Notícias de Viseu - 17 de Junho 2021

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VISEU

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232087050 Mais de oitenta praias fluviais do Centro podem receber cerca de 30 mil pessoas

Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLV - Nº 2233 - Quinta-feira, 17 de Junho 2021 - Preço: 0,60 € - IVA incluído

Autárquicas/Viseu: Seis candidatos já anunciados para 'combate' que promete ser animado

Oitenta e cinco praias fluviais localizadas maioritariamente em municípios do interior Centro poderão esta época balnear receber um limite máximo de cerca de 30 mil pessoas, de acordo com le-gislação publicada em Diário da República (DR).

Município de Lamego oferece Concerto de Abertura do Ano Xacobeo A Sé Catedral de Lamego vai acolher o Concerto de Abertura das Celebrações do Ano Xacobeo pelo projeto "Eventos com Arte". O espetáculo musical é oferecido pelo Município de Lamego no próximo dia 19 de junho, sábado, pelas 21 horas, e insere-se na promoção da temática dos caminhos de Santiago neste território. A entrada é livre, com acesso limitado à lotação do espaço

Bloco de Esquerda pede intervenção do Governo para travar abate de árvores em TVI

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2 Opinião

17 junho 2021 Quinta-feira

Quinta-feira 17/06/2021

CASA PATERNA DA VELHA CASA EM QUE NA MANHÃ DA VIDA, CONSERVAMOS UMA LEMBRANÇA EXATA : ANTES DE VIRMOS AO MUNDO FOI ERGUIDA,

Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras SEDE e REDAÇÃO: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Tel: 232087050 email: geral@noticiasdeviseu.com http://noticiasdeviseu.com/ estatuto-editorial/ DIRETOR: Fernando de Abreu Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Publicidade publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS detentores de mais de 5% do capital Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela L. de Abreu - Gerentes COLABORADORES Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Celso Neto Serafim Marques Francisco da Paixão Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos

PERTO DA SERRA , QUASE AO PÉ DA MATA “!

“ A ENTRADA E A SAIDA “ : NESSE MUNDO NÓS ENTRAMOS, MAS, A SAIDA NÃO SABEMOS. DA PORTA DA ENTRADA CONHECEMOS E DA SAIDA DESCONHECEMOS “ !

“ NUM SONHO DE LUGAR “ : QUERO VOLTAR PARA O MEU RINCÃO, A TERRA MAIS LINDA DO CORAÇÃO. DE QUE ADIANTA EU AQUI FICAR, SE SÓ EU TENHO VONTADE DE CHORAR “ !

! A SAUDADE MORA NO NOSSO CORAÇÃO,] A TODO INSTANTE NOS DÁ EMOÇÃO. NO NOSSO CORAÇÃO ELA SEMPRE DURA E PARA A ETERNIDADE ELA PERDURA !

UM DIA QUALQUER DA ETERNIDADE, PENSANDO NA SOLIDÃO DE NOSSO IDADE. VEREMOS “ DEUS “ COM TODA CERTEZA,

TIPOGRAFIA: Exemplo - Artes Gráficas Lda. Castanheiro do Ouro 3610-119 Tarouca

SÓ NESSE INSTANTE VEREMOS “ DEUS” NESSE DIA

NA ETERNA LUZ DE SUA BELEZA !

E SÓ QUANDO UMA NUVEM RÓSEA PRINCIPIA SÓ NESSE INSTANTE ESSA VISÃO DURA, VEREMOS “DEUS” NA ETERNIDADE PURA !

ÍNDICE DESTA EDIÇÃO ADRIANO AUGUSTO DA COSTA FILHO, POETA Opinião....................................... 2 Viseu ......................................... 3 Diversos .................................. 4/5/8 Regional ................................. 6 Saúde........................................ 7

Havia há muito e muitos anos, viúva que vivia sozinha com a filha. Um dia, esta, estando em idade de se casar, matrimoniou-se. A mulher vendo a filha sem casa própria, e o genro sem grandes posses, assentou auxiliá-los. Chamou a filha, á parte, e disse-lhe: - Eu sei que quem casa, quer casa. Tenho dinheiro arrecadado. Sou velha e poucos anos de vida irei ter. Fala ao teu marido e compra uma casinha. A filha, metida num fole, foi logo contar a oferta materna, ao homem. Este, radiante, agradeceu a rara generosidade, e convidou-a para viver com eles, já que tinha doado tudo quanto tinha. Ao verificarem a quantia recebida acharam que podiam comprar não uma casinha, mas uma quintinha, e construíram cómoda moradia. Reservaram, porém, quarto para a velha. Decorridos poucos anos, a sogra parecia rejuvenescer. Cansados de a terem em sua companhia, pensaram mete-la num asilo. Certa noite, estavam a conversar na possibilidade, quando a velha passou no corredor. Coseu-se com a porta e ouviu a intenção dos filhos. Foi para o quarto, e pensou na má sorte de ter doado tudo em vida. Cogitando muito, lembrou-se deste estratagema: Após o jantar, recolhia-se no quarto, abria a arca, e começava a contar pedrinhas: “Aqui

estão dois mil, mais cinco, perfaz sete mil” e assim por diante. A filha estranhando o recolher antes do serão, foi escutar à porta, para se inteirar o que a mãe estava a fazer. Ouviu que esta contava “dinheiro”… Foi entusiasmada dizer ao marido. Ambos se convenceram que a velha tinha no baú enorme fortuna. Receosos que entregasse tudo a Casa de Caridade ou à Igreja, pensaram que melhor era aturarem a velhinha, até morrer. Decorrido alguns anos, veio a falecer. Depois de se terem ausentado, os que a vieram velar, os filhos foram muito lampeiros destrancar a arca, cuja chave andava sempre recatada com a velha. Ao abrirem a caixa, encontraram-na cheia de pedrinhas. Por cima havia subscrito. Abriram-no sofregamente, pensando conter o extrato bancário. Dizia o bilhetinho: “ Não tenho dinheiro, mas deixo-vos conselho que será muito útil: Não distribuam, pelos vossos filhos, os bens, antes de falecerem: é que uma vez recebidos, esquecem a sorte que tiveram.” Muitas vezes ouvi, a idosos da família, contar a velha e relha historieta – julgo de inspiração popular, – da velha e as pedrinhas no baú. Contareco que ilustra bem, a ingratidão do ser humano. Por Humberto Pinho da Silva

