Revista da SBCM- Sociedade Brasileira de Clínica Médica/Regional- RJ - out-2014

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Qualidade t茅cnica dos palestrantes foi destaque

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Audit贸rio lotado Hospital do Fund茫o enfrenta a pior em todas as crise de sua hist贸ria palestras

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EDITORIAL

No ano em que completa 18 anos, a Sociedade Brasileira de Clínica Médica/ Regional Rio de Janeiro reforçou a importância da atualização de conhecimentos através do IX Congresso de Clínica Médica do Estado do Rio de Janeiro e do V Congresso de Medicina de Urgência, realizado no Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Mais de 1.000 congressistas tiveram contato intenso com a Medicina da Clínica Médica e da Urgência através de palestras e conferências ministradas por 125 especialistas dos mais variados assuntos. Além de conhecer o que há de mais moderno para diagnóstico e tratamento de casos que o Clínico Médico está em contato todos os dias em seus consultórios ou ambulatórios. Com isso, mantemos qualificados e atualizados aqueles que lidam com a especialidade Clínica Médica, o que resulta em diagnósticos mais precisos e melhoria no tratamento de pacientes. Os conferencistas conheceram casos, não apenas por teoria, mas vivência também dos professores especialistas que estiveram presentes Ali, foi possível ver que a história clínica é insubstituível e continuará insuperável para formular hipóteses de diagnósticos; para tomar decisões e manter uma boa relação médico-paciente. Através desse histórico é possível chegar aos diversos tratamentos disponíveis hoje. Muitos foram os elogios para a qualidade técnica de nossos palestrantes e para a organização dos eventos. Faço também um elogio ao nível de interesse e de participação dos congressistas, o que demonstrou que médicos atuais e que ainda se formarão estão com o pensamento voltado à mesma direção: o cuidado com o paciente.

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PRESIDENTE: Luiz José de Souza

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ÍNDICE

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3 - Editorial 5/7 - Temas importantes debatidos IX Congresso 8/9 - Mesa-redonda debateu dengue, febre maculosa e leptospirose 10 - Crise no Hospital do Fundão 11 - Diabetes e hipertensão: alertas e novidades são apresentadas 12/13 - Câncer de próstata e seus fatores 14/15 - Emergências: hipertensão e cefaléia 17 - Insuficiência cardíaca e incidência na população mostradas em mesa 18 - Avanços na Medicina Preditiva

Expediente:

noVa diretoria – 2012/2014 presidente: Luiz José de Souza 1° Vice presidente: Abdon Hissa 2° Vice presidente: Antônio Carlos Moraes 1° secretÁrio: Messias Moreira de Souza 2° secretÁrio: Rubens Basile 1° tesoureiro: Francisco Almeida Conte 2° tesoureiro: Sávio Silva Santos diretor cientÍfico: José Galvão Alves capÍtulos: médico de famÍlia: Lucas Medeiros casos clÍnicos e sessão clÍnico-patolóGica: Edino Jurado da Silva radioloGia e imaGenoloGia: Marta Carvalho Galvão Revista da SBCM_Neusa.indd 4

Revista Notícias da Clínica Médica Nº 7 - Março de 2014 Uma publicação da Sociedade Brasileira de Clínica Médica-RJ E-mail: sbcmrj@gmail.com Home page: http://www.sbcmrj.org.br Editoria e Produção: Neusa Martini Siqueira DRT-1167/90 Fotos: Vilson Correa Textos: Suzy Monteiro Programação Visual e Arte Final: Luiz Carlos Lopes Gomes Revisão: Rafael e Dr. Luiz José de Souza Circulação: anual Tiragem: 2.000 exemplares Distribuição: Dirigida e gratuita Impressão: Borzan A revista “Notícias da Clínica Médica” não se responsabiliza por opiniões ou conceitos emitidos em artigos publicados.

