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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLV - Nº 2226 - Quinta-feira, 10 de Dezembro 2020 - Preço: 0,60 € - IVA incluído
Queijo da Serra da Estrela com quebra de 60% nas vendas O Museu do Côa vai receber uma conferência mundial sobre o “Antropocénico” em 2021 A ideia foi proposta à comunidade científica pelo ministro do Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que também participou no Webinar Internacional do Vale do Côa, integrado na programação das comemorações do vigésimo aniversário da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Rio Côa na Lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
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MANGUALDE APOIA AGRICULTORES LOCAIS NAS CANDIDATURAS A APOIO EXCECIONAL E TEMPORÁRIO (COVID 19)
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2 Opinião
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dezembro 2020 Quinta-feira Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras
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ÍNDICE DESTA EDIÇÃO
Opinião....................................... 2 Cultira .................................... 3 Diversos ................................. 4/5/6 Saúde........................................ 7 Publicidade .............................. 8
Quinta-feira 10/12/2020
A VIDA NOS ANOS CINQUENTA EM PORTUGAL Sou da geração em que havia: respeito e autoridade. As senhoras, em geral, acumulavam as tarefas do lar, com os afazeres profissionais – se os tinham, – e desempenhavam alegremente o maneio da casa, com prazer, e não obrigação. Se alguma da classe média, contratava criada, a maioria considerava dever seu, e faziam-no sem ajuda de utensílios eléctricos, porque não os havia. Os cavalheiros, eram sisudos. Raramente auxiliavam as esposas, seguido a rigor o velhíssimo anexim: “ O marido barca, a mulher arca”. Cabia ao homem, o dever de sustentar a família; à mulher: cuidar dos filhos e manter o lar acolhedor. Os filhos, em norma, eram obedientes, amorosamente submissos
à mãe, e temiam o pai: “-Olha que vou contar ao teu pai!”, era o bastante para aquietar o rebelde. As crianças, do povo, andavam descalças; não na cidade. Folgavam na rua. Brincavam com a imprescindível bola – feita de trapos e meias velhas, – e divertiam-se com joguinhos tradicionais. A família, convivia: com vizinhos e parentes. Visitava-se frequentemente. Tomava-se, ao lanche, chá com torradas – se pertenciam à classe média, – e bolinhos secos. Quase sempre, a dona de casa, ofertava bolo caseiro, muito elogiado: “ -Depois há-de me dar a receita!” A vida era simples. Poucos possuíam viatura, e menos ainda viajavam para o estrangeiro. Os que possuíam casa, quinta, na província, fabrica ou comércio,na cidade, eram conside-
rados ricos. Os superiores hierárquicos eram tratados por excelência: -” Vª Ex.ª é quem manda…” - dizia o manga de opaca Os filhos pediam a bênção e dirigiam-se aos pais, por você: “ - A Senhora quer que ponha a mesa?” Ainda ouvi, nos anos setenta, a moça, em São Paulo. Respeitava-se o professor. Bastava este pedir a presença da mãe, para aterrorizar o mais destravado. As escolas, das primeiras letras, tinham palmatória (pequena régua de madeira,) e cana. Dizem, que nos anos vinte, havia pancadaria brava. A cana nodosa, sibilava nas orelhas e na nuca, ao mais simples desrespeito. Esses excessos, já não haviam no tempo da minha geração. Escusado será dizer: que não havia: televisão, gravadores e tele-
fones moveis… Havia, infelizmente, garotos obscenos e moças assanhadas, mas a maioria, eram simples, de ingenuidade quase angélica. Todos os jovens ou quase todos, deslocavam-se a pé, para a escola e emprego (nem todos estudavam,) em grupinhos divertidos. Assim era a vida da maioria das pessoas, após a 2ª Grande Guerra. Essa conduta pacata, alterouse: modas, condutas, pareceres… O que era natural e aceite, passou, em certos casos, a ser condenável; e o que era condenável, passou, muitas vezes, a ser aceite, e até acarinhado por mitos… Tudo muda, tudo passa… Mudam-se os pareceres, mudamse os conceitos, mudam-se, as vontades; mas só o coração do homem não muda…
COMO MÚSICO, ADVOGADO E PADRE, SAÍRAM DE BOA Quando, em 1945, os americanos ocuparam Garmish, um jeep, cheio de soldados, estacionou, à porta da casa de Richard Strauss. Apearam-se, na intenção de entrar à força – se necessário fosse, na residência, – (desconhecendo que era do famoso compositor,) para a revistar. Surgiu-lhes, então, idoso de oitenta e um anos, que tranquilamente os interrogou: - “O que desejam?! …” Os militares ficaram mudos de espanto. O dono da casa era o grande e conhecido Maestro
Richard Strauss. E prosseguiu: - “ Sou o compositor do: “ Cavaleiro da Rosa”. De imediato o comandante, em sentido, cumprimentou-o, fazendo a continência, seguido pelos subalternos. Estavam diante do músico, do compositor, Strauss, admirado em todo o mundo. *** Outra história, igualmente verídica, ocorrida em meados do século XX, em Gaia (Portugal): Havia, na rua Cândido dos Reis
(Direita,) farmacêutico, republicano de sete costados. Certo dia, o abade de santa Marinha (dr. Azevedo Maia,) que não poupava, nas homilias, os desvarios dos republicanos, foi seriamente ameaçado de morte, por certa organização secreta. Aflito, não conhecendo a quem recorrer, lembrou-se do farmacêutico, Homem reconhecido pela bondade e justiça. Atónito, ouviu-o atentamente, condoído da má sorte do abade. Deu-lhe guarita, em sua casa, durante semanas, facilitando-lhe a
fuga, para o exílio (Paris) Há homens justos, de consciência, desde a extrema-direita, à mais nefasta esquerda…; até entre bandidos… Não dizia, ao morrer, o gangster americano, Crowley: que possuía coração bondoso, e que matava, apenas, para se defender?! Se assim pensava um bandido, o que dizer de um politico…
Por Humberto Pinho da Silva
Seja um consumidor consciente Muitos consumidores quando recebem a sua fatura de eletricidade tem imensas dificuldades em perceber o que vem descrito na mesma. Identificam o valor a pagar mas o restante conteúdo torna-se difícil de compreender. A DECO com o projeto ACT4ECO pode ajudar. O que a fatura nos diz é fundamental para, conseguir controlar e reduzir os consumos e reduzir o valor a pagar ao final do mês. Mas para além do valor a pagar, há outros valores e também informações que é importante prestar atenção para conseguir reduzir a nossa fatura de energia. Em Portugal existem diversos comercializadores de energia e cada um tem o seu próprio modelo de fatura, apesar de existir um conjunto de informações obrigatórias
como os consumos estimados e reais, as tarifas, a origem da energia, entre outras. Mas basta olhar para a fatura de eletricidade para perceber que a sua leitura pode ser um bicho-de-sete-cabeças! Vamos dar algumas luzes para fazer uma leitura mais esclarecida da fatura e, assim, ter um comportamento mais eficiente: •Verifique sempre e compare as faturas mensais de eletricidade. •Confirme no seu contador a quantidade de energia consumida durante o período de faturação. •Avalie se houve circunstâncias invulgares que exigiram um maior consumo de eletricidade (por exemplo, lavou mais roupa do que o normal, cozinhou mais vezes?). • Se possível, compare a fatura atual com a do ano passado referente ao mesmo período.
