Impresso
de Campos do Jordão
www.acecamposdojordao.com.br ANO 5 - Agosto de 2012 - Distribuição Gratuita
Editor Ricardo Castelfranchi
Parque dos Cedros, no centro de Abernéssia, tomado e abandonado
Parque por um fio de sumir Um dos parques mais centrais e mais antigos de Campos do Jordão, o Parque dos Cedros englobava desde a área da sede da Polícia Ambiental, passava pelas instalações da Seplan e, chegava a dez metros do campo de futebol – no meio do percurso havia um parquinho infantil. Mesmo depois que o polo de estacionamento suprimiu metade dessa área, era para o parque ter se firmando como um local de relaxamento, dotado de canteiros, bancos, quiosques, área de piquenique, brinquedos paras crianças. É o que o Plano Diretor deixa implícito no artigo 10. Infelizmente o que estamos assistindo é exatamente o contrário. O parque dos Cedros está sendo destruido. Matéria na pg. 4
No 38
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Instruções para alugar cavalos e charretes:
1) Suba a escada
2) Procure no meio do mato “A sensação é que estamos jogados”, diz Saturnino Santos. Dono de seis cavalos, ele está há 50 anos nesse meio e criou os cinco filhos tirando a renda dessa atividade. Matéria na pg. 5
ACE terá Posto da JUCESP
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stamos encerrando o mês de Agosto e o movimento continua bom em todos os finais de semana, tendo muitos turistas em hotéis, pousadas e restaurantes. Infelizmente, nas lojas, o movimento não é tão bom, devido às altas temperaturas durante o dia, fazendo com que os turistas não se entusiasmem nas compras . Mas, de um modo geral, podemos dizer que estamos conseguindo manter um nível bom de turistas na cidade após a temporada. E que continue assim todos os meses. Como é do interesse desta Diretoria da ACE, estamos tendo todas as quintas-feiras, a presença dos candidatos à Prefeitura de nossa cidade, mas a presença dos empresários não é satisfatória, parece até que não estão preocupados com o destino da nossa cidade para os próximos quatro anos. Depois de uma batalha com documentos, conseguidos todos neste mês, o sonho desta Diretoria e de alguns contadores da cidade está prestes a se tornar realidade, em muito breve será instalada na sede da ACE o Posto de Atendimento da JUCESP (Junta Comercial de São Paulo), que irá agilizar muito o trabalho para os contadores e empresários da nossa região. Estamos trabalhando a todo vapor para a realização do Congresso da FACESP na nossa cidade, programado para os dias 5 a 7 de novembro. Não paramos com nossas palestras e treinamentos e, para o mês de Setembro, teremos no dia 04 Gerenciando Fluxo de Caixa. Nossas portas continuam abertas para a presença de todos os interessados.
Atenção empresário: se você quer crescer assista esses cursos gratuitos do Sebrae Marketing de serviços Dia 13/08 das 10 às 12h Gerenciando o fluxo de caixa Dia 28/08 das 10 às 12h Exportação: roteiro e ferramentas ou Importação: roteiro e ferramentas Entre os dias 12 a 26/09 das 10 às 12 (a confirmar) Qualidade no relacionamento com o cliente Dia 17/10 das 10 às 12h Lucratividade: crescer, sobreviver ou morrer
Dois pesos, duas medidas Passada a temporada vemos o descaso e desrespeito ao que os jordanenses são submetidos. Nós, que somos a favor da Lei Cidade Limpa e somos submetidos a ter nossas publicidades dentro da regra, enquanto outras empresas, além de usarem a temporada como pretexto de gerar renda para o município, ainda continuam a poluir nossa paisagem.