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MESA-REDONDA - Dr. Francisco Conte moderou mesa sobre “O que há de novo no diagnóstico e terapêutica”, que teve como palestrantes Washington Bianchi, Angelo Pappi, Marcelo Bezerra e Carlos Eduardo Brandão Mello

Temas importantes debatidos iX congresso Durante três dias, entre 28 e 30 de agosto de 2014, mais de 1000 participantes entre médicos, residentes e acadêmicos lotaram os três auditórios do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro/RJ. O IX Congresso de Clínica Médica do Estado do Rio de Janeiro e o V Congresso de Medicina de Urgência e Emergência levaram aos participantes o que há de mais moderno no tratamento médico, sem deixar de lado a base para um bom resultado: o levantamento do histórico médico e familiar daqueles que estão sendo atendidos em consultórios ou ambulatórios. Temas importantes foram abordados através de palestras, conferências e mesas redondas, onde os participantes tiveram acesso a novidades do mundo científico e puderam atualizar seus conhecimentos. Os elogios foram mui-

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tos para a organização e escolha de temas, que enriqueceram o Programa Científico e pela ótima qualidade dos 125 conferencistas. Moderador em duas mesas, Dr. Francisco de Almeida Conte destaca que os eventos, através dos anos, vêm sendo aprimorados, sempre com temas relevantes e de grande repercussão e interesse para todos que participam: “Não são apenas os acadêmicos que saem ganhando ao terem contato com esse conhecimento. Nós também, médicos de longa estrada sempre temos algo a aprimorar, a descobrir. Os congressos são momentos importantes de dividir conhecimentos”. Ao final do evento, congressistas e palestrantes destacaram a qualidade, exaltando a importância e dizendo que já estavam ansiosos pelo próximo. Até lá!

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PARTICIPAÇÃO - Dr. Antônio Alves Couto ministrou uma das grandes palestras do evento

DR. CELSO RAMOS

CYRO MARTINS

DR. JOSÉ GALVÃO ALVES e o Dr. Roberto Espocarte

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FLÁVIO MAGALHÃES

PIETRO NOVELLINO, presidente da Academia Nacional de Medicina, presidindo a mesa do professor Celmo Celeno Porto

LENITA ZAJDENVERG

PRESENÇAS - Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Luiz José de Souza com Diogo Assed Bastos - ex-aluno da Faculdade de Medicina de Campos e oncologista do Hospital Sírio Libanês - e o diretor científico da SBCM, José Galvão Alves.

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CAMPOS PRESENTE - Os médicos Luiz José de Souza, José Ramos Glória e os acadêmicos da dengue

JOSÉ AUGUSTO da Silva Messias

LILIAN SOARES

JOSÉ FELDMAN

SUZANA CAVALLIERI

Auditórios lotados nas palestras

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DR. CARLOS EDUARDO BRANDÃO MELLO sendo prestigiado pelos colegas palestrantes na Mesa Redonda de Cirrose e suas complicações

DR. ABDON HISSA e Dra. Marisa Rocha Godinho

Roberto Gamarski

João Pantoja

DR. CLAUDIO BENCHIMOL, Dr. José Galvão Alves e Dr. Carlos Alberto de Barros Franco

Charles Slater

DR. GIL SALES, Dr. Abdon Hissa, Dr. José Galvão Alves e Dr. Luiz José de Souza

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DR. LUIZ JOSÉ DE SOUZA e Dr. Cantidio Drumond Neto

