Pedro figueiredo

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OUT . NOV 2013




ESCALA GLOBAL Tantos signos, tantos mundos, tanto espaço e coincidência. Alberto Escobar Conheci o Pedro Figueiredo em Havana, um dia em que ele regressava do atelier depois das suas obsessivas horas de trabalho. Ninguém teve de me dizer que ele era escultor, logo dei conta quando apertei a sua mão, rugosa como o tronco de uma árvore. Também não tive que esperar muito para me aperceber que ele é uma das pessoas que são consideradas verdadeiros artistas, aqueles que saciam a sua sede de criar, que são pessoas sensíveis, capazes de ver beleza nas coisas mais simples. Por outras palavras, possui paixão, olhar, inteligência e mãos criativas. Este escultor tem fascinado numerosos espetadores com criações poéticas expostas tanto no seu próprio país como no estrangeiro. Destaca-se a sua participação na Feira de Arte Just Mad, em Madrid, Espanha (2012), a sua exposição individual Formas de Colibri, no Museu Nacional de Artes Decorativas de Havana, Cuba (2012), ou o prémio que foi credor em Portugal: O Prémio Revelação da XIIª Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira (2003). Figueiredo envolve o espaço tridimensional por onde transitamos e faz-nos pensar na famosa frase de Anish Kappor: “A escultura ocupa o mesmo espaço que o teu corpo”. Na exposição individual Escala Global, encontramo-nos frente a frente com estilizadas personagens humanas e animais que ocupam o nosso mesmo espaço e dialogam connosco através do olhar; atentamente envolvemo-nos com a obra de arte que observamos, caminhando entre cada escultura. Talvez aqui não haja corpos mas espelhos de alma que meditam e estão pensativos; encontram-se em equilíbrio, sustêm um círculo nas suas mãos e balançam-se erguidos sobre uma esfera, um ponto, um mundo que compartilhamos e é nosso porque nele vivemos, poderia ser o céu, o mar, a terra ou algum outro lugar. Estou aqui; vem comigo; o mundo é nosso, sou um ponto e também uma vida, mas não tenho importância (Pedro Figueiredo). Existe uma “arquitectura invisível” na sua obra, nos espaços vazios existem paredes, solos, céus e outras formas que se tornam visíveis através da nossa imaginação. Este vazio é um dos elementos mais importantes e recorrentes, o espaço negativo que não existe sem o espaço positivo: A dualidade, os opostos... exterior e interior, homem e mulher, corpo e espírito. É um elemento tão importante como os distintos significados que podemos dar a um objecto que tem determinada forma e cor, embora no simbolismo intervenha a própria interpretação do espetador porque influencia a psicologia e o contexto de cada individuo, existem significados universais para o que pode representar um círculo (Mundo e Ciclo) e para o que pode representar a cor vermelha (Sangue, Vida e Força). A grande dimensão dos pés descalços das figuras tornou-se um elemento distinto e consequente. Os pés são o que nos conecta à terra, com o nosso instinto primário, com o mundo onde caminhamos, o lugar onde recolhemos experiên-

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PEDRO FIGUEIREDO ESCALA GLOBAL

NAHOMY XIMÉNEZ

cias quando nos encontramos com o outro. No entanto, esta parte do corpo não é tão importante como o que está debaixo (enquanto o visível são os pés o invisível é aquilo que simbolizam, é desta forma que se abordam muitos dos elementos chave na poesia visual de Figueiredo). Quando percebemos a verticalidade na postura das figuras sólidas, na realidade são traços formados por largas linhas imaginárias que unem a terra com o céu, simboliza a espiritualidade da escultura e do homem, é algo que o artista relaciona com a histórica bíblica da Torre de Babel. A desproporção física dos humanóides de Figueiredo fazem-nos recordar as figuras como as que vemos na obra surrealista de Leonora Carrington ou de Salvador Dali, cabeças pequenas, membros alongados, enquanto que na rudeza das texturas percebemos as pinceladas características do estilo impressionista. Figueiredo é um poeta das formas, podemos catalogar a sua obra como poesia visual e tangível... tridimensional. Com mestria recorre a elementos que carregam a obra de arte com força, cada peça está bem pensada, conta-nos uma história distinta e única, embora seja de destacar que também existem elementos que distraem e irrompem, que são postos intencionalmente para uma reflexão pessoal e para que o espetador possa observar mais além, do que está à frente dele, desperta o olhar inteligente, estimulando-nos a questionar e focar no que realmente importa, o não visível, esse outro mundo a que o artista nos convida a ser sensíveis, que com ele nos desafia a decifrar a sua poesia.

