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ENTRE PAISAGENS INTERVENÇÃO NA ORLA DO BANHADO EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP
TGI-I NICOLE CRISTINA DE OLIVEIRA SÃO CARLOS, 2014
Caderno de apresentação do Trabalho de Graduação Integrado para o primeiro semestre de 2014.
UNIVERSIDADE DE Sテグ PAULO INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Sテグ CARLOS, SP
PROFESSORES CAP Paulo Cテゥsar Castral Lucia Shimbo Joubert Lancha PROFESSOR GT Givaldo Medeiros
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ÍNDICE
01| 02| 03| 04| 05| 06| 07|
INTRODUÇÃO............................... O CONCEITO................... ............. O LUGAR......................... ............. LEITURA DA ÁREA........... ............. O PROJETO...................... ............. REFERÊNCIAS PROJETUAIS............. REFERÊNCIAS TEXTUAIS... .............
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INTRODUÇÃO
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“LOS ESPACIOS PÚBLICOS EXCEPCIONALES NO EXISTEN SOLOS; HAN SURGIDO CON Y DESDE LA ARQUITECTURA.” ROGELIO SALMONA Salmona resume nesta frase um dos maiores questionamentos presente neste trabalho de graduação: como criar espaços públicos significativos e característicos dentro do contexto contemporâneo? Como relacioná-lo com uma cidade cheia de conflitos e onde os espaços privados, pouco significativos, ganham a vez? E ainda, como relacioná-lo com os entremeios urbanos e a paisagem das cidades, altamente adensadas, e elaborar lugares que surjam da arquitetura, revelando as características inerentes ao lugar, gerando experiências físicas e temporais distintas das da cidade atual? A tais questionamentos, iniciados originalmente no pré-TGI, foram adicionadas referências que contribuíram para a formulação do meu universo projetual. A cidade, analisada a partir de seu caráter fenomenológico, leva a interpretar aspectos humanos e geográficos que foram eximidos no processo de sua constituição. As investidas urbanísticas, principalmente viárias, somadas ao processo de suburbanização, tão comum em cidades americanas, desassociou o pensamento integral da constituição dos espaços públicos. Estes últimos, contudo, foram desviados para os empreendimentos particulares, como os centros comerciais.
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O CONCEITO
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REFERÊNCIAS INICIAIS
HEIDEGGER| FRAMPTON| RICHARD SERRA| NORBERG-SCHULZ| TADAO ANDO| LAAN ROGELIO SALMONA| ARQUITETOS ASSOCIADOS
Uma questão que se tornou importante para este trabalho é a relação que se cria entre objeto e paisagem, atribuindo-lhe caráter fenomnológico. Heidegger irá falar do habitar poeticamente o lugar, algo que será traduzido por Tadao Ando em suas obras. Na cultura japonesa, há uma necessidade de se elaborar a relação entre o entorno e a casa, construindo o “território residencial”. Portanto há um jogo entre interior e exterior e um trabalho com questões como a luz, sombra, cheio e vazio, céu e terra, dicotomias essas que revelam a poesia do lugar. A sua obra, que também se propõe como um conceito contra a forma espacial caótica, esquizofrênica, “pastiche e kitsch” (para citar Jameson), irá elevar o lugar construído a uma esfera da experiência, da sensação e contemplação. Pode-se verificar isso no Museu de Arte Contemporânea de Naoshima, em que se vê uma obra que se relaciona com a paisagem, criando caminhos, integrando situações distintas, criando sensações e experiências ao indivíduo, fazendo-o se reconhecer no lugar.