A MINHA BISAVÓ JÚLIA Por Humberto Pinho da Silva

DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa S. Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Gabande (Esp.) - Enric Ribera

TIRAGEM Mês de Maio 3500 ex Dec. Lei 645/76 de 30/7

A VELHA E AS PEDRINHAS DO BAÚ

Era mulher simples e profundamente crente. Casou duas vezes. Os maridos eram primos. O primeiro, austero, proibia-a de ler a Bíblia (Novo Testamento,) porque era, na sua opinião, Livro protestante! Já idosa ficou entrevada, impedida de participar na missa, devido à enfermidade. Assistia, ao culto, na varanda da sua velha casa, virando-se para a igreja de Santa Marinha, lendo o “Ordinário “ Quando tinha saúde, em épocas em que se receava entrar numa igreja, para não se escutar a chacota dos hereges, não faltava à missinha, enfrentando, com ardor, os vitupérios. Passou anos – cheia de dores, – numa cadeira de rodas, encafuada em sombrio quarto, a rezar e a cantar loas, aos santos e ao Santíssimo Sacramento. Um dia, quando ainda andava, foi, com amigas, à igreja de S. Francisco, no Porto. Demoraram-se, em recolhimento, após a missa. Saiu com as amigas, senhoras devotas que frequentavam movimentos católicos, pela porta lateral. Ao passarem pelo corredor, estacaram: Decorria pequena procissão. Eram entoados cânticos muito antigos, e antigos eram as vestes dos fiéis. Retrocederam, e saíram por outra porta. Ficaram, todavia, a pensar na procissão, a horas impróprias, e foram, mais tarde, falar ao sacerdote. Este ficou admirado. Não houvera qualquer cerimónia nesse dia… Já de avançada idade, cuidou do neto (meu pai,) órfão – o pai falecera de pneumónica, a mãe tuberculosa. Como o órfão era menor – oito anos, – criou-se Conselho de Família. O presidente era honesto e pessoa de bem; mas outros, aproveitando a ingenuidade da velha avó, conseguiram ludibria-la, prejudicando o

menino-órfão. Certa vez ouvira num sermão, dizer: que as Bíblias protestantes, eram falsas e deviam ser queimadas. Escrupulosa, pegou na sua Bíblia, ricamente encadernada, ilustrada com preciosas gravuras, em dois volumes, e foi ter com o abade. Este disse-lhe, que era pena queima-la. Que ficaria para seu uso, já que era bilingue (português e latim), Bondosa e simples, mas não burra, retorquiu: - Se é boa para o senhor abade, também é para mim…” E saiu sobraçando os dois pesados volumes. Educou meu pai com esmero, mas o rapazinho pouco valor dava às recomendações da avó, e menos ainda ao clero. Por intermédio de sacerdote, da sua idade, congraçou-se com Deus, chegando a levar, ao bom caminho, primo, avesso à Igreja, influenciado pelas ideia de velhos e fanáticos republicanos. Dizem que era bonita, mas nada vaidosa; cantava divinamente; faleceu nos anos trinta, antes de meu pai casar mas ainda conheceu sua esposa. Morreu como santa. Após a morte, pediam-lhe intercessão no Céu, porque a julgavam digna. Durante anos, na Igreja de S. Francisco, foi lembrado a misteriosa procissão, com orações e ligeiras cerimónias litúrgicas. Tudo caiu no esquecimento, até para os descendentes. Hoje, não passa, como disse Cecília Meireles, de simples antepassada, cujo nome nem sequer recordam… Tudo passa. Tudo esquece…Todos nós, em escassos anos, passamos a mito ou meros antepassados. Como se nunca tivéssemos existido…


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Quinta-feira 17/06/2021

Autárquicas/Viseu: Seis candidatos já anunciados para 'combate' que promete ser animado O regresso de um ‘dinossauro’ social-democrata, a aposta num socialista que governou um concelho vizinho e o surgimento de dois partidos que se estreiam com coronéis reformados prometem contribuir para um ‘combate’ animado nas próximas eleições autárquicas em Viseu. Fernando Ruas, que ocupou a cadeira de presidente da Câmara de Viseu durante 24 anos (entre 1989 e 2013), foi a solução encontrada pelo PSD após a morte de Almeida Henriques (em 04 de abril), que já tinha sido indicado como recandidato pelo partido. O atual vice-presidente da Câmara e líder da concelhia do PSD, João Paulo Gouveia, que acompanhou Almeida Henriques desde o primeiro mandato, mostrou-se disponível para assumir a candidatura, mas os órgãos do partido decidiram apostar no antigo presidente da Associação Nacional de

Municípios Portugueses e eurodeputado, que atualmente é deputado da Assembleia da República. Fernando Ruas preside à Comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local, na qual trabalha com o socialista João Azevedo, mas em Viseu vão ser adversários na corrida autárquica. João Azevedo era presidente da Câmara de Mangualde desde 2009, mas deixou o mandato a meio, em 2019, para assumir o cargo de deputado na Assembleia da República, ao qual se candidatou como cabeça de lista do PS no distrito de Viseu nas mais recentes eleições legislativas. Num concelho que é governado pela direita desde que há eleições autárquicas, o socialista acredita reunir as condições necessárias para alcançar o feito

histórico de retirar o PSD do poder. Apesar de concorrerem pela primeira vez à Câmara de Viseu, a Iniciativa Liberal e o Chega mostram-se também otimistas nos resultados das próximas eleições, apostando em dois candidatos com longas carreiras militares. O coronel de infantaria na reforma Fernando Figueiredo é o cabeça de lista da Iniciativa Liberal, enquanto as esperanças do Chega estão depositadas no coronel de cavalaria da GNR Pedro Calheiros. Ambos consideram que um presidente de Câmara deve ter sempre na cabeça a ideia de servir os outros. O combate autárquico em Viseu contará também com uma ativista pelos direitos humanos e feminista, Manuela Antunes (BE), e com o dirigente sindical Francisco Almeida (CDU). Os dois professores, que estão habituados a fazerem das ruas o

palco de muitas lutas, voltam assim a partilhar o boletim de voto para a Câmara de Viseu, tal como já tinha acontecido em 2013. Nas autárquicas desse ano, após seis mandatos consecutivos de Fernando Ruas, então impedido de se recandidatar devido à lei de limitação de mandatos, Almeida Henriques saiu do Governo para ser o candidato do PSD. O partido obteve 46,37% dos votos (cinco mandatos), uma vantagem que aumentou nas autárquicas de 2017, ao conquistar 51,74% dos votos (seis mandatos). Este ano, Almeida Henriques preparava-se para se candidatar ao seu terceiro mandato, mas foi vítima de complicações respiratórias decorrentes da covid-19. Com uma votação idêntica à de 2013, em 2017 o PS conseguiu manter os seus três mandatos. Já o CDS-PP – que ainda não anunciou o seu candidato - perdeu o