ATELIER

José Sacramento, Pedro Figueiredo, António Cunha e Nuno Sacramento





ESCALAS DIFERENTES

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Poliéster e aço inox, 159x80x80cm, 2013

PEDRO FIGUEIREDO ESCALA GLOBAL



MUNDO FELINO

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Poliéster e aço inox, 147x80x80cm, 2012

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ESFERA GLOBAL

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Poliéster, 183x60x50cm, 2013

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LINHA UNIVERSAL

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Poliéster e aço inox, 163x58x43cm, 2013

PEDRO FIGUEIREDO ESCALA GLOBAL



ESCALA GLOBAL

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Poliéster, 143x93x83cm, 2013

PEDRO FIGUEIREDO ESCALA GLOBAL



IGUALDADE

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Poliéster, 111x36x23cm, 2013

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PODER DO CENTRO

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Poliéster e madeira, 191x48x48cm, 2013

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ENCONTRO

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Poliéster, 123x118x28cm, 2013

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ESFERA CELESTE

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Poliéster, 219x61x135cm, 2012

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MUNDO ALADO

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Poliéster e metal, 72x58x58cm, 2013

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PEDRO FIGUEIREDO

PORTUGAL, GUARDA, 1974

ESTUDOS

EXPOSIÇÕES COLETIVAS

Mestrado em Artes Plásticas, Esc. Univ. das Artes Coimbra, ARCA - E.U.A.C. Pós-graduação em Com. Estética, Esc. Univ. das Artes Coimbra, ARCA - E.U.A.C. Licenciatura em Escultura, Esc. Univ. das Artes Coimbra, ARCA - E.U.A.C. Curso profissional de Cerâmica na Escola Artística de Coimbra, ARCA - E.A.C.

2013 “Coletiva de Verão”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2013 “Coletiva Galeria São Mamede”, Porto. 2013 “JUSTMAD 4”, Galeria Nuno Sacramento, Madrid, (Espanha). 2012 “Pintura e Escultura, Gal.São Mamede”, Galeria de Arte de Vale do Lobo. 2012 “Pintura e Escultura, Gal.São Mamede”, C. Cultural São Lourenço, Almancil. 2012 “Pintura e Escultura, Gal.São Mamede”, Lisboa. 2012 “Pintura e Escultura, Gal.São Mamede”, Porto. 2012 “Feira de Arte e Antiguidades (APA)”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2012 “JUSTMAD 3”, Galeria Nuno Sacramento, Madrid, (Espanha). 2011 “Coletiva Arte Móvel” Galeria João Pedro Rodrigues, Porto. 2011 “Arte Lisboa”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2011 “Arte Lisboa”, Galeria Nuno Sacramento (Aveiro), Lisboa. 2011 “16.º Bienal de Cerveira” (Artista Convidado), Vila Nova de Cerveira. 2011 “Coletiva de Verão”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2011 “Oiã começa por O”, Junta de Freguesia de Oiã. 2011 “Coletiva de Verão”, Galeria São Mamede, Porto. 2010 “Arte Lisboa”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2010 “Coletiva de Verão”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2010 “Pigments and Rocks”, Galeria de Arte Mutualidade, Coimbra. 2009 “Arte Lisboa”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2009 “Arte Lisboa”, Galeria Nuno Sacramento, Lisboa. 2009 “Art Madrid”, Galeria São Mamede, Madrid (Espanha). 2009 “Coletiva de Verão”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2009 “Coletiva de escultura integrada na XV Bienal de Arte internacional de Cerveira”, Casa da Cultura de Melgaço, Melgaço. 2008 “Coletiva de Dezembro”, Galeria Nuno Sacramento, Aveiro. 2008 “Arte Lisboa”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2008 “Arte Lisboa”, Galeria Nuno Sacramento (Aveiro), Lisboa. 2008 “Sua Majestade - o Rei”, Museu do Vinho, Anadia. 2008 “Coleção Arte Moderna e Cont. António Piné”, Ass. Nac. Farmácias, Lisboa. 2008 “30 Anos Bienal de Cerveira”, Museu da Bienal da Cerveira, V. N. Cerveira. 2007 “Coletiva de Natal”, Galeria Nuno Sacramento, Aveiro. 2007 “Arte Lisboa”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2007 “Coletiva de Verão”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2007 “XIV Bienal de Arte Internacional”, Vila Nova de Cerveira. 2007 “Fulanas, Beltranos e Companhia Lda”, Galeria Sacramento, Aveiro. 2007 “Escrever o Sol”, Galeria E.U.A.C., Coimbra. 2007 “Form(ul)as Diversas”, Galeria São Mamede, Porto. 2006 “Arte Covilhã”, Covilhã. 2006 “artistas.com”, Galeria 9Arte, Lisboa. 2006 “Coletiva de Verão”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2006 “Arte na calçada”, Loulé. 2006 “Coletiva”, Galeria Por Amor à Arte, Porto. 2005 “Alunos do Mestrado em Comunicação Estética”, Casa Museu Bissaya Barreto, Coimbra. 2005 “Concurso Nacional de Escultura”, Parque das Nações, Lisboa.

