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Semanário independente e regionalista / director e fundador: fernando de abreu anO Xlii - nº 2118 - Quinta-feira 18 de agosto de 2016 - Preço: 0,60 Eur. - iVa incluído
Câmara dE ViSEU rEfOrça SiStEma dE limPEza Urbana
lUSitanO dE VildEmOinHOS, ClUbE bairriSta trambElO CElEbra COmEmOraçÕES dE CEntEnÁriO da fUndaçÃO
a Câmara municipal de Viseu aprovou, na sua reunião de Câmara, por unanimidade, a entrega da totalidade da operação de recolha e transporte de lixos (resíduos sólidos urbanos) à associação de municípios da região do Planalto beirão.
Viseu com 30 174 beneficiários da tarifa social de eletricidade Os consumidores economicamente vulneráveis têm agora acesso automático às tarifas sociais de eletricidade e gás natural. Estes descontos representam cerca de 33,8% na eletricidade e cerca de 31,2% no gás natural e resultam de despachos do Secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches Pág 3
União Europeia apoia Portugal com assistência de emergência no combate aos incêndios florestais Em resposta imediata ao pedido de assistência, a UE mobilizou através deste mecanismo um plano de combate a incêndios, gerido por Itália como parte da "capacidade tampão" da UE, desenvolvido para apoiar os recursos nacionais quando requerido.
Gloriosamente, o lusitano de Vildemoinhos está a comemorar festiva e desportivamente o centenário da data da fundação. trabalho profícuo e árduo levado a cabo, ao longo destes anos, nos diversos escalões das modalidades do futebol e atletismo no que respeita à competição, na conquista de títulos regionais e nacionais, mas também na demonstração e preparação no que respeita à formação de jovens, tudo correspondido por um público bairrista e ímpar, nas claques formadas pelos adeptos e simpatizantes trambelos. Págs 6 e 7
“Passar um sentimento de felicidade é o desafio principal”
“Gosto de subverter”
Pags 4 e 5
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2 Opinião
Quinta-feira 18/08/2016
dESGraçaS Em dirEtO… Por Celso neto
18 agosto 2016 quinta-feira
Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras SEDE: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Redação: Telefone: 232 087 050 e-mail:geral@noticiasdeviseu.com Publiciciade Telemóvel: 968 072 909 publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela Lourenço de Abreu - Gerentes COLABORADORES Sofia Meneses Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Fernando José Ribas de Sousa Celso Neto Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Pedro Gomes de Almeida Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa São Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Pau (França) - Laurinda Ribeiro Gabande (Espanha) - Enric Ribera TIRAGEM Mês de março 30.000 exemplares Dec. Lei 645/76 de 30/7 ÍNDICE DESTA EDIÇÃO Opinião .................................. ...............2 Destaque..........................................4 e 5 Reportagem ................................ .6 e 7 Viseu ...................................................3 Saúde................................ ....................9 Diversos ..........................................10.11 Publicidade.........................................12
Embora considere que os incêndios florestais “servem” muitos e diversificados interesses “ocultos”, não tenho dúvida de que muitos deles são obra de pirómanos e de portadores de outras “doenças modernas” que, quase impunemente, ateiam fogos, com as consequências de todos conhecidas, muito graves e preocupantes, infelizmente! Os piromaníacos sentem certamente um grande prazer ao ver em direto na TV o “espetáculo” que eles próprios produziram, acompanhado das “desgraças em direto” que os repórteres proporcionam. Ver um fogo de grande dimensão há de ser algo que lhes provoca ”orgasmos mentais”. Sentir o realce e a importância que é dada ao seu ato criminoso há de (digo eu) motivá-los para criação de “cenários cada vez mais apocalíticos”. Considero vergonhosa e degradante a atuação das nossas televisões. O péssimo serviço que prestam, a que alguns chamam direito de informação, mas eu prefiro chamar ABERRAÇÃO, apenas e só serve para motivar os “artistas do fogo posto” Sinto náuseas e revolta quando as vejo ocupar horários nobres para transmitirem em direto a “maior desgraça”, para deleite de um povo ávido de espetacularidade, venha ela donde vier! Foram muito poucos os que se opuseram à criminosa extinção de tudo o que constituía vigilância florestal (primeiros os guardas e depois os serviços) para ceder ao lobby do combate aos fogos. Os “diretos” dos fogos florestais são um precioso meio de reforçar o lobby do combate aos incêndios, porque mostram claramente a pequenez do cidadão comum, perante esses “arautos do bem” que nos livram de uma tragédia ainda pior. Omitindo as vantagens e os benefícios da prevenção, a existência do lobby é imprescindível! É o lobby que decide quanto vai ganhar, com a preciosa ajuda dos incendiários, muitos dos quais (estou convencido) motivados pelas reportagens degradantes das televisões. Senhores políticos: Não há quem ponha mão nesta merda? O que andais a fazer há tantos anos? Por que é que Portugal é de longe (segundo um estudo da união europeia) o País que mais arde? E já agora…Por que é que os meritíssimos juízes não condenam os incendiários ao ”internamento” nos meses de verão?
Coisas & loisas iV
O Camarada Moreira Por Álvaro de meneses Pouca gente, em Viseu, se lembra dele. Todavia, o Sr. Moreira foi canteiro dos de maior arte que por aqui passou. Devem-se-lhe as magníficas colunas do edifício do Lactário-Creche, belíssima construção de granito, localizado na Rua Alferes Maldonado, entre o Cruzeiro e S. Miguel. Chamavam-lhe “camarada” porque militara no Partido Comunista, ou coisa parecida, muito antes ainda de se falar em Álvaro Cunhal. Fora um revolucionário e, até, bombista! A falange do polegar direito fora-se-lhe, dizia ele, levada pelo estoiro inesperado de uma bomba. Quem o conhecesse punha, porém, sérias dúvidas aos seus instintos de bombista, pois que amigo Moreira possuía um coração de ouro, grande e sensível como poucos. Ele é que gostava de “regar” um bocado… Vivia com a Srª. Isaura, lá para os lados da Aguieira, e haviam adoptado um rapazito, como filho. Chamava-lhe “o meu polícia”, porque o miúdo não o largava. O casal viria a “casar-se pela Igreja”, devido à católica interferência da minha prima D. Maria do Amparo. A Srª. Isaura cozinhava umas caldeiradas de alto lá com o chapéu! Quando mestre Moreira andou a trabalhar em S. Miguel, nas colunas da varanda que dá para a Mata, sempre que havia caldeirada ao almoço, trazido em cesto de vimes e envolto em branca toalha de linho pela consorte do pedreiro, lá estava eu caído, a fazer-lhes activa companhia no repasto. Nessa altura, por influência do Dr. Vasco Santa Rita, nosso vizinho da casa que faz esquina entre as ruas do Gonçalinho e das Bocas, o Camarada Moreira “virara” nacional-sindicalista, pertencendo ao grupo “camisas azuis” de Rolão Preto. Um homem pode mudar de “pinsamento”, não é verdade?... Queixava-se o Moreira de meu primo António, da Casa do Cruzeiro, ao qual por ser gorducho, alcunhou de “pneu ballon”. Anticomunista-primário, o António detestava o revolucionário, ateu e bombista Moreira. Armava-se de fisga e bolotas, escondia-se atrás do muro da quinta da Srª. D. Maria do Céu Mendes e lá ia boletada certeira para o rabo do mestre canteiro, entregue ao seu lavor de cinzel e pico nas obras do Lactário. A mim, ensinou-me o Camarada Moreira a erguer o braço com a mão fechada, na saudação bolchevista. Minha Mãe não gostou nada da gracinha: Ó Sr. Moreira, o que foi ensinar ao menino!... Não me recordo de quando o Moreira, a Srª. Isaura e “o Polícia” deixaram Viseu e foram fixar-se em Lamego, montando ali uma tinturaria. Só o tornei a ver, depois do “25 de Abril”, numa sessão de esclarecimento, realizada no Pavilhão Gimno-Desportivo do Fontelo, promovida pelo Partido Comunista. Eu ia a todas… Não se lembrava de mim, mas eu matei-o logo e dei-me a conhecer. - O Alvarinho por aqui! – exclamou, contente mas surpreendido – Ai, se a Mãezinha fosse viva?... - Deixe lá, Sr. Moreira, que as ideias não se pegam. Não me vai fazer a continência comunista que me ensinou quando eu era criança… Ainda será vivo? (Texto publicado no Notícias de Viseu, em 20 de setembro de 1995)
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Viseu 3
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Viseu com 30 174 beneficiários da tarifa social de eletricidade Os consumidores economicamente vulneráveis têm agora acesso automático às tarifas sociais de eletricidade e gás natural. Estes descontos representam cerca de 33,8% na eletricidade e cerca de 31,2% no gás natural e resultam de despachos do Secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches. No distrito de Viseu existem atualmente 30 174 beneficiários da tarifa social de energia elétrica. O concelho com maior representatividade é Viseu com 6 574 beneficiários, ao passo que Penedono detém 320 beneficiários, o menor número de con-
sumidores nestas condições. O impacto do automatismo da tarifa social de energia elétrica, que entrou oficialmente em vigor a 1 de julho, ganha visibilidade para a maioria dos beneficiários, a partir de Agosto, com a chegada das primeiras faturas. Este benefício, consagrado na legislação desde 2010, constitui um instrumento de justiça social que visa proteger os interesses dos clientes economicamente vulneráveis. Encontram-se assim abrangidos os clientes individuais que integrem um agregado familiar, cujo rendimento total anual seja igual ou
inferior a 5.808 euros, acrescido de 50% por cada elemento adicional, até um máximo de 10 pessoas ou beneficiários de prestações sociais. Até à entrada em vigor do atual Orçamento de Estado, o modelo inicial da tarifa social obrigava os potenciais candidatos a dirigirse aos comercializadores de eletricidade para obterem este benefício. Uma solução que se revelou ineficaz, tendo o Governo optado por assegurar o seu automatismo, através do cruzamento de informação entre comercializadores, Direção-Geral de Energia e Geologia, Segurança Social e Autoridade
Tributária. No âmbito deste processo poderão, no entanto, surgir algumas inconformidades nos sistemas recentemente implementados e conduzir a necessidades de ajustamento e correção. Para os consumidores que forem notificados pelos comercializadores de eletricidade, de que perderam as condições de acesso à tarifa social, a Direção Geral de Energia e Geologia assegura a reposição deste benefício, caso esta alteração se tenha verificado por erro informático da parte do fornecedor de energia.