CUIDADO! NA MOTO O PARA-CHOQUES É VOCÊ Campanha ACE de prevenção de acidentes
Um grande abraço,
Associação Comercial e Empresarial de Campos do Jordão Fone (12) 3668-9111 DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente: Wagner Cardoso da Silva Vice Presidente: Paulo César da Costa 1º. Secretário: Renato José Januzzi 2º. Secretário: Antonio Benedito Siqueira
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Você e a Segurança de Campos do Jordão
Participe das reuniões do Conseg. Toda última 3a feira do mês às 19 hs na sede da ACE consegcamposdojordao@hotmail.com
Wagner Cardoso da Silva Presidente da ACE
Expediente
Dia 30/10 das 10 às 12h Qualidade e produtividade: conceitos que mudam um negócio Dia 13/11 das 10 às 12h (a confirmar) Como atrair, conquistar e manter clientes: o passo a passo na fidelização de clientes Dia 26/11 das 10 às 12h Atendimento ao cliente: como satisfazer e encantar clientes Dia 10/12 das 10 às 12h
1º. Tesoureiro: Juarez Ribeiro de Carvalho 2º. Tesoureiro: Alexandre Gomes Ain VOGAIS
Paulo Afonso M.S. De Marco Luis Fernando Peretti Gilson Ferri
CONSELHO CONSULTIVO
José Roberto Damas Cintra Dino Cleber Busnardo Engrácia Maria de Jesus De Bellis
Nélson Gonçalves José Candido da Costa Pereira Irineu Ribeiro da Silva Junior ASSESSOR JURÍDICO
Elias N. B. Mahfud e André L. Santos ACE - Rua Maurílio Comóglio, 115 – Abernéssia CEP 12.460-000 – Campos do Jordão SP Fone (12) 3668-9111
Editor Responsável Ricardo Castelfranchi Jornalista Roberto Carlos de Oliveira Coordenadoras Isa e Rose N. Castelfranchi Colaborador Wellington Braga Justino Gráfica: JAC Editora Tiragem 2000 exemplares
Reformada, SP 123 não terá pedágio
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completa recuperação da SP-123, desde o Portal até a Dutra, fez crescer os rumores de que a rodovia ganharia uma praça de pedágio já em 2013. No entanto, ao ser indaga da questão, a secretaria Estadual de Logística e Transportes negou categoricamente que isso vá ocorrer. O engenheiro do DER responsável pela conservação de estradas no Vale do Paraíba (DR-6), Antonio Moreira Júnior, foi ainda mais enfático e disse que um requisito primordial, que justifique pedagiar a estrada, é a duplicação de grande parte da rodovia. “Não tem fundamento falar em pedágio. A duplicação perto do rio Paraíba atingiu apenas 6 km”, afirmou. Convém lembrar: a Floriano Pinheiro recebe boa parte do tráfego originado no Sul de Minas. A Secretaria de Logística e Transportes, órgão responsável pela manutenção das estradas paulistas, informou que não há nenhum estudo referente à criação do pedágio. A afirmação foi enviada por e-mail ao Jornal do Comércio: “Não haverá implanta-
ção de praça de pedágio da SP-123”. Antes, o jornal já havia questionado o DER sobre isso. O órgão informou que as rodovias estão sendo recuperadas em várias regiões do Estado e Campos é apenas mais uma das cidades beneficiadas. Só na região do Vale do Paraíba, há obras na Tamoios, em Lorena, Redenção da Serra, Natividade da Serra e Lagoinha. Mesmo que houvesse a intenção de implantar a praça de pedágio,
diz o engenheiro Antonio Moreira, o DER teria que resolver questões técnicas. “Ao que me lembre, não existe nenhum ponto na rodovia que seja largo o suficiente para abrigar as cabines e a infraestrutura necessária”, disse. Trechos próximos ao Leite Na Pista até permitiriam essa intervenção, mas seria preciso desapropriar terrenos ao entorno. Moreira destacou ainda que a recuperação da Floriano se deveu
ao desgaste do asfalto. “As pistas estavam deterioradas. Era preciso recuperá-las para manter a segurança”. Orçada em R$ 25 milhões, as obras começaram em novembro e deveriam se encerrar em outubro. “O cronograma está em dia”, afirmou o engenheiro. A recuperação de rodovias, à qual está integrada a SP-123, faz parte de um programa do governo do estado, que prevê investimentos de R$ 10 bilhões.