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A questão da experiência também está presente na obra “The Matter of Time” de Richard Serra. Sua escultura explode os limites de objeto e passa a constituir o espaço onde o indivíduo pode interagir espacialmente. A obra reverbera no espectador sua materialidade, sons e sensações que provocam uma experiência sensorial e espacial. Ela vai ser a “parede” construída que interage entre natureza e indivíduo da qual fala Hanz Van der Laan em seu texto “Natureza e Arquitetura” (Revista SUMMA +, 2011). Para Laan, a construção é o elemento que interconecta Natureza e Homem através do Habitar. Apenas a natureza não é habitável e não se propõe como o espaço da experiência, no entanto são necessários elementos tectônicos na produção e isolamento desse lugar na natureza. Ao arquiteto fica a tarefa de usar da técnica para elaborar o diálogo entre matéria e casa, criando assim o lugar.
Apesar de que na obra de site specific arte, Serra não propõe um habitar estrictu sensu e a relação de pertencimento e localização não é a chave principal para compreender a obra, tenho como referência a forma como ela se desenvolve como um percurso no espaço infinito e gera um lugar de interação. O tempo do percurso e as sensações são também pontos importantes para esta chave de leitura.
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Kenneth Frampton também irá comentar Heidegger quando apresenta a questão dialética entre o “construir” e a “arquitetura”. Em seu texto “Uma leitura de Heidegger”, construir está relacionado à forma de produção capitalista e a produção do não-lugar contemporâneo: a apoteose do capitalismo depositada no “paraíso” de Los Angeles. Espera-se que o público não só se reconheça como também se sinta entusiasmado com o advento utópico dessa “comunidade sem propinquidade”. Enquanto isso a produção arquitetônica ou continua criando cidades aos moldes dos subúrbios americanos ou foca em uma produção historicista. A questão principal é que se discute e se foca muito na palavra “espaço”, que etimologicamente apresenta um significado muito mais abstrato; enquanto que a palavra “lugar” tem uma significação mais relacionada à “natureza social”. Frampton então irá comentar a respeito da construção seriada e seu caráter abstrato como não criador de lugares. Para ele, o homem como ser hedonista e sensível tem necessidades fundamentais que estariam relacionados ao ambiente que se constrói. O ato de construir se encontra, portanto, na interface fenomenológica entre os domínios infraestruturais e superestruturais da produção humana.
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Quanto à interação com o sítio e a criação de um lugar da experiência, a intervenção urbana “Parque Linear La Herrera” fornece questões que para mim estão relacionadas com a escala de uma possível intervenção. O projeto trás para si questões ligadas ao sítio ao trabalhar com uma situação urbana aparentemente desfavorável. Ele revela uma qualidade inerente àquela paisagem e transforma o espaço em um lugar (aqui utilizando a diferenciação que Heidegger utiliza). O projeto então atua como um tradutor dessas qualidades trazendo-as aos usuários através de elementos concretos. O lugar passa a ter um significado. Rogelio Salmona em seu texto intitulado “Entre la mariposa y el elefante” comenta sua preocupação com questões do lugar ao se fazer projeto. Sua produção arquitetônica, que para mim foi um de meus referentes projetuais em pré-TGI, também elabora questões de fundos fenomenológicos. Para ele o que importa da produção arquitetônica contemporânea é elaborar, tecer, criar espaços que retenham o tempo e o trabalhem de maneira sensível ao homem. Essas qualidades sensíveis estariam ligadas ao ritmo, movimento, surpresas referentes ao lugar, tratando de relacionar o efêmero do tempo (que deve transcorrer ao contrário de ser gasto) e ao permanente do lugar.
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RELEITURA DO OBJETO OBJETO SÍNTESE
O processo de releitura do objeto procurou observar e extrair relações que estavam presentes nos projetos de referência. Como princípio de desconstrução, o objeto foi trabalhado através da colagem de suas imagens até se obter um modelo imagético que se propusesse como um disparador de projeto. As possibilidades de intervenção desse objeto já em uma ação projetual tem a intenção de atuar dentro do tecido urbano já existente, trabalhando com questões fenomenológicas do lugar, da paisagem urbana em especial, se propondo como um espaço livre/público por excelência. A ideia se relaciona com a proposta de se criar um espaço que se traduzisse através de várias espacialidades distintas, criando lugares de reconhecimento e temporalidades tangíveis através da experiência. O fato importante para a percepção do indivíduo dentro do projeto é a sua compreensão do lugar ao mesmo tempo como um todo e como partes, sendo parte da proposta o desvendamento dessas relações. Essa compreensão, portanto, virá após o percurso e a exploração da área, das sensações que a materialidade, a luz e a sombra trarão.