Subsídio de férias: apenas 15% dos portugueses o utiliza na totalidade para as férias A maior parte usa o subsídio para aumentar a poupança e para a época do regresso às aulas Entre os portugueses que não utilizam a totalidade do subsídio de férias com as próprias férias, uma parte significativa reserva o dinheiro para poupanças (28%) e para a época do regresso às aulas (19%). De acordo com o Observador Cetelem, que analisou as intenções de consumo dos portugueses para os próximos meses, há também 13% dos inquiridos que recorrem ao subsídio de férias para a compra de vestuário (14%) e para o pagamento de impostos (13%). «Se pensarmos nos custos associados ao regresso às aulas, nomeadamente a compra de livros, material escolar e vestuário, faz todo o sentido que quem tem filhos
guarde parte do seu subsídio de férias para enfrentar estas despesas, que podem realmente fazer diferença no orçamento familiar. Para muitos portugueses, o subsí-
dio de férias é também uma forma de fortalecer as suas poupanças», refere Diogo Lopes Pereira, diretor de Marketing do Cetelem. Para além das categorias de
poupanças, regresso às aulas, vestuário e pagamento de impostos, há ainda quem utilize o que resta do subsídio para despesas do diaa-dia (5%); amortização de créditos (5%); obras (4%) e compra de eletrodomésticos e imobiliário (1% para ambos os casos). No total, 57% dos portugueses usam o subsídio de férias com gastos relacionados com as férias. Destes, 15% utilizam-no na totalidade, 30% utilizam uma parte significativa e 12% utilizam apenas uma pequena parte. Há ainda um número significativo de portugueses (28%) que referem não receber subsídio de férias. Ainda de acordo com o estudo, quem viaja para o estrangeiro tem mais tendência para gastar a totalidade do subsídio de férias (44%),
comparativamente com 26% dos que o gastam na totalidade fazendo férias em Portugal. A maioria dos que preferem férias em território nacional (40%) gasta uma parte significativa do subsídio, embora não a totalidade. Este estudo tem por base uma amostra representativa de 600 indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os géneros e com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, aos quais foi aplicado um questionário estruturado de perguntas fechadas. O inquérito foi aplicado em colaboração com a empresa de estudos de mercado Nielsen, entre os dias 13 e 18 de maio, apresentando um erro máximo de +4,0 para um intervalo de confiança de 95%.
União Europeia apoia Portugal com assistência de emergência no combate aos incêndios florestais Portugal ativou o Mecanismo de Proteção Civil da UE para impedir o avanço de fogos florestais em diversos pontos do país. Em resposta imediata ao pedido de assistência, a UE mobilizou através deste mecanismo um plano de combate a incêndios, gerido por Itália como parte da "capacidade tampão" da UE, desenvolvido para apoiar os recursos nacionais quando requerido. Acrescem-se duas aeronaves de
combate aos fogos provenientes de Espanha. O Centro de Coordenação de Resposta de Emergência (CCRE), da Comissão Europeia, ativo na monitorização de incêndios florestais, encontra-se em contacto com as autoridades de proteção civil dos países que fazem partes deste mecanismo. «A UE apresenta-se solidária com Portugal no auxílio ao combate aos fogos no país. Encon-
tramo-nos em contacto contínuo com as autoridades nacionais de diferentes Estados integrados no Mecanismo de Proteção Civil da UE para coordenar a resposta. Os nossos pensamentos estão com aqueles que foram afetados e com os que responderam em primeiro lugar, que se encontram a fazer o seu melhor no combate às chamas», declarou Christos Stylianides, Comissário Europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão
de Crises. O CCRE recorre a serviços de monitorização nacionais, dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) e imagens de satélite para providenciar uma visão mais alargada da situação europeia. O Mecanismo de Proteção Civil da UE foi ativado pela última vez por Portugal em agosto de 2013. Este mecanismo facilita a cooperação em resposta a desastres
entre 34 Estados europeus (os 28 Estados‑Membros, Antiga República jugoslava da Macedónia, Islândia, Montenegro, Noruega, Sérvia e Turquia). Quando ativado, o Mecanismo coordena o fornecimento de assistência dentro e fora da União Europeia, passando a gestão do mesmo pela Comissão Europeia, através do CCRE.
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4 Entrevista
Quinta-feira 18/08/2016
LUíS CLARA GOMES - MOULLINEX
“Passar um sentimento de felicidade é o desafio principal” moullinex foi o primeiro artista a subir ao palco da feira de S. mateus, na noite de abertura do certame, dia 5 de agosto de 2016. depois de levar Elsewhere, seu último disco, a outros lugares do mundo - digressão documentada no vídeo “a dream Journal” produzido pela red bull -, luís Clara Gomes regressa à terra natal, para um concerto único. foguetes no ar e Viseu a seus pés (avós incluídos…). Cientista de formação, gosta de questionar, descobrir, experimentar e subverter. Criar felicidade é o desafio a que se propõe. Com muita música, muitas remisturas, muito público e, também,… muitos ananases.
disso, como um parto natural? - Sim, nasce em Aveiro, onde estava a estudar Engenharia de Computadores e Telemática. Durante os anos finais do curso e no processo do Mecanismo Divino, já estava fazer algumas remisturas de músicas de que eu gostava, para poder tocar como DJ. Músicas que fossem mais dançáveis, com uma estrutura mais quadrada. Fiz misturas não oficiais de muita gente, até que contactei os Vicious Five, uma banda portuguesa, para me autorizarem a fazer a remistura de uma música deles, de que eu gostava muito. Quem estava do outro lado a responder eram o Xinobi e o Nuno Cardoso, com quem mais tarde formaria a editora Discotexas. Acabou por haver um intercâmbio. O nome Moullinex surgiu no contexto destas remisturas e eu comecei a ter muita atenção nos blogs. Tudo muito orgânico, nunca enviei a minha música a editoras, nem nada que se parecesse, mas as pessoas que gostavam delas punham-nas online, em blogs. Tudo isto cresceu organicamente, começaram a chamar-me para tocar aqui ou em Lisboa e também fora de Portugal. Apercebi-me de que havia gente disposta a levar-me aqui e ali para tocar a minha música e pensei: se calhar está na altura de levar isto mais a sério.
- atuar em Viseu, na abertura da feira de S. mateus, teve, para ti, algum significado especial? - Sim, foi muito significativo. Foime dito pela organização que, pela primeira vez, um artista da casa iria abrir a Feira, o que para mim foi uma honra e uma grande responsabilidade. A Feira de S. Mateus diz-me muito, desde a infância, porque ia lá muitas vezes com os meus pais e, depois, mais tarde, ia lá sozinho ou com amigos. A Feira tem um lugar importante na minha memória. Por isso, fazer um concerto, subir àquele palco e poder mostrar a minha música foi especial, claro. - isto, apesar de já teres corrido uma boa parte do mundo em concertos… - É verdade, tenho tido o privilégio de poder viajar com a minha música, de a poder mostrar a diferentes pessoas e, felizmente, tenho tido público em todo o mundo. Mas, ainda assim, este concerto foi um dos mais importantes e especiais. É um palco em casa, os meus avós estavam a ver-me, foi a primeira vez que isso aconteceu. - Portanto, mais nervos e responsabilidade? - Exatamente, mais ainda do que, por exemplo, no Coliseu dos Recreios. Já toquei lá, no contexto de um festival, é um dos palcos em que eu mais sonhava tocar em Portugal, como é óbvio, mas, aqui em Viseu, ainda estive mais nervoso. Viseu é uma terra que acarinha os seus artistas ou que os esquece?