vereador que tinha. Para as próximas eleições, com data ainda não anunciada, apenas é conhecida a candidatura de uma mulher à Câmara de Viseu, a de Manuela Antunes (BE). Nas últimas autárquicas foram quatro: Lúcia Silva (PS), Filomena Pires (CDU), Paula Jacinta Amaral (CDS-PP) e Carolina Almeida (PAN). De acordo com a Pordata, em 2019, o concelho de Viseu tinha uma população residente de 97.120 pessoas, sendo 21,2% idosos com 65 e mais anos, num território de 507 quilómetros quadrados. Em 2018, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem era de 987,10 euros (abaixo dos 1.168,42 euros de média nacional) e, em 2019, havia 7,99 médicos por mil habitantes (acima dos 5,39 do país), segundo dados do Eyedata.

Fernando Ruas (PSD), o "bom filho" que quer tornar a casa Contrariando o ditado chinês “não volte a um lugar onde foi feliz”, o economista e deputado parlamentar Fernando Ruas (PSD) quer sentar-se novamente na cadeira de presidente da Câmara de Viseu, que já foi sua durante 24 anos. “Eu prefiro o ditado português que diz ‘o bom filho à casa torna’. É isso que eu quero fazer, com a segurança e, sobretudo, com a consciência de quem não precisa de mais poder”, afirma Fernando de Carvalho Ruas, que foi presidente da autarquia entre 1989 e 2013. Nas eleições autárquicas de 2013, Fernando Ruas não pôde voltar a candidatar-se devido à lei de limitação de mandatos. Almeida Henriques foi o candidato vencedor do PSD, que ficou à frente dos destinos do município até abril deste ano, quando morreu na sequência de complicações provocadas pela covid-19. A morte de Almeida Henriques deixou o PSD sem candidato. Com o apoio das estruturas locais, distritais e nacionais do partido e depois de ter recebido mensagens de munícipes a pedirem que se candidatasse, Fernando Ruas, de 72 anos, aceitou o desafio. “Quero fazê-lo estribado numa

obra que é mensurável, apreciável, passível de ser criticada. Isto deixame muito à vontade”, admite Fernando Ruas, que também foi presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (de 2002 a 2013) e eurodeputado (de 2014 a 2019). O deputado da Assembleia da República por Viseu e presidente da Comissão Parlamentar de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local está confiante nos resultados, porque os viseenses sabem naquilo em que consistiu o seu trabalho. “Podem até, penso que com muito carinho, chamar-me o homem das rotundas e eu fico muito feliz. As obras estão cá”, realça, lembrando, por exemplo, que a circunvalação tinha apenas um troço quando chegou à Câmara de Viseu. Fernando Ruas pensa como o padre António Vieira: “Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras”. Àqueles que veem os seus 72 anos como uma desvantagem, o economista responde que “não aceitaria este desafio se pensasse que a cidadania tinha idade”. Na sua opinião, para bem da

sociedade, devem-se “caldear as gerações, dar-lhe esse caráter intergeracional e ninguém está com dificuldade por ter mais esta ou aquela idade”. “Sinto-me fresquinho, caso contrário, não aceitaria um desafio como este”, diz, depois de contar que corre habitualmente sete quilómetros por dia. O desejo que tem para o concelho onde nasceu (na aldeia de Farminhão) é que continue a crescer e a atrair população, mantendo Viseu “como a maior cidade de interior”. Lembra que, quando iniciou o seu primeiro mandato, o concelho de Viseu tinha 82 mil habitantes e, quando saiu da Câmara, tinha 100 mil habitantes, o que considera “um bom prenúncio”. “Um cidadão viseense deve nascer aqui com dignidade, viver aqui com dignidade e também morrer aqui com dignidade”, afirma. Fernando Ruas conta que, mesmo quando estava no Parlamento Europeu, em Bruxelas, viajava todos os fins de semana para a sua casa no concelho que nunca lhe sai do coração. Se pudesse decidir o resultado das próximas eleições autárquicas,

escolheria 9-0, mas admite que tal não será possível. Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos). Quando venceu pela primeira vez as eleições autárquicas, em 1989, Fernando Ruas tirou o CDS do poder, mas ficou em maioria relativa, com 38,4% dos votos. “Isso não constituiu um problema, mas espero que, desta vez, os viseenses não me ponham nesta condição”, refere Fernando Ruas que, no seu percurso, também ocupou cargos partidários, como o de presidente da Mesa do Congresso do PSD.

Nas eleições autárquicas seguintes, o candidato aumentou as votações e conseguiu maiorias expressivas. A última vez que concorreu, em 2009, obteve 62,06% dos votos (sete mandatos). O PS, cuja lista foi encabeçada por Miguel Ginestal, teve 26,3% (dois mandatos). Em setembro de 2013, na última Assembleia Municipal de Viseu em que participou, o economista aproveitou para anunciar que deixaria um saldo orçamental para a gerência seguinte superior a 22 milhões de euros, que permitiria pagar quase toda a dívida de médio e longo prazo.


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Quinta-feira 17/06/2021

Coronel Fernando Figueiredo dá "o peito às balas” pela Iniciativa Liberal A carreira militar ocupou grande parte da vida de Fernando Figueiredo, que, nas próximas eleições autárquicas, entende ser o momento de “dar o peito às balas” em defesa do programa da Iniciativa Liberal (IL) em Viseu. Fernando Figueiredo é coronel de infantaria na reforma, depois de ter prestado serviço em muitas unidades e desempenhado várias missões do Exército português, destacando-se a função de comandante de uma força de 853 militares (o maior batalhão destacado nos últimos 47 anos para fora do território nacional) em Timor Leste, em 2001. A missão da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Iraque, onde adquiriu uma vasta experiência em consultadoria político-militar, o cargo de segundo comandante do Regimento de Infantaria 14 (Viseu) e várias medalhas e louvores nacionais e internacionais fazem também parte do currículo militar do coronel, de 59 anos. A sua maior motivação para esta nova fase da sua vida deriva precisamente da sua formação militar, com a ideia sempre presente de “servir os outros”. Fernando Figueiredo assume-