Na plataforma ACT4ECO pode encontrar mais informação útil sobre a fatura de eletricidade e perceber que a poupança é possível se compreender a fatura e também se agir de forma a reduzir os consumos. Depois deste trabalho de observação e avaliação, pondere bem sobre os hábitos de consumo de energia do agregado e se há vontade de fazer algumas mudanças que podem baixar o valor da fatura. As alterações de que falamos estão relacionadas com pequenos gestos que em nada retiram conforto, mas que fazem toda a diferença na eficiência energética da sua casa. Verifique alguns exemplos: •Sempre que possível, colocar lâmpadas LED nos vários pontos de
luz. •Reduzir um ciclo de lavagem de roupa por semana. •Reduzir um ciclo de lavagem de loiça por semana. •Desligar a televisão e outros equipamentos sempre que não estiverem a ser utilizados. Simples? Sem dúvida! Seja um consumidor consciente e não desperdice energia! ACT4ECO é uma plataforma aprendizagem online sobre eficiência energética onde encontra informação que o ajuda a fazer as mudanças certas lá em casa. Juntase a nós em https://act4eco.eu. DECO CENTRO Conte com o apoio da DECO Centro através do número de telefone 239 841 004, do endereço eletrónico deco.centro@deco.pt.
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Cultura 3
Quinta-feira 10/12/2020
O Museu do Côa vai receber uma conferência mundial sobre o “Antropocénico” em 2021 O Museu do Côa (MC) vai receber um "grande evento" mundial dedicado a nova era geologia designada por "antropocénico", que decorrerá durante a presidência portuguesa da União Europeia (EU) em 2021, foi anunciado pelo ministro Manuel Heitor. A ideia foi proposta à comunidade científica pelo ministro do Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que também participou no Webinar Internacional do Vale do Côa, integrado na programação das comemorações do vigésimo aniversário da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Rio Côa na Lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A iniciativa e que contou com a participação dos especialistas que nos anos noventa validaram o valor "excecional" deste património, contribuindo para suportar cientificamente a decisão de suspensão
das obras da barragem do Rio Côa, determinada pelo primeiro governo de António Guterres. "A comunidade científica mundial está debater a existência de uma nova era geológica, designada de Antropocénico e que diz respeito ao momento a partir do qual a ação humana exerce um efeito tão grande no Planeta Terra que consegue criar um novo tempo geológico em que os humanos substituíram a natureza como a força ambiental dominante" disse à Lusa o presidente da Fundação Côa Parque (FCP), Bruno Navarro. "Este evento, que integrará a programação oficial da presidência portuguesa da EU, será organizado pela Agencia Nacional Ciência Viva e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e vai desenrolar-se durante três dias no Museu do Côa. A ação vai receber destacados investigadores mundiais especializados na temática do Antropocénico, envolvendo a co-
munidade científica e educativa da Europa", indicou o responsável pela Fundação. O Webinar Internacional do Vale do Côa contou com intervenções de cerca de meia centena de especialistas e investigadores em arte rupestre, nacionais e internacionais, que acompanharam a defesa e o estudo e perfectivas de futuro das gravuras do Côa, desde a sua descoberta em meados da década de 90 do século passado. O progresso científico graças à investigação das gravuras, o balanço sobre o estudo, conservação e divulgação da Arte do Vale do Côa e que caminho seguir a partir de agora foram algumas das questões que estiveram estar em debate, onde destaque principal foi o valor cultural e patrimonial da Arte Do Côa que renuiu o consenso de cerca de duas dezenas participantes oriundos de países como a França, Espanha, Coreia do Sul, Inglaterra e Portugal. Estão igualmente previstas
para o primeiro trimestre de 2021 o lançamento de várias publicações, que vão enriquecer o conhecimento geral sobre a arte rupestre do vale do Côa, respondendo a algumas perguntas mais comuns da Arte do Côa, sobre a origem e descobertas das gravuras do Côa. Segundo o presidente da FCP, Bruno Navarro, as descobertas continuam no Vale do Côa, com todas as condições favoráveis para o efeito, desde a logística aos apoios financeiros e materiais. O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30 mil anos, cada vez mais expostas a adversidades climatéricas e geológicas. O PAVC a foi criado em agosto de 1996. A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional
em 1997 e, em 1998, como Património da Humanidade pela UNESCO. Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 25 mil a 30 mil anos. Desde a revelação das gravuras rupestres do Vale do Côa, em 1995, continuam a acrescentar-se novas descobertas e são mais de 70 os sítios arqueológicos já identificados, tornando-se assim numa das maiores áreas a céu aberto da arte representativa do Paleolítico Superior. O PAVC ocupa uma área de cerca de 20 mil hectares de terreno, sendo alguns dos sítios de "difícil acesso" para investigadores e visitantes, e onde "a prospeção arqueológica vai continuar".