Que os esquece. Gostava de dizer que os acarinha, mas não. Quer dizer, o carinho que eu sinto dos viseenses tem sido muito, mas é uma coisa mais recente. Não querendo ser muito negativista, acho que tem que haver uma validação externa para que as pessoas consigam ser apreciadas cá. - isso acontece um pouco por todo o país e não apenas em Viseu, não é? - Sim, é uma tendência geral, mas é injusto, porque, para que o meu jardim possa ser apreciado, alguém tem que me ajudar a regá-lo. Ou seja, acho que falta apoio aos artistas que estão a começar. Esse apoio - que existe, por exemplo, em países da Escandinávia, quer a músicos quer a artistas plásticos, etc. - faz com que, depois, o talento seja um fator de exportação de uma região ou de um país. Da mesma maneira que, em Portugal, exportamos vinho, futebol e uma
série de outras coisas, pelas quais somos conhecidos, também poderíamos investir em cultura e fazer com que esta seja um fator diferenciador do nosso país. Temos muita riqueza cultural, não graças aos apoios existentes, mas apesar dos apoios serem fracos. A cultura fica sempre para último, salvo raras excepções. - Como foram os teus primeiros passos no despertar para a música em Viseu? - Aproximei-me da música através da eletrónica e dos computadores. Sempre gostei de montar e desmontar coisas, sempre gostei de informática e de computadores, sempre tive uma curiosidade científica muito grande e quis sempre ser cientista. A minha abordagem à música veio daí. Comecei a fazer música com computadores e sintetizadores, daí a minha predileção por música eletrónica, música dançável que se consegue fazer
sem instrumentos. Hoje em dia, já tenho incorporado os instrumentos na música que faço, mas primeiro foi assim. Comecei a gravar umas músicas para mostrar aos amigos, os amigos também gravavam e mostravam-me e acabámos por nos influenciar. Tive uma ou duas bandas em Viseu, ainda na escola secundária, e fizemos uns concertos por aí. - Que bandas eram essas? - Eram os Coxis, uma banda com muitos amigos da escola, e o Mecanismo Divino, um coletivo de DJ´s que tocava nos bares que nos quisessem acolher. Não porque quiséssemos ser DJ´s, mas porque em nenhum lado passava a música que nós queríamos ouvir. Portanto, juntávamo-nos para ouvir música boa, segundo os nossos critérios, e era também uma oportunidade para juntar amigos. - O moullinex nasce na sequência
- O engenheiro/cientista foi ficando para trás? - Eu estava a fazer investigação na área da informática para neurologia e tinha algum tempo livre para fazer música. Consegui conciliar as coisas, até que fui convidado para ir para Munique fazer investigação, para o hospital da universidade. Durante oito meses iniciei um doutoramento. Tinha 23 anos e um doutoramento naquela área não era propriamente o que eu queria fazer. Era muito cedo para tomar uma decisão daquelas. Na investigação, quando se faz um doutoramento, passamos a estar definidos – somos aquilo, somos a nossa especialidade. Então, fiz uma pausa e procurei outra área de investigação em que pudesse trabalhar. Nessa altura, havia muitos portugueses, amigos alguns, a trabalhar no Observatório Europeu do Sul, organização europeia responsável pela operação dos astronautas, em conjunto com a NASA e outras organizações internacionais. Então, comecei a fazer investigação em astronomia, em part-time, enquanto ouvia música. Estive assim durante cinco anos. O horário era bastante flexível e ambas as coisas,
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Entrevista 5
Quinta-feira 18/08/2016 apesar de muito diferentes, eram muito estimulantes. Estou convencidíssimo de que cientistas e músicos, apesar das pessoas acharem que têm tipos de personalidade totalmente diferentes, são muito parecidos na perseguição da curiosidade, no fascínio por coisas simples e por questionarem tudo. - têm em comum o gosto pela experiência, a insatisfação permanente, a procura constante, o espírito de abertura… - É isso. E, também, a não aceitação das coisas sem as questionar. Isto tanto é caraterística dos bons músicos como dos bons cientistas. Gostava muito de estar neste contexto, tanto é que voltei para Portugal. Estou há seis anos em Lisboa e continuei a trabalhar com a web durante os primeiros quatro anos. Nos últimos dois, estou a tempo inteiro como músico, porque o tempo, infelizmente, não estica e tenho tido muitos pedidos e muito trabalho na música. Tive que optar por uma das coisas. Mas sinto falta da astronomia. - a investigação científica está posta de lado, por agora? Sim, embora ela continue indiretamente a influenciar-me. Estou sempre a aprender coisas novas e acho que a música eletrónica também exige isso de nós. Temos que estar sempre atentos às tecnologias, ao que se faz de novo. Tocar uma guitarra é quase como o ofício de um artesão: há que desenvolver uma técnica até à minúcia, até ao hiper-detalhe, durante anos a fio. Fazer música eletrónica é desenvolver as novas técnicas, estar sempre à frente de tudo o resto, do ponto de vista tecnológico. E isso agrada-me. Nunca fui especialmente bom em nenhum instrumento e, então, prefiro ser mau em muitos… [risos] Ou razoável em muitos… - Hoje, o que tem mais peso no teu percurso musical? É a atividade de dJ ou a de criador e apresentador das tuas próprias músicas? - Costumo dizer que é um triângulo. Sou DJ (que de uma forma muito simplificada, é passar a música dos outros), sou produtor ou músico (que é criar música) e, depois, há a parte de música ao vivo, no palco, nos concertos, enquanto banda, porque eu, rodeando-me de músicos, apresento a minha música como banda, também. Os vértices deste triângulo acabam por se influenciar muito uns aos outros, no sentido em que, quando eu estou a tocar a minha música ao vivo, deixo que a minha experiência como DJ, de saber como é que as pessoas reagem à música tocada, me influencie. A música dançável é fácil de ver se está a funcionar ou não, ao vivo. Num estúdio, pode parecer que vai funcionar, mas depois, ao vivo, vemos, por vezes, que não resulta. Por isso, estas coisas influenciam-
“Da mesma maneira que, em Portugal, exportamos vinho, futebol e uma série de outras coisas, pelas quais somos conhecidos, também poderíamos investir em cultura e fazer com que esta seja um fator diferenciador do nosso país. Temos muita riqueza cultural, não graças aos apoios existentes, mas apesar dos apoios serem fracos. A cultura fica sempre para último” se umas às outras e não gostaria de abdicar de nenhuma delas. Se eu pudesse, se calhar, estava sempre no estúdio, mas também gosto dos concertos e de saber como é que a música se traduz cá fora, como é que as pessoas a absorvem ao vivo. - Como é que uma pessoa que se diz introvertida e que não gosta muito de dar nas vistas lida com a exposição pública? - Lido com tranquilidade. A verdade é que eu não tenho nem quero ter, de todo, em relação a este projeto, uma individualidade muito forte. Neste último álbum, decidi cantar eu as músicas, porque era uma opção, apeteciame fazer uma coisa expedita, cantada e composta totalmente por mim. Mas não fechei a porta. O próximo álbum não vai ser assim, vai ter muitos colaboradores. Quero que seja uma coisa com uma identidade diluída, tanto é que se chama Mollinex e não Luís Clara Gomes e os seus não sei o quê. Prefiro que a música tenha uma identidade quase impessoal, que não seja um projeto associado à imagem de uma pessoa. Apesar de vir tudo do mesmo sítio e de ser feito por mim, gosto que tenha um carácter coletivo. Não me chateia se um dia conceber um espetáculo em que não apareço no concerto e só estou a dirigi-lo do ponto de vista da direção artística. Tenho sido eu a dar a cara, porque, assim, só eu é que corro os riscos. Mas as pessoas que estão comigo estão empenhadas a 100%, é uma equipa supertalentosa que acredita neste projeto. Só que, às vezes, apetece-me virar à esquerda, fazer coisas estranhas, e teria mais medo se envolvesse os outros nessa minha opção. Assim, se correr mal, só me corre mal a mim. - mas tem corrido bem. - Sim, felizmente. - Com o álbum Elsewhere, a banda fez uma digressão pelo mundo, em 2015, que está documentada num vídeo produzido pela red bull, realizado por tiago rodrigues. foi o passaporte para uma nova fase do teu percurso artístico? - O vídeo documentário mostra o que eu tenho feito até agora, porque, de facto, o que eu quero fazer daqui para a frente é bastante diferente daquilo que tenho estado a fazer, do ponto de vista quase filosófico. Este último álbum
foi gravado em 15 dias, no mesmo lugar em que eu cantei as músicas, é sobre temas pessoais e acho que parece isso mesmo – parece vindo do mesmo lugar. Quero que o próximo seja muito mais abrangente, mais celebrativo, no sentido em que as pessoas que vou convidar para participar se sintam envolvidas em todos os níveis, não só na voz ou na composição, mas também dando a cara. É uma transição importante para mim. - desde o primeiro álbum – flora – como é que analisas a evolução do teu trabalho artístico? - O Flora é fácil de definir, porque não havia nenhum álbum para trás, portanto, é uma tela em branco, apesar de já ter remisturas e muita coisa feita antes. O segundo álbum, tal como o primeiro, foi a minha tentativa de soar como uma banda. O Flora não soa nada a isso, porque eu não consegui; o segundo já soa um bocadinho mais, mas ainda não o consegui muito bem. E agora, se calhar, já não tenho essa pretensão e apetece-me que vá soar a uma coisa que não se consegue definir. Fico muito feliz quando pessoas que tradicionalmente não gostam de música eletrónica me dizem coisas como “é música para dançar, mas depois há ali guitarras e pianos”. Mas também gosto que os fãs de música eletrónica não me vejam como um intruso. É esse o meu património genético e não quero ser o anti eletrónica. Mas gosto de subverter. Gosto de subverter a ideia de que não se pode fazer música de dança com guitarras e de que não se pode fazer pop só com eletrónica. Agora estou um bocadinho mais seguro em relação a isso. Apetece-me que as coisas não tenham uma identidade definida. Isto é uma banda?... Isto é o projeto de uma pessoa?... Gosto dessa ambiguidade. - O que é que esperas alcançar? - Não é muito definível, mas enquanto o álbum anterior foi sonhado, concebido, gravado e apresentado por mim, tendo-me isolado, fechado, mesmo, porque queria saber o que saia daí, agora quero o contrário. Quero trabalhar com diferentes pessoas, vou estender a colaboração ainda a mais pessoas. Mas respondendo à pergunta, o que é que eu quero alcançar… É o mesmo que eu sempre procuro alcançar com tudo o que faço: tentar superar-me, colocar-me um desafio e correr, trabalhar no sentido de o superar.