se como “um simples cidadão no ativo, amigo do seu amigo, inconformado com a injustiça social, intolerante com a incompetência, exigente com a vida, inimigo da corrupção”. Depois de uma presença ativa na sociedade civil e nas redes sociais e de, nas autárquicas de 2013, ter sido cabeça de lista à Assembleia Municipal de Viseu pelo CDSPP (como independente), integrou a IL e aceitou o desafio de liderar a candidatura à Câmara. “Vivo em Viseu há décadas, criei família aqui e é neste concelho que quero que muitos mais se fixem, sejam eles viseenses de nascimento ou de coração. Ou ambos”, afirma o candidato, que é natural do concelho de Gouveia (distrito da Guarda). Licenciado em Ciências Socioeconómicas, Culturais e Militares, Fernando Figueiredo entende que Viseu precisa de um programa liberal, “em contraste com políticas de excessivo poder e intervenção da autarquia”. Se for eleito, terá como principal preocupação “garantir as bases para o cumprimento do programa eleitoral, com uma transição suave, sempre que possível, em relação às políticas anteriores”.

“A primeira medida deveria ser do campo do alívio fiscal, por exemplo, pela redução da participação municipal no IRS de 4% para 2% ao longo do mandato, dando 2% do IRS dos cidadãos de volta às suas carteiras”, defende. Não está também descartada a ideia de “uma auditoria inicial, não como finalidade de responsabilização, mas como meta fiável de partida para uma governação transparente e responsável, como é apanágio ideológico da IL”. As bases do seu programa passam, acima de tudo, por “mais liberdade, em todas as suas dimensões”, seja económica, para possibilitar criar emprego e ter menos peso do Estado através da redução de imposto, seja política, para que haja transparência na gestão orçamental da autarquia e uma maior participação cívica em todas as instituições democráticas do poder local. O candidato fala também em mais liberdade social, por entender que “Viseu tem espaço para todos, independentemente da sua cor de pele, nacionalidade, orientação sexual ou género”. Atendendo à importância da oposição em qualquer democracia liberal, Fernando Figueiredo con-

sidera que um presidente de Câmara “deve esforçar-se por criar condições para o diálogo, cooperação e construção de consensos sobre determinadas matérias de interesse para a comunidade”. “Hoje é-se poder, amanhã pode ser-se oposição”, avisa. Fernando Figueiredo foi membro do Núcleo Distrital do Projeto Vida e do Centro Distrital de Operações de Proteção Civil de Viseu e da Guarda, fundador do Clube de Orientação de Viseu e colaborador da Comissão Organizadora dos Jogos Desportivos de Viseu. Também foi responsável pela Comissão de Segurança do

Mundial de Andebol em 2003, presidente da Associação de Andebol de Viseu (de 2004 a 2006) e membro dos corpos sociais da Associação de Ténis de Mesa do Distrito de Viseu (de 2012 a 2016). Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu em Viseu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos). A Iniciativa Liberal constituiu-se como partido no final de 2017, já depois das autárquicas. Concorreu pela primeira vez a eleições em 2019 (Parlamento Europeu, legislativas nacionais e legislativas regionais da Madeira).

João Azevedo (PS) acredita que afirmará concelho com "projeto diferente" Uma carreira dedicada às funções públicas e políticas, muito ligadas à resolução de problemas dos territórios, leva o socialista João Azevedo a acreditar que poderá vencer as autárquicas em Viseu e “afirmar o concelho com um projeto político diferente”. Encorajado pelo bom trabalho que considera ter feito na Câmara de Mangualde, o atual deputado da Assembleia da República, de 46 anos, acredita reunir as condições necessárias para afastar o PSD do poder. Entre 1997 e 2019, João Azevedo – que é formado em Educação Física e pós-graduado em Administração e Planificação da Educação – desempenhou funções como a de adjunto do governador civil de Viseu, e de assessor do grupo parlamentar do PS e do secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária. “Fiz um percurso degrau a degrau, aprendendo sempre com as pessoas com quem trabalhei”, sublinha o deputado, que tinha como

maior referência da sua vida pessoal e política Jorge Coelho, ministro de governos de António Guterres e que morreu em abril. Também no partido ocupou vários lugares, desde militante de base, até vice-presidente da mesa e presidente da concelhia de Mangualde e da Federação Distrital. Atualmente, é secretário nacional adjunto do PS. João Azevedo orgulha-se de, quer nas funções públicas, quer nas políticas, nunca ter saltado etapas e aponta como um dos momentos de maior reconhecimento o facto de ter sido eleito presidente do Conselho Regional do Centro. “Se não fosse o reconhecimento dos pares, não teria sido o presidente de um território mais pequeno [Mangualde] a ser eleito”, considera. O facto de também ter sido vogal do Turismo Centro de Portugal, vice-presidente da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões e da Associação Desenvolvi-

mento do Dão, e membro efetivo do Comité das Regiões na União Europeia permitiu-lhe acompanhar vários dossiês ligados ao desenvolvimento do território no país e na Europa. “Tive uma série de funções que me deram muita experiência política, profissional e pessoal”, sublinha. João Azevedo era presidente da Câmara de Mangualde desde 2009, tendo deixado o mandato a meio, em 2019, para assumir o cargo de deputado na Assembleia da República, ao qual se candidatou como cabeça de lista do PS no distrito de Viseu. Conta que herdou “uma Câmara completamente falida, descaracterizada, sem marca, sem força política”, mas que a sua equipa conseguiu “transformar Mangualde num concelho com marca e com força política”. “Quando deixei de ser autarca, e apesar da minha idade, era o autarca em exercício com mais anos de prática autárquica”,

afirma. Agora, o desafio é a capital de distrito, “um concelho com cerca de cem mil pessoas, muito forte em termos demográficos, que tem uma massa crítica muito forte”. “Portanto, temos de ter um autarca que seja o rebocador, que consiga puxar por esta terra de uma forma ágil, rápida, eficaz, educada. Que seja próximo de quem decide e que tenha a capacidade de poder explicar aos decisores políticos a nível nacional e internacional que este território tem todas estas características e que, portanto, tem de ter investimento”, sublinha. No seu entender, “isso só se faz com grande conhecimento dos dossiês e com humildade”. O candidato socialista entende que “os territórios não devem ser geridos por pessoas que acham que sozinhas resolvem os problemas” e, por isso, congratula-se por sempre ter tido “excelentes relações com quem esteve no Governo, sendo mais à direita ou mais

à esquerda”. Em Mangualde, João Azevedo foi derrotado nas autárquicas de 2005 e, por isso, já foi da oposição e do poder, sabendo bem “o que é estar de um lado e estar do outro”. “O vereador da oposição tem um papel determinante, porque faz com que o poder seja mais qualificado, esteja mais atento, mais preparado. Mas não quero ter esse ‘déjà vu’. Quero ser presidente da Câmara de Viseu para poder ajudar o território de Viseu”, acrescenta. No seu entender, “Viseu tem condições naturais para ser a grande referência deste território”, mas “politicamente desceu de divisão e tem de voltar à primeira divisão”. Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos).


