Nota da Autora O Poder Feminino Stregheria Celtas Wicca Vodu Xamanismo
1ª Edição 2004
Caro leitor,
A idealização deste livro partiu do princípio de que é tão necessário manter a compreensão do mundo mágico em relação ao não-mágico, num momento de tanta instabilidade. Devo dizer, com propriedade, que a chave para o medo é a ignorância, e a chave para a ignorância é a falta de estudo. Portanto, “Entre a História” é um livro com apresentação de textos documentativos, fotos, citações aprofundadas e curiosidades que muitos de vocês se recusam a lembrar ou levar em consideração, montando o mundo a seu ver e baseado em opiniões infundadas. A confecção deste livro demandou tempo, pesquisa, elaboração de conceitos e situações adequadas para manter a didática responsável pelo interesse. As perguntas que encontrarão no meio do livro, servem para norteá-los a elaborar respostas ou novos questionamentos. Peço que leiam com atenção e levantem questões relevantes sobre o assunto, podendo vir discutir comigo sempre que necessários, já que temos todas as ferramentas para tal. Não é um livro fechado, impossível de ser alterado; muito pelo contrário, a cada novo fato e crítica de demais doutores da História da Magia, professores, estudantes e leigos, a reformulação com certeza poderá ser feita. Desejo a vocês, leitores deste trabalho, um bom estudo, uma boa caminhada por entre as páginas deste livro e, acima de tudo, seja bem-vindo ao mundo da História. Cuide bem das palavras aqui escritas, elas são de todos nós.
Com as expectativas altas,
Nora Dahl Hansdottir
Durante os muitos períodos que o mundo mágico passou, o mais importante a ser mencionado é aquele em que as mulheres passaram a ser mais do que esperavam que ela fosse. As religiões bruxas muito tem a ver com o poder feminino, que ganhou uma visibilidade tremenda graças a disseminação e evolução da magia. Como as religiões mágicas, em sua maioria, provém da magia natural, costumavam escolher mulheres como suas guias e grandes feiticeiras, além de ligar a energia feminina com a natureza, como a força da lua com a menstruação. Dessa forma, isso significava que apenas as mulheres detinham o poder para seguir com rituais. Homens, entretanto, poderiam seguir tais religiões desde que mantivessem o vilarejo e todos que lá viviam em segurança. Ou seja, mulheres eram o topo das decisões, inteligência, fé e harmonia, enquanto os homens eram o serviço de segurança. Além disso, segundo a historiadora Siobhan Fields, “tais práticas deram abertura para que a Era das Trevas se instalasse, junto das fogueiras que mataram centenas de bruxas e centenas de inocentes. Os mais avisados se divertiam, outros, viram suas casas e sua vida ser reduzida a cinzas”.
Stregheria (a "Velha Religião") é a bruxaria italiana. A tradição se iniciou no século XIV, com os ensinamentos de Aradia, a Feiticeira Sagrada. Há muitas coisas similares entre a Strega e Wicca. A natureza é considerada como a “Grande Mãe”. Há uma antiga história baseada nos ensinamentos de Aradia, onde ela profetiza a chegada da “Idade da Filha” quando a razão irá predominar. A ideia de vida após a morte para um stregan é que ele irá retornar para os domínios de Luna assim como há Lua Cheia e voltarão a terra, assim como a lua mingua. Quando prontos, passam pelo Sol para ganharem novos corpos para seu retorno às estrelas. Há os Grigori, aqueles que vigiam os Guardiões, e os Grimas que mantêm as tradições puras e garantem que elas sejam passadas adiante. Os Lares são os espíritos ancestrais, que podem ser chamados quando se precisa de ajuda.
As bruxas italianas procuraram também a Maçonaria, para protegerem seu antigo culto. Influências maçônicas são facilmente reconhecidas quando se examina as práticas modernas. Por exemplo, o grupo conhecido como Carbonari (1820) tinha três degraus de iniciação demarcados pelos cinturões coloridos que os seus membros usavam: azul, vermelha e preta. Um triângulo marca o primeiro nível. A Strega é dividida tradicionalmente em tríades: Janarra, Tanarra e Fanara. Quando Aradia trouxe a Velha Religião pela primeira vez à Itália, ela ensinou seus seguidores os segredos da Terra, da Lua e das Estrelas. As Fanara são as guardiãs dos Antigos Mistérios e está na parte nordeste da Itália. Elas guardam os segredos das Linhas Lei e das forças da Terra. As Janarra e Tanarra ocupam a Itália Central. As Janarra guardam os segredos da Lua e das energias lunares. Tanarra são os guardiões dos mistérios estelares. Eles possuem os mistérios das forças estelares.