PRÉMIOS 2003 Prémio Revelação, XII Bienal de Arte Internacional, Vila Nova de Cerveira.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS 2013 “Escala Global”, Galeria Nuno Sacramento, Ílhavo. 2013 “Geração Global”, Galeria São Mamede, Lisboa. 2013 “Galeria de Arte de Vale do Lobo”, Curadoria Gal. São Mamede, Vale do Lobo. 2012 “Auditório Municipal de Olhão”, Curadoria Galeria São Mamede, Olhão. 2012 “Formas de Colibri”, Museu Nacional de Artes Decorativas, integrada na XI Bienal de Havana com curadoria da Galeria Nuno Sacramento, Havana, Cuba. 2011 “Limites da des-figuração”, Galeria São Mamede, Porto. 2008 “Um Outro Lugar” , Galeria São Mamede, Lisboa. 2008 “Um Mundo Outro”, Museu Municipal Santos Rocha, Figueira da Foz. 2007 “Aveiro Meu Amor”, Aveiro. 2007 “Antes do Céu”, Teatro Municipal da Guarda (TMG), Guarda. 2006 Centro de Artes e Espectáculos (C.A.E.), Figueira da Foz. 2006 Casa Museu Bissaya Barreto, Coimbra. 2006 Teatro Aveirense, Aveiro. 2006 Museu de Zamora, Zamora (Espanha). 2006 Teatro Municipal da Guarda (TMG), Guarda. 2006 “Galeria Projeto”, Vila Nova de Cerveira. 2004 “Lx Casa, Arte, Design”, Hotel Estoril Sol, Cascais. 2002 Exposição em espaço público a convite do jornal “O Interior”, Guarda. 2000 Paço da Cultura, Guarda.

COLEÇÕES Coleção Ernesto Rancaño, Havana, (Cuba). Museu Nacional de Artes Decorativas, Havana, (Cuba). Academia de Belas Artes de San Alejandro, Havana, (Cuba). Oficina do Historiador da cidade de Havana – Eusébio Leal, Havana, (Cuba). Museu Biblioteca Servando Cabrera Moreno, Havana, (Cuba). Embaixada de Portugal, Havana, (Cuba). DRCC (Direcção Regional da Cultura do Centro), Coimbra. Hotel Jerónimo 8, Lisboa. Centro de Artes e Espetáculos (C.A.E.), Figueira da Foz. Fundação Bissaya Barreto, Coimbra. Teatro Aveirense, Aveiro. Jardim do Lago, Covilhã. Museu da Bienal de Vila Nova de Cerveira. Coleção de Arte Moderna e Contemporânea António Piné, ANF, Lisboa.