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Quinta-feira 17/06/2021

Francisco Almeida (CDU), o inconformado que quer uma vida melhor para a população Inconformado com o “escandaloso abandono” a que o poder político tem votado o interior do país, o professor Francisco Almeida avança pela CDU nas próximas eleições autárquicas para lutar por uma vida melhor para quem vive em Viseu. “Gosto de Viseu e isso motivame a defender esta minha terra e todos os que nela vivem e trabalham”, afirma Francisco Almeida, de 62 anos, que deu a cara pelos movimentos contra as portagens nas autoestradas A25 e A24, e pela criação da universidade pública de Viseu. Natural do concelho de Vouzela, Francisco Almeida é professor do Ensino Básico especializado em Gestão e Administração Escolar e coordenador do Sindicato dos Professores da Região Centro no distrito de Viseu. A sua intervenção política iniciou-se logo após o 25 de Abril de 1974, tendo sido membro da direção da Associação de Estudantes da Secção Técnica de Vouzela da

Escola Industrial e Comercial de Viseu. “Nesta escola, fui também membro do conselho diretivo, quando, à época, os estudantes tinham participação na gestão das escolas. Creio que foi aí que iniciei a minha intervenção cívica e, de certa forma, política”, refere. O dirigente sindical não tem dúvidas de que os seus professores foram determinantes na sua formação política. Em 1983, tornouse militante do PCP, partido em que ocupa vários cargos, tendo já sido candidato a órgãos autárquicos nos concelhos de Vouzela e de Viseu. Francisco Almeida também já foi candidato em eleições legislativas pelo círculo eleitoral de Viseu, mas, agora, entendeu voltar a ser o momento de encabeçar a lista à Câmara da capital de distrito. “Não me conformo com uma gestão municipal que se limita a fazer esta ou aquela obra, mas não tem uma visão estratégica para o concelho de Viseu e, em simultâ-

neo, se conforma com o esquecimento a que o Terreiro do Paço nos vota”, afirma. O candidato comunista não aceita que os órgãos municipais “se fiquem por piedosas declarações sobre a falta do caminhode-ferro em Viseu” ou “a inércia relativamente à criação da universidade pública de Viseu”, e critica “a falta do matadouro ou o roubo que constituem as portagens nas duas autoestradas que servem as ligações regionais” do concelho (A25 e A24). “As potencialidades do concelho são muitas se vistas a partir também dos concelhos que nos rodeiam”, sublinha o porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24 e A23 e membro do conselho nacional e do secretariado nacional da FENPROF (Federação Nacional de Professores). Se for eleito, Francisco Almeida terá como principal preocupação “dialogar, ouvir e mobilizar vontades para que seja possível viver

melhor” em Viseu. “Creio que a Câmara e a Assembleia Municipal de Viseu devem reverter o processo de municipalização de áreas fundamentais como a saúde e a educação. O Governo do PS quer sacudir responsabilidades em áreas centrais da nossa vida”, considera. O candidato comunista sublinha que “a educação, a saúde e a segurança social ou a segurança pública são responsabilidade do Estado”. “É claro que o poder local deve ser parceiro nestas matérias, mas não deve assumir responsabilidades do poder central, nomeadamente do Governo”, defende. No que respeita a obras, Francisco Almeida entende que o concelho de Viseu precisa de algumas “de pequena dimensão”. Mas, além dessas obras, “faz falta uma visão estratégica que contribua para que se viva melhor”, como a ligação à ferrovia ou a requalificação da Estrada Nacional 229 (que liga ao Sátão).

Francisco Almeida defende ainda que é necessário “baixar o custo exagerado da água”, desenvolver um plano turístico que tenha em conta que Viseu está no centro de uma região que inclui termas em cinco concelhos e várias serras, e construir um metro de superfície que, numa primeira fase, ligue Viseu à região de Lafões. Para o professor, um presidente da Câmara deve dialogar, ouvir todas as opiniões e construir consensos, “promover o acesso de todos aos processos de suporte das decisões tomadas” e “assumir a diferença, quando for caso disso”. Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos). A CDU (PCP–PEV) conquistou 3,85% da votação.

Né (BE), ativista pelos direitos humanos e feminista, avança para nova luta Ativista pelos direitos humanos e feminista 24 horas por dia, Manuela Antunes, mais conhecida por Né, prepara-se agora para uma nova luta, ao encabeçar a lista do BE à Câmara de Viseu nas próximas eleições autárquicas. “Desde sempre me lembro de andar em campanhas ou lutas”, diz a professora de Educação Física, destacando a campanha de Maria de Lourdes Pintassilgo nas presidenciais de 1986 e a campanha nos referendos pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez, em 1998 e 2007. A rua tem sido um palco da sua vida política, seja em manifestações pelos direitos laborais, seja contra o racismo, a xenofobia ou a violência sobre as mulheres. Manuela Antunes integrou a Comissão Distrital de Viseu do BE e, em 2012/2013, exerceu funções de deputada municipal. Foi candidata nas eleições europeias de 2014 e candidata à Câmara de Viseu nas autárquicas de 2013. Atualmente, faz parte da Comissão Coordenadora Concelhia de Viseu do BE e é deputada na Assembleia de Freguesia de Viseu pelo mesmo partido, desde 2017. A paixão pela política surgiu