O Calendário Strega Festa da Sombra – La Festa Dell’ Ombra – 31 de Outubro – Nesse dia é comemorado o dia em que a Grande Senhora desce ao Mundo Inferior procurando pelos Mistérios da Morte. Ela encontra Dis, o Mestre do Mundo Subterrâneo. Ela está zangada com ele, pois ele levou embora as coisas que ela amava. Ele diz a ela que não é ele quem faz isso, mas sim o tempo e o destino é quem rouba as coisas mais importantes para ela. Ele simplesmente tenta dar um tempo para que as coisas renasçam novamente. Eles então se unem numa Sagrada União e dividem os seus mistérios. Solstício de Inverno – La Festa dell’ Inverno – 21/22 de Dezembro – A Deusa dá à luz a num novo Deus Sol, a criança da Sagrada União na Festa da Sombra. Os Grigori vão ver a nova criança, mas se surpreender ao ver que Janus apresenta sua nova criança. Aqui se percebe que Dis e Janus são as faces do Grande Deus. Os Grigori então levam ao mundo o novo Senhor do Sol, Lupercus que novamente começa seu crescimento. Festa de Lupercus – Lupercus – 02 de Fevereiro – O festival de Lupercus marca a puberdade do Deus. Os Grigori elaboram 20 trabalhos para Lupercus provar que é
realmente o novo Deus Sol. Lupercus completa todas as tarefas. Lupercus é invocado nesta data do ano para espantar os lobos da noite escura de inverno. Equinócio da Primavera – Equinócio della Primavera – 21/22 de Março - Celebra o início da ascensão da Deusa dos Domínios Subterrâneos. Assim como ela retorna, a Terra acorda e seus filhos celebram alegres. Esse é um tempo de grande fertilidade. É também o tempo em que o Deus Lupercus é ferido durante a caça, contudo, levanta-se no dia seguinte como o novo Deus Sol, assumindo a forma do deus Janus. Seu irmão, Cern, toma conta da Lua Cheia e se torna o Deus Cornudo do Verão.
Solstício de Verão - La Festa dell’ Estate - 21/22 de Junho – O solstício de verão marca o casamento entre a Deusa e o Deus. Esta é uma época de crescimento e de trabalho na terra. Esta é a época onde os Elementais estão presentes em grande número. Os “fata” são celebrados, os elementos, espíritos da natureza. Equinócio de Outono – Equinócio di Autunno – 21/22 de Setembro – Tempo de toda a colheita. Uma parte é dada para o Deus como sacrifício. Janus vai agora para o Submundo. O Senhor da Luz agora se torna o Senhor das Sombras. Ele se torna oculto, e após essa Treguenda, também nos tornamos obscuros em nossos ritos até o Deus começar novamente sua ascendência na Primavera. O Deus Cern é morto em outro acidente na caça, e Lupercus toma de novo o Ano Minguante. Como seu amante perdido, a Deusa vai para o Mundo das Sombras, procurando por ele. É celebrada a chegada do inverno.
Os Instrumentos da Strega Além dos tradicionais instrumentos da feitiçaria, a Strega usa também alguns outros, próprios de sua antiga tradição: A "Concha" da Lua - O mais antigo instrumento da Strega é a concha da Lua, um instrumento largo, em forma de concha que é usado para invocação. Colocado sobre altares pedra e cheio de água do mar, algumas vezes outra pequena concha é colocada dentro da primeira garantindo sempre que o trabalho seja feito mesmo quando a Lua não está visível. A Concha da Lua simboliza o Útero da Deusa e a concha menor, a "filha da promessa". Uma série de pequenas conchas menores são colocadas em volta formando um crescente. A Tesoura - A Tesoura serve para quebrar um encantamento e serve tanto magicamente como astralmente. Um feitiço com um par de tesouras pode ser usado para proteção, podendo ser pendurado também numa janela ou atrás de uma porta.
'A "Chama Azul" - O ponto principal do altar é onde fica a Chama Azul. Acendida num recipiente com um líquido especial para produzir uma chama azul, o fogo representa a presença da Divindade no ritual. A Cimaruta - A Cimaruta é um antigo talismã da Stregheria. Assemelha-se com os galhos de uma árvore e significa abundância, as forças ocultas, o conhecimento oculto, e proteção.