Victor Carlos Massena Fernandes

DR. JOSÉ GALVÃO ALVES, Dr. João Carlos Tyll e Dr. Marta Carvalho Galvão

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Crise no Hospital do Fundão Um dos assuntos mais discutidos nos corredores do Congresso de Clínica Médica foi a situação do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o “Hospital do Fundão”, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O órgão enfrenta a pior crise de sua história, de acordo com Dr. Gil Fernandes Salles, professor titular de Clínica Médica e chefe do Departamento de Clínica Médica da Universidade. Dr. Gil diz que trabalha há 30 anos na UFRJ e nunca viu o hospital da maneira que está hoje, em função basicamente, de falta de investimento. Ele explica que os hospitais universitários são ligados ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). Há alguns anos, no último mês da gestão do presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Governo Federal propôs a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares para gerir os hospitais universitários. Vários firmaram contrato com a empresa, mas o Fundão não aceitou. Esse contrato tinha que ser aprovado pelo Conselho Universitário, porém, foi retirado de pauta na ocasião e não mais votado. - Nossos problemas são diversos. A estrutura do hospital é da década de 50. Uma área mais velha foi implodida e suas marcas ainda estão lá. Outro problema grave é de pessoal: Atualmente, 30% são prestadores de serviço sem nenhum direito – disse o médico e professor. Previsto para funcionar com 550 leitos, o hospital sempre teve a ocupação de 400 a 450 leitos. A partir de 2008, quando a crise começou, caiu para 250 leitos e, hoje, cerca de 180: “O ambulatório, que chegou a realizar 30 mil consultas, hoje chega a 10 mil. Corremos um sério risco de fechar”, alertou.

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EM RISCO - Dr. Gil Fernandes Salles relatou preocupação com situação do Hospital Universitário do Fundão

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Mesa-redonda debateu dengue, febre maculosa e leptospirose Dengue, Leptospirose e Febre Maculosa foram tema de uma mesa redonda no primeiro dia do Congresso de Clínica Médica. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Luiz José de Souza, a idéia de reunir as três doenças em torno de um único debate ocorreu pelo fato de terem sintomas semelhantes – entre eles, febre, dores no corpo, indisposição - e tratamentos até simples, precisando apenas de uma atenção especial por parte dos profissionais de saúde. Primeiro a falar, Luiz José mostrou modos de tratamento de pacientes com suspeita de dengue, lembrando a importância da hidratação já no início do atendimento e destacou

ALERTA - Elba Lemos, da Fiocruz, falou sobre riscos da febre maculosa

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a importância do diagnóstico diferencial. Diretor do Centro de Referência da Dengue (CRD) em Campos dos Goytacazes, Luiz José também dividiu a experiência adquirida no órgão, citando vários casos, explicando tratamento, diagnóstico e síndromes ocorridas em conseqüência da doença, como um paciente que chegou a desenvolver a síndrome de Guillain-Barré. Em seguida foi a vez do infectologista e diretor da Faculdade de Medicina de Campos, Nélio Artiles, que discorreu sobre Leptospirose. O médico destacou que estudos apontam que, na maioria dos casos, a contaminação ocorre nas cidades

SAÚDE - Médico Nélio Artilhes falou sobre sintomas da leptospirose

Dra Terezinha Castineiras presidiu mesa-redonda

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e dentro das casas. Isso, explicou, demonstra a importância da conscientização e de políticas públicas de controle de roedores. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula como aceitável de dois a três roedores por pessoa, enquanto na área urbana do Brasil chega-se a encontrar 20 a 30 roedores por habitante. Leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos e outros animais como bovinos, suínos e cães, transmitida ao homem que tenham contato com esses animais. Chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses da Fundação Oswaldo Cruz, Elba Lemos destacou a necessidade de os médicos sempre fazerem o histórico do paciente e não descartem nenhuma possibilidade: “Depois dos mosquitos, os carrapatos são os maiores transmissores de doenças e nenhuma possibilidade deve ser descartada quando o paciente é atendido”, destacou. Ela explicou que a febre maculosa é uma doença infecciosa febril aguda, que pode causar desde formas assintomáticas até casos mais graves, com alta possibilidade de óbito. No Brasil, é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pelo carrapato da espécie Amblyomma cajennense, popularmente conhecido como carrapato-estrela. No entanto, existem no mundo mais de 20 espécies de Rickettsia que podem causar febre maculosa. O quadro clínico é marcado por início brusco, com febre alta e dores de cabeça, podendo haver dores musculares intensas e prostração. Na evolução da doença, podem ocorrer hemorragias, náuseas e vômitos. As manifestações clínicas surgem após um período de incubação que leva em média 7 dias, podendo variar de 2 a 15 dias. O surgimento de lesões na pele, no 3º ao 5º dia de doença, aumenta o grau de suspeição, muito embora existam casos nos quais este sinal pode não ser detectado – no caso de pacientes idosos, submetidos a tratamento específico precocemente, ou mesmo em pacientes negros, pela dificuldade de se observar as manchas negras, por exemplo. A doença é transmitida ao homem basicamente pelo carrapato infectado, não havendo risco de transmissão pessoa a pessoa. Para que a infecção ocorra, o carrapato precisa ficar aderido à pele, em média, por quatro horas. Se houver lesões na pele, o contágio pode ocorrer no momento do esmagamento do inseto. Uma vez infectados, os carrapatos permanecem assim durante toda a vida, que, de forma geral, dura 18 meses. E destacou que, apesar de ser considerada uma doença de baixa frequência, a taxa de mortalidade é elevada devido à falta de diagnóstico adequado e de tratamento precoce. “No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, nos últimos 20 anos praticamente todos os casos de óbito por febre maculosa tiveram o diagnóstico inicial de dengue. Diante de um caso suspeito, deve-se coletar o sangue para a análise laboratorial e iniciar o tratamento imediatamente, mesmo sem a confirmação laboratorial”.