cedo, muito por ‘culpa’ dos debates políticos em que Acácio Barreiros participava como deputado da União Democrática Popular (UDP), em finais dos anos 1970. “Ele era muito emotivo e transmitia confiança. Apesar de na altura não perceber a dimensão do que estava a acontecer, foi isso que mais tarde (ainda adolescente) me fez ingressar na UDP, com o apoio incondicional dos camaradas Carlos Vieira e António Amaro”, conta à Lusa. Né recorda que “foi sempre um desafio constante ser diferente no pensamento, na atitude e no estilo de vida, tendo em conta o grande conservadorismo que se vivia em Viseu nas décadas de 80 e 90” do século XX. Durante os seus 54 anos, empenhou-se na sua atividade profissional – em 33 anos de serviço, é professora há 31 na Escola Básica Dr. Azeredo Perdigão -, cívica, desportiva, associativa, sindical, cultural e política. Tem um mestrado em Desporto e Atividade Física e uma pós-graduação em Teatro Aplicado. Agora, candidata-se novamente à Câmara de Viseu para “poder colaborar ativamente no

desenvolvimento e progresso” do seu concelho e “fazer a diferença com políticas sem favoritismos”. A candidata bloquista quer “tentar travar as maiorias absolutas que têm contribuído para o ‘quero, posso e mando’, que desvalorizam constantemente opiniões, vozes e contributos diferentes que poderiam ser uma mais-valia para melhorar a vida das pessoas”. Desenvolver “um programa de verdadeira justiça social” seria uma das suas prioridades, apostando numa tarifa social automática da água, na promoção de habitação com custos controlados e acessíveis, e nos transportes locais gratuitos. “Viver em Viseu com qualidade de vida não é para toda a gente, tendo em conta os preços assustadores da habitação e a falta de transportes que permitam a mobilidade dentro do concelho”, considera. No seu entender, um presidente de Câmara deve ter “uma postura aberta, colaborativa” perante a oposição e “nunca fechar portas a opiniões diferentes”. “Deve mesmo tentar no limite que essa colaboração produza pro-

postas comuns e consensuais. Pode parecer uma utopia, mas acredito que, se todos os partidos colocassem em primeiro lugar as pessoas e as suas necessidades, teríamos mesmo o melhor concelho para viver”, sublinha. O dia-a-dia de Né vai muito além da sua vida política, mantendo outras duas grandes paixões: o desporto e o teatro. Na sua longa carreira desportiva, passou por vários clubes, quer como atleta, quer como treinadora de andebol. Orgulha-se de ter dado o “pontapé de saída” da primeira equipa de futebol feminino em Viseu e de ter sido a primeira mulher árbitra nos

quadros nacionais da Federação Portuguesa de Andebol. Tem participado ativamente em vários projetos com a comunidade, promovidos, por exemplo, pelo Teatro Viriato, pela Zunzum e pelos Jardins Efémeros, e é atriz dos grupos OFF e Molhe de Grelos. Manuela Antunes foi também presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Viseu entre 2008 e 2013. Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos). O BE foi a quarta força mais votada, com 4,79% dos votos.


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Viseu 6

Quinta-feira 17/06/2021

Coronel Pedro Calheiros (Chega) quer pôr Câmara a servir os cidadãos O regulamento militar que regeu boa parte da vida de Pedro Calheiros impediu-o de ser politicamente ativo, mas agora, na situação de reformado, o coronel de cavalaria da GNR quer pôr a Câmara de Viseu a servir os cidadãos. O candidato do Chega, de 63 anos, serviu em Braga, Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Viana do Castelo, Évora, São João da Madeira, Portalegre, Viseu, Figueira da Foz, Angola e GuinéBissau, tendo exercido funções de comando. Natural do concelho de Tondela, Pedro Calheiros reside em Viseu desde 1987 e aceitou ser o candidato à Câmara da capital de distrito em sobreposição com as tarefas de angariação de candidatos para as listas autárquicas a nível distrital. Responder ao desafio proposto de mudar um alargado conjunto de procedimentos, “de forma a pôr o município a servir os seus cidadãos, a tratá-los de forma igual

e transversal, e a ajudar a superar os constrangimentos sentidos pelos mais suscetíveis” são as suas motivações para esta candidatura. Pedro Calheiros tornou-se politicamente ativo em 1974, “afirmando a direita como opção política, ao arrepio perigoso da loucura vermelha que se experimentou até ao 25 de Novembro”, recorda. Entre 1979 e 2017, o tempo foi de “repouso político obrigatório por imperativo legal” e, em junho de 2020, tornou-se militante do Chega, sendo um dos dois vicepresidentes da distrital de Viseu. Se for eleito nas próximas eleições autárquicas, Pedro Calheiros – que se apresenta com o lema “Servir de Mãos Limpas” promete “dar contas aos munícipes da forma como se gastam os seus dinheiros alocados ao município”. “A primeira medida seria cumprimentar aqueles que votaram no nosso projeto, asse-

verar-lhes que o destino é longe, a bitola de comportamentos apertada, a disciplina exigida, o rigor vertical, os deveres horizontais e o esforço recompensado”, sublinha. O coronel de cavalaria diz que não abdica de ser honesto, escorreito de procedimentos e de “fazer uma limpeza de tudo o que está mal”. “Tem de haver quem faça de uma forma criteriosa, e sobretudo, justa, a inspeção dos gastos, porque isto de pegar no dinheiro público, gastar a torto e a esmo, não havendo mais do que o critério de uma ou duas pessoas que dizem que deve ser assim ou assado, não serve a ninguém”, defende. O seu programa é um documento aberto, um plano de intenções que será cumprido “na exata medida das possibilidades materiais e humanas” e “sempre na observação do que é prioritário”. O coronel promete também que este plano será cumprido sem

“quaisquer contrapartidas de caráter político-partidário e a pensar nos cidadãos”. As medidas de caráter social e de segurança, a gestão autárquica e o património, a educação, a cultura e o desporto, a economia, o ambiente e o turismo são os pilares do programa do Chega. O partido pretende “arrancar com uma equipa local, multidisciplinar, sem vícios políticos e motivada para melhor e mais adequadamente servir a todos”, e “romper com todas as ligações in terpartidárias e dos seus aparelhos, as suas servidões, os seus compromissos internos solúveis, os favores a receber ou a pagar”. Questionado sobre a postura que deve ter um presidente de Câmara perante a oposição, Pedro Calheiros atira: “Deve ser diametralmente oposta ao que todos os dias se vê em relação à forma como os partidos tratam o Chega”. “É que assim matam a democracia. A tal de um país que se diz

democrático, mas em que mais de metade dos cidadãos não vota. É assim uma coisa como ser estudante e não ir às aulas”, considera. Além dos 36 anos de serviço público, o coronel de cavalaria da GNR exerceu vários cargos e funções na sociedade, como, por exemplo, vogal do Conselho Jurisdicional da Federação Portuguesa de Tiro e membro dos Conselhos Consultivos do Instituto Superior Politécnico de Viseu e do Instituto Superior de Ciências Educativas. É mestre da Ordem Soberana dos Cavaleiros de Santo Urbano e São Vicente e tem no seu currículo 34 títulos de campeão nacional de tiro de pistola (individualmente e por equipas). Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos). A constituição do Chega como partido só foi formalizada em 2019.