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O LUGAR
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O LUGAR ASPECTOS GERAIS
A cidade de São José dos Campos, 97 KM da capital, é composta por um relevo que faz de sua situação geográfica algo peculiar. Sua área total é de 1.099,6 km², sendo 391,85 km² de área urbana e 707,75 km² de área rural. A população atual é de 629.921 mil habitantes, sendo que, destes, 615.175 mil moram em área urbana, resultando em 97% da população residente em área urbana na cidade com uma densidade populacional de 572,9 habitantes por km² (fonte: PMSJC: IBGE, Censo Demográfico 2010). A respeito da sua inserção geográfica, está localizada entre as Serras da Mantiqueira e do Mar, cortada a oeste pelo Rio Paraíba do Sul, tendo relevo acentuado e altura média de 600m na sua área urbana. Localizada no eixo Rio-São Paulo, cortada pela Rodovia Presidente Dutra e pólo de grandes indústrias de alta tecnologia voltadas principalmente para a área aeroespacial, centro de desenvolvimento de tecnologia (CTA, IMPE, etc), pesquisa e ensino (ITA, UNESP, UNIFESP, Fatec, UNIVAP, ETEP, entre outras), teve seu crescimento inicial provocado pela instalação da EFCB (Estrada de Ferro Central do Brasil) no final do século XIX.
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BANHADO- ÁREA DE PROJETO
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O LUGAR ASPECTOS DE MOBILIDADE URBANA
A mobilidade urbana, tema central na discussão atual sobre cidades, é um dos pontos-chave no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI- 2006) em vigor na cidade de São José dos Campos. Obedecendo o crescimento tipo espraiado, São José se constituiu após os anos 1950 através da expansão sua malha viária. O crescimento da cidade através dos atrativos como emprego e com sua afirmação como pólo central da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, resultou em um incremento em sua frota de veículos. A isso une-se o trânsito decorrente de viagens entre as maiores capitais do Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro) e o transporte de mercadorias. Como resultado desse processo percebe-se o surgimento de sérios problemas de mobilidade urbana, com a formação de congestionamentos em horas de pico, inclusive na parte da Rodovia que corta a cidade, onde assume um caráter quase de avenida. (Vertamatti, Eugênio, 2008) A região central está no nó desse sistema. É um dos pontos atrativos por concentrar atividades de comércio, serviços e cultura, atraindo gente de todas as bordas da cidade. Nesse ponto encontramos o terminal central da cidade, localizado ao lado da praça da matriz, que foi usado por alguns anos como rodoviária da cidade mas que, logo após a inauguração do atual prédio na década de 1980, se mostrou ineficiente com respeito sua a demanda.
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No ano de 2008, o ITA, em parceria com a Secretaria de Transporte da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, elaborou um estudo de viabilidade para implantação de um sistema de transporte rápido do futuro para São José dos Campos. Neste estudo, avalia-se a possibilidade de implantação de um sistema BRT para a cidade, com a criação de estações e terminais espalhados por pontos estratégicos da cidade. Ainda neste estudo, cogita-se a retirada do atual terminal central com a implantação, em seu lugar, de um terminal para o BRT (Bus Rapid Transit) já que a região irá ser rota de 3 linhas (amarela, azul e vermelha) principais a serem implementadas. Há também o estudo para a colocação de uma estação de transferência na praça Afonso Penna, juntamente com seu redesenho. Dessa forma, a área deste TGI está inserida dentro de um processo de renovação do centro e de suas áras públicas, tendo em vista seu potencial atrativo ainda em voga.