Teatro Onomatopeia de Viseu apresenta “peripécias da viagem” de Fernão de Magalhães O Teatro Onomatopeia da Zunzum Associação Cultural, em Viseu, estreia sexta-feira “De volta sem Magalhães”, uma peça que conta as peripécias da viagem, há 500 anos, de circum-navegação de Fernão Magalhães, segundo um dos responsáveis. “É uma peça que, em parte, comemora os 500 anos da viagem de Fernão Magalhães à volta do mundo, e que fala sobre a crónica de António Pigafetta, o cronista da viagem, e, em parte, vamos dar a conhecer ao público as peripécias que aconteceram durante esta revigorante viagem”, adiantou o ator Roger Bento. Em jeito de sinopse, Roger Bento adiantou que, em cima do palco, vive-se o “ano de 1522, e o cavalheiro italiano António Pigafetta, cronista, cartógrafo e aventureiro, visita a corte do rei João III de Portugal”. “Uma visita realizada com a licença do imperador Carlos I de Espanha e V de Alemanha, para dar testemunha da primeira circumnavegação do globo terrestre. Pigafetta, como um dos 18 homens que conseguiram retornar à Europa, visa também defender, perante os seus conterrâneos, a controvertida figura de Fernão de Magalhães”, contou.
Nesta ida à corte do rei João III, continuou, António Pigafetta faz-se acompanhar por dois marujos, também sobreviventes da viagem, o português Francisco Rodríguez e o galego Vasco Gómes. “Embora os seus pontos de vista sobre a gesta heroica nem sempre coincidam, os três fazem questão de relatar ao rei de Portugal a extraordinária viagem e esclarecer o destino trágico do homem que a fez possível”, acrescentou o também presidente da ZunZum Associação Cultural. Roger Bento, um dos atores em palco, explicou ainda que a ideia desta peça surgiu com as comemorações dos 500 anos da viagem, que teve início em 20 de setembro de 1519 e demorou 1.125 dias. “Pela efeméride e também por ter sido um português a comandar as naus que fizeram parte desta viagem, embora não tenha chegado ao fim, por ter sido assassinado, e a direção da ZunZum convidou Carlos Santiago, o nosso encenador galego, para a levar à cena”, explicou. Com Roger Bento estão também Isabel Legoinha e Márcia Leite no palco do auditório do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) na noite de sexta-feira, dia da estreia, a repetir no sábado
e na tarde de domingo. Com texto e encenação de Carlos Santiago, Roger Bento contou que “tal como a viagem de Fernão Magalhães também teve as suas peripécias ao longo dos três anos em que ela durou, também a estreia desta peça atravessou contratempos”. “A peça estava pronta para se estrear em maio, mas por causa da pandemia, teve de ser adiada. Parámos todos os trabalhos e retomámos agora, junto ao final do ano, porque ainda a queríamos estrear em 2020, para estar dentro das comemorações dos 500 anos” da viagem de Fernão Magalhães. Depois da estreia em Viseu, este responsável admitiu que “gostava que a peça fosse em itinerância, ao longo do ano de 2021”, uma “espécie de viagem, por onde seja possível”, do Teatro Onomatopeia. A primeira viagem à volta do mundo, a bordo da nau Victoria, começou em 20 de setembro de 1519, em Sanlúcar de Barrameda, no sul de Espanha, e terminou em 06 de setembro de 1522, no mesmo local. Fernão de Magalhães, que planeou a viagem que foi financiada pelo reino de Espanha, não terminou a expedição, uma vez que
morreu nas Filipinas, em 1521, aos 41 anos, tendo esta sido concluída
por João Sebastião Elcano.
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Diversos 4
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Estrelacoop lança alerta aos portugueses:
COMPRAR QUEIJO SERRA DA ESTRELA DOP É GARANTIR QUE UM PATRIMÓNIO COLETIVO É VALORIZADO E A IDENTIDADE DE TODA UMA REGIÃO RESPEITADA Estamos em plena Época do Alavão, período em que se produzem os melhores queijos nacionais, mas há um que se destaque pelas suas características intrínsecas – o Queijo Serra da Estrela com Denominação de Origem Protegida (DOP). Num ano normal, por esta altura tanto pastores, como os produtores e queijarias, não tinham mãos a medir com as múltiplas feiras e eventos espalhados pelo país que garantiam vendas significativas. Mas com a atual crise pandémica, a grande maioria dos pastores, dos produtores de leite e queijo da Serra da Estrela estão a braços com uma crise sem precedentes. Há excesso de produto e matéria-prima resultante do decréscimo de escoamento nos canais de vendas e divulgação. As preocupações face ao futuro próximo são muitas, mas o presente não pode ficar refém da incerteza.