Bloco de Esquerda pede intervenção do Governo para travar abate de árvores em Viseu O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre o abate de árvores na Mata do Fontelo e apela à sua intervenção e da Câmara Municipal de Viseu para “parar a destruição” do pulmão da cidade. “O Bloco de Esquerda defende a imediata intervenção do Governo e da Câmara Municipal de Viseu para parar a destruição da área em questão, usando todos os meios administrativos e legais ao seu dispor para o fazer”, de acordo com o documento entregue na Assembleia da República, subscrito pelos deputados Maria Manuel Rola e Nelson Peralta. Esta intervenção, defendem os parlamentares, deve ser feita “através da inclusão deste espaço na gestão pública e de uma urgente alteração do PDM [Plano Diretor Municipal], que prevê, dentro do que ainda é zona natural, construção”. Segundo uma nota de imprensa, o documento enviado à Assembleia da República pelo Bloco de Esquerda (BE) questiona ainda o Governo se “tem conhecimento desta situação e se tem intenção de interceder junto da Câmara Municipal de Viseu para que esta atue no sentido de parar a destruição da Mata do Fontelo”. “Que medidas vai o Governo tomar para preservar a Mata do Fontelo? A Mata do Fontelo é uma

área classificada? Se não, considera o Governo vir a classificar a Mata?”, questionam os dois deputados. Em causa, estão, segundo o Bloco de Esquerda, o “abate de centenas de árvores, na sua esmagadora maioria carvalhos, independentemente da idade e da sua função em todo o ecossistema da Mata do Fontelo, uma área de exuberante vegetação com origem secular, na cidade” de Viseu. “Os cortes estão a ser efetuados em terreno privado que o município nunca protegeu, não os incluindo na gestão municipal. Pelo contrário, existem planos que preveem a urbanização daquele espaço”, apontam os deputados. O documento refere que o BE “tem defendido a inclusão da referida quinta na gestão de toda a Mata do Fontelo, de forma a preservar a dinâmica ecológica do espaço e a garantir a preservação de espécies que ali deviam ter um santuário protegido da expansão do betão”. “Habitam neste ecossistema – que não tem fronteira entre o que já é público e o que ainda é privado – o ouriço-cacheiro, o esquilo, o pica-pau malhado e muitas outras espécies, das quais destacamos a vaca-loura: o maior escaravelho da Europa, classificada como “Quase ameaçada” pela UICN – União In-

ternacional para a Conservação da Natureza”, enumeram. Segundo o BE, a vaca-loura “depende precisamente das árvores de folha caduca, principalmente das mais antigas, como os carvalhos abatidos” e “o período de “incubação” das suas larvas pode durar até sete anos, incompatível com o abate a que se assiste neste momento”. “Só na parte de gestão pública, foram identificadas 37 espécies, 13

das quais autóctones. As mais representadas são o carvalho (Quercus robur), com 1.850 exemplares, o loureiro (Laurus Nobilis), com 1.614, e o medronheiro (Arbutus Unedo) com 1.315”, contabiliza o documento. “Em cada 10 mil metros quadrados, existem 441 árvores ou arbustos”, sendo que “a área que agora está a ser devastada era, segundo observação de imagens de satélite, mais densa que a pública,

sendo um verdadeiro local de preservação ecológica na cidade de Viseu”, acrescenta o BE. “Urge classificar o Fontelo, não só no património construído, mas também no património natural, transformando-o numa zona protegida. Para que este não fique à disposição das vontades diversas de quem passa pela autarquia”, defendem ainda os deputados bloquistas no documento.


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Saúde 7

Quinta-feira 17/06/2021

Cardiologistas abordam técnicas de intervenção coronária percutânea em bifurcações A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai promover a iniciativa formativa Day at the CathLab (D@CL), sobre a temática “Intervenção coronária percutânea em bifurcações. Quanto mais simples melhor?”, no próximo dia 18 de junho, no Laboratório de Hemodinâmica do Hospital de São Teotónio / Centro Hospitalar Tondela-Viseu. O objetivo é a troca de conhecimento e de experiências, de forma a manter os cardiologistas de intervenção atualizados e a par das diferentes soluções para resolver os casos mais desafiantes. “As estenoses em bifurcações coronárias têm sido, desde há muito tempo, um desafio para os cardiologistas de intervenção. Prova disso mesmo são as múltiplas técnicas que foram desenvolvidas para realizar as angioplastias com esta localização. Muito se tem tentado fazer de forma a obter os melhores resultados em termos de mortalidade, bem como de morbilidade. Apesar de todas essas técnicas o foco atual é o de fazer tudo da forma mais simples - “provisional stent”. Contudo, há situações em que não existe essa possibilidade, desta forma, o hemodinamista deve estar a par das diferentes soluções disponíveis para

resolver casos clínicos mais desafiantes”, afirma Luís Nunes, coordenador do Laboratório de Hemodinâmica do Hospital de São Teotónio. E refere: “As maiores inovações nesta área passam pelo material que usamos e não tanto pela técnica que realizamos. De facto, com os atuais stents com fármaco de segunda geração, com o uso cada vez maior da imagem intra-coronária (IVUS e OCT) e com o estudo funcional (FFR, iFR e rFR) conseguimos simplificar os processos, otimizar procedimentos e chegarmos onde há uns anos não imaginávamos chegar.” Carlos Braga, cardiologista de intervenção e responsável pela iniciativa D@CL da APIC refere: “A doença coronária envolve frequentemente regiões de bifurcação e as estratégias de intervenção percutânea são variáveis, desde as mais simples às mais complexas. A abordagem percutânea das bifurcações tem evoluído nos últimos anos, requer um planeamento dinâmico e um conhecimento aprofundado de várias técnicas. Este tema foi escolhido em conjunto com o Laboratório de Hemodinâmica do Hospital de São Teotónio, que tem uma experiência de mais de duas décadas no tratamento percutâ-