Candidatos expõem na ACE
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convite do presidente Wagner Cardoso, os candidatos a prefeito estão desde o início de agosto comparecendo às reuniões da ACE – às quintas-feiras – para expor as plataformas de governo. Cada candidato tem 30 minutos para apresentar a visão que eles têm da cidade e apresentar as ideias para aprimorar a saúde, turismo, educação, segurança e demais áreas. A ordem de apresentação foi definida através de sorteio. Já estiveram na ACE o candidato do PR, Armênio Soares, Ivo Strass (PV) e Rodrigo Ismael (PC do B). A prefeita Ana Cristina (PPS) que deveria falar no dia 16, não compareceu justificando que na mesma data haveria debate
na Rádio Emissora. Pela ordem do sorteio, o dia 30 de agosto foi reservado a José Ribeiro do PRTB. José Mattos do PSD falará no dia 6, Fred do PSDB no dia 13, Duda do PT no dia 20 e Dr Edgard do PSB no dia 27. A possibilidade de ficar frente a frente com os candidatos é uma excelente oportunidade que os associados têm de conhecê-los melhor e comparar os planos de governo. “É importantíssimo que os empresários se façam presentes. Uma vez inteirados das propostas, estaremos embasados para cobranças futuras”, diz o presidente Wagner. As reuniões acontecem às 19h na sede da Associação Comercial e os prefeituráveis recebem a palavra logo após a abertura dos trabalhos.
Há 28 anos cuidando do turismo de Campos do Jordão ASSOCIAÇÃO COMERCIAL campos do jordão 3
Kitta Móbeis
Associado desde 1987
A
vontade de crescer na vida moveu o jovem José Cândido Pereira, o Kitta, a tentar a sorte em São Paulo. Foram cinco anos trabalhando numa loja de móveis, tempo em que viu como os vendedores faziam as negociações, descobriu como os gostos se alternavam entre públicos distintos e assimilou sutilezas típicas do comércio de móveis. Kitta iniciou na antiga Casa Incos. Lá, aos 17 anos fazia portas, batentes e esquadrias. Combinando as credenciais de carpinteiro com a busca de oportunidades, acabou numa equipe que montava móveis na capital. Só deixou o emprego, quando decidiu casar-se com a professora jordanense Rosemeri Pereira. De volta a Campos, em 1981 alugou um ponto no Jaguaribe, onde é o Toco Chocolate, e abriu uma loja com alguns poucos móveis usados, que ele próprio reformara. Nas primeiras semanas, vendas fracas, um fato inusitado testou-lhe a veia de comerciante. Um casal chegara à loja com um bebê e contara que dormiam no chão e precisavam de um berço. Acontece que não dinheiro para comprá-lo. Tocado, Kitta deu a eles o único berço que tinha. “Doei 15% do meu patrimônio”, conta. Mas os clientes vieram e a loja engatou. Havia quem procurasse geladeira azul quando só tinha branca. “Eu falava que ia entrar. Depois pintava de azul e a pessoa chegava feliz para buscar a geladeira”, recorda. Depois de um tempo, o prédio onde ficava a loja de Kitta foi colocado à venda. Então, em
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1984, ele abriu a K-Móveis, ao lado da Drogaria Santo Antonio. Em parceria com uma financeira, oferecia produtos em várias prestações. A estratégia o fez disputar em igualdade com o Lojão, concorrente bem maior. Precisando de espaço, em 1986 Kitta abre também a Casa dos Colchões, próximo ao Supermercado Piratininga. Acontece que esse imóvel também foi à venda. Estava em jogo um terreno de mil m². Isso despertou o interesse de vários investidores. Mesmo sem ter o montante, Kitta exerceu a preferência, comprou o imóvel, ampliou o prédio, encerrou a K-Móveis e em 2002 levou todas as mercadorias para lá. “Minha única saída era triplicar os negócios para pagar as 24 prestações”. Foi nessa fase que aconteceu outro fato inusitado: um casal entrou na loja, pediu o melhor berço e pagou à vista sem pedir desconto. Só então o homem revelou: “Lembra daquela doação que você me fez? Hoje vim atrás de um berço para dar a alguém que precisa muito”. Escudado pela mulher Rose, que cuida da área administrativa, Kitta não só quitou as prestações, como fez a loja crescer. Com 13 funcionários, ele também atende ao Vale do Paraíba e São Paulo. No estoque, são cerca de mil peças. “Se fosse do meu desejo abrir uma loja no Capivari, ou em São José dos Campos ou em outro lugar, eu abriria. Mas prefiro a qualidade de vida e o equilíbrio que encontrei”. Diretor da ACE, Kitta e a esposa também são pastores numa igreja em Santo Antonio do Pinhal.
