem ~ acha diante de urna santa; ajoelha- se reverente, muitas pessoas tocam~ terços ~. medalhas, beijam-lhe ~ ~ ~ ~ ~ ~ cortam-lhe as vestes.•, Como reçordaçao, mui~ ~ assenhor.eiéilll de -livros, de papeis, d e , ~ cri tos pertencent_e s ~ ilii e infélizmente, e tao completo o deapoJamento que se p_e rdem lembranças preciosas è ' docu~entos, do que se lamentam depois a familia e a hist5ria. "No dia seguinte foram realizadas as exéquias, na capela do Asilo. A funçao se revestiu de carater privado; é cerimonia familiar; é a ultima reuniao entre mae e filhas, o adeus . confirmado diante do altar, por entre as preces e lagrimas dos coraçoes; é a promessa de se reencontrarem na Patria, onde ela as precedera, e de se reconstituir la a doce famflia. Por ordem do Cardeal, um Sacerdote proferiu um elogio à extinta: elogio, gue pelo argumento proferido, torna~ aspecto de um


Secçao I panegirico . ~ verdade § que Virginia tem ~ honra d e ~ louvacta ~ suplicada , ~ .J! ! considerada ca~ de dis~ensar favores e nao corno urna necessita_aa:-_de sufr gios; quando se ceTebraise ~ sua festa, os coraç5es se sentiri•ro •com _dis~osiçoes diversas das de ho~e?_"_(Mon·s . LO!Gr-TRAVE SO, Vida e Abosto'Iadoda ~ de Deus Virginia Centurfone racelli, Ave Maria Sao Paulo, la . ed. em portu'gue"s," 1961, pp . 298-299 / Imprima-se: Mons. José Augusto Bicalho, Viga.rio Ge"ral, Belo Horizonte, 16-8-1960). 38. "Toda a cidade de Quebec assistiu a seusfunera'is c·o mose pa"rec"esse comete'rsacr'ilégio aquele ~ nao rendesse urna suprema homenagem ~ ~ mulher de tal ~alor" Decreto de Sao Pio X proclamando a heroicidade de virtudes de ,/Madre Maria da Encarnaçao (1599-1672): .. "Ela (Madre Maria da Encarnaçao) morreu santamente no dia 30 de abril de 1672. com a idade de 72 anos. Toda a c1dade de Quebec assist1u a seus funerais corno se parecesse cometer sacrilegio quem nao rend~s~e urna suprema homenagem ~ urna mulher de valor. -tal- --"A sua reputaçao de santidade , ao mesmo tempo que ' ·o rumor de seus milagres cresèeu ·tanto com o passar do tempo que, . dépo.1.s de J;udo fe1to segundo 0$ . probe.dim.eptos de costume, ppr tres vezes I'oi 1nst1tu1da diante da Sagrada Còrui;regaçao .dos Ri_tos a discussiì'.o sobre as virtudes da Vene'ravel Se.rva de Deus•i. ud Chanolne J. L ~ BEAUMIER, Marie Gtiyart ' de L ncarnation, Editions d~ Bien-rul>l'Ic;"' TroTs Rivières, 1959 , pp.234-235 / Imprimatur: Georgius Leo Pelletier, Episcopus Trifluvianen, 30- 4- 1959).

c11

39. Q ·c.orpo de Sao José Oriol foi transportado !!2. andor !!2. qual se èostumava conduzir a 1magem d'e .Nossa Senhora na festa da Assunçao Sao Pio X, na Bula de Canonizaçao .de Sao José Oriol, Sacerdote de Barcelona - (1650-1702):

Secçao I

43.

"A partir do momento em que os sinos de Santa Maria dos Re i s anunciam a morte do bem-aventurado José Oriol eque a noticia se propaga por toda a çidade, a emoçao é tal, que pareceria tratar-se ~e um grande Principe ou de um Rei: ·~ mul tidao compacta se comprime junto ao cadaver, ~ arranca tudo o quep2de, a tal ponto que se f az necessària aintervençao dos guardiaes e dos v1g1as para que nao s·e j a tud? levado . • .•• "2. corpo~ colocadQ sobre 2. andor monumental, no qual s·e costuma conduzir solenemente atraves das ruas da cidade, no· mes de agosto, na festa da Assunça(>,° ~ imagem daSantfssima Virgem. "Disposto em boa ordem no meio de urna grande afluencia de expectadores que o cerca de todos os lados, o clero acompanha os santos re5tos mortais até Santa Maria dos Reis. La , em melo a urna pompa e urna afluencia grandiosas, celebraram-se os funerais solenes. Nesse momento, mais urna vez é neces saria a autoridade de uns, a intervençao ativa de outros, para afastar a multidao do caixao funebre, de tal maneira ~precipita~ se acotovela para tocar os membros inanimados do Santo, para beijar seus pese suas maos, p a r a ~ a l ~ma reliquia, pedir ~ ...graça, Iiiipforar ~ -~ura. ~ de fato, um grande numero -0e ,curas ~e produz;u: urna mulh:r , entre · outras, abre caminho atraves da multidao , coloca sobre o corpo do bem-aventurado seu filho, fraco e paralitico, a ponto de nao poder mais hem ·andar nem ficar sentado; e com este contato ele recobra imediatamente saude e vigor. Numerosos sao os que sentem: um suave perfume emanar dos santos restos mortais ; estes sao sepul tados, sem o · povo saber, pois teria colocado obstaculos, ~a noit~ de 24 de março, pessa mesma igre ) a Sant~ Maria dos Reis". (Sao PIO X, Bula de canonizaçao do Beato José Oriol, 20 de malo de TT09, in Actes de Pie!, Maison de la Bonne Presse, Paris, pp. 175-17o). 40. Grandes honras funebres prestadas ~ Sao Clemente Hofbaue r, em reconhecimento de suas virtudes Bula de Canonizaçao de Sao Clemente Maria Hofbauer (1751-1822) , publicada por Sao Pio X:


44.

Secçao I

Secçao I

"Um grande numero de pessoas veio ajoelhar-se Junto a seu cadaver (de Sao Clemente Hofbauer). E se pediam ao Céu o repouso de sua -alma, nao deixavam de invocar sua intercessao junto a Deus. Beijavam respeitosamente séµ -c orpo . e lrocuravam al~ coisa sua pàra venerar~ rel qula. E guan~. ~ ~ ~ . 2. crrpo foi levado. pessoas em numero quase inveross mil encontravam-se lii corno que por encanto, para acompanh&-lo até a catedrarcomo teria ,sid~ ~ ~ tratasse de algum grand~ d1gn1tar1opubl1.co. Os bairros estavam representadbs pòr urna · multidao de pobres, de v1uvas , de crianças, · de ' artesaos, desejosos de dar urna suprema prova de : grat1dao pelos benef!cios recebidos; por professores e alunos do g1nas1o superior que vieram prestar as ultimas honras a seu mestre; acrescenta1 · a ~sto escr1vaes publicos, tr1bunos, of1c1ais, literatos, cientistas, artistas, padres, religiosos, patr!cios e damas da alta sociedade. Quanto ao caixao mortua~io, doze Jovens de fam!lia nobre ou de qual1dird~';'car~egaram-no sobre os ombros. Assim, no meio de urna imensa assistencia, chegou-sc à igreJa de Santq Estevao, de onde, na outra manha, o c_adaver fo_i. transportado ao cemitério de Santa Maria d 'Enz_e_.r sdor(. Foi la que, ap,6s a celebraçao de urna missa de Requiem~ o enterraram". (Sà'.o PIO X, Bula .de canonizaçao · do Beato ,Clemente Maria Hof'6ai:i'er-,-20 . de maio de 1"9'09--;--Tr\ Actes dè Pie X, Maison de la Bonne. Presse Parfs p. 215J. · · -: . ' '

"Ele tornarl a ocupar, no ano seguinte, as suas funçoes de confessor em Reuilly. "0s pobres ofereceram uma coroa de flores. Os velhos, urna outra. El~s querem estar à cabeça do cortejo para acompanhar à sua derr~deira morada aquela que cuidou deles tao bem. Sim, 'nenhuma Irma era tao querida quanto ela'! Mas esse dom, essa presença, pareciam tao naturais que eles s6 agora se deram conta disso. "Depois deles, 'o estandarte dos Jovens abre o cortejo'. Eles sao seguidos pelas Filhas de Maria, igualmente com o estandarte à frente. Vem depois os ' externos' que 'deixaram o seu trabalho' para estarem ll, e as 6rfas com seus véus brancos. Enfim, o corpo , carregado por homéns (e nao levado na carreta corno era costume). Assim se realizava a previsao de Catarina: " Nao sera necessario carreta. Eu irei a Reuilly! 11 A Irma Maria Thomas, a enfermeira negligente, compreende subitamente esta frase, que a havia desconcertado .•.• • "fCQQ1~~~Q. -- Vem depoi~ as Filhas da Caridade, em numero de 250, e o élero, com muitos Lazaristas; enfim, urna imensa massa popular, vinda de todo o bairro . Jovens operarios do bairro Santo Antonio, vieram com a Medalha na lapela, presa por urna fita azul, bem corno a esposa do Marechal de Mac-Mahon (presidente da republ1ca), discreta amiga da casa. Perto do caixao, levam a magnifica coroa que ela ofereceu com estas palavras de seu punho: 'Homenagem respeitosa à minha Irma Catarina' • • •.• · "0 cortejo caminha lentamente·. Isso devido ao numero, à estreiteza da rua, mas também ao fervor. "As invocaçoes ~ ~,canticos brotam corno numa festa. Nada de cantos funebres, maso Benedictus, ~nif1cat, as ladainhàs da Santissima Virgem, e sobretudo, ~ invocaça? inserita _sobre _!!:. Medalha: -- 'Q Maria concebida sem pecado ••• • "Cantam-na com um fervor crescente. Ao chegar a Reuilly, as prlmeiras filasse afastam e se api nham para deixar o caixao passar.·O cantico é retornado com novo fervor, no momento em que os qua-

41 . O enterro de Santa Catarina Labouré foi uma procis's aof'estiva, ·improviaada pela mult idao, certa de que .J! e stava !!2. céu ,.:

~5-

. .. .

Descriçao· do ehterro de Santa Catarina Labouré (1806-1.876) ,. a quem Nossa Senhora revelou a Medalha !'tilagrosa: . "E na quarta-feira 3 de Janeiro, festa de Santa Genoveva querida ao Padre Vincent (Sao Vicente de Paulo) -- que se dao os funerais (de Santa Catarina). "A cerimonia começa às 10 horas. E o Pe. Chinchon quem canta a missa na capela de Enghien, muito pequena, transbordando de gente. Catarina tinha dito às Irmas: -- 'Ele voltara'.

1


4 6.

Secçào I

Secçào I

tro que carregam o caixao descem-no pela estreita abertura, feita na véspera, sobre o solo recém cimentado do Jazigo. "Algumas pessoas subiram aos telhados das casas vizinhas. Nao, nào é um cortejo funebre é urna procissao alegregue ~ muITidao improvisou .' "Algumas lag rimas entretanto: os ve l hos, que sabem o que perdem; e depois, Leonia Labouré: -- 'Eu chorava', reconhece ela. "Espantam-se com isso, consolam-na . -- ' Eu sou sua sobrinha!' -- 'Mas nao deves chorar! E uma Santa, ela viu a Santissima Virgem ! '". (R. LAURENTIN, Vie de Catherine Labouré, Desclée de Brouwer, Paris,"" 1980, pp. 306 a 310 / Imprimat ur: P. Faynel, Vicaire épiscopal, 20-9-1980).

42. Era corno se o munda inteiro quisesse vero funeralde-u~ Santa: a multidioreconhecia as virtudes extraord1nar1as de Bernadette Relato sobre os· funerais de Santa Beì'nadette Soubirous (1844-1879), a quem Nossa Senhora apareceu ero Lourdes: "Normalmente, um enterro nao era adiado por tanto tempo. Mas as c1rcunstanc1as tinham sido extraord1nar1as. A notfcia de que ela (Santa Bernadette) tinha exalado seu ultimo suspiro nem bem tinha acabado de ser d1vulgado à comunidade, e ja toda a cidade parecia saber. Logo que seu corpo fo1 exposto, as multidoes começaram a rnover-se ern ondas rumo à capela. Era come se todo mundo quisesse vera freira que tinha desejado nao ser vista pelo rnundo. Mas nao fo1 a vii curiosidade ~ 1mpel1u as multi<fOe's:-Foi veneraçao. As quatro freiras que se mantinham em vigilia ao lado do ataude erarn constantemente sol1c1tadasa tocar pequenos objetos ~ alguma parte daquele-corpo que tao tranqiiilamente repousava entre suas guardias. Alguns, erarn objetos de piedade, mas nem todos. Os trabalhadores trouxeram suas ferrarnentas, as costureiras as ~ tesoura"s,"°para serem abençoadas;

l

47 .

depois haveria sempre algo de sagrado no uso destas, ou assim acreditavam seus proprietarios, e corno poderiam as freiras abalar a fé daquela gente? As ferramentas e tesouras eram tratadas com tantareverenc ia guanto~ medalfias°ou cruzes. "A emoçào for a do rec into da Casa Ma.e era quase tao intensa quanto dentro. E havia urna nova palavra nos labios das pessoas, quando falavarn. Urna mulher pobre, que nao tinha conseguido chegar até a capela por causa da rnultidao, encontrou urna das freiras no p:i.rque. • .•• 'A que horas o cortejo passara por aqui a carninho do cemitério?' -- perguntou timidamente. 'Eu gostaria de pelo menos ver isto'. 'Nos nao vamos levar irma Maria Bernard (Bernadette) para o cemitério. Ela ficara conosco' . Respondeu a irmà atenciosamente, mas com ufania . 'Oh, ~u fico muito contente. Bem, Irma, nao é por falar, mas eu nao acho que ela era apenas uma boa crista. Eu acho que ela era urna Santa' . "Na movimentada estaçao de estrada de ferro ecoava a mesma palavra que tinha s\do ouvida no tranquilo parque. Cad~ trem 94e chegava trazia passageiros ~ conta . Todos chegavam ~ Nevers ~ lo mesmo motivo: tinham vindo para assistir os funerais de urna Santa. "Essa nova palavra nem sempre era pronunciada com reverencia, pelo menos no começo . Dois jovens que perambulavam pelas ruas de maneira alegre e despreocupada, prépria aos da sua idade, disseram um ao outro: 'Venha, vamos dar uma olhada nesta Santa, corno todos estao fazendo'. Eles foram até a capela com petulancia. Mas ficaram la longo tempo, e ninguém à volta do ca1xao estava mais cheio de respeito do que eles. Quando foram embora, sa1ram da capela com um ar grave, sem se falarem, e cada um seguiu um caminho diferente. "As irmas que estavam fazendo vigilia nao pronunc1aram a nova palav~a com os labios . Mas elas sentiram em seus coraçoes o seu significado e a sua força. Nao foram somente os pobres e os ignorantes que vieram acotovelar-se em torno delas. O Comandante do Regimento entrou e, ajoelhando rezou corno nunca fizera antes. O clero apareceu vin-


Secçào I

48 .

do de longe e de diversas regioes . Estava la o Padre Pomian, o mesmo que disse à pastorinha de Bartrès que se ela viesse a Lourdes, ele a prepararia para' a Primeira. Cpmunhao. Ele se adiantou com altaneria entre 24 ·prelados e, em·bora houvesse superiores a ele, nao houve quem tivesse lugar tao simbélico -- nem mesmo o Bispo de Nevers, Mgr. Lelong, que pregou segundo o texto tirado do ~ivr~ de Tobias: •E bom guardar o segredo do Rei. Mas e honroso revelar e dar testemunho das obras de Deus'. "0 terraço e todos os grandes patios estavam cheios quando o corpo foi levado da c~pela da Congregaçao, através do jardim, para a capela votiva de S. José que ali se ergue". (FRANCIS PARKINSON KEYES Bernadette of Lourdes, she~herdess sister and ~aint, JulianMessner, Inc. ew York, 1953, pp. 1~129 / Imprimatur: Francis Cardinal Spellman, Archbishop o~. New York).

,.

43. Nurn so dia, mais de 25 . 000pessoas des"fil~am perante ~ despojos de Frei Leo~oldo, cobrindo-o de flores ~ osculos De uma biografia de Frei Leopoldo de Castelnovo (1866-1942), Religioso Capuchinho recentemente canonizado: "EspaÌhou- se logo a triste ìnoticia pela cidade e campinas . Uma so foia voz ;de todos: 'Faleceu Santo! Faleceu um Santo!'. -um - - ---- - --"Logo começou o af.luir do povo para vero cadaver, de modo que foi necessario armar a camaraardente numa sala perto da igreja. "Durante o dia 31 de julho mais do que 25 . 000 pessoas desfilaram perante os venerandos despojos, e cobriram de flores, deosculos, de lKgri mas aquele corpo abençoado, Todos queriam toca-lor· ~ aproximar obgetos biPa guirda-los ~ rel1qu1as". TFr . PEDRO E VAL ORRO OFM, O Servo de Deus !• Fr. Leololdo de Castelnovo, Convento do~ Capu:hinhos, P dua, 2a. ed., p . 65 / Imprima-se: Jeronimo , Bispo, Verona, 25-6-1948).

IX ~~

mYl~igg~~ ~~Qtt~m

ao tumulQ e aoa !Yi§t~~ R~~~g~~

onde Y1Yeram ou mg~~~~~m m~!~g exce~cionalmen~e virtuosas

44. ~ ~ lei da hggìografia gue culto aos santos,começa ao ~ de ~ tumulos ~

Comenta um monge beneditino a propésito culto a Sao Bento ( 480 - 547): ,· '

do

11 E uma lei da hagiografia que ò culto aos santos começa em torno do seu tumulo: Isso vale especialmente parà a antiguidade. Logicamente, o culto a sao Bento devia começar ao redor de Monte: c11-ssino, e nas -dioceses da Panipania". (Dom ANSCARIO M. MU~np çlSB, . El cul tò 1.. las f'ieà tas ·de San Benito, · in San Benito su vida y: su Reg'.la, BAC, Madrid, 1954, Apendice r, °p:o9E Tim~r1matur: José Maria, Ob. aux. y Vie. gral., 25-3-1 54) .

45. Varias almas sofrer:ido ~ ~ d o pecado aprenderam a livrar-se dele Junto ~ tumurò· de Santa Isabel De urna biografia de Santa Isabel ~~ (1207- 1231):

Hungria

"No segundo dia depois de seu funeral (de Santa -Ysabel), um monge ~ Ordem de Cister veio ajoelhar-se junto ~ seu tumulo e . pedir-lhe socor-


Secçao I

50.

ro . . .. . e foi 11vre do mal que o atormentou durante tanto tempo . . •.. "Pouco tempo depois, veio~ sua sepultura um prelado da mais 1lustre est.irpe ~ de alta dignidade eclesiastica: a Hist6ria nao registrou seu nomas acusou-o de estar entregue a todos os excessos do pecado, o que o carater sagrado d~ seu oficio tornava ainda mais odioso. Muitas vezes, vitima do remorso e da vergonha, em vao recorria ao tribunal da penitencia; à primeira tentaçao cedia de novo e suas reincindencias tornavam-se mais e mais escandalosas e deploraveis. Lutava ainda contra sua deb111dade e, manchado pelo pecado corno estava, foi procurar forças no santuario da pura e santa Isabel . Rezou e 1nvocou sua proteçao e 1ntercessao, enquanto vertia urna torrente de lagrimas, e permanecèu ajoelhado por varias horas, absorto em fervorosa e profunda contriçao. Nao cessou suas ardentes suplicas, até ficar 1nteiramente convenc1do de que ~ias t1nham atingido o trono da Misericordia, e que o Senhor ouv1ra sua prece, apresentada por suà bem amada Isabel, em nome desta pobre v1t1ma do pecado. Sentiu-se entao dotado de urna força · espiritual muito ma1or do que os impulsos do vic1o; a partir de entao, conforme declarou em confissaò ao Mestre Conrado, dominou de tal modo o aguilhao da carne que dali em diante nao teve que lutar senao contra tentaçoes triviais, as quais era capaz de vencer facilment~. "Diversas outras almas, sofrendo sob o ~ dos grilhoes do pecado,aprenderaìli !. livrar=se dele à se~ultura desta santa ' mulher". (Count UE M EKBER, The LffiofSaint Elizabeth, P.J. Kenedy & Sons, Ne~ork,-pp. ~ 4 7 ) .

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8Wr!t

46. Sao Roberto Belarm1no visitava nao ~o tumulo de Sao Luis Gonzaga, mas .2, quarto de onde voara ao Céu Da Vida de Sao Lufs Gonzaga (1568-1591), pelo Pad r e Clair : - - - - - "Acrescentemos a todos estes testemunhos o do Cardeal Belarmino. Era simplesmente 1nexprim1vel a estima deste grande homem por Lufs. Era tao grande que, quando ele residia no Colégio Romano, disse

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varias vezes: 'Urna vez que Luis esta aqui, a casa nada tema temer' . . . . . "Feito Cardeal, visitava a cada an1versario nao semente~ tumulo d e ~ . mas ~ quarto de ond~ ele_ tinha voado para o Ceu. A alegr1a faiia-lhe entao derramar doces lagrimas ao se recordar das ultimas demonstraçoes de ternura de seu caro filho e dos supremos col6quios que tivera com ele. Nao lhe pareceu conveniente~ esse quarto fosse ocil= pado E.2.!:_ outros doentes ~ obteve dos supe'riores ~ o mesmo ficasse vazio, ate queDeus houvesse glori~icaòo seu s e r v ~ Ele teve logo a ocasiao de se alegrar e o proprio céu interveio para apro· var seu zelo. Por diversas vezes, nesse lugar bendito, ressoaram suaves melodias, ouvidas por um grande numero de pessoas, sem que se pudesse descobrir de onde elas provinham . Acreditou-se que os Anjos queriam consagrar pelos seus cantos este lugar da terra onde seu irmao bem-amado havia abandonado o corpo mortal . "Quando~ Igreja deu ~ Luis Gonzaga as honras dos Beatos, Q Cardeal transformou esse quarto em capela, embelezou-o com diversos ornaiiientos e quis qu: se p1ntasse em suas paredes as principais açoes daquela v1da admiravelu. (Pe. CHARLES CLAIR SJ, La vie de Saint Louis de Gonzague, Librairie de FI'rmin-Uidot etere., Paris 1891 pp. 280-281). ' 47. A campa de Madre Virginia cons1derada um pequeno Santuario

~

Da vida da Veneravel Virginia Centurione Bracelli (1587-1651), fundadora das Filhas de Nossa Senhor~ do Monte Calvario~ , "• • • • as Monjas de Santa Clara. . . • • Sim, tambem es~as temiam perder o seu precioso tesouro principalmente porque novos favores haviam sid~ alcançados pela intercessao de Virginia. Para elas ~ ~ da nobre senhora .J! era corno um~queno s~ntuario ~ cada vez que la pa3S'ivarnti'nham o cuidado de reverencia='la, corno se ali repousasseiii'as re'Irquias de urna santa. ~ - - - ..;.~;..::..:=-=-::.::.== -~

"A sua memoria era urna bençao e se conservava preciosidade ~reliquia,~ pequeno sant1nho


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pultura, que chegou ao estado de . ser preciso substitu1-la por outra , o que rez o Conde de Prates no ano de 1906, quando s!ndico do convento . Na nova lapide de marmore foram gravados os mesmos dizeres da pr1meira. Des ta, o Mosteiro continua d1str i buindo pedacinhos, ~ 'pedrinhas de Frei Galvao', mu1to procuradas pelos devotos. "O dia 23 de cada mes foi por eles espontaneamente consagrado a homenagear o Servo de Deus; à hora da Missa fica a igreja literalmente repleta, e durante o resto do dia é um continuo entrar ~ sair ~ visitantes que vem rezar junto ao abençoado tumulo, quer para agradecer favores, guer para pect1 novos, e dele nao se des~edem sem devotamente e N , a-lapIOe"s'epiiTcral , (MARTSTELA, Frel Galva~anaelrante de Cristo, Vozes, Petr6polis, 1954, pp . 192 e 197 / Imprimatur: Paulo, bispo Auxiliar de Sao Paulo, 20-7-1953).

encontrado no seu breviario; e, às vez es , aquele santinho eraenviado aos enre rmos corno portador de prod1g1osas v1rtudes . Alguns corriam à sua tumba para impetra r graças, oµtros là voltavam para fazer ~ agradecimentos •.. . • 11 Entre aquelas Irmas se formou a persuasio de que sob o seu teto repousavam os despojos de uma santa. Nao se hesitava em po-la em paralelo com Santa Catarina". (Mons. LUIGI TRAVERSO, Vida e Apostolado da Serva~ Deus Virginia Centurione Bracelli, Ave Maria, Sao Paulo, la. ed . em portugues, 1961 , pp . 306, 310 e 311 / Imprima-se: Mons. José Augusto B1calho , Vigario Geral, 16-8-1960, Be lo Horizonte).

6

48 . Sentiam a influencia da santidade de Berchmans-~ rezavam no seu tumulo Da ja refertda ,oiografia de Sao Joao Berchmans (1599-1621): 11 0s padres idosos sentiram a mesma influencia da santidade de Berchmans e foram ajoelhar-se ao iadc dos ,.1_ovens irmaos , par( rezar com eles, no tumulod'c santc>escolastico estudantef"~e. L. J\ M. CROS SJ, Vida de s. Joao Berchmans, Duprat & Comp., Sao Paulo, 1912, p":°387 / Com licença da autoridade eclesiastica) .

50. Pétalas de rosas do tumulo de Fre1 Galvao obtem cura miraculosa De outro livro sobre o Servo de Deus Frei Antonio de Sant'Anna Galvao: "Urna senhora acometida-d; meningite, foi desenganada pelo médico. Sua filha muito aflita, d1rigiu-se ao tumulo de Frei Galvao, para pedir-lhe a,graça ~a cura de sua querida Mie. Em sua ardente fe, toma de umas pétalas d e ~ esparsas na ~ dra da sepultura, e leva-as para casa, poe-nas em urna vasilha com agua e com esta lava a cabeça de sua mie. Qual nao fo i a sua alegria quando o médico, voltando para vera doente, decla~a que estava milagrosarnente curada, pois no estado em que a deixara, s6 a potencia divina podia cura-la". (Sor MIRYAM , Vida do veneravel servo de Deus Frei Anto~ nio de Sant'Anna Gal vao, Sao Paulo, 2i:" ed. , 1§36"; ~ Tio / lmpri~atur: Mons. Ernesto de Paula, Vig . Geral).

49. No desejo de levar consigo gualquer objeto abençoado pela pr.esença de Frei Galvao, os devotos tiravam fragriieritos da pedra de seu tumJ.110 De um livro sobre Frei Antonio de Sant'Anna Galvio, Religioso franciscano morto em Sao Paulo com fama de santidade (1739-1822): "! Igreja do Mosteiro d.a Luz, incessantemente continuaram ~ eeregrinar ~ devotos ~ visita ao seu tumulo, e a portarla do convento acorreram os doentes e necessitados a procurar os famosos papelinhos, para obter a cura de moléstias corporais e espirituais. "No desejo de levar consigo gualguer objeto abençoado pela presença do Servo de Deus, t1.ravam pequenas lascas e fragmentos da pedra d e ~ se-

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51. Os devotos levavam ~ relfquias punhados de terra, flores e ate mato crescido junto ~ sepultura-de SaoClemente Hofbauer Conta Sao Pio X na Bula de Canonizaçao de Sao Clemente Maria Hofbauer (1751-1820):


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"Os restos mortais de Clemente foram honrados no cem1tér1o de Santa Maria d'Enzersdorf, com um grande culto . Com efe1to, a seu tumulo afluiam pessoas de todas ~ classes ~-con'Oiçoes sociais, tanto de Enzersdorf como , das local1dades vizinhas, ~ até-mesmo de Viena, venerando este tumulo gue e l as ornavam com coroas de flores e de onde elas I'evavam punhados de terra, flores ~ ~ - Houve mesmo quem, para testemunhar sua devoçao para com o Santo, ped1sse para ser enterrado ao lado dele. Entretanto, os d1sc!pulos de Sao Clemente, que, tr11hando as v1as que ele lhes tfnha tao ativamente aberto , entraram na Congregaçao do Santissimo Redentor, nao se consolavam com o fato de que as reliquias de seu bem-amado Pai repousassem e fossem veneradas tao longe deles. Por esse motivo, em 4 . de novembre de 1862, ao repicar dos sinos, e no melo de urna enorme mul tidao de fiéis, eles as reconduziram a Viena, na .sua 1greja de Santa Maria da Escada, e multo p1e.dosamente as depositaram em um magnifico tumulo . Naquele momento, urna mulher, que t1nha urna doença no peito e estava de3enganada pelos médicos, recobrou subitamente a saude. Assiro, a devoçao a Sao Hofbaucr fo1 crescendo, e de dia para dia as manifestaçoes de ~ulto junto- ao seu novo tumulo~ fizeram mais grand1osas . .... "De todos os lados ganhava fama a idéia de que se pod1a ter confiança no seu podere na sua intercessao". {SJ'iO PIO X, Bula de canonizaçao do Beato Clemente Maria Hofbauer, 20 de maio de 1909, :rn--J:'ctes de P1eçMa1son de la Benne P·resse, Paris, ~ 2 1 5 a217). · 52. Cardeal rezava junto ao tumulo de Ana Maria TaigiDa biografia da Beata Ana Maria Taigi, ( 1 769-1837): " 0 Cardeal Pedic1ni, devido à sua longa farniliar1dade com ela (Beata Ana Maria Taigi), havia conhecido intimamente seu espirito de santidade. Ele nao se lim~tava a ir, no verao, rezar no seu turiiu1;;- preparava-se-tambémparaesc~ aquelas memorias de onde n6s extraimos tantas notic1as". (Mons. CARLO SALOTTI, La Beata Anna Maria Taigi, Madre di Famiglia, Scuola Tipografica Italo-Or1en-

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tale 11 s. Nilo", Grottaferrata, 1922, P · 376 / Imprimatur : Fr. Albertus Lepi d i OP, S.P. Ap. Mag1ster, ImWÌimatur: Can . Sylvius de Angelis Vie. Oen . Dioec. sculanae) . 53 , Gostaria de beijar ~ terra !!..2. lugar ~~Irma Marie-Bernard ocupava Depoimentos no Processo de Beatificaçao e Santa Bernadette Soubirous Ca~onizaçao de (1844-1879): "0 meu afeto pela irma Mar1e-Bernard, afirmara a 1rma Joseph Caldairou, era urna veneraçao'. ' T1nha urna tal estima pela irma Marie-Bernard, acrescentara a 1rma Paul Pubrier, que, se me · atrevesse, quando venho à Comunidade, iria bei~ar ~ terra no lugar gue ela- costumava ocupar, •• •Estes tres ultimos depoirnentos, escr1tos pelos interes sados, sao citados pela madre Henr1 Fabre, Pr. Ord. Nevers, f. 293), .. ,; A irma Hélène Chautard: 'Nunca a vi fazer nada, nunca a ouvi dizer nada que nao fosse por bem . Por isso amo-a, rezo-lhe e considero-a urna santa' (Pr. Ord. N~vers, f. 293)". (FRANCIS TROCHU~nadette.Soubirous, _Editorial Aster, Livraria Flamboyant, Lisboa, . Sao Paulo, 1958, p. 387 / Imprimatur: Ernesto, Arcebiapo-Bispo de Coimbra). 54. Em grande numero, devotos vindos de varios Estados do Brasil afluem ao tumulo de Madre-Voiron De urna biografia da Madre Maria Teodora Voiron (1835-1925), fundadora da Provincia Brasileira das Irmas de Sao José: "Muitissimas sao as graças alcançadas por intercessao da Veneranda ·Madre Maria Teodora. Por isso em grande numero, animados pela gratidao ou ~~umprimento de promessas afluem visitantes ao seu tumulo, vindoa até mesmo de outros Estados do Pals, vencendo enonnes°distancias . "Alguns pedem a fotografia ou lembranças piedosas da Veneranda-Madre, outrosoferecem donati-


56.

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vos para a publicaçao de graças ou prosseguimento dos trabalhos da Causa de sua Beat1f1caçao. "Contam-se entre os favores: curas, consecuçao de empr.egos, bom ex1to em neg6cios, socorro em momentos angust1osos , etc., etc." (OLIVIA SEBASTIANA SILVA, Madre Maria Teodora Voiron, "Ave Marian, Sao Paul~4r.TP. 418-419 / Nihil obstat: Pe. Crlstiano Pilzecker, MSC, Itii, 11-11-1948).

" Naturalmente, ela estl ainda fraca, mas, em breve, esperamos ve-la retomar seu posto de trabalho . "Em outras c1rcunstancias também tenho 1nvocado Madre Theodora, com resultados, às vezes surpreendentes. "(a) Irma Josephina do Sagrado Coraçio". (Madre Maria Theodora Voiron, Escolas Prof1ssionais Saresianas, Sao Paulo, 1937, p. 54) .

55. Pétala do tumulo de Madre Theodora Voiron ~ grave doença

56. Conservam a sua cela (quarto pegueno ) respeITo - -

~ ~ ~

Carta da Irma Josef1na do Sagrado Coraçao, Superiora Pçov1nc1al das Irmas de Sao José, nos Estados Unidos: "Mui prezada Madre, "Minha Irma Ida (religiosa de Sio José) foi curada pela sua querida Madre Theodora (Madre Mal"ia 'l 'heodora Voi ron, 1835-1925, fundadora e pr1me1ra superiora da Provincia Brasileira das Irmis de Sao José, cujo Processo de Beatificaçio esta em cu~so, em Roma). Escrevo-lhe, para cumprir urna promessa fetta por ocasiio da grave moléstia de que fora · ela acomet1da, em fevereiro deste ano. "Transportada para o Hospital, no mesmo dia, 3a. feira, foi operada da vesf.cula biliar. Constatando os médicos que Ja estava gangrenada , nio lha tiraram, ·1nserindo apenas um dreno, na abertura praticada. A doente piorava cada vez mais, e, declarando o médico -- nao haver mais esperança, recebeu es iiltimos sacramentos, sabado, à tarde. ~F1que1 no Hospital, receando um desenlace fatal. Entao na Capela, dirigi-me à Madre Theodora, suplio~ndo-lhe a cura da doente, a quem Ja havia dado urna das pétalas de rosa colhida na sepultura da Veneranda Madre. "Durante a noite, operou-se urna grande mudança que causou pasmo ~os médicos e enfermeiras. "Compreendi que minha irma estava salya, graças à intercessao de Madre Theodora. Meu coraçao trans bordava de -g ratidio. Es ta maravilhosa transformaçio continuòu e as melhoras se acentuaram de dia para dia.

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De 11vro jl citado sobre Madre Maria Teodora Vo1ron (1835-1925): "Sua cela (da Madre Maria Teodora Voiron), gue no Patrocinio se conserva com amor e respeito, e um conjunto de docuruentos a nos atestarem seu fervoroso culto i virtude franciscana". (OLIVIA SEBASTIANA SILVA, Madre Maria Teodora Voiron, "Ave Maria", Sa.o Pau1o:-"'I94B,p. 379 / Nihil obstat: Pe. Cristiano Pilzecker MSC, Itii , 1r=Tr=T9q8). 57. 11 0s hab1tantes de Suna faziam romarias ao tumulo de Fer°rini, •• 11 De um livro sobre o Beato Contardo Ferrini, (1859-1902), leigo, professor universitario, beatificado em 1947 :

(

"Faleceu a 17 de outubro de 1902 , às onze e meia horas da manha. Também depois da morte conservou o seu roste aquele sorriso que lhe era tao familiar, e muitos dos gue ~ conheceram disseram: 'Morreu um sant o'. Teda a populaçao de Suna chorou a morte daq~que lhe ·mostrara o modelo tao perfeito de vida cr1sta. "No enterro do dr. Contardo Ferrini, a 20 do mesmo mes , às dez e meia horas, compareceram as autor1dades civis e grande numero de pessoas do munda cientf.fico. Tinha Ferrini- determinado que nio haveria flores, e nio se fariam discursos. Este desejo foi respeitado. Mas dentro em breve ou-


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0 corpo do Servo de Deus foi exposto na Capela do Colégio Cristo Rei, para onde acorreram numerosos fiéis da cidade, que o haviam tido corno confessar eocons1deravam corno santo . Tocando no seu co~po terços, medalhas,santirìhos, etc., alguns .J.! começaram ~ invoca-lo ~ 1ntercessor junto de Deus. . . . . 11 0 movimento tomou tamanho vulto que impressionava a todos, e pensou-se seriamente em inic i ar logo o processo de Beatif1caçào . . . .• "0 apostolado externo, bastante limitado durante avida terrena, se tornou intenso depois da sua santa morte, transformando o seu tumulo em catedra permanente~ poderosa de caridade ~desoli 11

viram-se ~ do povo ~ vozes de homens de ciencia que ~ proclamavam santo.~~ fama da s u a ~ tidade ecoou .PE.E_ teda ~--rta:Iia . "Os habitantes de Suna faziam romarias ao tumulo deFerrini • • •• -.- - - -- - -"Com o tempo, i a sempre crescendo a fama de santidade. "Nao tardou que os fiéis começassem a implorar a intercessao de Ferrini junto de Deus e se falasse em graças especiais obtidas pelo seu intermédio". (Pe . H. W. SPYKER SJ, Beato Contardo Ferrini, Vozes, Petr6pol1s , 1945, p"p":"""T57 e 160 / Com aprovaçao eclesiastica, 30-12-1944) . 58. "0 sepulcro do Justo sera glorioso, diz Sagrada Eicr1tiira7Assim Q tumulo de°Frei Leopoldo tornou-se logo centro de urna continua romaria" ' 1

a

Da Ja referida biografia de Sao Castelnuovo (1866-1942):

Leopoldo de

"0 sepulcro do Justo sera glorioso, diz a Sagrada Escritura. .. "Assiro é do tumulo de Fr . Leopoldo. Ele tornou-se logo centro duma continua romaria de ppvo de toda a classe social, que expoe ainda ao ai quer~suas proprias ansiedades ,, e lhe pede enca recidamente de interpor-se perante Deus, e de conforta-lo assiro como quando estava nesta yida. 11 Aguele tumulo esta. sempre coberto de flores". (Fr . PEDRO DE VALDIPORRO OFM Cap., Q Servo de Deus P. Fr . Leopoldo de Castelnuovo, Convento dosCapuchlnhos, PAdua-,-2a. ed., pp . 66-67 / Imprima-se: Je r on1mo,' Bispo , Verona, 25- 6-1948). 59, 400 mil romeiros visitam anuaimenteQ tumulo do Padre Reus Conta um bi6grafo do Pe •· Joao Baptista Reus, (1868-1947), Sacerdote Jesuita que viveu no Rio Grande do Su~. falecido em odor de santidade:

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Tumulo do Pe. Joao ~atista Reus S.J., em Sao Leopoldo, RS (foto tìrada por volta de 1970). ·


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p1edade erista. OP. Reus esta atra1ndo f1é1s sé do Rio Grande-do sur:-mas de todos 08 Estados do Brastl e ate do Estrange1ro . .. •• Atualmen~ quando estamos preparando a 4a. ed1çao desta breve Biografia (Julho de :1972), a média mensal de pessoas, ~ visitam o tumulo do Servo de Deus, sobe a mais de trinta e-einco miL- Peios frutosse conhece--a-arvore. E os rrutos em torno do tumulo do P. Reus sao extraordinarios. La se respira um ar de profunda piedade, de fé genuina e 1nabalavel, de sacrif1e1o, por vezes her6ieo, de gratidao impressionante. Af esta evidentemente, o 'dedo de Deus' . • •.• "Em julho de 65 . ••• o responsavel pelo movimento em torno do tumulo do P. Reus, que Ja estava transformado num verdadeiro centrode peregrinaçao permane~te, calculando-se, em perto de guatrocentos m11 os rome1ros qus , anualmente, desfilavam diantedo tumulo do ervo de Deus 11 • (Pe. CANDIDO SANTINISJ, O:·Se'rvocieoeus P. Joao Baptista Reus, SJ, Edttora MetrépoTe-;-rorto Alegre, 6a. ed., 191fi, pp. 36, 37, 39, 40 e 120).

MO

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(Ao R. P. Rodrigo de Sa.o Francisco de Paula, Postulador da Causa em Roma): "Agrada-me multo saber que na Italia se val conhecendo mais e mais nossa querida Santinha. "Agui as eeregrlnaçoes de soldados ~ de pobres feridos ~ cessam ~ · Um soldadlnho de dezolto anos, da Pr1sao Centrai de Lisieux, escrevia-me ontem: 'Como estou contente por achar-me em Lisieux! Que fel1c1dade poder ajoelhar-me jun~o ~ tumulo da Irma Teresa, onde sempre vejo um numero considerave1oe sold.adosl'Sente-se urna emoçao muito viva a vista da multldao que se comprime ao ~ dor dos restos da Santa. Om cabo, que se distingue por sua grosseria,!)Orsua incredulidade e por sua duc-eza, confessou-me que nao pode reprimir as lagrimas à vista de tal espetaculo'. 'Agora, no quartel, fala-se em termos elogiosos, da Ic-ma Teresa e um numero grande de rapazes , mesmo dos mais grosseiros, desejam conhecer a sua vida' • Pedem-nos, por intermédio da Sufça, relfquias para os alemaes. N6s as enviamos com muito gosto" (6-5-1915). 11

60. "As pec-egr1naçoes ao tumulo estao neste ~ mais numerosas do que ~ - •• " Treehos de eartas da Madre Ines de Jesus (Paulina) a personalidades que 1nterv1eram diretamente no Processo de Beat1f1caçao e Canonizaçao de sua 1rma ' Santa Teresinha (1873-1297): (A Mons. De Teil, Vice- PostÙlador da Causa na

Franga) :

"(A Madre Maria Angela do Menino Jesus, Priora do Carmelo de ttsieux) deseja que o Sr. saiba que !!!_ peregr1na oes ao tumulo (da Irma Teresinha do Menino Jesus sao este ano mais numerosas do que nunca. bntem o~eristao fo1 até la, a f1m de traballiar no jard1m, e voltou cheto de adm1raçao. •E urna verdadeira procissao -- nos disse ·-- gue nao cessou durante todo o dia. E, além do mais, maravilhosot Vi um seminarista ajoelhado ali durante etneo horas seguidasl' E até pareee que chamam o tumulo de •agencia de correio', pelas muillisimas cartas que a l i depositadas" (18-8-1909) . -

3

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Nota: Estes fatos deram-se durante a I Guerra Mundial (191q-1918) em que a França estava em luta com a Alemanha, e passaram-se varios anos antes da beatificaçao de Santa Teresinha, ocorrida apenas em 1923. (La hermana 'i... "Madrecita" de ~ Santa -- La R. Madre Ines de Jesus (Paulina Martin) 'i... Santa 'l'eresTia, ElAngeldelCarmelo, Buenos Aires, 1953, pp. 118° 119) .

61. 0s sepulcros dos Santos ~ servos de Deus eostumam ser meta de contfnuas ~ frecjììentes visitS:S- - - De um livreto sobre Da. Silvia Cardoso (18821950), piedosa senhora portuguesa: "0s tumulos dos grandes her6is costumam ser meta de continuas ~ freguentes visitas . Q ~ verifica-se, dum modo particular, ~ sepulcros dos santos ~ servos de Deus, que sa.o verdadeira-


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mente os maiores her6is dentre os homens e os seus mais generosos benfeitores. ttJunto do jazigo e do monumento de Silvia Cardoso na sua terra natal ,' Paços de Ferreira, vemos todos os dias pessoas devotas, algumas vindas de longe , a pedir ou a agradecer favores e a deixar esmolas ou a cumprir promessastt. (Pe. FERNANDES LEITE, Graças de Silvia Cardoso, Grafica S. V1cente, Braga , p. 1r; Com aprovaçao da autor 1dade eclesiastica).

62. Seu tumulo estava sempre coberto de flores

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X Q§ (1il~ i~g~~~fil gQmQ rel1g~laa Q§ ~~~gg~

gµ tQ~ad2a RelQa Seryga g~ Q~µ§·

velas acesas

De urna pequena biografia do Padre Eustaqu1o van L1eshout, Sacerdote falecido em Belo Hor1zonte, em odor de santidade (1890-1943): "Pode-se dizer, que a c1dade 1nte1ra se d1r1g1ra i Y1la Progresso para, de ll, acompanhar o cortejo funebre do seu benfeitor, ao cemitério do Bonf1m, a fim de tr1butar-lhe as suas homenagens de gratidào e em reconhecimento dos seus mér1tos. "Durante cinco anos o tumulo do Padre Eustaguio foi vi s i ~ a:Tariamente, por iiiiiitas pRssoas, v1ndas de todo o territorio brasileiro. ezavam por suaalma, Imploravam a sua proteçao e agradeciam graças alcançadas por sua intercessao Junto a Deus. Seu tumulo estava s~mpre coberto de flores frescas ~ velas acesas. • • •:· "O tumulo atual de padre Eustaqu i o acha-se pe r to -da entrada pr1nc1pal da igreja , chamada de ' 1greja de padre Eustaqùio' , numa capela bern adequada . "Ai a j oelham-se, d1ar1amente, os ~ para ~ . implorar~ agradecer ~ padre Eustaquio fa~ . curas e graças alcançadas" . (Novena ao Servo de Deus Padre Eustaqu1o , Promoçao da FamI= 11a-Ed1tora, Belo Hor1zonte , pp. 14-15 / Com aprovaçao ecles 1ast1ca) .

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63. Imagen~ ~ relfguias de entes gueridos, v ivos ~ falec1dos, _ avivam ~amor~ nossa devoçao De urna pequena biografia de · Padre Eustaqu1o , (1890-1943): · "E costume entre todos os povos conservar e venerar com saudosa piedade as recordaçoes e lembranç.as de pessoas queridas vivas ou falecidas • . • retratos, bustos , escritos ou objeto de seu uso pessoal. "As irnagens e rel1qu1as dos Santos, assim corno de outros entes queridos, nos fazem lembrar essas pesso~s. No-las tornam corno ' presentes', 'mais perto', avìvam o nosso amor e a · nossa devoçao fazendo-nos recordar suas vi r tudes e boas qual1dades" . (Novena ao Servo de Deus Padre Eustaqu1o , Prornoçao da FamITia-Editora:---ae1oRor1zonte, pp. 44-45 / Com aprovaçao ecles1ast1ca). 64. Sao Bernardo usava corno reliquia val iosfssima ~ turiicade Sao Malaquias De urna biografia de Sao Bernardo (1090-1153): "Antes de dar sepultura aos restos de Sao Ma-


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"(0 Padre Lu1s Gonçalves da Camara) escrev ia a Diego Lafnez, Vigario Geral, que, apesar de sua pouca saude, esperava 1r a Roma para intervir na Congregaçao Geral e 'recolher alguns despojos de nosso Padre, Ja que nao mereci estar presente à sua morte'. E a1nda a 22 de Julho do mesmo ano tornava a manifestar os seus desejos em carta ao Padre Cristévao de Madri: 'Oigo a V. R. que desejo tanto ira Roma, nem que seja sé para vis1tar ·as reliquias de nosso beatissimo Padre, que nao vejo a hora em que tenha essa fel1cidade' 11 • ( VICTORIANO LARRARAGA SJ, Introduccién a la Autobiografia de San Ignacio de Loyola in ObrasCompletas de San Igriacio de Loyola, BAC, Madrid, 1947, Tomo! , p. 30 I Imprimatur: Caaimiro, Obispo aux . y V. g.).

laquias (arcebispo de Armagh, primaz da Irlanda, que morreu em Claraval em 1148) o Abade de Claraval (Sao Bernardo) tirou-lhe cuidadosamente a tunica e desde entao a usou, como reliquia valiosissima". (Fr. Ma. GONZALO MARTINEZ SUAREZ, Bernardo de Claraval , Editorial El Perpetuo Socorro, Madrid, 1964, p . 555 / Imprimase: Segundo, Arzobispo de Burgos, 20-7-1964). 65. Fragmentos dos sapatos de Frei Domingos de Valéncia distribuldos corno - bènçao aos doentes, logo apos sua morte De uma vi~a dos Frades Pregadores, por um contemporaneo de Sao Domingos:

escrita

"Frei Dom1ngos de Valencia, pertencente ao convento de Orthez, tendo sido enviado a pregar em Bazas, aldeia da Vasconia, depois das rnuitas fadig ~s que teve que sofrer nas pregaçoes, nas confissoe s e nas observancias regulares, faleceu ali mesm?, no hospital dos pobres; e ele, pobre, foi s e puLtado entre os pobres . Ern seu sepulcro muitos f:'.)ra1:: curados de diversas enfermidades. "Certa irma do hospital conservou os sapatos desse frade e os entregou a um peregrino, segundo creio , sern licença do superior da casa. Mas naquela mesrna noite apareceu-lhe em sonhos o frade, proc~rando seus sapatos. E na me~rna noite apareceu tambem ao peregrino, rnandando-lhe què devolvesse logo os sapatos ao hospital; e èle assim o fez. E os frades da casa os dividiram ern fragmentos pequenos que entregaram corno bençao aos enfermos. E muitos ficaram curados". (GERARDO DE FRACHET, Vida de los Frailes predicadores, in Santo Domingo de Guzmar1 visto po ~ contemporaneos, BAC, Madrid, 19lff:-p. 7 7 / Im~rimatur: Casimiro, Obispo Aux. y Vie. gen. , 30-5-1 47).

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65 .

67 , Padres dos mais veneraveis pela 1dade recebern, de joelhos, fra~mentos de escritos de Sao Joao erchmans

1

I l

Relato do Padre de Greeff, professor de Sao Joao Berchmans (1599-1621) no Col ég1o dos Jesuitas de Malinas (Bélgica): "Habituado a nao guardar os escritos dos meus discfpulos nao tenho nenhum~ das composiçoes de Berchmans, mas considero corno um singular beneficio da Providencia ter achado um autografo do santo jovem. "Ao publicar algumas indulgencias, Paulo V proibiu que fosse impressa a traduçao. Pedi a Berchmans que traduzisse o breve, ern linguagem vulgar, a fim de que se p~desse espalhar cépias manuscritas. E esse trabalho autégrafo que possuo. Alguns dos nossos padres dos mais veneraveis pela idade, pediram-me fragmentos e quiseram recebe-los de joelhos" . (Pe. L. J. M. CROS SJ, Vida de S. Joao Berchroans, Ouprat & Comp., Sao Paulo, 191~ pp. 78-79 / Com licença da autoridade eclesiastica) .

66. Padre Camara: "Espero ira Roma para recolher alguns - - -despojos de nosso Padre Ina.cio"

68. Um mes depois da !!!_Orte ~ Santa Veronica, um Padre recorre as re11guias dela para obter sua cura

De urna introduçao às Obras Completas de Santo Ina.cio de Loyola (1491-1556):

Relato de um milagre operado por urna reliquia de Santa Veronica Giuliani (1660- 1727):

A


66.

Secçao I

"Ent~e os milagres inumer,veis que se produz iram apos s4a morte , um dos mais célebres fai a cura do Arcipreste de Pieve di Sadd1 , Don Giovanni France~co Leonazzi, ocorrido um mes aproximadamente apos a morte de Veronica. Don Leonazz i fai atingido no dia 27 de agosto de 1727 por um ataque de . apoplexia. Toda a par t e direita de seu corpo f icou paralisada ; ele quase nao enxergava mais e s~a lingua endurecida o imp~dla de falar . Chela de fe no poder de Veronica , o Padre pediu que lhe aplicassem alguma das reliqu1as dela, o que foi fe1to. Ele foi curado imed1atamente e tres dias depo1s pod1a retomar a celebraçao dos Oficios , para grande espanto de seu r ebanho". (Ctesse. M. DE V!LLERMONT, Sainte Véronigue Giuliani , Libra1r1e Generale Catnolique -- Ma1son Saint-Roch , Paris-Couvin, Belgique, 1910 , pp . 486-487 / Imprimatur: J . M. Miest, Vie. Gen. , Namurei, 1-3-1910) . 69. Uma "preciosa rei.1gu1a" do Cura d'Ars: ~m par de sapatos velhos - -- - -Declaraçao de S6ror Maria Ana Gallarnand, no Processo · de Beat1f1caçao e Canonizaçao do Cura d'Ara (1786-1859): "Es t e 'par de sapatos velhos tema sua h1st6r1a. Em rnarço de 1862, refere Séror Maria Ana Gallamand , das Irmas de Caridade, uma mocinha da nassa_ paroquia de Sao Joao , que acabava de perder sua mae, nos disse que aquela rec~be ra de sua amiga um pa r de sapatos do Cu ra d'Ar a, eque ela os tinha dado a urna pobre . Sem duvida, separou-se deles , com pena, mas pensava que o bom Cura nao de~aprovari a o seu ato. A pobre , que v1v1a numa agua-furtada do sexto andar da casa daquela senhora , de1xou-os ati rados a um canto porque lhe pareciam multo velhos para o seu uso . Ao sair daquele quar to deixou os sapatos ~ a Srta . Lavic (este é 0 seu nome) no-lo ofereceu crendo que nos fazia um grande obséquio. Recebemo-los contentissimas coma urna preciosa reliquia·. Ao v e-los nos adrnir~os da pobreza do Santo Cura. S6 r or Margarida lembrou-se ~e pedir-rne a tira de cour o de um dos sapatos. Com 1sto, disse ela, estou certa de que o P. Vianney curar, a nassa Adelaide. Faremos fervorosamente urna novena e a senhora vera'. Eu lhe res -

67 .

Secçao I

pondi: ' Po i s façam-na', e lhes entregue1. a correla . Achava-se presente um padre lazar1.sta, o P. Mellier superior da casa de Angera. Sem me pedir 11cença: se apoderou do ~utro corda~ e nao quis , por nenhum preço , devolve-lo. 'Tambem, disse-me, poderei servir-me dele' (Declaraçao de 10 de outubro de 1864 , Processo Ordinario , p. 1581)". (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d ' Ara , Vozes , Petr6pol1s, 2a. ed ,, 1960, p.7f11 T!iiipr1matur: Lu1s Filipe de Nadal, Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959). 70. O Santo Cura d'Ars conservava um espelho , porgue nele se havia refletido ~ rosto d o ~ Balley, que ele tinha .E2.!: Santo Da vida (1786-1859):

de

Sao Joao

Vianney,

Cura

d'Ars

11 0 P. Vianney chor-ou-o (ao Padre Balley) corno a um pa1 . Devia-lhe tudo! Conservou 1mperec1vel lembrança daquele santo varao. 'Tenho visto alrnas muito belas , afinnava ele, nenhuma porém coma aquela'. Os exemplos do ant1go_ mestre ficaram gravados tao profundamente no seu ~spirito, ~ue dizia ainda nos ultimos anos da vida: ' Se eu fosse pintor poderia traça~ o seu perf11' . Sempre que fal~va nele enchiam·-se-lhe os olhos de lagrimas (Irmao Jeronimo, Processo Ordinario, p. 556) . Todos os dias pela manha nomeava-o no memento da missa. Até à morte o Curad'Ars , que era tao desprendido de tudo, conservou sobre a estufa um pequeno espelho 'porque nele se havia refletido o rosto do P. Balley' (P . Beau, Processo Ordinario, p. 1204)" . (Conego FRANCIS TRQCHU, O Cura d'Ars, Vozes, Petr6po11s, 2a. ed., 1960, p~ °91i7 Iiiij)rrmatur: Lu!s F111pe de Nadal, Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959).

71 . Pétala de rosa tocada .E2.!: Irma Teresinha do Menino Jesus opera cura milagrosa Do Processo de Beat1f1caçao e Canonizaçao de Santa Teresinha (1873-1897): "Em fins de junho de 1908, a Irma Catarina Clarke, entao postulante no nov1c1ado da Congrega-


68.

Secçao I

çào do Born Pastor , ern Finchley , Londres , escorregou dois degraus de urna escada e sofreu urna grave contusào no pé . "Por ocasiào do acidènte, colocou-se sobre o pé afetado urna _rnedalha do Sagrado Coraçao , empregou-se também agua de Lourdes nos curativos. Foram feitas novenas ao Sagrado Coraçao, à Santissima Virgern , a Sao Geraldo Majella, à Vencravel Madre Pelletier, fundadora do Inst i tuto do Bom Pastor. Outros santos foram ainda invocados, maso céu parecia surdo a todos os pedidos . "No dia 30 de outubro , ap6s a decisao do cirurgiao (de operar u r gentemente) , a conselho de sua Superiora, Irma Catarina começou urna novena à Irma Teresa do Menino Jesus, e colocou entre as ataduras urna pétala de rosa com a qual a Irma Teresa tinha outrora perfumado e acariciado seu cruc1fixo, em seu leito de morte. Havia, alias, no convento urna grand~ . d~voçao por esta jovem religiosa. "Sexta-feira à noite, 30 de outubro -- escreve a Irma Catarina -- comecei urna novena à ' Pequena Fl or' (nome dado à Serva de Deus na Inglaterra) com grande confiança. Eu nao a perdia de vi sta nem um s6 instante, sempre lhe pedia para ter pena de mim e me curar, para salvar minha vocaçao . No dia 3 de novembre, véspera de minha partida, deitei-me por volta de 9 horas sentindo urna dor muito forte no pé. Eu supliquei entao à 'Pequena Flor ' que obtivesse enfim , de Deus todo. Poderoso, a minha cura. Cada vez que acordava, fazia :os mesmos pedidos . Por volta de 3 horas acordei novamente, mas desta vez minha cela estava inundada de luz . Eu nào·· sabia o que pensar desta luminosidade extraordinaria e exclamei: 'Oh meu Deus, o que é isto? ' Pennaneci nesta luz durante 3 quartos de hora e nao conseguia dormir apesar de meus esforços . Tive , entao, a sensaçao de que alguém t i rava ascobertas de minha cruna e me incitava a levantar. Eu movimentei meu pé e qual nao foia minha surpresa ao encontrar os 7 met r os de faixaa que tinham sido fortemente atadas e das quais eu nao teria podido prescindi r , completamente r etiradas . Olhei para o meu pé e ele estava completamente curado. Levantei-me, andei e, nao sentindo mais nenhuma dor, cai de joelhos exclamando: 1 0 Florzinha de Jesus,

Secçao I

69 .

o que é que fizestes por m1m nesta madrugada? Eu estou curada!" (Procis de Béatif1cat1on et Canonisation de Sainte Thérese de l'Enfant- Jesuset de la Sainte-Pace -- Procès Informatif Ordinair~ Teresianum, Roma, 1973, vol . I, Articles -- Troi siime partie: Graces et Miracles, pp. 72-73). 72. Tres mil rel1quias da Irma Teresa para os soldados na frente de batalha Trecho de carta da Madre Ines de Jesus a Mons. De Teil, Vice-Postulador na França da Causa de Beatificaçao e Canonizaçao de sua irma, Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897): "Entrementes, enviei ao sr . Coronel (que consagrara o Regimento à Irma Teresa) as tres mil rel!quias (da Serva de Deus) que me pedia e juntei um folhetinho para cada soldado. Se isso continuar assiro, a tipografia de Sao Paulo nao conseguira dar vazao a tantos pedidos (30-4-1915)". (La hermana [ "Madrecita" de una Santa -- La R.- Madre Inés de Jesus (Paul1na Mirtinfy Santa Teres'Ita E'I"""Angel deleannelo, Buenos Àires,!ill, p. 120):


VI ==

Q§ tt~t~

gy~k~~ tee ~Q0§1~Q

rotQ~car1a~

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eQtawya§

doa SerYoa de Qeua 73. Ha pouco tempo nos deixou ~ .J! foram divulgadas mais de trinta mil gravuras suas Da

citada

biografia de Sao

Joao

Berchmans

(1599-1621):

"Um hlb11 artista procurou reproduzlr os traços òe Berchmans . Sexta-feira à noite, fizeram um modelo em gesso. Realizou-se em seguida a autopsia. "0 padre Bauters escrevia: 'Tao pouco tempo faz que ele nos deixou, e Ja doze dos nossos melhores gravadores publicaram-lhe o retrato; Ja foram vendidas mais de trinta mil destas belas gravuras; sem falar da quantidade de estampas baratas que se acham nas màos do povo. Eu pr6prio, acrescentava o venerando religioso, trago comigo por toda a parte uma imagem de Joao, a qual venero como a de um santo' ••••• 'Esses fatos maravilhosos multiplicaram-se tanto que poderfamos escrever um volume deles. Entre os prodfgios submetidos ao seu julzo, a Igreja reconheceu inteiramente 1rrecusave1s, tres curas completas e subitas operadas pela intercessào do V. Joào Berchmans: -- 'Em 1729, v1v1a em Roma, no convento da Visitaçào de Santa Maria, Maria Cruc1f1xa Ancajan1. Urna febre continua a devorava desde muito temp6, depois juntaram-se-lhe tòsse pertinaz


72.

Secçao I

vivas dores no coraçao, com palp i taçoes. 'Passet a noite de 6 para 7 de abril na mais e xtrema afliçao. Pelas 5 horas da manha , voltando um pouco a calma , lembrei-me da i magem que na véspera, haviam colocado debàixo de meu travesseiro (era um retrato do V. Joao Be r chmans) senti entao nascer na minha a l ma, uma grande confiança nos méritos e na i ntercessao do servo de Deus. 'Com a mao direita que estava liv re, torne i a imagem, e a coloquei primeiro sobre minha cabeça , àepois sobre o peito. !mediatamente senti-me curada, sa! da cama e · ajoelhei-me para agradecer a Deus aquele imenso favor . Em seguida fui ao co ro"'· (Pe. L . J. M. CROS SJ , Vida de S. Joao Be rchmans, Duprat & Comp . , Sao Pau:To-,-1917, pp. 386, 387, 389 e 415 / Com licença ecles i astica). e

74. Distribuem 60 mil ~stampas de Santo Afonso de7Ag6rio s6 no d i a d e ~ funeral De urna biogra fia de Santo Afonso Maria de Lig6rio (1696- 1787): "Ap6 s a morte, v1via Afonso mais que nunca no coraçào do povo que tanto amara . Por toda a parte era aclamado santo . Se nos templos nao lhe podia render um culto, que a Igreja a i nda nao autorizara, na int1midade dos lares 1nvocavam-no como a um poderoso protetor. "Sua 1magem, impressa em Napoles , entrou em todas as fam l l i as, calculando-se que s6 no dia dos funerais foram distri bufdas cerca de 60.000. "Mas a veneraçao publica avultou sobretudo na pequena i greja do convento de Pagani . Ao seu tumulo chegavam d1ariamente os rome iros, mu i tos dos quais trazendo os seus doentes à procu r a de saude . .. .. "Seri a demasiado longo enume r ar os prodfgios operados sobre aquela pedra sepul cral . Por toda a parte multiplicavam-se os milagres " . (Pe. JOSE MONTES CSSR, Afonso de Lig6rio o Cavale1ro de Deus, Ed1tora Vozes, Petr6polis , -1962 , p. 167 7 Imprimatur: Pe. José Ribolla CSSR, Super1or Provi ncia l , Sao Paulo).

Secçao I

73.

75. Q proprio Prefetto da Sag rada Congregaçao ~ Ritos ~ urna imagem e recorria a intercessao da recém-f alecida Ana Mari a Taig1 Relata Mons. Ca rlo Salotti (1870-1947) , ma i s tarde Cardeal e Prefetto da Sagrada Congregaçao dos Ritos :. "Entre as personal1dades junto às quais a fama de sant1dade da Serva de Deus era 1ndi scutivelmente ace1ta , inclui - se o Cardeal Ludovico Micara , Capuchinho, Decano do Sacro Colégio , o qual tinha tanta estima e conf1ança naquela falecida, que conservava consigo urna 1magem dela e recorria fervorosamente à sua 1ntercessao nas suas angustias . A opini ao do ilustre Purpu r ado reveste-se de maior val or , se se considera o importante cargo de Prefeito da Sagrado Congregaçao dos Ritos, por ele ocupado , e se se tem em mente a sua hab itual prudencia e sua critica severa ao emitir um julzo em matéria tao delicada". (Mons . CARLO SALOTTI, La Beata Anna Maria Taigi , Madre di Famiglia , Scuola Tipograf i ca Italo- Orientale "S . Nilo" , Grot taferrata, 1922, p. 376 / I mprimatur : Fr. Albertus Lepi di OP, S.P . Ap. Magister , , Imprimatur: Can . Sylvius De Angeli s Vie. Gen. Dioce . Tusculanae) . 76. Curas ~ conversoes operadas por estampas de Soror Benig na Re l atos de curas e conve r soes , numa Vida da Se r va de Deus Irma Benigna Conso l ata Ferrere (1855- 1916), Rel i giosa da Visitaçio de C6mo na Italia: "No dia 12 de agosto do mesmo ano, a senhora Magdalena Varini , res i dente em Como, r eferiu que , sofr endo de ot i te catar ral croni ca no ouvido d1reit o, havia sido inutilmente submet i da a urna série de tratamentos sobremodo dolorosos. Recorrendo entào com a maior confiança à pr oteçao de Irma Ben i gna Consolat a, poe urna s ua i magem sobre o ouvido doente , começando logo a perceber os sons, a t é que por fim desapareceu de t odo a surdez. "Em fins de agosto de 1917, a senhora Giacomina Salvadé, de Como, trazia ao mosteiro da Vi si-


74 .

Secçao I

Secçao I

taçao da dita cidade sua f1lhinha Nagdalena, de tres anos de idade, que tinha por compl eto perdido a vista, nao obstante os esforços de habeis oculistas e dos Fatebene Fratelli de Milao. Aflit!asima, corno se pode facilmente imaginar, a pobre mae recorreu cheia de confiança à intercessao de S6ror Benigna Consolata e colocou urna imagem de Benigna sobre os olhos da criança. Deade aquele momento a menina foi melhorando e, dentro em breve, recuperou a vista . Narrando este fato, a venturosa mae nao podia disfarçar a sua alegr i a, e a sua filhinha Magdalena , esperta, de olhos aaos e bem abertos, faz1~ fi do grande favor alcançado . '0btive duas curas: a prime1ra de urna excelente jovem daqu1 atacada de pneumonia . Mandei-lhe urna parcela de um vestido usado pela Irma Benigna Consolata, que Va. Revma. teve a gent i leza de me eriv1ar, e ao cabo de pòucos dias desapareceu o mal, de maneira q1.1e.,"hoje a jovem goza 6tima sau-

75 .

ma Benigna e entregamos urna imagem da mesma às pessoas que t1nham vindo pedir as nossas oraçoes para implorar a conversao do 1nfeliz incridulo. Mal o enfermo rebelde deu com os olhos na sant1nha, tao longe esteve de se enfurecer corno era seu costume , que antes se comoveu, pediu que lhe des sem a imagem que ele mesmo guardou debaixo do travesseiro; dai a doi s dias mandou chamar um sacerdote e recebeu todos · os sac ramentos'". (Vj_da da Serva de Deus Irma Benigna Consolata Ferrero;-'rrii"= duçao de re:-Amando Adriano Lochu SJ, Livraria Salesiana Editora , Sao Paulo , 1926 , pp . 160 a 164 / Imprima-se: Mons. Pereira Barros, Vi gario Geral,

8-10-1926). 77 . A maioria dos devotos do Pe. Eustaquio adquiriu fotos suas, munidas de re l fqu i as Da

mesma

biografia

do

Padre

(1890-1943), anteriormente citada:

de. . • . •

'Jubilosa rendo infinitas graças ao misericordioso Coraça~ de Jesus que, por intercessio de Séror Benigna Consolata, me concedeu a cura de urna filhinha gravemente doente. Peço-lhe que me mande um exemplar do Vademecum e algumas estampas de Benigna que, por devoçao, quero espalhar'. 'Ha meses, urna senhora afastada da Igreja desde muitos anos eque chegava até a escarnecer toda pratica de religiao, foi salteada de um· insulto apoplético. Obstinava- se em rccusar os sacramentos. Pessoas piedosas e amigas correram logo ao nosso mosteiro para pedir oraçoes. Levaram daqui urna imagern da Irma Benigna. Caso rnaravilhosol . • • Pouco depois, a mencionada senhora cumpria todos os aeus deveres rel1giosos e morreu assistida por algumas Irmas. A Abadessa das religiosas Capuchi nhas•. "Da mesma Revma . Abadessa recebemos as segu1ntes informaçoes: 'Ha poucas semanas vieram ao nosso mosteiro recomendar um pob r e incrédulo gravemente enfermo, que de continu·o blasfemava corno um possesso. Nin~ém ousava falar - lhe de confissao, sabendo todos que ern tais circunstanc1as era urna verdadeira furia. Recorremos entao com instantes suplicas à Ir-

Eustaquio

11 Existem também l:'eproduçoes fotograficas, bustos de gesso e reliquias do saudoso padre Eustaquio . "Algumas pessoas privilegi adas possuem algum osso do seu corpo, conseguido na ocasiao da exumaçao dos restos mortais do Sel:'VO de Deus, realizada no cemitirio do Bonfim, em 1949. Outras estao de posse de certos objetos que padl:'e Eustaquio usou em vida. A maioria dos devotos, porém adquiriram reproduçoes fotograficas do Servo de Deus, munidas de um pedaço de roupa por ele usada, ou de um fragmento dos panos com que os ossos de padre Eustaquio foram limpos mais tarde . "Todos esses objetos materiais , por si mesmos, nao tem poder extl:'aordinal:'10 ou sobrenatural algum. A contemplaçao do retrato do Servo de Deus e o uso de suas relfquias devem avivar em n6s a consciencia da presença de padre Eustaquio. A fé e a confiança em seu poder, junto ao trono de Deus, sao capazes de nos assegurar os favores pedi dos e a proteçao implorada. "Procuremos merece-los por urna vida verdadeiramente crista". (Novena ao Servo de Deus Padre Eustaquio, Promoçao da Famflia-Editora, Belo Hol:'1zonte, p. 45 / Com aprovaçao eclesiastica).

1 i

(


VII ===

oeceaa1dadea, g~ {!~!~ cecQccem à 1Qtecceaaao

~~ ~Y~~

Yal1Qaa dQa ~ecYoa ~e Qe~a ,;

78. "0 Virgem bend1ta, Clara, reza1-por nos" -- clamava ~ povo de Ass1s ao morrer Santa Clara Da v1da de Santa Clara de Ass1s (1193-1253), por Tomas de Celano, seu contemporaneo: "A not!cia da morte da Senhora Santa Clara nao tardou em se propagar, e quando o povo de Ass1s fo1 ·1nrormado d1sso, urna tal mult1dao de homens e.mulheres acorreu ao Mosteiro de Sao Damiao, que a c1dade parec1a 1nte1rament-e vazia . "Todos vert1am piedosas e devotas lagr1mas, exclamando dolorosamente: '-- O v1rgem bendita, 6 amiga de Deus! Quer1d!ss1ma Clara, adeus! reza1 por n6s! ' "Desde que !. Senhora ~ Clara foi colocada ~ lugar, ~ grande afluenc1a de_povo registrava-se todos os d1as junto a seu tumulo. Essas pessoas louvavam ~ Deus d1zendo:---, __ Esta v1rgem, que ~ fez tanto honrar neste mundo pelos homens, e verdade1ramente santa e re1na~1osamente no céu com os anjos. Rogai a Deus ~ n6s, tu, a pr1me1ra das Damas Pobres que

1


78.

Se cçao I

atrafs todas as outras à pen i tehcia ! Tu, que conduzes a Deus incontaveis almtts ! '". (TOMAS DE CELANO, Sa inte Claire D'Assise, Perr i n et Cie., Libraires-Editeurs, Paris, 'fa. eò., 1917, pp.178, 180el81 ). 79. A bondade divina nada negava pelos méritos e i ntercessaod e Sao Francisco de Paula~ Invocado antes mesmo d e ~ sepultamento Relato do que ocorreu à morte de Sao Francis co de Pau l a (1416-1507), fundador da ordcm dos Minimos: "Urna testcmunha ocular assim depos no processo de beatificaçao : 'E impossfvel dizer quantos mi lha res de pessoas, de um e de outro sexo e de todas as idades, fez acorrer de suas casas o anun cio de sua morte. Afluf~am de todos os cantos para ver o corpo ainda n~o 3epultado. Vener~vam aquele corpo nobilissimo, que tinha hospedado \.Ima alma tao insigne: beijavam - lh e as maos, 1nstrumentos de tantas obras sa-ntas. A~E:1es ~ na terra tinham experimentado ~ piedade ~ scus benelliios implo~ ~ int ercessao jun~o i~ De~.: f suas p!'eces ~ eram vas; ~ bondade iv1na nada _!}_egava pelos me ritos e a intercessao de seu servo'. - ----"Nao obstante o serviço de guardas, disposto expressamente pelo rei Lufs XI I , vinte nobres conseguiram dividir entre ~ urna parr de sua tunica para guarda-la corno µreciosa rel guia; ou tros levaram ~cilicio,~ disciplina~~ cinto de couro que l he cingiam as carnes. Todos queriam tocar e beijar aquele corpo que conservava ainda intactas a flexibilidade e a maciez. "Ao contato daquele corpo glorioso floresceram ainda os milagrec ". (ANTONIO CASTIGLI ONE, S . Francisco de Paula, vida ilustrada, De l egaçao Geral da Ordem Cl.os""Hfnimos , Sao Paulo, 1980, p. 184 I Com aprovaçao eclesiastica).

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Sa~ta _C~ara _de Assis: .~fresco de Simone Martin i (scc. XIV), na 1greJa mfonor da Basi.lica dc Sào Frnncisco, em 1\ssis (Italin)


Secçao I

80.

Secçao I

8 1.

80. Pela op1niao que tinham da sant1òade de Anch1eta, mu1tos, em lugar ae rezar .22..!:. ele, rezavam ~ ele De urna v1da do Pe. José de Anchieta, missionario Jesu!ta no Bras11 (1534-1591), recentemente beat1f1cado: "Sabida a morte do bom padre José, .houve multas lagrimas e geral sentimento nos padres, nos portugueses e fndios de toda a Cap1tania, porque todos o tinham por pa1 . ... . "··· · e mu1tas pessoas houve que pela opiniao que tinham da santidade do padre,~ lugar de Q encomendarem a Deus, se encomendavam a ele, que os favorecesse com esteSenhor" . (Pe. PERo'R"OIZ, Anchieta, Livraria Progresso Editora, Salvador, 1955, pp. 85 a 87). 81. Abade~sa curada ~ invocar ~santo~ Luis Gonzaga recem-falecido

Da

Ja

refer1da biografia de Sao Luis Gonzaga

(1568-1591): "Tomis Mancini, secretar i o do Cardeal della Rovere, numa carta escrita à Marquesa (mae de Sao Luis Gonzaga), ass1nala algumas particularidades que marcaram as exéquias do Bem-aventurado . 'Sexta-feira à tarde, 21 de junho, ele foi enterrado na capela da Annunziata , no Gesu. Eu me encontrava la. Nao semente~ Padres guardam Q seu cadaver COJ!!Q .1:!!!!. tesouro, mas Q pov apreSSOU-Se !:.!.'.!. cortar as suas vestes para ter rel quias suas. Hoje, sabado22, dizem-me que muitos Senhores fazem grandes instancias para ter qualquer coisa dele. "A reverenda Madre Maura Lucenia, irma desse principe (Ranuzio Farnèse), Relig iosa professa e Abadessa de Santo Alexandre em Parma, declarou que se tinha visto livre de violentas dores de cabeça, por ter invocado Lufs corno santo". (Pe . CHARLES CLAIR-----"s"J, La viedeSa1nt Louis de Gonza~ue, Librai rie de Firmin-Didot e t ~ , Paris, l 91, pp . 276 e 279).

1

Sao Luis Gonzaga. Detalhe de quadro do Museu de Hist6ria da Arte de Viena.


82.

Secçao I

82. "Nào hesitei jamais em recomendar-me aa ~ oraçoes" Carta de Sào Roberto Bellarmino ao Pe. Virgilio Cepari a respeito de Sào Lufs Gonzaga (1568-1591) ;scrita ant~s da beatificaçào ~o jovem noviço jesu1 ta , ocorrid·a em 1604: "Reverendissimo Padre, "E com agrado que satisfaço a t udo o que Vossa Reverenci a pede de mim; porque é, parece-me, da glori a de Deus Nosso Senhor , que se conheçam os dons · concedidos po r sua Divina Majestade aos seus servidores . Confessei durante muito tempo o noaso caro e muito santo Lu1s Gonzaga; ouvi mesmo urna confissào~aldetoda sua vida. Ele ajudava minha missa e gostava de conversar frequentemente comigd sobre as coisas de Deus. De acordo com suas confissoes e com essas conversas, creio poder afirmar 1:.m t oda verdade o que segue: "Em primeiro lugar, ele jamais cometeu um E.!:.:: cado mortal, Tenho por certo que isto foi assim desde a 1dade de seis anos até sua morte , Quanto aos anos anteriores durante os quais ele nao tinha esse conhecimento de Deus que teve mais tarde , devo conjeturar com tanto mais fundamento que nao é verossfmil que ele tenha pecado mortalmente em sua infancia , sobretudo ele, que Deus predest i na~a a urna tao grande pureza. Em segundo lugar, apos o sétimo ano de· sua vida, época na qual, assim me di~ia , ele se converteu do mundo a Deus, levou ~ vida pe~feita. Em terceiro lugar , ele nunca sentiu o aguilhao da carne. Quarto, em sua oraçao, durante a qual se mantinha o mais frequentemente ajoelhado no solo e sem apoio, ele nào sofreu, de ordinario, dist r açoes. Quinto, ele fo~ um espelho de obediencia, de humildade, · de mortificaçào, de abstinencia, de prudencia, de devoçào e de pureza . Nos ultimos tempos de sua vida , ele experimentou urna vez , durante a noite , ,uma tao extrema consolaçào ao meditar sobre a gloria dos bem-aventurados, que toda essa noite lhe pareceu ter passado num quarto de hora. Messa mesma ocasiao, tendo morrido o P. Lufs Corbinneli, eu o interroguei· sobre a sorte dessa alma. Ele respondeu com grande segurança: 'Ela apenas passou pelo purgatorio'. Entào,

Secçào I

83.

considerando seu carater, sabendo o quanto era circunspecto no falar e reservado na afirmaçào de coisas duvidosas, tive por certo que e l e tivera sobre isso urna revelaçao divina. Entretanto eu nào quis ir mais longe, para nào lhe dar ocasiao de vangl6ria . Eu poderia dizer muitas outras coisas sobre as quais me calo, nào estando certo de lembrar-me bem delas; Em sùma, creio ~ ele entrou diretamente ,na gloria dos bem-aventurados, ~ tive sempre escrupulo de rezar EQE. ~ elma, temendo fazer injuria ~ Deus, cuja graça tao bem eu vira agir nele. ~contrario , ~ jamais hesitei ~ recomendar-me as suas oraçoes , ~ quais tenho grande confiança. Que Vossa Reverencia reze por mim . "Do Palacio Apostolico, 17 de outubro de 1601 "De Vossa Reverència, o irmào multo afeiçoado em Jesus Cristo "Roberto, Cardeal Bellarmino". (Pe . CHARLES CLAIR SJ, La vie de Saint Lou1s de Gonzague, Librair i e de Firmin-Didot et Cie, Pa.ris, 1891, pp. ·282-a83).

83. "Venero e invoco o Irmào Joào, invoco os Santos-carionfzados"

~

Da biografia (1599-1621):

de

Sao

Joao

Berchmans

"0 padre Bauters escrevia: -- Em Roma, corno em Flandres, os mais conspfcuos personagens honravam a memoria de Berchmans. 'Venero e invoco o Irmào Joao , corno invoco~ santos canonizados: - Honro ~ imagem, recomendo-me ~ sua intercessao, ~ honro as imagens ~~imploro~ 1ntercessao dos outros santos•. "Assim falavam, nos depoimentos jurfdicos, os padres Ceccotti e Massucci". (Pe. J . L. M. CROS SJ , Vida de s . Joao Berchmans, Duprat ~ Comp., Sào Pau1o;--1912-,- P789 / Com licença da autoridade ecles1ast1ca) .


84.

Secçao I Secçao I

84. Logo ap6s ~ morte de Santo Afonso de Lig6r1o, " ~ ~ recomendavam !_ intercessao ~ poder d o ~ santo"

85. Falec1da Bernadette, seu confessor a invocava corno~ canoiiizada Escreve Trochu:

De urna biografia de Santo Afonso Maria de Lig6rio (1696-1787), Doutor da Igreja: "Ao divulgar-se a notfcia de que Monsenhor Lig6rio estava desenganado, a consternaçao de todos foi grande. As igrejas encheram-se de fiéis, que com extraordinario fervor pediam a saude do queri do enfermo . Bispos , sacerdotes, religiosos, nobres e plebeus acorriam de toda a parte a pedir-lhe a ultima bençao. As famflias de Pagani , que ~ consideravam ~ proerfedade d e ~ cidade, aproximavam-se ~ intençao de apoderar-se de qualquer coisa que lhes ·servisse de lembrança ~ reli quia. Como por encanto desapareciam roupas, faixas ~ tudo guanto fosse d e ~ _do servo de Deus. Tudo isto era repartido ~ disputado ansiosamente. Os gue naòa encontravam ~ levar, consolavam-se tocando !l<i cor·po do Santo .-osarios ~ medalhas • . ••• "0 l Overnador da cidade, temendo que, ao saber do passamento do Santo, todo aquele povo to~a sse de assalto o convento, à procura de alguma reTiguia, ordenou que urn batalhao de soldados mon: tasse guarda da casa. A notfcia do falecirnento so foi publicada algUmas horas depois. Os Padres trasladaram o cadaver a urna pequena capela interna e no dia seguinte levaram-no à igreja , onde ficou exposto. Urna avalanche humana precipitou-se para venerar e contemplar pela ultima vez o rosto daquele a quem todos proclamavam santo ••.•• "Ninguérn pensava em encomendar ~~~alma do defunto mas todos se recomendavam ~ intercessao e pod~r do novosarito. Todos, ~ verdade, ~ proclamavam santo e~ propr i o céu, co~ um milagr~, quis pOr seu selo aquela glorificaçao popular • (Pe. JOSE MONTES CSSR, Afonso de Li~6rio ~ Cavale1ro de Deus, Editora Vozes., Petropolis, I9'o2, pp:--151e ~ / Imprimatur: P. José Ribolla CSSR, Superior Provincial, Sao Paulo).

85.

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J

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!I

o conhec1do hagi6grafo Mons. Francis

"Um de seus antigos confessores , o padre Douce, declarava a um colega 'que a 1rma Marie-Bernard foi urna boa religiosa sem nada de extraordinario'. Mas , rnesmo no tempo em que ele falava da sua penitente com esta reserva , sem duvida para ir ao encontro de perguntas indiscretas, 'escrevia nas suas notas fnt1mas o que pensava realmente de Bernadette' . .. Ali 'se encontram as invocaçoes à irma Marie-Bernard ou as açoes de graças pelos favores recebidos ~ sua intercessao'. Mas, expl i ca a testemunha, 'eu sei gue o eadre bouce nao ut111za esta linguagem no seu lhario s~~~espeito dos santos , da bem-aventurada Mar~arida-Maria ~ do venerivel Cura de Ars' (Estas ultimas citaçoes pertencem aoR.r.-re Cerf, Pr. Ord. Nevers, f. 897). "Um outro re l igioso marista, o R. P. Charles P~yrard, d:clara que 'as obserya~oes do.!'..:_ Douce sao invocaçoes ~ Bernadette ou açoes de graças ~ ll ~ intercessao. Ver1figue1 gue no seu Diario so trata assim os santos canonizados'-n5°r. Ord . Nevers, f . ~ . "Eis alguns extratos: '16 de Abril de 1882. -- Inic1e1 piedosamente urna novena em honra da Imaculada Conceiçao, por ocasiao do aniversario da morte de Bernadette .•• 1 8 de Mai o. -- Hoje , às tres da tarde, estava prostrado junto do tumulo de Bernadette e rogava-lhe para terminar a obra. ' 15 de Agosto. -- Hoje, festa da Assunçao (açao de graças ! i rma Marie-Bernard) , pedia à Virgem que inspirasse •.• '22 de Agosto. -- Hoje , o i tava da Assunçao, agradeço-vos e agradeço ! irma Marie- Bernard. '9 de Dezembro. -- Obrigado , 6 minha boa Mae , obrigado ~ -~ trma Marie-Bernard ••• '20 de Agosto de 1883 . -- Agradeço~vos, 6 Maria, por Sà:o Bernardo e ~ Bernadette'". (FRANCIS


86.

Secçao I

Secçiio I

sessao necrol6gica publica, terminou seu 4iscurso com esta invocaçao: 'Bem-aventurado Marques de Comillas I rogai por n6s I • "0 Exmo. Sr. D. Lufs Javier Munoz SJ, Arcebispo da Guatemala, na oraçao funebre pronunciada na Catedral de Havana, nao vacilou em assim se expressar: •E tao luminosa a esteira de santidade q~e de1xou apés si o grande cavaleiro cristao, que nao me parece aventuroso d1zer-vos que bem podeis 1 em vossas necessidades e perigos, e emvossos afase dores, d1r1gir- vos ~ ~,alma-cuJg poder ante Deus tern que corresponder ! perfeiçao crista que regulou todos os atos de sua vida. Prudent1ss1mas leis da Igrejanao penn1tein"tr1butar a alguém homenagens de culto, antes que Ela, ap6s severo exarne e provas 1rrecusaveis, o autorize; mas nao profbe ! piedade privada que invoque a intercei= sao daqueles iuja vida nos oferece urna- se~urança moral de iue ja ~TÌLWda'eterna recompensa' • {Pe . lIDITTJW{J • lw.o -S-r,7Jn7fargués Modelo, Sal Terrae, Santande~, pp . 234-235 / Imprimatur: Josephus, Ep1scopus Santanderiensis, l-5-1950l.

TROCHU, Bernadette Soubirous, Editorial Aster, Livraria Flamboyant, Lisboa, Sao Paulo, 1958, pp. 384-385 / Imprimatur: Ernesto, Arcebispo-Bispo de Coirubra). 86. D. Francesia, Salesiano, nao hesita ~invocar~ aluno recem-falecido Da vida de Miguel Magone (1845-1859), escrita por Sao Joao Bosco! "0 sentimento de seus condisc!pulos (de Miguel Magone, aluno salesiano recém-falecido) e de seu professor, o Sacerdote Don Francesia, foi expresso por este nas seguintes palavras: 'No dia segu1nte à morte de Magone fui à m1nha classe. Era um sabado e dever1a realizar-se urna prova. O l~gar vago de Mago~e indicava-me que eu t1nha perd1do ~ aluno ~ ~ ceu ganho_~ cidadao. Eu estav~ profundamente comov1do; -os "jovens, sob a 1nfluencia de imenso pesar e em s1lencio geral; nao me foi possfvel pronunciar ou tras palavras senao estas: 'Horreu!' Todos choravam. E corno niio chorar, se todos amavam um menino tao virtuoso? Depois de sua morte constatou-se a grande reputaçao de piedade que conquistara entre os companhe1~os. "As paginas de seus escritos eram disputadas ~ ~.urna,~ um d1gnissTmo colega ~ considerou-se multo feliz porque p6de recolher um caderninho do jovem Mi°gueI. "Eu mesmo, mov1do pelas virtudes que praticou ero v1da com tanta perfeiçao, nao duvidei em invoca-lo depois com plena confiunçanas minhasneces=s1dades; e, a bem da ·verdade, devo confessar que nao foram baldadas as m1nhas esperanças". (Siio JO~O BO~CO, Vida de Miguel Magone, in Biografia l Escritos de San Juan Bosco, BAC, Madrid, 1955, pp. 897-898 TITimatur: José Maria, Ob. aux. y vie. gral., 13-5-1 55). 87. "Bem podeis !:.!!!. vossas necessidades perigos, !:.!!!. vossos afas ~ dores, dir1gir-vos ~ essa alma"

/

88. Rezavarn l falecida corno s~ raz junto aos tuiiiulos dos San.tos- - De urna biografia de Amalia Errazur1z de Subercaseaux (1860- 1930), piedosa senhora chilena morta em odor de santidade:

~

Da ja mencionada biografia do Marques de Com1llas (1853-1925): "0 conde de Dofia Marina, em

87.

1 I

l.

"Apenas depuseram o caixao na catedral, fo1 ele imediatamente cercado por todos os que amavam Amalia. E, segundo a afirmaçao dos privileg1ados de sua amizade, sentiram, junto aos seus despojos, urna paz tao sobrenatural, que, em vez de rezar por ela, recomendavam- se à sua intercessao,"como se costuma fazer junto aos-tumulos dos Santos~ijavam o seu ca1xao, e tocavam nele terços e outros objetos de piedade". (B. SUBERCASEAUX DE VALDES, Amalia Errazuriz de Subercaseaux, Editora Vozes, Petr6po11s, 3a. ed., 1958, p. 222 / Imprimatur: Por Comissao Especial do Exmo. Revmo. Sr. Dom Hanoel Pedro da Cunha Cintra, B1spo de Petr6polis, Frei Desidério Kalve~kamp, OFM, Petrépol1s, 30-9-57).


88.

Secçao I

! oraçao dos junto de Deus, ~ corno pedir que nossos , 1rmaos em Cristo~ po~~ 89. Podemos recorrer

que

.

.J! estao Da

ja

citada biografia do

Padre

Eustaquio

(1890-19q3), da Congregaçao dos Sagrados Coraçoes,

que morreu em odor de santidade:

"Assim, a Congregaçao dos SS. Coraçoes, reconhecendo as grandes virtudes de seu religioso Padre Eustaquio van Lieshout, e c1ente de que os fiéis 1 .J! agora 1 reconhecem que ~ 1ntercessao do Servo de Deus é val1osa junto de Deus, aguardam o ~em-queo processo seja simplTI'Icado e possa ser conduzido pelo proprio episcopado bras1leiro. "Mas para os devotos do Pe . Eustaquio, é bom saber que, além do testemunho humano durante o curso dos Processos d1ocesanos, é preciso o TESTEMUNHO DF. DEUS, a. fini' de que seja confirmada por milagres do céu a fama de sant1dade de Padre Eustaquio, E sabemos: quem raz m1lagres é sé Deus. 1tA oraçao de suplica é recomendada por Cristo no Evangelho, E até mesmo recomenda-se o pedido de saude· e de coisas temporais. E é verdade tarnbém ~ue podemos recorrer ! oraçao das pessoas que .J! estao junto de Deus, da ~esma mane1ra que podemos pedir que os nossos 1rmaos em Cristo rezem por nés. Por isso, podemos ped1r favores de Deus por intermmo de Pe . Eustaquio". (Novena_a_o--Servo de Deus PadreEustaquio, Promoçao da-Familia~ditora, ~orizonte, pp. 36-37 / Com aprovaçao ecles1astica).

nn Q r~~~~§g ~~

~Q~ ~erYQ§ ~; ~~~~

§x2rime 1nterca!arydQ g

g~~

gg~~

Q§ rec1ta~ao pc1Yada de lada1oba~;

comRoodo oca~oea em sua bocca

90. Sao Francisco Xav1er 1nseriu o nome do Padre Fabro na ladainha dos Santos - - e Sao Francisco de Salesc, Invocava~ setivesse sido canonizado ADo liv~o 'l'udo por Jesus, do grande convertido ingles do seculo passado, Padre Faber: "Escutai o que Orland1n1 conta do Padre Fabro, cujo !!-™ Sao Francisco Xavier i'nseria nas Ladainhas dos Santos, e gue Sao Francisco de Sales invocava coniO se tivesse sidocanonlzado".\R:---I'e: FREDERIC-WILLIAM FABER, Tout ·Pour Jesus, Ambroise Bray, Librairie-Editeur, Pari~a-:-""ed-:-, 1862, p. ·

120).

91. Sao Joao Berchmans invoca, na ladainha dos Santos, aTguns da Coiiipanhia nà'.o canonizados, ~ outros ~ beatificados Oltimos

momentos

de

Sao

(1599-1621), numa biografia sua:

Joao

Berchmans

"As 10 horas, o enfermeiro ofereceu ao doente um pouco de caldo . -- Berchmans tendo tornado algu-


90 .

Secçao I

mas gotas disse: 'Basta, irmao, é chegada a hora, nao de corner , nem de beber, mas de rezar' . -- Pouco depois: 'Desejo que reciteis as oraçoes da recomendaçao da alma, disse . ao padre Van Doorne, o tempo podera nos faltar. Começaram imediatamente • . Quando ~ ladainhas dos Santos, chegaram ~ !l.Q;: ~ dos confessores, Joao pediu ao padre que parasse , e invocasse com ele os Bem-aventurados Ignacio de Loyola, Francisco Xavier, Luiz de Gonza!:@., Estanislau Kostka; ~ ·VeneraveisPadres Fran~ de Borja, José Anchieta, ~ ~ Veneravel irmao coadjutor Affonso Rodrigues" . (Pe. L. J. M. CROS SJ, Vida de S. Joao Berchmans, Duprat ~ Comp., Sao~ul'o," 1912, · p. 375 / Com licença da autoridade eclesiastic~).

92, "Seja~ também ~ · intercessores, a minha Mae Isabel, I rmacìs'parente s e amigos 11 Do ato de consagraçao a Nossa Senhora corno escravo, de Frei Antonio de Sant'Anna Galvao, franciscano brasileiro, morto em od9r de santidade (1739-1822): "Sejam também meus intercessores o Arcanjo Sao Oabriel e o Ànjo da minha guarda e todos os. mais anjos de todos os coros angélicos; os Santos e bem-aventurados, principalmente meu pal Sao Francisco, digo primeiramente os gloriosos Santos vossos pais e esposo , meu pai Sao Francisco, Santa Agueda, o Santo do meu nome, Sao Pedro de Alcint.ara , Santa . Gertrudes, meu pai Sao Domingos , Sao Tiago Apostolo, Sao Benedito, os Reis Magos, Sao Jeronimo, Santa Teresa, Sao Francisco de Dorja, ~ minha Mae Isabel, ~ irmàos parentés ~ amigos, se é que todos gozam da vossa vista (corno o espero e piamente suponho), e a todos os mais que ~ vossa vontade que eu peça em particular. Rogo a tòdos estes referidos Santos · que orem a v6s por mim e me· sirvam de testemunhas irrefragaveis desta minha filial entrega e escravidao". (Frel ANTONIO DE SANT'ANNA GALV~O, Escrltos Espirltuals, Sao Paulo, . 1980, p. 6) .

I


I Secçao I

92. 9 3 . Freira de Lisieux compoe oraçao Irma Teresa, logo ap6s sua morte, para invoca-la cada dia

!

Depo1mento da Irma Genoveva de Santa Teresa (Celina) no Processo de Beat1ficaçao e Canonizaçao de sua irma, Santa Teresinha do Menino Jesus: "Ap6s a morte da Serva de Deus, a at1tude das irmas que lhe tinham sido hostis se transformou em veneraçao. N1nguém tinha maior sofreguidao ern guardar lernbranças e retratos dela do que a Irma Sao V1cente de Paulo, essa freira conversa que a t1nha fe1to sofrer •••.• Urna outra 1rrna compos o raçao para invoca-la todos os d1as". (Procès de Béat1f1cat1on et CanonisillondeSainte Thérèse de l'Enfant-Jésus·- et de la Sa1nte-Face -- II Proces Apostol1gue, Teresianum, Roma, 1976, témoin ~: Geneviève de Sainte-Thérèse OCD, pp. 323-324) .

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"Lembrai-vos, 6 poderosa Rainhazinha, doce espelho da misericordiosa Virgem Maria, lembrai-vos da revelaçao que v6s mesma nos fizestes de que ninguém Jamais vos suplica em vao eque nenhum daqueles que vos 1nvocam nao é Jamais abandonado por v6s . · "Anirnada eu da maior confiança, venho lembrar-vos de vossa promessa de passar vosso Céu fazendo o bem sobre a terra, venho suplicar-vos de espalhar sobre rnim, e sobre todos aqueles para os quais eu imploro a vossa proteçao, urna abundante chuva de rosas, urna torrente de graças celestes. "Apressa1-vos em responder ao meu apelo, digna1-vos descer para Junto de mirn, abrasar-me com o divino amor e ouv1r a mlnha humilde suplica. Assim seja" . (Novissima Verba, Derniers entrétiens de Ste . Therese de L'Enrant-Jesus, Office Central de LisTeux, 1926,pp. 222-223).

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94 . "Leir.tra1-Vos, .§. poderosa Ra1nhaz1nha . . • " Oraçao cbmposta pela Madre Isabel do Sagrado C.::,raçao (1883-1914), 'rreira do Carmelo de Lisieux, par~ invocar a entao Serva de Deus· Teresinha do Menino J esus , varios anos antes da beatif1caçao desta, ocorrida em 1923:

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95. Antea de sua beat1f1caçao, nove~ Joana de França, alcançam vàrias curas Relatos de testemunhos da época, sobre o começo do culto a Santa Joana de -irança (1464-1505), beatificada em 1742 e canonizada em 1950: "No ano de 1507, um homern nobre, Pierre de Vaux, escudeiro, senhor na Corte, da par6quia de Sa1nt-Aub1n, a quatro léguas de Bourges, aqui veio e contou-nos coisas dignas de memoria: é que ele tinha urna filha com cerca de doze anos, a qual muitas vezes cafa repentinamente para tras e, dez vezes ao dia, os membros se lhe · tornavam enri jec1dos e ficava privada dos sentidos; sem saber o que acontecia consigo, corno aqueles que tem epilepsia; a doença perdurou pelo espaço de cince anos • . . E nao sabendo mais o que fazer, Q_pai ~ ~ fize~ ram ~ voto ~ promessa ~ ~ , ~ Virgem ~ !!. bem-aventurada ~ . de gue !!_ filha farla ~ novena junto ~~tumulo; ass1m que o voto fo1 feito, a f1lha ficou sa e curada e começou a corner •••• e nao caiu mais e nao ficou doente daquele modo. ..•. · "Anne, f ilha de Jean Bartelot, (era) atormentada pe la doença das escr6fula s . . ... Ela vai,

*


94,

Secçào I

Secçao I

pois, junto ~ tumulo de Joana de França, em Bou~ges , e, tendo começado sua novena, verificou nao sentir mais nenhuma dor, 'e nào aparecia mais nenhum tumor, nem inflamaçào na parte afetada, pelo que ela deu graças a Deus e à bem-aventurada Joana de França ' " · (MARGUERITE D'ESCOLA, Jeanne de France, :1,n "Ferveur", Parls , n. 7, 8-1949, pp. 1r2a

95 ,

mesmo aspecto que o outro, sem vestigio de raquitismo . O tumor tinha desaparecido compl etamente. O Dr. Berne ficou estupefato . Nao teve dificuldade em exarar um certificado que foi remetido ao bispo de Belley. Fizemos todos, muito alegres, urna novena de açao de graças e desde entao invocamos mais frequentemente o Cura d'Ars, que curou minha irmazinha". (C6nego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ara, Vozes, Petropolis, 2a. ed., 1960, p.-----z;-=nrTimprimatur: Luis Filipe de Nadal, Bispo de Uruguaiana,

"811) •

96. Fazem urna novena ao Cura d'Ars, antesdebeatificado - - - - - e obtemuma cura milagrosa

29-6-1959) .

--------

97.

