JUNHO . JULHO 2013
CONSTRUIR A CASA E A ALMA O construtor sabe que veio do nada e vai para o nada. Provém do magma imemorial das origens e sente que não existe outro futuro para além da poeira cósmica resultante da decrepitude inevitável do planeta. Não lhe basta o instinto vital da procriação. Frui cada corpo como matéria primeva e análoga a si. António Ramos Rosa, in O Aprendiz Secreto
Sigo há muito o trabalho do Gil Maia porque me suscita um fascínio muito particular. O modo como expõe as estruturas de peças imaginárias, entre o mobiliário e o edifício, lembra-me a escama do peixe. O descarnado do peixe que, sobrando esqueleto, adquire uma beleza muito própria por nos revelar como se organiza essencialmente um determinado corpo. Pois, creio que o trabalho do Gil Maia tem isso, a revelação da organização es-sencial de um corpo que é visto num espaço peculiar. O corpo, indefinindo-se sempre, por ser em partes de uma coisa e de outra, surge como num caminho intermédio entre a ideia de construção e o seu propósito útil ou decorativo. Há sempre uma expectativa de dignificação do objeto em construção, porque o lugar onde o vemos nunca é apenas o da oficina, antes vemos o do compartimento de referência de certo luxo, com elementos de uma portugalidade preciosa onde parece encontrar o seu destino. Gosto muito do intrincado geométrico destes quadros. Um certo Escher pode ser chamado à colação. As peças, por vezes, vogam suspensas e são sobretudo a sua alusão ideal. Uma quase espiritualidade do objeto é o que se mostra. Por isso, podemos duvidar das formas, daquilo que sugerem, resolvendo o que vemos como um quebra-cabeças que talvez não tenha solução. O quebra-cabeças é o objeto, suficiente e acabado como tal, existindo para problematizar aquilo com que convivemos e o modo como ocupamos o espaço. A nova coleção do Gil Maia joga com as flores, o que é novo no seu trabalho e casa excecionalmente com a opção de explorar a técnica do óleo. A textura acentuada do óleo, por oposição à limpeza do acrílico, traz relevo às flores, criando um efeito quase de colagem, elevando da tela determinados pormenores como se estivessem realmente apostos à tela e não fossem naturalmente pertencentes à mesma. A questão da colagem é interessante na obra do pintor porque as suas imagens são muitas vezes criadas por sobreposição de planos, num jogo gráfico que parece confundir o debaixo e o de cima.
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
VALTER HUGO MÃE
Há mesmo a ironização do tópico das flores através da sugestão de arranjo com a jarra de azulejo na parede. E ironiza o sentido decorativo do azulejo português, o modo como ele se sustenta como arte e como sugere tornar desnecessária a presença de outra arte qualquer. Em certo sentido, os quadros do Gil Maia parecem carregar a oficina e o palácio, como se juntassem, dignificando, o trabalhador e o aristocrata, permitindo que cada coisa adquira a plenitude de todas as suas dimensões. A vulnerabilidade e arte natural das flores completa a perenidade e arte representativa dos azulejos. Da mesma forma, o efémero do trabalho fica lembrado para sempre no eterno da tela, que vai ser, também para sempre, uma arte do fazer, sublinhando a beleza das formas a partir do elogio direto do engenho e da manualidade. As telas do Gil Maia têm invariavelmente esta ideia, a de colocar nas paredes a problemática do engenho. Diria ainda que apresenta uma espécie de construção simultânea da casa e da alma. Como se assacasse à matéria tangível o que lhe escapa, aquilo que lhe levamos nós, de simbólico e de inestimável condição do sonho. Verdadeiramente uma questão de espiritualidade, o que na leitura que o pintor faz do mosteiro é acentuado. Refletindo brilhantemente acerca da expetativa de ascensão interior que alguns espaços nos criam. Nestas construções no mosteiro mais se adensam a ideias que sempre guardei sobre a sua arte. O que diz respeito à manualidade e ao cálculo, o que leva a espiritualidade e o palaciano a juntar-se com a força mais humana do indivíduo que faz, o trabalhador. Os quadros do Gil Maia são súmulas do trabalhador, o que faz e arquiteta, o que se deleita, o que aspira a algo melhor. Encontro nisto um compromisso ético. Uma importância clara de cada coisa vista por uma espécie de conquista. A arte como paulatina. A arte como estratégia. A arte como uma certa vitória. Uma verdadeira conquista. Abre o tempo de romaria à Galeria Nuno Sacramento. A consistente obra do Gil Maia é rara. Não têm existido tantas oportunidades quantas gostaríamos para a sua contemplação. Talvez por reclusões típicas dos mosteiros, talvez pela ponderação séria do caminho. Este ano, sim, existe a possibilidade desta estreia e considero-a muito imperdível. Ílhavo, pois.