Documentário narra ciclo da tuberculose
http://www.youtube.com/watch?v=ChBpFpe2XLs&feature=youtu.be
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as famílias com longa raiz na cidade, quase sempre há alguém que tenha passado pelos sanatórios. Afinal, até o fim dos anos 40 quase tudo girou em torno da tuberculose. É por essa trilha que percorre o documentário “Histórias de Vidas na Montanha Magnífica”, da professora de línguas Fabiana Padula, neta do ex-prefeito Nicola Padula. A película de 109 minutos é uma preciosa coletânea de depoimentos. Pedro Paulo Filho lembra no início da projeção que o grande alicerce de Campos do Jordão foi o clima. Isso levou ao esforço monumental dos sanitaristas Emílio Ribas e Vitor Godinho, que articularam financeira e politicamente para que uma ferrovia saísse de Pinda trazendo os doentes para repousar nos sanatórios. Há vários relatos fortes. Um dos mais impressionantes, no entanto, é o de José Roberto Damas Cintra, quando ele
narra a saga de Sebastião Damas, um construtor de ferrovias que havia deixado Portugal para ser o empreiteiro da EFCJ. Os trilhos estavam sendo assentados no meio da serra, quando o dinheiro secou. O empreiteiro vendeu todos os seus bens e seguiu fincando os dormentes. A ferrovia ficou pronta e ele faliu. Dentre as passagens amenas, há o encontro de Luiz Pereira Moysés, o Tubarão, com Camargo Freire. Ao ver o mestre defronte à uma paisagem com o cavalete armado, Tubarão pergunta se ele seria capaz de imitá-lo. E foi. Outro momento descontraído é a fala de Wanda Kara Pinheiro, a dona Wanda, que narra como ela e as amigas tiveram a ideia de criar um colégio particular, o Dora Lygia. Com boa locução e trilha sonora agradável, o documentário reúne ainda cerca de 400 imagens antigas. Nas próximas semanas será agendada uma exibição que ocorrerá na sede da ACE.
Cavalos e charretes de aluguel
por Roberto Carlos de Oliveira
Charretes
Removidos do terreno onde estavam (ao fundo, já cercado) alugadores estão abandonados à sua propria sorte.