Concedei-nos (Senhor) ver logo nos altares ~ Vosso Servo Claudio ••. "

Declaraçào de ie6nidas Joly, no Processo Ordinario de Beatificaçào e Canonizaçào de Sao Joào Vianney (1786~1859):

Deua

11

Novena para obter a Beatifica2ao do Servo de _Don Claudio Lopez Bru, Marques de Comillas

(1853-1925):

"-- Nasci em Saint-Claude, a 8 de maio de 1848. Adelaide tem QUatro anos merios do que eu . Faz cinco anos que ambos estamos no orfanato dirigido pelas Irmas de Car~dade, na par6quia de Sào Joào de Liào. "Todas as mannas era eu quem vestia a minha innazinha. Um dia começou a se quei:xa.r de dot-es no braço esquerdo. Ern setembro de 1861 a professora que visitava o nosso trabalho reparou que Adelaide tinha o braço esquerdo apoiado sobre o joelho e que nào podia trabalhar. Chamou-a de menina preguiçosa e n6s nos pusemos a chorar. Entao levaram a menina ao Dr. Berne, primeiro , cirurgiao da Caridade. Disse que Adelaide tinha um tumor branco, que estava aleijada para toda avida , eque teria de usar um aparelho . Este nao foi necessario; nos~ sas p r ofesso ras quise'ram experimentar outra coi sa: fizeram urna novena ao Cura d'Ars e, corno estivessem ~ seu poder uns sapat~lhos gue tinham pertencido ao Santo, tiraram deles urna correla~~ puseram .D..Q braço de minha ii'lllàzinha. "Passados sete dias, Adelaide me disse: 'Le6nidas, meu braço Ja nào me d6i'. E descqbrindo-o vi que podia move-lo com facilidade. Em seguida subi ao quarto de nossa professora para anunciar tao agradavel nova. Repreendeu-me por have-lo feito sem licença. No ultimo dia da novena, a irma tirou a atadura do braço e o achou perfeitamente curado. Mexia-o em todos os sentidos e tinha o

"Pelo Sinal ••• "Senhor meu Jesus Cristo .•• "Senhor e Deus meu, que entre as riquezaa guardastes a vesso servo Clludio desapegado ao ponto de nao as cooservar senàq para o socorro dos pobres; e entre os neg6cios <lo mundo, fi~estes de seu coraçao o foco de intensa carid~de para conVosco, de ardente amor à Santa Igreja e de f1lial reverencia ao Vosso Vig~rio, o Sumo Pontifice! Concede1-nos, por seus méritos e intercessao, a graça de seguir suas pegadas e virtudes; e o favor que Vos pedimos para a Vessa gl6r1a, honra de Vosso servo e proveito de nosoas almas. Amém . "Peça-se ~ ~ esp·enial gue ~ deseja conseguir por intercessao do Servo de Deus. "Pai-Nosso, Ave-maria, Gl6r1a. "Onipotente e benignissimo Senhor, que Vos alegrais que Vossos serv1dores sejam glorificados ainda nesta terra, concedei-nos ver logo nos altarea o Vesso servo Claudio, para que, corno em vida mereceu ser chamado o Marques humilde da caridade, assim possamos invoca-lo no céu corno generoso protetor de seus devotos. Pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, e pela intercessao da Virgem Imaculada. Amém. -- A.M.D.G." (Pe . EDUARDO F. REGATILLO SJ, Un Marqués Modelo, Sal Terrae, Santan-

1

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-


Secçao I

f

der, p. 240 / Imprimatur: Josephus, Ep1scopus Santanderiensis, 1-5-1950).

1'

96.

98. "Meu grande protetor, Padre Eustaguio, ES!!: vossa poderosa intercessao junto ~ Deus, " alcançai-me ~ ~ ~ t a n t o almejo .•. Novena ao Padre Eustaquio (1890-1943), morto em odor de santidade em Belo Hor1zonte: "Novena ao Padre Eustaquio "Oraçao preparat6ria - para cada dia "Meu bom 'J esus, eu vos adoro e vos agradeço o beneficio recebido da Fé crista. "Eu vos supl:1,q.o ,.(lue, meditando as- virtudes da v1da crista e contemplando o exemplo do vosso Servo fiel Padre Eustaquio, eu sinta em mimo desejo de santificar-me cada vez mais . Quero tornar-me, corno ele, um testemunho vivo do vosso Evangelhot em meu beneficio proprio, . para o bem do pr6ximo e para vossa maior gl6ria. Assim seja. "Oraçao para alcançar urna graça especial por intercessao de . Padre Eustaguio 11 Bondoso Padre Eustaguio, grande amigo e benfeitor das almassofredoras, alqançai-me por vossa intercessao Junto ~ Deus a graça que tanto almejo ••. "Eu prometo, se for atendido nesta suplica, viver corno bom cristao, rezar e colaborar para que em breve, sejais beatificado e elevado à honra dos altares, para a maior gl6ria da Santa Igreja, no Bras11. Amém. 11 1!. dia da novena .•••• "Oraçao do dia. - - Alcançai-me, padre Eustaquio, a graça de urna fé viva e generosa nos Misterios de Deus, nas Verdades reveladas e na Bondade e Providenc1a divina. Que minha fé seja, corno foi a vossa, 1nabalavel, principalmente nas d1f1culdades e sofrimentos da vida.

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Secçao I

91.

"2!. dia da novena ••• . • "Oraçao do dia. -- Alcançai-me, bondoso padre Eustaguio, a graça de abandonar-me em tudo à Vontade divina, confiando na Sua infinita bondade. Fazei-me compreender melhor a necessidade da oraçao confiante. "3!. dia da novena • . • •• "Oraçao do dia. -- Meu grande protetor, padre Eustaguio, ajudai-me a p8re~ pratica o mandamento do amor, para que a minha alma fique sempre unida a Deus pela graça santificante, e o amor de Deus inspire todas as açoes da m1nha vida cot1d1ana. n~!. dia da novena •••• • "Oraçao do dia. -- Alcança1-me, bondoso padre Eustaguio, a grande graça de contemplar em meu pr6ximo a imagem de Jesus, para que, inspirado pelo seu edificante exemplo, eu pratiqu~ as obras de caridade cristi em beneficio daqueles que a divina Prov1den~1a puser em meu caminho. "5!. dia da novena ••••• "0raçao do dia. ---Por vossa poderosa 1ntercessao, padre Eustaguio, alcançai-me a virtude da prudencia crista, pela qual eu procure fazer sempre o que é reto a6s olhos de Deus e o que é prove1toso àqueles que v1vem em contato com1go. "6!. dia da novena .•••• "Oraçao do dia. -- Bom padre Eustaguio, alcança1-me, p o r ~ exemplo ~ intercessao, agraça de ser justo e de viver corno bom cristao. Que o meu amor proprio nunca me faça cometer injustiça a quem quer que seja. 11 7!. dia da novena . • . •• "Oraçao do dia. - - Alcançai- me, generoso padre Eustaguio, P.Or ~ 1ntercess!o Junto ! Deus, a fortaleza de alma, a coragem sobrenatural para enfrentar as dificuldades da vida e para carregar as cruzes com submissao à vontade de Deus e com generosidade. "Quero sempre lembrar- me de vossas palavras : 'A corea que deve cing1r nassa fronte no Céu, i nas of1cinas da terra que ela é fabricada'.


• i

Secçao I

98.

"8!. dia da novena. . . • , "Oraçà'.o do dia . -- Alcançai-me, padre Eustaquio, p o r ~ exem~lo ~ intercessà'.o, ~ convicçao da necessidade da pratica da temperança . "Ajudai-me em tudo a nà'.o ser egoista e comodista. Que eu saiba compreender o valor da mortificaçà'.o e pratica-la com generosidade a fim de me sentir mais forte e corajoso na luta cotidiana da vida. 11 q!. dia da novena • • • • • "Oraçà'.o do dia. -- Meu grande benfeitor , paore Eustaguio, inspirai-meo voasci amor à Sagrada Eucaristia, a qual vos alimentou todo o dia e vos deu tanta força e generosidade em vosso apostolado

"~!2QYIJ! ~;1; d1t:rua1YUm ~

g~xg~~g oa§~eote ao ~~cyo g~

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de caridade.

Suplico-vos conceder-me um grande deseJ,o do Pao Eucaristico, que . nos é oferecido diariamente por Nosso Senhor durante o S. Sacrificio da Missa. Assim seja". (Nov~~ ao Servo de Deus Padre Eustaquio Promoçao da FamITia-~ditora, Belo"Horizonte, pp. i1 a 32 / Com aprovaçao eclesiastica) .

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99. Antes da bcatificaçao de seu Fundador, jesu!taspedem gue !!:. publiguein as cartas, feitos e ditos de' "nosso Santo Pacfrelnacio" paraconsolo ~ - ecIT'ffcaçao ~ R'eligiosos Da introduçao a urna ediçao das Obras Completas de Santo Inacio de Loyola (1491 - 1556): "Finalmente, a Congregaçà'.o Provincial de Castela enviava, em 1584, esta petiçà'.o ao Geral, Claudio Aquaviva: "Também deseja esta congregaçà'.o que se procurem em todos os lugares as cartas, feitos e ditos de nosso Padre Inacio , tanto os que se acham na Italia corno na Espanha, eque escolhendo o melhor de tudo, se publique para ed1f1caçà'.o e consolo dos Nossos. "Louvamos a devoçà'.o da Congregaçà'.o para com nesso Padre Inacio -- respondeu Aquaviva -- mas no que diz respeito ao que pede, esta Ja em maos de todos a sua vida com quanto havia de comunicavel sobre ele. "Peça-se a Nos so Padre General -- acrescentava-se no Memorial da Provincia -- um 11vro do Padre Luis Gonzalez, composto parte em espanhol e


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100.

Secçao I

sionaria e apostola, que é Maria da Encarnaçao, para muitos de n6s se assemelha àquele belo quadro esquecido, perdido sob a poeira do t empo .... Entretanto ela é urna obra-prima do Artista divino, o Es piri to S_a n to ! 11 E preciso, portanto, descobri-la! ...• "Nestes capitulos quisemos expor, de maneira multo simples, mas com amor, certos aspectos de urna vida esplendida, à qual nao falta atualidade. As verdadeiras vidas de santos tem sempre atualidade. Quisemos por em evidencia o aspecto virtuoso desta vida ardente, de maneira a suscitar estima, amor e confiança em relaçao a esta alma muito santa e poderosa no céu". (Chano1ne J. L. BEAUMIER, Marie Guyart de L'Incarnation, Editions du Bien Public, Trois-Rivieres, 1959, p. 12 / Imprimatur: Georgius Leo Pelletier, Episcopus Trifluvianen, 30-4-1959).

parte em portugues, sobre os ditos, feitos e respostas de Nosso Santo Padre Inacio, e quantos escri tos possam achar-se semelhantes a este". (VICTORIANO LARRANAGA SJ, Introducci6n a la Autobiografia de San Ignacio de Loyola in Obras CoT~letas deSan7gnacio de LOyola, BAC, Madrid, Tfr, Tomo I, p. 36 / Imprimatur: Casimiro, Obispo aux. y vie. gen.). 100. Q Papa Bento XV recomenda que ~ divul1;'0;e ~ vida d e ~ Veneravel para que os fieis recorram a ela com confiança ·e com isso se apresse-~ suacanonizaçao Da introduçao à biografia da Madre Maria da Encarnaçao (1599-1672), fundadora das Ursulinas de Québec, recentemente beatificada: "Dezo1to anos .mais tarde (19 de julho de 1911), o Santo Pi~a jio X reconhec1a~of1c1almente a hero1c1dade das virtudes da grande e imortal Ursulina, Maria da Encarnaçao.

"AlBUns

anos depois, Bento XV fazia saber às

Ursulinas de Roma, por intermédio do Cardeal Gasparri, que 'seria vantajoso propagar~ vida da Veneravel Maria da Encarnaçao sob urna forma popular a fim de gue os fiéis recorr~~ ela com confiança, e assiro obtenham favores assinalados que apressem sua Beatificaçao'"· (Chano1ne J. L. BEAUMIER, Marie Guyart de L' Incarnation, Ed1tions du Bien Public, Trois-Rivières, 1959, p. 11 / Im~rimatur: Georgius Leo Pelletier, Episcopus 1r i luvianen,. 30-4-1959). 101. Divulgar avida de Maria da Encarnaçao para susci~ estima, ~ ~ conf1ança ~ relaçao,!_ esta alma muito ~~poderosa !!.2. Ceu Do naçao:

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mesmo livro sobre a Beata Maria da Encar-

"Como muitos, sem duvida, eu 'descobri' um dia a Veneravel Maria da Encarnaçao • . . .. "Essa grande figura, essa lncomparavel mis-

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102. Os devotos de Virginia Bracelli procuravam tornar~ vida mais conhecida, apesar de nao estar beatificada De uma biografia da Vener,vel Virginia Centurione Bracelli, fundadora das Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvario (1587-1651): "Entretanto, ~ fama ~ ~ veneraçao _p_or Virginia~ difundiam; a ressuscitada (•) ganhava nome, e muitos admiradores e devotos se acolhiam em torno dela.,Havia intensa porfia tara que revivesse a memoria, para que f o s s e ~ ~ conhecida e mais ~em seguidos ~ ~ exemplos. "Ja o Provincial dos Agostinianos havia descoberto a Vida da Fundadora, escrita por Antero e que ha cento e vinte anos jazia esquecida na Biblioteca de Sao Nicolau. Depois, a senhora Francisca Boggioni, cheia de zelo pela honra de Virginia, percorrendo a c1dade à procura de descendentes dela, conseguiu encontrar o ultimo herdeiro de Scipiao Alberto, que era nada menos que um pedreiro. Mas, este possuia um tesauro que lhe fora dado P;los seus ant.epassado;i: um maço volumoso de papeis, ~ue guardava com todo o cuidado, eque agora cedia aquela senhora. O referido volume era justa-


t. Secçào I

102.

mente o 'Embriào'. Do precioso manuscr1to ~ aproveitou de bom grado o jesuita Padre Cesar Manzi, para compor urna modesta biografia de V'Irgln1a, impressa em rnor. "Melhor ainda se ocupavam dela os coraçoes. Admitia-se que o seu providencial reaparec1mento servisse à sua gloria, mas, justamente se pretendia que também os outros fossem por ele beneficiados. Os devotos visitavam .2.. sepulcro de Virginia, ~ invocavam ~ ela atendia .!t dispensava favores: e logo às Filhas, que entao conservavam cuidadosamente tudo quanto era concernente à honra da Màe, afluiam os documentos que relatavam os beneffcios extraordinarios obtidos pela sua intercessao. "As 1nteligencias e os coraçoes se sucediam assim em se ocupar de Virginia. "Monsenhor Carmo Cordiviola e o industrioso Q..:_ Joào Batista Fazio empregaram-anos em reunir ~assagens da vida da,-~ de Deus ~ ~ narrà-las. eciru~-lhe elogios: Antonio Baratta, Joào Semeria, Gaetano Marroni . Consagravam- lhe a homenagem de ·sua arte: D. Lufs Grillo, o Padre Spartono, o Cardeal Morichini". Serva de Deus foi chamada de "ressuscitada" porque o seu corpo, desaparecido, foi encontrado incorrupto um século e melo depo1s de sua morte, quando sua figura ja hav1a sido esquecida pelas pr6pr1as freiras da Congregaçao que fundara. (Mons. LUIGI TRAVERSO, Vida ~ Apostolado da Serva de Deus Virginia Centurione . Br.acelli, Ave Maria~ ~o --Pa\ito, la. ediçao em portugues, 1961, pp. 331-332 / Imprima-se: Mons. José Augusto B1calho, Viga.rio Geral, Belo Horizonte, 16-8-1960). ( 1 )

A

103. Para que ~ Margues de Comillas seja ele~~ ~ altares, 11 é preciso que ~ f1e1s conheçam as ~ 1ns1gnes , virtudes ~ ~ invoguem com~ mais viva fe" Do prologo do ramoso canonista espanhol Regatillo, ao livro Um Margues modelo: 11

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Pe.

Nao duvidamos que o Papa ha de ter multo emem sublimar à gl6r.ia dos altares tao exfm1o

Secçào I

103.

modelo do mundo moderno, corno personagem da Nobreza, do mundo dos ne~6cios, da famfli~ da Açào Social, da Açào Catolica, em urna pala;ra, corno 0 exemp~ar acabado do cavaleiro, do patriota e do Cristao . "Mas o Papa nao o pora nos altares 1 e~quanto o Servo de Deus nào operar verdadeiros milagres ~econhecidos corno !ais pela Santa Sé; e para 1ss~ ~ preciso gue .2!!_ fleis conheçam 1nsfgnes virtudes ~ .2_ lnvoquem com a mais viva ré a fim ~ conseguir do céu, por sua 1ntercessào, 'toda espécie de graças e milagres verdadeiros, que sao o selo com que Deus· referenda a santidade de seus Servos. A''.!. com esta f1nal1dade que se ~ncaminha este compendio da vida do Marques deComillas". (Pe. EDUARDO F. REGATILW SJ, Un Marques Modelo, Sal Terrae, Santander, pp. 5-6 Timprimatur: Josephus, Episcopus Santanderiensis, 1-5-1950).

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104. "Se 2 testemunho ~ milagres rosse necessario ~ara !lustrar a . gl6ria do&_ antos, nao seriam honrados na Igreja de Deus muitos ~ " Diz o ramoso jesu!ta do século XVI, Pe. Ribadaneyra, d1sc!pulo de Santo In~cio de Loyola : "Até aqui contamos avida de nosso B. Padre In!cio; dela poderi tomar cada um a parte que mala lhe convenha, para imitA-la.

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gue ~ nao patenteou ! santidade de milagres?

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"Mas quem duvida que haja alguna que ee admirem e espantem, e perguntem porque é que sendo eatas coiaaa verdade1raa (como sem duvida o sao); n!o rez m1lagrea .Q. ~ B. Padre. m Deus guis patentear .!. sant1dade deste ~ ~ com· sinais ~ testemuhho aobrenaturals, como o fez com muitoa outroa aantoa? "A estes respondo eu com o Ap6atolo: quem conhece os segredo~ de DeUs? Ou a que~ Deua rez do aeu Conaelho? Porque é a6 Ele que raz as grandea marav1lhaa, como d1z Davld, pois é s6 com a sua v1rtude infinita qui se podem fazer as co1saa que ultrapassam a força· e a ordem da natureza; e corno Ele é que pode razer 1sto, a6 Ele é que sabe em


106.

que lugar e 1ntercessao

Secçào I

Secçao I

em que época, por que melo e por cuja se hao de fazer os m1lagres.

A sant1dade nao ~ mede pelos m1lagres, _mas pela car1dade "Se bem que nem todos .2.! santos foram esclarecidos com milagres, nem os qu; f1ze'raii!ma1s m1lagres e maiores gue outros, ~ por isso mais santos, porque !!_ santidade de cada um nao se ha de ~ assim, nem tem por regra de aval1açaoos m1lagres, _mas .2:,. caridade; corno diz o bem-aventurado Sao Greg6rio por estas palavras: 'A verda~ prova da santidade nao é fazer milagres. mas ~ amar aos outros corno a si mesmos ter verdadeiro conhecimento de Deu"s-;-e-melhor con~eito. do pr6x1mo do que de si mesmo. Porque o Redentor nos ensinou com clareza, ·rue !!. verdadeira virtude nao consiste em fazer mi a~res, mas em amar, quando disse: TN'isto conhecerao todo-s-que sois meus d1scfpulos, se vos amardes uns aos outros'. Pois que nao disse: nisto conhecerao que sois meus discfpulos se fizerdes milagres, mas se vos amardes uns aos'outros, da claramente a entender que o verdadeiro sinal de que alguém é servo de Deus riao consiste ~ milagres, mas s6-nacaridade.°E assim o maior argumento e o--;Tnal m~is certo de que alguém é di~cfpulo _do Senhor, e o dom · do amor fraterno'. Ate aqui sao palavras de Sao Greg6r1o. ~

nao houve maior ~ Joao Batista, ~ ele nao fez milagres J

"E por isso, pouco antes disse o mesmo santo, que nos homens dever-se-ia reverenciar a humilde caridade , e nao as obras maravilhosas que se fazem nos milagres, eque~ o testemunho dos milagres fosse necessario para ·iI"ustrar .2:,. gl6ria dos santos, ~ seriam honrados, hoje em dia, mu1tos deles, ~ I~rega de Deus. Pois .veiiios qué tendo dito .!!, ~ er ade (Nosso Senhor Jesus rfilo}" gue entre os nascidos de mulher nao se havia levantado outro maior gue Sao Joao Batwa:-entretanto disse ~ ~ngelista da mesma Verdade, ele (Sào Joao Batista) nao fez neniiuiii"milagre. -- --

Se fosse pelos milagres, grandes luminares da Igreja estariam hoje esquec1dos "E outros muitos varoes sant1ss1mos que fo-

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I

107.

ram luzeiros e ornamento da Igreja catolica, e cu ja vida e doutrina da luz a todo o mundo, estariam, hoje em dia, sepultados nas trevas do esquecimento, se nao tivessem outro testemunho e resplendor para mostrar o que eram, senao o de seus mllagres. E pelo contrario, sabemos que no dia do juizo muitos dirao: 'Senhor, Senhor, porventura nao profetizamos em Vosso nome, e em Vosso nome nao expulsamos os demonios, e fizemos muitos milagres?' E entao o Senhor lhes respondera: 'Nao sei quem sois'. E para que, porventura. nao pensemos que isso nao é assim, apesar de eles o dizerem, porque, corno maus que sao, mentem e nao dizem a verdade, o mesmo Senhor (corno nota Santo Agostinho) diz por Sao Mateus: 'Levantar-se-ao falsos Cristos, e falsos profetas, e farao tao grandes sinais e prodfgios, que enganariam com eles, se fosse possfvel, aos pr6pr1os escolhidos'. Houve imp1os que profetizaram. ~ até Judas fez iiiITagres "E diz Sao Jeronimo sobre as pa.lavras de Sao Mateus que alegamos: , '0 profetizar e fazer milagres, e expulsar os demonios, algumas vezes nao se raz por mérito do que o opera, mas pela invocaçao do Nome de Jesus Cristo, em ,nome de cuja virtude se obra, concedendo-o o Senhor, ou para a condenaçao dos que invocam o aeu santo Nome e nao vivem bem ou para prove1to dos que vem ou ouvem os milagres; os quais, ainda que tenham em pouca consideraçao os homens que fazem os milagres, honram neles a Deus Nosso Senhor, em cujo santo nome se fazem. E assim vemos que Saul, Balaao e Caifas, profetizaram, nao sabendo o que diziam; e Fara6 e Nabucodonosor foram iluminados, e entenderam as coisas que haviam de suceder no futuro; e nos Atos dos Ap6stolos os filhos de Sceva parece que expulsaram os demon1os dos corpos. e Judas, sendo Apostolo, tendo animo de traidor, fez muitos m1lagres corno os demaia ap6stolos'. Estas sao as palavras deste glorioso Doutor. Nao ~ deve exigir milagres corno prova de santidade "E é doutrina de Sa.o Paulo, que alguéin pode ter o dom da profecia e de toda a ciencia e conhecime"nto, sem caridade; e ainda força para

e ( (


• 108.

Secçao I

109 .

Secçao I

105 Sem r aze r nenhum milagre, Sao . Joao Batfsta atraia ~ multidOes

transportar montanhas de um lugar para outro. De maneira que nao ~ deve exigir !_ ninguém ~ mila~ . corno se deles dependesse necessariamente a saritidaOe:- iiias devemos, isso sim, nivelar e medir todo este assunto com a verdadefra regr·a da caridade.

-Dom Chautard, o Abadc de Sept-Pons,

escreve:

~Joannes quidem signum ~ nullum (Joao na verdade nao fez milagre algum -- Jo., 10. 41). s razer nenhum milagre, Joao Batista atraia !! m~~tidoes. Bem .fraca era a voz de sao Vianney para se razer ouvida da multidao qu: em volta dele se inhava e sem embargo, se o nao ouviam, viam-no, urna ~ustodia de Deus, e so essa vista subjuava e convertia os assistentes. Voltara de Ars um !avogado. Como lhe perguntassem o que mais o t1~~a m ressionado, r espondeu: 'Vi Deus num homem • i(Dp J B CHAUTARD A Alma de todo A ostolado, om • Coleçao • • - =--- - -P• 1 i, / ~ R 1m Editora F.T.D., Sao Paulo, ~r1matur: Vicente Zioni, B. Aux. -- V. Gera,

Que milagres f1zeram em vida Santo Agostinho, Sa.o Joao Crisostomo, SantoAtarias~ao Gregòtio NazTanzeno ~ Sao Gregorio de Nlcéla?-"Porque, a1nda que muitas vezes Deus Nosso Senhor manifeste com milagres e s1nais a santidade de seus servos, isto, como dissemos, nao o é sempre, nem necess!rio. Quais sao os milagres qµe lemos ter feito SantoAg'ostinhoem sua vida? Sao Crisostomo? Santo"Xtan!sio? Os do1sGregorios, Nazianzeno e de Nicéia? Certamente nenhum ou muito poucos . E-iiKo e por isso que nos atreveriam~ d1zer que to1 ma1or santo que eles o outro Gregorio, a quem, pelas marav1lhas que fez, os gregos chamam taumaturgo, •que quer dizer o que raz milagres.

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1

2-8-1962). 1-06. A santidade nao esta ~ ~ m1lagres,

!!!!.!.

Nem todo~ os Santos tazem milagres em vida, porgue

em~,!~~

Comenta um biografo de San7a Rosa de Lima: "Quantas vezes ouvimos dizer: 'agora nào ha mais santost• Nao obstante, talvez os tenhamos ao nosso lado. Essa màe, essa 1rma, essa fil~a. que carregam todo o peso de urna fam!lia, que sao o anJo da casa, que supo rtam em silencio ~enas#e amarguras sem conta, levando sua abn;gaçao ~te o ~eroismo sem esperar nada de ninguem, a nao ser 1e Deus cujo amor as i mpele a tao sublime sacrit' cio;' essas sao verdade1ramente santas. Porqu~ .!. santidade nao esta em razer milagres, ~ ~ 2 comum das pesso~senao em r enunc1ar-se ! s i ~ moe levar a Cruz, seguindo !_ ~ Senhor Jesus Criston:-7P--:- rr:-vrcTORINO OSENDE, Santa~ de Lima Pluma Fuente, Lima, 4a. ed. , p-;-rr, ~on las deb1das licencias).

.s, Esplrito~anto conceiii!esse dom !. quem guer

"De onde Santo Agostinho ao escrever ao clero, aos anciios, e a todo o povo de Hipona, ensinando-os que ninguém pode esquadrinhar a razao pela qual Deus ordena que nuns lugares se raçam milagres e noutro nao, conclui com estas palavras: •Assilli corno, segundo diz o Apostolo, nem todos os santos temo dom de curar doenças, nem a graça de d1scern1r os esp!ritos, asslm também nao quis o Eap1r1to Santo, que d1str1bu1 os seus done a cada um corno quer> conceder m1lagres a todas as memor1as doa Santoa'. Iato é dito nao para tirar a rorça aos milagres, mas para que o prudente leitor entenda que todo este assunto deve ser re.m etido a Deus, o qual d1str1bu1 os seua dona a cRda um corno lhe apraz". (PEDRO DE RIBADENEYRA SI, •Vida del B1enaventurado Padre San Ignacio de Loyo!a, -rn Historiaa de la Contrarre7orma, BAC-;---Madrid, 1945, pp. 387 a389/ Imprimatur: Casimiro, Obispo Aux. .y Vie. Gen.).

107. Berchmans nao ~ extases, tribulaçoes extraordin!rias, ~ ~ mostras de v~rtudes excelaas, acusou ~ 11 Advogado 2,2. ~ Da vida de Sa.o Joao Berchmans (1599-1621) pelo Pe. Cros, SJ:

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110 .

Secçao I

111.

Secçao I

Objeçao do "Advogado do Diabo" "-- Pelo menos sera necessario concordar, prossegue o Promotor da ré ("advogado do diabo") , que a vlda de J. Berchmans na rel1g1ao, nada teve de heroico. . . • . · "-- Berchmans sera entao heroi; mas um hero1 nunca visto, isto é, um soldado que triunfou sem ter tido inimigos a combater: nenhuma tentaçao, nenhuma perturbaçao anuviou-lhe a serena existencia. Joao Berchmans ' viveu ao lado do campo da batalha, no qual entretanto jamais pos pé. Sua afabilidade, sua meiguice, a propria beleza do seu resto, · "grangearam-lhe o afeto de todos; n1nguém o cont r adisse, todos o amaram. -- Assim fala o adversario. Resposta do Defensor d a ~ de Beatificaçao ~ Canonizaçao: ~-- Se o prom~tor da fé falaase a sério, a Eacritura Sagrada; todos os Doutores, os concllios da Igreja teriam ensinado o erro. Interrogo S. Joao Crisostomo: -- Quanta energia, quantos esforços, diz ele, nao emprega a alma inocente, para conservar-se numa pureza semelhante a doa Anjos •. Bente XIV eacreve: -- Utn homem, passar a vida iaento de toào o pecadomm, e de tooos~ atos, omaisheréTco; por !sso é multo jiì'sto que admiremos~ Santos, que guardaram a alma intacta no melo das numerosas armadilhas de Satan!s e na enfermidade da carne; e o numero desses homens é pequeno. - - O veneravel J. Berchmans, nao aera entao heréi, ele que conservou até à morte , sua alma isenta de todo o pecado venial? "E de fé, o concilio de ~rento o definiu, que a concupiscenci a permanece nos filhos de .Adao depois do batismo, e os inclina para o pecado, e que Deus a deixa em nos, a fim de que a ocas1ao de combate -la seja também ocasiao de triunfar. E de fé, S, Pe dro no-lo ensina, que o demonio gira à roda de nos como um leao rug1dor e procura incessantemente devorar-nos. "Joao viveu submetido às mesmas leis. Se ele nao sentiu vivamente o aguilhao dos maus desejos, o movimento das pa1xoes, é a gloria da sua fiel correspondencia à graça, da sua escrupulosa v1gil!ncia que preven1a os ataquea do 1n1m1go. Ora,

de todaa a~ lutaa eata é a mais diffcil, de todaa aa vitorias a mai; rara. Nao é exato que Berchmana 80 tivesae amigos; desde a infanci a amou os seus inimigos; e sabemos que sua caridade multo mais ue a formosura do ~eu semblante, atrafu-lhe g~an~e numero deles; e outro triunfo da sua h;roica virtude. Joao Berchmans foi pertanto um heroi militante : graças à sua magnanimidade, o mal, durante 20 anos, nao conseguiu aproximar-se da sua alma. E quando na bora da morte, permitiu ~eus que o inimigo se chegasse a Berchmans, o intrepido soldado teve ainda forças suficientes para repelir seus mais terr!veis assaltos • •••• Prossegue ~ "Advo5ado d o ~ " " - - Mas foi o veneravel Berchmans, alguma vez supreendido em extase? Quem .Q_ viu ~ arrebatamento? Dentre os dons maravilhosos de Estani~lau, qual se ~ ~ ? Or a,~ perfeita caridade dos santos, ~ s e m p r e ~ recompensas. Resposta ~ Defensor da Causa "-- Bento XIV, respondera por mim : 'Q. extase, nao é prova de aantidade, ~ .PQ!. si niio santifica; nao e mais que um dom gratuito; , por isso nas causas de Beatif'iceçao, ele ~ tem ~ senao depois de provada .!._ heroic1dade das virtudes. • ••• adversario estara satisfeito? - - A beatif'icaçao de Joao Berchmans, acrescento, canonizar!, n!o o Instituto àe S. In!cio ja muitaa vezes canon1zado pelos S. Pont!fices, e pelo concilio de Trento, massima vida comum da Companhia de Jesua. Os Jovens reli5iosos saberao que ~ . ~ procurar aacrif1cios extraordin~rios, igualar-se aos Santos mais inocentes, ~ aos mais peni tentes, pois que J. Berchmans lhea apar ecera-coroado, na vereda comum da Regra, · com as giorias de Luis de Oonzaga e de ·Estanislau Kostka 11 • (Pe. L.J .M. CROS SJ, Vi da de s. Joao Berchmanns, Duprat & Comp., Slo l'auio,19T2, pp. 394, 395, 396, 397, 399, 401 e 402 / Com licença da autoridade eclesi!stica).

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108. Sao Fio X: "Creio na santidade gue resultaunic~ da pràtica da virtude ~ da observancia da regra" Argumentando

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a

favor

da

sant1dade

da


Secçao I

112.

Madre

Maria da Encarnaçao, diz seu biografo: "A 7 de novembro de 1954, Sua Santidade Pio XII beatificava Marra Assunta Palotta, Franciscana Mission!ria de Maria, falecida em 1905, aos 27 anos de idade. "Em 1913, o Santo Papa Pio X, dizia à Superiora Geral desta Congregaçao: 'Quanto a mim, eu creio ~ santidade gue resulta unicamente da prrtica da virtude ~ da observancia da Regra. A sant1dade é urna via espinhosa, mas s1mples . E preciso introduzir a Causa e o mais cedo possivel'. "0 Papa Santo, que entendia de santidade, nao se enganava. "Um outro exemplo. Para razer andar a Causa de beatificaçao da pequena Bernadette Soubirous, o b1spo de Nevers escrevia à Superiora Geral das Irmas da Caridade de Nevers: 'Nao é necess!rio que haja ~ extraordin!rios: é a prltica da virtude gue ~ preciso go~!!. luz'. E a IgreJa honra santa Bernadette Soubirous. r.Eis como devemos considerar avida dos santos. A santidade que !.. Igreja reconhece .!!!B. ~ Se rYQ .Qg Ji..112 ~ de Deus, consiste !l! pr!tica her61ca das virtudes cristas". {Chanoine J. L. BEAUMIER,-Marie Guyart de L 1 Incarnat1on, Editions du Bien Pub~ Trois-R1vières, 1959, p. 13 / Imrrimatur : Georg1us Leo Pelletier , Episcopus Triluvianen, 30-4-1959).

109. Nao percebemos nele coisasextraordinàri~ ~ 2. consideràvamos Santo Do Pe. Joao Batista Reus (1868-1947), Jesuita falecidò em odor de santid-ade, comenta urna bio-grafia: "Estou certo de que , se tivésaemos ocasi!o de inquirir muitos dos ant1gos alunos do Pe. Reus. numero ponder!vel nos haveria de dizer: 'Cons1der amo-lo corno santo e todos o diziam; mas coisas extraord1ii1rfas nao percebemos'" • (Pe. LEO KOHLER SJ, Biografia completa P. Joao Baptista Reus, SJ, Livraria Selbaok & Cia.,--Yo~Alegre, 19,tr,"°volume II, p. 184 / Im~rimatur: Mons. André Pedro Frank, Vig. Oer., 26- -1950).

Secçao II

J a em vida, pela sua eminente virtude, os santos atraem as manifestaçoes de veneraçao e respeito dos fiéis; 'm as frequentemente as repelem


I ~

R~~~gg ~~ig~gt~ ~~ X~~t~g~ deayerta oaa almaa ~Qg§

110. Todos o proclamavam "Santo" e procuravam tocar-lhe Como!_~ segundo Cristo Conta urna biografia de Santo Antao do Deserto (250-355), o fundador dos primeiros conventos e Pai do monaquismo: "Ora, de um dia para o outro, ve-se (Antao) atirado para avida publica, ve-se saudado corno mestre .E..~ urna rnultidao d e ~ as idades gue procura dar-Tiie ~ receber Q_ osculo da paz, tocar-lhe corno a um segundo Cristo, cortar-lhe em se~ do um pedaço da tunica, que lhe pede conselhos ordem ascética, que o interroga sobre a interpretaçao de um texto de Paulo, que lhe apresenta doentes para consolar ou curar. Meia duzia de pedras que rolam, urna cntrada que se fr~nqueia, urna soleira em que se penetra, e é o triunfo. Todas as ~ Q proclamam santo. 'Bem-aventurados os seios que te amamentaram, feliz Q_ homem gue te gerou, feliz ~ ~ ~ gue soltaste Q_ teu primeiro vagidol' dizem a sua volta. 'Mestre, aqui est! o meu filho, toca-o com as tuaa maos, porque tem erisipela ••• Qual é para ti, Mestre, a virtude por excelencia? ••• Parte comigo este pao, Mestre, apesar de eu ser indigno ••• Mestre, olha-me ••• Mestre, Mestre! ••• , Chegam conatantemente peasoas do vale. E a multidao ruidosamente alegre reconhece ern Antao o seu chef e e guia .•• ". (HENRI QUEFFELEC·, Santo Antao do Deserto, Editorial Aster, Lisbo·a , ~ ~-9~-


117l

16 .

Secç a o II

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evi dente que 9. tinham vida .E2.!: Santo"

Da introduçào à vida de Sào Bento (480-547), Patriarca do monaquismo Oc idental, escrita por Sào Gregorio Magno : "Se nos restrlngirmos aos Dlilogos, a Vida de Sào Be nto é urna cadeia de mllagres desde o principio até o fim. Que fé temos que dar ao historiador de tantas maravllhas? Tomemos em consldera çào que todos esses ep1s6d1os emanam, no essenclal, do circulo dos prlmeiros discfpulos do Sant o. Estes estavam firmemente persuadldos de que seu veneravel Pal, poderoso em obras, tlnha lido nas consciencias, tlnha profetlzado o futuro e tlnha exercido, por melo da oraçào e do slnal da Cruz, um poder divino sobre os elementos, sobre o demonio e até sobre a morte . ]. evidente ~ Q. tinham EQ.I Santo J.! ~ v1da. E naturalmente esta convicçào ~resultava de (atos prod1g1osos". (Rev. Pe. BRUNO AVILA OSB., J.ntroducc16n a SAN GREGORIO MAGNO, Vida d e Sar, Benito, EditorlalSan Benito, Bueno~ - Aires':- 3a. ed., 1956, p. 15 / Imprimatur: Ramon Novoa , Pro-Vicario General, 14-5-1956). 112.

nao lhe podiam dar a1nda òe Santo, chamaram-lhe~eneravel"

~

~ ~

Do conhec1do M1ssal Quotidiano e Vesperal d e Dom Oaspar Lefèbvre na festa de Sào ~eda, o Veneravel (27 de malo): "Nasc1do em Yarrow na Inglaterra, (Sào Beda) fol conf1ado desde a 1nfanc1a a S. Bento Biscopo, Abade beneditino de Wearmouth, vindo mais tarde a vestir o habito e a ser 'o mais observante e o mais feliz dos monges'. Como se lhe nào podRa dar ainda o nome de Santo, chamaram-lhe o 1 Vener vel', titulo- que nào~deu depo1s da morte . Deixou grandes comentar1os à Sagrada Escritura, de que a S. IgreJa se s~rve com freqiiencla para llçoes do Breviario . Emulo de Cassiodoro e de s . Isidoro de Sevilha , foi dos sabios mais emlnentes do seu tempo. Leao XIII declarou-o Doutor da IgreJa . Morreu a 25 de malo de 735". (Dom OASPAR LEFEBVRE, Missal Quotidiano e Vesperal, Desclée de Brouwer & Cie., Bruges , 1960, pp . 1329-1330 / Imprimatur: M. De Keyzer, vie . gen., 15-2-1960 ) .

Secçào Il isco de As sis considerava 113• ~ Fra~c izado"e)n vida por Cristo Frei Rufino canon - -d Sào Francisco (1181-1226), escrita Da vida el ontemporaneo do Santo de Aspor Tomas de Ce ano, c sis:

S Francisco dizia dele: que !:'.!!! »Pelo que' _: vida canonizado por Cristo; e Rufino estava ~ ç a dele ele nao duviòaria em que, fo:a da presenmbora eÌe aindaestivesse vivo dizer Sa~ Rc}6R~NN~S JOERGENSEN, Sao Fra~c1sco de na terra . p t 'polis 1957 p.~9 I ~om aproAssis, Vozes! ero ' ' vaçào ecles1ast1ca) . de Th1ene, " verdadeiro _ t 114. Sado ~!~san~anon1zado em vida pelo povo" servo e _ , .:::!'.::.:.:::.:.:.::-.:::;.~- - - .c.--D-: Sao Caetano de Thiene (1480-~547), rundador dos Teatinos, conta urna biografia. ~a- alcan~ado corno altissimo grau de e leva ~ 0 ~ fl "0 , r Sao Caetano de Thiene, re ese viu ate agora p~ no unanime consenso de ~ te-se etxte~i~~~~~c!ram e o consideraram, ainda ~ de guan os _=-=.:;..;;..c..-----. sua vida_, ~ santo. "El lguns traços desta sua canon1zaçao -s a 1 voz do povo a qual deve ter d1gamos assiro -- pe a ois seu'Processo recorda compçado ha multo tempo, P 1tL 1 ( 1501 1504) periodo unlvers 11.r O que, desde o seu t d .1!. entào ser chamado 0 '.f.Q! ~xemplar ~,P ~e~-s:~erdot"e:-e~ Roiiia, Barto•santo .2Q.!: ~ • havia encontrado ainda 0 lomeo Stella - - que n~;seia no Juizo do confessar pessoalmente, masse 1ano Fre1 Gabriel -- em data de Caetano, o agoslt51ln7 hama-o •verdade1ro ~ de 2 de março d~ • c de Deus ' • • • • • Sao - -:;ara o periodo napol1tano <~: r~;d~e~:raçao Caetano), tem ~rtnd e ~!g~;~~~~~~e~t~o ex-valg~e ~ por R~ni~~o Oualano, ~ ~ A v e l l i dense Messer p d Santomango , nos refere o no, nasua carta ao a re r de sao Caetano de testemunho des te hglo rR1fa11cna1de~o Gualand1, fam111ar d Th1 e ne .. ' Mas o Sen or (Sào Caetano), d1z1a gran es do referido Padred~ 1a devoçao e santa v1da, de co1sas da sua pru enc '


118.

Secçao II

tal modo que o dito Senhor tinha o referido Padre E.2..r · ~ · ~ fazia 1!_ oraçà'.o de Santo Confess~ (PIERO CHIMINELLI, San Gaetano Thiene, Soc. An. Tipografica Pra CattolTci Vicentini Editrice, Vicenza , 1948, pp . 936, 937 e 938 / Imprimatur: Franciscus Snichelatto, Vie. gen.). 115 . Sao Francisco Xavier: ! um grande ~ "

Conta o conhecido hi storiador jesufta Padre R1badeneyra, contemporaneo e d1sc1pulo de Santo Inacio de Loyola (1491-1556), numa v1da do Santo: " o ~ Francisco Xavier, varao verdadeiramente apostolico e env1ado por Deus ao mundo para 1luminar as trevas de tantos infiéis cegos, com a luz esclarecida do Evangelho, e tao conhecido e es timado pelas obras maravilhosas e pelos milagres que Nosso Senhot• operou por meio dele. Dizia pois aquele Japones chamado Bernardo, ao qual ja nos referimos, que o Padre Francisco falando de nosso Pai, cost~mava dlzer:tirmà'.o Bernardo, o Pa°= dre Infilo i um"grariae santo';ecomo tal ele-me's= mo o reverenciava". ( PEDRO DE RIBADENEYRA, Vida del Bienaventurado Padre San Ignacio de Loyola---rii Historias de la Contra'rreìonna, BAC, Radrid, 1945, p . 313 l'Imprimatur: Cas1mir0, Obispo Aux. y Vie. Gen., 31-3-1945).

v1da

de

Sao

l l 7. "Se soubessem ~ tesou ro ~ tem

,

m

11

Da extraord1nar1a v1r;~deJd: Catarina de Santo Alberto, disse·um dia ao oao da Cruz às Carmel1tas de Beas: "Se soubésse1s, filhas, ~ tesouro que tem ~ C tarina de Santo Alberto , andariam osculando-~ a onde pO"eos pés. NKo poderia ere:, se nao ~~~;!setratado coni ela, que em tempos iao cal~~~ tosos como 03 presentes, houvess e wna a ma que t~ t servisse a Deus , e vivesse ao verdade;r~~~"~ (CRISOGONO DE JESUS OCD, Vida' de unidaJuan de la Cruz, in Vida 1. Obras de San Juan ~ 1--cruz Rotas de Ma'l:Ias"del7ffno Jesus OCD, ~C ~Madrid,-~ed., l961i, P:-1"6o7 7'nlfimatur: Jos6 Maria, Ob. Aux. y Vie. Gen., 11-5-19 4).

118. Sao Roberto Belarm1no: deve-se crer que a Prov1denc1a mantem na Igreja Santos conf1rmados em ~ Da vida de Sao Luis Gonzaga (1568-1591) , escrita pelo Padre Cepari, da Companhia de Jesus e contempor!neo do Santo:

116. "Os ossos daquele corpinho hà'.o de fazer milRgres" ' Conta urna (1542-1591):

1964 p. l87 / Im~rimatur: José Maria, Ob . ~~~:i~,Vic, Gen., 11-5-19 4).

catarina, anda riam _ ~ lando -o chao onde oscu -- poe ~

"Q Padre Inacio

119.

Secçao II

Joà'.o

da

Cruz

"Alguns meses mais tarde, em 1580, indo (Santa Teresa de Jesus) para a fundaçà'.o de Villanueva· de la Jara-,-se detém com suas freiras no convento dos Descalços de La Roda. Recai a conversa sobre Frei Joà'.o d a ~ - Os Religiosos pond eram sua virtude e mostram a Madre Fundadora alguns papéis escritos por ele sobre coisas esp1rituais . A madre Teresa cementa regozijada e em tom profétTco:'C5s ossos daquele corp1nho hà'.o de fazer milagres•..-:(CRISOGoNO DE JESUS OCD-:7lida de San Juan de la Cruz , in lli_! l ~ de San Juan de la Cruz-,-BAC,

"0 Cardeal Bellarmino, discorrendo . ~ dia sobre -as insignes virtudes de S. Luis, sendo este ii.1nda vivo, e, em presença de muitos, entre os quais estava eu, dizendo com razoes bem fundadas, ue se deve provavelmente crer ~~Divina Prov1~c1a sempre mantém na Igre"Ja militante alguns santos que · aà'.o ~ v1da confirmados, ~ graça 1 acrescentou estas formais palavras: Eu P..Q.!'._ mim tenho como certo, ~um desses conflrmaoos ~ graça é'c>nosso Luis de Gonzaga , porque sei o que se passa-naquela alma'". (Pe . VIRGILIO CEPARI SJ, Vida de s. Luis Gonza~a, da Companhia de Jesus, m-Icina Poiigrafica Ed trice, Roma, 1910, p ~ / Com aprovaçao eclesiastica).


121. 120.

Secçao II

Secçao II temunhar sua sant1dade, corno o refegres para tes 1 ao do Menino Jesus a ele durido exemplotdaMt~!~.çDurante esta época, os un1a-) rante a ;an a de rito oriental unidos a Roma tas (catoliCOS a entao Abade Josafa <:2!!!.Q._ 'l!!!. p;lar consideravam E-~ -"Ttirao"s ataques dos cismat1da verdade paratresn!sse "genero de guerra esp1ricos ~p_rotesta~L:!N BUTLER The Lives of ~ tual" · (Rev . d oth~ r princ1pal Saints, Fathers, MÌrt;~~s aWestminster, voi. I, P· 425). 'Christian e as ,

119. Papa Nicolau V: 11 Nào é ~ digno de canon1zaçao-Anton1no vivo,~ Bernardino morto" Le-sena mesma vida de Sao Lu!s Oonzaga, pelo Padre Cepar1: "1am .P.2!. devoçao diversos Padres ve-lo ~ ~ vi-lo (a Sao Lufs Oonzagaf , · entre os qua1s foram os mais "isilOuoso Padre M rc1o Pucc1ol1, Procurador geral, e o Padre Jeronymo Piatti, que morreu dois meses depois dele. Este, ao sair uma vez da camara de S. Lu!s, prorrompeu nestas palavras, endereçadas ao Padre Martinho Martin!, que o acompanhava: 1 Eu vos d;go que Lu!s é um Santo, Santo com toda certeza';" tao santo, que-sepocferra cariorliiar ainda vivo 1 • Aludiaaspalavrasdo Papa Nicolau V, que na canonizaçao de s. Bernardino de Sena (1380-1444) disse de Santo Antonino, Arceb1spo de Plorença (139o=Ilf59>. que estava vivo ~presente: 'Creio que nao é menos d1gno de canon1zaçao Anton~vivo, Vue Irerriar'Oino morto'". (Pe. VIRrnTO CEPARI~, ida de S. Luiz°Gonzaga, da Companhia de Jesus, OfficinaPoligrafica Editrice, Roma, 1"910~342 / Com aprovaçao eclesiastica). 120. Ele ~ ~

.J! era olhado " ~ vivo" •••

Da historia de Sao Josafa Kuncevicz, Arceb1spo de Polotsk, martirizado pelos cismaticos por sua fidelidade a Roma (1580-1 623): "Como monge da Ordem de Sao Basilio, o Irmao Joao ou Josafa, como passou a chamar~se, tornou-se, a exem~lo de Santo Atonso Rodrigues, urna especie -de or culodeI'iistruçao sagrada ~ desabios conselhos. O povo aflufa para consulta-lo, embora ainda nao fosse padr;• e seu conselho traz1a 1nvarlaveliiieriteasoluçao correta da duv1da ou d1ficuldade. No seminarlo jesulta da cidade rundado pslo Principe Jorge Radziwill, Cardeal-b1spo de Cracovia, havia entao um erudito clér1go, Padre Pabrlc1o, com quem o 1rm!o Josara estudou para o sacerdocio, tendo sido ordenado em 1609. Entre aquele periodo e 1617, o bom padre exerceu a funçao de Super1or em v&rias casas da Ordem. Ele J! era olhado corno um •santo vivo' e narram-se mila-

- -

- - -- ---

121. Vinham pedir ~ oraçao ~ Veronica tanta fé corno ter1am para com ~ d -san- tos mais ilustres daTgreja um os - - De uma biografia de Santa veroni e a Giuliani (1660-1727): "Ao mesmo tempo que se estabelec1amsastbases 1 a devoçao a an a Vedo processo de canon zaçao, fama----ere- sua la todos os d1as com a _ -ron1ca dcresDissemos<iue e ~nomeada tinha, .1!. ~ santida e. do asrades do moste1ro ~ ~ vid~, at~r:~~~o gue ~e v1nhapedir ~ ~ Capuch1n as;. - mafe que se ter1a para xao ~ Veronica ~ 1 ~~~stres da Igreja. O Grao: com um ~ santos ~ III recomendava-se a -,=- da Toscana. vosme , 1 a -vuque , tinha que real1zar urna co s Santa, cada vezh~u:nv1ava frequentemente esmolas. importante, e 1 III Violante da Baviera, obteve A nora de Cosme , issao de entrar no convento mesmo do Papa a perm om seus pr6pr1os olhos, os para poder contem~;ardecVeronica. Quantos grandes gloriosos estigm 1do obter o mesmo favor que personagens teriam que~ O renome da Santa t1nha lhes fo1 s;mpreA~eg!n~; e o Imperador Carlos II penetrado ate na em 1~ com toda a ram111a" . fez-se recomendar a e , , Giu M DE VILLERMONT Sa1nte Veron1gue _ _ ( Ctesse • • , , 1 • C th 11que Maison 11an1, L1bra1r1e Genera e a o 1910 • 486 / Saint-Roch Paris-Couvin, Belgique, , ~ urei Im~r1matur~ J. M. Miest, vie. gen., am , 1- -1910).

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122. Nos poucos ~ qu: vive~~~, chamaram-na comumente ~ ~ Da ramosa Enc 1 e 1 ope'dia· Un1versal

ESPASA:


122.

Secçao II

Secçao II

leiro de Deus, Editora Vozes, Petropol1s, 1962, p. Imprimatur: P. José Ribolla CSSR, Super1or Provincial, Sao Paulo).

"FILIPPINI (Santa Lucia). Fundadora do Inst1tuto de Mestras Pias (Filipinas). Nascida em Montefias~one (Italia) no dia 13 de Janeiro de 1672. ·••· Lucia foi chamada à Cidade Eterna por Clemente XI,~ foi ~~~de santidade ~ deixou n-os poucos meses que viveu na capital dos Papas, que era chamada comumente 'a Santa'"· (Enciclope~ Universal Ilustrada Espasà:=calpe, Suplemento ~-1934, Seccion Hagiografia -- Filippini San-~_a Luuda, p. 739). ' --

"§lf/

125- Pessoa~ notaveis .EQ! ~ posiçoes ~ ~ virtudes d1z1am ~ ela era~ santa

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De urna biografia de Sao Lufs Maria Grignion de Mo~tfort (1673-1716), o grande Apostolo da escravidao marial:

12q. Papa Clemente XIII: "Apos ~orte de Mons. Ligorfo teremos ~ I'greja mais um Santo"

~

------

Sobre Santo Afonso de L1gorio (1696-1787), conta urnà biografia sua: "Clemente XIII nao pSde dissimular a admiraçao que lhe causaram a c1encia e as virtudes do novo bispo e, depois que este se.despediu, disse aos cardeais que o rodeavam: " - Haveis d e ~ que, ap6s a morte de Monsenhor L1gorio, teremos ~ Igreja-mais um -santo". n5e:- JOSE MONTES CSSR, Afonso de Ligorfo o Cava-

biografia da Beata Anna Maria Taigi por Mon~- Carlo Salotti, entao ·sub-promotor geral da f:, mais tarde Cardeal e Prefeito da s. Congregaçao dos Ritos: "Ela (Beata Anna Maria Taig1) nao ignorava qual era a reputaçao de santidade de que gozava Junto homens not~veis tanto por suas posiçoes corno por suas vlrtudes. 6s Cardeais Pedlcini, Bari>erini, Rignati, Cesari, Cristaldi, Fesch, apreciavam altamente~ virtudes; bispos ~- prelados, corno Mons. Piervisani, Mons. Ercolani, Mons. Basilici, Mons. Guerrieri, Mons. Paolo Hastai, que haviam experimentado suas luzes, ~ veneravam ~ riimemente. Beatos, Veneraveis ~ Servos' de Deus, que morreram ~ odor de santidade como_(Sao) Gaspar da Bufalo; Q. Ve·neravel Strambi (Sao Vicente HariaStrambi); o Vener8vel Bartolomeu Menochio; ~ \Teneravel Bernardo ~ Clausi,; .Q.. Veneravel Palloti @k Vicente Palloti); ~ Veneravel Elizabeth Canori-Mora; Frei Félix de Montefiascone; Frei Petronio ""°aeBolonha, diziam ser ela santa, pois assim a consideravam; as damas de corte da Duquesa de Lucca e tantos personagens da nobreza, corno os Patrizi, os ·Bandini, os Gaetani, e urna grande gu·ant1dade de sacerdotes ~ l .e igos, admirados de sua santidade, a enalteciam ~ divulgavam ~ todas a:s- ocasioes. Pois bem, a nossa Santa diante de tanta exaltaçao, permaneceu sempre humilde e confusa; jamais aconteceu que a estima, da qual era cercada, excitasse seu amor proprio e lhe fosse estfmulo de vangloria ou de ostentaçao. Crescida aos pés da Cruz, quanto mais era estimada e exalt~da, tanto mais repelia as man1festaçoes de estima publica e se humilhava no seu nada". (Mons. CARLO SALOTTI, La Beata Anna Maria Taigi, Madre di Famiglia, Scuola Tipografica Italo-Orientale "S. Nilo", Grottaferrata, 1922, p. 358 / Imprimatur: Fr. Albertus Lepidi OP, S.P.Ap. Magister, Imprimatur: Can. Sylvius de Angelis Vie, Gen . Dioec. Tusculanae). Da

(1769-1837),

123. "Eis a1 um santo ~ homem de quern seescreverr-i vidal 11

. "Entre os mais solfcitos junto ao homem de Deus (Sao Lufs Maria Grignion de Montfort) distinguia-se o curador d~ Regra da comunidade, ~acques le Vallois. Ele estava l:tteralmente conquistado. 'Els ~ ~ -- dizlai falando do Padre Montfort -- ~ um homem do qua ~ escrevera avida, corno a do padre ~bletz, que nos lemos presentemente no refeit6rio'. A este entusiasmo, ele Juntava urna rara piedade. O Padre Montfort dava-se conta disso". (LOUIS LE CROH Monf., Saint Louis-Marie Gr1g~ de Montfort, Libra1r1e Mariale, Pont-Chateau, ~7~~, P• 307 / Imprimatur: Eduardus, Episcopus P1ctaviensis, 29-9-1942).

123.

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124 ,

Secçào II

1r--- - - -- - - -

126 . Servido ! ~ ~ Bispos; aclarnado coma "Santo" pel o clero~ pelo povo

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125.

Se cçào II

De urna biografia de Sao José Benedite Gottolengo {1786-1842): "San to o reputavam (a Sào José Bened ite Gottolenio)---;Tiuitas famflias- de todas as classes sociais , as quais lhe pediam digna r-se abençoar-lhes ~nfermos e o interrogavam sobre o futuro de seus caros, certos de que Deus o iluminava frequentemente com o conhecimento do futuro. "E o primeiro a estimar Cottolengo era o arcebispo, mons. Fransoni , que lhe demonstravaa mais subicra:--confiança e dcle falava ~ ~ um santo. . ... 11 Semelhante estima professsava para com Gottolengo Mons. Massi, bispo de Gubbio e nuncio apostolico na Casa Real de Sa rde nha, o qua l, indo urna vez à Pequena Casa, o tratou com os sina1s da mais alta e profunda reverenc1a. "Todo o clero faz1a coro ao mesmo sent imento de admiraçào-eveneraçaopara coni a pessoa de Got tolengo, indo conferenciar comele na Pequena Casa, ja acolhendo-o, quando 9s procurava na cidade e provincia, ja também nos atestados às I rmàs env1adas às diversas casas, a serviço dos pobres . "E: os pr1meiros entre ess es e ram os b1spos , alguns dos qua1s , corno~- D'Angennes, arcebispo de Vercel li , ~ mons . Bruno de Tour ne fort, bispo de Fossano, :2. serviam quase corno coeeiros à ~ e f aziam questao de o terem corno hospede nos seus palac ios. "Os conegos e os parocos de Tur im e muitos das d1oceses do Piemonte o declaravam sacerdote intemerato, chamando-lhe frequentemente um S. V1 c~ntr~ de Pa'-!.12 redivivo, ou 2.. novo ~- FiIT~e i::_érl de Turim". tMons. AQUI LES GORRINO , Sào Jose BenecIT"toCottolengo, Vozes, Petrépol1s, ~ 19,2, ~352 - 353 / Com aprovaçao ecles 1as t1ca).

ja

I

BSM-AVENTURADA ANNA MARIA TAIGI

ecr:-:-

127. Gardea l Luçon : "Se houve homem canonizado pela voz ÒO povo, esteéoriossoCura" Escreve o c onhecido hag 16grafo Conego Trochu nasua vida de Sào Jofio Vianney (1786-1859):


126 .

Secçao II

Secçao II

''.A mul tidao anonima, ~ grande testemunha cuja

8 5 1888) · "'Sao as mesmas cenas de_Ars, ~ !!!!! (1 1 tar aindala'. Como Sao {_oao Batista parecia e~ao Joao Bosco foi canonizado ~ ~ V1anney, ~1niao publica-:---E'.m uro seculo tao cheio vida _pela bp amentos e de odiosas revoltas, por ae-vaos re use favor de do13 padres encarregados duas v~zest_emd iferentes, ma3 iguais em car1dade , de missoes t~~ o espetaculo de multidoes orantes e Deus penn1 de povo centralizando seu fluxo pac1ente3, m~re3 6 ponto onde Cristo parec1a ~n31stente s~ :1e~mn~vamente: na transpare~cia de mostrar-3e nEle A Idade Média nao guarum S~nto aniqui;ad(PIERRE CRAS La Fidèle Histoidou tudos~t~~ sJe~n Bosco, Editlons Spes, Paris, I94o, r e ~ pp, --~299~ -.)VV / __. Imprimatur· ___• Lud. Audibert, vie. gen,, 17-6-1936).

voz, corno se diz, e a voz de Deus, nao se enganou no seu Jurzo sobre 2 ~ d 'itrs. 'Onde esta 2.. San!2._?' perguntavam ~ ~-chegados. I . O Santo! Eis 6 Santo que passa!' bradavam nas fTieiras de Torasteiros quando aparecia o humilde sacerdote. E, dirigindo-se aos paroquianos depois de verem corno o aclamavam desta maneira, alguns diz1am: 'Nao temos necess1dade de outra marav11ha para crer gue o vosso Cura é um santo' (P. Toccan1er, Processo apost61ico ne pereant, p. 325). Na verdade, segundo palavras de ~ - tuçon, antigo bispo ~ Belley, depois cardeal-arcebispo de Reims: 'se jamais houve um homem canonizado peIa voz"ao povo, e3te ·e-onossoelira. A sentença da IgreJa nida mais fara-quecoi1f1riiiar o-jufzo do povo' (Carta pastorar-de23. de outubro de 19oli) ' 11 • (Conego PRANCIS TROCHU, O Cura d'Ara, Vozes, · Petr6polis, 2a. ed., 1960, p.-rTf TTriiprimatur: Lufs Pilipe de Nadal, :• Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959}. 128. ~ _!!: "O Arcebispo Claret

!

~

130 , "Quantas agradecer .P2.!.

De

"Quando estava pr6xima a data de iniciar o Conc!lio Vaticano, Pio IX, conversando com o decano da Rota, Mons. Marcial Avila, disse-lhe confidencialmente: 'Agora virao os ~isp~s de tua naçao. Que Bispos, sobretudo Claret t .' •• E um Santo I Nao o PO<Jeremos canoni zar, mas have·r a quem o faça maiS

--

·-

--

11

0 Arcebispo Claret passou para a corno o Santo do Concilio Vaticano". (San Historia MARIA CLARET, Escritos autobiograficos l ANTONIO tuales, BAC, Madrid, 1959, pp. 465-466 / espiriImprima~: Blasius Budelacci, Ep. Nissen . Tusculi, 9-2- 1959).

Depoimento de D • Fre i Henrique Golland Trindade, falecido Aree bi spo de Botucatu (SP), sobre o p·adre Reus:

129. S~o Joào Bosco foi "canonizado" ~ urna

biografia

de

Sao

Joào

~

131 . "Assim recolhido ~ mortificado a6 podia rezar um santo"

~ vida pela oj)Iniaopublica

De

1a ! capela " aluno de ~ santo •••

~

Escre ve um seminar i s t ~ a luno do Pe. Reus d (1868-1947), jesuita que morreu n o Rio Grande o Sul em odor de santidade: _ • "O que no3 penetrava o ~oraçào nas instruç~e3 . suas palavras cheias de unçao, relig1osas eram ai intima fam1liar1dade com as ~~i!::as de q~!us :rQu:tas ~ . depois da aul:Ìu~~ 1a à cape1a, iaMa a~~ag:~:re~oss:~~a~ maçroae T1:ussa~;~··aeusa~emas favoritos". (Pe. CA~DIDO S~NTINI SJ, O servo de Deus f..:.. Joào Baptista _e~3, J Editora- Metropo!"e--;----rortoAlegre, 6a: e • , he1, P• 28 / Com apr'ovaçao ecleaiastica e aos superiores).

~!"

um livro de e3critos de Santo Arit6n1o Maria Claret (1807-1870), fundador dos Missionarios do Coraçao Imaculado àe Maria:

~,.

127.

Reus guardavamoa urna recordaçào " Do padre o noaso tempo de ginasiano do inapagavel, desde o vimos a rezar o aeu breviario 'Anchieta', quando

Bosco

1


128 .

Secçao II

na capelinha de Nossa Senhora; ~ensavamos ~ assim, recolhido ~ mortificado, so poderia ~ um santo . Conhecemo-lo depo1s, e nossa opiniao nunca se alterou". (Pe. LEO KOHLER SJ, Biografia comple ta P. Joao Battista Reus, SJ, Livraria Selback & CTa.-,- Porto A egre, T9,0", volume II, p. 368 / Imprimatur: Mons. André Pedro Frank, Vig. Ge~

u

26-4-1950).

~

132. Santa Teresinha a seu Pai: "Imposs'Ivel ~ alguem mais santo que tu sobre ~ terra"

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lrnscaJR §cercai:;;;ss dele;,

gggx~t;~; SQW Sl~~.

De urna carta de Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897) a seu Pai, o Sr. Martin: ~Quando eu penso em ti, meu Paizinho, penso naturalmente ~o bom Deus, pois~ parece impossivel ver alguem mais santo gue tu sobre a terra. Sim, es certamentetao santo g_uanto o pr,rio Sa.o turs, eu t~nho a neceSsIOade de te-repe ir que ~amo corno se tu nao soubesses disso ainda. Ohi quanto sou ufana de sera tua Rainha ••• E eu espero bem merecer sempre esse t!tulo. Jesus, o Rei do Céu, tornando-me para Si, nao me arrebatou a meu santo Rei da terra. ----- --"Oh, naol sempre, se meu Pa1z1nho querido o quiser, e nao me considerar indigna disso, eu serei 'a Rainha do Papai'I Sim, eu permanecerei sempre tua 'rainhazinha', e eu prpcurarei te dar gloria tornando-me urna rande . santa". tRev. Pe. STE°PHANE-JOSEPH PUT° O M, Histoire d'une Famille, Office Central de Lis1eux, 4a . ed.,PP:-304-305 / Imprimatur: François-Marie, Eveque de Bayeux, 30-7-1945 )

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~~tw~9S~~t JY91Q I ~l~;. Q~Y~§t Q lY~§t ~g~; -~;~lXSt~, QY ;!w~l~;~,n~; ~~g~;w~l~;lg;~~~

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133. "Quao eficazes sao a visita,~ saudaçao. as converias e as oraçoei dos santos"

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De uma compilaçao da obra de Cornélio a Lapide, ramoso exegeta Jesu!ta do século XYII: "Vantagens de tratar frequentemente~ os Santos e de estar na companhia deles. -- Ser~ santo com os-"santoS:- diz o Salmista, e inocente com os inocentes! Cum sancto sanctus eris, et cum viru innocente innocens e r is (XMI, 2 ~ "A Bem-aventurada e Imaculada Virgem Maria, Hae de Deu11, por obra do Espf°rito Santo, foi visitar sua prima Santa Isabel, que trazia Sao Joao Batista em seu seio, e entrando em casa de Zacarias, saudou a Isabel. Quando Isabel ouv1u a saudaçào de Maria, sucedeu, diz o Evangelho, que seu filho saltou de alegr1a em seu ventre, e ·. Ieabel ficou cheia do Espirito Santo:~ ractum est ut audivit salutationem Mariae Elisabeth, exultavit infans in utero ~ et repleta est Spiritu Sancto filisabeth (Le, 1~41), Aprendei com este fato guao eficazes sao a visita, -~ saudaçao, !!!!_ conversas""~ as oraçoes dos Santos.


130 .

Secçào II

"Estando ~ almas justas cheias de caridaòe e abra~adas d e ~ , ao falar com elase ve-las com frequencia, ~ coraçao ~ abrasa e-se inclina imediatamente ~ ~ de Deus. sao Serafins, e a sociedade dos Serafina nos -transforma em Anjos (Lib. XXI Moral., c. XV). "0 autor da Imitaçao de Jesus Cristo diz· todas as vezes que estive entre os homens do mun: do, voltei menos homem: Quoties i nter homines · fui minor homo redii. O contrAFio podeedeve d1zer-=s~ do convivio e trato com os Santos". (Abate BARBIER, Tesoros de Cornelio A Lapide, Libreria Catollc~ de Gregorio Del Amo,-Madrid, 3a . Ed. 1909 Tomo Cuarto, pp . 424-425). ' '

134. Deus manifesta-se por melo d e ~ santos ~ das almas 'fervorosas Diz D. Chauta~à (1858-1935), o douto e piedoso Abade trapista;· em seu célebre 11vro elogiado pelos Papaa Sao Pio X e Bento XV: "0 fato de Deus ser oculto Deus absconditus (Is . 45, 15), é um dos obstaculo~ mais a conversao das almas. graves para "D , ~ ' porem, por efeito de sua bondade, de algum~ sorte~ manifesta por meiode aeus santos ~ ate por meio ~ almas fervorosas :-Assiro e ue ~ sobrenatura'ftransplra ~ olhos dosfiéis~ue vislumbram alguma coisa do misté"r'Io de oeu;:"Que é, pois, esta difuaao do --;obrenatural? Nao aera o brilho da santidade, o eaplendor do influxo divino chamado correntemente pela teologia graça santificante? Ou melhor, nao sera talvez 0 resultado da presença inefavel das pessoas divinas naqueles que elas santificam? "Outra nao era a explicaçào de s. Basilio: quando o · Esp!rito Santo, diz ele, se une às almas que a sua graça purificou, é para esplritualiza-las ainda mala. Como o sol torna mais rutilante 0 crlatal que toca e .penetra com o seu raio assim 0 Es~!rito aantificador torna mais luminos~s as almas onde habita e estas, devido a tal presença tornrun-ae, por sua vez, ·outroa tantos f ocos qu~ difundem em torno delas a graça santificante (De Sp. Sancto, c. IX, n. 23),

131. Secçào Il " ~ manifestaçào do divino™~ tra!a ~ todos os gestos !:_ até ~ re pouso do Homem-Deus, nòs a vislumbramos ~ certas almas dotadas de vlda fnterior mais intensa. As conversoes maravilhosas que operavaincertos santos so com a f ama de suas virtudes, as pleiades de aspirantes à vida perfeita que iam pedir-lhes a graça de segui-los, ai estao clamando bem alto qual o segredo do seu silenc1oso apostolado, Com santo Antao, ass im se povoavam os desertos do Oriente . S . Bento fez surgir essa inumeravel falange de aantos religiosos que civilizaram a Europa. S. Bernardo exerce influencia sem par, assim na Igreja corno sobre os reis e sobre os povoa, S. Vicente Ferrer excita, à sua passagem, entusiasmo indescrit!vel em multidoes imensas e, o que é mais, provoca a conversao delas- No encalço de santo Inacio, ergue-se esse exército de bravos, um dos quais, Xavier, por si so basta para regenerar urna· quantidad~ incr!vel de pagaos. Somente a irrad1açao do poder do proprio Deus, através destes instrumentos humanos, pode explicar a razao desses prodigios. "Que desgraça, quando nao ha almas verdadeiramente interio re s entre as pessoas que estao à frente de obra~ importantesi O. ~obrenatural parece eclipsado , o poder de Deus fica corno encadeado. E entao, corno os santos nos ensinam, que um pa!s declina eque a Providencia parece abandonar aos maus todo o poder de razer estragos. "As ~ . compenetremo-nos ~ ~ verdade, as almas, corno ~ instintivamente, e sem lo-· grarem clarame~de1'Tnir o ~ sentem~ - percebeiii essa irradiaçao do aobrenaturaTlf. (Dom J. B. CRAOTARD, A Alma detodo A ostolado, Editora Coleçao F.T.D.,-siol"auI'o, pp. 16-117 / Reimprimatur: V1centé Zioni, B. Aux. - V. Geral, 22-8-1962).

1

135. ~ presen~a d e ~ patente1a-se

~

!!2_

pessoas que

aposto~o

~ ~

Dom Chautard, Abade trapista de Sept-Fons (França), que viveu alguns anos no Brasil: "Joannes qu1dem signum fecit nullum (Joao na verdade nao fez m1lagre algum--==-:lo., 10, 41). Sem fazer nenhum milagre, Joao Batista atra1a ~ ~


132 .

Secçao II

tidoes . Bem fraca era a voz de Sao Vianney para se .J'azer ouvida da mu ltidao que em volta dèle se apinhava e, sem embargo, se o nao ouviam viam-no viam urna custodia de Deus,-e~ essa vÌsta subju~ gava ~ convertia osassistenteS:- voITaraae Ars urn advogado. Como lheperguntassem o que mais o tinha impressionado, respondeu: 'Vi Deus num homem • . "L!:ito nos seja resumir tudo por me1o de urna comparaçao um tanto vulgar. E bem conhecida a seguinte experiencia de eletricidade: colocada sobre um isolador, uma.,pessoa é posta em comunicaçao com urna maquina eletrica . Seu corpo carrega-se de fluido e mal alguém dela ae aproxima, logo se def!agra a fa!sca que faz estremecer aquele que se poe em contacto com tal pessoa. Assim acontece para o homem interior. Urna vez desapegado das criaturas! entre Jesua e ele logo se estabelece urna comoçao incessante, urna corno que corrente continua. Tornando-se o apostolo um acumulador de v1da sobrenatural, condensa em si o fluido divino que se diversifica e ad'a pta r,s circunstàncias e a todas as exigencias do meio em que opera. Virtus de 111<> e:::ibat et sanabat omnes (Saia dele urna v1rtude que oscu rava a todos - Le. XI, · 19). As suas palavras ~ atos tornam-se entao 08 efluvios dessa rlbça, latente,sim, ~ sumaiiienteeficaz paracJ'e"r= ~ os obstactiTos, alcançar conversoes"'"'e7wriìen= tar .2. fervor. "Quanto mais as virtudes teologais existirem num coraçao, tanto mais essea efluvios hao de ajudar a fazer nascer easas mesmas virtudes nas almas. "Por meio da vida interior o apéstolo irradia fé . - - .A preSença de Deus nele gatenteia-se às pessoas que o ouvem". 71Yom :r:---1,. HAUTARD A Alma de todo Aposto~ Editora Coleçao F.T.D.- sao Paulo, P• 118 / Reim~rimatur: Vicente ZionÌ, B. Aux. - Vig. Geral,22- -1962). 136 . ~ sem compreender suas ealavras, multidao ~ entusiasmava com Sao Bernardo

~

De urna biografia de Sao Bernardo (1090-1153): "0 bispo de Constança dirigia seu apelo. Em Brisgau, na Sufça alema, podia-se, parece, encon-

Secçao II

133.

trar cruzados. Bernardo, no auge do inverno com que terminava o ano de 1146, para la acorreu. Ele se encontrou diante de multidoes gue nao sabiam nem ~ lingua romana,~~ lfngua latina; ele faIou, apesar de tudo, . e fuando o interprete comeJa~ a traduzir, as muft does J! haviam entendi o, dominadas simultaneamente pelo gesto de Ber.nardo e por seus milagres, pela açao oratoria do monge e pela açao sobrenatural de Deus". (GEORGES GOYAU, Saint Bernard, E. Plammarion, Editeur, 1948, p.

mr:-

137. "Entrei ~ quarto de Bernardo, aproximasae do altar"

~ ~ ~

De urna biografia de Sao Bernardo: "Guilherme de Saint- Thierry veio retribuir a visita de Bernardo durante este retiro, e passar alguns dias com ele, a fim de observar seu modo de viver pr ivado e oostumeiro. Anotou em seu diario tudo quanto vira em Claraval; o quadro por ele desorito é tao simples, oomovedor e edificante, que dele faremos aqui urna tradàçao fiel, abrevlando~a porém um tanto por recéio de diminuir-lhe o interesse: 'Poi por essa épooa que oomecei a frequentar Claraval e a visitar o santo ••••• quando cologuei ~ pés neste real aposento, ~ considerei ,.2. ~ aignificado ~ quem ~ se hospedava, dou .. re ~ te de Deus, gue fui tornado d e ~ reverencia ~ mo se me aproxlmasse do santo altar ••••• Eu nada pediria-de tKo seriamerite quanto vive r sempre com este homem de Deus para servi-lo • • ••• 'Tal foi o estado em que encontrei o servo de Deus e tal era o eeu estilo de vida e a sua soli7 dao; entretanto, nao estava 'sé : Deus estava com ele. E ele gozava da companhia ·e da consolaçiio dos santos . anjos, como ficou evidente através de s1rya1s manifestos'"• (M. L'Abbé RATISBONNE, The L1fe and Times of St. Bernard, P.J. Kenedy , Excels1or Cathorrc-Publishing House, New York, 1895, pp. 79-80 e 81).


134.

Secçao II

138. Levantavam-se à meia-no1te para tornar um ~ug~r na ~aça onde 1apregarSao 1centeFerrer Da vida de Sao Vicente Ferrer (1350-1419): "Nos dias em que (Sao Vicente Ferrer) pregou em Tolosa, nao houve pregador que quisesse pregar, a nao ser um, do qual adiante falaremos, porque todo mundo 1a atras de Sao Vicente; os proprios pregadores e Mestres davam-se por sat1sfeitos de terem um lugar para ouvf-lo. E diziam ~ depois dos Apostolos, aguele era Q_maior pregador gue Deus havia enviado à sua Igreja, segundo criam. Aa:s" sendo tao grande-o afluxo de pessoas que nao se podiam acomodar bem no claustro do convento, o Arcebispo pediu ao Santo que fosse morar com ele em seu palacio e pregasse na praça de Santo Estevao, onde podia caber mais gente. Condescendeu o Santo com o Arcebispo, por ser de sua Ordem, e foi para o palacio; pregou quase todos os demais dias e cantou Missa na réferid~ praça, à qual acudiam as pessoas com tao grande devoçao, que ~ levantavam _! mela noi te 2.2!!! archotes, para conseguir lu gar; e cada um trazia em que sentar-se. Porque, embora se diga comumente que se lhe ouvia de longe corno de perto, e assim o era de ordinario , todos entretanto queriam estar pertf dele, para ~ bem e olhar a seu gosto corno o iciava as cerimonias da Missa, e corno curava os doentes que vinham ao palanque; e, finalmente, para poder beijar-lhe as maos, logo que acabava o sermao e voltar para casa tendo-lhe tornado a bençao~. (Fray VICENTE JUSTINIANO ANTIST, Vida de San Vicente Ferrer, in Biografia y Escritosde 3anV1cente Ferrer, BAC, Madr~d, 1950, p. 209 /Lmprimatur: Hyacinthus, Ep. aux. y Vie. gen., Valéntiae, 9-6-1956).

139. Mesmo quando se calava, o semblante de Santolnacio 1nflamava ~ presentes Comenta o Padre Ribadeneyra, na vida de Santo Inacio de Loyola (1491-1556): so

"Recordo-me de ter ouvido pregar entao o nosBem-aventurado Pai com tan~a força e com tanto

135-

Secçao II

rervor de espfrito, que parecia estar de tal maneira abrasado pelo fogo da caridade, que lançava umas corno que chamas incandescentes nos coraçoes dos ouvintes; a tal ponto que , mesmo quando~~ lava parecia que seu semblanteìnflamava os preserit~s, e que~ brTlho de todo o seu rosta~ abrandava e derretia com o divino amor". (PEDRO DE RIBADENEYRA, Vida del Bienaventurado Padre San Ignacio ·de Loyola:-;-fn7rrstorias de la Contrarr"e=forma, BAC, Madrid, 1945, p. 166 Timprimatur: Cas'Iiiiiro, Obispo Aux. y Vie. Gen., 31-3-1945).

140 . Durante~ vida, quarto de Sao Francisco Xavier é venerado

--------

-

De Sao Francisco Xavier, Apéstolo das Indias, conta a conhecida historiadora Daurignac: "Até entao cedera a febre que minava a saude de Xavier, e urna carta do seu querido mestre Inacio, chamando-o a Romo pelos fins da Quaresma·, o fez partir de Bolonha quase furtiva.mente para evitar a explosao de do~ que ele esperava se declarasse em toda a cidade com a not!cia da sua partida. '-- Jamais, òiase o cura de Santa Lucia, quando o Santo deixou o presbiterio, /amais sera ocupado por outra pessoà .Q_ ~uarto gueo1 habitado pelo santo Padre Francisco avier'. ' - - Enquanto nos vivermos, ajuntava a sobr1nha, ninguém mais habitar ! esta crunara aben3oadat e · n6s, meu tio, ire~os sempre orar ali'"· ( .M.S. DAURIGNAC:-- S.Prancisco Xav ier~éstolo das Indias , Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, ,a7 ed., 1959, p. 80 / Pode imprimi r-se: Mons. Pereira Lopes, Vig. ger., 20-5-1958).

(1506-1552),

141. Estando Santo Inacio vivo, Sao Francisco de Borja oscula .Q_ chao da casa onde nasceu Na

sua

vida

de

Sao

Francisco

de

Borja

(1510-1572), escreve o Pad r e Ribadeneyra: foi

"Chegando à Espanha, (S. Francisco de Borja) diretamente àquela provincia, e ~ primeira


136.

Secçao II

coisa gue fez foi entrar na casa de Loyola e perfu~tar pelo lugar !!.2, 9ual havia nascido o -Padre nacio; ~ bei~ando ~ chao, começou a louvar aos"e=" nhor com gran e afeto pila graça daaa aomunoo na= quele local, onde veio à luz tao fiel servidor seu; e a suplicar-lhe qu~. posto que eleo havia feito filho de tal pai e Gisc!pulo e soldado de tao bom mestre e capitio, o transfomasse num verdadeiro 1m1tador de suas virtudes". (PEDRO DE RIBADENEYRAt ~ del f.:. Francisco de BorJ!., in Historias de la Contrarreforma, BAC-, - Madrid, 1945, P• 687 I Im~rlmatur: Casimiro, Obispo Aux . y Vie. Gen., 31-3-1 45). 142. So de ve-lo, voltavam com o espirito iibrai"ado ~ brando para com Deus Conta o Padre Ribadeneyra na vida Francisco de . Borja :(1510-1572): ,,

de

Sao

"Era

tal e compostura de seu resto (de Sao Francisco de Borja), a devoçio e o· comedimento que i-eeplandecirun nele, que alguns Padres graves da Companhia, quando se encontravam t!bios e sem devoçao, ie.m onde estava esse Padre e, sem lhe ralar. mas apenas vendo-o, voltavàJn compungidose c_om .Q., esp!rlto abrasado ~ brando para 2-2!!!.. Deus"7 {PEDRO DE RIBADEN·EYRA, Vida del Padre Francisco de Borja, in H1stor1as de Ia"'O"ontrarreì'orma, BAC, Ma~rid, 1945, p. 828 TI,rimaturi Casimiro, Ob1spo Aux. y vie. gen. 31-3-19 5). : 143. Enchia-~e de tervor so de vere ouvir SaoJoao da Cruz-

-- -

--- -- -- - --

Em urna vida de Sio Jolfo da Cruz (1542-1591), l~-se a seguinte declaraçao de uma rre1ra carmel1ta; "Semente com o fato de olhl-lo (a Sio Joao da Cruz), Q!!. . oun-lo talarde Nosso Senhor"; embora esta testemunha tosse multo tibia e descuidada em servir a Deus, dava-lhe tervor para prossegu1r adiante no estado de religiosa que no tempo. dele recebeu" (Declaraçio da Irtni Agost1nha de Sao Jo-

137 .

_secçao II

(CRISOGONO DE JESUS OCD, Vida de San Juan de la ~ . in ~ 'l_ ~ de ~ Juan de la Cruz, Notas de Matias del Nino Jesus OCD, BAC, Madrid, 5a. ed., 1964, p. 234 / Im~rimatur: José Maria, Ob. Aux. y Vie. Gen., 11-5-1 64). sé).

,, 144. Mu1tos saiam mais abrasados destas conversas, que da propria oraçao" De um livro do Padre Ceparl SJ, contemporaneo de Sao Luis Gonzaga (1568-1591), sobre a v1da do Santo: "E prlmeiro fo1 (Sao Lu!s) mandado a Tivoli, onde poucos d1as se deteve, mas foram o bastante para deixar , na c1dade geral conceito de santo; porque segundo o depoimento de v!rias testemunhas, revelava de tal maneira no exterior a beleza de sua alma, que so 2 por nele 2.!!.. olhos movia ! devo-

çao. . ...

"Antes do slnal para entrar na escola, costumava (Sao Lu!s Gonzaga) ir à 1greja visitar o Santissimo Sacramento, e o mesmo fazia ao tornar para casa, tan.t o de manha, como à tarde. No caminho . reluzia nele singular modést1~ . é recolhimento; a ponto gue mu1tos estudantes d e ~ se punham n.Q. p~tio do Coleg1o para 2. ~passar,~ ficavam multo ed1f1cados. F.m particular, um Padre estrangeique no coléglo tinha completado o curso de Teologia, atra!do por sua modéstia, ia ass1st1r às ~ so para ve-lo, ~ durante as 11ç5es nao t11·ava os olhos dele. Nao deve 1sto parecer maravilha, porque, corno testemunhou o Padre Prov1nc1al de Veneza no processo feito pelo Patriarca da mesma c1dade, em s •. Lu!s ver1f1cavam-se as palavras de Santo Ambr6s1o sobre o verso do salmo: Qui tlment ~v1debunt me, et laetabuntur: os quete t.emem, o" meu Deus, ver-me-ao cam1nhar pelos teus mandamentos, e encher-se-ao de alegria. Diz o Santo: 'Coisa precioBa é ~ . o homem Justo: porque o seu aspecto à maior parte das pessoas serve de aviso de emenda, e aos mais perte1tos causa alegr1a'. Tais eram justamente os efeitos produzidos pela vista do bendito jovem nas pessoas que o olhavam, de modo que também se verificava nele o que o mesmo Santo acrescenta: '.Q. aspecto do homem justo cura,~~ mesmos lampejos d e ~ olhos parecem in-

ro,


138 .

Secçao II

Secçao II

139 -

146. Passar~ recreaçao ~ Sao Lufs Gonzaga inspirava mais da manha ardor para~ bem do~~ meditaçao ----

fundir urna certa virtude nagueles gue com fidelidade ~ desejam ver'. !sto acontecia porque seu exterior era tào bem composto, que movia à devoçao e compunçao quantos o viam. Ainda mais: fazia ficarem suspensos os que com ele tratavam; nao so seculares e jovens Religiosos, seus companheiros, mas até Padres grav1ss1mos, ~ em sua presença pareciam recolher-se, ~ ~~ capazes de fazer Q!:!_ dizer a menor leviandade ~ sua vista . .•• • "Nao é pois de adm!rar que à porf!a o procurassem na recreaçao, a f!m de ouvi-lo discorrer altamente de Deus, das coisas do Céu e da perfe1çao; e sei por d!tos de outros e por exper!encia pr6pria, que muitos saiam mais abrasados destas conversas, gue da pro~oracao". (Pe. VIRGILIO CEPARI SJ, Vida de~ Luiz Gonzaga, da Companhia de Jesus, Officina Poligrafica Editrice, Roma, T9°10, pp. 215, 226, 227 e 312 / Com aprovaçao eclesiastica).

Sobre Sao Luis Gonzaga, le-se numa biografia de Sao Joao Berchmans, de quem o primeiro foi modelo na virtude: 11 Existe ainda, no colégio Romano, e na casa Professa grande numero de Padres, que conheceram o Bem-aventurado Lufs eque viveram familiarmente com ele; entre outros, o Revmo. P. Muzio Vitteles-chi, e o P. Cepari, que escreveu sua vida e. apressou sua beatificaçao . Um ~ outro confirmam gue urna recrea ao passada com 2.. Bem-aventurado Lurs:nsp1rava-lhes maior ardor para o Bem do~~~ ditaçao da manha". (Pe. L.J . M. CROSS SJ, Vida de s. Joao Berchmans, Duprat & Comp., Sao Faule'; I912~p. 220-221 / Com 11cença da autoridade eclesiast1ca).

145. So de ~er Sao Lufs Gonzaga urna alma se~rasava de fervor

147. A g:-ande ~tr2.~ao àos. exercfcios piedosos era ~-pr6pr1a pessoa de Sao V1cente de Paulo

De outra (1568-1591):

biografia

de

Sao

Luis

Gonzaga

"De resto, ela (a Princesa Maura Lucenia Farnèse, Abadessa de Santo Alexandre, em Parma) sempre o havia venerado (a Sao Luis Gonzaga), desde o dia em que, em Mantua, ainda criança , ela ouvira a Condessa de Martinenga, Laura Gonzaga, d!zer-lhe, mostrando-lhe o Jovem Luis, entao com treze anos: ' Este menino, apesar de sua pouca idade leva entretanto URa vida multo santa!. E a J ve~ Princesa nao cessava de ter Q!! olhos postos-ne e, sentlndo~ . ~~vista, abrasada de fervor:-:- • . . "Enfim, a Infanta Margarida da Austria, irma do proprio Imperador, freira clarissa no Real Mosteiro de Madrid, repetia ainda o que Ja havia dito ao Principe Francisco de Gonzaga, irmao do Bem-aventurado, que quando sua.mae, a Imperatriz, veio à Espanha, nao semente Sua Majestade, mas toda 5 sua Corte olhava Luis corno um ~equeno santo". TTe. cHARLEs CLAIR sr,-r,a vie de alnt Lours--de Gonzague, Librairie de Pirmin-DiaotetC~ Paris, 1891 , pp. 279-280).

1

Da vida de SAo Vicente de Paulo (1581-1660), por Mons. Louis Bougaud, Vigario geral de Orleans e depois Bispo de Laval: "Q grande atrativo desses e)l(erc1c1os era ~ propria pessoa de Sao Vicente de Paulo. Desconhecido até entao,ele aparecia com um esplendor de piedade, ' de humildade, de amor de Deus, de santa eloquenc1a, que entusiasmava . As pessoas nao se cansavam de ve-lo dizer diar1amente a Santa Missa. Que fé ardente! que recolhimentol que unlào terna e profunda com a vitima adora.veli que transf1guraçao de seu rosto e de todo o seu ser depois da santa comunhaol Isso J! val1a .E2..!'. um sermào". (Monseigneur BOUGA~H1stofrede-saintV1ncent de Paul, Librairie Vve. Ch. Poussielgue, Paris, 4a":" ed., tome premier, p. 157) . 148. "Se alguém fala, que ~ palavras sejam corno de Deus" Da mesma v1da de Sao Vicente de Paulo, por Monsenhor BouRaud:


140 .

Secçao I I

"N6s nos associamos, escrevia Bossuet, a esta Companh1a de piedosos ecles1ast1cos que se reuniam semanalmente para tratar em conjunto das coisas de Deus. Vicente (Sao Vi cente de Paulo) era seu autor e sua alma. Quando , avidos, escutavamos sua pal avra, nao havia sequer um que nao s e ntisse af a realizaçao da palavra do Apostolo: 'Se alguém fala, que sua palav ra seja corno de Deus'"· (Monseigneur BOUGAUD, H1st"o1re de Saint Vincent de Paul , Libra1r1e Vve. Ch. Poussielgue, Paris, ìfa. ~ , Tome Premier, p . 167).

141.

secçao II

[:';:°;;::;;;;;:; :: : ;!! J!; : ! !! !!l ! J!i!! l ! !!! !i!:} f 111 il!!!!~I i!! l; 1! !! I!!! ! ti !! !! ! 1!ì ! l !!! 1f ~!!! ! !i! : ! l ! l !! !! !! l ! ; ! !! !! !I!!!!~:! i~ i ; !

149. ~ simples vista de Sao Joao Berchmans excitava desejos eficazes d e s antificaç ao Da vida de Sào Joao Berchmans (1599 -1621), da autoria de um Sacerdote da Companhia .de Jesus, à qual pertenceu o Santo: "Dele (Sao Joao Berchmans) escreveu o padre Fr izno, que nao era desses devotos s e lvagens, -que imaginam que para o homem ser virtuoso, deve mostrar-s e tristonho, fazendo assim, em vez de beneficio, g rande mal à virtude, pelo modo aspero e desagradavel por que a praticam. No nesso santo noviço, a dev oçao mostrava-se tao afavel , amena, facil e grac i osa, que s6 ~ olhar par-a ele ,1!. se adorava ~piedade !_ se ficava 1ncl1nacto ~ pratica-

- la .•. ..

Todos 2 gueriam corno companheiro, quando deviam sair "Quando eu sol1c1 tava a pennissào de leva-lo( a Sao Joao Berchmans) comigo à cidade dizia-me o Reitor: Ide com esse anjo de Deus . Nas r-uas os transeuntes voltavam-se, ou paravam para a dm1rar a sua modéstia . Aqueles dos nossos padres que melhor o conheciam tinham-no na conta de grande. sel"vo de Deus; outros nao podiam deixar de estima-lo corno a um religioso completo; t odos o deseJavam e o pediarn para pompanheiro , quando deviarn sair, e alegravam-se vivamente de o ter obtido • ... . "Para muitos sé a vista de Berchmans excitava desejoseficazes de sant11'Tcaçao, corno eles mesmos o confessaram ••...

:: : :: : t:.-: : : : :::: b.:L:: .... :....... i~!::

i:::::::::::!:!H:: : : : ::;;;:;::. : :: , ·

1~l ~ ;SH: H

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H ~i:::::: 1;1 ;: :: f: J;; :: : : : ! : ;; : ;: !': . • ~

Sào J oao Berchma.us. Pintura que se conserva no Convento do.s Beneditinas de Via di Tor de Specchi, em Roma,


142.

Secçao II

Secçao II

Se Deus tivesse enviado ~ anjo, esse anjo seria Berchmans

tua conversatione castitatis amorem 1ngeneres allis) . . · · ·

"Desse modo, Joao Berchmans realizou perfe1tarnente, nasua pessoa, • o tipo do jovem cornpanheiro de Jesus Cristo tal corno s. Inacio o concebera· e_de boamente concordaremos com a seguinte conclu~ sao durn cond1sc1pulo de Berchmans, Jeronyrno Albergotti: 'Se Deus tivesse mandado do céu ao colégio Romano, um anjo para mostrar-lhe o verdadeiro modelo do escolastico da Companhia de Jesus esse anjo ao meu parecer, nao poderia ser outro' senao Joao Berchmans • .

"Eu tinha vergonha de mim mesmo, 9uando ~ avistava"

Muitos vinham ao Colégio so para ve-lo "Depois de ter por largo tempo gozado do espetaculo _da modéstia do jovem religioso, o gentil-homem dirigindo-se ao P. Octavio Falconi: 'Meu padre, disse mostrando Berchmans, aquele é evidentemente um anjo' . : Nas ruas, os transeuntes paravam para contemplar Brnhiiiaris, iiiUitos vinham ao colé~ unicamente oara ve-lo quanào passavaparaa anla. •• •• ~ --1

"Francisco Surd1o que veio a eer colega de Berchmans conta suao 1mpressoes do seguinte modo: 'Antes de ir para as aulas, os fil6sofos e os teologos do colégio Romano reunem-se e pa~am numa galeria perto da porta da casa. Foi la que eu vi pela pr1me1ra vez o 1rmao Berchmans. Fiquei tao maravilhado com a sua modesta, circunspecçao que desde entao, nas freqiientes vi~itas que fazia ao P. Reitor, aguardava a hora da reuniao, para ter o prazer de considerar aquele cuja vista tanto me havia encantado' . S6 a vista do seu semblante 1nspi_r_a-va_a_m_or ~ c_a_s_t_i~d_a_d_e__c. "A modéstia de Joào teve corno r ecompensa varice privilégios: o prirneiro foi que so a vista do ~ sernblante, inspirava o amor à cast'fdaae-:- de resto pedia essa graça à SS. Virgem, e para 'isso rezava cada dia, em honra da sua virgindade sem nacula, urna co r ea de doze Ave Marias (A resoluçao 1e Berchmans esta formulada num dos seus cadernos, 1o seguinte modo: Beata Virga impuras aliorum co;1tationes suo aspectu pellebat; pete et tu, ut

in

"Muitas pessoas de fora, depois de ve-lo uma pediam para serem recomendadas às suas oraçoes. Por toda a parte, encontram-se nos testemunhos dos seus Irmaos, palavras corno estas: 'Eu t1nha vergonha de mim ~.quando~ avistava; ~ ~ aseecto accndia ~ ~ coraçao ~ desejo da perfeiçao; imediatamente via-me obrigado a ordenar o meu exterior'. "Anciaos e padres atestam o 1mpério que exercia sobre eles a mOdéstia de Berchmans . 'Sua pre~ . diz o P. B1sdom1n1~ tornava~ gue impossivel a menor imperfeiçao aos que se achavam na suacompanhia •• . •• vez,

"Experimentavamos ! 1mpressao ~ respeito que teri~ produziclo ~ ~ de ~ anjo, . ~ ! presença de~ tabernaculo . •• " "0 veneravel rel1g1oao (P~. Bisdoroini) prossegue: •o Pe . Diego Sicco, entao revlsor dc 11vros, depois bispo, dizia de Berchmans urna coisa que eu também posso afirmar. Nao podiamos chegar-nos a ele sem sermos constrangidos a regularizar o nesso exterior e elevar nossos coraçòes para Deus. Ao mesmo tempo experimentavamos !. impr essao do respeito que teria produzido a vista de um anJO, ou a presen~a de um tabernacuro,--resiaenili atual-e -preferi a Oe Oeus. Enfim, ao respeito, juntava-se na alma um vivo sentimento de alegria sob r enatural, que dissipava toda a tristeza' •.••• Na companh1a de Joao, adqu1r1a maiores auxil1os para atingir a virtude do que pela meditaçao "Escreve Edislas Berca: 'Cada vez que Deus fez-me a graça de achar-me na companhia de , Joaò, adquiri auxilios maìs poderosos para atingi r a


144.

Secçao II

vi rtude, do que ~ alcançados pela med1taçiio outros exercic1os esp1rituais.

~

.E2..!'.

'Nem urna so vez me entretive com ele sem sentir grande con.fusao da minha negligencia' sem concebe~ um verdadeiro desejo de servir a 'oeus. Sua açao ainda estendia-se a outros· mùitas vezes ouvi conversaçoes indiferentes mes~o de padres graves, transformarem-se em entretenimentos sobre a Bem-a~enturada Virgem ou sobre os santos. A unica razao dessa mudança maravilhosa era a chegada de Berchm~s. Infeliz de mim pecador que nao abri os ~lhos aquele esplendor de santidade, e O coraçao aquela chama ardente' ••• •• Todos sentiam que o pr6prio Deus falava .P.Q..!:. sua boca "Alguns · consignaram nos seus testemunhos escritos, aqueles derradeiros avisos de sao Joao fazendo observar que o santo moribundo falava co~ um tom de irres·1 st!vel autoridade. Todos estavam estupefatos da majestade sobre-humana da sua voz· todos11 sentiam jue o gr6~rio Deus falava ~e!a su~ boca , (Pe, L. • M7 RO SJ,-v!Oa de$. oao Be'r= chmans , Duprat & Comp., Sao Paulo 1 19IT -P- Ioo. 121, 141, 179, 249, 250, 252, 253, 254, 314: e 363 / Com licença da autoridade eclesiastica). 150. Passavam a noite em vigilia n~ desejo de-c\iiiiprimerltar !;. ac~mpanhar Sao Lufs ·Grignion de Montfort ; De Sao Lu!s Maria Grignion (1673-1716), coòta urna _biografia sua: "0s camponeses abandonavarn suas ocupaçoes os cavalheiros des~iam de ~uas montarias, prostra~do-se a seus pes (de Sao Lu!s Maria Grignion de Montfort) e pedindo-lhe a bençao; outros, en~im, vi~iando grande parte da noite na soleira da casa on e_ repousava .Q. santo, esperavam saud!-lo pela manha, acompanhando-o apos por um grande trecho da estrada". (J. M. TEXIER, Sao Luis Maria Gri5nion ~ Hontfort, Vozes, Petr6poITs-;-r9"41r,p":" 193 Com aprovaçao eclesiastica).

145 .

Secçao II 151. Convertiam-se s6 de ver pregar sao Vicente Maria Strambi

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Conta um livro sobre Sao Vicente Maria Strambi (1745-1824), Bispo de Macerata e Tolentino: "As igrejas sio pequenas dema1s para conter seus ouvintes (de Sao Vicente Strambi). Ele prega nas praças publicas. Aqueles que nao o ouvem por estarem muito longe de seu pulpito improvisado, convertem-se somente por ve-lo!" (MARIA WINOWSKA, c•Est 1 1 Heure des Saints, Imprimerle Maison de la Borine Presse, Paria, 1952, p. 9 / Imprimatur : Petrus Brot, V.O., Paria). 152. Sao Clemente Hofbauer atraia todos ~ .!!!, especialmente ~ jovens, gue nio ~ queriam deixar ~ De urna (1751-1820):

vida de Sao Clemente Maria

Hofbauer

"Com toda a razao comparavam Sao Clemente ao magnete (!ma), pois que conhecia .2.. segredo de atra1r a si todos os coraçoes~ · Realmente nao havia em Viena classealguma de pessoas que nio o procurasse em sua pobre residencia para receber seus conselhos ou para procurar consolo em alguma dor ou sofrimento fisico ou moral; entre essas peasoas encontravam-se também protestantes, gregos cismiticos e até individuos que, em geral, se .sentem mal na companhia de algum padre catolico. Um ~ tivo especial sentiam 2.!!_ rapazes ~ ele 9-2!:= riam, ~ ~ ele ~ apegavam ~ .Q. querendo deixar nunca, corno se pertencessem a familia do Santo. Quando ~rvode Deus descia-do pulpito, Ja:-aI"guns estudantes o esperavam na sacristia para , o cumprimentar, beijar-lhe a mao ou travar amizade com ele; desejavam achar-se ao ~ lado ~ em ~ companhia nas reunioes que se efetuavam, todas as tardes, em sua residencia. Um estudante servia de chamariz para o outro; aos poucos aumentou-se consideravelmente o numero doa alunos de Clemente, entre os quais se achavam estudantes de medicina, teologia, jurisprudencia etc. Grande parte desses estudantes haviam ji perd1do ·a fé, outros hav1am sido pantefstas, atefstas, rac1onal1stas etc. S.