“Face à redução drástica das vendas das Queijarias nossas associadas, registamos uma quebra superior a 60% e estamos a entrar numa fase crítica da nossa atividade. Caso não seja efetuada uma inflexão agora, durante o mês de dezembro com as vendas do Natal, no limite, todo o circuito associado à produção do Queijo Serra da Estrela DOP pode ser posto em causa”, alerta a Direção da Cooperativa dos Produtores de Queijo da Serra da Estrela (ESTRELACOOP). “Neste momento temos 27 queijarias DOP e 125 pastores com rebanhos Serra da Estrela, totalmente dependentes desta atividade, com uma dedicação ímpar na proteção de um produto de denominação de origem protegida, com existência há mais de 1.000 anos e que, teimosamente, mantêm a produção de leite e Queijo DOP, com um sentimento de res-
ponsabilidade para fazer perdurar uma herança coletiva que é pertença de todo o povo português”, sustenta a direção da Associação. A qualidade do Queijo Serra da Estrela DOP começa na qualidade das pastagens e passa pelo material genético da raça de ovinos a partir da qual se produz este Queijo único – as ovelhas da raça Serra da Estrela ou Churra Mondegueira. Não se pode produzir este Queijo DOP sem estes ingredientes basilares – leite cru de ovelha serra da estrela, sal e flor de cardo, produzido até 24 horas após a ordenha, um leite puro. Depois há todo um método de produção artesanal que obedece a todas as regras de rastreamento, monitorização da qualidade e segurança que tornam este produto ímpar. Na produção de leite para queijo DOP é privilegiado o pastoreio dos ani-
mais ao ar livre e na vegetação natural da região demarcada, sendo que a mesma confere características mais ricas e distintivas ao leite e, consequentemente, ao queijo que é produzido. O acompanhamento do pastor junto do rebanho também exige uma carga laboral superior ao método de produção intensivo: estima-se que o pastoreio em terreno livre de umrebanho com até 200 ovelhas exige uma carga horária de horas de trabalho diário, o equivalente a um trabalhador a tempo inteiro. Não há folgas, feriados nem férias. “Este é o momento para, mais do que nunca, dignificar todos aqueles que, diariamente saem ainda de madrugada para o início de um dia longo, sejam nos pastos verdes da Serra da Estrela com os seus rebanhos, seja na Queijaria a tratar de cada um dos queijos com as suas mãos dedicadas”, revela a
Direção da Estrelacoop. “Os consumidores têm aqui um papel crucial na compra e, consequentemente, na valorização do que é verdadeiro e endógeno de toda uma região – o Queijo Serra da Estrela com selo DOP. Ao compramos este queijo temos a certeza que esta cadeia de valor composta por pastores, queijeiras/os credenciados e produtores, não se perde e que a qualidade, essa, prevalece. Comprar o que é nosso – o que é tradicional, original, único, saudável para não perdermos a nossa identidade. Sensibilizamos por isso todos os portugueses que não se esqueçam destas gentes e que o Queijo Serra da Estrela DOP seja umas das Estrelas da sua mesa de Natal”.
Médicos do Centro recusam existência de população de primeira e de segunda O presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos pede aos novos médicos que não permitam que haja “uma população de primeira e outra de segunda”, independentemente do hospital em que estejam a ser tratados. “Por os doentes estarem na Guarda, na Covilhã ou em Castelo Branco não têm menos direito à saúde do que aqueles que estão em Coimbra, em Viseu ou em Aveiro. Os direitos são exatamente os mesmos e os médicos têm de os fomentar”, disse Carlos Cortes à agência Lusa. O apelo deixado na terça-feira, durante o Juramento de Hipócrates, pela primeira vez ‘online’ que juntou entre 300 e 400 médicos formados na Universidade de Coimbra e na Universidade da Beira Interior (Covilhã) e respetivos familiares. O médico adiantou aos novos médicos que, “independentemente de onde estão a exercer, não podem permitir que se estabeleça qualquer tipo de diferenças, sejam as que têm a ver com o sexo ou as orientações religiosas, seja com as diferenças geográficas”. “Lamentamos que na região Centro, nos últimos anos, tenha havido uma desvalorização de alguns hospitais, fundamentalmente dos da Guarda e de Castelo Branco, que têm sido completamente es-
quecidos”, afirmou Carlos Cortes, exemplificando com atrasos nas nomeações para os conselhos de administração, a perda de valências e a falta de colocação de profissionais. Na sua opinião, “isso demonstra bem que o poder político desvaloriza as populações do interior”, mas “os médicos não querem acompanhar esta desvalorização”. “Os médicos querem que estas pessoas tenham os mesmos direitos e sejam respeitadas no acesso à saúde”, frisou. A nova realidade devido à covid-19, que tem implicado “um esforço enorme” dos médicos. “Os médicos têm de estar sempre preparados para estas adversidades e saberem entregar tudo aquilo que têm e podem para dar uma resposta e ajudar os doentes”, frisou. Para Carlos Cortes, tem também de haver “uma consciência cívica dos médicos na sua participação no sistema de saúde”, não bastando apenas serem bons clínicos e terem capacidade técnicocientífica. “Sabemos que o ministério não gosta muito disso, preferia que os médicos não se preocupassem com essas questões, mas os médicos têm a obrigação de o fazer”, considerou o responsável, acrescentando que ninguém melhor do que eles sabe “ponderar aquilo
Omcentro
que é melhor para os doentes, obviamente, tendo uma noção do que é a gestão”. O responsável defendeu que “os médicos têm de voltar a ter essa responsabilidade, porque já está mais do que provado a nível internacional que, quando eles lideram, os resultados em saúde são sempre muito superiores”. A cerimónia do Juramento de Hipócrates acontece através de uma plataforma que suporta a participação de mais de mil pessoas (novos médicos e seus familiares).
Carlos Cortes explicou que a secção regional decidiu manter a cerimónia “para respeitar a tradição” e por entender “que o juramento tem de ser feito antes do início da atividade profissional”, que acontecerá em 02 de janeiro de 2021. “Já tínhamos organizado todo o juramento, estava para ser em Coimbra e na Covilhã, de forma presencial, mas tivemos que abandonar essa ideia quando percebemos que a covid-19 estava a agudizar em Portugal. Indepen-
dente do respeito ou não pelas recomendações, não era a mensagem que a Ordem dos Médicos queria passar ao país”, justificou. Futuramente, quando estiverem reunidas as condições necessárias, poderá acontecer um encontro presencial dos médicos. “Quisemos passar a mensagem de que não nos podemos deixar vencer pelos constrangimentos da pandemia, que são muitos, e temos que nos saber adaptar”, realçou.