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Linha vermelha Linha azul Linha verde Linha amarela Linha laranja
MAPA BRT Images:PMSJC
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O LUGAR O BANHADO
“Compreendendo uma região imediatamente contígua ao centro urbano de São José dos Campos, localizada na avenida São José, com uma área de 4.320.000m² . (...) No ano de 1.984, a Lei Municipal 2792/84, declarou o Banhado como Área de Proteção Ambiental, restringindo e proibindo usos como, a implantação de indústrias, comércios e serviços, o parcelamento do solo e, as atividades extrativas, como a mineração. (...) Posteriormente, a Área de Proteção Ambiental do Banhado, foi incorporada às legislações de uso do solo, e atualmente, encontra-se classificado pela Lei Complementar 165/97 de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, como Zona Especial de Proteção Ambiental.” ( Fundação Cassiano Ricardo)
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No Plano Diretor da cidade, a área do Banhado está inserida na APA-IV, que é “ a porção do território, que pelas características de seu solo e de suas condições hídricas, apresenta alta restrição à implantação de atividades urbanas. A preservação desta área visa assegurar a conservação e a melhoria das condições ecológicas locais.” (PDDI- 2006) De acordo com o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação, LEI 9.985- Julho de 2000): Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Sendo, restritos os usos urbanos E não sendo possível o parcelamento do solo, a prefeitura tem como projeto a criação de um parque urbano, o Parque do Banhado (número 9 do mapa ao lado), que resguardaria a planície alagável e sua fauna e flora. A área, contudo, também apresenta problemas de cunho social, como é o caso da favela Jd. Nova Esperança, que abriga 450 famílias em zona ambientalmente frágil. A retirada dessas pessoas e realocação dentro do tecido urbano próximo ao seu local de origem vem a ser uma das diretrizes deste projeto de TGI.
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A ÁREA ESCOLHA E JUSTIFICATIVA
A escolha veio da peculiaridade de sua paisagem, topografia, formação histórica e por ser uma região estritamente ligada à memória do lugar e da população sendo o marco zero da cidade. A formação deste espaço veio da onda higienista que varreu a cidade entre ao final do século XIX e primeira metade do século XX. A rua de Trás, atual Av. São José, era a fronteira natural da cidade e o local mais pobre e sujo, a borda. Local mais próximo à zona de inundação da Várzea do Rio Paraíba, convenientemente denominado Banhado. Era para onde as casas voltavam suas costas e para onde a cidade buscava se afastar pelo inconveniente de sua formação geográfica que impedia uma aproximação. A onda modernizadora eliminou as edificações localizadas no lado par da rua de Trás, abrindo-se a atual Avenida São José, enquadrando as montanhas da Serra da Mantiqueira, respiro natural desta cidade que, na segunda metade do século passado, se formou focando na tecnologia e indústria .
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a
b
FORMAÇÃO DA CIDADE Imagem a: Vila de São José- largo da matriz de 1821, imagem b: mapa da cidade de 1895, imagem c: mapa da cidade em 1920 Fonte das imagens: Fundação Cultural Cassiano Ricardo- Arquivo HIstórico
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c
Estando-se aí, percebe-se entre um horizonte estritamente verticalizado, um resquício da formação natural geológica desta que passou a ser a principal cidade do Vale do Paraíba. Ao fundo, como pano principal, ergue-se majestosa a cadeia de montanhas de tom acinzentado da Serra da Mantiqueira. A leste da várzea do Banhado, ergue-se a região central da cidade, ponto mais alto, e desde aí espalha-se entre o território de baixadas e colinas a cidade de São José dos Campos. Desde a área mais baixa, ao norte, percebe-se a torre da igreja matriz e a silhueta curvilínea da orla do Banhado: a fronteira entre o vazio vegetado e a selva de pedra que ainda guarda consigo o seu desenho fundacional. Este trabalho de TGI tem, portanto, como principal mote trabalhar a relação entre a paisagem natural e a paisagem construída, intervindo na “Orla do Banhado” e imediações, elaborando essa costura urbana entre ambas paisagens e trazendo as questões do lugar e da memória na elaboração do projeto.