O Glossário Stregha Este é um glossário contendo alguns termos e jargões utilizados dentro do universo da Bruxaria Tradicional Italiana.
Animulare: As Streghe da Sicília. Seita das Bruxas Sicilianas, que clamam o poder da Transfiguração e estão estreitamente ligadas ao Culto dos Mortos.
Asteris: Nome utilizado em alguns Clãs Stregonesci para designar o Reino dos Deuses que se situa entre as estrelas. Termo de origem Etrusca. Na antiga religião etrusca este Reino era envolto em Brumas, e os Deuses das Brumas eram os antecessores dos Deuses da Terra.
Bele Butele: As Streghe do Veneto Ocidental.
Clã: 1 - Boschetti e Bruxos ligados entre si por um 'Boschetto Principal' ou por um Grimas fundador. 2 - Tradição da Stregoneria. Existem diversos Clãs na Stregoneria, tais como: o Clã Nemorensino, o Clã Tanarrico, o Clã Fanarrico, o Clã Janarrico, a Tradição Aridiana, a Tradição Ariciana, o Clã Napolitano, as Streghe de Benevento (Janare), a Tradição Hereditária Siciliana (Animulare), Clã Bazure, etc.
Clã Nemorensino: Clã de Stregoneria formado a partir da união de dois Stregoni de diferentes Clãs do Norte da Itália, que unindo seus conhecimentos, fundaram o Clã Nemorensino da Bruxaria Italiana. O nome refere-se a herança que os dois Clãs que fundaram este último detêm dos Mistérios ensinados na região do Lago Nemi. No Clã Nemorensino os Ensinamentos e Treinamentos são secretos, e a pessoa somente se torna membro efetivo após sua Iniciação formal em um Boschetto, assim sendo, não há auto-iniciações no mesmo. Não confundir com suposta 'Tradição' brasileira neowiccana de nome similar.
Congrega: Grupo de bruxos que se reúne para celebrar os ritos sagrados. Congregação de bruxos. Boschetto. O termo Congrega é mais Tradicional entre os Clãs de Streghe e mais utilizado, ao invés de Boschetto que, ao que parece, não é muito comum na maioria dos Clãs.
Encapuzado, O: Um dos três aspectos do Grande Deus. Senhor dos Bosques, Guardião das Florestas e Protetor dos Mistérios da Deusa. Ele é coberto de folhas, é o Deus das Matas. Equivalente Streghe ao celta Greenman. Rex Nemorensis.
Genio: Termo genérico geralmente usado para designar certos seres ligados às forças da natureza. Espírito ou deidade ligada a determinada espécie de planta ou animal ou a um lugar (genius loci).
Grimas: Um ancião de uma tradição. Strega ou stregone que detém uma longa jornada nos Caminhos. Fundador de um clã.
Grigori: Guardiães dos portais entre os mundos dos homens e dos Deuses. Seres de altíssimo poder, relacionados às estrelas e aos elementos da natureza. Semideuses que testemunham, protegem e auxiliam as práticas ritualísticas.
Involutti: Os Deuses da Bruma. Os Involutti são de origem etrusca, são os Deuses por trás dos Deuses. Muitas vezes chamados de "A Bruma", são a força criadora do Universo, a Trancendência; aqueles que criaram, mas nunca foram criados, pois são préexistentes. Se manifestam na Terra como os aspectos de Diana e Lucifero. A seguinte passagem do Vangelo de Leland se refere aos Involutti: "Então Diana dirigiu-se aos Pais do Princípio, às Mães, aos Espíritos que existiam antes do primeiro espírito". Dentro da "classificação" dos Involutti estão também os Grigori e muitos daqueles conhecidos como "Espíritos dos Velhos Caminhos".
Janare: Bruxa, Strega no dialeto da Campânia. Janarra ou Dianarra; Bruxas da região de Benevento. Seu culto está centrado nos Mistérios Lunares e, antigamente elas realizavam seus Rituais em volta da famosa "Nogueira de Benevento".
Larario: Santuário dos Ancestrais. Pequeno altar colocado no lado Oeste da casa, onde se prestam os devidos cultos e oferendas aos Lare e às Lasa, os Espíritos Ancestrais.