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Câmara de Lamego atribui Medalha de Ouro à Santa Casa da Misericórdia A Câmara Municipal de Lamego vai atribuir a Medalha de Ouro da Cidade à Santa Casa da Misericórdia de Lamego, em cerimónia a realizar no próximo dia 12 de dezembro, pelas 11 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Com 501 anos de História, a mais antiga instituição de solidariedade social do concelho será distinguida tendo em conta a sua "exemplar dedicação à causa pública, por assinaláveis serviços prestados em prol do engrandecimento, elevação e dignificação do Município de Lamego, em diversos domínios, contribuindo inegavelmente para maior renome para a cidade". Fundada a 20 de abril de 1519, ou seja, apenas vinte e um anos depois da Rainha D. Leonor ter criado a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Misericórdia de Lamego é uma das mais antigas do país. Até 1970, dedicou-se quase exclusivamente à assistência aos doentes através do seu Hospital fundado em 20 de abril de 1519, por provisão d’ El Rei D. Manuel I. Inicialmente funcionou na Igreja de S. Francisco, até ser construído, em 1727, o edifício do atual Teatro Ribeiro da Conceição, para servir aí de Hospital até
1892, altura em que foi construído o antigo Hospital D. Luiz I, também hoje já desativado. A Santa Casa da Misericórdia de Lamego trabalha todos os dias para dar continuidade a um trabalho multissecular que alcança patamares de excelência na prestação de cuidados aos utentes. Teve sempre a capacidade de se adaptar aos desafios do devir, honrando a prática das "14 Obras de Misericórdia". Devido ao contexto da atual pandemia, a participação na cerimónia de outorga da Medalha de Ouro será reservada aos representantes dos órgãos da Santa Casa e do Município de Lamego.
MANGUALDE APOIA AGRICULTORES LOCAIS NAS CANDIDATURAS A APOIO EXCECIONAL E TEMPORÁRIO (COVID 19) A Câmara Municipal de Mangualde, através do Gabinete de Apoio ao Agricultor, apoia os agricultores locais na submissão de candidaturas para o novo apoio aos agricultores locais, uma medida excecional e temporária, devido ao COVID 19. Este apoio é dirigido a produtores de aves e ovos, de
no passado dia 1 de dezembro no Gabinete de Apoio ao Agricultor, que já conta com mais de vinte inscrições, o dia de 21 de dezembro de 2020 será o último dia para submeter a candidatura, os agricultores deverão dirigir-se ao Gabinete de Apoio ao Agricultor da Câmara Municipal de Man-
carne de suíno, no que respeita à produção de leitões para abate e à produção da raça de porco alentejano e aos produtores de leite de pequenos ruminantes, tabela de elegibilidade e valores de apoio disponível no site da Câmara Municipal de Mangualde.
gualde. Os apoios vão desde os 500 euros aos 30 mil euros. As candidaturas serão aprovadas pela Autoridade de Gestão, sob proposta do IFAP, Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P., até 31 de dezembro de 2020. Sendo o pagamento do apoio efetuado pelo IFAP, I. P., por transferência bancária, até 30 de junho de 2021.
APOIOS VÃO DESDE OS 500 EUROS AOS 30 MIL EUROS O primeiro dia de candidaturas decorreu
PSP - Atividade Operacional A Polícia de Segurança Pública de Viseu, no âmbito da Prevenção Rodoviária, no dia 04 do corrente mês, pelas 15H00 interceptou um cidadão, de 30 anos de idade, a conduzir um veículo automóvel sem estar habilitado para o efeito. Durante a fiscalização o suspeito tentou ludibriar os elementos policiais indicando um nome falso. Das diligências efetuadas, verificou-se que sobre o visado existia um pedido externo para cumprimento de pena de prisão efetiva pela prática do mesmo crime, pelo que foi o mesmo conduzido ao Estabelecimento Prisional da Guarda. No mesmo dia, deteve um cidadão de 47 anos de idade, por no seguimento de uma fiscalização rodoviária, o suspeito ter no interior da viatura uma arma branca, vulgo “punhal de mato”, tendo ainda sido encontrado um taco de basebol, o qual também foi apreendido por não justificar a sua posse. No dia 05, do mesmo mês, esta Polí-
cia deteve também um cidadão de 53 anos de idade por crime violência doméstica. Aquando da chegada desta Polícia, contatada a vítima a mesma informou ter sido agredida fisicamente pelo suspeito. A mesma necessitou de receber tratamento hospitalar. O agressor encontrava-se fechado num dos compartimentos da residência o qual tinha na sua posse produto estupefaciente, designadamente: Heroína que daria para cerca de 4 doses individuais, cocaína que daria para cerca de 17 doses e Haxixe que daria para 7 doses individuais. Para além da droga foi-lhe ainda apreendido vários cachimbos e outro material usado para a preparação e consumo de estupefaciente. O mesmo foi presente no Tribunal Judicial de Lamego para primeiro interrogatório judicial. Os restantes detidos foram presente no Tribunal Judicial de Viseu.