146 .

Secçào II

Clemente converteu-os radicalmente em grandés amigos da IgreJa" . (Pe. OSCAR CHAGAS AZEREDO CSSR, Sào Clemente Maria Hofbauer, Livraria Nossa SenhoraAparecida,--r92lr, p. 171 / Imprimatur: Mons. Pereira Barros, Vig. Geral). 153 - Somente poi ve-lo, sentiam-se atra dos para Deus ~ ~ coisas celestes Da Bula de Canonizaçao de Sao Clemente Maria Hofbauer (1751-1820), publicada por Sao Pio X: "Foi entao que ele Julgou que se apre:sentavam a ocasiao e a possibilidade de ousar fazer algo a mais pelo bem das almas: coisa tao dif!cil quanto necessaria; mais d1fic11 a1nda, talvez, do que necessaria, poder-se-1a dizer. Com efeito, naqueles dias em que a audacia dos maus estava no seu auge e que a moleza e . ~ . torpor dos fiéis ultrapassava todo limite, inte1ramente so, Clemente nao hesHou em confessar pela pe~severança, pela p~lavra e pelos atos a fé crista e disso fazer a sua gloria; ele foi o primeiro a empreender a obra ardua por excelencia de rest~urar a p1edade de outrora e de ressuscitar do tumulo , por assim dizer, a religiao doa f1éis. Seus exemnloa faziam um bem extraordinar1o; pois, quando· celebrava a Missa na igreJa das Ursulinas, distr1bu!a aos f1éis a Santa Comunhao ou presidia as oraçoea publicas, a dignidade desse homem, aeu fervore as lagrimas que vertia t1nham de tal modo o dom de comover os aaa1atentes que, somente po! ve--io, sent1arn-ae atra!dos, ~ urna foÉ!a inelut vel, pa a Deus e as coisas celestei. e encont~ou sua gre,Jadeacu1dada, mfseravel; fez reinar a 11.mpeza nela, embelezou-a, conseguiu méveis, vasos sagrados, ornamentos , em auma , tudo o que requerem o decoro e o respeito ao culto divino . Uma vez restaurada e mob1liad& corno convinha a Casa de Deus, ele af presidia aasiàuamente, piedoaamente e com grande distinçao ascetimoniaa cat6licas e, noa dias de festa, perante numerosos _ e atentos f1éis, pregava a palavra de Deus". {Sao PIO X, Bula de canonizaçao do Beato Clemente Maria Hofbauer,20 de maio de 1909-;--Iri" Actes de Pi e!, Maison de la Bonne Presse, Paria, pp. 202-20J,.

1

secçao Il a e Cardea1s sent1am-se elevados 1 5 4 · ~~~i~mente no contato com aguela senhora esp 1 r -Conta o biografo da Beata Ana Maria Taigi ( 1769 _1 837), Mae de ramfl1a:

"Todos aqueles 9ue ~ ( B e a t a ~ ~ ~ --i;rox1maram sentiram-se melhores. Simples ~1cos Prelados, B1spos e Cardea1s, gostaeclesd:s freqiientar sua casa, porque n2. ~ g__Q!!!_ vam nhora sent1am-se elevados espiritualmen!9Uela se CARLO SALOTTI La Beata Anna Maria ~ - {M~~~~e di Famiglia, Scuola tipograf1ca!taf~:~;ientale 'ifS". Nilo" , Grottaferrata, 1922, ~ · 8 / Imprimatur: Fr . Albertus Lepidi, OP, S . i . 25 Ap. Magister. Imprimatur: Can. Sylv1us de Angel s Vie , Gen, D1oec. Tusculanae).

~) r

155 • " ~ ~ ~ ; ~ presença nos consola-~ palavra ~ · ' umolhar um encorajamento dissipa~ temoref1rma g vontades vac1lantes •.• "

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De urna v1da de Sao José B7 ned1to Cottolengo (1786-1842) : "Costumavam d1zer os as1lados que de,todos os sacerdotes rel1g1osos ou le1gos, que 1am a Pequena casa nao havia um que pudesse compara~-se com o serv~ de Deus; que a aleg~1a e sat1sfaçao qu~ continuamente mostrava era unica e excl us1vamente ~e Gottolengo; se se deixassem lev~r pelo coraç~o pe rmanecer1am sempre com ele: · ~ ~ ~ • diziam eles •a sua presenç~ ~ consola , e se _a IstO" se acre~centaiilsu-a s converçoes conosco, entao é urna alegr1a que se nao e xpressa'. E_noutras ocasioes: ' Para mostrar-se de conti nuo tao contente e tranqililo é necessario ser santo;~ estamos persuadidos de ~ Q.. ~ bom padre ~ !!,!_ verdade ~

~·- ....

"Esta fortaleza ele nao so a possuia para s1, mas comunicava-a com a m~xima f ac1~1dade aos out r oa . Bastava urna so palavra, ~ l!Q. ~ . ~ en; cor ajamento pata dissipar ~ ~em(M ~ fi~~ùILh vontades 1ncer as ~ vacilante s • ons. p _ GORRINO, Sao José Benedito Cottolengo, Vozes, e


148.

Secçao II

trépol1s, 2a. ed . , 1952, pp. 177, 313 e 314 / Com aprovaçao eclesiastica). 156. Iam ! igreja espec1almente para contemplà-lo ~ se ed1f1carem Depoimentos sobre Sao Joao Maria Vianney, Cura d'Ars (1786-1859):

o

"A dar-se crédito a urna carta do Sr. Sionnet, de Nantes, dir1g1da ao P. Toccanier, em 4 de maio de 1861, formou-se com a aprovaçao do Cura d'Ars urna associaçao de pessoas piedosas que todas as manhas, às 7 horas, se uniam em e~p1rito à sua missa . • ••• 'Vi o servo de Deus enquanto celebrava a missa, refere o P. Lu!s de Beau, seu confessar; cada vez parecia-me ver um anjo no altar (Processo Ordinario, p. 1086) ._.-Muitos iam !_ igreja especialmente ~ara contempla-lo e se edificarem. Os rnoraOores do castelo de Ars, aiiicia que t!vessem intençao de ass1stir à missa paroquial 1 1am contudo 'para ~ ocasiào de admira-10' (Marla de Garets, Processo apostolico In genere, p. 311). 'Urna pessca da paréquia, conta a baronesa de Belvey, disse-me certo dia: 'Se quer aprender a ouvir bem a missa coloque-se de maneira que possa vero nosso Cura no altar'. Pus-me num canto donde podia obeerva-lo sem dificuldade. Notei-lhe, na expressao do rosto, algo de celestial' (P. Monnin, Processo Ordinario, p. 203)". (Conego FRANCIS TROCHU 2. Cura d'Ars, Vozes, Petropolis, 2a. ed. 1 1960' PP• 274-~/ Imprimatur: Lu!s Filipe de Nadai' Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959). ' 157. Como~ tempC de Nosso Senhor, povo rodeava o ura !;. ~ comprimia em torno dele ~

m

Da vida do Cura d'Ars, Sao Joao V1anney, pelo Conego Trochu: "0 momento ern que o Cura d'Ara sa!a da igreja para ir tornar alguma refeiçào era talvez o mais extraord1nario, o mais patético do dia. Ao meio-dia rezava o Angelus de Joelhos diante do altar.

Secçao Il Depois dir1gia-se à casa paroqu1al, para o que bastava atravessar o espaço de apenas 10 metros. Nele empregava cada dia, no minimo, urn quarto de hora. Os peregr1nos formavam alas no vestibulo,de: baixo do campanario e na estreita passagem ate a porta do presbitério. As pessoas que tinham ido a Ars nao para se confessar, mas para dizer-lhe alguma palavra, ou fazer-lhe um pedido, apinhavam-se !!.! p a r a ~ ~ primeiras ~ ve-lo ...•• "0s dois irmaos Léman, jovens judeus convertidos, os quais! corno ja vimos, foram acolhidos pelo P. Vianney tao ternamente, iam partir de Ars. •-- Ao sairmos da vila, contam eles mesmos, vimos urna mult1dao que caminhava em sentido inverso: era o Sr. Cura que voltava da visita a um enfermo e éomo no tempo de Nesso Senhor, a gente o rode ava ~ se coriiprimia em torno del e 1 • :-; •• •Todos se esforçavam, d1z Marta de Oarets, para ve-lo mais ae · perto e lhe poder falar. Era um espetaculo delicioso e sem igual quando, ao passar para a sacristia, se voltava para aquela multidao a f1m de d1zer algumas palavras p1edosas' (Marta de Garets, Processo apostolico 1n genere , p._327) . A jovem ~ de Garets 1 ~-~ ~ irmaos ~ irmas 1 gostavam de v&-lo passar". (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ars,vozes, Petropolis, 2a. ed., 1960, pp~ 280,' ~ 3 5 0 e 351 / Imprimatur: Luis Felipe Nadal, Biepo de Uruguaiana, 29-6-1959). 158. Nao tinharn necess1dade de outros""'iiiilagres para~ convencerem de sua sant1dade Ainda sobre o Cura d'Ars, depo1mento do Toccanier, seu coadjutor durante seis anos:

Pe.

"-- Aprox1mavam-se dele corno de urna reliquia. Jama1s vi tanta energiaetanta-rorçaOe vontade. Nada o abatia; nero as contradiçoes, nem as enfermidades, nem as tentaçoes. Mostrou constantemente a mesma coragem na pr~t1ca da virtude.e no devotamento ao proximo. Era tao surpreendente a sua v1rtude que causava admiraçao a quantos o viam. Era urna força tranqli1la corno vinda de Deus; urna força invencivel. Os peregrinos, até mesmo os rel1g1osos, pertencentes às ordens mais austeras, diziam


n

150.

Secçio II

nio haver necessidade de outros milagres que aguela força, para_se convencerem de sua santidade TTrocesso apostolico in genere p. ffi; Processo. Ordinario, p. 160). (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ars, Vozes, Petr6polie, 2a . ed . , 1960, p.-3097 Imprimatur: Lufs Filipe de Nadal, Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959). 159. Enfrentavam a fome, a sede , o sono, o frio, o cansaço, para ouvir alguiii'as pal'avras cfo Santo --De outra biografia do Cura d'Ars: "Perto do Cura d'Ars, escrevia um peregrino, esqueciam-se das coisas mais necessarias à vida. Mal instalados, mal alimerltados, levantando antes da aurora, apertados, acotovelados, repelidos, desafiàvamos .Q. frio , 2-. ,fome, 2-. sede, J!: fadiga, ~ insonia, tudo enfim· para ouvir algum~~ palavras do bom Santo. •.•• ._;__;_..c...::...=..c. "Logo que o peregrino entrava, em Villefranche ou em Trévoux, na viatura que o devia conduzir ao termo de sua viagem, elc nio ouvia falar senio do Santo. Ao chegar i praça da aldeia elenio via naa lojas senao gravuras dele. Mal desembarcava corria à igreja para o aviatar; e nio o via, ma~ por tudo o que via, começava a compreender corno e r a grande o dominio que esse humilde Padre exerc1a sobre as almas ••.• • "Todos os dias, entre as ònze e meia e meio-dia, enquan~o o Padre Vianney ·d~scia do seu pulpito, toda ~ assistencia ~ precipitava para fora da igreja ~ se amontoava no espaço que ele devia atravessar para chegar ~ r:sidencia parogufaloil""] Providence. A mesma .multidao .Q. esperava ~ sua volta". "0 Cura d'Ara nao gostava nada deases sinais publicos de veneraçio e tentou, de infcio, esqu1var-ae . Mas depressa se resignou a sujeitar-se a eles, compreendendo que du r ante esse curto traJeto teria tempo para distribuir nruitos conaelhos e mu1tas consolaçoes" . (JOSEPH VIANEY , Le Bienheureux Curé d'Ara Patron dea Curés Français, Librairie Victor ~ecoffre, 3la.ecr:- Paria 1920 pp. 9 9, 100 e 113) • ' ' '

Secçio II

151.

160. Na ausencia d a ~ Catarina Labouré, urna freira ocupava-lhe ~ lugar na capela e ali rezava " ~ ~ estivesse sobre ~ tumulo de ~ ~ " Irma Maurel, no Processo de Beatificaçio e canonizaçio de Santa Catarina Labouré (1806-1876): "~ gostava muito_de ~ colocar ~ seu lugar na capela, quando ela nao estava la. Urna de nossas Irmis criticou-me por isso, dizendo que eu era bem orgulhosa para ocupar esse lugar . Eu queria ~ lugar porque, para mi m, era urna~ que a l i ~ zava, ~ ~ rezava nesse lugar ~ ~ estivesse scii:>re o tumulo de urna santa". (R. LAURENTIN, Vie deCatherine Laboure, i5escfée de Brouwer , Paris, 1980, p. 255 / Im}rimatur: P. Faynel, Vicaire épiscopal, 20-8-1980 • 161 :- "Era ~ que eles procuravam ~ Bernaàette" De urna biografia de Santa Bernadette rous (1844-1879), a vidente de .Lourdes:

Soubi-

11 Pode-se imaginar, entao·, o desapontamento, a decepçao dolorosa que se exprimia na fisionomia dos peregrinos, quando lhes respondiam: 'Bernadette esta doente; ela nao vos pode receber; é-lhe proibido levantar-se, falar'. 11 Elea suplicavam: '-- Ve-la somente, contempl~-la um instante! ' 11 Entao, parece, era sugirido à pequena doente que se envolvesse num chale e fosse mostrar-se à Janela. ~ os visitantes, ~ cabeça levantada, ~ chiam seus olhares com essa doce fisionomia sorridente sobre a qual elesprocuravam ainda o reflexo de-uiiia -outra Hslonomia . .. Poisela tevesempre~izem-nos , o rosto do tempo das apar1çoes . . ... 11 Nlo se pode deixar de f1car comovido , apeaar de tudo , do que isto custava à querida pequena Santa, ·com a paixiio que atraia a ela este desf1le ininterrupto. Estas pessoas estavam ~vidas sobretudo dos ~ gue tinham vieto ~ Mie de ~ -


152.

Secçiio II

Era, em suma, Maria gue eles procuravam em Bernadette,e Bernadette tinha um senso muito Justo para nao atribuir a si o mérito disso" . (COLETTE YVER, L' Humble Sainte Bernadette , Edit1ons Spes, Paris, 1949 , p. 143-144 / Imprimatur: V. Dupin, V. G., 22-1-1934). 162 . "Jamais ~ apro ximei dela sem me sentir mais perto de Nesso Senhor" Da mesma biografia de Santa Bernadette: "0 aspecto popular da pequena postulante nao 1ndispunha também inconscientemente as Madres, habituadas a ver ~correr para ca jovens do mundo, que deixavam a melhor sociedade para servir os pobres? "Em todo caso, as testemunhas reconhecem que urna invenc1vel desc.i:mfiança sempre as impedia de t•econhecer a santldadft profunda de Bernadette, ao passo que ~ jovens noviças, simplesmente ao ve-la, experimentavam urna emoçao indizivel: •Sua n::. Bionomia sobrenatural, seu olhar celeste deixaram no rneu coraçao urna impressao profunda' -- 'Eu jamais me aproximei dela sem ~ sentir mais pertode Nosso Senhor' -- TEu"'aoiho corno uma-sa"nt~es= creverarn elas, umas depois dasoutras~COLE'ITE YVER , L' Humble Sainte Bernadette, Edit1ons Spes, Paria, 1949, p. 160 7 Imprimatur : V. Dupin, v.g., 22-1-1934).

163. "Desejava ficar o mais pr6ximo poss!vel de suatiessoa:-perto dela sentia-me melhor" Sobre Santa Bernadette, afirmou nique Larretchard:

a Irma Domi-

"Considerei sempre a irma Marie-Bernard corno urna pequena santa. Desejava encontrar-me o mais proximo poss!vel da sua pessoa; pesto deia-;- sei,: tia-me melhor". '[P'Rmrs TROCHU , ernaaette Sou blrous, Editorial Aster, Livraria Flamboyant Lisboa, Sao Paulo, 1958, p. 386 / Imprimatur: Èrnesto, Arcebiso-Bispo de Coimbra) .

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Secçao II

153.

164. "Que fel1cidade fazer oraçao junto ~ um santo!" De urna biografia de Santo Antonio Maria Claret ( 1807-1870): "E se é verdade que o seu exterior refletia a humildade, também irradiavam pelo mundo os dons de Deus para gloria do Santo. "Ouçamos, a este proposito, o Pe. Agullana: 'Fui um dia pregar missoes com o Pe . Claret. o povo era frio e indiferente em matéria re ligiosa. Como pratica de missoes faz!amos os dois urna hora de meditaçao pela manha, antes de começar o primeiro ato do culto. •sua presença ~ infundia recolhimento. Que felicidade fazer oraçao junto ~ ~ santo! Parece que de seu corpo brotava o calor duma grande devoçao interior, que contagiava suavemente'"· (Pe. JO~O ECHEVERRIA CMF, Santo Antonio Maria Claret, Arcebispo e Fundador, Editora Ave Mar~a. Sao Paulo, 1952, p. 216 / Imprimatur : Paulo, B. Aux., 21-3-1951)".

165. Estava tao cheio de amor de Deus que .2. comunicava aos outros nasconve'rsas Nota a urna ediçao da autobiografia de Santo Antonio Maria Claret: "Pelo testemunho de Da . Jacoba de Balzola, que o hospedou (a Santo Antonio Maria Claret) em San Sebastian, antes de partir .para o dester~o , sabemos qual era o teor de vida que levou naqueles dias: 'Nao conheci pessoa de santidade tao eminente corno o Revmo. Pe. Claret ••• • Esta tao cheio do amor de Deus, que no- lo comunicava através da conversa. Nele resplandeciam todas as virtudes em grau eminente'"· (San ANTONIO MARIA CLARET , Escritos autobio~raficos ~ espirituales, BAC, Madrid, rg,9, p . 58 7 Imprimatur: Blaslus Budelacc1, Ep. Nissen, Tuaculi, 9-2- 1959). 166. "Parece Nosso Senhort" De urna 1ntroduçao à biografia e aos escr1tos de Sao Joao Bosco (1815-1888):


154.

Secçào II

11 Nos ultimos anos (Sao Joao Bosco) parecia deificado. A sua presença nao~impunha respeito e simpatia, corno também infundia devo~ao . 'Parece Nosso Senhorl', diziam ~ pessoas ~ ve-lo .•••• 11 Um sacerdote turines que o tratava testemunhou nos processos, em nome de muitas outras pessoas, que 'nasua fisionomia transparecia tao evidente o pensamento da presença de Deus que, olhando-o, pensava-se _instintivamente nas palavras do Apostolo: 'Nostra conversatio in caelis est ' (Nossa intimidade esta no céu)". ""[RODOLFO FIERRO SDB, Biografia r Escritos de San Juan Bosco, Introducciòn generar, BAC, Madrid-;-T9~ ~/Imprimatur: José Maria, Ob. aux. y Vie. gral., I1=5-1955).

167. ~~sua sim!les presença, Marques de Comi! as modificava o ambiente da Corte ~

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Conta o eminente canonista espanhol Pe. Eduardo Regatillo no seu livro sobre avida de Don Claudio Lopez Bru, Marques de Comillas (1853-1925): "Seu carater era dos que atraem e subjugam, por aquela majestade proveniente, em parte, de sua presença digna, sem arrogancia; e mais ainda, por sua santidade, que lhe cativava a veneraçao . ..•. 'Era tal o prestigio, bem merecido, de que gozava -- escreve o insigne atque6logo Padre Ca~vallo -- que inclusive na Corte se impunha a enas pela sua presença. Quando, convicTa;do pelo re, la a alguma celebraçrro no Pala~io do Oriente, sua presença bastava par~ que ~ cortesaos ~ aortassem com maior correçao: os senhores evitano frases ou pilavras ~ amiude ~ permitlam entre sl: ~ senhoras apresentavam maior modéstia, reduzindo seus decotes'"· (Pe. EDUARDO F. REGATILLO SJ, Un Margués Modelo, Sal Terrae, Santander, pp. 111-112 / Imprimatur: Josephus, Episcopus Santanderiensis, 1-5-1950).

1

168. "Parecia-me ser Nesso Senhor que me houvesse falad~ Depoimento de um Sacerdote Jesu!ta a respeito

Secçao II

155.

do Padre Joao Baptista Reus (1868-1947), em odor de santidade:

falecido

11 Ao passar junto dele (do Padre Reus), sentia-me tornado de respeito; parecia-me ~ da sua pessoa dimanavam efluvios de sant1dade ..•• --:"Das conversas que com ele t1ve no quarto, jama1s me poderei esquecer. : •.. Bati à porta. ' Entre!' disse de dentro. "Abri, entrei, e deparo com ele sentado à mesa, virado para a porta, rezando o terço , olhar placido e estatico, ero direçao da porta. Senti um subito respeito: tive a impressa.o de que~ava vendo qua19uer coisa:-li!as os Santos sabem disfaçar coiiioninguem. Logo mostrou-se amavel e quase jocoso. • .•• "Ainda na mesma palestra, de repente, quase mudando de assunto , diz-me estas palavras: 'E preciso ficar santo . Peça a graça de ser santo!' Parecia-me ~ NossQ Senhor gue ~ houvesse falado , t ao profunda foia impressa.o que estas palavras em mim causaram" . (Pe. LEO KOHLER, SJ, Biografia comp ~ P. Joao Bapt1sta Reus, SJ, Livraria Selhach &C"Ia.,~orto Alegre , 19--SO,-volume II, pp . 370-371 / Imprimatu~: Mons. André Pedro Frank, Vig. Ger., 26-li-1950) .

169. "Eu olhava mais que 2. pregador"

~ ~

Dos Manuscritos Autobiograficos de Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897): 11 Eu ngo me inquietava por ser olhada, escutava atentamente oa serm5es, dos quais, entretanto, nao compreendia grande coisa; o primeiro que compreendi eque me tocou profundamente foi um sermao sobre a Paixao •.••• Eu escutava, com efe1to, mas olhava m a i s ~ ~ do que 2.. pregador, sua bela fisionomia dizia-me tantas coisas t ••• " (Santa TERESA DO MENINO JESUS, Manuscritos Autobiograficos, Carmelo do I.e. de Maria e Santa Teresinha, ~ia, 2a . ed., pp. 67-68 / Reimpr1matur: Antonius Maria, Are. Coadj., 17-5-1900).

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__J

156.

Secçao II

170. "Quanto mais a amava, mais eu amava ~ Deus_"_ _

Depo1mento da Irma Marie de la Trinité no Processo de Canonizaçao de Santa Teresinha do Menino Jesus: "Reciprocamente, a afeiçao que eu tinha por ela (Santa Teresinha) era também toda sobrenatural. Eu constatava com espanto que quanto mais a ~ . tanto mais eu amava também a Deus, equando ~ amor por ela esfriava, era forçadaa reconhe~ gue estava ~ ™ dispoilioes. Um dia eia me deu urna estampa no verso da qual escrevera esta frase de Nosso Pai Sao Joao da Cruz: ' Quando o amor que se tem à criatura é urna afeiçao toda espiritual e fundada em Deus, à medida que ela cresce, cresce também o amor de Deus em nossa alma'"· (Procès de Béatification et Canonisation de Sainte Therese de l'Enfant-Jésuset de la Sainte-Pace II Proces ApostoJ..I'g'ue"; Teresianum, Roma~976, Temoin 2~.: Marie de la Tr1n1te OCO pp. 475 e

476).

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homem de Deus"

Conta urna vida de Santo Antao (250-355): "Santo Antao sempre se considerava o ultimo e mais desterrado dos homens. Ele prestava ouvidos ao conselho de qualquer um e·declarava tirar prove1to dos que eram dados pelas mais miseraveis pessoas. • ••• "Todo ..Q.. povo acorria para ve-lo e se rejubilava em ouv1-lo; ate os pagaos, 1mpressionados com ~ dignidade d e ~ carater, acorriam !_ ele dizendo: 'Queremos vero homem de Deus'. Ele converteu muitos e operouvarios milagres". (Rev. ALBAN BUTLER, The Lifes of the Fathers, Martyrs and other pr1nc1pirsaints,7~hr1st1an Classica, Westminster, vol. I, p. 61). 172. ùa Roma e de outros lugares distaritea:-"vinharii ilustres personagens pat"a ~ Sao Bento

De um livro sobl"e avida dos Padres, Martires e outros Santos pr1ncipa1s da Igreja: "A rama de santidade de Sao Bento atra1a pàra ve-lo ~mais 1lustres personagens'c!e Roma ~ ~ outros -Yugare"3 distantes. Muitos dos que vinham, vestidos de purf

&,


158.

Secçao II

Secçao II

159.

as casas onde se hospedava eram procuradas ~ visitantes da mais alta posiçao;~ rua ~ frente ficava repleta ~ homens !:.. mulheres devotos !_ ~ SOS:- Muitos queriam que ela tocasse seus aneis, a"bençoasse seus lenços e todos eram movidos por indubitavel fé". (ALBERT BIGELOW PAINE , Joan of Are Maid of France , The Macmillan Company, New York, 192,",vol. I, p. 110).

pura, cintilantes de curo e pedras preciosas, encantados pela admiravel santidade do Servo de Deus 1 prosternavam-se a seus pés para implorar-lhe a bençao e oraçoes; e alguns, imitando o sacrificio de Abraao, colocavam sob sua orientaçao os filhos na mais tenra idade, a fim de que fossem formados para a perfeita virtutle desde a infancia". (Rev. ALBAN BUTLER, The Lives of the Fathers Martyrs and other princi~SaintS:- Christia~ classics, Westminster, vol. I, p. 299).

1 75·. Faziam romarias para venerar ~ ~ ~

™ reliquia viva: 173. So para conhecer Sao Benedite, um homem foi de Portup;ali Italia

Mais urna vez o ramoso hagiégrafo Trochu, sua vida de Sao Joao Vianney, o Cura de Ars :

De urna v1da de Sao Benedite (1526-1589):

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"Plinio o Jovem escreveu que um espanhol, movido pela fama do célebrc historiador Tito Livio, veio desde Cadiz até Roma para ve-lo. Tendo-o visto, retornou à -su~ patria, sem se preocupar de mais na.da, embora houvesse tanta coisa digna de ser vista ero Roma. Po nosso Benedite lemos igualmente que ~ portugues, para conhece-lo e prostrar -se_ ! seus pé~ , abandonou 2, Tejo !:.. depois ~ tornou orgulhoso òe ter visto o Servo de Deus e de ter-se entretido-longa e!'amilfarmente com ele: tao grande se tornara a faina de santidadedo Rel igioso mouro, mesmo naquela parte mais ocidental da Europa; e tal era o divino empenho ero exalta- lo ainda durante a sua peregrinaçao te r rena. Mas o eterno Criador daquela alma cophecia o quao solidamente ela estava fundada no . desprezo das honras t errenas, para temer algum sentimento vao. E v ia produzi r -se nela o fruto contrario, da sempre mais vil consideraçaò de si mesmo diante de Deus e dos homens". (GIUSEPPE CARLETTI ROMANO, Vita di S. Benedetto , Presso Antonio Fulgoni, Roma~o;:- pp":° 36-37 / Imprimatur: Fr . Thomas Vincentius Pani Or d. Pr aed. Sacri Palati! Apostolic i Magister

3-8- 1805).

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'

174. Aglomeravam-se ero frente ~ ~ !.!:_ hospedava

!

De urna biografia de Santa Joana d'Arc (1412-1431) "Em Poitiers corno em outros lugares

"Que !!!!! homem ~ vida. seja visitado ~ pereg r inaçao, que as multidoes acudam ~venera-lo~ a re1rsu1a. §_ :!!!!!_ ~ muito ~ ~ presenciado, e urna reproduçao do ocorrido com os Padres ~o~deserto, na distante Tebaida . Durante 30 anos, a hum11ee aldeia de Ars foi testemunha de uma tal maravilha: rnultidoes, ~~cessar se renovavam, cafam. 2.~ j~elhos aos pes dum ~ - Ue" 1827 a 1859 a igreja nao esteve ~m momento vazia", ( Conego PRANCIS 1I'ROCHU, Q Cura d ' Ar s, Yozee, Petropolis, 2a. ed., 1960, p ,22, _Tlmprimatu r : Luis Filipe òe Nadal, Bispo de Urugu~1ana , 29-6-1959).

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176. A multidao acorria para escutar sao Joao Cris6stomo, aclamava-o ~ aplaudI"illouca de entusiasmo Relata a Enciclopédia Universal-ESPASA: "Sao Joao Crisostomo •••• tràta os assuntos de maneira inesperada, e se dirige ao fim por um modo que ninguém podia suspeitar, maso faz com liberdade e destreza, corno se fosse o unico caminho para chegar ao termo que se propoe. Nao é de estranhar que a multidao acorresse para recolher suas palavras corno as abelhas num campo semeado de flores; .!!!.!! gue ~ santo t -ivesse muitas ~ gue se esforçar para conter ~ aplausos dos ouvintes. Aquele que quiser saber quantos elo~ios se fizeram da arrebatadora eloquencia de Crisostomo, leia os testemunhos dos Padres, · dos Concilios e dos Doutores estampados nas ediçoes de suas obras ••••. "Durante doze anos, entre 386 e 398, exerceu o presbitero Joao (Sao Joao Crisostomo) aeu ministério de pregaçao em Antioquia. Em 27 de setembro de 397 morreu Nectario, patriarca de ·Constantinopla, e, por proposta do Imperador Arcadio, do Clero ·~ do povo, foi eleito Crisostomo corno sucessor. Màs para tira-lo de Antioquia sem produzir alvoroço no povo, foi preciso recorrer a um estratagema.


162.

Secçao II

Longo e complicado foi o trabalho de Sao Joao Crisostomo em Constantinopla , pregando contra os excessos dos grandes e em geral, contra todas as desordens tao frequentes naquela corte mole e efeminada. Para este fim, pregava incessantemente, e o numero de ouvintes era tao grande, que segundo testemunho de Sozomeno, viu-se obrigado a faze-lo no meio da igreja, na tribuna destinada aos leitores, para que o ouvisse melhor aquela multidao que acorria a escuta-lo, o aclamava, e o aplaudia lOU:: ~ de entusiasmo". (Enc1clogedia7Jniver~al Ilustrada Espasa-Cal~e, tomo 2 , 2a. parte, verbete Juan Criséstomo, ~ ) .

177. A nrultidao ~ precipita sobre ~preciso~ guarda de jovens robustos para protege-lo De uma ( 1195-1231) :

~

orador:

biogr~tia de Santo Antonio de

Padua

"A planta resaecada pelos ardore& do sol espera, para erguer-se sobre sua haste, o orvalho da manha. Mais viva é a 1mpac1ertc1a com a qual os paduenses denejam o t"etot•no da aurora e a hora da conrerencia anunciada. Desde a meia-noite, poem-se ~ caminho. Os cavaleiros e as grandes damas sao precedldos de tochas, e se comprimem em torno . do pulpito improvlsado; multidoes d.e p vo cobrem a plan!cie; o Biapo, à frente de aeti cero, preside todos os exerc!cios. Contam-se até trinta mil pes~ 122 eudit6rio. Santo Antonio aparece,oolhar modesto, o coraçao transbordante de amor. Antea que tenha aberto a boca, todos os olhares estào fixos nele. Enquanto fala, o audit6rio permanece suspenso a seus lab1os, em melo a um silencio e a um recolhimento que se acred1tar1a impossive1s . Terminado o sermao, o entusiasmo explode; é urna ebriedade gue nao sabe se conter; sao soluços ou brados de ale~ria; segundo os sentimentos que anI= mam os coraçoes. A multidao se precipita sobre o orador. Querem contemplK-lode perto, b'eijar a franja d e ~ tunica ou seu crucifixo; chegam ate !!. cortar roupa. para. dela levar um pedaço.a titulo de reliquia e de lembrança. E preciso, em torno dele, urna guarda de jovens robustos, para

1

secçao 11 rotege-lo e 1mped1-lo de ser esmagado pela mult1~o". (Rev. Pe . LEOPOLDE DE CHERANCE, ~ Anto1ne de Padoue, L1bra1r1e Ch . Pouss1elgue, Par1s, T8'95-,Chapitre XVI, pp. 109-110).

178. Para nao ser esmagado, andava !!Q. ~ de pranchoes sustentados ~ homens possantes Conta sobre Sao Vicente · Ferrer (1350-1419), um livro da v1da de Sao Bernardino de Sena, seu contemporaneo: "Ao chegar (Sao Vicente Ferrer) per:o de urna cidade, seus penitentes formavam proc1ssao, ~ ~pulaçao v1nha ~ ~ encontro, ~ todos porfiavam ~ se lhe aprox1mar, ~ tocà-1~; ~ vestidos ~ brevese estraçalhavam as ~ d e ~ agueles uedele queriam levar alguma reliquia; era-lhe ~essario manter as'niàos cruz·adas na cabeça para subtrai-las às pessoas qòe as quer1am beijar; e ~omente evitava de ser esmagado, artdando !!2 melo de pranchoes sustentados P2.!. homens possan~es. Em vlrias cidades, enquanto durava sua pregaça~, o,s neg6c1os paravam, as lo jas fechavam, as audiencias doB proprio~ tribunais er~ · suspensas". (PAULO THUREAU-DANGIN Sao Bernardino de Sena, Vozes , Petr6pol1s, 1937 ,P. 311 / Com aprovaçao eclesiastica, 23-6-1937).

179. Receberam ~ ~ ~ com tanta alegr1a ~ ~ estivessem vendo---neui descer entre eles

-

-- ----

De urna (1412-1431):

-

--

biografia

de

Santa

Joana

d ' Arc

"Em outro lugar .ela (Santa Joana d'Arc) foi recebida por outros soldados, cidadaos e autoridades de Orleans que portavam grande numero de tochas e sentiam ta1 alegria ~ ~ estivessem ~ ~ ~ descendo ~ eles ••••. "Sentiram-se, ·porém, inte1ramente reconfortados e como que livres do ce.reo pe-l a virtude divina, a qual lhes tinha sido dito estar na simples donzela, a quem homens, mulheres ~ brianças olha-


164.

Secçào II vam multo afe tuosamente . E houve entào uma maravilhosa premencia para tocar nelaouno~valo em gue v!nha 11 • (ÀLBE'.RrBIGEròWPITNE"; Joan of Are"; Maid of France , The Macm!llan Compan~ew York 1925, vol. I, p . 1492) . '

Secçao II

165 .

181. "Era um espetaculo de edificaçao ~ devoçao ~ todos correrem para ir ~ .Q. Santo"

Da vida de Sao Paulo da Cruz (1694-1775): 180 . Por todos ~ lugares onde ia , ~

povo se compr1m1a ~ torno ~ para o .2. ~ ~ receber ~ ~ bençao -

~•

De urna vida de Sao Lourenço de Brindisi nascido na Italia (1559-1629), Ministro Geral d~s Capuchinhos , Doutor da ~greJa: "Como para o consolar de tantos aborrecimentos, as populaçoes da Liguria nao cessaram de ce~car nosso santo (Sao Lourenço de Brindisi) de uma estima e tle urna d~J19,çao 111mi tadas. Por todos os lull:ares onde ele ia , .Q. povo ~ comprimia em ~ ~le para .Q. ~ • .Q. tocar ~ receber sua beri'= çao . • • • • - "Se a presença de Lourenço em Milao era extremamente agradavel a dom Pedro, e ut11 aos r1ns da paz, ela nao fo1 igualmente agr adavel para seus confr ades, a quem-ela tirou toda tranquilidade. o tropel ~ .Q. fervilhar da multidao em torno do cori= vento foram tais, que se tornaram absolutamente insuportave1s. Nao havia nenhum canto onde fosse P?ss!vel por-se ao abrigo e estàr um pouco tranquilo. Claustro, Jardim, igreja~ praça e ruas vit i ~, ~ regurgitava de gente; os nobre"srivi= r1zavam n1sso com as pessoas do povo . Era um7er-= dadel ro desastre:- - - -- - " Em certo momento, os religiosos nào encontraram melhor expediente para se salvar do que afastar o Santo de Milao, e o enviar para o convento de Melzo. Mas, corno depo1s de poucos dias o governado r o fez chama r novamente a Milào eles terminaram por 1nsistir Junto ao governado~ para que o deixasse 1r para Veneza". (Pe. ARTHUR DE CARMIGNANO OFM Cap ., Saint Laurent de Br1ndes Postulation Générale desTrères M1neurs Capucins' Rome, 1959, pp. 109, 113 e 114 / Imprimatur: A: Gottatdi, p. Vie. Gen. 1-4-1959).

"Nao foram somente os seus religiosos que deram provas de estima e veneraçao ao Servo de Deus; senao também J!l!. cidades ~ !!_:! povoaç5es P2!. cnde passava, ~ levantaram para tributar-lhe honras ~ obséguios extraordina r ios. Deus, Nosso Senho~, quis que la justamente onde o seu Servo fora, como Ja. contamos, tratado de impostor, hipocrita, e perturbador dos povos, fosse pelos povos e portoda classe de pessoas aclamado e venerado corno santo. Nao podemos descrever tudominuciosamente; èiremos apenas q~e ~ estradas publicas das cidaàes e aldeias ~ ate dos campos ~ viam ~ todo Q. percurso repletas de gente desejosa de~~ venerar !!..Q. ~ de Deus. Em Ceprano~ Frosinone roi pre ~ mandar vi r soldados para conter ~ mu~ tiàà:o ,_ gue nao fazènao caso de ~ alguma, ia ~ ~ seguimento ate no inte rior das casas dos benfe1tores, desejoso cada~ de levar consigo ~ peda~o Cfè> seu manto; ellio cortavam de tal modo, que nao podi~ mais usar dele; pelo que o Santo era obrigado a tornar o do seu companheiro, embora também este outro manto tivesse parte à mesma sorte do pr1meiro. • ••• "A indiscriçao de alguns foi tao longe que chegaram ~ cortar-lhe até 2.!!.. cabelos. "Um assalto ainda mais forte teve de aguentar a sua humildade, quando de volta do Monte Argentaro, donde sa!ra no dia 5 de ·maio, chegando a Montalto sobre um carro, que lhe procurara a caridade dos seus disc!pulos, lhe sa1u ~ encontro nase todo ~ E.2.Y.2 daquela localidade; ~era~~ espet culo de ed1ficaçao ~ devoçao ~ todos correrem ~ convfOar em-se reciprocamente para irem ~~Santo. Nao queremos repet1r aqui que enorme era a multidao, e qu~ todos se empurravam uns aos out ros a · fim de se chegarem io Servo de Deus, deÌhe tomarem a ~nç!o, e deThe tirarem po! meio de um piedoso- furto algum pecfiiço do ~ , h b1to. Q que mais comovia, era ver corno os proprios doentes largando a cama ou a casa, e arrastando-se de per si, ou sendo levados pelos outros, se apresentavam


166.

Secçao II

ao Santo para receber a sua bençao, . com a esperan_ça de ficarem curados e corno as maes no melo da multidao suspendiam os seus f1lh1nhos nos braços, pedindo em voz alta abençoasse aquelas crianças 1nocentes. Todo absorto em si mesmo, e humilhado em presença de Sua Divina Majestade, o Servo de Deus sentia multo aquilo, e dizia ao cocheiro que fosse adiante; mas era 1nut11, porque atestou quem estava pre_sente: 'foi tanta a importuna devoçao do povo, que .! f8rça chegaram a deter o carro e os cavalos, ~ as ~ desprezando todo 2 perigo seu ~ das crianças, colocavam-se entre as rodas e oscavalos , para razer ~ ~ s eus fIThI'ni1"o's tocassein de um modo gualgu~r ao Servo de Deus; foi um verdadeiro milagre que nao acontecesse coisa alguma. Depois de atravessar aquela regiao , conforme foi possfvel, Paulo desabafou o seu bem aflito coraçao, desfazendo-se em pranto e repetindo sempre estas palavras: Ai pobre de mimi pobre de mimi E preciso que eu me f~che debaixo de chave, porque estou enganando ao mundo. Eu nao tenh6, é verda~e tal péssima i n tençao de engana-lo; mas ele ~ qu~ se engana, julgandp que eu seja aquele que nao sou". (Pe. PIO DO NOME DE MARIA, Vida de Sao Paulo da Cruz, I mprensa Pont1f!c1a do lnstitute>PioTI:' Roma-;--f911~, pp . 122, 126 e 127 / Imprimatur: Fr: Albertus Lepidi OP, S . P.A. Magister) . 182; Rodeado pela multidao, nao podia avançar senao protegi do .P2..!:_ ~ senhores de boa vontade Da vida de Sao Joao Vianney· ( 1786-1859). pelo Conego Trochu:

"As

doze e meia, quando o P. Vianney safa da casa _paroquial ~ novamente rodeado pela multidao que .2.. esperava. Nao podia descer a escadar1a da igreja, ~ atravessar .e._~~ nein andar pelas ~ senao multo devagar ~ protegido .P2..!:. dois ou tres senhores de boa vontade, os seus 'guarda-cot==" pos' . '1am adiante com os braços estendidos para· evitar que o Santo fosse v1t1ma de veneraçao indiscreta ' (Carta de Mons. Jasper a Mons. Convert, 4 de jane1 ro de 1914). Apesar disse, enquanto lhe beijavam .!_ roupa, cortavam-lhe pedacinhos da batr=" na ~ da s'o'o'r'epeliz, ~ f1os de cabelo (P:- Beau, Processo Ord1nàr1o, p. 1 2 ~ Chegando .e.._ audacia a

Secçdo II

~

•J

I

167.

ponto de lhe arrebatarem ~breviario,..!!!. bem que ara devolve-lo logo depois de terem tirado algum ~tinho' (Madalena Mandy Scipiot, Processo apoet6lico in genere, p. 273), Urna ou outra vez, porém, n~o o devolvera.m intacto. Q.!: Vianney suportava esses latroc!nios da multidao ~ ~ ~ueixar. ;ra-eitava habituado a tale india criçoee. ao raro aconteciam engraçados equfvocos . "-- o empenho doa riéis para se apoderarem doe objetos pertencentes ao servo de Deua -- conta P. Dufour, encarregado v,rias vezes de manter a 0 ordem -- deu lugar duas vezea a que, julgando tratarem com o Sr. Cura , me despojassem a mim mesmo. Certo dia arrebataram-me o breviario, o qual me enviar8.JJI . depois pelo correlo dé Saint-Etienne. Queixe1-me dieso ao P. Vianney. Respondeu-me sorrindo: 1 0 mesmo ja me sucedeu muitas vezes'. Outra vez cortara.m um pedaço de minha batin~. Era de noite e a eecuridao favoreceu o honroso engano' (Processo apoat611co in genere, p. 362)". (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ara, Vozes, Petropolis, 2a. ed., 1960, p.- 2~171iiij:i'rfmatur: Lufs Filipe de Nadal, B1spo 'de Uruguaiana, 29~6-1959). 183. Nas Canarias todos queriam estar perto do Pad re Claret e foi nece~o protege-lo por u~ quadro de made1rR De urna vida de Santo Antonio Maria Claret (1807-1870), por Dom Geraldo Fernandes CMF, falecido Arcebispo de Londrina: "Quem percorre ainda hoje, um século depois, a Ilha da 'Gran Canaria', ouve narrar os diversos episodios daqueles dois anos de missoes, guardando cada povoaçao a lembrança de algum milagre operado pelo 'Padrezinho', corno o chamavam. "Era tanta a gentK que em torno dele se comprimiRque---roT necess rfofazeNeum quadro de madeira seguracfo ~ quatro homens para defender .2. 'Padrezinho', que corria ~ d e ~ surocado pelo povER pois todos queriam estar perto dele". 'fnom G ALDO FERNANDES CMF, Vida de Santo Antonio Maria Claret, Ave Maria, sa<>P'auio-;-r962, pp .

zlì=3).


168.

Secçao II

Secçao II

169.

184. Querem toca-lo corno a Cristo ou ao menos ter algo que tenha recel)idc>o seu contato -. De urna (1815-1888):

biografia

de

Sao

Joao

Bosco

"As v1agens de Dom Boscò na Italia, na França, na Espanha, sao bem conhecidas: sao tr1unfos; alguns sOlidos agentes policiais devem ~ ~ tinuamente Dom Bosco quatldo ele caminha, para~ possa avançar; centenas de criaturas humanas, recolhidas e ardentes, esperam pacientemente por horas e horas, deslocam seu grande corpo de multidao sem que haja necessidade de policiais ou ·de guardas a cavalo ••• Elas sao tao bem comportadas como em Lourdes, corno sabe ser uma multidao quando nao esta em .cOlera, e quando espera, sob qualquer tempo, no meio de todos os 1ncomodos, a distribu1çao de urna coisa de prime1ra necess1dade que nao se da senao por um unico guiche. Querem toca-lo, como a e.risto : ao menos, g e ele toque este tedço, --;;te escapulariot e por e ma do rucleclrculo os ombros dos agentes policiais, ~le é flagelado por terços ~ escapularios dos necessltaaos ~ graças que, pelo menos, querem possuir urna ,mate ria que tenha recebra-o-o seu contato". tflERRE CRAs:--r,airfaffi Histoire- de Saint Jean Bosco, Editions °Spes, Paris, 1940, 'i):7oo7--rmpriiiiatur: Lud. Audibert, vie. gen., 17- 6-1936).

1

185. Entusiasmo fervoroso dos franceses em ~ de Dom Bosco

Nas Canarias, as multidoes cercam Santo Antonio Maria Claret, sendo necessario conciuzi-lo dentro de um quadrado de madeira. (llustraçfio e kgenda da Vida de Sant.o Antonio Maria Claret, u.fi,cha 183)

Sobre a meema viagem de Sao Joao Bosco à França, conta outro biOgrafo : "Desde a partida, podi~-se prever o sucesso. O pobre vagao de terceira classe suscitava uma atençao extrema; n6s dir!amos mais exatamente: um tocante fervor. Os ferroviar1os 1ta11anos -acorr1am em mult1dao para ve-lo passar. Nas estaçoes, as piataformas seencfilainde espectacfores e de devo= ~ - Seus acolitos puderam sentir entao-qual. era agora a atraçao un!nime do pov~••••• "Dom Bosco passou o mes de fevereiro em Nice. Depois começou a subida, sempre por etapas, e no


Secçao II

170.

rneio de urna afluencia gue ia ~ crescendo, de urna exaltaçao que se amplificava, que se revelava sempre mais. Triunfo em Lyon; entusiasmo delirante~ Paris "Em Avinhao, foi preciso organizar um serviço para manter a ordem •••.• Triunfo também em Liao, onde Dom Bosco foi obrigado i!. dar sua benc'io para fora, ~ ~ Reis gu!: aparecem !!_2 balcao ante ~ expectativa das multidoes, as ~ ovaçoes. ·~·· "Dom Bosco acabou por chegar a Paria no dia 19 de abril • ••• • Até esse momento pouco conhecido na França, onde a excelenc1a de suas v1rtudes parec1a nao existir senao para urna el1te restrita, Dom Bosco conheceu de !!!!!. so ~ ~ vaga, .Q transbordamentp do ~ovo e suscitou um entusiasmo delirante -- este e o termo exato.As cartas jà haviam invadido o Hotel; o Conde de Gombaud as armazenava· em seu esc,r1t6rio pessoal, onde formavam µm monte. De pois ·òas' cartas ve1 o a mul tidao. Os assaltos das estaçoes estavam ultrapassados. "Nunca se viu tanta gepfe em torno de um Padre, desde .! vinda do Papa -9. VII,,-- - - - - "No segundo domicilio do Santo, na Rua de la Ville l'Eveque, na casa das Senhor1tas de Senilhac, irmas muito em voga na Sociedade, o assalto fo~ mais vivo ainda. "Era o capricho parisiense~ esta vez justificado, bem exatamente essa espéc'ie de fr enesi que torna todas essas pessoas tao delicadas, corno que fascinadas, corno tendo perd1do todo senso critico. A excitaçao geral fo1 a1nda espicaçada pelos not1c1arioa da imprensa, pelos repetidos artigos, quase frenéticos; por urna nomeada de prodigioa, de milagrea quase incessantes; pelo contraste e·ntre esse velho alquebrado e a atividade que lhe era atr1bu1da, que lhe era reconhecida, e da qual falavam os parisienses de todas as classes. Urna velha senhora d1zia: 'Nunca .houve tanta ~ torno de um Padre, desd~ avinclade"P'io , no tempo de Napoleao"T 1 •

gV~ie

Seis secretarios nao davam conta da correspondenc1a:-- - - - - - -

:2..

Santo utllizava

~

principio dois secreta-

171.

Secçao II

rios; ~ seguida, seis nao consegu1ram dar conta cre--verificar .e_ correspondencia ~ classificar ~ cartas. Foram levados sacos inteiros delas para~ !tàl1a. "Dom Bosco come çava suas recepçoes a partir das seis horas da manha, e n6s nao estamos mais nos tempos heroicos das visitas na alvorada. As duas horas da tarde, quando ele retomava suas audiencias, recebia às vezes pessoas que o aguardavam desde a manha. "Senhoras da alta Sociedade transformavam-se em portetras para canalisar o fluxo ininterrupto aos recém-chegados, os quals~ na maioria, nao puCferam senao entrever o Santo e receber sua bençao. " ~ ultimo, nao se adm1tia mais do_gue urna fili ~ marcha, ~ ~ deter !. ou ·quase. Nao se autorizava dizer ao Santo senao urna frase, urna somente, e todos a meditavam e a elaboravam, de tal forma, que a maioria apenas balbuciava. 4

Gente sentada no coro.e até nos

Ciegraus do altar para ouvir

~ Bosco

"O sermao pregado na 1greja de la Madeleine por ordem do Cardeal Guibert, teve um sucesso sem precedentes nos anais da igreja .•••. A afluencia era tal que ~ havia duplicado ~ numero das ~ fort~veis cadeiras francesas; todos os genuflexorios tinham sido virados, para duplicar as f1le1ras": Havia ~enti sentada nocoro e ate mesmosoO"re osdegra:uB o a tar. A igrejaae ra Tadeielne0ao protocolar,--=--a!'r-se-ia tao pharis1enne (sem intençao pérfida) -- tinha perdido toda sua altivez. Para chegar ao pulpito foi preciso apelar para~ guarda vigorosa "Para chegar até .2_ pulpito, Dom Bosco precisou apelar para™ guarda vigorosa. Todos lhe beijavam as maos, o que nao o admirava, urna vez que na It!lia é um gesto fam111ar de devoçao; mas, em Par1al Mesmo os homensl •••• "As viaturas de luxo atravancavam a Rua Royale e a parte baixa da ala.meda Malesherbes, mas na i greja encontrava-se ~ mais heter6c.lita mistura de


172.

pobreza e opulencia, de nobreza e de plebe . Um numero singular de traJes de operarfo.lJsaçougue1ros de,La Villette formavam um grupo; em presença da mare final , ~ Marquesa de Caul aincourt, chegou a pensar em recorrer ~ grossos braços deles para Iivrar 2. Santo. ••• • -Meia ~ para chegar à sac~istia ••• ! velha bat1na ficou-pelo caminho, reta'Tii'acfa em reliquias

~

"Al i as, alguns dias mais tar de , Dom Bosco quase morreu !!! igr eja de Sao Sulp1cio. Levoil'"tviia hora p1;ra retornar i Sac r istia, passo a passo, sob. 2. assedio. Madame de Caulaincourt teria fe1to bem em trazer seus capangas l Tudo foi empurrado: os porte1ros, ~ Vigarios, oseoriegos, os guardas.:-=! guerida batina velha pereceu, rasgada, esguartejada, arrancada em relfguias sem numero. Haviam s1do levados a Do~B.osco doenteS:-que gritavam. "0uv1 varioo ;elatos de testemunhas oculares concernentes ao entusiasmo desencadeado em Paris. Depois de meio século , eles estavam ainda espantados , _ corno que inquietos ••• lamentando-se~ talvez, de nao terem sido bastante loucos.

Um ~to

~ desconcertava ~ depois entusiasmava

".Q. entusiasmo gerAl de todas as classes era o gue surpreendia ~ . lémdo que , dir-se-1a que o Santo se prodigalizava e procurava satistaze~ a todos, corno q~e sensibilizado ~or urna a colhida que o emocionou tao fo r temente, que· ele teve que reconhecer nao ter jamais encon trado algo de semelhante, mesmo na Italia , onde as pessoas entretanto se agitam, Ele conquistou o coraçao e a ima~inaçao dos ~arisienses por™ mistura extraord1r.aria de grandeza ~ de simplicidade, de gravidade e de ale": ~ . Ele desconcertava; depois ele entusTaSiiiav'a'n:' {LA ~- VAR'ENDE, Don Bosco, Arthème-Fayard.,. Paris, 1961, pp. 176 a-nfl -Y:--

1_86. Saltavam por ci ma ~ cadeiras ou as derrubavam p ra ve-lo ~ para chegar- lhe ~ j)e'rtfnho

6

ceses

Ainda sobre a entusiastica acolhida dos frana Dom Bosco, e também sobre sua v1agem

173 .

Secçao II

Secçào II

t

triunfal à Espanha, le-se num livro traduzido pelo Arcebispo de Belo Horizonte, D. Joao Rezende Costa: "Partiu de Turi m no dia 31 de Janeiro. Passou · todo mes de fevereiro em Nice para recuperar O rorças em vista das grandes fadigas que o aguardavam. Prosseguiu depois por Toulon, Marselha e Avi nhao, atraindo ~ toda ~ parte enormes multidoes que lhe 1am pedir urna oraçao ; um conselho, urna bençao. Doentes do_ corpo ou da alma, ~pinhavam-se ao redor do humilde anciao, aguardand~ de seus labios a palavra que renova e de suas maos o gesto que cura. 'Sao ~ mesmas cenas que ~ viam em Ars: parecia-me ate estar la ' , dizia ao ver ,o entusiasmo popular o Padre Monnin, prime iro biografo do Santo Cura. Em Avinhao~ no dia 2 de abril, na hora da partida do t r em, ~ ~ ~ a p i nhava de tal maneira que os viaJantes nao conseguiam entrar nos seus compartimentos . 'Um verdadeiro diluvioTistavendo, Dom BoscoJ ' observou o secretario Padre Baruel. 'Mais um motivo para f ugirmos logo', retrucou alegre e espi~itu~so o santo homem ! E prossegui·ram a viagem ate Liao. • • •.

"E a Missa dos pecadores ~ vai ser celebrada ~ uiii santo" - 11Bem poucas vezes urna bençao chegou a ter tanta eficacia corno essa . No dia 28 de abril, sabado ant~s de visitar qualquer outro santuario de Pari ;, Dom Bosco fez questao de 1-r r e zar à Virgem tao querida do coraçao da grande cidade, no seu templo ' preferido, Nossa Senhora das Vitorias . Celebrou a missa no altar da Arquiconfraria pela conversao dos pecadores. "E essa missa de sabado, ja habitualmente muito concorrida, atraiu nessa manha urna i mensa turba de ~ vo. Estava marcada para as nove horas, ~às~, j a a igreja estava chela. Alguém estranhou ao v.e r tanta gente e perguntou o motivo disse. 1 0 senhor compreende -- explicou urna boa mulhcr do povo - - ~!_missa dos pecadores e vai ser celebrada por~ Santo ' • • • ~.

0

"As mesmàs cenas de entusiasmo, de devoçao ~ de generosidacie':".-.-era ~ delirio" "Tr~s dias depois, a 2 de malo, renovaram-se


17ll.

Secçao II

~ mesmas ~ de entusiasmo, de devoçao !._ ~ ~ neros1dade, em Sao Sulpic1o, onde Dom Bosco foi celebrar a missa das nove. Desde as 8 hs., Ja a nave central e as laterais estavam repletas de gente , de modo que nao era mais poss1vel circular por elas. Dom Bosco ctiegou com atraso de urna hora e um quarto, porque, havendo sa1do da Ala.meda Messina às 7,30, teve, entretanto, de se deixar levar à cabeceira de varios doentes. Depois do evangelho da missa , voltou-se para aquele imenso audit6rio, e lhes disse multo slmplesmente que obras eram essas para as quais pedia o 6bulo da carldade. A comunhao d1str1bu1da por ele mesmo, durou mais de mela hora . A volta para a sacristi a fol algo de 1nconceb1vel. O clero tlnha previsto o aperto e guatro ecleslastlcos além do su1ço e do sacrlstao se encarregaram de acoiiipanfia-lo ~ de-protege-lo contra~ pledoso assalto do publico. Pois bem, fo ram domlnados, rodeados eenvolvidospeia;--vagas fiuiiianas que se vinham quebrar ininterruptamente junto ao hwnll~~ anclao. Pazlam uestao que ele tocasse terços e· imagens, pedlam- he e lhe tornavam a pedir a ben'~rao, cortavam-lhe pedaços da surrada batina Eara consepva,cm corno religuià, saltavam por cima das cadelras-ou as derrubavam Ra a ve-lo~ para chegar-lhe b~m uerITnho. Era um del rio. Finalmente, perto àae onze euiiì quart~ conseguiu chegar à porta da ~acristia, que se fechou logo depois de ele ter passado. Maso povo, ansioso por lhe apresentar seus doentes, assediou lnexoravelmente os pesados portais, até que se soube que Dom Bosco tlnha ldo para a casa paroquial. Entao a onda humana se : preclpltou para la volumosamente.

1

1

ja

"Em ~ dia, em cada igreja, .

.2_ ~

entusiasmo .

" Poder1amos seguir Dom Bosco po r varios dias ainda e nas varlas igrejas d·e Paria, e assistir!amos a cenas aemelhantes ein cada dia e em cada iireja. Colégios, convento~ obras re11g10sas-----ae v rias categorlas, disputaram a primazia das vlsitas de Dom Bosco e ele procurou satis f azer a todos, despertando por toda a parte o mesmo santo entusiasmo e a mesma generosa manifes taçao de°ca= ridade para com sùas obras • •.••

175.

Secçao II "Acessfvel

~ ~ ~

maos que 9 quer1am tocar"

"Quando pelas sete horas Dom Bosco qu1s ret1rar-se para ir a um encontro marcado no ponto oposto da cidade, nao se sab1a corno fazer para leva-lo até a carruagem que o esperava . Dois homens robustos, se puseram ~ seu lado ~ ~ terce1ro 1a adiante rompendo~ multidao . Sempre sorrindo, sempre abençoando, acessivel a todas ~ m~os ~ gueriam toca-lo ou entregar-=lhe urna esmola, -~egou finalmente a éarruagem aberta que o devia levar. Mas para cons eguir por o animal em movimento fol outro problema:~ povo agarr ava- se !.2. vefculo , ~ ~ pobre cavalo nateava incapaz de sair do lhgar. Afinal multo lentamente,~ poder de braços ~ nos, consegui ram fazer rolar ~ rodas !_ ~ carruagern partiu. "Muniam- se de tesour as ~ cortavam-lhe a batina para fazerreliquias "Também em r,ille; e tal vez mais que em ou tras partes,!!. multinao dos cat6licos alvoroçava-se ~ ra aproxlrnar-se dele. fl'as igrejas subiam nas cadeiras. e nao aecnivia senao este grito: [santo! O Santol-Osmais entusiastas, muniam--ee ~ tesouraa, ~ guanOo ele passava, cortavam-lhe peaaços da bit1na pa~a fazer reliqu1a5. Sem perder a calma , Dom Bosco suspirava e dizia em tom resignado: 'Aflnal estou mesmo vendo que nem todos os loucos estao Cherenton ' (lugar perto de Paris onde havia um célebre asilo de alienados) • • •••

;m

Em Barcelona, recepçao digna de~ Rei "A dist!nc1a de très anos de triunfÒ de Parls, fez-lhe .!. Capital da Cat al unha iEspanha) uma recepçao realmente triunfil. Um r e i ~ ~ sido recebido com maior solenidade. Naestaçao pr incipal estavam à sua espera as pr imei ras autor idad:s r eligiosas civis e militarea. Na praça da estaçao havia ~ua~enta landos à sua disposiçao para l evaasa Salesiana de Sarri!. A multld~o que A~ a~inhava ~ara ve-lo, acla.ma- lo ~ receber ~ ~ çao, era tao grande ~ do trem !_ carruagem .2_ ~ tejo durou ':!!!!,! horal ."E durante toda a permanencia do Santo em Barcelona, as demonstraçoes de entusiasmo nao ar-

=ro-à


I76.

Sec çao II

refeceram. O numero de visitantes que todos os dias se dirigiam da cidade para o colégio salesiano, situado num dos arrabaldes mais proximos, la crescendo de dia para dia. Todas as classes se confundiam . na multtdao de admfradores "Nessa orultidao de admiradores estavam con· rundidas todas as classes da sociedade; s enhoras da mais alta nobreza e membros eminentes de um · e de outro clero, operarios e grandes industriais~ JOrnilfilas ~ ~ent; humilde-do povo. Na casa salesiana de Sarri , ja nao havia mais lugar para acolhe- los; e as pessoas tinham que esperar pacientemente, sentadas à beira do caminho, aguardando o proprio turno. A afluencia chegou a ser tal que Dom Bosco teve que receber ~ ~rupos de guarenta 2)! cinquenta pessoas por vez. ava a cada um urna medalhinha de Nossa Senhora Auxiliado r a, e no fim dava a bençao a todos. hNos 6lti mos dias teve que recorrer a meios mais e·xpedi tos ainda: assomava de quando em quando à saeada e abençoava a multidao què se 1a renovando sucess1vamente . Para ver passar Dom Bosc~, ap1nhavam-se nas janelas, nos telhados, ~ Arvores, nos lamp1oes de g§.s ... "Quando entre urna e outra dessas lnterminaveis audienclas Dom Bosco descia à cidade para visitar os principais benfeitores de suas obras, a populaçao de Barcelona para ve-lo passar apinhava-se nao so nas janelas, masatenos teihados, nos iiiiiros-;-nasarvores, nos lampioes Oegàs. A pequena estrada~ ferro BarceTona-Sarrlàteve que duplicar o numero de trens e foi necessario por duas locomotivas a puxar os carros euperlotados ••..• "Nao nos é pose!vel difundir-nos muito a narrar as multiplas cenas de devoçao popular de que foi testemunha a cidade de Barcelona durante toda a pennanencia de Dom Bosco dentro de seus ···niuros·: Era a repetiçao dos triunfos de Parie, co~ alg~~e mais- vibrante ainda: o ardor1nflamado da Espanha e todo o fervor catolico dessa nobre naçao fun diam-se numa aclamaçao 1nterminavel" . (A. · AUFFRAY

Secçao II

177 .

ss

Dom Bosco, Escolas Profiseionais Sales iana s, Sa~ Paulo,19q7, pp . q33, qq2 a qq6, q52 e q53 / Imprimatur: Mons . M. Meireles Freire, Vig . G. ) .

187. Num abrir ~ fechar " de olhos o convento e "assaltado : gueremver Bernadette Sobre Santa Bernadette Soubirous (18qq- 1879), escreve o Conego Trochu :

"Em Pau, envergando o gracioso traje pirenaico, foi reconhecida por um trans~unte no momento em que com a madre Alexandrlne entrava no convento. Num abrir ~ fechar de olhos, .Q. convento 'foi assaltado por urna multidao de pessoas •• . Teve que se recorrer à policia. O patio estava cheio de màes que queriam que Be r nadette tocasse nos · se~s filhos. Com o aux!lio de agentes, conseguiu-se por um pouco de ordem neste ajuntamento, e Bernadette passou por elas, tocando nas crianças ••• Para satisfazer as -rrmas de Oloron, Bernadette teve de partir de Pau e dirigir-se para ai' (segundo as notas da irmà Victorine) ••••• Que linda santa! -------"Os habitantes de Lourdes apontavam-na ao passar. No seu traje de filh~ de ,Maria, c?nta Jeanne Védère que viera de Momeres a festa, era tao bela corno um anjo'. Admiravam- na sob aquele véu e aquele vestido branco que faziam lembrar a est!tua da gruta. 'Ohi Que linda santa! Que linda virgeml ••. Como ela esta felizl', ex~lamavam vozes na mult1daol (Bernadette et Jeanne Vedere, P• 75). Mas Bernadette nao as ouv1a. Por v!rias vezes, os assistentes deixando os seus lugares, a rodearam. 'Quase que' a sufocaram, cortaram-lhe 2. véu. As freiras conseguiram defende-la, sem o que aa suas vestes seriam arrebatadas. Escondeu-se no me1o das companheiras' e - - nao tendo outras palavras para exprimir em frances a sua estup:façao ao ver-se apontada em publico de um modo tao indiscreto, -dizia: 'Como sao tolosl' (Madre Bordenave, Pr. Ap. Nevers, f. 380) . .. ..


178. Escalam

Secçao II ~

muros para~ Bernardette

"A tardinha, 'a multidao d1r1g1u-se para o hosplcio . Como E portao do .patio estava fechado, escalaram ~ ~ p a r a ~ Bernadette'. Foi preciso organizar um simulacro de defesa: alguns soldados hospitalizados vestiram o seu uniforme. Para contentar toda a gente, a madre Ursule Court fe-la andar para tras e para diante na galeria. Simultaneamente aborrecida e divertida, Bernadette dizia à superiora de Bagnères: 'Has assim expoe-me corno se eu fosse um bicho raro!' (Madre Ursule Court, Pr. Ord. Nevers, fol. 380)". (FRANCIS TROCHU, Bernadette Soubirous, Ed1tor1al Aster, Livraria Flamboyant, Lisboa, sao Paulo, 1958, pp. 297, 298, "302 e 303 / Imprimatur: Ernesto, Arcebispo-Bispo de Coimbra).

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i-88. As rel1qu1as de Sao Paulo, estando este ~ vivo , operavam muitos m1lagres Contam os Atos dos Aposto~os: "Deus operava milagres ' extraordinarios pela m~o de Paulo, de maneira que, aplicand~ aos enfermos até QS lenços ~ aventais que tinham tocado em seu corpo-nao so sa!am deles as doenças, mas também 08 ~sjiiritosriiaIIgnoiseretiravam" rr::12-Y: (Dr. FREDERICO TILLMANN, Luz e Vida, Vozes Petropolis, R.J. , 1936, vol-:-!IT, P• 130 / Pod~ Imprimir-se: Cgo. Francisco de A. Caruso, P• e.do Sr. Card. Arceb1spo, 18-6-1936).

m.-rr.

189. Sendo ainda vivo Sao Simeao Est111ta, certo~cadorcolocou ~ imagem dele no veitfbulo de sua casa; e .2. ~ fizeram osa•teeoes ~~orna~~ oficinas Narra o Papa Bento XIV a respeito de Sao S1meao Est111ta (390-459): "Conta-se a respe1to de Sao Simeao Est111ta que fo1 ele procurado por um certo mercador ant1oquenho, o qual era atormentado pelo demonio, e o

r I

I

I


180.

Secçào II

~~rou. ~ ~ mercador, estando Simeio ainda vi 1 ca~a COAICOU 711magem d o ~ na entradade derr~bara~un~ ~mens fmpios e iru'iels do l ugara mo S - , as oram severamente punidos. Do mes- t imeao , 1gualmente àinda em v1da conta""e--od re o que os a t Oe-lro , .i. oIm'agens deTe n; !~t~!d_!:· ~ còlocavam pequenas cinas - - - 12or esse a ~ !!2 suas ol'l_ __ , 12ar{ meloportico bt de _d_f _ _ -proteçà'.011. BENTO XIV-O - - ~ e esa ~ tione et B t ' ~ Servorum Dei Beatifica~ _ ea orum Canonizatione, Typographia AldiII: P:r~~~: l839, liber II, caput XI, n. 15, tomus

sua

190 • Tudo ~ ~ ele havia tocado 12arecia conservar algo de santo

--

Conta c~nhecido historiador das Cruzadas respeito de Sao Bernardo (1090-1153): , "A

a

,

nardo) ::s:ina qual- o abade de Claraval (Sio Be rtudo lgn_ava e_ntrar era considerada di tosa. o gue e e navia tocado pa i . desanto: OStl;;-- -'-..::....::;;.=...::., ree a conservar algo ~umacruz ~t~e~am !.r .e.~. ~ gloriavam ~ do 3ue ele t i ~ usad~~a! ::~: ~~ ~meita de ~ t•ctao nuP d - -a vez a mul~ .2.. ro eava rasgou ~ vesfesao santo an: o o:~na~ conseguir~ pedaço delas para razer l venerado de sua peregrina~A- multidà'.o ~~edse aglomerava ao seu redor era tao grande ue sa1v!;a~s!~v~m;:r~~~;g~ad1 ser hasfixiado e de;e~ a 1 emana, que o ergueu em seus bra diante ços e o levou para uma ' igreja, depondo-o MICHAUD deHuma#imagem milagrosa da Virgem" (J F istoria de las Cruzad u , fica Editorial Hispano_A_ 1 . as, n1on T1pogras16n de 1965 Tomo pr1 mer canal Mexico, Reimpre, mero, p. 2~5).

af---

1

Secçào II tar e obteve !mediatamente sua cura". (R. P. ANsELME DIMIER OCR, Sain t Bernard "Pecheur de Dieu" Letouzey & Ané, Paris, 1953, Tome Premier," p.108 Gen., / I~primatur: Michel Potevin, Vie. 23-l!-1953). 192. Beijavam ~ sua tunica e os mais ousados cortavam pedaçosde sua capa

~

rasgavam

Da introduçào geral a um livro sobre Sào Domingos (1170-1221): "0 Santo chega nesta época à sua maxiroa popularidade. 'Ao ténnino de seus se_rmoes, nos quais arrancava lagri mas de arrependimento e de admiraçao em seu audit6r1o, ao sair das basilicas ~ p~vo se precipitava~ tropel para receber sua bençao, beijar suas maos e a fimbria de suas vestes. Os mais ousaclos ~tavam e ras~avam"pecfaços de# sua capa, de modo que esta Ihe c egava apenas ate os joelhos • • . Domingos de Guzmào, a quem vimos trata r de igual para igual, para dize-lo assim, com Simio de Montfort, com os Bispos de Toulouse, de Carcassone e de Narbonne, nao era aòmirado semente pela nobreza e pelo clero, era também amado e venerado pelo povo'". ( JOSf MARIA DE' ·oARGANTA OP, Santo Domingo de Guzman vi sto poM ~ contemporaneos, Introducc16n General, BAC, adrid, 1947, p. 92 / Imprimatur: Casimiro, Ob1spo Aux. y Vie. ge~ 30-5-1947). 1

193. Devota de Sào Domingos guarda sua tunica como~lfquia De urna vida de Sào Domingos (1170-1221):

191 . _Pendurou ao pescoço urna carta d e ~ Bernardo~~ viu c u r a ~ De urna vida de Sao Be r nardo (1090-1153): "Quando Hugo recebeu esta ca t ( nardo) encontrava-se d r a de Sào Berraçao ~ oente, com febre. Por venenho ao p~=c~~~ ~~~ ~~tor!. ele pendurou ~pergarilr._-''--=--'l..:c - voçao, corno um remedio salu-

Estando entao em Seg6via na casa desta pobre mulher, ele tirou a tunica de. là com a qual estava interiormentè vestido para colocar urna de tecido mais duro. A~ hospedeira percebeu Q_ fato~. por um sentimento de veneraçao, ~scondeu em um cofre a tunica ~ o santo tinha tiraòo. Algum tempo mais tarde, estandoela ausente, seu quarto pegou fogo e todos os seus m6veis foram queimados, exceto o cofre que, juntamente com a reliquia, continha 11


182.

Secçao II

seus objetos mais preciosos" . (Rev. Pe . HENRI-00MINIQUE LACORDAIRE, Vie de Saint Dominique, Ancienne Librairie Poussielque, Paris, 1922, p. 230 / Com aprovaçao eclesiastica). 194 . Levados ~~§rande fé, cortavam pedaços da tunica do Santo Relata Tomas de Celano, contemporaneo de Sao Francisco de Assis (1181-1226): "As pessoas ofereciam-lhe (a Sao Francisco de Assia) pao para que ele abençoasse, e quando, em caso de doença , comiam do pao, f1cavam 1nteiramente curadas. Por esse mesmo motivo, levados por sua grande ré , cortavam pedaços de sua tunica, até ~ ponto de que certa vez o deixaram quase desnudo; e o mais admiraveTera que se o santol'aI tocava algum objeto com a mao; o uso desse o~jeto também resti tuia a saude ..a,.hao poucos". (TOMAS CELANO, Vida de San Francisco, i n San Francisco de Asia. Sua escritos. Las Florecillai:" Biografias del Santo Eor Celano, San Buenaventura i los Tres ~mpaneros. Espejo de perfecclon, B~C,rfaarfd,7ii'7 ed., 1956, p. 325 / Com aprovaçao eclesiastica). 195. Consideravam-se ditosos em p~der tocar .~ ~ ~ ffmbria .de seu habito Narra Tomas de Celano, contemporaneo de Sao Francisco de Assis (1181-1226), em sua biografia do Santo: "Era tao grande a té daquelas pessoas , tanto dos homens corno das mulheree, com respeito ao servo de Deus, que se repùtavam ditosos por chegar ~ tocar ao menos a f!mbria de seu habito. Ao entrar emalguma cidade, alegrava-seo clero, tocavam-se todos os sinos, celebravam- no os homens, regozijavam-se as mulheres, aplaudiam os meninos e mu1t!ss1mas vezes sa!am ao seu encontro ~ triunfo, ~ salmos e ramos. Ficava confundida a maldade dos hereges,- ~ quais se,escondiam destas inocentes manifestaçoes dos fieis , e exaltava-se a fe da !greja. Vislumbrava~ em Sao Francisco tantos resplendores de· santidade i nsigne, que ninguém se

183 . Secçao Il ia a replicar a suas palavras , porque somente t a re~e afluiam as mùlt1does. Acred1tava ele, que ~ b'È-- todas as coisas devia conservar-se a fe na ~~n~: Romana Igreja , pois somente nEla pode espea salvaçao dos predest1nados. Venerava os rar-s~otes e reverenc1ava com submisso afeto toda sac~~dem eclesiast1ca". (TOMAS CELANO,~ d e ~ ;rancisco, in San Francisco d e ~ ~ escr1tos Las FloreCIIlas. BiograRas d e l ~ E.Q!. ,..-,::- san Buenaventura v i-os Tres Companeros •, ve.Lé:lno, .:::..:;:.=~.------;;:.. "- - - - - 1956 E jo deper.feccion, BAC, Madrid, 3a. e d . , ; p~P;25 ;com aprovaçao ecles1astica). 196. Armavam-se de tesouras para cortar ao Santo a1gum peclacinho do fiab~gue guardassem ~ reliquia De uma ( 1195-1231) :

biografia

de

Santo

Antonio

"0s mercadores, vendeiros e !endeiras, fechavam as lojas, e, so findo o sermao, tornavam !os seus neg6é1os. As mulher es , 1nflamadas ~ devoçao, armavam-se de tesouras para cortarem .!!,2 ~ {Santo Antonio) Ììgum pedacito.-00 hàbito que gua(t d"'assem ~ re guia. E tinfia-se por afo'rtuna o uem chegasse a tocar-lhe ao menos a orla dos vesiidos". (Pe. FERNANDO FELIX LOPES , ~ Antonio de Lisboa Doutor Evan~élico, Ed1çao do 11 Boletim Mensal" Braga 2a. e . , 1954, p. 214 / Imprimatur: A., Arch. Pr1maa., Brach., 26-11-1953), 197, Recolhiam ~ ~ cabelos ~ reliquias Le-se num livro sobre Branca de Castela, Rainha da França e Mae de Sao Lufs Rei: "Branca tinha que d1rigir novamente a educaçao de um Rei (Sao tuia IX de França). "Ela tinha junto de si, ajudando-a em suaa d1versaa tarefas, sua filha Isabel (a Beata Isa: bel) 'a mais nobre Dama que existia sobre a terra . ela era mu1to graciosa e de grande beleza'. Isab 1 aos vinte e tres anos é urna figura excepcion:1: Fisicamente, ela se parece com Lu1s; ela é


184 .

Secçao II

Secçao II

185.

lo1ra, tao lo1ra que suas acompanhantes comparam a fios de ouro os cabelos que f1cam no pente quando elas a penteiam -- esses cabelos ~ elas recolhem corno re~fguias, poisisabel inspira uma verdade1ra veneraçao ~ tcrdos gue !!_ cercam" . (REGINE PERNOUD, La Reine Blanche, Editiorls Albin Michel, p. 307). 198. " •• -~ as ~ daguele rio ficaram t1das ~ veneraçao" De urna vida de Santa Isabel, Ra1nha de PortÙgal (1271-1336): "A pretexto de recrear-se, (a Ra1nha Santa Isabel) descia até à borda da veia e ali, por suas maos, levada da sua hum1ldade, lavava os panos asquerosos do hospital e outras roupas de pobres. Nao faltou quem a visse em tao heréico exercfcio de virtude, e .desde _a! fica ram ~ ~ daquele rio tidas ~ veneraçao. Muitos enfermos, valendo-se delas, sararam ae· repente". (J . LE BRUN, Santa Isabel Rainha de Portugal, Apostolado da Imprensa, Porto, 2a. ea., 1946, p. 68 / Pode 1m~rim1r-se: Mons. Pereira Lopes, Vig. Geral.~12-1 44).

199. Tocavam ~ beijavam ~ palangue de onde hav1a pregado Sao-vfceriteFerrer, corno co1sa de Deus

--

---- --- --- -

De urna ( 1350-1419) :

vida

de

Sao

--

I

Vicente

Ferrer

"Com estas e outras coisas, de1xou Mestre Vicente (Sao Vicente Ferrer) mùito reformada a c1da- de de Tolosa . De tal modo que, costumando seus habitantes 1r cada ano a certa~ festas com muitos Jogos, cantadores e mascaras, foram 1~ com urna cruz, disciplinando-se cruiµnente; porque tem1am que, se nao se emendassero de suas vaidades pelas pregaçoes do Mestre Vicente, nao podiam escapar de ~lgum terr!vel castigo. Diziam comumente: este homem veio a esta terra para nossa salvaçao ou par a nossa· perdiçao. Para que nos salvemos, se fizermos o que ele nos diz; para que nos condenemos, se nos descuidarmos de obedecer-lhe. Porque até aqui podfamos dizer que nao t!nhamos quem nos ensinasse

Sii.o Vicente Ferrer. Detalhe de quadro do século XV, atri-

buido a Juan Reixach, na Catedral. de Valencia. + 1 111 1 1111+++++~-·+++++tll I I I I I I I l + H - - 1 1 1 1 1 1 1 fl 11111

I'

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186 .

Secçao II

tao bem o que somos obrigados a fazer; e agora ja nao podemos dize- lo. Assim, foi tanta~ devoçao que ~ ele tomaram, gue depois de ~ partida 2!!_ tolosanos ficaram com rel!quias suas, e nao quiseram desfazer 2. palangue ·~ qual havia pregado; antes o beijavam e tocavam corno coisa de Deus". (Fray- VICENTE JUSTINIANO ANT!sT, Vida de San Vicente Ferrer, in Biografia l Escritos de San Vicente Ferrer, BAC, Madrid, 1956, p. 220/ Imprimi= tur: Hyacinthus, Ep. aux. y Vie. gen., Valent1ae, 9-b-1956). 200. Frade expulsa o demonio com cabelos de Sao"VI'cente Ferrer, que~ardava .~ reliquia Da vida a·e Sao- Vicente Ferrer (1350-1 419) : "Urna ~ ~ ~ue 2_ ~ raspou .!. barba ~ fez a tonsura, certo . .,rei Guillen recolheu pitte dos cabelos ~ os~dou corno rellguias. E mu o tempo depois, havendo em Mallorca urna mulher endemoniada que descobria segredos e dava pena a muitos, tomou o r.rade os cabelos e, envolvendo-os com um pano, com prazer ou pesar dela, atou-lhos no pescoço. Enfureceu-se o demonio mais do que nunca, e atormentou a mulher duramente; e se lhe perguntavam porque a maltratava tanto, respondia que também ~ ele atormentavam o·s cabelos de Sao Vicente. Por 4!!!. teve gue sair da mulher ~ deiia=°la 11vre. Taiii=' bem ali, tiraram do Santo urna capinha, a qual, corno diz Ranzano, serviu para liv,rar muitas pes~oas de suas enfermidades". (Fray V,ICENTE JUSTINIANO ANTIST, Vidà de San Vicente Ferrer, in Biografia l EscritosdeSan. V'Icente Ferrer, BAC, Madrid, 1956, pp. · 182-Tif3timprimatur: _Hyacinthus, Ep. aux. y Vie . gen., Valentiae, 9-6-1956). 201. Seu braç! ~ paralizou ~ ~ fora urna "rel quia" de . Sào Francisco de Paula ~ vivo De urna vida ilustrada de Sao Francisco de Paula (1416-1507): "Em Ostia, veio ter com Francisco um pobre homem , consternado, para pedir socorro para seu

187 .

Secçao II

patrao. Acontecera que o ~ patrao tinha caçoado da esposa porgue guardava zelosamente um·pouco dE palha do lei to em' ~ .2..A Santo tinha dormido na casa do embaixador frances. Quando jogava fora essa palha, seu ~raço ficara paralizado. "Francisco disse : '- F1que tranqililo, irmao, volte para casa que nao é nada'. (ANTONIO CASTIGLIONE, S. Francisco de Paula, vida ilustrada, DelegaçaoGeral da Ordem dos7ITnimos, Sao Paulo, 1980, p. 131 / Com aprovaçao ecles1astica). 202. Dividiam os cabelos que cortava, os restos ~ papeis nos quais tinha escrito ~ ordem Da vida (1491-1556):

de

Santo

Inacio

de

Layola

"Compreende-se a. veneraçao que o santo fundador (Santo Inacio de Loyola) inspirava a todos os seus religiosos, quando se ve que Deus parecia comprazer~se em justifica-la. Os'bons Padres recolhiam tudo .2, que podiam apanhàr ~~santo Gerar:-- D!vIOiam os cabelos gue cortava, os restos dos papeis nosguais tinha escrito urna ordem jà 1nutil por ter sido executada, tudo Q. gue lhe pertencia e lhe dizia respeito. Inàcio tinha conservado o saCC>que usava em Manresa; nao .2.. pode guardar intacto, porgue lho descobriram ~ nao tiveram escrupulo de tirar-lhe alguns bocados; felizmente para os piedosos culpados, o Santo _ignorou~os sémpre. · "0 Padre Nadai fo1 menos feliz. Santo Inacio sofria muito dum dente e resolveu-se a manda-lo arrancar. Nadal, presente! operaçao, a~oderou- se furtivamente do dente e gueria conserv -lo corno urna religuia;mas o nosso Santo, que tinha ei"ce= lente ouvido , escutou algumas palavras, suficientes para trairem o segredo; censura severamente o seu querido Padre Nadal, a quem amava com terna ateiçao, obriga-o a apresentar o corpo de dellto e fa-lo desaparece~ para sempre". (DAURIGNAC, §..=_ Inac i o de Loyola, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, "Ifa. ed., p. 322, 1958, p. 322).


188.

Secçlio II

203. Levava numa ca1x1nha ao peiio a assinatura do Padre nacio ainda viv'o,'" junto ~~osso de sao Temé Da conhecida auto~a Daurignac, em seu sobre Sao Francisco Xavier (1506-1 55 2) :

livro

11 A nova da morte do santo Padre (Sao Francisco Xavier) tao amado, todos os portugueses da Santa-Cruz romperam em soluços. "0s marinheiros desembarcaram com todo o pessoal do navio; todos queriam vere venerar o corpo do grande apostolo, todos queriam beiJar-lhe os pés e as maos, recomendarem-se às suas oraçoes, e testemunhar-lhe o amor e o reconhecimento que ele havia grangeado de todos os coraçoesl "0 santo corpo foi conservado até ao terceiro dia, domingo, estendido sobre a esteira que cobria o solo da cabana.•:' ,/ "Jorge Alvares, Francisco de Aguiar, Crist6vao e Antonio de Sa~ta-Fé, tiraram-lhe a sua pobre batina da qual . repartiram entre si os preciosos pedaços, acharam sobre ~ ~ peito uma pequena caixa contendo _!! assinatura de santo Inac1o, os nomes dos Padres com os quais o nosso Santo tinha vivicfo em Roma, afoniiula dos -seus votos, e urna Parsela de osso do-apostolo s.- Toiile, sob cuJa proteçao ele pusera o seu apostolado das Indias". (J. M. S. DAURIGNAC, s. Francisco Xavier, Apostolo das Indias, Apostolado da Impren~a, Porto, 5a. e ~ 1959, p. 459 / Pode im;rimir-se: Mons. Pereira Lopes, Vig. ger. ~-19 8).

204. Sao Francisco Xavier levava consigo assinaturas de Jesu!tas,por amor das consolaçoes gue delas receb1a Conta agora o proprio Sao Francisco numa de suas cartas:

Xav1er

"Pela muita necessidade que tenho da vossa continuada ajuda espiritual, fui conhecendo em muitas ocasioes, corno Deus Nosso Senhor me au;111a e favorece, em muitos trabalhos corpora1s e espirituais, por causa das vossas supl1cas. E para

Secçao II nunca me esquecer de v6s e ter- vos na lembrança, continuamente e dum modo especial, a fim de me consolar, faço-vos saber, carfesimos 1rmaos, que ~ cartas gue escrevestes tire1 ~ voseos nomee, escritos .e2_!:_ vossas propr1as maos ~ juntamente com o voto da minha profiseao,levo-os sempre comigo,- por amor~consolaçoes que de!es recebo"":" (S. FRANCISCO XAVIER, Cartas e escritos eelectos, Apost9lado da Imprensa, Porto~-1952, p. 35). 205. Recolhiam os cabelos cortados, parr gUardar corno r guias do seu senhor Da vida de Sao Francisèo (1510-1572), oP.1o Padre Ribadeneyra:

de

Borja

"Depois que com esta~ e outras palavras afetuosas se ofereceu ' a seu Criador, saiu (Sao Francisco de Borja) de seu oratorio, e com escritura publica e solene ato renunciou em favor do Marquee Dom Carlos, seu filho primogenito que estava ausente, a seus estados, titulos, rendas e vassalos, sem reservar para si coisa al~ma. Feito isto, despojou-se das vestes secular:"'e·s e vestiu-se com o habito da Comp ~nhia. Raspou a barba e fez a tonsura para receber as Sagradas Ordens. A vista disse, seus cr1ados choravam corno se diante de seus olhos o vissem morrer; e às escondidas, recolhiam oscabelos cortados para guarda-los ~ rellguias de ~ senhor, ao qual .Ji. tinham ~morto~ estimavam corno a um santo". (PEDRO DE RIBADENEYRA. Vida OeT Padre - Fr'anclsco de Borja, in Historias deIT Cont~forma, BAC, Madrid, 1945, pp. 688-6E9 7 Imprimatur: Casimiro, Ob1spo Aux. y Vie. gen., 31-3-1945). 206. As cadeiras onde se sentava eram guardadas comore1Tgu1as De urna v1da de Santo Afonso (Alonso) guez (1553-1617):

Rodrf-

"'Quando o Irmio (Santo Afonso Rodrfguez) a companhava algum Padre em casas de f1é1s, havia a lguns ~ pre s tavam bem at ençio na cadeira


190 .

onde ele ~ sentava, ~ depois 2. guardavam corno reilguia"T: Ficou muito famosa urna dessas cadeTras": na gual costuiiiavasentar-se Afonso quando acompanhava o Padre Melchior Miralles em casa de Mateus Mas, curtidor, morador em Montesion, cujo pai esteve muito tempo doente de cama. Jamais perrnitiu Mateus qu; alguém ~ sentasse nela. Estando sua esposa proxima do parto, e padecendo indiziveis dores, cheia de fé nos méritos de Afonso, creu que ~entando-se naquela venerada cadeira teria feliz exito naqu=le transe. E, com efeito, assim se passou, com nao pouca admiraçao e alegria da paciente e de todos da casa. J~ desde entao, ainda em vida do Santo, aquela cadeira foi o refugio de todas as mulheres que costumavam ter partos infelizes ou perigoeos. 'Se se tivesse que escrever todos os partos felizes que se deram por devoçao àquela cadeira, diz 6 P. Harimon, ocupariam urna grande parte de su! historia: deste modo se deixa apenas dito que e comum levftr esta cadeira nos lugares dos partos, por devoçao a ela 1 • Atualmente desapareceu esta vener~vel reliquia, sem se saber onde tera ido parar, ou se foi destruida". (Pe. JAIHE NONELL, Vida de San Alonso Rodriguez Imprenta y Librer1a"Vcfa.,.7r. de Subirana, 188A, pp. 589-590 I Con licencia, Barcelona).

207. Recolhiam-se cabelos seus, penas E..2!!I gue escrevia, -pedaços de .P!Etl que t1vesse tocado ••• Da v1da de Santo Afonso (Alonso) Rodriguez

(1533-1617):

"Grande era a rama de santidade que desde ha mu1 to tempo gozava de·ntro e fora da casa o Irmao . Afonso e conservava-se comò reliquia gualguer obJe!Q seu. 'Tal era o conee1to que todos da casa t!nfiamos de sua sant1dade, escreve o Irmao Onofre Serra, que ha catorze anos que o conheci muitos do Colégio recolh1am coisas suas para·_ gÙardà-las corno rel!quias : ~ quando lhe cortavam o cabelo, recolhiam-no .para Q _ ~ efeito; ate as-penas com ™ escrev1a, pedaços d e ~ que tivesse tocadci":" r--conseguiam ~ assinatura, dizendo que era para colocar no registro da portar1a'".(Pe. JAIHE NONELL, Vida de San Alonso Rodr!guez, Imprenta y

191.

Secçao II

Secçao II

Libreria Vda. E. H. de Subirana, Barcelona, 1888, p. 589 / Con licencia).

208. Ainda em vida de Santo Afonso Rodriguez, a mu1tierdoVice"=ReideMallorca colocou um retrato dele ~~oratorio Le-sena vida de Santo Afonso (Alonso) Rodr1guez (1533-1617): · "Tal era a estima que ji desde o principio, e ainda em vida do Santo (Santo Afonso Rodriguez), se tinha às suas coisas. O mesmo se dava com os retratos do Servo de Deus que, semele saber, fizeram ainda ~uavida. 'Vivendo ainda o santo ~ . continua Onofre Serra, hà pouco citado, fizeram-se muitos retratos ~ - ! nao faltou guem pusesse um deles em plena rua, devendo passar por ela procfssao.Aconteceu de o Irmao passar por ali e, vendo sua figura, disse ao companhe1ro: 'Valha-me Deus, que feio pintaram o nosso Beato Padre!' -- parecendo-lhe sem duvida que aquele nao era retrato seu, mas de Santo Inacio • "E nao somente gozava Afonso dessa rama de santidade entre o povo de Hall~rca, mas também entre as pessoas mais autorizadas, corno eram os Vice-Reis, Bispos e Inquisidores, que o conheceram ou tiver.am not!cia de sua santidade por intermédio de pessoas fided1gnas. Escreviam-lhe, pedindo o mesmo que o Santo Patriarca. Mas voltemos aos retratos. "Dona Juana Pardo, esposa do Vice-Rei de Mall,orca, D. Juan Vflaragut, t1nha, ~ ~ vida do Irmao, um retrato deste em seu oratorio, e disse a seu confessor que nao odiapassar d:1:ante-deleseiiì ~ fazer urna revereric a; ~ que tinha escrupuTo de nao sentir tanta devoçao quando passava diante das imagens de outros santos, j! canonizados". (Pe:" JAIME NONELL, Yida de San Aronso Rodriguéz, Imprenta y Libreria'Vda~E-:7!. de Subirana, Barcelona, 1888, pp. 591 e 594 / Con licencia).

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1

209. ~ pessoas recorriam às reliquias de suas veatea para afaatar 6s ~ pensamentos De urna antiga biografia do Beato José de Anchieta (153~-1591), o grande Mission!rio Jesuita e

'.


192 .

Sec çao II

Ap6stolo do Brasil: "Da perpétua pureza com que Deus· o conservou, alguma coi sa se di ss e no l ivro pr1meiro, capitules sétimo e oitavo , quando esteve entre os gentios s6 amparadò com o fervor da gloriosa Virgem Mae de De~s , ajudando-se da oraçao e penitencia corpora!; neste passo bastara acrescentar o que um padre nosso certificou em seu testemunho, ~ ainda sendo ele vivo , algumas pessoas que pod iam have r a ~ s---z;eirguias do seu vest ldo, confessavam serem muto aJudadas de7:reus contra os maus pensamentos ••••• "Pela fama da santidade do padre José, conf1rmada com tao notavels exemplos quotldianos, e de sua rara vlrtude e obras milagrosas , que Deus, por este vaso escolhldo razla, multas pessoas toma~em devoçao de~ ajudarem das reliquias do vestldo do padr~; para suas enfermidades, em especlal para dor de cabeça, corno algumas pessoas o juram em seus testemunhos, terem-no ouvldo e visto em outras, e alnda ·~xperlmentado em si mesmos". (Pe. PERO ROIZ, Anchleta, Llvrarla Progresso Edltora, Salvador, 1955, pp. 98 e 18~). 210. Furtavam santamente alguns de seus objetos ~ ~ curados Alnda sobre o Beato José de An chieta outra biografia antlga:

conta

"7. Estava outra mulher d~ parto, hav1a quinze dlas, apertada de dores e cqm grave perlgo; foi chamado José, apllcou-lhe a mao, e de repente lançou a c rlança e flcou llvre do perigo. E era tal a fé nes tes casos que, quando nao podlam · haver a presenca ~ maos de José. bas t'ava sò Q. tosue de qualquer co1sa sua para grandes efe1tos. Sao varlos os sucessos em seus processos, em os quais se mostra que s6 com urna carta escrita de sua let ra, tiveram partos fell cisslmos mulheres d1ferentes, que estavam em per1go: Jul1ana de Sousa, Maria Maqhado e Vit6ria Pinto, na vl la de Santos, e outras mu1tas, nas demais vllas. "8. Era colsa também mu1 ord inaria fazerem - se furtos santosaecolsa de suas ·alfaias, que aplicavam com efeitos maravilhosos. Com um barrete seu , deste modo havido, f oram 11vres de dores de

193 . Secçao II be a muitas pessoas que as padeclam, s6 com o ca çcom fé". (SIM~O DE VASCONCELOS, Vida do vene~~~el Padre José de Anchleta, lmpren~1onal, Jffoae Tanerro,T9U, voi. I, p. 216) . 211. Médlco guarda~ reliquia~ ataduras gue cobriam ~ chagas de Sao Joao d a ~ Conta-se sobre Sao Joao da Cruz (15~2-1591), num 11vro de sua vida :· "Ainda que Frel Joao (Sao Joao da Cruz) tenha escolhido Ubeda porque ninguém o conhecla, logo corre a not!cia de que no convento dos Descalços ha um entermo que é santo, e sao multos os que se 1nteressam por sua saude ••••• "Uma vez preparada a comida, uma menl~a de catorze anos, empregada de Dona Clara, chamada Maria de Ortega, leva-a ao Convento . Um dia assiste a um curativo que o Doutor Robres raz no Santo. A menlna observa que no transcurso do cur9:tlvo sacola O médlco guarda dlsslmuladamente na panos e ataduras gue retlra·'das chagas, apesar 08 de estarem- empapadas de p~s. Qtiando volta para caDona Clara lhe pergunta como esta o_enfermo. ~ menlna dlz que se espanta de como ele nao se 9uelxa dos curatlvos e, recordando o que vlu o~medlco razer , exclama : •senho ra, que grande porco e o Dr. Robresl Coloca na sacola os panos e ataduras chelas de pus que retlra das chagas do Padre Frel Joao da Cruz, e os leva'. 'Cale-se , ~ I -- responde Da. Clara -- pois sao religulas gue chelram multo bem, porque o ~ Frel Joa o da ~ ~ 'M!! santo, ~ isso gue ele os ~ '"• ,cRISOGONO ~JESUS OCD~ Vida de San"Juan de la Cruz in Vida l obras de Sa~ Juan de la e ~ BAC-,- Madrid, 1 ~ pp72"2' a3"Zlr~r!matur:""José Maria, Ob. Aux, Y Vie. Gen., 11-5-19 4).

sa,

212. Tocaram nele medalhas terços, corno num ~ De urna biografia de Sao Roberto Belarm1no, Bispo, Cardeal e Doutor da Igreja (1542- 1621):

~


194.

Se cçao II

"Arcebispo d e Cipua. -- Poi o pr6prio Clemente VIII que s agrou arc ebispo ao s ant o ca r deal (Sao Roberto Belannino). "Este segu i ndo as pres c riçoes do Conci l io Tridentino e c om grande edificaçao de t oda a Curia ·Romana, partiu para a diocese poucos dias depois da sagraçao. "Real 1zou-se al de malo a entrada solene do novo Pastor. As portas da, cidade montou a cavalo, escoltado por toda a nobreza de Cipua, e sob um baldaqu1no que sustentavam seis magistrados. A fa~ de santidade do !lQY_Q a r cebispo trouxera ~ rec ebe-lo ~ enorme concurso de gente, gue levava .!!. ~ veneraçao a tocar nele, corno em santo, medalhas ~ terços. Parapoder entrar na catedral, t1veram que toma-lo nos braços alguns homens robustos e leva- lo por outro caminho. "Parecia-nos ver nele um bispo dos tempos antigos, diz urna :relaçio contemporanea, e as suas palavras fizeram-nos compreender que v~nha até n6s levado daquele ~spirito de to rça e doçura a que ninguém resiste". (JOXO RODRIGUES MENDES SJ, O Santo Cardial Roberto Belarmino, Apostolado da rm= prensa, Porto, 1930, p. 42 / Imprimatur: A.A., Bispo do Porto, 30-4-1930).

213. Bispos e Cardeais colocam seus solidéus na cabeça veneranda . do ·anciao, • para sant1fic!- ìos naguelecontacto , sagrado Ainda da mesma ~iografia ' de Sao Roberto larmino (1542-1621):

Be-

"E assim pessoas ~ todas as ·condiçoes passavam pelo quarto de BelarmfnoTSao Roberto Belarmi@, · tocando nele cruclfixos,1iiiagens, ~ terç.os 1 procurando como inapreciavel dita beijar-lhe as maos; alguns ca1am de joelhos a chorar; !_devoçao levava out r os -a furtar ~ objeto do santo; nem faltaram b1spos e cardeais que colocassem o iieu solideu ~ cabeça-veneranda Ooanclao para osin= tificarem naquele contacto eagrado. · Belarmino, julgando que lhe tocavam aqueles objetos, s6 com o fim de o animar e consolar, agradecia ingenuamente tamanha caridade". (JOKO RODRIGUES MENDES SJ, O

195 .

Se cç ao Il

San t o Cardial Rober to Belann1no , Apos t ol ado da Impreiisa , Po rto, 1930 , p . 65 / I mpri matu r : A.A., Bispo do Porto, 30-4-19 30) .