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PEDRO FIGUEIREDO ESCALA GLOBAL






FORMAS DE COLIBRI HAVANA . CUBA 2012


FORMAS DE COLIBRI EXPOSIÇÃO COLATERAL À XI BIENAL DE HAVANA A ESTRELA DE CUBA Se um dia passeares por Havana, e conseguires ver um colibri, talvez sintas o meu espírito esculpido nas asas da liberdade. Ao escrever este texto sobre o meu projeto em Cuba, deparo-me com a dificuldade de ser sucinto quando tanto haveria para escrever. O modo como vivi e construi as minhas esculturas em Havana é o tema desta minha reflexão. Não que isso seja importante para o comum dos mortais, escrevo-o para todos os fruidores de arte que o queiram ler e sobretudo para os meus “irmãos” cubanos que estiveram sempre comigo. O desafio foi-me proposto enquanto lanchava numa esplanada de um café, perto de Ílhavo pelo meu amigo galerista e curador, José Sacramento. Tudo avançou de uma maneira tão rápida como o bater de asas de um Colibri. Cheguei a Havana na noite do dia 25 de Abril de 2012, tinha à minha espera Susana Betancourt, Douglas e Oscar Rodríguez. Foram os primeiros cubanos que eu conheci. Fiquei em casa de Óscar, na Avenida 33, na zona de Almendares, Playa. Oscar Rodríguez foi a primeira pessoa que me explicou o modo como eu podia apanhar os Almendrones para me deslocar da Avenida 31 para Obelisco onde ficava situada a Academia de Bellas Artes de San Alejandro. Ensinou-me também como se vive ou sobrevive em Havana. Nas nossas conversas, sobretudo noturnas, nunca escondeu o que foi, o que é e o que pode vir a ser aquele povo. Óscar cedo percebeu a minha intenção, de querer viver como um cubano, durante 25 dias. Não havia gesso em Havana, essa noticia foi um rude golpe para as minhas aspirações, propunha-me construir esculturas através da técnica de gesso direto. Os dias passavam lentamente, sem encontrar uma solução para satisfazer as minhas necessidades técnicas. Sándor González Vilar, pintor cubano, tentava encontrar comigo uma solução para resolver o problema, mas não era simples, nada em Havana é fácil. Sándor fez as honras da casa, apresentou-me à diretora da Academia de Bellas Artes de San Alejandro, Sandra Fuentes, a Lesmes Larroza, professor de escultura, a Lázaro Luperón, aluno finalista de escultura e a Mário Lopez, aluno finalista de pintura e foi com eles que tudo foi possível. Lázaro indicou-me o caminho da construção das esculturas em cimento direto e foi ele que conseguiu o acesso aos materiais necessários. Depois “desapareceu”

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HAVANA, CUBA, 2012

e “voltou” mais tarde. Lesmes, guiou-me, trabalhou comigo, tem o dom dos mestres mas talvez não o saiba, a escultura vive dentro dele e eu aprendi e beneficiei muito com isso. Por fim Mário Lopez, um irmão, sempre a meu lado, trabalhou comigo e nele encontramos a palavra fraternidade. Nas inúmeras conversas que tivemos encontrei a essência do que é ser cubano. Aos três agradeço com este meu texto, porque as palavras são o meio mais eficaz de eternizar um acontecimento. “Sofreram” comigo nas salas de aula de San Alejandro, na procura de conseguirmos terminar as esculturas em tempo útil, ao mesmo tempo que faziam um trabalho individual para a XI Bienal de Havana, onde a minha exposição também estaria integrada. No entanto, houve sempre tempo para abordarmos as questões estéticas da arte e sobretudo da escultura. Para além de sangue e lágrimas, o talento tem que aparecer e para isso é necessário um trabalho de anos, muitas horas de metier e muitas reflexões em conjunto, mais que em qualquer outro lugar, em Cuba a união faz a força. A igualdade é uma coluna petrificada de Havana. Retenho algumas ideias de Lesmes, uma delas é que na sua opinião um artista trabalha uma vida inteira para fazer uma única obra e todas as outras são aproximações servindo apenas para conseguir alcançar essa mesma obra. Não consigo responder à afirmação de Lesmes, não sei se concordo totalmente mas não deixa de ter alguma razão. No tempo que privei com ele retenho também a forma calorosa como me agradeceu o facto de eu defender a escultura e de estar no seu país para a representar. Os dias foram passando e eu fui aprendendo e adaptando-me cada vez mais à realidade cubana, o modo de viver, a sua gastronomia, a “sede” que têm de aprender, a sua cultura que contempla a seriedade que emprestam à arte e o respeito para com todos os artistas. A Academia de Bellas Artes de San Alejandro, é uma escola muito prestigiada em Cuba, passaram por lá quase todos os grandes artistas cubanos como por exemplo, Roberto Diago, Roberto Fabelo, Ernesto Rancaño, Mabel Poblet, Sándor González Vilar, etc... foi para mim um orgulho ter trabalhado nesta escola, onde também cimentei alguns conhecimentos ao nível de conceitos que envolvem a arte em geral e a escultura em particular. Guardo lembranças de lá que não vou poder esquecer e laços de amizade que me tornam mais completo. Nesta academia trabalhei longas horas para conseguir o meu objectivo. No espaço de 15 dias, realizei 14 desenhos e 6 esculturas. A 16 de Maio de 2012, à tarde, saí do Hotel Meliá Habana na companhia do meu galerista, curador português, José Sacramento e com a sua esposa, Rosa Sílvia com destino ao Museu Nacional de Artes Decorativas de Havana, em Vedado. Mo-