Lare: Espírito ancestral que protege as casas e famílias. Antepassados consangüíneos. O Termo Lare indica os Ancestrais como um todo, ao tempo que um Ancestral em particular é designado pelo termo Mane.
Lasa: Espíritos ancestrais das Tradições. Bruxos e bruxas que partiram para o Outro Mundo. Os Poderosos da Bruxaria. Termo intimamente ligado às Fadas.
La Vecchia: Literalmente, A Velha, ou seja, A Velha Religião. Maneira carinhosa de se referir à Stregoneria.
Numen: É a força que vive nas coisas. O Poder de um objeto é o Numen. É o 'espírito' que há nos objetos.
Pedra Furada: Importante objeto mágico-religioso da Stregoneria. Uma Pedra Furada naturalmente é considerada um grande presente de Diana, e seu portador é agraciado com poderes e a bênção da Rainha das Bruxas e Fadas.
Reino de Luna: Mundo Além. Local onde as almas vão após a morte. Pós Morte.
Sabba: Diferentemente do significado que a palavra tem na Bruxaria Moderna, não se refere a um dia ou a uma celebração, mas a um lugar de poder.
Strega: Bruxa, literalmente.
Streganera: palavra formada pela junção de strega +nera, ou seja, bruxa negra, bruxa má. Aquela que se dedica às forças das trevas, que destrói e amaldiçoa.
Stregheria: Literalmente, Bruxaria. Deriva de strega. A rigor, Stregheria e Stregoneria são palavras equivalentes, embora as evidências lingüísticas apontem para o aspecto predominantemente feminino da primeira e masculino da segunda. Algumas tradições adotam o termo Stregheria para designar a si mesmas, outras Stregoneria e isso pode variar também conforme a região de origem.
Stregone/Stregoni: Bruxo, literalmente.
Stregoneria: Literalmente, Bruxaria, só que deriva de stregone.
Tregua: Reunião de bruxas e bruxos. O termo significa "descanso", e é a raiz da palavra Treguenda.
Vangelo delle Streghe: Evangelho das Bruxas. Texto onde é narrada a história da Strega Sagrada e seus Ensinamentos, assim como as Peregrinações que é a história dos discípulos de Aradia após seu desaparecimento. Atribui-se esses textos a Teresa, uma das discípulas de Aradia.
Veglione: Ritual de Lua Cheia. Vigília da Lua Cheia.
Verbena: Erva aromática sagrada na Stregheria. Erva das Oferendas, sagrada à Diana.
Culturalmente, a Civilização Celta utilizava a língua céltica derivada dos ramos indo-europeus. Possuíam grande apreço pelas artes, marcadas por uma tendência abstrata. A religião celta contava com muitas divindades, era politeísta, que representava elementos da natureza e da vida animal. Pouco se sabe sobre os deuses celtas, muitas vezes nem como eles eram realmente nomeados. Entre eles, os pesquisadores conhecem deusas que regem os fenômenos naturais. Há também formas diversificadas da mesma divindade, dependendo da região onde ela é venerada. É crença comum que os celtas adoravam suas divindades apenas ao ar livre, mas comprovou-se recentemente, através de escavações arqueológicas, que eles tinham sim o hábito de edificar templos. No princípio, porém, os celtas realmente se limitavam a adorar seus deuses em altares construídos em bosques. Eles inclusive elegiam determinadas árvores como seres divinos. Não se pode esquecer da importância dos druidas, categoria hereditária de xamãs – sacerdotes ou feiticeiros que detinham o poder da cura.
Principais deuses celtas Teutates, Deus da proteção e da cura. Era considerado um guerreiro.
Dagda, características do poder da caça, fertilidade, sexualidade, da renovação, sabedoria, magia, regeneração, inspiração, vida, morte, renascimento e da extrema beleza. É considerado o "pai". Sucellus, Deus da agricultura, florestas e bebidas alcoólicas. Deusas da natureza como Tailtiu, Macha, e Epona, deusa dos cavalos. Goibiniu, o fabricante de cerveja. Tan Hill, a divindade do Fogo.