21 4 . Pa r oquianòs disputam ~ si para guarda r !l,m obje to que pertencera ao ~ Cura Da h1st6r1a de Sao Vicente (1581-1660), por Monsenhor Boùgaud:

de

Paulo

"Nada diremos da profunda afl1çao dos hab1tant es de ChatillÒn, quando elesse deram conta de que 1am perder o seu paroco (Sao V1 cente de Paulo) . V1am-se repetir as cenas de Clichy. A pr1me1ra palavra que ele disse do pulpito, os soluços desataram-se. 1 N6s perdemos tudo, n6s perdemos o nosso pa1'. Ele distribu1u naquela mesma tarde aos seus quer1dos pobres, que ele estava part1cularmente des olado de deixar, seus m6ve1s, sua s roupas, seus parcos mantimentos. Os ~ tornavam ~ comprar ~ ~ ·menores lembranças; _1t ~ ~ pob-r es, Jul1en ca·ron, ~ gue sustentar ~ espe~ ~ assedio para guardar u~ , velho chapeu. "No dia da partida, toda a paroqu1a estava no .c aminho. Logo que o santo apareceu, todos ca!ram de j oelhos clamando: 'A sua bençaol ' -- que o santo lhes deu chorando. Perto de cinqtienta anos depo1s, as pessoas idosas que testemunharam esta cena ou os seus filhos e netos, declararam sob Jura~ento, em vista de urna provavel canon1zaçao, que seria imposs1vel assinalar tudo o que tinha sido feito em tao -pouco tempo (ci~co mesesl) pelo Padre Vincent (Sao Vicente. de Paulo), eque eles ter1am t!do dif1culdade em crer, se nao tivessem visto e ouvido. Elea lhe tinham urna tao alta estima, que nao falavam a seu respeito senao corno de um santo. Acreditam que sua atuaçao em Chat1llon aer1a sufic1ente para o razer canon1zar, e nao duv1dam absolutamente que o sera um dia". (Monse1gneur BOUOAUD Histo ire de Saint Vincent de Paul, L1bra1rie Vve.' Ch. Pous8Ielgue, Paria, 4a. ed., Tome Premièr, pp. 80-81).


19 6.

Secçao II

De urna vida do grande Apostolo mariano, Lufs_ Grignion de Montfort (1673-1716):

Sao

"Um dia em que ele (Sao Lufs Maria Grignion de Montfort) se demorou em formular bem certas prescriçoes (da Regra), urna postulante, entrando por acaso no aposento onde ele escrevia foi tornada de respeito em sua presença, de tal'forma ele parecia corno que perd i do em Deus; com urna ousadia bem desculpavel, ela teve mesmo a idéia de lhe cortar algumas mechas"'decab~ bHrM razerdelas rellquias para si" • {LOO!S LE CR o~ m Louis- Marie Grignion de Montfort, Libra1r1e Mariale, Pont- Chàteau, 19ìf2, p. 420 / Im~r1matur: Eduardus, Episcopus P1ctaviensis, 29-9-19 2). ;:

H

um ouvido, depois Q outro, pois sofria de surdez quase completa. No mesmo instante a surdez desapareceu e nunca mais voITou. --- --" Um dos religiosos da comunidade eofria de um tumor na garganta. Os médicos, a principio, optaram pela operaçao , mas depois verificaram que era demasiado tarde. O Padre estava ha dias à espera da morte . Abandonado da ciencia, fez-se transportar à cela onde agonizava o santo Fundador. Tomou ùma das vendas recém- usadas pelo doente ~ aplico\i= =aasI cheio de confiança. Levaram-no de volta à enfermar1ae, no dia seguinte , ,qual nao foia estupefaçao dos médicos que nao descobriram o minimo de tumor, onde antes havia um muito grande, corno tinham constatado". (Pe. JOSE MONTES CSSR, Afonao de Ligério o Cavaleiro de Deus, Editora Vozes! Petrépolis, I962, p. 160 / liiiprimatur: Pe. Jose Ribolla CSSR, Superior Provincial, Sao Paulo).

-

215. Ousadia de urna postulante para obter reITgiiia dos cabelos de Sao Luìs Grignion de~ntfort

>

216. Q s1mpl,e s contato com o corpo de Santo Afonso agon1zante ou com objetos .nele tocados opera iiiflagres De urna biografia de Santo Afonso Maria de Lig6 rio (1696-1787) : "Um c8nego, que havia ~ras anos sé pod1a andar de muletas, veio pedir-lhe (a San.to Afonso de Ligério) urna ultima bSnçao. Os racultativos haviam capitul.a do ante a enfermidade e : o bom padre se tinha conformado com a vontade divina. Encontrando-se ao lado do Servo de Deus e lembrando-se de tantos mllagres , que·, segundo lhe diziam , ha via operado, quis experimentar também a fortuna. Sobre a cama estava o escapular1o de Afonso. Tomou-o apl1cou-o ! perna doente e imediatamente desapare~ ce ram todas ~ dores ~ flcou ~ . pelo que , chorando de comoçao, disse aos presentes: "-- Cheguei aqui ale1jado e volto sao e bom. "No dia seguinte entrou no quarto do · doente o Provincial dos Capuchinhos. Afonso estava em estado 1-etargic~ . ~ Provincial pediu-lhe, qua se a gritar, urna bençao para s-eus religiosos , mas nao logrou fazer-se entender. En tào tomou-lhe a mao e persignou - se com ela, tocari'Oocom ~ mesma prriiie1ro

197,

Secçao II

-

217, Toda a sua vida Vicente trara sobre eeu coraçào, corno --reI'Iquia, ~ carta de Sao Paulo da Cruz Narra um (1745-1 824):

livro

sobre Sao

Vicente

Strambi

"Em lugar de entrar novamente em Civita- Vecchia, ele (Sao Vicente Strambi) foi ·ter à Casa doa Passionistas de Capranica, onde o aguardava urna carta de Sao Paulo da Cruz • • . • . "Durante toda . a sua vida Vicente Strambi levaria este bilhete,-como ~reliquia , sobre seu coraçao;--e n!o é proibido super que nosmoriientQs de extrema fadiga, eleo tocasse com as maos 11 • (MARIA WINOWSKA, C'Est l'Heure des Saints, Imprimerie Maison de laBonne Presae~aria, 1952 , pp. 70-71 / Imprimatur: Petrus Brot, V. G., Paria) . 218. Dist r ibuiamo sangue do

~ d •Are ~ preciosa reliquia

Contam algumas testemunhas do processo de Canonizaçao e Beatif1caçao do Cura d'Ara (1786-1859) :


198.

Secçao II

"0 interesse da multidao pela sua pessoa (de Sao Joao Vianney) sempre lhe foi desagradavel. 'Sentia verdadeira tristeza, diz a condessa de Garets, ao ver que buscavam os objetos de seu uso para converte-los em reiiquias' (Processo Ordinario, p. 917). Um dia, ao ' notar que lhe cortavam um pedaço da batina, disse entre gemidos: 'Que devoçao mais ·mal-entendida'. Cada vez que cortava os cabelos tinha o cuidado de os recolher e queimar na estufa do seu quarto. Os barbeiros, porém, nao ~ la muito escrupulosos ~ facilmente ~ deixavam subornar. Joao Pertinand conquistou muitos amigos graças ao piedoso latrocinio que se pennitia cometer sempre que achava ocasiào propfc1a (Catarina Lassagne, Pro~esso apostolico ~ ~ reant, p. 1110).

"0 Cura d'Ara, que era o menos desconfiado dos homens, nao acertava adivinhar a causa desses furtos, de que frequentemente era viti.ma. Ao terminar urna missao desapareceu-lhe o cand1e1ro. 'E curioso, disse ele, ,,èu Julgava que todos se houvessem convertido ••• e eis que me roubaml' (Joao Pertinantl, Processo Ordinario, p. 391). "Quando nos ultimos anos o Dr. Saunier sangrava-o urna ou outra vez para lhe descongestionar a cabeça, o P. Vianney mandava enterrar o sangue no cemitério, 'porque era sangue de cr1stao' (Condessa de Garets, Processo Ordinario, p. 917), mas e:x1g1a que sé o ent-errassem na sua presença (Marta· Miiard, Processo apostolico continuativo, p. 858; Conego Morel, Processo · apostél~co 1n genere, p. 456). Mesmo assim, isso nao impediuaos bons Irmaos de---xrsde subtralrem um pouco edistr1bui=Io corno preciosareliguia. (A1nda se guardam algumas garrafinhas de cristal ~ sangue gue permaneceu lfguido. H~ urna no tesouro de Ars, outra no Carmelo de Chalons-sur-Saone e outra em Nantes, na Capela dos PP. Capuchinhos. Esta ultima, . sem duvida, pertenceu ao Sr. Sionnet, grande ami go do Cura· d'Ars)". (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ara, Vozes, Petrépol1s, 2a. ed., 1960, p.3'79 7Triiprimatur: Luis. P1lipe de Nadal, Bis po de Uruguaiana, 29°=6-1959).

219, "Algumas mulheres, ~ tras, cortavam-lhe a sobrepeliz ~ mechas de cabelos ••• 11 Sobre

Sao

Joao Vianney

(1786- 1859)

le-se:

199.

secçao II

"Apenas o Cura d 'A ra aparecia fora da igreja! a multidao começava a murmurar: Ei-lol Corriam ate assediando-o, comprimindo-o; ele nao podia 1 :v:~çar um passo sem levantar seu braço para abençoar. Geralmente, um homem caminhava adianteddeie, ara conter a multidao. O Santo Bem-aventura o m~ a as maos na fronte das crianças, tocava os ~~~ermos, respondia às perguntas ~om que o assediavam. Algumas mulheres, .E.2.!:.... tras, cortavam ~ fi~bria de sua sobrepeliz, mechas de seus ~a~elos al:iundantes. Sem se irritar, ele lhes ~izia:. Dei:xem-me tranqiiilo'. Humilde, curvado, nao aguentando mais, porém amavel com todos, ele continuava la, corno no altar, o intercessore a vitima. "Que alfvio sentia, entretanto, quando atin~ ia O presbitério e fechava a porta atras de si!" fEMILE BAUMANN, Tr.ois Villes Saintes, Editions Publiros, Marseille, PP• 34-35),

,,

220. Ec~esiasticos rranceses desfiaram a murça d e ~ IX guardando Com veneraçao ~ reliquias De urna biografia publicada em sua vida:

de

Pio

IX

(1792-1878);

"No dia seguinte, celebrou-se o vigésimo primeiro aniversar1o da coroaçao de Pio IX. No dia 23 foi sagrada a Igreja de Santa Maria dos Anjos, admiravel monumento edificado pelo plano de Miguel Angelo nas Termas de Diocleciano e retifica~o por Pio IX. A 24, à safda da basilica de S. Joao de Latrao, fizeram ao Papa urna ovaçao corno talvez nunca tinha recebido. Ajoelhada na ampla praça, e quase enchendo-a, a multidao que nao coubera na basilica esperava a bençao pontifical. Depois que Pio IX estendeu a mao para abençoar, todo o pov~ ~e levantou, e por um unico movimento em um so brado respondeu: Viva Jio IX, Viva o Papa-Rei! Os braços e os lenços agitavam-se, as flores choviam, e a carruagem papal ficou por muito tempo aprisionada. o Santo Padre, apeaar de eatar acostumado às demonatraçoes apai:xonadas do povo, tinha os olhos cheioa de lagrimas. A sua murçÌ foi por ~asim dizer desfei.ta fio ~ fio pelos ec eillsticos?ranceses que se achavam por tras dele, ~ quais deposi-


200.

Se cça o II

~ com veneraçao ~ relfguia s, ~ s eus breviarios . O ajuntamento de povo e as exclamaçoes duraram até chegar ao Vaticano, isto é o .espaço de urna grande légua. E todos os dias repetia-se o mesmo entusiasmo". (VI~LEFRANCHE, Pio IX, Sua Vida, Sua Historia e Seu Século, Cia-:-EditoraParic,':" rama,--ga-o Paulo, 1~4~p. 261).

221. Piedoso estratagema para obter objeto tocado por™ Santa Da historia de Santa Bernadette (1844-1879):

"F.m

Nevers, numà altura em que a irma Marie-Bernard se entregava ainda às auas ocupaçoes habituais ,· uma mulher da c1dade veio a Saint-Gildard. Deaejava encontrar pLra o filho muito doente, algo que !. vldente de ourOest!vesseto~ e por iaao 1maginou um estratagema: pediu que•entregassem a Ber~~fttte uma cobertura de berço 'feita d& renda, maa emaranhada e inacabada', para que ela à desenredasae e acabaase. A irma Victoire Càasou foi entregar o recado. Entrando na sala onde a irml Marie- Bernard trabalhava com as suas companheiraa, explicou: ~Minhas irmae, urna mulher enredou eata cobertura. Podem repara- la?' Dizendo iato colocou a la emaranhada sob os olhos de B~rnadette, que de nada deaconfiava. 'Esta bem respondeu eata, eataa aenhoras estragam o trabalho e n6a aomoa obrigadaa a rèpara-lo ••• Vamos la, de-me eaaa cobertura ' . Bernadette arranjou-a; levaram-na imediatamente 1 mulher que a i colocou sobre a cr1ança, e eata curou-ae (aegundo o conego Aug. Perreau, Pr. Ap. Nevera, r. 154. ~- Madre Bordenave, id., r. 394). "A caaa-mle foi ainda teatemu'nha de um outro prodigio. 'Oma mulher • conta a 1rmli Claire Borde's , trouxe-noa um garoto que nlio podia andar. Queria gue Bernadette lhe tocaaae~ eaperando que se desse um milagre' . Awper1ora geral -- madre Joséphine Imbert -- chamou a 1rma Mar1e-Bernard e disse-lhe: 'Tome conta da criança enquanto ralo com esta senhora'. Bernadette, continua a irm! Bernard Dallas, 'goatava· mu1to de criançaa. Tomou nos braços, mas depois achando-o muito pesado, po-lo no chao'. o garoto 'correu alegremente para a mae'"

201.

Secçao II

(FRANCI S TR0CHU, Be r nade t t e Soub1rous, Ed1tor1al Aster, Livraria Fl amboyan t , Li s boa, Sao Paul o, 1958 , pp . 449-450 / I mprima t u r: Er nes t o , Arceb1spo-B1s po de Coi mb r a ). 22 2. Inventam m1 1 astuc1a s

para gua r dar~ cabe los de Bernadette, quando el a ~ corta De um livro sobre Santa Bernadette Soubirou s (1844-1879) e Lourdes : "As postulantes Junto às quais ela (Santa Bernadette) goza de'imenso prestigio -- •Gosto muito das pequenas toucasl' diz ela com agrado -as .postulantes. inventam mil astucias para te·r uma lembrança de Bernadette, guardar seus cabelos quando eia corta, fazer-lhe tocar objetos - ou , mais aimplesmente, devorà-la com os olhos. "B1spos, Cardeais, vem ver Bernadette, e a interrogam com vis!vel emoçao ••• "Alguns v1sitantes pretendem pedir-lhe conselho na conduta de sua vida espiritual. De todos os lados as pessoaa lhe pedem otaçoes. ~s crianças, as postulantes, as noviça1, que a visi tam quando esta doente, manitestam frequentemente urna admira; çao rort!as1ma e saem da enrermaria recuando ••• (MICHEL DE SAINT-PIERRE, Be r nadette et Lourdes, Editiona "La Table Ronde", Paris, 1958-,-P• 168).

os

223. Estratagema de~ B1spo para 6bter ~ reliquia d e ~ Bernadette De um livro sobre Santoa dos nossos tempos: "Algumas vezes, ela (Santa Bernadette) ricava b em zangada com as Jovens rreiras que tentavam tocar seu habito ou seu rosario. E um Bispo que viera ve-la, numa ocas1ao em que estava doente, 1nclinou-se tanto sobr e sua cama que o solidéu lhe caiu. .Ele esperou que ela 2,. pegasae !_ lhe devolvesse, mas a Santa, sabendo que ele .Q. i ria considerar comoumareTigu1a, deixou-o ficar onde estava:--F.m vez de apanh,-lo, Q. Bhpo de tal ~ 1ns 18 t1u para que ela 2._ entregasse, ~ ate !_ Madre


202.

Seoçao II

Superiora riu-se do estratagema. Foi s6 à o r dem desta que Bernadette apanhou o solidéu e o devolveu ao Bispo", (THEODORE MAYNARD, Saints for our Times , Appleton-Centur y-Crofts, Inc.~ New York,p':~ Imprimatur: Francia 'Cardinal Spellman).

n

224. "Estes cabelos serao para mim re11qu1as " De duas cartas de Santa Teres1nha (1873- 1897) ao Padre Roulland~ missionario na China: "Ides de certo achar-me criança demais , mas nao importa, confesso-vos que comet1 um pecado .de inveJa, lendo que vossos cabelos iam ser cortados e substitu!dos por urna trança chinesa. Nao foi desta que tive _inveJa, mas simplesmente de urna pequena mecha dos cabelos deitados fora . Perguntais -me de certo rindo que é que eu farla déles? Pois bem, é multo simple~.• estes cabelos serao para mim relf!uias, quando estfverdes no Ceu com a palma do mart rio na mao. Achais sem auv1da que iiie previno com muita antecedencia, mas sei que é a upica maneira de conseguir o meu intento, porque a vossa 1rmaz1nha (que nao é tida corno tal senao por Jesus) ficara certamente esquec1da na distribuiçao de vossas reliquias. Estou certa que vos rides de mim, mas nao faz mal. Se consentirdes em pagar a pequena recreaçao que vos dou com 'os cabelos de um futuro martir', fico bem recompensada (Carta de 1- 11-1896)", , l

"Recebi com alegria, ou antes com emoçao, ~ relfguias (trata-se da mecha de cabelos pedida pela Santa ao R. P. Roulland - Ver Carta CLXXVIII de 1 de Novembre de 1896) que vos dignastes enviar-me (Carta de 1-5-1897)". (Cartas de Santa Teresa do Menino Jesus, Obra das Vocaçoes Sacerdotais , Salvad9r, pp. 361, 362, 402 e 406 / Imprimatur : Antonio. Bispo Auxiliar, 30-9-1952).

~g~ga ~ ~~~~ga* ~ ~~~ t~a~g~

g~ çQm1g~ e-beblda dQQ a~y~g~* g~ g~ a1tUa oa gual ae laYaram~ a~o yeoeradQa como-

225. Cardeal E.2.E. um copo

~

curado depois d e ~ Sao -Bernardo utilizara

De urna biografia de Sao Ber-nardo (1090-1153): ,, "(Sao Bernardo) curou diversas pessoas enfermas tocando-as com as maos ou dando-lhes a beber agua benta. _Q pr6pr1o cardeal Mateus se restabeleceu de um violento ataque de febre depois de beber p_oi::_ um-copo ~ o santoutITizara". (AIL"BE;""T. LUDDY";73ernardoae "Cl~l, Eclitorial Aster, Lisboa, p . 269). -

226. Bispo recupera~ saude ~ utilizar-se de urn arato .!!2_ qual serv1ra Sao }fE;°rnar o

~

De outra biografia do :mssmo Sao Bernardo·: "Qualguer coisa ~ (Sao Bernardo) tivesse trazido sobre s i , ~ t1da .P2.!: preciosa reliquia; ate um prato de barro, do qual se utilizou urna vez oSanto, bastou para restffifra saude a uin"B"ispo 9ue~eu Ùns pedaços de pao e tomou um pouc0 de agua que havia mandado colocar nele", (P. PEDRO DE RIBADENEIRA SJ, Vida de San Bernardo in Obras Com-


J 204.

Secçao II

1etas de San Bernardo I, BAC , Madrid, 7 Imprimatur: Jose Maria, Ob. aux. Madrid, 23-12-1953).

1953, p . 38

y Vie.

gral.

227. Um homem guardou corno reliquia

~

Secçà'.o II

205 .

nheiro de Fre1 Joao, ainda que haja deixado as melhores coisas". (CRISOGONO DE JESUS OCD , Vida de San Juan de la Cruz, in Vida l Obras de Sa:n-:J'uan cte laGruz,71AC~drid,1'%4, ~ 8 7 Impriiiiatur:Jose Maria, Ob. Aux . y Vie . Gen., 11-5-1964).

copo usado .P2.!:. Sao Joaoda Cruz

De urna vida de Sao Joao da Cruz (1542-1591), colabqrador de Santa Teresa na reforma do Carmelo: ".Antao de la Bermeja é um homem bom e piedoso, irmao terceiro do Canno. Nao sabe· corno obse quiar ao padre Prior (Sao Joao da Cruz), com cuja presença se considera tao honrado, e lhe oferece um copo de vinho. Frei Joao o recusa mas ante a insistencia de Antao, bebe urn pouc.o. ò piedoso ho~ guarda o c po como urna reliquia.Ninguém tornara a beber-ne e por cerca de trinta anos, durante os quais conseg~e conserva-lo. O padre Alonso da Madre de Deus> ('o Asturiano) chega a ver o eopo e constata a estima com que o guarda Antao de la BermeJa. Ao morrer deixa-o a um parente seu, que o conserva com a mesma veneraçao até que um dia se quebra". (CRISOGONO DE JESUS OCD, Vida de San Juan de la Cruz, in Vida z Obras de SanJuan--a-e-ra ~ . BAC~drid,7"9o4, p.°213"77 ,ririiatur:José fiaria, Ob. Aux. y Vie. Gen. , 11-5-19 4).

1

228. Por devoçà'.o, freiras chegàm ~ os restos d e ~ alimèntos

!.

Da mesma biografia de Sà'.o Joao da Cruz : "Tudo isto raz com qud a veneraçao por seu Mestre espiritual (Sao Joao __!- Cruz) seja a que se tem ~um ~ canonizado. Quando entra na-clausu'=' ra, halrmas que ~ poem de joelhos diante dele e beijam-lhe as maos e os ·pes, como raz !saber-da Encarnaçao. oiitrasvezesdisputam as sobras da sua cornida. Atentae ao moiiierito em que Vrel Joao term--r=nou sua refeiçao, quando ae Irmae porteiras recebem de volta oe pratoe de barro, chegarn ae . Freiras corno.! porria, cornem 9 pao que eobra e bebem, corno se fosse benta, a 8.gua gue deTxou no copo ~ rej)ar'= tern entre s i ~ eobras do prato corno coisa santa. Pelo contrario, ninguem toca nas sobras do compa-

229. Urna paralitica fica curada ao corner sobras do prato d e ~ Isnardo

~

Do santo varao Frei Isnardo (sec . XIII), conta urna antiga vida dos Padres Dominicanos: "No convento de Pavia viveu um piedoso e fervoroso varao, pregador muito eloquente, chamado Frei Isnardo (Beato Isnardo), por melo do qual Deus fez muitos milagres, confirmados por testemunhas fiéis. . ••• "Uma paralitica que ~ das sobras gue ele havia deixado sobre a mesa, curou - se completamen~(GERARDO DE FRACHET, Vida de los Frailes pr edicadores, in Santo Domingc>de Guzman visto por sue contemporaneos, BAC, Madrid, 1947, P• 711 / Imprimatur: Casimiro, Obispo Aux. y Vie. gen.,

30-5-1947). 230. Um conego ~ ao ~ pedaço de pao subtraido ~ prato de Sao ~ da Cruz Cruz De urna historia de Sao Paulo da (1694-1775), que fundou a Congregaçao dos Passionistas: "0 conego Vespasiano de Sanctis, de Sonnino, na diocese de Terracino, que ja sofria de urna grande e perigosa hérnia, foi atingido da colica ' miserere'. Nao havia mais esperanças; o médico fez com que lhe fossem administrados os ultimos sacramentos. Na propria noite em que se contava ve-lo expirar, ele se lembrou de gue tinha um pe~ pedaço de p~o, subtra1do ao Servo de Deus @_Q, Paulo d a ~ durante seu jantar na casa de um benfeitor ; fe-lo trazer, tomou algumas migalhas Com um pouco de agua e imediatamente entrou em um profundo sono-,- que durou a noite toda. Quando acordou, de manha, encontrava-se completamente cu-


206.

Secçao II

. rado; a té a hé rnia ha via d·esaparecido. 'Desde entao, acrescenta o veneravel Strambi (Sao Vicente Maria Strambi), contemporaneo do conego, ele goza de perfeita saude'"· (LOUIS-TH. DE JESUS AGONISANT, Histoire de Saint Paul de la Croix, Librairie H. Oudin, Editeur, Paris-,-4a":" ea-=-:-1888, p. 613 / Com aprovaçao eclesiastica). 231. "Bebo

~ ~

porgue nela

De urna biografia de Sao José Benedito Cottolengo (1786-1842): "Como demonstraçao do conceito que os asilados faziam do seu padre (Sao José Benedito Cottolengo), basta este· episodio. A Irma Fernanda viu um dia uma Ursulina, •••• com alegr~a e respeito beber da ~ na qual o servo de Deus Tavara as niaos: Interrogada :,pe'l.a superiora por que fazia ii= to, ~respondeu que ~ aquela ~ . porque nela um santo lavara as maos". (Mons~ILES GORR'IN'o." sfo Jose Bened1toCottolengo, Vozes, Petropolis: 2a7 ed., 1952, p. 354 7 Com aprovaçao eclesiast1~ ca). 23_2. ~pés lavar os pés de Santa Clara, uma treira bebeu aquela !gua, achancro::a-doce e saborosa I

Depo1mento da Irma Ines de Oportulo, no Proçesso de Canon1zaçao de Santa Clara de Assis

(1193-1253):

"A depoente_ contou finalmente que tendo uma vez .consegu1do ~ grandes 1nstanc1as, lavaros pes da Bem-aventurada Madre• ~ ~ segµida a -agua desse banho, ~ guag lhe pareceu doce e tà'.o saborosa que ela nao sa eria expllcar:-==- F"'of=Ihe perguntado se alguma outra Irma havia também bebido dessa agua; ela respondeu que nao, porque a referida Madre a jogou fora 1med1atamente a fim de que n1nguem mais a degustasse~. (J'ai connu Madame Sainte Claire -- le procès de CanonisarronTe sainte Claire d'Ass1iie -- Les EO'itions du Cèdre";" Paria, 1961, p. 87 / Imprimatur: J. Oaston, Vie. gen. de Toulouse, 12-7-1960). ~

~

.

R~Y~ig

~g~ ~~y~g~

ID~~mg na~ s~ndo es~es sacerdote~ ~

um santo lavou as maos" ---------

---

XII

partl~ularmente Rt~~l2~~ ~g~

219Q~ ~2~ tlit~. gys s~ ;lg§l g; x~D~tg~i2 ~; ~Jg~l9MI ~!~Yt~ g~l~~ s lg~; ~s!J~~ ~; mi2~ s 2~ R~~ 233, Os 6sculos eram tantos gue as maos ~ Sa.o Bernardo inchavam De Sao Bernardo (1050-115)) nos conta o Padre Teodoro Rat1sbonne, rundador .das Filhas e dos Miss1onarios de Nossa Senhora de Sion: "Em Toulouse nao roram menos abundantes os efe1tos de suas palavras (de Sao Bernardo); maso entusiasmo e as demonstraçoes de respeito que lhe man1festavam os habitantes da cidade, logo trouxeram sérias 1ndisposiçoes a Sao Bernardo. Diz-se que tantos ésculos cobriam ~ maos ~ varias vezes elas inchavam consideravelmente corno aconte~também com os seus magros e delicados braços, a ponto de nao poder mais dar a bençao". (M. l'Abbé. -RATISBONNE, The Lite and Times of St. Bernard, P. J. Kenedy, ExceXsiorCatnoTic"'P"uoTisliing House, New York, 1895, pp. 408-409). 234. Aqueles que ~ encontravam perto dele beijavam-lhe os ~ · · · Ainda de Sao Bernardo, narra .outra biografia sua: "Ele (Sao Bernardo) foi recebido pela populaçao com um entusiasmo 1ndescrit1vel: jamais um mo-


208.

Secçao Il

narca se viu de tal maneira aclarnado. Esperado no caminho por urna enorme mult1dao, nao pode esqu1var-se aos sinais de veneraçao que lhe prodigal 1zava~, Os que se achavarn per~o del e, beijavam-lhe ~ ~ ; outros, mais ousados, cortavam ou rasgavam ~ panos d a ~ vestimenta para os conservar corno religuias, e ele entrou na cidadeno meio de alas de doentes que foram colocadòs em seu carninho para que oscurasse tocando-os. Pois se sabia que Deus gostava de operar pelas maos do abade de Claraval milagres que atestavam a sua virtude: Nos dias seguintes, invadiu-se o presbitério onde ele se hospedara, e ae espreitavam os seus movimentos para o aclamar: ele f1cava 1mpass1vel no meio desta explosao de popularidade", (RE)'ffi DUMESNIL, Saint Bernard Homme d'Action, Desclée de Brouwer e t ~ Editeurs, Paria, 1934, pp. 87-88 / Imprimatur: v. Dupin, v. g., 2-3-1934). 235. Beija~~m os pé~ do Bem-aventurado--:Tordaoda Saxon1a, !. ~ partida de Jerusaiém Da vida do Bem-aventur ado Jordao da Saxon1a (1185-1237), d1sc1pulo e sucessor de Sao Domingos como Mestre Geral da Ordem dos Pregadores: "E tendo assim começado, . 'continuou o bem-aventurado (Jord~o da Saxon1a) o seu discurso ; e quando _chegou o momento da separaçao, os cavalei~ vertiam l~~rimas,'beijavam s eus pes e suas vestes, recomen ando- se as suas oraçòes".- (Rev. Pe. Fr. JOSEPH-PIE MOTHON, Vie du Bienheuréux Jourdain de Saxe, Société Géneralede L1bra1r1e Catholique-,- Paria, 1885, p. 306 / Impri- matur: Fr. Thomas Faucillon, Prior Prov1nc1al1s , 10-9-1884). 236. Sao Francisco Xavier escrevia de JoeTilos !. ~ Inacio, l_)ela grande devoçao que lhe ~ - . ·• Da vida de Santo In!cio de Loyola (1491-1556), pelo Padre Ribadeneyra: "O Padre

209. Secçao ÌI Francisco Xavier, varao verdade1ramente_apost6lico ara mostrar~ devoçao ~ veneraçao gue lhe Tasanto Inàcio), muitas ~ · quando lhe ;;~~!v1a-cartii's, escrevi-as de joelhos". (PEDRO DE RIBADENEYRA SJ , Vida ~ bienaventurado ~ ~ I nacio de Loyola, in Historias de la Contrarrefgorm a , BA._ \,, Madrid • 1945, p . j1! / ) Imprimatur: Cas1m1 r o, Obispo Aux, y Vie . Gen . • 237- · · · ~ ~ ~ ~~~ Fecho de uma carta de Sao Francisco Xavier a Santo Inacio de Loyola: "Assiro termino, meu Pai zelosissimo de mi nha alma com os joelhos em te rra enguanto ~ escrevo ~omosevos tivesse presente , pedindo a vessa santaCaridade que me recomendeis muito a Deus Nesso Senhor em vossos santos e devotos _sacrificios e oraçoes, para que Ele me faça sentir a s~à santissima v ontade nesta vida presente; me graças para a cumprir perfeitamente. Amem. -E o mesmo peço a todos os da Companhia / De Cochim~ em 12 de janeiro de 1549 / Vosso m1.n1mo e mais inutil filho / Francisco". (San FRANCISCO JAVIER, Cartas ~ Escritos de San Francisco Javier, BAC, Madrid, 1953, p. 28t>/---rniprimatur: Jose Maria, Ob. aux . Y Vie. gen., Madrid, 1-5-1953),

238. "Renunciaria ~ ~ Sao Joao Batista n~ra me lançar aos E!:.:!. da b" -0 I 1t ~ ---pft" - 1 lh~ ieresa ~ ped re!. ença. · Le- se em urna biografia de Santa (1515-1582), com aprovaçao ecles1astica:

Teresa

"Francisco de Salcedo, Oaspar Daza, Gonzalo de Aranda, o .P. Pedro Ib!nez, todos ·estavam j! nao 80 convenc1dos, mas conquistados: se quisesse podia raze-los passar pelo fundo de urna agulha, ~ nao era elB que se privarla de o f aze r: A veneraçao que o santo fidalgo lhe dedicava nae tardar la a tornar -se tao espetacular corno o t1nham sido as suas duv1das:


210 .

Secçao II

211.

Secçao II -S e me vi essem dizer que S. Joa o Batista es t ava às portas de Avi la e a Madre Teresa nout r o ponto da cidade, renunciaria 2-, ver S . Joào Batista par~ me lan ar aos ~ da Madre'reresa ~ pedir-lhe a ben"çao 11 • 7MARCELLéAUCLATif;sa nta Teresa de Avil a , a Dama Errante de De~s , Livraria Apostolado da Impren~ Porto, 1°9)9~ 121 / I mor ima tur : Flor e nt inus , ep . Aux., 4-9-1958) . 11

239. Frades a j oelhados pedem a bençào ~ Santa Te res a Conta o famoso historiador William Thomas Walsh, sobre Santa Teresa de Jesus (1515-1582): "A medida que a carroça que a levava (a Santa Teresa) ia atravessando os povoados do campo frio, o povo sala ao seu encontro para ve-la, pois Ja entào se havia estendido largamente o seu pre~tigio, e corr1a rapidamente a noticia de sua passagem por ali. :· ,, "Em urna casa de V1llarrobledo, .onde se de teve para corner, as pessoas se alvoroçaram de t al mane1ra que quebraram a porta e as Janelas para ve-la, e as autor1dades t1verarn que deter alguns . Em outro povoado, ela prec1sou sair horas antes do amanhecer, para escapar à nervosa cur1os1dade do publ1co. Pediam-lhe que abençoasse ~ mult1dao ~ em alguns lugares, inclusive que abençoass e ~ ~ do . No moste1ro Descalço de Nossa Senhora do Socorro:- Q.!!. fr ades sa!ram pararecebe-la ~ procTs: s1io~ depois ~ ~ terem ajoelhado d1ante dela,' pedindo sua bençao , escoltararn~na ate a 1greja cantando o'l'e Deum". (WILLIAM THOMAS WALSH , Santa Teresa de Av il~spasa-Calpe, Madrid, 1951,~ 572-573)-. - -

240. Ao chegarem Junto ~ le1to de morte de Be rchmans, mu1tos7feITgiosos ~ aJoelharam De urna (1599-1621):

biografia

de

Sào

Joào , Berchma ns

"Os outros 1rmàos, menos f el1zes, cerca vam as portas da enfermar1a . Maso Reitor, Julgou melhor

interdizer-lhes a entrada, receando que o enfermo se extenuass e de fat1ga com novos entreten1mentos. Berchmans veio a saber disso, e prevendo que nào ver1a mais seus Irmàos, se nào os visse naquele dia supl1cou ao Super1or que levantasse a sua proib1çao. O Reitor nào ousou r esistir a um desejo que Julgava 1nspirado por Deus; e todos os religiosos v1eram cada um por sua vez vis itar o santo 1rmào. Ao che5arem junto ao leito, mu itos aJoelharam-se, - e Joao nao o conseguiu impedir ••••• Alguns consignaram nos seUs testemunhos escritos, aqueles derradeiros avisos de Sào Joào, razendo observar que o santo moribundo falava com um tom de 1rresist1vel autoridade. Todos estavam estupefatos da majestade sobrehumana da sua voz; todos sentiam q e o proprio Deus falava p la sua boca". {Pe. L, • -M . CROS ~Vida de _. J'oao ~ r chmans, Duprat & Comp . , Sao Paulo, 1912, p. 3TI7 Com licença aa: aut.o ridade eclesiast1ca).

3

5

241. Mu1tos se prostravam d1ante dele para lhe be1Jar ~ pés De urna vida de Sào Paulo da Cruz, dos Passionistas (1694-1775) :

rundador

"Tendo chegado a Orbetello ao anoitecer, (Sào Paulo da Cruz) foi obrigado a f1car la todo o dia segu1nte por causa da multa chuva. Bastou este dia so para que a cidade em peso, lembrando-se das missoes, prodigios, trabalhos, bemquerença e car1dade do Servo de Deus, ~e pusesse em movimento, e todas as classes lhe dessem provas dos mais cord1a1s sent1mentos de afeto, veneraçao e estima, Julgando-se todos relizes de tornar aver o seu santo missionario. Quando ele sa!a de casa para ir à igreja ou para fazer alguma visita indispensavel, o cercavam uns paai lhe tornar a bençao, outros para prostriir='se ante dele ~DeiJar-lhe ~ ~ . outros enfim para lhe cortar ~ pedacinho Q() hAbito e leva'='lo consigo, guardando corno reliquia; e tao-grande era a massa do povo que o ce"r=' cava, que nao conseguia livrar- se daquela santa impor.tunidade". ( Pe. PIO DO NOME DE MARIA, V1d a de Sao Paulo da Cruz, Imprensa Pontificia do Instituto ~ I r , Roma , 1914, p. 125 / Imprimatur: Fr. Albertus Lepidi OP, SPA Mag1ster) .


212.

Secçao II

242. Entravam ~ ~ ~ ~ saiam por outro, ap6s terem osculado ~~de Bernadette Da vida de Santa Bernadette Soubirous (1844-1879) pelo Conego Trochu: "Como explicar entao , senao por um impulso espontaneo, este entusiasmo que levava 'todo um povo ' a seguir os pas so:i da jo.vèm vi dente, ate' encher~por compietoa rua de Petits-Fosses ' ? 'Dir-se-ia , declara no mesmo momento o comissario da policia, que ninguém quis deixar !.. cidade ~ !.. ~ de perto'. ' 0s que estavam mai s préximo da casa tinham conseguido entrar' , conta o cabouqueiro Martin Tarbès, e os outros quiseram fazer o mesmo. 'Eu tinha entrado com Be r nadette. Fizemo- la subir para o pr1meiro andar, na casa de Sajous, .e as pessoas começaram a entrar em fila indiana- corno quem vai às oferendas. AJudei a fazer desfilar o povo: ~ travam por um lado ~ safam E_2.! outr o depois de terem apertado !.. mao ,a,Bernadette ou de !.. ~ ~ jado . Isto durou bem duas horas'. ' Segui-a ate a casa ' , exclama Jeanne- Mari e Adrian, ·~ tive 2~prazer de a beija r com todo o ardor do meu coraçao'"· TI1JtANCIS TROCHU~ernadetteSoub1roii's; Editorial Aster, Livraria Flamboyant, Lisboa-Sao Paulo , 1958 , p. 181 / Imprimatur: Ernesto, Arcebispo-Bispo de Coimbr a). 243. Prelado do Vaticano obstina-se em receber ~ bençao da Madre Inés de Jesus Da circolar do Carmelo de ~isieux sobre a Madre Ines de Jesua, irma de Santa Teresinha: "Como nao recordar esta cena emocionante de um Prelado do Vaticano , futuro Cardeal, admit1do a faze r urna peregrinaçao ao inte r ior do Mosteiro? No momento de . partir, no umbral da po r ta da clausur a, corno a Priora (Madre lnes.) se a.Joelhasse para recebe r sua bençao , v iram-no colocar- se ele meamo de ~oelhos diante dela, r ecusando levantir=-seantes e ter sldo abençoado peJa 1 Maez1nha 1 da Santa ~antaTerei!nha). Nas gr a e s do 1ocut6ri"o; omeemo fato se renovara v!rias vezes". (La "Petite Mère" de Sainte Thérèse de Lisieux , Mere A~nes ere Jesus-,- Carmel de LlsleuX:- L 1 Impr 1mer'Ie"Sa nt- Pai:iT a Bar-le-Due , 1953 , · p. 99 / Imprimatur: François-Marie Picaud, ~veque de Bayeux e Lisieux). .

1n1 ~

CQOf1ao~a oa

g~~~gg

e oos mérito~ dos santos

leYa oa r1é1a a cecQccerem ~ §Y~

1ntecéeaaao perante Rey~. mesm~ g di stanc;a

244 . Santo Afonso ensina: "E licito e proveitoso invocar em nosso auxflio ~ santos ainda vivos" Do conhecido livro de Santo · Afonso Maria de Ligo r io , Doutor da ~greJa (1690-1787), sobre o valor da oraçao: "E utile bom recor r er à intercessao dos santos? 1- - Vem aqui a duvlda se sera necessario recorrer à ·intercessao dos santos para obter a divina graça. Que é licito e util invocar os santos corno intercessores, para eles impetrarem , pP.los méritos de Jesus Cristo, o que nés por nossos méritos nao somos dignos de receber, é doutrina da Igreja , corno declarou o Concilio de Trento (Sess. 25, dee . de inv . Sanct . ): 'E bbm e util invocar humildemente os santos , e recorrer à sua proteçao e inte r cessao para impet r ar beneffcios de Deu:f pelo seu divino Fi lho Jesua Cristo' . Essa i nvocaçao dos santos fora reprovada pelo fmpio Calvino, mas contra toda a razao; pois é licito e proveitoso invocar em nosso auxflioos-santos aI"nda Vivos e pedir-lhes nos a udem comsuas oraç6es;assim fazia o profeta Baruc 1, 13),dizendo: ' E por nos mesmos rogai ao Senhor nosso Deus'; e ass1m S. Paulo, dizendo: ' I rmao, ~ogai por n6s 1 (1 Tes 5, 25). Deus ~ quis que os amigos de Job se reco-


Secçao II

™·

roendaSl!ruJl ~ oraçOes dele, ruu:a Qtl.çJ] méritos ~ .J..o.!2., l!!.ll fosse propicio . 'Ide ao meu servo Job ••• o meu servo Job, porém, orara por v6s; admitirei prop!cio a su~ ·prece' (Job 42, 8) . Se , p~is, é licito recomendar-se aos vivos, por que nao sera pennitido invocar os santos que no céu mais de perto gozam de Deus? Isso nao é derrogar a hon ra que se deve a Deus, mas é duplica-la, corno o é honrar o rei nao so nasua pessoa corno na pessoa de seus servos . E por isso que S. Tomas diz ser util recorrer a muitos santos, porque 'pelas oraçoes de muitos às vezes se alcança o que pela oraç·ao de um so nao se obteria' (In 4 sent . dist. 45). Podera alguém obJetar: de que serve recorrer aos santos, para que orem por nés, quando eles ja intercedem por todos quantos sao dignos disso? Responde o mesmo santo doutor que 'alguns nao seriam dignos de que os santos r'ogassem po r eles; mas elesse tornam dignos por recorrerem com devoçao aos santos' ( l .b l,d. ad 5)". (S. AFONSO MARIA DE LIGORIO , A Oraçao, o Grande Meio da Salva~ao, Vozes, Petropolis, 3a. ed., l"9"51i':" pp. 21-2 / Com aprovaçifo ecle:siastica). ·

245. "! porque nao honrarmos ~ santos que estao ~ ceu, ~ honramos os que ~ acham ~ terra?" 1

Diz Cristao :

o antigo e venerando Goffiné - Manual do

"0s santos sao todas as iriaturas racionais, anjos ou homens, que Deus admitiu à participaçao de sua gl6ria eterna, nomeadamente os cristaos canonizados pelos Soberanos Pont!fices. "Honrrunos os santos corno os amigos e servidores de Deus, a quem Ele encheu dos seus mais ricos dona e das :suas graças mais preciosas. O culto pois que lhes rendemos é um culto religioso, e rundado na sobrenatu~al excelenci~ dos santos que dele sao objeto; a· esse culto chama-se culto de d.ulia. "Nada temeste culto de contrario ao primeiro mandamento, que nos manda adorar a Deus, a Deus so; porquanto, digam, mintam e caluniem os hereges quanto quiserem, nao adoramos os santoe, nao lhes

215.

Se cç ao II

r endemos o culto de latria, que s6 à ctivindade pert ence. Adoramos a Deus por sua infinita excelencia e santidade soberana. Honramos os santos pelos reflexos da santidade que Deus ne l e s estampou. Multo diverso pois é o culto que lhes r endemos do que rendemos a Deus, fonte suprema de sua excelencia e de sua santidad e ; e essa mesma honra que rendemos aos santos, por causa de sua santidade refletida, remonta para Deus, que é dela principio. A Deus é que propriamente honramos nos santos, pois tal honra nos merecem sé pela santidade de Deus neles refletida. Nessa qual~dade de perfeiçao termina toda a gloria que rendemos aos. santos. E porque nao honrarfamos ~ santos que estao no céii, se honramos os gue :!!_ acham na terra? · Se tao respeTiaveis nos torna ~ homens que ~ possuem asantidade iniciada neste exflio, que respeito nao merece a santidade consumada dos cidadaos do céu tao estreitamente unidos a Deus na compartiCip~çao de sua gl6ria? Por isso-édamais alta antiguidade na Igreja o culto dos santos, corno atestam estas palavras de S. Cipriano: Martyrum pass i ones et dies annLversaria commemoratione celebramuslLi6:'v, epist . 5.) 11 • (GOFFINE, Manual do Cristao, Rio de Janeiro, 9.a. ed., 1915, PP. 683-684 / Imprimatur: Pe. Dehaene).

246. 11 N6s invocamos ~ Santos que estao sobre a terra e nos aj;'rciveitaiTios-de aeu creOfto Junto Ensina o Padre Instruçao Religiosa:

~

Gaussens em

Deus 11 seu

Curso

de

11 N6s invocamos os santos gue estao na terra~ nos aproveitamos de seu credito junto a Deus para nos obter favores -ou afastar desgraças.Moises obteve mais de umavez do Altissimo o perdao para seu povo. J6 rezou por seus amigos, a fim de que Deus lhes perdoasse a inconsideraçao da linguag:m· Sao Paulo se recomendava diaria.mente às oraçoes doa fiéis e ele meamo nao cessava de rezar por eles. "Se oa santos tem poder junto !_Deus enguanto estao agui na t e r r a , ~ ~ ~ intervençao entao ~ pode ~ proveitosa, quando eles estao no céu,


216.

Secçao II

seriam menos poderosos, ou menos bons para n6s, ou menos tocados pelas nossas iiirii"érias?. -. -. -. - - "Rezemos pois aos s~ntos, meus irmaos, e nao temamos, ao rezar a eles, · de substituf-los aos méritos e à gl6ria da mediaçao de Jesus Cristo. Nao, o que n6s obtivermos por meio dos santos, n6s o obteremos em virtude dessa mediaçao divina. Jesus Cristo é sempre o intermediario necessario entre Deus e n6s, quer nos dirijamos a Deus diretarnente, quer 'recorramos à 1ntercessao dos santos. E sempre, notai bem, 'por Nosso Senhor Jesus Cristo' que n6s rezamos, ~ dominum nostrum Jesum Christum. E vede pois a d1ferença da formula que empregamos com relaçao aos santos e com relaçao a Jesus Cristo. Aos santos d1zemos: Rogai por nos! a Jesus Cristo: Tende. piedade de n6s! Tudo o que pedimos aos santos, é que eles rezem por n6s. N6s lhes reconhecemos um poder, é verdade, mas um poder suplicante, e pbr cqn~~qiiencia um poder dependente, e que nao tem ef~ft~ senao pelos méritos dAquele por quem suas oraçoes chegam até Deus, por Jesus Cristo Nosso Senhor, ~ dominum nostrum Jesum Christum. "Honremos ps santos, meus irmaos, rezemos a e l es . Eles intercederao por n6s. E nesta permuta tocante de testemunhos rec!procos,-derespeito, de confianç~ e de cari dade que consiste~ comunhao dos santos da terra com os santos do céu. Possamos nos recolher disso ~preciosos frutosT Assim seja" . (M. l'Abbé GAUSSENS, Cours Complet d'Instructions, Librairie Victor Lecoffre, Paria, 3a . ed . , ~ pp. 254 a 256 / Ouvrage approuvé par son Eminence le Cardinal Donnet archeveque de B ~· deaux).

247. Devemos pedir ~ intercessao dos Santos, guer daqueles que J! estao ~ Ceu, guer dagueles ~ ainda vivem nesta terra te:

Ensina o Jesufta Padre Remigio Vilarifio Ugar-

"Devemos ~ aos Anjos ~ aos Santos? -- Nao ha duvida, naìgreja'tatOTic a ,oe que podemos e deve mos reza r t ambém aos An jos e aos Santos. Al-

Secç a o II

217 .

uns· hereges ou equ i voc ados, disseram que rez~r 'santos é fazer injuria a Cristo, ;omo se nao bastasse a intertessao dEle e seus mer1tos. E o que afirmam os protestantes. Eles, q~e alegam as Escrituras, podem ler nelas que os Apostolos rogavam aos fiéis q ue r e zassem por eles e por todos. sao Paulo pede que rezem ~or ele e orem uns pelos outros. E Sao Tiago recomenda que quando haja algum enfermo levem-no ao Presbitero e este reze por ele. se'rosse urna injuria contra Jesus Cristo invocar a o s s ~ . seria também ~ in;i'urla ped!r aos viv03gue sej am nossos 1ntercessores. Mas nao ras~Porque na~ e por necessidade que devemos rezar aos Santos, mas porque Nosso Senhor assim dispos: que os irmaos na Igreja nos ajudemos uns aos outros para estarmos mais unidos. Ademais, Deus quer honrar os seus servos concedendo por meio deles o que às vezes nao concede quando_1nvocamos a Ele so. Dizem alguns que os ~antos nao conhecem nossas supl1cas; isso porém e falso: eles as podem conhecer, e Deus lhes da a conhecer por um dos tantos meios de que dispòe para isso. "A gue Santos pod emos ~ · -- Convém esclarecer o~ue se entende ouse"pode entender por santos. Santo é, no sentido ~ais runplo, todo aquele que tem a-graçf santificante:-75u-"" seJa, todo justo, esteja-ele ~ · ou !!.2_ Ceu. !""para que possamos. rezar ~ a l guem, basta saber gue ~ 'E!!, homem bom ~ que se encontra ~ estado _ de ~ . o que devemos crer de todos enquanto nao cons~e o c~ntrar1o . E de rnu1tos podemos crer que estao no Ceu, porque viveram e rnorreram bem; ou porque morreram sem perder a inocencia, corno, por exemplo, as crianças batizadas que rnorreram antes de chegar ao uso da razao e de se tornarern capazes de pecar. ~ a todos estes - em oraçoes particulares - podemos dirf'gI'°r rios'sas suplicas e Eedir-lhes ~ roguem ~ Deus ~ nos. Mas na oraçao publ1ca e no culto oficial so podemos rezar aos Santos canonizados, ou ao menos beatificados. · 11 0 gue ~!:!.!!!.Santo. -- Corno diaaernos,_Santo i aquele qu; tem agraça santificante, 1sto ~ aquele . que nao tern-pecado rnortal. E assim Sao Paulo, quando dirigia suas cartas e saudaçòes aos cristaos, chamava-os Santos, porque, supondo que eram bona cristaos, julgava que estavarn na graça de Deus. Quando escrevia a os crlstaos de Roma, dlzia: ~ 08


218.

Secçào II

'A todos os amigos de Deus chamados Santos que estao em Roma'. E do mesmo modo fala das esmolas que se ~ecolhem entre os Santos; e a si mesmo se chama o ultimo dos Santos e aconselha que para dirimir querelas nio se acuda aos gentios, mas a um Santo. E que, no seu estilo, dizer santo era o mesmo que dizer cristio. Entretanto, na linguagem hoje j!_corrente, entendemos ~ropriamente For Santo alguem qEe teve especial merito e excelencia de virtudes. , em rigor, para dar a alguém o tltulo de Santo, é preciso que a Igreja o t·enha canonizado". (REMIGIO VILARINO UGARTE SJ, Puntos de Catecismo, Editorial 11 El Mensajero del Coraz6nd~ sua", Bilbao, 12a. ed., 1962, pp. 314-315 / Imprimatur: Paulus, Episcopus Flaviobrigensis 31-7-1962). ' 248. "Eu pensarei ~ De urna (1170-1221):

vlda

il "

de

diante de Deus" Sao

Domingos

de

Gusmifo

"Pedro Cellani alega sua ignorancia, a falta · de livros em que se encontra. Domingos lhe responde com urna confiança intrépida em Deus: 'Vai, meu filho, vai sem mede; duas vezes por dia eu pensare! ~ ttdfantecle Deus; nao tenhas duvfcfa. Ganharas muitas almas, produziras frutos, cresceras e te multiplicaras, e o Senhor estara contigo'. Pedro Cellani contava mais tar,de, na intimidade, que todas as ~ que sesenffi,aperturbado Interior ~ exteriormente;" Iembrara-.se desta prom~ InvOcando Deus e Domln~os, e tudo7:ne correra bem". (Rev. Pe. HENRI-DOM N!QUE" CX'C'ORDAI'RE, Vie de Saint Dominique, Ancienne Librairie Poussielgue Parta, 1922, p. 242 / Com aprovaçao eclesiastica): 249. Milagrosamente curada depois de invocar "a Santissima Virgem ~ Frei Pedro, ~ pregador" Cpnta urna antiga Vida dos Frades Pregadores: "Na Provincia da Espanha, existiu um fervoros!ssimo pregador, veneravel e virtuoso, de origem catala, chamado Frei Pedro Sendra, em cuja vida

219 .

Secçao II

Deu s operou muitos milagres. Entre os qua1s contam-se estes, que foram garantidos por juramento de testemunhas: treze cegos, quatro surdos, sete coxos, cinco entrevados e vinte e quatro enfermos em perigo de morte, os quais apenas pelo toque de sua mao e a invocaçao do nome de Jesus Cristo, ficaram perfeitamente curados. "Certa mulher, encurvada e entrevada de corpo inteiro, fez com que a levassem a ouvir um de seus sermoes; e corno pela afluencia de pessoas nao pudesse chegar até ele, quando os fiéis se afastaram, tomou ~ cascas de~ salgueiro, !!2. qual ~ havia sentado o frade, e, depois de invocar a Sant'Issfma Virgem e Frei Pedro, seu:Pregador, -tocou com elas as articulaçoes'Oese\is"membros; no mesmo momento, corno se fossem de cera, elas começaram a esticar-se, rangendoi e a mulqer se pos de pé, louvando as magnificencias de, ·D eµs". (GERARDO DE FRACHET, Vida de los Frailes .P·redicadores, in Santo DominrdeGuziiian visto ' ~ sus contemporI=° neos, BA , Maélrid, 194r.T- 710 TTmprlmatur : Casimiro, Obispo Aux •. y Vic. · gen., 30-5-1947). 250. Q Papa Gregorio IX se atendido quando recorria as oraçoes de Santa Clara

~

De um livro de escritos e documentos contemporaneos de Santa Clara (1193-1253): "Nao sem razao, o Senhor Pap! Greg6rio (Greg6rio IX) tinha urna extraordin ·r1a nas oraçoes de Santa Clara, cuJaproteçao havia experimentado ser eficaz. Muitas vezes, quando -surgia, corno costuma acontecer, alguma nova. dificuldade, tanto quando era Bispo de Ostia, corno depo1a que foi elevado ao cume do Apostolado, suplicando por escrito à mencionada virgem, logo ap6s ter feito o pedido, experimentava a ajuda, Urna coisa é inquestionavel: gue !!. atitude do Pat?a, ao meemo tempo que ~ nota.vel pela hum1ldade, ~ digna de ser imitada com todo empenho, ~ ~ que ~ vigarlo de Cristo Plzde ~ ajuda da eacrava de Cristo ~ ~ recomenda as suas virtudes. Sabia judiciosamente o que·pode oamore que facil acesso é franqueado às virgens puras ante o conaist6rio da Majestade. Se certamente o Rei doa Céus, a si mesmo se entrega

re


220.

Secçào II

àqueles que o amam com fervor, 0 que nào ha de conceder, caso seja conveniente àqueles que lhe pedem com devoçào?" (SANTA CLARA: Escrltos de Santa Clara Y Documentos Contemporaneos, BAC, Hadr1d,

1"9"7~ T6o).

251 . Invocado a1nda em vida Sao Nicolau de Bari - _ _ , salva um navio do naufragio De urna vida de Sao Nicolau de Bari, Arceb1spo de Mira - Asia Menor (séc. IV): "C reem • a 1 guns autores que em certa ocasiao um anjo tomou a figura de Sao Nicolau de Bari para levar a cabo um favor milagroso e contam corno foi isso. Um navio fez-se ao mar, saindo do porto de Cilicia, quando no golfo do mesmo nome desatou-se urna borrasc~ que r,a~ia temer um naufragio. Os marinheiros ja se tinham abandonado ao impulso das ondas, e tudo o que faziam era esperar o temido momento. Mas ~ dos tripulantes do navio tinha no~ do grandE: poder !:. dos milagres de Sa.o Nico'= ~au, ~- com~çou ~oca=ro; uniram-seos--demais marinheiros ~ ~ oraçoes, embora nadasoubessem $ entao d o ~ Santo . Logo apareceuentre eles Sao Nicolau, animando-os e dando-lhes a segurança de serem salvos; o Santo mesmo tomou O t1mào e governou .o navio; em pouco tempo, aplacados os ventos , rcnasceu no mar a serenida1e e a calma. Mas a tempestade havia causado grandes destroços nanave, rompendo os cordames e as velas; Sao Nicolau subiu no mais alto do mastro para ajudar a recoloca-las . Todes estavam assombrados olhando Sao Nicolau e vendo que tudo se consertava com tal fac1lidade . O que nao teriam feito bons mar1nhe1ros em mu1tas horas , fazia-se agora num instante. Logo começou o navio a navegar com vento prospero para as costas de Licia e o Santo desapareceu. "Logo qu e av 1 s.ar-am t os montes de Licia, os ma~inheiros decidi~am desembarcar no porto de Andron1ca, o mais ~roximo de Mira, com a finalidade de agradecer .!_ Sao Nicolau pelo seu m1lagroso favor. Encontraram .Q_ Santo ~--rg"rfil, cantana 0 - -0 ITT'Tc1o divino com~ cler1gos e !mediatamente reconheceram ~ tinha sido ele m e ~ ~ havia

..

221.

Secçao II

estado no navio . Atiraram-se aos seus pés, dando-lhe fervo~ graças por ter-lhes salvo avida. Maso Santo, fazendo-se de desentendido, lhes disse: 'Irmaos, dai graças a Deus de te-los livrado dos perigos, pois em Suas maos estao avida e a morte, porque é o Senhor dos mares e dos ventos, e nao a mim, que sou um pecador miseravel". (Dr. D. LORENZO ALONSO RUEDA, Vida de San Nicolas de Bari, Arzobispo de Mira y Taumaturg0:-Apostoladodela Prensa, S.A--=--; HaariO, 1953, pp. 62 a 65). 252. "Mal haviamos pronunciado de Catarina, sentimo-nos curiosamente reconfortados"

~ ~

Do livro de Johannes Joergensen sobre Catarina de Siena (1347-1380) :

Santa

"Quando viajavam seus disc!pulos, ela os seguia em espirito e, muitas vezes, no mei<)de urna conversa dei:xava a reuniao das Mantel!'a'te para ir ~ . dizendo: 'Ouço 2.. chamado dos meus filhos gueridos' . Habitualmente, vinham elas ~ saber depois gue algum dentre eles hav1a corr1do ~ perigo ~gue dele fora afastado .~ oraçao de Catarina. Frei Tommaso della Fonte e Frei Giorgio di Nadda escaparam assiro das maos de salteadores entre Sena e Montepulciano. Mais tarde, era perigo analogo, Stéfano Maconi recorreu ~ mesm2 melo de defesa, pronunciando o nome de sua Mamma. Frei Bartolommeo di Dominici:--estandoem oraçao, na igreja de Santa Maria Novella, em Florença, fo1 acometido por violento combate espiritual. Repentinamente, a consolaçao e a luz afluiram à sua alma, . graças às preces de Catarina diante do altar de Sao Pedro Mart1r, em Sena. · . 11 Na11 palavras que se seguem, Francesco Malavolti da, talvez, o mais belo testemunho da proteçao que ela dispensava aos que lhe eram queridos: 'No tempo em que eu ainda trazia roupas de secular (foi no in!cio da minha conversao), combinamos um dia, meu amigo Neri e eu, 1rmos juntos ao Monastér1o de Monte Oliveto, situado a quarenta milhas de Sena. Foi durante a quareema. Projetamos fazer urna ligeira refeiçao numa cidade chamada Asciano, a dois terços do caminho, aprox1madamente .


222.

Secçao II

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Como, porém, nao sentissemos fome alguma ao chegar a Asciano, resolvemos continuar o caminho e tornar nossa refeiçao no convento, com os padres, pois parecia-nos facil suportar até la o nosso Jejum . No entanto, apenas havfamos ating1cto a distAncia de urna milha, sentimo-noa de tal modo esgotados que t1vemos que nos sentar. Estavamos tao cansados e fracoe que nos parecia impoesfvel proe segu i r . Nenhuma habitaçao ex i stia pelas redondezae. Enquanto comentavamoe tao triste situaçao, aconteceu-nos falar ~Catarina , .!!_ v1rgem bendi tal Ma l hav!amos pronunc1ado eeu nome, sent1mo-nos curiosamente reconfortados.--i:evantamo-nos entao e , apesar da aubida penosa, percorremos a1nda outra m1lha falando sempre da serva de Deus . Be~ longe de imaginar donde nos v1nha aquela provisao de forças, de ixamoe, apés certo tempo, de falar da esposa de Cristo, passando a outro assunto. Denovo a fraqueza nos entorpeceu , obr1gando-nos a repotisar-:Mas o Senhor, que queria abr1r nossos olhos , fez voltar aos noseoslab1os o nome da nossa"'iiiae. .f.orças ' ~ por m1lagre-;-- nos vOTtiiraiii':'" Percorre"=mos, entao, com facilidade, o resto do caminho, compreendendo afinal o que, a pr i nc ipi o, nos escapara e sorrindo de nao terrnos logo perceb1do donde nos v1nha o auxfl1o. ! ass1m a~cançamos ~ ~ meta, repet1ndo, numerosas ve~es, o nome bend1to ere-catarina' (Ma. Casanat. ~60-~oi"Y". (JOHANNES JOERGENSEN, Santa Catarina de Sena , Ed1tora Vozes, Petr6pol1s,--r§ll1ì, pp . 146-IT7-nmprimatur: Por comissao especial do Exmo. Revmo . B1spo de Niteréi, D. José Pereira Alves, Frei ~tico Eyng OFM, Petrépolis).

Eas

Santa Catarina de Siena e urna devota.

Afresco de Andrea Vanni, seu irmào em rcligiào e disdpulo . (s.éç. XIV), nu Igreja de Siio Domingos, de Siena.

253. "Depois de Deus ~ da Bem-aventurada Virgem Maria,~ nenhuma outra criatura me s1nto mais reconhecido que ~ esta doce virgem Catarina"

Do livro sobre Santa Catarina de Siena ( 13~7-1380), do conhec1do escr1tor Johannes Joergensen: 11 Entre os discfpulos presentes naquela ocasiao, Caffarini menc1ona Stefano Macon1 (Beato Estevao) . . - .• Quer a lenda que, enquanto ele rezav~ em Sena, na capela da Irmandade da Scala, te-


Secçao II Secçao II

nha ouvido urna voz que assim exortava: 'Parte para Roma, nao hesites mais, a morte de tua Mamma esta préxima!' E atendendo ao chamado, ele partiu e ainda chegou a tempo. 'Catarina vivia seus ultiroos momentos, conta ele, e revelou a cada um de nés, em particular, o que devfamòs fazer depois de sua morte. Voltando-se para mim, designou-me com o dedo e disse: 'Eu te recomendo, em nome de Deus e da santa obediencia, que entres na ordem dos Cartuxos, pois é essa a ordem para a qual Deus te escolheu e te chama! ••• quando assim me falou Catarina, continua Stefano mais adiante, (nesta época, outubro de 1411, ele ja ha muito usava o hab1to branco e estava 1nstalado na Certosa di Pavia, como superior geral de sua ordem), - - devo conressar, para confusao minha, tao pouco eu pensava em entrar para os Cartuxos corno qualquer outra ordem ••••• Mas .nao p sso de1xar de d1zer ~ue, de~ de Deus eOa em-aventurada-Y!rgeiii aria,~ nenfiuma otitra-crfatura s1nto-me mais reconhec1do que ~ esta doce virmm Catarina ~conheço ~ . senouve jamais em ·m. atgUm bem, a eia o atribuo' {Yp:-75omnt StephanTT ". (J0HANNE~JOERGENSEN, Santa Catarina de Sena, Ed1tora Vozes, Petr6pol1s, ~ pp. 392-3'9"! 7""Impr1matur: Por com1ssao espec1al do Exmo. Revmo. B1spo de Niteréi, D. José Pere1ra Alves, Fre1 At1co Eyng 0FM, Petr6pol1s).

255 . ~ supl1ca ~ Deus pelos méritos do Padre Inac1o, ainda vivo ,ese' ve atendido

-

·256. Armava-se, ~ de um escudo, da memoria, do nome e da 1ntercessao do Padre Inac1o Conta o Pe. R1badeneyra sobre Sao Francisco Xavier (1506-1552) o Apostolo òas Indias: "(Sao Francisco Xav1er) . ped1a-lhe 1nstruçoes (a Santo Inac1o) e conselhos la da India sobre como hav1a de converter os infiéis. E d1z1a que os pedia, para que Nosso Senhor nao o castigasse por nao ter sab1do aprove1tar- se da luz e esp1r1to de seu Pa1 e Mestre. E contra todas as tempestades e per1gos armava-se ,.-corno ~ umescucfo ~ arnés, da mem6r1a, nome e 1ntercessao do Padre Inacio, trazendo ao pescoço sua ass1naturaeriome da mao do mesmo Pa1, e os votos Qe sua profissao". (PEDRO DE RIBADENEYRA, Vida del Bienaventurado Padre San Ignac1o de Loyola, in Historias de la Contrarreforiiia:--BAC, Madrid, 19~5, p. 313 Timprimatur: Casimiro, 0b1spo Aux. y Vie. Gen., 31-3-1945),

254. Recomendava-se ~ Inac1o, propondo Deus ~ santidade

~

I

biografia de Sant~ Info1o de

-- - - -

Mais urna vez a V1da de Santo Inacio de Loyola pelo conhecido h1stor1ador Jesufta, Padre Pedro de Ribadeneyra: "0 Padre Claudio Jayo, vivendo a1nda o Padre Inacio, e~tando multo incomodado por urna gravissima dor de estomago, estando em viagem e achando-se sem nenhum remédio humano, voltou-se parà Nosso Senhor, suplicando-lhe pelos merec1mentos ~ nosso Pa1 Inacio, que o l1vrasse daquele incomodo e dor, e--logo foi 11vre deles". (PEDRO DE RIBADENEYRA, Vida del b1enaventurado Padre San Ignacio de LoyoI"a:- in H1stor1as de laeontrarreforma, B°Aèr,~ dr1d, 1945, p. 312 Triiiprimatur: Casimiro, Obispo Aux. y Vie. Gen., 31-3-1945).

8

~! )~ 0491 556

225 .

Loyola

"Além do amor, Francisco Xav1er consagrava ao seu santo pa1 (Santo Inac1o) verdade1ra veneraçao; e ass1m, quando se via engolfado em per1gos e ·quase a ponto de soçobr~r. recomendava- se a ele, prtpondo ~ Deus ~ ~ santldade, para que-;- median e ela, o 11vrasse, corno de fato livrava" (Santo Inlcio alnda estava vivo,-p~ Siio Francisco Xav1er faleceu quatro anos antes dele). (Fè. ALVIN0 BERTHOLIJO BRAUN SJ, Santo Inac1o de Loyola, Vozes, Petropol1s, 3a. ed., 1956, p. 2sli' / Com aprovaçiio ecles1ast1ca).

257. 11 Comece1 tornando por 1ntercessores • na terra a todos os da bendita Companh1a de :i'esus, coiii todos os seus amigosl" De urna carta de Siio Francisco Xavier, escrita de Coch1m para os Jesuftas de Roma, acerca das Molucas e do Japiio (20-1-1548): "No auge da tempes-

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Secçao II

226.

tade, encomende1-me a Deue Noeeo Senhor. Comece1, pr1me1ro, tornando por 1nterceeeoree, na terra, a todoe ~ da bendi ta Companh1a de Je:me, com todoe oe eeus amigosl E com tao grande favore ajuda, abandonei-me, inte1ramente, nas devotfssimas oraçoes da esposa de Jeeus Cristo, que é a Santa Madre Igreja. Estando ela na terra, Jesus Cristo, seu esposo, ouve-a continuamente no céu . "Nao me esqueci de tornar como medianeiros a todos os eantos da gl6ria do para!eo, principiando, antes de mais nada, por aqueles que, nesta vida, pertenceram à santa Companhia de _Jesus. E tornei, logo, para interceder ~ mim, .!. bem-avent"u= rada alma de Pedro Fabro, com todas as que, neste mundo, foram da Companhia. "Nunca po.dere1 acabar de escrever as consola~oes que recebo, quando meencomendo aDeus Nosso enhor, por me1o dos da Conipanhia, tantoGos vivos ~ d os q ue relnain.'"118 céu . • • • • - - - -- - " Mu i t as vezes, me tem dado a sentir Deus Nosso Senhor, no interior da minha alma, os muitos perigos corpora1s e trabalhos espir1tua1s de que me tem livrado, pelos devotos e cont!nuos sacriffcios e oraçoes de todos os que m111tam na bendita Companhia de Jesus e, t~bém, dos que agora estao, com muito tr1unfo, na gloria -- os quais, em vida m1litaram e pertenceram à Companhia de Jesus". (s: FRANCISCO XAVIER, Cartas e escritos selectos Apostolado da Imprensa, Porto, 1952, pp. 65 a 67)'. i

258 . ~ Teresa, por inspiraçio divina, tomou o habito de recomendar-se aSao-Pedro deAlcàntara, e de o chamar de santo, estando ele ainda vivo - - Da Liçao de Matinas do orfcio de Sao Pedro de Alcantara (19 de outubro): "(Sao Pedro de Alcantara) ajudou Santa Teresa -- cujo espfrito havia provado -- a prornover a reforma das Cannelitas. Quanto~~. instruida ~or Deus de que nada do que se pedisse em nome de edro deixari a de ser !mediatamente atendido, tomou Q.. habito de se reeomendar g oraçoes dele, ~ de 2 chamar santo, estando ele ainda vivo". (Breviarium Romanum-=:-Pars autumnalis, Marietti, Turim-Roma,

1957, p . 64or:----

Secçào II

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259. Salvos dos corsar1os ~ duas vezes, ao invocarem o nome ao"""P"aare-J'osede Anchleta- - -

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De urna v1da do Beato José de Anch1~ta, o Apostolo do Brasil (1534-1591): "Vieram à portarla Manuel Francisco e Antonio Nunes, homens conhecidos, a despedir-se do padre José, que 1am para Portugal, pedindo ajuda sua porque temiam 08 corsarios, que entào eram mui ordinarios em todo o mar. Perguntou-lhe em que nau 1am, das duas que estavam de verga dalto para partir Juntas. Responderam que na mais pequena; levou-os a urna Janela donde sé viam, lançou urna bençao à pequena e disse: ide embora, que have1s de ir a salvamento; porém da grande nao disse nada, ficando logo os dois com suspeita de seu mau sucesso. Partiram e, tanto avante como altura dos Ilhéus, tiveram vista de tres ~ in1migas, que, pondo-os em cerco, os acometeram ~ quando ~ davam por rendidos, invocando~~ de Jose ~ grande confiança, sern saber corno,!! v1ram livrea e prosseguiram sua viagem, r1cando a nau grande a suas aventuras; chegando avistar depois de tempo as Ilhas de Baiona, aqui roraJI). acometidos de 1nimigos por quatro vezes, e ou~ras tantas lhe acalmou o vento junto a elas, de repente, no ponto em que invocavam ~ ~ d e José, que todos houveram por milagre; e finalmente foram entrar o porto de Viana, para onde era sua descarga, a salvamento e com espanto dos vianeses, que havia tempos nao t1nham visto tal fortuna, de qu~ entrasse navio sua barra; e afirmavam que dentro em quatro meses foram tomados dos corsarios quarenta navios, e o que mais é de notar, que a n~u grande, que çom esta partira em companhia, ro1 tomada dos mesmos inim1gos, cumprindo- se à risca, nao so o que José d1seera claramente~ maso que quis insinuar lançando a bençao à pequena embarcaçao e deixando de a lançar à grande". (SIM~O DE VASCONCELOS, Vida do veneravel Padre José de Anchieta, ImprensaN'acional, Rio de Janeiro-;-TI41:" vol. II, pp. 29-30). 260. Vendo-se~ peri~o, invocou-a ~~urna "santa"~~ salvo Conta Monsenhor Bougaud, o ramoso hagiografo,


228.

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em sua vida de Sio Vicente de Paulo: "'Madame Acarie (Beata Maria da Encarnaçao, falecida em 1680 e beatificada em 1791) -- dizia a marquesa de Meignelais -- era santa; m~s Madre. Margarida (Margarida do Santissimo Sacramento), sua filha, o é ainda mais'. O Padre Binet pensava o mesmo ••... "No mar, nas galés do Estado, ele (o General de Gondi) mantinha corréspondencia com esta (Madre Margarida), que lhe recomendava sem cessar que pensasse na salvaçio de sua alma; e tinha por ela urna tal veneraçao que, numa tempestarle, vendo-se em perlgo, invocou-a corno ~ ~ santa ~ tendo sido salvo, proclamou por toda a parte que a ela devia este milagre". (Monseigneur BOUGAUD, Histoire de Saint Vincent de Paul, Librairie Vve. Ch. Poussielgue, Paris, lia.eèf:", Tome Premier, pp. 127 a 129).

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261. "Pensa em mim e .recomenda-te a Deus" - -;; -

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Da vida do Cura d'Ars (1786- 1859): "Quando entramos na igreja, o P. Vianney estava dando a aula de catecismo, è explicava o sinal da cruz. Avistando-me, deixou de falar por um momento e di~se: -- 'La em baixo •• • aquela mais alta, que venha ter comigo na sacr.1st1a; tenho algo a lhe dizer•. "Acabado o catecismo, fui-lhe ao encontro. 'Vais partir para Liao, assim m~ falou, sem que eu tivesse dito coisa alguma. Sape, filha, que um grande perigo la te espera. Quàndo là te achares empregada pensa em mim !:_ recomenda- te .!_lYeus • "Chègamos a Liao ,. onde durante tres dias nao encontrei emprego. Entao entrei numa agencia de colocaçoes. Atendiam ali dois homens. Expus-lhes minha situaça-0, e um deles me disse: 'Busca urna colocaçao? Pois bem, eu necessito de urna criada. Chegados a acordo, acrescentou: 'Também é mister que a m1nha esposa a veja; venha encontrar-me em tal parté, às tres horas da tarde'. Aquele homem morava em Mulatière. "Fui à hora ·marcada. Meu Deus I ·guao longo me parecia o caminhot Cheguei enfim na conrluencia do Saona com o R6dano. Ali estavam muitos bateleiroe e trabalhadores. Ao voltar-me achei-me num deserto

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229.

onde so havia urna casa, em cuja porta av1ste1 um homem que fazia sinais para que me aproximasse. Repentinamente fui presa de um medo terrivel . Lembrei-me das palavras do Cura d'Ars; clamei por Oeus e pus-me a correr em disparada . Por sua vez, aquele infeliz lançou-se no meu encalço e ~rocurava atirar-me um laço ao pescoço •. . Nio o pode conseguir, e por fim estacou porque ja me aproximava dos marinheiros. "Soube depois que eu fora cair nas maos do ramoso Dumollard, apelidado o assassino de criadas. Quando o prenderam, depus contra ele perante o tribunal... Mas veja ~ nao fosse .2. Cura d'Ars ••• • (extraimos esta noticia de urna relaçao dada pela senhora E ••• a 8 de agosto de 1905 ao senhor Desjardins, médico-major da primeira classe aposentada. -- Dumollard, natural de Tramoyes, pequena vila do cantao de Trévous, foi condenado à morte e executado em Montluel (Ain) a 8 de março de 1862" . (Conego . FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ars, Vozes, Petro~olis, 2a. ed., 1960, p~-:-U4-U-S--/ Imprimatur: Luis Filipe de Nadal, Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959). · 262. Estando Kalinowski ainda v.ivo, seua companheiros - - - ,- Invocavam-no na Ladainha dos Santos Do texto liturgico da cerimonia de Beatificaçao de Joaeph Kalinowski (Frei Rafael), nobre polones deportado para a Sibéria por razoes politicas, e mais tarde frade Carmelita Descalço, falecido em 1907 : "(Kalinowski) fez o longo e t err1vel caminho de Vilna à Sibéria, onde executou por tres anos trabalhos forçadoe, tendo sido considerado corno modelo de perfeita paciencia pelos companheiros de desterro, 08 qsais nao duvidavam em acrescentar à ladainha dos antos":'Pela intercessao de José Kalinowski, livrai-nos, Senhor "' I (Textue L1tiirg1ci propri! in sollemni Beatlficatione Venerab111um ServorumDei Raphaelis Kal1nowsk1 Sacerdotis Professi ordinis Carmelitarum Discalceatorum, ac Àlberti Chmielowski Fundatoris congregationum-----Pratrum et Sororum Pauperibua Inservientium Sacrum Pera~endum a Ioanne Paulo PP. II, Crac6v1a, 22-6-198 ). - --


230.

Secçao II

263, "Senhora bendita, manda-me .2_ ~ Servo Fr, Leopoldo: fazei-me esta ~ " De urna biografia de Sao Leopoldo de Castelnuovo (1866-1942): "Pedia-Lhe (Sao Leopoldo) graçaa para si mesmo, e para seus penitentes, com tamanha Fé e con.fiança que frequentemente Ela (Nos8a-Senhora) o consolava com verdadeiros milagres. As veze8 mandava 08 pobres doentes 1 ou os gue em gua!g'li'er modo iof'riiiiii, à Basilica de S. Justina, para gue ajoelhados diante da milagrosa ima~em de Nossa Senhora {a Constantinopolitana) lhe 188ess~'Senhora bendita manda-me o vosso servo Fr. Leopoldo:~ zei-me ~sta ~,.-ENoiia Senhora, cheia de bondade, movlda por tao viva Fé razia as graças". (Fr. PEDRO DE· VALDIPORRO OFM Cap., Q servo de Deus ·P. Fr. Leoaoldo de Castelnovo, Convento doa capuchinnos, P8. ua, 2a. ~d., p. 27 / Imprima-se: Jeronimo, Bispo, Verona,: 25-6-1948).

IX

==

sal1entacam Q~*o d1scern1mento ~Q§ ~§Ql~1~g§ ~ ~~lQ aç~ctQ ~e ~Y~~ g~~1~2~~ ~l~~~ ~gQ~o~ §~

264. ~ graças ~ Nosso Senhor Sacramentado E2.!:. ~ desse ~ "s.anto"

265. Pelo seu discernimento doa espiritos, Sao Ben:o desmasca~a 2.. impostor

Conta urna biografia do Pe. Joao Baptista Reùs (1868-1947), falecido em Sao Leopoldo (RS), em odor de santidade: "A felicidade que levava na alma sabia irradia-la aos qi.ie entravam em cdntacto mais intimo com ele. Eis o que nos ·narra um testemunho expressivo. 'Tive a ventura de viver. mais umano e meio ao lado do P. Reus até a sua bem-aventurada morte• ••••• Ao passar junto dele, sentia-me tornado de res~eito; parecia-me gue da™ pessoa dimana~ efluvios de santidade. "Ia muitas vezes à capela adorar o Santissimo. Frequentemente, estando eu na capela, abria-se a porta do coro e entrava o P. Reus. Sua profunda reverencia, dia-nte do Santissimo, era impressionante. Quantas vezes, estando ele a oelhado à mi!!!!! frente, ·pedia ~ - graças ~ Nosso en or -•por amor desse vosso Santo'"• (Pe. LEO KOHLER SJ, Bioriacomgleta P7Joao Baptista Reus SJ, Livraria elbach & la., 'Porto°Alegre, 195o,vor:-II, p. 370 / Imprimatur: Mons. André Pedro Frank, Vig. Ger., 26-4-1950).

Conta Sao Gregorio Magn·o na sua· Vida de Bento (480-547):

Sao

"No tempo dos Oodos, tendo~ Rei Totila ouvido dizer gue o santo Varao (Sao Bento) tinha espiri tede profecia, encamlnhou-se rumo ao mosteiro, mas detendo-se a alguma distancia, enviou-lhe um rec~do anunciando sua visita. Como imediatamente responderam do moateiro que podia ir, Totila, gue era de alma desleal, tratou de verificar~ ~ certoque 2.. Varao de Deua possiiia esp1rito de profecia. "Com esse fim, deaignou a seu gentilhomem de espada, chamado Rigo, emprestou~lhe aeu calçado e o fez vestir-se com os traje8 reais, e o mandou ir apresentar-se ao Homem de Deus corno se fosse o Rei em pessoa. Enviou com ele, para seu acompanhamento tres de seus legitimos cavaleiros, Vulterico, Rodrigo e Blindino, para que fizessem cortejo a seu lado e assim fingissem, ante 08 olhos do Servo de De~s, que era eleo Rei Totila; deu-lhe também outras honrari~s e gente de armas para que a


232.

Secçao II

vista de tanto luxo e trajes de purpura, pudesse ser tido por Rei. "Quando Rigo, assim revestido e acompanhado de numerosa comitiva, entrou no mosteiro o Varào de Deus estava sentado a consideravel d1staricia":' Viu-o che~ar !.J quando se pode fazer ouvir, gritou aTzendo.:. ~eixa, filho,Oelxa tudo !st o gue levas, pois ~ ~ teu'. No mesmo instante, Rigo caiu por terra e estremeceu de pavor por se ter atrevido a rir de tao grande Varào; e todos os que o acompanhava na visita ao Homem de Deus também cairam, consternados, por terra. "Quando s_e levantaram, nào ousarrun aproximarse, mas voltaram a seu Rei e, tremendo, lhe contaram com que presteza haviam sido descobertos". (S~O GREGORIO MAGNO, Vida de San Benito Editorial San Benito, Buenos Aires, 3a.ed'., 1956: pp. 56-57 / Imprimatur : Ram6n Novoa, Pro-Vicario General 14-5-1956). '

266. Sào Bernardo discernia ~ pensarnentos preocupaçoes dos ~ monges

~ ~

Escreveu o secretario de Sào Bernardo (1090-1153), Godofredo, sobre o santo Abade: "E inacreditavel a solic1tude que tinha para que nenhum (dos seus monges) fo~se dominado pela triateza, nem inquietado por algu~a idéia obsessiva; com quanta facilidade penetrava os pensamentos e preocupaçoes dos outros; com quanto amor e piedade dispunha discretamente para que ninguélll fosse so~recarregado de trabalho excessivo, que a ninguem deprimiase o descanso exagerado; caberia dizer que media paternalmente a quantidade de sono necessaria a cada um. Sacudia a pre~uiça dos robustos e aos de espirito excitado obrigava-os a descansar. Tenho para mim que ele conhecia, corno por um instinto divino, as forças de todos seus espiritos, e até o estomago de cada qual· n~ma palavra, 'fazia-se servidor de todos por a.i:ior de Jesus Cristo'"· (Fr. Ma. OONZALO MARTINEZ SUAREZ, Bernardo de Claraval, Editorial El Perpetuo Socorro, Madrid, 1964, pp. 384-385 / Imprimase: Segundo, Arzobispo de Burgos, Burgos, 20-7-1964) .

Secçao II

233,

267. ~ decisoes de Sao Domingos eram tao acertadas 9Ee rareciam reveladas pelo sp rito Santo Conta o Beato Jordao da Saxonia, discipulo e eucessor de Sao Domingos (1170-1221), no seu livro sobre a origem da Ordem Dominicana: "Entao (Sào Domingos) transferiu para Paris o Mestre Reginaldo, nao sem grande desolaçao doe filhos que com èua palavra evangél1ca havia engendrado para Cristo e choravam ao ver-se tao cedo privados de seus cuidados paternais. "Mae eetas coisae se realizavam por vontade d~vina. Era algo maravilhoso que .2. ~ de Deus ~ Domingos, ao enviar ~ frades para esta 2!:! aguela parje da Igreja de Deus, e~gundo relatamos, agi!_;~ tu o ~ tal confiança, tao longe da vacilaçao, muitae vezes contra ~opiniào dos demais, que parec1a ter conhecimento certo de tudo a~uilo ~ hav1a de acontecer, corno se o Esp!rito anto lhe Fiouvesse revelado. E quemse-atrevera a po-lo em duvida?" (Beato JORD~N DE SAJONIA, 0r!genea de la Ordem de los Pred1cadores, in Santo Domingo de Guzmanvisto por~ contemporane~AC, Madrid, 1947, p.----rirr-; Im§rimatur: Cas~miro, Obispo Aux. y Vie , gen., 30-5-1 47). ..: 268. Sua aprovaçào, um sinal infal'Ivel da aprovaçao <ITv'Iria . Assia Do livro sobre Sao Francisco de (1181-1226), do conhec1do autor escandinavo J . Joergensen: 11 Quem quer que, na mocidade, teve a fortuna de poder viver ao lado de urna pessoa moralmente ~uito elevada, esta~ia disposto a pensar corno aquele jovem frade chamado Ricerio, o qual chegara a considerar a aprovaçao de Francisco (Sào Francisco de Assis) corno um s1nal infal1vel da aprova~ divina". (JOHANNEs :mE'RGENSEN, sao --P-rancisco de Assis, Vozes, Petropolis, 1957,p. 158 / Com aprova'ç°a'o eclesiastica).


234.

Secçao II

269, Santa Catarina de Siena di8cernia, EQ!. um dom de Deus. a té !_ sombra de uma fa.l ta ~ ~

filhos espirituais

De um estudo sobre Santa Catarina de ( 1347-1380):

Siena

"Ela (Santa Catarina de Siena) lia o que se nessas alma8 que Deus lhe ha.via. confiado, onde quer que estive8sem. Seu primeiro confessor, o Padre della Fonte, intriga.do muitas vezes pelo conhecimento extra.ordinario que ela testemunhava de todos 08 seus ato8 e de to.dos 08 aeus penaamentos, acabou por perguntar-lhe um dia, formalmente: '-- Minha Màe, vos sabeis pertanto tudo o que se passa c9nosco?' passava

'-- Meu filho -- respondeu ela -- sabei que No8so Senhor me deu urna fam!lia espiritual, eque Ele nào me deixa igporar nada do que concerne a 8eus membros. Eu vejo tudo o que fazeis, e se tivé8se1s os olho8 saos, me verieis corno eu vos veJo'. "O mais querido de seus filhos, Estevao Maconi (o Beato Estevao, futuro Prior Geral da Ordem dos Cartuxos), dizia-lhe gracejando: Na verdade, minha Mae, é perigoso estar perto de vos, porque descobris todos os nossos segredos'. Meu filho -- respondeu;I ela sabei que Deus me revela tudo, das almas qùe Ele me confiou, até mesmo a sombra de uma falta• . "Um dia, Francisco Màlavolti voltou para Junto de Catarina, com a consciencia pesa.da de um pecado em que tinha reca!do. Convidando-o a sentar-se perto dela, raz sa!rem todos os outros, e o interroga: Quando te confessaste?' Sabado'. (Era costume da fam!lia espiritual de Santa Catarina confessar todo sabado para comungar no domingo) • · '-- Va mesmo assim confessar sem demora l ' - -

Sec çao II

235.

retoma Catarina gravemente . Francisco . resiste, fingindo inocencia: •-- Maezinha dulcissima, amanha é sabado e eu irei confessar-me'. "Entao a Santa lhe diz indignada: , __ Como, meu rilho, tu cres verdadeiramente que eu desconheço a tua falta? Tu fizeste tal coisa, em tal lugar, a tal hora._Vai portanto,puri~icar-te !mediatamente de urna tao grande miseria! "Catarina nao se limita a ler nas almas de seus filhos: ela os assiste por toda a parte" (Chanoine JACQUES LECLERQ, ~ mistygue de l'Apostolat Sainte Catherine ~ Sienne, catholique roiiiafne, Casterman, Paris, 2a. ed., 1947, PP·

198-199) , 270, "A voz do Pad~e Inacio deve serconsiderada corno!. do proprio Deus" sua

Escreve Daurignac, conhecida historiadora, na historia de Santo Inacio de Loyola

( 1491-1556): "D. Joao III venerava profundamente Santo Inacio, olhava-o corno um inspirado do alto, e considerava um dever agir em todas as coisas em conformidade com a sua maneira de ver, ~ tinha .Q. costume de dizer que a voz do Padre Inacio devia ser consideradacomo a-do proprio Deus". (J. M, S. I>AlJR!GNAC, Histoire -deSaint I~nace de Loyola, Bray et Retaux, Paria, 11f7lr. a. ed., tomo !!, p. 119).

271. Sao Francisco Xav1er: Nosso7>end1to Padre rnaclo conhece ! ~ iiieTilor do que cada um !. tl ~ De urna v1da de Santo Inac1o de Loyola: "E este amor ao 1 Pa1 da sua alma', 'ao nosao bend1to Padre Inac1o' ~ •ao bem-aventurado Padre Inac1o', •ao santo Padre Inacio', Francisco Xav1er, Prov1nc1al das Ind1as, procurava inocula-lo


236,

::ìecça o II

nos coraçoes de todos os novéis jesu!tas do longlnquo Oriente. A todos e a cada um em part1cular costumava dizer: 'Irmaos, se agorÌ estivéssemos na presença de nosso bendito--Padre nac!o com todaa certeza ele reconheceria· a cada um ·melho-r-dogue cada um se conhece a si mesmo" . (Pe. ALVINO BERTHOLDO-BRAUN SJ, Santo Inacio de Lo~ola Vozes . Petr6polis, 3a. ed:-;--I°956, p. 2'511 /om ~provaça~ eclesiastica). 272. Como outros Santos, tinha Santa Teresa ~ esplrftos _ __

2. dom de discernir

Da vida de Santa Teresa de Jesus (1515-1582), pelo historiador Thomas Walsh: "Como outros santos, tinha (Santa Teresa) ..Q dom de saber distinguir ~"esp!ri~Diz Ribera que urna noviça que contava com os votos de toda a comunidade e farecia muito apr opriada para avida carmelita, disse à Madre: ' Amanha farei minha profissao. Esperarei minha mae, se vossa reverencia mandar•. A que contestou a Santa: iPois eu lhe digo que nao professe na 0rdem'. Nao houve meio de faze r com que as suplicas da noviça e a intercessao das outras freiras a fizessem mudar de parecer. A candidata voltou para a sua casa, caiu enferma de tuberculose galopante e morreu em poucos dias . "Urna vez a Santa se deteve ~e repente enquanto. falava e disse a urna fre1 r a que parecia escuta-la com todo recolhimento e humildade: 'Tu nao sentes isso interiormente'. Igualmente descotrriu a tentaçao de que era vltima urna fre1ra, sem que esta lhe t1vesse dito nada sobre isso, e escreveu- lhe um b1lhete em que lhe dava um conselho sobre o caso. Seu discernimento nao se limitava às co1sas se- referiam ao conventoe as que estavaiii ~ sua vigilAncia.Fala Ribera-decerto 1 homem rustico ' , a quem o publ1co em geral, e inclusive os homens instruidos, consideravam santo. Aconselhado por alguém, fo1 ele visitar a Madre para dar -lhe conta das coisas de seu esplrito e daquelas que Deus lhe havia comunicado. Teresa d1scern1u !mediatamente que seu esp!rito nao ~ bom. E o disse ao seu confessor, embora, para nao faltar 0

237,

Secçao II

com a caridade, nao o dissesse a mais n1nguém. Pelo contrario, enviou -0 'beato' a alguns diretores espir1tuais experimentados, para qu~ o exercitassem no trabalho corporale na obed1enc1~, O santo varao negou-se a admi tir tal coi sa; e nao- tardou multo em ver-se, corno diz Ribera, que 'ele era todo vaidade e loucura'"· (WILLIAM TH0MAS WALSH, santa Teresa de Avila , Espasa-Calpe, Madrid, 1951, pp 299-300). - - - 273, "Nunca abandonou ~ obra come·çada, nem foiobrigado ~ voltar atras e a d1zer: eu ~ engane1"

- - - - - - -De uma ( 1581- 1660):

vida

de

Sao

Vicente

de

Paulo

"A santidade de S . Vicente de Paulo engrandece as qualidades naturais de sua inteligencia, carater e de todas as potencias de sua alma • •••• "Quando lhe propunham um projeto, a sua penetraçao era completa, nada lhe escapava: via logo todas as vantagens ou inconvenientes, todas as faeilidades ou obstaculos. Quand~ tornava uma resoluçao, podia-se esta~ certo de 9er realizada, porque tinha previsto todos os meios para consegui-la . Nunca abandonou urna obra começada, ~ foi obrigadoa voltar atras~dizer : 'Eu ~ enganei'; o que teria dito impelido pela sua extrema humildade; mas nao t~ve ocasiao de dize- lo, porque via as coisas até nas profundascir cunstàncias. "Esta viva penetraçao dava a S. V1cente de Paulo urna ousadia singular, corno consequencia da grandeza do seu espirito. "Mas a ousadia so é bela e justa, quando _dirigida, ~overnada e cont1n~ada pelo bom senso. Sem estas tres qualidades juntas, a audacia é um perigo e um erro . A un1ao do bom senso com os done da penetraçao e da decisao torna orna alma capaz de tudo. Ora, s. V1cente de Paulo possu1a es~e raro bom senso, do qual el e era mestre, dizia Boseuet (Floquet, H1st. de Bossuet , t. III, P• 6). Esta qual1dade confere à alma urna sorte de infalibITf= dade" . (Pe . JERON!MO" PEDREIRA OE""TisTno , S. V!cente'°de Paulo, Vozes, Petr6pol1s, 1942, pp . 411-412 Tcomaprovaçao ec1es1ast1ca).


238.

Secçao II

239.

Secçao II 27~. Tinha o discernimento dos espiritos, octas doutrinas ~ Q d~s negÒcios

~

Ainda sobre Sao Vicente de Paulo, escreve um comentador: "Seus raciocfnios (de Sio Vicente de Paulo) eram precisos, justos e concludentes , expressos em termos claros e definidos, animados de um doce calor, e levavam a persuasao aos coraçoes ao mesmo tempo que a convicçao aos espiritos. Se ele falava em primeiro lugar , desenredava e expunha urna questao com tanta ordem e clareza , tanta profundidade e extensao, que cada um, mesmo o mais habil, se dizia: •E istol' homenagem a seu senso infalfvel. Além do que-;--oòom senso ainOa!'fie---raz!a tornar todos os tons e todas as linguagens, conforme à natureza dos espfritos, de maneira que o homem mediocre se acreditava no mesmo nfvel que ele, enquanto os mais altos genios nao o achavam jamais abaixo . deles. "E ~ ele tinha o discernimento dos espiritos, corno o dasdoutrinas ~ ~ dos negOcios. Via imediatamente alcance de cada coisa e a elas proporcionava sua conduta e sua linguagem. Penetrava o ponto forte e o ponto fraco, as qualidades boas e mas de todos, e sabia regular a partir disto o lugar e a atividade de cada um . Resumindo, ele distinguia o verdadeiro do falso, o bom do mau, o melnor do menos bom , sob as aparencias mais enganosas e mais habilmente hipocritas.

o

"Eis .2. g~e tornava~ direçio tao segura, decisao tao 1nfalfvel, açio tao firme ~ tao resoluta , depois que ele tinha tornado seu partido. Quando o consultavam, era às vezes lento no responder, pois ele mesmo pedia para consultar antes a Deus e aos sabios; mas a resposta que dava enfim era sempre marcada com o selo da sabedoria e da experiencia". (Abbé MAYNARD, Maximes et Prati~ de St. Vincent de Paul, Bray et-Retaux, LTbraires-Editeurs, Paris,l<IBQ, pp. 156-157). ~

Sao. Vicente de Paulo. Retratado por Simon François em 1660, o quadro se encontra na casa-ma.e dos Iazaristas, em Paris.


~ ~

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m!§~gg RtPY1denclal, 2u 2 ~arl§ma da RC2t~g1§

~ag aRontadQ§ Reloa blograto~ ~~ xit!§; xi~~; g~ ~~g~g; 275. "! um fato gue existe na Igreja .!?. dom de profecia, , ~ .!?. demonstra ~ ~ Historia~

Escreve um Sacerdote Jesuita espanhol, na apresentaçao de um opusculo sobre pror~cias particulares: "E um fato que existe na Igreja o dom de pro fecia, como o demonstra toda a sua Historia. Dom carismatico, e que. po·r isso mesmo -- tal corno o dom de fazer milagres, por exemplo --, ao contr!~ rio dos dons de infalibilidade e de autoridade, nao reside na Hierarquia ou em seus ministros, enquanto tais. J! no Antigo Testamento, Am6s (III, 7) advert1a que Deus nao raz nada sem revelar seus planos a seus servos, os profetas. Quanto mais nao o far! e o raz à sua Esposa, a seu proprio Corpo Mistico, em seus santos, em pessoas humildes que Ele escolhel (sob fl..__SUpervisao da autoridade eclesiast1ca, cfr. LO 1.2). Jesus Cr ist o o assegurou expressamente : '0 Espirito Santo vos anunc1ara as) coisas que irao acontecer' (Jo . XVI, 13)". (JOSE LUIS DE URRUTIA, El tiem!o quS se aproxima / 5oi~n las principales profec as, eparata de "E · ',

xr!, 1980, p. 1).


J 242 .

Secçao II

276, Santo Tomas: ~ justos ~ familiar ~ habitual agirem guiados pelo espirito de profecia Ensina Sao Tomas de Aquino na Suma Teologica: "E bem sabido que aos justos lhes é familiar e habitual 2. ~ instruldos pelo instinto interior do Espfrito Santo, isto i, pelo espfrito de profecia, sem a intervençao de sinais sensr= veis • .•..

"0s justos nao necessitavam da apariçao vis1vel dos anjos, porque, sendo perfeitos, bastava-lhes o instinto interior do Esp1r1to Santo". (Santo TOMAS DE AQUINO, Suma Teolo~ica -- Tratado de la Vida de Cristo, BAC~drid, 955, Tomo 'XII, pp. 207 e 209 / Im rimatur: Fr. Franciscus OP, Episcopus Salmant., 7-10-1954).

1

277. "Em guase ~ ; !?..:!. séculos, Deus env1a ~ mundo varoes perfeitlssiiiios" . Escreve o famoso jesuita Pe. Pedro de Ribadeneyra, discipulo de Santo Inacio, nasua vida do Santo: "Este é o Senhor que, com maravilhosa e paternal providencia, em gu~se todos os séculos ~ épocas, enviou ao mundovaroes perteiITssimos corno luminares ~ tochasceles tiais, para que, abrasi= dos por seu amor e desejosos ~e imita-lo e de alcançar a perfeiçao da vida cri.sta que o Evangelho nos apresenta, atiçassem e desp·ertassem o fogo que o mesmo Senhor veio atear nos coraçòes dos homens; e com seus exemplos vivos è palavras abrasadas consetvassem esse fogo e nao o deixassem extinguir-se ou acabar". (PEDRO DE RIBADENEYRA, Vida del Bienaventurado Padre San .Ignacio de Lo~ola-;-Iil J!Istorias de la Cont'rarrero"rma, BAC, Madri ; 1945, p. 36 / Imprimatur: Casimiro, Obispo Aux. y Vie. Gen., 31-3-1945).

278 . Cornélio ! Lapide: neste nosso século consta terem sido favorecidos com ~ esplritocfeprofecia vArios Santos Comenta o famoso exegeta Jesuita do século XVII: "No Novo T~st1Unento foram profetas Cristo e

Secçao II os Ap6stolos e os que os seguiram. E testemunha Sao Justino, martir (Contra TryphonemT, ~ a t e ~ seus tempos existiram profetas na lgreja deDeus ~urna sucessao quase contlnua.7'guaiiiierite Santo Agostlnho falando a respeito de seu secuio "'(Lfo.' V, De Civ. Dei, Cap. XXVI), fala entre outros dos oraculos de Sao Joao Anacoreta .•••• "0 mesmo se deu nos outros séculos, corno de~ mons tra Tomas Bozfus (11b. De Hotis Ecclesiae, s1gno XIX)":'7Teste nosso século consta terem sido favorecidos _com 2. ~ i t o de profecia sao Carlos Borromeu, Sao Francisco de Paula, Sao tuìs Bertrand, Santo In6cio, Sao Francisco Xavi~Gaspar Biga, Sao Luis Gonzai'a"; Santa Teresa, e muitos /' =-=-=s, corno se ve em suas~s, dignas de fé". (CORNELIO A LAPIDE SJ , Commentarla in Sacram Scripturam -- In Prophetam,- Proemium). -

279, "··· suscitai homens ae vossa destra, guais mostrastes ~ algun~ de vossos maiores servos 1 ~ guem destel'. luzes proféticas" ~

Da prece de Sao Luis Maria Grignion de Montfort pedindo missionarios para sua Companhia de Maria, a famosa Oraçao abrasada: "Atendei aos designios de vossa misericordia, suscitai homens da vossa destra, tais qua1s mostrastes a alguns de vossos maiores servos, a quem destes luzes proféticas, a um Sao Franc1sco---cre Paula, !. um Sao Vicente Ferrer, !. ~ . Santa Cata~ de Sena, ~ ~ tantas outras grandes almas, no seculo assado e ate neste, em g e vivemos", (Sào LUIS MAR A GRIGNIONDE?«ffiTFORT°, ratado da Verdadeira Devoçao ! Santissima Virgem, Vozes,Petropo11s, 7a, ed., 1971, p. 301 / Com aprovaçà'.o eclesiast1ca).