Morte lenta e agonizante E
stamos prestes a assistir a extinção de reteiros, Simião Oliveira, se queixa da frequuma atividade que sempre fez parte ência com que eles têm que trocar de ponto. do cenário turístico de Campos do “Chegamos até a ter uma boa estrutura onde Jordão e que existe em cidades como Nova hoje é o ponto de ônibus perto das cadeiIorque, Buenos Aires, Londres, Paris e etc. rinhas, mas nos tiraram de lá”, observa. Por pura falta de atenção das autoridades os Segundo ele, o certo é as charretes ficarem charreteiros e alugadores de cavalos estão ficar perto do miniférico, num trecho que abandonados e jogados às traças. Foram não haja loja, restaurante ou casas. “O pelo menos sete migrações, de um ponto melhor local é vizinho ao quiosque, no a outro e, nesse vaivém, nunca receberam mesmo lado da calçada de quem vai para uma estrutura adequada com cocho para os a Vila do artesanato”, explica. animais, bancos, estacionamento, banheiros e “A sensação é que estamos jogados”, um mínimo de limpeza. Testando mais uma diz Saturnino Santos. Dono de seis cavalos, vez a sobrevivência da atividade, no início ele está há 50 anos nesse meio e criou os de agosto, os alugadores foram novamente cinco filhos tirando a renda dessa atividade. desalojados. O terreno que ocupavam foi Segundo ele, a Prefeitura até indicou um local vendido e o novo proprietário, Rubens Bazan, a 50 metros do hotel Capivari Plaza. Saturdesalojou os alugadores. Para seguir traba- Ignorados pela sociedade e poder público, agora estão obrigados a ficar no meio do mato. nino se queixa que o local, além de estreito, lhando, eles levaram os animais para o Morro é escondido. “O ideal é que os cavalos fiquem do Elefante, num trecho à margens do asfalto perto do miniférico como sempre foi”, diz. que, anos atrás, chegou a ser preparado para Por sua vez, o secretário de Serviços eles, mas que nunca atingiu essa finalidade. Públicos, Fernando Alonso, afirmou que a Os alugadores se queixam de desamparo. Prefeitura está analisando outras áreas, que A área embaixo do teleférico, onde possam ser cedidas aos alugadores. Ele não estão os cavalos, pertence à EFCJ. O local mencionou que áreas seriam essas, mas anaté chegou a ser escolhido para abrigar tecipou que a escolha recairá sobre uma que os animais. Tanto que foi construída os alugadores elegerem. “Os alugadores terão uma escada, ao lado do ponto de ônibus, que nos indicar”, afirmou. pudessem acessar o local e alugar os Ressentindo-se de apoio, a classe cavalos. No alto da escadaria, contudo, tem como um de seus maiores defensores, o há uma placa informando que se trata de empresário Ricardo Castelfranchi. Há anos área particular. O pequeno platô também ele vem repetindo que os cavalos sempre foi tomado pela vegetação. É justamente fizeram e ainda fazem parte do cenário turísnum trecho onde o mato é um pouco mais tico da cidade. “É um dever das associações, aberto, que os cavalos foram alocados. Só da sociedade em geral e principalmente do os alugadores chegam lá. A trilha é íngrepoder público, incentivar e dar condições me e escorregadia. Por isso, os animais para que o aluguel de cavalos e as charretes são trazidos até à beira da pista, que é de Charretes e cavalos de aluguel são peças importantes no turismo, mas ninguém lhes dá importância mantenham-se incorporados como uma onde os turistas saem para as cavalgadas. das grandes atrações que a cidade oferece”, E como esses turistas descobrem os cavalos? Através das abordagens que destaca. A fim de obter melhorias para a classe, e justificando que eles não tem os alugadores no miniférico. Eles oferecem os passeios e quando a pessoa condições de cuidar disso sozinhos, Castelfranchi chegou a organizar uma reuse interessa, ela é levada até à beira do morro. nião dos charreteiros com o vereador – e ex-alugador de cavalo – Tião César. Tal como os alugadores de cavalo, o presidente da Associação dos Char- O ex-presidente da Câmara fez algumas promessas, mas nada aconteceu. ASSOCIAÇÃO COMERCIAL campos do jordão 5