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AVENIDA SÃO JOSÉ Imagem Levantamento das casas a serem retiradas para a ampliação da Avenida São José.
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A PAISAGEM
PONTOS FOCAIS E ASPECTOS DE VISIBILIDADE
Com a leitura da paisagem e a delimitação das áreas de interesse para a intervenção do projeto, destacou-se as áreas com massiços vegetais e de campos com a intenção de trabalhar os diferentes ângulos de visada e as percepções que se têm ao observar o horizonte. A ideia principal será tratar essas visadas através de diferentes experiências criadas através do projeto: seus estares, percursos e coontemplação.
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MASSAS VEGETAIS Mapa destacando as massas vegetais e o curso d’água que compõem a paisagem do Banhado.
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LEITURA DA ÁREA
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LEITURA DA ÁREA MAPA DAS ÁREAS DE INTERESSE Ainda apresentando o desenho do seu centro fundacional quase sem modificações, o centro concetra de edificações históricas e de interesse histórico. Muitas das quais estão destinadas a usos culturais sob cuidados da Fundação Cassiano Ricardo, a fundação cultural do município. O traçado urbano ainda mantém-se o mesmo, a não ser pela ampliação da Avenida São José, já citada anteriormente.
Legenda Área de interesse futuro para TGI
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Edificações culturais|históricas Áreas verdes|praças
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LEITURA DA ÁREA MAPA DE GABARITOS O centro antigo de São José dos Campos tem como principal característica a predominância de edifícios de gabarito entre 2 e 4 pavimentos, sendo poucos os edifícios com mais de 10 e 15 pavimentos. Estes últimos estão mais concentrados a sul e norte da área de intervenção. Nesta área também há a predominância de edificações de cunho comercial especializados, comercial diversificado e usos mistos entre comércio e serviços. Algo que gera na região o problema de usos fora do horário comercial, algo relatado na breve entrevista efetuada na área.
Legenda Gabarito de térreo Gabarito de 2 a 4 pavimentos
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Gabarito de 5 a 9 pavimentos Gabarito de 10 a 15 pavimentos Gabarito acima de 15 pavimentos
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LEITURA DA ÁREA MAPA DO VIÁRIO A Avenida São José se comporta como um grande eixo e limite da cidade para com o Banhado. A Via possui um nó urbano na região do Terminal Rodoviário Central, área de grande fluxo de veículos leves e pesados, de manobras de ônibus, ao lado da Igreja matriz, praça e zona de compras. No entanto, a avenida é um eixo de extrema importância precisamente porque, com a implementação do BRT na cidade, a área se tornará um nó entre 3 das principais linhas, como foi citado anteriormente. A remoção do terminal e a implantação de estações de transbordo entre as linhas favorecerá a remodelação da zona e o redesenho tanto de seu viário quanto da orla do Banhado.
Legenda Via local
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Via Coletora Sentido da via Pontos de Transporte público
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O PROJETO
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O PROJETO ÁREA 1 A intervenção foi pensada de forma a gerar espaços de contemplação e passeio, relacionando a paisagem construída da cidade com a paisagem natural do Banhado. Na área 1 o espelho d’água faz referência ao Rio Paraíba do Sul, que corta a área a oeste e o desnível é compreendido através da criação de patamares e escadas que se adaptam ao relevo, traduzindo a característica natural através da arquitetura.
lA
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perfil B
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Perfil A
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Perfil B
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O PROJETO ÁREA 2 A intervenção foi pensada nesta área foi estabelecer uma conexão entre a cidade e a parte baixa do Banhado, pensando em uma futura conexão entre centro e parte. Nesta área, um restaurante construído de forma a não impedir a visual desde o calçadão será o programa principal, além da passarela e da torre do elevador. A fachada oeste do restaurante tem seu desenho curvelíneo fazendo referência ao desenho do rio na paisagem local.