FORMAS DE COLIBRI mentos antes já eu tinha agradecido às aguas que batem no muro do Malecón. Em Cuba todos os dias são difíceis embora saborosos, tinha consciência que o que eu tinha conseguido era uma vitória, talvez uma estrela me tenha acompanhado e dado sorte. A mesma estrela que faz parte da bandeira do país onde as pessoas se tratam como irmãos. Foi no prestigiado Museu de Havana que decorreu a inauguração da minha exposição intitulada “Formas de Colibri”. A curadoria cubana ficou a cargo de Lisandra Quintana, também ela uma pessoa muito importante na organização de todo este projeto. Estiveram muitas pessoas na exposição, muito mérito para Katia Varela Ordaz, directora do Museu, para Sacramento (representação da Galeria Nuno Sacramento) e para Lisandra (curadora cubana).

HAVANA, CUBA, 2012

A eles dir-lhe-ei que um dia nos voltaremos a ver, os artistas não têm país, são universais. Apesar de estarmos em lugares diferentes do Planeta, estamos a uma Escala Global. A escultura viverá sempre dentro de nós meu querido e amigo Lesmes. A minha missão em Cuba estava cumprida, tudo estava consumado. Sentado no muro do Malecón pensei em Bernardo, meu filho, que crescia em Portugal há já sete meses no ventre de sua mãe. Pedro Figueiredo

Há noite, era tempo de comemorar, Nahomi Ximenez, artista e curadora mexicana que me acompanhou, muitas vezes por Havana disse-me que os dias festivos se comemoram junto ao muro do Malecón. Criei uma forte e eterna amizade com Nahomi, devo-lhe também muito do que foi o meu sucesso. Essa mesma noite terminou junto ao Malecón ao som da música cubana improvisada. Comigo estava quem sempre esteve, Lesmes Larroza, Lázaro Luperon, Mário Lopez e Nahomi Ximénez, meus amigos e irmãos.

ACADEMIA DE BELLAS ARTES DE SAN ALEJANDRO

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PEDRO FIGUEIREDO ESCALA GLOBAL

Marianao, Havana

MUSEO NACIONAL DE ARTES DECORATIVAS

El Vedado, Havana



FORMAS DE COLIBRI ACADEMIA DE BELLAS ARTES DE SAN ALEJANDRO

MUSEO NACIONAL DE ARTES DECORATIVAS

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PEDRO FIGUEIREDO ESCALA GLOBAL

Marianao, Havana

El Vedado, Havana

HAVANA, CUBA, 2012

MUSEO NACIONAL DE ARTES DECORATIVAS

El Vedado, Havana

MUSEO NACIONAL DE ARTES DECORATIVAS

El Vedado, Havana





CURADORIA José Sacramento Nuno Sacramento MONTAGEM Lília Figueiras TEXTOS Nahomi Ximénez Pedro Figueiredo FOTOGRAFIA Hugo Pinheiro DESIGN Nhdesign www.nhdesign.pt IMPRESSÃO Fernandes & Terceiro, S.A. TIRAGEM 1000 exemplares PATROCINADOR Special GNO, Global Network Organization LOCAL Galeria Nuno Sacramento Ílhavo, Portugal DATA Outubro 2013




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