Principais festividades Imbolc Pode ser reconhecido pelo dia de Santa Brígida (pelos cristãos). É comumente realizado nos primeiros dias de fevereiro ou a meio caminho entre o solstício de inverno e o equinócio de primavera. O Imbolc é mencionado em algumas literaturas e é uma data importante desde os tempos antigos para os povos celtas. Acredita-se que ela era originalmente uma festa celta pagã, associada com a deusa Brighid. No Imbolc, cruzes de Brighid são feitas e uma figura em forma de boneca representando a deusa Brighid ou santa Brígida, chamada de Brídeóg, é construída para ser desfilada pelas ruas das cidades. Para receber suas bênçãos, as pessoas construíam uma "cama" para Brighid, um espaço onde eram colocados oferendas e itens a serem abençoados. Embora muitos dos costumes tenham se perdido no século 20, essa tradição ainda é observada em vários lugares e muitos neopagãos e wiccanos têm comemorado o Imbolc, muitas vezes adaptando o evento à sua região.
Beltane É celebrado em maio, marcando o ínicio do verão. O Beltane é o mais alegre dos festivais celtas, onde os participantes dançam, e se alegram nas voltas da fogueira. Durante o festival, são acesas fogueiras nos topos dos montes e lugares considerados sagrados. E como tradição, as pessoas queimavam oferendas como, por exemplo, totens e, pulavam as fogueiras para que se enchessem de energias poderosas. A fertilidade nesta celebração consta como o desabrochar da Primavera, com o abrir das flores, as sementes e a vida da prole considerada no Reino Animal. Uma festa que deve ser regada de muita alegria, com danças, coroas de flores e um banquete que valoriza os alimentos da época e principalmente a fogueira, ou algo representando o fogo. Para que possamos deixar que este elemento os livre das doenças e que reinicie a vida, na forma primordial, simples e pura. Muitos grupos que seguem a espiritualidade céltica ainda celebram este festival.
Lughnasadh Lughnasad= pronuncia-se Lunasá. Esse sabá, que ocorre entre o Solstício de Verão (Litha) e o Equinócio de Outono (Mabon). *É também uma festividade Wicca, e deve-se deixar claro que Sabás são bem mais antigos que essa religião, portanto, não é exclusivo da Wicca*. Uma festa da colheita em honra ao deus céltico do Sol: Lugh (o maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos)
Samhain Festival em que se comemora a passagem do ano dos celtas. Marca o fim do ano velho e o começo do ano novo. O Samhain inicia o inverno, uma das duas estações do ano dos celtas. O início da outra estação, o verão, é celebrado no festival de Beltane. Grande parte da tradição do Halloween, do Dia de Todos-os-Santos e do Dia dos fiéis defuntos pode ser associada ao Samhaim. O Samhaim era a época em que se acreditava que as almas dos mortos retornavam a suas casas para visitar os familiares, para buscar alimento e se aquecerem no fogo da lareira. ra também a época em que o Sídhe deixava antever o outro mundo. O "nevoeiro mágico" que deixava as pessoas invisiveis, dispersava no Samhain e os elfos podiam ser vistos pelos humanos. A fronteira entre o Outro Mundo e o mundo real desaparecia. Uma das datas do calendário lunar celta de Coligny pode ser associada ao Samhain. No 17º dia do mês lunar Samon, a referência *trinox Samoni sindiu é interpretada como a data da celebração do Samhain ou do solstício de Verão entre os Gauleses.
A Wicca é uma religião politeísta, de culto basicamente dualista, que crê tradicionalmente na Mãe Tríplice e no Deus Cornífero, ou religião matriarcal de adoração à deusa mãe. A Wicca também envolve a prática ritual da magia, em grande parte influenciada pela magia cerimonial do passado, muitas vezes em conjunto com um código de moralidade liberal conhecida como a Wiccan Rede, embora não seja uma regra. O termo "Wicca" foi primeiramente aceito nas décadas de 1960 e 70 como parte da religião Wicca da época. Antes disso, o termo "Witchcraft" era utilizado de forma mais histórica e ampla.