No processo, por vezes, o resultado sai totalmente diferente daquilo a que me tinha proposto, mas isso também faz parte e eu já abraço isso com naturalidade. Dantes frustrava-me querer fazer A e só conseguir fazer B. Não ficava satisfeito. Mas, agora, já tenho mais tranquilidade para aceitar que B é aquilo que tem que ser feito, é o que sai e é o que fica. - no processo criativo, procuras sempre de forma consciente transmitir felicidade e sensações oníricas, através da música? - Sim, é um objetivo ao mesmo tempo consciente e inconsciente. Eu tenho uma natureza feliz. Não tem sido sempre assim. Por vezes, fazia música feliz em alturas mais tristes da minha vida, no sentido de encontrar ali um antídoto para a fase em que estava. Problemas que toda a gente atravessa: desamores, stresses familiares, frustrações da geração que foi preparada para tudo e depois não encontra nada… Então, acabava por fazer música de cariz positivo. É isso que me atrai. Se bem que acabo por ouvir e também fazer música não tão positiva. Mas desconfio muito dessas minhas criações mais tristes. Às vezes, mostro a amigos essas coisas tristes e eles dizem que está bonito, que está fixe, mas eu desconfio daquilo. Se precisasse de encontrar um elemento que unificasse o que faço, é isso mesmo: tentar deixar alguém feliz com a minha música. Feliz, não no sentido idiota de estar sempre alegre e esquecer os problemas, mas no sentido de tentar uma abordagem construtiva em relação à existência. Isso também passa pelas questões da espiritualidade. Para mim que não tenho espiritualidade quase nenhuma, a construção de felicidade passa pelo agora, pela realidade e por tentarmos moldar a realidade à nossa volta, para que esta nos seja mais benéfica. Nesse aspeto, tento conscientemente que a minha música faça bem aos outros. Se me faz bem a mim e se, aparentemente, faz bem aos outros, quero continuar a fazê-lo. Passar esse sentimento de felicidade às pessoas é o desafio principal. - E o ananás como é que surge nesta história? - [risos] Há uma explicação para o ananás, mas está guardada, é um segredo. Contudo, a história do ananás na Discotexas é esta: nós começámos a fazer festas num bar
“A construção de felicidade passa pelo agora, pela realidade e por tentarmos moldar a realidade à nossa volta, para que esta nos seja mais benéfica. Nesse aspeto, tento conscientemente que a minha música faça bem aos outros. Se me faz bem a mim e se, aparentemente, faz bem aos outros, quero continuar a fazê-lo.”
em Lisboa, chamado Minimercado, que tinha capacidade talvez, para 40, 50 pessoas. E houve uma festa em que dois elementos do público trouxeram ananases, colocaram-nos na cabine e lá ficaram. Nós começámos a levar os ananases para as festas e as pessoas começaram a levá-los, a roubá-los, a tirar fotografias com eles… Enfim, o ananás tornou-se um símbolo da editora. Mas foi tudo orgânico, nunca houve uma explicação oficial para o que estava a acontecer. Agora, a importância dos ananases é tanta que, quando nós não temos ananases na cabine, porque alguém se esqueceu de os trazer ou qualquer coisa assim, as pessoas reagem – “então, não têm ananases? Nós somos um público menos importante para não termos direito aos ananases?”… E eu tenho que dizer “Não, não tem nada a ver!”… - mas, então, há um segredo ainda por revelar?… - Há, há… Talvez um dia seja revelado, quem sabe... Mas as pessoas trazem ananases para os concertos. Um fã que nos veio ver três vezes, trouxe ananases nessas três vezes. Então, eu disse-lhe: “Olha, a partir de agora tens ‘guest list’ vitalícia em todos os concertos, desde que tragas um ananás. E ele, de facto, traz sempre ananases, por isso, merece esse carinho. - tocar e cantar com o teu pai, o músico Carlos Clara Gomes, é uma possibilidade, no futuro? - Não, sinceramente, nunca me lembrei de fazer isso… - tendo estilos musicais muito diferentes, o que é que o pai pensa da música do filho e viceversa? - Eu cresci com a música do meu pai e com a música dos cantores da geração dele, a música dos cantores de intervenção, e acabei por assimilar isso tudo no meu universo. Quanto à minha música, eu sei que não é a praia dele, mas sei que gosta e que lhe reconhece qualidades. - no que depender de ti, Viseu continuará a fazer parte do teu roteiro artístico? - Sim, claro, e felizmente tenho tido muita gente a apoiar-me, cá. Gosto muito da minha cidade e quando vim agora com a banda (porque até agora tenho vindo como DJ e, portanto, sem mais gente a acompanhar-me), todos os elementos ficaram maravilhados com a cidade. Já quando me casei, trouxe cá muita gente que não conhecia a cidade, incluindo estrangeiros, e todos ficaram maravilhados. Custa-me dizer isto, mas eu precisei de sair e de voltar cá para perceber quão bom é viver aqui, numa cidade do interior com tanta coisa boa. Sofia Meneses
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Reportagem
Quinta-feira 18/08/2016
“CabE a HOnra aO lUSitanO dE VildEmOinHOS, dE SEr O ClUbE maiS antiGO da a. f. dE ViSEU!” Orgulhosamente, pelo Lusitano de Vildemoinhos, neste primeiro centenário, passaram homens que levaram este clube “trambelo”, apoiados por uma claque da povoação, com bairrismo muito forte, com o tema” Juntos somos Lusitano!, ganhar títulos, para hoje ter um historial riquíssimo. Entre eles António Loureiro, orgulhoso por, neste mandato, ter a felicidade de estar à frente dos destinos do Lusitano de Vildemoinhos, como presidente a festejar cem anos . Na sessão comemorativa, que decorreu domingo à noite, em Expocenter,Centro de Eventos de Viseu que, de uma forma superficial e simplista, foi evidenciado parte do historial, com enorme, grandioso palmarés dos trambelos onde estiveram muitas entidades que António Loureiro cumprimentou, entre elas o vice presidente da Federação Portuguesa de Futebol; Fernando Ruas, presidente da Assembleia Geral do Clube, deputado Parlamento Europeu e ex presidente da Câmara Municipal de Viseu; Almeida Henriques, presidente do Município de Viseu, Rui Manhoso, da Federação; José Alberto, presidente da A. F. de Viseu; José Abreu Coelho, pre-sidente da Junta de Freguesia Repeses e S. Salvador; Diamantino Santos, presidente da Junta de Freguesia de Viseu; Mota Faria, presidente da Assembleia Municipal, entidades, autoridades, sócios e amigos do clube, que encheram por completo o vasto salão da Visabeira. Visivelmente orgulhoso por neste mandato presidir ao Lusitano, clube centenário, referiu: - É verdade! É com enorme orgulho que, neste mandato ter a felicidade em ser o presidente da direção. Com efeito, não é para todos os dias que se fazem cem anos de existência, tendo em conta, o vasto historial que o Lusitano recolheu de forma merecida. Naturalmente, adoraríamos comemorar tal feito, com pompa e circunstancia, acontece que, bem contra o nosso desespero, somos forçados a controlar os fracos recursos, devido à crise, que nos afronta e nos impede, para não corrermos riscos que possam afectar as actividades desportivas do clube. No entanto, foi nosso propósito fazer esta histórica
António Loureiro comemoração, para homenagear e lembrar os melhores momento de vida do Clube, e tudo o mais que nos será possível – considerou António Loureiro. Quanto à época desportiva que se inicia, o presidente da Direcção, com os pés bem assentes no chão, foi claro nas intenções ao afirmar que o facto de se estarem a festejar cem anos no Clube, não irá alterar, em nada, a parte desportiva no seu dia – a – dia habitual, sabido como é o nosso objetivo, no que concerne à formação e melhorar, tanto quanto possível, a nossa classificação nos campeonatos nos diversos escalões em que o Lusitano participa e se inscreva, tentando fazer o melhor nas competições nacionais de época para época. Embora muitas pessoas não saibam, o Lusitanos de
A antiga sacristia do século XVI, que estava em estado de degradação avançado, foi restaurada e pode agora ser visitada
na HUmildadE, OS trambElOS dÃO EXEmPlO na dESPOrtiVa Entre outros atos levados a cabo, para comemorar as festividades programas para o centenário do Lusitano de Vildemoinhos, logo pela manhã, de domingo, os associados concentraram – se no Estádio dos Trambelos, em Vildemoinhos, onde se procedeu ao hastear da bandeira do Clube, assinalada com uma estrondosa salva de vinte e um tiros. Pouco depois, houve missa na capela de S. João, também na povoação, com o templo repleto de personalidades e adeptos, presidida pelo padre Albertino que, à homilia, teve palavras de circunstância, para enaltecer o glorioso Lusitano, na longa caminhada desportiva, a que se seguiu romagem de saudade ao cemitério da freguesia, com deposição de flores. Terminados estes atos religiosos, houve almoço de confraternização da Familia Lusitanista, no restaurante Cantinho da Belmira, bem perto do estádio, onde, ao meio da tarde, os jogadores da equipa sénior defrontaram, em jogo amigável, o Sport Comércio e Salgueiros, triunfando por 10. . Para finalizar, na pavilhão da Expo Center, houve noite de espectáculo, em homenagem a todos aqueles que apoiam o Lusitano de Vildemoinhos na grande escalada desportiva que, sem desfalecimento, luta para dar formação e ser campeão. Orgão de tubos, do século XVIII, que estava
Vildemoinhos, nestes oito últimos anos, conquistou doze títulos em vários escalões. É esta nossa forma de estar em crescimento conscientes na base da formação. Na época finda subimos ao campeonato Nacional de Juvenis, o que quer dizer que já estamos a disputar dois campeonatos, sendo, todavia, o nosso objectivo em colocar todos os nossos atletas nos nacionais, tornando – nos um marco a nível de clubes de futebol na região, que o único clube que completou cem anos dos que fundaram a A. F. de Viseu orgulhosamente mercê. Por fim, António Loureiro incentivou os lusitanistas e viseenses em geral, para acompanharem o crescimento do clube e aderirem dentro do possível, acompanhando as equipas em todos os jogos.
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Diversos 7
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“aVEnida lUSitanO dE VildEmOinHOS” na tOPOnÍmia, PrEnda dE CEntEnÁriO aO GrandE ClUbE “trambElO” cidade e o concelho prestem gratidão ao clube centenário de Vildemoinhos, por terem representado o concelho nas várias modalidades. A seguir lembrou o compromisso que tinha com o Lusitano de Vildeminhos e que, naquela data histórica, o desejava honrar, prestando – se a fazer obras no campo de treinos, na Quinta da Cruz, colocando relva sintética e alargando – o com as medidas oficiais para utilizar, também como prenda de anos. A forma como o Lusitano de Vildemoinhos tem valorizado as camadas jovens, tem sido reconhecida como uma das maiores vitórias no empenho da formação, e que mais o tem valorizado o clube, num concelho que tem perto de cinco mil atletas federados, daí que o Municipio faça esta aposta, entregando o campo para que os tambelos possam nele utilizar e treinar. Por fim, Almeida Henrique entregou uma placa em estanho com a fachada do edifício que igualmente celebrou este ano de 2016 o seu centenário.