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1

280. Ele era um homem de poder extraorcITnario-;-u'ii,profeta, ~ homem de ~ Comentam D. Estev~o Hilpisch e D. Pedro Alonso, monges, respectivamente, das famosas abadias beneditinas de Maria-Laach (Alemanha) e Silos ("Espanha), no seu -~1vro sobre a obra de sao Bento (480-547): "Quando no ano de 590, foi chamado à Sé de Sao Pedro, (Sao Oreg6r1o Magno) primeiro monge


244.

Secçao II

a quem coube tal honra, deu a conhecer que continuarla sendo verdadeiro amigo da vida monastica. O trono pontificio nao o farla esquecer nem a leitura . das Sagradas Escrituras, nem a oraçao silenciosa, nem o culto liturgico. Mais ainda, durante seu pont1f1cado tornarla muitas medidas relativas aos mosteiros e os protegeria em todas as suas necessidades. Mas sua obra mais importante a esse respeito seria a de escrever avida de Sao Bento. Estimava-o por cima de tudo e falava sempre dele com grande veneraçao. Para ele, Sao Bento era um homem de poder extraordiriarfO:-ump r o ~ um homemde Deus, um pai veneràvel, ummestre". (Dom~EBAN Hil~l51SCfry Dom PEDRO ALONSO, San Benito l Su Obra, Desclée de Brouwer, Bilbao, T§"62, p. 151 / Imprimatur: Isaac Maria Toribios Ramos, Abad de Silos) .

281 . So um homem, pelo~ renome de profeta, ~ capaz de sacùd'ir ~ op1n1ao publica indiferente: Bernardo de Claraval! Cementa Georges Goyau, secretario perpétuo da Academia Francesa: \ "E naquelas mesmas semanas ero que Bernardo (Sao Bernardo) suplicava ao Papa Eugenio III que afastasse dele qualquer novo f~rdo, um Bispo, vindo às pressas da Palestina, c~amava a atençao do Papa sobre a urgencia de urna Cr\izada. Eugenio contemplava o hori_z onte da Europa,. auscùl tava ao longe as disposiçoes dos poderosos. Um soberano acabava ~e declarar aos seus bar6es que queria pa~tir: era Lufs VII; mas, de um extremo ao outro da Cristandade, a opiniao publica parecia indecisa, fria. Havia em Claraval um homem da Igreja que a podia sacudir: seu renome de profeta submetiR-lhe as massas. Unicamente ele,dos torre6es e dos casebres, podia fazer sair cruzados. Lufs P.edia-lhe isso, mas Bernardo aguardava a op1n1ao do papa. A partir do momento em que Eugenio, decretando a Cruzada, o designou corno pregador oficial, o abade de Claraval foi dizer à Europa, durante quatorze meses, o que o Papa deaejava". (GEORGES GOYAU, Saint Bernard, E. Flammarion, Editeur, 1948, p.

ffiJ.

245.

Secçao II 282. No Concilio~ fora do Concilio, se tornou o arbitro universal

~

De urna (1090-1153):

vida

de Sao

Bernardo

de

Claraval

"Dentro do Concilio e fora do Concilio, todos os olhares estavam cravados em Bernardo. Dia· e noite, os visitantes o assediavam, deitando-se diante de sua porta, impacientes por entrar, por lhe fazer perguntas. Ele tornou-se .Q. arbitro universal, com o qual se contava, de crise em crise, para tirar a7:grejados embaraços"~ORGESGOI'Au, Saint Bernard, r.-Flammarion, Editeur, 1948, p. 94).

283. Q Papa parecia nao poder ficar 2. santo monge, !! quem considerava~ .Q_ suporte do Papado

~

Ainda bonne:

de Sao Bernardo cementa o Padre Ratis-

"A veneraçao publica, da ·qua1 incessantemente (Sao Bernardo) recebia testemunhos tao numerosos quanto veementes, oprimia sua humildade; por longo tempo solicitou a permissao do Sumo Pont!fice par~ retornar a Claraval e repousar, urna vez mais, a sembra de seu claustro. Mas seua dias de descanso nao haviam chegado ainda e o Papa parecia nao poder ficar sem o santo monge, a guem considerava corno o--;-uporte do Papado e .!. alma ~ toda !greja. • ••• "Eugenio III encontrava-se impossibilitado de presidir pessoalmente à assembléia de Vézelay. Para cumprir esta missao apostolica, ele envion corno delegado seu, o homem cuJ~ autoridade ultrapassa~. de certo modo , ~ do proprio Pontlfice ••.•• "Ele (Sao Bernardo) dirigia a consciencia de reis e pontffices e através deles foi o ~ de sua época". (M. L 1 Abbé RATISBONNE, TheLife and hmes . or St. Bernard, P. J. Kenedy, Excelsior Catholic Publishing House, New York, 1895, pp. 225, 347 e 353).


246.

Secçào II

284. Bento XIV: Sào Bernardo nào so ens1nou na I g ~ mas ensfnou ~ I greja De urna biografia de Sa.o Bernardo: "As obras escritas por Sa.o Bernardo de Claraval foram recomendadas por Papas e prfncipes da lgreJa, por grandes teologos e emi nentes filosofos, através de todos os tempos. E assiro, segundo Bento XIV, 'Sào Bernardo~ nào so um dos gue ensinou ~ IgreJa., rnas dos gue ensinou ~ Igreja'". (Fr. Ma. GONZALO MARTINEZ SUAREZ, Bernardo de Cl araval, Editorial El Perpetuo Socorro, Mad"r'I'<i, ~ p. 558 / Imprimase: Segundo, Arzob i spo de Burgos, Burgos, 20-7-1964). 285. "Destinado pelo Céu para fazer grandes coisas" ~ Conta Sa.o Boaventura a respeito de Sa.o Francisco de Assis (1181-1226) no prime i ro capftul o da Legenda Maior:

"Um homem de Assis, muito simples, estendepdo pé~ ~ capa ~ ~ tunica, proclamava-o ~1gno de veneraçao . Dizia que ~ destinado pelo Ceu ~ grandes coisas, ~ a ser honrado EOr todos _!!2 ~ do". (ROMEO CIANCHt:TTA":' Assisi, Arte e Storia nei Secoli , Plurigraf, Narni-Terni, p-:--znr)~ -~ ~

286 . Orientadora de Pontifices, Principes ~ Cardeais Do Prologo às obras de Santa Catarina de Sena (1347-1380), por D. Frei Francisco Barbado VieJo OP, Bispo de Salamanca e Grào-Chanceler da famosa Un1vers1dade espanhola: "Esta açào dos dons do Espir1to Santo em Santa Catarina sera alguma vezes silenciosa e 1nconsc1ente, outras imperante e avassaladora, guiando-a sempre na propria santificaçao, e no apostolado individual santificador de seus d1scipulos, e no plano social, paci fi cador de povos e orientador de pontffi ces, principes ~ carOeils " (Fr. FRANCISCO BARBADO VIEJO OP, ObN!s de Santa


248.

Secçao II

Catalina de Siena, Prologo, BAC, Madrid, 1955, p. XXV I Impriiiiatlir:Fr. Francisco, OP, Obispo de Salamanca, 1-12-1955). I

287. "Um dos tipos mais extraordinarios e mais puros desta sorte de j)r"oì"etismo que a p ~ Providencia fazer surgir _ao ~ da Hierarguia" Cementa o autor de urna vida de Sao Bernardino de Sena a respeito da grande Virgem senense: "Enfim, c~rcada de um esplendor ainda mais fulgurante, brilhava a figura de Santa Catarina ~e Sena: filha de operarioa, humilde terceira ·dominicana, torturada peloa sofrimentos; enquanto v1v1a num eatado .contemplativo cujos mistérios espantam nassa 1nteli~enc1a, demonstrava, nas coisas do mundo, um genio admlravelmente pratico; achava acentos convincent.e.B ;para pregar a paz, a uniao, a justiça, numa época em que tudo era dissensao, discordia e violencia, nao 80 na cidade, mas também na Igreja universal . "Semente por sua autoridade santa, tornou-se, mocinha ainda, a conselheira atendida d o ~ e dos governos, .Q. arbitro da cristandade-;-~ apare-= ceu ~ lli!!. doa tipos mais extraordin&rios ~ mais puros desta aorte de profetismo ~up~ certas horas de crise excepcional, apraz __ rovidencia razer surgir ao lado da hierarguta ecles1Kat1ca". (PAOLO THUREAU-DANOIN, Sao Bernardino de Sena, Vozes, Petr6pol1s, 1937, P:-16 / Com aprovaçioeclesiastica, 23-6-1937}. 288. "Var1os .E!P!.! se ocuparam ativamente em promover a canonizaçao da profética donzela" Da H1st6ria doa Papas, de L. Pastor: "Na Corte pontif!cia nao se esquecia o quanto a Santa Sé devia àquela humilde religiosa (Santa Catarina de Sena); varios Papas, principalmente 0reg6rio XII, ocuparam-se ativamente em promover a canonizaçao da profética donzela ~Sena; somente as calamidades dos tempos, e tambem a susceptibi-

249. Secçao II lidade dos rranciscanoa, impediram que eate assunto rosse levado a termo. Nos tempos de Calixto III tinha-se ativado de novo este processo por 1nstanc1as dos enviados senenses, e Pio II o tomou deade logo eficazmente em sua m!o •••• sendo-lhe dado elevar às honras dos altares a mais nobre mulher que tinha sa1do de Sena" ·. ( LUDOVICO PASTOR, His toria de loa PapÌs, Ediciones O. 0111, Buenos Aires, I"91f8-,- vol. I I, p. 278 / Imtr!mase: Antonio Rocca, Obispo de Augusta y Vicar o del Arzobispado de . Buenos Aires, 20-5-1948). 289. Oraça excepcionalmente poderosa: " ! . ~ d e chefe" De urna vida da Beata Maria da Encarnaçao ( 1599-1672), que depois de viuva abraçou a vida religiosa na· Ordem das Ursulinaa e se tornou a primeira freira missionaria da Historia da Igreja, trabalhando 43 anos entre os ind!genas do Canada. Foi grande mistica: "Mas eis um segundo favor do Coraçao de Jesus. Desta vez se trata de uma graça verdadeiramente especia1, eminente, que Dom Jamet, seguindo Dom Claudio Martin, chama de a 'graça de chefe'. "Esta ' m de chefe' ultrapassa ~ pessoa, ~ alma que a recebe. E uma ~ excepcionalmente Frosa, que ..2. Sennorconcede, corno ensina s. oao da Cruz, 'sobretudo às almas cuJe vlrtude e esp{rito devem propagar-se~ sucessao de seus filhos espirituais'. ~Dom Cl!udio nao de1xa de t~r um filial e santo entusiasmo com relaçao à sua admir!vel mae (a Beata Maria da Encarnaçao) . 'Dens, escreve, que a havia escolhido para sera pedra fundamental de um edificio que devia durar até o fim do munda, lhe concedeu uma graça de chefe; quer dizer, urna graça -eminente , que nao de'via servir semente à sua santificaçao, mas que devia ainda aproveitar às pessoas que viviam com ela e àquelas que lhes deviam suceder até à consumaçao dos séculos'. Esta graça de chefe e de fonte, acrescenta Dom Martin, •••• consiste nas luzes da c1enc1a •••• e no exemplo de urna v1da santa e sublime •••• A Madre da Encarnaçao, prossegue, deixou tantos escri-


250.

Secçao II

tos que todas as filhas que viverem no seu Mosteiro, até o fim dos sé~ulos, ai encontrarao abundantemente de que se instruirem elas pr6prias, e de que ensinar aos outros segundo o espirito de sua vocaçao; e sua vida foi tao santa e tao cheia de virtudes her6icas, que ela lhes sera para sempre, um modelo a imitar". (Chano1ne J. L. BEAUMIER , Marie Guyart de L'lncarnation, Editions du Bien Public, Trois-Rivières, 1959, pp. 85- 86 / Imprimatur: Georg1us Leo Pelletier, Episcopus Trlfluvianen~ 30-4-1959). 290. Pela ousadia de sua palavra inspirada, fo1 considerado corno um profeta Sobre Sao Luis Maria Grignion (1673-1716), diz um seu biografo:

de

Montfort

"Ao término do~primeiro sennao, o pregador (Sao Luis Maria Gr.,ignion de Montfort), pela ousadia de sua palavra inspirada, foi comiiderado corno um enviado do céu, corno um profeta. Sua voz clara, penetrante,quese ouviabem em todos os recantos, seus gestos expressivos, a sublimidade dos pensamentos, o encanto e a originalidade de suas expressoes, a unçao e a força que acompanhavam todas as suas palavras, todo seu conjunto enfim cativava os espiritos e submetia as vontades". (J.M . TEXIER, Sao Luis Maria Gri~nion de Montfort, Vozes, Petrépo~is,191f8~185 Com aprovaçao eclesias tica). 291. 11 Um intrépido realizador de precursor, um profeta"

~

ideal,

~

Sobre Sao Luis Maria Grignion cementa outro autor:

de

~ontfort,

"Luis Grignion fo1 um desses homens estra- ) nhos e admiràve1s: umTntrepido realizador de ~ ideal,- um precursor, ~ profeta. Deus o destinava a tarefas sobre-humanas. Ele lhe designava urna m1ssao que ultrapassar1a de multo a duraçao de sua existencia terrestre; um papel na ressurreiçao da França cat611ca; no desenvolvimentc,,,da teologia

·Secçao II

251.

marial; na deecoberta das mais profundas e mais abundantes fontee da vida sobrenatural. "Orignion seria colocado corno uma estatua sobre a montanha : de maneira a ser visto pelRs geraçoes ruturas. Um certo recuo seria necessario para o julgar bem . Vieto de multo perto, é urna força abrupta, um gigante cujas proporçoes e cujas 11nhae n6s nao captamos pelo olhar, e cuja hannon1a nos escapa. Seus mestre s , eeus condiscipulos, eeus confrades , seus superiores eclesiasticos t1veram multa dif1culdade para compreende - lo; muitos \ dentre eles terlam desejado oculta-lo sob a terra, ) esconde-lo sob o alque1re, porque ele chocava seu senso de medlda, porque ele nao estava de acortn> com seu •canon' estético e moral, porque ele nao / se alinhava- ·rlalrcat"egorias classificadas. Sendo genio excepcion.al, declaravam-no genio bizarro". (GEORGES RIGAULT, Saint Louis-Marie Grignion de Montfort, Les Traditlons França1ses, Touycoing, 1947 , p. 10 / Impr'1 matur . Joannes Baptista Megnin, Episcopus Engolismensis, 28-4-1947). 292. Deus elegeu ~eata Ana Maria Taigi, corno "v!tima pela Igreja ~ .P2.!:_, Roma" De urna ( 1769-1837):

vida

da

Beata

Ana

Maria

',

Taig1

"'Sem efusao de sangue nao ha remissao ' . Pois bem, ~ elegeu esta mulher humilde (Beata Ana Maria Taigi), gara obter a remissao do mundo. Nufi=' ~desde o randeCfsma do Ocidente, houve urna misérla espiritual semelhante, no reino de Cristo.Deus é escarnecido, expulso de milhares de templos, o clero é dizlmado, os Papas arrastados de pr lsao em prisao , a Cristandade se afunda em um rio de sangue. Nao ha um s6 sacerdote nos exércitos da Revoluçao e do Império, para absolver os mor1bunqos. "Era necessaria urna vi tima expiat6ria. Substituiçao 1n1ntelig1vel°" para o rac1onalismo. • ••• "A Santa, atestam Monsenhor Pedicini, Monsenhor Natalie o Pe . Felipe, foi 'v1tima pela Igreja ~ .P2.!:. Roma' • . ..


252.

Secçao II

"Seu ~ eaeencial (da Beata Ana Maria Taig!) ! ~ de euetentar ~ papado mediante~ o r a~ - • ••• Oe pr1nc1pee da IgreJa vao à aua casa, ilguma vezee , eol1c1tar eeua conaelhoe , mae euae armae pr ef eridas eao o ~il encio e a imolaçao". (ALBERT BESSIERES SJ, La Beata Ana Maria TÌj~1, Desclée de Brouwer, · BuenoeAf"res-;ì9~p . e 151 / Pue de i mp r 1mir-ee: Mons. Dr . Antoni o Rocca , Obiepo de Augusta y Vicario general, Buenos Aires, 28-3-19~2) . 293. Bento XV: Santa Terea1nha foi agraciadacom ~ dom de profecia-De uma v1da de Santa Tereainha do Menino Jeeus (1873-1897): "Numa confidencia com a Madre I nes de Jeaua , Tereeinha, declar ou: ' Para~ minha miasao, ~ para a de Joana d ' Àrc~ a· vontadede Deus cumprir-se=a -apesar dain'veja-dos homensT.-g-aJuntou que Nosso Senhor havia de servir-se da ' Hietoria duma Alma' para fazer bem às almas •••• . "Refere ainda a Madre Ines de Jeaus ter ouvido de Te r eainha , Ja quase sem vida , as seguintes palavras proféticas, que tiveram a mais completa confirmaçao: 'Depo1s da minha morte , ira para o lado da caixa do correlo . Ali encontrara muitas consolaçoes ' . "Que é que Madre Ines encontrou na caixa do corr elo? Inumeraveis cartas pedinao retratos e rel!quias d_a Santa, e outras tantas narrando milagres de primei r a ·ordem • •• .• "Tao 1nte1ro cumprimento em coisas tao de antemao prognoaticadas , deixa bcm fora de duvida que a Irma Teresinha clar amente previu a sua missao postuiiia. Ate aqu1 sao convergentes os-autores. Parece divergirem na interpretaçao. A conf1denc1a em que a Santa falou de voltar ao mundo para fazer amar o amor e passar o seu céu a fazer bem aobr e a terra, diz ~ · Pe. Martih gue fo1 ~.'profec1a:; ~ ) Mons. Laveille, gue fo! ~ ' confidencia profetica:r:-Admitem , ao que parece, a hipotese , rejeitada pelo Pe . Eymieux, de urna 'revelaçao precisa ' • • .•• O Pe. Petitot opina que 'em tais previsoes, o genio entra com largo quinhao ' , mas afirma também

Secçao II

253.

Teresinha fo1 'favorecida d e ~ sobrenat~qu1s sobre a suam1ssao futura ' ' e ajunta que, a ~~o nosrevoltarmos contra a evidencia, precisamos econhecer que a Irma Teresa do Menino Jesus, n~s ~ltimos dias de sua vida, obteve uma re~elaçao obrenatural da sua santidade e da sua mlssao pro~idenc1al' . Lembra nesta altura~ palavras 2.2!!! xv .;.;..;;...;,---=-declarou gue Teres1nha fo1 agraciada B nto que ~ -com o dom de profec1a . - - -" De qualquer forma, rosse por 1ntu1çiio genial rosse por dom de profecia , o que nao sorre d' ida é que a nossa Teres1nha claramente predisse ouvesplendor de prod1gios de que hoje o mundos i~t iro é testemunha" . (Pe . ANTONIO FEITOSA, ~ T:resinha a Violeta de Lisieux, Vozes, Peirop1lis 2a . ~d.-refundida-,-1955, PP · 274-275 /C mtr ' o• Manuel Pedro da Cunha in ra, ma t ur: ~1955) . 294, Tal era o discernimento dos esp!rTtos d e ~ Teodora Vo!ron, que as alunas ~ confessavam antesde se apresentarem diante dela

---

De uma biografia de Madre Teodora Voiron (1835-1925). rundadora da Provincia Brasileira das Irmiis de Sao José: "-- Urna de suas alunas costumava dizer: 'Nao falo com Madre Teodora sem me confessar , porque ela adivinha até os penaamentos da gente'. -- P:edisse ao meu mano , com dez anos de antecipaçao, ue ele seria Ministro depois Deputado , e tudo se ~ealizou" . (OLIVIA SEBASTIANA SILVA, ~ ~ Teodora Voiron Editora "Ave Maria", Sao Paulo , 1948 , p . 191 / 6om aprovaç§o eclesi~stica) .


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295. Os superiores foram constitu1dos por Deus para .2. nosso bem: deveiiios-lhes temor ~ honra Da Epistola de Sao Paulo aos Romanos: "Toda alma esteja sujeita' aos poderes superiores, porque nao ha poder que nab venha de Deus; e os que existem foram instituidos por Deus. ~quele, pois, que resiste à autoridade, resiste a ordenaçao de Deus. E os que resistem, at~aem sobre si proprios a condenaçao. Porque os principes nao sao para temer pelas açoes boas que praticamos, mas pelas mas. Queres, pois, nao temer a autoridade? Faze o bem, e teras o louvor dela; porque o que tema autoridade é ministro de Deus para teu bem ••••• E, pois, necessario que lhe estejais sujeitos, nao somente pelo te~or da ira, mas também por motivo de consciencia ••••• Pagai, pois, a todos o que lhe é devido: a quem o tributo, o tributo; a quem o imposto, o imposto; a quem o temor, o temor; J!.. guem _!!.. honra, J!.. honra" (Rom. XIII, 1 a 7). 296. Q culto aos superiores humanos deve ser manifestado .P2,!_ sinais externos Frei

Do oonhecido teologo e moralista espanhol Antonio Royo Marfn OP: "A honra ou culto que

, \


256.

Secçio II

se deve a Deus (latria) pode ser meramente inter i or, pois ele conhece perfeitamente os movimentos de nosso coraçao. Mas Q_ ~ devido aos superio~ humanos tem gue ~ manifestar de algum modo por a l gum sinal exterior (palavra, gesto, etc:T, porgue ~,deve honrà-los nio semente perante Deus' ~ tambem diante dos hornens (Sao Tomas S~ II, 103, l)". (Fr . ANTONIO ROYO MARIN OP 'Teologi~ de la Perfecci6n Cristiana BAC Madrid, 2a ed ~55, P· 537 / Imprimatur: Fr. F;anciscu~ E;isc~~ pus Salmant, 7- 10-1955). ' 297. A dupla natureza do homem impele-o ~ manifestar exteriorinente as disposiçoes d a ~ curso superior de Religiio, por dr aLtiDcoes udma Universidade de Bonn:

cate-

"0

culto exte~no• e, indispensavel aos~homens: "a) O homem deve servir a Deus, com todas as forças do corpo e da alma, porque é coisa e propriedade de Deus (Le 10, 27; 1 Jo 4, 16-19). Além disso, 3!_ dupla natureza d o ~ impele-o a manifestar, exteriormente, M disposiçoes da alma~ ~ sejam sentimentos de amor , de estima ~aver= sao, etc. - Pela psicologia, sabemos perfettamente que tais expansOes exteriores 1ntens1f1cam 08 sentimentos da alma. Nao havendo nenhuma expanaaoa ~ perde faclTmente o aurto de auas boas disp'o= siçoea . - --- , -- --

' perfeita socie"b) O cri~tio é membro de uma dade religiosa. Como tal , deve assistir aos atos com que essa sociedade reconhece a absoluta soberania de Deus, os seus direitos de supremo Legis lador da humanidade. Por isso é que a Igreja regula o culto e~terno por leia positivas, e convoca todos oa f1e1s, aos domingos e dias santos de guarda, P~ra o santo Sacrificio da Missa, que é a oraçio liturgica por excelencia. "c) Pela nos~a assistencia, devemos edificar e estimular o proximo. Vere ouvir alguém rezar ~ fervor aumenta 3!._nossa prOprI'adevoçio. - - "d) Jesus Cristo recomenda a oraçio pGblica e cole t i va: ' Onde dois ou tres se acharem reunidos

Secçio II

257.

em meu nome, eu e starei no meio deles' (Mt 18, 20)". (Dr. FREDERICO TILLMANN, Luz ~ Vida, Vozes, Petr6pol1s, 1936, III volume , pp . 131-132 / Pode 1mpr1m1r-se: Cgo. Francisco de A. Caruso, p . c. do Sr. Card. Arcebispo, 18-6.-1936). 298. Todo individuo tem di reito que suas boas gualidades sejam honradas

~

De um curso superior de rel1g1io por Catedrat i cos da Universidade de Bonn: "Todo individuo temo direito a gue as suas boas gualidades, mormente as virtudes sociais, ~ jam reconhecidas ~ -res;>eitadas pelos aeus semelhantes. Nesse direito eque se baseia a noçio da honra, iato é, a estima que o homem goza por causa de seus dotes pessoais, verdadeiros ou presuntivos. "A honra é um patrimonio moral que o individuo deve conservar religiosamente, por consideraçio a si mesmo e por amor à coletivida·de. lsto vale principalmente da fama de alguma entidade moral (p. ex., familia, cla·s se social ou profissional, corporaçio, etc.). Por amor d9 bem comum, o individuo nio pode renunciar ao prestigio de um cargo, ainda que pessoalmente nio tenha nenhum apreço a honrarias (p . ex., as autoridades civis e eclesiasticas, os pais com relaçio aos filhos, etc.). "A lgreJa reconhece o valor moral da honra, e defende-a em sua legislaçio. Em alguns delitos, o Direito Canonico aplica a pena da i nfamia. Por melo de atos simbolicoa, a Igreja presta as devidas. homenagena aos diversos estados e vocaçoes (hierarquia aocial e eclesiastica) . Muitas homenagens nao se referem à pessoa corno tal, mas à dignidade que representa (cfr. a pragmatica ecles1ast1ca) • . Essas praxes sao de multo valor psicologico, porque todo coraçio é acessivel ao estimulo. . •••

"Em muitos casos, o cristio deve defender-se, para que a contumélia nao recala sobre a causa de Deus e da Igreja (cfr. o processo de S. Paulo: At. 21, 27-28, 30) . .••• "~ gozar de boa fama entre os semelhantes, .2.


258.

Secçao II

individuo po~e cumprir seus deveres com maior facilidade . Da segi:e 9ue conservar ~ de fender ~ propria honra nao e so um d1re1to, mas e ate uma grave obrigaç"ao-.- - - - --

"A colet1v1dade deve dar as necesslr1as garantias para quem cumpre, f1elmente, todos os deveres 1ndividua1s e soc1a1s. Deve, antes de tudo, conceder-lhe a defesa legal do bom nome. Em alguns casos, a legislaçio é deficiente; em particular quando se trata de imputaçoes aleivosas (imprensa), e de certas contumélias que atingem pessoas morais e instituiçoes, etc . ••.• "Injuria ou contumélia. Consiste, negativamente, ~ nà'.o prestar ~ honras devidas ~ pr6ximo; positivamente, em maltratar o proximo por atos e palavras ••••• ."As fa1tas co·ntra a honra e reputaçio do pr6ximo acarretam a grave obrigaçio de reparar, quanto · possfvel, os prejufzos causados a pessoa ofendida. A maneira :de;' reparar difere, conforme a natureza da falta. "a) Como exprime a verdade, a detraçao nao pode ser sanada pela retrataçao. O maldizente deve, contudo, reabilitar a sua vftima na o'piniao dos que lhe ouviram as palavras. Para esse fim, pode enaltecer as boas qualidades da pessoa, alegar a sua reta intençao e outros fatores que desfaçam, no pr6ximo, a funesta impressao da maledicencia. Se ninguém fala da matéria, nao convém renovar a lembrança; extingue-se por si a obrigaçao de reparar, porque também ja cessaram as mas consequencias.

"b) A reparaçao da calunia é ma i s d~ficultosa. Exige retrataçao diante das pessoas que a ouviram. Muitas vezes, sera ·necessario retratar publicamente. "e) A reparaçao da cont'umélia requer, propriamente, que se peça perdio ao ofendido . Nao sendo possfvel pedir perdào, deve o culpado dar provas de especial benevolencia para com a pessoa ofendida". (Dr. FREDERICO TILLMANN, Luz e Vida Vozes, Petr6polis, 1936, III volume, p'p:-2I5 ~8 e 273 / Pode Imprim1r-se : Cgo. Fr.? ncisco de A. Caruso, p . c. do Sr. Card . Arcebispo, 18-6-19i6).

secçào II 299 · Nao louvar alguém que mereça, ~ entaol"ouva-lo com frieza imerecida, E:ode ser pecado

259 .

Escreve D. Salvador Rial, Vigario de Bruch ) no seu Catecismo Ilustrado: (Espanha, 1 Nao levantar~s falso "0itavo Mandamento: testemunho' "l Amparado O direito de propriedade_ou d~ ·osse dos bens temporais pela proteçao justa ~to divino, Deus ampara ~~citavo mandamandarne direito àguilo gue ·é melhor ~ ~ ~ ~~nt~ue~ os bens temporais, Tsto ~ oEd~reit~o g~~ roxiiiioà honra e à boa fama. s as s ~ ~ p d O Legislador "S"upremo:='"Nao levantaras pa~avras h , contra o teu pr6ximo falso testemun o• Chama-se boa rama a opiniào das pes-s oas n 2 b a·excelencia, as boas qualidades e as virtuso ree al ém . Chama-se honra o testemunho que dades da alguguém do nosso reconhecimento de sua excemos . t d lencia e de sua vir u e. "18. O pecado d e murmuraçao pode ser cometido de muitas maneiras. "Murmura-sè de modo positiv~ nao so denunciando as faltas ocultas, mas tambem exage~an~~-~! d sfigurando os feitos pecaminosos que J sa econhec e 1men t o pu'blico·• exagerando urna falta aumenta-se a difamaçao . "l 9 Murmura-se de modo negativo escondenio •d virtudesdealguém; atribUindo ID S · ~~te~~§!~ oaa~m ato bom;d1minu1ndo ~ impo:ta~~~~ dos elogios ~ se tributam ~ ~ pessoa, - --do com notoriafrieza quando outros louvam ~ vant. 1asmo· calando quando outros louvam; razendo i en us • ==;.c...~ multo bom mas • .. reticencias, por exemp1 o: s m, e , "Murmura-se de modo positivo ou negativo nao também por escritos, caricaso por palavras,tma: (D SALVADOR RIAL, El Cate~~~!~'Ma;~~a;~,I~a~~n~s, josé Vilamala, Barce1ona, 1913, pp. 20b, 207, 210).


260 .

Sec çao II

300 . Um elogio frio, ~ quem merece mais do g~e isto , pode constituir pecado d e detraçao De um Curso de Rel~g1ao: "A maled1cenc1a e a calun1a charnam-s e detraçao. Esta comete-se de d1ferentes modos, a saber: -- at r1buindo ao préx1mo urna culpa em que ele nao 1nco rreu , ou um defe1to que nao tem; exage r ando suas faltas, dando como certas as que sao 1ncertas, fazendo conhecer as que sao ocultas, 1ns1nuando-as, fazendo-as suspe1tar por fénnulas ta1s como estas: D1z-se, conta-se ••• ; interpretando desfavoravelmente as boas 1ntençoes do préx1mo, negando·™ boas gual1dades , d1m1nu1ndo ~ méri~ f azendo- lh e ~ ~ ~ elogio multo frio, ou guardando um s1lenc1o que e uma aprovaçao do . mal que outros contam, ou um desmentido do bem que dizem dele". (Pe. P. X. SCHOUPPE SJ, Curso abreviado de Rel1~1ao, L1vrar1a lnternac1onal de Ernesto 'Cnararon, o rto, 2a. ediçao, 1894, pp. 270-271 / Imprima tur : J.B.Lauwers, Vie. Gen. Me chl1n1ae,

2-7-1875).

301. Sa o Jo~o Criséstomo: o homem, quand°c>! mau, n ao aplaude - - - ~ justo; antes, pelo contrarlo ,~ inveja Sao Tomas de Aquino na Catena Aurea (comentarios sobre os quatro Evangelhos) 1nclu1 a seguinte observaçao de Sao Joao Criséstomo: "Assim corno urna coluna 1ncl1nada, se receber mais peso, se 1ncl1nara ainda mais para aquele lado, a~sim também ~ coraçao g2. homem, quando ~ mau ; ~ ~ ~ ~ falar de açoes de !:!!!! homem jus to ~ ~ ~ aplaude; antes, pelo contrari o , se excita .!. inveja. Os sacerdotesse exc1taram deste modo contra Jesus Cristo, dizendo: ' Ouves o que dizem estes?'"· (Santo TOMAS DE AQUINO, Catena Aurea, Cursos de Cultura Catélica, Buenos Aires,--rm, vol. II, p . 178 / Imprimatu r: Antonio Rocca, Ob. tit. de Augusta y Vie. Geo., Buenos Aires, 6-4-1946).

Secçao III

Quando é para a maior gloria de Deus, os santos aceitam, permitem ou até estimulam as manifestaçoes de veneraçao e respeito de que sao ·objeto; quando essas manifestaçoes nao sao • para a ma1or gloria de Deus, eles as recusam


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302 . A multidao ~ se reunia em torno de Nosso Senhor era tanta, e detal modo se ii"rro}avam sobre Ele, que-mais de urna vez !Q!_ preciso entrar numa barca, para-nao ser compr imido Do Evangelho de Sao Mateus: "Naquele dia , saindo Jesus de casa, sentou-se à beira do mar . E juntou-se em volta dele urna grande multidao de gente , detar-so-rte que ror preciso entrar numa ~ e sentar-senela;e toda a mult i dao estava em pe sobre a praia. E f alou-lhes muitas coisas por para.bolas" (Mt . XIII , 1 a 3) . Do Evangelho de Sao Marcos: "E .fesus retirou-se com os seus disc.1pulos para a banda do mar; e seguiu- o urna grande multidao de povo da Galiléia e da Judéia , e de Jerusalém, e da I duméia, e da Transjordania; e os das vizinhanças de Tiro e de Sidoni a , tendo ouvi do as coisas que fazia, foram também em __grande multidao ter com ele . ~ mandouaos seus discipulos que ~ aprontassem urna barca, para que ~multidao ~ nao oprimisse . Porque, corno curava muitos, todos os que padeciam algum mal arrojavam-se sobre ele para o tocarem" (Mr. III, 7 a 10) .


264 .

SPc çi'io I I 1

303. ~ mul tidòes afl u1am de lugares distantes para~ Nosso Senhor, seguTam-no E,2..!: varios dias, e até se esqueciam d~ovidenciar 2 QUe COmPr Assim narra Sao Marcos a segunda mult1pltcaçao dos paes: "Naqueles dias, havendo novamente gra nd e mu l tidao, e, nao tendo que Gomer, chamados os discfpulos; d;sse-lh:s: Tenho compa1xao deste povo, porgue Aha J.! tl"es dias gue nao se afastam de m1m, ~ nao tem Q que corner; e, se os despedir emJejum para suas casas, desfalece!"ao no caminho, porque alguns deles vieram de longei E os d1sc1pulos !"esponderain='IFie: Como podera a guém sacia-los de pao agui no deserto? E (Jesus) perguntou-lhes: Quantos paes tendes? Responderam: Sete. "E ordenou ao povo que se recostasse sobre a terra; e tornando 6s ~sete paes, dando graças, part1u-os e deu a seus disc1pulos, para que os distribufssem; e eles os distribufram pelo povo. Tinharn também uns poucos. de peixinhos; e ele os abençoou, e mandou que fossem d1stribufdos. Comeram e ficaram sac1ados, e, dos pedaços que sobejaram, levantaram sete cestos. Ora os que comeram eram cerca de ~uatro mil. Em seguida fJesus) despediu-~Mr. III, la9). . 304. Os que tra·nsportavam 2 par~lft1co tiveram ~ destelhar a casa para po-lo _diante do Di v~Mestre Do Evangelho de Sao Marcos: "E, alguns dias depois, entrou Jesus outra vez em Cafarnaum. E soube-se que ele estava em ca~. ~ JuntOu-se muita gente, de modo que nao cab i a nem ~ diante da porta; e ele pregava-lhes · a palavra. E foram te!" com ele, conduzindo um paral!tico, que era transportado por quatro. E, corno ~ pudessem apresentar-lho e2..!:. causa da multidao descobriram o teta pela parte debaT'io da qual es~ tava (JesusT; e, tendo feito urna abertura arriaram .2. leito, em que Jazfaoparalitico. quando J~sus viu a sua fé, disse ao paral itico: Fi l ho, sao-te perd oados os teus pe cados.

E:

265 .

Scc çào II I

"E estavam ali sentados alguns escribas, os qua1s 1am discorrendo nos seus coraçoes: Como fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar 08 pecados, senào sé Deus? E Jesus, conhecendo logo no seu esp1rt to que eles discorriam desta maneira dentro de si, disse-lhes: Porque pensais isso nos vossos coraçòes? O que é mais facil, dizer ao paralitico: Os teus pecados te sao perdoados; ou dizer: Levanta-te, torna o teu leito, e anda? Ora, para que saiba1s que o F1lho do homem tem na Terra poder de perdoar pecados, (disse ao paralitico): Eu te digo: Levanta-te, torna o teu grabato, e vai pa ra tua casa. E imediatamente ele se levantou, e, tornando o seu le1to, retirou-se à vista de todos 1 de maneira que todos se admiraram e louvavam a Deus, d1zendo: Nunca tal vim6s" (Mr . II, 1 a 12). 305. As multidòes apertavam ~ comprimiarn o Divino Mestre, e Ele entretanto pergunta: .,-Quem ~ tocou?" - - Do Evange lho de Sao Lucas: ,

"E aconteceu que, tendo voltado Jesus, foi receb1do pela multidao; pois todos o estavam esperando. E eis que veio um homem, chamado Jairo, que era principe da sinagoga; e lançou-se aos pés de Jesus, implorando-lhe que fosse a sua casa, porque tinha uma filha unica com cerca de doze anos, que estava a morrer. E sucedeu que, enquanto Jesus 1a caminhando, era apertado pelo povo. E urna mulher°; que padecia i'Iuxo de sanguenacfoze anos, e t1nha dispendido com médicos todos os seus bens, sem poder ser curada por nenhum deles, aprox1mou-se por detras e tocou a orla do seu vestido; e, !mediatamente, parou o fluxo do seu sangue. E Jesus disse: Quem ~ tocou? E, negando todos, ~ Pedro e os que com ele estavam: Mestre, as multidoes apertam-te ~ oprimem-te, ~ tu perguntas: Quem ~ tocou? E Jesus disse: Alguem me tocou, porque conheci que saiu de mim urna virtude . E a mulher, vendo-se descoberta, foi tremendo, e prostrou-se a seus pés, e declarou diante de todo o povo a causa porque o tinha tocado, e corno ficara logo sa. E ele d1sse-1he: Fi lha, a tua fé te sal vou; vai em paz.


266.

Secçao III

veio "A inda ele nao tlnha acabado de falar quando um d~zer ao principe da sinagoga: Tu~ fllha morreu, nao o 1ncomodes M J estas palavras disse ao·p fsd esus, tendo ouvldo ere somente e'ela sera sa~va aEme~1na: Nao temas, casa, nao de1xou entr ; , endo chegado à dro e Tiago e Joao ea~ ~i~guem c~m ele, sena.o Petretanto todos chora a a e a mae da menina. Enele disse-lhes· Nao ~hm, a lamentavam. Porém, morta, mas dorm~ E zombore s, a menina nao esta tava morta Entff J avam dele, sabendo que esvantou . o esus , tornando- a pela mao levoz e disse· 1 evan t a-te . E , o seu espirito a voltou ( para· oMenina • seu corpo) e l t E El , evan ou-se i mediatamente mer E . e mandou que lhe dessem de co(Je;us) o~~~~o~~i~e;i~!;a~a~h~~~= de assembro~ e que tinha acontecido" (Le . VIII, 4~s:m56)~inguem o

1

3~6 . Em qualguer lugar ,onde Nosso Senhor e egasse. ~ enfermo·s ·a.nura~ __.;;;..:.:.:.::~ lhe imploravam gue os deixasse-tocar ao ~ ! o r l a do seu vestido - - Do Evangelho de Sao Marcos: ais d"E 'o t en do passado à outra banda foram ao e enesaret • P barcado l ' e la ap or t aram. E , tendo desema uel , ~ .2. conheceram; e, correndo por todo pirte: ~~ ~~en~~:e~:rieito;ra~~a;l~:bfe todas as ' , estava . E em qual am que ele se) nas aidei~s ous~:~ 1u~~r ~ gue chegava, (fosnham os enfermos no meiov as ou nas cidades, que osdeixasse toca~ das praças, e pediam- e tido· e todo o menos a orla do seu ves VI , §3 a 56).s os que o tocavam ficavam saos" (Mr.

Ìh-

307. "Da boca dos meninos e das crian as de leite tiraste .2. perfelto louvor" ç Descrlçao da entrada trlunfal de em Jerusalém por Sao Mateus: Nosso Senhor "Aproxlmando-se de J , Betfagé, Junto do monte O erusa1 em, e, chegando a dos seus discipulos , d1 zen li~ete, enviou dois o-lhes: Ide àJesus aldeia,

267. Secçao III que esta defronte de vos, e logo encontrarels presa urna jumenta e o seu jument1nho com ela; desprendei-a, e trazel-ma . E, se alguém vos dlsser alguma coisa, dizel que o Senhor precisa deles; e logo os delxara trazer, Ora tudo 1sto aconteceu, para que se cumprlsse o que tinha sido anunciado pelo profeta, que disse: Dize1 à f1lha de Slao: Eis que o teu rei vem a ti manso, montado sobre urna Jumenta, e sobre um jumentinho, fllho da que leva o Jugo. E, indo os dlscipulos, f1zeram corno Jesus lhes ordenara. E trouxeram a jumenta e o jumentinho, e puseram sobre eles os seus vestidos, e fizeram-no monta~ em cima (do jumentinho). E .2. poY.2_, em 5rande numero, estendla no caminho ~ ~ vestidos; e outros cortavam ramos de arvores, e Juncavam com eles a estrada. ~miiitldoes que o fìrecedlam, ~ as que 1am atras: gritavam, dfzeriOo: osana ao Filho de Davldl Bendito o que vem em no~ do Serihor! Hosana l}Q ~ alto dos ceus ! ~ quando entrou ~ Jerusalem, alvoroçou-se ~ ~ c idade, dlzendo: Quem e es te? E o-s povos dln 1am: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Ualiléia". • ••• "E, quando os princlpes dos sacerdotes e os escrlbas vlram asmaravilhas o~eradas por Eie, e os menlnos grltando no templo, e dizendo: Hosana ao Fllho de Davldl 1nd1gnaram-se, e disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus di sse-lhes: Slm. Nunca lestes: Da boca dos meninos e das crianças ~ 1e1te tirasteTPerfeito 1ouvor?T. tendo-os delxado , r etlrou- se Jesus para fora da c1dade, para Betanla; e la ficou" (Mt. XXI, l a 11 e 15 a l 7).

308. "Se elesse calarem, pr6pr1as pecfrasclamarao"

~

Descriçao da entrada triunfal de Nosso Senhor em Jerusalém por Sao Lucas: · "E, dito isto, ia Jesus adlante subindo para Jerusalém. E aconteceu que, quando chegou perto de Betfagé · e de Betania, no monte que se chama das 011ve1ras, envlou dois dos seus dlscipulos, dlz endo: Idea essa aldeia, que esta frontelra; entrando nela, encontrare1s um jumentlnho atado, em que


268. Secçao III nunca montou pessoa al urna· -o · E• se , vos gpe . desprendet-o e traze1 · al guem t dtr-lhe-eis: Porque S rrn ar POrque o soltals, o en or tem necessidade dele "Partlram, pois os • e encontraram O Ju~entiq~e tlnham sldo env1ados, dissera. E, quando d no, corno o Senhor lhes sera.m-lhes os seus d~~~r:nd1am o Jument1nho, d1sJumentinho? E eles r s. Porque soltais v6s esse tem necess1dade deleesp~nferam: Porque o Senhor lançando sobre o Jume~t1 h evaram-no a Jesus . E zeram-no montar em 1 no o~ seus vestidos, f1mult1d0es) estendiam ~sma . E,.!.~ passagem, (as quando Ja 1a chegandoàs~us mantos !!Q camtnho. r, velras, toda a mult1d- desc1da do Monte das 011~ alegreiiiente a louv!o og ~ d1scfpulos come~ M maravnhas ~atie~s ~ ~ ~~ B~nd1to o rei que vem e n am visto, d1zendo: ceu e gloria nas alturas~ nome do Senhor, paz no "Entao alguns d f entre o povo, disse~-1~:~seus (que se achavam) ~ d1scfpulos. Mas ele · Mestre. repreende 08 gue , se eles secalirem respondzu-lhes: Digo-vos ~ " 'fCc , XIX,28 a 40) •. clamarao ~ mesmas pe309. Despe1to ~ fariseus: todo o mundo ~ ! Nosso Senhor! Entrada tr1unfal de Nosso S segundo Sao Joào: enhor em Jerusalém "E, no dia seguint povo, que t1nha ido à e, urna grande multidà'.o de sus ia a Jerusalém ~esta, ouvindo d1zer que J;;-::: safram ao seu encont;o ornaram ~ de palmas, e to Q ~eveinem nome d~ Sè~~amavam: Rosanal Bend1-:: Jesus encontrou~ -J or, .Q. rei de Israel! E ument1nho , e montou em cima

269.

Secçao III

dele, segundo esta escr1to: Nao temas, fllh a de S1ao ; eis que o teu Rei vem montado sobre um Jument1nho . A principio os seus d1sc1pulos nao compreenderam estas co1sas, mas , quando Jesus fo1 glor1f1cado , en tao lembraram-se de que estas co1sas tinharn sido escritas dele, eque eles mesmos t1nharn contribu!do para o seu cumpr1mento. A mult1dao, pois, que e stava com ele, quando chamou Laza ro do sepulcro e o ressus ci tou dos mortos, dava testemunho dele. E, por isso, lhe sa1u ao encontro a multidao; porque ouv1ram d1zer que tinha feito este m1lagre. Portanto os fa riseus d1sseram entre s1: Vedes que nada aproveltamos? Eis ~ todo .Q. ~ vai apos ele" (Jo . XII, 12 a 19). 310. Sao Francisco de Assis recebia as honras que lhe prestavam~ como ~ recebem os quadros ~ estatuas ~ 1grejas Conta Joergensen em seu conhecido livro sobre Sao Francisco de Assia (1181-1226): "Este ultimo trecho da v1agem de Francisco pareceu quase urna marcha triunfal. Quando o Santo se aprox1mava d e ~ cidade, ~ ~ sinos tocavam: o povo 1a em multidao encontrar-se com ele, com palmas namao, e conduzia-o, em proclssao~lene, até à casa do paroco, junto qual Pranciscoc'ostumava alojar-se. Ali eram levados paes, para que ele os benzesse, e, depois eram conservados corno reliquia~. E a miudo ouvia-se repetir pela multidao o grito, que tao facilmente ressoa na Italia: 'Eis o Santo! I "Os seus pr6prios discfpulos achavam excessivas essas hon r as. Mu1tas vezes, tal corno os apostolos J! ~ haviam feito aol5Ivino Mestre, pe r~ntavam-lhe: 'Nao ~ Q. gue diz esta gente? 1 ~ Francisco costumava responder gue considerava aguelas homenagens ~ ~ ™ s e prestam ~ guadros e às estatuas nas 1grejas ; figuras estas que, para oscristaos , nro-passam de imagens de Deus; e di zia que !_ ~ carne, ~ ~ sangue, ~ propria pessoa tinham tanta parte, naguelas honrarias gue ele recebia, quanto ~ madeira ou ! pedra nas imagens veneradas.

ao


270.

Secçào III

as, com o correr do te esta "Mresposta insuficient mpo, Francisco julgou mais constrangido a t e, e sentiu-se sempre tidào: de modo que ~ e aquelas aclamaçoes da mul-se a si mesmo o mai~ocurava, ao menos, humilhardemasiadamente , dizia qu~ podia: 'Nào me louveis ~osso ter filhos e fil~a=•~oopovo,_porque ainda Se Deus tivesse concedido. u ent!o exclamava: ças quantas tem concedid a um ladrao tantas gra~!stante mais reconhecidol ?.. \~6~AN~~; JOlhe seria ~ - Francisco de Assi V EROENSEN PP· 204-205 7 coiii apros , _ozes, Petropolis, 1957 ' vaçao eclesiastica). ' 311 . "Deixai- os fazer !:. gue saciem 2- seu fe~vor" A Beata Cec H ia Romana (1203-1290) relaçào dos Roma, refere m1lagres que realizou Sao Do'ina o segu~nte: m ngos sua em

"Certa mulhe~, ·· residente R eia à Paroquia de Sào Sal d em orna, que pertenval1schis, chamada Dona ~tor in Perfilis de Buuma terna devoçào ao7>eril-~t ~ gua5 rofessava nha um ~ilho unicoven urado om ngos, tifermo. Um dia em qu~ ~~iagça ainda, gravemente enJa de Sào Marcos da uo om 1 ngos pregava na igrenhora, premida peio d~s!~a ~idade, a referida seO a palavra de Deus foi e ouv1r de seus lab1os filho doente em c~sa Apara a ~greja, deixando seu clu1do o sermào e~co~tregresrar, depois de conurna extraordinaria afli ~ou-o ~orto. Abatida por gosto com o s1lencio cça~i ~as afogando seu des~ méritos do bem-av;nt~~ad~ poder de Deus e s1go o cadaver de seu f omingos, tomou con~ suas criadas, até a i r!jho e f~i, acompanhada de via entào o bem- avent~rad~ ge ~ao S1xto, onde v1des .•••• Ent r ando en om ngos , com os frada porta do Cap1t~lo controu o Santo de pé junto ela, olhando para el • c~mo se esperasse algo. E prostrada começou ae;uP~f o filho aos seus pés e que o ressuscitasse. Eniaocar-lhe, com lagrimas , mingos, compadecido de dor ' t~ bem-aventurado Do-se um pouco dela e fez urna ~o veement:, afastouda qual levantou-se e reve oraçao, depois traçou sobre eleo sin~la~roximando-se do menino pela mao, levantou-o viv.oaec~uz;lTomando-o depoi~ · neo urne e o devolveu

1

O~

-

271.

Secçào III completamente sào à sua mae, mandando a esta que nào dissesse isto a ninguém. Mas ela, voltando à sua casa com grande alvoroço, em companh1a de seu filho, contou tudo o que havia acontecido, de tal manetra que chegou aos ouvtdos do Sumo Pont1ftce. Este quis que este mtlagre fosse contado a todos na pregaçào publtca; porém, o bem-aventurado Domingos, verdadeiro amante e custodio da humildade, nào consentiu que assiro se fizesse, declarando que se iato se realizasse, partiria para o outro lado do mar, às terras dos sarracenos, e nao pisarta mais nestas regioes, Temeroso o Pont1f1ce de que assim o fizesse, desistiu do empenho de dar public i dade ao fato. "Maso Senhor, que disse no Evangelho: •o que se humilha- serà exa~tado', e costuma honrar ~ glorificar os seus fieis contra a vontade e os deseJos de s tes' excito\iae sde en tao de tal moao adevoçào do povo e dos poderosos em ravor do bem-aventurado Domingos, que em todas as partes o consideravam ~ ~ anJo oe Deus, ~ ~ pessoas gue podiam tocar-lhe, ou as gue pudessem ~ ~ reliquia al~m fragmento de suas vestes, sent1am-se afortuna as, pelo quesuacapa foi retalhada de tal maneira , que apenas lhe chegava aos JoelhOs. ~ ~ frades que se opunham ~ que ~ despedaçassem ~ ~ vestes, ~ ~ bem-aventurado padre, celebrando!_ devoçao daqueles: "' De1xa1-os fazer, e. gue saciem seu fervor'" · (BEATA CECILIA ROMA~A,- Relacion ~ los milagros obrados §or Santo Domingo en Roma, 1n Santo Dom1nK2. de uzmanvfsto ~ sus contemporaneos, BAC, Madrid, 1947, pp.7161=~62"7 Im~rimatur: Casimiro , Obispo Aux. y Vie. Gen. 30-5-19 7) . 312 . " •. -~ ~ ~ perm1tia 9ue ~ prestassem a9uela homenagem , ~ antes ~ louvava P,Q!. ~ " De uma antiga Vida de Sà o Vicente

Ferrer

(1350-1~19): "Tudo iato nasc1a de urna profunda humildade, a qual fazia que a ninguém tive sse em menor conta do que se tinha a si mesmo , mas a ntes t 1vess e . a todos em muita conta .


272.

Secçao III Quanto mais se humilhava Sao Vicente Ferrer, ~ Q eia'Itavam --

".s pois, ele ~ humilhava dian te de ~ . ! ~ Q honravam. Q Papa _~ , com~ Cardeais, o Imperador Sigismundo, os Reis de Castela , Aragao ~ Inglaterra, 21! Bispos ~ Aoaaes-;-~ os Prelados ~ ~ ~ Ordens parece que nao ~ desvelavam ~ ~ pensar~ .2. honrariam . Nao que ele, corno se diz, . lhes alisasse o pelo, nem os adulasse, pois isso ele nao fazia, antes repreendia muito às claras os seus defeitos; mas procedia nas repreensoes tao mansa.mente e com tanta educaçao, que mal se achou alguém que se aborrecesse de suas repreensoes. Diziam que era um anjo enviado por Deus para dizer- lhes as verdades; e quanto mais os repreendia e avi~ava de suas culpas, mais o queriam. Safam-lhe ao encontr.o, .2.2!!!2. fariam para rece~er

Sao

~

"Em muitas ~ e s , safa.m para recebe-lo ~ procis"sao ~ pendoes ~ bandei r as, ~ clerigos vestidos de roupas sagradas, ~~ Cruz ~ reltquias e outras coisas sa~radas , do modo que sairiam ao encontro de Sao ~ . se v!esse pregar:. -lhes . E porque todos o queriam tocar e·beijar-lhe a mao , ou tomar-lhe algum pedaço da roupa, inume~ ras ~ fo.!_ necessario~ uns quad;2_!! d e ~ ~ ~ coloca-lo !!S! ~ . as ~ ~ -~ . routras vezes montado em seu burrico, conforme vinha. Mas Ja que nao podiam tocar nele, atirava.m slla'sroupas para que alcançassem pelo menos o burriCO:-

273 .

Secçao III

ouco a pouco dissimulou com elas; ~ nao s6 veit~ti~ quelhe fizessem aquela honra, mas antes permlouvava por isso, dizendo- lhes que faziam bem ~ ~ h onr ara _ Deusemseus __ _ - - ministros ~ pregadores . Referia tudo a Deus diante doTennor

~ ~

humilhava

"Todas aguelas honras, ele as referia ~ Deus, dii'Iacom O coraçao e com os labios: Non nobis , mine non nobis, sed nomini tuo da gloriam , ~ a'no-s-Senhor, naoa nos, mas ao teu nome, da Nt6ria (S~lmo 113 B, 1) . Para evitar a vangloria gue de semelhantes honras se lhe podia oferecer, q tea de en.trar nos lugares, seguindo o conselho ~~ Nosso Senhor que diz: ~ ut ~ intretis in nem __ Orai para que nao entreis em tentat~nta(~~ 26 41· Mc. 14 38), ajoelhava-se com os çao · , sua ' companhia ' ue vinham em e, as maos p~s t as em q erguia os oihos com lagrimas ao ceu. Devia or~2ao, 0 Santo rogar a Deus que o guardasse da so~~r~~ e da vangl6ria, a qual (corno diz Santo Agostinho) esta sempre espreitando nossas boas obrasÉ ara que se percam diante do conspecto divino . ~ara que se veJa o quao longe estava de alegrar-~e da honra que lhe faziam, e da autori dade que l e davam basta saber que, alguma~ vezes, pedindo- l~e e~fermos a bençao para alcançar de Deu~ a ~au08 nao queria da- la, para fugir d! vangloria, se ::~ que, depoi s, movido de misericordia, fazia 0 ue lhe rogavam, e os despedi a muito contentes 11 • (Fray VICENTE JUSTINIANO ANTIST , Vida de San ~ cente Ferrer, in Biografia l Escritos3~1~4n/ cente Ferrer, BAC, ·Mad rid, 1956, PP• l J__ priiiiatur: Hyacinthus, Ep. aux . y Vie. gen., Valentiae, 9-6-1956).

g

1;:

No começo ele repreendia guem 2 honrava ·~ demasia "Diz Flam!nio,A· que quando começaram ~ ~ estes modos de reverencia, Sao Vicente os repre endiaporisso , e dizia-lhes que eram id61atras, pois nao sendo ele santo, tomavam pedaços de roupa ~ pelos de ~ burrico ~ religuiaS:"Também fugia das entrada_s solenes nas cidades.

313 , "Ha trinta ~ seis ~ que estou ~ Ars " nao -me zanguei -e -ainda - - --

Mas ~ ~ proveito ~ ~ . nao s6 permitia, .2.2!!!2. louvava ~ guem Q honrasse

Da vida de Sao Joao Maria Vianney, d'Ars (1786-1859):

"Mas depois, vendo que com aquela reverencia que lhe prestavam as pessoas7:inportantes, .2. povo dava mais ~ .!._ seus sermOes e tirava mai or pro-

"Um dia, foi em 1854, ao sair do catecismo, enquanto passava da igreJa à casa paroquial, teve de suportar tais importunaçoes, ~ queriam cor-

o

Cura


274.

Secçao III

tar-lhe um pedaço da sobrepel1z, outros Q cabelo ~ alS';mas pessoas cheias de 1nd1gnaçao lhe d1s~: Senhor Cura, V.Revma. deve mandar esta gente embora •.• Se eu est1vesse~seu lugar, f1carla doldo . . . Ah! meu Deus, respondeu o Santo, raz tr1nta ~ se1s anos ~ eatou em Ars; e ainda nao !!!!:_ zan~er;-agora, est0u"mu1to velho-para coilie= ~ · · oram v1stos sa'ce"rdotesrnarav11harem-secom o edpetaculo desta pac1enc1a. OP. Gérin, cura da catedral de Grenoble, a quem o Pe. Vianney chamava 'seu primo', ficou horas 1nte1ras a contempla-lo todo bondade e pacienc1a, comprimido pela multida~ que o cercava" (Conego FRANCIS TROCHU o Cura d'Ars, Vozes , Petropolis, 2a. ed., i9tnr, ~ ~ 9 3 I Imprimatur : Luis Filipe de Nadal, Bispo de Uruguaiana, .29-6-1959). 31~. "Penn1tiu-lhes _tudo, esse bondoso ~ . sempre pron~ servir" De

urna

( 1815-1888):

biografia popular de Sao Joao

Bosco

"Sua grande viagem através da França teria virado a cabeça de qualquer um, que nao a dele. Porque se jamais urna teve um sucesso, foi essa! O povo precipitava-se, literalmente no seu caminho, ~ mul tidao premia-o de todos o~ lados prosuravam ~ ~ para beija-lasou peloriierio~ toca-las! Reduzia-o quase, na verdad~ a pedaçosl E, que ousadia: cortavam com urna: tesoura pedaços d e ~ sotaina, ~ frente,atra's;" a direita, à esguerda, de_ tal forma, que su~s pobres roupas de ba1x~ aparec1am de todos os lados: um aspecto lamentavel! Alguns ~ ousados levaram as coisas ao extremo ~ cortaram ate mesmo cachos deseus cabe'= los! Tao longe se deixouopovo levar! - - - - "~ ele? Perm1tiu-lhes tudo, esse bondoso homem, sempre pronto a servir!Dizia so com o fia6'"1tual sorriso: 'Esta bem, esta beml Estou vendo que ainda ha do1dos, que podem andar soltosl 1

seu

Impacienc1a de um cocheiro " Houve aquele cocheiro, que devia conduzf-lo através de Lione que nao era particularmente pa-

275,

Secçao III

cientel Urna grande multidao 1mped1a o carro de avançar: cercavam-no, para pedir-lhe uma bençao, uma palavra, a promessa duma prece, até que o coeheiro gritou : 'Com a brecal Eu preferia levar o diabo do que um santo no meu carro!' Esperteza de~ alfa1ate para obter reliquia Quando Dom Bosco um dia estava à mesa dum amigo em Lille, apresentou-se ~ alfaiate ~ pediu 11cença eara mudar uma Paaga estragada de sua sota1na. Ves o matreirol o erta assi.m guardar _toda iiiiiamanga corno reliquia! E o padre passou a vestir umi sotaina velha com urna manga 1nte1ramente nova! Agradeçamos

_!! ~ .E.2.!:_

tao boa comìda

Todos os seus aniigos queriam te-lo à sua mesa, e o Santo disse a Dom Rua (o Beato Miguel Rua): 'E singular o programa que meus amigos organizaram para minha estadia em Lille. Eu esperava romarias, prédicas, visitas a 1grejasl E em que se transformou? Banquetes, sempre banqueteal ~ agradeçamos a Deus ter dado ao seu Dom Bosco tao boa comi da I ' Reliquia "sui generis":~ recibol "Com o · mesmo humor logrou · uma-senhora da alta sociedade que o vinha constantemente importunando por algumas linhas de seu proprio pun~R· corno lembrança. Sabes o que ele escreveu?... ecebi, multo grato, de Mme. X. a quantia de 2.000 liras para os meus pobres. -- Dom Bosco'" (M. PELLISSIER, Dom Bosco, Ediçoes Melhoramentos, Sao Paulo, pp. lOfi

IIo""r.

~

315. "Conduzem sobre os ombros, com festivas aclamaçoes 2, sa~teJoao Bosco" Conta o proprio Sao Joao Bosco nas do Oratorio:

Memtrias

"Ao fazer -se noite, um toque de sino reunia a todos na igreja, onde se fazia um poucò de oraçao ou se rezava o terço com o Angelus, e se terminava tudo com o canto de 'Louvado seja sempre o Santissimo Sacramento!'


277.

Sào Joào Roseo carregado em triunfo pelos seus meninos. Esta cena figurou no grande estandarte que ornava o atrio da Basilica de Sa.o Pedro, no dia de sua beatificaçao, a 2 de junho de 1929. "Ao sair da igreja, punha-me no meio deles e os acompanhava enquanto cantavam ou se alvoroçavam. Quando chegavamos na subida do Rondon, cantava-se urna estrofe de urna cançao religiosa, despediam-se até o Domingo seguinte e, dando-se mutuamente boa-noite, cada um caminhava para sua casa. "A despedida do Oratorio era urna cena singular. Quando estavam fora da igreJa, todos davam mil vezes boas-noites sem separar-se do grupo dos companhe1ros. Eu lhes dizia: "-- Ide para casa; Ja é noite; vossos pais vos aguardam. Inutilmente. Era preciso deixa-los fazer; seis dos mais robustos formavam com seus braços urna esj)ecie de cadeira sobre ~ qual, corno num tronD, ~ tinha ~ sentar-me por força. Ordenavam-se entao ~ varias filas, com Dom Bosco

sobre aquele camarote de braços, que passava por cima dos mais altos de estatura, e caminhavam cantando, rindo e aplaudindo até o largo ch~ado Rondon. Cantavam-se ainda ali algumas cançoes, que terminavam com o canto solene em honra de Jesus Sacramentado e de Maria Santissima. "Fazia-se depois um grande silencio e eu, entao, podia dar a todos as boas-noites, com os conselhos para toda a semana. Todos respondiam a plenos pulmoes: "-- Boa noite! "Naquele momento eu era baixado do trono, iam todos para suas famIT1as, enquanto-alguns dos maiores me acompanhavam até minha casa, melo morto de cansaço". (Nota do editor do livro: "Esta cena


278.

Secçao III

encantadora a vimos representada em Roma no dia da beat1ficaçao "T2'<ie Jugho de l929T,emumenoriiie eitandarte qur pendfa 80 re aentrada pri ncipal do !trio da· bas lica de ~edro: Dom Bosco levado eiii"""""triunfo por umgrupo de alegres alunos seus. Ele, sentado em uma poltrona, e atras, no fundo, a campina piemontesa. Um d!stico latino dizia: ' Sustollunt humeris resto clamore Ioannem -- laetantei iuvenes guem alit unus amor': com festivas aclamaçoes os Jov~alegrei"""e"animados por um unico amor conduzem .sobr e os ombroso sacerdote Joao Bosco" (Sao JOXO BOSCO, Memorias del Oratorio in Biograr!a z Escritos de San Juan"lro'sco, BAC, Madrid, 1955, pp. 183- 1814/Iiiiçriiiiatur:José Marta, Ob. Aux. y Vie. gral., 13-5-1 55).

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g §g~ ;g de1xacem aretac Qela Y~!g~gg? 316. Quando~~ para~ gl6ria de Deus ~ ~ salvaçao das almas, po<ie-se aceitar ~ honras ~ querer ~ estima dos homens Do célebre tratado ascético publicado em 1606 pelo Veneravel Padre Alonso Rodriguez, da Companhia de Jesus: "Como se pode conciliar~ humildade ~~desejo de serconsiderado ~ estimado pelos homens. A doutrina comum: deve-se preferir desprezo as honras

~

"Com relaçao à humildade apresenta-se muitas vezes urna duvida, cuja soluçao nos importa muito conhecer para saber corno nos havemos de comportar na maté;ia. Dizemos, e é doutrina comurn dos Santos, que devemos desejar ser des~rezados, abat1dos e tidos ern pouca conta, eque nao façam caso de nos. Urna objeçao: ~ fazer bem ~ proximo ~ :ornos E2.!:. ele desprezados ~ tidos ~ pouca conta . "Mas aqui surge urna objeçao: frutificar ~ almas ~ nos desprezam

corno faremos tern ~ pou-

!:_


280.

Secçao III

ca conta, J! ~ para isso! preciso ter autoridade sobre .2. proximo, !. ~ ele tenha boa opiniao ~ nosso respelto ~ estlme:-E assirn parece que naosera mau, mas pelo contràrio bom, deseJar sermos estlmados e considerados pelos homens.

A soluçao

~ santos: para~ finalidade boa ~para~ gloria de Deus podemos aceitar as honras ~~estima dos homens

"Desta duvida tratam os gloriosos Sao Basilio, Sao Gregorio e Sao Bernardo. E respondem multo bema ela : ainda que seJa verdade que devemos fugir da honra e estima do mundo, pelo grande perigo que ha nisso; eque, pelo que nos diz respeito, devemos sempre desejar ser desprezados e tidos em pouca conta, entretanto, pora alguma finalidade boa, do maior serviço d e ~ . podeiiicis deseJar, licita e santamente, a honra e a estima dos homens. - --- - Sao Bernardo: às ~ podemos guerer santamente que nao conheçam nossas faltas "E assim diz Sao Bernardo que é verdade que, no que nos toca, deveruos querer que os outros conheçam e sintam de n6s o que · nés mesrnos conhecemos e sent1mos, para nos terna conta em que nés rnesmos no5 ternos. Mas muitas vezes, dlz ele, nao convém que os outros saibam essas coisas; e assim podemos algurnas vezes licita e santamente querer que rlaoconheçam as nossas faltàs, para que nao recebam dai algum dano, ~ ~,impeça ·com isso algum proveito ~iritual. Mas e preciso que o entendamos bem, e o tomemos com prudencia e com mui to es-piri to, porque semelhantes verdades, sob o colorido de verdades, costumam causar grande dano em alguns por nao saberem utilizar-se bem delas. Sao Gregorio: gozar de boa reputaçao ~~estima dos homens pode ser necessario para~ gloria de Deus ~ bem das almas "Os mesmos Santos nos explicarn bem esta doutrina, para que nao tiremos delas ocasiao para errar. Diz Sao Gregorio: Algumas vezes também os varoes santos i l alegram de gozar de ~ reputaç8:o~ de estima junto dos homens; ~ isso ~ quando vèem

281.

Secçiio III

~ tal é um meio necessario para .2. proveito das almas -. -Eisto~z Sao Gregorio, nao é alegrar-se ccima propria estima e bom conceito, mas sim com o proveito do préximo, o que é coisa multo diferente. Urna coisa é alguém amar a honra e a e~tima humana em si mesma, detendo-se nela pela propria satisfaçao que lhe vem de ser grande e considerado na opiniao dos homens; e isto é rnau. OUtra co;sa é quando se tem amor a iato pelo prove;to,do proximo e para o bem de sua alma; e isto nao e mau, mas bom. E desta maneira bem podemos desejar .!!_ ~ ~ a estima do mundo, ~ gue se, tenha boa opiniao ~ nosso respe1 to pela ma1or gloria de Deus !.,E.2.!.. 1stoaer necessario para~ edificaçao do proxirno ~ ~arafazer frutificar suas almas; porque isto nao e deleitar-se com sua honra e estima, mas com o proveito e · o bem do préximo, e com a maior gloria de Deus. Como aquele que por razao de saude quer o remédio que naturalmente reJeita, o querer o remédio é amar a saude: assim aquele que, desprezando a honra humana, a quer e admite por ser no caso um meio necessario ou proveitoso para o serviço de Deus e bem das almas, diz-se verdadeiramente que ele nao quer nem deseja senao a gloria de Deus.

Critério ~ara conhecer quando ~, bom ~quando~ mau desejar ~ honras-e a estima dos homens -"Mas vejamos como se conheceré. se alguém se compraz com a honra e estima puramente pela gloria de Deus e proveito do préximo, ou por seu proveito e pela sua propria honra e estima; porque esta - é uma coisa multo delicada e toda a dificuldade do assunto esta nisso. Responde Sao Greg6r1o: o alegrarmo-nos com a honra e a estima deve ser puramente por Deus, pois quando nio for necessario para a sua ma1or gloria e bem do préxirno, nio sé nao haveremos de nos reJubilar com ela, mas antes nos sera penoso. De maneira que nosso,coraçao e nosso desejo, na medida que esteja ern nos, sempre se ha de inclinar à humilhaçio e ao desprezo; e assiro, quando 5e nos ofere:er ocasiao para 1sto, devemos abraça-la de coraçao e alegrarmo-nos com ela, corno quem encontrou o que desejava. E sé devemos querer a honra e a estima e rejub1larmo-nos com ela quando for necessaria para a ed1ficaçao do préximo, para faze-lo frutificar, e para maior honra e gloria de Deus .

--


282.

Secçiio III

O exemplo de Santo Inac1o de Loyola "De nosso bem-aventurado Padre Inac1o lemos que, se se de1xasse levar pelo seu fervore deseJo, andarla oelas ruas desnudo e coberto de penas e cheio de lodo, para ser t1do por louco. Mas a car1dade ~-9. desejow~ t1nha de ajudar Q prox1mo repr1m1a nele este tao grande impeto de humildade, e faz1a gue fosse tratado com a autoridade e a de~iicia gue Corivinha !!.Q. seuorrcio ~ !:!_ ~ pesaci: Mas a sua 1ncl1naçao e deseJo era ser desprezado e abat1do, e sempre que se lhe oferecia a ocasiao de ·s e humilhar, ele a abraçava e até a buscava deveras. Pois nisto se reconhecera se vos alegrais com a autoridade e estima pelo bem das almas e pela gloria de Deus, ou por vos mesmos e por vossa propria honra e es~ima: se quando se vos oferecer urna ocasiao de humildade e desprezo, a abraça1s deveras e ·de cQraçao e v~s regoziJais com ela; entao é sinal de que, quando ..vos sai bem o serrnao, ou o negocio, e por isso ~sdis considerado e estimado, nao vos regoziJais por vossa honra e estima, mas puramente pela gloria de Deus e proveito do proximo que da! vem. Masse quando ' se vos apresenta a ocas1ao de serdes humilhados e de serdes tidos em pouco, a recusais e nao a levais bem; e se quando nao é necessario para o proveito do proximo, contudo vos regoziJais com a estima e louvores dos homens, e o procurais, isto i sinal de que também no demais vos regoziJais pelo que vos toca e por vossa honra e estima, e nao puramente pela gloria de Deus e proveito do prqximo". (V., Pe. ALONSO RODRIGUEZ SJ, Ejerc!cio de Perfeccion z Virtudes Cristianas, Apostolado ae la Prensa, Madrid, 1930, tomo Il, pp. 383-387 / Imprimase: Dr. J. Francisco Moran, Vicario General; Madrid,

10-6-1930).

317. Repelia ~ humildade .!.!!_ honras pessoais, aceitava voluntariamente as gue lhe tributavam ~ enviado do Senhor Da Introduçao Geral às obras de Sao Vicente Ferrer (1350-1419) pelo Pe. Fr. José M. de Garganta OP: "A pregaçao de Sao Vicente Ferrer, corno a de todos os charnados pregadores de penitencia de sua

283.

Secçao III

época, era uma pregaçao planificada. O Santo se apresentava em cada aldeia como um enviado de Deua, sua entrada era solene, congr~gavam-se as multidoea , Organizava-ae urna procissao, cantavam-se cant1cos piedoaos e penitenciais. Q Santo, gue sempre repeliu ~ humildade her61ca as honras pesaoais, aceitava voluntariamente !!. gue lhe tributavam como enviado do Senhor. Aparecia pobremente vest!d'ocom seu habito de Dominicano, montava sobre u.m Jumentinho, o qual andava entre caibros de madeira para evitar que oa devotos impedissero a marcha regular" (Biografia l escritos d e ~ .Y!.:: cente Ferrer, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid, 1956, pp. 43-44 / Imprimatur: + Hyacinthus, Ep._ aux, y Vie. gen,, Valentiae, 9-6-1956).

318. "A vaidade esvoaça ~ redor de mim, !!!• pela m de Deus, !!!2, entra" Le-se

(1350-1419):

nu.ma ·vida

de

Sao

Vicente

Ferrer

"Sua humildade deixou estupefato a Pierre d'Ailly, Os contemporaneos ficavam admirados diante de sua piedade, tanto quanto da virilidade, da energia, e do bom senso, aos ·quais essa humildade e essa piedade Jamais causaram preJu!zo. Bem ao contrario, elas lhe davam uma visao Justa das coisas 1 porque eram sinceras, vivas, e nao hip6cr1tas ou deformadas. Essa humildade de Sao Vicente Ferrer temo seu mérito. Era de temer, com efeito, que diante de seus exitos brilhantes, o mestre (Sao Vicente Ferrer) perdesse a cabeça e se deixasse levar por todas aa formas de orgulho . Mas a! estava a sua humildade. Um dia, ao que parece, um bispo r-ranciscano amigo encontrava-se ao seu lado durante uma dessas procissoes triunfais em que se manifestava a veneraçao do povo pelo grande santo civilizador. Diante das aclamaçoes, diante mesmo das man1festaçoes insolitas de adoraçao (*), disse-lhe o bispo: '-- Frei Vicente, ~ vaidade .2, gue faz?' •-- Ela va1 e vem, esvoaça ao redor de mim, mas, pela graça-de Deus, nao entra~l-foia resposta" (MATl'HIEU-MAXIME GORGE, Saint Vincent


-l 284.

Secçao III

Secçio III

285 .

Ferr1er, L1brairie Plon, Paria, 1924, pp . 285-286). ( 1 ) A palavra "adoraçio" é empregada aquino sentido de "veneraçio", usual na Sagrada Eacr1tura e nos teélogos.

319, "Graças ~

~ Deus, jama1s orgulho se aproxima de m1m"

Um biégrafo de Sao Paulo da Cruz, dos Passioniatas (1694-1775), narra o episédio da vida do Santo:

Fundador aeguinte

"Nao podemos nos impedir de mencionar um pequeno episéd1o, ao qual nao falta certo encanto. Um dia, o Pe. Paulo se d1rigia, com um de seus companhei r os, da praia de Orbetello para o Monte Argentaro. Um pescador , que o conhecia apenas pela reputaçao, saudou-o e disse: ' Soia bem felizes de ir para la , para Q convento onde mora~ San'to, o Pe. Paulo! 1 - - Tais palavras f oram corno uma macetada para o humilde Padre; ele ficou desconcertado. Mas l ogo repl i cou com vivacidade: 'Mas quem é esse Santo, de quem falais? O Pe. Paulo?' ' Sim, respondeu o bravo homem; é um Santo!' -- Ent'ao,' o Servo de Deus, corno para tTri='fo""do erro , responde com tom seguro: 'Pois eu posso lhe garantir que ele certamente nao se considera um Santo!' Apés essas palavras, o Pe. Paulo retoma prontamente o caminho . Q pescador, sempre mais afirmativo ~ guase ofend1do: 'Pois bem -- exclama ele - g~er ele ~ considere , guer nao ~ considere, eu vo-lo digo: ~ Santo, um verdadeiro Santo, um grande Santo I ' "Parece-nos diffcil que em meio a tantas hon~ ~ prodfgios nao se levantasse algum sopro--cfe vaidade . Por um pr1vilégio extraordinario , nunca pensamento~ alterou a humildade do Santo . Ele p6de dizer ao di r etor espiritual comcandida aimpl i c idade: ' Graças ~ Deus , jamais Q orgulho se aproxima de !!!_im. Eu me considerarla um condenado se me viesse um pensamento de orgu lho ' • Ele nem sequer podia conceber corno possfvel o orgulho. Ei a o retrato que traçava de sua pessoa: comparava-se a um pobre andrajoso e coberto de ulceras dos pés

!

Sao Paulo da Cruz. Quadro pintado ao vivo por Domenico Porta em 1733 (Capela do Santissimo Sacramento do Retiro dos Santos Joao e Paulo, em Roma).


286.

Secçao III

cabeça. 'Tal homem -- dizia ele -- poderia se orgulhar se se visse introduz1do numa reuniao de grandes aenhores? Um tao grande pecador como eu orgulhar-sel Deus me raz •ler num grande livro; es~ livro ! ~ conheciiiiento de ~ peca~ l5iiI vem que ele nao tivesse nuoca materia para se acuaar de orgulho" (R. P. LOUIS-TH. DE JESUS AGONISANT , H1sto1re de Saint Paul de la Croix Librairie .H. Oudin, Eilteur, Parla-PoitTe~A88, 4a. ed,, pp. 575-576 /Coma aprovaçao dos Arcebispos de B2rdeaux, Albi, Tours, Reims, Bourgea e Rennes, e doa Biepoe de Luçon, Po1tiera, Mende, Bayonne, Carcassone, Aire, Rodez e Mana). à

320, Santo Cura d'Ars: Q elogio nada acrescenta, ~ inJuria nada retira Da biografia de Sao Joao (1786-1859), do Co.nego ~rochu: :' !

Batista

Vianney

"0 Cura d'Ara nao ignorava as denuncias rormuladas contra ele diante de seu prelado. Mais de uma vez, àlguns colegas amigoa pediram-lhe que se defendesse. Ele, porém, sempre preferia calar-se e para explicar o seu silencio contava urna historieta extraida de seu livro predileto: a Vida dos Santos. - - -"-- Um santo disse um dia a um de seus rel1gisos: 'Vai ao cemitério e injuria os mortos•,- O religioso obedeceu e, ao voltar, perguntou-lhe o santo: 1 Que responderam? -- Nada. Pois bem, volta, e raz-lhes grandes elogios'. O religioso obedeceu novamente: Que disaeram desta vez? -- Nada também. Eia, replicou o santo, ~ te inJuriam ~ ~ te louvam, r a z ~ os mortos'. 'Hoje recebi duas cartas, contava numa explicaçao de catecismo: Numa me dizem que sou um santo, na outra que sou um charlatao; .!. primeira nada ~ acrescentou, .!. segunda nada ~ tirou'. Era depois da leitura duma missiva deste genero que ele d1z1a 'todo contente' : 'Eia aqui um que me conhece beml Se rosse tentado de orgulho, teria com que me curar'" (Co.nego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ara, Vozes, Petr6pol1s , 1960, 2a. ed., p.°2"3"9" Tiiiii,rima-se : + Luis Fel1pe de Nadal, Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959).

287.

Secçao III 3 21. "Digam la .2, que qu1serem ,

~ apenas .2, que ~ perante ~

11

De urna vida de Sao Joao Bosco: "Esta noite, achando-nos em bom numero no a r to de Dom Bosco enquanto ceava, depois de ha~~r confessado das 5 às 9 ,30 hs da noite, mandou ler urna carta do Bispo de Spoleto , Tecia-lhe nela Prelado grandes elog1os , dizendo, entre outr!s ~oisas , que embora nao tivesse a honra de conhece: - lo pesaoalmente, a rama do seu nome chegara ate seus ouvidos , eque nele reconhecia um grande zelo l loria de Deus e um espirito de verdadeiro ~~1!sifst1co. o Padre Francésia, que lhe f1 cava quase sempre ao lado , a sorrir lhe.per~ntou: Nao se ensoberbece com tamanhos encom1os. "Re spondeu: -- Ora essai Escuta: habituei-me a ouvir de tudo. Tanto ll ~ da ler ~ ~ ~ leta de louvores c o r n o ~ ~ de i~sultos . Suando re cebo urna destas laudator1as, Vt.m-me o gostinho de confronta-la com certas outras, de um carregador e que jandos, repassadas de insultos; e epito comigo mesmo: Como sao desencontrados os ~uizos dos homens l Digam la ~ .gu( guis~rem: aou apenas O que eou perante Deue" Marques FELIPE CRISPOLTI, Dom Bosco, L1vrar1a Salesiana Editora, Sao Paulo, 4a:-ed., 1945, P• 242),

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322. "Brilhe a vossa luz diante dos homens, para gue glorifiguem ~ vosso Pai gue esta ~ Céus" Instruçao de Nosso Senhor,aos Ap6stolos, Sermao da Montanha:

no

"Vos sois a luz do mundo. Nao pode esconderse urna cidade situada sobre um monte; nem acendem uma lucerna, e a poem debaixo do alqueire , mas sobre o candeeiro , a fim de que ela d& luz a ~odos os que estao em casa . Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que esta nos céus" (Mt. V, 14 a 16). 323, "Eis agui . guem f mais do gue Salomao"; "Eis agui guem ! mais do que Jonas" Nosso Senhor Jesus Cristo proclama a grandeza de sua propria Pessoa: "E, conco r rendo as multidoes , começou a dizer: Esta geraçao é urna ge r açao perversa; pede um sinal, mas nao lhe sera dado outro sinal , senao o sinal do profeta Jonas. Por_q ue, assim corno Jonas foi um sinal para os nin1v1tas , assim o Filho do


290.

Secçao III

homem sera um sinal para esta geraçao . A rainha do melo-dia levantar-se-a no (dia ·de) Ju!zo contra oa homens desta geraçao, e condena-los-a; porque veio da extremidade da terra ouvir a aabedoria de Salomao; entretanto, eia aqui esta quem é mais do que Salomao. Os nin1v1tas levantar- se-ao no (dia do Ju!zo contra :sta geraçao, e condena-la-ao; porque fizeram penitenc1a com a pregaçao de Jonas; entretanto eia aqu1 quem é mais do que Jonas " (Le. XI, 29 a 32).

324 . "Q. Pa1,

~ ~

Nosao Senhor d1ante dos homena:

env1ou, da testemunho de mim" reivindica

a

propria

m1asao

"Se eu · dou testemunho de m1m mesmo, o meu testemunho nao é verdadeiro . Outro é o que da tetemunho de rn1m; e eu. ae1 que é verdadeiro o testemunho que ele da -de mim. V6s envi astes (mensage1roa) a Joao; e ele deu testemunho da verdade. Eu , porém, nao recebo o testemunho do homem, mas d1go-vos estas co i sas, a f1m de que seja1s salvos. Ele era urna lampada ardente e luminosa. E v6s poucos momentos quisestes gozar da sua luz. "Mas eu tenho um testemunho maior que o de Joao . Porque as obras que meu Pa1 me deu que cumpr1sse, estas mesmas obr aa que eu faço, dao testemunho de m1m, de que o Pa1 me ·e nv1ou ; e o Pa1 que me env1ou, esse mesmo deu testemunho de mim; v6s nunca ouv1stes a sua voz, nem v1stes a sua face. E nao tendes permanente em vos a aua palavra, porque nao credes no que ele enviou. . "Exam1na1s as escrituras, porque julga1s ter nelas avida eterna; e elas sao as que dao testemunho de m1m; e nao querela vira m1m , para terdes v1da. Eu nao recebo a gloria dos homens. Mas conheço-vos, (sei) que nao tendes em v6s o amor de Deus . Eu vim em nome de meu Pai , e vos nao me recebeis; se vier outro em seu proprio nome, recebe-lo-eis. Corno podeis crer, v6s que recebeis a gloria uns dos outros, e nao buscais a gloria que so de Deus vem? Nao julgueis que sou eu que vos hei de acusar diante de meu Pai; Moisés, em que v6s confiais, é que vés acusa. Porque, se vos cresseis em Moisés, certamente crer!eis também em

Secçao III

291.

mim; porque ele escreveu de mim . Porém, se v6s nao dais crédito aos aeus escritos, corno have i s de dar crédito às minhas palavras?" (Jo. V, 31 a 47) .

325. "Nao aodeis ouvir minha !alavra, porgue7:en es por pai ~Oemon o,~ quereis aatisfaze r .2..:!_ desejos de ~ Eil" Jesus increpa os judeus por recusarem a aceitar a sua miasao divina: "Jesus disse-lhes: Se sois f1lhos de Abraao, fazei as obras de Abraao. Mas agora procurais matar-me, a mim, que aou um homem que · vos disse a ve r dade que ouvi de Deus ; Abraao nunca fez isto. V6s faze i s aa obras de vosso pai. E eles disseram-lhe: Nos nao aomos filhos da forn1caçao , temos um pai (que é) Deus. Mas Jesua disse-lhes: Se Deus fosse vosso pai, c~rtamente me arnar!eis, porque eu sa! de Deus e vim; porque nao vim de mim mesmo, mas ele me enviou . Porque na.o conheceis v6s a minha linguagem? Porque nao podeis ouvir a mi nha palavra. V6s tendes por paio demonio , e quereis sat1sfazer os desejos do vesso pai; ele foi homicida desde o principio, e nao permaneceu na verdade; porque a verdade nao esta nere; quando ele diz a mentira, rala do que é proprio , po rque é mentiroso i pai da mentira. Mas, a i nda que eu vos digo a verdade, vos nao me credes . Qual de v6a me argu1·ra de pecado? Se eu vos digo a verdade , porque me nao credes? O que é de Deus, ouve as palavras de Deus. Por isso v6s nao as ouvia, po r que nao aois de· Deua" (Jo. VIII, 39 a 47) .

326. "Sou ~ ~ dos Ap6stolos, ™ p e l a ~ de Deus tenho trabalhado mala do que todos" Diz Sao Paulo na la . Epistola aos Cor!ntios: "Porque eu sou o minimo dos Ap6stolos , que nao aou di gno de ser chamado Apostolo , porque persegui a Igreja de Deus . Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a sua graça , que eata em mim, nao foi va, antes tenho trabalhado mais que todos elea; nao eu , porém, mas a graça de Deus, que esta comigo" (I Cor. XV, 9-10) .


292.

Secçao III

327. Sao Paulo raz a apologia do pr6prioapostolado Da 2a. Epistola aos Corintios: "0utra vez o digo (ninguém-111e tenha por néscio, ou ao menos sofrei-me corno tal para que também eu me glorie ainda por um pouco), o que digo, relativamente a esta matéria de gl6ria, (aparentemente) nao o digo segundo Deus, mas corno por insipiencia. Visto que muitos se gloriam segundo a carne, também eu me gloriarei. Porque v6s, sendo sensatos, sofreis de bom g rado os insensatos. Porque sofreis quem vos poe em escravidao, quem vos devora, quem vos rouba, quem se exalta, quem vos da na cara. Digo-o para minha vergonha, corno se tivéssemos sido fracos neste ponto. Mas naquilo em que qualquer tem ousadia ( fal o como louco), também eu tenho : Sao Hebreus, também eu; sao Israelitas, também eu; sao descendentés de Abraao, também eu; sao ministros de ér'isto (falo corno menos sabio) , mais (do que eles ) o sou eu; mais nos trabalhos, mais nos carceres, em açoites sem medida, frequentemente em perigos de morte. Dos Judeus recebi cinco quarentenas de açoites, menos um. Tres vezes fui açoitado cODl var as, urna vez fui apedrejado, tres vezes naufrague1, urna noite e um dia estive no ab1smo do mar; muita·:r vezes em viagens, entre perigos de rios, perigos de ladroes, perigos dos da minha naçao, perigos dos Oentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos dos falsos irmaos; no trabalho e na fadiga, em muitas vigilias, na tome e na tede, em muitos JeJuns, no fr1o e ~a nudez. Além •destas coisas , que sao exteriores, (tenho também) a minha preocupaçao cotidiana, o cuidado de todas as igrejas. Quem esta enfermo, que eu nao esteJa enfermo? Quem é escandalizado, que eu me nao abrase? "Se importa que alguém se glorie, .eu me gloriare1 das coisas que sao da minha fraqueza. O Deus e Pai de Nosso Senho r Jesus Cristo, que é bendito por todos os séculos, sabe que nao m1nto". (II Cor. XI, 16 a 31) .

secçiio III

293.

328. Siio ~ : "Era .P.2.!:. v6s g_ue ~ ~ ~ louvado, .• " Da 2a . Epistola aos Corintios: "Tornei-me insensato (falando de mim mesmo), mas fostes v6s que me obrigastes (a isso). Porque era por v6s que eu devia ser louvado, pois que em nada fui inferior aos maiores Apostolos, ainda que (por mim) nada sou; entre v6s contudo foram real1zados os s1na1s do meu apostolado em toda a paciencia, nos milaires, e nos prodigios, e nas virtudes" (II Cor. XII, 11-12).

329. Sao Paulo: " ~ f testemunha de guao santa, justa ~ irrepreensivelmente procedemos para convosco" Da la. Epistola aos Tessalonicenses : "Porque vos mesmos sabeis, irmaos, que a nossa ida a v6s nao foi sem fruto; ,!llas, tendo primeiro sorrido e tolerado afront~s (corno sabeis) em Filipos, tivemos conf iança em nosso Deus para vos pregar o Evangelho de Deus no meio de muitos obstaculos. Porque a nossa exortaçao nao procedeu de erro, nem de malicia, nem de fraude, mas, corno fomos aprovados por Deus, para que nos fosse confiado o Evangelho, assim falamos, nao corno para agradar aos homens, mas a Deus, que sonda os nossos coraçoes. Porque a nossa linguagem nunca foi de adulaçao, como sabeis, nem um pretexto de avareza; Deus é testemunha; nem ·buscamos gloria dos homens, quer de v6s, quer de outros ••••• Pois vos lembrais irmaos, do nosso trabalho e fadiga; tabalhando ' de noite e de dia para nao sermos pesados a nenhum de v6s, pregamos entre v6s o Ev~ngelho de Deus. Vos e Deus sois testemunhas de quao santa e Justa e irrepreensivelmente procedemos convosco, que crestes; assim como sabeis de que maneira a cada um de v6s (corno um pa1 a seus filhos) vos andavamos exortando, e confortando, e suplicando que andasseis duma maneira d1gna de Deus, que vos chamou ao seu reino e à sua gloria" (I Thess. II, 1 a 6 e 9 a 12).


29~-

Secçao III

330. Sao Paulo proclama perre1to cumpr1mento de e sua esperança no receo1mento da coroa da

o sua m1ssao -gl6r1a

Da 2a. Epistola a T1m6teo: "Quanto a mim, estou ja para ser oferec1do em libaçao (derramando o meu sangue) e o tempo da minha dissoluçao av1z1nha-se. Combati o bom combate, acabe1 a m1nha carreira, guarde1 a ré. De resto esta-me reservada a coroa da justiça que o Senhor, Justo Juiz, me dara naquele dia· e nao s6 a mim, mas também àqueles que desejam a' sua vinda" (II T1m. IV, 6 a 8). 331, Louvar-se · a si mesmo Fodi ser bom ~ santo, coiiiorez Sao au o-Do Exercfcio de P~rfei~ao e Virtudes Cristas do VenerKvel Padre-AlonsoodrI'guez, da Companhi~ de Jesus: "De mane1ra que a honra e estima dos homens !!! verdade nao ~ ma, senao boa, se usarnC>S. bem dela, !:_ eendo assim, pode ser licita e santainen'te desejada . Como quando o Padre Francisco Xavier compareceu diante do rei de Bungo com urna grande emba1xada e um grande br1lho. ! até alguém louvar~ ~ s1 ~ ~ ~ bom e san,to, se se raz co~ secleve, ~ ~ Sao Yauro:,-que:-aoescrever ~ ~orfiit1os, começa !_ loiivar=se-e-acontar as proprias grandezas, narrando os· granaes favores que Nosso S~nhor lhe havia fe1to, e d1zendo que havia trabalhado mais~ que .2!! outros Apostolos; conta as revelaçoes que recebeu e o seu arrebatamento ao terce1ro céu. Mas isto eleo fazia porque conv1nha e era necessario para a honra de Deus e para o prove1to do pr6ximo, à quem escrevia, para que assim o considerassem e estimassem por Ap6stolo de Cristo, recebessem a sua doutrina e se aproveita!sem_ de;a. E diz1a estas coisas de si com um coraçao nao so desprezador da honra, mas até amante do desprezo e ~a humilhaçao por Jesus Cristo. Po~que, quando nao era necessario para o bem do proximo, muito bem sabia ele apoucar-se e· abater-se, dizendo de si que nao era digno de chamar-se

295.

Secçfro III

Ap6stolo, porque perseguiu a Igreja de Deus, chamando-se blasfemo, repugnante e o ma1or dos pecadores; e quando se lhe apresentaram humilhaçoes e menosprezos, raz1a deles seu contentamento e regozijo, Destes coraçoes nad ha nada !. temer quando recebem gualguer honra ~ ~ quando dizem alguma coisas favoraver-de si mesmos; porque nunca rarao ~ coisas senao quando for necessario pa~ ~ gloria de Deus; ~ ~ ~ fazem ~ apegar-se ~ nada d1aso, corno ~ ~ 2. '""1'Tze"ssem, gorque nao arnam ~ propria"'fionra, ~ ~ honra de eus e o bem das almas". (V. Pe. ALONSO RODRlGUEZ ~EjerCfcio aePerfe'Cci6nM¼ Virtudes Cristianas, Ap~stolado de-la Prensa, adr1d, 1930, tomo li, pp. 387-388 / Im~rimase : Dr. J. Francisco Moran, Vicario General ; adrid, 10-6-1930;).

raa

332. "Vai em pa~: Aquele q~e te criou -- assim falava ~ ~ dirigindo-se ~ !.!_ ~ · •• ~ preaestinou ~ santidade

Depoimento da Irma Benvenuta di Diarnbra, Religiosa do Mosteiro de Sao Dam1ao, no Processo de Canonizaçao de Santa Clara de Ass1s (1193-1253): ,

.

"Ela (Irma Benvenuta) continuou dizendo assim: na noite da sexta-feira véspera do sa.bado que fo1 o terceiro dia (8 de agosto) antes· da morte da Senhora Clara, de santa mem6ria, a referida depoente estava sentada perto de seu leito, com outras Irmas, chorando a morte pr6xima de uma tao admiravel .e santa Mae. Ora, enquanto ninguém lhe falava, a dita Mae começou a recomendar sua alma a Deus, dizendo: 'Vai~ paz, pois tu seras ~ assistida, Aquele 9ue te c.riou te predestinou a santidade, logo ~ em ti~ Esp!rito Santo,-!:.. te olhou sempre corno™ Mae olha ~ seu filhin~o'. Umairma chamada Anastacia, perguntou-lhe entao a quem ela falava assim. Ela respondeu: 'Eu falo ! minha alma bendita'" "[.TTai connu Madame Sainte cia'Ire,letroces de canoilisationde Sainte Claire d'Assise-,- es Editions du Cedre, Firis, 1961, PP• 89- 90 / Imprimatur: J. Gaaton, Vie. gén., de Toulouse, 12-7-1960).


296.

Secçao III

297.

Secçao III

333. "Era mais mer1t6rio para ele falar de si do que calar 08 seualouvores"

335. "Sim, eu serei santo 11 quandovos ì'orcfes7!'apa

Conta urna biografia de Sao Francisco de Paula Comenta

o Beato• Jacome de Varezze (1230-1298), nasua conhecida Legenda Au·rea: "Escutais (Sao Paulo) falar de si com alguma satisfaçao? V6s o podeie admirar, do mesmo modo que Aquando o vedes desprezar-se a si meamo. Aqui se ve grandeza de alma, la humildade. Era mais me .r1t6rio para ele falar de si, do que cal~seus louvores porqu~ae ele naoos tivesse proferido, teria sido mais culpado do que aqueles que segabarn ao menor proposito. Com efeito, se ele nao tivesse sido glorif1cado, teria arrastado à ruina os que lhe forarn conf1ados , enquanto que, hum1lhando-se, ele es elevava. Paulo, glorificando-se a si mesmo, obteve mais merl'tos do qui um outro- que fiouvesse escondI<foaauilo que ~ d stTngue; este , pela humildade, que ;, llfe raz esconder seus mérI'tos, ~ menos do ~Ee aguele, man1festaniio=os". (JACQ1JES - UE'""'VORi'ffi'I, , La Legende Doree, Garnier-Flarnmarion, Paria, 1967 , vol. I, p:-ffi) .

(1416-1507), fundador da Ordem dos M!nimos: "A permanencia de Francisco (Sao Francisco de Paula) em Roma durou cerca de sete dias, durante quais ele visitava as igreJas da Urbe, corno Ja 08 fizera outrora com seus pais, corno peregrino. 0 Poi também v1sitado por grande numero de pessoas • "Uro dos visitantes, narra Belarmino (Sao Roberto Belarmino), foi Lourenço de Medici, o qual, encont rando-s e em Roma com o filhinho Joao, apresentando-o a Francisco, disse: 'Joaozinho, be Je ~ mao do Santo'. E o Santo disse ao menino c o m ~ mia: -.,,'Hm, eu serei santoquando vos fordes Papa'. Ea profecia secumprill-- Joà'.oziiiho tomou .2. nome de "7,eao X corno ~epa e canonizou Francisco em-r:!'"" de malo de 1519( ao Roberto Belarmino, Concio VI; De Gloria m1raculorum)" (P. ALFREDO BELLANTONIO, S':" Francesco di Paola, Postulaziqne Generale Dei Minimi, Roma,3a--:-ecr:-, 1973, p. 150 / Imprimatur: Aloysiu~ Card. Traglia, 17-5-1962).

8

,'

334 . ".Eu ~ sere1, ·depois de minha morte, objeto de tua particular veneraçao" Sao Vicente Ferrer (1350-1419) profet1za a eleiçao do Papa Calixto III: "(C!l1xto III) logo se · reco ~dou de urna profecia de Sao Vicente Ferrer com respeito a sua ele1çao. Este santo dominicano espanhol -- segundo se conta --_durante suas pregaç5es em Valencia, entre a mult1dao dos que se aproximavam para recomendar-se às suas oraç5es, fixou-se também num sacerdote que ped1a igualmente a caridade de urna oraçao, ao qual (o Santo) dirigiu as aeguintes palavras: ' Eu· te felicito, meu filho; tem presente que estas charnado a ser um dia a gl6ria de tu.a patria e de tua fam!lia, pois seras revestido da mais alta dignidade à qual pode chegar um homem mortal; e eu mesmo serei, depois de minha morte, objeto de tua particular veneraçao . Esforça-te pois por perseverar em tua virtuosa maneira de viver". (LUDWIG PASTOR, Historia de los Papas, Ed. Gili, Buenos Aires, 1948, vol . II , pp. 329-330).

336. Era comum contar-lhes alguma coisaliemelnarite, gue ~ havia passado ~ ele, ~ gue ele havia experimentado Da vida de Santo Inacio (1491-1556), pelo Padre Pedro de Ribadeneyra :

r

"Comun1cou-lhe (a Santo Inacio) Deus nosso Senhor s1ngular graça e prudencia em pacificar e sossegar consciencias perturbadas, em tal grau, que muitos que o procuravam para receber remédio e nao sabiam explicar sua enrermidade, e era preciso que ele mesmo explicasse o que estavam sentindo dentro de suas almas e nao sabiam dizer (e o fazia como se visse o mais intimo e secreto de seus coraç5es), e lhes desse o remédio que pediam. ~~ remédio, comumente, era contar-lhes alguma co1sa semelhante das gue se tinham passado com ele, ou ~ ele fiavia experiinentado; e com isso osaeixava livres de toda tristeza , e os despedia consolados.


298.

299.