Câmara de Santa Comba Dão aprovou proposta do orçamento de quase 17 ME A Câmara de Santa Comba Dão aprovou uma proposta de orçamento para 2021 de quase 17 milhões de euros, que prevê 55 mil euros para serviços, bens e equipamentos relacionados com o combate e a mitigação da covid-19. Fonte da autarquia disse que "os valores entre o orçamento de 2020 e a proposta de orçamento para 2021 (de 16.752.956 euros) são percentualmente equivalentes", não se registando oscilações. "O orçamento de 2021, à semelhança dos anteriores, pretende seguir o caminho de rigor, de consolidação da situação financeira do município, devolvendo em definitivo a capacidade financeira, a capacidade de recurso ao financiamento bancário" e criando condições para alavancar o desenvolvimento do concelho, pode ler-se no documento. Nas Grandes Opções do Plano, as áreas com maior investimento no âmbito das funções sociais são a educação (ensino não superior), com 2.248.240 euros, a recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos, com 952 mil euros, e a proteção do meio ambiente e conservação da natureza, com 853.680 euros. Segundo a fonte da autarquia, na área de educação "o valor previsto reporta, principalmente, à obra de requalificação da escola básica de Santa Comba Dão, à remoção do amianto da escola secundária, ao pagamento do aluguer anual dos Centros Escolares Centro e Sul, dos transportes escolares, do serviço de alimentação, das Atividades de Enriquecimento Curricular e do programa de Ocupação dos Tempos Livres Tou de Férias". No que respeita à proteção do am-
biente e conservação da natureza, o valor servirá para várias obras inscritas no Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU), de que são exemplo "a requalificação da antiga central elétrica e lagar, na zona da ribeira das Hortas, bem como a própria requalificação da ribeira das Hortas, entre a ponte e o recinto da feira", a Ecovia do Mondego (prolongamento da Ecopista do Dão) e o arranjo e ampliação do cemitério. Nas funções económicas, destacamse as áreas mercados e feiras (564 mil euros), que integram a requalificação do mercado municipal, e indústria e energia (420 mil euros), cujo montante se destina à aquisição de terrenos e requalificação das áreas de localização empresarial e ao pagamento da iluminação pública. A mesma fonte destacou ainda a área das transferências entre administrações, com 620.640 euros, que contempla os acordos de execução e os contratos programa a estabelecer com as juntas e uniões de freguesia do concelho e projetos supramunicipais no âmbito da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões. A proposta dos documentos previsionais - que contou com cinco votos a favor dos vereadores do PS e dois votos contra dos vereadores do PSD - vai ser votada em Assembleia Municipal, a realizar este mês.
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Quinta-feira 10/12/2020
Castro Daire cria escola municipal de natação adaptada A Câmara de Castro Daire criou uma escola municipal de natação adaptada para incluir crianças e jovens com necessidades especiais na aprendizagem da modalidade ou para desenvolverem técnicas para alta competição, disse o vereador de Desporto. “Vamos ter duas vertentes. Numa parte inicial, enquanto escola, para este tipo de alunos, mas com a ambição de formar atletas de natação adaptada que possam integrar projetos de alto rendimento na modalidade”, explicou Pedro Pontes. O vereador do Desporto, Juventude e Cultura da Câmara de Castro Daire contou à agência Lusa
que a escola municipal de natação adaptada, formalizada agora, tem como embaixador Marco Meneses, um atleta invisual que marcará presença nas próximas competições paralímpicas. “A escola municipal foi evoluindo, não só com o ensino, mas também com treinos, e temos vindo a colher alguns frutos já com alguns atletas federados, alguns com estatuto de alto rendimento, como são Ana Sofia Pina e Marco Meneses”, contou. Assim, no âmbito do trabalho realizado com Marco Meneses, desde a sua formação até ao alto rendimento, a Câmara começou a trabalhar na criação desta escola
em parceria com o agrupamento de escolas, com a Federação Portuguesa de Natação (FPN) e com a Associação de Natação Centro Norte de Portugal (ANCNP). “Evoluímos no que temos vindo a fazer, maturámos a possibilidade de irmos mais ao fundo e ao pormenor e começámos a trabalhar crianças com necessidades especiais e acabou por se concretizar este projeto de escola municipal de natação adaptada”, explicou. A escola agora criada já conta com quatro técnicos de desporto “devidamente capacitados para as aulas de natação adaptada” e, agora, com a ajuda do agrupa-
mento de escolas, vão trabalhar com os alunos com necessidades educativas especiais. “O agrupamento já tem identificados estes alunos que frequentam a piscina para atividades em contexto lúdico e, agora, que têm já um contexto aquático, é dar-lhes algo mais e, numa primeira instância, capacitação para saberem nadar e, depois, numa fase posterior, para os que têm essas competências muito mais vincadas, para o alto rendimento”, como Marco Meneses, adiantou. Pedro Pontes explicou que o objetivo “é integrá-los numa modalidade que é possível, que é federada e onde podem chegar a
um patamar que os motive e que os faça sentir uma mais-valia para a sociedade”. “Vai ser muito mais criterioso e rigoroso o ensino da natação adaptada e a grande mais-valia é esta uniformização de processos que vão ser implementados com esta parceria conjunta. Deixamos de ter uma metodologia de ensino isolada e desintegrada, para passarmos a ter uma metodologia acompanhada e teremos monitorização de treinos e aulas”, concluiu.