Anunciou Almeida Henriques, presidente do Município de Viseu. Responsavelmente, Almeida Henriques, presidente do Município de Viseu, interrompeu mini férias, para participar nos atos comemorativos do Lusitano de Vildemoinhos, pela passagem do aniversário, somando a linda data de uma centena de anos ao serviço do desporto, em competição e formação. Começou por dizer ser um privilégio presidir a um Município, com tanta riqueza, como Viseu, por nela, entre tantas virtudes, ser uma cidade de talentos nos mais diferentes domínios, mencionando algumas datas de instituições importantes, também a comemorar os seus centenários, com a sua enorme grandeza histórica. Entre elas, o Lusitano de Vildemoinhos que, Almeida Henriques, deu “prendas”. em nome do Município, a que preside, que encheram os dirigentes, sócios e simpatizantes, entre elas, com maior destaque enquadrando – se na toponímia citadina ao dar o nome a uma das avenidas, a designar posteriormente, de “ Avenida Lusitano de Vildemoinhos”, para deste modo a
ramirO fiGUEirEdO “ tUbarÃO”, nO amOr bairriSta, PElO lUSitanO E CaValHadaS Ramiro Figueiredo tem sido ao longo dos anos, o mestre, o operário, o atleta, o dinamizador o homem doente, que sofre pela vitória, pela dignidade e bairrismo implantado nas gentes tambelas. Nas comemorações do centenário do Lusitano de Vildemoinhos isso mesmo ficou bem patente, quando foram atribuídos prémios aos patrocinadores, Ramiro Figueiredo foi também distinguido como um “tubarão lusitanista”, que, num inegável esforço e dedicação, tem dado a Vildemoinhos todo um trabalho de grande qualidade quer nas cavalhadas, quer no clube com inexcedível apoio, pelo em reconhecimento recebeu das mãos de Fernando Ruas, deputado no Parlamento Europeu e presidente da Assem-
bleia Geral do Lusitano de Vildemoinhos o troféu criado por João Toipa, comemorativo do centenário, obra de arte baseada nas três cores do símbolo sagrado da bandeira do Lusitano. Homenagem tanto justa, como foi sublinhada pelo público presente que aplaudiu o merecido ato. José Abreu Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Repeses e S. Salvador, também foi distinguido pelo contributo que tem dado ao Clube, para depois em palco, lembrar a formação que recebeu naquele seu clube de sempre, a que seguiram outros patrocinadores referenciados.
O XiX fEStiVal dE fOlClOrE “ VErdE GaiO” , dE lOrdOSa, COnStitUiU ValiOSa manifEStaçÃO CUltUral naCiOnal Honrosamente, nestes vinte anos de existência, a Associação de Folclore Verde Gaio de Lordosa é o orgulho da freguesia, do concelho de Viseu que, graças à capacidade cultural e dinâmica dos seus dirigentes, deixa, em cada ano que passa, um rasto de actividades da mais alta e salutar participação nos vários sectores culturais, recreativos e desportivos, com destaque para a participação nas marchas populares, onde, ano após ano, arrazão a concorrência e os festivais de folclore são uma consequência como aconteceu no XIX, todo ele coroado de êxito, tanta era a qualidade dos ranchos participantes do Ribatejo, Vila Nova de Gaia, Penafiel e, naturalmente, o da Casa enchendo o palco, numa demonstração de valor das danças aliadas uma interessante encenação alusiva. Depois da entrada em palco dos grupos e da colocação das faixas indicativas da realização do festival, a que procederam os elementos da Junta de Freguesia de Lordosa e a madrinha do grupo da Casa, Carlos Correia, visivelmente emocionado, usou da palavra para enaltecer a Associação Verde Gaio pelo seu desempenho no território português e no estrangeiro ao levar o nome da freguesia e do concelho de Viseu mostrando, com arte, as raízes folclóricas do seus antepassados. Trouxe um abraço do presidente da Câmara Municipal de Viseu e deu de sua conta, um outro abraço ao Rancho da Casa, saudou também os grupos participantes e os emigrantes. Por fim, teve palavras de incentivo para com os respon-
sáveis do grupos presentes de modo a continuarem a fazer e defender cultura popular em transito para os vindouros. A vice presidente da Associação Verde Gaio de Lordosa, Rosa Rocha, agradeceu as palavras e ajudas da Junta de Freguesia de Lordosa e fez a apresentação do festival descrevendo a encenação com personagens a praticarem os
trabalhos que envolviam as danças do resineiro, moleiro, ceifeiras tal qual como se fazia no passado. Esta iniciativa da Associação Verde Gaio de Lordosa marca mais um valor cultural nas actividades que ficará, seguramente, para a história da colectividade e que o público, em elevado número, participou e adorou.
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8 Regional
atendimento a famílias vulneráveis de lamego funciona na rua do teatro O novo “Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social do Concelho de Lamego” abriu ao público, na Rua do Teatro, assumindo algumas competências que até agora eram desempenhadas pela Segurança Social. Sob gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, na prática, vai assegurar o atendimento e o acompanhamento de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social, gerir os recursos destinados a situações de emergência e acompanhar os processos ao nível da inserção social de quem é apoiado.
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LIGAÇÃO ENTRE PÓVOA DE CERVÃES E ABRUNHOSA-A-VELHA VAI SER REQUALIFICADA As obras de reabilitação da EN329-2, no troço entre Póvoa de Cervães e Abrunhosa-a-Velha, foram anunciadas publicamente. A cerimónia foi presidida pelo Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, que anunciou um financiamento de 60% do Estado. O momento aconteceu junto à sede da Junta de Freguesia de Abrunhosa-a-Velha. A cerimónia contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, João Azevedo, do Presidente da Junta de Freguesia de Abrunhosa-a-Velha, Eduardo Albuquerque, e do Presidente da União de Freguesias de Santiago de Cassurrães e de Póvoa de Cervães, Álvaro Matos. Os três presidentes reforçaram a necessidade urgente de intervir no troço referido pelo estado da via e pelos numerosos acidentes registados, um apelo que a população tem feito há décadas.
Com uma equipa técnica constituída por uma coordenadora, uma assistente social e uma psicóloga, este “Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social” representa um novo modelo de resposta social que começa agora a ser implementado um pouco por todo o país e que vai passar a ser familiar para muitos lamecenses. Recorde-se que a Misericórdia de Lamego é a instituição responsável pela Rede Local de Intervenção Social (RLIS) e pretende agora estabelecer parcerias para que o novo serviço chegue às freguesias rurais do concelho, oferecendo uma oportunidade de apoio personalizado. Ao assumir tarefas na área da ação social, a equipa técnica quer acompanhar de uma forma muito próxima as pessoas em situação de vulnerabilidade, tendo em vista uma intervenção de primeira linha e a resolução de problemas sociais em situações de crise ou de emergência social. Por exemplo, as pessoas desempregadas que apresentam comprovada carência económica e todo um conjunto de problemas associados a esta situação, ao nível de alimentação e da medicação. A cerimónia de inauguração contou com a presença do diretor do Centro Distrital de Viseu do Instituto da Segurança Social, Telmo Antunes, e do Presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes.
Para João Azevedo, «muitos prometeram e não cumpriram, mas desta vez a obra será feita.» O presidente afirmou ainda que «o investimento na EN 3922 só é possível porque existiu uma preocupação partilhada entre autarquia, presidentes de junta e administração central em resolver um problema das populações e o anúncio público da obra é o culminar de um trabalho bem conseguido.» A requalificação da Estrada Nacional 329-2 conta com um orçamento de 890 mil euros. De acordo com Carlos Miguel, a Administração Central irá comparticipar 60% do valor total. Os restantes 40% serão financiados pela autarquia mangualdense, que também ficará responsável por lançar e realizar a intervenção.