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO I
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 155x155cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO II
Óleo sobre tela, 155x155cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO III
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 170x140cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO IV
Óleo sobre tela, 170x140cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO V
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 155x190cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO VI
Óleo sobre tela, 155x190cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO VII
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 120x120cm, 2013
A bandeira inquieta dobra-se sobre o Sol E come-lhe a luz Sei que me esperais colados nas paredes Não vou já Não me quero sentar nesses bancos Partilhar o verniz
Serei um intruso
Ecoa até mim voz Serpenteia a pedra dúctil Rasteja sobre as lajes E vai-te Deixa-me só diante destes espelhos Deixa-me sugá-los Só diante destes monstros de pedra Deixa-me unhá-los Só diante destas máscaras Só com os estalidos Com o duro silêncio Deixa-me e vai-te
Aqui me confesso 13
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO VIII
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO IX
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO X
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XI
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XII
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XIII
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XIV
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XV
Óleo sobre alumínio, 92x72cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XVI
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XVII
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XVIII
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XIX
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XX
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXI
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXII
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXIII
Óleo sobre alumínio, 50x50cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXIV
Me confessarei No pó carmim E nas flores Sobre soalhos de cetim
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 140x140cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXV
Óleo sobre tela, 160x130cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXVI
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 120x100cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXVII
Óleo sobre tela, 120x100cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXVIII
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 120x100cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXIX
Óleo sobre tela, 120x100cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXX
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 95x130cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXXI
Óleo sobre tela, 95x130cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXXII
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre tela, 120x120cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXXIII
Óleo sobre tela, 110x175cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXXIV
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 100x80cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXXV
Óleo sobre alumínio, 100x80cm, 2013
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CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXXVI
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
Óleo sobre alumínio, 100x80cm, 2013
CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO XXXVII
Óleo sobre alumínio, 100x80cm, 2013
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GIL MAIA
PORTUGAL, MAIA, 1974
ESTUDOS
COLEÇÕES
Licenciatura em Artes Plásticas, Pintura, Fac. de Belas Artes da U. Porto.
Museu da Cidade de Stª Maria da Feira; Biblioteca Municipal de Stª Maria da Feira; BPN - Banco Português Negócios; Telecel - Vodafone; Casino Estoril; Fundação Cidade Lisboa; Junta de Castilla y León; Fórum da Maia; Banco Mais, Lisboa; Caja Espana, Vallodolid; CIN - Corporação Industrial do Norte, edifício VETEJO, Lisboa; Alcatel Lucent; CRH Sa, Lisboa.
PRÉMIOS 2013 “1º Prémio Pintura Abel Manta”, Gouveia; 2012 “Prémio Carmen Miranda”, Marco de Canavezes; 2010 “Menção Honrosa, Prémio Carmen Miranda”, Marco de Canavezes; 2010 “Grande Prémio de Pintura D.Fernando II”, Sintra; 2009 “1º Prémio Jovem Artes Plásticas”, CAE, Figueira da Foz; 2009 “Grande Prémio Bienal de Coruche”, Coruche; 2009 “Prémio de Pintura Rainha Isabel de Bragança”, Estoril; 2008 “1º Prémio de Pintura Vila Sol”, Vila Moura, Algarve; 2005 “1º Prémio Pintura, 8ª Bienal Artes Plást. Montijo” Prémio Vespeira, Montijo; 2003 “Menção Honrosa, 3ª Bienal Internacional de Arte Vila Verde”, Vila Verde; 2002 “Menção Honrosa, Prémio de Pintura e Escultura D.Fernando II”; 2002 “Menção Honrosa, XV Salão de Primavera do Casino Estoril”; 2001 “Menção Honrosa, Prémio de Pintura e Escultura D.Fernando II”; 2001 “Menção Honrosa, Prémio Nacional de Pintura António Joaquim”; 2001 “1º Prémio de Pintura João Barata”, Lisboa; 2001 “1º Prémio de Pintura Benjamim Salgado”, Famalicão; 2001 “Prémio de Pintura IPJ, 2ª Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde”; 2001 “1º Prémio de Pintura do XIV Salão de Primavera do Casino Estoril”; 2001 “2º Prémio de Pintura Sandeman-Splash”, Porto; 2000 “2º Prémio de Pintura 1ª Bienal de Penafiel”; 2000 “Menção Honrosa 6º Prémio Fidelidade Jovens Pintores”, Porto; 2000 “Prémio Aquisição Créditus BPN, Artistas de Gondomar”; 2000 “1º Prémio de Desenho Chapim Azul”, Porto; 2000 “1º Prémio Pintura Dia de Portugal”, Viseu; 2000 “1º Prémio de Pintura Sandeman-Splash”, Porto.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS 2013 “Constructiones in Monasterio”, Gal. Sete, Coimbra / Gal. Sacramento, Ílhavo; 2011 “Constructiones in Ecclesia” Galeria São Mamede, Porto; 2010 “Constructiones in Palatio”, Galeria Pedro Serrenho, Lisboa; 2008 “Strange Furnitures”, Galeria São Mamede, Porto; 2008 “Childhood’s Spaces”, Galeria Sete, Coimbra; 2007 “Pátio Onírico”, Galeria Pedro Serrenho, Lisboa; 2007 “Murmúrios Estéticos”, Galeria Ao Quadrado, Stª Maria da Feira; 2006 “Palcos Exteriores”, Caja Espana, Vallodolid; 2005 “Coisas em Volta”, Galeria Pedro Serrenho - Arte Contemporânea, Lisboa; 2005 “Imagens Soltas”, Galeria 57, Leiria; 2004 “Carlita”, Museu da Electricidade, Funchal; 2004 “A Porta dos Losangos”, Galeria Ao Quadrado, Stª Maria da Feira; 2003 “Máquinas Incansáveis”, Sala Unamuno, Salamanca; 2003 “Prémio Barata”, Galeria Barata, Lisboa; 2001 “Descontextualizações ao sabor do momento”, Espaço JUP, Porto.