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az 40 anos, o Parque dos Cedros englobava desde a área da sede da Polícia Ambiental, passava pelas instalações da Seplan e, chegava a dez metros do campo de futebol – no meio do percurso havia um parquinho infantil. Mesmo depois que o polo de estacionamento suprimiu metade dessa área, era para o parque ter se firmando como um local de relaxamento, dotado de canteiros, bancos, quiosques, área de piquenique, brinquedos paras crianças. É o que o Plano Diretor deixa implícito no artigo 10: a administração implantará ações estratégicas visando a reurbanização paisagística das praças da Abernéssia, Capivari, Jaguaribe e Parque dos Cedros. A verdade é que a inobservância disso, somada às políticas corporativistas, levaram ao esquartejamento do parque. Agora que a demarcação se tornou visível, explodiu a onda de indignação. A gota d’água foi o corte de árvores realizado num domingo, ao amanhecer, com autorização da Defesa Civil. Um dos pinheiros derrubados fica junto à área cedida aos guardadores de carro. O episódio fez os escoteiros protocolarem uma denúncia na Promotoria. A instituição também informou que pedirá o embargo das obras que estejam em andamento e das que estão por começar. Depois da ACE e dos escoteiros, outras quatro instituições conseguiram lotes para se estabelecer no local: AJAPE, Associação dos Engenheiros, Expressão em Movimento e Guardadores de Carro. Consciente, Wagner Cardoso diz que hoje dificilmente a diretoria atual da ACE concordaria em erguer a sede no parque. O fato é que as demarcações das futuras sedes antecipam o quanto o local será deformado. Afora isso, o parque virou território de prostituição e de usuários de drogas. Objetos furtados também são guardados e comercializados ali, em plena luz do dia. Para completar, existe o descaso ambiental: há uma montanha de entulhos de demolição armazenada nos fundos do parque, o que afronta a lei de resíduos sólidos.
Construções mutilam o Parque dos Cedros
Foi o conjunto desse cenário, e a necessidade de contar com área livre para atividades como acampamento, que levou os escoteiros a recorrer à esfera judicial. “Queremos que a área seja recuperada”, disse Mitsuo Okido, escoteiro há 42 anos. Ele lembra que a ligação do Grupo Oyaguara com a área vem desde os anos 70. Além das conversas com a Promotoria, o grupo tem pronta uma petição que pede o embargo da área. O passo seguinte é uma Ação Civil Pública. Quem também se sentiu incomodado com as intervenções no Parque dos Cedros foi o presidente do Conselho do Plano Diretor, Calvino Zanella. “Derrubam as árvores para fazer coisas, então fica Parque das Coisas e não Parque dos Cedros, que por lei tem que ser preservado”, assinalou. Ele também estranhou que terreno o cedido aos guardadores de carro esteja a menos de 50 metros do rio. Isso força a lembrança que a própria sede da OAB é encostada no rio. Protesto nas Redes Sociais
Consultor defende reurbanizar Parque e outras praças
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onvencido de que o Ministério Público intervirá no Parque dos Cedros, agrônomo e consultor Ambiental, Alexandre Gonçalves, diz que mais importante que se preocupar com o embargo da área, é pensar num novo modelo urbanístico que se estenda da antiga sede da delegacia até o ginásio esportivo. Ele também aponta alternativas que poderiam preservar o Parque dos Cedros de novas construções e faz um alerta para outro parque que também corre riscos. Para Alexandre, é quase certo que o Ministério Público decretará o congelamento do Parque. “A promotoria irá investigar porque as árvores foram derrubadas”, opinou. Ele também entende que os escoteiros estão incomodados com razão. “Eles já estavam lá e as autoridades esqueceram que além da sede física, o grupo precisa de espaço para realizar as atividades do escotismo”, frisou. Afora a possível suspensão das construções já autorizadas para o Parque dos Cedros, consultor defende uma reurbanização que vá da delegacia até a Fonte da
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Amizade, ao lado do Clube Abernéssia. “Tem trechos em que não existe nem calçada”, assinala. “Acho que é uma boa hora para se discutir a reurbanização da área”, acrescenta. Uma terceira via para as entidades que já foram contempladas com os lotes, observa, é usar a delegacia ou o centro de eventos. “Tudo precisa ser estudado e requer adaptações, mas é uma alternativa”, assinala. Independente do que acontecerá, o consultor diz que o episódio Parque dos Cedros força uma reflexão acerca das áreas que a sociedade considera intocáveis e deseja protegê-las. Ele lembra ainda que um dos motivos que levaram à mutilação do barranco vizinho ao Morro do Elefante, é que à época, em 2004, faltavam leis que pudessem frear a degradação. “Continuamos a carecer de instrumentos que protejam áreas como o Parque dos Cedros”, observou. Ele alerta que outra área sob risco de deterioração é a Praça do Pinho Bravo. “Existe pressão sobre ela. Já vimos automóveis de luxo serem exibidos no local, rádio que fez evento lá. É preciso muito cuidado”, advertiu.