Consórcio europeu desenvolve teste inovador para prever o impacto da COVID-19 no coração Uma equipa da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Centro para a Inovação em Biotecnologia e Biomedicina (CIBB), liderada por Lino Ferreira, integra um consórcio europeu que pretende desenvolver um novo teste de diagnóstico para identificar pacientes COVID-19 que correm o risco de desenvolver complicações cardiovasculares fatais. Intitulado “COVIRNA - Um teste de diagnóstico para melhorar a vigilância e o tratamento de pacientes COVID-19”, o projeto é liderado pelo Instituto de Saúde do Luxemburgo (LIH, na sigla inglesa) e junta 15 parceiros das áreas da
saúde, academia e indústria de 12 países europeus (Alemanha, Bélgica, Bósnia, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália, Luxemburgo, Portugal e Reino Unido). O projeto, que acaba de arrancar, tem a duração de dois anos e conta com um financiamento de 3,9 milhões de euros da União Europeia (UE) no âmbito do plano de ação ERAvsCorona, que promove a cooperação entre instituições de investigação europeias para fortalecer a resposta à pandemia. O grupo de investigadores da UC participa no projeto em duas fases distintas. Na primeira fase, e em estreita colaboração com o
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), vai recolher «amostras de sangue de pacientes diagnosticados com COVID-19, que depois serão analisadas no sentido de identificar biomarcadores que permitem antecipar o impacto cardíaco da doença de COVID-19», explica Lino Ferreira, adiantando que, num segundo momento, a equipa da UC será responsável por «desenvolver terapias para atenuar o impacto da COVID-19 no coração». O consórcio espera fornecer «um teste de diagnóstico que estratificará os pacientes COVID-19 de acordo com o seu nível de risco de desenvolver doenças cardíacas,
permitindo à equipa médica selecionar a terapêutica mais adequada para tratar os doentes», salienta Lino Ferreira. Além disso, assinala ainda o investigador do CIBB da UC, no âmbito do projeto, «serão também desenvolvidos
tratamentos inovadores para atenuar o impacto da COVID-19 no coração». O projeto tem como objetivo final (ao fim dos dois anos) colocar no mercado o kit de diagnóstico.
LinoFerreira_©UC_Paulo Amaral
Terras do Demo têm um “potencial imenso” por explorar As Terras do Demo têm um “potencial imenso” por explorar, mas é preciso que os seis municípios da região de Viseu que o compõem se unam e dialoguem com os seus habitantes, defendeu a investigadora Ana Lopes. “Há muito potencial com o património literário e todas as tipologias que queira e, neste caso em concreto, há um potencial imenso que está completamente em bruto” nas Terras do Demo, disse Ana Isabel Lopes. Segundo explicou, “há muita pouca coisa que se faça em termos de sustentabilidade e políticas globais de valorização deste território e, em particular, com este pendor literário, porque quer se queira, quer não, Aquilino Ribeiro é uma figura incontornável” desta região. Em 1919, nascia a obra “Terras do Demo”, de Aquilino Ribeiro, residente em Soutosa, Moimenta da Beira, mas foi o trabalho de Carlos Alberto Medeiros, em 1985, que
esteve na base de estudo de Ana Isabel Lopes. Este professor, contou, definia os concelhos de Aguiar da Beira, Moimenta da Beira, Penedono, Sátão, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva como as Terras do Demo, e são também as localidades que Ana Isabel Lopes encontrou, “em supremacia, nas 16 obras” que analisou de Aquilino Ribeiro. “Há uma imagem de marca ligada aos territórios que não é positiva, até pela denominação Demo, mas isso tem a ver também com algum terminismo geográfico, mas há um filão imenso a explorar, mas depois há as barreiras administrativas e políticas nas estratégias de intervenção com que nos esbarramos sistematicamente”, considerou. Conclusões que tirou na sua tese de doutoramento, aprovada com distinção e louvor, sobre geografia humana nesta região, onde tentou “dar uma configuração ao território, a partir da valorização
literária de um autor filho da terra”. “Elas [as fronteiras] têm que existir, mas há uma sucessão de subdivisões administrativas, municipais e supramunicipais, que, muitas das vezes, acabam por colidir e por não permitir aquilo que efetivamente se pretende, quer para as Terras do Demo, quer para a generalidade do interior do território português que sofre de despovoamento, de forma gritante”, considerou. No seu entender, “o sucesso de implementação de políticas acaba por não se alcançar, porque depois entra-se num jogo de capelinhas” e, “muitas vezes, o superior interesse das populações é colocado em causa com este tipo de questões, que não são de hoje”, registou. Ana Isabel Lopes vincou que o objetivo do trabalho não era político e admitiu que não sabe, “nem quis saber, quais os partidos no poder para ter liberdade” na
realização do trabalho, mas reconheceu que estas diferenças, “muitas vezes, inviabilizam completamente algo que podia ser feito”. Sem a solução nas mãos, defendeu que “falta muito a aproximação às pessoas e são elas que constituem os territórios e as paisagens que Aquilino [Ribeiro] descreve” nas suas obras e, “com exceção para as sedes de concelho, as freguesias continuam iguais um século depois” e “muito dificilmente se conseguirá uma reversão total do que está a acontecer”. Com base em dinâmicas rurais semelhantes noutros países, defendeu que “terá de haver uma interação e um comprometimento muito grandes dos agentes locais com os atores locais, porque de outra maneira, se andar cada um para seu lado (…), quando estas pessoas morrerem, não há ninguém que venha e que continue e os territórios vão-se apagando”.
