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HOSPÍCIO NOSSA SENHORA DA LUZ

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REFERÊNCIAS

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Por ato nº 123 de 03 de março de 1891, foi nomeada uma comissão para dirigir e fiscalizar as obras da seção do Hospital de Caridade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, inaugurado em 22 de maio de 1880, destinada à internação de alienados. Essa comissão, julgando não ser aconselhável a construção de uma ala anexa ao hospital, procurou local mais apropriado nos arredores da cidade, para a construção de um asilo.

Em 29 de janeiro de 1896 foi lançada a pedra fundamental do edifício destinada ao novo Hospício, em terreno no Ahú, cedido à Santa Casa de Curitiba pela Câmara Municipal, por título de 31 de julho de 1895.

Construído pelo provedor Monsenhor Alberto José Gonçalves, em 25 de março de 1903 foi inaugurado o Hospício Nossa Senhora da Luz, que teve como primeiro diretor o Dr. José Guilherme de Loyola. Os serviços de enfermagem eram dirigidos pelas Irmãs de Caridade da Congregação de São José.

O Dr. Antonio Rodolpho Pereira de Lemos, médico da Santa Casa de Curitiba desde 1894 e diretor do Hospital de Caridade até 1902, foi nomeado para diretor e único médico do Hospício Nossa Senhora da Luz, no lugar do Dr. José Guilherme de Loyola, que se mudara para Antonina, em setembro de 1904.

Em 1905 o Governo do Estado propôs a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba a compra do prédio do hospício, para nele instalar a Penitenciária do Estado, prometendo indenizar a Irmandade da importância necessária para a construção do novo hospício. Foi cedido outro terreno, de quatro alqueires, onde funcionava o Hipódromo Paranaense, e construído um novo hospício de acordo com as regras da ciência e higiene da época, que preconizava a construção de pavilhões separados.

O novo Hospício N. S. da Luz, com três pavilhões isolados, foi inaugurado, pelo infatigável provedor Monsenhor Alberto José Gonçalves, em 07 de julho de 1907.

No relatório de 1911, Dr. Antonio Rodolpho Pereira de Lemos, diretor do Hospício N. S. da Luz, informa que durante o ano de 1910 foram internados 218 pacientes e que o Dr. José Guilherme de Loyola fora, novamente, nomeado para médico do estabelecimento e ficou encarregado da seção dos homens. Nos anos seguintes, o Dr. Rodolpho de Lemos assinalava em seus relatórios que ano a ano aumentava o número de alienados superpovoando o hospício, com prejuízo para o tratamento e para a higiene. A promiscuidade favorecia o alastramento da tuberculose. Em 1912, o Dr. Claudio Pereira de Lemos, filho do Dr. Rodolpho, começou a trabalhar no hospício.

Em novembro de 1918, no lapso de 15 dias, o Dr. Antonio Rodolpho Pereira de Lemos e o Dr. Claudio Pereira de Lemos, morreram vítimas da “gripe espanhola”. Ficou como diretor clínico do Hospício o Dr. José Guilherme de Loyola. Em 1931, foi construído o pavilhão cinco, denominado de Pavilhão “Dia da Caridade”, por ter sido construído com donativos da comunidade, angariados por senhoras da sociedade conhecidas como “Damas de Caridade”. Eram médicos do Hospício: Dr. José Guilherme de Loyola (diretor), Dr. Coriolano Silveira da Mota, Dr. Petit Carneiro, Dr. Octávio da Silveira e Dr. Alô Guimarães.

O Dr. Alô Guimarães foi catedrático de Psiquiatria, prefeito de Curitiba, deputado federal, senador, secretário da saúde e presidente da Associação Médica do Paraná. Foi Diretor, a partir de 1933, e em 1938 mudou a denominação do Hospício para Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, nome que persistiu até o seu encerramento.

Jardins do Hospício Nossa Senhora da Luz, com vista a partir do pavilhão André de Barros.

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