tEmPOS PEnOSOS...dE PEriGOSOS. Vejo, nas trevas, a paz a sumir, Amor entre humanos amortecido, E tudo o que é belo a retrair Num mundo já muito desprotegido. De coração sofrido só ensejo, A todos almejar liberdade, Espalhar o amor, forte desejo, Uma paz segura, forte igualdade. São palavras, conceitos filosóficos Por Cristo há muitos anos difundidas Mas pelos humanos não entendidas. Senhor, de coração atormentado, Cobre-me de luz essas mentes nuas, Alimentando-os das verdades TUAS. António Pais da Rosa
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Saúde
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finalmente a oportunidade do Centro Hospitalar tondela Viseu, poder candidatar-se a Centro de referência nas cirurgias oncológicas A Liga de Amigos e Voluntariado do Centro Hospitalar Tondela Viseu, vem publicamente manifestar a sua total satisfação e publico agradecimento a todas as entidades que connosco colaboraram, Ordem dos Médicos, Colégio de Especialidades, deputados dos Grupos Parlamentares do CDS, PSD e PS, com quem reunimos, na defesa do direito inalienável a que as populações da região de Viseu têm direito – A cuidados de saúde de qualidade. Queremos ainda referir a forma como fomos recebidos pelo Senhor Primeiro Ministro e pela atenção que o Senhor Ministro da Saúde dispensou a esta manifesta injustiça para as nossas populações. Tal como havíamos proposto, teria que ser revertida a Lei publicada em 2014, mormente no que concerne aos prazos de candidatura, que eram de cinco anos e passaram a ser anuais. Não podemos deixar de referir a importância e a forma denodada como os profissionais do Centro Hospitalar Tondela Viseu, nomeadamente os médicos de cirurgia, se manifestaram em defesa da qualidade assistencial, assumindo inclusivamente posições públicas nas redes sociais. É de estranhar, contudo, que esta medida não tenha sido anunciada, à semelhança da cirurgia pediátrica, com pompa e circunstância pela comitiva que se deslocou a Lisboa em 15 de julho, liderada pelo senhor Presidente da Autarquia, quando a presente portaria tinha sido assinada pelo senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde precisamente na véspera. Esta é mais uma contribuição efectiva para a atribuição do Centro Oncológico a Viseu. Certamente que a petição pública, da qual o senhor Presidente da Câmara é primeiro subscritor já deve ter dado entrada na Assembleia da Republica, aguardando-se no início da próxima legislatura o seu desfecho. Continuaremos sempre, independentemente de rótulos ou de epítetos que nos queiram colocar na defesa intransigente do bem-estar das populações e dos profissionais de saúde, mesmo que para isso tenhamos que ser incómodos. Continuamos a solicitar aos detentores do poder político, que pugnem pelo interesse dos cidadãos e dos seus direitos. Viseu tem dos melhores profissionais de saúde a nível nacional. Viseu tem no seu Centro Hospitalar alguns equipamentos de ponta de elevada qualidade, e outras tecnologias a necessitarem de substituição ou mesmo aquisição. Nada nos move contra a iniciativa privada, mas, compete-nos a todos nós defender e apoiar o Serviço Nacional de Saúde de qualidade. «Artigo 4.º -A Candidaturas posteriores à conclusão do processo de candidatura inicial 1 — A Comissão Nacional para os Centros de Referência pode avaliar, nos termos do artigo anterior, as candidaturas de entidades prestadoras de cuidados de saúde a Centros de Referência, onde se insere o serviço, unidade ou departamento, que venha a reunir os critérios gerais e específicos fixados, posteriormente à conclusão do processo de candidatura aberto nos termos do artigo 3.º do presente Regulamento. 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as entidades prestadoras de cuidados de saúde que pretendam apresentar as respetivas candidaturas devem, durante o mês de janeiro de cada ano, remeter à Comissão Nacional para os Centros de Referência a documentação que demonstre evidência do cumprimento dos critérios gerais e específicos previamente estabelecidos no aviso de abertura da candidatura inicial.» Artigo 5.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
raStrEiO aO CanCrO dE CabEça E PESCOçO dEtEtOU 42 CaSOS SUSPEitOS 1036 pessoas fizeram rastreio ao Cancro de Cabeça e Pescoço, durante a iniciativa de rastreios gratuitos realizada pelo Grupo de Estudos Cancro de Cabeça e Pescoço no âmbito da 78ª Volta a Portugal em Bicicleta que serviu para assinalar o 2º Dia Mundial do Cancro de Cabeça e Pescoço em Portugal. A campanha “A PRIMEIRA ETAPA É FAZER O RASTREIO” realizada pelo Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP), com o apoio da Liberty Seguros e da Merck, revelou 42 possíveis casos de cancro de cabeça e pescoço, entre os 1036 rastreios feitos nos pontos de chegada de todas as etapas da 78ª Volta a Portugal em Bicicleta que teve início a 26 de julho em Oliveira de Azeméis e que terminou em Lisboa no 7 de agosto. Ana Castro, Médica Oncologista e Presidente do Grupo de Estudos Cancro de Cabeça e Pescoço, revela que “do total de 1036 rastreios gratuitos baseados no exame objectivo do doente, 4,05% foram inscritos para serem avaliados em ambiente hospitalar posteriormente, por possuírem lesões suspeitas. Para estas pessoas esperamos poder fazer a diferença” “O Cancro de Cabeça e Pescoço é uma doença que em Portugal mata três portugueses por dia e que poderia ser diagnosticada e tratada precocemente se houvesse mais informação e sensibilização da população e dos médicos de medicina geral e familiar no nosso país. O rastreio é fundamental, sobretudo para pessoas com hábitos tabágicos ou de consumo excessivo de álcool. No início do desenvolvimento da doença, o tratamento destes tipos de cancro pode ter uma taxa de sucesso entre os 80% e 90%” alerta a médica oncologista. sistirem mais de três semanas” acrescenta ainda a especialista. As cidades onde se realizaram os rastreios gratuitos à população foram: Oliveira de Azeméis, Braga, Fafe, Macedo de Cavaleiros, Mondim de Basto, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Arruda dos Vinhos, Setúbal e Lisboa. A Petição Pública “Reabilitação oral dos doentes com cancro de cabeça e pescoço pelo SNS”, lançada a 27 de julho, no Dia Mundial do Cancro da Cabeça e do Pescoço, conta já com mais de 1000 assinaturas online (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT82276) e 300 em papel. Esta petição pretende levar à discussão na Assembleia da República a reflexão sobre a necessidade do Sistema Nacional de Saúde passar a apoiar a reconstrução oral dos doentes com esta patologia para restabelecer a função e a estética da cavidade oral. Isto porque uma das consequências das terapêuticas do cancro de cabeça e pescoço é a extração de dentes. Esta situação implica alterações que condicionam significativamente o estilo de vida do doente, na medida em que afecta capacidades fulcrais do ser humano como a capacidade de comer, falar e engolir. Para a Presidente do GECCP, “o objetivo de conseguir ter a Petição subscrita por um mínimo de 1.000 cidadãos foi conseguido, uma vez que com este número a mesma é obrigatoriamente publicada no Diário da Assembleia da República. O próximo passo é chegar à recolha das 4.000 assinaturas necessárias para admitir a Petição à Assembleia da República que, por sua vez, a remete para a Comissão Parlamentar competente em razão de matéria e, por fim, ao Presidente da República”. Em Portugal, os cancros de cabeça e pescoço são a quarta doença com maior incidência nos homens quando se consideram o conjunto dos tumores: laringe, faringe, cavidade oral e nasofaringe. Todos os anos, são diagnosticados entre 2.500 e 3.000 novos casos de cancro de cabeça e pescoço em Portugal e 85% das vítimas são fumadores ou exfumadores, daí a importância dos rastreios à doença a pessoas com hábitos tabágicos ou de consumo excessivo de álcool.
Drª. M. Lurdes Botelho CLÍNICA GERAL E DOMICÍLIOS
Policlínica Srª da Saúde Quinta da Saudade (rotunda de Nelas, em frente ao Restaurante Perdigueiro)
telefones: 232 181 205 / 967 003 823
ALEXANDRE LIBÓRIO TERESA LOUREIRO mÉdiCOS dEntiStaS
NOVOS PROTOCOLOS ADSE ( GNR - PSP )
Consultas de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h30; e das 14h30 às 19h. Consultório: Rua 21 de Agosto Centro Comercial “Happy Dream” - 3510 VISEU Telefone: 232 435 141 / 917 264 605 Urgências: 917 882 961
DR. ADELINO BOTELHO Chefe de Serviço de Clínica Geral
Consultório Clínica de S. Cosme Clínica Geral e Domicílios tel: 232 435 535 - 963 309 407 Praça de Goa - 3510-085 ViSEU
Martha Santos GINECOLOGIA OBSTETRíCIA ECOGRAFIAS
CONSULTAS: SEGUNDAS E QUINTAS, DAS 14H ÀS 20H Rua Miguel Bombarda, nº 66, Sala BU - 1º - VISEU Telefone: 232 426 695
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XViii EdiçÃO torneio internacional de andebol de Viseu com cartel de luxo O XVIII Torneio Internacional de Andebol ocasião mais uma ação de formação de iníde Viseu - 2016 foi apresentado, no decorrer cio de época para mais de 120 árbitros e oficiais de uma conferência de imprensa que teve lugar no Pavilhão Cidade de Viseu e que con- de mesa que este ano se reveste de particular importância dada a implementou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida tação de novas regras. O Torneio realiza-se a 20 e 21 de Agosto, Henriques, e do Presidente da Associação de no Pavilhão Cidade de Viseu e a entrada é Andebol de Viseu, Joaquim Escada. livre. Para além disso, os jogos podem Trata-se de uma organização da Associação de Andebol de Viseu e Federação de ainda ser acompanhados através das transAndebol de Portugal, com o apoio institu- missões do Porto Canal; BTV, Sporting TV e cional da Câmara Municipal de Viseu e ANDEBOL|tv. Estão reunidos, assim, todos os condiparcerias de várias empresas da região. No seguimento daquilo que tem sido o mentos para que o Torneio volte a ser um 12 êxito, não só no aspeto desportivo, mas mote das edições anteriores - ter o melhor Andebol com equipas de referência na- igualmente no que concerne à divulgação de Viseu , da região, dos seus produtos e cionais e estrangeiras associado à promoção LITERATURA de Viseu, bem como do Desporto em geral e das suas gentes, correspondendo ao trado Andebol em particular - este ano o balho desenvolvido pela Associação de AnTorneio conta, novamente, com um cartaz debol de Viseu e parceiros, nomeadamente de luxo: três das melhores equipas por- o Município de Viseu, pelo seu apoio intuguesas, F.C. Porto, SL Benfica, Sporting CP, condicional à iniciativa. E que no final, todos os que assistiram a que se junta a formação russa do Chekhovskie Medvedi (que vai estar, a exem- aos jogos, ao vivo no pavilhão Cidade de Viseu, ou através das transmissões teleplo do ano passado, na EHF Champions League) são as equipas que vão dar corpo ao visivas, se sintam felizes e satisfeitos por terem acompanhado mais uma boa realtorneio. Para além disso, Viseu acolhe nessa ização.
vre do Rio Pardo
São José do Rio Pardo, 5 de agosto de 2016
SERVA DE DEUS
Pseudônimo inédito de Um coração Euclydes da Cunha é para amar escoberto por pesquisador
Dia 21 de Agosto de 2016, domingo: 15h00 - 3º e 4º classificados - equipas vencidas 17h00 - Final - 1º e 2º classificados 18h15 – Encerramento e entrega de prémios
Um COraçÃO Para amar
MEIRELES
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G
Calendário de jogos - XVIII Torneio Internacional de Andebol Viseu 2016: Dia 20 de Agosto de 2016, sábado: 15h30 – SL Benfica : Chekhovskie Medvedi 17h30 - Sporting CP : F.C. Porto
onçalves Dias era um “poeta ardente”. Suas “inspiradas estrofes foram cintilantes pérolas na coroa que aua fronte da nossa
enagem ao poeta publicada no jornal nista”, em 1883, é or dois nomes esenseroso e Ícaro. eiro é o poeta Boanto. O segundo é Euclydes da Cunha. rta também está na ição da revista “Liassinada pelo propoldo Bernucci, da de da Califórnia em m do mesmo Felipe e encontrou os texchado.
