Mãe, de Mário Quintana MÃE… São três letras apenas, As desse nome bendito: Três letrinhas, nada mais… E nelas cabe o infinito E palavra tão pequena Confessam mesmo os ateus És do tamanho do céu E apenas menor do que Deus! Para louvar a nossa mãe, Todo bem que se disser Nunca há de ser tão grande Como o bem que ela nos quer. Palavra tão pequenina, Bem sabem os lábios meus Que és do tamanho do CÉU E apenas menor que Deus!
Mãe, de Sérgio Capparelli De patins, de bicicleta de carro, moto, avião nas asas da borboleta e nos olhos do gavião de barco, de velocípedes a cavalo num trovão nas cores do arco-íris no rugido de um leão na graça de um golfinho e no germinar do grão teu nome eu trago, mãe, na palma da minha mão.
Diz que é bem partir pinhões
A mãe
e partir copos é mal.
é uma árvore
Eu acho tudo igual.
e eu sou uma flor.
A mãe
A mãe
sabe para onde vão
tem olhos altos como estrelas.
todos os autocarros,
Os seus cabelos brilham
descobre as histórias que
como o sol.
contam
A mãe
as letras dos livros.
faz coisas mágicas:
A mãe
transforma farinha e ovos
tem na barriga um ninho.
em bolos,
É lá que guarda
linhas em camisolas,
o meu irmãozinho.
trabalho em dinheiro.
A mãe
A mãe
podia ser só minha.
tem mais força do que o vento:
Mas tenho de a emprestar
carrega sacos e sacos do supermercado
a tanta gente…
e ainda me carrega a mim.
A mãe
A mãe
à noite descasca batatas.
quando canta
Eu desenho caras nelas
tem um pássaro na garganta.
e a cara mais linda
A mãe
é da minha mãe.
conhece o bem e o mal. Texto poético de Luísa Ducla Soares, Poemas da mentira e da verdade, Livros Horizonte, 1999