A derrubada das árvores também deflagrou manifestações nas redes sociais. A maioria das postagens, no entanto, era de lamento. As postagens esquentaram quando Ricardo Castelfranchi elevou a temperatura dos protestos. “A população deveria estar saindo em passeata, amarrando-se às árvores e deitando no meio do asfalto”, escreveu. Noutra postagem destacou a irresponsabilidade dos politiqueiros, o oportunismo das entidades e a postura alienada de 98% da população. Adotando essa linha, os manifestantes, pediram atitude dos jordanenses e também cobraram responsabilidades. Uma manifestante aceitou de imediato ir para a rua e prender-se a correntes. O que pouca gente sabe é o parque não teria se degradado se há dois ou três anos, alguém tivesse pedido o tombamento da área. Quem explica é o presidente do IPHAC (Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural), Izaltino Candido. “Não é só um prédio histórico que pode ficar imune a intervenções. O patrimônio paisagístico também”. Ocorre que para agir, o IPHAC precisa ser provocado, receber uma manifestação com sustentações técnicas, que justifique a abertura de processo para o tombamento. Isso deixaria o parque protegido com a couraça de leis federais. A ocupação é o capítulo mais recente de parques e praças prejudicados por classes ou instituições que se estabeleceram neles. É o caso do Parque Nodomi (artesãos), Parque das Pereiras (polícia), Praça João de Sá (Secretaria de Turismo), Praça Carlos Carpenesin, no Jaguaribe (artesãos) e Praça na entrada do Santa Cruz (posto de saúde).
Temporada de preços light Cuidado! em Campos do Jordão
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assada a agitação de julho e em parte de agosto e a forte demanda sobre hotéis e restaurantes, Campos do Jordão volta a ser uma cidade tranquila, exibindo a exuberância das paisagens sob o céu de inverno. Tal como em julho, a geada é um espetáculo que costuma se repetir até o mês de setembro. Em meio aos dias magníficos, dá para se andar sossegadamente pelas ruas do Capivari, ser melhor atendido e escolher a melhor mesa para um café ou uma cerveja e o melhor de tudo: gastando bem menos do que em julho. Afora as promoções que os restaurantes e lojas fazem, o custo de hospedagem chega a ser de 30% a 60% menor. Essa forte redução nos preços é uma oportunidade que não deve ser desperdiçada por quem ficou aguardando o melhor momento de aproveitar as belezas dessa cidade que se destaca pelo cenário europeu. Exemplo contundente de queda nas tarifas é a Appenzel, uma ótima pousada a 400 metros do
centrinho do Capivari. O estabelecimento passou a cobrar diárias que, de sexta a domingo, são 50% menores que as cobradas nos finais de semana de julho. Na Telhado de Ouro, outra bela pousada próximo ao centro do Capivari, que disponibiliza até bicicletas para os hóspedes, as tarifas caíram 46%. Numa terceira pousada, a Annecy, inaugurada no ano passado e repleta de suítes luxuosas, a diária de final de semana para casal baixou de R$ 865,00 para R$ 450,00. No meio de semana o valor cai para R$ 250,00. Valores consideravelmente menores também são encontrados na maioria dos restaurantes. E vale lembrar: Campos tem uma rede gastronômica de ótimo nível. No La Gália, casa especializada em carnes exóticas, o menu turístico de R$ 39,50 inclui entrada e permite à pessoa escolher entre cinco grelhados, de truta a filé mignon. O restante do cardápio tem 10% de desconto. Esse mesmo porcentual de desconto se
Ecopav deixa a cidade