Secçào III

Secçiio III tando ao Padre Lu!s Oonçalves da Camara com multa gravidade e com semblante celestial, o que se lhe oferecia. Este Padre, acabando de ouvir, escrev1a tudo quase com as mesmas palavras que t1nha ouvido. Porque os ravores ~ g:aças q~e Deus ~ Se~ raz a 8 eus servos, ~ ~ raz Xar{ ~ bpenas, esfm para~ bem de muitos. 88 m, em ora e!es 08 quelram enco6rrr, dando-nos com seu segredo e s1lencio exemplo de hum1ldade, ~ mesmo Senhor move para _que os publiquem, ~ f1m de"rrutiflcar 08 nosoutros ~ gue Ere pretende. - - "Sio Boaventura conta que, quando o glorioso patriarca e serafico Pa1 Sio Francisco recebeu os estigmas sagrados, desejou multo encobr!-los, Mas depois duvidou se nio estar1a obr.1 gado a manifesta-los; e perguntando em geral a alguns de seus santos companheiros se deveria_ revelar alf!mas graças de Deus, respondeu-lhe um dos frades: Pa1, sabe1s que ~ algumas ~ descobre ~ segr~dos, nao semente para vosso bem, ~ 1~almente para o1;em de outros·; ~ assim tendes razao de temer que-----glevoa ca!'t1gue !:_ repreenda ~ ~ ~ servoque~scondeu seus talentos, ~ ~ ~ cobrirdea o que pari prove1to de muitos Ele vos comunlcou•.- E p o r ~ ~ houve muitoa--Santoa que contaram- e ate escrevefam ~ ~ graças secret!ss1mas de seu esp!r1to, as doçuras de™ almas .e 08 ravoresadm1rive1s ~ div1nos ~ gue_Q Senhor osalentava, sustentava ~ transformava. Nao poderiamos conhecer tais favores, se eles mesmos nio os t1vessem tornado publ1cos, e se o Senhor, que era liberal para com eles, comunicando-Se a cles com tanto segredo e suavidade, nao o t1vessem s1do para conosco, movendo-os a publ1carem eles mesmos O que a sua poderosa mao, para o bem deles e nosso, lhes hav1a concedido. E ~ isso ~ também Deus ao nosso Inacio a drzer de si~ gue disse" (PEDRO 15E RIBADENEYRA, ~ del Bienaventurado Pa~re San Ignac1o de Loìola, 1n H1storias de Ia"Cori'tr"arreI'orma, BKcr,~adr d, 1945, pp. 38-397 Imprimatur : Casimiro, Ob1spo Aux. Y Vie. Gen.,

Parecia-nos que Nesso Senhor o hav1a exercitado e provado nas coisas espirituais, para que ele viesse a ser Pai espiritual de tantos filhos e general de tantos e de tais soldados". (PEDRO DE RIBADENEYRA, Vida del Bienaventurado Padre San Ignacio de Lo~ol'il"';in7rfstorias de la Coritrarreforma, BÀC, Radri , 1945, p. 366 / Imprimatur: Casimiro, Ob1spo Aux. y Vie. Gen., 31-3-1945).

337. "Aa merces. e dad1vàs fue Deus raz!. seus servoB, nao as az pa~a eles apenas, mas para .2. bem ae iiiurtos -Comenta o Padre R1badeneyra: "·Também direi o gue o mesmo Padre (Santo Inac1o) contou de s1~ .!!: rogos de toda !. Companh1a. Porque depo1s que ela se estabeleceu e se fundou, ,Deus Nosso Senhor fo1 revelando os resplendores dos dona e v1rtude_!' ,pom que hav1a· enr1quec1do e aformo~eado a alma de seu servo Inac1o, t1vemos todos os seus filhos um grandissimo desejo de entenaer muitopartlcularmente 08 cam1nhos por onde ~ Senhor ~ havia gu1ado ~ os meios que havia em~regado para 2 modelar ~ aeerfeiçoar, e faze-lo igno ministro de uma obra tao ass1nalada como esta. Porgue ~ parec1a gue tinhamos ~obr1gaçio de procurar conhecer os fundamentos gue Deus havia ~ ~ ed1f1c1o t a o ~ ~ tao adm1rrveI, para -louva-Lo ~ isso, e ter-nos feito, por sua misericordia, pedras espir1tua1s do : mesmo edificio; · tinhamos também !. obr1gaçio de 1U11 tar, -~ bons filhos, aguele gue ~~ Senhor nos havia dado por pai, modelo ~ mestre; ~ nao ~ pod1a imitar -~ agu1lo cuja ra1z ~principio~!!!:. conhecia

~-

"Para isso, tendò-lhe pedido e rogado muitas vezes e em diversas ocas15es, com grande e extraord1naria 1ns1stencia, que para nosso exemplo e progresso espiritual, nos part1c1passe o que se havia passado com ele ·nos seus pr1nc!p1os, e em seus trabalhos e persegu1ç5es (que foram mu1tas), e as graças e ravores que havia receb1do das mios de Deus, nunca o co~seguimos obter dele, até o a~o anter1or à sua morte. Nesse ano, depois de multa oraçio sobre isso, determ1nou-se a faze-lo e ass1m procedia; acaba~a sua oraçio e consideraçlo, con-

31-3-1945).

.(


300.

Secçao III

338. ~ Catarina de Cardona goatava de das merces que Deua lhe fazia, parf que o santo No~ do Senhor ~ Yoti'viiao F"gTorificado

~

1

Escreve Santa Teresa no llvro daa Fundaçoes: "Da grande aspereza de sua vida (de Dona Catarina de Cardona) tenho ouvido muitas coisaa, e deve ser a menor parte o que se sabe, porque em tantoa anos que esteve naquela aoledade com tao veementes deseJos de faze r penitencla e'nao tendo quem lhe fosse à mao, devia tratar s~u corpo terrivelmente. Vou contar o que de sua pr6pria boca ouviram al~mas pessoas-; entreasquais as monjaa do m~steiro e Sao José de Toledo, onde ela entrou a ve-las. Falava-lhes ~ simplicidade corno a irmas ~ ; ~ ~ mesmo razia com outros, porque- era eitrema ~ aingeleza ~ penso, também sua humrr= dade. Tinha entendldo 1que ~ lhe pertenc1a; ~ tava multo longe ~ te·r vangloria, e asa1m gostava de dizer ~ ~erces que Deus lhe fazia, para que l?.2.!: este ~ fosse louvado ~ gloillicado 2.. santo Nome do Senhor. Co1sa per1gosa esta para quem nao chegou a tal estado: o menos que pode acontecer é tomarem tudo por louvor em boca propria; a1nda que a lhaneza e a1mpl1cidade desta santa a deve ter 11vrado disto, porque jamaia ouv1 acuaa-la desta falta" (Santa TERESA DE JESUS , Obras (As Fundaçoes), _Vozes, Petr6pol1a, 1939, pp. 220~21 / Com aprovaçao ecles1aat1ca, 27-6- 1939). 339. Sao Roberto Belarmlno fala comprazido de~ proprio livro De U111a (1542-1621):

biografia de Sao

Roberto

Belarmino

"0 pr1me1ro (dos escritos ascéticos do santo) aa1u em 1614, com o t!tulo de ' Elevaçao da alma a Deus pela escada das cr1aturas'. Entre tantas obras notave1s, fo1 esta a que levou as predileçoes do aabio teologo . 'Ignoro qual sera o ju!zo do publ1co sobre este opusculo; eara mlm foi a mais proveitosa ~ m1nhas obras. To os ~meusou-= tros, trabalhos, so , ... por necessidade os rele1·o ,· este oorem J.! Q. li tres Q!! guatro ~ . ~ tenho resol-

301.

Secç!io III v1do tornar OUES MENDES Apoatolado Imprimatur:

a le-lo frequentemente'" (JO~O RODRISJ~anto Card1al Roberto Belarm1no, da Imprensa, Porto, 1930, PP• 61-62 I A.A., B1epo do Porto, 30-4-1930).

340. Oa elog1oa gue oe Santos fazem de al meamos, devem aer ]ulgadoa !:El funçaode sua ~ santa Da mesma biografia de Sao Roberto Belarmino: "A eata rara candura, se devem atribu1r algumas fraaes da sua autobiografia, que ferlram os ouv1doe a peaaoas de critério acanhado. Pondo de parte a circunstancia de que a d·1 ta autobiografia foi escrita- a 1nstanc1aa aobretudo do P. Mucio Vitelleschi e nao por impulso de vaidade, o critério a seguir.!.. respeito das autobioBraf1as Gos aantos corno notou Bento XIV, a sua meama santidade. E g"tief uiaer examinar as expresaoes ~ gufi Belarmi= !!.2 ~ de auas gualiaades, e_que_tanto orrorizaram a Paaaionei, achar! que nao sao mais arrojadas que algumas de S. Paulo e de outros santos, "Naol Bel;rmlno na~ foi yaidoso". (JOJW RODRIGUES MENDES SJ, O Cardial Roberto Belarmino, Apostolado da Imprensa , Porto, 1930, pp. 70- 71 / Imprimatur: A.A., B1spo do Porto, 30- 4-1930),

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1

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--

341. Revelar boas obras com reta intençao -- ~ --po d e ~ coisa .meritoria Diacussao entre o Promotor da Fé ("Advogado do Diabo") e o Poatulador da Causa de Beatificaçao e Canonizaçao de Sao Joao Berchmana (1599-1621): Objeçao do Promotor da Fé, Diabo"

~

"Advogado do

"Durante a ultima doença, Berchmans promete com segurança obter de Deus muitas graças para aeus irmaos; declara jamais ter come.tido pecado venial ; da com autoridade conselhos a anciaos; nao lhes recusa a sua bençao; parece dizer que a provincia de Flandres perde muito com a sua morte. Julgaram acertado os sacerdotes incutir-lhe salu -


302.

Secçao III

tar receio das tentaçoes, mas ele afeta tal segurança, que n~da o pode perturbar. - Se isso nao é Jactancia, ~ao é vaidade, com certeza humildade também nào e; as suas palavras, os seus atos, nao manifestam a humildade tao admirada e ex1g1da num santo. Parece que D~us, para puni-lo de tantos sentimentos de vangloria, perm1t1u aquelas tentaçòes terr!veis que agitaram a alma do Servo de Deus, quase no momento de dar o ultimo suspiro. Resposta do "Postulador d a ~ " "~ntes de responder diretamente e de explicar por miudo os fatos, assento dois pr1nc!p1os: "1.,- Segundo ~ doutrina dos santos e o ens1no teologico, revelar ~ ~ obras ~ virtudes, e ~ mesmo, °!!!!!! coisa 1nd1ferente, aue a reta , ençao ppde tornar multo meritoria. om -griincfe merito,~- ~ proclariiou2_1! proprios Iouvores . "2. - Quando s1na1s manifestos nao demonstram ~ um ~ 22 proximo ~ v1c1ado por mas 1ntençoes, ~ de justiça considera-lo bom. Sào as pr6pr1as palav4r)as do angelico doutor (2. 2., quest. 80, a. •

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(

"Esses dois princ!pios Justificariam plenamente o servo de Deus, Joao Be rc~ s , ainda que se pudesse ,duvidar das suas 1ntençoes. Mas sera poss!ve l a duvida, em presença dos louvores unan1mes , prestado·s à sua prot'undfssima humildade? "Passando aos pormenores das palavras e dos atos cr1m1nados, encont ro •empre c1rcuntlnc1as que revelam virtude , justamente onde o nosso adversario entende encontrar defeito . "Joao entrega ao seu professor uma nota das boas obras oferecidas em sua 1ntençao. O professor sempre considerou isso corno prova de gratidao. Ainda que o fizesse publicarnente, nao seria vaidade, entretanto o modestissimo jovem dava os bilhetes secretamente. "Joao revelava aos superiores os mais !ntimos segredos do seu co r açao, porque a Regra o ordenava expressamente. - - Contou a um irmào coadjutor due ~amais tivera pensamentos con€rarlos a castlda e . assa, porem, o promotor sem observar que Berchmans acrescentava: Graças à Bem-aventurada Virgem. O servo de Deus nào revelou esse dom a

Secçao III

303 .

muitos, mas a um s6; foi uma conf1denc1a de amigos ; é lei de amizade, o nao reservarem-se os segredos. • •.. "Nos ~ ultimos momentos , Joao promete aos 1rmaos obter- lhes !!.2 ceu, .!!! graças de Deus. Assim rez Luiz de 0onza~a, o modelo de Berchmans. =--niz Q. autor da ~ vi a, que aceitava erontamente as comissoes que lhe raziam para o ceu , e trometia ~ segurança peaTr !. Deus as graçai!sor1c tadas. "Joao decla ra gue Jamais cometeu pecado ~ nial, O te xto do padre Cepari, destro1 a obJeçao: perguntando- lhe o Reitor se desejava outra coisa , respondeu-lhe, ao ouvido: Se~- Rev . julgar ! proposito , podera dizer ~ ~ 1rmaos que minha maior consolaçao nesta hor a, ~que ~ ~ recordo de haver cometido pecado venial deliberado , nem violado nenhuma Regra desde a minha entrada em relig1ao, etc . "Bem se compreende que nestas palavras, o padre Cepari so enxergou ' grande humildade e um imenso deseJo de promover a observancia das Regras'. "Joao dava conselhos e avisos com autoridade a anc1S:os: deu-os somente àqu~les que lhos pediram . Seus avisos foram muito· pr oveitosos para os que recebe ram-nos, e Deus, manifestando a seu servo as disposiçoes fntimas dos que o 1nterrogavam , revelou doutra maneir a ainda, que tais conselhos vinham do seu Esp!rito eque ele proprio ditava-os a Joao. "Refere uma testemunha que cada um, ao ouvir a voz de Berchmans, julgava ouvir a voz do proprio Deus. • .•• "A segurança de Berchmans contra as tentaçoes nao· é presunçosa ; atribui a Deus a gloria: - grd~ a Deus, diz Berchmans, sinto-me assaz arma o contra ~ tentaçoes gue_atacam ~ fe.-=--Joao Berchmans nao teve presunçao nasua confiança, pois diversas ve~es pediu a seus Irmaos que viessem em seu aux!lio, na hora da tentaçao. Permitiu Deus que Berchmans fosse tèntado, nao para castiga-lo como insinua sem razào o nosso adversario, mas para glorifica-lo , mostrando ao mesmo tempo que o demonio nao tinha poder algum _sobre sua alma· 1nocente. A tentaçao mostrou com efeito, que as vio-


304.

SeC'çào III

Secçao III

lencias do inferno nao podiam inclinar a alma de Joào para o pecado: um milhao de mortes, pareciam- lhe prefer!veis; demonstrou ainda que na vida do santo mancebo, Satanas nao descobriu nenhum ato que pudesse ser apresenta.do corno f alta voluntaria . Para Berchmans, a tentaçao foi um favor , urna recompensa, e por isso Deus o preveniu da sua proxima chegada" (Pe. L. J. M. CROS SJ, Vida de·S . Joào Berchmans, Duprat & Comp., Sào Paulo, 1912, ~ 404-409 / Com. licença da autoridade eclesiastica).

305.

exerc!cios julgou conveniente , contra seus costumes, razer sua pr6pr1a apologia. Conseguiu o efe1to desejado: em breve ganhou as simpatias de todos " (J. M. TEXIER , ~ Lu!s ~ p?r~g ~ Montfort, Vozes , Petroporfs; ~~~u, Com aprovaçao eclesiast1ca).

6:207

344. Mais urna~ Sao Lu!s Orignron-enì'renta !. calìlriTa

342. Escrevia coisas elogiosas de!.!_~ por nao guerer faltar ~ ~ s1ncer1dade

De outra biografia de Sao Lu!s Maria Gr ign1on de Montfort (1673-172~):

Conta urna biografia de Santa Veronica Giuliani (1660-1727), que fo1 freira Clarissa:

"0 Bem-Aventurado (Sao Luis Maria Orignion ·de Montfort) sent1a tao bem as d1ficuldades datar!fa que seu prime1ro discurso na Igr eja de Sao Joio fo1 consagrado a defende r sua pessoa con t r a ! calun1a. 1 Jud1ca ~ . Deus' (Julgai-me, Vs, 6 o Deus) . Ele ralou sobre esse texto com tanta humildade e segurança que, mes~o entre os protestantes, cairam mu1tas das prevençoes . "Da parte dos catolicos, fo1, como sempre, o entusiasmo. De todos os ba1 rro~ da cidade eles acorr1am tao numerosos, que fq i preciso renunciar a reun1- los na i~ r eja , e resol veu pregar sucessivamente duas tn1ssoe8, uma para as mulher es e outra ara 08 homens e rapazes" (Mgr . LAVEILLE , ~ B1e~heureux L -M. Grign1on de Montfort , Desclee de Brouwer et Cie . , Lille, l9TT, p. 50~ I Imprimatur: Franço1s, cardinal Richard, Ar cheveque de Paris, 10-11- 1906).

"Foi entao que o P. · Bast1anelli lhe deu (a Santa Veronica Giu~iahi) ordem de escrever dia por dia, com o maior detalhe, tudo o que lhe aconteeia. . •• . "A alguns pode mesmo espantar que a humildade da Santa tenha pod1do ceder a ponto de contar tantas co1sas gloriosas para ela •• •• • "Ao escrever o seu diario, ela praticou a obediencia heroicamente e, se ela conta coisas 11sonjeiras a seu respetto, é porque ela nao queria por nenhum preço faltar à sinceridade". (Ctesse . M. DE VILLERMONT, Sainte Véron1gue Giuliani , Librair~e Générale Cathol1que ~- Maison Saint-Roch, Par1s-Couv1n, Belgique, 1910, pp. 111-112 / Imprimatur: J. M. Miest, vie. gen . , Namurc1, 1-3-1910).

345. Frei Galvao: " ~ coraçao esta pur o"

343. Para combater os efe1tos da

De urna vida de Fre1 Antonio de Sant ' Anna Galvao, Franc1scano ralec1do em Sao Paulo em odor de sant1dade (1739- 1822):

calunia, Sao Lu!s Orign1on de Montfort ~ !_™propria apologia Conta uma biografia do grande Apostolo verdadeira devoçào à Santissima Virgem:

da

dia em que Fre1 Galvao saia do Convento do1s moços que v1nham da Ponte Grande, entre si coisas pouco respe1tosas sobre de Fre1 Galvao . "0 Servo de Deus, penetrando 08 seus pensamentos esperou-os, e, quando elesse aprox1mavam, sa1u-lhes ao encontro e lhes pediu que ver1f1cas-

"Um da Luz, dis8eram a v1rtude

"Infatigavel, inic1ou o homem de Deus em 15 de agosto de 1715 a missao em Fontanay-le-Comte. As calunias espalha~as contra o santo eram, no entanto, tao numerosas, que no 1n!cio desse curso de

,.'


306 .

Secçao III

secçao IIÌ

sem se nao tinha ele um argueiro nos olhos . 0s moços multo corteses, esf orçavam-se para sossega-lo, afirmando-lhe que seus olhos estavam 11mpos e P~ros. 'Pois , ~ também esta puro o meu coraçao', retorqu1u o Servo de Deus; de1xando-os--seiii desapontados e ao mesmo tempo conv1ctoa da sua v1rtude". (Sor MIRYAM, Vida do veneravel servo de Deus Pre1 Antonio de Sai1t'Anna Oalviio, Sao Paulo,'° Za:- ed. , 1936, p. R4 / Imprimatur: Mons. Ernesto de Paula , Vig . Geral). 346. "Nao tenho consc1enc1a de ter minha vida rompido ~ Deus 11 - -

!:,!!!.

De um 11vro sobre Sao José Bened1to Cottolengo_·(1786-1842) : "Pelos super1ores e companhe1ros de seminario ~ chaiiiacio 1.Q anjo '. !:.-com .2.. mesmo nome de I nosso anjo, ~ proparoco' ,, e.r a 1nd1cado pela gente de7;or:. rierrano. - - - -. - - "E ele mesmo, um dia, inadvert1damente, de1!2!:! escapar estas pilavris falando ao conego Te"nald1, depois b1spo de Pinerolo: 'Nao tenho consc1enc1a de ter ~ minha ~ rompidoamfzide com Deus•, mas, depois , confundido, pela involunlliia confissao, todo palido e tremulo acreacentou: 'Ohi esta é apenas misericordia e graça do Senhor, porque eu sou o mais miseravel e ultimo dos pecadores' • • •••

307.

obras. ~ a1nda enguanto v1via, sa1ram varias bio~raf1as ~ · princi palmente em frances, biogra ias que no-lo descrevem em largos tr~ços . Es ses livros eram vendidos !:_ acreditamos ate que ele proprio tenha ajudado ~ propaganda para!_ venda, pois uma~ em Marselha declarou que tudo isso fo r nec1a meios com que fazer v1ver,suas casas superpopuladas de meninos. Sabemos que isso~ apreaentou corno objeçao em ~.quando~ tratou de sua causa de beat1f1caçao; mas .2.. advogado d e ~ vfrtudesserv1u-ae ~ disso ~ para~demonstrar a s1mplic1dade evangelica de seu coraçao, que nao via nesse rato urna homenagem a sua pessoa mas s1mpleamente um meio dos mais modernos para d1fund1r bem e raze- lo amar. Segu1ndo .2.. prece1to de N. 0 Senhor Jesus Cristo, ele permltia ~ propaganda, nao par~moatrar diante dos homens, mas s1m para gue oshòmens conhecendo suas obras glor1f1ca~o Pii gue esta nos céus~esta d1stinçao tao propria soube-a ele exprim1r asa1m: 'Hoje em dia o mundo vive imerao na matéria; pertanto f preciso que nos lhe façamos conhecer o bem que vamos rea11zando. Se um homem com as suas oraçoes multiplicaos milagres, mas dentro do proprio quarto, ninguém dara por isso. E no entanto ·o mundo , para o bem de sua alma, precisa de vere tocar essas maravilhas" (A. AUFFRAY SS, Dom Bosco, Escolas Profissionaia Salesianas, Sao Paulo, 1947, pp. 409- 410 / Im}rimatur: Mons. M. Meirelles Freire, Viglrio-Geral • .

sem

·, )

"E, falando com os da Casa,; acrescentava: 'Eu vejo que todos me respeitam, todos me saudam e muitos se alegram comigo; sera talvez porque completei os estudos de teologia ou sei a l guma coisa mais do que anoa atras? Nao, niio é por isso; a ré que estaa boas pessoas tem, ra-las ver em mJm um ministro de Jesus Cristo" (Mons. AQUILES G0RRINO Sao José Benedite Cottolen~o, Vozes, Fetr6polis: 2a.° ed., 1952, pp. 268 e 27 / Com aprovaçao ecles1astica),

348. Durante 24 anos Dom Bosco fez ao Padre Pa'starin-;---nau jour le jour", orélatocircunstaciado .,.;;..;;;_______ .;:;..:::.:..;;~=..a;..:;..;--'----- -de -sua -v1da -De uma introduçiio geral à biografia e escr1tos de Sao Joao Bosco: "E quanto nos alegramoa agora de ler, num es crito de Cer1a ao diretor do Seminario Teologico de Bollengo, Padre -Luiz Manzoni -- homem sereno , cr!tico de Historia, moderno nos procedimentos o testemunho de um dessea ass!duos frequentadores das · recreaçoes post pr andium (apos o almoço) e post coenam (apos o jantar), Padre Pedro Pastarin: 'Por 24 ~ . guase todas as noites ~ ~ entret1-

347. Sao Joao ~ aJudou .! propagar .! ~ biografia corno melo de d1fund1r o bem - - - - - ----"=- - - , Sobre Sao Joao Bosco (1815-1888), conta um biografo : "P1ntaram-l he também a alma, a v1da e as

r


308.

309 .

Secçii.o III

Secçii.o III

Que importa que os homens Julguem de um modo ou de outro? Digam o que diaaerem, pouco importa para noa. Nao aerei nem mais nem menos do que ~quilo que aou diante de Deus. O que se necessita e que as obrae de Deus ~ manifestemm (EUG~NIO -CERTA sDB Meinorias del Oratorio/ Introduccion, in Biografia l Escritos de San Juan,Bosco, BAC, Madria, 1955, p. 76 / Imprimatur: JoseMarla, Ob, aux. y Vie. gral . , 13-5-1955).

nha com Dom Bosco. Sentavamos, um ao lado do outro, eeu lhe fazia contar, e Doiii Bos~contaVS:: ponto ,-eir po2zo. tudo 2. qu; Ihe tinha acontecido nas ult mas _ horas ~ ~ epocasanteriores; depoia, quando nos aeparavamos, eu entrava na minha cela, vizinha à sua, e escrevia logo tudo o que ele me havia contado" (RODOLFO FIERRO SDB, Biografia Escritos de San Juan Bosco, Introducci6n ge; nera , BAC, Maari0:-1~ ~ / Im~rimatur: Joae Hii"rla, Ob. aux. y Vie. gral., 13-5-1 55),

f

350. Qb_l ~ Jesus nao posso conceber maior imensidade de amor do queaquele com que Vos mecumulastesl

349. Dom Bosco : "Podemos falar de Dom Bosco, pois é preciso___ -que g ~ de ITeus ~ manifestem "

Dos manuscritos autobiograficos Tereainha do Menino-Jesua (1873-1897):

De uma introduçii.o às Mem6rias do Oratorio, de Sii.o Joao Bosco :

de

Santa

"Vosao amor antecipou-se a mim desde a infancia, cresceu comigo e agora é um abismo do qual eu nii.o posso sondar a profundidade. O amor atrai_ o amor , . •. Oh! meu Jesus, talvez seja urna ilusao, mas parece-me que V6s nao podeis cumular uma alma de maior amor do que cumulastes .!!,_ minha; é por iato que eu ousopedir-Vos que ameis aqueles qne me destes, como V6s me amastes ~ mim (Joao, XVII, 23). Um dia, no Céu, se eu déscobrir que V6s as amais mais do que a .mim, eu me reJubilarei, reconhecendo desde agora que essas almas merecem vosso amor bem mais do que a minha; mas aqdi na terra, eu nao p sso conceber maior imensida e de amor do que ague e Q.2!!1 que ~ o u v e ~ prochgallzar gratuitamente sem merito algum de minha parte". {Salnte TRERÉSE DE L'ENFANT JESUS, Manuscrits Autobiographiques, Office Centra! de Lisieux, 19oir:'° pp. 309-310 / Imprimatur: Andreas Jacquemin, Episcopus BaJocensia et Lexoviensis, 25-5-1957),

"No dia 2 de ,, feVereiro de 1876 o Santo conversava com os diretores de suas casas, reunidos no Oratorio de · sao Francisco de Sales, e, ao recordar os primeiros tempos da Sociedade Salesiana, apontou a necessidade de se copiar quantos dados servissem para escrever a historia completa . Em seguida acrescentou: 1 E necessario que, para a rnaior gloria de Deus, para salvaçao das alrnas e para o incremento da Congregaçao, se conheçam muitas coisas '. E, explicando-se melhor, continuou: ' 'ode-se dizer que nio ha nela nada que nao tenha sido visto com antecipaçao. A Congregaçao nao deu um passo sem que um fato sobr~natural o aconselhasse; nao houve urna mudança, um aperfe içoamento ou engradecimento que nao tenha sido precedido de urna ordem do Senhor. N6s ter!arnos podido escrever com antecipaçao e com todos os detalhes e precisoes as coisas que se sucederam'. "Mas agui previu urna observaçao ou objeçao, conforme se queira chamar: corno falar de tais colsas sem mencionar Dom Bosco'?risto, que irnpressao produziria em -urna pe~soaséria? I Sobre ~ ponto acrescentou -- ~ se deve~ atençoes para ~ Dom Bosco nem e1;ra ~ ninguem. Vemos ~ .!!,_ vida de Dom Bosco esta de todo confundida com a da Congregaçao; por coriseg'uinte," podemos falar dele":" Creio que se deve deixar de lado o homem. ----c;o-m efeito, que importa que se fale bern ou mal dele?

1

351. Santa Teresinha: "Vos "sii'b'eis bem que cuidais d e ~ pequena santa" Depoimento da Irma Maria do Sagrado Coraçao, no Processo de Beatificaçao e Canonizaçao de sua irmii. Teresinha do Menino Jesus: "Por volta do mes de agosto de 1897, aproxij

' '


310.

Secçio III

Secçào III

311.

madamente se1s eemanas antes de sua morte, eu estava junto a eeu le1to com a Madre Ines de Jesue e a Irma 0enoveva (Paul1na e Cel1na, 1rmàs de Teres1nha). De repente, sem que nenhuma conversa conduz1sse a esta af1rmaçao, ela nos olhou com um ar celeste e disse: 'V6s sabe1s bem gue cu1da1s de ~ peguena santa'. - -" ( Pergunta: a Serva de Deus expl1cou ou corr1g1u esta expressao? Resposta:) "Eu fiquei muito emocionada com estas palavras, ~ !!=. tivesse ouvido ~ santo ~redizer ~ que aconteceria depois d e ~ ~ · omada por esta emoçao, afastei-me um pouco ate à enfermaria, e nio me lembro de ter ouvido outra co1sa". (Procés de Béatification et Canonisation de SaTrite Therese ·de L'Enfant-Jesus et de la Sainte-Face -Procès Apostol1gue Temoin 7: Marie du Sacre-Coeur O.C.D., Teresianum, Roma, 1976, t. II p. 245). 352 . "Estas paginas fario muito beml" A proposito dos manuscritos de observa Santa Teresinha:

'

sua

vida,

~ I.

"'Minha Mie, ap6s a minha morte , é preciso nao falar a ninguém de meu manuscrito antes que ele seja publicado, de acordo com nossa Madre . Se fizerdes de outro modo, o demonio vos armara mais de urna cilada para impedir~ estragar ~ obra-cfo bom Deus ••• urna obra bem importante!' "Alguns dias mais tarde, tendo-lhe pedido que ~elesse urna passagem de seu manuscr ito que me parecia incompleta, encontrei-a com os olhos che1os de lagrimas. Como lhe perguntasse porque, ela me respondeu com urna s1mpl1cidade angélica: '0 que eu releio neste caderne é bema minha alm~J •. , M1nha Mae, estas paginas farao muito bem. Conhecerao melhor depois a doçura do bom Deus ..• ' "Ela acrescentou num tom inspirado: 'Ah! eu o sei bem: todos me amarao .. . " (Sainte THERESE DE L'ENFANT-JESUS, Novissima Verba, Impr imerie Saint Paul, Bar-le-Due (Meuse), 1926, pp. 107-108 / Permis d'Imprimer: Thomas, Eveque de Bayeux et Lisieux).

Santa Teresinha do Menino Jesus, com suas irmàs Madre Maria de Gonzaga (fotografia de 1894).

_,.


312.

Secçao III

353. Santa Teresinha via na publicaçao de seus escrft05 um meio de razer aiiiar a Deus

--

- --- --- - - -

Depoimento da Irma Maria do Sagrado Coraçao, inna mais velha de Santa Teresinha, no Processo de Beatificaçao e Canonizaçao da Santa de Lisieux: "(Quando redigia seu manuscrito, a Serva de Deus previa a sua· publicaçao? Resposta:) 'Nem ela nem n6s pensavamos que estas recordaçoes fossem um dia publicadas: eram notas de famflia. So nos ult1mos meses da vida da Inna Teresa, é que a Madre Ines de Jesus achou que a publicaçao dessas recordaçoes poderia ser util à gloria de Deus. Ela disse iato à Irma Teresa do Menino Jesus, gueaceitotla idéia coma sua simplicidade ~ !. sua retidao habituais:° Ela desejava que o manuscrl"to fosse publlcado porque via nlsto um-meTo de razer amar~ Deus, .2. gue conilleravaser sui missao. Ela acrescentou também: 'Se a nossaMadre Priora queimasse todos estes cadernos, isto nao me perturbarla de modo algum; o bom Deus, nao tendo m~is este meio, empregaria um outro'"· (Procès de Beatification et Canon1sat1on de Sainte Tfiérèse ae l'Enfant-Jésus-et de la Sainte=Face -- II Proces Apostol1gue, Teresianum, Roma, 1976, temoin 7 Marie du Sacre-Coeur OCD, p. 246).

~ao1Ce§t~OQQ=§e como 1m1tadores de Qr1sto, os santoa

re~Qmeodam aos t!~!~ ~yg,

RQt

~y~

X~~. Q§ !~!tg~

354, Sao Paulo: "Sede meus 1m1tadores,

~ eu 2. sou de 'OrI'st~

Sao Paulo se inculca repet1>das vezes corno modelo para ·os fiéis:

t:

Na

ili

Epistola aos Corfntios

"Admoesto-vos corno a meus filhos car!ssimos. Porque, ainda que tenhais dez m11 preceptores em Cristo, nao tendes todavia muitos pais. Pois fui eu que vos gerei em Jesus Cristo por meio do Evangelho. Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores, ~ ~ 2. ~ de Cristo" (I Cor. Iv,14 a 16). "Logo, ou comais, ou bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a gloria de Deus. Nao' sejais motivo de escandalo, nem para os Judeus, nem para os Gentios, nem para a Igreja de Deus; como ta.mbém eu em tudo procuro agradar a todos, nao buscando o meu proveito, maso de muitos, para que sejam salvos. Sede meus imitadores, corno eu também o sou de Cristo:-Euvos louvo, pois,"""Irmaos, porqueemtudo vos lembrais de mim, e guardais os meus preceitos, corno eu vo-los ens1ne1" (I Cor. X, 31 a . 33; XI, 1-2).


314.

Secçao III

Secçao III

315.

Na Epistola~ Filipense8

Na

"Ora eu quero , 1rmao8, que sa1ba18 que toda 8 as coisas que se tem passado comigo , tem contr1buido mai s para provetto do Evange l ho; de modo que as minhas cadeias por amo r de Cristo tornaram- 8 e conhecidas de todo a _(guarda do) pretorio e de todos 08 outros, e muitos dos 1rmaos, animados no Senhor pelas minhas cadeias, tem tido maior ousS:: dia ~ anunciar sem temor a par!ivra--a:e- Deus" (Phil. I, 12 a 14) . - - - --

".Q.~ Evangelho ~ vos fo1 pregado somente com ~alavras, !!!!!! tambem ~ virtude, ~~Esprrtto :anto, !:. ~ grande plenitude, corno aabeia quais nos fomos entre v6s por amor de"'"'voa. E voa voa fizestea imi tadores nosaoa !:_ do Senhor, ·rece6endo a palavra no meio de mu i ta tribulaçao, com a alegria do Eapfrito Santo ; de modo que vos tornaatés modelo para todos oa crentea na Macedonia e na Acaia" (I Thess. I, 5 a 7).

"Cumpre 80mente que vos portela dum modo digno do Evangelho de Cristo, a fim de que, quer eu va ver-vos , quer esteja ausente, ouça dizer de vos que permaneceis conatantes num meamo espir1to lutando unanimes pela fé do Evangelho; e em nad~ tenhais medo do8 adversarios , o que para eles é sinal de perdiçao, e para vos de salvaçao, e isto ~em de Deu.s (que vos da coragem). Porque a vo8 vo8 e dado por amor , de ,9 r:.t.sto, nao somente que creiais nele, ma8 tambem que sofrais por ele, austentando o ~ combate que Vi8tea em mim 1 e que ainda agora ouviste8· de mim" (Phil.I,27 a 30). "Sede meua imitadorea, innaos, e ponde 08 olhos naqueles que andam conforme o modelo que tendes em vos. Porque muitos, de quem muitas vezes vos falei e também agora vos falo com lagrimas , procedem (com a sua vida sensual) corno inirnigoa da cruz d~ Cristo ; o fim delea é a perdiçao ; o deus deles e o ventre; e fazem cons i atir a sua gloria na sua propr ia confusao, gostand·o somente das co1sas terrenas. Nos, porém, somos ~idadaos dos céus donde também esperamos o Salvador nosso Senhor Je~ su8 Cr isto, o qual transformara o nosso corpo de miséria, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso , com aquele poder com que pode também sujeitar a si toda8 as coiaas~ (Phil. III , 17 a 21). "Quanto ao mais , irmaos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo tudo o que é santo, tudo o que é amavel, tudo ~ que é de bom nome, qualquer virtude, qualquer (coisa digna de) louvor da disciplina, seja iato o objeto dos vossos pensamentos. O que aprendestes, e recebestes, e ouvistes , e vistes em mim 1 isso raticai; e o Deus da naz sera convosc~ (Phil. V, 8-9) . - - - - E-=-=.. - -

1

~

~ ~

Epistola .!!2.!! Tessalonicenses

Epistola~ Te8salon1cense8

"Nos vos ordenamos, 1rmaos, em nome de nosso Senhor Je8us Cristo, que voa aparteis de todo o irmao que viver desordenadamente, e nao segundo a doutrina que receberam de nos. Porque vos_ mesmos sabeis corno deveis 1m1tar- nos; pois que nao vivemos desregrados entre vos, nem comemos de graça o pao de ninguém, mas com trabalho e fadiga , trabalhando de noice e de dia, para nao aermos pesados a nenhum de vos. Nao porque nao tivéssemos poder para isso, mas tÌrT vos dar em nos mesmos um exemplo .!!. imitar" ( hess. -rfI-,-6S:-9) . - -Na 2a. Epistola .!!.. Timoteo l

1

"Tu, porérn, tena aeguido· .!. minha doutrina, l!, minha maneira de viver, as intençoes , a fe, a longiinfrnidade, a caridade , .!!. paciencia, as-(m1nl1as) perseguiçoes, sofrimentos, que ~ aconteceram em Antioquia, Iconio e em Listra; perseguiçoes que sofri, e de todas me livrou o Senhor . E todos os que querem viver piamente em Jesus Cr isto, padecerao perseguiçao . Mas os homens maus e sedutores irao de mal a pior, errando e 1nduz1ndo outros a erro. "Mas tu persevera no que aprendeste, e que te fo1 confiado, sabendo de quem aprendeste" (II Tim. III, 10 a lQ). 355. Sao Franc i sco: " 0 Senhor me manifestou ~ desejo-de que eu fosse ~ forma de vida ne?te mundo" De urna das mais antigas vidas de Sao Prancisco de Ass1s, o Espelho de perfeiçao:


316.

Secçao III

"Achava-se o bern-aventurado Francisco no Cap!tulo geral realizado ern Santa Maria da Porciuncula, que se chamou das Esteiras , porque ali nao havia outras habitaçoes se nao as constru!das com esteiras, do qual participaram c inco mil religiosos. Aconteceu que alguns dentre eles, homens de letras e de ciencias, apresentaram-se ao senhor Cardeal Ostiense, que se encontrava também ali, e lhe disseram : 'Senhor, desejamos que procureis persuadir Francisc o de que siga os conselhos dos religiosos mais instru!dos e sabios, eque urna ou outra vez se deixe governar por eles' . E para co rroborar sua pretensào, alegavam as Regras de Sao Bento, de Santo Agostinho e de Sao Bernardo, nas quais se dispoe que se viva segundo· urna norma estabelecida. "Transmitiu o senhor Cardeal todas essas coisas ao bem-aventurado Francisco em tom de familiar admoestaçao . Francisco, sem responder nada , o tomou reapeitosamente p~la mao e o conduziu ao lugar do Cap!tulo, onde :e&tavam reunidos os frades, aos qua:s, com grande fervore unçao de esp!rito, fa lou deste modo: 'Meus i rmaos, meus irrnaos, o Senhor dignou-se chamar- rne para que andasse pelos caminhoe da hwnildade e da pobreza, e quer que nao me aparte deste caminho, ~ eu ~ agueles gue desej8fl seguir-me~ imitar- me.-P-or i~to nao guero que ~ citeis nenhuma Regra , ~ de Sao Bento, nem de Santo Agostinho, ~ de Sao Bernardo, nem de nenhum outro, .E2.!: maior respeito gue ~ inspirem, nem tampouco outra forma ou modo de viver, que nao seja · aquela que o Senhor por suà infinita misericordia se dignou dar-me e ensinar-me. Mais ainda: 2. Senhor ~ manifestou ~ desejo de g~e ~ fosse essa nova forma de vida neste mundo e nao quis levir="nos por outrocamlnhoana~ por esta ciencia. Mas, pelo contrario, Deus vos confundira por essa vossa va ciencia e inflada sabedoria ; e eu confio em que Deus Nosso Senhor vos castigara, servindo-se dos que sao ministros de sua Justiça, até que v6s, queirais ou nao queirais, volteis novamente a vosso primeiro estado, com vergonha para v6s'. "Ao ver esta atitude, o Cardeal ficou muito adm1rado, sem atrever-se a responder nada, e todos os religiosos sentiram um salutar temor". (San Francisco de Assis. Sus escritos . Las FlorecU-

317 .

secçao III

ias. Biografias del ~ .22.!. Celano, San. Buenantura i los tres companeros . Espejo de perfecv~on Edicion preparada por los PadresJuan R. de tegi~ima OFM y Lino 06mez Canedo OFM, BAC , Madrid, Ila . ed,, 1965, P• 652). ~ Lu!s grignion mostr! como rezar o terço !_ " ~ rnaneira

356.

--

Conta urna biografia de Sao Lu!s Maria nion de Montfort (1673-1716):

Grig-

"0 retiro tenninou com urn sermao sobre Nossa senhora . Como o pregador tinha falad o sobre orosario com tanto amor e entusiasmo, pediram- lhe que desse urna ' leçon ~ choses ' recitando-o ele_mesmo , à sua mane ira' . Ele o fez, · ~ ~ um ~ tao devoto e tao terno por-Maria', gue insi)Irou !_ todos umaproruridaJ?Iedade . Nao se perdeu a lembrança de rosàrio, que ele trazia ostensiv~ente do lado e que era composto de quinze dezenas, assim, charnavam-no o Padre do gr ande rosario". (LOUIS LE CROM Monf., Saint Louis-Marie Grignion de Montfort, LibrairieMariale, Pont-Chateau, 19~r, p . 333 / Imprimatur: Eduardus, Episcopus Pictaviensis, 29 - 9-1942) .

seu

357 . Sao Joao Bosco:

"Façam corno viram D. ~

~n

De urna das mais conhecidas biograf1as de Sao Joao Bosco (1815-1888): "Em 1886, portanto dois anos antes de morrer, Dom Bosco recebeu do Reitor do Seminario Maior de Montpellier uma carta na qual pedia insistentemente que lhe comunicasse o segredo de sua pedagogia . • •.• •o meu sistemai O meu sistemai repet1a o santo enquanto ia dobrando de novo a ca~ta. Masse nem eu O conheçol O que eu tenho feito e apenas ir segu indo O que Deus me inspira e as circunstancias sugerem ' . "E era isso mesmo, Esse homem que teve o gi-


318;

Secçao III

nio - cogitou em arquitetar um sistema, da Aoeducaçao declinanao de, em princ! io~ de seus diae recolheu, é verdadiana, os res~ltad~~e~es e de tran~parencia meris6 isso U e sua experiencia; mas foi quie Jam;ismr!~:;ado didatico eobre a matéria nao pois que ele viv;us:~a~ foi sua propria vida, apropriado dela pe agogla<fepols de ter-se essa justamentepo: ~,;o da ~xperiencia. Alias era seus diecipulos. Quandoedrata q~al ele convidava

'i ~~~~gQ ~ i~ii~IQ ~~iQ~U~~~

tfi!aia!8 p~ai~s ai~ham sid~t~a~~~~i~:mctffi-g~ -,- - - _ m a ~ para seguir,respondia: AUFFRA~aç~ corno viram Dom Bosco ~ ' " · (A. nas, S~o oPa~l~coi9~7colas Pr8ofissionais SalesiaMons. M M ' 'PP• 29 - 299 I Imprimatur· • eirelles Freire, Vigario-Geral) , .

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358. "Quase todos os santos apresentiram-"como ori~em ~ ~ sant1dade ~ propria mae" Do ramoso escritor cat6liéo Monsenhor Delassus (1836-1921): n 1 0 meu Deusl devo tudo à minha mael ', dizia ~ Agost1nhO:- - "No seu reconhecimento por have-lo 1mpregnado tao .prorundamente da doutr1na de Cri s t o , ~ ~ ~6 10 ~ mandou pintar sua mae, Silvia, ao lado ~ando um vestidooranco, com a mitraaos ~ r e s , erguencfo do18 aeaos da mao drreitacoino para abençoar, ~ sesurindon'amao esguerda Q.. 11vro ~ Santos Evangelhos, sob os olhos do f1lho, ••• • "Mais pr6xtmo de n6s, a alguns que o felic1tavam por ter tido tao cedo o gosto pela piedade, o Santo cura d'Ara d1z: 1 Depois de Deus, isto é obra de minha mae 1 • "Quase todos os Santos fizeram remontar as ori~ens-ae siia""iantIOade a suas maes" , (HENRI DE= tAs 0$, te PrObl~me de L'~eu:re-Presente, Desclée; de Brouwer, L1lle, 1905, Tomo II, PP• 575-576).

1


320.

Secçào III

359, ~ào 0reg6rio Naz1anzeno aponta ~ Mae ~ ~ Pai ~ interceesores Le-se Cat6lica: "S-

G

em

conh

ec

id O D icionar1o

de

Teologia

'

~ regor1o Naz1anzeno (329-390) t Nonna respondendo às mos ra ~ ele exprime também - oraçoes ~ ~ f1lhoe; pa1 (Carm. II 78 pogr1~nçXxmintercessao de seu SEJOURNE, ve~bet~ S~1~ts. Culte col. 52)"- fl5: naire de Theologie Catfi'i'Io'li'e:" ~ · in D1ct1on0 l'arls, rg-39, tomo xrv, p. 89~)~' touzey et Ané, ~

!

360. Sa~to Agost1nho amava com delirio ~ ~ ~ . ~ falava dela semcessar Conta. Monsenhor Bougaud em vida de Santa Monica (332~387), Màe de Santo sua Agost1nho: "~gost1nho amava com delirio lava ~ ~ cessareeiiibalsamou .!!. ~ mae, ~ branca, guase todos os- ::-':'~~=~·~!!;.sua lemda morte de SantaMo1escr1tos. Vinte anoscfepofi trabalbo do oue pelosnaca, envelhec1do, mais pelo eia, quando.che ou ~nos, encanecido na penitenDeus, romoendo gos !1~~se estado em que o amor de hav1a dest~ufdo nele t~d~= ~s i~undfndo o coraçao, tinho nao podia recordar-s e~a s amores, Agospulpito, sem gue os olho e dal~' aRnda mesmo no gr1mas. Abandonava:Se ent~ ~ ~ enc essem ~ lacordaçao; falava dela aoaoo!os : encantos ~ ~ moes, com encantadora b e l ~ ~ ~1pona, nos seriiiente rand eza, mani estando, Juntaf1lho' e-aga 880e ~or.!:..~ reconhec1da e1edade de santo" - . (Rons e§"ev~ç~. de ~ e de ani a -,,-.._.;;==-• onica • .e.di.,.YP. de S. Francisco B a h ,.ao -d a pr1matur: Mons . Cast;o Via, Gl928, pp. 20-21 I Im• c. en., 19-12-1927).

o

r-

· soOGA~ ,

~61. ~ Sao Bernardo, seu verdadeir 0 mestre --..:...=:..ai.:::.:::. de nov1ços" t i-n s.1~ d~ -h -a 2 D se ao Bernardo de C.laraval (1090-1153) uma biografia escr1ta conta "Como poder1a Bernardpo r um monge ci~terc1ense: o esquecer sua Mae, aquela

Secçao III

321.

alma tao extraordinaria que, com doçura e perseverança, tinha ido formando a sua consciencia? 11 Quantas vezea Bernardo e aeua 1rmaos reconheceram gue pira eles, o verdadeiro 'mestrede novi~os' tinha s do suaMae, a Bem-aventurada Alice e Moiitoarl""'Uesde oa pr1me1ros anos foi ensTnandoa todos a ter fé, essa fé cega naa doutrinaa da Igreja, inculcando o respeito e a veneraçào pelo Vigario de Cristo, fazendo-os compreender que em melo às flores do mundo se encontravam rnuitos ·espinhos que p1cavam as maoa, faz1am aangrar os pés ao tentar colhe-laa ••• Ajustava-se à aua mentalidade de cr1anças, pr1me1ro, de adolescentes, depois, de Jovens que havia~ de dec1dir o seu porvir mais tarde .•• Fe-los obedientes, mortificados, p1edosos, e, ainda antes de terem o uao da razao, ensinou-os também a rezar, a voltar-se para o céu quando a alegri~ reinava à sua volta ou quando as lagrimas turvavam os seus olhos, para que nào ficassem em tolas lamentaçoes, mesmo nos pequenoa sofr1mentos, nas contrariedades insignificantes ou nos desejos nao sat1sfe1tos •••••• • "Jamais retrocederam naquele rurnar para o alto no qual os colocou aua bQa Mae, se bem que, certamente, por caminhos diferentes" (Fr. Ma. GONZALO MARTINEZ SUAREZ. Bernardcr· de Claravali Editorial El Perpetuo Socorro, F\adrid, 19b4, pp. 314-316 / Imprimase: Segundo, Arcebispo de Burgos, Burgos, 20-7-1964). 362. "Seu filho relatou num belo livro !_ vìda de suap°fedosa mae" Do Decreto sobre a heroic1dade das virtudes de Madre Maria da Encarnaçao (1599-1672), publ1cado por ordem de Sao Pio X: "Maria Guyart. também chamada da Encarnaçao, nasceu em Tours no V dia das Calendas de novembre (28 de outubro) do ano de 1599 • •••• Ela teve um f1lho que logo consagrou a Deus tanto quanto estava em seu poder faze-lo . ·•••• Ap6s a morte de seu mar1do •••• e depo1s de suportar, naquela época de sua v1da, rnuitas provaçoes, ela pode, finalmente, fazer o voto de cast1dade como desejava ha longo tempo. Pouco depois, tendo confiado seu fi lho


322.

Secçao III

Claudio, de doze anos, aos cuidados de urna irma muito dedicada, e apesar . da oposiçao deste, ela fez profissao religiosa da Ordem das Ursulinas. Esse ato teve um feliz resultado: com efeito, ciiiidio, apos terrecebido urna excelente educaçao dos pad.res Jesuitas, abraçou a vida monastica na Ordem de Sao Bento ~ depois ae ter sldo ordenaao Padre, relatou em um belo livro avida de sua pieaosI'ssima mae"-.- T~hanoine"'J':-L7 tm"roMI'ER-,-Marie guyart de 17Tncarnation, Editions du Bien Puorrc-; Trois-Rivières, 1959, pp. 233-234 / Imprimatur: Oeorgius Leo Pelletier, Episcopus Trifiuvianen,

30-4-1959).

363. "Honrar a sua mae é ajuntar um tesouro" (Eclesiutico, 1,2) Do prefacio de um livro sobre a Madre Maria da Encarnaçao, fundadora das Ursulinas em Québec, escrito por uma rreira dessa Ordem: "Antes de escrevèr a Vida de sua santa mae (a Veneravel Maria da Encarnaçao), Dom Claudio Martin nos abre seu coraçao de monge timorato. A frande voz de Maria da Encarna!ao acaba de extingu r-se; mas e!a canta ainda na a ma de seufilho beneditino. :-:7.~0regor-ioNazlanzenoì"aiiivabem de seu ~ai, de sua mae, ~ ~ ~ ~ de ~ arnigo 7rasr= io, nas suas7Yraçoes e suas Poesias ••• "Ohi grande irmao Claudio, nao esqueçais do que nossa Mae vos escrevia um dia para vos encoraja r a glorificar Sao Bento: 'Um bom filho louva seu pai e isto lhe fica bem'. "E eu , de minha parte, digo com o Eclesiastieo: 'Honrar a sua mae é ajuntar um tesouro' (3, 5)" (Soeur MA1fr~MMANU!L OSO, Marie de L1 Incarnat1on, Les Editions de L'Universite, Ottawa, 1946, p •. 9 / Imprimatur: Jean-Marie-Rodrigue Cardinal Villeneuve OMI, Archeveque de Québec,

1-2-1946).

364 . Sao Joao Bosco fal~va com encantacforasiiiiplicidade sobre De

uma

biografia

de

™ mae Sao

Joao

Bosco

323. Secçiio III d Fundador (Sao Joao Bos~ simpffiiaaoe.~ com encantadora .,_;:;;.;;J.---.--~:.-'.':'.~ , co) re b i'hos que sua rnae se impunha para~ ~randes tra a --inentar a ""'famllia . . •. • "E- Margarida, mulher ~ · ~ ~ ~ ~ Bosco era urna copia~ d e ~ rnae . um santo. ~o~iiiiase oraçoes de urna mae podem muito E'"°que asdl géu e influem grandemente no porvir de diante o _g filhos sao, geralmente, tais ~ 2! um filho. a~ a atenta soiicitude de ~ q_uis ~" fo11LADIO EOAAA SDB • Vida de San Juan Boscristt br~ria Editorial de Mar!aAuxiliadora, S~~· i d 1970 pp. 15-16 / Com aprovaçao villa, 8a. e·• • eclesiastica) •

(1815-1888): latava

n~

365. "Minha ~!™santa" (§. ~ Santo guem 2. diz ~ rafia da Mae de Sao Joao Bosco: Conta urna biog "-- ou O senhor volta para Turim, ou nos oratorio para os Becchi. Poi es0 trans~1fta~e;~~posto a Dom Bosco pelos meninos que ;!m0 pequ!~os grupos, vinham a pé de Tur1m aos Becchi, para ve-lo'. . "Voltar para Turim, ir morar em Valdocco? Sozinho? Agora nao esta mais no Ins!ituto d! Barolo: de uem recebia alimento e assistencia. Por em ca q mulher? Que mulher? Se a poucos passos de :~a u~!sa fica·a famosa estalagem da Jard1ne1ra e certos vizinhos? •.• "Voce vai ter um anjo !. ~ ~

- -" ---Mas-voce - tem sua mael

- - disse o sabio P. Ctnzano O am1go de todas as horas - - Faça com que ela ve~a com voce para Turim: va·i ter um anJo a seu ladol njoao fica confuso: obrigar a mae, sua rainha e ra1nha de José, ~ wn tao grande desapego, a um sacrificio tao duro? "-- M1nha mae é uma santa (é um santo que ~ d1z) · posso fazer-Ihea jirop'osta" •-C-FAlJSTO _~TO • Arnie de Dom Bosco, Editorial Dom Bosco, Sao auIo ,1979. pp.° 1f3-lflf> •


324.

Secçiio III

366. Dom Bosco reza a Nossa Senhora pedincio="Lhe qud ocupe - - ~ lugar vazio ~ sua mA'.e De Bosco:

outra

biografia sobre a Mae de Sao

Secçao III

325.

Imprensa Industrial, Recife, 3a, ed., 1937, P• 21 / Imprimatur: M1guel, Are. de 01. e Recife, as-2-1935->. Joiio

"Duas horas mais tarde, Dom Bosco saia dopatronato acompanhado de um dos seus alunos veteranos: ele ia a La Consolata, igreja preferida de sua mae, rezar urna missa pelo repouso da alma da humilde crista, cujo obscuro devotamento o havia livrado de tantas preocupaçoes. 'E agora, disse ele à Virgem Consoladora antes de deixar seu santuario, ~ preciso toiiieis 2.. lugar vazio~ indispensavel urna mae na minha grande ""fi.:iiirlia~ Quem ser~, senaoV6s?Euvosconf1o todos os meus filhos-=--velai sobreauas vidas e sobre suas almas, agora e sempre I '. "Jamais, pode-àe dizer, ato de abandono foi tao plenamente ratificado pelo céu. Durante trinta e dois anoe, até o fim dos dias do Servo ·de Deus, ~ Rainha dos céus pareceu descer do céu pa~a colaborar ~ ele na salvaçao ~ Juventude, ~ lMgar e posto de Margarida Occhiena, chamada 1 Mamae arga= rida', emlgrada ao Paraiso". (A. AUFFRAY, Un Modèr-e--de Mère, Librairie Catholique Emmanuel-Vltte, Gon, 1911, p. 911 I Imprimatur: E. Béchetoille, v. g., 16-2-1931).

~™

367. S u a ~ devofio ~ Nossa Senhora era fruto dos conse hos ~ exemplos .de virtuosa ma'.e

.S obre Dom Prei Vital Maria Oonçalves de Oliveira (1844-1878), Bispo de Olinda, cujo Processo de Beatificaçao esta em curso, comenta um pledoso frade Capuchinho: "Dos lablos maternos aprendeu Antonio (o futuro D. Prel V!tal) os princ1p1os da nossa fé e as primeiras oraçoes. "Mais _tarde comprazia-se,~ dizer gue sua terna devoçao .!. Nossa Senhora, .!. Virgem Imaculada, era fruto dos conselhos e exemplos de sua virtuosa mae":-{F°r. FE'LIX DE OLIVOLA, Om Grande Traslleiro,

368. Mais tarde, guando Abade, citara exeiiiI>Io da propria Mae, como modelo da ronnacio das crianças 0

- =~----'-- --

Comenta D. Geraldo Fernandes CMP, falecido Arcebispo de Londrina, a respeito do célebre Abade de Sept-Pons, D. Joao Batista Chautard (1858-1935): "0 pai, Augusto Chautard, é um 11-vreiro que raras vezes plsa na igreja eque, ·sem ser antireligioso ou anticlerical, alimenta amizade com voltaireanos e le tudo o que lhe ca1 sob os olhos. Sera D. Joao Batista que exercera, mais tarde, influencia sobre o pai e nao o pai sobre o filho, A educaçiio materna de Clarice Sales, chela de do 1ura, piedade e fortaleza cristi, supre as deficiencias do pai. "Mme. Chautard, com pac1enc1a e firmeza, se aplica a corrigir 013 defeito~_,.do menino, que se revela terr!vel. Mais tarde, quando abade, ele citara • o método da mae como ·modelo na formaçao das crianças, contando um dos 1nc1dentes e uma das liçoes recebidas na 1nfanc1a. Um dia, saboreara ocultamente um doce de pessegos feito pela mae. Esta, ao descobrir a falta do filho, assim o repreendeu: 'Jam.a is esconderei nada, nem fecharei nada com chave; mas, se eu nao te enxergo, o bom Deus te csta vendo, e se me desobedeces, ofend~a a Deus'. E acrescentava Dom Chautard: · 'Eis corno se fonna a vontade das cr1anças'"· (Dom J. B. CHAUTARD, A Alma de todo apostolado, Editora Coleçao F.T.D. ,-saoP"aulo~62, p. 13).


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aa d1atc1buew elea meamo§i~i 369. Pedem ~ lembrança sua, e l e desenha ~ perf11 nurna parede

~

Le-se na v1da de Sao Francisco de (1416-1507), fundador da Ordem ' dos Min1mos:

j 1 I

j

Paula

"Pelo ano1tecer os nossos viajantes estavam em Polla , héspedes de p1edoso e abastado casal, que no d1a segu1nte pediu a Francisco (Sao Fran~ cisco de Paula) urna lembrança sua. Ele tomou um carvao da lareira e desenhou sobre a "'piireaeaa c"o= z1nha opr6prio ~erf11: 1 Eisti:i00' o qu~ eu poss~ defiar 1: - disse. - agradecendoag~nerosahosp1ta lidade, part1u". (P . ALFREDO BELLANTONIO , S. Francesco di Paola, Postulazione Generale Dei Mini~ R o m a , ~ ed., 1973, p. 136 / Imprimatur: Aloysius Card. Traglia , 17-5-1962). 370. "Enfim, ~ este pobre carnaval pi;ra lembrar ~ conselhos gue tenho dado, ~ sera de todo inutil" ~

Conta urna conhecida biografia do Cura d'Ars:

Sào Francisco de Paula. D-=tal h e dc antiga pi ntura de J . Bourdichon, em Mon ta lto Uffugo (Cosenza).

"Urna das grandes provaç6es por que passou o humild e sacerdote (S·ao Joao Vianney) foi quandò viu que o seu retrato estava exposto por todos os

- - - - - --

---.

-- -


328.

Secçao III

secçao III

mercati em Roma. Fotografaram-no na França, na Es panha, em var1os outros lugare s, no centro de um rupo de amigos ou de benfeitores, Fize~am-no pou~ar diante de uma tela, sentado, de pe , de Joelhos, durante hor as a f1o • • • , • "0 Santo se deixava fotografar, reproduzir as téfas~screver ~ livros. Deus seja bendi~o pois essa licença que ele deu à arte nos vai rac1litar o trabalho; o testemunho das pessoas que v1veram com ele nos traz também suas luzes; a leitura de seus esèritos nos fornece preciosa documentaçao. Vamos pois, à luz convergente desses tres focos contemplar sua fisionomia fisica e moral que ;e nos mostra com toda a nitidez" (A. ' AUFFRAY SS, Dom Bosco, Escolas Profissionais Sale~ sianas, Sao Paulo-;-r9"~7. pp. 409-410 / Imprimatur. Mons. M. Meirelles Freire, Vigario-Oeral).

recantos da alde1a . Ero 1845 começaram a eer reproduz1das as 1magens de Ep1nal, repreeentando varioe ep1s6d1os de sua v1da. 'Mu1to aflit o' com eeeae e x1b1çoes , _! pr1ncip1o quis faze-las desaparece'r: 1 0e vendedores suplicaram-lhe nao o fizeese, ~oI era um meio de ~anhar em a vida. ~ bom Cura e xou=-iie convericer°:-Quanto custa eeti estampa? perguntou-lhes . -- Doie soldos, Sr. Cura . -- Dois soldos, ahi é muito por esee miseravel carnaval'. ' Vendam (Guillerme Villier, Processo Ordinario, p. • "Um dia, ao passar em frente de uma vitrina em que se achava~ ~ retrato, perguntou ~ ~ . ' 'Cinco francos, lhe responderam. -- Cinco francosl Ohi o senhor nao o vendera nuncal O Cura d'Ars nao vale- tanto" (Ir .-Atan!sio , Processo apost6licone pereant.p":"° 1048). · 'Enfim, dizia algumas ~ . ~ este pobre carnaval serve para lembrar 2.!_ conselhos gue tenho dado, nao sera de todo 1nut11', Para demonstrar o desprez~quesentia po r aquilo, sempre se escueou a gravar neles o seu nome ou a benze-los. Se entre as estampas que lhe apresentavam encontrava algum. separava-o com um gesto brusco , Faz1a comentarios e omo este: 'Isso so tem valor tres dias no ano ', referindo-se aos tres d1as consagrados aos mascarados (Ir . J eronimo , Processo Ordinario. p. 565)" (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d 'Ara , Vozes, Petr6pol1s, 2a. ed •• 1960.-pp.379::J'8"o'"/ Imprimatur: Luis Filipe de Nadal. B1spo de Uruguaiana. 29-6-1 959) , I

Est)'

372. Sao Joao Bo~co d1stribui estarapas de !.! mesmo Relata um biografo ingles de Sao Joao Bosco: "(Sao Joao Bosco) distribu 1u inumeros rosarios inedalhaseoque parece mais est r anho . pequerl~s estampas-de-simesmo. poid nunca desprezou metodos modernosde~icida e--;--idvertindo em 08 certa ocasiao que o demonio 08 utiliza com algum resultado para toda espécie de empresas duvidosa~. e que isso autorizava os adversarios dele, demonio , a empregar as armas modernas na luta por urna causa boa". (LANCELOT C. SHEPPARD, Don~. He rder Barcelona, 1959 , p. 194 / Imprfiiia-se: Gregor io: Arcebispo-B1spo de Barcelona , 9-9-1957) ,

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371, Sao Joao Bosco peixava-se fotografar, reproduzir ~ telas, descrever ~ livros ••• Conta o Salesiano Padre Auffray, um dos mais conhecidos biografos de Sao Joao Bosco, em livro traduzido por D. Joao Re~ende Costa, Arcebispo de Belo Horizonte: "Dom Bosco durante~ vida permitiu ~ toda !. simplicidade 9.ue lhe retratassem i!. fisionomia fisica e moral . Fotografaram-no a confessar eeus mel ninos; sentado no meio do pr1me1ro grupo de missionarios, circundado por urna turma de garotinhos, na atitude de dar a bençao aos filhos ·do Conde Vi-

329 ,

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373, Sao Francisco dava rel!quias de si mesmo para proporcionar bem esp1r1tual ~ seus disc!pulos Conta Tomas de Celano, disc!pulo e do Poverello de Assis (1181-1?2b) :

biografo

"42. Estava o Santo no mesmo lugar, quando um religioso fervoroso, da Custodia Marsicana, que estava atormentado por varias tentaçoes, disse em seu coraçao: 'Oh~ eu pudesse ter algum objeto, ainda que fossero somente restos das unhas de Sao Francisco! Estou certo de ~ toda e~tentaçao se afastaria de mim e c:om o favor de 7Jeus eu ficaria perfe1tamentetranqli1lo'. Obtida a 11cença devida, d1rig1u-se ao lugar onde morava o varao de Deus (Sao Francisco de Assia) e manifestou a um dos companheiros do Santo o motivo da viagem. Respondeu o frade: 'Creio que me sera totalmente impos.s!vel entregar-te parte do que pedes, pois se bem seja verdade que muitas vezes lhe cortamos as unhas, ele, entretanto, nos ordena que· as Joguemos fora, proibindo-nos em absoluto de guarda-las•. Ap6s uns 1nstantes, o frade foi chamado e lhe foi ordenado apresentar-se ao Santo, que o mandava vir. Este lhe disse: •va buscar, meu filho,. a te~ para que pc;ssas cortar-me astmhas"T:-Tomouo 1nstrumento, que para isso J! tinhapror\to, e, re=


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Secçao III

Secçao III

recantos da aldeia. Em 1845 começaram a ser reproduzidas asimagens de Epinal, representando varios epis6dios de sua vida. 'Muito aflito ' com essaa exibiçOes , ~ principio quis faze-las desapar~ 1 0a vendedores suplicaram-lhe que nao o fizesse, ~oI era um meio de ~anharem avida. O bom Cura ou=-ie convericer.'°Quanto custa e sta estampa? perguntou-lhes. -- Dois soldos, Sr. Cura. -- Dois soldos, ahi é muito por esse miseravel carnaval'. ' Vendam ~ · (Guillerme Villier, Processo Ordinario, p. 651).

mercati em Roma . Fotografaram-no na França, na Esnha 1 em varios outros lugarea, no centr-o de um ~~upo de amigos ou de benfeitores . Fize~am-no pousar diante de urna tela, aentado, de pe, de Joelhos, durante horas a fio ••..• "0 Santo se deixava fotografar, reproduzir as telas~screver nos livros. Deus seJa bendi~o pois essa licença que ele deu à arte nos val facilitar o trabalho; o testemunho das peasoas que viveram com ele nos traz também suas luzes; a leitura de seus esèr1tos nos fornece preciosa documentaçao. Vamos pois , à luz convergente desees tres focos contemplar sua fisionomia fisica e moral que ;e nos mostra com teda a nitidez" (A. · AUFFRAY SS, Dom Bosco,. Escolae Profiss1onais Salesianas, Sao Paulo;-T9°47 , pp. 409-410 / Imprimatur : Mons . M. Meirelles Freire, Vigario-Geral).

"Um dia, ao passar~ frente d e ~ vitrina que se achava Q_ ~ retrato, perguntou 2. ~ ·' 'C1nco francos, lhe responderam. - - Cinco francosl Ohi o senhor nao o vendera nuncal O Cura d'Ars nao vale- tanto" ffr,-Atanàsio, Processo apostolicone per-ean~ 1048). · 'Enfim, dizia algumas ~ . ~ este pobre carnaval serve para le~brar os conselhos gue ~ dado, nao sera de todo lnutil'. Para demonstrar o despr-ez~quesentia por aquilo, sempre se escusou a gravar neles o seu nome ou a benze-los. Se entre as estampas que lhe apresentavam encontrava algum, separ-ava-o com um gesto brusco. Fazia comentarios come este: 'Isso s6 tem valor tres dias no ano', r-eferindo-se aos tres dlas consagrados aos mascarados (Ir. Jeronimo, Processo Ordinario, p. 565)" (Conego FRANCIS TROCHU, O Cura d'Ars, Vozes, Petr6polis, 2a. ed., 1960 , ~pp.379-=J8o/ Imprimatur: Luis Filipe de Nadal, Bispo de Uruguaia1 na, 29-6-1959). ~

372. Sao Joao Bo~co distribui estampas de ~ ~ Relata um bi6grafo ingles de Sao Joao Bosco: "(Sao Joao Bosco) d1str1bu1u inumeros rosarios iiiecialhase~ue parece mais estranho, pequen~s estampas-de-eìmesmo, pela nunca desprezou os metodos modernosde~1c1da e~ertindo em certa ocaeiao que o demonio os utiliza com algum resultado para teda espéc1e de empreeas duvidoea~, e que 1sso autorizava os adversarioe dele, demonio, a empregar as annas modernas na luta por uma causa boa". (LANCELOT C. SHEPPARD, Don Bosco, Herder, Barcelona, 1959, p. 194 / Imprima-se: Gregorio, Arcebispo-Bispo de Barcelona , 9-9-1957),

371. Sao Joao Bosco fteixava-se fotografar, reproduzir ~ telas, descrever ~ livros ••• Conta o Salesiano Padre Auffray, um dos mais conhecidos b16grafos de Sao Joao Bosco, em livro traduzido por D. Joao Re~ende Costa, Arcebispo de Belo Horizonte : "Dom Bosco durante~ vida permitiu ~ ·toda ~ simplicidade que lhe retratassem ~ fisionomia fisica e moral . Fotografaram-no a confessar seus iiiellninos~ sentado no melo do pr1me1ro grupo de missionarios, circundado por uma turma de garotinhos, na atitude de dar a bençao aos filhos ·do Conde Vi-

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373. Sao Francisco dava rel!quias de tl ~ para proporcionar bem esp1r1tual ~ ~ discipulos Conta Tomas de Celano, d1sc!pulo e do Poverello de Aseis (1181-1?2b):

biografo

"42. Estava o Santo no mesmo lugar, quando um religioso fervoroso, da Custodia Marsicana, que estava atormentado por varias tentaçoes, disse em seu coraçao: 'Oh~ eu pudesse ter algum objeto, a1nda que fossero somente restos das unhas de Sao Frari'ciscol Estou certo de ~ todae~tentaçac; se afastaria de mim e c:~ mo favor de ""'Ueus eu f1car1a perfeitamente tranquilo'. Obtida a licença devida, dirigiu-se ao lugar onde morava o varao de Deus (Sao Francisco de Assia) e manifestou a um dos companheiros do Santo o motivo da viagem. Respondeu o frade: 'Creio que me sera totalmente impos_s!vel entregar-te parte do que pedes, pois se bem seja verdade que muitas vezes lhe cortamos as unhas, ele, entretanto, nos ordena que· as joguemos fora, proib1ndo-nos em absoluto de guarda-las•. Apos uns instantes, o frade foi chamado e lhe fo1 ordenado apresentar-se ao Santo, que o mandava vir. Este lhe disse: 'Va buscar, meu filho, . a tesoura para que i)os"sas cortar-me astmh~Tomouo instrumento, que para isso J! tinhapronto, e, re=


334;

Secçào III

vao f1zera-lhe um cordao , com o intuito de pedir-lhe o que ele usava, a fim de guarda-lo corno lembrança . Chegando ao Convento encontrou-se com Frei Galvào gue sem mais preambulos, foi- lhe dizeri'Oo': Dà-me ca 2. gu; metrouxeste ~ guarda esse que mais tarde servira ~ salvar muitas maes nas aperturiia"Oo pFrto".(~lffYAM, Vida doveneravel servo Oe'Deus rei Antonio de Sant'ArinaGalvao, Sao Paulo,2i:" ed., 1936, pp-.-217-218 / Imprimatur: Mons. Ernesto de Paula, Vig. Geral). 376. Q Cura d ' Ara vende seua pertences aos peregrinos desejosos de relfquias, inclusiv e ~ ultimo dente Da vida ( 1786-1859):

de

Sào

Joào

Baptista

Vianney

"Muito cedo~ peregrinos quiaeram ter relfquias do taumaturgo de Ara, tao persuadidos estavam de sua ~antidade l Começaram por retalhar as auas aobrepelizes e os· seua chapéus e passaram dcpois a cortar a barra de sua batina e os cachos de sua cabeleira, enquanto ele dava seu catec iamo; depois, sempre insaciaveis e cada vez mais india- · cretos , pilharam a palha de sua cama e das suas pobres cadeiras, fizeram brechas nasua mesa, dilaceraram seus livros, inclusive aeu breviario, que ele teve que esconder e , inteiramente descontrolados, _acabara.m_por revirar suaa gavetas. Tudo era bom para esses devotos temfveis: a:lguns lhe roubavam -as canetas, outros disputavam os cabelos que ficavam no aeu pente. Os menos favorecidoa estimavam-se felizes por apanharem no patio da casa paroquial urna florzinha ou um ramo de sabugueiro. "Mais tarde, o bom Padre teve a idéia ·-- bem lionesa -- de tirar partido dessa febre aingular em proveito de aeus pcrbres, aos quais ele nao tinha mais n em uma camisa para dar ••••• Ele fez, pois, vender aos peregrinos ~ procuravam lem_branças, seus moveis velhos, seus sapatos estraga~ dos, suasbatinas rotaa, auas sobrepellzes esfarrapadas, ~mesmo ~ ultimo dente. Sua humildade, neste caso, cedia lugar a aua caridade".(ALPHONSE GERMAIN, Le Bienheureux ~- ~ - Vianney -- Le Curé d'Ars, Vve. Ch . Poussielque - Maison Saint-Roch, Paris-Couvin, Belgique , 1905, pp.172-173) .

I

'·

l I

, II

Sa.o Joào Batista Vianney cercado pela multidào, ~ue tenta arrebatar-lhe alguma reliquia (urna mulher - emba1xo, ~à esquerda - corta a batina do Santo com tesoura). Ilustraçao do livro El Cura de Ars, de Mons. Fourrey, Bispo de Belley.


332.

Secçao III

colhendo os pedacinhos cortados, entregou-os ao religioso que ~ pedia. Este os recebeu com muita reverencia e no mesmo instante se viu livre de toda tribulaçao. • ••• "Estando o Santo ainda encerrado nasua cela do Monte Alverne, um de seus companheiros desejava Erandemente ter argum es'crrto ~ ~ palavras ~ ~ anotadas brevemente da propria mao ~ Sao Francisco. Pois Julgava que a grande tentaçao que sofr1a, que nao era entretanto da carne mas do esp!rito, com isso desapareceria, ou pelo menos seria mais facil de suportar. Ansioso com tal preocupaçao, temia no èntanto revela-la ao santo Pai; maso que o homem nao manifestou foi revelado pelo esp!rito. Um dia, o bem-aventurado Francisco chamou ~religioso~ lhe disse: 1Traga-me papel ~ pena porque desejo escrever as palavras ~~ ~ ~ louvores, gue meditei ~ ~ coraçao'. Apresentado~ os obJetos p~didos, escreveu ~ ~ pr6pria ~ ~ louvoras de Deus.~ ~ palavras gue ~ . e em ult;imo luga r sua bençao ao religioso, cflzendo=1ne:- 'Tome este escdto ~ .Q guarde diligentemente até ~ dia de tua morte'. No mesmo instante desapareceu a tentaçao; conservou o escrito, e mais adiante realizou maravilhas •.••• "No mesmo religioso resplandece~ outro milagre do santo Pai. Na ocasiào em que este Jazia enfermo no palacio do Bispo de Assis, aquele religioso pensou em seu intimo: ' 0 Santo esta a ponJo de entregar ~ espiri to ~ S e n ~e "'"'q'"uao-gran: e seria ~ felicidade de~~~ depois d e ~ ~ ~ pudesse herdar J!. tunica'.de meu Pai'. Como se o deseJo, nasc1do do mais recondito do coraçao, tivesse sido um pedido formal, nào transcorreu mu1to tempo sem que o bem-aventurado Francisco o chamasse ~ dissesse: TEntrego-te esta minha tunica ~ seja dagu!. ~ diante tua. ~ gue ~ utilize enquanto viva, quando~ morrer ela te s e r a ~ vida 1 • ·MaraYilhado com tao profunda e interna penetraçao do esp!rito, tomou com grande consolaçao aquela tunica, que depois a santa devoçao transladou para a França". (TOMAS CELANO, Vida de San Francisco, in San Francisco de As!s. Susescrit'os:" Las Florecill'as:° Biograffasdel Santo poÉ Celano. San Buenaventura 1... los Tres C~aneros. speno de ~erfeccion, BAC, Maclrid,ja. e ., l956, pp . 12 ·e 18).

Secçao III

333.

374. ~ ~ ~ u r n a freira aplicando-lhe ~ pano que levava~! cabeça Da vida de Santa Clara de Assis (1193-1253), por Tomas de Celano, contemporaneo da Santa: "A Irma . Babina, do Mosteiro de Sao Damiao, stava gravemente doente, com febre e com abscesso ~o eito. Todas as monJas pensavam que ela ia morp logo mas a bem-aventurada Madre (Santa . ~~~ra), f~z sobre ela o Sinal da Cruz e ela ficou completamente curada. "Algum tempo depois, esta mesma Irma foi afligida por urna grande dor no ladò. Urna noite em que sofria muito, ela começou a se queixar e a se lamentar· ouvindo isso, a Senhora Santa Clara perntou-lhe o que tinha. A Irma lhe confiou seu ~l, a Mae bendita ~ aeroximou, pediu para indicar o rugar doloroso~™!:!!! cima l:!!!! pano quel;vava- a cabe~a; a dor desapareceu incontinenti • '{"'l'HO'MA"S" UE e LANO, Sainte Claire d'Assise, Perrin et Cie. Libraires-Editeurs, Parie, 3a. ed., 1917,

P• 8). 375. Prei Galvao da aeu cordào a sua60Drinha~ predizendo que por ele serao obtidaa graças De uma vida do Veneravel Servo de Deus Frei Antonio de Sant'Anna Galvao, Capelao do Convento da Luz, em Sao Paulo (1739~1822): "Entre os muitos dons ·que exornavam o bom Servo de Deus nao era menos conhecido o de perscrutar os ~oraçoes, conforme Ja foi referido , e o rato seguinte revelara a1nda que Nosso Senh~r Ja em vida lhe dera a conhecer s~a futu.r a mi~aao de socorrer as senhoras por ocas1ao de serem maes. "A senhora D. Anna Leoniaia do Amaral Carnargo · senhora distinta e de esclarecida piedade, refe;iu-nos que uma parente do Servo de Deus lhe mostrara wn dia um cordao, que fora do uso de Fre 1 Galvao e que o guerda nao a6 corno rel!Suia mas ainda como lembrança da singUlar co1nc1dencia que houve nasua aquisiçào. Urna sobrinha de Frei Gal-


336.

Secçao III

377. ~ senhora gue ped1a algo que fora d e ~ ~ . Santo Antonio Maria Claret deixa ~ !-™ cIIlcios ~ disc"Iprinas Nota de urna ediçao dos escritos autob1ograf1cos e esp1r1tua1s de Santo Antonio Maria Claret (1807-1870): "Com efeito , escreve dona Jacoba de Balzola: 'Sabendo (Santo Antonio Maria Claret) ~ seu ca~ .2_ desejo tao grande ~ e eu tinha de algum ~ d e ~ !!!2.• ao despe r-ee Oiii'se-iìie: corno nos expulsam e nao sei o que nos farao, se nos revistarem, deixo-lhe estes cil!cios e d1sc1pl1nas d e ~ ~ · ~ MARIA CLAffi:T, Escritos autob1ograf1cos z espiritualee, BAC, Madrid, 1959, p. 580 nota 157 / Imprimatur: Blas1us Budelacc1, Ep. Nissen, Tusculi, 9-2-1959).

1

378. Para agradar as pessoas, ~Bernadette dava cabelos ~ De uma biografia de Santa Bernadette rous (184~-1879) :

Soub1-

"Dez, vinte v1e1tas por dia -- no hospital, em casa. Se Bernadette passeia, as pessoas se aprox1mam, a seguem. Querela 1r rez a r na Gruta? Os coment~r1os se eepalham: 'VeJam a Santa!' 'Olhem a nosaa Santa! .' De Pat de Bagnères de Tarbes, d'Argelès, de Cautereta e de outros iugares, as pessoas se prec1p1tam a Lourdes para ver Bernadette. A menina tornou-se obJeto de venera- · çao, sem nenhuma duvida; e nao se pode ter rigor com os homens e mulheres cuJa fé solida honra nela os traços do céu: como se saudar1am os passos de Jesus ou da Virgem sobre a areia ••••• "Mas as pessoas insistem em lhe pedir para tocar objetos , pÒr ~ ass1naturanas imagens. acar1c1ar as crian~as . Persistem em lhe cortar ~ daços das vestes. edobram-se os estorços para lhe arrancar seus ramosos 'segredos• • ••.• . "A Irma V1.to r.1na se admira de nao ter Jamais notado , nessa Jovem o meno r sinal de vaidade de amor-proprio ou de orgulho a proposito dos favores

.

secçao III

337.

extraord1nar1os que recebeu. Pedem-ihe que zogue terços: ela o raz, tomando-os numa das maos ~ 08 tocando-os coma-outra, mas 1~ dar importaricia .!, isso, apenae para se deiembaraçar das pessoas'. Depois O Pe. Pomian lhe pro1b1u esses gestos. Ela nao 08 raz mais -- e quando lhe apresentam, deede entao, um terço, ela se contenta de reepo~der com um sorriso arave l : 'Isso me ro1 proibido • Para agradar as peesoas, aconteceu d e ~ dar al~ns de seus caDelos. Om belo dia, o Paroco Peyrama e se opos a 1sto. E Bernadette escrevera, simplesmente, a uma solicitante, algumas palavra! cuJo, sabor apreciamos: 'Quanto aos cabelos, nao me e mais permitido envia-los'" (MICHEL DE SAINT-PIERRE, Bernadette et Lourdes, Editions "La Table Ronde", Parla, 1958,pp. 12q, 132 e 133).

379. O Padre Reus da urna bat1na veilia gue um Irmao lhe pedirapor veneraçao Conta um Irmao coadJutor Jesu!ta sobre o Padre Reus (1868-1947 ) : "Chegue1 a conhecer o bo~· 'F. Reus, quando fazia os seus estudos em Valkenburgo ••••• Tive-o por santo, por uma alma pura e possu!da de Deus. Senti-me fortemente impel;do a rezar fOr ele e recomendei-me intimamente as suas oraçoea ••••• Por veneraçao pedi uma d e ~ batinas velhas. qte usei com muita consolaçao ~ confor o 1nter1or_"_(Pe.LEOKOHLER SJ, Biografia completa P. Joao Baptista Reus. SJ, Livraria Selbach & ffa.--;--Forto Alegre,-r9,~,-Volume II, PP• 97-98 ·/ Imprimatur: Mons. Andre Pedro Prank, Vig. Oer.,

26-4-195c5~.

380. "Nao percam nenhuma dessas pétalae; alegrareis ! outros ~ elas ••• " Depoimento da Madre Ines de Jesus (Paulina), Priora do Carmelo de Lisieux • . no Processo de Beat1f1caçao e Canonizaçao de sua Santa irin!: "No fim da vida, ela (Santa Teresinha) pressentia bem o que farla depois de sua morte. Parece


338.

Secçao III

mesmo que ela previu sua glorificaçao pela Igreja. Vou relatar singelamente e sem comentario as suas palavras e os seus atos. A Igreja julgara. "Quando ela derramava lagrimae de amor, ela me deixava recolhe-lae num lenço fino, eabendo bem que nao era para enxugar-lhe o roeto, rnae para coneerva-lae corno urna lembrança venerada. "Quando eu lhe cortava ae unhas, ela recolhia os tragmentoe e ela meema oe dava a mim, convidando-me a guarda- loe. "Quando lhe traz!amoe roeas para deefolhar aobre o aeu crucifixo, se algumas pétalae ca!am no chao, depoie que ela as havia tocado, noe dizia: 'Nao percam isso, minhas irmazinhas; alegrareis (a outros) mais tarde, com eseas roeas'" (Procès de Béatitication et Canonisation de Sainte Thérèse de l'Enfant-Jésua-et de la Sainte- Face Proces Apostoligue, Teres1anum,7toma, 1916, t. II, p. 199 -- Témoin 6: :Agnès,· dè Jésus OCD).

381. Santa Teresinha recomendava guardassem pedayos de unhas, pedacinhos de pele, ~ ate c!ITos gue calam ~ seu--renço Testemunho da Irma Genoveva de Santa Teresa (Celina, irma de Santa Teresinha), no Processo de Beatificaçao e Canonizaçao da Santa de Lisieux ( 1873- 1897): "Parece, e creio nisso, ; que no fim de sua vida, ela. (Santa Teresinha do Menino Jesus) pressentiu sua .glor~ficaçao. Com uma e1mpl1c1dade !:,!!_: canta.dora, ela ~ dava para guardar os pedaços de unhas cortadae, oe ~eda.cinhos de pele que se destaciivam de ~ llb os ~ ate cITios que cafam .!!2 eeu len~o. Ela nos aJudava tambem a recolher as p°etalas e rosiii' ccliii gue tinha acariciado seu crucifixo. :-;-• -.- - - ---- --

"!., proposito destas alusoes !

glorificaproxima, notei, lendo avida dos Santos, dois ~ an8.logos e deve haver-muitos outros do grne: .t.2..: ·" 1. Le-se na. vida ~ Sao , Benedi to Labre 'gue ele previu urna aglomeraçao de gente para venerar .Q. seu corpo'. la

339. Secçao III "2. Le-se igualmente na vida de Sao Félix de t licio gue ele disse às pessoas gue beijavam Can a oupas· 'Iato~has filhaa, contentai .!!. r devoç~o; .!.2..B2. vlrfi 2., dia ~ que ~ hfibito ~ tido corno precioso, ~ todoa acorrerao para obter umpedaço~' • -"(Vie du bienheureux Beno1t Labre par Desnoyers miaaionnaire apostolique, Lille 1862, Tome I, pp. 416-417). ., ., "(Vie dea saints de toute l'annee par le re"~end père Ribadeneira, traduction Darras, Paria ·r862 18 mai, p , 278)" (Procès de Béat1f1catio~ et e no~isation de Sainte Thérèse de l'Enfant-Jesus ~ de la Sainte-Face -- II Procèe Apostoligue, Te~esiinum, Roma, 1976, Témoin 8: Genevieve de Sainte- Thérèse OCD, P• 313).

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VIII ac~s

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sac~rdotes.

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§agta obed1eoc1a

382. ~ apenas Irmao leigo, Sao Benedito benzia os camoos ~ !,!I plantaçoes De uma vida de Sao Benédito (1526-1589), popular!ssimo Irmao leigo franciacano preto :

o

"Para aumentar a comum confiança no patrocinio do nosso Santo (Sao Benedito) em urna merce de tanta importancia, qual seJa a da felicidade doa campos, queremos autenticar com as testemunhas doa Processos, entre as quais escolhemos urna de viau de UJ11 Religioso leigo de nome, também ele,Benedito. Dep6s o Irmao : 1 Eu sei que muitos proprietarios das chacaras que sao vizinhas do mencionado Convento de Santa Maria de Jesus, costumavam, conforme a eataçao, sofrer muitos danos nas frutaa e hortaliças, por causa dos vermes. Por isso vinham ~ Convento, pedindo ~~Superiores (1) gue ~dassem Frei Benedito benze- laa; e tendo eu ido varias vezes em sua companhia, vi corno era recebido muito carinhosamente e com sinal de grande afeiçao por parte daqueles sitiantes e camponeses. Vendo como Fre1 Benedite andava por todo lugar benzendo ~ ~ benta, ouvia que ~itos ~el:s lh: agradecia.m e d1z1am que, graças a sua bençao, nao somen-


342.

Secçao III

t e ~ vermes que destru!am !! plantas morr1am, mas a1nda cresc1am seus bens e t1nham colhe1ta fert1ITi!iiima ~ cop1oaa'". - - _ "(1) Temoa neate testemunho a resposta à obJeçao contra aquelas bençaos dadaa pelo nosso Santo, as quais, caso tossem il!c1tas, eram mandadas pelos Superiores, a quem devia obedecer o Servo de Deus em caso de duvida, corno ensina Santo Agostinho. Mas_ta1s bençaos nao foram , certamente , il!cit~s, nao tendo sido acompanhadas dos ritos, cerimonias e exorcismos da Santa Igreja: sendo poi licito !!_ gualguer ~ benze r com~ oeri'ta . efeito, pois, Justif1ca a causa"[0IUSEPP~ETTI ROMANO, Vita di h Benedetto, Presso Antonio Fulgoni, Roma, l'ITT>5, pp. l00-101/ Imprimatur: Fr . Thomas Vincentius Pani Ord. Praed. Sacri Palatt1 Apostolici Magister, 3-8-1805),

0

383, Santa Teresa~ ~esus da!. bençao ao Arceb1spo de Sevilha, a oelhado filante dela àvista de toda a mu tidao

------------=~==

ra:

Le-se

em conhecida biografia da Santa Douto-

"~omo nada se opunha à abertura da nova casa, as Irmas tomaram posse dela no dia 1~. de maio de 1576. Havia s1do seu deseJo faze-lo no silencio às escondidas, maso Padre Garcia Alvarez insisti~ em que se devia fazer urna celebraçao publica, a qual se realizou, com grande pqmpa e regozijo, no dia 3 de Junho. Nela o veneravel Arcebispo levou o Santissimo Sacramento pelas nias antigas, desde urna das igreJas paroquiais, seguido da maioria do clero da cidade e de grande numero de confrarias, formando assim urna brilhante procissao· enquanto acorriam as rnultidoes para aplaudir e adrnirar, davam-se salvas de artilharia. Foi urna grande festa de Justificaçao e desagravo para a madre Teresa de Jesus (a Santa havia sido duramente caluniada anteriormente). Para que tudo al~ançasse seu ponto culminante, quando ela pediu a bençao ao Arcebispo, este, aJoelhando- se diante da freira, pediu que ela lhe desse a sua bençao, o que . ela fez diante de toda a multidao" (WILLIAM THOMAS WALSH Santa Teresa de Avila, Espasa-Calpe Madrid 1951'

p.lffi6-487). -

---

'

'

'

Secçao III

343.

384. A pr6pria Santa Teresa relata como deu a benç'aoao Arcebiepo

~ Sevilha aJoelhado ~ ~ pés

De urna carta, datada de 1577, de Santa Teresa de Avila, à Veneravel Ana de Jesus:

"1577 (1). Toledo

"A Ana de Jesus, em Véas "Jul'tue ~ emoçao quando vi~ tao grande Prelado, Cristobal de RoJas J.. Sandoval, ~ biifio de Sev1lha} ~ joelhos aos ~ de ~ pobre mu erziiiha ~ ~· ele ~ quie ~ l'evantar ~quanto eu nao lhe desse!_ minha bençao, ~ presenç!. de todos os Relig1osos e de todas as Confraria! ~ SevITiia que là ~ encontravam~ "(1) Inform. de Madri -- Ana de Jesus: A Santa, estando em roledo, lhe escreveu com frequencia •••• e lhe contou em part1cular que, ~ f.!!!!_ da cerimonia de 1nau~ra1ao do Mosteiro de Sevilha, o Arcebisr D. CrstobalOe Rojas L SandrnI"; revestido ain a aos paramentos pontI'f1cais, -~ lhou-se ~ seus Ì>èS ~ pediu ~ bençao" (Sa1nte THERESE DE JESUS, Letres, Les Sditions du Cerf, Paris, Tome II, pp. 154-155 / Imprimatur: M. Backès, v.g.). '

385. Santa Teresa de Jesus conta corno Dona Catarina era Ievantacfa acimadamultidao para que lhe lançasse ~ bénça:o- Conta Santa Teresa de Jesus a respe1to de Dona Catarina de Cardona, dama da alta nobreza espanhola, que levava uma vida de· penitencia e oraçoa, sem entretanto fazer-se freira: "Depois desses anos de completa sol1dao, quis o Senhor da-la (Dona Catarina de Cardona) a conhecer; e começou 2 povo !!. ter-lhe devoçao tao grande, que ela nao se podia valer. A todos falava co'rn muita caridade e amor. A med1da que passava o tempo, acudia ma1or concurso de gente, e quem lhe podia falar nao se Julgava pouco afortunado. Ela se sentia exausta com isto e dizia que a _estavam matando. Houve dia de ficar todo o campo coberto de carros. Depois de se estabelecerem al! os frades,


3114.

Secçao III n!o tinham ~ remédio senao levanta-la acima da multidao para que lhes lançasse a bençao--e-coiii iato se retiravam sillsre1tos" (Santa TERESA DE JESUS, Obras (As Fundaçoes). Vozes, Petr6polis, 1939, p°':"222 7 Com aprovaçao ecles1ast1ca

27-6-1939).

·

'

386. Santa .!!.2!! de ~ da a bençao ! pessoas presentes !. auientes Conta

uma vida de Santa Rosa de Lima prillleira Santa canonizada do Novo Mu~do, Padroeira da Cidade de Lima do Peru e da America: '

(1586-1617),

m•

"E depois, pedindo-lhe Dona Maria de Uzate.!:. ro~h ~ algumas pessoas gue~vam resen-

__ll, gue ~ ~ bençao, reparou um nstante · e levantou-se; por r1m virou-se e disse erguendo ~ bSa;o: '~ bençao ~o Padre, do-Filho e do Espl'rito a:ito, ~ ~ 2! ~ donaegraçasdei"9!. ~ ~ senhoras e sobre todas as deriiafs a.migas !. conhecidas que estaopreSeritea e ausentes, !. ~ ~umule ~e seus bens, ~ara que 08 glhem eternD.n?ente ;depoiG pecllu que c amassem ai r1 as do Contador e rez ~a~a elas uma pratica espiritunl,~ e~ortando-as a virtude •••• deu-lhes também ~ bençao" (Pray PEDRO DE LOAYZA OP, Vida de Santa Rosa de Lima, Iberia, Lima, 1965, p:-Ioo7 Pue~ ""'"re'rmprtiiilrie: Mario CorneJo , Obispo Auxilii'ry •!cario General).

387. Presenc1e1 sacerdotes ajoelharem-se Junto do seu leito para implorarem sua _bençao Conta avida de Sao Joao Berchmans que morreu -s1.n:ples noviço da Companhia de Jesus, aos 23 anoa de 1dade, em 1621: "D1ze;-me, ac~escentei ainda, dizei-me sincer~ente, e certo que nao morrereia senao amanha? Joao r1cou silene!oso e olhando para m1m disse-me: 'Si.m, neu caro Nicolau, morrere1 am~nha certamente, durante ~ manha. -- Eu deseJava estar aqu1, podere!? -- Procurai estar; e abraçando-me

345.

Secçào III

de novo, disse-me adeus. -- AJoelhe1- me entao Junto do seu letto e rogue1-lhe gu) me desse a sua bençao. Berchmans (s1mples nov1ço recueouenergicamente. Insisti com rorça, recordando-lhe a nossa amtzade tao antiga e nossa mutua conr1ança. Arinal oedeu, !. sorrindo levantou .!.~ para abençoar-me ~vezes ••••• "Pouco depois, entrou o padre Reitor, conduz1do por semelhante preocupaçao : 'Eu t1nha presenoiado, diz ele, nao somente esoolaitfcos; !!!_!! sac'erdotes ajoelharem-se Junto do ~ leito p ra 1m~lorarem sua b~nçao; t1ve medo que o dem nio o entasse Coni a va gl6ria. Fiz que todos sa!ssem e disse ao doente: -~ Meu irmao, nesta hora deveis vos preparar para duas tentaçoea: o demonio ataoar! pr1me1ro a vossa ré, depois a hum1ldade. E preciso que vos armeis contra esses dola assaltos do 1n1.m1go. -- Meu Padre, exclamou Berchmans, graças a Deus , s1nto-me assaz rorte do lado da ré, e o padre Esp1r1tual aoautelou-me multo bem, a um instante, contra a va gloria, se m~ v1er essa tentaçao" (Pe. L. J. M. CROS SJ, Vida de§.:_ Joiio ~ ohmana. Duprat & Comp., Sao Paulo, 1912, pp. 369-371 / Com 11cença da autor1dade ecles1~st1oa).

---

6

388. Sao Lu!e Gonzaga simples · seminar!'s"Eaabençoa .!:_!!!. sacerdote No Processo de Canonizaçiio de Sao Joao Berchmans, o Postulador da Causa apresentou como argumento: "Lu!s de Gonzaga, mor1bundo, abençoou em presenç_a do enfermeiro , l11!!. anciao, ~ sacerdote, o padré Liiis Corb1nel11, que aol1c1tara do santo essa consolaçao e ninguém censurou a Luiz de Oonzaga como ato de orgulho, esse ato de-oaria'aa?. (Pe. c:-:f. W:-c!WS, V1da deS:-Joao Berchmans, Duprat & Comp .. Sao Paulo, !912, p.lio8 / Com 11cença da autoridade eclesi,st1oa).

389. ! bençao,dos Saoe rdotea ! "const1tut1va"; !. dos leigos ~ meramente "invocativa"

re.

Consulta fe1ta pela TFP ao Antonio Royo Marin OP, e respoata do !lustre te61ogo e autor de numerosos livros:


346.

Secçao III

Consulta. -- "Na Hist6ria da lgreJa leem-se muitos exemplos de Santos e pessoas virtuosas que, nao sendo nem Sacerdotes nem Superiores Reli~iosos, e sendo inclusive mulheres, davarn a bençao a outras pessoas, fossem ~mbora Sacerdotes e até Bispos: Santa Catarina de Siena dava· bençao a frades dominicanos; Santa Teresa de Jesus deu, certa ocasiao, a bençao ao Arcebispo de Sevilha, Don Cr1st6bal de RoJas y Sandoval, por ex1genc1a daquele Prelado (1577); Sao Luis Gonzaga e Sao Joao Berchmans , sendo simples seminaristas, deram a bençao a Sacerdotes antigos da Companhia, segundo se le no Processo de Beatificaçao deste ultimo Santo; Dona Catarina de ,Cardona, urna simples leiga, dava a bençao às multidoes que acorriam a ela na gruta em que vivia retirada, conforme narra Santa Teresa no livro das Fundaçoes etc. "la. ~ergunta. -- Como explicar o procedimento destes antos e _pessoas virtuosas? "Resposta. -- :Tr.àta-se de simples bençaos .!.!!,=. vocativas -- a modo de oraçao -- mas nao constitutivas, corno a dos Sacerdotes. A difcrença consiste em que as bençaos meramente invocativas nao deixam benta a coisa mesma, masse 11m1tam a invocar sobre ela o favor ou a bençao de Deus ou da Santissima Virgem. Pelo contrario, a bençao constitutiva, dada pelo .Sacerdote, deixa benta a coisa mesma (por exemplo, um crucifixo, um terço, urna medalha, a comida etc.). O leigo pede a Deus ou a Nossa Senhora que abençoe o que ele abençoa; o Sacerdote abençoa por si mesmo, em virtude de seus poderes aacerdotais. A bençao do Sacerdote é um sacramental; a do leigo ou do sirnples religioso nao o e. "2a. pergunta. S licito que simples leigos deem abençao a outras pessoas, invocando o nome de Deus ou de sua Santissima Mae? "Resposta. -- Sim, no sentido que acabamos de explicar. "3a. peririnta. -- Em caso afinnati·-10, quais sao as condiçoes para que o leigo possa dar essa bençao? "Resposta . -- . Faça-o com humildade e devoçao, sem se dar nenhuma 1mportanc1a.