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GIL MAIA CONSTRUCTIONES IN MONASTERIO
EXPOSIÇÕES COLETIVAS 2010 “Feira Arte Contemporânea de Lisboa”, Arte Lisboa - Gal. Pedro Serrenho; 2010 “In Transit”, Academia das Artes dos Açores, Ponta Delgada, S.Miguel; 2010 “13º Prémio Pintura Terras de Iria”, Padrón, Coruña; 2009 “Feira Arte Contemporânea de Lisboa”, Arte Lisboa - Gal. Pedro Serrenho; 2009 “1º Prémio Jovem Artes Plásticas” CAE, Figueira da Foz; 2009 “IV Bienal de Coruche”, Coruche; 2008 “Feira Arte contemporânea de Lisboa”, Arte Lisboa - Gal. Pedro Serrenho; 2008 “Feira Arte contemporânea de Shangai”, China - Galeria 57; 2008 “Feira Arte contemporânea de Bolzano”, Itália - Galeria 57; 2007 “6º Prémio Amadeu de Souza Cardoso”, Museu A. S. Cardoso, Amarante; 2007 “Feira Arte contemporânea de Lisboa”, Arte Lisboa - Gal. Pedro Serrenho; 2006 “Feira Arte contemporânea de Lisboa”, Arte Lisboa - Gal. Pedro Serrenho; 2006 “Pintura…Só”, Galeria Sete, Coimbra; 2005 “Feira Arte contemporânea de Lisboa”, Arte Lisboa - Gal. Pedro Serrenho; 2005 “8ª Bienal de Artes Plásticas Montijo”, Prémio Vespeira, Montijo; 2002 “6ª Edição do Prémio de Pintura e Escultura D.Fernando II”, Sintra; 2002 “Remakes on Colours”, Galeria Enes Arte Contemporânea, Lisboa; 2002 “Prémio Vespeira”, Espaço AQUA, Montijo; 2002 “Prémio João Barata”, Galeria Barata, Lisboa; 2001 “5ª Edição do Prémio Nacional de Pintura António Joaquim”, V.N. Gaia; 2001 “5ª Edição do Prémio de Pintura e Escultura D.Fernando II”, Sintra; 2001 “3º Prémio Amadeu de Souza Cardoso”, Museu A. S. Cardoso, Amarante; 2001 “2ª Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde” Biblioteca Prof. Machado Vilela, Vila Verde; 2000 “Encontro de Culturas”, Fundação Clovis Salgado, Palácio das Artes de Belo Horizonte, Brasil; 2000 “1ª Bienal de Pintura de Penafiel”, Museu Municipal de Penafiel; 2000 “3ª Bienal de Artes Plásticas da Marinha Grande”, Marinha Grande/Segóvia; 2000 “6ª Edição do Prémio Fidelidade Jovens Pintores”, Culturgest, Lisboa/ Fundação da Juventude, Porto/Funchal; 2000 “1º Concurso do Prémio Baviera de Pintura”, Casa de Serralves, Porto; 1999 “2º Prémio Amadeu de Souza Cardoso”, Museu A. S. Cardoso, Amarante; 1997 “1º Prémio Amadeu de Souza Cardoso”, Museu A. S. Cardoso, Amarante.
CURADORIA José Sacramento Nuno Sacramento MONTAGEM Lília Figueiras TEXTO Valter Hugo Mãe POEMAS Gil Maia FOTOGRAFIA Gil Maia DESIGN Nhdesign www.nhdesign.pt IMPRESSÃO Greca Artes Gráficas TIRAGEM 500 exemplares PATROCINADOR Dilumex, Gestão de Resíduos, Lda DATA Junho 2013
www.gilmaia.com