Nenhuma outra frase teria mais propriedadepara definir a vida Lourdinha Fontão. Foi precisoum golpe muito violento para fazer pararesse coração fabulosamente ativo de uma grande cristã: a batida de um carro. Em 42 anos de sacerdócio, vividos em oito países, nunca encontrei um coração tão ardoroso e dedicado ao serviço de Deus, da Igreja e dos sofredores. Eu a conheci bem de perto, hospedado inúmeras vezes em sua casa e sempre me perguntava onde aquela grande “pequena mulher” (era baixinha!) encontrava tanta força para cuidar do seu lar e, ao mesmo tempo, trabalhar na sua paróquia, quase fazendo o serviço de dois padres! Sim eu me perguntava, mas tinha logo a resposta: sua força vinha de uma profunda vida interior e de sua vivência eucarística: a comunhão diária era o segredo da energia quase milagrosa de Lourdinha Fontão. Ninguém conseguia ralentar o ritmo daquele coração que, desde os primeiros anos, se apaixonou por Jesus Cristo. Acendeu-se toda assinada por eÍcaro. Emtodos os nador”, chama desse amor acendeu 1909, no “Annuario seus familiares, amigos eIllustrado conhecidos nessa do Jornal do Brasil”, o mesmo mesma chama. Quando ia à sua casa era sempre texto é publicado –dessa vez para “descansar” um pouco,real nas do férias com a assinatura au-de verão. E ela Arranjavame mil atividades, tordeixava?... de “Os Sertões”. comoAs missas e palestras jovens, para palavras sobre para Gonçalcasais, etc. Era impossível dizer não. Seu enves Dias, a partir de agora, tusiasmo era contagiante como passam a ser consideradassua o fé. E lá ia primeiro eu para mais uma palestra ou mais texto em prosa que uma missa. Ela não parava umAté minuto no seu dia, Euclydes publicou. hoje, totalmente “tumultuado” pelo zelo que a inacreditava-se que era a crôvadia. Eu disse “tumultuado” de propósito: nica “Em Viagem”, de 1884. tumultuado pelo sopro do Espírito Santo que Bernucci e Rissato localia transformavanum vento forte de Deus, zaram ao todo quatro criando redemoinhos emtextos toda de parte por Euclydes. Também no onde passava. Lourdinha era“Evoimpossível de há um poema – serlucionista”, contida ou moderada. assinado como E. Cunha– soEla era um ímpeto ambulante que vinha bre o inconfidente Cláudio de dentro, que vinha de cima, e a transfor-
Manuel da Costa. No texto, o autor imagina os pensamentos do poeta preso: “É bem sinistro o cárcer’ – e como uma ironia/ A toda aquela treva esmagadora e fria/ Uma lâmpada brilha em quase morta luz”. “Comparando com outros poemas de Euclydes, percebe-
mava num vendaval de Deus. Por onde ela passava arrebanhava tudo e levava consigo para Deus, como o vento faz com as folhas secas. Era irresistível. Quando ficava sabendo de um padre ou leigo que estava realizando um belo trabalho no campo da juventude ou da pastoral matrimonial, não descansava enquanto não achava o endereço da pessoa em questão. E lá ia carta, convidando a ir para São José! Foi o que aconteceu comigo, com padre Haroldo, padre Antônio Maria, padre João Mohana e muitíssimos outros! Diz a canção: “quem sabe faz a hora”, eu diria antes:“quem ama faz a hora”. O amor de Lourdinha por Deus e pela Igreja dava-lhe uma energia que multiplicava as horas do dia. Ela amava tudo o que fazia e fazia tudo quanto amava. Somente a morte conseguiu parar esse ímpeto de Deus que foi Lourdinha Fontão. Ela podia dizer de si o que disse Santa Teresinha: “Ainda não encontrei tempo de trabalhar para mim mesma... No céu haverá tempo para descansar!”. Não consigo imaginar Lourdinha “descansando” no céu. Ela que vivia escrevendo para bispos e padres de todo o Brasil deve estar dando muito trabalho a Deus Pai, sugerindo coisas e pedindo graças! Impressionava-me ver como ela quase só falava de Deus. Às vezes a gente procurava desviar o assunto para outro rumo, comentando a situação nacional, a televisão brasileira, contando uma piada... Ela parava, ouvia, procuravadar atenção e até sorria ante uma brincadeira; apenas, porém, descobria uma nova brecha na conversa, lá vinha ela com Deus e a importância do trabalho pela Suacausa e pelo Seu Reino. Durma-se com um barulho desses ou com uma Lourdinha dessas! Ela foi a mulher mais imantada de Deus que conheci em 70 de vida e 42 de sacerdócio.
Brincava muito com ela dizendo-lhe Deus tinha errado em criá-la mulher, porque seu lugar era o sacerdócio. Ela sorria e dizia que Deus fizera tudo muito certo: estava muito bem colocada como mulher, esposa e mãe... E claro que estava, porque, além de mulher, esposa e mãe, ela tinha um grande coração sacerdotal e, como ouvi várias pessoas dizerem: trabalhava como dois padres! Não voltei mais a São José depois de sua todas as forças da vida, Lourdinha morte; se o fizer algum dia sei ainda ouvirei foi uma santa. Se um dia a Igreja lhe vai nas ruas e esquinas da cidade as pulsações dar esse título oficial, só Deus sabe. Mas decididas do coração de Lourdinha Fontão. quem está interessado em “santidade ofiUm coração como o dela não para de bater cial”?... PE. HEBER SALVADOR DE LIMA depois da morte: continua batendo no céu e (Padre Heber Salvador de Lima, jesuíta ecoar na terra. Se ser santo é viver apaixon- e escritor de Goiânia) in Cidade Livre do Rio ado por Deus e consagrar a essa enhuma paixão outra frase teria mais propriedade Pardo
N
para definir a vida Lourdinha Fontão. Foi preciso um golpe muito violento para fazer parar esse coração fabulosamente ativo de uma grande cristã: a batida de um carro. Em 42 anos de sacerdócio, vividos em oito países, nunca encontrei um coração tão ardoroso e dedicado ao serviço de Deus, da Igreja e dos sofredores. Eu a conheci bem de perto, hospedado inúmeras vezes em sua casa e sempre me perguntava onde aquela grande “pequena mulher” (era baixinha!) encontrava tanta força para cuidar do seu lar e, ao mesmo tempo, trabalhar na sua paróquia, quase fazendo o serviço de dois padres! Sim eu me perguntava, mas tinha logo a resposta: sua força vinha de uma profunda vida interior e de sua vivência eucarística: a comunhão diária era de o segredo da enerNo centro Hospitalar Tondela /Viseu, faleceu, com 92 anos idade, Olímpia de gia quase milagrosa de Lourdinha Fontão. Ninguém conJesus de Almeida Leitão, viúva, que foi natural e residente na freguesia de Ribafeita, seguia ralentar o ritmo daquele coração que, desde os prido concelho de Viseu. meiros apaixonou pordeJesus Cristo. A extinta, foi casada comanos, DanielseJacinto e era mãe Miguel JacintoAcendeu-se de Almeida Pereira, ex. funcionário EDP, casadodesse com Isabel Pereira, proprietária Pentodadana chama amorGomes e acendeu todos os seusdafamisão Russa, em Mangualde, avó de Sandra Cristina e Luís Miguel e tia chama. paterna do nosso liares,eamigos e conhecidos nessa mesma diretor Fernando de Abreu. Quando ia à sua casa era sempre para “descansar” um Em vida, foi sempre desejosa em ser de informada, e de boa memória até pouco, nas férias verão. inteligente E ela deixava?... Arranjavaao fim de vida. me mil atividades, como missas e palestras para jovens, O funeral realizou da residência, onde vivia, para o cemitério da freguesia de Ribpara casais, etc. Era impossível dizer não. Seu entusiafeita. eraNotícias contagiante como sua fé. E lá pesamos. ia eu para mais A toda a Família asmo enlutada, de Viseu apresenta sentidos uma palestra ou mais uma missa. Ela não parava um minuto no seu dia, totalmente “tumultuado” pelo zelo que a invadia. Eu disse “tumultuado” de propósito: tumultuado pelo sopro do Espírito Santo que a transformava num vento forte de Deus, criando redemoinhos em toda parte por onde passava. Lourdinha era impossível de ser contida ou moderada. Ela era um ímpeto ambulante que vinha de dentro, que vinha de cima, e a transformava num vendaval de Deus. Por onde ela passava arrebanhava tudo e levava consigo para Deus, como o vento faz com as folhas secas. Era
OlimPia almEida lEitÃO
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Diversos 11
Quinta-feira 04/08/2016
“ lEvA ÁGUA PÉ AoS TrABAlHADorES” Voltando – se para Ana Maria . - Desculpe, não desejaria que, de modo algum, interpretasse mal o que lhe vou dizer, até porque o faço no maior respeito e consideração pela Ana Maria, que me acaba por ser apresentada, mas ao vê – la passar à nossa frente, reparei nos seus olhos pestanudos, tão movidos e penetrantes que me hipnotizaram, ao ponto de aqui vir ter com o meu amigo Teófilo convicto de que não só a mim, mas também a qualquer santo que logo negociaria a castidade dele, se fosse caso disso... - Eh, lá, Cortesão! Estás a entrar de pés juntos. Mas que exagero. Nem oito nem oitenta.- adiantou – se Teófilo Chapinho na defesa da amiga da esposa. Evidentemente, Ana Maria é bonita, mas modera a tua linguagem neste primeiro encontro. Não vás logo ao fundo do pote porque te podes dar mal... Mal chegas, ofereceres o almoço, não perdes tempo, entras ao ataque, e logo a matar... Daí que peça desculpa a Ana Maria e peço e que tenhas consideração e respeito pela amiga da minha esposa... -Deixa, Teófilo! Já estou habituada a receber elogios. Este, do senhor Cortesão, não passa para além de ser mais um... Aceito, até porque frisou ser “respeitoso” e sincero...