neo da doença coronária.” De acordo com o responsável pela iniciativa, “o D@CL pretende promover ações de formação práticas e dinâmicas, com o objetivo de adquirir ou partilhar conhecimento em procedimentos inovadores e complexos. É uma iniciativa que também permite aos cardiologistas de intervenção conhecerem o dia-a-dia de um laboratório de hemodinâmica do país, num ambiente informal, hands on e de proximidade.” O Laboratório de Hemodinâmica do Hospital de São Teotónio realiza anualmente cerca de 450 angioplastias sendo que 20% envolvem bifurcações, incluindo tronco não protegido que, pela sua especificidade, deve ser abordado como entidade autónoma. Criado em 1998, o laboratório é coordenado por Luís Nunes, desde 2017, e conta com a colaboração de mais dois cardiologistas de intervenção, Pedro Ferreira e Bruno Marmelo. O laboratório tem como foco, em termos de intervenção, a doença coronária e dá apoio não só aos doentes do distrito de Viseu, mas também aos doentes coronários dos distritos da Guarda e Co-vilhã, em especial às síndromes coronárias agudas.

Dou Mais Tempo à Vida Juntos Venceremos o Cancro” mobiliza comunidade de São Pedro do Sul A iniciativa visa, mais uma vez, a promoção de estilos de vida saudáveis, sobretudo a de exercício físico. Em São Pedro do Sul, a campanha solidária, promove a caminhada no próximo dia 27 de junho (domingo), que se pode realizar em horário e percursos livres, de forma individual ou em pequenos grupos. "Dou Mais Tempo à Vida – Juntos Venceremos o Cancro" (DMTV) é o lema da campanha solidária, que tem a promoção de estilos de vida saudáveis, sobretudo da prática de exercício físico, como principal objetivo, a decorrer em toda a Região Centro do país. A iniciativa, do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC.NRC) está a decorrer nos 78 Grupos de Voluntariado Comunitário e vem substituir as habituais caminhadas solidárias na comunidade, pela prática de exercício físico de forma individual ou em pequenos grupos, realizada em horário e percursos livres. Em São Pedro do Sul a campanha solidária DMTV é assinalada com mais uma caminhada, no próximo dia 27 de

junho (domingo), que se pode realizar em horário e percursos livres, de forma individual ou em pequenos grupos. A atividade respeitará as recomendações da Direção-Geral da Saúde e as normas legais sobre a prevenção da Covid-19. De salientar que os participantes são também convidados pela LPCC.NRC a produzir e partilhar pequenos vídeos ou fotografias, exibindo a t-shirt "Dou Mais Tempo à Vida” e a atividade física realizada. Os registos deverão ser enviados para o Núcleo Regional do Centro da LPCC, para posterior partilha online. As inscrições, com o valor de 5 euros, deverão ser feitas através dos voluntários do Grupo de Voluntariado Comunitário de São Pedro do Sul. O valor angariado no âmbito desta iniciativa irá reverter integralmente a favor da LPCC.NRC, para o apoio ao doente oncológico e sua família. O projeto DMTV decorre na Região Centro até setembro, e visa, ainda, a promoção da educação para a saúde, assim como a divulgação das iniciativas e dos serviços da LPCC de apoio ao doente oncológico e à família. Mais in-

formações sobre a iniciativa disponíveis juntos dos Voluntários da Liga. A participação nesta iniciativa implica o cumprimento de todas as orientações das Autoridades de Saúde, nomeadamente as relativas à desinfeção das mãos, utilização de máscara e de distanciamento físico.

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Mais de oitenta praias fluviais do Centro podem receber cerca de 30 mil pessoas Oitenta e cinco praias fluviais localizadas maioritariamente em municípios do interior Centro poderão esta época balnear receber um limite máximo de cerca de 30 mil pessoas, de acordo com legislação publicada em Diário da República (DR). Segundo um despacho assinado pelo vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, relativo à ocupação potencial das praias na época balnear de 2021, 85 espaços de águas fluviais localizados em 35 municípios de seis distritos (Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu) poderão receber um máximo de 30.630 utentes. A esmagadora maioria, cerca de 78% (66 no total), corresponde a pequenas praias fluviais, cuja lotação varia entre as 20 pessoas (Foz de Égua e Piódão, no concelho

se tratar de locais “onde não é assegurada a presença de nadadores-salvadores”, justifica o despacho da APA. Deste lote, de acordo com o mesmo documento, constam cinco grandes praias fluviais: Vale do Rossim, em Gouveia, que tem uma capacidade de ocupação potencial de 1.300 pessoas, Cambas (Oleiros), com uma lotação de 1.100 utentes, duas praias no município de Seia (Sandomil e Vila

Cova à Coelheira, com 770 e 640 lugares, respetivamente) e Senhora da Ribeira, em Santa Comba Dão, com 630. O despacho justifica a definição da capacidade potencial de ocupação das praias “para garantir a segurança dos utentes e a proteção da saúde pública, tendo em consideração a área útil das zonas destinadas ao uso balnear, e uma área de segurança mínima por utente”.

Sandomil de Arganil, e Carriça, em Oliveira de Frades) e as 440 pessoas (Açude do Pinto, em Oleiros). De entre as 19 praias fluviais de grandes dimensões, a que possui maior capacidade potencial de utentes (3.500) localiza-se em Va-

lhelhas, no concelho da Guarda, seguida da nova praia fluvial do Rebolim, em Coimbra, com 2.000 lugares de lotação máxima. Do total de 85 praias fluviais da região Centro, 32 não são qualificadas como praias de banhos, por

Senhora da Ribeira

Município de Lamego oferece Concerto de Abertura do Ano Xacobeo A Sé Catedral de Lamego vai acolher o Concerto de Abertura das Celebrações do Ano Xacobeo pelo projeto "Eventos com Arte". O espetáculo musical é oferecido

pelo Município de Lamego no próximo dia 19 de junho, sábado, pelas 21 horas, e insere-se na promoção da temática dos caminhos de Santiago neste território. A en-

trada é livre, com acesso limitado à lotação do espaço. O Concerto de Abertura das Celebrações do Ano Xacobeo insere-se na iniciativa "Redes de

Património e Caminhos em Ano Xacobeo", financiada em 99,27% pelo FEDER, que reúne as autarquias de Lamego e Matosinhos, a Associação Monasterium (Leça do

Balio) e a ANCIMA (Associação para a Animação da Cidade de Matosinhos).


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