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En la Ristoria de la le;leei a se leen muchos eje01ploa de Sa.ntoe 7 p~raona.e virtu·o aaa que, no ai fndo ni Saeardote.e ti1 Superioree Religioaoa e ioclusive siendo 1111jerea, daban bondici6n a otraa persi nas ,, SUD!lU• fuesen Sacerdoos y hsata Obispos: Santa Catalina de Si!, ne. bande c!a a ~aile e doml.nicoa; Sante. Tereea .So Jeade d16, en ci erta ocasi6n, la bend1ci6n a l lrzobispo de Sevilla, Don Criet6baJ. do _Rojsa y sandoval, por n:l.t;encia do aquel lilto Prelado (1577); San Luh de Conza,;a y San Juan Berchmans, eiebdo ei111ple aeminariataa , d11ban la bendici6n a Sacerdotea ancianos do la Compal!!a, eogdn ae lee en el P proceao de beati!icacidn de eate llltino Santo; Dofla Catalina de Car-

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Santoe y personas virtuosas? R.ESPUllS'l'A, Se trata de ai01plea bondiciones invooativaa - a m,2;, -~~{J;~:;~~ \• do de oraci6n - pero no consti t-utivae como lae de los ~acerdotea. La I ·\"i 1ferencio. coneiet• en q_ue lae snerament; 1r..vocat 1Taa no 4ejan bendita ;:;.:;,d:~::;. · a cosa mismn, sino que ee limitan a . invocar oobr6 e,lla el fnvor o la ::X:::<:.';_.,;,-, \ andici6n de Di o• · o de la Sant!aima V!rgen. En cambio l a bendic16n onstitutiva, realis;ada por el Sacerd0~d~~ deje bendiitda lat ccoe)a :::;.;-._:::ff> :;- ;_(vg.: un cr\lcifijo,, un rosario, una me ....,1a, 1 a COII a, e • • Q~eeglar pide a Dios o a la Virgen quo bendi&II- lo que 41 bend:l.ce1 • l ";"i'j:,::,··.;' ·- \ Sacerdote bendioe por a! =iamo en virtud d• aua pode::-ca sactrdota.• . ._'.{.:.:_{:•!,.:,·. , iee. La bendic16n del Sacerdote es un aacrB111e ntal; la del aeglar o la ... ';,:,;.~~,· ..~ · •l ', r \hl eim.ple Rel:l.gioeo , no lo ea.

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SEGUNDA CONSULTA: iE• l!cito que ai~plee aeglaree den la b•n-

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eitna ldad.re"

: : j~i ~~:·i~~;;,;:;~~:~;:;~~~?::": : ~~:: CUARTA CONSULTA: iEn qud oonaiete prop1amente e e a bendic16n deade el punto de viota teoldgico Y can6nico7 RESFOES'l'A: Es una a·i mple deprecaci6n, no u.n oacra.menhl como

.., .. ,

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la del Sacerdote, QOINTA CONSULTA: iEn qud a• diferencia eata bendici6n de la LE, /. •

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2. li ttlrgi ca , dad& por el Sacerdote o por un Suporior ~•li«io"o en nombre ù l& Igleai&?

RESPUESTA: Y& •~t4 dicho. T,ngut en cuont& qut 01 Superior Religioao, ai no•• Sacerdote, no bendice on fonia dt aacramental. Solo loe Sacerdotea y Di4conoa gozan de eea pottetad aagrada . · SEXTA CONSULTA, Y, por otro lado icu41 ee la diforencia entro 1~ bondici6a dada por eeglaree 7 la que acoetudr,,.n a dar •n ciertoa lugaru loa padre. a eu" ·hijoe, lo• p~rinoa a eue ahi;fadoa,. loe t!oa a eua ll'Obrinoe e iacluao pereonaa m&yoroe a niRoa o j6venee? RESPUESTA:

Hinguna diferencir.:_T~do~ · • : • ,

=~!·:~:~• •

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~Mrld, 14 de !ebrero de 1984

1.EGITIIIACIO/!; .JUA.4' YALL8T DE GOTTISOLO, loto,-lo dt Xod,-td. -LGGITikO lo flrao v rubrico 9•• o/\tec•d• d• DO/I AHT0J.'10 R0T0 A'ARI:; por corropol\d•r n at Jutcto o l• ·que opcrRct coao ••V• ti\ •l D,1,·.1. A 9 : ?.609.0ll, ezpedldo •n Jio1rtd, tl dto 23 d• ll•r.io d• J. 982.

/'

"4a. eer~unta. -- Em que consiste propriamente essa bençao, do ponto de vista teologico e canonico? "Resposta. -- E urna simples deprecaçao, nao um sacramental, corno a do Sacerdote. "5a. pir~nta. :- Ern que se diferencia essa bençao, da bençao liturgica dada pelo Sacerdote ou por um Superior Religioso, em nome da Igreja? "Resposta. -- Ja esta dito. Tome-se em consideraçao que o Superior Religioso, se nao é Sacerdote, nao abençoa em forma de sacramental . Somente os Sacerdotes e Diaconos gozam deste poder sagrado. "6a. pergunta. -- E, por outro lado, qual é a diferença entre a bençao dada por leigos e a que costumam dar, em certos lugares, os pais a seus filhos, os padrinhos a seus afilhados, os t1os a seus sobrinhos, e até pessoas mais idosas a cr1anças ou jovens? "Resposta. Nenhuma d1ferença. Todos sao leigos. a) Antonio Royo Mario OP Madrid, 14 de fevereiro de 1984".

Conta Joergensen, o conhecido hag16grafo, na sua vida de Santa Catarina de Siena :

,.,_... ,,...

~

349 ,

390. cat'arina, simres leiga, ordena ~~disc pulos, alguns deles padres, ~ ~ ~ s a n t a obediencia, o estado gue devem abraçar

J/adrtd, n 16 de l'tbr•ro d• J.984

~;~, .;:~ , ........