As corridas tem agora uma hora para o almoço e nós vamos a este restaurante do centro hípico ver os pratos que tem prontos a servir ou que possa fazer. Cortesão pega na ementa e repara que o rancho estava cortado, tinha acabado... -Meus amigos, hoje já não há “ rancho” para ninguém. Por ser o prato do dia e mais barato, esgotou. -Mas então o temos. Estou com uma fome do caraças, referiu Teodósio com uma risadinha satânica. - Olha, talvez te agrade. Há costeletas de lafões, que tem fama por ser a melhor vitela que se come em Portugal. - Maravilha, é isso mesmo para todos. Poucos minutos depois eram colocadas na mesa quatro enormes travessas com costelas de vitela de lafões, fumegantes, bem adubadas, servidas com batatas fritas, exalando um cheiro sedutor. O vinho especial branco de Lafões, com características biológicas, da Quinta da Comenda de primores delicados, tudo de bom se via naquela mesa. A meio da refeição, José Cortesão bateu com uma palmada na testa, como se lembrado de algo e que se teria esquecido. -Então, Cortesão há algum problema?!
liberte seus instintos Gabriel Bocorny Guidotti Parei em uma praça qualquer e analisei o ambiente que se ofertava à minha observação. De imediato, meus ouvidos desligaram-se do mundo e de sua poluição visual, auditiva e intelectual. Pensei por intermédio de meus instintos. A razão, na visão dos humanos, preconiza hegemonia sobre as outras espécies. Mas e quando as outras espécies, sem razão alguma, têm algo a nos ensinar? Sentindo o vento húmido chocar-se contra minha face, consegui ouvir formigas trabalhando e as árvores fazendo fotossíntese. Ao chacoalharem no ar, as folhas se mexiam de suas posições estáticas, assumindo uma posição cinética. Logo abaixo, um passarinho caçava alimentos para seus filhotes e teve sucesso ao capturar uma desafortunada minhoca. No alto, o céu azul se manifestava timidamente entre nuvens. Em uma situação normal, aqueles minutos de calmaria não poderiam acontecer. A dinâmica do dia a dia, atrelada a conquistas materiais e necessidade de sobrevivência em um mundo racionalmente selvagem, faz as pessoas ignorarem o lugar de onde
vieram. Do meio natural nascemos, mas hoje optamos por deixá-lo em segundo plano, substituindo-o gradativamente por nossos minimundos individuais. A pureza do instinto foi substituída pelo excesso de cognição e isso nos tornou arrogantes. Tudo é motivo de opulência e ostentação, nada mais flui intencionalmente. Enquanto isso, o passarinho continua devorando sua minhoca, sem qualquer preocupação sobre o que a comunidade pensa a respeito de seu ato. Vive com o despojo do que precisa fazer e não pelo que se vê obrigado. Então me levantei. Tive de voltar para aquilo que critiquei ao longo das últimas palavras. Um local fechado, distante da luz natural. Essa é a história de todos os indivíduos citadinos. Quando o minuto de atenção se vai, recomeçam as horas de provação. O verde é substituído pelo cinza. Os pássaros, tão livres e belos, dão lugar a exigentes chefes. Mas amanhã é outro dia. Sempre haverá tempo e espaço para observar o espetáculo mais lindo que existe. Basta libertar seus instintos.
Do livro “recortes dos meus dotes” CAPiTUlo Xiiv Por Fernando de Abreu
-Sim. Esqueci – me de que tinha uma aula de condução para dar ao meio dia e jamais senti essa responsabilidade de ir ao encontro dessa instruenda. Deixa lá, amigo. Pedes desculpa e vais dar a lição amanhã. Há deixa – me informar que o amigo Cortesão é instrutor profissional e trabalha para a escola de Condução Lusitânia. Se a Ana Maria amanhã precisar de tirar a carta de condução, já sabe a quem dirigir – se. -Desculpa, a menina Ana Maria ainda não é encartada para conduzir veículos ligeiros? - -Ainda não, mas qualquer dia os meus padrinhos terão que arcar com essa despesa, certamente quererão que eu tenha a carta. -Escusado será dizer que poderá contar com a minha colaboração, não somente na aprendizagem como proporcionar o melhor preço. Ok, irei considerar essa sua oferta, para na altura certa preferir a sua escola... Depois de bem comidos e bem bebidos, voltaram de novo às bancadas para assistir à parte final das provas hípicas, concentraram no recito com obstáculos para apreciar os saltos de cada concorrente, deixando o desejo do Cortesão
pela Ana Maria para o futuro entrevisto em quimeras azuis e de cor de rosa, possivelmente às riscas, pois esse a Deus pertencerá e que, naquele momento, se desconhecia... No final, depois de terem sido premiados os cavalos e cavaleiros vencedores, os quatro voltaram ao restaurante onde almoçaram, notando – se que Ana Maria não se sentia bem com a amizade de José Cortesão e falava para dar resposta às perguntas do Cortesão com uma vozita sem calor, de tonalidade cansada, com vontade periclitante de quem se deseja libertar desdenhosamente. José Cortesão não lhe passou despercebida a ironia, mas não desistiu e continuou na expectativa de lhe vir a agradar. Teófilo e a esposa Amélia Carriço olhavam de surrelfa e deram conta de que Ana Maria mostrava cara de funeral, sem chama, contrafeita. Terminadas as bebidas que Teófilo fez questão em ser ele a pagar, José Cortesão e Ana Maria caminhavam ombro com ombro, vagarosamente, com Teófilo e a esposa a trás, em direção ao carro de Amélia, um pouco afastado onde o marido tinha deixado o dele
(continua)
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manGUaldE dEStaCa imPOrtânCia dO CinEtEatrO Com o intuito de criar um maior dinamismo e relançar o Cineteatro de Mangualde, a Câmara Municipal de Mangualde cria a campanha ‘Aconteceu no Cineteatro há…’. Através do Arquivo Municipal de Mangualde será divulgado, semanalmente, um cartaz relativo às antigas exibições no Cineteatro. O primeiro retrata o filme ‘Um raio de luz’ originalmente exibido em 1962 e será lançado hoje, 5 de agosto, sob o chapéu ‘Aconteceu no Cineteatro há 54 anos’. Com esta campanha a autarquia mangualdense pretende relembrar aos mangualdenses que ao longo de várias décadas, no Cineteatro de Mangualde, múltiplas companhias de espetáculo exibiram as suas melhores peças e os seus melhores atores, sendo aqui também projetados excelentes filmes. Para além de sensibilizar a sociedade civil mangualdense para a importância deste extraordinário equipamento cultural, pretende ainda incentivar o contato com as fontes primárias, gerar uma nova atitude face ao património documental, e propiciar o de-
senvolvimento de hábitos de pesquisa e de visita ao arquivo.
Esta iniciativa surge no seguimento do anúncio das obras de requalificação previstas para o Cineteatro de Mangualde, cujo lançamento do concurso de obra se prevê ainda este ano.
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Câmara dE ViSEU aPrOVa OPEraçÃO intEGral dE rECOlHa dE liXOS E rEfOrça SiStEma dE limPEza Urbana Decisão aprovada por unanimidade. “Investimento é a opção mais sustentável, racional e eficiente”, nas palavras de Almeida Henriques A Câmara Municipal de Viseu aprovou, na sua reunião de Câmara, por unanimidade, a entrega da totalidade da operação de recolha e transporte de lixos (resíduos sólidos urbanos) à Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão. A operação corresponde a uma extensão do atual contrato existente e inclui ainda o fornecimento e manutenção integral dos contentores públicos de depósito de lixos. O valor anual da extensão do contrato ascende a 671 mil euros, acrescido de IVA. O valor estimado de produção anual de resíduos na área de recolha até agora efetuada diretamente pelos serviços municipais é de 18.375 toneladas. Com esta decisão, a Câmara aliena a operação direta de recolha de lixos no concelho e uma frota de viaturas e equipamentos obsoleta, evitando um avultado investimento de curto prazo e realocando simultaneamente recursos humanos e técnicos ao reforço da limpeza urbana. Para o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, “esta opção é a mais sustentável, racional e eficiente numa lógica local e a mais solidária numa lógica regional”. Atualmente as viaturas municipais de recolha de lixos têm entre 16 e 32 anos, revelando significativas necessidades de reparação e substituição. Só no primeiro semestre de 2016 o Município viu-se obrigado a realizar 110 reparações, com as consequentes dificuldades em manter o normal funcionamento da recolha dos resíduos. Os custos inerentes a esta manutenção estão também a intensificar-se face a 2015 e o investimento de substituição no curto prazo é classificado como “incomportável”. Almeida Henriques explica que “os munícipes saem mais defendidos com esta decisão, uma vez que a modernização do sistema será mais rápida e eficiente. O orçamento municipal e a política de recursos humanos saem também a ganhar, neste horizonte temporal.” “‘A Melhor Cidade para Viver quer continuar a melhorar o já elevado padrão de limpeza urbana e sustentabilidade económica”, defende Almeida Henriques. “É um ganho em três dimensões: economizamos custos, modernizamos o sistema, reforçamos a limpeza urbana”, sintetizou. Na reunião de Câmara, foi também aprovado o contrato de comodato a celebrar entre o Município e a EDP para a cedência do Museu da Eletricidade, situado no Campo de Viriato. Esta cedência visa a valorização e dinamização daquele que é o principal património histórico do Campo da Feira de São Mateus, e especialmente no âmbito da realização do certame.
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