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perfil C
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Perfil C
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Fachada Restaurante
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perfil D
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perfil E
O PROJETO ÁREA 3 A intervenção nesta área abrange um aspecto do devaneio e das sensações no sentido de a passarela com um vão livre de 20 metros propoerciona uma experiência de se estar sobrevoando as árvores. No canteiro central dessa área seriam plantadas espécies vegetais rasteiras e 67 típicas da área de campos alagadiços da cidade.
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Perfil E
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
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Ordenação da Avenida Marginal de Leça das Palmeiras Álvaro Siza A intervenção de Siza veio a adensar o trabalho no sentido de trazer à tona questões semelhantes as que estão em discussão neste trabalho. A obra também se localiza em uma situação geográfica muito próxima: o limite entre a cidade e a paisagem. A intervenção procura ser sutil sem intervir muito na paisagem nem na linha do horizonte, criando espaços de estar e contemplação.
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Parque e Casa da Música de Lecce (Cafeteria) Álvaro Siza O projeto da cafeteria para o Parque e Casa de Música de Lecce veio adicionar subsídios para o desenvolvimento do projeto do Restaurante para a intervenção na Orla do Banhado.
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Museu de Young Herzog & De Meuron Deste projeto procuro entender como serå futuramente a torre e o tipo de vedação para o restaurante.
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REFERÊNCIAS TEXTUAIS
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Referências Textuais Álvaro Siza, Piscina na Praia de Leça das Palmeiras, Lisboa, 2004 Editora Blau. El Croquis, Lecciones Majistrales- Master Lessons- Alvaro Siza (2008-2013). Ed. 168|169, El Croquis Editorial, Madrid, 2013. Angelo Bucci, Pedra e Arvoredo, Arquitextos 041.01,ano 04, out. 2003, Vitruvius.
Disponível
em
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitex-
tos/04.041/644 Estudo de Viabilidade Ténica para Implantação de um Sistema de Transporte Rápido de Massa do Futuro para São José dos Campos, Vertamatti, Eugênio (Coord.), Instituto Tecnológico de Aeronáutica e Prefeitura Municipal de São José dos Campos/ Secretaria de Transporte, 2008
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Christian Norberg-Schulz- Fenomenologia do Lugar, em “Uma Nova Agenda para a Arquitetura”, Kate Nesbitt (org.) Galeria Cosmococa, Revista SUMMA +, vol. 117, set. 2011. Hanz Van Der Laan- Natureza e Arquitetura. Ensaio em Revista SUMMA+, vol. 117, set. 2011. Kenneth Frampton- Uma leitura de Heidegger, em “Uma Nova Agenda para a Arquitetura”, Kate Nesbitt (org.) Kenneth Frampton- Tadao Ando: Edificios. Proyectos. Escritos- Editorial Gustavo Gili, S.A., Barcelona 1985. Martin Heidegger- Construir, Habitar, Pensar- 1954.
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Museu Kim Tschang-Yeul, Archiplan Arquitetos. Consultado em Plataforma Architectura. Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado PDDI, São José dos Campos, Prefeitura Municipal, 2006. Rogelio Salmona-Entre la mariposa y el elefante. Discurso de aceptación de la medalla Alvar Alto, Jywäskylä, Finlandia, año 2004. Souza, A. Maria Santos, Soares, L. Laerte- Modernidade e Urbanismo SanitárioSão José dos Campos, PapercromIII editora, São José dos Campos, 2002. Tadao Ando- Museu de Naoshima, Masao Furuyama, Martins Fontes, São Paulo, 1997.
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Dados Cadastrais Banco de Dados “Cidade Viva” e Software SPRING 5.0.6 fornecidos pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos.
Imagens históricas Imagens do Arquivo Histórico Municipal da cidade de São José dos Campos
Legislação Fundação
Cassiano
Ricardo:
http://www.fccr.org.br/index.php/comphac
-sp-27657/bens-preservados/325-banhado, acesso em 31/05/2014 LEI No 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/legislacao/estadual/leis/2002_Lei_Est_11262.pdf
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