Secçao III

~~

~~~J~i.~~;~;~;;~~;1i~i;t~J#;g~it~~t:!~½ti.~~f~~i~~

"Calou-se Catarina, enquanto Tommaso di Petra anotava suas ultimas palavras. No silencio do quarto choravam os disc!pulos, as amigas soluçavam. 'Ao terminar estas _exortaçoes que a todos eram dirigidas', narra Caffarini (o Beato Tomas Caffarini, frade dominicano), 'chamou seus d1sc1pulos um ap6i outro afim de dizer a cada umo que para eies ju gavaser mais prove! toso ap6s .!-morte. A uns demonstrou que a vontade divina a seu respetto era que se submetessem à disciplina mo-


Secçao III

350.

naatica e reveatiaaem o habito de urna ordem religiosa. Foi aasim que ordenou ~ Stefano.(~. Beato Estevao rlaco~em nome da santa obedienéia , fue entrasse na ordemaosl;artuxos , a Francesco Ma avolti queserecolhesse ào Monte Oliveto e consagrasse à vida monacal. A outroa, aconaelhou que se fizessem eremitaa e a outros ainda, que abraçasaem a vida ecleaiaatica. Indicou a Irma Alessia para superiora das Mantellate e encaminhou os homens para Frei Raimundo (o Beato Raimundo de Capua, dominicano) a fim de que ele os dirigisse e conduziaae'. "Entre os destinadoa por Catarina para avida solitaria encontrava- se Neri di Landoccio . Aconselhou também ao notarlo Se r Cristofano di Oano Guidini que se tornasse irmao leigo do hospital de Sena, sob a regra de S~nto Agoatinho . ·~ cada um de nos', diz a velha cronica, 'recebeu, com acataiiiento," suas ordeiis-:-Em seguida, com verdadeira h~mildade, pediu a tp~9s que lhe perdoassem_se nao fora para n6a um modelo dur ante avida e nao rezara por n6s tanto quanto podia e devia ter feito, e se bastante nao se preocupara com as nossas neces sidades corno o dever lhe impunha. Por todos os

desgostos

dissabores e tristezas que nos t1vesse

podido ca~sar, implorou também nosso perdao. E dizia: 'FÌ-lo por ignorancia, pois confesso diante de Deus que sempre tive e tenho ainda o desejo ardente de voasa perfeiçao e de vossa aalvaçao'. !Q.!: fim todos n6s choravamos e, corno era seu costume, deu a cada um de nos em particuiar sua bençao ~

Cristo'(*). -

-

- - --

"Entre os disc!pulos presentes naquela ocasiao Caffar1n1 menciona Stefano Maconi (o Beato Este;ao Macòni). Libertara-se ele das imposiçoes de sua fam!lia corno tantas vezes lhe aconselhara Catarina, compreendendo afinal .o que ela lhe queria dizer quando lhe escrevia que 'os paia de um homem podem · ser seus piores inimigos'. Quer a lenda que, enquanto ele rezava em Siena , na capela da Irmandade da Scala , tenha ouvido urna voz que assim exortava: 'Parte para Roma, nao hesites mais, a morte de tua Mamma esta pr6x1mal' E atendendo ao chamado, el,e part1u e ainda chegou a tempo. 'Ca ta·r ina vivia seus ultimos momentos; conta ele, e revelou a cada um de n6s, em particular, o que dev!amos razer depois de sua morte. Voltando-se para

Secçao III

351.

mim, designou-me com o dedo e disse: · ~ t e ~ mendo, ~ ~ d e Deus ~ da santa obediencia, ~ eritrea na ordem dos Cartuxos , pois e essa~ ordem para a qual75eus te escolheu e te chamal . •• Quando assim me falou Catarina, continua Stefano mais adiante (nesta época, outubro de 1411, ele ja ha multo usava o habito branco e estava instalado na certosa di Pavia, corno super1or gera; de sua o:dem), -- devo confessar, para confusao minha, tao pouco eu pensava em entrar para oe Cartuxos corno qualquer outra ordem. Mas, apenas ela exp1rou, um ·desejo tao grande de real1zar sua vontade nasceu em meu coraçao que, se a ele se tivesse oposto o mundo todo, tudo teria eu vencido ••• " (*) Nota: Entre os presentes encontravam- se varlos Sacerdotes, corno Frei Tommaso di Petra (eeu ant1go confessor) e Fre1 Tom.~aso Caffarini. (JOHANNES JOERGENSEN, Santa Catarina de Sena, Editora Vozes, Petr6polis, mir, pp. 391-3~ Tl;om aprovaçao eclesiastica). 391 • .Q. famoso "io voglio"~ Santa Catarina de Siena

--··- - - - - - ---

De urna 1ntroduçao às obFaa de Santa Catarina de Siena (1347-1380): "A personalidade da Santa de Siena se manifesta •••• desde as pr imeiras llnhas da prlmeira carta que se escolha, aeja qual for : 'Eu! Catarina' ••• Segue- se, é certo, urna formula, que e expressao de humildade: 'serva e escrava doa servos de Jesus Cristo'. Porém, no esp!rito fica, em primeiro plano, o ~ inicial, e as palavras aeguintes ja soam junto c~m aquele ~. como • •• isto precisamente: corno urna formula ••••• "Aos Papas, suplica-os em nome de Cristo crucificado. Ao Rei da França: 'Fazei ~ vontade ~ Deus e a minha'. Ao indomito Bernarbo visconti, a Rainha-de Napoles, aos Cardeais, aos homens de letras e de armas: 'Eu guero ••• ' "E a Deus Noaso Senhor -- segundo testemunho do prior-da cartuxa de Pavia, em um caso pessoal sabia dlzer-Lhe também: 'Eu guero'.


352.

Secçao III

"Em eeu leito de agonia aseim t pulo Prei Sartolomeu Domin1c'i· 'JL quala ao d1sc!be1 8 · Il e, como sa1 8 de ; 08 :! o~~;:b;!~; 1!:e~o~o~~!t~ecg~;;~lo geral ~u~ eleJaie para eete cargo o meu P~i a mun °, ao qual ~uiro que pennaneçaie eem re µnido e esteJa1s su m eeo à sua vontade. E 1 8 ~ 0 ~"quanto ~ . ~ ~ mando'. • • • • - --' o 1o voglio de Santa Catarina nao d co~eid~raao fora do conJunto peicol6gicop~ !ob~:r ~aura que const1tuem toda a sua pereonalidadeua 'matern1dade', de um lado, como veremos e ~ ~~;~~i~~ ex:lueivamente no plano eobrenaturai; sua '.:"7~--':'.....=.::c.:;:a.xç=a=o com a vontade de Deus · 1-consciencia de * _ 1mpedem , ..!. ~ _ __ m-1esao na . I greja, qlial= quer outra interpretaçao"-(ÀNGEL'MORTA, Obras d~ ~ f,atal1na de Siena, Introducci6n B~Ma g~1dObisp9055d, PSP,lb5°-~Impr1matur: Pr: Pra~c1sc~ ' e a a.mmanca, 1-12-1955).

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392. Monges desobedientes e que odiavam a doutrina de 'S"ao Sento tentaram envenen!-10 - ----Comenta o Abade do antigo Mosteiro beneditino de Maria-Laach, na Alemanha: "Nao ocultei tua justiça em meu coraçao, anunciei tua verdade e tua salvaçao (S . 39, 11), mas eles me desprezaram e desdenharam (Ie. 1 , 2) ••••• "A tremenda realidade contida nestas palavras do profeta, S. Sento sentiu-a em Vicovaro, onde os monges 1ndéceis e desobedientes desprezaram e odiaram de tal modo sua doutrina, g~e procuraraiii envenena-lo.Pode=ie coiiipreender entao que s. Bento , ero virtude da atitude de recusa dos mongee e da absoluta repulsa diante do representante de Cristo, tire a ultima conseqilencia, a saber, as ovelhas que nao querem obedecer à sua direçao devem ser submetidas ao castigo da morte espiritual" (Dom ILDEFONSO HERWEGEN OSS, Sentido e Esp!rito da Regra de Sao Bento, Ediçoes "Lumen rrhristi", RI"o de Janeiro, 1953, pp. 71-72 / Com aprovaçao eclesiastica).


354.

Secçao III

393. Sao Bernardino de Sena foi acusado de herege 1 id6latra i:""°arlti='Crfsto Sobre Sao Bernardino de Sena (1380-1444), lese em conhecida Hist6ria dos Papas:

"Em 1427 voltou Bernardino (Sao Bernardino de Sena) a Roma ~r~ ~ iust1f1car em presen!a do PaE,!, ante quemtinha a do acusadoae heres a.75 assuntoae quesetratava tlnha-sepassado da seguinte maneira: quando Bernardino entrava numa ci· dade, faz1a levar d1ante de si um estandarte, no qual estava representado o monograma do doce nome de Jesus (IHS) rodeado de doze ra1os de sol ecoroado por urna cruz, e quando pre~ava um sermao, f1xava aquela bande1ra junto ao pulpito. Algurnas vezes, quando devia pregar sobre o doce nome de Jesus, levava tamb~m em urna mao urna tabua na qual estava representado 9 mesmo monograma com grandes letras v1s!ve1s para todos os assistentes. Com fervorosa persuasao moveu também numerosos sacerdotes a que expuaessem o nome de Jesus nos altares, a faze-lo pintar nas paredes 1nter1ores e exteriores das igreJas, e a distribuir entre o povo pequenas p1nturas dele; e, aderna1s d1sso, por 1nfluenc1a de Sao Bernardino, em mu1tas c1dades da Italia o mencionado monograma fo1 escrito com letras g1gantescas, nas Casas do Conselho, do modo coma a1nda hoje se pode ver em Sena. · Esta veneraçao do Santo Nome pareceu entretanto a muitos uma atrev1da e 111c1ta inovaçao; e inao somente os human1stas de sentimentos pagaos ; come Poggio, levantaram a voz contra aqueles 'Jesu!tas', mas também os 1nim1gos dos (franc1scanos) observantes que hav1a entre os dom1n1canos e os agost1nianos, atacaram Bernardino. Ele fo1 acusado diante de Mart1nho V, desnaturandO::Se as coisas, !.. representando-o como herege, idolatra, e ate corno anti-Cristo. O Papa mandou entao ao Santo apresentar- se em Roma, e Bernardino, que se encontrava nessa ocas1ao em Viterbo, 1nterrompeu 1med1atamente. suas pregaçoes para atender ao chamado do Chefe supremo da IgreJa. Submeteu-se 1ncond1c1onalmente a1nda ao grave prece1to de permanecer em Roma e abster~se de pregar até que se exam1nassem as àcusaçoes d1r1gidas contra ele; ~.Q. sentimento facilmente mutavel do povo afastou-se dele, que chegou !. ~

355 .

Secçao III

o dedo E;las ruas corno herege. Até apontado ~ - - 1-rieis pa:r:tid~r1os o abandonai:::_;;;.;..~:.=;:..::..;~ - i a t de· seus ma s mu 1 os - Snardiiiosofria tudo com a ma or P ram, mas er ue nenhuma que1xa aflorasse a seus cfenc1a, sem q t que a persegu1çao seria ~bi . dizendo an e 8 , d 1~ os, lvarao de sua alma e exortan o a ut11 para a sa ~ ' seus am1gos: '0e1xa1 fazer a Deus • "Da 1nquisiçao que mandou fazer o Papa, sai~ 1 d1daménte Justificado, e Mart1nho o Santo e~~ue~ntao permissao para pregar em todos ~he conce para espalhar a veneraçao do Nome de os lugares e tes fazia e também para tornar a J e sue ' como 1an ad estandarte; ' · e para que, Parti portar o mene on o onde fora caluniado, ficasse cularme1iest!maRi~~~encia Oe"'B'ernardino, .Q. proprio &em man e todo o seu clero, celebrou solene Papa, ~ -ual7e glorificou o Nome de Jesus, proc1ssa~, ~o~ns'f (L0DovlCO l'"ASTO'R, """H1stor!a paral JU ~~;a-s-EèITciones G. 0111, Buenos Aires, 1 ~ ~ 369-370 / Impr!mase: Antonio 1948, v0obl1. oid,ePÀ~gusta y Vicario del Arzobispado Rocca, sp ) de Buenos Aires, 20-5-19 48 •

394. ~ ~ ~ f.21

acusada de tolerar que prestassem honras guase d1vinas

fu.

Diz um 11vro Sobre d'Arc (1~12-1431):

O

Processo de Santa Joana

"Ela (Santa Joana d'Arc) fo1 acusada de se ter deixado prestar honras quase<tivinas: 'Sab!e1s se as pessoas de vosso partido,man• ora~oes por vos? 5 daram razer cerimon1as, m1 ssa' y ' - Eu nao sei de nada; se eles f1zera.m, nao fo1 por minha ordem. Masse eles rezaram por m1m, parece-me que nao f1zeram mal. , __ Os de vosso part1do ~ f1rmemente gue v6s v1ndesde75eus? , __ ~~ e 1 de nada, e me recomendo a seu coraçao; mas creiam ~ ou nao, eu venho da parte de~·


356.

Secçao III Se eles o e - -- - ~ . ! op1n1ao deles é boa? Sim, ~ ~ niio estao engan~ A

8

part1do, ~~:~~~ b~~a!v!ra a inten9ao doa de voaso voasaa vestea? J ~ voasoa pes, voasas mlos, I

Eu

-

nhas v;;tesa~~~od~1~!~a be1jar m1nhas maos e m1pobres vinham de O; ~dpossivel; maaaspeasoaa lhes faz1a mal orn gra o ate mlrn, porque eu nao dia'" (MARIUS sÉp~~atentando-as tanto quanto poLéon Gaut1er J 'gyec une 1ntroduct1on par M. Editeurs, Tou;a e~~need Ar~87A3lfred Nam4 e et Fils, ' • ., , pp . 2 2-2q3). 395 • ~ ~ d a Cruz, dHamado perse~1do ~ aeus confrades a conivenc1a dos ~riores

~

Da v1da de Sao J~iio da Cruz ( 1542-1591): "Alguém 1n1cia urn processo d tra ele (Sao Joao da Cruz). E o e difamaçao congel1sta, o def1n1dor de tri t padre Diego Evanrante e rancoroso Com1a 8 1n ade um anos, internpep • ona O pelo definitorio c~~~racompletdar algumas informaçoes do processo 0 pare Gracian quer en 1 sorte o aantico de Fra j vo ver na mesma Teresa (Santa T - !.!:N.. ~ corno -o chamava Madre e resa de Jesus). • • ••

:a~:

poran:~spa~~:mDiego ~vangelista, a quem os contemlérico' nao im~ço de_pouqa prudencia ecode culpabffid~ n ormaçoes; exige declaraçoes Pa1 te, gue necessita para desonrar seu -- ao aureolado .J1 de vi t d ......c...c;..;;.::.:..:...::~ --- e expUisa- lo da Ordem.P r u es~ de,milagres dirTge aos conventoscre-f ~r iss~, sem duvida, se -las e aturdi- l p- re ras . spera atemorizamente -oferecirne~~~s~ ~ ernprega alternativavare- nem urna colsa ne~ :mea~as . E quando n~o lhe valem -- falsificara as dou ra .-: porque nao lhe ~e nao d1saeram d d eclaraçoes, escrevendo o Inocentes ~ - , As a~r~i~~a s~ntàdo madu ~ mais e rana a, as mais terrfvel 1 f pelo fatoedent~::e~;e· ac~ssadas pelo definidor, guido, assusta.m-se e do tao queridas pelo persepretaçao gue da ' ~ ~ da pe·rversa inter~ _ ao que ex1ste d e ~ santo,

357 .

Secçao III

gueimam ~ gaveta cheia ~ escritos, cartas ~ ~tratoa d e ~ pai Fre1 Joao .•... "0 que raz, enquanto isso , o Padre Doria , Vigario Oeral (da Ordem)? Esta ignorante, em seu convento de Madri , ao que acontece na Andaluz1a, quando todoa est[o escandalizadoa com o alvoroço levantado pelo Padre Diego Evangelista, aeu comissario? . • • • Tao benevolamente olham o Vigario Geral e oa definidores a atuaçao do Padre Diego que, em vez de penitencia- lo, o mimam, levando-o à Italia, ·onde continua, meemo depois de morto Frei Joao (Sao Joao da CruzTaeu infametrabaTfio difa_,..,.. --. ••• ---- - - ---matorio. "Eatando ele (Frei Diego) em Sanlucar, chegou a not!cia da morte de Frei Joao da Cruz e enquanto as freiraa, Maria de Sao Paulo espec1almente, choram e lamentam o desaearec1mento do Santo, o padre Diego exclama: 'Se nao morresse, eu lhe t1raria o habito e nao morreria na Ordem'"-(CRISOGONO DE JESÙS OCD,Vida de San Juandela CMud, in Vida ~ ~ de San Juan de la Cruz-;-t!E, a rid , ---rg04, pp. 310, 311 , 312 e 313 / Imtrimatur: José Mar!a, Ob. Aux. y Vie. Oen., 11- 5- 19 4). 396. Santa Rosa de Lima foi perseguida E.2.!. agueiesniesmos gue ee cons1deravam catolicos sinceros 1 ~ ate por ministros do Santuario Comenta (1586-1617):

um

biografo de Santa Rosa

de

Lima

"Chama r ealmente~ aten1ao ~ Rosa, sendo tao santa e favorec1da pelo Ceu, pode ser tao perseguida ~ maltratada por pessoas que eram sfnceramente cr1stas ! que estavam muito longe ~ ~ IniiiiI~as, corno sua propria mae. A explicaçao é a quea 1ndica~o~osa nao estava entao canonizada, nem havia sido proclamada Patrona do Novo Mundo. Era urna pobre e humilde donzela , que seesrorçava por seguir as pegadas do Divino Corde1ro, fugindo da vaidade e do mundo , e levando urna vida oculta e escondida com Deus , em Jesus Cristo . Sua mae nada compreendia dessas coiaas , e estava muito longe de vislumbrar o futuro que estava reservado a sua filha. Por isto, tudo o que via de estranho


358.

Secçao III

359.

Secçiio III

e singular em sua vida, o atribuia a manias, ilusao ou fanatismo devoto; e se porventura alguma vez, diante da realldade e da evidencia dee fatos, ca!a em si e reconhecia aeu procedimento injuato, rapidamente a paixiio e o mau humor que a dominavam voltavam a cegar-lhe, e faziam ruir aeua bona prop6s1tos . . ...

"Rixaa, desprezos, pancadas e maus tratoa chov1am a cada passo sobre a timida e !nocente virgem, a quem nem sua delicadeza nem auas lagr1~ mas podiam defender dos furiosos ataquea de sua iracunda mae . Quem ouvisse Maria de Oliva durante esses aceasos , a consideraria a mulher mais 1nfeliz do mundo por ter urna filha corno Rosa. Esta ~ · segundo !. mae, ~ hip6crita, farsante, que procurava enganar todo mundo com embustea ~ encantamentos, urna beata perversa e diasimulada, gue gueria faze'r=aepassar ~ santa, quando nao ~ mais d o ~ ~ monstro de orgulho que ae obstinava em prosseguir com seus caprichos, mofando-se de sua mae e de todo mundo . . ••. "Nem faltaram diretores desavisados ~ imprudentes, pouco versados noa carni~hos inter1ores da perfeiçao, que ~ experienc1a dos princ!pios !_ da solida virtude de Rosa, censuravam sem maior exame sua conduta, atribuirido-a a causas muitodista'n'tes da verdade ~ da justiça. Levando adlan€e ·suas op1n15es, arrojadamente tentavam persuadir a Santa virgem que seu modo de viver estava fora das regras, que caminhava sem segurança, seguindo unica- \ mente o aeu arbitrio e seus caprichos, nascidos do \ destempero de seus humore&. e da debilidade .de seu / cérebro, em virtude de muitos jejuns e austeridades. Estas e outras opinioes expostas em publico fòmentavam aem duvida os caprichos de Maria de Oliva, tornando seu natural mais insuportavel , e seriam suficientes para desanimar a quem nao t1vesse o esp!rito de Rosa • . ••• "San ta Rosa sofreu ~oposiçao ~ ~ perseguiçao mais rancorosa durante cito ou dez anos, da parte _ do mundo, de ~ familia, !=..J o gue e ~ior -:-de al~ maus ministros do santuario,~!:.!?.. ultimo~ mais poderoso recurso de gue 2.. demonio lança, mao ~ fazer vacilar as almas e tornà-las 1nf1e1s a lJeus ~ u a vocaçao" VICTORINO OSENDE~

---rr.-Fr.


360.

Secçao III

361.

Secçao III

Santa Rosa de Limg, Pluma Fuente, Lima, 4a. ed., pp. 30, 31, 34, 3 , 39 e 52 / Con las debidas licencias).

sao Paulo, Imur1matur, lf- -1939),

397, "Que grande~ se pudéssemos morrer decapitadas p o r ~ deDeus"

f.2!

.Da v1da da Vener!vel Virginia Centurione Bracell1, Fundadora das Irmas de Nossa Senhora do Monte Calvario (1587-1651):

Do conhecido hagi6grafo Mons. Bougaud em sua h1st6r1a de Santa Margarida Maria Alacoq~e (1647-1690), a quem_Nosso Senhor revelou a devoçao a s~u Sagrado Coraçao:

"Apesar do zelo, nào faltam as filhas incorrigive1s e 1nconstantes, e aquelas que depois de haverem tomado parte nasua mesa a abandonam sem p1edade, e aquelas que regressam ao mundo, lançando-se novamente no~ perigos. E pois natura~ que contra Virginia aè ievantem certos progen1tor.es a cujos olhos a obra dela transtorna seus deseJos infE11!1eo e trunbém muitos outros tipos que vem subtraf~o, pelo zelo de Virginia, o alimento das suas paixoes. Ent.ifo, rebel16es, zombar1as, vilipendios, perseguiçoes . ?o!~ bem, ela opoe a tudo isto uma calma inalteravel e também entre os obstaculos de todos os generos, se revela tal modelo de mansidao que causa admiraçao à ramilia inteira e lhe conquista a veneraçao universal. "Um dia , dur·ante a recreaçao comum, razia-se an1mado comentar1o sobre certos ,fatos ocorr1dos na cidadc, e especialmente sobre o fim de um r.amoso criminoso que h~via sido degolado. Virginia, entre as filhas, comentava o ocorrido, mas razendo salutares reflexoes. Eie quando uma menina insolente, uma 'coisinha', Ja acolhida de graça, no asilo, e que agora morria de 6d1o contra aquela que a recebera e a mantinha, se volta com despeito para as outrae e apontando para Virginia, resmunga: 'Ohi porque nao cortam ta.mbém a cabeça desta mulher?' Virginia escuta as delicadas palavras, sorri um pouco, e virando-se tranquila para uma sua confidente lhe diz: 'Irma, que grande graça se pudéssemos morrer decapitadas por amor de Deusl'" (Mons. LUIGI TRAVERSO, V1da e Apostolado da Serva de Deus Virginia CenturI"one ~racelli, Editor~ 7il'ar1a,

398.

..

~ Marsar1da Maria Alacogue acusada ~ de possessa

"A roda de Margarida tudo eram duvidas, suspeltas e contradiçoes. Imag1nemos o que seria em 1675 aos olhos de suas irmas, as religiosas de Paray a nossa humilde Margarida. Deus acabava de confiar-lhe uma admiravel missao e honra inestlmavel razendo-a confidente das angustias e sofrimentos de seu Sagrado Coraçao; mas tudo 1.sto i:s religiosas ignoravam. Nem o padre de la Colombiere (o Beato Claud"io de la Colombière, Jesuita), nem a superiora e multo menos a Beata lhes haviam revelado o segredo; sabiam somente o que viam; i~to é estar em oraçao tempo !menso; levantar-se as dez horas, o que sem duvida lhe er~ permit1do pela superiora, mas desusado na V1s1taçao; atos gue ~ reciam singulares, ~ trabalhar de Joeilios e outros que as pasmavam sem aclararem o seu espirito, como . os seus desmaios que obrigavam as rel1g1osas a levarem-na em braços; e, o que a1nda mais atraia ., a atençao frequentes conferencias com a superio- ;· ra com o'oadre de la Colombière e outros confesso~es extràord1nar1os, conferencias nao multo do agrado de Margarida e cujo motivo èlas 1gnoravam; finalmente tudo quanto traz fac1;mente aos lab1os palavras c orno estas: '!2.;' gue nao ra~a !. ~ uet'1da 1nn1i ~ todas nos? Que deseJO de Singuarizar- sel' "A 1sto acrescia um esta.do de extase singular e de que ac1ma falàmos, que aumentava de dia em dia, tornando-a incapaz de qualquer oficio. Ocuparam-na na enfermar1a, mas sem multo proveito, apesar da sua bondade, zelo e dedlcaçao a toda a prova e de sua caridade, q~e muitas vez;s a levava a praticar atos de heroismo tal que so o ouvi-los

1

;

1961, la. ed. em portugues, p. 122 / Stephanus Fulle P. V., Oenue,


362.

Secçào III

repugnaria aos nossos leitores. Tarnbém a haviam empregado na cozinha, mas foi por pouco tempo, porque tudo lhe caia das maos, e a admiravel humildade com que reparava esteà seua desazoa, nao impedia que prejudicasse a ordem e regularidade que devem reinar em urna comunidade. Tinham-lhe conriado ~ educaçao das meninas, que muito ~ ~ ~ ~ lhe cortava.m pedaços ~ habito ~ ~ urna santa, mas o seu estado de extase impedia-a de viglar quanto era necessario. Pobre irmal em 1675, muito mais que em 1672, a sua vida ja nao era na terra, era necessario deixa-la no aeu céul "Acresciam ainda as doenças, curaa subitaa, reca!das repentinas, um estado que os médicos nao compreendiam e muito menos as religiosas. Como nao se admirariam? Como nao d1riam: Mas ero tudo isto nao tera grande parte a imaginaça~umtemrrameii= te> iiiarregulado, e tarvez alguma ilusà:o? nterrogavain=na, mas debiùde, porque nao respondia coisa pelo menos satisfato.r1:à ou que desse à comunidade alguma luz. De maneira que algumas chegavam a di- r zer que Soror Margarida Maria e r a ~ visionaria. Acusavam-na de~ ter apoderado ~ esp!rito d a ~ periora !:. do padre de la Colombiere !:. de ~ fa- J zer acreditar ~ ~ alucinaçoes. Algumas ate foram mais longd; imaginando que Margar1da estava posses"s"a; quan o.!!_ encontrav~ fu lançavam Agua benta" (Pe. BOUGAOD, Vigàr1o geral de Orleans, IIT'8'toria da Beata Margarida Maria. ou da Origem da devoçao aoCoraçao de Jesus~LI'vrarfa-rnternacic>= nal, Porto-Braga, 18~, pp. 28-229). 399. Acusam Santa Veronica Giuliani de guerer fazeMe notar, e de estar possessa do demonio - - ---

363 .

Secçao III

Giuliani) , A pior delas ousou dizer que aquela Irma estava possessa do demonio •...• "0utras menos furioaas, insinuavam que essea estados ano;mais de Veronica vinham de aeu desejo de se razer notar. Muitaa se deixararn levar de momento por essas criticas acerbas, esquecendo a doçura, a humildade, a bondade, todas as virtudes dessa pobre Irma acabrunhada, e nao considerando senao as complicaçoes traz1das para o convento, elos fenomenos misticoa que se davam com ela" fctesse. M. DE VILLERMONT, Sainte Véronique Giuliani Librairie Générale Cathol1que, Maiaon Saint:Roch, Paria-Couvin, Belgique, 1910, PP• 271-272 / Im rimatur: J. M. Miest, vie. gen., Namurci, 1-3-19 O).

1

~00. Os fmpios o chamavam de malfeitor !:. de anti-Cristo De urna biografia de Sao Lufs Grig,,ton de Montfort (1673-1716), o grande Apostolo da devoçao mariana: "A conduta de Grignion.dé Montfort de tal forma pareceu extraordinaria aos seus contemporaneos que os fmpios ~ tomavam ~ diabolica, chamando-o de malfeitor, de anticristo, de obsesso; os mundanos consideravam-no extrava~ante, ~ 9~ oons ~elo menos tlnham-no corno esguialto ~fora~ ccimum (:r:-;;r:- TEXIER, Sao Luis Maria Gr1gnion de Montfort, Vozes, Petrépolis, 191i8:-pp. 44-45 / Com aprovaçao eclesiastica). 401. Que Santo nao foi acusadodesTrigularidade?

Da vida de Santa Veronica Giuliani (1660-1727), grande mistica italiana que recebeu os estigmas da Paixao:

Da mesma biografia de Sao Luis Maria Grignion de Montfort:

"0bstinada como estava em sua injusta suspeita, ela (.!_ Super!ora) escutava mais do que nunca as Irmas malevolentes e caluniadoras. ~tas se aproveitaram disso para-desenvolv.er urna camfanha violenta contra Veronica (Santa Veronica

"Acusara-o de s1ngular1dade, mas ••• de igual reprimenda fora porventura excetuaOoalgum santc'r Enfim, um santo é singular semente porque se eleva sobre o comum dos homens. Certamente que Montfort era singular, pois fazia urna guerra continua ao mundo e às suas maximas falsas, porque calcava aos


364.

Secçiio III

Secçao III 403. Se os Apostolos tivessem temido passarpor or1g1na1s,

pés todo respeito humano , porque colocava o serviço de Deus acima de qualquer consideraçao humana. "Nao fora esta, com efeito, a mesma linha de condu tS:--guesublevaraO'mundo contra Jesuseseus Apostolos? O santo missionàrio podia, pois,-reputar-se feliz por estar em tao boa companhia" (J. M. TEXIER, ,sao Lu!s Maria Gri~nion de Montfort, Vozee, Petropolis , f91nr:-p. l 8 / Com aprovaçKo ecleeiaetica).

jama1s ter1aro fe1to apostolado Ainda sobre o grande Apostolo marial:

402. O Santo desconcerta e às vezesescandal1za .2. hoiiiem comum

Comentario de outro biografo do Lu!s Maria Grignion de Montfort:

mesmo

Sao

"Por definiçao, ~ santo na2 pode ser um homem ero tudo semelhante aos outros homenS:-Eienao fica no plano da natureza , mas tende a perfeiçao d~ Po.i celeste . Seu incessante progresso ~ dire~ a Deus aumenta, dia apos dia, a distancfà exTstenteentre ele e asalmas to'rnadas pesadas, 1mob1l1zadas pera carne:-o santo espanta ~ humanidade media. Ele .a escandaliza, enquanto nao a elevaacimadosliaixos horizontes. "0 santo é um or1g1nal; e ~le o é tanto mais quanto em sua época, seu ambiente, seus aud1t6rios, eatejam mais longe do c~u. Eleo é porque tem mais futuro no esp!rito, porque negligencia os habitos, os preconceitos, as cont1ngenc1as para preceder seu século no te~po, para levar seus ir~ miios a esse fim misterioso que seu olhar de profeta descobriu. Mesmo quando se encontra entre verdadeiros cristaos, elè os surpreende ainda; ele .se ap61a, por aasim dizer, sobre eles para se proje tar para ·o alto com mais audacia. Tendo partido de multo alto, ele avista logo os cumes; sem orgulho, mas sem medo, ele se interroga diante de Deus: Quo non ascendam? (At.é onde nao me elevare i?). E ele provoca vertigens em seus contemporaneos". (GEORGES RIGAULT, Saint Louia-Marie Grignion de Montfort 1 Lea Trad1tions Françaises, Tourcoing, 1947 , pp. 9-10 / Im rimatur: Joannes Baptista Megnin, Episcopus Engo Ismensis, 28-4-1947).

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-·.1

"Certas influencias, para se exercerem plenamente, necessitam do tempo e da repetiçao. Sao ~~!s ~ ~ Montfort deixou transformadas por I:!.!!!, seculo paroquias onde ele ~ - pregado durante qu1nze dias. Ele passava, e nao voltava mais: atras dele, seus 1nimigos reconstru!am às pressas as barreiras, as portas e as pontes levadiças, para que eua conquista fosse efemera, para que seu resto rosse esquecido . Inute1s precauçoesl Sua voz continuava a ressoar incessantemente entre as muralhas. Seu olhar permanecia no fundo das consciencias. "(0 Padre) Blain niio ousava, d1ante de urna eantidade evidente, invocar a distinçao entre 'preceito' e 'conselho'. Ele julgou encontrar ~ boa posiçao d e ~ criticando~ 's1ngular1dades ' do homem. -- 'Se eu tenho 's1ngular1dades', respondeu--;;fontfort, é contra ll).1.nha intençao. Eu nao procuro te-las. E se minhas singularidades me propiciam algumas hum1lhaç5es, vamosl tanto melhorl Deus deseja que eu .seja assim para confundir meu orgulho'. E acrescentou, nao sem esp!rito, que se osa 'stolos tivessem temido féissar E.2.!:._ or1p-= naie- ama s teriam saldo do Cenaculo" {GEOR ES iimx6LT, a1nt Lou1s=HarieGrignion de Montfort, Les Traditions França1ses , Tourcoing, 1947, pp. 92 ~ 141 / IQprimatur: Joannes Baptista Megnin, Episcopus Engolismensis, 28-4-1947). ~04 . Perseguiçoes sofridas por Santo Afonso de Lig6rio

Conta uma biografia de Santo Afonso Maria de Lig6rio (1696-1787), a quem Pio IX conferiu o t!tulo de Doutor da Igreja: "Afonso (Santo Afonso de L1g6rio) ofereceu a Deus sua v1da, resolv1do a empreender a fundaçao (da Congregaçao do Santissimo Redentor), ainda que lhe fosse mister sofrer toda sorte de contratem-


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Secçao III

poa. Com efeito, apenas dera os pr1me1ros passos, desencadeou-se contra ele a mais furiosa tempestade . ~~ gue lhe d1ziam sem rebuços, era que se lançava numa extravaganc1a ••.• ~ s e diliava le°= ~ pelas alucinaçoes de urna visionaria gue os louvores lhe tinham feito perder o Jufzo e o <5'"rgulho e a vangT6rla ~ cega'viim. - -

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"0 tio, dom Mateus 0izzio, reitor do seminario, repetia-lhe em todos os tona: "-- Sois urna cabeça sem miolo; deixai-vos arrastar pela fantasia de urna freira; nao ouvis nenhum conselho; soia a burla e o escarnio da cidade. "A maior campanha movia-lhe o Colégio da Sagrada Fam!lia de Jesus, onde Afonso fora pensionista e onde tanto trabalhara. Para o Padre Ripa e seu estabelecimento, , a decisao- de Afonso e sua perda representav~ 11ma catastrofe. O antigo missionario dos chineses esforçou-se em vao por dissuadi-lo; mostrou-lhe por todo8 08 modos que sua resoluçao era rid!cula, um verdadeiro pecada seguir os conselhos de urna freira e abandonar o bem que vinha fazenda no colégio. Nao tendo conseguido virar a cabeça de seu pensionista, dirigiu-se Ripa a Monsenhor Falcoia numa carta que raiava pelo atrevimento e injuria. Ao mesmo tempo rompeu com os padres Pagano e Fiorilli e de t a l ~ amotinou ~ opiniao publica contra esse8 dois sacerdote8 gue ambo8 rogaram ~ Afonso tomasse l por diretor ~ Monsenhor Falcoia ~ QS deixasse ~ : paz. "Ripa, esperto em manejar as armas e acostumado a ver-se sabe Deus em que questoes com 08 ch1nese8, de tal maneira sublevou ~ o.p1n1ao ~!!!.2.:veu guerra aAfon80, que este, todo perplexo, perguntava a sl mesmo, se em verdade seus diretores nao o haviam induzido a uma aventura. Abandonado dos melhores amigos, dirigiu-~e a Scala a manifestar as hesitaçoes a S6ror M_ar ia Celeste (Veneravel Maria Celeste Crostarosa). "-- Dom Afonso, esta obra é de Deus. Haveis de ver os resultados. "Havia naquelè mosteiro urna religiosa. ancia, que sofria de demencia. S6ror Maria Celeste, e suas co-irmas, supiicaram a Deus que, se as visoes

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Secçao III

367.

fossem verdadeiras, e nao puro engano, fizesse um milagre, restituindo a razao à pobre freira. Afon80 achava-se em Napoles, quando recebeu este recado: -- S6ror Maria Madalena (a enferma) acaba de recobrar a razao •••.. "Em Napoles, no entanto, as mas lfnguas continuaram a denegrir-lhe a reputaçao. Ripa e alguns amigos nao descansavam. O menos gue propalaram era: Afonso ! ~ 1ludido-;- vaI<foso, orgulhoso, ~ vergonha !:. ~ desonra do clero napol1tano ...•. "Mas tinham-lhe revelado que a Congregaçao se fundaria, embora tivesse de passar pela prova de fogo, iato é, arrostar dificuldades nao s6 externas, mas, principalmente internas . Estas dificuldades internas sao caracter!sticas da obra Afonsina. Todas as fundaçoes tem esbarrado com inimigos externos. Tiveram suas desarmonias internas, é certo; mas estas, na vida de fundador, tem sido quase sempre dificuldades que sobrevem a toda sociedade de homens. Na obra de Afonso, n6s o veremos, nao.faltaram as tramas exteriores, e cem vezes esteve a Congregaçao a ponto de soçobrar. Mas, se grandes foram essas tormentas, incomparavelmente maiores foram as internas e ao Fundador, na hora de sua agonia, nao faltou_um Judas ••••• "0s inimigos tinham espalhado as not!cias mais ridfculas. Dizia.m que o Papa, informado das pretensoes de Afonso, proibira a Honsenhor Falcoia de ocupar-se dele e da Fundaçao. Alguns pregadores apresentavam-no do alto da catedra, ~ ~ exem21.2. de ~ e de guedas~ ~ que estao expostas as ~ presumiOas ~ orgul osas. 0s parentes e amr= gos recebiam-no envergonhados. Q tio, reitor do seminario, evitou encontrar-se com ele. O padre Ripa cerrou-lhe as portas do colégio. Nas ruas apontavam-no com 2. dedo corno~ fosse um louco". (Pe. J0SE M0NTES CSSR, Afonso de Li66rio o Cavaleiro de Deus, Editora Vozes,-P-etropolis~ nt)2, PP:--35-,-36, 40, 41 e 43 ; -Imprimatur: P. José Ribolla CSSR, Snperior Provincial, Sao Paulo).


368 .

Secçao III

Secçao III

405, Acueado de criar urna . .. " ~ daecosteletae" Da mesma biografia de Santo Afonso Maria Ligor1o:

406 , ~ pr6prio dos medfocres se escandalizarem com os Santos ~ grandeahomens de

O céleb re bi6grafo de Santoe, Mons . Trochu, comenta a prop6eito das incomp reensoes de que foi vftima o Cura d'Ara (1786-1859) :

"Entretanto, aquele admiravel apoetolado ia terminar de um modo tragicomico. A mult1dao {ue se a~lomerava em torno do zeloeo sacerdote Santo A onso Mariaae Clg'or=iOT, crescia, sem ceasa r:--rru:=merosos eram, tambèm, os clerigo_s_e aeculares instruidos, que o aJudavam. A gente da cidade começava a desconf iar daqueles aJuntamentos. Alguns se aproxlmavam, mais por curiosidade, ouviam a Afonso e,retiravam-se edificadoa. Outroe, talvez ~ propositos investlgadores, andavam suspeitando ••• politica ••• heresia ••• Introduziram-ae astutamente nas filas e descobriram uma confirmaçao formidavel de euas suspeitas • •• t que Afonso reP:eendi~ um ope rarlo ,por se entregar a mortificaçoes exageradae. E um cavalheiro, dom Porpora, secundava o sacerdote, acresc entando:

"No grande movimento que arraatava as multidoes par a Ars , bem pouco fez o clero. Aos sacerdo~ . ainda ~ ~ mais zelosoe • parecia coi sa estranha ~ se fosse consultar o cura de urna parOqula de ITmiis!TNao é homem-coriioosoutro8', repetia-avoz popular . Ah i sabiam eles. Seu porte externo bem revelav~ o que na realldade ele (Sao Joao Vianney) era: Um excentrico oue se ri a melhor portar-se convenientemente como o s o u t ~

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Q santo ~

"Sem duvida, nos primciros tempos, os colegas Julgaram com severidade sua conduta ~nao viam ~ ce rtas maneiras de agir mais do™ o fruto duma originalidade aretada eeustentada por vaida<3'e': Qualificavam de extravagante ~ que na realidade, tendo ~ conta !_ intençiio, 'niio era mais do gue j)er!'eiçao ~ santidade •• • •• 11 Entende-se facilmente que um exterior tao deslelxado, cuja causa verdadelra ainda nao era conhecida, desagl.'adasse a todos os membros do clero. Os sacerdotee tle Liao se tèm distinguldo aempre pela dignidade do porte. Os contempo r !neos do Cura d'Ara julgaram repreens!vel o descuido que qualiflcavam de inconveniente . Alguns o tachavam de avaro . Porventura nao poderla, alnda que fossero poucos seus r endlmentos, procurar um t r ajc mais decente? Outros acreditaram descobrir nele falta de senso co!ll\lm , Outros ainda acusaram-no de h1p6cr1ta possutdo dum secreto deseJo de chamar~ atençào .

-- Olha, filho , é preciso corner para viver . Se tue mulher te oferece umas costeletas , come-as e bom prcveitol' "Nao suepeitava o bom Porpora quanto iriam ca.minhar as suas costeletinhas. • "~ueles palavras, ouvidas de ma tençao e interpreta~~" maneira pior ain<Ia-;-correram- por ~ !. cidade: Seita ~ Costeletas". E começou a corr!:.!: ~ ~ d e que ~ aquilo, com-apar~ncias pJeàosas, terminava~ escandaiosasOacanais. Orna denuncia apos outra foi chegando ao prefeito da c idade . A policia prend eu logo alguns dos ja fam o~os sectar1os , entre os quais Barbarese e Nardone. .1.nterrogados, responderam que se reuniam para ouvlr o senhor de Ligorlo. Ao ouvir o nome do poderoso patrfcio (Santo Afonso, da nobre e poderosa famflia dos Liguor1, de Napoles), a autoridade deu imediatamene libP.rdade aos presos; mas, diriglndo-s e ao Ar~ebispo, a mesma autoridade conseguiu que as reunioes fossem suspensas" (Pe. JOSE MONTES , CSSR, Afonso de Lig6rio o Cavaleiro de Deus Editora Vozes, Petropolis I962, p. 30 Timpri~atur: P. José Ribolla CSSR, Superior Provincial, Sào Paulo) . '

Cura d ' Ara era acueado de h1p6crita vaidoso, por outros padres

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"Da! o ruenosprezo e as antipatiaa contra ele que se manifestaram em mais de uma ocaslao por palavras e até por atos ••••• 11 0 P. Vianney pareceu sempre insens!vel às recr1m1naçoes que nao atingiam mais do que a parte


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Secçao III

exterior: Desposara a pobreza e corno S . Francisco de Assia es. Sento Labre, trazia as ins!gnias dessa virtude . Mas out ros ataques, que foram para ele pesada cruz , teve de sofrer da parte dos irmaos no sacerdocio. Quiseram proibir~ ~eregrinaç5es gue ~ faziam para ve-lo "Nao passara horas amargas quando em Ara e nos povoados vizinhos a maledicencia se enfurecia contra a sua reputaçao de ministro do Senhor , ministro austero e casto? Agora tentavam impedir as almas que se dir1giam para ele. "Seria desculpado nasua negligencia (no vestir) se fosse um sacerdote aabio, desterrado por amor ao estudo, naquele rincao desconhecido do mundo . Mas seua colegas tinham boa memoria : O Cura d'Ara era homem excelente, aerviçal, zeloso, porém curaara teologia? Cinco meses , a multo custo, em Santo Irineu de Lfab: um conhecimento quase nulo da lingua latina; uma despedida na metade do curso; umas 11ç5es sem importancia na caaa paroquial de Ecully e como fecho, a filtlma par6qu1a da diocese. Pobre Cu ra d ' Arai E 1am consulta-lo tantos ingenuos I ~ haver1a de extra.ordinario na ~ Q..!..reçao? ~ Os mesmos conselhos -- ~ in~pirados por~ exper1e nc1a mais longa no governo das almas -- ~ os tinham ao seu alcance nas respectivas ~aroquias? 'Naoe mais perfeito'Oo que nos ', ass .m se permitia d1zer um diana. pr ese~ça da senhora Cibeins um ecles1ast1co , falanda do P. Vianney. O continuo movimento para Ara, que ja tornava aparencia de uma 1n1nterrupta peregrinaçao, convertia-se verdadeiramente em pedra de escandalo . Ja era tempo de esclarecer aqueles simples de esp!rito . Era mister pois recorrer à autoridade superior . "Assim aconteceu. Muitos sacerdotes pro1b1ram !_ seus paroguianos , sob pena de ser-lhes negada !!. absolvixao, de irem a Ara. Outros fulm1naram esta proibiçao do-alto do puI°pito. Alguns tomaram---cfa pena ~ para fazer ver ao prelado , o novo perigo que ameaçava tantas almas . • • . •

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secça'.o III randes homens ~ os santos eacandalizam 08 - ~les ~ vivem na mediocridade aqu -"So um leitor inesperto poder-se-1a maravilhar desta guerra s orrat eira , dir1gida contra o Cura d'Ara por alguns de seus colega s. Ela é um dos preços da santidade. 'Qual .2., ap6stolo , ~ or de urna ordem, o revelador ~ .2., indicador de L devoc'"ao OeeITnaaa a ser un1versa1 , o rerormaa~~ ~ na~ tenha t1do-que sofrer, ~ 01go J! de 1n1.migo;;mas de seus amigos , ~ ~ irmaos -ré? Eque toaoo grande, quer seja pelo genio, ~!er-pela santidade, começa por espantar, por escandalizar a todos os que vivem na medioc ridade e na retina' (HENRI JOLI , Psicolo~ia dos Santos, op. cit., p. 36)" (Conego PRANc_s TRocHtJ., Q. Cura d'Ara Vozes Petr6polis, 2a . ed., 1960 , PP• 230, 231 232 e 236 / Imprimatur: Lu!s Filipe de Nadal, Bispo de Uruguaiana, 29-6-1959).

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407, A atuaçao de _§!2, ~ Bosco suscitou oposiçoes obstinadas mesmo nas fileiras ao Clero, ~ ~ ~ propr!a lfferarouia da Igreja De uma vida de Sao Joao'Bosco (1815- 1888), vertida para o portugues por D. Joao Rezende Costa, atual· Arcebispo de Belo Horizonte: "Nao podemos omitir nesta vida as paginas dolorosas em que se narram as oposiçoes obstinadas que o eap!rito precursor do Santo susc1tou, mesmo nas tileiras do clero, e até na pr6pr1a_Jerarqu1a cat611ca. Os h1stor1adqres d~ vida de ~ao !elipe Néri de Santo Afonso de Ligo r 1o. de Sao Joao Batist; de la Salle , de Santa Antita Thouret, nos servem de exemplo neste ponto. Todavia julgamos ter conseguido aliar o respeito à fidelidade h!st6r1ca com o res peito às pessoas, cujas intençoes eram provavelmente retas e cujos des !gnios eram honestos , embora , na expressao de Sao Paulo, ~e tivessem convencido erroneamente de que davam gloria a Deus obstaculando o apostolo" (A. AUFFR~Y SDB Dom Bosco , L1vrar1a Editora Salesiana, Sao Pauio,--1955, Prefacio à 3a . ed. francesa, P• 8 / Imprimatur: Mons . M. Meirelles Freire, Vigario-Geral, Sao Paulo, 9-10-1946).


372 .

Secçao III

Secçao III

denciais, completamente alheias à politica e às coisas do governo . Quando começaram , pois, as 1nuiriçoes, eu havia levado para outro lugar tudo quanto pudesse dar o mais 11geiro pretexto para ~uspeitar de relaçoes o~ alusoes politicas em nos8 casas" (Sio JO~O BOSCO, Hemorias del Oratorio ~~ Biografia l Escritos de San Juan Bosco,, BAC, Madrid, 1955, pp. 253-254 / Imprimatur: Jose Maria, Ob, aux. y Vie. gral., 13-5-1955) .

408. Sao Joao Bosco, para evitar mas interpretaçoes ~ acusaçoes, escondeu certos papels que nada contlnham de particular Relata Oratorio:

Sao

Joao Bosco em suas

Mem6r1as

do

"Corria o ano ·de 1860 . Os acontecimentos po11t1cos agitavam toda a Europa e seu centro era a Italia. Um partido, ou por dizer melhor, uma facçao, sob o nome de li~eraia democraticos, promoveram o esp!rito revoluc1onar1o, começando do palacio dos soberanos até o tugurio do rude campones e do pobre operarlo. "Suprimiram as corporaçoes religiosas de um e de outro sexo, desprezaram todas as leis da IgreJa e a propria autoridade do Sumo Pontffice; fo1 abolido o foro ecles1ast1co, foram conf1scados todos os bens dos cabidos , ( dos seminarios e daa "dioceses; fc ~am invadidos, em sua maior parte, os Estados d~ Santa Sé. Os dirigentes da Pol!cia, para infundir terrore aparentar que nao temiam a ninguém, começaram a varejar domicflios privados e a encarcerar pacfficos cidadaos ••••• "Onze vezes a nossa casa foi honrada por estas visitas dom1c111ares ou batidas policiais. Exporei urna delas, e por esta se sabera o teor das demaia. "Devo advertir que tres dias antea da primeira visita, na noite de 23 para 24 de malo, ·.tinha tido um •sonho' que, explique-se como se quiser, foi-me muito proveitoso. Pareceu-me que urna turba de esbirros entrava nos meus aposentos, apoderava-se da minha pessoa, revlstava os papéis, os armarios, as gavetas, revirando tudo. Um deles, de aspecto mais benévolo, disse-me ao ouvido: 11 - Por que o senhor nao retirou daqui este e aquele escrito? Com· isso teria evitado um 'dissabor. "Ao arnanhecer, contei o sonho corno uma brincadeira da fantasia, .Q. gue nao me impediu, entretanto, de ~ minhaa coisas ~ ordem ~ de retirar alguns papeis que, sem conter nada de particular, podiam ~ mal interpretados. Erarn cartas conti-

373.

409, Santa Teresinha: minha missao se cumprlrà apesar da inveja dos homens Sobre Santa Teresinha do Menino (1873-1897) , escreve o Padre Feitosa:

Jesus

"Numa confidencia com a Madre Ines de Jesus , Teresinha declarou: 'Para a minha missao, ~ ~ ra a de Joana d'Arc, avontadede Deus cumprir-se=a: -apesar da invejados homensl""---n'e . ANTONIO FEITOSA 1 Santa Teresinha a Violeta de Liaieux, Vozes Petropolis , R.J., ~a~ ed. refundida, 1955, p. 274 / Imprimatur: D. Manuel , Pedro da Cunha Cintra, 20-1-1955).

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Secçao IV

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A f ormaçao catoiica tradicional, proporcionada pelos santos, é urna formaçao viva em que, a par da ·doutrinaçao, a personalidade dò mestre ou do superior' seus exemplos e · , . seu conv1v10 desempenham papel · relevante


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também inculcar a Y1rtude

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410. A educaçao do coraçao, do carater .!.!:. ~ rar ~ ~ d a educaçao da·inteligencia ~ da consciéncia:-deve

Do Novo Manual do Categu~ do teologo Giuseppe Perardi: 11 Ensinar o catecismo quer dizer, em primeiro lugar, fazer conhecer, fazer aprender a doutrina que ele contém . Dissemos em primeiro lugar, porque o ensino do catecismo difere inteiramente da outra instruçao. Todo o ensino profano se dirige principalmente à razao, isto é, à mente do homem, para o levar a saber coisas que antes desconhecia, ou faze-las conhecer melhor . E perfeito todo o ensino que fornece à inteligencia um éonhecimento de um modo perfeito. · Fim do ensino religioso: nao s6 fazer conhecer as verdacfes, mas levar ~ pratica do Bem "Porém assim nao sucede com o ensino do catecismo, que nao tem em vista semente a inteligencia, mas igualmente a vontade e o coraçao; porque Q fim do ensino religioso (ou do catecismo) $. f s6 fazer conhecer.as verdades religiosas, dogmati~ ~ morais, mas encaminhar a vontade a amar a Deus ~ ~, -praticar por ~ dEle Q ber,1 -gue Ele quer, ~~evitar toda ~ sorte de mal . . . . .

·• ·


378 .

Secçio IV

"Em suma o ensino do catecismo nio é s6 a instruçio religiosa, é também a educaçao cristi. Reduzir o catecismo a pura e simples instruçao, é uma compreensao falha, pois é cuidar de um dos elementos (e elemento fundamental) da obra catequ!stica e descurar um outro; visto ser o catecismo, corno o entenderam desde a mais remota antigiiidade cristi, ao mesmo tempo instruçao e educaçao, ou seja a formaçao do crente. Insiste ele sobre as diferenças, concordemente apontadas por todos os pedagogistas, entre a instruçao e a educaçao. -- 'A educaçao é o fim que se deve alcançar , a instruçao é apenas um dos meios' . A instru2ao enriguece a inteligencia; a educaçao cultiva ~ arma

Secçao IV

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1

411. "S6 .2. saber ~ basta para garantir~- fonnaçao moral do individuo" De um curso· completo de religiao .por Catedrat1cos da Universidade de Bonn: S6 o saber nio basta para garantir a formamoral (fo--rn<ITv!duoTmoral positivista)-:- A cultura do coraçà'.o i(da vontade) ~ ~,importante do gue ~ cultura da intel1gencia . Nao e o cabedal de

ciencia mas é a cotaçao da consciencia que determina O valer moral da pessoa . ~em for~açao de caater nao se pode adquirir ciencia solida e ver~adei~a", (Dr. FREDERIC0 TILLMANN, Luz ~ Vida, Vozes Petr6polis, R.J., 1936, 3~ volume, pp . 200, 201'; Pode imprimir-se: Cgo. Francisco de A. Caruso, p.c.Oo Sr . Card . Arcebispo, 18-6-1936) . 412. Grave erro: concentrar todo Q esforço !:!!! fo~~~eligencia ~ descurar ~ vontade

"A 1nstrucao enr1guece !!. 1nte11genc1a d e ~ nhec1mentos; ~ educaçao cult1va toda ~ alma. A 1nstruçao v1sa semente.!!. intel1genc1a; ~ educa ao 1 trabalha simultaneamente por formar a 1nteligenc1a, Q coraçao, Q ' C~racter ~ ~ consciencia . Por certo que nio pode existir educaçao religiosa sem i nstruçao rel1~iosa; é porém essenc1al atender a que urna nao e a outra. Dar à inteligencia a ins truçao religiosa e nao cuidar de cult1var ao mesmo tempo a educaçao do coraçao, do carater e da cònsciencia, seria ficar multo desviado do fim que se quer atingir, muito abaixo do que é em verdade a obra catequistica". (GIUSEPPE PERARDI, Novo Manual do Categuista ou Expl1caçao Literal do "Catec1smo da Doutrina Cristi", publ1cado por ordem de S. PioX, Traduçao de D. Manue l Mendes da 0onceiçao Santos, Arceb1spo de ~vora, Uniao Grafica, Lisboa , 3a, ed., 1939, pp. 15, 16 / Im}rimatu~: Em . Card. Patriarcha, 011sipone, 3-2-1939 .

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379.

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Do Ideario Pedagogico de Sio Joao Bosco (compilaçio de doutrinas e diretrizes do Santo, organizada por seus disc!pulos, mantendo quanto poss!vel as pr6prias palavras do autor): 11 Todos ou quase todos os educadores olham corno principal pr1v1légio da criança o desenvolvimento de sua inteligencia. Mas esta turna falta de prudencia, porgue desconhecem ou facilmente perdrm Qe vista a natureza fiumana .!t,!!. dependencia ~~.:.=. proca de nossas faculdades. Concentram todo o esforço em desenvolver a faculdade cognoscitiva e o sentimento, que erronea e dolorosamente_confundem com a faculdade de amar, e em cqmpen~açao descuidam completamente da faculdade soberana, ~ vontade unica fonte do verdade1ro e puro ~or, da qual a~ensibilidade nio é mais que urna especie de aparenc1a . E se se ocupam algumas vezes desta p~bre vontade, nio é tanto para regula-la e fortifica-la com o repet1do exercic1o de pequenos atos de v~rtude, facilmente obteniveis pelas boas disposiçoes do coraçio, mas, sob o pretexto de domar urna natureza rebelde, se obstinam em subjugar a vonta~e com meios v1olentos, e ass1m 1 em vez de endireita- la, a destroem". (Biografia~ Escritos de San Juan Bosco 1 Biblioteca de Autores Crist1anos, Madrid , 1955, p, 443 / Imprimatur: + José Maria, 0b. Aux. y Vie. gral., Madrid , 13-5-1955). 413, Q f1m supremo da educaçio é tornar bons os jovens; tudo o mais saomeios para isso

- - - - - -----

Do Ideario Pedagogico de Sao Joao Bosco: "Dois sao os sistemas usados em todos os tempos na


Secçao IV

380. educaçao

da juventude:

preventivo

Secçao IV 1114. ~ preservar ~ ~

e repressivo.

"0 sistema repressivo consiste em fazer conhecer as leis aos suditos, depois v1g1ar para detect~r os transgressores e apl1car--- onde seja . necessario o merec1do castigo . Neste sistema, a palavra e o aspec~o do super1or devem ser severos e , melhor, ameaçadores, e deve evitar toda fam111ar1dade com seus subord1nados . O d1retor , para dar mais valor a sua autor1dade , deve encontrar-se raras vezes no meio de seus sud1tos, e em geral so quand~ ~or preciso castigar ou ameaçar. Este sistema e fac11, menos fat1gante, e pode servir espec1almente nas forças armadas e , em geral, para pessoas adultas e Jud1c1osas, que estao em condi çoe~ de saber e se lembrar por si mesmas do que esta conforme com as le1s e demais prescr1ç6es.

, ~ ~ ~

O célebre pr1nc!p1o de vigilancia de Sao Joao Bosco: nQuanto aos maus, direi apenas urna co1sa que talvez pareça 1nveross!m11, masse passa comprovadamente tal qual a descrevo: suponhamos que entre 500 alunos de um colégio haja um de vida depravada . Em determinado momento cheg! um aluno novo, também ele viciado . Sa.o de regioes e provi~cias dist1ntas, até de nacionalidade diversa; estao em curso e local diferente, nunca ~e viram antes, nem se conheceram. Pois bem: tudo nao obstante, no segundo dia de estada no coléglo, quiça dentro de poucas horas os vereis juntos durante o r ecreio. Parece g~e ~m espir1to maléfico ~ faz advinhar uem esta manchado pflo mesmo p i c h e , ~ ~ ~ tma: demoniaco os atra sse para travar ~ am1zade fnt1ma. O 'dize=me com quem andas, dir- te-ei quem es' e melo facilimo de detectar as ovelhas sarnentas antes que se tornem lobos rapaces" . (Biografia ~ Escr1tos de San Juan Bosco, Biblioteca de Autores Crlstlanos,rlad~ ~ pp. 457-458 / Imprimatur: + José Maria, Ob. Aux. ' Y Vie. gral., Madrid, 13-5-1955) . '

"Diverso, e eu dirla oposto, é o sistema preventivo. Este consiste em fazer conhecer as prescriçoes e regulamentos de um 1nst1tuto, e depois vigiar, de maneira que o aluno tenha sempre sobre s1 o olho paternal do diretor ou dos subalternos , , que como paLS amorosos falem, sirvam de guia em tudo! aconselhem e com carinho co rrij am ; seria corno 2._~ os alunos !!!_ impossibilidade moral de cometer ~ falta. Este sistema se baseia todo sobre a razao, a rel1giao e o amor; por isso exclui todo castigo violento, e procura afastar até os mais leves .. .

415. Apl19uem-se !,2_ estudo ~ virtudes solidas ~ perfe1tasA~ façam mais caso d1sso do que da ciencia" 11

-

"A prltica deste sistema se baseia nas palavras de Saci Paulo que dizem: 'A caridade é benigna e paciente; tudo sofre, tudo espera , tudo suporta' . Por isto, so o catolico pode aplicar com e xito o sistema preventivo. Razao e religiao sao os 1nstrumentos de que deve fazer uso constante o educador , expllca-\os e pratica-los ele proprio se quer ser obedec1do e at1ngir o seu fim . Este fim suoremo consiste~ tornar bons os jovensesalva-los eternamente: tudo o mais let r as c1enc1as artes. orfcios. se deve considerar c~mo meios" : fBI'ografla y Escr1tos--cre-san Juan Bos~B1blioteca de Autoresl;ri~tfanos77'facfrIQ,7"9"5,, p. 454 / Imprimatur: + Jose Mar!a, Ob . aux . y Vie. gral., Madrid, 13-5-1 955 ) .

--

- -

Das Constituiçoes da Companhia de Jesus, escritas por Santo Inacio de Loyola (1491-1 556): todos os que se alistaram 1;a Companhia 11 Que se apliguem ao estudo ~ virtudes solidas ~ perfeitas e dascoisas es~irituais ; ~ gue façam mais caso dissodo gue da ciencia, ou outros dons natu: rais ~umanos . 'Pois aquelas sao interiores e e delas que deve v1r a eficac1a dos dons .exteriores para o fim a que nos propomos". (Saint IGNACE DE LOYOLA, L' Honneur tl Servi ce d e ~ . L' Orante, Paris , 1944, pp . 99-100 / Imprimatur: Carolus Delouvrier, v.g., 31-7-1943).

r


382.

Secçào IV

..

416. "T1ago, menos c1enc1a ~ mais piedade" Conta de Loyola:

Daurignac em sua vida de Santo

Inacio

"Tiago Tirio, Jovem escoces, entrara cheio de zelo e de fervor na Companhia de Jesus, em 1564, e depoia das primeiras provas do noviciado, passou ao Colégio Romano. O gostA do estudo fez-lhe em breve perder Q_ da ~iedade. Sua vontade conserva::va-se inteira, so o seu gosto ia de dia para dia enfraquecendo, e Tiago nao dava por isso. Destinava ~ estudo 2.. tempo que devia consagrar ~ exercfcios de piedade, persuadido de gue, sendo 9. ~ trabalho dest1nado,~ torna-10 mais ~pto paKa exercer .2. santo ministerio, devia~ tao agrad vela Deus corno a oraçao, as leituras piedosas e o eiame da conscfencfa. Vendoo demonio o noviço cte= sariiiad~ atacou-o com violentas tentaçoes; Tiago quer defender-se e ,resistir-lhe ••• Somente entao conhece que nao pode, porque perdeu os meios, e, muito admirado da sua fraqueza, chama Deus em seu auxflio com tanta força e confiança, que Deus tem pidade dele. Num momento em que Tiago nao ousava quase esperar o auxflio que havia ·pedido, Santo Inacio aoarece diante dele, olha-o com a m a i ~ movente expressào ~ bori'Cfacfe, ~ diz-ITie: _ _ _ "'-- Tiago, porque procurou aperfeiçoar-se mais nas letras do que na virtude? Quando Nosso Senhor o ret1rou do mundo e o chamou . à Companhia, era para que desse este result~do? fiiago, ~ ciencia e mais piedade! '"· (J.M.S . DA RIGNAC, Santo Inacioae"Loiola, Apostolado da Imprensa, Porto, 4a. ed.-,-1958, pp. 350-351 / Pode.imprimir-se: Mons. Pereira Lopes, Vigar1o Geral, Porto, 20-5-1958). 417. De gue vale! ciencia quem nào tem amor de Deus?

~

Diz o grande Doutor da IgreJa, Santo Afonso Maria de Lig6rio (1696-1787): "Tomas de Kempis escrevia: 'No dia do juizo nao nos sera pedida conta do gue lernos, mas do que fuemos'~ Sàbios que sabem mu1tas coisas eque, apesar disso, nada sabem suportar por Deus; e, o

383.

Secç ào IV

que é a1nda p1or, nem sabem reconhecer o _gran~e defe1to de sua impaciencia: Tem ~ ~ ~ ve, ouv1dos e nào ouve. De que vale a ciencia a quem nao tem caridade? Se conhecer toda a ciencia: . • , mas nào tiver caridade, nada ssm " . (Obras asceticas de San Alfonso Marfa de Ligorio, BAC, Madrid, TT1f4,voY-:-l!, p. 31~ 418. Sào Domingos: ~ livro do amor de Deus ensina tudo

-----De urna ( 1170-1221):

vida

de

Sao

Domingos

de

Gusmao

"Um Jove~, extasiado pela sua eloqiiencia, perguntou-lhe (a Sao Domingos) em que li~ros hav1a estudado: 'Meu filho, respondeu ele, !:,_ ~ 11vro da caridade, mais do que ern qualquer outro, pois esse 11vro ensina tudo'". (R. P. HENRI-DOMINTQUE LACORDAIRE Vie de Saint Dorn1nique, Anc1enne Libra!rie Poussìelque:-Par1s, 1922, PP· 247-248 / Com aprovaçao ecles1ast1ca). J

I

I

I· I I

Il 19. "Urna ve lh inha que nao sabe' nada, pode amar mais ! Deus do que Slio""Boaventur-a" Conta

o

famoso

hagi6grafo

Joergensen:

"E, quando, um dia, Ja sendo velhfssimo Frei Egidio (o Beato Egidio d~ Assis) foi visitado por Boaventura, Geral da 0-rdern, a primeira per-gunta que ele fez a este doutissimo homem foia seguinte: 'Pa1, poderemos ser salvos tanto ignorant~s corno doutos? -- Mas s1rn, certamente! -- respondeu s. Boaventura.-- E pode amar a Deus tanto o idiota quanto o letrado? -- perguntou depois o velho franc1scano. -- Urna velhinha pode ~ ~ Deus bastante melhor do gue um mestre de Te ologia! ' respondeu Boaventura.-Entao Egidio levantou-se, correu ao ba:cao do jardim, e, com toda a força que tinha, pos-se a gr1tar: 'Escuta1 todos! Urna velh1nha que nao saiba nada, que nem sequer saiba ler, potj amaraDeus melli'o'r ~ qFe Fre1 Boaventura! 111 OITTJITIE~ JoE'RGENSEN, Sao rancisco de Assis, Vozes, Petr6po lis, 1957, p. 301 / Com aprovaçao eclesiastica).

.

\,


Secçao IV 420. Ohi Como sentirla pesar tlvesse lido todos ~ llvros

~

Dos conselhos e lembranças de Santa Te reslnha (1873-1897), recolhLdos pela Irma Genoveva da Sagrada Face (Cellna, lrma da Santa): "Um dia em que nos encontrivamos dlante da biblioteca, disse-me com sua habltual jovlalidade: '-- Oh , 2-2!!!2. sentirla pesar~ tlvesse lido todos ~ llvroal '-- Mas por que? -- repliquei, Depols de os ter lido tratar-se-ia de um bem adquirido; eu compreenderia que tivesses pesar por ter que os ler, mas nao por os ter lido, Se os tlvesse lido, teria guebrado ~ cabeça, terla perdldo um tempo brecioso due empreguei simplesmente ~amar.!. eus'"· ( onsejos y_ Recuerdos / Recogldos E2.!. Sor Genoveva de la Santa Faz, hermana y nòv1c1a deS"anta Teresa ael7ITno Jesus , in Santa Tereslta delNino Jesus-,-Obras Completas, Edlt. "El .Monte Carmelo", Burgos,~ p. 1244 / Imprlmase: Segundo, Arzobispo de Burgos) .

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421. Q ensino por melo de exemplos e lmagens ~ mais eficiente: fol ~ empregado E2.!. Nosso Senhor Do Novo Manual do CateguJsta do te6logo Giuseppe Perard1: "Para que o enslno do cateclsmo possa dizerse deveras proficuo, 1nstrutivo ou antes educativo , deve ser conforme à natureza, !sto é, corno oportunamente adverte D'Isengard, 'deve adaptar-se ao · natural ca.mlnhar do espirito humano, à capacldade e ' dlspos1-çao da criança'. "l. A criança, pelo seu estado natural e f1siol6~ico, nao é capaz de longos e dlficeis raclocinlos. Tem por isso necessidade de que o ensino lhe seja subministrado de modo fac11 e claro, ou (para nos servirmos do term~ dos pedagogistas) de modo intuitivo. · Revestir de forma sensivel as verdades sublimes: metodo de Jesua Cristo no~vangelho

~

"Diz-se intuitivo o melo que torna sensivel de gualquer modo as coisas que ~ erisfnarn. Nosso Senhor, que raz tudo bem, serviu-se sempre deste


386. meio para Cristo, no c iocfnios-;~ verdades

Secçao IV

Secçao IV

doutrinar ~ homens. Por isso Jesus Evangelho, nao se deteve-~lorigosramas revest1u sempre de forma sensfvel mais subl1mes. - ---

422 . Q ensino rel1g1oeo deve ser ~ · ~ 11ustrado E2.!:_ exemplos atraentes Do Catecismo de Francisco Spirago: "Este catecismo é impr esso em caracteres de tres tamanhos. Os grandes formam corno que a ossatura , oe medianos corno que os musculoe, os pequenos corno que o sangue do catec1smo.

"Fala da Prov1denc1a? Torna-a manifesta nas obras da na t ureza, quando nutre as avez1nhas e reveste os lfr i os. Ens1na quem é o pr6ximo? Conta a parabola do bom Samaritano que torna à sua conta um de.sconheci~o, o qual lhe é estrange1ro . pela patria e relig1ao, e até inimigo porque é judeu.

L1vros religiosos .™ ~ d1r1gem mas nao comovem os coraçoes e nao acendem neleso amor de ITeus

"Torna-se intuitivo, guer dizer, sensfvel, Q ens1no do catec1smo principalmente .P2..!: melo de semelhanças, de parabolas, de 1magens .e dos ~ plos. . . . . - -

--

1nteligéncia,

---------

"Esta ultima par te poder1a ter-se omitido, gue O catec1smo nao de1xar1a de conter as verdades da religiao catolica; ~ assemelhar- se- ia !_ ~ homem completamente anemico. Ora, catecismos des~ e manuais de instruçao rel1giosa , anèmicos ~ gue' se dirigem unicamente à inteligencia! ~ muitos; assirn ~ um homem sem san~e nao e bom para ~traoa'Ino, assiiil a maior parte esses Ti~ros foram incapazes de comover o coraçao dos cristaos, ede acender neles .Q_ rogo-do ~ de Deus ~ do pr6xTmo, efeito que devia produz1r todo o 11vro religioso, todo o sermao e ~odo o catecismo , dignos desses nomes. Esses livros careciam sobretudo do calor da expressao que conv ence e vai ao coraçao, da força juvenil e vivificante que é propria da palavra do Espfrito Santo.

Ensinar as verdades pela narraçao de fatos "Par~ que a narraçao dum fato se torne eficaz . _é prec1s~ que seja breve, nao refira part1cular1dades 1nute1s, seja viva, color1da dramatica: quer d1zer, é necessari o que os pers~nagens falem corno se estivessem presentes. Narrar bem um· fato é uma . das coisas mais diffceis; e do efeito depende em grande parte o ter presa a atençao dos alunos em toda a liçao, ou vira enfastia-los. Ao contar um, fato tenha sempre o Catequista presente o fim pratico que quer obter, pois que nao se deve ter nunca _· por escopo ~atisfazer aperias a curiosidade; e tenha-se presente nao um fim pratico geral mas part1cula:, bem determinado, que esteja · em ev1dente relaçao com a verdade de · que se · trata ou que se en~ina. '

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Linguagem simples ~ ~ artiffcios, _QQ Salvador~ dos Apostolos

~ ~

"Este catec1smo tem por fim formar igual e simultaneamente as tres faculdades da alma, a inteigencia, o coraçao e a vontade; nao gira, por~ tanto, em torno de s 1mples def1niçoes. Q_f1m P;indipal ~ livro nao ~ ~ d o homem ~ especie e filo~ofo religioso., ~ fazer dele um bom crtstao, que pratica alegremente ! . ~ r eligiao . . . .. Tùdo gfi se esc r eve para crianças ou para Q comum dos éis, deve ser escr1to em :-Yinguagem simpies ~ sem a r tifWo, corno ~ ~ usa::am Q. ~ vador ~ os apostolos; estes escritos ~ feitos .para~ compreend1dos, para comover Q.:! coraçoes ~ dar · a9ao às vontades, e nao para formar sàbios, e ainda menos para martirizar o espir1to com ter-

"As imagens (especialmente em quadros) devem s~r suficientemente grandes para que todos possam ve-las -e seguir a explicaçao. Muitas verdades J!. de fé, Ji de moral sao mais facilmente apreendidas ~ c1nco miniitO'sde ilti°straçao com urna ima~em, do gue com longòs raciocin1os". (GTUSEPP'E P RARDr, Novo Manµal do .Categuista ou Explicaçao Literal do "Catec1smo da Doutr1na Crista", tubl1cado por o'r=" dem de S. Pio!, Oniao Grafica, 1sboa, 3a. ecr:-; 1939, pp. 19-20 I Imprimatur: ·Em. Card. Patr1archa, Olis1pone, 3-2-1939).

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388.

Secçao IV Secçao IV

mos inintelig1veis e tornar a religiao fastidi osa. • .•. Por meio de maximaa, figuras ~ exemplos, dar amenidade ~ gosto ao$ ensinamentos "Desejo também f;zer · obaervar que a doutrina da Igreja nao ~ apresentada num modo seco, antes a tornamoe. atraente -- transformando-a, porassim dizer, ~ liçoes de coisas -- _p.2_! meio da§ figèr ras, dos exemplos, das mAximas, das citaçoes ~ homens ilustres, o {uR da a estes ensinamentos amenidade ~ g sto":- F ANCISCOSPU{AGO, Catecismo Catollco Popu ar, Uniao Grafica, Lisboa, 5a. ed., I Parte; PP•. 10-11 / Imprimatur: E.M., Car. Patriarcha, 26-10-1950).

e viva palavra, com sua facilidade, sua variaçao de cactencia, familiar ~ veemente, satirica ou meiga, alegre 2!:!_ patetica, traindo, as vezes, ~ s o r r i s o ~ ~ labios do orador, outras ~ tremor comovido da ~ . miaturada de interje1 1oes, de apostrofes, de perguntas ~ de respostas, as vezes, inda guase drarnazinhoa vivamente encenaaos, a_ , 1 cheioa de verve, alla gagliardeza, corno e e mesmo declara, ~vai,Vem, repete, insiste sobre as 0 idéias que sente imperfeitamente compreendidas, segue os rastos que surgem, obedece às inspiraçoes que lhe v&m das circunstancias, interrompe-se para dar uro aviso; e, quando depois verifica seu afastamento do assunto, ele mesmo chama à ordem: 'A ~ . d1z, torniamo~~·.

1

423. Sao Bernardino de Sena,para expor _ comprovar seus ensinamentos morais, prefere ~ comparaçoes tiradas da vida de cada dia ~

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LS-se em uma biografia de Sao Bernardino de Sena (1380-1444): "E, portanto e seguramente, o mesmo homem que escreveu os sermoes latinos e pronunciou os de lingua vulgar; o que nao quer dizer que sejam os mesmos sermoes, nem o mesmo genero de sermoes. Ao contrario, sao muito diferentes. Sem duvida, quando prega na pra~a de Sena, Bernardino nao se livra daquelas divisoes, e subdivisoes e classificaçoes escolasticas que combinava tao subtilmente, de pena na mao, e111 sua cela; até ve n~las um ponto de apoio, a que, no meio dos arroubos da improvisaçao, sujeita-se e nao se afasta; seu exordio consiste muitas vezes em indicar e numerar as divisoes, sua peroraçao em lembra-las (o escriba dispensava-se às vezes de apanhar esta espécie de rememoraçao e limitava-se a indica-la -- cf. p. ex., Le Prediche volgari, t. I, p. 238, 306; t. II, p. 38°7), e, em cada transiçao, torna a elas fielmente. Porém, nos pontos assim pré-estabelecidos, estende-se, anima-se e se acalora. Em vez da argumenta!ao metodica, palavra livre ~ ~ - - - "Em , ~ da argumentaçao metodica e nao raro um tanto aspera dos discursos ·escritos, é ~ livre

Agir segundo ~ necessidades do audi torio " ~ tudo, Bernardino nao obedece à sua fantasia, age segundo ~ necessidades do ~ publico, ~ ~ as compreendeu de antemao, tais, tambem, corno as verifica !:!Q momento. Senteque, em nenhum instante,. ele deixa de ter os ouvintes sob seus olhares, advinhando, por sua atitude, seestao distraidos ou emocionados, ~ vencldos ouresITTentes eque modifica seu discurso de acordo com a oporiunidade. 'Vejobem por ce~tossinais -- dizia-lhes -- quando nao ouvis de boa vontade: uns se mexem, outros levam a mao à cabeça, outros se vi ram' •••••

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Em lugar das consideraçoes abstratas, as figuras, ~ imagens, ~ exemplos da vida Jiuotidiana ~ da natureza "Dominado por esta ~ preocupaçao, da ~ sua palavra ~- Jeito gue ~ ~ apreciada ~ seja ·facilmente entendida da mult1dao. Recorre de bom grado as locuçoes populares, aos lugares comun"s; aos provfrbios. Para expor e comprovar. seus ensinos mora s, pref~ as conslderaçoes aOstratas, asimagens, as comparaçoes tiradas de assuntos fam111ares a seu auditorio, da vida de cada dia, do 1ar, da coziruia, dos brlnguecfosTnfant~das proffisoes, das coisas da natureza, das plantas, das pedras, dos an1ma1s, sobretudo. Acham-se essas imagens, essas comparaçoes, quase em cada pagina dos sermoes, às vezes em poucas palavras, outras desenvolvidas ao ponto de formar peguenos gua dros


390.

sobre os le1gos; i necessario juntar ! c1enc1a das Escrituras, ~ ~ qual nao ~ ad1anta 1.:!,!!!. passo, exemplos animadores, recreat1vos e, ao mesmo tem~· ed1f1c1antes. Os que censuram este modo----0-e pregaçao ~ suspe1tam dos frutos gue podem produzir). Os seus exemploe prov1nham dos autores ant1gos, das lendas dos ean!oe, das cronicas,_dos contos populares, . dos apologos em circulaçao . Pelo carater de universalidade pr6pr1o a essa época, formavam urna espécie de fundo comum a todos os paises da crietandade. Varias coleçoes tinham s1do fe1tas para uso dos pregadores ••.••

de co-res vivae ~ freecae, curtae cenae atraentee e pitorescas(eetas 1magens, eetae comparaçoes sao tao freqiientee que custa eecolher algumae. Notamos, ao acaso, s6mente no pr1me1ro volume, o acolhimento feito ao cao eetrangeiro pelos caes que vao beber -- p. 151 --, a moeca que ca1 na sopa domarido guloso -- p. 199 --, a criança ca1da no lodo e a quem a mae vem levantar -- p. 335 -- etc., etc; ver~ também no t. III, p. 296, o semeador que pretende afugentar os corvos com um manequim empunhando um arcabuz). Era, alias, um costume doe pregadore~ da Idade ~;\lSaVam-;-para esse fim, uma h1etor1a natural, ae vezes, mu1to fantasista, de que os manuais do tempo, Best1arios, Volucra~ios, Lap1darios ou outros forneciam os elementos. Tantas propriedades -- dizia no décimo segundo eéculo Hugo de Saint Victo~eiTstem nos objetos v1eiveis ~ corporale, tantas apl1cayoe8se eot;m achar. P!-ra .!!. ~ interlor da alma • No - dee o sexto eeculo Sao Eranc1sco de Sales empregaria a1nda este método, e sabemoscom que graça, em seus 11vros de espiritualidade. Exem~loe

~

Lingua§em apropriada às circunstancias publ1co ~ gue ~ destina

~ ~

h1stor1etas recreat1vos e edificantes: ! de todas as epocas -

~ metodo que

"Sempre ~lntençao de eeu audit6rlo popular, Bernardino lntroduz, de ~ ~ quando, !!2. ·corpo de ~ discursos, curtas novelas ou .ap6logos conteri= ~ uma licao d e ~ (o Sr. Zambrin1 publicou, em io1o, uma coleçao de trinta e :oito Novellette, Essempi morali ~ Apologhi,_ extra~dos dos discursos de Sena). O laço que liga ao assunto tratado é, às vezes, um pouco frouxo e artlf1c1al, tòrna v1s1ve1 que a 1ntençao do oradOr f2.!. sobretudo descansar ~ recrear seus ouv1ntes, o ~ue nao era inutil com sermoes devarias ho ras. • •••

391.

Secçiio IV

Secçao IV

~-

,.'

" ~ modo de pregaçao popular fo1 às ~ criticado .E.2.!:_ certos cronistas que se admiram de que monges ~ da ldade Média nao falassem em plena praça publica, a uma mult1dao ainda ingenua e ru-de, com o modo dos b1spos pregando na corte de Lu1s XI~.~ Juizo prova estreiteza de espirito. ~ eloguencia ~ ~ apropriada .!!,!! circunstancias ~ ~ melhor ~ ~ gue mais age sobre 2 auditorio ~ que se destina. Ora, nunca teve a palavra religiosa tanta 1nfluenc1.a s_o bre o pcrvo como no tempo em que se empregavam os meios de~que fingem se escandalizar" (PAOLO THUREAU-DANGIN, Sao Bernardino de Sena, Vozes, Petropolis, 1937, p~l64, 165, 161:l, TT7,° 168, 170 e 171 / Com aprovaçao eclesiast1ca, 23-6-1937). 424. Santa Teresa d'~vila tinha

.

~ gualidade distintiva dos"senfos:

o uso de metàforas e comparaçoes apropriadas ~ fim visade

"Bernardino nao fazla senao usar um método muito empregado eii!sua epoca eque . na-verdade era, de todos ~ teiilpoi:" ontam-que, 'Jaem Atenas: Demostenes e Demados reanimavam o esp1rito de seus ouvlnte.s , contando-lhes a briga sobre a sombra do burro ou a !1agem de_Ceres com a enguia e a andorinha. Mas, ~ ·principalmente, na Idade Média que os 'exemplos' estiveram em moda( 10 glaciio':aéiado da argumentalao, dizia umsermonario famoso daqueIe tempo, acquea de Vitry, nao tem influencia

Escreve William Thomas Walsh: "A . admiravel exposiçao (de Sinta Teresa) sobre a oraçao mentale a oraçào de quietude, na sua Vida, que const1tu1 a parte mais atraente do livro-;-rtao-somente urna digressao de var1os capitulos. Além de tudo isso, (Santa Teresa) possui essa gualidade que Arist6teleaconsiderava corno claramente distintiva do genio: ~ comparaçoes ~ metaforas, tomadas ao ~ da vida ~decada ,a


392.

Secçao IV

Secçao IV

dia, e às vezes de fatos case1ro s e dolorosos, sao verdadeirarnente un1~1nevitàveis, diri~idas direta.mente a meta" (WILLIAM THOMAS WALS , Santa Teresa de -~vila, Espasa-Calpe, Madrid, 1951~ 267). - -

425, Santo Antonio Mar i a Claret econ t rava semprernmpl os, se'iiieTI!anças , comparaçoes na natureza , gue tornavam compreensive i s ~ misterios da religi ao Sobre o est i lo do Fundador dos M1ss1onar1os Filhos do Imacul ado Coraçao (Claretianos): "Diz urna test;emunha: 'Seu ferver evangélico , seu zelo solfcito pela causa da Relig1ao , convertem-se num inspirado de Deus, num improv1sador admiravel ~ esgota ~ matéria, ant e s pelo contrario, sempre encontra exemplos, seme l hanças, comparaçOes na natureza, g e tornam compreensiveis a~ povo os misterios da Re igiao 1 • "0 proprio P. Claret (Santo Antonio Maria Cl~ret) ,anota: ·~ ~ .eu observei ~ sei por experienc i a ~ gue quando faço !!!!! se·rmao ~ termos correntes ~ simples, acompanhando-o de algumas comparaçOes ~ exemplo·s e descendo até aos detal hes, todo o auditor1o fica muito atento e sem se cansar , ainda que o sermao duresete quartos de hora, corno Ja me aconteceu ; mas ~ alguma ~ ~ s a i um ~rfodo longo,~ uso termos pouco comuns ou tomo!:!.!!! estilo algo elevado, vejo ~ os ouvintes perdem ~ fio do discurso, tossém, nao me entendem ; em tal . caso faço-os voltar a si contando-lhes um-exerii=" pl9 "' {San ANTONIO MARIA CLARET, Escritos autobio~raficos l est1rituales , BAC, Madrid, 1959, pp. 0-11 / Imprima ur: Blasius Budelacc1, Ep. Nissen,

1

9-2-1959).

™ vai

426. ~ d1ferença expresso secamente

~

entre um pensamento outro ~ ~ irnagern .••

Escreve o conhecido filosofo espanhol do século passado Padre Jairne Balmes (1810- 1848): "Entre um pensamento expresso secamente e outro revestido de urna imagem feliz, existe a mesma diferença que aquela que ha entre uma bala atirada

393 ,


Secçao IV com a m[o e out r a disparada com fusil" (Apud Lecturas Graduadas - - Literatura Espafiola, Editorial ~Barcelona, 1925, livro IV, p. 203).

427, Porgue é necessario o emprego de imagens, s{mbolos ~ metàforas De um 11vro sobre a Filosofia da Educaçao de Sao Tomas de Aquino: "A razao pela qual é necessario que haja exper1enc1a sens!vel, a f1m de haver ato de conhecimento perfetto, é qu·e sem essa experiencia do mundo exterior, o · esp!rito so conhece, vagamente, um objeto, sem detenninar-lhe as propriedades. Para que o esp!rito conheça perfettamente alguma co1sa é preciso que saiba, nao somente 'o que essa coisa é', mas , a1nda , o que raz. ~

imaginaçao construtofa "Coisas imateriais, das guais nao possu!mos imagens, sao- nos conhecidas, por melo da comparaçao com os corpos sens!ve1s, de &ue existem imagens. Assfm , concebemos a ver<Ia e , considerando urna coisa cuja verdade contemp}amos. Donde, para compreendermos qualquer coisa dos seres 1mater 1a1s, devemos recorrer às imagens dos corpos, embora estas nao sejam apropr1adas aos objetos 1mater1a1s. "Compreende-se, facilmente~ a grande importancia de possuirmos 1maginaçaq bem provida de imagens, ou seja, bom armazenamento de exper1enc1as sens!veis. · · Os s!mbolos e a aprend1zagem "A razao pela qual o mestre 'pode levar à c1encia, mats fac11 e rapidamente do que qualquer outra pessoa o poder1a fazer por si mesma' é a seguinte: o mestre, tendo completado o ato de conhecimento, apresenta seu conceito, or meio do simbol o, ' tendo palavras do mestre re açaomaisdireta , no despertar o conhecimento , do que os simples objetos percept!veis , extra-menta1s'. As palavras do mestre representam .seus conceitos. e estes sao a sabedoria distiladà de um esp!rito que reflete. • •• •

1

Secçao IV

395.

Regras para~ formaçao de habitos "Prime1ramente, quando um homem deseja lembrar-se de alguma coisa, deve lançar mao de representaçoes incomuns, pois que o 1ncomum nos chama a atençao e, portante, produz urna 1mpressao ma1or e mais forte no esp!rito. Eisa! a razao de nos lembrarmos mais do que vimos quando crianças. O motivo pelo 9ual o emprego de tata representaçoes ou imagens e necessario é que impressoes s1mples e espirituais , com fac111rtade nos fogem da mem6r1a, a nao ser que esteJam, por ass1m d1zer, 11gadas. a alguma 1magem material, visto corno o conhec1mento humano se prende mais a ob~etos sens!ve1s. Ass1m sendo, amemòr1a e atrTbu! a a parte sens!vel da alma" (MARY HELEN MAYER -- EDW . A, FITZPATRICK, Filosofofia da Educaçao de Santo Tomas de Aquino, Adaptaçao do 1ngles por M."""Y:"""cfe Moraes Card. Texto latino, traduz1do e anot. por Van Acker, Liv.raria Editora Odeon, Sao Paulo, 1936, pp. 183, 198, 199, 207 e 208).

428 . Gostava de ilustrar seu pensamento por melo de exemplo&.- vivos ~ rem1n1scenc1as pessoais Fons

De um livro sobre o ilustre Abade de (França), D. Jean-Baptiste Chautard

Sept-

(1858

1935):

"Quanta vida em suas palavras! As menores expressoes torna~ nasua pronuncia um relevo, subl1nhado, em caso de necessidade , por urna mimica expressiva. pom Joao Batista nasceu orador, no sentido de qùe ele possui o doro de conquistar seu auditorio. Tem ele para isso a preocupaçao da roupagem literaria? Modela seu pensamento em per!odos harmon1osamente balanceados? Nao, por certo. Jamais Dom Chautard parou para burilar urna frase. Teria sido mesmo urna 1mposs1b111dade para ele, em virtude da riqueza de seu pensamento, que escapa a todos os esquemas. Q gue faz sua força , .§_ ~ movimento mesmo d e ~ per.isamento. Semente~ 1de1a interessa. Ele .!:, meditou lon~amente sob ~ olhar de Deus. Ele esta penetrado de a até o fUndo aaalma. Todas suas faculdades estao concentradas nesse unico pensamento. Entao ele fala. E antes de tudo


396.

Secça.a. IV

Secçao IV

urna exposiçào sobria, clara, precisa. Depois as palavras jorram, se atropelam, repetindo a idéia, enriquecendo-a pouco a pouco. Ele revela sua visao 1nterior ern frases bem acentuadas, diretas, que ele de1xa frequentemente 1nacabadas, para as condensar em for1nulas concisas, bem cunhadas, com 1magens sempre precisas . Ele gosta de ilustrar ~ pensamento,, de Q_ apresentar vivo, ~ assim dizer, encarnado; e entao um exemplo vivido, uma lembranç!!_ pessoal,- iimanarraçao pitoresca, uma descriçao 11 - ·(ABBAYE DE ~ alguns traços vigorosos ~ segurosSEPT-FONS, Un Moine, Dom Jean-Baptiste Chautard, Ab.bé de Sept=P'ons-;-f18,S::1935), Domp1erre-sur-Besbre, pp.66-67 / Imprimatur: Georgius, Episc. Molinensis, 27-12-1944).

430. A conversa, a ~rande arte de ensinar de um ~anto: sKo Lula, Rei de~nça

i,. i

De urna (1214-1270):

historia

do

grande

Sao

Lufs

IX

"A conversa era, de modo analogo, sua grande arte de ensinar a seus filhos. Ele (Sao Lufs) os recebia de manha ou de tarde e os levava passear. Longe de proceder por meio de sermoes ou por essas exposiçoes doutrinarias que sao sempre mal compreendidas e tacitamente mal recebidas pelas geraçoes que sucederam à nossa, ele contava-lhes hist6rias: eram relatos tirados dos feitos e gestas dos Reis ~ Imperadores e de outros grandes ersona""ens que havlam desempenhaifo um papel utile en aze o, e que podiam, assim, servir de exemplo; ou de feitos dos maus condutores de povos, ou dos-maus Reis gue, p o r ~ v1cios,rapinas, avarna ou nece"dade, havia.m perdido ~ reino. "Ele proprio escolhia os mestres e professores de seus filhos e acompanhava 'suas liçoes'. Antes de se deitar -- conta Joinville -- fazia vir os seus filhos, e entao é que de,.sempenhava seu papel de educador paternal" (HENRY BORDEAUX, Un trecursor: Vida, Muerte z Supervivencia de San uis, Rey de---irrancia, Espasa-Calpe Argentina:- Bue'=' nos Aires, pp. 304-305).

429. A narraçao de fatos é excelente recursoapologético Escreve em suas Memorias o Cardeal Mindszenty, her6ico lutador contra o comunismo: "Ao longo de meus anos de Padre, adguiri a convicçao de que se deve sempre apresentar os ra::: tos ~ argumentos ~or ocasiao de discussOes apologéticas ou filosoficas. E por esse motivo que junte1, durante meus momentos de descanso e nao sem dificuldade, documentos e obras historicas. Este trabalho me agradava . Ele se revelou muito util, e os conhecimentos que adquiri me prestaram grandes serviços no cumprimento de minhas tarefas e de meus deveres. Esses estudos · h1st6ricos, por outro lado, ensinaraiii=me gue, na Iuta das idéias, ~ raciocI'nio abstrato ~ as teorfas puras· ~ sao de grande ajuda ••.•• "Fosse na cidade ou no campo, em minhas alocuçoes eu ·razia sempre alusao aos fatos hist6ricos locais que me haviam contado. E"tlma caracteristlca bem humana que cada qual seja orgulhoso da histo-· ria ou do passado de sua famflia, de sua cidade, de sua aldeia natal ou de sua na1ao. O histor1ador sabe que existe urna ligaçao organica entre o presente e o passado das comunidades. Pode-se, pois, utilizar a historia para despertar a consciancia religiosa e aprofundar avida da fé" (Cardinal MINDSZENTY, Mémoires, La Table Ronde , Paria, 1974, pp. 130, 131 e 136) .

397,

I j e


I

l III

•==

Q gi~m~!Q g~ Mm~ ~1da aaota, ~Qt

~~t~~

do au~er1or

QY QQ !!!~ii~t~, ~

melo de iraode ef1cac1a

RaCG tocar oa ggr~~Q~§

~

1DQUt1r as almas à ~t~t!g~ QQ Q~!!!

.l

I'

431. Conselho de Nosso Senhor: Para ser perfeito, discipulo deve Iiiiitar ~ mestr_e__ - -

~

Do Evangelho de Sao Lucas :, "0 discfpulo nio i mais que o mestre; mas todo (o discfpulo) sera perfeito, se for corno seu mestrè" (Le. VI, 40).

432. Q Cristianismo ~ espalhou ~ pelo espetaculo dos costumes cristaos do que pela discussao Escreve Dom , Chaùtard, Sept-Fons (1858-1935):

o

famoso

Abade

de

.• ".Q. cristianismo progagou-se, menos por _freguentes ~ longas discussoes, que pelo esretaculo dos costumes cristaos, tao opostos ao e~o smo, à in,justiça ~ i!_ corrupçao dos pagà'.os" ( oro J. B. CHAUTARD, A Alma de tede Apostolado, Editora Coleçao F.T.D~ Ltda.-,-Sao1iaulo, p. 114 / Reimbrimatur: Vicente Zioni, B. Aux. V. eral, 22-8-1962).


Secçao IV

400.

433. Um gesto expressivo, ! maneira de fazer o sinal da Cruz, · de dizer urna oraçao, podem ter mais eficacI"iicfo gue ~ sermiio A!'irma em seu famoso livro A Alma Apostolado, D. Chautard:

de

401.

Secçao IV ~

dos argumentos manifestam-se entao ~ que ~ interior, o Verbum docens, falando por meio da sua criatura. Verba guae ego loguor vobis, ! meipso non loguor . Pater autem in~ manens! ipse facit 6pera {As palavraa que eu vos digo, nao as d1go de mim mesmo, maso Pai que esta em mim, ele mesmo faz as obras -- Jo., 14, 10). ~

todo

"0 professor sem vida interior julga ter cumpr1do o dever, conservando-se exclus1vamente dentro das balizas de um programa de exame. Se fora interior , urna frase que lhe escapaase dos labios e do coraçao, uma comoçao que se lhe espelhasse no rosto, um gesto express1vo, que digo? so,!!. mane1ra de fazer o sinal da cruz, de dizer urna oraçao antes ou depois de urna aula, embora fosse aula de matematica, poderiaiit exercer maiorerTcacia nos aluno:i oue um sermà'.0 11 (Dom J .B. CHAUTARD, A Alma de todoApostolado, Editora Coleçao F.T.D .~ Sao PaulO:--p. 114 / Reimprimatur: Vicente Zioni, B. Aux. - V. Geral, 22-8-1962).

434 . A pregaçao pelo exemplo ha de-ser sempre~ pr1ncipal alavanca do apostolado Escreve D. Chautard: "Por meio da vida interior o apostolo irradia fé. _::-!°"j)resença de Deus nel e- patenteia-se as oessoas que Q. ~~ ~ ~ guem fala pelos labios do apostolo de vida interior

"A exemplo de S. Bernardo, do qual se disse: · Solitudinem cordis circumferens ubigue solus erat, o apostolo isola-se das outras pessoas e destarte logra f1car interiormente solitario;. _mas logo se entreve que ele nao esta so, que tem no coraçao um hospede misterioso e Intimo, com o qual volta a conversar a cada momento, eque nao fala :ienao de acordo com a direç.ao, conselhos e ordens del e. Sente-se que é sustentado e guiado por esse hospede eque as palavras sa!das da sua boca apenas sao o eco fiel das palavraa desse Verbo interior. Qua~ sennones Dei ( I Ped., 4, 11). A logica ~ ~ for-

o apostolo sem vida interior pode_interessar passageiramerite, mas nao dà vida !.!!_ almas "lnfluencia profunda e duradoura, mu1t1ssimo mais profunda que ~ admiraçao superficial ,2!!. ~ devoçao passageira, q e Q. homem ~ esplrito, interior pode excltar. sse pod'elevar o audltorio a èiI'zer: Isso parece verdadeiro e interessante. Ora, essa impressao nao passa de um sentimento totalmente impotente de si mesmo para dar às almas urna fé sobrenatural e faze-las viver dessa fé.

8

~ linguagem !,llie f'ale ~mais~ coraçao

~ ~

espfrito

"lrmao Gabriel, leigo trapista,exercendo .!!!!_ funçoescle se~ndo hospedeiro, reavivava ,!!. fe de numerosos-vls antes multo melhor do que vingaria faze-lo um sacerdote douto, cuJa_linragem falasse mais ao esp!rito que ao coraçao. general fUrloe1-ra as vezes conversar ~om o humilde !'rade e comprazia-se em dizer: Venho retemperar-me na ré.

O ato de ré nao é mero ato da inteligencia ---------------11 Amiudadas vezes, agueles gue tem ~missao~de ensinar ~ ~ n o ato de ré ~ ato de inteligencia, quando ele depende tambem da vontade. Esquecerii-se de queo crer é dom sobrenatural eque ha um abismo entre a percepçao dos motivos de credibilidade e o ato definitivo de ré. So Deus e a boa vontade daquele que é ensinado logram pr~encher esse abismo; ahi mas corno ajuda a preenche-lo a reflexao da luz divina produzida pela santidade daquele qu~ ensina!


402.

Secçao IV

Discursos retor1cos nao bastam ; 80 a palavra do homemverdadeirarnente unido .! Deus ~ os coraç_oes "Como é viva a palavra de con8olaçao do homem que, 8em mentir, pode aplicar a 81 mesmo o Nostra conve r sati~ in coel18 est (A nassa conver8açao e8tI nos ceus, Filip. 3,20) I Outro· qualquer, com mais fra8es e retorica, pode falar da8 ~le§rias da patria celeste; seus discursos serao, porem, 1nfrutuosos: ao passo que uma so palavra do primeiro, palavra convincente e reveladora do estado de alma daquele que a pronuncia, bastara para acalmar essa perturbaçao, al1v1ar essa tristeza, fazer aceitar com resignaçao urna dor pungente. Eque a virtude da esperança, do homern 1nter1or, pa8sou irresistivelmente para urna alma que Jamais talvez fosse acalentada por essa virtude eque se 1r1a abismar na desesperan~~ - •.• . "Transfigurado pelo amor divino, o apostolo atraira sem esforço a simpatia das almas: In bonitate et alacritate·animae suae placuit TAgradou por causa da sua fe e da suamansldao, Ecli . 45, 5, 4) . As suas palavras e os seu8 atos serao repassados de bondade, dessa bondade desinteressada, que nao s e assemelha àquela que é inspirada pelo desejo da popularidade ou pelo eg_o !smo sutil. "Numa palavra , a bondade to'.r na-nos coma deuses uns para os outros. E a manifestaçao deste sentimento nos'homens apostolicos que lhes atrai os pecadores eque desta sorte concorre para a sua conver8aO ••••• Os exemplos arrastam "~ pregaçao pelo exemplo ha de ser sempre a alavanca principal, ~ s o exemplatrahunt (os exemplos arrastam). Conferencias, bons livros, 1jjj:: prensa crista ~ os proprios sermoes excelentes, tudo deve g r avitar~ redar deste prograrna fundamental: Organizar'o apostolado entre o povo telo exemplo de crlstaos fervorosos, ~fazem rev ver a Jesus Cristo, exalando o perfurne de suas virtudes. . • • •

Secçao IV

403 .

Nao basta ensinar .! evitar o mal: f"preciso mostrar a pràtica-do bem "'Qual é esta religiao capaz de assim 1lum1nar, fortificar e inflamar o coraçao humano?' exclama~am os pagàos extas1ado8 diante dos marav1lhosos efeitos que conseguiu produzir a liga tacita da açao pelo bom exemplo, "A força desta liga que existia entre os primeiros cristàos nao provinha certamente da unica pratica do declina.! malo (Salm. 36). ~ abstençao dos atos condenados pelo Decalogo nao teria sido caeaz de gerar' juntarnente ~ !_adiii!raçao' .2. energico~ poderoso desejo de 1mitar. E antes de tudo, ao fac bonum que se prende o exempla trahunt . Era de iiirste-r todo o brilho das virtiides evangélicas,-tais quais o-Sermao na montanha as _tinha proposto ao mundo" (Dom J.B. CHAUTARD, A alma de todo Apostolado, Editora Coleçao F.T . D.~ Sao Paulo,~ . 118 a 120, 122- 123 , 149-·150 / Reimprimatur: Vicente Zioni, B. Aux. V. Geral, ~1962) . 435, Urna teoria ~ nào fosse .c·; nfirmada pela vida do mestre tornar-se-la inutil

Afirma Dom Ildefonso Herwegen OSB, Abade de Maria-Laach ( Alemanha): "Mas os coraçoes duros ~ os esp!ritos 1ncultos devem ser convencidos do valor eterno da lei. divina por meio do exemalo do pàL O que e contrario a palavra e ao man amento e Deus, reconhece- se de antemao, porque o abade o condena, e ele mesmo nunca o raz • .o resultado da doutrina ministrada pelo abade deve ser, pois, antes de tudo, sua propria vida. A. pedagogia ~ntiga, segundo ~ ·qual ~ açao deve ~ manifestar pelo exemplo, conserva ero S. Bento toda a sua força. O exemplo do abade tem de refletir a verdade plena e total . Urna teoria 1gue nao ~ confirmada pela vida do mestre tornar-se-la inutile levar1a ao solapamento da vida monastica. A boa doutrina do abade seria entao desmentida pelos atos de sua vida" (Dom ILDEFONSO HERWEGEN OSB, Sentido e Espfr1to da Re~ra de Sao Bento, Ediçoes "Lumen Christi", Riode aneiro, 1953, p. 73 / Com aprovaçao eclesiastica) .


Secçiio IV

405.

436 . ~~pedagogia dos antigos baseava-se no exemplo ~ ~ imitaçiio Urna vez mais o livro sobre o Espir1to da Regra de Sao Bento, pelo Abade de Maria-Laach, na Alemanha: " A observincia da Regra , que tem igual valor para todos ('comrnunis') é a lei basica da existencia dos moste i ros . O e xemplo dos mais velhos , ao contrario , parece antes ser um estimulo subjetivo , sem obr1gator1edade . E contudo, toda ~ pedagogia dos antigos -- ja fizemos mençiio cITato -- baseava-se !l2. exemplo ~ ~ im i taçao. Também ~ra o Cr i stianismo, a imitaçao de Cristo tornou-se principio educacional . Com~ exortaçao 'Imi tatores me i estote, sicut et .!IB.2. Christi' (lj, lbj 11, 1) ~ui s. Paul~ete por duas vezes na primetra p stola aos Cor ntios, o gue ele guer ~ educar, corno mestre, os seus dtscipulos, segundo ~ proprio iliocfelo, de tal modo que se conformem ~ exemplar do mestre. Ser imitador de Cristo foi também, desde o inlcio, o sentido do estado monastico . Por isso os ant i gos monges sao os modelos dos mais novos. As rel açoes de mestre e discfpulo cons i stem nesta reciprocidade" (Doro ILDEFONSO HERWEGEN OSB , Sentido ~ Espf r ito da Regra de Sao Bente, Ediçoes "Lumen Christi", Rio de Janei-ro, 1953 , p . 137 / Com aprovaçao eclesiastica) . · 437 . O dever essencial do Geral da Companhia

~ de governa-la pelo exemplo de sua vida

Ensina Santo Inacio de Loyola : "0 dever essencial do Geral nao é pregar, nem confessar, nem fazer qualquer outra coisa semelhante .•. mas governar todo o corpo da Companhia Ele cumprira esse dever sobretudo pelo peso· ~ 2... exemplo de sua vida, por sua caridade, seu amor pela Companhia em Cristo Nossa Senhor , por sua oraçao continua e cheia de deseJos, e por suas missas , que lhe obterao a graça desta conservaçao e deste crescimento. Porque estas coisas que ele pode fazer por s.i mesmo, sao~ue devem ser as mais preciosas ~ ~ olhos , e nas quilseiedeve ter mais confiança no Senhor, por elas sao as mais eficazes eara obter graças da Majestade i5Tv1ria," que Ela so podenosdar tudoque pedimos" (Saint IGNACE DE LOYOLA, L'honneur et service de Dieu, Textes et témo i gnages recueilITs par le Pere Paul

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•.

Siio Bento. Detalhe de afrc-Aco do Beato Ang/•lico (séc. XV), Convc-n I.o dP Snn Marco:-, Florença.

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I


406.

bem nao pode fazer um Inspetor cujos alunos possam dizer: •Nosso 1nspetor é um santo!' (Instrucc16n para~ profesores J6venes). "0s Gera1s da Companhia nao tem cessado de re~ordar, em todas as épocas da h1st6r1a, que nos80 sistema de educaçao repousa, pr1mordialmente, eobre a eficacia da virtude" (F. CHARMOT SJ, La pedagogia de los esuftas , sue ~r1ncfp1os , su actualidad, Sapient a $.A. de E iciones , 1-!aarT<r,° 1952, pp. 285-286 / Imprimatur: José Mar!a, Obisp. aux. y Vie. General, Madrid, 1- 5-1952).

Doncoeur, A L'Orante, Paris, 1944 , p. 168 / Imprimatur: Parisiis, Carolus Delouvrier, v "'3"I='T=l 9 4 3) • . g•' 438. Nesso sistema de edu'caçao repousa primordialmente sobre ~ eficàcia da virtude De um 11vro sobre a pedagogia dos Jesuftas: " ' 0 educador -- escreve Sacchini -- deve ser a forma exemplar de todas as virtudes. Mas pora todo o empenho em sobressair naquelas virtudes que as crianças tem maior necessidade de imitar; a saber, urna cas~idade angélica, a modéstia, a reserva, a mansidao, urna suave gravidade, a pureza de costumes, a urbanidade nas relaçoes familiares sem rudeza nem afetaçao. A palavra e o gesto , su~ atitude e seu resto, toda a sua conduta devem se conformar com as regras da modéstia e do decoro. Deve poder servir de modelo, de modo que a simples vista do mestre ens,iAè ao discfpulo a doutrina das virtudes'. .. "Estes documentos de Sacchini foram repetidos frequentemente pelos autores que o seguiram. Diz 0 Judde:, 'Tudo o que possais dizer aos alunos nao causara neles impressa.o alguma se analisando vessa conduta, corno nao de1xarao de'raze-lo, vem o contrario do que lhes ensinais. As crianças aprendem mais pelis olhos qua pelos ouvidos. Que elas vos vejam muto recolhi os na Igreja eque vesso· aspecto nunca permita que eles duvidem de que rezais, que, em classe, vessa aplicaçao em instru1-los insp1re neles diligencia pelo estudo. Faze1-os respeitar a~ coisas de Deus pela maneira sempre r:speitosa de falar delas; inspirai neles a mansidao por melo de vessa pacienc1a e equan1m1dade; a modéstia, com vesso comedimento; a afabil1dade e boro comportamento com vossos modos honestos; o_horror ao pecado por urna conduta sem mancha. Nao o conseguireia nunca se nao sois de verdade tal corno quereis parecer. Nao é possfvel fing1r por multo tempo; um momento que se entregue a seu na\ural, ternaria manifesto o que por multo tempo terfeis procurado dissimular. Deveis ser o anj~ de voss~s alunos; horrenda coisa se fordes demonio para . eles. Antes ser lançado ao mar com urna roda de moinho ao pescoço, do que escandalizar a um destes pequenos, prediletos de Deus! Quanto

407.

Secçao IV

Secçao IV

1

439. O mais belo ens1namento brota . da conteinplaçaoda sant1dade Da carta de aprovaçao ao livro de Johannes Joergensen, sobre Sa.o Francisco de Assia, escrita em nome de Sa.o Pio X, por seu Secretario de Estado, o Cardeal Merry del Val: "Depois, Sua Santidade apreciou particularmente o intento que V. s. col1mou com esse seu trabalho, trabalho rico de predicados art!sticos e de variada erudiçao, 1sto é, o intento de visar a um resultado pratico, a um ensinamento moral, enquanto com grande cu1dado auendia a fazer obra de arte . Certo que nao pode haver ensinamento. mais · belo -~ eficaz do gue Q gue brota da contemplaçao do genio e da santidade sublime" (Card. MERRY DEL VAL, in ffiioFrancisco de Ass1s de Johannes Joergensen, Vozes, Petropolis, 1957, p. 6 / Com aprovaçao eclesiast1ca) .

P:·

·cristo!~ Igreja ~ ~ 440. Nao ~ doutrina ~ atraves d~ ~~·Catarina De

l

uma

vida

de

Santa

Catarina

de

Siena

(1347-1380):

"Nestas condiçoes, nao ~ de espantar gue ~ discfpulos fascinados nao vissero Cristo, a Igreja e a doutr1na senao através de sua mae. ~atarina (Santa Catarina de Siena) ~ para eles Q prisma onde ~ Revelaçao se concentra, ~mulher rod1~1osa cujo contacto ~ claro Q que ~ fe ens na ~ ramente. Perto dela, a alma se aquece e sente, no

1


1108.

Secçiio IV

aconchego, corno a doçura de Deus. A sua voz, as colsas penosas tornrun-se racels, as paixoes perturbadoras parecem um sonho do qual se acorda a mortificaçiio, a pobreza, as mais austeras virt~des coruscam.

11112. Sao Pedro Crisologo: A doutrina ensinada com avozeclencia;

aguelaenainada com

-

08

fatos ~ virtude

De urna vida de Siio Benedito (1526-1?89): "Terminado o tr1enio de Guardiao, fo1 o Santo (Sao Benedito) eleito Vigario e depois Mestre doa Clérigoa e doa Noviçoa. Nao nos deteremoa a.qui em repetir suas virtudes exercitadaa em outra funçao. Elaa aao, em ultima analise, as mesmas que o acompanharam no of!cio de Guardiao. Todos o consideravam Ja corno vigilantfssimo nos seus novos car§OB, e particularmente em guiar aqueles jovens, Clerigos ou Noviços, pela estreita e aspera via trilhada outrora pelo Serafico Patriarca_. Para que estea correasem vigorosamente pelas pegadas da mortificaçiio e da penitencia, nao era necessario o emprego de est!mulos vivazes, bastando apenas 2._exemplo do Santo Mestre; pois, corno diz S. Pedro Cris6logo, oensinar com 08 ratea é 8. unica norma da doutrina; porque a doutrina ensinada com a voz é c1enc1a; porém, aquela ensinada com os -ratos é virtude. Nele se via a observanc1a incorrupta da Regra, a exata obed1encia a qualquer vontade do Superior" (GIUSEPPE CARLETTI ROMANO, Vita di S. Benedetto, Presso Antonio Fulgòni, Roma~o,. pp. 39-40 / Imprimatur: Fr. Thomas Vincentius Pani Ord. Praed. Sacri Palatti Apostolici Magiater, 3-8-1805).

"Depois, quando Catarina os delxa, eles ficam desamparados: procuram unir-se mais para relembrar ~ licoes d e ~ miie, mas, a.pesar de tudo, seu fervor ba1xa. Entao _tomam a pena e lhe escrevem. "'Paça sa.berà nossa mae que nés nos relaxamos um pouco; eu gostaria muito que ela nos desse !:!!!!!!. regra quaiguer à gual n~ ooeOecesseiiios por causa dela. N6s poder1amos, em seu nome, nos reun;r em certos momentos determinados. Peça-lhe tambem para nos escrever algumas vezes e niio esquecer suas ovelhas desgarradas' (Carta de Cristofano di Gano a Néri di Landoccio, em Roma)" (Chanoine JACQUES LECLERCQ, Sainte Caterine de Siene Catholique Romaine, Casterm~n, Paria, 2a. ~i947). 441. Na India, nas Molucas, no Japiio agia ! personalidade de Sa.o Francisco Xavier Comenta um llvro sobre o Apostola.do de Francisco Xavier na Asia :

1109.

Secçà'.o IV

Sao

"Ignoramos o que Francisco Xavier respondia a essas questoes que ainda nos preocupam a nés homens do século XX, corno preocupavam os japonese; intelectùais do século XVI. Sabefuos, porém, o que expl1cava aos seus 1nterrogadore~: que a terra é um globo, que o relampago, o trovao, a chuva, a neve, niio siio co1aaa sobrenaturais; que ha muitas explicaçoes f!sicas para esses fenomenos. E podemos pr.e·sum1 r que também lh~s falasse da Europa, dos europeus e das suas condiçoes de vida. Todavia, à semelhança do .que ocorreu na India e nas Molucas, .!!,2. Japao agia igualmente, nao !. doutriil'a; mas a personalidade de Francisco Xavier. Passara-se quase um quarto de seculo, antes que ele pudesse impor-se; mas ~epois aflu!ram-lhe prosélitos em magotes: gente da nobreza, intelectuais, simples burgueses, vagabundos, tanto que o numero deles subiu em breve a una quinhentos" (PAUL HERRMANN, A Conquista da Asia, Boa Lettura Editora S.A., Sao Paulo, p. 2"0'!)--

443. Sao Lu!s ~onzaga aprendeu mais~ poucos dias d~ convivencia com~ Padre Pescatore, do gue ~ muitos meses de noviciado Conta o Padre Virgilio Cepar1 (1563.-1631), Jesufta, biégrafo ·e promotor da Causa de Canonizaçao de sa·o Lu!a Gonzaga: "No caminho rezou (Sao Lufs Gonzaga) sempre o offcio com o Padre, e teve com ele largas pr~ticas espirituaia, propos-lhe variaa duvidas, e procurou enriquecer-se com os avisos e documentos que recolhia de sua boca. "0 Padre, sa.bendo que semeava em boa terra, abria-se com prazer, e comunicava-lhe oa segredos da vida eapiritual e a pratica adquirida em tantoa anos · de· Reitor e de Mestre de noviços ••... t


410 .

Secç ao IV

" No fim da viagem di sse aos companheiros, que aprendera mais nagueles poucos dias de continua convivénc i a ~ largas pràticas ~~Padre, observando-lhe as aç6es e o modo de tratar com os secu~ares, ~ em mu1tos iiieiiesde novicfadoil VIRGILIO CEPAflI SJ , Vida deS. Luiz Oonza~a , da Companhia de Jeaus, 0fITcTna7>oT1graf1ca Ed tr1ce, Roma , 1910, ~17-218 / Com aprovaçao ecles1astica) .

---nre.

444 . "lnfund1a ~ nés ~ esperança e a coragem de 2. 1m1tarmos" Diz Dom Cagl1ero , d1scipulo de Dom Bosco que chegou a ser Cardeal: "Eu e todos os meus companhe1ros nutrimos a conv1cçao intima de que o nosso caro Pai (Sa.o Joao ·aosco), embora ciosamente ocultasse no exterior as su~s mort1ficaçoes, abst 1nencias e penitencias, a ponto de nos parecer a sua urna virtude ordinaria e comum a qual quer sacerdote exempl ar, sem atemorizar a ninguém, mu l to pelo contrario, infundindo ~ nés ~ ~sperança ~ coragem de~ !e!: tarmos, contudo, tendo-se em vista a sua saude abalada , os desgostos intimos, o desapego dos bens terrestres, a pobreza rigorosa, especialmente nos primeiros vinte e c1nco anos do Oratério , a escassez da alirnentaçio, a privaçio de passeios~ : de confortos e diversoes e , sobretudo ; ~·os ~.seus constantes trabalhos f1s 1cos e morais, · ·podemos afirmar , com plena convicçao, que Dom Bosco viveu a vida cons t antemente mortificada , apanagio ···das almas que ating1ram a mais alta perfeiçao e san tidade. Todas essas mortificaçoes eram nele tao faceis e naturais que nos levam à persuasa.o d e que o servo de Deus possuia a virtude da temperança, em grau heré 1co" (Marques FELIPE CRISPOLTI, Dom Bosco, L1vrar1a Salesiana Editora, Sa.o Paulo, -1ia"":" ed . , 1945, p . 243).

q45, "Seus companheiros v1am nele

~

regra viva"

De um 11vro sobre avida de Sio Charbel Makluf, monge libanes da Ordem Maronita (1828-1898):

Sno C h arbel Makluf "Durante cinco anos ele (Sa.o Charbel Makluf) va i aprender como es t a santidade se forma e corno ela se exprime . Basta ver conio vive o Padre Nehmatallah l-Hard1n1 1 religiosoreputado por sua virtude eque seus contemporàneos chamavam ra--de 'o santo de Kfifan'.


Secçao IV

1n2.

"O Padre Hardlnl era um desses monges que 1am até à verdade com toda sua alma. Esta ve r dade estava contida na Regra monastica e é porque ele lhe era fiel ao ponto que ~ companhelros viam nele '~Regra viva'" (P. PAUL ·DAHER, Charbel, ~ homme ivre de Dieu , Monastère S, Maron D1 Annaya, Jball, Liban,-p~75-76 / Im rimatur: N. Stfeir, Vie. Pat. Maronite, Bkerké, 7-8-65).

1

446. ~ Igreja aparecia-me corno gue concretizada ~ digno ministro~ comunlcaçao ~ seu Deus Conta D. Chautard um fato de sua vida: "Sendo estudante numa escola universitaria, e subtra!do a toda e qualquer influencia cler1cal, por acaso tivemos ensejo de ver , sem que eleo notasse, um sacerdote rezar o seu breviario. 'Fo1 urna revelaçao para nos a sua atitude chela de'respeito e de rel1g1ao e 1mensa.mente sent1mos desde entao .~1an1fes tar-- se em nos a necess1dade de orar, e de orar procurando imitar esse sacerdote. ~ Igreja aparec1a-nos como gue concr'e t1zada ·nesse digJo ministro em comunicaçao com seu Deus"1""1Dom • 7f. CHAUTARD-;-! ~ de todoApostolicfo"'; Ed1tora Coleçao F.T.D., Sao Paulo, p. 225 / Re1mgr1matur: Vicente Zioni, B. Aux~ -- V. Geral, 22- -1962), 447. Outro teria fé.lado com mais ': brnho. mas 2. 9ue penetrava os I coraçoes ~ palavras cheias de unçao

rn

Reus Narra um antigo aluno do . Pe . (1868-1947), Jesu!ta falecido no Rio Grande do Sul, em odor de santidade: "Nas aulas de religiao, o Pe. Reus nao fa'lava com retorica nem com superlat~vos. Qual%uer outro teologo teria, talvez, falado ~ mais rilho ~terior do ™- ele. Porem, .2.. gue !!2J! penetrava .Q. coraçao, eram suas palavras quentes, cheias d e ~ ~ tra1ndo a"Intirna fam111ar1dade que mant1nha com o céu" (Pe. LEO KOHLER SJ, Biografia completa P. Joao Baptista Reus, SJ, L1vrar1a Selbach ~ ~ia.-;--t>orto Alegre,7"9"5°0 ,volume II, p. 178 / Imprimatur: Mons. A. Pedro Frank,- Vig. Ger., 26-4-1950).

IV

==

2 método

doa §gQtQ§:

~aobar os coracoes ~ara gaobar as almas ~48. O coraçao ! Deus pertence Maxima de Sao Joao Bosco no seu Ideario Pedag6g1co: "A educaçao é urna empres~ae coraçoes, e do coraçao s6 Deus é dono" (Biografia~ Escr1tos de San ~ Bosco, Biblioteca de Autores Cr1st1anos';" Madrid, 19~5. p. 468 / Imprimatur: José Maria, Ob. aux. y Vie. gral., Madrid , 13-5-1955), 449. Santo Inaclo, pfrf "1.mplantar nas almas de seus filhos ! per e çao, ganhava=Ihes 2. coraçao Refere o conhec1do h1stor1ador dos pr1me1ros Jesu!tas, Padre Pedro de Ribadeneyra: "Mu1tos e var1ados eram os modos que t1nham nosso bem-aventurado Pa1 para implantar has almas de seus fllhos a perfe1çao e tudo o que desejava. Mas ~ pr1nc1pal ~ ganhar-lhes .2... coraçao Q2!!l um amor suavlsslmo ~dulclssimo de E!!_. Porque verdadelramente ele o era para com todos os seus f1lhos; e corno cabeça desse corpo, tlnha part1cular cuidado de cada um de seus membros; e como raiz dessa planta, comunicava selva e vlda ao tronco e a todos ~ ~ . folhas,rI'ores ~utos que ha~


Secçao IV

414.

vi a nela, segundo ~ua neceseidade e capacidade: e isto por modos admi r ave1s , dos qua1s refer1re1 alguns aqu1. "Pr 1me1ramente, receb1a ~ grande afab1lidade ~ tratava com maravilhosa ben1gnidade .!!. todos os seus suditos quando o procuravam. E para conhecl-los e dar- lhes prazer, fazia com que todos comessem com ele algumas vezes , até os 1rmàos coadJutores , o coz1nheiro, o porteiro e os que se ocupavam dos oficios mais baixos da casa. "Segundo, concedia-lhes Q gue pediam quando nao hav1a inconveniente, ou por parte da coisa, ou por parte deles. nTerceiro , para que estimassem mais o que lhes concedia (se a pessoa era de alguma qualidade)' propunha-lhe ~ razoes ™- tinha para 2. poder ~ ; ~ acrescentava ~ todas elas ~ pesavam tarito_a __ ~ 2. des e jo :9ue ~ de dar-The contentamento . ---"Quarto, quando -, os inconvenientes eram tao g r andes que em justiça nao se podia conceder o que era pedido, negava-ol mas com tanta escusa, que o mesmo que o hav ia ped d0:-f1cava persuadi do da boa vontade do Pad r e, e da impossib1lidade ou inconvenienc1a da coisa. 11 Qu1nto, ~amais disire alguma palavra injur1osa ~ azea ~ ~ pesso4 gue repreendesse , chamando-lhe de soberbo , desobediente, ou de outro nome semelhante" (PEDRO DE RIBADENEYRA , Vida del Bienaventurado Padre San Ignacio de Loyo'I"a,° in Historias de la ~arreforma, BAc:-Madrid, 1945, p . 407 / Imprimatur : Casimiro , Obispo Aux. y Vie. Oen., 31- 3- 1945) .

450 . ~ faz i am ~ Jesuitas para vencer ~ inapetencia de certas crianças p ra a atividade intelectual? Entre outras coisas, uscavam adguirir ~ est'Iiiia~ fazer-se amar pelos alunos

6

De um livro sobre ~pedagogia~- jesuitas : "A questao que preo.c_u pava os Jesuitas educadores se punha nestes termos: como dispor as crianças para que gostem da vida intelectual? corno ver:ic_~r .a inape~enc1a de tantos?

Secçiio IV " A soluçiio que adotaram abarca uma série me1os, dos qua1s so vamos enumerar alguns.

415 . de

"I. ~gç,yl,(;~t § irnt1~~ . -- A Companh1a pede aos professores que se façam estimar lealmente pelos alunos . Nao se trata apenas de ser respeitado, temido, obedecido, nero ainda de ser visto corno mestre competente, mas também de seduzir os animos com a auréola d~ um valor profissional eminente •• .. • 'A autor1dade a que o professor tem direito em virtude de seu t f tulo nao basta -- diz Juvencio ; é preciso acrescentar a que se adquire pela personalidade •.•.. •

"II. Eatet=:H: am~t· -- O segundo me i o é ~coraçao dos alunos . • • •• -' Para aer util aos hereges de nosso tempo -- escreve o Pe. Fabro ao Pe. Laynez -- é mister que eles nos fiquem afeiçoados eque se ganhe sua confiança e seu afeto' (Pe. -A. MAUREL, Vie du P. Pierr e Lefèvre, Briday , 1873 , p. 126) . Santo-rnacio , Sao Francisco Xavier e to·dos os demai s repetiam o mesmo conselho . Com as crianças, este método é certamente mais eficaz que com os herege_s ._ Nao so obedecem cegamente ao mestre a quem amam, mas tomam in conscientemente tudo o ~ lhes agrada nele , inclusive seus ~ - · nos gestos:---A'"mor pares aut invenit aut"l'acit. O inestre amado , sempre t e ra _razao; o mestre detestado, seracriticado sempre. •o amor - - escreve o Pe. Le Gaudier a prop6sito da autoridade dos educadores causa a uniao das vontades; o que é amado possui de·certa maneira ao que o ama; pode inclinar-se a qualquer lado segundo seu gosto; po r este motivo , quando queremos gove r nar com eficacia e suavidade as vontades humanas, devemos começar por~ amados' (Le Gaudier, c. VII). "Este poder do amor sobre os Juizos das crianças esta fora de discussao. Os alunos gue tem urna 2..Q!!!Q gue veneraçao afetiva para com seu professor , adotam ~ maneiras de~ e, sobretudo , as que lhe sao mais pessoais •• •.• -Com razao podemos conclu i r com toda a certez~ que ~ mestre pode comunicar infalivelmente aos alunos_. seus criterios ~ ~ gostos, com J!. condfçao de _gue lhes inspire de antemao uma ver dadei r a adesao a sua pessoa t°SACCHINI, Paraenes i s , e. VI)" (P. F. CHARMOT-, La ~ .Q


l 416.

Secçao IV

pedagogia de los jesuitas, sus principios -- ~ actualidad, Sapientia S.A. deEdiciones, Madrid, 1952, pp. 254 a 256 / Imprimatur: Joaé Maria, Obispo Aux. y Vie. Gene~a~, Madrid, 1-5-1952).

451, "Deus ordena gue me queiram bem" De uma vida de Sao Joao de Cruz (1542-1591): "~ fre1ras acabam seguindo cegarnen~e auaa indicaçoea, nao sabem o gu( tem as palavras eo a cento, da voz de fre1 Joao S:-:Yoao da Cruz) ,-mas nao ha gdem lhe resist~m certa ocasiao pergunta-lhe a mirada, urna delas: '0 que fazes a estas freiras, que logo razem o que queres? ' • •E Deus quem raz tudo -- responde -- ~ para isso -or<feria que ~ gue1 r am bem'" (~RISOGONO DE JESUS OCD, Vida de San Juan de la :•Cruz, in Vida 'i.. obraa de San Juan de la Cruz, BAC, Madrid,~ ed-:-;-1964-,-P. 99 r-!"mpr1matur: José Maria, Ob. Aux. y Vie . Oen., 11-5- 1964).

452, Amar ~,Jovens ~ fazer-se amar .22.!: eles: maneira propria de educar dos--sa:ntos

~

Ii

Secçao IV

417.

Sentados , de tl, de jo~lhoa, sobre ~ bancos , ~ cima ou embaixo daa mesas ••• Os prime1ros a entrar, -- corno é evidente -aglomeravam-se !!_2. redor dele, f1cavam-lhe bem ~ lli!:!Q_, tao perto gue se podia d1':er gue lhe toca~ -2.!!. ombros 2.2.!!!_ !!_!!. cabeças; outros ficavam logo atras, apoiando-se com os cotovelos ao espaldar da cade1ra. Bom numero deles, com um desernbaraço espantoso, tomavam de assalto todas as mesas e nelas ~ instalavam corno~ posiçaocooguiet'ada: una sentados com as pernas cruzadas, outros de Joelhoa, um pouco mais atras, outros enfirn de pé. Enquanto isso, alguns tomavam 2-!!. bancos, dispunham- ~ ao longo das paredes ~ subiam ~ cima. Os ultimos a chegar se apinhavam nos espaços que sobravam entre as mesas e os bancos. E ninguém mais, dir-se-ia, podia entao aprox1mar- se do car1nhoso mestre ••. Nao é verdadel Os mais pequen1nos enfiavam-se ~ debaixo da mesa,~ de 1rnprov1so emergÌh do escuro ~ cabec1nhas travessas bem pedo de Dom Bosco, o qual nao podia de1xar e sorr1r essa apariçao atrev1da. Que quadro marav1lhoso essa penca de coraçoes bem juntinhos ao redor dopai! Nao é isso ao pé ,da letra o que esta irnortalizado no verseto do sa-lino: 'F1111 tui sicut surcul1 ol1varum circa mensam tuam•:'TeUl!filhos rodeiam-te a mesa corno ·tenras plantaz1nhas de oliveira? ' •

a

Da biografia de Sao Joao Bosco (1815- 1888), fundador dos Salesianos , traduzfda pelo Arcebispo de Belo Horizonte:

Q bom pai narra~ l i n d o ~ ·

"Nos primeiros tempos do Oratorio , todas as tardes, depois da ceia podia-se observar um quadro realmente comovedor, na sala em que Dom Bosco em compan~ia de seus auxiliares tornava sua modesta refeiçào. Como chegava geralmente em atraso , · Dom Bosco tinha que ficar para sair também um pouco depo1s dos outros . Os meninos sabiarn disto: e comprimindo- se em dois grupos de um lado e do outro da porta, aguardavam ~ minima 1nterrupçao na saida ~os Superiores para se 1ntroduz1rem impetuosamente !lQ. rere1t6rio, Os d1abretes ocupavam todos os cantos da sala, e urna vez tornado o lugar, se colocavam nas posturas mais variadas e ali f1cavam ~ e;2:zar da presença do Pai.

Sem duvida nao sào observadas todas as regras de urbanidade nesse assalto impetuoso dos coraçoes; mas nenhum desses meninos falta ao respe!to ~uo&~para ~ Dom Bosco .· Quaria"oelefaz sinal que vai falar, cessa imed1atamente todo o .barulho e, no meio do silencio geral, o bom pai narra um lindo conto, relembra urna curiosidade historica, prc)pOe um problema, faz perguntas, ~sua palavra os conserva encantados até a hora em que o sino, dando o sinal para as oraçoes da no1te, obr1ga-os a separar-se com pesar. Essa é a mane i ra de educar propria dos santos • . •..

relembra urna curiosidade histor1ca, propoe umproblema .••


418.

Secçao IV

Todos querem fazer-se ver, recolher alguma de suas palavras ou um d e ~ sorrisos Quando sai da sacristia sao quase nove horas. O recreio esta no auge. Apenas os meninos o divisam, correm ~ tropel ~ encontro dele. E o primeiro contato familiar dos filhos ~ ~pai. E uma cena sublime. Todos !. porfia guerem estar pertinho dele. Os primeiros que chegam lhe beijam a mao e ficam apertadinhos Junto dele, suspensos a seus braços, familiarmente corno esta representado tao bem no motivo principal da estatua que se ergue na frente da . igreja de Nossa Senhora Auxiliadora. Os que chegam depois, se esforçam para varar o cacho humano que se avolumou rapidamente e guerem fazer-se ver, querem recolher algurna d e ~ palavras, ~ seu sorriso, querem sentir~ doçura d e ~ mao e ousar-lhes na fronte ou nos ombros. 0s ultimos enf m se apinfiam ao redor aessa massa ondulante que de improviso deixo~ de gritar e cantar. E, ca-· minhando lentamente ; pois que a aglorneraçao é tao cerrada que lhe embarga o passo, Dom Bosco vai falando. !_ este diz ~ palavra afetuosa, àguele raz urna rergunta, a um terceiro lança um olhar que

1

i"fgn1 ica um munCfoae coisas, ~ um guartosussurra

ao ouvido

~

conselho precioso.

Urna irnensa o~açao 2.. acolhia 11 E, reciprocamente, quanto 2.. ~ .!.. Juventude! O dominio de Dom Bosco sobre os jovens era dos mais poderosos que se tenham conhecido. Quando em qualquer momento da recreaçao, aparecia Dom Bosco na varanda ou no--rimiar da porta de ent?'ada:-;-a principio acoThiam-no com urna irnensa ovaçao, de= pois todos ~ precipitavam para ele.

Confiança cega

~

Dorn Bosco

"Aqueles setecentos ou oitocentos ·garotoo Dorn Bosco t~ria podido conduzi-los para onde quisesse, porque tinham nele urna confiança c~gal 'Que extranho poder que ele tinha sobre nosl confiava-rne ainda ha pouco tempo urn robusto velho de 82 anos, ex-aluno daqueles ternpos. Se um dia ele nos dissesse: Meninos, sigarn-rne: vamos descer até o rio que as aguas se irao abrir na nossa presença corno se abriram um dia as aguas do Jordao para deixar

Secçà'.o IV passar os Hebreus!, n6s o teriamos acompanhado sem hesitar certos de que seguindo seus passos atravessari~os a pé enxuto o leito do rio'. E outro ex-aluno da mesma geracao completava esse Juizo com eatas palavras: '~ele tudo era ordinario. E no entanto poderia conduzir-nos aonde quisesse. Portanto era Deus ~ falava poU sua boca e ~ nos rendiaa sua:-pessoa'" (A. A FFRAY~ IfomBosco, ~scolas -P-rol'Issionals Salesianas, Sao Paulo-:-TT1f7 pp. 307-308, 395-396, 417-418 / Imprimatur: Mons. M. Meirelles, Vigario-Oeral) . 453, Fazer-se ~ pelo menino par~ faze-lo amar mais~ Deus: o metodo de saoJoaoBosco

--- - -- --- - - -

Da mesma vida de Dom Bosco: "Sem afeto nao ha confiança e sern confiança nao ha educaçao, repetia continuamente Dom Bosco. De multo boa mente teria cornpendiado todo o seu sistema nesta frase: fazer-se amar pelo menino para raze-lo amar mais a Deus! Esse afeto e essa confiança ele pedia a seus filhos e ensinava a seus discipulos" (A . AUFFRAY. s'S, Dom Bosco, Escolas Profissionais Salesianas, Sao--"Paulo;ì947, p. 311 / Imprimatur, Mons. M. Meirelles, Vigario-Geral).


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Qceaecyar a iQOcencia QQ~ JQ~gg§ e auacitar oelea o

454 . Recreaçoes sadias sao meios eficac!ss1mos de obter a disciplina~ favo~~ moralidade ~ ~ sanidade dos jovens

pedagogia de Sao Filipe Neri e de Sao Joao Bosco (1815-1888), ~egundo um artigo do Pe. Eugenio Valentini SDB, diretor do Instituto Internacional Dom Bosco de Turim, Italia: A

"E questao de modo, e nao de substancia; de oportunidade, mais do que de valor intrinseco. "Por todos é conhecido que a espiritualidade de Sao Francisco de Sales em nada é inferior à espir1tual1dade de Sao Joao da Cruz, embora, à primeira vista, possa parecer menos austera e mais humana. "Nao se trata de descurar alguma coisa que seja requerida para atingir a santidade, ou de prefixar-se uma santidade de segundo grau, mas trata-se somente de saber escolher o modo e o tempo oportunos para tal resultado. " Sao F111pe .9.! Néri ~ aos jovens: 'F1ca1 parados, se puderdes . .!_, ~ ~ puderdes, gritai, pulai, contanto que nao façais pecados'.


422.

Secçao IV

"Dom Bosco , nas poucas paginas sobre o sistema preventivo, escreve : 'De-se amhla l iberdade de ~ . de correr , de fazer barul o a vontade. A gfnastica:- a musica,a ~amaçao, o teatr i nho, os passeios sao meios ef i cacfssimos para obter ~ disciplina, favorecer a morali dade e a sanidade'. E a l hures: 'Nao basta-amar os Jovens~ mas e preciso também que eles percebam ser amados; de modo que , sendo amados nas coisas que lhes agradam, com a participaçao nas suas incl inaçoes infantis , eles aprendam aver o amor nas coi sas que na t uralmente lhes agradam pouco, corno seJam a disc i plina, o estudo , a mortific~çao de s i mesmos; e aprendam a fazer estas co i sas com di sposiçao e amor' (Memorie Biografiche, XVII, 116)" (Pe . EUGENIO VALENTINI SDB , A Vocaçao ~ ~ Direçao dos Seminarios, in "Revi sta Ec l esiistica Brasileira", vol. 12 , fase. 2, Junho de 1952, p.314).

455 , § preciso entreter, distrai r ~ interessar~ jovem; ~ pouco de bul f cio ~ melhor d o ~ um silencio suspeito Ai nda do Ideario Pedag6gico de Sao Joio Bosco, o t6pico completo de onde o documento anterior e xtraiu um trecho: "6. ~!~~i;H . -- E axioma educativo

que o J.Q:i mister entrete-lo, distrai-lo e intere~sa-lo. De-se-lhes ampla liberdade de saltar, corre·r , gritar e dive r tir-se à vontade: a ginasti ca, a musica, .a declamaçao, o teatro, os passeios sao meios eficacfssimos para obter di sciplina e ajudar a moraidade e a saude. Cuide-se, isso sim, de que o objeto do entretenimento, as pessoas que nele intervenham e as conversas nio sejam condenaveis. Fazei o que qu i serdes, dizia o grande amigo da Juventude Sao Filipe Neri; a mim me basta que nao cometais pecados . ~ melhor algo de bul f cio do gue ~ silenc i o raivoso ou suspeito" (Biografia~ Escritos de San Juan Bosco, Biblioteca de Autores Cristianos," MadrIO, ---n?"5', p. 463 / Imprimatur: José Maria, Ob . aux . y Vie. gral . , Madrid , 13-5-1955). Y.!:.!!! ~ estar contente; por conseguinte,

423.

Secçao IV 456, Marchas e contra-marchas, batidae de calcanhares , cfinticos, palmas sonoras: o método de Oom Bosco para abrir ~ almas ,li"fu'gentar ~ tédio, ~ Q.:!. coraçoes ! confiança ~ ~ abandono

De uma biografia de Sao Joao Bosco, traduz i da pelo Arcebispo de Belo Horizonte, D. Joao Rezende Costa , SDB: "Durante a pr i meira guerra da Independencia Italiana, ele tinha coneeguido a amizade e os préstimos de um bom bersagliere reformado que tinha tornado parte na campanha de 1848 . • . • Esse bravo aspirante a oficial colocou-se à disposiçao de Dom Bosco para qualquer trabalho de ordem militar . ~ Ap6stolo aceitou imediatamente ~ oferta ~ pidiu logo ao amigo gue ensinasse aos rapazes ~ ==-~a= dos combates simulados; Seria!!!!!. es~léndido meio de atrai- los e conserva-los no- Oratori o. O negocio ficou logo combinado . o nosso monitor escolheu dentre os rapazes os mats espertos e mais praticos e começou ~ dar-lhes instruçio militar. Q Governo consentiu em dar-lhes emprestadas duzentas carabinas de pau, inofens i vas , arranjaram-se outros tantos bastoes para compl~tar o equipamento e o bersagliere deu sua corneta· de present e aos jovens recrutas. "Em poucas semanas estavarn tao bem preparados que j a podiam exibir-se ern combates simulados diante do mundo 1nfant11 do Orat6r1o e de toda a mu l t1dao de curiosos que se aglomeravam naqueles campos para ver esses soldadinhos em botio.

A alegria,

atmosfera da casa de educaçao "Para que ~ liberdade Juvenil encontrasse ~ redor de si o calar e a luz de gue necessitava , Dom Bosco tudo fazia pa a mante-la numa atmosfera pennanente de afegria. fim que ele visava com a alegria era abrir as almas, afugentar o tédio, provocar !:!!!!. rreriiito de vida através ~ organisriio, aux111ar .2. trabalho ~ inteligencia, associar ~ alma da crian 1a ~ ideia do praze: à do ~ , ~ rrincipalmente levar esses coraçoez i nhos !.. coniança ~ !!.9. abandcmo.Aque expedientes · nao era ele capaz de recorrer para manter viva a alegrfa no rne1o de seu munda infantil! Ainda se conserva

0


424.

Secçiio IV

no Orat6rio a lembrança de certas marchas endiabra das que ele organizava e dirigia naqueles patiost Alegria EQ!: !!.!!!. divertido quarto de hora .Q.Q!!!. Dom Bosi::o "Alinhava em duas filas suas centenas de meninos, punha-se ! testa deles e entoava uma cançiio polular ~ piemontes. Todos-acertavamo aasao un ndo vozes com a <Ie!ee 1am cadencran o os versos. .Q.2!!!. 2. violento bater doscalcanhares acoiii= anhado de a1mas sonor'as:-Isso produzia um baruho 1nferna, e sob oa porticoa as grandea lages de granito ressoavam com um rumor aurdo sob os péa desse exército ~ m"archa. A enorme serpente desenrolava seus aneis por todos os cantos; ora safam para os patioe, ora reentravam aob as arcadas; num dado momento eubia- se, por uma escada, enfiava-se por um corredor e safa-se p~r outra escada; depois descreviam ao redor de urna arvore motivos os mais bizarros. Finalmente, , roucos de tanto cantar e com ~ musculoe das:' pernas extenu~ faziam. al= to, todos alegres por se terem divertido um quarto de hora 2..2.!!!.. Dom Boaco"-(A. AUFFRAY SS, Dom Bosco, Eacolas profiasionais salesianas, Sao Paulo,7"91iì, pp. 108- 109, 308-309 / Imprimatur: Mons. M. Meirelles Freire, Vigario-Geral).

1

1

457, Fazer recuperar urna alma de criança, atraves dos ~ ~ d a oraçao Dom Chautard, meatre da vida espiritual, descreve a visita que fizera a urna ipstituiçao para.a educaçao de rapazea: "Um dia (éramos n6s sacerdote apenas havia dois anos), esse veneravel padre (o conego Timon-David) vira-se obrigado no fim de uma conversaçao a dizer-nos mui fraternal~ente, mas nao sem certa compaixao: Divertimentos simples gue distraem ~ alma "'Non aotestis ~ortare modo; somente mais tarde, quan o tiver j avançaaona vida interior, me lograra comprender melhor. Ja que, afinal de contas, nao pode atualmente · prescindir desses meios, empregue~os, pois, sem hesitar, à falta de outros. Quanto a mim, facilmente retenho os meus Jovens operarios e burocratas e atraio novos

Secçao IV

425.

recrutas, conquanto nao haJa na noesa sede senao esses divertimentos antigoa e sempre novos que, sem nada custarem, distraem a alma pela mesma simplicidade deles. Lembre-se-:- acrescentoue!'e com finura, que'}I'"°lhe mostrei, ali arrumados para um canto os instrumentos mueicais que eu também, ao princÌpio, julgara indispensaveis: a proposito, eia que se dirige para aqui a nosea atual filarmonica: vai ter ensejo de aprecia-la'. "Com efeito, apos alguns minutos, desfilava diante. de nos um grupo de 40 a 50 Jovens de 12 a 17 anoa. Que algazarral Quem vingaria reprimir uma gargalhada em presença desse curioso batalhao, que o olhar risonho do velho conego contemplava com tanta satisfaçao? Manter sempre vivo~ entusiasmo d a ~ juventude "'0lhe, me disse ele, observe aquele que caminha aos recuos à frente do grupo e vem agitando a sua grossa bengala à guisa de batuta como mestre de musica e depois a leva comicamente à boca à guisa de clar.inete; 'é oficial subalterno em 11cença, um dos nossos mais at1vos zeladores. Sempre que pode comunga todos os dia~, e sobretudo nunca deixa de fazer a sua. meia ho~a de oraçao mental. Esse anJo de p1edade, alma incansavel de todos os d1vert1mentos, esforça-se por tirar prove1to de todos os seus talentosa fim de que os recreios dos médios nao esmoreçam. Como dispoe de inesgotaveis recursos. para esse efeito, sempre mantém -vivo -;r2. entusiasmo dessa.verde juventude. Nada, porem, escapa aos seus olhares de subv1gilante nem ao seu coraçao de apostolo' . Brincadeira inocente que ~ todos encantava "Sim, gargalhada i r reprimfvel perante esse grupo de mus1cos que executavam mod1nhas trivia1s con~ec1dfssimas. O estrib1lho logo mudava, mal o mestre da musica dava o sinal do exemplo. Cada executante simulava um instrumento: uns tinham junto da boca as maos em forma de pavilhao, outros faz1am vibrar entre os labios urna folha de papel, raras flautas· de cana, et·c. , Esquecia-nos de d1zer que, à frente dos executantes ., vinha um tocando trombone e outro grande caixa de rufo: dois paus, a um dos quais a mao imprimia movimento regular de


Il 26 .

Secçao I V

vai vém, eram o instrumento do primeiro; urna velha lata de petr6leo , o 1nstrumento do eegundo. Os rostos irradiantes de todos esses J ove ns mostravam ~ ~ br1ncadeira realmente os encatava . ' Sigamos a filarmonica' , disse-me o : conego. Verdadeiros diabretes transformados ~ anjos de Fra Angelico "Ao fundo da alameda erguia-se urna estatua de Nossa Senhora. 'De joelhos, meus amigos , diz o mestre da musica. Um Ave Maris stella à nossa Mae do céu , depois uma dezenadeterço 1 • Toda aquela rapaziada fica em silenci o durante alguns momentos, depois responde lentamente , com tanta piedade corno na capela, às Ave-Marias . Aqueles jovens meridionais, a maior parte de olho~ baixos, alguns minutos antes verdadeiros diabretes, transformam-J!.!?_ ~ subitiis° ~ anjos de Fra Angelico. Reter mediante recreaçoes simples , ~ ~ maiores de :f.2.~anos. §. leva-los ~ ~ 'Nao se esqueça , d iz-me o guia , de que o termometro da obra é: Reter mediante recreaçoes simples ~ entusiastas os nossos jovens mesmo ~ de mais de vinte anos; consegui e- gue e l ea aap1rem .! recobrar aqui durante ~ suas horas de oraçao ~ de recreio urna alma de criança eque se divirta.m com coisas de-nada; cnegar sobretudo ~ fazer rezar, mas verdadeiramente rezar , mesmo no meio das brincadeiras; todos os nossos zeladores~am~ este fim'.

n 2~ ~1~~1QYlQ~ Ye~~~~g1t~@ggte t!~l~ çgg§!get~

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w1Q!~g; t~!~Q§ e d1toa doa aaotoa, e se emQenbam em aoota=los

Q~t~ Qco~eito esgicitual gçgQr!Q,

~oa seus coodisci~ulo~

j

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• l

~g§ geca~oes futucaa

458. " Nào me afastava de seu làdo, anotandoseus gestos, ditos ~-:---feitos" Na sua vida de Santo Inacio de Loyola, diz o Padre · Ribadeneyra:

i

Com alegria deixam a brincadeira par a Visitar~ Divino Prisioneiro •• . "A banda ergue-se para novas proezas artf sticas cujos ecos reboam pelo patio fora. Uns minutos depois ~ Q j.Q.KQ da barra g~ estava .!lQ §.!lli. aug~. Entrementes n6s haviamos notado que o oficial, ao erguer-se depois do Ave Maria stella, tinha murmurado algumas palavrasaos ouvidos de dois ou tres jovens , os quais imediata e alegremente, corno obedecendo a um uso praticado po·r todos, foram deixar ~ bl usas do recreio ~ ~ alparcatas ~!!!dirigi~~ capela -2;. fim de la passarem um quarto de hora aos pii do divino Prisioneiro"-cl)om J .B. -0-HACTTARD-,-~ ma de todo Apostolado, Editora Coleçao F . T.D. , Sao Paul o, pp. 142 a 14~ / Reim!rimatur : Vicente Zioni, B. Aux . -- V. Geral, 22-8- 962) .

e

ç~~~ ~1~

"Nao me apartava de seu lado (de Santo Inacio) dentroe fora de casa , na cidade e fora dela, acompanhando-o, escrevendo e servindo-l he em tudo o que se oferecia; anotando todos os ~ atos, feitos e di tos, com aproveitamento para minha alma e particular admiraçao. Esta crescia à medida gue ele 1a revelando mais do muito ~ tinha encerrado seu peito; ~ eu, com~ idade, ia abri~do 08 olhos para ver o gue antes .22,!: ~ dela nao via. ~ e s t a tao rntimaconversaçao e familiaridade que · tive com nosso Pai, pude ver e notar nao somente as coisas exteriores e patentes que estavam expostas aos olhos de muitos , mas também algumas coisas secretas que poucos percebiam" (PEDRO DE RIBADENEYRA , Vida del bienaventurado Padre San .!.g=. nacio de Loyola, intti storias de la t:'orit"rarreforma, BAC-,-Madrid , 1945, p. 38 / Imprima tur: Casimiro, Obispo Aux. y Vie. Gen., 31-3-19Q5) .

em

I


428 .

Secçao IV

Secçao IV

459. Deus nos deu nesso bem-aventurado Padrelnàciopor guia ~ mestre, caudilho ~ capitao desta sagrada mil1cia Do JA varias vezes mencionado Padre Pedro de Ribadeneyra, em sua vida de Santo Inacio de Loyola: "Porque, que homem cristao e sensato hi, que vendo nestes miseraveis tempos urna obra tao assinalada come esta, (sa!da) da mao de Deus, e urna Ordem Religiosa nova plantada em sua IgreJa em nossos dias , e espalhida em tao pouco tempo por quase todas as provfncias e terras que o sol ilumina, nao deseJe saber corno se fez isto, quem a fundou, que princfpios teve; seu pensamento, aeus progressos e extensao, e o fruto que se seguiu dela? "Mas esta razao, Irmaos, nao nos teca a n6s semente , mas t8.JT1bém aos demais. Ha outra razao que é mais doméstica e mais propria a n6s, que é a de seguir e imitar àquele que temos corno capitao . Porque, aasim corno os que·procedem de ilustre linhagem e de um sangue generoso e esclarecido , procuram conhecer- as façanhas e gloriosos exemplos de seus antepassados e dos que fundaram e enobreceram sues famfliaa e casas, para te-los corno modelo e fazer o que eles fizeram; assim também n6s, tendo recebido da mao de Deus NossoS'enhor a nosso bem~venturado-Padre ynac'io por ~uia ~ mestre, e por caudilho ~ capitao desta mil eia sagrada, devemos tomi-lo por espelho de ~ vida ~ procurar ~gur:=ro- ~ todas as nossas forças ~ De maneira que, se por nossa 111\Perfeiçao nao pudermos traçar tao ao vivo e tao semelhante ao origlnal, o retrato de suas muitas e excelentes virtudes, ao menos imitemos a sembra e o rasto delas" (PEDRO DE RIBADENEYRA, Vida del Bienaventurado Padre San Ignacio de Loyola, in Historias de la Contrarreforma, BAC, Madrid, 1945, pp. 36-TI Timprimatur: Casimiro , Obispo Aux. y Vie. Gen., 31- 3-1945) .

460. ~ Companhia de Jesus teve .P2.!:. fundamento nà'.o o texto das Constituiçoes, mas ! personir1dade do Pundador Da introduçao a urna ediçao francesa da Autobiografia de Santo Inacio "Era um momento dà his-

t6r1a de Deus agindo neste mundo que seus filhos espirituais lhe pediam para contar: eles quer1am que o Fundador lhes deixasse por escr1to a relaçà'.o de seus trabalhos e de seus dias , e fizesse o enunciado das graças concedidas por Deus a seu aervidor no tempo em que ele cr1ava a Companhia de Jesus. Ora, esse Instituto t1nha tido por fundamento verdade'Iro nao o texto das~nstituiçoes, PQ.!' mais ~nial que elasfoiisem;-™ ~ personaliaaae ----00ndador --riie"Thor, o serque se tlnha torri°ado o Fundador, sob a mao modeladora de Deus" (ALAIN GUILLERMOU , Introduçao a Saint Ignace de Loyola, Autobiographie, Editions du Seuil, Paria, 1962, pp. 10-11) .

461. "!sto

i

fundar verdadeiramente

~

Companhia"

Conta o Pe. Lufs Gonçalvez de Camara, Jesuita , confessor do Rei de Portugal D. Joao III, no aeu p~6logo i Autobiografia de Santo Inacio de Loyola:

j 1 I

"Dai a uma hora ou duas fomos corner; e estando i mesa com ele (Santo Inaci~). Mestre Polanco e eu, nesso Padre disse que mu,i tas vezes Mestre Nadal e outros da Companhta lhe tinham pedido, mas que ele nunca se tinha determinado a isso (escrever a sua autobiografia); eque depois de ter falado com1go, recolhendo-se em seu quarto, havia sentido tanta devoçao e tanta inclinaçao para o fazer, e falando de ~al maneira que mostrava que Deus lhe havia dado grande luz de gue o devia fazer, que se havia decidido inte1ràmente; e a coisa contar tudo guanto em sua,alma até agora se havia passado; eque tinha tambeiiicfecidido que seria eu a quem ele manifestarla estas coisas . . • • . "Mas chegado o Padre Nadal, alegrando-se muito com o que estava começado, mandou-me importunar o Padre, dizendo-me muitas vezes que em nenhuma coisa podia ele faze r mais bem ! Companhia do ~e fazendo isto; ~ que isto era fundar verdadeiramen~ te ~ Companhia" ( Pe. LUIS GONZALEZ DE CAMARA, Prologo de la Autobiografia de San Ignacio de LoY.Q_~, in Obras Completas de San Ignacio de Loyola, l3AC--;- Madr~9Q7, Tomo r, pp. 102-103 Timprimatur: Casimiro, Obispo aux. y Vie. gen.).

era

I


430.

Secçao IV

462. "Nosso ·Padre Inacio ! guem Nosso Senhor nos deu ~ exemplo Fc'aOeça deste corpo mistlco 11 Escreve o Ja citado Padre Lu!s da contempor~neo de Santo Inabio de Loyola:

Camara,

"Desde que entrei para a Companhia (de Jesus), na Pascoa de 1545, sempre deseJei muito ver Nosso Padre Inacio e tratar com ele, a guem Nosso~hornos deu corno exemplo~cab"eça- deste corpo mistico de que todos somos membros. Aumentavam-me estes desejos, além de outras razoes particulares, duas que mais me moviam: urna das quais era desejar ter obediencia de entendimento, do qual tanto ouvia falar na Companhia, Parecia-me gue, para poder alcançar esta virtude, seria multo bom melo ouvir !!:_ doutrina dos làbios daguele cujos conceitos sobre as coisas da Companhia deviam ser tidos corno sendo 2-:!._PrimeirOs principios de qualguer crericia, gue .m!,Q costumam ~ nem podem ~ ~la demonstrados. A outra era a altissima opiniao que t1nha da santidade da pessoa do mesmo Padre, a qual concebia nao s6 pelas muitas coisas gue dele nos contavam todos gue tinham tratado ~ ele, mas tambem pela grande perfeiçao que Jà entao reconhecia na Companhia e no seu modo de proceder. Assim me lembro que, pensando muitas vezes aobre iato, fazia comigo este racioc!nio: ' Se~ fruto ~ ~ obra sao taia, corno aera a arvore e o artiffce?'" (VICTORIANO LARRANAGA SJ, Introduccion Autobiograf!a de San Ignacio de Loyola in Obras Completas de San Ignacio del.oyola, BAG,Madrid, 1947, Tomo I, p. 23 / Imprimatur: : Casimiro, Obiapo aux. ,Y Vie. gen.).

463. Freiras se dedicam !!:. copiar os ensinamentos orais de Frei Joao da Cruz Conta um Carmelita Descalço, nasua vida Sao Joao da Cruz:

de

"Algumas freiras se dedicam .!!_copiar~ ~ o ensino oral de Frei Joao da Cruz . Assim o raz Catarina de Cristo, qu': chee;{l .!!. formar um livro gue tera dois dedos de altura, e Madalena do Esj)!rito Santo. Pelo queesta ultima nos transmi~

Secçao IV

431.

tiu (da Irma Catarina nao chegou nada até n6a) vemos que copiavam com multa r1delidade" (CRISOOONO DE JESUS OCD, Vida de San Juan de la Cruz, in Vida ~ Obras de SanTuandeTaeri:iz-,-BAC, Madrid, --;a: ed,:--I96Tr "p.""""1597 Iiiiprimiitilr: José Mari~, Ob. Aux. y Vie. Gen., 11-5-1964). 464. Recolhiam cuidadosamente guanto de notivel observavam ~ ~ amado pai Da introduçao geral à biografia e escritos de Sao Joao Bosco , por um salesiano : "Apressemo-no~ a dizer que a fonte principal destes estudos sao as Memorie Biografiche, obra monumental de 19 tomos, alguns dos quais ultrapassam as mil paginas, de cuJa autenticidade e fidelidade nao cabe a menor duvida. Compilou-as o secretario do Santo (Dom Bosco), D. Joao B. Lemoyne, grande tempera de historiador ••••• ~Quando Lemoyne chegou ao Oratorio, viu que var1os dos mais inteligentes filhos de Dom Bosco J! recollliaincuidadosamente quanto de notavel observavam ~ amado pai ~ anotavam taguigraficamente os seus discursos, conferenci~s e o qde mais lhes Impressionava nas palavras que sa!aiu ~ ;ieus nbios, até mesmo nas conversas fam111ares. Lemoyne recolhi~amoroaamente todos estes apontamentos, compulsava diligentemente um por um, e, quando tinha duvidas, conferia-os com outras testemunhas; às ~ dava !!!!!,. jeito para consultar 9. propr io Dom Bosco. Assim se formou um arquivo verdadeira3 mentemoriumental ••••• "Como chegaram até nos estes sonhos (de Dom Bosco)? Alrans, ele mesmo os escreveu; de outros reviu a re açao.-rma:rot-p;Iifi' poÉet, erruto do arew e da estima-de seus os. n re-estesbavia aqueies perspicazesque, amando-o entranhadamente e nao querendo aerder nada do' maravilhosb que viain em ~ Pai, esde .2,--rruclo montaram um serviço de estenografia: anotavam ~ sonhos ~ logo se reuniam parÌ confrontar !:_ conse~ir ~ texto mais exato posa vel. Com al~ma frequencia pediam aUom Bosco que os revisae" RODOLFO FIERRO, SDB, BYogFarra:-1.-rscritos de San ~ Bosco, Introducci6n general, BAC, Madrid, 1955, p. 5, 6, 62 e 63


J ,, 32.

/

Secçao IV

Imprimatur: José Maria, Ob. Aux. y Vie.

13-5-1955).

Gral.,

465. Autobiografia de Santo Antonio Maria Claret, fonteguetrinsmite o mais rico do eii)Irfto do fundador Da introduçao aos escritos autobiograficos e esp1r1tuais de Santo Antonio Maria Claret :

"Ha

ademais outras duas ocasioes em que o Santo ~ poe, de prop6sito, !... narrar ~ gue sucederam ~ ele, com Q. fim expresso de prevenir ~ sacerdotes gue Q. lerem. Tinha razao, pois, ~ definia !.. Au, tob1ograf1a ~ 'o Manual 2,2. Mlisionirio Apost6lico'. !sto nos expressa, se nao seu malor valor -- com ser notabil!ssimo - ao menos o objetivo que seu autor teve mais presente ao escreve-la. ;: ,. "Por este motivo, !. Congregaçao dos Missionarios do Imaculado Coraçao de Maria recebeu ! . . ~ bio~rafia como dom prec1os!ss1mo de seu proprio

fun ador e a conirderou sempre como algo multo

~ - Entrava em seu patrimonio espiritual, tendo sido composta com o pensamento do autor tao diretamente e de tantas maneiras posto nela. Durante os guase cem anos que medeiam desde a sua composiçao. .!_ Autobiografia foi consI'a.erada na Congregaçao -- J.§i§ ~ as Constituiçoes -- como fonte primaria de nossa espiritualida4e, que transmitia o ~ haae mais rico•no esplrito Oo fundador". fSA~ANTONnf R'XR"IA c%AtlET', Escritosautobior8.ncos l espir1tuales, BAC, Madrid, 1959, p.6~ / Iiiipr1matur : Blasius Budelacci, Ep. Nissen. Tuscu-

11, 9-2-1959).

1

YH li; tgtw;.i~ ,Q~~l •• Q. c;l;i~u~; ~~§ ~1Qit~t1~~ ~Qg ;§g~gg: ~Y§ l~itYC~ g~§~~Ct~ Q g~g~1g g; g; lil~§C ~ g, ~; ;~!Nit gg ~!!Wlnb~ g~ ~;ct~i~iQ g ~;~;,

466. A irresist!vel influencia dos exemplos ~ Santos De conhecido teologo de começos deste século: "Sendo a espiritualidade uma ciencia vivida, importa mostrar historicamente como foi posta em pratica; e para iato é mister ler biografias de santos antigos e modernos, de diversas condiçoes e pa!ses. • ••• "E, efetivamente, em contato com eles (os autores canonizados, ou daqueles que, sem- os serem , viveram como santos) que o coraçao se inflama, a inteligencia, iluminada pela Fé, percebe mais claramente e saboreia melhor que num livro didatico os grandes princ!pios da vida espiritual, e a vontade, sustentada pela graça, se sente arrastada à pratica das virtudes, tao vivamente descritas por aqueles que nelas tao heroicamente se exercitaram. Se a essas obras se juntar a leitura da vida dos Santos, melhor se compreendera ainda por que motivo e de que modo se devem imitar, e a 1rresist!vel influencia de seus exemplos acrescentara nova rorça a se~s ensinamentos: 'Verba movent, exempla trahunt' (As palavras movem, o exemplo arrasta) •••••


Secçao IV "Nossa devoçao se d1r1gira eobretudo aos Santos que y1veram na mesma cond1çao que n6s, ocuparam empregos eemelhantes, e prat1caram a v1rtude' que nos é mais necessaria" (Ad TANQUEREY, Compendio de Teologia ascética e mistica, Apostolado da Imprenea, Porto, 1961, 6a:- ed., pp. 11, 21 e 93 / Imprimatur: A. Ar ch. Bracarensis, 11-2-1961). 467 . Sao 0reg6r1o Magno:~ exemplos, mais do gue ~ d1ssertaçoes, acendem !!.2..:!. coraçoes ~ desejo do Céu Da 1ntroduçao (480-547):

a

uma

v1da

de

Sao

Bento

"Em pr1me1ro lugar, é preciso ter pre sente que Sao Gregorio se propos principalmente eacrever uma v1da popular, eminentemente popular, sem preocupaçoes crit1cae. Ele meemo o afinua : 'Mais do que ~ d1seertaçoes ," sa.o 08 exemplos que acendeiii: nos coraçoea ~ !!:!!!2.r dapatr!a celestiaIT:" Em auas b1ograf1as, busca a edificaçao dos cristaos, naquela época avidos de maravilhoso" (R.. P. BRUNO AVILA OSB, Introduccion in San Gregorio Magno Vida de San Benito, Editorial San Benito, Bueno; Aires, 3a. ed., 1956, p.8 / Im r1matur: Ramon Novoa, Pro-Vicario Oeneral, 14-5-19 6).

5

468. Entre as coisas gue ens1nam , o homem a servir a Ueus e evitar ,- - - ~ pecado,-uma das mais importantes é o ex.emolo ~ ~ dos santos De uma (1350-1419):

biografia

de

Sao

Vicente

Ferrer

"Entre as mu1taa coisas que ens1nam aos ~vir.!_ Deus ~ evitar tod~ espec1e de cados e coisas masha urna que nao e das menos pci'rtantes: ~ Bçao gue nos da i!. vida Santos. • ••• ~

ho~imdos

Os Santos sao 1magens d e ~ Cristo "E aquele que nao quiser errar no caminho do céu (que é tao pouco ueado, por ser estreito e as-

Secçfo IV

435.

pero eque por causa de noesa grande 1gnoranc1a se tornou tao obecuro), deve, por alguns momentoe olhar a v1da dos Santos, porque eles tem todae eeJae qual1dades de modo acabado. Os santos eao, eem duvida, espelhos multo limpoe, p"ero ~ de peca~ mortale; eao 1ma5ens de Jesue Cristo razoavel~ bem fe1tae; ~ marav1lhoeae copiae da v1da evangélica; sao textos eecr1tos pelas maos do Esplrito ~ ; siio ~ ~ !!2.!! mostram ~ carni~ estreitos do~~ sao tochae gue nos alu~ para gue nao ca1amos ~ algum deepenhadeiro. Nao basta~ especulaçao: § preciso conhecer vida ~ Santoe para~ entusiasmar pela virtude "E por iato que Sao Tomae, apeear de ser multo instruido em tudo, naodesprezava a leitura dos re1tos ~ das palavras dos eantoe padres ennitaè>s;' sempre que para iato t1nha tempo;~ apeear de ter escr1to muito eobre as v1rtudes .È. .!!._ perfeiçao evangelica, 1nterromp1a eeus afazeres sempre que pod1a, para entender mel~esta liça.o. Porque os estudoe especulat1vos, a1nda que tratem das virtudes e eejam eantos, e multo necessarios à Igreja , tem tantas finuras e sutilezas que para que nao tornem o homem orgulhoso e o ~esvanesça, é preciso J!Q!· vezes arastar-se delee e ocupar-ee a-meditar soOre a vida, .!!.. obediencla; ~ castidade,-a devoçao ~ .!!. humildade, .!. austeridade ~ ~ pen1tenc1a juntamente com ae outrae perfe1çoes dos santos para gue nos veruiamos ~ entusiasmar pelae virtudes gue g ensinam ~ escolas. ~

Os exemplos dos Santos sao carvoes ardentes gue abrasam as almas "Com iato se descobre outra ut111dade desta liçao, porque nao 8omente elas ex1atem (tendo a razao como e8pelho, como dissemos) para que a pessoa conheça a8 suas raltas, serv1ndo-lhe de or1g1nal e desenho para o qual possa olhar, de guia e luz que lhe mostre o caminho do céu; mas também conquistam a vontade lançando com ela centelhas de ~ de Deus ~ menosprezo do mundo; as quale, se encontram a pessoa, um pouco que seja, disposta a receber este rogo celest1al, a abrasam 1nte1ramente. Nao h~ esporas que raçam correr tanto um cavalo que se recu8a a galopar, quanto esta liçao faz cam1nhar nossa vontade em direçao ao céu. Ass1m


436.

Secçao IV

Secçao IV eacreve Santo Agoatinho em ~ "Conr1as5es": que os exemploa dos aervoa deòeus eram parÌ ele corno carvoeB ardenteB qt1e~ abraeavamomais nt1mo ---a"e sua alma" (Pray VIGENTE JùST!NIANOART'IST, Vida de San ""'VIcente Ferrer (Pr6logo), in Biograr!a~Ea= crftoa de San Vicente Ferrer, BAC, Madrid, 195o":'" pp. 94-9,/lmprimatur: Hyacinthus Ep. aux. y Vie. gen, Valentiae, 9-6-1956). 469. Aa vidaa doa santoa aao normas de bemvivermais do gue 08 livros~ ~ palavras Da vida de Sao Lufs Gonzaga (1568-1591), pelo Padre Virgilio Cepari, Jeaufta, contemporaneo do Santo, e para cuja beatificaçao multo trabalhou: "Toda pessoa que le as h1st6r1aa e vidas dos Santoa que em varioa tempoa tloresceram na Igreja Cat611ca , ve que, de ordinario, a Divina Providencia nunca manda ao ·mundo Santo devida mufto exemplar, aem que ao mesmo temp auscftealgUm conhe~ ~ gue, inspirado ~ eus, escreva~ vida e açoes; para que com a morte do Santo nao expire sua fama, antes ae estenda por ·· teda a Igreja, e se conserve nos tempoa aeguintes para beneficio comum e aproveitamento dos vindouros. Com efe1t.o, as vidas dos Santos sao · nonnas de bem viver, e mostrrun ca.m1Tiho dire1tc>do Paraiso, com mu1to mais ef1cacia, do os 11vros escr1tose~pa1avraiin. {VrnLIO ARI, Vida de S. Luiz-deGonzaga, Officina Poligraf1ca--gartrice, Roma,7"910, p. 15 / Imprimatur: Fr. Albertus Lép1d1 OP, S.P.A. Mag1ster, Imprimatur: Joseph Ceppetell1 Patr. Const . , Vicesg.).

0

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470, "Si iati ed iatae, cur !!.2.!!. !IB..2." -"Se eates ~ estas puderam, ~ gue nao ~?"

Santo Inscio de Loyola. Retratado por Giacomo del Conte (séc. XVI); encontra-se na casa generalicia dos jesuitas, em Roma.

O mais célebre caso de conversao pela leitura da v1da de Santos: Inacio de Loyola. A conhecida hiatoriadora Daur1gnac assim descreve a convalescença do cavaleiro D. Inacio, no Castelo de Loyola, ap6s aucesaivas operaçoes na perna direita, quebrada por uma bala de canhao, durante o cerco de Pamplona:


438.

Secçao IV

"O tempo corria e o aborrecimento apoderava-ae dele apesar dos sonhos da sua imaginaçao. Os romances de cavalaria, entao muito em voga em Eapanha, pareceram- lhe dever preencher o vacuo que se razia sentir naa suas lòngaa horaa de isolamento e de reclusao. Divertiam-no aa 1maginarias aventuraa de cavaleiros andantes e aa suaa impoas!veis proezas. Esta idéia agrada-lhe; ordena que lhe tragam um desses romances. Depois de alguns ~natantea, o seu criado de quarto volta: "-- Senhor, aqui esta tudo o que pude encontrar. "-- Como! Peço-te um romance e trazes-me livroa de devoçao? Estas doido? "-- Senhor, nao ha outros. "-- Vai do meu mando pedir a D. Garcia (irmao mais velho e chefe da casa dos Loyola) romances de cavala ria. "-- Jé.. fui, Senhor; D. Oarcia nao tem romances; S • .Exa. na.o tem outros livros senao estes. "Estea livros eram: a Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo frade Ludolfo, e a Flor dos Santos, ambos em lingua catelhana . "-- Pois bem, -- disse o jovem . mundano deixa-me esses livros. "Sobrevém-lhe o tédio e o esp!rito de Inacio tem neceesidade de alimento; à falta de melhor, aceita a lettura que, por certo, · nao teria escolhido. • ••• ::

r}.

Primeiros efeitos "D. Garcia nao entrava no quarto do seu jovem irmao que o nao encontrasse ocupado a ler ou a escrever. "-- Achais interesse na vida dos Santos, caro Ifiigo (nome de batismo de Santo Inacio)? lhe disse o irmao. "-- Sim, senhor, acho nela coisas surpreendentes, que ultrapassam tudo o que os cavaleiros imaginarios tem empreendido para conquistar um nome glorioso. No primeiro momento, ou f osse por aer privado dos romances que eu desejava, ou por

Secçao IV

439 .

outra raz!o, este 11vro pareceu-me 1na!p1do, Maa rorçando-me o aborrecimento a le-lo, term1ne1 por achar-lhe multo interesse. "-- Tanto melhor; caro Inigo, porque esta longa reclus!o é dolorosa para urna natureza tao viva como a vos sa. "-- Sofro menoa, meu caro irmao, desde que leio este livro. Contudo, vede: condeno-me a este supl!cio para nao perder a m1nha 1nfluencia junto das damas da corte, ao passo que todos estes Santoa teriam sorrido tudo isto, e mais ainda, s6 para agradarem a Deus. Elea ganharam uma eternidade de felic1dade em recompensa da sua vida penitente ou do martirio que aceitaram; e eu apenas tere1 aorrisos de mulherea ou louvores- cortesaos como unica recompensal Pergunto a mim meamo o que me ficara de tudo isso, quando eles e eu tenhamoa envelhecido? ••• .

Q desejo de imitar os Santos "lnac1o nao acrescentou, s6 o confeasou mais tarde -- que tinha perguntado ·mu1tas vezes a ai mesmo, ao ler avida dos Santos, porque nao procurarla imita-los; por que nao podia razer o que os Santos puderam; porque · nao procuraria, como eles, glorificar a Deus na terra, com a esperança de ser um dia part1c1pante da ~ua gloria no céu. E verdade que esses bona aent1mentoa eram imediatamente abafados pelos sonhos de ambiça.o e de va1dade, . e que, indo-se-lhe pouco a pouco distendendo a perna, a esperança de naò ficar coxo quando sa!sse do seu quarto o preocupava mais que tudo. Entretanto, lia e rel1a as grandea açoes dos Santoa, e, querendo conservar a recordaçao delas, escrevia aquelas que mais o impressionavam. Passado pouco tempo, sentiu-ae muito comovido ao entregar-se a esta ocupaçao. Luta interior "Todas estas reflexoes surgiam no esp!rito de D. Inac1o, assaltavam-no de dia e de noite e oratigavam tanto mais quantp mais energicamente eram combat1das pelo respeito humano e pelo atrativo dos prazeres entre os quais t1nha vivido até ente.o . • . • ••.


440.

Secçao IV

"Prolongando-se esta luta na alma do nosso her6i, perguntou um dia a si mesmo se n!o seria J! tempo de por termo a ela, tomando uma resoluçao definitiva.

manetras, aesuntos de convereaçao, tudo mudara nele, e D. Oarcia preocupava-ee seriamente com 1aao. . .. • A consagraç!o.~ cavaleiro 'r'error do demonio

"-- 'H! evidentemente em mim, -- dizia ele -duas vontades opostas; uma, que me 1mpele para o bem, e · por ele à telicidàde eterna; a outra, que me impele para o mal, e por ele à eterna intelicidade. Quando reflito largamente sobre as vantagene duma vida penitente, como a doe Santos, experimento uma tranquilidade, uma paz de eep!rito, uma doçura 1nterior, que eao desconhecidas eque o mundo nao pode dar-me. Quando, ao contr!rio, me deixo arraetar pelo pesar . e pelo desejo dos prazeres e da gl6ria desta vida, fico com uma perturbaçao, uma inquietaçao, uma agitaçao que se aseemelham ao remorso, e me tornam desgraçado. E, pois, loucura heeitar ho partido que devo tomar ••• Parei o que tizeram oe Santoel'

~ ~

Senhora.

"Uma notte, sotrendo mais ainda que de ordin!rio pela necessidade imperiosa de abandonar tudo por Deua, e estando a sua perna assaz rort1t1cada para lhe perm1t1r a execuçao dos seus projetos, prostrou-se diante duma 1magem da Sant!ssima Virgem, pediu-lhe que aceitasse o comprom1sso, que ele tomava a seus pés, de e6 viver para a gl6ria do seu divino Filho, e jurou-lhe, nasua linguagem de guerreiro, eer sempre fiel à sua bande1ra, nao servir aenao nasua mil!cia e sob suas ordens, e ser do Pilho e da Mae, na vida e na morte. No mesmo instante, um estrondo, semelhante a uma forte detonaçao, raz-se ouvir no interior do castelo e o abala até aos alicerces. O abalo roi sentido em todos os cantos da casa, mas nao deixou aina1s senao no quarto de D. In!cio, mais violentamente atingido, e cujoa muros, de àlguna pés de espeaeura, sotreram ùm abalo tao torte que produziu uma larga renda, que ainda exist~. ,

A resoluçao tomada

"Esta importante resoluçao estava tomada e, com uma natureza eomo a de Inaciò de Lòiola, devia aer exeeutada. Aproxima-se o momento em que ele podia tirar o eparelho da perna e experimentar as auas torças; mae a estaçao era pouco ravor!vel, o inverno começava a razer-se sentir e a prudencia recomendava que eeta resoluçao tosse adiada por alguqe . meeee. Entretanto o nosso recluso ocupava-ee em ler e reler avida de Noseo Senhor e a dos Santos, e escrevia sempre, mas com mu1to mais cuidado, oe traçoa que mais o impreseionavam. Fez dest e modo um livro de ·trezentas p!ginaa, eecritae no gosto da época, em diversae corea. Empregava a cor de ouro para Noseo Senhor, a verm~lha para a Sant!ssima Virgem e as outras cores para os Santos (Ribadeneira). · "Entretanto, In!cio tornara-se um homem novo. Ocupado de Deue e do deeejo de lhe agradar, dividia o aeu tempo entre as eantas leituras, a oraçloi a meditaçao e a escrita. Procurava .trazer à memoria todae ae taltae da sua vida paseada, euspirando pelo momento em que lhe tosse permitido expi!-lae peloe jejune, vigiliae, maceraçoes e eo11dao. A sua ram!lia estranhava-o : a linguagem,

441.

Secç!io IV

"Nao toi um tremor de terra, porque e6 o caatelo eorreu o abalo; as depen~encias nada aotreram. Qual a causa deste fenomeno? Procurou-ee, maa nao ae encontrou. Preveria o demonio os tem!ve1e e 1nceaaantee golpes que lhe viria a dar a santa Companhia de Jesus, e:·quereria manifestar a sua raiva impotente contra aquele que Deus tinha escolh1do para ser o rundador da mesma? Os hietoriadores do Santo aao deasa opiniao. A estranheza da fam!lia

.,

"D. Garcia continuava a preocupar-se com a transtonnaçao de In!cio e procurava ocas1ao de comunicar-lhe oe receios que o agitavam; eeta apreeentou-se breve. Inacio, sentindo-se mais forte, deu um pasaeio a cavalo eem prevenir o 1rmao, e, quando regressou, encontrou D. Oarcia ••••• "A noite os dois convérsavam sem testemunhas no quarto de Inacio.


442.

Secçao IV

"-- Confesso, -- d1z1a D. 0arcia que a voaaa aa!da a cavalo me 1nqu1etou bastante, em conaequencia do a1lenc1o, que guarda1a aobre 08 voaaoa proJetoa. Por que me nao preven1atea? "-- E verdade que vo-lo pod1a ter dito, maa que recea1a? "-- Meu caro Inigo, com teda a tranqueza vo-lo digo porque tenho neceaa1dade de expandir o coraçao. A voaaa mudança é tal que receio tudo. A voaaa imaginaçao eata exaltada com a leitura da vida de Jeaua Cristo e doa Santoa; renunciaatea à corte, à guerra, àa honraa, à gl6ria, a tudo o que amaveia. So v1veia para Deua, nao comunicaia a ninguém oa voseoa proJetos, e, na voaaa idade, deveia te-loa certamente. E, pois, de temer que, deixando-vos levar por indiscreto ferver, faça1a mais do que deveia. "-- Espero, caro innao, nao ir mais longe do que devo, -- respondE:,u ,,inacio; -- peço-vos que fiqueia tranquilo a esse reapeito. "D. 0arcia prolongou a conversa mais alguna momentoa, e, vendo que na9 podia eaperar confidencia alguma eobre os proJetos do irmao, deixou-o, recomendando-lhe que refletisae. A reatauraçao da inocencia "Na noite eeguinte, quando Inacio eatava em oraçao, a Santissima Virgem ap~receu-lhe rodeada de brilhante luz, trazendo Jqaue Menino noa braços. Nao lhe falou.; maa a sua celeetial presença inundou-lhe a alma de inefavel consolaçao, e pareceu-lhe que a graça o purificava inteiramente, que tudo nele fora renovado. A partir daquele momento, ficou livre de teda a tentaçao, de todo o pensamento contrario à v1rtude da pureza. Tentat1vaa de d1ssuasao da· r.amllia "0 nesso Santo t1nha exper1mentado as forças: prolongando a sua es_tada aob o teto da fam111a, expunha-se a novas observaçoes, a novas tentat1vas da parte do irmao para o afastar de seguir a voz que o chamava. Era, pois, urgente apressar a partida. Dois dias depoia deu as necessar1as ordens,

Secçao IV

443.

e, entrando noe apoeentoe de D. 0arc1a, d1eee-lhe: "-- Meu quer1do 1rm[o, o tempo é favoravel e vou aproveita-lo para 1r ver meu tio Manr1que; eetare1 aueente algune d1aa •.•

'

"-- Inigo, -- exclamou D. 0arc1a -- engana1e-mel "-- Nao, Navarrete.

eenhor, digo-voe a verdade, vou

a

"-- Sim, maa de la aonde 1re1a? Conheço-voa, Ifi1go e estou certo que ha mu1to tempo alimentale 'um projeto de futuro, que nao pode ser agradavel à vosea ram111a. Nao posso afaatar-vçs dele, porque ee1 come eo1e firme nae reeoluçoea tomadae. Maa, por Deuat nao me direis nada? Afaata1e-voa dum 1nnao que voa ama eem lhe dizer sonde idea e o que tare1e? Rece1o que a imag1naçao voa tenha 1ludido. Querele viver longe do mnndo, bem o sei. Maa nao pode1e estar aqu1 so e tao retirado _como um solitario, f1éando conosco? Deua nao estara em teda a parte? Nao consultaatea n1nguém; cede1s a um impulso de ~ervor 1nsp1rado pe~o exemplo dos Sa~tos· bem eeta. Todav1a deve1s, ter ero cona1deraçao também a honra da vessa fam111a. Idee abraçar a pobreza evangélica e estender a maos aos v1andantes? "Inac1o nao reepondeu. "-- Se ~e engano, -- acrescentou D. Garc1a por que me nao desengana1s e tranquil1zais? "0 mesmo s1lenc1o da parte de Ina-c1o. Seu 1rmao cont1nuou: "-- Nada posso para vos fazer mudar de resoluçao, mae ao menos, meu 1t'mao, meu caro 1nnao, se nao voltardee de Navarrete, se voe afastardee de nos, come receio, prometei-me, a m1m vosso 1rmao mais velho, que nunca desonrare1s o nobre nome que usa1sl Prometei-me que em qualquer lugar em que vos ache1s nao esquecereis o sangue que corre nas vossas ve1~s, eque nunca adotare1s um modo de viver que noe faça corart Enf1m, prometei-me que nunca vos tornare1s indigno doe nossos glor1osos antepassados.


444.

Secçao IV

"-- Prometo-vo-lo, meu irmao; nao tenho e espero nunca tera intençao de raltar à honra. Disse-vos a verdade: vou a Navarrete razer uma visita de alguns dias a meu tio Duque de Najera, que veio ver-me durante a doença, e a quem devo este testemunho de reconhecimento e de afeiçao. Cavaleiro da Virgem para sempre "No dia seguinte, os dois irmaos partiram a ·cavalo, seguidos dos seus escudeiros e criados, e s6 se separaram em Ofiate, como fora combinado. As despedidas fizeram-se à noite porque Inacio devia partir de madrugada. Mas quando todos estavam deitados o nosso heréi, que tinha tornado todas as precauçoes, dirigiu-se à igreja de Nossa Senhora de Arancuza e ali passou a noite. Ao romper do dia mont·ou · a cavalo, e, seguido de dois criados, dirigiu-se para Navarrete. "Abandonando para sempre a opulenta casa dos pais, nao levara mais nada que os seus manuscritos; nao tomara seqµer a bolsa. Chegado à casa de seu tio, recorda-se que tem algumas dfvidas e quer

solve-las;

em casa de seu

~

I

Urna contradiçao aparente

Por que os Santos ora aceitam, ora repelem as homenagens que lhes sa.o prestadas?

tio Manrique devem-lhe

uma certa quantia, que ele reclama, encarrega o seu escudeiro de pagar as dfvidas, e, Julgando-se r1co .com o que lhe resta, manda fazer uma 1magem da Santissima V1rgem, que trara sempre consigo; porque ela sera agora a sua unica Senhora" (J.M.S. DAURIGNAC, Santo Inacio de Loiola, Livraria Apostolado da In:prensa, Porto-,-1958, 'pp. 20 a 30 / Imprimatur: Mons. Pereira Lopes, Vìgario ·Geral, to, 20-5-1958).

Por-

.,.'


Os multiplos fatos que desfilaram diante dos olhos do leitor nesta coletanea poem inevitavelmente a pergunta: o que move os santos, ora a ~ceitar, ora a reJeitar aa caiorosaa manifeataçoes de veneraçao e de respeito de que sao cercados? A soluçao dessa queatao, de' evidente interesse intrinseco -- posto que nos revela a verdadeira fisionomia da santidade que brilha na Igreja Cat6lica -- nao é aem alcance pratico. Pois serve para orientar nosso comportamento pessoal em race da proJeçao das boas açoes · a1heiaa ou pr6prias. Nao é de adm1rar que tal problema tenha ocupado, desde os pr1m6rd1os da IgreJa, a atençao dos grandes genios do Criatianismo. Assim, Santo Agostinho empregou todo o vigor retorico de que era dotado para elucidar a aparente contradiçao dos ensinamentos do proprio Filho de Deua, que ora recomendava que ocultassemos nossas boas obras aoa olhos dos homens, ·ora nos incitava a que aa fizéssemos brilhar diante delesl ••• O sermao sobre a pureza de intençao, a seguir transcrito, traz a-marca doadmirivel Doutor da Igreja que foi Santo Agostinho, e · elucida cabalmente a questao.


SANTO AOOSTINHO Sennao a respeito do que se acha eecrito em Sao Mateue: "Brilhe a vossa luz diante doe ho mens , para que vejam aBV086a8 boas obras e gl'o"r1tiquem ~ voseo PaT celeateir-tV,--ror=- E em sentido contràrio: "Ouardai-vos de fazer voseas boas obras d1ante dos homena,"" com ~ f1m de eerO"ee vlatoe por elea" (Mt. VI, 7T.

Costuma, carfsaimoa, desconcertar a muitos que, tendo dito no Evangelho Nosso Senhor Jesue Cristo: "Brilhe ~ ~ luz diante doe homene 1 para ~ v Jam ae voseae boas obrae e glorif1quem a vossol>a celeateh, disseeeeOei)ois: "Guardai-vos defazervossae boae obras diante dOS homens I ,com' ~ fim de eerdee viiitos por eles". Inquieta-se• d1go, o eeplrito de poucaa luzes, e desejando realmente obedecer a um e a outro preceito, flutua entre pensamentoe d1versos e adversos. Porque se torna tao impossfvel obedecer a um senhor, se ordena co1sas opostas, como a do1s senhores, segundo moatrou o Senhor no mesmo sermao (Mt. VI, 24). Que safda, pois, ha para o animo indeciso, quando pensa, com temor, que nao pode obedecer nem deixar de obedecer? Se, com efeito, mostra as suas boas obras, de modo a que os homens aa vejam, em cumprimento do preceito: "Brilhe a vosaa luz diante dos homens, para pejam as vo~boaa obras ~ glor1f1quem ~ vosso a1 celeste". se julgara culpado de ter 1do contra o outro, que d1z: "0uardai-vos de fazer voasas boas obras diante dos homens, com~ f1m de serdesvfato'spor eles"-:---E se,

1

Consagraçao de Santo Agostinho. Quadro de Jaime Huguet (séc. XV), Museu de Arte da Catalunha, Barcelona.


450.

Apendice

pelo contrario, por temor e cautela, esconde o bom, Julgara nao servir a quem imperativamente lhe diz: "Brilhe a vosaa luz diante dos homena, para gue vejam ~ vos'iias7,oaa obraa".

Mas quem o entende de modo correto, cumpre ambas as coisaa no serviço do Senhor de tudo quanto existe, o qual n[o teria condenado o servo negligente se -lhe tivesae ordenado algo de 1mpoae!vel. Vede, por exemplo, S[o Paulo, "eacravo de Jesus Cristo, cha.mado a ser ap6stolo, escolhidopara ~ Evangelho de Deus":-Cumprir, e ens1nar a cumprir, um e outro mandamento. Olhai como br1lha a sua luz diante doa homena, para que veJam aa suaa boaa obraa: "Recomendamo-nos -- d1z ele -- a nos meamoa à conac1enciru de todoa os homena d1ante de Deua" (IT Cor. IV, 2). E em outro lugar: "°P"rociiramoa tazer o bem, nao s6 d1ante de Deua, mas tambem dTarite- doa homens" (Il Cor:-VTir, E~m outro lugar ainda: "Comprazei a todos em tudo, aasim como eu taço tudo para comprazera todos"-n eor. ~3)-. - --

2n:

Vede-o agora guardando-se de tazer a sua Juatiça ou boaa obraa diante doa homena, com o t1m de ser visto por elea. "Examine -- diz ele -- cada gual as suas obraa, e entao tera ~16ria somenteeiii si meamo, ~ naoeni outro" (~al. VI:, 4). E em outro lugar: "Porg~e .! noasa gloria~ o testemunho da noaaa consc1encia"7IICor. I, 12J. Masnada taodiàfano quanto iato: "Se. ainda a~radasse aos homens, nao seria ~ de Crlsto" Gal. I, lOT: Nao havera, pois, a.gora, quem, vendo contradiçao entre os prece1tos do mesmo Senhor, se ponha, e multo mais, contra o seu Ap6stolo, dizendo: Como nos dizes tu: "Compraze1 a todos em tudo, assim como eu faço tudo para comprazer !. todos" ,ao d1ze~ea tu mesmo: "Se a1nda a.gradasse aos homens, nao s e r i a ~ de Cristo"? · Venha em nossa aJuda o Senhor, que talava em seu escravo e apostolo; revele-nos a sua divina vontade e de-nos a poss1b111dade de cumpr1-la.

Apendice

451.

Essa.a palavras do Evangelho, na verdade, trazem em si meamaa a expl1caçao; contudo, nao fecha.m elas a tioca dos famintos, porque sempre tem um manJar novo para oa coraçoes dos homens que clamam ( 1 ).

Tt;~§;~~. iQ1~. Q; i~& ~ac~ Qggç 11~ç ,og;c;~,

; ,Qlb~ i

1g~~0,~g ~g ~gc~~§g ijy;~gg ( ). Se alguem deseJa que os homens vejam suas boas obras, se propoe a pr6pria gl6ria· e o pr6prio interesse. e busca isso para ser visto por elea, nao cumpre em nada o ordenad~ pelo Senhor neste particular; porque, com certeza, se propoe fazer as auas boa.a obras d1ante dos homena, mas a sua luz nao br1lha diante dos homens para que, vendo as auaa boas obraa, glorifiquem ao Pai celeste. O que pretende sem duv1da é glorificar-se a si mesmo, nao a Deua, e, buscando a eua propria vantagem, nao ama a vontade divina. Desaes diz o Apostolo: "Todos buacam seua hr6prioa 1nteresaea, e nao oa deJe311s Cristo" (P 11. II, 21). -- - ~---r

A paasagem nao termina onde diz: "Brilhe !. vosaa luz d1ante doa homens, ,para que vejam as vossaa boas obras", pois acre·acenta eiii seguida a 1ntençaocom que se hao-de fazer: "!. florif1quem · -- d1z -- .!.., vosso Pa1 celeste"; de mane ra que, ao fazer alguem o bem em presença doa homens, nao se proponha interiormente outro fim senao fazer o bem; maa o f1.m da publicidade ha-de sera gl6r1a que re!erte para Deus, ;Para proveito dos que vem a conhece-lo; porque para estes é vantaJoao eaber ~ue Deua se compraz "com aa boaa obras, cujo autor e Ele mesmo"; e aee1m nao percam a confiança de tambem eles poderem agradar-Lhe, se qu1serem, pela graça do Senhor.

(•) orador, que se ocultos batem às

Nota do tradutor espanhol : Quer d1zer o aegundo nos parece: além do sentido 6bv1o deduz doa meamoa t~xtos, ha outroa mais e ricos para os fam1ntos da verdade que portas do Senhor.

(••) Os sublinhados duplos sao nossoa.

,r


452 .

Apendice

Apendice

E a outra paseagem, onde diz: "Ouardai-vos de fazer a vosea Juetiça diante doe homene", a tenninou ondeaTz: "com O fim deserde8 vietos por elee". Aqui nao acrescenta: "~ glor1fiquem !.. voeeo Pai celeete", eenao que: "De outro modo-..nao terets recompenea em voeeo .Pa1 celeste"; dando-nos a entender que buecam, os que fazem 1eto, a eua recompensa em eerem vistoe peloe homens, e n1eeo poem o seu bem, e a! ee recr-e 1a a vaidade do seu coraçao, que os eevazia de Deus para enche-los de vento, e os torna presunçoeos e~os consome. Nao quer, pois, assim, o Ap6stolo, a seus tié1s. Mas por que é que nao bastou d1zer: "0uarda1-vos de fazer ~ ~ juet1ça dtante dos homens", e pel-0 contràrio acrescentou: "com o f1tnde serdes visto -e or eles", ee nao por haver"arguns que fazem as ,,-é{i:a~ boae obras diante doe homene, nao' com o fim , de:~erem vistos "por eles, mae para que seJam vista~ 8.IJ -obras e glorificado o Pa1 celeste, que Se dignou dar ~os pec~dores justiticados a possibilidade de faze-las?

4. ~QQ~Y~~ ~, ~~Q

f§Ylg y~;~e

como 1ntençao do seu agir o serem vietos, mas em que seJa visto por Deus, em louvor do qual redunda a juet1t1caçao do homem, e faça o Senhor, no que presta louvor, o que ve naquele que é louvado; em outras palavras, que faça do que louva um homem digno de louvor. E obeerva1 também como o Ap6etolo, ao dizer: "Compraze1 a todos em tudo, assim como eu taço tudo para comp~ !!.. todos" ,naoparaar, como se .isso, "com~razer aos7ioiiièns_" , t6ra a meta da. sua intençao.orque,--i;:-ser assim, se tornarla falso: . "Se agradasse ainda ~ homens, nao seria escravo de Cristo"; mas acrescentou incontinenti o fim que tinha em comprazer aos homena: "Nao buscando -diz -- o meu interesse, senao o dosdemais, para gu.e eejam eilvos" (I Cor. --x;--13"f. Deste modo, nao comprazia aos homens em beneficio pr6prio -- nao teria sido servo de Cristo -mas comprazia aos homens com vistas à salvaçao deles, para ser um idoneo dispensador de Cristo. Porque d1ante de Deus bastava-lhe a sua consciencia; mas diante dos homens era preciso que br1lhasse a luz do bom exemplo.

~QQ~Q

o · Ap6stolo diz: "Para ganhar a Cristo e ser encontrado nEle, nao tendo uma justiça proprfa," ~u~e~ vem da lei, ~ aguela gue ~ pela té" (Phil. rrr, 7r-°9J. Eem outro lugar: "Para gue nos tornaasemoa juatiça ~ Deus nEle" "{l'rCor. V:-21), em Cristo. Pelo que repreende assim .. os Judeus: "Nao conhecendo .!!_ justiça d e ~ , ~ ptocurando estabe'= lecèr .!!_ sua propria, nao ~ aujeitaram à just1ça de7)°eus" X, 3). - - - \Rom. . Portanto, esses, oa · que razem as suas boaa obras para a gl6ria de Deua, nao se arrogam a qualidade de agir bem, maa antes a atribuem a Deus, de Quem lhes vem a té, eque lhes da avida. Fazer, portanto, com que oa homens veJam eatas boas obraa, para4ue glorifiquem a quem lhes da a possib111dade de raze-las, e tncentiva-loa a imitar com p1edosa ré o bem de que sao testemunhos, é realmente razer brilhar a luz diante dos homens; é fazer sair de si luz de caridade e nao rumo de vaidade. E também é evitar o razer a sua justiça diante dos homens com o fim de ·aer visto por eles; porque nao atr1buem a s1 esta Justiça, nem poem

453.

1

.,

(Sermao LIV, Obras de San Agust1n -- Hom111as, BAC, Madrid, 2a. ed.-,-1-g-o;, tomo X, p p . ~

~



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