“Oito palavras a Rede Wicca respeitam: se nenhum mal causar, faz o que desejar." - Lady Gwen Thompson
Para a maioria dos Wiccanos, o Deus e Deusa são vistos como polaridades complementares no universo, existindo um equilíbrio entre um e outro. Como tal, são muitas vezes interpretados como sendo "encarnações de uma força de vida manifesta na natureza", com alguns Wiccanos acreditando que eles são simplesmente símbolos dessas polaridades, enquanto outros acreditam que o Deus e a Deusa são seres verdadeiros que existem de forma independente. Às duas divindades são dadas frequentemente associações simbólicas, com a Deusa comumente sendo simbolizado como a Terra (ou seja, a Mãe Terra), mas também às vezes como a Lua, a qual complementa o Deus, visto como o Sol. Tradicionalmente, o Deus é visto como um Deus Cornífero, associado com a natureza selvagem, a sexualidade, a caça e o ciclo de vida. A Deusa é geralmente retratada como uma Deusa tríplice, sendo assim uma divindade triádica composta de uma deusa virgem, uma deusa-mãe e uma deusa anciã, cada um dos quais tem associações diferentes, ou seja, a virgindade, a fertilidade e a sabedoria. Boa parte dos wiccanos creem na magia — uma força que eles veem como sendo capazes de manipulação através da prática de bruxaria ou feitiçaria. Também acreditam que a magia é a lei da natureza ainda incompreendida ou ignorada pela ciência contemporânea, e, como tal, não a veem como sendo sobrenatural, mas sendo uma parte dos "superpoderes que residem no natural", como escrevia Leo Martello. Em grande parte das tradições da Wicca, há a crença nos Quatro Elementos, mas ao contrário da filosofia na Grécia Antiga, elas são vistas como simbólicas em vez de literal, ou seja, são representações das fases da matéria. Esses elementos são geralmente evocados durante os rituais mágicos da Wicca e nomeados ao se consagrar um círculo mágico. Os quatro elementos são: Ar, Fogo, Água e Terra, acrescido de um quinto, o Éter (ou Espírito), que une os outros quatro elementos.
Vodu é um misto de crenças cristãs e ritos africanos, onde o elemento sobrenatural é preponderante. O vodu é uma religião que cultua os antepassados e entidades chamadas de loas. Cada loa é reverenciada no seu dia próprio, onde animais, são sacrificados e oferecidos, junto com frutas e outras comidas. Os hogans (feiticeiros) são verdadeiros chefes espirituais. As mulheres que conduzem o ritual são chamadas de mambu. Os rituais de vodu, chamados de magia negra, são acompanhados de danças, cantos e músicas tocadas em instrumentos de percussão. Os participantes, vestidos com roupas típicas, entram em transe e incorporam os loas (os bons e os maus espíritos). Voduns não usam roupas luxuosas, não gostam de roupas de festa e, geralmente, preferem a boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em um ritmo mais denso
e pesado. Os voduns estão sempre de olhos abertos e, salvo algumas exceções, conversam (usando preferencialmente um dialeto próprio) e dão conselhos a quem os procura. Mawu é o ser supremo dos povos Ewe e Fon, que criou a terra e os seres vivos e engendrou os voduns. Ela é associada a Lissá, que é masculino, e também corresponsável pela criação, e os voduns são filhos e descendentes de ambos. Loko: é o primogênito dos voduns. Representado pela árvore sagrada Ficus idolatrica ou Ficus doliaria (gameleira-branca). Gu: vodum dos metais, guerra, fogo e tecnologia. Heviossô: vodum que comanda os raios e relâmpagos. Sakpatá: vodum da varíola. Dan: vodum da riqueza, representado pela serpente do arco-íris. Agué: vodum da caça e protetor das florestas. Agbê: vodum dono dos mares. Ayizan: vodum feminino, dona da crosta terrestre e dos mercados. Agassu: vodum que representa a linhagem real do Reino do Daomé. Aguê: vodum que representa a terra firme. Legba: o caçula de Mawu e Lissá. Representa as entradas e saídas e a sexualidade. Fa: vodum da adivinhação e do destino.
O xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas etnomédicas, mágicas, religiosas (animista, primitiva), e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe, supostas metamorfoses e contato direto entre corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos.
O sacerdote do xamanismo é o xamã, que geralmente entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes incomuns, invocando espíritos, plantas etc., através de objetos rituais, do próprio corpo ou do corpo de assistentes e pacientes. A comunicação com estes aspectos sutis da vida pode se processar através de estados alterados de consciência. Estados esses alcançados através de batidas de tambor, danças e até ervas enteógenas. As variações "culturais" são muitas, mas, em geral, o xamã pode ser homem ou mulher, a depender da cultura, e muitas vezes há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamado, uma vocação. Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrole. O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica. Algumas práticas xamânicas são marcadas pelo uso de elementos extraídos de fontes naturais que levam o indivíduo a entrar em estados modificados de consciência denominados transe ou êxtase.