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DIOGO ASSED BASTOS - Oncologista apresentou fatores de risco e sinais de alerta que devem ser observados por médicos que fizerem atendimento

Câncer de próstata e seus fatores Uma das palestras de destaque foi a do oncologista Diogo Assed Bastos, membro do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês e médico oncologista do Serviço de Uro-Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), que lotou o auditório A, ao falar sobre câncer de próstata. Dr. Diogo apresentou inicialmente dados epidemiológicos da doença, incluindo uma estimativa do Instituto Nacional do Câncer de 68.800 novos casos de câncer de próstata este ano no Brasil. Também foram discutidos os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença: idade, história

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familiar e etnia - maior incidência da doença com o avançar da idade, em pessoas com história de câncer de próstata em familiares de primeiro grau e entre homens negros. Rastreamento – Outro tema bastante atual e controverso abordado na palestra foi a respeito do rastreamento do câncer de próstata em homens sem sintomas da doença. Apesar de prática muito comum nos dias atuais, foi enfatizado que nem todos os homens devem ser submetidos ao rastreamento, incluindo homens mais idosos com expectativa de vida menor que 10 anos, ou mesmo em pacientes muito jovens.

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Clínica Médica Enfatizado que, apesar de os estudos de rastreamento serem controversos, os prós e contras do rastreamento podem ser discutidos com homens entre 50 e 69 anos segundo consensos de vários países, incluindo da Sociedade Brasileira de Urologia (recomenda rastreamento a partir de 45-50 anos a depender da história familiar de câncer de próstata). Quadro clínico e diagnóstico – Posteriormente, Dr. Diogo abordou a apresentação clínica da doença, que como explicou, é variável, dependendo da localização da doença. Alguns casos têm sintomas urinários irritativos / obstrutivos (hiperplasia prostática benigna> câncer), hematúria e hematospermia (incomuns), disfunção erétil, dor, astenia – esses dois últimos associados a doença avançada. Os sítios mais comuns de localização da metástase nos casos mais avançados: Osso (90%), em geral lesões blásticas, Linfonodos (30-50%), Pulmão (< 15%), Fígado (<

TEMA Abordado pelo Dr. Diogo Assed Bastos, despertou interesse de acadêmicos e até de especialistas que lidam com a doença nos consultórios