Território que, no seu entender, é composto por “concelhos com dinâmicas regressivas, com índices de envelhecimento superiores a 200%, com crescimentos naturais negativos e com perdas populacionais brutais”. “Aquilo que nos fica, daqui a meia dúzia de dias, são as ditas paisagens do despovoamento, são os muros, são as casas fechadas e não fica mais nada. É o retrato da memória e mais nada”, lamentou, enquanto avisava que “o turismo não é solução para todos os problemas”. Mas, acrescentou, Aquilino Ribeiro “pode ser uma âncora de uma estratégia que enquadre o próprio turismo, nomeadamente literário, mas numa estratégia económica, social, de desenvolvimento muito mais alargada que não pode ser confinada a concelhos para que estas questões não se esbarrem nas tomadas de decisão”. Lusa
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Saúde 7
Quinta-feira 10/12/2020
Quebra do acesso ao SNS continua:
Menos nove milhões de contactos presenciais nos centros de saúde e rastreios oncológicos preocupam O acesso dos doentes não Covid aos serviços de saúde continuou dificultado, mesmo antes da segunda vaga da pandemia. Os cuidados de saúde primários registaram nos primeiros dez meses deste ano menos nove milhões de contactos presenciais médicos e de enfermagem. Nos hospitais, os contatos presenciais sofreram uma redução de 2,7 milhões entre janeiro e outubro de 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Tal como noutros cuidados, a realização de rastreios está a ser muito afetada. Nos primeiros dez meses deste ano terão ficado por fazer 119 mil mamografias (uma queda de 16%), 81 mil rastreios do cólon e reto e houve menos 99 mil mulheres a realizar colpocitologia. A análise foi feita pela MOAI Consulting para o Movimento Saúde em Dia, através de dados recolhidos no Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os dados divulgados dia 09 de dezembro, dia em que os representantes do Movimento Saúde em Dia são ouvidos pela Comissão Parlamentar de Saúde para transmitirem aos deputados a preocupação com o impacto da pandemia no SNS e a necessidade de uma intervenção urgente para repor os cuidados de saúde aos portugueses A Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, em parceria com a Roche,
criaram no Verão deste ano o Movimento Saúde em Dia, que pretende alertar para a importância de não mascarar sintomas e de não adiar visitas ao médico perante sinais de alerta. A análise atualizada dos dados de acesso ao SNS permite perceber que a pandemia de Covid-19 continua a afetar vários milhares de cidadãos, adiando consultas, cirurgias, diagnósticos e tratamentos. Em setembro, o Movimento Saúde em Dia tinha já apresentado dados dos primeiros sete meses deste ano. Agora, a conclusão desta nova análise continua a mostrar que permanece a redução acentuada da atividade assistencial. Estes dados não contemplam ainda o mês de novembro, quando a tutela deu luz verde aos hospitais para suspender a atividade não urgente, pelo que é expetável que, até ao final do ano, o cenário seja ainda mais agravado. Nos cuidados de saúde primários, o panorama de redução de atividade é claro: houve menos 6,6 milhões de consultas médicas presenciais e menos 3,1 milhões de contactos presenciais de enfermagem. No total, são 9,7 milhões de contactos presenciais a menos do que o registado em 2019. Só no último mês de análise (Outubro 2020), as consultas presenciais nos centros de saúde reduziram-se 40% e as consultas médicas ao domicílio decresceram 43%. A análise à atividade hospitalar
mostra um cenário idêntico: entre janeiro e outubro deste ano houve menos 2,7 milhões de contactos hospitalares, entre consultas, cirurgias e urgências. Em termos percentuais houve menos 18% de primeiras consultas, menos 9% de consultas subsequentes, menos 21% de cirurgias programadas e menos 10% de cirurgias urgentes. As urgências hospitalares mantêm a tendência de redução em comparação com 2019, com menos 27% de episódios. Entre estes não estão apenas os considerados pouco urgentes, triados com pulseiras verdes ou azuis. Aliás, os episódios triados com as pulseiras mais urgentes diminuíram 17% (pulseira vermelha), 21% (laranja) e 28% (amarela). Nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica (como análises e exames) só foi possível obter dados até setembro. Em comparação com o mesmo período de 2019, este ano realizaram-se menos 22 milhões destes atos. Na Medicina Física e de Reabilitação, por exemplo, a quebra foi de 32% (menos 10,6 milhões de procedimentos), enquanto na pneumologia e imunoalergologia a redução foi superior a 40%. O Movimento Saúde em Dia volta a recordar que é fundamental manter a sua saúde sob vigilância. Não mascare a sua saúde! O Movimento pode ser acompanhado em www.saudeemdia.pt.
APDP reforça que a Sociedade Civil deve ser um parceiro fundamental em todos os momentos da estratégia de vacinação para a COVID-19 No âmbito das notícias que estão a ser publicadas com a apresentação do plano de vacinação para a COVID-19, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça que as organizações da Sociedade Civil devem ser consultadas em todos os momentos desta estratégia de vacinação. O objetivo é garantir a participação dos cidadãos no planeamento, implementação e avaliação deste Plano de vacinação. A definição dos grupos prioritários e respetiva estratégia de vacinação deve ser clara e transparente para toda a comunidade. É fundamental que as pessoas com doenças crónicas se sintam protegidas e acompanhadas neste processo dado o risco aumentado que têm face às formas graves de Covid-19. As organizações da sociedade civil, pela sua proximidade aos cidadãos, podem e devem ser também elementos fundamentais nos aspetos de comunicação
de factos e instruções fidedignas, credíveis e adequadas aos respetivos públicos-alvo. “A pandemia do novo coronavírus exige soluções claras para as pessoas com doenças crónicas e, mais uma vez, a Sociedade Civil está a ser esquecida. É importante que, para uma estratégia eficaz de vacinação para a COVID-19, exista planeamento, organização, transparência e clareza na comunicação e definição de quem vai ter acesso, numa primeira fase, à vacina. E, apesar de este ser um período de incerteza, as pessoas com risco acrescido de complicação de infeção não podem ficar reféns da desinformação” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP. A associação alerta para que o conhecimento científico sobre a nova vacina é ainda escasso, e que é necessário definir um programa que dê confiança às pessoas. O objetivo é que
as associações e sociedades que estão na linha da frente no apoio a pessoas com doença crónica sejam envolvidas para ajudar a reduzir o receio relativo a esta nova vacina. “Tem de ser realizada uma análise à ordem de prioridade na distribuição desta vacina. Há pessoas com diabetes que continuam a deslocar-se para o local de trabalho, em transportes públicos e, como tal, estão mais expostas. Numa sociedade que se diz inclusiva e promotora da participação, é importante que haja abertura e disponibilidade do Governo para ouvir as organizações da Sociedade Civil, para avaliarmos em conjunto quais são as pessoas em situações mais vulneráveis e quais os critérios de distribuição das vacinas. Depois desta audição, o Governo pode e deve tomar as medidas que considerar necessárias.” defende José Manuel Boavida.
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