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o início de agosto a presença repentina dos caminhões de uma nova empresa de lixo surpreendeu os jordanenses. Isso causou estranheza porque a Ecopav vinha realizando um bom trabalho. A par disso, era desejável que o comércio, e também a população, tivessem sido inteirados antecipadamente da troca, através de uma nota enviada aos meios de comunicação. Não foi o que aconteceu. De um dia para outro entrou a Multi Ambiental, empresa de Bonsucesso, Rio de Janeiro. As caçambas espalhadas pela cidade já exibem o novo logotipo. A secretaria se Serviços Públicos informou que a Ecopav se desligou porque não teve interesse em renovar o contrato. Já a secretaria de Finanças revelou que
a Ecopav ficou com um crédito em aberto referente a quatro meses de serviço, o que significa atrasados na ordem de R$ 1,5 milhão. Ainda no campo do lixo, a Cetesb passou a aplicar multas diárias à prefeitura, em razão do descumprimento de normas ambientais na área onde é feito o transbordo, no Santa Cruz. Segundo a Cetesb, boa parte do lixo está sendo armazenada em área descoberta. Como não existe sistema de drenagem, quando chove a água vai para terrenos vizinhos, podendo contaminar o solo e nascentes. A Cetesb também condenou a deposição, sem triagem, de objetos inertes como resíduos da construção civil, que é feita junto com borracha, plástico, papel e até poda de jardim.
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repete no Barito, aconchegante restaurante com foco na cozinha espanhola. A clássica paella marinera para 2 pessoas, por exemplo, fica por R$ 162,00 e a tábua de tapas a R$ 32,40. No Cantinho da Serra, o bufê servido no almoço com 15 pratos, sobremesa e mais várias opções no fogão à lenha, custa R$ 26,90. À noite, às pizzas especiais, o rodízio de foundues e o cardápio à La carte têm 20% de desconto. Da mesma forma, as lojas, especialmente as malharias, fazem promoções agressivas nessa época. Na Paloma, uma das mais tradicionais da cidade, os descontos variam de 10% a 20%. Na compra de duas malhas com fio italiano (com 80% de lã), cada peça sai por R$ 85,00. Afora isso, os descontos abrangem toda a coleção e variam conforme a compra. Na Castelfranchi Cutelaria e Termômetros, loja especializada em canivetes e termômetros, um canivete da marca suíça Victorinox, que em São Paulo chega a custar R$ 140,00 na Castelfranchi custa R$ 120,00. Um termômetro que custa R$ 250,00 em São Paulo pode ser encontrado por 235,00 em Campos. A explicação para esses preços é simples explica Ricardo, o proprietário da loja: “nosso público é formado predominantemente de paulistanos. Assim, se não fizermos preços compatíveis, eles deixam de comprar aqui em Campos do Jordão para comprar em São Paulo”.
IPHAC (Instituto do Patrimônio Histórico, arquitetônico e Cultural) e o Conselho Municipal de Cultura informaram que darão início ao processo para que seja demolido o anexo construído ao lado do antigo hotel Montanhês. Além de não dispor dos recuos exigidos em lei, a direção do IPHAC afirma que a obra descaracterizou um dos edifícios mais importantes da Abernéssia. A parede erguida na lateral do prédio deu um aspecto de puxadinho ao prédio. Segundo Izaltino Cândido, diretor do IPHAC que pediu o embargo da obra, não havia na Seplan sequer os documentos básicos exigidos de qualquer construção. Erguido nos anos 20, o Palacete Olivetti, como se chamava na época, é até hoje um dos prédios mais vistosos da Abernéssia. O IPHAC informou que fará o tombamento do prédio.
Pedido embargo do “puxadinho” do Hotel Montanhês
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O melhor meio para fisgar seu cliente
O Jordanense confia
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F a z m u i t o m a i s q u e u m a re v i s t a 8 Jornal do Comércio