5%) e Adrenais , SNC e outros (raro) – também foram destacados pelo oncologista. Tratamento –Ao final da apresentação foram discutidos aspectos relacionados ao tratamento do câncer de próstata. Como condutas na doença de baixo risco, estão observação (quando a expectativa de vida é < 10 anos); vigilância ativa (≤ 2 fragmentos positivos em até 50% com Gleason 6 e PSA menor que 10 ng/dL) – que pode evitar ou postergar tratamento local definitivo. E, ainda, como opções de tratamento da doença localizada têm-se a radioterapia externa, Braquiterapia e Prostatectomia radical. Na doença localizada de risco intermediário ou de alto risco, as opções de tratamento são prostatectomia radical ou radioterapia associada ao bloqueio hormonal - Todas as opções, em todos os casos, com seus prós e con-

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tras, devem ser discutidas com o paciente - destaca Diogo Bastos. Seguiu-se fala sobre o tratamento da doença metastática, que envolve a supressão dos níveis corporais de testosterona:castração cirúrgica (orquiectomia) ou química, que apesar da alta eficácia inicial, o tratamento não é curativo: maioria dos pacientes evolui com doença resistente à castração e falece da doença com sobrevida mediana ~ 3-4 anos. Ao final da apresentação, Dr. Bastos enfatizou os grandes avanços que têm sido alcançados no tratamento do câncer de próstata avançado com vários novos tratamentos aprovados ou em fase de aprovação no Brasil, o que traz uma expectativa positiva e novas opções de tratamento para os pacientes portadores da doença.

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emergências: hipertensão e cefaléia Um mal que atinge entre 10 e 15% da população – a “Cefaléia Aguda” – foi um dos temas abordados mesa-redonda sobre Emergências Clínicas I, que teve, ainda “Como abordar um crise hipertensiva”, com a cardiologista Lílian Soares e “Acidente Vascular Encefálico”, com o neurologista Victor Massena. Abordando o assunto, o neurologista e membro titular da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Neurologia, Sérgio Novis. O professor detalhou a situação da cefaléia no Brasil e, ainda, atendimento e tratamento. Sérgio Novis mostrou que entre 10 e 15% da população procura o médico NEUROLOGISTA Sérgio Novis falou de cefaléia aguda na mesa-redonda sobre Emergências Clínicas devido à cefaléia, sendo que desses, 76% das mulheres e 57% dos homens tem, fecciosa) pelo menos, algum tipo de cefaléia por mês. Em ambulaCefaléia intensa, crescente (ex.: HIC), Cefaléias primátórios de clínica médica, a cefaléia é o terceiro diagnóstico rias (88%) e Cefaléias secundárias (12%). mais comum, suplantado apenas por IVAS e dispepsias. No atendimento inicial, é necessário verificar a história Nos ambulatório de neurologia, a cefaléia é o mais imporclínica do paciente e as características da cefaléia - Locatante motivo de encaminhamento. lização da dor, freqüência, duração, caráter e intensidade, Em sua apresentação, o professor explicou que o pacienalém de estar atento aos sinais de alarme - história não sute que procura profissional de saúde por cefaléia aguda, o gestiva de cefaléia primária, alteração no exame clínico e/ faz dentro de uma de quatro situações: Agudização de ceou neurológico (alteração do nível consciência); cefaléia de faléias crônicas início agudo, recente e de forte intensidade “a primeira ou Instalação aguda de cefaléia, sem antecedentes prévios pior cefaléia”; intensidade e frequência progressivas e perdo sintoma (ex.: HSA, primeira enxaqueca), Cefaléia dentro sistentemente maiores; início após os 50 anos; mudança de de um quadro clínico em progressão (ex.: endocardite in-

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ESPECIALISTAS Mesa contou com os cardiologistas Sérgio Novis e Lilian Soares e o neurologista Victor Massena

característica de cefaléia crônica, entre outros. Ainda na avaliação inicial, o neurologista destacou alguns erros na avaliação das cefaléias agudas nas unidades de emergência: Cefaléia e alcoolismo – não pensar em TCE; Cefaléia e HAS – não pensar em HSA; Cefaléia em idosos – não pensar em arterite temporal; Idoso, cefaléia e rigidez cervical – quase sempre interpretada como artrose cervi-

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cal, devendo-se pensar também em meningite associada e Glaucoma não diagnosticado. Também foi detalhado atendimento e tratamento em casos de Cefaléias não crônicas, como as associadas a TCE, a doenças vasculares, a traumatismo craniano, ao uso ou retirada de alguma substância, infecção, doenças metabólicas, ou associada a outras estruturas.

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Insuficiência cardíaca e incidência na população mostradas em mesa

MARCELO Montera destacou avanços no tratamento da insuficiência cardíaca

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Cerca de 2% da população sofrem com insuficiência cardíaca, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O levantamento diz, também, que essa doença é a segunda causa de internação no Brasil. Os avanços no Tratamento da Insuficiência Cardíaca foram tema da palestra do cardiologista Marcelo Montera, Doutor em Cardiologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor de Cardiologia e Farmacologia e coordenador do Centro de Insuficiência Cardíaca do Hospital Pró-Cardíaco. Montera apresentou os novos tratamentos existentes e como utilizá-las para a melhoria e recuperação dos pacientes, destacando que o conhecimento do manuseio é importantíssimo para aqueles que vão utilizá-lo.

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DR. ANTÔNIO ALVES COUTO, Drª. Isabela Bussade e Érika Paniago

diabetes e hipertensão: alertas e novidades são apresentadas Duas das doenças mais comuns e que caminham quase que lado-a-lado, a diabetes e a hipertensão arterial foram tema de mesa-redonda, que contou com um público de quase 400 pessoas e teve como moderador o cardiologista Antônio Alves Couto. A palestra sobre “Diabetes Tipo I – Insulinas Modernas” ficou por conta da endocrinologista Érika Paniago e a respeito de “Diagnóstico e Tratamento da Diabetes Tipo II” falou a endocrinologista e professora de Endocrinologia, Isabela Bussade. O cardiologista Antônio Alves ministrou palestra sobre “Hipertensão Arterial – Análise do Último Consenso”. - Abordamos novas regras, como a pressão arterial para pessoas de até 60 anos que é normal agora até 14/9 e a partir dessa idade, 15/9. Também falamos dos medicamentos para população negra – diuréticos e bloqueador de cálcio – e para não negros, quatro tipos de medicamentos: diuréticos, bloqueador e outros dois grupos de drogas Ele destaca que foi excelente a ideia de juntar em uma mesa, especialistas nas duas doenças, que são condições de problemas cardiovasculares mais freqüentes na população: “Na parte de Diabetes foram apresentados novos medicamentos, também, que não provocam hipoglicemia. Posso dizer que a mesa foi um sucesso total e deveria voltar a acontecer, auditório lotado e as falas acompanhadas por estudantes, médicos e até professores renomados. No final, quando geralmente as salas esvaziam, o público continuou e participou através de perguntas. Foi excelente”, concluiu o médico.

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avanços na Medicina Preditiva

DOUTOR em Clínica Médica, Celmo Celeno Porto

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Após três dias de muita informação e avanços, o IX Congresso de Clínica Médica do Estado do Rio de Janeiro e V Congresso de Medicina de Urgência foram encerrados com a conferência “Semiologia para Medicina do Século XXI”, que teve como presidente o cirurgião e membro da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novellino, e como conferencista o Doutor em Clínica Médica, Celmo Celeno Porto. Dr. Celmo abordou o tema, mostrando que a evolução da Semiologia acompanha o progresso da Medicina através dos tempos. E destacou que muitos aparelhos que pareciam de grande importância em determinada época acabaram demonstrando que continua vital o exame clínico. Em uma tentativa de antever o que esta por vir na Medicina, o médico ressaltou que a descoberta do genoma está trazendo muita novidade nas áreas de transplantes e tratamento, mas também está fazendo surgir a Medicina Preditiva – um conjunto de conhecimentos que poderá prever as doenças que o indivíduo terá ao longo dos anos. E, com isso, prevenir e até antecipar tratamentos. – Isso é importantíssimo. É um avanço extraordinário e a Semiologia irá contribuir diretamente para essa “nova” Medicina – destaca Dr. Celmo.

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